Enciclopédia de Rute 2:23-23

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

rt 2: 23

Versão Versículo
ARA Assim, passou ela à companhia das servas de Boaz, para colher, até que a sega da cevada e do trigo se acabou; e ficou com a sua sogra.
ARC Assim, ajuntou-se com as moças de Boaz, para colher até que a sega das cevadas e dos trigos se acabou; e ficou com a sua sogra.
TB Ela, pois, se ajuntou com as moças de Boaz para rabiscar até o fim da sega de cevada e de trigo; e morava com a sua sogra.
HSB וַתִּדְבַּ֞ק בְּנַעֲר֥וֹת בֹּ֙עַז֙ לְלַקֵּ֔ט עַד־ כְּל֥וֹת קְצִֽיר־ הַשְּׂעֹרִ֖ים וּקְצִ֣יר הַֽחִטִּ֑ים וַתֵּ֖שֶׁב אֶת־ חֲמוֹתָֽהּ׃
BKJ Assim, ela se manteve junto às criadas de Boaz, para recolher até o final da colheita da cevada e da colheita do trigo; e habitou com a sua sogra.
LTT Assim, ela ajuntou-se bem próximo com as moças de Boaz, para colher até que a ceifa das cevadas e a ceifa dos trigos se acabou; e morava com a sua sogra.
BJ2 [r] Assim ficou ela no meio das servas de Booz, respigando até o fim da colheita da cevada e do trigo. E morava com sua sogra.
VULG Juncta est itaque puellis Booz : et tamdiu cum eis messuit, donec hordea et triticum in horreis conderentur.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Rute 2:23

Deuteronômio 16:9 Sete semanas contarás; desde que a foice começar na seara, começarás a contar as sete semanas.
Provérbios 6:6 Vai ter com a formiga, ó preguiçoso; olha para os seus caminhos e sê sábio.
Provérbios 13:1 O filho sábio ouve a correção do pai, mas o escarnecedor não ouve a repreensão.
Provérbios 13:20 Anda com os sábios e serás sábio, mas o companheiro dos tolos será afligido.
I Coríntios 15:33 Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes.
Efésios 6:1 Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo.

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras

Não foram encontradas referências em Outras Obras.

Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Rute Capítulo 2 do versículo 1 até o 23
SEÇÃO II

RUTE 5AI APANHAR ESPIGAS JUNTO AOS SEGADORES

Rute 2:1-23

  1. RUTE ENCONTRA BOAZ, 2:1-7

Na busca de um meio de sobreviver, Rute vai para os campos recolher aquilo que os segadores deixavam para trás, um privilégio concedido aos pobres pela lei (cf. Dt 24:19-21). O termo espigas (2) pode se referir a trigo, cevada ou grãos de qualquer tipo e não apenas ao milho que encontramos nas três américas. Caiu-lhe em sorte (3) ou "por casualidade" (ARA) ir para o campo de um parente de Elimeleque, um homem de posses chamado Boaz, o que certamente foi uma questão de providencial orientação. 1

O próprio Boaz foi verificar o progresso de sua plantação naquele dia. Ao cumpri-mentar os segadores com a tradicional saudação judaica: O Senhor seja convosco (4), ele percebeu a presença da viúva moabita que trabalhava nas proximidades. Ao ser in-formado de sua identidade e da diligência com que trabalhava, ele se aproximou dela para conversar. A não ser um pouco que esteve sentada em casa (7) dá a idéia de que ela trabalhou praticamente o dia inteiro, a não ser por uns poucos momentos de ausência. O mesmo termo é usado em Deuteronômio 23:13.

  1. BOAZ CONVERSA COM RUTE 2:8-13

Boaz conversou com Rute e a instruiu para que ficasse perto das moças cujo traba-lho era juntar o feixe de espigas depois de os segadores terem tirado os grãos. A expres-são: não ouves, filha minha? (8) sugere que Boaz era mais velho que Rute. Ele ordena-ra aos rapazes que não a molestassem. Ela recebeu permissão para beber água dos vasos trazidos pelos próprios servos de Boaz.

Quando Rute expressou sua surpresa por ser tratada tão generosamente, apesar de sua condição de estrangeira, Boaz respondeu que ele já fora informado da bondade com que Rute tratara sua sogra Noemi desde a morte de seu marido e que, naquele momento, ela deixara seus pais e sua terra natal para habitar entre estrangeiros. Lealdade e fé religiosa sincera são companheiras de toda pessoa de bom raciocínio. O Senhor galardoe o teu feito, disse Boaz, e seja cumprido o teu galardão do Senhor, Deus de Israel, sob cujas asas te vieste abrigar (12) — outra indicação do caráter religioso da grande escolha de Rute (cf.comentário de 1.16,17). Ela se tornou uma prosélita judaica.

  1. RUTE COME COM BOAZ, 2:14-16

Na hora da refeição do meio do dia, Rute foi convidada por Boaz para comer com ele e seus segadores. A refeição consistiu de trigo tostado e pão molhado no vinagre (14), que pode ter sido vinho amargo ou vinagre de vinho. Levantando-se ela a colher (15) indica que Rute deixou o grupo e voltou à sua tarefa antes de os trabalhadores retornarem ao trabalho. Então Boaz instruiu seus servos para que favorecessem Rute e não fizessem algo que a embaraçasse.

  1. UM PARENTE DE SANGUE, 2:17-23

O resultado do trabalho do primeiro dia de Rute foi quase um efa de cevada, ou dez ômeres (Êx 16:36), cerca de 18 litros de grãos. Quando Rute falou com sua sogra sobre os eventos daquele dia e relatou a bondade de Boaz, Noemi deixou clara sua apre-ciação pela estima daquele homem. Bendito seja do Senhor, que ainda não tem deixado a sua beneficência nem para com os vivos nem para com os mortos (20). Beneficência é a tradução da palavra hebraica chesed, também traduzida como "lealdade", "misericórdia", "benignidade" ou "bondade". Ela dá a idéia de fazer mais do que se é exigido pela lei, princípio comunicado pela palavra "graça" no Novo Testamento. Este homem é nosso parente chegado e um dentre os nossos remidor. es (20) indica que Boaz não era o parente mais próximo. Este parente mais próximo (heb. goel) tinha o direito de resgatar um campo que fora vendido (Lv 25:25). Era sua tarefa vingar o sangue derramado (Nm 35:19) e casar-se com a viúva de um irmão falecido (Dt 25:5-10). Boaz não tinha esses direitos e obrigações, mas era o próximo na linhagem. É possí-vel que o termo hebraico possa ser traduzido como "ele é o próximo depois do nosso goel". O termo goel significa basicamente "remidor" ou "protetor, vindicante" (19:25). 2

Noemi insistiu para que sua nora ficasse com as servas de Boaz durante toda a colheita da cevada e do trigo. Para que noutro campo não te encontrem (22) tam-bém pode ter o sentido de "para que em outro campo nenhum homem te moleste". O termo traduzido como encontrem é freqüentemente usado com a idéia de lançar-se com intenção de ferir.


Champlin

Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
Champlin - Comentários de Rute Capítulo 2 do versículo 17 até o 23

Rute 5olta a Noemi (Rt 2:17-23)

Rt 2:17
Quase um efa de cevada.
O trabalho de um dia chegava a cerca de um efa de cevada, que dava cerca de vinte e oito litros de cevada, já separada de sua palha. Com isso, era possível fazer grande quantidade de pães, que serviam de produto alimentar principal. John Gill calculou que o trabalho de Noemi, durante um dia, garantiría um suprimento alimentar para Rute e Noemi pelo espaço de cinco dias, O ômer (uma décima parte de um efa) aparece como suficiente para alimentar a um homem pelo período de um dia (ver Ex 16:16,Ex 16:36). Ver no Dicionário o artigo chamado Ela (Medida), quanto a detalhes. Um efa pesava cerca de treze quilogramas e meio. Ver no Dicionário o artigo chamado Pesos e Medidas. Devemos compreender que essa era uma grande quantidade de cevada para ser respigada em um único dia de esforço. Trabalhar somente um dia de semana para o próprio sustento básico era um bom trabalho. E um pouco de “ludibrio generoso” (por ordem de Boaz) proveu tão bom resultado.

Rt 2:18
Tirou e deu a sua sogra.
Noemi recebeu um generoso presente, certamente mais do que poderia esperar por um dia de trabalho de sua nora. Essa circunstância provocou uma série de indagações para que fosse explicado o pequeno milagre. As duas comeram bem e também conversaram muito. De súbito, as coisas tinham dado uma guinada para melhor. Shaddai, o Deus Todo-suficiente, que antes parecia tê-las abandonado (os três homens da família haviam morrido; ver Rute 1:3-5), agora sorria para elas.

“A volta de Rute à casa onde estava Noemi terminou o vazio que esta sentia, enchendo a idosa mulher com expectativa, senso de agradecimento e esperança” (John W. Reed, in loc.).

“O espírito de Noemi reviveu diante do sucesso de Rute; e ela bendisse a Boaz (vs. Rt 2:19) e ao Senhor (vs. Rt 2:20)” (James T. Cleland). Uma de minhas fontes informativas critica Noemi por “andar pela vista, e não pela fé”. Por outro lado, todos nós, ocasionalmente, precisamos de ver a reversão da sorte, para que haja abundância, de tal modo que nossa fé possa ser fortalecida. A doutrina que diz que “ser pobre é melhor” é, de fato, uma doutrina pobre. Sempre é melhor ter em abundância do que ter pouco; e sempre haverá maiores louvores a Deus quando essa condição prevalecer.
... tendo sempre, em tudo, ampla suficiência, superabundeis em toda boa obra.

(2Co 9:8)

Muitas boas obras dependem de um pouco de dinheiro, sem o que elas não poderiam realizar-se. Precisamos de abundância a fim de podermos abundarem boas obras. Se dispuséssemos de grande abundância, poderiamos abundar grandemente. Um homem espiritual não precisa preocupar-se com a tentação do auto-enriquecimen-to, pois ele espalhará esse dinheiro em redor, para aqueles que tenham necessidade. Então sempre haverá algum outro projeto que precisará de ainda mais dinheiro.

Rt 2:19,Rt 2:20
Onde colheste hoje?
Admirada diante da prodigiosa quantidade de grão respigado, Noemi quis saber de Rute o “onde” e o “quem”. Tão grande quantidade de grão não podia ser explicada por circunstâncias normais. A resposta foi “o campo de Boaz” e o próprio “Boaz”. Todas as bênçãos giravam em torno de Boaz. Por “coincidência", o homem, Boaz, era também parente próximo de Noemi (ver o vs. Rt 2:20). Todas as coisas estavam contribuindo juntamente para o bem (ver Rm 8:28), e muito mais bênção ainda viría. Oh, Senhor, concede-nos tal graça!

O Benfeitor é Abençoado. Boaz não estava presente para ouvir Noemi; mas a generosidade dele foi louvada. Ele tinha-se tornado o homem de Yahweh para ajudar a seus semelhantes necessitados. Deus, o El Shaddai, o Todo-suficiente, estava distribuindo suas riquezas para os outros, e havia assim abundância para todos. A medida de um homem é a sua generosidade, que é apenas outro nome para o amor. A grande lei universal que contém em si mesma todas as leis é a Lei do Amor. O amor é a própria prova do novo nascimento e da espiritualidade (ver 1Jo 4:7). Ver no Dicionário o artigo chamado Amor. Ver também Rm 13:8 ss.

O amor altera e enobrece as coisas.

(Robert Browning)

O amor concede em um momento O que o trabalho não podería obter em uma era.

(Goethe)

Se queres ser amado, ama.

(Hecato)

Benevolência. A mesma palavra usada em Rt 1:8, onde se encontram comentários.

Nem para com os mortos. Aos três homens que tinham morrido (ver Rute 1:3-5) Yahweh, através de Boaz, Seu instrumento, havia demonstrado bondade, pois os três, olhando “lá do alto”, poderiam observar o que o bondoso Boaz estava fazendo às mulheres que eles tinham deixado para três, aprovariam e se alegrariam. Naturalmente, Noemi já tinha em mente a aplicação da lei do levirato (ver a respeito no Dicionário). Alguns estudiosos têm rebelado diante da idéia que os “mortos” ficaram literalmente satisfeitos pelo rumo dos acontecimentos, supondo que seriam abençoados vicariamente nos filhos que Rute daria a Boaz. Esse é um sentido aceitável, e provavelmente mais em consonância com a teologia da época. Herdeiros, pois, seriam gerados, embora os nomes dos homens mortos não continuassem, mas pelo menos haveria herdeiros na família.

Nosso parente chegado. No hebraico, “parente” é goel. Provi um artigo sobre essa palavra no Dicionário.

Resgatadores. Boaz era o parente-remidor, aquele que podia cumprir os requisitos da lei do levirato e gerar filhos em nome do ex-marido de Rute, e assim dar prosseguimento à linhagem e à herança da família.

Boaz era parente próximo do falecido marido de Noemi. Ver Rt 2:1 quanto a especulações sobre o grau de parentesco entre eles.

“Embora Boaz não fosse irmão de Malom, o falecido marido de Rute (ver Rt 4:10), mas apenas um parente chegado da família, ele podia agir como um levir (no latim, cunhado), se assim desejasse... Nenhuma explicação é dada acerca de por que Noemi não mencionou o parente ainda mais próximo, referido em Rt 3:12” (John W. Reed, in loc.).

Rt 2:21
Continuou Rute. Rute não deixou de mencionar todos os vários atos de bondade da parte de Boaz. Entre esses atos estava a proteção oferecida. Ela deveria acompanhar as próprias servas de Boaz, não devendo envolver-se em situações potencíalmente perigosas, se acompanhasse servos varões que estivessem trabalhando nas plantações de algum outro proprietário, Acompanhar as servas de Boaz também era benéfico, pois podemos estar certos de que seriam deixados para três “molhos não atados”, de propósito, o que significa que Rute tanto estaria em segurança como mostrar-se-ia especialmente produtiva. Conforme os vss. Rt 2:8,Rt 2:16 e 23.
O oitavo versículo deste capítulo mostra que Rute devería permanecer entre as servas de Boaz. Entre os servos também havia homens. Mas estes já haviam recebido ordens estritas para que se comportassem como perfeitos cavalheiros, e nenhum dos trabalhadores haveria de agir de modo contrário a essa recomendação do proprietário.

Rt 2:22

Para que noutro campo não te molestem. Este versículo é paralelo aos versículos oitavo e nono. Provavelmente, Rute trabalharia a maior parte do tempo com outras mulheres, e não seria ameaçada em nenhum sentido por trabalhadores homens, se fossem empregados de Boaz. Todavia, haveria o perigo de abuso, e mesmo de violência sexual, se Rute ficasse a vaguear pelos campos de outros proprietários. Devemos lembrar que a moralidade andava muito baixa nos dias dos juizes, e que eram muito comuns, nos campos, os estupros. Noemi, é claro, ansiava por que tais coisas fossem evitadas, e recomendou que Rute acompanhasse sempre os trabalhadores de Boaz. As mulheres, algumas vezes, são ingênuas. Por isso, houve dois tipos de advertência para Rute.
No original hebraico, temos um eufemismo que diz “caiam em cima” (no hebr., paga). Poderia haver alguma experiência hostil e imoral no campo. A Revised Standard Version, seguida de perto pela nossa versão portuguesa, diz aqui “molestar”, sentido que sem dúvida é apropriado. Nos campos plantados havia vários perigos ocultos; homens ínescrupulosos esperavam oportunidades dadas por mulheres ingênuas. Rute, pois, foi aconselhada a mostrar-se prudente e a seguir as recomendações que lhe haviam sido dadas.

Rt 2:23
Assim passou ela à companhia das servas de Boaz. Rute atendeu aos conselhos que lhe tinham sido dados tanto por Boaz quanto por Noemi, e começou a respigar somente na companhia das servas de Boaz. E assim continuou fazendo até terminar a colheita da cevada e do trigo. A colheita do trigo ocorria no início da festa de Pentecoste, e a colheita da cevada começava no início da páscoa, pelo que cerca de dois meses separava uma colheita da outra. Entrementes, Rute continuou a viver com Noemi. Assim sendo, ela tinha um lugar onde ficar, alimentação abundante e um relacionamento romântico que começara a desenvolver-se com Boaz. E esse último desenvolvimento haveria de resolver, definitivamente, todos os problemas delas, revertendo a tragédia que tão profundamente havia marcado a vida dela.

Mas a pergunta que continuava sem resposta era: O que aconteceria terminado o período da colheita?


Champlin - Comentários de Rute Capítulo 2 versículo 23
A colheita do trigo começava uns 15 dias após a sega da cevada (conforme Ex 9:31-32).

Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Rute Capítulo 2 do versículo 1 até o 23
*

2.1-23 O capítulo dois apresenta a última personagem principal, Boaz, e o tema principal: o do parente chegado, ou redentor, que tem certas responsabilidades para com a família e os bens de um parente que morre (2.20, nota). O narrador, sabendo o que está para acontecer, só dá uma leve indicação quando descreve Boaz como “um parente” no v. 1. Somente depois de a bondade natural de Boaz, e o charme natural de Rute, terem exercido o seu efeito, é que Noemi revela a chave à história inteira: Boaz “é nosso parente chegado” (2.20 com referência lateral). Mesmo então, nenhuma reivindicação é feita, não há apelo aos costumes. Os eventos devem esperar o seu devido curso, enquanto Noemi traça planos, Rute serve em silêncio, e Boaz termina a colheita. Deus, no entanto, já tinha provido a solução mediante a lei (Lv 25).

* 2.1 parente. Ou “amigo.” O texto hebraico deixa sem definição a situação técnica de Boaz, mas a história se desdobra como se ele fosse o “parente redentor” descrito em Lv 25:25, cuja responsabilidade se relaciona primariamente, mas não exclusivamente, com os bens de um parente empobrecido (1.11; 2.20 e notas). Posteriormente (p.ex., 2.20; 3.9), Boaz será identificado como um “resgatador”, mas, por enquanto, é apresentado somente para preparar o leitor para as circunstâncias que colocam Rute no seu campo.

senhor de muitos bens. A expressão em hebraico usualmente significa um notável guerreiro, mas aqui significa uma pessoa poderosa e importante na sociedade.

* 2:2

Deixa-me ir ao campo. À primeira vista, a iniciativa de Rute é simplesmente manter ela e Noemi com vida, segundo um costume codificado em Levítico (19.9-10; 23,22) e Deuteronômio (24.19). Sendo pessoas pobres, Rute e Noemi receberiam alguma ajuda, mas muito mais está para vir a elas. Um indício dessa provisão é oferecido no triste pedido de Rute de apanhar espigas “atrás daquele que mo favorecer.”

* 2:3

por casualidade entrou. Parece que chegou por coincidência ao campo do seu parente, porém Deus está dirigindo os eventos.

* 2:4

Eis que. A chegada de Boaz satisfaz as expectativas levantadas nos vs. 1-3.

* 2.6, 7

A resposta do servo estabelece o caráter de Rute. Ela é fiel, tendo vindo ainda jovem a um país estrangeiro por amor à sua parenta. É modesta, pois pediu permissão por algo que podia ter sido considerado seu direito. É trabalhadeira, tendo ficado ocupada desde a manhã.

* 2:7

entre as gavelas. O pedido de Rute parece não ir além daquilo que era seu direito como viúva (Dt 24:19-21). Mas a resposta de Boaz acabará indo muito além da exigência legal (v. 15).

desde pela manhã até agora está aqui. Entende-se usualmente que ela tinha trabalhado durante a manhã inteira, mas é possível que estivesse esperando que seu pedido fosse concedido pelo dono do campo. É mais provável que se refira ao trabalho, posto que interrompeu sua manhã com uma pausa na choça.

* 2.8-12 Os eventos se desdobram rapidamente quando Boaz concede o pedido e oferece a ela proteção e sustento (vs. 8-9). Rute reconhece seu favor a ela, uma “estrangeira” sem merecimentos (v. 10). É somente então (vs. 11-12) é que a narrativa oferece algum indício da operação providencial de Deus. Boaz já ficara sabendo que Rute não é nenhuma estrangeira comum. Ela buscara “refúgio” sob as “asas” do Senhor, e dele receberá sua “recompensa” (v. 12). A lealdade de Rute a Deus, embora ela fosse estrangeira, virá a ser um elemento essencial no grande plano divino da redenção. O plano será levado a efeito através de Davi, o rei segundo a aliança, e de Cristo, o maior filho de Davi. A recompensa da fé que Rute possuia transcende, em muito, a ocasião e circunstâncias locais.

* 2.14-16 A permissão de Boaz é claramente além do usual.

* 2:14

vinho. Era um tipo de vinagre, azedo porém refrescante para beber ou para molhar o pão (conforme Nm 6:3).

* 2:17

debulhou... quase um efa. Debulhar os grãos separava as sementes das cascas e da palha. Um efa pesava cerca de 17,6 kg., uma quantidade considerada grande para alguém apanhar.

* 2:18

o que lhe sobejara depois de fartar-se. O que reservara da sua refeição do meio-dia (v. 14).

* 2.20 que ainda não tem deixado a sua benevolência. O amor de Deus é fiel, e ele não se esquecerá daqueles que ama. As bênçãos que ele prometeu passarão de Boaz para Rute e para Noemi e, finalmente, a todos os eleitos.

nosso parente chegado. Ver referência lateral, e a Introdução: Dificuldades de Interpretação. A lei da redenção agora surge na trama. Segundo essa lei, o parente masculino consangüíneo mais próximo tinha o dever de preservar o nome e os bens da família. Esse dever podia envolver: (a) vingar a morte de um membro da família (Nm 35:19-21); (b) comprar de volta bens da família que tinham sido vendidos para pagar dívidas (Lv 25:25); (c) comprar de volta um parente que tiver se vendido à escravidão a fim de pagar dívidas (Lv 25:47-49); e (d) casar-se com a viúva de um parente falecido (Dt 25:5-10). Segundo parece, esses deveres podiam ser renunciados ou recusados sob determinadas circunstâncias (conforme Rt 3:12; 4.1-8). Boaz era um destes “parentes chegados” (ou “resgatadores”) para Rute, e esse fato passa a determinar o curso dos eventos (ver 1.11; 2.1 e notas). O destino de Rute ocorrerá conforme a lei, diferentemente da ancestral dela, a filha de Ló, que cometeu incesto (Gn 19:30-38).

*

2:23

até que a sega... se acabou. Esse período de dois meses prepara o palco para o incidente na eira (cap. 3).


Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de Rute Capítulo 2 do versículo 1 até o 23
2:2 Quando o trigo e a cevada estavam preparados para a ceifa, contratavam-se colhedores para cortar e atar as espigas em molhos. A Lei israelita estabelecia que não se segasse até o último rincão dos campos. Além disso, qualquer espiga que caísse devia deixar-se para que a gente pobre o recolhesse (a isto lhe chamava espigar) e usasse para comer (Lv 19:9; Lv 23:22; Dt 24:19). O propósito desta lei era alimentar aos pobres e impedir que os donos o monopolizassem. Esta lei servia como uma espécie de programa de bem-estar social no Israel. devido a que era uma viúva sem médios para manter-se sozinha, Rut foi aos campos a espigar.

2.2, 3 Rut fez sua uma terra estranha. Em lugar de depender do Noemí ou esperar a que chegasse a boa fortuna, tomou a iniciativa. foi trabalhar. Não teve medo de admitir sua necessidade nem de trabalhar duro para satisfazê-la. Quando Rut saiu aos campos, Deus proveu para ela. Se você estiver à espera da provisão divina, considere isto: Possivelmente O esteja esperando que dê o primeiro passo para demonstrar quão importante é sua necessidade.

2:7 A tarefa, embora humilde, exaustiva e possivelmente vil, Rut a levou a cabo com fidelidade. Qual é sua atitude quando a tarefa que se o encomenda não está à altura de seu verdadeiro potencial? A tarefa que tem à mão talvez seja tudo o que pode fazer, ou talvez seja o trabalho que Deus quer que faça. Ou, como no caso do Rut, pode ser uma prova de seu caráter que abra novas portas de oportunidade.

2.10-12 A vida do Rut mostrou qualidades admiráveis: trabalhava duro, era amorosa, bondosa, fiel e valente. Estas qualidades lhe permitiram ganhar uma boa reputação, mas solo porque as ostentou constantemente em todos os aspectos de sua vida. A em qualquer lugar que ia ou algo que fazia, o caráter do Rut era o mesmo.

Sua reputação se forma pela gente que o observa em seu trabalho, em sua cidade, em sua casa, em sua igreja. Uma boa reputação surge ao viver sempre com as qualidades nas que crie, sem importar que tipo de gente ou ambiente o rodeie.

2.15, 16 Os personagens do livro do Rut são exemplos clássicos de gente boa em ação. Booz foi mais à frente do propósito da lei da ceifa ao demonstrar sua bondade e generosidade. Não só permitiu que Rut espigasse em seu campo, mas sim além disso disse a seus trabalhadores que deixassem cair a propósito um pouco de espigas no caminho. De sua abundância, ajudou ao necessitado. Com quanta freqüência vai você além dos patrões aceitos para ajudar aos necessitados?

2:19, 20 Noemí se sentiu amargurada (1.20, 21), mas sua fé em Deus ainda seguia viva e o elogiou pela amabilidade do Booz para o Rut. Em suas angústias, seguia confiando em Deus e reconhecendo sua bondade. Podemos nos sentir amargurados por alguma situação, mas nunca devemos nos desesperar. Hoje é sempre uma nova oportunidade para experimentar o cuidado de Deus. (se desejar mais informação sobre o parente redentor, veja-a nota a 3:1-9.)

2:20 Embora possivelmente Rut não reconheceu sempre a direção de Deus, O estava a seu lado em cada passado do caminho. foi espigar e "precisamente ocorreu" que chegou ao campo do Booz que "precisamente resultou" ser um parente próximo. Isto foi algo mais que uma simples coincidência. Enquanto realiza suas tarefas diárias, Deus obra em sua vida em formas que nem sequer você nota. Não devemos fechar a porta ao que Deus pode fazer. Para o crente, as coisas não ocorrem por sorte nem coincidência. Temos fé em que Deus dirige nossas vidas para seu propósito.


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Rute Capítulo 2 do versículo 1 até o 23

III. RUTE DE campo de Boaz (Rt 2:1)

1 E tinha Noemi um parente de seu marido, um homem poderoso e rico, da família de Elimeleque; e seu nome era Boaz. 2 Rute, a moabita, disse a Noemi: Deixa-me ir ao campo a apanhar entre as espigas atrás daquele em cujos olhos eu achar graça. E ela disse-lhe: Vai, minha filha. 3 E ela foi, e veio, e recolhidos no campo após os segadores: e seu hap era acender na parte do campo de Boaz, que era da família de Elimeleque .4 E eis que Boaz veio de Belém, e disse aos segadores: O Senhor esteja convosco. Responderam-lhe eles: O Senhor te abençoe. 5 Então disse Boaz ao moço que estava posto sobre os segadores: De quem é esta moça? 6 E o moço que estava posto sobre os segadores respondeu e disse: É a moça moabita que voltou com Naomi para fora do país de Moab: 7 e ela disse: Deixa-me recolher, peço-vos, e reunir após os segadores entre os molhos. Então ela veio, e tem continuado até mesmo desde a manhã até agora, a ressalva de que ela demorou um pouco em casa.

Rute voluntariamente saiu para procurar trabalho. Sendo um estranho, ela mal sabia por onde começar sua busca. E seu hap era acender na parte do campo de Boaz, que era da família de Elimeleque (v.


Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de Rute Capítulo 2 do versículo 1 até o 23
  1. O serviço de Rute (2)

A colheita da cevada era em abril, e Rute entra na colheita como uma apanhadora pobre; veja Deutero- nômio 24:19-22 e Levítico 19:9ss. Observe a dedicação e a determina-ção dela: "Deixa-me ir ao campo" (v. 2); "Deixa-me rebuscar espigas e ajuntá-las" (v. 7); "Tu me favoreces" (v. 13). Deus orienta-a na escolha do campo a fim de que ela fique face a face com o homem que o Senhor escolheu para resgatá-la e casar-se com ela! "Estando no caminho, o Senhor me guiou" (Gn 24:27). Deus não abençoa nem orienta pessoas preguiçosas. Os que fazem a tare-fa que têm à mão encontram sua orientação. Boaz protege Rute e provê para ela muito antes de casar- se com essa moabita, um retrato perfeito de nosso Senhor. Tudo isso vem da graça de Deus (v. 2): favo- recimento (v. 13) e benevolência (v.

  1. . É bom ver Noemi perder sua amargura. Deus estava usando a gentia Rute para restituir Noemi a sua bênção de novo, da mesma for-ma que ele está salvando os gentios hoje e, um dia, restituirá Israel a seu lugar de bênção.

Russell Shedd

Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
Russell Shedd - Comentários de Rute Capítulo 2 do versículo 1 até o 23
2.1 Senhor de muitos bens. A mesma frase é, muitas vezes, no original, traduzida por "Homem valente" (e.g., Jz 11:1).

2.2 Apanharei espigas. Pouquíssimas oportunidades de ganhar a vida se ofereciam às viúvas pobres no antigo Oriente. Em Lv 19:9; 23:22; Dt 24:19, Deus mandou que a provisão fosse feita por elas mesmas apanhando espigas.

2.4 O Senhor seja convosco! Provavelmente, esta frase e a reposta de Rute eram saudações, mas não se encontram em outro lugar da Bíblia.

2.5 De quem é esta moça? No oriente, a moça pertencia ao pai, ao marido, ao irmão ou a um mestre se fosse escrava.

2.11 Deixaste... Lembra ao patriarca Abraão que, igualmente, abandonara a sua terra e sua família para se estabelecer em terra alheia.

2.14 Achega-te. O sentido da palavra hebraica é incerto. A Septuaginta traduz por "amontoar", significado aceito por vários comentaristas.

2.15 Gavelas. Provavelmente seriam os molhos, ainda não amarrados.

2.17 Efa. Comportava c. 16 litros, ótimo resultado do trabalho de apenas um dia no rebuscar espigas. • N. Hom. Justiça Social - a Atitude Bíblica:
1) É responsabilidade individual e não somente de governos (conforme Jc 1:27);
2) Sua fonte é o amor de Deus, sendo que o cuidado ao desamparado é reconhecido como uma recompensa vinda do Senhor (12), e não obra meritória do homem;
3) Deve atingir o homem como uma totalidade, não se limitando às necessidades do corpo, mas cuida antes de ampliar suas relações com Deus (12b; conforme Mt 4:4; Sl 91:1).

2.19 Aquele que te acolheu. Noemi achou que era impossível apanhar um efa de cevada sem manifestação generosa do proprietário do campo, onde Rute rebuscara as espigas.

2.20 Bendito seja ele do Senhor, refere-se claramente a Boaz. A frase seguinte também pode reportar-se a Boaz; o mais provável, no entanto, é que fale do Senhor, que age por seu intermédio. Um dentre os nossos resgatadores. Lit. "Ele é um de nossos goelim" (cf. Nu 35:19). A responsabilidade do goel ("parente resgatador") era:
1) Evitar a alienação das terras que faziam parte da herança familiar (Lv 25:23-25), por meio do resgate;
2) Suscitar filhos para dar continuação ao nome de um parente que viesse a morrer sem deixar filhos, casando-se com a viúva. Era necessário obedecer à ordem do parentesco: irmão, tio, primo, etc. (Lv 25:48s).


NVI F. F. Bruce

Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
NVI F. F. Bruce - Comentários de Rute Capítulo 2 do versículo 1 até o 23
II. RUTE ENCONTRA BOAZ (2:1-23)

1) Rute faz a respiga nos campos de Boaz (2:1-7)
v. 1. Boaz, apresentado como um parente de Elimeleque, é descrito como um homem rico e influente, hebraico ’ish gibbôr hayil, geralmente traduzido por “homem de valor” (conforme 3.11, “mulher virtuosa” com referência a Rute). Os dois fatos são significativos, porque Boaz, que significa “força” (v. lRs 7.21), era legal e financeiramente apto para assumir a responsabilidade de gõ’êl, “parente próximo” (v. 3.2). v. 2. Rute, consciente dos direitos legais dos pobres de colher os cereais que eram deixados pelos ceifeiros, se dispôs a recolher espigas que eram deixadas. Os ceifeiros eram proibidos de colher os cereais totalmente até a divisa das suas terras, nem podiam passar segunda vez pelos campos (Lv 19:9; 23:22; Dt 24:19). v. 3. Casualmente Rute veio a um campo que pertencia a Boaz. Pelo que sabemos, foi por acaso, mas Deus é soberano: um fato que não é declarado mas sugerido em todo lugar. v. 4. Pode-se ver algo do caráter de Boaz na forma em que ele saúda os seus empregados, v. 5. Boaz pergunta ao capataz: A quem pertence aquela moça? (Não “quem é?”). v. 6. O capataz disse: E uma moa-bita que voltou de Moabe com Noemi. v. 7. Ele continuou dizendo que ela havia pedido permissão para respigar e que havia trabalhado o dia inteiro, tendo tirado só um breve período para descanso. O hebraico dessa frase é incerto; lit. “esse seu sentar na casa por um pouco”.


2) Boaz oferece proteção e demonstra bondade (2:8-16)
v. 8,9. Ao saber da lealdade de Rute para com Noemi e o Senhor e consciente da possibilidade de ela ser molestada ou expulsa do campo, Boaz demonstra preocupação por ela e a aconselha a recolher junto com as suas moças e beber da água — provavelmente, embora Joüon ache que seja vinho — tirada pelos seus homens, e lhe informa que instruiu os seus homens para que não lhe façam mal. v. 10. Rute inclinou-se até o chão, um ato que simbolizava humilde gratidão. A sua pergunta contém palavras cognatas em hebraico, talvez um jogo de palavras, que se perde com a tradução: “Por que o senhor notou a minha presença se não sou digna de ser notadaV'. v. 11. Boaz respondeu que sabia da sua atitude para com Noemi e sua religião, pois deixara a sua parentela e se confiara a um povo desconhecido. O uso do infinitivo absoluto justifica o uso de tudo. v. 12. Boaz dá uma bênção, sendo significativo o fato de que ele usa o nome Senhor (heb. Yahweh), o Deus que é leal à aliança, asas: uma imagem comum para se referir à presença protetora de Deus (conforme Sl 91:4; Sl 17:8; Sl 36:7). v. 13. A resposta de Rute é o equivalente a “Obrigado, senhor”. Ao usar uma expressão idiomática hebraica, “falar ao coração”, que é traduzida por encorajou a sua serva, ela se chama de siphâh, serva, mais humilde do que ’ãmâh (conforme 3.9). v. 14. Boaz convida Rute a se juntar ao seu grupo na hora da refeição e demonstra favor especial por ela ao lhe oferecer grãos tostados. v. 15,16. Boaz instrui os seus ceifeiros a permitir que ela recolha entre os feixes, em vez de ir atrás dos ceifeiros, e que até deixem cair algumas espigas para ela.


3) Rute volta para Noemi (2:17-23)

v:17-19. Rute trabalhou até o entardecer, depois debulhou as espigas de cevada e descobriu que havia recolhido uma arroba, equivalente a mais ou menos 22 litros. Isso, mais o que havia sobrado da refeição ao meio-dia, ela levou para Noemi, que lhe perguntou onde ela havia respigado. Ao perceber pelo volume que alguém havia sido especialmente útil, Noemi acrescentou: Bendito seja aquele que se importou com você. Rute contou-lhe que tinha sido Boaz. v. 20. Noemi então pede a bênção do Senhor sobre Boaz e fala que o Senhor não deixou de ser leal e bondoso com os vivos (Noemi) e com os mortos (Elimeleque, Malom e Quiliom); com isso, ela quis dizer que o Senhor havia cumprido a sua promessa da aliança que era seu hesed (“amor leal”). Noemi contou que Boaz era o seu parente próximo, v. 21,22. Rute lhe contou acerca da orientação de Boaz de ficar com os ceifeiros dele até que terminassem a colheita, e Noemi concordou em que assim fizesse, pois Noutra lavoura poderiam molestá-la. (O verbo pãga‘ não significa necessariamente “molestar”; BJ: “não te maltratarão”.) v. 23. Rute fez assim durante as colheitas de cevada e de trigo, i.e., abril e maio. (Conforme NBD, “Agricultura” e “Calendário”).


Francis Davidson

O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
Francis Davidson - Comentários de Rute Capítulo 2 do versículo 1 até o 23
IV. UM BOM AMIGO. Rt 2:1-8). Que era da geração (3). O vocábulo original mishpachah para indicar "parente" é bem diverso do que encontramos em Rt 2:1 e Rt 3:2, e sem paralelo no livro, quando se pretende indicar um familiar, sujeito à lei de Moisés. O Senhor seja convosco... o Senhor te abençoe (4). Saudação e resposta habituais nesse tempo. Cfr. Sl 129:8. De quem é esta moça? (5). É possível que algo de estrangeiro no aspecto ou no vestuário de Rute atraísse a atenção de Boaz. Assim ela veio... até agora (7). Depois de trabalho extenuante durante todo o dia, só agora lhe era dado repousar um pouco. Filha minha (8). Este vocativo carinhoso dá a entender que Boaz já não era um jovem, como poderia supor-se. Não lhe era difícil conversar com uma moabita, dada a pequena diferença entre as duas línguas, como o provam inscrições na Pedra de Mesa (890 A.C.). Cfr. 2Rs 3:5 e segs. Aqui te ajuntarás (8). O verbo é o mesmo que aparece em Rt 1:14 com o sentido de "apegar-se". As minhas moças (8), isto é, as mulheres que atam os feixes. Boaz preparou-se, evidentemente, antes de falar com Rute, pois, por direito, só os trabalhadores podiam ter o privilégio que Boaz oferecia.

Dicionário

Acabar

verbo transitivo Levar a seu termo, perfazer, concluir, terminar: acabar uma tarefa.
Estar no fim: no latim o verbo acaba a frase.
Dar cabo, matar: o trabalho acabou com ele.
verbo intransitivo Ter fim: aqui acaba a terra.
Morrer: ele acabou na miséria.
verbo pronominal Ter fim: acabou-se o que era doce.

perecer, falecer, morrer, fenecer, finar-se, extinguir-se, expirar. – Todos estes verbos significam “chegar ao fim”, quer se trate de duração ou de espaço. – “Acabar – escreve Roq. – significa chegar ao cabo ou fim de uma operação sem indicar a conclusão, e de um modo mui genérico. – Fenecer é chegar ao fim do prazo ou extensão própria da coisa que fenece. – Perecer é chegar ao fim da existência, cessar de todo, e às vezes por desastre ou infortúnio. – Finar- -se exprime propriamente o acabamento progressivo do ser vivente. – Falecer é fazer falta acabando. – Morrer é acabar de viver, perder a vida. Depressa se acaba o dinheiro a quem gasta perdulariamente. Muitas vezes se acaba a vida antes que tenhamos acabado a mocidade. Fenecem as serras nas planícies, e às vezes no mar. – Fenece a vida do homem muitas vezes quando ele menos o espera. Perece, ou há de perecer tudo quanto existe. Quantos têm perecido de fome, de sede, à míngua, nos cárceres, nos suplícios, nos incêndios, nos terremotos, nos naufrágios?! Todos os seres animados finam-se quando, extenuadas as forças, pagam o tributo à lei da morte. Falece o homem quando passa da presente a melhor vida. Morre tudo quanto é vivente; e porque as plantas têm uma espécie de vida, também as plantas morrem. O homem não morre só quando o prazo dos seus dias está cheio, mas morre muitas vezes às mãos de assassinos, de inimigos ou de rivais. Acaba ou fenece a serra, e não perece, nem morre7 , nem se fina, nem falece. Perece um edifício, uma cidade, etc., e não morre, nem se fina, nem falece (nem fenece). Morre o vivente, mas o irracional não falece. Morre, acaba, falece, fina- -se o homem, e por sua desventura também muitas vezes perece. Diz-se mui urbanamente, e por uma espécie de eufemismo, que um homem faleceu quando acabou seus dias naturalmente, do mesmo modo que diziam os latinos vita functus est; mas não se dirá que faleceu aquele que morreu na guerra ou às mãos do algoz”. – Expirar é “render o último alento, dar o último suspiro, acabar de existir no mesmo instante”. – Extinguir- -se significa “fenecer, acabar de ser”; e sugere a ideia do desaparecimento da coisa que se extingue.

concluir, cessar, descontinuar, interromper, suspender, finalizar, findar, ultimar, terminar, rematar, fechar, intermitir, parar. – Segundo Roq., “acabar representa a ação de chegar ao termo ou fim de uma operação; concluir representa a ação no deixar a coisa completa. Hoje se acaba minha fadiga. Ontem se concluiu o negócio. Como as ações destes dois verbos são em geral inseparáveis, é pouco perceptível sua diferença; para distingui-la, porém, basta buscá-la num exemplo, no qual o que se acaba seja precisamente a ação de outro verbo: Amanhã acabarei de escrever; não acaba de chegar; ao meio-dia acabou de correr; acaba de sair, de chegar, de entrar, etc. Em nenhum destes exemplos se pode usar sem impropriedade do verbo concluir, porque não se trata diretamente de uma coisa finalizada e completa por meio da conclusão, senão puramente de uma ação que cessa, do termo e fim a que chega, não a coisa concluída, mas a operação com que se conclui”. – “Cessar – diz ainda Roq. – é um termo geral, que a toda suspensão de trabalho ou ação pode aplicar-se, sem indicar diferença alguma. Cessa-se por um instante, por muito tempo, para sempre. – Descontinuar é suspender o trabalho, ainda que não seja por muito tempo; é romper a continuação ou seguida do fato com o que fica por fazer”. – Acabar e findar têm muito íntima conexão; devendo notar-se, no entanto, que findar enuncia simples fato em muitos casos em que acabar enuncia ação. Findar é “ter fim”; acabar é, além de “ter fim” – chegar, levar ao fim (ao cabo); e é nesta última acepção, que se distingue de findar. “Acabamos a nossa tarefa” (e não – findamos). Segue-se que em todos os casos em que se aplica findar pode aplicar-se acabar; mas a inversa não seria exata. – Entre findar e finalizar dáse uma diferença análoga. Finalizar enuncia ação, esforço “para chegar ao fim”. “Findou o sofrimento da triste criatura” (e não – finalizou), “Finalizamos o trabalho com muita fortuna” (e não – findamos). – Finalizar, ultimar, terminar, rematar, fechar podem confundir-se. Quem diz ultimar indica a ação de “chegar ao termo de uma coisa deixando supor que se havia começado e que se vai ou pode dar princípio a outra; e, portanto, como que estabelecendo uma certa relação de ordem ou de seguimento entre a coisa que se ultima, o princípio que teve essa coisa, e às vezes alguma outra coisa que se lhe pode seguir”. Dizemos rematar quando queremos exprimir que se “pôs fim ou conclusão a uma coisa com um sinal próprio ou de um modo completo”. Um exemplo: “Quando ouvimos aquela apóstrofe vibrante supusemos que o orador ia ultimar as graves acusações; mas ele continuou no mesmo tom veemente; e parecia terminar ou concluir já mais calmo, quando a um aparte do ministro, rematou a tremenda objurgatória com uma invetiva ultrajante”. – Rematar, portanto, e fechar, neste caso, seriam sinônimos perfeitos se não fosse a nuança assinalada na predicação daquele primeiro verbo: o que se fecha fica “resolvido definitivamente, concluído, ultimado”: o que se remata “tem termo preciso, formal, bem marcado, e até pode ser que solene”. – Terminar é “ir ao termo, 60 Rocha Pombo levar ao termo, ter fim, chegar ao limite”. – Interromper e suspender, como descontinuar, enunciam ação de “cessar, ou deixar de exercer por algum tempo função própria ou alheia”. Descontinua-se quando “se deixa de prosseguir aquilo que é contínuo ou sucessivo”; interrompe-se alguma coisa quando “se lhe corta ou suspende bruscamente a ação ou o modo de ser”; suspende-se alguma coisa quando “se a interrompe por algum tempo e a deixa pendente”. – Intermitir é “suspender ou interromper de momento a momento, cessar de agir, de atuar, ou de se fazer sentir por intervalos”. – Parar significa “cessar, acabar, tratando-se de movimento ou de função”. “Para o relógio quando se lhe acaba a corda”. “Intermite-se a aplicação de um medicamento quando sobrevêm acessos do mal que se combate”.

Ajuntar

verbo bitransitivo e pronominal Juntar, colocar junto ou perto; unir-se: ajuntar os alunos da escola; os melhores se ajuntaram.
Reunir pessoas ou coisas que têm relações entre si; unir uma coisa com outra: ajuntar os bons e os maus.
Juntar em grande quantidade; acumular, acrescentar, coligir: ajuntar dinheiro.
verbo intransitivo Unir de maneira muito próxima: não temos o dinheiro todo, estamos ajuntando.
Etimologia (origem da palavra ajuntar). A + juntar.

Assim

advérbio Deste modo, desta forma: assim caminha a humanidade.
Igual a, semelhante a; do mesmo porte ou tamanho de: não me lembro de nenhum terremoto assim.
Em que há excesso; em grande quantidade: havia gente assim!
Do mesmo tamanho; desta altura: o meu filho já está assim.
conjunção Portanto; em suma, assim sendo: você não estudou, assim não conseguiu passar no vestibular.
Gramática Utilizado para dar continuidade ao discurso ou na mudança de pensamento: vou ao cinema amanhã; assim, se você quiser, podemos ir juntos.
locução adverbial De valor concessivo-adversativo. Assim mesmo, mesmo assim ou ainda assim; apesar disso, todavia, entretanto: advertiram-no várias vezes, mesmo assim reincidiu.
locução interjeição Assim seja. Queira Deus, amém; oxalá.
expressão Assim ou assado. De uma maneira ou de outra.
Assim que. Logo que: assim que ele chegar vamos embora!
Assim como. Bem como; da mesma maneira que: os pais, assim como os filhos, também já foram crianças.
Etimologia (origem da palavra assim). Do latim ad sic.

Boaz

(Heb. “a força está nele”). 1. Nome encontrado no livro de Rute e nas genealogias em I Crônicas, Mateus e Lucas. Boaz foi um proprietário de terras temente a Deus, que viveu em Belém de Judá no período dos Juízes (Rt 1:1). Casou-se com Rute e tornou-se ancestral do rei Davi e de Jesus Cristo.

O primeiro capítulo de Rute termina com Noemi e sua nora moabita, que chegaram a Belém, viúvas e sem nenhum recurso financeiro. Boaz é apresentado em Rute 2:1 como “homem poderoso e rico”, parente do marido falecido de Noemi. Ele era o dono das terras nas quais Rute foi “respigar” (no hebraico, era uma maneira zombeteira de expressar dependência da providência divina), quando buscava um campo onde recolher algumas espigas (Rt 2:3). Sua entrada no campo deu a Boaz a oportunidade inicial de tornar-se seu benfeitor e abriu o caminho para que se casasse com ela no sistema de levirato (Rt 3:4).

O cenário é estabelecido para o evento na narrativa do livro pela descrição dos laços familiares entre Boaz e Noemi e o caráter exemplar dele. Na Lei de Moisés, os membros da mesma família tinham várias responsabilidades uns com os outros, inclusive apoio financeiro, em alguns casos. A redenção da terra e as variações nos relacionamentos familiares preparam o leitor para a mudança de perspectiva nos versículos finais do livro. Ali, a atenção é tirada de Rute e Boaz e colocada no propósito mais amplo de Deus na história (Rt 4:17-22).

A expressão traduzida como “homem poderoso” em Rute 2:1 é multiforme, tanto em significado como em propósito no livro de Rute. Embora tenha relação com a proeminência de Boaz em Belém (veja também Rt 4:1-2), provavelmente se refere à sua excelência moral e espiritual e talvez até mesmo à sua coragem reconhecida e honra. Em Provérbios 31:10 o equivalente a essa frase é usado para falar da excelência da esposa perfeita. Um termo similar também foi usado com referência aos “valentes de Davi”, conhecidos como guerreiros valorosos (2Sm 23:8-39).

Na narrativa do livro de Rute, a expressão também faz um paralelo bem próximo com a descrição da própria Rute, como “uma mulher virtuosa” (3:11). As diferentes traduções dos termos obscurecem um pouco a ideia, mas as palavras no original hebraico indicam que Boaz (2:
1) e Rute (3:
11) formavam um par perfeito, tanto do ponto de vista moral como espiritual.

Essa observação é fortalecida pela interação de Boaz e Rute, nos capítulos 2:3. Em ambas as cenas ela toma a iniciativa, mas faz as coisas de tal maneira que impressiona Boaz com seu caráter (Rt 2:11-12; Rt 3:10-11). Da mesma maneira, em ambas as cenas ele responde com graça e generosidade muito além da letra da Lei. Em Rute 4:1-12 foi necessário que Boaz demonstrasse toda sua sabedoria e seu discernimento, para aproveitar a oportunidade de consumar o desejado casamento de levirato com Rute. Ele o fez, quando levou o parente anônimo a renunciar ao direito de ser o remidor de Noemi e Rute (Rt 4:3-10). O casamento de Boaz e Rute, bem como o nascimento do filho deles, Obede, foi motivo de muita alegria em toda a cidade de Belém (Rt 4:11-17). O nascimento de Obede é também um elo crucial na qualificação de Davi como rei de Israel e de Jesus como o Messias. Devido ao seu papel central nessa linhagem e provavelmente também por causa de seu caráter exemplar, Boaz é honrado com a sétima posição na genealogia real de Davi, em Rute 4:18-22. Boaz é citado na seqüência da árvore genealógica da família de Davi em I Crônicas 2:11-12 e na genealogia messiânica em Lucas 3:32. A versão da linhagem de Cristo em Mateus 1:5 inclui não somente o nome de Rute e do que é colocado na posição de pai de Boaz, Salmom, como também de sua mãe, Raabe. Embora haja probabilidade de que uma ou mais gerações faltem na árvore genealógica nesse ponto, para que a genealogia tenha um formato simétrico (Mt 1:17), é possível que a mãe de Boaz seja Raabe, a prostituta de Jericó (Js 2); isso pode significar que ele teria tanto uma mãe como uma esposa gentia.

2. O nome da coluna do lado esquerdo, construída no Templo de Salomão por Hirão (1Rs 7:21-2Cr 3:17). A da direita chamava-se Jaquim. A razão exata por que elas receberam esses nomes não é clara, embora possa ter algo a ver com o próprio significado dos nomes: Jaquim significa “Deus estabelecerá”; Boaz, “a força está nele”. A.B.L.


Boaz [Força;Firmeza]

Lavrador natural de Belém, descendente de Judá. Foi um dos antepassados de reis israelitas (Mt 1:5) e, finalmente, de Jesus Cristo. Casou-se com Rute, a moabita (Rt 4:1-13).


Força, firmeza. l. Um lavrador natural de Belém e descendente de Jacó. Foi um dos antepassados dos reis judaicos (Mt 1:5), e finalmente de Jesus Cristo. Era homem abastado, possuindo caráter reto, como se vê no justo tratamento para com a sua jovem parenta Rute, a moabita, cuja causa ele sustentou, e com quem casou. 2. Uma das colunas de bronze, levantadas no pórtico do templo de Salomão, e que tinha 18 côvados de altura (1 Rs 7.15 a
21) – era oca, e terminava num capitel ornamental com a altura de cinco côvados (2 Cr 3.17). As diferentes medidas, nas diversas narrativas, são devidas à inclusão ou exclusão do capitel.

boaz | s. m.

bo·az
(francês hautbois, de haut, alto + bois, madeira)
nome masculino

[Música] O mesmo que oboé.


Cevadas

fem. pl. part. pass. de cevar
fem. pl. de cevado
fem. pl. de cevada

ce·var -
(latim cibo, -are, alimentar, dar de comer)
verbo transitivo e pronominal

1. Dar ou ingerir alimento (ex.: com a seca é mais difícil cevar o gado; os leões cevam-se na sua presa). = ALIMENTAR, NUTRIR

verbo transitivo

2. Tornar gordo ou fazer a engorda de (ex.: cevar o porco para a matança). = ENGORDAR

3. Procurar satisfazer desejo ou necessidade (ex.: cevar a fome; cevar a curiosidade). = SACIAR

4. Figurado Dar estímulo ou incentivo (ex.: cevar o ódio). = ESTIMULAR, FOMENTAR, INCENTIVAR

5. Pôr isca em (ex.: cevar o anzol).

6. Atrair para enganar (ex.: cevar os incautos). = ENGODAR, ILUDIR

verbo pronominal

7. Encher-se, fartar-se.

8. Acumular bens ou riqueza. = ENRIQUECER, LOCUPLETAR-SEEMPOBRECER

Confrontar: sevar.

ce·va·do
nome masculino

1. Porco gordo.

adjectivo
adjetivo

2. Que esteve na ceva.

3. Figurado Saciado.


ce·va·da
(feminino de cevado)
nome feminino

1. Botânica Planta (Hordeum vulgare) da família das poáceas, com espigas de longas barbas, cultivada para a alimentação e para o fabrico da cerveja.

2. Grão dessa planta.

3. Bebida preparada com o pó desse grão, depois de torrado e moído (ex.: deixou de beber café, agora só toma cevada).


Colher

substantivo feminino Talher composto por uma parte côncava e por um cabo; talher que se usa para levar os alimentos à boca.
Utensílio de cozinha de mesma composição usado para servir pratos.
Colherada; a porção contida numa colher: colher de farinha.
Por Extensão Designação de diversos instrumentos de aspecto semelhante ao da colher: colher de pedreiro.
Colher de sopa. Colher cuja capacidade pode chegar aos 15ml.
verbo transitivo direto , bitransitivo e intransitivo Pronuncia-se: /côlher/. Separar os frutos, flores ou folhas da planta; realizar a colheita: colher o milho; colher a rosa da roseira; já é tempo de colher.
verbo transitivo direto e bitransitivo Recolher ou apanhar: colhia o excesso de sujeira; colhia do jardim a sujeira.
verbo transitivo direto Coletar; conseguir por recolhimento: colhia as doações.
Obter em retribuição a: com aquela atitude colheu desavenças.
Plantar; fazer o cultivo de: no próximo ano colherá arroz.
Etimologia (origem da palavra colher). Do latim colligare.

Moças

fem. pl. de moca
masc. pl. de moca
Será que queria dizer moças?

mo·ca |ó| |ó| 2
(Moca, topónimo, porto arábico)
nome masculino

1. Variedade de café.

2. Bebida que contém café.

Confrontar: moça, mossa.

mo·ca |ó| |ó| 1
(Moca, antropónimo)
nome feminino

1. Pedaço de madeira que serve de arma. = CACETE, CLAVA, MAÇA

2. [Informal] Cabeça, crânio.

3. [Informal] Coisa muito engraçada.

4. [Gíria] Asneira, tolice.

5. [Portugal, Informal] Efeito provocado pelo consumo de drogas. = PEDRA, PEDRADA

6. [Portugal, Informal] Designação informal da unidade monetária (ex.: os ténis custavam 150 mocas). [Mais usado no plural.]

7. [Brasil, Informal] Peta, zombaria.

Confrontar: moça, mossa.

mo·ça |ô| |ô|
(feminino de moço)
nome feminino

1. Pessoa nova do sexo feminino. = RAPARIGA

2. [Regionalismo] Criada.

3. [Brasil] Mulher virgem. = DONZELA

4. [Brasil, Calão, Depreciativo] Mulher que exerce a prostituição. = MERETRIZ, PROSTITUTA

5. [Brasil, Calão, Depreciativo] Mulher que mantém uma relação amorosa ou sexual estável ou regular com uma pessoa casada. = AMANTE, AMÁSIA, CONCUBINA

Confrontar: moca, mossa.

Sega

substantivo feminino Ato ou efeito de segar; ceifa.
A duração da ceifa.

Ceifa; cortar

Sega COLHEITA (Jr 8:20).

Sogra

sogra s. f. A mãe da mulher, em relação ao genro, ou a mãe do marido em relação à nora.

Trigos

masc. pl. de trigo

tri·go
(latim triticum, -i)
nome masculino

1. Botânica Género de plantas poáceas.

2. Grão dessas plantas.

3. [Portugal: Beira] Pão de trigo.

adjectivo
adjetivo

4. De trigo; feito de trigo (ex.: farinha triga; pão trigo).


separar o trigo do joio
Separar o que é bom do que é mau.

trigo sem joio
Coisa ou pessoa excelente.


Strongs

Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
Rute 2: 23 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

Assim, ela ajuntou-se bem próximo com as moças de Boaz, para colher até que a ceifa das cevadas e a ceifa dos trigos se acabou; e morava com a sua sogra.
Rute 2: 23 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

1140 a.C.
H1162
Bôʻaz
בֹּעַז
antepassado de Davi, parente resgatador de Rute, nora de Noemi
(Boaz)
Substantivo
H1692
dâbaq
דָּבַק
grudar-se a, colar, permanecer junto, unir-se, manter-se próximo, juntar-se a, permanecer
(and shall cleave)
Verbo
H2406
chiṭṭâh
חִטָּה
trigo
(of wheat)
Substantivo
H2545
chămôwth
חֲמֹות
colocar fogo, iluminar, queimar
(do they light)
Verbo - presente indicativo ativo - 3ª pessoa do plural
H3427
yâshab
יָשַׁב
e morava
(and dwelled)
Verbo
H3615
kâlâh
כָּלָה
realizar, cessar, consumir, determinar, acabar, falhar, terminar estar completo, estar
(and were finished)
Verbo
H3950
lâqaṭ
לָקַט
apanhar, juntar, respigar, recolher
(Gather)
Verbo
H5291
naʻărâh
נַעֲרָה
menina, moça, serva
(that the young woman)
Substantivo
H5704
ʻad
עַד
até
(until)
Prepostos
H7105
qâtsîyr
קָצִיר
ceifa, colheita
(and harvest)
Substantivo
H8184
sᵉʻôrâh
שְׂעֹרָה
cevada
(and the barley)
Substantivo
H854
ʼêth
אֵת
de / a partir de / de / para
(from)
Prepostos


בֹּעַז


(H1162)
Bôʻaz (bo'-az)

01162 בעז Bo az̀

procedente de uma raiz não utilizada de significado incerto, grego 1003 βοος; n pr m Boaz = “rapidez”

  1. antepassado de Davi, parente resgatador de Rute, nora de Noemi
  2. nome da coluna esquerda das duas colunas de 18 côvados de altura erguidas no pórtico do templo de Salomão

דָּבַק


(H1692)
dâbaq (daw-bak')

01692 דבק dabaq

uma raiz primitiva; DITAT - 398; v

  1. grudar-se a, colar, permanecer junto, unir-se, manter-se próximo, juntar-se a, permanecer com, seguir de perto, juntar-se a, alcançar, pegar
    1. (Qal)
      1. grudar-se a, unir-se a
      2. permanecer com
    2. (Pual) ser reunido
    3. (Hifil)
      1. levar a unir-se a
      2. perseguir de perto
      3. alcançar
    4. (Hofal) ser levado a unir-se

חִטָּה


(H2406)
chiṭṭâh (khit-taw')

02406 חטה chittah

de derivação incerta; DITAT - 691b; n f

  1. trigo
    1. trigo (planta)
    2. farinha de trigo

חֲמֹות


(H2545)
chămôwth (kham-oth')

02545 חמות chamowth ou (forma contrata) חמת chamoth

procedente de 2524; DITAT - 674b; n f

  1. sogra, mãe do marido

יָשַׁב


(H3427)
yâshab (yaw-shab')

03427 ישב yashab

uma raiz primitiva; DITAT - 922; v

  1. habitar, permanecer, assentar, morar
    1. (Qal)
      1. sentar, assentar
      2. ser estabelecido
      3. permanecer, ficar
      4. habitar, ter a residência de alguém
    2. (Nifal) ser habitado
    3. (Piel) estabelecer, pôr
    4. (Hifil)
      1. levar a sentar
      2. levar a residir, estabelecer
      3. fazer habitar
      4. fazer (cidades) serem habitadas
      5. casar (dar uma habitação para)
    5. (Hofal)
      1. ser habitado
      2. fazer habitar

כָּלָה


(H3615)
kâlâh (kaw-law')

03615 כלה kalah

uma raiz primitiva; DITAT - 982,983,984; v

  1. realizar, cessar, consumir, determinar, acabar, falhar, terminar estar completo, estar realizado, estar terminado, estar no fim, ser encerrado, ser gasto
    1. (Qal)
      1. estar completo, estar no fim
      2. estar completo, estar terminado
      3. ser realizado, ser cumprido
      4. ser determinado, ser conspirado (mau sentido)
      5. ser gasto, ser usado
      6. desperdiçar, estar exausto, falhar
      7. chegar ao fim, desaparecer, perecer, ser destruído
    2. (Piel)
      1. completar, chegar ao fim, terminar
      2. completar (um período de tempo)
      3. terminar (de fazer algo)
      4. concluir, encerrar
      5. realizar, cumprir, efetuar
      6. realizar, determinar (em pensamento)
      7. colocar um fim em, fazer cessar
      8. fazer falhar, exaurir, usar, gastar
      9. destruir, exterminar
    3. (Pual) estar encerrado, estar terminado, estar completo

לָקַט


(H3950)
lâqaṭ (law-kat')

03950 לקט laqat

uma raiz primitiva; DITAT - 1125; v

  1. apanhar, juntar, respigar, recolher
    1. (Qal)
      1. apanhar, recolher
      2. respigar
    2. (Piel)
      1. apanhar, recolher
      2. receber (dinheiro)
      3. respigar
    3. (Pual) ser ajuntado
    4. (Hitpael) ajuntar-se

נַעֲרָה


(H5291)
naʻărâh (nah-ar-aw')

05291 נערה na arah̀

procedente de 5288; DITAT - 1389c; n f

  1. menina, moça, serva
    1. menina, moça, menina pequena
      1. referindo-se à mulher jovem, moça em idade de casar, concubina, prostituta
    2. criada, acompanhante, serva

עַד


(H5704)
ʻad (ad)

05704 עד ̀ad

propriamente, o mesmo que 5703 (usado como prep, adv ou conj); DITAT - 1565c prep

  1. até onde, até, até que, enquanto, durante
    1. referindo-se a espaço
      1. até onde, até que, mesmo até
    2. em combinação
      1. de...até onde, ambos...e (com ’de’, no sentido de origem)
    3. referindo-se ao tempo
      1. até a, até, durante, fim
    4. referindo-se a grau
      1. mesmo a, ao ponto de, até mesmo como conj
  2. até, enquanto, ao ponto de, mesmo que

קָצִיר


(H7105)
qâtsîyr (kaw-tseer')

07105 קציר qatsiyr

procedente de 7114; DITAT - 2062a,2062b; n. m.

  1. ceifa, colheita
    1. processo de colheita
    2. safra, o que é colhido ou ceifado
    3. época de colheita
  2. galhos, ramos

שְׂעֹרָה


(H8184)
sᵉʻôrâh (seh-o-raw')

08184 שערה s e ̂ orah̀ ou שׁעורה s e ̂ owrah̀ (no fem. significa planta) e (no masc. significa grão); também שׁער s ̂e or où שׁעור s e ̂ owr̀

procedente de 8175 no sentido de aspereza; DITAT - 2274f; n. f.

  1. cevada
    1. cevada (referindo-se à planta)
    2. cevada (alimento ou grão)

אֵת


(H854)
ʼêth (ayth)

0854 את ’eth

provavelmente procedente de 579; DITAT - 187; prep

  1. com, próximo a, junto com
    1. com, junto com
    2. com (referindo-se a relacionamento)
    3. próximo (referindo-se a lugar)
    4. com (poss.)
    5. de...com, de (com outra prep)