Enciclopédia de II Samuel 6:18-18

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

2sm 6: 18

Versão Versículo
ARA Tendo Davi trazido holocaustos e ofertas pacíficas, abençoou o povo em nome do Senhor dos Exércitos.
ARC E acabando Davi de oferecer os holocaustos e ofertas pacíficas, abençoou o povo em nome do Senhor dos exércitos.
TB Tendo Davi acabado de oferecer o holocausto e as ofertas pacíficas, abençoou o povo em nome de Jeová dos Exércitos.
HSB וַיְכַ֣ל דָּוִ֔ד מֵהַעֲל֥וֹת הָעוֹלָ֖ה וְהַשְּׁלָמִ֑ים וַיְבָ֣רֶךְ אֶת־ הָעָ֔ם בְּשֵׁ֖ם יְהוָ֥ה צְבָאֽוֹת׃
BKJ E tão logo Davi tinha terminado de oferecer ofertas queimadas e ofertas de paz, ele abençoou o povo no nome do SENHOR dos Exércitos.
LTT E, tendo Davi acabado de oferecer ① os holocaustos e ofertas pacíficas, logo ele abençoou o povo em nome do SENHOR dos Exércitos.
BJ2 Assim que Davi terminou de oferecer holocaustos e sacrifícios de comunhão, abençoou o povo em nome de Iahweh dos Exércitos.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de II Samuel 6:18

Gênesis 14:19 E abençoou-o e disse: Bendito seja Abrão do Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra;
Êxodo 39:43 Viu, pois, Moisés toda a obra, e eis que a tinham feito; como o Senhor ordenara, assim a fizeram; então, Moisés os abençoou.
Levítico 9:22 Depois, Arão levantou as mãos ao povo e o abençoou; e desceu, havendo feito a expiação do pecado, e o holocausto, e a oferta pacífica.
I Reis 8:14 Então, virou o rei o rosto e abençoou toda a congregação de Israel; e toda a congregação de Israel estava em pé.
I Reis 8:55 e pôs-se em pé, e abençoou a toda a congregação de Israel em alta voz, dizendo:
I Crônicas 16:2 E, acabando Davi de oferecer os holocaustos e sacrifícios pacíficos, abençoou o povo em nome do Senhor.
II Crônicas 6:3 Então, o rei virou o rosto e abençoou a toda a congregação de Israel, e toda a congregação de Israel estava em pé.
II Crônicas 30:18 Porque uma multidão do povo, muitos de Efraim e Manassés, Issacar e Zebulom, se não tinham purificado e, contudo, comeram a Páscoa, não como está escrito; porém Ezequias orou por eles, dizendo: O Senhor, que é bom, faça reconciliação com aquele
II Crônicas 30:27 Então, os sacerdotes e os levitas se levantaram e abençoaram o povo; e a sua voz foi ouvida, porque a sua oração chegou até à sua santa habitação, aos céus.
Atos 3:26 Ressuscitando Deus a seu Filho Jesus, primeiro o enviou a vós, para que nisso vos abençoasse, e vos desviasse, a cada um, das vossas maldades.
Hebreus 7:1 Porque este Melquisedeque, que era rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo, e que saiu ao encontro de Abraão quando ele regressava da matança dos reis, e o abençoou;

Notas de rodapé da LTT

As notas de rodapé presentes na Bíblia versão LTT, Bíblia Literal do Texto Tradicional, são explicações adicionais fornecidas pelos tradutores para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas são baseadas em referências bíblicas, históricas e linguísticas, bem como em outros estudos teológicos e literários, a fim de fornecer um contexto mais preciso e uma interpretação mais fiel ao texto original. As notas de rodapé são uma ferramenta útil para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira compreender melhor o significado e a mensagem das Escrituras Sagradas.
 ①

através dos sacerdotes, claro.


Mapas Históricos

Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados ​​para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.

AS CONQUISTAS DE DAVI

1010-970 a.C.
DAVI UNGIDO REI DE JUDÁ
Davi ficou arrasado com a notícia da morte do rei Saul e de seu filho Jônatas no monte Gilboa. Quando um amalequita he contou como havia ajudado o rei Saul a cometer suicídio, Davi ordenou. sua execução. Desse modo, deixou claro que não sentiu nenhuma satisfação com a morte de Saul e que considerou o amalequita responsável pelo assassinato do ungido do Senhor. Em seguida, Davi se dirigiu a Hebrom, onde foi ungido rei de Judá. Ele tinha trinta anos de idade. Em Hebrom, Davi reinou sobre Judá por sete anos e meio.

ISBOSETE É COROADO REI DE ISRAEL
Ao invés de reconhecer Davi, Abner, o comandante do exército de Saul, colocou o único filho sobrevivente de Saul no trono de Israel. (Israel, neste caso, é o território ocupado pelas tribos do norte e por Benjamim. Porém, tendo em vista a vitória dos filisteus, é difícil dizer ao certo quanto desse território estava sob controle israelita.) Em II Samuel, esse filho de Saul é chamado de Isbosete, que significa "homem de vergonha", um nome nada apropriado para um rei. Em 1Crônicas 8.33 aparece seu nome verdadeiro, Esbaal, "homem de Baal", que foi alterado pelos escribas de Samuel. Diz-se que o reinado de Isbosete durou dois anos, durante os quais houve conflitos entre os seus homens e os de Davi. Quando Abner desertou para o lado de Davi, o poder de Isbosete se enfraqueceu e o rei de Israel foi assassinado por dois dos seus oficiais. Mais uma vez, desejoso de se eximir de qualquer cumplicidade, Davi mandou executar os assassinos. As tribos do norte foram a Hebrom e ali ungiram Davi como rei sobre todo o Israel.

DAVI TRATA DA AMEAÇA FILISTÉIA
A existência dos governos rivais de Isbosete e Davi era conveniente aos interesses dos filisteus, ao passo que o poder centralizado em Davi representava uma ameaça mais séria. Assim, um exército filisteu se reuniu no vale de Refaim, perto de Jerusalém, que era ainda um encrave jebuseu e, portanto, sob controle dos cananeus. objetivo era isolar Davi de seus novos aliados do norte em seu ponto mais vulnerável. Davi derrotou os filisteus nesse local não apenas uma, mas duas vezes. Depois da segunda vitória, feriu os filisteus desde Gibeão até Gezer, pondo fim ao seu domínio sobre Israel.

DAVI CONQUISTA JERUSALÉM
O encrave jebuseu chamado posteriormente Jerusalém dividia o território de Davi em duas partes: Israel, ao norte, e Judá, ao sul. Cercada por vales profundos de três lados e provida de boas fontes de água, a cidade contava com um grande potencial defensivo, daí não ter sido conquistada pelos israelitas até então. Tendo em vista sua localização central, também seria uma excelente capital para Davi, aceitável tanto para Israel quanto para Judá.
Davi tomou Jerusalém usando seu exército pessoal, mas o relato bíblico não fornece detalhes.
A referência a um canal subterrâneo sugere que Davi conhecia um túnel secreto, talvez aquele que liga a fonte de Giom, do lado de fora das muralhas, ao interior da cidade.' Davi se mudou para Jerusalém e, como o nome "Cidade de Davi" deixa claro, a cidade passou a ser considerada sua propriedade pessoal.

A ARCA DA ALIANÇA CHEGA EM JERUSALÉM
Depois de capturarem a arca da aliança, os filisteus a haviam levado para as cidades filistéias de Asdode, Gate e Ecrom. Quando a população de Asdode foi afligida com tumores, a arca foi enviada a Bete-Semes, em território israelita, num carro puxado por duas vacas e sem nenhum condutor. De lá, foi transportada para Quiriate- Jcarim. Davi decidiu levar a arca para Jerusalém. Na primeira tentativa, Uzá foi morto quando estendeu a mão para segurar a arca. A segunda tentativa foi bem sucedida e cercada de festividades ao som de harpas, liras, adutes, sistros e cimbalos; Davi dançou com todas as suas forças. Uma tenda foi levantada para receber a arca e foram nomeados sacerdotes para realizar os sacrifícios exigidos pela lei. Assim, Jerusalém se tornou não apenas a capital política do reino de Davi, mas também o seu centro religioso, apesar do Senhor ter revelado por meio do profeta Natâ que não caberia a Davi, mas sim a um de seus filhos, construir um templo permanente para abrigar a arca.

AS GUERRAS DE DAVI
Davi realizou uma série de campanhas militares agressivas contra as nações vizinhas. É difícil determinar a seqüência cronológica exata de suas batalhas, mas, no final, Davi assumiu o controle de um império de tamanho considerável. Quando os amonitas humilharam os embaixadores israelitas raspando metade da barba e rasgando metade da roupa de cada um, Joabe, o comandante do exército de Davi, cercou Rabá (atual Ama), a capital de Amom. Os amonitas contrataram mercenários dos estados arameus de Bete-Reobe, Zobá e Tobe, ao norte. loabe expulsou os arameus, mas eles se reagruparam e voltaram com um novo exército. Davi deslocou suas tropas para Helà (talvez a atual Alma, no sul da Síria) e derrotou os arameus, matando seu comandante, Sobaque. Enquanto Joabe deu continuidade ao cerco a Rabá, Davi voltou a Jerusalém e, por essa época, cometeu adultério com Bate-Seba e ordenou que seu marido, o heteu Urias, fosse morto. Além de ter seu nome denegrido por esses atos, Davi recebeu uma repreensão severa do profeta Natâ. Por fim, Rabá foi tomada, o povo da cidade foi sujeitado a trabalhos forçados e a coroa amonita repleta de jóias, pesando cerca de 34 kg, foi colocada, provavelmente apenas por alguns instantes, sobre a cabeça de Davi. Davi derrotou os moabitas, poupando um terço deles e matando os outros dois terços. Davi talvez, mais precisamente, Joabe e Abisai matou dezoito mil edomitas no vale do Sal, na Arabâ, ao sul do mar Morto e colocou guarnições em todo Edom. Em seguida, o rei de Israel voltou sua atenção para Hadadezer, monarca do reino arameu de Zobá, e tomou dele mil carros. Considerando-se que Davi jarretou ou aleijou todos os cavalos que puxavam os carros, poupando apenas cem animais, ele parecia não considerar os carros importantes para os seus próprios exércitos. Os israelitas ainda travavam a maior parte de suas batalhas à pé. Quando os arameus de Damasco socorreram Hadadezer de Zobá, Davi os derrotou e colocou guarnições em Damasco. O reino de Davi se estendeu do ribeiro do Egito (Wadi el- Arish) até perto do rio Eufrates.

ISRAEL ACUMULA RIQUEZAS
Davi tomou como espólio de Hadadezer escudos de ouro e uma grande quantidade de bronze. Toí, o rei arameu de Hamate, certamente ficou satisfeito com a derrota de Zobá e, ansioso para firmar uma relação amigável com Davi, enviou seu filho Jorão a fim de parabenizá-lo e presenteá-lo com ouro, prata e bronze. Talmai, o rei arameu de Gesur, deu a mão de sua filha Maaca em casamento a Davi. Hirão, o rei da cidade costeira fenícia de Tiro, também Tiro, considerou importante manter relações amigáveis com Davi e, além de toras de cedro, enviou carpinteiros e canteiros, que construíram um palácio para Davi em Jerusalém.

As conquistas de Davi
Depois de subir ao trono, Davi realizou varias campanhas de conquista de território estrangeiro e levou a arca da aliança para Jerusalém, a nova capital do seu reino.
As conquistas de Davi
As conquistas de Davi
Escavações de um muro de arrimo da "cidade de Davi" em Jerusalém, datado do século X a.C.
Escavações de um muro de arrimo da "cidade de Davi" em Jerusalém, datado do século X a.C.

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras

Não foram encontradas referências em Outras Obras.

Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de II Samuel Capítulo 6 do versículo 1 até o 23
c. O resgate da arca (2Sm 6:1-23). Davi, outra vez, reuniu um grupo selecionado de 30.000 homens, desta vez com um intento pacífico (1). O novo rei desejava que Jerusalém fosse não só a sua capital militar e política, mas também o centro religioso da nação. Ele determinou, portanto, que se trouxesse para a nova capital a arca do Senhor, o símbolo mais sagrado da presença divina, que estava em Quiriate-Jearim (aqui chamada de Baalá, 2; 1 Cron 13.6), onde ela estivera por aproximadamente setenta anos. Os querubins eram imagens de anjos alados entalhados acima do propiciatório ou tampa da arca.

O empreendimento terminou em uma tragédia. Por alguma razão não explicada, a arca foi colocada em um carro novo, ao invés de ser transportada conforme a determina-ção de Deus, sobre os ombros dos sacerdotes (3). Ela foi guiada por dois dos filhos de Abinadabe, em cuja casa havia repousado, homens cujos nomes são Uzá e Aiô. Em Gibeá... (3) e (4) ; este termo deve provavelmente ser traduzido não como o nome de um lugar, mas com o significado de gibeah, que é "monte" ou "outeiro". Assim, os versículos podem ser lidos como em Moffatt: "A casa de Abinadabe, que estava no outeiro". Havia três cidades com o nome de Gibeá no Antigo Testamento, mas nenhuma delas ficava perto de Quiriate-Jearim, ou que fosse esta própria cidade.

O destacamento partiu com grande alegria, Davi e aqueles que com ele se regozija-vam perante o Senhor com diversos tipos de instrumentos (5). A versão Berkeley identi-fica os instrumentos musicais do seguinte modo: Com toda sorte de instrumentos de madeira de faia, com harpas, e com saltérios, e com tamboris, e com pandeiros, e com címbalos. Mas a alegria durou pouco. O carro chegou a um local chamado "Quidom" em I Crônicas 13:9. Como era tão freqüentemente citado, o mesmo lugar pode ter tido mais de um nome. Também é possível que Nacom fosse o nome de um homem, e Quidom o lugar onde a sua eira estava localizada. Ali os bois tropeçaram e tombaram a arca, e Uzá estendeu a sua mão para segurá-la (6). O resultado foi uma morte instantânea, pois as mãos humanas jamais poderiam tocar naquele objeto sagrado (7; cf. Êx 25:14-15; Nm 4:15-20; 7.9). Por esta imprudência (7) também significa "erro" ou "negligência". O texto em I Crônicas 13:10 acrescenta: "Por ter estendido a mão à arca".

Várias tentativas têm sido feitas para suavizar a severidade deste juízo sobre Uzá. Israel deve ter aprendido a observar a sua própria lei, e a espantosa majestade de Deus jamais deve ser obscurecida. Visto que a arca havia estado na casa de Abinadabe duran-te toda a vida de Uzá, ele deveria saber como tratá-la com o cuidado e o respeito adequa-dos. O fato é que simplesmente não sabemos o suficiente sobre as atitudes, o treinamen-to e a inspiração de Uzá para julgarmos o espírito no qual ele agiu, ou a justiça do juízo que veio sobre ele. Só podemos saber que o Juiz de toda a terra sempre fez e sempre fará o que é certo (Gn 18:25).

A primeira reação de Davi foi de desgosto pela morte de Uzá (8). Seu sentimento seguinte foi mais propriamente de temor no sentido de reconhecer o assombro do julga-mento divino (9). "O temor do Senhor" é uma frase freqüente no Antigo Testamento que deve ser entendido como reverência e um profundo sentimento de espanto diante da luz abrasadora da infinita santidade de Deus. Como resultado, Davi abandonou seu plano de levar a arca para Jerusalém. Ele fez com que ela fosse levada à casa de Obede-Edom, o geteu (10), onde permaneceu por três meses (11), e o resultado foi que "aben-çoou o Senhor a Obede-Edom e a toda a sua casa". O significado de geteu (10) não é inteiramente claro. É possível que Obede-Edom fosse de Gate, na Filístia, e neste caso poderia ter sido um membro da guarda de Davi, com o qual outros geteus serviam (15.18,19). É mais provável que ele fosse da cidade levítica ou sacerdotal de Gate-Rimom em Dã (Js 19:45-21.24), e que no caso ele tenha sido provavelmente o levita que marchou diante da arca quando ela foi finalmente levada para Jerusalém (1 Cron 15.24; 16.38; etc.). Alguns notaram o fato de que, embora Obede-Edom fosse especialmente abençoado du-rante os três meses em que a arca esteve em sua casa, não há menção de qualquer bênção recebida com a presença da arca na casa de Abinadabe. Isto pode indicar uma culpa por negligência por parte dos filhos ou netos dele'.

Quando os relatórios das bênçãos recebidas por causa da arca chegaram a Davi, ele decidiu novamente trazer os objetos sagrados para a capital. O paralelo em I Crônicas 15:1-16.43 dá muitos detalhes adicionais. Os que levavam a arca (13) — ela estava agora sendo transportada adequadamente, nos ombros dos sacerdotes designados. Davi salta-va [ou dançava] ... diante do Senhor (14), uma forma de regozijo religioso que expres-sava a alegria da ocasião. Um éfode de linho (14) indica a natureza religiosa da celebra-ção. Havia também júbilo e som de trombetas (15) enquanto a arca era transportada.

Mical, a filha de Saul, obviamente não tinha interesse por todo aquele procedimen-to. Ao invés de se juntar às festividades, ela estava olhando pela janela (16) como uma espectadora, ao invés de ser uma participante. A maioria das críticas vem daqueles que meramente observam durante as atividades religiosas sem tomar parte delas. Visto que uma emoção que não é compartilhada compreensivelmente, geralmente incomoda, Mical desprezou Davi no seu coração. Seu comentário sarcástico e seus resultados são descritos nos versículos 20:23.

Andrew W. Blackwood viu nos versículos 1:15: "A necessidade de uma igreja visível". Ele sublinha: (1) A importância do cerimonial religioso, ao trazerem a arca, 1-5; (2) Aloucu-ra da interferência humana 6:11; (3) O estabelecimento da arca em Jerusalém, 12-15.

O tabernáculo havia sido preparado, e a arca trazida para o seu interior é colocada no seu lugar (17), no Santo dos Santos. Davi, com os levitas (1 Cron 16.1), ofereceu ofertas queimadas e pacíficas, que serviram tanto para a expiação do pecado como uma expres-são de ação de graças (Lv 1:7). Cada um do povo recebeu alimento para o banquete: pão, carne, e um frasco de vinho (19), ou no hebraico "um bolo de passas", uvas secas prensadas na forma de um pequeno bolo. Depois disso, podemos ter certeza de que com grande alegria foi-se todo o povo, cada um para sua casa (19).

Voltando Davi para abençoar a sua casa (20), ele se deparou com o inesperado e amargo desprezo de Mical: Quão honrado foi o rei de Israel, descobrindo-se hoje aos olhos das servas de seus servos (20). O ressentimento de Mical era duplo: pelo rei ter trocado as túnicas reais pelo leve éfode de linho dos sacerdotes; e por ter se mistu-rado com o povo comum — aos olhos das servas de seus servos como sem vergonha se descobre qualquer dos vadios, é quase uma acusação de uma exposição indecente. A resposta de Davi foi que ele havia se alegrado perante o Senhor (21), que o havia escolhido como rei em detrimento do pai de Mical e de seus irmãos. Ele se humilharia ainda mais; porém as servas a quem Mical sarcasticamente se referiu, reconheceriam a mão de Deus e lhe dariam o respeito que a sua mulher lhe havia negado (22). A atitude de Mical lhe custou muito caro, pois ela foi estéril (23), a maior reprovação que poderia sobrevir a uma mulher oriental (cf. 1 Sm 1.5).


Champlin

Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
Champlin - Comentários de II Samuel Capítulo 6 versículo 18
Conforme 1Rs 8:14,1Rs 8:55.

Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de II Samuel Capítulo 6 do versículo 1 até o 23
*

6:2

Baalim de Judá. Ver referência lateral e nota em 1Sm 6:21.

arca de Deus. Ver nota em 1Sm 3:3.

o Nome. Ver 1Sm 17:45 e nota; conforme Dt 12:5,11,21.

SENHOR dos Exércitos. Ver nota em 1Sm 1:3.

* 6:3

carro novo. Esse modo de transportar a arca relembra o precedente filisteu, em 1Sm 6:7, mas negligencia a orientação divina de que a arca, equipada com argolas e varas (ver Êx 25:12-14; 37:5), deveria ser carregada nos ombros dos sacerdotes (ver Nm 4:15,19; 7:9; Dt 10:8; Js 3:8, etc.).

Casa de Abinadabe. Ver 1Sm 7:1.

Uzá e Aiô. Apesar de terem sido feitas tentativas para identificar Uzá com Eleazar, em 1Sm 7:1, é mais provável que os dois filhos aqui mencionados fossem irmãos de Eleazar, ou talvez, até mesmo netos de Abinadabe. A palavra hebraica para "filho" também pode significar "descendente".

* 6:7

por esta irreverência. O original hebraico é difícil aqui, mas conforme a explicação dada em 13 13:10'>1Cr 13:10, "por ter estendido a mão à arca". É possível que a punição não diga respeito apenas ao fato de que Uzá tenha tocado na arca, porém, mais importante ainda, esteja relacionada à maneira irregular em que a arca estava sendo transportada (v. 3, nota; 13 15:13-13.15.15'>1Cr 15:13-15).

* 6:8

Desgostou-se Davi. O leitor não é informado se o desgosto de Davi foi causado pela morte de Uzá, pela precipitação de Uzá, ou pela maneira descuidada com que ele mesmo procurara transportar a arca.

* 6:10

Obede-Edom, o geteu. Isto é, um homem de Gate. É incerto se a referência é à Gate dos filisteus (1Sm 4:1, nota; 5.8, nota) ou à Gate-Rimom (uma cidade levítica no território de Dã ou Manassés; Js 21:23-25). Nos livros de Crônicas, Obede-Edom é frequentemente referido como um levita (p.ex., 13 15:17-13.15.25'>1Cr 15:17-25; 13 16:5'>16,5,13 16:38'>38; 13 26:4'>26:4,13 26:5'>5,13 26:8'>8,13 26:15'>15; 2Cr 25:24).

* 6:13

levavam a arca. Dessa vez, a arca foi transportada de acordo com a legislação mosaica (vs. 3,7 e notas).

tinham dado seis passos. Após os seis primeiros passos.

sacrificava ele. O sacrifício de Davi talvez fosse um sinal de agradecimento e intercessão — agradecimento porque o cortejo tinha começado com a bênção de Deus, e intercessão para que assim continuasse.

* 6:14

estola sacerdotal de linho. Ver nota em 1Sm 2:18.

* 6:16

o desprezou. Sugestões sobre a causa do desprazer de Mical são oferecidas somente mais adiante, nos vs. 20-22.

* 6:17

holocaustos e ofertas pacíficas. Ver nota em 1Sm 10:8.

* 6:20

Que bela figura fez o rei de Israel. O comentário de Mical estava carregado de sarcasmo. Ela mencionou o fato de ser ele rei, sua falta de modéstia e suas outras mulheres. O ciúme de Mical pode ter sido despertado porque seu pai fora substituído por Davi.

descobrindo-se. Davi tirara suas vestes externas e, em lugar delas, trajava apenas uma estola sacerdotal de linho. (v. 14).

* 6:21

Perante o SENHOR. Davi não aceitou as acusações de Mical. Ele tinha celebrado diante do Senhor, e não perante as servas (isto é, diante dos olhos delas). E Davi mencionou, retrucando, que o Senhor é quem deslocara Saul, colocando ele, Davi, no seu lugar.

* 6:22

Ainda mais desprezível me farei. Ou então: "Ainda me humilharei mais do que isso". Diferentemente de Eli e seus filhos (1Sm 2:29,30 e notas), e o próprio pai de Mical, Saul (1Sm 15:12,30, e notas), Davi estava disposto a rebaixar-se, a fim de que o Senhor recebesse a honra que lhe era devida.

delas serei honrado. Davi retrucou que ele não tinha razão para sentir-se envergonhado diante das servas. O desprazer de Mical por causa de Davi, era injusto.

* 6:23

Mical, filha de Saul, não teve filhos. Isso aconteceu, ou por direta decisão do Senhor, ou porque Davi excluiu Mical das suas relações conjugais. Era um opróbrio uma mulher israelita morrer sem filhos (1Sm 1:5,6).


Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de II Samuel Capítulo 6 do versículo 1 até o 23
6:3 O arca do pacto era o tesouro nacional do Israel. Este objeto extremamente sagrado na terra se guardava pelo general no tabernáculo. Quando o arca foi retornada ao Israel depois de um breve cativeiro em Filistéia (1 Smamuel 4:1-7.2), foi guardada na casa do Abinadab durante vinte anos. Davi viu quanto foi bento Abinadab, e quis trazer o arca a Jerusalém para que a nação inteira fora benta. (Vejam-nas notas a Ex 37:1 e Js 3:2-4 para uma maior informação sobre o arca.)

6:6, 7 Uza só estava tratando de proteger o arca. Acaso foi justa a ira de Deus contra Uza? De acordo com Nu 4:5-15, o arca só a podiam mover os levita, os quais deviam usar as varas para transportá-la, nunca deviam tocar o arca. Tocá-la era uma ofensa capital sob a lei hebréia (Nu 4:15). A ação de Deus ia dirigida tanto para o Davi como para a Uza. Davi colocou o arca em um carro, seguindo o exemplo filisteu (1Sm 6:7-8) em lugar de seguir as ordens de Deus. Uza, mesmo que foi sincero em seu desejo de proteger o arca, teve que enfrentar-se às conseqüências de seu pecado ao tocá-la. Além disso, Uza pôde não ter sido levita. Enquanto que Davi procurou trazer de novo ao Israel a uma relação com Deus, O teve que lhe recordar à nação de uma forma dramática que o entusiasmo deve ser acompanhado pela obediência às leis de Deus. A seguinte vez que Davi tratou de levar o arca a Jerusalém, foi muito cuidadoso e o fez corretamente (1Cr 15:1-15).

6.8-12 Davi estava zangado porque um homem com boas intenções tinha morrido, e porque seus planos de uma volta contente do arca se viram frustrados (6.8). Sem dúvida sabia que a falta era sua por ter transportado o arca sem o devido cuidado. depois de que se acalmou, fez que o arca fora colocada em um refúgio temporário enquanto ele esperava ver se Jeová lhe permitiria levá-la a Jerusalém. Isto além deu tempo ao Davi para considerar a forma correta em que devia transportar o arca. O fato de que Deus benzera a casa do Obed-edom era um sinal de que Davi poderia tratar uma vez mais de mover o arca a Jerusalém.

6:14 Davi usou um efod de linho, um avental sacerdotal, talvez porque se tratava de uma celebração religiosa.

6.16ss Mical foi a primeira esposa do Davi, mas aqui simplesmente lhe chama a filha do Saul, possivelmente para mostrar quão similar era sua atitude a de seu pai. Seu desdém pelo Davi provavelmente não começou com a grande entrada que fez Davi à cidade. Possivelmente pensou que era indigno preocupar-se tanto com um culto público em um momento que não tinha importância no reino. Ou possivelmente pensou que não era digno de um rei mostrar tal emoção. Ela pôde haver-se ressentido com o Davi por ter tido que retornar com ele, e deixar ao Palti (veja-a nota a 3.13, 14). Seja qual for a razão, este desdém que sentiu para seu marido se converteu em uma difícil confrontação, e Mical acabou sendo estéril pelo resto de sua vida. Os sentimentos de amargura e ressentimento se não os controla destruirão uma relação. Devem ser tratados antes de que se convertam em uma guerra aberta.

6:17 Só um sacerdote podia colocar os sacrifícios no altar. Lv 1:2-13 parece indicar que qualquer que estivesse ceremonialmente limpo poderia assistir a um sacerdote ao oferecer um sacrifício (vejam-nas notas a Js 3:5; 1Sm 20:26). portanto Davi possivelmente ofereceu estes sacrifícios a Deus com a ajuda de um sacerdote. Salomão fez o mesmo (1Rs 8:62-65).


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de II Samuel Capítulo 6 do versículo 1 até o 23
IV. A arca de Deus MUDOU PARA JERUSALÉM (2Sm 6:1 ). Davi, no entanto, com o objetivo de fazer de Jerusalém não só a política, mas também o centro religioso da nação.

ATIVIDADE A. Davi (6: 1-15 ; conforme 1Cr 13:1 ; conforme 1Cr 15:29 ). Para a nossa sensibilidade, a resposta de Davi parece inadequado.

Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de II Samuel Capítulo 6 do versículo 1 até o 23
Ao estudar esse capítulo, leia 1Cr 13:0;16 a fim de ter mais informações a respeito desse im-portante acontecimento da vida de Davi. Sl 132:16 narra o desejo intenso de Davi de levar a "arca do Testemunho" para seu lugar apro-priado. Por quase 20 anos, a arca esteve em Quiriate-Jearim (Baalá dejudá; veja 1Sm 6:21-9; observe 2Sm 5:19 e 23). Parece que sua principal motivação era unir a nação sob seu governo, não glorifi-car ao Senhor. Em 1Cr 13:3, observe que Davi critica Saul por negligenciar a arca. Talvez esse comentário de Davi tenha que ver com o comportamento da filha de Saul, Mical, relatado em 6:20ss. To-dos os líderes e toda a congregação concordaram com o plano de Davi, mas isso não faz com que as ações subseqüentes sejam corretas.

O erro seguinte de Davi foi ignorar a Palavra de Deus. Em vez de pedir que os levitas carregas-sem a arca sobre os ombros (Nu 3:27-4; Nu 4:15; Nu 7:9; Nu 10:21), ele se-guiu o exemplo mundano dos filis- teus e pôs a arca sobre um carro novo (1Sm 6:0, NVI), em vez de manter "o padrão" dado por Deus (Êx 25:40)? Todas as pessoas esta-vam entusiasmadas e alegres, mas isso não tornava seu método corre-to aos olhos de Deus. Israel queria ser como "todas as nações" (1Sm 8:5), e isso levou à tragédia.

É natural que, no fim, o método do homem de fazer o trabalho de Deus fracasse: os bois tropeçaram, e a arca corria o risco de cair! Isso levou ao terceiro erro: um homem, que não era levita, tocou a arca (veja Nu 4:15). Deus teve de julgá- lo imediatamente, ou sacrificaria sua glória e permitiría que sua Pala-vra fosse violada. A reação de Davi a esse súbito julgamento mostrou que o coração dele não estava total-mente certo com Deus nesse assun-to, pois, primeiro, ele desgostou-se e, depois, sentiu temor. Davi, em vez de fazer uma pausa e procurar a vontade de Deus a fim de descobrir a causa do julgamento, parou a pro-cissão e rapidamente livrou-se da arca. Primeiro Crônicas 26:1-4 in-dica que a família de Obede-Edom pertencia aos levitas e podia cuidar com segurança da arca.

Um erro leva ao outro! É mui-to importante determinar qual é a vontade de Deus e, depois, seguir o caminho dele na realização dessa vontade.

  • Davi demonstra seu zelo (6:11-19)
  • Sem dúvida, durante esse intervalo de três meses, Davi examinou seu coração e confessou seus pecados. Com certeza, ele procurou a Lei a fim de descobrir as instruções de Deus de como carregar a arca (1Co 15:1-46,1Co 15:12-46). Essa aliança para toda a vida com a família de Saul trouxe problemas desde o iní-cio, como todas as alianças ímpias o trazem (2Co 6:14-47). O conflito entre Saul e Davi simboliza a bata-lha entre a carne e o Espírito, e a união de Davi com Mical represen-ta a rendição dele à carne.

    Não é preciso muita imagina-ção para perceber por que Mical desprezava o marido. Com certeza, sua atitude pecaminosa crescia em seu interior havia anos. Ela ressentia- se de ter casado com o escudeiro do pai como o "prêmio" pela vitória. Ela ressentia-se com o fato de Davi ter outras esposas (veja 3:2-5; 5:13-16), todas escolhidas após seu casamen-to com Davi. O pai dela morreu de forma vergonhosa, e agora seu ini-migo reinava vitorioso sobre todo o Israel. É claro que embaixo de tudo isso repousa o motivo fundamental: ela era descrente e não acreditava nas coisas do Senhor nem gostava delas (1Co 2:14-46). Ela queria que Davi demonstrasse seu poder real com grande pompa e cerimônia; ele preferia ter seu lugar junto às pessoas comuns e glorificar ao Senhor.

    As palavras ásperas que dirigiu a Davi depois de um magnífico mo-mento de louvor devem tê-lo ferido profundamente. É verdade que Sa-tanás sempre tem uma "Mical" para encontrar-nos quando nos regozija-mos no Senhor e tentamos glorificá- lo. Suas palavras perversas revelam um coração perverso, e Davi sabia que devia lidar com isso. "Se tua mão te faz tropeçar, corta-a." Ele perce-beu que Mical nunca o ajudaria no trabalho do Senhor, por isso a pôs de lado e recusou dar-lhe os privilégios do casamento. Para a mulher judia morrer sem ter filhos era uma gran-de vergonha. Davi respondeu a essa mulher insensata de acordo com a estultícia dela (Pv 26:5).

    Não devemos nos desencorajar quando os outros nos criticam e sa-bemos que nosso coração e motivos estão certos. Se Davi fosse como al-guns santos, diria: "Está certo, não servirei mais ao Senhor! Nem mi-nha esposa gosta disso!". Como ve-mos no capítulo seguinte, Davi, ao contrário, planejava fazer até mais: construir um templo para o Senhor. Este é o espírito certo para o cristão: honrar ao Senhor sem levar em con-sideração os obstáculos que Satanás ponha no caminho.


    Russell Shedd

    Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
    Russell Shedd - Comentários de II Samuel Capítulo 6 do versículo 1 até o 23
    6.1 Trinta mil. o texto grego (LXX) dá "setenta mil".

    6.2 Desde 1Sm 6:21 até 2Sm 6:3, passaram-se cerca de 60 a 70 anos.

    6.3 Carro novo. Os filisteus usaram carro novo (1Sm 6:7), Israel não podia imitá-los, tinha que obedecer a lei, e carregar a arca do Senhor nos ombros (Êx 25:14; Js 6:6).

    • N. Hom. 6.7 "Pecado de irreverência". Por irreverência a arca do Senhor morreram Uzá, "os filhos de Eli (1Sm 4:3, 1Sm 4:4, 1Sm 4:11) e os homens de Bete-Semes (1Sm 6:19). Todas as coisas que são do Senhor ou lhe são dedicada, são santas ao Senhor (Nu 4:15); maltratá-las ou menosprezá-las, era cometer irreverência. Gastar as dízimas, que são santas ao Senhor (Lv 27:30), é irreverência; profanar o dia do Senhor, o dia das primícias dos. ressurretos (1Co 15:20), que é da santa convocação (Lv 23:7-14), é irreverência; tornar a nome do Senhor (que é santo), em vão (Êx 20:7), é irreverência; levar os negócios e o mundo para a igreja (Jo 2:13-43; Mt 21:12) é irreverência.

    6.10 Obede-Edom: "Servo de Edom", ou "Servo do homem". Um levita da casa de Corá, porteiro (1Cr 13:14; 1Cr 26:1, 1Cr 26:4) e geteu; especialista em certo instrumento musical, ou espécie de música. O Sl 84:0). O sacrifício era único.

    6.14 Estola sacerdotal. Para tomar parte no cerimonial, Davi tinha que vestir as roupas sacerdotais; trajes civis ou reais não serviam. Estes seriam irreverência e profanação.

    6.20 Descobrindo-se, hoje, aos olhos das servas. Na sua dança ritualista, toda frenética, as roupas de Davi esvoaçavam de modo a aparecerem partes desnudas de seu corpo (16). A rigidez de Mical revela um recalque oculto; sofreria de complexo por não ter dado filhos a Davi (23).


    NVI F. F. Bruce

    Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
    NVI F. F. Bruce - Comentários de II Samuel Capítulo 6 do versículo 1 até o 23
    e) A arca vem de Quiriate-Jearim (Baalá, em Judá) à cidade de Davi (6:1-23; conforme lCr 13 5:14-15.25—16.3,43)

    Davi agora tinha uma capital, e foi para lá que levou a arca de Baalá, em Judá, onde durante muito tempo havia permanecido na “casa de Abinadabe, na colina” (1Sm 7:1). O relato paralelo em lCrônicas é muito semelhante, exceto pelo fato de que é prefaciado pelo registro da consulta de Davi a “cada um dos seus oficiais”, quando a recuperação da arca foi unanimemente aprovada. No relato de Samuel, a iniciativa é de Davi; ele parte com 30.000 homens, um número que com freqüência é criticado por ser muito elevado, embora “visto que Javé é um Deus de guerra, essa escolta é adequada” (H. P. Smith, p. 291).

    Hertzberg (p.
    278) comenta: “Não está claro se no contexto original a missão era hostil, ou cultual e, neste caso, pacífica”. A questão da possível hostilidade surge em virtude do fato de Quiriate-Jearim estar sob a supervisão dos filisteus, talvez até sob o controle dos filisteus, v. 2. Baalá, em Judá\ conforme lCr 13.6: “Baalá, que é Quiriate-Jearim, em Judá”. Eles deveriam buscar a arca de Deus, arca sobre a qual é invocado o Nome, o nome do Senhor dos Exércitos, que tem o seu trono entre os querubins aáma dela. A caixa sagrada foi colocada num carroção novo (v. 3), não profanado por uso anterior, e conduzida pelos filhos de Abinadabe, Uzá e Aiô. Todo o grupo, liderado por Davi, jubilou ao som dos cânticos e da música instrumental.

    A procissão, porém, foi interrompida por uma tragédia: na eira de Nacom (v. 6), os bois que puxavam o carro tropeçaram, e Uzá supostamente tentou firmar e sustentar a arca com as suas mãos. Os detalhes exatos não estão claros. De qualquer forma, manusear o objeto sagrado custou-lhe a vida. Davi ficou contrariado (v. 8) com o juízo de Deus, que parecia um obstáculo à sua ambição de colocar a arca em Jerusalém. Ele denominou o lugar Perez-Uzá, a “destruição de Uzá”, e, abandonando o seu projeto, levou a arca para a casa de Obede-Edom, de Gate (v. 10).

    A arca levou bênçãos ao seu novo lugar de descanso, assim encorajando Davi a retomar o seu projeto três meses depois. Ele celebrou o início da jornada com sacrifícios e continuou com júbilo, música e danças conduzidos pelo próprio rei, que vestia um colete sacerdotal de linho (v. 14). Primeiro Crônicas 15.27 acrescenta que ele também vestia “um manto de linho fino”. O que de fato ele estava vestindo não está claro, pois, quando a multidão jubilosa chegou a Jerusalém, Mical, a mulher de Davi, o viu liderando o grupo, e ela o desprezou questionando-o porque havia tirado o manto na frente das escravas de seus servos, como um homem vulgar! (v. 20); ela evidentemente considerou a roupa dele inadequada e não demorou em expressar o seu sentimento. Como o rei de Israel se destacou hoje, ela resmungou, totalmente insensível à dimensão religiosa do êxtase dele. Davi respondeu que exatamente aquelas escravas que ela pensava que o desprezariam o compreenderiam e o honrariam enrrelação às suas emoções. Mas Mical permaneceu estéril para o resto de sua vida (v. 23). “A compreensão natural é que a desavença foi a razão de Mical ficar sem filhos — não que ela foi castigada com a esterilidade por Javé, como alguns estudiosos têm sugerido” (H. P. Smith, p. 297). Mauchline (p.
    226) adota a posição contrária, considerando castigo a esterilidade de Mical, como também a exclusão final da casa de Saul e do processo sucessório que disso resultou.


    Francis Davidson

    O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
    Francis Davidson - Comentários de II Samuel Capítulo 6 do versículo 1 até o 23
    c) A arca é trazida para Sião-Davi vence os seus inimigos (2Sm 6:1-10). Ver Apêndice 1, em "A Arca do Concerto". Após a consolidação nacional, Davi, ansioso por concentrar a sua atenção na casa de Deus, decide, ajudado Pv 30:0 homens, trazer a arca de Deus de Baalim de Judá (isto é, Quiriate-Jearim) onde estivera quase oitenta anos (conforme 1Sm 6:21; 1Sm 7:1-9). 1Cr 13:1-13 relata-nos os cuidadosos preparativos nacionais a que se procedeu para o transporte da arca.

    >2Sm 6:6

    2. UZÁ É MORTO (2Sm 6:6-10). A eira de Nachom (6), onde se deu este terrível acontecimento, é também chamada a eira de Quidom em 1Cr 13:9. É muito possível que, tal como ainda hoje acontece, o lugar tivesse dois nomes. Certos comentadores sugerem que Nachom não seja um nome próprio mas a designação de uma "eira fixa", isto é, que não mudasse de lugar, talvez com telhado. Este sentido fundamenta-se no particípio passivo (Niphal) do verbo kun. Parece melhor considerar Nachom como nome próprio. Analogamente sugeriu-se já que "Quidom" (1Cr 13:9) signifique "eira da destruição". Quando os bois "tropeçaram" (versão possível do vers.


    6) e a arca esteve em perigo de cair, estendeu Uzá a mão à arca de Deus e teve mão nela (6). Então se acendeu a ira do Senhor e Deus o feriu por esta imprudência (7). 1Cr 13:10 diz-nos simplesmente: e o feriu por ter estendido a sua mão à arca. Ao contrário do que alguns têm afirmado, não existe qualquer contradição entre esta passagem e a de 2Sm 6:7. Trata-se de uma descrição que completa a outra.

    Considera-se freqüentemente excessivo o castigo de Uzá uma vez que a sua intenção era boa. A arca simbolizava a presença de Deus e, de acordo com a lei, deveria inspirar a mais profunda reverência; era transportada por meio de varais e argolas para que não tivesse de ser tocada (Êx 25:14-15. Conforme Nu 4:15, Nu 4:20) Era a arca que simbolizava a majestade do Deus Santo. E essa infinita santidade tinha de ser ensinada aos israelitas ainda que por meio de "atos terríveis". A arca estivera na casa de Abinadabe por um período de setenta a oitenta anos. Seu filho Eleazar fora consagrado "para que guardasse a arca do Senhor" (1Sm 7:1). Uzá e Aiô seriam filhos de Abinadabe no sentido mais lato de "descendentes" -neste caso netos. Tendo tido a arca em seu poder durante tanto tempo, natural seria que tivessem aprendido os sagrados regulamentos que lhe diziam respeito. A narrativa mostra, contudo, que nem eles nem Davi nem os seus conselheiros atendiam a esses regulamentos embora tivessem a cooperação de sacerdotes e levitas (1Cr 13:1-13).

    A lei levítica impunha que a arca fosse transportada por levitas que, contudo, não deviam aproximar-se dela antes que os sacerdotes a cobrissem; e ao transportá-la deviam servir-se de varais para não lhe tocarem; quem lhe tocasse morreria (conforme Nu 4:5, Nu 4:15, Nu 4:19-4; Nu 16:1). Chamavam-lhe geteu porque era de Gate-Rimom, cidade levítica (conforme Js 21:24-6). A arca fora transportada através do deserto por coraítas, pelo que era próprio que ficasse agora entregue aos cuidados de um homem da mesma tribo. O nome Obede-Edom (servo de Edom) sugere que a família tivesse, em qualquer época, servido os edomitas.

    >2Sm 6:12

    3. A ARCA É TRAZIDA PARA SIÃO (2Sm 6:12-10). Três meses depois Davi vai buscar a arca e trá-la, cheio de alegria, para a sua cidade (12). Desta vez a lei é observada (13). Com a aprovação de Deus oferecem-se sacrifícios de louvor e de ações de graças (conforme 1Cr 15:25-13). Colocaram a arca na tenda que Davi preparara para ela. O tabernáculo propriamente dito ainda estava em Gibeom (1Cr 16:39). Foi um dia de grande e solene regozijo. Ofereceram-se holocaustos como reverente dedicação ao Senhor e fizeram-se ofertas pacíficas do que se alimentou sacrificialmente todo o povo (2Sm 17:18; conforme Lv 7:15).

    >2Sm 6:20

    4. MICAL É SOLENEMENTE REPREENDIDA (2Sm 6:20-10). Mical, no seu orgulho, considerou degradante a forma como o rei demonstrava a sua alegria-Davi ia bailando e saltando diante do Senhor -e falou-lhe sarcasticamente (16,20). A réplica é cortante: "Foi perante o Senhor, que me preferiu a teu pai... sim, foi perante Ele que dancei" (21). Davi não considerava humilhante nada que fosse feito para glória de Deus (22). Para a mulher oriental a esterilidade (23) era a mais severa das condenações (conforme Gn 30:1; 1Sm 1:5. Ver também 1Sm 19:11-17n).


    Dicionário

    Abençoar

    verbo transitivo direto Transmitir uma bênção, lançá-la sobre algo ou alguém: o padre abençoou seus fiéis.
    Almejar o bem: a mãe é capaz de amar e abençoar seus filhos.
    Glorificar algo ou alguém: abençoou o herói por sua coragem.
    Dar proteção, converter em algo benéfico, providenciar auxílio: os bons abençoam os que buscam a paz.
    verbo pronominal Fazer em si próprio o sinal da cruz: abençoou-se.
    Etimologia (origem da palavra abençoar). A + bênção - sob a forma sem nasalização - benço + ar.

    Quando Moisés abençoou os filhos de israel (Dt 33), ele profetizou uma contínua progressão de prosperidades para eles, no auxilio de Deus. Era essa uma forma patriarcal de bênção e ao mesmo tempo uma cerimônia religiosa, em conformidade com a maneira de abençoar do Pai celestial, que está sempre, na realidade, a derramar benefícios sobre as Suas criaturas. Quando se diz no Sl 103 que os homens bendizem ao Senhor, isto significa pertencer ao Criador o louvor e a honra que são igualmente o dever e a alegria das Suas criaturas prestar-lhe. Mas quando é Deus que abençoa o Seu povo, como acontece em Gn 1:22 e em Ef 1:3, isto quer dizer que Ele distribui sobre os Seus filhos toda espécie de benefícios, temporais e espirituais, e desta forma comunica-lhes alguma parte daquela infinita bem-aventurança que Nele existe (1 Tm 1.11). A bênção era costume que muitas vezes se observava entre os hebreus, e é freqüentemente mencionada nas Sagradas Escrituras. Assim, Jacó abençoou os seus filhos (Gn 49), e Moisés os filhos de israel (Dt 33). Abraão foi abençoado por Melquisedeque. Tão importante lugar ocupava o ato da bênção na religião e vida dos judeus, que o próprio método da sua concessão fazia parte do ritual israelita (Nm 6:23). A bênção era dada em pé, com as mãos levantadas ao céu. (*veja Bênção.)

    bendizer, benzer, louvar; bendito, abençoado, bento, benção, benzimento. – Do verbo latino benedicere formaram-se – diz Roq. – três verbos portugueses (bendizer, benzer, abençoar) que, posto que concordem na ideia principal, têm entre si alguma diferença. O primeiro, bendizer, significa propriamente “dizer bem, louvar, exalçar”. O segundo, abençoar (ou abendiçoar), significa “deitar a benção, ou benções”. O terceiro, benzer, significa “lançar benções acompanhando-as de preces e ritos apropriados à coisa que se benze. Bendizer e abençoar confundem-se muitas vezes na significação extensiva de “desejar, pedir bens e prosperidades para alguém”. Benzer não é hoje usado senão para indicar as benções eclesiásticas ou supersticiosas. “O justo bendiz (ou louva) ao Senhor tanto na prosperidade como na desgraça”. “Os pais abençoam os filhos para que sejam felizes”. “Os sacerdotes benzem tudo que é consagrado ao culto divino”; e também “abençoam a assistência ao fim da missa”. O que se diz de bendizer aplica-se a louvar; com esta diferença: louvar se diz em relação a Deus, a santos e a homens; bendizer pode referir-se também a coisas. Bendizemos a hora, o instante em que nos vem alguma felicidade; e não – louvamos; porque louvar é mais “fazer elogios” do que “dizer bem e dar graças”. Esta diferença – diz Roq. – (entre bendizer, benzer e abençoar) torna-se mais sensível nos particípios destes verbos. – Bendito ou abençoado se diz para designar a proteção particular de Deus sobre uma pessoa, uma família, uma nação, etc. Nossa Senhora é bendita entre todas as mulheres. Todas as nações foram abençoadas em Jesus Cristo. – Bento designa a benção da Igreja, dada pelo sacerdote com as cerimônias do costume. Pão bento, água benta, etc. – Vê-se, pois, que bendito, e às vezes abençoado, se pode dizer no sentido moral e de louvores, e bento no sentido legal e de consagração. “As bandeiras militares, bentas com grande pompa na 1greja, nem sempre são abençoadas do Céu nos campos de batalha”. – Também se sente a distinção nos derivados benção e benzimento (ou benzedura). Benção é tanto o ato de abençoar como de benzer. Dizemos – a benção do pão, como dizemos – a benção dos pais. Benzimento é também ato de benzer, não já de abençoar; e mesmo como significando “ato de benzer, já não 28 Rocha Pombo se pode mais aplicar a cerimônias de culto, nem mesmo nos casos em que se aplica o verbo benzer. O sacerdote benze o fogo, a água, o óleo; mas a benzimento do fogo preferimos dizer – a benção do fogo. Benzimento ou benzedura ficou tendo aplicação quase exclusiva a “coisas de cabala, a gestos ou figurações de supersticiosos”.

    Abençoar V. BÊNÇÃO.

    Davi

    Nome Hebraico - Significado: Amado.

    o segundo e o mais ilustre dos reis de israel. Era filho de Jessé, bisneto de Rute, e nasceu em Belém, sendo o mais novo de uma família de dez. Davi, na sua mocidade, foi pastor, ocupação que nos países orientais era geralmente exercida pelos escravos, pelas mulheres, ou pelos íntimos da família. Apesar de tudo isto foi ungido por Samuel para ser rei de israel. Como era hábil tocador de harpa, foi chamado por Saul com o fim de suavizar a melancolia do infeliz monarca (1 Sm 16). o lugar do recontro de Davi com Golias foi Efes-Damim (1 Sm 17), que fica entre os montes da parte ocidental de Judá – e o ribeiro que corria entre dois exércitos era o Elá, ou ‘o Terebinto’, que hoje tem o nome de Wady Es-Sunt. A fama que Davi adquiriu pelo fato de ter vencido o gigante, se por um lado motivou o seu casamento com Mical, filha do rei, foi, também, causa de ter Saul maliciosos ciúmes do jovem guerreiro. Todavia, o rei nomeou Davi capitão da sua real guarda, posição somente inferior à de Abner, o general do exército, e à de Jônatas, o presuntivo herdeiro do trono. Davi e Jônatas vieram a ser dedicados amigos, mas a louca inveja e os maus intentos do rei arrastaram por fim Davi para o exílio. Ele foi ter primeiramente com o sacerdote Aimeleque, mas depois refugiou-se na corte de Aquis, o filisteu monarca de Gate, e dali pôde livrar-se, fingindo-se louco (1 Sm 19 a 21). Retirando-se de Gate, escondeu-se Davi na caverna de Adulão – e foi depois para uma fortaleza perto de En-Gedi – e mais tarde apareceu no bosque de Herete ao sul de Judá. Aqui se juntou a Davi um grupo de homens dedicados, que de boa vontade compartilhavam os seus perigos. É verdade que pertencer ao partido de Davi era uma situação perigosa, e isso se patenteou no assassinato de Aimeleque e dos sacerdotes que Doegue o idumeu, perpetrou por mandado de Saul (1 Sm 22). os amigos de Davi entraram na fortificada cidade de Queila, e esperava Saul apanhá-los ali de surpresa (1 Sm 23). Em contraste com a furiosa perseguição, movida contra Davi, manifesta-se a cavalheiresca atenção do fugitivo para com ‘o ungido do Senhor’, como se mostrou quando ele poupou a vida de Saul no deserto de En-Gedi (1 Sm 24), e no deserto de Zife (1 Sm 26). Foi para esta nobre disposição que Abigail apelou no caso do insensato Nabal (1 Sm 25). Por algum tempo achou Davi abrigo junto de Aquis, rei de Gate, e então Saul não o procurou mais (1 Sm 27.4). Na ausência de Davi, foi tomada Ziclague e incendiada pelos amalequitas – mas Davi perseguiu os invasores, derrotou-os, e assim pôde livrar do cativeiro muitas pessoas, entre as quais estavam as suas próprias mulheres (1 Sm 30). Depois da desastrosa batalha de Gilboa (1 Sm 31), proferiu Davi aquela tocante lamentação a respeito de Saul e Jônatas (2 Sm 1). Davi veio a ser, então, rei de Judá – foi ungido em Hebrom (2 Sm 2), e reinou ali por mais de sete Prolongada guerra houve entre a casa de Saul e a casa de Davi (2 Sm 3.1). Mas, depois do assassinato de is-Bosete, filho de Saul (2 Sm 4), ato que foi fortemente desaprovado por Davi, tornou-se ele rei de todo o povo de israel (2 Sm 5). Pensou, então, em conquistar uma fortaleza, a única que no centro daquela terra tinha resistido às forças do povo escolhido. Por meio de um repentino assalto foi tomada a cidade de Jebus, sendo daí para o futuro conhecida pelo seu antigo nome Jerusalém, e também pelo nome de Sião (2 Sm 5). Esta cidade foi grandemente fortificada, tornando-se a capital do reino. A arca foi transportada com grande solenidade de Quiriate-Jearim sendo construída uma nova tenda ou tabernáculo para recebê-la (2 Sm 6). A prosperidade continuou a bafejar as armas de Davi – mas no meio de tantos triunfos, quando o seu exército estava cercando Rabá, caiu ele nas profundezas do pecado, planejando a morte de Urias, depois de ter cometido adultério com Bate-Seba (2 Sm 11). Convencido da sua grave falta, arrependeu-se, implorando a misericórdia do Senhor, e foi perdoado – mas a parte restante da sua vida foi amargurada com questões de família. Absalão, seu filho muito amado, revoltou-se contra ele, e por algum tempo Davi teve de exilar-se – mas por fim morreu o ingrato e revoltado israelita, que tanto martirizou seu pai (2 Sm 15 a 18). o insensato procedimento do rei, na numeração do povo, enevoou ainda mais a vida de Davi (2 Sm 24). Finalmente, depois de ter Adonias pretendido o trono, abdicou Davi em favor de Salomão, confiando-lhe, além disso, a tarefa de edificar o templo, para o qual ele tinha reunido muitos materiais. E, depois das recomendações finais ao seu sucessor, descansou com seus pais, ‘e foi sepultado na cidade de Davi’ (1 Rs 1 e 2). A vida de Davi acha-se cheia de incidentes românticos e de contrastes surpreendentes. É, realmente, uma história humana, que manifesta tanto a fraqueza como a força de uma alma de extraordinária capacidade. o ter sido qualificado Davi como homem ‘segundo o coração de Deus’ (1 Sm 13.14 e At 13:22) não significa, de forma alguma, que Davi fosse homem perfeito, mas somente que ele era um agente escolhido do Senhor para os Seus profundos desígnios. os pecados de Davi foram causa de graves acontecimentos na sua vida, mas nele se via um homem que se humilhou a si mesmo em grande arrependimento na convicção de haver pecado (2 Sm 12). Sobre o caráter geral de Davi diz o deão Stanley o seguinte: ‘Tendo em vista a complexidade dos elementos que constituem o caráter de Davi, a paixão, a ternura, a generosidade, a altivez, as suas qualidades de soldado, pastor, poeta, estadista, sacerdote, profeta, rei – considerando ainda nesse homem extraordinário o amigo romântico, o guia cavalheiresco, o pai dedicado, não se encontra em todo o A.T. outra pessoa com a qual ele se possa comparar… É ele o tipo e a profecia de Jesus Cristo. Não se chama a Jesus o filho de Abraão, ou o filho de Jacó, ou o filho de Moisés, mas sim o ‘filho de Davi’.

    Dados Gerais

    Davi é o nome do maior rei de Israel e o ancestral humano do Senhor Jesus. Sua história, suas realizações e seus problemas receberam um tratamento extensivo, de I Samuel 16 a II Reis 1 e em I Crônicas 2:29. O significado do nome ainda é incerto. A conexão com a palavra acadiana dawidûm (chefe, comandante) é atraente, embora duvidosa. É mais provável que esteja associado com a raiz hebraica dwd (amor), para dar o significado de “amado”. Alguns sugerem que Davi seja um cognome real e que seu nome é Elanã (Heb. “Deus é gracioso”), o herói que matou Golias (2Sm 21:19). Embora essa solução possa resolver a aparente discrepância entre I Samuel 17, cujo texto relata que Davi matou Golias, e II Samuel 21:19, o qual menciona que foi Elanã quem matou o gigante, cria outro problema: por que então Elanã seria relacionado na lista dos heróis de Davi? Outra sugestão é feita a partir de I Crônicas 20:5, que identifica Elanã como o herói que matou Lami, irmão de Golias. Desde que não se tem certeza se foi em II Samuel 21:19 ou em I Crônicas 20:5 que houve uma corrupção textual, a identificação de Elanã é incerta.

    Antecedentes

    Davi era o mais novo dos oito filhos de Jessé, um efrateu de Belém (1Sm 17:11-12). Jessé era descendente da tribo de Judá e bisneto de Boaz e Rute, a moabita (Rt 4:18-22; cf. 1Cr 2:1-15; Mt 1:2-6; Lc 3:31-38).

    Na juventude, Davi cuidava dos rebanhos da família. Como pastor, aprendeu a cuidar dos animais, bem como a protegê-los dos predadores. Essa experiência o ensinou a depender do Senhor, conforme afirmou para Saul: “O Senhor que me livrou das garras do leão, e das garras do urso, me livrará da mão deste filisteu” (1Sm 17:37).

    Davi era também um bom músico. Quando Saul sofria de depressão e crises de melancolia, seus servos, conhecendo a reputação desse jovem, mandaram chamá-lo (1Sm 16:16). Um deles disse: “Vi um filho de Jessé, o belemita, que sabe tocar bem, e é forte e valente, homem de guerra, sisudo em palavras, e de boa aparência. E o Senhor é com ele” (v. 18). Esse texto relaciona várias características de Davi: seu talento musical, sua bravura, eloquência, boa aparência, mas, acima de tudo, a presença do Senhor em sua vida.

    Davi eleito por Deus para ser rei

    Davi era notável, tanto por seu amor a Deus como por sua aparência física (1Sm 16:12). Depois que Saul foi rejeitado por seus atos de desobediência (1Sm 15:26), o Senhor incumbiu Samuel da tarefa de ungir um dos filhos de Jessé. Os mancebos passaram um por vez diante do profeta, mas nenhum deles foi aprovado por Deus. Depois que os sete mais velhos foram apresentados a Samuel, ele não entendeu por que o Senhor o enviara a ungir um rei naquela casa. O profeta procurava um candidato que se qualificasse por sua estatura física. Afinal, anteriormente tinha dito ao povo que Saul preenchia os requisitos, devido à sua bela aparência: “Vedes o homem que o Senhor escolheu? Não há entre o povo nenhum semelhante a ele” (1Sm 10:24).

    Jessé disse a Samuel que seu filho mais novo, chamado Davi, ainda cuidava dos rebanhos. Depois que foi trazido diante do profeta, ele teve certeza que aquele jovem atendia aos padrões de Deus, pois “o Senhor não vê como vê o homem. O homem olha para o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração” (1Sm 16:7). Davi recebeu duas confirmações de sua eleição: Samuel o ungiu numa cerimônia familiar e o Espírito do Senhor veio sobre ele de maneira poderosa (v.13).

    Davi com Saul

    Os caps. 16 a 31 de I Samuel são uma antologia solta de histórias, que, como coletânea, receberam o título de “A história da exaltação de Davi”. O propósito dessas narrativas é defender Davi das acusações de ter agido de maneira subversiva, usurpando o trono da família de Saul, sendo responsável pelas mortes de Saul, Jônatas, Abner e Is-Bosete. Deus operava claramente em todas as circunstâncias da vida de Davi, que o elevaram da posição de pastor de ovelhas a músico no palácio do rei, de lutar contra animais selvagens até suas vitórias sobre os filisteus e de herói nacional a refugiado político.

    Primeiro, Davi foi convidado para servir ao rei Saul como músico. Saul sofria de melancolia, porque o Espírito do Senhor o abandonara (1Sm 16:14). Na corte, Davi agradou ao rei, o qual o nomeou seu escudeiro (v. 21).

    Segundo, Deus agiu rapidamente, quando os filisteus atacaram 1srael (1Sm 17). O gigante filisteu, chamado Golias, desafiava Saul e todo o Israel várias vezes por dia, por um espaço de 40 dias (1Sm 17:16). Aconteceu de Davi levar suprimentos para seus irmãos que estavam no acampamento de guerra e teve oportunidade de ouvir o desafio do gigante. Movido por seu zelo pelo Senhor, seu amor pelo povo e pela alta recompensa — riqueza, casamento com a filha do rei Saul e a isenção de pagar impostos — Davi apresentou-se como voluntário para enfrentar Golias naquela batalha. O Senhor estava com ele. Davi triunfou sobre o filisteu, ao matá-lo com uma funda e uma pedra (1Sm 17:50).

    Terceiro, Davi foi convidado para morar no palácio real (1Sm 18:2). Os membros da família do rei o amavam. “A alma de Jônatas ligou-se com a de Davi, e Jônatas o amou como à sua própria alma” (v. 1). Este filho de Saul chegou ao ponto de fazer uma “aliança” com Davi (v. 3). Como expressão de seu profundo amor e respeito pelo filho de Jessé, deu-lhe suas roupas e armadura (v. 4). Mical também amava Davi (v. 20).

    Como sempre acontece, quando muitas coisas boas surgem, a fortuna tornou-se em sina. A fama de Davi cresceu rapidamente. Por toda a nação, as mulheres louvavam seu nome e faziam comparações positivas entre o jovem e o rei: “Saul feriu os seus milhares, porém Davi os seus dez milhares” (1Sm 18:7). Esse contraste suscitou o ciúme do rei (v. 8). Ele sabia que seus dias como monarca estavam contados e tinha de proteger o trono para sua família. Assim começaram as atitudes de hostilidade explícita contra Davi. O narrador de I Samuel escreveu: “Daquele dia em diante, Saul trazia Davi sob suspeita” (v. 9).

    O ciúme de Saul deixou-o cego. Foi extremamente desleal, pois voltou atrás em sua promessa de dar a filha mais velha, Merabe, em casamento a Davi (1Sm 18:17). Exigiu que o jovem enfrentasse os filisteus em batalha, na esperança de que perdesse a vida. Davi, ainda relutante em aceitar casar-se com um membro da família real, procurou imediatamente agradar ao rei. Nesse meio tempo, Merabe foi dada a outro homem (1Sm 18:19). De maneira vil, Saul desafiou-o a demonstrar sua bravura e seu valor novamente, mediante a matança de 100 filisteus, como um tipo de dote. Estava aborrecido por ser obrigado a dar Mical como esposa para Davi, porque sabia que o Senhor estava com ele e via o amor da filha por Davi como traição contra seu reinado (1Sm 18:28).

    Quarto, por meio de sua amizade com o filho do rei, Davi foi avisado com antecedência do profundo ódio de Saul contra ele, bem como de seus planos de matá-lo. Jônatas amava de verdade o filho de Jessé (1Sm 19:1) e não se preocupava com suas proezas militares, nem com sua crescente popularidade. Intercedeu em favor dele e o convidou para voltar ao palácio (v. 7), mas gradualmente percebeu que seu pai realmente estava determinado a matá-lo. O rei fez algumas tentativas para eliminar Davi no palácio (v. 10) e até mesmo na própria casa do genro (v. 11). Davi e Jônatas foram obrigados a se separar. O filho do rei sabia que Davi corria risco de vida; compreendia também que Deus tinha um plano especial para a vida do amigo. Os dois fizeram uma aliança para toda a vida e se separaram (1Sm 20:16-42).

    Saul contra Davi

    Saul fez tudo para livrar-se de Davi. Expulso da corte, o filho de Jessé buscou refúgio junto a Aquis, rei filisteu de Gate. Temeroso de que a boa vontade do anfitrião mudasse a qualquer momento, foi para Adulão (1Sm 22). Ali, liderou um bando de foras-dalei. Trouxe sua família para a segurança de Moabe e retornou, a fim de enfrentar os perigos de sua vida de eLivros. Qualquer um que tentasse colaborar com Davi era morto por Saul, como aconteceu com os sacerdotes de Nobe (1Sm 21:22). Para onde quer que ele fosse, o rei ficava sabendo e o perseguia.

    Enquanto isso, o apoio a Davi crescia cada vez mais. Bandidos, muitos deles guerreiros habilidosos, reuniram-se a ele. Abiatar, um sacerdote que escapou do massacre em Nobe, e o profeta Gade também se uniram a Davi. Este, por suas muitas façanhas, fazia com que as pessoas ficassem em débito para com ele. Reduziu a ameaça dos filisteus, como fez, por exemplo, em Queila (1Sm 23). Ele e seu homens também tornaram-se defensores dos moradores de Judá que eram constantemente ameaçados por saqueadores estrangeiros e viviam da parte que recebiam das colheitas, rebanhos e do gado que ajudavam a proteger. Nem todos os criadores, porém, estavam dispostos a compartilhar com eles alguma coisa. Nabal, um rico fazendeiro, tinha recebido tal proteção de Davi e seus homens, mas era avarento demais para recompensá-los pelo trabalho (1Sm 25). O filho de Jessé ficou furioso, mas Abigail, esposa de Nabal, foi ao seu encontro com vários presentes. Depois da morte do marido, ela se tornou esposa de Davi (1Sm 25:42).

    Por duas vezes Davi teve oportunidade de vingar-se de Saul, mas, ao invés de matá-lo, poupou sua vida. Sua existência tornou-se tão opressiva que foi obrigado a buscar refúgio com Aquis, rei de Gate. Recebeu a cidade de Ziclague para morar com seus homens, de onde ajudava Saul a reduzir as forças dos filisteus (1Sm 27). Aquis tinha tamanha confiança na lealdade de Davi, que o levou consigo como parte de suas tropas numa batalha em Gilboa, contra os israelitas (1Sm 28). Os filisteus não deveriam ficar apreensivos pelo conflito de interesses; Davi lutaria contra seu próprio povo (1Sm 29). No entanto, ele retornou a Ziclague e descobriu que a cidade fora saqueada e incendiada e a população, levada cativa pelos amalequitas. Enquanto os filisteus esmagavam os israelitas no norte, Davi perseguiu os invasores e colocou um fim em suas hostilidades.

    Davi é exaltado ao reino

    Saul e Jônatas foram mortos na batalha em Gilboa (2Sm 1:4). Ao invés de comemorar este acontecimento, Davi chorou pelo rei e por seu amigo (2Sm 1:19-27). As notícias sobre a morte de Saul correram rápido, mas as reações foram bem diferentes em todo país. As tribos do Norte reconheceram 1s-Bosete, filho do rei, como o legítimo representante do trono (2Sm 2:8-9). A tribo de Judá permaneceu leal a Davi e separou-se da união, ao tornar Hebrom a capital do novo reino (2Sm 2:3-4).

    Não demorou muito para que o povo descobrisse a incompetência de Is-Bosete. Abner, seu comandante militar, junto com outros cidadãos importantes, procurou Davi e abriu negociações com ele, as quais foram interrompidas quando Joabe assassinou Abner, em vingança pela morte de seu irmão. O enfraquecimento do Norte encorajou a morte de Is-Bosete e as tribos voltaram à união sob o reino de Davi (2Sm 5:1-3).

    Esse reino, agora unificado, primeiro teve Hebrom como seu centro. Mas, desejoso de ter uma localização melhor e reconhecedor do problema estratégico gerado pela proximidade dos cananeus, Davi determinou a conquista de Jerusalém. A cidade nunca pertencera aos israelitas e localizava-se num ponto estratégico, em um cruzamento entre o leste e o oeste, o norte e o sul. Joabe, o comandante militar, liderou uma campanha bem-sucedida contra aquela localidade e a conquistou para o rei.

    Davi consolidou seu reino, ao fazer de Jerusalém sua capital administrativa. Era uma cidade neutra, pois não tinha qualquer ligação especial nem com as tribos do Norte nem com as do Sul (2Sm 5:9-10). O crescimento do poderio de Davi não passou despercebido. Hirão, rei de Tiro, enviou seus carpinteiros e pedreiros, a fim de construir um palácio para ele (2Sm 5:11). Esse ato firmou o relacionamento entre os dois reis. Por incrível que pareça, o fortalecimento da posição do filho de Jessé ameaçou a paz relativa de que Israel gozava. Os filisteus não perturbaram o país durante os dois primeiros anos do reinado de Davi. Com o crescimento de seu poder, entretanto, decidiram acabar com sua grande popularidade. O rei resistiu a cada ataque com sucesso e finalmente definiu a fronteira do reino na planície costeira (2Sm 5:19-25).

    Jerusalém como centro do reino de Davi

    A paz estabelecida em Israel encorajou Davi a persuadir as tribos a reconhecer Jerusalém como centro religioso, ao levar para lá a Arca da Aliança, o símbolo central do relacionamento e da aliança do povo com Deus (2Sm 6). (Veja o verbete Aliança.) Após encontrar descanso em Jerusalém, Davi buscou a aprovação do Senhor para providenciar um centro definitivo ao culto e à adoração em Israel, por meio da construção de um Templo (2Sm 7). Deus modificou a oferta de Davi, pois concedeu a ele uma “casa” (dinastia) e permitiu que seu filho construísse uma “casa” permanente para o Senhor. A promessa de uma dinastia foi incorporada a uma aliança de concessão. A proposta concedia a Davi um lugar perpétuo no reino de Deus, ao colocar sobre ele o privilégio de ser um “filho” de Deus. O Salmo 2 celebra a condição do filho como o que experimenta uma posição privilegiada e recebe autoridade para estabelecer o reino de Deus (veja Sl 72), submeter as nações, quando necessário pela força, e trazer as bênçãos do Senhor sobre todos os fiéis, em todas as partes da Terra. Essas promessas cumprem a aliança que Deus fez com Davi. O Pacto Davídico é uma administração soberana, feita pela graça, segundo a qual o Senhor ungiu Davi e sua casa para estabelecer seu reino e efetivamente trazer um reinado de paz, glória e bênção. Jesus e os apóstolos afirmaram que essas promessas encontram seu foco e recebem sua confirmação em Cristo (o “Messias”). Ele é o “ungido” que recebeu autoridade e poder (Mt 28:20; At
    2) do alto sobre toda a criação, inclusive a Igreja (Cl 1).

    Encorajado pelas promessas de Deus e feliz pela consolidação do destaque de Israel entre as nações, Davi seguiu adiante. Fortaleceu Jerusalém, desenvolveu uma administração de governo centralizada, expulsou as forças invasoras e foi agressivo no estabelecimento da paz em Israel. Subjugou os filisteus, moabitas, edomitas e amonitas (2Sm 12:29-31). Cobrou impostos dos arameus e das nações que decidiu não subjugar (2Sm 8;10). Depositou a maior parte dos tributos e espólios no fundo para a construção do Templo (2Sm 8:11-12). Embora fosse severo em sua justiça para com as nações, o rei foi generoso no trato com Mefibosete, filho de Jônatas. Providenciou-lhe um lugar e garantiu-lhe um sustento vitalício (2Sm 9). Provavelmente esse período foi marcado por uma severa crise de fome (2Sm 21:1). A dificuldade era tão grande que Davi pediu uma explicação ao Senhor. Foi-lhe revelado que a escassez de alimento era resultado do juízo de Deus, pelo equivocado zelo de Saul, ao tentar aniquilar os gibeonitas (2Sm 21:2), povo que buscara e recebera proteção de Israel, na época de Josué (Js 9:15-18-26). A morte de sete descendentes de Saul, sem incluir Mefibosete, satisfez a exigência de justiça feita pelos gibeonitas. Deus graciosamente removeu a maldição e renovou a terra com chuva abundante. Davi levou os ossos de Saul, Jônatas e dos sete que foram mortos e os enterrou na sepultura de Quis (2Sm 21:14).

    A queda de Davi

    A partir deste ponto, a história de Davi é uma mistura de tragédia e providência divina. Ele se tornou um personagem trágico. Elevado pela graça de Deus a uma posição de imenso poder, desejou ardentemente Bate-Seba, com quem teve relações sexuais; ao saber que estava grávida, tentou encobrir seu pecado, ordenou que Urias, o marido dela, fosse morto no campo de batalha e casou-se com ela legalmente (2Sm 11). O profeta Natã proferiu um testemunho profético, condenando a concupiscência e a cobiça de Davi e seu comportamento vil (2Sm 12). O rei confessou seu pecado e recebeu perdão (2Sm 12:13; cf. Sl 32:51), mas sofreu as conseqüências de sua perfídia pelo resto da vida. O bebê que nasceu da união com Bate-Seba ficou doente e morreu.

    Conseqüentemente, Davi experimentou instabilidade e morte em sua família. Amnom violentou a própria irmã, Tamar, e causou a desgraça dela (2Sm 13); foi assassinado por Absalão, irmão da jovem. Este fugiu para salvar a vida e permaneceu eLivros por dois anos. Davi almejava revê-lo e foi encorajado por Joabe, o qual o enganou, ao forçá-lo a seguiu um conselho que lhe fora dado por uma mulher de Tecoa. Esta, orientada por Joabe, fora ao rei pedindo proteção para o filho que assassinara o irmão. Joabe trouxe Absalão de volta, mas não ao palácio real. Depois de dois anos, o filho do rei voltou ao palácio, conquistou a simpatia do povo e pensou numa maneira de reconquistar o favor do pai (2Sm 14).

    Como resultado, Davi experimentou uma guerra civil dentro do país. Absalão tivera tempo para elaborar planos, a fim de perturbar a ordem. Durante quatro anos, preparara-se cuidadosamente para o momento em que o povo o apoiaria, em detrimento de seu velho pai. Absalão foi coroado rei em Hebrom e rapidamente partiu em direção a Jerusalém (2Sm 15). Davi saiu da capital com um grupo de seguidores e deixou vários conselheiros de confiança para trás (Abiatar, Zadoque e Husai). Husai dava conselhos equivocados a Absalão e enviava mensageiros a Davi, a fim de informar todos os movimentos dele (2Sm 17). A guerra trouxe resultados desastrosos para as forças do filho do rei, o qual morreu pendurado em uma árvore pelos cabelos. A vitória foi clara, mas Davi sofreu mais com a perda de Absalão do que sentiu alegria pela vitória.

    O rei voltou para Jerusalém com o apoio dos habitantes do Sul do país, os quais anteriormente haviam seguido Absalão. As tribos do Norte sentiram-se traídas pela falta de respeito demonstrada pelos moradores do Sul, pois elas também tinham apoiado o rei e dado a extensão de seu território nas mãos dele; por isso, precisavam ser ouvidas. A tribo de Judá alegou que o rei lhes pertencia e ofendeu os habitantes do Norte com a sua insolente arrogância (2Sm 19:40-43).

    Conseqüentemente, a união entre as tribos ficou enfraquecida ao extremo. A dissidência rapidamente cresceu e culminou em outra guerra civil, sob a liderança de Seba, filho de Bicri, da tribo de Benjamim. Davi enviou Amasa para recrutar guerreiros de Judá, a fim de sufocar a rebelião. Como este demorou muito a retornar, o rei comissionou Abisai para perseguir Seba. (Joabe perdera o favor do rei e o cargo, por ter matado Absalão, e agora estava sob as ordens de Abisai.) Quando Amasa, que se aliara a Seba, e Joabe se encontraram, este o matou e reassumiu o comando das tropas. Perseguiu a Seba até Abel-Bete-Maaca e sitiou a cidade. Uma mulher sábia salvou a cidade, ao comprometer-se a atirar a cabeça de Seba por cima do muro. Joabe retornou a Jerusalém como general, com o crédito de ter acabado com a rebelião (2Sm 20:23).

    Os últimos dias de Davi

    No término de sua vida, Davi tinha realizado o objetivo de solidificar Israel contra os filisteus, ao sudoeste; os edomitas, ao sudeste; os moabitas e amonitas, ao leste; e os arameus, ao norte. Havia estendido seu reino por todas as áreas da terra que fora prometida a Abraão (Gn 15:18-19). Desenvolveu uma administração eficiente, pela qual era capaz de governar esse vasto império. Um excelente exército era mantido constantemente de prontidão, para assegurar a paz e a estabilidade dentro do reino. Por causa de seu sucesso, Davi confiou em si mesmo e decidiu fazer um censo.

    Isso desagradou ao Senhor, que enviou uma praga contra o reino. O próprio rei foi o responsável pela morte de muitos inocentes. Por isso, comprou um campo e ofereceu um sacrifício a Deus, que expressava arrependimento por sua presunção. Esse local, a eira de Araúna, no futuro se tornaria o lugar onde Salomão construiria o Templo (2Sm 24:1-25).

    Davi ordenou que Salomão fosse ungido rei, após ouvir que seu filho Adonias fizera uma tentativa de usurpar o trono (1Rs 1:1-2:12). Preveniu o seu sucessor sobre várias pessoas que poderiam comprometer a estabilidade de seu reinado: Joabe, o comandante, e Simei, o rebelde (1Rs 2:8-9). Incumbiu-o de permanecer fiel a Deus, porque no Senhor estava a fonte do poder e a perpetuidade da dinastia.

    Conclusão

    Davi era humano, mas permaneceu fiel ao Senhor durante toda sua vida. Embora tenha pecado tragicamente contra Deus e o próximo, era um homem humilde. A sua força estava no Senhor, desde o princípio até o fim de seus dias. Os salmos atribuídos a ele falam desta verdade. Tal afirmação sobre sua confiança em Deus é também encontrada no final de II Samuel: “O Senhor é a minha rocha, a minha fortaleza e o meu libertador. Meu Deus é a minha rocha, em quem me refugio; o meu escudo, e força da minha salvação. Ele é o meu alto retiro, meu refúgio e meu Salvador — dos homens violentos me salvaste” (2Sm 22:2-3). Os cânticos compostos por ele também trazem a correlação entre a humildade, a obediência e a bondade de Deus. Conforme Davi escreveu: “Com o puro te mostras puro, mas com o perverso te mostras sagaz. Livras o povo humilde, mas teus olhos são contra os altivos, e tu os abates” (2Sm 22:27-28). O Senhor não apenas mostrou seu poder para Davi e seus contemporâneos, mas também comprometeu-se a proteger todo o seu povo por meio do ungido, que descenderia do referido rei. Essa é a essência da Aliança Davídica.

    Os escritores do NT testemunham sobre a conexão entre Davi e Cristo. A genealogia de Jesus recua até o filho de Jessé (Mt 1:1). Ele é o governante sobre o trono de Davi, cujo reino se estende até os confins da Terra. É o cabeça da Igreja (Cl 1:18) e trará todas as nações ao conhecimento de sua soberania (1Co 15:25; cf. At 2:35). Ele estabelecerá o reino de Deus sobre a Terra (1Co 15:27-28) e, por esse motivo, cumpre as promessas em benefício de todo o povo do Senhor, tanto judeus como gentios.

    W.A. e V.G.


    Davi [Amado] - O segundo rei do reino unido de Israel. Ele reinou de 1010 a 970 a.C. Tomou Jerusalém e a tornou a capital religiosa do reino. Levou a arca para lá (2Sa
    6) e organizou os serviços de adoração (1Ch 15—16). Ampliou o reino (2Sm 8:10-12) e ajuntou materiais para a construção do TEMPLO (1Ch 22). Foi governador, guerreiro, músico e poeta. E foi um dos antepassados de Jesus (Mt 1:1). V. SAMUEL, SEGUNDO LIVRO DE e o mapa OS REINOS DE SAUL, DAVI E S

    Davi O segundo rei de Israel (final do séc. XI e início do séc. X a.C.). De sua descendência viria o messias — daí ele ser chamado “Filho de Davi” (Mt 9:27; 12,23; 15,22; 20,30ss.; Mc 11:10) — que também deveria nascer em sua cidade natal: Belém (Mq 5:2). Tanto Lucas como Mateus relacionam Jesus com a estirpe messiânica e o fato deve ser reconhecido como histórico, ainda que seja bem provável que não fosse importante o ramo a que pertencia.

    Como outros tantos judeus de sua época, Jesus enfatizou a ascendência davídica do messias, o seu caráter preexistente, baseado em uma leitura peculiar do Salmo 110, que tem paralelos, entre outros, com os essênios de Qumrán (Mt 22:41ss.).


    Nome

    Nome Palavra que designa uma pessoa ou coisa. Nos tempos bíblicos o nome, às vezes, estava relacionado com algum fato relativo ao nascimento (Gn 35:18
    v. BENONI); outras vezes expressava uma esperança ou uma profecia (Os 1:6; Mt 1:21-23). Era costume, no tempo de Jesus, o judeu ter dois nomes, um hebraico e outro romano (At 13:9). Partes dos nomes de Deus entravam, às vezes, na composição dos nomes (v. ELIAS, JEREMIAS, JESUS). Na invocação do nome de Deus chama-se a sua pessoa para estar presente, abençoando (Nu 6:22-27; Mt 28:19; Fp 6:24). Tudo o que é feito “em nome” de Jesus é feito pelo seu poder, que está presente (At 3:6; 4:10-12). Na oração feita “em nome de Jesus” ele intercede por nós junto ao Pai (Jo 15:16; Rm 8:34). Em muitas passagens “nome” indica a própria pessoa (Sl 9:10).

    Entre os hebreus dava-se o nome auma criança, umas vezes quando nascia (Gn 35:18), e outras quando se circuncidava (Lc 1:59), fazendo a escolha ou o pai, ou a mãe (Gn 30:24Êx 2:22Lc 1:59-63). Algumas vezes o nome tinha referência a certas circunstâncias relacionadas com o nascimento ou o futuro da criança, como no caso de isaque (Gn 21:3-6), de Moisés (Êx 2:10), de Berias (1 Cr 7.23). isto era especialmente assim com os nomes compostos de frases completas, como em is 8:3. Acontecia, também, que certos nomes de pessoas sugeriam as suas qualidades, como no caso de Jacó (Gn 27:36) e Nabal (1 Sm 25.25). Eram por vezes mudados os nomes, ou aumentados, em obediência a certas particularidades, como no caso de Abrão para Abraão (Gn 17:5), de Gideão para Jerubaal (Jz 6:32), de Daniel para Beltessazar (Dn 1:7), e de Simão, Pedro (Mt 16:18). Alem disso, devemos recordar que, segundo a mentalidade antiga, o nome não somente resumia a vida do homem, mas também representava a sua personalidade, com a qual estava quase identificado. E por isso a frase ‘em Meu nome’ sugere uma real comunhão com o orador Divino. Houve lugares que receberam o seu nome em virtude de acontecimentos com eles relacionados, como Babel (Gn 11:9), o Senhor proverá (Gn 22:14), Mara (Êx 15:23), Perez-Uzá (2 Sm 6.8), Aceldama (At l.19). Para o nome de Deus, *veja Jeová, Senhor.

    substantivo masculino Denominação; palavra ou expressão que designa algo ou alguém.
    A designação de uma pessoa; nome de batismo: seu nome é Maria.
    Sobrenome; denominação que caracteriza a família: ofereceu seu nome.
    Família; denominação do grupo de pessoas que vivem sob o mesmo teto ou possuem relação consanguínea: honrava seu nome.
    Fama; em que há renome ou boa reputação: tinha nome na universidade.
    Apelido; palavra que caracteriza alguém.
    Quem se torna proeminente numa certa área: os nomes do cubismo.
    Título; palavra ou expressão que identifica algo: o nome de uma pintura.
    Gramática Que designa genericamente os substantivos e adjetivos.
    Etimologia (origem da palavra nome). Do latim nomen.inis.

    Oferecer

    verbo transitivo direto e bitransitivo Presentear; ofertar, dar alguma coisa a alguém: ofereceu chocolate ao namorado.
    Sugerir algo para compensar outra: ofereceu dinheiro para evitar o prejuízo.
    Exibir; fazer a exposição de: ofereceu a teoria aos cientistas.
    Proporcionar; trazer consigo: essa promoção oferece descontos.
    verbo transitivo direto , bitransitivo e pronominal Colocar ao dispor de: ofereceu um livro ao filho; ofereceu o carro aos convidados; ofereceu seu emprego à esposa; ofereceu-se para auxiliar o professor.
    verbo bitransitivo Expressar ou realizar alguma coisa por motivos religiosos: ofereceu uma oração ao santo.
    Imolar; fazer um sacrifício para ou pedir a proteção de: oferecia animais às divindades; ofereceu o sobrinho à santa de sua devoção.
    Dedicar; mandar alguma coisa especialmente para alguém: ofereceu uma música ao marido.
    verbo pronominal Mostrar-se; apresentar diante de si: um ótimo emprego se oferecia a ele.
    Entregar-se: não a conhecia, mas se oferecia de bandeja.
    Etimologia (origem da palavra oferecer). Do latim offerescere.

    Ofertar

    verbo transitivo Apresentar como oferta, dar como oferta, oferecer; presentear.

    Pacificar

    verbo transitivo Restabelecer a paz, restituir a paz.
    Figurado Restabelecer a calma.

    Povo

    substantivo masculino Conjunto das pessoas que vivem em sociedade, compartilham a mesma língua, possuem os mesmos hábitos, tradições, e estão sujeitas às mesmas leis.
    Conjunto de indivíduos que constituem uma nação.
    Reunião das pessoas que habitam uma região, cidade, vila ou aldeia.
    Conjunto de pessoas que, embora não habitem o mesmo lugar, possuem características em comum (origem, religião etc.).
    Conjunto dos cidadãos de um país em relação aos governantes.
    Conjunto de pessoas que compõem a classe mais pobre de uma sociedade; plebe.
    Pequena aldeia; lugarejo, aldeia, vila: um povo.
    Público, considerado em seu conjunto.
    Quantidade excessiva de gente; multidão.
    [Popular] Quem faz parte da família ou é considerado dessa forma: cheguei e trouxe meu povo!
    substantivo masculino plural Conjunto de países, falando em relação à maioria deles: os povos sul-americanos sofreram com as invasões europeias.
    Designação da raça humana, de todas as pessoas: esperamos que os povos se juntem para melhorar o planeta.
    Etimologia (origem da palavra povo). Do latim populus, i “povo”.

    Senhor

    substantivo masculino Proprietário, dono absoluto, possuidor de algum Estado, território ou objeto.
    História Aquele que tinha autoridade feudal sobre certas pessoas ou propriedades; proprietário feudal.
    Pessoa nobre, de alta consideração.
    Gramática Forma de tratamento cerimoniosa entre pessoas que não têm intimidade e não se tratam por você.
    Soberano, chefe; título honorífico de alguns monarcas.
    Figurado Quem domina algo, alguém ou si mesmo: senhor de si.
    Dono de casa; proprietário: nenhum senhor manda aqui.
    Pessoa distinta: senhor da sociedade.
    Antigo Título conferido a pessoas distintas, por posição ou dignidade de que estavam investidas.
    Antigo Título de nobreza de alguns fidalgos.
    Antigo O marido em relação à esposa.
    adjetivo Sugere a ideia de grande, perfeito, admirável: ele tem um senhor automóvel!
    Etimologia (origem da palavra senhor). Do latim senior.onis.

    o termo ‘Senhor’, no A.T., paraexprimir Jeová, está suficientemente compreendido nesta última palavra – e, como tradução de ãdôn, não precisa de explicação. Em Js 13:3, e freqüentemente em Juizes e Samuel, representa um título nativo dos governadores dos filisteus, não se sabendo coisa alguma a respeito do seu poder. o uso de ‘Senhor’ (kurios), no N.T., é interessante, embora seja muitas vezes de caráter ambíguo. Nas citações do A.T., significa geralmente Jeová, e é também clara a significaçãoem outros lugares (*vejag. Mt 1:20). Mas, fora estas citações, há muitas vezes dúvidas sobre se a referência é a Deus como tal (certamente Mc 5:19), ou ao Salvador, como Senhor e Mestre. Neste último caso há exemplos do seu emprego, passando por todas as gradações: porquanto é reconhecido Jesus, ou como Senhor e Mestre no mais alto sentido (Mt 15:22 – e geralmente nas epístolas – *veja 1 Co 12.3), ou como doutrinador de grande distinção (Mt 8:21 – 21.3), ou ainda como pessoa digna de todo o respeito (Mt 8:6). Deve-se observar que kurios, termo grego equivalente ao latim “dominus”, era o título dado ao imperador romano em todas as terras orientais, em volta do Mediterrâneo. E isto serve para explicar o fato de aplicarem os cristãos ao Salvador esse título, querendo eles, com isso, acentuar na sua mente e na das pessoas que os rodeavam a existência de um império maior mesmo que o de César. Com efeito, o contraste entre o chefe supremo do império romano e Aquele que é o Senhor de todos, parece apoiar muitos dos ensinamentos do N.T. Algumas vezes se usa o termo ‘Senhor’ (Lc 2:29At 4:24, etc.) como tradução de despõtes, que significa ‘dono, amo’, sugerindo, quando se emprega a respeito dos homens, que ao absoluto direito de propriedade no mundo antigo estava inerente uma verdadeira irresponsabilidade. (*veja Escravidão.)

    [...] o Senhor é a luz do mundo e a misericórdia para todos os corações.
    Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Pelo Evangelho


    Senhor
    1) (Propriamente dito: hebr. ADON; gr. KYRIOS.) Título de Deus como dono de tudo o que existe, especialmente daqueles que são seus servos ou escravos (Sl 97:5; Rm 14:4-8). No NT, “Senhor” é usado tanto para Deus, o Pai, como para Deus, o Filho, sendo às vezes impossível afirmar com certeza de qual dos dois se está falando.


    2) (hebr. ????, YHVH, JAVÉ.) Nome de Deus, cuja tradução mais provável é “o Eterno” ou “o Deus Eterno”. Javé é o Deus que existe por si mesmo, que não tem princípio nem fim (Ex 3:14; 6.3). Seguindo o costume que começou com a SEPTUAGINTA, a grande maioria das traduções modernas usa “Senhor” como equivalente de ????, YHVH (JAVÉ). A RA e a NTLH hoje escrevem “SENHOR”. A forma JAVÉ é a mais aceita entre os eruditos. A forma JEOVÁ (JEHOVAH), que só aparece a partir de 1518, não é recomendável por ser híbrida, isto é, consta da mistura das consoantes de ????, YHVH, (o Eterno) com as vogais de ???????, ADONAI (Senhor).


    Senhor Termo para referir-se a YHVH que, vários séculos antes do nascimento de Jesus, havia substituído este nome. Sua forma aramaica “mar” já aparecia aplicada a Deus nas partes do Antigo Testamento redigidas nesta língua (Dn 2:47; 5,23). Em ambos os casos, a Septuaginta traduziu “mar” por “kyrios” (Senhor, em grego). Nos textos de Elefantina, “mar” volta a aparecer como título divino (pp. 30 e 37). A. Vincent ressaltou que este conteúdo conceitual já se verificava no séc. IX a.C. Em escritos mais tardios, “mar” continua sendo uma designação de Deus, como se vê em Rosh ha-shanah 4a; Ber 6a; Git 88a; Sanh 38a; Eruv 75a; Sab 22a; Ket 2a; Baba Bat 134a etc.

    Em algumas ocasiões, Jesus foi chamado de “senhor”, como simples fórmula de cortesia. Ao atribuir a si mesmo esse título, Jesus vai além (Mt 7:21-23; Jo 13:13) e nele insere referências à sua preexistência e divindade (Mt 22:43-45; Mc 12:35-37; Lc 20:41-44 com o Sl 110:1). Assim foi também no cristianismo posterior, em que o título “Kyrios” (Senhor) aplicado a Jesus é idêntico ao empregado para referir-se a Deus (At 2:39; 3,22; 4,26 etc.); vai além de um simples título honorífico (At 4:33; 8,16; 10,36; 11,16-17; Jc 1:1 etc.); supõe uma fórmula cúltica própria da divindade (At 7:59-60; Jc 2:1); assim Estêvão se dirige ao Senhor Jesus no momento de sua morte, o autor do Apocalipse dirige a ele suas súplicas e Tiago acrescenta-lhe o qualificativo “de glória” que, na verdade, era aplicado somente ao próprio YHVH (Is 42:8). Tudo isso permite ver como se atribuíam sistematicamente a Jesus citações veterotestamentárias que originalmente se referiam a YHVH (At 2:20ss.com Jl 3:1-5).

    Finalmente, a fórmula composta “Senhor dos Senhores” (tomada de Dt 10:17 e referente a YHVH) é aplicada a Jesus e implica uma clara identificação do mesmo com o Deus do Antigo Testamento (Ap 7:14; 19,16). Tanto as fontes judeu-cristãs (1Pe 1:25; 2Pe 1:1; 3,10; Hc 1:10 etc.) como as paulinas (Rm 5:1; 8,39; 14,4-8; 1Co 4:5; 8,5-6; 1Ts 4:5; 2Ts 2:1ss. etc.) confirmam essas assertivas.

    W. Bousset, Kyrios Christos, Nashville 1970; J. A. Fitzmyer, “New Testament Kyrios and Maranatha and Their Aramaic Background” em To Advance the Gospel, Nova York 1981, pp. 218-235; L. W. Hurtado, One God, One Lord: Early Christian Devotion and Ancient Jewish Monotheism, Filadélfia 1988; B. Witherington III, “Lord” em DJG, pp. 484-492; O. Cullmann, o. c.; C. Vidal Manzanares, “Nombres de Dios” en Diccionario de las tres...; Idem, El judeo-cristianismo...; Idem, El Primer Evangelio...


    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    II Samuel 6: 18 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

    E, tendo Davi acabado de oferecer ① os holocaustos e ofertas pacíficas, logo ele abençoou o povo em nome do SENHOR dos Exércitos.
    II Samuel 6: 18 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    1000 a.C.
    H1288
    bârak
    בָרַךְ
    abençoar, ajoelhar
    (and blessed)
    Verbo
    H1732
    Dâvid
    דָּוִד
    de Davi
    (of David)
    Substantivo
    H3068
    Yᵉhôvâh
    יְהֹוָה
    o Senhor
    (the LORD)
    Substantivo
    H3615
    kâlâh
    כָּלָה
    realizar, cessar, consumir, determinar, acabar, falhar, terminar estar completo, estar
    (and were finished)
    Verbo
    H5927
    ʻâlâh
    עָלָה
    subir, ascender, subir
    (there went up)
    Verbo
    H5930
    ʻôlâh
    עֹלָה
    oferta queimada
    (burnt offerings)
    Substantivo
    H5971
    ʻam
    עַם
    as pessoas
    (the people)
    Substantivo
    H6635
    tsâbâʼ
    צָבָא
    o que vai adiante, exército, guerra, arte da guerra, tropa
    (their vast array)
    Substantivo
    H8002
    shelem
    שֶׁלֶם
    oferta pacífica, retribuição, sacrifício por aliança ou amizade
    (your peace offerings)
    Substantivo
    H8034
    shêm
    שֵׁם
    O nome
    (The name)
    Substantivo
    H853
    ʼêth
    אֵת
    -
    ( - )
    Acusativo


    בָרַךְ


    (H1288)
    bârak (baw-rak')

    01288 ברך barak

    uma raiz primitiva; DITAT - 285; v

    1. abençoar, ajoelhar
      1. (Qal)
        1. ajoelhar
        2. abençoar
      2. (Nifal) ser abençoado, abençoar-se
      3. (Piel) abençoar
      4. (Pual) ser abençoado, ser adorado
      5. (Hifil) fazer ajoelhar
      6. (Hitpael) abençoar-se
    2. (DITAT) louvar, saudar, amaldiçoar

    דָּוִד


    (H1732)
    Dâvid (daw-veed')

    01732 דוד David raramente (forma plena) דויד Daviyd

    procedente do mesmo que 1730, grego 1138 δαβιδ; DITAT - 410c; n pr m Davi = “amado”

    1. filho mais novo de Jessé e segundo rei de Israel

    יְהֹוָה


    (H3068)
    Yᵉhôvâh (yeh-ho-vaw')

    03068 יהוה Y ehovaĥ

    procedente de 1961; DITAT - 484a; n pr de divindade Javé = “Aquele que existe”

    1. o nome próprio do único Deus verdadeiro
      1. nome impronunciável, a não ser com a vocalização de 136

    כָּלָה


    (H3615)
    kâlâh (kaw-law')

    03615 כלה kalah

    uma raiz primitiva; DITAT - 982,983,984; v

    1. realizar, cessar, consumir, determinar, acabar, falhar, terminar estar completo, estar realizado, estar terminado, estar no fim, ser encerrado, ser gasto
      1. (Qal)
        1. estar completo, estar no fim
        2. estar completo, estar terminado
        3. ser realizado, ser cumprido
        4. ser determinado, ser conspirado (mau sentido)
        5. ser gasto, ser usado
        6. desperdiçar, estar exausto, falhar
        7. chegar ao fim, desaparecer, perecer, ser destruído
      2. (Piel)
        1. completar, chegar ao fim, terminar
        2. completar (um período de tempo)
        3. terminar (de fazer algo)
        4. concluir, encerrar
        5. realizar, cumprir, efetuar
        6. realizar, determinar (em pensamento)
        7. colocar um fim em, fazer cessar
        8. fazer falhar, exaurir, usar, gastar
        9. destruir, exterminar
      3. (Pual) estar encerrado, estar terminado, estar completo

    עָלָה


    (H5927)
    ʻâlâh (aw-law')

    05927 עלה ̀alah

    uma raiz primitiva; DITAT - 1624; v

    1. subir, ascender, subir
      1. (Qal)
        1. subir, ascender
        2. encontrar, visitar, seguir, partir, remover, retirar
        3. subir, aparecer (referindo-se a animais)
        4. brotar, crescer (referindo-se a vegetação)
        5. subir, subir sobre, erguer (referindo-se a fenômeno natural)
        6. aparecer (diante de Deus)
        7. subir, subir sobre, estender (referindo-se à fronteira)
        8. ser excelso, ser superior a
      2. (Nifal)
        1. ser levado para cima, ser trazido para cima, ser levado embora
        2. levar embora
        3. ser exaltado
      3. (Hifil)
        1. levar ao alto, fazer ascender ou escalar, fazer subir
        2. trazer para cima, trazer contra, levar embora
        3. trazer para cima, puxar para cima, treinar
        4. fazer ascender
        5. levantar, agitar (mentalmente)
        6. oferecer, trazer (referindo-se a presentes)
        7. exaltar
        8. fazer ascender, oferecer
      4. (Hofal)
        1. ser carregado embora, ser conduzido
        2. ser levado para, ser inserido em
        3. ser oferecido
      5. (Hitpael) erguer-se

    עֹלָה


    (H5930)
    ʻôlâh (o-law')

    05930 עלה ̀olah ou עולה ̀owlah

    f part at de 5927; DITAT - 1624c,1624d; n f

    1. oferta queimada
    2. subida, escada, degraus

    עַם


    (H5971)
    ʻam (am)

    05971 עם ̀am

    procedente de 6004; DITAT - 1640a,1640e; n m

    1. nação, povo
      1. povo, nação
      2. pessoas, membros de um povo, compatriotas, patrícios
    2. parente, familiar

    צָבָא


    (H6635)
    tsâbâʼ (tsaw-baw')

    06635 צבא tsaba’ ou (fem.) צבאה ts eba’aĥ

    procedente de 6633, grego 4519 σαβαωθ; DITAT - 1865a,1865b; n. m.

    1. o que vai adiante, exército, guerra, arte da guerra, tropa
      1. exército, tropa
        1. tropa (de exército organizado)
        2. exército (de anjos)
        3. referindo-se ao sol, lua e estrelas
        4. referindo-se a toda a criação
      2. guerra, arte da guerra, serviço militar, sair para guerra
      3. serviço militar

    שֶׁלֶם


    (H8002)
    shelem (sheh'-lem)

    08002 שלם shelem

    procedente de 7999; DITAT - 2401b; n m

    1. oferta pacífica, retribuição, sacrifício por aliança ou amizade
      1. sacrifício voluntário de agradecimento

    שֵׁם


    (H8034)
    shêm (shame)

    08034 שם shem

    uma palavra primitiva [talvez procedente de 7760 com a idéia de posição definida e conspícua; DITAT - 2405; n m

    1. nome
      1. nome
      2. reputação, fama, glória
      3. o Nome (como designação de Deus)
      4. memorial, monumento

    אֵת


    (H853)
    ʼêth (ayth)

    0853 את ’eth

    aparentemente uma forma contrata de 226 no sentido demonstrativo de entidade; DITAT - 186; partícula não traduzida

    1. sinal do objeto direto definido, não traduzido em português mas geralmente precedendo e indicando o acusativo