Enciclopédia de Apocalipse 13:15-15

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

ap 13: 15

Versão Versículo
ARA e lhe foi dado comunicar fôlego à imagem da besta, para que não só a imagem falasse, como ainda fizesse morrer quantos não adorassem a imagem da besta.
ARC E foi-lhe concedido que desse espírito à imagem da besta, para que também a imagem da besta falasse, e fizesse que fossem mortos todos os que não adorassem a imagem da besta.
TB Foi-lhe dado que comunicasse fôlego à imagem da besta, a fim de que a imagem da besta falasse e fizesse com que todos os que não adorassem a imagem da besta fossem mortos.
BGB καὶ ἐδόθη ⸀αὐτῷ ⸂δοῦναι πνεῦμα⸃ τῇ εἰκόνι τοῦ θηρίου, ἵνα καὶ λαλήσῃ ἡ εἰκὼν τοῦ θηρίου καὶ ποιήσῃ ⸀ἵνα ὅσοι ἐὰν μὴ προσκυνήσωσιν τῇ εἰκόνι τοῦ θηρίου ἀποκτανθῶσιν.
BKJ E ele tinha poder de dar vida à imagem da besta, e que a imagem da besta poderia tanto falar quanto fazer com que tantos quantos não adorassem a imagem da besta fossem mortos.
LTT E lhe foi concedido dar fôlego ① à imagem da (primeira) Besta- Feroz ② (a fim de que também falasse a imagem da (primeira) Besta- Feroz) e que fizesse, a todos- e- quaisquer- homens que não adorassem a imagem da (primeira) Besta- Feroz ②, que fossem mortos.
BJ2 Foi-lhe dado até mesmo infundir espírito à imagem da Besta, de modo que a imagem pudesse falar e fazer com que morressem todos os que não adorassem a imagem da Besta.
VULG Et datum est illi ut daret spiritum imagini bestiæ, et ut loquatur imago bestiæ : et faciat ut quicumque non adoraverint imaginem bestiæ, occidantur.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Apocalipse 13:15

Gênesis 2:7 E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente.
Salmos 115:5 Têm boca, mas não falam; têm olhos, mas não veem;
Salmos 135:16 Têm boca, mas não falam; têm olhos, e não veem;
Jeremias 10:5 São como a palmeira, obra torneada, mas não podem falar; necessitam de quem os leve, porquanto não podem andar; não tenhais receio deles, pois não podem fazer mal, nem tampouco têm poder de fazer bem.
Jeremias 10:14 Todo homem se embruteceu e não tem ciência; envergonha-se todo fundidor da sua imagem de escultura; porque sua imagem fundida mentira é, e não há espírito nela.
Jeremias 51:17 Embruteceu-se todo homem e não tem ciência; envergonhou-se todo ourives de imagem de escultura, porque a sua imagem de fundição é mentira, e não há espírito em nenhuma delas.
Daniel 3:3 Então, se ajuntaram os sátrapas, os prefeitos, os presidentes, os juízes, os tesoureiros, os conselheiros, os oficiais e todos os governadores das províncias, para a consagração da estátua que o rei Nabucodonosor tinha levantado, e estavam em pé diante da imagem que Nabucodonosor tinha levantado.
Daniel 7:20 e também das dez pontas que tinha na cabeça e da outra que subia, de diante da qual caíram três, daquela ponta, digo, que tinha olhos, e uma boca que falava grandiosamente, e cuja aparência era mais firme do que o das suas companheiras.
Daniel 7:25 E proferirá palavras contra o Altíssimo, e destruirá os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a lei; e eles serão entregues nas suas mãos por um tempo, e tempos, e metade de um tempo.
Habacuque 2:19 Ai daquele que diz ao pau: Acorda! E à pedra muda: Desperta! Pode isso ensinar? Eis que está coberto de ouro e de prata, mas no meio dele não há espírito algum.
Tiago 2:26 Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta.
Apocalipse 13:14 E engana os que habitam na terra com sinais que lhe foi permitido que fizesse em presença da besta, dizendo aos que habitam na terra que fizessem uma imagem à besta que recebera a ferida de espada e vivia.
Apocalipse 14:9 E os seguiu o terceiro anjo, dizendo com grande voz: Se alguém adorar a besta e a sua imagem e receber o sinal na testa ou na mão,
Apocalipse 14:11 E a fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre; e não têm repouso, nem de dia nem de noite, os que adoram a besta e a sua imagem e aquele que receber o sinal do seu nome.
Apocalipse 16:2 E foi o primeiro e derramou a sua taça sobre a terra, e fez-se uma chaga má e maligna nos homens que tinham o sinal da besta e que adoravam a sua imagem.
Apocalipse 16:5 E ouvi o anjo das águas que dizia: Justo és tu, ó Senhor, que és, e que eras, e santo és, porque julgaste estas coisas.
Apocalipse 17:6 E vi que a mulher estava embriagada do sangue dos santos e do sangue das testemunhas de Jesus. E, vendo-a eu, maravilhei-me com grande admiração.
Apocalipse 17:14 Estes combaterão contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, porque é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão os que estão com ele, chamados, eleitos e fiéis.
Apocalipse 17:17 Porque Deus tem posto em seu coração que cumpram o seu intento, e tenham uma mesma ideia, e que deem à besta o seu reino, até que se cumpram as palavras de Deus.
Apocalipse 18:20 Alegra-te sobre ela, ó céu, e vós, santos apóstolos e profetas, porque já Deus julgou a vossa causa quanto a ela.
Apocalipse 18:24 E nela se achou o sangue dos profetas, e dos santos, e de todos os que foram mortos na terra.
Apocalipse 19:20 E a besta foi presa e, com ela, o falso profeta, que, diante dela, fizera os sinais com que enganou os que receberam o sinal da besta e adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no ardente lago de fogo e de enxofre.
Apocalipse 20:4 E vi tronos; e assentaram-se sobre eles aqueles a quem foi dado o poder de julgar. E vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta nem a sua imagem, e não receberam o sinal na testa nem na mão; e viveram e reinaram com Cristo durante mil anos.

Notas de rodapé da LTT

As notas de rodapé presentes na Bíblia versão LTT, Bíblia Literal do Texto Tradicional, são explicações adicionais fornecidas pelos tradutores para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas são baseadas em referências bíblicas, históricas e linguísticas, bem como em outros estudos teológicos e literários, a fim de fornecer um contexto mais preciso e uma interpretação mais fiel ao texto original. As notas de rodapé são uma ferramenta útil para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira compreender melhor o significado e a mensagem das Escrituras Sagradas.
 ①

"pneuma": "fôlego" (portanto "vida") ou "espírito" (demônio).


 ②

o Anticristo.


Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras


CARLOS TORRES PASTORINO

ap 13:15
Sabedoria do Evangelho - Volume 4

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 13
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 16:24-28


24. Jesus disse então o seus discípulos: "Se alguém quer vir após mim, neguese a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.


25. Porque aquele que quiser preservar sua alma. a perderá; e quem perder sua alma por minha causa, a achará.


26. Pois que aproveitará ao homem se ganhar o mundo inteiro e perder sua alma? Ou que dará o homem em troca de sua alma?


27. Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai, com seus mensageiros, e então retribuirá a cada um segundo seu comportamento.


28. Em verdade vos digo, que alguns dos aqui presentes absolutamente experimentarão a morte até que o Filho do Homem venha em seu reino. MC 8:34-38 e MC 9:1


34. E chamando a si a multidão, junto com seus discípulos disse-lhes: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.


35. Porque quem quiser preservar sua alma, a perderá; e quem perder sua alma por amor de mim e da Boa-Nova, a preservará.


36. Pois que adianta a um homem ganhar o mundo inteiro e perder sua alma?


37. E que daria um homem em troca de sua alma?


38. Porque se alguém nesta geração adúltera e errada se envergonhar de mim e de minhas doutrinas, também dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na glória de seu Pai com seus santos mensageiros". 9:1 E disse-lhes: "Em verdade em verdade vos digo que há alguns dos aqui presentes, os quais absolutamente experimentarão a morte, até que vejam o reino de Deus já chegado em força".


LC 9:23-27


23. Dizia, então, a todos: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia sua cruz e siga-me.


24. Pois quem quiser preservar sua alma, a perderá; mas quem perder sua alma por amor de mim, esse a preservará.


25. De fato, que aproveita a um homem se ganhar o mundo inteiro, mas arruinar-se ou causar dano a si mesmo?


26. Porque aquele que se envergonhar de mim e de minhas doutrinas, dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na sua glória, na do Pai e na dos santos mensageiros.


27. Mas eu vos digo verdadeiramente, há alguns dos aqui presentes que não experimentarão a morte até que tenham visto o reino de Deus.


Depois do episódio narrado no último capítulo, novamente Jesus apresenta uma lição teórica, embora bem mais curta que as do Evangelho de João.


Segundo Mateus, a conversa foi mantida com Seus discípulos. Marcos, entretanto, revela que Jesu "chamou a multidão" para ouvi-la, como que salientando que a aula era "para todos"; palavras, aliás, textuais em Lucas.


Achava-se a comitiva no território não-israelita ("pagão") de Cesareia de Filipe, e certamente os moradores locais haviam observado aqueles homens e mulheres que perambulavam em grupo homogêneo.


Natural que ficassem curiosos, a "espiar" por perto. A esses, Jesus convida que se aproximem para ouvir os ensinamentos e as exigências impostas a todos os que ambicionavam o DISCIPULATO, o grau mais elevado dos três citados pelo Mestre: justos (bons), profetas (médiuns) e discípulos (ver vol. 3).


As exigências são apenas três, bem distintas entre si, e citadas em sequência gradativa da menor à maior. Observamos que nenhuma delas se prende a saber, nem a dizer, nem a crer, nem a fazer, mas todas se baseiam em SER. O que vale é a evolução interna, sem necessidade de exteriorizações, nem de confissões, nem de ritos.


No entanto, é bem frisada a vontade livre: "se alguém quiser"; ninguém é obrigado; a espontaneidade deve ser absoluta, sem qualquer coação física nem moral. Analisemos.


Vimos, no episódio anterior, o Mestre ordenar a Pedro que "se colocasse atrás Dele". Agora esclarece: " se alguém QUER ser SEU discípulo, siga atrás Dele". E se tem vontade firme e inabalável, se o QUER, realize estas três condições:

1. ª - negue-se a si mesmo (Lc. arnésasthô; Mat. e Mr. aparnésasthô eautón).


2. ª - tome (carregue) sua cruz (Lc. "cada dia": arátô tòn stáurou autoú kath"hêméran);

3. ª - e siga-me (akoloutheítô moi).


Se excetuarmos a negação de si mesmo, já ouvíramos essas palavras em MT 10:38 (vol. 3).


O verbo "negar-se" ou "renunciar-se" (aparnéomai) é empregado por Isaías (Isaías 31:7) para descrever o gesto dos israelitas infiéis que, esclarecidos pela derrota dos assírios, rejeitaram ou negaram ou renunciaram a seus ídolos. E essa é a atitude pedida pelo Mestre aos que QUEREM ser Seus discípulos: rejeitar o ídolo de carne que é o próprio corpo físico, com sua sequela de sensações, emoções e intelectualismo, o que tudo constitui a personagem transitória a pervagar alguns segundos na crosta do planeta.


Quanto ao "carregar a própria cruz", já vimos (vol. 3), o que significava. E os habitantes da Palestina deviam estar habituados a assistir à cena degradante que se vinha repetindo desde o domínio romano, com muita frequência. Para só nos reportarmos a Flávio Josefo, ele cita-nos quatro casos em que as crucificações foram em massa: Varus que fez crucificar 2. 000 judeus, por ocasião da morte, em 4 A. C., de Herodes o Grande (Ant. Jud. 17. 10-4-10); Quadratus, que mandou crucificar todos os judeus que se haviam rebelado (48-52 A. D.) e que tinham sido aprisionados por Cumarus (Bell. Jud. 2. 12. 6); em 66 A. D. até personagens ilustres foram crucificadas por Gessius Florus (Bell. Jud. 2. 14. 9); e Tito que, no assédio de Jerusalém, fez crucificar todos os prisioneiros, tantos que não havia mais nem madeira para as cruzes, nem lugar para plantá-las (Bell. Jud. 5. 11. 1). Por aí se calcula quantos milhares de crucificações foram feitas antes; e o espetáculo do condenado que carregava às costas o instrumento do próprio suplício era corriqueiro. Não se tratava, portanto, de uma comparação vazia de sentido, embora constituindo uma metáfora. E que o era, Lucas encarrega-se de esclarecê-lo, ao acrescentar "carregue cada dia a própria cruz". Vemos a exigência da estrada de sacrifícios heroicamente suportados na luta do dia a dia, contra os próprios pendores ruins e vícios.


A terceira condição, "segui-Lo", revela-nos a chave final ao discipulato de tal Mestre, que não alicia discípulos prometendo-lhes facilidades nem privilégios: ao contrário. Não basta estudar-Lhe a doutrina, aprofundar-Lhe a teologia, decorar-Lhe as palavras, pregar-Lhe os ensinamentos: é mister SEGUILO, acompanhando-O passo a passo, colocando os pés nas pegadas sangrentas que o Rabi foi deixando ao caminhar pelas ásperas veredas de Sua peregrinação terrena. Ele é nosso exemplo e também nosso modelo vivo, para ser seguido até o topo do calvário.


Aqui chegamos a compreender a significação plena da frase dirigida a Pedro: "ainda és meu adversário (porque caminhas na direção oposta a mim, e tentas impedir-me a senda dolorosa e sacrificial): vai para trás de mim e segue-me; se queres ser meu discípulo, terás que renunciar a ti mesmo (não mais pensando nas coisas humanas); que carregar também tua cruz sem que me percas de vista na dura, laboriosa e dorida ascensão ao Reino". Mas isto, "se o QUERES" ... Valerá a pena trilhar esse áspero caminho cheio de pedras e espinheiros?


O versículo seguinte (repetição, com pequena variante de MT 10:39; cfr. vol. 3) responde a essa pergunta.


As palavras dessa lição são praticamente idênticas nos três sinópticos, demonstrando a impress ão que devem ter causado nos discípulos.


Sim, porque quem quiser preservar sua alma (hós eán thélei tên psychên autòn sõsai) a perderá (apolêsei autên). Ainda aqui encontramos o verbo sôzô, cuja tradução "salvar" (veja vol. 3) dá margem a tanta ambiguidade atualmente. Neste passo, a palavra portuguesa "preservar" (conservar, resguardar) corresponde melhor ao sentido do contexto. O verbo apolesô "perder", só poderia ser dado também com a sinonímia de "arruinar" ou "degradar" (no sentido etimológico de "diminuir o grau").


E o inverso é salientado: "mas quem a perder "hós d"án apolésêi tên psychên autoú), por minha causa (héneken emoú) - e Marcos acrescenta "e da Boa Nova" (kaì toú euaggelíou) - esse a preservará (sósei autén, em Marcos e Lucas) ou a achará (heurêsei autén, em Mateus).


A seguir pergunta, como que explicando a antinomia verbal anterior: "que utilidade terá o homem se lucrar todo o mundo físico (kósmos), mas perder - isto é, não evoluir - sua alma? E qual o tesouro da Terra que poderia ser oferecido em troca (antállagma) da evolução espiritual da criatura? Não há dinheiro nem ouro que consiga fazer um mestre, riem que possa dar-se em troca de uma iniciação real.


Bens espirituais não podem ser comprados nem "trocados" por quantias materiais. A matemática possui o axioma válido também aqui: quantidades heterogêneas não podem somar-se.


O versículo seguinte apresenta variantes.


MATEUS traz a afirmação de que o Filho do Homem virá com a glória de seu Pai, em companhia de Seus Mensageiros (anjos), para retribuir a cada um segundo seus atos. Traduzimos aqui dóxa por "glória" (veja vol. 1 e vol. 3), porque é o melhor sentido dentro do contexto. E entendemos essa glória como sinônimo perfeito da "sintonia vibratória" ou a frequência da tônica do Pai (Verbo, Som). A atribui ção a cada um segundo "seus atos" (tên práxin autoú) ou talvez, bem melhor, de acordo com seu comportamento, com a "prática" da vida diária. Não são realmente os atos, sobretudo isolados (mesmo os heroicos) que atestarão a Evolução de uma criatura, mas seu comportamento constante e diuturno.


MARCOS diz que se alguém, desta geração "adúltera", isto é, que se tornou "infiel" a Deus, traindo-O por amar mais a matéria que o espírito, e "errada" na compreensão das grandes verdades, "se envergonhar" (ou seja "desafinar", não-sintonizar), também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier com a glória do Pai, em companhia de Seus mensageiros (anjos).


LUCAS repete as palavras de Marcos (menos a referência à Boa Nova), salientando, porém, que o Filho do Homem virá com Sua própria glória, com a glória do Pai, e com a glória dos santos mensageiros (anjos).


E finalmente o último versículo, em que só Mateus difere dos outros dois, os quais, no entanto, nos parecem mais conformes às palavras originais.


Afirma o Mestre "alguns dos aqui presentes" (eisin tines tõn hõde hestótõn), os quais não experimentar ão (literalmente: "não saborearão, ou mê geúsôntai) a morte, até que vejam o reino de Deus chegar com poder. Mateus em vez de "o reino de Deus", diz "o Filho do Homem", o que deu margem à expectativa da parusia (ver vol. 3), ainda para os indivíduos daquela geração.


Entretanto, não se trata aqui, de modo algum, de uma parusia escatológica (Paulo avisa aos tessalonicenses que não o aguardem "como se já estivesse perto"; cfr. 1. ª Tess. 2: lss), mas da descoberta e conquista do "reino de Deus DENTRO de cada um" (cfr. LC 17:21), prometido para alguns "dos ali presentes" para essa mesma encarnação.


A má interpretação provocou confusões. Os gnósticos (como Teodósio), João Crisóstomo, Teofilacto e outros - e modernamente o cardeal Billot, S. J. (cfr. "La Parousie", pág. 187), interpretam a "vinda na glória do Filho do Homem" como um prenúncio da Transfiguração; Cajetan diz ser a Ressurreição;


Godet acha que foi Pentecostes; todavia, os próprios discípulos de Jesus, contemporâneos dos fatos, não interpretaram assim, já que após a tudo terem assistido, inclusive ao Pentecostes, continuaram esperando, para aqueles próximos anos, essa vinda espetacular. Outros recuaram mais um pouco no tempo, e viram essa "vinda gloriosa" na destruição de Jerusalém, como "vingança" do Filho do Homem; isso, porém, desdiz o perdão que Ele mesmo pedira ao Pai pela ignorância de Seus algozes (D. Calmet, Knabenbauer, Schanz, Fillion, Prat, Huby, Lagrange); e outros a interpretaram como sendo a difusão do cristianismo entre os pagãos (Gregório Magno, Beda, Jansênio, Lamy).


Penetremos mais a fundo o sentido.


Na vida literária e artística, em geral, distinguimos nitidamente o "aluno" do "discípulo". Aluno é quem aprende com um professor; discípulo é quem segue a trilha antes perlustrada por um mestre. Só denominamos "discípulo" aquele que reproduz em suas obras a técnica, a "escola", o estilo, a interpretação, a vivência do mestre. Aristóteles foi aluno de Platão, mas não seu discípulo. Mas Platão, além de ter sido aluno de Sócrates, foi também seu discípulo. Essa distinção já era feita por Jesus há vinte séculos; ser Seu discípulo é segui-Lo, e não apenas "aprender" Suas lições.


Aqui podemos desdobrar os requisitos em quatro, para melhor explicação.


Primeiro: é necessário QUERER. Sem que o livre-arbítrio espontaneamente escolha e decida, não pode haver discipulato. Daí a importância que assume, no progresso espiritual, o aprendizado e o estudo, que não podem limitar-se a ouvir rápidas palavras, mas precisam ser sérios, contínuos e profundos.


Pois, na realidade, embora seja a intuição que ilumina o intelecto, se este não estiver preparado por meio do conhecimento e da compreensão, não poderá esclarecer a vontade, para que esta escolha e resolva pró ou contra.


O segundo é NEGAR-SE a si mesmo. Hoje, com a distinção que conhecemos entre o Espírito (individualidade) e a personagem terrena transitória (personalidade), a frase mais compreensível será: "negar a personagem", ou seja, renunciar aos desejos terrenos, conforme ensinou Sidarta Gotama, o Buddha.


Cientificamente poderíamos dizer: superar ou abafar a consciência atual, para deixar que prevaleça a super-consciência.


Essa linguagem, entretanto, seria incompreensível àquela época. Todavia, as palavras proferidas pelo Mestre são de meridiana clareza: "renunciar a si mesmo". Observando-se que, pelo atraso da humanidade, se acredita que o verdadeiro eu é a personagem, e que a consciência atual é a única, negar essa personagem e essa consciência exprime, no fundo, negar-se "a si mesmo". Diz, portanto, o Mestre: " esse eu, que vocês julgam ser o verdadeiro eu, precisa ser negado". Nada mais esclarece, já que não teria sido entendido pela humanidade de então. No entanto, aqueles que seguissem fielmente Sua lição, negando seu eu pequeno e transitório, descobririam, por si mesmos, automaticamente, em pouco tempo, o outro Eu, o verdadeiro, coisa que de fato ocorreu com muitos cristãos.


Talvez no início possa parecer, ao experimentado: desavisado, que esse Eu verdadeiro seja algo "externo".


Mas quando, por meio da evolução, for atingido o "Encontro Místico", e o Cristo Interno assumir a supremacia e o comando, ele verificará que esse Divino Amigo não é um TU desconhecido, mas antes constitui o EU REAL. Além disso, o Mestre não se satisfez com a explanação teórica verbal: exemplificou, negando o eu personalístico de "Jesus", até deixá-lo ser perseguido, preso, caluniado, torturado e assassinado. Que Lhe importava o eu pequeno? O Cristo era o verdadeiro Eu Profundo de Jesus (como de todos nós) e o Cristo, com a renúncia e negação do eu de Jesus, pode expandir-se e assumir totalmente o comando da personagem humana de Jesus, sendo, às vezes, difícil distinguir quando falava e agia "Jesus" e quando agia e falava "o Cristo". Por isso em vez de Jesus, temos nele O CRISTO, e a história o reconhece como "Jesus", O CRISTO", considerando-o como homem (Jesus) e Deus (Cristo).


Essa anulação do eu pequeno fez que a própria personagem fosse glorificada pela humildade, e o nome humano negado totalmente se elevasse acima de tudo, de tal forma que "ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na Terra e debaixo da terra" (Filp. 2:10).


Tudo isso provocou intermináveis discussões durante séculos, por parte dos que não conseguiram penetrar a realidade dos acontecimentos, caracterizados, então, de "mistério": são duas naturezas ou uma? Como se realizou a união hipostática? Teria a Divindade absorvido a humanidade?


Por que será que uma coisa tão clara terá ficado incompreendida por tantos luminares que trataram deste assunto? O Eu Profundo de todas as criaturas é o Deus Interno, que se manifestará em cada um exatamente na proporção em que este renunciar ao eu pequeno (personagem), para deixar campo livre à expressão do Cristo Interno Divino. Todos somos deuses (cfr. Salmo 81:6 e JO 10:34) se negarmos totalmente nosso eu pequeno (personagem humana), deixando livre expansão à manifestação do Cristo que em todos habita. Isso fez Jesus. Se a negação for absoluta e completa, poderemos dizer com Paulo que, nessa criatura, "habita a plenitude da Divindade" (CL 2:9). E a todos os que o fizerem, ser-lhes-á exaltado o nome acima de toda criação" (cfr. Filp. 2:5-11).


Quando isto tiver sido conseguido, a criatura "tomará sua cruz cada dia" (cada vez que ela se apresentar) e a sustentará galhardamente - quase diríamos triunfalmente - pois não mais será ela fonte de abatimentos e desânimos, mas constituirá o sofrimento-por-amor, a dor-alegria, já que é a "porta estreita" (MT 7:14) que conduzirá à felicidade total e infindável (cfr. Pietro Ubaldi, "Grande Síntese, cap. 81).


No entanto, dado o estágio atual da humanidade, a cruz que temos que carregar ainda é uma preparação para o "negar-se". São as dores físicas, as incompreensões morais, as torturas do resgate de carmas negativos mais ou menos pesados, em vista do emaranhado de situações aflitivas, das "montanhas" de dificuldades que se erguem, atravancando nossos caminhos, do sem-número de moléstias e percalços, do cortejo de calúnias e martírios inomináveis e inenarráveis.


Tudo terá que ser suportado - em qualquer plano - sem malsinar a sorte, sem desesperos, sem angústias, sem desfalecimentos nem revoltas, mas com aceitação plena e resignação ativa, e até com alegria no coração, com a mais sólida, viva e inabalável confiança no Cristo-que-é-nosso-Eu, no Deus-

Imanente, na Força-Universal-Inteligente e Boa, que nos vivifica e prepara, de dentro de nosso âmago mais profundo, a nossa ascensão real, até atingirmos TODOS, a "plena evolução crística" (EF 4:13).


A quarta condição do discipulato é também clara, não permitindo ambiguidade: SEGUI-LO. Observese a palavra escolhida com precisão. Poderia ter sido dito "imitá-Lo". Seria muito mais fraco. A imitação pode ser apenas parcial ou, pior ainda, ser simples macaqueação externa (usar cabelos compridos, barbas respeitáveis, vestes talares, gestos estudados), sem nenhuma ressonância interna.


Não. Não é imitá-Lo apenas, é SEGUI-LO. Segui-Lo passo a passo pela estrada evolutiva até atingir a meta final, o ápice, tal como Ele o FEZ: sem recuos, sem paradas, sem demoras pelo caminho, sem descanso, sem distrações, sem concessões, mas marchando direto ao alvo.


SEGUI-LO no AMOR, na DEDICAÇÃO, no SERVIÇO, no AUTO-SACRIFÍCIO, na HUMILDADE, na RENÚNCIA, para que de nós se possa afirmar como Dele foi feito: "fez bem todas as coisas" (MC 7. 37) e: "passou pela Terra fazendo o bem e curando" (AT 10:38).


Como Mestre de boa didática, não apresenta exigências sem dar as razões. Os versículos seguintes satisfazem a essa condição.


Aqui, como sempre, são empregados os termos filosóficos com absoluta precisão vocabular (elegantia), não deixando margem a qualquer dúvida. A palavra usada é psychê, e não pneuma; é alma e nã "espírito" (em adendo a este capítulo daremos a "constituição do homem" segundo o Novo Testamento).


A alma (psychê) é a personagem humana em seu conjunto de intelecto-emoções, excluído o corpo denso e as sensações do duplo etérico. Daí a definição da resposta 134 do "Livro dos Espíritos": "alma é o espírito encarnado", isto é, a personagem humana que habita no corpo denso.

Aí está, pois, a chave para a interpretação do "negue-se a si mesmo": esse eu, a alma, é a personagem que precisa ser negada, porque, quem não quiser fazê-lo, quem pretender preservar esse eu, essa alma, vai acabar perdendo-a, já que, ao desencarnar, estará com "as mãos vazias". Mas aquele que por causa do Cristo Interno - renunciar e perder essa personagem transitória, esse a encontrará melhorada (Mateus), esse a preservará da ruína (Marcos e Lucas).


E prossegue: que adiantará acumular todas as riquezas materiais do mundo, se a personalidade vai cair no vazio? Nada de material pode ser-lhe comparado. No entanto, se for negada, será exaltada sobre todas as coisas (cfr. o texto acima citado, Filp. 2:5-11).


Todas e qualquer evolução do Espírito é feita exclusivamente durante seu mergulho na carne (veja atrás). Só através das personagens humanas haverá ascensão espiritual, por meio do "ajustamento sintônico". Então, necessidade absoluta de consegui-lo, não "se envergonhando", isto é, não desafinando da tônica do Pai (Som) que tudo cria, governa e mantém. Enfrentar o mundo sem receio, sem" respeitos humanos", e saber recusá-lo também, para poder obter o Encontro Místico com o Cristo Interno. Se a criatura "se envergonha" e se retrai, (não sintoniza) não é possível conseguir o Contato Divino, e o Filho do Homem também a evitará ("se envergonhará" dessa criatura). Só poderá haver a" descida da graça" ou a unificação com o Cristo, "na glória (tônica) do Pai (Som-Verbo), na glória (tônica) do próprio Cristo (Eu Interno), na glória de todos os santos mensageiros", se houver a coragem inquebrantável de romper com tudo o que é material e terreno, apagando as sensações, liquidando as emoções, calando o intelecto, suplantando o próprio "espírito" encarnado, isto é, PERDENDO SUA ALMA: só então "a achará", unificada que estará com o Cristo, Nele mergulhada (batismo), "como a gota no oceano" (Bahá"u"lláh). Realmente, a gota se perde no oceano mas, inegavelmente, ao deixar de ser gota microscópica, ela se infinitiva e se eterniza tornando-se oceano...

Em Mateus é-nos dado outro aviso: ao entrar em contato com a criatura, esta "receberá de acordo com seu comportamento" (pláxin). De modo geral lemos nas traduções correntes "de acordo com suas obras". Mas isso daria muito fortemente a ideia de que o importante seria o que o homem FAZ, quando, na realidade, o que importa é o que o homem É: e a palavra comportamento exprime-o melhor que obras; ora, a palavra do original práxis tem um e outro sentido.


Evidentemente, cada ser só poderá receber de acordo com sua capacidade, embora todos devam ser cheios, replenos, com "medida sacudida e recalcada" (cfr. Lc. 5:38).


Mas há diferença de capacidade entre o cálice, o copo, a garrafa, o litro, o barril, o tonel... De acordo com a própria capacidade, com o nível evolutivo, com o comportamento de cada um, ser-lhe-á dado em abundância, além de toda medida. Figuremos uma corrente imensa, que jorra permanentemente luz e força, energia e calor. O convite é-nos feito para aproximar-nos e recolher quanto quisermos.


Acontece, porém, que cada um só recolherá conforme o tamanho do vasilhame que levar consigo.


Assim o Cristo Imanente e o Verbo Criador e Conservador SE DERRAMAM infinitamente. Mas nós, criaturas finitas, só recolheremos segundo nosso comportamento, segundo a medida de nossa capacidade.


Não há fórmulas mágicas, não há segredos iniciáticos, não peregrinações nem bênçãos de "mestres", não há sacramentos nem sacramentais, que adiantem neste terreno. Poderão, quando muito, servir como incentivo, como animação a progredir, mas por si, nada resolvem, já que não agem ex ópere operantis nem ex opere operatus, mas sim ex opere recipientis: a quantidade de recebimento estará de acordo com a capacidade de quem recebe, não com a grandeza de quem dá, nem com o ato de doação.


E pode obter-se o cálculo de capacidade de cada um, isto é, o degrau evolutivo em que se encontra no discipulato de Cristo, segundo as várias estimativas das condições exigidas:

a) - pela profundidade e sinceridade na renúncia ao eu personalístico, quando tudo é feito sem cogitar de firmar o próprio nome, sem atribuir qualquer êxito ao próprio merecimento (não com palavras, mas interiormente), colaborando com todos os "concorrentes", que estejam em idêntica senda evolutiva, embora nos contrariem as ideias pessoais, mas desde que sigam os ensinos de Cristo;


b) - pela resignação sem queixas, numa aceitação ativa, de todas as cruzes, que exprimam atos e palavras contra nós, maledicências e calúnias, sem respostas nem defesas, nem claras nem veladas (já nem queremos acenar à contra-ataques e vinganças).


c) - pelo acompanhar silencioso dos passos espirituais no caminho do auto-sacrifício por amor aos outros, pela dedicação integral e sem condições; no caminho da humildade real, sem convencimentos nem exterioridades; no caminho do serviço, sem exigências nem distinções; no caminho do amor, sem preferências nem limitações. O grau dessas qualidades, todas juntas, dará uma ideia do grau evolutivo da criatura.


Assim entendemos essas condições: ou tudo, à perfeição; ou pouco a pouco, conquistando uma de cada vez. Mas parado, ninguém ficará. Se não quiser ir espontaneamente, a dor o aguilhoará, empurrandoo para a frente de qualquer forma.


No entanto, uma promessa relativa à possibilidade desse caminho é feita claramente: "alguns dos que aqui estão presentes não experimentarão a morte até conseguirem isso". A promessa tanto vale para aquelas personagens de lá, naquela vida física, quanto para os Espíritos ali presentes, garantindo-selhes que não sofreriam queda espiritual (morte), mas que ascenderiam em linha reta, até atingir a meta final: o Encontro Sublime, na União mística absoluta e total.


Interessante a anotação de Marcos quando acrescenta: O "reino de Deus chegado em poder". Durante séculos se pensou no poder externo, a espetacularidade. Mas a palavra "en dynámei" expressa muito mais a força interna, o "dinamismo" do Espírito, a potencialidade crística a dinamizar a criatura em todos os planos.


O HOMEM NO NOVO TESTAMENTO


O Novo Testamento estabelece, com bastante clareza, a constituição DO HOMEM, dividindo o ser encarnado em seus vários planos vibratórios, concordando com toda a tradição iniciática da Índia e Tibet, da China, da Caldeia e Pérsia, do Egito e da Grécia. Embora não encontremos o assunto didaticamente esquematizado em seus elementos, o sentido filosófico transparece nítido dos vários termos e expressões empregados, ao serem nomeadas as partes constituintes do ser humano, ou seja, os vários níveis em que pode tornar-se consciente.


Algumas das palavras são acolhidas do vocabulário filosófico grego (ainda que, por vezes, com pequenas variações de sentido); outras são trazidas da tradição rabínica e talmúdica, do centro iniciático que era a Palestina, e que já entrevemos usadas no Antigo Testamento, sobretudo em suas obras mais recentes.


A CONCEPÇÃO DA DIVINDADE


Já vimos (vol, 1 e vol. 3 e seguintes), que DEUS, (ho théos) é apresentado, no Novo Testamento, como o ESPÍRITO SANTO (tò pneuma tò hágion), o qual se manifesta através do Pai (patêr) ou Lógos (Som Criador, Verbo), e do Filho Unigênito (ho hyiós monogenês), que é o Cristo Cósmico.


DEUS NO HOMEM


Antes de entrar na descrição da concepção do homem, no Novo Testamento, gostaríamos de deixar tem claro nosso pensamento a respeito da LOCALIZAÇÃO da Centelha Divina ou Mônada NO CORA ÇÃO, expressão que usaremos com frequência.


A Centelha (Partícula ou Mônada) é CONSIDERADA por nós como tal; mas, na realidade, ela não se separa do TODO (cfr. vol. 1); logo, ESTÁ NO TODO, e portanto É O TODO (cfr. JO 1:1).


O "TODO" está TODO em TODAS AS COISAS e em cada átomo de cada coisa (cfr. Agostinho, De Trin. 6, 6 e Tomás de Aquino, Summa Theologica, I, q. 8, art. 2, ad 3um; veja vol. 3, pág. 145).


Entretanto, os seres e as coisas acham-se limitados pela forma, pelo espaço, pelo tempo e pela massa; e por isso afirmamos que em cada ser há uma "centelha" ou "partícula" do TODO. No entanto, sendo o TODO infinito, não tem extensão; sendo eterno, é atemporal; sendo indivisível, não tem dimensão; sendo O ESPÍRITO, não tem volume; então, consequentemente, não pode repartir-se em centelhas nem em partículas, mas é, concomitantemente, TUDO EM TODAS AS COISAS (cfr. l. ª Cor. 12:6).


Concluindo: quando falamos em "Centelha Divina" e quando afirmamos que ela está localizada no coração, estamos usando expressões didáticas, para melhor compreensão do pensamento, dificílimo (quase impossível) de traduzir-se em palavras.


De fato, porém, a Divindade está TODA em cada célula do corpo, como em cada um dos átomos de todos os planos espirituais, astrais, físicos ou quaisquer outros que existam. Em nossos corpos físicos e astral, o coração é o órgão preparado para servir de ponto de contato com as vibrações divinas, através, no físico, do nó de Kait-Flake e His; então, didaticamente, dizemos que "o coração é a sede da Centelha Divina".


A CONCEPÇÃO DO HOMEM


O ser humano (ánthrôpos) é considerado como integrado por dois planos principais: a INDIVIDUALIDADE (pneuma) e a PERSONAGEM ou PERSONALIDADE; esta subdivide-se em dois: ALMA (psychê) e CORPO (sôma).


Mas, à semelhança da Divindade (cfr. GN 1:27), o Espírito humano (individualidade ou pneuma) possui tríplice manifestação: l. ª - a CENTELHA DIVINA, ou Cristo, partícula do pneuma hágion; essa centelha que é a fonte de todo o Espirito, está localizada e representada quase sempre por kardia (coração), a parte mais íntima e invisível, o âmago, o Eu Interno e Profundo, centro vital do homem;


2. ª - a MENTE ESPIRITUAL, parte integrante e inseparável da própria Centelha Divina. A Mente, em sua função criadora, é expressa por noús, e está também sediada no coração, sendo a emissora de pensamentos e intuições: a voz silenciosa da super-consciência;


3. ª - O ESPÍRITO, ou "individualização do Pensamento Universal". O "Espírito" propriamente dito, o pneuma, surge "simples e ignorante" (sem saber), e percorre toda a gama evolutiva através dos milênios, desde os mais remotos planos no Antissistema, até os mais elevados píncaros do Sistema (Pietro Ubaldi); no entanto, só recebe a designação de pneuma (Espírito) quando atinge o estágio hominal.


Esses três aspectos constituem, englobamente, na "Grande Síntese" de Pietro Ubaldi, o "ALPHA", o" espírito".


Realmente verificamos que, de acordo com GN 1:27, há correspondência perfeita nessa tríplice manifesta ção do homem com a de Deus: A - ao pneuma hágion (Espírito Santo) correspondente a invisível Centelha, habitante de kardía (coração), ponto de partida da existência;


B - ao patêr (Pai Criador, Verbo, Som Incriado), que é a Mente Divina, corresponde noús (a mente espiritual) que gera os pensamentos e cria a individualização de um ser;


C - Ao Filho Unigênito (Cristo Cósmico) corresponde o Espírito humano, ou Espírito Individualizado, filho da Partícula divina, (a qual constitui a essência ou EU PROFUNDO do homem); a individualidade é o EU que percorre toda a escala evolutiva, um Eu permanente através de todas as encarnações, que possui um NOME "escrito no livro da Vida", e que terminará UNIFICANDO-SE com o EU PROFUNDO ou Centelha Divina, novamente mergulhando no TODO. (Não cabe, aqui, discutir se nessa unificação esse EU perde a individualidade ou a conserva: isso é coisa que está tão infinitamente distante de nós no futuro, que se torna impossível perceber o que acontecerá).


No entanto, assim como Pneuma-Hágion, Patêr e Hyiós (Espírito-Santo, Pai e Filho) são apenas trê "aspectos" de UM SÓ SER INDIVISÍVEL, assim também Cristo-kardía, noús e pneuma (CristoSABEDORIA DO EVANGELHO coração, mente espiritual e Espírito) são somente três "aspectos" de UM SÓ SER INDIVÍVEL, de uma criatura humana.


ENCARNAÇÃO


Ao descer suas vibrações, a fim de poder apoiar-se na matéria, para novamente evoluir, o pneuma atinge primeiro o nível da energia (o BETA Ubaldiano), quando então a mente se "concretiza" no intelecto, se materializa no cérebro, se horizontaliza na personagem, começando sua "crucificação". Nesse ponto, o pneuma já passa a denominar-se psychê ou ALMA. Esta pode considerar-se sob dois aspectos primordiais: a diánoia (o intelecto) que é o "reflexo" da mente, e a psychê propriamente dita isto é, o CORPO ASTRAL, sede das emoções.


Num último passo em direção à matéria, na descida que lhe ajudará a posterior subida, atinge-se então o GAMA Ubaldiano, o estágio que o Novo Testamento designa com os vocábulos diábolos (adversário) e satanás (antagonista), que é o grande OPOSITOR do Espírito, porque é seu PÓLO NEGATIVO: a matéria, o Antissistema. Aí, na matéria, aparece o sôma (corpo), que também pode subdividir-se em: haima (sangue) que constitui o sistema vital ou duplo etérico e sárx (carne) que é a carapaça de células sólidas, último degrau da materialização do espírito.


COMPARAÇÃO


Vejamos se com um exemplo grosseiro nos faremos entender, não esquecendo que omnis comparatio claudicat.


Observemos o funcionamento do rádio. Há dois sistemas básicos: o transmissor (UM) e os receptores (milhares, separados uns dos outros).


Consideremos o transmissor sob três aspectos: A - a Força Potencial, capaz de transmitir;


B - a Antena Emissora, que produz as centelas;


C - a Onda Hertziana, produzida pelas centelhas.


Mal comparando, aí teríamos:

a) - o Espirito-Santo, Força e Luz dos Universos, o Potencial Infinito de Amor Concreto;


b) - o Pai, Verbo ou SOM, ação ativa de Amante, que produz a Vida


c) - o Filho, produto da ação (do Som), o Amado, ou seja, o Cristo Cósmico que permeia e impregna tudo.


Não esqueçamos que TUDO: atmosfera, matéria, seres e coisas, no raio de ação do transmissor, ficam permeados e impregnados em todos os seus átomos com as vibrações da onda hertziana, embora seja esta invisível e inaudível e insensível, com os sentidos desarmados; e que os três elementos (Força-
Antena e Onda) formam UM SÓ transmissor o Consideremos, agora, um receptor. Observaremos que a recepção é feita em três estágios:

a) - a captação da onda


b) - sua transformação


c) - sua exteriorização Na captação da onda, podemos distinguir - embora a operação seja uma só - os seguintes elementos: A - a onda hertziana, que permeia e impregna todos os átomos do aparelho receptor, mas que é captada realmente apenas pela antena;


B - o condensador variável, que estabelece a sintonia com a onda emitida pelo transmissor. Esses dois elementos constituem, de fato, C - o sistema RECEPTOR INDIVIDUAL de cada aparelho. Embora a onda hertziana seja UMA, emitida pelo transmissor, e impregne tudo (Cristo Cósmico), nós nos referimos a uma onda que entra no aparelho (Cristo Interno) e que, mesmo sendo perfeita; será recebida de acordo com a perfeição relativa da antena (coração) e do condensador variável (mente). Essa parte representaria, então, a individualidade, o EU PERFECTÍVEL (o Espírito).


Observemos, agora, o circuito interno do aparelho, sem entrar em pormenores, porque, como dissemos, a comparação é grosseira. Em linhas gerais vemos que a onda captada pelo sistema receptor propriamente dito, sofre modificações, quando passa pelo circuito retificador (que transforma a corrente alternada em contínua), e que representaria o intelecto que horizontaliza as ideias chegadas da mente), e o circuito amplificador, que aumenta a intensidade dos sinais (que seria o psiquismo ou emoções, próprias do corpo astral ou alma).


Uma vez assim modificada, a onda atinge, com suas vibrações, o alto-falante que vibra, reproduzindo os sinais que chegam do transmissor isto é, sentindo as pulsações da onda (seria o corpo vital ou duplo etérico, que nos dá as sensações); e finalmente a parte que dá sonoridade maior, ou seja, a caixa acústica ou móvel do aparelho (correspondente ao corpo físico de matéria densa).


Ora, quanto mais todos esses elementos forem perfeitos, tanto mais fiel e perfeito será a reprodução da onda original que penetrou no aparelho. E quanto menos perfeitos ou mais defeituosos os elementos, mais distorções sofrerá a onda, por vezes reproduzindo, em guinchos e roncos, uma melodia suave e delicada.


Cremos que, apesar de suas falhas naturais, esse exemplo dá a entender o funcionamento do homem, tal como conhecemos hoje, e tal como o vemos descrito em todas as doutrinas espiritualistas, inclusive

—veremos agora quiçá pela primeira vez - nos textos do Novo Testamento.


Antes das provas que traremos, o mais completas possível, vejamos um quadro sinóptico:
θεός DEUS
πνεϋµα άγιον Espírito Santo
λόγος Pai, Verbo, Som Criador
υίός - Χριστό CRISTO - Filho Unigênito
άνθρωπος HOMEM
иαρδία - Χριστ

ό CRISTO - coração (Centelha)


πνεϋµα νους mente individualidade
πνεϋµα Espírito
φυΧή διάγοια intelecto alma
φυΧή corpo astral personagem
σώµα αίµα sangue (Duplo) corpo
σάρ

ξ carne (Corpo)


A - O EMPREGO DAS PALAVRAS


Se apresentada pela primeira vez, como esta, uma teoria precisa ser amplamente documentada e comprovada, para que os estudiosos possam aprofundar o assunto, verificando sua realidade objetiva. Por isso, começaremos apresentando o emprego e a frequência dos termos supracitados, em todos os locais do Novo Testamento.


KARDÍA


Kardía expressa, desde Homero (Ilíada, 1. 225) até Platão (Timeu, 70 c) a sede das faculdades espirituais, da inteligência (ou mente) e dos sentimentos profundos e violentos (cfr. Ilíada, 21,441) podendo até, por vezes, confundir-se com as emoções (as quais, na realidade, são movimentos da psychê, e não propriamente de kardía). Jesus, porém, reiteradamente afirma que o coração é a fonte primeira em que nascem os pensamentos (diríamos a sede do Eu Profundo).


Com este último sentido, a palavra kardía aparece 112 vezes, sendo que uma vez (MT 12:40) em sentido figurado.


MT 5:8, MT 5:28; 6:21; 9:4; 11:29; 12:34 13-15(2x),19; 15:8,18,19; 18;35; 22;37; 24:48; MC 2:6, MC 2:8; 3:5;


4:15; 6;52; 7;6,19,21; 8:11; 11. 23; 12:30,33; LC 1:17, LC 1:51, LC 1:66; 2;19,35,51; 3:5; 5:22; 6:45; 8:12,15;


9:47; 10:27; 12:34; 16:15; 21:14,34; 24;25,32,38; JO 12:40(2x); 13:2; 14:1,27; 16:6,22 AT 2:26, AT 2:37, AT 2:46; AT 4:32; 5:3(2x); 7:23,39,51,54; 8;21,22; 11;23. 13:22; 14:17; 15:9; 16;14; 21:13; 28:27(2x);


RM 1:21, RM 1:24; 2:5,15,29; 5:5; 6:17; 8:27; 9:2; 10:1,6,8,9,10; 16:16; 1. ª Cor. 2:9; 4:5; 7:37; 14:25; 2. ª Cor. 1:22; 2:4; 3:2,3,15; 4:6; 5:12; 6:11; 7:3; 8:16; 9:7; GL 4:6; EF 1:18; EF 3:17; EF 4:18; EF 5:19; EF 6:5, EF 6:22;


Filp. 1:7; 4:7; CL 2:2; CL 3:15, CL 3:16, CL 3:22; CL 4:8; 1. ª Tess. 2:4,17; 3:13; 2. ª Tess. 2:17; 3:5; 1. ª Tim. 1:5; 2. ª Tim.


2:22; HB 3:8, HB 3:10, HB 3:12, HB 3:15; HB 4:7, HB 4:12; 8:10; 10:16,22; Tiago, 1:26; 3:14; 4:8; 5:5,8; 1. ª Pe. 1:22; 3:4,15; 2. ª Pe. 1:19; 2:15; 1; 1. ª JO 3;19,20(2x),21; AP 2:23; AP 17:17; AP 18:7.


NOÚS


Noús não é a "fonte", mas sim a faculdade de criar pensamentos, que é parte integrante e indivisível de kardía, onde tem sede. Já Anaxágoras (in Diógenes Laércio, livro 2. º, n. º 3) diz que noús (o Pensamento Universal Criador) é o "’princípio do movimento"; equipara, assim, noús a Lógos (Som, Palavra, Verbo): o primeiro impulsionador dos movimentos de rotação e translação da poeira cósmica, com isso dando origem aos átomos, os quais pelo sucessivo englobamento das unidades coletivas cada vez mais complexas, formaram os sistemas atômicos, moleculares e, daí subindo, os sistemas solares, gal áxicos, e os universos (cfr. vol. 3. º).


Noús é empregado 23 vezes com esse sentido: o produto de noús (mente) do pensamento (nóêma), usado 6 vezes (2. ª Cor. 2:11:3:14; 4:4; 10:5; 11:3; Filp. 4:7), e o verbo daí derivado, noeín, empregado

14 vezes (3), sendo que com absoluta clareza em João (João 12:40) quando escreve "compreender com o coração" (noêsôsin têi kardíai).


LC 24. 45; RM 1:28; RM 7:23, RM 7:25; 11:34; 12:2; 14. 5; l. ª Cor. 1. 10; 2:16:14:14,15,19; EF 4:17, EF 4:23; Filp.


4:7; CL 2:18; 2. ª Tess. 2. 2; 1. ª Tim. 6:5; 2. ª Tim. 3:8; TT 1:15;AP 13:18.


PNEUMA


Pneuma, o sopro ou Espírito, usado 354 vezes no N. T., toma diversos sentidos básicos: MT 15:17; MT 16:9, MT 16:11; 24:15; MC 7:18; MC 8:17; MC 13:14; JO 12:40; RM 1:20; EF 3:4, EF 3:20; 1. ª Tim. 1:7;


2. ª Tim. 2:7; HB 11:13

1. Pode tratar-se do ESPÍRITO, caracterizado como O SANTO, designando o Amor-Concreto, base e essência de tudo o que existe; seria o correspondente de Brahman, o Absoluto. Aparece com esse sentido, indiscutivelmente, 6 vezes (MT 12:31, MT 12:32; MC 3:29; LC 12:10; JO 4:24:1. ª Cor. 2:11).


Os outros aspectos de DEUS aparecem com as seguintes denominações:

a) - O PAI (ho patêr), quando exprime o segundo aspecto, de Criador, salientando-se a relação entre Deus e as criaturas, 223 vezes (1); mas, quando se trata do simples aspecto de Criador e Conservador da matéria, é usado 43 vezes (2) o vocábulo herdado da filosofia grega, ho lógos, ou seja, o Verbo, a Palavra que, ao proferir o Som Inaudível, movimenta a poeira cósmica, os átomos, as galáxias.


(1) MT 5:16, MT 5:45, MT 5:48; MT 6:1, MT 6:4, MT 6:6, MT 6:8,9,14,15,26,32; 7:11,21; 10:20,29,32,33; 11:25,27; 12:50; 13:43; 15:13; 16:17,27; 18:10,14,19,35; 20:23; 23:9; 24:36; 25:34:26:29,39,42,53; MC 8:25; MC 11:25, MC 11:32; MC 11:14:36; LC 2:49; LC 2:6:36;9:26;10:21,22;11:2,13;12:30,32;22:29,42;23:34,46;24:49;JO 1:14, JO 1:18; JO 1:2:16;3:35;4:21,23;5:1 7,18,19,20,21,22,23,26,36,37,43,45,46,27,32,37,40,44,45,46,57,65;8:18,19,27,28,38,41,42,49,54;10:1 5,17,18,19,25,29,30,32,35,38;11:41;12:26,27,28,49,50;13:1,3;14:2,6,7,8,9,10,11,13,16,20,21,24,26,28, 31,15:1,8,9,10,15,16,23,24,26;16:3,10,15,17,25,26,27,28,32;17:1,5,11,21,24,25; 18:11; 20:17,21;AT 1:4, AT 1:7; AT 1:2:33;Rom. 1:7;6:4;8:15;15:6;1. º Cor. 8:6; 13:2; 15:24; 2. º Cor. 1:2,3; 6:18; 11:31; Gól. 1:1,3,4; 4:6; EF 1:2, EF 1:3, EF 1:17; EF 2:18; EF 2:3:14; 4:6; 5:20; FP 1:2; FP 2:11; FP 4:20; CL 1:2, CL 1:3, CL 1:12:3:17; 1. 0 Teõs. 1:1,3; 3:11,13; 2° Tess. 1:1 2; : 2:16; 1. º Tim. 1:2; 2. º Tim. 1:2; TT 1:4; Flm. 3; HB 1:5; HB 12:9; Tiago 1:17, Tiago 1:27:3:9; 1° Pe. 1:2,3,17; 2. º Pe. 1:17, 1. º JO 1:2,3; 2:1,14,15,16, 22,23,24; 3:1; 4:14; 2. º JO 3,4,9; Jud. 9; AP 1:6; AP 2:28; AP 3:5, AP 3:21; 14:1. (2) MT 8:8; LC 7:7; JO 1:1, JO 1:14; 5:33; 8:31,37,43,51,52,55; 14:23,24; 15:20; 17:61417; 1. º Cor. 1:13; 2. º Cor. 5:19; GL 6:6; Filp. 2:6; Cor. 1:25; 3:16; 4:3; 1. º Tess. 1:6; 2. º Tess. 3:1; 2. º Tim. 2:9; Heb. : 12; 6:1; 7:28; 12:9; Tiago, 1:21,22,23; 1. ° Pe. 1:23; 2. º Pe. 3:5,7; 1. º JO 1:1,10; 2:5,7,14; AP 19:13.


b) - O FILHO UNIGÊNITO (ho hyiós monogenês), que caracteriza o CRISTO CÓSMICO, isto é, toda a criação englobadamente, que é, na realidade profunda, um dos aspectos da Divindade. Não se trata, como é claro, de panteísmo, já que a criação NÃO constitui a Divindade; mas, ao invés, há imanência (Monismo), pois a criação é UM DOS ASPECTOS, apenas, em que se transforma a Divindade. Esta, além da imanência no relativo, é transcendente como Absoluto; além da imanência no tempo, é transcendente como Eterno; além da imanência no finito, é transcendente como Infinito.


A expressão "Filho Unigênito" só é usada por João (1:14,18; 13:16,18 e 1. a JO 4:9). Em todos os demais passos é empregado o termo ho Christós, "O Ungido", ou melhor, "O Permeado pela Divindade", que pode exprimir tanto o CRISTO CÓSMICO que impregna tudo, quanto o CRISTO INTERNO, se o olhamos sob o ponto de vista da Centelha Divina no âmago da criatura.


Quando não é feita distinção nos aspectos manifestantes, o N. T. emprega o termo genérico ho theós Deus", precedido do artigo definido.


2. Além desse sentido, encontramos a palavra pneuma exprimindo o Espírito humano individualizado; essa individualização, que tem a classificação de pneuma, encontra-se a percorrer a trajetória de sua longa viagem, a construir sua própria evolução consciente, através da ascensão pelos planos vibratórios (energia e matéria) que ele anima em seu intérmino caminhar. Notemos, porém, que só recebe a denominação de pneuma (Espírito), quando atinge a individualização completa no estado hominal (cfr. A. Kardec, "Livro dos Espíritos", resp. 79: "Os Espíritos são a individualização do Princípio Inteligente, isto é, de noús).


Logicamente, portanto, podemos encontrar espíritos em muitos graus evolutivos, desde os mais ignorantes e atrasados (akátharton) e enfermos (ponêrón) até os mais evoluídos e santos (hágion).


Todas essas distinções são encontradas no N. T., sendo de notar-se que esse termo pneuma pode designar tanto o espírito encarnado quanto, ao lado de outros apelativos, o desencarnado.


Eis, na prática, o emprego da palavra pneuma no N. T. :

a) - pneuma como espírito encarnado (individualidade), 193 vezes: MT 1:18, MT 1:20; 3:11; 4:1; 5:3; 10:20; 26:41; 27:50; MC 1:8; MC 2:8; MC 8:12; MC 14:38; LC 1:47, LC 1:80; 3:16, 22; 8:55; 23:46; 24. 37, 39; JO 1:33; JO 3:5, JO 3:6(2x), 8; 4:23; 6:63; 7:39; 11:33; 13:21; 14:17, 26; 15:26; 16:13; 19-30, 20:22; AT 1:5, AT 1:8; 5:3; 32:7:59; 10:38; 11:12,16; 17:16; 18:25; 19:21; 20:22; RM 1:4, RM 1:9; 5:5; 8:2, 4, 5(2x), 6, 9(3x), 10, 11(2x),13, 14, 15(2x), 16(2x), 27; 9:1; 12:11; 14:17; 15:13, 16, 19, 30; 1° Cor. 2:4, 10(2x), 11, 12; 3:16; 5:3,4, 5; 6:11, 17, 19; 7:34, 40; 12:4, 7, 8(2x), 9(2x), 11, 13(2x); 14:2, 12, 14, 15(2x), 16:32; 15:45; 16:18; 2º Cor. 1:22; 2:13; 3:3, 6, 8, 17(2x), 18; 5:5; 6:6; 7:1, 13; 12:18; 13:13; GL 3:2, GL 3:3, GL 3:5; 4:6, 29; 5:5,16,17(2x), 18, 22, 25(2x1); 6:8(2x),18; EF 1:13, EF 1:17; 2:18, 22; 3:5, 16; 4:3, 4:23; 5:18; 6:17, 18; Philp. 1:19, 27; 2:1; 3:3; 4:23; CL 1:8; CL 2:5; 1º Tess. 1:5, 6; 4:8; 5:23; 2. º Tess. 2:13; 1. º Tim. 3:16; 4:22; 2. º Tim. 1:14; TT 3:5; HB 4:12, HB 6:4; HB 9:14; HB 10:29; HB 12:9; Tiago, 2:26:4:4; 1. º Pe. 1:2, 11, 12; 3:4, 18; 4:6,14; 1. º JO 3:24; JO 4:13; JO 5:6(2x),7; Jud. 19:20; AP 1:10; AP 4:2; AP 11:11.


b) - pneuma como espírito desencarnado:


I - evoluído ou puro, 107 vezes:


MT 3:16; MT 12:18, MT 12:28; 22:43; MC 1:10, MC 1:12; 12:36; 13. 11; LC 1:15, LC 1:16, LC 1:41, LC 1:67; 2:25, 27; 4:1, 14, 18; 10:21; 11:13; 12:12; JO 1:32; JO 3:34; AT 1:2, AT 1:16; 2:4(2x), 17, 18, 33(2x), 38; 4:8; 25, 31; 6:3, 10; 7:51, 55; 8:15, 17, 18, 19, 29, 39; 9:17, 31; 10:19, 44, 45, 47; 11:15, 24, 28; 13:2, 4, 9, 52; 15:8, 28; 16:6, 7; 19:1, 2, 6; 20:22, 28; 21:4, 11; 23:8, 9; 28:25; 1. º Cor. 12:3(2x), 10; 1. º Tess. 5:9; 2. º Tess. 2:2; 1. ° Tim. 4:1; HB 1:7, HB 1:14; 2:4; 3:7; 9:8; 10:15; 12:23; 2. º Pe. 1:21; 1. ° JO 4:1(2x), 2, 3, 6; AP 1:4; AP 2:7, AP 2:11, AP 2:17, AP 2:29; 3:1, 6, 13, 22; 4:5; 5:6; 14:13; 17:3:19. 10; 21. 10; 22:6, 17.


II - involuído ou não-purificado, 39 vezes:


MT 8:16; MT 10:1; MT 12:43, MT 12:45; MC 1:23, MC 1:27; 3:11, 30; 5:2, 8, 13; 6:7; 7:25; 9:19; LC 4:36; LC 6:18; LC 7:21; LC 8:2; LC 10:20; LC 11:24, LC 11:26; 13:11; AT 5:16; AT 8:7; AT 16:16, AT 19:12, AT 19:13, AT 19:15, AT 19:16; RM 11:8:1. ° Cor. 2:12; 2. º Cor. 11:4; EF 2:2; 1. º Pe. 3:19; 1. º JO 4:2, 6; AP 13:15; AP 16:13; AP 18:2.


c) - pneuma como "espírito" no sentido abstrato de "caráter", 7 vezes: (JO 6:63; RM 2:29; 1. ª Cor. 2:12:4:21:2. ª Cor. 4:13; GL 6:1 e GL 6:2. ª Tim. 1:7)


d) - pneuma no sentido de "sopro", 1 vez: 2. ª Tess. 2:8 Todavia, devemos acrescentar que o espírito fora da matéria recebia outros apelativo, conforme vimos (vol. 1) e que não é inútil recordar, citando os locais.


PHÁNTASMA, quando o espírito, corpo astral ou perispírito se torna visível; termo que, embora frequente entre os gregos, só aparece, no N. T., duas vezes (MT 14:26 e MC 6:49).

ÁGGELOS (Anjo), empregado 170 vezes, designa um espírito evoluído (embora nem sempre de categoria acima da humana); essa denominação específica que, no momento em que é citada, tal entidade seja de nível humano ou supra-humano - está executando uma tarefa especial, como encarrega de "dar uma mensagem", de "levar um recado" de seus superiores hierárquicos (geralmente dizendo-se "de Deus"): MT 1:20, MT 1:24; 2:9, 10, 13, 15, 19, 21; 4:6, 11; 8:26; 10:3, 7, 22; 11:10, 13; 12:7, 8, 9, 10, 11, 23; 13:39, 41, 49; 16:27; 18:10; 22:30; 24:31, 36; 25:31, 41; 26:53; 27:23; 28:2, 5; MC 1:2, MC 1:13; 8:38; 12:25; 13:27, 32; LC 1:11, LC 1:13, LC 1:18, LC 1:19, 26, 30, 34, 35, 38; 4:10, 11; 7:24, 27; 9:26, 52; 12:8; 16:22; 22:43; 24:23; JO 1:51; JO 12:29; JO 20:12 AT 5:19; AT 6:15; AT 7:30, AT 7:35, AT 7:38, AT 7:52; 12:15; 23:8, 9; RM 8:38; 1. ° Cor. 4:9; 6:3; 11:10; 13:1; 2. º Cor. 11:14; 12:7; GL 1:8; GL 3:19; GL 4:14; CL 2:18; 2. º Tess. 1:7; 1. ° Tim. 3:16; 5:21; HB 1:4, HB 1:5, HB 1:6, HB 1:7, 13; 2:2, 5, 7, 9, 16; 12:22; 13:2; Tiago 2:25; 1. º Pe. 1:4, 11; Jud. 6; AP 1:1, AP 1:20; 2:1, 8, 12, 18; 3:1, 5, 7, 9, 14; 5:2, 11; 7:1, 11; 8:2, 3, 4, 5, 6, 8, 10, 12, 13; 9:1, 11, 13, 14, 15; 10:1, 5, 7, 8, 9, 10; 11:15; 12:7, 9, 17; 14:6, 9, 10, 15, 17, 18, 19; 15:1, 6, 7, 8, 10; 16:1, 5; 17:1, 7; 18:1, 21; 19:17; 20:1; 21:9, 12, 17; 22:6, 8, 16. BEEZEBOUL, usado 7 vezes: (MT 7. 25; 12:24, 27; MC 3:22; LC 11:15, LC 11:18, LC 11:19) só nos Evangelhos, é uma designação de chefe" de falange, "cabeça" de espíritos involuído.


DAIMÔN (uma vez, em MT 8:31) ou DAIMÓNION, 55 vezes, refere-se sempre a um espírito familiar desencarnado, que ainda conserva sua personalidade humana mesmo além túmulo. Entre os gregos, esse termo designava quer o eu interno, quer o "guia". Já no N. T. essa palavra identifica sempre um espírito ainda não-esclarecido, não evoluído, preso à última encarnação terrena, cuja presença prejudica o encarnado ao qual esteja ligado; tanto assim que o termo "demoníaco" é, para Tiago, sinônimo de "personalístico", terreno, psíquico. "não é essa sabedoria que desce do alto, mas a terrena (epígeia), a personalista (psychike), a demoníaca (demoniôdês). (Tiago, 3:15)


MT 7:22; MT 9:33, MT 9:34; 12:24, 27, 28; 10:8; 11:18; 17:18; MC 1:34, MC 1:39; 3:15, 22; 6:13; 7:26, 29, 30; 9:38; 16:9, 17; LC 4:33, LC 4:35, LC 4:41; 7:33; 8:2, 27, 29, 30, 33, 35, 38; 9:1, 42, 49; 10:17; 11:14, 15, 18, 19, 20; 13:32; JO 7:2; JO 8:48, JO 8:49, JO 8:52; 10:20, 21; AT 17:18; 1. ª Cor. 10:20, 21; 1. º Tim. 4:1; Tiago 2:16; Apoc 9:20; 16:24 e 18:2.


Ao falar de desencarnados, aproveitemos para observar como era designado o fenômeno da psicofonia: I - quando se refere a uma obsessão, com o verbo daimonízesthai, que aparece 13 vezes (MT 4:24;


8:16, 28, 33; 9:32; 12:22; 15:22; Marc 1:32; 5:15, 16, 18; LC 8:36; JO 10:21, portanto, só empregado pelos evangelistas).


II - quando se refere a um espírito evoluído, encontramos as expressões:

• "cheio de um espírito (plêrês, LC 4:1; AT 6:3, AT 6:5; 7:55; 11:24 - portanto só empregado por Lucas);


• "encher-se" (pimplánai ou plêthein, LC 1:15, LC 1:41, LC 1:67; AT 2:4; AT 4:8, AT 4:31; 9:17; 13:19 - portanto, só usado por Lucas);


• "conturbar-se" (tarássein), JO 11:33 e JO 13:21).


Já deixamos bem claro (vol 1) que os termos satanás ("antagonista"), diábolos ("adversário") e peirázôn ("tentador") jamais se referem, no N. T., a espíritos desencarnados, mas expressam sempre "a matéria, e por conseguinte também a "personalidade", a personagem humana que, com seu intelecto vaidoso, se opõe, antagoniza e, como adversário natural do espírito, tenta-o (como escreveu Paulo: "a carne (matéria) luta contra o espírito e o espírito contra a carne", GL 5:17).


Esses termos aparecem: satanãs, 33 vezes (MT 4:10; MT 12:26; MT 16:23; MC 1:13; MC 3:23, MC 3:26; 4:15; 8:33; LC 10:18; LC 11:18; LC 13:16; LC 22:3; JO 13:27, JO 13:31; AT 5:3; AT 26:18; RM 16:20; 1. º Cor. 5:5; 7:5; 2. º Cor. 2:11; 11:14; 12:17; 1. ° Tess. 2:18; 2. º Tess. 2:9; 1. º Tim. 1:20; 5:15; AP 2:9, AP 2:13, AP 2:24; 3:9; 12:9; 20:2, 7); diábolos, 35 vezes (MT 4:1, MT 4:5, MT 4:8, MT 4:11; 13:39; 25:41; LC 4:2, LC 4:3, LC 4:6, LC 4:13; 8:12; JO 6:70; JO 8:44; JO 13:2; AT 10:38; AT 13:10; EF 4:27; EF 6:11; 1. º Tim. 3:6, 7, 11; 2. º Tim. 2:26; 3:3 TT 2:3; HB 2:14; Tiago, 4:7; 1. º Pe. 5:8; 1. º JO 3:8, 10; Jud. 9; AP 2:10; AP 12:9, AP 12:12; 20:2,10) e peirázôn, duas vezes (MT 4:3 e MT 4:1. ª Tess. 3:5).


DIÁNOIA


Diánoia exprime a faculdade de refletir (diá+noús), isto é, o raciocínio; é o intelecto que na matéria, reflete a mente espiritual (noús), projetando-se em "várias direções" (diá) no mesmo plano. Usado 12 vezes (MT 22:37; MC 12:30: LC 1:51; LC 10:27: EF 2:3; EF 4:18; CL 1:21; HB 8:10; HB 10:16; 1. ª Pe. 1:13; 2. ª Pe. 3:1; 1. ª JO 5:20) na forma diánoia; e na forma dianóêma (o pensamento) uma vez em LC 11:17. Como sinônimo de diánoia, encontramos, também, synesis (compreensão) 7 vezes (MC 12:33; LC 2:47; 1. ª Cor. 1:19; EF 3:4; CL 1:9 e CL 2:2; e 2. ª Tim. 2:7). Como veremos logo abaixo, diánoia é parte inerente da psychê, (alma).


PSYCHÊ


Psychê é a ALMA, isto é, o "espírito encarnado (cfr. A. Kardec, "Livro dos Espíritos", resp. 134: " alma é o espírito encarnado", resposta dada, evidentemente, por um "espírito" afeito à leitura do Novo Testamento).


A psychê era considerada pelos gregos como o atualmente chamado "corpo astral", já que era sede dos desejos e paixões, isto é, das emoções (cfr. Ésquilo, Persas, 841; Teócrito, 16:24; Xenofonte, Ciropedia, 6. 2. 28 e 33; Xen., Memoráveis de Sócrates, 1. 13:14; Píndaro, Olímpicas, 2. 125; Heródoto, 3. 14; Tucídides, 2. 40, etc.) . Mas psychê também incluía, segundo os gregos, a diánoia ou synesis, isto é, o intelecto (cfr. Heródoto, 5. 124; Sófocles, Édipo em Colona, 1207; Xenofonte, Hieron, 7. 12; Plat ão, Crátilo, 400 a).


No sentido de "espírito" (alma de mortos) foi usada por Homero (cfr. Ilíada 1. 3; 23. 65, 72, 100, 104;


Odisseia, 11. 207,213,222; 24. 14 etc.), mas esse sentido foi depressa abandonado, substituído por outros sinônimos (pnenma, eikôn, phántasma, skiá, daimôn, etc.) .


Psychê é empregado quase sempre no sentido de espírito preso à matéria (encarnado) ou seja, como sede da vida, e até como a própria vida humana, isto é, a personagem terrena (sede do intelecto e das emoções) em 92 passos: Mar. 2:20; 6:25; 10:28, 39; 11:29; 12:18; 16:25, 26; 20:28; 22:37; 26:38; MC 3:4; MC 8:35, MC 8:36, MC 8:37; 10:45; 12:30; 14:34; LC 1:46; LC 2:35; LC 6:9; LC 9:24(2x), 56; 10:27; 12:19, 20, 22, 23; 14:26; 17:33; 21:19; JO 10:11, JO 10:15, JO 10:17, JO 10:18, 24; 12:25, 27; 13:37, 38; 15:13; AT 2:27, AT 2:41, AT 2:43; 3:23; 4:32; 7:14; 14:2, 22; 15:24, 26; 20:10, 24; 27:10, 22, 37, 44; RM 2:9; RM 11:3; RM 13:1; RM 16:4; 1. º Cor. 15:45; 2. º Cor. 1:23; 12:15; EF 6:6; CL 3:23; Flp. 1:27; 2:30; 1. º Tess. 2:8; 5:23; HB 4:12; HB 6:19; HB 10:38, HB 10:39; 12:3; 13:17; Tiago 1:21; Tiago 5:20; 1. º Pe. 1:9, 22; 2:11, 25; 4:19; 2. º Pe. 2:8, 14; 1. º JO 3:16; 3. º JO 2; AP 12:11; AP 16:3; AP 18:13, AP 18:14.


Note-se, todavia, que no Apocalipse (6:9:8:9 e 20:4) o termo é aplicado aos desencarnados por morte violenta, por ainda conservarem, no além-túmulo, as características da última personagem terrena.


O adjetivo psychikós é empregado com o mesmo sentido de personalidade (l. ª Cor. 2:14; 15:44, 46; Tiago, 3:15; Jud. 19).


Os outros termos, que entre os gregos eram usados nesse sentido de "espírito desencarnado", o N. T.


não os emprega com essa interpretação, conforme pode ser verificado:

EIDOS (aparência) - LC 3:22; LC 9:29; JO 5:37; 2. ª Cor. 5:7; 1. ª Tess. 5:22.


EIDÔLON (ídolo) - AT 7:41; AT 15:20; RM 2:22; 1. ª Cor. 8:4, 7; 10:19; 12; 2; 2. ª Cor. 6:16; 1. ª Tess.


1:9; 1. ª JO 5:21; AP 9:20.


EIKÔN (imagem) - MT 22:20; MC 12:16; LC 20:24; RM 1:23; 1. ª Cor. 11:7; 15:49 (2x) ; 2. ª Cor. 3:18; 4:4; CL 1:5; CL 3:10; HB 10:11; AP 13:14; AP 14:2, AP 14:11; 15:2; 19 : 20; 20 : 4.


SKIÁ (sombra) - MT 4:16; MC 4:32; LC 1:79; AT 5:15; CL 2:17; HB 8:5; HB 10:1.


Também entre os gregos, desde Homero, havia a palavra thumós, que era tomada no sentido de alma encarnada". Teve ainda sentidos diversos, exprimindo "coração" quer como sede do intelecto, quer como sede das paixões. Fixou-se, entretanto, mais neste último sentido, e toda, as vezes que a deparamos no Novo Testamento é, parece, com o designativo "força". (Cfr. LC 4:28; AT 19:28; RM 2:8; 2. ª Cor. 12:20; GL 5:20; EF 4:31; CL 3:8; HB 11:27; AP 12:12; AP 14:8, AP 14:10, AP 14:19; 15:1, 7; 16:1, 19; 18:3 e 19:15)


SOMA


Soma exprime o corpo, geralmente o físico denso, que é subdividido em carne (sárx) e sangue (haima), ou seja, que compreende o físico denso e o duplo etérico (e aqui retificamos o que saiu publicado no vol. 1, onde dissemos que "sangue" representava o astral).


Já no N. T. encontramos uma antecipação da moderna qualificação de "corpos", atribuída aos planos ou níveis em que o homem pode tornar-se consciente. Paulo, por exemplo, emprega soma para os planos espirituais; ao distinguir os "corpos" celestes (sómata epouránia) dos "corpos" terrestres (sómata epígeia), ele emprega soma para o físico denso (em lugar de sárx), para o corpo astral (sôma psychikôn) e para o corpo espiritual (sôma pneumatikón) em 1. ª Cor. 15:40 e 44.


No N. T. soma é empregado ao todo 123 vezes, sendo 107 vezes no sentido de corpo físico-denso (material, unido ou não à psychê);


MT 5:29, MT 5:30; 6:22, 25; 10:28(2x); 26:12; 27:58, 59; MC 5:29; MC 14:8; MC 15:43; LC 11:34; LC 12:4, LC 12:22, LC 12:23; 17:37; 23:52, 55; 24:3, 23; JO 2:21; JO 19:31, JO 19:38, JO 19:40; 20:12; Aros. 9:40; RM 1:24; RM 4:19; RM 6:6, RM 6:12; 7:4, 24; 8:10, 11, 13, 23; 12:1, 4; 1. º Cor. 5:13; 6:13(2x), 20; 7:4(2x), 34; 9:27; 12:12(3x),14, 15(2x), 16 (2x), 17, 18, 19, 20, 22, 23, 24, 25; 13:3; 15:37, 38(2x) 40). 2. 0 Cor. 4:40; 5:610; 10:10; 12:2(2x); Gól. 6:17; EF 2:16; EF 5:23, EF 5:28; Ft. 3:21; CL 2:11, CL 2:23; 1. º Tess. 5:23; HB 10:5, HB 10:10, HB 10:22; 13:3, 11; Tiago 2:11, Tiago 2:26; 3:2, 3, 6; 1. º Pe. 2:24; Jud. 9; AP 18:13. Três vezes como "corpo astral" (MT 27:42; 1. ª Cor. 15:14, duas vezes); duas vezes como "corpo espiritual" (1. º Cor. 15:41); e onze vezes com sentido simbólico, referindo-se ao pão, tomado como símbolo do corpo de Cristo (MT 26:26; MC 14:22; LC 22:19; RM 12:5; 1. ª Cor. 6:15; 10:16, 17; 11:24; 12:13, 27; EF 1:23; EF 4:4, EF 4:12, EF 4:16; Filp. 1:20; CL 1:18, CL 1:22; 2:17; 3:15).


HAIMA


Haima, o sangue, exprime, como vimos, o corpo vital, isto é, a parte que dá vitalização à carne (sárx), a qual, sem o sangue, é simples cadáver.


O sangue era considerado uma entidade a parte, representando o que hoje chamamos "duplo etérico" ou "corpo vital". Baste-nos, como confirmação, recordar que o Antigo Testamento define o sangue como "a alma de toda carne" (LV 17:11-14). Suma importância, por isso, é atribuída ao derramamento de sangue, que exprime privação da "vida", e representa quer o sacrifício em resgate de erros e crimes, quer o testemunho de uma verdade.


A palavra é assim usada no N. T. :

a) - sangue de vítimas (HB 9:7, HB 9:12, HB 9:13, HB 9:18, 19, 20, 21, 22, 25; 10:4; 11:28; 13:11). Observe-se que só nessa carta há preocupação com esse aspecto;


b) - sangue de Jesus, quer literalmente (MT 27:4, MT 27:6, MT 27:24, MT 27:25; LC 22:20; JO 19:34; AT 5:28; AT 20:28; RM 5:25; RM 5:9; EF 1:7; EF 2:13; CL 1:20; HB 9:14; HB 10:19, HB 10:29; 12:24; 13:12, 20; 1. ª Pe. 1:2,19; 1. ª JO 1:7; 5:6, 8; AP 1:5; AP 5:9; AP 7:14; AP 12:11); quer simbolicamente, quando se refere ao vinho, como símbolo do sangue de Cristo (MT 26:28; MC 14:24; JO 6:53, JO 6:54, JO 6:55, JO 6:56; 1. ª Cor. 10:16; 11:25, 27).


c) - o sangue derramado como testemunho de uma verdade (MT 23:30, MT 23:35; 27:4; LC 13:1; AT 1:9; AT 18:6; AT 20:26; AT 22:20; RM 3:15; HB 12:4; AP 6:10; 14,: 20; 16:6; 17:6; 19:2, 13).


d) - ou em circunstâncias várias (MC 5:25, MC 5:29; 16:7; LC 22:44; JO 1:13; AT 2:19, AT 2:20; 15:20, 29; 17:26; 21:25; 1. ª Cor. 15:50; GL 1:16; EF 6:12; HB 2:14; AP 6:12; AP 8:7; AP 15:3, AP 15:4; 11:6).


SÁRX


Sárx é a carne, expressão do elemento mais grosseiro do homem, embora essa palavra substitua, muitas vezes, o complexo soma, ou seja, se entenda, com esse termo, ao mesmo tempo "carne" e "sangue".


Apesar de ter sido empregada simbolicamente por Jesus (JO 6:51, JO 6:52, JO 6:53, JO 6:54, 55 e 56), seu uso é mais literal em todo o resto do N. T., em 120 outros locais: MT 19:56; MT 24:22; MT 26:41; MC 10:8; MC 13:20; MC 14:38; LC 3:6; LC 24:39; JO 1:14; JO 3:6(2x); 6:63; 8:15; 17:2; AT 2:7, AT 2:26, AT 2:31; RM 1:3; RM 2:28; RM 3:20; RM 4:1; RM 6:19; RM 7:5, RM 7:18, RM 7:25; 8:3, 4(2x), 5(2x), 6, 7, 8, 9, 13(2x); 9:358; 11:14; 13:14; 1. º Cor. 1:2629; 5:5; 6:16; 7:28;10:18; 15:39(2x),50; 2. º Cor. 1:17; 4:11; 5:16; 7:1,5; 10:2,3(2x); 1:18; 12:7; GL 2:16, GL 2:20; 3:3; 4:13, 14, 23; 5:13, 16, 17, 19, 24; 6:8(2x), 12, 13; EF 2:3, EF 2:11, EF 2:14; 5:29, 30, 31; 6:5; CL 1:22, CL 1:24; 2:1, 5, 11, 13, 18, 23; 3:22, 24; 3:34; 1. º Tim. 3:6; Flm. 16; HB 5:7; HB 9:10, HB 9:13; 10:20; 12:9; Tiago 5:3; 1. º Pe. 1:24; 3;18, 21; 4:1, 2, 6; 2. º Pe. 2:10, 18; 1. º JO 2:16; 4:2; 2. º JO 7; Jud. 7, 8, 23; AP 17:16; AP 19:21.


B - TEXTOS COMPROBATÓRIOS


Respiguemos, agora, alguns trechos do N. T., a fim de comprovar nossas conclusões a respeito desta nova teoria.


Comecemos pela distinção que fazemos entre individualidade (ou Espírito) e a personagem transitória humana.


INDIVIDUALIDADE- PERSONAGEM


Encontramos essa distinção explicitamente ensinada por Paulo (l. ª Cor. 15:35-50) que classifica a individualidade entre os "corpos celestiais" (sómata epouránia), isto é, de origem espiritual; e a personagem terrena entre os "corpos terrenos" (sómata epígeia), ou seja, que têm sua origem no próprio planeta Terra, de onde tiram seus elementos constitutivos (físicos e químicos). Logo a seguir, Paulo torna mais claro seu pensamento, denominando a individualidade de "corpo espiritual" (sôma pneumatikón) e a personagem humana de "corpo psíquico" (sôma psychikón). Com absoluta nitidez, afirma que a individualidade é o "Espírito vivificante" (pneuma zoopioún), porque dá vida; e que a personagem, no plano já da energia, é a "alma que vive" (psychê zôsan), pois recebe vida do Espírito que lhe constitui a essência profunda.


Entretanto, para evitar dúvidas ou más interpretações quanto ao sentido ascensional da evolução, assevera taxativamente que o desenvolvimento começa com a personalidade (alma vivente) e só depois que esta se desenvolve, é que pode atingir-se o desabrochar da individualidade (Espírito vivificante).


Temos, pois, bem estabelecida a diferença fundamental, ensinada no N. T., entre psychê (alma) e pneuma (Espírito).


Mas há outros passos em que esses dois elementos são claramente distinguidos:

1) No Cântico de Maria (LC 1:46) sentimos a diferença nas palavras "Minha alma (psychê) engrandece o Senhor e meu Espírito (pneuma) se alegra em Deus meu Salvador".


2) Paulo (Filp. 1:27) recomenda que os cristãos tenham "um só Espírito (pneuma) e uma só alma (psychê), distinção desnecessária, se não expressassem essas palavras coisas diferentes.


3) Ainda Paulo (l. ª Tess. 5:23) faz votos que os fiéis "sejam santificados e guardados no Espírito (pneuma) na alma (psychê) e no corpo (sôma)", deixando bem estabelecida a tríade que assinalamos desde o início.


4) Mais claro ainda é o autor da Carta dos Hebreus (quer seja Paulo Apolo ou Clemente Romano), ao


. utilizar-se de uma expressão sintomática, que diz: "o Logos Divino é Vivo, Eficaz; e mais penetrante que qualquer espada, atingindo até a divisão entre o Espirito (pneuma) e a alma (psychê)" (HB 4:12); aí não há discussão: existe realmente uma divisão entre espírito e alma.


5) Comparando, ainda, a personagem (psiquismo) com a individualidade Paulo afirma que "fala não palavras aprendidas pela sabedoria humana, mas aprendidas do Espírito (divino), comparando as coisas espirituais com as espirituais"; e acrescenta, como esclarecimento e razão: "o homem psíquico (ho ánthrôpos psychikós, isto é, a personagem intelectualizada) não percebe as coisas do Espírito Divino: são tolices para ele, e não pode compreender o que é discernido espiritualmente; mas o homem espiritual (ho ánthrôpos pneumatikós, ou, seja, a individualidade) discerne tudo, embora não seja discernido por ninguém" (1. ª Cor. 2:13-15).


Portanto, não há dúvida de que o N. T. aceita os dois aspectos do "homem": a parte espiritual, a tríade superior ou individualidade (ánthrôpos pneumatikós) e a parte psíquica, o quaternário inferior ou personalidade ou personagem (ánthrôpos psychikós).


O CORPO


Penetremos, agora, numa especificação maior, observando o emprego da palavra soma (corpo), em seu complexo carne-sangue, já que, em vários passos, não só o termo sárx é usado em lugar de soma, como também o adjetivo sarkikós (ou sarkínos) se refere, como parte externa visível, a toda a personagem, ou seja, ao espírito encarnado e preso à matéria; e isto sobretudo naqueles que, por seu atraso, ainda acreditam que seu verdadeiro eu é o complexo físico, já que nem percebem sua essência espiritual.


Paulo, por exemplo, justifica-se de não escrever aos coríntios lições mais sublimes, porque não pode falar-lhes como a "espirituais" (pnenmatikoí, criaturas que, mesmo encarnadas, já vivem na individualidade), mas só como a "carnais" (sarkínoi, que vivem só na personagem). Como a crianças em Cristo (isto é, como a principiantes no processo do conhecimento crístico), dando-lhes leite a beber, não comida, pois ainda não na podem suportar; "e nem agora o posso, acrescenta ele, pois ainda sois carnais" (1. ª Cor. 3:1-2).


Dessa forma, todos os que se encontram na fase em que domina a personagem terrena são descritos por Paulo como não percebendo o Espírito: "os que são segundo a carne, pensam segundo a carne", em oposição aos "que são segundo o espírito, que pensam segundo o espírito". Logo a seguir define a "sabedoria da carne como morte, enquanto a sabedoria do Espírito é Vida e Paz" (Rom, 8:5-6).


Essa distinção também foi afirmada por Jesus, quando disse que "o espírito está pronto (no sentido de" disposto"), mas a carne é fraca" (MT 26:41; MC 14:38). Talvez por isso o autor da Carta aos Hebreus escreveu, ao lembrar-se quiçá desse episódio, que Jesus "nos dias de sua carne (quando encarnado), oferecendo preces e súplicas com grande clamor e lágrimas Àquele que podia livrá-lo da morte, foi ouvido por causa de sua devoção e, não obstante ser Filho de Deus (o mais elevado grau do adeptado, cfr. vol. 1), aprendeu a obediência por meio das coisas que sofreu" (Heb, 5:7-8).


Ora, sendo assim fraca e medrosa a personagem humana, sempre tendente para o mal como expoente típico do Antissistema, Paulo tem o cuidado de avisar que "não devemos submeter-nos aos desejos da carne", pois esta antagoniza o Espírito (isto é constitui seu adversário ou diábolos). Aconselha, então que não se faça o que ela deseja, e conforta os "que são do Espírito", assegurando-lhes que, embora vivam na personalidade, "não estão sob a lei" (GL 5:16-18). A razão é dada em outro passo: "O Senhor é Espírito: onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade" (2. ª Cor. 3:17).


Segundo o autor da Carta aos Hebreus, esta foi uma das finalidades da encarnação de Jesus: livrar a personagem humana do medo da morte. E neste trecho confirma as palavras do Mestre a Nicodemos: "o que nasce de carne é carne" (JO 3:6), esclarecendo, ao mesmo tempo, no campo da psicobiologia, (o problema da hereditariedade: dos pais, os filhos só herdam a carne e o sangue (corpo físico e duplo etérico), já que a psychê é herdeira do pneuma ("o que nasce de espírito, é espírito", João, ibidem). Escreve, então: "como os filhos têm a mesma natureza (kekoinônêken) na carne e no sangue, assim ele (Jesus) participou da carne e do sangue para que, por sua morte, destruísse o adversário (diábolos, a matéria), o qual possui o império da morte, a fim de libertá-las (as criaturas), já que durante toda a vida elas estavam sujeitas ao medo da morte" (HB 2:14).


Ainda no setor da morte, Jesus confirma, mais uma vez, a oposição corpo-alma: "não temais os que matam o corpo: temei o que pode matar a alma (psychê) e o corpo (sôma)" (MT 10:28). Note-se, mais uma vez, a precisão (elegantia) vocabular de Jesus, que não fala em pneuma, que é indestrutível, mas em psychê, ou seja, o corpo astral sujeito a estragos e até morte.


Interessante observar que alguns capítulos adiante, o mesmo evangelista (MT 27:52) usa o termo soma para designar o corpo astral ou perispírito: "e muitos corpos dos santos que dormiam, despertaram".


Refere-se ao choque terrível da desencarnação de Jesus, que foi tão violento no plano astral, que despertou os desencarnados que se encontravam adormecidos e talvez ainda presos aos seus cadáveres, na hibernação dos que desencarnam despreparados. E como era natural, ao despertarem, dirigiram-se para suas casas, tendo sido percebidos pelos videntes.


Há um texto de Paulo que nos deixa em suspenso, sem distinguirmos se ele se refere ao corpo físico (carne) ou ao psíquico (astral): "conheço um homem em Cristo (uma individualidade já cristificada) que há catorze anos - se no corpo (en sômai) não sei, se fora do corpo (ektòs sômatos) não sei: Deus

sabe foi raptado ao terceiro céu" (l. ª Cor. 12:2). É uma confissão de êxtase (ou talvez de "encontro"?), em que o próprio experimentador se declara inapto a distinguir se se tratava de um movimento puramente espiritual (fora do corpo), ou se tivera a participação do corpo psíquico (astral); nem pode verificar se todo o processo se realizou com pneuma e psychê dentro ou fora do corpo.


Entretanto, de uma coisa ele tem certeza absoluta: a parte inferior do homem, a carne e o sangue, esses não participaram do processo. Essa certeza é tão forte, que ele pode ensinar taxativamente e sem titubeios, que o físico denso e o duplo etérico não se unificam com a Centelha Divina, não "entram no reino dos céus", sendo esta uma faculdade apenas de pneuma, e, no máximo, de psychê. E ele o diz com ênfase: "isto eu vos digo, irmãos, que a carne (sárx) e o sangue (haima) NÃO PODEM possuir o reino de Deus" (l. ª Cor. 15:50). Note-se que essa afirmativa é uma negação violenta do "dogma" da ressurreição da carne.


ALMA


Num plano mais elevado, vejamos o que nos diz o N. T. a respeito da psychê e da diánoia, isto é, da alma e do intelecto a esta inerente como um de seus aspectos.


Como a carne é, na realidade dos fatos, incapaz de vontades e desejos, que provêm do intelecto, Paulo afirma que "outrora andávamos nos desejos de nossa carne", esclarecendo, porém, que fazíamos "a vontade da carne (sárx) e do intelecto (diánoia)" (EF 2:3). De fato "o afastamento e a inimizade entre Espírito e corpo surgem por meio do intelecto" (CL 1. 21).


A distinção entre intelecto (faculdade de refletir, existente na personagem) e mente (faculdade inerente ao coração, que cria os pensamentos) pode parecer sutil, mas já era feita na antiguidade, e Jerem ías escreveu que YHWH "dá suas leis ao intelecto (diánoia), mas as escreve no coração" (JR 31:33, citado certo em HB 8:10, e com os termos invertidos em HB 10:16). Aí bem se diversificam as funções: o intelecto recebe a dádiva, refletindo-a do coração, onde ela está gravada.


Realmente a psychê corresponde ao corpo astral, sede das emoções. Embora alguns textos no N. T.


atribuam emoções a kardía, Jesus deixou claro que só a psychê é atingível pelas angústias e aflições, asseverando: "minha alma (psychê) está perturbada" (MT 26:38; MC 14:34; JO 12:27). Jesus não fala em kardía nem em pneuma.


A MENTE


Noús é a MENTE ESPIRITUAL, a individualizadora de pneuma, e parte integrante ou aspecto de kardía. E Paulo, ao salientar a necessidade de revestir-nos do Homem Novo (de passar a viver na individualidade) ordena que "nos renovemos no Espírito de nossa Mente" (EF 4:23-24), e não do intelecto, que é personalista e divisionário.


E ao destacar a luta entre a individualidade e a personagem encarnada, sublinha que "vê outra lei em seus membros (corpo) que se opõem à lei de sua mente (noús), e o aprisiona na lei do erro que existe em seus membros" (RM 7:23).


A mente espiritual, e só ela, pode entender a sabedoria do Cristo; e este não se dirige ao intelecto para obter a compreensão dos discípulos: "e então abriu-lhes a mente (noún) para que compreendessem as Escrituras" (LC 24:45). Até então, durante a viagem (bastante longa) ia conversando com os "discípulos de Emaús". falando-lhes ao intelecto e provando-lhes que o Filho do Homem tinha que sofrer; mas eles não O reconheceram. Mas quando lhes abriu a MENTE, imediatamente eles perceberam o Cristo.


Essa mente é, sem dúvida, um aspecto de kardía. Isaías escreveu: "então (YHWH) cegou-lhes os olhos (intelecto) e endureceu-lhes o coração, para que não vissem (intelectualmente) nem compreendessem com o coração" (IS 6:9; citado por JO 12:40).


O CORAÇÃO


Que o coração é a fonte dos pensamentos, nós o encontramos repetido à exaustão; por exemplo: MT 12:34; MT 15:18, MT 15:19; Marc 7:18; 18:23; LC 6:45; LC 9:47; etc.


Ora, se o termo CORAÇÃO exprime, límpida e indiscutivelmente, a fonte primeira do SER, o "quarto fechado" onde o "Pai vê no secreto" MT 6:6), logicamente se deduz que aí reside a Centelha Divina, a Partícula de pneuma, o CRISTO (Filho Unigênito), que é UNO com o Pai, que também, consequentemente, aí reside. E portanto, aí também está o Espírito-Santo, o Espírito-Amor, DEUS, de que nosso Eu é uma partícula não desprendida.


Razão nos assiste, então, quando escrevemos (vol. 1 e vol. 3) que o "reino de Deus" ou "reino dos céus" ou "o céu", exprime exatamente o CORAÇÃO; e entrar no reino dos céus é penetrar, é MERGULHAR (batismo) no âmago de nosso próprio EU. É ser UM com o CRISTO, tal como o CRISTO é UM com o PAI (cfr. JO 10. 30; 17:21,22, 23).


Sendo esta parte a mais importante para a nossa tese, dividamo-la em três seções:

a) - Deus ou o Espírito Santo habitam DENTRO DE nós;


b) - CRISTO, o Filho (UNO com o Pai) também está DENTRO de nós, constituindo NOSSA ESSÊNCIA PROFUNDA;


c) - o local exato em que se encontra o Cristo é o CORAÇÃO, e nossa meta, durante a encarnação, é CRISTIFICAR-NOS, alcançando a evolução crística e unificando-nos com Ele.


a) -


A expressão "dentro de" pode ser dada em grego pela preposição ENTOS que encontramos clara em LC (LC 17:21), quando afirma que "o reino de Deus está DENTRO DE VÓS" (entòs humin); mas tamb ém a mesma ideia é expressa pela preposição EN (latim in, português em): se a água está na (EM A) garrafa ou no (EM O) copo, é porque está DENTRO desses recipientes. Não pode haver dúvida. Recordese o que escrevemos (vol. 1): "o Logos se fez carne e fez sua residência DENTRO DE NÓS" (JO 1:14).


Paulo é categórico em suas afirmativas: "Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito Santo habita dentro de vós" (1. ª Cor. 3:16).


Οΰи οίδατε ότι ναός θεοϋ έστε иαί τό πνεϋµα τοϋ θεοϋ έν ϋµϊν οίиεί;

E mais: "E não sabeis que vosso corpo é o templo do Espírito Santo que está dentro de vós, o qual recebestes de Deus, e não pertenceis a vós mesmos? Na verdade, fostes comprados por alto preço. Glorificai e TRAZEI DEUS EM VOSSO CORPO" (1. ª Cor. 6:19-20).


Esse Espírito Santo, que é a Centelha do Espírito Universal, é, por isso mesmo, idêntico em todos: "há muitas operações, mas UM só Deus, que OPERA TUDO DENTRO DE TODAS AS COISAS; ... Todas essas coisas opera o único e mesmo Espírito; ... Então, em UM Espírito todos nós fomos MERGULHADOS en: UMA carne, judeus e gentios, livres ou escravos" (1. ª Cor. 12:6, 11, 13).


Καί διαιρέσεις ένεργηµάτων είσιν, ό δέ αύτός θεός ό ένεργών τα πάντα έν πάσιν... Дάντα δέ ταύτα ένεργεί τό έν иαί τό αύτό πνεύµα... Кαί γάρ έν ένί πνεύµατι ήµείς πάντες είς έν σώµα έβαπτίσθηµεν,
είτε ̉Ιουδαίοι εϊτε έλληνες, είτε δούλοι, εϊτε έλεύθεροι.
Mais ainda: "Então já não sois hóspedes e estrangeiros, mas sois concidadãos dos santos e familiares de Deus, superedificados sobre o fundamento dos Enviados e dos Profetas, sendo a própria pedra angular máxima Cristo Jesus: em Quem toda edificação cresce no templo santo no Senhor, no Qual tamb ém vós estais edificados como HABITAÇÃO DE DEUS NO ESPÍRITO" (EF 2:19-22). " Αρα ούν ούиέτι έστε ζένοι иαί πάροιиοι, άλλά έστε συµπολίται τών άγίων иαί οίиείοι τού θεού,
έποιиοδοµηθέντες έπί τώ θεµελίω τών άποστόλων иαί προφητών, όντος άиρογωνιαίου αύτού Χριστόύ
#cite Іησού, έν ώ πάσα οίиοδοµή συναρµολογουµένη αύζει είς ναόν άγιον έν иυρίώ, έν ώ иαί ύµείς
συνοιиοδοµείσθε είς иατοιиητήεριον τού θεού έν πνεµατ

ι.


Se Deus habita DENTRO do homem e das coisas quem os despreza, despreza a Deus: "quem despreza estas coisas, não despreza homens, mas a Deus, que também deu seu Espírito Santo em vós" (1. ª Tess. 4:8).


Тοιγαρούν ό άθετών ούи άνθρωπον άθετεί, άλλά τόν θεόν τόν иαί διδόντα τό πνεύµα αύτού τό άγιον είς ύµάς.

E a consciência dessa realidade era soberana em Paulo: "Guardei o bom depósito, pelo Espírito Santo que habita DENTRO DE NÓS" (2. ª Tim. 1:14). (20)


Тήν иαλήν παραθήиην φύλαζον διά πνεύµατος άγίου τού ένοιиούντος έν ήµϊ

ν.


João dá seu testemunho: "Ninguém jamais viu Deus. Se nos amarmos reciprocamente, Deus permanecer á DENTRO DE NÓS, e o Amor Dele, dentro de nós, será perfeito (ou completo). Nisto sabemos que permaneceremos Nele e Ele em nós, porque DE SEU ESPÍRITO deu a nós" (1. ª JO 4:12-13).


θεόν ούδείς πώποτε τεθέαται: έάν άγαπώµεν άλλήλους, ό θεός έν ήµϊν µένει, иαί ή άγάπη αύτοϋ τε-
τελειωµένη έν ήµϊν έστιν. Εν τουτω γινώσиοµεν ότι έν αύτώ µένοµεν иαί αύτός έν ήµϊν, ότι έи τοϋ
πνεύµατος αύτοϋ δέδώиεν ήµϊ

ν.


b) -


Vejamos agora os textos que especificam melhor ser o CRISTO (Filho) que, DENTRO DE NÓS. constitui a essência profunda de nosso ser. Não é mais uma indicação de que TEMOS a Divindade em nós, mas um ensino concreto de que SOMOS uma partícula da Divindade. Escreve Paulo: "Não sabeis que CRISTO (Jesus) está DENTRO DE VÓS"? (2. ª Cor. 13:5). E, passando àquela teoria belíssima de que formamos todos um corpo só, cuja cabeça é Cristo, ensina Paulo: "Vós sois o CORPO de Cristo, e membros de seus membros" (l. ª Cor. 12:27). Esse mesmo Cristo precisa manifestar-se em nós, através de nós: "vossa vida está escondida COM CRISTO em Deus; quando Cristo se manifestar, vós também vos manifestareis em substância" (CL 3:3-4).


E logo adiante insiste: "Despojai-vos do velho homem com seus atos (das personagens terrenas com seus divisionismos egoístas) e vesti o novo, aquele que se renova no conhecimento, segundo a imagem de Quem o criou, onde (na individualidade) não há gentio nem judeu, circuncidado ou incircunciso, bárbaro ou cita, escravo ou livre, mas TUDO e EM TODOS, CRISTO" (CL 3:9-11).


A personagem é mortal, vivendo a alma por efeito do Espírito vivificante que nela existe: "Como em Adão (personagem) todos morrem, assim em CRISTO (individualidade, Espírito vivificante) todos são vivificados" (1. ª Cor. 15:22).


A consciência de que Cristo vive nele, faz Paulo traçar linhas imorredouras: "ou procurais uma prova do CRISTO que fala DENTRO DE MIM? o qual (Cristo) DENTRO DE VÓS não é fraco" mas é poderoso DENTRO DE VÓS" (2. ª Cor. 13:3).


E afirma com a ênfase da certeza plena: "já não sou eu (a personagem de Paulo), mas CRISTO QUE VIVE EM MIM" (GL 2:20). Por isso, pode garantir: "Nós temos a mente (noús) de Cristo" (l. ª Cor. 2:16).


Essa convicção traz consequências fortíssimas para quem já vive na individualidade: "não sabeis que vossos CORPOS são membros de Cristo? Tomando, então, os membros de Cristo eu os tornarei corpo de meretriz? Absolutamente. Ou não sabeis que quem adere à meretriz se torna UM CORPO com ela? Está dito: "e serão dois numa carne". Então - conclui Paulo com uma lógica irretorquível - quem adere a Deus é UM ESPÍRITO" com Deus (1. ª Cor. 6:15-17).


Já desde Paulo a união sexual é trazida como o melhor exemplo da unificação do Espírito com a Divindade. Decorrência natural de tudo isso é a instrução dada aos romanos: "vós não estais (não viveis) EM CARNE (na personagem), mas EM ESPÍRITO (na individualidade), se o Espírito de Deus habita DENTRO DE VÓS; se porém não tendes o Espírito de Cristo, não sois Dele. Se CRISTO (está) DENTRO DE VÓS, na verdade o corpo é morte por causa dos erros, mas o Espírito vive pela perfeição. Se o Espírito de Quem despertou Jesus dos mortos HABITA DENTRO DE VÓS, esse, que despertou Jesus dos mortos, vivificará também vossos corpos mortais, por causa do mesmo Espírito EM VÓS" (RM 9:9-11). E logo a seguir prossegue: "O próprio Espírito testifica ao nosso Espírito que somos filhos de Deus; se filhos, (somos) herdeiros: herdeiros de Deus, co-herdeiros de Cristo" (RM 8:16). Provém daí a angústia de todos os que atingiram o Eu Interno para libertar-se: "também tendo em nós as primícias do Espírito, gememos dentro de nós, esperando a adoção de Filhos, a libertação de nosso corpo" (RM 8:23).


c) -


Finalmente, estreitando o círculo dos esclarecimentos, verificamos que o Cristo, dentro de nós, reside NO CORAÇÃO, onde constitui nosso EU Profundo. É ensinamento escriturístico.


Ainda é Paulo que nos esclarece: "Porque sois filhos, Deus enviou o ESPÍRITO DE SEU FILHO, em vosso CORAÇÃO, clamando Abba, ó Pai" (GL 4:6). Compreendemos, então, que o Espírito Santo (Deus) que está em nós, refere-se exatamente ao Espírito do FILHO, ao CRISTO Cósmico, o Filho Unigênito. E ficamos sabendo que seu ponto de fixação em nós é o CORAÇÃO.


Lembrando-se, talvez, da frase de Jeremias, acima-citada, Paulo escreveu aos coríntios: "vós sois a nossa carta, escrita em vossos CORAÇÕES, conhecida e lida por todos os homens, sendo manifesto que sois CARTA DE CRISTO, preparada por nós, e escrita não com tinta, mas com o Espírito de Deus Vivo; não em tábuas de pedra, mas nas tábuas dos CORAÇÕES CARNAIS" (2. ª Cor. 3:2-3). Bastante explícito que realmente se trata dos corações carnais, onde reside o átomo espiritual.


Todavia, ainda mais claro é outro texto, em que se fala no mergulho de nosso eu pequeno, unificandonos ao Grande EU, o CRISTO INTERNO residente no coração: "CRISTO HABITA, pela fé, no VOSSO CORAÇÃO". E assegura com firmeza: "enraizados e fundamentados no AMOR, com todos os santos (os encarnados já espiritualizados na vivência da individualidade) se compreenderá a latitude, a longitude a sublimidade e a profundidade, conhecendo o que está acima do conhecimento, o AMOR DE CRISTO, para que se encham de toda a plenitude de Deus" (EF 3:17).


Кατοιиήσαι τόν Χριστόν διά τής πίστεως έν ταϊς иαρδίαις ύµών, έν άγάπη έρριζωµένοι иαί τεθεµελιωµένοι, ϊνα έζισγύσητε иαταλαβέσθαι σύν πάσιν τοϊςάγίοιςτί τό πλάτος иαί µήиος иαί ύψος
иαί βάθος, γνώσαι τε τήν ύπερβάλλουσαν τής γνώσεως άγάπην τοϋ Χριστοϋ, ίνα πληρωθήτε είς πάν τό πλήρωµα τού θεοϋ.

Quando se dá a unificação, o Espírito se infinitiza e penetra a Sabedoria Cósmica, compreendendo então a amplitude da localização universal do Cristo.


Mas encontramos outro ensino de suma profundidade, quando Paulo nos adverte que temos que CRISTIFICAR-NOS, temos que tornar-nos Cristos, na unificação com Cristo. Para isso, teremos que fazer uma tradução lógica e sensata da frase, em que aparece o verbo CHRIO duas vezes: a primeira, no particípio passado, Christós, o "Ungido", o "permeado da Divindade", particípio que foi transliterado em todas as línguas, com o sentido filosófico e místico de O CRISTO; e a segunda, logo a seguir, no presente do indicativo. Ora, parece de toda evidência que o sentido do verbo tem que ser O MESMO em ambos os empregos. Diz o texto original: ho dè bebaiôn hemãs syn humin eis Christon kaí chrísas hemãs theós (2. ª Cor. 1:21).


#cite Ο δέ βεβαιών ήµάς σύν ύµίν είς Χριστόν иαί χρίσας ήµάς θεό

ς.


Eis a tradução literal: "Deus, fortifica dor nosso e vosso, no Ungido, unge-nos".


E agora a tradução real: "Deus, fortificador nosso e vosso, em CRISTO, CRISTIFICA-NOS".


Essa a chave para compreendermos nossa meta: a cristificação total e absoluta.


Logo após escreve Paulo: "Ele também nos MARCA e nos dá, como penhor, o Espírito em NOSSOS CORAÇÕES" (2. ª Cor. 1:22).


#cite Ο иαί σφραγισάµενος ήµάς иαί δούς τόν άρραβώνα τόν πνεύµατος έν ταϊς иαρδϊαις ήµώ

ν.


Completando, enfim, o ensino - embora ministrado esparsamente - vem o texto mais forte e explícito, informando a finalidade da encarnação, para TÔDAS AS CRIATURAS: "até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, ao Homem Perfeito, à medida da evolução plena de Cristo" (EF 4:13).


Мέρχι иαταντήσωµεν οί πάντες είς τήν ένότητα τής πίστοως. иαί τής έπιγνώσεως τοϋ υίοϋ τοϋ θεοϋ,
είς άνδρα τελειον, είς µέτρον ήλιиίας τοϋ πληρώµατος τοϋ Χριστοϋ.
Por isso Paulo escreveu aos Gálatas: "ó filhinhos, por quem outra vez sofro as dores de parto, até que Cristo SE FORME dentro de vós" (GL 4:19) (Тεиνία µου, ούς πάλιν ώδίνω, µέρχις ού µορφωθή Χριστός έν ύµϊ

ν).


Agostinho (Tract. in Joanne, 21, 8) compreendeu bem isto ao escrever: "agradeçamos e alegremonos, porque nos tornamos não apenas cristãos, mas cristos", (Christus facti sumus); e Metódio de Olimpo ("Banquete das dez virgens", Patrol. Graeca, vol. 18, col. 150) escreveu: "a ekklêsía está grávida e em trabalho de parto até que o Cristo tome forma em nós, até que Cristo nasça em nós, a fim de que cada um dos santos (encarnados) por sua participação com o Cristo, se torne Cristo". Também Cirilo de Jerusalém ("Catechesis mystagogicae" 1. 3. 1 in Patr. Graeca vol. 33, col. 1. 087) asseverou: " Após terdes mergulhado no Cristo e vos terdes revestido do Cristo, fostes colocados em pé de igualdade com o Filho de Deus... pois que entrastes em comunhão com o Cristo, com razão tendes o nome de cristos, isto é, de ungidos".


Todo o que se une ao Cristo, se torna um cristo, participando do Pneuma e da natureza divina (theías koinônoí physeôs) (2. ª Pe. 1:3), pois "Cristo é o Espírito" (2. ª Cor. 3:17) e quem Lhe está unido, tem em si o selo (sphrágis) de Cristo. Na homilia 24,2, sobre 1. ª Cor. 10:16, João Crisóstomo (Patrol.


Graeca vol. 61, col. 200) escreveu: "O pão que partimos não é uma comunhão (com+união, koinônía) ao corpo de Cristo? Porque não disse "participação" (metoché)? Porque quis revelar algo mais, e mostrar uma associação (synápheia) mais íntima. Realmente, estamos unidos (koinônoúmen) não só pela participação (metéchein) e pela recepção (metalambánein), mas também pela UNIFICAÇÃO (enousthai)".


Por isso justifica-se o fragmento de Aristóteles, supra citado, em Sinésio: "os místicos devem não apenas aprender (mathein) mas experimentar" (pathein).


Essa é a razão por que, desde os primeiros séculos do estabelecimento do povo israelita, YHWH, em sua sabedoria, fazia a distinção dos diversos "corpos" da criatura; e no primeiro mandamento revelado a Moisés dizia: " Amarás a Deus de todo o teu coração (kardía), de toda tua alma (psychê), de todo teu intelecto (diánoia), de todas as tuas forças (dynameis)"; kardía é a individualidade, psychê a personagem, dividida em diánoia (intelecto) e dynameis (veículos físicos). (Cfr. LV 19:18; DT 6:5; MT 22:37; MC 12:13; LC 10:27).


A doutrina é uma só em todos os sistemas religiosos pregados pelos Mestres (Enviados e Profetas), embora com o tempo a imperfeição humana os deturpe, pois a personagem é fundamentalmente divisionista e egoísta. Mas sempre chega a ocasião em que a Verdade se restabelece, e então verificamos que todas as revelações são idênticas entre si, em seu conteúdo básico.


ESCOLA INICIÁTICA


Após essa longa digressão a respeito do estudo do "homem" no Novo Testamento, somos ainda obrigados a aprofundar mais o sentido do trecho em que são estipuladas as condições do discipulato.


Há muito desejaríamos ter penetrado neste setor, a fim de poder dar explicação cabal de certas frases e passagens; mas evitamo-lo ao máximo, para não ferir convicções de leitores desacostumados ao assunto.


Diante desse trecho, porém, somos forçados a romper os tabus e a falar abertamente.


Deve ter chamado a atenção de todos os estudiosos perspicazes dos Evangelhos, que Jesus jamais recebeu, dos evangelistas, qualquer título que normalmente seria atribuído a um fundador de religião: Chefe Espiritual, Sacerdote, Guia Espiritual, Pontífice; assim também, aqueles que O seguiam, nunca foram chamados Sequazes, Adeptos, Adoradores, Filiados, nem Fiéis (a não ser nas Epístolas, mas sempre com o sentido de adjetivo: os que mantinham fidelidade a Seus ensinos). Ao contrário disso, os epítetos dados a Jesus foram os de um chefe de escola: MESTRE (Rabbi, Didáskalos, Epistátês) ou de uma autoridade máxima Kyrios (SENHOR dos mistérios). Seus seguidores eram DISCÍPULOS (mathêtês), tudo de acordo com a terminologia típica dos mistérios iniciáticos de Elêusis, Delfos, Crotona, Tebas ou Heliópolis. Após receberem os primeiros graus, os discípulos passaram a ser denominado "emissários" (apóstolos), encarregados de dar a outros as primeiras iniciações.


Além disso, é evidente a preocupação de Jesus de dividir Seus ensinos em dois graus bem distintos: o que era ministrado de público ("a eles só é dado falar em parábolas") e o que era ensinado privadamente aos "escolhidos" ("mas a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus", cfr. MT 13:10-17 ; MC 4:11-12; LC 8:10).


Verificamos, portanto, que Jesus não criou uma "religião", no sentido moderno dessa palavra (conjunto de ritos, dogmas e cultos com sacerdócio hierarquicamente organizado), mas apenas fundou uma ESCOLA INICIÁTICA, na qual preparou e "iniciou" seus DISCÍPULOS, que Ele enviou ("emissários, apóstolos") com a incumbência de "iniciar" outras criaturas. Estas, por sua vez, foram continuando o processo e quando o mundo abriu os olhos e percebeu, estava em grande parte cristianizado. Quando os "homens" o perceberam e estabeleceram a hierarquia e os dogmas, começou a decadência.


A "Escola iniciática" fundada por Jesus foi modelada pela tradição helênica, que colocava como elemento primordial a transmissão viva dos mistérios: e "essa relação entre a parádosis (transmissão) e o mystérion é essencial ao cristianismo", escreveu o monge beneditino D. Odon CaseI (cfr. "Richesse du Mystere du Christ", Les éditions du Cerf. Paris, 1964, pág. 294). Esse autor chega mesmo a afirmar: " O cristianismo não é uma religião nem uma confissão, segundo a acepção moderna dessas palavras" (cfr. "Le Mystere du Culte", ib., pág. 21).


E J. Ranft ("Der Ursprung des Kathoíischen Traditionsprinzips", 1931, citado por D . O. Casel) escreve: " esse contato íntimo (com Cristo) nasce de uma gnose profunda".


Para bem compreender tudo isso, é indispensável uma incursão pelo campo das iniciações, esclarecendo antes alguns termos especializados. Infelizmente teremos que resumir ao máximo, para não prejudicar o andamento da obra. Mas muitos compreenderão.


TERMOS ESPECIAIS


Aiôn (ou eon) - era, época, idade; ou melhor CICLO; cada um dos ciclos evolutivos.


Akoueíu - "ouvir"; akoueín tòn lógon, ouvir o ensino, isto é, receber a revelação dos segredos iniciáticos.


Gnôse - conhecimento espiritual profundo e experimental dos mistérios.


Deíknymi - mostrar; era a explicação prática ou demonstração de objetos ou expressões, que serviam de símbolos, e revelavam significados ocultos.


Dóxa - doutrina; ou melhor, a essência do conhecimento profundo: o brilho; a luz da gnôse; donde "substância divina", e daí a "glória".


Dynamis - força potencial, potência que capacita para o érgon e para a exousía, infundindo o impulso básico de atividade.


Ekklêsía - a comunidade dos "convocados" ou "chamados" (ékklêtos) aos mistérios, os "mystos" que tinham feito ou estavam fazendo o curso da iniciação.


Energeín - agir por dentro ou de dentro (energia), pela atuação da força (dybamis).


Érgon - atividade ou ação; trabalho espiritual realizado pela força (dynamis) da Divindade que habita dentro de cada um e de cada coisa; energia.


Exêgeísthaí - narrar fatos ocultos, revelar (no sentido de "tirar o véu") (cfr. LC 24:35; JO 1:18; AT 10:8:15:12, 14).


Hágios - santo, o que vive no Espírito ou Individualidade; o iniciado (cfr. teleios).


Kyrios - Senhor; o Mestre dos Mistérios; o Mistagogo (professor de mistérios); o Hierofante (o que fala, fans, fantis, coisas santas, hieros); dava-se esse título ao possuidor da dynamis, da exousía e do érgon, com capacidade para transmiti-los.


Exousía - poder, capacidade de realização, ou melhor, autoridade, mas a que provém de dentro, não "dada" de fora.


Leitourgia - Liturgia, serviço do povo: o exercício do culto crístico, na transmissão dos mistérios.


Legómena - palavras reveladoras, ensino oral proferido pelo Mestre, e que se tornava "ensino ouvido" (lógos akoês) pelos discípulos.


Lógos - o "ensino" iniciático, a "palavra" secreta, que dava a chave da interpretação dos mistérios; a" Palavra" (Energia ou Som), segundo aspecto da Divindade.


Monymenta - "monumentos", ou seja, objetos e lembranças, para manter viva a memória.


Mystagogo – o Mestre dos Mystérios, o Hierofante.


Mystérion - a ação ou atividade divina, experimentada pelo iniciado ao receber a iniciação; donde, o ensino revelado apenas aos perfeitos (teleios) e santos (hágios), mas que devia permanecer oculto aos profanos.


Oikonomía - economia, dispensação; literalmente "lei da casa"; a vida intima de cada iniciado e sua capacidade na transmissão iniciática a outros, (de modo geral encargo recebido do Mestre).


Orgê - a atividade ou ação sagrada; o "orgasmo" experimentado na união mística: donde "exaltação espiritual" pela manifestação da Divindade (erradamente interpretado como "ira").


Parábola - ensino profundo sob forma de narrativa popular, com o verdadeiro sentido oculto por metáforas e símbolos.


Paradídômi - o mesmo que o latim trádere; transmitir, "entregar", passar adiante o ensino secreto.


Parádosis - transmissão, entrega de conhecimentos e experiências dos ensinos ocultos (o mesmo que o latim tradítio).


Paralambánein - "receber" o ensino secreto, a "palavra ouvida", tornando-se conhecedor dos mistérios e das instruções.


Patheín - experimentar, "sofrer" uma experiência iniciática pessoalmente, dando o passo decisivo para receber o grau e passar adiante.


Plêrôma - plenitude da Divindade na criatura, plenitude de Vida, de conhecimento, etc.


Redençãoa libertação do ciclo de encarnações na matéria (kyklos anánkê) pela união total e definitiva com Deus.


Santo - o mesmo que perfeito ou "iniciado".


Sêmeíon - "sinal" físico de uma ação espiritual, demonstração de conhecimento (gnose), de força (dynamis), de poder (exousía) e de atividade ou ação (érgon); o "sinal" é sempre produzido por um iniciado, e serve de prova de seu grau.


Sophía - a sabedoria obtida pela gnose; o conhecimento proveniente de dentro, das experiências vividas (que não deve confundir-se com a cultura ou erudição do intelecto).


Sphrágis - selo, marca indelével espiritual, recebida pelo espírito, embora invisível na matéria, que assinala a criatura como pertencente a um Senhor ou Mestre.


Symbolos - símbolos ou expressões de coisas secretas, incompreensíveis aos profanos e só percebidas pelos iniciados (pão, vinho, etc.) .


Sótería - "salvação", isto é, a unificação total e definitiva com a Divindade, que se obtém pela "redenção" plena.


Teleíos - o "finalista", o que chegou ao fim de um ciclo, iniciando outro; o iniciado nos mistérios, o perfeito ou santo.


Teleisthai - ser iniciado; palavra do mesmo radical que teleutan, que significa "morrer", e que exprime" finalizar" alguma coisa, terminar um ciclo evolutivo.


Tradítio - transmissão "tradição" no sentido etimológico (trans + dare, dar além passar adiante), o mesmo que o grego parádosis.


TRADIÇÃO


D. Odon Casel (o. c., pág. 289) escreve: "Ranft estudou de modo preciso a noção da tradítio, não só como era praticada entre os judeus, mas também em sua forma bem diferente entre os gregos. Especialmente entre os adeptos dos dosis é a transmissão secreta feita aos "mvstos" da misteriosa sôtería; é a inimistérios, a noção de tradítio (parádosis) tinha grande importância. A paraciação e a incorporação no círculo dos eleitos (eleitos ou "escolhidos"; a cada passo sentimos a confirmação de que Jesus fundou uma "Escola Iniciática", quando emprega os termos privativos das iniciações heléntcas; cfr. " muitos são chamados, mas poucos são os escolhidos" - MT 22. 14), características das religiões grecoorientais. Tradítio ou parádosis são, pois, palavras que exprimem a iniciação aos mistérios. Tratase, portanto, não de uma iniciação científica, mas religiosa, realizada no culto. Para o "mysto", constitui uma revelação formal, a segurança vivida das realidades sagradas e de uma santa esperança. Graças a tradição, a revelação primitiva passa às gerações ulteriores e é comunicada por ato de iniciação. O mesmo princípio fundamental aplica-se ao cristianismo".


Na página seguinte, o mesmo autor prossegue: "Nos mistérios, quando o Pai Mistagogo comunica ao discípulo o que é necessário ao culto, essa transmissão tem o nome de traditio. E o essencial não é a instrução, mas a contemplação, tal como o conta Apuleio (Metamorphoses, 11, 21-23) ao narrar as experiências culturais do "mysto" Lúcius. Sem dúvida, no início há uma instrução, mas sempre para finalizar numa contemplação, pela qual o discípulo, o "mysto", entra em relação direta com a Divindade.


O mesmo ocorre no cristianismo (pág. 290).


Ouçamos agora as palavras de J. Ranft (o. c., pág. 275): "A parádosis designa a origem divina dos mistérios e a transmissão do conteúdo dos mistérios. Esta, à primeira vista, realiza-se pelo ministério dos homens, mas não é obra de homens; é Deus que ensina. O homem é apenas o intermediário, o Instrumento desse ensino divino. Além disso... desperta o homem interior. Logos é realmente uma palavra intraduzível: designa o próprio conteúdo dos mistérios, a palavra, o discurso, o ENSINO. É a palavra viva, dada por Deus, que enche o âmago do homem".


No Evangelho, a parádosis é constituída pelas palavras ou ensinos (lógoi) de Jesus, mas também simbolicamente pelos fatos narrados, que necessitam de interpretação, que inicialmente era dada, verbalmente, pelos "emissários" e pelos inspirados que os escreveram, com um talento superior de muito ao humano, deixando todos os ensinos profundos "velados", para só serem perfeitamente entendidos pelos que tivessem recebido, nos séculos seguintes, a revelação do sentido oculto, transmitida quer por um iniciado encarnado, quer diretamente manifestada pelo Cristo Interno. Os escritores que conceberam a parádosis no sentido helênico foram, sobretudo, João e Paulo; já os sinópticos a interpretam mais no sentido judaico, excetuando-se, por vezes, o grego Lucas, por sua convivência com Paulo, e os outros, quando reproduziam fielmente as palavras de Jesus.


Se recordarmos os mistérios de Elêusis (palavra que significa "advento, chegada", do verbo eléusomai," chegar"), ou de Delfos (e até mesmo os de Tebas, Ábydos ou Heliópolis), veremos que o Novo Testamento concorda seus termos com os deles. O logos transmitido (paradidômi) por Jesus é recebida (paralambánein) pelos DISCÍPULOS (mathêtês). Só que Jesus apresentou um elemento básico a mais: CRISTO. Leia-se Paulo: "recebi (parélabon) do Kyrios o que vos transmiti (parédote)" (l. ª Cor. 11:23).


O mesmo Paulo, que define a parádosis pagã como "de homens, segundo os elementos do mundo e não segundo Cristo" (CL 2:8), utiliza todas as palavras da iniciação pagã, aplicando-as à iniciação cristã: parádosis, sophía, logo", mystérion, dynamis, érgon, gnose, etc., termos que foram empregados também pelo próprio Jesus: "Nessa hora Jesus fremiu no santo pneuma e disse: abençôo-te, Pai, Senhor do céu e da Terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e hábeis, e as revelaste aos pequenos, Sim, Pai, assim foi de teu agrado. Tudo me foi transmitido (parédote) por meu Pai. E ninguém tem a gnose do que é o Filho senão o Pai, e ninguém tem a gnose do que é o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho quer revelar (apokalypsai = tirar o véu). E voltando-se para seus discípulos, disse: felizes os olhos que vêem o que vedes. Pois digo-vos que muitos profetas e reis quiseram ver o que vedes e não viram, e ouvir o que ouvis, e não ouviram" (LC 10:21-24). Temos a impressão perfeita que se trata de ver e ouvir os mistérios iniciáticos que Jesus transmitia a seus discípulos.


E João afirma: "ninguém jamais viu Deus. O Filho Unigênito que esta no Pai, esse o revelou (exêgêsato, termo específico da língua dos mistérios)" (JO 1:18).


"PALAVRA OUVIDA"


A transmissão dos conhecimentos, da gnose, compreendia a instrução oral e o testemunhar das revelações secretas da Divindade, fazendo que o iniciado participasse de uma vida nova, em nível superior ( "homem novo" de Paulo), conhecendo doutrinas que deveriam ser fielmente guardadas, com a rigorosa observação do silêncio em relação aos não-iniciados (cfr. "não deis as coisas santas aos cães", MT 7:6).


Daí ser a iniciação uma transmissão ORAL - o LOGOS AKOÊS, ou "palavra ouvida" ou "ensino ouvido" - que não podia ser escrito, a não ser sob o véu espesso de metáforas, enigmas, parábolas e símbolos.


Esse logos não deve ser confundido com o Segundo Aspecto da Divindade (veja vol. 1 e vol. 3).


Aqui logos é "o ensino" (vol. 2 e vol. 3).


O Novo Testamento faz-nos conhecer esse modus operandi: Paulo o diz, numa construção toda especial e retorcida (para não falsear a técnica): "eis por que não cessamos de agradecer (eucharistoúmen) a Deus, porque, recebendo (paralabóntes) o ENSINO OUVIDO (lógon akoês) por nosso intermédio, de Deus, vós o recebestes não como ensino de homens (lógon anthrópôn) mas como ele é verdadeiramente: o ensino de Deus (lógon theou), que age (energeítai) em vós que credes" (l. ª Tess. 2:13).


O papel do "mysto" é ouvir, receber pelo ouvido, o ensino (lógos) e depois experimentar, como o diz Aristóteles, já citado por nós: "não apenas aprender (matheín), mas experimentar" (patheín).


Esse trecho mostra como o método cristão, do verdadeiro e primitivo cristianismo de Jesus e de seus emissários, tinha profunda conexão com os mistérios gregos, de cujos termos específicos e característicos Jesus e seus discípulos se aproveitaram, elevando, porém, a técnica da iniciação à perfeição, à plenitude, à realidade máxima do Cristo Cósmico.


Mas continuemos a expor. Usando, como Jesus, a terminologia típica da parádosis grega, Paulo insiste em que temos que assimilá-la interiormente pela gnose, recebendo a parádosis viva, "não mais de um Jesus de Nazaré histórico, mas do Kyrios, do Cristo ressuscitado, o Cristo Pneumatikós, esse mistério que é o Cristo dentro de vós" (CL 1:27).


Esse ensino oral (lógos akoês) constitui a tradição (traditio ou parádosis), que passa de um iniciado a outro ou é recebido diretamente do "Senhor" (Kyrios), como no caso de Paulo (cfr. GL 1:11): "Eu volo afirmo, meus irmãos, que a Boa-Nova que preguei não foi à maneira humana. Pois não na recebi (parélabon) nem a aprendi de homens, mas por uma revelação (apokálypsis) de Jesus Cristo".


Aos coríntios (l. ª Cor. 2:1-5) escreve Paulo: "Irmãos, quando fui a vós, não fui com o prestígio do lógos nem da sophía, mas vos anunciei o mistério de Deus. Decidi, com efeito, nada saber entre vós sen ão Jesus Cristo, e este crucificado. Fui a vós em fraqueza, em temor, e todo trêmulo, e meu logos e minha pregação não consistiram nos discursos persuasivos da ciência, mas numa manifestação do Esp írito (pneuma) e do poder (dynamis), para que vossa fé não repouse na sabedoria (sophía) dos homens, mas no poder (dynamis) de Deus".


A oposição entre o logos e a sophia profanos - como a entende Aristóteles - era salientada por Paulo, que se referia ao sentido dado a esses termos pelos "mistérios antigos". Salienta que à sophia e ao logos profanos, falta, no dizer dele, a verdadeira dynamis e o pnenma, que constituem o mistério cristão que ele revela: Cristo.


Em vários pontos do Novo Testamento aparece a expressão "ensino ouvido" ou "ouvir o ensino"; por exemplo: MT 7:24, MT 7:26; 10:14; 13:19, 20, 21, 22, 23; 15:12; 19:22; MC 4:14, MC 4:15, MC 4:16, MC 4:17, 18, 19, 20; LC 6:47; LC 8:11, LC 8:12, LC 8:13, LC 8:15; 10:39; 11:28; JO 5:24, JO 5:38; 7:40; 8:43; 14:24; AT 4:4; AT 10:44; AT 13:7; AT 15:7; EF 1:13; 1. ª Tess. 2:13; HB 4:2; 1. ª JO 2:7; Ap. 1:3.


DYNAMIS


Em Paulo, sobretudo, percebemos o sentido exato da palavra dynamis, tão usada nos Evangelhos.


Pneuma, o Espírito (DEUS), é a força Potencial ou Potência Infinita (Dynamis) que, quando age (energeín) se torna o PAI (érgon), a atividade, a ação, a "energia"; e o resultado dessa atividade é o Cristo Cósmico, o Kosmos universal, o Filho, que é Unigênito porque a emissão é única, já que espaço e tempo são criações intelectuais do ser finito: o Infinito é uno, inespacial, atemporal.


Então Dynamis é a essência de Deus o Absoluto, a Força, a Potência Infinita, que tudo permeia, cria e governa, desde os universos incomensuráveis até os sub-átomos infra-microscópicos. Numa palavra: Dynamis é a essência de Deus e, portanto, a essência de tudo.


Ora, o Filho é exatamente o PERMEAADO, ou o UNGIDO (Cristo), por essa Dynamis de Deus e pelo Érgon do Pai. Paulo já o dissera: "Cristo... é a dynamis de Deus e a sophía de Deus (Christòn theou dynamin kaí theou sophían, 1. ª Cor. 1:24). Então, manifesta-se em toda a sua plenitude (cfr. CL 2:9) no homem Jesus, a Dynamis do Pneuma (embora pneuma e dynamis exprimam realmente uma só coisa: Deus): essa dynamis do pneuma, atuando através do Pai (érgon) toma o nome de CRISTO, que se manifestou na pessoa Jesus, para introduzir a humanidade deste planeta no novo eon, já que "ele é a imagem (eikôn) do Deus invisível e o primogênito de toda criação" (CL 1:15).


EON


O novo eon foi inaugurado exatamente pelo Cristo, quando de Sua penetração plena em Jesus. Daí a oposição que tanto aparece no Novo Testamento Entre este eon e o eon futuro (cfr., i. a., MT 12:32;


MC 10:30; LC 16:8; LC 20:34; RM 12:2; 1. ª Cor. 1:20; 2:6-8; 3:18:2. ª Cor. 4:4; EF 2:2-7, etc.) . O eon "atual" e a vida da matéria (personalismo); O eon "vindouro" é a vida do Espírito ó individualidade), mas que começa na Terra, agora (não depois de desencarnados), e que reside no âmago do ser.


Por isso, afirmou Jesus que "o reino dos céus está DENTRO DE VÓS" (LC 17:21), já que reside NO ESPÍRITO. E por isso, zôê aiónios é a VIDA IMANENTE (vol, 2 e vol. 3), porque é a vida ESPIRITUAL, a vida do NOVO EON, que Jesus anunciou que viria no futuro (mas, entenda-se, não no futuro depois da morte, e sim no futuro enquanto encarnados). Nesse novo eon a vida seria a da individualidade, a do Espírito: "o meu reino não é deste mundo" (o físico), lemos em JO 18:36. Mas é NESTE mundo que se manifestará, quando o Espírito superar a matéria, quando a individualidade governar a personagem, quando a mente dirigir o intelecto, quando o DE DENTRO dominar o DE FORA, quando Cristo em nós tiver a supremacia sobre o eu transitório.


A criatura que penetra nesse novo eon recebe o selo (sphrágis) do Cristo do Espírito, selo indelével que o condiciona como ingresso no reino dos céus. Quando fala em eon, o Evangelho quer exprimir um CICLO EVOLUTIVO; na evolução da humanidade, em linhas gerais, podemos considerar o eon do animalismo, o eon da personalidade, o eon da individualidade, etc. O mais elevado eon que conhecemos, o da zôê aiónios (vida imanente) é o da vida espiritual plenamente unificada com Deus (pneuma-dynamis), com o Pai (lógos-érgon), e com o Filho (Cristo-kósmos).


DÓXA


Assim como dynamis é a essência de Deus, assim dóxa (geralmente traduzida por "glória") pode apresentar os sentidos que vimos (vol. 1). Mas observaremos que, na linguagem iniciática dos mistérios, além do sentido de "doutrina" ou de "essência da doutrina", pode assumir o sentido específico de" substância divina". Observe-se esse trecho de Paulo (Filp. 2:11): "Jesus Cristo é o Senhor (Kyrios) na substância (dóxa) de Deus Pai"; e mais (RM 6:4): "o Cristo foi despertado dentre os mortos pela substância (dóxa) do Pai" (isto é, pelo érgon, a energia do Som, a vibração sonora da Palavra).


Nesses passos, traduzir dóxa por glória é ilógico, não faz sentido; também "doutrina" aí não cabe. O sentido é mesmo o de "substância".


Vejamos mais este passo (l. ª Cor. 2:6-16): "Falamos, sim da sabedoria (sophia) entre os perfeitos (teleiois, isto é, iniciados), mas de uma sabedoria que não é deste eon, nem dos príncipes deste eon, que são reduzidos a nada: mas da sabedoria dos mistérios de Deus, que estava oculta, e que antes dos eons Deus destinara como nossa doutrina (dóxa), e que os príncipes deste mundo não reconheceram. De fato, se o tivessem reconhecido, não teriam crucificado o Senhor da Doutrina (Kyrios da dóxa, isto é, o Hierofante ou Mistagogo). Mas como está escrito, (anunciamos) o que o olho não viu e o ouvido não ouviu e o que não subiu sobre o coração do homem, mas o que Deus preparou para os que O amam.


Pois foi a nós que Deus revelou (apekalypsen = tirou o véu) pelo pneuma" (ou seja, pelo Espírito, pelo Cristo Interno).


MISTÉRIO


Mistério é uma palavra que modificou totalmente seu sentido através dos séculos, mesmo dentro de seu próprio campo, o religioso. Chamam hoje "mistério" aquilo que é impossível de compreender, ou o que se ignora irremissivelmente, por ser inacessível à inteligência humana.


Mas originariamente, o mistério apresentava dois sentidos básicos:

1. º - um ensinamento só revelado aos iniciados, e que permanecia secreto para os profanos que não podiam sabê-lo (daí proveio o sentido atual: o que não se pode saber; na antiguidade, não se podia por proibição moral, ao passo que hoje é por incapacidade intelectual);


2. º - a própria ação ou atividade divina, experimentada pelo iniciado ao receber a iniciação completa.


Quando falamos em "mistério", transliterando a palavra usada no Novo Testamento, arriscamo-nos a interpretar mal. Aí, mistério não tem o sentido atual, de "coisa ignorada por incapacidade intelectiva", mas é sempre a "ação divina revelada experimentalmente ao homem" (embora continue inacessível ao não-iniciado ou profano).


O mistério não é uma doutrina: exprime o caráter de revelação direta de Deus a seus buscadores; é uma gnose dos mistérios, que se comunica ao "mysto" (aprendiz de mística). O Hierofante conduz o homem à Divindade (mas apenas o conduz, nada podendo fazer em seu lugar). E se o aprendiz corresponde plenamente e atende a todas as exigências, a Divindade "age" (energeín) internamente, no "Esp írito" (pneuma) do homem. que então desperta (egereín), isto é, "ressurge" para a nova vida (cfr. "eu sou a ressurreição da vida", JO 11:25; e "os que produzirem coisas boas (sairão) para a restauração de vida", isto é, os que conseguirem atingir o ponto desejado serão despertados para a vida do espírito, JO 5-29).


O caminho que leva a esses passos, é o sofrimento, que prepara o homem para uma gnose superior: "por isso - conclui O. Casel - a cruz é para o cristão o caminho que conduz à gnose da glória" (o. c., pág. 300).


Paulo diz francamente que o mistério se resume numa palavra: CRISTO "esse mistério, que é o Cristo", (CL 1:27): e "a fim de que conheçam o mistério de Deus, o Cristo" (CL 2:2).


O mistério opera uma união íntima e física com Deus, a qual realiza uma páscoa (passagem) do atual eon, para o eon espiritual (reino dos céus).


O PROCESSO


O postulante (o que pedia para ser iniciado) devia passar por diversos graus, antes de ser admitido ao pórtico, à "porta" por onde só passavam as ovelhas (símbolo das criaturas mansas; cfr. : "eu sou a porta das ovelhas", JO 10:7). Verificada a aptidão do candidato profano, era ele submetido a um período de "provações", em que se exercitava na ORAÇÃO (ou petição) que dirigia à Divindade, apresentando os desejos ardentes ao coração, "mendigando o Espírito" (cfr. "felizes os mendigos de Espírito" MT 5:3) para a ele unir-se; além disso se preparava com jejuns e alimentação vegetariana para o SACRIF ÍCIO, que consistia em fazer a consagração de si mesmo à Divindade (era a DE + VOTIO, voto a Deus), dispondo-se a desprender-se ao mundo profano.


Chegado a esse ponto, eram iniciados os SETE passos da iniciação. Os três primeiros eram chamado "Mistérios menores"; os quatro últimos, "mistérios maiores". Eram eles:

1 - o MERGULHO e as ABLUÇÕES (em Elêusis havia dois lagos salgados artificiais), que mostravam ao postulante a necessidade primordial e essencial da "catarse" da "psiquê". Os candidatos, desnudos, entravam num desses lagos e mergulhavam, a fim de compreender que era necessário "morrer" às coisas materiais para conseguir a "vida" (cfr. : "se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica só; mas se morrer dá muito fruto", JO 12:24). Exprimia a importância do mergulho dentro de si mesmo, superando as dificuldades e vencendo o medo. Ao sair do lago, vestia uma túnica branca e aguardava o segundo passo.


2 - a ACEITAÇÃO de quem havia mergulhado, por parte do Mistagogo, que o confirmava no caminho novo, entre os "capazes". Daí por diante, teria que correr por conta própria todos os riscos inerentes ao curso: só pessoalmente poderia caminhar. Essa confirmação do Mestre simbolizava a "epiphanía" da Divindade, a "descida da graça", e o recem-aceito iniciava nova fase.


3 - a METÂNOIA ou mudança da mente, que vinha após assistir a várias tragédias e dramas de fundo iniciático. Todas ensinavam ao "mysto" novato, que era indispensável, através da dor, modificar seu" modo de pensar" em relação à vida, afastar-se de. todos os vícios e fraquezas do passado, renunciar a prazeres perniciosos e defeitos, tornando-se o mais perfeito (téleios) possível. Era buscada a renovação interna, pelo modo de pensar e de encarar a vida. Grande número dos que começavam a carreira, paravam aí, porque não possuíam a força capaz de operar a transmutação mental. As tentações os empolgavam e novamente se lançavam no mundo profano. No entanto, se dessem provas positivas de modifica ção total, de serem capazes de viver na santidade, resistindo às tentações, podiam continuar a senda.


Havia, então, a "experiência" para provar a realidade da "coragem" do candidato: era introduzido em grutas e câmaras escuras, onde encontrava uma série de engenhos lúgubres e figuras apavorantes, e onde demorava um tempo que parecia interminável. Dali, podia regressar ou prosseguir. Se regressava, saía da fileira; se prosseguia, recebia a recompensa justa: era julgado apto aos "mistérios maiores".


4 - O ENCONTRO e a ILUMINAÇÃO, que ocorria com a volta à luz, no fim da terrível caminhada por entre as trevas. Através de uma porta difícil de ser encontrada, deparava ele campos floridos e perfumados, e neles o Hierofante, em paramentação luxuosa. que os levava a uma refeição simples mas solene constante de pão, mel, castanhas e vinho. Os candidatos eram julgados "transformados", e porSABEDORIA DO EVANGELHO tanto não havia mais as exteriorizações: o segredo era desvelado (apokálypsis), e eles passavam a saber que o mergulho era interno, e que deviam iniciar a meditação e a contemplação diárias para conseguir o "encontro místico" com a Divindade dentro de si. Esses encontros eram de início, raros e breves, mas com o exercício se iam fixando melhor, podendo aspirar ao passo seguinte.


5 - a UNIÃO (não mais apenas o "encontro"), mas união firme e continuada, mesmo durante sua estada entre os profanos. Era simbolizada pelo drama sacro (hierõs gámos) do esponsalício de Zeus e Deméter, do qual nasceria o segundo Dionysos, vencedor da morte. Esse matrimônio simbólico e puro, realizado em exaltação religiosa (orgê) é que foi mal interpretado pelos que não assistiam à sua representação simbólica (os profanos) e que tacharam de "orgias imorais" os mistérios gregos. Essa "união", depois de bem assegurada, quando não mais se arriscava a perdê-la, preparava os melhores para o passo seguinte.


6 - a CONSAGRAÇÃO ou, talvez, a sagração, pela qual era representada a "marcação" do Espírito do iniciado com um "selo" especial da Divindade a quem o "mysto" se consagrava: Apolo, Dyonisos, Isis, Osíris, etc. Era aí que o iniciado obtinha a epoptía, ou "visão direta" da realidade espiritual, a gnose pela vivência da união mística. O epopta era o "vigilante", que o cristianismo denominou "epískopos" ou "inspetor". Realmente epopta é composto de epí ("sobre") e optos ("visível"); e epískopos de epi ("sobre") e skopéô ("ver" ou "observar"). Depois disso, tinha autoridade para ensinar a outros e, achando-se preso à Divindade e às obrigações religiosas, podia dirigir o culto e oficiar a liturgia, e também transmitir as iniciações nos graus menores. Mas faltava o passo decisivo e definitivo, o mais difícil e quase inacessível.


7 - a PLENITUDE da Divindade, quando era conseguida a vivência na "Alma Universal já libertada".


Nos mistérios gregos (em Elêusis) ensinava-se que havia uma Força Absoluta (Deus o "sem nome") que se manifestava através do Logos (a Palavra) Criador, o qual produzia o Filho (Kósmo). Mas o Logos tinha duplo aspecto: o masculino (Zeus) e o feminino (Deméter). Desse casal nascera o Filho, mas também com duplo aspecto: a mente salvadora (Dionysos) e a Alma Universal (Perséfone). Esta, desejando experiências mais fortes, descera à Terra. Mas ao chegar a estes reinos inferiores, tornouse a "Alma Universal" de todas as criaturas, e acabou ficando prisioneira de Plutão (a matéria), que a manteve encarcerada, ministrando-lhe filtros mágicos que a faziam esquecer sua origem divina, embora, no íntimo, sentisse a sede de regressar a seu verdadeiro mundo, mesmo ignorando qual fosse.


Dionysos quis salvá-la, mas foi despedaçado pelos Titãs (a mente fracionada pelo intelecto e estraçalhada pelos desejos). Foi quando surgiu Triptólemo (o tríplice combate das almas que despertam), e com apelos veementes conseguiu despertar Perséfone, revelando lhe sua origem divina, e ao mesmo tempo, com súplicas intensas às Forças Divinas, as comoveu; então Zeus novamente se uniu a Deméter, para fazer renascer Dionysos. Este, assumindo seu papel de "Salvador", desce à Terra, oferecendose em holocausto a Plutão (isto é, encarnando-se na própria matéria) e consegue o resgate de Perséfone, isto é, a libertação da Alma das criaturas do domínio da matéria e sua elevação novamente aos planos divinos. Por esse resumo, verificamos como se tornou fácil a aceitação entre os grego, e romanos da doutrina exposta pelos Emissários de Jesus, um "Filho de Deus" que desceu à Terra para resgatar com sua morte a alma humana.


O iniciado ficava permeado pela Divindade, tornando-se então "adepto" e atingindo o verdadeiro grau de Mestre ou Mistagogo por conhecimento próprio experimental. Já não mais era ele, o homem, que vivia: era "O Senhor", por cujo intermédio operava a Divindade. (Cfr. : "não sou mais eu que vivo, é Cristo que vive em mim", GL 2:20; e ainda: "para mim, viver é Cristo", Filp. 1:21). A tradição grega conservou os nomes de alguns dos que atingiram esse grau supremo: Orfeu... Pitágoras... Apolônio de Tiana... E bem provavelmente Sócrates (embora Schuré opine que o maior foi Platão).


NO CRISTIANISMO


Todos os termos néo-testamentários e cristãos, dos primórdios, foram tirados dos mistérios gregos: nos mistérios de Elêusis, o iniciado se tornava "membro da família do Deus" (Dionysos), sendo chamado.


então, um "santo" (hágios) ou "perfeito" (téleios). E Paulo escreve: "assim, pois, não sois mais estran geiros nem peregrinos, mas sois concidadãos dos santos e familiares de Deus. ’ (EF 2:19). Ainda em Elêusis, mostrava-se aos iniciados uma "espiga de trigo", símbolo da vida que eternamente permanece através das encarnações e que, sob a forma de pão, se tornava participante da vida do homem; assim quando o homem se unia a Deus, "se tornava participante da vida divina" (2. ª Pe. 1:4). E Jesus afirmou: " Eu sou o PÃO da Vida" (JO 6. 35).


No entanto ocorreu modificação básica na instituição do Mistério cristão, que Jesus realizou na "última Ceia", na véspera de sua experiência máxima, o páthos ("paixão").


No Cristianismo, a iniciação toma sentido puramente espiritual, no interior da criatura, seguindo mais a Escola de Alexandria. Lendo Filon, compreendemos isso: ele interpreta todo o Antigo Testamento como alegoria da evolução da alma. Cada evangelista expõe a iniciação cristã de acordo com sua própria capacidade evolutiva, sendo que a mais elevada foi, sem dúvida, a de João, saturado da tradição (parádosis) de Alexandria, como pode ver-se não apenas de seu Evangelho, como também de seu Apocalipse.


Além disso, Jesus arrancou a iniciação dos templos, a portas fechadas, e jogou-a dentro dos corações; era a universalização da "salvação" a todos os que QUISESSEM segui-Lo. Qualquer pessoa pode encontrar o caminho (cfr. "Eu sou o Caminho", JO 14:6), porque Ele corporificou os mistérios em Si mesmo, divulgando-lhes os segredos através de Sua vida. Daí em diante, os homens não mais teriam que procurar encontrar um protótipo divino, para a ele conformar-se: todos poderiam descobrir e utir-se diretamente ao Logos que, através do Cristo, em Jesus se manifestara.


Observamos, pois, uma elevação geral de frequência vibratória, de tonus, em todo o processo iniciático dos mistérios.


E os Pais da Igreja - até o século 3. º o cristianismo foi "iniciático", embora depois perdesse o rumo quando se tornou "dogmático" - compreenderam a realidade do mistério cristão, muito superior, espiritualmente, aos anteriores: tornar o homem UM CRISTO, um ungido, um permeado da Divindade.


A ação divina do mistério, por exemplo, é assim descrita por Agostinho: "rendamos graças e alegremonos, porque nos tornamos não apenas cristãos, mas cristos" (Tract. in Joanne, 21,8); e por Metódio de Olímpio: "a comunidade (a ekklêsía) está grávida e em trabalho de parto, até que o Cristo tenha tomado forma em nós; até que o Cristo nasça em nós, para que cada um dos santos, por sua participação ao Cristo, se torne o cristo" (Patrol. Graeca, vol. 18, ccl. 150).


Temos que tornar-nos cristos, recebendo a última unção, conformando-nos com Ele em nosso próprio ser, já que "a redenção tem que realizar-se EM NÓS" (O. Casel, o. c., pág. 29), porque "o único e verdadeiro holocausto é o que o homem faz de si mesmo".


Cirilo de Jerusalém diz: "Já que entrastes em comunhão com o Cristo com razão sois chamados cristos, isto é, ungidos" (Catechesis Mystagogicae, 3,1; Patrol. Graeca,, 01. 33, col. 1087).


Essa transformação, em que o homem recebe Deus e Nele se transmuda, torna-o membro vivo do Cristo: "aos que O receberam, deu o poder de tornar-se Filhos de Deus" (JO 1:12).


Isso fez que Jesus - ensina-nos o Novo Testamento - que era "sacerdote da ordem de Melquisedec (HB 5:6 e HB 7:17) chegasse, após sua encarnação e todos os passos iniciáticos que QUIS dar, chegasse ao grau máximo de "pontífice da ordem de Melquisedec" (HB 5:10 e HB 6:20), para todo o planeta Terra.


CRISTO, portanto, é o mistério de Deus, o Senhor, o ápice da iniciação a experiência pessoal da Divindade.


através do santo ensino (hierôs lógos), que vem dos "deuses" (Espíritos Superiores), comunicado ao místico. No cristianismo, os emissários ("apóstolos") receberam do Grande Hierofante Jesus (o qual o recebeu do Pai, com Quem era UNO) a iniciação completa. Foi uma verdadeira "transmiss ão" (traditio, parádosis), apoiada na gnose: um despertar do Espírito que vive e experimenta a Verdade, visando ao que diz Paulo: "admoestando todo homem e ensinando todo homem, em toda sabedoria (sophía), para que apresentem todo homem perfeito (téleion, iniciado) em Cristo, para o que eu também me esforço (agõnizómenos) segundo a ação dele (energeían autou), que age (energouménen) em mim, em força (en dynámei)". CL 1:28-29.


Em toda essa iniciação, além disso, precisamos não perder de vista o "enthousiasmós" (como era chamado o "transe" místico entre os gregos) e que foi mesmo sentido pelos hebreus, sobretudo nas" Escolas de Profetas" em que eles se iniciavam (profetas significa "médiuns"); mas há muito se havia perdido esse "entusiasmo", por causa da frieza intelectual da interpretação literal das Escrituras pelos Escribas.


Profeta, em hebraico, é NaVY", de raiz desconhecida, que o Rabino Meyer Sal ("Les Tables de la Loi", éd. La Colombe, Paris, 1962, pág. 216/218) sugere ter sido a sigla das "Escolas de Profetas" (escolas de iniciação, de que havia uma em Belém, de onde saiu David). Cada letra designaria um setor de estudo: N (nun) seriam os sacerdotes (terapeutas do psicossoma), oradores, pensadores, filósofos;

V (beth) os iniciados nos segredos das construções dos templos ("maçons" ou pedreiros), arquitetos, etc. ; Y (yod) os "ativos", isto é, os dirigentes e políticos, os "profetas de ação"; (aleph), que exprime "Planificação", os matemáticos, geômetras, astrônomos, etc.


Isso explica, em grande parte, porque os gregos e romanos aceitaram muito mais facilmente o cristianismo, do que os judeus, que se limitavam a uma tradição que consistia na repetição literal decorada dos ensinos dos professores, num esforço de memória que não chegava ao coração, e que não visavam mais a qualquer experiência mística.


TEXTOS DO N. T.


O termo mystérion aparece várias vezes no Novo Testamento.


A - Nos Evangelhos, apenas num episódio, quando Jesus diz a Seus discípulos: "a vós é dado conhecer os mistérios do reino de Deus" (MT 13:11; MC 4:11; LC 8:10).


B - Por Paulo em diversas epístolas: RM 11:25 - "Não quero, irmãos, que ignoreis este mistério... o endurecimento de Israel, até que hajam entrado todos os gentios".


Rom. 16:15 - "conforme a revelação do mistério oculto durante os eons temporais (terrenos) e agora manifestados".


1. ª Cor. 2:1 – "quando fui ter convosco... anunciando-vos o mistério de Deus".


1. ª Cor. 2:4-7 - "meu ensino (logos) e minha pregação não foram em palavras persuasivas, mas em demonstração (apodeíxei) do pneúmatos e da dynámeôs, para que vossa fé não se fundamente na sophía dos homens, mas na dynámei de Deus. Mas falamos a sophia nos perfeitos (teleiois, iniciados), porém não a sophia deste eon, que chega ao fim; mas falamos a sophia de Deus em mistério, a que esteve oculta, a qual Deus antes dos eons determinou para nossa doutrina". 1. ª Cor. 4:1 - "assim considerem-nos os homens assistentes (hypêrétas) ecônomos (distribuidores, dispensadores) dos mistérios de Deus".


1. ª Cor. 13:2 - "se eu tiver mediunidade (prophéteía) e conhecer todos os mistérios de toda a gnose, e se tiver toda a fé até para transportar montanhas, mas não tiver amor (agápé), nada sou". l. ª Cor. 14:2 - "quem fala em língua (estranha) não fala a homens, mas a Deus, pois ninguém o ouve, mas em espírito fala mistérios". 1. ª Cor. 15:51 - "Atenção! Eu vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados".


EF 1:9 - "tendo-nos feito conhecido o mistério de sua vontade"

EF 3:4 - "segundo me foi manifestado para vós, segundo a revelação que ele me fez conhecer o mistério (como antes vos escrevi brevemente), pelo qual podeis perceber, lendo, minha compreensão no mistério do Cristo".


EF 3:9 - "e iluminar a todos qual a dispensação (oikonomía) do mistério oculto desde os eons, em Deus, que criou tudo".


EF 5:32 - "este mistério é grande: mas eu falo a respeito do Cristo e da ekklésia.


EF 9:19 - "(suplica) por mim, para que me possa ser dado o logos ao abrir minha boca para, em público, fazer conhecer o mistério da boa-nova".


CL 1:24-27 - "agora alegro-me nas experimentações (Pathêmasin) sobre vós e completo o que falta das pressões do Cristo em minha carne, sobre o corpo dele que é a ekklêsía, da qual me tornei servidor, segundo a dispensação (oikonomía) de Deus, que me foi dada para vós, para plenificar o logos de Deus, o mistério oculto nos eons e nas gerações, mas agora manifestado a seus santos (hagioi, iniciados), a quem aprouve a Deus fazer conhecer a riqueza da doutrina (dóxês; ou "da substância") deste mistério nas nações, que é CRISTO EM VÓS, esperança da doutrina (dóxês)".


CL 2:2-3 - "para que sejam consolados seus corações, unificados em amor, para todas as riquezas da plena convicção da compreensão, para a exata gnose (epígnôsin) do mistério de Deus (Cristo), no qual estão ocultos todos os tesouros da sophía e da gnose".


CL 4:3 - "orando ao mesmo tempo também por nós, para que Deus abra a porta do logos para falar o mistério do Cristo, pelo qual estou em cadeias".


2. ª Tess. 2:7 - "pois agora já age o mistério da iniquidade, até que o que o mantém esteja fora do caminho".


1. ª Tim. 3:9 - "(os servidores), conservando o mistério da fé em consciência pura".


1. ª Tim. 2:16 - "sem dúvida é grande o mistério da piedade (eusebeías)".


No Apocalipse (1:20; 10:7 e 17:5, 7) aparece quatro vezes a palavra, quando se revela ao vidente o sentido do que fora dito.


CULTO CRISTÃO


Depois de tudo o que vimos, torna-se evidente que não foi o culto judaico que passou ao cristianismo primitivo. Comparemos: A luxuosa arquitetura suntuosa do Templo grandioso de Jerusalém, com altares maciços a escorrer o sangue quente das vítimas; o cheiro acre da carne queimada dos holocaustos, a misturar-se com o odor do incenso, sombreando com a fumaça espessa o interior repleto; em redor dos altares, em grande número, os sacerdotes a acotovelar-se, munidos cada um de seu machado, que brandiam sem piedade na matança dos animais que berravam, mugiam dolorosamente ou balavam tristemente; o coro a entoar salmos e hinos a todo pulmão, para tentar superar a gritaria do povo e os pregões dos vendedores no ádrio: assim se realizava o culto ao "Deus dos judeus".


Em contraste, no cristianismo nascente, nada disso havia: nem templo, nem altares, nem matanças; modestas reuniões em casas de família, com alguns amigos; todos sentados em torno de mesa simples, sobre a qual se via o pão humilde e copos com o vinho comum. Limitava-se o culto à prece, ao recebimento de mensagens de espíritos, quando havia "profetas" na comunidade, ao ensino dos "emissários", dos "mais velhos" ou dos "inspetores", e à ingestão do pão e do vinho, "em memória da última ceia de Jesus". Era uma ceia que recebera o significativo nome de "amor" (ágape).


Nesse repasto residia a realização do supremo mistério cristão, bem aceito pelos gregos e romanos, acostumados a ver e compreender a transmissão da vida divina, por meio de símbolos religiosos. Os iniciados "pagãos" eram muito mais numerosos do que se possa hoje supor, e todos se sentiam membros do grande Kósmos, pois, como o diz Lucas, acreditavam que "todos os homens eram objeto da benevolência de Deus" (LC 2:14).


Mas, ao difundir-se entre o grande número e com o passar dos tempos, tudo isso se foi enfraquecendo e seguiu o mesmo caminho antes experimentado pelo judaísmo; a força mística, só atingida mais tarde por alguns de seus expoentes, perdeu-se, e o cristianismo "foi incapaz - no dizer de O. Casel - de manterse na continuação, nesse nível pneumático" (o. c. pág. 305). A força da "tradição" humana, embora condenada com veemência por Jesus (cfr. MT 15:1-11 e MT 16:5-12; e MC 7:1-16 e MC 8:14-11; veja atrás), fez-se valer, ameaçando as instituições religiosas que colocam doutrinas humanas ao lado e até acima dos preceitos divinos, dando mais importância às suas vaidosas criações. E D. Odon Casel lamenta: " pode fazer-se a mesma observação na história da liturgia" (o. c., pág. 298). E, entristecido, assevera ainda: "Verificamos igualmente que a concepção cristã mais profunda foi, sob muitos aspectos, preparada muito melhor pelo helenismo que pelo judaísmo. Lamentavelmente a teologia moderna tende a aproximar-se de novo da concepção judaica de tradição, vendo nela, de fato, uma simples transmiss ão de conhecimento, enquanto a verdadeira traditio, apoiada na gnose, é um despertar do espírito que VIVE e EXPERIMENTA a Verdade" (o. c., pág. 299).


OS SACRAMENTOS


O termo latino que traduz a palavra mystérion é sacramentum. Inicialmente conservou o mesmo sentido, mas depois perdeu-os, para transformar-se em "sinal visível de uma ação espiritual invisível".


No entanto, o estabelecimento pelas primeiras comunidades cristãs dos "sacramentos" primitivos, perdura até hoje, embora tendo perdido o sentido simbólico inicial.


Com efeito, a sucessão dos "sacramentos" revela exatamente, no cristianismo, os mesmos passos vividos nos mistérios grego. Vejamos:
1- o MERGULHO (denominado em grego batismo), que era a penetração do catecúmeno em seu eu interno. Simbolizava-se na desnudação ao pretendente, que largava todas as vestes e mergulhava totalmente na água: renunciava de modo absoluto as posses (pompas) exteriores e aos próprios veículos físicos, "vestes" do Espírito, e mergulhava na água, como se tivesse "morrido", para fazer a" catarse" (purificação) de todo o passado. Terminado o mergulho, não era mais o catecúmeno, o profano. Cirilo de Jerusalém escreveu: "no batismo o catecúmeno tinha que ficar totalmente nu, como Deus criou o primeiro Adão, e como morreu o segundo Adão na cruz" (Catechesis Mistagogicae,

2. 2). Ao sair da água, recebia uma túnica branca: ingressava oficialmente na comunidade (ekklêsía), e então passava a receber a segunda parte das instruções. Na vida interna, após o "mergulho" no próprio íntimo, aguardava o segundo passo.


2- a CONFIRMAÇÃO, que interiormente era dada pela descida da "graça" da Força Divina, pela" epifanía" (manifestação), em que o novo membro da ekklêsía se sentia "confirmado" no acerto de sua busca. Entrando em si mesmo a "graça" responde ao apelo: "se alguém me ama, meu Pai o amará, e NÓS viremos a ele e permaneceremos nele" (JO 14:23). O mesmo discípulo escreve em sua epístola: "a Vida manifestou-se, e a vimos, e damos testemunho. e vos anunciamos a Vida Imanente (ou a Vida do Novo Eon), que estava no Pai e nos foi manifestada" (l. ª JO 1:2).


3- a METÁNOIA (modernamente chamada "penitência") era então o terceiro passo. O aprendiz se exercitava na modificação da mentalidade, subsequente ao primeiro contato que tinha tido com a Divindade em si mesmo. Depois de "sentir" em si a força da Vida Divina, há maior compreensão; os pensamentos sobem de nível; torna-se mais fácil e quase automático o discernimento (krísis) entre certo e errado, bem e mal, e portanto a escolha do caminho certo. Essa metánoia é ajudada pelos iniciados de graus mais elevados, que lhe explicam as leis de causa e efeito e outras.


4- a EUCARISTIA é o quarto passo, simbolizando por meio da ingestão do pão e do vinho, a união com o Cristo. Quem mergulhou no íntimo, quem recebeu a confirmação da graça e modificou seu modo de pensar, rapidamenle caminha para o encontro definitivo com o Mestre interno, o Cristo.


Passa a alimentar-se diretamente de seus ensinos, sem mais necessidade de intermediários: alimentase, nutre-se do próprio Cristo, bebe-Lhe as inspirações: "se não comeis a carne do Filho do Homem e não bebeis seu sangue, não tendes a vida em vós. Quem saboreia minha carne e bebe meu sangue tem a Vida Imanente, porque minha carne é verdadeiramente comida e meu sangue é

verdadeiramente bebida. Quem come minha carne e bebe o meu sangue, permanece em mim e eu nele" (JO 6:53 ss).


5- MATRIMÔNIO é o resultado do encontro realizado no passo anterior: e o casamento, a FUSÃO, a união entre a criatura e o Criador, entre o iniciado e Cristo: "esse mistério é grande, quero dizê-lo em relação ao Cristo e à ekklêsia", escreveu Paulo, quando falava do "matrimônio" (EF 5:32). E aqueles que são profanos, que não têm essa união com o Cristo, mas antes se unem ao mundo e a suas ilusões, são chamados "adúlteros" (cfr. vol. 2). E todos os místicos, unanimemente, comparam a união mística com o Cristo ti uma união dos sexos no casamento.


6- a ORDEM é o passo seguinte. Conseguida a união mística a criatura recebe da Divindade a consagra ção, ou melhor, a "sagração", o "sacerdócio" (sacer "sagrado", dos, dotis, "dote"), o "dote sagrado" na distribuição das graças o quinhão especial de deveres e obrigações para com o "rebanho" que o cerca. No judaísmo, o sacerdote era o homem encarregado de sacrificar ritualmente os animais, de examinar as vítimas, de oferecer os holocaustos e de receber as oferendas dirigindo o culto litúrgico. Mais tarde, entre os profanos sempre, passou a ser considerado o "intemediário" entre o homem e o Deus "externo". Nessa oportunidade, surge no Espírito a "marca" indelével, o selo (sphrágis) do Cristo, que jamais se apaga, por todas as vidas que porventura ainda tenha que viver: a união com essa Força Cósmica, de fato, modifica até o âmago, muda a frequência vibratória, imprime novas características e a leva, quase sempre, ao supremo ponto, à Dor-Sacrifício-Amor.


7- a EXTREMA UNÇÃO ("extrema" porque é o último passo, não porque deva ser dada apenas aos moribundos) é a chave final, o último degrau, no qual o homem se torna "cristificado", totalmente ungido pela Divindade, tornando-se realmente um "cristo".


Que esses sacramentos existiram desde os primeiros tempos do cristianismo, não há dúvida. Mas que não figuram nos Evangelhos, também é certo. A conclusão a tirar-se, é que todos eles foram comunicados oralmente pela traditio ou transmissão de conhecimentos secretos. Depois na continuação, foram permanecendo os ritos externos e a fé num resultado interno espiritual, mas já não com o sentido primitivo da iniciação, que acabamos de ver.


Após este escorço rápido, cremos que a afirmativa inicial se vê fortalecida e comprovada: realmente Jesus fundou uma "ESCOLA INICIÁTICA", e a expressão "logos akoês" (ensino ouvido), como outras que ainda aparecerão, precisam ser explicadas à luz desse conhecimento.


* * *

Neste sentido que acabamos de estudar, compreendemos melhor o alcance profundo que tiveram as palavras do Mestre, ao estabelecer as condições do discipulato.


Não podemos deixar de reconhecer que a interpretação dada a Suas palavras é verdadeira e real.


Mas há "mais alguma coisa" além daquilo.


Trata-se das condições exigidas para que um pretendente possa ser admitido na Escola Iniciática na qualidade de DISCÍPULO. Não basta que seja BOM (justo) nem que possua qualidades psíquicas (PROFETA). Não é suficiente um desejo: é mistér QUERER com vontade férrea, porque as provas a que tem que submeter-se são duras e nem todos as suportam.


Para ingressar no caminho das iniciações (e observamos que Jesus levava para as provas apenas três, dentre os doze: Pedro, Tiago e João) o discípulo terá que ser digno SEGUIDOR dos passos do Mestre.


Seguidor DE FATO, não de palavras. E para isso, precisará RENUNCIAR a tudo: dinheiro, bens, família, parentesco, pais, filhos, cônjuges, empregos, e inclusive a si mesmo: à sua vontade, a seu intelecto, a seus conhecimentos do passado, a sua cultura, a suas emoções.


A mais, devia prontificar-se a passar pelas experiências e provações dolorosas, simbolizadas, nas iniciações, pela CRUZ, a mais árdua de todas elas: o suportar com alegria a encarnação, o mergulho pesado no escafandro da carne.


E, enquanto carregava essa cruz, precisava ACOMPANHAR o Mestre, passo a passo, não apenas nos caminhos do mundo, mas nos caminhos do Espírito, difíceis e cheios de dores, estreitos e ladeados de espinhos, íngremes e calçados de pedras pontiagudas.


Não era só. E o que se acrescenta, de forma enigmática em outros planos, torna-se claro no terreno dos mistérios iniciáticos, que existiam dos discípulos A MORTE À VIDA DO FÍSICO. Então compreendemos: quem tiver medo de arriscar-se, e quiser "preservar" ou "salvar" sua alma (isto é, sua vida na matéria), esse a perderá, não só porque não receberá o grau a que aspira, como ainda porque, na condição concreta de encarnado, talvez chegue a perder a vida física, arriscada na prova. O medo não o deixará RESSUSCITAR, depois da morte aparente mas dolorosa, e seu espírito se verá envolvido na conturbação espessa e dementada do plano astral, dos "infernos" (ou umbral) a que terá que descer.


No entanto, aquele que intimorato e convicto da realidade, perder, sua alma, (isto é, "entregar" sua vida do físico) à morte aparente, embora dolorosa, esse a encontrará ou a salvará, escapando das injunções emotivas do astral, e será declarado APTO a receber o grau seguinte que ardentemente ele deseja.


Que adianta, com efeito, a um homem que busca o Espírito, se ganhar o mundo inteiro, ao invés de atingir a SABEDORIA que é seu ideal? Que existirá no mundo, que possa valer a GNOSE dos mistérios, a SALVAÇÃO da alma, a LIBERTAÇÃO das encarnações tristes e cansativas?


Nos trabalhos iniciáticos, o itinerante ou peregrino encontrará o FILHO DO HOMEM na "glória" do Pai, em sua própria "glória", na "glória" de Seus Santos Mensageiros. Estarão reunidos em Espírito, num mesmo plano vibratório mental (dos sem-forma) os antigos Mestres da Sabedoria, Mensageiros da Palavra Divina, Manifestantes da Luz, Irradiadores da Energia, Distribuidores do Som, Focos do Amor.


Mas, nos "mistérios", há ocasiões em que os "iniciantes", também chamados mystos, precisam dar testemunhos públicos de sua qualidade, sem dizerem que possuem essa qualidade. Então está dado o aviso: se nessas oportunidades de "confissão aberta" o discípulo "se envergonhar" do Mestre, e por causa de "respeitos humanos" não realizar o que deve, não se comportar como é da lei, nesses casos, o Senhor dos Mistérios, o Filho do Homem, também se envergonhará dele, considerá-lo-á inepto, incapaz para receber a consagração; não mais o reconhecerá como discípulo seu. Tudo, portanto, dependerá de seu comportamento diante das provas árduas e cruentas a que terá que submeter-se, em que sua própria vida física correrá risco.


Observe-se o que foi dito: "morrer" (teleutan) e "ser iniciado" (teleusthai) são verbos formados do mesmo radical: tele, que significa FIM. Só quem chegar AO FIM, será considerado APTO ou ADEPTO (formado de AD = "para", e APTUM = "apto").


Nesse mesmo sentido entendemos o último versículo: alguns dos aqui presentes (não todos) conseguirão certamente finalizar o ciclo iniciático, podendo entrar no novo EON, no "reino dos céus", antes de experimentar a morte física. Antes disso, eles descobrirão o Filho do Homem em si mesmos, com toda a sua Dynamis, e então poderão dizer, como Paulo disse: "Combati o bom combate, terminei a carreira, mantive a fidelidade: já me está reservada a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia - e não só a mim, como a todos os que amaram sua manifestação" (2. ª Tim. 4:7-8).



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Apocalipse Capítulo 13 do versículo 1 até o 18
3. A Besta Subiu do Mar (13 1:10)

João' viu subir do mar uma besta (1). Swete escreve: "O mar é um símbolo apro-priado da superfície agitada da humanidade não regenerada (cf. Is 57:20), e especial-mente do caldeirão fervente da vida nacional e social, da qual surgiram os grandes movi-mentos históricos do mundo"."

A conexão desse capítulo com o anterior (veja nota de rodapé
114) é descrita por Charles da seguinte maneira: "O dragão frustrado em sua tentativa de destruir o Messi-as e sua Comunidade, segue para a beira do mar e de lá convoca a besta (i.e., o Império Romano) para armá-lo com seu próprio poder".116

A besta tinha sete cabeças e dez chifres. A mesma descrição é dada à "besta de cor escarlate" em 17.3. O significado desses itens é explicado em 17:9-12 (veja comentá-rios lá). Sobre os chifres havia dez diademas (diadema, coroa real).

O vidente percebeu sobre as cabeças, um nome de blasfêmia. A primeira aplica-ção disso, a interpretação preterista (veja Int., "Interpretação"), seria para os títulos blasfemos assumidos pelos imperadores romanos dos dois primeiros séculos. Uma docu-mentação abundante para isso foi achada nas cartas imperiais encontradas entre as inscrições em Éfeso. Diversas vezes, "filho de Deus" aparece com um nome de um impe-rador, enquanto se chamavam simplesmente de "Deus". Nas suas moedas, Nero se cha-mava de "O Salvador do Mundo". Podemos imaginar o choque que isso foi para os cris-tãos antigos, que admitiam esses títulos somente para Cristo. Diz-se que Domiciano, que era o imperador quando João escreveu o livro de Apocalipse, insistiu em ser chamado de "nosso Senhor e Deus".117 Para os cristãos essa era uma blasfêmia dupla.

Barnes, representando a interpretação historicista, cita afirmações blasfemas feitas pelos papas.'" Os futuristas entendem que o Anticristo vai conferir para si mesmo auto-ridade divina.

A besta que João viu era semelhante ao leopardo, e os seus pés, como os de urso, e a sua boca, como a de leão (2). A imagem é tirada de Daniel 7:3-7. Na visão de Daniel, quatro animais grandes subiam do mar. O primeiro era como um leão, o segundo era semelhante a um urso, o terceiro era semelhante a um leopardo, e o quarto era "terrível e espantoso e muito forte".

A besta de Apocalipse une os traços dos três primeiros animais de Daniel em or-dem inversa. Semelhantemente ao quarto animal, ela tem "dez pontas". Os quatro animais de Daniel representam respectivamente O Império Babilônico, Medo-Persa, Grego e Romano. Parece que a besta de Apocalipse representa em primeiro lugar o Império Romano, que tinha as características dos três impérios anteriores, mas era mais "terrível e espantoso". Não pode haver dúvida que para os primeiros leitores de João essa era a interpretação dada a essa passagem. Os imperadores perseguidores eram motivados por Satanás: e o dragão deu-lhe o seu poder, e o seu trono (thronon), e grande poderio.

O cenário histórico do primeiro século dessa passagem aparece de maneira mais impressionante no próximo versículo: E vi uma de suas cabeças como ferida de morte, e a sua chaga mortal foi curada; e toda a terra se maravilhou após a besta (3). Essa parece uma clara alusão ao chamado Nero redivivus (ressuscitado). Essa história é relatada por Swete:

Em junho de 68, Nero, perseguido pelos emissários do Senado, infligiu sobre si uma ferida, que foi a causa da sua morte. Seus restos mortais receberam um fune-ral público e foram mais tarde colocados no mausoléu de Augusto. Todavia, crescia nas províncias orientais do Império um rumor de que ele continuava vivo e estava escondido em algum lugar. Embusteiros, que afirmavam ser Nero, surgiram em 69 e 79 e mesmo em 88 ou 89 [...] A lenda da sobrevivência ou ressurreição de Nero formou-se na imaginação popular, e Dion Chrysostom [...] no fim do século escarne-ce disso como uma das loucuras da época. Entrementes, a idéia do retorno de Nero começou a tomar forma na imaginação de judeus e cristãos [...] A lenda foi usada por São João para representar o renascimento da política de perseguição de Nero por Domiciano."

Isso, é claro, não descarta uma aplicação ao Anticristo no fim dos tempos. Mas, a primeira regra em interpretar qualquer profecia é observar o fundo histórico da sua época.

Todo o mundo adorava o dragão que deu à besta o seu poder (gr., "autoridade"; v. 4). Usando uma linguagem própria em relação a Deus (cf. Êx 15:11), o povo clamou: Quem é semelhante à besta? Quem poderá batalhar contra ela? Swete observa: "Não era a grandeza moral, mas a força bruta que ditava o respeito das províncias".'

A besta continuou proferindo grandes coisas e blasfêmias (5). Em relação aos imperadores romanos, Swete diz: "A presunção de colocar nomes divinos em documentos públicos e inscrições era uma blasfêmia crescente e estabelecida".'

A afirmação de que a besta continuava no poder por quarenta e dois meses -equivalente a três anos e meio ou a mil duzentos e sessenta dias — é difícil de encaixar no período do Império Romano. Barnes, usando o princípio dia-ano, aplica isso aos mil duzentos e sessenta anos da supremacia papal (veja comentário em 11:2-3). Mas o cum-primento final da predição ocorrerá nos três anos e meio da Grande Tribulação.

A linguagem dos próximos dois versículos parece ir além do passado e presente, envolvendo também o futuro. No sentido mais completo, somente o Anticristo abrirá a boca em blasfêmias contra Deus, para blasfemar do seu nome, e do seu tabernáculo, e dos que habitam no céu (6). Ele particularmente terá poder (autori-dade) sobre toda tribo, e língua, e nação (7). Somente dele podia se dizer: E adora-ram-na todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes não estão escri-tos no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo (8).

Se alguém tem ouvidos, ouça (9) é uma repetição de 2.7, 11, 17 (veja comentários ali). É uma exortação para tomar cuidado com a advertência que segue.

O versículo 10 contém uma afirmação epigramática obscura: Se alguém leva em cativeiro, em cativeiro irá ("Se alguém há de ir para o cativeiro, para o cativeiro irá", NVI) ; se alguém matar à espada, necessário é que à espada seja morto. Swete sugere: "Encontramos aqui uma advertência contra qualquer tentativa por parte da Igreja de resistir aos seus perseguidores. Se um cristão é condenado ao exílio, como fora o caso de João, ele deve considerar o exílio como sua porção devida, e deve ir prontamente; se for sentenciado à morte, ele não deve erguer sua mão contra o tirano; ao fazê-lo será o mesmo que merecer o seu castigo".' Dessa forma, os cristãos, mesmo debaixo de perse-guição, podiam mostrar a paciência e a fé dos santos. Cf. Weymouth: "Aqui há uma oportunidade para os santos exercerem perseverança e exercitarem fé".

4. A Besta na Terra (13 11:18)

João nos relata que viu subir da terra outra besta (11). Essa tinha dois chifres semelhantes aos de uni cordeiro. Assim, ela era menos assustadora em aparência do que a primeira besta. Carpenter faz esta aplicação geral: "Todos os que usam seu conhecimen-to, sua cultura, sua sabedoria, para ensinar as pessoas de que não há nada digno de adora-ção, salvo o que podem ver, tocar e provar, estão agindo de acordo com a segunda besta".'

Mas embora se parecesse com um cordeiro, ela rugia como o dragão. Simcox diz: "Sem dúvida, a visão óbvia está certa. Essa besta se parece com Cristo, mas age como Satanás".' Essa segunda besta parece que pode claramente ser identificada com o falso profeta (16.13 19:20-20.10).

E exerce todo o poder (autoridade) da primeira besta na sua presença e faz que a terra e os que nela habitam adorem a primeira besta (12). Ela faz grandes sinais, de maneira que até fogo faz descer do céu à terra, à vista dos homens (13), como foi o caso de Elias (1 Rs 18.38). E engana os que habitam na terra com sinais que lhe foi permitido que fizesse em presença da besta (14). Os israelitas

foram advertidos a não aceitarem os falsos profetas que procurariam enganá-los ao rea-lizar milagres (Dt 13:1-3). Ela instruiu os habitantes da terra que fizessem uma ima‑

gem à besta. Além do mais, foi-lhe concedido que desse espírito à imagem da besta, para que também a imagem da besta falasse e fizesse que fossem mortos todos os que não adorassem a imagem da besta (15). Somos lembrados da antiga ordem de adorar a imagem de ouro de Nabucodonosor (Dn 3:1-6).

Pessoas de todas as classes são obrigadas a receber um sinal na mão direita ou na testa (16). Isso é popularmente conhecido como "a marca da besta". Toda tentativa de identificar isso com símbolos ou nomes atuais não passa de mera especulação que deson-ra a Palavra de Deus.

Com referência à palavra sinal (charagma), Simcox escreve que é "a marca de fogo colocada nos escravos para identificá-los; devotos pagãos às vezes recebiam esse tipo de sinal, marcando-os como a propriedade do seu deus".1" Rist diz que esse sinal era "o termo técnico para o carimbo imperial em documentos oficiais".1"

Essa "marca da besta" é o oposto do que lemos em 7.1. Ali "os servos do nosso Deus" são selados em suas testas, protegendo-os dos julgamentos divinos prestes a ser derra-mados sobre a terra.
Em 3 Macabeus 2.29, lemos que Ptolomeu Filopater (217 a.C.) ordenou que os ju-deus de Alexandria fossem marcados com a insígnia da folha da hera do deus Dionísio. Isso forma um paralelo impressionante.

Ninguém podia comprar ou vender, a não ser que tivesse o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome (17). Provavelmente, Swete está certo ao dizer que as

duas últimas frases estão em aposição com o sinal. Da relação enigmática de nome e número, ele escreve: "Onde o provinciano pagão via somente o nome do imperador reinante, o cristão detectava um número místico com suas associações de maldade e crueldade".'

Deve ser lembrado que no hebraico, grego e latim, cada letra do alfabeto tem um equiva‑

lente numérico. Assim, todos os nomes nessas três línguas representam números exatos. Então vem um dizer enigmático: Aqui há sabedoria (18). Esta e a expressão se-guinte: Aquele que tem entendimento (lit.: "tendo uma mente") são bastante parecidas com 17.9: "Aqui há sentido, que tem sabedoria". Talvez essas expressões façam eco do que lemos em Daniel 12:10: "e nenhum dos ímpios entenderá, mas os sábios entende-rão". Um outro paralelo está em Efésios 1:17: "o espírito de sabedoria e de revelação". Aqueles que tinham esse Espírito entenderiam o que João estava dizendo.

O número da besta [...] é número de homem — isto é: um número humano, ou um que "é calculado simplesmente por um método humano comum", 128 designando valo-res numéricos às letras do nome.

O número 6661" tem recebido incontáveis explicações. Desconsiderando as fantasiosas, podemos dizer que provavelmente a referência originária foi a Nero. Na forma latina, as letras de Nerom totalizam 666. Sem a última letra, o número seria 616, que pode ser o motivo de alguns manuscritos apresentarem esse número menor (veja nota de rodapé 129). Uma terceira maneira de calcular a equivalência numérica de Nero é escrever Nero César com letras hebraicas — o hebraico tem apenas consoantes, não vogais. O valor total das letras hebraicas é 666.

Irineu (século II) achava que esse número significava "Teitan" e, dessa forma, repre-sentava um poder titânico. Ele também chamou atenção para o fato de o número se igualar a Lateinos nas letras gregas e dessa forma poderia representar o Império Roma-no ("Eles sendo latinos que agora reinam").

Nos tempos modernos, o número tem sido calculado de forma variável para repre-sentar Maomé, Lutero, o papa Benedito IX, Napoleão, o imperador Guilherme (na Pri-meira Guerra Mundial), Hitler (na Segunda Guerra Mundial) e Mussolini (entre as duas guerras). Estudiosos mais sensatos da Bíblia o referem ao Anticristo, sem tentar identi-ficar o arquiinimigo de Cristo com qualquer pessoa.
Queremos resumir as principais interpretações acerca das duas bestas desse capítu-lo. Os preteristas (veja Int., "Interpretação") dizem que elas representam respectivamen-te o poder civil romano (o império) e o poder religioso romano (o sacerdócio pagão apoian-do a adoração ao imperador, particularmente na província da Ásia). Os historicistas en-tendem tratar-se do Império Romano e a igreja católica romana (ou o papado), em que a igreja católica procura exercer toda a autoridade do império (cf. v. 12). Os futuristas identificam a primeira besta como o Anticristo, e a segunda como o falso profeta. Todas essas interpretações são importantes. Parece sábio não insistir que apenas uma inter-pretação seja válida, e que as outras estão erradas. Em certo sentido, todo o Apocalipse (exceto os capítulos 19:22) se aplica ao passado, presente e futuro.

Muitas vezes tem-se falado que o número 6 representa o homem como imperfeito, incompleto, em contraste com Cristo, que é representado pelo número 7, significando inteireza ou perfeição. O número 666 simplesmente multiplica triplamente essa idéia de que o homem é imperfeito.

À luz disso, a adoração à besta, cujo número é 666, adquire um significado adicional. Esta era terminará com a adoração ao homem, em vez da adoração a Deus.

Essa corrente já está recebendo um grande apoio. No início do século 20, a teologia humanista, que nega a divindade de Jesus e elimina o sobrenatural da Bíblia, infestou a Alemanha e a Grã-Bretanha, chegando até os Estados Unidos. Duas Guerras Mundiais, que apresentaram todas as evidências de serem um julgamento apocalíptico, encontra-ram uma reação na forma da neo-ortodoxia. Mas ela tem sido amplamente substituída pelo neoliberalismo. O fruto final de tudo isso é o movimento chamado "Deus está mor-to", que emergiu em 1965. Tendo rejeitado Deus do seu universo, o homem está agora adorando a si mesmo. O cenário está preparado para a adoração da besta.


Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Apocalipse Capítulo 13 do versículo 1 até o 18
*

13 1:10 Uma besta emergindo do mar representa poder perseguidor, especialmente o poder de um estado demonizado. Ver Introdução: Características e Temas: Outros Aspectos.

* 13.2 leopardo... urso... leão. Esta besta combina aspectos das quatro bestas de Dn 7:1-8,17-27, que representa reinos idólatras. Esta besta em Apocalipse deve ser um reino mundano, englobando todos eles. Desta maneira, as perseguições estatais de Daniel e seus amigos sugerem a natureza da perseguição por parte do estado romano que as sete igrejas devem enfrentar — e, possivelmente, perseguições de épocas posteriores. Intérpretes discordam quanto à perseguição específica que a besta representa mais diretamente (Introdução: Dificuldades de Interpretação). Na Ásia Menor, governantes locais ameaçavam matar os cristãos se eles se recusassem adorar o imperador romano. Oposição semelhante à adoração divina surgirá imediatamente antes da segunda vinda (2Ts 2:4). Perseguições surgem esporadicamente no período entre essas duas épocas (Mt 24:9; 2Tm 3.12,13; 1Pe 4:12-19). Em 2Ts 2:7,8 aparentemente são sugeridos um modelo repetido de oposição satânica e uma erupção final e culminante. Os cristãos não devem ser surpreendidos por essas pressões. Se necessário, devem enfrentar martírio, sabendo que Deus está no controle e que seu triunfo é certo.

* 13.5 quarenta e dois meses. Ver nota em 11.2.

* 13.7 pelejasse contra os santos. A besta exige adoração (v. 8), e quando os santos recusam submeter-se, são mortos. Mas, apesar de sua aparente derrota, mártires usufruem de vitória com Cristo imediatamente (6.9-11) e também quando suas orações pela derrota final da besta são respondidas (19.11-21).

tribo... língua e nação. Ver nota em 5.9.

*

13.8 livro da vida. O grego também possibilita a tradução “escritos no livro da vida do Cordeiro morto desde a fundação do mundo” (conforme 17.8). O livro é o registro celeste dos que são destinados à nova vida através da compra pelo sangue de Cristo (3.5; 5.9). Em meio à perseguição e ao grande poder da besta, os santos podem encontrar segurança na garantia de Deus quanto à sua cidadania celeste (17.8; 20.12,15; 21.27). Garantia semelhante é encontrada no cap. 7.

* 13.10 perseverança. Ver nota em 1.9.

* 13 11:18 A besta que emerge da terra, também chamado de falso profeta (16.13; 19.20; 20.10), atua como uma propagandista da besta. Suas ações falsificam o testemunho do Espírito Santo (ver Introdução: Características e Temas: Outros Aspectos). Na Ásia Menor do primeiro século, os principais propagandistas teriam sido sacerdotes do culto ao imperador e a “Comuna da Ásia” , um concílio de distintos representantes da cidade que promoviam lealdade ao imperador. Também nos tempos modernos, o totaliterismo alista propagandistas. Imediatamente antes da segunda vinda, falsos milagres acompanharão o aparecimento do “homem da iniqüidade” (2Ts 2:3,9). O falso profeta incorpora um modelo repetitivo (Introdução: Dificuldades de Interpretação).

* 13.16 certa marca. A marca da besta é uma falsificação do selo do nome de Deus nos santos (7.2-8; 14.1; Ez 9). A besta se apropria daqueles que estão marcados, e eles são seus escravos (14.9; 19.20; 20.4). Especulações em torno de uma marca visível erram o alvo principal da distinção espiritual entre os dois grupos.

*

13.18 seiscentos e sessenta e seis. No tempo de Domiciano, o antigo imperador Nero havia se tornado uma figura tradicional do anticristo, e “seiscentos e sessenta e seis” provavelmente já era conhecido como o valor numérico associado ao nome Nero César em hebraico. O número, portanto, designa ou o próprio Nero (que devia ressuscitar dos mortos e liderar uma invasão contra Roma, segundo uma crença muito difundida durante o reinado de Domiciano) ou um personagem posterior, imitando a impiedade de Nero. Muitos tem tentado identificar o anticristo final com base no número, mas suas associações com Nero podem muito bem ser seu único significado. Sempre precisamos estar sempre vigilantes para a vinda de Cristo, sem aventurar-se na fixação de datas (Mt 24:36-51).



Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de Apocalipse Capítulo 13 do versículo 1 até o 18
13:1 Se identificou ao princípio esta besta com Roma porque o Império Romano em seus primeiros tempos respirava um estilo de vida malvado, perseguia os crentes e se opunha a Deus e a seus seguidores. Mas a besta também simboliza ao anticristo, não Satanás, a não ser alguém sob seu poder e controle. Este anticristo tem a aparência de uma combinação das quatro bestas que Daniel viu séculos antes em uma visão (Daniel 7). Como o dragão (12,17) mantém-se em oposição a Deus, de igual maneira a besta está contra Cristo e pode ver-se como o falso messías de Satanás. O Império Romano em seus inícios foi forte e também anticristiano (ou contrário às normas de Cristo); muitos outros poderes individuais através da história foram anticristianos. Muitos cristãos acreditam que Satanás culminará como o anticristo, um que concentrará todos os poderes de maldade contra Jesucristo e seus seguidores.

13.1ss O capítulo 13 apresenta a dois cúmplices de Satanás (o dragão): (1) a besta que sai do mar (13.1ss) e (2) a besta que sai da terra (13.11ss). Juntos, os três seres malignos formam uma trindade ímpia em oposição direta à a Santa Trindade de Deus o Pai, Deus o Filho e Deus o Espírito Santo. Quando Satanás tentou ao Jesus no deserto, quis que Cristo mostrasse seu poder convertendo as pedras em pão, fizesse milagres ao saltar de um lugar alto e ganhasse o poder político mediante a adoração a ele (veja-se Mt 4:1-11). O plano de Satanás foi governar o mundo por meio do Jesucristo, mas O rechaçou a oferta de Satanás. Dessa maneira se volta para as bestas terríveis descritas em Apocalipse. À besta do mar deu poder político. À besta que sai da terra lhe deu poder para fazer milagres. Ambas trabalham unidas a fim de ter o controle de todo o mundo. Essa trindade ímpia, o dragão, a besta do mar e o falso profeta (veja-se 16.13), unem-se em um desesperado tento por vencer a Deus; mas seus esforços estão condenados ao fracasso. Para ver o que será o fim deles, leia-se Ap 19:19-21 e 20.10.

13.3ss Dado que a besta, o anticristo, é um falso messías, será uma falsificação de Cristo e até porá em cena uma ressurreição falsa (13.14). As pessoas o seguirão e adorarão porque estarão impressionadas por seu poder e seus milagres (13 3:4). Unirá ao mundo sob sua liderança (13 7:8) e controlará a economia mundial (13 16:17). A gente se impressiona com o poder e irá em detrás de quem o mostra com vigor ou o oferecem a seus seguidores. Mas os que seguem à besta só se enganarão a si mesmos. O usará seu poder para manipular a outros, para dirigir a atenção para si mesmo e para fomentar planos malignos. Deus, pelo contrário, emprega seu poder, que é imensamente superior, para amar e edificar. Não se deixe enganar pela declaração de grandes milagres ou informe a respeito de uma ressurreição ou reencarnação de alguém que pretende ser o Cristo. Quando Cristo volte, revelará a todos (Mt 24:23-28).

13:5 O poder outorgado à besta será limitado Por Deus. O lhe permitirá exercer autoridade só por um curto tempo. Mesmo que a besta esteja no poder, Deus seguirá dominando a situação (11.15; 12:10-12).

13:7 A besta vencerá ao povo de Deus e o governará, mas não poderá lhe causar danifico espiritual. Estabelecerá seu domínio em todo mundo e exigirá que todos a adorem. E muitos o farão, todos exceto os crentes verdadeiros. O negar-se a adorar à besta resultará em um sofrimento temporário para o povo de Deus, mas será premiado ao final com vida eterna.

13:8 se desejar mais informação sobre o livro da vida, veja-a nota sobre 3.5.

13:10 Neste tempo de perseguição, o ser fiel a Cristo poderia conduzir a perda de liberdade e inclusive a execução. Alguns crentes serão feridos ou assassinados. Mas tudo o que a besta e seus seguidores poderão fazer aos crentes é lhes causar danifico físico; nenhum dano espiritual pode lhes sobrevir a quem tem uma fé sincera em Deus. Todos os crentes entrarão na presença de Deus aperfeiçoados e desencardidos pelo sangue do Cordeiro (7.9-17).

13:10 Os tempos de grande perseguição que viu João darão a oportunidade de que os crentes exercitem paciente perseverança e fidelidade. Os tempos difíceis que agora enfrentamos são também oportunidades de crescer espiritualmente. Não caia na armadilha de Satanás e não se além de Deus quando chegarem os dias difíceis. Pelo contrário, empregue estes tempos difíceis como oportunidades para crescer espiritualmente.

13.11ss A primeira besta saiu do mar (13.1), mas este animal sobe da terra. Mais tarde lhe identifica como o falso profeta (16.13 19:20); é uma imitação do Espírito Santo. Aparenta fazer o bom, mas o propósito de seus milagres é enganar.

13:14 Ao longo da Bíblia vemos milagres levados a cabo como provas do poder, do amor e da autoridade de Deus. Mas aqui vemos uma imitação dos milagres realizados para enganar. Isto recorda aos magos de Faraó, que imitaram os sinais do Moisés no Egito. Os sinais e milagres verdadeiros assinalam ao Jesucristo, mas os milagres sós podem ser enganosos. Por essa razão devemos nos perguntar ante cada milagre que vemos: "É conseqüente com o que Deus diz na Bíblia?". A segunda besta ganha influência mediante assinale e maravilhas que pode realizar em nome da primeira besta. A segunda besta ordena às pessoas a que adorem a uma imagem em honra da primeira besta, uma brincadeira direta ao segundo mandamento (Ex 20:4-6). O permitir que as Escrituras guiem nossa fé e prática evitará que sejamos enganados por falsos sinais, por muito convincentes que pareçam. É falsa qualquer ensino que contradiga a Palavra de Deus.

13:16, 17 Em cada geração, os cristãos precisam manter um são cepticismo a respeito dos prazeres e recompensas da sociedade. Em nossa estrutura educativa, econômica e civil há muitos incentivos e prêmios. Sempre os cristãos devem distinguir o que é o bom e saudável de nossa sociedade, mas devemos nos opor ao pecado. Em alguns casos, como o sistema satânico descrito aqui, o sistema ou a estrutura se volta tão malvado que não permite vias de cooperação.

13 16:18 Esta marca da besta tem como propósito burlar do selo de Deus posto a seus seguidores (7.2, 3). Assim como Deus marca a seu povo para salvá-los, a besta de Satanás marca a sua gente para salvar a da perseguição que Satanás descarregará sobre os seguidores de Deus. Não é tão importante identificar esta marca como identificar o propósito da marca. Os que a aceitam mostram sua aliança com Satanás, sua disposição a operar dentro do sistema econômico que ele fomenta e de sua rebeldia contra Deus. Rechaçar a marca significa entregar-se por completo a Deus, prefiriendo a morte antes que transigir na fé em Cristo.

13:18 Se debateu sobre o significado deste número mais que sobre outras passagens do livro de Apocalipse. há-se dito que os três e seis representam muitas coisas, inclusive o número do homem ou a trindade impura de Satanás, a primeira besta e o falso profeta (16.13). Se se considerar o número sete como o "número perfeito" na Bíblia, e se três e sete representam absoluta perfeição, podemos deduzir que o número 666 não tem o necessário para ser perfeito. Os primeiros leitores deste livro provavelmente aplicaram o número ao imperador Nerón, que simbolizava toda a maldade do Império Romano. (As letras gregas do nome do Nerón representam números que totalizam 666.) Sem que importância a aplicação específica do número dado, simboliza o domínio mundial e a iniqüidade completa desta trindade ímpia que está designada a desarmar a obra de Cristo e destrui-la.

A OBRA DO SATANAS NO MUNDO

12.13: Seu ódio a Cristo

12:17: Seu ódio ao povo de Deus

13:2: Seu poder e autoridade

13:4: Sua popularidade entre os incrédulos

13:6: Sua blasfêmia contra Deus

13:7: Sua guerra contra os crentes

13:14: Sua habilidade para enganar


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Apocalipse Capítulo 13 do versículo 1 até o 18
D. A besta do mar (13 1:10'>13 1:10)

1 e ele ficava em pé sobre a areia do mar.

E eu vi uma besta emergir do mar, que tinha dez chifres e sete cabeças, e sobre os seus chifres dez diademas, e sobre as suas cabeças nomes de blasfêmia. 2 E a besta que vi era semelhante ao leopardo, e os seus pés eram como os pés de um urso, ea sua boca como a de leão; eo dragão deu-lhe o seu poder, eo seu trono, e grande autoridade. 3 E vi uma de suas cabeças como se tivesse sido golpeado até a morte ; e seu golpe mortal foi curada; e toda a terra se maravilhou após a besta, 4 e adoraram o dragão, porque deu a sua autoridade à besta; e adoraram a besta, dizendo: Quem é semelhante à besta? e que é capaz de guerra com ele? 5 e foi-lhe dada uma boca, para proferir grandes coisas e blasfêmias; e deu-se-lhe autoridade para continuar por quarenta e dois meses. 6 E abriu a sua boca em blasfêmias contra Deus, para blasfemar do seu nome e do seu tabernáculo, mesmo os que habitam no céu. 7 E foi-lhe permitido fazer guerra aos santos, e vencê-los.: e deu-se-lhe autoridade sobre toda tribo, povo, língua e nação 8 E todos os que habitam sobre a terra a adorarão, cada um cujos nomes não foram escritos a partir do . fundação do mundo no livro da vida do Cordeiro que foi morto 9 Se alguém tem ouvidos, ouça. 10 Se alguém está em cativeiro, em cativeiro irá; se alguém matar à espada , com a espada que ele deve ser morto. Aqui está a perseverança ea fé dos santos.

Fora deste mar surge uma besta , um emissário do dragão (Satanás), que se torna sua ferramenta na terra para que exerça a sua guerra contra a Igreja. É uma potência mundial, um poder maligno, um poder blasfemo, um que toma para si a adoração de sua cidadãos adoraram a besta .

A descrição de João desta besta paralelo com significativas foram adicionados detalhes, quatro animais de Daniel (Ez 7:1)

11 E vi outro besta emergir da terra; e tinha dois chifres semelhantes aos de um cordeiro; e falava como o dragão. 12 E exerce todo o poder da primeira besta na sua presença. Também fez a terra e os que nela habitam adorem a primeira besta, cuja ferida mortal fora curada. 13 E faz grandes sinais, de que ele deveria mesmo fazer descer fogo do céu sobre a terra, à vista dos homens . 14 E ele engana os que habitam sobre a terra por causa dos sinais que lhe foi dado para fazer na presença da besta; dizendo aos que habitam sobre a terra, que fizessem uma imagem à besta que tem a golpes de espada e vivia. 15 E foi- lhe concedido também dar fôlego a ele, até mesmo para a imagem da besta, para que a imagem da besta falasse, e fazer com que o maior número que não adorassem a imagem da besta deve ser morto. 16 E faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e o vínculo, que não ser-lhes dado um sinal na sua mão direita, ou na fronte; 17 e que nenhum homem deve ser capaz de comprar ou vender, senão aquele que tem a marca, até mesmo o nome da besta, ou o número do seu nome. 18 Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento, calcule o número da besta; pois é o número de um homem, eo seu número é seiscentos e sessenta e seis.

"Na segunda Besta temos uma religiosa, como na primeira ordem civil, poder." Ele vem para fora da terra. Ele tinha dois chifres semelhantes aos de um cordeiro; e falava como o dragão . "Ele parece como Cristo e é como Satanás. "As duas bestas em um sentido são homólogos das duas testemunhas. Eles são servos do dragão e as testemunhas são os servos de Deus. Esta segunda besta tem dois chifres que, em uma analogia diferente, pode ser paralela das duas testemunhas. A besta está diante da primeira besta como as duas testemunhas estavam diante de Deus (Ap 11:4 ): eles são verdadeiros profetas.

Esta segunda besta é dito para simular milagres por magia satânica, a fim de induzir as pessoas adorem a primeira besta. Ele faz com que desça fogo do céu como Elias, e ele convence as pessoas a fazer uma imagem da primeira besta e adorá-lo. Ele também é capaz de fazer a imagem do ato besta como se fosse vivo, respondendo aos que adorá-lo e destruir aqueles que se recusam a adoração. Para culminar o período de influência da besta, ele faz com que uma marca para ser colocado em qualquer na mão direita ou na testa de cada pessoa, seja qual for o seu estatuto social ou económica, como o único passaporte para os mercados de comércio e abastecimento. Em todos os sentidos, ele é o oposto do povo de Deus. Além disso, a marca sobre os homens é o número da besta-666, apesar de alguns manuscritos antigos têm 616. Este é o número de um homem , e é preciso tanto sabedoria e entendimento para identificá-lo.

Seguindo a interpretação do dragão como Satanás e a primeira besta como o Império Romano imbuído do espírito de Nero, que por sua vez representou a encarnação terrena de Satanás, o segundo animal deve estar para o imperador romano com quem João sofreu-Domiciano. É verdade, Domiciano foi imperador e não um líder religioso, que é uma marca de identificação necessária da segunda besta. Mas ele exigiu adoração de seus súditos, em maior medida do que qualquer imperador diante dele. Ele não fez isso porque ele era essencialmente religiosa si mesmo, mas porque ele era capaz de exercer autoridade religiosa. Quanto às imagens que esta segunda besta é dito ter erguido, estes poderiam se referir à propagação do culto ao imperador em todo o império ea autoridade para ditar a vida ou morte para o povo.

É digno de nota que o termo "anticristo" não é usado em conexão com estes animais, embora muitos autores referem-se a primeira besta como representando anticristo. Quanto mais identificação da besta como o anticristo, que ainda está para aparecer na cena mundial no final da época é um ensino de certas teologias cristãs. Mas o termo é usado em nenhum lugar no Apocalipse. O anticristo tem sido identificado com papas e governantes de vez em quando ao longo dos séculos; e o facto é que algumas das características do animal ter sido discernível nas figuras do mundo, mesmo para e dentro do presente século. Mas, como em toda a profecia bíblica de natureza específica, a identificação final e grande nunca será apurado até depois que ele tem vindo a passar. Se João poderia dizer em sua época que "muitos anticristos" já tinha surgido (1Jo 2:18 ), quanto mais se pode dizer em nossos dias! Com base na referência bíblica, isto é, tanto quanto se pode ir respeitando o aparecimento do Anticristo. Para usar o termo da Revelação, muitos animais também surgiram na cena da história, mesmo em nossos dias. A identificação da besta com anticristo é certamente adequado. Mas isso não constitui profecia bíblica de um anticristo específico que irá, por sua aparência, anunciar os últimos dias e o retorno de Cristo. Se isso deve ser parte do grande plano das idades de Deus, nós só iria saber sobre ele quando aconteceu e que não imediatamente. O autor lembra de ter visto um livro há alguns anos, em que havia uma foto de página inteira de Mussolini, ditador da Itália, que foi chamado o anticristo dos últimos dias.

É a melhor parte da sabedoria de ver nesta visão a trindade satânica dispostas contra o Divino Trinity-Satanás com seus representantes bestiais, a autoridade civil e falsa profecia contra o Pai, Filho e Espírito Santo o mundo contra a Igreja.

O número da besta, 666, tem sido objeto de muita especulação através dos tempos. Diz-se de ser o número de um homem , que por sua vez tem sido identificado com o anticristo. Em primeiro lugar, é necessário saber o que o número destina-se a João e seus leitores. O homem é um dos cabeças do dragão (Ap 13: 3 ), o que foi ferida de morte. Esta cabeça, que posteriormente foi curado, foi acreditado pela maioria dos estudiosos cristãos durante os quatro primeiros séculos da era cristã para se referir a Nero. Este encontra confirmação do número 666. "Um judeu ou cristão judaico-ia imediatamente estar ciente de que ele [João] pretende agora dar um exemplo de uma das formas de que o método cabalístico ... a indicação numérica de nomes." Por este método , 666 se encaixa o nome Nero-Caesar em hebraico. Quando escrito Neron (grego) é 666. Quando escrito Nero (Latin) é 616. Nero foi a besta que subiu do mar na visão de João (Ap 13: 1 ). Ele é a personificação do mal.

Essa numerologia não era incomum na época de João. Nem todos os números no Apocalipse têm um significado simbólico. O sentido de cada passagem tem de determinar se existe um significado oculto nesta passagem. Há um consenso bastante geral entre os estudiosos a respeito do significado dos números. Espaço não permite um tratamento separado do assunto. Alguns exemplos serão suficientes. Três é o símbolo para a integralidade; seis é para o pecado, um short de sete , que é o símbolo da perfeição. Doze é o símbolo para a Igreja e dez mil vezes dez mil para muitos milhares.


Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de Apocalipse Capítulo 13 do versículo 1 até o 18
Esse capítulo apresenta as duas bestas. Tenha em mente que a palavra "besta" não quer dizer que essas pessoas sejam animais. São pessoas que agem como animais, não como seres humanos. Esses versículos apresentam a "trindade satânica" — Satanás, a besta (o anticristo) e o falso profeta.

I. Anticristo: a besta do mar (13 1:10)

O versículo 1 declara: "Vi emergir do mar uma besta [Satanás (12:17)]". O mar representa as nações (17:15), como também a areia do mar (20:8). Satanás chama seu "super-homem" das nações e revela o verdadei-ro caráter dele ao mundo. Até esse momento, o anticristo atuava paci-ficamente, fazia o papel de amigo de Israel. Três anos e meio atrás, ele fez um pacto com os judeus (Ez 9:27), em que prometeu protegê-los da federação européia, que tem sob seu controle. Agora, esse governante mundial está para revelar seu verda-deiro caráter satânico. (Veja 17:10-12 em relação às cabeças, aos chifres e aos diademas.)

De forma semelhante à da pro-fecia deEz 7:0 é a besta de Apoca-lipse 13, o anticristo. Observe que João viu os animais na ordem inver-sa, já que olhava para trás, e Daniel, para a frente. Em outras palavras, o reino da besta será a continuação desses reinos, o Império Romano revivificado.

Quem é a besta? Os estudiosos bíblicos diferem na interpretação dos símbolos de Ap 13:0; 2Co 2:3); Jo 6:70 chama Judas de "diabo". Seja quem for, a besta é o super-homem de Satanás, sua imitação de Cristo. O mundo todo admirará a besta e ado-rará Satanás (v. 4), algo que ele sem-pre almejou.

A partir desse ponto, a besta torna-se o líder da federação européia e trabalha em cooperação es-treita com a igreja mundana (Ap 17:0 informa que a besta terá cidadania romana, todavia ela pode ser, como Pauto, um judeu romano. No entanto, o anticristo precisará de um associado para ajudá-lo a conquistar o mun-do. Este será o falso profeta. Ele tem "chifres, parecendo cordeiro", o que sugere paz e cordialidade, po-rém não há diademas (autoridade) nos chifres. Satanás dá-lhe o mesmo poder da primeira besta, contudo a tarefa do falso profeta é glorificar a besta e fazer com que o mundo a siga e a adore. Ez 3:0; em Ez 11:45 e em II Tessalonicenses 2:4. Nessa época, a besta terá sua imagem eri-gida no templo restaurado de Jeru-salém. Essa imagem ganhará vida! Ela falará e maravilhará o mundo. A imagem falará coisas esplêndidas e blasfemará contra o céu.

O falso profeta não tem o ob-jetivo único de conseguir a ampla adoração da besta. Ele também es-tabelecerá o controle econômico mundial. Os seguidores da besta te-rão sua marca na fronte ou na mão direita, da mesma forma que os 144 Mil judeus terão a marca do Pai na fronte (14:1). Essa marca permite que os seguidores da besta possam comprar e vender coisas, e quem não tiver a marca (o nome dela) so-frerá muito; veja 20:4. A essa altura, Satanás terá tudo que sempre quis: a adoração e o controle do mundo. A única coisa desfavorável é que Cris-to reina no céu e, um dia, estabele-cerá seu reino sobre a terra. Satanás desafogará sua fúria sobre os santos de Deus que estão na terra, já que não pode tocar em Cristo e nos san-tos do céu.

Os versículos 17:18 causam mui-ta especulação: qual o significado do número da besta — 666? É inte-ressante notar que os seis primeiros símbolos dos algarismos romanos somam 666 (I = 1; V = 5; X = 10; L = 50; C = 100; e D = 500). Sem dúvida, isso sugere o reavivamento do Império Romano, mas não nos diz nada a respeito da besta. Identi-fica-se tanto Nabucodonosor como o gigante Golias com oNu 6:0 e 1Sm 1:4-9), o que indica que, aos olhos do mundo, a besta será um super-homem. Sabemos que os números hebraicos e gregos são formados por letras, como os al-garismos romanos. No grego, o va-lor numeral do nome "Jesus" é 888. No entanto, é inútil fazer jogos de letras e de números a fim de tentar descobrir o nome do futuro gover-nante do mundo.

Seis é o número do homem. O homem foi criado no sexto dia, e fo-ram-lhe dados seis dias de trabalho. O total de horas do dia é múltiplo de seis (4x6 = 24), como também o número de meses (2 x 6 =
12) e os minutos que compõem a hora (6 x 10 = 60). O Antigo Testamento he-braico usa quatro palavras distintas para homem, o Novo Testamento grego, duas, o que dá um total de seis. O Antigo Testamento apresenta seis nomes distintos para a serpente e para o leão; esses dois símbolos re-presentam Satanás. A história relata que se usava o número seis nos mis-térios secretos das religiões orientais. Assim, parece que o número "666" do anticristo representa o mais alto que o homem pode chegar separa-do de Cristo. Ele é o super-homem de Satanás, seu Cristo falso. Sete é o número da perfeição, e Satanás não pode alcançar esse estágio.


Russell Shedd

Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
Russell Shedd - Comentários de Apocalipse Capítulo 13 do versículo 1 até o 18
13.1 Uma besta (gr therion, "animal selvagem", conforme 11.7). Os chifres simbolizam poder, e os diademas representam autoridade. "Este anticristo é dominado pelo dragão, Satanás (v. 4), que tinha em 12.3 sete cabeças e dez chifres. Sua natureza se descreve na conjuntura das três feras de Ez 7:1) cuja perseguição aos fiéis judeus foi profetizada por Daniel (Ez 8:9-27) e prefigurava os imperadores romanos que deliberadamente desafiaram a Deus, quebrando Suas leis e martirizando os santos. Finalmente, prenuncia o anticristo, na época da grande tribulação que precede a segunda vinda de Cristo (Mt 24:15-40; 2Ts 2:1-53, ensina-se que o Sacrifício de Cristo fez parte do propósito divino antes da criação do mundo. Os decretos e propósitos de Deus são tão concretos e reais como o próprio acontecimento (At 2:23; Ef 1:4. Chefia a religião falsa que unirá o mundo ao redor do culto ao anticristo. Foi assim na época de João quando exigia-se o culto ao Imperador, sob ameaça de morte. Assim será no fim antes da vinda de Cristo. • N. Hom. As blasfêmias de quem apóia o anticristo (13 11:18):
1) Exige homenagens à representação do anticristo (vv. 12 e 14);
2) Pratica milagres e portentos para impressionar o povo (v. 13 com Mt 24:24);
3) Faz crer que a imagem do anticristo fala (v. 15);
4) Força todos a pertencer à religião falsa (v. 16);
5) Retira o direito de pessoa jurídica de quem não ingressar na religião do anticristo (v. 17).

13.16 Marca. Símbolo de pertencer à besta, ou aceitar sua autoridade.

13.18 Número. Uma das muitas explicações vê no número sete o símbolo da perfeição; seis é imperfeição: daí 666 seria a cúmulo da maldade. O nome da besta se representa por este número. É impossível, para nós hoje, interpretar com segurança que nome o anticristo terá.


NVI F. F. Bruce

Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
NVI F. F. Bruce - Comentários de Apocalipse Capítulo 13 do versículo 1 até o 18
II. AS DUAS BESTAS (13 1:18)

1) A besta do mar (13 1:10)
v. 1. Vi uma besta que saía do mar. Essa besta é o Império Romano perseguidor da igreja. Podemos imaginá-lo surgindo em sua casa, na cidade de Roma, longe de Patmos, do outro lado do mar Mediterrâneo; mas mar significa mais do que isso. A “besta do Abismo”, como é chamada em 11.7, é vomitada, como as outras forças caóticas do mal, pela profundeza cósmica (conforme Ez 7:2,Ez 7:3). Tinha dez chifres e sete cabeças: Os dez chifres (conforme 12,3) são extraídos de Ez 7:7, em que o quarto animal da visão de Daniel é assim caracterizado. Os chifres do quarto animal de Daniel (Ez 7:24) são dez governantes helenísticos, entre Alexandre, o Grande (332-323 a.C.), e An tio co IV (175-163 a.C.); acerca do seu significado em Apocalipse, conforme 17:12-14. As sete cabeças são derivadas do dragão (12.3), significando que a autoridade da besta provém dele (v. 2); mas são explicadas mais detalhadamente em termos das sete colinas de Roma (17,9) e dos sete imperadores romanos (17.10). com dez coroas, uma sobre cada chifre: Indicando as reivindicações de honras divinas feitas pelos imperadores romanos ou a favor deles. v. 2. A besta que vi era semelhante a um leopardo-. Como o terceiro animal de Ez 7:6. mas tinha pés como os de urso: O segundo animal de Dn

7.5 “tinha a aparência de um urso”, boca como a de leão: O primeiro animal de Ez 7:4 “parecia um leão”. Assim, a besta de João, enquanto é principalmente uma representação do quarto animal de Daniel, tem características extraídas dos três primeiros animais de Daniel, v. 3. Uma das cabeças [...] parecia ter sofrido um ferimento: Provavelmente uma referência a Nero, que cometeu suicídio em 9 de junho de 68 d.G. o ferimento mortal foi curado: Quando Nero, deposto pelo senado em 68 d.C., cometeu suicídio para escapar da morte ignominiosa à qual aquele grupo o tinha condenado, muitos dos seus súditos orientais (entre os quais desfrutava de grande popularidade) se negaram a crer que ele estivesse realmente morto. Durante uns vinte anos após a sua morte, portanto, persistiu a crença de que ele não havia realmente morrido mas fugido para seu esconderijo além do Eufrates, e que voltaria um dia à frente de um exército de partos para recuperar o seu domínio e governar mais uma vez como imperador. Diversos oportunistas se beneficiaram dessa crença muito difundida para se levantar como supostos Neros. Depois de 88 d.G., o último ano de que se tem notícia de ter se levantado um desses embusteiros, a crença de que Nero ainda estivesse vivo tinha sido em geral abandonada; mas foi substituída pela crença de que um dia Nero voltaria dos mortos e recuperaria o poder. Essa crença posterior num Nero redivivus, que pode ser seguida até quase o final do século II, era não somente um elemento de esperança para os pagãos no império do oriente, mas também um elemento de ameaça para os cristãos, que identificavam o Nero redivivus com o último anticristo. O ódio perseguidor do império já tinha sido experimentado por João e seus irmãos cristãos, mas, quando a besta imperial for incorporada no governante ressuscitado que anteriormente sofreu um ferimento mortal — uma incorporação ainda futura para o vidente —, esse ódio perseguidor vai atingir uma intensidade sem precedentes. v. 5. uma boca para falar palavras arrogantes e blasfemas: Conforme Ez 7:8; Ez 11:36. quarenta e dois meses: A duração da autoridade do “pequeno chifre” de Ez 7:25. v. 7. Foi-lhe dado poder para guerrear contra os santos e vencê-los: Um eco de Ez 7:21 (conforme Ap 11:7); essa vitória consiste na inflicção da morte física a eles, mas a vitória final será deles (15.2). Poder mundial é exercido pela besta, e adoração mundial lhe é oferecida. Conforme 2Ts 2:3,2Ts 2:4, em que o “homem do pecado [...] se opõe e se exalta acima de tudo o que se chama Deus ou é objeto de adoração (conforme Ez 11:37), chegando até a assentar-se no santuário de Deus, proclamando que ele mesmo é Deus”, v. 8. Todos os habitantes da terra (conforme 3,10) são identificados aqui como todos aqueles que não tiveram seus nomes escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a criação do mundo. E melhor seguir a leitura da nota textual (NVI) em que desde a criação do mundo é uma referência a escritos, e não a foi morto (conforme 17.8; tb. 3.5; 20.12,15). v. 10. K perseverança e a fidelidade dos santos estão arraigadas no seu reconhecimento da soberania de Deus sobre o mundo da humanidade; sua justa retribuição e recompensa certamente vão ser manifestas no devido tempo (conforme Hc 2:3,Hc 2:4; tb. Mt 26:52).


2) A besta da terra (13 11:18) v. 11. Então vi outra besta: Assim, a trindade perversa do dragão, da besta e do falso profeta é completada. Assim como o verdadeiro Cristo recebeu a sua autoridade do Pai (Mt 11:27; Mt 28:18; Jo 13:3), o anticristo recebe autoridade do dragão (v. 4); assim como o Espírito Santo glorifica o verdadeiro Cristo (Jo 16:14), o falso profeta glorifica o anticristo (v. 12). que saía da terra: Em Patmos, João pode ter em vista a terra firme próxima da Ásia Menor, onde florescia o culto a Roma e Augusto (conforme 2.13). A segunda besta é a encarnação desse culto, ou do seu sacerdócio, no seu desenvolvimento final. Parece tão inofensiva como cordeiro, mas sua verdadeira natureza é revelada quando abre sua boca, pois fala como dragão. A adoração imperial que já era fomentada na província da Ásia se espalharia pelo mundo, e a intensificação final da perseguição imperial seria acompanhada de pressão mundial de todo tipo, psicológica e econômica, para que se adorasse a César. As obras poderosas e “os sinais e [...] maravilhas enganadoras” que, de acordo com Paulo, acompanham a parousia do anticristo e seduzem os crentes (2Ts 2:9,2Ts 2:10) são manipulados por essa segunda besta, que age como o ministro de propaganda do anticristo. A imagem em honra à besta (v. 14,15) lembra o “sacrilégio terrível no lugar onde não deve estar” (Mc 13:14). O boicote econômico dos não-conformistas (v. 16,17) é quase assustador na sua clareza profética. A marca, estampada na mão direita ou na testa, lugar em que os judeus usavam seus fílactérios (conforme Dt 6:8), é o nome da besta adorada por aqueles que recebem a marca — uma imitação burlesca e perversa do selo estampado na testa dos servos de Deus (7.3; 14.1; conforme 22.4). v. 18. Aqui há sabedoria-. As profecias de Daniel foram transmitidas de forma semelhante em termos simbólicos que exigiam elucidação divina: “Nenhum dos ímpios levará isto em consideração, mas os sábios [os maskilim\ sim” (Dn

12.10). Aquele que tem entendimento calcule o número da besta-. A besta é personificada no imperador, e é um dos imperadores cujo “número” deve ser calculado, pois é número de homem-. Lit. “o número de um homem”, i.e., o valor numérico total das letras do nome de uma pessoa, soletrado no alfabeto grego, ou talvez no hebraico. Esse cálculo do valor numérico de palavras e nomes era um jogo de enigmas entre os gregos e romanos (como na inscrição muito citada de Pompéia: “Eu amo a moça cujo número é 545”); entre os judeus (que o chamavam de “gematria”) e alguns dos primeiros cristãos, era tratado como uma questão de significado místico — como nos Oráculos Sibilinos (i.328), em que a conveniência de 888 como o valor numérico do nome de Jesus em grego é destacada. Não há nada de místico acerca do presente trecho; o uso da gematria por parte do vidente poderia ser uma precaução contra a acusação de incitação à revolta se o nome do indivíduo fosse soletrado completamente. Seu número éseiscentos e sessenta e seis-. Tão bem-sucedida foi a precaução do vidente que a solução do enigma já tinha sido esquecida na época de Ireneu (180 d.C.) e permanece incerta até os dias de hoje.

Devemos imaginar que os primeiros leitores de Apocalipse entenderam a alusão. Para complicar a questão, há aqui uma leitura variante de 666, mas isso pode ter sido uma modificação intencional para identificar a “besta” com Caio César (soletrado em grego). A tentativa de Caio de erigir sua imagem no templo de Jerusalém em 40 d.C. o caracterizou como pertencendo à autêntica sucessão do anticristo. Uma explicação popular da verdadeira leitura, 666, considera o número como o total das letras de “Nero César”, soletrado em hebraico ou aramaico (a soletração exata e requerida aparece num documento aramaico do reinado de Nero encontrado no Uádi Murabba‘at, no Jordão). Outra sugestão atraente é que João tinha em mente um tipo de moeda que circulava na província da Ásia, na qual o título abreviado de Domidano em grego (“Imperador César Domidano Germanicus) resulta no total 666. Mas a certeza completa é inatingível. As “três regras” de George Salmon para fazer qualquer nome fornecer o total exigido ainda são usadas com muita seriedade por leitores bíblicos dedicados que imaginam que João estava na verdade se referindo aos acontecimentos, até os mais triviais, da política mundial do século XXL As três regras são: “Em primeiro lugar, se o nome próprio em si não fornecer o número, acrescente um título; em segundo lugar, se o total não pode ser encontrado em grego, tente hebraico, ou até mesmo latim; em terceiro lugar, não seja tão detalhista na soletração” (Introduction to the NT, 1889, p. 253).


Francis Davidson

O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
Francis Davidson - Comentários de Apocalipse Capítulo 13 do versículo 1 até o 18
b) O anticristo e o seu profeta (Ap 13:1-66 foram compartilhadas entre os três primeiros impérios. Aqui elas se combinam em uma unidade terrível de poder e malícia, o leopardo significando crueldade e astúcia, o urso força, o leão, ferocidade. Uma das cabeças foi "ferida de morte, e a sua chaga mortal foi curada" (3). Evidentemente, a referência é à morte de um dos seus imperadores. Mas de quem é dito que a chaga mortal foi curada, o Imperador em apreço, ou o Império de que ele fazia parte? Gunkel acreditava neste último, pois um monstro, sofrendo da perda de uma de suas cabeças, tem ele mesmo recebido um golpe mortal; a referência histórica podia então ser ao assassínio de Júlio César, cuja morte perigou a segurança do Império (uma de suas cabeças, no grego-hebraico de João, podia significar a primeira das cabeças). A maioria dos expositores tendem a interpretar a cura da chaga mortal como da cabeça (imperador) em apreço, que, em seguida, é identificada com a besta, ela própria (como nos vers. 12,14 e 17). Isso podia significar que um dos imperadores se ergueria da morte e assumiria em si o caráter do império inspirado pelo diabo. Precisamente isso estava sendo alegado com respeito a Nero, ao tempo da confecção deste livro; pois, se bem que ele se suicidou em 68 A. D., era largamente crido que voltaria para conduzir as forças orientais contra Roma. Ver ainda sobre 17.8,11 e note-se IXd sobre o império anticristão.

>Ap 13:4

O mundo cultua tanto ao diabo como ao falso Cristo, que congrega em si as características do Império (4). A boca para proferir grandes coisas (5) é atribuída ao poder contra Deus, em Ez 7:8, Ez 7:20. Para os quarenta e dois meses, comp. Ap 11:2; Ap 12:14. Durante este tempo, diz-se ser dado à besta autoridade para continuar, isto é, agir perversamente; cfr. Ez 8:12; Ez 11:36. Note-se que, ainda que o dragão desse à besta a sua autoridade sobre a terra, a verdadeira permissão para os seus blasfemos ditos e feitos, e até mesmo a duração do seu reino, vêm de Deus; ver também os vers. 7,10,14-15. Nunca é a soberania de Deus mais aparente do que durante o reino do anticristo. Cfr. o vers. 6 com 2Ts 2:4 e o vers. 7 com Ez 7:21. É incerta a referência das palavras desde a fundação do mundo (8); elas podem ser ligadas com a morte do Cordeiro ou com o escrito dos nomes dos santos no livro da vida. Ambos os sentidos são igualmente verdadeiros; para aquele, cfr. 1Pe 1:19-60, para este, Ef 1:4. Resolve-se a dificuldade para quase todos quando se apela para Ap 17:8, onde se emprega linguagem quase idêntica, ligando a frase com o escrito no livro. Porém a ordem das palavras é decididamente contra esta interpretação, a não ser que fosse a verdade que o livro assim como nós o temos é uma tradução do escrito original de João. No vers. 10, assegura-se à Igreja que justiça será aplicada aos opressores e assassinos da terra. Há, contudo, uma outra tradução que diz: "Se alguém é para o cativeiro, para o cativeiro vai: se alguém deve ser morto com a espada, com a espada será morto". Deste modo, muda-se inteiramente o sentido, exprimindo a resignação que os cristãos deverão adorar em face do possível encarceramento ou martírio. Isto concorda bem com Jr 15:2; Jr 43:11, e deve talvez ser preferido. Uma segunda besta vem acudir à primeira na qualidade de seu profeta. Ela tem dois chifres semelhantes aos de um cordeiro (11), simulando o caráter de Cristo, mas foram diabólicas as suas palavras; cfr. Mt 7:15. Que a segunda besta faz que a terra... adore a primeira, besta, (12) parece indicar que esta figura representa o sacerdócio do culto ao Imperador. Mas chama-se "o falso profeta" (Ap 16:13; Ap 19:20; Ap 20:10). Contudo, como a besta de sete cabeças e dez chifres significa o império anticristão encarnado num anticristo pessoal, é provável que este sacerdócio pagão se represente também numa cabeça suprema que dirige a sua obra diabólica. Tal interpretação está de acordo com as afirmações posteriores de que o falso profeta e o anticristo são lançados "vivos" no lago de fogo (Ap 19:20; Ap 20:10), pois, duvida-se que em tais contextos uma besta represente um indivíduo e a outra um corpo de pessoas. Essas passagens, de fato, podem sugerir que o falso profeta seja um ser demoníaco assim como o anticristo. Os sacerdotes pagãos tinham pouca compunção em valer-se de truques, tal como a produção de fogo aparentemente do céu (13), e, por ventriloquismo, fazer falar um ídolo (15). É possível, contudo, que João signifique que os milagres feitos pelo falso profeta serão genuínos. É uma característica reconhecida da profecia cristã do anticristo; cfr. Mc 13:22; 2Ts 2:9. A marca da besta (16) no povo não cristão é a contraparte do selo de Deus nos cristãos (Ap 7:1-66); ambos servem para mostrar a fidelidade, quer a Deus, quer ao diabo. Se as duas designações pretendem denotar qualidades espirituais, bem como um meio para identificação externa, elas sugerem que caráter tende a excluir as influências que não estejam de acordo com ele-no caso de crentes, influências satânicas, no caso de descrentes, as operações graciosas do Espírito Santo. Um homem se torna mais e mais semelhante à imagem do seu mestre. O efeito imediato de receber a marca da besta consiste no ostracismo social daqueles que a recusam. Envolve nada menos do que a proclamação pelo Estado de guerra econômica contra a Igreja (17).

>Ap 13:18

A marca da besta reproduziu ou o seu nome, ou o número formado, juntando os valores numéricos representados pelas letras do seu nome (em grego e hebraico não existem nomes numerais separados, as letras do alfabeto têm que servir também a esta finalidade). Seiscentos e sessenta e seis é o número. As soluções deste enigma quase alcançam esse número. Gunkel e muitos outros insistem em que ele não representa o nome de um indivíduo; a frase é o número de um homem (18) significa simplesmente "é uma computação humana", em distinção de um cálculo sobrenatural (cfr. Ap 21:17). Tais intérpretes freqüentemente consideram o número como um símbolo de ficar constantemente aquém da perfeição por parte do anticristo, posto que cada algarismo é um menos que sete; indica-se que os Oráculos Sibilinos (1,328) dizem que o número do nome de Jesus é 888, um além da perfeição. O próprio Gunkel não aceita esta sugestão, mas acha que o número serve para identificar o Imperador Romano com o monstro do caos, de que o retrato do dragão e da besta é tirado neste livro ("Caos Primordial" em hebraico dá 666). A idéia tem sido indevidamente reduzida ao mínimo no terreno em que os leitores de João mal podiam ter encontrado uma tal remota solução, posto que eles conheciam só o grego. Por conseguinte, o exegeta hodierno favorece antes a solução "Nero César", escrito defeituosamente em hebraico! Mas, se aquele seria ininteligível ao povo que fala grego, de igual modo seria este, se bem que "Nero César", transcrito em hebraico de uma grafia latina, dê o número alternativo 616, que se encontra em alguns manuscritos. A sugestão de Clemente- "O reino latino", escrito em grego, é atraente; não só dá o 666, que se requer, mas "O reino italiano" dá o alternativo 616.

Estranho como pareça, não é impossível que todas as soluções acima estejam certas. É provável que, desde que João usou uma fonte hebraica neste capítulo, o número original foi hebraico, e o número não foi inventado por ele. Como ele conhecia o mito do caos, e era um hebreu, o nome Tehom Qadmonah, "Caos Primordial", não lhe seria impróprio. Outrossim, é sugerido em nossa interpretação de Ap 17:8, Ap 17:11 que o profeta fundiu os mitos do monstro do caos e Nero Redivivus, para formar o seu retrato do anticristo; os adversários da Igreja encarnaram tão perfeitamente o poder antigo do mal, que ambos poderiam ser descritos sob o mesmo sumário histórico, isto é, já foram e não são, e estão para subir do abismo e ir para a perdição. Um número, portanto, que denotasse esse princípio mau, tão bem como o império e o indivíduo em que ele deva ser encarnado, era, mais do que o coração podia desejar, uma perfeita representação de bruxaria ou arte diabólica.


John MacArthur

Comentario de John Fullerton MacArthur Jr, Novo Calvinista, com base batista conservadora
John MacArthur - Comentários de Apocalipse Capítulo 13 do versículo 1 até o 18

28. A besta do mar ( 13 1:66-13:10'>Apocalipse 13:1-10 )

E o dragão parou sobre a areia do mar. Então eu vi uma besta emergir do mar, que tinha dez chifres e sete cabeças, e sobre os seus chifres dez diademas, e sobre as suas cabeças um nome de blasfêmia. E a besta que vi era semelhante ao leopardo, e os seus pés como os de urso, ea sua boca como a boca de um leão. E o dragão deu-lhe o seu poder eo seu trono e grande autoridade. Eu vi uma de suas cabeças como se tivesse sido morto, ea sua chaga mortal fora curada. E era toda a terra maravilhou após a besta;adoraram o dragão porque deu a sua autoridade à besta; e adoraram a besta, dizendo: "Quem é semelhante à besta, e que é capaz de fazer a guerra com ele?" Não foi-lhe dada uma boca que proferia palavras arrogantes e blasfêmias e autoridade para agir em 42 meses foi dado a ele. E abriu a sua boca em blasfêmias contra Deus, para blasfemar do seu nome e do seu tabernáculo, isto é, aqueles que habitam no céu. Também foi dado a ele para fazer guerra aos santos e vencê-los, e autoridade sobre toda tribo, povo, língua e nação foi dado a ele. Todos os que habitam sobre a terra o adorarão, todo aquele cujo nome não foi escrito a partir da fundação do mundo no livro da vida do Cordeiro que foi morto. Se alguém tem ouvidos, ouça.
Se alguém leva em cativeiro, em cativeiro irá; se alguém matar à espada, com a espada que ele deve ser morto. Aqui está a perseverança ea fé dos santos. ( 
13 1:10 )

Nos tempos caóticos de confusão, incerteza e inquietação que prevalecerá durante a Tribulação, o mundo terá muito tempo para um líder. As pessoas vão estar esperando desesperAdãoente por alguém poderoso e influente para unir as nações divididas e controversas do mundo;alguém para trazer a esperança no meio de desamparo; alguém para dar uma sensação de segurança em um momento instável de apreensão e medo. As pessoas estarão buscando desesperAdãoente um carismático, líder forte, com autoridade para tirar o mundo de volta à beira do desastre.
Esses desejos serão realizados. Os poderoso líder pessoas desejo virá e unificar o mundo sob seu domínio. Ele aparece em primeiro lugar para ser tudo o que as pessoas pensavam que eles estavam procurando. E por um breve tempo, ele vai trazer paz e prosperidade. Mas ele vai passar a ser muito mais do que o mundo esperava. Ele será um ditador mais cruel e poderoso do que qualquer outro líder que o mundo já conheceu. Este homem, muitas vezes chamado de Anticristo, será o culminar de uma longa linha de pretensos conquistadores mundo. O que homens como Alexandre, o Grande, e os imperadores romanos, nos tempos antigos e Hitler e Stalin nos tempos modernos apenas sonhou em fazer, o Anticristo, na verdade, vai fazer, ele vai governar o mundo inteiro e receber a sua adoração.

Assim como o Anticristo será o culminar de uma longa linhagem de governantes políticos, assim também ele será o falso líder religioso supremo. No sentido mais amplo, um "anticristo [qualquer] que nega o Pai eo Filho" ( 1Jo 2:22 ), porque aquele que "não reconhecer que Jesus Cristo veio em carne e osso ... é o enganador e o anticristo "( 2Jo 1:7 ; cf. 1Jo 4:31Jo 4:3 ). Depois de descrever o Anticristo e sua atividade, o apóstolo Paulo lembrou aos Tessalonicenses: "Você não me lembro que quando eu ainda estava com você, eu estava lhe dizendo essas coisas?" ( 2Ts 2:5. ; 2Ts 2:42Ts 2:4 no capítulo 5 deste volume).

Daniel 08:23 b -25 dá uma outra visão do Anticristo e seu reinado de terror:

"Um rei surgirá,
Insolente e hábeis em intriga.
Seu poder será poderosa, mas não pela sua própria força,
E ele vai destruir a um grau extraordinário
E prosperar e realizar a sua vontade;
Ele destruirá os poderosos eo povo santo.
E através de sua astúcia
Ele fará com que o engano para ter sucesso por sua influência;
E ele vai ampliar-se em seu coração,
E ele vai destruir muitos, enquanto eles estão à vontade.
Ele ainda vai opor o Príncipe dos príncipes,
Mas ele será quebrado sem intervenção humana. "
Ele será um intimidator insolente, desviante, possuindo um poder não a sua própria, um destróier feroz de suas vítimas, e tão arrogante que ele vai ter coragem até para "opor o príncipe dos príncipes" (cf. v. 11 ), que é o Senhor Cristo. Esse movimento vai provar fatal, no entanto, eo poder de Deus cairá sobre o Anticristo, que "será quebrado sem intervenção humana."

A profecia de Daniel das setenta semanas descreve o Anticristo como "o príncipe que há de vir" ( Dn 9:26 ). Ele

"Destruirá a cidade [Jerusalém] eo santuário e seu fim será com uma inundação;. Até o fim haverá guerra; estão determinadas assolações E ele fará um pacto firme com muitos por uma semana, mas em. a meio da semana ele fará cessar o sacrifício ea oferta de cereais; e sobre a asa das abominações virá o assolador, até mesmo a destruição completa, aquela que é decretado, se derramou sobre aquele que faz desolado. " ( Dan. 9: 26-27 )

Anticristo fará um pacto com Israel por sete anos. No meio desse período de sete anos, no entanto, ele vai quebrar esse pacto e atacar o povo judeu. Seu plano será para exterminá-los, de modo que o reino prometido de Deus não pode vir. O assalto de Anticristo também incluem crentes gentios, como ele procura destruir todos os crentes.

Outra passagem importante sobre o Anticristo e sua carreira é encontrado em Daniel 11:36-45 :

"Então o rei vai fazer o que quiser, e ele vos exaltará e se engrandecerá sobre todo deus e falará coisas monstruosas contra o Deus dos deuses, e ele vai prosperar até que a indignação está terminado, pois o que é decretado será feito. Ele não terá respeito aos deuses de seus pais ou para o desejo das mulheres, nem que ele vai mostrar respeito por qualquer outro deus, porque ele vai se engrandecerá sobre todos eles, mas ao invés disso ele irá honrar um deus das fortalezas, um deus a quem. seus pais não conheceram, ele o honrará com ouro, prata, pedras preciosas e tesouros Ele vai tomar medidas contra o mais forte das fortalezas com a ajuda de um deus estranho;. ele vai dar grande honra para aqueles que o reconhece e fará com que para reger sobre a muitos, e vai dividir a terra por um preço.
"No tempo do fim, o rei do sul se colidem com ele, e o rei do Norte vai invadir contra ele com carros, com cavaleiros e com muitos navios; e ele vai entrar em países, transbordar-los e passar por ele também vai. entrar na Terra bonita, e muitos países cairão, mas estes serão resgatados de sua mão: Edom, Moab e do lugar dos filhos de Ammon Em seguida, ele estenderá a sua mão contra os outros países, ea terra do Egito. não fugir, mas ele vai ganhar o controle sobre os tesouros escondidos de ouro e prata e de todas as coisas preciosas do Egito;. e os líbios e os etíopes seguirá em seus calcanhares Mas rumores do Oriente e do Norte irá perturbá-lo, e ele. sairá com grande furor, para destruir e aniquilar muitos Ele vai armar as tendas de seu pavilhão real entre os mares e as belas Santo Mountain;.. mas ele virá ao seu fim, e ninguém vai ajudá-lo "
De acordo com esta profecia, o Anticristo terá poder absoluto; ele "vai fazer o que quiser." Como líder de uma religião falsa em todo o mundo, ele "vai exaltar e se engrandecerá sobre todo deus ... Ele não terá respeito aos deuses de seus pais ... nem ele mostrar respeito por qualquer outro deus, pois ele irá ampliar —se acima de todos eles "( vv. 36-37 ). Pior, o seu orgulho arrogante vai levá-lo a blasfêmia, e que ele "vai falar coisas monstruosas contra o Deus dos deuses". Tal como o seu mestre do mal, Satanás, o Anticristo será blasfemo, profano, e orgulhoso. Mas também, como seu mestre, "ele virá ao seu fim, e ninguém vai ajudá-lo."

Além da profecia de Daniel, os leitores originais do Apocalipse tinha informações sobre o Anticristo a partir do ensinamento do Senhor Jesus Cristo. Em Mateus 24:15-16 , Jesus citou a profecia de Daniel sobre o Anticristo, advertindo os que estiverem vivos naquele dia "Portanto, quando você vê a abominação da desolação que foi dito pelo profeta Daniel, está no lugar santo (quem lê, entenda) , então os que estiverem na Judeia fujam para os montes ".

Outra fonte de informações sobre o Anticristo disponível para os leitores de João foi o livro de 2 Tessalonicenses, escrita várias décadas antes. O apóstolo Paulo descreve o Anticristo em palavras que lembra da profecia de Daniel:

Ninguém de maneira alguma vos engane, pois não virá a menos que venha primeiro a apostasia, e o homem do pecado é revelado, o filho da perdição, que se opõe e se exalta acima de todo o chamado Deus ou é objeto de adoração, de modo que ele toma seu lugar no templo de Deus, apresentando-se como sendo Deus. Você não se lembra que, enquanto eu ainda estava com você, eu estava lhe dizendo essas coisas? E sabe o que o detém agora, para que em seu tempo ele será revelado. Pois o mistério da iniqüidade já está no trabalho; somente há um que agora resiste fazê-lo até que ele é levado para fora do caminho. Então aquele iníquo será revelado quem o Senhor matará com o sopro de sua boca e pôr fim pelo aparecimento de Sua vinda; isto é, aquele cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira, e com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não acolheram o amor da verdade, de modo a ser salvo. ( 2Ts 2:1. ) e Jesus ( Mt 24:15 ), e andar "de acordo com o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência "( Ef 2:2 ). Ao fazer isso, ele e os apóstolos não só libertou as pessoas da escravidão demoníaca, mas também dificultou Satanás do exercício da sua agenda terrena.

Tendo sido lançado de forma permanente do céu ( 12: 9 ), Satanás sabe que o tempo que lhe resta é breve ( 12:12 ). Para levar a sua última, investida desesperada contra Deus, ele irá capacitar sua última Anticristo. Os versos de abertura deste capítulo revelam sete características deste ditador final: sua ascendência, autoridade, aclamação, adoração, arrogância, atividade e admiradores.

Seus Ancestrais

E o dragão parou sobre a areia do mar. Então eu vi uma besta emergir do mar, que tinha dez chifres e sete cabeças, e sobre os seus chifres dez diademas, e sobre as suas cabeças um nome de blasfêmia. ( 13: 1 )

A primeira frase deste capítulo pertence como a última frase do capítulo 12 , uma vez que conclui a conta de o dragão (Satanás; cf. 12: 9 ) e sua guerra contra Deus e Seu povo. Enquanto alguns manuscritos gregos ler "Eu estava de pé," os mais velhos e mais confiáveis ​​ler ", ele ficou de pé." Em 1994 e 1995 textos da Bíblia New American Padrão, os tradutores inserida a frase o dragão no lugar de "ele", já que o dragão é o antecedente do verbo traduzido "ele estava." As imagens da areia do mar representa as nações do mundo (cf. 20: 8 ). Na visão de João, Satanás toma o seu lugar dominante no meio deles, como se fossem sua posse legítima. Mas, na realidade, ele é um usurpador que procura culto e adoração do mundo.

Como a visão de João se desenrolava, o dragão convocou o Anticristo, descrito como uma besta emergir do mar. Therion ( besta ) também é usado para descrever o Anticristo em 11: 7 . Não se refere a um animal domesticado, mas a um selvagem, selvagem, monstro vicioso, descrevendo assim o Anticristo como uma personalidade feroz e voraz. O animal deve ser entendido como representando tanto um reino e uma pessoa. O animal deve representar um reino, por causa da descrição complexo dele, na segunda metade do versículo 1 . No entanto, oanimal deve representar também uma pessoa, uma vez que ele é sempre descrito com pronomes pessoais (por exemplo, "seu", "ele" "ele"; cf. vv 1-8. ; 14: 9 , 11 ; 15: 2 ; 16: 2 , 10 ). Daniel ( Dn 7:25. ; 8: 24-25 ; 11: 36-45 ) e Paulo ( . 2Ts 2:4 , Is 57:20 , e Ap 17:15 , que remete para as nações dos gentios. Mas desde 11: 7 e 17: 8 afirmam que a besta sobe do abismo, é melhor para equiparar o mar com o abismo. Esta interpretação está em harmonia com o Antigo Testamento, que também usa a metáfora do mar para retratar o reino da atividade satânica (cf. 26:12 ; 13 19:74-14'>Sl 74:13-14. ; 89: 9-10 ; Is 27:1 ), e Satanás será preso no abismo durante o reino milenar ( 20: 1-3 ).

O Anticristo será um homem ( 2Ts 2:4 ), ninguém na história da humanidade será mais completamente a filha do demônio do que o Anticristo. Sua "semelhança de família" a Satanás torna-se surpreendentemente aparente da descrição de João dele comotinha dez chifres e sete cabeças, e sobre os seus chifres dez diademas. Essa mesma descrição grotesca foi aplicado a Satanás em 12: 3 : "Então, outro sinal no céu: eis um grande dragão vermelho que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre as suas cabeças sete diademas ". A descrição do Anticristo enfatiza a importância de os dez chifres por mencioná-los em primeiro lugar e associando os diademas com eles, em vez de as cabeças.

Horns na Escritura simbolizar força e poder, tanto para ataque e defesa (cf. 1Sm 2:1 ; 2Sm 22:32Sm 22:3 ; Sl 18:2 ; Sl 89:17 ; Sl 92:10 ; Sl 112:9. ; Mq 4:13. ). Nesta passagem, eles representam o grande poder dos reis que governarão sob a autoridade absoluta do Anticristo. Ten encaixa o imaginário da quarta besta em Dn 7:7 , e é um número simbólico que representa a força política e militar todo o mundo. Anticristo subirá de entre estes dez ( Dan. 7: 16-24 ) e não vai governar meramente dez nações, mas o mundo inteiro (cf. Dn 7:23. ). Ao contrário dos sete cabeças, que representam impérios mundiais sucessivos, todos os governantes simbolizados pelos dez chifres vai governar, ao mesmo tempo (cf. 17:12 ).

Daniel descreveu esta coalizão final, chefiada pelo Anticristo, em Daniel 2:41-44 :

"Em que você viu os pés e os dedos, em parte de barro de oleiro, e em parte de ferro, isso será um reino dividido; mas terá nele a dureza de ferro, na medida em que você viu o ferro misturado com barro comum Como o. dedos dos pés eram em parte de ferro e em parte de cerâmica, de modo algum do reino será forte, e parte dela será frágil. E no que você viu o ferro misturado com barro comum, eles vão combinar um com o outro na semente entre os homens, mas eles não vão aderir a um outro, assim como o ferro não combina com a cerâmica Nos dias daqueles reis o Deus do céu estabelecerá um reino que jamais será destruído, e que o reino não será deixado para. outro povo; ele esmiuçará e porá termo a todos estes reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre ".

O império mundial final será em algum sentido um renascimento do Império Romano (as pernas de ferro e dez dedos da estátua em Daniel 2 ), mas serão muito superiores que tanto no poder e extensão. Vai ser muito mais do que uma confederação europeia; que vai cobrir o mundo inteiro. Em última análise, o império do Anticristo será esmagado por Cristo (a "pedra [que] foi cortada, sem mãos"; . Dn 2:34 , Dn 2:45 ), quando Ele vier para estabelecer o Seu reino terreno.

Além de seus dez chifres, o animal é descrito por João como tendo . sete cabeças Como será visto na discussão de Apocalipse 17 no final deste volume, essas sete cabeças representam sete sucessivos impérios mundiais: Egito, Assíria, Babilônia, Medo— Pérsia, Grécia, Roma, e reino final mundial do Anticristo. Os dez diademas (coroas reais) indicam autoridade real dos chifres e poder vitorioso. João também observou que a besta cabeças um nome de blasfêmia. Como muitos dos imperadores romanos e outros monarcas, antes deles, esses governantes vão blasfemando arrogar nomes e títulos divinos para si mesmos que desonram o Deus vivo e verdadeiro. Eles seguirão o padrão de seu mestre, o Anticristo ", que se opõe e se exalta acima de todos os chamados Deus ou é objeto de adoração, de forma que ele toma seu lugar no templo de Deus, apresentando-se como sendo Deus" ( 2Ts 2:4 :

"E quatro grandes animais foram surgindo do mar, diferentes uns dos outros. O primeiro era como leão, e tinha as asas de uma águia. Eu ficava olhando até que suas asas foram arrancadas, e foi levantado do chão e fez para ficar em dois pés como um homem;.. a mente humana também foi dado a ela E eis que outra besta, um segundo, semelhante a um urso e ele foi levantado por um lado, e três costelas estavam em sua boca entre o seu dentes, e, assim, eles disseram a ele: 'Levanta-te, devora muita carne! " Depois disto, eu continuei olhando, e eis que um outro, como um leopardo, e tinha nas costas quatro asas de um pássaro, o animal também tinha quatro cabeças, e domínio foi-lhe dado Depois disto, eu continuava olhando nas visões da noite. e eis aqui o quarto animal, terrível e assustador e extremamente forte, e tinha dentes grandes de ferro Ele devorava e esmagado e pisou o restante com os seus pés;. e era diferente de todos os animais que apareceram antes dele, e ele tinha dez chifres. "
leopardo, urso, e leão eram bem conhecidos na Palestina. Eles enfatizam drasticamente as características dos países que representam. O leão foi um símbolo apropriado para o feroz, o poder do Império Babilônico consumindo. A ferocidade, força e estabilidade do Império Medo-Persa levou à sua representação como um urso. conquistas rápidas dos gregos, em particular sob a Alexander mercurial, o Grande, refletem a velocidade e ferocidade do leopardo. João lista os três animais em inverter a ordem de Daniel, uma vez que ele estava olhando para trás no tempo.Daniel, olhando para a frente no tempo, listou os animais e os reinos que eles representam em ordem cronológica.

Como o quarto animal indescritível de Dn 7:7 ) e Anticristo ( 2Ts 2:3 ). Mas não haveria sentido em um Judas ressuscitados; como que alguém iria reconhecê-lo, uma vez que ninguém sabe como ele era?

Uma visão mais populares liga a morte e ressurreição nesta passagem com o Imperador Nero. Acreditava-se no final do primeiro século que Nero, que se suicidou em AD 68, iria ressuscitar dos mortos. Mas é duvidoso que muitos cristãos (especialmente o divinamente inspirados apóstolo João) acreditava na ressurreição mito Nero. Além disso, o animal vai sofrer morte violenta nas mãos de outro ( 13:14 ), enquanto Nero, como observado anteriormente, tirou a própria vida.

cabeça cuja ferida mortal será curada só pode ser o futuro Anticristo. Se a morte é real ou falso (cf. v. 14 ; 2Ts 2:9. ).

Sua Adoração

adoraram o dragão porque deu a sua autoridade à besta; e adoraram a besta, dizendo: "Quem é semelhante à besta, e que é capaz de fazer a guerra com ele?" ( 13: 4 )

Fascínio do mundo com o Anticristo vai se tornar rapidamente adoração. Ele irá incentivar e exigir que a adoração por "exaltar [ndo] a si mesmo acima de todo o chamado Deus ou é objeto de adoração, de forma que ele toma seu lugar no templo de Deus, apresentando-se como sendo Deus" ( 2Ts 2:4 ) serão enganados a adorá-lo. Que decepção será impulsionada pela associado do Anticristo, o falso profeta, que "faz com que a terra e os que nela habitam adorem a primeira besta [o Anticristo], cuja fatal ferida foi curada" ( 13:12 ).

Não só os incrédulos enganados adorar o Anticristo, mas eles vão também (intencionalmente ou não) adorar o dragão (Satanás) , porque ele deu a sua autoridade à besta. Por adorar o Anticristo, os incrédulos serão realmente adorando a Satanás, o verdadeiro poder por trás dele.Algumas pessoas vão compreender plenamente que; a maioria vai provavelmente ser enganado, como aqueles de quem Paulo escreveu em 1Co 10:20 : "As coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios e não a Deus." Pensando que eles estavam adorando o deus a quem eles sacrificaram, os pagãos eram, na realidade adorando o demônio personificando que deus. Por isso, será para muitas pessoas, que vão pensar que estão adorando a um líder sobrenaturalmente poderosa, mas na realidade vai estar adorando a Satanás.

À medida que as pessoas do mundo adorar o Anticristo eles vão gritar de espanto, "Quem é semelhante à besta, e que é capaz de fazer a guerra com ele?" Por blasphemously referindo ao Anticristo em língua superlativo reservado para o culto a Deus (cf. Ex 15:11. ; Sl 35:10. ;Sl 113:5. , Is 40:25 ; Is 46:5 ; . Mq 7:18 ), os adoradores do Anticristo iludidos irá atribuir divindade a ele ( 2Ts 2:4 , Dn 4:25 , Dn 4:32 ). Deus permitirá que o Anticristo blasfemar para dar plena expressão à maldade satânica que cobrirá a terra naquela época. Ele irá apresentar um total desrespeito para o verdadeiro Deus por continuamente falando palavras arrogantes e blasfêmias. blasfêmia do Anticristo não será sutil, mas aberto, ultrajante, e monstruoso, mesmo ao ponto que ele "toma seu lugar no templo de Deus, exibindo a si mesmo como sendo Deus "( 2Ts 2:4 ).

Daniel previu que o Anticristo será caracterizado pela orgulhosos, arrogantes, palavras blasfemas. Dn 7:8. ), e todos aqueles que habitam no céu com Ele. Assim, o Anticristo vai proferir palavras blasfemas destinadas directa e especificamente na Pessoa de Deus, Sua morada, e Seu povo, tanto os santos remidos e os santos anjos.

Mas nem blasfêmias do Anticristo, nem o seu reinado de terror vai durar indefinidamente. Deus concederá Anticristo autoridade para agir em apenas 42 meses (os últimos três anos e meio ou 1.260 dias de tribulação, a septuagésima semana da profecia de Daniel; Dn 9:24. ).Anticristo e de Satanás será autorizada a operar apenas dentro do prazo fixado por eles, o verdadeiro Rei do Universo. Mas há alguns anos, eles vão dominar o mundo.

Sua Atividade

Também foi dado a ele para fazer guerra aos santos e vencê-los, e autoridade sobre toda tribo, povo, língua e nação foi dado a ele. ( 13: 7 )

Anticristo não será toda a conversa; ele também será capaz de decisiva, acção mortal. Mais uma vez o texto observa que o Anticristo só pode fazer o que ele é dado a permissão por Deus todo-poderoso que fazer, sublinhando assim que Deus nunca abandona o Seu controle absoluto de eventos. Porque eles se recusam a adorá-lo, o Anticristo fazer guerra aos santos e vencê-los; crentes no Deus verdadeiro irão suportar o peso de sua fúria assassina. Ele vai percebê-los como uma ameaça à sua autoridade sobre toda tribo, povo, língua e nação, que mais uma vez foi temporariamente dado a ele pela soberania de Deus. O resultado será um massacre mundial do povo de Deus (cf. 6: 9-11 ; 7: 9-17 ; 11: 7 ; 17: 6 ; Dn 7:25. ).

Daniel muito antes previu esse martírio generalizada do povo de Deus. Ele escreveu que o Anticristo "vai ... destruirá os santos do Altíssimo ... e eles serão entregues na sua mão por um tempo, tempos e metade de um tempo [três anos e meio, a última metade do Tribulação] "( Dn 7:25 ). Esta perseguição vai começar a sério no ponto médio da tribulação, quando o Anticristo rompe sua aliança com Israel ( Dn 9:27. ) e configura a abominação da desolação ( Dn 9:27. ; Dn 11:31 ; Dn 12:11 ; Matt . 24:15 ; II Tessalonicenses 2:3-4. ).

Que o Anticristo com sucesso fazer guerra aos santos e vencê-los não significa que ele terá o poder de destruir a sua fé. Ele vai dominá-los fisicamente, mas não espiritualmente. Fé salvadora Genuina não pode ser destruído, porque "nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem coisas presentes, nem coisas por vir, nem as potestades, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de separar —nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor "( Rom. 8: 38-39 ). Nem o Senhor Jesus Cristo, que é infinitamente mais poderoso do que o Anticristo ou Satanás, permitir que qualquer verdadeiro filho de Seu sofrer a perda da vida eterna ( Ap 3:5 ; João 10:27-29 ). Mas o Anticristo massacrar o povo de Deus em uma escala sem precedentes, como ele expressa sua dominação mundial.

Seus admiradores

Todos os que habitam sobre a terra o adorarão, todo aquele cujo nome não foi escrito a partir da fundação do mundo no livro da vida do Cordeiro que foi morto. Se alguém tem ouvidos, ouça. Se alguém leva em cativeiro, em cativeiro irá; se alguém matar à espada, com a espada que ele deve ser morto. Aqui está a perseverança ea fé dos santos. ( 13 8:10 )

Como observado anteriormente na discussão sobre o versículo 4 , todos os que habitam sobre a terra hão-de adorar o Anticristo. (João aqui muda de tempos passados ​​para os tempos futuros.) A frase todos os que habitam sobre a terra é usada em toda Revelação para descrever os descrentes ( vv. 12 , 14 ; 03:10 ; 06:10 ; 08:13 ; 11:10 ; 17: 2 , 8 ) e não inclui todos os que estarão vivos na época. Aqui o fator limitante é especificamente declarado; é todo aquele cujo nome não foi escrito a partir da fundação do mundo no livro da vida do Cordeiro que foi morto que vai adorar o Anticristo. Os incrédulos, aqueles cujos nomes não estão registrados no livro da vida, vai "perecem, porque não acolheram o amor da verdade para serem salvos" ( 2Ts 2:10 ). Escritura também ensina que os infiéis serão julgados porque "não creram na verdade, mas tiveram prazer na iniqüidade" ( 2Ts 2:12 ). Enquanto o eternamente eleitos são salvos por meio da fé no Senhor Jesus Cristo ( Jo 3:16 ; Jo 5:24 ; At 13:39 ; At 16:31 ; Rom. 3: 22-30 ; Rm 4:5 ; Gal 3: 22-26. ; Ef. 2: 8-9 ), a não eleitos são perdidos porque se recusam a crer no Evangelho ( Jo 3:36 ; Rom. 1: 18-32 ; Rm 2:8 ; 1Pe 2:81Pe 2:8 ). A incredulidade e rejeição sempre indicam que as pessoas cujos nomes não foram escritos ... no livro da vida.

Sete vezes no Novo Testamento, os crentes são identificados como aqueles cujos nomes estão escritos no livro da vida (cf. 3: 5 ; 17: 8 ; 20:12 , 15 ; 21:27 ; . Fp 4:3 ; Mt 25:34 ; Lc 11:50 ; . Ef 1:4 ; . 1Pe 1:201Pe 1:20 ; cf. . 2Ts 2:132Ts 2:13 ; e 2Tm 1:9. ), nem irão adorá-lo ( 20: 4 ). Anticristo não será capaz de destruir a fé salvadora dos crentes, pois o Senhor Jesus Cristo prometeu: "O que vencer será assim vestido de vestes brancas, e eu não vou apagar o seu nome do livro da vida, e confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos "( Ap 3:51Jo 5:4. ). O Pai não irá desfazer a obra de Cristo na redenção (cf. Rm 4:25. ; He 1:3 )

Anticristo pode tirar suas vidas, mas ele não pode destruir a sua fé.
Esta visão surpreendente da besta do mar conclui com um apelo à compreensão espiritual. O aviso Se alguém tem ouvidos, ouça o é usado quinze vezes no Novo Testamento (cf. 2: 7 , 11 , 17 , 29 ; 3: 6 , 13 , 22 ; . Mt 11:15 ; Mt 13:9 ; Mc 4:9 ; Lc 8:8 ) para enfatizar uma verdade particularmente importante. Em todas as suas utilizações anteriores em Apocalipse ( caps. 2-3 ), ele é seguido pela frase "o que o Espírito diz às igrejas." A omissão dessa frase sugere que a igreja não está em vista, nesta passagem, tendo sido arrebatados antes do início da Tribulação (cf. 03:10 ).

Aqui a frase introduz um provérbio que conclui essa passagem: Se alguém leva em cativeiro, em cativeiro irá; se alguém matar à espada, com a espada que ele deve ser morto. Aqui está a perseverança ea fé dos santos. Este provérbio contém verdade prática importante para os crentes vivos no momento da perseguição do Anticristo. Eles são a depender de providência de Deus e não tomar o assunto em suas próprias mãos. Aqueles crentes destinados pelo plano soberano de Deus para o cativeiro (prisão) estão a aceitar que o encarceramento como a vontade de Deus. Eles não estão a resistir ou lutar contra o Anticristo. Por incrível que pareça, a passagem defende a instituição divina da pena capital, mesmo por parte do governo mal do Anticristo, advertindo que , se alguém matar à espada, com a espada que ele deve ser morto (cf. Gn 9:5-6 ; . Mt 26:52 ) . O povo de Deus não deve retaliar contra seus perseguidores; não há lugar agora, e não haverá lugar, então, por militantes, agressivos, violentos crentes aterrorizando seus perseguidores. "Aqueles que sofrem segundo a vontade de Deus", escreveu Pedro, "deve confiar as suas almas ao fiel Criador, fazendo o que é certo" ( 1Pe 4:19 ).

Em vez de reagir com violência, os crentes devem exemplificar a perseverança ea fé dos santos. Eles devem ser como o Senhor Jesus Cristo, que "sendo injuriado ... não revidava; enquanto que sofrem ... não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga justamente "( 1Pe 2:23 ). Quando os crentes seguir o exemplo de Cristo, observou Pedro, "aqueles que insultam a [sua] bom comportamento em Cristo serão envergonhados" ( 1Pe 3:16 ). Aqueles que estão "injuriado para o nome de Cristo ... são abençoados, porque o Espírito da glória e de Deus repousa sobre [eles]" ( 1Pe 4:14 ).

A mensagem desta passagem é clara. Deixe o animal monstruoso do abismo fazer o seu pior. Vamos Satanás e suas hostes demoníacas têm a sua hora. Deus controla o futuro e os crentes pertencem a Ele. "Em todas estas coisas somos mais que vencedores, por aquele que nos amou" ( Rm 8:37. ), e nós vamos triunfar naquele dia glorioso quando "O reino do mundo [se] o reino de nosso Senhor e do seu Cristo; e Ele reinará para todo o sempre "( Ap 11:15 ).

29. O ultimo Falso Profeta ( 13 11:66-13:18'>Apocalipse 13:11-18 )

Então vi outra besta emergir da terra; e tinha dois chifres semelhantes aos de um cordeiro e falava como o dragão. Ele exerce todo o poder da primeira besta na sua presença. E ele faz com que a terra e os que nela habitam adorem a primeira besta, cuja chaga mortal fora curada. E faz grandes sinais, de maneira que até fogo faz descer do céu à terra, à vista dos homens. E engana os que habitam sobre a terra por causa dos sinais que lhe foi dado para realizar na presença da besta, dizendo aos que habitam na terra que fizessem uma imagem à besta que recebera a ferida da espada e tem ganham vida. E foi dada a ele para dar fôlego à imagem da besta, para que a imagem da besta sequer falar e fazer com que todos quantos não adorassem a imagem da besta para ser morto. E faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, e os homens livres e os escravos, a ser posto um sinal na sua mão direita ou na testa, e ele prevê que ninguém será capaz de comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome. Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento, calcule o número da besta, pois é o número de um homem; eo seu número é 666. ( 13 11:18 )

A principal arma no arsenal de Satanás é o engano. Satanás, Jesus declarou: "é um mentiroso e pai da mentira" ( Jo 8:44 ), que "se disfarça em anjo de luz" ( 2Co 11:14 ) para enganar as pessoas. Desde a sua primeira aparição na terra, no Jardim do Éden ( Gênesis 3:2-6 ), até sua última aparição no final do Milênio ( Ap 20:7-8 ), Satanás é um mentiroso e um enganador. Ele constantemente procura confundir as pessoas, "cego [ndo] os entendimentos dos incrédulos para que não vejam a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus" ( 2Co 4:4 ), apesar de serem fornecedores de maldade, mentiras e enganos. O diabo usa para espalhar suas "doutrinas de demônios" condenatórias ( 1Tm 4:1 )

Jeremias também advertiu Israel para não ouvir os falsos profetas:
Assim diz o Senhor dos Exércitos,
"Não dê ouvidos às palavras dos profetas que vos profetizam.
Eles estão levando-os a futilidade;
Eles falam de uma visão de sua própria imaginação,
Não da boca do Senhor ".

Jr 23:16 )

 
"Não mandei esses profetas,
Mas eles correram.
Eu não falei com eles,
Mas eles profetizaram.
Mas se tivessem assistido ao meu concílio,
Em seguida, eles teriam anunciado minhas palavras ao meu povo,
E teria feito voltar do seu mau caminho
E da maldade das suas obras. "

Jer. 23: 21-22 )

"Tenho ouvido o que os profetas disseram que profetizam mentiras em meu nome, dizendo: 'Eu tive um sonho, eu tive um sonho!' Quanto tempo? Existe alguma coisa no coração dos profetas que profetizam mentiras, mesmo esses profetas do engano do seu próprio coração, que pretendem fazer o meu povo se esqueça do meu nome pelos seus sonhos que se relacionam entre si, assim como seus pais Esqueci meu nome por causa de Baal? O profeta que tem um sonho conte o sonho, mas deixá-lo que tem a minha palavra, fale a minha palavra com verdade. Que tem a palha com o trigo? " diz o Senhor. "Não é a minha palavra como fogo?" diz o Senhor ", e como um martelo que quebra um rock? Portanto, eis que eu sou contra os profetas", diz o Senhor ", que furtam as minhas palavras um do outro. Eis que eu sou contra os profetas", declara o Senhor, "que usam a língua e declarar:" O Senhor declara. Eis que eu sou contra aqueles que profetizaram sonhos falsos ", declara o Senhor", e relacionando-os e levou meu povo extraviado por suas falsidades e jactância imprudente, ainda que eu não enviá-los ou comandá-los, nem eles forneçam este povo os menor benefício ", diz o Senhor. ( Jer. 23: 25-32 )

"Portanto, não ouvir as palavras dos profetas que falam para você, dizendo:" Você não deve servir ao rei de Babilônia ", porque vos profetizam a mentira; pois eu não os enviei ", declara o Senhor", mas eles profetizam mentiras em meu nome, a fim de que eu possa levá-lo para fora e que você pode perecer, vós e os profetas que vos profetizam. "Então eu falei com o sacerdotes e todo este povo, dizendo: "Assim diz o Senhor: Não dê ouvidos às palavras dos vossos profetas, que vos profetizam, dizendo:" Eis que os utensílios da casa do Senhor será agora cedo voltarão de Babilônia '; para eles profetizam a mentira "(. Jer. 27: 14-16 )

"Porque assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel: 'Não deixe que seus profetas que estão no meio de vós e vossos adivinhos enganá-lo, e não ouvir os sonhos que sonho. Para eles vos profetizam falsamente em meu nome, eu não os enviei, diz o Senhor ". ( Jer. 29: 8-9 )

Como Ele concluiu o Sermão da Montanha, o Senhor Jesus Cristo declarou solenemente: "Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores" ( Mt 7:15 ). Em sua segunda epístola, Pedro escreveu: "Mas também falsos profetas entre o povo, assim como também haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão encobertamente heresias destruidoras, negando até o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição" ( 2Pe 2:1. , como fez Jeremias () 13 24:14-15'>Jer 14.: 13-15 ; Lm 2:14 ). Jeremias 28 registros encontro de Jeremias com o falso profeta Ananias, enquanto o próximo capítulo menciona os falsos profetas Acabe e Zedequias ( Jer. 29: 21-23 ). O Antigo Testamento também nomes outro Zedequias como um falso profeta ( I Reis 22:10-28 ), bem como dois falsos profetas chamado Semaías (Neemias 6:10-12. ; Jer. 29: 24-32 ). Ez 13:17 ). O falso profeta mais notório no Antigo Testamento era Balaão, que liderou Israel na idolatria e pecado ( Num 22-24. ; Js 13:22. ; 24: 9-10 ;13 1:16-13:2'>Neh. 13 1:2 ; . 2 Pe 2 : 15-16 ; Jd 1:11 ). O Novo Testamento registra encontro do apóstolo Paulo na ilha de Chipre, com o falso profeta Bar-Jesus ( 13 6:44-13:12'>Atos 13:6-12 ).

Diversos vícios caracterizar falsos profetas, para além da óbvia de mentiras de ensino. Escritura denuncia-los como ímpios ( Jr 23:11. ), adúlteros ( Jr 23:14. ), ganancioso ( Ez 22:25. ; . Mq 3:11 ; 2Pe 2:152Pe 2:15. ), auto-enganados ( 13 2:26-13:3'>Ez. 13 2:3 ), e os idólatras ( Jr 2:8 ). Não surpreendentemente, Deus irá julgá-los severamente. Dt 18:20 pronuncia a sentença de morte para eles: "O profeta que fala uma palavra presunçosamente em meu nome, que eu não tenha mandado falar, ou o que ele fala em nome de outros deuses , esse profeta morrerá "(cf. Nu 31:8. ; 29: 21-22 ). Pedro falou o juízo de Deus sobre todos os falsos mestres, quando escreveu que eles "vão perecer na sua corrupção, e receberá o prêmio da injustiça ... para quem está reservado o negrume das trevas para sempre" ( 2 Ped. 2: 12-13 , 2Pe 2:17 NVI ).

Os falsos profetas têm assolado o povo de Deus desde o início da história. Mas eles vão proliferar ainda mais como o retorno de Cristo para estabelecer suas abordagens reino. Falando de que o tempo Jesus disse: "Muitos falsos profetas se levantarão e enganarão a muitos" ( Mt 24:11 ). Então persuasiva será seus esforços ser que eles "farão sinais e prodígios, a fim de enganar, se possível, até os escolhidos" ( Mc 13:22 ). Esses falsos profetas será energizado por alguns dos demônio exércitos de Satanás. O diabo vai intensificar seus esforços para enganar o mundo como suas próprias abordagens desgraça.

Assim como os falsos cristos que têm atormentado a humanidade culminará na Anticristo, assim será também os falsos profetas culminar em um falso profeta final (cf. 16:13 ; 19:20 ; 20:10 ). Ele vai ser o último e mais poderoso enganador deitado de Satanás. Junto com Satanás, a falsificação do Pai, e do Anticristo, a falsificação de Jesus Cristo, o falso profeta formarão a falsa trindade satânica. Ele será a falsificação do Espírito Santo. O falso profeta será o parceiro do Anticristo em enorme engano final de Satanás do mundo. Enquanto o Anticristo será principalmente um governante político e militar, ele também afirmará ser Deus. O falso profeta será o seu sumo sacerdote, o líder religioso que vai levar as pessoas para a religião satânica de adorar o Anticristo. O falso profeta vai deificar Anticristo e convencer os incrédulos de que ele é a única esperança para a salvação do mundo.

O falso profeta será capaz de enganar o mundo incrédulo porque o poder da religião sobre as mentes dos homens é tão grande. Pessoas são adoradores incuráveis; todo mundo adora alguém, seja o verdadeiro Deus, falsos deuses, ou a si próprios. Não há no coração do homem o anseio por alguém transcendente, alguém além de si mesmo que pode livrá-lo de suas circunstâncias preocupantes. Os eventos aterrorizantes, sem paralelo da Tribulação intensificará que anseio por um libertador sobrenatural. O falso profeta vai convencer o mundo incrédulo que o Anticristo é a solução para os problemas prementes do mundo. Ele pode muito bem ser o mais eloquente, poderoso, convencendo orador na história da humanidade, e sua oratória elevada irá persuadir o mundo a adorar o Anticristo. João Phillips especulado:
O apelo dinâmico do falso profeta vai mentir em sua habilidade em combinar conveniência política com paixão religiosa ... Seus argumentos serão sutis, convincente e atraente. Sua oratória será hipnótico, pois ele será capaz de mover as massas às lágrimas ou chicoteá-los em um frenesi. Ele irá controlar os meios de comunicação do mundo e vai habilmente organizar a publicidade de massa para promover seus fins. Ele irá gerenciar a verdade com dolo além das palavras, dobrá-la, torcendo-o, e distorcê-la ... Ele irá moldar mundo pensava e moldar a opinião humana como argila tanto de oleiro. ( Explorando Apocalipse, rev ed [Chicago: Moody, 1987; reimpressão, Neptune, NJ: Loizeaux, 1991].., 171)

A parceria entre o poder político e religioso exibido pelo anticristo e do falso profeta não será novidade. Janes e Jambres, dois falsos líderes religiosos, assistido faraó em seus confrontos com Moisés e Arão ( 2Tm 3:8 ). Acabe e Jezabel usaram os sacerdotes idólatras de Baal para ajudá-los a alcançar seus propósitos malignos em Israel ( 1Rs 18:1. ; Dn 11:31 ; Dn 12:11 ; 24:15 Matt. ; II Tessalonicenses 2:3-4. ). Tendo atingido o auge de seu poder, o Anticristo irá destruir todas as outras religiões. A adoração do Anticristo, fomentado pelo falso profeta, se tornará a única religião tolerada (cf. 14: 9 , 11 ; 15: 2 ; 16: 2 ; 19:20 ; 20: 4 ).

A visão de João do falso profeta revela três elementos fundamentais: a sua pessoa, poder e programa.

Sua Pessoa

Então vi outra besta emergir da terra; e tinha dois chifres semelhantes aos de um cordeiro e falava como o dragão. ( 13:11 )

Depois de ter visto a visão aterradora da primeira besta (Anticristo), em 13 1:10 , João então vi outra besta. Alguns vêem esta segunda besta como uma instituição, uma forma de governo, ou uma ideologia. Mas o uso de allos ( outro do mesmo tipo) indica que ele, assim como a primeira besta, vai ser uma pessoa. Mais uma prova de que vem Dt 19:20 : "E a besta foi apreendido, e com ela o falso profeta que realizou os sinais em sua presença, com que enganou os que receberam o sinal da besta e os que adoraram a sua imagem ; estes dois foram lançados vivos no lago de fogo que arde com enxofre ". Obviamente, é o povo, e não ideologias, instituições ou governos, para que Deus irá lançar no inferno.

Em contraste com a primeira besta, que vai vir para cima do mar ( 13: 1 ), a segunda besta virá . subir da terra como o Anticristo, o falso profeta será habitado por um demônio do abismo (veja os comentários sobre 13: 1 no capítulo 4 deste volume), que é retratado aqui como as profundezas flamejantes . da terra No mundo antigo, a terra era menos misteriosa e sinistra do que o mar. Que o falso profeta surge da terra sugere que ele será mais sutil, suave, menos avassalador e aterrorizante do que o Anticristo. Ele será cativante e persuasivo, o epítome dos lobos em pele de cordeiro Jesus alertou para ( 07:15 Matt. ).

A descrição da primeira besta, com seus dez chifres e sete cabeças, dez diademas, e sete nomes blasfemos ( 13: 1 ), foi grotesco e assustador. Em contraste, a segunda besta apenas tinha dois chifres. Isso indica que ele não é caracterizada pela mesma força enorme que o Anticristo.E, ao contrário do selvagem, feroz, e mortal Anticristo, que é comparado a um leopardo, urso e leão ( 13: 2 ), o falso profeta parece tão inofensivo quanto . cordeiro Ele não vem como um ditador conquistar, mas na superfície aparece como um enganador sutil, com mansidão e ternura, embora não sem grande autoridade.

Apesar de sua aparência enganosamente suave, o falso profeta não é menos um filho do inferno do que o Anticristo. Isso é evidente, porque ele falou como um dragão -a voz estranha na verdade, para um cordeiro. O falso profeta, como o Anticristo ( 13: 2 , 5 ), será o dragãoporta-voz de Satanás, falando suas palavras. Mas ele não vai ecoar as tiradas de blasfêmia contra Deus, que derramarei dos lábios de Anticristo ( Dn 11:36 ). Em vez disso, ele vai falar palavras cativantes, enganando de louvor sobre o Anticristo, atraindo o mundo para adorar aquele vil, ditador satânico.

Falsos profetas muitas vezes aparecem manso, suave e inofensiva. Eles oferecem esperança e soluções para os problemas que incomodam homens e mulheres. No entanto, eles são sempre as vozes do inferno, e quando abrem a boca, Satanás fala. Por isso, será entre os horrores indizíveis da Tribulação. O falso profeta virá como um cordeiro, falando palavras falsas, enganosas de conforto. Ele vai prometer o sofrimento, as pessoas atormentadas do mundo de que tudo ficará bem se só eles vão adorar o Anticristo. Mas aqueles que se apaixonar por suas mentiras sutis vai enfrentar o julgamento terrível de Deus (cf. 14: 9-11 ; 16: 2 ).

Seu Poder

Ele exerce todo o poder da primeira besta na sua presença. E ele faz com que a terra e os que nela habitam adorem a primeira besta, cuja chaga mortal fora curada. E faz grandes sinais, de maneira que até fogo faz descer do céu à terra, à vista dos homens. E engana os que habitam sobre a terra por causa dos sinais que lhe foi dado para realizar na presença da besta, dizendo aos que habitam na terra que fizessem uma imagem à besta que recebera a ferida da espada e tem ganham vida. ( 13 12:14 )

Embora primeiramente um enganador sutil, o falso profeta não será impotente. João observa que ele exerce todo o poder da primeira besta (Anticristo). Alguns acreditam que o falso profeta irá substituir o Anticristo e governar sozinho durante a Grande Tribulação. Isso é impossível, no entanto, uma vez que o texto diz explicitamente que o falso profeta exerce sua autoridade na presença do Anticristo (cf. v. 14 ; 19:20 ). Além disso, tanto o falso profeta e Anticristo estarão vivos quando Cristo voltar ( 19:20 ).

O que está sendo dito aqui é que o falso profeta vai exercer o mesmo tipo de poder e autoridade como o Anticristo faz demoníaca, já que ambos estão habilitadas pela mesma fonte infernal. Que ele exerce sua autoridade em Anticristo presença implica que o Anticristo ter delegado essa autoridade a ele. A missão do falso profeta será usar todos os meios à sua disposição a partir do Anticristo para causar a terra e os que nela habitam adorem a primeira besta. Ele vai liderar o culto de adoração em todo o mundo Anticristo.

Os esforços do falso profeta para promover a adoração do Anticristo receberá um grande impulso a partir de um surpreendente, espetacular evento: a cura aparente (Anticristo) a primeira besta ferida fatal (cf. v. 3 ; 17: 8 ). Como observado na discussão Dt 13:3 , Jo 2:23 ; Jo 6:2. ). Aqueles que rejeitam o evangelho salvadora do Senhor Jesus Cristo ansiosamente aceitar o evangelho falso condenatório pregado pelo profeta e um falso evangelho aparentemente verificada por meio de sinais sobrenaturais espetaculares.

Que Satanás pode fabricar sinais sobrenaturais Está claro nas Escrituras. Janes e Jambres, os magos na corte do Faraó ( 2 Tim. 3: 8-9 ), imitou alguns dos milagres que Deus fez por intermédio de Moisés e Arão ( Ex. 7: 11-12 , Ex 7:22 ). Atos 8:9-11 descreve "um homem chamado Simão, que anteriormente estava praticando magia na cidade e surpreendente o povo de Samaria, dizendo ser alguém grande, e todos eles, do menor para o maior, prestavam atenção a ele, dizendo:" Este homem é o que é chamado o Grande Poder de Deus '. E eles foram dando-lhe atenção, porque ele tinha há muito tempo espantou-los com suas artes mágicas. " Os sinais realizados pelo falso profeta serão muito superiores aos de um mago do pequeno-tempo como Simon.

Por incrível que pareça, o falso profeta, imitando as duas testemunhas ( 11: 5 ), . até fogo faz descer do céu à terra O tempo presente de poieō ( faz ) sugere que ele irá executar várias vezes este ato sobrenatural na presença de homens para impressioná-los com o seu poder. Deus tem muitas vezes demonstrou Seu poder sobrenatural, enviando fogo do céu (cf. 11: 5 ; Gn 19:24 ; Lev. 10: 1-2 ; 1Rs 18:381Rs 18:38 ; 2 Reis 1: 9-12 ; 1Cr 21:261Cr 21:26 ; 2Cr 7:12Cr 7:1 ). Porque os crentes conhecem a verdade e são protegidos por seu Deus (cf. João 10:3-5 , Jo 10:14 , 27-30 ), eles irão reconhecer o ensino do falso profeta como mentiras e não se deixe influenciar por causa dos sinais que lhe foi conferido —lo a realizar na presença da besta. Que o mundo incrédulo serão enganados se deve não só ao engano da injustiça de Satanás, os demônios, o Anticristo e do falso profeta, mas também vem como o julgamento de Deus. Pregação do falso profeta terá sucesso em parte porque ele vai chegar "com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não acolheram o amor da verdade para serem salvos" ( 2Ts 2:10 ). Mas também vai ter sucesso porque "Deus lhes enviará uma influência ilusória para que eles vão acreditar no que é falso, a fim de que todos sejam julgados os que não creram a verdade, mas tiveram prazer na iniqüidade" ( vv. 11— 12 ).

À medida que o poder do Anticristo e o poder de persuasão do falso profeta crescer, Satanás vai escalar a falsa religião do mundo de culto Anticristo. Humanidade acabará por vir a sê-lo completamente sob a influência do falso profeta que as pessoas vão obedecer seu comando para fazer uma imagem à besta. O mundo vai se envolver na mais chocante idolatria flagrante já vi. Como Nabucodonosor antes dele ( Dan. 3 ), mas em uma escala global, o Anticristo, auxiliado pelo falso profeta, vai criar uma estátua de si mesmo como um símbolo de sua divindade e de culto em todo o mundo. Esta imagem blasfema provavelmente será criado no terreno do templo em Jerusalém (cf. 2Ts 2:1 ) e será conectado com a abominação da desolação ( Dn 9:27 ; Dn 11:31 ; Dn 12:11 ; Mt 24:15 ). Será uma homenagem ao incrível poder do Anticristo, que recebera a ferida da espada e voltou à vida (cf. vv. 3 , 12 ), para conquistar aparentemente morte.

Seu Programa

E foi dada a ele para dar fôlego à imagem da besta, para que a imagem da besta sequer falar e fazer com que todos quantos não adorassem a imagem da besta para ser morto. E faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, e os homens livres e os escravos, a ser posto um sinal na sua mão direita ou na testa, e ele prevê que ninguém será capaz de comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome. Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento, calcule o número da besta, pois é o número de um homem; eo seu número é 666. ( 13 15:18 )

A imagem idólatra do Anticristo será diferente de qualquer outro ídolo da história humana. A Bíblia com desdém denuncia ídolos como tendo bocas, mas ser incapaz de falar ( Sl 115:5 ; Is 46:7 ). Mas, em mais uma exibição de seu poder para enganar, o falso profeta vai dar fôlego à imagem da besta, para que a imagem da besta sequer falar. Respiração traduz pneuma , não Zoe ou bios , as palavras gregas normalmente traduzido vida. O falso profeta vai animar a imagem do Anticristo para que ele dá a aparência de estar vivo. Com incrível tecnologia de efeitos especiais de hoje e robótica, que não está fora do reino das possibilidades. Acrescente a isso desesperada necessidade do mundo, em meio à carnificina da Tribulação, a acreditar em um conquistador a morte, e o ardil torna-se muito crível.

Depois de seu imenso sucesso em todo o mundo e depois de deixar sua fachada de Gentilza, o falso profeta vai causar tantos quantos não adorassem a imagem da besta para ser morto. Como no caso da imagem de Nabucodonosor de ( Dn 3:6 ; Mateus 25:31-40. ). Nem o Anticristo e seus capangas matar todos os judeus (cf. 12: 6-7 , 14 ); dois terços deles perecerá, mas o resto vai ser protegido ( 13 8:38-13:9'>Zacarias 13:8-9. ).

Como parte de seu plano para impor a adoração do Anticristo, o falso profeta vai exigir todas as categorias de incrédulos, resumir-se a pequenos e os grandes, e os ricos e os pobres, e os homens livres e os escravos, para ser dada uma marca na mão direita ou na testa.Marcos ( charagma , a partir charassō , "Eu gravo") era o termo para imagens ou nomes do imperador em moedas romanas. No mundo antigo, tais marcas (tatuagens ou marcas) foram comumente dado aos escravos, soldados e devotos de cultos religiosos (cf. Gl 6:17 ). Deus selado, com uma marca na testa, os 144:000 para preservá-los de Sua ira contra o mundo incrédulo ( 7: 2-3 ); o falso profeta marca o não salvo para preservá-los da ira de Anticristo contra o povo de Deus. A marca irá significar que a pessoa carrega é um adorador e seguidor leal do Anticristo. Da mesma forma, os imperadores romanos necessária seus súditos para provar sua lealdade, oferecendo sacrifícios a César. Aqueles que se recusaram, como aqueles que se recusam a tomar a marca do Anticristo, estavam sujeitos à execução.

Além da ameaça constante da morte, recusando-se a receber a marca da besta terá consequências práticas terríveis na vida diária: ninguém será capaz de comprar ou vender, senão aquele que tem a marca. império do Anticristo vai manter estrito controle econômico o mundo.Alimentos, roupas, suprimentos médicos, e as outras necessidades da vida, potencialmente, em demanda na terra devastada, que sentiu o juízo de Deus ( 6: 5-6 ), será inalcançável para aqueles sem a marca. Currency provavelmente desaparecer, para ser substituído por crédito controlada. Em vez de um cartão de crédito, que podem ser perdidos, as pessoas terão uma marca (possivelmente, um código de barras) na testa ou na mão. Digitalizando testa ou nas mãos das pessoas que identificá-los a um sistema informático central. A vida sob os governos totalitários no nosso tempo proporciona um leve vislumbre do que está por vir. Um homem que viveu sob o regime comunista de Bulgária comentou:

Você não consegue entender e você não pode saber que o mais terrível instrumento de perseguição que já foi inventado é um cartão de racionamento inocente. Você não pode comprar e você não pode vender, senão de acordo com o que pouco, cartão inocente. Se eles, por favor, você pode ter morrido de fome, e se eles, por favor, você pode ser despojado de tudo o que tem; para que você não pode negociar, e você não pode comprar e você não pode vender, sem permissão. (Citado em WA Criswell, Sermões expositivas sobre a Revelação [Grand Rapids: Zondervan, 1969], 4: 120-21)

A pressão para ceder à adoração do Anticristo será muito pior do que qualquer coisa que já experimentei na história humana. A vida será praticamente impossível de se viver, por isso as pessoas são obrigadas a se curvar ao rei demonizado, não será solicitado apenas por engano religioso, mas também pela necessidade econômica.
Além disso descrever a marca, João observa que será composto de o nome da besta, ou o número do seu nome. Anticristo terá uma designação universal, o seu nome dentro de um sistema de numeração. A identificação exata de que a frase não é clara. O que está claro é que todos serão obrigados a ter a identificação de marca ou sofrer as conseqüências.

A exclamação aqui é a sabedoria é um aviso para os que estiverem vivos naquele momento para ser sábio e perspicaz. Eles terão de reconhecer o que está acontecendo e entender o significado do número conectado com o nome do Anticristo. Aqueles com compreensão será capaz de calcular o número do animal, para o que o número é de um homem; eo seu número é 666. Talvez as pessoas sem detalhes em Apocalipse tem intrigado mais do que este número. Não houve nenhum fim à especulação quanto ao seu significado e como calculá-lo. Em grego, hebraico e latim, cartas tinham equivalentes numéricos, e uma infinidade de planos de associar os nomes de indivíduos históricos com o número 666 têm sido formuladas. Nero, Calígula, Domiciano, Napoleão, Hitler, Mussolini, Stalin, e uma série de outros foram propostos, com base em algum tipo de renderização matemática complicada das letras em seu nome. Toda essa especulação é inútil; uma vez que o Anticristo ainda está por vir, o número 666 não pode ser associado a qualquer indivíduo histórico. O pai da Igreja Irineu advertiu contra a especular sobre a identidade da pessoa associada ao número 666 até que a pessoa chega à cena (Alan F. Johnson, Apocalipse, Comentário Bíblico do Expositor [Grand Rapids: Zondervan, 1996], 137). Robert L. Tomé dá uma perspectiva muito razoável:

A melhor parte da sabedoria é estar contente que a identificação ainda não está disponível, mas será quando o futuro falso Cristo ascende ao trono. A pessoa a quem se aplica 666 deve ter sido futuro em tempos de João, porque João significava claramente o número de ser reconhecível para alguém. Se não era perceptível a sua geração e aqueles imediatamente após ele, e não era-a geração a quem será perceptível deve ter ficado (e ainda está) no futuro. As gerações passadas forneceram muitas ilustrações desta personagem futuro, mas todos os candidatos últimos provaram ser inadequados como realizações. Cristãos de geração em geração pode se manifestar a mesma curiosidade como os profetas do passado em relação aos seus próprios profecias (cf. 1 Pd 1: 10-11. ), mas sua curiosidade permanecerá insatisfeito até o tempo do cumprimento chega. (Robert L. Tomé, Apocalipse 8:22: Um comentário exegético [Chicago: Moody, 1995], 185)

O significado preciso do número 666 aguarda o tempo futuro do Anticristo, mas é de salientar que o número é o de um homem. Sete, o número da perfeição, é o número de Deus. Desde que o homem fica aquém da perfeição, o seu número é seis. O homem foi criado no sexto dia (Gênesis 1:26-31 ); escravos foram libertados depois de seis anos de serviço ( Ex 21:2 ; cf. Ap 20:10 ).

Esta passagem decepcionante não se destina a ser a fonte de especulações infrutíferas sobre seus detalhes. Em vez disso, ele se destaca como um aviso para o mundo incrédulo. Ele também desafia os crentes a levar cuidadoso, atento, uma vida religiosa (cf. 1Pe 4:7 ), e para evangelizar um mundo irremediavelmente perdido, dirigiu-se para a destruição. Os crentes devem proclamar o evangelho fielmente salvadora do Senhor Jesus Cristo, e, assim, salvar as almas dos homens e mulheres do desastre que paira apenas sobre o horizonte.


Barclay

O NOVO TESTAMENTO Comentado por William Barclay, pastor da Igreja da Escócia
Barclay - Comentários de Apocalipse Capítulo 13 do versículo 1 até o 18

Apocalipse 13

O poder da besta — Ap 13:1-18). Em 2Ts 2:6-7 o mais correto é interpretar que a força que detém a iniqüidade e evita que o mundo caia no caos é o império Romano. No Apocalipse as coisas são diferentes. surgiu o culto a César. Os imperadores se atribuem nomes blasfemos, "divino", "Filho de Deus", "Salvador". "Senhor". O poderio de Roma se arma para abolir a fé cristã. Roma converteu-se em agente e instrumento do demônio.

H. B. Swete vê na descrição da besta um símbolo do poderio de Roma. O Império exerce uma vigilância felina, manifesta a astúcia e a

crueldade do leopardo, sempre preparado para saltar sobre sua presa. Conta com o poder e a força demolidores do urso que pode afogar a sua vítima com um abraço. É como o leão, cujo rugido aterra ao rebanho e

lhes fala de morte e destruição. Tal como o interpreta H. B. Swete, o simbolismo se adapta à situação de Roma em seu ataque contra a Igreja cristã.

No versículo 4 encontramos uma paródia lúgubre e horrenda. "Quem como a besta?" é uma paródia da grande pergunta “Ó SENHOR, quem é como tu entre os deuses?” (Ex 15:11).

H. B. Swete assinala o terreno no qual prevalece a besta. "Quem

poderá lutar contra ela?" Sua grandeza não radica na moral mas na mera força bruta. Qualquer império que se baseia sobre a força bruta e não sobre a grandeza moral é um império contrário a Deus. A afirmação de que a besta falava grandes coisas e blasfêmias (versículo
5) vem da descrição que se encontra em Daniel. Ao falar do chifre pequeno diz que dizia coisas orgulhosas e arrogantes contra Deus (Dn 7:8, Dn 7:20).

Nesta seção, assim como no resto do capítulo, notamos uma grande verdade. Satanás sempre está buscando instrumentos para empregar

neste mundo. Assim como Deus busca mãos para empregar, Satanás faz o mesmo. Neste mundo, todo homem e toda nação podem fazer a mesma opção: ser instrumentos de Satanás ou de Deus.

INSULTO A DEUS

13 6:66-13:9'>Apocalipse13 6:66-13:9'> 13 6:66-13:9'>13 6:9

O versículo seis apresenta dificuldades. Diz que a besta abriu sua

boca para proferir blasfêmias contra Deus, para insultar seu tabernáculo, seu nome e os que habitam no céu.

Podemos interpretar estas palavras em dois sentidos.

  1. Pode-se tomar num sentido muito general. Pode significar que o poder do império e a instituição do culto a César é uma blasfêmia contra Deus e sua morada, o céu, e contra os que habitam nele, quer dizer, os anjos. Se desejamos aprofundar podemos analisar mais a fundo a palavra que se emprega para dizer "tabernáculo". O termo grego é skene que significa "tenda, tabernáculo ou morada". Agora, apesar de não ter nenhuma relação com ela, a palavra grega skene sempre lembrava aos judeus o termo hebraico shekiná, que significa "a glória de Deus". Ambos os termos são tão parecidos que os judeus sempre relacionam o tabernáculo de Deus com sua glória. De maneira que pode ser que João diga que toda a conduta do Império Romano e em especial a instituição do culto a César é um insulto à glória de Deus, coisa que, por outro lado, é certo.
  2. Não obstante pode-se tomar a passagem num sentido mais restringido. A besta é o Império Romano. Pode ser que João pensasse em todas as formas, não só as que correspondiam a sua época mas em todas as formas em que Roma tinha insultado a Deus e sua morada. Quando analisávamos a atitude dos imperadores romanos para com o culto a César vimos que a maioria sentia-se incomodado por ele; somente Calígula, que reinou entre os anos 37:41 de nossa era, creu em sua própria divindade. Calígula era bastante anormal. Sofria de epilepsia e

era louco. Afirmava que era deus, que se deviam construir altares em todo o império para honrá-lo e que todo mundo devia lhe render culto.

Calígula deu um passo que nenhum outro imperador se animou a dar. Os judeus sempre tinham sido excetuados de render culto a César.

Os romanos sabiam muito bem que nada arrancaria os judeus de seu culto ao Deus único e, portanto, concederam-lhes o privilégio especial de observar sua própria religião e adorar a Deus a seu modo. Isto está intimamente ligado ao fato que os judeus eram o único povo dentro do

império que estava excetuado do serviço militar devido à sua obediência estrita às leis sobre a comida e sobre o sábado. Todo isso fazia impossível incorporá-los ao exército romano. Calígula. entretanto se

negou a aceitar os direitos dos judeus. Foi ainda mais longe, insistiu em que se pusesse sua imagem no tabernáculo do templo de Jerusalém. Não é difícil imaginar a reação dos judeus. Estavam dispostos a padecer o

extermínio antes que aceitar semelhante profanação do lugar sagrado (Josefo, Antiguidades dos judeus Ap 18:8). Foi uma grande sorte Calígula morrer antes de pôr em prática seu projeto, pois teria significado a

iniciação de uma das guerras mais sangrentas da história. Não seria nada difícil que João pensasse neste incidente aberrante do passado ao falar dos insultos proferidos pela besta contra o tabernáculo de Deus.

PERIGO TERRESTRE E SEGURANÇA DIVINA

13 6:66-13:9'>Apocalipse13 6:66-13:9'> 13 6:66-13:9'>13 6:9 (continuação)

Foi permitido que a besta vencesse todos aqueles cujos nomes não estavam escritos no livro da vida. O livro da vida aparece com freqüência no Apocalipse (Ap 2:7,Ap 2:11,Ap 2:17, Ap 2:29; Ap 3:6,Ap 3:13,Ap 3:22). A idéia é a seguinte.

No mundo antigo os governantes tinham listas dos cidadãos de seus reinos. Enquanto alguém vivesse e fosse um bom cidadão seu nome mantinha-se nas listas. Quando morria ou perdia seus direitos como cidadão, o nome era apagado. O Livro da Vida é o registro dos nomes

daqueles que pertencem ao Reino de Deus.

O versículo 8 apresenta um problema de tradução. A versão grega oferece duas possibilidades. “Aqueles cujos nomes desde o princípio do mundo não estão escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto.” (Trad. Brasil.; conforme B.J.) ou “Aqueles cujos nomes não foram escritos no Livro da Vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo.” (Almeida Atualizada; conforme Nova Versão Internacional)

  1. A primeira tradução é paralela à que aparece em Ap 17:8. Nesse caso, não há problemas. Tem muita semelhança com Ef 1:4,

onde Paulo afirma que Deus nos escolheu em Jesus Cristo antes do princípio do mundo. O sentido seria que Deus escolheu os seus desde o começo do tempo e nada, na vida ou na morte, no tempo ou na

eternidade, nada do que possa fazer o demônio ou o Império Romano poderão tirá-los da mão de Deus. Esta é a versão que apresentam as últimas traduções.

  1. A segunda tradução refere-se a Jesus Cristo como o Cordeiro que foi imolado desde o começo do mundo. Teríamos algo muito semelhante ao que aparece em 1 Pedro 1:19-20, onde Pedro afirma que Jesus e seu

sacrifício foram ordenados antes do começo do mundo. Os judeus criam que o arcanjo Miguel tinha sido criado antes do princípio do mundo, como mediador entre Israel e Deus. Segundo outra tradição apócrifa,

Moisés teria sido criado antes do princípio do mundo, para agir como mediador da aliança entre Deus e Israel. De maneira que, no pensamento judeu não seria surpreendente ler que Jesus tinha sido criado antes do princípio do mundo para ser o Salvador e o Redentor da

humanidade.

Em ambas as traduções encontramos duas verdades muito valiosas. A primeira afirma que Deus conhece seus filhos desde antes da criação e

que nada pode tirá-los de seu cuidado e de sua mão. A segunda significaria que o amor redentor de Deus é ainda mais antigo que seu poder criador; seu propósito redentor é anterior à criação; seu amor

redentor, revelado em Jesus Cristo, remonta-se até antes do começo do tempo.

A segunda tradução é a que apresenta a versão Almeida Revista e Atualizada. Ambas são belas e verdadeiras, mas se devemos escolher ficaremos com a primeira, pois isso é o que repete João em Ap 17:8.

AS ÚNICAS ARMAS DO CRISTÃO

Ap 13:10

À primeira vista, a interpretação desta passagem é difícil.

Contém duas citações. A primeira corresponde a Jr 15:2, onde o profeta é chamado para dizer ao povo que aqueles que devem ir à

morte, irão à morte; que aqueles que devam ir à espada, irão à espada; que aqueles que a fome, irão a fome e que aqueles que a cativeiro, assim o farão. A idéia é que não se pode evitar o desígnio de Deus. O que Deus decidiu é o que devem fazer os homens. Logo o versículo cita as

palavras de Jesus tal como aparecem em Mt 26:52. Quando a multidão chega ao Jardim do Getsêmani para prender Jesus, Pedro desembainha sua espada para defender ao Mestre; mas Jesus lhe diz:

“Embainha a tua espada; pois todos os que lançam mão da espada à espada perecerão.” O que significam as palavras deste versículo? Há três elementos.

  1. O homem deve aceitar o que Deus ordenou para ele. Se nos tempos tremendos de perseguição, a fé cristã implica o cativeiro, o cristão deve aceitá-lo sem queixas nem hesitações. De maneira que a

primeira afirmação é que o cristão deve aceitar tudo o que implica o fato de ser um discípulo de Jesus. Já lhe advertiu que ser cristão implica tomar uma cruz, ser odiado até pelos seres mais queridos, juízos, açoite,

prisão, morte.

  1. Em segundo lugar, este versículo afirma que ao cristianismo nunca pode defender-se pela força. O homem que toma a espada, morre por ela. O evangelho do amor jamais pode defender-se com métodos

violentos. Sempre devemos lembrar que quando o governo romano

começou as perseguições haveria cem mil cristãos no Império; entretanto, jamais lhes ocorreu empregar a força para resistir. Esta é uma verdade que continua sendo válida: a justiça nunca pode defender-se com injustiças. Quando o cristianismo começa a defender-se com a força, deixa de ser cristianismo. É um paradoxo intolerável defender o evangelho do amor de Deus empregando a violência dos homens.

  1. Entretanto, o cristão conta com suas armas, a paciência e a fé. A palavra que se traduz como paciência é hupomone, que não significa

limitar-se a suportar as coisas passivamente. Significa aceitar com valentia o pior que pode oferecer a vida e convertê-lo em glória. O termo que se traduz por fé ou lealdade é a palavra grega pistis. Refere-se a essa

fidelidade que jamais titubeará em sua devoção absoluta ao Mestre e Senhor.

O cristão deve aceitar o que implica o fato de sê-lo. Jamais pode

defender a fé do amor com o arma da força bruta. Deve triunfar em sua batalha contra o mundo apresentando a todos os homens a paciência e a fé que o temor ou a honra dos homens não poderão jamais comover.

O PODER DA SEGUNDA BESTA

13 11:66-13:17'>Apocalipse13 11:66-13:17'> 13 11:66-13:17'>13 11:17

Esta passagem trata da segunda besta, a que vem da terra. Já vimos no material introdutório que se trata da organização estabelecida para propagar o culto a César e impô-lo ao longo do Império. Fazem-se

algumas afirmações a respeito deste poder.

  1. Executa sinais e maravilhas, como fazer descer fogo do céu e fazer a imagem da besta falar. Em todas as partes havia imagens e

estátuas do imperador, em cuja presença se celebrava o culto oficial. Todos os sacerdotes das religiões antigas sabiam como fazer sinais e maravilhas e como fazer falar com uma imagem. Empregavam-se todos os artifícios e os truques do ofício para surpreender e esmagar. O faraó

tinha seus magos, na época de Moisés, e o sacerdócio imperial tinha seus peritos ventríloquos e demais.

Todo isso exercia um poder enganador e sedutor ao mesmo tempo. No versículo 11 nos encontramos com uma frase curiosa. afirma-se que

esta besta tem dois chifres semelhantes aos de um cordeiro. De maneira que se trata de uma triste zombaria ao Cordeiro, no sentido que lhe davam os cristãos. Mas também se afirma que fala como um dragão. É possível que a frase dissesse que falava como uma serpente. Nesse caso,

faria referência à serpente que seduziu a Eva no Paraíso. A serpente convenceu a Eva que comesse o fruto proibido, dizendo-lhe que era bom e belo e que a faria sábia. O sacerdócio imperial podia empregar técnicas

de sedução. Poderiam dizer: "Vejam o que Roma fez por vocês, vejam a paz e a prosperidade de que desfrutam. Alguma vez conheceram um benfeitor maior que o imperador? Sem dúvida, por gratidão, podem

oferecer-lhe este ato formal de culto." Tudo isto podia apresentar-se como algo muito convincente. Uma das tentações mais sutis radica em que sempre existem argumentos muito sólidos para afirmar que a Igreja

deve pactuar com o mundo. Cada vez que a Igreja pactua com o mundo converte-se ao mundo e deixa de ser a Igreja, traindo deste modo a Cristo.

  1. Esta besta faz matar a todos aqueles que se negam a lhe render culto. Assim o estabelecia a lei, em realidade. Se um cristão negava-se a adorar a César merecia a morte. Nem sempre se cumpria a condenação, mas aquele que não tinha a marca da besta não podia vender nem

comprar. Quer dizer, se alguém se negava a adorar o imperador, perdia seu emprego, seu negócio era boicotado, exerciam-se pressões econômicas sobre ele, de maneira tal que, ainda que se perdoasse sua

vida, ficava economicamente arruinado. O mundo sabe como pressionar os quais não aceitam seus valores. Pode suceder ainda hoje que o cristão deva optar entre o êxito material e a lealdade a Jesus Cristo.

A MARCA DA BESTA

13 11:66-13:17'>Apocalipse13 11:66-13:17'> 13 11:66-13:17'>13 11:17 (continuação)

Aqueles que tinham adorado a César segundo as leis vigentes tinham sobre si a marca da besta. Esta marca estava na mão direita ou na

fronte. Não há dúvida a respeito do origem desta imagem. Esta é outra das zombarias a um costume sagrado entre os judeus. Quando o judeu orava usava filactérios sobre o braço esquerdo e sobre a fronte. Os

filactérios eram pequenas caixas de couro com rolos de pergaminhos onde estavam inscritos as seguintes passagens: 13 1:2-13:10'>Êxodo13 1:2-13:10'> 13 1:2-13:10'>13 1:10; 13 11:2-13:16'>13 11:16; Deuteronômio 6:4-9; 13 5:11-21'>11:13-21. Quem usava estes filactérios

demonstrava ser um judeu devoto. A marca da besta era uma brincadeira espantosa a este costume sagrado dos judeus.

Qual era a marca da besta? A palavra é charagma e pode provir de mais de um costume sagrado.

  1. Às vezes os escravos domésticos eram destacados com a marca de seu dono. Entretanto, em geral era costume praticar esta marca só se tinham escapado ou tinham cometido uma falta grave. Esta marca

recebia o nome de estigma. Até o dia de hoje falamos do estigma que implica uma ação desonrosa. Se a marca se relacionar com isto significa que aqueles que rendem culto são os escravos, quer dizer, que

pertencem à besta.

  1. Às vezes os soldados se marcavam com o nome de algum chefe por quem sentiam grande respeito. Em certo sentido, é o equivalente ao

costume moderno de tatuar o corpo com a imagem ou o nome de uma pessoa muito querida. Se relacionarmos a marca com isto significa que aqueles que rende culto à besta são seus fiéis seguidores.

  1. Todo contrato de compra ou venda tinha um charagma, um selo. Sobre este selo estava inscrito o nome do imperador reinante e a data. O selo imperial era o sinal de um contrato que se tinha celebrado e tinha sido aceito. Se conectarmos a marca com este dado,

significará que aqueles que adoram a besta aceitam sua lei e autoridade.

  1. Todo o dinheiro tinha gravada a cabeça do imperador e uma inscrição com seu nome, para demonstrar que lhe pertencia. Se a marca se relacionar com isto, também significa que aqueles que a possui pertencem à besta.
  2. A marca da besta pode relacionar-se com o costume que mencionamos na introdução a este capítulo. Depois de ter queimado a medida de incenso e depois render culto ao César os cidadãos recebiam um certificado onde constava que tinha completo com a lei. Esse certificado era uma espécie de seguro contra a perseguição e a morte e dava o direito de comercializar.

A marca da besta pode ser o certificado de culto que o cristão só podia obter se renegava de sua fé e de seu Senhor. Quando tinha o

certificado na mão era catalogado como adorador de César e negador de Cristo.

O NÚMERO DA BESTA

Ap 13:18

Este versículo diz que o número da besta é seiscentos e sessenta e seis. É muito provável que se tenham feito mais esforços para decifrar esta passagem que os dedicados a qualquer outro versículo das

Escrituras.

Quem é esta besta diabólica. demoníaca, cujo símbolo é o número seiscentos e sessenta e seis? Devemos lembrar que os povos antigos

careciam de cifras e empregavam as letras do alfabeto para escrever os números. A letra A é o 1, a letra B é o 2 e assim sucessivamente. Sendo assim, toda palavra e em especial, todo nome próprio, também pode ser

um número. As letras não só indicam o nome em questão mas também se lhes dá seu valor numérico também pode-se obter uma soma em cifras.

Deissmann cita um caso no qual deu-se um uso romântico do valor numérico das letras. Um apaixonado escreveu sobre as paredes de

Pompéia: "Amo a aquela cujo número é 545. Desse modo oculto e ao mesmo tempo, identificou a sua amada.

As interpretações com relação ao número 666 são infinitas. Visto que é o nome da besta, todos se empenham em adaptá-lo ao nome de seu

mais acérrimo inimigo. Assim é como se chegou a afirmar que se trata do Papa, de John Knox, Martinho Lutero, Napoleão e muitos outros.

Em realidade é interessante e gracioso comprovar o que pode obter o engenho ao ocupar-se deste número.

O doutor Kepler nos dá um exemplo do que se fez durante a Segunda guerra mundial com o número em questão.

Se A = 100, B = 101, C = 102, D = 103 e assim sucessivamente

podemos chegar ao seguinte resultado:

H = 107
I = 108

T = 119
L = 111
E = 104
R = 117
e a soma dá 666

Vimos, desde o começo, que o Apocalipse está escrito em código. O iniciado compreenderá a mensagem com clareza mas quem não esteja no segredo ficará confundido. É muito evidente que se terá especial cuidado com relação ao secreto do código ao chegar a este número. Simboliza o maior inimigo da igreja, a encarnação do mal e o demônio. É inegável que se guardará o segredo com o maior zelo. O que é estranho é que a chave para compreender este número deve ter-se perdido muito cedo pois nem sequer um estudioso como Irineu, que viveu no século dois a conhecia e só pôde fazer conjeturas. Já mencionamos algumas destas conjeturas. Irineu sugeriu que podia referir-se no nome Euantas. Segundo os números gregos séria assim: E = 5; U = 400; A = 1; N = 50;

T (a letra grega theta) = 9; A = 1; S = 200. O resultado da soma é 666. Não obstante, Irineu não soube dizer quem era Euantas, e a única coisa que fez foi substituir uma incógnita por outra

Outra sugestão muito comum foi que a palavra era Lateinos escrito em letras gregas. L = 30; A = 1; T = 300; E = 5; I = 10; N = 50; O = 70;

S = 200. A soma dá 666. Podia-se supor que Lateinos significava latino e podia simbolizar o Império Romano.

Outra conjetura foi que a palavra era Teitan também escrito em

caracteres gregos. Tal palavra podia ter dois significados. Em primeiro lugar, na mitologia grega os Titanes eram aqueles que se rebelou contra Deus. Em segundo lugar, o nome da família da Vespasiana, Tito e Domiciano era Tito e pode ser que se os tenha chamado Titanes.

Segundo outra versão, trata-se da palavra arnoume. Pode ser que se trate de uma forma do termo grego arnoumai que significa: "Eu nego".

Nesse caso, a palavra representaria a negação do nome de Cristo.

Nenhuma destas conjeturas é muito convincente. O próprio capítulo é que nos dá a melhor chave. Aí menciona-se mais de uma vez a cabeça

ferida e curada. Essa é a cabeça que logo será adorada. E a besta se ocupará de estender e impor o culto a essa mesma cabeça. Já vimos que essa cabeça é um símbolo da lenda segundo a qual Nero ressuscitaria e

voltaria com poder e terror. De maneira que podemos aceitar o suposto de que o número tem alguma relação com Nero. Se tomamos o nome de Nero e lhe damos suas equivalências numéricas, obteremos o seguinte resultado:

O total é 666. É interessante assinalar que em hebraico as letras de Nero César também dão como resultado 666.

Não restam muitas dúvidas de que o número da besta represente a Nero. João prediz a chegada do Anticristo sob a forma de Nero, a encarnação de todo mal, que volta para este mundo.


Dicionário

Adorar

verbo transitivo direto e intransitivo Render ou prestar culto a; idolatrar uma divindade; cultuar: adorava as santas; preferia adorar na igreja.
verbo transitivo direto predicativo Por Extensão Demonstrar excesso de admiração por; venerar algo ou alguém; reverenciar: adorava o padrasto; adorava o chocolate.
verbo transitivo direto , pronome Gostar de maneira exagerada ou extrema; apaixonar-se: apaixonada, adorava o marido; meus pais me adoram.
verbo transitivo direto [Informal] Demonstrar preferência por; gostar excessivamente de alguma coisa: adoro chocolate!
Etimologia (origem da palavra adorar). Do latim adorare.

Adorar a Deus em espírito e verdade é adorá-lo conforme a sua verdadeira natureza, isto é, adorá-lo no íntimo de nossos corações, no recôndito de nossas almas. Adorar a Deus em espírito e verdade é cultivar a sinceridade e a pureza de sentimentos, requisitos indispensáveis à revelação de Deus em nós mesmos. Adorar a Deus em espírito e verdade é viver segundo as grandes Leis Divinas, gravadas em caracteres indeléveis no âmago das nossas consciências, e que se traduzem em amor e justiça. Adorar a Deus em espírito e verdade é colaborar, por pensamentos, palavras e obras, no estabelecimento do seu reino neste mundo; reino de fraternidade, de igualdade e de liberdade. Adorar a Deus em espírito e verdade é tornar-se progressivamente melhor, opondo embargos às expansões do egoísmo, cultivando a mente e o coração. Adorar a Deus em espírito e verdade é reconhecê-lo em todas as manifestações da vida, em todos os esplendores da sua infinita criação. Adorar a Deus em espírito e verdade é sentir-se ligado à Fonte Geradora da vida, reconhecendo, ao mesmo tempo, que a vida que em nós palpita é a mesma que palpita em todos os indivíduos. Adorar a Deus em espírito e verdade é servir à Humanidade, é querer o bem de todos os homens, é renunciar à sua personalidade em favor da coletividade. [...] adorar a Deus em espírito e verdade é adorá-lo no templo vivo, que somos nós próprios; é escoimar o nosso coração de toda a impureza, transformando-o em custódia sagrada, onde se ostente, em realidade, sua augusta imagem, a cuja semelhança fomos criados.
Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• Em torno do Mestre• Prefácio do Dr• Romeu A• Camargo• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1991• - Em Espírito e Verdade


Prestar culto à divindade; venerar; amar em extremo.

Besta

substantivo feminino Arma portátil composta por um arco de madeira, ou de aço, cujas extremidades estão ligadas por uma corda que, ativada pelo gatilho, é esticada para arremessar setas ou balas de metal (pelouros).
[Pejorativo] Pessoa ignorante, sem instrução; pouco esclarecida.
[Pejorativo] Indivíduo sem humanidade; grosseiro, bruto.
Qualquer animal irracional; cavalgadura, quadrúpede.
adjetivo Diz-se de quem é pouco inteligente; burro, estúpido.
Etimologia (origem da palavra besta). Do latim besta.bestia.

Besta
1) Animal de quatro patas, de grande porte; animal de carga (Is 46:1).


2) Em sentido figurado, um monstro que representa a força bruta, a imoralidade e a oposição a Deus (Is 30:6, RA; Ap 13).


Concedido

concedido adj. Que se concedeu.

Espírito

Pela sua essência espiritual, o Espírito é um ser indefinido, abstrato, que não pode ter ação direta sobre a matéria, sendo-lhe indispensável um intermediário, que é o envoltório fluídico, o qual, de certo modo, faz parte integrante dele. [...]
Referencia: KARDEC, Allan• A Gênese: os milagres e as predições segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 5a ed• francesa• 48a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 11, it• 17

O Espírito mais não é do que a alma sobrevivente ao corpo; é o ser principal, pois que não morre, ao passo que o corpo é simples acessório sujeito à destruição. [...]
Referencia: KARDEC, Allan• A Gênese: os milagres e as predições segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 5a ed• francesa• 48a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 13, it• 4

[...] Espíritos que povoam o espaço são seus ministros [de Deus], encarregados de atender aos pormenores, dentro de atribuições que correspondem ao grau de adiantamento que tenham alcançado.
Referencia: KARDEC, Allan• A Gênese: os milagres e as predições segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 5a ed• francesa• 48a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 18, it• 3

[...] Os Espíritos são os que são e nós não podemos alterar a ordem das coisas. Como nem todos são perfeitos, não aceitamos suas palavras senão com reservas e jamais com a credulidade infantil. Julgamos, comparamos, tiramos conseqüências de nossas observações e os seus próprios erros constituem ensinamentos para nós, pois não renunciamos ao nosso discernimento.
Referencia: KARDEC, Allan• Instruções de Allan Kardec ao Movimento Espírita• Org• por Evandro Noleto Bezerra• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 5

Os Espíritos podem dividir-se em duas categorias: os que, chegados ao ponto mais elevado da escala, deixaram definitivamente os mundos materiais, e os que, pela lei da reencarnação, ainda pertencem ao turbilhão da Humanidade terrena. [...]
Referencia: KARDEC, Allan• Instruções de Allan Kardec ao Movimento Espírita• Org• por Evandro Noleto Bezerra• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 19

[...] um Espírito pode ser muito bom, sem ser um apreciador infalível de todas as coisas. Nem todo bom soldado é, necessariamente, um bom general.
Referencia: KARDEC, Allan• Instruções de Allan Kardec ao Movimento Espírita• Org• por Evandro Noleto Bezerra• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 21

O Espírito não é, pois, um ser abstrato, indefinido, só possível de conceber-se pelo pensamento. É um ser real, circunscrito que, em certos casos, se torna apreciável pela vista, pelo ouvido e pelo tato.
Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita• Trad• de Guillon Ribeiro• 86a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Introd•

O princípio inteligente do Universo.
Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita• Trad• de Guillon Ribeiro• 86a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - q• 23

[...] Os Espíritos são a individualização do princípio inteligente, como os corpos são a individualização do princípio material. A época e o modo por que essa formação se operou é que são desconhecidos.
Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita• Trad• de Guillon Ribeiro• 86a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - q• 79

[...] os Espíritos são uma das potências da Natureza e os instrumentos de que Deus se serve para execução de seus desígnios providenciais. [...]
Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita• Trad• de Guillon Ribeiro• 86a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - q• 87

[...] alma dos que viveram corporalmente, aos quais a morte arrebatou o grosseiro invólucro visível, deixando-lhes apenas um envoltório etéreo, invisível no seu estado normal. [...]
Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos médiuns ou Guia dos médiuns e dos evocadores• Trad• de Guillon Ribeiro da 49a ed• francesa• 76a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - it• 9

[...] não é uma abstração, é um ser definido, limitado e circunscrito. [...]
Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos médiuns ou Guia dos médiuns e dos evocadores• Trad• de Guillon Ribeiro da 49a ed• francesa• 76a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - it• 53

Hão dito que o Espírito é uma chama, uma centelha. Isto se deve entender com relação ao Espírito propriamente dito, como princípio intelectual e moral, a que se não poderia atribuir forma determinada. [...]
Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos médiuns ou Guia dos médiuns e dos evocadores• Trad• de Guillon Ribeiro da 49a ed• francesa• 76a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - it• 55

Espírito – No sentido especial da Doutrina Espírita, os Espíritos são os seres inteligentes da criação, que povoam o Universo, fora do mundo material, e constituem o mundo invisível. Não são seres oriundos de uma criação especial, porém, as almas dos que viveram na Terra, ou nas outras esferas, e que deixaram o invólucro corporal.
Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos médiuns ou Guia dos médiuns e dos evocadores• Trad• de Guillon Ribeiro da 49a ed• francesa• 76a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 32

E E EA alma ou Espírito, princípio inteligente em que residem o pensamento, a vontade e o senso moral [...].
Referencia: KARDEC, Allan• O que é o Espiritismo: noções elementares do mundo invisível, pelas manifestações dos Espíritos• 52a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 2, it• 10

[...] a alma e o perispírito separados do corpo constituem o ser chamado Espírito.
Referencia: KARDEC, Allan• O que é o Espiritismo: noções elementares do mundo invisível, pelas manifestações dos Espíritos• 52a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 2, it• 14

Os Espíritos não são, portanto, entes abstratos, vagos e indefinidos, mas seres concretos e circunscritos, aos quais só falta serem visíveis para se assemelharem aos humanos; donde se segue que se, em dado momento, pudesse ser levantado o véu que no-los esconde, eles formariam uma população, cercando-nos por toda parte.
Referencia: KARDEC, Allan• O que é o Espiritismo: noções elementares do mundo invisível, pelas manifestações dos Espíritos• 52a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 2, it• 16

Há no homem um princípio inteligente a que se chama alma ou espírito, independente da matéria, e que lhe dá o senso moral e a faculdade de pensar.
Referencia: KARDEC, Allan• Obras póstumas• Traduzida da 1a ed• francesa por Guillon Ribeiro• 37a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, Profissão de fé espírita raciocinada

Os Espíritos são os agentes da potência divina; constituem a força inteligente da Natureza e concorrem para a execução dos desígnios do Criador, tendo em vista a manutenção da harmonia geral do Universo e das leis imutáveis que regem a criação.
Referencia: KARDEC, Allan• Obras póstumas• Traduzida da 1a ed• francesa por Guillon Ribeiro• 37a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, Profissão de fé espírita raciocinada

[...] Uma mônada – um centro de força e de consciência em um grau superior de desenvolvimento, ou então, uma entidade individual dotada de inteligên cia e de vontade – eis a única definição que poderíamos arriscar-nos a dar da concepção de um Espírito. [...]
Referencia: AKSAKOF, Alexandre• Animismo e Espiritismo• Trad• do Dr• C• S• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• 2 v• - v• 2, cap• 4

[...] é o modelador, o artífice do corpo.
Referencia: AMIGÓ Y PELLÍCER, José• Roma e o Evangelho: estudos filosófico-religiosos e teórico-práticos• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 2, Comunicações ou ensinos dos Espíritos

[...] ser livre, dono de vontade própria e que não se submete, como qualquer cobaia inconsciente, aos caprichos e exigências de certos pesquisadores ainda mal qualificados eticamente, embora altamente dotados do ponto de vista cultural e intelectual.
Referencia: ANJOS, Luciano dos e MIRANDA, Hermínio C•• Crônicas de um e de outro: de Kennedy ao homem artificial• Prefácio de Abelardo Idalgo Magalhães• Rio de Janeiro: FEB, 1975• - cap• 14

O Espírito, essência divina, imortal, é o princípio intelectual, imaterial, individualizado, que sobrevive à desagregação da matéria. É dotado de razão, consciência, livre-arbítrio e responsabilidade.
Referencia: BARBOSA, Pedro Franco• Espiritismo básico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - pt• 2, Postulados e ensinamentos

[...] causa da consciência, da inteligência e da vontade [...].
Referencia: BODIER, Paul• A granja do silêncio: documentos póstumos de um doutor em Medicina relativos a um caso de reencarnação• 13a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Apêndice

[...] um ser individualizado, revestido de uma substância quintessenciada, que, apesar de imperceptível aos nossos sentidos grosseiros, é passível de, enquanto encarnado, ser afetado pelas enfermidades ou pelos traumatismos orgânicos, mas que, por outro lado, também afeta o indumento (soma) de que se serve durante a existência humana, ocasionando-lhe, com suas emoções, distúrbios funcionais e até mesmo lesões graves, como o atesta a Psiquiatria moderna ao fazer Medicina psicossomática.
Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• As leis morais: segundo a filosofia espírita• 12a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - As Leis Divinas

[...] depositário da vida, dos sentimentos e das responsabilidades que Deus lhe outorgou [...].
Referencia: CASTRO, Almerindo Martins de• O martírio dos suicidas: seus sofrimentos inenarráveis• 17a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• -

[...] a alma ou o espírito é alguma coisa que pensa, sente e quer [...].
Referencia: DELANNE, Gabriel• A alma é imortal• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - pt• 1, cap• 1

O estudo do Espírito tem de ser feito, portanto, abrangendo os seus dois aspectos: um, ativo, que é o da alma propriamente dita, ou seja, o que em nós sente, pensa, quer e, sem o qual nada existiria; outro, passivo – o do perispírito, inconsciente, almoxarifado espiritual, guardião inalterável de todos os conhecimentos intelectuais, tanto quanto conservador das leis orgânicas que regem o corpo físico.
Referencia: DELANNE, Gabriel• A evolução anímica: estudo sobre psicologia fisiológica segundo o Espiritismo• Trad• de Manuel Quintão da 2a ed• francesa• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 4

[...] O que caracteriza essencialmente o espírito é a consciência, isto é, o eu, mediante o qual ele se distingue do que não está nele, isto é, da matéria. [...]
Referencia: DELANNE, Gabriel• A evolução anímica: estudo sobre psicologia fisiológica segundo o Espiritismo• Trad• de Manuel Quintão da 2a ed• francesa• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 6

[...] é o ser principal, o ser racional e inteligente [...].
Referencia: DELANNE, Gabriel• O fenômeno espírita: testemunho dos sábios• Traduzido da 5a ed• francesa por Francisco Raymundo Ewerton Quadros• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 4

Chamamos Espírito à alma revestida do seu corpo fluídico. A alma é o centro de vida do perispírito, como este é o centro da vida do organismo físico. Ela que sente, pensa e quer; o corpo físico constitui, com o corpo fluídico, o duplo organismo por cujo intermédio ela [a alma] atua no mundo da matéria.
Referencia: DENIS, Léon• Cristianismo e Espiritismo: provas experimentais da sobrevivência• Trad• de Leopoldo Cirne• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 10

[...] O espírito não é, pois, nem um anjo glorificado, nem um duende condenado, mas sim a própria pessoa que daqui se foi, conservando a força ou a fraqueza, a sabedoria ou a loucura, que lhe eram peculiares, exatamente como conserva a aparência corpórea que tinha.
Referencia: DOYLE, Arthur Conan• A nova revelação• Trad• da 6a ed• inglesa por Guillon Ribeiro; traços biográficos do autor por Indalício Mendes• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 3

O Espírito [...] é a causa de todos os fenômenos que se manifestam na existência física, emocional e psíquica. Viajor de incontáveis etapas no carreiro da evolução, armazena informações e experiências que são transferidas para os respectivos equipamentos fisiológicos – em cada reencarnação – produzindo tecidos e mecanismos resistentes ou não a determinados processos degenerativos, por cujo meio repara as condutas que se permitiram na experiência anterior. [...] Da mesma forma que o Espírito é o gerador das doenças, torna-se o criador da saúde, especialmente quando voltado para os compromissos que regem o Cosmo.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Impermanência e imortalidade• Pelo Espírito Carlos Torres Pastorino• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Corpo e mente

O Espírito, através do cérebro e pelo coração, nos respectivos chakras coronário, cerebral e cardíaco, emite as energias – ondas mentais carregadas ou não de amor e de compaixão – que é registrada pelo corpo intermediário e transformada em partículas que são absorvidas pelo corpo, nele produzindo os resultados compatíveis com a qualidade da emissão.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Impermanência e imortalidade• Pelo Espírito Carlos Torres Pastorino• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Corpo e mente

O Espírito, em si mesmo, esse agente fecundo da vida e seu experimentador, esE E Etabelece, de forma consciente ou não, o que aspira e como consegui-lo, utilizando-se do conhecimento de si mesmo, único processo realmente válido para os resultados felizes.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Impermanência e imortalidade• Pelo Espírito Carlos Torres Pastorino• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - O sofrimento

O Espírito, igualmente, é também uma energia universal, que foi gerado por Deus como todas as outras existentes, sendo porém dotado de pensamento, sendo um princípio inteligente, enquanto que todos os demais são extáticos, mecânicos, repetindo-se ininterruptamente desde o primeiro movimento até o jamais derradeiro...
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Impermanência e imortalidade• Pelo Espírito Carlos Torres Pastorino• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Consciência

Individualidades inteligentes, incorpóreas, que povoam o Universo, criadas por Deus, independentes da matéria. Prescindindo do mundo corporal, agem sobre ele e, corporificando-se através da carne, recebem estímulos, transmitindo impressões, em intercâmbio expressivo e contínuo. São de todos os tempos, desde que a Criação sendo infinita, sempre existiram e jamais cessarão. Constituem os seres que habitam tudo, no Cosmo, tornando-se uma das potências da Natureza e atuam na Obra Divina como coopera-dores, do que resulta a própria evolução e aperfeiçoamento intérmino. [...] Indestrutíveis, jamais terão fim, não obstante possuindo princípio, quando a Excelsa Vontade os criou.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Sublime expiação• Pelo Espírito Victor Hugo• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1998• - cap• 3

O Espírito é a soma das suas vidas pregressas.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Sublime expiação• Pelo Espírito Victor Hugo• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1998• - cap• 17

[...] Todos somos a soma das experiências adquiridas numa como noutra condição, em países diferentes e grupos sociais nos quais estagiamos ao longo dos milênios que nos pesam sobre os ombros. [...]
Referencia: FREIRE, Antônio J• Ciência e Espiritismo: da sabedoria antiga à época contemporânea• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 9

[...] O Espírito é tudo aquilo quanto anseia e produz, num somatório de experiências e realizações que lhe constituem a estrutura íntima da evolução.
Referencia: FREIRE, Antônio J• Ciência e Espiritismo: da sabedoria antiga à época contemporânea• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 25

Herdeiro do passado, o espírito é jornaleiro dos caminhos da redenção impostergável.
Referencia: GAMA, Zilda• Do calvário ao infinito• Pelo Espírito Victor Hugo• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1987• - L• 3, cap• 8

O Espírito é o engenheiro da maquinaria fisiopsíquica de que se vai utilizar na jornada humana.
Referencia: GAMA, Zilda• Redenção: novela mediúnica• Pelo Espírito Victor Hugo• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Tendências, aptidões e reminiscências

[...] O ser real e primitivo é o Espírito [...].
Referencia: GAMA, Zilda• Redenção: novela mediúnica• Pelo Espírito Victor Hugo• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Suicídio sem dor

Porque os Espíritos são as almas dos homens com as suas qualidades e imperfeições [...].
Referencia: GAMA, Zilda• Redenção: novela mediúnica• Pelo Espírito Victor Hugo• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Calvário de luz

[...] O Espírito – consciência eterna – traz em si mesmo a recordação indelével das suas encarnações anteriores. [...]
Referencia: GURJÃO, Areolino• Expiação• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1984• - A doutrina do hindu

[...] princípio inteligente que pensa, que quer, que discerne o bem do mal e que, por ser indivisível, imperecível se conserva. [...]
Referencia: MARCHAL, V (Padre)• O Espírito Consolador, ou os nossos destinos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - 9a efusão

[...] Só o Espírito constitui a nossa individualidade permanente. [...]
Referencia: MARCHAL, V (Padre)• O Espírito Consolador, ou os nossos destinos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - 37a efusão

[...] é o único detentor de todas as potencialidades e arquivos de sua individualidade espiritual [...].
Referencia: MELO, Jacob• O passe: seu estudo, suas técnicas, sua prática• 15a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 4

Em verdade, cada espírito é qual complexa usina integrante de vasta rede de outras inúmeras usinas, cujo conjunto se auto-sustenta, como um sistema autônomo, a equilibrar-se no infinito mar da evolução.
Referencia: SANT’ANNA, Hernani T• Universo e vida• Pelo Espírito Áureo• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 5

[...] O que vale dizer, ser o Espírito o Élan Vital que se responsabiliza pela onda morfogenética da espécie a que pertence. Entendemos como espírito, ou zona inconsciente, a conjuntura energética que comandaria a arquitetura física através das telas sensíveis dos núcleos celulares. O espírito representaria o campo organizador biológico, encontrando nas estruturas da glândula pineal os seus pontos mais eficientes de manifestações. [...]
Referencia: SANTOS, Jorge Andréa dos• Forças sexuais da alma• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1991• - Introd•

O nosso Espírito será o resultado de um imenso desfile pelos reinos da Natureza, iniciando-se nas experiências mais simples, na escala mineral, adquirindo sensibilidade (irritabilidade celular) no mundo vegetal, desenvolvendo instintos, nas amplas variedades das espécies animais, e a razão, com o despertar da consciência, na família hominal, onde os núcleos instintivos se vão maturando e burilando, de modo a revelar novos potenciais. [...]
Referencia: SANTOS, Jorge Andréa dos• Visão espírita nas distonias mentais• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 3

[...] A verdadeira etimologia da palavra espírito (spiritus, sopro) representa uma coisa que ocupa espaço, apesar de, pela sua rarefação, tornar-se invisível. Há, porém, ainda uma confusão no emprego dessa palavra, pois que ela é aplicada por diferentes pensadores, não só para exprimir a forma orgânica espiritual com seus elementos constitutivos, como também a sua essência íntima que conhece e pensa, à qual chamamos alma e os franceses espírito.
Referencia: SARGENT, Epes• Bases científicas do Espiritismo• Traduzido da 6a ed• inglesa por F• R• Ewerton Quadros• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - cap• 1

O Espírito, em sua origem, como essência espiritual e princípio de inteligência, se forma da quintessência dos fluidos que no seu conjunto constituem o que chamamos – o todo universal e que as irradiações divinas animam, para lhes dar o ser e compor os germes de toda a criação, da criação de todos os mundos, de todos os reinos da Natureza, de todas as criaturas, assim no estado material, como também no estado fluídico. Tudo se origina desses germes fecundados pela Divindade e progride para a harmonia universal.
Referencia: SAYÃO, Antônio Luiz• (Comp•) Elucidações Evangélicas• 13a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• -

[...] a essência da vida é o espírito [...].
Referencia: SOARES, Sílvio Brito• Páginas de Léon Denis• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1991• - O Espiritismo e a mulher

O Espírito humano é a obra-prima, a suprema criação de Deus.
Referencia: VIEIRA, Waldo• Seareiros de volta• Diversos autores espirituais• Prefácio de Elias Barbosa• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Equação da felicidade

[...] Somos almas, usando a vestimenta da carne, em trânsito para uma vida maior. [...] somos um templo vivo em construção, através de cujos altares se E E Eexpressará no Infinito a grandeza divina. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Ave, Cristo! Episódios da história do Cristianismo no século III• Pelo Espírito Emmanuel• 22a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 2, cap• 2

Figuradamente, o espírito humano é um pescador dos valores evolutivos, na escola regeneradora da Terra. A posição de cada qual é o barco. Em cada novo dia, o homem se levanta com a sua “rede” de interesses. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Caminho, verdade e vida• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 21

Somos uma grande família no Lar do Evangelho e, embora separados nas linhas vibratórias do Espaço, prosseguimos juntos no tempo, buscando a suprema identificação com o Cristo.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

Cada espírito é um continente vivo no plano universal.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Falando à Terra• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Reflexões

[...] o espírito é a obra-prima do Universo, em árduo burilamento.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Justiça Divina• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Evolução e livre-arbítrio

[...] Sendo cada um de nós uma força inteligente, detendo faculdades criadoras e atuando no Universo, estaremos sempre engendrando agentes psicológicos, através da energia mental, exteriorizando o pensamento e com ele improvisando causas positivas, cujos efeitos podem ser próximos ou remotos sobre o ponto de origem. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Libertação• Pelo Espírito André Luiz• 29a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 2

[...] Cada espírito é um elo importante em extensa região da corrente humana. Quanto mais crescemos em conhecimentos e aptidões, amor e autoridade, maior é o âmbito de nossas ligações na esfera geral. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Libertação• Pelo Espírito André Luiz• 29a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 3

Somos, cada qual de nós, um ímã de elevada potência ou um centro de vida inteligente, atraindo forças que se harmonizam com as nossas e delas constituindo nosso domicílio espiritual.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Libertação• Pelo Espírito André Luiz• 29a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 18

[...] Somos diamantes brutos, revestidos pelo duro cascalho de nossas milenárias imperfeições, localizados pela magnanimidade do Senhor na ourivesaria da Terra. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Libertação• Pelo Espírito André Luiz• 29a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 19

Cada Espírito é um mundo onde o Cristo deve nascer...
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Pontos e contos• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• - cap• 37

[...] gema preciosa e eterna dos tesouros de Deus [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Relicário de luz• Autores diversos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Nosso “eu”

Cada Espírito é um mundo vivo com movimento próprio, atendendo às causas que criou para si mesmo, no curso do tempo, gravitando em torno da Lei Eterna que rege a vida cósmica.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Voltei• Pelo Espírito Irmão Jacob• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 17

O Espírito, encarnado ou desencarnado, na essência, pode ser comparado a um dínamo complexo, em que se verifica a transubstanciação do trabalho psicofísico em forças mentoeletromagnéticas, forças essas que guardam consigo, no laboratório das células em que circulam e se harmonizam, a propriedade de agentes emissores e receptores, conservadores e regeneradores de energia. Para que nos façamos mais simplesmente compreendidos, imaginemo-lo como sendo um dínamo gerador, indutor, transformador e coletor, ao mesmo tem po, com capacidade de assimilar correntes contínuas de força e exteriorizá-las simultaneamente.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• Mecanismos da mediunidade• Pelo Espírito André Luiz• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 5

O espírito é um monumento vivo de Deus – o Criador Amorável. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• O Espírito da Verdade: estudos e dissertações em torno de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec• Por diversos Espíritos• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 12


Espírito Ver Alma.

Espírito
1) A parte não-material, racional e inteligente do ser humano (Gn 45:27; Rm 8:16).


2) A essência da natureza divina (Jo 4:24).


3) Ser não-material maligno que prejudica as pessoas (Mt 12:45).


4) Ser não-material bondoso que ajuda as pessoas (Hc 1:14;
v. ANJO).


5) Princípio que norteia as pessoas (2Co 4:13; Fp 1:17).


6) ESPÍRITO SANTO (Gl 3:5).


Veja Espírito Santo.


Ao passo que o termo hebraico nephesh – traduzido como alma – denota individualidade ou personalidade, o termo hebraico ruach, encontrado no Antigo Testamento, e que aparece traduzido como espírito, refere-se à energizante centelha de vida que é essencial à existência de um indivíduo. É um termo que representa a energia divina, ou princípio vital, que anima os seres humanos. O ruach do homem abandona o corpo por ocasião da morte (Sl 146:4) e retorna a Deus (Ec 12:7; cf. 34:14).

O equivalente neotestamentário de ruach é pneuma, ‘espírito’, proveniente de pneo, ‘soprar’ ou ‘respirar’. Tal como ocorre com ruach, pneuma é devolvida ao Senhor por ocasião da morte (Lc 23:46; At 7:59). Não há coisa alguma inerente à palavra pneuma que possa denotar uma entidade capaz de existência consciente separada do corpo.


substantivo masculino Princípio imaterial, alma.
Substância incorpórea e inteligente.
Entidade sobrenatural: os anjos e os demónios.
Ser imaginário: duendes, gnomos, etc.
Pessoa dotada de inteligência superior.
Essência, ideia predominante.
Sentido, significação.
Inteligência.
Humor, graça, engenho: homem de espírito.
Etimologia (origem da palavra espírito). Do latim spiritus.

Fossar

verbo transitivo Revolver a terra com a tromba.
Figurado Meter o nariz em negócios alheios; bisbilhotar.

Imagem

substantivo feminino Representação de uma pessoa ou uma coisa pela pintura, escultura, desenho etc.; imitação, cópia.
Pequena estampa que representa um assunto religioso ou qualquer outro.
Reprodução visual de um objeto dada por um espelho, um instrumento de óptica.
Figurado Parecença, semelhança: o homem foi feito à imagem de Deus.
Figurado Representação das pessoas, dos objetos no espírito: a imagem dela me persegue.
[Literatura] Processo pelo qual se tornam mais vivas as ideias, emprestando ao objeto uma forma mais sensível: há belas imagens neste poema.
Representação por imagem, escultura, quadro etc.: a imagem de Santa Rita.
Figurado O que traz consigo um conceito simbólico de: esta frase é a imagem do fascismo.
Ideia que alguém tem de um produto, conceito etc., em relação a seu público-alvo: a imagem do cliente que pretende alcançar.
[Ótica] Reprodução de um objeto que, pela junção dos raios luminosos emanados por ele, ocorre depois de passar por um sistema óptico.
[Psicologia] Experiência sensorial que se pode invocar na ausência de um estímulo.
[Psicologia] Representação mental de um conceito, ideia, algo que está no âmbito do abstrato.
[Matemática] Na aplicação do conjunto C ao conjunto D, o elemento de C que corresponde a um elemento dado de D.
Etimologia (origem da palavra imagem). Do latim imago.ginis.

É uma representação artificial de alguma pessoa ou coisa, a qual se usa como objeto de adoração. E, nesta circunstância, é sinônima de ídolo. Mica, indivíduo da tribo de Efraim, mandou fazer uma imagem de prata (Jz 17:3-4). Além disso, persuadiu um levita a que fosse seu sacerdote. Era esta imagem consultada como oráculo, e publicamente foi instalada junto dos danitas. o neto de Moisés tornou-se seu sacerdote, e o cargo continuou a ser exercido na sua família (Jz 18:4-6 e 14 a 31). Gideão também fez uma estola sacerdotal com o ouro tirado ao inimigo, e a colocou em ofra (Jz 8:24-27) – essa estola tornou-se um ídolo que trouxe grande mal a israel e a Gideão.

Imagem
1) Ídolo (Ex 20:4);
v. FIGURA 1).

2) Semelhança (2Co 4:4);
v. FIGURA 5).

Mortos

masc. pl. part. pass. de matar
masc. pl. part. pass. de morrer
masc. pl. de morto

ma·tar -
(latim vulgar *mattare, do latim macto, -are, honrar os deuses, consagrar, imolar uma vítima, punir, destruir, matar)
verbo transitivo e intransitivo

1. Tirar a vida a; causar a morte a (ex.: foi condenado por matar várias pessoas; a lei pune severamente quem mata; a guerra naquele país já matou milhares de pessoas).

2. Abater (reses).

3. Causar aflição ou sofrimento a. = AFLIGIR

4. [Brasil] [Jogos] Meter a bola de bilhar no buraco.

verbo transitivo

5. Causar grande dano ou prejuízo a. = ARRUINAR

6. Causar devastação ou destruição (ex.: as chuvas fortes mataram a plantação). = DESTRUIR

7. Causar grande sofrimento a. = AFLIGIR, MORTIFICAR

8. Importunar; molestar (ex.: vocês matam-me com tantas perguntas).

9. Fazer perder a qualidade ou o valor (ex.: as cores escolhidas mataram o conjunto das pinturas).

10. Fazer desaparecer. = EXTINGUIR

11. Saciar (ex.: matar a sede).

12. Passar (tempo) ociosamente (ex.: matou tempo a ler uma revista).

13. Levar à exaustão; causar grande cansaço.

14. Decifrar ou resolver (charadas, enigmas, passatempos, etc.).

15. [Brasil, Informal] Não comparecer (no trabalho, nas aulas, etc.).

16. [Informal] Esvaziar, gastar ou consumir totalmente ou até ao fim (ex.: perguntou-lhe se podia matar o cigarro).

17. [Futebol] Amortecer o impacto (ex.: matar a bola com o peito).

18. [Angola, Informal] Vender fora dos circuitos legais a preços elevados.

verbo pronominal

19. Tirar a própria vida. = SUICIDAR-SE

20. Figurado Sacrificar-se, cansar-se.

21. Figurado Entregar-se por completo a uma actividade; esforçar-se muito para alguma coisa (ex.: matou-se para ter boas notas na escola).


a matar
Muito bem; na medida certa; na perfeição (ex.: essa roupa fica-lhe a matar).


mor·rer |ê| |ê| -
(latim vulgar morere, do latim morior, mori)
verbo intransitivo

1. Cessar de viver. = FALECER, FINAR-SE, PERECER

2. Secar-se.

3. Extinguir-se, acabar.

4. Figurado Sofrer muito; não medrar.

5. Não vingar.

6. Não chegar a concluir-se.

7. Desaguar.

8. Cair em esquecimento.

9. Definhar.

10. Perder o brilho.

11. Ter paixão (por alguma coisa).

12. Sentir algo com grande intensidade (ex.: morrer de fome; morrer de saudades).

nome masculino

13. Acto de morrer.

14. Morte.


mor·to |ô| |ô|
(latim mortuus, -a, -um)
adjectivo e nome masculino
adjetivo e nome masculino

1. Que ou o que morreu; que ou aquele que deixou de ter vida. = DEFUNTO, FALECIDOVIVO

adjectivo
adjetivo

2. Desprovido de vida (ex.: as pedras são coisas mortas).VIVO

3. Que não tem movimento ou actividade (ex.: a festa estava morta). = PARADOACTIVO, MOVIMENTADO

4. Que não tem vigor. = DEBILITADO, ENFRAQUECIDOFORTE, ROBUSTO, VIGOROSO

5. Que não é utilizado; que caiu em desuso (ex.: tradições mortas). = DESUSADO, OBSOLETO

6. Que já não se fala (ex.: língua morta).VIVO

7. Que não tem brilho ou cor (ex.: a pintura da parede está morta). = DESBOTADO, ESMAECIDO, PÁLIDOBRILHANTE, COLORIDO, VIVO

8. Desprovido de expressão (ex.: ela está com um olhar morto). = INEXPRESSIVO, INSÍPIDOEXPRESSIVO, VIVAZ, VIVO

9. Que secou ou murchou (ex.: as flores na jarra já estão mortas). = MURCHO, SECOVIÇOSO

10. Com grande vontade ou avidez (ex.: estava morto por ir viajar). = ANSIOSO, DESEJOSO, LOUCO

11. Que se extinguiu ou apagou (ex.: fogo morto). = APAGADO, EXTINTOACESO

12. Figurado Extremamente fatigado (ex.: estava morto por ter trabalhado o dia inteiro sem parar). = EXAUSTO


não ter onde cair morto
[Informal] Ser muito pobre.

nem morto
[Informal] De maneira nenhuma (ex.: não faço isso nem morta).

Plural: mortos |ó|.

masc. pl. part. pass. de matar
masc. pl. part. pass. de morrer
masc. pl. de morto

ma·tar -
(latim vulgar *mattare, do latim macto, -are, honrar os deuses, consagrar, imolar uma vítima, punir, destruir, matar)
verbo transitivo e intransitivo

1. Tirar a vida a; causar a morte a (ex.: foi condenado por matar várias pessoas; a lei pune severamente quem mata; a guerra naquele país já matou milhares de pessoas).

2. Abater (reses).

3. Causar aflição ou sofrimento a. = AFLIGIR

4. [Brasil] [Jogos] Meter a bola de bilhar no buraco.

verbo transitivo

5. Causar grande dano ou prejuízo a. = ARRUINAR

6. Causar devastação ou destruição (ex.: as chuvas fortes mataram a plantação). = DESTRUIR

7. Causar grande sofrimento a. = AFLIGIR, MORTIFICAR

8. Importunar; molestar (ex.: vocês matam-me com tantas perguntas).

9. Fazer perder a qualidade ou o valor (ex.: as cores escolhidas mataram o conjunto das pinturas).

10. Fazer desaparecer. = EXTINGUIR

11. Saciar (ex.: matar a sede).

12. Passar (tempo) ociosamente (ex.: matou tempo a ler uma revista).

13. Levar à exaustão; causar grande cansaço.

14. Decifrar ou resolver (charadas, enigmas, passatempos, etc.).

15. [Brasil, Informal] Não comparecer (no trabalho, nas aulas, etc.).

16. [Informal] Esvaziar, gastar ou consumir totalmente ou até ao fim (ex.: perguntou-lhe se podia matar o cigarro).

17. [Futebol] Amortecer o impacto (ex.: matar a bola com o peito).

18. [Angola, Informal] Vender fora dos circuitos legais a preços elevados.

verbo pronominal

19. Tirar a própria vida. = SUICIDAR-SE

20. Figurado Sacrificar-se, cansar-se.

21. Figurado Entregar-se por completo a uma actividade; esforçar-se muito para alguma coisa (ex.: matou-se para ter boas notas na escola).


a matar
Muito bem; na medida certa; na perfeição (ex.: essa roupa fica-lhe a matar).


mor·rer |ê| |ê| -
(latim vulgar morere, do latim morior, mori)
verbo intransitivo

1. Cessar de viver. = FALECER, FINAR-SE, PERECER

2. Secar-se.

3. Extinguir-se, acabar.

4. Figurado Sofrer muito; não medrar.

5. Não vingar.

6. Não chegar a concluir-se.

7. Desaguar.

8. Cair em esquecimento.

9. Definhar.

10. Perder o brilho.

11. Ter paixão (por alguma coisa).

12. Sentir algo com grande intensidade (ex.: morrer de fome; morrer de saudades).

nome masculino

13. Acto de morrer.

14. Morte.


mor·to |ô| |ô|
(latim mortuus, -a, -um)
adjectivo e nome masculino
adjetivo e nome masculino

1. Que ou o que morreu; que ou aquele que deixou de ter vida. = DEFUNTO, FALECIDOVIVO

adjectivo
adjetivo

2. Desprovido de vida (ex.: as pedras são coisas mortas).VIVO

3. Que não tem movimento ou actividade (ex.: a festa estava morta). = PARADOACTIVO, MOVIMENTADO

4. Que não tem vigor. = DEBILITADO, ENFRAQUECIDOFORTE, ROBUSTO, VIGOROSO

5. Que não é utilizado; que caiu em desuso (ex.: tradições mortas). = DESUSADO, OBSOLETO

6. Que já não se fala (ex.: língua morta).VIVO

7. Que não tem brilho ou cor (ex.: a pintura da parede está morta). = DESBOTADO, ESMAECIDO, PÁLIDOBRILHANTE, COLORIDO, VIVO

8. Desprovido de expressão (ex.: ela está com um olhar morto). = INEXPRESSIVO, INSÍPIDOEXPRESSIVO, VIVAZ, VIVO

9. Que secou ou murchou (ex.: as flores na jarra já estão mortas). = MURCHO, SECOVIÇOSO

10. Com grande vontade ou avidez (ex.: estava morto por ir viajar). = ANSIOSO, DESEJOSO, LOUCO

11. Que se extinguiu ou apagou (ex.: fogo morto). = APAGADO, EXTINTOACESO

12. Figurado Extremamente fatigado (ex.: estava morto por ter trabalhado o dia inteiro sem parar). = EXAUSTO


não ter onde cair morto
[Informal] Ser muito pobre.

nem morto
[Informal] De maneira nenhuma (ex.: não faço isso nem morta).

Plural: mortos |ó|.

Mortos EVOCAÇÃO DOS MORTOS

V. NECROMANCIA.


Não

advérbio Modo de negar; maneira de expressar uma negação ou recusa: -- Precisam de ajuda? -- Não.
Expressão de oposição; contestação: -- Seus pais se divorciaram? -- Não, continuam casados.
Gramática Numa interrogação, pode expressar certeza ou dúvida: -- você vai à festa, não?
Gramática Inicia uma interrogação com a intenção de receber uma resposta positiva: Não deveria ter chegado antes?
Gramática Usado repetidamente para enfatizar a negação: não quero não!
substantivo masculino Ação de recusar, de não aceitar; negativa: conseguiu um não como conselho.
Etimologia (origem da palavra não). Do latim non.

advérbio Modo de negar; maneira de expressar uma negação ou recusa: -- Precisam de ajuda? -- Não.
Expressão de oposição; contestação: -- Seus pais se divorciaram? -- Não, continuam casados.
Gramática Numa interrogação, pode expressar certeza ou dúvida: -- você vai à festa, não?
Gramática Inicia uma interrogação com a intenção de receber uma resposta positiva: Não deveria ter chegado antes?
Gramática Usado repetidamente para enfatizar a negação: não quero não!
substantivo masculino Ação de recusar, de não aceitar; negativa: conseguiu um não como conselho.
Etimologia (origem da palavra não). Do latim non.

Strongs

Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
Apocalipse 13: 15 - Texto em Grego - (BGB) - Bíblia Grega Bereana

eG2532 καίG2532 lhe foi dadoG1325 δίδωμιG1325 G5629 comunicarG1325 δίδωμιG1325 G5681 fôlegoG4151 πνεῦμαG4151 à imagemG1504 εἰκώνG1504 da bestaG2342 θηρίονG2342, para queG2443 ἵναG2443 não só a imagemG1504 εἰκώνG1504 falasseG2980 λαλέωG2980 G5661, comoG2532 καίG2532 ainda fizesse morrerG2443 ἵναG2443 G615 ἀποκτείνωG615 G5686 quantosG3745 ὅσοςG3745 nãoG3361 μήG3361 adorassemG4352 προσκυνέωG4352 G5661 a imagemG1504 εἰκώνG1504 da bestaG2342 θηρίονG2342.
Apocalipse 13: 15 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

95 d.C.
G1325
dídōmi
δίδωμι
bato, uma unidade de medida para líquidos, com cerca de 40 litros, igual ao efa que é a
(baths)
Substantivo
G1437
eán
ἐάν
se
(if)
Conjunção
G1504
eikṓn
εἰκών
cortar, dividir, derrubar, cortar fora, cortar em dois, arrebatar, decretar
(Divide)
Verbo
G2342
thēríon
θηρίον
torcer, girar, dançar, contorcer-se, temer, tremer, trabalhar, estar em angústia, estar com
(And he waited)
Verbo
G2443
hína
ἵνα
para que
(that)
Conjunção
G2532
kaí
καί
desejo, aquilo que é desejável adj
(goodly)
Substantivo
G2980
laléō
λαλέω
(P
(and cried)
Verbo
G3361
mḗ
μή
não
(not)
Advérbio
G3588
ho
para que
(that)
Conjunção
G3745
hósos
ὅσος
(A
(and made a proclamation)
Verbo
G4151
pneûma
πνεῦμα
terceira pessoa da trindade, o Santo Espírito, co-igual, coeterno com o Pai e o Filho
([the] Spirit)
Substantivo - neutro genitivo singular
G4160
poiéō
ποιέω
fazer
(did)
Verbo - Aoristo (pretérito não qualificado de um verbo sem referência à duração ou conclusão da ação) indicativo ativo - 3ª pessoa do singular
G4352
proskynéō
προσκυνέω
beijar a mão de alguém, em sinal de reverência
(to worship)
Verbo - Aoristo (pretérito não qualificado de um verbo sem referência à duração ou conclusão da ação) infinitivo ativo
G615
apokteínō
ἀποκτείνω
matar o que seja de toda e qualquer maneira
(killing)
Verbo - particípio presente ativo - Masculino no Plurak genitivo
G846
autós
αὐτός
dele
(of him)
Pronome Pessoal / Possessivo - Genitivo Masculino 3ª pessoa do singular


δίδωμι


(G1325)
dídōmi (did'-o-mee)

1325 διδωμι didomi

forma prolongada de um verbo primário (que é usado com uma alternativa em muitos dos tempos); TDNT - 2:166,166; v

  1. dar
  2. dar algo a alguém
    1. dar algo a alguém de livre e espontânea vontade, para sua vantagem
      1. dar um presente
    2. conceder, dar a alguém que pede, deixar com que tenha
    3. suprir, fornecer as coisas necessárias
    4. dar, entregar
      1. estender, oferecer, apresentar
      2. de um escrito
      3. entregar aos cuidados de alguém, confiar
        1. algo para ser administrado
        2. dar ou entregar para alguém algo para ser religiosamente observado
    5. dar o que é dever ou obrigatório, pagar: salários ou recompensa
    6. fornecer, doar
  3. dar
    1. causar, ser profuso, esbanjador, doar-se a si mesmo
      1. dar, distribuir com abundância
    2. designar para um ofício
    3. causar sair, entregar, i.e. como o mar, a morte e o inferno devolvem o morto que foi engolido ou recebido por eles
    4. dar-se a alguém como se pertencesse a ele
      1. como um objeto do seu cuidado salvador
      2. dar-se a alguém, segui-lo como um líder ou mestre
      3. dar-se a alguém para cuidar de seus interesses
      4. dar-se a alguém a quem já se pertencia, retornar
  4. conceder ou permitir a alguém
    1. comissionar

Sinônimos ver verbete 5836


ἐάν


(G1437)
eán (eh-an')

1437 εαν ean

de 1487 e 302; conj

  1. se, no caso de

εἰκών


(G1504)
eikṓn (i-kone')

1504 εικων eikon

de 1503; TDNT - 2:381,203; n f

  1. imagem, figura, semelhança
    1. imagem das coisas (as coisas celestiais)
      1. usado da semelhança moral dos homens renovados com Deus
      2. a imagem do Filho de Deus, à qual os verdadeiros cristãos são transformados, é semelhante não somente ao corpo celestial, mas também ao estado de mente mais santo e abençoado, que Cristo possui
    2. a imagem de alguém
      1. alguém no qual a semelhança de outro é vista
      2. aplicado ao homem por causa de seu poder de comando
      3. a Cristo por causa de sua natureza divina e absoluta excelência moral

θηρίον


(G2342)
thēríon (thay-ree'-on)

2342 θηριον therion

diminutivo do mesmo que 2339; TDNT - 3:133,333; n n

animal

animal selvagem, besta selvagem, besta

metáf. um ser bruto,lascivo, selvagem, feroz

Sinônimos ver verbete 5846 e 5930


ἵνα


(G2443)
hína (hin'-ah)

2443 ινα hina

provavelmente do mesmo que a primeira parte de 1438 (pela idéia demonstrativa, cf 3588); TDNT - 3:323,366; conj

  1. que, a fim de que, para que

καί


(G2532)
kaí (kahee)

2532 και kai

aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj

  1. e, também, até mesmo, realmente, mas

λαλέω


(G2980)
laléō (lal-eh'-o)

2980 λαλεω laleo

forma prolongada de um verbo absoleto (em outras formas); TDNT - 4:69,505; v

  1. emitir uma voz ou um som
  2. falar
    1. usar a língua ou a faculdade da fala
    2. emitir sons articulados
  3. conversar,
  4. anunciar, contar
  5. usar palavras a fim de tornar conhecido ou revelar o próprio pensamento
    1. falar

μή


(G3361)
mḗ (may)

3361 μη me

partícula de negação qualificada (enquanto que 3756 expressa um negação absoluta); partícula

  1. não, que... (não)


(G3588)
ho (ho)

3588 ο ho

que inclue o feminino η he, e o neutro το to

em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo

  1. este, aquela, estes, etc.

    Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.


ὅσος


(G3745)
hósos (hos'-os)

3745 οσος hosos

pela reduplicação de 3739; pron

  1. tão grande quanto, tão longe quanto, quanto, quantos, quem quer que

πνεῦμα


(G4151)
pneûma (pnyoo'-mah)

4151 πνευμα pneuma

de 4154; TDNT - 6:332,876; n n

  1. terceira pessoa da trindade, o Santo Espírito, co-igual, coeterno com o Pai e o Filho
    1. algumas vezes mencionado de um modo que enfatiza sua personalidade e caráter (o Santo Espírito)
    2. algumas vezes mencionado de um modo que enfatiza seu trabalho e poder (o Espírito da Verdade)
    3. nunca mencionado como um força despersonalizada
  2. o espírito, i.e., o princípio vital pelo qual o corpo é animado
    1. espírito racional, o poder pelo qual o ser humano sente, pensa, decide
    2. alma
  3. um espírito, i.e., simples essência, destituída de tudo ou de pelo menos todo elemento material, e possuído do poder de conhecimento, desejo, decisão e ação
    1. espírito que dá vida
    2. alma humana que partiu do corpo
    3. um espírito superior ao homem, contudo inferior a Deus, i.e., um anjo
      1. usado de demônios, ou maus espíritos, que pensava-se habitavam em corpos humanos
      2. a natureza espiritual de Cristo, superior ao maior dos anjos e igual a Deus, a natureza divina de Cristo
  4. a disposição ou influência que preenche e governa a alma de alguém
    1. a fonte eficiente de todo poder, afeição, emoção, desejo, etc.
  5. um movimento de ar (um sopro suave)
    1. do vento; daí, o vento em si mesmo
    2. respiração pelo nariz ou pela boca

Sinônimos ver verbete 5923


ποιέω


(G4160)
poiéō (poy-eh'-o)

4160 ποιεω poieo

aparentemente forma prolongada de uma palavra primária arcaica; TDNT - 6:458,895; v

  1. fazer
    1. com os nomes de coisas feitas, produzir, construir, formar, modelar, etc.
    2. ser os autores de, a causa
    3. tornar pronto, preparar
    4. produzir, dar, brotar
    5. adquirir, prover algo para si mesmo
    6. fazer algo a partir de alguma coisa
    7. (fazer, i.e.) considerar alguém alguma coisa
      1. (fazer, i.e.) constituir ou designar alguém alguma coisa, designar ou ordenar alguém que
      2. (fazer, i.e.) declarar alguém alguma coisa
    8. tornar alguém manifesto, conduzi-lo
    9. levar alguém a fazer algo
      1. fazer alguém
    10. ser o autor de algo (causar, realizar)
  2. fazer
    1. agir corretamente, fazer bem
      1. efetuar, executar
    2. fazer algo a alguém
      1. fazer a alguém
    3. com designação de tempo: passar, gastar
    4. celebrar, observar
      1. tornar pronto, e assim, ao mesmo tempo, instituir, a celebração da páscoa
    5. cumprir: um promessa

Sinônimos ver verbete 5871 e 5911


προσκυνέω


(G4352)
proskynéō (pros-koo-neh'-o)

4352 προσκυνεω proskuneo

de 4314 e um provável derivado de 2965 (significando beijar, como um cachorro que lambe a mão de seu mestre); TDNT - 6:758,948; v

  1. beijar a mão de alguém, em sinal de reverência
  2. entre os orientais, esp. persas, cair de joelhos e tocar o chão com a testa como uma expressão de profunda reverência
  3. no NT, pelo ajoelhar-se ou prostrar-se, prestar homenagem ou reverência a alguém, seja para expressar respeito ou para suplicar
    1. usado para reverência a pessoas e seres de posição superior
      1. aos sumo sacerdotes judeus
      2. a Deus
      3. a Cristo
      4. a seres celestes
      5. a demônios

ἀποκτείνω


(G615)
apokteínō (ap-ok-ti'-no)

615 αποκτεινω apokteino

de 575 e kteino (matar); v

  1. matar o que seja de toda e qualquer maneira
    1. destruir, deixar perecer
  2. metáf. extinguir, abolir
    1. punir com a morte
    2. privar de vida espiritual e obter sofrimento no inferno

αὐτός


(G846)
autós (ow-tos')

846 αυτος autos

da partícula au [talvez semelhante a raiz de 109 pela idéia de um vento instável] (para trás); pron

  1. ele próprio, ela mesma, eles mesmos, de si mesmo
  2. ele, ela, isto
  3. o mesmo