Enciclopédia de Lamentações de Jeremias 1:1-1
Índice
- Perícope
- Referências Cruzadas
- Livros
- Comentários Bíblicos
- Beacon
- Champlin
- Genebra
- Matthew Henry
- Wesley
- Wiersbe
- Russell Shedd
- NVI F. F. Bruce
- Moody
- Francis Davidson
- Dicionário
- Strongs
Perícope
lm 1: 1
Versão | Versículo |
---|---|
ARA | Como jaz solitária a cidade outrora populosa! Tornou-se como viúva a que foi grande entre as nações; princesa entre as províncias, ficou sujeita a trabalhos forçados! |
ARC | COMO se acha solitária aquela cidade, dantes tão populosa! tornou-se como viúva; a que foi grande entre as nações, e princesa entre as províncias, tornou-se tributária! Beta. |
TB | Como está sentada solitária a cidade que estava cheia de povo! |
HSB | אֵיכָ֣ה ׀ יָשְׁבָ֣ה בָדָ֗ד הָעִיר֙ רַבָּ֣תִי עָ֔ם הָיְתָ֖ה כְּאַלְמָנָ֑ה רַּבָּ֣תִי בַגּוֹיִ֗ם שָׂרָ֙תִי֙ בַּמְּדִינ֔וֹת הָיְתָ֖ה לָמַֽס׃ ס |
BKJ | Como a cidade assenta-se solitária, aquela que estava repleta de pessoas! Como ela se tornou como uma viúva! Ela que era grande entre as nações, e princesa entre as províncias, como ela tornou-se tributária! |
LTT | |
BJ2 | Que solitária está a Cidade populosa! Tornou-se viúva a primeira entre as nações; a princesa das províncias, em trabalhos forçados. |
VULG |
As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Lamentações de Jeremias 1:1
Referências Cruzadas
I Reis 4:21 | E dominava Salomão sobre todos os reinos desde o rio Eufrates até à terra dos filisteus, e até ao termo do Egito; os quais traziam presentes e serviram a Salomão todos os dias da sua vida. |
II Reis 23:33 | Porém Faraó-Neco o mandou prender em Ribla, em terra de Hamate, para que não reinasse em Jerusalém; e à terra impôs a pena de cem talentos de prata e um talento de ouro. |
II Reis 23:35 | E Jeoaquim deu aquela prata e aquele ouro a Faraó; porém fintou a terra, para dar esse dinheiro conforme o mandado de Faraó; a cada um, segundo a sua avaliação, demandou a prata e o ouro do povo da terra, para o dar a Faraó-Neco. |
II Crônicas 9:26 | E dominava sobre todos os reis, desde o rio até à terra dos filisteus e até ao termo do Egito. |
Esdras 4:20 | Também houve reis poderosos sobre Jerusalém, que dalém do rio dominaram em todo lugar, e se lhes pagaram direitos, e tributos, e rendas. |
Neemias 5:4 | Também havia quem dizia: Tomamos dinheiro emprestado até para o tributo do rei, sobre as nossas terras e as nossas vinhas. |
Neemias 9:37 | E ela multiplica os seus produtos para os reis que puseste sobre nós por causa dos nossos pecados; e, conforme a sua vontade, dominam sobre os nossos corpos e sobre o nosso gado; e estamos numa grande angústia. |
Salmos 122:4 | aonde sobem as tribos, as tribos do Senhor, como testemunho de Israel, para darem graças ao nome do Senhor, |
Isaías 3:26 | E as portas da cidade gemerão e se carpirão, e ela se assentará no chão, desolada. |
Isaías 14:12 | Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filha da alva! Como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações! |
Isaías 22:2 | Cidade cheia de aclamações, cidade turbulenta, cidade que salta de alegria, os teus mortos não são mortos à espada, nem morreram na guerra. |
Isaías 47:1 | Desce, e assenta-te no pó, ó virgem filha de Babilônia; assenta-te no chão; já não há trono, ó filha dos caldeus, porque nunca mais serás chamada a tenra, nem a delicada. |
Isaías 50:5 | O Senhor Jeová me abriu os ouvidos, e eu não fui rebelde; não me retiro para trás. |
Isaías 52:2 | Sacode o pó, levanta-te e assenta-te, ó Jerusalém; solta-te das ataduras de teu pescoço, ó cativa filha de Sião. |
Isaías 52:7 | Quão suaves são sobre os montes os pés do que anuncia as boas-novas, que faz ouvir a paz, que anuncia o bem, que faz ouvir a salvação, que diz a Sião: O teu Deus reina! |
Isaías 54:4 | Não temas, porque não serás envergonhada; e não te envergonhes, porque não serás confundida; antes, te esquecerás da vergonha da tua mocidade e não te lembrarás mais do opróbrio da tua viuvez. |
Jeremias 9:11 | E farei de Jerusalém montões de pedras, morada de dragões, e das cidades de Judá farei uma assolação, de sorte que fiquem desabitadas. |
Jeremias 40:9 | Jurou Gedalias, filho de Aicão, filho de Safã, a eles e aos seus homens, dizendo: Não temais servir aos caldeus; ficai na terra e servi ao rei da Babilônia, e bem vos irá. |
Jeremias 50:23 | Como foi cortado e quebrado o martelo de toda a terra! Como se tornou a Babilônia em espanto entre as nações! |
Lamentações de Jeremias 2:1 | Como cobriu o Senhor de nuvens, na sua ira, a filha de Sião! Derribou do céu à terra a glória de Israel e não se lembrou do escabelo de seus pés, no dia da sua ira. Bete. |
Lamentações de Jeremias 2:10 | Estão sentados na terra, silenciosos, os anciãos da filha de Sião; lançam pó sobre a sua cabeça, cingiram panos de saco; as virgens de Jerusalém abaixam a sua cabeça até à terra. Cafe. |
Lamentações de Jeremias 4:1 | Como se escureceu o ouro! Como se mudou o ouro fino e bom! Como estão espalhadas as pedras do santuário ao canto de todas as ruas! Bete. |
Lamentações de Jeremias 5:16 | Caiu a coroa da nossa cabeça; ai de nós, porque pecamos. |
Ezequiel 26:16 | E todos os príncipes do mar descerão dos seus tronos, e tirarão de si os seus mantos, e despirão as suas vestes bordadas; de tremores se vestirão, sobre a terra se assentarão e estremecerão a cada momento; e, por tua causa, pasmarão. |
Sofonias 2:15 | Esta é a cidade alegre e descuidada, que dizia no seu coração: Eu sou, e não há outra além de mim; como se tornou em assolação, em pousada de animais! Qualquer que passar por ela assobiará e meneará a sua mão. |
Zacarias 8:4 | Assim diz o Senhor dos Exércitos: Ainda nas praças de Jerusalém habitarão velhos e velhas, levando cada um na mão o seu bordão, por causa da sua muita idade. |
Apocalipse 18:7 | Quanto ela se glorificou e em delícias esteve, foi-lhe outro tanto de tormento e pranto, porque diz em seu coração: Estou assentada como rainha, não sou viúva e não verei o pranto. |
Apocalipse 18:16 | e dizendo: Ai! Ai daquela grande cidade, que estava vestida de linho fino, de púrpura, de escarlata, adornada com ouro e pedras preciosas e pérolas! Porque numa hora foram assoladas tantas riquezas. |
Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.
Livros
Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.
Comentários Bíblicos
Beacon
LAMTAÇÕES
DE JEREMIAS
C. Paul Gray
Introdução
A catástrofe terrível que ocorreu com o país de Judá e a cidade de Jerusalém em 587-586 a.C. constitui a cortina de fundo desse pequeno livro. O exército babilônico de Nabucodonosor tinha sitiado Jerusalém por dezoito longos meses. Quando a cidade afetada pela fome e doença foi finalmente tomada, ela foi totalmente demolida e incendiada. Foi uma ocasião trágica e muito sofrida para o povo judeu. A segurança de Jerusalém era vista como uma doutrina preciosa pelos habitantes da cidade desde os tempos de Isaías (701 a.C.). Agora, os que estavam vivos para ver a cidade em ruínas e o Templo comple-tamente destruído tinham dificuldades em acreditar naquilo que viam. A aflição deles era quase insuportável. Nos meses e anos que se seguiram, suas mentes foram importu-nadas com muitas perguntas não respondidas acerca da sua história passada e do seu destino futuro.
Esses cinco poemas são resultado da dor atormentadora daqueles dias atribulados que seguiram a destruição da cidade, a captura do rei Zedequias e a deportação do povo para a Babilônia. "A torrente de emoções" que pode ser detectada nesse livro revela a profundidade do desânimo que havia tomado conta do povo. Esses poemas são uma ex-pressão de toda aflição e sofrimento que estavam acumulados em seus corações. Esses sentimentos são agora derramados por meio da descrição da sua situação miserável, misturados com a confissão de pecados e acompanhados de um clamor angustiante de penitência. Sua aflição era realmente profunda demais para ser colocada em palavras, mas uma compulsão interior os impeliu a expressar sua tristeza de alguma forma. Como ocorre em todas as épocas, a poesia e o cântico eram a forma mais natural de dar vazão às suas emoções.
No texto hebraico o livro não recebe título, mas semelhantemente aos livros do Pentateuco, ele era conhecido pela sua primeira palavra: "Como!", 'eykah (também a primeira palavra dos capítulos
Na Bíblia Hebraica atual o livro de Lamentações não faz parte dos Livros Proféticos, mas, sim, dos Escritos (Hagiógrafos). Ele é um dos Cinco Rolos (Megilloth) daquela seção (o terceiro) das Escrituras Hebraicas. Por meio da Septuaginta e dos escritos de Josefo fica evidente que a posição desse livro nem sempre foi essa. A Septuaginta coerentemente colocou Lamentações junto com a profecia de Jeremias. Em um comentário acerca do número e natureza das Sagradas Escrituras,' Josefo faz o mesmo. Ao se referir aos livros do Antigo Testamento, Josefo afirma que são vinte e dois, e os divide em três grupos. Embora não mencione Lamentações pelo nome, para chegar ao número vinte e dois, ele precisava juntar Lamentações com Jeremias e Rute com o livro de Juízes. Ele evidente-mente seguiu a Septuaginta ao posicionar Lamentações entre os Livros Proféticos e não entre os Escritos.
Melito, bispo de Sardes (180 d.C.), semelhantemente chegou aos mesmos vinte e dois livros, no que foi seguido por Orígenes (250 d.C.), Agostinho (420 d.C.) e Jerônimo (405 d.C.). Isso significa que todos esses homens acreditavam que o livro de Lamentações pertencia aos Livros Proféticos e não aos hagiógrafos. Jerônimo, no entanto, menciona que "alguns incluíam Rute e Lamentações nos hagiógrafos e, dessa forma, acreditavam existir vinte e quatro livros no Antigo Testamento".2 Esses estudiosos podiam estar se referindo a 2 Esdras e ao Talmude. Dessa forma eles acreditavam existir vinte e quatro livros e colocavam Lamentações entre os Escritos. Podemos concluir que durante o perí-odo intertestamental e nos primeiros séculos da Igreja Cristã não existia uma posição oficial e unânime em relação aos livros das Escrituras. O livro de Lamentações em um catálogo era encontrado nos Escritos e em outro nos Livros Proféticos. As nossas Bíblias seguem a ordem da Septuaginta e relacionam o livro de Lamentações com Jeremias.
C. Autoria e Data
O texto hebraico não menciona ninguém especificamente como autor do livro de Lamentações. Mas uma longa tradição coloca Jeremias como autor desse livro. Não se pode negar que o livro é escrito no espírito de Jeremias e apresenta muitas similaridades com suas profecias. A Septuaginta, no entanto, é a fonte mais antiga que atribui esses poemas a Jeremias. Embora II Crônicas
A Septuaginta é bastante explícita em sua posição quanto à autoria do livro. Essa versão grega do livro apresenta uma nota introdutória (evidentemente baseada em um original hebraico) que claramente atribui o livro a Jeremias. Essa nota diz o seguinte: "Depois que Israel foi levado cativo e Jerusalém foi destruída, Jeremias chorou e se lamentou com esta lamentação a respeito de Jerusalém, e disse". Em seguida vem o primeiro versículo do texto hebraico. A Vulgata apresenta essa nota introdutória com uma pequena variante; o texto em árabe o reproduz com exatidão, e o Targum (paráfra-se) de Jônatas, a substitui com esta linha: "Jeremias, o profeta e sumo sacerdote disse". Essas autoridades são seguidas pelo Talmude e pelos Pais da Igreja, dando a entender que Jeremias era o autor de Lamentações. Por séculos a autoria de Jeremias nunca foi questionada.
Hoje, no entanto, muitos estudiosos renomados rejeitam a autoria de Jeremias. Eles o fazem com base na estrutura, estilo e atitude em relação à destruição de Jerusalém admitida pelo autor. Eles alegam que a forma acróstica bastante precisa, a presença de muitos termos novos e de frases que não são encontradas na profecia de Jeremias, a atitude desnorteada do escritor em relação à destruição de Jerusalém, são discrepantes com o pensamento de Jeremias. Esses estudiosos apresentam um número impressionan-te de diferenças com a profecia, e estão bastante seguros de que esses poemas não vêm da pena de Jeremias.
Por outro lado, estudiosos tão bem qualificados quanto aqueles citados acima defendem com bastante propriedade a visão tradicional. Eles baseiam sua opinião nas similaridades que existem entre os dois livros. A idéia de que o castigo tinha vindo sobre Israel por causa do seu pecado persistente e sua dependência de aliados vulneráveis e desleais é comum nos dois livros. A mesma atitude em relação aos falsos profetas e sacerdotes caracteriza os dois volumes. Palavras e frases similares apontam para um autor comum. A angústia e as lágrimas do autor de Lamentações refletem vividamente a personalidade de Jeremias. A descrição detalhada da des-truição da cidade fala a favor da autoria de Jeremias. Sabemos que ele esteve pre-sente quando a cidade caiu e permaneceu nela para observar e lamentar a destruição avassaladora. Assim, a afinidade em conteúdo, espírito, tom e linguagem falam a favor da autoria de Jeremias.
A data dos dois livros, pelo que tudo indica, é a mesma. Os eventos finais registrados no livro de Jeremias ocorreram em torno de 580 a.C., e não há nada no livro de Lamentações que demandaria uma data posterior.
D. Estrutura
Dos cinco poemas que compõem o livro, os primeiros quatro são canções tristes ou fúnebres, enquanto o quinto apresenta mais a forma de oração. No hebraico, os quatro primeiros poemas são acrósticos alfabéticos. Os poemas um, dois e quatro apresentam vinte e dois versículos, correspondendo em número e ordem ao alfabeto hebraico. Os versículos nos poemas um e dois apresentam três linhas cada, em que somente a primeira linha segue a forma acróstica. O mesmo ocorre com o poema quatro, com a exceção de apresentar apenas duas linhas em cada versículo. O poema três é singular no sentido de que todas as letras do alfabeto são repetidas três vezes sucessivamente. Por causa disso, os massoretas entendiam que cada linha era um versículo e dividiram o poema em sessenta e seis versículos. O quinto poema também apresenta vinte e dois versículos, sem um ar-ranjo acróstico evidente.
Não se sabe por que o autor escolheu o uso da forma acróstica. Embora seja artístico e apropriado expressar a tristeza de uma nação sofrida, ela limita e obstrui o movimento livre de pensamento. Kuist sugere que essa forma acróstica foi usada como um artifício mnemônico para auxiliar a memória, ou para manter o elemento emocional explosivo sob cuidadoso controle, ou para dar "um sentido de continuidade e completitude às ex-pressões públicas de dor e culpa e esforçando-se para manter viva a esperança que essas elegias promoviam".3
É importante salientar, no entanto, que o acróstico era um artifício literário co-nhecido' nos tempos bíblicos e que o autor tinha a liberdade de usá-lo em certos mo-mentos. Nos poemas dois, três e quatro as letras ayin e pe do alfabeto hebraico estão invertidas, e o versículo 7 do poema um e o versículo 19 do poema dois têm quatro linhas em vez de três.
A estrutura métrica usada aqui é conhecida como ritmo Qina. Ela é a estrutura mais comumente usada para entoar canções tristes acerca dos mortos ou acerca de gran-des desgraças nos tempos antigos. O uso de paralelismo, repetição, apóstrofe e seu jogo de palavras eram admiravelmente apropriados para comunicar as profundezas insondá-veis do sofrimento e tristeza que a alma humana é capaz de experimentar.
E. Propósito e Uso
Esses poemas são canções tristes escritas com a expectativa de que seriam recitadas pela congregação de Israel para expressar seu grande pesar acerca da perda de sua identidade nacional. Eles consideram todos os grandes assuntos da aflição pública. O propósito deles é expressar, de forma terapêutica, as emoções mais profundas de um povo quebrantado e devastado. Os poemas permitem ao povo confessar que Deus o havia tratado com justiça, e, ao fazê-lo, encontrariam forças para suportar o peso indescritível da angústia sem desesperar-se. Eles tinham a intenção de ajudar o povo a aprender uma lição do passado e, ao mesmo tempo, conservar sua fé em Deus mesmo quando confron-tados com uma desgraça avassaladora. Abrindo as portas para a oração, esses poemas apontavam o caminho para o arrependimento e fé e, deste modo, estimulavam esperança na misericórdia de Deus.
Pelo uso desses poemas podemos ver que o povo judeu reconhece o seu valor. O livro de Lamentações é incluído nos Cinco Rolos que são lidos em importantes datas no ano judaico. Esse breve livro é lido no nono dia de Abe (quase no final de julho), um dia de jejum que é observado na comemoração da destruição do primeiro e segundo Templos. A Igreja Romana usa partes de Lamentações para os últimos três dias da Semana Santa. Algumas passagens do livro também são incluídas em certas liturgias protestantes. Seu uso nas sinagogas e na igreja ao longo dos séculos é um testemunho permanente da sua influência na vida religiosa do mundo e mostra por que a canonicidade de Lamentações nunca foi questionada.
CANÇÃO DE UMA CIDADE EM LUTO
Lamentações 1:1-22
A. A SITUAÇÃO DA CIDADE, 1:1-7
Essa canção de profunda tristeza inicia com uma descrição da cidade cativa de Jeru-salém personificada por meio de uma mulher que perdeu seu marido e filhos. O infeliz estado da sua viuvez é pranteado. "Como!" foi a única maneira apropriada de iniciar essa canção fúnebre. Essa era a forma mais apropriada para expressar tristeza e dor para aquela ocasião. Aqui essa canção prepara o caminho para a revelação da situação trágica da cidade. A solidão da viuvez é ressaltada: Como se acha solitária aquela cidade (1). Ela tinha sido tão populosa e tão grande entre as nações; mas agora ela está vazia, e seus filhos estão no cativeiro. Os seus amantes (2; aliados políticos), de-pois de a humilharem, a desprezaram como um brinquedo sujo e sem valor. Traída e aflita, ela chora de noite, sem encontrar descanso (3), e não há quem a console. A expressão nas suas angústias também pode ser traduzida como: "no meio das suas dificuldades" (Smith-Goodspeed).
Além de tudo isso ela vive em um estado de viuvez espiritual. A vida religiosa da cidade havia cessado. O Templo havia sido destruído. Os caminhos (estradas) para Sião estão vazios; não há adoradores que compareçam para sua reunião solene; suas portas estão desoladas; e os sacerdotes gemem (4). Há a amargura do remorso, porque o dia da graça passou. Para piorar a situação, seu julgamento vem da mão divina. O SENHOR a entristeceu (5). Mas em tudo isso o profeta reconhece a justiça divina; a tristeza de Jeru-salém é por causa da multidão das suas prevaricações. Foi-se toda a sua glória (6) ; seus adversários estão no controle; suas famílias estão no exílio. Os seus príncipes estão tão destituídos de força que parecem corças sem pasto; enfraquecidos pela fome eles caminham diante dos seus perseguidores; caem para não mais levantarem.
Nessa condição debilitada e solitária, surgem lembranças assombrosas que só au-mentam a tristeza da cidade. Jerusalém se lembra das suas mais queridas coisas, que pertenciam a ela nos tempos antigos (7). Isso é motivo de clamor e pranto. Mas não há alívio do seu sofrimento, porque os seus adversários zombam da sua miséria.
A causa do sofrimento de Jerusalém está no fato de ela ter pecado gravemente (8). Seu pecado não foi uma coisa superficial. A palavra instável significa "impura" (NVI). A sua imundícia está nas suas saias (9), indicando que seu pecado era uma perversida-de íntima, i.e., uma disposição interior. Jerusalém era tão impura moralmente quanto uma mulher era impura durante seu período de menstruação. Por isso, o problema bási-co de Jerusalém era o seu coração perverso (Jr
Todos os que a honravam [...] viram a sua nudez (8) significa que sua verdadei-ra natureza havia sido revelada; profanada e impura, ela se afasta envergonhada. Ela foi pasmosamente abatida (9), i.e., "ela caiu de modo espantoso" (ARA) porque seguiu as inclinações de um coração perverso. Ela fracassou em considerar as conseqüências de uma vida perversa. Ela nunca se lembrou do seu fim; ela viveu somente para o pre-sente. O versículo 10 refere-se, em primeiro lugar, à profanação do Templo. Suas coisas mais preciosas eram os "utensílios para as ofertas sacrificais" (Berkeley, nota de rodapé). Mas há uma implicação mais profunda. O inimigo havia entrado no seu santuário (10) e tinha tomado suas coisas mais preciosas, i.e., roubou a sua pureza; e agora o seu povo (11) geme debaixo da gravidade do seu pecado. Ela reconhece que se tornou des-prezível. A tristeza da viuvez é aumentada pela compreensão da sua impureza. O signi-ficado literal do versículo 11 é deixado claro por Smith-Goodspeed: "Eles trocaram tesou-ros por mantimento para mantê-los vivos".
O fardo acumulado da sua condição trágica tornou-se pesado demais para carregar. Judá clama em sua angústia. Não vos comove isso, a todos vós que passais pelo caminho? (12). Embora o hebraico seja dificil, a ARC captou o sentido. Dirigindo-se a todos que possam ouvir seu clamor, ela implora por compaixão, insistindo que não há dor como a minha dor. Ela confessa que seu castigo vem do SENHOR, e enumera todas as coisas que sofreu pelas mãos dele. Deus enviou fogo (13) aos seus ossos. O qual se assenhoreou deles provavelmente significa• "o qual os subjugou" (Berkeley). Uma rede foi armada para os seus pés; suas prevaricações foram entretecidas em um jugo into-lerável ao redor do seu pescoço (14). Seus valentes (15), bem como os seus jovens, foram jogados no lagar da ira de Deus. A contemplação das suas muitas angústias traz um novo irromper de lágrimas: Por essas coisas [...] os meus olhos se desfazem em águas (16). Mas não há consolador para amenizar sua dor, e o inimigo prevaleceu contra ela.
Mesmo que ela esteja sufocada com lágrimas a ponto de não poder falar, ela parece ouvir uma voz a dizer que embora Sião (17) estenda as suas mãos em súplica compadecida, Deus mandou que ela fosse afligida. Depois de recompor-se, Sião reconhece que Deus agiu de maneira justa com ela. Ela confessa que se rebelou contra os seus man-damentos (18). Não há ressentimento em suas palavras, e nenhuma inclinação para defender-se. Ela então reconhece: Meus amadores (nações aliadas e deuses a quem Judá se havia voltado) [...] me enganaram. Por causa disso, seus filhos estão no cati-veiro; seus sacerdotes e [...] anciãos expiraram. A tristeza da sua condição a esmaga enquanto faz um apelo final: Ouvi, pois, todos os povos e vede a minha dor (18-19).
D. A ORAÇÃO DA CIDADE, 1:20-22
Traída, quebrantada e castigada, Sião agora eleva sua voz em oração: Olha, SE-NHOR, quanto estou angustiada [...] porque gravemente me rebelei (20) ; não te-nho quem me console (21). Nesse ensaio da sua situação desagradável estão todos os elementos de um coração arrependido: tristeza profunda, confissão, humilhação e fé. O povo de Judá se volta para o Senhor porque está convencido de que somente Ele pode ajudar. Não há esforço para desculpar seus pecados, e ele aceita seu castigo como sendo justo. No entanto, Judá expressa a certeza de que de alguma forma Deus o vindicará diante dos seus inimigos: mas, em trazendo tu o dia que apregoaste, eles (os inimi-gos) serão como eu (21). Aqui está a convicção de que em um universo moralmente ordenado nenhum transgressor ficará impune. Venha toda a sua iniqüidade à tua presença (22) é um reconhecimento de que todo o mal será castigado. Seus inimigos também experimentarão o castigo pelo seu pecado. Um Deus soberano fará com que todas as coisas aconteçam da forma correta.
Champlin
LAMENTAÇÕES
O Livro que Descreve as Misérias Causadas pelo Cativeiro Bahilônieo
Como jaz solitária a cidade, outrora populosa! Tornou-se como viúva, a que foi grande entre as nações.
Lamentações
5 Capítulos
154 Versículos
INTRODUÇÃO
Esboço:
I. Caracterização Geral
II. Nome do Livro
III. Autoria e Data
IV. Propósitos e Teologia do Livro
V. Estilo Literário
VI. Conteúdo
VII. Bibliografia
I. Caracterização Geral
Este livro faz parte da terceira divisão do cânon do Antigo Testamento hebraico, que os judeus chamavam de “escritos” ou “rolos”. O livro de Lamentações consiste em cinco poemas que correspondem ao que, modernamente, chamamos de “capítulos”. Esses poemas foram escritos segundo a métrica kina, ou de lamentação. Provavelmente, o livro foi escrito no século V A.C., provocado peia grande calamidade que se abateu sobre Jerusalém, com o conseqüente cativeiro babilônico. Esses poemas foram compostos na própria cidade de Jerusalém, ou, então, já na Babilônia. Os primeiros quatro poemas são acrósticos alfabéticos, o que significa que cada grupo de versículos começa por uma letra diferente do alfabeto hebraico, que consistia em vinte e duas letras. A quinta estância tem o mesmo número de versículos que o alfabeto hebraico. Todos esses poemas foram compostos ou adaptados para a recitação pública em dias de jejum e lamentação (ver Jer. 2:15-17; Sof Jr
Antigas tradições têm atribuído esse livro ao profeta Jeremias, porém muitos eruditos modernos encontram razões para duvidar dessa opinião. O próprio livro é anônimo, pelo que aquilo que cremos sobre sua autoria depende de nossa confiança ou desconfiança nessa tradição, bem como de outras evidências que pesam sobre a questão. Ver a terceira secão quanto à discussão a respeito.
II. Nome do Livro
No hebraico, este livro chama-se ekah, “como”, a primeira palavra do livro, no original hebraico. Mas também tem o título de qinah, “lamentação”. Naturalmente, isso alude ao caráter de deploração do livro inteiro. Conforme disse certo autor:"... cada letra foi escrita com uma lágrima; cada palavra com o pulsar de um coração partido”. O título do livro, na Septuaginta, é “Cânticos Fúnebres”. O título do livro nas modernas linguas européias—como em português—vem da Vulgata Latina, com base no vocábulo latino lamentum, “clamor”, “choro”, “lamentação”. Na Vulgata Latina o título específico é Lamentationes.
III. Autoria e Data
A tradição que atribui o livro de Lamentações a Jeremias é antiqüíssima. O trecho de 2Cr
1. Os paralelos listados anteriormente, entre Lam. 3:48-51 e certos trechos do livro de Jeremias, certamente indicam a narrativa feita por uma testemunha ocular sobre aquilo que os babilônios fizeram contra o povo de Israel. Contudo, essa testemunha ocular não precisa ser identificada obrigatoriamente com Jeremias, porquanto o autor do livro pode ter sido outra testemunha daqueles fatos.
2. O quinto poema reflete uma espécie de lassitude induzida por anos de ocupação estrangeira, o que é contrário ao que sabemos sobre a história envolvida. Jeremias permaneceu apenas algumas semanas na Palestina, após a captura de Jerusalém.
3. O Argumento Literário. Os extensos escritos de Jeremias (no livro que sabemos ser de sua autoria) não apelaram para a poesia, e muito menos para a forma específica de poemas acrósticos.
4. O Argumento Histórico. Em tempos posteriores, muitos oráculos foram coligidos em nome de Jeremias, quando, como é óbvio, esses escritos não foram de sua autoria, Os poemas do livro de Lamentações poderíam estar entre esses oráculos. Se realmente eram de sua lavra, por que motivo Jeremias não os identificou como seus? E por que motivo não foram incluídos como parte de suas profecias? No livro de Jeremias, o autor identificou-se claramente (ver Jr
5. Diferenças de Pontos de Vista. As declarações de Lm
6. O Argumento Linguístico. O estilo, o vocabulário e a dicção dos livros de Jeremias e de Lamentações são por demais diferentes para que se suponha que um mesmo autor tenha escrito ambas as obras. Contra esse argumento, alegam outros que a poesia, naturalmente, difere da prosa em que são escritos os oráculos e as advertências proféticas. Todavia, grandes trechos do livro de Jeremias consistem em poemas, embora nossa versão portuguesa oculte isso, imprimindo o livro como se tudo fosse prosa. Mas ver, por exemplo, a Revised Standard Version. Muitos escritores em prosa, ocasionalmente, escrevem em poesia, o que requer estilo, dicção e vocabulário diferentes.
Conclusão. Não há como se fazer uma declaração firme sobre a questão. O livro de Lamentações não indica quem foi o seu autor; a obra é anônima.
Data. No livro não há nenhuma menção à reconstrução do templo de Jerusalém, que ocorreu em 538 A.C. No entanto, o livro foi escrito, sem a menor sombra de dúvida, por uma testemunha ocular da invasão de Jerusalém pelos babilônios e do subseqüente exílio de Judá. Por conseguinte, deve ter sido escrito em algum tempo depois de 586 A.C., mas antes de 538 A.C.
IV. Propósitos e Teologia do Livro
1. A Justiça de Deus é Celebrada e os Efeitos Ruinosos do Pecado São Lamentados. Um homem espiritual contemplou o que acontecera a um povo rebelde, que quisera dar ouvidos às advertências do Senhor, e que, por isso, recebeu tão grande castigo nacional. Tudo aquilo ocorrera por motivo de desobediência e insensibilidade espiritual. A calamidade foi tão grande que fez uma nação chegar ao fim. O santuário, que fora estabelecido em honra a Yahweh, bem como a teocracia (embora muito modificada pela monarquia) foram aniquilados pelos pagãos. O poeta, pois, celebrou a retidão e a justiça de Deus, porquanto, afinal, o que acontecera fora justo. A nação de Judá foi convocada ao arrependimento, visto que o mesmo poder que produziu a destruição com igual facilidade poderia produzir a restauração. A profunda iniqüi-dade da nação de Judá é lamentada no livro, mas reconhece-se também que a graça de Deus é suficientemente ampla para reverter qualquer situação, e o autor sagrado contemplava, ansioso, essa bendita possibilidade. Em suma, o propósito do livro é celebrar a justiça de Deus, lamentar a iniqüidade do povo de Judá e suas horrendas conseqüências e, então, conclamar ao arrependimento, em face da possibilidade de restauração.
2. Aplicação Crístológica. Alguns intérpretes evangélicos vêem no livro de Lamentações um lamento pela alma de Jesus, diante da ira de Deus que sobre Ele se descarregou, quando Cristo levou sobre Si o pecado do mundo.
3. A Trágica Reversão. Havia em Israel uma tradição que falava sobre a suposta inviolabilidade de Sião (Sal. 46:6-8; 48.2-9; 76.2-7), o que aparece como uma idéia com a qual o autor do livro de Lamentações estava familiarizado (Lm
4. Confirmação do Ponto de Vista Deuteronômico da História. O autor de Deuteronômio sustenta, como uma de suas teses primárias, que Israel ia bem enquanto obedecia a Deus, mas caia em ruina quando se mostrava rebelde. Embora, por certo, essa seja uma perspectiva simplista da história, não é um fator que deva ser ignorado. Esse tema também pode ser encontrado em outros livros do Antigo Testamento, além de Deuteronômio, Lamentações é um dos livros que promove essa tese.
5. A Esperança Nunca Morre no Coração Humano. Grandes tragédias sobrevêm às pessoas insensatas. Mas essas mesmas pessoas, se agirem sabiamente, poderão contemplar a concretização de suas esperanças dê melhoria, quando seu triste estado for revertido pela misericórdia divina.
V. Estilo Literário
Esse estilo é descrito na primeira seção, Caracterização Geral.
VI. Conteúdo
1. As Lamentáveis Condições de Jerusalém (Lm 1)
2. Manifestação da Ira de Deus (Lm 2)
3. Reconhecimento da Justiça de Deus (Lm 3)
4. Reconhecimento da Fidelidade de Deus (Lm 4)
5. Confiança na Fidelidade de Deus (Lm 5)
VII. Bibliografia
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Ao Leitor
Para ter melhor compreensão sobre o livro, o leitor deve ler a Introdução, que aborda os fatos e problemas básicos da composição: caracterização gerai; nome do livro; autoria e data; propósitos e teologia do livro; estilo literário e conteúdo. Essas seções analisam de modo bastante completo o livro, que tem apenas 154 versículos.
Este é um dos livros mais tristes já escritos, que aplica habilidosa poesia para expressar as mais profundas emoções humanas. Trata-se de uma série de poemas que lamentam a desolação de Jerusalém e os sofrimentos do povo, depois dos ataques, do cerco e do cativeiro subseqüente do povo de Israel, efetuado pelo exército babilônico. O templo de Jerusalém foi incendiado em cerca de 587-586 A. C., pelo que o autor escreveu algum tempo depois disso. O capítulo 5 do livro revela a autoria do poema, bastante tempo depois, mas antes que o decreto de Ciro permitiu que um pequeno remanescente de judeus retornasse a Jerusalém para reconstruir a cidade e, assim, iniciar um Novo Dia. Os primeiros quatro capítulos seguem acrósticos alfabéticos (os versículos começam com as sucessivas 22 letras do alfabeto hebraico). O capítulo 5 também tem 22 versículos, mas não escritos segundo esse estilo, que provavelmente requer um arranjo um tanto artificial que impede o livre fluxo do pensamento. Esse capítulo provê uma apta conclusão, sendo provável que o autor estivesse cansado de apegar-se ao estíio acróstico.
O livro era usado nas recitações em dias de jejum e lamentação, tanto públicas quanto particulares (ver Jer. 2:15-17; Zc
“O livro de Lamentações é um pós-escrito de lamentação ao livro de Jeremias. Mediante o uso de cinco cânticos fúnebres, o autor sagrado se entristeceu pela sorte de Jerusalém, por causa de seu pecado” (Charles H. Dyer, in loc.). O livro, naturalmente, é mais que uma poesia fúnebre muito bem expressa. Antes, é uma lição moral que afirma que a vida é mais do que “comer, beber e divertir-se”. E também uma inquirição séria que procura obedecer às regras divinas. Ensina-nos, supremamente, as conseqüências de semear uma má conduta, pois o que uma pessoa faz certamente é colher o que semeou. Ver Gl
JULGAMENTOS DIVINOS QUE ISRAEL (JUDÁ) DEVE SOFRER PARALELOS ENTRE LAMENTAÇÕES E DEUTERONÔMIO
Essência dos Julgamentos
Lamentações
Deuteronômio
Judá (Israel) espalhado entre as nações não encontrará paz nem segurança.
Mães, no seu desespero, comerão os próprios filhos para não morrer de fome. 0 pecado, especialmente o da idolatria, cobrará um alto preço em sofrimento.
Jovens e velhos morrerão juntos na poeira das ruas. O inimigo não respeitará idade nem sexo.
Mães, com as próprias mãos, cozinharão seus filhos. As mais gentis esconderão seus filhos para comê-los depois do ataque do inimigo. As esposas não mais respeitarão seus maridos, mas se tornarão animais selvagens.
A herança de Israel, dada no Pacto Abraâmico, passará às mãos dos estrangeiros selvagens. 0 judeu construirá uma casa, mas nunca morará nela. As propriedades ficarão à disposição dos invasores e de seus filhos.
Perseguidos, os judeus não encontrarão paz no exílio. A espada os seguirá até lá e continuará a matança. O pecado cobrará um alto preço dos desobedientes.
Os sofrimentos no exílio serão variados e severos. A fome fará a pele dos cativos queimar como se estivesse sujeita a um forno.
Mulheres casadas e virgens serão estupradas nas ruas de Sião. Uma mulher prometida a um judeu nunca se tornará esposa dele, mas cairá vítima de um soldado impiedodo.
Os velhos não serão respeitados nem receberão misericórdia. Cairão vítimas das mesmas brutalidades.
0 Monte Sião ficará uma pilha de entulho e animais selvagens farão dele seu lugar de assombração. Os muitos e radicais pecados de Judá (Israel) exigirão castigos múltiplos e radicais, servindo de agentes de restauração para o fragmento que sobreviver.
Primeira Lamentação: Desolação de Jerusalém em Razão de Seu Pecado. As Lamentáveis Condições de Jerusalém (Lm
É o poeta quem fala nos vss. 1-11 e 17, exceto pelo fato de que nas últimas linhas dos vss. 8 e 11, Jerusalém, personificada como uma mulher, é quem fala. Outro tanto se dá nos vss. 12-16 e 18-22. E então há um cântico fúnebre que encerra o capitulo (vss. 20-22). O livro de Provérbios não é livro que possa alegrar-nos, mas contém valiosas lições espirituais e morais. A justiça de Deus é celebrada, e são lamentados os efeitos ruinosos do pecado. A Lei Moral da Colheita segundo a Semeadura é o tema predominante do livro. Ver sobre esse assunto no Dicionário. O livro de Lamentações é um triste pós-escrito ao livro de Jeremias, cujo tema principal é o Cativeiro Babilônicc (ver a respeito no Dicionário) resultante da idolatria-adultério-apcstasia de Judá. “O livro é um lembrete de que o pecado, a despeito de todos os seus encantos e excitação, traz consigo grande peso formado por tristezas, aflições, miséria, esterilidade e dor” (CharlesH. Dyer, in loc.).
a primeira (vs. Lm
Estes qualificativos e outros semelhantes ressaltam a magnitude da catástrofe:
a que está agora em ruínas não é uma cidade qualquer, mas Jerusalém, a cidade de Deus, o santuário das moradas do Altíssimo (Sl
Lm
Três resultados dessa destruição foram registrados aqui, neste primeiro versículo do livro de Lamentações: 1. Jerusalém ficou quase inteiramente desabitada, 2. A economia foi arruinada. Conforme Ex
“O quadro inicial faz-nos lembrar da bem conhecida representação de Judaea capta, uma mulher sentada debaixo de uma palmeira, que aparece nas moedas de metal romanas que foram cunhadas depois da destruição de Jerusalém. O poema de 22 versículos (capitulo Lm
Como jaz solitária. Essa é a postura dos que lamentam pelos mortos. Ver Lm
Chora e chora de noite. A viuva, ali sentada em sua tristeza, chorou a noite inteira; as lágrimas desciam pelas bochechas; todos os seus amantes (deuses falsos e ex-aliados) a tinham abandonado; seus amigos haviam fugido; ela não contava com simpatizantes nem com consoladores; ela tinha sido atrai-çoada, pois suas alianças com estrangeiros fracassaram; ex-amigos e aliados agora eram inimigos. Os amantes e amigos eram aqueles “estados que tinham apoiado Jerusalém em sua revolta contra a Babilônia” (ver Jr
Judá foi levada a exílio. Os poucos sobreviventes judeus foram levados para a Babilônia. Houve três deportações distintas, conforme comento emJr
... a apanharam nas suas angústias. “Tendo-a caçado como os homens caçam animais ferozes e levam-nos para lugares estreitos, os babilônios a capturaram" (John Gill, in loc.). “A imagem de roubadores que no Oriente interceptam os viajantes nas passagens estreitas das áreas montanhosas” (Fausset, in loc.).
Os caminhos de Sião estão de luto. A personificação do país e da cidade foi agora transferida para as estradas e portas de Sião, como se fossem seres vivos. As estradas que conduziam a Sião estavam em lamentação. Houve ocasião em que peregrinos tinham vindo às festas em Jerusalém, um grande santuário religioso durante séculos. Mas agora as coisas estavam tranqüilas. Nenhum homem queria chegar perto do lugar. As portas da cidade foram demolidas e não admitiam a entrada de peregrinos. O dia glorioso havia terminado. Os poucos sacerdotes que não tinham sido mortos ou deportados sentavam-se na cidade, gemendo. Não havia culto para ser celebrado. A idolatria de Judá tinha desqualificado a casta sacerdotal. O próprio templo tinha sido transformado em um montão de ruínas, incendiado e agora jazia desolado (vs. Lm
Os seus adversários triunfam. Os inimigos de Judá tornaram-se seus senhores. Muitos sobreviventes judeus tornaram-se escravos e foram submetidos a trabalho árduo. As mulheres seletas tornaram-se escravas do sexo; as outras foram obrigados a trabalhar arduamente nas casas das damas da Babilônia. Tudo isso aconteceu porque Yahweh estava vingando-se da idola-tria-adultério-apostasia de Judá. A Lei Moral da Colheita segundo a Semeadura (ver a respeito no Dicionário) estava fazendo sua cobrança. Havia muitos pecados para punir, e muita corrupção precisava ser removida do povo. É Yahweh quem controla as atividades dos homens, e é Ele quem intervém com Sua providência negativa e com Sua providência positiva. Ver no Dicionário o artigo chamado Providência de Deus. O teismo bíblico (ver o artigo a respeito) ensina que o Criador continua presente em Sua criação, intervindo, recompensando e castigando. O deísmo, em contraste, ensina que a força criadora (pessoal ou impessoal) abandonou sua criação ao cuidado das leis naturais. Entrementes, a Babilônia estava voando alto às expensas da miséria das nações que ela havia destruído. A especialidade da Babilônia era o genocídio. O poder medo-persa, entretanto, tinha em reserva um dia de prestação de conta para a Babilônia. Conforme este versículo com Dt
Da filha de Sião já se passou todo o seu esplendor. A filha de Sião (ver sobre esse titulo no Dicionário) aponta para a cidade de Jerusalém. Cf. Lm
A Metáfora do Animal Feroz. Os poucos líderes judeus que tinham sobrevivido aos ataques dos babilônios eram como animais que fugiam do caçador. Eles não tinham lugar para parar, comer ou beber. Estavam exaustos e atemorizados. Esta parte do versículo provavelmente é uma referência à fuga de Zedequias, na companhia de alguns elementos da elite judaica (ver 2Rs
Agora nos dias da sua aflição e do seu desterro. “Como se o trauma físico não bastasse, a angústia mental também assediava os habitantes de Jerusalém. O povo dessa cidade lembrava todos os tesouros que lhe pertenciam, nos dias antigos. Seu presente estado de ruína e ridículo contrastava fortemente com sua glória anterior — e Jerusalém se consolava ao lembrar o que antes lhe pertencera. Tendo caído nas mãos de seus inimigos (vss. Lm
Fizeram escárnio da sua queda. Outra tradução diz “fizeram escárnio de seus sábados”. Se essa tradução está certa, então devemos lembrar que as nações pagãs se riam do povo de Israel por guardar o sábado, o sinal do pacto mosaico (comentado na introdução a Êxo. 19). Alguns estudiosos supõem que a razão pela qual o cativeiro babilõnico durou 70 anos fosse que, durante 490 anos 1srael negligenciou a guarda do sábado da terra, que ocorria a cada sete anos. Portanto, divida-se 490 por 7, e o resultado será de 70 sábados anuais negligenciados. Os pagãos, pois, zombavam de Judá, na Babilônia, enquanto descontavam 70 anos sabáticos. A versão siriaca diz “ruina” em vez de “sábados”, e alguns supõem que assim dizia o texto original dos manuscritos hebraicos, antes do aparecimento do texto massorético. Ver no Dicionário o artigo Massora (Massorah); Texto Massorético.
Algumas vezes, as versões (mormente a Septuaginta) preservam um texto mais antigo do que o do texto massorético, o texto hebraico padronizado. Os Papiros do Mar Morto (que representam um texto hebraico mais antigo do que o texto massorético) confirmam esse fenômeno. Parece que 5% do texto massorético estão defeituosos, e suas deficiências algumas vezes podem ser corrigidas mediante a comparação das versões. Devemos lembrar que essa porcentagem foi traduzida de manuscritos hebraicos. De fato, é digno de nota que os manuscritos existentes da Septuaginta são cerca de 500 anos mais antigos que os manuscritos hebraicos sobre os quais estão estribados os manuscritos pertencentes ao texto massorético. Os manuscritos hebraicos dos Papiros do Mar Morto algumas vezes dão apoio à Septuaginta, e não aos textos hebraicos padronizados. Ocasionalmente, dão apoio à Vulgata, ao siríaco e a outras versões contra o texto massorético, quando esses manuscritos não contam com o apoio da Septuaginta. Algumas vezes, as versões, de modo geral, concordam contra o texto massorético. Portanto, esse texto não pode ser equiparado ao original hebraico. Mas os intérpretes preguiçosos com frequência fazem essa equação.
Jerusalém pecou gravemente. Jerusalém, a cidade prostituta, teve sua nudez revelada perante os olhos do mundo inteiro e caiu em desgraça total. Seus amantes a abandonaram (vs. Lm
A sua imundícia está nas suas saias. “O quadro da polução é levado ao mais nojento extremo. A própria saia da mulher estava contaminada" (Ellicott, in loc.), visto que ela estava poluindo as próprias roupas. A mulher estava tão imunda que contaminava as próprias vestes! A corrupção dela chegava até os pés, a extremidade inferior de sua saia. "... a terra estava contaminada peia pecaminosidade dela, até suas fronteiras mais longínquas" (Adam Clarke, in loc.). “A alusão é a uma mulher menstruada... cujo sangue desce saia abaixo” (John Gill, in loc.). Nada existe de extremadamente pudico na Bíblia! O Targum afirma que o sangue da mulher não fora limpo porque ela não se tinha arrependido.
O estado de imundícia dela atraiu cães babilônios que vieram lamber-lhe o sangue, ou seja, reduzi-la a nada pelo assassinato e pelo saque. E não houve consolador. Nenhum aliado saiu em seu socorro, mas a deixaram exposta à violência. Ela clamou para que Yahweh observasse sua deplorável situação e a ajudasse, mas Ele ignorou aqueles apelos. Ela não pensou na condenação que atinge tais pessoas, pelo que nada fez para evitar a calamidade.
Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta...
(Ap
Estendeu o adversário a sua mão. O inimigo não parou diante do saque ordinário. Ele estendeu a mão contra as “coisas preciosas”, isto é, contra os tesouros e vasos do templo, que eram sagrados para as tradições hebréias. O santuário foi invadido, saqueado, arrebentado, e o que podia queimar foi incendiado (ver Jr
Ver 2Cr
Todo o seu povo anda gemendo. A terrível tríade da guerra, a saber, espada, fome e pestilência, tomou conta de Jerusalém. Essa combinação é comum no livro de Jeremias. Quanto a alguns poucos exemplos, ver Jr
Tudo quanto o homem tem dará pela sua vida.
(Jó
Genebra
Autor
Tradicionalmente atribui-se o livro das Lamentações ao profeta Jeremias. Isso foi válido pelo menos a partir da data da Septuaginta, a tradução grega do Antigo Testamento (c. 250 a.C.), onde uma nota sobre a autoria do livro pelo profeta aparecia como título antes do primeiro versículo. A idéia de Jeremias como seu autor pode ter sido encorajada por 2Cr
3) e às vezes por toda uma comunidade (cap. 5), os poemas podem ter sido produzidos por escritores diferentes.
Data e Ocasião
Entretanto, a ligação entre as Lamentações e Jeremias continua muito plausível, não apenas pela ocorrência de expressões similares, mas também pela sua localização [espacial e temporal] e pelo tema dos poemas. O lugar é sem sombra de dúvida Judá, em especial Jerusalém, e mais especificamente o período após a queda do reino de Judá em poder da Babilônia em 586 a.C. e antes da restauração dos exilados em 538 a.C. O lamento concernente à perda do rei de Judá (2.2,9), diferente de outras devastações de Jerusalém, fixa este período como a ocasião das lamentações.
Sua localização durante o período do exílio na Babilônia torna o livro das Lamentações uma seqüência perfeita do livro de Jeremias. Da mesma forma que o profeta havia previsto a destruição de Jerusalém, o livro das Lamentações expressa sofrimento em razão desse mesmo acontecimento.
Características e Temas Os cinco capítulos do livro são cinco poemas. Esses poemas assumem a forma de lamentações, o mesmo acontecendo em outros livros do Antigo Testamento, especialmente nos Salmos. As lamentações (tanto da comunidade quanto do indivíduo) possuem algumas características peculiares, dentre as quais as mais comuns são: (a) queixa contra as adversidades, que o Senhor ou tolerara ou mesmo causara; (b) testemunho de confiança; (c) apelo pelo livramento fundamentado na natureza do Senhor e em sua aliança; e (d) certeza de serem ouvidos, e de que os inimigos e perseguidores, por outro lado, experimentarão a ira de Deus (Sl 74). O livro das Lamentações possui essas marcas características, embora representem um conjunto único de variações sobre elas. É às vezes comparado com um tipo específico de lamento, o lamento fúnebre (Am
O livro das Lamentações é a mais clara evidência de métrica na poesia hebraica , e parece utilizar um verso de cinco sílabas métricas divididas em três e dois. Essa métrica é chamada qinah, derivada do nome hebraico para Lamentações e é mais freqüentemente encontrado em poemas de caráter melancólico como esses.
Uma segunda forma poética encontrada nas Lamentações é o acróstico, em que os versos ou conjuntos de versos são dispostos de acordo com as vinte e duas letras do alfabeto hebraico. Cada novo verso ou grupo de versos se inicia com a letra subseqüente. Esse método talvez indique que o poeta está tratando o assunto de forma completa. O acróstico empresta ainda uma forma para a expressão literária do pesar, permitindo ao seu autor tratar de temas que são quase profundos demais para serem expressos por palavras.
O propósito das Lamentações não pode ser definido em uma única palavra. De certa forma sua produção foi em si mesma uma forma de chegar a um acordo sobre a destruição de Sião. O enfoque é da ira de Deus contra seu povo. A ira de Deus é considerada justa, Judá pecou, e os profetas transmitiram o aviso de Deus. Amós havia falado muito tempo antes sobre o dia do Senhor contra o seu povo (Am
As Lamentações são tudo menos um texto de passiva resignação. A ira de Deus é aceita, mas não sem uma grande carga de resistência emocional. Poderia Deus agir como inimigo de seu próprio povo, e levá-lo a terrores que são penosos até de se descrever (2.4,5,20-22)? Embora o escritor compreenda a justiça de Deus, a agonia e perplexidade do acontecimento podem ser livremente expressas. O livro é uma mensagem poderosa em tempos de angústia e tristeza.
Apesar de sua angústia, o poeta do Exílio é capaz de afirmar que Deus é misericordioso e fiel (3.22-36). Essa é a aliança do Deus de Abraão, de Isaque, de Jacó, cuja fidelidade aos patriarcas era o fundamento constante para novos apelos a Israel e Judá para que depositassem nele sua confiança (Mq
As Lamentações apontam para além da humilhação ou Jerusalém, ou seja, para a humilhação e exaltação de Cristo. Com base nisso, o mundo pode estar certo de que Deus é bom e que ele agirá com bondade no devido tempo... “para a alma que o busca” (3.25).
Esboço do Livro das Lamentações
I. Jerusalém, grande no passado, mas agora devastada (cap. 1)
II. A ira de Deus contra Judá (cap. 2)
III. O sofrimento do povo (cap. 3)
IV. A degradação de Sião (cap. 4)
V. Desastre e petição (cap. 5)
O caminho para a Renovação (5.21)
Pecado Õ Sofrimento (1.8)
Tristeza Õ Arrependimento(1.20)
Oração Õ Esperança (3.19-24)
Fé Õ Restauração (5.21)
1.1-22 A cidade escolhida de Sião, antes exaltada, agora estava humilhada.
* 1:1
Como jaz solitária. Este primeiro versículo mostra qual o tema da lamentação: a perda da grandeza por parte de Jerusalém. A cidade, antes favorecida, agora estava desolada, devido ao saque efetuado pelos babilônios (Is
como viúva. A viuvez e a solidão (Jr
sujeita a trabalhos forçados. A servidão é contra o verdadeiro desígnio de Deus para Israel. Os israelitas tinham-se tornado uma nação quando Deus os libertou da escravidão no Egito, para que o pudessem servir (Dt
* 1:2
todos os que a amavam. Expressão com freqüência usada ironicamente para os vizinhos idólatras de Judá, com os quais essa nação voluntariamente se ligou (Jr
não tem quem a console. Ver também os vs. 7,9,16. Isso deve ser comparado com o consolo prometido em Is
* 1:3 Quanto à queda de Judá, ver 2Rs
foi levado a exílio. Essa era a humilhação máxima do povo em aliança com Deus (Dt
não acha descanso. A aliança divina havia prometido descanso em relação aos inimigos (Dt
* 1:4
A vida regular de adoração, no antigo povo de Israel, foi retratada aqui.
Os caminhos de Sião. Pessoas que viviam distantes percorriam esses caminhos na sua peregrinação para o templo (Sl
à reunião solene. As principais reuniões anuais para a adoração eram as Festas da Páscoa, do Pentecoste e da colheita (Êx
as suas virgens estão tristes. Esse é um sinal de derrota; contrastar com Jr
* 1:5
os seus inimigos prosperam. Ver outros queixumes em Jr
* 1:6
Da filha de Sião. Essa frase personifica Jerusalém (Jr
* 1:7
lembra-se Jerusalém. Uma vez mais, o amargo presente contrasta com um tempo anterior, mais feliz, possivelmente os tempos de Davi e Salomão.
* 1:8
Jerusalém pecou. Aqui é desenvolvida a idéia do pecado como a causa do exílio, primeiramente mediante o uso de figuras de linguagem de impureza ritual.
se tornou repugnante. Essa palavra provavelmente refere-se à menstruação (Lv
* 1:9
A sua imundícia. Essas palavras intensificam a figura de linguagem de imundícia ritual.
Vê, SENHOR. Sião foi personificada pela primeira vez, introduzindo um elemento de apelo dirigido ao Senhor, uma parte normal da forma de lamentação (Introdução: Características e Temas).
* 1:10
no seu santuário. O templo deveria atrair as nações à adoração ao Deus de Israel (1Rs
* 1:11
Todo o seu povo... forças. O quadro de desolação torna-se vívido, ficando entendido que havia escassez de alimentos.
* 1:12
a todos vós que passais... se há dor igual à minha. Os sofredores imaginavam que seus sofrimentos eram sem precedentes. No entanto, ninguém parecia ter compaixão deles.
no dia do furor da sua ira. Essa expressão é uma lúgubre confirmação da profecia de Amós de que no dia do Senhor a sua ira seria contra o seu próprio povo (Am
* 1:13
enviou fogo. Sião reconhecia que o próprio Senhor havia afligido o seu povo (13
* 1:15
O Senhor dispersou. O Senhor, anteriormente um guerreiro em defesa de Israel (Dt
* 1.16
afastou de mim o consolador. Não havia quem ajudasse Judá, ninguém para consolar a nação — um tema dominante nestes versículos (2, 7, 9 e 17).
* 1:17
Jacó. Um nome histórico para Israel, derivado do nome de seu antepassado (Gn
os seus vizinhos se tornem seus inimigos. A presença de Judá como algo imundo entre as nações falsifica seu papel originalmente planejado de testemunha da santidade de Deus (Êx
* 1:18
Justo é o SENHOR. Sião justifica a punição aplicada pelo Senhor ao reconhecer o seu pecado. No entanto, o pensamento muda de novo, rapidamente, para a sua escravidão.
* 1:19
os meus amigos. Falham na hora da necessidade.
* 1:21
os meus inimigos. Sião apelou para o Senhor por causa da satisfação demoníaca dos inimigos. Seus insultos eram profundamente ofensivos para a posição de Judá como povo em comunhão com Deus segundo a aliança — e, por conseguinte, para o próprio Deus.
o dia. O dia do Senhor tornava-se agora um dia de terror para os inimigos de Sião. O lamento de Sião segue o padrão profético, em que os inimigos que administram o castigo divino finalmente chegam a sofrer eles mesmos (Jr
* 1:22
Venha... minhas prevaricações. Finalmente, Sião assevera que seus inimigos merecem condenação tanto quanto ela mesma.
os meus gemidos. A petição para Deus punir, entretanto, não diminui as profundas angústias de Sião.
Matthew Henry
1. Jeremías se lamenta por Jerusalém (1.1-22)
2. A ira de Deus pelo pecado (2.1-22)
3. Esperança em meio da aflição (3.1-66)
4. satisfaz-se a ira de Deus (4.1-22)
5. Jeremías roga por restauração (5.1-22)
Jeremías se aflige profundamente pela destruição de Jerusalém e a devastação de sua nação. Entretanto, na metade do livro, nas profundidades de sua dor, há um raio de esperança. A compaixão de Deus sempre está presente. Sua fidelidade é grande. Jeremías se dá conta de que solo a misericórdia do Senhor evitou uma aniquilação total. Este livro nos mostra as graves conseqüências do pecado do homem e como até podemos ter esperança em meio da tragédia devido a que Deus pode convertê-la em bem. Vemos a importância eterna da oração e a confissão do pecado. Todos nos enfrentaremos à tragédia em nossas vidas. Mas em meio de nossas aflições, há esperança em Deus.
Megatemas TEMA EXPLICAÇÃO IMPORTÂNCIA Destruição de Jerusalém Lamentações é um triste cântico fúnebre para a grande cidade capital dos judeus. Destruíram o templo, o rei partiu e o povo estava em cativeiro. Deus lhes advertiu que os destruiria se o abandonavam. Agora, depois de tudo, o povo se deu conta de sua condição e confessou seu pecado. As advertências de Deus são justificadas. Fez o que disse. Seu castigo pelo pecado é certo. Solo ao confessar e renunciar ao pecado podemos nos voltar para ele para que nos libere. É muito melhor fazê-lo antes de que se cumpram suas advertências. Misericórdia de Deus A compaixão de Deus obrava mesmo que os israelitas experimentavam a aflição de seus conquistadores babilonios. Apesar da infidelidade do povo, a fidelidade de Deus foi grande. Utilizou esta aflição para fazer que seu povo voltasse para ele. Deus sempre será fiel a seu povo. Sua obra misericordiosa e purificadora é evidente até na aflição. Nesses momentos, devemos orar para pedir perdão e logo ir a ele para que nos libere. Conseqüências do pecado Deus estava molesto pela rebelião prolongada de seu povo. O pecado causou a miséria do povo e a destruição foi o resultado de seu pecado. A destruição mostra a vaidade da glória e a soberba humanas. Continuar em rebelião contra Deus é provocar o desastre. Nunca devemos confiar em nossa liderança, recursos, inteligência nem poder mais que em Deus. Se o fizermos, sofreremos efeitos similares aos de Jerusalém. Esperança A misericórdia de Deus ao salvar a vida de algumas pessoas do povo oferece esperança de dias melhores. Um dia o povo seria restaurado a uma relação verdadeira e fervente com Deus. Só Deus pode nos liberar do pecado. Sem ele não há consolo nem esperança para o futuro. devido à morte de Cristo por nós e sua promessa de retornar, temos uma esperança resplandecente para o manhã.Wesley
O Livro das Lamentações
Por Bert Harold Salão
Esboço
I. a cidade devastada (Lm
Wiersbe
Lamentações 1-5
Essa é uma coletânea de cinco "la-mentações" ou "hinos fúnebres", um memorial à queda de Jerusalém ante a Babilônia, em 586 a.C. Je-remias testemunhou esse aconteci-mento trágico. Seu coração partiu- se quando viu Jerusalém e o templo destruídos, as pessoas mortas, e os prisioneiros levados em cativeiro para a Babilônia. Ao longo do livro, vemos o pranto do profeta. Apren-demos, com esse livro, cinco lições importantes a respeito de Deus e sua vontade.
I. A terribilidade do julgamento de Deus (1:1-6)
Esses versículos comparam Jerusa-lém a uma princesa ou rainha que foi abandonada de repente e de quem roubaram todas as riquezas e a beleza. Ela foi plena; agora, está vazia. Ela foi honrada; agora, está desgraçada. As lágrimas substituí-ram sua alegria, suas grandes vi-tórias perderam-se na derrota. Por quê? Em vez de amar Jeová, ela teve muitos "amantes" (v. 2, NVI) e cor-tejou os deuses falsos das nações pagãs. Agora, as nações inimigas tornaram-se suas inimigas.
O pecado sempre traz sofri-mento e tragédia. No capítulo 2, Jeremias explica que Deus não era mais amigo da nação, mas inimi-go. Outrora, ele lutou as guerras do povo, mas agora era muito tarde. Leia a triste descrição da mulher faminta comendo o próprio filho (2:20; 4:10; e veja Jr
II. A justiça da ira de Deus (1:18-22)
O profeta clama que o povo está co-lhendo o que plantou. O julgamento horrível é apenas o que a cidade e a nação merecem. "Não obedecestes à voz do Senhor." A rebelião sempre traz disciplina; vejaHe 12:1-58 para verificar sua mensagem de advertência. A descrição da crença da nação em mentiras encontra-se em Jr
Com certeza, Jeremias revela-nos o coração partido de Jeová pelos pecados de seu povo. O julgamen-to é a "obra estranha" de Deus (Is
Deus, em amor, advertiu o povo a respeito de seus pecados e de seu julgamento iminente. Na verdade, o Senhor, desde a época de Moisés, advertia Israel de que não seguisse deuses falsos (veja Lv 26 e Dt
Deus, em sua misericórdia, poupou um remanescente de Judá, protegeu-o e abençoou-o durante os anos de cativeiro e, depois, per-mitiu que retornasse à sua terra. Ele capacitou-o para reconstruir o tem-plo e protegeu-o das nações pagãs que odiavam os judeus. Como Deus foi misericordioso com seu povo! Como ele é misericordioso conosco hoje!
Em épocas de turbulência, precisamos imitar Jeremias, que tirou os olhos de si mesmo e le-vantou-os para o Senhor e esperou nele com paciência e fé (3:24-26). Com freqüência, olhamos para nós mesmos e para os nossos proble-mas e ficamos tão desencorajados que desistimos. Em vez de fazer isso, devemos olhar "firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus" (Hb
Russell Shedd
Análise
O livro de Lamentações tem um tema principal: o sofrimento que sobreveio a Jerusalém quando Nabucodonosor capturou a cidade, em 586 a.C. Numa série de elegias, o autor expressa sua inconsolável tristeza por causa da agonia e da angústia da cidade.
O primeiro lamento descreve e explica as aflições de Jerusalém, em termos gerais.
O segundo descreve o desastre com maiores detalhes. Salienta que a destruição da cidade foi um julgamento de Deus contra o pecado. Alguns fatores profundos desse julgamento são elucidados na terceira lamentação. A quarta lamentação sublinha algumas lições que Jerusalém aprendera do julgamento. O quinto e último lamento (mais exatamente, é uma oração) descreve como os sofrimentos de Jerusalém levaram-na a lançar-se nos braços da misericórdia divina, e a esperar que o Senhor seja novamente gracioso para com Israel, agora purificado no cadinho da aflição. Visto que o livro, de Lamentações trata do sofrimento como julgamento contra o pecado, o crente afligido pode encontrar na linguagem do livro a sua própria confissão auto-humilhação e invocação.
Autor
Desde os tempos mais antigos, os judeus, e posteriormente, os cristãos, têm atribuído o livro de Lamentações à pena de Jeremias. A Septuaginta declara tal atribuição dese o segundo século a.C., e a Vulgata latina desde o quarto século d.C. Argumentos convincentes baseados na tradição judeu-cristã, sobre a autoria de Jeremias, têm sido apresentados. Aceitando-se a autoria de Jeremias, portanto, o livro de Lamentações se torna "um suplemento do Livro de Jeremias" que tão freqüentemente prediz uma catástrofe tal como aquela que é descrita em Lamentações. Porém, as lamentações de Jeremias são inteiramente isentas daquela atitude mental que diz "Eu bem disse". Ele preocupa-se tão somente em lamentar as aflições de Jerusalém, e em pleitear perante Deus que não a rejeite para sempre.
1.1 O livro de Lamentações chora a captura; a destruição e a devastação da cidade de Jerusalém pelos exércitos de Nabucodonosor, rei da Babilônia, no ano 587 a.C. Tanto o Rei Zedequias como seus filhos, seus, homens de confiança, o sumo sacerdote, e os líderes da cidade foram levados para o cativeiro, depois os filhos do rei foram mortos, a cidade foi queimada juntamente com o templo; todos os objetos de valor foram levados embora, a muralha da cidade foi destruída, milhares de cativos foram levados, de maneira que a única coisa que restava na cidade e na terra ao redor era uma diminuta população dos mais pobres ignorantes Veja Jr
1.2 Que a amavam. As nações que haviam feito amizade com os judeus por intermédio de tratados e alianças. Infelizmente, Jerusalém depositou mais confiança nestas do que no seu Deus.
1.4 Caminhos... de luto. As estradas que sobem até ao templo em Jerusalém que antes estavam povoadas com alegres adoradores, que vinham de cada parte da nação e do mundo inteiro. Portas. Eram lugares muito movimentados, onde pessoas se encontravam.
1.8 Nudez. Nos dois testamentos, esta palavra se emprega como símbolo da destruição total. O pecado causou ao povo de Deus a perda da bênção e da proteção do Senhor, transformando-o em uma nação como outra qualquer.
1.9 Suas saias. Claramente visível ao público, era sua vergonha, em conseqüência da sua idolatria, sua falta de misericórdia e sua conduta degenerada (Jr
1.10 Mais estimadas. Os móveis e os utensílios para as ofertas sacrificiais no templo (Jr
52:17-20). Nações no seu santuário. As hostes dos invasores que penetraram no Santo dos Santos, oferecendo evidência nítida que a glória do Senhor tinha se apartado, acentuando assim a humilhação de Israel. Proibiste. Estes estrangeiros eram imundos no sentido moral, legal e cerimonial, e nenhum objeto ou pessoa podia entrar no santuário num estado de imundície (Dt
1.11 Desprezível. Perante os olhos das nações, que antes tinham tido a Israel em alto respeito, quando ela gozava bênçãos divinas.
1.13 Meus ossos. Isto é, a estrutura básica da sua existência como uma cidade. Em Jr
1.14 Jugo. Jr
1.16 Choro. Dia e noite, segundo Jr
1.17 Estende Sião as mãos. Um gesto de súplica (Sl
1.20 Alma. A palavra, empregada, aqui, na língua original quer dizer entranhas; veja Jr
NVI F. F. Bruce
W. OSBORNE
Forma literária
Não é necessária mais do que uma leitura apressada do livro para que fique evidente a forma de “lamento” desses poemas. Mas um exame mais cuidadoso é necessário para que se especifique a natureza exata de cada um dos cinco poemas. Os poemas variam bastante em sua forma, embora girem em torno de um tema comum.
A história da literatura de lamento remonta aos sumérios há 4.000 anos, que compuseram cânticos tristes após a destruição de algumas cidades famosas na Mesopotâmia. Dois dos melhores textos sumérios de lamento que sobreviveram, “A lamentação pela destruição de Ur” (conforme ANET, p. 445-63) e “Lamentação pela destruição de Sumer e Ur” (conforme ANET, p. 611-19), têm sido analisados para verificação da sua semelhança com Lamentações de Jeremias. Algumas das frases são de fato marcantemente semelhantes, mas é irrealista imaginar que Lamentações tenha feito uso direto desses textos. A influência mesopotâ-mica sobre o desenvolvimento literário da Siro-Palestina foi considerável, e frases apropriadas entraram no repertório dos escribas da Palestina durante um longo período. Aliás, muitas das frases em Lamentações supostamente derivadas de modelos sumérios já encontram paralelos nos escritos dos profetas anteriores de Israel. O uso profético das formas de “lamento” já incluía o uso de formas tradicionais de canto fúnebre empregadas pela comunidade, e em alguns casos significou a modificação delas. Assim, cantos fúnebres, lamentos pessoais, lamentos comunitários etc. são empregados pelos profetas para acrescentar persuasão a seus argumentos. Uma modificação significativa do canto fúnebre foi o seu uso na forma satírica. Nesse caso, um lamento é escrito no tempo verbal passado como se a pessoa já estivesse morta, para indicar a certeza de sua partida. Em geral, escritos e apresentados por lamentadores profissionais, os lamentos seguiam um padrão rígido para garantir que nenhuma parte do ritual fosse omitida. Entre as características do lamento, está a tendência de acentuar a perda por meio de referências constantes a um passado glorioso, e.g., “Como caíram os guerreiros! [...] Saul e Jônatas, mui amados” (2Sm
Em Lamentações de Jeremias, a rigidez das formas de lamentos pessoais, cantos fúnebres comunitários etc. é quebrada, e as formas são muito mais fluidas; aliás, somente o cap. 5 se conforma à estrutura tradicional do lamento comunitário. A razão disso vai ser discutida em “Autoria” e também no comentário.
Pano de fundo histórico
Há pouca controvérsia acerca dos eventos descritos na poesia desses lamentos. A destruição de Jerusalém causada pela Babilônia em 587 a.C. é a ocasião desses cantos dolorosos e da sua avaliação do significado daqueles eventos desconcertantes. Judá tinha sobrevivido a um período de pressão assíria em que Samaria havia caído, e pouco antes havia experimentado um avivamento religioso sob a liderança de Josias durante o qual a importância do templo em Jerusalém havia sido destacada em detrimento de santuários sin-cretistas locais. Tudo isso tendia a criar um clima de convicções em que Sião era considerada inviolável, visto que possuía todos os símbolos e, portanto, a segurança da presença e do favor contínuos de Deus. Foi contra essa noção errônea que Jeremias se engajou tão intensamente, insistindo em que os símbolos não significavam nada se estivessem divorciados da “verdadeira religião” (Jc 1:27).
Autoria e data
A posição do livro de Lamentações imediatamente após o livro do profeta Jeremias nas nossas versões ocidentais, em geral, e em português, em particular, se deve à tradição, adotada pela LXX e outras versões antigas, de que Jeremias era o autor. Os autores rabí-nicos se referem ao livro simplesmente como “Lamentações” (qinôt) ou “Como!” ('êkãh), e na Bíblia hebraica ele é colocado entre os “Escritos”. E fácil perceber por que Jeremias se tornou o principal candidato à autoria. Em 2Cr
Em geral, concorda-se em que o livro foi escrito não muito depois de 587 a.C. As vívidas descrições da miséria da cidade têm todas as marcas de uma testemunha ocular. As diferentes formas empregadas nos cinco poemas sugerem a alguns eruditos uma pluralidade de autores, mas o uso constante da forma alfabética e a unidade de perspectiva, junto com o uso repetido de frases proféticas e a referência às advertências deles para a fidelidade à aliança, sugerem um único autor. Além disso, o livro é simétrico, e os tipos de lamento foram escolhidos para se amoldarem a essa simetria. O capítulo central contém o cerne do livro, expresso em forma de um lamento individual modificado. Está imprensado entre duas partes, de dois capítulos cada, repletos da miséria e do desespero dos lamentos para destacar, usando a forma conhecida dos profetas e repleta de alusões proféticas, as vindicações das advertências proféticas. Mas estando assim imprensado, o capítulo central com a sua nota de esperança tem um grande destaque. Acerca do significado da escolha da forma de lamento de cada capítulo, v. o comentário.
Estrutura poética
Os primeiros quatro capítulos são acrósticos, i.e., cada versículo começa com uma letra do alfabeto hebraico, de forma que cada capítulo tem 22 versículos (exceto o cap. 3, em que cada letra do alfabeto é usada para começar três linhas consecutivas, daí 66 versículos); conforme o Sl
O ritmo é 3+2, ou a métrica qinãh, com variações Dt
ANÁLISE
I. PRIMEIRO LAMENTO (1:1-22)
1) A desgraça presente: (a) Perspectiva de um espectador (1:1-11)
2) A desgraça presente: (b) A avaliação de Sião (1:12-22)
II. SEGUNDO LAMENTO (2:1-22)
1) Juízo na casa de Deus (2:1-9)
2) O custo da falsa confiança (2:10-13)
3) A fonte da falsa confiança (2:14-17)
4) Javé, a verdadeira confiança de Sião (2:18-22)
III. TERCEIRO LAMENTO (3:1-66)
1) O homem que viu a aflição (3:1-21)
2) O tempo de esperar em Deus (3:22-39)
3) Um tempo para avaliação (3:40-54)
4) Um Deus pronto para responder (3:55-66)
IV. QUARTO LAMENTO (4:1-22)
1) A glória se foi (4:1-16)
2) Juncos quebrados: Amigos infiéis (4:17-22)
V QUINTO LAMENTO (5:1-22)
1) Ah, se nunca tivéssemos pecado! (5:1-18)
2) Mas Deus, rico em misericórdia (5:19-22)
1) A desgraça presente: (a) Perspectiva de um espectador (1:1-11)
v. 1. Gomo (’êkãh)\ o gênero do poema fica imediatamente evidente com base no uso desse termo. Ele é empregado com freqüên-cia na literatura profética de lamento (conforme Is
da aflição”. Parece melhor atribuir-lhe o sentido mais comum “de, a partir de”, e considerar todo o versículo como referência a eventos do passado de Judá, como faz a NVI em português. Judá finalmente sofreu o seu castigo final do exílio do seu solo sagrado, embora a sua história de desobediência a Javé tenha significado que sua existência foi com freqüência de aflição e trabalhos forçados, mesmo que como nação independente tenha vivido entre as nações. O “descanso” na terra era um sinal claro do favor de Deus em relação a seu povo, e não atingir esse descanso implicava o seu desfavor (conforme He 4:8
10). v. 4. Privados do acesso à sua cidade santa, os peregrinos já não enchem as suas estradas para as festas fixas. O tempo verbal mudou do passado do versículo anterior. Os particípios (no original hebraico, com a idéia do presente contínuo) agora indicam a natureza contínua do lamento e da desolação sentidos pelos habitantes da cidade, especialmente aqueles que antes se envolviam tão intensamente nas alegres festas, suas moças se entristecem: o hebraico retrata as moças “lamentando” (nügôt) a alegria que se foi. v. 5. Não é difícil encontrar a razão dessa inversão assustadora da sorte de Sião. O Senhor lhe trouxe tristeza por causa dos seus muitos pecados-. pecados é a tradução do heb. pesaç, “rebelião” que, embora seja um termo usado originariamente em política internacional, veio a significar a desobediência aos termos da aliança com Javé. Daí as conseqüências esboçadas nesse versículo — Seus adversários são os seus chefes e Seus filhos foram levados ao exílio — são castigos impostos por violação da aliança no Pentateuco (Dt
2) A desgraça presente: (b) A avaliação de Sião (1:12-22)
v. 12. Após a destruição, a cidade teve tempo para avaliar a situação e determinar suas causas. A verdadeira origem dos problemas é descoberto: isso é o que o Senhor trouxe sobre mim no dia em que se acendeu a sua ira. As palavras iniciais desse versículo são lit.: “não a vós”, dando origem à expressão improvável na NVI: Vocês não se comovem...? O apelo aos espectadores desinteressados para que façam uma avaliação solidária ocorre também em Jó
Moody
1, 2. Princesa entre as províncias. Não mais a primeira entre as províncias da terra, Judá tornou-se viúva dependente, desfilhada e traída por seus amigos e aliados, sozinha e desolada, chorando amargamente, sem ninguém para confortá-la (cons. o inverso em Ed
INTRODUÇÃO
Os cinco capítulos de Lamentações são cinco lindas e solenes elegias, ou lamentações, expressando a angústia do povo judeu à vista da total ruína de sua cidade, seu Templo e sua população, quando da conquista da Babilônia em 586 A. C.
Título. O título deste livro no hebraico é a primeira palavra dos capítulos Lm
O título grego para estes poemas na LXX é threnoi, o plural de threnos, "uma lamentação". Este título vem do verbo grego threomai, "chorar em voz alta, ou lamentar". O termo hebraico para lamentação é qinâ, e a métrica peculiar dos poemas deste livro chamava-se métrica qinôt. É o equivalente hebraico do termo "métrica elegíaca". Assim, no Talmude Babilônico o livro aparece com o título de Qinôt – "Lamentações". O título deste livro na Bíblia Latina é Liber Threnorum, "O Livro das Lamentações". Em português "trenódia" significa "canto plangente" ou "Lamentação".
Forma e Estilo Literários. O livro consiste de cinco lindos poemas, um em cada capítulo. Os quatro primeiros são lamentações, mas o quinto é mais uma oração. Os quatro primeiros são alfabéticos (acrósticos) no arranjo, cada um contendo vinte e duas estrofes (exceto o capitulo 3, onde cada estrofe está dividida em três versículos), e cada estrofe começa com uma letra do alfabeto hebraico. O quinto capítulo também tem vinte e duas estrofes, mas falta-lhe o arranjo alfabético. (Compare Com o arranjo alfabético das seções do Sl
Nos capítulos Lm
Portuguesa, temos sessenta e seis versículos para o terceiro capítulo. O capítulo 4 tem estrofes de duas partes cada, mas aqui novamente só a primeira parte começa com a devida letra hebraica. Nos quatro primeiros capítulos usou-se a métrica elegíaca, na qual o segundo dos dois elementos paralelos (versos na poesia portuguesa) é um pouquinho mais curto que o primeiro. Isto dá, geralmente, uma linha de quatro tônicas equilibrada com outra de três. No capítulo 5 foi usada a métrica hebraica norma, com quatro tônicas em cada linha, ou a metade do paralelismo.
Trenódias nessa "métrica claudicante" eram usadas, nos tempos bíblicos, pelas carpideiras nas lamentações fúnebres dos velórios. E por isso os hinos com essa cadência plangente e melancólica parecia ser o modo apropriado de chorar a destruição da amada Jerusalém, agora em um montão de ruínas. Talvez isto ajudasse a explicar por que esses hinos nacionais emanavam um patos tão requintado e foram construídos com arte tão intencional. A forma poética elegíaca hebréia adapta-se admiravelmente à expressão do infortúnio nacional. Nesses hinos patrióticos ouvimos os gemidos mortais da Sião abatida.
Quanto ao estilo, existe muito paralelismo nesses poemas, muita repetição, antíteses e apóstrofes e trocadilhos com palavras e frases.
Imagens mentais vivas palpitam através de toda a obra. O leitor, assim, é levado a ver o sofrimento e a sentir a dor da Sião despojada e chorosa.
Autoria. Embora o livro não mencione O nome do autor, 2Cr
Deve-se notar que a mesma sensibilidade para com a tristeza nacional encontra-se tanto nas Lamentações como na profecia de Jeremias. Ambas as obras atribuem as calamidades nacionais às mesmas causas - pecado nacional e falsa confiança do povo em aliados fracos e traiçoeiros, além da culpa dos seus falsos profetas e sacerdotes relaxados. Imagens semelhantes se encontram em ambas as obras. A frase característica, "filha de", aparece cerca de vinte vezes em cada livro. A lamentação do profeta, seus temores que o levam a pedir a ajuda de Deus, o Justo Juiz e a sua expectativa de que finalmente os inimigos de Jerusalém serão castigados – tudo se evidencia de maneira destacadamente manifesta em ambos os livros. Essas similaridades de expressão defendem a identidade do autor. Embora um grupo de destacados mestres rejeitem a idéia de que Jeremias seja o autor destes poemas, muitos outros igualmente importantes estão fortemente a favor de Jeremias como autor.
A vivacidade da descrição argumenta a favor de uma autoria muito perto da queda de Jerusalém por alguém que viveu a terrível catástrofe e que escreveu enquanto o seu coração ainda estava dolorido e em cuja mente cada detalhe horripilante ainda se encontrava fresco. Este fato também aponta para Jeremias como o mais provável autor.
A ocasião em que tal livro foi escrito é com toda a certeza a destruição da cidade de Jerusalém em 586 A.C., e por isso a data da obra não poderia ter sido muitos meses depois.
Importância e Uso Religioso. O Livro das Lamentações representam o grito de morte de Jerusalém, apresentada como uma princesa viúva e desonrada. É interessante lembrar que em seguida à destruição de Jerusalém pelos romanos em 70 d. C. , no arco do triunfo construído em memória da conquista dos romanos, o general Tito representou Judá como uma mulher desgrenhada e chorando, assentada no chão, de luto. Lembramo-nos também que as filhas de Jerusalém quiseram cantar uma lamentação semelhante para Jesus quando de sua morte (Lc
Entre os católicos romanos o tempo estabelecido para a leitura das Lamentações é o dos três últimos dias da Semana Santa. Os cristãos protestantes, lamentamos dizer, têm negligenciado muito a leitura destes poemas solenes. Mas, nestes dias de crises (e desastres) pessoais, nacionais e internacionais, a mensagem deste livro é um desafio ao arrependimento dos pecados pessoais, nacionais e internacionais e à entrega renovada de nossas vidas ao amor imutável de Deus. Embora este amor esteja sempre presente e seja expansivo, o Deus justo e santo deve certamente julgar os pecadores não arrependidos.
COMENTÁRIO
Lamentações 1
I. A Arruinada Cidade de Sião. Lm
A. A Condição Miserável de Jerusalém Devastada. Lm
Como jaz solitária a cidade. Veja introdução, parágrafo 2.
Francis Davidson
INTRODUÇÃO
I. TÍTULO
O título mais completo, "As Lamentações de Jeremias" é encontrado nos manuscritos gregos e na Septuaginta. Mas o Talmude e os escritores rabínicos se referem a ele simplesmente como "Lamentações" (qinoth) ou como "Como!" (’ ekhah), a palavra inicial no hebraico.
II. POSIÇÃO NO CÂNON
Consoante o título mais longo, a Septuaginta coloca o livro imediatamente após as profecias de Jeremias, tal como em nossas versões portuguesas. Na Bíblia hebraica esse livro não é encontrado entre os livros proféticos, mas ocupa a posição média entre os Rolos Festivos (Megilloth) que seguem imediatamente os três livros poéticos da Hagiógrafa, ou seja, a terceira divisão do cânon hebreu. Cada um dos Megilloth era lido por ocasião de uma festividade anual, sendo que o livro de Lamentações era lido no nono dia de Ab (cerca de meados de julho), aniversário da destruição do templo por Nabucodonosor, rei da Babilônia. No Talmude, os livros poéticos e o Megilloth aparecem rearranjados numa ordem que parece ser a ordem cronológica, a saber, Rute, Salmos, Jó, Provérbios, Eclesiastes, Cantares de Salomão, Lamentações, Daniel, Ester, etc.
III. AUTORIA E DATA
A tradição que Jeremias compôs esses poemas recua até à posição e ao título do livro na Septuaginta, onde é introduzido mediante as palavras: "E sucedeu, após Israel ter sido levado cativo, e Jerusalém ter ficado desolada, que Jeremias se assentou a chorar, e lamentou com esta lamentação por causa de Jerusalém e disse...". Também é asseverado no Targum Siríaco e no Talmude (Baba Bathra) que: "Jeremias escreveu seu próprio livro, Reis, e Lamentações". Em 2Cr
Por conseguinte, muitos consideram que o autor do livro de Lamentações tenha sido um contemporâneo mais jovem de Jeremias, o qual, à semelhança dele, fora testemunha ocular das entristecedoras calamidades que sobrevieram a Jerusalém por ocasião da captura efetuada pelos exércitos de Babilônia em 587-586 a.C. Outros consideram os capítulos
IV. ESTRUTURA
Os comentadores rabínicos se referem aos "sete acrósticos" e pode ser observado de imediato que cada capítulo tem vinte e dois versículos, que correspondem ao número e à ordem das letras no alfabeto hebraico, fazendo exceção o capítulo 3, que possui sessenta e seis versículos, no qual cada letra sucessiva conta com três versículos dedicados à mesma, em lugar de um versículo. Diz-se que esse arranjo alfabético tem o propósito de mostrar que "Israel pecou de álefe a tau", isto é, como diríamos, de A a Z, assim como em Sl 119 a implicação é que a lei deve merecer a atenção e o desejo totais do homem. No capítulo 5, entretanto, não são empregadas as letras do alfabeto em ordem sucessiva ainda que alguns eruditos afirmem que esse deve ter sido o caso, originalmente.
Os quatro primeiros poemas fazem uso do ritmo desigual, conhecido como canto fúnebre (qinah), isto é, Lm
Dicionário
Acha
acha s. f. Pedaço de madeira rachada para o fogo.Bete
hebraico: casaBete V. ALFABETO HEBRAICO 2.
Cidade
substantivo feminino Povoação de maior amplitude e importância.Aglomerado de pessoas que, situado numa área geograficamente delimitada, possui muitas casas, indústrias, áreas agrícolas; urbe.
A vida urbana, por oposição à rural: comportamentos da cidade.
Conjunto dos habitantes, do poder administrativo e do governo da cidade.
Grande centro industrial e comercial (em oposição ao campo).
Parte central ou o centro comercial de uma cidade.
Grupo de imóveis que têm a mesma destinação: cidade universitária.
[Popular] Grande formigueiro de saúvas.
Antigo Estado, nação.
expressão Cidade santa. Jerusalém.
Cidade aberta. Cidade não fortificada.
Cidade eterna. Roma, cidade italiana, na Europa.
Cidade dos pés juntos. Cemitério.
Ir para a cidade dos pés juntos. Morrer.
Direito de cidade. Na Antiguidade, direito que tinham os cidadãos, segundo a cidade ou o Estado a que pertenciam, de usufruir de algumas prerrogativas, caso preenchessem determinadas condições.
Etimologia (origem da palavra cidade). Do latim civitas, civitatis.
substantivo feminino Povoação de maior amplitude e importância.
Aglomerado de pessoas que, situado numa área geograficamente delimitada, possui muitas casas, indústrias, áreas agrícolas; urbe.
A vida urbana, por oposição à rural: comportamentos da cidade.
Conjunto dos habitantes, do poder administrativo e do governo da cidade.
Grande centro industrial e comercial (em oposição ao campo).
Parte central ou o centro comercial de uma cidade.
Grupo de imóveis que têm a mesma destinação: cidade universitária.
[Popular] Grande formigueiro de saúvas.
Antigo Estado, nação.
expressão Cidade santa. Jerusalém.
Cidade aberta. Cidade não fortificada.
Cidade eterna. Roma, cidade italiana, na Europa.
Cidade dos pés juntos. Cemitério.
Ir para a cidade dos pés juntos. Morrer.
Direito de cidade. Na Antiguidade, direito que tinham os cidadãos, segundo a cidade ou o Estado a que pertenciam, de usufruir de algumas prerrogativas, caso preenchessem determinadas condições.
Etimologia (origem da palavra cidade). Do latim civitas, civitatis.
Desde o tempo em que a cidade de Jerusalém foi tomada por Davi, tornaram-se os hebreus, em grande parte, um povo habitante de cidades. As cidades eram, no seu maior número, muradas, isto é, possuíam uma muralha com torres e portas. Mas em volta da cidade, especialmente em tempos de paz, viam-se sem defesa os arrabaldes, aos quais se estendiam os privilégios da cidade. Em conformidade ao costume oriental, determinadas cidades deviam abastecer de certos produtos o Estado, para a construção de edifícios, fabricação de carros de guerra, armação de cavaleiros, e provisão da mesa real. Para manutenção dos levitas foram-lhes concedidas quarenta e oito cidades, espalhadas pelo país, juntamente com uma certa porção de terreno suburbano. Antes do cativeiro, o governo interno das cidades judaicas era efetuado por uma junta de anciãos (2 Rs 10.1), juntamente com juizes, devendo estes pertencer à classe sacerdotal. No tempo da monarquia parece que era nomeado, um governador ou presidente, sendo por ele mandados a diversos pontos do distrito os juízes, que, presumivelmente, levavam depois certas questões de dúvida a Jerusalém para serem resolvidas por um conselho de sacerdotes, levitas e anciãos. Depois do cativeiro, disposições semelhantes foram realizadas por Esdras para nomeação de juizes. Em muitas cidades orientais, destina-se grande espaço a jardins, e desta forma torna-se muito maior a extensão da cidade. A notável amplidão das cidades de Nínive e Babilônia pode assim, em parte, ser explicada. As ruas são, em geral, extremamente estreitas, raras vezes permitindo que dois camelos carregados passem um pelo outro. o comércio interno das cidades era sustentado, como hoje acontece, por meio de bazares. o profeta Jeremias fala-nos (37,21) da Rua dos Padeiros. os espaços abertos, junto às portas das cidades, eram, em tempos antigos, como ainda são hoje, usados pelos anciãos para suas assembléias, e pelos reis e juizes para reunião de cortes e constituição de tribunais e pelo povo para tratarem das suas regalias. Também se empregavam para exposição pública, quando era preciso castigar assim os culpados de certos delitos. Havia grandes trabalhos para abastecer de água as cidades, empregando-se reservatórios e cisternas que se enchiam com as águas pluviais, ou trazendo de distantes nascentes o precioso líquido por meio de aquedutos.
Como
assim como, do mesmo modo que..., tal qual, de que modo, segundo, conforme. – A maior parte destas palavras podem entrar em mais de uma categoria gramatical. – Como significa – “de que modo, deste modo, desta forma”; e também – “à vista disso”, ou – “do modo que”. Em regra, como exprime relação comparativa; isto é – emprega-se quando se compara o que se vai afirmar com aquilo que já se afirmou; ou aquilo que se quer, que se propõe ou se deseja, com aquilo que em mente se tem. Exemplos valem mais que definições: – Como cumprires o teu dever, assim terás o teu destino. – O verdadeiro Deus tanto se vê de dia, como de noite (Vieira). – Falou como um grande orador. – Irei pela vida como ele foi. – Assim como equivale a – “do mesmo modo, de igual maneira que”... Assim como se vai, voltar-se-á. Assim como o sr. pede não é fácil. Digo-lhe que assim como se perde também se ganha. Destas frases se vê que entre como e assim como não há diferença perceptível, a não ser a maior força com que assim como explica melhor e acentua a comparação. – Nas mesmas condições está a locução – do mesmo modo que... Entre estas duas formas: “Como te portares comigo, assim me portarei eu contigo”; “Do mesmo modo que te portares comigo, assim (ou assim mesmo) me portarei contigo” – só se poderia notar a diferença que consiste na intensidade com que aquele mesmo modo enuncia e frisa, por assim dizer, a comparação. E tanto é assim que em muitos casos 290 Rocha Pombo não se usaria da locução; nestes, por exemplo: “Aqueles olhos brilham como estrelas”; “A menina tem no semblante uma serenidade como a dos anjos”. “Vejo aquela claridade como de um sol que vem”. – Tal qual significa – “de igual modo, exatamente da mesma forma ou maneira”: “Ele procedeu tal qual nós procederíamos” (isto é – procedeu como nós rigorosamente procederíamos). Esta locução pode ser também empregada como adjetiva: “Restituiu-me os livros tais quais os levara”. “Os termos em que me falas são tais quais tenho ouvido a outros”. – De que modo é locução que equivale perfeitamente a como: “De que modo quer o sr. que eu arranje o gabinete?” (ou: Como quer o sr. que eu arranje...). – Segundo e conforme, em muitos casos equivalem também a como: “Farei conforme o sr. mandar” (ou: como o sr. mandar). “Procederei segundo me convier” (ou: como me convier).como adv. 1. De que modo. 2. Quanto, quão. 3. A que preço, a quanto. Conj. 1. Do mesmo modo que. 2. Logo que, quando, assim que. 3. Porque. 4. Na qualidade de: Ele veio como emissário. 5. Porquanto, visto que. 6. Se, uma vez que. C. quê, incomparavelmente; em grande quantidade: Tem chovido como quê. C. quer, loc. adv.: possivelmente. C. quer que, loc. conj.: do modo como, tal como.
Grande
adjetivo De tamanho maior ou fora do normal: cabeça grande.Comprido, extenso ou longo: uma corda grande.
Sem medida; excessivo: grandes vantagens.
Numeroso; que possui excesso de pessoas ou coisas: uma grande manifestação; uma grande quantia de dinheiro.
Que transcende certos parâmetros: grande profundeza.
Que obteve fortes consequências: grande briga; grandes discussões.
Forte; em que há intensidade: grande pesar.
Com muita eficiência: a água é um grande medicamento natural.
Importante; em que há importância: uma grande instituição financeira.
Adulto; que não é mais criança: o menino já está grande.
Notável; que é eficiente naquilo que realiza: um grande músico.
Cujos atributos morais e/ou intelectuais estão excesso: grande senhor.
Magnânimo; que exprime um comportamento nobre.
Fundamental; que é primordial: de grande honestidade.
Que caracteriza algo como sendo bom; positivo: uma grande qualidade.
Que é austero; rígido: um grande problema.
Território circundado por outras áreas adjacentes: a Grande Brasília.
substantivo masculino Pessoa que se encontra em idade adulta.
Quem tem muito poder ou influência: os grandes estavam do seu lado.
Etimologia (origem da palavra grande). Do latim grandis.e.
Nações
1. Conjunto de indivíduos habituados aos mesmos usos, costumes e língua.
2. Estado que se governa por leis próprias.
3. Casta, raça.
4. Naturalidade, pátria.
5. Religião Gentio, pagão (em relação aos israelitas).
direito das nações
Direito internacional.
Nações Designação geral dos povos não-israelitas (Ex
Nações Ver Gentios.
Princesa
Aquela que se casou com o filho de um rei, imperador ou soberano de um principado: Diana se tornou a princesa de Gales.
Por Extensão Moça que se destaca pela beleza, graciosidade.
Por Extensão A mais bela e graciosa, em certas festas: princesa do Carnaval.
[Pejorativo] Quem se acha superior aos demais: a princesa vai trabalhar hoje?
Etimologia (origem da palavra princesa). Do francês princesse.
Solitária
substantivo feminino [Zoologia] Verme platelminto, geralmente longo e fino, que parasita o intestino dos animais vertebrados.[Zoologia] Verme do gênero Taenia Solium que, podendo chegar aos 8 centímetros de comprimento, se aloja no intestino delgado do homem, sendo seu contágio feito pelo consumo de carne de porco; tênia.
[Zoologia] Verme do gênero Taenia saginata que, com até 12 centímetros de comprimento, se aloja no intestino delgado do homem, sendo seu contágio efetuado pela ingestão do cisticerco encontrado na carne bovina.
[Veterinária] Verme do gênero Dipylidium caninum, parasita de cães e gatos, capaz de chegar aos 40 centímetros de comprimento.
Cela de penitenciária onde se isola o prisioneiro por razões de insubordinação, de violência; essa pena ou castigo que se impõe ao preso insubordinado.
adjetivo Que está só, sozinho, sem companhia: pessoa solitária.
Etimologia (origem da palavra solitária). Forma feminina de solitário.
solitária s. f. 1. Zool. Nome comum dado às tênias, vermes que na forma adulta são parasitos do intestino de vertebrados, inclusive o home.M 2. Colar para adorno, que tem elos parecidos com os anéis da tênia. 3. Célula de penitenciária, na qual se isola o sentenciado perigoso.
Tao
substantivo masculino [Filosofia] Ser supremo que, para o Taoismo, é a razão e fonte encontrada em tudo o que tem existência no mundo; tau.Capacidade de fazer alguma coisa em completa harmonia com a sua essência própria.
Etimologia (origem da palavra tao). Do mandarim dào.
substantivo masculino [Filosofia] Ser supremo que, para o Taoismo, é a razão e fonte encontrada em tudo o que tem existência no mundo; tau.
Capacidade de fazer alguma coisa em completa harmonia com a sua essência própria.
Etimologia (origem da palavra tao). Do mandarim dào.
Tornar
verbo pronominal , transitivo direto predicativo e bitransitivo Alterar, modificar ou passar a possuir uma nova condição, estado: ele se tornou médico; a mãe tornou a filha escritora.Retornar ao local de onde se estava; regressar: ele tornou a chegar; os tripulantes tornaram-se para o avião.
verbo bitransitivo Retornar algo a alguém; devolver: tornou o cão ao dono.
Fazer a tradução de um idioma para outro: tornou o texto inglês em português.
Guiar novamente; reconduzir: o guarda tornou o motorista à igreja.
verbo transitivo indireto Voltar, regressar a um estado anterior: preferia tornar à minha juventude.
Analisar novamente; falar sobre o mesmo assunto outra vez: o médico tornou ao tratamento.
verbo intransitivo Expressar-se ou transmitir novamente: a felicidade nunca mais tornou.
Dar como resposta; responder: -- Não vou à festa, tornou a namorada.
verbo pronominal Pedir ajuda; apelar: sozinho, não tinha a quem se tornar.
Etimologia (origem da palavra tornar). Do latim tornare.
tornar
v. 1. tr. ind., Intr. e pron. Vir de novo onde esteve; voltar, regressar. 2. tr. dir. Devolver, restituir. 3. tr. dir. e pron. Converter(-se), fazer(-se). 4. tr. dir. e pron. Mudar(-se), transformar(-se). 5. tr. dir. Traduzir, trasladar, verter. 6. Intr. Replicar, responder. 7. tr. dir. Unido a um infinitivo com a preposição a, exerce a função de verbo auxiliar e denota a continuação ou repetição da ação: Várias vezes dobrou e tornou a erguer-se. T. à vaca fria: voltar à vaca-fria.
Tributar
Realizar a cobrança do imposto sobre: o restaurante tributava as bebidas.
verbo bitransitivo Homenagear; fazer uma homenagem a: tributava condecorações aos professores.
Fazer o pagamento como tributo: o município tributava valores gigantescos ao Estado.
Etimologia (origem da palavra tributar). Tributo + ar.
v. 1. tr. dir. Impor tributos a. 2. tr. ind. Pagar como tributo. 3. pron. Tornar-se tributário de. 4. tr. dir. Dedicar, prestar a alguém, como tributo.
Tão
tão adv. Tanto. T. somente: forma reforçada de somente.Viúva
substantivo feminino Mulher que, tendo-lhe morrido o marido, não se casou de novo.Zoologia Ave africana, de plumagem escura, procurada como pássaro de gaiola e viveiro.
A viuvez, assim como a esterilidade, era como que qualquer coisa vergonhosa e censurável em israel (*veja, p. ex., is
Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
Strongs
גֹּוי
(H1471)
aparentemente procedente da mesma raiz que 1465; DITAT - 326e n m
- nação, povo
- nação, povo
- noralmente referindo-se a não judeus
- referindo-se aos descendentes de Abraão
- referindo-se a Israel
- referindo-se a um enxame de gafanhotos, outros animais (fig.) n pr m
- Goim? = “nações”
הָיָה
(H1961)
uma raiz primitiva [veja 1933]; DITAT - 491; v
- ser, tornar-se, vir a ser, existir, acontecer
- (Qal)
- ——
- acontecer, sair, ocorrer, tomar lugar, acontecer, vir a ser
- vir a acontecer, acontecer
- vir a existir, tornar-se
- erguer-se, aparecer, vir
- tornar-se
- tornar-se
- tornar-se como
- ser instituído, ser estabelecido
- ser, estar
- existir, estar em existência
- ficar, permanecer, continuar (com referência a lugar ou tempo)
- estar, ficar, estar em, estar situado (com referência a localidade)
- acompanhar, estar com
- (Nifal)
- ocorrer, vir a acontecer, ser feito, ser trazido
- estar pronto, estar concluído, ter ido
יָשַׁב
(H3427)
uma raiz primitiva; DITAT - 922; v
- habitar, permanecer, assentar, morar
- (Qal)
- sentar, assentar
- ser estabelecido
- permanecer, ficar
- habitar, ter a residência de alguém
- (Nifal) ser habitado
- (Piel) estabelecer, pôr
- (Hifil)
- levar a sentar
- levar a residir, estabelecer
- fazer habitar
- fazer (cidades) serem habitadas
- casar (dar uma habitação para)
- (Hofal)
- ser habitado
- fazer habitar
אֵיךְ
(H349)
forma alongada procedente de 335; DITAT - 75 adv interrog
- como? interj
- como! (em lamentação)
- expressão de satisfação
מְדִינָה
(H4082)
procedente de 1777; DITAT - 426d; n f
- província, distrito
- distrito
- província
מַס
(H4522)
procedente de 4549; DITAT - 1218; n m
- grupo de trabalhadores forçados, trabalhadores servis, grupo de trabalhadores, serviço forçado, tarefa, servidão, tributário, tributo, embargo, superintendentes, derrotados
- bando de trabalhadores, grupo de trabalhadores, grupo de escravos
- superintendentes de grupos
- serviço forçado, servidão, tributo, pagamento forçado
אַלְמָנָה
(H490)
procedente de 488; uma viúva; DITAT - 105; n f
- viúva
עִיר
(H5892)
ou (no plural)
procedente de 5782 uma cidade (um lugar guardado por um vigia ou guarda) no sentido mais amplo (mesmo de um simples acampamento ou posto); DITAT - 1587a,1615; n m
- agitação, angústia
- referindo-se a terror
- cidade (um lugar de vigilância, guardado)
- cidade
עַם
(H5971)
procedente de 6004; DITAT - 1640a,1640e; n m
- nação, povo
- povo, nação
- pessoas, membros de um povo, compatriotas, patrícios
- parente, familiar
רַב
(H7227)
שָׂרָה
(H8282)
de 8269; DITAT - 2295b; n. f.
- princesa, fidalga, dama
בָּדָד
(H910)
procedente de 909; DITAT - 201b n m
- isolamento, afastamento, separação
- uma cidade isolada adv
- solitário
- seguridade (fig.)