Enciclopédia de Lamentações de Jeremias 1:1-1

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

lm 1: 1

Versão Versículo
ARA Como jaz solitária a cidade outrora populosa! Tornou-se como viúva a que foi grande entre as nações; princesa entre as províncias, ficou sujeita a trabalhos forçados!
ARC COMO se acha solitária aquela cidade, dantes tão populosa! tornou-se como viúva; a que foi grande entre as nações, e princesa entre as províncias, tornou-se tributária! Beta.
TB Como está sentada solitária a cidade que estava cheia de povo!
HSB אֵיכָ֣ה ׀ יָשְׁבָ֣ה בָדָ֗ד הָעִיר֙ רַבָּ֣תִי עָ֔ם הָיְתָ֖ה כְּאַלְמָנָ֑ה רַּבָּ֣תִי‪‬‪‬ בַגּוֹיִ֗ם שָׂרָ֙תִי֙ בַּמְּדִינ֔וֹת הָיְתָ֖ה לָמַֽס׃ ס
BKJ Como a cidade assenta-se solitária, aquela que estava repleta de pessoas! Como ela se tornou como uma viúva! Ela que era grande entre as nações, e princesa entre as províncias, como ela tornou-se tributária!
LTT Como está sentada solitária aquela cidade (Jerusalém), antes com tanto povo! Tornou-se como viúva, a que era grande entre as nações! A que era princesa entre as províncias está debaixo de trabalhos forçados!
BJ2 Que solitária está a Cidade populosa! Tornou-se viúva a primeira entre as nações; a princesa das províncias, em trabalhos forçados.
VULG Et factum est, postquam in captivitatem redactus est Israël, et Jerusalem deserta est, sedit Jeremias propheta flens, et planxit lamentatione hac in Jerusalem : et amaro animo suspirans et ejulans, dixit : Quomodo sedet sola civitas plena populo ! Facta est quasi vidua domina gentium ; princeps provinciarum facta est sub tributo.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Lamentações de Jeremias 1:1

I Reis 4:21 E dominava Salomão sobre todos os reinos desde o rio Eufrates até à terra dos filisteus, e até ao termo do Egito; os quais traziam presentes e serviram a Salomão todos os dias da sua vida.
II Reis 23:33 Porém Faraó-Neco o mandou prender em Ribla, em terra de Hamate, para que não reinasse em Jerusalém; e à terra impôs a pena de cem talentos de prata e um talento de ouro.
II Reis 23:35 E Jeoaquim deu aquela prata e aquele ouro a Faraó; porém fintou a terra, para dar esse dinheiro conforme o mandado de Faraó; a cada um, segundo a sua avaliação, demandou a prata e o ouro do povo da terra, para o dar a Faraó-Neco.
II Crônicas 9:26 E dominava sobre todos os reis, desde o rio até à terra dos filisteus e até ao termo do Egito.
Esdras 4:20 Também houve reis poderosos sobre Jerusalém, que dalém do rio dominaram em todo lugar, e se lhes pagaram direitos, e tributos, e rendas.
Neemias 5:4 Também havia quem dizia: Tomamos dinheiro emprestado até para o tributo do rei, sobre as nossas terras e as nossas vinhas.
Neemias 9:37 E ela multiplica os seus produtos para os reis que puseste sobre nós por causa dos nossos pecados; e, conforme a sua vontade, dominam sobre os nossos corpos e sobre o nosso gado; e estamos numa grande angústia.
Salmos 122:4 aonde sobem as tribos, as tribos do Senhor, como testemunho de Israel, para darem graças ao nome do Senhor,
Isaías 3:26 E as portas da cidade gemerão e se carpirão, e ela se assentará no chão, desolada.
Isaías 14:12 Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filha da alva! Como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações!
Isaías 22:2 Cidade cheia de aclamações, cidade turbulenta, cidade que salta de alegria, os teus mortos não são mortos à espada, nem morreram na guerra.
Isaías 47:1 Desce, e assenta-te no pó, ó virgem filha de Babilônia; assenta-te no chão; já não há trono, ó filha dos caldeus, porque nunca mais serás chamada a tenra, nem a delicada.
Isaías 50:5 O Senhor Jeová me abriu os ouvidos, e eu não fui rebelde; não me retiro para trás.
Isaías 52:2 Sacode o pó, levanta-te e assenta-te, ó Jerusalém; solta-te das ataduras de teu pescoço, ó cativa filha de Sião.
Isaías 52:7 Quão suaves são sobre os montes os pés do que anuncia as boas-novas, que faz ouvir a paz, que anuncia o bem, que faz ouvir a salvação, que diz a Sião: O teu Deus reina!
Isaías 54:4 Não temas, porque não serás envergonhada; e não te envergonhes, porque não serás confundida; antes, te esquecerás da vergonha da tua mocidade e não te lembrarás mais do opróbrio da tua viuvez.
Jeremias 9:11 E farei de Jerusalém montões de pedras, morada de dragões, e das cidades de Judá farei uma assolação, de sorte que fiquem desabitadas.
Jeremias 40:9 Jurou Gedalias, filho de Aicão, filho de Safã, a eles e aos seus homens, dizendo: Não temais servir aos caldeus; ficai na terra e servi ao rei da Babilônia, e bem vos irá.
Jeremias 50:23 Como foi cortado e quebrado o martelo de toda a terra! Como se tornou a Babilônia em espanto entre as nações!
Lamentações de Jeremias 2:1 Como cobriu o Senhor de nuvens, na sua ira, a filha de Sião! Derribou do céu à terra a glória de Israel e não se lembrou do escabelo de seus pés, no dia da sua ira. Bete.
Lamentações de Jeremias 2:10 Estão sentados na terra, silenciosos, os anciãos da filha de Sião; lançam pó sobre a sua cabeça, cingiram panos de saco; as virgens de Jerusalém abaixam a sua cabeça até à terra. Cafe.
Lamentações de Jeremias 4:1 Como se escureceu o ouro! Como se mudou o ouro fino e bom! Como estão espalhadas as pedras do santuário ao canto de todas as ruas! Bete.
Lamentações de Jeremias 5:16 Caiu a coroa da nossa cabeça; ai de nós, porque pecamos.
Ezequiel 26:16 E todos os príncipes do mar descerão dos seus tronos, e tirarão de si os seus mantos, e despirão as suas vestes bordadas; de tremores se vestirão, sobre a terra se assentarão e estremecerão a cada momento; e, por tua causa, pasmarão.
Sofonias 2:15 Esta é a cidade alegre e descuidada, que dizia no seu coração: Eu sou, e não há outra além de mim; como se tornou em assolação, em pousada de animais! Qualquer que passar por ela assobiará e meneará a sua mão.
Zacarias 8:4 Assim diz o Senhor dos Exércitos: Ainda nas praças de Jerusalém habitarão velhos e velhas, levando cada um na mão o seu bordão, por causa da sua muita idade.
Apocalipse 18:7 Quanto ela se glorificou e em delícias esteve, foi-lhe outro tanto de tormento e pranto, porque diz em seu coração: Estou assentada como rainha, não sou viúva e não verei o pranto.
Apocalipse 18:16 e dizendo: Ai! Ai daquela grande cidade, que estava vestida de linho fino, de púrpura, de escarlata, adornada com ouro e pedras preciosas e pérolas! Porque numa hora foram assoladas tantas riquezas.

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita


Emmanuel

lm 1:1
A Caminho da luz

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 17
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel

Os mensageiros de Jesus.


Em todo o século VI, de conformidade com as deliberações efetuadas no Plano Invisível, aparecem grandes vultos de sabedoria e bondade, contrastando a vaidade orgulhosa dos bispos católicos, que em vez de herdarem as tesouros de humildade e amor do Crucificado, reclamaram para si a vida suntuosa, as honrarias e prerrogativas dos imperadores. Os chefes eclesiásticos, guindados à mais alta preponderância política, não se lembravam da pobreza e da simplicidade apostólicas, nem das palavras do Messias, que afirmara não ser o seu reino ainda deste mundo. (Jo 18:36)

Todavia, nesse pantanal de ambições floresciam, igualmente, os lírios da misericórdia de Jesus, em sublimadas realizações de sacrifício e bondade. Espíritos heroicos e missionários, cuja maioria não se incorporou aos nomes da galeria histórica terrestre, exerceram a função de novos sacerdotes da ideia sagrada do Cristianismo, conservando-lhe o fogo divino para as futuras gerações do planeta. Subordinados, embora, à disciplina da Igreja romana, eles ouviam, no ádito do coração, a palavra eterna e suave do Divino Jardineiro e sabiam, por isso, que a sua missão era a da renúncia, do sacrifício e da humildade. Roma podia negociar os títulos eclesiásticos com a política do mundo e estabelecer a simonia nos templos sagrados, esquecendo os mais severos compromissos; eles, porém, nas suas túnicas rotas, atravessariam o mundo alentando a palavra das promessas evangélicas, edificariam pousos de silêncio e de misericórdia, onde guardassem as tradições escritas da cultura sagrada, para os dias do porvir.

Desses exércitos de abnegados que se organizaram com Jesus e por Jesus, no seio da Igreja, somos levados a destacar os missionários beneditinos, cujo esforço amoroso e paciente conduziu grande número de coletividades dos povos considerados bárbaros, principalmente os germanos, para o seio generoso das ideias do Cristianismo.


O Império Bizantino.


Depois da morte do imperador Teodósio, eis que o mundo conhecido se reparte em dois impérios — o do Ocidente e o do Oriente divididos entre os seus dois filhos, Honório  e Arcádio.  Com o assalto dos hérulos, em 476 desaparece o império ocidental e com ele, para sempre, os resquícios da integridade do Império Romano, instalando-se depois, em 493, o reino ostrogodo na Itália,  tendo Ravena por capital.

Constantinopla  é então a sucessora legítima da grande cidade imperial. O império bizantino era o depositário da legislação e dos costumes romanos. Um poderoso sopro de latinidade vitaliza as suas instituições. Debalde, porém, as expressões romanas buscam um refúgio nas outras terras, com o objetivo de uma perpetuação. Homens enérgicos, como Justiniano, não conseguem salvá-las. Forças ocultas e poderosas estavam incumbidas de sua visceral renovação, e, não obstante sua resistência milenar, o império bizantino, herdeiro dos Césares, ia cair exânime, em 1453, ao assalto de Maomet II. 


O Islamismo.


Antes da fundação do Papado, em 607, as forças espirituais se viram compelidas a um grande esforço no combate contra as sombras que ameaçavam todas as consciências. Muitos emissários do Alto tomam corpo entre as falanges católicas no intuito de regenerar os costumes da Igreja. Embalde, porém, tentam operar o retorno de Roma aos braços do Cristo, conseguindo apenas desenvolver o máximo de seus esforços no penoso trabalho de arquivar experiências para as gerações vindouras.

Numerosos Espíritos reencarnam com as mais altas delegações do Plano Invisível. Entre esses missionários, veio aquele que se chamou Maomet, ao nascer em Meca no ano 570. Filho da tribo dos Coraixitas, sua missão era reunir todas as tribos árabes sob a luz dos ensinos cristãos, de modo a organizar-se na Ásia um movimento forte de restauração do Evangelho do Cristo, em oposição aos abusos romanos, nos ambientes da Europa. Maomet, contudo, pobre e humilde no começo de sua vida, que deveria ser de sacrifício e exemplificação, torna-se rico após o casamento com Khadidja e não resiste ao assédio dos Espíritos da Sombra, traindo nobres obrigações espirituais com as suas fraquezas. Dotado de grandes faculdades mediúnicas inerentes ao desempenho dos seus compromissos, muitas vezes foi aconselhado por seus mentores do Alto, nos grandes lances da sua existência, mas não conseguiu triunfar das inferioridades humanas. É por essa razão que o missionário do Islã deixa entrever, nos seus ensinos, flagrantes contradições. A par do perfume cristão que se evola de muitas das suas lições, há um espírito belicoso, de violência e de imposição; junto da doutrina fatalista encerrada no Alcorão, existe a doutrina da responsabilidade individual, divisando-se através de tudo isso uma imaginação superexcitada pelas forças do bem e do mal, num cérebro transviado do seu verdadeiro caminho. Por essa razão o Islamismo, que poderia representar um grande movimento de restauração do ensino de Jesus, corrigindo os desvios do Papado nascente, assinalou mais uma vitória das Trevas contra a Luz e cujas raízes era necessário extirpar.


As guerras do Islã.


Maomet, nas recordações do dever que o trazia à Terra, lembrando os trabalhos que lhe competiam na Ásia, a fim de regenerar a Igreja para Jesus, vulgarizou a palavra “infiel”, entre as várias famílias do seu povo, designando assim os árabes que lhe eram insubmissos, quando a expressão se aplicava, perfeitamente, aos sacerdotes transviados do Cristianismo. Com o seu regresso ao Plano Espiritual, toda a Arábia estava submetida à sua doutrina, pela força da espada; e todavia os seus continuadores não se deram por satisfeitos com semelhantes conquistas. Iniciaram no exterior as “guerras santas”, subjugando toda a África setentrional, no fim do século VII. Nos primeiros anos do século imediato, atravessaram o estreito de Gibraltar, estabelecendo-se na Espanha, em vista da escassa resistência dos visigodos atormentados pela separação, e somente não seguiram caminho além dos Pirineus porque o Plano Espiritual assinalara um limite às suas operações, encaminhando Carlos Martel para as vitórias de 732. 


Carlos Magno.


É depois dessa época que Jesus permite a reencarnação de um dos mais nobres imperadores romanos, ansioso de auxiliar o espírito europeu na sua amargurada decadência. Essa entidade renasceu, então, sob o nome de Carlos Magno, o verdadeiro reorganizador dos elementos dispersos para a fundação do mundo ocidental. Quase analfabeto, criou as mais vastas tradições de energia e de bondade, com a superioridade que lhe caracterizava o espírito equilibrado e altamente evolvido. Num reinado de 46 anos consecutivos, Carlos Magno intensificou a cultura, corrigiu defeitos administrativos que imperavam entre os povos desorganizados da Europa, deixando as mais belas perspectivas para a latinidade.

Sabe Jesus quanto de lágrimas lhe custou o cumprimento de uma tarefa dessa natureza, cujo desempenho exigia as mais altas qualidades de cérebro e coração. Mas, antecipando as doces comoções que o aguardavam no Plano Espiritual, numerosos amigos invisíveis, que com ele haviam caminhado na Roma do direito e do dever, cercam-lhe a personalidade na noite do Natal do ano 800, quando o seu pensamento em prece se elevava a Jesus, na basílica de São Pedro. Uma onda de vibrações harmoniosas invade o ambiente suntuoso, pouco propício às demonstrações da verdadeira espiritualidade. Leão III, o papa reinante, sente-se tocado de incompreensível arrebatamento espiritual, e, aproximando-se do grande batalhador do bem, cinge-lhe a fronte com uma coroa de ouro, enquanto a multidão designa-o, em vozes comovidas e entusiásticas, como “imperador dos romanos”.

Carlos Magno sente que aquela cidade era também dele. Parece-lhe voltar ao passado longínquo, contemplando a Roma do pretérito, cheia de dignidade e de virtude. Seu coração derrama lágrimas, como Jeremias sobre a Jerusalém (Lm 1:1) das suas dores, agradecendo a Jesus os favores divinos.

Decorridos alguns anos sobre esse acontecimento, o grande imperador busca de novo as claridades do Além, para reconhecer que o seu esforço caía sobre as almas qual uma bênção, mas o império por ele organizado teria escassa duração.


O Feudalismo.


Depois das nobres conquistas atenienses em matéria de política administrativa, depois das grandes jornadas do direito romano à face do mundo, custa-se a entender o porquê do feudalismo, que se estendeu pela Europa, desde o século VIII até o século XII, figurando-se ao estudioso da História um como retrocesso de toda a civilização.

Toda a unidade política desaparece nesses tempos de luzidas lembranças para a Humanidade. A propriedade individual jamais alcançou tamanha importância e nunca a servidão moral ganhou tão forte impulso. Com semelhante regime, as lutas fratricidas tiveram campo largo no território europeu, disputando-se uma hegemonia que jamais chegava na equação dos movimentos bélicos. Somente as poucas qualidades cristãs da Igreja Católica conseguiram atenuar o caráter nefasto dessa situação, instituindo-se as chamadas “tréguas de Deus”, obrigando os guerreiros ao repouso em determinados dias da semana, com o objetivo de comemorar as passagens da vida de Jesus-Cristo e defendendo-se a paz com a periódica cessação das hostilidades.


Razões do Feudalismo.


Esse regime, todavia, é facilmente explicável.

A missão de Carlos Magno houvera sido organizada pelo Plano Invisível como uma das mais vastas tentativas de reorganização do império do Ocidente, mas, observando-se a inutilidade do tentame, em virtude do endurecimento da maioria dos corações, as autoridades espirituais, sob a égide do Cristo, renovaram os processos educativos do mundo europeu, então no início da civilização atual, chamando todos os homens para a vida do campo, a fim de aprenderem melhor, no trato da terra e no contato da Natureza. Só o feudalismo podia realizar essa obra, e as suas normas, embora grosseiras, foram aproveitadas na escola penosa das aquisições espirituais, onde a reflexão e a sensibilidade iam surgir para a construção do edifício milenar da civilização do Ocidente.




Referências em Outras Obras

Não foram encontradas referências em Outras Obras.

Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Introdução ao Livro de Lamentações de Jeremias
O Livro de

LAMTAÇÕES

DE JEREMIAS

C. Paul Gray

Introdução

  • Pano de Fundo Histórico
  • A catástrofe terrível que ocorreu com o país de Judá e a cidade de Jerusalém em 587-586 a.C. constitui a cortina de fundo desse pequeno livro. O exército babilônico de Nabucodonosor tinha sitiado Jerusalém por dezoito longos meses. Quando a cidade afetada pela fome e doença foi finalmente tomada, ela foi totalmente demolida e incendiada. Foi uma ocasião trágica e muito sofrida para o povo judeu. A segurança de Jerusalém era vista como uma doutrina preciosa pelos habitantes da cidade desde os tempos de Isaías (701 a.C.). Agora, os que estavam vivos para ver a cidade em ruínas e o Templo comple-tamente destruído tinham dificuldades em acreditar naquilo que viam. A aflição deles era quase insuportável. Nos meses e anos que se seguiram, suas mentes foram importu-nadas com muitas perguntas não respondidas acerca da sua história passada e do seu destino futuro.

    Esses cinco poemas são resultado da dor atormentadora daqueles dias atribulados que seguiram a destruição da cidade, a captura do rei Zedequias e a deportação do povo para a Babilônia. "A torrente de emoções" que pode ser detectada nesse livro revela a profundidade do desânimo que havia tomado conta do povo. Esses poemas são uma ex-pressão de toda aflição e sofrimento que estavam acumulados em seus corações. Esses sentimentos são agora derramados por meio da descrição da sua situação miserável, misturados com a confissão de pecados e acompanhados de um clamor angustiante de penitência. Sua aflição era realmente profunda demais para ser colocada em palavras, mas uma compulsão interior os impeliu a expressar sua tristeza de alguma forma. Como ocorre em todas as épocas, a poesia e o cântico eram a forma mais natural de dar vazão às suas emoções.

  • Título e Lugar no Cânon
  • No texto hebraico o livro não recebe título, mas semelhantemente aos livros do Pentateuco, ele era conhecido pela sua primeira palavra: "Como!", 'eykah (também a primeira palavra dos capítulos 2:4). No entanto, de alguma forma, no decorrer dos séculos os rabinos começaram a referir-se a esse livro como "lamentações" ou "hinos fúnebres" (qinot), e ele aparece com esse nome no Talmude babilônico. Os tradutores da Septuaginta, a versão grega do Antigo Testamento, seguiram os rabinos ao usar o termo grego para lamentações, Threnoi. Eles foram um passo adiante e atribuíram o livro a Jeremias. Conseqüentemente, as versões gregas posteriores, a siríaca, a antiga versão latina, a Vulgata de Jerônimo e as versões em inglês e português têm colocado o seguinte título: "As Lamentações de Jeremias".

    Na Bíblia Hebraica atual o livro de Lamentações não faz parte dos Livros Proféticos, mas, sim, dos Escritos (Hagiógrafos). Ele é um dos Cinco Rolos (Megilloth) daquela seção (o terceiro) das Escrituras Hebraicas. Por meio da Septuaginta e dos escritos de Josefo fica evidente que a posição desse livro nem sempre foi essa. A Septuaginta coerentemente colocou Lamentações junto com a profecia de Jeremias. Em um comentário acerca do número e natureza das Sagradas Escrituras,' Josefo faz o mesmo. Ao se referir aos livros do Antigo Testamento, Josefo afirma que são vinte e dois, e os divide em três grupos. Embora não mencione Lamentações pelo nome, para chegar ao número vinte e dois, ele precisava juntar Lamentações com Jeremias e Rute com o livro de Juízes. Ele evidente-mente seguiu a Septuaginta ao posicionar Lamentações entre os Livros Proféticos e não entre os Escritos.

    Melito, bispo de Sardes (180 d.C.), semelhantemente chegou aos mesmos vinte e dois livros, no que foi seguido por Orígenes (250 d.C.), Agostinho (420 d.C.) e Jerônimo (405 d.C.). Isso significa que todos esses homens acreditavam que o livro de Lamentações pertencia aos Livros Proféticos e não aos hagiógrafos. Jerônimo, no entanto, menciona que "alguns incluíam Rute e Lamentações nos hagiógrafos e, dessa forma, acreditavam existir vinte e quatro livros no Antigo Testamento".2 Esses estudiosos podiam estar se referindo a 2 Esdras e ao Talmude. Dessa forma eles acreditavam existir vinte e quatro livros e colocavam Lamentações entre os Escritos. Podemos concluir que durante o perí-odo intertestamental e nos primeiros séculos da Igreja Cristã não existia uma posição oficial e unânime em relação aos livros das Escrituras. O livro de Lamentações em um catálogo era encontrado nos Escritos e em outro nos Livros Proféticos. As nossas Bíblias seguem a ordem da Septuaginta e relacionam o livro de Lamentações com Jeremias.

    C. Autoria e Data

    O texto hebraico não menciona ninguém especificamente como autor do livro de Lamentações. Mas uma longa tradição coloca Jeremias como autor desse livro. Não se pode negar que o livro é escrito no espírito de Jeremias e apresenta muitas similaridades com suas profecias. A Septuaginta, no entanto, é a fonte mais antiga que atribui esses poemas a Jeremias. Embora II Crônicas 35:25 tenha sido citado, com freqüência, como referência bíblica para a autoria de Jeremias do livro de Lamentações, essa passagem meramente menciona que Jeremias escreveu um lamento acerca da morte do rei Josias que ficou conhecido pelos cantores do Templo em uma época posterior. Ele conecta Jeremias com esse tipo de literatura, mas isso apenas confirma o que já sabemos acerca do próprio livro do profeta. Não é possível saber se esse versículo se refere ao livro de Lamentações, porque o repertório coral do Templo devia conter muitos hinos de lamentação.

    A Septuaginta é bastante explícita em sua posição quanto à autoria do livro. Essa versão grega do livro apresenta uma nota introdutória (evidentemente baseada em um original hebraico) que claramente atribui o livro a Jeremias. Essa nota diz o seguinte: "Depois que Israel foi levado cativo e Jerusalém foi destruída, Jeremias chorou e se lamentou com esta lamentação a respeito de Jerusalém, e disse". Em seguida vem o primeiro versículo do texto hebraico. A Vulgata apresenta essa nota introdutória com uma pequena variante; o texto em árabe o reproduz com exatidão, e o Targum (paráfra-se) de Jônatas, a substitui com esta linha: "Jeremias, o profeta e sumo sacerdote disse". Essas autoridades são seguidas pelo Talmude e pelos Pais da Igreja, dando a entender que Jeremias era o autor de Lamentações. Por séculos a autoria de Jeremias nunca foi questionada.

    Hoje, no entanto, muitos estudiosos renomados rejeitam a autoria de Jeremias. Eles o fazem com base na estrutura, estilo e atitude em relação à destruição de Jerusalém admitida pelo autor. Eles alegam que a forma acróstica bastante precisa, a presença de muitos termos novos e de frases que não são encontradas na profecia de Jeremias, a atitude desnorteada do escritor em relação à destruição de Jerusalém, são discrepantes com o pensamento de Jeremias. Esses estudiosos apresentam um número impressionan-te de diferenças com a profecia, e estão bastante seguros de que esses poemas não vêm da pena de Jeremias.

    Por outro lado, estudiosos tão bem qualificados quanto aqueles citados acima defendem com bastante propriedade a visão tradicional. Eles baseiam sua opinião nas similaridades que existem entre os dois livros. A idéia de que o castigo tinha vindo sobre Israel por causa do seu pecado persistente e sua dependência de aliados vulneráveis e desleais é comum nos dois livros. A mesma atitude em relação aos falsos profetas e sacerdotes caracteriza os dois volumes. Palavras e frases similares apontam para um autor comum. A angústia e as lágrimas do autor de Lamentações refletem vividamente a personalidade de Jeremias. A descrição detalhada da des-truição da cidade fala a favor da autoria de Jeremias. Sabemos que ele esteve pre-sente quando a cidade caiu e permaneceu nela para observar e lamentar a destruição avassaladora. Assim, a afinidade em conteúdo, espírito, tom e linguagem falam a favor da autoria de Jeremias.

    A data dos dois livros, pelo que tudo indica, é a mesma. Os eventos finais registrados no livro de Jeremias ocorreram em torno de 580 a.C., e não há nada no livro de Lamentações que demandaria uma data posterior.

    D. Estrutura

    Dos cinco poemas que compõem o livro, os primeiros quatro são canções tristes ou fúnebres, enquanto o quinto apresenta mais a forma de oração. No hebraico, os quatro primeiros poemas são acrósticos alfabéticos. Os poemas um, dois e quatro apresentam vinte e dois versículos, correspondendo em número e ordem ao alfabeto hebraico. Os versículos nos poemas um e dois apresentam três linhas cada, em que somente a primeira linha segue a forma acróstica. O mesmo ocorre com o poema quatro, com a exceção de apresentar apenas duas linhas em cada versículo. O poema três é singular no sentido de que todas as letras do alfabeto são repetidas três vezes sucessivamente. Por causa disso, os massoretas entendiam que cada linha era um versículo e dividiram o poema em sessenta e seis versículos. O quinto poema também apresenta vinte e dois versículos, sem um ar-ranjo acróstico evidente.

    Não se sabe por que o autor escolheu o uso da forma acróstica. Embora seja artístico e apropriado expressar a tristeza de uma nação sofrida, ela limita e obstrui o movimento livre de pensamento. Kuist sugere que essa forma acróstica foi usada como um artifício mnemônico para auxiliar a memória, ou para manter o elemento emocional explosivo sob cuidadoso controle, ou para dar "um sentido de continuidade e completitude às ex-pressões públicas de dor e culpa e esforçando-se para manter viva a esperança que essas elegias promoviam".3

    É importante salientar, no entanto, que o acróstico era um artifício literário co-nhecido' nos tempos bíblicos e que o autor tinha a liberdade de usá-lo em certos mo-mentos. Nos poemas dois, três e quatro as letras ayin e pe do alfabeto hebraico estão invertidas, e o versículo 7 do poema um e o versículo 19 do poema dois têm quatro linhas em vez de três.

    A estrutura métrica usada aqui é conhecida como ritmo Qina. Ela é a estrutura mais comumente usada para entoar canções tristes acerca dos mortos ou acerca de gran-des desgraças nos tempos antigos. O uso de paralelismo, repetição, apóstrofe e seu jogo de palavras eram admiravelmente apropriados para comunicar as profundezas insondá-veis do sofrimento e tristeza que a alma humana é capaz de experimentar.

    E. Propósito e Uso

    Esses poemas são canções tristes escritas com a expectativa de que seriam recitadas pela congregação de Israel para expressar seu grande pesar acerca da perda de sua identidade nacional. Eles consideram todos os grandes assuntos da aflição pública. O propósito deles é expressar, de forma terapêutica, as emoções mais profundas de um povo quebrantado e devastado. Os poemas permitem ao povo confessar que Deus o havia tratado com justiça, e, ao fazê-lo, encontrariam forças para suportar o peso indescritível da angústia sem desesperar-se. Eles tinham a intenção de ajudar o povo a aprender uma lição do passado e, ao mesmo tempo, conservar sua fé em Deus mesmo quando confron-tados com uma desgraça avassaladora. Abrindo as portas para a oração, esses poemas apontavam o caminho para o arrependimento e fé e, deste modo, estimulavam esperança na misericórdia de Deus.

    Pelo uso desses poemas podemos ver que o povo judeu reconhece o seu valor. O livro de Lamentações é incluído nos Cinco Rolos que são lidos em importantes datas no ano judaico. Esse breve livro é lido no nono dia de Abe (quase no final de julho), um dia de jejum que é observado na comemoração da destruição do primeiro e segundo Templos. A Igreja Romana usa partes de Lamentações para os últimos três dias da Semana Santa. Algumas passagens do livro também são incluídas em certas liturgias protestantes. Seu uso nas sinagogas e na igreja ao longo dos séculos é um testemunho permanente da sua influência na vida religiosa do mundo e mostra por que a canonicidade de Lamentações nunca foi questionada.


    Beacon - Comentários de Lamentações de Jeremias Capítulo 1 do versículo 1 até o 22
    SEÇÃO I

    CANÇÃO DE UMA CIDADE EM LUTO

    Lamentações 1:1-22

    A. A SITUAÇÃO DA CIDADE, 1:1-7

    Essa canção de profunda tristeza inicia com uma descrição da cidade cativa de Jeru-salém personificada por meio de uma mulher que perdeu seu marido e filhos. O infeliz estado da sua viuvez é pranteado. "Como!" foi a única maneira apropriada de iniciar essa canção fúnebre. Essa era a forma mais apropriada para expressar tristeza e dor para aquela ocasião. Aqui essa canção prepara o caminho para a revelação da situação trágica da cidade. A solidão da viuvez é ressaltada: Como se acha solitária aquela cidade (1). Ela tinha sido tão populosa e tão grande entre as nações; mas agora ela está vazia, e seus filhos estão no cativeiro. Os seus amantes (2; aliados políticos), de-pois de a humilharem, a desprezaram como um brinquedo sujo e sem valor. Traída e aflita, ela chora de noite, sem encontrar descanso (3), e não quem a console. A expressão nas suas angústias também pode ser traduzida como: "no meio das suas dificuldades" (Smith-Goodspeed).

    Além de tudo isso ela vive em um estado de viuvez espiritual. A vida religiosa da cidade havia cessado. O Templo havia sido destruído. Os caminhos (estradas) para Sião estão vazios; não há adoradores que compareçam para sua reunião solene; suas portas estão desoladas; e os sacerdotes gemem (4). Há a amargura do remorso, porque o dia da graça passou. Para piorar a situação, seu julgamento vem da mão divina. O SENHOR a entristeceu (5). Mas em tudo isso o profeta reconhece a justiça divina; a tristeza de Jeru-salém é por causa da multidão das suas prevaricações. Foi-se toda a sua glória (6) ; seus adversários estão no controle; suas famílias estão no exílio. Os seus príncipes estão tão destituídos de força que parecem corças sem pasto; enfraquecidos pela fome eles caminham diante dos seus perseguidores; caem para não mais levantarem.

    Nessa condição debilitada e solitária, surgem lembranças assombrosas que só au-mentam a tristeza da cidade. Jerusalém se lembra das suas mais queridas coisas, que pertenciam a ela nos tempos antigos (7). Isso é motivo de clamor e pranto. Mas não há alívio do seu sofrimento, porque os seus adversários zombam da sua miséria.

  • A PERVERSIDADE DA CIDADE, 1:8-11
  • A causa do sofrimento de Jerusalém está no fato de ela ter pecado gravemente (8). Seu pecado não foi uma coisa superficial. A palavra instável significa "impura" (NVI). A sua imundícia está nas suas saias (9), indicando que seu pecado era uma perversida-de íntima, i.e., uma disposição interior. Jerusalém era tão impura moralmente quanto uma mulher era impura durante seu período de menstruação. Por isso, o problema bási-co de Jerusalém era o seu coração perverso (Jr 17:9).

    Todos os que a honravam [...] viram a sua nudez (8) significa que sua verdadei-ra natureza havia sido revelada; profanada e impura, ela se afasta envergonhada. Ela foi pasmosamente abatida (9), i.e., "ela caiu de modo espantoso" (ARA) porque seguiu as inclinações de um coração perverso. Ela fracassou em considerar as conseqüências de uma vida perversa. Ela nunca se lembrou do seu fim; ela viveu somente para o pre-sente. O versículo 10 refere-se, em primeiro lugar, à profanação do Templo. Suas coisas mais preciosas eram os "utensílios para as ofertas sacrificais" (Berkeley, nota de rodapé). Mas há uma implicação mais profunda. O inimigo havia entrado no seu santuário (10) e tinha tomado suas coisas mais preciosas, i.e., roubou a sua pureza; e agora o seu povo (11) geme debaixo da gravidade do seu pecado. Ela reconhece que se tornou des-prezível. A tristeza da viuvez é aumentada pela compreensão da sua impureza. O signi-ficado literal do versículo 11 é deixado claro por Smith-Goodspeed: "Eles trocaram tesou-ros por mantimento para mantê-los vivos".

  • O CLAMOR DA CIDADE, 1:12-19
  • O fardo acumulado da sua condição trágica tornou-se pesado demais para carregar. Judá clama em sua angústia. Não vos comove isso, a todos vós que passais pelo caminho? (12). Embora o hebraico seja dificil, a ARC captou o sentido. Dirigindo-se a todos que possam ouvir seu clamor, ela implora por compaixão, insistindo que não há dor como a minha dor. Ela confessa que seu castigo vem do SENHOR, e enumera todas as coisas que sofreu pelas mãos dele. Deus enviou fogo (13) aos seus ossos. O qual se assenhoreou deles provavelmente significa• "o qual os subjugou" (Berkeley). Uma rede foi armada para os seus pés; suas prevaricações foram entretecidas em um jugo into-lerável ao redor do seu pescoço (14). Seus valentes (15), bem como os seus jovens, foram jogados no lagar da ira de Deus. A contemplação das suas muitas angústias traz um novo irromper de lágrimas: Por essas coisas [...] os meus olhos se desfazem em águas (16). Mas não há consolador para amenizar sua dor, e o inimigo prevaleceu contra ela.

    Mesmo que ela esteja sufocada com lágrimas a ponto de não poder falar, ela parece ouvir uma voz a dizer que embora Sião (17) estenda as suas mãos em súplica compadecida, Deus mandou que ela fosse afligida. Depois de recompor-se, Sião reconhece que Deus agiu de maneira justa com ela. Ela confessa que se rebelou contra os seus man-damentos (18). Não há ressentimento em suas palavras, e nenhuma inclinação para defender-se. Ela então reconhece: Meus amadores (nações aliadas e deuses a quem Judá se havia voltado) [...] me enganaram. Por causa disso, seus filhos estão no cati-veiro; seus sacerdotes e [...] anciãos expiraram. A tristeza da sua condição a esmaga enquanto faz um apelo final: Ouvi, pois, todos os povos e vede a minha dor (18-19).

    D. A ORAÇÃO DA CIDADE, 1:20-22

    Traída, quebrantada e castigada, Sião agora eleva sua voz em oração: Olha, SE-NHOR, quanto estou angustiada [...] porque gravemente me rebelei (20) ; não te-nho quem me console (21). Nesse ensaio da sua situação desagradável estão todos os elementos de um coração arrependido: tristeza profunda, confissão, humilhação e fé. O povo de Judá se volta para o Senhor porque está convencido de que somente Ele pode ajudar. Não há esforço para desculpar seus pecados, e ele aceita seu castigo como sendo justo. No entanto, Judá expressa a certeza de que de alguma forma Deus o vindicará diante dos seus inimigos: mas, em trazendo tu o dia que apregoaste, eles (os inimi-gos) serão como eu (21). Aqui está a convicção de que em um universo moralmente ordenado nenhum transgressor ficará impune. Venha toda a sua iniqüidade à tua presença (22) é um reconhecimento de que todo o mal será castigado. Seus inimigos também experimentarão o castigo pelo seu pecado. Um Deus soberano fará com que todas as coisas aconteçam da forma correta.


    Champlin

    Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
    Champlin - Introdução ao Livro de Lamentações de Jeremias

    LAMENTAÇÕES

    O Livro que Descreve as Misérias Causadas pelo Cativeiro Bahilônieo

    Como jaz solitária a cidade, outrora populosa! Tornou-se como viúva, a que foi grande entre as nações.

    Lm 1:1

    Lamentações

    5 Capítulos
    154 Versículos

    INTRODUÇÃO

    Esboço:

    I. Caracterização Geral
    II. Nome do Livro
    III. Autoria e Data
    IV. Propósitos e Teologia do Livro
    V. Estilo Literário
    VI. Conteúdo
    VII. Bibliografia

    I. Caracterização Geral

    Este livro faz parte da terceira divisão do cânon do Antigo Testamento hebraico, que os judeus chamavam de “escritos” ou “rolos”. O livro de Lamentações consiste em cinco poemas que correspondem ao que, modernamente, chamamos de “capítulos”. Esses poemas foram escritos segundo a métrica kina, ou de lamentação. Provavelmente, o livro foi escrito no século V A.C., provocado peia grande calamidade que se abateu sobre Jerusalém, com o conseqüente cativeiro babilônico. Esses poemas foram compostos na própria cidade de Jerusalém, ou, então, já na Babilônia. Os primeiros quatro poemas são acrósticos alfabéticos, o que significa que cada grupo de versículos começa por uma letra diferente do alfabeto hebraico, que consistia em vinte e duas letras. A quinta estância tem o mesmo número de versículos que o alfabeto hebraico. Todos esses poemas foram compostos ou adaptados para a recitação pública em dias de jejum e lamentação (ver Jer. 2:15-17; Sof Jr 7:2,Jr 7:3), notadamente no nono dia de Abe (agosto), que comemorava especificamente o desastre babilônico. O primeiro, o segundo e o quarto poemas foram compostos como lamentações fúnebres. Jerusalém é apresentada como o falecido. O terceiro poema foi composto no estilo de uma lamentação individual, com a característica usual de que uma figura masculina (e não feminina) é que personifica o povo ou a própria cidade. O quinto poema consiste em uma lamentação coletiva. Esse poema faz lembrar as liturgias usadas em tempos de tristeza nacional, conforme se vê nos Salmos 74 ; 79. O tema comum de todos os cinco poemas é a agonia da nação judaica e o aparente abandono de Sião por parte de seu Deus, bem como a esperança de que Deus ainda haveria de restaurar uma nação humilhada e arrependida.

    Antigas tradições têm atribuído esse livro ao profeta Jeremias, porém muitos eruditos modernos encontram razões para duvidar dessa opinião. O próprio livro é anônimo, pelo que aquilo que cremos sobre sua autoria depende de nossa confiança ou desconfiança nessa tradição, bem como de outras evidências que pesam sobre a questão. Ver a terceira secão quanto à discussão a respeito.

    II. Nome do Livro

    No hebraico, este livro chama-se ekah, “como”, a primeira palavra do livro, no original hebraico. Mas também tem o título de qinah, “lamentação”. Naturalmente, isso alude ao caráter de deploração do livro inteiro. Conforme disse certo autor:"... cada letra foi escrita com uma lágrima; cada palavra com o pulsar de um coração partido”. O título do livro, na Septuaginta, é “Cânticos Fúnebres”. O título do livro nas modernas linguas européias—como em português—vem da Vulgata Latina, com base no vocábulo latino lamentum, “clamor”, “choro”, “lamentação”. Na Vulgata Latina o título específico é Lamentationes.

    III. Autoria e Data

    A tradição que atribui o livro de Lamentações a Jeremias é antiqüíssima. O trecho de 2Cr 35:25, embora não faça alusão às lamentações que compõem o livro, mostra-nos que Jeremias compôs esse tipo de material literário. Alguns eruditos percebem a dicção de Jeremias no livro, mas outros pensam que o estilo é bastante parecido com o dos capítulos Jr 40:1 a 66 do livro de Isaías, o que já aponta para outro autor. O trecho de Lam. 3:48-51 parece similar às expressões de Jr 7:16; Jr 11:14; 14.11-17 ; Jr 15:11. Alguns sentem o espírito de Jeremias no livro, o mesmo temperamento sensível, uma profunda simpatia para com as tristezas de Israel, e as mesmas emoções soltas a respeito do desastre provocado pela invasão dos babilônios. Contra a autoria de Jeremias, temos os seguintes argumentos:

    1. Os paralelos listados anteriormente, entre Lam. 3:48-51 e certos trechos do livro de Jeremias, certamente indicam a narrativa feita por uma testemunha ocular sobre aquilo que os babilônios fizeram contra o povo de Israel. Contudo, essa testemunha ocular não precisa ser identificada obrigatoriamente com Jeremias, porquanto o autor do livro pode ter sido outra testemunha daqueles fatos.

    2. O quinto poema reflete uma espécie de lassitude induzida por anos de ocupação estrangeira, o que é contrário ao que sabemos sobre a história envolvida. Jeremias permaneceu apenas algumas semanas na Palestina, após a captura de Jerusalém.
    3. O Argumento Literário. Os extensos escritos de Jeremias (no livro que sabemos ser de sua autoria) não apelaram para a poesia, e muito menos para a forma específica de poemas acrósticos.

    4. O Argumento Histórico. Em tempos posteriores, muitos oráculos foram coligidos em nome de Jeremias, quando, como é óbvio, esses escritos não foram de sua autoria, Os poemas do livro de Lamentações poderíam estar entre esses oráculos. Se realmente eram de sua lavra, por que motivo Jeremias não os identificou como seus? E por que motivo não foram incluídos como parte de suas profecias? No livro de Jeremias, o autor identificou-se claramente (ver Jr 1:1).

    5. Diferenças de Pontos de Vista. As declarações de Lm 2:9; Lm 4:17 ; Lm 5:7, de acordo com certos estudiosos, diferem dos pontos de vista da profecia de Jeremias. Porém, muitos outros estudiosos vêem nisso mera avaliação subjetiva e, portanto, sem grande valor.

    6. O Argumento Linguístico. O estilo, o vocabulário e a dicção dos livros de Jeremias e de Lamentações são por demais diferentes para que se suponha que um mesmo autor tenha escrito ambas as obras. Contra esse argumento, alegam outros que a poesia, naturalmente, difere da prosa em que são escritos os oráculos e as advertências proféticas. Todavia, grandes trechos do livro de Jeremias consistem em poemas, embora nossa versão portuguesa oculte isso, imprimindo o livro como se tudo fosse prosa. Mas ver, por exemplo, a Revised Standard Version. Muitos escritores em prosa, ocasionalmente, escrevem em poesia, o que requer estilo, dicção e vocabulário diferentes.

    Conclusão. Não há como se fazer uma declaração firme sobre a questão. O livro de Lamentações não indica quem foi o seu autor; a obra é anônima.

    Data. No livro não há nenhuma menção à reconstrução do templo de Jerusalém, que ocorreu em 538 A.C. No entanto, o livro foi escrito, sem a menor sombra de dúvida, por uma testemunha ocular da invasão de Jerusalém pelos babilônios e do subseqüente exílio de Judá. Por conseguinte, deve ter sido escrito em algum tempo depois de 586 A.C., mas antes de 538 A.C.

    IV. Propósitos e Teologia do Livro

    1. A Justiça de Deus é Celebrada e os Efeitos Ruinosos do Pecado São Lamentados. Um homem espiritual contemplou o que acontecera a um povo rebelde, que quisera dar ouvidos às advertências do Senhor, e que, por isso, recebeu tão grande castigo nacional. Tudo aquilo ocorrera por motivo de desobediência e insensibilidade espiritual. A calamidade foi tão grande que fez uma nação chegar ao fim. O santuário, que fora estabelecido em honra a Yahweh, bem como a teocracia (embora muito modificada pela monarquia) foram aniquilados pelos pagãos. O poeta, pois, celebrou a retidão e a justiça de Deus, porquanto, afinal, o que acontecera fora justo. A nação de Judá foi convocada ao arrependimento, visto que o mesmo poder que produziu a destruição com igual facilidade poderia produzir a restauração. A profunda iniqüi-dade da nação de Judá é lamentada no livro, mas reconhece-se também que a graça de Deus é suficientemente ampla para reverter qualquer situação, e o autor sagrado contemplava, ansioso, essa bendita possibilidade. Em suma, o propósito do livro é celebrar a justiça de Deus, lamentar a iniqüidade do povo de Judá e suas horrendas conseqüências e, então, conclamar ao arrependimento, em face da possibilidade de restauração.

    2. Aplicação Crístológica. Alguns intérpretes evangélicos vêem no livro de Lamentações um lamento pela alma de Jesus, diante da ira de Deus que sobre Ele se descarregou, quando Cristo levou sobre Si o pecado do mundo.

    3. A Trágica Reversão. Havia em Israel uma tradição que falava sobre a suposta inviolabilidade de Sião (Sal. 46:6-8; 48.2-9; 76.2-7), o que aparece como uma idéia com a qual o autor do livro de Lamentações estava familiarizado (Lm 3:34 e Lm 5:9). Entretanto, o autor sagrado mostrou que nenhuma coisa boa necessariamente perdura para sempre. Reversões trágicas podem destruir até mesmo as melhores e mais excelentes coisas, se permitirmos que o pecado venha maculá-las.

    4. Confirmação do Ponto de Vista Deuteronômico da História. O autor de Deuteronômio sustenta, como uma de suas teses primárias, que Israel ia bem enquanto obedecia a Deus, mas caia em ruina quando se mostrava rebelde. Embora, por certo, essa seja uma perspectiva simplista da história, não é um fator que deva ser ignorado. Esse tema também pode ser encontrado em outros livros do Antigo Testamento, além de Deuteronômio, Lamentações é um dos livros que promove essa tese.

    5. A Esperança Nunca Morre no Coração Humano. Grandes tragédias sobrevêm às pessoas insensatas. Mas essas mesmas pessoas, se agirem sabiamente, poderão contemplar a concretização de suas esperanças dê melhoria, quando seu triste estado for revertido pela misericórdia divina.

    V. Estilo Literário

    Esse estilo é descrito na primeira seção, Caracterização Geral.

    VI. Conteúdo

    1. As Lamentáveis Condições de Jerusalém (Lm 1)

    2. Manifestação da Ira de Deus (Lm 2)

    3. Reconhecimento da Justiça de Deus (Lm 3)

    4. Reconhecimento da Fidelidade de Deus (Lm 4)

    5. Confiança na Fidelidade de Deus (Lm 5)

    VII. Bibliografia

    AME GOT(1
    954) IIBROB(2) YO
    Ao Leitor
    Para ter melhor compreensão sobre o livro, o leitor deve ler a Introdução, que aborda os fatos e problemas básicos da composição: caracterização gerai; nome do livro; autoria e data; propósitos e teologia do livro; estilo literário e conteúdo. Essas seções analisam de modo bastante completo o livro, que tem apenas 154 versículos.

    Este é um dos livros mais tristes já escritos, que aplica habilidosa poesia para expressar as mais profundas emoções humanas. Trata-se de uma série de poemas que lamentam a desolação de Jerusalém e os sofrimentos do povo, depois dos ataques, do cerco e do cativeiro subseqüente do povo de Israel, efetuado pelo exército babilônico. O templo de Jerusalém foi incendiado em cerca de 587-586 A. C., pelo que o autor escreveu algum tempo depois disso. O capítulo 5 do livro revela a autoria do poema, bastante tempo depois, mas antes que o decreto de Ciro permitiu que um pequeno remanescente de judeus retornasse a Jerusalém para reconstruir a cidade e, assim, iniciar um Novo Dia. Os primeiros quatro capítulos seguem acrósticos alfabéticos (os versículos começam com as sucessivas 22 letras do alfabeto hebraico). O capítulo 5 também tem 22 versículos, mas não escritos segundo esse estilo, que provavelmente requer um arranjo um tanto artificial que impede o livre fluxo do pensamento. Esse capítulo provê uma apta conclusão, sendo provável que o autor estivesse cansado de apegar-se ao estíio acróstico.

    O livro era usado nas recitações em dias de jejum e lamentação, tanto públicas quanto particulares (ver Jer. 2:15-17; Zc 7:2,Zc 7:3). “Os capítulos Lm 1:1, Lm 2:1 e Lm 4:1 assumem a forma de lamentações fúnebres da cidade morta, A elegia capengante da métrica 3:2 (três toques seguidos por dois toques) pode ser reconhecida até nas traduções... No capítulo 3, a tristeza do povo desolado e o reflexo sobre o significado do desastre são expressos por um indivíduo. O capítulo 5, em forma e linguagem, relembra as liturgias usadas em tempos de tribulação nacional, como se vê nos Salmos 74 e 79. O tema comum e a esperança de que Deus ainda restauraria um povo arrependido e humilhado percorre o livro inteiro” (Oxford Annotated Bible, introdução ao livro).

    “O livro de Lamentações é um pós-escrito de lamentação ao livro de Jeremias. Mediante o uso de cinco cânticos fúnebres, o autor sagrado se entristeceu pela sorte de Jerusalém, por causa de seu pecado” (Charles H. Dyer, in loc.). O livro, naturalmente, é mais que uma poesia fúnebre muito bem expressa. Antes, é uma lição moral que afirma que a vida é mais do que “comer, beber e divertir-se”. E também uma inquirição séria que procura obedecer às regras divinas. Ensina-nos, supremamente, as conseqüências de semear uma má conduta, pois o que uma pessoa faz certamente é colher o que semeou. Ver Gl 6:7,Gl 6:8.

    JULGAMENTOS DIVINOS QUE ISRAEL (JUDÁ) DEVE SOFRER PARALELOS ENTRE LAMENTAÇÕES E DEUTERONÔMIO

    Essência dos Julgamentos

    Lamentações

    Deuteronômio

    Judá (Israel) espalhado entre as nações não encontrará paz nem segurança.

    Lm 1:3

    Dt 28:37

    Mães, no seu desespero, comerão os próprios filhos para não morrer de fome. 0 pecado, especialmente o da idolatria, cobrará um alto preço em sofrimento.

    Lm 2:20

    Dt 28:53

    Jovens e velhos morrerão juntos na poeira das ruas. O inimigo não respeitará idade nem sexo.

    Lm 2:21

    Dt 28:50

    Mães, com as próprias mãos, cozinharão seus filhos. As mais gentis esconderão seus filhos para comê-los depois do ataque do inimigo. As esposas não mais respeitarão seus maridos, mas se tornarão animais selvagens.

    Lm 4:10

    Dt 28:56-57

    A herança de Israel, dada no Pacto Abraâmico, passará às mãos dos estrangeiros selvagens. 0 judeu construirá uma casa, mas nunca morará nela. As propriedades ficarão à disposição dos invasores e de seus filhos.

    Lm 5:2

    Dt 28:30

    Perseguidos, os judeus não encontrarão paz no exílio. A espada os seguirá até lá e continuará a matança. O pecado cobrará um alto preço dos desobedientes.

    Lm 5:5

    Dt 28:65

    Os sofrimentos no exílio serão variados e severos. A fome fará a pele dos cativos queimar como se estivesse sujeita a um forno.

    Lm 5:10

    Dt 28:28

    Mulheres casadas e virgens serão estupradas nas ruas de Sião. Uma mulher prometida a um judeu nunca se tornará esposa dele, mas cairá vítima de um soldado impiedodo.

    Lm 5:11

    Dt 28:30

    Os velhos não serão respeitados nem receberão misericórdia. Cairão vítimas das mesmas brutalidades.

    Lm 5:12

    Dt 28:50

    0 Monte Sião ficará uma pilha de entulho e animais selvagens farão dele seu lugar de assombração. Os muitos e radicais pecados de Judá (Israel) exigirão castigos múltiplos e radicais, servindo de agentes de restauração para o fragmento que sobreviver.

    Lm 5:18

    Dt 28:26


    Champlin - Introdução ao Capítulo 1 do Livro de Lamentações de Jeremias

    Lamentações 1

    Primeira Lamentação: Desolação de Jerusalém em Razão de Seu Pecado. As Lamentáveis Condições de Jerusalém (Lm 1:1-22)

    É o poeta quem fala nos vss. 1-11 e 17, exceto pelo fato de que nas últimas linhas dos vss. 8 e 11, Jerusalém, personificada como uma mulher, é quem fala. Outro tanto se dá nos vss. 12-16 e 18-22. E então há um cântico fúnebre que encerra o capitulo (vss. 20-22). O livro de Provérbios não é livro que possa alegrar-nos, mas contém valiosas lições espirituais e morais. A justiça de Deus é celebrada, e são lamentados os efeitos ruinosos do pecado. A Lei Moral da Colheita segundo a Semeadura é o tema predominante do livro. Ver sobre esse assunto no Dicionário. O livro de Lamentações é um triste pós-escrito ao livro de Jeremias, cujo tema principal é o Cativeiro Babilônicc (ver a respeito no Dicionário) resultante da idolatria-adultério-apcstasia de Judá. “O livro é um lembrete de que o pecado, a despeito de todos os seus encantos e excitação, traz consigo grande peso formado por tristezas, aflições, miséria, esterilidade e dor” (CharlesH. Dyer, in loc.).


    Champlin - Introdução ao Capítulo 1 do Livro de Lamentações de Jeremias
    Introdução ao Livro O título do livro O título deste livro procede da versão grega do Antigo Testamento, a Septuaginta (ver a Introdução à Bíblia). Ali, se denomina Zrénoi (“cantos fúnebres”, “lamentações”, “canções tristes”). Já a Bíblia Hebraica o intitula Eijah (“Que...!”), seguindo o uso judaico de nomear os livros pelo vocábulo inicial de cada um deles. Contudo, uma tradição hebraica o havia anteriormente intitulado com o termo “Qinot”, que assim como o grego, significa “cantos”, “lamentações”, “cantos de lamento por um morto” (conforme 2Cr 35:25). Com esse mesmo termo foram designados, mais tarde, os poemas compostos por ocasião de uma grande desgraça ou uma catástrofe nacional (Jr 7:29; Jr 9:10-11). No original hebraico, este livro não contém indicação alguma que permita relacioná-lo com Jeremias. Assim como sucede com o título, a referência ao profeta aparece na versão grega LXX em uma nota preliminar, que diz: “Sucedeu, quando Israel foi levado cativo e Jerusalém assolada, que Jeremias, chorando, se assentou e entoou esta lamentação sobre Jerusalém, dizendo:...” A nota do texto grego depois foi incluída na Vulgata (versão latina), e assim se deu força para que o livro se tornasse tradicionalmente conhecido como Lamentações de Jeremias. Os motivos do livro O contexto histórico dos cinco poemas que compõem Lamentações (= Lm) é a destruição de Jerusalém por Nabucodonosor em 586 a.C. (2Rs 25:1-21). Esse triste episódio começou a ser recordado, algum tempo depois, pelo povo que mostrava a sua aflição com orações, jejuns e outras formas de expressar dor (conforme Jr 41:5; Zc 7:3; Zc 8:19). Além disso, junto às ruínas do Templo, celebrava-se determinadas cerimônias para manter desperta a memória daquela grande tragédia e, no próprio tempo a esperança da restauração nacional anunciada pelos profetas (conforme Jr 30:1-31.40). O livro e sua mensagem Este livro é formado por cinco poemas que captam o espírito e os sentimentos que animavam tais celebrações cobertas de luto. Jerusalém, “a cidade outrora populosa”, “a que foi grande entre as nações”, é representada neles como uma mulher que ficou viúva (Lm 1:1), como uma mãe que vê desfalecer e morrer de fome os seus filhos ainda pequenos (Lm 2:19,Lm 2:22). Mas, Lamentações não se limita a chorar o desastre de Judá e de Jerusalém; vez por outra, leva o povo a reconhecer a sua própria responsabilidade e a confessar-se culpado diante do SENHOR: “Jerusalém pecou gravemente; por isso, se tornou repugnante; todos os que a honravam a desprezam, porque lhe viram a nudez; ela também geme e se retira envergonhada” (Lm 1:8; ver também Lm 1:14,Lm 1:20; Lm 3:42; Lm 4:6). Acima de tudo, o povo reconhece que Judá e Jerusalém mereceram a severidade com que as tratou o SENHOR, e que ele nunca deixou de atuar com perfeita justiça (Lm 1:18). Assim, Lamentações contém não somente expressões de dor pessoal ou coletiva (conforme Lm 1:12-16; Lm 3:43-47; Lm 5:1-22), mas também outras que dão testemunho da profunda fé do poeta que as criou e da sua total confiança no SENHOR (Lm 3:21-24,Lm 3:26). A elas se unem cânticos de louvor (Lm 5:19), ações de graças (Lm 3:55-57) e exortações a reconhecer com sinceridade de coração que os acontecimentos adversos que sobrevieram são, em última análise, a conseqüência indubitável de rebeldias cometidas (Lm 3:40-42). A forma literária Os quatro primeiros poemas correspondem aos quatro primeiros caps. de Lamentações, cada um dos quais se compõe de 22 estrofes dispostas alfabeticamente em forma de acróstico (ver a Introdução aos Salmos), isto é, a letra inicial de cada estrofe se ajusta à ordem estabelecida no alfabeto hebraico (da mesma maneira como ocorre em alguns salmos e em outras composições poéticas do Antigo Testamento). Quanto, ao quinto poema de Lamentações, não apresenta a característica alfabética dos quatro anteriores; mas, curiosamente também foi composto dentro do referido esquema de 22 estrofes. Esboço: 1. Tristeza da Sião cativa (Lm 1:1-22) 2. As tristezas de Sião vêm do SENHOR (Lm 2:1-22) 3. Esperança de libertação através da misericórdia de Deus (Lm 3:1-66) 4. O castigo de Sião consumado (Lm 4:1-22) 5. Oração do povo afligido (Lm 5:1-22)

    Champlin - Comentários de Lamentações de Jeremias Capítulo 1 versículo 1
    Este poema se divide em duas partes que têm a mesma extensão:
    a primeira (vs. Lm 1:1-11; Is 54:4). A comparação de Jerusalém com uma viúva sugere a idéia de total desolação.Lm 1:1 A que foi grande... princesa entre as províncias:
    Estes qualificativos e outros semelhantes ressaltam a magnitude da catástrofe:
    a que está agora em ruínas não é uma cidade qualquer, mas Jerusalém, a cidade de Deus, o santuário das moradas do Altíssimo (Sl 46:4) e a cidade do grande rei Davi (Sl 48:2). Ver Sl 48,

    Champlin - Comentários de Lamentações de Jeremias Capítulo 1 do versículo 1 até o 11

    Lm 1:1, onde discuto as três deportações. De 588 e 586 A. C., o exército babiiônico desgastou as defesas da cidade de Jerusalém. O Egito fez uma tentativa inútil de ajudar Judá. A maior parte das cidades judaicas foi esmagada (ver Jr 34:6,Jr 34:7). Jerusalém, finalmente, ficou sozinha. Os ataques contínuos minaram cs alicerces da sociedade. Mães famintas comeram os próprios filhos (ver Lm 2:20 e Lm 4:10). Ironicamente, a idolatria entre os judeus continuou a florescer, enquanto a população, desesperada, clamava ao panteão de deuses em busca de livramento. A 18 de julho de 586 A. C., o cerco da cidade chegou a um fim abrupto. As muralhas foram rompidas e o exército babiiônico entrou na cidade (II Reis 25:2-4). Zedequias e alguns poucos elementos pertencentes à elite da sociedade judaica tentaram fugir, mas foram capturados. Os príncipes foram mortos e os filhos de Zedequias foram executados, enquanto ele foi forçado a contemplar a cena. Em seguida, ele foi cegado e posto na prisão pelo resto de sua vida. Ver II Reis 25:4-7 e Jer. 52:7-11. Jerusalém transformou-se em completa ruina, o templo foi saqueado, os vasos sagrados foram levados para a Babilônia, e o que podia queimar foi incendiado. Jer. 52 fornece-nos um sumário desses acontecimentos terríveis.

    Três resultados dessa destruição foram registrados aqui, neste primeiro versículo do livro de Lamentações: 1. Jerusalém ficou quase inteiramente desabitada, 2. A economia foi arruinada. Conforme Ex 22:22; Dt 10:18; 24.19-21; Dt 26:13; Dt 27:19 e Is 1:17. Jerusalém, reduzida à condição de órfã ou viúva, ficou desolada e desesperada. 3. Não restou nenhuma estrutura social. A rainha (a cidade de Jerusalém) tornou-se escrava. A Babilônia era a senhora e impôs taxas a toda a vida e a toda a manifestação de vida dos poucos sobreviventes.

    “O quadro inicial faz-nos lembrar da bem conhecida representação de Judaea capta, uma mulher sentada debaixo de uma palmeira, que aparece nas moedas de metal romanas que foram cunhadas depois da destruição de Jerusalém. O poema de 22 versículos (capitulo Lm 1:1) está dividido em duas porções simétricas (1. vss. 1-11; 2. vss. 12-22)" (Ellicott, in loc.).

    Como jaz solitária. Essa é a postura dos que lamentam pelos mortos. Ver Lm 2:10 e Esd, Ed 9:3. Um sinal da aproximação ou do desenvolvimento de problemas mentais é exatamente esse. A pessoa começa a sentar-se no chão, e não em uma cadeira ou banco. Essa é a postura de uma mente desolada e perturbada.

    Lm 1:2

    Chora e chora de noite. A viuva, ali sentada em sua tristeza, chorou a noite inteira; as lágrimas desciam pelas bochechas; todos os seus amantes (deuses falsos e ex-aliados) a tinham abandonado; seus amigos haviam fugido; ela não contava com simpatizantes nem com consoladores; ela tinha sido atrai-çoada, pois suas alianças com estrangeiros fracassaram; ex-amigos e aliados agora eram inimigos. Os amantes e amigos eram aqueles “estados que tinham apoiado Jerusalém em sua revolta contra a Babilônia” (ver Jr 27:3; 37.5-8). Visto que Jerusalém foi personificada como uma mulher, aquelas nações estrangeiras foram personificadas como amantes libertinos, volúveis e passageiros (conforme o vs. Lm 1:19)” (Theophile J. Meek, in loc.). O termo amante traz à nossa mente o fato de que eia abandonou a Yahweh e voitou-se para a idolatria, cometendo adultério espiritual. Portanto, o crime de Judá foi idolatria-adultério-apostasia. O paganismo no qual ela se envolveu promoveu a prostituição sagrada, o que explica a figura da amante. “Os amantes eram nações como o Egito (ver Jr 2:36), Moabe e outras, com as quais Judá estivera em aliança, mas que agora se voltaram contra ela (conforme Sl 137:7; Eze. 25:3-6 e Jr 40:14, como exemplos da hostilidade dessas nações. Ver especialmente Lm 4:21)” (Ellicott, in loc.). Também estão em vista os ído/os“que ela amava mas que agora não a consolavam (ver Jer. 2:20-25)" (Fausset, in loc.). Alguns de seus anteriores aliados agora se juntaram traiçoeiramente a seus inimigos, contra ela (ver 2Rs 24:2,2Rs 24:7).

    Lm 1:3

    Judá foi levada a exílio. Os poucos sobreviventes judeus foram levados para a Babilônia. Houve três deportações distintas, conforme comento emJr 52:28). Judá foi submetida a trabalhos forçados naquela terra estrangeira, e os judeus não mais tiveram descanso no corpo e na alma. Mas esse foi um processo de purificação. Haveria um retorno a Jerusalém, permitido pelo decreto de Ciro, o poder medo-persa que substituiu a Babilônia. Haveria um novo dia de vitória e labor proveitoso, em favor de Yahweh e de suas instituições, uma vez que a idolatria de Judá tivesse sido expurgada. Conforme este versiculo com Dt 28:65 e ver no gráfico acompanhante os muitos paralelos que o livro de Lamentações tem com o livro de Deuteronòmio. Os cativos estavam sob cerco, mesmo quando já derrotados e em cativeiro. Seus perseguidores continuaram a desfechar ataques.

    ... a apanharam nas suas angústias. “Tendo-a caçado como os homens caçam animais ferozes e levam-nos para lugares estreitos, os babilônios a capturaram" (John Gill, in loc.). “A imagem de roubadores que no Oriente interceptam os viajantes nas passagens estreitas das áreas montanhosas” (Fausset, in loc.).

    Lm 1:4

    Os caminhos de Sião estão de luto. A personificação do país e da cidade foi agora transferida para as estradas e portas de Sião, como se fossem seres vivos. As estradas que conduziam a Sião estavam em lamentação. Houve ocasião em que peregrinos tinham vindo às festas em Jerusalém, um grande santuário religioso durante séculos. Mas agora as coisas estavam tranqüilas. Nenhum homem queria chegar perto do lugar. As portas da cidade foram demolidas e não admitiam a entrada de peregrinos. O dia glorioso havia terminado. Os poucos sacerdotes que não tinham sido mortos ou deportados sentavam-se na cidade, gemendo. Não havia culto para ser celebrado. A idolatria de Judá tinha desqualificado a casta sacerdotal. O próprio templo tinha sido transformado em um montão de ruínas, incendiado e agora jazia desolado (vs. Lm 1:10; ver também Jr 50:28 ; Jr 51:11). Antes as virgens acompanhavam as festividades, provendo cânticos e danças para alegrar a atmosfera. Ver Ex 15:20; Sl 68:25; Jr 31:13. As virgens, como uma classe, tinham sido deportadas e agora povoavam os haréns dos ricos e poderosos da Babilônia. Nada restara que as encorajasse a cantar e dançar. O regozijo tinha morrido. Aquelas jovens mulheres tinham sido “arrastadas" (Revised Standard Version), algo terrível de ser contemplado.

    Lm 1:5

    Os seus adversários triunfam. Os inimigos de Judá tornaram-se seus senhores. Muitos sobreviventes judeus tornaram-se escravos e foram submetidos a trabalho árduo. As mulheres seletas tornaram-se escravas do sexo; as outras foram obrigados a trabalhar arduamente nas casas das damas da Babilônia. Tudo isso aconteceu porque Yahweh estava vingando-se da idola-tria-adultério-apostasia de Judá. A Lei Moral da Colheita segundo a Semeadura (ver a respeito no Dicionário) estava fazendo sua cobrança. Havia muitos pecados para punir, e muita corrupção precisava ser removida do povo. É Yahweh quem controla as atividades dos homens, e é Ele quem intervém com Sua providência negativa e com Sua providência positiva. Ver no Dicionário o artigo chamado Providência de Deus. O teismo bíblico (ver o artigo a respeito) ensina que o Criador continua presente em Sua criação, intervindo, recompensando e castigando. O deísmo, em contraste, ensina que a força criadora (pessoal ou impessoal) abandonou sua criação ao cuidado das leis naturais. Entrementes, a Babilônia estava voando alto às expensas da miséria das nações que ela havia destruído. A especialidade da Babilônia era o genocídio. O poder medo-persa, entretanto, tinha em reserva um dia de prestação de conta para a Babilônia. Conforme este versículo com Dt 28:13,Dt 28:44. Quanto aos muitos paralelos entre o livro de Deuteronômio e o livro de Lamentações, ver o gráfico acompanhante.

    Lm 1:6

    Da filha de Sião já se passou todo o seu esplendor. A filha de Sião (ver sobre esse titulo no Dicionário) aponta para a cidade de Jerusalém. Cf. Lm 2:1,Lm 2:2. Era um comum costume antigo personificar países e cidades como se fossem mulheres. Ver também Lm 2:4,Lm 2:8,Lm 2:10,Lm 2:13,Lm 2:18 e Lm 4:22. Algumas vezes, essa personificação se dá como “filha de Sião” e, outras, como “filha de Jerusalém". Essa mulher sofreu um estupro tanto figurado quanto literal. Ver no Dicionário o verbete intitulado Sião. Essa palavra nos faz lembrar do aspecto espiritual de Jerusalém, que era o local do templo e seu culto a Yahweh. Alguns judeus pensavam que Jerusalém era invencível por causa de seu templo e seu culto (ver Jer. 7:2-15; 26.2-11), mas a apostasia a deixara vulnerável. Ver Jr 50:28; Jr 51:11. Uma vingança especial finalmente ocorrería contra aquela nação (a Babilônia), que ousara arrasar a cidade e o templo de Yahweh.

    A Metáfora do Animal Feroz. Os poucos líderes judeus que tinham sobrevivido aos ataques dos babilônios eram como animais que fugiam do caçador. Eles não tinham lugar para parar, comer ou beber. Estavam exaustos e atemorizados. Esta parte do versículo provavelmente é uma referência à fuga de Zedequias, na companhia de alguns elementos da elite judaica (ver 2Rs 25:5; Jr 39:5). Os perseguidores não permitiram que eles chegassem muito longe. Zedequias foi forçado a contemplar a execução dos próprios filhos. Ato continuo, ele foi cegado e lançado na prisão pelo resto de seus dias. Os príncipes judeus foram executados em Ribla (ver Jr 52:10,Jr 52:11).

    Lm 1:7

    Agora nos dias da sua aflição e do seu desterro. “Como se o trauma físico não bastasse, a angústia mental também assediava os habitantes de Jerusalém. O povo dessa cidade lembrava todos os tesouros que lhe pertenciam, nos dias antigos. Seu presente estado de ruína e ridículo contrastava fortemente com sua glória anterior — e Jerusalém se consolava ao lembrar o que antes lhe pertencera. Tendo caído nas mãos de seus inimigos (vss. Lm 1:2,Lm 1:3 e 5,6), ela se tornou motivo de risos” (Charles H. Dyer, in loc.). “Ela estava sofrendo e sem pátria. Relembrava todas as coisas preciosas que possuía no passado. Lembrava como o seu povo tinha sido derrotado pelo inimigo. Não havia quem a ajudasse. Quando seus inimigos a viam, eles se riam de vê-la arruinada” (NCV).

    Fizeram escárnio da sua queda. Outra tradução diz “fizeram escárnio de seus sábados”. Se essa tradução está certa, então devemos lembrar que as nações pagãs se riam do povo de Israel por guardar o sábado, o sinal do pacto mosaico (comentado na introdução a Êxo. 19). Alguns estudiosos supõem que a razão pela qual o cativeiro babilõnico durou 70 anos fosse que, durante 490 anos 1srael negligenciou a guarda do sábado da terra, que ocorria a cada sete anos. Portanto, divida-se 490 por 7, e o resultado será de 70 sábados anuais negligenciados. Os pagãos, pois, zombavam de Judá, na Babilônia, enquanto descontavam 70 anos sabáticos. A versão siriaca diz “ruina” em vez de “sábados”, e alguns supõem que assim dizia o texto original dos manuscritos hebraicos, antes do aparecimento do texto massorético. Ver no Dicionário o artigo Massora (Massorah); Texto Massorético.

    Algumas vezes, as versões (mormente a Septuaginta) preservam um texto mais antigo do que o do texto massorético, o texto hebraico padronizado. Os Papiros do Mar Morto (que representam um texto hebraico mais antigo do que o texto massorético) confirmam esse fenômeno. Parece que 5% do texto massorético estão defeituosos, e suas deficiências algumas vezes podem ser corrigidas mediante a comparação das versões. Devemos lembrar que essa porcentagem foi traduzida de manuscritos hebraicos. De fato, é digno de nota que os manuscritos existentes da Septuaginta são cerca de 500 anos mais antigos que os manuscritos hebraicos sobre os quais estão estribados os manuscritos pertencentes ao texto massorético. Os manuscritos hebraicos dos Papiros do Mar Morto algumas vezes dão apoio à Septuaginta, e não aos textos hebraicos padronizados. Ocasionalmente, dão apoio à Vulgata, ao siríaco e a outras versões contra o texto massorético, quando esses manuscritos não contam com o apoio da Septuaginta. Algumas vezes, as versões, de modo geral, concordam contra o texto massorético. Portanto, esse texto não pode ser equiparado ao original hebraico. Mas os intérpretes preguiçosos com frequência fazem essa equação.

    Lm 1:8

    Jerusalém pecou gravemente. Jerusalém, a cidade prostituta, teve sua nudez revelada perante os olhos do mundo inteiro e caiu em desgraça total. Seus amantes a abandonaram (vs. Lm 1:2). Os severos julgamentos de Yahweh revelaram o que ela realmente era: uma mulher idólatra-adúltera-apóstata. A adúltera, pois, fazia seus olhos voltar-se para longe dos olhares que a rodeavam, vendo-a sofrer as agonias de seu castigo. Estando poluída por seus pecados, ela tinha sido rejeitada da congregação de Deus como se fosse uma coisa imunda. Ver no Dicionário o artigo chamado Limpo e Imundo. O Targum refere-se correta e especificamente aqui à idolatria como o pecado cardeal de Jerusalém. O hebraico diz, literalmente, “pecou um pecado”, que é uma construção gramatical enfática. A mulher adúltera virou a cabeça para outro lado e afastou-se, envergonhada. Cf. Is 42:17.

    Lm 1:9

    A sua imundícia está nas suas saias. “O quadro da polução é levado ao mais nojento extremo. A própria saia da mulher estava contaminada" (Ellicott, in loc.), visto que ela estava poluindo as próprias roupas. A mulher estava tão imunda que contaminava as próprias vestes! A corrupção dela chegava até os pés, a extremidade inferior de sua saia. "... a terra estava contaminada peia pecaminosidade dela, até suas fronteiras mais longínquas" (Adam Clarke, in loc.). “A alusão é a uma mulher menstruada... cujo sangue desce saia abaixo” (John Gill, in loc.). Nada existe de extremadamente pudico na Bíblia! O Targum afirma que o sangue da mulher não fora limpo porque ela não se tinha arrependido.

    O estado de imundícia dela atraiu cães babilônios que vieram lamber-lhe o sangue, ou seja, reduzi-la a nada pelo assassinato e pelo saque. E não houve consolador. Nenhum aliado saiu em seu socorro, mas a deixaram exposta à violência. Ela clamou para que Yahweh observasse sua deplorável situação e a ajudasse, mas Ele ignorou aqueles apelos. Ela não pensou na condenação que atinge tais pessoas, pelo que nada fez para evitar a calamidade.

    Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta...

    (Ap 2:5)

    Lm 1:10

    Estendeu o adversário a sua mão. O inimigo não parou diante do saque ordinário. Ele estendeu a mão contra as “coisas preciosas”, isto é, contra os tesouros e vasos do templo, que eram sagrados para as tradições hebréias. O santuário foi invadido, saqueado, arrebentado, e o que podia queimar foi incendiado (ver Jr 52:13). O povo tinha confiado tolamente do templo de Jerusalém como proteção, como se a sua presença os tornasse invencíveis. Ver Jer. 7:2-15; 26.2-11. O templo não era nenhum talismã gigantesco nem um encanto de boa sorte. Mostrou ser extremamente vulnerável à violação da parte de estrangeiros, uma vez que Judá tinha apostatado. Pedras em nada protegiam o povo. A desobediência atraiu a destruição. A iei de Moisés não permitia que estrangeiros (não-convertidos) tivessem acesso ao templo (ver Deu. 23:1-3), mas a violação da lei quebrou o poder dessa proibição. Israel tinha sido feita nação distintiva, separada das nações, mediante a possessão e prática da lei mosaica (ver Deu. 4:4-8), mas quando, por causa da idolatria, perdeu sua distinção, também atraiu severo julgamento divino.

    Ver 2Cr 36:10,2Cr 36:19 quanto à preciosidade do templo e de seus vasos. A profanação arruinou a preciosidade da fé, primeiramente a deles, e depois a dos babilônios pagãos.

    Lm 1:11

    Todo o seu povo anda gemendo. A terrível tríade da guerra, a saber, espada, fome e pestilência, tomou conta de Jerusalém. Essa combinação é comum no livro de Jeremias. Quanto a alguns poucos exemplos, ver Jr 5:12; Jr 14:12; Jr 16:4; Jr 32:24 ; Jr 42:17. O potencial agrícola foi destruído, juntamente com a maior parte dos agricultores. As pessoas andavam à cata do pão, a fim de escapar da fome e da morte. Os que tinham alguma possessão depois do temível saque efetuado pelo exército babilõnico agora davam essas possessões em troca de alimentos. Algumas mulheres chegaram a comer os próprios filhos (ver Lm 2:20; Lm 4:10). Desprezada pelos homens e por Deus, Jerusalém foi deixada a sofrer sua horrível sorte. Conforme Jr 37:21; Jr 38:9; 2Rs 6:25. Ver também Lm 1:1; Lm 2:20 ; Lm 4:10.

    Tudo quanto o homem tem dará pela sua vida.

    (2:4)


    Genebra

    Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
    Genebra - Introdução ao Livro de Lamentações de Jeremias
    O Livro das LAMENTAÇÕES

    Autor

    Tradicionalmente atribui-se o livro das Lamentações ao profeta Jeremias. Isso foi válido pelo menos a partir da data da Septuaginta, a tradução grega do Antigo Testamento (c. 250 a.C.), onde uma nota sobre a autoria do livro pelo profeta aparecia como título antes do primeiro versículo. A idéia de Jeremias como seu autor pode ter sido encorajada por 2Cr 35:25, onde se lê que Jeremias compôs lamentações para o rei Josias. No livro propriamente dito não há indícios diretos de que Jeremias seja seu autor, embora algumas passagens do texto lembrem nitidamente as características e estilo desse profeta, especialmente o capítulo 3 (Lm 3:48-51; Jr 14:17). Contudo, como o livro se compõe de cinco poemas que diferem ligeiramente em estilo, às vezes parecendo ser expressos por um indivíduo (cap.
    3) e às vezes por toda uma comunidade (cap. 5), os poemas podem ter sido produzidos por escritores diferentes.

    Data e Ocasião

    Entretanto, a ligação entre as Lamentações e Jeremias continua muito plausível, não apenas pela ocorrência de expressões similares, mas também pela sua localização [espacial e temporal] e pelo tema dos poemas. O lugar é sem sombra de dúvida Judá, em especial Jerusalém, e mais especificamente o período após a queda do reino de Judá em poder da Babilônia em 586 a.C. e antes da restauração dos exilados em 538 a.C. O lamento concernente à perda do rei de Judá (2.2,9), diferente de outras devastações de Jerusalém, fixa este período como a ocasião das lamentações.

    Sua localização durante o período do exílio na Babilônia torna o livro das Lamentações uma seqüência perfeita do livro de Jeremias. Da mesma forma que o profeta havia previsto a destruição de Jerusalém, o livro das Lamentações expressa sofrimento em razão desse mesmo acontecimento.

    Características e Temas Os cinco capítulos do livro são cinco poemas. Esses poemas assumem a forma de lamentações, o mesmo acontecendo em outros livros do Antigo Testamento, especialmente nos Salmos. As lamentações (tanto da comunidade quanto do indivíduo) possuem algumas características peculiares, dentre as quais as mais comuns são: (a) queixa contra as adversidades, que o Senhor ou tolerara ou mesmo causara; (b) testemunho de confiança; (c) apelo pelo livramento fundamentado na natureza do Senhor e em sua aliança; e (d) certeza de serem ouvidos, e de que os inimigos e perseguidores, por outro lado, experimentarão a ira de Deus (Sl 74). O livro das Lamentações possui essas marcas características, embora representem um conjunto único de variações sobre elas. É às vezes comparado com um tipo específico de lamento, o lamento fúnebre (Am 5:1-3), mas não se encaixa bem nessa categoria, porque Jerusalém não é retratada uniformemente como “morta”.

    O livro das Lamentações é a mais clara evidência de métrica na poesia hebraica , e parece utilizar um verso de cinco sílabas métricas divididas em três e dois. Essa métrica é chamada qinah, derivada do nome hebraico para Lamentações e é mais freqüentemente encontrado em poemas de caráter melancólico como esses.

    Uma segunda forma poética encontrada nas Lamentações é o acróstico, em que os versos ou conjuntos de versos são dispostos de acordo com as vinte e duas letras do alfabeto hebraico. Cada novo verso ou grupo de versos se inicia com a letra subseqüente. Esse método talvez indique que o poeta está tratando o assunto de forma completa. O acróstico empresta ainda uma forma para a expressão literária do pesar, permitindo ao seu autor tratar de temas que são quase profundos demais para serem expressos por palavras.

    O propósito das Lamentações não pode ser definido em uma única palavra. De certa forma sua produção foi em si mesma uma forma de chegar a um acordo sobre a destruição de Sião. O enfoque é da ira de Deus contra seu povo. A ira de Deus é considerada justa, Judá pecou, e os profetas transmitiram o aviso de Deus. Amós havia falado muito tempo antes sobre o dia do Senhor contra o seu povo (Am 5:18), dia este que agora havia chegado (Lm 1:12). O livro das Lamentações não expressa uma total perplexidade, como às vezes parece acontecer em Jó. Ao invés disso, justifica a punição de Judá e oferece uma vingança aos profetas que a prenunciaram.

    As Lamentações são tudo menos um texto de passiva resignação. A ira de Deus é aceita, mas não sem uma grande carga de resistência emocional. Poderia Deus agir como inimigo de seu próprio povo, e levá-lo a terrores que são penosos até de se descrever (2.4,5,20-22)? Embora o escritor compreenda a justiça de Deus, a agonia e perplexidade do acontecimento podem ser livremente expressas. O livro é uma mensagem poderosa em tempos de angústia e tristeza.

    Apesar de sua angústia, o poeta do Exílio é capaz de afirmar que Deus é misericordioso e fiel (3.22-36). Essa é a aliança do Deus de Abraão, de Isaque, de Jacó, cuja fidelidade aos patriarcas era o fundamento constante para novos apelos a Israel e Judá para que depositassem nele sua confiança (Mq 7:20). As Lamentações podem ser consideradas, no Antigo Testamento, juntamente com o próprio Abraão, talvez, como um dos exemplos supremos de fé em Deus. Jeremias profetizara que haveria um fim definitivo para o exílio na Babilônia (Jr 25:11). Lamentações anseia por esse dia, e espera também que os inimigos de Judá sejam julgados por seus crimes contra ela. Nessa esperança há um reconhecimento da soberania de Deus sobre todas as nações, soberania essa que abarca todos os mistérios (3.37-39). Nos dias que antecedem ao seu próprio grito de abandono (Mt 27:46) e o mistério de seu sofrimento redentor, o próprio Jesus faz um lamento sobre Jerusalém (Mt 23:37-39; Lc 13:34,35). A solenidade e a compaixão de suas palavras expressam a bondade e a severidade de Deus, que assegura a boa nova (Rm 11:22, 23).

    As Lamentações apontam para além da humilhação ou Jerusalém, ou seja, para a humilhação e exaltação de Cristo. Com base nisso, o mundo pode estar certo de que Deus é bom e que ele agirá com bondade no devido tempo... “para a alma que o busca” (3.25).

    Esboço do Livro das Lamentações

    I. Jerusalém, grande no passado, mas agora devastada (cap. 1)

    II. A ira de Deus contra Judá (cap. 2)

    III. O sofrimento do povo (cap. 3)

    IV. A degradação de Sião (cap. 4)

    V. Desastre e petição (cap. 5)



    O caminho para a Renovação (5.21)

    Pecado Õ Sofrimento (1.8)

    Tristeza Õ Arrependimento(1.20)

    Oração Õ Esperança (3.19-24)

    Fé Õ Restauração (5.21)


    Genebra - Comentários de Lamentações de Jeremias Capítulo 1 do versículo 1 até o 22
    *

    1.1-22 A cidade escolhida de Sião, antes exaltada, agora estava humilhada.

    * 1:1

    Como jaz solitária. Este primeiro versículo mostra qual o tema da lamentação: a perda da grandeza por parte de Jerusalém. A cidade, antes favorecida, agora estava desolada, devido ao saque efetuado pelos babilônios (Is 1:21-26).

    como viúva. A viuvez e a solidão (Jr 15:17) são quadros típicos do abandono.

    sujeita a trabalhos forçados. A servidão é contra o verdadeiro desígnio de Deus para Israel. Os israelitas tinham-se tornado uma nação quando Deus os libertou da escravidão no Egito, para que o pudessem servir (Dt 6:20-25; Jr 2:14; Dt 15:12-18). As bênçãos de quem vivia na Terra Prometida e trabalhava de conformidade com a Lei, foram substituídas pela punição no exílio e nos trabalhos forçados (Dt 28:47-50), porquanto o povo com freqüência tinha quebrado a aliança que eles haviam aceitado ao deixar o Egito (Êx 24:7,8).

    * 1:2

    todos os que a amavam. Expressão com freqüência usada ironicamente para os vizinhos idólatras de Judá, com os quais essa nação voluntariamente se ligou (Jr 3:1).

    não tem quem a console. Ver também os vs. 7,9,16. Isso deve ser comparado com o consolo prometido em Is 40:1. Aqui não há limitações para os efeitos das devastações provocadas pelos babilônios.

    * 1:3 Quanto à queda de Judá, ver 2Rs 24:20—25.30; Jr 39:45-52.

    foi levado a exílio. Essa era a humilhação máxima do povo em aliança com Deus (Dt 28:63-68).

    não acha descanso. A aliança divina havia prometido descanso em relação aos inimigos (Dt 12:9; 2Sm 7:1; conforme Dt 28:65).

    * 1:4

    A vida regular de adoração, no antigo povo de Israel, foi retratada aqui.

    Os caminhos de Sião. Pessoas que viviam distantes percorriam esses caminhos na sua peregrinação para o templo (Sl 84:5).

    à reunião solene. As principais reuniões anuais para a adoração eram as Festas da Páscoa, do Pentecoste e da colheita (Êx 23:14-17; Lv 23:4-44). Jerusalém ficava então apinhada de gente, e os sacerdotes presidiam sobre as vibrantes celebrações.

    as suas virgens estão tristes. Esse é um sinal de derrota; contrastar com Jr 31:13.

    * 1:5

    os seus inimigos prosperam. Ver outros queixumes em Jr 12:1; Sl 73. Aqui o queixume aparece juntamente com uma confissão de pecados. Conforme os profetas tinham predito, a infidelidade de Judá levou a nação à ruína.

    * 1:6

    Da filha de Sião. Essa frase personifica Jerusalém (Jr 6:2); contudo, talvez também aluda às mulheres da cidade, que sentiam a angústia da mesma de forma mais aguda.

    * 1:7

    lembra-se Jerusalém. Uma vez mais, o amargo presente contrasta com um tempo anterior, mais feliz, possivelmente os tempos de Davi e Salomão.

    * 1:8

    Jerusalém pecou. Aqui é desenvolvida a idéia do pecado como a causa do exílio, primeiramente mediante o uso de figuras de linguagem de impureza ritual.

    se tornou repugnante. Essa palavra provavelmente refere-se à menstruação (Lv 15:19-33). A conseqüência do pecado de Judá foi semelhante, se não mais severa: ser excluída da adoração a Deus, e, talvez, também a humilhação pública (conforme Jr 13:22,26).

    * 1:9

    A sua imundícia. Essas palavras intensificam a figura de linguagem de imundícia ritual.

    Vê, SENHOR. Sião foi personificada pela primeira vez, introduzindo um elemento de apelo dirigido ao Senhor, uma parte normal da forma de lamentação (Introdução: Características e Temas).

    * 1:10

    no seu santuário. O templo deveria atrair as nações à adoração ao Deus de Israel (1Rs 8:41-43), mas agora invasores o deixaram contaminado.

    * 1:11

    Todo o seu povo... forças. O quadro de desolação torna-se vívido, ficando entendido que havia escassez de alimentos.

    * 1:12

    a todos vós que passais... se há dor igual à minha. Os sofredores imaginavam que seus sofrimentos eram sem precedentes. No entanto, ninguém parecia ter compaixão deles.

    no dia do furor da sua ira. Essa expressão é uma lúgubre confirmação da profecia de Amós de que no dia do Senhor a sua ira seria contra o seu próprio povo (Am 5:18).

    * 1:13

    enviou fogo. Sião reconhecia que o próprio Senhor havia afligido o seu povo (13 19:88-18'>Sl 88:13-18).

    * 1:15

    O Senhor dispersou. O Senhor, anteriormente um guerreiro em defesa de Israel (Dt 9:1-3), agora fez voltar o seu poder contra o seu próprio povo.

    * 1.16

    afastou de mim o consolador. Não havia quem ajudasse Judá, ninguém para consolar a nação — um tema dominante nestes versículos (2, 7, 9 e 17).

    * 1:17

    Jacó. Um nome histórico para Israel, derivado do nome de seu antepassado (Gn 32:38).

    os seus vizinhos se tornem seus inimigos. A presença de Judá como algo imundo entre as nações falsifica seu papel originalmente planejado de testemunha da santidade de Deus (Êx 19:5,6).

    * 1:18

    Justo é o SENHOR. Sião justifica a punição aplicada pelo Senhor ao reconhecer o seu pecado. No entanto, o pensamento muda de novo, rapidamente, para a sua escravidão.

    * 1:19

    os meus amigos. Falham na hora da necessidade.

    * 1:21

    os meus inimigos. Sião apelou para o Senhor por causa da satisfação demoníaca dos inimigos. Seus insultos eram profundamente ofensivos para a posição de Judá como povo em comunhão com Deus segundo a aliança — e, por conseguinte, para o próprio Deus.

    o dia. O dia do Senhor tornava-se agora um dia de terror para os inimigos de Sião. O lamento de Sião segue o padrão profético, em que os inimigos que administram o castigo divino finalmente chegam a sofrer eles mesmos (Jr 25:15-38).

    * 1:22

    Venha... minhas prevaricações. Finalmente, Sião assevera que seus inimigos merecem condenação tanto quanto ela mesma.

    os meus gemidos. A petição para Deus punir, entretanto, não diminui as profundas angústias de Sião.


    Matthew Henry

    Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
    Matthew Henry - Introdução ao Livro de Lamentações de Jeremias
    Lamentações

    DADOS ESSENCIAIS

    PROPÓSITO:

    Ensinar ao povo que desobecer a Deus provoca o desastre, e mostrar que ele sofre quando seu povo sofre

    AUTOR:

    Jeremías

    DATA:

    Pouco depois da queda de Jerusalém em 586 a.C.

    VERSÍCULO CHAVE:

    < Meus olhos desfaleceram de lágrimas, comoveram-se minhas vísceras, meu fígado se derramou por terra a causa do quebrantamento da filha de meu povo. Quando desfalecia o menino e o que mamava, nas praças da cidade > (2.11).

    PESSOAS CHAVE:

    Jeremías, o povo de Jerusalém

    LUGAR CHAVE:

    Jerusalém

    CARACTERÍSTICAS PARTICULARES:

    Três ramos do pensamento hebreu se agrupam em Lamentações: a profecia, o ritual e a sabedoria. Lamentações se escreveu com o ritmo e o estilo dos antigos cânticos ou cantos fúnebres judeus. Contém cinco poemas que correspondem aos cinco capítulos (veja-a nota a 3.1ss).

    AS LÁGRIMAS se definem simplesmente como < gotas de fluido salino que segregam os olhos >. Podem ser causa de irritação ou risada, mas pelo general se associam com o pranto, a tristeza e a dor. Quando choramos, nossos amigos se perguntam o que anda mau e tratam de nos consolar. Os bebês choram por fome, os meninos pela perda de um mascote e os adultos quando se enfrentam a um trauma ou à morte.

    A dor do Jeremías impregnava fundo. Lhe chamou < o profeta chorão >, suas lágrimas fluíam de um coração quebrantado. Como porta-voz de Deus, sabia o que esperava ao Judá, sua nação, e a Jerusalém, a capital e < cidade de Deus >. O julgamento de Deus cairia e viria a destruição. E por isso Jeremías chorou. Suas lágrimas não se deviam ao egoísmo, dor por seu sofrimento pessoal nem a uma perda. Chorou porque o povo rechaçou a seu Deus: que os criou, amou e procurou benzê-los em múltiplos ocasione. Seu coração se quebrantava porque sabia que a maldade e o egoísmo do povo lhes traria muito sofrimento e um cativeiro prolongado. As lágrimas do Jeremías eram de empatia e simpatia. Seu coração estava ferido com as coisas que quebrantam o coração de Deus.

    Os dois livros do Jeremías se centram em um fato: a destruição de Jerusalém. O livro do Jeremías o prediz e Lamentações reflete sobre o mesmo. Conhecido como o livro das lágrimas, Lamentações é uma canção lúgubre e fúnebre escrita para a cidade queda de Jerusalém.

    O que faz chorar a uma pessoa diz muito a respeito dela, já seja que for egoísta ou que tuviere a Deus em seu coração. O livro de Lamentações nos permite ver o que entristeceu ao Jeremías. Como um dos servos escolhidos de Deus, permaneceu sozinho na profundidade de suas emoções, em seu interesse pela gente, em seu amor pela nação e em sua devoção a Deus.

    O que provoca em você lágrimas? Chora porque feriram seu amor próprio ou porque os que lhe rodeiam pecam e rechaçam a Deus, quem os ama profundamente? Chora porque perdeu algo que lhe dá prazer ou porque a gente que o rodeia sofrerá ao seguir pecando? Nosso mundo está cheio de injustiça, pobreza, guerra e rebelião contra Deus, todo o qual deve nos comover até as lágrimas e nos respirar a atuar. Leia Lamentações e aprenda o que significa lamentar-se com Deus.

    Bosquejo

    1. Jeremías se lamenta por Jerusalém (1.1-22)

    2. A ira de Deus pelo pecado (2.1-22)

    3. Esperança em meio da aflição (3.1-66)

    4. satisfaz-se a ira de Deus (4.1-22)

    5. Jeremías roga por restauração (5.1-22)

    Jeremías se aflige profundamente pela destruição de Jerusalém e a devastação de sua nação. Entretanto, na metade do livro, nas profundidades de sua dor, há um raio de esperança. A compaixão de Deus sempre está presente. Sua fidelidade é grande. Jeremías se dá conta de que solo a misericórdia do Senhor evitou uma aniquilação total. Este livro nos mostra as graves conseqüências do pecado do homem e como até podemos ter esperança em meio da tragédia devido a que Deus pode convertê-la em bem. Vemos a importância eterna da oração e a confissão do pecado. Todos nos enfrentaremos à tragédia em nossas vidas. Mas em meio de nossas aflições, há esperança em Deus.

    Megatemas

    TEMA

    EXPLICAÇÃO

    IMPORTÂNCIA

    Destruição de Jerusalém

    Lamentações é um triste cântico fúnebre para a grande cidade capital dos judeus. Destruíram o templo, o rei partiu e o povo estava em cativeiro. Deus lhes advertiu que os destruiria se o abandonavam. Agora, depois de tudo, o povo se deu conta de sua condição e confessou seu pecado.

    As advertências de Deus são justificadas. Fez o que disse. Seu castigo pelo pecado é certo. Solo ao confessar e renunciar ao pecado podemos nos voltar para ele para que nos libere. É muito melhor fazê-lo antes de que se cumpram suas advertências.

    Misericórdia de Deus

    A compaixão de Deus obrava mesmo que os israelitas experimentavam a aflição de seus conquistadores babilonios. Apesar da infidelidade do povo, a fidelidade de Deus foi grande. Utilizou esta aflição para fazer que seu povo voltasse para ele.

    Deus sempre será fiel a seu povo. Sua obra misericordiosa e purificadora é evidente até na aflição. Nesses momentos, devemos orar para pedir perdão e logo ir a ele para que nos libere.

    Conseqüências do pecado

    Deus estava molesto pela rebelião prolongada de seu povo. O pecado causou a miséria do povo e a destruição foi o resultado de seu pecado. A destruição mostra a vaidade da glória e a soberba humanas.

    Continuar em rebelião contra Deus é provocar o desastre. Nunca devemos confiar em nossa liderança, recursos, inteligência nem poder mais que em Deus. Se o fizermos, sofreremos efeitos similares aos de Jerusalém.

    Esperança

    A misericórdia de Deus ao salvar a vida de algumas pessoas do povo oferece esperança de dias melhores. Um dia o povo seria restaurado a uma relação verdadeira e fervente com Deus.

    Só Deus pode nos liberar do pecado. Sem ele não há consolo nem esperança para o futuro. devido à morte de Cristo por nós e sua promessa de retornar, temos uma esperança resplandecente para o manhã.


    Matthew Henry - Comentários de Lamentações de Jeremias Capítulo 1 do versículo 1 até o 22
    1:1 Este é o cântico de dor do Jeremías pela destruição de Jerusalém. A nação do Judá ficou derrotada totalmente, o templo destruído e os cativos levados a Babilônia. As lágrimas do Jeremías eram pelo sofrimento e a humilhação do povo, mas impregnaram ainda mais fundo em seu coração. Chorou porque Deus rechaçou ao povo como rebelde. Cada ano se lia este libero em voz alta para que os judeus recordassem que sua grande cidade caiu devido a seu pecaminosidad obstinada.

    1:2 O termo amantes se refere a nações tais como o Egito, a qual Judá constantemente pediu ajuda. Quando os babilonios cercaram Jerusalém, a nação do Judá se separou de Deus e em seu lugar procurou a ajuda e amparo de outras nações.

    1:9 A advertência era forte e clara: Se Judá jogar com fogo, o povo se queimará. Jerusalém se arriscou bobamente e perdeu, negando-se a acreditar que a vida imoral trazia consigo o castigo de Deus. A conseqüência final do pecado é o castigo (Rm 6:23). Podemos decidir passar por cima as advertências de Deus, mas tão seguro como o julgamento de Deus veio sobre Jerusalém, assim virá sobre quem o desafia. Escuta você a Palavra de Deus? Obedece-a? A obediência é um sinal seguro de seu amor pelo.

    1:14 Ao princípio, o pecado parece nos dar liberdade. Mas a liberdade para fazer algo que queiramos pouco a pouco se converte em um desejo de fazê-lo tudo. Logo nos voltamos escravos do pecado e ficamos atados a seu jugo. A liberdade da escravidão do pecado procede sozinho de Deus. O nos libera, não para fazer algo que queiramos, a não ser para fazer o que Sabe é melhor para nós. Tão estranho como posso parecer, a verdadeira liberdade surge por obedecer a Deus: seguir sua direção para assim receber o melhor do.

    1:16 Deus é o Consolador, mas devido aos pecados do Israel, teve que apartar-se e converter-se em seu Juiz.

    1:19 Os amantes de Jerusalém não puderam vir em sua ajuda porque, ao igual a Jerusalém, não procuraram deus. Mesmo que pareciam fortes, realmente eram fracos porque Deus não estava com eles. A ajuda confiável unicamente vem de um cujo poder provenha de Deus. Quando procurar um bom conselho, recorra a cristãos que obtêm sua sabedoria do Deus que todo sabe.

    1:22 Babilônia, mesmo que pecadora, foi o instrumento que Deus usou para castigar ao Judá e a Jerusalém, seu capital. O povo de Jerusalém clamou a Deus para que castigasse à malvada Babilônia da mesma maneira em que os castigou a eles ("faz com eles como fez comigo"). Deus o faria, já que tinha ditado sentença de julgamento sobre Babilônia (veja-se Jr 50:1-27).


    Wesley

    Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
    Wesley - Introdução ao Livro de Lamentações de Jeremias

    O Livro das Lamentações

    Por Bert Harold Salão

    Esboço


    Wesley - Comentários de Lamentações de Jeremias Capítulo 1 do versículo 1 até o 22

    I. a cidade devastada (Lm 1:1 , lamentando sua condição triste e impotente); no segundo movimento da cidade fala por si mesma (vv.


    Wiersbe

    Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
    Wiersbe - Introdução ao Livro de Lamentações de Jeremias
    Não apresentaremos esboço para esse livro. Trata-se de uma coletânea de "poemas fúnebres" que registram a destruição de Jerusalém e do templo. Ele foi escrito na forma de acrós- tico: nos capítulos 1, 2, 4 e 5, cada um dos 22 versículos inicia-se com as sucessivas letras do alfabeto hebraico; no capítulo 3, a letra foi posta a cada três versículos. Nenhum outro livro da Bíblia revela, como esse, o sofrimento do co-ração de Deus com o pecado. Veja Jr 13:17 e Mt 23:36-40.

    Lamentações 1-5

    Essa é uma coletânea de cinco "la-mentações" ou "hinos fúnebres", um memorial à queda de Jerusalém ante a Babilônia, em 586 a.C. Je-remias testemunhou esse aconteci-mento trágico. Seu coração partiu- se quando viu Jerusalém e o templo destruídos, as pessoas mortas, e os prisioneiros levados em cativeiro para a Babilônia. Ao longo do livro, vemos o pranto do profeta. Apren-demos, com esse livro, cinco lições importantes a respeito de Deus e sua vontade.

    I. A terribilidade do julgamento de Deus (1:1-6)

    Esses versículos comparam Jerusa-lém a uma princesa ou rainha que foi abandonada de repente e de quem roubaram todas as riquezas e a beleza. Ela foi plena; agora, está vazia. Ela foi honrada; agora, está desgraçada. As lágrimas substituí-ram sua alegria, suas grandes vi-tórias perderam-se na derrota. Por quê? Em vez de amar Jeová, ela teve muitos "amantes" (v. 2, NVI) e cor-tejou os deuses falsos das nações pagãs. Agora, as nações inimigas tornaram-se suas inimigas.

    O pecado sempre traz sofri-mento e tragédia. No capítulo 2, Jeremias explica que Deus não era mais amigo da nação, mas inimi-go. Outrora, ele lutou as guerras do povo, mas agora era muito tarde. Leia a triste descrição da mulher faminta comendo o próprio filho (2:20; 4:10; e veja Jr 19:9). Jerusa-lém perdeu não apenas sua alegria, riqueza e beleza, mas também seu testemunho. Todos os pagãos riem dela (2:15-16). Sem dúvida, isso se aplica aos cristãos de hoje: a dis-ciplina de Deus por apostasia não é uma experiência fácil. O pecado sempre traz perda para o pecador.

    II. A justiça da ira de Deus (1:18-22)

    O profeta clama que o povo está co-lhendo o que plantou. O julgamento horrível é apenas o que a cidade e a nação merecem. "Não obedecestes à voz do Senhor." A rebelião sempre traz disciplina; vejaHe 12:1-58 para verificar sua mensagem de advertência. A descrição da crença da nação em mentiras encontra-se em Jr 5:30-24. A passagem soa muito contemporânea. Jere-Mq 6:13-33 compara os falsos profetas com médicos que afastam os sintomas, mas não curam a do-ença. Veja 8:11,21-22. Em 23:9ss, Jeremias explica o que acontece quando as pessoas rejeitam a verda-de da Palavra de Deus e acreditam nas mentiras dos homens. No entan-to, a verdade da Palavra do Senhor permanecerá, exatamente como aconteceu na época de Jeremias. Já chegou o tempo em que as pessoas não suportam a "sã doutrina"; ao contrário, querem pregadores que cocem seus ouvidos e entretenha-os com mensagens de afirmações fal-sas (2Tm 4:1-55). Sem dúvida, Deus julgará este mundo, apesar do que digam os falsos profetas.

  • A brandura do coração de Deus (1:12-16)
  • Com certeza, Jeremias revela-nos o coração partido de Jeová pelos pecados de seu povo. O julgamen-to é a "obra estranha" de Deus (Is 28:21); ele a faz com tristeza. Mes-mo quando disciplina seu povo, ele está com ele em seu sofrimento (Is 63:9). "O Senhor repreende a quem ama." As lágrimas de Jeremias lem-bram-nos que o Senhor ama os seus, mesmo que se rebelem, e que esse amor não muda. Jeremias pergunta às pessoas que caminham pelas ruí-nas: "Não vos comove isto, a todos vós que passais pelo caminho?". Nesse versículo, podemos ouvir a voz de Jesus Cristo enquanto estava pendurado na cruz pelos pecados do mundo. Você se lembra de que ele chorou por causa de Jerusalém e de seu julgamento por vir?

    Deus, em amor, advertiu o povo a respeito de seus pecados e de seu julgamento iminente. Na verdade, o Senhor, desde a época de Moisés, advertia Israel de que não seguisse deuses falsos (veja Lv 26 e Dt 28:0). Ele é fiel para nos socorrer, quando temos far-dos e problemas (He 2:1 He 2:7-58). Podemos entregar nossa vida e alma nas mãos fiéis do Criador (1Pe 4:19) e saber que ele fará bem todas as coisas.

    Deus, em sua misericórdia, poupou um remanescente de Judá, protegeu-o e abençoou-o durante os anos de cativeiro e, depois, per-mitiu que retornasse à sua terra. Ele capacitou-o para reconstruir o tem-plo e protegeu-o das nações pagãs que odiavam os judeus. Como Deus foi misericordioso com seu povo! Como ele é misericordioso conosco hoje!

    Em épocas de turbulência, precisamos imitar Jeremias, que tirou os olhos de si mesmo e le-vantou-os para o Senhor e esperou nele com paciência e fé (3:24-26). Com freqüência, olhamos para nós mesmos e para os nossos proble-mas e ficamos tão desencorajados que desistimos. Em vez de fazer isso, devemos olhar "firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus" (Hb 12:1 -2) e deixar que ele nos ajude. É difícil esperar no Se-nhor. Nossa natureza caída anseia por atividade, e, em geral, o que fazemos apenas piora as coisas. Je-remias esperou no Senhor, confiou na misericórdia dele e dependeu da fidelidade dele. Ele conhecia a verdade deIs 40:31: "Mas os que esperam no Senhor renovam as suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam".


    Russell Shedd

    Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
    Russell Shedd - Introdução ao Livro de Lamentações de Jeremias
    Lamentações de Jeremias

    Análise

    O livro de Lamentações tem um tema principal: o sofrimento que sobreveio a Jerusalém quando Nabucodonosor capturou a cidade, em 586 a.C. Numa série de elegias, o autor expressa sua inconsolável tristeza por causa da agonia e da angústia da cidade.
    O primeiro lamento descreve e explica as aflições de Jerusalém, em termos gerais.
    O segundo descreve o desastre com maiores detalhes. Salienta que a destruição da cidade foi um julgamento de Deus contra o pecado. Alguns fatores profundos desse julgamento são elucidados na terceira lamentação. A quarta lamentação sublinha algumas lições que Jerusalém aprendera do julgamento. O quinto e último lamento (mais exatamente, é uma oração) descreve como os sofrimentos de Jerusalém levaram-na a lançar-se nos braços da misericórdia divina, e a esperar que o Senhor seja novamente gracioso para com Israel, agora purificado no cadinho da aflição. Visto que o livro, de Lamentações trata do sofrimento como julgamento contra o pecado, o crente afligido pode encontrar na linguagem do livro a sua própria confissão auto-humilhação e invocação.

    Autor

    Desde os tempos mais antigos, os judeus, e posteriormente, os cristãos, têm atribuído o livro de Lamentações à pena de Jeremias. A Septuaginta declara tal atribuição dese o segundo século a.C., e a Vulgata latina desde o quarto século d.C. Argumentos convincentes baseados na tradição judeu-cristã, sobre a autoria de Jeremias, têm sido apresentados. Aceitando-se a autoria de Jeremias, portanto, o livro de Lamentações se torna "um suplemento do Livro de Jeremias" que tão freqüentemente prediz uma catástrofe tal como aquela que é descrita em Lamentações. Porém, as lamentações de Jeremias são inteiramente isentas daquela atitude mental que diz "Eu bem disse". Ele preocupa-se tão somente em lamentar as aflições de Jerusalém, e em pleitear perante Deus que não a rejeite para sempre.


    Russell Shedd - Comentários de Lamentações de Jeremias Capítulo 1 do versículo 1 até o 22
    1:1-7 O livro de Lamentações consiste em cinco poesias que seguem o padrão dos hinos fúnebres hebraicos. Cada versículo começa com uma letra do alfabeto hebraico, cada uma na sua ordem certa. Assim, há 22 versículos em cada capítulo, a não ser o cap. 3 que tem 66 versículos, empregando três vezes em seguida cada uma das 22 letras do alfabeto hebraico. O quinto capítulo conserva o mesmo número de versículos, só que neste caso a ordem não é alfabética. Este livro foi lido cada ano pelos judeus, para comemorar a ocasião na qual o templo foi queimado, e além disto lia-se toda semana no "Lugar da Lamentação dos Judeus” em Jerusalém, que fica perto da área do templo. Desde, o ano de 1948, os árabes vedaram este lugar aos judeus. Em 1967, na guerra de, seis dias, Israel conquistou a velha cidade de Jerusalém.

    1.1 O livro de Lamentações chora a captura; a destruição e a devastação da cidade de Jerusalém pelos exércitos de Nabucodonosor, rei da Babilônia, no ano 587 a.C. Tanto o Rei Zedequias como seus filhos, seus, homens de confiança, o sumo sacerdote, e os líderes da cidade foram levados para o cativeiro, depois os filhos do rei foram mortos, a cidade foi queimada juntamente com o templo; todos os objetos de valor foram levados embora, a muralha da cidade foi destruída, milhares de cativos foram levados, de maneira que a única coisa que restava na cidade e na terra ao redor era uma diminuta população dos mais pobres ignorantes Veja Jr 52:0.

    1.2 Que a amavam. As nações que haviam feito amizade com os judeus por intermédio de tratados e alianças. Infelizmente, Jerusalém depositou mais confiança nestas do que no seu Deus.

    1.4 Caminhos... de luto. As estradas que sobem até ao templo em Jerusalém que antes estavam povoadas com alegres adoradores, que vinham de cada parte da nação e do mundo inteiro. Portas. Eram lugares muito movimentados, onde pessoas se encontravam.

    1.8 Nudez. Nos dois testamentos, esta palavra se emprega como símbolo da destruição total. O pecado causou ao povo de Deus a perda da bênção e da proteção do Senhor, transformando-o em uma nação como outra qualquer.

    1.9 Suas saias. Claramente visível ao público, era sua vergonha, em conseqüência da sua idolatria, sua falta de misericórdia e sua conduta degenerada (Jr 13:20-24).

    1.10 Mais estimadas. Os móveis e os utensílios para as ofertas sacrificiais no templo (Jr

    52:17-20). Nações no seu santuário. As hostes dos invasores que penetraram no Santo dos Santos, oferecendo evidência nítida que a glória do Senhor tinha se apartado, acentuando assim a humilhação de Israel. Proibiste. Estes estrangeiros eram imundos no sentido moral, legal e cerimonial, e nenhum objeto ou pessoa podia entrar no santuário num estado de imundície (Dt 23:1-5). O que causou surpresa aos israelit.as foi que Deus nada fez para proteger seu santuário. Cristo abriu ,o caminho de acesso à presença de Deus para os gentios (Jo 14:6).

    1.11 Desprezível. Perante os olhos das nações, que antes tinham tido a Israel em alto respeito, quando ela gozava bênçãos divinas.

    1.13 Meus ossos. Isto é, a estrutura básica da sua existência como uma cidade. Em Jr 52:13 se lê que o inimigo queimou o templo, o palácio real e todos os edifícios importantes.

    1.14 Jugo. Jr 27:2; Jr 28:10-24).

    1.16 Choro. Dia e noite, segundo Jr 14:17 e 13.48. Desfazem em águas. O verbo é um particípio que mostra que há uma corrente ininterrupta de lágrimas.

    1.17 Estende Sião as mãos. Um gesto de súplica (Sl 28:2; Sl 63:4; Is 65:2). Neste caso, o rogo não foi atendido.

    1.20 Alma. A palavra, empregada, aqui, na língua original quer dizer entranhas; veja Jr 4:1). Tal julgamento espera aqueles que demoliram Jerusalém (Jr 50:51).


    NVI F. F. Bruce

    Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
    NVI F. F. Bruce - Introdução ao Livro de Lamentações de Jeremias
    Lamentações de Jeremias

    W. OSBORNE

    Forma literária

    Não é necessária mais do que uma leitura apressada do livro para que fique evidente a forma de “lamento” desses poemas. Mas um exame mais cuidadoso é necessário para que se especifique a natureza exata de cada um dos cinco poemas. Os poemas variam bastante em sua forma, embora girem em torno de um tema comum.
    A história da literatura de lamento remonta aos sumérios há 4.000 anos, que compuseram cânticos tristes após a destruição de algumas cidades famosas na Mesopotâmia. Dois dos melhores textos sumérios de lamento que sobreviveram, “A lamentação pela destruição de Ur” (conforme ANET, p. 445-63) e “Lamentação pela destruição de Sumer e Ur” (conforme ANET, p. 611-19), têm sido analisados para verificação da sua semelhança com Lamentações de Jeremias. Algumas das frases são de fato marcantemente semelhantes, mas é irrealista imaginar que Lamentações tenha feito uso direto desses textos. A influência mesopotâ-mica sobre o desenvolvimento literário da Siro-Palestina foi considerável, e frases apropriadas entraram no repertório dos escribas da Palestina durante um longo período. Aliás, muitas das frases em Lamentações supostamente derivadas de modelos sumérios já encontram paralelos nos escritos dos profetas anteriores de Israel. O uso profético das formas de “lamento” já incluía o uso de formas tradicionais de canto fúnebre empregadas pela comunidade, e em alguns casos significou a modificação delas. Assim, cantos fúnebres, lamentos pessoais, lamentos comunitários etc. são empregados pelos profetas para acrescentar persuasão a seus argumentos. Uma modificação significativa do canto fúnebre foi o seu uso na forma satírica. Nesse caso, um lamento é escrito no tempo verbal passado como se a pessoa já estivesse morta, para indicar a certeza de sua partida. Em geral, escritos e apresentados por lamentadores profissionais, os lamentos seguiam um padrão rígido para garantir que nenhuma parte do ritual fosse omitida. Entre as características do lamento, está a tendência de acentuar a perda por meio de referências constantes a um passado glorioso, e.g., “Como caíram os guerreiros! [...] Saul e Jônatas, mui amados” (2Sm 1:19-10).

    Em Lamentações de Jeremias, a rigidez das formas de lamentos pessoais, cantos fúnebres comunitários etc. é quebrada, e as formas são muito mais fluidas; aliás, somente o cap. 5 se conforma à estrutura tradicional do lamento comunitário. A razão disso vai ser discutida em “Autoria” e também no comentário.

    Pano de fundo histórico

    Há pouca controvérsia acerca dos eventos descritos na poesia desses lamentos. A destruição de Jerusalém causada pela Babilônia em 587 a.C. é a ocasião desses cantos dolorosos e da sua avaliação do significado daqueles eventos desconcertantes. Judá tinha sobrevivido a um período de pressão assíria em que Samaria havia caído, e pouco antes havia experimentado um avivamento religioso sob a liderança de Josias durante o qual a importância do templo em Jerusalém havia sido destacada em detrimento de santuários sin-cretistas locais. Tudo isso tendia a criar um clima de convicções em que Sião era considerada inviolável, visto que possuía todos os símbolos e, portanto, a segurança da presença e do favor contínuos de Deus. Foi contra essa noção errônea que Jeremias se engajou tão intensamente, insistindo em que os símbolos não significavam nada se estivessem divorciados da “verdadeira religião” (Jc 1:27).

    Autoria e data

    A posição do livro de Lamentações imediatamente após o livro do profeta Jeremias nas nossas versões ocidentais, em geral, e em português, em particular, se deve à tradição, adotada pela LXX e outras versões antigas, de que Jeremias era o autor. Os autores rabí-nicos se referem ao livro simplesmente como “Lamentações” (qinôt) ou “Como!” ('êkãh), e na Bíblia hebraica ele é colocado entre os “Escritos”. E fácil perceber por que Jeremias se tornou o principal candidato à autoria. Em 2Cr 35:25, lemos que ele escreveu “um cântico de lamento” acerca da morte de Josias, e esses cânticos de lamento “se tornaram uma tradição em Israel”. No entanto, nada no livro de Lamentações pode ser considerado referência à morte de Josias em 609 a.C., e outras características do livro são com fre-qüência compreendidas como indicação de que Jeremias não poderia ter sido o autor. Entre essas considerações, as principais são os aspectos no livro que para muitos não parecem condizentes com o ponto de vista de Jeremias. Afirma-se que ele não teria escrito 4.17: ficávamos à espera de uma nação que não podia salvar-nos, visto que ele se opunha à confiança no Egito (Jr 2:18; Jr 37:5-24). Além disso, a avaliação positiva que se fazia de Zedequias, o próprio fôlego da nossa vida, é considerada estranha em virtude das dificuldades que Jeremias teve com esse rei (37.17). Em resumo, a atitude do autor está mais sintonizada com as esperanças do povo denunciado por Jeremias do que com a atitude do profeta mostrada nas suas profecias. Esse não é um argumento definitivo, no entanto, se levarmos em consideração que em Lamentações o autor faz um grande esforço para destacar a natureza corporativa da nação. Como análise final, nenhuma conclusão definitiva pode ser tirada em relação à autoria.

    Em geral, concorda-se em que o livro foi escrito não muito depois de 587 a.C. As vívidas descrições da miséria da cidade têm todas as marcas de uma testemunha ocular. As diferentes formas empregadas nos cinco poemas sugerem a alguns eruditos uma pluralidade de autores, mas o uso constante da forma alfabética e a unidade de perspectiva, junto com o uso repetido de frases proféticas e a referência às advertências deles para a fidelidade à aliança, sugerem um único autor. Além disso, o livro é simétrico, e os tipos de lamento foram escolhidos para se amoldarem a essa simetria. O capítulo central contém o cerne do livro, expresso em forma de um lamento individual modificado. Está imprensado entre duas partes, de dois capítulos cada, repletos da miséria e do desespero dos lamentos para destacar, usando a forma conhecida dos profetas e repleta de alusões proféticas, as vindicações das advertências proféticas. Mas estando assim imprensado, o capítulo central com a sua nota de esperança tem um grande destaque. Acerca do significado da escolha da forma de lamento de cada capítulo, v. o comentário.

    Estrutura poética

    Os primeiros quatro capítulos são acrósticos, i.e., cada versículo começa com uma letra do alfabeto hebraico, de forma que cada capítulo tem 22 versículos (exceto o cap. 3, em que cada letra do alfabeto é usada para começar três linhas consecutivas, daí 66 versículos); conforme o Sl 119:0. Diversas razões têm sido sugeridas para o uso desse artifício, algumas até esquisitas, mas parece muito provável que essa estrutura rígida está sendo usada como um controle do que é claramente uma situação intensamente emotiva e explosiva.

    O ritmo é 3+2, ou a métrica qinãh, com variações Dt 2:04ss; lRs 9.7ss). cheia de gentedeserta', grandiosa viúva\ princesaescrava', os contrastes são extremos. A ausência de filhos, a viuvez e a escravidão eram condições temidas no Antigo Oriente Médio, temidas por todos, até mesmo pelos mais pobres. Como era incrível que isso tivesse acontecido com alguém tão notável (a Jerusalém personificada)! v. 2. os seus amantes-, os que a seduziram à lealdade com os babilônios (Jr 27:3) agora a abandonaram a lamentar sozinha a sua condição, ou até se uniram aos babilônios na invasão, v. 3. F.m aflição', algumas versões trazem “por causa da aflição” (ARC, ACF), ou “após aflição” (NIV em inglês). Essa versão está baseada na interpretação da preposição hebraica min, “de”, como causal, “em virtude

    ANÁLISE

    I.    PRIMEIRO LAMENTO (1:1-22)


    1)    A desgraça presente: (a) Perspectiva de um espectador (1:1-11)

    2)    A desgraça presente: (b) A avaliação de Sião (1:12-22)

    II.    SEGUNDO LAMENTO (2:1-22)


    1)    Juízo na casa de Deus (2:1-9)

    2)    O custo da falsa confiança (2:10-13)

    3)    A fonte da falsa confiança (2:14-17)

    4)    Javé, a verdadeira confiança de Sião (2:18-22)

    III. TERCEIRO LAMENTO (3:1-66)


    1)    O homem que viu a aflição (3:1-21)

    2)    O tempo de esperar em Deus (3:22-39)

    3)    Um tempo para avaliação (3:40-54)

    4)    Um Deus pronto para responder (3:55-66)

    IV.    QUARTO LAMENTO (4:1-22)


    1)    A glória se foi (4:1-16)

    2)    Juncos quebrados: Amigos infiéis (4:17-22)

    V QUINTO LAMENTO (5:1-22)


    1)    Ah, se nunca tivéssemos pecado! (5:1-18)

    2)    Mas Deus, rico em misericórdia (5:19-22)


    NVI F. F. Bruce - Comentários de Lamentações de Jeremias Capítulo 1 do versículo 1 até o 22
    I. PRIMEIRO LAMENTO (1:1-22)


    1) A desgraça presente: (a) Perspectiva de um espectador (1:1-11)
    v. 1. Gomo (’êkãh)\ o gênero do poema fica imediatamente evidente com base no uso desse termo. Ele é empregado com freqüên-cia na literatura profética de lamento (conforme Is 1:21; Jr 48:17). V. Introdução. Em seguida, vem uma sucessão cuidadosamente ordenada de imagens designadas a destacar o contraste entre a miséria presente de Jerusalém e a sua glória anterior. Essa é uma característica típica da literatura de lamento do Oriente Médio em geral. Com base na natureza vívida e detalhada da descrição, concorda-se em geral que o poeta foi testemunha ocular dos eventos. A destruição que ocasionou esse relato comovente é sem dúvida o que foi provocado pelos babilônios em 587 a.C. Não há razão válida alguma para ver no cap. 1 qualquer referência ao ataque anterior de 597 a.C. (contra Wood). O narrador nos v. 1-11 é um espectador, possivelmente

    da aflição”. Parece melhor atribuir-lhe o sentido mais comum “de, a partir de”, e considerar todo o versículo como referência a eventos do passado de Judá, como faz a NVI em português. Judá finalmente sofreu o seu castigo final do exílio do seu solo sagrado, embora a sua história de desobediência a Javé tenha significado que sua existência foi com freqüência de aflição e trabalhos forçados, mesmo que como nação independente tenha vivido entre as nações. O “descanso” na terra era um sinal claro do favor de Deus em relação a seu povo, e não atingir esse descanso implicava o seu desfavor (conforme He 4:8

    10). v. 4. Privados do acesso à sua cidade santa, os peregrinos já não enchem as suas estradas para as festas fixas. O tempo verbal mudou do passado do versículo anterior. Os particípios (no original hebraico, com a idéia do presente contínuo) agora indicam a natureza contínua do lamento e da desolação sentidos pelos habitantes da cidade, especialmente aqueles que antes se envolviam tão intensamente nas alegres festas, suas moças se entristecem: o hebraico retrata as moças “lamentando” (nügôt) a alegria que se foi. v. 5. Não é difícil encontrar a razão dessa inversão assustadora da sorte de Sião. O Senhor lhe trouxe tristeza por causa dos seus muitos pecados-. pecados é a tradução do heb. pesaç, “rebelião” que, embora seja um termo usado originariamente em política internacional, veio a significar a desobediência aos termos da aliança com Javé. Daí as conseqüências esboçadas nesse versículo — Seus adversários são os seus chefes e Seus filhos foram levados ao exílio — são castigos impostos por violação da aliança no Pentateuco (Dt 28:14; Lv 26). Esse tema vai ser desenvolvido de forma intensa nos poemas que seguem, v. 6. A melhor ilustração da perda da glória da cidade são as condições deploráveis da sua nobreza. Antes eles eram os líderes de uma nação próspera, agora se tornaram como animais assustados, fracos demais e tão amedrontados diante dos seus perseguidores que nem conseguem parar para encontrar pasto. v. 7. desnorteio: o termo no TM é merudãh, “ausência de lar”. A melhor forma de traduzir então seria: “nos seus dias de aflição e ausência de lar”, e tem a intenção de contrastar as atuais condições lastimáveis de Jerusalém (conforme os mesmos termos usados em Is 58:7) com os seus tesouros dos tempos passados. Uma perspectiva rígida demais da estrutura poética forçou alguns comentaristas a suprimir uma ou outra das quatro linhas desse versículo para fazê-lo se encaixar no esquema de três linhas dos outros versículos desse capítulo, v. 8. A tradução impura é produzida por meio da emenda de niddãh, palavra que é melhor traduzida por “objeto de escárnio”. E interessante a tradução da CNBB: “ela tornou-se refugo”. O pecado de Sião não só a afetou politicamente, mas agora também as suas prerrogativas religiosas se perderam, sua nudez-, o termo tem a intenção de retratar a sua baixa reputação, até mesmo a sua vida frouxa, e por consequência a sua idolatria, em que cometeu graves pecados, v. 9. Esse mal traiçoeiro a corrompeu e causou uma ruína inesperada. O grito de Sião funciona como uma citação para refletir a surpresa da cidade com a sua queda. Observe que enquanto os v. 5-7 refletem a sua angústia política e os v. 9ss, a sua tragédia religiosa, as interjeições por parte de Sião nos v. 9 e 11 refletem a natureza da sua preocupação. v. 10. Até o seu templo {santuário), que era o símbolo da presença de Javé e do privilégio de Israel, foi desonrado pela entrada de estrangeiros proibidos, v. 11. A glória antiga de Jerusalém, tanto secular quanto sagrada, está esquecida na sua preocupação pela simples sobrevivência.


    2) A desgraça presente: (b) A avaliação de Sião (1:12-22)

    v. 12. Após a destruição, a cidade teve tempo para avaliar a situação e determinar suas causas. A verdadeira origem dos problemas é descoberto: isso é o que o Senhor trouxe sobre mim no dia em que se acendeu a sua ira. As palavras iniciais desse versículo são lit.: “não a vós”, dando origem à expressão improvável na NVI: Vocês não se comovem...? O apelo aos espectadores desinteressados para que façam uma avaliação solidária ocorre também em 21:9; Lm 2:15; conforme Mt 27:39. v. 13-15. O verdadeiro horror da situação começou a ficar claro para Jerusalém, não só porque tudo em que se orgulhava se foi, e ela é tratada como um animal cativo, mas a causa agora está mais do que evidente: Os meus pecados foram amarrados num jugo (v. 14). Acerca da convocação de uma assembléia como ocasião para esse tipo de julgamento, conforme lRs 21.9ss. v. 16,17. A impotência total de Sião é agora destacada pela própria cidade e pelo comentário do autor, que representa um tipo de ponto crítico no desenvolvimento da apreciação de Jerusalém de que a partir de agora O Senhor éjusto (v. 18). A partir desse ponto, cada elemento da sua destruição desastrosa é visto à luz grave da sua rebelião contra Javé (v. 18-20). Não há apelo por restauração ou graça no cap. 1; isso só vai ser desenvolvido gradualmente depois de as consequências horrendas completas do pecado de Sião terem sido reveladas. O único apelo que Sião se sente capaz de fazer em termos de justiça é para que o castigo seja repartido com os seus inimigos que agiram de forma tão cruel para com ela (v. 21,22). v. 20. morte-, é melhor traduzir por “praga”, outra tradução possível do heb. mãwet (conforme Jr 15:2; Jr 18:21).


    Moody

    Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
    Moody - Comentários de Lamentações de Jeremias Capítulo 1 do versículo 1 até o 2

    1, 2. Princesa entre as províncias. Não mais a primeira entre as províncias da terra, Judá tornou-se viúva dependente, desfilhada e traída por seus amigos e aliados, sozinha e desolada, chorando amargamente, sem ninguém para confortá-la (cons. o inverso em Ed 4:20).


    Moody - Comentários de Lamentações de Jeremias Capítulo 1 do versículo 1 até o 11

    INTRODUÇÃO

    Os cinco capítulos de Lamentações são cinco lindas e solenes elegias, ou lamentações, expressando a angústia do povo judeu à vista da total ruína de sua cidade, seu Templo e sua população, quando da conquista da Babilônia em 586 A. C.

    Título. O título deste livro no hebraico é a primeira palavra dos capítulos Lm 1:1, Lm 2:1 e 4 – 'êkâ, literalmente, Oh, como! ou Ai de mim! Na versão grega do Velho Testamento, a Septuaginta (LXX), o Livro das Lamentações está associado com a profecia de Jeremias, como em nossa Bíblia Portuguesa. Na Bíblia Hebraica foi colocado entre os livros que forma a terceira divisão das obras sagradas. Nosso Senhor falou deste arranjo triplo, chamando-o de "a lei, os profetas e os salmos" (Lc 24:44).

    O título grego para estes poemas na LXX é threnoi, o plural de threnos, "uma lamentação". Este título vem do verbo grego threomai, "chorar em voz alta, ou lamentar". O termo hebraico para lamentação é qinâ, e a métrica peculiar dos poemas deste livro chamava-se métrica qinôt. É o equivalente hebraico do termo "métrica elegíaca". Assim, no Talmude Babilônico o livro aparece com o título de Qinôt – "Lamentações". O título deste livro na Bíblia Latina é Liber Threnorum, "O Livro das Lamentações". Em português "trenódia" significa "canto plangente" ou "Lamentação".

    Forma e Estilo Literários. O livro consiste de cinco lindos poemas, um em cada capítulo. Os quatro primeiros são lamentações, mas o quinto é mais uma oração. Os quatro primeiros são alfabéticos (acrósticos) no arranjo, cada um contendo vinte e duas estrofes (exceto o capitulo 3, onde cada estrofe está dividida em três versículos), e cada estrofe começa com uma letra do alfabeto hebraico. O quinto capítulo também tem vinte e duas estrofes, mas falta-lhe o arranjo alfabético. (Compare Com o arranjo alfabético das seções do Sl 119:1.) No capítulo primeiro de Lamentações os versículos seguem uma ordem estabelecida do alfabeto hebraico, mas nos capítulos Lm 2:1 e 4 as posições das letras ayin e pe estão trocadas. Não encontramos nenhuma explicação satisfatória para esta transposição.

    Nos capítulos Lm 1:1 e 2 cada estrofe tem três partes, mas só a primeira começa com a letra apropriada do alfabeto. No capítulo 3 cada estrofe tem três membros, cada qual começando com a mesma letra do alfabeto. Uma vez que cada parte é numerada separadamente na Bíblia

    Portuguesa, temos sessenta e seis versículos para o terceiro capítulo. O capítulo 4 tem estrofes de duas partes cada, mas aqui novamente só a primeira parte começa com a devida letra hebraica. Nos quatro primeiros capítulos usou-se a métrica elegíaca, na qual o segundo dos dois elementos paralelos (versos na poesia portuguesa) é um pouquinho mais curto que o primeiro. Isto dá, geralmente, uma linha de quatro tônicas equilibrada com outra de três. No capítulo 5 foi usada a métrica hebraica norma, com quatro tônicas em cada linha, ou a metade do paralelismo.

    Trenódias nessa "métrica claudicante" eram usadas, nos tempos bíblicos, pelas carpideiras nas lamentações fúnebres dos velórios. E por isso os hinos com essa cadência plangente e melancólica parecia ser o modo apropriado de chorar a destruição da amada Jerusalém, agora em um montão de ruínas. Talvez isto ajudasse a explicar por que esses hinos nacionais emanavam um patos tão requintado e foram construídos com arte tão intencional. A forma poética elegíaca hebréia adapta-se admiravelmente à expressão do infortúnio nacional. Nesses hinos patrióticos ouvimos os gemidos mortais da Sião abatida.

    Quanto ao estilo, existe muito paralelismo nesses poemas, muita repetição, antíteses e apóstrofes e trocadilhos com palavras e frases.

    Imagens mentais vivas palpitam através de toda a obra. O leitor, assim, é levado a ver o sofrimento e a sentir a dor da Sião despojada e chorosa.

    Autoria. Embora o livro não mencione O nome do autor, 2Cr 35:25 liga definidamente Jeremias com a literatura das 1anlentações. Nosso Livro de Lamentações não compreende as lamentações de Jeremias sobre a morte do bom rei Josias, como alguns têm sugerido. Mas há pontos definidos de semelhança entre as Lamentações e as seções poéticas da profecia de Jeremias. E desde a antiguidade o livro tem sido atribuído a Jeremias. A LXX contém a seguinte observação como título do primeiro versículo do primeiro capítulo de Lamentações: "E aconteceu que, depois que Israel foi levada para o cativeiro e Jerusalém se encontrava devastada, Jeremias assentouse chorando e lamentando esta lamentação por causa de Jerusalém, e disse . . . " Então segue-se o primeiro versículo do primeiro capítulo. Alguns mestres acham que o caráter hebraico desta sentença indica que estas palavras vêm de um original hebraico que se perdeu.

    Deve-se notar que a mesma sensibilidade para com a tristeza nacional encontra-se tanto nas Lamentações como na profecia de Jeremias. Ambas as obras atribuem as calamidades nacionais às mesmas causas - pecado nacional e falsa confiança do povo em aliados fracos e traiçoeiros, além da culpa dos seus falsos profetas e sacerdotes relaxados. Imagens semelhantes se encontram em ambas as obras. A frase característica, "filha de", aparece cerca de vinte vezes em cada livro. A lamentação do profeta, seus temores que o levam a pedir a ajuda de Deus, o Justo Juiz e a sua expectativa de que finalmente os inimigos de Jerusalém serão castigados – tudo se evidencia de maneira destacadamente manifesta em ambos os livros. Essas similaridades de expressão defendem a identidade do autor. Embora um grupo de destacados mestres rejeitem a idéia de que Jeremias seja o autor destes poemas, muitos outros igualmente importantes estão fortemente a favor de Jeremias como autor.

    A vivacidade da descrição argumenta a favor de uma autoria muito perto da queda de Jerusalém por alguém que viveu a terrível catástrofe e que escreveu enquanto o seu coração ainda estava dolorido e em cuja mente cada detalhe horripilante ainda se encontrava fresco. Este fato também aponta para Jeremias como o mais provável autor.

    A ocasião em que tal livro foi escrito é com toda a certeza a destruição da cidade de Jerusalém em 586 A.C., e por isso a data da obra não poderia ter sido muitos meses depois.

    Importância e Uso Religioso. O Livro das Lamentações representam o grito de morte de Jerusalém, apresentada como uma princesa viúva e desonrada. É interessante lembrar que em seguida à destruição de Jerusalém pelos romanos em 70 d. C. , no arco do triunfo construído em memória da conquista dos romanos, o general Tito representou Judá como uma mulher desgrenhada e chorando, assentada no chão, de luto. Lembramo-nos também que as filhas de Jerusalém quiseram cantar uma lamentação semelhante para Jesus quando de sua morte (Lc 23:27-31). Certas porções das Lamentações têm sido interpretadas aplicando-se à paixão de Cristo. Na verdade, o uso destes cânticos nacionais indica que o povo judeu aceitava uma interpretação religiosa da destruição de sua cidade. Os judeus incluíram esta obra entre os Cinco Rolos a serem lidos em importantes dias comemorativos. O dia estabelecido para a leitura das Lamentações é o nono dia de Ab, que comemora a queima do Templo. Mas sempre o versículo 21 do capítulo 5 é repetido depois do versículo 22, de modo que a leitura possa terminar com uma nota mais positiva.

    Entre os católicos romanos o tempo estabelecido para a leitura das Lamentações é o dos três últimos dias da Semana Santa. Os cristãos protestantes, lamentamos dizer, têm negligenciado muito a leitura destes poemas solenes. Mas, nestes dias de crises (e desastres) pessoais, nacionais e internacionais, a mensagem deste livro é um desafio ao arrependimento dos pecados pessoais, nacionais e internacionais e à entrega renovada de nossas vidas ao amor imutável de Deus. Embora este amor esteja sempre presente e seja expansivo, o Deus justo e santo deve certamente julgar os pecadores não arrependidos.

    COMENTÁRIO

    Lamentações 1

    I. A Arruinada Cidade de Sião. Lm 1:1-22.

    A. A Condição Miserável de Jerusalém Devastada. Lm 1:1-11.

    Como jaz solitária a cidade. Veja introdução, parágrafo 2.


    Francis Davidson

    O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
    Francis Davidson - Introdução ao Livro de Lamentações de Jeremias
    LAMENTAÇÕES

    INTRODUÇÃO

    I. TÍTULO

    O título mais completo, "As Lamentações de Jeremias" é encontrado nos manuscritos gregos e na Septuaginta. Mas o Talmude e os escritores rabínicos se referem a ele simplesmente como "Lamentações" (qinoth) ou como "Como!" (’ ekhah), a palavra inicial no hebraico.

    II. POSIÇÃO NO CÂNON

    Consoante o título mais longo, a Septuaginta coloca o livro imediatamente após as profecias de Jeremias, tal como em nossas versões portuguesas. Na Bíblia hebraica esse livro não é encontrado entre os livros proféticos, mas ocupa a posição média entre os Rolos Festivos (Megilloth) que seguem imediatamente os três livros poéticos da Hagiógrafa, ou seja, a terceira divisão do cânon hebreu. Cada um dos Megilloth era lido por ocasião de uma festividade anual, sendo que o livro de Lamentações era lido no nono dia de Ab (cerca de meados de julho), aniversário da destruição do templo por Nabucodonosor, rei da Babilônia. No Talmude, os livros poéticos e o Megilloth aparecem rearranjados numa ordem que parece ser a ordem cronológica, a saber, Rute, Salmos, Jó, Provérbios, Eclesiastes, Cantares de Salomão, Lamentações, Daniel, Ester, etc.

    III. AUTORIA E DATA

    A tradição que Jeremias compôs esses poemas recua até à posição e ao título do livro na Septuaginta, onde é introduzido mediante as palavras: "E sucedeu, após Israel ter sido levado cativo, e Jerusalém ter ficado desolada, que Jeremias se assentou a chorar, e lamentou com esta lamentação por causa de Jerusalém e disse...". Também é asseverado no Targum Siríaco e no Talmude (Baba Bathra) que: "Jeremias escreveu seu próprio livro, Reis, e Lamentações". Em 2Cr 35:25 é feita referência às lamentações desse profeta por causa da morte do rei Josias, e ali se acha escrito que tal lamentação foi registrada e ficou como "estatuto em Israel"; com isso cfr. Lm 4:20 e Lm 2:6. Porém, nosso presente livro gira não tanto em torno da morte de um rei como em torno da destruição de uma cidade, e Lm 4:20 com igual justiça poderia referir-se a Zedequias, a despeito de sua falta de dignidade (cfr. o sentimento em 2Sm 1:14, 2Sm 1:21). Não obstante, na qualidade de profeta chorão (ver Jr 9:1; Jr 14:17-24; Jr 15:10-24, etc.), Jeremias bem poderia ser concebido como autor, igualmente, do livro de Lamentações, não fosse o fato de existirem certas dificuldades para que se aceite essa opinião. O estilo é muito mais elaborado e artificial que o do próprio livro de Jeremias e, nos capítulos 2:4, é mais parecido com o estilo de Ezequiel. O capítulo 3 faz lembrar Sl 119:0 e 143. A atitude para com os poderes estrangeiros, subentendida em Lm 4:17, certamente não é a do "colaboracionista" Jeremias e não reflete a própria experiência do profeta.

    Por conseguinte, muitos consideram que o autor do livro de Lamentações tenha sido um contemporâneo mais jovem de Jeremias, o qual, à semelhança dele, fora testemunha ocular das entristecedoras calamidades que sobrevieram a Jerusalém por ocasião da captura efetuada pelos exércitos de Babilônia em 587-586 a.C. Outros consideram os capítulos 2:4 como obra de uma testemunha ocular (note-se a preocupação do escritor pelo destino das crianças, em Lm 2:11-25, Lm 2:19-25), cerca de 580 a.C., aos quais foram então adicionados, talvez originados em fontes diferentes, o lamento nacional do capítulo primeiro, o lamento pessoal do capítulo 3, e a oração do capítulo 5. A data desse material pode ser fixada em cerca de 540 a.C. Alguns, porém, preferem datar a coleção inteira como pertencente a período bem posterior, fazendo o livro referir-se ao cerco de Jerusalém, em 170-168 a.C., por Antíoco Epifânio, ou mesmo em 63 a.C., por Pompeu; porém, isso é altamente improvável. Em favor da data tradicional que é o período do exílio temos a nota de desânimo, de princípio ao fim do livro, que sugere um tempo antes do levantamento de Ciro, o persa. Há também o fato que esse período particular da história da Babilônia é notório por seus hinos fúnebres em memória de cidades caídas. Existem inscrições cuneiformes nas quais "a filha de..." é exortada a lamentar sua sorte (cfr. Lm 2:1). Essa técnica, portanto, pode ter sido aprendida pelos judeus, no exílio.

    IV. ESTRUTURA

    Os comentadores rabínicos se referem aos "sete acrósticos" e pode ser observado de imediato que cada capítulo tem vinte e dois versículos, que correspondem ao número e à ordem das letras no alfabeto hebraico, fazendo exceção o capítulo 3, que possui sessenta e seis versículos, no qual cada letra sucessiva conta com três versículos dedicados à mesma, em lugar de um versículo. Diz-se que esse arranjo alfabético tem o propósito de mostrar que "Israel pecou de álefe a tau", isto é, como diríamos, de A a Z, assim como em Sl 119 a implicação é que a lei deve merecer a atenção e o desejo totais do homem. No capítulo 5, entretanto, não são empregadas as letras do alfabeto em ordem sucessiva ainda que alguns eruditos afirmem que esse deve ter sido o caso, originalmente.

    Os quatro primeiros poemas fazem uso do ritmo desigual, conhecido como canto fúnebre (qinah), isto é, Lm 3:2, e que também se encontra no livro de Jeremias.


    Francis Davidson - Comentários de Lamentações de Jeremias Capítulo 1 do versículo 1 até o 7
    I. PRIMEIRA ODE Lm 1:1-25), tinham voltado as costas e tinham fugido.

    Dicionário

    Acha

    acha s. f. Pedaço de madeira rachada para o fogo.

    Bete

    hebraico: casa

    Bete V. ALFABETO HEBRAICO 2.

    Cidade

    substantivo feminino Povoação de maior amplitude e importância.
    Aglomerado de pessoas que, situado numa área geograficamente delimitada, possui muitas casas, indústrias, áreas agrícolas; urbe.
    A vida urbana, por oposição à rural: comportamentos da cidade.
    Conjunto dos habitantes, do poder administrativo e do governo da cidade.
    Grande centro industrial e comercial (em oposição ao campo).
    Parte central ou o centro comercial de uma cidade.
    Grupo de imóveis que têm a mesma destinação: cidade universitária.
    [Popular] Grande formigueiro de saúvas.
    Antigo Estado, nação.
    expressão Cidade santa. Jerusalém.
    Cidade aberta. Cidade não fortificada.
    Cidade eterna. Roma, cidade italiana, na Europa.
    Cidade dos pés juntos. Cemitério.
    Ir para a cidade dos pés juntos. Morrer.
    Direito de cidade. Na Antiguidade, direito que tinham os cidadãos, segundo a cidade ou o Estado a que pertenciam, de usufruir de algumas prerrogativas, caso preenchessem determinadas condições.
    Etimologia (origem da palavra cidade). Do latim civitas, civitatis.

    substantivo feminino Povoação de maior amplitude e importância.
    Aglomerado de pessoas que, situado numa área geograficamente delimitada, possui muitas casas, indústrias, áreas agrícolas; urbe.
    A vida urbana, por oposição à rural: comportamentos da cidade.
    Conjunto dos habitantes, do poder administrativo e do governo da cidade.
    Grande centro industrial e comercial (em oposição ao campo).
    Parte central ou o centro comercial de uma cidade.
    Grupo de imóveis que têm a mesma destinação: cidade universitária.
    [Popular] Grande formigueiro de saúvas.
    Antigo Estado, nação.
    expressão Cidade santa. Jerusalém.
    Cidade aberta. Cidade não fortificada.
    Cidade eterna. Roma, cidade italiana, na Europa.
    Cidade dos pés juntos. Cemitério.
    Ir para a cidade dos pés juntos. Morrer.
    Direito de cidade. Na Antiguidade, direito que tinham os cidadãos, segundo a cidade ou o Estado a que pertenciam, de usufruir de algumas prerrogativas, caso preenchessem determinadas condições.
    Etimologia (origem da palavra cidade). Do latim civitas, civitatis.

    Desde o tempo em que a cidade de Jerusalém foi tomada por Davi, tornaram-se os hebreus, em grande parte, um povo habitante de cidades. As cidades eram, no seu maior número, muradas, isto é, possuíam uma muralha com torres e portas. Mas em volta da cidade, especialmente em tempos de paz, viam-se sem defesa os arrabaldes, aos quais se estendiam os privilégios da cidade. Em conformidade ao costume oriental, determinadas cidades deviam abastecer de certos produtos o Estado, para a construção de edifícios, fabricação de carros de guerra, armação de cavaleiros, e provisão da mesa real. Para manutenção dos levitas foram-lhes concedidas quarenta e oito cidades, espalhadas pelo país, juntamente com uma certa porção de terreno suburbano. Antes do cativeiro, o governo interno das cidades judaicas era efetuado por uma junta de anciãos (2 Rs 10.1), juntamente com juizes, devendo estes pertencer à classe sacerdotal. No tempo da monarquia parece que era nomeado, um governador ou presidente, sendo por ele mandados a diversos pontos do distrito os juízes, que, presumivelmente, levavam depois certas questões de dúvida a Jerusalém para serem resolvidas por um conselho de sacerdotes, levitas e anciãos. Depois do cativeiro, disposições semelhantes foram realizadas por Esdras para nomeação de juizes. Em muitas cidades orientais, destina-se grande espaço a jardins, e desta forma torna-se muito maior a extensão da cidade. A notável amplidão das cidades de Nínive e Babilônia pode assim, em parte, ser explicada. As ruas são, em geral, extremamente estreitas, raras vezes permitindo que dois camelos carregados passem um pelo outro. o comércio interno das cidades era sustentado, como hoje acontece, por meio de bazares. o profeta Jeremias fala-nos (37,21) da Rua dos Padeiros. os espaços abertos, junto às portas das cidades, eram, em tempos antigos, como ainda são hoje, usados pelos anciãos para suas assembléias, e pelos reis e juizes para reunião de cortes e constituição de tribunais e pelo povo para tratarem das suas regalias. Também se empregavam para exposição pública, quando era preciso castigar assim os culpados de certos delitos. Havia grandes trabalhos para abastecer de água as cidades, empregando-se reservatórios e cisternas que se enchiam com as águas pluviais, ou trazendo de distantes nascentes o precioso líquido por meio de aquedutos.

    Como

    assim como, do mesmo modo que..., tal qual, de que modo, segundo, conforme. – A maior parte destas palavras podem entrar em mais de uma categoria gramatical. – Como significa – “de que modo, deste modo, desta forma”; e também – “à vista disso”, ou – “do modo que”. Em regra, como exprime relação comparativa; isto é – emprega-se quando se compara o que se vai afirmar com aquilo que já se afirmou; ou aquilo que se quer, que se propõe ou se deseja, com aquilo que em mente se tem. Exemplos valem mais que definições: – Como cumprires o teu dever, assim terás o teu destino. – O verdadeiro Deus tanto se vê de dia, como de noite (Vieira). – Falou como um grande orador. – Irei pela vida como ele foi. – Assim como equivale a – “do mesmo modo, de igual maneira que”... Assim como se vai, voltar-se-á. Assim como o sr. pede não é fácil. Digo-lhe que assim como se perde também se ganha. Destas frases se vê que entre como e assim como não há diferença perceptível, a não ser a maior força com que assim como explica melhor e acentua a comparação. – Nas mesmas condições está a locução – do mesmo modo que... Entre estas duas formas: “Como te portares comigo, assim me portarei eu contigo”; “Do mesmo modo que te portares comigo, assim (ou assim mesmo) me portarei contigo” – só se poderia notar a diferença que consiste na intensidade com que aquele mesmo modo enuncia e frisa, por assim dizer, a comparação. E tanto é assim que em muitos casos 290 Rocha Pombo não se usaria da locução; nestes, por exemplo: “Aqueles olhos brilham como estrelas”; “A menina tem no semblante uma serenidade como a dos anjos”. “Vejo aquela claridade como de um sol que vem”. – Tal qual significa – “de igual modo, exatamente da mesma forma ou maneira”: “Ele procedeu tal qual nós procederíamos” (isto é – procedeu como nós rigorosamente procederíamos). Esta locução pode ser também empregada como adjetiva: “Restituiu-me os livros tais quais os levara”. “Os termos em que me falas são tais quais tenho ouvido a outros”. – De que modo é locução que equivale perfeitamente a como: “De que modo quer o sr. que eu arranje o gabinete?” (ou: Como quer o sr. que eu arranje...). – Segundo e conforme, em muitos casos equivalem também a como: “Farei conforme o sr. mandar” (ou: como o sr. mandar). “Procederei segundo me convier” (ou: como me convier).

    como adv. 1. De que modo. 2. Quanto, quão. 3. A que preço, a quanto. Conj. 1. Do mesmo modo que. 2. Logo que, quando, assim que. 3. Porque. 4. Na qualidade de: Ele veio como emissário. 5. Porquanto, visto que. 6. Se, uma vez que. C. quê, incomparavelmente; em grande quantidade: Tem chovido como quê. C. quer, loc. adv.: possivelmente. C. quer que, loc. conj.: do modo como, tal como.

    Grande

    adjetivo De tamanho maior ou fora do normal: cabeça grande.
    Comprido, extenso ou longo: uma corda grande.
    Sem medida; excessivo: grandes vantagens.
    Numeroso; que possui excesso de pessoas ou coisas: uma grande manifestação; uma grande quantia de dinheiro.
    Que transcende certos parâmetros: grande profundeza.
    Que obteve fortes consequências: grande briga; grandes discussões.
    Forte; em que há intensidade: grande pesar.
    Com muita eficiência: a água é um grande medicamento natural.
    Importante; em que há importância: uma grande instituição financeira.
    Adulto; que não é mais criança: o menino já está grande.
    Notável; que é eficiente naquilo que realiza: um grande músico.
    Cujos atributos morais e/ou intelectuais estão excesso: grande senhor.
    Magnânimo; que exprime um comportamento nobre.
    Fundamental; que é primordial: de grande honestidade.
    Que caracteriza algo como sendo bom; positivo: uma grande qualidade.
    Que é austero; rígido: um grande problema.
    Território circundado por outras áreas adjacentes: a Grande Brasília.
    substantivo masculino Pessoa que se encontra em idade adulta.
    Quem tem muito poder ou influência: os grandes estavam do seu lado.
    Etimologia (origem da palavra grande). Do latim grandis.e.

    Nações

    nação | s. f. | s. f. pl.
    Será que queria dizer nações?

    na·ção
    nome feminino

    1. Conjunto de indivíduos habituados aos mesmos usos, costumes e língua.

    2. Estado que se governa por leis próprias.

    3. Casta, raça.

    4. Naturalidade, pátria.


    nações
    nome feminino plural

    5. Religião Gentio, pagão (em relação aos israelitas).


    direito das nações
    Direito internacional.


    Nações Designação geral dos povos não-israelitas (Ex 34:24; Lc 24:47). “Nação”, no singular, é usado também para Israel (Gn 12:2; Ex 19:6).

    Nações Ver Gentios.

    Princesa

    Dicionário Comum
    substantivo feminino Filha do rei ou da rainha; herdeira da coroa real ou imperial; aquela que se pode tornar rainha; alteza.
    Aquela que se casou com o filho de um rei, imperador ou soberano de um principado: Diana se tornou a princesa de Gales.
    Por Extensão Moça que se destaca pela beleza, graciosidade.
    Por Extensão A mais bela e graciosa, em certas festas: princesa do Carnaval.
    [Pejorativo] Quem se acha superior aos demais: a princesa vai trabalhar hoje?
    Etimologia (origem da palavra princesa). Do francês princesse.
    Fonte: Priberam

    Dicionário da Bíblia de Almeida
    Princesa Filha do rei (Et 1:18).
    Fonte: Sociedade Bíblica do Brasil

    Solitária

    substantivo feminino [Zoologia] Verme platelminto, geralmente longo e fino, que parasita o intestino dos animais vertebrados.
    [Zoologia] Verme do gênero Taenia Solium que, podendo chegar aos 8 centímetros de comprimento, se aloja no intestino delgado do homem, sendo seu contágio feito pelo consumo de carne de porco; tênia.
    [Zoologia] Verme do gênero Taenia saginata que, com até 12 centímetros de comprimento, se aloja no intestino delgado do homem, sendo seu contágio efetuado pela ingestão do cisticerco encontrado na carne bovina.
    [Veterinária] Verme do gênero Dipylidium caninum, parasita de cães e gatos, capaz de chegar aos 40 centímetros de comprimento.
    Cela de penitenciária onde se isola o prisioneiro por razões de insubordinação, de violência; essa pena ou castigo que se impõe ao preso insubordinado.
    adjetivo Que está só, sozinho, sem companhia: pessoa solitária.
    Etimologia (origem da palavra solitária). Forma feminina de solitário.

    solitária s. f. 1. Zool. Nome comum dado às tênias, vermes que na forma adulta são parasitos do intestino de vertebrados, inclusive o home.M 2. Colar para adorno, que tem elos parecidos com os anéis da tênia. 3. Célula de penitenciária, na qual se isola o sentenciado perigoso.

    Tao

    substantivo masculino [Filosofia] Ser supremo que, para o Taoismo, é a razão e fonte encontrada em tudo o que tem existência no mundo; tau.
    Capacidade de fazer alguma coisa em completa harmonia com a sua essência própria.
    Etimologia (origem da palavra tao). Do mandarim dào.

    substantivo masculino [Filosofia] Ser supremo que, para o Taoismo, é a razão e fonte encontrada em tudo o que tem existência no mundo; tau.
    Capacidade de fazer alguma coisa em completa harmonia com a sua essência própria.
    Etimologia (origem da palavra tao). Do mandarim dào.

    Tornar

    verbo pronominal , transitivo direto predicativo e bitransitivo Alterar, modificar ou passar a possuir uma nova condição, estado: ele se tornou médico; a mãe tornou a filha escritora.
    Retornar ao local de onde se estava; regressar: ele tornou a chegar; os tripulantes tornaram-se para o avião.
    verbo bitransitivo Retornar algo a alguém; devolver: tornou o cão ao dono.
    Fazer a tradução de um idioma para outro: tornou o texto inglês em português.
    Guiar novamente; reconduzir: o guarda tornou o motorista à igreja.
    verbo transitivo indireto Voltar, regressar a um estado anterior: preferia tornar à minha juventude.
    Analisar novamente; falar sobre o mesmo assunto outra vez: o médico tornou ao tratamento.
    verbo intransitivo Expressar-se ou transmitir novamente: a felicidade nunca mais tornou.
    Dar como resposta; responder: -- Não vou à festa, tornou a namorada.
    verbo pronominal Pedir ajuda; apelar: sozinho, não tinha a quem se tornar.
    Etimologia (origem da palavra tornar). Do latim tornare.

    tornar
    v. 1. tr. ind., Intr. e pron. Vir de novo onde esteve; voltar, regressar. 2. tr. dir. Devolver, restituir. 3. tr. dir. e pron. Converter(-se), fazer(-se). 4. tr. dir. e pron. Mudar(-se), transformar(-se). 5. tr. dir. Traduzir, trasladar, verter. 6. Intr. Replicar, responder. 7. tr. dir. Unido a um infinitivo com a preposição a, exerce a função de verbo auxiliar e denota a continuação ou repetição da ação: Várias vezes dobrou e tornou a erguer-se. T. à vaca fria: voltar à vaca-fria.

    Tributar

    Dicionário Comum
    verbo transitivo direto Taxar; colocar tributos, impostos sobre: o governo é o responsável por tributar as mercadorias importadas.
    Realizar a cobrança do imposto sobre: o restaurante tributava as bebidas.
    verbo bitransitivo Homenagear; fazer uma homenagem a: tributava condecorações aos professores.
    Fazer o pagamento como tributo: o município tributava valores gigantescos ao Estado.
    Etimologia (origem da palavra tributar). Tributo + ar.
    Fonte: Priberam

    Dicionário Comum
    tributar
    v. 1. tr. dir. Impor tributos a. 2. tr. ind. Pagar como tributo. 3. pron. Tornar-se tributário de. 4. tr. dir. Dedicar, prestar a alguém, como tributo.
    Fonte: Priberam

    Tão

    tão adv. Tanto. T. somente: forma reforçada de somente.

    Viúva

    substantivo feminino Mulher que, tendo-lhe morrido o marido, não se casou de novo.
    Zoologia Ave africana, de plumagem escura, procurada como pássaro de gaiola e viveiro.

    A viuvez, assim como a esterilidade, era como que qualquer coisa vergonhosa e censurável em israel (*veja, p. ex., is 54:4). Julgava-se que uma mulher de mérito e reputação podia realizar novo casamento, ou na família do seu falecido marido (Rute), se ele tivesse morrido sem filhos (Dt 25:5-10), ou em qualquer outra família. Relativamente às leis que dizem respeito aos bens herdados pela mulher, é difícil determinar até que ponto eram operativas nos tempos antes do exílio. Todavia, deve-se dizer que Boaz, pertencente à mesma classe que o marido de Noemi, casou com a moabita Rute, na qualidade de possuidor com Noemi da terra pertencente ao falecido Elimeleque, ‘para suscitar o nome do esposo falecido, sobre a herança dele’ – e é possível que a lei, exposta em Dt 25:5-10, determinando que uma viúva sem filhos devia casar com o irmão do seu marido, possa ter sido ordenada não simplesmente para suscitar posteridade do sexo masculino, mas também para garantir a permanência de qualquer propriedade, que ela pudesse possuir na tribo do seu último marido. Por outro lado, a ausência no Deuteronômio de qualquer regulamento expresso, que dissesse respeito à herança da mulher, e as repetidas referências à viúva em conexão com o órfão e o estrangeiro (Dt 14:29 – 16.11 – 26.12), cabendo-lhe dízimos e ofertas de festas, nos faz crer com muita probabilidade que a posição da viúva era precária. E isto se pode deduzir do que se lê em isaías (10.2), e em Jeremias (7,6). Na Escritura se encontram freqüentes mandamentos no sentido de se socorrer a viúva e o órfão (Êx 22:22Dt 10:18 – 14.29). Deus é mesmo chamado o marido da desolada, e diz: ‘as tuas viúvas confiem em Mim’ (Jr 49:11). S. Paulo ordena que se honrem as viúvas (1 Tm 5.3). Houve na primitiva igreja cristã viúvas que, pela sua pobreza, eram colocadas na lista das pessoas sustentadas pela igreja (At 6:1). A outras davam-lhes o emprego de visitar os doentes e de prestar auxílio às mulheres no batismo, etc. Mas as mulheres escolhidas para esta missão deviam ter, pelo menos, 60 anos de idade (1 Tm 5.9).

    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    (Jerusalém)
    Lamentações de Jeremias 1: 1 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

    Como está sentada solitária aquela cidade (Jerusalém), antes com tanto povo! Tornou-se como viúva, a que era grande entre as nações! A que era princesa entre as províncias está debaixo de trabalhos forçados!
    Lamentações de Jeremias 1: 1 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    586 a.C.
    H1471
    gôwy
    גֹּוי
    nação, povo
    (of the Gentiles)
    Substantivo
    H1961
    hâyâh
    הָיָה
    era
    (was)
    Verbo
    H3427
    yâshab
    יָשַׁב
    e morava
    (and dwelled)
    Verbo
    H349
    ʼêyk
    אֵיךְ
    como? interj
    (and how)
    Advérbio
    H4082
    mᵉdîynâh
    מְדִינָה
    província, distrito
    (of the provinces)
    Substantivo
    H4522
    maç
    מַס
    grupo de trabalhadores forçados, trabalhadores servis, grupo de trabalhadores, serviço
    (a forced)
    Substantivo
    H490
    ʼalmânâh
    אַלְמָנָה
    Capital da Síria, situada junto ao rio Orontes, fundada por Selêuco Nicanor em 300 A.C.
    (Antioch)
    Substantivo - Feminino no Singular genitivo
    H5892
    ʻîyr
    עִיר
    agitação, angústia
    (a city)
    Substantivo
    H5971
    ʻam
    עַם
    as pessoas
    (the people)
    Substantivo
    H7227
    rab
    רַב
    muito, muitos, grande
    ([was] great)
    Adjetivo
    H8282
    sârâh
    שָׂרָה
    ()
    H910
    bâdâd
    בָּדָד
    isolamento, afastamento, separação
    (alone)
    Substantivo


    גֹּוי


    (H1471)
    gôwy (go'-ee)

    01471 גוי gowy raramente (forma contrata) גי goy

    aparentemente procedente da mesma raiz que 1465; DITAT - 326e n m

    1. nação, povo
      1. nação, povo
        1. noralmente referindo-se a não judeus
        2. referindo-se aos descendentes de Abraão
        3. referindo-se a Israel
      2. referindo-se a um enxame de gafanhotos, outros animais (fig.) n pr m
      3. Goim? = “nações”

    הָיָה


    (H1961)
    hâyâh (haw-yaw)

    01961 היה hayah

    uma raiz primitiva [veja 1933]; DITAT - 491; v

    1. ser, tornar-se, vir a ser, existir, acontecer
      1. (Qal)
        1. ——
          1. acontecer, sair, ocorrer, tomar lugar, acontecer, vir a ser
          2. vir a acontecer, acontecer
        2. vir a existir, tornar-se
          1. erguer-se, aparecer, vir
          2. tornar-se
            1. tornar-se
            2. tornar-se como
            3. ser instituído, ser estabelecido
        3. ser, estar
          1. existir, estar em existência
          2. ficar, permanecer, continuar (com referência a lugar ou tempo)
          3. estar, ficar, estar em, estar situado (com referência a localidade)
          4. acompanhar, estar com
      2. (Nifal)
        1. ocorrer, vir a acontecer, ser feito, ser trazido
        2. estar pronto, estar concluído, ter ido

    יָשַׁב


    (H3427)
    yâshab (yaw-shab')

    03427 ישב yashab

    uma raiz primitiva; DITAT - 922; v

    1. habitar, permanecer, assentar, morar
      1. (Qal)
        1. sentar, assentar
        2. ser estabelecido
        3. permanecer, ficar
        4. habitar, ter a residência de alguém
      2. (Nifal) ser habitado
      3. (Piel) estabelecer, pôr
      4. (Hifil)
        1. levar a sentar
        2. levar a residir, estabelecer
        3. fazer habitar
        4. fazer (cidades) serem habitadas
        5. casar (dar uma habitação para)
      5. (Hofal)
        1. ser habitado
        2. fazer habitar

    אֵיךְ


    (H349)
    ʼêyk (ake)

    0349 איך ’eyk também איכה ’eykah e איככה ’eykakah

    forma alongada procedente de 335; DITAT - 75 adv interrog

    1. como? interj
    2. como! (em lamentação)
    3. expressão de satisfação

    מְדִינָה


    (H4082)
    mᵉdîynâh (med-ee-naw')

    04082 מדינה m ediynaĥ

    procedente de 1777; DITAT - 426d; n f

    1. província, distrito
      1. distrito
      2. província

    מַס


    (H4522)
    maç (mas)

    04522 מס mac ou מס mic

    procedente de 4549; DITAT - 1218; n m

    1. grupo de trabalhadores forçados, trabalhadores servis, grupo de trabalhadores, serviço forçado, tarefa, servidão, tributário, tributo, embargo, superintendentes, derrotados
      1. bando de trabalhadores, grupo de trabalhadores, grupo de escravos
      2. superintendentes de grupos
      3. serviço forçado, servidão, tributo, pagamento forçado

    אַלְמָנָה


    (H490)
    ʼalmânâh (al-maw-naw')

    0490 אלמנה ’almanah

    procedente de 488; uma viúva; DITAT - 105; n f

    1. viúva

    עִיר


    (H5892)
    ʻîyr (eer)

    05892 עיר ̀iyr

    ou (no plural) ער ̀ar ou עיר ̀ayar (Jz 10:4)

    procedente de 5782 uma cidade (um lugar guardado por um vigia ou guarda) no sentido mais amplo (mesmo de um simples acampamento ou posto); DITAT - 1587a,1615; n m

    1. agitação, angústia
      1. referindo-se a terror
    2. cidade (um lugar de vigilância, guardado)
      1. cidade

    עַם


    (H5971)
    ʻam (am)

    05971 עם ̀am

    procedente de 6004; DITAT - 1640a,1640e; n m

    1. nação, povo
      1. povo, nação
      2. pessoas, membros de um povo, compatriotas, patrícios
    2. parente, familiar

    רַב


    (H7227)
    rab (rab)

    07227 רב rab

    forma contrata procedente de 7231, grego 4461 ραββι; DITAT - 2099a,2099b adj.

    1. muito, muitos, grande
      1. muito
      2. muitos
      3. abundante
      4. mais numeroso que
      5. abundante, bastante
      6. grande
      7. forte
      8. maior que adv.
      9. muito, excessivamente n. m.
    2. capitão, chefe

    שָׂרָה


    (H8282)
    sârâh (saw-raw')

    08282 שרה sarah

    de 8269; DITAT - 2295b; n. f.

    1. princesa, fidalga, dama

    בָּדָד


    (H910)
    bâdâd (baw-dawd')

    0910 בדד badad

    procedente de 909; DITAT - 201b n m

    1. isolamento, afastamento, separação
      1. uma cidade isolada adv
    2. solitário
      1. seguridade (fig.)