Enciclopédia de II Samuel 11:9-9

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

2sm 11: 9

Versão Versículo
ARA Porém Urias se deitou à porta da casa real, com todos os servos do seu senhor, e não desceu para sua casa.
ARC Porém Urias se deitou à porta da casa real, com todos os servos do seu senhor: e não desceu à sua casa.
TB Mas Urias dormiu à porta da casa real com todos os servos do seu senhor e não desceu para sua casa.
HSB וַיִּשְׁכַּ֣ב אוּרִיָּ֗ה פֶּ֚תַח בֵּ֣ית הַמֶּ֔לֶךְ אֵ֖ת כָּל־ עַבְדֵ֣י אֲדֹנָ֑יו וְלֹ֥א יָרַ֖ד אֶל־ בֵּיתֽוֹ׃
BKJ Urias, no entanto, dormiu à porta da casa do rei, com todos os servos do seu senhor, e não desceu à sua casa.
LTT Porém Urias se deitou à porta da casa real, com todos os servos do seu senhor; e não desceu à sua casa.
BJ2 Mas Urias dormiu à porta do palácio com todos os guardas do seu senhor e não foi para a sua casa.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de II Samuel 11:9

Jó 5:12 Ele aniquila as imaginações dos astutos, para que as suas mãos não possam levar coisa alguma a efeito.
Provérbios 21:30 Não há sabedoria, nem inteligência, nem conselho contra o Senhor.

Mapas Históricos

Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados ​​para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.

OS ÚLTIMOS ANOS DE DAVI

c. 980 970 a.C.
A ADMINISTRAÇÃO DO REINO DE DAVI
Sabe-se pouco sobre as práticas administrativas adotadas por Davi durante seus quarenta anos de reinado. Foi durante seu governo que surgiu o oficial encarregado de trabalhos forçados' imposto a cananeus e estrangeiros conquistados, mas não a israelitas. O censo de Davi que suscitou a ira do profeta Gade provavelmente foi realizado em preparação para uma reorganização fiscal abrangente e, talvez, visando o recrutamento militar. Por ironia, Davi teve grande dificuldade de controlar não o seu reino, mas sim, sua própria família que lhe causou vários problemas nos seus últimos anos.

A FAMÍLIA DE DAVI
Do ponto de vista do autor do livro de Samuel, os conflitos internos e conduta sexual inapropriada na família real foram castigos divinos pelo adultério de Davi com Bate-Seba e pela ordem do rei para assassinar Urias, o heteu, marido de Bate-Seba.° Quando subiu ao trono, Davi tinha duas esposas; tomou para si mais quatro esposas durante seu reinado de sete anos e meio em Hebrom e várias outras esposas e concubinas durante o reinado em Jerusalém.

A REBELIÃO DE ABSALÃO
Dois filhos de Davi desencadearam uma sequência trágica de acontecimentos que levaram o rei a perder seu trono temporariamente. O filho mais velho se apaixonou por sua meia-irmã, Tamar. Fingindo estar doente, Amnom pediu para Tamar lhe preparar e servir pão enquanto os dois estavam sozinhos no quarto dele e usou essa ocasião para estuprá-la. Dois anos depois, Absalão, o irmão de Tamar por parte de pai e mãe, assassinou Amnom e fugiu para a casa da família da mãe em Cesur, a leste do lago da Galiléia. Três anos depois, Absalão foi trazido de volta a Jerusalém, unde obteve apoio do povo demonstrando empatia por seus problemas e ouvindo suas queixas. Dirigiu-se, então, a Hebrom, onde se proclamou rei.
Ao receber a notícia do golpe de Absalão, Davi, então com pouco mais de sessenta anos, fugiu imediatamente de Jerusalém, dirigindo-se a Maanaim, do outro lado do Jordão. Absalão entrou em Jerusalém e coabitou com as concubinas de seu pai à vista de todo o povo. Com esse gesto, o príncipe cumpriu a profecia de Natã e arrogou poder real.
Absalão perseguiu Davi do outro lado do Jordão e lutou contra ele no bosque de Efraim. O exército de Davi foi vitorioso e Absalão, que estava montado em sua mula, acabou pendurado de um carvalho, preso as galhos da árvore pelos seus longos cabelos. Joabe, o comandante do exército de Davi, contrariou as ordens expressas de Davi e cravou três dardos no coração de Absalão enquanto este ainda se encontrava perdurado na árvore. Depois da morte de seu líder, a rebelião se desintegrou.

OUTRAS REBELIÕES
Davi ficou abalado com a notícia da morte de Absalão e desejou ter morrido no lugar do filho. Por fim, o rei voltou a Jerusalém, sob aclamação popular, porém não universal. Outra rebelião, desta vez liderada por um benjamita chamado Seba, também foi frustrada quando os habitantes de Abel-Bete-Maaca, no extremo norte do reino, lançaram a cabeça de Seba para fora das muralhas de sua cidade sitiada. Ao que parece, Davi tinha prometido a Bate- Seba que seu filho Salomão seria o sucessor do trono. Vendo seu pai envelhecer e enfraquecer, Adonias, o mais velho dos filhos sobreviventes do rei, tentou tomar o trono. Além de conquistar popularidade, Adonias também recebeu apoio de Joabe, o comandante do exército de Davi. Quando o profeta Natã informou Davi que Adonias havia se proclamado rei durante uma grande festa em En-Rogel, nos arredores de Jerusalém, Davi se viu obrigado a tomar uma atitude e ordenou que Salomão fosse proclamado rei. O sacerdote Zadoque e o profeta Natã ungiram Salomão junto à fonte de Giom. A tentativa de Adonias de se tornar rei falhou e Salomão subiu ao trono. Davi faleceu aos setenta anos de idade, depois de reinar durante quarenta anos.

EVIDÊNCIAS ARQUEOLÓGICAS
Uma vez que Davi não é mencionado em nenhuma inscrição da época, há quem o considere uma figura fictícia. No entanto, em julho de 1993, uma estela de basalto incompleta foi encontrada em Tell el-Qadi (antiga Dã, no norte de Israel). A estela contém inscrições em aramaico e foi erigida por um rei arameu, provavelmente Hazael de Damasco (843-796 a.C.). Sua fama se deve principalmente à menção da "casa de Davi", sendo que o termo "casa" se refere a uma "dinastia" ou a um "estado fundado por" e também era usado por várias outras nações no Antigo Oriente Próximo. Assim, cerca de cento e trinta anos depois de sua morte, Davi já era considerado, inequivocamente, uma figura histórica.
Também se propôs uma menção a Davi numa inscrição egípcia de Karnak, do tempo do faraó Shoshenk (945-924 a.C.), e numa restauração da linha 31 da Pedra Moabita (uma inscrição do rei Mesa, de Moabe, c. 830 a.C.) de Dibom, cidade localizada na atual Jordânia, apesar de nenhuma destas propostas ter recebido apoio acadêmico expressivo.

Os Salmos
UM COMPOSITOR
Davi era um harpista conhecido desde sua juventude; aliás, foi por isso que o chamaram para servir ao rei Saul. Várias de suas composições foram preservadas nos livros históricos do Antigo Testamento, mas 73 salmos atribuídos a ele se encontram registrados no livro de Salmos. Alguns argumentam que o termo "de Davi" significa "sobre Davi" ou "dedicado a Davi", e não "escrito por Davi". Não podemos ser categóricos, mas informações adicionais apresentadas em alguns títulos dos salmos se encaixam no contexto da vida de Davi, descrita nos livros históricos. Escritores bíblicos posteriores relembraram as aptidões de Davi para a música de adoração e sua habilidade para compor, tocar e inventar instrumentos musicais.

SALMOS NÃO-DAVÍDICOS
Muitos salmos não possuem título e, portanto, não podem ser datados. Em alguns casos, porém, o contexto histórico é bastante claro, como no salmo 137 que descreve o sofrimento dos judeus durante o exilio na Babilônia.

INSTRUMENTOS MUSICAIS
É evidente que os salmos foram escritos para serem cantados. Não conhecemos as melodias, mas sabemos o nome de algumas delas. 11 Não há como precisar a forma dos instrumentos musicais criados por Davi. Felizmente, porém, encontramos várias representações de músicos de diversas partes do Antigo Oriente Próximo. Muito raramente, descobre-se algum instrumento musical, como a lira encontrada numa sepultura em Ur, c. 2500 a.C. No entanto, o trabalho de reconstrução desses instrumentos antigos permanece conjetural, especialmente no que se refere as detalhes.

RELEVO
Relevo de dois tamborileiros, um harpista e um lirista encontrado no palácio de Barracabe, rei neo-hitita de Samal, Zincirli, no sudeste da Turquia, datado de c. 730 a.C.Nesse relevo, podemos ver claramente as diferenças principais entre a lira e a harpa: na lira, todas as cordas têm o mesmo comprimento e formam um ângulo reto com a caixa acústica do instrumento; na harpa, o plano das cordas é angulado e não paralelo à caixa acústica.

Rebeliões contra Davi nos últimos dias de seu reinado
Nos anos finais de seu reinado, Davi enfrentou várias rebeliões. Seu próprio filho, Absalão, reivindicou o trono e forçou Davi a fugir de Jerusalém. Absalão perseguiu o pai além do rio Jordão até o bosque de Efraim, mas foi morto ali e sua rebelião se desintegrou.
Relevo em terracota representando um músico tocando uma harpa de sete cordas. A peça tem 12 cm de altura. Procedente de Eshnunna, Iraque, é datada do inicio do segundo milênio a.C.
Relevo em terracota representando um músico tocando uma harpa de sete cordas. A peça tem 12 cm de altura. Procedente de Eshnunna, Iraque, é datada do inicio do segundo milênio a.C.
Estatueta de argila de uma garota tocando uma flauta dupla.
Estatueta de argila de uma garota tocando uma flauta dupla.
Relevo de dois tamborileiros
Relevo de dois tamborileiros
Rebeliões contra Davi nos últimos dias de seu reinado
Rebeliões contra Davi nos últimos dias de seu reinado

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras

Não foram encontradas referências em Outras Obras.

Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de II Samuel Capítulo 11 do versículo 1 até o 27
C. O PECADO DE DAVI E SUAS CONSEQÜÊNCIAS, 2Sm 11:1-14.33

O incrível realismo da Bíblia Sagrada é visto em seu relato do trágico pecado de Davi, e a longa lista de conseqüências deploráveis que se seguiram.

1. Adultério e Assassinato (11:1-27)

Quando o inverno e sua estação chuvosa passaram, Davi enviou Joabe e o exército israelita para renovar a guerra contra Amom e estabelecer o cerco à capital, Rabá -porém Davi ficou em Jerusalém (1). Como teria sido muito melhor se ele tivesse ido com as tropas para o campo de batalha! A ociosidade abre a porta para todos os tipos de tentações.

Durante este período, Davi se levantou depois que o calor do dia havia passado, e enquanto caminhava pelo terraço de sua casa, viu uma mulher que se banhava no pátio de sua casa na cidade baixa. A tarde (2) começava às 3 horas, de acordo com a nossa maneira de medir o tempo, e continuava até depois do escurecer. A consulta do rei tornou o nome da mulher conhecido: Bate-Seba, filha de Eliã e mulher de Urias, o heteu (3). O rei assim tinha o conhecimento completo de que a mulher era casada. Seu esposo era um homem da guarda de elite do rei (23.39). O fato de ser heteu não o impediria de se tornar um seguidor do Deus de Israel, embora este povo estivesse incluído entre os cananeus que deveriam ser expulsos pelos israelitas.

O rei enviou mensageiros à casa de Bate-Seba para que a trouxessem até ele. Por medo ou por lisonja, ela cedeu aos seus desejos, e mais tarde retornou para sua casa. Já ela se tinha purificado da sua imundície: (4) esta frase possivelmente indica que o banho que Davi havia testemunhado era a purificação cerimonial que se seguia à mens-truação (Lv 15:19ss.).

O mal gera o mal, e um pecado leva a outro. Bate-Seba descobriu que estava grávida e mandou comunicar a Davi (5). O rei agora começava um grande esforço para encobrir o seu pecado. A sua primeira tentativa foi convocar Urias sob o pretexto de inquiri-lo sobre o progresso da campanha, a fim de liberá-lo então para que fosse dormir com sua mulher (6-8). O fato de ele ter estado em condições de responder as perguntas feitas em 2Sm 7 mostra que ele deve ter ocupado uma posição de grande responsabilidade no exército. Urias, porém, passou a noite com os servos diante da porta da casa real — o que explica sua resposta à pergunta de Davi no dia seguinte, que ele não poderia desfrutar dos prazeres do lar e da família enquanto seus companheiros sofriam as dificuldades do campo de batalha (9-11). Pela tua vida e pela vida da tua alma (11) não é mera repetição, mas o modo costumeiro de reforçar um juramento.

O segundo esforço de Davi para encobrir o seu pecado envolvia deixar Urias embri-agado, ciente que isto enfraqueceria a sua resolução. Ainda assim ele se recusou a ir para casa (12,13). Alguns têm pensado que talvez Urias estivesse desconfiado, e que talvez alguma palavra sobre o caso de sua mulher com o rei tivesse chegado até ele. Seja qual for a causa, a próxima manobra desesperada de Davi envolvia um plano que traria a morte deste valoroso soldado. O guerreiro heteu carregou a sua própria sentença de morte em uma carta selada a Joabe, ordenando que o comandante expusesse Urias ao ataque inimigo mais concentrado — para que seja ferido e morra (15).

Joabe obedeceu às ordens de seu rei, e Urias morreu em batalha, vítima da luxúria e medo de seu próprio monarca. Quando Joabe precisou anunciar a derrota na batalha a Davi, ele instruiu o mensageiro a relatar o contratempo que o exército havia' enfrentado, e caso o rei parecesse irado diante do que parecia ser um serviço militar mau feito, ele deveria rapidamente relatar que morreu também teu servo Urias, o heteu (21). O versículo 21 indica que os escritos de Juízes, com o registro da morte de Abimeleque (Jz 9:50-54), eram amplamente conhecidos naquela época, e a sua história era considerada no caso de uma importante questão. Davi recebeu aquilo que para ele foram boas notíci-as, e enviou o mensageiro de volta com palavras de estímulo a Joabe (22-25).

Quando Bate-Seba soube da morte de seu marido, observou o habitual período de luto de sete dias, talvez de forma mais formal do que real. A sugestão do texto é que imediatamente após o término deste período, Davi a tomou como sua esposa e levou-a para o seu harém. O filho que nasceu pareceu então ter sido concebido no matrimônio (26-27). Bate-Seba parece ter sido uma mulher ambiciosa, e com toda probabilidade era uma parceira muito disposta na culpa do rei. Ela controlou Davi de muitas maneiras até o final de sua vida (I Reis 1:11-31).

Dois pecados vis mancharam a honra do governante de Israel, mas isto aparente-mente não perturbou nem um pouco a sua consciência. O caso todo poderia ter passado sem o conhecimento público e ter sido rapidamente esquecido, exceto por um fato: Po-rém essa coisa que Davi fez pareceu mal aos olhos do Senhor (27). Embora outros monarcas orientais pudessem acreditar que eram senhores absolutos sobre a vida de seu povo, o rei de Israel é claramente mostrado como alguém que está sob o juízo de Deus.

2Sm 11 é uma vívida lição sobre "como os pecados se acumulam". (1) Davi ficou em casa no momento em que os reis geralmente saíam para a guerra, 1; (2) A ociosidade levou à aparência do mal e à luxúria, 2,3; (3) A luxúria levou à imoralidade e ao perigo de exposição, 4,5; (4) O perigo levou às tentativas de encobrir um passado tortuoso, 6-13; (5) O fracasso no engano levou ao assassinato, 14-25; (6) O juízo de Deus sobre o caminho da iniqüidade, 26,27.


Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de II Samuel Capítulo 11 do versículo 1 até o 27
*

11:1

no tempo em que os reis costumam sair para a guerra. Ver 1Rs 20:22,26. No Oriente Próximo, a primavera era um tempo propício para campanhas militares, visto que as chuvas de inverno tinham cessado e a colheita que exigia mão-de-obra intensiva ainda não teria começado.

enviou Davi a Joabe. Essa não é a primeira vez em que Davi envia Joabe em uma expedição militar (10.7), mas visto que isso ocorreu anteriormente no tempo em que "os reis costumam sair para a guerra", e, no entanto, "Davi ficou em Jerusalém", pode haver aqui alguma crítica contra Davi, por ter ele ficado atrás.

sitiaram Rabá. Chamada de "Rabá dos filhos de Amom", em Dt 3:11, e noutros lugares (2Sm 12:26; 17:27; Jr 49:2; Ez 21:20), essa cidade era a capital de Amom (13 30:1-15'>Am 1:13-15). Fica a 39km a leste do rio Jordão, defronte de Jericó. Nos tempos do Novo Testamento, era chamada Filadélfia, e atualmente é Amã, na Jordânia. Ver também 10.14 e nota.

* 11:2

Uma tarde, levantou-se Davi do seu leito. O luxo de Davi faz um contraste marcante com as atividades de Joabe e seus homens (vs. 1,11).

* 11:3

Bate-Seba. Somente em 2Sm 12:24 o nome "Bate-Seba" será mencionado de novo; nos versículos intermediários a referência será à "mulher" (v. 5) ou à "mulher" de Urias (v. 26; 12.10,15). O enfoque, nessas palavras, não é tanto sobre a própria Bate-Seba, como ao seu estado de esposa de outro homem.

* Eliã. Se o pai de Bate-Seba é o mesmo "Eliã, filho de Aitofel" (2Sm 23:34), isso poderia ajudar a explicar a traição de Aitofel contra Davi e em favor da conspiração de Absalão (15.12; 16.15), que, ostensivamente, foi motivada por um senso de injustiça da parte de Davi (15.4,6). Observe, especialmente, a natureza do conselho de Aitofel, em 16.20,21.

Urias. Urias é um nome hebraico que significa "o Senhor é a minha luz".

* 11:4

Sua imundícia. Se a referência é à menstruação (Lv 15:19-30), a alusão seria remover toda a dúvida que Davi era o responsável pela gravidez de Bate-Seba (v. 5).

* 11:5

Estou grávida. Bate-Seba deixa com Davi a decisão sobre o que deveria fazer.

* 11:8

lava os pés. Urias compreendeu que Davi lhe estava sugerindo que ele dormisse com sua esposa. Isso tornaria possível a tentativa de fazer Urias assumir a paternidade da criança.

um presente do rei. Talvez Davi quisesse encorajar o casal.

* 11:9

Porém Urias... não desceu para sua casa. Apesar dos esforços de Davi, Urias não fez o que ele considerava errado. Não é impossível que Urias soubesse do relacionamento de Davi com Bate-Seba (talvez através dos mensageiros referidos no v. 4), embora isso seja improvável em vista de sua disposição em levar a carta de Davi para Joabe (v. 14). Urias explicou sua abstinência no v. 11.

* 11:11

A arca, Israel e Judá. A insistência de Urias de que ele não se deixaria tratar melhor do que seus companheiros de batalha enfatiza novamente o contraste de sua atitude com a natureza repreensível do pecado de Davi. Embora o próprio Senhor (pois estava simbolizada pela presença arca) estivesse no campo de batalha, o rei estava em Jerusalém (vs. 1,2 e notas).

* 11:13

e o embebedou. Ver nota no v. 8. Ainda assim Urias continuou fiel ao seu dever, e não desceu para a sua casa.

* 11:15

Ponde a Urias na frente. Não tendo conseguido enganar Urias, agora Davi viu-se compelido a tomar outro curso, e Joabe, como era de se esperar, dispôs-se a ajudar a Davi (2.18; 3.27; 20.10 e notas).

* 11:21

Jerubesete. "Besete", que significa "vergonha", algumas vezes era substituído por "Baal". Ver referência lateral.

* 11:22

tudo o que Joabe lhe havia mandado dizer. A Septuaginta (tradução do Antigo Testamento para o grego) tem um texto mais longo, onde esta declaração é seguida por uma iracunda reação de Davi, conforme aquilo que Joabe havia dito nos vs. 20 e 21.

* 11:25

Não pareça isto mal aos teus olhos. A resposta de Davi foi cínica. Ele fingiu estar consolando seu cúmplice no assassinato. Note o palavreado semelhante do v. 27.

* 11:27

Passado o luto. O período costumeiro para o luto provavelmente era de sete dias (Gn 50:10; 1Sm 31:13). Os líderes nacionais algumas vezes eram lamentados por períodos maiores. Assim, houve pranto por Arão durante trinta dias (Nm 20:29), o que também aconteceu no caso de Moisés (Dt 34:8). Os egípcios choraram setenta dias por Jacó (Gn 50:3).

lhe deu à luz um filho. Ver 12.14.

foi mal aos olhos do SENHOR. Ver o v. 25. Davi tinha quebrado pelo menos quatro dos Dez Mandamentos (Êx 20:2-17; Dt 5:6-21), a saber: assassinato, adultério, mentira e cobiça da mulher do próximo.



Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de II Samuel Capítulo 11 do versículo 1 até o 27
11:1 O inverno é uma estação de chuva no Israel, a época quando se plantam os cultivos. A primavera era um momento adequado para ir à guerra devido a que os caminhos estavam secos, fazendo mais fáceis o traslado das tropas, os carros de abastecimentos e as limusines. No Israel, muitas colheitas estavam listas para ser levantadas na primavera. Estas colheitas eram uma fonte importante de alimento para os exércitos em trânsito.

11:1 Este sítio bem-sucedido (veja-se 12.26,
27) pôs fim ao poder dos amonitas. Desde este momento, os amonitas ficaram sujeitos ao Israel.

11.1ss No episódio com o Betsabé, Davi se permitiu cair fundo e mais profundamente no pecado. (1) Davi abandonou seu propósito ao estar em casa para a batalha (11.1). (2) Centrou seus pensamentos em seus próprios desejos (11.3). (3) Quando a tentação chegou, examinou-a em vez de afastar-se dela (11.4).(4) Pecou deliberadamente (11.4). (5) Tratou de cobrir seu pecado traindo a outros (11.6-15). (6) Cometeu assassinato para continuar cobrindo seu pecado (11.15, 17). Finalmente seu pecado foi exposto (12.9), e foi castigado (12.10-14). (7) As conseqüências de seu pecado afetaram a muitos outros (11.17; 12.11, 14, 15).

Davi pôde ter decidido deter-se, e voltar do mal em qualquer etapa de seu caminho. Mas uma vez que se inicia a progressão de pecados é difícil deter-se (Jc 1:14-15). Enquanto maior é o desastre menos admitimos que nós o causamos. É muito mais fácil deixar de deslizar-se por uma colina quando se está perto do topo que a metade do caminho. A melhor solução é deter o pecado antes de que comece.

11:3 Veja o perfil do Betsabé em 2 Rsseis 1.

11:3, 4 Quando Davi olhou da terraço do palácio, viu uma bela mulher que se estava banhando, e a luxúria encheu seu coração. Deveu ter deixado a terraço e fugido da tentação. Em vez disso, abrigou a tentação ao investigar a respeito do Betsabé. O resultado foi devastador.

Para fugir da tentação: (1) Rogue a Deus em oração que o ajude a afastar-se da gente, lugares e situações que representem uma tentação. (2) Memorize e medite em porções das Escrituras que combatam essas debilidades específicas. Na raiz da maioria das tentações se encontra uma necessidade ou desejo real que Deus pode encher. (3) Procure a outro crente com quem pode abrir-se e contar sobre suas lutas, e pedir ajuda a esta pessoa quando a tentação chegue.

11:4 A frase "se desencardiu de sua imundície" significava que Betsabé acabava de completar os ritos de purificação que seguiam à menstruação. portanto, Betsabé não pôde estar grávida de seu marido quando Davi dormiu com ela. Lv 15:19-30 nos dá mais informação sobre os ritos de purificação que Betsabé tinha que levar a cabo.

11:15 Davi pôs tanto ao Betsabé como ao Joab em uma situação difícil. Betsabé sabia que era pecado cometer adultério, mas o recusar-se à petição do rei poderia significar um castigo ou a morte. Joab não sabia por que Urías tinha que morrer, mas era óbvio que o rei o queria morto. Em ocasiões enfrentamos a situações que nos apresentam só duas alternativas aparentes, e as duas parecem estar mau. Quando isto aconteça, não devemos perder a visão do que Deus quer. A resposta seria procurar mais alternativas. Ao fazer isto, teremos a possibilidade de procurar uma que honre a Deus.

11:25 A resposta do Davi ante a morte do Urías parece petulante e insensível. Enquanto que se lamentou profundamente pelo Saul e Abner, seus rivais (cap. 1; 3:31-39) não mostrou nenhuma aflição pelo Urías, um bom homem com um caráter espiritualmente firme. por que? Davi se tinha feito insensível a seu próprio pecado. A única maneira em que pôde cobrir seu primeiro pecado (adultério) foi pecando outra vez, e muito em breve não sentiu mais culpabilidade pelo que tinha feito. O pecado deliberado e repetido nublou sua sensibilidade às leis de Deus, e aos direitos de outros. Quanto mais trate de cobrir um pecado, mais insensível se fará a ele. Não se endureça ante o pecado como fez Davi. Confesse imediatamente suas más ações a Deus, e a quem corresponde, antes de que se esqueça que são pecados.


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de II Samuel Capítulo 11 do versículo 1 até o 27
C. segunda campanha (11: 1-12: 31)

1. Siege de Rabá (2Sm 11:1)

2 E sucedeu que, ao anoitecer, que Davi se levantou do seu leito, e andava passeando no terraço da casa do rei, e do terraço viu uma mulher tomando banho; e era esta mulher mui formosa à vista. 3 Tendo Davi enviado a indagar a respeito daquela mulher. E ele disse: Não é esta Bate-Seba, filha de Eliã, mulher de Urias, o hitita? 4 E Davi enviou mensageiros, e trazê-la; e ela veio a ele, e ele se deitou com ela (pois já estava purificada da sua imundícia); e ela voltou para sua Ct 5:1 A mulher concebeu; e ela mandou dizer a Davi, e disse: Estou grávida.

6 E enviou Davi a Joabe, dizendo : Envia-me Urias, o hitita. E Joabe mandou Urias para Davi. 7 E quando Uriah viera a ele, Davi pediu-lhe como passava Joabe, e como as pessoas se saíram, e como ia a guerra. 8 E disse Davi a Urias: Desce a tua casa, e lava os teus pés. E Urias saíram de casa do rei, e seguia-o uma bagunça de alimentos do Ap 9:1 Mas Urias dormiu à porta da casa real, com todos os servos do seu senhor, e não desceu para sua casa. 10 E quando contaram a Davi, dizendo: Urias não desceu a sua casa, disse Davi a Urias: Não és tu vir de uma viagem? Por que te não desça à tua casa? 11 Respondeu Urias a Davi: A arca, e Israel, e Judá estão em tendas; e Joabe, meu senhor e os servos de meu senhor estão acampados no campo aberto; e hei de eu entrar na minha casa, para comer e beber, e para me deitar com minha mulher? Como vives tu, e vive a tua alma, eu não vou fazer isso. 12 E disse Davi a Urias: Fica aqui a-dia também, e amanhã eu te despedirei. Urias, pois, ficou em Jerusalém aquele dia eo seguinte. 13 E Davi o convidou a comer e beber antes dele; e fez-lhe bêbado, e à tarde saiu a deitar na sua cama com os servos de seu senhor, porém não desceu a sua casa.

14 E sucedeu que, pela manhã, Davi escreveu uma carta a Joabe, e mandou-lha por mão de Urias. 15 E ele escreveu na carta, dizendo: Ponde Urias na frente da maior força da peleja, e se aposentar vos dele, para que ele possa ser ferido e morra. 16 E sucedeu que, quando Joabe vigiava sobre a cidade, que pôs Urias no lugar onde sabia que havia homens valentes. 17 E os homens da cidade saiu, e pelejando com Joabe, caíram alguns do povo, isto é, dos servos de Davi; e Urias, o hitita, morreu também. 18 Então Joabe mandou dizer a Davi tudo o que sucedera na peleja; 19 e deu ordem ao mensageiro, dizendo: Quando tiveres acabado de contar tudo o que sucedera a guerra com o rei, Dt 20:1. ; Ex 20:10 Lev. ).

A mulher era Bate-Seba, filha de Eliã e mulher de Urias. Os dois homens estavam entre o seleto de valentes de Davi (2Sm 23:34 , 2Sm 23:39 ). Eliã, filho de Aitofel, um famoso conselheiro do rei, que mais tarde se uniram à rebelião de Absalão, possivelmente como retaliação à desgraça Davi havia trazido a sua família no caso com sua neta, Bate-Seba (conforme 2Sm 15:12 ).

Quando Bate-Seba enviou uma mensagem a Davi dizendo-lhe: Estou grávida, Davi mandou Urias para a Rabá (vv. 2Sm 11:5 , 2Sm 11:6 ). Quando essa pessoa que foi contado entre os mais heróicos e confiáveis ​​guerreiros de Davi apareceu diante do rei, Davi perguntou sobre o cerco à cidade capital de Ammon. Depois disso, ele arranjou para Urias a ir para casa.

Urias não iria por causa de seu senso de responsabilidade e por causa da sua lealdade para com seus companheiros guerreiros. Enquanto a arca de Deus estava na cena do cerco e, enquanto seus companheiros dormiam nos campos abertos Uriah considerou um gesto indigno para gastar seu tempo à vontade no conforto da sua casa (v. 2Sm 11:11 ).

Parece incrível que Davi fez outra e ainda mais vergonhoso tentativa de quebrar o autocontrole heróico de Urias. Mesmo que intoxicado Uriah ainda manteve seu senso de honra (v. 2Sm 11:13 ).

Falhando isso, Davi mandou Urias de volta para o cerco a Rabá. Ele também enviou uma mensagem com Uriah a Joabe, que na realidade era sentença de morte de Urias (v. 2Sm 11:15 ). Joab executada a ordem de Davi, colocando Uriah em uma empresa que foi condenada a carregar a cidade. Ele morreu de ferimentos recebidos em que a carga fatal (v. 2Sm 11:17 ).

Joab informou a Davi que Urias estava morto. Davi enviou uma mensagem de encorajamento a Joabe e pediu que o cerco continuar (v. 2Sm 11:25 ). Enquanto isso, a Bate-Seba, lamentou a morte de Urias, para o período habitual. Quando o tempo para o luto terminou, Davi tomou Bate-Seba para ser sua esposa. Ele apareceu a Davi que este assunto indecorosa foi resolvido, apesar de métodos desleais tinha sido contratado. Mas o que Davi fez desagradou o Senhor (v. 2Sm 11:27 ).


Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de II Samuel Capítulo 11 do versículo 1 até o 27
A Bíblia relata com honestidade os pecados do povo de Deus, mas nun-ca de uma forma que torne o peca-do aceitável. De forma distinta de muitos livros de hoje que se dizem "verdades da vida", a Bíblia apresen-ta os fatos e delineia as lições, mas não deixa nada em que a imagina-ção possa frutificar. Há algumas coi-sas que são "vergonha" apenas em se referir a elas (Ef 5:12), e devemos estudar os eventos desses capítulos com a mente e o coração guiados pelo Espírito. "[...] guarda-te para que não sejas também tentado" (Gl 6:1).

Davi e Bate-Seba (11:1 -4)

Não foi um jovem apaixonado que deliberadamente caiu nesse peca-do, mas um homem de Deus que já alcançara a meia-idade. E fácil ver como Davi caiu nesse pecado: (1) ele estava autoconfiante depois de desfrutar de vitórias e de prospe-ridade; (2) ele desobedeceu, pois estava em casa quando devia estar no campo de batalha; (3) ele esta-va à toa, deitado na cama durante a tarde; (4) ele foi auto-indulgente, ao libertar seus desejos quando de-via disciplinar-se; e (5) ele foi des-cuidado, ao permitir que seus olhos vagassem e se entregassem à "con- cupiscência da.carne, [à] concu- piscência dos olhos" (1Jo 2:16). O

soldado cristão não deve tirar nunca sua armadura (Ef 6:1 Oss).

Jc 1:13-59 descreve o caso de Davi com perfeição: (1) a visão ativou seu desejo, e ele fracassou em refreá-lo; (2) o desejo concebeu o pecado em sua mente; (3) sua von-tade entregou-se, e isso levou ao pe-cado; (4) seus atos levaram à morte. Ele não vigiou, nem orou conforme Mt 26:41 ordena e, tampouco, tratou de forma decisiva com seus "olhos errantes" (Mt 5:29 e 18:9).

Davi podia vencer a tentação (pois não é pecado ser tentado) ao lembrar-se da Palavra de Deus (Ex 20:14) ou ao pensar que Bate- Seba era filha e esposa de alguém (v. 3). Na verdade, ela era casada com um dos mais valentes solda-dos do exército de Davi (23:39), e também era neta de Aitofel, que mais tarde se rebelou contra Davi e tomou o partido de Absalão (23:34 e caps. 16—17). Davi já tinha mui-tas esposas, e Deus ainda lhe daria muito mais (12:8). Foi muito ruim que o registro desse homem piedo-so fosse prejudicado para sempre pelo "caso de Urias, o heteu" (1Co 15:5). Claro, temos de admitir que a mulher também teve culpa, mas Davi, como rei, certamente é mais culpado.

  • Davi e Urias (11:5-27)
  • Jc 1:15 adverte que "a cobi-ça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado". Como essas palavras são verdadeiras na expe-riência de Davi. Em vez de ir ao Senhor e confessar seu pecado, o rei despacha o marido e tenta enganá-lo a fim de que fosse para sua casa. Com certeza, isso cobri-ría o pecado. Contudo, Urias era um homem melhor que seu rei e recusou-se a ir para casa! Compa-re a auto-indulgência de Davi, nos versículos 1:2, com a disciplina de Urias, no versículo 11. Assim, Davi, quando falhou seu primeiro plano, tentou um novo esquema e embebedou o homem. Contudo, Urias, mesmo sob influência do vinho, era um homem mais disci-plinado que Davi sóbrio!

    O pecado ainda crescia: Davi decidiu assassinar o homem e, de-pois, pegar sua esposa. Joabe esta-va mais que disposto a colaborar, já que isso lhe daria a chance de mais tarde obter alguma vantagem com o rei. Aquele dia, Urias levou para o campo de batalha a ordem da própria morte. O plano de Davi funcionou, e o valente soldado foi morto em combate. Davi "fingiu sentir" sua morte e esperou passar a semana de luto; depois, casou- se com a viúva. Talvez algumas pessoas na corte tenham pensado de forma elogiosa sobre o fato de Davi confortar Bate-Seba dessa forma, mas o Senhor pensou de forma diversa.


    Russell Shedd

    Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
    Russell Shedd - Comentários de II Samuel Capítulo 11 do versículo 1 até o 27
    11.1 Tempo em que os reis costumam sair para a guerra. Na primavera, depois das chuvas.

    • N. Hom. 11.2 O pecado do adultério. Levantou-se Davi do seu leito e andava passeando... Quando uma pessoa está na ociosidade e deixa que os outros façam as suas obrigações (1), passando o seu tempo a dormir e a passear (2), começa a ver coisas que não devem ser vistas (2), a cobiçar coisas proibidas (2; Êx 20:17) e a cometer atos condenados (4; Êx 20:14). Davi já estava com os seus cinqüenta anos de idade, quando olhou para uma mulher casada, fez com que ela viesse à sua presença e cometeu o pecado de adultério. Pouco lhe valeu o seu glorioso passado; maculou-o. Esqueceu-se da maravilhosa profecia de Natã (7:8-17); empanou o brilho de sua carreira. A queda de Davi veio justamente durante o período de suas maiores conquistas (2 Sm caps. 8-12; 1Co 10:12). Tanto Eliã (seu pai) como Urias faziam parte do famoso grupo dos trinta heróis (23.34, 39). Urias era heteu, mas um prosélito judaico e oficial de grande valor, tanto em coragem como em moral.

    11:6-25 "A imparcialidade da Bíblia". Davi... Joabe... Urias... Bate-Seba. Neste capítulo encontramos: um herói, de grande valor moral, que é profundamente ultrajado, traído e morte como cão sarnento, que é Urias; uma mulher infiel e ambiciosa que recebe um galardão real, de ser esposa do rei, que é Bate-Seba; um rei que se desmorona pela imoralidade, traição e covardia, que é Davi; e um general inescrupuloso, que compactua com propostas infames e assassina seu amigo e companheiro de armas, que é Joabe. O adultério, todavia, traz as suas conseqüências e das mais funestas. E o que nos impressiona, é a imparcialidade e a objetividade da Bíblia, que registra tudo, nada ocultando.

    11.8 Desce a tua casa e lava os pés. Isto é, vai a tua casa e deita-te com tua mulher, o que Urias não fez. Não entrou em sua casa e não lavou os seus pés. Dormiu na rua e não encobriu o pecado de Davi.

    11.27 E lhe deu à luz um filho. já tinha decorrido cerca de um ano e, Davi pensava ter encoberto o seu pecado. Esqueceu-se da verdade: "e sabei que o vosso pecado vos há de achar" (Nu 32:23).


    NVI F. F. Bruce

    Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
    NVI F. F. Bruce - Comentários de II Samuel Capítulo 11 do versículo 1 até o 27
    11.1 traz um tom de mau agouro: Na primavera, época em que os reis saíam para a guerra...-, em vez de fazer isso também, Davi enviou para a batalha Joabe com seus oficiais, ficando ele mesmo em Jerusalém. Os homens de Joabe derrotaram os amonitas e cercaram Rabá, a capital dos amonitas (a atual Amã).

    b) Davi seduz Bate-Seba, mulher do hitita Urias (11:2-27)
    Em casa, na capital Jerusalém, em vez de conduzir suas tropas nas campanhas militares, Davi se envolveu numa situação tragicamente comprometedora. Ao caminhar pelo terraço do seu palácio num fim de tarde, seus olhos foram arrebatados pela visão de uma bela mulher que, supostamente pensando que não estivesse sendo observada, tomava o seu banho. Fascinado pela vista, Davi perguntou sobre ela e descobriu que era Bate-Seba, filha de Eliã, um dos “principais guerreiros de Davi” (23,24) — chamado de “Amiel” pela transposição de duas letras no seu nome em lCr 3.5 — e esposa de Urias, o hitita, um soldado (provavelmente mercenário) no exército de Davi. Ele a mandou buscar, e ela se tornou concubina e, no devido tempo, ficou grávida.
    v. 6-13. Davi, sempre um homem de ação, enviou mensagem a Joabe requerendo a presença de Urias. Hertzberg (p.
    310) sugere que isso tinha a intenção de evitar dúvidas quanto à paternidade na época do nascimento da criança. O hitita veio; Davi lhe fez perguntas a respeito de Joabe e do exército e do progresso da batalha. Depois o mandou para casa para descansar (v. 8), ou, como na BJ: “lava os teus pés”. Talvez haja uma referência à lavagem ritual associada à liberação dos votos impostos a um soldado envolvido numa campanha militar (McKane, p. 229). Em todo caso, a saída dele foi seguida de um presente enviado pelo rei, estigmatizado por Mauchline como “um artifício muito barato com a intenção de aumentar o sentimento de gratidão em relação a Davi” (p. 249).

    Urias, porém, tinha um conceito muito elevado das responsabilidades de um soldado em serviço e não voltou para a sua casa, mas para os alojamentos militares, alegando que enquanto a arca e os homens de Israel e Judá repousam em tendas (v. 11), e Joabe e o seu exército estavam acampados, não era certo que ele dormisse com a sua esposa. Ele ficou ali mais uma noite, e Davi o convidou para comer e beber (v. 13).

    v. 14-21. Ele partiu no dia seguinte com uma carta que continha a seguinte ordem: Ponha Unas na linha de frente e deixe-o onde o combate estiver mais violento, para que seja ferido e morra (v. 15). A cilada funcionou, embora à custa da vida de outros soldados de Davi que foram enviados com Urias para conferir credibilidade à investida. Joabe previu que Davi ficaria irado com isso, mas instruiu o mensageiro a dizer ao rei que Urias estava morto; com isso, esperava que ele entenderia que o fim justificava os meios.

    v. 22-25. O mensageiro fez o seu trabalho, e Davi aceitou a sua história: Davi mandou o mensageiro dizer a Joabe: “Não fique preocupado com isso, pois a espada não escolhe a quem devorar. Reforce o ataque à cidade até destruí-la”. E ainda insistiu com o mensageiro que encorajasse Joabe (v. 25).

    v. 26,27. Bate-Seba observou o luto habitual para essas circunstâncias; após o luto, Davi mandou buscá-la e se casou com ela, e um filho nasceu. Mas o que Davi fez desagradou ao Senhor (v. 27).


    Francis Davidson

    O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
    Francis Davidson - Comentários de II Samuel Capítulo 11 do versículo 1 até o 27
    d) O pecado de Davi e a repreensão de Natã (2Sm 11:2-10). Se fosse necessário provar a franqueza e isenção com que a Bíblia descreve os pecados dos servos de Deus a fim de que eles sirvam de aviso a outros (1Co 10:11-46), o caso de Davi fornecer-nos-ia excelente exemplo. Nem a elevada posição do rei autoriza a supressão dos fatos-grande testemunho à verdade das Escrituras. A terrível queda de Davi dá-nos uma lição de inestimável valor: mostra-nos que até o maior dos pecadores pode ser perdoado se é verdadeiro o seu arrependimento. Não fora este pecado, o Sl 51:0). Embora heteu de raça, aceitara a verdadeira religião, como demonstra o seu nome "luz de Jah". O procedimento de Davi ao mandar buscar Bate-Seba era característico dos monarcas orientais, mas completamente indigno de um homem de Deus. Esse primeiro passo errado conduziu à dissimulação, à hipocrisia, à ingratidão e por fim ao homicídio (conforme Jc 1:15).

    >2Sm 11:14

    2. URIAS É ABOMINAVELMENTE ASSASSINADO (2Sm 11:14-10). A traição de Davi atinge o auge quando ele ordena a Urias que entregue a Joabe uma carta na qual se contém a sua sentença de morte. De acordo com as instruções recebidas, Joabe observa bem a cidade e coloca Urias no ponto mais perigoso. Aí morreu o bravo e nobre soldado cuja morte se destinava a encobrir a perversidade de Davi. Joabe esperava que Davi criticasse a tática militar seguida, mas estava certo de que a notícia da morte de Urias em breve o apaziguaria. Abimeleque, filho de Jerubesete (isto é, Gideão); ver Jz 9:53. A Septuaginta atribui os versículos 20:21 à réplica de Davi. É possível que tenha havido erro do copista na colocação das palavras, visto que é estranho que Joabe antecipasse a resposta de Davi em tal minúcia. A referência prova quão bem se conhecia, nos dias de Davi, a história do tempo dos juízes.

    >2Sm 11:26

    3. BATE-SEBA TORNA-SE MULHER DE DAVI (2Sm 11:26-10). É provável que o luto de Bate-Seba fosse puramente formal; de acordo com a tradição manter-se-ia durante sete dias. Com uma pressa a todos os títulos indecorosa, Davi recolhe-a em sua casa o torna-a sua mulher. O episódio deixa uma indelével marca no caráter de Davi e é o princípio de uma angústia que o perseguiria toda a vida. Bate-Seba é sua pronta e alegre cúmplice. Era ambiciosa e a sua ascendência sobre Davi manteve-se até ao fim (conforme 1Rs 1:11-11).


    Dicionário

    Casa

    substantivo feminino Construção em alvenaria usada como moradia, com distintos formatos ou tamanhos, normalmente térrea ou com dois andares.
    Pessoas que habitam o mesmo lugar; reunião dos indivíduos que compõem uma família; lar: a casa dos brasileiros.
    Reunião das propriedades de uma família ou dos assuntos familiares e domésticos: ele cuida da administração da casa.
    Local usado para encontros, reuniões; habitação de determinado grupos com interesses em comum: casa dos professores.
    Designação de algumas repartições ou organizações públicas ou das pessoas subordinadas ao chefe do Estado: casa da moeda; Casa Civil.
    [Ludologia] As divisões que, separadas por quadrados em branco ou preto, compõe um tabuleiro de xadrez ou de damas.
    Em costura, fenda usada para pregar botões.
    [Matemática] Cada dez anos na vida de alguém: ele está na casa dos 20.
    [Marinha] Fenda ou buraco através do qual algo é instalado a bordo; cada fenda leva o nome do objeto instalado.
    Etimologia (origem da palavra casa). A palavra casa deriva do latim "casa,ae", com o sentido de cabana.

    No sentido mais lato da palavra “baytith” emprega-se para significar qualquer habitação, fixa, ou mutável. Pode ter-se derivado de uma raiz que significa passar a noite. Também o tabernáculo de Deus, embora tenha sido apenas uma tenda, é, algumas vezes, chamado a casa, a residência de Deus. Pouca mudança tem havido no sistema de edificar casas no oriente. As ruas das cidades são geralmente estreitas, tendo, por vezes de um e de outro lado uma carreira de lojas. Por detrás destas estão as habitações. Se entrarmos numa das principais casas, passaremos, primeiramente, por um corredor, onde se vêem bancos de cada lado, e é ali que o senhor da casa recebe qualquer indivíduo, quando quer tratar dos seus negócios, sendo a poucas pessoas permitido passar adiante. Para além desta entrada, o privilegiado visitante é recebido no pátio, ou quadrângulo, que geralmente é pavimentado de mármore ou outra substância dura, e não tem cobertura. Este pátio dá luz e ar a vários compartimentos que têm portas para aquele quadrângulo. Com o fim de receber hóspedes, é o pavimento coberto de esteiras ou tapetes – e visto como estão seguros contra qualquer interrupção de fora, é o lugar mais próprio para recepções e diversões. o pátio é, geralmente, rodeado de um claustro, sobre o qual, quando acontece ter a casa mais de um andar, é levantada uma galeria para cada andar nas mesmas dimensões que o claustro, tendo uma balaustrada para impedir o povo de cair. As janelas que deitam para a rua são pequenas e altamente colocadas, sendo fechadas por meio de um sistema de tábuas furadas e esculpidas em vez de vidro. Deste modo fica oculto o morador, podendo, contudo, obter uma vista do que se passa fora. Todavia, as janelas dos andares superiores são, freqüentemente, de considerável grandeza, e construídas numa saliência para fora da parede da casa. Foi esta a espécie da janela pela qual foi atirada Jezabel por mandado de Jeú. Nas casas dos ricos a parte mais baixa das paredes é adornada de tapeçarias de veludo ou damasco, suspensas em ganchos, podendo esses ornamentos subir ou descer segundo se quer (Et 1:6). A parte superior das paredes é adornada de um modo mais permanente, ao passo que os tetos são, algumas vezes, feitos de madeira preciosa e odorífera (Jr 22:14). os sobrados destes esplêndidos quartos são cobertos de lajes pintadas, ou de pedra mármore. Algumas vezes eram feitos de estuque, coberto de ricos tapetes. Em todos os casos, os quartos de mulheres estão separados, embora a separação não fossem outros tempos tão estrita como é hoje entre os hebreus. Nas casas de certa pretensão havia um quarto para hóspedes. o telhado das casas orientais é quase sempre plano. Compõe-se de vigas de madeira, cobertas de pedra ou argamassa, para proteger os moradores contra o sol e as chuvas, e também, para lhes proporcionar um sítio muito agradável ao ar livre quando está bom o tempo. Em volta deste telhado há um parapeito, não muito alto, para segurança das pessoas (Dt 22:8). Na Palestina o povo dorme nos terraços da casa, durante o tempo de mais calor, em caramanchões feitos de ramos ou de junco (Ne 8:16). o quarto dos hóspedes é, algumas vezes, construído sobre o telhado, e como para este se sobe por uma escada exterior, pode o hóspede entrar ou sair sem comunicar-se com a família. Várias ocupações domésticas são efetuadas nestes lugares altos da casa, como estender a roupa para secar, e espalhar figos, uvas, etc., para se fazer passas. E algumas vezes também foram usados estes lugares para o culto idolátrico (2 Rs 23.12 – Jr 32:29). As tendas, usadas durante a Festa do Tabernáculo, eram levantadas sobre telhados planos, que eram também escolhidos para os moradores se lamentarem em ocasião de grande aflição. os fogões não existem nas casas orientais, mas a família serve-se de braseiros, acontecendo, também, acenderem o lume no pátio aberto. Todavia, a cozinha tinha uma elevação feita de tijolo, com cavidades, em que se fazia a necessária fogueira. Havia os lugares para cozinhar, aos quais se refere Ez 46:23. Além dos caramanchões para uso no verão, havia, também, compartimentos especialmente protegidos, que se usavam no tempo frio. As casas dos pobres no oriente são construções muito fracas, sendo as paredes feitas de barro, canas e junco (*veja 4:19). Pode o ladrão penetrar facilmente dentro destas habitações (24:16Mt 24:43). Algumas vezes estas moradas de barro, e mesmo de tijolo, constavam de uma sala somente, sendo ainda uma parte dela separada para o gado. o exterior de todas as casas, tanto dos ricos como dos pobres, apresenta uma fraca aparência. Nada mais se observa, geralmente, do que uma nua parede branca, com pequenas janelas, gelosias e uma simples porta. (*veja Tenda, Tabernáculo, Cabana.)

    morada, vivenda, palácio, palacete, tugúrio, teto, chalé, lar, fogo, canto, palheiro, palhoça, choupana, casebre, cabana, tenda, barraca, arribana, choça, colmo, habitação, mansarda, pardieiro, biombo, cômodo, prédio, solar, castelo. – Habitação é, de todos os vocábulos deste grupo, o mais genérico. De “ato de habitar”, que é o que significa propriamente esta palavra habitação, passou a designar também a própria casa, que se habita: casa, ou palácio, ou choupana, ou biombo – tudo será habitação. – Casa é “o edifício de certas proporções destinado à habitação do homem”; e por extensão, designa, em linguagem vulgar, toda parte onde se abrigam alguns animais: a casa do escaravelho; a casa dos coelhos, etc. – Morada é “à habitação onde se mora, ou onde se fica por algum tempo, onde alguém se aloja provisoriamente”. – Vivenda é a “habitação onde se vive”, e sugere a ideia da maior ou menor comodidade com que a gente aí se abriga e vive. Por isso, usa-se quase sempre com um adjetivo: bela vivenda; vivenda detestável. – Palácio é “o edifício de proporções acima do normal, grandioso e magnífico”. Palacete é diminutivo de palácio, designando, portanto, “prédio rico e elegante”. – Tugúrio (latim tugurium, de tegere “cobrir”) é “o abrigo onde qualquer vivente se recolhe, ou habitualmente ou por algum tempo”. Este nome dá-se também, por modéstia ou por falsa humildade, à própria habitação magnífica. – Teto (latim tectum, também de tegere) é quase o mesmo que tugúrio: apenas teto não se aplica a um abrigo de animais, e sugere melhor a ideia de conchego, de proteção, de convívio amoroso: “teto paterno”; “era-lhe o céu um teto misericordioso”. – Chalé é palavra da língua francesa, hoje muito em voga, significando “casa de escada exterior, no estilo suíço, ordinariamente revestida de madeira, cujo teto de pouca inclinação é coberto de feltro, asfalto ou ardósia, e forma grande saliência sobre as paredes”. (Aul.). – Lar é a “habitação considerada como abrigo tranquilo e seguro da família”. – Fogos é o nome que se dá, nas estatísticas, às casas habitadas de um distrito, de uma cidade, ou de uma povoação: “a aldeia vizinha não chega a ter cem fogos”. – Canto, aqui, é “o lugar, o sítio, a morada humilde e desolada, onde alguém como que se refugia afastando-se do mundo”. – Palheiro é propriamente o lugar onde se guarda palha: designa, portanto, neste grupo, “abrigo ou habitação muito rústica e grosseira”. – Palhoça é “pequena casa coberta de palha”. – Choupana é – diz Aul. – “casa rústica de madeira, ou de ramos de árvores para habitação de pastores”. – Cabana (do italiano capánna) é “casinha coberta de colmo ou de palha, onde se abrigam à noite os camponeses, junto ou no meio das roças ou lavouras”. – Casebre é “pequena casa velha e arruinada, onde mora gente muito pobre”. – Tenda é “armação coberta para abrigo provisório ou de passagem em caminho ou em campanha”. – Barraca é “tenda ligeira, coberta de tela de lona ordinariamente”. – Arribana é “palheiro que serve mais para guarda de animais e trem de viagem propriamente que para habitação, prestando-se quando muito para pernoite ao abrigo de intempéries”. – Choça é “habitação ainda mais rústica e grosseira que a choupana”. Dizemos que o selvagem procura a sua choça (e não, pelo menos com a mesma propriedade –, a sua choupana). – Colmo, aqui, é “o colmo tomado pela cabana que é dele coberta”. – Mansarda afasta-se um pouco do francês de que a tomamos (mansarde é propriamente água-furtada ou trapeira, isto é – o último andar de uma casa tendo a janela ou janelas já abertas no telhado): tem, no português usual, mais a significação de “habitação 256 Rocha Pombo humilde, incômoda e difícil, onde há pobreza”. – Pardieiro é – diz Aul. – “edifício velho e em ruínas”: “Já me cansam estas perpétuas ruínas, estes pardieiros intermináveis” (Garrett). – Biombo é “um pequeno recinto separado de uma sala por meio de tabique móvel, e que serve de dormitório, de gabinete”, etc. Costuma-se dizer: “vou para o meu biombo” para significar que se vai para casa. – Cômodo, aqui, é “uma parte de prédio que se aluga por baixo preço e por pouco tempo ordinariamente”. – Prédio (latim prœdium, do prœs “garante, penhor, fiador”) é propriamente “bem de raiz, propriedade real”; mas, aqui, designa “a casa que é nossa própria, a propriedade que consta da casa e do terreno onde está construída”. – Solar é “a propriedade (terras e casa) considerada como representando uma tradição de família, tendo passado por herança de pais a filhos desde alguns séculos”. – Castelo era antiga habitação fortificada, fora das cidades, e onde residiam os grandes senhores feudais. Hoje é “habitação nobre, luxuosa, onde se vive com opulência”.

    [...] Aqui [no mundo etéreo], temos o poder de moldar a substância etérea, conforme pensamos. Assim, também as nossas casas são produtos das nossas mentes. Pensamos e construímos. É uma questão de vibração do pensamento e, enquanto mantivermos essas vibra ções, conservaremos o objeto que, du rante todo esse tempo, é objetivo para os nossos sentidos.
    Referencia: FINDLAY, J• Arthur• No limiar do etéreo, ou, Sobrevivência à morte cientificamente explicada• Traduzido do inglês por Luiz O• Guillon Ribeiro• Prefácio de Sir William Barret• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1981• - cap• 10


    Casa Construção em que pessoas moram. Na Palestina as casas eram feitas de pedra. Os pobres viviam às vezes em cavernas. As pessoas errantes, que se deslocavam em busca de alimentos e de pastagens para os seus rebanhos, viviam em barracas feitas com peles de cabra ou de camelo (Gn 4:20). No litoral do mar Mediterrâneo construíam-se casas de barro. O teto era feito de palha e barro.

    substantivo feminino Construção em alvenaria usada como moradia, com distintos formatos ou tamanhos, normalmente térrea ou com dois andares.
    Pessoas que habitam o mesmo lugar; reunião dos indivíduos que compõem uma família; lar: a casa dos brasileiros.
    Reunião das propriedades de uma família ou dos assuntos familiares e domésticos: ele cuida da administração da casa.
    Local usado para encontros, reuniões; habitação de determinado grupos com interesses em comum: casa dos professores.
    Designação de algumas repartições ou organizações públicas ou das pessoas subordinadas ao chefe do Estado: casa da moeda; Casa Civil.
    [Ludologia] As divisões que, separadas por quadrados em branco ou preto, compõe um tabuleiro de xadrez ou de damas.
    Em costura, fenda usada para pregar botões.
    [Matemática] Cada dez anos na vida de alguém: ele está na casa dos 20.
    [Marinha] Fenda ou buraco através do qual algo é instalado a bordo; cada fenda leva o nome do objeto instalado.
    Etimologia (origem da palavra casa). A palavra casa deriva do latim "casa,ae", com o sentido de cabana.

    Deitar

    verbo transitivo Estender ao comprido; dispor horizontalmente: deitar um caixote.
    Exalar, trescalar: deitar um perfume.
    Escorrer, segregar: a ferida deita pus.
    Meter na cama: deitar o bebê.
    Pôr, botar: deitar a língua de fora.
    Atirar, arremessar.
    verbo pronominal Meter-se na cama: deitou-se bem cedo.

    Descer

    verbo intransitivo Mover-se de cima para baixo: o sol desceu.
    Baixar de nível; diminuir: as águas do rio desceram.
    Baixar de valor; cair: as apólices desceram.
    Aproximar-se do pôr do sol: o sol está descendo.
    Fazer descer; colocar no chão; apear: o vestido desceu!
    Figurado Reduzir a capacidade de: sua perspicácia nunca desce!
    verbo transitivo direto Ir ou vir de cima para baixo ao longo de: descer a escada.
    Fazer baixar; pôr embaixo; arriar: descer a bandeira.
    Dirigir-se para baixo: descer os olhos.
    Figurado Passar a ocupar um posto, uma posição inferior; decair: descer numa companhia, empresa, organização.
    verbo transitivo indireto Saltar: descer do ônibus.
    verbo bitransitivo [Informal] Golpear alguém: desceu a mão na cara dele!
    Ser o efeito, o resultado de; proceder: a pouca-vergonha desceu da monarquia aos plebeus.
    Etimologia (origem da palavra descer). Do latim descendere, descer.

    Não

    advérbio Modo de negar; maneira de expressar uma negação ou recusa: -- Precisam de ajuda? -- Não.
    Expressão de oposição; contestação: -- Seus pais se divorciaram? -- Não, continuam casados.
    Gramática Numa interrogação, pode expressar certeza ou dúvida: -- você vai à festa, não?
    Gramática Inicia uma interrogação com a intenção de receber uma resposta positiva: Não deveria ter chegado antes?
    Gramática Usado repetidamente para enfatizar a negação: não quero não!
    substantivo masculino Ação de recusar, de não aceitar; negativa: conseguiu um não como conselho.
    Etimologia (origem da palavra não). Do latim non.

    advérbio Modo de negar; maneira de expressar uma negação ou recusa: -- Precisam de ajuda? -- Não.
    Expressão de oposição; contestação: -- Seus pais se divorciaram? -- Não, continuam casados.
    Gramática Numa interrogação, pode expressar certeza ou dúvida: -- você vai à festa, não?
    Gramática Inicia uma interrogação com a intenção de receber uma resposta positiva: Não deveria ter chegado antes?
    Gramática Usado repetidamente para enfatizar a negação: não quero não!
    substantivo masculino Ação de recusar, de não aceitar; negativa: conseguiu um não como conselho.
    Etimologia (origem da palavra não). Do latim non.

    Porta

    As portas das casas, bem como asdas cidades, eram de madeira, de ferro, ou de cobre (1 Sm 4.18 – At 12:10-13). As portas das cidades eram os lugares de maior afluência do povo para negócios, processos judiciais, conversação, e passatempo na ociosidade (Gn 19:1Dt 17:5-25.7 – Rt 4:1-12 – 2 Sm 15.2 – 2 Rs 7.1 – Ne 8:129:7Pv 31:23Am 5:10-12,15). Como remanescente do velho costume e linguagem oriental, ainda hoje se chama Sublime Porta ao conselho ou governo de Constantinopla. As portas das cidades continham escritórios à entrada. Eram de dois batentes – cerravam-se com fechaduras e ainda se seguravam com barras de ferro. A porta Formosa do templo (At 3:2) era inteiramente feita de cobre de Corinto, sendo necessários vinte homens para a fechar.

    Porta Abertura que permite a entrada em um edifício. Em sentido simbólico, Jesus é a única porta que nos permite entrar na vida eterna (Jo 10:7-9). Os seres humanos devem evitar as portas largas (Mt 7:13-14), que só conduzem à perdição.

    substantivo feminino Abertura através da qual as pessoas entram e saem de um lugar.
    Peça de madeira ou metal, que gira sobre gonzos, destinada a fechar essa abertura.
    Prancha móvel usada em uma abertura desse tipo.
    Essa prancha pode encaixar-se em dobradiças, deslizar em um sulco, girar em torno de um pivô como um eixo vertical, ou dobrar-se como uma sanfona.

    substantivo feminino Abertura através da qual as pessoas entram e saem de um lugar.
    Peça de madeira ou metal, que gira sobre gonzos, destinada a fechar essa abertura.
    Prancha móvel usada em uma abertura desse tipo.
    Essa prancha pode encaixar-se em dobradiças, deslizar em um sulco, girar em torno de um pivô como um eixo vertical, ou dobrar-se como uma sanfona.

    Real

    adjetivo Que tem existência verdadeira, e não imaginária: a vida real.
    De teor autêntico; genuíno: preciso ter uma conversa real com ele.
    Que não é mentira; verdadeiro: explicar suas reais intenções.
    Economia Que desconsidera as implicações da inflação; deflacionado: salário real.
    Mat. Pertencente ao conjunto dos números reais.
    [Jurídico] Que se pode referir a um bem (móvel ou imóvel).
    substantivo masculino Aquilo que existe de fato; realidade: há quem tenha dificuldade para lidar com o real.
    Etimologia (origem da palavra real). Do latim medieval realis; pelo francês réel.
    substantivo masculino Unidade do sistema monetário brasileiro, que entrou em vigor em julho de 1994 (símbolo: R$).
    Moedas ou notas dessa unidade monetária: moeda de 2 reais, nota de 50 reais.
    Antiga moeda portuguesa e brasileira, no Brasil o termo também foi utilizado para se referir ao dinheiro de uma forma geral; mais conhecido pelo plural réis.
    adjetivo Relativo ou pertecente ao rei ou à realeza: dignidade real, palácio real.
    expressão Não ter um real. Estar completamente sem dinheiro: não posso ir à festa, estou sem um real!
    Etimologia (origem da palavra real). Do latim regale, “de rei”.
    substantivo masculino Antigo Povoação; arraial.
    Etimologia (origem da palavra real). De origem desconhecida.

    régio, reiuno, realengo, reguengo. – Real é o que é propriamente do rei; régio é o que se refere ao rei; que é próprio da realeza; Real majestade – só se aplica a um rei; régia majestade – poder-se-á aplicar a quem não seja rei. A régia pompa com que o conde, ou o ricaço celebra as suas festas... (aqui não caberia real). – Reiuno é brasileirismo (Rio G. do Sul) que significa – “pertencente ao rei”. Aplica-se quase com a significação de público. Campo, animal reiuno. – Realengo diz também – próprio de rei, ou que só se encontra entre os reis; confunde-se, portanto, com régio, e em muitos casos com reiuno. Presta-se, melhor que qualquer dos dois, a ser substantivado. Terra, terreno realengo = terreno pertencente à Coroa. Constância, grandeza, magnanimidade realenga. – Reguengo é também o que pertence ao patrimônio real, o que foi incorporado aos bens da Coroa. Terra, herdade reguenga (isto é – do trono, ou da coroa).

    Real
    1) Que diz respeito a reis (2Sm 8:18)

    2) De verdade (At 12:9).

    Senhor

    substantivo masculino Proprietário, dono absoluto, possuidor de algum Estado, território ou objeto.
    História Aquele que tinha autoridade feudal sobre certas pessoas ou propriedades; proprietário feudal.
    Pessoa nobre, de alta consideração.
    Gramática Forma de tratamento cerimoniosa entre pessoas que não têm intimidade e não se tratam por você.
    Soberano, chefe; título honorífico de alguns monarcas.
    Figurado Quem domina algo, alguém ou si mesmo: senhor de si.
    Dono de casa; proprietário: nenhum senhor manda aqui.
    Pessoa distinta: senhor da sociedade.
    Antigo Título conferido a pessoas distintas, por posição ou dignidade de que estavam investidas.
    Antigo Título de nobreza de alguns fidalgos.
    Antigo O marido em relação à esposa.
    adjetivo Sugere a ideia de grande, perfeito, admirável: ele tem um senhor automóvel!
    Etimologia (origem da palavra senhor). Do latim senior.onis.

    o termo ‘Senhor’, no A.T., paraexprimir Jeová, está suficientemente compreendido nesta última palavra – e, como tradução de ãdôn, não precisa de explicação. Em Js 13:3, e freqüentemente em Juizes e Samuel, representa um título nativo dos governadores dos filisteus, não se sabendo coisa alguma a respeito do seu poder. o uso de ‘Senhor’ (kurios), no N.T., é interessante, embora seja muitas vezes de caráter ambíguo. Nas citações do A.T., significa geralmente Jeová, e é também clara a significaçãoem outros lugares (*vejag. Mt 1:20). Mas, fora estas citações, há muitas vezes dúvidas sobre se a referência é a Deus como tal (certamente Mc 5:19), ou ao Salvador, como Senhor e Mestre. Neste último caso há exemplos do seu emprego, passando por todas as gradações: porquanto é reconhecido Jesus, ou como Senhor e Mestre no mais alto sentido (Mt 15:22 – e geralmente nas epístolas – *veja 1 Co 12.3), ou como doutrinador de grande distinção (Mt 8:21 – 21.3), ou ainda como pessoa digna de todo o respeito (Mt 8:6). Deve-se observar que kurios, termo grego equivalente ao latim “dominus”, era o título dado ao imperador romano em todas as terras orientais, em volta do Mediterrâneo. E isto serve para explicar o fato de aplicarem os cristãos ao Salvador esse título, querendo eles, com isso, acentuar na sua mente e na das pessoas que os rodeavam a existência de um império maior mesmo que o de César. Com efeito, o contraste entre o chefe supremo do império romano e Aquele que é o Senhor de todos, parece apoiar muitos dos ensinamentos do N.T. Algumas vezes se usa o termo ‘Senhor’ (Lc 2:29At 4:24, etc.) como tradução de despõtes, que significa ‘dono, amo’, sugerindo, quando se emprega a respeito dos homens, que ao absoluto direito de propriedade no mundo antigo estava inerente uma verdadeira irresponsabilidade. (*veja Escravidão.)

    [...] o Senhor é a luz do mundo e a misericórdia para todos os corações.
    Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Pelo Evangelho


    Senhor
    1) (Propriamente dito: hebr. ADON; gr. KYRIOS.) Título de Deus como dono de tudo o que existe, especialmente daqueles que são seus servos ou escravos (Sl 97:5; Rm 14:4-8). No NT, “Senhor” é usado tanto para Deus, o Pai, como para Deus, o Filho, sendo às vezes impossível afirmar com certeza de qual dos dois se está falando.


    2) (hebr. ????, YHVH, JAVÉ.) Nome de Deus, cuja tradução mais provável é “o Eterno” ou “o Deus Eterno”. Javé é o Deus que existe por si mesmo, que não tem princípio nem fim (Ex 3:14; 6.3). Seguindo o costume que começou com a SEPTUAGINTA, a grande maioria das traduções modernas usa “Senhor” como equivalente de ????, YHVH (JAVÉ). A RA e a NTLH hoje escrevem “SENHOR”. A forma JAVÉ é a mais aceita entre os eruditos. A forma JEOVÁ (JEHOVAH), que só aparece a partir de 1518, não é recomendável por ser híbrida, isto é, consta da mistura das consoantes de ????, YHVH, (o Eterno) com as vogais de ???????, ADONAI (Senhor).


    Senhor Termo para referir-se a YHVH que, vários séculos antes do nascimento de Jesus, havia substituído este nome. Sua forma aramaica “mar” já aparecia aplicada a Deus nas partes do Antigo Testamento redigidas nesta língua (Dn 2:47; 5,23). Em ambos os casos, a Septuaginta traduziu “mar” por “kyrios” (Senhor, em grego). Nos textos de Elefantina, “mar” volta a aparecer como título divino (pp. 30 e 37). A. Vincent ressaltou que este conteúdo conceitual já se verificava no séc. IX a.C. Em escritos mais tardios, “mar” continua sendo uma designação de Deus, como se vê em Rosh ha-shanah 4a; Ber 6a; Git 88a; Sanh 38a; Eruv 75a; Sab 22a; Ket 2a; Baba Bat 134a etc.

    Em algumas ocasiões, Jesus foi chamado de “senhor”, como simples fórmula de cortesia. Ao atribuir a si mesmo esse título, Jesus vai além (Mt 7:21-23; Jo 13:13) e nele insere referências à sua preexistência e divindade (Mt 22:43-45; Mc 12:35-37; Lc 20:41-44 com o Sl 110:1). Assim foi também no cristianismo posterior, em que o título “Kyrios” (Senhor) aplicado a Jesus é idêntico ao empregado para referir-se a Deus (At 2:39; 3,22; 4,26 etc.); vai além de um simples título honorífico (At 4:33; 8,16; 10,36; 11,16-17; Jc 1:1 etc.); supõe uma fórmula cúltica própria da divindade (At 7:59-60; Jc 2:1); assim Estêvão se dirige ao Senhor Jesus no momento de sua morte, o autor do Apocalipse dirige a ele suas súplicas e Tiago acrescenta-lhe o qualificativo “de glória” que, na verdade, era aplicado somente ao próprio YHVH (Is 42:8). Tudo isso permite ver como se atribuíam sistematicamente a Jesus citações veterotestamentárias que originalmente se referiam a YHVH (At 2:20ss.com Jl 3:1-5).

    Finalmente, a fórmula composta “Senhor dos Senhores” (tomada de Dt 10:17 e referente a YHVH) é aplicada a Jesus e implica uma clara identificação do mesmo com o Deus do Antigo Testamento (Ap 7:14; 19,16). Tanto as fontes judeu-cristãs (1Pe 1:25; 2Pe 1:1; 3,10; Hc 1:10 etc.) como as paulinas (Rm 5:1; 8,39; 14,4-8; 1Co 4:5; 8,5-6; 1Ts 4:5; 2Ts 2:1ss. etc.) confirmam essas assertivas.

    W. Bousset, Kyrios Christos, Nashville 1970; J. A. Fitzmyer, “New Testament Kyrios and Maranatha and Their Aramaic Background” em To Advance the Gospel, Nova York 1981, pp. 218-235; L. W. Hurtado, One God, One Lord: Early Christian Devotion and Ancient Jewish Monotheism, Filadélfia 1988; B. Witherington III, “Lord” em DJG, pp. 484-492; O. Cullmann, o. c.; C. Vidal Manzanares, “Nombres de Dios” en Diccionario de las tres...; Idem, El judeo-cristianismo...; Idem, El Primer Evangelio...


    Servos

    masc. pl. de servo

    ser·vo |é| |é|
    (latim servus, -i, escravo)
    nome masculino

    1. Aquele que não dispõe da sua pessoa, nem de bens.

    2. Homem adstrito à gleba e dependente de um senhor.SUSERANO

    3. Pessoa que presta serviços a outrem, não tendo condição de escravo. = CRIADO, SERVENTE, SERVIÇAL

    4. Pessoa que depende de outrem de maneira subserviente.

    adjectivo
    adjetivo

    5. Que não tem direito à sua liberdade nem a ter bens.LIVRE

    6. Que tem a condição de criado ou escravo.

    7. Que está sob o domínio de algo ou alguém.

    Confrontar: cervo.

    Ver também dúvida linguística: pronúncia de servo e de cervo.

    Urias

    o Senhor é um fogo. l. Um dos capitães de Davi e marido de Bate-Seba (2 Sm 11.3 a 26 – 12.9 a 15 – 1 Rs 15.5 – 1 Cr 11.41). Era um heteu convertido à religião judaica. A sua mulher, mui formosa, era filha de Eliã, oficial do rei Davi (2 Sm 11.3 – 23.34). Estando Urias no campo da batalha às ordens de Joabe, que combatia os amonitas, foi Bate-Seba uma vítima da paixão de Davi – e, querendo este ocultar a sua própria infâmia, tratou primeiramente de chamar Urias à sua pátria – mas, falhando este plano, ordenou que o colocassem numa arriscadíssima expedição militar, para que morresse. Depois do usual tempo de luto, casou Bate-Seba com o rei. Urias era oficial reto e dedicado, homem de alto caráter. o ato de ele recusar o conforto da sua casa, estando os seus camaradas sofrendo as durezas da guerra, manifesta as suas boas qualidades de valente e leal. (*veja Bate-Seba, Davi.) 2. Sacerdote que edificou um altar idólatra para Acaz, segundo o modelo fornecido por este rei (2 Rs 16.10 a 16). Foi, também, uma testemunha de isaías (is 8:2). 3. Sacerdote do tempo de Neemias, e o pai de Meremote (Ed 8:33Ne 3:4). 4. Sacerdote que se colocou à direita de Esdras, quando se lia o livro da restabelecida Lei (Ne 8:4). 5. Profeta, o filho de Semaías. o rei Jeoaquim ordenou que ele fosse morto, visto que tinha profetizado o mal para o país e especialmente para Jerusalém. Conseguiu fugir para o Egito, mas foi descoberto e trazido a Judá por Elnatã, e ali morto, sendo o seu corpo lançado na sepultura comum (Jr 26:20-23).

    1. Heteu, vivia em Jerusalém com sua esposa durante o reinado de Davi. Foi um dos famosos “trinta” guerreiros valentes (2Sm 23:39-1Cr 11:41). Sua casa era construída em algum lugar não muito longe do palácio real. Ele lutava sob as ordens de Joabe, comandante das tropas de Davi. Certa vez, quando Urias estava na guerra, o rei encontrava-se no terraço do palácio e, ao olhar para baixo, viu Bate-Seba, esposa deste soldado, banhando-se. Desejou-a ardentemente, mandou trazê-la e engravidou-a (2Sm 11:1-5). Davi ordenou que Urias retornasse a Jerusalém, na esperança de que dormisse com a esposa e lhe evitasse assim uma situação embaraçosa (vv. 6-9). Ele, porém, provou ser fiel tanto a Deus como ao rei. Recusou-se a ter privilégios que seus companheiros do exército não tinham e não voltou para sua casa, depois de conversar com Davi, mesmo quando o rei o embriagou. Sua preocupação com a “Arca, e Israel, e Judá” era muito louvável e demonstrava seu compromisso com o país e com o Deus que adotara (vv. 10-13).

    Exasperado, Davi o enviou de volta à frente de batalha, com uma recomendação ao comandante Joabe para colocar Urias na linha de frente no cerco à cidade de Rabá. O esposo de Bate-Seba morreu na batalha e Davi casou-se com ela (vv. 16-27). De fato o rei matara Urias, por meio da ordem que dera a Joabe; “porém isto que Davi fizera desagradou ao Senhor” (2Sm 11:27). Posteriormente o profeta Natã foi enviado por Deus ao rei, para repreendê-lo. A criança que Bate-Seba deu à luz morreu, como juízo divino, e o pecado teve conseqüências duradouras para Davi (2Sm 12:1Rs 15:5; veja também Natã e Bate-Seba). A despeito, porém, das conseqüências devastadores e duradouras de um pecado tão terrível, o relato bíblico revela que Deus perdoa todo o que se arrepende sinceramente, não importa quão séria seja a sua transgressão (2Sm 12:13-14).


    2. Sacerdote no tempo do rei Acaz, de Judá, o qual foi atacado por Rezim, rei da Síria, e Peca, rei de Israel; por se recusar a aliar-se com eles contra a Assíria. Acaz, ao enviar presentes do Templo e dos tesouros do palácio real a Tiglate-Pileser, rei assírio, pediu-lhe ajuda. Este então atacou e conquistou Damasco (2Rs 16). O rei de Judá foi até lá visitá-lo e viu um altar, o qual ele desenhou e enviou o modelo para o sacerdote Urias, com a ordem de que fosse construído um igual em Jerusalém (vv. 10,11). Quando Acaz retornou, ofereceu sacrifícios sobre aquele monumento. Urias removeu um dos altares do Senhor do Templo para colocar o novo no lugar e ofereceu sacrifícios em obediência às instruções do rei, em vez de seguir a Lei de Moisés (vv.12-18).

    Tal adoração a deuses estranhos, nas próprias dependências do Templo — o qual foi construído exclusivamente para o culto ao Senhor — indicava o quanto Acaz e os sacerdotes haviam-se afastado do Deus verdadeiro. Sem dúvida achavam que, ao adorar ao Senhor e também aos deuses de Damasco, corriam menos risco de sofrer uma invasão e ser destruídos (2Cr 28:22-23). De fato, a verdade era justamente o oposto. Se tivessem confiado inteiramente no Senhor, Deus os salvaria; entretanto, ao se voltarem para outros deuses, atraíam o juízo divino (2Cr 28:25; Is 8:1-2).


    3. Filho de Semaías, de Quiriate-Jearim (Jr 26:20). Era um profeta fiel ao Senhor, contemporâneo de Jeremias. Profetizou na época do rei Jeoiaquim e advertiu sobre o juízo iminente de Deus e a destruição de Jerusalém pelos caldeus. O rei e seus oficiais ficaram furiosos, pois achavam que tais pronunciamentos destruíam a confiança do povo na liderança deles. Tentaram matar Urias, mas ele fugiu para o Egito. Jeoiaquim, entretanto, enviou Elnatã com ordens para trazê-lo de volta. Ao retornar, Urias foi morto (vv. 21-23).


    4. Sacerdote da tribo de Levi, filho de Hacoz e pai de Meremote (Ed 8:33; Ne 3:4-21), um dos responsáveis pela contagem do ouro e da prata levados de volta do exílio na Babilônia para Jerusalém.


    5. Estava no grupo que se juntou a Esdras sobre a plataforma de madeira enquanto ele lia o livro da Lei para todo Israel. Depois da leitura o povo adorou e louvou ao Senhor, confessou seus pecados e fez um novo pacto de servir a Deus (Ne 8:4). P.D.G.


    Urias [Javé É Luz]


    1) Militar HETEU, marido de Bate-Seba, com quem Davi adulterou (2Sm 11—12).


    2) Sumo sacerdote (2Rs 16:10-16).


    3) Profeta assassinado por ordem de Jeoaquim (Jr 26:20-24).


    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    II Samuel 11: 9 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

    Porém Urias se deitou à porta da casa real, com todos os servos do seu senhor; e não desceu à sua casa.
    II Samuel 11: 9 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    993 a.C.
    H1004
    bayith
    בַּיִת
    casa
    (within inside)
    Substantivo
    H113
    ʼâdôwn
    אָדֹון
    Meu Senhor
    (My lord)
    Substantivo
    H223
    ʼÛwrîyâh
    אוּרִיָּה
    marido heteu de Bate-Seba
    (of Uriah)
    Substantivo
    H3381
    yârad
    יָרַד
    descer, ir para baixo, declinar, marchar abaixo, afundar
    (And came down)
    Verbo
    H3605
    kôl
    כֹּל
    cada / todo
    (every)
    Substantivo
    H3808
    lôʼ
    לֹא
    não
    (not)
    Advérbio
    H413
    ʼêl
    אֵל
    até
    (unto)
    Prepostos
    H4428
    melek
    מֶלֶךְ
    rei
    (king)
    Substantivo
    H5650
    ʻebed
    עֶבֶד
    escravo, servo
    (a servant)
    Substantivo
    H6607
    pethach
    פֶּתַח
    a porta
    (the door)
    Substantivo
    H7901
    shâkab
    שָׁכַב
    deitar
    (they lay down)
    Verbo
    H854
    ʼêth
    אֵת
    de / a partir de / de / para
    (from)
    Prepostos


    בַּיִת


    (H1004)
    bayith (bah'-yith)

    01004 בית bayith

    provavelmente procedente de 1129 abreviado; DITAT - 241 n m

    1. casa
      1. casa, moradia, habitação
      2. abrigo ou moradia de animais
      3. corpos humanos (fig.)
      4. referindo-se ao Sheol
      5. referindo-se ao lugar de luz e escuridão
      6. referindo-se á terra de Efraim
    2. lugar
    3. recipiente
    4. lar, casa no sentido de lugar que abriga uma família
    5. membros de uma casa, família
      1. aqueles que pertencem à mesma casa
      2. família de descendentes, descendentes como corpo organizado
    6. negócios domésticos
    7. interior (metáfora)
    8. (DITAT) templo adv
    9. no lado de dentro prep
    10. dentro de

    אָדֹון


    (H113)
    ʼâdôwn (aw-done')

    0113 אדני ’adown aw-done’ ou (forma contrata) אדן ’adon aw-done’

    procedente de uma raiz não usada (significando governar); DITAT - 27b; n m

    1. firme, forte, senhor, chefe
      1. senhor, chefe, mestre
        1. referindo-se aos homens
          1. superintendente dos negócios domésticos
          2. chefe, mestre
          3. rei
        2. referindo-se a Deus
          1. o Senhor Deus
          2. Senhor de toda terra
      2. senhores, reis
        1. referindo-se aos homens
          1. proprietário do monte de Samaria
          2. chefe, mestre
          3. marido
          4. profeta
          5. governador
          6. príncipe
          7. rei
        2. referindo-se a Deus
          1. Senhor dos senhores (provavelmente = “o teu marido, Javé”)
      3. meu senhor, meu chefe, meu mestre
        1. referindo-se aos homens
          1. chefe, mestre
          2. marido
          3. profeta
          4. príncipe
          5. rei
          6. pai
          7. Moisés
          8. sacerdote
          9. anjo teofânico
          10. capitão
          11. reconhecimento geral de superioridade
        2. referindo-se a Deus
          1. meu Senhor, meu Senhor e meu Deus
          2. Adonai (paralelo com Javé)

    אוּרִיָּה


    (H223)
    ʼÛwrîyâh (oo-ree-yaw')

    0223 אוריה ’Uwriyah ou (forma alongada) אוריהו ’Uwriyahuw

    procedente de 217 e 3050, grego 3774 Ουριας; n pr m

    Urias = “Javé é minha luz (chama)”

    1. marido heteu de Bate-Seba
    2. um sacerdote que construiu o altar pagão de Acaz
    3. um sacerdote que reconstruiu o muro de Jerusalém
    4. um profeta morto por Jeoaquim

    יָרַד


    (H3381)
    yârad (yaw-rad')

    03381 ירד yarad

    uma raiz primitiva; DITAT - 909; v

    1. descer, ir para baixo, declinar, marchar abaixo, afundar
      1. (Qal)
        1. ir ou vir para baixo
        2. afundar
        3. estar prostrado
        4. descer sobre (referindo-se à revelação)
      2. (Hifil)
        1. trazer para baixo
        2. enviar para baixo
        3. tomar para baixo
        4. fazer prostrar
        5. deixar cair
      3. (Hofal)
        1. ser trazido para baixo
        2. ser derrubado

    כֹּל


    (H3605)
    kôl (kole)

    03605 כל kol ou (Jr 33:8) כול kowl

    procedente de 3634; DITAT - 985a; n m

    1. todo, a totalidade
      1. todo, a totalidade de
      2. qualquer, cada, tudo, todo
      3. totalidade, tudo

    לֹא


    (H3808)
    lôʼ (lo)

    03808 לא lo’

    ou לו low’ ou לה loh (Dt 3:11)

    uma partícula primitiva; DITAT - 1064; adv

    1. não
      1. não (com verbo - proibição absoluta)
      2. não (com modificador - negação)
      3. nada (substantivo)
      4. sem (com particípio)
      5. antes (de tempo)

    אֵל


    (H413)
    ʼêl (ale)

    0413 אל ’el (mas usado somente na forma construta reduzida) אל ’el

    partícula primitiva; DITAT - 91; prep

    1. para, em direção a, para a (de movimento)
    2. para dentro de (já atravessando o limite)
      1. no meio de
    3. direção a (de direção, não necessariamente de movimento físico)
    4. contra (movimento ou direção de caráter hostil)
    5. em adição a, a
    6. concernente, em relação a, em referência a, por causa de
    7. de acordo com (regra ou padrão)
    8. em, próximo, contra (referindo-se à presença de alguém)
    9. no meio, dentro, para dentro, até (idéia de mover-se para)

    מֶלֶךְ


    (H4428)
    melek (meh'-lek)

    04428 מלך melek

    procedente de 4427, grego 3197 Μελχι; DITAT - 1199a; n m

    1. rei

    עֶבֶד


    (H5650)
    ʻebed (eh'-bed)

    05650 עבד ̀ebed

    procedente de 5647; DITAT - 1553a; n m

    1. escravo, servo
      1. escravo, servo, servidor
      2. súditos
      3. servos, adoradores (referindo-se a Deus)
      4. servo (em sentido especial como profetas, levitas, etc.)
      5. servo (referindo-se a Israel)
      6. servo (como forma de dirigir-se entre iguais)

    פֶּתַח


    (H6607)
    pethach (peh'-thakh)

    06607 פתח pethach

    procedente de 6605; DITAT - 1854a; n. m.

    1. abertura, porta, entrada

    שָׁכַב


    (H7901)
    shâkab (shaw-kab')

    07901 שכב shakab

    uma raiz primitiva; DITAT - 2381; v.

    1. deitar
      1. (Qal)
        1. deitar, deitar-se, deitar sobre
        2. pernoitar
        3. deitar (referindo-se a relações sexuais)
        4. jazer (na morte)
        5. descansar, repousar (fig.)
      2. (Nifal) estar deitado com (sexualmente)
      3. (Pual) estar deitado com (sexualmente)
      4. (Hifil) fazer deitar
      5. (Hofal) ser deitado

    אֵת


    (H854)
    ʼêth (ayth)

    0854 את ’eth

    provavelmente procedente de 579; DITAT - 187; prep

    1. com, próximo a, junto com
      1. com, junto com
      2. com (referindo-se a relacionamento)
      3. próximo (referindo-se a lugar)
      4. com (poss.)
      5. de...com, de (com outra prep)