Enciclopédia de Amós 5:25-25

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

am 5: 25

Versão Versículo
ARA Apresentastes-me, vós, sacrifícios e ofertas de manjares no deserto por quarenta anos, ó casa de Israel?
ARC Oferecestes-me vós sacrifícios e oblações no deserto por quarenta anos, ó casa de Israel?
TB Porventura, ó casa de Israel, oferecestes-me sacrifícios e ofertas no deserto durante quarenta anos?
HSB הַזְּבָחִ֨ים וּמִנְחָ֜ה הִֽגַּשְׁתֶּם־ לִ֧י בַמִּדְבָּ֛ר אַרְבָּעִ֥ים שָׁנָ֖ה בֵּ֥ית יִשְׂרָאֵֽל׃
BKJ Oferecestes a mim, sacrifícios e ofertas no deserto por quarenta anos, ó casa de Israel?
LTT Oferecestes-Me vós sacrifícios e oblações no deserto por quarenta anos, ó casa de Israel?
BJ2 Por acaso oferecestes-me sacrifícios e oferendas no deserto, durante quarenta anos, ó casa de Israel?[c]
VULG Numquid hostias et sacrificium obtulistis mihi in deserto quadraginta annis, domus Israël ?

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Amós 5:25

Levítico 17:7 E nunca mais sacrificarão os seus sacrifícios aos demônios, após os quais eles se prostituem: isto ser-lhes-á por estatuto perpétuo nas suas gerações.
Deuteronômio 32:17 Sacrifícios ofereceram aos diabos, não a Deus; aos deuses que não conheceram, novos deuses que vieram há pouco, dos quais não se estremeceram seus pais.
Josué 24:14 Agora, pois, temei ao Senhor, e servi-o com sinceridade e com verdade, e deitai fora os deuses aos quais serviram vossos pais dalém do rio e no Egito, e servi ao Senhor.
Neemias 9:18 ainda mesmo quando eles fizeram para si um bezerro de fundição, e disseram: Este é o teu Deus, que te tirou do Egito, e cometeram grandes blasfêmias;
Neemias 9:21 Desse modo os sustentaste quarenta anos no deserto; falta nenhuma tiveram; as suas vestes não se envelheceram, e os seus pés não se incharam.
Isaías 43:23 Não me trouxeste o gado miúdo dos teus holocaustos, nem me honraste com os teus sacrifícios; não te fiz servir com ofertas, nem te fatiguei com incenso.
Ezequiel 20:8 Mas rebelaram-se contra mim e não me quiseram ouvir; ninguém lançava de si as abominações dos seus olhos, nem deixava os ídolos do Egito; então, eu disse que derramaria sobre eles o meu furor, para cumprir a minha ira contra eles no meio da terra do Egito.
Ezequiel 20:16 Porque rejeitaram os meus juízos, e não andaram nos meus estatutos, e profanaram os meus sábados; porque o seu coração andava após os seus ídolos.
Ezequiel 20:24 porque não executaram os meus juízos, e rejeitaram os meus estatutos, e profanaram os meus sábados, e os seus olhos se iam após os ídolos de seus pais.
Oséias 9:9 Mui profundamente se corromperam, como nos dias de Gibeá. Ele lembrar-se-á das suas injustiças, visitará os pecados deles.
Zacarias 7:5 Fala a todo o povo desta terra e aos sacerdotes, dizendo: Quando jejuastes e pranteastes, no quinto e no sétimo mês, durante estes setenta anos, jejuastes vós para mim, mesmo para mim?
Atos 7:42 Mas Deus se afastou e os abandonou a que servissem ao exército do céu, como está escrito no livro dos profetas: Porventura, me oferecestes vítimas e sacrifícios no deserto por quarenta anos, ó casa de Israel?

Gematria

Gematria é a numerologia hebraica, uma técnica de interpretação rabínica específica de uma linhagem do judaísmo que a linhagem Mística.

Quarenta (40)

 


E quarenta dias foi tentado pelo diabo, e naqueles dias não comeu coisa alguma; e, terminados eles, teve fome.

(Mateus 4:2 - Marcos 1:13 - Lucas 4:2)

 


E comeram os filhos de Israel maná quarenta anos, até que entraram em terra habitada: comeram maná até que chegaram aos termos da terra de Canaã.

(Êxodo 16:35)

 


Porque, passados ainda sete dias, farei chover sobre a terra quarenta dias e quarenta noites; e desfarei de sobre a face da terra toda a substância que fiz.

(Gênesis 7:4)

 


No alfabeto hebraico as letras têm correspondentes numéricos e vice-versa. O número 40 possui um correspondente alfabético: uma letra chamada "Mem" (מ). 

Essa letra seria um paralelo a nossa letra "eme".

Água, em hebraico, é "main" (מים) e a primeira letra, o "mem" possuía uma grafia mais primitiva mais parecida com as ondas.

Quando o autor bíblico insere o número 40, está chamando a atenção do estudioso para o tema central. Quando o assunto é deserto, o tema central é a água.

As letras, no hebraico, além dos fonemas, possuem significados e ainda outro significado oculto, e quase sempre cifrado, pelo número correspondente.

O que precisamos saber aqui é que o 40, nessas passagens, refere-se a água, O 40 está pedindo ao estudioso que reflita sobre o significado da água para o morador do deserto e, a partir desse ponto, extrair os sentidos espirituais do que representa a água para quem mora no deserto. O primeiro significado é a Fertilidade e a Destruição.

Para se entender esse significado, precisa-se antes entender como é o deserto de Israel. Quando pensamos em deserto, a primeira imagem que nos vem na cabeça é a do deserto do Saara, mas o deserto de Israel, apresentado na Bíblia, não é esse.

O Saara é liso, cheio de dunas que se movem com o vento, feito de areia.

O deserto de Israel é diferente. Rochoso, cheio de escarpas, abismos, precipícios, penhascos, desfiladeiros, montanhas, vales. É seco e árido com pouquíssima vegetação. 

Essa região possui dois climas bem distintos. Uma grande parte do ano, essa região permanece árida e muito seca e no outro período com chuvas.

No topo das cadeias montanhosas da região do Líbano, sobretudo no topo do monte Líbano, tem acúmulo de gelo e neve. Em um certo período do ano, a neve derrete e escorre pelos penhascos, e vai escoando por toda a Palestina até chegar no mar Morto.

Movimentos parecidos com esses acontecem em outros montes da região, como no monte Sinai. Nessas regiões rochosas cheia de precipícios, a água desce levando tudo: gente, rebanhos, casas.

No tempo de Jesus, quando alguém olhava para o céu e via nuvens escuras, tremiam de medo.

Sabiam que viria um período de destruição. Quando uma chuva se aproximava, os pastores corriam com seus rebanhos para os montes mais altos.

Depois, quando a chuva passava, o subsolo, no lençol freático, ficava cheio de água. O solo ficava fértil. Nessa época, depois das chuvas, podia-se furar poços e explorar a água pelo resto do ano.

A água trazia um caos e destruição. Depois, trazia vida. Viver, depois das chuvas, ficava mais fácil.

Então, para o povo hebreu, água (מים) representa transformação através de grandes abalos, transtornos, confusões.

Outro período da vida do deserto é o árido.

Quando Jesus foi peregrinar no deserto, foi no período árido. Saiu da Galileia para Jerusalém pelo deserto. Naquele tempo, existiam diversos caminhos que levavam à Judeia quem vinha de Galileia. O caminho mais difícil era o que passava pelo deserto. Esse foi o caminho escolhido por Jesus (possivelmente junto com João Batista). Nessas travessias, no período árido, uma moringa de água representa outra coisa: conforto e consolo.

A água, então, representa a força transformadora de Deus (a força renovadora, revitalizadora), mas também o poder que Deus têm de consolar, confortar, aliviar o sofrimento.

No caso da peregrinação de Jesus no deserto, teve um componente adicional. A tentação.
 

Mateus 4:1

ENTÃO foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo. 

Nos primeiros capítulos da obra "O céu e o inferno", Kardec nos lembra que "demônio" é aquela má tendência que todos nós temos no nosso psiquismo. É aquele impulso infeliz em mim que ainda não presta.

Quando Jesus aceita conviver como um ser humano, aceita também enfrentar tudo o que o ser humano enfrenta, como pegar uma gripe. Ele também aceitou conviver com todo o tipo de seres humanos: encarnados e desencarnados.

Jesus aceitou conviver com o Pilatos, aceitou conviver com aquele soldado que colocou a coroa de espinhos a cabeça dele e aceitou, também, conviver com os espíritos desencarnados que vimem ao nosso redor. Jesus foi, então, "assediado" por um espírito desencarnado:

Mateus 4:2

E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome;

Jesus, como tinha aceitado todas as agruras da experiência humana, sentiu fome e a entidade infeliz disse:

Mateus 4:3

Disse-lhe o diabo: Se és filho de Deus, dize a esta pedra que se torne pão. 

A entidade fez uma alusão à passagem do povo pelo deserto conduzido por Moisés, que ficou peregrinando 40 anos o deserto e receberam de Deus o maná.

Jesus, peregrinando 40 dias no deserto, recebeu do diabo a oferta de pão.

Fica claro que, no deserto, tanto Deus quando o Diabo oferecem comida.

Mateus 4:4

Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.
 

O maná não é pão. Mana é farinha, ou seja, um ingrediente. Deus não mandava a comida pronta, mandava um ingrediente. Quando vem das mãos de Deus, não vem pão, vem farinha e o homem precisa trabalhar para transformar o ingrediente em comida. Isso porquê deus nunca nos dá uma coisa pronta. Deus não oferece facilidades, mas a matéria-prima. 

Para poder ter pão, o homem precisava trabalhar.

Já o Diabo, oferece facilidade. Representa a porta larga.

Quando uma facilidade é apresentada na nossa vida, devemos ter cuidado pois é a tentação que chegou.

A dificuldade é Deus. Chamemos as dificuldades de "propostas de serviço". É a oportunidade de trabalho durante a nossa travessia da Galileia para Jerusalém.

Durante as nossas travessias do Egito para Canaã.

Do diagnóstico à alta.

O socorro de Deus chega em forma de convite ao trabalho.

Quando um paciente sofre de diverticulite, pode ter dois tipos de propostas médicas.

Um médico pode dizer ao paciente que a proposta de cura é caminhar, comer muita fibra e beber bastante água.

O paciente vai precisar ter disciplina e perseverança. Vai precisar se esforçar. O paciente precisa trabalhar pela sua própria cura, pois a medicina sã exige que o paciente tenha disciplina, empenho, força de vontade para melhorar, exige dieta, esforço físico. Não tem mágica. A cura não acontece num estalo de dedos.

Agora, se outro médico pode dizer que existe um remédio, muito caro, mas que garante que nunca mais o paciente terá diverticulite na vida. Neste caso, precisamos ter cuidado, pois se você está no meio do deserto, desesperado e sofrendo propostas tentadoras, este pode ser o Diabo.

Entre a matrícula na faculdade até o diploma de formatura existe uma outra trajetória no deserto. Nessa trajetória, para enfrentar as dificuldades de uma matéria difícil, virá das mãos de Deus, através do professor, as oportunidades de estudar aos domingos em aulas extras para ajudar com o estudo a matéria.

Também virá aquele professor indecoroso que oferecerá a facilidade de aprovar o aluno em troca de dinheiro.

Vai ter sempre uma porta larga e outra estreita. A cura, de verdade, vem sempre pala porta estreita.

Neste ponto, podemos dizer que o 40 significa a transformação que ocorre pelo esforço realizado para passar pela porta estreita quando uma dificuldade é apresentada, mas superada com esforço e trabalho.

Se nessa transformação você for tentado a seguir por uma porta larga, não fará esforço e não será transformado.

 



Mapas Históricos

Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados ​​para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.

O CLIMA NA PALESTINA

CLIMA
À semelhança de outros lugares no mundo, a realidade climática dessa terra era e é, em grande parte, determinada por uma combinação de quatro fatores: (1) configuração do terreno, incluindo altitude, cobertura do solo, ângulo de elevação e assim por diante; (2) localização em relação a grandes massas de água ou massas de terra continental; (3) direção e efeito das principais correntes de ar; (4) latitude, que determina a duração do dia e da noite. Situada entre os graus 29 e 33 latitude norte e dominada principalmente por ventos ocidentais (oceânicos), a terra tem um clima marcado por duas estações bem definidas e nitidamente separadas. O verão é um período quente/seco que vai de aproximadamente meados de junho a meados de setembro; o inverno é um período tépido/úmido que se estende de outubro a meados de junho. É um lugar de brisas marítimas, ventos do deserto, terreno semidesértico, radiação solar máxima durante a maior parte do ano e variações sazonais de temperatura e umidade relativa do ar. Dessa forma, seu clima é bem parecido com certas regiões do estado da Califórnia, nos Estados Unidos, conforme mostrado no gráfico da página seguinte.
A palavra que melhor caracteriza a estação do verão nessa terra é "estabilidade" Durante o verão, o movimento equatorial do Sol na direção do hemisfério norte força a corrente de jato (que permite a depressão e a convecção de massas de ar e produz tempestades) para o norte até as vizinhanças dos Alpes. Como consequência, uma célula estacionária de alta pressão se desenvolve sobre os Açores, junto com outra de baixa pressão, típica de monção, sobre Irã e Paquistão, o que resulta em isóbares (linhas de pressão barométrica) basicamente norte-sul sobre a Palestina. O resultado é uma barreira térmica que produz dias claros uniformes e impede a formação de nuvens de chuva, apesar da umidade relativa extremamente elevada. O verão apresenta o tempo todo um ótimo clima, brisas regulares do oeste, calor durante o dia e uma seca quase total. No verão, as massas de ar, ligeiramente resfriadas e umedecidas enquanto passam sobre o Mediterrâneo, condensam-se para criar um pouco de orvalho, que pode estimular o crescimento de plantas de verão. Mas as tempestades de verão são, em sua maioria, inesperadas (1Sm 12:17-18). Por outro lado, o inverno se caracteriza pela palavra "instabilidade". Nessa estação, massas de ar mais elevadas se aproveitam do caminho equatorial do Sol na direção do hemisfério sul e ficam tomadas de ar polar extremamente frio. A mistura dessas massas de ar pode criar várias correntes dominantes de alta pressão, e qualquer uma pode, imprevisivelmente, se chocar com o ar que serpenteia pela depressão mediterrânea.

1. A área de alta pressão atmosférica da Ásia é uma corrente direta de ar polar que pode chegar a 1.036 milibares. As vezes atravessa todo o deserto da Síria e atinge a terra de Israel, vindo do leste, com uma rajada de ar congelante e geada (Jó 1.19).
2. A área de alta pressão atmosférica dos Bálcãs, na esteira de uma forte depressão mediterrânea, consegue capturar a umidade de uma tempestade ciclônica e, vindo do oeste, atingir Israel com chuva, neve e granizo. Em geral esse tipo de sistema é responsável pela queda de chuva e neve no Levante (2Sm 23:20-1Cr 11:22; Jó 37:6; SL 68:14; Pv 26:1).
3. Uma área de alta pressão atmosférica um pouco menos intensa do Líbano pode ser atraída na direção do Neguebe e transportar tempestades de poeira que se transformam em chuva.


A própria vala do Mediterrâneo é uma zona de depressão relativamente estacionária, pela qual passam em média cerca de 25 tempestades ciclônicas durante o inverno. Uma corrente de ar mais quente leva cerca de quatro a seis dias para atravessar o Mediterrâneo e se chocar com uma dessas frentes. Caso essas depressões sigam um caminho mais ao sul, tendem a se desviar ao norte de Chipre e fazer chover pela Europa Oriental. Esse caminho deixa o Levante sem sua considerável umidade [mapa 21] e produz seca, que às vezes causa fome. 121 Contudo, quando seguem um caminho ao norte - e bem mais favorável - tendem a ser empurradas mais para o sul por uma área secundária de baixa pressão sobre o mar Egeu e atingem o Levante com tempestades que podem durar de dois a quatro dias (Dt 11:11-1Rs 18:43-45; Lc 12:54). O inverno é, então, a estação chuvosa (SI 29:1-11; Ct 2:11; At 27:12-28.2), que inclui igualmente "as primeiras e as últimas chuvas" (Dt 11:14; Jó 29.23; SI 84.6; Pv 16:15; )r 5.24; Os 6:3; Jl 2:23; Zc 10:1; Tg 5:7) .125 Os dias de chuva mais pesada coincidem com o período do clima mais frio, de dezembro a fevereiro (Ed 10:9-13; Jr 36:22), quando é frequente a precipitação incluir neve e granizo.
Em termos gerais, a precipitação aumenta à medida que se avança para o norte. Elate, junto ao mar Vermelho, recebe 25 milímetros ou menos por ano; Berseba, no Neguebe, cerca de 200 milímetros; Nazaré, na região montanhosa da Baixa Galileia, cerca de 680 milímetros; o jebel Jarmuk, na Alta Galileia, cerca de 1.100 milímetros; e o monte Hermom, cerca de 1.500 milímetros de precipitação (v. no mapa 19 as médias de Tel Aviv, Jerusalém e Jericó]. A precipitação também tende a crescer na direção oeste.
Períodos curtos de transição ocorrem na virada das estações: um entre o final de abril e o início de maio, e outro entre meados de setembro e meados de outubro. Nesses dias, uma massa de ar quente e abrasador, hoje conhecida popularmente pelo nome de "siroco" ou "hamsin", pode atingir a Palestina vinda do deserto da Arábia.127 Essa situação produz um calor tórrido e uma sequidão total, algo parecido com os ventos de Santa Ana, na Califórnia. Conhecida na Bíblia pelas expressões "vento oriental" (Ex 10:13; Is 27:8; Ir 18.17; Ez 19:12; Os 12:1-13.
15) e "vento sul" (Lc 12:55), às vezes um vento siroco pode durar mais de uma semana, ressecando vegetação mais frágil e causando mais do que uma ligeira irritação em seres humanos e animais. Os ventos orientais da Bíblia podiam fazer secar espigas (Gn 41:6), secar o mar (Ex 14:21), causar morte e destruição (Jó 1.19), carregar pessoas (Jó 27.21), naufragar navios (SI 48.7; Ez 27:26) e fazer as pessoas desfalecerem e perderem os sentidos (In 4.8). Em contraste, um "vento norte" favorecia e revigorava a vida (Jó 37.22; Pv 25:23). A palavra suméria para "vento norte" significa literalmente "vento favorável".

ARBORIZAÇÃO
Nos lugares onde a terra recebia chuva suficiente, a arborização da Palestina antiga incluía matas perenes de variedades de carvalho, pinheiro, terebinto, amendoeira e alfarrobeira (Dt 19:5-2Sm 18.6; 2Rs 2:24; Ec 2:6; Is 10:17-19). Mas o mais comum era a terra coberta pelo mato fechado e plantas arbustivas (maquis) típicas da bacia do Mediterrâneo (1s 17.15; 1Sm 22:5; Os 2:14). Com base em análises de uma ampla amostra de pólen e também de restos de plantas e sementes tirados do interior de sedimentos, o mais provável é que, na Antiguidade remota, a arborização original da Palestina fosse bem densa e às vezes impenetrável, exceto nas regiões sul e sudeste, que margeavam o deserto, Os dados atuais apontam, porém, para uma destruição cada vez maior daquelas florestas e vegetação, destruição provocada pelo ser humano, o que começou já por volta de 3000 a.C. Mas três períodos se destacam como particularmente danosos:

(1) o início da Idade do Ferro (1200-900 a.C.);
(2) o final dos períodos helenístico e romano (aprox. 200 a.C.-300 d.C.);
(3) os últimos 200 anos.


O primeiro desses ciclos de destruição é o que mais afeta o relato bíblico que envolve arborização e uso da terra. No início da Idade do Ferro, a terra da Palestina experimentou, em sua paisagem, uma invasão massiva e duradoura de seres humanos, a qual foi, em grande parte, desencadeada por uma leva significativa de novos imigrantes e pela introdução de equipamentos de ferro. As matas da Palestina começaram a desaparecer diante das necessidades familiares, industriais e imperialistas da sociedade. Na esfera doméstica, por exemplo, grandes glebas de terra tiveram de ser desmatadas para abrir espaço para a ocupação humana e a produção de alimentos (Js 17:14-18).
Enormes quantidades de madeira devem ter sido necessárias na construção e na decoração das casas (2Rs 6:1-7; Jr 10:3). Calcula-se que cada família necessitava de uma a duas toneladas de lenha por ano (Js 9:21-27; Is 44:14-17; Ez 15:1-8; Mc 14:54). E o pastoreio de rebanhos temporários de ovelhas e cabras teria arrancado plantas sazonais que eram suculentas, mas sem raiz profunda. Por sua vez, a ocupação da terra teria requerido o apoio de certas indústrias, muitas das quais exigiam enormes recursos de madeira que, com certeza, danificaram o delicado equilíbrio ecológico da Palestina. A madeira era queimada em fornos de cozimento e em fornalhas industriais. Era necessária para a produção e vitrificação de vidro e na manufatura de cal, gesso, tijolos, canos e tubos de terracota, utensílios de cozimento, ferramentas de ferro e tábuas de escrever (alguns textos eram, na realidade, gravados sobre tábuas de madeira). Certos subprodutos de madeira tinham utilidade industrial, como solventes de água, no curtimento e tingimento e na medicina.
Muita madeira era empregada na extração de pedras nas encostas de montanhas e no represamento de cursos d'água. Mais madeira era transformada em carvão para o trabalho de mineração, fundição e forja de metais 130 Grandes quantidades também eram consumidas em sacrifícios nos templos palestinos.
Por fim, ainda outras áreas de floresta eram devastadas como resultado do imperialismo antigo, fosse na produção de instrumentos militares (Dt 20:19-20), fosse em injustificadas atividades de guerra (2Rs 3:25; SI 83.14,15; Is 10:15-19; Jr 6:4-8), fosse no pagamento de tributo compulsório.131 Os efeitos do desmatamento foram marcantes e permanentes. Existem consideráveis indícios de que a concomitante perturbação das camadas superiores do solo da Palestina provocou uma erosão pelo vento e pela água bastante acelerada, com subsequente perda da fertilidade das camadas finas de solo nas encostas. Alguns conservacionistas do solo calculam que, como resultado do desmatamento ocorrido na 1dade do Ferro, mais de 90 centímetros de solo e subsolo foram irrecuperavelmente perdidos da Cadeia Montanhosa Central, o que fez com que a base rochosa de áreas significativas daquele terreno ficasse visível. Uma vez que as camadas superiores do solo foram seriamente comprometidas ou destruídas, os subsolos predominantemente improdutivos não conseguiram regenerar a arborização. Existem indícios convincentes de oscilações climáticas durante o período do Israel bíblico, mas praticamente nenhuma evidência de mudança significativa ou radical do clima. O desflorestamento desenfreado da região, com a consequente deterioração e deslocamento da camada superior fértil, provocou um desgaste gradual e inexorável do meio ambiente. O cenário mudou para pior e até mesmo os modernos esforços de reflorestamento ainda não se mostraram completamente bem-sucedidos.
É bem irônico que as atividades desenvolvidas pelos próprios israelitas tenham contribuído de forma significativa para essa diminuição do potencial dos recursos da terra, na Palestina da Idade do Ferro Antiga. O retrato da arborização da Palestina pintado pela Bíblia parece estar de acordo com esses dados. Embora haja menção frequente a certas árvores tradicionais que mais favorecem o comprometimento e a erosão do solo (oliveira, figueira, sicômoro, acácia, amendoeira, romázeira, terebinto, murta, bálsamo), a Bíblia não faz quase nenhuma referência a árvores que fornecem madeira de lei para uso em edificações (carvalho, cedro, cipreste e algumas espécies de pinheiro). E inúmeras vezes a mencão a estas últimas variedades tinha a ver com outros lugares - frequentemente Basã, monte Hermom ou Líbano (Iz 9.15; 1Rs 4:33; SI 92.12; Is 40:16; Ez 27:5-6; Zc 11:2). Aliás, o abastecimento aparentemente inesgotável de madeira pelo Líbano era famoso no mundo antigo; o Egito começou a importá-la já à época do Reino Antigo.133 Vários reis mesopotâmicos e assírios viajaram para o Líbano para conseguir cedro. Em particular, os reis assírios costumavam se vangloriar de que uma de suas maiores façanhas era terem escalado os cumes do Líbano e derrubado suas imensas árvores (Is 14:8).
Pelo fato de a Palestina praticamente não ter reservas de madeira de lei, Davi, quando se lançou a seus projetos de construção em Jerusalém, achou necessário fazer um tratado com Hirão, rei de Tiro (e.g., 25m 5.11; 1Cr 14:1). Quando deu início a seus inúmeros empreendimentos de construção, Salomão foi forçado a ratificar aquele tratado (1Rs 5:1-18; 7:2-12; 2Cr 2:1-16; 9:10-28). Fenícios de Tiro forneceram a Salomão tanto a matéria-prima quanto a tecnologia para construir sua frota de navios mercantes (1Rs 10:22; cf. Ez 27:5-9, 25-36). Durante todo o período da monarquia, a construção, mesmo em pequena escala, implicava conseguir no exterior a madeira de lei necessária, conforme Jeoás e Josias descobriram (2Rs 12:12-22.6). Certa vez, a madeira que estava sendo usada para construir uma cidade no Reino do Norte foi levada, como um ato de agressão, para construir cidades em Judá (2Cr 16:6).
A disponibilidade de madeira de lei nativa não melhorou no período pós-exílico. Como parte do decreto de Ciro, que permitiu aos judeus voltarem à sua terra para reconstruir o templo, o monarca persa lhes deu uma quantia em dinheiro com a qual deveriam comprar madeira no Líbano (Ed 3:7). Mas suspeita-se que, quando aquela madeira chegou a Jerusalém, foi desperdiçada em residências particulares, em vez de ser usada no templo (Ag 1:8, cp. v. 4). Mais tarde, quando Neemias foi ao rei Artaxerxes pedindo dispensa do cargo na corte para trabalhar para melhorar as condições de vida ao redor de Jerusalém, recebeu do rei cartas que lhe permitiram obter madeira para a reconstrução dos muros e portas da cidade (Ne 2:4-8). Ainda mais tarde, madeira necessária para a imensa empreitada de construção realizada por Herodes em Cesareia Marítima teve de ser importada, provavelmente da Itália. E até mesmo no século 19, quando Charles Warren precisou de tábuas de madeira para dar continuidade a seu trabalho arqueológico em Jerusalém, ele descobriu que madeira ainda estava entre os produtos mais escassos e mais caros da Palestina.

O Clima no Oriente Médio no Verão
O Clima no Oriente Médio no Verão
O Clima no Oriente Médio no Inverno
O Clima no Oriente Médio no Inverno
Tabela do clima da Palestina
Tabela do clima da Palestina

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras


CARLOS TORRES PASTORINO

am 5:25
Sabedoria do Evangelho - Volume 2

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 7
CARLOS TORRES PASTORINO

JO 4:4-26


4. Jesus precisava atravessar a samaria.


5. Chegou, pois, a uma cidade da samaria, chamada sícar, perto das terras que Jacó dera a seu filho José.


6. Era ali a fonte de Jacó. Cansado da viagem, estava Jesus assim sentado ao pé da fonte; era cerca da hora sexta.


7. Uma mulher da Samaria veio tirar água. Disse-lhe Jesus: "dá-me de beber".


8. Pois seus discípulos tinham ido à cidade comprar alimentos.


9. Disse-lhe então a mulher samaritana: "Como, sendo tu judeu, pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana"? (porque os judeus não se comunicam com os samaritanos).


10. Respondeu-lhe Jesus: "Se souberas o dom de Deus e quem é Aquele que te diz "dáme de beber", tu lhe terias pedido, e ele te daria a água viva".


11. Disse-lhe a mulher: "Senhor, não tens com que a tirar, e o poço é fundo; donde, pois, tens essa água viva?


12. És tu, porventura, maior que nosso pai Jacó, que nos deu este poço, do qual bebeu ele, seus filhos e seu gado"?


13. Replicou-lhe Jesus: "Todo o que bebe desta água, tornará a ter sede.


14. Mas quem beber da água que eu lhe der, não terá mais sede no futuro; mas a água que eu lhe der, se tornará nele uma fonte de água que mana para a vida imanente".


15. Disse-lhe a mulher: "Senhor, dá-me dessa água, para que eu não tenha mais sede, nem venha aqui tirá-la".


16. Disse-lhe ele: "Vai, chama teu marido e vem cá".


17. Respondeu a mulher: "Não tenho marido". Replicou-lhe Jesus: "Disseste bem que não tens marido.


18. Porque tiveste cinco maridos, e o que agora tens não é teu marido: isso disseste com verdade".


19. Disse-lhe a mulher: "Senhor, vejo que és profeta.


20. Nossos pais adoraram neste monte, e vós dizeis que em Jerusalém é o lugar onde se deve adorar".


21. Disse-lhe Jesus: "Mulher, acredita-me, vem a hora em que nem neste monte, nem em Jerusalém adorareis o Pai.


22. Vós adorais o que não sabeis, nós adoramos o que sabemos, pois a salvação é dos judeus.


23. Mas vem a hora - e é agora - em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em verdadeiro espírito; porque são esses que o Pai procura para seus adoradores.


24. Deus é o Espírito; e os que o adoram, precisam adorá-lo em verdadeiro espírito".


25. Respondeu a mulher: "Eu sei que vem o Messias (que se chama o Cristo); quando ele vier, anunciar-nos-á todas as coisas".


26. Disse-lhe Jesus: "Sou eu: o que fala contigo".


O itinerário de Jesus, ao regressar da Judeia para a Galileia, foi diferente da estrada comum. Estaria coinscientemente escapando a algum cerco?


Vindo do vale do Jordão, para chegar a Samaria, teve que penetrar nos "ouadis" Aqrabeth ou Beit-

Dedjan, caminho muito mais árduo, porque O obrigava a penosa subida por senda pedregosa (e de pedras pontudas), até atingir a planície de Mahné, onde se situava Sicar (que não deve confundir-se com Siquém, tantas vezes visitada pelos patriarcas, cfr. GN 12:6; GN 33:18 etc .) . Realmente o encontro não se deu em Siquém, cidade abundante de água, mas em Sicar (hoje el-Akar). Já o "Peregrino de Bordeaux", no ano 333, distinguia as duas localidades (cfr. A. Neubauer, "Geógraphie du Talmud", Paris, 1868, pág. 169-171).


O poço de Jacó ficava a menos de cinco minutos ao sul da cidadezinha, ainda habitada na época de Jesus. Esse poço captava uma fonte subterrânea; daí empregar o evangelista, indiferentemente, or "phéar" (poço), "pégê" (fonte).


Quando Jesus chegou ao pé da fonte, estava cansado (kekopiakôs) da íngreme ladeira que galgara, e sentou-se (literalmente "deixou-se cair" (ekathedzeto) com toda sencerimônia, sobre a borda do poço ou ao lado dele.


João não deixa de anotar (sempre os números!) a hora: era a hora "sexta", ou seja, cerca do meio-dia.


Bom lugar para um repouso, a essa hora escaldante. Enquanto o Mestre repousava, seus discípulos vão pouco além, à cidade, para buscar alimentos.


Nesse interim, aproxima-se uma mulher da região da Samaria, hoje denominada Sebastieh, "samaritana".


Não vinha da cidade de que ficava a 12 kms de Sicar.


Comum era o hábito de buscar água em ânforas, nos poços. O poço de Jacob mede 39 metros de profundidade, e só quem possua uma corda bastante longa poderá haurir água. Ora, os viajantes não costumam carregar tais apetrechos, pois ninguém recusa uma pouca d’água a um peregrino sedento.


Jesus solicita esse obséquio da samaritana. Acontece que, entre samaritanos e judeus havia animosidade de longa data, recrudescida após o cativeiro, quando os companheiros de Zorobabel recusaram que os samaritanos colaborassem na restauração do templo (Esdras. 4:1-5). Mais tarde, o sacerdote Manass és, expulso de Jerusalém, estabeleceu um templo no monte Garizim, servido por clero regular, rivalizando com Jerusalém (Ant. Jud. 11. 7,2) o que fez mais tensas as relações. Os judeus equiparavam os samaritanos aos "filisteus", a tal ponto que o Eclesiástico 50:27-3 diz: "há duas nações que minha alma detesta, e a terceira nem é uma nação: os que moram na montanha de Seir, os filisteus e o povo insensato que habita Siquém". Os samaritanos de seu lado não poupavam os judeus (Josefo, Ant. Jud. 8. 2, 2 e 20, 6, 1).


Tudo justifica, pois, a surpresa da samaritana, ao ouvir que Jesus falava com ela. Que era um galileu, manifestava-o seu sotaque (cfr. MT 26:73) e as borlas de seu manto (cfr. 9:20 e MC 6:56). Embora sem recusar a água, faz-lhe sentir sua estranheza.


Jesus, que nela viu um espírito de escol, capaz de penetrar os "mistérios do Reino", aproveita a circunst ância para esclarecê-la; e de tal modo a impressiona, que sua evolução daí por diante se fez quase vertical, pois quinze séculos após ela se chamaria Teresa de Ávila, a única mulher que recebeu, da igreja católica. o título de "doutora da igreja", a "doutora seráfica", uma das maiores místicas que honraram e dignificaram a raça humana no ocidente.


Começa o Rabbi dizendo "se souberas (ει ηδεις, condição não realizada no presente) o dom de Deus, tu Lhe pedirias de beber, e Ele te daria a água viva". Evidente tratar-se de um simbolismo, notável sobretudo numa região pobre de água. A samaritana, porém, não percebe o simbolismo (tal como ocorrera com Nicodemos) e interpreta ao pé da letra, embora lhe tenha dado, agora, o titulo de Senhor, reconhecendo-

Lhe a superioridade incontestável.


Ao verificar que não era compreendido, Jesus volta à prática pedindo que ela chame seu marido, ao que ela confessa não tê-lo. Jesus confirma-o, declarando que já tivera cinco, e que o atual lhe não pertencia.


Admirada, confessa a samaritana ver nele um "Profeta" (médium), com capacidade de conhecer a vida intima das criaturas.


Tendo entrado no terreno religioso, a samaritana aproveita para pedir que Jesus dirima a questão, declarando quem está certo: os judeus, que celebram seu culto em Jerusalém, ou os samaritanos, que o fazem no monte Garizim, no local do templo construído por Manassés em 400 A. C. , mas destruído em 129 A. C. por João Hircan.


Ainda hoje os samaritanos celebram sua páscoa nesse monte. A cena passa-se no sopé do Garizim e do Hebal onde está o poço de Jacó.


A samaritana opõe "vós" (os judeus modernos, de sua época), a "nossos pais", que representavam a tradição milenar do tronco comum das duas facções; porque tanto Abraão quanto Jacó erigiram altares em Siquém (cfr. GN 12:7 e GN 33:20) e Josué’ o fez no monte Hebal (DT 27:4); mas nesse local, no Pentateuco samaritano, aparece o nome do monte Garizim. Entretanto, os judeus fundamentavam-se em David e Salomão para defender o templo de Jerusalém.


Esse desvio "teológico" deve ter aliviado a tensão da samaritana, temerosa de maiores verificações em sua vida particu1ar. Jesus pede-lhe que "acredite nele", como profeta que ela mesma reconhece, e passa a fazer-lhe revelações.


Em primeiro lugar, declara taxativamente que não tem importância o LUGAR físico e geográfico do culto ao Pai. Em segundo lugar, afirma que os samaritanos adoram o verdadeiro Deus, sem dúvida, mas não conhecem; ao passo que "nós" (os judeus) - e Jesus viveu a religião judaica do nascimento à morte, confessando-se abertamente filiado a essa religião: nós os judeus - sabemos o que adoramos. E, categórico: "a salvação É DOS JUDEUS".


Mas, prossegue o Mestre, virá a hora - e é AGORA - em que os verdadeiros adoradores O cultuarão em espírito, pois esta é a Vontade divina. Mais uma vez nos afastamos totalmente das traduções vulgares tradicionais que trazem: "em espírito E verdade". Preferimos "em espírito verdadeiro" ou "em verdadeiro espírito", pois trata-se, sem sombra de dúvida, de uma hendíades (veja vol, 1, pág. XII), como, por exemplo, em Sófocles (Ajax. 145): βοτα και λειαν isto é, "o gado e a pilhagem", significando "o gado pilhado". Espírito VERDADEIRO, no sentido de Espírito MESMO, sem mistura de matéria, nem intelecto, nem emoções, nem sensações.

De qualquer forma, Jesus prega abertamente o universalismo: o Pai comum de TODOS OS HOMENS será adorado em qualquer lugar físico, pois o verdadeiro templo de Deus é nosso próprio espírito e nosso corpo (cfr. Rom. 8:9,11; 1CO 3;16,17 e 6:19; 2CO 6:16; 2TM 1:14 e Tiago 4:5). Não há mais necessidade de templos e igrejas, sinagogas nem "centros’ mesquitas nem pagodes; nada mais de liturgias, fórmulas sacramentais e sacramentos, pompas e solenidades: os verdadeiros adoradores rejeitam tudo isso, e adoram em ESPÍRITO VERDADEIRO. Adorar a Deus em verdadeiro espírito, é adorá-lo verdadeiramente. Ao passo que os ritos, liturgias e gestos mágicos trazem o terrível perigo de materializar, e portanto mecanizar, o culto. E contra essa mecanização, sempre protestaram os mestres (cfr.


Oseas. 6:6; Amós, 5:20-26; IS 1:11-17: Salmo 50:7-23), e o próprio Jesus (MT 15:8 e MC 7:6).


Nem se trata, apenas, de que "agradam" a Deus esses adoradores: não Diz que o pai os PROCURA (dzetei), porque, sendo o ESPÍRITO, só o Espírito pode com Ele sintonizar. Como pode Deus, o Pensamento Universal, "procurar"? Pela impulsão interna, levando as criaturas a uma evolução constante, até atingir o ápice supremo da perfeição espiritual.


A expressão de Jesus é clara: Deus é O ESPÍRITO (πνευµα ο θεος) . A colocação do predicativo antes do verbo, sem artigo, equivale simplesmente pela posição, a um elemento determinado. Portanto, não é UM espírito, mas O espírito, que é O amor. Quando em atividade, torna-se O amante que produz (Pai ou Verbo), e o resultado é O amado (Filho). Daí o tríplice aspecto (trindade) de Deus, que foi invertido pelos que não conheciam a doutrina profunda de Jesus, e que, no entanto, está tão clara nos Evangelhos.

Nessa amplitude de visão universalista, a querela entre judeus e samaritanos toma a proporção de min úscula discordância de personalidades vaidosas, sem importância alguma.


Diante do exposto, a samaritana indaga a respeito do Messias aguardado por eles (com a palavra TAHEB, que significa "O que volta") como pelo judeus. A tradução para o grego é uma explicação do evangelista.


Nesse ponto, Jesus declara sem rebuços: "sou Eu, quem fala contigo" Foi feita a revelação.


No início (vers 11) a samaritana o julga um grande homem (Senhor) mais tarde (vers. 19), chega à conclus ão de que se trata de um inspirado (Profeta); e finalmente (vers. 26) nele reconhece o ungido (Messias ou Cristo). Deu-lhe, pois, a explicação de Suas primeiras palavras: "Se souberas QUEM fala contigo!!" ...


Todo o episódio narrado no cap. 4. º de João, referente à samaritana, está repleto de lições maravilhosas.


Não quer isto dizer que se não tenha realizado o fato relatado pelo evangelista. Absolutamente, o fato realizou-se na esfera terrena. Realmente os pormenores se verificaram, como em todas as outras cenas apontadas pelos evangelistas. Pretendem alguns que TUDO seja simbolismo. Não aceitamos.


Acreditamos firmemente que todas as cenas narradas nos Evangelhos são REAIS, foram vividas no plano terreno, material. Mas Jesus era tão adiantado que saiba aproveitar todas as ocasiões para dar lições. Encaminhava os acontecimentos de forma a que deles, quem no pudesse, extrairia lições para a individualidade; e quem no não alcançasse, tiraria lições para a personalidade. Daí ter falado sempre em parábolas, enquanto outros ensinamentos eram vividos. Também os evangelistas, mais tarde, souberam ESCOLHER aquilo que deviam revelar, pois nem tudo disseram do que fez Jesus em Sua passagem pela Terra, pois "se o fizessem, o planeta não comportaria os livros necessários para narrálos" (JO 21:25).


Uma vista geral e rápida ao significado das palavras. Samaria, em hebraico (shomron) significa "vigil ância". Sicar quer dizer "bebida inebriante", ou "inebriado". Reconhecemos nessa raiz a mesma do árabe que deu origem ao nosso "açúcar". Saindo, então, Jesus do "louvor a Deus" (Judeia), dirige-se para o" Jardim fechado" (Galileia). Mas quis atravessar o monte da "vigilância" (Samaria). E nessa vigilância chega a ficar "inebriado" (Sicar) de amor, já na região da "fonte" ou "Poço" que "O vencedor" (Jacó) dera a seu filho, isto é, "a quem Deus aumenta, (José).


Vamos à interpretação.


Jesus é a individualidade, o CRISTO INTERNO. Quando a alma está "vigilante" (samaritana) e chega a "hora sexta" (antes do Grande Encontro da hora sétima), essa Alma Vigilante vai ao "poço" (ao coração), porque está sedenta de amor divino. E aí ela encontra "sentado" ao pé do poço, (habitando no coração) aguardando-a, o Cristo Interno, o Eu profundo, também SEDENTO. E a individualidade, esse Eu profundo, pede-lhe de beber, pede à Alma Vigilante que Lhe entregue seu amor, para que Sua sede seja saciada.


Todo o episódio retrata, pois, uma lição sobre o Mergulho na Consciência Cósmica, o Encontro com o Eu profundo, no poço do coração, obtido pelo espírito VIGILANTE.


Primeiramente há um equívoco natural: a Alma Vigilante estranha o chamamento de alguém que ela ainda não encontrara, um Desconhecido. Ela acostumara-se a percorrer as áreas do amor profano nos leitos conjugais; do amor desinteressado, nos filhos que gerara; do amor sublimado nas devoções ritualísticas sonoras de solenes notas de órgão; do amor divino nos claustros segregados do bulício do mundo. E agora eis que faceta nova à sua frente se apresenta. Um "Estranho"! ...


Mas esse Estranho é belo e é suave como a tarde a descambar... é puro como a aurora que silenciosamente arranca os véus da noite, desnudando os céus para o esponsalício com o Sol... E esse Estranho diz-lhe que lhe poderá dar "água viva" ... Realmente, todas as águas que anteriormente com sofreguid ão bebera para saciar seu amor, jamais a deixaram satisfeita: queria sempre mais; e depois de ter mais, vinha o tédio... E o Estranho promete que se ela O "conhecer" profundamente, Ele saciará sua sede para sempre!


Ingênua, retruca-lhe que o "poço é fundo": realmente o coração do homem é abismo insondável, é infinito, e só com o infinito pode ser saciado definitivamente.


Será o Desconhecido maior que o "vencedor" que deu à humanidade liturgias, ritos e pompas religiosas

? O Cristo Interno demonstra que todos os que bebem da água das exterioridades transitórias da personalidade continuam tendo sede; apenas aqueles que se unem a Ele, que O "conhecem", imergindo ou mergulhando na Consciência Cósmica, só esses é que jamais terão sede, porque nessa mesma Alma Vigilante surgirá uma fonte perene de água viva, que virá do fundo do "poço" de seu coração e manará sem intermitências para a Vida Imanente, para a vida interna, para a vida do Espírito.


Nesse diálogo sublime e inenarrável, a Alma Vigilante sente os pormenores de beleza inefável (só quem no experimenta pode avaliá-lo!) pede ansiosamente, qual "mendigo do espírito", que lhe seja dada essa água, para que ela jamais sinta a solidão, jamais volte a ficar sedenta de amor.


Então o Cristo Interno lhe pergunta pelo "marido", ou seja, por aquele a quem ela ama. E a Alma diz que, no momento, não no possui. "Com verdade respondes", fala o Cristo Interno: "pois CINCO tiveste, e o atual não é teu" ! Realmente, na peregrinação longa pelos caminhos da Terra, a Alma vai desposando numerosas crenças (lembremo-nos de que "adúltero", na Bíblia, é o povo que trai YHWH para unir-se a outras "deuses"). Afirma o Cristo Interno, que acompanha a Alma desde o início, que ela tivera CINCO crenças, e que a SEXTA (sempre a numerologia!), que era a dos samaritanos, não era a legítima: a verdadeira, o marido real e legítimo, seria justamente o SÉTIMO, o amante perfeito, ele mesmo, o Cristo Interno, representado pelo judeu que com ela se entretinha em colóquio amoroso, tentando conquistá-la.


Essa mesma passagem, todavia, pode ser interpretada melhor, com mais verdade compreendendo-se que o Cristo Interno queria dizer que "os cinco maridos" que tivera, referiam-se às suas ilusões, quando pensara que era: 1) seu próprio corpo; 2) suas sensações; 3) suas emoções; 4) seu intelecto;


5) seu "espírito"; todos eles eram "falsos", no sentido de transitórios e ilusórios. O próprio "sexto" marido atual, a mente, (que a levara a mergulhar no coração - poço - na busca da Cristo), esse mesmo não era legítimo, pois só a Centelha Divina, o Eu profundo, é que pode dizer-se o VERDADEIRO EU, o verdadeiro Espírito.


O que seria ilógico e incompreensível, se não fossem esses sentidos ocultos de uma lição maior, seria Jesus pular de um assunto (água viva) a outro: "chama teu marido", sem nenhum nexo, sem qualquer sequência. No meio dessas lições maravilhosas, que tinha que ver o "marido"? Essas aparentes ilogicidades é que nos convencem de que a lição é muito mais profunda do que o que lemos na letra fria do texto.


A alma, iludida ainda pelas aparências, indaga a respeito da verdadeira crença, e o Cristo Interno esclarece que a salvação (o Caminho) é DOS JUDEUS, através do máximo Enviado, do maior dos Manifestantes divinos na Terra, Jesus de Nazaré. Mas, logo a seguir esclarece que nenhuma crença, nenhuma religião poderá salvar quem quer que seja: o Pai PROCURA com ânsia amorosa aqueles que O amam em verdadeiro Espírito, sem nenhuma interferência material, nem sensitiva, nem emocional, nem intelectual, nem mesmo espiritual-religiosa: é o Espírito Verdadeiro o único que poderá unificar-se ao Cristo Interno, à Consciência Cósmica.


A alma reconhece, finalmente, na Voz interna do coração o verdadeiro Cristo Cósmico, manifestado DENTRO DE NÓS; e para ela abre-se a Luz sublime da compreensão: é ESSE Cristo que é o verdadeir "Caminho da Verdade e da Vida" (JO 14:6); Ele ensinar-nos-á todas as coisas (JO 14:26).


E o Cristo Interno confirma a sensação íntima da alma vigilante e amorosa: "sou Eu... que falo contigo, sou o CRISTO DE DEUS" !


O amor que se expande do coração da Alma Vigilante não tem medida: atingiu o ápice da felicidade que pode uma alma humana suportar, encontrou o Caminho definitivo, a alma gêmea da sua alma, e a União é total e absoluta, por todos os séculos, liberta já de toda sede espúria: tem tudo; a alegria, a felicidade, o AMOR (que é DEUS) permeando-lhe, já agora conscientemente, todas as células. Já era então a hora sétima, a perfeição total e absoluta!


E desse encontro a Alma Vigilante se recordaria e reviveria ainda, quinze séculos após, expandindo seu amor com estas palavras: "Alma, tens que procurar-te em Mim, e a Mim, hás de procurar-me em ti". (Teresa de Avila, "Búscate en mí", Obras, vol. 2. º, pág. 957).



Locais

Estes lugares estão apresentados aqui porque foram citados no texto Bíblico, contendo uma breve apresentação desses lugares.

ISRAEL

Atualmente: ISRAEL
País com área atual de 20.770 km2 . Localiza-se no leste do mar Mediterrâneo e apresenta paisagem muito variada: uma planície costeira limitada por colinas ao sul, e o planalto Galileu ao norte; uma grande depressão que margeia o rio Jordão até o mar Morto, e o Neguev, uma região desértica ao sul, que se estende até o golfo de Ácaba. O desenvolvimento econômico em Israel é o mais avançado do Oriente Médio. As indústrias manufatureiras, particularmente de lapidação de diamantes, produtos eletrônicos e mineração são as atividades mais importantes do setor industrial. O país também possui uma próspera agroindústria que exporta frutas, flores e verduras para a Europa Ocidental. Israel está localizado numa posição estratégica, no encontro da Ásia com a África. A criação do Estado de Israel, gerou uma das mais intrincadas disputas territoriais da atualidade. A criação do Estado de Israel em 1948, representou a realização de um sonho, nascido do desejo de um povo, de retornar à sua pátria depois de mil oitocentos e setenta e oito anos de diáspora. Esta terra que serviu de berço aos patriarcas, juízes, reis, profetas, sábios e justos, recebeu, Jesus o Senhor e Salvador da humanidade. O atual Estado de Israel teve sua origem no sionismo- movimento surgido na Europa, no século XIX, que pregava a criação de um país onde os judeus pudessem viver livres de perseguições. Theodor Herzl organizou o primeiro Congresso sionista em Basiléia, na Suíça, que aprovou a formação de um Estado judeu na Palestina. Colonos judeus da Europa Oriental – onde o anti-semitismo era mais intenso, começaram a se instalar na região, de população majoritariamente árabe. Em 1909, foi fundado na Palestina o primeiro Kibutz, fazenda coletiva onde os colonos judeus aplicavam princípios socialistas. Em 1947, a Organização das Nações Unidas (ONU) votou a favor da divisão da Palestina em dois Estados: um para os judeus e outro para os árabes palestinos. Porém, o plano de partilha não foi bem aceito pelos países árabes e pelos líderes palestinos. O Reino Unido que continuava sofrer a oposição armada dos colonos judeus, decidiu então, encerrar seu mandato na Palestina. Em 14 de maio de 1948, véspera do fim do mandato britânico, os líderes judeus proclamaram o Estado de Israel, com David Bem-Gurion como primeiro-ministro. Os países árabes (Egito, Iraque, Síria e Jordânia) enviaram tropas para impedir a criação de Israel, numa guerra que terminou somente em janeiro de 1949, com a vitória de Israel, que ficou com o controle de 75% do território da Palestina, cerca de um terço a mais do que a área destinada ao Estado judeu no plano de partilha da ONU.
Mapa Bíblico de ISRAEL



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Amós Capítulo 5 do versículo 1 até o 27
  1. O Fim de uma Nação (Am 5:1-3)

Os versículos 1:3 são uma elegia sobre a queda de Israel. A lamentação men-cionada no versículo 1 é detalhada no 2. É como se Israel fosse uma virgem (2) que caiu. A expressão nunca mais tornará a levantar-se indica morte da qual não há redenção. Há uma finalidade inexorável nas palavras do profeta. Para Amós, isto não era uma dramatização. Seu coração se partiu ao ver, diante de si, a nação prostrada como na morte. O pronunciamento é mais real quando lembramos que Amós profeti-zou na plenitude da prosperidade de Israel. Não admira que ele e suas palavras ti-vessem sido rejeitados como tolice. O versículo 3 interpreta e enfatiza o 2. Israel perecerá na guerra. "Pois o Senhor Deus diz: 'Se uma cidade mandar mil soldados para a guerra, apenas cem voltarão. Se outra cidade mandar cem, voltarão apenas dez com vida" (BV).

D. EXORTAÇÃO E CONDENAÇÃO, 5:4-15

1. A Verdadeira Religião (5:4-6)

Porque assim diz o SENHOR à casa de Israel: Buscai-me e vivei (4). A exorta-ção expressa claramente o elemento central do ensino de Amós. Ele identifica a verda-deira religião com a justiça (que guarda a lei moral). Quando o povo busca Jeová procura o bem. "A religião que se atarefa com ritos e cerimônias, com sinais e presságios, tem pouco valor para o mundo. Age como uma barreira ao progresso. Não é guiada por prin-cípio racional e, por isso, tende a santificar os costumes e crenças do passado, os quais são incoerentes, absurdos e, na maioria das vezes, prejudiciais. Mas quando a religião se identifica com a natureza moral, tudo isso muda"."

Era absolutamente necessário que Amós estabelecesse a máxima moral que o único modo de buscar Jeová era procurar o bem, e não o mal representado pelos santuários em Gilgal, Betel e Berseba (5).

Fosbroke realça que nos versículos 4:5 há um desenvolvimento eficaz em dois significados distintos do verbo hebraico darash ("buscar"). Em tempos primordiais, era usado com relação a buscar a vontade de um deus por meio de um vidente ou profeta. Mais tarde, veio a ser usado no sentido de voltar para o Senhor e de "ansiar pelo próprio Deus e não por algo que Ele possa dar (Dt 4:29) ".11

A palavra: vivei (6) também significa mais que a prolongação da existência. "Fala da vida com abundância na relação certa com Deus, como na conhecida passagem: 'O homem não viverá só de pão' (Dt 8:3) ".

Em certa medida, o conceito de responsabilidade pessoal fora compreendido séculos antes. Mas parece que Amós foi "o primeiro a diferenciá-la da religião popular, e torná-la um princípio fundamental da verdadeira religião. Assim, ele se destaca na história como o grande profeta da lei morar.'

As traduções dos versículos 5:6 quase não mostram a força rude do texto hebraico. Mas não busqueis a Betel (5) é, no original: "E Betel se torna Bete-Áven". A palavra hebraica aven (idolatria) também significa "maldade". George Adam Smith fala "que não exageraríamos a antítese se empregássemos uma frase que antigamente não era vulgar: E Betel, a casa de Deus, irá para o diabo".14

No versículo 6, uma vez mais Jeová identifica seu poder como um fogo que con-sumirá a casa de José e purgará a terra da injustiça de Betel (Bete-Áven, casa da idolatria).

2. Os Pecados dos Ricos e uma Segunda Doxologia (5:7-13)

Amós gosta muito de construções participiais (cf. Am 2:7-4.13). Ele apresenta os pen-samentos dos versículos 7:8 sem estreita conexão lógica entre si. Alosna (7, haanah), planta amarga, é termo simbólico que sugere "injustiça amarga" (cf. Am 6:12). Deitais por terra a justiça dá a entender o barulho dos pés ao pisar a bondade que Jeová exige. O versículo 7 deve ser ligado aos 10:13. A doxologia dos versículos 8:9 é uma interpolação que reconhece que o SENHOR pode aniquilar aqueles que deitam por terra a justiça (7).

A doxologia identifica o nome daquele que é responsável pelo mistério da Natu-reza criada. "[Deus] fez as estrelas" (Gn 1:16) era fato conhecido por Amós. É provável que a declaração de que o Senhor criou os astros fosse reação à adoração assíria das estrelas. O versículo mostra o governo de Jeová na terra. A alusão ao dilúvio — o que chama as águas (8) — indica o grandioso poder do julgamento que nenhum homem pode desafiar. O SENHOR é o seu nome é outro chamamento para reconhecer Deus como Senhor, e voltar-se a Jeová, o Senhor de todos os povos. O versículo 9 fica mais inteligível com a versão de Smith-Goodspeed: "O Senhor é o seu nome; é ele que faz vir súbita ruína sobre o forte e destruição sobre a fortaleza" (cf. ARA; ECA).

Nos versículos 10:13, o profeta condena detalhadamente a injustiça social prati-cada pelos ricos. Começa com uma declaração introdutória sobre a atitude das pessoas para com todo aquele que erguia a voz em protesto na porta (10; o tribunal de justiça da cidade). Ao que os repreende não deve limitar-se ao profeta, mas inclui toda voz erguida contra o mal.

Os versículos 11:13 destacam o castigo pela opressão injusta. As próprias posses angariadas em resultado da opressão serão inúteis. Os opressores não habitarão nas casas (11) construídas com pedras lavradas (o que fazia tremendo contraste com as casas dos pobres, construídas com madeira e restolho). Eles não beberão o vinho das vinhas desejáveis. Deus sabe quem aflige o justo (12), aceita resgate ("suborno", ARA) e ignora os necessitados em seu direito de justiça nos tribunais.

O tom do versículo 13 é de resignação. Portanto, o que for prudente guardará silêncio naquele tempo, porque o tempo será mau. O prudente (hammaskil) é quem se mantém em silêncio, não porque não deva falar, mas porque os avisos para nada servem. Os julgamentos de Deus vinham sobre um povo que parecia indolente a conselhos.

3. O Espírito Penitente (5.14,15)

Israel se mostrava incorrigível, e o pronto julgamento estava prestes a lhe sobrevir. Não obstante, o resto de José (15) se arrependerá de todo o coração. A profecia da destruição prossegue nos versículos 16:17, e mostra que Amós pensava que o apelo era em vão. Mas a integridade do Senhor não o permite passar para a fase de julgamento e destruição sem um apelo recorrente. Por isso, o profeta roga: Buscai o bem e não o mal, para que vivais (ver comentários nos vv. 4-6) ; e assim o SENHOR, o Deus dos Exércitos, estará convosco, como dizeis (14).

Amós se dirige ao resto (15), o fragmento que sobrou de uma nação após uma catástrofe devastadora. Ele ressalta uma vez mais a única maneira possível na qual os israelitas podem escapar do julgamento: Aborrecei o mal, e amai o bem, e estabelecei o juízo na porta. O profeta não designa uma promessa, mas uma pos-sibilidade: talvez. Em 734-731 a.C., o Israel do Norte foi reduzido a um resto. Tiglate-Pileser (ver diagrama A) deixou apenas Efraim depois de obter vitória arrasadora sobre Gileade e a Galiléia e levá-los ao exílio. Smith observa que não é prudente negar a Amós "a mitigação tão natural da destruição que ele fora forçado a passar a um povo que tinha tantos elementos bons que, em pouco tempo, gerou um profeta como Oséias".15

O capítulo 5 sugere "os segredos da vida espiritual":

1) Descubra o bem, 14b;

2) Odeie o mal, 15a;

3) Seja constantemente honesto, 15c;

4) Confie no Senhor, 15d.

E. O APARECIMENTO DE JEOVÁ, 5:16-25

  1. Pranto (5.16,17)

Estes dois versículos narram o pranto (16; "choro", BV; "lamentação", NVI) do povo por causa dos mortos durante o período de julgamento. Ai! Ai! indica a lamúria de morte (cf. Jr 22:18). Visto que o luto acontecerá nas cidades, o lavrador será chamado às metrópoles para lamentar pelos mortos de sua própria casa. Os que souberem prantear (os pranteadores profissionais) também serão contratados para chorar pelos mortos (cf. Jr 9:17-18; Mt 9:23). Até as vinhas (17), normalmente cená-rios de alegria, serão lugares de pranto. Amós se baseou em Êxodo 12:12, quando citou: Passarei pelo meio de ti. Como o Senhor passou pelo Egito para matar os primogênitos, agora passará por Israel e destruirá os infiéis. A nação do concerto, tornou-se Egito, a nação pagã.

  1. Trevas (5:18-20)

A ameaça começa com ai (hoi) daqueles que apresentam sua "eleição" como livramento certo, apesar de seus pecados. Amós compartilhou a expectativa do dia do SENHOR! (18). Porém, sabia que não era um dia de privilégio para Israel. Só podia ser um dia de trevas (julgamento) para um povo que quebrara o concerto com Jeová. A verdade é reforçada pela descrição pitoresca de um homem que foge de um leão (19) e encontra um urso; ou a pessoa se apóia na parede sem reboco e é mordida por uma cobra venenosa. Quem conseguisse escapar de um perigo cairia em outro. No dia do SENHOR (18), há perigos em todos os lugares para quem não conhece Deus.

Amós reforça o julgamento no versículo 20. Será (nonne) é igual a "com certeza": "Sim, aquele dia será de escuridão e desespero para todos vocês" (BV).

  1. Repúdio das Festas e Cerimônias (5:21-25)

Em vez de falar sobre o Senhor, Amós apresenta Deus declarando: Aborreço, des-prezo as vossas festas, e as vossas assembléias solenes (cerimoniais) não me dão nenhum prazer (21). Visto que o concerto está quebrado, o Senhor não tem prazer nas cerimônias religiosas. "A adoração externa e insensível não os torna povo de Deus, o qual pode fiar-se na graça divina"."

Os versículos 22:24 reiteram em estilo hebraico o pensamento do 21. Por não haver virtude nas festas e sacrifícios, 17 eliminou-se o fundamento da "falsa confiança". Não ouvirei (23) leva à determinação de rejeitar o culto.'

"Em vez disso, corra a retidão como um rio, a justiça como um ribeiro perene!" (24, NVI; cf. BV). Pelo fato de Deus não aceitar adoração hipócrita, o juízo correrá como grande inundação sobre a terra (cf. Is 28:2). Como Keil observa, mishpat não é o julga-mento praticado pelos homens, mas por Deus.'

Oferecestes-me vós sacrifícios e oblações no deserto por (estes) quarenta anos, ó casa de Israel? (25) é equivalente a uma negação. Não me oferecestes! A apostasia continuara durante os 40 anos no deserto, embora exteriormente fizessem uma porção de seus sacrifícios e ofertas rituais."

F. INVASÃO E EXÍLIO, Am 5:26-6.14

  1. O Auto-engano da Adoração de Ídolos (5.26,27)

O versículo 26 está ligado ao 25 mediante contraste. "No tempo em que fostes incré-dulos em vossos sacrifícios", levastes a tenda de vosso Moloque, e o altar das vos-sas imagens (26). Embora o versículo seja difícil de traduzir, a intenção é clara. As deidades assírias foram feitas pelas mãos dos homens; elas eram impotentes diante do SENHOR, cujo nome é Deus dos Exércitos (27). Há outra versão alternativa para o versículo 26: "Sim, levastes Sicute, vosso rei, Quium, vossa imagem, e o vosso deus-estrela, que fizestes para vós mesmos" (ARA; cf. BV; NTLH; NVI). Por causa desta arre-matada apostasia, a nação será levada para além de Damasco, desterro já profetizado no versículo 24.


Champlin

Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
Champlin - Comentários de Amós Capítulo 5 versículo 25
Citado em At 7:42-43 com algumas variantes nos nomes dos deuses.

Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Amós Capítulo 5 do versículo 1 até o 27
*

5:1

Ouvi esta palavra. Ver 3.1 e nota.

lamentação. Como se estivesse de luto por um morto, Amós derrama uma lamentação por Israel. Esse artifício literário é freqüentemente usado nas profecias do Antigo Testamento (p.ex., Jr 7:29; Ez 19:1; 26:17. 27.2 e 32.2).

* 5:2

virgem de Israel. Esse tipo de personificação é usado acera de Israel (conforme Jr 18:13; 2Rs 19:21), bem como de outras nações tais como a Babilônia (Is 47:1) e o Egito (Jr 46:11).

Caiu. Esse termo é usado em outras lamentações (p.ex., 2Sm 1:19,25,27; 3:34; Lm 2:21).

* 5:3

mil... dez. Os drásticos reversos militares descritos aqui talvez ecoem a profecia de tais desgraças na Aliança, que o Senhor advertiu que viriam por causa da idolatria (Dt 32:15-18,28-30).

* 5:4

Buscai-me e vivei. O Senhor prometeu sair ao encontro daqueles que buscassem por ele, mesmo no exílio (Dt 4:29; conforme Lm 3:25). Tragicamente, o próprio povo do Senhor não buscou a ele (Is 9:13; Jr 10:21).

* 5:5

Betel... Gilgal. Ver nota em 4.4.

Berseba. Esse antigo lugar santo (Gn 21:31-33; 26.23-25; 46.1-5) estava localizado a oitenta quilômetros a sul-sudoeste de Jerusalém. Pessoas do reino do norte iam até ali, em peregrinação (8.14). No século VII a.C., Josias destruiu os lugares altos "de Geba a Berseba", durante as suas reformas (2Rs 23:8).

Gilgal... cativa. Essas palavras formam um jogo de palavras aliterativo no hebraico.

* 5:6

fogo. Ver nota em 1.4.

casa de José. Efraim e Manassés, as tribos que descendiam de José (Gn 48:15 nota), cujos territórios tribais continham Betel (Efraim) e Gilgal (Manassés). Esses santuários do norte seriam destruídos. Berseba, no reino do sul, escaparia ao fogo do julgamento que varreria o reino do norte.

quem o apague. O fogo do julgamento divino não poderia ser apagado (Is 1:31; Jr 4:4; Mt 3:12).

* 5:7

o juízo... a justiça. Essas palavras com freqüência aparecem juntas no Antigo Testamento, como qualidades de vida que o Senhor deseja (v. 24; Is 5:7).

* 5:8

faz... torna... derrama. Ver nota em 4.13. Essa majestosa descrição do Senhor faz um tremendo contraste com o versículo anterior.

Sete-estrelo. Um grupo de estrelas na constelação de Taurus, com seis ou sete estrelas bem visíveis a olho nú.

Órion. Na mitologia clássica, a constelação de Órion é "o Caçador". No livro de Jó, igualmente, o Sete-estrelo e o Órion são citadas juntas como evidências do poder e da sabedoria incomparáveis de Deus (9:9; 38:31).

* 5:10

na porta. Grande parte dos negócios legais de uma cidade era efetuada em sua porta, uma larga passagem com salas laterais.

ao que vos repreende. . . o que fala sinceramente. Temos aqui uma referência àqueles que reprovam a falsidade no tribunal e lá dão testemunhos verídicos. Israel tinha chegado a odiar tais pessoas, presumivelmente porque ameaçavam práticas corruptas e ganho desonesto (2.6 e nota).

* 5:11

casas de pedras lavradas. Essas casas de pedras eram construções caras, em contraste com as casas de tijolos de barro, nas quais vivia a maioria das pessoas (conforme Is 9:10).

não habitareis... nem bebereis. A maldição da futilidade (o não desfrutar do fruto do próprio trabalho) tinha caído sobre os cananeus, quando Israel os expulsou de suas cidades (Dt 6:10,11). Agora Israel sofrerá sorte idêntica, de conformidade com as palavras de Dt 25:30 (conforme Is 65:21-23; 1Co 15:58).

* 5:12

Porque sei. Israel precisava perceber que o Senhor sabe o que eles talvez imaginem que ele não saiba (conforme Sl 73:11; 22:13,14).

suborno. O termo hebraico pode significar desde um suborno comum (1Sm 12:3) até um resgate por uma vida (Êx 21:30). Aqui pode se tratar do recebimento de um resgate pela vida de um assassino, o que era contrário a lei (Nm 35:31).

* 5:13

tempo mau. Essa frase explica por que os prudentes guardarão silêncio; os tempos serão tão maus que a verdade não será tolerada.

* 5:14

Buscai o bem e não o mal. Quanto a esse pensamento de arrependimento eficaz, ver Is 1:16,17. Em 5.4, eles foram convidados: "Buscai-me". Somente Deus é bom (Mt 19:17).

para que vivais. A obediência ao Senhor traria aos israelitas segurança e prosperidade (Dt 28:1-14); mas este versículo indica uma verdade mais profunda: conhecer a Deus é receber a própria vida (Jo 17:3).

Deus... estará convosco. Essa é a mais profunda necessidade do povo de Deus, expressa profeticamente no nome de Emanuel ("Deus conosco", Is 7:14; conforme Mt 1:23).

como dizeis. Israel alegava presunçosamente que o Senhor estava com eles, apesar da rebeldia deles, simplesmente porque Deus tinha entrado em aliança com eles (conforme Mt 3:9).

* 5:15

na porta o juízo. Ver nota no v. 10.

restante de José. O reino do norte, Israel, era dominado pela tribo de Efraim, descendentes de um dos filhos de José (Dt 33:17 nota). Embora Israel fosse relativamente próspero e forte, essa frase antecipa o futuro, depois do castigo divino, quando, graciosamente, ele restauraria um remanescente do povo.

* 5:17

todas as vinhas. As lamentações por causa de Israel ressoarão em todas as partes da nação, visto que cada uma de suas regiões seria punida.

passarei pelo meio. O mesmo verbo ocorre em Êx 12:12, onde o Senhor fala de seu iminente julgamento do Egito. Ironicamente, porque Israel tornara-se tão pagão quanto o Egito, Deus agora também "passaria pelo meio" de Israel em julgamento (7.2 nota).

* 5.18-27

Esta segunda porção do quinto capítulo trata do dia do Senhor e de sua rejeição a Israel.

* 5:18

o Dia do SENHOR. Em última análise, esse é o grande e terrível "dia do SENHOR", quando ele vier para julgar (conforme Is 2:12; 13 6:23-13.13'>13 6:13; Ob 15; Sf 1:7,14). Cada julgamento do Antigo Testamento era, igualmente, um "dia do SENHOR", antecipando aquele dia final. Joel descreveu esse dia como dia de terríveis julgamentos e de destruição (Jl 1:15-20; 2:11), embora o mesmo também seria acompanhado por um derramamento redentor do Espírito de Deus (Jl 2:28-32).

de trevas, e não de luz. Somente o Senhor tem o poder de fazer o dia ser tão escuro como a noite, tanto literal quanto figuradamente no seu juízo (v. 8).

* 5:19

leão... urso. Amós retrata vividamente a inutilidade de tentar escapar ao juízo divino (Is 24:17,18).

* 5:20

claridade. Além de denotar a luz física, a palavra hebraica para "claridade" é associada com o Senhor (Sl 18:12; Is 4:5) e com os justos (Pv 4:18,19; Is 60:3; 62:1). Na terra não haverá a luz da retidão, e nem o brilho do rosto favorável do Senhor. O julgamento será negro e total, engolfando a terra inteira.

* 5.21-24

Quanto a uma condenação similar de rituais e sacrifícios vazios e sem arrependimento, ver Mq 6:6-8 (conforme Mt 5:23,24 e 1Co 13:3).

* 5:21

Aborreço, desprezo. Duas palavras hebraicas combinam-se aqui para exprimir com mais ênfase a atitude do que qualquer uma delas poderia transmitir por si mesma. O resultado dessa combinação poderia ser: "Rejeito com ódio completo".

não tenho nenhum prazer. Essa linguagem refere-se a holocaustos. De acordo com a Aliança mosaica, o Senhor declara que se o seu povo fosse desobediente, ele não "aspiraria o aroma agradável" de suas ofertas (Lv 26:31).

* 5:24

o juízo... a justiça. Ver nota no v. 7.

ribeiro perene. Os ribeiros ou "wadis" do Oriente Médio são cursos de água que correm sobre leitos pedregosos através dos quais as torrentes se precipitam nas estações chuvosas, mas que se ressecam em outras épocas. O Senhor deseja uma retidão que seja como a dele, isto é, forte e na qual se pode confiar.

* 5:25

Apresentastes-me. Oferendas tinham sido apresentadas ao Senhor durante as peregrinações no deserto (Êx 18:12; Lv 9:8-24). A pergunta enfatiza que tais oferendas não eram de importância primária para o Senhor. Pelo contrário, ele quer adoração em espírito e em verdade, acompanhada pelo verdadeiro arrependimento.

* 5:26

levastes Sicute... Quium. Sicute (ou Sakute) era uma divindade assíria associada ao planeta Saturno, enquanto que Quium (ou Kaiwan) era um termo babilônico para Saturno. Amós refere-se aqui a ídolos associados a divindades astrais, que eram carregados em procissões cúlticas. A Septuaginta (Antigo Testamento Grego) traduz a expressão hebraica "Sicute, vosso rei" como "tabernáculo de Moloque" (as consoantes hebraicas são as mesmas), um texto citado por Estêvão, em At 7:43.

que fizestes para vós mesmos. Os ataques do Antigo Testamento contra a idolatria com freqüência concentram a sua atenção sobre a natureza dos ídolos como artefatos humanos (Is 44:9-20; Jr 10:1-5 e Mq 5:13).

* 5:27

para além de Damasco. O banimento para além de Damasco, na Síria, implicava em exílio à Assíria, conforme o público alvo do profeta entenderia bem. O exílio para longe da pátria era uma das maldições originais do pacto (Dt 28:36,64).


Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de Amós Capítulo 5 do versículo 1 até o 27
5:1 Amós estremeceu a sua audiência ao cantar uma canção de duelo por eles como se já tivessem sido destruídos. Os israelitas acreditavam que sua riqueza e seu ritual religioso os mantinha a salvo, mas Amós lamentou sua destruição segura.

5:6 Há solo um remédio seguro para um mundo que está doente e morrendo em pecado, "busca me e viverão". O pecado procura destruir, mas se encontra esperança ao procurar deus. Em momentos de dificuldade, procure deus. Em momentos de desilusão e luta, procure deus. Quando outros estejam passando por provas, respire-os a que procurem deus também.

5:7 Os tribunais deviam ter sido lugares de justiça aonde os pobres e os oprimidos poderiam encontrar alívio. Em vez disso, tornaram-se em lugares de cobiça e injustiça.

5:8 Pléyades e Orión são constelações de estrelas. Durante milhares de anos, os navegantes arriscaram suas vidas e suas fortunas confiando nas estrelas. A imutabilidade dos céus nos apresenta uma provocação para procurar além das estrelas, a seu Criador.

5.10-12 Aqui se refere ao juiz honesto. Uma sociedade se encontra em problemas quando aqueles que tratam de fazer o bem são aborrecidos por sua justiça. Qualquer sociedade que explora aos pobres e indefesos ou aborrece a verdade vai encaminhada a sua própria destruição.

5:12 por que faz Deus tanto ênfase na forma que tratamos aos pobres? A forma em que tratamos aos ricos, ou a aqueles que têm uma posição econômica igual à nossa, freqüentemente reflete o que esperamos receber deles. Mas já que os pobres não nos podem dar nada, a forma em que os tratemos reflete nosso verdadeiro caráter. Acaso nós, ao igual a Cristo, damos sem pensar no benefício? Devemos tratar aos pobres da mesma maneira que queiramos que Deus nos trate.

5:12 Aqui há oito desculpas comuns para não ajudar aos pobres. (1) Não merecem que os ajudemos. Eles provocaram sua pobreza; deixemos que saiam adiante sozinhos. (2) O chamado que faz Deus para ajudar aos pobres se aplica para outro tempo. (3) Não temos gente como essa. (4) Eu tenho minhas próprias necessidades. (5) Qualquer dinheiro que dê será desperdiçado, roubado ou gasto em outras coisas. O pobre nunca o verá. (6) Posso me converter eu mesmo em uma vítima. (7) Não sei por onde começar, não tenho tempo. (8) O poquito que eu dê não trocará nada.

Em vez de dar desculpas inaceitáveis, pergunte-se o que é o que pode fazer-se para ajudar aos pobres. Acaso sua igreja tem programas para ajudar aos necessitados? Pode oferecer-se como voluntário para trabalhar em um grupo comunitário que luta contra a pobreza? Como um indivíduo, você possivelmente não esteja capacitado para obter muitas coisas, mas uma se com gente que esteja motivada da mesma maneira e observe como as montanhas se começam a mover.

5:15 Se o Israel tivesse deixado de lado as acusações falsas, o suborno, e a corrupção e tivesse insistido em que solo se tomassem decisões justas, isto teria demonstrado a mudança. Esta passagem nos exorta a reformar nosso próprio sistema legal e social.

5:16 O não poder honrar aos mortos era considerado algo horrível no Israel, portanto o chorar em voz alta era comum nos funerais. As chorosas profissionais, pelo geral mulheres, choravam e se lamentavam em voz alta com cantos lúgubres e elogios. Amós disse que haveria tantos funerais que escasseariam as chorosas, assim que se chamariam granjeiros para que as ajudassem. (Veja-se também Jr 9:17-20).

5:18 Aqui "o dia do Jeová" significava a destruição iminente pelo exército assírio, assim como também o dia futuro do castigo de Deus. Para os fiéis, o dia seria glorioso; mas para os infiéis haveria escuridão e fatalidade. (se desejar mais informação sobre o dia do Jeová, veja-se Jl 1:15.)

5.18-24 Nós, como esta gente, freqüentemente clamamos por justiça. Entretanto, Deus diz: "Mas não têm idéia do que pedem". A justiça nos traria o castigo que merecemos por nossos pecados.

5.21-23 Deus aborrece a adoração falsa da gente que o faz em forma fingida ou só como um espetáculo. Se estamos vivendo vistas pecadoras, e utilizamos os rituais e as tradições religiosas para aparentar ser bons, Deus desprezará nossa adoração e não aceitará o que lhe oferendamos. O quer corações sinceros, não as canções dos hipócritas. Quando adoramos na igreja, preocupamo-nos mais por nossa imagem ou por nossa atitude para Deus?

5:26 o Israel tinha começado a adorar as estrelas e os planetas, prefiriendo a natureza em lugar de Deus (2Rs 23:4-5). O paganismo consentia a imoralidade sexual, e o voltar-se ricos por qualquer meio. devido a que se negaram a adorar e obedecer ao único Deus verdadeiro, provocariam sua própria destruição.

5:27 O cativeiro do Israel se levou a cabo longe de Damasco, a gente foi levada a Assíria. O castigo de Deus era mais que a derrota; era um exílio total de sua própria terra.


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Amós Capítulo 5 do versículo 1 até o 27
C. Ouvi esta palavra: ISRAEL SERÁ DESTRUÍDO (5: 1-6: 14)

1. O lamento de Amos (5: 1-3)

1 Ouvi esta palavra que levanto como lamentação sobre vós, ó casa de Israel. 2 A virgem de Israel caiu; nunca mais tornará a subir: ela está abatida na sua terra; não há quem a levante. 3 Porque assim diz o Senhor Deus: A cidade da qual saem mil terá de resto cem, e aquela da qual saem cem terá dez esquerda, para a casa de Israel.

Os pensamentos dos capítulos Am 5:1 e Am 6:1 centro em torno de duas palavras: "buscar", Am 5:4 , Am 5:14 , e "ai", Am 5:18 ; Am 6:1)

4 Porque assim diz o Senhor, à casa de Israel: Buscai-me, e vivereis; 5 , mas não busco a Betel, nem entreis em Gilgal, e não passar a Berseba, porque Gilgal certamente irá para o cativeiro, e Betel será desfeita em nada. 6 Buscai ao Senhor, e vivereis; que ele não irrompa como fogo na casa de José, e devorar, e não haja quem o apague em Betel. 7 Ye Who transformar justiça em absinto, e derrubado por terra a justiça, 8 procurá-lo o que faz da Pleiades e Orion, e torna a sombra da noite em manhã, e faz escurecer o dia como a noite; o que chama as águas do mar, e as derrama sobre a face da terra (Jeová é o seu nome); 9 que traz destruição repentina do forte, de modo que a destruição vem sobre a fortaleza.

Mesmo que o profeta foi conduzido para lamentação, ele não desistir da esperança. Ele grita um convite repetido, Seek. Não é Betel, Gilgal (santuários do norte), nem mesmo Berseba (que aparentemente tinha se tornado um santuário no Reino do Sul) que estão a procurar, pois só vai levar ao cativeiro e nada ou nada. Eles são para buscar o Senhor ... que fez as Plêiades e Orion (duas constelações de estrelas bem conhecidas dos astrônomos, antigos e modernos, e familiares para Amos o pastor de longas noites passadas sob o céu aberto), e torna a sombra da morte na manhã, e transforma o dia em noite; o que chama as águas do mar, e as derrama sobre a face da terra. O convite vem mesmo para aqueles que têm perverteram a justiça e retidão degradada (v. Am 5:7 ). E estende a duas possibilidades: aceite o convite e vivereis, recusá-lo e Jeová deve quebrar como um fogo na nação e em Bethel, seu santuário favorito, trazendo sobrevirá repentina destruição do forte e mais seguro fortaleza.

3. A denúncia da injustiça (5: 10-13)

10 Eles odeiam ao que repreende na porta, e abominam ao que fala a verdade. 11 Porquanto, pois, como vós espezinhar os pobres, e tomar exações dele de trigo: tendes edificado casas de pedras lavradas, mas vós não morará na eles; tenhais plantado vinhas desejáveis, mas não bebereis do seu vinho. 12 Pois sei que são muitas as vossas transgressões, e quão poderosas as suas pecados-ye que afligem o justo, que tomar um suborno, e que pervertem os necessitados em o portão de seu direito . 13 Portanto, ele que é prudente guardará silêncio naquele tempo; para ele o tempo será mau.

Um dos Amos temas recorrentes é que dos governantes 'injustiça para com os pobres e fracos em Israel (conforme Am 2:6-A ; Am 4:1 , Am 5:24 ; Am 6:12 ; 8: 4-6 ). Neste ponto ele cobra que Israel odeia o homem que fala palavras de reprovação nos tribunais comuns (na porta, vv. Am 5:10 , Am 5:12 , refere-se a um murado recinto apenas dentro dos portões da cidade, onde as antigas cidades detidas seus tribunais , ternos foram ouvidos, e decisões judiciais) anunciou, abomina o que fala com retidão, espezinha os pobres, carrega-o extremamente alta alugar em trigo para sua terra, aflige o homem justo, leva subornos, desvia os necessitados do que é justamente deles. Devido a isso, os ricos e poderosos não vai começar a desfrutar suas casas de pedra, nem os seus vinhedos agradáveis. Para Amos, as condições políticas e sociais não pode ser dissociado de princípios espirituais e uma mensagem espiritual. O pecado deve ser repreendido onde encontrou e, independentemente de quem o cometeu.

4. O convite para buscar a justiça (5: 14-15)

14 Buscai o bem e não o mal, para que vivais; e assim o Senhor, o Deus dos Exércitos, estará convosco, como dizeis. 15 Aborrecei o mal, e amai o bem, e estabelecer a justiça na porta: pode ser que o Senhor, o Deus dos exércitos, tenha piedade do resto de José.

Novamente Amos interrompeu suas denúncias e advertências para a emissão de um convite (conforme vv. Am 5:4)

16 Portanto assim diz o Senhor, o Deus dos exércitos, o Senhor: haverá pranto de todas as formas amplas; e ela dirá em todas as ruas, Ai de mim! ai de mim! e ele será chamado o lavrador para choro, e como são hábeis em pranto ao pranto. 17 E em todas as vinhas haverá pranto; porque passarei pelo meio de ti, diz o Senhor.

18 Ai de vós que desejais o dia do Senhor! Pelo que se tiverdes o dia do Senhor? Ele é trevas e não luz. 19 É como se um homem fugisse de diante do leão, e um urso de encontro; ou entrando em casa, encostasse a mão na parede, e mordesse uma cobra.20 Não será, o dia do Senhor trevas e não luz? mesmo muito escuro e sem brilho nele?

Novamente Amos menciona que há necessidade de lamentação sobre Israel (conforme v. Am 5:1 ). O choro seria geral, em todas as formas gerais ou "praças" (RSV), em todas as ruas, nas áreas rurais, onde o lavrador ou agricultor teria encontrado, mesmo em todas as vinhas, que eram normalmente simbólico de prazer e alegria . O povo se estaria chorando ho-ho , o canto típico dos hebreus morte, Ai de mim! alas !, e as carpideiras, aquelas mais hábil em lamentação, tão típico da oriental tristeza, seria chamado para ajudar em pranto . Tudo isso seria assim porque Jeová pessoalmente estar encontrando-los (conforme Am 4:12 ), passando pelo meio deles, como séculos antes Ele tinha passado pelo Egito, deixando um rastro de morte e luto atrás dele. Eles haviam cometido um erro. Pois, quando eles tinham ouvido falar de profetas anteriores o dia do Senhor (conforme Os 1:15 , Os 1:2: 1 , Os 1:11 , 31 ; Os 3:14 ), que tinham de alguma forma se a idéia de que era para ser um dia de agradabilidade para eles. Eles estavam antecipando-lo. Em vez disso, era para ser um dia de escuridão, um dia em que um perigo seria só escapou de encontrar outro. Quando o homem tem pecado em seu coração de que ele não se arrependeu, a presença de Jeová só pode significar julgamento.

6. A rejeição da adoração de Israel (5: 21-27)

21 Odeio, desprezo as vossas festas, e eu vou ter prazer em vossas assembléias solenes. 22 Sim, embora vós me oferecer seus holocaustos e ofertas de cereais, não vou aceitá-las; nem atentarei para as ofertas pacíficas de vossos animais gordos. 23 Faça Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos; pois eu não ouvirei as melodias das tuas liras. 24 Mas vamos justiça rolar como as águas, ea retidão como o ribeiro perene.

25 Será que trazeis-me sacrifícios e oblações no deserto por quarenta anos, ó casa de Israel? 26 Sim, levastes a tenda de vosso rei, eo santuário de suas imagens, a estrela do vosso deus, que fizestes para vós mesmos. 27 Portanto, eu vos causar-lhe para ir para o cativeiro para além de Damasco, diz o Senhor, cujo nome é o Deus dos Exércitos.

Sem dúvida, alguns dos auditores Amos foram desculpando-se e descartando seus avisos solenes, lembrando-se como solidamente religiosa eram. Amos já havia repreendido perversão da adoração de Jeová (de Israel 2: 7-8 ), e seu zelo por formas exteriores sem as atitudes internas adequadas (4: 4-5 ). Agora, ele anuncia uma rejeição total por Jeová de sua adoração: . Eu odeio, desprezo ... Eu vou tomar nenhuma delícia ... Eu não vou aceitar ... nem atentarei ... eu não vou ouvir Os conjuntos cerimoniais, os sacrifícios de animais e grãos, ofertas pacíficas em que Deus eo homem sentou-se para comer juntos, simbolicamente, as canções e a melodia de instrumentos musicais, todos foram rejeitados.

Jeová estava interessado em algo mais básico: deixar que a justiça (direita relações com homens em sua expressão externa) rolar para baixo como águas, ea retidão (direita relações com Deus em sua expressão total) como uma poderosa corrente. Fluxo poderoso também pode ser traduzida como "ribeiro perene" (conforme margem e RSV). Isto teve um significado especial em uma terra semi-deserto, onde os wadies do deserto poderia ser violenta torrents depois de uma chuva, mas leitos de rios secos na maior parte do tempo. Apenas alguns riachos foram "sempre fluindo." A verdadeira religião, a verdadeira adoração não era para ser encontrado em formulários próprios ou mecânica zelosos, mas na vida que constantemente procuravam relações corretas para o homem e Deus.

Então Jeová destacou que Israel sempre adoraram sem sinceridade. Ele pergunta: Será que trazeis-me sacrifícios e oblações no deserto? A implicação é No. Uma leitura superficial do Pentateuco nos levaria a dizer que sim. Mas é fácil de ver evidências de hipocrisia, de formalismo, mesmo lá. E há alguma evidência de que eles não eram mesmo fiel em manter a letra da lei dos sacrifícios desde o costume da circuncisão não foi mantido (Js 5:2 ), e pode haver uma implicação que mesmo a Páscoa não foi fielmente mantido (Js 5:10 ). Além disso, eles haviam realizado outra tenda além de que, para a adoração de Jehovah- o tabernáculo de seu rei e ao santuário de suas imagens, a estrela do vosso deus, que fizestes para vós mesmos. E o registro histórico confirma isso também, para Moisés ordenou-lhes que deixam adorando demônios (: Lv 17:7. ; e os advertiu contra a adoração dos corpos celestes, KJV conforme RSV) (Dt 4:19. ;) e Josué ordenou-lhes para arrumar seus falsos deuses (Js 24:23. ; conforme também Ez. 20: 7-26 ; Dn 9:10. ). Devido a esta secular hábito de falsa adoração, o Senhor iria enviar Israel ao cativeiro para além de Damasco.


Russell Shedd

Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
Russell Shedd - Comentários de Amós Capítulo 5 do versículo 1 até o 27
5.1 Como lamentação. O versículo que se seque expressa-se na língua original, segundo o ritmo das canções entoadas nos enterros.

5.2 Virgem. Israel, desde o Êxodo, nunca mais sofrera o jugo de estranhos.

5.3 Saem mil. É o número de guerreiros que a cidade levantou.

5.5 Passeis a Berseba. A cidade era um lugar de santuário já no tempo de Jacó (Gn 46:1); e visto que ficava no sul de Judá, as pessoas que estavam mais interessadas em procurar santuários físicos do que desejar a comunhão com Deus no coração teriam de atravessar fronteiras estrangeiras. Cativa. Heb gãlõh, do verbo gãlâh, "descobrir", "remover", "emigrar", "ir para o cativeiro". A própria Gilgal recebeu seu nome de um verbo semelhante, gãla, "rolar", "revolver para fora" (Js 5:7), daí o trocadilho na língua hebraica. Outro trocadilho se vê na palavra nada que aqui interpreta 'ãwen',” "vaidade", "nada", "iniqüidade" (Pv 17:0).

5.6 Casa de José. As tribos de Efraim e Manassés, filhos de José (Gn 41:50-52). Estas tribos grandes representam 1srael inteiro.

5.7 Alosna. Esta erva de sabor amarguíssimo representa a amargura sofrida pelas pessoas que pleiteiam em vão uma causa justa.

5.8 Sete-estrelo. São as Plêiades, constelação que , juntamente com a Órion, mais se destacam num céu estrelado, e demonstram o poder de Deus.

5.9 A nação de Israel achava-se forte, mas sucumbiria ao inimigo.
5.10 Na porta. A entrada da cidade, onde se reuniam os anciãos para tratar de queixas, apelos, comércio, política e lei local.

5.13 Prudente. Heb maskil, "ensinado" (conforme Pv 16:20n). É a pessoa que, pela fé em Deus, pacientemente aceita a punição nacional.

5.15 Restante de José. Os israelitas que sobrevivessem à punição.

5.16 Os que sabem prantear. Os lamentadores profissionais.

5.18 Para os que são rebeldes contra Deus, qualquer revelação da parte dele é um pronunciamento de julgamento e de castigo. Assim como sucedeu no caso do Faraó do Egito (Êx 12:12, 13), quando Deus "passou pela terra do Egito" também aconteceria o mesmo a Israel (v. 17).

5.21 Desprezo as vossas festas. O povo de Israel mantivera a forma da adoração prescrita na lei, mas despojou-a do seu valor espiritual.

5.24 Compare a profecia sobre Jesus Cristo, em Is 11:14, e a expressão de Jesus sobre a fonte de água viva que jorra do íntimo das pessoas que nele crêem (Jo 4:13-43).

5.26 Levastes Sicute. Era ídolo adorado pelos assírios desde os tempos remotos; representava o deus da guerra e da luz, equivalente ao planeta Saturno; Quium era outro nome do mesmo planeta.

5.27 Desterrarei para além de Damasco. O cumprimento desta profecia encontra-se em 2Rs 17:6. Damasco sempre havia sido a grande rival de Israel, mas agora uma nação muito maior entraria em pauta: tanto a Síria como Israel seriam assoladas pelo império da Assíria.


NVI F. F. Bruce

Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
NVI F. F. Bruce - Comentários de Amós Capítulo 5 do versículo 1 até o 27

7) Um lamento pela nação (5:1-3)
Esse breve oráculo é mais um exemplo da maestria de Amós no uso de uma grande variedade de formas de expressão e estilos literários. O lamento sobre Israel é uma obra de arte em miniatura de um cântico de lamento ou de luto (qinãh). O cântico fúnebre era a parte principal de uma cerimônia fúnebre em Israel. Era um poema de tristeza e luto pela morte de um parente, amigo ou líder, geralmente escrito, como aqui, na métrica 3 + 2. Um exemplo especialmente belo é o cântico fúnebre de Davi por Saul e Jônatas (2Sm 1:17-10; v. tb. Jr 9:17,Jr 9:19,Jr 9:20-24; Dn 6:6-28). Essas palavras de Amós, como algumas de outros oráculos do livro, devem ter sido tão chocantes e paradoxais a seus ouvintes quanto as palavras do nosso Senhor numa época posterior.

Tanto Betei quanto Gilgal tinham associações muito intensas com a adoração em Israel e eram lugares de grande significado, consagrados pela sua história e associações com o culto nos primórdios. A destruição iminente dos dois santuários é anunciada num jogo de palavras muito difícil de ser traduzido para o português (v. 5). Betei se tornará ’ãwen, uma palavra que expressava os poderes do mal, como também o que é vazio ou sem existência (ou nada, como traz a NVI). A casa de Deus se tornará a casa do mal. Oséias usa o mesmo jogo de palavras (Os

4.15). No dia do juízo, esses centros de uma religião inútil e sem vida se tornariam a perversão vazia daquilo que por tanto tempo haviam representado. Não haveria utilidade nenhuma em olhar para eles, mas somente em olhar com arrependimento para o próprio Javé. A exortação do v. 4 é repetida no v. 6: Busquem o Senhor e terão vida. O caminho para Deus é o caminho para a vida, se tão-somente Israel se voltar para esse caminho. A alternativa ele irromperá como um fogo entre os descendentes de José é um juízo do qual ninguém conseguirá resgatá-los. O fracasso dos tribunais em proporcionar a justiça de Deus é um dos temas constantes dessa profecia. Os governantes da nação haviam esquecido o significado do direito e da justiça, duas palavras que ocorrem constantemente como parelha em formas paralelas em todo esse livro (observe 5.7,15,24; 6.12). Para o homem comum, o tribunal estava tão cheio de suborno e corrupção que o simples pensamento de justiça era amargura (heb. “absinto”; “alos-na”, ARA). O absinto (artemísia absinthium) era bem conhecido como uma planta do deserto e era usado como símbolo do desastre e da calamidade por conta do seu gosto extremamente amargo (v. Pv 5:4; Lm 3:15 [aqui a NVI traduz por “fel”]; Jr 9:15; Jr 23:15).

Essa seção é interrompida por um dos re-frões poéticos (v.comentário Dt 4:13) que exaltam o Senhor, referindo-se inicialmente (v. 8) à sua majestade na criação e depois (v.


9) ao seu poder sobre a terra como aquele que vai causar a destruição daqueles cuja segurança imaginária está no seu próprio poder e força, e não em Deus. A lição é clara, pois todos os que vivem no Universo de Deus são dependentes dele e sujeitos à sua autoridade.

O argumento do v. 7 é desenvolvido mais nos v. 10,11. O profeta descreve a atitude das elites de Israel que detestam qualquer forma de verdadeira justiça, e a dos pervertedores da justiça que se levantam e se põem contra as funções apropriadas dos tribunais. A frase vocês odeiam aquele que defende a justiça no tribunal é uma referência ao que defende a causa dos pobres. O tribunal (heb. “porta”; conforme nr. da NVI) era o lugar comum em que os tribunais locais das cidades e povoados de Israel decidiam as causas. Ao mesmo tempo, era o lugar do mercado, a corte dos magistrados e da plataforma de pronunciamentos públicos, servindo de forma semelhante à agora dos gregos ou ao fórum romano (Rt 4:0) proíbe a testemunha falsa, como parte das palavras de Deus no estabelecimento das fundações da nação. Portanto, odiar ou desprezar aqueles que defendiam a justiça e a verdade era essencialmente rejeitar todo o sistema que Deus havia estabelecido e, portanto, rejeitar o próprio Deus de Israel.

O v. 11 dá detalhes sobre o tipo de exploração que existia na época. A palavra é dirigida contra os que estão forçando e afastando o pequeno proprietário de terras da sua independência para uma forma de escravidão. Ele já não é o proprietário do seu chão, mas um arrendatário de quem o abastado proprietário que mora na cidade exige o máximo. E uma situação em que eles oprimem o pobre e o forçam a dar-lhes o trigo. Essa forma de exploração não está contribuindo para o progresso da economia da nação, mas serve para pagar as extravagâncias magníficas da corte real e dos ricos. O julgamento se adapta ao crime. Eles podem até fazer as suas belas casas, mas nelas não morarão, podem até plantar vinhas verdejantes, mas não beberão do seu vinho. Essa seção consiste em ao menos dois oráculos, mas a reconstrução exata da seção não pode ser feita com exatidão. E provável que a afirmação eu sei (v. 12) seja uma resposta às declarações de inocência por parte dos seus ouvintes. Amós responde ao insistir em que as suas ações são transgressões e pecados-, em resumo, a nação de Israel está em rebeldia contra Deus, pois esse é o conceito de “transgressão” {pesa j. O suborno e a corrupção da corte deixavam claro que os governantes da nação já não eram pastores do rebanho de Javé, mas lobos que o estavam destruindo. Eles se orgulham do fato de que Deus está com eles, mas, se isso fosse verdade, deveria ter sido demonstrado pelo amor ao bem e ódio ao mal (v. 14). O v. 13 pode ser um comentário de um editor posterior. A linha está em prosa, e a referência ao prudente sugere que o editor conhecia a literatura sa-piencial. Se for esse o caso, torna-se uma observação editorial segundo a qual, quando os tempos são maus e corruptos, a sabedoria fica à espera do dia em que virá a justiça de Deus e não busca alterar as condições e apelar para o julgamento dos homens. Por outro lado, se o versículo é do autor original, ele pode expressar uma verdade empírica “segundo a qual o homem do mundo vai saber como salvar a sua pele e não vai defender a causa do oprimido” (Hammershaimb).

Os v. 14 e 15 não parecem fazer parte do oráculo que começa no v. 12 e é retomado no v. 16. Os ditados nos v. 14 e 15 consistem em exortações seguidas de promessas condicionais indicando que ainda há uma oportunidade para Israel. A repetição de bemmal em seqüências diversas, junto com a ilustração específica do que significa o bem, ou seja, estabelecer a justiça nos tribunais, indica que o todo é uma unidade retórica e é na verdade formulada no estilo de uma exortação sacerdotal ou de um chamado à adoração. A palavra Busquem tem o significado essencial de “ser dedicado a”, “estar ocupado com”, e os outros imperativos Odeiem e amem (v. 15) demonstram a ênfase na importância de se aplicar todos os recursos do caráter do indivíduo para fazer o que é direito. Buscar o bem, em vez do mal, é tomar uma decisão a favor de Javé (conforme v. 4,6), e por isso vai trazer bênção, mas decidir a favor do mal é decidir contra Javé, e isso vai trazer castigo.

A condição está clara no v. 15, Talvez. Não há certeza acerca do arrependimento de Israel. O que é certo é a realidade do juízo se Israel persistir no seu comportamento presente. Isso é destacado nos v. 16 e 17, que em certo sentido retomam a idéia do v. 12. O presente curso de ação vai trazer a ruína inevitável, e Deus vai passar pela terra com juízo. Amós visualiza uma época em que a terra estará repleta de funerais; essa é a terrível realidade do juízo vindouro (v. Jr 9:17-24Mq 2:4 etc.), v. 16. os pranteadores\ as pessoas além do círculo familiar imediato, que eram pranteadores profissionais e bem versados nos cânticos fúnebres tradicionalmente cantados nessas ocasiões. As palavras gritos de angústia expressam o grito de dor dos pranteadores. Gemidos e lamentos com gritos em alta voz em público caracterizam os ritos fúnebres em todo o Oriente. Eles serão ouvidos em toda a terra, pois Deus diz: passarei no meio de vocês (v. 17), e não por cima deles. Uma vez o anjo destruidor havia passado pelo Egito, trazendo morte àquele país, e os que não buscassem o Senhor para que pudessem viver descobririam que ele passaria no meio deles como tinha passado antigamente na terra do Egito.


9) O dia de Javé (5:18-20)

Essa talvez seja a seção mais famosa de Amós. Ela introduz pela primeira vez nas Escrituras um tema que depois seria muito recorrente, o conceito do dia do Senhor (v. 18). O oráculo inicia com um grito de “Ai” contra os que anseiam pelo dia do Senhor. O termo aparece somente nos textos proféticos (e.g., Is 2:12; Is 13:6,Is 13:9; Is 32:5; Is 34:8; Jr 46:10; Ez 17:13Os 2:0 etc.). Está claro que a idéia não é criação de Amós, e a origem do conceito é desconhecida. Na época de Amós, já era uma idéia que tinha fincado raízes profundas no pensamento religioso de Israel. No início, é provável que tenha sido simplesmente o dia da batalha de Javé, quando ele demonstrou o seu senhorio real sobre toda a criação, e é possível que originariamente tenha sido uma referência à festa das cabanas do ano novo, na qual Israel celebrava a vitória de Deus sobre os seus inimigos e a renovação da prosperidade para o seu povo. Mais tarde, veio a ser o dia de salvação escatológica em que Javé interviria na história mais uma vez para livrar o seu povo.

No entanto, Amós, como também os outros profetas, inverte as esperanças associadas com esse dia e proclama o dia do Senhor não como um dia de livramento, mas como um dia de juízo e condenação. Amós adverte os seus ouvintes que ansiar pelo dia do Senhor não é nada mais do que ansiar pelo próprio desastre, pois o dia do Senhor será de trevas, não de luz (v. 18,20). Esse oráculo pode ter sido anunciado à multidão reunida em Betei para a festa anual do outono, “o dia da festa de Javé”, como parece ter sido chamada no Reino do Norte (v. Dn 9:5). O fervor religioso da multidão foi levado a grandes expectativas, mas Amós destruiu as esperanças deles com a sua profecia de desastre. O dia seria de escuridão, não para o seus inimigos, mas para eles. Seria um dia de escuridão total, sem um raio de claridade (v. 20). Eles talvez até entendessem a teologia do dia do Senhor; mas o que eles não estavam compreendendo era a natureza do próprio Senhor e como ele iria trazer juízo sobre os inimigos dele, que poderiam até ser o seu próprio povo.

Ao se ocupar com esse tema, Amós trata de um dos conceitos fundamentais da religião de Israel. Os eventos do êxodo, e depois o estabelecimento primeiro do reino de Davi e depois do reino dividido, traziam em seu bojo esperanças expressas em relação ao reino que até então não haviam se concretizado na experiência de Israel, mas era essencial para a filosofia da história de Israel que essas promessas se cumprissem. A história era um processo em que Deus estava ativamente presente; o dia do Senhor seria um dia em que o Senhor se revelaria, um dia em que ele agiria para demonstrar o seu poder para o benefício do seu povo escolhido. Mas Amós enxerga para além da teologia a realidade da natureza do próprio Deus; ele conhece Javé e conhece a decisão que Javé tomou. Da perspectiva do que é direito e justo, o dia do Senhor só pode significar a vinda do castigo de Deus sobre o seu povo.
As figuras de linguagem que Amós usa são vívidas e foram extraídas da vida do dia-a-dia; ele retrata um homem que escapa de um leão e aí dá de cara com um urso. Em desespero, consegue chegar ao refúgio da sua casa. Ele chega exausto, encosta a mão na parede para recuperar o fôlego e, ao fazer isso, uma serpente, escondida em alguma fresta, surge para picá-lo (v. 19). A morte da qual ele achou que conseguiria escapar estava à sua espera na sua própria casa. Seria assim com Israel: não haveria escape; o dia de Javé seria um dia de escuridão e condenação em que não haveria um aspecto sequer de alívio para a casa rebelde de Israel.


10) A religião vã (5:21-27)

Esse oráculo deve ter escandalizado os seus ouvintes. Cada um dos elementos essenciais da adoração e do culto de Israel é examinado: as festas religiosas (v. 21), os sacrifícios e ofertas (v. 22) e o louvor a Deus com as canções e a música (v. 23). E todos eles são completamente rejeitados por Deus. O que Deus exigia não era o ritual ou as ofertas; antes a justiça nos tribunais, nos mercados e em todo aspecto de comportamento, pois esse é o elemento essencial da adoração a Deus, e não a demonstração exterior.
Os verbos que são usados no texto indicam “náusea repugnante e rejeição veemente” (J. L. Mays). A palavra odeio (v. 21) expressa abominação total. O Senhor odiava as religiões de Canaã (Dt 12:31; Dt 16:22). Amós estava dizendo que na verdade a adoração praticada em Israel estava no mesmo nível das práticas religiosas odiosas comuns em Canaã antes da conquista. A palavra traduzida por festas religiosas (hag) denota as três festas principais de peregrinos, pães sem fermento, Pentecoste (festa das semanas) e festa das cabanas. A expressão assembléias solenes é um termo que denota qualquer período de uma festa em que o povo tirava um dia especial para celebrar (Lv 23:36; Dt 16:8; Nu 29:35). O profeta faz alusão aos sacrifícios principais, os holocaustos, um sacrifício em que o animal é totalmente queimado, e as ofertas de cereal 0minhãh), um termo bem amplo que englobava qualquer sacrifício trazido como dádiva e apresentado quase com o sentido de um tributo. Em épocas posteriores, tornou-se uma designação especializada para as ofertas de vegetais e particularmente cereais, daí “ofertas de cereais”. As ofertas de comunhão eram sacrifícios de comunhão (selem) que tinham o propósito específico de restabelecer o relacionamento entre o homem e Deus.

Em cada ponto da descrição da adoração em Israel, o profeta usa a negação completa dos verbos comuns que descrevem o prazer real de Deus com o que era feito. Deus não se agradará, não dará a menor atenção (v. 22) e não ouvirá (v. 23). Está claro que a religião de Israel estava repleta de atenção a detalhes meticulosos, e tudo era celebrado de forma regular e correta, mas tudo era uma demonstração vazia, e não a verdadeira religião. Javé não queria a observância rotineira dos rituais; ele queria a conduta correta, que em Sl mesma já é um ato de adoração. E aí vem a magnífica parelha de versos do v. 24, em que ocorrem os importantes substantivos retidão e justiça. Essas características devem correr e fluir como um rio poderoso, que não seque como os uádis que somente correm na época das chuvas. Deus exige retidão (mispãt), a retidão da ordem social, a proteção do fraco e do pobre pelos processos da lei. Deus requer justiça (sjdãqãh), aquilo que demonstra a realização de relacionamentos interpessoais e as responsabilidades que eles incluem. A justiça social e a moralidade pessoal são a essência da religião de Javé (v. Jc 1:27). Sem essas características de vida, as festas continuam suas festas religiosas ou suas assemblãas solenes (v. 21); não são adoração a Deus.

Os v. 25-27 dão prosseguimento ao tema do sacrifício, mas esses versículos provavelmente representam um oráculo distinto das palavras anteriores. O ponto principal é a negação que Amós faz de que o sacrifício seja o meio pelo qual se pode satisfazer a Javé. Ele anuncia que, em virtude de os israelitas confiarem nisso, e não nos fundamentos da verdadeira religião, eles vão cair nas garras de deuses estrangeiros (v. 26) e serão levados ao exílio (v. 27) no território desses deuses.

O v. 25 apresenta uma série de problemas. Amós parece estar negando que os sacrifícios tivessem feito parte da religião inicial de Israel ou que tivessem feito parte do relacionamento estabelecido entre Israel e Javé durante o período do êxodo. E interessante observar que Jeremias afirma algo quase igual (7:21-24). Não há maneira simples de resolver esse problema. Gertamente, tanto para Jeremias quanto para Amós ao menos, o sacrifício não tem um lugar autorizado na constituição de Israel como povo do Senhor. O sentido real dessas palavras, no entanto, está claro: o Senhor, o Deus de Israel, exige conduta correta, em vez de sacrifícios e de ornamentos exteriores do culto (Dn 6:6; Mq 6:6-33Jr 6:20 etc.). “Sicute” e “Quium” (NVI, v. 26) são ambos formas variantes de Ninibe, nome do deus da guerra assírio, deus do planeta Saturno. A sua forma no texto deve-se ao fato de os escribas terem acrescentado as vogais às consoantes da palavra, o que resultou em “coisa detestável” (siqqüs), um artifício comum para denotar falsos deuses com nomes depreciativos. Amós não faz comentário explícito algum acerca da adoração a falsos deuses em Israel, mas está claro, com base nesse texto e outros, que ele considerava a adoração que os israelitas prestavam a Javé como não sendo em nada melhor do que a idolatria, porque era uma religião divorciada da moralidade. O resultado do comportamento do povo seria que o Deus que uma vez o libertou da escravidão iria enviá-lo a umaservidão além de Damasco (v. 27), à terra dos deuses que aparentemente Israel adorava. v. 27. exílio\ um conceito com pressentimentos negativos profundos. Ser removido da terra prometida, da terra em que o próprio Deus havia estabelecido a sua moradia, era, Jl 6:4 na verdade, uma excomunhão; significava ser cortado da comunidade.


Francis Davidson

O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
Francis Davidson - Comentários de Amós Capítulo 5 do versículo 1 até o 27
c) Terceiro discurso (Jl 5:1-30). O terceiro discurso de Amós começa com uma breve lamentação, em forma poética, na qual ele entoa a trágica queda de Israel. A virgem (2) (que em Isaías representa Jerusalém e ocasionalmente alguma outra cidade, mas que aqui é aplicada à nação inteira de Israel), a quem Jeová amava, caiu, ou "se precipitou" (em heb., nitshah) contra o solo. E não apenas ela se despedaçara no solo; mas ficara abandonada. Não pode levantar-se novamente, pois ninguém existe que possa erguê-la. A cidade da qual saem... (3); uma frase regular acerca do sair à guerra. Aparentemente, neste período, o exército saíra, não como nos tempos antigos, por tribos e famílias, mas por cidades e aldeias. Não admira que o profeta se lamente, pois que terra pode continuar existindo quando nove décimos de seus habitantes homens são destruídos na batalha?

>Am 5:4

2. O APAIXONADO APELO DE JEOVÁ (Jl 5:4-30). Por mais trágica que possa ter sido a queda de Israel e além de qualquer ajuda humana, ainda havia esperança em Jeová, que pode fazer algo surgir do nada (cfr. Jl 4:13), contanto que a nação de Israel O busque (4). O apelo é lançado de forma negativa e positiva. Não busqueis a Betel... Gilgal... Berseba... (5). Esses lugares nenhuma ajuda poderiam prestar. Não eram capazes de salvar a si mesmos; e, por implicação, como poderiam salvar a outros? "Gilgal provará o fel do exílio" (G. A. Smith) e Betel tornar-se-á iniqüidade (em heb. aven). Em realidade, Oséias chama o lugar de Bete-Áven (Dn 4:15), isto é, "casa de iniqüidade". Porém, Buscai ao Senhor (6). O motivo para esse apelo é dado em seguida-e vivei e para que não se lance na casa de José como um fogo. O fogo é o julgamento de Deus, e ai da casa de José (Efraim e Manassés) se esse fogo irrompesse, pois então consumiria a todos e ninguém seria capaz de apagá-lo (6). Vós que converteis... (7); isto é, o povo em geral. Alosna (amargura) é uma planta da Palestina, regularmente empregada como sinônimo de amargura. Poucas coisas podem ser mais amargas que o arbítrio de um tribunal corrupto e comprado. Esse mesmo tema prossegue nos versículos 10:13, mas ele exorta esses homens e mulheres a: Procurai (ao Criador) (8), ao mesmo tempo que introduz uma majestosa descrição, na forma de doxologia (cfr. Jl 4:13), Àquele que lança esse apelo. Os lábios são os do profeta Amós, mas a voz é a voz do próprio Jeová. Ele é o Criador das coisas enumeradas acima, o Transformador das coisas ao derredor (8), e o Defensor dos explorados (9).

>Am 5:10

Aborrecem... (10). A porta era o grande local de encontro, o centro dos negócios, como o "forum" romano, e era o lugar onde os anciãos costumavam assentar-se para ministrar justiça (Dt 21:19). Tanto Jeremias (Jr 17:19; Jr 19:2) como Isaías (Is 29:21) repreenderam o povo estando no portão e indubitavelmente Amós fez a mesma coisa. Tais testemunhas, entretanto eram odiadas e abominadas. O versículo 11 descreve, quase numa sentença, o pecado e o castigo dos ricos. Roubando aos pobres seu próprio pão e esmagando-os, os ricos tinham sido capazes de edificar ótimas casas e plantar agradáveis vinhedos. Porém, o julgamento os alcançaria e não seriam nem capazes de habitar em suas casas nem de desfrutar do fruto de seus vinhais. Os pecados dos ricos não eram apenas numerosos, mas eram imensos (12). Não só os pobres eram esmigalhados e furtados, mas os justos eram afligidos e atacados. Que oportunidade tinha nesse caso a justiça? Peitas eram dadas por aqueles que podiam fazê-lo e os juízes corruptos se deixavam influenciar por elas. Portanto, o homem prudente ou sábio sentia que era mais aconselhável guardar silêncio; assim eram aqueles maus tempos (13). Os resultados pela busca do bem são indicados em seguida (14-15). A vida e a certeza da presença de Jeová se seguiriam. Acima de tudo, se a busca fosse acompanhada, como era necessário, por uma indignação genuína contra o mal e por um profundo amor pelo que é bom, resultando em justiça, então Jeová seria gracioso para com o resto de José (15).

>Am 5:16

3. O NEGRO DIA DE JEOVÁ (Jl 5:16-30). Tendo descrito a trágica queda de Israel e apaixonado apelo de Deus, Amós descreve em seguida o negro dia de Jeová. O profeta sabia que a única esperança para Israel dependia de uma conversão genuína do povo ao Senhor, mas, durante todo o tempo, parece que ele sentia que não havia muita possibilidade que isso acontecesse. O mal estava por demais profundamente enraizado. Embora o julgamento pudesse ser desviado, sob certas condições, não era provável que isso sucedesse. O dia do Senhor (18) estava a caminho e, quando ele chegasse, não traria luz, mas antes, trevas. Haveria lamentações nas ruas (das vilas e cidades) e em todos os caminhos (do interior). As carpideiras profissionais seriam chamadas para lamentar e o lavrador, que não tinha habilidade profissional para lamentar-se, não obstante seria convocado para juntar-se a elas (16). Na cidade, no interior, nos vinhais-tudo seria a mesma coisa. Ninguém poderia escapar dessas coisas (19).

>Am 5:21

4. O CULTO VAZIO DE ISRAEL (Jl 5:21-30). Os cultos profanos dos santuários do reino do norte eram, evidentemente, praticados com grande assiduidade. As festas (21; em heb., haggim; isto é, as três festividades em que todo homem deveria estar presente -cfr. Êx 23:14, 17), os holocaustos, as ofertas de manjares e as ofertas pacíficas (22), estavam todas presentes, mas faltava a justiça. A perversidade dessa separação fazia na separação entre a religião e a moralidade. A mensagem do profeta, em sua pura essência, é sumarizada no versículo 24. Toda a paixão profética acha-se aqui encerrada. Era a mensagem suprema de Deus para uma época de corrupta moralidade social. No deserto, cuja idade áurea do passado era olhada com grande saudade pelos profetas, não tinha havido coisa alguma daquele elaborado ritualismo, segundo Amós parece deixar subentendido; não obstante, foi um período quando Deus vivia com o Seu povo. Vosso Moloque, e o altar das vossas imagens (26), ou, mais provavelmente, "Sacute e Quevan", eram deuses assírios. Por meio de seu pecado e maus caminhos 1srael tinha, por implicação, tornado seus os deuses da Assíria. O profeta contempla o futuro cativeiro de Israel na Assíria, além de Damasco (27). Ela acabaria aceitando esses ídolos na terra de seu cativeiro e assim tornaria explícito aquilo que antes tinha sido apenas implícito.


Dicionário

Anos

ano | s. m. | s. m. pl.
masc. pl. de ano

a·no 1
(latim annus, -i)
nome masculino

1. [Astronomia] Tempo, de aproximadamente 365 dias e um quarto, que a Terra demora a fazer uma revolução completa em torno do Sol.

2. [Astronomia] Tempo que um planeta demora a fazer uma revolução completa em torno do Sol.

3. Período de 12 meses consecutivos (ex.: tem um contrato de um ano).

4. Idade ou tempo de existência, medido em períodos de 12 meses (ex.: a empresa vai fazer 26 anos).

5. Período de duração aproximada de 12 meses ou menos, em relação às actividades que aí se desenvolvem ou aos acontecimentos que nele acontecem (ex.: ano lectivo, ano judicial).

6. Nível de escolaridade que corresponde a um ano escolar ou lectivo (ex.: o menino está no segundo ano).


anos
nome masculino plural

7. Dia em que se completa um ou mais anos sobre a data de um acontecimento ou do nascimento de alguém (ex.: festa de anos; prenda de anos; anos de casamento). = ANIVERSÁRIO


ano bissexto
Ano com 366 dias, em que Fevereiro tem 29 dias, por oposição a ano comum.

ano civil
Divisão do calendário gregoriano, com 365 ou 366 dias (se for ano bissexto), que principia a 1 de Janeiro e acaba em 31 de Dezembro.

ano comum
Ano com 365 dias, em que Fevereiro tem 28 dias, por oposição a ano bissexto.

ano de safra
Ano abundante.

ano económico
Período que, para efeitos administrativos, principia em 1 de Janeiro e acaba em 31 de Dezembro seguinte.

ano escolar
Período compreendido entre o início e o fim de todas as actividades escolares.

ano lectivo
Período compreendido entre o início das aulas e o fim das aulas ou das actividades escolares.

ano natural
O mesmo que ano civil.

ano novo
Ano que começa.

Noite de passagem de ano de 31 de Dezembro para 1 de Janeiro.

ano planetário
[Astronomia] Tempo que um planeta gasta a fazer a sua revolução à volta do Sol.

ano sabático
Religião Último ano de um ciclo de sete anos, no calendário judaico, em que nãso são permitidas certas actividades agrícolas nem a cobrança de dívidas.

Ano lectivo concedido a professores para investigação ou formação.

ano secular
Último ano de cada século (ex.: o ano 2000 foi o ano secular do século XX).

ano sideral
[Astronomia] Tempo que o Sol, no seu movimento aparente, gasta para voltar ao mesmo ponto do céu em relação às constelações. (A sua duração é de 365 dias, 6 horas, 9 minutos, 9 segundos.)

fazer anos
Completar mais um ano de existência.

muitos anos a virar frangos
[Portugal, Informal] Muita experiência (ex.: não tem problemas com saltos altos, são muitos anos a virar frangos).

verdes anos
A juventude.


a·no 2
(latim anus, -i, ânus)
nome masculino

O mesmo que ânus.


ano | s. m. | s. m. pl.
masc. pl. de ano

a·no 1
(latim annus, -i)
nome masculino

1. [Astronomia] Tempo, de aproximadamente 365 dias e um quarto, que a Terra demora a fazer uma revolução completa em torno do Sol.

2. [Astronomia] Tempo que um planeta demora a fazer uma revolução completa em torno do Sol.

3. Período de 12 meses consecutivos (ex.: tem um contrato de um ano).

4. Idade ou tempo de existência, medido em períodos de 12 meses (ex.: a empresa vai fazer 26 anos).

5. Período de duração aproximada de 12 meses ou menos, em relação às actividades que aí se desenvolvem ou aos acontecimentos que nele acontecem (ex.: ano lectivo, ano judicial).

6. Nível de escolaridade que corresponde a um ano escolar ou lectivo (ex.: o menino está no segundo ano).


anos
nome masculino plural

7. Dia em que se completa um ou mais anos sobre a data de um acontecimento ou do nascimento de alguém (ex.: festa de anos; prenda de anos; anos de casamento). = ANIVERSÁRIO


ano bissexto
Ano com 366 dias, em que Fevereiro tem 29 dias, por oposição a ano comum.

ano civil
Divisão do calendário gregoriano, com 365 ou 366 dias (se for ano bissexto), que principia a 1 de Janeiro e acaba em 31 de Dezembro.

ano comum
Ano com 365 dias, em que Fevereiro tem 28 dias, por oposição a ano bissexto.

ano de safra
Ano abundante.

ano económico
Período que, para efeitos administrativos, principia em 1 de Janeiro e acaba em 31 de Dezembro seguinte.

ano escolar
Período compreendido entre o início e o fim de todas as actividades escolares.

ano lectivo
Período compreendido entre o início das aulas e o fim das aulas ou das actividades escolares.

ano natural
O mesmo que ano civil.

ano novo
Ano que começa.

Noite de passagem de ano de 31 de Dezembro para 1 de Janeiro.

ano planetário
[Astronomia] Tempo que um planeta gasta a fazer a sua revolução à volta do Sol.

ano sabático
Religião Último ano de um ciclo de sete anos, no calendário judaico, em que nãso são permitidas certas actividades agrícolas nem a cobrança de dívidas.

Ano lectivo concedido a professores para investigação ou formação.

ano secular
Último ano de cada século (ex.: o ano 2000 foi o ano secular do século XX).

ano sideral
[Astronomia] Tempo que o Sol, no seu movimento aparente, gasta para voltar ao mesmo ponto do céu em relação às constelações. (A sua duração é de 365 dias, 6 horas, 9 minutos, 9 segundos.)

fazer anos
Completar mais um ano de existência.

muitos anos a virar frangos
[Portugal, Informal] Muita experiência (ex.: não tem problemas com saltos altos, são muitos anos a virar frangos).

verdes anos
A juventude.


a·no 2
(latim anus, -i, ânus)
nome masculino

O mesmo que ânus.


Casa

substantivo feminino Construção em alvenaria usada como moradia, com distintos formatos ou tamanhos, normalmente térrea ou com dois andares.
Pessoas que habitam o mesmo lugar; reunião dos indivíduos que compõem uma família; lar: a casa dos brasileiros.
Reunião das propriedades de uma família ou dos assuntos familiares e domésticos: ele cuida da administração da casa.
Local usado para encontros, reuniões; habitação de determinado grupos com interesses em comum: casa dos professores.
Designação de algumas repartições ou organizações públicas ou das pessoas subordinadas ao chefe do Estado: casa da moeda; Casa Civil.
[Ludologia] As divisões que, separadas por quadrados em branco ou preto, compõe um tabuleiro de xadrez ou de damas.
Em costura, fenda usada para pregar botões.
[Matemática] Cada dez anos na vida de alguém: ele está na casa dos 20.
[Marinha] Fenda ou buraco através do qual algo é instalado a bordo; cada fenda leva o nome do objeto instalado.
Etimologia (origem da palavra casa). A palavra casa deriva do latim "casa,ae", com o sentido de cabana.

substantivo feminino Construção em alvenaria usada como moradia, com distintos formatos ou tamanhos, normalmente térrea ou com dois andares.
Pessoas que habitam o mesmo lugar; reunião dos indivíduos que compõem uma família; lar: a casa dos brasileiros.
Reunião das propriedades de uma família ou dos assuntos familiares e domésticos: ele cuida da administração da casa.
Local usado para encontros, reuniões; habitação de determinado grupos com interesses em comum: casa dos professores.
Designação de algumas repartições ou organizações públicas ou das pessoas subordinadas ao chefe do Estado: casa da moeda; Casa Civil.
[Ludologia] As divisões que, separadas por quadrados em branco ou preto, compõe um tabuleiro de xadrez ou de damas.
Em costura, fenda usada para pregar botões.
[Matemática] Cada dez anos na vida de alguém: ele está na casa dos 20.
[Marinha] Fenda ou buraco através do qual algo é instalado a bordo; cada fenda leva o nome do objeto instalado.
Etimologia (origem da palavra casa). A palavra casa deriva do latim "casa,ae", com o sentido de cabana.

No sentido mais lato da palavra “baytith” emprega-se para significar qualquer habitação, fixa, ou mutável. Pode ter-se derivado de uma raiz que significa passar a noite. Também o tabernáculo de Deus, embora tenha sido apenas uma tenda, é, algumas vezes, chamado a casa, a residência de Deus. Pouca mudança tem havido no sistema de edificar casas no oriente. As ruas das cidades são geralmente estreitas, tendo, por vezes de um e de outro lado uma carreira de lojas. Por detrás destas estão as habitações. Se entrarmos numa das principais casas, passaremos, primeiramente, por um corredor, onde se vêem bancos de cada lado, e é ali que o senhor da casa recebe qualquer indivíduo, quando quer tratar dos seus negócios, sendo a poucas pessoas permitido passar adiante. Para além desta entrada, o privilegiado visitante é recebido no pátio, ou quadrângulo, que geralmente é pavimentado de mármore ou outra substância dura, e não tem cobertura. Este pátio dá luz e ar a vários compartimentos que têm portas para aquele quadrângulo. Com o fim de receber hóspedes, é o pavimento coberto de esteiras ou tapetes – e visto como estão seguros contra qualquer interrupção de fora, é o lugar mais próprio para recepções e diversões. o pátio é, geralmente, rodeado de um claustro, sobre o qual, quando acontece ter a casa mais de um andar, é levantada uma galeria para cada andar nas mesmas dimensões que o claustro, tendo uma balaustrada para impedir o povo de cair. As janelas que deitam para a rua são pequenas e altamente colocadas, sendo fechadas por meio de um sistema de tábuas furadas e esculpidas em vez de vidro. Deste modo fica oculto o morador, podendo, contudo, obter uma vista do que se passa fora. Todavia, as janelas dos andares superiores são, freqüentemente, de considerável grandeza, e construídas numa saliência para fora da parede da casa. Foi esta a espécie da janela pela qual foi atirada Jezabel por mandado de Jeú. Nas casas dos ricos a parte mais baixa das paredes é adornada de tapeçarias de veludo ou damasco, suspensas em ganchos, podendo esses ornamentos subir ou descer segundo se quer (Et 1:6). A parte superior das paredes é adornada de um modo mais permanente, ao passo que os tetos são, algumas vezes, feitos de madeira preciosa e odorífera (Jr 22:14). os sobrados destes esplêndidos quartos são cobertos de lajes pintadas, ou de pedra mármore. Algumas vezes eram feitos de estuque, coberto de ricos tapetes. Em todos os casos, os quartos de mulheres estão separados, embora a separação não fossem outros tempos tão estrita como é hoje entre os hebreus. Nas casas de certa pretensão havia um quarto para hóspedes. o telhado das casas orientais é quase sempre plano. Compõe-se de vigas de madeira, cobertas de pedra ou argamassa, para proteger os moradores contra o sol e as chuvas, e também, para lhes proporcionar um sítio muito agradável ao ar livre quando está bom o tempo. Em volta deste telhado há um parapeito, não muito alto, para segurança das pessoas (Dt 22:8). Na Palestina o povo dorme nos terraços da casa, durante o tempo de mais calor, em caramanchões feitos de ramos ou de junco (Ne 8:16). o quarto dos hóspedes é, algumas vezes, construído sobre o telhado, e como para este se sobe por uma escada exterior, pode o hóspede entrar ou sair sem comunicar-se com a família. Várias ocupações domésticas são efetuadas nestes lugares altos da casa, como estender a roupa para secar, e espalhar figos, uvas, etc., para se fazer passas. E algumas vezes também foram usados estes lugares para o culto idolátrico (2 Rs 23.12 – Jr 32:29). As tendas, usadas durante a Festa do Tabernáculo, eram levantadas sobre telhados planos, que eram também escolhidos para os moradores se lamentarem em ocasião de grande aflição. os fogões não existem nas casas orientais, mas a família serve-se de braseiros, acontecendo, também, acenderem o lume no pátio aberto. Todavia, a cozinha tinha uma elevação feita de tijolo, com cavidades, em que se fazia a necessária fogueira. Havia os lugares para cozinhar, aos quais se refere Ez 46:23. Além dos caramanchões para uso no verão, havia, também, compartimentos especialmente protegidos, que se usavam no tempo frio. As casas dos pobres no oriente são construções muito fracas, sendo as paredes feitas de barro, canas e junco (*veja 4:19). Pode o ladrão penetrar facilmente dentro destas habitações (24:16Mt 24:43). Algumas vezes estas moradas de barro, e mesmo de tijolo, constavam de uma sala somente, sendo ainda uma parte dela separada para o gado. o exterior de todas as casas, tanto dos ricos como dos pobres, apresenta uma fraca aparência. Nada mais se observa, geralmente, do que uma nua parede branca, com pequenas janelas, gelosias e uma simples porta. (*veja Tenda, Tabernáculo, Cabana.)

morada, vivenda, palácio, palacete, tugúrio, teto, chalé, lar, fogo, canto, palheiro, palhoça, choupana, casebre, cabana, tenda, barraca, arribana, choça, colmo, habitação, mansarda, pardieiro, biombo, cômodo, prédio, solar, castelo. – Habitação é, de todos os vocábulos deste grupo, o mais genérico. De “ato de habitar”, que é o que significa propriamente esta palavra habitação, passou a designar também a própria casa, que se habita: casa, ou palácio, ou choupana, ou biombo – tudo será habitação. – Casa é “o edifício de certas proporções destinado à habitação do homem”; e por extensão, designa, em linguagem vulgar, toda parte onde se abrigam alguns animais: a casa do escaravelho; a casa dos coelhos, etc. – Morada é “à habitação onde se mora, ou onde se fica por algum tempo, onde alguém se aloja provisoriamente”. – Vivenda é a “habitação onde se vive”, e sugere a ideia da maior ou menor comodidade com que a gente aí se abriga e vive. Por isso, usa-se quase sempre com um adjetivo: bela vivenda; vivenda detestável. – Palácio é “o edifício de proporções acima do normal, grandioso e magnífico”. Palacete é diminutivo de palácio, designando, portanto, “prédio rico e elegante”. – Tugúrio (latim tugurium, de tegere “cobrir”) é “o abrigo onde qualquer vivente se recolhe, ou habitualmente ou por algum tempo”. Este nome dá-se também, por modéstia ou por falsa humildade, à própria habitação magnífica. – Teto (latim tectum, também de tegere) é quase o mesmo que tugúrio: apenas teto não se aplica a um abrigo de animais, e sugere melhor a ideia de conchego, de proteção, de convívio amoroso: “teto paterno”; “era-lhe o céu um teto misericordioso”. – Chalé é palavra da língua francesa, hoje muito em voga, significando “casa de escada exterior, no estilo suíço, ordinariamente revestida de madeira, cujo teto de pouca inclinação é coberto de feltro, asfalto ou ardósia, e forma grande saliência sobre as paredes”. (Aul.). – Lar é a “habitação considerada como abrigo tranquilo e seguro da família”. – Fogos é o nome que se dá, nas estatísticas, às casas habitadas de um distrito, de uma cidade, ou de uma povoação: “a aldeia vizinha não chega a ter cem fogos”. – Canto, aqui, é “o lugar, o sítio, a morada humilde e desolada, onde alguém como que se refugia afastando-se do mundo”. – Palheiro é propriamente o lugar onde se guarda palha: designa, portanto, neste grupo, “abrigo ou habitação muito rústica e grosseira”. – Palhoça é “pequena casa coberta de palha”. – Choupana é – diz Aul. – “casa rústica de madeira, ou de ramos de árvores para habitação de pastores”. – Cabana (do italiano capánna) é “casinha coberta de colmo ou de palha, onde se abrigam à noite os camponeses, junto ou no meio das roças ou lavouras”. – Casebre é “pequena casa velha e arruinada, onde mora gente muito pobre”. – Tenda é “armação coberta para abrigo provisório ou de passagem em caminho ou em campanha”. – Barraca é “tenda ligeira, coberta de tela de lona ordinariamente”. – Arribana é “palheiro que serve mais para guarda de animais e trem de viagem propriamente que para habitação, prestando-se quando muito para pernoite ao abrigo de intempéries”. – Choça é “habitação ainda mais rústica e grosseira que a choupana”. Dizemos que o selvagem procura a sua choça (e não, pelo menos com a mesma propriedade –, a sua choupana). – Colmo, aqui, é “o colmo tomado pela cabana que é dele coberta”. – Mansarda afasta-se um pouco do francês de que a tomamos (mansarde é propriamente água-furtada ou trapeira, isto é – o último andar de uma casa tendo a janela ou janelas já abertas no telhado): tem, no português usual, mais a significação de “habitação 256 Rocha Pombo humilde, incômoda e difícil, onde há pobreza”. – Pardieiro é – diz Aul. – “edifício velho e em ruínas”: “Já me cansam estas perpétuas ruínas, estes pardieiros intermináveis” (Garrett). – Biombo é “um pequeno recinto separado de uma sala por meio de tabique móvel, e que serve de dormitório, de gabinete”, etc. Costuma-se dizer: “vou para o meu biombo” para significar que se vai para casa. – Cômodo, aqui, é “uma parte de prédio que se aluga por baixo preço e por pouco tempo ordinariamente”. – Prédio (latim prœdium, do prœs “garante, penhor, fiador”) é propriamente “bem de raiz, propriedade real”; mas, aqui, designa “a casa que é nossa própria, a propriedade que consta da casa e do terreno onde está construída”. – Solar é “a propriedade (terras e casa) considerada como representando uma tradição de família, tendo passado por herança de pais a filhos desde alguns séculos”. – Castelo era antiga habitação fortificada, fora das cidades, e onde residiam os grandes senhores feudais. Hoje é “habitação nobre, luxuosa, onde se vive com opulência”.

[...] Aqui [no mundo etéreo], temos o poder de moldar a substância etérea, conforme pensamos. Assim, também as nossas casas são produtos das nossas mentes. Pensamos e construímos. É uma questão de vibração do pensamento e, enquanto mantivermos essas vibra ções, conservaremos o objeto que, du rante todo esse tempo, é objetivo para os nossos sentidos.
Referencia: FINDLAY, J• Arthur• No limiar do etéreo, ou, Sobrevivência à morte cientificamente explicada• Traduzido do inglês por Luiz O• Guillon Ribeiro• Prefácio de Sir William Barret• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1981• - cap• 10


Casa Construção em que pessoas moram. Na Palestina as casas eram feitas de pedra. Os pobres viviam às vezes em cavernas. As pessoas errantes, que se deslocavam em busca de alimentos e de pastagens para os seus rebanhos, viviam em barracas feitas com peles de cabra ou de camelo (Gn 4:20). No litoral do mar Mediterrâneo construíam-se casas de barro. O teto era feito de palha e barro.

Deserto

ermo, solidão (soidão, soledade), retiro, isolamento (desolamento), recanto, descampado. – Deserto é “o lugar despovoado, sem cultura, como abandonado da ação ou do bulício humano”. – Ermo acrescenta à noção de deserto a ideia de silêncio, tristeza e desolamento. Uma família, uma multidão pode ir viver no deserto; o anacoreta fica no seu ermo. – Solidão é “o lugar afastado do mundo, e onde se pode ficar só, como separado dos outros homens”. – Soidão é forma sincopada de solidão; mas parece acrescentar a esta a ideia de desamparo, do horror que causa o abismo, a solidão temerosa. Entre solidão e soledade há diferença que se não pode esquecer. Antes de tudo, soledade é mais propriamente a qualidade do que está só, do solitário, do que lugar ermo. Tomando-a, no entanto, como lugar ermo, a soledade sugere ideia da tristeza, da pena, da saudade com que se está na solidão. Dizemos, por exemplo – “a soledade da jovem viúva” – (caso em que não se aplicaria solidão, pelo menos nem sempre). – Retiro é “o lugar afastado onde alguém se recolhe e como se refugia do ruído e agitação do mundo”. – Isolamento é o lugar onde se fica separado da coletividade, fora de relações com os outros homens. A mesma diferença que notamos entre solidão e soledade pode assinalar-se entre isolamento e desolamento. No seu isolamento nem sempre se há de alguém sentir desolado (isto é – só, abandonado em sua mágoa); assim como nem sempre no seu desolamento há de estar de todo isolado (isto é – afastado dos outros homens). – Recanto é “o sítio retirado, fora das vistas de todos, longe do movimento geral da estância de que o recanto é uma parte quase oculta e escusa”. – Descampado significa “paragem, mais ou menos extensa, ampla, aberta, despovoada e inculta”. Propriamente só de deserto, solidão e ermo é que pode ser considerado como sinônimo. 350 Rocha Pombo

Deserto Local pouco habitado, formado por rochas calcáreas e não por areia (Lc 15:4). Foi nas proximidades do deserto da Judéia que João Batista pregou. Jesus identificou-o como morada dos demônios (Mt 12:43) e nele experimentou as tentações (Mt 4:1ss.). Às vezes, Jesus refugiava-se no deserto em busca de solidão (Mc 1:35.45; Lc 4:42; 5,16; 6,32,35) e nele alimentou as multidões (Mt 14:13-21; Mc 6:32-44; Lc 9:10-17).

Deserto Terras extensas e secas, com poucas árvores e pouco capim, onde não mora ninguém. Nessas terras vivem animais ferozes (24:5); (Mt 3:1). Equivale mais ou menos a “sertão”.

solitário, despovoado, ermo, desabitado. – Dizemos – paragens desertas – para exprimir que estão como abandonadas; e dizemos – paragens ermas – para significar que, além de abandonadas, são paragens sombrias, onde a quietude e o desolamento nos apertam a alma. – Estância solitária é aquela que não é procurada, ou frequentada pelos homens. Pode admitir-se até no meio da cidade uma habitação solitária ou deserta; não – erma, pois que esta palavra sugere ideia de afastamento, desolação. – Despovoado e desabitado dizem propriamente “sem moradores”, sem mais ideia acessória. Quando muito, dizemos que é ou está despovoado o lugar “onde não há povoação”; e desabitado o lugar “que não é habitualmente frequentado”.

A simples idéia de deserto, significando uma vasta extensão de areia, sem árvores e água, não se deve ligar à palavra, conforme empregada na Bíblia. os israelitas não tinham conhecimento de semelhante deserto, quer nas viagens, quer na sua existência fixa. Nos livros históricos da Bíblia, a palavra ‘deserto’ significa o vale do Jordão, o do mar Morto, e aquela região que fica ao sul do mar Morto. Nestes sítios, nos dias de prosperidade da Palestina, crescia a palmeira, o bálsamo, a cana-de-açúcar, podendo admirar-se ali uma forte e bela vegetação. Nos livros proféticos e poéticos o deserto tem já a significação de território seco pela ação do excessivo calor, ainda que, no livro de Ez 47:8, se compreende o vale do Jordão. A palavra traduzida por ‘deserto’ em Êx 3:1 – 5.3 – 19.2, e em Nm 33:16, teria melhor versão, dizendo-se ‘terra de pasto’. os israelitas levavam consigo rebanhos e manadas durante todo o tempo da sua passagem para a Terra da Promissão. A mesma significação em 24:5, is 21:1, Jr 25:24.

substantivo masculino Região árida, coberta por um manto de areia, com um índice anual de baixíssima precipitação de água, caracterizada pela escassez de vegetação, dias muito quentes, noites muito frias, e ventos muito fortes.
[Biologia] Bioma com essas características, definido pela falta de diversidade de flora e fauna, baixíssimo índice de precipitação de água, calor exagerado, dias quentes e noites frias etc.
Características dos lugares ermos, desabitados, sem pessoas.
Ausência completa de alguma coisa; solidão: minha vida é um deserto de alegria.
adjetivo Que é desabitado: ilha deserta.
Pouco frequentado; vazio: rua deserta.
De caráter solitário; abandonado.
expressão Pregar no deserto. Falar algo para alguém.
Etimologia (origem da palavra deserto). Do latim desertum.

Israel

substantivo masculino Designação do Estado de Israel, localizado no Oriente Médio, reconhecido oficialmente em 1948, sendo também conhecido como Estado Judeu e Democrático.
Por Extensão Significado do nome em hebraico: "o homem que vê Deus".
Etimologia (origem da palavra Israel). Do latim Isráél; do grego Israêl; pelo hebraico Yisraél.

substantivo masculino Designação do Estado de Israel, localizado no Oriente Médio, reconhecido oficialmente em 1948, sendo também conhecido como Estado Judeu e Democrático.
Por Extensão Significado do nome em hebraico: "o homem que vê Deus".
Etimologia (origem da palavra Israel). Do latim Isráél; do grego Israêl; pelo hebraico Yisraél.

Luta com Deus. Foi este o novo nome dado a Jacó, quando ele pedia uma bênção depois de ter lutado com o Anjo do Senhor em Maanaim (Gn 32:28os 12:4). Depois é usado alternadamente com Jacó, embora menos freqüentemente. o nome era, primeiramente, empregado para designar a família deste patriarca, mas depois, libertando-se os hebreus da escravidão egípcia, aplicava-se de modo genérico ao povo das doze tribos (Êx 3:16). Mais tarde, porém, achamos a tribo de Judá excluída da nação de israel (1 Sm 11.8 – 1 Rs 12,16) a qual, desde que as tribos se revoltaram contra Roboão, se tornou o reino do Norte, constituindo o reino do Sul as tribos de Judá e Benjamim, com partes de Dã e Simeão. E isto foi assim até à volta do cativeiro. os que voltaram à sua pátria tomaram de novo o nome de israel, embora fosse um fato serem judeus a maior parte deles. Nos tempos do N.T. o povo de todas as tribos era geralmente conhecido pelo nome de judeus.

Nome dado a Jacó depois que “lutou com Deus” em Peniel (Gn 32:28-31). Veja Jacó.


Israel [O Que Luta com Deus] -

1) Nome dado por Deus a Jacó (Gn 32:28)

2) Nome do povo composto das 12 tribos descendentes de Jacó (Ex 3:16).

3) Nome das dez tribos que compuseram o Reino do Norte, em contraposição ao Reino do Sul, chamado de Judá (1Rs 14:19);
v. o mapa OS REINOS DE ISRAEL E DE JUDÁ).

4) Designação de todo o povo de Deus, a Igreja (Gl 6:16).

Israel Nome que Jacó recebeu após lutar com Deus — como hipóstase — em Jaboc (Gn 32:29). Derivado da raiz “sará” (lutar, governar), contém o significado de vitória e pode ser traduzido como “aquele que lutou com Deus” ou “o adversário de Deus”. Mais tarde o nome se estenderia aos descendentes de Jacó (Ex 1:9) e, com a divisão do povo de Israel após a morte de Salomão, passou a designar a monarquia do Reino do Norte, formada pela totalidade das tribos exceto a de Judá e Levi, e destruída pela Assíria em 721 a.C. A palavra designa também o território que Deus prometeu aos patriarcas e aos seus descendentes (Gn 13:14-17; 15,18; 17,18; 26,3-4; 28,13 35:12-48,3-4; 1Sm 13:19).

Após a derrota de Bar Kojba em 135 d.C., os romanos passaram a chamar esse território de Palestina, com a intenção de ridicularizar os judeus, recordando-lhes os filisteus, desaparecidos há muito tempo. Pelos evangelhos, compreende-se que a Igreja, formada por judeus e gentios que creram em Jesus, é o Novo Israel.

Y. Kaufmann, o. c.; m. Noth, Historia...; J. Bright, o. c.; S. Hermann, o. c.; f. f. Bruce, Israel y las naciones, Madri 1979; C. Vidal Manzanares, El judeo-cristianismo...


O

substantivo masculino Décima quinta letra que compõe o alfabeto português e sua quarta vogal.
apositivo Que, numa série, está após o elemento designado pela letra "n": fileira O.
Gramática Como artigo, refere-se aos nomes masculinos, acompanhando-os: o carro; o caderno.
Gramática Restringe a referência de um substantivo ao ser, ou coisa, percebido no contexto, situação ou texto: o juiz começará o julgamento.
pronome demonstrativo Faz com que qualquer palavra ou expressão se torne um substantivo: o nascer do dia.
Gramática Usa-se como sinônimo de: isso, aquilo, quando se referir a um substantivo não determinado: falou o que não devia e foi embora.
pronome pessoal De mesmo sentido que "a ele": insultou-o, mas pediu desculpas.
[Símbolo] Representação do Oxigênio (elemento químico), simbolizado por O.
Forma abreviada de Oeste (ponto cardeal situado no lado em que o sol se põe), simbolizado por O.
Etimologia (origem da palavra o). Do pronome arcaico, lo; pelo latim illu.m.

Oferecer

verbo transitivo direto e bitransitivo Presentear; ofertar, dar alguma coisa a alguém: ofereceu chocolate ao namorado.
Sugerir algo para compensar outra: ofereceu dinheiro para evitar o prejuízo.
Exibir; fazer a exposição de: ofereceu a teoria aos cientistas.
Proporcionar; trazer consigo: essa promoção oferece descontos.
verbo transitivo direto , bitransitivo e pronominal Colocar ao dispor de: ofereceu um livro ao filho; ofereceu o carro aos convidados; ofereceu seu emprego à esposa; ofereceu-se para auxiliar o professor.
verbo bitransitivo Expressar ou realizar alguma coisa por motivos religiosos: ofereceu uma oração ao santo.
Imolar; fazer um sacrifício para ou pedir a proteção de: oferecia animais às divindades; ofereceu o sobrinho à santa de sua devoção.
Dedicar; mandar alguma coisa especialmente para alguém: ofereceu uma música ao marido.
verbo pronominal Mostrar-se; apresentar diante de si: um ótimo emprego se oferecia a ele.
Entregar-se: não a conhecia, mas se oferecia de bandeja.
Etimologia (origem da palavra oferecer). Do latim offerescere.

Quarenta

numeral Cardinal equivalente a quatro dezenas.
Ord. Quadragésimo.

quarenta nu.M 1. Denominação do número cardinal equivalente a quatro dezenas. 2. Quadragésimo. S. .M 1. Aquele ou aquilo que ocupa o último lugar numa série de quarenta. 2. Representação desse número em algarismos arábicos ou romanos.

º

ò | contr.
ó | interj.
ó | s. m.
o | art. def. m. sing. | pron. pess. | pron. dem.
o | s. m. | adj. 2 g. | símb.
ô | s. m.

ò
(a + o)
contracção
contração

[Arcaico] Contracção da preposição a com o artigo ou pronome o.

Confrontar: ó e oh.

ó 1
(latim o)
interjeição

Palavra usada para chamar ou invocar.

Confrontar: oh e ò.

Ver também dúvida linguística: oh/ó.

ó 2
nome masculino

Nome da letra o ou O.

Confrontar: ò.

o |u| |u| 2
(latim ille, illa, illud, aquele)
artigo definido masculino singular

1. Quando junto de um nome que determina.

pronome pessoal

2. Esse homem.

3. Essa coisa.

pronome demonstrativo

4. Aquilo.

Confrontar: ó.

Ver também dúvida linguística: pronome "o" depois de ditongo nasal.

o |ó| |ó| 1
(latim o)
nome masculino

1. Décima quarta letra do alfabeto da língua portuguesa (ou décima quinta, se incluídos o K, W e Y). [É aberto como em avó, fechado como em avô, átono ou mudo como em mudo, e tem o valor de u em o [artigo], etc.]

2. [Por extensão] Círculo, anel, elo, redondo.

3. Quando em forma de expoente de um número, designa que esse número é ordinal, ou significa grau ou graus.

adjectivo de dois géneros
adjetivo de dois géneros

4. Décimo quarto, numa série indicada por letras (ou décimo quinto, se incluídos o K, W e Y).

símbolo

5. Símbolo de oeste.

6. [Química] Símbolo químico do oxigénio. (Com maiúscula.)

Plural: ós ou oo.

ô
(latim o)
nome masculino

[Brasil] Palavra usada para chamar ou invocar. = Ó

Confrontar: o.

Strongs

Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
Amós 5: 25 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

Oferecestes-Me vós sacrifícios e oblações no deserto por quarenta anos, ó casa de Israel?
Amós 5: 25 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

766 a.C.
H1004
bayith
בַּיִת
casa
(within inside)
Substantivo
H2077
zebach
זֶבַח
sacrifício
(sacrifice)
Substantivo
H3478
Yisrâʼêl
יִשְׂרָאֵל
Israel
(Israel)
Substantivo
H4057
midbâr
מִדְבָּר
deserto
(the wilderness)
Substantivo
H4503
minchâh
מִנְחָה
presente, tributo, oferta, dádiva, oblação, sacrifício, oferta de carne
(an offering)
Substantivo
H5066
nâgash
נָגַשׁ
chegar perto, aproximar
(And drew near)
Verbo
H705
ʼarbâʻîym
אַרְבָּעִים
quarenta
(forty)
Substantivo
H8141
shâneh
שָׁנֶה
ano
(and years)
Substantivo


בַּיִת


(H1004)
bayith (bah'-yith)

01004 בית bayith

provavelmente procedente de 1129 abreviado; DITAT - 241 n m

  1. casa
    1. casa, moradia, habitação
    2. abrigo ou moradia de animais
    3. corpos humanos (fig.)
    4. referindo-se ao Sheol
    5. referindo-se ao lugar de luz e escuridão
    6. referindo-se á terra de Efraim
  2. lugar
  3. recipiente
  4. lar, casa no sentido de lugar que abriga uma família
  5. membros de uma casa, família
    1. aqueles que pertencem à mesma casa
    2. família de descendentes, descendentes como corpo organizado
  6. negócios domésticos
  7. interior (metáfora)
  8. (DITAT) templo adv
  9. no lado de dentro prep
  10. dentro de

זֶבַח


(H2077)
zebach (zeh'-bakh)

02077 זבח zebach

procedente de 2076; DITAT - 525a; n m

  1. sacrifício
    1. sacrifícios de justiça
    2. sacrifícios de contenda
    3. sacrifícios para coisas mortas
    4. o sacrifício da aliança
    5. a páscoa
    6. o sacrifício anual
    7. oferta de gratidão

יִשְׂרָאֵל


(H3478)
Yisrâʼêl (yis-raw-ale')

03478 ישראל Yisra’el

procedente de 8280 e 410, grego 2474 Ισραηλ; n pr m

Israel = “Deus prevalece”

  1. o segundo nome dado a Jacó por Deus depois de sua luta com o anjo em Peniel
  2. o nome dos descendentes e a nação dos descendentes de Jacó
    1. o nome da nação até a morte de Salomão e a divisão
    2. o nome usado e dado ao reino do norte que consistia das 10 tribos sob Jeroboão; o reino do sul era conhecido como Judá
    3. o nome da nação depois do retorno do exílio

מִדְבָּר


(H4057)
midbâr (mid-bawr')

04057 מדבר midbar

procedente de 1696 no sentido de conduzir; DITAT - 399k,399L; n m

  1. deserto
    1. pasto
    2. terra inabitada, deserto
    3. grandes regiões desérticas (ao redor de cidades)
    4. deserto (fig.)
  2. boca
    1. boca (como órgão da fala)

מִנְחָה


(H4503)
minchâh (min-khaw')

04503 מנחה minchah

procedente de uma raiz não utilizada significando repartir, i.e. conceder; DITAT - 1214a; n f

  1. presente, tributo, oferta, dádiva, oblação, sacrifício, oferta de carne
    1. presente, dádiva
    2. tributo
    3. oferta (para Deus)
    4. oferta de cereais

נָגַשׁ


(H5066)
nâgash (naw-gash')

05066 נגש nagash

uma raiz primitiva; DITAT - 1297; v

  1. chegar perto, aproximar
    1. (Qal) chegar perto
      1. referindo-se a seres humanos
        1. referindo-se a relação sexual
      2. referindo-se a objetos inanimados
        1. aproximar um ao outro
    2. (Nifal) aproximar-se
    3. (Hifil) fazer aproximar, trazer para perto, trazer
    4. (Hofal) ser trazido para perto
    5. (Hitpael) aproximar

אַרְבָּעִים


(H705)
ʼarbâʻîym (ar-baw-eem')

0705 ארבעים ’arba iym̀

múltiplo de 702; DITAT - 2106b; n, adj pl

  1. quarenta

שָׁנֶה


(H8141)
shâneh (shaw-neh')

08141 שנה shaneh (somente no pl.), ou (fem.) שׂנה shanah

procedente de 8138; DITAT - 2419a; n. f.

  1. ano
    1. como divisão de tempo
    2. como medida de tempo
    3. como indicação de idade
    4. curso de uma vida (os anos de vida)