Enciclopédia de Gênesis 28:8-8

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

gn 28: 8

Versão Versículo
ARA sabedor também de que Isaque, seu pai, não via com bons olhos as filhas de Canaã,
ARC Vendo também Esaú que as filhas de Canaã eram más aos olhos de Isaque seu pai,
TB vendo também que as filhas de Canaã eram más aos olhos de Isaque, seu pai;
HSB וַיַּ֣רְא עֵשָׂ֔ו כִּ֥י רָע֖וֹת בְּנ֣וֹת כְּנָ֑עַן בְּעֵינֵ֖י יִצְחָ֥ק אָבִֽיו׃
BKJ Esaú vendo que as filhas de Canaã não agradavam a Isaque, seu pai,
LTT Vendo também Esaú que as filhas de Canaã eram mal vistas por Isaque, seu pai,
BJ2 Esaú soube que as filhas de Canaã eram malvistas por seu pai Isaac;
VULG probans quoque quod non libenter aspiceret filias Chanaan pater suus :

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Gênesis 28:8

Gênesis 24:3 para que eu te faça jurar pelo Senhor, Deus dos céus e Deus da terra, que não tomarás para meu filho mulher das filhas dos cananeus, no meio dos quais eu habito,
Gênesis 26:34 Ora, sendo Esaú da idade de quarenta anos, tomou por mulher a Judite, filha de Beeri, heteu, e a Basemate, filha de Elom, heteu.
Gênesis 28:1 E Isaque chamou a Jacó, e abençoou-o, e ordenou-lhe, e disse-lhe: Não tomes mulher de entre as filhas de Canaã.
I Samuel 8:6 Porém essa palavra pareceu mal aos olhos de Samuel, quando disseram: Dá-nos um rei, para que nos julgue. E Samuel orou ao Senhor.

Mapas Históricos

Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados ​​para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.

Evidências da conquista de Canaã

final do século XV ou XIII a.C.
DUAS DATAS
Ao consideramos o êxodo, vimos que este pode se datado de 1446 a.C.ou de c. 1270 a.C. Isto resulta em duas datas diferentes para a conquista israelita sob o comando de Josué que, levando em conta o período de aproximadamente quarenta anos de jornada pelo deserto, se deu por volta de 1407 a.C.ou c. 1230 a.C. No tocante à arqueologia da Palestina, a primeira data corresponde à Idade Recente do Bronze I (c. 1450-1400 a.C.) e a segunda ao período conhecido como Idade Recente do Bronze II (c. 1300-1200 a.C.). Por certo, os israelitas já se encontravam na terra em 1209 .C., quando o faraó Merenptah encontrou um povo chamado Israel em Canaá,

JERICÓ: UM LOCAL IMPORTANTE
Quando o arqueólogo inglès John Garstang realizou escavações em Jericó (Tell es-Sultan) entre 1930 e 1936, encontrando evidências de que uma cidade inteira havia sido destruída pelo fogo' e parte de suas muralhas havia ruído durante um terremoto, parecia haver indicações conclusivas em favor da data mais antiga, ou seja, c. 1400 a.C.No entanto, ao retomar as escavações em Jerico entre 1952 e 1958, a arqueóloga inglesa Kathleen Kenyon mostrou que a datação feita por Garstang das muralhas da Cidade IV de Jerico (a cidade da Média Idade do Bronze) de c. 1400 a.C. devia ser corrigida para c. 1550 .C. Em termos históricos, essa destruição deve ser associada à guerra de retaliação dos egípcios contra os hicsos que haviam sido expulsos do local, e não ao exército de Josué. As tentativas de baixar essa data de 1550 a.C. para c. 1400 a.C. não foram amplamente aceitas. Não há como negar que são escassas as evidências arqueológicas da conquista de Jericó pelos israelitas, quer em c. 1400 a.C (Idade Recente do Bronze I), quer em c. 1230 (Idade Recente do Bronze II). De acordo com alguns estudiosos, caso tenha restado algo da cidade depois do ataque de Josué, OS vestígios foram apagados pela erosão subseqüente. Sem dúvida, grande parte da Jericó da Média Idade do Bronze destruída pelo fogo em c. 1550 .C. foi removida pela erosão. Quanto às muralhas, sabemos que a casa de Raabe fazia parte das mesmas. Assim, é possível que as fortificações formassem um círculo contínuo de edifícios ao redor da cidade, e não uma muralha típica. Uma analogia fornecida pelo rei egípcio Tutmósis 3 (1479-1425 a.C.) pode vir ao caso. Tutmósis realizou dezoito campanhas militares na Síria-Palestina e, no entanto, poucas cidades atacadas por ele apresentam níveis de destruição correspondentes. O rei do Egito descreve Megido como uma cidade fortificada a qual ele sitiou durante sete meses. No entanto, nenhum vestígio de uma muralha pôde ser encontrado no nível da Idade Recente do Bronze IA dessa cidade.

A IDENTIFICAÇÃO CORRETA DOS LOCAIS
Josué 12:9-24 apresenta uma lista de 3I reis derrotados. Isto não significa, necessariamente, que o exército de Josué triunfou sobre todos esses reis em suas próprias cidades. O rei de Gezer foi derrotado em Laquis, para onde subiu a fim de ajudar o monarca dessa cidade." Também não devemos pressupor que todas as 31 cidades foram destruídas, apesar do extermínio dos habitantes das cidades tomadas ser uma prática comum. De todos os locais mencionados, o exército de Josué pôs fogo apenas em Jericó, Ai e Hazor.f A localização de cerca de dez destas cidades não pode ser definida com precisão. Talvez o caso mais expressivo seja o de Ai. A identificação tradicional com et-Tell se baseia no fato dos nomes "Ai" e et-Tell significarem "ruína". Dos locais identificáveis restates, quatro (Geder, Adulão, Tapua e Hefer) não foram escavados.

AS CIDADES DE CANAÃ CONSIDERADAS COMO UM TODO
A fim de resolver o problema, é preciso considerar evidências de todas as cidades de Canaã, e não apenas de Jericó. É possível relacionar os locais que ram habitados e foram destruídos em uma ou ambas as datas sugeridas. No entanto, convém observar que nenhum local foi inteiramente escavado. Em vários casos, foram realizadas escavações em apenas cerca de 5% do nível relevante, como no caso de Gibeão. Nos casos em que existem sinais claros de destruição, não há provas conclusivas de que foi provocada pelos israelitas. Em relação à data de c. 1400 (Idade Recente do Bronze I), há evidências de assentamentos em oito dos locais identificados com certeza, a saber, Jerusalém, Gezer, Afeca, Hazor, Sinrom, Taanaque, Megido e Jocneão. No entanto, pode-se comprovar a destruição de apenas dois desses locais: Hazor (Tell el- Qadeh) e Megido (Tell el-Mutesellim). Para a data de c. 1230 a.C. (Idade Recente do Bronze II, há evidências de assentamentos em quatorze dos - locais identificados com certeza, a saber, Jerusalém, Jarmute, Laquis, Eglom. Gezer, Debir, Libna, Betel, Afeca, Hazor, Sinrom, Acsafe, Megido e Jocneão. Pode-se comprovar a destruição em seis cidades: Laquis, Gezer, Betel, Afeca, Hazor e Jocneão. Assim, apesar da data de c. 1230 a.C. (Idade Recente do Bronze II) apresentar mais evidências, a correspondência não é abrangente.

A TRANSJORDÂNIA
Anida não foi encontrada na Transjordânia nenhuma cidade fortificada datada desses dois períodos. No caso de Hesbom, a identificação tradicional com Tell Hesban pode ser equivocada Duas cidades vizinhas, Tell el-Jalul e Tell el-Umeiri podem ser candidatas mais adequadas, pois apresentam vestígios de ocupação na 1dade Recente do Bronze.

EM RETROSPECTO
Uma vez que os israelitas reocuparam as cidades depois de sua conquista rápida, esses locais não foram destruídos. Apesar de ser recém-chegado em Canaã, o povo de Israel não trouxe consigo, necessariamente, uma bagagem cultural distinta e, portanto, as cidades ocupadas pelos israelitas podem não apresentar descontinuidade em relação aos habitantes anteriores. Um panorama arqueológico da conquista de Josué como um todo evolve a interpretação de evidências de um grande número de sítios arqueológicos apenas parcialmente escavados e, por vezes, não identificados de forma conclusiva. Assim, é compressível que as conclusões sejam extremamente variadas e talvez não haja como chegar a um consenso.
ESQUERDA: as conquistas de c. 1400 e c. 1230 a.C. A conquista de Canaã por Josué costuma ser datada de c. 1400 a.C.ou c. 1230 a.C.Os mapas indicam evidências arqueológicas das duas datas. Nenhuma delas coincide perfeitamente com os dados fornecidos.
ESQUERDA: as conquistas de c. 1400 e c. 1230 a.C. A conquista de Canaã por Josué costuma ser datada de c. 1400 a.C.ou c. 1230 a.C.Os mapas indicam evidências arqueológicas das duas datas. Nenhuma delas coincide perfeitamente com os dados fornecidos.
ESQUERDA: Planta urbana de Jericó Jericó é considerada por muitos a conquista mais important dos israelitas sob o comando de Josué.
ESQUERDA: Planta urbana de Jericó Jericó é considerada por muitos a conquista mais important dos israelitas sob o comando de Josué.
Tell es-Sultan, localização da Jericó mencionada no Antigo Testamento. Ao fundo aparece o Monte da Tentação.
Tell es-Sultan, localização da Jericó mencionada no Antigo Testamento. Ao fundo aparece o Monte da Tentação.
Relevo do sétimo portal do templo de Amon, em Karnak, Egito. Representa o rei Tutmósis III (1479-1425 a.C.) golpeando prisioneiros asiáticos com os braços levantados, suplicando por misericórdia.
Relevo do sétimo portal do templo de Amon, em Karnak, Egito. Representa o rei Tutmósis III (1479-1425 a.C.) golpeando prisioneiros asiáticos com os braços levantados, suplicando por misericórdia.

A geografia de Canaã

NOMES DA REGIÃO
A terra prometida a veste do lordão era chamada de Canaã, o nome do filho de Cam, filho de Noé! Antes da conquista israelita, os habitantes dessa terra eram chamados de cananeus. O primeiro registro desse nome aparece numa inscrição de Idrimi, rei de Alalakh (Atçana), no sudeste da Turquia, datada da metade do século XV a.C. "Terra de Israel'", uma expressão usada no Antigo Testamento e pela qual o profeta Ezequiel demonstra grande preferencia, se tornou uma designação politizada demais para ser aceita universalmente no dia de hoje como referência geral à terra em si. A exemplo de Canaã, o termo '"Palestina", que ironicamente é derivado dos inimigos tradicionais de Israel, os filisteus, e era o nome da província romana, é usado com frequência para designar o território entre o rio Jordão e o mar Mediterrâneo. Neste Atlas, usamos o nome Palestina com esta última conotação que não deve, portanto, ser interpretada com um sentido político moderno. Termos como "Israel" e "Judá" são usados para denotar os Estados que surgiram na região. A expressão "terra santa" ocorre apenas duas vezes no Antigo Testamento.

As PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
Duas cadeias de montanhas se estendem em paralelo à costa do Mediterrâneo, separadas pelo vale do Jordão. Assim, a terra pode ser dividida, de oeste a leste, em cinco partes:

1. A planície costeira.

2. Os montes da região oeste.

3. O vale do Jordão.

4. Os montes da região leste, na Transjordânia.

5. O deserto da região leste.

Na verdade, essa divisão esquemática é um pouco mais complexa. No sul de Gaza, junto ao mar Mediterrâneo e Berseba, estendendo-se até o mar Morto, há uma região de estepe incultivável chamada Neguebe. Da planície costeira se eleva a cadeia rochosa do Carmelo, uma ramificação dos montes da região oeste. Do lado leste do Carmelo, a planície costeira continua em direção ao interior. Essa região é chamada, por vezes, de vale de Esdraclom ou planície de Megido. Além da linha divisora de águas, o vale de Jezreel se une ao vale do Jordão, separando os montes do oeste em duas partes. Outra região discernível é o Sefelá, um conjunto de colinas entre a planície costeira e os montes de Judá.

1. A planície costeira da Palestina que em vários períodos não ficou sob o controle de Israel, carece de portos naturais, tornado compreensível a inexperiência de Israel em empreendimentos marítimos.

2. Os montes da região oeste se elevam até 1.200 m no norte da Galiléia e 1.115 m perto de Betel. Os montes Tabor (587 m), Gilboa (496 m), Ebal (939 m), Gerizim (881 m) e das Oliveiras (816 m) fazem parte dessa cadera.

3. O vale do Jordão é a depressão mais profunda da superfície da terra, constituindo parte do vale do Rift (também chamado de "Grande Fossa Africana") que se estende para o sul junto ao mar Vermelho e chega até o leste da África. O vale do Jordão possui três lagos.

a) O lago Hulé (atualmente drenado) fica 70 m acima do nível do mar.

b) O lago da Galiléia, também chamado de mar de Quincrete (harpa), lago de Genesaré e mar de Tiberíades, fica 210 m abaixo do nível do mar. Tem 20 km_ de comprimento e 13 km de largura máxima. cobrindo uma área total de 170 km?. Sua profundidade máxima é de 48 m. Ao sul do lago da Galileia, o rio Jordão serpenteia pelo vale em meio a uma vegetação densa, constituída principalmente de tamargueiras e espinheiros, na qual, em outros tempos, era possível encontrar leões.

c) O mar Morto também chamado de mar Salgado, mar do Oriente e mar da Arabá, fica 403 abaixo du nivel do mar Éupontomais baixo da terra e chega a 433 m de profundidade. Tem 75 km de comprimento e 16 km de largura máxima.. A concentração de sal do mar Morto é de 25%, enquanto a do oceano Atlântico é de 6%. Ao sul do mar Morto estende-se o vale de Arabá que atinge uma altura de 230 m acima do nível do mar antes de voltar a descer para o golfo de Ácaba. O monte mais alto da cadeia da região leste é o Hermom (2.814 m), cujo pico coberto de neve pode ser visto a mais de 100 km de distância. Deus permitiu que Moisés avistasse a terra prometida do monte Nebo (835 m).
Não há nenhum limite natural claro entre os montes da região leste da Transjordânia e o deserto a oeste, de onde vinham as tribos saqueadoras como os amalequitas e midianitas.

RECURSOS NATURAIS
O planalto central e a Galiléia são constituídos, em sua maior parte, de calcário, fornecendo aos israelitas um tipo de pedra adequado para a construção. O cobre era extraído de minas em Timna, na Arabá, e depois fundido para produzir bronze no vale do Jordão, entre Sucote e Zaretá. As margens do mar Morto forneciam um suprimento inesgotável de sal. A "Cidade do Sal" mencionada em Josué 15.62 talvez corresponda a Qumran, local no extremo norte do mar Morto que, posteriormente, abrigou a seita dos essênios.

TERREMOTOS E ATIVIDADE GEOTÉRMICA
De tempos em tempos, ocorrem movimentos na crosta terrestre da região da Palestina. Os terremotos podem ter ajudado o exército de Josué a atravessar o Jordão e tomar Jerico. O grande terremoto do tempo do rei Uzias de Judá ainda era lembrado quase dois séculos e meio depois de sua ocorrência.* No momento em que Jesus morreu, a terra tremeu e as rochas se fenderam,5 A mesquita de Al-Aqsa, construída sobre o monte do Templo em Jerusalém, foi danificada por vários terremotos ao longo da história. O último abalo sísmico mais sério ocorreu em 1927. Além disso, vulcões do sudeste do golfo de Ácaba ainda se encontravam ativos nos séculos 8 e XIII. Evidências de atividade geotérmica podem ser observadas nas fontes termais próximas a En- Gedi, do lado oeste e em Zara (Callirhoe) do lado Jeste do mar Morto. Aná, o edomita, parece ter descoberto algumas fontes termais no deserto a leste do lordão.

UMA TERRA BOA
A terra de Canaã é apresentada, com freqüência, como uma terra boa e desejável: 'porque o Senhor, teu Deus, te faz entrar numa boa terra, terra de ribeiros de águas, de fontes, de mananciais profundos, que saem dos vales e das montanhas: terra de trigo e cevada, de vides, figueiras e romeiras; terra de oliveiras, de azeite e mel; terra em que comerás o pão sem escassez, e nada te faltará nela; terra cujas pedras são ferro e de cujos montes cavarás o cobre" (Dt 8:7-9).

Descrição do processo de mineração na antiguidade
"Na verdade, a prata tem suas minas, e o ouro, que se refina, o seu lugar. O ferro tira-se da terra, e da pedra se funde o cobre. Os homens põem termo à escuridão e até aos últimos confins procuram as pedras ocultas nas trevas e na densa escuridade. Abrem entrada para minas longe da habitação dos homens, esquecidos dos transeuntes; e, assim, longe deles, dependurados, oscilam de um lado para outro." Jo 28:1-4
Regiões naturais da Palestina e Transjordânia
Regiões naturais da Palestina e Transjordânia
Penhascos de arenito corroídos pela erosão, localizados em Timna, próximo a Elate, onde se extraía cobre durante o reinado de Salomão.
Penhascos de arenito corroídos pela erosão, localizados em Timna, próximo a Elate, onde se extraía cobre durante o reinado de Salomão.

As condições climáticas de Canaã

CHUVA
No tempo de Moisés e Josué, como nos dias de hoje, a chuva era de suma importância para o clima de Canaã "Porque a terra que passais a possuir não é como a terra do Egito, donde saístes, em que semeáveis a vossa semente e, com o pé, a regáveis como a uma horta; mas a terra que passais a possuir é terra de montes e de vales; da chuva dos céus beberá as águas" (Dt 11:10-11).
Os ventos prevalecentes vindos do mar Mediterrâneo que trazem consigo umidade são forçados a subir quando se deparam com os montes da região oeste e perdem essa umidade na forma de chuva. Passada essa barreira natural, os índices pluviométricos caem drasticamente e, alguns quilômetros depois, a terra se transforma em deserto. Esse fenômeno é exemplificado de forma clara pela comparação entre os índices pluviométricos anuais da cidade moderna de Jerusalém (cerca de 600 mm) com os de Jericó, apenas 20 km de distância (cerca de 160 mm).
O índice pluviométrico anual de Jerusalém é quase o mesmo de Londres, mas em Jerusalém concentra-se em cerca de cinquenta dias de chuva por ano, enquanto em Londres se distribui ao longo de mais ou menos trezentos dias. Em geral, esse índice aumenta em direção ao norte; assim, nos montes ao norte da Galileia a chuva pode chegar a 1.000 mm por ano. Por outro lado, nas regiões sul e leste da Palestina fica abaixo de 300 mm, condições nas quais a agricultura geralmente se torna impraticável.

MUDANÇAS CLIMÁTICAS
A terra de Canaã descrita no Antigo Testamento parece mais fértil do que hoje. A pastagem excessiva, especialmente por rebanhos caprinos, provocou a erosão e perda de fertilidade do solo. Sem dúvida, a terra está mais desmatada devido ao uso de madeira para a construção e combustível e à devastação provocada por inúmeras guerras e cercos.' No entanto, não há nenhuma evidência de que os índices pluviométricos atuais apresentem diferenças consideráveis em relação as dos tempos bíblicos. A erosão das encostas dos montes simplesmente aumentou o escoamento de água e, portanto, as tornou menos férteis.

O CALENDÁRIO DE CANAÃ
Normalmente, não ocorrem chuvas entre a segunda quinzena de maio e a primeira quinzena de outubro. Da segunda quinzena de junho à primeira quinzena de setembro, a vegetação seca sob o calor abafado do verão. A temperatura mais alta registrada na região foi de 51° C no extremo sul do mar Morto. As primeiras chuvas que normalmente começam a metade de outubro, mas podem atrasar até janeiro, amolecem o solo, permitindo o início da aragem. As principais culturas - o trigo e a cevada - eram semeadas nessa época. A chuva continua a cair periodicamente ao longo de todo o inverno, culminando com as chuvas serôdias em abril ou início de maio, que fazem os grãos dos cereais incharem pouco antes da colheita. A cevada era menos valorizada do que o trigo, mas tinha a vantagem de crescer em solos mais pobres e ser colhida mais cedo. A colheita da cevada Coincidia com a festa da Páscoa, no final de março ou em abril e a do trigo com a festa de Pentecoste, sete semanas depois. Uvas, azeitonas, figos e outras frutas eram colhidos no outono. O inverno pode ser frio e úmido, chegando a nevar. Uma quantidade considerável de neve cai sobre Jerusalém mais ou menos a cada quinze anos. A neve é mencionada várias vezes no Antigo Testamento. Por exemplo, um homem chamado Benaia entrou numa cova e matou um leão "no tempo da neve". Numa ocorrência extraordinária, uma chuva de granizo matou mais cananeus do que os israelitas com suas espadas. A chuva no nono mês (dezembro) causou grande aflição ao povo assentado na praça em Jerusalém.° No mesmo mês, o rei Jeoaquim estava assentado em sua casa de inverno diante de um braseiro aceso.• Era necessário usar o fogo para se aquecer até o início de abril, como se pode ver claramente no relato da negação de Pedro. Um problema associado à estação das chuvas, especialmente na região costeira e junto ao lago da Galileia, era o míldio, que na tradução portuguesa por vezes é chamado de "ferrugem". O termo se refere ao mofo em roupas e casas, um mal que devia ser erradicado, e também a uma doença que afetava as plantações.

SECAS
Em algumas ocasiões, o ciclo de chuvas era interrompido e a terra sofria grandes secas. A mais conhecida ocorreu no tempo de Elias e, sem dúvida, teve efeitos devastadores, como a grave escassez de alimentos.° Esse tipo de ocorrência havia sido predito pelo autor de Deuteronômio. A desobediência ao Senhor traria sua maldição sobre a terra: "Os teus céus sobre a tua cabeça serão de bronze; e a terra debaixo de ti será de ferro. Por chuva da tua terra, o Senhor te dará pó e cinza; dos céus, descerá sobre ti, até que sejas destruído" (Dt 28:23-24).

terra cultivável no vale de Dota
terra cultivável no vale de Dota
chuvas
chuvas
Temperaturas na Palestina
Temperaturas na Palestina
Temperaturas na Palestina
Temperaturas na Palestina

A Agricultura de Canaã

A VEGETAÇÃO NATURAL
A. Palestina apresenta diversos tipos de clima desde o alpino até o tropical e o desértico. Em decorrência disso, possui uma vegetação extremamente variada, sendo que foram registradas 2.780 espécies de plantas. Mais de vinte espécies de árvores são mencionadas na Bíblia, desde as palmeiras da região tropical de Jericó até os cedros e florestas de coníferas do Líbano. Nem todas as árvores podem ser identificadas com precisão botânica; alguns termos talvez abrangessem várias espécies diferentes. Por exemplo, o termo hebraico usado para maçá também pode incluir o damasco.' As alfarrobeiras, de cujos frutos o filho pródigo comeu, são conhecidas apenas na bacia do Mediterrâneo. Nem todas as árvores mencionadas na Bíblia eram encontradas em Canaã. O olíbano (o termo hebraico é traduzido na Bíblia como "incenso") e a mirra do sul da Arábia e o cedro do Líbano são exemplos típicos, mas o sândalo, talvez uma espécie de junípero, também era importado do Líbano." Outras árvores provenientes de terras distantes foram introduzidas em Canaã, como no caso da amoreira - a amoreira-branca é originária da China e a amoreira-preta, do Irá. Nos meses de primavera, os campos ficam cobertos de flores, os "lírios do campo" "aos quais Jesus se referiu no sermão do monte (Mt 6:28).

O REINO ANIMAL
A Palestina abriga 113 espécies de mamíferos, 348 espécies de aves e 68 espécies de peixes. Possui 4.700 espécies de insetos, dos quais cerca de dois mil são besouros e mil são borboletas No Antigo Testamento, chama a atenção a grande variedade de animais, aves e insetos com a qual os habitantes de Canaã tinham contato. Davi matou um leão e um urso, dois animais que, para alívio da população atual, não são mais encontrados na região. Outros animais, como os bugios, eram importados de terras distantes." Um grande número de aves "mundas" não podia ser consumido como alimento. Mas quem, em sã consciência, comeria um abutre? Algumas dessas aves "imundas" talvez fossem migratórias, não tendo Canaã como seu hábitat. Os padres de migração dessas aves talvez não fossem compreendidos, mas certamente eram conhecidos. Alguns insetos voadores eram "limpos" e, portanto, podiam ser consumidos. João Batista parece ter aprendido a apreciar o sabor de "gafanhotos e mel silvestre" (Mic 1.6).

CULTURAS
O trigo e a cevada eram usados para fazer pão. Também se cultivavam lentilhas e feijões. Ervas como a hortelã, o endro e o cominho, das quais os fariseus separavam os dízimos zelosamente, eram usados para temperar alimentos de sabor mais suave. Os espias enviados por Moisés a Canaã voltaram trazendo um cacho de uvas enorme, e também romãs e figos. As uvas eram transformadas em vinho "que alegra o coração do homem" (SI 104,15) e em "bolos de passas" (Os 3:1). Do fruto das oliveiras extraía-se o azeite que, além de ser queimado em lamparinas para iluminar as casas, também era usado para fins alimentícios e medicinais e na unção de reis e sacerdotes. O linho era cultivado para a confecção de roupas. Também havia árvores de amêndoa, pistácia e outras nozes.

A CRIAÇÃO DE ANIMAIS
Canaã era considerada uma "terra que mana leite e mel" (Ex 3:8) e descrita desse modo cerca de quinze vezes no Antigo Testamento antes dos israelitas entrarem na terra. O leite era proveniente de ovelhas, cabras e também de vacas. Estes animais também forneciam lã, pelos e couro, respectivamente. Sua carne era consumida, mas, no caso da maioria do povo, somente em festas especiais, como a Páscoa, na qual cada família israelita devia sacrificar um cordeiro.! Caso fossem seguidas à risca, as prescrições do sistema sacrifical para toda a comunidade israelita exigiam a oferta anual de mais de duas toneladas de farina, mais de 1.300 l de azeite e vinho, 113 bois, 32 carneiros 1:086 cordeiros e 97 cabritos. O tamanho dos rebanhos e sua necessidade de pastagem adequada limitavam as regiões onde podiam ser criados. O território montanhoso no norte da Galileia era particularmente apropriado. Os touros de Basá, uma região fértil a leste do lago da Galileia, eram conhecidos por sua força. Além de bois e carneiros, o suprimento diário de alimentos para o palácio de Salomão incluía veados, gazelas, corços e aves cevadas.'* Não se sabe ao certo a natureza exata destas últimas; talvez fossem galinhas, conhecidas no Egito desde o século XV a.C.Os camelos, coelhos e porcos eram considerados "imundos" e, portanto, não deviam ser consumidos.

Uma descrição de Canaã
"Tu fazes rebentar fontes no vale, cujas áquas correm entre os montes; dão de beber a todos os animais do campo; os jumentos selvagens matam a sua sede. Junto delas têm as aves do céu o seu pouso e, por entre a ramagem, desferem o seu canto. Do alto de tua morada, regas os montes; a terra farta-se do fruto de tuas obras. Fazes crescer a relva para os animais e as plantas, para o serviço do homem, de sorte que da terra tire o seu pão, o vinho, que alegra o coração do homem, o azeite, que lhe dá brilho ao rosto, e o alimento, que lhe sustém as forças. Avigoram-se as árvores do SENHOR e os cedros do Líbano que ele plantou, em que as aves fazem seus ninhos; quanto à cegonha, a sua casa é nos ciprestes. Os altos montes são das cabras montesinhas, e as rochas, o refúgio dos arganazes. SALMO 104:10-18

ciclo agrícola do antigo Israel e suas festas principais.
ciclo agrícola do antigo Israel e suas festas principais.
Principais produtos agrícolas da Palestina e da Transjordânia
Principais produtos agrícolas da Palestina e da Transjordânia

PALESTINA - PARTE DO CRESCENTE FÉRTIL

COMO PARTE DO CRESCENTE FÉRTIL

Cercada pelos mares Mediterrâneo, Negro e Cáspio, existe uma imensa formação geológica de montanhas altas e escarpadas, conhecida pelo nome de Cinturão Alpino do Himalaia . Essa paisagem rochosa e irregular se estende dos montes Pireneus, no norte da Espanha, para o leste, numa linha praticamente ininterrupta de 11 mil quilômetros, que vai até a altaneira cordilheira do Himalaia, na Índia e no Nepal, e o espinhaço Tsinling Shan, no interior da China. Perto do centro dessa longa elevação montanhosa, ficam os imponentes montes Taurus, Pônticos, Urartu e do Curdistão, todos na Turquia, os quais, em alguns lugares, chegam a uma altura de cerca de 5.200 metros, com cumes cobertos de neve o ano inteiro, e as cordilheiras de Zagros e Elburz, situadas no Irá (nas quais uns poucos cumes chegam a mais de 5.450 metros, os mais altos de todo o Oriente Próximo). Quer acádica, egípcia, assíria, babilônica, fenícia, persa ou grega, em seus propósitos imperialistas as civilizações antigas nunca conseguiram superar ou transpor totalmente esse terreno descomunal. Aliás, antes do tempo de Júlio César todos os impérios do Oriente Próximo foram, em grande parte, contidos por essa barreira setentrional. Além do mais, à espreita, nas reentrâncias sombrias daquelas montanhas, sempre houve povos ferozes que periodicamente ameaçavam o domínio semita da fronteira norte. Bem mais ao sul, começando no litoral atlântico do norte da África e indo na direção leste, há uma imensa área de terreno quase sem água. Conhecido como deserto do Saara, esse ambiente estéril e ermo se estende para além do mar Vermelho e cobre toda a península Arábica, onde é conhecido pelo nome de deserto da Arábia. A zona árida atravessa as montanhas do Ira na direção norte e prossegue pelo deserto do Sal (Dasht-e Kavir) e a bacia de Tarim, até alcançar o deserto de Gobi, no sul da Mongólia. Em alguns lugares, chegando a ter mais de 1.600 quilômetros de largura e estendendo-se por quase 8 mil quilômetros ao longo de dois continentes, essa faixa de areia inóspita e sinistra constituiu, na Antiguidade, mais uma barreira intransponível para o imperialismo e a civilização. Cercada por essas duas barreiras naturais de montanha e deserto, encontra-se uma faixa estreita e semicircular de terra relativamente arável que, partindo perto de Gaza (At 8:26), no canto sudeste do Mediterrâneo, vai para o norte formando um arco, atravessando Israel, Líbano e oeste da Síria. Próximo do canto nordeste do Mediterrâneo, essa faixa se encurva para o leste e, então, para o sudeste, basicamente seguindo as planícies inundáveis dos vales dos rios Tigre e Eufrates e chegando até a foz desses rios, no golfo Pérsico. Desde a época do egiptólogo James Breasted,15 essa faixa de terra é conhecida como "Crescente Fértil". Nesse Crescente, a humanidade inventou o arado, a roda, a alavanca, o parafuso e o arco. Ali os seres humanos aprenderam a domesticar animais, cultivar cereais e produzir alimentos, agrupar construções e construir cidades, trabalhar com metal e escrever (primeiro, pictográfica e, mais tarde, alfabeticamente). Foi nesse crescente de civilização que a humanidade desenvolveu o conhecimento, a música, a literatura, as leis, a matemática, a filosofia, a medicina, a astronomia, a cartografia, a química e o calendário. Correndo o risco de simplificar demais, é possível dividir o Crescente Fértil em duas regiões topográficas, conhecidas respectivamente como "Mesopotâmia" e "Levante". A palavra "Mesopotâmia" (termo grego que significa "[a terra] entre os rios") foi aplicada à região oriental já na época dos escritos de Políbio, Estrabão e Josefo (200 a.C. a 100 d.C.).16 Ainda antes, os tradutores da Septuaginta (LXX) empregaram a palavra para designar o distrito de onde o patriarca Abraão havia emigrado (Gn 24:10), designado pelos escribas de língua hebraica como Ara Naaraim ("Ara dos dois rios"). Provavelmente, deve-se entender que essa expressão hebraica delimite apenas a terra entre os rios Eufrates e Balih, também conhecida como Pada-Ara ("o campo de Ara" [e.g., Gn 28:8s; 33.18; 35.9]), e não toda a extensão entre o Tigre e o Eufrates Iv. mapas 2 e 301. Mesmo assim, por convenção, as referências à "Mesopotâmia" denotam atualmente a "ilha" de terra delimitada, ao oeste e ao sul, pelo Eufrates, ao leste, pelo Tigre, e, ao norte, pelos maciços isolados dos montes Taurus e do Curdistão. A planície baixa da Mesopotâmia fica a uma altitude de cerca de 495 metros em algumas regiões no norte e se inclina suavemente na direção do golfo Pérsico. Variações na precipitação atmosférica criam duas estepes distintas na Mesopotâmia, uma úmida e uma seca. A estepe úmida recebe mais de 300 milímetros de chuva anualmente. Caracteriza-se por sedimento de cor marrom-avermelhada, pastagens perenes, capins e arbustos, em especial à medida que se vai do oeste para o leste. Essa área entre os rios Eufrates e Balih está muito associada aos patriarcas bíblicos e consiste em colinas baixas e pedregosas e sem vegetação, exceto quando regadas na primavera. Entre os rios Balih e Habur. a estepe é menos árida e até mesmo relativamente fértil na primavera e no início do verão. A área é bem própria para pastoreio de animais, mas assim mesmo a sobrevivência nessa parte da estepe dependia de inúmeros pocos ali espalhados (Gn 24:11-29.2). Parece que na Antiguidade a área não foi intensamente ocupada ou cultivada O alto rio Habur aparece no mapa na forma de um triângulo invertido, onde o terreno achata consideravelmente. Chuva suficiente e solo bom têm permitido o florescimento da agricultura desde a Antiguidade remota, produzindo com abundância o melhor cereal de toda a Mesopotâmia.


Margeando ambos os lados da extremidade sul desse triângulo, afloramentos montanhosos retêm a terra e os depósitos minerais trazidos do norte pela água. Como consequência, essa região tende a permanecer coberta de grama o ano todo, mesmo nos meses de verão e outono, de modo que propiciava pastagens viçosas para os pastores da Mesopotâmia; era para essa região que eles, vindos das regiões ao sul do Eufrates, migravam durante a primavera e o verão. As montanhas também produzem basicamente toda a madeira nativa disponível na Mesopotâmia: pinheiros, carvalhos, terebintos e pistaceiras. Em tempos modernos álamos têm sido plantados em boa parte de toda a Mesopotâmia, tanto para servir de barreira para o vento quanto para uso na construção. Em contraste, a maior parte da estepe seca se caracteriza por solo desértico de gesso cinzento, pastagens sazonais de raízes superficiais, arbustos esparsos e - onde o solo é suficientemente profundo - uma limitada agricultura de sequeiro com colheitas no inverno. Abaixo do nível de precipitação pluviométrica de 200 mm, só ocorre - e em escala limitada - agricultura com irrigação. A planície de inundação do Médio Eufrates, em particular na área de Deir e7-Zor e no sul, chega a ter 90 metros de profundidade e 13 quilômetros de largura. O solo de humo depositado ali pelo Eufrates e o Habur é ideal para a agricultura, e sabe-se que durante todo o período bíblico existiu em toda essa região uma série de povoados. Em escala bem mais limitada, as mesmas condições existem ao longo de um trecho curto do Médio Tigre, na região em torno de Samarra, onde depósitos trazidos pelo Tigre e o Baixo Zab criaram uma base de ricos sedimentos aluviais. O solo do sul da Mesopotâmia é uniformemente duro e quase impermeável. O cenário exibe dunas e formações criadas pelo vento, resultado de areia transportada do deserto da Arábia. Ao mesmo tempo, o sul da Mesopotâmia sempre teve de enfrentar o problema de um lençol freático mais elevado por causa de irrigação excessiva, o que levou a um aumento crescente da salinização do solo. Aliás, alguns estudiosos sugerem que a decadência da civilização suméria naquela região e a consequente mudança dos centros culturais para o norte poderiam ser atribuídas à lenta salinização do solo. Está longe de haver certeza disso, embora saibamos com segurança que a economia suméria dependia fortemente de colheitas de cereal produzido localmente, uma produção muito maior do que se conseguiu ter mais tarde, quer na Antiguidade, quer em qualquer outra época desde então. A região entre a confluência do Tigre e do Eufrates e o golfo Pérsico é conhecida como canal ou rio Shatt el-Arab. Duas vezes por dia o nível de água nessa área sobe e desce aproximadamente 1,8 metros, o que é motivo de periódicas disputas fronteiriças entre Iraque e Irã. Do ponto de vista geográfico, a flutuação possibilita que a água salina do golfo avance para o interior, criando assim uma área pantanosa que restringe seriamente a habitação humana. Esse panorama geral permite perceber que a expressão "Crescente Fértil" está bastante sujeita a uma interpretação errada. Mais precisamente, pode-se chamar a maior parte da Mesopotâmia de "fértil" apenas para contrastar com seu vizinho árido e deserto e só ao longo das estreitas faixas sinuosas e verdejantes das planícies inundáveis dos rios Tigre e Eufrates, de seus tributários e dos sistemas de canais conectados. A região ocidental do Crescente Fértil é denominada Levante, palavra usada para se referir à visão que tem alguém que está no Mediterrâneo, num navio que vai naquela direção, seja do levantar (i.e., nascer) do sol, seja dos cumes/elevações das montanhas. Essa área geográfica consiste em um alinhamento duplo de cinturões de montanhas que cercam a porção norte da falha geológica afro-árabe. Longitudinalmente segmentados por três "depressões", esses cinturões compreendem uma série de quatro conjuntos paralelos de cordilheiras

1. Começando no norte, perto de Antioquia e da planície de Amuq, fica a cadeia de montanhas de Nusariya, que tecnicamente inclui o monte Cássio Essa cadeia de montanhas domina o horizonte a oeste, enquanto a cadeia Zawiya e seus maciços isolados setentrionais se erguem no leste. No sul, estende-se até a denominada depressão Trípoli-Homs-Palmira - um vale ao longo do qual corre o rio el-Kabir (Elêuteros), que delimita a fronteira atual entre a Síria e o Líbano.

2. No território ao sul desse desfiladeiro lateral, para quem olha para oeste, fica o imponente macico do Líbano. No lado oposto, a oeste, encontra-se a cordilheira do Antilíbano, que atinge seu ponto mais alto no monte Hermom, em sua extremidade sul. Os Líbanos chegam até o profundo desfiladeiro formado pelo rio Litani (logo ao norte de Tiro), desfiladeiro que se estende para o leste, além de Da, até a estepe plana que faz a separação entre as colinas de Damasco e o planalto basáltico de Jebel Druze.

3. Mais ao sul, cobrindo a área entre a assim chamada depressão Litani-Da-Estepe e a depressão Berseba-Zerede, fica a região montanhosa da Galileia, Samaria e Judá ao ocidente. No oriente, são proeminentes as colínas de Gola, o planalto de Gileade e a região montanhosa de Moabe.

4. Ao sul da depressão Berseba-Zerede e indo até o mar Vermelho, o cenário a oeste é formado pelas encostas ermas e adversas do deserto de Zim e o Neguebe moderno. A leste, o horizonte é dominado pela região montanhosa altaneira de arenito de Edom e pelas espetaculares montanhas de granito de Midia (é uma questão ainda em aberto se essa quarta região deve ou não ser tecnicamente incluída no Levante; principalmente porque essa é uma discussão geográfica, a região é mencionada neste ponto, mas não aparecerá no mapa nem na discussão a seguir). Separando essas cadeias paralelas de montanhas, encontra-se o Grande Vale do Rifte (o trecho mais setentrional do Vale do Rifte Afro-Árabe). No norte, os montes Nusariya e Zawiya

despencam mais de 900 metros nessa fenda, conhecida ali como Ghab ("mata fechada" ou "depressão"), que é drenada pelo sinuoso rio Orontes. Ao sul, as montanhas do Líbano e do Antilíbano, que chegam a alturas superiores a 3 mil metros, desabam abruptamente na depressão conhecida naquela região pelo nome de Beqa ("lugar de água estagnada"), drenada basicamente pelos rios Litani e Abana. Prosseguindo rumo ao sul, a região montanhosa da Galileia, Samaria e norte de Judá e as colinas de Gola e de Gileade descem numa inclinação acentuada até a fenda estreita conhecida como Arabá ("terra improdutiva, planície desértica"). Devido ao rio que a drena, essa depressão ao norte do mar Morto também pode ser identificada como o Vale do Rifte do Jordão. E instrutivo analisar o Levante empregando um corte longitudinal. Nessa perspectiva, o próprio Levante tem a forma de uma montanha, mais elevada no centro, com certos aspectos topográficos e fisiográficos espelhados nas Praticamente cercada por estradas modernas, Tel Dan fica junto ao rio Da (n. Qadi), na estepe logo ao sul do monte Hermom. encostas, dos dois lados. A chave para a geografia do Levante é seu cume altaneiro. A imponente altura das montanhas do Líbano e do Antilíbano supera em muito a das serras ao norte ou ao sul. Além disso, elas exibem um aspecto raro de estrutura geológica, inexistente em regiões vizinhas: dentro de sua sublevação há um substrato significativo de rochas impermeáveis e não porosas. Devido a essa camada, a água é forçada a ir para a superfície em enorme quantidade, criando centenas de fontes grandes e abundantes numa altitude elevada e incomum de 1.200 a 1.500 metros acima do nível do mar. Algumas dessas correntes de água têm vazão que chega a mais de 100 metros cúbicos por segundo e surgem nas encostas das montanhas como regatos ou riachos em cascata. Elas formam a nascente de pelo menos quatro rios importantes: o Litani, o Abana, o Orontes e o Jordão. Em vários aspectos básicos, é possível observar certa simetria também nos dois vales fluviais mais afastados (em especial antes do século 20, quando diques foram construídos em cada rio). Tanto o rio Orontes quanto o Jordão tinham declives acentuados, em particular perto de suas nascentes, nas elevadas regiões montanhosas do Líbano, e correntezas tão rápidas que causavam erosão ao invés de deposição. Ao longo da história, nenhum dos dois rios chegou a ser navegável. Na Antiguidade, ambos tiveram de atravessar um dique basáltico, criando assim um lago intermediário (o lago de Homs, no Orontes; o lago Hula, no Jordão). Os dois rios sofrem enchentes sazonais desfavoráveis ao ciclo agrícola, de modo que não tinham quase nenhum valor em termos de irrigação. Os solos em torno do Orontes e do Jordão são de tipos semelhantes: aluviais ao longo das margens, salinos em certos lugares (em especial ao longo do Jordão).


Os coniuntos de montanhas que flanqueiam o norte e o sul da cordilheira do Líbano e do Antilíbano são, eles mesmos, simétricos em certos aspectos. Os dois conjuntos são em sua maior parte constituídos de calcário e apresentam um vale interno transversal (o vale de Ugarit no norte; o vale de Tezreel (Esdraelom] no sul). As duas serras possuem uma forma longitudinal semelhante e uma altitude relativa de 760 a 1.060 metros, com cumes que atingem entre 1.350 e 1.520 metros de altitude. Cada serra recebe chuva em quantidade parecida (c. 500 a 1.000 mm por ano), em padrões sazonais similares. Nos dois casos, a quantidade de chuva aumenta para o lado norte e nos flancos ocidentais, justamente em terreno em que a lavoura é menos produtiva e o valor da irrigação é desprezível. Os solos das duas serras produzem vegetação parecida: arbustos mediterrâneos, tamargueiras e mato cobrem muitas encostas; capim sazonal próprio apenas para pastagem sobrevive nos planaltos; juncos crescem em brejos; e anêmonas, papoulas e flores silvestres abundam. A produção agrícola inclui cereais (trigo, cevada, milho) e, nas planícies costeiras, pode-se cultivar uma ampla gama de vegetais. E possível encontrar árvores cítricas e também muitas figueiras, alfarrobeiras, oliveiras e tamareiras; as poucas florestas com árvores de madeira de lei que não foram pilhadas ao longo da história são extremamente pequenas. Nessas duas terras, a estratificação fornece relativamente poucos recursos minerais, em especial depósitos de betume e fontes minerais. Tanto uma região montanhosa quanto outra são flanqueadas, a oeste, por uma linha costeira bem estreita e plana, constituída basicamente de areia e dunas.

Mesopotâmia da Antiguidade
Mesopotâmia da Antiguidade
Barreiras geográficas do mundo antigo
Barreiras geográficas do mundo antigo

PALESTINA - TERMINOLOGIA HISTÓRICA

Infelizmente, na Antiguidade o sul do Levante não era conhecido por um único nome abrangente, mas por vários, dependendo de onde e de quando se fazia referência ao lugar.
O contrário acontecia: uma gama de termos bíblicos e/ou seculares designava a terra do Israel bíblico, não sendo possível supor que algum deles correspondesse completamente às fronteiras teológicas de Israel (ou um ao outro) nem se podendo aplicar qualquer deles a todo o período da história bíblica sem criar algum anacronismo.
Na Antiguidade, em muitos casos, nomes que antes haviam sido usados para denotar uma divindade ou um grupo populacional importante foram simplesmente emprestados e reaplicados para designar a entidade geopolítica em que aquele grupo estava. Por exemplo, o nome "Canaa" derivou dos cananeus; o nome "Palestina" deve sua existência aos filisteus; e "(a terra de) Hatti" originalmente designava uma série de cidades-estados neo-hititas situadas aproximadamente entre Carquêmis e Damasco, cujos habitantes parecem ser descendentes de Hete (e.g., Gn 10:15-1Cr 1,13) e/ou devotos do deus Hatti.37 O texto bíblico diz que tanto os cananeus quanto os hititas estavam entre os "ocupantes da terra" na época da colonização por Israel (Dt 7:1; Dt 3:10-12.8; cp. Gn 15:18-21; Ex 3:8-17), e sabe-se que os filisteus imigraram para aquela terra por volta de 1200 a.C.


CANAÃ
O termo Canaa/cananeu(s) é bem atestado em boa parte dos textos do segundo milênio a.C.38 A julgar por esse uso, parece que Canaã era o termo convencional para designar o sul da área que o Egito controlava na Ásia, em contraste com Amurru (a terra dos amorreus, ao norte do rio el-Kabir). Canaã se estendia das cidades de Gaza e Ráfia, no sul, até tão ao norte quanto o vale do rio el-Kabir e a localidade de Sumra/Simyra.3 De modo que o quadro geral que surge é que as citações, tanto em textos do Oriente Próximo quanto na Bíblia, revelam uma notável semelhança quando delineiam os limites de Cana (v. acima a análise sobre as fronteiras teológicas de Israel). Essa afirmação pode ter consequências quanto à antiguidade e à essencial historicidade daquelas narrativas que mencionam as fronteiras de Israel.
Antes das descobertas arqueológicas em Nuzi, em geral se acreditava que a palavra "Canaa" derivava de um verbo semítico com o sentido de "curvar/curvar-se/ser baixo", porque os cananeus ocupavam a região baixa perto do mar, em contraste com a região montanhosa dos amorreus (Nm 13:29; Js 5:1; cp. Is 23:11). Uma teoria relacionada é que Canaã era o lugar onde o sol "se curva" (se põe), de maneira que, por definição, um cananeu era alguém do oeste. Mas se descobriu que, em Nuzi, a palavra kinahhu" se refere a uma substância de cor púrpura avermelhada, extraída de conchas de múrex e usada no tingimento de tecidos, especialmente lã.
Os textos antigos estão repletos de referências à grande consideração dada a quem se vestia de púrpura. Por ser natural, ao invés de produzida pelo homem, a tintura de múrex tinha valor elevado, pois nunca desbotava. A lucrativa indústria do múrex se concentrava ao norte de Cesareia, no Mediterrâneo, onde as águas do mar regularmente lançavam na praia uma grande quantidade dessas conchas. No local de uma antiga fábrica de tintura, em Tiro, foi encontrado um grande número de conchas*2 e, em Dor, também se encontraram claros indícios do processo de tingimento.43 Os nomes de certos lugares cananeus nos arredores oferecem ainda outros indícios de que o tingimento de múrex era uma atividade econômica essencial. Por exemplo, o nome "Sarepta" vem de um verbo que tem o sentido de "tingir" e o nome "Zobá" é derivado de um verbo que denota o tingimento de tecido. Às vezes a própria palavra "cananeu" é traduzida por "comerciante/mercador"* Como consequência, parece preferível entender Canaã como "a terra da púrpura" e "cananeus" como "o povo da terra da púrpura" (ideia a partir da qual o conceito de comércio poderia facilmente derivar). Textos gregos nos mostram que, no primeiro milênio a.C., os herdeiros culturais dessa indústria de tintura foram denominados fenícios, nome que deriva da palavra grega phoinix ("púrpura"). Mesmo no Novo Testamento aparentemente "cananeu" e "fenício" ainda eram designativos um tanto quanto equivalentes (Mt 15:22 refere-se a uma mulher cananeia; o relato de Marcos sobre o mesmo acontecimento chama-a de siro-fenícia [Mc 7:26]). Parece, então, que as palavras "Canaa" e "Fenícia" têm apenas duas diferenças básicas: (1) a primeira é vocábulo semítico, ao passo que a segunda é de origem grega; (2) a primeira é empregada no segundo milênio a.C., enquanto a segunda passa a ser normativa no primeiro milênio a.C. Se levarmos esses dados à sua conclusão lógica, parece que a mesma palavra teve, no início, a conotação do processo de tingimento, com o passar do tempo foi estendida às pessoas envolvidas no processo e, por fim, englobou o território/província onde essas pessoas formavam um grupo bastante importante da população.

PALESTINA
Por motivos que ainda não estão claros para nós, por volta de 1200 a.C. boa parte do mundo bíblico experimentou uma séria turbulência política, provocada em grande parte por hordas de invasores a que fontes egípcias se referem como "povos do mar" Há muito os estudiosos vêm cogitando sobre o que provocou esse movimento de cerca de 14 povos na direção sudeste: denyen, lukka, shardanu, masha, arinna, karkisha, pitassa, kashka, akawasha, tursha, sheklesh, peleset (filisteus), tjekker e weshesh (essas grafias são aproximadas). Embora dois ou três desses povos também apareçam em textos mais antigos do Levante ou do Egito, parece que por essa época houve uma migração bem vasta. Esses povos foram desalojados devido a uma mudança climática que causou escassez de alimento, à turbulência política que cercou a batalha de Troia ou à invasão da Grécia pelos dórios, ou a algum outro fator? Qualquer que tenha sido o motivo, é provável que, antes de chegar ao coração do Egito, vários contingentes de povos do mar tenham sido responsáveis pela queda do Império Hitita, cujo centro de poder ficava na Ásia Menor, pela captura da ilha de Chipre e pela devastação e/ou reocupação de muitas cidades em todo o Levante: Ugarit, Alalakh, Carquêmis, T. Sukas, Tiro, Sidom, Hazor, Aco, Dor e um grande número de lugares na planície da Filístia. Mas os egípcios resistiram aos povos do mar, e seus textos indicam que os filisteus foram repelidos do território egípcio na direção nordeste,15 onde mais tarde habitaram o sudoeste de Canaã, que se tornou conhecido como planície da Filístia. O local de onde os filisteus emigraram também continua sendo objeto de debate.1 A tradição bíblica de que procederam de Caftor (Creta) não é decisiva, porque aquele texto declara que os filisteus foram trazidos de Caftor da mesma maneira que os israelitas foram trazidos do Egito (Am 9:7; cp. Gn 10:14-1Cr 1.12; Jr 47:4; Ez. 25.16; SF2.5). Ou seja, é possível que a Biblia não esteja indicando o lugar de origem de nenhum dos dois povos. Levando em conta certos aspectos da cultura material filisteia (caixões de defunto estilizados, cerâmica característica etc.) ou palavras bíblicas encontradas em narrativas sobre os filisteus (guerreiro, senhor, capacete, arca), alguns estudiosos defendem que os filisteus emigraram da Grécia. Outros, com base em épicos gregos e na tradução que a LXX faz de Caftor ("Capadócia") em Deuteronômio 2.23 e Amós 9.7, afirmam que os filisteus tiveram origem ao longo do litoral sudoeste da atual Turquia. Mas tudo isso continua sendo bastante especulativo, em parte devido à escassez de textos indubitavelmente filisteus e em parte porque os filisteus começaram a passar pelo processo de assimilação cultural logo depois de chegarem a Canaã. A única conclusão segura a que se pode chegar é que, como designação de uma entidade geográfica distinta, a palavra Palestina deriva dos filisteus.
Hoje em dia às vezes se diz que, como designação da terra de Israel, o termo "Palestina" surgiu só em meados do segundo século d.C., quando, como castigo político pela revolta de Bar-Kochba, o imperador Adriano deliberadamente adotou o nome dos antigos inimigos de Israel - os filisteus - e apenas o latinizou para criar conotações pejorativas óbvias.
De acordo com esse ponto de vista, o uso mais antigo de "Palestina" foi propaganda feita pelos romanos com fortíssimas implicações políticas antijudaicas. Nesse caso, então, qualquer uso que se faça atualmente da palavra Palestina para se referir à história antes da época de Adriano é, na melhor das hipóteses, perigosamente anacrônico e historicamente errôneo e, na pior, antibíblico e até mesmo antijudaico. Existem, contudo, dados que apontam em outra direção.
Para começar, o nome Palestina aparece 13 vezes em textos neoassírios ainda do reinado de Adade-Nirari III (810-782 a.C.), Tiglate-Pileser III (744-727 a.C.) e Sargão II (721- 705 a.C.)." É improvável que qualquer uma dessas citações vislumbrasse a terra de Israel como um todo (em contraste com a região da Filístia). Na realidade, em um dos textos, Palestina aparece em contraste tanto com Israel (literalmente " terra de Onri") quanto com Edom.5 No entanto, em 11 casos a palavra Palestina é imediatamente precedida pelo indicador semântico para "terra/país", o que é uma indicação inconfundível de que a referência é a uma entidade geográfica distinta. De modo semelhante, uma estatueta egípcia com data presumível da 27. dinastia (945-715 a.C.) traz inscrição que faz referência a um "encarregado de Cana e Palestina" (escrita PIst). Nesse caso, o termo Palestina está sendo usado em contraste com o território de Canaã. Pode-se observar mais uma vez que o termo aparece definitivamente num contexto geográfico/provincial (e não político).
Mais relevantes para essa controvérsia são, porém, os resultados de uma pesquisa por computador que pode ser feita no Thesaurus linguae graecae (TLG; University of California, campus de Irvine). Uma pesquisa de "Palestina" como nome próprio em textos escritos antes do fim do primeiro século da era crista revelou 196 citações completas em textos gregos ou latinos (excluindo-se possíveis atestações parciais da palavra Parte das extensas ruínas arqueológicas do período Palácio Novo (aprox. 1700-1400 a.C.) em Zakros, no litoral sudeste de Creta. Alguns especialistas creem que o lugar de origem dos filisteus pode ter sido Creta.


ISRAEL
O nome Israel deriva, em última instância, do patriarca Jacó, cujo nome foi mudado para Israel (Gn 32:28). Quando os descendentes do patriarca se tornaram escravos no Egito, a expressão "filhos de Israel" passou a ser frequentemente aplicada a eles (Êx 1:9-12; 2.23,25; 3:9-11; etc.). Mais tarde, o nome Israel veio a ser aplicado ao reino nortista de Efraim, em contraste com o reino sulista de Judá (1Rs 12:18-20; 1Cr 5:17; etc.). Posteriormente, após o desaparecimento do Reino do Norte, ocasionalmente "Israel" foi usado para se referir ao reino sulista de Judá (Jr 10:1). Assim mesmo, é difícil identificar uma passagem bíblica que use explicitamente a palavra Israel para denotar uma área geográfica específica. É claro que ocorre a expressão "terra de Israel" (1Sm 13:19-1Cr 22.2; 2Cr 2:17; Ez 40:2-47.18), mas ela sempre está ligada ao terreno ocupado ou a ser ocupado por alguns ou por todos os israelitas e, em consequência, a extensão dessa área sofre variação. Fora da Bíblia, "Israel" (i.e., o Israel da Bíblia) ocorre em três textos antigos. O mais antigo é uma estela de granito do quinto ano de Merneptah (1209 a.C.). Nessa tábua de granito há uma inscrição que menciona 1srael, mas ela está registrada de tal maneira que parece apontar para uma entidade étnica e, por esse motivo, a citação não oferece quase nenhuma ajuda na definição das fronteiras geográficas de Israel. Contudo, a Estela de Merneptah é a única testemunha extrabíblica de Israel antes do nono século a.C., quando o nome aparece em duas inscrições distintas. O Obelisco Negro está escrito em cuneiforme e data do sexto ano do rei assírio Salmaneser III (853 a.C.), quando Acabe forneceu 2 mil carros e 10 mil soldados para uma coalizão que lutou contra as forças de Salmaneser. A inscrição faz referência a Acabe como " rei de Israel" Poucos anos depois (c. 835 a.C.), o rei Messa de Moabe mandou inscrever, em uma estela de basalto, uma dedicatória à sua divindade, Camos; nessa inscrição ele se vangloriou de ter retomado o território que anteriormente havia sido conquistado por Onri, "rei de Israel" De acordo com a Bíblia, Messa de Moabe foi vassalo de Israel durante os dias de Onri e Acabe, mas se rebelou por ocasião da morte deste último (2Rs 3:4-5). Contudo, uma batalha ocorrida em seguida e registrada na Bíblia terminou com uma derrota moabita (2Rs 3:9-27). Numa tentativa de harmonizar a afirmação bíblica com a declaração de vitória registrada na estela de Messa, alguns estudiosos sustentam que a vitória de Messa sobre Israel ocorreu um pouco depois, durante o reinado de Jeoacaz. Nenhuma dessas duas inscrições do nono século a.C. fornece informações geográficas que permitam traçar fronteiras específicas para Israel. No entanto, ambas são bastante úteis, pois cada uma identifica explicitamente pelo nome pessoas que, na Bíblia, também são conhecidas como "rei de Israel. A Inscrição de Messa é ainda muito útil por ser rica em terminologia bíblica.

HIDROLOGIA, SOLO E CHUVAS NA PALESTINA

HIDROLOGIA
Não é nenhuma coincidência que o principal deus do Egito (Amom-Rá) era uma divindade solar, o que também era o caso do líder do panteão mesopotâmico (Marduque) 108 Em contraste, o grande deus de Canaã (Baal) era um deus da chuva/fertilidade. Aí está um mito com consequências profundas e de longo alcance para quem quisesse viver em Canaã, mito que controlava boa parte da cosmovisão cananeia e, às vezes, até o pensamento israelita. O mito é um reflexo direto de certas realidades hidrológicas dessa terra. Dito de modo simples, nunca é preciso chover no Egito nem na Mesopotâmia. Cada uma dessas terras antigas recebeu uma rica herança: um grande rio. Do Nilo e do Eufrates, respectivamente, as civilizações egípcia e mesopotâmica tiravam seus meios de subsistência, irrigavam suas plantações e davam água a seus rebanhos e manadas. Cada um desses rios fornecia um enorme suprimento de água doce, mais do que poderia ser consumido pelas sociedades que eles alimentavam e sustentavam. Enquanto houvesse chuva suficiente a centenas e centenas de quilômetros de distância, nas montanhas da Etiópia e Uganda (no caso do Nilo) e nas regiões montanhosas e acidentadas do leste da Turquia (no caso do Eufrates).
não seria necessário chover no Egito nem em boa parte da Mesopotâmia. E, na verdade, raramente chovia! Naquelas regiões, a sobrevivência dependia do sustento proporcionado por rios que podiam ser usados com proveito no ambiente parecido com o de uma estufa, criado pelo calor do sol ao longo de suas margens.
Num contraste gritante com isso, em Canaã a sobrevivência dependia justamente da chuva. Nessa terra não havia nenhum grande rio, e os parcos recursos fluviais eram incapazes de atender às necessidades dos habitantes. É certo que o rio Jordão atravessava essa terra, mas, do mar da Galileia para o sul. ele ficava numa altitude tão baixa e estava sempre tão cheio de substâncias químicas que, em essência, a sociedade cananeia estava privada do eventual sustento que o lordão poderia lhe proporcionar. Em meio à têndência histórica de civilizações surgirem ao longo das margens de rios, o Jordão aparece como evidente exceção Fora o lordão. em Canaã havia apenas um pequeno volume de água doce subterrânea. Na Antiguidade, o rio Jarcom, que se forma nas fontes perto de Afeque e deságua no Mediterrâneo logo ao norte de Jope, produzia umidade suficiente para forcar viajantes a se deslocarem mais para dentro do continente, mas só no século 20 seus recursos foram finalmente aproveitados. O rio Ouisom, que drena parte do vale de Jezreel antes de desaguar no Mediterrâneo, na altura da planície de Aco, na maior parte do ano é pouco mais do que um riacho. E o rio Harode, que deságua no lordão em frente de Bete-Sea, mana de uma única fonte situada no sopé do monte Gilboa. De modo que os cananeus e até mesmo a comunidade da aliança de Deus experimentariam, nessa terra, a sobrevivência ou a morte, colheitas boas ou más, a fertilidade ou a seca, justamente como consequência de tempestades que podiam lançar sua chuva numa terra que, de outra forma, era incapaz de suster a existência humana. Para os autores das Escrituras, um padrão recorrente, até mesmo estereotipado, é pregar que a fé produz bênçãos enquanto a falta de fé resulta em condenação. Talvez nada mais ressaltasse esse padrão com tanta força do que a dependência da chuva. Por exemplo, perto do momento de Israel se tornar nação, o povo foi instruído sobre as consequências da fé: "Se [.] guardardes os meus mandamentos [..) eu vos darei chuvas no tempo certo, a terra dará seu produto [...] Mas, se não me ouvirdes [...] farei que o céu seja para vós como ferro, e a terra, como bronze [...] a vossa terra não dará seu produto" (Lv 26:3-20). Mais tarde, quando estava na iminência de se lancar em sua missão de ocupar Canaã, o povo recebeu as descrições mais vívidas e completas das características hidrológicas daquela terra. "Pois a terra na qual estais entrando para tomar posse não é como a terra do Egito, de onde saístes, em que semeáveis a semente e a regáveis a pé [referência ou a um tipo de dispositivo usado para puxar água que era movimentado com os pés ou a comportas de irrigação que podiam ser erguidas com os pés para permitir que as águas entrassem em canais secundários], como se faz a uma horta; a terra em que estais entrando para dela tomar posse é terra de montes e de vales, que bebe as águas da chuva do céu; terra cuidada pelo SENHOR, teu Deus, cujos olhos estão continuamente sobre ela, desde o princípio até o fim do ano" (Dt 11:10-12).
O autor bíblico passa então a fazer um contraste entre a fé e a fertilidade (v. 13-17). Na prática, sua mensagem era a de que, se os israelitas obedecessem aos mandamentos de Deus, ele lhes enviaria tanto as primeiras como as últimas chuvas, a fim de que o povo pudesse armazenar cereais, vinho e azeite. Mas, caso seus corações manifestassem falta de fé, na sua ira Deus trancaria os céus e não haveria nenhuma chuva. Então, parece claro que naquela terra a fertilidade dependia da fé e a própria vida estava em risco devido à falta de chuva, o que resultava em seca e fome. Ademais, os dois textos acima apresentam uma mensagem que é repetida em muitas outras passagens, em cada seção e gênero de literatura biblica: é Deus que, na sua benevolência - mediante a dádiva da bênção da chuva - sustenta a vida na terra da promessa (e.g., Dt 28:12-2Cr 7.13,14; J6 5.10; 28.25,26; 36.27,28; SI 65:9-13 135:7-147.8,18; Is 30:23-25; Ez 34:26; Os 6:3; Am 9:6; Zc 10:1; MI 3.10; Mt 5:45; At 14:17; Hb 6:7). De modo análogo, Deus tem a prerrogativa soberana de reter a chuva como sinal de sua insatisfação e juízo (e.g., Dt 28:22-24; 1Rs 8:35-36; 17.1; 2Cr 6:26-27; Jó 12.15; Is 5:6; Jr 3:3-14:1-6; Am 4:7-8; Zc 14:17). 110 Parece que os autores das Escrituras empregaram essa realidade teológica justamente por causa das implicações hidrológicas dinâmicas que teriam sido por demais óbvias para quem quer que tentasse sobreviver em Canaã. Para o israelita antigo, a chuva era um fator providencialmente condicionado.
As vezes, na história de Israel, Deus ficou tão descontente com o comportamento de seu povo que não lhes deu nem a chuva nem o orvalho (e.g., 1Rs 17:1; Ag 1:10-11; cp. Gn 27:39-25m 1.21; Is 26:19; Os 14:5; Jó 29.19). 112 Com certeza, poucos agricultores na América do Norte ou Europa tiveram boas colheitas principalmente como resultado de orvalho.
Entretanto, no Israel antigo, onde a água era escassa e inacessível, exceto aquela proveniente do céu, em certas estações do ano o crescimento das plantações dependia totalmente da formação do orvalho. Isso era ainda mais válido quando uvas e figos estavam amadurecendo no início do outono, logo antes das "primeiras chuvas" 13 Em circunstâncias normais, a cada ano, a planície Costeira ao sul de Gaza, o vale de lezreel no centro (Iz 6:36-40), o elevado monte Carmelo e o Neguebe Ocidental experimentam - todos eles - cerca de 250 noites de orvalho. Alguns estudiosos têm, com bons motivos, chegado a afirmar que a conexão entre chuva, fé e vida pode ser a melhor explicação por que, depois de atravessarem o Jordão e passarem a residir em Canaã, os israelitas puderam apostatar com tanta rapidez e de modo tão completo. Talvez nenhuma geração de israelitas que viveu antes da época de Cristo tenha experimentado de forma mais convincente o elemento do milagre divino do que aqueles que participaram da ocupação de sua terra. Contudo, seus filhos e netos ficaram rápida e completamente fascinados pelo deus Baal e pelo baalismo cananeu (z 6:25-32; 15m 4:5-8; 1Rs 16:32-33; 19:10-14), e o sincretismo deles se tornou o tema triste e recorrente do livro de Juízes. Aqueles dessa geração posterior não deram ouvidos às exortações proféticas e logo descobriram que, na prática, eram cananeus - pessoas que, por meio do culto da fertilidade, procuravam garantir que houvesse chuva suficiente. O baalismo cananeu estava envolvido com uma cosmovisão cíclica (e não com uma linear), em que o mundo fenomênico, a saber, as forças da natureza, era personificado. Dessa maneira, os adeptos do baalismo eram incapazes de perceber que as estações do ano eram de uma periodicidade regular e mecânica. A variação e a recorrência das estações eram vistas em termos de lutas cósmicas. Quando a estação seca da primavera começava com a consequente cessação de chuva e a morte da vegetação, inferiam erroneamente que o deus da esterilidade (Mot) havia assassinado seu adversário, Baal. Por sua vez, quando as primeiras chuvas do outono começavam a cair, tornando possível a semeadura e, mais tarde, a colheita, de novo o baalismo cometia o erro de inferir que o deus da fertilidade (Baal) havia ressuscitado e retornado à sua posição proeminente.
Ademais, o fracasso do baalismo cananeu em perceber que a variação das estações era governada pela inevitabilidade das leis da Natureza levou à crença de que o resultado das lutas cósmicas era incerto e que os seres humanos podiam manipulá-lo. Como consequência, quando desejavam que suas divindades realizassem certas ações, os cananeus acreditavam que podiam persuadi-las a isso, realizando eles próprios as mesmas ações num contexto cultual, uma prática conhecida hoje em dia como "magia imitativa ou simpática". Para eles, o triunfo contínuo de Baal equivalia à garantia de fertilidade duradoura. Esse desejo deu origem à prostituição cultual, em que, conforme acreditavam, as ações de um homem ou uma mulher consagrados a essa atividade ativamente antecipavam e causavam o intercurso de Baal com a terra e dele participavam (entendiam que a chuva era o sêmen de Baal). De acordo com a adoração da fertilidade em Canaã, quando Baal triunfava, as mulheres ficavam férteis, os rebanhos e manadas reproduziam em abundância e a lavoura era repleta de cereais. Os profetas, a começar por Moisés, atacaram fortemente a adoção indiscriminada dessa abominação (Dt 4:26; cp. Jr 2:7-8,22,23; 11.13; Os 4:12-14; Mq 1:7). Mas, apesar de todas as advertências, ao que parece a realidade hidrológica da terra levou os israelitas a suporem que também necessitavam de rituais cananeus para sobreviver num lugar que dependia tanto da chuva (1Sm 12:2-18; 1Rs 14:22-24; 2Rs 23:6-7; 2Cr 15:16: Jr 3:2-5; Ez 8:14-15; 23:37-45). Israel logo começou a atribuir a Baal, e não a lahweh, as boas dádivas da terra (Is 1:3-9; Jr 2:7; Os 2:5-13) e, por fim, os israelitas chegaram ao ponto de chamar lahweh de "Baal" (Os 2:16). O tema bíblico recorrente de "prostituir-se" tinha um sentido muito mais profundo do que uma mera metáfora teológica (Jz 2:17-8.27,33; 1Cr 5:25; Ez 6:9; Os 4:12-9.1; cp. Dt 31:16-1Rs 14.24; 2Rs 23:7). Além do mais, no fim, a adoção dessa degeneração contribuiu para a derrota e o exílio de Israel (e.g., 1Cr 5:26-9.1; SI 106:34-43; Jr 5:18-28; 9:12-16; 44:5-30; Ez 6:1-7; 33:23-29).
É muito provável que a expressão característica e mais comum que a Bíblia usa para descrever a herança de Israel - "terra que dá leite e mel" - trate igualmente dessa questão de dependência da chuva. Os ocidentais de hoje em dia conseguem ver, nessa metáfora, uma conotação de fertilidade e abundância exuberantes, de um paraíso autêntico ou de um jardim do Éden luxuriante. Mas a expressão pinta um quadro bem diferente. Para começar, o "princípio da primeira referência pode ser relevante para essa metáfora: quando a expressão surge pela primeira vez no cânon e na história de Israel, é especificamente usada para contrastar a vida de Israel no Egito com a vida tal como seria em Canaã (Êx 3.8,17). E, embora também se empregue a metáfora para descrever a terra da aliança de Deus com Israel (Dt 6:3-31.20; Is 5:6; Jr 11:5), de igual forma as Escrituras, mais tarde, utilizam a metáfora para tornar a apresentar esse forte contraste entre o Egito e Cana (e.g., Dt 11:9-12; 26.8,9; Jr 32:21-23; Ez 20:6). Nesse aspecto, o texto de Deuteronômio 11:8-17 é especialmente revelador: aí a terra de leite e mel será um lugar em que a fertilidade estará condicionada à fé em contraste com a fertilidade garantida do Egito.
Os produtos primários envolvidos também parecem não apontar para a noção de fertilidade exuberante (cp. Is 7:15-25). A palavra para "leite" (halab) é usada com frequência para designar o leite de cabra e ovelha (Êx 23.19; Dt 14:21-1Sm 7.9; Pv 27:26-27), raramente para se referir ao leite de vaca (Dt 32:14) e nunca ao de camela. Ocasionalmente a palavra para "mel" (debash) é interpretada como referência a uma calda ou geleia feita de uvas ou tâmaras ou secretada por certas árvores, mas é quase certo que, nesse contexto, deve se referir ao mel de abelha. A palavra é usada especificamente com abelhas (d°bórá, cp. Jz 14:8-9) e aparece com vários vocábulos diferentes que designam favo (Pv 24:13; Ct 4:11; cp. 1Sm 14:25-27; SI 19.10; Pv 16:24; Ct 5:1). Na descrição encontrada em textos egípcios mais antigos, Canaã tinha seu próprio suprimento de mel,16 uma observação importante à luz do fato bem estabelecido de que a apicultura doméstica era conhecida no Egito desde tempos remotos. Escavações arqueológicas realizadas em 2007 na moderna Rehov/Reobe, logo ao sul de Bete-Sea, encontraram vestígios inconfundíveis de apicultura doméstica em Canaã, datada radiometricamente do período da monarquia unida. Além de mel, restos tanto de cera de abelha quanto de partes de corpos de abelha foram tirados do apiário, e acredita-se que as fileiras de colmeias achadas ali até agora eram capazes de produzir até 450 quilos de mel todos os anos.
Os produtos primários indicados na metáfora que descreve a terra têm de ser leite de cabra e mel de abelha: os dois itens são produtos de condições topográficas e econômicas idênticas (Is 7:15-25; J6 20,17) e de áreas de pastagem não cultivadas. Nenhum é produto de terra cultivada. Diante disso, deve-se concluir que os produtos primários de leite e mel são de natureza pastoril e não agrícola. Portanto, a terra é descrita como uma esfera pastoril.
É possível perceber o peso dessa última observacão quando se contrastam o leite e o mel com os produtos primários do Egito, citados na Bíblia (Nm 11:4-9). Enquanto andava pelo deserto, o povo de Israel se desiludiu com a dieta diária e monótona de maná e passou a desejar a antiga dieta no Egito (peixe, pepino, melão, alho-poró, cebola e alho). Além de peixe, os alimentos pelos quais ansiavam eram aqueles que podiam ser plantados e colhidos. Em outras palavras. enquanto estavam no Egito, a dieta básica dos israelitas era à base de produtos agrícolas e nada há nesse texto sobre a ideia de pastoralismo. O Egito parece ser apresentado basicamente como o lugar para o lavrador trabalhar a terra, ao passo que a terra da heranca de Israel é basicamente apresentada como o lugar para o pastor criar animais. Isso não quer dizer que não houvesse pastores no Egito (ep. Gn 46:34) nem que não houvesse lavradores em Canaã (cp. Mt 22:5); mas dá a entender que o Egito era predominantemente um ambiente agrícola, ao passo que Canaã era predominantemente de natureza pastoril. Ao se mudar do Egito para uma "terra que dá leite e mel", Israel iria experimentar uma mudanca impressionante de ambiente e estilo de vida É provável que isso também explique por que a Bíblia quase não menciona lavradores, vacas e manadas e, no entanto, está repleta de referências pastoris:


Desse modo, dizer que a terra dava "leite e mel" servia a três propósitos básicos. A expressão: (1) descrevia a natureza distintamente pastoril do novo ambiente de Israel; (2) fazia um contraste entre aquele ambiente e o estilo de vida que Israel havia tido no Egito; (3) ensinava o povo que a fertilidade/ sobrevivência em sua nova terra seria resultado da fé e consequência da obediência. Os israelitas não seriam mais súditos egípcios vivendo no Egito, mas também não deveriam se tornar súditos cananeus vivendo em Canaã. Deviam ser o povo de Deus, povo que teria de viver uma vida de fé nesse lugar que Deus escolhera e que dependia tanto de chuva (as vezes denominada geopiedade). À luz dos difíceis condições hidrológicas da terra, a necessidade de conservar os escassos suprimentos de água devia ser determinante. Por esse motivo, a Bíblia está repleta de referências à água e a itens relacionados, com aplicações tanto positivas quanto negativas. Encontramos menção a:


Na época do Novo Testamento, tecnologias hídricas gregas e romanas aliviaram em parte a dificílima situação de abastecimento de água para algumas cidades principais.
O Império Romano foi particularmente bem-sucedido em transportar água, às vezes por muitos quilômetros, desde sua(s) fonte(s) até as principais áreas urbanas. Uma tecnologia sofisticada criou aquedutos tanto abertos quanto fechados - canais de água que podiam ter várias formas de canalização (pedra, terracota, chumbo, bronze e até madeira). Alguns dos canais foram construídos acima da superfície e outros, abaixo.
Além do enorme trabalho exigido pelas imensas construções, esses sistemas também requeriam considerável capacidade e sofisticação de planejamento. Os romanos tiraram vantagem da força da gravidade, mesmo durante longas distâncias, em terreno irregular ou montanhoso. Em certos intervalos, colocaram respiradouros para reduzir problemas de pressão da água ou do ar e para possibilitar que os trabalhadores fizessem o desassoreamento. Também utilizaram sifões para permitir que a água subisse até recipientes acima de um vale adjacente, mas abaixo do nível da fonte da água. Junto com uma rede de aquedutos, os romanos criaram muitos canais abertos, comportas, redes de esgoto, diques e reservatórios de água.
Como resultado, a maioria da população urbana do Império Romano desfrutava de banhos públicos, latrinas e fontes. Alguns tinham acesso a piscinas e até mesmo lavagem de louça. Na Palestina em particular, introduziu-se o banho ritual (mikveh).

Os solos da Palestina
Os solos da Palestina
Montanhas e rios da Palestina
Montanhas e rios da Palestina
Índice pluviométrico na Palestina
Índice pluviométrico na Palestina

OS PATRIARCAS: AS EVIDÊNCIAS BÍBLICAS

Início do segundo milênio a.C.

UM CONTEXTO CRONOLÓGICO

Gênesis 12:50 trata da relação de Deus com um homem, Abraão, e seus descendentes: Isaque, Jacó (Israel) e seus doze filhos, dos quais José é o mais destacado. É difícil situar os "patriarcas", como costumam ser chamados, num período histórico exato. Para isso, é preciso considerar, em grande medida, a data fornecida para um acontecimento posterior da história bíblica, a saber, o êxodo, para o qual são definidas duas datas (como veremos em detalhes mais adiante).
Uma das datas para o êxodo é 1447 a.C.' Considerando-se que os israelitas permaneceram no Egito durante 430 anos, pode-se concluir que Jacó e seus filhos chegaram ao Egito em 1877 a.C. Assim, Abraão deve ter nascido na metade do século XXII a.C.
A outra data para o êxodo é c. 1270 a.C. Aceitando-se os mesmos dados mencionados acima, Abraão deve ter nascido por volta de 2000 a.C.
Alguns estudiosos também consideram que a estadia de Israel no Egito foi mais curta e situam os patriarcas num período posterior (mais próximo de nossa época), entre os séculos 20 e XVI a.C., a Média Idade do Bronze II.

ABRÃO VIAJA DE UR PARA HARÀ Tera, o pai de Abrão (como ele era conhecido naquele tempo), deixou "Ur dos caldeus"* e se assentou em Harà, na fronteira norte da Mesopotâmia, 32 km a sudeste da atual cidade turca de Urfa. Para alguns, Ur e Urfa se referem ao mesmo lugar, mas, nesse caso, Abrão teria voltado pelo mesmo caminho de onde veio antes de partir para Canaâ. Na verdade, a designação "Ur dos caldeus" resolve a questão. Os caldeus foram um povo que viveu no sul do Iraque do final do segundo milênio em diante.
Assim, Ur dos caldeus deve ser identificada com a cidade famosa de Ur, no sul do Iraque, conhecida hoje como Tell el- Muqayyar. Ur era um dos centros de uma civilização sofisticada vários séculos antes de Abraão, como indicam o Cemitério Real de Ur e o zigurate (templo em forma de torre) de Ur-Nammu, datados respectivamente de c. 2500 a.C. e 2113-2096 a.C.

ABRÃO VIAJA DE CANAÁ PARA O EGITO

Quando Abrão estava com cerca de 75 anos de idade, ele respondeu ao chamado de Deus para deixar seu país, seu povo e a casa de seu pai e se dirigir à terra que o Senhor lhe mostraria.* Abrão foi para Canaã, a terra prometida, mas uma grave escassez de alimento o levou a buscar refúgio no Egito. Lá, sua esposa Sarai (chamada posteriormente de Sara) chamou a atenção do Faraó.

EM CANAÃ

Ao voltar a Canaã, Abrão se tornou extremamente rico em rebanhos, prata e ouro. Tinha tantos rebanhos que precisou se separar de seu sobrinho, Ló, o qual escolheu armar suas tendas próximo a Sodoma, cujos habitantes eram conhecidos por sua grande perversidade. De acordo com Gênesis 19:24-25, "fez o Senhor chover enxofre e fogo, da parte do Senhor, sobre Sodoma e Gomorra. E subverteu aquelas cidades, e toda a campina". Não há dúvidas que Sodoma e Gomorra ficavam próximas, ou talvez debaixo, do atual mar Morto, mas é impossível determinar a localização exata das duas cidades proporção extraordinária de sal (25 por cento) do mar Morto pode ser evidência dessa calamidade.
Abrão (Pai exaltado) se tornaria Abraão (Pai de muitos)." ¡ Agar, a serva de Sara, lhe deu à luz Ismael e a própria Sara lhe deu à luz Isaque (o filho da promessa).° Quando Sara faleceu em Quiriate-Arba (atual Hebrom), Abraão comprou de Efrom, o heteu, um campo com uma caverna e ali sepultou a esposa. Posteriormente, Abraão, seu filho Isaque, Rebeca, esposa de Isaque, seu filho Jacó e Lia, a esposa de Jacó, também foram sepultados nesse local.
Isaque reabriu os poços que haviam sido cavados por Abraão no vale de Gerar e, de acordo com João 4:5-6, Jacó cavou um poço em Sicar, próximo a Siquém.
Fica evidente que os patriarcas eram homens de grande riqueza e influência em Canaã. Abrão tinha trezentos e dezoito "homens dos mais capazes" à sua disposição.' Aliás, a expressão "homens dos mais capazes" é bastante antiga, pois também aparece em textos egípcios de execração (maldição) do final do século XIX a.C. Os patriarcas se casaram com parentas: Isaque se casou com Rebeca, sobrinha neta de seu pai, e Jacó se casou com suas primas Lia e Raquel. Essas três mulheres eram da região de Harã, também chamada Harâ- Naharaim e Pada-Arã.

 

 

Por Paul Lawrence


Árvore genealógica dos patriarcas
Árvore genealógica dos patriarcas
Viagem de Abraão: Saiu de Ur, no sul do Iraque em direção a Harã.
Viagem de Abraão: Saiu de Ur, no sul do Iraque em direção a Harã.

A TABELA DAS NAÇÕES

Gênesis 10 é às vezes chamado de "Tabela das Nações" e tem sido objeto de incontáveis estudos e comentários. Bem poucos textos do Antigo Testamento têm sido analisados de modo tão completo. Entretanto, continuam sem resposta perguntas importantes e variadas sobre sua estrutura, propósito e perspectiva. O que está claro é que a Tabela pode ser dividida em três secções: (1) os 14 descendentes de Jafé (v. 2-5); (2) os 30 descendentes de Cam (v. 6-20); (3) os 26 descendentes de Sem (v. 21-31). Cada secção termina com uma fórmula que é um sumário da narrativa precedente (v. 5b,20,31) em termos de famílias (genealogia/sociologia), línguas (linguística), terras (territórios/geografia) e nações (política). A tabela termina no versículo 32, que apresenta um sumário de todos os nomes da lista.
Existe, porém, um número imenso de maneiras de entender esses termos e interpretar o que as várias divisões representam. Por exemplo, as secções têm sido classificadas de acordo com:


Também se deve destacar que os nomes de Gênesis 10 são apresentados de formas diferentes: o contexto pode ser de uma nação (e.g., Elão, v. 22), um povo (e.g. jebuseu, v. 16), um lugar (e.g., Assur, v. 22) ou até mesmo uma pessoa (e.g., Ninrode, v. 8,9). Deixar de levar em conta essa estrutura mista encontrada na Tabela tem levado a numerosas conclusões sem fundamento. Por exemplo, não se deve supor que todos os descendentes de qualquer um dos filhos de Noé vivessem no mesmo lugar, falassem a mesma língua ou mesmo pertencessem a uma raça específica. Uma rápida olhada no mapa mostra que a primeira dessas conclusões é indefensável.
Por exemplo, os descendentes de Cam residem na África, em Canaã, na Síria e na Mesopotâmia. Mas o texto também não pode ser interpretado apenas do ponto de vista linguístico: a língua elamita (Sem) não é uma língua semítica, ao passo que o cananeu (Cam) tem todas as características de um dialeto semítico. Em última instância, tentativas de remontar todas as línguas existentes a três matrizes malogram porque as formas escritas mais antigas são de natureza pictográfica, e tais formas simbólicas não contribuem para uma classificação linguística precisa. Além do mais, os antropólogos ainda não chegaram a um consenso sobre o que constitui uma definição correta de "raça", o que enfraquece ainda mais quaisquer conclusões sobre grupos raciais representados na Tabela.

OS 14 DESCENDENTES DE JAFÉ

OS 30 DESCENDENTES DE CAM


OS 26 DESCENDENTES DE SEM


A Tabela das nações
A Tabela das nações

Apêndices

Os apêndices bíblicos são seções adicionais presentes em algumas edições da Bíblia que fornecem informações complementares sobre o texto bíblico. Esses apêndices podem incluir uma variedade de recursos, como tabelas cronológicas, listas de personagens, informações históricas e culturais, explicações de termos e conceitos, entre outros. Eles são projetados para ajudar os leitores a entender melhor o contexto e o significado das narrativas bíblicas, tornando-as mais acessíveis e compreensíveis.

Gênesis e as viagens dos patriarcas

Informações no mapa

Carquemis

Alepo

Ebla

Hamate

Tadmor (Palmira)

Hobá

Sídon

Damasco

GRANDE MAR

Tiro

Asterote-Carnaim

Megido

Dotã

Siquém

Sucote

Penuel

Betel

Gileade

Belém

CANAÃ

Gaza

Hebrom

MOABE

Torrente do Egito

Gerar

Berseba

Poço de Reobote

Bozra

Sur

Poço de Beer-Laai-Roi

Gósen

Ramessés

Om

Mênfis

EGITO

Rio Nilo

Cades, En-Mispate

Deserto de Parã

EDOM, SEIR

Temã

Avite

El-Parã (Elate)

Harã

PADÃ-ARÃ

Rio Eufrates

Mari

ASSÍRIA

Nínive

Calá

Assur

Rio Hídequel (Tigre)

MESOPOTÂMIA

ELÃO

Babel (Babilônia)

SINEAR (BABILÔNIA)

CALDEIA

Ereque

Ur

Siquém

Sucote

Maanaim

Penuel, Peniel

Vale do Jaboque

Rio Jordão

Betel, Luz

Ai

Mte. Moriá

Salém (Jerusalém)

Belém, Efrate

Timná

Aczibe

Manre

Hebrom, Quiriate-Arba

Caverna de Macpela

Mar Salgado

Planície de Savé-Quiriataim

Berseba

Vale de Sidim

Neguebe

Zoar, Bela

?Sodoma

?Gomorra

?Admá

?Zeboim


Conquista da Terra Prometida

Informações no mapa

GRANDE MAR, MAR OCIDENTAL

Lebo-Hamate

Gebal

SIDÔNIOS

Sídon

Cadeia do Líbano

HITITAS

Baal-Gade

Mte. Hermom

Damasco

HEVEUS

ARAMEUS

Mispá

Dã, Laís, Lesém

Tiro

Misrefote-Maim

Águas de Merom

MAACÁ

Basã

Argobe

Hazor

GESUR

Aco

Acsafe

GIRGASEUS

Mte. Carmelo

Madom

Mar de Quinerete

Astarote

Lassarom

Sinrom

Jocneão

Dor

Megido

Quedes

Taanaque

Rio Jordão

Arabá

Edrei

Caminho de Basã

AMORREUS (OGUE)

Héfer

HEVEUS

Tirza

Mte. Ebal

Mte. Gerizim

Siquém

Vale do Jaboque

AMOM

Adão

Afeque

PERIZEUS

Tapua

Gileade

Jázer

Rabá

Betel

Ai

Gilgal

Gibeão

Jericó

Sitim

Aijalom

Hesbom

Medeba

Maquedá

Jarmute

Jerusalém

JEBUSEUS

Mar Salgado,

Mar do Arabá

AMORREUS (SIOM)

Quedemote

Aroer

Vale do Arnom

MOABE

Estrada Real

Gaza

FILÍSTIA

Eglom

Libna

Laquis

Hebrom

Debir

Anabe

AMORREUS

Berseba

Gósen

Arade

Vale de Zerede

AMALEQUITAS

QUENEUS

Subida de Acrabim

Neguebe

Mte. Halaque

Torrente do Egito

Hazar-Adar, Adar

Cades, Cades-Barneia

EDOM, SEIR

Arabá

Deserto da Arábia

Informações no mapa

Campanhas militares

Canaã


Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

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Referências em Outras Obras

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Locais

Estes lugares estão apresentados aqui porque foram citados no texto Bíblico, contendo uma breve apresentação desses lugares.

CANAÃ

Atualmente: ISRAEL
Desde os tempos remotos a Palestina foi chamada de terra de Canaã e seus habitantes de cananeus. Quando Abrão chegou em Canaã por volta do ano 2000 a.C., era mais um semita que vinha somar-se à população camita da terra de Canaã. A região era ocupada por diversas tribos conhecidas sob o nome geral de cananeus (Gênesis 12:6-24:3,37), por ter origens na descendência do filho mais novo de Cão (neto de Noé), chamado Canaã. Gênesis 10:15-16, lista os seguintes povos cananeus: heteus, amorreus, periseus, heveus, jebuseus, girgaseus, arqueus, sineus, arvadeus, zamareus, hamateus. Os únicos relatos conhecidos até hoje, sobre os cananeus estão na Bíblia, por isto ainda não é possível determinar com precisão os limites das tribos primitivas de Canaã, por falta de dados sobre suas origens, idiomas e costumes. Provavelmente, cada povo constituia-se num reino e foram subordinados ao Egito. Geralmente, denomina-se esta região de Palestina. A área de Canaã é de 26.390 km2 , e inclui o território filisteu, que alcançava 4.589 km2 na época de sua maior extensão territorial. Sua largura de Acre ao mar da Galiléia é de 42 km e de Gaza ao mar Morto – 88 km, conforme Números 32:26-32

Local prometido por Deus a Abraão, também conhecido como Terra Santa.
Mapa Bíblico de CANAÃ



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Gênesis Capítulo 28 do versículo 1 até o 22
5. A Incumbência de Achar uma Esposa (28:1-9)

A crítica feita por Rebeca acerca das esposas de Esaú convenceu Isaque (1) de que não deveria mais haver noras pagãs. Ao mesmo tempo, ele não percebeu que Rebeca estava tendo sucesso em encobrir um esquema para afastar Jacó da presença de Esaú.

O velho pai chamou a Jacó, e abençoou-o, e ordenou-lhe que voltasse à pátria dos seus ancestrais para achar uma mulher (2) como esposa. Desta vez, por escolha e não por ignorância, Isaque concedeu a Jacó outra bênção que o Deus Todo-poderoso (3) lhe daria, prometendo uma posteridade numerosa. As promessas do concerto feitas a Abraão de semente e terra (4) foram essencialmente repetidas. Agora, franca e incon-testavelmente, Jacó era o portador do concerto para a nova geração. Sua partida do círculo familiar foi justificada à vista de todos.

Vendo, pois, Esaú (6) que a nova condição de Jacó estava ligada à sua disposição em tomar uma esposa dentre os parentes em Padã-Arã (5), novas idéias lhe surgiram. Talvez ele conseguisse recuperar a estima dos pais se tomasse uma esposa dentre paren-tes próximos. Mas ele não estava interessado em quem estava em terras distantes; pre-sumiu que as filhas de Ismael serviriam. Não se deu conta de que, se assim fosse, Jacó teria sido enviado a Ismael. O silêncio no versículo 9 após o relato do ato de Esaú fala com eloqüência.

O papel de Rebeca na vida de Isaque começou em alto nível, mas deteriorou até chegar às profundezas do engano e do medo. Quando Rebeca aparece nas páginas da Bíblia ela brilha como modelo de pureza (24.16), hospitalidade (24.18), boa vontade em trabalhar sem pensar em recompensa (24.19,20), capacidade de tomar decisões segundo a vontade manifesta de Deus (24.58). Foi corajosa ao trilhar caminhos não percorridos dando-se a um noivo desconhecido (24,67) e hábil em consolar um homem solitário (24.67). Demonstrou pronta disposição em buscar a ajuda de Deus e aceitar sua palavra (25.22,23).
Conforme os filhos cresciam, Rebeca foi mudando. Reagiu à preferência de Isaque por Esaú concentrando seu afeto em Jacó (25.28). Na hora da dificuldade, quando ouviu os planos de Isaque abençoar Esaú, ela caiu moralmente aos pedaços. Toda sua desenvoltura, a capacidade de tomar decisões rápidas e planejar um curso de ação, foi deformada pelo medo — medo de que o seu filho preferido não fosse devidamente reconhecido. Entregou-se aos dispositivos do engano (27:6-17) e aos estratagemas inteligentes perfeitamente camu-flados por professa preocupação em uma companheira adequada para Jacó (27.46), mas na realidade motivado por interesses egoístas: "Por que seria eu desfilhada?" (27,45) Planejava chamar Jacó de volta para casa (27.45), mas a visão que teve do filho favorito indo embora foi a última imagem dele. Seus últimos dias devem ter sido vazios e tristes.
A vida de Isaque foi poupada, e em 35.28,29 está registrada sua morte com a idade madura de 180 anos. Mas com a partida de Jacó para Padã-Arã, Isaque também saiu da cena dos procedimentos ativos de Deus com os portadores do concerto patriarcal.

Embora de temperamento diferente em relação a Abraão, seu pai, ou a Jacó, seu filho, Isaque foi um homem que Deus usou a seu modo. Nascido como filho da promessa, Isaque poderia ter sido arrogante. Mas toda vez que ele aparece na história do andar de Abraão com Deus ele é retratado como submisso (22.6,9), possuidor de uma confiança juvenil no pai e em Deus (22.7,8). Ele não interferiu nos esforços de Abraão obter uma esposa para ele. Este episódio descreve que ele era meditativo (24,63) e capaz de amor tenro por sua finada mãe e por sua noiva (24.67). Ele sabia orar (25.21; 26.25).

SEÇÃO V

JACÓ, O HOMEM QUE DEUS REFEZ

Gênesis 28:10-35.29

Jacó andou sozinho em um mundo estranho. Deixou para trás um pai envelhecido, que não percebeu que seu favoritismo por Esaú poderia tê-lo levado a contrariar a vontade de Deus, conforme foi revelada a Rebeca (25.23). Deixou para trás um irmão amargurado e enraivecido que, não tendo senso dos verdadeiros valores, só pensava em ter sido roubado pelo esperto Jacó. Deixou para trás uma mãe perturbada que, sabendo algo da vontade de Deus para Jacó, complicou o propósito divino por meio de subterfúgio mal planejado.

Mas Jacó não ficou sozinho por muito tempo; Deus o encontrou, e uma moça também o encontrou. Afligiram-lhe o coração um arranjo matrimonial contrário ao seu gosto e um sogro não muito confiável. Não obstante, Deus o conduziu por uma experiência nova e transformadora, uma reconciliação com o irmão, em padrões de luz e sombra que lentamente fortaleceram e amadureceram seu caráter diante de Deus.

A. CONFRONTADO POR DEUS, 28:10-22

As principais visitações de Deus a Jacó foram dramáticas e perturbadoras. O incidente em Betel não foi exceção; ele não esperava o que aconteceu naquela noite, nem jamais ia esquecer o significado do que lhe ocorrera. Antes desse episódio, pare-ce que Jacó nunca teve muita consideração pela vontade de Deus para ele. Depois dessa experiência, sua vida foi dominada por um interesse profundo pela vontade divina.

  • Um Travesseiro Duro (28.10,11)
  • A viagem para Harã (10; ver Mapa

    1) superava 480 quilômetros e a distância a um lugar (11) era de cerca de 110 quilômetros de Berseba. Visto que a noite já caíra e ele estava cansado, Jacó fez uma cama rudimentar no chão, reunindo algumas pedras (11) para fazer a vez de cabeceira (mera ashotaw; lit., "apoio para a cabeça"). A história não dá indicação de que Jacó esperava ou buscava uma experiência espiritual incomum.

  • A Visita Surpresa (28:12-15)
  • O sonho veio sem induzimento humano e seu conteúdo foi dado pelo SENHOR (13), que o dominou. A escada (12) era ligação visual entre o terrestre e o divino. Os anjos de Deus eram os mensageiros, a linha de comunicação entre o homem e Deus. Não havia imagem de Deus no sonho, apenas a consciência de uma relação soberana de Deus que está em cima (13) de tudo. O elemento surpresa é enfatizado por uma visão em três partes na descrição do sonho (12,13).

    Nas visitações de Deus ao homem no período do concerto, é comum haver uma decla-ração introdutória que identifica aquele que fala primeiro. Neste caso, o Orador deixou claro que Ele era o mesmo que havia visitado o avô de Jacó, Abraão, e seu pai, Isaque. Aqui não está envolvido o politeísmo. Em cada exemplo, o mesmo Deus era o Comunicador do concerto.
    O teor das promessas de Deus permaneceu o mesmo. A terra (13) em que Jacó estava deitado era um presente de Deus. Não apenas para ele, mas para sua semente (14), que se multiplicaria como o pó da terra, sem poder ser contada, e como a agulha da bússola que se move a todas as direções do mundo. Isto acarretaria interação com outras nações e, como se deu com Abraão (12.3), era da vontade de Deus que essas interações fossem benditas, ou seja, contribuíssem para o bem-estar e esclarecimento espiritual.

    Muitas das promessas tinham significação mais pessoal. Como Isaque (26.24), Jacó deveria conhecer a presença íntima do Senhor, mas um novo padrão também foi estabe-lecido. Jacó estava saindo, mais voltaria — seqüência que seria repetida muitas vezes na história dos seus descendentes. A estabilidade da presença de Deus estava ligada com sua fidelidade em pôr em prática seus propósitos nos assuntos dos homens.

  • A Resposta de Jacó (28:16-22)
  • O sonho e a mensagem acordaram Jacó, deixando-o plenamente desperto e ciente de ter tido um encontro com Deus, para o qual não estava nem um pouco preparado. O medo tomou conta do seu coração. Para ele, o lugar era terrível (17), ou seja, dava medo. Nitidamente apreendeu o sobrenatural, mas, ao mesmo tempo, não perdeu a razão. Es-tava totalmente consciente de que algo muito incomum havia acontecido e que envolvia Deus. Os termos para esta experiência foram Casa de Deus (Betel) e porta dos céus.

    Jacó respondeu com três ações significativas. A primeira foi de natureza ritualista. Para comemorar a ocasião, a pedra (18) foi posta em pé e ungida com azeite. Fez isto não porque era homem primitivo que acreditava que as pedras tinham espírito, mas pelo fato de estar convencido da integridade do seu encontro com Deus e desejoso de testemunhar dessa fé. O segundo ato foi renomear o lugar para colocar o nome em concordância com a nova experiência. Para Jacó, Luz (19) não dizia nada, mas Betel nunca perderia sua significação. O terceiro ato foi um compromisso selado com um voto (20). Pelo motivo de a primeira palavra que Jacó proferiu ter sido condicional: Se Deus for comigo, há quem o retrate estar em árdua barganha com o Todo-poderoso, muito semelhante com suas negociações com Esan.1Mas o contexto descreve Jacó como homem que foi quebrantado por Deus. Ele estava pronto a nivelar as promessas imere-cidas com uma declaração voluntária de lealdade a Deus. Ao aceitar que a auto-revela-ção de Deus foi genuína e em reconhecimento de sua soberania, Jacó estava disposto a dar o dízimo (22) para Deus.'

    Em 28:10-22, descobrimos o "Encontro Inesperado com Deus".

    1) 0 pano de fundo da história, 27:1-28.9;

    2) Uma revelação inesperada, 10,11;

    3) Descobrindo a ligação entre a terra e o céu, 12-15;

    4) Resposta certa à revelação de Deus, 16-22 (A. F. Harper).


    Genebra

    Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
    Genebra - Comentários de Gênesis Capítulo 28 do versículo 1 até o 22
    *

    28.1, 2 Os mandamentos negativos e positivos correspondem aos de Abraão (24.3-4).

    * 28.1 dando-lhe a sua bênção. Ver nota em 27.7. A primeira bênção (27.27-29) determinou a sucessão patriarcal; esta explicitamente liga Jacó às bênçãos da aliança com Abraão (17.1-8).

    * 28.2 Padã-Arã. Ver nota em 25.20.

    * 28.3 Deus Todo-poderoso. Ver nota em 17.1.

    uma multidão de povos. Ver 17.5 e nota; 35.11.

    *

    28.4 possuas. O verbo em hebraico aqui pode significar “apossar-se por força”, talvez antecipando o conceito da guerra santa contra os cananeus (15.16; Êx 23:22-33).

    * 28.6-9 Agindo por rivalidade contra seu irmão (v. 6) e por um desejo de agradar a seu pai (v. 8), Esaú buscou uma nova esposa entre seus parentes, a família de Ismael (v. 9). Até mesmo nesta tentativa de agradar faltou-lhe percepção espiritual porque Ismael era a descendência natural rejeitada de Abraão (17.18-21; 21.12, 13).

    * 28.10-22 O Senhor apareceu a Jacó e lhe deu promessas em momentos cruciais da sua vida: durante sua fuga para Padã-Arã (28.10-22), no seu retorno para confrontar Esaú (32.1, 2, 22-32) e quando Jacó sofreu ameaças dos filhos de Labão (31.1-3) e dos cananeus (35.1-15).

    * 28.11 fê-la seu travesseiro. Este termo hebraico é traduzido como “à sua cabeça” em 1Sm 26:7. Ao invés de servir como travesseiro, a pedra pode ter protegido sua cabeça.

    *

    28.12 escada. Provavelmente uma vasta rampa de pedras com degraus. A frase “cujo topo atingia o céu” lembra a descrição da torre de Babel (11.4). Jacó pode ter visto um zigurate. Ver notas em 11:1-9 e 11.5.

    terra… céu… subiam… desciam. O sonho de Jacó de um lugar de encontro entre céu e terra prenuncia a Jesus Cristo, o Deus-Homem que reúne céu e terra (Jo 1:51 e nota). Através de Cristo, o único “mediador entre Deus e os homens” (1Tm 2:5), nós temos acesso ao Pai (Ef 2:18).

    anjos de Deus. Ver “Anjos”, índice.

    * 28.13 Perto dele estava o SENHOR. Pela resposta de Jacó no v. 16, “Na verdade, o SENHOR está neste lugar” parece que Deus desceu a escada e permaneceu sobre Jacó.

    Eu sou o SENHOR. Ver nota em 27.20.

    A terra em que agora estás deitado. A promessa de Deus foi adaptada à situação imediata.

    descendência. O hebraico aqui pode ser traduzido por “semente” (12.7, nota e referência lateral; 13.15, referência lateral). A linguagem dos vs. 13-15 nitidamente relembra as promessas de Deus a Abraão (conforme 12.3; 13 14:16).

    * 28:14

    serão abençoadas. Ver nota em 12.3; 18.18; 22.18.

    * 28.15 Eis que eu estou contigo. Ver 26.3; Ex 3:12; Sl 23; 46; Hb 13:5. As promessas deste verso dizem respeito à vida inteira de Jacó na terra.

    onde quer que fores. Em contraste com as deidades pagãs cujo poder se pensava estar ligado a certas localidades.

    até cumprir. O hebraico significa apenas que a promessa se cumprirá, não que será mudada depois de seu cumprimento.

    *

    28.17 temendo. O temor na adoração diante da presença de Deus é algo apropriado (Ex 3:6; 19:16; Sl 2:11).

    * 28.18 coluna. Um testemunho e monumento chamando a atenção para a importância do lugar (conforme 31:45-59).

    entornou azeite. Um ato de consagração (35.14; Êx 40:9; 2Sm 1:21).

    * 28.20-22 O mais longo voto registrado no Antigo Testamento.

    * 28.20 Se Deus for comigo. A reação de Jacó se contrasta notavelmente com a de Abraão (15:6). Embora a jornada de fé de Jacó tivesse começado, ele ainda tinha muito a caminhar. Note que as promessas incondicionais de Deus nos vs. 13-15 são agora transformadas em uma chantagem: se Deus fizer a parte dele, então Jacó o reconhecerá como Deus (v. 21). Deus soberanamente escolheu a Jacó no ventre (25.23 e nota), e agora ele graciosamente dá a promessa patriarcal totalmente independente da fé de Jacó; esta também deve ser uma dádiva de Deus (17.2, nota).

    *

    28.22 darei o dízimo. Ver nota em 14.20.


    Matthew Henry

    Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
    Matthew Henry - Comentários de Gênesis Capítulo 28 do versículo 1 até o 22
    28:9 Ismael era o meio irmão do Isaque. Era o filho do Abraão e Agar, sirva-a da Sara (16.1-4, 15). depois de casar-se com duas estrangeiras (26.34), Esaú esperava que seu matrimônio com moças da família do Ismael agradasse a seus pais 1saque e Blusa de lã.

    28.10-15 Ao Jacó lhe ofereceu também a promessa do pacto de Deus com o Abraão e Isaque. Mas não bastava sendo o neto do Abraão. Jacó teve que estabelecer uma relação pessoal com Deus. Deus não tem netos: todos temos que estabelecer uma relação pessoal com O. Não basta escutar histórias maravilhosas a respeito dos cristãos de nossa família. Cada qual tem que chegar a ser parte da história (veja-se Gl 3:6-7).

    28:19 Betel estava aproximadamente 16 km ao norte de Jerusalém e 96 km ao norte da Beerseba, onde viviam seus pais. Foi ali onde Abraão ofereceu um de seus primeiros sacrifícios a Deus ao entrar em país. Ao princípio, Betel foi um importante centro de adoração; mais tarde foi um centro de adoração idólatra. O profeta Oseas condenou suas práticas ímpias.

    28.20-22 Tratava Jacó de regatear com Deus? É possível que, ao não saber como adorar e servir a Deus, tratasse-o como a um servente que realiza um serviço em troca de uma gorjeta. Ou é possível que Jacó não estivesse regateando a não ser oferecendo seu futuro a Deus. Possivelmente lhe estava dizendo: "Já que me benzeste, seguirei-te". Já seja que Jacó estivesse regateando ou oferecendo-se, Deus o benzeu. Mas Deus ainda tinha algumas lições difíceis que Jacó devia aprender.


    Wesley

    Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
    Wesley - Comentários de Gênesis Capítulo 28 do versículo 1 até o 22
    C. A história de Jacó (28: 1-36: 43)

    1. Jacó Flight (28: 29/Gn 1:14)

    1 E Isaque chamou Jacó, e abençoou-o, e lhe ordenou, e disse-lhe: Não tomes mulher dentre as filhas de Ct 2:1 Levanta-te, vai a Padã-Arã, à casa de Betuel, pai de tua mãe; e te dê uma mulher dali das filhas de irmão Laban tua Mt 3:1 E Deus Todo-Poderoso te abençoe e te faça frutificar, e te multiplique, para que sejas uma multidão de povos; 4 e te dê a bênção de Abraão, a ti e à tua descendência contigo; para que possas herdar a terra de tuas peregrinações, que Deus deu a Abraão. 5 Assim despediu Isaque a Jacó, o qual foi a Padã-Arã, a Labão, filho de Betuel, arameu, irmão de Rebeca, mãe de Jacó e de Esaú.

    6 Agora, viu Esaú que Isaque abençoou Jacó e mandou para Padã-Aram, para levá-lo a mulher dali; e que, abençoando-o, lhe ordenara, dizendo: Não tomarás mulher dentre as filhas de Canaã, 7 e que Jacó, obedecendo a seu pai ea sua mãe, e se fora a Padã-Aram: 8 e Esaú viu que as filhas de Canaã não agradou Isaque seu pai, 9 e foi Esaú a Ismael, e tomou, além das mulheres que ele teve, Mahalath a filha do filho de Ismael Abraão, irmã de Nebaiote, para ser sua esposa.

    Aparentemente Rebekah não é necessário fazer quaisquer sugestões concretas para Isaque. Ela já havia dito Jacó o que ele precisava para fazer (27: 43-45 ), arranjando para trazê-lo de volta quando era seguro. Mas ela sabia que o funcionamento da mente de seu marido também. Por apenas com a menção da necessidade de uma esposa de Jacó, Isaque chamou e fez a mesma sugestão que Rebeca tinha feito, mas por um motivo diferente. Ele sugeriu que Jacó retorno ao país de origem para tomar uma mulher de sua própria família. E abençoou Jacó mais uma vez, de se comprometer totalmente a ele desta vez a herança da família, a bênção de Abraão , incluindo o direito de herdar Canaã. Sem dúvida, Rebeca tinha compartilhado com Isaque agora o que Deus lhe havia dito antes do nascimento dos dois rapazes. A história toda foi, provavelmente, conhecido agora sobre a negociação do direito de primogenitura. Esaú já havia se casado fora da família, e Isaque estava agora convencido de que Jacó era o representante escolhido de Deus. Então Jacó foi enviado para a casa de Labão, irmão de Rebeca.

    Uma breve nota aparece neste momento na narrativa no sentido de que, quando Esaú soube da jornada e da missão de Jacó, ele procurou compensar seu erro anterior ao se casar com a filha de Ismael. Ele, claro, tenho ele em nenhum lugar em reparar o passado. E o que uma fundação pobre para um casamento-o ódio frustrado do marido para com o irmão!

    b. A Heavenly Vision-primeira promessa (28: 10-22)

    10 E Jacó de Berseba, e foi a Harã. 11 e acendeu a um lugar, e passaram ali a noite toda, porque o sol era posto; e tomou uma das pedras do lugar, e colocá-lo sob a sua cabeça, e deitou-se naquele lugar para dormir. 12 E sonhou; e eis uma escada posta na terra, cujo topo chegava ao céu; . e eis que os anjos de Deus subindo e descendo por ela 13 E eis que o Senhor estava em cima dela, e disse: Eu sou o Senhor, o Deus de Abraão teu pai, e Deus de Isaque; esta terra em que estás deitado, te hei de dar a ti, e à tua descendência; 14 e tua descendência será como o pó da terra, e tu lhe estendeu para o oeste, e para o oriente, para o norte e para o sul; e em ti e na tua semente todas as famílias da terra serão abençoadas. 15 E eis que eu estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei tornar a esta terra; . Porque eu não te deixarei, até que eu tenha feito o que eu falei para ti Dt 16:1 E Jacó despertou do seu sono, e disse: Realmente o Senhor está neste lugar; e eu não o sabia. 17 E temeu, e disse: Quão terrível é este lugar! este não é outro senão a casa de Deus, e esta é a porta dos céus.

    18 E Jacó levantou-se de manhã cedo, tomou a pedra que tinha posto debaixo da cabeça, e configurá-lo para uma coluna, e derramou azeite em cima dela. 19 E chamou o nome daquele lugar Beth- el: mas o nome da cidade era de Luz na primeira. 20 E Jacó fez um voto, dizendo: Se Deus for comigo, e me guardar nesta viagem que faço, e me der pão para comer, e vestes para vestir, 21 para que eu volte para a casa do meu pai em paz, eo Senhor será o meu Deus, 22 então esta pedra que tenho posto por coluna será casa de Deus; e de tudo que tu hás dá-me eu te darei o dízimo ti.

    A partir de Beersheba a Luz foi approxmately viagem a-dia três. Aparentemente Rebeca conseguiu a partida real de Jacó, pois parece ter sido feito à pressa. Caso contrário, teria sido estranho para o filho escolhido de uma família rica que embarcaram em uma viagem assim, sem servos de acompanhamento. A imagem é um dos solidão completa. Sem dúvida, Jacó teve ampla oportunidade para pensar durante esses três dias. Ele encontrou-se odiado por seu irmão e exilado de seus pais e tudo o que lhe era familiar. Ele foi confrontado com todos os perigos e incertezas de uma longa jornada em uma era sem lei entre as pessoas que estavam mais propensos a ser hostil do que amigável. Sem dúvida, ele começou a se perguntar sobre o "sucesso" de suas intrigas e a "sabedoria" de sua ambição desenfreada. Ele provavelmente compartilhada mais a sério no início questão de Esaú sobre o valor presente do direito de primogenitura ea bênção. Parece certo que no momento em que Jacó chegou a Luz que estava completamente desiludido com ele mesmo e seu futuro. Ele era de fato no final do mesmo.

    Na noite descrito nas Escrituras, Jacó chegar às proximidades da antiga cidade de Luz. É impossível dizer se a cidade realmente tinha sido estabelecida ainda. Mas se é assim, quer Jacó não muito alcançá-lo antes de os portões fechados ou que ele escolheu para tomar suas chances no aberto, em vez de entre estranhos. A área foi extremamente rochoso e, por estranho que pareça, em um dia de almofadas de espuma de borracha, Jacó simplesmente seguiu um costume comum de viajantes em seu dia-a-apoiando a cabeça em uma pedra.

    Não é de estranhar que Jacó sonhou naquela noite. Sem dúvida, sua consciência foi despertada. Sem dúvida, ele se assustou com as incertezas que ele enfrentou. A área em que ele dormia foi cercado por pilhas de ledgelike rochas que alguns pensaram sugeriu aos olhos físicos a forma de escadas gigantes subindo para o céu. Até que ponto Deus usou esses meios naturais para revelar-se a Jacó que não podemos ter certeza. Mas é evidente que esse sonho era muito mais do que apenas um outro sonho.

    Em seu sonho, Jacó viu uma escada que chegava da terra ao céu, com os anjos de Deus subindo e descendo por ela . Acima dele estava o Senhor, que se identificou como o Deus de Abraão e Isaque. O Senhor falou a Jacó, dando a ele a promessa cheia anteriormente proferida aos outros dois patriarcas, confirmando assim as bênçãos de Isaque de Jacó. Quando Jacó acordou, ele foi surpreendido em primeiro lugar, em seguida, assustada. Sua surpresa foi devido à sua ignorância pessoal de Jeová. Sem dúvida, ele tinha ouvido falar de Isaque a história das revelações anteriores. Mas a vida de Jacó se a este ponto não demonstraram conhecimento pessoal com o Deus de pureza, que ordenou a Abraão que andar diante dEle e ser perfeito. Além disso, as nações pagãs ao redor de Jacó pensou em seus deuses como divindades locais, exercendo a sua autoridade apenas sobre uma cidade ou vila ou país pequeno. É bem possível que Jacó pensou nos mesmos termos sobre Deus de Isaque. Ele pensou que o Senhor tinha sido deixado em Beersheba. Seu sonho convenceu do contrário. O medo de Jacó era o medo natural que um homem pecador se sente sempre na presença de um Deus santo.

    Jacó declarou este lugar para ser a casa (Beth) de Deus (el ). Este nome substituído mais tarde que de Luz. Ele também tomou o travesseiro de pedra, configurá-lo como um pilar, e derramou azeite em cima dela. Tal criação de pedras para marcar um local de culto, e o derramamento de óleo sobre eles como um ato de adoração é um costume conhecido por ter sido usado por muitos povos antigos. Jacó pode muito bem ter visto os seus vizinhos pagãos se engajar em tais práticas, ou mesmo se curvando a essas pedras como rudes ídolos. Mas isso não era a adoração de ídolos, para ele. Havia algo tão sagrado sobre este ponto que ele deve comemorar o que tinha ocorrido.

    Jacó foi esmagada na bênção histórico e garantia pessoal de que Deus lhe dera. Ele havia sido prometido multiplicado descendentes-a promessa feita a Abraão, quando ele não tinha filhos e, agora, dada a Jacó, quando ele não era nem casado, e quando seus atuais circunstâncias ameaçado um fim ao seu futuro. Ele também havia sido prometido que ele seria um meio de bênção para todas as nações. Tudo o que ele tinha planejava levar, Deus agora diz-lhe que é para ser seu por determinação divina. Mas com ele viria uma tremenda responsabilidade. Por que ele não estava a receber esta herança espiritual fabuloso simplesmente para auto-satisfação, mas para o serviço da humanidade. E Deus lhe disse que ele seria seu companheiro constante a partir deste momento, nunca deixando-o até que concluiu que o que havia prometido. Jacó tinha tido conhecimento de seu erro; agora ele encontrou a sua vida nas mãos de um Deus santo que concebidos para fazer dele um servo adequado para o Seu serviço. Ele tinha sido consciente de sua solidão; agora ele foi assegurado de um Guia divino que iria vê-lo com segurança através de sua jornada e devolvê-lo para a terra prometida.

    Quando Deus fez sua aliança com Abraão e Isaque, Ele tinha estipulado as condições. Na medida em que as Escrituras revelam, eles não disseram nada. Mas personalidades diferentes exigem diferentes tipos de experiências religiosas. Jacó não tinha sido um homem religioso, mas sim um pecador deep-tingido. Ele sentiu que ele deve expressar-se, que as promessas de Deus deve chamar-se dele alguma resposta. Ele começou por repetir algumas das disposições da promessa divina, mas em um grau muito menor do que Deus lhes deu. Ele foi acusado de tentar barganhar com Deus aqui como ele estava acostumado a fazer com os outros. Mas ele é um pouco dizendo que o Senhor não precisa fazer quase tudo o que Ele prometeu, mas que, se Ele irá fornecer companheirismo, uma viagem segura, alimento e vestuário (as necessidades básicas da vida), e um retorno seguro para Canaã, em seguida, ele iria de fato servir ao Senhor, e Betel seria seu lugar de culto, e ele daria o dízimo de tudo que Deus lhe deu de volta a Ele novamente.Enquanto Jacó tinha sido sempre primeiro na tentativa de obter bens materiais, quando Deus falou com ele, ele foi um dos primeiros a usar o que ele possuía na adoração a Deus. Seu voto, juntamente com o dízimo de Abraão a Melquisedeque (Gn 14:20 ), serve para indicar que o princípio do dízimo como uma parte do dever do homem no serviço de Deus é tão antiga quanto a adoração do homem de Deus. E enquanto hesitamos em pressionar Novo Testamento terminologia em experiências do Antigo Testamento, isso indicaria que Jacó realmente tivesse nascido de novo neste encontro com Deus.


    Wiersbe

    Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
    Wiersbe - Comentários de Gênesis Capítulo 28 do versículo 1 até o 22
    1. A ventura (Gn 28:1-9)

    Com correção, podemos dizer que o resto de Gênesis apresenta a vida de Jacó, mesmo suas provações com Labão (28—31), com Esaú (32—
    33) e com seus filhos (34ss). Na verda-de, a história de José faz parte da história de Jacó.

    O verdadeiro motivo por que Rebeca engendrou a partida de Jacó foi para evitar a ira de Esaú (Gn 27:41-46), mas sua desculpa para isso foi que queria que Jacó encontrasse uma esposa piedosa (veja Gn 24:1-9). As esposas mundanas de Esaú cau-savam problemas na casa, como sempre acontece quando o povo de Deus casa em desacordo com a vontade de Deus. Na verdade, Re-beca planejava fazer com que Jacó voltasse quando fosse o momento certo (27:45), mas esse plano não deu certo. Jacó nunca mais viu sua mãe de novo. Mais uma vez, "fé é viver sem esquemas". Todos preci-samos prestar atenção a essa adver-tência deJc 4:13-59.

    E maravilhoso quando o filho pode deixar a casa com a bênção do pai! Contudo, Jacó não podia contar com a fé de seu pai. Ele pre-cisava encontrar Deus e tomar algu-mas decisões por si mesmo. Infeliz-mente, Jacó pagou caro por sua in-credulidade e rebelião e levou mais Dt 20:0 afirma que Jacó tinha 130 anos quando foi para o Egito. José tinha 17 anos quando foi vendido no Egito, e 30 anos quan-do foi apresentado ao faraó (Gn 41:46). Assim, some Dn 13:0 relata que Jacó já cumprira Dn 14:0,11-13; 32:1-2; 32:24-30; 35:1,9-13; 46:1-4). Os anjos na es-cada são uma indicação do cuidado e da atenção de Deus. Eles apare-cem de novo a fim de proteger Jacó, quando ele está para enfrentar Esaú (Gn 32:1-2).

    1. A voz (Gn 28:13-15)

    As visões, quando separadas da Pala-vra de Deus, podem ser enganosas; assim, Deus falou a fim de inspirar- lhe confiança. Anjos ou visões não salvam a pessoa, mas a fé na Palavra de Deus. Observe a promessa que Deus fez a Jacó:

    1. A terra (v. 13)

    Primeiro, ele fez essa promessa a Abraão (Gn 13:14ss) e reafirmou-a a Jacó (26:1 -5). A terra santa pertence aos judeus, embora eles não possuam toda ela. Um dia, Israel possuirá "as suas herdades" (Am 1:7).

    1. A semente se multiplicaria (v. 14)

    Isso assegurou a Jacó que Deus lhe daria uma esposa; de outra forma, ele não poderia ter descendentes (veja também Gn 13:16 e 22:17). Hoje, há judeus em todos os pontos da terra.

    1. A presença pessoal de Deus (v. 15)

    Esse versículo sugere que Jacó perambularia, mas Deus prometeu es-tar com ele. Por quê? Porque Deus tinha um plano para a vida de Jacó e, assim, cuidaria para que seu pla-no se cumprisse (Fp 1:6; Rm 8:28-45)

    Jacó exclama: "É a Casa de Deus", pois "Betei" significa "casa de Deus". A experiência que teve na-quela noite não apenas mudou-o, mas também mudou o nome do lo-cal em que dormiu. Jacó, para co-memorar o acontecimento, erigiu uma coluna e transformou-a em altar, despejando uma oferenda lí-quida ao Senhor. Anos mais tarde, Jacó, quando voltou a Betei, repe-tiu esse ato de consagração (35:9- 15). Esse ato de fé (embora causa-do pelo temor), era a forma de Jacó oferecer-se a Deus. (Veja Fp 2:17, em que "oferecer" é literal mente "libação".) É algo maravilhoso o fato de um crente, por meio da fé, transformar um "travesseiro" em uma "coluna"!

    Sugerem-se duas interpreta-ções para o voto de Jacó: (1) que ele faz um acordo com Deus ao di-zer: "Se..."; (2) que ele demonstra fé em Deus, já que se pode traduzir a palavra hebraica por: "Já que...". Na verdade, esse é o primeiro voto registrado na Bíblia. É provável que ambas as interpretações sejam ver-dadeiras: Jacó acreditava na Palavra de Deus, mas ainda havia muito do "antigo homem" nele para que tentasse negociar com Deus, como fizera com Esaú e Isaque. Ele esta-va tão acostumado a "fazer esque-mas" que tentou planejar a forma de receber a bênção de Deus! No fim, expôs-se isso e Jaboque lidou com isso (Gn 32). Jacó retornou em paz para casa (Gn 35:27-29) e dizi-mou (v. 22). Ele percebeu que sua consagração a Deus queria dizer que seus bens materiais também estavam subordinados ao controle de Deus. Abraão praticara o dízimo (14:20), e, em ambos os casos, a lei ainda não fora dada. Os que dizem que o dízimo não é para essa era de graça esquecem o fato de que os santos primitivos praticavam o dízimo. Isso era a expressão da fé e da obediência deles ao Senhor que os guiava, os protegia e provia para eles.

    Nos anos seguintes, Jacó nem sempre cumpriu esse voto. Ele "en-controu seu parceiro" em Labão, um homem de esquemas! Por vin-te anos, os dois tentaram passar a perna um no outro, mas, no fim, Jacó disciplinou-se, e Deus mante-ve suas promessas. E bom que nós, os crentes, tenhamos um "Betei" em nossa vida, um local em que encontramos Deus de forma séria e em que assumimos alguns com-promissos definitivos com ele. Se nos afastarmos do Senhor, sempre poderemos voltar "a Betei" (Gn 35:9-15) para renovar nossa entre-ga. Jacó retrata o conflito das duas naturezas, pois ele sempre estava em luta com a carne e tentava de-pender de suas habilidades e pla-nos. Que bom saber que Deus zela por seus filhos teimosos!

    Jacó, do topo da montanha espiri-tual de Betei (cap. 28), desceu para a vida diária de Harã, e aí "encontra seu parceiro" em esquemas, Labão, seu tio. Jacó passa cerca de vinte anos com Labão. Durante esse pe-ríodo, ele colhe os tristes resultados de seus pecados, mas, ao mesmo tempo, Deus disciplina-o e prepara-o para o serviço futuro.


    Russell Shedd

    Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
    Russell Shedd - Comentários de Gênesis Capítulo 28 do versículo 1 até o 22
    28.2 Padã-Arã. A estrada ou planície de Harã (que é a Síria) está situada na Mesopotâmia, entre os rios Tigre e Eufrates. Harã é o nome de uma cidade situada naquela planície que, ainda hoje conserva o nome de Harran, cidade que dista cerca de 450 quilômetros de Damasco.

    28.3 Deus Todo-Poderoso (lit. El Shaddai). Ver a nota sobre 17.1

    28.4 A bênção de Abraão transmitida a Isaque que, por seu turno, a comunicou a Jacó, é novamente proferida. Parece que Isaque veio a concordar com a revelação de que Jacó, e não Esaú, haveria de ser o veículo da promessa divina.
    28.9 Maalate é a mesma pessoa chamada Basemate em 26.34 e 36.3. Pode ser que ela tivesse, dois nomes ou teria ocorrido aqui alguma alteração do texto, conseqüente de desatenção do copista.

    28.11 Isto teria acontecido, possivelmente, na terceira ou quarta noite (conforme 22.4). Luz (Betel) distava de 18 km ao norte de Jerusalém.

    28.12 A visão de Jacó tinha o propósito de certificá-lo do interesse divino a seu respeito. O fato de que os anjos estavam subindo (o que é primeiramente referido) pode sugerir um convite de Deus para que Jacó se aproximasse e recebesse a necessária ajuda. Em João 1:51 parece que Jesus tira a conclusão de que, por seu (o Filho do Homem) intermédio, na verdade, o céu se abriu a todos quantos o queiram receber.

    28.13 A promessa é agora proferida a Jacó, por Deus mesmo, como o tinha sido a Abraão e a Isaque. Assim como Isaque tinha sido escolhido de entre dois candidatos, assim também, mediante Jacó especificamente, e através de sua posteridade, a bênção relativa ao Messias teria de cumprir-se.
    28.19 Betel - lit. "Casa de Deus”.

    • N. Hom. 28.22 Esta visão ensina:
    1) A condescendência da graça divina. Jacó não estava de coração voltado para Deus, mas sim, Deus para Jacó;
    2) A plena suficiência da graça divina - a presença graciosa do Senhor haveria de acompanhá-lo sempre (15);
    3) O objetivo expresso da graça divina ensina a Jacó, para que este O ame e lhe preste culto na realização do objetivo estabelecido a longo prazo, isto é, que todas as nações viessem a ser abençoadas mediante a semente de Jacó.


    NVI F. F. Bruce

    Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
    NVI F. F. Bruce - Comentários de Gênesis Capítulo 28 do versículo 1 até o 22
    d) Jacó em Betei (27.46—28.22)

    Tendo colocado medo em Jacó para que fugisse de casa em busca de refúgio, agora Rebeca persuadiu o pai dele a fazer Jacó sair de casa para buscar uma mulher adequada para ele. Assim a família escolhida poderia manter a pureza racial por mais uma geração; tanto Isaque quanto Jacó se casaram com mulheres da parentela de Abraão na região de Harã (conforme v. 10) — uma região conhecida por Padã-Arã, “a planície de Arã (Síria)” (28.2). Esaú casou-se com atraso com outra parenta de Abraão, numa tentativa um tanto patética e inútil de conquistar o favor dos seus pais (v. 69). As experiências de Jacó são um contraste interessante com os eventos relatados no cap. 24, pois 1saque mesmo nunca havia deixado a terra prometida, e o servo de Abraão havia trazido Rebeca para Canaã num prazo muito pequeno; seria muito diferente no caso de Jacó.

    A jornada para o norte de Berseba (v. 10) fez Jacó passar ao lado de Betei, onde parou para descansar, fazendo assim o caminho inverso de Abraão quando este se dirigia para o sul (12.8,9). Abraão tinha erigido um altar ali, um precedente para adoração israelita posterior, mas foi a ligação de Jacó com o lugar sagrado que fez dele um santuário muito importante mais tarde para o Reino do Norte. O v. 19 parece distinguir o lugar (i.e., a área sagrada, onde seria construído o templo de Betei) de outra cidade já existente (conforme 12.8), que tinha o nome de Luz até a conquista de Canaã por parte do povo de Israel (conforme Jz 1:23,Jz 1:26). Depois disso, o nome do santuário foi dado à cidade também. O nome Betei, “casa de Deus”, derivou-se da experiência de Jacó ali (v. 17). O sonho de Jacó não somente imprimiu nele o sentimento fantástico da presença de Deus, mas também revelou Betei como um templo na fase embrionária: naquele tempo, era um pensamento comum que houvesse uma escada (v. 12; o mais correto seria “escadaria”) ligando um templo celestial ao templo terreno em que Deus (ou deuses, nas religiões pagãs) se dignava a encontrar seus adoradores e receber as ofertas deles. Os anjos vão e vêm à ordem dele nas suas tarefas e ministrações (conforme Jo 1:51). Há alguns contrastes interessantes entre Betei e Babel. (Conforme The Daily Commentary, Scripture Union, v. 1, p. 40.)

    Esse foi, então, o primeiro encontro direto de Jacó com o Senhor, que havia se revelado de forma semelhante a Abraão e Isaque (v. 13). Ele havia se tornado Deus deles, por meio de um relacionamento de aliança (cf. He 11:16); lemos isso acerca de Abraão (caps. 15,17) e podemos deduzir o mesmo no caso de Isaque. Jacó, de sua parte, agora fez a sua aliança com Deus; nesse caso, ele mostra o seu caráter na forma em que barganha com Deus (v. 20ss), mas o destaque maior é dado às promessas de Deus (v. 13ss), nas quais suas promessas anteriores a Abraão e a bênção de Isaque sobre Jacó (v. 4) são confirmadas. Uma característica interessante da resposta de Jacó é a sua iniciativa de separar o dízimo (v. 22).

    A pedra memorial, colocada como coluna, tinha um bom propósito; mas em dias posteriores essas colunas levaram à idolatria, em virtude da influência da adoração a Baal (conforme Mq 5:13).


    Moody

    Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
    Moody - Comentários de Gênesis Capítulo 12 do versículo 1 até o 26

    II. Os Patriarcas. 12:1 - 50:26. A. Abraão. 12:1 - 25:18.

    Na segunda principal divisão do livro de Gênesis, está evidente que na nova dispensação os escolhidos de Deus deverão reconhecer a comunicação direta e a liderança direta do Senhor. Nos capítulos Gn 12:1, quatro personagens Se destacam como homens que ouviram a voz de Deus, entenderam Suas diretrizes, e orientaram seus carrinhos de acordo com a vontade dEle. O propósito de Jeová ainda continua sendo o de chamar pessoas que executem a Sua vontade na terra. Com Noé Ele começou tudo de novo. Sem foi o escolhido para transmitir a verdadeira religião. Os semitas (descendentes de Sem) seriam os missionários aos outros povos da terra. No capítulo 12 Abraão começa a aparecer na linhagem de Sem como o representante escolhido de Jeová. Sobre ele Jeová colocaria toda a responsabilidade de receber e passar adiante a Sua revelação para todos. Do cenário pagão de Ur e Harã saiu o homem de Deus para a estratégica hora da primitiva revelação do V.T.


    Moody - Comentários de Gênesis Capítulo 28 do versículo 6 até o 9

    6-9. Esaú observou e ouviu; depois foi à casa de Ismael à procura de uma esposa dentro da linhagem familiar, a fim de agradar a seus pais. Evidentemente queda fazer um esforço na direção certa. Mas, sendo basicamente mundano, sua carreira na terra de Edom deixou de ser do tipo que agradasse ao Senhor Jeová.


    Francis Davidson

    O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
    Francis Davidson - Comentários de Gênesis Capítulo 28 do versículo 1 até o 22
    b) A viagem de Jacó (Gn 28:1-22)

    1. JACÓ PARTE DE CASA (Gn 28:1-9). Vai a Padã-Arã (2). O único motivo apresentado para a partida de Jacó nesta parte da história é o de arranjos para casamento, e coisa alguma é dita concernente ao conflito entre os dois irmãos. Não há necessidade aqui de supor-se a existência de narrativas duplicadas e divergentes. A psicologia do incidente inteiro é suficientemente esclarecida acima. Foi-se Esaú a Ismael (9). Esaú se esforçou para conquistar o favor de seu pai conformando-se aos regulamentos da família sobre o casamento, pois os ismaelitas eram verdadeiros descendentes de Abraão.

    >Gn 28:10

    2. O SONHO DE JACÓ (Gn 28:10-15). Uma escada (12). Essa talvez tenha sido sugerida à mente de Jacó devido a configuração do terreno local. Os anjos de Deus subiam e desciam por ela (12). Não haverá alguma significação no fato da palavra "subiam" aparecer em primeiro lugar? Talvez Deus tencionasse dar a entender a Jacó que sua necessidade era realmente subir até Sua presença, e que em resposta Ele faria descer a Sua ajuda. O que quer mais que aquela escada significasse, tinha a intenção de revelar que a terra e o céu estão verdadeiramente ligados e que existe um constante intercâmbio entre os dois. Note-se a alusão, em Jo 1:51 e conf. Jo 14:6. Eu sou o Senhor (13). A promessa da aliança, que tinha sido feita a Abraão e a Isaque, agora era transmitida ao próprio Jacó. Aquela deve ter sido uma experiência de incalculável valor para Jacó naquela ocasião. Sem dúvida ele já sabia a respeito da revelação feita sobre sua pessoa por ocasião de seu nascimento. Foi esse motivo religioso que o impeliu a fazer sua ação menos religiosa enganando seu pai. Por muitas vezes, entretanto, Jacó deve ter desejado ansiosamente possuir a certeza que lhe seria transmitida diretamente da parte de Jeová, conforme ele sabia ter sido o caso com seu pai e seu avô. O doce prêmio da bênção da primogenitura talvez já estivesse amargando em sua boca, em vista das memórias que o perseguiam sobre a maneira como ele forçara a bênção ser-lhe concedida. Mas agora, a despeito de todo seu próprio pecado e indignidade, Jacó ouviu a graciosa voz de Jeová transmitindo-lhe a promessa da aliança, até seu próprio coração.

    >Gn 28:16

    3. A CONSAGRAÇÃO DE BETEL (Gn 28:16-22). Quão terrível (17). Um lugar de profunda reverência inspirada pelo senso da presença de Deus. E a pôs por coluna, e derramou azeite em cima dela (18). A "coluna" tinha o propósito de servir de memorial ao fato que Jeová se manifestara naquele local. A ação de Jacó esteve em harmonia com um antigo costume semítico quanto a esse respeito, ainda que sem os motivos animistas que algumas vezes sublinham tal costume. "Colunas" dessa espécie foram subseqüentemente proibidas, porque se prestavam facilmente a serem usadas nos aviltantes ritos dos santuários cananeus. Ver Lv 26:1; Dt 16:22. -Betel (19). Betel era o lugar onde ocorreu o sonho, e Luz era o nome da cidade próxima. O nome Betel mais tarde foi transferido para a cidade (Jz 1:23). O dízimo (22). Ver 14.20n; Lv 27:30-33; Dt 14:22-5.


    Dicionário

    Canaã

    -

    Filho de Cão e neto de Noé (Gn 9:18-22; 10:6). Após a prática de um tipo de pecado sexual particularmente triste e pernicioso, que envolveu o pai embriagado e seu filho Cão, Noé amaldiçoou Canaã, seu neto, e, em contraste, abençoou Sem (Gn 9:25-27). No transcorrer do tempo, foi desta linhagem que vieram Abraão e, finalmente, os israelitas, enquanto os descendentes de Canaã tornaram-se as tribos que causaram muitos problemas a Israel e freqüentemente eram derrotadas em batalha: heteus, jebuseus, amorreus, etc. (Gn 10:15-18). A terra que mais tarde foi chamada de “Canaã” era ocupada por tribos como a dos amorreus, que provavelmente é uma derivação do seu nome.


    Canaã [Baixo; Plano]


    1) Filho de CÃO 1, (Gn 9:18). Seus descendentes ocuparam a região de Canaã (Gn 9:18).


    2) Nome antigo da Palestina, terra dos cananeus (Sl 105:11).


    Baixo, plano. 1. Quarto filho deCão (Gn 10:6 – 1 Cr. 1.8), progenitor dos vários povos que antes da conquista dos israelitas, se tinham estabelecido no litoral da Palestina, ocupando, de um modo geral, todo o país ao ocidente do rio Jordão (Gn 10:15). Uma maldição foi lançada sobre a terra de Canaã, em virtude do procedimento pouco respeitoso de Cão para com seu pai Noé (Gn 9:20-27). 2. o nome de Canaã é, algumas vezes, empregado por ‘terra de Canaã’.

    Eram

    3ª pess. pl. pret. imperf. ind. de ser

    ser |ê| |ê| -
    (latim sedeo, -ere, estar sentado)
    verbo copulativo

    1. Serve para ligar o sujeito ao predicado, por vezes sem significado pleno ou preciso (ex.: o dicionário é útil).

    2. Corresponder a determinada identificação ou qualificação (ex.: ele era muito alto; ela é diplomata).

    3. Consistir em.

    4. Apresentar como qualidade ou característica habitual (ex.: ele é de manias; ela não é de fazer essas coisas).

    5. Estar, ficar, tornar-se.

    6. Exprime a realidade.

    7. Acontecer, ocorrer, suceder.

    8. Equivaler a determinado valor, custo ou preço (ex.: este relógio é 60€).

    verbo transitivo

    9. Pertencer a (ex.: o carro é do pai dele).

    10. Ter como proveniência (ex.: o tapete é de Marrocos).

    11. Preferir ou defender (ex.: eu sou pela abolição da pena de morte).

    verbo intransitivo

    12. Exprime a existência.

    13. Acontecer, suceder (ex.: não sei o que seria, se vocês se fossem embora).

    14. Indica o momento, o dia, a estação, o ano, a época (ex.: já é noite; são 18h00).

    verbo auxiliar

    15. Usa-se seguido do particípio passado, para formar a voz passiva (ex.: foram ultrapassados, tinha sido comido, fora pensado, será espalhado, seríamos enganados).

    nome masculino

    16. Aquilo que é, que existe. = ENTE

    17. O ente humano.

    18. Existência, vida.

    19. O organismo, a pessoa física e moral.

    20. Forma, figura.


    a não ser que
    Seguido de conjuntivo, introduz a condição para que algo se verifique (ex.: o atleta não pretende mudar de clube, a não ser que a proposta seja mesmo muito boa).

    não poder deixar de ser
    Ser necessário; ter forçosamente de ser.

    não poder ser
    Não ser possível.

    não ser para graças
    Não gostar de brincadeiras; ser valente.

    o Ser dos Seres
    Deus.

    qual é
    [Brasil, Informal] Expresão usada para se dirigir a alguém, geralmente como provocação (ex.: qual é, vai sair da frente ou não?).

    ser alguém
    Ser pessoa importante e de valia.

    ser com
    Proteger.

    ser dado a
    Ter inclinação para.

    ser da gema
    Ser genuíno.

    ser de crer
    Ser crível; merecer fé.

    ser humano
    O homem. = HUMANO

    ser pensante
    O homem.


    Esaú

    -

    Cabeludo. Filho de isaque e Rebeca, e irmão gêmeo de Jacó. Atribui-se o seu nome ao fato de ter aparecido no seu nascimento ‘ruivo, todo revestido de pelo’ (Gn 25:2ó). o seu outro nome, Edom (vermelho), usado pelos seus descendentes, foi derivado da sopa de lentilhas, de cor avermelhada, que ele obteve de Jacó, quando, vindo da caça, estava esfomeado (Gn 25:30). Esaú era caçador, homem do campo, ao mesmo tempo impetuoso e valente, contrastando, assim, de modo notável com o pacífico, meigo e prudente Jacó. Ele era generoso e considerado ‘homem do mundo’. o procedimento de Esaú, vendendo o seu direito de primogênito, foi caprichoso e profano. Foi um ato profano porque as bênçãos que acompanhavam a primogenitura eram não só de caráter civil, mas também espirituais: as promessas feitas por Deus a Abraão tinham a sua realização na linha dos primogênitos. Estes altos privilégios foram desprezados por Esaú, que é, por isso, citado pelo autor da epístola aos Hebreus como tipo de todos aqueles que se afastam de Cristo (Hb 12:16-17). Quando tinha quarenta anos de idade, casou Esaú com duas mulheres cananéias, sendo este ato causa de grande desgosto para isaque e Rebeca (Gn 26:34). Esaú, pelo fato da transferência das bênçãos, sendo extraordinariamente lesado por seu irmão Jacó, prometeu vingar-se dele (Gn 27:41). Mas Rebeca tratou de mandar Jacó para a casa de seus parentes, na Mesopotâmia (Gn 27:43). Quando Jacó estava de volta para a terra de Canaã, veio encontrar o seu irmão, próspero na vida e muito rico – e sendo Esaú dotado de caráter generoso, não só perdoou a seu irmão, mas ofereceu-se para escoltá-lo até à sua casa, no monte Seir. Jacó aceitou, mas acusado por sua consciência, evidentemente receava servir-se da oferecida escolta (Gn 32:6-8). o próximo encontro de Esaú e Jacó foi no funeral de isaque, quase 20 anos depois. Desta vez tomou Esaú a sua parte, que tinha na herança, e, afastando quaisquer pensamentos de inimizade que lhe viessem a respeito da bênção, voltou para o monte Seir. E desejando fazer daquela região a sua pátria, expulsou os primitivos habitantes (Gn 36:8). (*veja Jacó e Edom.)

    Era o que hoje chamaríamos de uma pessoa “acomodada”. Adorava a liberdade da vida ao ar livre (Gn 25:27) e não levava nada a sério. Suas atitudes rudes e a maneira como fugia das dificuldades da vida foram a causa de sua trágica queda. Era o filho primogênito dos gêmeos de Isaque e Rebeca (Gn 25:25) e tornou-se o favorito do pai (vv. 27,28). A disputa entre os dois ficou mais inflamada quando o patriarca percebeu que estava às portas da morte (Gn 27:1) e, portanto, era a hora de passar a bênção da família para seu filho primogênito; entretanto, Rebeca e Jacó o enganaram, ao aproveitar o fato de que não podia mais enxergar, de maneira que o mais novo recebeu a bênção no lugar do primeiro (vv. 5-19). Esaú teve uma explosão de genuína tristeza e fúria (Gn 27:34-41), mas sua natureza de pessoa “acomodada” não permitiu que sustentasse muito tempo a animosidade. Assim, quando Jacó retornou temeroso de Padã-Arã, o irmão o recebeu como se nada tivesse acontecido (Gn 32:3-7; Gn 33:1-4).

    Infelizmente, seus descendentes edomitas mostraram ser muito mais intratáveis, e a pequena pedra que os dois irmãos atiraram no lago da história fez círculos cada vez maiores (Sl 137:7; Am 1:11; Ob 9:14). Esaú, entretanto, nada levava a sério. Quando seus pais reprovaram as esposas que escolhera (Gn 26:34), saiu e casou-se com outra mulher, filha de Ismael (Gn 28:6-9). Para ele, os problemas da vida podiam ser resolvidos facilmente! De fato, só foi capaz de ficar zangado com a fraude de Jacó porque não levou a sério a transação que fizeram anteriormente, na qual vendeu seu direito de primogenitura. Ao voltar de uma caçada, cansado e faminto, Esaú encontrou o irmão ocupado na cozinha. O aroma era tentador demais e, numa atitude típica dele, viu tudo de uma maneira exagerada: qual seria a utilidade do direito de primogenitura se morresse de fome? Essa decisão frívola, entretanto, teve conseqüências irreversíveis. O que Esaú considerava como “ter um ponto de vista complacente”, a Bíblia chama de “devasso” e “profano” (Hb 12:16) — a atitude de viver como se não existisse vida eterna nem valores absolutos. Para ele, não houve oportunidade para arrependimento (Hb 12:17). J.A.M.


    Esaú [Peludo]

    Irmão gêmeo de Jacó (Gn 25:25). Vendeu o direito de PRIMOGENITURA ao seu irmão por um cozido de lentilhas (Gn 25:30-34). Perseguiu Jacó para matá-lo (Gn 27), porém mais tarde fez as pazes com ele (Gn 32:3—33.17).


    Filhas

    fem. pl. de filho

    fi·lho
    (latim filius, -ii)
    nome masculino

    1. Indivíduo do sexo masculino em relação a seus pais.

    2. Animal macho em relação a seus pais.

    3. Início do desenvolvimento de uma planta. = BROTO, GOMO, REBENTO

    4. Nascido em determinado local. = NATURAL

    5. Forma de tratamento carinhosa.

    6. Efeito, obra, produto, consequência.


    filhos
    nome masculino plural

    7. Conjunto dos descendentes. = DESCENDÊNCIA, PROLE


    filho da curiosidade
    Filho ilegítimo, que não nasceu de um matrimónio. = BASTARDO, ZORRO

    filho da mãe
    [Informal, Depreciativo] Pessoa que se considera muito desprezível ou sem carácter.

    filho da puta
    [Calão, Depreciativo] O mesmo que filho da mãe.

    filho da púcara
    [Informal, Depreciativo] O mesmo que filho da mãe.

    filho das ervas
    [Informal, Depreciativo] Indivíduo cujos pais são desconhecidos ou são desfavorecidos socialmente.

    filho de criação
    Filho adoptado.

    filho de Deus
    [Religião católica] Jesus Cristo.

    filho de puta
    [Calão, Depreciativo] O mesmo que filho da mãe.

    filho de uma quinhenta
    [Moçambique, Antigo, Depreciativo] Expressão usada como forma de desprezo ou de insulto. [Em alusão ao baixo valor pago às prostitutas dos bairros pobres da periferia de Maputo.]

    filho do Homem
    [Religião católica] Jesus Cristo.

    Messias.

    filho do vento
    [Informal, Depreciativo] O mesmo que filho das ervas.

    filho natural
    O que não provém do matrimónio.

    filho pródigo
    Pessoa que volta ao seio da família após longa ausência e vida desregrada.

    quem tem filhos tem cadilhos
    Os pais têm sempre cuidados.

    Confrontar: filhó.

    fi·lhó
    (latim *foliola, plural de foliolum, -i, diminutivo de folium, folha)
    nome feminino

    1. Culinária Bolinho muito fofo, de farinha e ovos, frito e depois geralmente passado por calda de açúcar ou polvilhado com açúcar e canela. = SONHO

    2. Culinária Tira fina de massa de farinha e ovos, que, depois de frita, se polvilha com açúcar e/ou canela. = COSCORÃO


    Sinónimo Geral: FILHÓS

    Plural: filhós.
    Confrontar: filho.

    Ver também dúvida linguística: plural de filhó / filhós.

    Isaque

    -

    Riso. Era filho de Abraão e Sara. Foi-lhe dado este nome por sua mãe, porque, quando um anjo lhe anunciou que havia de ter um filho, embora já tivesse passado a idade de ter filhos, ela riu-se consigo (Gn 18:10-12). Quando nasceu o menino, disse ela: ‘Deus me deu motivo de riso’ (Gn 21:6). o nascimento de isaque foi assunto de várias profecias e promessas. Esse fato foi por Deus adiado até serem já velhos Abraão e Sara, a fim de ser pelo Senhor experimentada a fé dos Seus servos, e tornar evidente que a criança era um dom de Deus, um filho da promessa (Gn 17:19). Nasceu isaque em Gerar (*veja esta palavra), sendo já seu pai da idade de cem anos. Quando foi desmamado, zombou dele o seu irmão ismael, filho de Hagar (Gn 21:9) – e mais tarde esteve a ponto de ser sacrificado pelo seu pai, havendo então a intervenção de Deus (Gn 22:6-19). Casou, quando tinha quarenta anos, e teve dois filhos, Jacó e Esaú, de sua mulher Rebeca, que era também sua prima. Estava já na sua meia idade quando a fome o levou a Gerar, onde Deus lhe apareceu, proibindo-lhe que fosse ao Egito. Foi, também, naquela povoação que ele repetiu o erro de Abraão, sujeitando-se à censura de Abimeleque por ter declarado falsamente que Rebeca era sua irmã (Gn 26:7). Vindo a ser um homem rico apesar da oposição dos filisteus, ele edificou em Berseba um altar ao Senhor. Quando o seu filho Jacó obteve de modo enganador a sua bênção, isaque o mandou para Padã-Arã (Gn 28:5), de onde, passados anos, ele voltou em prosperidade e com numerosa família. Viveu até a idade de 180 anos, e foi sepultado em Macpela pelos seus filhos, na mesma sepultura em que ele e seu irmão ismael tinham colocado muitos anos antes o corpo de Abraão. (*veja Abnuío, Jacó e Esaú.)

    “Os que somente se sentam e esperam também ajudam.” Esse ditado aplica-se bem a Isaque. Teve uma vida longa (Gn 35:28), mas nunca se afastou da mesma região (Gn 35:27; cf. 13:18; cf. 24:62; cf. 25:11). Quando comparado com os solenes incidentes que marcaram a vida de Abraão e a atividade frenética de Jacó, ele praticamente nada fez. Ainda assim, juntamente com os nomes aparentemente mais expressivos de Abraão e Jacó, Isaque é um dos patriarcas de grande influência no meio do povo de Deus — um dos membros do trio para quem os descendentes foram prometidos (Dt 9:27; etc.); para os quais a terra foi garantida (Gn 50:24; Ex 33:1; etc.); com quem a aliança foi feita (Ex 2:24; Sl 105:9; etc.); cujos nomes são parte da identificação do próprio Deus (Ex 3:6-15,16); a quem o Senhor garante a segurança dos descendentes (Ex 32:32; Dt 29:13) e eles próprios têm um lugar de destaque no reino sobre o qual Jesus pregou (Mt 8:11; Lc 13:28); que são usados por Cristo como uma prova do céu (Mt 22:32); e cujo Deus ressuscitou Jesus dos mortos (At 3:13). A importância, do ponto de vista do Senhor, não está em “fazer”, mas em “ser”.

    Embora a Bíblia coloque Isaque diante de nós, ela nada explica sobre ele. Existem coisas, porém, que chamam a atenção quando se tenta montar um quadro coerente desse personagem. Assim, ele precisava de uma esposa a quem amasse, para confortá-lo depois da morte de sua querida mãe (Gn 24:67); ficava satisfeito em permanecer quieto (1Ts 4:11); experimentava as alegrias do casamento (Gn 26:6); sonhava em ter filhos (Gn 25:21); alegrava-se com a paternidade e com os simples prazeres de uma boa comida (Gn 25:28); gostava de viver sem a agitação das viagens e das novidades (veja acima); queria ficar na lembrança dos filhos como um homem que conhecia e temia ao Senhor. Deus se revelaria a Jacó como “o Deus do teu pai Isaque” e fez isso em duas ocasiões nas quais seu filho tinha boas razões para estar nervoso, diante de um futuro desconhecido (Gn 28:13; Gn 46:1-3; cf. 32:9). Era como se o maior conforto que receberia do Céu fosse a mensagem: “Lembre-se do Deus que seu pai adorava e sobre o qual falava”. Duas vezes, também Jacó falou sobre “o temor de Isaque” (Gn 31:42-53). Que título fantástico para Deus! De alguma maneira a imagem que este filho tinha na memória era que como seu pai falava sobre o Senhor como aquele que podia confortar diante da incerteza do futuro, mas que, ao mesmo tempo era tão digno de reverência que “Temor”, de certa forma, era seu segundo nome. Além do mais, a Bíblia somente menciona Beer-Laai-Roi em conexão com Isaque (onde o anjo apareceu a Hagar; Gn 24:62; cap 35; cf. 16:13-14). Qual seria o significado disso? Diferentemente de Abraão e Jacó, o Senhor nunca “apareceu” a Isaque: almejaria ele passar por tal experiência e especialmente por uma semelhante a de Hagar, quando Deus apareceu para uma pessoa abatida, a fim de confortar e dar esperança? Finalmente, Hebreus 11:20 faz seu comentário sobre a fé de Isaque, que “abençoou a Jacó e a Esaú, no tocante às coisas futuras”. O que foi que produziu esse homem submisso, de vida pacata? O que o levou a falar de Deus de forma tão pessoal e com tanta reverência? Por que tinha tanta esperança de encontrar o anjo bondoso que apareceu a Hagar? Por que possuía tamanha convicção quanto ao futuro?

    Isaque é a única pessoa em toda a Bíblia que foi amarrada e colocada sobre um altar; o único que viu um cutelo prestes a matá-lo, mas ouviu a voz do anjo do Senhor, a fim de impedir o sacrifício. Naquele momento doloroso, soube que Deus cuidava dele e o preservou; o futuro prometido, portanto, viria; com igual intensidade, sabia que o Senhor, o qual preservara a vida dele, era digno de toda reverência. Após ouvir a voz do anjo (Gn 22:11), será que almejava escutá-la novamente — em Beer-Laai-Roi? (Gn 16:7-14). Por outro lado, será que tal experiência — que hoje seria chamada de “trauma” — não teria produzido um temperamento submisso e uma grande necessidade de amor, tanto humano como divino? Tudo isso, também, era parte de Isaque.

    A história de Isaque em si mesma é simples. Nascido quando seus pais eram humanamente incapazes de gerar filhos (Gn 17:17; Gn 18:9-14; Gn 21:1-7) era proeminentemente o filho da promessa (Gl 4:28) e, por uma direção divina complementar, foi destinado como tal (Gn 21:9-12; Rm 9:17). Com a idade de 40 anos — note-se que por iniciativa de seu pai e após o falecimento de sua mãe (Gn 24:1-3 ss,
    67) — casou-se com a prima Rebeca, por quem apaixonou-se à primeira vista. Eles compartilhavam uma profunda espiritualidade (Gn 25:21-23), mas falharam como pais. Primeiro, cada um deles demonstrava uma nítida preferência por um dos dois gêmeos (Gn 25:28); segundo, não levaram os filhos ao conhecimento da palavra de Deus que precedeu o nascimento deles. Seria bem mais fácil se tivessem compartilhado com eles, quando ainda eram adolescentes, que, embora Esaú fosse tecnicamente o “primogênito”, Deus já tinha determinado de outra maneira. Os filhos teriam absorvido essa informação, que ficaria gravada em suas consciências, sem efeitos negativos; isso moldaria a estrutura familiar e o relacionamento entre os irmãos. A palavra de Deus, entretanto, foi negligenciada e posteriormente gerou todos os lamentáveis eventos que abalaram a família (Gn 27:41): levou Esaú a envolver-se em outro casamento (Gn 26:34-35; Gn 28:6), separou Rebeca para sempre de seu filho querido e impôs sobre Jacó um exílio de 25 anos. Ainda mais lamentável foi que, quando deixaram de compartilhar a palavra do Senhor com os filhos 1saque e Rebeca esqueceram-se dela também, de maneira que o patriarca, quando chegou o momento de passar adiante a bênção de Deus, seguiu a lógica e voltou-se para Esaú, embora o Senhor já tivesse dito que escolhera Jacó; e Rebeca, após esquecer-se de que Deus já decidira o que aconteceria, sentiu que tinha a obrigação de usurpar a bênção para Jacó.

    O casamento de Isaque começou cheio de esperanças, mas na velhice o casal não se comunicava, nem descansava na palavra de Deus, nem muito menos um no outro. Este incidente é a única nota dissonante dentro da música — orquestrada por Deus no concerto patriarcal — da vida de Isaque. Viveu até os 180 anos de idade e morreu na presença dos dois filhos, que o colocaram para descansar naquele local cheio de túmulos memoráveis, a caverna de Macpela (Gn 35:28).

    J.A.M.


    Isaque [Riso] - O filho único de Abrão com Sara (Gn 17:19); 18:1-15) e segundo PATRIARCA dos israelitas. Abraão estava pronto para oferecê-lo em SACRIFÍCIO (Gn 22). Isaque casou-se com Rebeca, de quem teve dois filhos, Esaú e Jacó (Gen 2)

    Mas

    porém. – Destas duas conjunções, que tão raramente se distinguem, trataram Roq. e Lac. “Confundem-se muitas vezes – escreve o primeiro – estas duas conjunções, sendo que se devem distinguir. – Mas é conjunção distintiva e adversativa, que acompanha a adição de alguma circunstância, que se opõe mais ou menos à proposição já enunciada; é muito a propósito nos incisos”. Eis aqui alguns exemplos de seu uso: “Catarina, não só disputa, mas define; não só argumenta, mas conclui; não só impugna, mas vence... Duros como as pedras, mas não convencidos”. (Vieira, III, 267, 282.) – Porém é conjunção restritiva, que se contrapõe de um membro da oração a outro, moderando-o, ou destruindo-o; é muito a propósito nos períodos. “Deus na lei da graça derrogou esta circunstância de rigor; porém na lei natural, tão fora esteve de variar que”... “Se deixamos de amar o amigo ausente, não é culpa sua, é injustiça nossa; porém se foi ingrato, não só ficou indigno do mais tíbio amor, mas merecedor de todo ódio”. (Vieira, III, 321, 372.) Exemplos das duas conjunções numa mesma oração: “Que cada um se descesse das opiniões que tinha estudado, muito foi; mas não foi tanto; porém que todos, em um ato tão público, não duvidassem de confessar estes mesmos erros... aqui para a admiração... A algum que não lha acrescente, poderá ser, mas um só; porém a quem lhe recebe, ou a sua (fazenda) ou a dos seus vassalos, não é justo, nem rei, quem tal consente”. (III, 281, 344.) – Porém usa-se também, como o vero e o autem dos latinos, depois de uma palavra. “Não se diz, porém, nem se sabe, quem fossem os autores. Haverá, porém, algum político tão especulativo...” (III, 338, 340.) – “Mas não se diz nunca em casos semelhantes, pois sempre começa o membro ou inciso da oração”. Lac. resume perfeitamente o que disse Roq. Dicionário de Sinônimos da Língua Portuguesa 437

    conjunção Contudo, todavia; indica oposição ou restrição de ideias: quero comprar o apartamento, mas não tenho dinheiro.
    Retoma a verdade sobre: não disse, mas preferia ter dito.
    Coloca algo em perspectiva: era analfabeto, mas nunca ignorante.
    Após "sim" ou "não", indica que algo deve ser acrescentado: confiança, sim, mas com restrições.
    Indica alteração de assunto: o Brasil é o país do futebol, mas precisamos falar de política.
    Indica a resposta dada por alguém, para demonstrar oposição ou descontentamento: -- muito obrigada, mas preciso ir embora.
    Diferencia coisas semelhantes: os dois adoram futebol, mas um por influência e o outro por convicção.
    Após declarar desculpas, indica que alguma coisa ainda deve ser dita: desculpe a sinceridade, mas este seu vestido é horrível!
    Expressa um ponto de vista que tende a causar surpresa: posso ser considerado louco, mas acredito em políticos honestos.
    Evidência uma surpresa ou admiração.
    Explica uma circunstância anterior: não me disse olá, mas provavelmente não me viu.
    advérbio Utiliza-se para confirmar e enfatizar aquilo que se acabou de dizer: a derrota fez com que ela ficasse triste, mas muito triste.
    Etimologia (origem da palavra mas). Do latim magis.

    hebraico: tirado

    conjunção Contudo, todavia; indica oposição ou restrição de ideias: quero comprar o apartamento, mas não tenho dinheiro.
    Retoma a verdade sobre: não disse, mas preferia ter dito.
    Coloca algo em perspectiva: era analfabeto, mas nunca ignorante.
    Após "sim" ou "não", indica que algo deve ser acrescentado: confiança, sim, mas com restrições.
    Indica alteração de assunto: o Brasil é o país do futebol, mas precisamos falar de política.
    Indica a resposta dada por alguém, para demonstrar oposição ou descontentamento: -- muito obrigada, mas preciso ir embora.
    Diferencia coisas semelhantes: os dois adoram futebol, mas um por influência e o outro por convicção.
    Após declarar desculpas, indica que alguma coisa ainda deve ser dita: desculpe a sinceridade, mas este seu vestido é horrível!
    Expressa um ponto de vista que tende a causar surpresa: posso ser considerado louco, mas acredito em políticos honestos.
    Evidência uma surpresa ou admiração.
    Explica uma circunstância anterior: não me disse olá, mas provavelmente não me viu.
    advérbio Utiliza-se para confirmar e enfatizar aquilo que se acabou de dizer: a derrota fez com que ela ficasse triste, mas muito triste.
    Etimologia (origem da palavra mas). Do latim magis.

    Olhos

    -

    substantivo masculino Orgãos externos da visão: meus olhos enxergaram o pôr do sol.
    Figurado Excesso de zelo, de cuidado, de atenção: estou de olhos nisso!
    Figurado Aquilo que clarifica; luz, brilho.
    locução adverbial A olhos vistos. De modo evidente, claro; evidentemente.
    expressão Abrir os olhos de alguém. Dizer a verdade sobre alguma coisa.
    Falar com os olhos. Mostrar com o olhar seus sentimentos e pensamentos.
    Comer com os olhos. Olhar atenta e interesseiramente; cobiçar.
    Custar os olhos da cara. Ser muito caro.
    Ser todo olhos. Olhar muito atentamente.
    Etimologia (origem da palavra olhos). Plural de olho, do latim oculus.i.

    Pai

    substantivo masculino Aquele que tem ou teve filho(s); genitor, progenitor.
    Indivíduo em relação aos seus filhos.
    Responsável pela criação de; criador: Corneille é o pai da tragédia francesa.
    Quem funda uma instituição, cidade, templo; fundador.
    [Zoologia] Animal macho que teve filhotes.
    Figurado Algo ou alguém que dá origem a outra coisa ou pessoa: o desconhecimento é o pai da ignorância.
    Indivíduo que pratica o bem, que realiza ou possui boas ações; benfeitor.
    Religião Primeira pessoa que, juntamente com o Filho e com o Espírito Santo, compõe a Santíssima Trindade.
    Religião Título dado aos membros padres de uma congregação religiosa.
    substantivo masculino plural Os progenitores de alguém ou os seus antepassados.
    expressão Pai Eterno. Deus.
    Pai espiritual. Aquele que dirige a consciência de alguém.
    Etimologia (origem da palavra pai). Talvez do latim patre-, padre, pade, pai.

    substantivo masculino Aquele que tem ou teve filho(s); genitor, progenitor.
    Indivíduo em relação aos seus filhos.
    Responsável pela criação de; criador: Corneille é o pai da tragédia francesa.
    Quem funda uma instituição, cidade, templo; fundador.
    [Zoologia] Animal macho que teve filhotes.
    Figurado Algo ou alguém que dá origem a outra coisa ou pessoa: o desconhecimento é o pai da ignorância.
    Indivíduo que pratica o bem, que realiza ou possui boas ações; benfeitor.
    Religião Primeira pessoa que, juntamente com o Filho e com o Espírito Santo, compõe a Santíssima Trindade.
    Religião Título dado aos membros padres de uma congregação religiosa.
    substantivo masculino plural Os progenitores de alguém ou os seus antepassados.
    expressão Pai Eterno. Deus.
    Pai espiritual. Aquele que dirige a consciência de alguém.
    Etimologia (origem da palavra pai). Talvez do latim patre-, padre, pade, pai.

    substantivo masculino Aquele que tem ou teve filho(s); genitor, progenitor.
    Indivíduo em relação aos seus filhos.
    Responsável pela criação de; criador: Corneille é o pai da tragédia francesa.
    Quem funda uma instituição, cidade, templo; fundador.
    [Zoologia] Animal macho que teve filhotes.
    Figurado Algo ou alguém que dá origem a outra coisa ou pessoa: o desconhecimento é o pai da ignorância.
    Indivíduo que pratica o bem, que realiza ou possui boas ações; benfeitor.
    Religião Primeira pessoa que, juntamente com o Filho e com o Espírito Santo, compõe a Santíssima Trindade.
    Religião Título dado aos membros padres de uma congregação religiosa.
    substantivo masculino plural Os progenitores de alguém ou os seus antepassados.
    expressão Pai Eterno. Deus.
    Pai espiritual. Aquele que dirige a consciência de alguém.
    Etimologia (origem da palavra pai). Talvez do latim patre-, padre, pade, pai.

    Esta palavra, além da sua significação geral, toma-se também na Escritura no sentido de avô, bisavô, ou fundador de uma família, embora remota. Por isso os judeus no tempo de Jesus Cristo chamavam pais a Abraão, isaque e Jacó. Jesus Cristo é chamado o Filho de Davi, embora este rei estivesse distante dele muitas gerações. Pela palavra ‘pai’ também se compreende o instituidor, o mestre, o primeiro de uma certa profissão. Jabal ‘foi o pai dos que habitam nas tendas e possuem gado’. E Jubal ‘foi o pai de todos os que tocam harpa e flauta’ (Gn 4:20-21). Também se emprega o termo no sentido de parentesco espiritual bom ou mau – assim, Deus é o Pai da Humanidade. o diabo é cognominado o pai da mentira (Jo 8:44). Abraão é o pai dos crentes. É igualmente chamado ‘o pai de muitas nações’, porque muitos povos tiveram nele a sua origem. Na idade patriarcal a autoridade do pai na família era absoluta, embora não tivesse o poder de dar a morte a seus filhos (Dt 21:18-21).

    Os pais não são os construtores da vida, porém, os médiuns dela, plasmando-a, sob a divina diretriz do Senhor. Tornam-se instrumentos da oportunidade para os que sucumbiram nas lutas ou se perderam nos tentames da evolução, algumas vezes se transformando em veículos para os embaixadores da verdade descerem ao mundo em agonia demorada.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Lampadário espírita• Pelo Espírito Joanna de Ângelis• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 17

    Os pais humanos têm de ser os primeiros mentores da criatura. De sua missão amorosa decorre a organização do ambiente justo. Meios corrompidos significam maus pais entre os que, a peso P de longos sacrifícios, conseguem manter, na invigilância coletiva, a segurança possível contra a desordem ameaçadora.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Caminho, verdade e vida• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 12

    Os pais da Terra não são criadores, são zeladores das almas, que Deus lhes confia, no sagrado instituto da família.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    Ser pai é ser colaborador efetivo de Deus, na Criação.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Luz no lar: seleta para uso no culto do Evangelho no lar• Por diversos Espíritos• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 46

    [...] [Os pais são os] primeiros professores [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• O Espírito da Verdade: estudos e dissertações em torno de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec• Por diversos Espíritos• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 16


    Pai Maneira de falar de Deus e com Deus. No AT Deus tratava o povo de Israel como seu filho (Ex 4:22); (Dt 1:31); 8.5; (Os 11:1). Jesus chamava Deus de “Pai” (Jo 5:17). Ele ensinou que todos aqueles que crêem nele são filhos de Deus (Jo 20:17). Ver também (Mt 6:9) e Rm

    Pai Ver Abba, Deus, Família, Jesus, Trindade.

    Vendar

    verbo transitivo Cobrir os olhos com uma venda.
    Figurado Obscurecer, cegar: o ódio lhe vendava a razão.

    Vendar Cobrir com uma tira (Lc 22:64) ou com um pano (Is 29:10).

    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    Gênesis 28: 8 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

    Vendo também Esaú que as filhas de Canaã eram mal vistas por Isaque, seu pai,
    Gênesis 28: 8 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    H1
    ʼâb
    אָב
    o pai dele
    (his father)
    Substantivo
    H1323
    bath
    בַּת
    filha
    (and daughers)
    Substantivo
    H3327
    Yitschâq
    יִצְחָק
    Isaac
    (Isaac)
    Substantivo
    H3588
    kîy
    כִּי
    para que
    (that)
    Conjunção
    H3667
    Kᵉnaʻan
    כְּנַעַן
    de Canaã
    (of Canaan)
    Substantivo
    H5869
    ʻayin
    עַיִן
    seus olhos
    (your eyes)
    Substantivo
    H6215
    ʻÊsâv
    עֵשָׂו
    Esaú
    (Esau)
    Substantivo
    H7200
    râʼâh
    רָאָה
    e viu
    (and saw)
    Verbo
    H7451
    raʻ
    רַע
    ruim, mau
    (and evil)
    Adjetivo


    אָב


    (H1)
    ʼâb (awb)

    01 אב ’ab

    uma raiz; DITAT - 4a; n m

    1. pai de um indivíduo
    2. referindo-se a Deus como pai de seu povo
    3. cabeça ou fundador de uma casa, grupo, família, ou clã
    4. antepassado
      1. avô, antepassados — de uma pessoa
      2. referindo-se ao povo
    5. originador ou patrono de uma classe, profissão, ou arte
    6. referindo-se ao produtor, gerador (fig.)
    7. referindo-se à benevolência e proteção (fig.)
    8. termo de respeito e honra
    9. governante ou chefe (espec.)

    בַּת


    (H1323)
    bath (bath)

    01323 בת bath

    procedente de 1129 e 1121; DITAT - 254b n f

    1. filha
      1. filha, menina, filha adotiva, nora, irmã, netas, prima, criança do sexo feminino
        1. como forma educada de referir-se a alguém n pr f
        2. como designação de mulheres de um determinado lugar
    2. moças, mulheres
      1. referindo-se a personificação
      2. vilas (como filhas procedentes de cidades)
      3. descrição de caráter

    יִצְחָק


    (H3327)
    Yitschâq (yits-khawk')

    03327 יצחק Yitschaq

    procedente de 6711, grego 2464 Ισαακ; DITAT - 1905b; n pr m Isaque = “ele ri”

    1. filho de Abraão com Sara, sua esposa, e pai de Jacó e Esaú

    כִּי


    (H3588)
    kîy (kee)

    03588 כי kiy

    uma partícula primitiva; DITAT - 976; conj

    1. que, para, porque, quando, tanto quanto, como, por causa de, mas, então, certamente, exceto, realmente, desde
      1. que
        1. sim, verdadeiramente
      2. quando (referindo-se ao tempo)
        1. quando, se, embora (com força concessiva)
      3. porque, desde (conexão causal)
      4. mas (depois da negação)
      5. isso se, caso seja, de fato se, embora que, mas se
      6. mas antes, mas
      7. exceto que
      8. somente, não obstante
      9. certamente
      10. isto é
      11. mas se
      12. embora que
      13. e ainda mais que, entretanto

    כְּנַעַן


    (H3667)
    Kᵉnaʻan (ken-ah'-an)

    03667 כנען K ena ̂ aǹ

    procedente de 3665, grego 5477 Ξανααν; DITAT - 1002,1002b; Canaã = “terras baixas” n pr m

    1. o quarto filho de Cam e o progenitor dos fenícios e das várias nações que povoaram a costa marítma da Palestina n pr loc
    2. a região oeste do Jordão povoada pelos descendentes de Canaã e subseqüentemente conquistada pelos israelitas sob a liderança de Josué n m
    3. mercador, comerciante

    עַיִן


    (H5869)
    ʻayin (ah'-yin)

    05869 עין ̀ayin

    provavelmente uma palavra primitiva, grego 137 Αινων; DITAT - 1612a,1613; n f/m

    1. olho
      1. olho
        1. referindo-se ao olho físico
        2. órgão que mostra qualidades mentais
        3. referindo-se às faculdades mentais e espirituais (fig.)
    2. fonte, manancial

    עֵשָׂו


    (H6215)
    ʻÊsâv (ay-sawv')

    06215 עשו Èsav

    aparentemente uma forma do part. pass. de 6213 no sentido original de manipular, grego 2269 Ησαυ; n. pr. m.

    Esaú = “peludo”

    1. o filho mais velho de Isaque e Rebeca e irmão gêmeo de Jacó; vendeu o direito de primogenitura por comida quando estava faminto e a bênção divina ficou com Jacó; progenitor dos povos árabes

    רָאָה


    (H7200)
    râʼâh (raw-aw')

    07200 ראה ra’ah

    uma raiz primitiva; DITAT - 2095; v.

    1. ver, examinar, inspecionar, perceber, considerar
      1. (Qal)
        1. ver
        2. ver, perceber
        3. ver, ter visão
        4. examinar, ver, considerar, tomar conta, verificar, aprender a respeito, observar, vigiar, descobrir
        5. ver, observar, considerar, examinar, dar atenção a, discernir, distinguir
        6. examinar, fitar
      2. (Nifal)
        1. aparecer, apresentar-se
        2. ser visto
        3. estar visível
      3. (Pual) ser visto
      4. (Hifil)
        1. fazer ver, mostrar
        2. fazer olhar intencionalmente para, contemplar, fazer observar
      5. (Hofal)
        1. ser levado a ver, ser mostrado
        2. ser mostrado a
      6. (Hitpael) olhar um para o outro, estar de fronte

    רַע


    (H7451)
    raʻ (rah)

    07451 רע ra ̀

    procedente de 7489; DITAT - 2191a,2191c adj.

    1. ruim, mau
      1. ruim, desagradável, maligno
      2. ruim, desagradável, maligno (que causa dor, infelicidade, miséria)
      3. mau, desagradável
      4. ruim (referindo-se à qualidade - terra, água, etc)
      5. ruim (referindo-se ao valor)
      6. pior que, o pior (comparação)
      7. triste, infeliz
      8. mau (muito dolorido)
      9. mau, grosseiro (de mau caráter)
      10. ruim, mau, ímpio (eticamente)
        1. referindo-se de forma geral, de pessoas, de pensamentos
        2. atos, ações n. m.
    2. mal, aflição, miséria, ferida, calamidade
      1. mal, aflição, adversidade
      2. mal, ferida, dano
      3. mal (sentido ético) n. f.
    3. mal, miséria, aflição, ferida
      1. mal, miséria, aflição
      2. mal, ferida, dano
      3. mal (ético)