Enciclopédia de Malaquias 1:7-7

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

ml 1: 7

Versão Versículo
ARA Ofereceis sobre o meu altar pão imundo e ainda perguntais: Em que te havemos profanado? Nisto, que pensais: A mesa do Senhor é desprezível.
ARC Ofereceis sobre o meu altar pão imundo, e dizeis: Em que te havemos profanado? Nisto que dizeis: A mesa do Senhor é desprezível.
TB Ofereceis sobre o meu altar pão profano e dizeis: Em que te havemos profanado? Nisto que dizeis: A mesa de Jeová é desprezível.
HSB מַגִּישִׁ֤ים עַֽל־ מִזְבְּחִי֙ לֶ֣חֶם מְגֹאָ֔ל וַאֲמַרְתֶּ֖ם בַּמֶּ֣ה גֵֽאַלְנ֑וּךָ בֶּאֱמָרְכֶ֕ם שֻׁלְחַ֥ן יְהוָ֖ה נִבְזֶ֥ה הֽוּא׃
BKJ Ofereceis pão profano sobre o meu altar, e dizeis: Em que te havemos profanado? Nisto dizeis: A mesa do SENHOR é desprezível.
LTT Vós ① ofereceis sobre o Meu altar pão imundo, e dizeis: Em que Te havemos profanado? Nisto que dizeis: A mesa do SENHOR é desprezível.
BJ2 Ofereceis sobre o meu altar alimentos impuros. - Mas dizeis: Em que te profanamos? Quando dizeis: A mesa de Iahweh é desprezível.
VULG Offertis super altare meum panem pollutum, et dicitis : In quo polluimus te ? in eo quod dicitis : Mensa Domini despecta est.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Malaquias 1:7

Levítico 2:11 Nenhuma oferta de manjares, que oferecerdes ao Senhor, se fará com fermento; porque de nenhum fermento, nem de mel algum oferecereis oferta queimada ao Senhor.
Levítico 21:6 Santos serão a seu Deus e não profanarão o nome do seu Deus, porque oferecem as ofertas queimadas do Senhor, o pão do seu Deus; portanto, serão santos.
Deuteronômio 15:21 Porém, havendo nele algum defeito, se for coxo, ou cego, ou tiver qualquer defeito, não sacrificarás ao Senhor, teu Deus.
I Samuel 2:15 Também, antes de queimarem a gordura, vinha o moço do sacerdote e dizia ao homem que sacrificava: Dá essa carne para assar ao sacerdote, porque não tomará de ti carne cozida, senão crua.
Ezequiel 41:22 O altar de madeira era de três côvados de altura, e o seu comprimento, de dois côvados, e tinha as suas esquinas; e o seu fundamento e as suas paredes eram de madeira; e me disse: Esta é a mesa que está perante a face do Senhor.
Malaquias 1:8 Porque, quando trazeis animal cego para o sacrificardes, não faz mal! E, quando ofereceis o coxo ou o enfermo, não faz mal! Ora, apresenta-o ao teu príncipe; terá ele agrado em ti? Ou aceitará ele a tua pessoa? ? diz o Senhor dos Exércitos.
Malaquias 1:12 Mas vós o profanais, quando dizeis: A mesa do Senhor é impura, e o seu produto, a sua comida, é desprezível.
I Coríntios 10:21 Não podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios; não podeis ser participantes da mesa do Senhor e da mesa dos demônios.
I Coríntios 11:21 Porque, comendo, cada um toma antecipadamente a sua própria ceia; e assim um tem fome, e outro embriaga-se.
I Coríntios 11:27 Portanto, qualquer que comer este pão ou beber o cálice do Senhor, indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor.

Notas de rodapé da LTT

As notas de rodapé presentes na Bíblia versão LTT, Bíblia Literal do Texto Tradicional, são explicações adicionais fornecidas pelos tradutores para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas são baseadas em referências bíblicas, históricas e linguísticas, bem como em outros estudos teológicos e literários, a fim de fornecer um contexto mais preciso e uma interpretação mais fiel ao texto original. As notas de rodapé são uma ferramenta útil para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira compreender melhor o significado e a mensagem das Escrituras Sagradas.
 ①

sacerdotes e ofertantes, v. Ml 1:6.


Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras

Não foram encontradas referências em Outras Obras.

Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Malaquias Capítulo 1 do versículo 1 até o 14
SEÇÃO 1

TÍTULO

Malaquias 1:1

Malaquias descreve sua mensagem como peso da palavra do SENHOR contra Israel (1). O termo peso é derivado de uma palavra hebraica que significa "erguer" (i.e., a voz). Por extensão natural, passou a referir-se às palavras que a voz proferia, à mensa-gem do orador ou ao oráculo do profeta. A última acepção pode ser adequadamente cha-mada peso, visto que é literalmente "aquilo que é erguido".1 Jerônimo comenta: "A pala-vra do Senhor é pesada, porque é chamada peso; contudo possui certa consolação, já que não é 'contra', mas para Israel"' (cf. BV; ECA; NTLH).

Quanto ao significado de pelo ministério de Malaquias, ver Introdução, "O Profeta".

SEÇÃO II

O AMOR DE DEUS POR ISRAEL

Malaquias 1:2-5

O oráculo começa quase abruptamente com uma palavra carinhosa e queixosa do Senhor para Israel: Eu vos amei (2). Este é o verdadeiro peso da profecia de Malaquias; tudo o mais deve ser visto sob a luz desta alegação fundamental. 1 Mas os israelitas são céticos: Em que nos amaste? Não vêem prova do amor de Deus. Por serem muito po-bres e sofrerem demais, consideravam-se povo desanimado e desiludido. O pensamento está nublado pela dúvida. Tudo o que o profeta diz é desafiado: Mas vós dizeis. 2 Malaquias tem de argumentar suas afirmações com uma gente que, no mínimo, é crítica e, em parte, hostil. O profeta faz uma defesa do amor de Deus que rememora Deuteronômio 7:8 (cf. Os 11:1). A assertiva declara que o Senhor escolheu Jacó, porque o amara.

A prova do amor de Deus por Jacó revela-se na rejeição divina de Esaú (3). Nesta profecia, os filhos de Isaque são as nações de Edom (4) e Israel (5). O amor de Deus por Israel comprova-se no fato de ter castigado Edom. Esta nação não só deixara de ajudar Jerusalém quando a cidade fora sitiada pelos babilônios em 586 a.C., mas se alegrara com a sua queda (Lm 4:21-22; Si 137.7). Por conta disso, durante o período do pós-exílio, Edom tornou-se símbolo vivo de crueldade e traição, pronto para a destruição (Ez 25:12; Ob 21). Quando os árabes nabateus expulsaram os edomitas do antigo território que detinham no monte Seir, o fato foi considerado ato de vingança divina, por se conduzirem de forma desumana e indigna de irmão (3). Não sabemos a data deste acontecimento. Pelo visto, era bastante recente na época da escrita, pois ainda estava nítida na memória dos judeus.

Os edomitas viam a calamidade que lhes ocorrera como mero revés temporário e esperavam restabelecer-se no território original. Mas Malaquias declara que a ruína deles é permanente: Eles edificarão, e eu destruirei, e lhes chamarão Termo-de-Impiedade e Povo-Contra-Quem-O-SENHOR-Está-Irado-Para-Sempre (4). O profeta afirma que o fato de não voltarem ao território será prova incontestável para as gerações futuras da maldade de Edom e do julgamento de Deus. Edom foi chamado Ter-mo-de-Impiedade ("A Terra Criminosa", Moffatt). Por outro lado, proporcionará a Isra-el evidência indisputável do cuidado soberano de Deus. Provará, também, que o Senhor não é uma deidade nacional insignificante; permitirá que Israel diga: "Grande é o SE-NHOR, até mesmo além das fronteiras de Israel!" (5, NVI). "A profecia de Malaquias revelou-se correta", destaca Dentan, "pois Edom nunca mais voltou às suas terras. Os edomitas (idumeus) permaneceram instalados no sul da Palestina. [...] Por curiosa iro-nia da história foi deste mesmo povo que veio a família de Herodes".3

SEÇÃO III

OS PECADOS DO SACERDÓCIO

Malaquias 1:6-2.9

Do amor de Deus por Israel, o profeta passa para a afronta da nação e chega à majestade divina. O indiciamento é especificamente contra a corporação sacerdotal. Os sacerdotes foram ordenados para dar instrução e orientação espiritual (2.6,7). Tivessem eles vivido à altura da chamada sublime e dado ao laicato exemplo espiri-tual e ensino apropriado, a nação não teria entrado na apatia e ceticismo espiritual. Por terem fracassado e estabelecido exemplo vicioso de hipocrisia e profissionalismo vazio, os sacerdotes tornaram Deus rejeitado aos olhos do povo e fizeram a si mesmos desprezíveis (2.8,9).

Esta seção alongada divide-se em duas partes. Em primeiro lugar, Deus acusa um sacerdócio desleixado (1:6-14) e, em seguida, pronuncia uma maldição sobre seus integrantes (2:1-9).

A. A ACUSAÇA0 DE DEUS, 1:6-14

1. O Caráter de Deus (1.6a-
- 6e)

O profeta inicia fazendo uma declaração de princípio geral no qual havia acordo comum. Para isso, emprega duas imagens características da relação de Deus com Isra-el: sua paternidade e seu senhorio. O filho honrará o pai, e o servo, ao seu senhor; e, se eu sou Pai, onde está a minha honra? E, se eu sou Senhor, onde está o meu temor? diz o SENHOR dos Exércitos a vós, ó sacerdotes, que desprezais o meu nome (6).

"Estamos acostumados a associar com a paternidade divina idéias de amor e pieda-de. O uso da relação para ilustrar, não amor, mas majestade e seu cenário em paralelo com a realeza divina, pode nos soar estranho".1 Mas para os israelitas isso era muito natural. No mundo semita, a honra vinha antes do amor na prioridade dos deveres: "Honra a teu pai e a tua mãe", ordena o quinto mandamento. Quando Deus se apresenta aos israelitas como Pai, é para acentuar sua autoridade sobre eles e aumentar-lhes a reverência, e não para garantir que lhe dediquem amor e lhe prestem devoção piedosa. A tônica está em que o Senhor cria a nação para que ela seja seu filho obediente (Ex 4:22-23). A idéia central é que Deus é o Pai da nação: seu Criador (2.10; Is 64:8; Jr 31:9), seu Redentor (Dt 32:6; Is 63:16), seu Guia e Guardião (Jr 3:4; Os 11:1-4).

Sem dúvida, a idéia de amor divino está presente nestes conceitos, mas na frente está o pensamento da majestade divina. Até no livro de Salmos, onde há a mais profunda relação pessoal do cristão com Deus, encontramos somente uma passagem na qual seu amor é comparado ao de um pai humano (S1 103.13). Esta tendência ao que poderíamos chamar visão austera da paternidade de Deus pode ter sido necessária para proteger a religião de Israel das idéias sensuais da paternidade divina prevalecentes entre os vizi-nhos cananeus. Mas qualquer que seja a razão, a severidade da idéia do Antigo Testa-mento da paternidade divina autoriza Malaquias a empregar a imagem como prova da majestade e santidade de Deus.2

Em seguida, o profeta emprega uma segunda imagem: Deus é o senhor e Israel, o servo. Paulo torna esta uma das figuras dominantes pela qual descreveu a relação do cristão com Cristo 1Co 7:22; Gl 5:13; Cl 3:24). O pensamento é de propriedade divina e o direito de Deus exigir obediência absoluta.

A majestade e santidade de Deus foram prejudicadas pelos sacerdotes de Israel. E, se eu sou Pai, onde está a minha honra? E, se eu sou Senhor, onde está o meu temor ("reverência", VBB) ? Pensar em Deus como Pai é honrá-lo como Criador, Reden-tor e Sustentador. Considerá-lo como Senhor é reverenciá-lo e obedecer-lhe como Yahweh. "Pelo temor do SENHOR, os homens se desviam do mal" (Pv 16:6).

2. O Menosprezo do Nome de Deus (1:6-10)

Ao fazer este indiciamento, Malaquias acusa os sacerdotes de menosprezar o nome de Deus. Com vozes lamuriantes, levantam a questão: Em que desprezamos nós o teu nome? (6). O profeta responde: Ofereceis sobre o meu altar pão imundo (7). Este pão (lechem) não é o da proposição (que não era oferecido no altar), mas a carne das vítimas sacrificadas (cf. Lv 3:11-16; 21.6; 22.25). Este objeto de oferta estava profana-do, como explica o versículo 8, por não ter sido oferecido de acordo com as estipulações da lei cerimonial. Ao desconsiderar o claro mandamento de Deus, de se levar somente animais sem defeito, eles afirmavam: A mesa do SENHOR é desprezível. O tempo do verbo: dizeis, aqui, tem o sentido de "dizeis para si mesmos" ou "dizeis pelas ações". Por mesa do SENHOR, querem dizer o altar do sacrifício (cf. BV; NTLH).

O versículo 8 especifica as acusações. Os sacerdotes dedicavam a Deus animal cego, coxo e enfermo. Tratava-se de acintosa violação da lei, que dizia: "Porém, havendo nele algum defeito, se for coxo, ou cego, ou tiver qualquer defeito, não sacrificarás ao SE-NHOR, teu Deus" (Dt 15:21). Em sua forma mais pura, sacrificar significava ofertar a Deus algo tão valioso quanto possível como símbolo de autoconsagração voluntária. Quan-do os sacerdotes ofereciam animais doentes e aleijados, na verdade zombavam da insti-tuição do sacrifício.

Pelo visto, os sacerdotes anunciavam: "Sem defeito!" Ao considerar que o sacrifício é apenas um símbolo, pode ser que racionalizassem que um tipo de oferta era tão boa quanto outra. Mas Deus pergunta (8, Smith-Goodspeed) :

E quando trazeis o cego para sacrificar, não tem defeito? E quando trazeis o coxo e o doente, não tem defeito?

Não tem defeito? "Ora, apresenta-o ao teu governador!", sugere Malaquias. "Terá ele agrado em ti, e te será favorável?" (8, ECA). Esta alusão a "governador" (príncipe) prova que Malaquias escrevia durante o período persa, quando Judá era governado por pessoas nomeadas pelo imperador. A palavra hebraica é a mesma usada para referir-se ao exercício governamental de Zorobabel (Ag 1:1) e de Neemias (Ne 5:14).

W J. Deane parafraseou o nono versículo: "Agora vão pedir o favor de Deus com esses sacrifícios impuros; intercedam, como é o seu dever, pelo povo. Ele os aceitará? Ele será gracioso com o povo por causa de vocês?"3 Isto veio da vossa mão é frase desajeitada. Compare com esta tradução plausível do versículo 9b: "Com tal oferta da vossa mão, mostra-rá ele favor a vós?" (VBB). Melhor que cessassem os sacrificios do que fizessem ofertas com tal espírito! Veja como Moffatt esclarece a primeira parte do versículo 10: "Será que ninguém fechará as portas do Templo para impedir que vós acendeis fogos inúteis no meu altar?"

3. Deus é Honrado entre os Gentios (1.11,12)

O versículo 11 apresenta uma grande declaração e muito debatida: Mas, desde o nascente do sol até ao poente, será grande entre as nações o meu nome; e, em todo lugar, se oferecerá ao meu nome incenso e uma oblação pura; porque o meu nome será grande entre as nações, diz o SENHOR dos exércitos. Desde os dias dos pais da Igreja este versículo tem sido interpretado como profecia da era messiânica e da adoração universal da igreja cristã. 4 Deane escreve: "A linha do pensamento é esta: Deus não precisa da adoração dos judeus e de seus sacerdotes incrédulos; o Senhor não precisa de sacrifícios mutilados; a majestade divina será reconhecida pelo mundo intei-ro, e toda nação debaixo do céu lhe oferecerá adoração pura".5 Esta interpretação requer que a referência ao ritual judaico seja entendida metaforicamente: "A oblação pura é símbolo do sacrifício cristão de louvor e ação de graças; e o profeta, ao colocar-se acima das discriminações judaicas, anuncia que esta oração e sacrifício não estarão mais limi-tados especificamente a um país preferido, mas serão universais".6 Muitos vão mais além e vêem no versículo a profecia sobre a Ceia do Senhor, a "oferta pura" em memória do sacrifício de Cristo, que é oferecido onde quer que o nome de Jesus seja cultuado.

A interpretação acima se baseia no verbo será que ocorre duas vezes no versículo, uma delas em itálico (isto indica que o termo não se encontra no original). A construção hebraica admite o verbo no tempo futuro, mas é naturalmente compreendida pelo tempo presente. Pusey comenta: "Trata-se de um presente vívido, conforme se usa muitas vezes para descrever o futuro. Mas as coisas de que se fala mostram que o verbo está no futu-ro". A Septuaginta traduz assim: "O meu nome tem sido e é glorificado" (a ARA traz "é" no lugar de "será"). Se não houvesse problema teológico, seria fácil interpretar que o versículo se aplica à cena contemporânea no mundo de Malaquias. W. H. Lowe propôs o problema para o intérprete cristão:

Se considerarmos que as palavras se referem ao presente, surge a insuperável dificuldade de que em nenhum sentido, na época de Malaquias, o nome do Senhor podia ser grande em toda a extensão da terra, ou que sacrifícios puros lhe fossem oferecidos em todo lugar. Nem podemos [...] supor que os ritos pagãos mencionados aqui fossem oferecidos, sem saber, ao único Deus verdadeiro. [...] Somos forçados a aceitar que as palavras são anúncio profético da rejeição futura de Israel e da cha-mada dos gentios.

Contudo, comentários conservadores adotam o ponto de vista de que Malaquias descreve a situação contemporânea. "Nos dias do profeta, os próprios gentios faziam cultos que eram mais sinceros que os feitos em Jerusalém". 9 Se esta for interpreta-ção possível, Malaquias é um liberal em sua declaração; faz algo semelhante ao que disse Paulo no Areópago: "Esse, pois, que vós honrais não o conhecendo é o que eu vos anuncio" (Atos 17:23). Sob este ponto de vista, todas as formas de culto pagão são apal-padelas ignorantes em busca do Deus vivo e verdadeiro e, portanto, atestam o grande nome do Senhor. Todos os homens cultuam porque Deus é, e toda religião testifica de Jeová neste sentido.

Temos a nítida impressão de que Malaquias afirma que a própria sinceridade de certos cultos pagãos é uma repreensão vergonhosa à hipocrisia infame dos sacerdotes judeus. Se os gentios louvam calorosamente o nome de Deus, os sacerdotes de Jerusalém profanam-no com o desprezo pela mesa do SENHOR (12). "Claro que o propósito do profeta não é elogiar os pagãos, mas envergonhar os judeus. Os gentios honram Deus pelo cuidado e munificência, ao passo os judeus desonram-no pela indiferença"."

4. Maldição na Religião Insincera (1.13,14)

Ao menosprezar o altar e cumprir seus deveres sem sinceridade ou fé, os sacerdotes consideravam suas funções um fardo intolerável. Eis aqui, que canseira! (13), lamen-tam-se. E o lançastes ao desprezo (ou "e torcestes o nariz" para o altar, VBB). Muitos intérpretes pensam que a leitura deveria ser: "E torcestes o nariz para mim". Esta opção se baseia na suposição de que os escribas corrigiram o versículo para ter a leitura o, a fim de evitar o surgimento de irreverência (cf. ARA; NTLH). Quanto a roubado, a Ver-são Bíblica de Berkeley segue a Septuaginta e traduz por "tomado por violência", ou seja, animais roubados. Este versículo visa primariamente os sacerdotes que, como funcioná-rios corruptos, permitem que esta prática continue. O versículo a seguir condena os que levam tais ofertas.

A congregação foi corrompida pelo sacerdócio. Neste caso, era "tal sacerdote, tal povo" (o contrário de Os 4:9). Ao seguirem o exemplo dos sacerdotes, os adoradores eram mesquinhos e fraudulentos. Pois maldito seja o enganador, que, tendo animal no seu rebanho, promete e oferece ao SENHOR uma coisa vil (14). Em tempos de doença ou aflição, o indivíduo orava a Deus e prometia um animal perfeito do rebanho. Mas quando se recuperava e chegava a hora de cumprir o voto, a mesquinhez assumia o comando e então resolvia oferecer um animal ferido ou doente (cf. Lv 3:1-6). A maldição de Deus está em semelhante irreverência e falta de firmeza. Revela maior religiosidade ignorar o Senhor completamente do que não levá-lo a sério, porque é o grande Rei e o seu nome será tremendo entre as nações.


Champlin

Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
Champlin - Comentários de Malaquias Capítulo 1 do versículo 6 até o 14

Os Pecados do Ministério (Ml 1:6 — 2.10)

Ml 1:6

Se eu sou Pai, onde está a minha honra? Aqui temos a acusação formal de Yahweh contra os lideres religiosos do país. Por causa das muitas iniqüidades e corrupções (deles mesmos e do povo que os imitou), eles caíram sob a maldição divina (Ml 2:2). O Israel pós-exílico não prosperaria enquanto tivesse tais homens na liderança. Aqueles ímpios desprezaram Yahweh e Sua lei, rejeitando sua missão exaltada como sacerdotes. Eram os maiores infratores da lei mosaica e o próprio padrão de perversidade. A ira divina os golpearia, Deus era Pai, e eles, Seus filhos, mas violaram esse relacionamento exaltado.

A Paternidade de Deus (ver no Dicionário) é um grande tema para nossa canção. Não somos capazes de entender a essência de Deus, mas podemos alcançar algum conhecimento através de termos aplicados a Ele e da observação de Suas operações no mundo. Podemos ver o amor de Deus expressando-se mesmo em meio ao nosso mundo violento.

Uma Lição da África. Os missionários evangelizaram certa parte da África e fundaram algumas igrejas. Certo membro, antes zeloso, parecia ter esfriado. Um missionário perguntou a razão de sua aparente indiferença. Ele respondeu: “O senhor nos informa que Deus é nosso Pai. Não preciso saber mais nada'. Das relações entre os homens, a de pai-filho é a mais exaitada. Aqueles religiosos tinham esquecido que Yahweh-Sabaote era Pai, e agiam como filhos do diabo, desrespeitando sua missão sagrada e o amor de Deus-Pai.

Honra a teu pai e a tua mãe (que é o primeiro mandamento com promessa).
(Eíésios Os 6:2)

Ver Ex 20:12 e Dt 5:16.

Além de ser Pai, Yahweh era também Senhor, e todos os homens sábios respeitam os senhores com autoridade sobre eles, A alusão é à escravidão. Os senhores tinham poder absoluto sobre seus escravos, que não tinham vontade própria. Os ímpios, que se revoltaram contra o Senhor, pagariam alto preço por sua rebeldia. Yahweh-Sabaote (título divino usado 24 vezes neste livro; ver as notas em Ml 1:4) não olharia noutra direção, como eles pensaram em vão. Pelo contrário, eles seriam chicoteados com aquelas 39 chicotadas que lhes tirariam sua rebeldia e arrogância. Eles colocaram sua vontade contra a vontade divina, um erro crasso e custoso.

Deus era Senhor, e eles, Seus escravos, mas eles não tinham respeito nem receio do Senhor Celestial. Eram alegadamente homens religiosos, mas na verdade ateus práticos. Em teoria honravam a Deus, mas na prática honravam o diabo. Falavam de Deus em discursos eloqüentes, mas viviam de forma esquálida.

Ml 1:7
Aqueles ímpios e reprovados, quebrando os regulamentos da lei mosaica, fizeram otertas poluídas, isto é, ofereceram animais com defeitos. Paralelamente, sem dúvida, guardavam para seu próprio uso os melhores animais. Tinham refeições com os cortes mais excelentes; davam banquetes; vendiam e compravam animais, promovendo um comércio lucrativo. Somente os animais inúteis para seu propósitos chegavam ao altar de Yahweh. Ver Lev. 22:17-20, que contêm a legislação contra o uso de animais defeituosos em sacrifício. O uso de tais animais nos ritos poluía os adoradores e os sacerdotes que efetuavam os sacrifícios (Lv 22:2,Lv 22:32). Eles desprezaram a lei e o Nome de Yahweh (Ml 1:6); e, segundo, porque as oito porções se tomaram comida literal para os sacerdotes (ver. Lv 6:26; 7.11-24; Nu 3:17). O restante dos animais, uma vez que os sacrificios tivessem sido realizados, tornava-se refeição comunal do povo. Com exceção dos holocaustos, nos quais o corpo inteiro do animal sacrificial era queimado no altar, os sacrifícios eram ocasiões de festas, com bastante comida, vinho, música e dança. Ver no Dicionário o artigo denominado Holocausto. Nesse tipo de oferta, Yahweh era o único beneficiado. Das outras, Ele recebia somente a gordura e o sangue, partes mais nobres (segundo a mentalidade hebréia) dos sacrificios. Ver as leis sobre sangue e gordura, em Lv 3:17.

Os sacerdotes, não em palavras, mas em ações, estavam dizendo: “A mesa do Senhor é desprezível”. Essa condição não podia continuar. Um golpe divino logo baixaria a arrogância dos líderes maldosos.

Ml 1:8

Exemplos de animais com defeitos: animais cegos e aleijados foram sacrificados a Yahweh; mas se um oficial (governador) passasse por ali, e os sacerdotes preparassem uma refeição para ele, certamente não utilizariam tais animais para o banquete. Ver Ne 5:17, para a mesa suntuosa do governador. Note-se aqui a palavra persa para governador, pehah, que cabe bem nos tempos pós-exílicos de Israel, quando os persas ganharam o controle de tudo. Israel tornou-se uma província do império persa.

Yahweh-Sabaote, o Senhor dos Exércitos (título divino usado 24 vezes neste livro; ver Ml 1:4), observando a cena como Governador Universal, retaliaria com golpes de praga, pestilência, violência, catástrofes naturais, a fim de castigar aqueles ímpios que respeitavam um governador mais do que faziam com o Governador. Aqueles depravados agiram como se Deus não existisse, promovendo suas profanações e blasfêmias. Talvez eles fossem deistas, acreditando que existiam forças divinas, mas supondo que elas não tinham nada que ver com a vida prática. O Deísmo é, naturalmente, uma forma de ateismo prático. Contrariamente, o Teísmo ensina que o Criador não abandonou Sua criação, mas intervém, castigando os maus e abençoando os bons, segundo a lei moral. Ver no Dicionário sobre esses dois termos, e também o artigo denominado Providência de Deus.

A menção ao governador aponta claramente para o período persa, quando Judá era administrada por um governador designado pelo império persa. O grande rei controlava todos os aspectos da vida de seus territórios conquistados. A palavra pehah era utilizada também para designar os governadores Zorobabel (Ag 1:1).

Ml 1:9
O Governador des Céus, observando o que aqueles perversos estavam fazendo, zangou-se e logo os colocaria no devido lugar. O profeta os encorajou a implorar o perdão de Deus antes que caísse o golpe doloroso. Eles tinham perdido o favor de Yahweh, promovendo seu jogo tolo. A ira de Deus era iminente e não havia muito tempo para evitá-la. O arrependimento, acompanhado por uma vida transformada, podería evitar a catástrofe,

"É triste quando a religião torna-se institucionalizada e padronizada, perdendo sua pureza original. Perto do fim da vida do general William Booth, o Exército de Salvação (ao qual Booth dedicou todos os seus esforços e dinheiro) começou a dividir-se em rivalidades, visando a sucessão de poder na organização. Quando sua morte se aproximava, Booth perguntou à esposa; ‘Katie, por que não se pode preservar um movimento puro, por mais de uma geração?'” (Willard L. Sperry, in loc.).

Ml 1:10

Oxalá houvesse entre vós quem feche as portas, para que não acendésseis debalde o fogo no meu altar. A primeira parte deste versículo, no hebraico, é obscura e tem provocado várias interpretações. Talvez a Atualizada capte o significado com suas palavras: Os sacerdotes estavam promovendo um culto insultante, desgraçando o Nome de Yahweh, chamando, de novo, Yahweh-Sabaote, o Senhor dos Exércitos. Yahweh não aceitou suas ofertas; não se alegrou com seus esforços inúteis e hipócritas. O Senhor dos Exércitos exige um culto puro e sincero, seguindo a legislação mosaica em todos os seus aspectos. O versículo é ainda mais surpreendente quando nos lembramos de que Yahweh-Sabaote condenou o sacerdócio pós-exílico, o qual nada havia aprendido com a quase-destruição de Judá pelos ataques e cativeiros babilõnicos. A história nada havia ensinado a eles; a experiência amarga não os impressionou. O estado moral e espiritual daqueles depravados revertera para a apostasia dos tempos pré-exílicos.

"Aprendemos neste trecho que não houve entre eles um único sacerdote sincero e honesto. Tomaram-se um bando de egoístas, corruptamente mundanos. Ninguém acendia o fogo no altar para fazer um sacrifício, se não recebesse dinheiro" (Adam Clarke, in loc.).

Segundo o entendimento da NCV, a primeira parte do versículo, com seu hebraico obscuro, talvez indique que aqueles sacerdotes apóstatas estavam acendendo fogo em altares alheios (idólatras), mas não no altar de Yahweh. Se este for o significado do texto, fica claro que o sacerdócio tinha voltado para a idolatria-adultério-apostasia dos tempos pré-exílicos. A história judaica afirma, contrariamente, que o cativeiro babilônico tirou da cabeça dos judeus todo o desejo de praticar a idolatria, escrevendo finis sobre aquela prática.

Ml 1:11

Porque o meu nome é grande entre as nações, diz o Senhor dos Exércitos.

Desonra e Honra. O nome de Yahweh estava sendo desonrado em Jerusalém, mas chegaria o dia em que esse Nome seria honrado universalmente, do levantar ao pôr-do-sol, isto é, do extremo oriente ao ocidente. Os gentios correríam para o culto a Yahweh. levando sacrificios puros e aceitáveis, em contraste com as ofertas poluídas do sacerdócio de Judá (vss. Ml 1:7-8; Is 11:9; 45.22-25; 49.5-7; Is 59:19; Dn 7:13,Dn 7:14,Dn 7:27,Dn 7:28; Sf 2:11; 3.8-11; Zc 14:9,Zc 14:15.

A Interpretação Crístianizada. Alguns intérpretes vêem aqui a operação do evangelho no mundo que unirá judeus e gentios na igreja cristã. Dificilmente este texto pode ser considerado evangélico.

A Eucaristia. É grande exagero de alguns intérpretes ver aqui uma profecia da eucaristia cristã, a oferta dos cristãos que substituiría os sacrifícios dos judeus.

Ml 1:12-13, para ofertas voluntárias, e Lev. 22:17-24, para direções específicas sobre os tipos de sacrifícios aceitáveis para fazer votos. O povo tentava enganar e defraudar Yahweh. Ver no Dicionário o artigo intitulado Voto, para detalhes. Aqueles pervertidos agiam frivolamente com as coisas divinas, zombando do Grande Rei. Eles pagariam um preço alto, afinal.

Para votos, uma ovelha era aceitável, se não tivesse defeito (Lv 22:23). Mas se um homem tinha prometido oferecer um macho, glorificando-se assim com sua maior piedade, então era obrigado a oferecer o macho, não a fêmea, ou seu voto não teria valor. O macho era aceitável para ofertas queimadas, mas a fêmea não. Talvez o texto indique que o “adorador” ofereceu uma fêmea defeituosa, um insulto duplo, porque tinha prometido sacrificar um macho sem defeito. Cf. esta circunstância com a história de Ananias e Safira em Atos 5. A mesma lição é evidente nos dois textos. Os homens verdadeiramente piedosos são, eles mesmos, ofertas aceitáveis a Deus.

Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus que apresenteis os vossos corpos por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.

(Rm 12:1)

Quantos de nós somos como os homens do texto de Malaquias, e não como o ideal do apóstolo Paulo?
O capítulo 1 termina enfatizando a honra suprema e a autoridade absoluta de Yahweh, que os iníquos haviam esquecido.


Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Malaquias Capítulo 1 do versículo 1 até o 14
*

1.1-5 O povo de Israel não está convencido de que Deus o ama. Esta seção é a resposta de Deus a esta dúvida cínica. O Senhor lembra a Israel que Jacó, seu ancestral, foi escolhido por Deus enquanto que Esaú, antepassado de Edom, foi rejeitado. Portanto, embora Israel tenha experimentado a ira de Deus por um momento, Edom é um “Povo Contra Quem o SENHOR Está Irado Para Sempre” (1.4). Além disso, enquanto Israel é o herdeiro das promessas eternas do Senhor da aliança, Edom nunca mais se levantará de novo. O julgamento do Senhor sobre Edom será causa de louvor em Israel.

* 1.1 Sentença pronunciada pelo SENHOR. Ver ref. lat.; Is 13:1; Na 1.1; Hc 1:1; Zc 9:1; 12:1. Normalmente usado em profecias de julgamento, “sentença” pode indicar a urgência sentida pelo profeta em divulgar a sua proclamação. Acerca desta urgência, ver também Jr 20:9; Am 3:8.

* 1.2 Eu vos tenho amado. O amor eletivo de Deus é soberano e incondicional. É exposto principalmente em Deuteronômio onde os verbos “escolher” e “amar” são paralelos (Dt 7:6-8). O amor de Deus é manifesto no pacto que ele inicia com o seu povo. A proximidade de Deus para com Israel devia produzir espanto e admiração (Dt 4:7,8). O amor de Deus começa na eternidade (Jr 31:3) e é manifestado através do seu relacionamento pactual com Abraão, Moisés, e Davi (Gn 12:1-4; Êx 19:5, 6; 2Sm 7). A eleição de Jacó por Deus continuava a ter relevância no seu relacionamento com Israel no período do ministério de Malaquias. Entendido corretamente, o amor de Deus não conduz à complacência moral, mas ao zelo moral. Entretanto, a presunção de Israel e seu cinismo acerca do amor de Deus levou-o a uma crise moral da qual Malaquias trata. Ver a nota teológica: “O Propósito de Deus: Predestinação e Pré-Conhecimento”, índice.

Jacó. Um dos títulos para Deus nos Salmos é “o Deus de Jacó” (Sl 20:1; 46:7; 75:9; 76:6; 84:8). O amor eletivo de Deus é inigualável porque ele ama os pecadores, aqueles que por natureza eram os objetos de seu desagrado e ira (Lc 15:2; Rm 5:6-8; Ef 2:1-3). A história de Jacó e Esaú em Gênesis claramente indica a escolha de Jacó por Deus apesar de sua falta de mérito (Gn 25:21-34; 27.1-40; Rm 9:10-13).

* 1.3 aborreci. Embora haja um uso do verbo “aborrecer” que significa “amar menos” (Gn 29:31 ref. lat.; Lc 14:26), o contexto imediatamente seguinte sugere que “aborrecer” aqui significa rejeição ativa, desagrado, e desaprovação manifesta em justiça retributiva. Não é apenas o fato de que Esaú (Edom) sofre com a ausência ou a redução da bênção, mas que ele recebe condenação. Para este uso de “aborrecer”, ver Sl 5:5; Is 61:8; Os 9:15; Am 5:21; Mt 2:16. Ver “Eleição e Reprovação” em Rm 9:18.

assolação. A referência é mais provavelmente à ocupação de Edom pelos árabes nabateus. Em Amós 9:12 Edom é representante de todas as nações que estão sob a influência salvífica da promessa de Deus.

*

1:5 fora dos limites de Israel. Deus é o Senhor soberano da história, cujos propósitos redentores são cumpridos tanto dentro quanto fora do antigo Israel (v. 11; Gn 12:3).

* 1.6—2.9 Uma razão maior para a ira de Deus com Israel é a atitude do sacerdócio com o nome de Deus no altar e com a lei de Deus no ensino e julgamento. No altar eles ofereciam animais doentes ou imperfeitos em sacrifício, deste modo invertendo o propósito dos seus esforços e trazendo profanação e maldição quando eles deveriam ter trazido bênção e purificação. Em seu ensino e julgamento eles violaram a aliança com Levi (2.8), demonstrando parcialidade e levando muitos ao erro.

* 1:6 honra. Deus é em si mesmo infinitamente glorioso, e ele deve receber o reconhecimento do seu povo (Sl 29:1, 2; 57:5, 11).

desprezais. O oposto de honrar e temer ao Senhor (conforme 2Sm 12:9, 10). A palavra é usada freqüentemente em Provérbios (1.7; 15.20; 23.22).

* 1.7 pão imundo. A referência é aos de sacrifícios de animais (v. 8). “Imundo” significa cerimonialmente sujo e portanto, inaceitável. Deus não está ofendido somente pelas imperfeições cerimoniais mas pela atitude de menosprezo que está por detrás desses sacrifícios imperfeitos (Gn 4:3-5 e notas; Hb 11:4).

A mesa do SENHOR. Esta frase, e a frase similar no v. 12 (ref. lat.) ocorrem somente aqui no Antigo Testamento, ambas as ocorrências referem-se ao altar.

*

1.8 O coxo ou o enfermo. A lei expressamente proibia tais ofertas (Lv 22:22; Dt 15:21).

* 1:11 é grande entre as nações o meu nome. Deus promete o triunfo futuro do seu reino glorioso. “Desde o nascente do sol até ao poente,” e frases similares, frequentemente apontam para o juízo futuro de Deus do mundo e a restauração da sua ordem (Sl 50:1; Is 45:6; 59:19).

em todo lugar. Os sacrifícios imperfeitos que são oferecidos durante o período do profeta (vs. 7,
8) são contrastados com as ofertas puras de adoração no futuro (Is 2:2-4; 66.19-21; Zc 14:16-21). A promessa deste verso está sendo cumprida até mesmo agora, quando Cristo reúne seus reis e sacerdotes dentre as nações (Ap 5:9,10), e será consumada no futuro, quando as nações se reunirem para adorar a Deus em pureza (Ap 21:27).

*

1.14 maldito seja o enganador. As leis que regulamentam as ofertas voluntárias exigem a entrega de uma oferta perfeita. Este texto implica numa tentativa de enganar o Senhor (conforme Sl 76:11).

eu sou grande rei. Deus não é apenas o Pai deles (1.6; Êx 4:22) e seu Mestre, mas também é o seu Rei. A idéia de Deus como Rei surgiu logo no início da religião do Antigo Testamento (Nm 23:21; 24:7; Dt 33:5). Ver Sl 93:100.



Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de Malaquias Capítulo 1 do versículo 1 até o 14
MALAQUIAS serve como profeta no Judá aproximadamente em 430 a.C. Foi o último dos profetas do Antigo Testamento.

Ambiente da época: A cidade de Jerusalém e o templo já tinham sido reconstruídos desde fazia quase um século, mas o povo se tinha voltado negligente em sua adoração a Deus.

Mensagem principal: A relação do povo com Deus estava rota devido a seu pecado e logo seria castigado. Mas os poucos que se arrependeram receberiam a bênção de Deus, ilustrada em sua promessa de enviar l Messías.

Importância da mensagem: A hipocrisia, a negligência para Deus e a vida despreocupada têm conseqüências devastadoras. O servir e adorar a Deus deve ser o ponto principal de nossa vida, tão agora como na eternidade.

Profeta contemporâneo: Nenhum.

1:1 Um oráculo é uma mensagem de Deus. Malaquías, o último profeta do Antigo Testamento, pregou depois do Hageo, Zacarías e Nehemías, aproximadamente no ano 430 a.C. O templo tinha sido reconstruído desde fazia quase um século, mas o povo estava perdendo seu entusiasmo para a adoração. A apatia e a desilusão se estabeleceram devido a que não se cumpriram as profecias messiânicas do Isaías, Jeremías e Miqueas. Muitos de quão pecados tinham provocado a queda de Jerusalém no ano 586 a.C. se seguiam praticando no Judá. Malaquías confrontou aos hipócritas com seu pecado ao representar, de maneira gráfica, um diálogo entre o Deus justo e seu povo insensível.

1:2 A primeira mensagem de Deus por meio do Malaquías foi: "Eu lhes amei". Embora esta mensagem se aplicava especialmente ao Israel, é uma mensagem de esperança para todos os povos de todos os tempos. Infelizmente, muitas pessoas põem em tecido de julgamento o amor de Deus, e tomam o progresso político e econômico como medida do êxito. devido a que o governo era corrupto e a economia era deficiente, os israelitas assumiram que Deus não os amava. Estão equivocados. Deus ama a todas as pessoas porque O as criou; entretanto, suas recompensas eternas são sozinho para os que lhe são fiéis.

1.2-5 A frase "e ao Esaú aborreci" não se refere ao destino eterno do Esaú. Simplesmente significa que Deus escolheu ao Jacó para ser o meio pelo que surgiria a nação do Israel e o Messías (veja-se Rm 9:10-13). Deus permitiu ao Esaú ser pai de uma nação, mas esta nação, Edom, mais tarde se voltou um dos principais inimigos do Israel. A história do Esaú e Jacó se encontra em Gn 25:19-34; Gn 27:30-43. E porque Deus escolheu ao Jacó e a seus descendentes como a nação por meio da qual o mundo seria bento, protegia-os de uma maneira especial. O triste é que eles rechaçaram a Deus depois de que O os escolheu.

1.6ss Deus acusou aos sacerdotes de não havê-lo honrado e não ter dado bons exemplos espirituais ao povo. O templo tinha sido reconstruído no ano 516 a.C., e a adoração se levava a cabo ali, mas os sacerdotes não adoravam a Deus de maneira adequada. Esdras, o sacerdote, tinha levado a cabo um grande avivamiento, mas nos tempos do Malaquías, muitos anos depois da morte do Esdras, o sacerdócio estava em decadência. A adoração a Deus tinha perdido sua vitalidade e se tinha voltado mais um negócio para os sacerdotes que uma adoração sincera.

1.6-8 A Lei de Deus requeria que se sacrificassem animais vivos e sem defeitos (veja-se Lv 1:3). Mas estes sacerdotes estavam oferecendo animais cegos, coxos e alguns já mortos. Deus acusou ao Israel de desonrá-lo ao oferecer sacrifícios imperfeitos. Nossas vidas devem ser sacrifícios vivos a Deus (Rm 12:1). Se dermos a Deus só o tempo, o dinheiro e a energia que nos sobram, repetiremos o mesmo pecado destes adoradores que não queriam entregar nada valioso a Deus. O que entregamos reflete nossa verdadeira atitude para O.

1:7, 8 O povo oferecia sacrifícios impróprios a Deus ao: (1) pensar sozinho no que lhes convinha: ser o mais barato possível, (2) ser negligentes: não lhes importava o que ofereciam em sacrifício, e (3) desobedecer totalmente, oferecendo sacrifícios a sua maneira e não como Deus os tinha ordenado. Estes métodos que utilizavam ao oferecer sacrifícios mostravam sua verdadeira atitude para Deus.

1:10 Como intermediários entre Deus e o povo, os sacerdotes tinham a responsabilidade de refletir as atitudes de Deus e seu caráter. Ao aceitar sacrifícios impuros, estava levando a povo a acreditar que Deus aceitava esses sacrifícios também. Como cristãos, freqüentemente estamos na mesma posição destes sacerdotes devido a que refletimos a Deus em nossas famílias e com nossos amigos. Como reflete seu caráter e atitude a imagem de Deus? Se você aceitar o pecado à ligeira, está sendo como estes sacerdotes dos tempos do Malaquías.

1:11 Um tema escutado com o passar do Antigo Testamento se reafirma neste livro: "Porque grande é meu nome entre as nações". Deus tinha um povo escolhido, os judeus, através dos quais tinha planejado salvar e benzer ao mundo inteiro. Na atualidade, Deus ainda quer salvar e benzer ao mundo por meio de seu povo, mas agora seu povo são todos os que acreditam no: judeus e gentis. Os cristãos são agora seu povo escolhido, e nosso sacrifício agradável ao Senhor é nossa nova vida em Cristo (veja-se 2Co 2:14-15). Está à disposição de Deus para ser utilizado para engrandecer seu nome ante as nações? Esta missão começa em sua casa e em sua comunidade.

1:13 Muitas pessoas pensam que seguir a Deus deve fazer a vida mais fácil ou mais cômoda. Estão procurando deus por conveniência. A verdade é que freqüentemente se requer de um trabalho árduo para viver de acordo com os duros requerimentos de Deus. Possivelmente nos chame a viver na pobreza ou no sofrimento. Entretanto, se o servir a Deus é mais importante para nós que qualquer outra coisa, todas as coisas às que renunciemos têm pouca importância comparadas com o que obtemos: vida eterna com Deus.


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Malaquias Capítulo 1 do versículo 1 até o 14
I. O TÍTULO (Ml 1:1. ; Mt 17:3 ; Mc 9:11) .

II. AMOR DE JEOVÁ PARA ISRAEL declarado (Ml 1:2. ). A palavra hebraica ahav "denota o amor na sua expressão ou manifestação prática." Em resposta às palavras de Israel, Em que nos tens amado? os judeus são feitas para ver a atitude de Jeová para com Israel, em contraste com sua atitude para com Edom. Israel, Ele indica, terá libertação, enquanto Edom está fadado à ruína sem restauração, não falando principalmente de Israel e Edom como indivíduos, mas como nações.

O que Ele quer dizer quando fala, eu amava a Jacó; mas rejeitei Esaú? Esta passagem tem sido muitas vezes interpretado literalmente, quando, como Orr coloca, que se destina "hiperbolicamente em sentido relativo a expressar apenas forte preferência de um para outro." Indicações de que esta interpretação é correta são vistos, em primeiro lugar de tudo, no uso da palavra "ódio" na Bíblia e, em segundo lugar, no relacionamento de Deus com Esaú (Edom) e seus descendentes.

Duas palavras hebraicas, sane' e satam , são traduzidas como "ódio" no Antigo Testamento. Destes, sane' é utilizada com mais frequência e aparece em Ml 1:3 : "Jeová viu que Lia era desprezada."

A afirmação anterior é feita de Jacó. No entanto, não há nenhuma evidência de que Jacó realmente odiava Leah. A verdade da questão é que ele amava a Raquel muito mais do que ele amava Lia que, hiperbolicamente, o seu amor para os dois foi em pólos opostos. No entanto, seu verdadeiro amor por Leah é visto em sua conduta para com ela. Ele deu a seus filhos (Gn 29:1 ). E ele parece sempre ter tratado com gentileza.

Da mesma forma, é evidente que Deus não odeia Esaú no sentido de que nós comumente entender a palavra. Ele abençoou Esaú (Gn 27:38 ), deu a seus descendentes uma morada (Js 24:4 ). Embora, mais tarde, por causa da obstinação contínuo da Edom, Deus o julgou severamente (conforme Obad .; Jl 1:6 , Jl 1:11 , Jl 1:12 ; Is 63:1. ; Jr 49:7 ), Ele também Israel punido por seus pecados. Ele castiga aqueles a quem ama (He 12:6f ), não é uma prova de que Ele originalmente odiava Edom, não mais do que o fato de o inferno é a prova de que Deus nunca amou os condenados (conforme Jo 3:16 ).

O equivalente grego do sane' ("odeio") é miseo . Em Lc 14:26 , Jesus afirma que somente aquele que odeia "seu próprio pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, ... e também à própria vida ...", pode ser seu discípulo. Para interpretar essa declaração literalmente é fazer com que o cristianismo uma religião de contradições. Mas Jesus não estava ensinando o ódio; Ele estava expressando em linguagem hiperbólica a verdade significativo que o amor de um discípulo de Cristo pelo seu Senhor deve ser muito mais forte do que o seu amor por ninguém.

Assim, tanto o uso gramatical e um estudo da história indicam que Deus não foi o que significa, em Ml 1:3)

6 O filho honra o pai, eo servo ao seu amo; se eu sou pai, onde está a minha honra? e se eu sou senhor, onde está o meu medo? diz o Senhor dos Exércitos para vós, ó sacerdotes, que desprezam o meu nome. E vós dizeis: Em que temos desprezado o teu nome? 7 Ye oferta pão profano sobre o meu altar. E vós dizeis: Em que te havemos profanado? Nisto que dizeis: A mesa do SENHOR é desprezível. 8 E, quando trazeis animal cego para o sacrifício, isso não é mau! e quando ofereceis o coxo ou o doente, isso não é mau! Ora apresenta-o ao teu governador; será que ele agrado em ti? ou aceitará ele a tua pessoa? diz o Senhor dos Exércitos. 9 E agora, peço-vos, implorou o favor de Deus, para que ele tenha misericórdia de nós: Este tem sido o da vossa mão, aceitará ele a vossa pessoa? diz o Senhor dos exércitos. 10 Oh que havia alguém entre vós que fechasse as portas, para vos não kindle fogo em meu altar em vão! Eu não tenho prazer em vós, diz o Senhor dos exércitos, nem aceitarei oferta da vossa Mc 11:1 Mas desde o nascente do sol até o pôr-do-mesmo meu nome será grande entre as nações; e em todo lugar incenso será oferecido ao meu nome, e uma oblação pura; porque o meu nome será grande entre as nações, diz o Senhor dos exércitos. 12 Mas vós o profanais, quando dizeis: A mesa do Senhor é profana, eo seu fruto, a sua comida, é desprezível. 13 Ye dizer também: Eis aqui, que canseira! E o lançastes ao desprezo, diz o Senhor dos exércitos; e vós trouxeram a que foi tomada pela violência, e os coxos e os doentes; assim trazeis a oferta: que devo aceitar isso em sua mão? . diz o Senhor 14 Mas seja maldito o enganador que, no seu rebanho um macho, e voweth, e sacrifica ao Senhor o que tem mácula; porque eu sou grande Rei, diz o Senhor dos Exércitos, o meu nome é temível entre os gentios.

Após o cativeiro, o lugar do sacerdote na vida religiosa e nacional judaico aumentou em importância. Este fato dá força adicional à acusação do sacerdócio nesta seção. O profeta traz acusações específicas. A primeira acusação é a de palavrões, ou seja, o desprezo ou desrespeito a Deus e as coisas sagradas. É o pecado de degradar coisas sagradas para um nível Ct 1:1 ; Dt 15:21. ). (3) A desdém para o nome de Deus, declarando que a mesa do Senhor está poluída, ou seja, desprezível (v. Ml 1:7 ).

Enquanto, entre os gentios em terras pagãs, os louvores de Deus seria cantado do amanhecer ao sol poente, Israel profanado o nome de Deus, e os sacerdotes exerciam suas funções sem coração. Eles ofereceram rasgado, animais resgatados. Eles consideraram os coxos e os doentes para ser bom o suficiente para Deus, o grande Rei do Universo. Mesmo quando um tinha um macho sem defeito para uma oferenda, ele tomou uma vez que tem mácula, apresentando, assim, seu coração enganoso. Então Malaquias diz: Maldito seja o enganador, "o profanador, e cada religioso Deus-depreciativa que denuncia o grande Rei, o Senhor dos Exércitos."

Aqui, então, é o veredicto de Deus contra a adoração adoração insincera que apresenta pouca noção da grandiosidade e majestade do Deus eterno, ea reverência devida ao seu grande e santo nome.


Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de Malaquias Capítulo 1 do versículo 1 até o 14
I. Eles duvidam do amor do Senhor (Ml 1:1-39)

O Senhor disse a seu povo: "Eu vos tenho amado". Ele responde: "Em que nos tens amado?", e pede provas disso. Duvidar do amor do Senhor é o início da descrença e da deso-bediência. Eva duvidou do amor do Senhor e comeu o fruto da árvore proibida; ela achava que Deus lhe recusava algo. Satanás quer que nos sintamos negligenciados pelo Senhor. Ele diz ao remanescente ju-deu: "Veja a situação difícil de vo-cês. Onde estão as safras? Por que Deus não cuida de vocês?".

O Senhor prova seu amor por seu povo de duas formas: (1) ele graciosamente escolheu Jacó para ser pai dele e rejeitou Esaú, que, de muitas formas, era um homem mui-to melhor que Jacó; e (2) ele julgou os edomitas (descendentes de Esaú) e deu a Israel a terra melhor. Ele pro-meteu a Israel uma terra que "mana leite e mel"; no entanto, infeliz-mente, o pecado dele sujou a terra. Mesmo assim, Deus graciosamente restaurou a terra para o seu povo e livrou-o do cativeiro.

II. Eles desprezaram no nome do Senhor (Ml 1:6-39)

Agora, Deus volta-se para os sacer-dotes, que deveriam ser os líderes espirituais da terra. Os sacerdotes não honram o nome do Senhor; eles pegam a melhor parte das ofertas para si mesmos. Não valo-rizam os privilégios espirituais que o Senhor lhes deu: servir no altar, queimar o incenso e comer os pães da proposição. E eles não trazem o melhor que têm para o sacrifício: trazem animais com defeitos (conforme Dt 15:21). Deus dá-lhes o melhor que tem e, em troca, pede o me-lhor deles, porém eles não lhe obe-decem.

No versículo 10, o Senhor afir-ma: "Tomara houvesse entre vós quem feche as portas, para que não acendésseis, debalde, o fogo do meu altar. Eu não tenho prazer em vós. [...] nem aceitarei da vossa mão a oferta". Deus prefere ter o templo fechado a ver o povo e os sacerdotes "brincando com a religião" e guar-dando o melhor para eles mesmos. Os sacerdotes nem mesmo aceita-vam um sacrifício sem antes pegar a parte deles. Na época de Eli, foi esse tipo de pecado que trouxe der-rota para Israel (1Sm 2:12 e 4:1- 18). O versículo 11 afirma que as nações gentias oferecem sacrifícios melhores ao Senhor que seu próprio povo. E muito ruim quando pessoas não-salvas sacrificam mais por sua religião que aqueles que realmente conhecem o Senhor.

Somos sacerdotes por intermé-dio de Cristo e devemos oferecer "sacrifícios espirituais" a ele (1Pe 2:5). Que sacrifícios são esses? Nos-so corpo (Rm 12:1-45); nossos dona-tivos (Fp 4:14-50); nosso louvor (He 13:15); a prática do bem (He 13:16); as almas que ganhamos para Cristo (Rm 15:16). Temos trazido nosso melhor para ele ou apenas o que nos é conveniente?


Russell Shedd

Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
Russell Shedd - Comentários de Malaquias Capítulo 1 do versículo 1 até o 14
1.1 Malaquias quer dizer, no heb, "meu mensageiro". Este mensageiro do Senhor foi o último dos profetas do AT. Sua mensagem foi dirigida ao remanescente que voltará para a terra da Palestina, depois dos 70 anos de cativeiro. A sentença veio como conseqüência do pecado em que o povo havia caído uns cem anos após a reconstrução de Jerusalém.

1.2 Eu vos tenho amado. Deus afirma categoricamente Seu amor por Seu povo a despeito dos seus pecados. O Senhor não deixa de amar ao pecador, ainda que odeie todo e qualquer pecado. "Em que nos tem amado?" Esta é a primeira entre dez perguntas que mostram o espírito ingrato e rebelde do povo israelita (1.2, 6, 7, 12, 13 2:13-17; 3.7, 8, 13).

1.3 Aborreci a Esaú. Deus amou e elegeu a Jacó pela Sua graça soberana. O uso da palavra aborreci provavelmente seria uma expressão peculiar do hebraico para indicar que Esaú (antepassado dos edomitas) não foi eleito (conforme Rm 9:13).

1.4 Israel foi restaurada enquanto Edom ainda se achava em escombros. Isto foi uma demonstração do amor divino por Israel. Diz o Senhor dos Exércitos. Esta expressão, que salienta o poder de Deus, encontra-se 24 vezes nesta profecia curta. Malaquias recebeu sua mensagem diretamente de Deus e portanto falou com autoridade divina. Durante os quatrocentos anos de intervalo entre o fim do AT e o início do NT, era freqüentemente reconhecido pelas escritores judeus que não houve profeta entre eles desde Malaquias.

1.7 Os sacerdotes eram culpados de dar a Deus apenas as sobras no lugar das primícias e o melhor como a lei requeria (Lv 22:22). Nosso Senhor merece a preeminência nas nossas vidas (Cl 1:18). Dar-lhe menos é desprezá-lo e insultá-lo.

1:8-10 Ninguém se atrevia a dar um animal enfermo ou indigno a um governante. Porém era justamente o que os judeus estavam oferecendo a Deus, o Rei dos reis. Ele não pode ser enganado e conseqüentemente não aceitará tais ofertas. Dar ofertas hipócritas era pior que deixar de sacrificar. Melhor fechar as portas do templo o que ofender a Deus com um culto desprezível.
1.11 Incenso é o símbolo de oração (Ap 8:3, Ap 8:4) Uma vez que a palavra sacrificar é usada para designar louvor (He 13:15); pode ser que aqui um culto espiritual esteja em vista. Esta predição de culto universal cumpre-se parcialmente na 1greja, espalhada em todas as nações do mundo. Seu cumprimento final se realizará com a segunda vinda de Cristo (Ap 7:9, Ap 7:10).

1.14 A lição deste capítulo é que Deus é grande e santo. Ele deve ser servido e cultuado em espírito e em verdade (Jo 4:23, Jo 4:24). • N. Hom. "Religião insincera e sem proveito” é demonstrada:
1) Na ingratidão em face do amor incontestável de Deus (2);
2) Na impertinência no culto, oferecendo a Ele o que seja defeituoso e sem valor (9);
3) Em tornar por definida de antemão a concessão do favor divino mesmo sem pedir (9);
4) Em ser indiferente em face da grandeza de Deus (14b).


NVI F. F. Bruce

Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
NVI F. F. Bruce - Comentários de Malaquias Capítulo 1 do versículo 1 até o 14
Título (1.1)

Advertência (heb. massã’\ “oráculo” em algumas versões): O termo é usado aproximadamente 60 vezes no ATOS. A idéia é de um “peso” colocado por um senhor, governante ou uma deidade sobre seus súditos. Pode ser aplicada a uma posição de liderança entre o povo de Deus, a uma tarefa religiosa ou ao juízo de Deus. Aqui ele destaca o sentimento de compulsão e responsabilidade do profeta ao transmitir a mensagem confiada a ele. Ele não teria necessariamente escolhido dizer algo assim, mas não tem escolha: o peso foi colocado sobre ele pelo Senhor, e ele simplesmente tem de aceitar e realizar a sua tarefa. A mensagem do profeta não é uma que ele inventou; ele também não fala porque gosta de ouvir o som da sua 1374

DO SENHOR (3.13—4.3)
voz ou sentir que tem influência sobre as pessoas. Antes, é uma mensagem que foi colocada sobre o seu coração como um “peso”; e a intenção é que pese também sobre a consciência dos seus ouvintes. E a palavra do Senhor, uma revelação de Deus, contra Israel, seu povo que retornou do exílio e que está começando a esquecer o seu Deus, por máo de Malaquias (conforme Introdução).

I. O AMOR DO SENHOR POR ISRAEL (1:2-5)

Malaquias introduz a palavra que ele traz de Deus ao lembrar o povo do grande amor de Javé por ele, um tema central nos profetas do ATOS (conforme Dn 11:1-28; Jr 31:1-24; Is 43:1-23; Ez 25:12-14; Am 1:2. A expressão o Senhor dos Exércitos (Yahweh fbaôt) é repetida como um refrão em toda a profecia de Malaquias (24 vezes); indica o papel de Javé como Salvador, Protetor e Juiz do seu povo (conforme Sl 46:7,Sl 46:11). v. 4,5. O juízo de Deus sobre Edom é certo. Edom pode até tentar ser uma grande nação novamente, mas isso não vai acontecer; Deus não vai permitir. No entanto, Israel não pode se orgulhar ou confiar na sua própria justiça. A mão julgadora de Deus vai pesar sobre Israel também, como o profeta vai destacar mais tarde.

II. UMA ACUSAÇÃO CONTRA OS SACERDOTES (1.6—2.9)

As pessoas gostam de pensar no juízo de Deus como direcionado somente para outras pessoas; mas a mensagem dos profetas hebreus é que ela inclui tanto Israel quanto as outras nações, tanto os servos de Javé como o povo; o juízo sempre começa na própria casa de Deus (Jl 3:2; Jr 25:29,Jr 25:30; Ez 9:61Pe 4:17). Assim, Malaquias apresenta em primeiro lugar a acusação contra os sacerdotes (1.6—2,9) e depois contra o povo como um todo (2:10-17). v. 6. O profeta fala em termos de relacionamentos humanos comuns que são familiares a seus ouvintes — pai— filho e senhor—servo — que exigem honra e respeito (Êx 20:12; Pv 30:11). Mas, se a honra e o respeito são esperados e devidos nos relacionamentos humanos, quanto mais isso é verdadeiro no relacionamento que existe entre Javé e o seu povo! Por suas ações, os sacerdotes mostraram que, no fundo do seu coração, eles na verdade desprezam o nome de Javé (i.e., o próprio Deus; conforme Name, IDB, e Nome, NDB); conforme também 1.11,14; 2.2,5; 3.16; 4.2. v. 7,8. Os sacerdotes desprezaram Javé ao colocarem comida [ritualmenté\ impura sobre o seu altar. O problema fundamental, no entanto, não era o mero ritual, mas a atitude do coração, embora essa atitude mental conduzisse ao descuido em questões de rituais prescritos (e.g., a oferta de animais cegos, aleijados ou doentes para o sacrifício; conforme Ex 12:5Lv 1:3,10; 22:18-25; Dt 15:21 etc.). A expressão a mesa do Senhor (v. 7 e
12) é usada no ATOS somente por Malaquias (mas conforme Sl 23:5Ez 44:16); a referência principal provavelmente seja às mesas que existiam no pátio interno do templo para o sacrifício de animais. A prova de os sacerdotes estarem distantes de Javé estava no fato de que não davam a ele o que tinham de melhor, i.e., eles tentavam oferecer a Deus o que não tinha valor para os homens, v. 9. Esse versículo expressa ironia. O propósito de um presente no Antigo Oriente não era só reconhecer a generosidade recebida, mas garantir o favor para o futuro. Aqui pede-se a Deus para que tenha compaixão ao lhe apresentar ofertas definitivamente inferiores, v. 10. “Parem com essa hipocrisia!”, diz o profeta. “Seria melhor fechar as portas do templo do que continuar a profanar o altar de Deus dessa maneira”. Cf. Is 1:13; Jl 5:21-30. v. 11. Às vezes, se interpreta esse versículo como um endosso da adoração pagã, i.e., que em contraste com as práticas corruptas de Judá os gentios — por suas boas obras, por meio do culto ao “Deus dos céus”, que era muito difundido em todo o Império Persa, ou simplesmente pela sinceridade da sua devoção religiosa, adoram o Deus único e verdadeiro. Mas a expressão provavelmente é uma referência ao sacrifício perfeito da era messiânica, quando o nome de Deus vai ser grande [...] entre as nações, i.e., quando gentios vierem a conhecer Deus e a adorá-lo fora dos limites estreitos da terra da Palestina e do ritual religioso de Israel (conforme J. Baldwin, op. cit., p. 227-30.). v. 12. Em contraste com isso, Malaquias se volta para os sacerdotes; o seu vocês é enfático. Ele vai além do ritual exterior para os reais pensamentos e intenções do coração: vocês dizem que a mesa do Senhor é imunda (melhor seria: “pode ser desprezada”) e que a sua comida édesprezível. v. 13a. riem dela com desprezo: BJ: “e me desprezais”, v. 13b,14. Mais uma vez, Malaquias ressalta que Deus não está disposto a aceitar nada que não seja o melhor, animais roubados: Conforme Êx 22:31; Lv 22:20,25. A referência no v. 14 é à oferta voluntária, prometida a Deus em tempos de dificuldade como oferta de gratidão se o livramento for concedido; a tentação era oferecer um substituto sem valor. Mas o homem que tentar enganar a Deus não vai ficar impune; ele vai descobrir que Deus é um grande rei, como também pai e senhor (1.6).


Moody

Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
Moody - Comentários de Malaquias Capítulo 1 do versículo 6 até o 9

B. "Em que Desprezamos nós o Teu Nome?" 1:6 - 2:9.

O foco da atenção é agora o sacerdócio corrupto. Os sacerdotes do tempo de Malaquias seguiram os passos de Nadabe e Abiú (Lv 10:1) e dos filhos de Eli (1Sm 2:12-17). Eram administradores do ritual mosaico do sacrifício, mas seus corações estavam longe de Deus. Como a maioria do povo, eram apóstatas. Na realidade, seu desprezo pela lei de Deus e seu fracasso em honrá-lo eram justamente a influência que solapou a verdadeira fé e a conduta piedosa da parte de Israel.


Francis Davidson

O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
Francis Davidson - Comentários de Malaquias Capítulo 1 do versículo 6 até o 14
III. ISRAEL DESONRA AO SENHOR Ml 1:6-2.9

O filho honrará o pai (6). Em Israel, essa atitude para com o próprio pai, era salientada acima de todas as atitudes. Pensar em Deus como Pai, por conseguinte, deveria resultar em honra à Sua autoridade e majestade. O meu temor (6); isto é, a reverência por mim, da espécie que um servo deve a seu senhor. Porém, os sacerdotes desprezam o meu nome (6). Ofereceis... pão imundo... (7). Essa não é uma resposta à pergunta anterior, mas um segundo predicado descritivo dos sacerdotes, o que é explicado no versículo 8. Eles desprezavam Seu nome ao pensar que A mesa do Senhor é desprezível (7), e O poluíam por suas ofertas inaceitáveis. Em lugar de te (7) a Septuaginta e o Targum lêem "o", dando a entender que o desprezado era o altar, o que também sucede no versículo 8. Animal cego (8). Toda vítima dos sacrifícios tinha de ser sem defeito (ver Dt 15:21 etc.). Não faz mal (8), deve ser compreendido como palavras que expressam os sentimentos dos sacerdotes. Príncipe (8); possivelmente algum príncipe ou governante persa; os sacerdotes traziam ofertas para o altar que não ousariam apresentar à autoridade civil. Aceitará ele a tua pessoa? (8); lit., "levantará teu rosto?", isto é, "assegurar-te-á seu favor?" Portanto, os seus esforços para conquistar o favor de Deus de nada serviriam se Lhe trouxessem tais presentes. Isto veio da vossa mão (9). Leia-se conforme a Exp. Bible: "Quando coisas como estas vem de vossas mãos, pode Ele aceitar vossas pessoas?" Quanto ao versículo 10, deve-se ler: "Oxalá houvesse um entre vós que fechasse as portas, para que não acendêsseis fogo sobre meu altar em vão!" Seria melhor fechar as portas do templo e não celebrar sacrifício algum do que oferecer tão vã adoração. Será (11). Cada vez que aparece no futuro, deve ser lido no presente "é". O ponto em foco é que nos dias do profeta os próprios gentios estavam oferecendo uma adoração mais sincera que os habitantes de Jerusalém.

>Ml 1:12

Quando dizeis (12). Cfr. o versículo 7; era a atitude deles, e não tanto suas declarações reais que o profeta tinha aqui em mente. Lançastes ao desprezo (13); isto é, os sacerdotes consideravam cansativos os serviços no templo e o povo, segundo seu exemplo, mostrava-se mesquinho e enganoso. Maldito seja o enganador (14). Faz-nos lembrar a história de Ananias e Safira, em At 5. O dr. M. Dods cita, mui apropriadamente, de Pirke Aboth 1.16: "Dizei pouco e fazei muito. Sede semelhante a Abraão, que prometeu apenas um pedaço de pão, mas abateu uma novilha tenra e boa".


Dicionário

Altar

substantivo masculino Antigamente, mesa para os sacrifícios: ergueu um altar aos deuses.
Mesa onde é celebrada a missa.
Espécie de mesa destinada aos sacrifícios em qualquer religião.
Figurado A religião, a Igreja: o trono e o altar (o poder monárquico e a Igreja ou religião).
Amor fortíssimo, adoração: aquela mãe tinha um altar no coração do filho.
Objeto santo, venerável, digno de sacrifícios: o altar da pátria.
[Astronomia] Constelação austral.
Sacrifício do altar, a missa.
Ministro do altar, padre da religião cristã.
Conduzir ao altar uma pessoa, desposá-la.

Vem da palavra latina ‘altus’, echamava-se assim por ser coisa construída em elevação, empregando-se para sacrifícios e outros oferecimentos. A significação mais usual da palavra hebraica e grega é ‘lugar de matança’. Duas outras palavras em hebraico (Ez 43:15), e uma em grego (At 17:23), traduzem-se pelo termo ‘altar’, mas pouca luz derramam sobre a significação da palavra. Depois da primeira referência (Gn 8:20), estão relacionados os altares com os patriarcas e com Moisés (Gn 12:7-22.9, 35.1,1 – Êx 17:15-24.4). As primeiras instruções com respeito ao levantamento de um altar, em conexão com a Lei, acham-se em Êx 20:24-25. Devia ser de terra, ou de pedra tosca, e sem degraus. Havia dois altares em relação com o tabernáculo, um no pátio exterior, e outro no Santo Lugar. o primeiro chamava-se altar de bronze, ou do holocausto, e ficava em frente do tabernáculo. Era de forma côncava, feito de madeira de acácia, quadrado, sendo o seu comprimento e a sua largura de sete côvados, e a altura de três côvados – estava coberto de metal, e provido de argolas e varais para o fim de ser transportado nas jornadas do povo israelita pelo deserto. Em cada um dos seus quatro cantos havia uma saliência, a que se dava o nome de ponta. Não havia degrau, mas uma borda em redor para conveniência dos sacerdotes, enquanto estavam realizando o seu trabalho. Pois que os sacrifícios eram oferecidos neste altar, a sua situação à entrada do tabernáculo era para o povo de israel uma significativa lição de que não havia possível aproximação de Deus a não ser por meio do sacrifício (Êx 27:1-8 – 38.1). o altar do incenso ficava no Santo Lugar, mesmo em frente do véu, que estava diante do Santo dos Santos. Era quadrado, sendo o seu comprimento e largura de um côvado, com dois côvados de altura: feito de madeira de acácia, e forrado de ouro puro, tinha pontas em cada canto, e duas argolas de ouro aos dois lados. Ainda que este altar estava colocado no Santo Lugar, tinha ele tal relação com o significado espiritual do Santo dos Santos, que se podia dizer que era pertence deste lugar (Hb 9:3-4). Sobre ele se queimava o incenso de manhã e de tarde, como símbolo da constante adoração do povo (Êx 30:1-10 – 40.5 – 1 Ra 6.22 – Sl 141:2). No templo de Salomão o altar de bronze era muito maior do que o do tabernáculo (1 Rs 8.64), e um novo altar do incenso foi também edificado (1 Rs 7.48). o tabernáculo era o santuário central em que Deus podia ser adorado, segundo a maneira divinamente estabelecida – foi proibido a israel ter mais do que um santuário. Mas havia ambigüidade acerca da palavra ‘santuário’, pois empregava-se este termo tanto para casa, como para altar. A casa ou ‘santuário central’ tinha os seus dois altares, mas não estava cada altar em relação com uma casa. Em toda a parte eram permitidos altares, desde o tempo de Moisés em diante (Êx 20:24-26), mas somente um santuário (Êx 25:8). o requisito necessário, quanto ao levantamento de altares, era que eles não deviam ter ligação alguma com os altares gentílicos ou os lugares altos (Dt 16:21). Pluralidade de altares era coisa consentida, mas não de casas (Êx 20:24-26). A única ocasião em que houve mais de uma casa foi durante as confusões e complicações do tempo de Davi, existindo então dois santuários com dois altares de bronze, um em Gibeom e o outro em Jerusalém (1 Rs 3.2,4,16). Quando o reino se dividiu, estabeleceu Jeroboão os seus próprios santuários em Dã e Betel, a fim de evitar que o povo se dirigisse a Jerusalém, e fosse por isso afastado da submissão ao seu rei. os outros usos do altar eram, ou para memória de algum fato (Js 2L10), ou para servir de asilo em caso de perigo (1 Rs 1,50) – mas isto era excepcional, não destruindo a idéia geral do altar como lugar de sacrifício. No Novo Testamento o emprego do termo altar é muito raro. Em Mt 5:23, a referência é ao altar judaico dos holocaustos. Em 1 Co 9.13 10:18, o altar pagão e a Mesa do Senhor são postos em relação e em contraste.

Altar Mesa feita de madeira, terra ou pedras, sobre a qual se ofereciam os SACRIFÍCIOS (Ex 27:1); 20.24; (Dt 27:5). Os altares de madeira eram revestidos de algum metal e tinham pontas (chifres) nos quatro cantos (Lv 4:25). Fugitivos ficavam em segurança quando c orriam e se agarravam a essas pontas (1Rs 2:28). Havia também o altar do INCENSO, que ficava no SANTO LUGAR (Ex 30:1-10).

Altar O lugar diante do qual se apresentavam as oferendas a Deus. Jesus considerava-o digno de respeito (Mt 5:23ss.; 23,18-20) e exigia, por isso, a prévia reconciliação daqueles que se acercavam dele.

Desprezível

adjetivo Que não merece consideração: pessoa desprezível.
Digno de desprezo; abjeto, vil, vergonhoso: comportamento desprezível.
Etimologia (origem da palavra desprezível). Desprezo + ível.

E

conjunção Conjunção que liga palavras e orações com mesma função.
Indica adição: pai e mãe extremosos.
Indica oposição: falou muito, e não disse nada.
Expressa consequência: ele não quis me ouvir e se deu mal.
Denota inclusão: trouxe meus filhos e seus amigos.
Gramática Repetida entre os membros de uma série, dá mais vivacidade à enumeração: a alta, e nobre, e musical prosa de Vieira.
Gramática Indica a variação de sentidos com que nos referimos a pessoas ou coisas do mesmo nome: há amigos e amigos, interesses e interesses.
Gramática Apresenta números compostos: mil oitocentos e vinte e dois.
Gramática Inicia frases bíblicas sem ligação imediata com frase antecedente: E era a hora terceira quando O crucificaram.
Gramática Atribui enfase na frase (sobretudo em interrogações e exclamações): e tu não sabias?
substantivo masculino A quinta letra que compõe o alfabeto e sua segunda vogal: meu nome se inicia com e.
Maneira de representar essa letra (e).
numeral [Matemática] Número e, que corresponde ao quinto número numa série.
Etimologia (origem da palavra e). Do latim et.

conjunção Conjunção que liga palavras e orações com mesma função.
Indica adição: pai e mãe extremosos.
Indica oposição: falou muito, e não disse nada.
Expressa consequência: ele não quis me ouvir e se deu mal.
Denota inclusão: trouxe meus filhos e seus amigos.
Gramática Repetida entre os membros de uma série, dá mais vivacidade à enumeração: a alta, e nobre, e musical prosa de Vieira.
Gramática Indica a variação de sentidos com que nos referimos a pessoas ou coisas do mesmo nome: há amigos e amigos, interesses e interesses.
Gramática Apresenta números compostos: mil oitocentos e vinte e dois.
Gramática Inicia frases bíblicas sem ligação imediata com frase antecedente: E era a hora terceira quando O crucificaram.
Gramática Atribui enfase na frase (sobretudo em interrogações e exclamações): e tu não sabias?
substantivo masculino A quinta letra que compõe o alfabeto e sua segunda vogal: meu nome se inicia com e.
Maneira de representar essa letra (e).
numeral [Matemática] Número e, que corresponde ao quinto número numa série.
Etimologia (origem da palavra e). Do latim et.

Imundo

Imundo
1) Objeto, lugar ou pessoa que, por estarem cerimonialmente sujos, não podiam ser usados no culto de adoração a Deus ou não podiam tomar parte nele. A impureza ritual ou cerimonial podia ser resultado, por exemplo, de contato com sangue (Lv 15:25), com o corpo de um morto (Lv 22:4) ou com um alimento proibido (Jz 13:4). V. PURIFICAÇÃO.


2) Animal ou ave que não podiam ser comidos (Lv 11; At 10:14).


imundo adj. 1. Impuro, sujo. 2. Sórdido, indecente, imoral.

Sob a Lei de Moisés, certos atos e condições acarretavam uma determinada impureza, tornando-se depois necessária uma purificação cerimonial ou sacrifício próprio. o estar imundo podia provir do parto (Lv
12) – da lepra (Lv 13:14) – de certas emissões (Lv
15) – de contato com os mortos (Nm 19:11-22 – 31.19,
20) ou com o corpo de um animal limpo, que morresse de alguma doença (Lv 11:39-40 – 17.15, 16 – 22,8) – e de certos atos no sacrifício da novilha vermelha (Nm 19:1-10). Logo que se observava a impureza, eram providenciadas certas formas de purificação (Lv 11:24-25, 28, 39, 40 – 15.5, 8, 21 – Nm 19:11-22). Quando alguém, estando imundo, não fazia conhecido o seu estado, e não tratava por isso da sua purificação, precisava oferecer um sacrifício de expiação do pecado. Na vida judaica dos tempos posteriores, foi imensa a significação espiritual dos ritos de purificação em inumeráveis formalidades, que eram empregadas (conf. Mc 7:2-8). (*veja Alimentação imunda.)

Mesa

substantivo feminino Móvel, em geral de madeira, formado por uma tábua horizontalmente assentada em um ou mais pés.
Figurado Alimentação habitual, diária; passadio: mesa frugal.
Conjunto de presidentes e secretários de uma assembléia: a mesa do Senado.
Geologia Camada plana, horizontal e rodeada de escarpas.
[Brasil] Pop. Seção de feitiçaria.
Mesa de cabeceira, pequena mesa que se coloca ao lado do leito.
Mesa de operação, mesa articulada, na qual se opera o doente.
Pôr a mesa, colocar na mesa os alimentos e objetos necessários à refeição.

1. Rei de Moabe nos reinados de Acabe e de seus filhos Acazias e Jorão, reis de israel. Mesa era vassalo de Acabe, pagando-lhe um tributo de ‘cem mil cordeiros, e a 1ã de cem mil carneiros’ (2 Rs 3.4). Quando Acabe foi morto em Ramote-Gileade, Mesa sacudiu o jugo. Mas Jorão, rei de israel, uniu-se a Josafá, rei de Judá, e ao rei de Edom, numa expedição contra os moabitas, que foram completamente derrotados. Em tais extremos ofereceu Mesa o seu filho primogênito, que havia de suceder no reino, em holocausto a Camos, o desapiedado deus do fogo, adorado em Moabe, resultando deste fato o retirarem-se para as suas terras horrorizados os três exércitos. Em 1868 foi descoberto nas ruínas de Divom um grande fragmento que pertencia a um monumento de pedra, levantado por Mesa (c. 850 a.C.). Na sua inscrição estavam registradas as vitórias de Mesa sobre israel. Essa pedra, restaurada com a adição de outros fragmentos, existe hoje no Museu Britânico. É conhecida pelo nome de Pedra Moabita. 2. Um benjamita (1 Cr 8.9).

Mesa [Salvação]

Rei MOABITA que reinou no tempo de Acabe, de Acazias e de Jorão, reis de Israel. Mesa ofereceu o seu filho mais velho em sacrifício ao deus QUEMOS (2Rs 3).


Mesa 1. Móvel, geralmente com pés, utilizado para comer (Mt 15:27; Mc 7:28) ou para trabalhar (Mt 21:12; Mc 11:15; Jo 2:15).

2. Banco (Lc 19:23; comp.com Mt 25:27). Mesa de três pés “cabriolé” para as refeições.


Oferecer

verbo transitivo direto e bitransitivo Presentear; ofertar, dar alguma coisa a alguém: ofereceu chocolate ao namorado.
Sugerir algo para compensar outra: ofereceu dinheiro para evitar o prejuízo.
Exibir; fazer a exposição de: ofereceu a teoria aos cientistas.
Proporcionar; trazer consigo: essa promoção oferece descontos.
verbo transitivo direto , bitransitivo e pronominal Colocar ao dispor de: ofereceu um livro ao filho; ofereceu o carro aos convidados; ofereceu seu emprego à esposa; ofereceu-se para auxiliar o professor.
verbo bitransitivo Expressar ou realizar alguma coisa por motivos religiosos: ofereceu uma oração ao santo.
Imolar; fazer um sacrifício para ou pedir a proteção de: oferecia animais às divindades; ofereceu o sobrinho à santa de sua devoção.
Dedicar; mandar alguma coisa especialmente para alguém: ofereceu uma música ao marido.
verbo pronominal Mostrar-se; apresentar diante de si: um ótimo emprego se oferecia a ele.
Entregar-se: não a conhecia, mas se oferecia de bandeja.
Etimologia (origem da palavra oferecer). Do latim offerescere.

Paô

substantivo masculino [Brasil] Ave, do tamanho de pomba, negra, mas com o peito vermelho.

substantivo masculino [Brasil] Ave, do tamanho de pomba, negra, mas com o peito vermelho.

substantivo masculino [Brasil] Ave, do tamanho de pomba, negra, mas com o peito vermelho.

Pão

Em todos os tempos, mesmo nos maisremotos, foi o pão o principal alimento dos hebreus. Trigo e cevada, ou em separado, ou juntamente com outros grãos ou legumes, eram triturados ou pisados no pilão – misturava-se depois a farinha, com água, podendo deitar-se-lhe um pouco de sal, e por fim era cozida. Mais tarde começou a usar-se o fermento e substâncias aromáticas. Para fazer pão, amassava-se a farinha em gamelas, com as mãos ou com os pés, como os árabes ainda hoje fazem (Gn 18:6). A amassadura era, algumas vezes, feita numa peça circular de couro, que facilmente podia ser levantada e levada de terra em terra, como convinha a um povo nômade. Davam, às vezes, ao pão a forma de um bolo muito delgado, outras vezes tinha a espessura de um dedo. o processo de cozer o pão era rápido. Todas as manhãs era moído o trigo, e até se fazer o pão decorriam vinte minutos. Este era o pão asmo, que somente se usava em caso de necessidade (Gn 19:3), ou para fins cerimoniais. o pão fermentado requeria mais tempo, por causa da fermentação. Um pouco de massa do dia anterior era dissolvida em água, e com isto se misturava a farinha, sendo depois tudo bem amassado. Esperava-se, então, que a massa estivesse completamente levedada. o A.T. refere-se a três diferentes métodos de cozer o pão. Em 1 Rs 19.6 lê-se: ‘olhou ele e viu, junto à cabeceira um pão cozido sobre pedras em brasa.’ Este é, ainda hoje, o processo seguido pelos árabes. Sobre lajes acendia-se o lume com palha, ramos secos, e esterco de camelo. Quando a pedra estava bem quente, as cinzas eram removidas, sendo depois os bolos da massa postos sobre as pedras quentes, e as cinzas trazidas outra vez para o seu lugar. Passados alguns minutos, eram as cinzas novamente retiradas mas simplesmente pelo tempo necessário para se voltar o pão. Nas cidades havia padarias, havendo uma classe de padeiros profissionais. Mas geralmente possuía cada casa o seu próprio forno, que era um grande vaso de barro, no fundo do qual se acendia o lume. Quando estava aquecido, os pães era cozidos tanto na parte interior como na parte exterior daquele fogão. Nas pequenas povoações fazia-se uma cova no chão, revestindo-se o fundo e as paredes com uma camada de barro, a qual, com o fogo, se tornava dura e macia – a parte mais baixa oferecia boas condições de aquecimento para receber a massa para o pão. Em geral eram as mulheres que se ocupavam neste trabalho, mas os profissionais eram sempre homens. Em Jerusalém havia um bairro onde se fabricava o pão (Jr 37:21). (*veja Pão asmo.)

Pão
1) Alimento feito de farinha, água e fermento e assado no forno (Jo 6:9)

2) Alimento (Gn 3:19). 3 Alimento espiritual (Jo 6:31-35).

Pão Alimento feito com farinha de cevada ou trigo e levedura. Às vezes, sua forma recordava a de uma pedra (Mt 4:3; 7,9; Lc 4:3; 11,11) e constituía o alimento básico da população judaica na época de Jesus (Mc 3:20; Lc 11:5; 14,15; 15,17).

Compartilhar o pão significava a união dos que o comiam e, precisamente por isso, tinha conotações religiosas (Mt 14:19; 26,26; Mc 6:41; 14,22; Lc 9:16; 22,19; Jo 6:11; 13,18).

Deus provê seus filhos do necessário pão cotidiano (Mt 6:11; Lc 11:3) e nesse sentido devem ser entendidos os milagres da multiplicação dos pães (Mt 14:13-21; 15,32-38). Também lhes proporciona o pão espiritual (Mt 14:20; Lc 22:16) — o próprio Jesus (Jo 6:35-47). A tendência é interpretar historicamente esta última passagem e à luz tanto da instituição da Nova Aliança (Mt 26:26 e par.) como da Eucaristia. O contexto parece indicar melhor que Jesus se refere a ele próprio e ao seu ensinamento que deve aceitar quem deseja ser seu discípulo (Jo 6:60ss.).


Esse pão que, na prece do Pai Nosso, Jesus ensina-nos a pedir ao Criador, não é, pois, apenas o alimento destinado à mantença de nosso corpo físico, mas tudo quanto seja indispensável ao crescimento e perfectibilidade de nossa consciência espiritual, o que vale dizer, à realização do reino dos céus dentro de nós.
Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• O Sermão da Montanha• 16a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - O Pai Nosso

[...] O pão é o alimento do corpo e a prece é o alimento da alma.
Referencia: PERALVA, Martins• Mediunidade e evolução• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1987• - cap• 15

O pão do corpo significa amor, trabalho e sacrifício do lavrador. O pão do espírito constitui serviço, esforço e renúncia do missionário do bem.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -


Senhor

substantivo masculino Proprietário, dono absoluto, possuidor de algum Estado, território ou objeto.
História Aquele que tinha autoridade feudal sobre certas pessoas ou propriedades; proprietário feudal.
Pessoa nobre, de alta consideração.
Gramática Forma de tratamento cerimoniosa entre pessoas que não têm intimidade e não se tratam por você.
Soberano, chefe; título honorífico de alguns monarcas.
Figurado Quem domina algo, alguém ou si mesmo: senhor de si.
Dono de casa; proprietário: nenhum senhor manda aqui.
Pessoa distinta: senhor da sociedade.
Antigo Título conferido a pessoas distintas, por posição ou dignidade de que estavam investidas.
Antigo Título de nobreza de alguns fidalgos.
Antigo O marido em relação à esposa.
adjetivo Sugere a ideia de grande, perfeito, admirável: ele tem um senhor automóvel!
Etimologia (origem da palavra senhor). Do latim senior.onis.

o termo ‘Senhor’, no A.T., paraexprimir Jeová, está suficientemente compreendido nesta última palavra – e, como tradução de ãdôn, não precisa de explicação. Em Js 13:3, e freqüentemente em Juizes e Samuel, representa um título nativo dos governadores dos filisteus, não se sabendo coisa alguma a respeito do seu poder. o uso de ‘Senhor’ (kurios), no N.T., é interessante, embora seja muitas vezes de caráter ambíguo. Nas citações do A.T., significa geralmente Jeová, e é também clara a significaçãoem outros lugares (*vejag. Mt 1:20). Mas, fora estas citações, há muitas vezes dúvidas sobre se a referência é a Deus como tal (certamente Mc 5:19), ou ao Salvador, como Senhor e Mestre. Neste último caso há exemplos do seu emprego, passando por todas as gradações: porquanto é reconhecido Jesus, ou como Senhor e Mestre no mais alto sentido (Mt 15:22 – e geralmente nas epístolas – *veja 1 Co 12.3), ou como doutrinador de grande distinção (Mt 8:21 – 21.3), ou ainda como pessoa digna de todo o respeito (Mt 8:6). Deve-se observar que kurios, termo grego equivalente ao latim “dominus”, era o título dado ao imperador romano em todas as terras orientais, em volta do Mediterrâneo. E isto serve para explicar o fato de aplicarem os cristãos ao Salvador esse título, querendo eles, com isso, acentuar na sua mente e na das pessoas que os rodeavam a existência de um império maior mesmo que o de César. Com efeito, o contraste entre o chefe supremo do império romano e Aquele que é o Senhor de todos, parece apoiar muitos dos ensinamentos do N.T. Algumas vezes se usa o termo ‘Senhor’ (Lc 2:29At 4:24, etc.) como tradução de despõtes, que significa ‘dono, amo’, sugerindo, quando se emprega a respeito dos homens, que ao absoluto direito de propriedade no mundo antigo estava inerente uma verdadeira irresponsabilidade. (*veja Escravidão.)

[...] o Senhor é a luz do mundo e a misericórdia para todos os corações.
Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Pelo Evangelho


Senhor
1) (Propriamente dito: hebr. ADON; gr. KYRIOS.) Título de Deus como dono de tudo o que existe, especialmente daqueles que são seus servos ou escravos (Sl 97:5; Rm 14:4-8). No NT, “Senhor” é usado tanto para Deus, o Pai, como para Deus, o Filho, sendo às vezes impossível afirmar com certeza de qual dos dois se está falando.


2) (hebr. ????, YHVH, JAVÉ.) Nome de Deus, cuja tradução mais provável é “o Eterno” ou “o Deus Eterno”. Javé é o Deus que existe por si mesmo, que não tem princípio nem fim (Ex 3:14; 6.3). Seguindo o costume que começou com a SEPTUAGINTA, a grande maioria das traduções modernas usa “Senhor” como equivalente de ????, YHVH (JAVÉ). A RA e a NTLH hoje escrevem “SENHOR”. A forma JAVÉ é a mais aceita entre os eruditos. A forma JEOVÁ (JEHOVAH), que só aparece a partir de 1518, não é recomendável por ser híbrida, isto é, consta da mistura das consoantes de ????, YHVH, (o Eterno) com as vogais de ???????, ADONAI (Senhor).


Senhor Termo para referir-se a YHVH que, vários séculos antes do nascimento de Jesus, havia substituído este nome. Sua forma aramaica “mar” já aparecia aplicada a Deus nas partes do Antigo Testamento redigidas nesta língua (Dn 2:47; 5,23). Em ambos os casos, a Septuaginta traduziu “mar” por “kyrios” (Senhor, em grego). Nos textos de Elefantina, “mar” volta a aparecer como título divino (pp. 30 e 37). A. Vincent ressaltou que este conteúdo conceitual já se verificava no séc. IX a.C. Em escritos mais tardios, “mar” continua sendo uma designação de Deus, como se vê em Rosh ha-shanah 4a; Ber 6a; Git 88a; Sanh 38a; Eruv 75a; Sab 22a; Ket 2a; Baba Bat 134a etc.

Em algumas ocasiões, Jesus foi chamado de “senhor”, como simples fórmula de cortesia. Ao atribuir a si mesmo esse título, Jesus vai além (Mt 7:21-23; Jo 13:13) e nele insere referências à sua preexistência e divindade (Mt 22:43-45; Mc 12:35-37; Lc 20:41-44 com o Sl 110:1). Assim foi também no cristianismo posterior, em que o título “Kyrios” (Senhor) aplicado a Jesus é idêntico ao empregado para referir-se a Deus (At 2:39; 3,22; 4,26 etc.); vai além de um simples título honorífico (At 4:33; 8,16; 10,36; 11,16-17; Jc 1:1 etc.); supõe uma fórmula cúltica própria da divindade (At 7:59-60; Jc 2:1); assim Estêvão se dirige ao Senhor Jesus no momento de sua morte, o autor do Apocalipse dirige a ele suas súplicas e Tiago acrescenta-lhe o qualificativo “de glória” que, na verdade, era aplicado somente ao próprio YHVH (Is 42:8). Tudo isso permite ver como se atribuíam sistematicamente a Jesus citações veterotestamentárias que originalmente se referiam a YHVH (At 2:20ss.com Jl 3:1-5).

Finalmente, a fórmula composta “Senhor dos Senhores” (tomada de Dt 10:17 e referente a YHVH) é aplicada a Jesus e implica uma clara identificação do mesmo com o Deus do Antigo Testamento (Ap 7:14; 19,16). Tanto as fontes judeu-cristãs (1Pe 1:25; 2Pe 1:1; 3,10; Hc 1:10 etc.) como as paulinas (Rm 5:1; 8,39; 14,4-8; 1Co 4:5; 8,5-6; 1Ts 4:5; 2Ts 2:1ss. etc.) confirmam essas assertivas.

W. Bousset, Kyrios Christos, Nashville 1970; J. A. Fitzmyer, “New Testament Kyrios and Maranatha and Their Aramaic Background” em To Advance the Gospel, Nova York 1981, pp. 218-235; L. W. Hurtado, One God, One Lord: Early Christian Devotion and Ancient Jewish Monotheism, Filadélfia 1988; B. Witherington III, “Lord” em DJG, pp. 484-492; O. Cullmann, o. c.; C. Vidal Manzanares, “Nombres de Dios” en Diccionario de las tres...; Idem, El judeo-cristianismo...; Idem, El Primer Evangelio...


Strongs

Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
Malaquias 1: 7 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

Vós ① ofereceis sobre o Meu altar pão imundo, e dizeis: Em que Te havemos profanado? Nisto que dizeis: A mesa do SENHOR é desprezível.
Malaquias 1: 7 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

430 a.C.
H1351
gâʼal
גָּאַל
Por
(put)
Verbo
H1931
hûwʼ
הוּא
ele / ela / o / a
(it)
Pronome
H3068
Yᵉhôvâh
יְהֹוָה
o Senhor
(the LORD)
Substantivo
H3899
lechem
לֶחֶם
pão
(bread)
Substantivo
H4100
mâh
מָה
o que / aquilo
(what)
Pronome
H4196
mizbêach
מִזְבֵּחַ
um altar
(an altar)
Substantivo
H5066
nâgash
נָגַשׁ
chegar perto, aproximar
(And drew near)
Verbo
H559
ʼâmar
אָמַר
E disse
(And said)
Verbo
H5921
ʻal
עַל
sobre, com base em, de acordo com, por causa de, em favor de, concernente a, ao lado de,
([was] on)
Prepostos
H7979
shulchân
שֻׁלְחָן
mesa
(a table)
Substantivo
H959
bâzâh
בָּזָה
desprezar, menosprezar, desdém
(and despised)
Verbo


גָּאַל


(H1351)
gâʼal (gaw-al')

01351 גאל ga’al

uma raiz primitiva; DITAT - 301; v

  1. sujar, poluir, profanar
    1. (Nifal) ser impuro, ser poluído
    2. (Piel) poluir, profanar
    3. (Pual) ser profanado (referindo-se à remoção da função sacerdotal)
    4. (Hifil) poluir, macular
    5. (Hitpael) tornar-se impuro

הוּא


(H1931)
hûwʼ (hoo)

01931 הוא huw’ do qual o fem. (além do Pentateuco) é היא hiy’

uma palavra primitiva; DITAT - 480 pron 3p s

  1. ele, ela
    1. ele mesmo, ela mesma (com ênfase)
    2. retomando o suj com ênfase
    3. (com pouca ênfase seguindo o predicado)
    4. (antecipando o suj)
    5. (enfatizando o predicado)
    6. aquilo, isso (neutro) pron demons
  2. aquele, aquela (com artigo)

יְהֹוָה


(H3068)
Yᵉhôvâh (yeh-ho-vaw')

03068 יהוה Y ehovaĥ

procedente de 1961; DITAT - 484a; n pr de divindade Javé = “Aquele que existe”

  1. o nome próprio do único Deus verdadeiro
    1. nome impronunciável, a não ser com a vocalização de 136

לֶחֶם


(H3899)
lechem (lekh'-em)

03899 לחם lechem

procedente de 3898; DITAT - 1105a; n m

  1. pão, alimento, cereal
    1. pão
      1. pão
      2. cereal usado para fazer pão
    2. alimento (em geral)

מָה


(H4100)
mâh (maw)

04100 מה mah ou מה mah ou ם ma ou ם ma também מה meh

uma partícula primitiva, grego 2982 λαμα; DITAT - 1149 pron interr

  1. o que, como, de que tipo
    1. (interrogativa)
      1. o que?
      2. de que tipo
      3. que? (retórico)
      4. qualquer um, tudo que, que
    2. (advérbio)
      1. como, como assim
      2. por que
      3. como! (exclamação)
    3. (com prep)
      1. em que?, pelo que?, com que?, de que maneira?
      2. por causa de que?
      3. semelhante a que?
        1. quanto?, quantos?, com qual freqüência?
        2. por quanto tempo?
      4. por qual razão?, por que?, para qual propósito?
      5. até quando?, quanto tempo?, sobre que?, por que? pron indef
  2. nada, o que, aquilo que

מִזְבֵּחַ


(H4196)
mizbêach (miz-bay'-akh)

04196 מזבח mizbeach

procedente de 2076; DITAT - 525b; n m

  1. altar

נָגַשׁ


(H5066)
nâgash (naw-gash')

05066 נגש nagash

uma raiz primitiva; DITAT - 1297; v

  1. chegar perto, aproximar
    1. (Qal) chegar perto
      1. referindo-se a seres humanos
        1. referindo-se a relação sexual
      2. referindo-se a objetos inanimados
        1. aproximar um ao outro
    2. (Nifal) aproximar-se
    3. (Hifil) fazer aproximar, trazer para perto, trazer
    4. (Hofal) ser trazido para perto
    5. (Hitpael) aproximar

אָמַר


(H559)
ʼâmar (aw-mar')

0559 אמר ’amar

uma raiz primitiva; DITAT - 118; v

  1. dizer, falar, proferir
    1. (Qal) dizer, responder, fala ao coração, pensar, ordenar, prometer, intencionar
    2. (Nifal) ser falado, ser dito, ser chamado
    3. (Hitpael) vangloriar-se, agir orgulhosamente
    4. (Hifil) declarar, afirmar

עַל


(H5921)
ʻal (al)

05921 על ̀al

via de regra, o mesmo que 5920 usado como uma preposição (no sing. ou pl. freqüentemente com prefixo, ou como conjunção com uma partícula que lhe segue); DITAT - 1624p; prep

  1. sobre, com base em, de acordo com, por causa de, em favor de, concernente a, ao lado de, em adição a, junto com, além de, acima, por cima, por, em direção a, para, contra
    1. sobre, com base em, pela razão de, por causa de, de acordo com, portanto, em favor de, por isso, a respeito de, para, com, a despeito de, em oposição a, concernente a, quanto a, considerando
    2. acima, além, por cima (referindo-se a excesso)
    3. acima, por cima (referindo-se a elevação ou preeminência)
    4. sobre, para, acima de, em, em adição a, junto com, com (referindo-se a adição)
    5. sobre (referindo-se a suspensão ou extensão)
    6. por, adjacente, próximo, perto, sobre, ao redor (referindo-se a contiguidade ou proximidade)
    7. abaixo sobre, sobre, por cima, de, acima de, pronto a, em relacão a, para, contra (com verbos de movimento)
    8. para (como um dativo) conj
  2. por causa de, porque, enquanto não, embora

שֻׁלְחָן


(H7979)
shulchân (shool-khawn')

07979 שלחן shulchan

procedente de 7971; DITAT - 2395a; n m

  1. mesa
    1. mesa
      1. referindo-se à mesa do rei, uso privado, uso sagrado

בָּזָה


(H959)
bâzâh (baw-zaw')

0959 בזה bazah

uma raiz primitiva; DITAT - 224; v

  1. desprezar, menosprezar, desdém
    1. (Qal) desprezar, tratar com desprezo
    2. (Nifal)
      1. ser desprezado
      2. ser desprezível
      3. ser vil, inútil
    3. (Hifil) tornar desprezível