Enciclopédia de Gênesis 28:3-3

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

gn 28: 3

Versão Versículo
ARA Deus Todo-Poderoso te abençoe, e te faça fecundo, e te multiplique para que venhas a ser uma multidão de povos;
ARC E Deus Todo-poderoso te abençoe, e te faça frutificar, e te multiplique, para que sejas uma multidão de povos;
TB Deus Todo-Poderoso te abençoe, te faça frutificar e te multiplique, para que venhas a ser uma multidão de povos;
HSB וְאֵ֤ל שַׁדַּי֙ יְבָרֵ֣ךְ אֹֽתְךָ֔ וְיַפְרְךָ֖ וְיַרְבֶּ֑ךָ וְהָיִ֖יתָ לִקְהַ֥ל עַמִּֽים׃
BKJ E o Deus Todo-Poderoso te abençoe, e te faça frutífero, e te multiplique, para que tu possas ser uma multidão de povos,
LTT E Deus Todo-Poderoso te abençoe, e te faça frutificar, e te multiplique, para que sejas uma multidão de povos;
BJ2 Que El Shaddai te abençoe, que ele te faça frutificar e multiplicar, a fim de que te tornes uma assembléia de povos.
VULG Deus autem omnipotens benedicat tibi, et crescere te faciat, atque multiplicet, ut sis in turbas populorum.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Gênesis 28:3

Gênesis 1:28 E Deus os abençoou e Deus lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra.
Gênesis 9:1 E abençoou Deus a Noé e a seus filhos e disse-lhes: frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra.
Gênesis 13:16 E farei a tua semente como o pó da terra; de maneira que, se alguém puder contar o pó da terra, também a tua semente será contada.
Gênesis 17:1 Sendo, pois, Abrão da idade de noventa e nove anos, apareceu o Senhor a Abrão e disse-lhe: Eu sou o Deus Todo-Poderoso; anda em minha presença e sê perfeito.
Gênesis 22:17 que deveras te abençoarei e grandissimamente multiplicarei a tua semente como as estrelas dos céus e como a areia que está na praia do mar; e a tua semente possuirá a porta dos seus inimigos.
Gênesis 24:60 E abençoaram Rebeca e disseram-lhe: Ó nossa irmã, sejas tu em milhares de milhares, e que a tua semente possua a porta de seus aborrecedores!
Gênesis 35:11 Disse-lhe mais Deus: Eu sou o Deus Todo-Poderoso; frutifica e multiplica-te; uma nação e multidão de nações sairão de ti, e reis procederão de ti.
Gênesis 41:52 E o nome do segundo chamou Efraim, porque disse: Deus me fez crescer na terra da minha aflição.
Gênesis 43:14 E Deus Todo-Poderoso vos dê misericórdia diante do varão, para que deixe vir convosco vosso outro irmão, e Benjamim; e eu, se for desfilhado, desfilhado ficarei.
Gênesis 48:3 E Jacó disse a José: O Deus Todo-Poderoso me apareceu em Luz, na terra de Canaã, e me abençoou,
Êxodo 6:3 E eu apareci a Abraão, e a Isaque, e a Jacó, como o Deus Todo-Poderoso; mas pelo meu nome, o Senhor, não lhes fui perfeitamente conhecido.
Salmos 127:1 Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela.
Salmos 127:3 Eis que os filhos são herança do Senhor, e o fruto do ventre, o seu galardão.
II Coríntios 6:18 e eu serei para vós Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso.
Apocalipse 21:22 E nela não vi templo, porque o seu templo é o Senhor, Deus Todo-Poderoso, e o Cordeiro.

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras

Não foram encontradas referências em Outras Obras.

Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Gênesis Capítulo 28 do versículo 1 até o 22
5. A Incumbência de Achar uma Esposa (28:1-9)

A crítica feita por Rebeca acerca das esposas de Esaú convenceu Isaque (1) de que não deveria mais haver noras pagãs. Ao mesmo tempo, ele não percebeu que Rebeca estava tendo sucesso em encobrir um esquema para afastar Jacó da presença de Esaú.

O velho pai chamou a Jacó, e abençoou-o, e ordenou-lhe que voltasse à pátria dos seus ancestrais para achar uma mulher (2) como esposa. Desta vez, por escolha e não por ignorância, Isaque concedeu a Jacó outra bênção que o Deus Todo-poderoso (3) lhe daria, prometendo uma posteridade numerosa. As promessas do concerto feitas a Abraão de semente e terra (4) foram essencialmente repetidas. Agora, franca e incon-testavelmente, Jacó era o portador do concerto para a nova geração. Sua partida do círculo familiar foi justificada à vista de todos.

Vendo, pois, Esaú (6) que a nova condição de Jacó estava ligada à sua disposição em tomar uma esposa dentre os parentes em Padã-Arã (5), novas idéias lhe surgiram. Talvez ele conseguisse recuperar a estima dos pais se tomasse uma esposa dentre paren-tes próximos. Mas ele não estava interessado em quem estava em terras distantes; pre-sumiu que as filhas de Ismael serviriam. Não se deu conta de que, se assim fosse, Jacó teria sido enviado a Ismael. O silêncio no versículo 9 após o relato do ato de Esaú fala com eloqüência.

O papel de Rebeca na vida de Isaque começou em alto nível, mas deteriorou até chegar às profundezas do engano e do medo. Quando Rebeca aparece nas páginas da Bíblia ela brilha como modelo de pureza (24.16), hospitalidade (24.18), boa vontade em trabalhar sem pensar em recompensa (24.19,20), capacidade de tomar decisões segundo a vontade manifesta de Deus (24.58). Foi corajosa ao trilhar caminhos não percorridos dando-se a um noivo desconhecido (24,67) e hábil em consolar um homem solitário (24.67). Demonstrou pronta disposição em buscar a ajuda de Deus e aceitar sua palavra (25.22,23).
Conforme os filhos cresciam, Rebeca foi mudando. Reagiu à preferência de Isaque por Esaú concentrando seu afeto em Jacó (25.28). Na hora da dificuldade, quando ouviu os planos de Isaque abençoar Esaú, ela caiu moralmente aos pedaços. Toda sua desenvoltura, a capacidade de tomar decisões rápidas e planejar um curso de ação, foi deformada pelo medo — medo de que o seu filho preferido não fosse devidamente reconhecido. Entregou-se aos dispositivos do engano (27:6-17) e aos estratagemas inteligentes perfeitamente camu-flados por professa preocupação em uma companheira adequada para Jacó (27.46), mas na realidade motivado por interesses egoístas: "Por que seria eu desfilhada?" (27,45) Planejava chamar Jacó de volta para casa (27.45), mas a visão que teve do filho favorito indo embora foi a última imagem dele. Seus últimos dias devem ter sido vazios e tristes.
A vida de Isaque foi poupada, e em 35.28,29 está registrada sua morte com a idade madura de 180 anos. Mas com a partida de Jacó para Padã-Arã, Isaque também saiu da cena dos procedimentos ativos de Deus com os portadores do concerto patriarcal.

Embora de temperamento diferente em relação a Abraão, seu pai, ou a Jacó, seu filho, Isaque foi um homem que Deus usou a seu modo. Nascido como filho da promessa, Isaque poderia ter sido arrogante. Mas toda vez que ele aparece na história do andar de Abraão com Deus ele é retratado como submisso (22.6,9), possuidor de uma confiança juvenil no pai e em Deus (22.7,8). Ele não interferiu nos esforços de Abraão obter uma esposa para ele. Este episódio descreve que ele era meditativo (24,63) e capaz de amor tenro por sua finada mãe e por sua noiva (24.67). Ele sabia orar (25.21; 26.25).

SEÇÃO V

JACÓ, O HOMEM QUE DEUS REFEZ

Gênesis 28:10-35.29

Jacó andou sozinho em um mundo estranho. Deixou para trás um pai envelhecido, que não percebeu que seu favoritismo por Esaú poderia tê-lo levado a contrariar a vontade de Deus, conforme foi revelada a Rebeca (25.23). Deixou para trás um irmão amargurado e enraivecido que, não tendo senso dos verdadeiros valores, só pensava em ter sido roubado pelo esperto Jacó. Deixou para trás uma mãe perturbada que, sabendo algo da vontade de Deus para Jacó, complicou o propósito divino por meio de subterfúgio mal planejado.

Mas Jacó não ficou sozinho por muito tempo; Deus o encontrou, e uma moça também o encontrou. Afligiram-lhe o coração um arranjo matrimonial contrário ao seu gosto e um sogro não muito confiável. Não obstante, Deus o conduziu por uma experiência nova e transformadora, uma reconciliação com o irmão, em padrões de luz e sombra que lentamente fortaleceram e amadureceram seu caráter diante de Deus.

A. CONFRONTADO POR DEUS, 28:10-22

As principais visitações de Deus a Jacó foram dramáticas e perturbadoras. O incidente em Betel não foi exceção; ele não esperava o que aconteceu naquela noite, nem jamais ia esquecer o significado do que lhe ocorrera. Antes desse episódio, pare-ce que Jacó nunca teve muita consideração pela vontade de Deus para ele. Depois dessa experiência, sua vida foi dominada por um interesse profundo pela vontade divina.

  • Um Travesseiro Duro (28.10,11)
  • A viagem para Harã (10; ver Mapa

    1) superava 480 quilômetros e a distância a um lugar (11) era de cerca de 110 quilômetros de Berseba. Visto que a noite já caíra e ele estava cansado, Jacó fez uma cama rudimentar no chão, reunindo algumas pedras (11) para fazer a vez de cabeceira (mera ashotaw; lit., "apoio para a cabeça"). A história não dá indicação de que Jacó esperava ou buscava uma experiência espiritual incomum.

  • A Visita Surpresa (28:12-15)
  • O sonho veio sem induzimento humano e seu conteúdo foi dado pelo SENHOR (13), que o dominou. A escada (12) era ligação visual entre o terrestre e o divino. Os anjos de Deus eram os mensageiros, a linha de comunicação entre o homem e Deus. Não havia imagem de Deus no sonho, apenas a consciência de uma relação soberana de Deus que está em cima (13) de tudo. O elemento surpresa é enfatizado por uma visão em três partes na descrição do sonho (12,13).

    Nas visitações de Deus ao homem no período do concerto, é comum haver uma decla-ração introdutória que identifica aquele que fala primeiro. Neste caso, o Orador deixou claro que Ele era o mesmo que havia visitado o avô de Jacó, Abraão, e seu pai, Isaque. Aqui não está envolvido o politeísmo. Em cada exemplo, o mesmo Deus era o Comunicador do concerto.
    O teor das promessas de Deus permaneceu o mesmo. A terra (13) em que Jacó estava deitado era um presente de Deus. Não apenas para ele, mas para sua semente (14), que se multiplicaria como o pó da terra, sem poder ser contada, e como a agulha da bússola que se move a todas as direções do mundo. Isto acarretaria interação com outras nações e, como se deu com Abraão (12.3), era da vontade de Deus que essas interações fossem benditas, ou seja, contribuíssem para o bem-estar e esclarecimento espiritual.

    Muitas das promessas tinham significação mais pessoal. Como Isaque (26.24), Jacó deveria conhecer a presença íntima do Senhor, mas um novo padrão também foi estabe-lecido. Jacó estava saindo, mais voltaria — seqüência que seria repetida muitas vezes na história dos seus descendentes. A estabilidade da presença de Deus estava ligada com sua fidelidade em pôr em prática seus propósitos nos assuntos dos homens.

  • A Resposta de Jacó (28:16-22)
  • O sonho e a mensagem acordaram Jacó, deixando-o plenamente desperto e ciente de ter tido um encontro com Deus, para o qual não estava nem um pouco preparado. O medo tomou conta do seu coração. Para ele, o lugar era terrível (17), ou seja, dava medo. Nitidamente apreendeu o sobrenatural, mas, ao mesmo tempo, não perdeu a razão. Es-tava totalmente consciente de que algo muito incomum havia acontecido e que envolvia Deus. Os termos para esta experiência foram Casa de Deus (Betel) e porta dos céus.

    Jacó respondeu com três ações significativas. A primeira foi de natureza ritualista. Para comemorar a ocasião, a pedra (18) foi posta em pé e ungida com azeite. Fez isto não porque era homem primitivo que acreditava que as pedras tinham espírito, mas pelo fato de estar convencido da integridade do seu encontro com Deus e desejoso de testemunhar dessa fé. O segundo ato foi renomear o lugar para colocar o nome em concordância com a nova experiência. Para Jacó, Luz (19) não dizia nada, mas Betel nunca perderia sua significação. O terceiro ato foi um compromisso selado com um voto (20). Pelo motivo de a primeira palavra que Jacó proferiu ter sido condicional: Se Deus for comigo, há quem o retrate estar em árdua barganha com o Todo-poderoso, muito semelhante com suas negociações com Esan.1Mas o contexto descreve Jacó como homem que foi quebrantado por Deus. Ele estava pronto a nivelar as promessas imere-cidas com uma declaração voluntária de lealdade a Deus. Ao aceitar que a auto-revela-ção de Deus foi genuína e em reconhecimento de sua soberania, Jacó estava disposto a dar o dízimo (22) para Deus.'

    Em 28:10-22, descobrimos o "Encontro Inesperado com Deus".

    1) 0 pano de fundo da história, 27:1-28.9;

    2) Uma revelação inesperada, 10,11;

    3) Descobrindo a ligação entre a terra e o céu, 12-15;

    4) Resposta certa à revelação de Deus, 16-22 (A. F. Harper).


    Champlin

    Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
    Champlin - Comentários de Gênesis Capítulo 28 versículo 3
    Deus Todo-Poderoso:
    Hebr. El Shadai; ver Gn 17:1,

    Genebra

    Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
    Genebra - Comentários de Gênesis Capítulo 28 do versículo 1 até o 22
    *

    28.1, 2 Os mandamentos negativos e positivos correspondem aos de Abraão (24.3-4).

    * 28.1 dando-lhe a sua bênção. Ver nota em 27.7. A primeira bênção (27.27-29) determinou a sucessão patriarcal; esta explicitamente liga Jacó às bênçãos da aliança com Abraão (17.1-8).

    * 28.2 Padã-Arã. Ver nota em 25.20.

    * 28.3 Deus Todo-poderoso. Ver nota em 17.1.

    uma multidão de povos. Ver 17.5 e nota; 35.11.

    *

    28.4 possuas. O verbo em hebraico aqui pode significar “apossar-se por força”, talvez antecipando o conceito da guerra santa contra os cananeus (15.16; Êx 23:22-33).

    * 28.6-9 Agindo por rivalidade contra seu irmão (v. 6) e por um desejo de agradar a seu pai (v. 8), Esaú buscou uma nova esposa entre seus parentes, a família de Ismael (v. 9). Até mesmo nesta tentativa de agradar faltou-lhe percepção espiritual porque Ismael era a descendência natural rejeitada de Abraão (17.18-21; 21.12, 13).

    * 28.10-22 O Senhor apareceu a Jacó e lhe deu promessas em momentos cruciais da sua vida: durante sua fuga para Padã-Arã (28.10-22), no seu retorno para confrontar Esaú (32.1, 2, 22-32) e quando Jacó sofreu ameaças dos filhos de Labão (31.1-3) e dos cananeus (35.1-15).

    * 28.11 fê-la seu travesseiro. Este termo hebraico é traduzido como “à sua cabeça” em 1Sm 26:7. Ao invés de servir como travesseiro, a pedra pode ter protegido sua cabeça.

    *

    28.12 escada. Provavelmente uma vasta rampa de pedras com degraus. A frase “cujo topo atingia o céu” lembra a descrição da torre de Babel (11.4). Jacó pode ter visto um zigurate. Ver notas em 11:1-9 e 11.5.

    terra… céu… subiam… desciam. O sonho de Jacó de um lugar de encontro entre céu e terra prenuncia a Jesus Cristo, o Deus-Homem que reúne céu e terra (Jo 1:51 e nota). Através de Cristo, o único “mediador entre Deus e os homens” (1Tm 2:5), nós temos acesso ao Pai (Ef 2:18).

    anjos de Deus. Ver “Anjos”, índice.

    * 28.13 Perto dele estava o SENHOR. Pela resposta de Jacó no v. 16, “Na verdade, o SENHOR está neste lugar” parece que Deus desceu a escada e permaneceu sobre Jacó.

    Eu sou o SENHOR. Ver nota em 27.20.

    A terra em que agora estás deitado. A promessa de Deus foi adaptada à situação imediata.

    descendência. O hebraico aqui pode ser traduzido por “semente” (12.7, nota e referência lateral; 13.15, referência lateral). A linguagem dos vs. 13-15 nitidamente relembra as promessas de Deus a Abraão (conforme 12.3; 13 14:16).

    * 28:14

    serão abençoadas. Ver nota em 12.3; 18.18; 22.18.

    * 28.15 Eis que eu estou contigo. Ver 26.3; Ex 3:12; Sl 23; 46; Hb 13:5. As promessas deste verso dizem respeito à vida inteira de Jacó na terra.

    onde quer que fores. Em contraste com as deidades pagãs cujo poder se pensava estar ligado a certas localidades.

    até cumprir. O hebraico significa apenas que a promessa se cumprirá, não que será mudada depois de seu cumprimento.

    *

    28.17 temendo. O temor na adoração diante da presença de Deus é algo apropriado (Ex 3:6; 19:16; Sl 2:11).

    * 28.18 coluna. Um testemunho e monumento chamando a atenção para a importância do lugar (conforme 31:45-59).

    entornou azeite. Um ato de consagração (35.14; Êx 40:9; 2Sm 1:21).

    * 28.20-22 O mais longo voto registrado no Antigo Testamento.

    * 28.20 Se Deus for comigo. A reação de Jacó se contrasta notavelmente com a de Abraão (15:6). Embora a jornada de fé de Jacó tivesse começado, ele ainda tinha muito a caminhar. Note que as promessas incondicionais de Deus nos vs. 13-15 são agora transformadas em uma chantagem: se Deus fizer a parte dele, então Jacó o reconhecerá como Deus (v. 21). Deus soberanamente escolheu a Jacó no ventre (25.23 e nota), e agora ele graciosamente dá a promessa patriarcal totalmente independente da fé de Jacó; esta também deve ser uma dádiva de Deus (17.2, nota).

    *

    28.22 darei o dízimo. Ver nota em 14.20.


    Matthew Henry

    Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
    Matthew Henry - Comentários de Gênesis Capítulo 28 do versículo 1 até o 22
    28:9 Ismael era o meio irmão do Isaque. Era o filho do Abraão e Agar, sirva-a da Sara (16.1-4, 15). depois de casar-se com duas estrangeiras (26.34), Esaú esperava que seu matrimônio com moças da família do Ismael agradasse a seus pais 1saque e Blusa de lã.

    28.10-15 Ao Jacó lhe ofereceu também a promessa do pacto de Deus com o Abraão e Isaque. Mas não bastava sendo o neto do Abraão. Jacó teve que estabelecer uma relação pessoal com Deus. Deus não tem netos: todos temos que estabelecer uma relação pessoal com O. Não basta escutar histórias maravilhosas a respeito dos cristãos de nossa família. Cada qual tem que chegar a ser parte da história (veja-se Gl 3:6-7).

    28:19 Betel estava aproximadamente 16 km ao norte de Jerusalém e 96 km ao norte da Beerseba, onde viviam seus pais. Foi ali onde Abraão ofereceu um de seus primeiros sacrifícios a Deus ao entrar em país. Ao princípio, Betel foi um importante centro de adoração; mais tarde foi um centro de adoração idólatra. O profeta Oseas condenou suas práticas ímpias.

    28.20-22 Tratava Jacó de regatear com Deus? É possível que, ao não saber como adorar e servir a Deus, tratasse-o como a um servente que realiza um serviço em troca de uma gorjeta. Ou é possível que Jacó não estivesse regateando a não ser oferecendo seu futuro a Deus. Possivelmente lhe estava dizendo: "Já que me benzeste, seguirei-te". Já seja que Jacó estivesse regateando ou oferecendo-se, Deus o benzeu. Mas Deus ainda tinha algumas lições difíceis que Jacó devia aprender.


    Wesley

    Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
    Wesley - Comentários de Gênesis Capítulo 28 do versículo 1 até o 22
    C. A história de Jacó (28: 1-36: 43)

    1. Jacó Flight (28: 29/Gn 1:14)

    1 E Isaque chamou Jacó, e abençoou-o, e lhe ordenou, e disse-lhe: Não tomes mulher dentre as filhas de Ct 2:1 Levanta-te, vai a Padã-Arã, à casa de Betuel, pai de tua mãe; e te dê uma mulher dali das filhas de irmão Laban tua Mt 3:1 E Deus Todo-Poderoso te abençoe e te faça frutificar, e te multiplique, para que sejas uma multidão de povos; 4 e te dê a bênção de Abraão, a ti e à tua descendência contigo; para que possas herdar a terra de tuas peregrinações, que Deus deu a Abraão. 5 Assim despediu Isaque a Jacó, o qual foi a Padã-Arã, a Labão, filho de Betuel, arameu, irmão de Rebeca, mãe de Jacó e de Esaú.

    6 Agora, viu Esaú que Isaque abençoou Jacó e mandou para Padã-Aram, para levá-lo a mulher dali; e que, abençoando-o, lhe ordenara, dizendo: Não tomarás mulher dentre as filhas de Canaã, 7 e que Jacó, obedecendo a seu pai ea sua mãe, e se fora a Padã-Aram: 8 e Esaú viu que as filhas de Canaã não agradou Isaque seu pai, 9 e foi Esaú a Ismael, e tomou, além das mulheres que ele teve, Mahalath a filha do filho de Ismael Abraão, irmã de Nebaiote, para ser sua esposa.

    Aparentemente Rebekah não é necessário fazer quaisquer sugestões concretas para Isaque. Ela já havia dito Jacó o que ele precisava para fazer (27: 43-45 ), arranjando para trazê-lo de volta quando era seguro. Mas ela sabia que o funcionamento da mente de seu marido também. Por apenas com a menção da necessidade de uma esposa de Jacó, Isaque chamou e fez a mesma sugestão que Rebeca tinha feito, mas por um motivo diferente. Ele sugeriu que Jacó retorno ao país de origem para tomar uma mulher de sua própria família. E abençoou Jacó mais uma vez, de se comprometer totalmente a ele desta vez a herança da família, a bênção de Abraão , incluindo o direito de herdar Canaã. Sem dúvida, Rebeca tinha compartilhado com Isaque agora o que Deus lhe havia dito antes do nascimento dos dois rapazes. A história toda foi, provavelmente, conhecido agora sobre a negociação do direito de primogenitura. Esaú já havia se casado fora da família, e Isaque estava agora convencido de que Jacó era o representante escolhido de Deus. Então Jacó foi enviado para a casa de Labão, irmão de Rebeca.

    Uma breve nota aparece neste momento na narrativa no sentido de que, quando Esaú soube da jornada e da missão de Jacó, ele procurou compensar seu erro anterior ao se casar com a filha de Ismael. Ele, claro, tenho ele em nenhum lugar em reparar o passado. E o que uma fundação pobre para um casamento-o ódio frustrado do marido para com o irmão!

    b. A Heavenly Vision-primeira promessa (28: 10-22)

    10 E Jacó de Berseba, e foi a Harã. 11 e acendeu a um lugar, e passaram ali a noite toda, porque o sol era posto; e tomou uma das pedras do lugar, e colocá-lo sob a sua cabeça, e deitou-se naquele lugar para dormir. 12 E sonhou; e eis uma escada posta na terra, cujo topo chegava ao céu; . e eis que os anjos de Deus subindo e descendo por ela 13 E eis que o Senhor estava em cima dela, e disse: Eu sou o Senhor, o Deus de Abraão teu pai, e Deus de Isaque; esta terra em que estás deitado, te hei de dar a ti, e à tua descendência; 14 e tua descendência será como o pó da terra, e tu lhe estendeu para o oeste, e para o oriente, para o norte e para o sul; e em ti e na tua semente todas as famílias da terra serão abençoadas. 15 E eis que eu estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei tornar a esta terra; . Porque eu não te deixarei, até que eu tenha feito o que eu falei para ti Dt 16:1 E Jacó despertou do seu sono, e disse: Realmente o Senhor está neste lugar; e eu não o sabia. 17 E temeu, e disse: Quão terrível é este lugar! este não é outro senão a casa de Deus, e esta é a porta dos céus.

    18 E Jacó levantou-se de manhã cedo, tomou a pedra que tinha posto debaixo da cabeça, e configurá-lo para uma coluna, e derramou azeite em cima dela. 19 E chamou o nome daquele lugar Beth- el: mas o nome da cidade era de Luz na primeira. 20 E Jacó fez um voto, dizendo: Se Deus for comigo, e me guardar nesta viagem que faço, e me der pão para comer, e vestes para vestir, 21 para que eu volte para a casa do meu pai em paz, eo Senhor será o meu Deus, 22 então esta pedra que tenho posto por coluna será casa de Deus; e de tudo que tu hás dá-me eu te darei o dízimo ti.

    A partir de Beersheba a Luz foi approxmately viagem a-dia três. Aparentemente Rebeca conseguiu a partida real de Jacó, pois parece ter sido feito à pressa. Caso contrário, teria sido estranho para o filho escolhido de uma família rica que embarcaram em uma viagem assim, sem servos de acompanhamento. A imagem é um dos solidão completa. Sem dúvida, Jacó teve ampla oportunidade para pensar durante esses três dias. Ele encontrou-se odiado por seu irmão e exilado de seus pais e tudo o que lhe era familiar. Ele foi confrontado com todos os perigos e incertezas de uma longa jornada em uma era sem lei entre as pessoas que estavam mais propensos a ser hostil do que amigável. Sem dúvida, ele começou a se perguntar sobre o "sucesso" de suas intrigas e a "sabedoria" de sua ambição desenfreada. Ele provavelmente compartilhada mais a sério no início questão de Esaú sobre o valor presente do direito de primogenitura ea bênção. Parece certo que no momento em que Jacó chegou a Luz que estava completamente desiludido com ele mesmo e seu futuro. Ele era de fato no final do mesmo.

    Na noite descrito nas Escrituras, Jacó chegar às proximidades da antiga cidade de Luz. É impossível dizer se a cidade realmente tinha sido estabelecida ainda. Mas se é assim, quer Jacó não muito alcançá-lo antes de os portões fechados ou que ele escolheu para tomar suas chances no aberto, em vez de entre estranhos. A área foi extremamente rochoso e, por estranho que pareça, em um dia de almofadas de espuma de borracha, Jacó simplesmente seguiu um costume comum de viajantes em seu dia-a-apoiando a cabeça em uma pedra.

    Não é de estranhar que Jacó sonhou naquela noite. Sem dúvida, sua consciência foi despertada. Sem dúvida, ele se assustou com as incertezas que ele enfrentou. A área em que ele dormia foi cercado por pilhas de ledgelike rochas que alguns pensaram sugeriu aos olhos físicos a forma de escadas gigantes subindo para o céu. Até que ponto Deus usou esses meios naturais para revelar-se a Jacó que não podemos ter certeza. Mas é evidente que esse sonho era muito mais do que apenas um outro sonho.

    Em seu sonho, Jacó viu uma escada que chegava da terra ao céu, com os anjos de Deus subindo e descendo por ela . Acima dele estava o Senhor, que se identificou como o Deus de Abraão e Isaque. O Senhor falou a Jacó, dando a ele a promessa cheia anteriormente proferida aos outros dois patriarcas, confirmando assim as bênçãos de Isaque de Jacó. Quando Jacó acordou, ele foi surpreendido em primeiro lugar, em seguida, assustada. Sua surpresa foi devido à sua ignorância pessoal de Jeová. Sem dúvida, ele tinha ouvido falar de Isaque a história das revelações anteriores. Mas a vida de Jacó se a este ponto não demonstraram conhecimento pessoal com o Deus de pureza, que ordenou a Abraão que andar diante dEle e ser perfeito. Além disso, as nações pagãs ao redor de Jacó pensou em seus deuses como divindades locais, exercendo a sua autoridade apenas sobre uma cidade ou vila ou país pequeno. É bem possível que Jacó pensou nos mesmos termos sobre Deus de Isaque. Ele pensou que o Senhor tinha sido deixado em Beersheba. Seu sonho convenceu do contrário. O medo de Jacó era o medo natural que um homem pecador se sente sempre na presença de um Deus santo.

    Jacó declarou este lugar para ser a casa (Beth) de Deus (el ). Este nome substituído mais tarde que de Luz. Ele também tomou o travesseiro de pedra, configurá-lo como um pilar, e derramou azeite em cima dela. Tal criação de pedras para marcar um local de culto, e o derramamento de óleo sobre eles como um ato de adoração é um costume conhecido por ter sido usado por muitos povos antigos. Jacó pode muito bem ter visto os seus vizinhos pagãos se engajar em tais práticas, ou mesmo se curvando a essas pedras como rudes ídolos. Mas isso não era a adoração de ídolos, para ele. Havia algo tão sagrado sobre este ponto que ele deve comemorar o que tinha ocorrido.

    Jacó foi esmagada na bênção histórico e garantia pessoal de que Deus lhe dera. Ele havia sido prometido multiplicado descendentes-a promessa feita a Abraão, quando ele não tinha filhos e, agora, dada a Jacó, quando ele não era nem casado, e quando seus atuais circunstâncias ameaçado um fim ao seu futuro. Ele também havia sido prometido que ele seria um meio de bênção para todas as nações. Tudo o que ele tinha planejava levar, Deus agora diz-lhe que é para ser seu por determinação divina. Mas com ele viria uma tremenda responsabilidade. Por que ele não estava a receber esta herança espiritual fabuloso simplesmente para auto-satisfação, mas para o serviço da humanidade. E Deus lhe disse que ele seria seu companheiro constante a partir deste momento, nunca deixando-o até que concluiu que o que havia prometido. Jacó tinha tido conhecimento de seu erro; agora ele encontrou a sua vida nas mãos de um Deus santo que concebidos para fazer dele um servo adequado para o Seu serviço. Ele tinha sido consciente de sua solidão; agora ele foi assegurado de um Guia divino que iria vê-lo com segurança através de sua jornada e devolvê-lo para a terra prometida.

    Quando Deus fez sua aliança com Abraão e Isaque, Ele tinha estipulado as condições. Na medida em que as Escrituras revelam, eles não disseram nada. Mas personalidades diferentes exigem diferentes tipos de experiências religiosas. Jacó não tinha sido um homem religioso, mas sim um pecador deep-tingido. Ele sentiu que ele deve expressar-se, que as promessas de Deus deve chamar-se dele alguma resposta. Ele começou por repetir algumas das disposições da promessa divina, mas em um grau muito menor do que Deus lhes deu. Ele foi acusado de tentar barganhar com Deus aqui como ele estava acostumado a fazer com os outros. Mas ele é um pouco dizendo que o Senhor não precisa fazer quase tudo o que Ele prometeu, mas que, se Ele irá fornecer companheirismo, uma viagem segura, alimento e vestuário (as necessidades básicas da vida), e um retorno seguro para Canaã, em seguida, ele iria de fato servir ao Senhor, e Betel seria seu lugar de culto, e ele daria o dízimo de tudo que Deus lhe deu de volta a Ele novamente.Enquanto Jacó tinha sido sempre primeiro na tentativa de obter bens materiais, quando Deus falou com ele, ele foi um dos primeiros a usar o que ele possuía na adoração a Deus. Seu voto, juntamente com o dízimo de Abraão a Melquisedeque (Gn 14:20 ), serve para indicar que o princípio do dízimo como uma parte do dever do homem no serviço de Deus é tão antiga quanto a adoração do homem de Deus. E enquanto hesitamos em pressionar Novo Testamento terminologia em experiências do Antigo Testamento, isso indicaria que Jacó realmente tivesse nascido de novo neste encontro com Deus.


    Wiersbe

    Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
    Wiersbe - Comentários de Gênesis Capítulo 28 do versículo 1 até o 22
    1. A ventura (Gn 28:1-9)

    Com correção, podemos dizer que o resto de Gênesis apresenta a vida de Jacó, mesmo suas provações com Labão (28—31), com Esaú (32—
    33) e com seus filhos (34ss). Na verda-de, a história de José faz parte da história de Jacó.

    O verdadeiro motivo por que Rebeca engendrou a partida de Jacó foi para evitar a ira de Esaú (Gn 27:41-46), mas sua desculpa para isso foi que queria que Jacó encontrasse uma esposa piedosa (veja Gn 24:1-9). As esposas mundanas de Esaú cau-savam problemas na casa, como sempre acontece quando o povo de Deus casa em desacordo com a vontade de Deus. Na verdade, Re-beca planejava fazer com que Jacó voltasse quando fosse o momento certo (27:45), mas esse plano não deu certo. Jacó nunca mais viu sua mãe de novo. Mais uma vez, "fé é viver sem esquemas". Todos preci-samos prestar atenção a essa adver-tência deJc 4:13-59.

    E maravilhoso quando o filho pode deixar a casa com a bênção do pai! Contudo, Jacó não podia contar com a fé de seu pai. Ele pre-cisava encontrar Deus e tomar algu-mas decisões por si mesmo. Infeliz-mente, Jacó pagou caro por sua in-credulidade e rebelião e levou mais Dt 20:0 afirma que Jacó tinha 130 anos quando foi para o Egito. José tinha 17 anos quando foi vendido no Egito, e 30 anos quan-do foi apresentado ao faraó (Gn 41:46). Assim, some Dn 13:0 relata que Jacó já cumprira Dn 14:0,11-13; 32:1-2; 32:24-30; 35:1,9-13; 46:1-4). Os anjos na es-cada são uma indicação do cuidado e da atenção de Deus. Eles apare-cem de novo a fim de proteger Jacó, quando ele está para enfrentar Esaú (Gn 32:1-2).

    1. A voz (Gn 28:13-15)

    As visões, quando separadas da Pala-vra de Deus, podem ser enganosas; assim, Deus falou a fim de inspirar- lhe confiança. Anjos ou visões não salvam a pessoa, mas a fé na Palavra de Deus. Observe a promessa que Deus fez a Jacó:

    1. A terra (v. 13)

    Primeiro, ele fez essa promessa a Abraão (Gn 13:14ss) e reafirmou-a a Jacó (26:1 -5). A terra santa pertence aos judeus, embora eles não possuam toda ela. Um dia, Israel possuirá "as suas herdades" (Am 1:7).

    1. A semente se multiplicaria (v. 14)

    Isso assegurou a Jacó que Deus lhe daria uma esposa; de outra forma, ele não poderia ter descendentes (veja também Gn 13:16 e 22:17). Hoje, há judeus em todos os pontos da terra.

    1. A presença pessoal de Deus (v. 15)

    Esse versículo sugere que Jacó perambularia, mas Deus prometeu es-tar com ele. Por quê? Porque Deus tinha um plano para a vida de Jacó e, assim, cuidaria para que seu pla-no se cumprisse (Fp 1:6; Rm 8:28-45)

    Jacó exclama: "É a Casa de Deus", pois "Betei" significa "casa de Deus". A experiência que teve na-quela noite não apenas mudou-o, mas também mudou o nome do lo-cal em que dormiu. Jacó, para co-memorar o acontecimento, erigiu uma coluna e transformou-a em altar, despejando uma oferenda lí-quida ao Senhor. Anos mais tarde, Jacó, quando voltou a Betei, repe-tiu esse ato de consagração (35:9- 15). Esse ato de fé (embora causa-do pelo temor), era a forma de Jacó oferecer-se a Deus. (Veja Fp 2:17, em que "oferecer" é literal mente "libação".) É algo maravilhoso o fato de um crente, por meio da fé, transformar um "travesseiro" em uma "coluna"!

    Sugerem-se duas interpreta-ções para o voto de Jacó: (1) que ele faz um acordo com Deus ao di-zer: "Se..."; (2) que ele demonstra fé em Deus, já que se pode traduzir a palavra hebraica por: "Já que...". Na verdade, esse é o primeiro voto registrado na Bíblia. É provável que ambas as interpretações sejam ver-dadeiras: Jacó acreditava na Palavra de Deus, mas ainda havia muito do "antigo homem" nele para que tentasse negociar com Deus, como fizera com Esaú e Isaque. Ele esta-va tão acostumado a "fazer esque-mas" que tentou planejar a forma de receber a bênção de Deus! No fim, expôs-se isso e Jaboque lidou com isso (Gn 32). Jacó retornou em paz para casa (Gn 35:27-29) e dizi-mou (v. 22). Ele percebeu que sua consagração a Deus queria dizer que seus bens materiais também estavam subordinados ao controle de Deus. Abraão praticara o dízimo (14:20), e, em ambos os casos, a lei ainda não fora dada. Os que dizem que o dízimo não é para essa era de graça esquecem o fato de que os santos primitivos praticavam o dízimo. Isso era a expressão da fé e da obediência deles ao Senhor que os guiava, os protegia e provia para eles.

    Nos anos seguintes, Jacó nem sempre cumpriu esse voto. Ele "en-controu seu parceiro" em Labão, um homem de esquemas! Por vin-te anos, os dois tentaram passar a perna um no outro, mas, no fim, Jacó disciplinou-se, e Deus mante-ve suas promessas. E bom que nós, os crentes, tenhamos um "Betei" em nossa vida, um local em que encontramos Deus de forma séria e em que assumimos alguns com-promissos definitivos com ele. Se nos afastarmos do Senhor, sempre poderemos voltar "a Betei" (Gn 35:9-15) para renovar nossa entre-ga. Jacó retrata o conflito das duas naturezas, pois ele sempre estava em luta com a carne e tentava de-pender de suas habilidades e pla-nos. Que bom saber que Deus zela por seus filhos teimosos!

    Jacó, do topo da montanha espiri-tual de Betei (cap. 28), desceu para a vida diária de Harã, e aí "encontra seu parceiro" em esquemas, Labão, seu tio. Jacó passa cerca de vinte anos com Labão. Durante esse pe-ríodo, ele colhe os tristes resultados de seus pecados, mas, ao mesmo tempo, Deus disciplina-o e prepara-o para o serviço futuro.


    Russell Shedd

    Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
    Russell Shedd - Comentários de Gênesis Capítulo 28 do versículo 1 até o 22
    28.2 Padã-Arã. A estrada ou planície de Harã (que é a Síria) está situada na Mesopotâmia, entre os rios Tigre e Eufrates. Harã é o nome de uma cidade situada naquela planície que, ainda hoje conserva o nome de Harran, cidade que dista cerca de 450 quilômetros de Damasco.

    28.3 Deus Todo-Poderoso (lit. El Shaddai). Ver a nota sobre 17.1

    28.4 A bênção de Abraão transmitida a Isaque que, por seu turno, a comunicou a Jacó, é novamente proferida. Parece que Isaque veio a concordar com a revelação de que Jacó, e não Esaú, haveria de ser o veículo da promessa divina.
    28.9 Maalate é a mesma pessoa chamada Basemate em 26.34 e 36.3. Pode ser que ela tivesse, dois nomes ou teria ocorrido aqui alguma alteração do texto, conseqüente de desatenção do copista.

    28.11 Isto teria acontecido, possivelmente, na terceira ou quarta noite (conforme 22.4). Luz (Betel) distava de 18 km ao norte de Jerusalém.

    28.12 A visão de Jacó tinha o propósito de certificá-lo do interesse divino a seu respeito. O fato de que os anjos estavam subindo (o que é primeiramente referido) pode sugerir um convite de Deus para que Jacó se aproximasse e recebesse a necessária ajuda. Em João 1:51 parece que Jesus tira a conclusão de que, por seu (o Filho do Homem) intermédio, na verdade, o céu se abriu a todos quantos o queiram receber.

    28.13 A promessa é agora proferida a Jacó, por Deus mesmo, como o tinha sido a Abraão e a Isaque. Assim como Isaque tinha sido escolhido de entre dois candidatos, assim também, mediante Jacó especificamente, e através de sua posteridade, a bênção relativa ao Messias teria de cumprir-se.
    28.19 Betel - lit. "Casa de Deus”.

    • N. Hom. 28.22 Esta visão ensina:
    1) A condescendência da graça divina. Jacó não estava de coração voltado para Deus, mas sim, Deus para Jacó;
    2) A plena suficiência da graça divina - a presença graciosa do Senhor haveria de acompanhá-lo sempre (15);
    3) O objetivo expresso da graça divina ensina a Jacó, para que este O ame e lhe preste culto na realização do objetivo estabelecido a longo prazo, isto é, que todas as nações viessem a ser abençoadas mediante a semente de Jacó.


    NVI F. F. Bruce

    Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
    NVI F. F. Bruce - Comentários de Gênesis Capítulo 28 do versículo 1 até o 22
    d) Jacó em Betei (27.46—28.22)

    Tendo colocado medo em Jacó para que fugisse de casa em busca de refúgio, agora Rebeca persuadiu o pai dele a fazer Jacó sair de casa para buscar uma mulher adequada para ele. Assim a família escolhida poderia manter a pureza racial por mais uma geração; tanto Isaque quanto Jacó se casaram com mulheres da parentela de Abraão na região de Harã (conforme v. 10) — uma região conhecida por Padã-Arã, “a planície de Arã (Síria)” (28.2). Esaú casou-se com atraso com outra parenta de Abraão, numa tentativa um tanto patética e inútil de conquistar o favor dos seus pais (v. 69). As experiências de Jacó são um contraste interessante com os eventos relatados no cap. 24, pois 1saque mesmo nunca havia deixado a terra prometida, e o servo de Abraão havia trazido Rebeca para Canaã num prazo muito pequeno; seria muito diferente no caso de Jacó.

    A jornada para o norte de Berseba (v. 10) fez Jacó passar ao lado de Betei, onde parou para descansar, fazendo assim o caminho inverso de Abraão quando este se dirigia para o sul (12.8,9). Abraão tinha erigido um altar ali, um precedente para adoração israelita posterior, mas foi a ligação de Jacó com o lugar sagrado que fez dele um santuário muito importante mais tarde para o Reino do Norte. O v. 19 parece distinguir o lugar (i.e., a área sagrada, onde seria construído o templo de Betei) de outra cidade já existente (conforme 12.8), que tinha o nome de Luz até a conquista de Canaã por parte do povo de Israel (conforme Jz 1:23,Jz 1:26). Depois disso, o nome do santuário foi dado à cidade também. O nome Betei, “casa de Deus”, derivou-se da experiência de Jacó ali (v. 17). O sonho de Jacó não somente imprimiu nele o sentimento fantástico da presença de Deus, mas também revelou Betei como um templo na fase embrionária: naquele tempo, era um pensamento comum que houvesse uma escada (v. 12; o mais correto seria “escadaria”) ligando um templo celestial ao templo terreno em que Deus (ou deuses, nas religiões pagãs) se dignava a encontrar seus adoradores e receber as ofertas deles. Os anjos vão e vêm à ordem dele nas suas tarefas e ministrações (conforme Jo 1:51). Há alguns contrastes interessantes entre Betei e Babel. (Conforme The Daily Commentary, Scripture Union, v. 1, p. 40.)

    Esse foi, então, o primeiro encontro direto de Jacó com o Senhor, que havia se revelado de forma semelhante a Abraão e Isaque (v. 13). Ele havia se tornado Deus deles, por meio de um relacionamento de aliança (cf. He 11:16); lemos isso acerca de Abraão (caps. 15,17) e podemos deduzir o mesmo no caso de Isaque. Jacó, de sua parte, agora fez a sua aliança com Deus; nesse caso, ele mostra o seu caráter na forma em que barganha com Deus (v. 20ss), mas o destaque maior é dado às promessas de Deus (v. 13ss), nas quais suas promessas anteriores a Abraão e a bênção de Isaque sobre Jacó (v. 4) são confirmadas. Uma característica interessante da resposta de Jacó é a sua iniciativa de separar o dízimo (v. 22).

    A pedra memorial, colocada como coluna, tinha um bom propósito; mas em dias posteriores essas colunas levaram à idolatria, em virtude da influência da adoração a Baal (conforme Mq 5:13).


    Moody

    Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
    Moody - Comentários de Gênesis Capítulo 12 do versículo 1 até o 26

    II. Os Patriarcas. 12:1 - 50:26. A. Abraão. 12:1 - 25:18.

    Na segunda principal divisão do livro de Gênesis, está evidente que na nova dispensação os escolhidos de Deus deverão reconhecer a comunicação direta e a liderança direta do Senhor. Nos capítulos Gn 12:1, quatro personagens Se destacam como homens que ouviram a voz de Deus, entenderam Suas diretrizes, e orientaram seus carrinhos de acordo com a vontade dEle. O propósito de Jeová ainda continua sendo o de chamar pessoas que executem a Sua vontade na terra. Com Noé Ele começou tudo de novo. Sem foi o escolhido para transmitir a verdadeira religião. Os semitas (descendentes de Sem) seriam os missionários aos outros povos da terra. No capítulo 12 Abraão começa a aparecer na linhagem de Sem como o representante escolhido de Jeová. Sobre ele Jeová colocaria toda a responsabilidade de receber e passar adiante a Sua revelação para todos. Do cenário pagão de Ur e Harã saiu o homem de Deus para a estratégica hora da primitiva revelação do V.T.


    Moody - Comentários de Gênesis Capítulo 28 do versículo 1 até o 5


    2) Jacó, Labão, Lia e Raquel. 28:1 - 30:43.

    Gn 28:1, Gn 28:2). Isaque não permitiu que Jacó partisse sem uma bênção. Ele falou em tom de pronunciamento profético, e numa linda linguagem que revela sua percepção espiritual. Jacó devia procurar esposa entre seus parentes em Harã, mas devia se preocupar mais com a sul participação na rica promessa herdada por Abraão. Isaque invocou 'El Shadday, Deus Todo-poderoso (v. Gn 28:3), para que este fornecesse riqueza, prosperidade e perspicácia para tomar Jacó capaz de assumir a liderança espiritual. Profetizou que, se o seu filho entregasse seus caminhos ao Senhor, as bênçãos de Deus prometidas a Abraão, seriam dele. Através de Isaque, Deus deu a Jacó uma ordem, um desafio, uma certeza e orientação para a viagem.


    Francis Davidson

    O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
    Francis Davidson - Comentários de Gênesis Capítulo 28 do versículo 1 até o 22
    b) A viagem de Jacó (Gn 28:1-22)

    1. JACÓ PARTE DE CASA (Gn 28:1-9). Vai a Padã-Arã (2). O único motivo apresentado para a partida de Jacó nesta parte da história é o de arranjos para casamento, e coisa alguma é dita concernente ao conflito entre os dois irmãos. Não há necessidade aqui de supor-se a existência de narrativas duplicadas e divergentes. A psicologia do incidente inteiro é suficientemente esclarecida acima. Foi-se Esaú a Ismael (9). Esaú se esforçou para conquistar o favor de seu pai conformando-se aos regulamentos da família sobre o casamento, pois os ismaelitas eram verdadeiros descendentes de Abraão.

    >Gn 28:10

    2. O SONHO DE JACÓ (Gn 28:10-15). Uma escada (12). Essa talvez tenha sido sugerida à mente de Jacó devido a configuração do terreno local. Os anjos de Deus subiam e desciam por ela (12). Não haverá alguma significação no fato da palavra "subiam" aparecer em primeiro lugar? Talvez Deus tencionasse dar a entender a Jacó que sua necessidade era realmente subir até Sua presença, e que em resposta Ele faria descer a Sua ajuda. O que quer mais que aquela escada significasse, tinha a intenção de revelar que a terra e o céu estão verdadeiramente ligados e que existe um constante intercâmbio entre os dois. Note-se a alusão, em Jo 1:51 e conf. Jo 14:6. Eu sou o Senhor (13). A promessa da aliança, que tinha sido feita a Abraão e a Isaque, agora era transmitida ao próprio Jacó. Aquela deve ter sido uma experiência de incalculável valor para Jacó naquela ocasião. Sem dúvida ele já sabia a respeito da revelação feita sobre sua pessoa por ocasião de seu nascimento. Foi esse motivo religioso que o impeliu a fazer sua ação menos religiosa enganando seu pai. Por muitas vezes, entretanto, Jacó deve ter desejado ansiosamente possuir a certeza que lhe seria transmitida diretamente da parte de Jeová, conforme ele sabia ter sido o caso com seu pai e seu avô. O doce prêmio da bênção da primogenitura talvez já estivesse amargando em sua boca, em vista das memórias que o perseguiam sobre a maneira como ele forçara a bênção ser-lhe concedida. Mas agora, a despeito de todo seu próprio pecado e indignidade, Jacó ouviu a graciosa voz de Jeová transmitindo-lhe a promessa da aliança, até seu próprio coração.

    >Gn 28:16

    3. A CONSAGRAÇÃO DE BETEL (Gn 28:16-22). Quão terrível (17). Um lugar de profunda reverência inspirada pelo senso da presença de Deus. E a pôs por coluna, e derramou azeite em cima dela (18). A "coluna" tinha o propósito de servir de memorial ao fato que Jeová se manifestara naquele local. A ação de Jacó esteve em harmonia com um antigo costume semítico quanto a esse respeito, ainda que sem os motivos animistas que algumas vezes sublinham tal costume. "Colunas" dessa espécie foram subseqüentemente proibidas, porque se prestavam facilmente a serem usadas nos aviltantes ritos dos santuários cananeus. Ver Lv 26:1; Dt 16:22. -Betel (19). Betel era o lugar onde ocorreu o sonho, e Luz era o nome da cidade próxima. O nome Betel mais tarde foi transferido para a cidade (Jz 1:23). O dízimo (22). Ver 14.20n; Lv 27:30-33; Dt 14:22-5.


    Dicionário

    Abençoar

    verbo transitivo direto Transmitir uma bênção, lançá-la sobre algo ou alguém: o padre abençoou seus fiéis.
    Almejar o bem: a mãe é capaz de amar e abençoar seus filhos.
    Glorificar algo ou alguém: abençoou o herói por sua coragem.
    Dar proteção, converter em algo benéfico, providenciar auxílio: os bons abençoam os que buscam a paz.
    verbo pronominal Fazer em si próprio o sinal da cruz: abençoou-se.
    Etimologia (origem da palavra abençoar). A + bênção - sob a forma sem nasalização - benço + ar.

    bendizer, benzer, louvar; bendito, abençoado, bento, benção, benzimento. – Do verbo latino benedicere formaram-se – diz Roq. – três verbos portugueses (bendizer, benzer, abençoar) que, posto que concordem na ideia principal, têm entre si alguma diferença. O primeiro, bendizer, significa propriamente “dizer bem, louvar, exalçar”. O segundo, abençoar (ou abendiçoar), significa “deitar a benção, ou benções”. O terceiro, benzer, significa “lançar benções acompanhando-as de preces e ritos apropriados à coisa que se benze. Bendizer e abençoar confundem-se muitas vezes na significação extensiva de “desejar, pedir bens e prosperidades para alguém”. Benzer não é hoje usado senão para indicar as benções eclesiásticas ou supersticiosas. “O justo bendiz (ou louva) ao Senhor tanto na prosperidade como na desgraça”. “Os pais abençoam os filhos para que sejam felizes”. “Os sacerdotes benzem tudo que é consagrado ao culto divino”; e também “abençoam a assistência ao fim da missa”. O que se diz de bendizer aplica-se a louvar; com esta diferença: louvar se diz em relação a Deus, a santos e a homens; bendizer pode referir-se também a coisas. Bendizemos a hora, o instante em que nos vem alguma felicidade; e não – louvamos; porque louvar é mais “fazer elogios” do que “dizer bem e dar graças”. Esta diferença – diz Roq. – (entre bendizer, benzer e abençoar) torna-se mais sensível nos particípios destes verbos. – Bendito ou abençoado se diz para designar a proteção particular de Deus sobre uma pessoa, uma família, uma nação, etc. Nossa Senhora é bendita entre todas as mulheres. Todas as nações foram abençoadas em Jesus Cristo. – Bento designa a benção da Igreja, dada pelo sacerdote com as cerimônias do costume. Pão bento, água benta, etc. – Vê-se, pois, que bendito, e às vezes abençoado, se pode dizer no sentido moral e de louvores, e bento no sentido legal e de consagração. “As bandeiras militares, bentas com grande pompa na 1greja, nem sempre são abençoadas do Céu nos campos de batalha”. – Também se sente a distinção nos derivados benção e benzimento (ou benzedura). Benção é tanto o ato de abençoar como de benzer. Dizemos – a benção do pão, como dizemos – a benção dos pais. Benzimento é também ato de benzer, não já de abençoar; e mesmo como significando “ato de benzer, já não 28 Rocha Pombo se pode mais aplicar a cerimônias de culto, nem mesmo nos casos em que se aplica o verbo benzer. O sacerdote benze o fogo, a água, o óleo; mas a benzimento do fogo preferimos dizer – a benção do fogo. Benzimento ou benzedura ficou tendo aplicação quase exclusiva a “coisas de cabala, a gestos ou figurações de supersticiosos”.

    Abençoar V. BÊNÇÃO.

    Quando Moisés abençoou os filhos de israel (Dt 33), ele profetizou uma contínua progressão de prosperidades para eles, no auxilio de Deus. Era essa uma forma patriarcal de bênção e ao mesmo tempo uma cerimônia religiosa, em conformidade com a maneira de abençoar do Pai celestial, que está sempre, na realidade, a derramar benefícios sobre as Suas criaturas. Quando se diz no Sl 103 que os homens bendizem ao Senhor, isto significa pertencer ao Criador o louvor e a honra que são igualmente o dever e a alegria das Suas criaturas prestar-lhe. Mas quando é Deus que abençoa o Seu povo, como acontece em Gn 1:22 e em Ef 1:3, isto quer dizer que Ele distribui sobre os Seus filhos toda espécie de benefícios, temporais e espirituais, e desta forma comunica-lhes alguma parte daquela infinita bem-aventurança que Nele existe (1 Tm 1.11). A bênção era costume que muitas vezes se observava entre os hebreus, e é freqüentemente mencionada nas Sagradas Escrituras. Assim, Jacó abençoou os seus filhos (Gn 49), e Moisés os filhos de israel (Dt 33). Abraão foi abençoado por Melquisedeque. Tão importante lugar ocupava o ato da bênção na religião e vida dos judeus, que o próprio método da sua concessão fazia parte do ritual israelita (Nm 6:23). A bênção era dada em pé, com as mãos levantadas ao céu. (*veja Bênção.)

    Deus

    Introdução

    (O leitor deve consultar também os seguintes verbetes: Cristo, Espírito Santo, Jesus, Senhor.) O Deus da Bíblia revela-se em sua criação e, acima de tudo, por meio de sua Palavra, as Escrituras Sagradas. De fato, a Bíblia pode ser definida como “a autorevelação de Deus ao seu povo”. É importante lembrar que as Escrituras mostram que o conhecimento que podemos ter de Deus é limitado e finito, enquanto o Senhor é infinito, puro e um Espírito vivo e pessoal, ao qual ninguém jamais viu. Freqüentemente a Bíblia usa antropomorfismos (palavras e ideias extraídas da experiência das atividades humanas, emoções, etc.) numa tentativa de nos ajudar a entender melhor Deus. Esse recurso pode ser realmente muito útil, embora o uso de descrições e termos normalmente aplicados aos seres humanos para referir-se ao Senhor eterno e infinito sempre deixe algo a desejar. Alguém já disse que “conhecer a Deus”, até o limite de que somos capazes por meio de sua Palavra, é o cerne da fé bíblica. De acordo com as Escrituras, todas as pessoas, durante toda a história, estão de alguma maneira relacionadas com o Senhor, seja numa atitude de rebelião e incredulidade, seja de fé e submissão.

    Homens e mulheres existem na Terra graças ao poder criador e sustentador de Deus; a Bíblia ensina que um dia todos estarão face a face com o Senhor, para o julgamento no final dos tempos. A natureza de Deus e seus atributos são, portanto, discutidos de diversas maneiras nas Escrituras Sagradas, de modo que Ele será mais bem conhecido por meio da forma como se relaciona com as pessoas. Por exemplo, aprende-se muito sobre Deus quando age no transcurso da história, em prol do sustento e da defesa de seu povo, e leva juízo sobre os que pecam ou vivem em rebelião contra Ele. Muito sabemos sobre o Senhor por meio dos nomes aplicados a Ele na Bíblia e quando sua criação é examinada e discutida. Acima de tudo, aprendemos de Deus quando estudamos sobre Jesus, o “Emanuel” (Deus conosco).

    As seções seguintes proporcionam apenas um resumo do que a Bíblia revela sobre Deus. Uma vida inteira de estudo, fé e compromisso com o Senhor, por intermédio de Cristo, ainda deixaria o crente ansioso por mais, especialmente pelo retorno de Jesus, pois concordamos com a declaração do apóstolo Paulo: “Agora conheço em parte; então conhecerei como também sou conhecido” (1Co 13:12).

    A existência do único Deus

    A Bíblia subentende a existência de Deus. Não há discussão alguma sobre isso em suas páginas, pois trata-se de um livro onde o Senhor revela a si mesmo. Somente o “tolo”, a pessoa maligna e corrupta, diz “no seu coração: Não há Deus” (Sl 14:1-53.1; veja O tolo e o sábio). A existência de Deus é freqüentemente afirmada nos contextos que advertem contra a idolatria. Sempre é dada uma ênfase especial ao fato de que somente o Senhor é Deus e não existe nenhum outro. Deuteronômio 6:4 declara: “Ouve, ó Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor”. Deuteronômio 32:39 diz: “Vede agora que Eu sou, Eu somente, e não há outro Deus além de mim. Eu causo a morte, e restituo a vida; eu firo, e eu saro, e não há quem possa livrar das minhas mãos”. Por essa razão, a idolatria é considerada um grande pecado (cf. 1 Co 8.4). Envolver-se com ela é viver e acreditar na mentira, numa rejeição direta da revelação do único Deus verdadeiro. Esperava-se que o povo de Israel testemunhasse para as nações ao redor que existia apenas um único Senhor e que não havia nenhum outro deus. Isso seria visto especialmente no poder de Deus para proporcionar a eles os meios para vencerem as batalhas contra inimigos mais fortes, no tempo de paz, na extensão das fronteiras (contra o poder de outros assim chamados deuses) e em sua justiça e juízo sobre todos os que se desviavam dele, ou rejeitavam seus caminhos ou seu povo. As nações ao redor precisavam aprender com Israel que os seus deuses eram falsos e que na verdade adoravam demônios (1Co 10:20).

    Os escritores dos Salmos e os profetas também proclamaram que somente o Senhor é Deus e que Ele pré-existe e auto-subsiste. O Salmo 90:2 diz: “Antes que os montes nascessem, ou que formasses a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus”. Em Isaías, lemos: “Assim diz o Senhor, Rei de Israel, e seu Redentor, o Senhor dos Exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há Deus” (Is 44:6). “Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de mim não há Deus. Eu te fortalecerei, ainda que não me conheças” (Is 45:5; veja também 45.21; etc.). Jeremias disse: “Mas o Senhor Deus é o verdadeiro Deus; ele mesmo é o Deus vivo, o Rei eterno. Do seu furor treme a terra, e as nações não podem suportar a sua indignação” (Jr 10:10).

    No Novo Testamento, novamente a autoexistência eterna de Deus é subentendida: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por meio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens” (Jo 1:14). Paulo argumentou em sua pregação para os atenienses: “Pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos” (At 17:28). O apóstolo fez um apelo aos habitantes de Listra, a fim de que reconhecessem a existência do único Deus verdadeiro, pois “não deixou de dar testemunho de si mesmo. Ele mostrou misericórdia, dando-vos chuvas dos céus, e colheita em sua própria estação, enchendo de mantimento e de alegria os vossos corações” (At 14:17). Em Romanos 1:19-20, há o pressuposto de que mesmo os que são maus e rejeitam a Deus podem ser considerados em débito, “visto que o que de Deus se pode conhecer, neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou. Pois os atributos invisíveis de Deus, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que foram criadas, de modo que eles são inescusáveis”.

    Como em João 1, mencionado anteriormente, é no Novo Testamento que aprendemos sobre Jesus e começamos a entender mais sobre o próprio Deus, sua preexistência e sua auto-existência. Colossenses 1:17 descreve a preexistência de Cristo como “a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação” (Cl 1:15). Tanto Deus, o Pai, como Jesus são considerados eternos em sua existência: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-poderoso” (Ap 1:8-11.15, 17; 2 Pe 3.8). Hebreus 13:8 também fala de Jesus: “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje, e eternamente”.

    O Deus criador

    A autoexistência de Deus, bem como sua eternidade, também são sinalizadas na criação, a qual Ele fez do “ex nihilo” (a partir do nada; veja Gn 1; Rm 4:17; Hb 11:3). A Bíblia não admite a ideia do nada existindo lado a lado com o Senhor através da eternidade. Não há ensino, por exemplo, de que a matéria sempre existiu, ou que o mal sempre permaneceu como uma alternativa ao lado de Deus. O Todo-poderoso sempre existiu e sempre existirá; Ele é o Criador. O que existe traz outras coisas à existência. O racionalismo pode argumentar que, se algo existe, deve ter o poder da auto-existência dentro de si. A Bíblia mostra que o ser que auto-existe é Deus e somente Ele é o Senhor. Porque Deus existe, a vida veio à existência e surgiu a criação. No Senhor há vida e luz. Somente Ele tem a vida em si mesmo e habita na luz e na glória eternamente.

    O ato de Deus na criação é descrito em muitos lugares da Bíblia. De maneira notável, Gênesis 1:2 descrevem a Palavra de Deus que traz tudo o que conhecemos à existência. Esses capítulos demonstram claramente que o Senhor já existia antes da criação e foi por meio de sua palavra e seu poder que o mundo veio à existência. Também revelam que Deus não iniciou simplesmente o processo e o concluiu, ou ainda não o concluiu, com o que conhecemos neste mundo hoje. Ele interferiu ativamente, várias vezes, para criar a luz, o sol, a lua, a água, a vegetação, os peixes, os mamíferos, os pássaros e a humanidade. Em Gênesis 1, essa obra ativa de Deus durante todo o período da criação pode ser notada nas duas frases: “E disse Deus: Haja...” e “E viu Deus que isso era bom”. Em Gênesis 2, a obra e as palavras do “Senhor Deus” são mencionadas repetidamente. O Salmo 33:4-9 personaliza a “palavra de Deus” como a que criou e “é reta e verdadeira; todas as suas obras são fiéis... Pela palavra do Senhor foram feitos os céus... Tema toda a terra ao Senhor... Pois ele falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu”. Jeremias afirma: “Pois ele (o Senhor) é o criador de todas as coisas, e Israel é a tribo da sua herança; Senhor dos Exércitos é o seu nome” (Jr 10:16-51.19; veja também 26:7; Sl 102:25-104.24; Ne 9:6; etc.).

    No NT, o escritor da carta aos Hebreus lembra os crentes que “pela fé entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus, de maneira que o visível não foi feito do que se vê” (Hb 11:3). Louvor e adoração são devidos a Deus, o Pai, e a Jesus, a Palavra de Deus, pela criação e pelo seu contínuo sustento de todas as coisas criadas. Desde que a criação deriva sua vida e existência do próprio Deus, se o Senhor não a sustentasse, ela deixaria de existir (Ap 4:11; Jo 1:1-3; 1 Co 8.6; Cl 1:16-17; Hb 1:2-2 Pe 3.5; etc.).

    Essa obra da criação, a qual necessita do poder sustentador do Senhor, proporciona a evidência da soberania e do poder de Deus sobre todas as coisas. Ele está presente em todos os lugares, a fim de sustentar e vigiar sua criação, realizar sua justiça, amor e misericórdia, trazer à existência e destruir, de acordo com sua vontade e seus propósitos. A doxologia de Romanos 1:1-36 oferece a resposta adequada do crente na presença do Deus criador, sustentador e que existe por si: “Porque dele e por ele e para ele são todas as coisas. Glória, pois, a ele eternamente. Amém” (v.36).

    O Deus pessoal

    O Criador do Universo e de todas as coisas, que sustém o mundo e todas as pessoas, revela-se a si mesmo como um “Deus pessoal”. A palavra “pessoal” não é aplicada a Ele em nenhum outro lugar da Bíblia e é difícil nossas mentes finitas assimilarem o que essa expressão “pessoal” significa, ao referir-se ao Senhor. Ainda assim, é dessa maneira que Ele é consistentemente revelado. Deus é um ser auto-existente e autoconsciente. Qualidades que indicam um ser pessoal podem ser atribuídas a Deus. Ele é apresentado como possuidor de liberdade, vontade e propósitos. Quando colocamos esses fatores na forma negativa, o Senhor nunca é descrito nas Escrituras da maneira que as pessoas o apresentam hoje, como uma energia ou uma força sempre presente. Deus revela a si mesmo como um ser pessoal no relacionamento entre Pai, Filho e Espírito Santo (veja mais sobre a Trindade neste próprio verbete) e em seu desejo de que seu povo tenha um relacionamento real com o “Deus vivo”. Sua “personalidade”, é claro, é Espírito e, portanto, não está limitada da mesma maneira que a humana. Porque é pessoal, entretanto, seu povo pode experimentar um relacionamento genuíno e pessoal com Ele. Deus, por ser bom, “ama” seu povo e “fala” com ele. O Senhor dirige os seus e cuida deles. O Salmo 147:10-11 dá alguns sentimentos de Deus, como um ser pessoal: “Não se deleita na força do cavalo, nem se compraz na agilidade do homem. O Senhor se agrada dos que o temem, e dos que esperam no seu constante amor” (veja também Sl 94:9-10). Efésios 1:9-11 mostra como a vontade e os propósitos de Deus são especialmente colocados à disposição dos que Ele “escolheu”, aos quais ele “ama”. O Senhor é aquele que conhece seu povo (1Co 8:3) e pode ser chamado de “Pai” pelos que vivem por ele (v.6). A revelação de Deus em Jesus novamente mostra como Ele é um Deus “pessoal”, tanto no relacionamento de Cristo e do Pai (como o Filho faz a vontade do Pai e fala as suas palavras), como na maneira pela qual o Pai mostrou seu amor pelo mundo, quando deu “o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16-14:15-31; 15.9,10; etc.).

    O Deus providencial

    Já que Deus é eterno, auto-existente e o Criador do Universo, não é de admirar que um dos temas mais freqüentes na Bíblia refira-se à soberana providência do Senhor. Deus é visto como o rei do Universo, o que fala e tudo acontece, que julga e as pessoas morrem, que mostra seu amor e traz salvação. Ele é o Senhor (veja Senhor) que controla o mundo e exige obediência. Busca os que farão parte de seu povo. É neste cuidado providencial por seu mundo e seu povo que mais freqüentemente descobrimos na Bíblia os grandes atributos divinos de sabedoria, justiça e bondade. Aqui vemos também sua verdade e seu poder. As Escrituras declaram que Deus tem o controle total sobre tudo, ou seja, sobre as pessoas, os governos, etc. Ele é chamado de Rei, pois estabelece reinos sobre a Terra e destrói-os, de acordo com seu desejo. Sua soberania é tão grande, bem como sua providência, em garantir que sua vontade seja realizada, que mesmo o mal pode ser revertido e usado pelo Senhor, para realizar seus bons propósitos.

    Os escritores da Bíblia demonstram com convicção que Deus governa sobre toda a criação; assim, os conceitos do destino e do acaso são banidos. À guisa de exemplo, uma boa colheita não acontece por acaso, mas é providenciada pelo Senhor. É Deus quem promete: “Enquanto a terra durar, não deixará de haver sementeira e ceifa, frio e calor, verão e inverno, dia e noite” (Gn 8:22). Por outro lado, o Senhor mantém tal controle sobre a criação que pode suspender a colheita dos que vivem no pecado ou se rebelam contra Ele (Is 5:10). Nos dias do rei Acabe, de Israel, Deus suspendeu a chuva e o orvalho, por meio de “sua palavra”, como castigo sobre o monarca e o povo (1Rs 17:1). A fome foi extremamente severa, mas a providência particular e amorosa do Senhor por seu povo fez com que suprisse as necessidades do profeta Elias de maneira miraculosa (1Rs 17:18).

    A Bíblia preocupa-se muito em mostrar a providência de Deus, que pode ser vista no seu relacionamento com seu povo (veja 2 Cr 16.9). Paulo fala sobre isso quando diz: “Sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8:28). Aqui vemos que não somente o cuidado soberano do Senhor sempre é feito segundo a sua vontade e seu propósito, mas também que esse desejo preocupa-se especialmente com seu povo, mediante o cuidado e a proteção. O poder de Deus é tão grande que em “todas as coisas” Ele trabalha para atingir seus fins. Tal entendimento da providência do Senhor leva à conclusão inevitável de que mesmo o que começou por meio do mal, ou emanado de nossos próprios desejos pecaminosos, pode ser revertido por Deus, enquanto Ele trabalha incessantemente para completar e realizar sua vontade. Essa fé e confiança no cuidado providencial do Senhor não eram conceitos novos nos dias de Paulo. Quando José foi capturado por seus irmãos e vendido como escravo para o Egito, não foi o acaso que finalmente o levou a ser governador egípcio, num momento em que o povo de Deus precisava ser preservado da fome terrível. Tudo foi parte da vontade do Senhor. Posteriormente, ao discutir o assunto com seus irmãos amedrontados, José disse: “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim, porém Deus o tornou em bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar muita gente com vida” (Gn 50:20). O cuidado providencial de Deus por Jó, quando Satanás desejava atacá-lo e destruí-lo, também é uma prova do poder soberano do Senhor, mesmo sobre o mundo dos espíritos, inclusive Satanás (1:2). Deus até mesmo controlou as ações do rei da Pérsia em favor de seu povo (Is 44:28-45:1-7).

    Em nenhum outro contexto o cuidado providencial de Deus pode ser visto com tanta clareza como na provisão da salvação para o seu povo, por meio da morte expiatória de Jesus Cristo. A ação mais perversa de Satanás e o mais terrível de todos os pecados cometidos pelos seres humanos levaram à crucificação do Filho de Deus. Isso, porém, fora determinado pela vontade de Deus, e Ele reverteu aquele ato terrível para proporcionar expiação a todo aquele que se voltar para o Senhor (At 2:23-24). Esse desejo de Deus foi realizado “segundo as Escrituras”. Certamente o Senhor freqüentemente é visto agindo de maneira providencial e com poder soberano, de acordo com sua Palavra (Rm 5:6-1 Co 15.3; 2 Co 5.15).

    A providência do Senhor também é vista na maneira como chama as pessoas para si. Toda a Trindade está envolvida nesta obra de atrair e cuidar do povo de Deus (Jo 17:11-12, 24; Ef 1:3-14; Cl 1:12-14; etc.). A reflexão sobre a soberania do Senhor sobre tudo, seu poder total de realizar o que sua vontade determina, sua providência na natureza, na humanidade de modo geral e especialmente em relações aos redimidos, nos leva novamente a louvá-lo e bendizê-lo (Sl 13:9-13-16; 145.1, 13 16:1 Pe 5.7; Sl 103).

    O Deus justo

    A Bíblia mostra-nos um Senhor “justo”. Isso faz parte de sua natureza e tem que ver com sua verdade, justiça e bondade. Em termos práticos, o reconhecimento da justiça de Deus nas Escrituras permite que as pessoas confiem em que sua vontade é justa e boa e podem confiar nele para tomar a decisão ou a ação mais justa. Ele é justo como Juiz do mundo e também na demonstração de sua misericórdia. Mais do que isso, sua vontade eterna é inteiramente justa, íntegra e boa. É uma alegria para homens e mulheres pecadores saberem que podem voltar-se para um Deus justo e receber misericórdia. É motivo de temor para os que se rebelam que o justo Juiz julgará e condenará.

    O povo de Deus (“o povo justo”, formado pelos que foram perdoados por Deus) freqüentemente apela para sua justiça. Por exemplo, o salmista orou, para pedir misericórdia ao Senhor, quando parecia que as pessoas más prevaleciam. Achou estranho que os perversos prosperassem quando o “justo” padecia tanto sofrimento. Portanto, apelou para a justiça de Deus, para uma resposta ao seu dilema: “Tenha fim a malícia dos ímpios, mas estabeleça-se o justo. Pois tu, ó justo Deus, sondas as mentes e os corações” (Sl 7:9-11). “Responde-me quando clamo, ó Deus da minha retidão. Na angústia dá-me alívio; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração” (Sl 4:1-129.4; 2 Ts 1.6). É mediante sua justiça que Deus mostra misericórdia ao seu povo (Sl 116:4-6; 37.39).

    Por vezes, entretanto, o povo de Deus tentou questionar o Senhor, quando parecia que Ele não os ajudava, ou estava do lado de outras nações. A resposta de Deus era que, se o Senhor lhes parecia injusto, é porque eles haviam-se entregado à incredulidade e ao pecado. As ações do Senhor são sempre justas, mesmo quando resultam em juízo sobre seu próprio povo. Veja, por exemplo, Ezequiel 18:25 (também
    v. 29): “Dizeis, porém: O caminho do Senhor não é justo. Ouvi agora, ó casa de Israel: Não é o meu caminho justo? Não são os vossos caminhos injustos?”.

    Deus pode ser visto como justo em tudo o que faz. Isso se reflete em sua Lei, a qual é repetidamente definida como “justa” (Sl 119; Rm 7:12). Deuteronômio 32:4 resume a justiça do Senhor desta maneira: “Ele é a Rocha, cuja obra é perfeita, e todos os seus caminhos são justiça. Deus é a verdade, e não há nele injustiça. Ele é justo e reto”.

    Enquanto o povo de Deus ora, vê a justiça divina em seus atos de misericórdia e socorro para com eles e em seu juízo sobre os inimigos; assim, reconhecem que a justiça do Senhor permite que Ele traga disciplina sobre eles, quando pecam. Em II Crônicas 12, o rei Roboão e os líderes de Israel finalmente foram obrigados a admitir que, por causa do pecado e da rebelião deles contra Deus, Faraó Sisaque teve permissão para atacar Judá e chegar até Jerusalém. Deus os poupou da destruição somente quando se humilharam e reconheceram: “O Senhor é justo” (v. 6). Na época do exílio babilônico, os líderes tornaram-se particularmente conscientes deste aspecto da justiça de Deus. Daniel expressou dessa maneira: “Por isso, o Senhor vigiou sobre o mal, e o trouxe sobre nós, porque justo é o Senhor, nosso Deus, em todas as obras que faz; contudo, não obedecemos à sua voz” (Dn 9:14; veja também Ed 9:15).

    Os profetas olhavam adiante para ver a revelação da justiça de Deus no futuro reino do Messias: “Vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo, um rei que reinará e prosperará, e praticará o juízo e a justiça na terra” (Jr 23:5; Is 9:7-11.4; etc. veja Lc 1:75; At 22:14). Paulo falou sobre a obra de Cristo em termos da revelação da justiça de Deus. Na morte de Jesus, pode-se ver o juízo do Senhor sobre o pecado e a manifestação de seu amor e misericórdia sobre os que são perdoados. Deus não comprometeu nem sua justiça que exige a morte pelo pecado, nem sua aliança de amor para com o seu povo, que promete perdão e misericórdia. Desta maneira, o Senhor permanece justo e íntegro na salvação (Rm 1:17-2.5,6; 3.5, 20-26; etc.).

    Ao falar sobre os últimos dias e o retorno de Cristo, quando Deus vindicará seu nome diante de todo o mundo, inclusive os ímpios, será sua justiça que uma vez mais será notada e levará seu povo, que está ansioso por essa revelação, a louvá-lo (Ap 15:3-16.7).

    O Deus amoroso

    É justo que haja uma seção separada sobre este atributo, o mais maravilhoso do Senhor da Bíblia, ainda que tradicionalmente o amor de Deus seja visto como um aspecto de sua “bondade”. Várias vezes as Escrituras dizem que o Senhor “ama” ou mostra “amor” à sua criação, especialmente para o seu povo. É parte da natureza de Deus, pois ele é “bom” e é “amor”. O Senhor faz o que é bom (2Sm 10:12-1 Cr 19.13; Sl 119:68), porém, mais do que isso, ele é bom. Em outras palavras, a bondade é tão parte dele e de seu ser que o salmista disse: “Pois o teu nome é bom” (Sl 52:9-54.6; este vocábulo “nome” refere-se a todo o caráter do próprio Deus). Jesus disse: “Ninguém há bom, senão um, que é Deus” (Lc 18:19). Assim, se alguém deseja saber o que significa bondade e amor, deve olhar para o Senhor. I João 4:8-16 diz: “ Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor... E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor. Quem está em amor está em Deus, e Deus nele”.

    Deus é a fonte da bondade. Tiago 1:17 diz: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito é do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação”. O texto não só mostra que o Senhor é a fonte daquilo que é bom, como ensina que Deus é sempre bom. Não existe um lado “sombrio” no Senhor, nenhuma base para a visão oriental de que o bem e o mal existem lado a lado, e juntos formam algo chamado “deus”.

    A bondade de Deus, tão freqüentemente chamada de seu “amor”, é vista de muitas maneiras neste mundo. É evidente que no universo é algo generalizado, ou na manutenção da própria vida, da justiça, da ordem na criação, ou mesmo na provisão da luz do Sol e da chuva, do tempo de semear e de colher (Sl 33:5; Mt 5:45; At 17:25). Sua bondade, entretanto, é mais evidente em seu amor e fidelidade para com seu povo, a quem Ele protege, cuida e livra do juízo. Seu amor fiel por seu povo às vezes é chamado de “aliança de amor” ou “amor fiel”, pois Deus prometeu amar seu povo para sempre. Os israelitas repetidamente louvavam ao Senhor por seu amor eterno, extraordinário e não merecido, demonstrado através de toda a história de Israel (1Cr 16:34-2 Cr 5.13 7:3; Ed 3:11; Sl 118:1-29; Jr 33:11). É digno de nota como os vocábulos “bom” e “amor” aparecem juntos de maneira tão frequente, quando aplicados a Deus.

    Os que buscam a Deus experimentam sua bondade e amor, pois encontram sua salvação (Lm 3:25). O seu povo o louva acima de tudo pelo amor demonstrado em sua misericórdia e perdão dos pecados. Foi para a bondade do Senhor que o rei Ezequias apelou, quando pediu perdão pelo povo de Israel, que adorava a Deus sem ter passado pelo ritual da purificação. “Ezequias, porém, orou por eles, dizendo: O Senhor, que é bom, perdoe a todo aquele que dispôs o coração para buscar o Senhor...” (2Cr 30:18; Nm 14:19). O próprio Deus, ao falar por meio do profeta Oséias, adverte, a respeito da contínua rebelião do povo: “eu não tornarei mais a compadecer-me da casa de Israel, mas tudo lhe tirarei” (Os 1:6).

    A salvação de Deus para seu povo é sua mais profunda e fantástica demonstração de bondade e amor. Jesus foi oferecido pelo Pai como sacrifício pelo pecado de todo o que crê. Talvez o mais famoso versículo da Bíblia, João 3:16, expresse o sentimento desse dom de Deus: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. O dom é ainda mais extraordinário, pois “Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5:8; Tt 3:4-1 Jo 3:16). O povo de Deus sabe que não merece este sacrifício. A natureza do amor divino, dado a pessoas que não são merecedoras, freqüentemente é expressa por meio do vocábulo “graça”.

    O amor de Deus também é visto por seu povo na maneira como Ele dá o seu Espírito Santo, de tal forma que todos possam conhecê-lo e responder-lhe em amor (Rm 5:5). Eles também experimentam o amor divino em seu cuidado providencial. Isso pode significar que o amor será em forma de disciplina (Ap 3:19), mas também representa o fato de que “todas as coisas” cooperam para o bem do povo de Deus, dos que são chamados segundo o seu propósito. Nada poderá separá-los do amor de Deus e de Cristo (Rm 8:28-35, 39; veja a seção anterior “O Deus providencial”). Ao meditar sobre sua graça a favor de todos, para os levar à salvação, eles o louvam pela maneira como os escolheu e os predestinou para serem filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito da sua vontade (Ef 1:4-6; 1 Jo 3:1). Essa grande obra de salvação é feita “segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo” (v. 9).

    “Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)” (Ef 2:4-5). O problema é como uma mente humana pode assimilar a profundidade desse amor, pois “excede todo o entendimento” (Ef 3:18-19).

    O Deus salvador

    O amor de Deus é visto proeminentemente em sua salvação por meio de Jesus (“Jesus” significa “o Senhor salva”; veja Jesus). O Senhor é corretamente descrito como “Deus salvador”. A Bíblia ensina que toda a humanidade é pecadora e necessita de redenção, que só é efetivada pela ação salvadora de Deus. O AT refere-se ao Senhor como “Libertador”, “Redentor” e “Salvador”, tanto da nação como dos indivíduos. Ambos necessitam de perdão, se não querem receber juízo. Uma lição necessária à compreensão de todas as pessoas é que somente Deus é Todo-poderoso, soberano e justo; portanto, o único que pode salvar: “E não há outro Deus senão eu, Deus justo e Salvador não há além de mim” (Is 45:21-43.11). Às vezes, o povo de Israel voltava-se para outras nações em busca de proteção e salvação; essa atitude, entretanto, invariavelmente falhava, ao passo que o Senhor ensinava que somente Ele era o Salvador (Dt 32:15-24; 1 Cr 16:34-36; Is 17:10).

    A promessa que Deus faz ao seu povo é que “quando clamarem ao Senhor, por causa dos opressores, ele lhes enviará um salvador e um defender, que os livrará” (Is 19:20-43.3; 45.15). Os homens e mulheres fiéis, mencionados no AT, todos conheceram a atividade salvadora e libertadora de Deus, tanto nas batalhas como no perdão dos pecados. O êxodo do Egito tornou-se o grande evento na história de Israel, que ofereceu às gerações futuras um memorial e uma ilustração da salvação e redenção operadas pelo Senhor. Deus redimiu seu povo do Egito porque o amava: “Mas porque o Senhor vos amava, e para guardar o juramento que fizera a vossos pais, o Senhor vos tirou com mão forte, e vos resgatou da casa da servidão, da mão de Faraó, rei do Egito” (Dt 7:8).

    Aquele acontecimento histórico proporcionou às gerações futuras uma evidência de que Deus tem o poder para salvar e libertar; essa verdade tornou-se a base em que podiam apelar para o Senhor salvá-los e livrá-los novamente em outras situações adversas (Êx 6:6; Dt 9:26; Sl 106:10). A libertação do Egito, porém, proporcionou também uma advertência, que mostra os acontecimentos no deserto para os que “esqueceram seu Deus”: “Pondo-os ele à morte, então o procuravam; voltavam, e de madrugada buscavam a Deus. Lembravam-se de que Deus era a sua rocha, de que o Deus Altíssimo era o seu Redentor” (Sl 78:34-35; veja também 1 Cr 10:1-12). O próprio Deus mostrou a sua obra salvadora, ao levá-los do Egito para Canaã, e esperava fidelidade e serviço do seu povo redimido (Dt 13:5-15.15; 24.18; Os 13:4).

    Assim como precisavam de uma redenção física e libertação, os israelitas necessitavam também de perdão dos pecados; nisto também o Senhor provou ser o Salvador e Redentor do seu povo. Louvavam o seu nome pelo seu perdão e sabiam que podiam submeter-se à justiça de Deus e que Ele os salvaria (Dt 21:8; Sl 31:5-34.22; 44.26; Is 54:5-59.20).

    Os profetas olhavam para o futuro, para o dia em que um Salvador e Redentor viria para o povo de Deus: “O Redentor virá a Sião e aos que se desviarem da transgressão em Jacó, diz o Senhor” (Is 59:20). Isaías olhava adiante, para o dia do advento do Messias, quando o povo o louvaria: “Graças te dou, ó Senhor. Ainda que te iraste contra mim, a tua ira se retirou, e tu me consolaste. Certamente Deus é a minha salvação; confiarei e não temerei. O Senhor Deus é a minha força e o meu cântico; ele se tornou a minha salvação. Vós com alegria tirareis águas das fontes da salvação” (Is 12:1-3; veja Jr 23:6; Zc 9:9).

    Jesus foi o cumprimento de tais promessas. Ele era o Deus Salvador que veio à Terra para salvar e redimir. Quando seu nascimento foi anunciado, sua atividade salvadora e redentora imediatamente dominou as palavras dos anjos, de Zacarias e de Maria. As profecias concernentes à salvação do povo de Deus, com o advento do rei da linhagem de Davi, são anexadas às promessas do perdão de pecados e salvação do juízo de Deus. Toda a “história da salvação”, como alguns a têm chamado, chega ao seu grande clímax com o advento daquele que seria chamado de “Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1:21; Lc 1:46-47, 68-75; 2.11, 30-32, 38; etc.).

    O Deus salvador é revelado plenamente em Jesus. Nele, e em ninguém mais, há salvação (Lc 3:6-19.9,10; At 4:12; Hb 2:10). De fato, os vocábulos “salvar” e “salvação” referem-se a toda a obra salvadora de Cristo, desde sua encarnação, morte e ressurreição, até sua glorificação. Sua obra salvadora é considerada como um acontecimento realizado em três tempos: passado (na cruz, quando os crentes foram “justificados”; Rm 5:1-8.24; Ef 2:8-2 Tm 1.9); presente (com a operação progressiva do Espírito Santo na vida do crente, no processo de santificação, 1 Co 1.18; 2 Co 2,15) e futuro (no dia do julgamento, quando os crentes serão salvos da justa ira de Deus e serão glorificados; Rm 5:9-10).

    A meditação sobre quem é o Senhor sempre tem levado à doxologia; assim, Judas 25 expressa o louvor a Deus como Salvador, por meio de Jesus Cristo: “Ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

    O Deus Pai

    Conforme já vimos, Deus é bom e é amor; portanto, é também “Pai”. Ele é a fonte de todas as coisas e, nesse sentido, é Pai. É o Pai da criação de Israel — o povo da sua aliança e dos cristãos. Acima de tudo, ele é o Pai de seu único Filho Jesus Cristo. Numa época em que muitas vezes se pergunta se o Senhor realmente deveria ser chamado de “Pai”, pois isso pode parecer uma postura “machista”, é importante notar novamente que Deus é Espírito. Portanto, é totalmente errado descrevê-lo como masculino ou feminino. De fato, lemos sobre o Pai como o Deus “que te gerou” (Dt 32:18) — o que dificilmente seria considerada como uma ação masculina! A paternidade humana deriva de Deus e não vice-versa. Chamar Deus de “Pai” sem dúvida é correto do ponto de vista bíblico e, devidamente entendido, tem muito a dizer para corrigir os muitos abusos que são presenciados atualmente, cometidos pelos pais humanos.

    Primeiro, Deus é ocasionalmente referido, num sentido genérico, como Pai de todas as pessoas, pois elas são geradas por Ele (Ml 2:10; At 17:28-29; Hb 12:9). Segundo, a paternidade de Deus sobre Israel é mencionada ou subentendida. Como Pai, o Senhor tem o direito de ser obedecido. Deuteronômio 3:2-6 dá alguma indicação desse relacionamento: “Corromperam-se conta ele; já não são seus filhos, e isso é a sua mancha, geração perversa e depravada é. É assim que recompensas ao Senhor, povo louco e ignorante? Não é ele teu Pai, que te adquiriu, que te fez e te estabeleceu?” É o relacionamento pactual com seu povo que está especialmente em destaque aqui. O Senhor toma (cria) Israel, ao fazer dele o seu povo peculiar e ao adotá-lo amorosamente como pai, na esperança de receber de volta amor e obediência (Ml 1:6). Deus adverte Israel de que será rejeitado, se porventura desprezar seu Pai (v. 18). Assim, Israel é o seu “filho primogênito” e, se obedecer, receberá a proteção do Senhor. Por exemplo, Deus exige de Faraó: “Israel é meu filho, meu primogênito. Deixa ir o meu filho” (Êx 4:22-23; Os 11:1).

    O fato de Deus apresentar-se como Pai de Israel significa que tem o direito de esperar em resposta uma sincera comunhão com o filho. Lamentavelmente, na maior parte do tempo, encontrou um povo rebelde. Deus diz em Isaías 1:2: “Criei filhos, e os engrandeci, mas eles estão revoltados contra mim”. Tanto este profeta como Jeremias, entretanto, olham para o futuro, para um tempo em que o Senhor será o Pai de um filho que corresponde. Deus então mostrará a Israel seu cuidado e seu amor: “Guiá-los-ei aos ribeiros de águas, por caminho reto em que não tropeçarão, porque sou um pai para Israel, e Efraim é o meu primogênito” (Jr 31:9). Um filho humilde admitirá que o Pai tem direitos: “Mas agora, ó Senhor, tu és o nosso Pai. Nós somos o barro, tu és o nosso oleiro; somos todos obra das tuas mãos. Não te enfureças tanto, ó Senhor, nem perpetuamente te lembres da iniqüidade. Olha, nós te pedimos, todos nós somos o teu povo” (Is 64:8-9; veja também 45.10,11; 63.16). Como Pai e Deus da Aliança, quando seu filho chamar, ele responderá: “Ele me invocará, dizendo: Tu és meu pai, meu Deus, a rocha da minha salvação... O meu amor lhe manterei para sempre, e a minha aliança lhe será firme” (Sl 89:26-28).

    Deus também é o Pai do rei de Israel, de uma maneira especial, pois ele representa o povo. A aliança que o Senhor fez com o rei Davi estabeleceu que Deus seria o “Pai” dos descendentes dele: “Eu serei seu Pai e ele será meu filho”. O salmista destaca esse tema. Por exemplo, o Salmo 2:7 diz: “Proclamarei o decreto do Senhor: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei” (veja também Sl 89:26-27). Posteriormente, essas passagens sobre o filho assumiram um significado messiânico, quando as pessoas olhavam para o futuro, para o advento do rei ungido da linhagem de Davi. De fato, mais tarde foram aplicadas a Jesus Cristo (At 13:33; Hb 1:5).

    Deus é “Pai” unicamente de Jesus, o qual é descrito como “o Filho unigênito de Deus” (veja Jesus). Esta filiação está relacionada ao seu nascimento virginal (Lc 1:35), mas essa não é a única origem. O Pai anuncia claramente a condição de Jesus, em seu batismo: “Então ouviu-se esta voz dos céus: Tu és o meu Filho amado em quem me comprazo” (Mc 1:11). Isso, porém, serviu apenas para confirmar publicamente o que já era verdade. De fato, o NT indica uma comunhão permanente entre o Deus Pai, como “pai”; e o Deus Filho, como “filho”. Esse relacionamento eterno é indicado em João 1:18: “Ninguém nunca viu a Deus, mas o Deus unigênito, que está ao lado do Pai, é quem o revelou”. Em João 17 Jesus dirige-se a Deus como “Pai” e olha para o futuro, quando receberá novamente “a glória que me deste, porque me amaste antes da criação do mundo” (vv. 24,25; 1 Jo 4:9).

    O acesso a Deus como “Pai” só é possível por meio de Cristo: “Ninguém vem ao Pai, senão por mim”, disse Jesus (Jo 14:6). Isso também aponta o caminho para a filiação a Deus para todos os cristãos.

    Deus como Pai de todos os cristãos é o complemento de sua paternidade a ser mencionada aqui. O Senhor é o Pai de todo o que tem fé em Cristo. Parte da plenitude da salvação, aplicada aos crentes pelo Espírito Santo, é a condição de “adoção” de filhos (Rm 8:23; Ef 1:5), mediante a qual podem utilizar o nome mais pessoal de “Aba” (Papai), ao dirigir-se a Deus (Rm 8:14-17; Gl 4:6). É importante notar que em ambos os textos a “filiação” também está intimamente ligada à herança. Assim como Jesus, o Filho, é herdeiro da glória de Deus, Paulo diz que os filhos adotados são “co-herdeiros de Cristo, se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados” (Rm 8:17). É possível para todo o que crê em Cristo conhecer o Pai (Gl 3:26), pois Jesus lhes revela (Jo 14:6-9). Cristo mostrou o Pai ao mundo: “Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo. Antes, é o Pai que está em mim quem faz as obras” (v.10).

    Novamente, a única resposta apropriada por parte do cristão, diante da ideia de ser feito filho de Deus, é o louvor: “Vede quão grande amor nos concedeu o Pai, que fôssemos chamados filhos de Deus. E somos mesmo seus filhos! O mundo não nos conhece porque não o conheceu. Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque assim como é, o veremos” (1Jo 3:1-2).

    Os nomes de Deus

    Enquanto nas modernas culturas ocidentais o nome realmente só é usado para distinguir uma pessoa de outra, os registrados na Bíblia são utilizados para representar totalmente a pessoa ou indicar aspectos de seu caráter ou de seu objetivo na vida (veja seção Os nomes e seus significados na 1ntrodução). Em nenhum outro lugar isso pode ser visto mais claramente do que na expressão “nome do Senhor”, que ocorre aproximadamente 100 vezes nas Escrituras. É uma frase que sintetiza o que nunca pode ser totalmente resumido — ou seja, o próprio Deus.
    O Nome. Quando Gênesis 4:26 diz: “Foi nesse tempo que os homens começaram a invocar o nome do Senhor”, não quer dizer simplesmente que as pessoas aprenderam a usar o nome “Senhor”. O texto indica que elas começaram a adorar ao Senhor por tudo o que Ele é. Quando a Lei diz: “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão, pois o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão” (Êx 20:7), claramente tem em mente mais do que as ocasionais expressões irreverentes (embora, é claro, sua proibição esteja incluída no mandamento). A lei afirma que o próprio Senhor não deve ser considerado com desdém. Não pode ser tratado da mesma maneira que os ídolos pagãos, mencionados no mandamento anterior. Jamais deve ser invocado como um poder mágico ou ser referido numa adoração que não é centralizada exclusivamente nele.

    Assim, uma referência ao “Nome” do Senhor leva consigo uma indicação da própria natureza de Deus. Em Êxodo 23:20, o “Nome” de Deus está presente no anjo enviado para liderar o povo de Israel. Também é correto concluir que tal ser trata-se de uma “teofania”, por meio da qual o Senhor de alguma maneira era experimentado ou visto na presença do anjo (veja Teofanias).

    Quando a Bíblia fala em “invocar” o nome de Deus, geralmente é num contexto de exortação para se adorar ao Senhor totalmente, em toda a vida e vê-lo como o Deus soberano e transcendente que é: pessoal, amoroso e fiel, que está presente em todas as áreas de seu domínio (2Rs 5:11; Sl 17:7; Jl 2:32; Sf 3:9).

    Fazer alguma coisa no “nome do Senhor” é realizar algo no lugar do próprio Deus ou fazer com todo o endosso de sua presença e em obediência à sua ordem. Dessa maneira, os sacerdotes e levitas ministravam “no nome do Senhor” e os profetas falavam “no nome do Senhor”; não que eles alegassem ser Deus, mas isso significava que falavam e operavam com sua total autoridade e poder por trás deles. Até o mesmo o rei Davi lutou “em nome do Senhor” (Dt 18:17-22; 21.5; 1 Sm 17.45; 1 Rs 18.24; etc.). Quando os israelitas desejavam afirmar a presença de Deus com a Arca da Aliança, faziam isso mediante a invocação do “Nome do Senhor dos Exércitos” (2Sm 6:2). Salomão falava em construir um Templo “ao nome do Senhor” (1Rs 8:20). Dessa maneira, o nome é um meio de descrever a plenitude, a transcendência e a presença do próprio Deus.

    É interessante notar que no NT o “nome” pertence a Jesus, para lembrar os textos do AT que se referiam a tudo o que Deus é. Se o nome é de Deus e Jesus é chamado pelo “nome”, então tudo o que pertence a Deus está em Jesus e tudo o que Deus é, Cristo também é (compare Joel 2:32 com Atos 2:21; Romanos 10:13). Assim como a autoridade e o poder de Deus são vistos em seu “nome”, o mesmo acontece com Jesus. É “no nome de Jesus” que as pessoas são desafiadas ao arrependimento, batismo e a receber perdão. A fé precisa ser “no nome de Jesus” (At 2:38-3.16; 9.21). É “no nome de Jesus” que os apóstolos curavam e a Igreja orava (At 3:6; Tg 5:14).

    Em adição a essa maneira abrangente de referir-se à plenitude de Deus, vários nomes específicos são atribuídos ao Senhor na Bíblia e nos ajudam a entendê-lo melhor. Diferentemente de todos os “nomes”, eles enfatizam aspectos da natureza e do caráter de Deus, a fim de afirmar e enriquecer o que já foi mencionado anteriormente.
    El, Elohim. Um nome comum usado para o Senhor e geralmente traduzido como “Deus” (Elohim é a forma plural). A raiz deste vocábulo provavelmente significa “poder”. Este termo era utilizado em outras culturas e religiões para descrever uma grande divindade. Na Bíblia, porém, o nome é aplicado ao único Deus — “El Elohe Israel”, [Deus, o Deus de Israel] (Gn 33:20). Nas Escrituras, Ele é o “Deus do céu e da terra” (Gn 24:3); “o Deus de Abraão, Isaque e Jacó”; o “Deus dos hebreus” (Êx 3:18); o “Deus dos deuses”; “Deus da verdade” (Sl 31:5) e, é claro, “Deus da glória” (Sl 29:3).

    A forma plural às vezes refere-se a outros deuses, mas também é usada na Bíblia para o único Deus, embora o termo esteja no plural. A forma plural indica a plenitude do Senhor. Ele é totalmente distinto das pessoas criadas, em seu ser (Nm 23:19).

    O vocábulo “El” também aparece em formas como “El Shaddai” (Deus Todo-poderoso”; Gn 17:1; Êx 6:3. Para mais detalhes, veja a seção “O Deus de Abraão”, no artigo sobre Abraão); “El Elyom” (Deus Altíssimo; Dt 32:8; Dn 7:18-22; etc.); “El Betel” (Deus de Betel; Gn 35:7); e “El Olam” (Deus Eterno; Gn 21:33; veja também Sl 90:2).
    Yahweh (o Senhor). O vocábulo Yahweh, que geralmente é traduzido como “Senhor”, em nossas versões da Bíblia em Português, tem sido corretamente chamado de “o nome da aliança de Deus”. Foi por este título que o Deus de Abraão, Isaque e Jacó escolheu revelar-se a Moisés (Êx 6:3). Sem dúvida, os seguidores fiéis do Senhor já o conheciam por este nome antes da revelação da sarça ardente, mas com Moisés há mais revelações da fidelidade de Yahweh à aliança e de sua comunhão íntima com seu povo. O nome em si é derivado do verbo hebraico “ser”. Moisés imaginou pessoas que lhe perguntariam pelo nome do Deus que lhe apareceu, quando voltasse para seu povo. O Senhor lhe respondeu: “EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós” (Êx 3:14; veja
    v. 15). Yahweh, portanto, significa algo como “Ele é” ou talvez “Ele traz à existência”.

    Como o nome revelado de Deus, o título “Yahweh” trazia uma declaração da existência contínua do Senhor e sua presença permanente com seu povo. Foi Ele quem se apresentou a Moisés e ao povo de Israel através das gerações como o Deus da aliança, o que sempre seria fiel às suas promessas em favor de seu povo. Foi sob este nome que o povo da aliança adorou a Deus. No NT, os cristãos entenderam que o Senhor da aliança era Jesus Cristo e, assim, ideias e atributos do AT que pertenciam a Yahweh foram trazidos e aplicados a Jesus. Para uma discussão mais detalhada do grande significado deste nome, veja Senhor.
    Adonai (Senhor). Com o significado de “Senhor” ou “Mestre”, este termo é aplicado a seres humanos em posição de autoridade. Quando relacionado a Deus, entretanto, geralmente é usado junto com o nome Yahweh. Isso apresenta algumas dificuldades na tradução. Não é fácil ler a frase “O senhor senhor”! Assim, geralmente traduz-se como “Senhor Deus” (2Sm 7:28; Is 28:16-56.8; etc.).
    Rocha. A fidelidade, a confiabilidade e a graça salvadora do Deus da aliança são ocasionalmente descritas por meio do epíteto “Rocha” (Dt 32:4-15, 18; 2 Sm 22.3, 47; Sl 62:7; Hc 1:12; etc.).
    Outros nomes. Embora algumas vezes sejam tomados como nomes, muitos outros termos aplicados a Deus são adjetivos. São usados para descrever o Senhor, atribuir louvor ao seu nome e diferenciá-lo dos deuses pagãos. Juízes 6:24 diz que “o Senhor é paz”. Outros textos falam sobre Deus como “o Santo” ou “o Santo de Israel”, a fim de estabelecer um elo no AT entre a sua santidade e a necessidade de que o seu povo seja santo (6:10; Pv 9:10; Is 12:6). Deus também é conhecido como o “Rei” (veja Rei), o “Senhor Todo-poderoso”, “o Senhor é minha Bandeira”, entre outros.
    Jeová. Este termo é pouco citado nas modernas versões da Bíblia. Deve, contudo, ser mencionado aqui como um nome que ainda sobrevive em algumas traduções. É suficiente dizer que, em hebraico, o termo YHWH aparece e, na maioria das vezes, é traduzido como SENHOR, em nossas versões, ou colocam-se vogais e assim lê-se Yahweh (o que alguns colaboradores deste volume têm feito). Jeová deriva de uma leitura equivocada de Yahweh. O pano de fundo do problema com o nome “Jeová” é explicado no verbete Senhor.


    A Trindade

    O cristianismo tradicionalmente argumenta que muitas evidências bíblicas revelam Deus em três pessoas distintas. Para alguns, tal definição do Senhor tem causado sérios problemas. A história da Igreja é permeada pelo surgimento de seitas que não reconheciam Jesus Cristo como Deus ou que se recusavam a aceitar a visão trinitária do Senhor; outras não viam um dos componentes da Trindade como totalmente Deus, ou negavam que houvesse distinções entre as três pessoas. Outros grupos estão totalmente fora do ensino bíblico e entram efetivamente no mundo do triteísmo, uma noção negada explicitamente na Bíblia, como, por exemplo, na oração da “Shema” (Dt 6:4). Embora o termo “trindade” não seja mencionado nas Escrituras, os cristãos sempre creram que somente ele pode fazer justiça à revelação bíblica da “plenitude” de Deus. Começando com o AT, os cristãos apontam indicações que pressagiam um ensino mais detalhado no NT. Muitas passagens conduzem para a pluralidade relacionada com o que é o “único Deus”. Muitos textos sugerem uma identificação do Messias que virá com o próprio Deus. Ele será chamado de Deus Poderoso, governará em completa soberania e será eterno — atributos divinos (Is 9:6-7; Sl 2; etc.). Mas indicações também estão presentes na compreensão da própria criação, no AT. Embora algumas pessoas neguem seu significado, é interessante notar que o Senhor refere-se a si mesmo com o termo plural “elohim” em certas passagens. Em Gênesis 1, é Deus quem cria, por meio de sua Palavra e pelo seu Espírito (Gn 1:1-3). Às vezes essa referência no plural parece ainda mais notável, feita de forma explícita com o uso de verbos e pronomes nas pessoas do plural; por exemplo, “Então disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem...” (Gn 1:26-3.22; 11.7; Is 6:8). Existe também uma personalização da “Palavra de Deus” que criou os céus (Sl 33:6). Algo semelhante ocorre em Provérbios 8, onde a sabedoria do Senhor é personalizada como o próprio Deus que opera no mundo, concede vida e envolve-se com a própria criação (principalmente Pv 8:12-21).

    Alguns sugerem que “o anjo do Senhor” também deve ser identificado com Deus e ainda assim é distinto dele (Êx 3:2-6; veja também Anjo do Senhor). Em Isaías 63:1014, o Espírito Santo é identificado como Agente de Deus. Esse tipo de evidência espera por sua interpretação mais completa no NT (veja também Teofanias).

    No NT, aspectos da doutrina da Trindade surgem primeiro quando os discípulos e seguidores de Jesus reconhecem as obras e as palavras de Deus nas atitudes de Jesus. Realmente, o problema dos líderes religiosos daquela época foi justamente que algumas das coisas que Cristo fazia e dizia só seriam feitas e ditas por Deus; portanto, eles alegavam que Jesus blasfemava, ao tentar passar por Deus. Por exemplo, Cristo perdoou os pecados do paralítico, algo que os escribas acreditavam que somente Deus era capaz de fazer; portanto, era uma blasfêmia. Jesus então demonstrou sua autoridade divina, ao curar o homem completamente (Mt 9:2-6). João 8 é especialmente esclarecedor sobre essa questão e traz uma série de declarações feitas por Jesus. Sua alegação de pertencer a Deus e ser enviado por Ele (vv. 14, 23), de partir para um lugar desconhecido dos líderes religiosos (v. 14), intimamente combinada com o uso da expressão “Eu Sou” e sua declaração de ter existido antes de Abraão (vv. 24, 28, 58, etc.), tudo isso ocasionou uma acusação de blasfêmia e a tentativa de apedrejamento — a punição para aquela transgressão (v. 59). Jesus aceitou a confissão de Pedro de que Ele era o Cristo (Mc 8:29-30) e alegou ter “todo” poder e autoridade antes de fazer uma das principais declarações trinitárias da Bíblia: “Ide... batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28:18).

    Em todo o NT, ambos, o Espírito Santo e Jesus, são apresentados como seres divinos. João 1:1-14 fala de Cristo como preexistente. Romanos 9:5 geralmente é destacado por alguns teólogos, mas provavelmente a leitura deveria ser essa: “Cristo, que é Deus sobre todos, seja louvado...” (veja também Cl 2:9; Hb 1:9-10; etc.). O Espírito Santo também é visto como Deus (veja At 5:3-4; Jo 15:26; Mc 3:29-2 Co 3.17; etc.).

    São também interessantes as passagens do NT onde os escritores apostólicos aplicam a Jesus o nome de Yahweh do AT (Senhor). Veja, por exemplo, Romanos 1:0-13, onde a confissão da fé em Cristo é provada como confissão de fé em Deus, por uma referência que aponta para o AT e menciona Yahweh. Vários textos merecem um exame cuidadoso, pois trazem o entendimento do AT sobre Yahweh ou aplicam declarações concernentes a Yahweh, no AT, e a Jesus, no NT. Por exemplo, veja João 1:2-41 (cf. Is 6:10); Atos 2:34-36; I Coríntios 1:30-31; 12.3; Filipenses 2:9-11 (cf. Is 45:23), etc.

    Em muitas passagens bíblicas, a ideia do Deus trino é no mínimo implícita nos textos do NT, se não explícita. O batismo de Jesus envolveu o Filho, o Pai e o Espírito Santo (Mt 3:13-17). O mencionado em Mateus 28:19 é em nome das três pessoas da Trindade. Jesus referiu-se ao Espírito Santo como “outro Consolador”. Assim como o Pai enviou Cristo, Ele mandaria o Espírito Santo (Jo 14:15-23). Veja também a obra do Pai, do Filho e do Espírito Santo na vida do crente (Ef 3:14-19).

    As Escrituras revelam uma figura de Deus em três pessoas e a isso nós chamamos de “Trindade”. O Pai não é maior do que o Filho e ambos são distintos do Espírito Santo, embora exista um ensino claro tanto no AT como no NT de que Deus é único. Existem três pessoas, mas apenas um Senhor. Tal ensino, quando apresentado em conjunto, implica um modo de existência longe do que nossa mente humana possa entender. É por esta razão que todas as analogias humanas invariavelmente fracassam quando se trata de explicar o que significa a Trindade.

    Os cristãos estão convencidos de que negar essa doutrina é renunciar à clara evidência bíblica sobre o próprio Deus. Um escritor resumiu o ensino bíblico dessa maneira: “A doutrina da Trindade não explica plenamente o misterioso caráter de Deus. Pelo contrário, estabelece as fronteiras, fora das quais não devemos andar... Isso exige que sejamos fiéis à revelação bíblica que em um sentido Deus é um e num sentido diferente ele é três” (R. C. Sproul).

    Conclusão

    O Deus da Bíblia é revelado como Eterno, Majestoso, Transcendente, Onipotente e Onisciente. Também é descrito como o Criador de todo o Universo e das pessoas e, neste contexto, revela a si mesmo em sua Palavra como um Deus pessoal, amoroso e soberano, um Deus justo, verdadeiro e íntegro. Deus é revelado como o Pai, o Filho e o Espírito Santo. É o Deus presente com seu povo (Emanuel, Deus conosco) e atuante em toda a criação, embora de modo algum seja absorvido por ela, como certas religiões orientais ensinam. Embora seja um Deus santo, separado e distinto da criação e das criaturas, não permite que o mundo se perca totalmente em seu pecado, sem nenhuma esperança de redenção; pelo contrário, revela a si mesmo como um Deus de amor que salva e redime todo aquele que o busca. Sua graça salvadora é vista claramente em sua vinda aqui na Terra: Jesus, o Filho de Deus, veio para ser o Salvador e Redentor da humanidade. Esta dádiva é experimentada por meio de sua Palavra (a Bíblia) e da presença do Espírito Santo no coração e na vida daqueles que crêem nele. Quanto mais a Bíblia é lida, fica mais claro que todo o seu povo é exortado repetidamente a cantar louvores ao Deus Todo-poderoso que, embora seja transcendente, está presente, a fim de sustentar, cuidar e salvar. “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos jubilosos e imaculados diante da sua glória, ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

    P.D.G.


    Deus [hebr. El, Elah, Eloah, Elohim; gr. theós]

    O nome mais geral da Divindade (Gn 1:1; Jo 1:1). Deus é o Ser Supremo, único, infinito, criador e sustentador do universo. É espírito pessoal e subsiste em três pessoas ou distinções: Pai, Filho e Espírito Santo (v. TRINDADE). É santo, justo, amoroso e perdoador dos que se arrependem. O ateu diz que Deus não existe; o agnóstico diz que não podemos saber se Deus existe ou não; o crente sabe que Deus existe e afirma: “... nele vivemos, nos movemos e existimos” (At 17:28).

    ==========================

    NOMES DE DEUS

    Nas Escrituras Sagradas Deus é chamado por vários nomes e cognomes (títulos), que seguem alistados na ordem decrescente do número de ocorrências:


    1) SENHOR (hebr. JAVÉ, ???? - Gn 2:4);


    2) DEUS (Gn 1:1);


    3) SENHOR DOS EXÉRCITOS (Jr 33:11);


    4) Pai (Is 63:16; Mt 6:8-9);


    5) SENHOR (propriamente dito - Sl 114:7);


    6) SANTO de ISRAEL (Is 1:4);


    7) ALTÍSSIMO (Gn 14:18);


    8) Todo-poderoso (Gn 49:25; 2Co 6:18);


    9) Deus Vivo (Os 1:10; 1Ts 1:9);


    10) Rei (Sl 24; 1Tm 6:15);


    11) Rocha (Dt 32:18; Is 30:29);


    12) REDENTOR (19:25);


    13) SALVADOR (Sl 106:21; Lc 1:47);


    14) Juiz (Gn 18:25; 2Tm 4:8);


    15) O Poderoso (Gn 49:24, RA; RC, Valente);


    16) O PRIMEIRO E O ÚLTIMO (Ap 22:13);


    17) ETERNO DEUS (Is 40:28);


    18) Pastor (Gn 49:24);


    19) ANCIÃO DE DIAS (Dn 7:9);


    20) O Deus de BETEL (Gn 31:13);


    21) O Deus Que Vê (Gn 16:13).


    Deus O judaísmo apresentava uma visão estritamente monoteísta da divindade. As afirmações a respeito que aparecem no Antigo Testamento não podem ser mais explícitas. Antes e depois dele não houve nem haverá outros deuses (Is 43:10-11). Tudo criou sem ajuda nem presença de ninguém (Is 44:24; 45,12). É o primeiro e o último (Is 44:6), clemente e misericordioso (Sl 111:4), o que cuida dos oprimidos (Sl 113:7), o que cura todas as dores e perdoa todas as iniqüidades (Sl 103:3).

    Foi ele quem entregou a Torá a Moisés no Sinai (Êx 19:20) e que estabeleceu uma Aliança Eterna com Israel como povo seu. Ele que falou através dos profetas, ele que não pode ser representado por nenhum tipo de imagem, desenho ou pintura (Ex 20:4ss.) etc.

    Deste Deus se esperava que enviaria seu messias e que no final dos tempos ressuscitaria os justos e injustos, proporcionando recompensa eterna aos primeiros e castigo vergonhoso e consciente aos segundos (Dn 12:2).

    Nos evangelhos encontramos uma aceitação de todas essas afirmações. Deus é único (Mc 12:29ss.), é o Deus dos patriarcas (Mt 22:32), é o único que pode receber culto e serviço (Mt 6:24; Lc 4:8). Para ele tudo é possível (Mt 19:26; Lc 1:37). Ainda que faça brilhar o sol sobre justos e injustos (Mt 5:45), só é Pai daqueles que recebem Jesus (Jo 1:12). Essa relação de paternidade entre Deus e os seguidores de Jesus explica por que ele é tratado como Pai (Mt 11:25ss.; Mc 14:36; Lc 23:34.46; Jo 11:41; 17, 1.5.11). A ele se deve dirigir no oculto do coração e sem usar contínuas repetições como os pagãos (Mt 6:4.
    18) e nele se deve confiar sem sombra de dúvida (Mt 6:26-32; 10,29-31; Lc 15). E podemos então chegar a conhecê-lo porque se nos revelou em Jesus (Jo 1:18).

    Esse monoteísmo com o qual Deus é contemplado no Novo Testamento encontra-se, não obstante, selecionado através da fé na Trindade, que afirma uma pluralidade de pessoas no âmago da única divindade. Existem precedentes da crença na divindade do messias no judaísmo, assim como da atuação de Deus em várias pessoas. De fato, o judeu-cristianismo posterior — tal como registra o Talmude — apenas se referiu a elas para defender sua essência judaica. Assim, no Antigo Testamento, atribui-se ao Messias o título divino de El-Guibor (Is 9:5-6); Deus se expressa em termos plurais (Gn 1:26-27; Is 6:8); o malak YHVH ou o anjo de YHVH não é senão o próprio YHVH (Jz 13:20-22) etc, expressões que foram interpretadas como sinais da revelação da Trindade.

    Nos evangelhos encontramos de fato afirmações nesse sentido que não podem ser consideradas equívocas. Por exemplo: Jesus é denominado Deus (Jo 1:1; 20-28 etc.); afirma-se que o Filho de Deus é igual a Deus (Jo 5:18); ressalta-se que era adorado pelos primeiros cristãos (Mt 28:19-20 etc.), recebe a designação de “Verbo”, termo procedente dos targuns aramaicos para referir-se ao próprio YHVH (Jo 1:1) etc.

    Tem-se discutido se todos esses enfoques procedem realmente do próprio Jesus ou se, ao contrário, devem ser atribuídos à comunidade primitiva. Também se questiona o seu caráter judaico.

    Atualmente, sabemos que esses pontos de vista não se originaram do helenismo, mas do judaísmo contemporâneo de Jesus (m. Hengel, A. Segal, C. Vidal Manzanares etc.). A característica que difere o cristianismo das outras doutrinas é afirmar essa hipóstase do Deus único, encarnado em Jesus. A este também retrocede todas as interpretações sobre sua pessoa. Para essa interpretação, defendem-se passagens de indiscutível autenticidade histórica, como a de Lc 10:21-22, assim como as de auto-identificação que Jesus atribui a si, como a Jokmah hipostática dos Provérbios (Lc 7:35; 11,49-51) e como o “Kyrios” (Senhor) do Antigo Testamento (Lc 12:35-38; 12,43ss.). Essas passagens de fato fazem parte da fonte Q, o que indica sua antigüidade.

    m. Hengel, El Hijo de Dios, Salamanca 1978; A. Segal, Paul, The Convert, New Haven e Londres 1990; m. Gilbert - J. N. Aletti, La Sabiduría y Jesucristo, Estella; C. Vidal Manzanares, El primer Evangelio...; Idem, El judeo-cristianismo palestino...



    i. os nomes de Deus. A palavra portuguesa Deus, que tem a mesma forma na língua latina, representa alguns nomes da Bíblia, referentes ao Criador.
    (a): o termo de uso mais freqüente é Elohim, que restritamente falando, é uma forma do plural, derivando-se, presumivelmente, da palavra eloah. Mas, embora seja plural, é certo que, quando se refere ao único verdadeiro Deus, o verbo da oração, de que Elohim é o sujeito, e o nome predicativo vão quase invariavelmente para o singular. As principais exceções são quando a pessoa que fala, ou aquela a quem se fala, é um pagão (Gn 20:13 – 1 Sm 4.8).
    (b): El, provavelmente ‘o único que é forte’, também ocorre freqüentemente. E encontra-se este nome com adições: El-Elyon, ‘o Deus Altíssimo’ (Gn 14:18) – El-Shaddai, ‘o Deus Todo-poderoso’ (Gn 17:1) – e entra na composição de muitos vocábulos hebraicos (por exemplo Eliabe, Micael).
    (c): Adonai, Senhor, ou Superior. Esta palavra e as duas precedentes eram empregadas quando se queria significar o Deus da Humanidade, sem especial referência ao povo de israel.
    (d): Todavia, Jeová, ou mais propriamente Jahveh, o Senhor, o Ser que por Si mesmo existe, o Ser absoluto, que é sempre a Providência do Seu povo, designa Aquele que num especial sentido fez o pacto com o povo de israel.
    (e): outro nome, ou antes, titulo, ‘o Santo de israel’ (is 30:11) merece ser aqui mencionado, porque ele nos manifesta o alto ensino moral dos profetas, fazendo ver aos israelitas que o Senhor, a Quem eles adoravam, estava muito afastado dos ordinários caminhos do homem, e portanto era necessário que o Seu povo fosse como Ele, odiando o pecado. É sob este título que o Senhor é reconhecido como uma pedra de toque não só da pureza cerimonial, mas também da pureza ética.
    (f): Pai. Nas primitivas religiões semíticas, este termo, enquanto aplicado aos deuses, tinha uma base natural, pois que os povos acreditavam que eram descendentes de seres divinos. Todavia, no A.T. é Deus considerado como o Pai do povo israelita, porque Ele, por atos da Sua misericórdia, o constituiu em nação (Dt 32:6os 11:1 – *veja Êx 4:22). De um modo semelhante é Ele chamado o Pai da geração davídica de reis, porque Ele a escolheu e a tornou suprema (2 Sm 7.14 – Sl 2:7-12 – 89.27). Mais tarde se diz que Deus Se compadece dos que o temem (isto refere-se particularmente aos israelitas e aos que aceitam a religião de israel), como um pai se compadece dos seus filhos (Sl 103:13Mt 3:17).
    ii. A doutrina de Deus. Certas considerações nos são logo sugeridas sobre este ponto.
    (a): Em nenhuma parte da Bíblia se procura provar a existência de Deus. A crença no Criador é doutrina admitida. Nunca houve qualquer dúvida a respeito da existência da Divindade, ou da raça humana em geral. Entre os argumentos que podemos lembrar para provar a existência do Criador, devem ser notados: a relação entre causa e efeito, conduzindo-nos à grande Causa Primeira – a personalidade, a mais alta forma de existência que se pode conceber, de sorte que uma Causa Primeira, que carecesse de personalidade, seria inferior a nós próprios – a idéia de beleza, de moralidade, de justiça – o desejo insaciável, inato em nós, de plena existência que nunca poderia ser satisfeita, se não houvesse Aquele Supremo Ser, Luz, Vida e Amor, para onde ir.
    (b): Deus é um, e único (Dt 6:4, doutrina inteiramente aceita por Jesus Cristo, Mc 12:29). Porquanto se houvesse mais que uma Divindade, haveria, de certo, conflito entre esses seres todo-onipotentes. Por isso, contrariamente ao dualismo de Zoroastro, segundo o qual há dois seres supremos, um bom e outro mau, a Bíblia ensina que Deus tem a autoridade suprema mesmo sobre o mal (is 45:6-7). Este fato fundamental da Unidade de Deus não está em contradição com a doutrina cristã da Trindade, antes pelo contrário, a salvaguarda.
    (c): Deus é o Criador e o Conservador de tudo (Gn 1:1At 17:24Ap 4:11 – e semelhantemente Jo 1:3 – Col 1.16, onde o imediato Agente é a Segunda Pessoa da Trindade). Todos os dias estamos aprendendo, com clareza de percepção, que a matéria não é coisa morta e sem movimento, que as próprias pedras tremem pela sua energia, sustentando a sua coesão pelas formidáveis e ativas forças que sem interrupção nelas operam. o nosso conhecimento, cada vez mais aperfeiçoado, sobre os métodos de Deus na Criação, leva-nos a um louvor cada vez mais elevado.
    (d): Estamos, também, sabendo mais com respeito à relação de Deus para conosco, como governador e conservador de tudo. Relativamente a este assunto há duas verdades, nenhuma das quais deverá excluir a outra:
    (1). Ele é transcendente, isto é, superior ao universo, ou acima dele (*veja is 40:22 – 42.5 – 1 Tm 6.16).
    (2). É igualmente importante notar que Deus é imanente, isto é, está na matéria, ou com ela. Nesta consideração, nós e todos os seres vivemos Nele (At 17:28 – *veja também Jo 1:3-4) – e Ele em nós está pelo simples fato de que sendo Espírito (Jo 4:24) é dotado de onipresença.
    iii. A adoração a Deus. Se a religião é, na verdade, uma necessidade natural, o culto é sua forma visível. Porquanto, embora possamos supor a priori que nos podemos colocar na presença da Divindade sem qualquer sinal exterior, é isto, contudo, tão incompatível como a natureza humana, e tão contrário às exigências da religião, visto como esta pede a adoração a Deus com toda a nossa complexa personalidade, que não é possível admitir-se tal coisa. É certo que Jesus Cristo disse: ‘Deus é Espirito – e importa que os seus adoradores o adorem em espirito e em verdade’ (Jo 4:24). (*veja Altar, Baal, igreja, Eloí, Espírito Santo, Jewá, Jesus Cristo, Senhor, Senhor dos Exércitos, Tabernáculo, Templo, Trindade, Adoração.)

    Do latim deus, daus, que significa “ser supremo” ou “entidade superior”.

    substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
    Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
    Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
    Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
    Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
    Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
    Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
    Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

    substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
    Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
    Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
    Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
    Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
    Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
    Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
    Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

    Faca

    substantivo feminino Instrumento cortante, provavelmente a mais útil das ferramentas usadas pelo homem.
    A faca foi uma das primeiras ferramentas desenvolvidas pelo homem primitivo. Apontando e afiando finos fragmentos de pedra, o homem acabou por criar a faca, que utilizava para tirar a pele de animais e cortar a carne.

    substantivo feminino Instrumento cortante, provavelmente a mais útil das ferramentas usadas pelo homem.
    A faca foi uma das primeiras ferramentas desenvolvidas pelo homem primitivo. Apontando e afiando finos fragmentos de pedra, o homem acabou por criar a faca, que utilizava para tirar a pele de animais e cortar a carne.

    Pouco uso faziam das facas os hebreus nas suas refeições mas empregavam-nas na matança dos animais, e para fazerem em pedaços os que estavam mortos (Gn 22:6 – L*veja 7.33,34 – 8.15,20,25 – 9.13 – Nm 18:18 – 1 Sm 9.24 – Ed 1:9Ez 24:4). As mais antigas facas eram de pederneira, e talvez destas se tenha conservado o uso nos atos cerimoniais (Êx 4:25Js 5:2-3).

    Frutificar

    Dicionário Comum
    verbo intransitivo Produzir frutos.
    Figurado Dar bons resultados, trazer benefícios; produzir.
    Fonte: Priberam

    Dicionário Bíblico
    Dar frutos, reproduzir, darresultado positivo e vantajoso.
    Fonte: Dicionário Adventista

    Multidão

    substantivo feminino Agrupamento de pessoas, de animais ou de coisas.
    Grande número de; montão: multidão de roupa para passar!
    Reunião das pessoas que habitam o mesmo lugar.
    Parte mais numerosa de gente que compõe um país; povo, populacho.
    Etimologia (origem da palavra multidão). Do latim multitudo.inis.

    Multiplicar

    verbo transitivo Matemática Fazer uma multiplicação.
    Aumentar o número, a quantidade, a intensidade.
    verbo pronominal Produzir seres semelhantes a si mesmo; reproduzir-se.
    Desenvolver extraordinária atividade.

    Poderoso

    adjetivo Que tem muito poder, grande influência.
    Que possui poder, força e influência; influente.
    Que pode dispor de grandes recursos.
    Que, numa sociedade, ocupa uma boa posição; bem colocado.
    Que ocasiona um efeito intenso, marcante; energético.
    Que faz com que alguém mude de opinião, de intenção: argumento poderoso.
    substantivo masculino Indivíduo que tem poder, que exerce sua influência econômica, social; quem é muito rico ou ocupa uma posição social de destaque.
    Etimologia (origem da palavra poderoso). Poder + oso.

    hebraico: Shadai, forte

    Povos

    povo | s. m. | s. m. pl.

    po·vo |ô| |ô|
    (latim populus, -i)
    nome masculino

    1. Conjunto dos habitantes de uma nação ou de uma localidade. = POPULAÇÃO

    2. Pequena povoação.

    3. Lugarejo.

    4. Aglomeração de pessoas. = GENTE

    5. Figurado Grande número, quantidade.

    6. História Estrato da população que não pertencia nem ao clero, nem à nobreza. = PLEBE


    povos
    nome masculino plural

    7. As nações.


    povo miúdo
    Classe inferior da sociedade. = ARRAIA-MIÚDA, PLEBE

    Plural: povos |ó|.

    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    Gênesis 28: 3 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

    E Deus Todo-Poderoso te abençoe, e te faça frutificar, e te multiplique, para que sejas uma multidão de povos;
    Gênesis 28: 3 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    H1288
    bârak
    בָרַךְ
    abençoar, ajoelhar
    (and blessed)
    Verbo
    H1961
    hâyâh
    הָיָה
    era
    (was)
    Verbo
    H410
    ʼêl
    אֵל
    deus, semelhante a deus, poderoso
    (unto God)
    Substantivo
    H5971
    ʻam
    עַם
    as pessoas
    (the people)
    Substantivo
    H6509
    pârâh
    פָּרָה
    dar fruto, ser frutífero, dar ramo
    (Be fruitful)
    Verbo
    H6951
    qâhâl
    קָהָל
    assembléia, companhia, congregação, convocação
    (a multitude)
    Substantivo
    H7235
    râbâh
    רָבָה
    ser ou tornar-se grande, ser ou vir a ser muitos, ser ou tornar-se muito, ser ou vir a ser
    (and multiply)
    Verbo
    H7706
    Shadday
    שַׁדַּי
    todo-poderoso, onipotente
    (the Almighty)
    Substantivo
    H853
    ʼêth
    אֵת
    -
    ( - )
    Acusativo


    בָרַךְ


    (H1288)
    bârak (baw-rak')

    01288 ברך barak

    uma raiz primitiva; DITAT - 285; v

    1. abençoar, ajoelhar
      1. (Qal)
        1. ajoelhar
        2. abençoar
      2. (Nifal) ser abençoado, abençoar-se
      3. (Piel) abençoar
      4. (Pual) ser abençoado, ser adorado
      5. (Hifil) fazer ajoelhar
      6. (Hitpael) abençoar-se
    2. (DITAT) louvar, saudar, amaldiçoar

    הָיָה


    (H1961)
    hâyâh (haw-yaw)

    01961 היה hayah

    uma raiz primitiva [veja 1933]; DITAT - 491; v

    1. ser, tornar-se, vir a ser, existir, acontecer
      1. (Qal)
        1. ——
          1. acontecer, sair, ocorrer, tomar lugar, acontecer, vir a ser
          2. vir a acontecer, acontecer
        2. vir a existir, tornar-se
          1. erguer-se, aparecer, vir
          2. tornar-se
            1. tornar-se
            2. tornar-se como
            3. ser instituído, ser estabelecido
        3. ser, estar
          1. existir, estar em existência
          2. ficar, permanecer, continuar (com referência a lugar ou tempo)
          3. estar, ficar, estar em, estar situado (com referência a localidade)
          4. acompanhar, estar com
      2. (Nifal)
        1. ocorrer, vir a acontecer, ser feito, ser trazido
        2. estar pronto, estar concluído, ter ido

    אֵל


    (H410)
    ʼêl (ale)

    0410 אל ’el

    forma contrata de 352, grego 2241 ηλι e 1664 ελιουδ; DITAT - 93a; n m

    1. deus, semelhante a deus, poderoso
      1. homens poderosos, homens de posição, valentes poderosos
      2. anjos
      3. deus, deus falso, (demônios, imaginações)
      4. Deus, o único Deus verdadeiro, Javé
    2. coisas poderosas na natureza
    3. força, poder

    עַם


    (H5971)
    ʻam (am)

    05971 עם ̀am

    procedente de 6004; DITAT - 1640a,1640e; n m

    1. nação, povo
      1. povo, nação
      2. pessoas, membros de um povo, compatriotas, patrícios
    2. parente, familiar

    פָּרָה


    (H6509)
    pârâh (paw-raw')

    06509 פרה parah

    uma raiz primitiva; DITAT - 1809; v.

    1. dar fruto, ser frutífero, dar ramo
      1. (Qal) dar fruto, ser frutífero
      2. (Hifil)
        1. fazer dar fruto
        2. tornar frutífero
        3. mostrar-se com frutos, dar fruto

    קָהָל


    (H6951)
    qâhâl (kaw-hawl')

    06951 קהל qahal

    procedente de 6950; DITAT - 1991a; n. m.

    1. assembléia, companhia, congregação, convocação
      1. assembléia
        1. para mau conselho, guerra ou invasão, propósitos religiosos
      2. companhia (de exilados que retornavam)
      3. congregação
        1. como um corpo organizado

    רָבָה


    (H7235)
    râbâh (raw-baw')

    07235 רבה rabah

    uma raiz primitiva; DITAT - 2103,2104; v.

    1. ser ou tornar-se grande, ser ou vir a ser muitos, ser ou tornar-se muito, ser ou vir a ser numeroso
      1. (Qal)
        1. tornar-se muitos, tornar-se numeroso, multiplicar (referindo-se a pessoas, animais, objetos)
        2. ser ou tornar-se grande
      2. (Piel) alargar, aumentar, tornar-se muitos
      3. (Hifil)
        1. tornar muito, tornar muitos, ter muitos
          1. multiplicar, aumentar
          2. fazer muito para, fazer muito a respeito de, transgredir grandemente
          3. aumentar sobremaneira ou excessivamente
        2. tornar grande, aumentar, fazer muito
    2. (Qal) atirar

    שַׁדַּי


    (H7706)
    Shadday (shad-dah'-ee)

    07706 שדי Shadday

    procedente de 7703; DITAT - 2333; n. m. de Deus

    1. todo-poderoso, onipotente
      1. Shaddai, o Todo-Poderoso (referindo-se a Deus)

    אֵת


    (H853)
    ʼêth (ayth)

    0853 את ’eth

    aparentemente uma forma contrata de 226 no sentido demonstrativo de entidade; DITAT - 186; partícula não traduzida

    1. sinal do objeto direto definido, não traduzido em português mas geralmente precedendo e indicando o acusativo