Enciclopédia de Mateus 11:28-28

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

mt 11: 28

Versão Versículo
ARA Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei.
ARC Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.
TB Vinde a mim, todos os que andais em trabalho e vos achais carregados, e eu vos aliviarei.
BGB Δεῦτε πρός με πάντες οἱ κοπιῶντες καὶ πεφορτισμένοι, κἀγὼ ἀναπαύσω ὑμᾶς.
HD Vinde a mim todos os cansados e sobrecarregados, e eu vos darei descanso.
BKJ Vinde a mim, todos vós que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos darei descanso.
LTT Vinde até Mim, todos vós os que estais arduamente- trabalhando e tendo sido sobrecarregados, e Eu vos darei descanso.
BJ2 Vinde a mim todos os que estais cansados sob o peso do vosso fardo[a] e eu vos darei descanso.
VULG Venite ad me omnes qui laboratis, et onerati estis, et ego reficiam vos.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Mateus 11:28

Gênesis 3:17 E a Adão disse: Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher e comeste da árvore de que te ordenei, dizendo: Não comerás dela, maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida.
Jó 5:7 Mas o homem nasce para o trabalho, como as faíscas das brasas se levantam para voar.
Jó 14:1 O homem, nascido da mulher, é de bem poucos dias e cheio de inquietação.
Salmos 32:4 Porque de dia e de noite a tua mão pesava sobre mim; o meu humor se tornou em sequidão de estio. (Selá)
Salmos 38:4 Pois já as minhas iniquidades ultrapassam a minha cabeça; como carga pesada são demais para as minhas forças.
Salmos 90:7 Pois somos consumidos pela tua ira e pelo teu furor somos angustiados.
Salmos 94:13 para lhe dares descanso dos dias maus, até que se abra a cova para o ímpio.
Salmos 116:7 Volta, minha alma, a teu repouso, pois o Senhor te fez bem.
Eclesiastes 1:8 Todas essas coisas se cansam tanto, que ninguém o pode declarar; os olhos não se fartam de ver, nem os ouvidos de ouvir.
Eclesiastes 1:14 Atentei para todas as obras que se fazem debaixo do sol, e eis que tudo era vaidade e aflição de espírito.
Eclesiastes 2:22 Porque que mais tem o homem de todo o seu trabalho e da fadiga do seu coração, em que ele anda trabalhando debaixo do sol?
Eclesiastes 4:8 Há um que é só e não tem segundo; sim, ele não tem filho nem irmã; e, contudo, de todo o seu trabalho não há fim, nem os seus olhos se fartam de riquezas; e não diz: Para quem trabalho eu, privando a minha alma do bem? Também isso é vaidade e enfadonha ocupação.
Isaías 1:4 Ai da nação pecadora, do povo carregado da iniquidade da semente de malignos, dos filhos corruptores! Deixaram o Senhor, blasfemaram do Santo de Israel, voltaram para trás.
Isaías 11:10 E acontecerá, naquele dia, que as nações perguntarão pela raiz de Jessé, posta por pendão dos povos, e o lugar do seu repouso será glorioso.
Isaías 28:12 ao qual disse: Este é o descanso, dai descanso ao cansado; e este é o refrigério; mas não quiseram ouvir.
Isaías 45:22 Olhai para mim e sereis salvos, vós, todos os termos da terra; porque eu sou Deus, e não há outro.
Isaías 48:17 Assim diz o Senhor, o teu Redentor, o Santo de Israel: Eu sou o Senhor, o teu Deus, que te ensina o que é útil e te guia pelo caminho em que deves andar.
Isaías 53:2 Porque foi subindo como renovo perante ele e como raiz de uma terra seca; não tinha parecer nem formosura; e, olhando nós para ele, nenhuma beleza víamos, para que o desejássemos.
Isaías 55:1 Ó vós todos os que tendes sede, vinde às águas, e vós que não tendes dinheiro, vinde, comprai e comei; sim, vinde e comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite.
Isaías 61:3 a ordenar acerca dos tristes de Sião que se lhes dê ornamento por cinza, óleo de gozo por tristeza, veste de louvor por espírito angustiado, a fim de que se chamem árvores de justiça, plantação do Senhor, para que ele seja glorificado.
Isaías 66:2 Porque a minha mão fez todas estas coisas, e todas estas coisas foram feitas, diz o Senhor; mas eis para quem olharei: para o pobre e abatido de espírito e que treme diante da minha palavra.
Jeremias 6:16 Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos, e vede, e perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; e achareis descanso para a vossa alma; mas eles dizem: Não andaremos.
Miquéias 6:6 Com que me apresentarei ao Senhor e me inclinarei ante o Deus Altíssimo? Virei perante ele com holocaustos, com bezerros de um ano?
Mateus 11:29 Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para a vossa alma.
Mateus 23:4 Pois atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem sobre os ombros dos homens; eles, porém, nem com o dedo querem movê-los.
João 6:37 Tudo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora.
João 7:37 E, no último dia, o grande dia da festa, Jesus pôs-se em pé e clamou, dizendo: Se alguém tem sede, que venha a mim e beba.
Atos 15:10 Agora, pois, por que tentais a Deus, pondo sobre a cerviz dos discípulos um jugo que nem nossos pais nem nós podemos suportar?
Romanos 7:22 Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus.
Gálatas 5:1 Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou e não torneis a meter-vos debaixo do jugo da servidão.
II Tessalonicenses 1:7 e a vós, que sois atribulados, descanso conosco, quando se manifestar o Senhor Jesus desde o céu, com os anjos do seu poder,
Hebreus 4:1 Temamos, pois, que, porventura, deixada a promessa de entrar no seu repouso, pareça que algum de vós fique para trás.
Apocalipse 22:17 E o Espírito e a esposa dizem: Vem! E quem ouve diga: Vem! E quem tem sede venha; e quem quiser tome de graça da água da vida.


Notas de rodapé da Bíblia (HD) - Haroldo Dutra

As notas de rodapé presentes na Bíblia versão Haroldo Dutra são comentários e explicações adicionais fornecidos pelo tradutor para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas de rodapé são baseadas em pesquisas, análises históricas, culturais e linguísticas, bem como em outras referências bíblicas, a fim de fornecer um contexto mais profundo e uma interpretação mais precisa do significado original do texto. As notas de rodapé são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.
Mateus 11 : 28
cansados
Lit. “exausto, fatigado em razão do trabalho”.

Apêndices

Os apêndices bíblicos são seções adicionais presentes em algumas edições da Bíblia que fornecem informações complementares sobre o texto bíblico. Esses apêndices podem incluir uma variedade de recursos, como tabelas cronológicas, listas de personagens, informações históricas e culturais, explicações de termos e conceitos, entre outros. Eles são projetados para ajudar os leitores a entender melhor o contexto e o significado das narrativas bíblicas, tornando-as mais acessíveis e compreensíveis.

Principais acontecimentos da vida terrestre de Jesus

O grande ministério de Jesus na Galileia (Parte 1)

DATA

LUGAR

ACONTECIMENTO

MATEUS

MARCOS

LUCAS

JOÃO

30

Galileia

Jesus anuncia pela primeira vez que “o Reino dos céus está próximo”

Mt 4:17

Mc 1:14-15

Lc 4:14-15

Jo 4:44-45

Caná; Nazaré; Cafarnaum

Cura filho de funcionário; lê o rolo de Isaías; vai para Cafarnaum

Mt 4:13-16

 

Lc 4:16-31

Jo 4:46-54

Mar da Galileia, perto de Cafarnaum

Chama quatro discípulos: Simão e André, Tiago e João

Mt 4:18-22

Mc 1:16-20

Lc 5:1-11

 

Cafarnaum

Cura sogra de Simão e outros

Mt 8:14-17

Mc 1:21-34

Lc 4:31-41

 

Galileia

Primeira viagem pela Galileia, com os quatro discípulos

Mt 4:23-25

Mc 1:35-39

Lc 4:42-43

 

Cura leproso; multidões o seguem

Mt 8:1-4

Mc 1:40-45

Lc 5:12-16

 

Cafarnaum

Cura paralítico

Mt 9:1-8

Mc 2:1-12

Lc 5:17-26

 

Chama Mateus; come com cobradores de impostos; pergunta sobre jejum

Mt 9:9-17

Mc 2:13-22

Lc 5:27-39

 

Judeia

Prega em sinagogas

   

Lc 4:44

 

31 d.C., Páscoa

Jerusalém

Cura homem em Betezata; judeus tentam matá-lo

     

Jo 5:1-47

Retorno de Jerusalém (?)

Discípulos colhem espigas no sábado; Jesus “Senhor do sábado”

Mt 12:1-8

Mc 2:23-28

Lc 6:1-5

 

Galileia; mar da Galileia

Cura mão de um homem no sábado; multidões o seguem; cura muitos

Mt 12:9-21

Mc 3:1-12

Lc 6:6-11

 

Mte. perto de Cafarnaum

Escolhe os 12 apóstolos

 

Mc 3:13-19

Lc 6:12-16

 

Perto de Cafarnaum

Profere Sermão do Monte

Mt 5:1–7:29

 

Lc 6:17-49

 

Cafarnaum

Cura servo de oficial do exército

Mt 8:5-13

 

Lc 7:1-10

 

Naim

Ressuscita filho de viúva

   

Lc 7:11-17

 

Tiberíades; Galileia (Naim ou proximidades)

João envia discípulos a Jesus; verdade revelada às criancinhas; jugo é suave

Mt 11:2-30

 

Lc 7:18-35

 

Galileia (Naim ou proximidades)

Pecadora derrama óleo nos pés de Jesus; ilustração dos devedores

   

Lc 7:36-50

 

Galileia

Segunda viagem de pregação, com os 12

   

Lc 8:1-3

 

Expulsa demônios; pecado imperdoável

Mt 12:22-37

Mc 3:19-30

   

Não dá sinal, exceto o de Jonas

Mt 12:38-45

     

Sua mãe e seus irmãos chegam; diz que discípulos são seus parentes

Mt 12:46-50

Mc 3:31-35

Lc 8:19-21

 

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita


Emmanuel

mt 11:28
Caminho, Verdade e Vida

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 172
Página: 359
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel

“Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.” — JESUS (Mt 11:28)


Ninguém como Cristo espalhou na Terra tanta alegria e fortaleza de ânimo. Reconhecendo isso, muitos discípulos amontoam argumentos contra a lágrima e abominam as expressões de sofrimento.

O Paraíso já estaria na Terra se ninguém tivesse razões para chorar. Considerando assim, Jesus, que era o Mestre da confiança e do otimismo, chamava ao seu coração todos os que estivessem cansados e oprimidos sob o peso de desenganos terrestres.

Não amaldiçoou os tristes: convocou-os à consolação.

Muita gente acredita na lágrima sintoma de fraqueza espiritual. No entanto, Maria soluçou no Calvário; Pedro lastimou-se, depois da negação; Paulo mergulhou-se em pranto às portas de Damasco; os primeiros cristãos choraram nos circos de martírio… mas, nenhum deles derramou lágrimas sem esperança. Prantearam e seguiram o caminho do Senhor, sofreram e anunciaram a Boa Nova da Redenção, padeceram e morreram leais na confiança suprema.

O cansaço experimentado por amor ao Cristo converte-se em fortaleza, as cadeias levadas ao seu olhar magnânimo transformam-se em laços divinos de salvação.

Caracterizam-se as lágrimas através de origens específicas. Quando nascem da dor sincera e construtiva, são filtros de redenção e vida; no entanto, se procedem do desespero, são venenos mortais.



mt 11:28
Rumo Certo

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 59
Página: -
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel

(Se algum quer vir após de mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me. — Mt 16:24)


A cruz do Cristo é a do exemplo e do sacrifício, induzindo-nos à subida espiritual, nos domínios da elevação.

A nossa, porém, será, sobretudo, nós em nós mesmos.

Aguentar-nos como temos sido nas múltiplas existências passadas.

Carregar-nos com as imperfeições e dívidas que inadvertidamente acumulamos; entretanto, agradecendo e abençoando a lixívia de suor e pranto no resgate ou na tribulação com que as extirparemos.

Em muitos episódios difíceis da existência, consideramos demasiadamente amargo o cálice da prova redentora que se nos destina, mas, de maneira geral, não é a medicação providencial nele contida que nos aflige e sim a nossa própria debilidade em aceitá-la.

Em numerosas crises do mundo, julgamos excessivamente pesada a carga dos desenganos que nos fustigam o espírito; no entanto, não é o volume das desilusões educativas, que nos são indispensáveis, aquilo que nos faz vergar os ombros da alma e sim o nosso orgulho ferido a se nos esfoguear por dentro do coração.

Suportar nossa cruz será tolerar as tendências inferiores que ainda nos caracterizam, sem acalentá-las, mas igualmente sem condenar-nos, por isso, diligenciando esgotar em serviço, em paciência, em serenidade e em abnegação a sucata de sombras que ainda transportamos habitualmente no fundo das nossas atividades de autoaprimoramento ou reabilitação.

Chorar, em muitas ocasiões, mas nunca desesperarmos.

Errar ainda vezes muitas, no entanto, retificar-nos, em todos os lances da estrada, tantas vezes quantas se fizerem necessárias.

Reconhecer-nos no espelho da própria consciência, resignar-nos com as nódoas e cicatrizes emocionais da culpa que ainda se nos estampam na face espiritual e acatar no trabalho e no sofrimento a presença de cirurgiões divinos, cujo esforço nos regenerará os tecidos sutis da alma, preparando-nos e instruindo-nos para o Mundo Melhor.

Suportar nossa cruz jamais será maldizê-la ou lamentá-la e sim acolher-nos imperfeitos como ainda somos, perante Deus, mas procurando, por todos os meios justos, melhorar-nos e burilar-nos, avançando sempre, mesmo que vagarosamente, milímetro por milímetro, nos caminhos de ascensão para a Vida Eterna.



mt 11:28
Fonte Viva

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 5
Página: 23
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel

“Vinde a mim…” — JESUS (Mt 11:28)


O crente escuta o apelo do Mestre, anotando abençoadas consolações. O doutrinador repete-o para comunicar vibrações de conforto espiritual aos ouvintes.

Todos ouvem as palavras do Cristo, as quais insistem para que a mente inquieta e o coração atormentado lhe procurem o regaço refrigerante… Contudo, se é fácil ouvir e repetir o “vinde a mim” do Senhor, quão difícil é “ir para Ele”!

Aqui, as palavras do Mestre se derramam por vitalizante bálsamo, entretanto, os laços da conveniência imediatista são demasiado fortes; além, assinala-se o convite divino, entre promessas de renovação para a jornada redentora, todavia, o cárcere do desânimo isola o espírito, através de grades resistentes; acolá, o chamamento do Alto ameniza as penas da alma desiludida, mas é quase impraticável a libertação dos impedimentos constituídos por pessoas e coisas, situações e interesses individuais, aparentemente inadiáveis.

Jesus, o nosso Salvador, estende-nos os braços amoráveis e compassivos.

Com ele, a vida enriquecer-se-á de valores imperecíveis e à sombra dos seus ensinamentos celestes seguiremos, pelo trabalho santificante, na direção da Pátria Universal…

Todos os crentes registram-lhe o apelo consolador, mas raros se revelam suficientemente valorosos na fé para lhe buscarem a companhia.

Em suma, é muito doce escutar o “vinde a mim”… Entretanto, para falar com verdade, já consegues ir?



mt 11:28
Livro da Esperança

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 14
Página: 57
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel

“Vinde a mim, todos vós que estais aflitos e sobrecarregados que eu vos aliviarei.” — JESUS (Mt 11:28)


“Assim, o Espiritismo realiza o que Jesus disse do Consolador prometido: conhecimento das cousas, fazendo que o homem saiba donde vem para onde vai e porque está na Terra; atrai para os verdadeiros princípios da lei de Deus, consola pela fé e pela esperança.” — ()


Reverencia o Divino Mestre, com todas as forças da alma, entretanto, não menosprezes honrá-lo na pessoa dos semelhantes.

Guarda-lhe as memórias entre flores de carinho, mas estende os braços aos que clamam por ele, entre os espinhos da aflição.

Esculpe-lhe as reminiscências nas obras-primas da estatuária, sem qualquer intuito de idolatria, satisfazendo aos ideais de perfeição que a beleza te arranca aos sonhos de arte, no entanto, socorre, pensando nele, aos que passam diante de ti, retalhados pelo cinzel oculto do sofrimento.

Imagina-lhe o semblante aureolado de amor, ao fixá-lo nas telas em que se te corporifiquem os anseios de luz, mas suaviza o infortúnio dos que esperam por ele, nos quadros vivos da angústia humana.

Proclama-lhe a glória imperecedoura no verbo eloquente, mas deixa que a sinceridade e a brandura te brilhem na boca, asserenando, em seu nome, os corações atormentados que duvidam e se perturbam entre as sombras da Terra.

Grava-lhe os ensinamentos inesquecíveis, movimentando a pena que te configura as luminosas inspirações, no entanto, assinala as diretrizes dele com a energia renovadora dos teus próprios exemplos.

Dedica-lhe os cânticos de fidelidade e louvor que te nascem da gratidão, mas ouve os apelos dos que jazem detidos nas trevas, suplicando-lhe liberdade e esperança.

Busca-lhe a presença, no culto da prece, rogando-lhe apoio e consolação, no entanto, oferece-lhe mãos operosas no auxílio aos que varam o escuro labirinto da agonia moral, para os quais essa ou aquela ninharia de tuas facilidades constitui novo estímulo à paciência.

Através de numerosas reencarnações, temos sido cristãos sem Cristo.

Conquistadores, não nos pejávamos de implorar-lhe patrocínio aos excessos do furto.

Latifundiários cruéis, não nos envergonhávamos de solicitar-lhe maior número de escravos que nos atendessem ao despotismo, em clamorosos sistemas de servidão.

Piratas, dobrávamos insensatamente os joelhos para agradecer-lhe a presa fácil.

Guerreiros, impetrávamos dele, em absoluta insanidade, nos inspirasse o melhor modo de oprimir.

Agora que a Doutrina Espírita no-lo revela por mentor claro e direto da alma, ensinando-nos a responsabilidade de viver, é imperioso saibamos dignificá-lo na própria consciência, acima de quaisquer demonstrações exteriores, procurando refleti-lo em nós mesmos. Entretanto, para que isso aconteça, é preciso, antes de tudo, matricular o raciocínio na escola da caridade, que será sempre a mestra sublime do coração.




(Reformador, dezembro de 1962, p. 271)


mt 11:28
A Caminho da luz

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 14
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel

Os primeiros cristãos.


Atingindo um período de nova compreensão concernente aos mais graves problemas da vida, a sociedade da época sentia de perto a insuficiência das escolas filosóficas conhecidas, no propósito de solucionar as suas grandes questões. A ideia de uma justiça mais perfeita para as classes oprimidas tornara-se assunto obsidente para as massas anônimas e sofredoras.

Em virtude dos seus postulados sublimes de fraternidade, a lição do Cristo representava o asilo de todos os desesperados e de todos os tristes. As multidões dos aflitos pareciam ouvir aquela misericordiosa exortação: — “Vinde a mim, vós todos que sofreis e tendes fome de justiça e eu vos aliviarei” (Mt 11:28) — e da cruz chegava-lhes, ainda, o alento de uma esperança desconhecida.

A recordação dos exemplos do Mestre não se restringia aos povos da Judeia, que lhe ouviram diretamente os ensinos imorredouros. Numerosos centuriões e cidadãos romanos conheceram pessoalmente os fatos culminantes das pregações do Salvador. Em toda a Ásia Menor, na Grécia, na África e mesmo nas Gálias, como em Roma, falava-se d’Ele, da sua filosofia nova que abraçava todos os infelizes, cheia das claridades sacrossantas do reino de Deus e da sua justiça. Sua doutrina de perdão e de amor trazia nova luz aos corações e os seus seguidores destacavam-se do ambiente corrupto do tempo, pela pureza, de costumes e por uma conduta retilínea e exemplar.

A princípio, as autoridades do Império não ligaram maior importância à doutrina nascente, mas os Apóstolos ensinavam que, por Jesus-Cristo, não mais poderia haver diferença entre os livres e os escravos, entre patrícios e plebeus, porque todos eram irmãos, filhos do mesmo Deus. O patriciado não podia ver com bons olhos semelhantes doutrinas. Os cristãos foram acusados de feiticeiros e heréticos, iniciando-se o martirológio com os primeiros editos de proscrição. O Estado não permitia outras associações independentes, além daquelas consideradas como cooperativas funerárias e, aproveitando essa exceção, os seguidores do Crucificado começaram os famosos movimentos das catacumbas.


A propagação do Cristianismo.


Na Judeia cresce, então, o número dos prosélitos da nova crença. O hino de esperanças da manjedoura e do calvário espalha nas almas um suave e eterno perfume. É assim que os Apóstolos, cuja tarefa o Cristo abençoara com a sua misericórdia, espalham as claridades da Boa Nova por toda a parte, repartindo o pão milagroso da fé com todos os famintos do coração.

A doutrina do Crucificado propaga-se com a rapidez do relâmpago.

Fala-se dela, tanto em Roma como nas Gálias e no norte da África. Surgem os advogados e os detratores. Os prosélitos mais eminentes buscam doutrinar, disseminando as ideias e interpretações. As primeiras igrejas surgem ao pé de cada Apóstolo, ou de cada discípulo mais destacado e estudioso.

A centralização e a unidade do Império Romano facilitaram o deslocamento dos novos missionários, que podiam levar a palavra de fé ao mais obscuro recanto do globo, sem as exigências e os obstáculos das fronteiras.

Doutrina alguma alcançara no mundo semelhante posição, em face da preferência das massas. É que o Divino Mestre selara com exemplos as palavras de suas lições imorredouras.

Maior revolucionário de todas as épocas, não empunhou outra arma além daquelas que significam amor e tolerância, educação e aclaramento. Condenou todas as hipocrisias, insurgiu-se contra todas as violências oficializadas, ensinando simultaneamente aos discípulos o amor incondicional à ordem, ao trabalho e à paz construtiva. É por essa razão que os constituem o livro da Humanidade, por excelência. Sua simplicidade e singeleza transparecem na tradução de todas as línguas da Terra, prendendo a alma dos homens entre as luzes do Céu, ao encanto suave de suas narrativas.


A redação dos textos definitivos.


Nesse tempo, quando a guerra formidável da crítica procurava minar o edifício imortal da nova doutrina, os mensageiros do Cristo presidem à redação dos textos definitivos, com vistas ao futuro, não somente junto aos Apóstolos e seus discípulos, mas igualmente junto aos núcleos das tradições. Os cristãos mais destacados trocam, entre si, cartas de alto valor doutrinário para as diversas igrejas. São mensagens de fraternidade e de amor, que a posteridade muita vez não pôde ou não quis compreender. Muitas escolas literárias se formaram nos últimos séculos, dentro da crítica histórica, para o estudo e elucidação desses documentos. A palavra “apócrifo” generalizou-se como o espantalho de todo o mundo. Histórias numerosas foram escritas. Hipóteses incontáveis foram aventadas, mas os sábios materialistas, no estudo das ideias religiosas, não puderam sentir que a intuição está acima da razão e, ainda uma vez, falharam, em sua maioria, na exposição dos princípios e na apresentação das grandes figuras do Cristianismo.

A grandeza da doutrina não reside na circunstância de o Evangelho ser de ou de , de ou de ; está na beleza imortal que se irradia de suas lições divinas, atravessando as idades e atraindo os corações. Não há vantagem nas longas discussões quanto à autenticidade de uma carta de Inácio de Antioquia ou de , quando o raciocínio absoluto não possui elementos para a prova concludente e necessária. A opinião geral rodopiará em torno do crítico mais eminente, segundo as convenções. Todavia, a autoridade literária não poderá apresentar a equação matemática do assunto. É que, portas a dentro do coração, só a essência deve prevalecer para as almas e, em se tratando das conquistas sublimadas da fé, a intuição tem de marchar à frente da razão, preludiando generosos e definitivos conhecimentos.


A missão de Paulo.


No trabalho de redação dos Evangelhos, que constituem, sem dúvida, o portentoso alicerce do Cristianismo, verificavam-se, nessa época, algumas dificuldades para que se lhes desse o precioso caráter universalista.

Todos os Apóstolos do Mestre haviam saído do teatro humilde de seus gloriosos ensinamentos; mas, se esses pescadores valorosos eram elevados Espíritos em missão, precisamos considerar que eles estavam muito longe da situação de espiritualidade do Mestre, sofrendo as influências do meio a que foram conduzidos. Tão logo se verificou o regresso do Cordeiro às regiões da Luz, a comunidade cristã, de modo geral, começou a sofrer a influência do judaísmo, e quase todos os núcleos organizados da doutrina, pretenderam guardar feição aristocrática, em face das novas igrejas e associações que se fundavam nos mais diversos pontos do mundo.

É então que Jesus resolve chamar o Espírito luminoso e enérgico de Paulo de Tarso ao exercício do seu ministério. Essa deliberação foi um acontecimento dos mais significativos na história do Cristianismo. As ações e as epístolas de Paulo tornam-se poderoso elemento de universalização da nova doutrina. De cidade em cidade, de igreja em igreja, o convertido de Damasco, com o seu enorme prestígio, fala do Mestre, inflamando os corações. A princípio, estabelece-se entre ele e os demais Apóstolos uma penosa situação de incompreensibilidade, mas sua influência providencial teve por fim evitar uma aristocracia injustificável dentro da comunidade cristã, nos seus tempos inesquecíveis de simplicidade e pureza.


O Apocalipse de João.


Alguns anos antes de terminar o primeiro século, após o advento da nova doutrina, já as forças espirituais operam uma análise da situação amargurosa do mundo, em face do porvir.

Sob a égide de Jesus, estabelecem novas linhas de progresso para a civilização, assinalando os traços iniciais dos países europeus dos tempos modernos. Roma já não representa, então, para o Plano Invisível, senão um foco infeccioso que é preciso neutralizar ou remover. Todas as dádivas do Alto haviam sido desprezadas pela cidade imperial, transformada num vesúvio de paixões e de esgotamentos.

O Divino Mestre chama aos Espaços o Espírito João, que ainda se encontrava preso nos liames da Terra, e o Apóstolo, atônito e aflito, lê a linguagem simbólica do Invisível.

Recomenda-lhe o Senhor que entregue os seus conhecimentos ao planeta como advertência a todas as nações e a todos os povos da Terra, e o velho Apóstolo de Patmos transmite aos seus discípulos as advertências extraordinárias do Apocalipse.

Todos os fatos posteriores à existência de João estão ali previstos. É verdade que frequentemente a descrição apostólica penetra o terreno mais obscuro; vê-se que a sua expressão humana não pode copiar fielmente a expressão divina das suas visões de palpitante interesse para a história da Humanidade. As guerras, as nações futuras, os tormentos porvindouras, o comercialismo, as lutas ideológicas da civilização ocidental, estão ali pormenorizadamente entrevistos. E a figura mais dolorosa, ali relacionada, que ainda hoje se oferece à visão do mundo moderno, é bem aquela da igreja transviada de Roma, simbolizada na besta vestida de púrpura e embriagada com o sangue dos santos.


Identificação da besta apocalíptica.


Reza o Apocalipse que a besta poderia dizer grandezas e blasfêmias por 42 meses, (Ap 13:5) acrescentando que o seu número era o 666 (Ap 13:18). Examinando-se a importância dos símbolos naquela época e seguindo o rumo certo das interpretações, podemos tomar cada mês como sendo de 30 anos, em vez de 30 dias, obtendo, desse modo, um período de 1260 anos comuns, justamente o período compreendido entre 610 e 1870, da nossa era, quando o Papado se consolidava, após o seu surgimento, com o imperador Focas, em 607, e o decreto da infalibilidade papal com , em 1870, que assinalou a decadência e a ausência de autoridade do Vaticano, em face da evolução científica, filosófica e religiosa da Humanidade.

Quanto ao número 666, sem nos referirmos às interpretações com os números gregos, em seus valores, devemos recorrer aos algarismos romanos, em sua significação,  por serem mais divulgados e conhecidos, explicando que é o Sumo-Pontífice da igreja romana quem usa os títulos de “VICARIVS GENERALIS DEI IN TERRIS”, “VICARIVS FILII DEI” e “DVX CLERI” que significam “Vigário-Geral de Deus na Terra”, “Vigário do Filho de Deus” e “Príncipe do Clero”. Bastará ao estudioso um pequeno jogo de paciência, somando os algarismos romanos encontrados em cada título papal, a fim de encontrar a mesma equação de 666, em cada um deles.

Vê-se, pois, que o Apocalipse de João tem singular importância para os destinos da Humanidade terrestre.


O roteiro de luz e de amor.


Mas, voltemos aos nossos propósitos, cumprindo-nos reconhecer nos Evangelhos uma luz maravilhosa e divina, que o escoar incessante dos séculos só tem podido avivar e reacender. É que eles guardam a súmula de todos os compêndios de paz e de verdade para a vida dos homens, constituindo o roteiro de luz e de amor, através do qual todas as almas podem ascender às luminosas montanhas da sabedoria dos Céus.




Equivalência entre os algarismos romanos e os arábicos: = 1, = 5, = 10, = 50, = 100, = 500


ARS GENERAS EN TERRS — 5+1+100+1+5+50+1+500+1+1+1=


ARS FE — 5+1+100+1+5+1+50+1+1+500+1=


ER— 500+5+10+100+50+1=


mt 11:28
Antologia Mediúnica do Natal

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 16
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel

   “Vinde a mim, vós que sofreis!…” (Mt 11:28)

  É a palavra do Senhor,

  Tocando nações e leis,

  Ressoa, cheia de amor.


   Herdeiros tristes da cruz,

  Que seguis de alma ferida,

  Encontrareis em Jesus

  Caminho, verdade e vida.


   Famintos de paz e abrigo,

  Que lutais no mundo incréu,

  Achareis no Eterno Amigo

  O Pão que desceu do Céu.


   Almas sedentas de pouso,

  Que à sombra chorais cativas,

  Tereis no Mestre Amoroso

  A Fonte das Águas Vivas.


   Vinde, irmãos, a Jesus-Cristo,

  O Guia que nos conduz!

  Vosso caso está previsto

  Em suas lições de luz.




Essa é a 16ª lição do livro “Antologia Mediúnica do Natal”, editado pela FEB em 1966.


mt 11:28
Chico Xavier - Dos Hippies aos Problemas do Mundo

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 6
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel

— Tenho uma pergunta, que vem de Uberlândia. Quem formula esta pergunta é o Dr. Domingos Pimentel de Ulhoa, reitor da Universidade de Uberlândia. Ele, antes, faz um preâmbulo, uma observação, que é a seguinte, referindo-se a uma entrevista que você deu à revista “Realidade”: “Minha tarefa é o livro, não é a cura.” Apesar da afirmativa, o Sr., pelos seus guias, receita dezenas ou centenas de vezes em cada sessão. Muitas, somente exaltações inspiradas na moral, na fé e na esperança. Na maioria, homeopatia e dinamização suave. Pergunta: “Qual o objetivo: o sofrimento que a doutrina, julgo, considera como processo de expiação e aprimoramento. A caridade de curar algumas vezes e consolar sempre, com perdão da irreverência, é simplesmente proselitismo?”

— A informação da revista “Realidade” é uma informação autêntica. Nós, desde o princípio, temos estado convocados por nossos amigos espirituais à manutenção do livro. E o livro, por nosso intermédio, vem sendo produzido desde o ano de 1931, quatro anos depois de nosso ingresso na Doutrina Espírita, explicada por Allan Kardec, com base nos Evangelhos de Jesus Cristo. Compreendemos que as nossas respostas, as respostas dos amigos espirituais por nosso intermédio, aos amigos que nos visitam, em sua maioria quase que esmagadora, são sempre respostas baseadas na própria doutrina, em nossa necessidade de paciência, de compreensão, de calma, de humanidade, diante dos outros e há um pequeno setor em que os amigos espirituais a pedido de amigos que nos é liberada nos Estados Unidos da América do Norte e até mesmo em países da Europa, como a Alemanha Ocidental, com plena aprovação do mundo médico. Além da quinta dinamização, somente os nossos amigos diplomados em Medicina tem autoridade para apresentar os requisitos necessários ao tratamento ou cura dos enfermos. Quanto ao problema do auxílio, nós nos recordamos daquela palavra de Nosso Senhor Jesus Cristo, quando, dirigindo-se aos sofredores, Ele afiançou: “Vinde a mim vós, os que sofreis, que eu vos aliviarei”. (Mt 11:28) O próprio Senhor, não prometeu cura: Ele prometeu alívio. Não estamos fazendo absolutamente qualquer comparação. Conhecemos a nossa posição de sub-vermes em minha condição pessoal. Quanto ao proselitismo, devemos informar ao nosso caro consulente de Uberlândia que começamos nosso grupo orando, a bem dizer, em família, um pequeno grupo. Se houvesse da nossa parte qualquer impulso de proselitismo, nós estaríamos recrutando os que sofrem nas cidades de que eles procedem em Pedro Leopoldo ou Uberaba. Nós estamos em nosso grupo muito humilde de orações. Os amigos nos visitam. É impossível recusar acolhimento, porque aqueles que nos visitam nos conferem uma honra. Orar, conosco, vir ao nosso encontro para uma prece: isto é uma benção para nós. Isto, para nós é calor humano, fraternidade, amor em Jesus, aproximação humana, vontade de nos compreendermos uns aos outros, vontade de nos aquecermos de coração para coração, mas não proselitismo, porque em nossa vida de 45 anos na Doutrina Espírita-Cristã ainda não fomos a cidade alguma recrutar os nossos amigos para as nossas reuniões.


mt 11:28
Deus Conosco

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 66
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel

10/01/1942


Meus caros amigos, Deus vos conceda muita paz aos corações. Recebemos o nobre apelo de nosso irmão no sentido das máximas destinadas às obras de beneficência construídas sob a proteção do divino Mestre. Lembramos que será justo buscar nos ensinamentos diretos do Cristo as legendas desejadas. O Evangelho reúne ensinamentos de inultrapassável grandeza, cheias de profundo encanto espiritual. Creio que aí encontraremos inesgotável manancial de inspiração para esse generoso serviço. Bastará que recorrais a essa fonte, com dedicação, e defrontareis conselhos, consolações e advertências sublimes. Recordemos, baseados nessas lições sagradas, que se poderiam aproveitar belas legendas evangélicas, com ligeiras modificações, quanto estas:

“Jesus é o pão que desceu do céu.” (Jo 6:58)

“Vinde a mim todos vós, os que sofreis, e encontrareis o alívio e a esperança.” (Mt 11:28)

“O bom pastor atende às suas ovelhas fiéis.” (Jo 10:11)

“O que o olho não viu e o ouvido não ouviu reservou o Senhor no Céu aos que o servem com amor.” (Mt 13:14)

“O bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas.” (Jo 10:11)

“Nenhuma das ovelhas se perderá.” (Jo 6:39)

“Faça-se em mim a vontade do Senhor.” (Lc 1:38) (At 21:14)

“Jesus tem a água eterna e o pão vivo.” (Jo 4:13) (Jo 6:48)

“Amai-vos uns aos outros como eu vos amei.” (Jo 15:12)

Legendas como estas cremos que representam , conduzindo o coração a perspectivas mais altas. Não estamos fornecendo, entretanto, sentenças que devam ser observadas em sentido literal, mas sim sugerindo, na qualidade de irmão mais experiente e mais velho, indicando a fonte justa, onde os ensinamentos sagrados podem ser colhidos. Vosso servo e irmão humilde,



mt 11:28
Encontro marcado

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 0
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel

“Vinde a mim, todos vós que estais aflitos e sobrecarregados, que eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei comigo que sou brando e humilde de coração e achareis repouso para vossas almas, pois é suave o meu jugo e leve o meu fardo.” — JESUS (Mt 11:28)


“Sou o grande médico das almas e venho trazer-vos o remédio que vos há de curar. Os fracos, os sofredores e os enfermos são os meus filhos prediletas. Venho salvá-los. Vinde, pois, a mim, vós que sofreis e vos achais oprimidos, e sereis aliviadas e consolados. Não busqueis alhures a força e a consolação, pois que o mundo é impotente para dá-las. Deus dirige um supremo apelo aos vossos corações, por meio do Espiritismo. Escutai-o.” — O ESPÍRITO DE VERDADE ().


A vós que aspirais a alcançar a trilha da libertação e da paz, a vós que experimentastes a visita da dificuldade e da provação e indagais pela causa da angústia e do sofrimento, oferecemos estas páginas… Elas não guardam a pretensão de revelar-vos caminhos maravilhosos da Terra para os Céus e sim desejam, de algum modo, definir-nos os diálogos, de uns para com os outros, na temática da vida, ante os problemas da edificação do Reino do Senhor, a dentro de nós mesmos.

Crede, leitor amigo! Cada capítulo singelo deste livro não é senão um entendimento de alma para alma ou rápida entrevista entre nós e a verdade, no contato com a Doutrina Espírita, a Religião Universal do Amor e da Sabedoria, na qual palpita — inevitável para cada um de nós — o encontro marcado com as lições do Cristo de Deus.



Uberaba, 11 de janeiro de 1967.


mt 11:28
Evangelho por Emmanuel, O – Comentários ao Evangelho Segundo Mateus

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 261
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel

“Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.” — JESUS (Mt 11:28)


Ninguém como Cristo espalhou na Terra tanta alegria e fortaleza de ânimo. Reconhecendo isso, muitos discípulos amontoam argumentos contra a lágrima e abominam as expressões de sofrimento.

O Paraíso já estaria na Terra se ninguém tivesse razões para chorar. Considerando assim, Jesus, que era o Mestre da confiança e do otimismo, chamava ao seu coração todos os que estivessem cansados e oprimidos sob o peso de desenganos terrestres.

Não amaldiçoou os tristes: convocou-os à consolação.

Muita gente acredita na lágrima sintoma de fraqueza espiritual. No entanto, Maria soluçou no Calvário; Pedro lastimou-se, depois da negação; Paulo mergulhou-se em pranto às portas de Damasco; os primeiros cristãos choraram nos circos de martírio… mas, nenhum deles derramou lágrimas sem esperança. Prantearam e seguiram o caminho do Senhor, sofreram e anunciaram a Boa Nova da Redenção, padeceram e morreram leais na confiança suprema.

O cansaço experimentado por amor ao Cristo converte-se em fortaleza, as cadeias levadas ao seu olhar magnânimo transformam-se em laços divinos de salvação.

Caracterizam-se as lágrimas através de origens específicas. Quando nascem da dor sincera e construtiva, são filtros de redenção e vida; no entanto, se procedem do desespero, são venenos mortais.



mt 11:28
Evangelho por Emmanuel, O – Comentários às Cartas de Paulo

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 66
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel

“Porque tudo que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança.” — PAULO (Rm 15:4)


A esperança é a luz do cristão.

Nem todos conseguem, por enquanto, o voo sublime da fé, mas a força da esperança é tesouro comum.

Nem todos podem oferecer, quando querem, o pão do corpo e a lição espiritual, mas ninguém na Terra está impedido de espalhar os benefícios da esperança.

A dor costuma agitar os que se encontram no “vale da sombra e da morte”, onde o medo estabelece atritos e onde a aflição percebe o “ranger de dentes”, nas “trevas exteriores”, mas existe a luz interior que é a esperança.

A negação humana declara falências, lavra atestados de impossibilidade, traça inextricáveis labirintos, no entanto, a esperança vem de cima, à maneira do Sol que ilumina do alto e alimenta as sementeiras novas, desperta propósitos diferentes, cria modificações redentoras e descerra visões mais altas.

A noite espera o dia, a flor o fruto, o verme o porvir… O homem, ainda mesmo que se mergulhe na descrença ou na dúvida, na lágrima ou na dilaceração, será socorrido por Deus com a indicação do futuro.

Jesus, na condição de Mestre Divino, sabe que os aprendizes nem sempre poderão acertar inteiramente, que os erros são próprios da escola evolutiva e, por isto mesmo, a esperança é um dos cânticos sublimes do seu Evangelho de Amor.

Imensas têm sido, até hoje, as nossas quedas, mas a confiança do Cristo é sempre maior.

Não nos percamos em lamentações. Todo momento é instante de ouvir Aquele que pronunciou o “Vinde a mim…” (Mt 11:28)

Levantemo-nos e prossigamos, convictos de que o Senhor nos ofereceu a luz da esperança, a fim de acendermos em nós mesmos a luz da santificação espiritual.



mt 11:28
Perante Jesus

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 0
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel

Certa feita, convidou-nos o Divino Mestre: — “Vinde a mim, todos vós que sofreis e vos aliviarei…” (Mt 11:28)

E através do tempo, todos nós, os que nos consideramos imperfeitos e infelizes, fomos a Ele, a fim de ouvir-Lhe as instruções.

Os oprimidos e aflitos, os doentes, os cansados, os sedentos de justiça, os desarvorados, os desvalidos, os desamparados, os perseguidos, os caluniados, os tristes, os desesperados, os fracos, os irritadiços, os incompreendidos e toda uma legião de sofredores, buscamo-Lo, avidamente, aguardando-Lhe os ensinamentos e promessas, manifestando-nos em torno dele, qual ocorre neste livro.

E o Divino Mestre respondeu-nos com as instruções da Boa Nova, cuja validade é definitiva para todos os tempos.

Amparou-nos o Senhor, reconfortou-nos, esclareceu-nos, traçando-nos os caminhos para chegarmos até Ele e conhecermos a nós mesmos, expressando-se claramente, com vistas a todos os povos.

Reergueu-nos o ânimo e guiou-nos para a Verdade e para o Bem, iluminando-nos o coração e a inteligência.

Cabe-nos, agora, a obrigação de escutar-Lhe as orientações e acompanhar-Lhe os exemplos que Lhe caracterizam a Grandeza.



Uberaba, 19 de janeiro de 1990.


mt 11:28
Cinquenta Anos Depois

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 4
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel

Enquanto a vida familiar de Fábio Cornélio transcorria, na cidade imperial, sem acidentes dignos de menção, sigamos a filha de Helvídio Lúcius na sua via dolorosa.

Levantando-se pela manhã, Célia alcançou a povoação de Fondi,  em cujas cercanias uma criatura generosa acolheu-a por um dia, com ternura e bondade. Foi o bastante para se reconfortar das caminhadas ásperas e longas, porque, no dia seguinte, punha-se novamente a caminho em direção de Itri,  a antiga “Urbs Mamurrárum”, aproveitando o mesmo traçado da Via Ápia. 

Em caminho, teve a satisfação de encontrar a carreta de Gregório, o mesmo carreiro humilde que a deixara, na antevéspera, nas montanhas de Terracina,  circunstância que lhe trouxe ao coração muita alegria. Nas dificuldades e dores do mundo, a fraternidade tem elos profundos, jamais facultados pelos gozos mundanos, sempre fugazes e transitórios.

Gregório ofereceu-lhe o mesmo lugar ao seu lado, num gesto de proteção que a jovem aceitou, considerando-o uma bênção do Alto.

 

Desta vez, reconheceram-se como dois bons amigos de outros tempos. Falaram da paisagem e dos pequenos acidentes da viagem, rematando Gregório com uma pergunta cheia de interesse:

— Tem a senhora outros parentes além de Fondi? Não me pareceu pequeno o sacrifício em aventurar-se a uma jornada tão longa como a de anteontem… Como consentiram prosseguisse outra viagem a pé?

— Sim, meu amigo — respondeu buscando desviar a sua afetuosa curiosidade — meus parentes de Fondi são paupérrimos e não desejo voltar a Roma sem rever um tio enfermo, que reside em Minturnes. 

— Ainda bem — murmurou o generoso plebeu, satisfeito com a resposta — sendo assim, poderei levá-la hoje até o fim da sua jornada, pois vou além das lagoas da cidade.

 

A marcha continuou entre as gentilezas de Gregório e os agradecimentos de Célia, que lhe apreciava a bondade, comovida.

Somente ao cair da tarde o veículo atingiu os arredores da cidade famosa.

Despedindo-se do carinhoso companheiro, a jovem cristã atentou na paisagem soberba que se desdobrava aos seus olhos. Uma formosa vegetação litorânea repontava dos terrenos alagadiços, num dilúvio de flores. A primeira porta da cidade estava a alguns metros, e, todavia, o seu amor pela Natureza fê-la estacionar junto das grandes árvores do caminho. O sol, em declínio, enviava à tela florida os seus raios agonizantes. Dominada por grandiosos pensamentos e experimentando um novo alento de vida, com a palavra de verdade e de consolação que , dos confins do túmulo; começou a orar, agradecendo a Jesus as suas graças sublimes e infinitas.

No seu caricioso embevecimento, contemplou a figurinha mimosa que se agitava em seus braços e beijou-lhe a fronte num arroubo de espiritualidade.

 

Na véspera, haviam recebido a hospitalidade da Natureza, mas, agora, ante as fileiras de casebres ali próximos da estrada, consultava a si mesma sobre o melhor meio de recorrer à piedade alheia, contando, porém, como das outras vezes, com o amparo de Jesus, que lhe forneceria a inspiração mais acertada, por intermédio dos seus lúcidos mensageiros.

Foi então que reparou numa choupana rodeada de laranjeiras, onde a vida parecia ser a mais simples e mais solitária. Seu aspecto singelo emergia do arvoredo a duzentos metros do local em que se encontrava, mas, como que atraída por algum detalhe que não poderia definir, Célia alcançou a trilha e bateu à porta. Brilhavam no céu as primeiras estrelas.

Depois de muito chamar, sentiu que alguém se aproximava com dificuldade, para dar voltas ao ferrolho.

E não tardou tivesse diante dos olhos surpresos uma figura patriarcal e veneranda, que a acolheu com solicitude e simpatia.

 

Era um velho de cabelos e barbas completamente encanecidos. As cãs prateadas realçavam-lhe os nobres traços romanos, irrepreensíveis. Aparentava mais de setenta anos, mas o olhar estava cheio de ternura e de vida, como se os seus raciocínios estivessem em plenitude de maturidade. Estendendo-lhe as mãos encarquilhadas e trêmulas, Célia notou pequena cruz a pender-lhe do peito, fora da toga descolorida e surrada.

Grandemente emocionada e compreendendo que se encontrava à frente de um velho cristão, murmurou humilde:

— Louvado seja Nosso Senhor Jesus-Cristo!

— Para sempre, minha filha! — respondeu o ancião, esboçando num sorriso o júbilo que aquela saudação lhe causava — Entrai na choupana do mísero servo do Senhor e disponde dele, vosso servo, igualmente.

 

A filha de Helvídio Lúcius explicou, então, que se encontrava no mundo ao desamparo, com um filhinho de poucos dias, abençoando a hora feliz de bater à porta de um cristão, que, desde aquele instante, passaria a encarar como um mestre. Desde logo, estabeleceu-se entre ambos uma cordialidade e um afeto mútuos, tão expressivos, tão puros, que pareciam radicados na Eternidade.

Ouvindo-lhe a história, o ancião de Minturnes falou-lhe com brandura e sinceridade:

— Depois de examinar a tua situação, minha filha, hás de permitir te assista como um pai ou irmão mais velho, na fé e na experiência. É que, também, tive uma filha, perdida há pouco tempo, justamente quando vinha buscá-la para acompanhar-me no meu voluntário e bendito degredo na África… Parecia-se extraordinariamente contigo e terei grande ventura se me olhares com a mesma simpatia que me inspiraste. Ficarás nesta casa o tempo que quiseres, ou necessitares… Vivo só, após uma existência fértil de prazeres e de amarguras… Antigamente, a afeição de uma filha ainda me prendia o coração a cogitações mundanas, mas agora, vivo somente da minha fé em Jesus-Cristo, esperando que a sua palavra de misericórdia me chame breve ao seu reino, para a verificação da minha indigência!

 

Sua voz entrecortava-se de suspiros, como se os mais atrozes padecimentos íntimos lhe azorragassem o coração, ao evocar reminiscências.

— Há mais de um ano — continuou — aguardo oportunidade para regressar a Alexandria,  mas o deperecimento físico parece advertir-me que em breve serei forçado a entregar o corpo à terra da Campânia,  mau grado ao desejo de morrer no pouso solitário a que transportei o meu espírito…

Enquanto ele fazia uma pausa, a jovem aventou despreocupadamente:

— Sois romano, presumo, pelos traços inconfundíveis da vossa fisionomia patrícia.

Fitando-a bem nos olhos, como se quisesse certificar-se de toda a pureza e simplicidade d’alma da sua interlocutora, o ancião respondeu pausadamente:

— Filha, tua condição de cristã e a candidez que se irradia de tua alma obrigam-me a maior sinceridade para contigo!…

Nesta cidade ninguém me conhece, tal como sou!… Desde o dia em que me consagrei à instituição cristã, da qual participo no Egito longínquo, chamo-me Marinho para todos os efeitos. Dentro da nossa comunidade de homens sinceros e crentes, desprendidos dos bens materiais, fizemos voto solene de renúncia a todas as regalias efêmeras da Terra, a todas as suas alegrias, de modo a nos unirmos ao Senhor e Mestre com a compreensão clara e profunda da sua doutrina. Enquanto os déspotas do Império tramam a morte do Cristianismo, supondo aniquilá-lo com o suplício dos adeptos, fora de Roma organizam-se as forças poderosas que hão de agir no futuro, em defesa das ideias sagradas! Em todas as Províncias da Ásia  e da África  os cristãos se articulam em sociedades pacíficas e laboriosas, e guardam os escritos preciosos dos Discípulos do Senhor e dos seus seguidores abnegados, protegendo o tesouro dos crentes para uma posteridade mais piedosa e mais feliz!…”

 

Enquanto Célia o escutava com carinhoso interesse, o ancião de Minturnes continuava, depois de uma pausa, como que preparando o próprio pensamento para maior clareza das suas recordações.

— A outrem, filha, não poderia confiar o que te revelo esta noite, levado por um impulso do coração… Talvez meu espírito esteja acercando-se do sepulcro e o Mestre Amado queira advertir, indiretamente, a alma culpada e dolorida. Há qualquer coisa que me compele a confessar-te o passado com as suas inquietudes e incertezas… Não poderia explicar-te o que seja… Sei, apenas, que a inocência do teu olhar de cristã, de filha piedosa e meiga, faz nascer-me no peito exausto os bens divinos da confiança!…

 

Meu verdadeiro nome é Lésio Munácio, filho de antigos guerreiros, cujos ascendentes se notabilizaram nos feitos da República… Minha mocidade foi uma esteira longa de crimes e desvios, aos quais se entregou o meu espírito frágil, visto o desconhecimento do ensino de Jesus… Não trepidei, noutros tempos, em brandir a espada homicida, disseminando a ruína e a morte entre os seres mais humildes e desprezados… Auxiliei a perseguição aos núcleos do Cristianismo nascente, levando mulheres indefesas ao martírio e à morte, nos dias das festas execráveis!… Ai de mim, porém!… Mal sabia que um dia ecoaria em meu íntimo a mesma voz divina e profunda que soou para Paulo de Tarso a caminho de Damasco! (At 9:1) Depois dessa vida aventurosa, casei-me tarde, quando as flores da juventude já se despetalavam no outono da vida! Antes não o fizesse!… Para conquistar o afeto da companheira, fui compelido a gastar o impossível, lançando mão de todos os recursos! Sem preparação espiritual, construí o lar sobre a indigência mais triste! Em pouco tempo, uma filhinha graciosa vinha iluminar o âmago escuro das minhas reflexões sobre o destino, mas, atormentado pelas necessidades mais duras afim de mantermos em Roma o nosso padrão de vida social, senti que a pobre esposa, tomada de ilusões, não beberia comigo o cálice da pobreza e da amargura! Com efeito, em breve o meu lar estava ultrajado e deserto!…

 

O questor Flávio Hílas, abusando da amizade e da confiança que lhe dispensava, seduziu minha mulher, desviando-a ostensivamente do santuário doméstico, para escárnio de minhas esperanças e de meus sofrimentos… Desejei sucumbir para furtar-me à vergonha, mas o apego à filhinha me advertia que esse gesto extremo significava apenas covardia… Pensei, então, em procurar Flávio Hílas e a esposa infiel, para trucidá-los sumariamente com um golpe de espada, mas; quando buscava realizar o sinistro intento, encontrei um velho mendigo junto ao templo de , que me estendeu a destra dilacerada, não para implorar esmola, mas, para dar-me um fragmento de pergaminho que tomei sôfrego, como se recebesse secreta mensagem de um amigo. Depois de alguns passos, reconheci com assombro que ali se achavam grafados alguns pensamentos de Jesus-Cristo e que, depois, vim a saber serem os do Lc 6:20…

Junto a esse hino dos bem-aventurados, estava a participação de que alguns amigos do Senhor se reuniriam junto dos velhos muros da Via Salária,  naquela noite!… Retrocedi para colher informes do mendigo, não o encontrei, porém, nem pude jamais obter notícias dele.

 

Aqueles ensinamentos do Profeta Galileu encheram-me o coração… Parece que somente nas grandes dores pode a alma humana sentir a grandeza das teorias do amor e da bondade… Voltei a casa sem cumprir os malsinados propósitos, e, considerando a inocência de minha filha, cujos carinhos infantis me concitavam a viver, fui à assembleia cristã onde tive a felicidade de ouvir pregadores valorosos das verdades divinas.

Lá se congregavam homens sofredores e humilhados, entre os quais alguns conhecidos meus, que as fúrias políticas haviam atirado ao sofrimento e ao ostracismo… Criaturas humildes ouviam a Boa-Nova, de mistura com elementos do patriciado, que as circunstâncias da sorte haviam conduzido à adversidade… Para todos a palavra de Jesus constituía um consolo suave e uma energia misteriosa… Em todos, os semblantes, à claridade triste das tochas, surgia uma expressão de vida nova, que se comunicou ao meu espírito cansado e dolorido… Naquela noite regressei a casa como se houvera renascido para enfrentar a vida!

 

No dia seguinte, porém, quando menos o esperava na quietação de minha alma, eis que um pelotão de soldados me cercava a residência e conduzia-me ao cárcere, sob a mais injusta acusação… É que naquela noite o inditoso Flávio Hílas fora apunhalado em misteriosas circunstâncias. Diante do seu cadáver, minha própria mulher jurou fora eu o assassino. Arguida a calúnia, busquei interpor minhas relações de amizade para recuperar a liberdade e poder cuidar da pobre filha recolhida, então, por mãos generosas e humildes do Esquilino,  mas os amigos responderam-me que só o dinheiro poderia movimentar, a meu favor, os aparelhos judiciários do Império, e eu já não o possuía…

Abandonado no cárcere, impossibilitado de justificar-me, visto haver comparecido à assembleia cristã naquela noite, preferi silenciar a comprometer os que me haviam proporcionado consolação ao espírito abatido… Espezinhado nos meus sentimentos mais sagrados, esperei as decisões da justiça imperial, tomado de indefinível angústia. Afinal, dois centuriões foram notificar-me a sentença iníqua. As autoridades, considerando a extensão do crime, cassavam-me todos os títulos e prerrogativas do patriciado, condenando-me à morte, visto o questor assassinado ter sido homem da confiança de César… Recebi a sentença quase sem surpresa, embora desejasse viver para servir àquele Jesus, cujos ensinos grandiosos haviam sido a minha luz nas sombras espessas do cárcere e cumprir, igualmente, os deveres paternais para com a filhinha abandonada pela ternura materna…

 

Esperei a morte com o pensamento em prece, mas, a esse tempo, existia em Roma um homem justo, pouco mais moço que eu, cujo pai fora camarada de infância do meu genitor. Esse homem conhecia o meu caráter defeituoso, mas leal. Chamava-se Cneio Lúcius e foi pessoalmente a Trajano  advogar a causa da minha liberdade. Afrontando as iras de Augusto, não trepidou em lhe solicitar clemência para o meu caso e conseguiu que o Imperador comutasse a pena para o banimento da Corte, com a supressão de todas as regalias que o nome me outorgava…

Enquanto o ancião fazia uma pausa, a jovem começou a chorar, comovidamente, em face da alusão ao avô, cuja lembrança lhe enchia o íntimo de vivas saudades.

— Uma vez livre — prosseguiu o velho de Minturnes — aproximei-me de antigos companheiros que comigo haviam provado do mesmo cálice com as perseguições de ordem política e que já partilhassem da mesma fé em Jesus-Cristo… Banidos de Roma e humilhados, dirigimo-nos à África, onde fundamos um pouso solitário, não longe de Alexandria, a fim de cultivarmos o estudo dos textos sagrados e conservar, simultaneamente, os tesouros espirituais dos apóstolos.

 

Deixando a Capital do Império, confiei minha única filha a um casal amigo, cuja pobreza material não lhe deslustrava os sentimentos nobres. Provendo o futuro da filhinha com todos os recursos ao meu alcance, parti para o Egito cheio de novos ideais, à luz da nova crença! Nas severas meditações e austeros exercícios espirituais a que me submeti, cheguei a olvidar as grandes lutas e penosas amarguras do meu  destino!…

O descanso da mente em Jesus aliviou-me de todos os pesares. O único elo que ainda me prendia à Península era justamente a filha, então já moça, e cuja afetividade desejava transportar para junto de mim, na África longínqua… Depois de vinte anos no seio da nossa comunidade; em preces e meditações proveitosas, solicitei do nosso diretor espiritual a necessária permissão para recolher um familiar ao nosso retiro. Referi-me a um familiar, pois desejava convencer minha pobre Lésia de que deveria partir em minha companhia, em trajes masculinos, considerando o ensino de Jesus de que existem no mundo os que se fazem eunucos por amor a Deus…

 

Os estatutos da comunidade não permitem mulheres junto de nós outros, por decisão de Aufídio Prisco, ali venerado como chefe, sob o nome de Epifânio… Não era meu propósito menosprezar as leis da nossa ordem e sim arrebatar a filha ao ambiente de seduções desta época de decadência em que as intenções mais sagradas são colhidas pelos lobos da vaidade e da ambição, que ululam no caminho… Desejaria conservá-la, junto de mim, no mais santo dos anonimatos, até que conseguisse modificar as disposições de Epifânio, acerca dos regulamentos da nossa ordem, atentas as circunstâncias especiais da minha vida!…

Obtendo a necessária permissão para vir à Península, aqui aportei há quase dois anos, experimentando a angústia de reencontrar minha Lésia nos derradeiros instantes de vida… Descrever-te meu sofrimento com a separação da filha querida, depois de ausente tantos anos e de haver acariciado tão grandes esperanças, é tarefa superior às minhas forças… Acompanhei-lhe os despojos ao sepulcro, para onde mandei transportar, pouco depois, os dos carinhosos amigos que lhe haviam servido de pais, também vitimados pela peste, que, há tempos, flagelou toda a população de Minturnes!…

 

Ai de mim, que não mereci senão angústias e tormentos, nas estradas ásperas da existência, em vista dos meus crimes inomináveis na juventude!…

Resta-me, contudo, a esperança no amor do Cordeiro de Deus, cuja misericórdia veio a este mundo nos arrebatar da humilhação e do pecado…

Avizinhando-me do túmulo, rogo ao Senhor que me não desampare… Além do sepulcro, sinto que esplende a luz dos seus ensinamentos, num Reino de paz misericordiosa e compassiva! Certamente, lá me esperam a filha idolatrada e os amigos inesquecíveis. A terra florescente da Campânia, pressinto-o, guardará em breve o meu corpo combalido; mas, além das forças exaustas da vida material, espero encontrar a verdade consoladora da nossa sobrevivência! Receberei de boa vontade o julgamento mais severo, do meu passado delituoso, e, renunciando a todos os sentimentos pessoais, hei de aceitar plenamente os desígnios de Jesus na sua Justiça equânime e misericordiosa!…

O ancião de Minturnes falava comovido, com o olhar lúcido, fixo no Alto, como se estivesse diante de um plenário celeste, com a serenidade da sua fé robusta e ardente.

 

Mas, chegando ao termo das confidências dolorosas, observou que Célia tinha os olhos rasos de lágrimas, a ponto de não poder falar de pronto, tal a comoção que lhe estrangulava a voz no imo do peito dolorido.

— Porque choras minha filha — ajuntou com brandura — se a minha pobre história de velho não te pode interessar diretamente o coração?

A filha de Helvídio não respondeu, dominada pela emoção do momento, mas o ancião continuava, surpreso e melancólico:

— Acaso terás também uma história amargurada quanto à minha? Apesar da fé ardente que pressinto em teu espírito, não se justifica tamanha sensibilidade espiritual na tua idade. Dize, filha, se tens o coração igualmente tocado por uma úlcera dolorosa… Se as dores te pesam na alma desiludida, recorda a palavra do Mestre quando exortava em Cafarnaum: — “Vinde a mim todos vós que trazeis no íntimo os tormentos do mundo e eu vos aliviarei!…” (Mt 11:28) É verdade que não estás à frente do Messias de Deus, mas, ainda aqui, deveremos lembrar a lição de Jesus, aceitando o carinho do Cireneu que o ajudou a carregar a cruz!… Ele que era a personificação de toda a energia do amor, não hesitou em aceitar o amparo de um filho humilde do infortúnio… Também eu sou um mísero pecador, filho das provações mais ásperas e espinhosas; mas, se puderes, lê em meu coração e verás que no meu íntimo palpita, por ti, a afetividade de um pai. Tua presença desperta-me inexplicável e misteriosa simpatia… Confiei ao teu espírito o que daria somente à filhinha adorada, que me precedeu nas sombras do túmulo. Se te sentes sobrecarregada dos pesares do mundo, dize-me algo de tuas dores. Repartirás comigo os teus sofrimentos e a cruz das provas te parecerá mais leve!…

 

Ouvindo aquelas exortações carinhosas e espontâneas, que não mais ouvira desde a morte do avô, cujo nome fora ali pronunciado pelo ancião de Minturnes, como um ponto de referência à sua confiança, Célia, depois de acomodar o pequenino adormecido, sentou-se ao lado do seu benfeitor, com a intimidade de quem o conhecesse de muito tempo, e, com a voz entrecortada de reticências da sua emoção profunda, começou a falar:

— Se me tendes chamado filha, permitireis vos beije as mãos generosas, chamando-vos pai, pelas afinidades mais santas do coração.

Acabastes de invocar um nome que me obriga a chorar de emoção, no tumulto de recordações também amargas e dolorosas… Confiarei em vós, qual o fiz sempre ao carinhoso avô, que relembrastes agradecido. Também eu venho de Roma, pelos mesmos caminhos ásperos de amargor e sacrifício. Reconhecida à vossa confiança, revelarei igualmente o meu romance infortunado, quando a mocidade parecia sorrir-me em plena floração primaveril.

 

Abandonada e só, receberei, por certo, da vossa experiência nas estradas da vida o bom conselho que me habilite a fixar-me em qualquer parte, afim de cumprir a missão de mãe, junto deste pobre inocentinho! Desde Roma, venho experimentando a mais atroz necessidade de me comunicar com um coração afetuoso e amigo, que me possa orientar e esclarecer. Nas minhas caminhadas encontrei por toda parte homens impiedosos, que me envolviam com olhares de corrupção e voluptuosidade… Alguns chegaram a insultar minha castidade, mas roguei insistentemente a Jesus a oportunidade de encontrar um espírito benfazejo e cristão, que me fortalecesse!…

Sentindo-se tomada de inexplicável confiança, enquanto o velhinho de Minturnes a ouvia surpreso embora a imensa serenidade que lhe transparecia do olhar, a filha de Helvídio Lúcius começou a desfiar o seu romance, cheio de lances intensos e comovedores. Confessando-se neta do magnânimo Cneio, o que sensibilizou profundamente o interlocutor, narrou-lhe todos os episódios da sua vida, desde as primeiras contrariedades de menina e moça, na Palestina,  e terminando a longa narrativa com a visão do avô na noite precedente, quando forçada a pernoitar na gruta de Tibério. 

Ao concluir, tinha os olhos inchados de chorar, como alguém que muito se demorara em alijar do coração o peso da amargura.

 

O ancião alisava-lhe os cabelos comovidamente, como se o fizesse a uma filha, após longa ausência repleta de saudades angustiosas, exclamando por fim:

— Minha filha, propondo-me confortar-te, é teu próprio coração de menina, nos mais belos exemplos de sacrifício e coragem que me consola!… Para mim, que, muitas vezes, agasalhei o mal e extraviei-me no crime, os sofrimentos da Terra significam a justiça dos destinos humanos; mas, para o teu espírito carinhoso e bom, as provações terrestres constituem um heroísmo do Céu… Deus te abençoe o coração fustigado pelas tempestades do mundo, antes das florações da primavera. Das alegrias do Reino de Jesus, Cneio Lúcius deverá regozijar-se no Senhor pelos teus heroicos feitos… Sinto que a sua alma, enobrecida na prática do bem e da virtude, segue-te os passos como sentinela fidelíssima!…

 

Depois de longa pausa, em que Marinho pareceu meditar no futuro da graciosa companheira, disse paternalmente:

— Enquanto narravas teus padecimentos íntimos, considerava eu a melhor maneira de ajudar-te neste meu ocaso da vida! Compreendo a tua situação de jovem abandonada e só, no mundo, com o pesado encargo de cuidar de uma criancinha acolhida em tão estranhas circunstâncias. Aconselhar que voltes ao lar, não o posso fazer, conhecendo a rigidez dos costumes em determinadas famílias do patriciado. Além disso, a casa paterna considera-te morta para sempre, e a palavra carinhosa de Cneio Lúcius só poderia ter valor inestimável para nós, que lhe compreendemos o alcance e a sublime revelação. Ante os seus conceitos, temos de admitir a plena inocência de tua mãe, mas, se regressares a Roma, a aparição desta noite não bastaria para elucidar todos os problemas da situação, mantendo-se as mesmas características de suspeição a teu respeito. E tu sabes que entre a dúvida e a verdade é sempre melhor o sacrifício, pois a verdade é de Jesus e vencerá tão logo a sua misericórdia julgue a vitória oportuna.

 

Velho conhecedor dos nossos tempos de decadência e desmantelos morais, sei que, ante a tua juventude, quase todos os homens moços, cheios de materialidade, se curvarão com ignominiosas propostas. A destruição do meu lar será sempre um atestado vivo da misérias morais da nossa época.

Ponderando as tuas dificuldades, desejo salvar-te o coração de todos os perigos, evitando-te as ciladas dos caminhos insidiosos; entretanto, a enfermidade e a decrepitude não me possibilitam mais a tua defesa… Em Minturnes, quase todos me odeiam gratuitamente, em virtude das ideias que professo. Um cristão sincero, por muito tempo ainda, terá de sofrer a incompreensão e a tortura dos algozes do mundo, e somente não me levam ao sacrifício, nas festas regionais que aqui se efetuam, atenta a minha velhice avançada e dolorosa, de rugas e cicatrizes… Apresentar um velho mísero às feras potentes ou ao exercício dos atletas da devassidão e da impiedade, poderia parecer entranhada covardia, razão pela qual me julgo poupado.

Não possuo, pois, nenhuma relação de amizade que te possa valer neste transe.

 

Lembra-te que, ainda agora, falei-te do meu antigo projeto de levar a filha ao Egito, em trajes masculinos, de modo a arrebatá-la deste antro de corrupção e impenitência. Esse gesto de um pai é bem de um coração amoroso, em franco desespero, quanto ao porvir espiritual desta região da iniquidade.

Contemplando a tua inerme juventude carregada de tão nobres sacrifícios, receio pelos teus dias futuros, mas rogo a Jesus que nos esclareça o pensamento!

Após alguns minutos de recolhimento, a jovem retrucou:

— Mas, meu desvelado amigo, não me considerais como vossa própria filha?…

 

O ancião de Minturnes, no clarão sereno dos grandes olhos, deixou transparecer que entendera a alusão e revidou bondosamente:

— Compreendo, filha, o alcance de tuas palavras, mas, estarás sinceramente decidida a mais esse nobre sacrifício?

— Como não, se em torno de mim surgem as mais temerosas perseguições?

— Sim, tuas ações nobilíssimas dão-me a entender que devo confiar nas tuas resoluções. Pois bem; se teu espírito se sente disposto à luta pelo Evangelho, não vacilemos em preparar-te as estradas porvindouras! Ficarás nesta casa pelo tempo que desejares, se bem esteja convicto de que não tardará muito a minha viagem para o Além. Amanhã mesmo entrarás nos teus novos trajes, afim de facilitar a tua ida para a África no momento oportuno. Serás meu filho aos olhos do mundo, para todos os efeitos. Chamarei amanhã a esta casa o pretor de Minturnes, afim de que ele cuide da tua situação legal, caso eu venha a falecer. Tenho o dinheiro necessário para que te transportes a Alexandria e, antes de morrer, deixar-te-ei uma carta apresentando-te a Epifânio, como meu sucessor legítimo na sede da nossa comunidade. Lá tendo empregadas todas as derradeiras economias que consegui retirar de Roma nos tempos idos, é possível que não te criem embaraços para que te entregues a uma vida de repouso espiritual na prece e na meditação, durante os anos que quiseres.

 

Epifânio é um espírito enérgico e algo dogmático em suas concepções religiosas, mas tem sido meu amigo e meu irmão por largos anos, durante os quais as mesmas aspirações nos uniram nesta vida. Às vezes, costuma ser ríspido nas suas decisões, caracterizando tendências para o sacerdócio organizado, que o Cristianismo deve evitar com todas as suas forças, para não prejudicar o messianismo dos apóstolos do Senhor; mas, se algum dia fores ferida por suas austeras resoluções de chefe, lembra-te que a humildade é o maior tesouro da alma, como chave-mestra de todas as virtudes e recorda a suprema lição de Jesus nos braços do madeiro!… Em todas as situações, a humildade pode entrar como elemento básico de solução para todos os problemas!…

Sim, meu amigo, sinto-me abandonada e só no mundo e temo o assédio dos homens pervertidos! Jesus me perdoará a decisão de adotar outros trajes aos olhos dos nossos irmãos da Terra, mas, na sua bondade infinita, sabe ele das necessidades prementes que me compelem a tomar essa insólita atitude. Além do mais, prometo, em nome de Deus, honrar a túnica que vestirei, possivelmente, em Alexandria, a serviço do Evangelho… Levarei comigo o filhinho que o Céu me concedeu, e suplicarei a Epifânio me permita velar por ele sob o céu africano, com as bênçãos de Jesus!

— Que o Mestre te abençoe os bons propósitos, filha!… Respondeu o ancião com uma expressão de júbilo sereno.

 

Ambos se sentiam dominados por intensa alegria íntima, como se fossem duas almas profundamente irmanadas de outros tempos, num reencontro feliz, depois de prolongada ausência.

Já os galos de Minturnes saudavam os primeiros clarões da madrugada. Beijando as mãos do velho benfeitor, com os olhos rasos de lágrimas, a jovem patrícia buscou, desta vez, o repouso noturno com a alma satisfeita, sem as angustiosas preocupações do dia seguinte, agradecendo a Jesus com a oração do seu amor e do seu reconhecimento.

No outro dia, a gente pobre daquele arrabalde de Minturnes ficou sabendo que um filho do ancião chegara de Roma para assistir-lhe os dias derradeiros.

Aproveitando os trajes antigos, que o seu benfeitor lhe apresentava para resolver a situação, Célia não hesitou em tomar o novo indumento, por fugir à perseguição irreverente de quantos poderiam abusar da sua fragilidade feminina.

 

O velho Marinho apresentava-a aos raros vizinhos que se interessavam pela sua saúde, como sendo um filho muito caro, e explicando que enviuvara recentemente, trazendo o netinho para iluminar as sombras da sua desolada velhice.

A filha dos patrícios, travestida agora pela força das circunstâncias num garboso rapaz imberbe, ocupava-se carinhosamente de todos os serviços domésticos, buscando servir ao ancião generoso com a mais desvelada solicitude.

Um fato, porém, veio impressionar amargamente o coração sensível de Célia. Fosse pelo trato deficiente que recebera até ali, ou pelas provações suportadas em tantas milhas de caminho, o pequenito começou a definhar, apresentando em breve todos os sintomas de morte inevitável.

Debalde o ancião empregou todos os recursos ao seu alcance, para assegurar a vida bruxuleante do inocentinho.

Tocada nas fibras mais sensíveis do seu coração, em virtude das revelações do avô, quanto à personalidade de Ciro, a jovem sentiu no íntimo dorido a repercussão dilatada de todos os padecimentos físicos do pequenino. Desejava amparar-lhe a existência com todas as energias do seu espírito dilacerado, operar um milagre com todas as suas forças afetuosas para arrebatá-lo às garras da morte, mas, em vão misturou lágrimas e preces nos seus arrebatamentos emotivos.

 

Contemplando-lhe a agonia, a criança parecia falar-lhe à alma carinhosa e sensível, com o olhar cintilante e profundo, no qual predominavam as expressões de uma dor estranha e indefinível.

Por fim, após uma noite de insônia dolorosa, Célia rogou a Jesus fizesse cessar, na sua misericórdia aquele quadro de intensa amargura. Cheia de fé, rogava ao Cordeiro de Deus que reconduzisse o seu bem-amado ao Plano espiritual, se esses eram os seus desígnios inescrutáveis. Ela que tanto o amava e tanto se havia sacrificado para conservar-lhe a luz da vida, estaria conformada com as decisões do Alto, como no dia em que o vira marchar para o sacrifício, exposto à perversidade dos homens impiedosos.

Como se fora ouvida a sua rogativa dolorosa, cheia de lágrimas de fé e esperança na bondade do Senhor, o inocentinho fechou os olhos da carne, para sempre, ao desabrochar da alvorada, como se o seu coração fosse uma andorinha celeste que, receosa das invernias do mundo, remontasse célere ao Paraíso.

 

Sobre o corpinho enrijecido, a filha de Helvídio carpiu a sua dor intraduzível, com lágrimas ardentes, experimentando a amargura das suas esperanças desfeitas e dos seus sonhos maternos desmoronados…

Todavia, a palavra sábia e evangélica do ancião de Minturnes ali estava para reergue-la de todos os abatimentos e, depois da hora angustiada da separação, ela buscou entronizar a saudade no santuário de suas preces humildes e fervorosas.

Sim, seu coração carinhoso sabia que Jesus não desampara, nunca, o espírito das ovelhas tresmalhadas nos abismos do mundo e, refugiando-se na oração, esperou que viessem do Alto todos os recursos espirituais necessários ao seu reconforto. Os vizinhos humildes impressionavam-se, sobremaneira, com aquele rapaz, de cujo semblante delicado irradiava-se uma terna simpatia, de mistura à tristeza inalterável, que tocava a sua personalidade de singulares encantos.

 

Uma noite serena, quando a alma cariciosa da Natureza se havia plenamente aquietado, Célia recolheu-se depois do serão habitual com o generoso velhinho, que lhe era como um pai devotado pelo coração, sentindo que força estranha lhe adormentava o cérebro exausto e dolorido.

Dentro em pouco, sem se dar conta da surpresa e aturdimento, viu-se diante de Ciro, que lhe estendia as mãos carinhosas, com um olhar de súplica e reconhecimento intraduzível.

— Célia — começou por dizer suavemente, enquanto ela se concentrava em doce emoção para ouvi-lo — não renegues o cálice das provações redentoras, quando as mais puras verdades nos felicitam o coração!… Depois de algum tempo na tua companhia, eis-me de novo aqui, onde devo haurir forças novas para recomeçar a luta!… Não entristeças com as circunstâncias penosas da nossa separação pelas sendas escuras do destino. És minha âncora de redenção, através de todos os caminhos! Jesus, na infinita extensão de sua misericórdia, permitiu que a tua alma, qual estrela do meu espírito, descesse das amplidões sublimes e radiosas para clarificar meus passos no mundo. Luz da abnegação e do martírio moral, que salva e regenera para sempre!…

 

Se as mãos sábias e justas de Deus me fizeram regressar aos Planos invisíveis, regozijemo-nos no Senhor, pois todos os sofrimentos são premissas de uma ventura excelsa e imortal! Não te entregues ao desalento, porque, antigamente, Célia, meu espírito se tingiu de luto quase perene, no fausto de um tirano! Enquanto brilhavas no Alto como um astro de amor para o meu coração cruel, decretava eu a miséria e o assassínio! Abusando da autoridade e do poder, da cultura e da confiança alheias, não trepidei em destruir esperanças cariciosas, espalhando o crime, a ruína e a desolação em lares indefesos! Fui quase um réprobo, se não contasse com o teu espírito de renúncia e dedicação ilimitadas! Ao passo que eu descia, degrau a degrau, a escada abominável do crime, no pretérito longínquo e doloroso, teu coração amoroso e leal rogava ao Senhor do Universo a possibilidade do sacrifício!…

 

E, sem medir as trevas agressivas e pavorosas que me cercavam, desceste ao cárcere de minhas impenitências!… Espalhaste em torno da minha miséria o aroma sublime da renúncia santificante e eu acordei para os caminhos da regeneração e da piedade! Tomaste-me das mãos, como o fizesses a uma criança desventurada e ensinaste-me a ergue-las para o Alto, implorando a proteção e misericórdia divinas! Já de alguns séculos teu espírito me acompanha com as dedicações santificadas e supremas! É que as almas gêmeas preferem chegar juntas às regiões sublimes da Paz e da Sabedoria, e, dentro do teu amor desvelado e compassivo, não hesitaste em me estender as mãos dedicadas e generosas, como estrela que renunciasse às belezas do céu para salvar um verme atolado num pântano, em noite de trevas perenes. E acordei, Célia, para as belezas do amor e da luz, e, não contente ainda, por me despertares, me vens auxiliando a resgatar todos os débitos onerosos… Teu espírito carinhoso e impoluto, não vacilou em sustentar-me, através das estradas pedregosas e tristes que eu havia traçado com a minha ambição terrível e desvairada! Tens sido o ponto de referência para minha alma em todos os seus esforços de paz e regeneração, na reconquista das glórias espirituais. Ao teu influxo pude testemunhar minha fé, no circo do martírio, selando, pela primeira vez, minha convicção em prol da fraternidade e do amor universal! Por ti, desterro de mim o egoísmo e o orgulho, sustentando todas as batalhas íntimas, na certeza da vitória!

 

Voltando ao mundo, fui novamente arrebatado aos teus braços materiais, em obediência às provas ríspidas que ainda terei que sustentar por largo tempo! Jesus, porém, que nos abençoa do seu trono de luz e misericórdia, de perdão e bondade infinita, permitirá que esteja contigo nos teus testemunhos de fé e humildade, destinados à exaltação espiritual de todos os seres bem-amados, que gravitam na órbita dos nossos destinos! E se Deus abençoar minhas esperanças e minhas preces sinceras, voltarei de novo para junto do teu coração, nas lutas ásperas!… Espera e confia sempre!… Na sua magnanimidade indefinível, permite o Senhor possamos voltar dos caminhos almos do túmulo, para consolar os corações ligados ao nosso e ainda retidos nos tormentos da carne… Somente lá, nas moradas do Senhor, onde a ventura e a concórdia se confundem, poderemos repousar no amor grande e santo, marchando de mãos dadas para os triunfos supremos, sem as inquietações e provas rudes do mundo!…

 

Por muito tempo a voz cariciosa de Ciro falou-lhe ao coração, propinando-lhe ao espírito sensível as mais santas consolações e as mais doces esperanças! No auge do seu deslumbramento espiritual, a jovem cristã experimentou as mais comovedoras alegrias, desejando que aquele minuto glorioso se prolongasse ao Infinito…

Quando a palavra do bem-amado parecia finalizar com um brando estacato, em vibrações silenciosas e profundas, Célia rogou-lhe que a acompanhasse em todos os seus lances terrestres, implorando-lhe assistência e proteção em todas as circunstâncias da vida; confiou-lhe seus pesares mais secretos e angustiosas expectativas, quanto à nova situação, mas Ciro parecia sorrir-lhe bondosamente, prometendo-lhe carinho incessante, através de todos os percalços e reafirmando a sua confiança no amparo do Senhor, que não haveria de abandoná-los…

 

No dia seguinte, ei-la reanimada, deixando transparecer no semblante a serenidade íntima do seu espírito.

O velhinho notou, com alegria, aquela mudança e, como se estivesse em preparativos constantes para a jornada do túmulo, não perdeu o ensejo para esclarecer a jovem todos os problemas que a esperavam na vida solitária de Alexandria. Com solicitude extrema, dava-lhe notícia de todos os pormenores; da vida nova a encetar, fornecendo-lhe o nome de antigos companheiros de fé e dando conta de todos os costumes da comunidade.

Célia, em trajes masculinos, ouvia-lhe a palavra carinhosa e benevolente, com o desejo íntimo de prolongar indefinidamente aquela vida bruxuleante, de modo a nunca mais separar-se daquele coração bondoso e amigo; mas, ao revés de suas mais caras esperanças, o estado do ancião agravou-se repentinamente. Todos os esforços foram baldados para lhe restituir o “tônus vital” do Plano físico e, assistido pela jovem, que tudo fazia por vê-lo restabelecido, o velho Marinho recebeu a visita do pretor da cidade, que, cedendo a instantes pedidos, vinha receber-lhe as derradeiras recomendações.

 

Apresentando a jovem como filho, o moribundo ordenou que lhe fossem entregues todas as suas parcas economias, antecipando que ele deveria partir para a África, tão logo se verificasse o seu óbito.

— Marinho — interpelou a autoridade, depois das necessárias anotações — será possível que este jovem participe das tuas superstições?

O generoso velhinho compreendeu o alcance da pergunta e respondeu com desassombro:

— De mim e por mim, não precisaremos cogitar das convicções religiosas, aqui de todos conhecidas, desde que entrei nesta casa! Sou cristão e saberei morrer, íntegro na minha fé!… Quanto a meu filho, que deverá partir para Alexandria, afim de amparar nossos interesses particulares, tem o espírito livre para escolher a ideia religiosa que mais lhe aprouver.

O pretor olhou com simpatia para o jovem triste e abatido, e exclamou:

— Ainda bem!….

 

Despedindo-se do moribundo, cujos instantes de vida pareciam prestes a extinguir-se, a autoridade deixava-os ambos com a precisa liberdade para trocarem as derradeiras impressões.

Marinho fez ver, então, à sua pupila, que aquela resposta hábil destinava-se a fazer com que o pretor de Minturnes lhe cumprisse a vontade, sem relutância, dentro dos dispositivos legais, recomendando-lhe todas as providências que a sua morte exigiria da sua inexperiência. Célia ouvia-lhe as exortações roucas e entrecortadas, extremamente acabrunhada, mas, como em todas as penosas circunstâncias da sua vida, confiava, em Jesus.

Após uma agonia excruciante de longas horas, em que a filha de Helvídio viveu momentos de indescritível emoção, o generoso Marinho abandonava o mundo, depois de longa existência, povoada de pesadelos terríveis e dolorosos. Seus olhos se fecharam para sempre, com uma lágrima, ao tombar do dia. Piedosamente, diante de alguns raros assistentes, Célia fechou-lhe as pálpebras, num gesto carinhoso e, ajoelhando-se, como se quisesse transformar as brisas da tarde em mensageiras dos seus apelos ao Céu, deixou que o coração se diluísse em lágrimas de saudade, suplicando a Jesus recebesse o benfeitor no seu reino de maravilhas, concedendo-lhe um recanto de paz, onde a alma exausta lograsse esquecer as tormentas dolorosas da existência material.

 

Dada a sua qualidade de cristão confesso, o velho de Minturnes teve uma sepultura mais que singela, que a filha do patrício encheu com as flores do seu afeto e mergulhando na sombra de uma soledade quase absoluta.

Dentro de poucos dias, o pretor entregou-lhe a pequena soma que Marinho lhe deixava, um pouco mais que o suficiente para a viagem em demanda da África distante. E, numa radiosa manhã de primavera, carregando no íntimo a sua serenidade triste e inalterável, a moça cristã, depois de uma prece longa e angustiosa sobre os túmulos humildes do pequenino e do ancião, na qual lhes rogava proteção e assistência, tomou o lugar que lhe competia numa galera napolitana que periodicamente recebia passageiros para o Oriente.

Sua figura triste, metida em roupas masculinas, atraia a atenção de quantos lhe faziam companhia eventual no grande cruzeiro pelo Mediterrâneo, mas, profundamente desencantada do mundo, a jovem se mantinha em silêncio quase absoluto.

 

O desembarque em Alexandria verificou-se sem incidentes dignos de menção. Todavia, seguindo as recomendações do benfeitor, junto dos seus conhecidos da cidade, viera a saber que o monastério demorava a algumas milhas de distância, pelo que houve de tomar um guia até o local do seu recolhimento.

O mosteiro, isolado, distava da cidade dez léguas mais ou menos, em marcha de quase um dia, apesar dos bons cavalos atrelados ao veículo.

A filha de Helvídio defrontou o grande e silencioso edifício na hora crepuscular, empolgada pela visão do casario amplo, entre a vegetação agreste. Sentiu, porém, um singular descanso mental, naquela soledade imponente que parecia acolher todos os corações desolados.

Puxando o cordel que ligava o portão de entrada, ouviu, ao longe os sons de pesada sineta, cujo ruído estranho parecia despertar um gigante adormecido.

 

Daí a instante, os velhos gonzos rangiam pesadamente, deixando entrever um homem trajado com uma túnica cinzento-escura, semblante grave e triste, que interpelava a jovem transformada num rapaz de fisionomia tristonha, nestes termos:

— Irmão, que desejais do nosso retiro de meditação e oração?

— Venho de Minturnes e trago uma carta de meu pai, destinada ao Senhor Aufídio Prisco.

— Aufídio Prisco? — Perguntou o porteiro admirado.

— Não é ele, aqui, o vosso superior?

— Referi-vos ao pai Epifânio?

— Isso mesmo.

— Escutai-me — ponderou o irmão porteiro, complacente — sois, porventura, o filho de Marinho, o companheiro que daqui partiu há cerca de dois anos, afim de vos trazer ao nosso recolhimento?

— É verdade. Meu pai chegou, há muito tempo aos portos da Itália, onde nos encontramos; todavia, sempre doente, não logrou a ventura de acompanhar-me à soledade das vossas orações.

— Morreu? — Revidou o interlocutor extremamente admirado.

— Sim, entregou a alma ao Senhor, há muitos dias.

— Que Deus o tenha em sua santa guarda!

 

Dito isso, pôs-se a meditar um instante, como se tivesse o pensamento mergulhado em preces fervorosas.

Em seguida, contemplou com muita ternura o jovem humilde e triste, exclamando significativamente:

— Agora que já sei donde vindes e quem sois, eu vos saúdo em nome de Nosso Senhor Jesus-Cristo.

— Que o Mestre seja louvado respondeu a filha de Helvídio Lúcius, com os seus modos singelos.

— Não haveis de reparar vos tenha recebido com prudência, à primeira vista… Atravessamos uma fase de intensas e amarguradas perseguições, e os servos do Senhor, no estudo do Evangelho, devem ser os primeiros a observar se os lobos chegam ao redil com vestes de cordeiro.

— Compreendo…

— Não desejo aborrecer-vos com indagações descabidas, mas, pretendeis adotar a vida monástica?

— Sim — respondeu a jovem timidamente — e, assim procedendo, não só obedeço a uma vocação inata, como satisfaço a uma das maiores aspirações paternas.

— Estais informado das exigências desta casa?

— Sim, meu pai m’as revelou antes de morrer.

 

O irmão porteiro deitou o olhar para todos os lados e, observando que se encontravam a sós, exclamou em voz discreta:

— Se trazeis a esta casa uma vocação pura e sincera, acredito que não tereis dificuldade em observar as nossas disciplinas mais rígidas; contudo, devo esclarecer-vos que pai Epifânio, como diretor desta instituição, é o espírito mais ríspido e arbitrário que já conheci na minha vida. Este retiro de oração é o fruto de uma experiência que ele começou com o vosso digno pai, há mais de vinte anos. A princípio, tudo ia bem mas, nos últimos anos o velho Aufídio Prisco vem abusando largamente da sua autoridade, máxime, depois da partida do Irmão Marinho para a Itália. Daí para cá, pai Epifânio tornou-se despótico e quase cruel. Aos poucos vai transformando este pouso do Senhor em caserna de disciplina militar, onde ele recebeu a educação dos primeiros anos.

A neta de Cneio Lúcius ouvia-o profundamente admirada.

 

Pela amostra da portaria, seu espírito observador compreendeu, de pronto, que o retiro dos filhos da oração estava igualmente assomado das intrigas mais penosas.

Todavia, enquanto coordenava as suas considerações íntimas, o Irmão Filipe continuava:

— Imaginai que o nosso superior vem transformando a ordem de todos os ensinamentos, criando as mais incríveis extravagâncias religiosas. Em contraposição aos ensinamentos do Evangelho, obriga-nos chamar-lhe “pai” ou “mestre”, nomes que o próprio Jesus negou-se a aceitar na sua missão divina. Além de inventar toda a sorte de trabalhos para os quarenta e dois homens desencantados do mundo, que estacionam aqui, vem aplicando as lições de Jesus à sua maneira. Se bem nada possamos revelar lá fora, a bem do caráter cristão da nossa comunidade, é lastimável observar que todo o recinto está cheio de símbolos que nos recordam as festividades materiais dos deuses cruéis. E nada poderemos dizer em tom de crítica ou de censura, porquanto o pai Epifânio manda em nós como um rei.

 

A jovem ainda não conseguira manifestar a sua opinião, dada a fluência com que o porteiro discorria, quando lhes chegou o ruído de uns passos fortes que se aproximavam. Filipe calava-se, como quem já estivesse habituado a cenas como aquelas, e, modificando a expressão fisionômica, exclamou com voz abafada:

— É ele!…

Célia, metida nos seus trajes estranhos e pobres, não conseguiu dissimular o espanto.

No limiar de uma porta ampla, surgia a figura de um velho septuagenário, cujos caracteres fisionômicos apresentavam a mais profunda expressão de convencionalismo e orgulhosa severidade. Vestia-se como um sacerdote romano nos grandes dias dos templos politeístas e, apoiado a uma bengala expressiva, passeava por toda parte o olhar fulgurante, como a procurar motivos de irritação e desagrado.

— Filipe — exclamou ele em tom intempestivo.

— Mestre — exclamou o irmão da portaria, com a mais fingida humildade — apresento-vos o filho de Marinho, que o seu coração de pai não pôde acompanhar até aqui, dada a surpresa da morte, em Minturnes.

 

Ouvindo aquele esclarecimento inesperado, Epifânio caminhou para o jovem que lhe era inteiramente desconhecido, pronunciando quase secamente a saudação evangélica, como se fora um leão utilizando a legenda de um cordeiro:

— Paz em nome do Senhor!

Célia respondeu, conforme o seu venerando amigo lhe havia ensinado antes da morte, entregando ao superior da comunidade a carta paternal.

Depois de passar rapidamente os olhos pelo pergaminho, Epifânio acentuou com austeridade:

— Marinho deve ter morrido com todo o seu idealismo de cigarra.

E como se houvera pronunciado aquele conceito tão somente para si mesmo, acrescentou com a sua expressão severa, dirigindo-se à jovem:

— Desejas, de fato, permanecer aqui?

— Sim, meu pai — respondeu o suposto rapaz, entre tímido e respeitoso — continuar as tradições de meu pai foi sempre o meu desejo, desde a infância.

 

Aquele tom humilde agradou a Epifânio, que lhe obtemperou menos agressivo:

— Sabes, porém, que a nossa organização é constituída de cristãos convertidos, que possam cooperar em nossos esforços não somente com o valor espiritual, mas também com os recursos financeiros imprescindíveis às nossas realizações? Teu pai não te deixou pecúlio algum, após haver baixado ao sepulcro em Minturnes?

— Minha herança cifrou-se, apenas, ao capital indispensável à viagem até Alexandria. Entretanto — acentuou inocentemente — meu pai revelou-me, há tempos, que a sua pequena fortuna foi empregada aqui, asseverando-me que a administração da casa saberia acolher-me, recordando os seus serviços.

— Ora — revidou Epifânio, evidenciando contrariedade — fortuna por fortuna, todos os que descansam neste retiro, tiveram-na no mundo, trazendo os seus melhores valores para esta casa.

— Mas meu pai — implorou Célia com sincera humildade — se existem aqui os que descasam, devem existir igualmente os que trabalham. Se não tenho dinheiro, tenho forças para servir a instituição nalguma coisa. Não me negueis a realização de um ideal tanto tempo acariciado.

 

O superior parecia comovido, revidando com ênfase:

— Está bem. Farei por ti quanto estiver ao meu alcance.

E mandando Filipe ao interior, em busca de um grande livro de apontamentos, iniciou minucioso interrogatório:

— Seu nome?

— O mesmo de meu pai.

— Onde nasceu?

— Em Roma.

— Onde recebeu o batismo?

— Em Minturnes.

 

E após as detalhadas inquirições, Epifânio falou-lhe ríspido, investido na sua austera superioridade:

— Atendendo à tua vocação e à memória de um velho companheiro, ficarás conosco, laborando nos serviços da casa. Quero, contudo, esclarecer-te que, aqui dentro, faço cumprir rigorosamente o Evangelho do Senhor, de acordo com a minha vontade, inspirada do Alto. Depois de muitos anos de experiência, reconheci que o pensamento evangélico terá de organizar-se segundo as leis humanas, ou não poderá sobreviver para a mentalidade do futuro. Os cristãos de Roma, como os da Palestina, padecem de uma hipertrofia de liberdade que os leva, instintivamente, à disseminação de todos os absurdos. Aqui, todavia, a disciplina cristã haverá de caracterizar-se pela abdicação total da própria vontade.

A jovem escutou-o serenamente, guardando no íntimo as suas impressões particulares, de quanto lhe era dado observar, enquanto Epifânio a encaminhava ao interior, apresentando-a aos demais companheiros.

Transformada no Irmão Marinho, Célia passou e viver a sua vida nova, singular e desconhecida.

 

O mosteiro vasto onde se reuniam mais de quatro dezenas de cristãos ricos, desiludidos dos prazeres do mundo, era bem um dos pontos de partida do segundo século para o Catolicismo e para o sacerdócio organizado sobre bases econômicas, eliminatórias de todas as florações do messianismo.

Reparou que ali não mais havia a simplicidade das catacumbas. A simbologia pagã parecia invadir todos os departamentos da casa. Aqueles romanos convertidos não dispensavam as fórmulas de oração aos seus antigos deuses. Por toda parte pendiam cruzes grandes e pequenas, talhadas em mármore ou madeira, esculturadas em moldes diversos. Havia salas de preces em que repousavam imagens do Cristo, de marfim e de cera prateada, dormindo inertes entre verdadeiros tufos de rosas e violetas. O culto exterior do politeísmo parecia redivivo, indestrutível e inelutável. Para a sua manutenção, notava ela a mesma intriga dos padres flamíneos,  de Roma, figurando-se-lhe que o Evangelho, ali, constituía mero pretexto para galvanizar as crenças mortas.

 

O espírito formalista de Epifânio buscara dotar o estabelecimento de todas as convenções imprescindíveis.

Um sino anunciava a mudança das meditações, a hora do trabalho, das preces, das refeições, e o tempo destinado ao repouso do espírito.

O sentido da espontaneidade da lição do Senhor no Tiberíades,  por conciliar a possibilidade e a necessidade dos crentes, havia desaparecido. A convenção implacável de Epifânio regulamentava todos os serviços.

O mais interessante é que, naqueles monastérios remotos da África e da Ásia, onde se acolhiam os cristãos receosos das perseguições inflexíveis da Metrópole, já existiam as famosas “”, isto é, a reunião íntima de todos os membros da comunidade, para repasto das intrigas e dos pontos de vista individual.

 

Célia estranhou que, dentro de um instituto cristão por excelência, pudessem vigorar aberrações como essa que vinha diretamente dos colégios romanos, onde pontificavam sacerdotes flamíneos ou vestais;  mas era obrigada a aceitar as ordens superiores, sem deixar transparecer o seu desencanto. Condenando, embora, tais manifestações nocivas do culto exterior, a filha de Helvídio em breve conquistaria a admiração e confiança de todos, pela retidão do proceder, a evidenciar os mais elevados atos de humildade e compreensão do Evangelho. De trato ameníssimo, com o amavio das suas palavras carinhosas e amigas, o Irmão Marinho transformava-se no ímã de todas as atenções, edificando as afeições mais puras naquele convívio singular.

 

Contudo, alguém havia ali que guardava o mais venenoso despeito em face da sua vida pura. Esse alguém era Epifânio, cujo espírito despótico e original se habituara a mandar em todos os corações, com brutalidade e aspereza. A circunstância de nada encontrar no filho do antigo companheiro, que merecesse censura, irritava-lhe o espírito titânico. Nas horas do Capítulo observava que as opiniões do Irmão Marinho triunfavam sempre, pela sublime compreensão de fraternidade e de amor, de que davam pleno testemunho. A jovem, porém, não obstante estranhar-lhe as atitudes, não podia definir os gestos rudes do superior, dentro da sua candidez espiritual.

Certo dia na hora consagrada às intrigas e devassas, que antecederam, no Catolicismo, o instituto da , cheio de austeridade e artificialismo, Epifânio fez longa preleção sobre as tentações do mundo, dizendo dos seus caminhos abomináveis e das trevas que inundavam o coração de todos os pecadores, envolvendo todas as coisas da vida na sua condenação e na sua fúria religiosa.

 

Terminada a palestra fanática, solicitou, ao modo das primeiras assembleias cristãs, que todos os irmãos se pronunciassem sobre a preleção, mas, enquanto todos aprovavam os conceitos, irrestritamente; Célia, na sua inocente sinceridade, replicou:

— Mestre Epifânio, vossa palavra é extremamente respeitável para quantos laboram nesta casa, mas peço licença para ponderar que Jesus não deseja a morte do pecador… (Ez 18:23) Suponho justo que nos refugiemos neste retiro, até que passe a onda sanguinária das perseguições aos adeptos do Cordeiro; todavia, amainada a tempestade, acho imprescindível que regressemos ao mundo, mergulhando-nos em suas lutas dolorosas, porque, sem esses campos de sofrimento e trabalho, não poderemos dar o testemunho da nossa fé e da nossa compreensão do amor de Jesus.

O diretor espiritual lançou-lhe um olhar sombrio, enquanto toda a assembleia parecia satisfeita com a oportunidade daquele esclarecimento.

— No próximo Capítulo prosseguiremos, então, com os mesmos estudos, — disse Epifânio em tom quase rude, visivelmente contrariado com o argumento irretorquível, apresentado contra a sua inovação despótica, em detrimento dos ensinamentos evangélicos.

 

No dia seguinte, o Irmão Marinho foi chamado ao gabinete do superior, que lhe dirigiu a palavra nestes termos:

— Marinho, nosso Irmão Dioclécio, provedor desta casa há mais de dez anos, encontra-se alquebrado, doente, e eu preciso confiar esse encargo a alguém, cuja noção de responsabilidade me dispense de sindicâncias e cuidados especiais. Dessarte, de amanhã em diante, ficarás com o encargo de ir ao mercado mais próximo, duas vezes por semana, de modo a cuidares convenientemente das pequenas provisões do mosteiro.

A jovem acolheu a recomendação, agradecendo a confiança a ela deferida e, com semelhante providência, a palavra de Epifânio, nos dias do Capítulo, já não seria perturbada pelas suas observações simples e portadoras dos melhores esclarecimentos evangélicos.

 

O mercado distava três léguas do convento, porquanto estava situado numa grande povoação na estrada de Alexandria. Desse modo, em sua caminhada a pé, sobraçando dois cestos enormes, a filha de Helvídio era obrigada a pernoitar na única estalagem ali existente, visto ter de esperar a parte da manhã seguinte, quando o mercado exibia os seus produtos.

Aquelas jornadas semanais cansavam-na sobremaneira, a princípio; mas, pouco a pouco, foi-se habituando ao novo imperativo de suas obrigações. Aproveitando a solidão dos caminhos para os melhores exercícios espirituais, não só relia velhos pergaminhos contendo os princípios do Evangelho e as narrativas dos Apóstolos, como exercitava as mais sadias meditações, nas quais deixava o coração evolar-se em preces cariciosas ao Senhor.

No mosteiro todos os irmãos respeitavam-na. Por seus atos e palavras, ela centralizava os afetos gerais, que lhe cercavam o espírito de consideração e de amor desvelado…

 

Três anos passaram, sem que um só dia desse prova de desânimo ou de revolta, de indecisão ou de amargura, consolidando cada vez mais as suas tradições de virtude irrepreensível.

Na povoação mais próxima; igualmente, onde os serviços do mercado a convocavam no cumprimento do dever, todos lhe apreciavam os generosos dotes d’alma, mormente na hospedaria em que pernoitava duas vezes por semana.

Acontece, porém, que Menênio Túlio, o hospedeiro tinha uma filha de nome Brunehilda, que reparara os belos traços fisionômicos do Irmão Marinho, tomada de singulares impressões. Embalde se ataviava para lhe provocar a atenção sempre voltada para os assuntos espirituais, irritando-se, intimamente, com a sua afetuosa indiferença, sempre cordial e fraterna.

Longos meses transcorreram, sem que Brunehilda pudesse desvendar o mistério daquela alma esquiva, cheia de beleza e delicada masculinidade, aos seus olhos, enquanto o Irmão Marinho, dentro de suas elevadas disposições espirituais, nunca chegou a perceber a bastardia dos pensamentos e intenções da jovem, que, tantas vezes, o cumulava de gentilezas cariciosas.

 

Foi então que Brunehilda, desenganada nos seus propósitos inconfessáveis, passou a relacionar-se com um soldado romano, amigo de seu pai e da família, recém-chegado da Capital do Império e cheio de ousadias e atitudes insinuantes.

Em breve, a filha do estalajadeiro inclinava-se para o desfiladeiro da perdição, ao passo que o sedutor da sua alma inquieta e versátil ausentava-se propositalmente, regressando a Roma, depois de obter o consentimento dos superiores.

Abandonada à sua prova aspérrima, Brunehilda procurou disfarçar os seus angustiosos pensamentos íntimos. Com a alma tomada de inquietações em face da severidade dos princípios familiares, desejava morrer de modo a eliminar todos os resquícios da falta e desaparecendo para sempre. Faltava-lhe, porém, o ânimo para realizar tão odioso crime.

Dia chegou, contudo, em que não mais pôde ocultar, aos olhos paternos, a realidade.

 

Recolhendo-se ao leito na véspera de receber o fruto dos seus amores, foi obrigada a cientificar Menênio de quanto ocorria. Tomado de dor selvagem, o coração paterno obrigou a filha a confessar-se plenamente, afim de poder vingar-se. Brunehilda, contudo, no instante de revelar o nome de quem a infelicitara, sentiu o pavor da situação, dizendo caluniosamente:

— Meu pai, perdoai-me a falta que vos desonra o nome, respeitável e impoluto, mas quem me levou a transigir tão penosamente com os sagrados princípios familiares, que nos ensinastes, foi o Irmão Marinho com a sua delicadeza capciosa…

Menênio Túlio sentiu o coração abrir-se em chaga viva. Nunca poderia imaginar semelhante coisa. O Irmão Marinho consolidara no seu conceito as mais confortadoras esperanças, e ele confiava na sua conduta como confiaria no melhor dos amigos.

Mas, ante a evidência dos fatos, exclamou em voz ríspida:

— Pois bem, minha casa não ficará, com essa mancha indelével. Tua prevaricação não desonrará o nome de minha família, porque ninguém saberá que acedeste aos propósitos criminosos do infame! Eu mesmo levarei a criança a Epifânio, afim de que os seus sequazes considerem a enormidade desse crime! Se tanto for necessário, não desdenharei empunhar a espada em defesa do círculo sagrado da família, mas preferirei humilhá-los, devolvendo ao sedutor o fruto da sua covardia!…

 

Com efeito, dissimulando a dor imensa do seu coração e do seu lar, Menênio Túlio, no dia seguinte, ao alvorecer, marchou para o mosteiro levando consigo um pequeno cesto, de que um mísero pequenino era o singular conteúdo.

Chamado à portaria pelo Irmão Filipe, quando o sol ia alto, afim de atender à insistência do visitante, o superior da comunidade ouviu os impropérios de Menênio, com o coração gelado de rancor. Cientificado de todas as confissões de Brunehilda, em relação a Marinho, mestre Epifânio mandou chamá-lo à sua presença, com a brutalidade dos seus gestos selvagens.

— Irmão Marinho — exclamou o superior para filha de Helvídio que o escutava, amargurada e surpreendida — então é assim que demonstras gratidão a esta casa? Onde se encontram as tuas avançadas concepções do Evangelho, que não te impediram de praticar tão nefando delito? Recebendo-te no mosteiro e confiando-te uma missão de trabalho neste retiro do Senhor, depositei nos teus esforços uma sagrada confiança de pai. Entretanto, não hesitaste em lançar o nosso nome ao escândalo, enxovalhando uma instituição que nos é sumamente venerável ao espírito!

 

Observando a miserável criança, junto do estalajadeiro, que lhe não correspondera à saudação, a jovem interrogou, enquanto Epifânio fazia uma pausa:

— Mas, de que me acusam?

— Ainda o perguntas? — revidou Menênio Túlio, de faces congestas — Minha desventurada filha revelou-me a tua ação torpe, não vacilando em levar ao meu lar honesto a lama da tua concupiscência. Estás enganado se supões que minha casa vá acolher o fruto criminoso das tuas desregradas paixões, porque esta miserável criança ficará nesta casa, afim de que o pai, infame, resolva o seu destino.

Depois de pronunciar estas palavras acrescidas de impropérios ao suposto conquistador da filha, o estalajadeiro retirou-se, ante o pasmo de Célia e de Epifânio, deixando ali a criança mísera, em completo abandono.

 

A jovem compreendeu, num relance, que o mundo espiritual exigia um novo testemunho da sua fé e, enquanto caminhava, quase serenamente, para tomar nos braços o inocentinho, o superior da comunidade o advertia colérico:

— Irmão Marinho, esta casa de Deus não pode tolerar por mais tempo a tua escandalosa presença. Explica-te! Confessa as tuas faltas, afim de que a minha autoridade possa cuidar das providências oportunas e necessárias!…

Célia, em poucos instantes, mergulhou o pensamento dolorido nas meditações indispensáveis, e, valendo-se da mesma fé intangível e cristalina que lhe havia orientado todos os penosos sacrifícios do destino, exclamou com humildade:

— Pai Epifânio, quem comete um ato dessa natureza é indigno do hábito que nos deve aproximar do Cordeiro de Deus! Estou pronto, pois, a aceitar com resignação as penas que a vossa autoridade me impuser!….

— Pois bem — replicou o superior na sua orgulhosa severidade — deves sair imediatamente do mosteiro, levando contigo essa criança miserável!…

 

Nesse instante, porém, quase todos os religiosos se haviam aproximado, observando a relevância da cena. Custava-lhes crer na culpabilidade do Irmão Marinho, que ali se encontrava humilde, evidenciando a mais consoladora serenidade no brilho calmo dos olhos úmidos.

E, sentindo que todos os companheiros eram simpáticos à sua causa, a filha de Helvídio, com uma inflexão de voz inesquecível, ajoelhou-se diante de Epifânio e pediu:

— Meu pai, não me expulseis desta comunidade para sempre!… Não conheço as regiões que nos rodeiam! Sou ignorante e encontro-me doente! Não me desampareis; considerando a palavra do Divino Mestre, que se afirmava como o recurso de todos os enfermos e desvalidos deste mundo! Se tenho a alma indigna de permanecer neste retiro de Jesus, dai-me a permissão de habitar o casebre abandonado ao pé do horto. Eu vos prometo trabalhar de manhã à noite, no amanho da terra, afim de esquecer os meus desvios… Pai Epifânio, se não me concederdes essa graça, por mim, concedei-a por este pequenino abandonado, para quem viverei com todas as forças do meu coração!…

 

Chorava copiosamente ao fazer a dolorosa rogativa. No íntimo, o orgulhoso Aufídio Prisco, que desejava, aplicar o Evangelho à sua maneira, quis negar, mas, num relance, notou que todos os companheiros da comunidade estavam comovidos e apiedados.

— Não resolverei por mim — clamou exasperado — todos os membros do mosteiro deverão considerar estranha e descabida a tua solicitação.

Todavia, consultados os companheiros, para quem a jovem caluniada erguia os olhos súplices, houve um movimento geral favorável à filha de Helvídio. Epifânio não conseguiu a desejada recusa e, endereçando aos seus benfeitores um carinhoso olhar de agradecimento, o Irmão Marinho abandonou o recinto, erguendo corajosamente a criancinha nos braços e retirando-se para a choupana abandonada, ao pé do imenso horto do mosteiro.

 

Dessa vez, Célia não se entregou à peregrinação por caminhos ásperos, mas só Deus poderia testificar dos seus imensuráveis sacrifícios. Com inauditas dificuldades, buscou adaptar-se, com o pequenino, à sua nova vida, à custa dos mais ingentes trabalhos; na sua soledade dolorosa, a cujas angústias alguns irmãos do mosteiro estendiam mãos carinhosas.

Lembrando-se de Ciro, cercava o pequenito de todos os cuidados, esperando que Jesus lhe concedesse forças para o integral cumprimento de suas provações.

Durante o dia, trabalhava exaustivamente no cultivo das hortaliças, aproveitando os crepúsculos para as meditações e os estudos, que pareciam povoados de seres e de vozes carinhosas do Invisível.

 

Dia houve em que uma pobre mulher do povo passava pelo sítio, a pé, com um filhinho quase agonizante, buscando as estradas de Alexandria à cata de recursos. Era de tarde. Batendo à porta humilde do Irmão Marinho, este levantou-lhe as fibras d’alma abatida, convidando-a às preciosas meditações do Evangelho. Solicitado com insistência pela humilde criatura para impor as mãos, qual faziam os apóstolos de Jesus, sobre o doentinho, tal o ambiente de confiança e de amor que sabia criar com as suas palavras, Célia, entregando-se a esse ato de fé, pela primeira vez, teve a ventura de observar que o pequeno agonizante recuperava o alento e a saúde, num sorriso. Então, a mulher do povo prosternou-se ali mesmo, rendendo graças ao Senhor e misturando as suas lágrimas com as do Irmão Marinho, que também chorava de comoção e agradecimento.

Desde esse dia, nunca mais a casinhola do horto deixou de receber os pobres e aflitos de todas categorias sociais, que lá iam rogar as bênçãos de Jesus, através daquela alma pura e simples, santificada pelos mais acerbos sofrimentos.




de Emmanuel — Minturnes,  mais tarde passou a chamar-se Trajetta.

 

mt 11:28
Vinha de Luz

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 75
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel

“Porque tudo que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança.” — PAULO (Rm 15:4)


A esperança é a luz do cristão.

Nem todos conseguem, por enquanto, o voo sublime da fé, mas a força da esperança é tesouro comum.

Nem todos podem oferecer, quando querem, o pão do corpo e a lição espiritual, mas ninguém na Terra está impedido de espalhar os benefícios da esperança.

A dor costuma agitar os que se encontram no “vale da sombra e da morte”, onde o medo estabelece atritos e onde a aflição percebe o “ranger de dentes”, nas “trevas exteriores”, mas existe a luz interior que é a esperança.

A negação humana declara falências, lavra atestados de impossibilidade, traça inextricáveis labirintos, no entanto, a esperança vem de cima, à maneira do Sol que ilumina do alto e alimenta as sementeiras novas, desperta propósitos diferentes, cria modificações redentoras e descerra visões mais altas.

A noite espera o dia, a flor o fruto, o verme o porvir… O homem, ainda mesmo que se mergulhe na descrença ou na dúvida, na lágrima ou na dilaceração, será socorrido por Deus com a indicação do futuro.

Jesus, na condição de Mestre Divino, sabe que os aprendizes nem sempre poderão acertar inteiramente, que os erros são próprios da escola evolutiva e, por isto mesmo, a esperança é um dos cânticos sublimes do seu Evangelho de Amor.

Imensas têm sido, até hoje, as nossas quedas, mas a confiança do Cristo é sempre maior.

Não nos percamos em lamentações. Todo momento é instante de ouvir Aquele que pronunciou o “Vinde a mim…” (Mt 11:28)

Levantemo-nos e prossigamos, convictos de que o Senhor nos ofereceu a luz da esperança, a fim de acendermos em nós mesmos a luz da santificação espiritual.




André Luiz

mt 11:28
Conduta Espírita

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 35
Página: 122
Waldo Vieira
André Luiz

Sustentar inalteráveis a fé e a confiança, sem temor, queixa ou revolta, sempre que enfermidades conhecidas ou inesperadas lhe visitem o corpo ou lhe assediem o lar.


Cada prova tem uma razão de ser.


Com o necessário discernimento, abster-se do uso exagerado de medicamentos capazes de intoxicar a vida orgânica.


Para o serviço da cura, todo medicamento exige dosagem.


Desfazer ideias de temor ante as moléstias contagiosas ou mutilantes, usando a disciplina mental e os recursos da prece.


A força poderosa do pensamento tanto elabora quanto extingue muitos distúrbios orgânicos e psíquicos.


Sabendo que todo sofrimento orgânico é uma prova espiritual, dentro das leis cármicas, jamais recear a dor, mas aceitá-la e compreendê-la com desassombro e conformação.


A intensidade do sofrimento varia segundo a confiança na Lei Divina.


Aceitar o auxílio dos missionários e obreiros da medicina terrena, não exigindo proteção e responsabilidade exclusivas dos médicos desencarnados.


A Eterna Sabedoria tudo dispõe em nosso proveito.


Afirmar-se mentalmente em segurança, acima das enfermidades insidiosas que lhe possam assaltar o organismo, repelindo os pensamentos e as palavras de desespero ou cansaço, na fortaleza de sua fé.


A doença pertinaz leva à purificação mais profunda.


Aproveitar a moléstia como período de lições, sobretudo como tempo de aplicação dos valores alusivos à convicção religiosa.


A enfermidade pode ser considerada por termômetro da fé.


mt 11:28
Opinião espírita

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 38
Waldo Vieira
André Luiz
O Evangelho segundo o Espiritismo—

Tumulto e vozerio, nos atritos humanos, pedem um tipo raro de beneficência — a caridade de saber ouvir.

São muitos os que cambaleiam, desorientados, à mingua de tolerância que os ouça.

Convém, no entanto, frisar que palavras não lhe escasseiam. Falta-lhes o silêncio de um coração amigo, com bastante amor para ungir-lhes a alma, no bálsamo da compreensão; e, por esse motivo, desfalecem na luta, à feição do motor que se desajusta sem óleo.

Desdobras a mesa, ergues abrigo seguro, repartes a veste, esvazias a bolsa, atendendo aos que necessitam… Cede também o donativo da atenção aos angustiados, para que se lhes descongestione o trânsito das ideias infelizes, nas veredas da alma.

Para que lhes prestes, entanto, o amparo devido, não mostres o ar distante dos que não querem se incomodar e nem digas a frase clássica: “pior aconteceu comigo”, com a qual, muitas vezes, a pretexto de ajudar, apenas alardeamos egocentrismo, à frente dos outros, sem perceber que estamos a esmagá-los.

É possível que os teus problemas sejam realmente maiores, entretanto, na Terra, ninguém possui medida conveniente para determinar a extensão dos sofrimentos alheios. Desce, pois, do alto nível de tuas dores, minorando aquelas que te pareçam mais simples.

Deixa que o próximo te relacione os próprios desgostos. Se tiveres pressa ou cansaço, não pronuncies respostas tocadas de superioridade ou aspereza, qual se morasses numa cátedra de heroísmo. Faze pausa, mesmo breve, e gasta um minuto de gentileza.

Todavia, sempre que possas, ouve calmamente, diminuindo a aflição que lavra no mundo.

No instante em que te caiba configurar a palavra, dize a frase que esclareça sem ferir ou que reanime sem enganar.

Se as circunstâncias te impelem às referências de ordem pessoal, seleciona aquelas que sirvam aos outros, na condição de escora e esperança.

Sobretudo, em ouvindo, não interrompas quem fala com a vara do reproche.

Geralmente, os que te procuram o entendimento para descarregar as agonias da alma, conhecem de sobra o calibre da cruz que eles mesmos colocaram nos ombros. Rogam-te apenas alguma pequenina parcela de energia que lhes assegurem mais alguns passos, caminho adiante.

Aprendamos a ouvir para auxiliar, sem a presunção de resolver.

O próprio Cristo consolando e abençoando, esclarecendo e servindo, não prometeu a supressão imediata das provações de quantos o cercavam, mas, sim, apelava, sincero: “Vinde a mim, que eu vos aliviarei.” (Mt 11:28)




(Psicografia de Francisco C. Xavier)



Joanna de Ângelis

mt 11:28
Convites da Vida

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 28
Página: 92
Divaldo Pereira Franco
Joanna de Ângelis

Os que são incapazes de consegui-la identificam-na como fraqueza.


Os pessimistas que chafurdam no poço do orgulho ferido e não se dispõem à luta, detestam-na, porque se sentem incapazes de possuí-la.


Os derrotistas utilizam-se da subestima para denegri-la.


Os fracos, falsamente investidos de força, falseiam-lhe o significado, deturpando-lhe a soberana realidade.


Porque muitos não lograram vivê-la e derraparam em plenos exercícios, desconsideram-na. .


Ela, no entanto, fulgura e prossegue.


Sustenta no cansaço, acalenta nas dores, robustece na luta, encoraja no insucesso, levanta na queda. . . Louva a dor que corrige, abençoa a dificuldade que ensina, agradece a soledade que exercita a reflexão, ampara o trabalho que disciplina e é reconhecida a todos, inclusive aos que passam por maus, por ensinarem, embora inconscientemente, o valor dos bons e a excelência do bem.


Chega e dulcifica a amargura, balsamizando qualquer ferida exposta, mesmo em chaga repelente.


Identifica-se pela meiguice e, sutil, agrada, oferecendo plenitude, quando tudo conspira contra a paz de que se faz instrumento.


Escudo dos verdadeiros heróis, tem sido a coroa dos mártires, o sinal dos santos e a característica dos sábios.


Com ela o homem adquire grandeza interior e, considerando a majestade da Criação, como membro atuante da vida, que é, eleva-se e, assim, eleva a humanidade inteira.


Conquistá-la, ao fim das pelejas exaustivas, é lograr paz.


No diálogo entre Jesus e Pilatos, esteve presente no silêncio do Amigo Divino e ausente no enganado fâmulo de César. . .


Seu nome é humildade.


mt 11:28
Florações Evangélicas

Categoria: Livro Espírita
Ref: 3340
Capítulo: 30
Página: 99
Divaldo Pereira Franco
Joanna de Ângelis
Na atual conjuntura intelectual do planeta e considerando-se o clima de rebeldia que irrompe virulenta por toda a parte, a resignação para os aficcionados da violência e do prazer é manifestação patológica que tipifica as personalidades anômalas. Diante do conceito disparatado e frágil, muitos se auto-afirmam pelos desmandos, quando convidados às paisagens da reflexão, pelo sofrimento, gerando males muito mais danosos do que aqueles dos quais pretendem fugir. Porque os seus planos colimam resultados diversos aos que aguardavam, atiram-se ao desalento, quando não partem para as reações abastardantes da crueldade ou do cinismo. Se as enfermidades chegam, exasperam-Se, bandeando para a revolta, intoxicando-se interiormente com as emanações venenosas do inconformismo. Quando os insucessos lhes drenam as ambições desmedidas, desgarram se para os “sonhos róseos" dos estupefacientes e barbitúricos. Diante das necessárias provações que os colocariam nas corretas engrenagens da máquina da vida, vituperam, ferozes e se destroçam nos abusos do sexo e do álcool, em dissipações inomináveis a que se arrojam. Suas resistências são todas comandadas pelos impulsos da ira ou da insatisfação, distantes das reações construtivas da inteligência que discerne, lógica e produz. A resignação para eles é cobardia moral no entanto, fogem à realidade até que a desencarnação os surpreende tardiamente com as realidades verdadeiras da vida, das quais se afastaram, encetando a partir daí longos períodos de sombra, dor e desassossego inimaginável.
* * *

Tu que ouviste a voz da mansuetude do Cristo e que te encorajaste face à grandeza da Sua vida, resigna-te, fortalecendo o ânimo, ante qualquer cometimento que te produza dor e que seja rotulado como desgraça ou infortúnio. Nada ocorre por capricho pernicioso da vida. Recebemos conforme damos, assim como colhemos consoante a qualidade dos grãos que ensementamos. Resignação significa coragem e força na voragem do desespero. Somente os cristãos autênticos e os homens possuidores de elevados ideais se fazem capazes de resignar-se quando o desalento e a alucinação já se apossaram de outros seres. Os que se encastelam nas chacinas e nos desvãos da anarquia, dizendo-se superiores, são meninos medrincas, que não dispõem de energias para se reorganizarem e prosseguirem na atitude reta. Se te convidam ao revide — resigna-te e ora. Se te convocam ao ódio — resigna-te e confia. Se te afrontam com agressões — resigna-te e agradece a Deus. Os dias sempre e inevitavelmente se sucedem para bons e maus, e ninguém se eximirá jamais ao amanhã que a todos alcança, refletindo na claridade forte e pujante do tempo a manifestação — resposta dos nossos atos nas mesmas expressões com que desde hoje as produzimos. Resignação, também, é vida, e vida abundante, na direção da vida eterna.


“Vinde a mim, todos vós que estais aflitos e sobrecarregados, que eu vos aliviarei.

(Mateus, 11:28)


“O sentimento do dever cumprido vos dará repouso ao Espírito e resignação. O coração bate então melhor, a alma se asserena e o corpo se forra aos desfalecimentos, por isso que o corpo tanto menos forte se sente, quanto mais profundamente golpeado é o Espírito".

O Espírito De Verdade - (O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, Capítulo 6º — Item 8)


mt 11:28
Jesus e o Evangelho (Série Psicologica Joanna de Ângelis Livro 11)

Categoria: Livro Espírita
Ref: 9675
Capítulo: 7
Divaldo Pereira Franco
Joanna de Ângelis

Vinde a mim todos vós que estais aflitos e sobrecarregados que eu vos aliviarei.


Mateus, 11:28


Jesus humanizado é o grande médico das almas, que as conhecendo em profundidade, apresenta a terapia recuperadora, ao tempo que oferece a libertadora, que evita novos comprometimentos.


Conhecendo a causalidade que desencadearia as aflições, que são consequências funestas das ações anteriores infelizes que as geraram, propõe como recurso melhor, para a total liberação do seu contingente perturbador, a conquista da luz interna, superando toda a sombra que campeia nas consciências.


Essa claridade incomparável capaz de anular todos os prejuízos e evitar novas projeções de sofrimentos é o cultivo do amor,sustentado pela oração que se converte em canal de irrigação da energia que procede de Deus e vitaliza a criatura humana.


Com esse recurso incomparável, a docilidade no trato com o semelhante permite que as Forças espirituais que promanam das imarcescíveis regiões da plenitude alcancem a intimidade daquele que ora, nele produzindo o milagre da harmonia e da claridade interior permanentes.


O Homem-Jesus, absolutamente lúcido e conhecedor do Self que lhe mantinha a organização humana, era todo luz, não havendo qualquer espaço sombra, o lado escuro que devesse ser penetrado, a fim de erradicar mazelas, desde que o houvera superado em experiências multifárias nas Esferas Superiores de onde provinha.


Encarnando-se na Terra, não fugiu ao confronto com as imposições dominantes entre os Seus coevos, mantendo-se imperturbável, mas não insensível aos seus desmandos e irreflexões, loucuras e infantilidades evolutivas, razão por que procurava extirpar do cerne das vidas que O buscavam os agentes geradores das aflições que as esmagavam, e os levavam à hediondez, ao crime, à mentira, ao ódio, novos desencadeadores de futuras inquietações.


O Seu fardo se fazia leve, porque estruturado em claridade diamantina, sem qualquer contingente de tormento, ensejando o alívio imediato ao penetrar na projeção do Seu pensamento irradiante que cindia toda treva.


N'Ele estavam os recursos valiosos para a saúde espiritual, consequentemente, de natureza moral, emocional, física. . .


O ser humano é o somatório das suas aspirações e necessidades, mas também o resultado de como aplica esses recursos que o podem escravizar ou libertar.


A predominância da sombra, ou do lado escuro, é efeito compreensível da ignorância ou do acumpliciamento com o crime, derivado da preservação dos instintos primários em predominância no seu comportamento.


Enquanto não seja diluída essa sombra, facultando o entendimento das responsabilidades e dos compromissos que favorecem o progresso, mais se aturde na escuridão aquele que deseja encontrar rumos que não são visíveis.


A sua existência se torna um pesado fardo para conduzir, um tormento mental e conflitivo na consciência entenebrecida. O amor, que significa conquista emocional superior, rompe a densidade da ignorância, enquanto a oração dilui as espessas ondas escuras que envolvem o discernimento.


Mediante o amor, o ser descobre o sentido existencial, tornando-se humano, isto é, adquirindo sentimento de humanidade com libertação da alta carga de animalidade nele prevalecente, compreendendo a necessidade de compartir com o seu irmão o que tenha, mas também de repartir quanto o enriquece.


Através da oração identifica-se com outras ondas psíquicas e impregna-se de energias saturadoras de paz, bem como enriquecedoras de alegria de viver e de crescer no rumo da plenitude.


A soberba, filha dileta do egoísmo, que lhe faculta atribuir-se um valor que ainda não possui, cede lugar à humildade, que o ajuda a visualizar a grandeza da Vida e a pequenez em que ainda se debate, incitando-o à coragem e à abnegação, como o devotamento às causas de enobrecimento em que se engajará, buscando os objetivos reais agora vislumbrados e fascinantes.


Toda a terapêutica proposta por Jesus é libertadora, total e sem recuo. Ele não se detém à borda do problema, mas identifica-o, despertando o problematizado para que não reincida no erro, no comprometimento moral com a consciência, a fim de que não lhe aconteça algo pior, quais sejam a amargura sem consolo, a expiação sem alternativa, o impositivo do resgate compulsório.


Esse Homem singular sempre foi peremptório na proposta da decisão de cada um, respeitando o livre-arbítrio, o direito de escolha que é inalienável, definindo os rumos da felicidade terrena, que prosseguiriam no Reino dos Céus, ou demonstrando que através do sofrimento resignado, bem-vivido, já se devassavam as fronteiras do Reino, embora ainda no mundo físico.


Essa visão de profundidade define o Messias nazareno como a Luz que veio ao mundo e o mundo a recusou, preferindo a densidade do nevoeiro envolvente e alucinante.


Sóbrio e austero, sem dureza ou crueldade, sempre compassivo, mas não conivente, demonstrou pelo exemplo comoviver-se em equilíbrio e morrer-se em serenidade, mesmo que através de qualquer flagício imposto.


Ninguém houve que mantivesse tanta serenidade na alegria da pregação da Boa-nova, sem a exaltação que tisna a beleza do conteúdo da Mensagem ou receio de que ela demorasse a se implantar no coração da Humanidade, não importando o tempo que fosse necessário, o que, realmente, é de significado secundário.


O Espírito é eterno, e a relatividade temporal é sempre sucedida pela sua perenidade.


Feliz aquele que opta por experimentar o bem-estar no momento em que respira e entende; desditoso aquele que, conhecendo a forma para tornar-se pleno, posterga a oportunidade, aguardando os impositivos inevitáveis da sujeição e do sofrimento para resolver-se pelo adquirir o que rejeitara anteriormente.


Sob outro aspecto, Ele nunca se apresentou como solucionador de problemas, antes invitou todos a fazerem a sua parte, a se responsabilizarem pelos próprios deveres, tornando-se o Educador que sempre se fez compreender, nunca transferindo responsabilidades que a cada qual pertencem, como mecanismos falsos para atrair ou gerar proselitismo em torno da Sua pessoa.


Diferindo de todos os demais homens, não se revestiu de aspecto excêntrico ou tomou atitudes aberrantes para chamar a atenção, mantendo-se sempre o mesmo, preservando o critério da seleção natural pelo mérito de cada discípulo que se Lhe associasse ao Ministério.


Era compreensível, portanto, que a comunidade judaica do Seu tempo e a sociedade quase em geral de todos os tempos não aceitassem o Seu método. Acostumados que se encontram os homens ao vazio do comportamento moral, às concessões da mentira e da bajulação, aos esconsos compromissos seletivos, viam-no e ainda O veem alguns indivíduos como um violador dos costumes - infelizes, é certo - que predominam nas consciências ensombradas de governantes insensatos e das massas desgovernadas.


Não obstante, Ele permaneceu fiel ao Seu compromisso, sem o alterar para iludir ou arrebanhar simpatizantes.


Sua austeridade e misericórdia conquistavam naturalmente sem promessas mentirosas nem concessões inúteis, dando o primeiro sinal para o despertar para a Verdade, passoindispensável para futuras revoluções internas que seriam operadas no cerne de cada qual.


É incomparável Jesus, o responsável pelo fardo leve, em razão da Sua autoridade moral, ainda não totalmente reconhecida pela Psicologia Profunda como o Homem de palavras claras, de ensinamentos sem dubiedades, de vivência sem recalques ou fugas.


Veio instruir e consolar mediante o exemplo de dedicação, jamais se acomodando ao modus vivendi e operandi, abrindo sulcos novos no solo dos corações para neles ensementar as palavras seguras e medicamentosas para a preservação da saúde e da vida.


Ante os desafios mais vigorosos e as situações mais inclementes, não desistir dos ideais de beleza, não ceder espaço ao mal, não negociar com as sombras, permanecendo-se verdadeiro, luminoso, de consciência reta, decidido - eis a Sua proposta, conforme Ele próprio a viveu.


Sendo o Caminho, único, aliás, para chegar-se a Deus, não teve outra alternativa senão afirmar:


—Vinde a mim, todos que estais aflitos e sobrecarregados, que eu vos aliviarei.



Allan Kardec

mt 11:28
O Evangelho Segundo o Espiritismo

Categoria: Livro Espírita
Ref: 10066
Capítulo: 6
Página: 133
Allan Kardec
Vinde a mim, todos vós que estais aflitos e sobrecarregados, que eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei comigo que sou brando e humilde de coração e achareis repouso para vossas almas, pois é suave o meu jugo e leve o meu fardo. (Mateus 11:28-30)

Wesley Caldeira

mt 11:28
Da Manjedoura A Emaús

Categoria: Livro Espírita
Ref: 11470
Capítulo: 30
Wesley Caldeira
Wesley Caldeira
Cada evangelho é muito próprio ao apresentar os eventos ocorridos depois que o túmulo de Jesus foi encontrado vazio. Eles concordam que Maria de Magdala foi ao túmulo, no terceiro dia após a crucificação, e o encontrou vazio. Quanto ao resto, discordam em quase tudo.
Quantas foram as aparições? Onde e em que circunstâncias se verificaram?
Elas podem ser aglomeradas em três momentos: as aparições próximas da sepultura; aquelas produzidas em Jerusalém e suas cercanias; e as ocorridas na Galileia.
Mateus e Marcos ordenaram com brevidade as aparições.
No texto mateano, um Espírito elevado — pois “seu aspecto era como o do relâmpago e a sua roupa, alva como a neve” (MATEUS, 28:3) — provocou um abalo sísmico, quando se materializou e removeu a pedra que cerrava o túmulo de Jesus; aterrorizou os guardas e revelou às mulheres que o crucificado não estava mais ali, havia ressuscitado; e exortou-lhes a levarem a boa-nova aos apóstolos, acrescentando que Jesus esperaria por eles na Galileia.
Jesus, então, procura pessoalmente as mulheres (Maria de Magdala e Maria de Cléofas, a irmã de sua mãe) e reforça o convite para que os apóstolos se dirijam à Galileia.

Os discípulos partem para a montanha indicada pelo ressurrecto. No reencontro, em solo galilaico, alguns se prostram diante dele, outros duvidam, e recebem o mandato de cristianização dos povos.
Marcos acrescenta Salomé — mãe de Tiago e João — ao grupo de mulheres que caminhava para o túmulo, e chama a entidade espiritual de jovem, em vez de anjo, destacando a brancura de sua túnica. Situa esse Espírito à direita do interior do túmulo, atribuindo a ele o anúncio da ressurreição e a mensagem de reencontro na Galileia.
A tradição marcana propõe que Jesus apareceu somente a Maria de Magdala, que não foi acreditada.
Após, Jesus manifestou-se aos dois caminheiros de Emaús.
Por fim, em lugar não mencionado, Ele tornou-se visível aos onze apóstolos reunidos, censurou-lhes a incredulidade perante os testemunhos de sua ressurreição, convocou-os à evangelização das massas, outorgando- lhes, para isso, aptidões como a xenoglossia26 e a imunização a venenos, a cura de obsidiados e outras enfermidades.
Verificados esses acontecimentos, Jesus “foi arrebatado ao céu e sentou-se à direita de Deus”. (MARCOS, 16:19.)
Lucas ofereceu um relato nas mesmas linhas, porém, mais minucioso e registrando maior número de aparições.
Maria de Magdala, Joana de Cusa e Maria de Cléofas, diante da sepultura violada, entraram no túmulo, perplexas. Dois homens de vestes fulgurantes surgiram: “Por que procurais aquele que vive entre os mortos? Ele não está aqui, ressuscitou”. (LUCAS, 24:5 e 6.)
A narrativa lucana não diz se as entidades espirituais incumbiram as mulheres de transmitir alguma orientação aos apóstolos. Mas registra que elas contaram aos apóstolos o que viram e ouviram.
O episódio de Emaús é detalhadamente historiado no terceiro evangelho [Lucas].

Ignora-se, hoje, a correta localização de Emaús, a 60 estádios de Jerusalém, cerca de 12 quilômetros.
Séculos depois, o episódio era comemorado na cidade de Emaús Nicópolis, a 160 estádios de Jerusalém. No tempo das cruzadas, descobriram-se duas possíveis candidatas a Emaús: El-Qubeibeh e Abu Ghosh, construídas nas margens das estradas do período romano que levavam ao Mar Mediterrâneo.
Cléofas e outro seguidor de Jesus caminhavam tristes em direção a Emaús. Um estranho os abordou na estrada, indagando-lhes sobre o que conversavam. Os caminheiros, lamentosos, apresentaram singelo resumo daqueles três dias, da crucificação do profeta de Nazaré até o desaparecimento de seu corpo. Eles esperavam em Jesus o redentor político de Israel. Com Ele, os dois caminheiros pareciam ter sepultado suas esperanças. (LUCAS, 24: 13 a 24.) O estranho, então, censurou-os:
— “Insensatos e lerdos de coração para crer em tudo o que os profetas anunciaram! Não era preciso que o Cristo sofresse tudo isso e entrasse em sua glória?” (LUCAS, 24:25.)
Em seguida, Ele se pôs a interpretar, desde Moisés, as predições sobre o Messias.
Chegando a Emaús, Cléofas e o amigo rogaram:
— “Permanece conosco, pois cai a tarde e o dia já declina”. (LUCAS, 24:29.)
Apenas quando, à mesa, viram o convidado abençoar o pão e parti-lo é que nele reconheceram Jesus, que se desmaterializou no mesmo instante.
— “Não ardia o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho, quando nos explicava as Escrituras?” (LUCAS, 24:32.)
Jesus apareceu aos apóstolos no momento em que os dois caminheiros retornavam de Emaús e relatavam a visita do Mestre. Ele se identificou, comeu diante de todos, abriu-lhes as mentes para que entendessem as Escrituras. Em vez de partirem para a Galileia, Jesus lhes determinou a permanência em Jerusalém, até serem “revestidos da força do Alto”. (LUCAS, 24:49.)
Em profunda comoção, os discípulos acompanharam Jesus até Betânia, de onde ascendeu aos céus.
Os apóstolos regressaram a Jerusalém com alegria e estiveram no Templo continuamente, em louvor a Deus. O ciclo de aparições de Lucas, como se vê, desenvolve-se apenas em Jerusalém e suas imediações.
A narrativa de João é abrangente. Enfoca, nos primeiros momentos, Maria de Magdala e nenhuma outra mulher. Maria é a verdadeira protagonista daquela manhã. A ex-obsidiada encontrou a sepultura vazia e alertou os apóstolos. Depois que João e Pedro testificaram o desaparecimento do corpo, Maria ficou a sós, e chorava, até que se inclinou para dentro do túmulo e viu dois anjos, um à cabeceira e outro aos pés do lugar onde o corpo estivera.
— “Mulher, por que choras?”
— “Levaram o meu Senhor e não sei onde o colocaram”. (JOÃO, 20:13.)
Foi quando ela, voltando-se para fora do jazigo, viu alguém que lhe repetiu a pergunta, sem nele reconhecer Jesus (novamente transfigurado), como aconteceu aos caminheiros de Emaús. Ela supôs no estranho um empregado de José de Arimateia, responsável pelo jardim que adornava o sepulcro familiar:
— “Senhor, se foste tu que o levaste, dize-me onde o puseste e eu o irei buscar!”
— “Maria!”
Ante a inconfundível e dulçorosa inflexão de voz, ela o reconhece e exclama:
— “Rabunni!”
Isto é, Mestre. E se atira aos pés do Cristo, abraçando-os.

— “Não me retenhas, pois ainda não subi ao Pai. Vai, porém, a meus irmãos e dize-lhes: Subo a meu Pai e vosso Pai; a meu Deus e vosso Deus”. (JOÃO, 20: 15 a 17.)
Embora João e Pedro também tivessem visitado o sepulcro, Ele a escolheu.
Disse o Espírito Emmanuel (XAVIER, 2013g, cap. 11, p. 31-32):
Para muita gente, Maria de Magdala era mulher sem qualquer valor pela condição de obsidiada em que se mostrava na vida pública; no entanto, Ele via Deus naquele coração feminino ralado de sofrimento e converteu-a em mensageira da celeste ressurreição.
Ao cair da tarde, naquele domingo, dez apóstolos, temendo represálias dos líderes judeus e do povo, guardavam-se a portas fechadas. Ignora-se a quem pertencia e onde se situava essa residência. Como as mulheres e os apóstolos foram do sepulcro a ela em brevíssimo tempo, sua localização certamente era em Jerusalém. Passados alguns minutos, Jesus apareceu entre eles e disse:
— “A paz esteja convosco! Como o Pai me enviou, também eu vos envio”. (JOÃO, 20:21.)
Paulo propôs uma aparição especial a Pedro (1 CORÍNTIOS, 15:5). Essa aparição foi confirmada por Lucas: “O Senhor ressuscitou e apareceu a Simão”. (LUCAS, 24:34.)
João prossegue informando que Ele lhes mostrou as marcas dos cravos nas mãos e o golpe no lado. Num gesto simbólico, soprou sobre eles, esclarecendo:
— “Recebei o Espírito Santo”.
Tomé não estava presente e se recusou a crer nos fatos relatados.
— “Se eu não vir em suas mãos o lugar dos cravos e se não puser meu dedo no lugar dos cravos e minha mão no seu lado, não crerei!”
Com seu espírito crítico, Tomé procurou reduzir a magnitude do fato, porque ele não estava presente.

O Espírito Emmanuel observou (XAVIER, 2013e, cap. 100):
Tomé descontente, reclamando provas, por não haver testemunhado a primeira visita de Jesus, depois da morte, criou um símbolo para todos os aprendizes despreocupados das suas obrigações.
Ocorreu ao discípulo ausente o que acontece a qualquer trabalhador distante do dever que lhe cabe.
[...]
Tomé não estava com os amigos quando o Mestre veio. Em seguida, formulou reclamações, criando o tipo do aprendiz suspeitoso e exigente.
Nos trabalhos espirituais de aperfeiçoamento, a questão é análoga.
Matricula-se o companheiro, na escola de vida superior, entretanto, em vez de consagrar-se ao serviço das lições de cada dia, revela-se apenas mero candidato a vantagens imediatas.
Em geral, nunca se encontra ao lado dos demais servidores, quando Jesus vem; logo após, reclama e desespera.
Oito dias mais tarde, Jesus se materializou mais uma vez.
Conta Amélia Rodrigues que, enquanto os onze apóstolos meditavam na mesma sala com as portas fechadas, “uma aragem perfumada invadiu o recinto e uma claridade diamantina vestiu as sombras que ali pairavam com delicada luz, dentro da qual, esplendente e nobre, Ele surgiu”. (FRANCO, 2000, p. 158.)
Não houve censura, somente compaixão ao se dirigir ao apóstolo incrédulo.
— “Põe teu dedo aqui e vê minhas mãos! Estende tua mão e põe-na no meu lado e não sejas incrédulo, mas crê!”
“Os pulsos dilacerados derramavam sulferina luz, que também jorrava da cabeça antes de espinhos, do peito ferido e dos pés destroçados. O dídimo acercou-se, transfigurado, e O tocou”. (FRANCO, 2000, p. 158.)

— “Tu creste, Tomé, porque me viste; bem-aventurados os que não viram e creram”. (BÍBLIA, 1965, JOÃO, 20:29.)
Era a última bem-aventurança.
JOÃO, 20:30 ainda informa que Jesus ofereceu muitos outros sinais, não mencionados em seu livro. E não somente isso.
“Há, porém, muitas outras coisas que Jesus fez e que, se fossem escritas uma por uma, creio que o mundo não poderia conter os livros que se escreveriam.” (JOÃO, 21:25.)
Lucas, em ATOS DOS APÓSTOLOS, 1:3 informou que Ele apareceu ainda várias vezes, “com muitas provas incontestáveis: durante quarenta dias apareceu-lhes e lhes falou do que concerne ao Reino de Deus”.
Paulo, além de ressalvar uma aparição especial a Pedro, acrescentou outras: “apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma vez [...] apareceu a Tiago e, depois, a todos os apóstolos”. (1 CORÍNTIOS, 15:6 e 7.)
Daí, é preciso compreender que cada evangelista focalizou, do universo de aparições, aquelas mais expressivas à sua óptica, a seus propósitos e público destinatário. Os quatro escritores canônicos não fizeram história, ou relatos cronológicos, ao relacioná-las; compuseram textos de divulgação, baseados em fatos reais, em arranjos cuja seleção de materiais e ordem respeitou também o toque da inspiração superior. Unidade na diversidade, produzindo harmonia, como num quarteto de vozes.
A última voz, ou o Evangelho de João, é concluído com o relato da aparição de Jesus às margens do lago de Genesaré.
Sete apóstolos estavam presentes: Pedro, Tomé, Natanael, João e Tiago, seu irmão, e dois não especificados.
Pedro quis pescar, e os demais o acompanharam. Nada pescaram, no entanto. Amanhecia, e da praia alguém lhes sugeriu:
— “Lançai a rede à direita do barco e achareis”. (JOÃO, 21:6.)

Eles não reconheceram Jesus, mas atenderam ao estranho, e faltaram forças para puxar a rede, tal a quantidade de peixes apanhada.
Só aí João reconhece Jesus transfigurado. Simão atira-se no lago, em direção à praia, seguido pelos outros apóstolos, no barco. Era o terceiro reencontro coletivo desde sua morte.
Quando chegam à praia, Jesus os aguarda e os convida para comer. Permanecia transfigurado, porque João comenta que ninguém ousava perguntar Quem és tu? — todavia, sabiam tratar-se de Jesus.
A narrativa está repleta de símbolos. Não que Jesus os desejasse; mas é bem provável que tenha sido uma necessidade dos que interferiram no texto, introduzindo e moldando elementos até sua configuração final, no término do século I.
Certos intérpretes presumem, mesmo, que todo o capítulo 21 seja um acréscimo dos discípulos da escola de João; um acréscimo muito próximo ao tempo de João, pois que consta em todos os manuscritos.
Os fatos são apresentados de modo a transmitir as mensagens com que os redatores querem impregnar os acontecimentos, a fim de que aos episódios da aparição se sobrepusessem as ideias teológicas dos narradores.
A vocação e a missão de Pedro, bem como dos apóstolos, são realçadas.
“Simão Pedro lhes disse:
— ‘Vou pescar’.
Eles lhe disseram:
— ‘Vamos nós também contigo’.” (JOÃO, 21:3.)
O apostolado é representado na pesca, enquanto a quantidade de peixes salienta a fecundidade do trabalho apostólico. O número de peixes, 153 (JOÃO, 21:11), por certo não é fruto da contagem dos peixes, mas exercício de gematria — “sistema criptográfico que consiste em atribuir valores numéricos às letras”. Cento e cinquenta e três: o valor somado das letras das palavras hebraicas dggym gdwlym, utilizadas para a menção aos peixes. A rede que não se rompe propõe a coesão, a unidade a ser buscada a fim de propiciar o êxito da tarefa apostólica junto às comunidades cristãs.
Finda a ceia, Jesus volta-se para Pedro (JOÃO, 21:15):
— “Simão, filho de João, tu me amas mais do que estes?”
— “Sim, Senhor, tu sabes que te amo.”
— “Apascenta os meus cordeiros.”
Duas outras vezes Pedro foi questionado, para ouvir de Jesus: “apascenta as minhas ovelhas”. (JOÃO, 21:16 e 17.)
Pedro tinha negado Jesus por três vezes, em torno de uma fogueira; novamente, em torno de uma fogueira, ele o reafirma três vezes.
O texto joanino relata que, ante a terceira indagação, Pedro se entristeceu. Natural que Simão visse ali uma alusão às três negações. Ele respondeu:
— “Senhor, tu sabes tudo, tu sabes que te amo”. (JOÃO, 21:17.)
Aqui Simão evoca, com o tu sabes tudo, os dons de Jesus. Se Jesus sabe tudo, Pedro sente que nada pode ocultar, e é transparente e sincero: tu sabes que te amo — o amor consciente.
À tríplice negação, dá-se a tríplice profissão de amor, como forma de superação do conflito psicológico do apóstolo.
Por isso, São João da Cruz,27 o grande místico, com profunda sabedoria, afirmou: “ao entardecer sereis examinados no amor”.
Luís Alonso Schökel, com beleza, observou:
“Se Mateus propõe a confissão de fé como fator de sua consistência ‘pétrea’, João propõe o amor a Jesus como condição e garantia de sua ação pastoral. Pedro amadureceu no amor”. (BÍBLIA, 2000, JOÃO, 21:15-nota.)
Aquela primavera nunca será esquecida.

As aparições deixaram um legado de fé imperecível, e marcaram o fim da história de Jesus; não, porém, o fim de sua presença na história.
— “E eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos!” (MATEUS, 28:20.)
26 N.E.: É o uso de uma língua (escrita ou falada) que se não aprendeu e que se não conhece em condições normais. O médium, influenciado por um Espírito, fala uma língua estrangeira que lhe é por inteiro desconhecida. Dicionário de filosofia espírita, J. Palhano Jr., Editora Léon Denis.
27 N.E.: Religioso e escritor espanhol (1542–1591). Aos 25 anos conheceu Santa Teresa e juntos decidiram reformar as ordens carmelitas.

Fénelon disse inspirado:
Um dia, Deus, em sua inesgotável caridade, permitiu que o homem visse a verdade varar as trevas. Esse dia foi o do advento do Cristo. Depois da luz viva, voltaram as trevas. Após alternativas de verdade e obscuridade, o mundo novamente se perdia.[...] (KARDEC, 2013c, cap. I, it. 10.)
O homem não havia alcançado o apogeu de sua maturidade ao tempo de Jesus. Logo, a revelação também não havia chegado ao apogeu.
Compreendendo isso, Jesus prometeu:
Se me amais, observai os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai e ele vos dará outro Consolador, para que fique eternamente convosco, o Espírito de Verdade, a quem o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; mas vós o conhecereis, porque habitará convosco, e estará em vós. (BÍBLIA, 1965, JOÃO, 14:15 a 17.)
Mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará todas as coisas, e vos recordará tudo o que vos tenho dito. (BÍBLIA, 1965, JOÃO, 14:26.)
A revelação seria futuramente completada.
Durante quase trezentos anos, o Cristianismo primitivo educou corações para a vivência de uma religiosidade superior.
Cerca de um milhão de cristãos foram perseguidos, sendo a grande maioria levada ao martírio.

Contudo, no ano 313 se iniciaria uma etapa nova para a mensagem do Cristo.
Naquela data, o Édito de Milão reconhecia o direito e a liberdade de ser cristão, que Cláudio Domício Nero havia retirado desde o ano de 64, num total de 249 anos de perseguições, às vezes intensificadas, às vezes amenizadas.
Abandonadas as catacumbas, os catecúmenos passaram, aos poucos, da condição de perseguidos a perseguidores, à medida que se enfronhavam nos gabinetes da política humana e ajuntavam riquezas.
Consciências lúcidas do Cristianismo constataram o fenômeno, impotentes.
A corrupção do ideal cristão eclipsava a essência do Evangelho, que foi sempre um chamado à transformação pessoal.
Introduziram-se reformas e hábitos que foram distanciando a mensagem de seu autor. No ano de 320, iniciou-se o uso das velas no culto; em 375, iniciou-se a devoção aos santos. Em 394, a missa foi instituída; em 528, surgiu a extrema-unção. (FRANCO, 1995, p. 89.)
Logo depois, Justiniano I — o imperador do Oriente (527–565), que já havia mandado fechar a escola neoplatônica de Atenas em 529 d.C., herdeira das tradições reencarnacionistas de Platão — conseguiu, em 553, que as teses de Orígenes fossem consideradas heréticas, no V Concílio Ecumênico de Constantinopla II. Orígenes, um dos fundadores da teologia da Igreja, ao lado de outros padres primitivos, defendia a preexistência da alma e sua transmigração, isto é, sua existência em corpos sucessivos.
Philotheus Boehner e Etienne Gilson (2007, p. 49) afirmaram, na História da filosofia cristã:
A controvérsia acerca de Orígenes, sinceramente admirado também por muitos varões de grande santidade, levou à ruptura das relações amistosas entre São Jerônimo e Rufino, e, finalmente, à solene condenação de Orígenes no 5o Concílio Ecumênico de Constantinopla, no ano 553.

No ano 660, Bonifácio III se declarou bispo universal, papa (do grego páppas, “pai”), embora Jesus houvesse recomendado: “A ninguém na Terra chameis ‘Pai’, pois um só é o vosso Pai, o celeste”. (MATEUS, 23:9.) Em 763, surgiu o impositivo da adoração às imagens e relíquias, contrariando o segundo mandamento do Décalogo; em 993, começou a canonização dos santos; em 1070, foi imposta a infalibilidade da Igreja, que culminou na infalibilidade papal em 1870. (FRANCO, 1995, p. 89.)
Ou seja, o mosaísmo fixou o monoteísmo, mas prosseguiu fomentando o ritualismo, e ofereceu a prece como linha de interação entre o homem e Deus.
Com Jesus, o ritualismo é substituído pelas ações enobrecedoras, no culto ao amor. O amor e a prece são revelados como as mais poderosas expressões de comunhão com Deus.
A chegada do Catolicismo restabeleceu o papel do rito, e a Igreja se transformou, no lugar da prece, na intermediária entre o homem e Deus.
Encarcerada nos claustros monásticos, a árvore do Evangelho foi sacrificada e, sem a liberdade e sem o sol da verdade, definhou.
Em 1184, instituiu-se a “Santa Inquisição” e, logo depois, em 1190, a venda das indulgências. (FRANCO, 1995, p. 89.)
Surgem templos resplandecentes na noite medieval.
No começo do século XVI, era inevitável a Reforma, com Martinho Lutero (1483–1546).
A paciência de Lutero com o clero romano saturou quando o papa Júlio II ofereceu indulgências aos europeus, concedendo perdão aos pecados daqueles que mandassem dinheiro para a reconstrução da Catedral de São Pedro, em Roma. Este e outros abusos levaram Lutero a protestar publicamente, fazendo-o à moda da época, afixando suas ideias em local público para provocar o debate. Em 31 de outubro de 1517, amanheceram pregadas na porta da igreja do castelo de Wittenberg as famosas 95 teses.

Posteriormente, os discípulos e seguidores de Lutero se separaram, criando correntes, apresentando interpretações variadas do Evangelho.
A Renascença, então, abriu novo horizonte cultural na Terra.
A Ciência e a Filosofia foram-se libertando lentamente da mordaça e das imposições das religiões dominantes.
O século XVIII inaugurou a Era da Razão,28 preparando, assim, para um século mais tarde, a chegada da Terceira Revelação, o Consolador prometido por Jesus.
A Reforma luterana29 veio ao mundo com a missão especial de exumar a “letra” dos evangelhos, enterrada nos seminários e conventos. Após essa tarefa, cumpria ao Consolador, pela voz do Espiritismo, esclarecer o “espírito” das lições do Cristo.
José Petitinga esclarece que:
O Espiritismo é a Doutrina de Jesus em espírito e verdade, sem fórmulas nem ritos, sem aparências nem representantes, sem ministros. [...] “É a religião da Filosofia, a Filosofia da Ciência e a Ciência da Religião”, conforme predicou Vianna de Carvalho em nossa Casa, com justas razões.” (FRANCO, 2011, cap. 16, p. 271.)
Num momento histórico de avanço do materialismo, de insurreição da ciência e da filosofia contra a religião, a Doutrina Espírita surge como a ciência que pergunta, investigando e confirmando a imortalidade; a filosofia que equaciona os enigmas do comportamento humano; a religião que expressa a necessidade do amor para a união dos homens.
Religiões deformadas pelos dogmas, escravizadas pelos interesses políticos e econômicos, não conseguiam fazer oposição ao alastramento do materialismo.
O Espiritismo surge como união entre a fé e a razão; uma culminância da revelação e uma convergência das revelações.
Moisés revelou o princípio da justiça. Jesus revelou o principado do amor.

O papel do Espiritismo é reviver os ensinamentos do Cristo, convocar as criaturas ao melhoramento pessoal e completar os conhecimentos essenciais ao progresso do Espírito, que alicerçam a ética formulada por Jesus.
“[...] Moisés abriu o caminho; Jesus continuou a obra; o Espiritismo a concluirá [...]” (KARDEC, 2013c, cap. I, it. 9, p. 47.), pois o Espiritismo é uma revelação progressiva em si mesma, dada em circuito aberto, e não fechado, como uma revelação permanente.
A revelação de Jesus, entretanto, ocupa o centro das três revelações. O amor é a síntese da lei divina, é a própria lei em sua expressão máxima. A justiça aplaina os caminhos do amor, e a verdade lhe dá amplitude e grandeza, mas o amor é a maior força de comunhão entre Deus e o homem.
Hoje a coletividade humana se encontra outra vez num período crítico de angústias diante do problema da dor, enclausurada ainda no conflito entre a razão e a animalidade.
As ideias espíritas coordenarão lenta transição para o homem, esclarecendo-o com a verdade e firmando Jesus nas bases do comportamento humano, como modelo e guia.
Jesus, o Cristo, foi crido e venerado. Jesus, o guia e o modelo, além disso, deverá ser compreendido e aplicado.
Seu régio vulto expandiu a majestade do amor, dividindo a história.
Sua voz inundou os campos da razão com a libertadora perspectiva do reino de Deus.
Suas mãos, embaixadoras da paz, estenderam-se para o mais consolador convite já endereçado aos corações:
— “Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve”. (MATEUS, 11: 28 a 30.)

28 N.E.: Surgiu imediatamente depois do misticismo, da religião e da superstição da Idade Média. A Era da Razão representou uma gênese no modo como o homem via a si próprio, a busca do conhecimento e o universo. Neste período de tempo, os conceitos de conduta e pensamento que o homem anteriormente tinha, agora podiam ser contestados verbalmente e por escrito. Medos como ser proclamado herege ou queimado na fogueira foram descartados. Este foi o início de uma sociedade aberta em que os indivíduos eram livres para buscar a felicidade individual e a liberdade.
29 N.E.: Movimento religioso europeu do séc. XVI inspirado por Martinho Lutero e Jean Calvino, que deu origem às igrejas protestantes que não se sujeitaram às ordens da Igreja Católica de Roma.

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Diversos

mt 11:28
Chico Xavier - Coração Missionário

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 5
Francisco Cândido Xavier
Diversos

Vinde a mim todos vós os que sofreis… (Mt 11:28)

Disse o Senhor esta convocação num certo momento,

Mas não retirou ninguém do sofrimento

Mas explicou: E Eu vos aliviarei. (Mt 11:28)


Consideramos, pois, nossas faltas,

Reencarnação pede esforço, vida, paz e luz…

Tenhamos paciência no caminho,

E seremos aliviados por Jesus!…




Página recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, na noite de 03.07.1999, em reunião pública do Grupo Espírita da Prece em Uberaba - MG.


mt 11:28
Coletânea do Além [Feesp]

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 66
Francisco Cândido Xavier
Diversos

Todos os estudiosos que solicitam de amigos do Além um roteiro de orientação não devem esquecer o Evangelho de Jesus, roteiro das almas em que cada coração deve beber o divino ensinamento para a marcha evolutiva.

Habitualmente, invoca-se a velhice de sua letra e a repetição de seus enunciados. O espírito do Evangelho de Cristo, porém, é sempre a luz da vida. Determinados companheiros buscam justificar o cansaço das fórmulas, alegando que em Espiritismo, temos obras definitivas da revelação, com o sabor de novidade preciosa, em matéria de esclarecimento geral e esforço educativo. O Evangelho, todavia, é como um Sol de espiritualidade. Todas essas obras notáveis dos missionários humanos, na sua tarefa de interpretação, funcionam como telescópios, aclarando-lhe a grandeza. É que a sua luz se dirige à atmosfera interior da criatura, intensificando-se no clima da boa vontade e do amor, da sinceridade e da singeleza.

A missão do Espiritismo é a do Consolador, que permanecerá entre os homens de sentimento e de razão equilibrados, impulsionando a mentalidade do mundo para uma Esfera superior. Vindo em socorro da personalidade espiritual que sofre, nos tempos modernos, as penosas desarmonias do homem físico do planeta, estabelece o Consolador a renovação dos valores mais íntimos da criatura e não poderá executar a sua tarefa sagrada, na hipótese de seus trabalhadores abandonarem o esforço próprio, no sentido de operar-se o reajustamento das energias morais de cada indivíduo.

A capacidade intelectual do homem é restrita ao seu aparelhamento sensorial; todavia, a iluminação de seu mundo intuitivo condu-lo aos mais elevados Planos de inspiração, onde a inteligência se prepara, em face das generosas realizações que lhe compete atingir no imenso futuro espiritual.

A grande necessidade, ainda e sempre, é a da evangelização íntima, para que todos os operários da causa da verdade e da luz conheçam o caminho de suas atividades regeneradoras, aprendendo que toda obra coletiva de fraternidade, na redenção humana, não se efetua sem a cooperação legítima, cuja base é o esclarecimento sincero, mas também é a abnegação, em que o discípulo sabe ceder, tolerar e amparar, no momento oportuno.

Para a generalidade dessa orientação moral faz-se indispensável que todos os centros de estudo doutrinário sejam iluminados pelo Espiritismo evangélico, a fim de que a mentalidade geral se aplique à luta da edificação própria, sem fetichismos e sem o apoio temporal de forças exteriores, mesmo porque se Jesus convocou ao seu coração magnânimo todos os que choram com o “vinde a mim, vós os que sofreis”, (Mt 11:28) também asseverou: “tomai a vossa cruz e segui-me!”, (Mc 8:34) esclarecendo a necessidade de experiências edificantes no círculo individual.

Resumindo, somos compelidos a concluir que, em Espiritismo, não basta crer. É preciso renovar-se. Não basta apreender as filosofias e as ciências do mundo, mas sentir e aplicar com o Cristo.



mt 11:28
Educandário de Luz

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 11
Francisco Cândido Xavier
Diversos

Todos os estudiosos que solicitam de amigos do Além um roteiro de orientação não devem esquecer o Evangelho de Jesus, roteiro das almas em que cada coração deve beber o divino ensinamento para a marcha evolutiva.

Habitualmente, invoca-se a velhice de sua letra e a repetição de seus enunciados. O espírito do Evangelho de Cristo, porém, é sempre a luz da vida. Determinados companheiros buscam justificar o cansaço das fórmulas, alegando que em Espiritismo, temos obras definitivas da revelação, com o sabor de novidade preciosa, em matéria de esclarecimento geral e esforço educativo. O Evangelho, todavia, é como um Sol de espiritualidade. Todas essas obras notáveis dos missionários humanos, na sua tarefa de interpretação, funcionam como telescópios, aclarando-lhe a grandeza. É que a sua luz se dirige à atmosfera interior da criatura, intensificando-se no clima da boa vontade e do amor, da sinceridade e da singeleza.

A missão do Espiritismo é a do Consolador, que permanecerá entre os homens de sentimento e de razão equilibrados, impulsionando a mentalidade do mundo para uma Esfera superior. Vindo em socorro da personalidade espiritual que sofre, nos tempos modernos, as penosas desarmonias do homem físico do planeta, estabelece o Consolador a renovação dos valores mais íntimos da criatura e não poderá executar a sua tarefa sagrada, na hipótese de seus trabalhadores abandonarem o esforço próprio, no sentido de operar-se o reajustamento das energias morais de cada indivíduo.

A capacidade intelectual do homem é restrita ao seu aparelhamento sensorial; todavia, a iluminação de seu mundo intuitivo condu-lo aos mais elevados Planos de inspiração, onde a inteligência se prepara, em face das generosas realizações que lhe compete atingir no imenso futuro espiritual.

A grande necessidade, ainda e sempre, é a da evangelização íntima, para que todos os operários da causa da verdade e da luz conheçam o caminho de suas atividades regeneradoras, aprendendo que toda obra coletiva de fraternidade, na redenção humana, não se efetua sem a cooperação legítima, cuja base é o esclarecimento sincero, mas também é a abnegação, em que o discípulo sabe ceder, tolerar e amparar, no momento oportuno.

Para a generalidade dessa orientação moral faz-se indispensável que todos os centros de estudo doutrinário sejam iluminados pelo Espiritismo evangélico, a fim de que a mentalidade geral se aplique à luta da edificação própria, sem fetichismos e sem o apoio temporal de forças exteriores, mesmo porque se Jesus convocou ao seu coração magnânimo todos os que choram com o “vinde a mim, vós os que sofreis”, (Mt 11:28) também asseverou: “tomai a vossa cruz e segui-me!”, (Mc 8:34) esclarecendo a necessidade de experiências edificantes no círculo individual.

Resumindo, somos compelidos a concluir que, em Espiritismo, não basta crer. É preciso renovar-se. Não basta apreender as filosofias e as ciências do mundo, mas sentir e aplicar com o Cristo.



mt 11:28
Instruções Psicofônicas

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 53
Francisco Cândido Xavier
Diversos

Concluindo as nossas lides da noite de 24 de fevereiro de 1955 no tempo reservado às instruções do Plano Espiritual, fomos brindados com a presença confortadora de nossa irmã Ana Prado,  que foi médium de materialização, em Belém do Pará, muito conhecida nos círculos espiritistas do nosso País, através de jornais e livros que lhe estudaram os elevados dotes medianímicos.

Utilizando-se dos recursos do médium falou-nos com simplicidade e brandura, comovendo-nos fundamente, porquanto a mensagem de que foi portadora é um grito de alerta para todas as criaturas que se entregam aos fenômenos psíquicos sem qualquer interesse pela iluminação interior com Jesus.


Amigos, saibamos receber a paz de Jesus.

Sou a vossa irmã Ana Prado, humilde servidora de nosso ideal. Não há muitos anos, cooperei na mediunidade de efeitos físicos, na cidade de Belém do Pará, tentando servir ao Espiritismo, não obstante minhas deficiências e provações. Adapto-me, porém, agora, à mediunidade de efeitos espirituais, nela encontrando seguro caminho para a renovação com o Cristo.

Colaborei na materialização de companheiros desencarnados, na transmissão de vozes do Além, na escrita direta e na produção de outros fenômenos, destinados a formar robustas convicções, em torno da sobrevivência do ser, além da morte, no entanto, ao redor da fonte de bênçãos que fluía, incessante, junto de nossos corações deslumbrados, não cheguei a ver o despertar do sentimento para o Cristo, único processo capaz de assegurar à nossa redentora Doutrina o triunfo que ela merece na regeneração de nós mesmos.

No quadro dos valores psíquicos, a mediunidade de efeitos físicos é aquela que oferece maior perigo pela facilidade com que favorece a ilusão a nosso próprio respeito.

Recolhemos os favores do Céu como dádivas merecidas, quando não passam de simples caridade dos Benfeitores da Vida Espiritual, condoídos de nossa enfermidade e cegueira. E, superestimando méritos imaginários, caímos, sem perceber, no domínio de entidades inferiores, que nos exploram a displicência.

A vaidade na excursão difícil, a que nos afeiçoamos com as nossas tarefas, é o rochedo oculto, junto ao qual a embarcação de nossa fé mal conduzida esbarra com os piratas da sombra, que nos assaltam o empreendimento, buscando estender o nevoeiro do descrédito ao ideal que esposamos, valendo-se, para isso, de nosso próprio desmazelo.

Minhas palavras, porém, não encerram qualquer censura aos gabinetes de experimentação científica. Seria ingratidão de nossa parte olvidar quanto devemos aos estudiosos e cientistas que, desde o século passado, trazem a lume as mais elevadas ilações a benefício do mundo, mobilizando médiuns e companheiros de boa vontade.

Minha singela observação reporta-se apenas à profunda significação do serviço evangelizador, em nosso intercâmbio, porque o sofrimento, a ignorância, a irresponsabilidade, os problemas de toda espécie e os enigmas de todas as procedências constituem o ambiente comum da Terra, perante o qual a mediunidade de efeitos espirituais deve agir, renovando o sentimento e abordando o coração, para que o raciocínio não pervague ocioso e inútil, à mercê dos aventureiros das trevas que tantas vezes inventam dificuldades para os veneráveis supervisores de nossas realizações.

Favoreçamos, sim, o desenvolvimento da mediunidade de efeitos físicos, onde surja espontânea, nos variados setores de nosso movimento, contudo, amparando-a com absoluto respeito e cercando-a de consciências sinceras para consigo próprias, a fim de que experimentadores e instrumentos medianímicos não sucumbam aos choques da sombra.

Quanto a nós, prossigamos em nosso esforço persistente ao lado do pauperismo e da aflição, da dor e da luta expiatória que exigem da mediunidade de efeitos espirituais os melhores testemunhos de amor fraterno.

Recordemo-nos de Jesus, o intérprete de nosso Pai Celestial, que em seu apostolado divino reduziu, quanto possível, os fenômenos físicos ante a miopia crônica das criaturas, e aumentou, sempre mais, as demonstrações de socorro à alma humana, necessitada de luz.

Lembremos o Grande Mestre do “Vinde a mim, vós os que sofreis!…” (Mt 11:28) e, colocando-nos a serviço do próximo, esperemos que a curiosidade terrestre acumule méritos adequados para atrair a assistência construtiva de Mais Alto, porque somente pela pesquisa com trabalho digno e pela ciência enriquecida de boa consciência é que a mediunidade de efeitos físicos se coroará, na Terra, com o brilho que todos lhe desejamos.



mt 11:28
Novos Horizontes

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 10
Francisco Cândido Xavier
Diversos

Adolfo Bezerra de Menezes, nascido em 29 de agosto de 1831, em Riacho Grande, Ceará, filho de Antonio Bezerra de Menezes e de Fabiana de Jesus Maria Bezerra.

Em 1851 matriculou-se na Faculdade de Medicina no Rio de Janeiro, doutorando-se em 1856.

Ingressa em 1857 na Academia Imperial de Medicina assumindo como redator de 1859 a 1861.

Em 1858 casa-se com a Sra. Maria Cândida de Lacerda, que veio a desencarnar em 1863, deixando-lhe dois filhos. Ingressa nesse mesmo ano no Exército como cirurgião-tenente.

Em 1860 foi eleito Vereador à Câmara Municipal do Rio de Janeiro e reeleito em 1864. Contrai núpcias pela segunda vez em 1865 com a Sra. Cândida Augusta de Lacerda Machado.

Eleito Deputado Federal em 1867, retorna à Câmara Municipal de 1873 a 1881, por mais duas legislaturas. De 1878 a 1881 foi Presidente da Câmara Municipal do Rio de Janeiro. De 1882 a 1885 foi reeleito Deputado Federal.

Em 16 de agosto de 1886, aderiu publicamente ao Espiritismo.

De 1887 a 1894 sob o pseudônimo de Max, participou com publicações no periódico O PAIZ, dirigido por Quintino Bocaiuva.

Foi Presidente da Federação Espírita Brasileira em 1889 e de 1895 a 1900.

Em 11 de abril de 1900 desencarna Dr. Bezerra de Menezes. Dados extraídos do Livro “Bezerra, Chico e Você. Edição GEEM”.


Festival de Amor ao Próximo


Mensagem de 18.12.1993


Irmã Yolanda, o Senhor nos ilumine sempre.

Assumi a obrigação de vir ao seu encontro e ao encontro dos seus cooperadores e irmãs abnegadas, no Lar Oficina de sua criação, sob a proteção de Jesus. Venho agradecer-lhe o Festival de Amor ao Próximo que realizaste na paz do Senhor Jesus. Foi Ele mesmo que disse: “Vinde a mim todos vós que sofreis e vos aliviarei.” (Mt 11:28)

Entendemos que o Divino Mestre não prometeu solução total dos problemas de quem sofre, porquanto, afirmou: “Eu vos aliviarei.” (Mt 11:28)

Temos de reconhecer o Divino Servidor, como sendo o precursor da anestesia. Em verdade, não podia Ele derrubar as Leis do Criador, diante do sofrimento humano. Asseverou que aliviaria as provações de quantos se lhe apresentassem, rogando amparo e bênção.

E nos fizestes recordar na noite última que a dor dos que a experimentam não podia ser erradicada de imediato, mas que a Misericórdia Divina suaviza. Por essa mesma razão é nosso dever minimizar as provas e amargores de quantos se abeiram de nós, exibindo as chagas e aflições dos sofrimentos.

E honorificando o Sublime Aniversariante destes dias, puderam os amigos queridos aliviar o infortúnio de quantos se acham ainda agrilhoados às provações que eles próprios, de certo modo, foram autores nas estâncias do passado, que se foi, mas sem apagar as marcas das nossas próprias ilusões e desequilíbrios.

Desejo dizer que nos cabe respeitar a dor e a necessidade onde apareçam, mas fazendo quanto se nos faça possível para cumprir os estatutos na misericórdia das leis de amor, das quais foi Jesus o mensageiro.

Reunistes os caros irmãos, incluindo-me igualmente entre os necessitados, todos aqueles que injustamente se consideram desprezados por Deus, quando nos reconhecemos todos na posição de devedores perante a Justiça Divina.

Tantos são os companheiros que se reajustam no Mundo Físico que, de certo modo, parece-nos um grande mostruário de aflições e de lágrimas!


E vimos e abraçamos:

   os filhos da penúria material;

   os infelizes que se acham revoltados e, às vezes, cruéis na incompreensão das leis que nos regem;

   os aleijados do raciocínio que trazem o cérebro doente, face às declarações e ações lamentáveis a que se entregaram em época remota ou recente;

   os enfermos do corpo que choram, no silêncio, a inconformação que lhes vai no espírito, sem se deterem a pensar nos excessos que abraçaram em outras situações;

   os desesperados com a perda de filhos queridos, resgatando o martírio que impuseram nas malhas da delinquência;

   os que se sentem encurralados nos problemas de solução difícil, sem imaginar que foram responsáveis pela queda de muitos irmãos com as maquinações lastimáveis em que envolveram pessoas dignas, lançando-as a descrédito injusto;

   os que abusaram das próprias faculdades no veículo físico e agora carregam consigo os prejuízos de semelhantes atitudes;

   todos os que jazem emaranhados na carência dos mínimos recursos para viver confortáveis e felizes, por culpa da prodigalidade indébita em que consumiram a tranquilidade dos próprios pais… Todos eles, quanto ocorre a mim mesmo, se sentiram aliviados pelo trabalho que efetuaram, dia por dia, na escola do lar em que sediaram o bendito Lar Oficina.


Todos devedores, quanto eu mesmo, no entanto, todos necessitados de amor e consolo para se fortalecerem e se curarem.

Indubitavelmente, que as queridas irmãs e os prezados companheiros algo poderiam fazer, de modo a diminuir as provas que abraçaram para si mesmos. E agradecemos à irmã Yolanda, ao seu coração amigo e ao coração de quantos se lhe uniram ao esforço para ajudar e, com o seu tirocínio, tivemos o festival do amor ao próximo que ontem se nos fez mais um passo para com o nosso Divino Mestre.

O serviço que desenvolveram atingiu às próprias crianças nascituras, ainda resguardadas nos ventres maternos. Aqui estou, pequenino trabalhador da Seara do Bem, para dizer-lhes: Muito obrigado!

Muito obrigado, irmã Yolanda, pelas suas horas de reflexão e sacrifício, para que a nossa festa fosse o melhor de nós mesmos. Irmã Yolanda, compreendemos a sua luta e pessoalmente nos sentimos satisfeitos em repetir no silêncio de seu coração:

Querida irmã, Deus a recompense. Também eu estou entre os beneficiados da promoção de paz e amor que realizaram e repetimos, juntamente de nosso querido Augusto, as nossas palavras de gratidão:

Muito obrigado! Deus a recompense sempre e que todos nós, uns com os outros, possamos exclamar, de alma aberta à luz do Eterno Bem: — Louvado seja Deus!



mt 11:28
Paz e Libertação

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 18
Francisco Cândido Xavier
Diversos

“Vinde a mim todos os que andais aflitos, e sobrecarregados, e eu vos aliviarei.” — (Mt 11:28)


Quando, nas horas de íntimo desgosto, o desalento te invadir a alma e as lágrimas te aflorarem aos olhos, busca-me:

  “Eu sou aquele que sabe sufocar-te o pranto e estancar-te as lágrimas.”


Quando te julgares incompreendido dos que te circundam e vires que em torno há indiferença, acerca-te de mim:

  “Eu sou a luz, sob cujos raios te aclaram a pureza de tuas intenções e a nobreza de teus sentimentos!”


Quando se te extinguir o ânimo para arrostares as vicissitudes da vida e te achares na iminência de desfalecer, chama-me:

  “Eu sou a força capaz de remover-te as pedras do caminho e sobreporte às adversidades do mundo!”


Quando inclementemente te açoitarem os vendavais da sorte e seja não souberes onde reclinar a cabeça, corre para junto de mim:

  “Eu sou o refúgio em cujo seio encontrarás guarida para teu corpo e tranquilidade para teu Espírito!…”


Quando te faltar a calma, nos momentos de maior aflição e te considerares incapaz de conservar a serenidade de espírito, invoca-me:

  “Eu sou a paciência que te faz vencer os transes mais dolorosos e triunfar nas situações mais difíceis.”


Quando te debateres nos paroxismos da dor e tiveres a alma ulcerada pelos abrolhos, grita por mim:

  “Eu sou o bálsamo que cicatriza as chagas e te minora os padecimentos!”


Quando o mundo te iludir com suas promessas falazes e perceberes que ninguém pode inspirar-te confiança, vem a mim:

  “Eu sou a sinceridade que sabe corresponder à franqueza de tuas atitudes e à excelsitude de teus ideais!”


Quando a tristeza e a melancolia te povoarem o coração e tudo te causar aborrecimento, chama por mim:

  “Eu sou a alegria que insufla um alento novo e te faz conhecer os encantos do teu mundo interior!”


Quando, um a um, te fenecerem os ideais mais belos e te sentires no auge do desespero, apela por mim:

  “Eu sou a esperança que te robustece a fé e te acalenta os sonhos!”


Quando a impiedade recusar-se a relevar-te as faltas e experimentares a dureza do coração humano, procura-me:

  “Eu sou o perdão que te levanta o ânimo e promove a reabilitação do teu Espírito!”


Quando duvidares de tudo, até de tuas próprias convicções, e o ceticismo te avassalar a alma, recorre-te a mim:

  “Eu sou a crença que te inunda de luz e entendimento e te habilita para a conquista da felicidade!”


Quando já não provares a sublimidade de uma afeição terna e sincera e te desiludires do sentimento do teu semelhante, aproxima-te de mim:

  “Eu sou a renúncia que te ensina a olvidar a ingratidão dos homens e a esquecer a incompreensão do mundo!”


E quando, enfim, quiseres saber quem sou, pergunta ao riacho que murmura e ao pássaro que canta, à flor que desabrocha e à estrela que cintila, ao moço que espera e ao velho que recorda.

  “Chamo-me AMOR, o remédio para todos os males que te atormentam o espírito! Eu sou JESUS!”



mt 11:28
Registros Imortais

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 3
Francisco Cândido Xavier
Diversos

3ª reunião | 18 de outubro de 1956


: Arnaldo Rocha, Francisco Teixeira de Carvalho, Elza Vieira, Francisco Gonçalves, Geni Pena Xavier, , Edmundo Fontenele, Edite Malaquias Xavier, Áurea Gonçalves, Aderbal Nogueira Lima, Zínia Orsine Pereira, Geraldo Benício Rocha e Waldemar Silva.


Jesus seja louvado, meus filhos. Que a sua misericórdia se faça sobre nós nesta noite em que vamos falar de tal modo que a nossa palavra seja gravada.

Lembramo-nos, assim, de trazer-vos a nossa experiência na luta para buscarmos, todos juntos, a graça do Senhor.

No seu Evangelho temos aprendido tanto que nos encorajamos hoje a recordar nos companheiros mais moços que ele não somente é um livro que se deva ler por espírito de religiosidade ou de temor a Deus, mas sim como código seguro, que nos conduz às estradas aplainadas do Sumo Bem, preparando-nos para a compreensão maior. Infelizmente, não são apenas os neófitos, mas também os iniciados nos mais altos estudos que não lhe entendem o supremo valor. Ainda assim a palavra do divino Mestre nele está como advertência sublime, alertando-nos para o amor — que é a vida de nossas almas.

Amor, meu filhos! É o que nos falta nos dias tumultuosos em que vivemos todos, encarnados e desencarnados, porque as angústias que nos ferem, as incompreensões, a ausência de fé, as dores de todos os recantos nascem nas sombras do egoísmo crescente. Lembremo-nos, assim, da necessidade do Evangelho nos lares, oficinas, no trabalho e em toda parte, a fim de que os nossos objetivos sejam alcançados.

Reconhecemos que mesmo os iniciados na Doutrina de Jesus usam o Evangelho apenas por obrigação. Não puderam ainda apreender-lhe a luz magnífica, e nem puderam apreender-lhe as consolações e as esperanças sublimes. Busquemos, irmãos e companheiros queridos, a cada dia reproduzir, de qualquer modo que a nossa mente for capaz, a figura misericordiosa de Jesus, nosso Senhor, nas suas expressões repassadas de amor e sabedoria, atendendo-lhe às exortações que ressoam, divinas, através dos séculos. Pelo Evangelho, conquistaremos vossas almas. Essa deve ser nossa constante preocupação — vivo roteiro dos nossos dias —, principalmente quando nos empenharmos em aprimorar os nossos sentimentos, em alijar das nossas almas os maus hábitos, melhoramo-nos, a fim de aprimorarmo-nos no Senhor.

As gerações do passado sucederam-se entre decepções e lágrimas por buscarem a felicidade sem Cristo, mas nós outros, que lhe ouvimos a palavra, sentimos o hálito divino animando-nos à justa renovação. A sua mão misericordiosa levantou-nos das cinzas do pretérito. A poeira das civilizações caídas no erro não se amontoou sobre os nossos ouvidos porque lhe escutamos ainda o apelo consolador: “Vinde a mim vós que sofreis e que vos achais sobrecarregados, que eu vos aliviarei!” (Mt 11:28)

Fomos a ele e sentimos que o seu amor infinito desceu sobre nós. Saibamos, pois, conservar-lhe a graça divina.

E, terminando, saudamos a todos os companheiros em nome de sua paz, rogando a Deus nos abençoe para sempre.




Comunicação recebida pelo médium Geraldo Benício Rocha, do Grupo Meimei, em Pedro Leopoldo, Minas Gerais.



Carlos Antônio Baccelli

mt 11:28
100 Anos de Chico Xavier

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 7
Carlos Antônio Baccelli

Um dia disse ao povo: “Vinde a mim todos vós, os que sofreis…” (Mt 11:28)

Falou o Precursor da Anestesia,

Mas o homem colocou a droga em nosso pão de cada dia,

Desrespeitando e burlando nossas leis.


Há muita gente considerada importante junto a nós,

Que se dedica a esse trágico serviço,

E até as criancinhas entrarem nisso

Com moléstias e crises incessantes.


Como acabar com a droga em nossa Terra?

Disseram-nos: Só Deus sabe!…

A droga vem de um fosso assaz profundo,

No entanto, Deus registra os que a espalham neste mundo.


E, um dia a Lei Divina os apresará todos num deserto,

Porque há muitos desertos sobre o mundo…

E a droga então desaparecerá.

Quanto a nós, sobre a origem da droga, nada falaremos,


Mas nesta noite os cristãos aqui reunidos,

Junto de outros cristãos de outras cidades,

Antes que a dor nos envolva em seus extremos,

Unidos, todos na fé,

Então atenderemos

Ao divino convite de Jesus.




Autores diversos  

mt 11:28
Doutrina-escola

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 16
Francisco Cândido Xavier
Autores diversos  

   São multidões de pessoas

  Sofrendo em nosso mundo.


   Muitos trazem doença

  Outros choram de angústia.


   Todos pedem amor

  E um pouco de atenção.


   Nem Jesus quis fazer

  O ataque franco à dor.


   Só disse: “Vinde a mim

  Todos vós que sofreis!…” (Mt 11:28)


   E acrescentou em paz:

  “E vos aliviarei.”




Casimiro Cunha

mt 11:28
Gotas de Luz

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 1
Francisco Cândido Xavier
Casimiro Cunha

   “Vinde a mim, vós que sofreis!…” (Mt 11:28)

  É a palavra do Senhor,

  Tocando nações e leis,

  Ressoa, cheia de amor.


   Herdeiros tristes da cruz,

  Que seguis de alma ferida,

  Encontrareis em Jesus

  Caminho, verdade e vida.


   Famintos de paz e abrigo,

  Que lutais no mundo incréu,

  Achareis no Eterno Amigo

  O Pão que desceu do Céu.


   Almas sedentas de pouso,

  Que à sombra chorais cativas,

  Tereis no Mestre Amoroso

  A Fonte das Águas Vivas.


   Vinde, irmãos, a Jesus-Cristo,

  O Guia que nos conduz!

  Vosso caso está previsto

  Em suas lições de luz.




Essa é a 16ª lição do livro “Antologia Mediúnica do Natal”, editado pela FEB em 1966.



Fernando Worm e Francisco Cândido Xavier

mt 11:28
Janela Para a Vida

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 19
Fernando Worm e Francisco Cândido Xavier

O dia amanhecera úmido e chuvoso. Por volta das 15 horas uma caravana de pessoas, em carros e ônibus, se formara à frente do “Grupo Espírita da Prece”, aguardando o início da peregrinação evangélica de sábados à tarde ao “bairro dos Pássaros”. 

Pouco antes da chegada do médium Xavier a chuva se adensara formando poças d’água ao longo da estrada de chão batido.

à chegada, uma pequena multidão se agrupou ao abrigo de algumas árvores existentes numa clareira próxima à estrada.

Abriram-se diversos guarda-chuvas e o médium Xavier deu início à leitura de um trecho do : “Não saiba a vossa mão esquerda o que dê a vossa mão direita”. Quatro ou cinco pessoas do grupo foram convidadas por Chico a comentarem o trecho em 3 ou 4 minutos cada uma, findos os quais deu-se início à distribuição de gêneros a centenas de criaturas de todas as idades, ali postadas em filas.

Chico Xavier estava quase afônico. Emagrecido e caminhando com dificuldade, sua palidez indicava que, no campo da saúde, não obtivera melhoras consideráveis, de forma que todos nós, os presentes, nos preocupávamos ao vê-lo exposto à intempérie, os sapatos embarrados, a roupa molhada.

Já próximo dos setenta anos de existência física num organismo desgastado e mantido com vida (diria eu que semi-artificial) pela Misericórdia Divina tendo em vista a inadiabilidade da difusão da Doutrina Consoladora entre os homens, a marcante lição daquela tarde inesquecível que ele apresentou para todos quantos participaram da caravana evangélica foi preponderantemente esta: para fazer o bem toda hora é hora, todo tempo é tempo, todo obstáculo deverá ser removido, a doença momentaneamente cede passo à saúde espiritual, a inquietude caminha rumo à paz, a dúvida rumo à certeza, a treva rumo à luz.

Quantas e quantas vezes nos queixamos por ninharias… Quantas vezes abandonamos pequenas tarefas do bem que poderiam valorizar nosso dia a dia, tarefas que se transformariam em moedas de luz que desonerariam nosso Espírito sempre tão endividado perante a Contabilidade Divina. “Vinde a mim todos vós que estais aflitos e sobrecarregados, que eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei comigo que sou brando e humilde de coração a achareis repouso para vossas almas, pois é suave o meu jugo e leve o meu fardo.” (Mt 11:28)


Mediunidade com Jesus

P — Você diria que a mediunidade é uma janela voltada para o Céu?

R — “Se me fosse possível definir a mediunidade, de minha parte eu diria que ela se parece com uma janela voltada para a vida”.


A resposta não nos surpreendera totalmente. Outra não poderia ser a linguagem, o posicionamento da Espiritualidade Superior encarregada de difundir a Doutrina Consoladora sobre a Terra, frente à mediunidade cristã.

Na comunicabilidade com os chamados mortos deparamo-nos com a profunda consolação de constatarmos com certeza a continuidade da vida extra-fisicamente transformada, a certeza da eternidade para o espírito submetido às necessidades da matéria densa.

E o que é a mediunidade com Jesus senão, a própria essência da consolação para milhares de criaturas ávidas de bálsamo e conhecimento? Não morremos, eis a Verdade. No Mais Além conservamos todos os atributos de caráter, de coração, todos os afetos e afinidades espirituais perante aqueles que amamos nas romagens terrestres ao longo dos milênios.



[O local, próximo à Via Anhanguera, chama-se “Bairro dos pássaros pretos”, mas o Chico sempre o denominou apenas por “Bairro dos pássaros”]



Espíritos Diversos

mt 11:28
Marcas do Caminho

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 24
Francisco Cândido Xavier
Espíritos Diversos

Sofres?

Não te esqueças do “Vinde a Mim” do Divino Mestre (Mt 11:28) e procura com ele o manancial da consolação, entretanto, não olvides que o Senhor espera não lhe tragas o fardo escabroso das torturas morais pelos caprichos desatendidos, na incapacidade de praticar o mal, de vez que, em muitas ocasiões, a nossa dor é simples aflição da nossa própria ignorância e da nossa própria rebeldia, à frente da Lei.


Tens sede?

Busca no Cristo a fonte das águas vivas, (Jo 4:13) na certeza, porém, de que a corrente cristalina apagar-te-á a volúpia de conforto e o anseio indébito de ouro e dominação.


Tens fome?

Procura no Benfeitor Celeste o Pão que desceu do Céu, (Jo 6:51) entretanto, roga-lhe, antes de tudo, te sacie a fome desvairada de prazeres e aquisições inúteis para que não te falte o ingresso ao banquete da Luz que o Evangelho te pode propiciar.


Sentes-te enfermo?

Procura em Jesus o Divino Médico, (Mt 9:12) contudo, pede-lhe, atentamente, te conceda remédio contra as tuas próprias inclinações a desordens e excessos, porquanto, de ti mesmo procedem as vibrações enfermiças, que te constrangem ao desequilíbrio orgânico.


Há muita dor que é simplesmente inconformação e desrespeito aos estatutos divinos que nos governam.

Há muita sede que é mera ambição desregrada, atormentando a alma e arrastando-a para o resvaladouro das trevas.

Há muita fome que não é senão exigência descabida do espírito invigilante.

Há muita moléstia que expressa tão somente intemperança mental e hábitos viciosos que é necessário extirpar.


“Vinde a Mim!” — disse-nos o Amigo Eterno. (Mt 11:28)

Saibamos, pois, realizar a retirada de nós mesmos, e desse modo colocar-nos-emos ao encontro do nosso Divino Mestre e Senhor.




(C. E. Luiz Gonzaga — Pedro Leopoldo, MG, 27.03.1953)


mt 11:28
Palavras da Coragem

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 10
Francisco Cândido Xavier
Espíritos Diversos

Enquanto te esforças para viver no bem, outros procuram desanimar-te…

Afirmam que a fé é uma utopia e que Deus não existe.

Escarnecem das orientações espirituais que os Benfeitores da Vida Maior endereçam aos homens na Terra.

Criticam o teu idealismo e sorriem de tua boa vontade.

O que mais estranhas é que muitos deles ombrearam contigo nas lides de que deliberaram se afastar, alegando motivos que ainda não compreendes…

Certamente não puderam suportar o peso das lutas e tombaram, alvejados pelas tentações.

Atraídos pelas flores artificiais das ilusões, feriram-se nos espinhos da realidade e, ao invés de se reconhecerem equivocados; endureceram o coração…

De longe, atiram-te agora farpas em forma de palavras contundentes, como se fosses culpado da situação infeliz em que se encontram.

Todavia, cultivando o silêncio por resposta e fazendo da prece a luz dos teus passos, segue na abençoada empresa do socorro aos que te fitam com os olhos súplices.

Todos os que desertaram da trilha do dever, a ela voltarão mais tarde lamentando o tempo perdido.

Os que se distanciam do Evangelho apenas encontram decepções e amarguras.

Pergunta a ti mesmo o que eras antes que o conhecimento espírita-cristão te alcançasse a existência e concluirás, sem delongas, o quanto tens recebido da Misericórdia Divina.

Reflete na tua segurança de hoje contrastando com as incertezas de ontem e agradece ao Criador a estrada palmilhada.

Abençoa os companheiros que se permitiram desencantar da fé, porque todos eles, embora não demonstrem, estarão sofrendo muito e, no íntimo, desejariam ser o que sempre foram.

Um dia, as ovelhas tresmalhadas tornarão ao aprisco, ouvindo, entre lágrimas, a voz inconfundível do Pastor Amado:

— “Vinde a mim, todos vós que andais aflitos e sobrecarregados que eu vos aliviarei… Porque é leve o meu fardo e suave o meu jugo…” (Mt 11:28)




Psicografia de Carlos. A. Baccelli



Carlos Baccelli

mt 11:28
Evangelho de Chico Xavier, O

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 344
Carlos Baccelli

É apenas uma frase a que o nosso Emmanuel, presente, nos recomenda a atenção, quando Jesus disse: (Mt 11:28) Vinde a mim todos vós que estais fatigados, eu vos aliviarei… É uma promessa que não envolve nenhum sentido de prodígio ou de suposto milagre — “Vinde a mim”. Ele não cogitou da procedência dos viajores: se eram bons, se eram maus querendo ficar bons, se eram meio bons… A marcha não ia parar… “Vinde a mim” — nada de colocar um ponto final em sua marcha própria… Não prometeu também retirar a carga de ninguém, não prometeu nada, apenas alívio para continuarmos a marcha. Aliviar para quê? Para continuar o serviço, para continuar a tarefa…




Wanda Amorim Joviano

mt 11:28
Sementeira de Luz

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 0
Francisco Cândido Xavier
Neio Lúcio
Wanda Amorim Joviano

Meus amigos, muita paz!

O culto do amor a alguém, sob a inspiração do Cristo, é o culto do amor ao Cristo simbolizado em alguém.

Esta é a característica da igreja nos corações que formastes sobre a memória do amigo que hoje se faz lembrado.

Dele não tivestes uma palavra que não pudesse converter-se em verbo iluminativo para todos.

A ele não endereçastes qualquer solicitação que não pudesse transformar-se em apelo ao Mestre divino, dentro do interesse comum.

Nunca fostes constrangidos a aceitar-lhe as ideias.

Nunca constrangestes o leal companheiro a aprovar-vos nas diretrizes que elegestes por norma de ação. Todo erro nesse intercâmbio sempre foi benéfico ensinamento que, de imediato, ou com a ajuda do tempo, se fez claro ao nosso olhar.

E assim, amando o que vos é invisível aos olhos da carne, valorizastes o amor na realidade eterna.

A ligação criada ou consolidada em quinze anos de liberdade construtiva constitui, por isto, para vós outros, um tesouro de inapreciável amor.

Não fostes defrontados pelo afago e sentistes a proteção verdadeira.

Não encontrastes a lisonja e observastes a aprovação edificante.

Não recebestes auxílios tangíveis e guardais a perfeita consciência das bênçãos recolhidas.

Não tateastes corpo algum que vos proporcionasse a impressão da solidez nos pontos de vista esposados e, no entanto, instintivamente, verificais a presença de uma alma iluminada e enobrecida a ofertar-vos indefinível segurança.

Não ouvistes vozes com os tímpanos da carne e escutastes a divina mensagem do coração que amais, e que vos ama, na sublimada acústica do templo interior.

E, pouco a pouco, à maneira dos viajantes que se acolhem à embarcação preferida, vos reconhecestes distantes da praia.

Encaminhando-vos aos portos da renovação, cada dia assinalais diferença apreciável na viagem.

Tudo o que representava lastro inútil ou bagagem imperfeita vem sendo confiado ao mar da comunidade ou reajustado para fins mais nobres.

Cada semana nos oferece novas perspectivas de luz, de transformação, de horizontes dilatados.

A compreensão aclarou-se com recursos mais altos e conseguis separar o continente do passado a distância. Há esses milagres no amor para quem sabe entendê-lo nos fundamentos em que o Cristo no-lo legou.

Um coração transubstanciou-se em veículo sagrado e nele vos refugiastes, porque, por sua vez, o carro vivo e sublime jazia ligado a vós.

E assim a vossa romagem da Terra para o Universo, do círculo para o Infinito, da particularidade para a humanidade se faz harmoniosa e bela, guardando tudo o que é santo, nobre, bom e útil para a fixação de vossos valores pessoais na obra do Eterno para a qual gravitamos quando o espírito acorda para a glorificação da verdadeira vida.

São estas as palavras que me ocorrem no aniversário comemorado nesta noite!

Prossegue! Prossigamos! O caminho é vasto, a luta é árdua e a instalação do Senhor no santuário íntimo é o objetivo para que possamos brilhar Nele com a mesma intensidade com que Ele se propõe a resplandecer em nós.

Louvores ao amigo que vos reencontrou! Louvores a vós que conseguistes e quisestes reencontrá-lo. E que sobre nós reine Jesus, hoje e sempre!




Nota da organizadora: Mensagem psicografada por Francisco Cândido Xavier, em Pedro Leopoldo, Minas Gerais, em 14 de dezembro de 1949.


Nota do editor: Conforme atestam várias pessoas que conviviam na intimidade com o médium Chico Xavier, por afirmativas dele mesmo, o Espírito do benfeitor espiritual Emmanuel já está entre nós, na face da Terra, pela via da reencarnação. Um destes depoimentos, da Sra. Suzana Maia Mousinho, presidente e fundadora do Lar Espírita André Luiz (LEAL), de Petrópolis - RJ, amiga do médium desde 8 de novembro de 1957, Francisco Cândido Xavier lhe confidenciou detalhes sobre a reencarnação de Emmanuel, que voltaria à Terra no interior do Estado de São Paulo, no seio da família constituída pelo , personagens do livro Nosso Lar, de André Luiz. Tempos depois, novamente o estimado médium Chico Xavier tornou a tocar no assunto em pauta com D. Suzana, afirmando ter presenciado o retorno à vida física de seu benfeitor no ano de 2000, vendo, então, confirmadas as previsões espirituais a respeito. Este fato está em sintonia com depoimentos públicos do médium mineiro em duas ocasiões distintas, veiculados em dois de seus livros publicados, a saber: a) no livro Entrevistas, (IDE, 1971), quando, , sobre a futura reencarnação de Emmanuel, Chico Xavier disse: “Ele (Emmanuel) afirma que, indiscutivelmente, voltará à reencarnação, mas não diz exatamente o momento preciso em que isso se verificará. Entretanto, pelas palavras dele, admitimos que ele estará regressando ao nosso meio de Espíritos encarnados no fim do presente século (XX), provavelmente na última década”; e b) também no livro A Terra e o Semeador, (IDE, 1975), quando, respondendo à , Chico Xavier disse: “Isso tem sido objeto de conversações entre ele (Emmanuel) e nós. Ele costuma dizer que nos espera no Além, para, em seguida, retornar à vida física.” [Vide o cap. ]


: (Excerto de uma entrevista concedida por Geraldo Lemos Neto, diretor do Vinha de Luz – Serviço Editorial da Fraternidade Espírita Cristã Francisco de Assis, de Belo Horizonte (MG) a Marlene Nobre, publicada no jornal FOLHA ESPÍRITA de maio de 2006, pág. 3)


— Sim. Não tenho a menor dúvida quanto a isso. Convivi muitos anos, desde 1981, por razões de ordem familiar, com o nosso amado Chico. Minha família materna é de Pedro Leopoldo, a família Machado, que conviveu com Chico desde a sua infância. Além disso, casei-me com Eliana da Cunha Borges, irmã de Vivaldo da Cunha Borges, que desde 1968 passou a viver com Chico Xavier em Uberaba, responsabilizando-se pela diagramação de todos os seus livros. Menciono esse fato apenas : para caracterizar a estreita amizade com que privamos da intimidade do querido amigo. Pois bem, já na década de 80 (1980), em nossas longas conversas em sua casa de Uberaba, ele me dizia que Emmanuel estava se preparando para voltar. Chegava inclusive a brincar dizendo que as posições se inverteriam. Emmanuel viria para ser médium e aprender o quanto é difícil vencer os obstáculos da Terra, e ele, Chico, aprenderia a dificuldade de orientar um médium encarnado no mundo. Na ocasião. Chico nos dizia que Emmanuel voltaria na virada do século. Os tempos se passaram até que vim a conhecer Wanda Joviano e, através dela, Susana Maia Mousinho, presidente e fundadora do Lar Espírita André Luiz, de Petrópolis (Rj). Através do contato com as novas amigas, minha certeza no fato da reencarnação de Emmanuel se confirmou. Ambas nos dão testemunho disso.


— Que no início dos anos 80 (1980), chegando à casa de Chico em Uberaba para suas visi2as costumeiras, encontraram o médium palestrando animadamente com uma simpática senhora aparentando cerca de 30 anos. Ela já estava de saída com o marido, despedindo-se de Chico. Uma simpatia natural envolveu todos. Depois da partida do casal, elas comentaram com Chico sobre a afinidade despertada pela presença daquela senhora. Chico então perguntou: “Vocês gostaram dela, mesmo? Pois bem, vou lhes contar uma coisa. Essa senhora é a reencarnação de Dona Laura, personagem do livro Nosso Lar, de André Luiz. E o marido dela é o mesmo senhor Ricardo. Eles já receberam o Lísias de volta à Terra e será na família deles que Emmanuel irá reencarnar mais rude, na virada do século. Emmanuel virá como neto deles!” E Chico estava todo feliz com o episódio! Pois bem, os anos se passaram e, após a virada de 2000, encontrando-se novamente com dona Suzana Maia Mousinho, em Uberaba, Chico lhe confidenciou, emocionadamente, que havia presenciado a reencarnação do querido benfeitor Emmanuel em uma cidade do Estado de São Paulo. Sobre esse assunto temos um testemunho escrito de nossa estimada dona Suzana. Chico Xavier deixou bem claro publicamente o assunto da reencarnação de Emmanuel, nos livros de entrevistas mencionados na nota ao prefácio do Sementeira de Luz.


— Todos poderão consultar as afirmações de Chico em resposta às perguntas de número 61 do livro Entrevistas (Edição IDE, 1971) e também a de número 33 do livro A Terra e o Semeador ( Edição IDE, 1971). Assim também vamos observar outra confirmação de Chico sobre o assunto que só recentemente verificamos. Trata-se do livro organizado pela senhora e editado pela Folha Espírita, cujo título é Lições de Sabedoria - Chico Xavier nos 23 Anos da Folha Espírita, editado em 1997, e que traz à página 171 da segunda edição a pergunta de Gugu Liberato a Chico Xavier: “É verdade que o espírito Emmanuel, que lhe ditou a base do Espiritismo prático no Brasil, se prepara para reencarnar.” Ao que Chico respondeu: “Ele diz que virá novamente e dentro de pouco tempo para trabalhar como professor”. Uma vez conversando comigo em Uberaba, e falando sobre a volta de Emmanuel, Chico nos confidenciou: “Geraldinho, o nosso compromisso, meu e de Emmanuel, com o Espiritismo na face da Terra tem a duração de três séculos e só terminará no final do século XXI”.


— O maior legado de Chico Xavier é aquele que nos reafirma que o mais importante aspecto em torno das tarefas da Doutrina dos Espíritos é o aspecto da religião espírita. Chico Xavier é o exemplo eloquente de que Jesus está no leme, conduzindo o Consolador para a grande tarefa de esclarecer e consolar a humanidade sofredora e aflita, cansada e desiludida das lutas inglórias deste mundo terrestre. Esta a tarefa mais alta! Chico nos trouxe Jesus de novo, junto ao coração do povo e para o povo! “Vinde a mim, todos vós que estais sobrecarregados e aflitos, que Eu vos aliviarei!” (Mt 11:28) — foi o chamado inequívoco do Cristo a todos os corações cansados deste mundo de dores, apresentando-nos a Boa Nova da redenção espiritual da humanidade inteira! Se como Allan Kardec, no século XIX, esse Espírito escolhido pelo Cristo nos apresentou de forma clara e concisa a exposição da filosofia espírita, lançando as bases da ciência espírita, como Chico Xavier ele veio completar o edifício da Codificação como o Consolador, descortinando-nos os horizontes da Religião Espírita, base prática da renovação humana na face da Terra, sem a qual, não progrediremos jamais. Para mim, Chico Xavier é o Apóstolo do Consolador, prometido pelo Cristo de Deus!


O título dessa obra foi inspirado numa  homenageando o Professor Arthur Joviano, o na alma da infância e da mocidade.



Francisco Cândido Xavier

mt 11:28
Trovas do Coração

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 16
Francisco Cândido Xavier
Cornélio Pires
Francisco Cândido Xavier

   “Vinde a mim vós que sofreis”

  Diz Jesus à alma ferida… (Mt 11:28)

  Não nos cura, mas ampara,

  Agindo nas leis da vida.


2 PROBLEMA DA PAZ

  Filósofos, cientistas,

  Inteligências de luz,

  Só nos garantem a paz

  Quando unidos a Jesus.




(1º de dezembro de 1996)



Amélia Rodrigues

mt 11:28
Vivendo Com Jesus

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 10
Divaldo Pereira Franco
Amélia Rodrigues
Mateus 24:25 - João 2:3 - Mateus 11:28

As palavras que Ele pronunciava, emolduravam-se com os atos que Ele realizava. Identificado com Deus, Suas mãos produziam as curas mais diversas, e que nunca haviam acontecido antes.


De todo lugar, portanto, particularmente da Síria, traziam doentes: paralíticos, cegos, surdos, lunáticos, infelizes de todo porte, que chegavam exibindo suas dores mais cruéis e padecimentos sem conforto.


Jesus, tomado de compaixão, atendia-os, ministrando-lhes o bálsamo da misericórdia que escorria pelas mãos e alterava a tecedura orgânica desorganizada, restaurando lhes a saúde.


Era natural que, à medida que libertava os enfermos das suas mazelas, que eles próprios haviam buscado através da insensatez, da perversidade e do crime, mais necessitados O buscassem com avidez e tormentos. Ele, porém, não atendia a todos quantos se Lhe apresentassem procurando a recuperação orgânica, emocional ou mental. A Sua era uma terapia de profundidade, que sempre convocava o paciente a não voltar a pecar, evitando-se novos comprometimentos tormentosos, para que não acontecesse nada pior. Essa, sim, seria a cura real, a de natureza interior, mediante a transformação moral, em razão de se encontrar no imo do ser a causa do seu padecimento.


Conhecendo que todos os seres procedem de outros caminhos, os mais variados, que foram percorridos pelos multifários renascimentos carnais, cada qual imprime nos tecidos delicados do espírito os atos que praticaram, fazendo jus às ocorrências de dor e sombra em que se encontravam, assim como das alegrias e da saúde que os visitavam. A criatura é a semeadora, mas também a ceifeira dos próprios atos, que se insculpem nos refolhos do ser, desenhando as futuras experiências humanas no corpo.


Eis por que nem todos os doentes Lhe recebiam a atenção que esperavam encontrar. Não estavam em condições de ser libertados das aflições que engendraram antes para eles próprios, correndo o risco de logo que se encontrassem menos penalizados, corressem na busca de novas inquietações.


A sabedoria de Jesus é inigualável, porque penetra no âmago dos acontecimentos, de onde retira o conhecimento que faculta entender o que sucede com cada qual que O procura.


Aqueles homens e mulheres alienados, de membros paralisados, sem audição nem claridade ocular, procediam de abismos morais em que se atiraram espontaneamente, desde que luz em toda criatura a noção da Verdade, do dever e se encontram ínsitos os impulsos do amor e da paz. Não obstante, a teimosia rebelde despreza os sinais de perigo e impõe os caprichos da personalidade inquieta, desejando alterar os impositivos das leis universais a seu benefício, em detrimento das demais pessoas, no que resultam os dramas imediatos e futuros que sempre alcançam os infratores.


Jesus não se permitia alterar os soberanos códigos, be-neficiando aqueles que se encontravam incursos nos resgates não concluídos, deixando outros ao abandono. A Sua é a justiça ideal, que não privilegia, nem esquece.


Temos a real demonstração no atendimento ao nato-cego. Aquele homem nascera cego e sofria, mas não reclamava. Quando Jesus passou próximo a ele, os amigos interrogaram:

— Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?


Como ele era cego de nascença, não poderia ter pecado na atual existência e igualmente não poderia resgatar dívidas de seus pais, caso fossem pecadores.


Jesus, que lhe penetrara a causalidade da cegueira, redarguiu, sereno:

— Nem ele pecou nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus.


Tratava-se de um voluntário, que se apresentava no ministério de Jesus, a fim de que se pudessem manifestar as obras de Deus, o poder de que se encontrava possuidor o Mestre. E, ato contínuo, curou o homem, utilizando-se de um processo especial, que pudesse impressionar os circunstantes.


A Sua autoridade moral produzia vibrações que afastavam os Espíritos perversos, para os quais o verbo franco e gentil não lograva o êxito que se fazia necessário. Perdidos em si mesmo, conheciam da vida apenas o temor que experimentavam e que infligiam nas suas vítimas. Outros enfermos, no entanto, ao leve contato das Suas mãos recebiam a energia vitalizadora, que restaurava o campo vibratório onde se encontravam as matrizes geradoras das aflições, modificando lhes as estruturas e reabilitando o equilíbrio.


Dessa forma, era facultado ao endividado recuperar-se moralmente pelo Bem que pudesse fazer, pela utilidade de que se tornava portador, auxiliando outras pessoas que dele se acercassem.


A humanidade ainda padece essas conjunturas aflitivas que merece.


Existem muitos seres humanos que andam, porém, são paralíticos para o Bem, encontrando-se mutilados morais, dessa maneira sem interesse por movimentarem a máquina orgânica de que se utilizam para a própria como para a edificação do seu próximo. Caminham, e seus passos os dirigem para as sombras, a que se atiram com entusiasmo e expectativas de prazer, imobilizando-se nas paixões dissolventes que terão de vencer...


Há outros que pensam, mas a alucinação faz parte da sua agenda mental: devaneando no gozo, asfixiando-se nos vapores entorpecentes, longe de qualquer realização enobrecedora. Intoxicados pela ilusão dos sentidos, não conseguem liberar-se das fixações perniciosas que os atraem e os dominam.


(...) E quantos que têm olhos e ouvidos, mas apenas deles se utilizam para os interesses servis a que se entregam raramente direcionando a visão para o Alto e a audição para a mensagem de eterna beleza da vida?


Ainda buscam Jesus nos templos de fé, a que recorrem, uma que outra vez, mantendo a fantasia de merecer privilégios, de desfrutar regalias, sem qualquer compromisso com a realidade ou expectativa ditosa para o amanhã, sem a mórbida inclinação para o vício, para a perversão.


Alguns conseguem encontrá-lo, e se fascinam por breves momentos, logo O abandonando, porque não tiveram a sede de gozo atendida, nem se fizeram capazes de sacrificar a dependência tormentosa a fim de serem livres.


Não são poucos aqueles que se encontram escravizados à infelicidade por simples prazer a que se acostumaram, disputando a alegria de permanecer no pantanal das viciações morais.


Estão na luz do dia e deambulam nas sombras da noite. Possuem razão e discernimento, no entanto, os direcionam exclusivamente para os apetites apimentados do insaciável gozo.


Vivem iludidos e se exibem extravagantes, no palco terrestre, até quando as enfermidades dilaceradoras — de que ninguém se pode evadir —, ou a morte os dominam e consomem. Despertam, mais tarde, desiludidos e sem glórias, sem poder, empobrecidos de valores morais, que nunca os acumularam.


Jesus é, portanto, o grande restaurador, mas cada espírito tem o dever de permitir-se o trabalho de autorrenovação em favor da própria felicidade.


A Sua voz continua ecoando na acústica das almas:

—Vinde a mim, (...), e eu vos aliviarei!


É necessário, porém, ir a Ele...



Referências em Outras Obras


Luis Carrieri

mt 11:28
Toques da Vida

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 13
Luis Carrieri
Luis Carrieri
Luis Carrieri

   “Vinde a mim, vós que sofreis!… (Mt 11:28)

   Meu amor vos alivia!…”

   Falou Jesus, o sublime

   Precursor da Anestesia.


2 PACIÊNCIA NA VIDA

   A paciência na vida

   É uma força ativa e rara,

   Dizendo em nobre silêncio:

   “Deus nunca nos desampara.”




(29 de março de 1996)



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Mateus Capítulo 11 do versículo 1 até o 30
SEÇÃO V

NARRATIVA RETOMADA:

A REJEIÇÃO DO MESSIAS

Mateus 11:1-12.50

A. JESUS E JOÃO BATISTA, Mateus 11:1-19

1. A Resposta de Jesus a João (Mateus 11:1-6)

O primeiro versículo deste capítulo é composto por uma afirmação de transição en-tre o segundo discurso e a retomada da narrativa. Pela segunda vez (cf. 7,28) aparece a expressão conclusiva: E aconteceu que, acabando Jesus de dar instruções (1; exatamente a mesma expressão no texto grego, como em Mateus 7.28). Então se afirma que Jesus partiu – aparentemente sozinho – em uma missão de ensino e pregação. No próxi-mo capítulo encontraremos os discípulos uma vez mais com Ele (cf. Mateus 12.1).

Somente Mateus e Lucas 7:18-35) relatam o episódio em que João enviou dois dos seus discípulos a Jesus. O profeta estava definhando na prisão, evidentemente tentado a desencorajar-se e a decepcionar-se. Ele tinha apresentado Jesus à nação dos judeus como o seu Messias. Ele tinha humildemente declarado: "É necessário que ele cresça e que eu diminua" (Jo 3:30). João tinha imaginado que Jesus assumiria o papel do Messias, des-truindo o opressor estrangeiro (Roma) e libertando o Seu povo da escravidão. Mas Jesus não estava fazendo nada disso.

A pergunta que João fez, por meio dos seus discípulos, foi, literalmente: "És tu aquele que havia de vir ou esperamos outro?" Em outras palavras: "Você é realmente o Messias?"
Ao invés de dar uma resposta categórica, Jesus mandou que os discípulos voltassem até João e lhe contassem o que tinham visto e ouvido. A cura dos cegos e dos coxos (5) era um cumprimento do papel messiânico, conforme descrito em Isaías 35:5-6. Mas o clímax era a pregação do evangelho aos pobres (cf. Is 61:1). A versão em grego diz: "Os pobres estão sendo evangelizados" (evangelizontai). Esta foi a sua principal credencial.

Uma ligeira alusão ao problema de João está sugerida no versículo 6 — E bem-aventurado é aquele que se não escandalizar em mim. O verbo é skandalizo, que já observamos (veja o comentário sobre 5.29). Parece que João tropeçava no fato de Jesus aparentemente não estar fazendo nenhum esforço para estabelecer o seu reino messiânico. João Batista havia proclamado: "É chegado o Reino dos céus" (Mateus 3.2). Será que ele estava enganado? Ele tinha avisado que o machado estava pronto para cortar a árvore que não produzisse bons frutos (Mateus 3.10). O Juízo estava pronto para desferir o golpe. Ele havia pregado sobre Aquele que viria para "limpar a sua eira", recolhendo no celeiro o seu trigo, mas queimando a palha com fogo que "nunca se apagará" (Mateus 3.12). João sabia que a nação de Israel estava pronta para o julgamento, e ele esperava que o Messias julgasse o seu povo. O que ele não pôde perceber foi que a primeira vinda de Cristo era na graça e misericórdia. O Juízo teria que esperar pela sua segunda vinda.

Muitos estudiosos sugerem que a dúvida foi dos discípulos de João, e não dele. Mas Lenski discorda: "Este ponto de vista coloca em dúvida a integridade de João, como se ele estivesse fazendo uma pergunta que, na realidade, estava sendo feita pelos seus discípu-los".' Além disso, Jesus disse aos discípulos que voltassem e dessem uma resposta a João. Certamente não é de surpreender que o profeta, encerrado na prisão, estivesse se debatendo em meio a sérias questões.

2. O Elogio de Jesus a João (Mateus 11:7-15)

Depois de ter confortado João, talvez ao mesmo tempo reprovando-o gentilmente por sua falta de fé (6), Jesus prosseguiu, fazendo acerca dele os mais altos elogios para a multidão. O Senhor perguntou o que tinham ido ver no deserto, fazendo uma longa via-gem para serem batizados por João. Uma cana agitada pelo vento (7), uma pessoa covarde e vacilante? Todos eles sabiam que João estava na prisão por sua destemida pregação perante o rei. Um homem ricamente vestido (8) — "vestido em seda e cetim" (NEB) ? Todos sabiam que João usava uma roupa extremamente rústica — uma veste de pêlos de camelo e um cinto de couro (3.4). Ele era um profeta? A resposta agora era: Sim, vos digo eu, e muito mais do que profeta (9). Este era o mensageiro de Deus, o precursor do Messias, que tinha sido predito em Malaquias 3:1.

Então Jesus fez a João o mais elevado elogio. O Senhor disse que entre todos os homens que já haviam nascido, não tinha havido ninguém maior que ele (11). Talvez isso signifique que ele foi o maior dos profetas.' Mas ainda assim, aquele que é o menor no Reino dos céus é maior do que ele. O famoso pregador do século IV, Crisóstomo, interpretou aquele que é o menor como uma referência a Cristo. Muitos patriarcas da igreja o acompanharam nesta interpretação, como Erasmo e Lutero. Eles se basearam na idéia de que Jesus, que foi batizado por João, e que tinha menor idade e menos fama que o profeta, pudesse ser considerado "menor".3 Em épocas recentes, Cullman apoiou esta opinião, com base nos seus estudos dos Rolos do Mar Morto. Ele apresenta a sua opinião da seguinte forma: "O menor (ou seja, Jesus como o discípulo) é maior do que ele (ou seja, João Batista) no reino do céu".4 Mas A. B. Bruce oferece uma refutação convin-cente. A respeito da opinião de Crisóstomo, ele diz: "No plano abstrato é uma interpretação possível, e expressa uma idéia que poderia até mesmo ser verdadeira; mas somente Jesus poderia tê-la confirmado".5 Evidentemente, Cristo queria dizer que o "menor" cris-tão é "maior" do que João em termos de privilégio, pois aquele homem de Deus de fato estava mais ligado à ordem do Antigo Testamento.

O versículo 12 é de difícil explicação. O que quer dizer a afirmação: se faz violência ao Reino dos céus, e pela força se apoderam dele? Thayer, em seu estudo do verbo biazo (se faz violência), escreve: "O reino do céu é tomado pela violência, levado pela tempestade, isto é, uma parte do reino celestial é buscada com o mais ardente zelo e com o esforço mais intensos Esta parece ser uma interpretação sadia e confiável à luz das palavras da introdução — desde os dias de João Batista até agora.' Em outras pala-vras, somente aqueles que se mostram ansiosos e dedicados a buscar o Reino de Deus é que podem entrar nele. Uma vez que o verbo biazetai pode ser passivo ou intermediário (usado com sentido ativo), Lenski prefere a seguinte interpretação: "O reino do céu avan-ça vigorosamente, e os mais vigorosos se apoderam dele".8 A sua conclusão é a seguinte: "A linha de todo o discurso trata não da violência contra o reino, mas sim da indiferença e da insatisfação que impedem que os homens entrem nele com entusiasmo".9

O mesmo conteúdo dos versículos 12:13 é apresentado em Lucas 16:16, mas na ordem inversa. A idéia parece ser: Todo o Antigo Testamento — todos os profetas e [até mesmo] a lei profetizaram até João (13). Ou seja, as antigas Escrituras predisseram a vinda de Cristo. Mas João teve um papel especial. Ele foi o cumprimento de Malaquias 4:5 — o Elias do Novo Testamento, o precursor do Messias. A frase Se quereis dar crédito (14) provavelmente quer dizer: "Se vocês forem capazes de entender isso". Pos-teriormente, Jesus definiu João Batista como o cumprimento da profecia de Malaquias (17:10-13).

Quem tem ouvidos para ouvir ouça (15) é uma expressão conhecida, encontrada pela primeira vez nesta passagem, e em duas outras no texto de Mateus (Mateus 13 9:43). Ela também ocorre diversas vezes em outras passagens (Mac 4.9, 23; 7.16; Lc 8:8-14.35; Ap 2:7-3.6; 13.9). Este é um convite e, ao mesmo tempo, uma advertência a ouvirmos aten-tamente as palavras de Cristo.

3. Jesus Contrastado com João (Mateus 11:16-19)

A análise que Jesus faz das pessoas naquela geração é, ao mesmo tempo, diverti-da e patética. Ele disse que eram como meninos que se assentam nas praças — na Ágora, o principal ponto de encontro em qualquer cidade daquela época — e que se recusam a cooperar com os seus companheiros, tocando seja em um casamento, seja em um funeral. Como João era um ascético, diziam: ele "tem demônio" (18). Eles se recusavam a lamentar com ele. Jesus era uma pessoa sociável, que festejava com os seus amigos. O veredicto sobre Ele: Eis aí um homem comilão e beberrão, amigo de publicanos e pecadores (19). Os fariseus se recusavam a reconhecer a amizade de Jesus com os necessitados como sendo a sua maior glória, e não se alegravam com Ele pela salvação dos pecadores.

A última parte do versículo 19 causou considerável discussão. Talvez a sabedoria devesse ser personalizada (cf. Pv
8) podendo ser escrita com uma inicial maiúscula. No Livro de Provérbios, ela parece estar quase identificada com Deus. Os dois manuscritos gregos mais antigos (do século IV) dizem que a sabedoria é justificada ("aprovada") pelas suas "obras", e não pelos seus "filhos". Mas as duas idéias são muito parecidas. Micklem parece indicar o caminho para uma possível síntese das duas, quando diz: "As obras da sabedoria, que justificam o seu caráter, são os resultados da sua energia criati-va...como visto nas 'novas criaturas' (2 Co 5,17) que são os frutos das suas obras".1° Ou seja, a sabedoria é justificada pelos seus frutos. Assim Jesus se defende contra as críticas dos fariseus.

  • JESUS E AS CIDADES, Mateus 11:20-24
  • O Mestre começou a lançar em rosto — "repreender" ou "censurar" — as cidades onde Ele tinha realizado a maioria dos seus prodígios ("poder", ou "obras poderosas"), porque elas não tinham se arrependido (20). Cox diz: "É digno de nota que o arrependi-mento é considerado como a reação humana apropriada aos milagres de Jesus".

    Especialmente citadas para a condenação foram Corazim e Betsaida (21). Essas duas cidades já desapareceram há muito tempo, como cumprimento do julgamento aqui proferido. Na realidade, a localização exata de Corazim é desconhecida. Betsaida estava à margem leste do rio Jordão, perto do lugar onde ele desemboca no Lago da Galiléia. Jesus declarou que Tiro e Sidom (cidades da Fenícia) há muito tempo teri-am se arrependido com pano de saco e com cinza (sinais de profundo pesar) se tivessem presenciado os prodígios ("poder", ou "obras poderosas") realizados nas cidades dos judeus. Portanto, haverá menos rigor para Tiro e Sidom, no Dia do Juízo, do que para as outras cidades (22). Jesus assim enfatizava a extrema gravidade do pecado da impenitência. Aqueles que têm a maior luz, mas a rejeitam, serão punidos de uma forma mais severa.

    A primeira parte do versículo 23 poderia ser traduzida como: "E tu, Cafarnaum, que te ergues até aos céus, serás abatida até aos infernos". O último é o lugar da morte. A orgulhosa e arrogante Cafarnaum seria derrubada. Hoje está completamente em ruí-nas. Sodoma (24), a cidade pecadora do mundo antigo, estará melhor no Dia do Juízo do que Cafarnaum.

    Este parágrafo permanece como uma severa advertência a todos os que testemu-nham a presença e o poder de Cristo, manifestados nos seus dias, ao longo de todas as épocas. Aqueles que se recusam a se arrepender serão duplamente condenados, por re-jeitarem a luz que lhes é ofertada.

  • JESUS E OS SIMPLES, Mateus 11:25-30
  • Embora rejeitado pelas cidades orgulhosas, Cristo foi aceito pelos simples, pela "gran-de multidão", que "o ouvia de boa vontade" (Mac 12.37). Respondendo..., disse (25) é uma expressão hebraica típica que significa, simplesmente, "disse". Graças te dou é a expressão que é traduzida como "confessar" em 3.6, onde as pessoas estão confessando os seus pecados na ocasião em que João as está batizando. Arndt e Gingrich observam: "Do significado de confessar se origina... o sentido mais geral de louvor, um louvor dirigido a Deus".12 Jesus fala de seu Pai como Senhor do céu e da terra. Na sua sabedoria soberana, o Pai ocultou estas coisas — as coisas relacionadas ao reino — aos sábios e instru-idos. Os primeiros (sábios) são referidos como sophos, o que sugere os sofisticados, aque-les que têm "inteligência humana e educação acima da média".13 Os outros (instruídos), são referidos como synetos, um termo que significa "inteligente, sagaz, sábio"» Estas duas expressões descrevem os fariseus e os escribas, que se orgulhavam da sua educação superior. Eles tinham rejeitado a luz da verdade e como conseqüência estavam sofrendo da cegueira do juízo. Enquanto isso, o Pai tinha revelado o caminho aos pequeninos. Carr comenta: "Os segredos do reino não são revelados àqueles que são sábios no seu próprio conceito, mas àqueles que têm a mansidão dos bebês e uma ânsia pelo conheci-mento semelhante à das crianças".15

    Todas as coisas (27) foram dadas pelo Pai ao Filho, de modo que Ele possa cumprir a sua missão de redenção (cf. Mateus 28.18; Jo 3:35-13.3; 17.2; 1 Co 15.25). Este versículo é quase exatamente igual a Lucas 10:22.

    Jesus declarou que ninguém conhece o Filho, senão o Pai. Obviamente, Ele não está falando em um sentido relativo — como, por exemplo, conhecer a Cristo para a salvação -mas sim em um sentido absoluto. Nenhum ser humano pode compreender plenamente o Cristo divino-humano. A união de duas naturezas em uma única Pessoa está além da nossa compreensão. Mas nós podemos acreditar nela.

    Revelar não é um futuro simples, mas uma expressão dupla em grego — "vai (ou deseja) revelar". Jesus é Deus revelado (Jo 1:18). Não podemos conhecer a Deus separa-damente de Cristo.

    Os versículos 28:30 estão entre os mais belos da Bíblia. Todo cristão deveria memorizá-los e então usá-los como consolo nas suas horas de tristeza ou de sofrimento.
    Jesus não disse à humanidade pecadora: "Afastem-se de Mim", mas sim Vinde a mim (28). Quem está sendo convidado? Todos os que estais cansados e oprimidos. A primeira referência era aos judeus, sob o jugo da Lei. A Lei — escrita e oral — como era interpretada e aplicada pelos rabinos, tornava-se um fardo excessivo para se carregar (Mateus 23.4; Atos 15:10). A segunda referência clara é ao peso esmagador do pecado e da culpa do homem, sobre o seu coração. Mas o convite também cabe aos cristãos que estão cansados e fracos. Para eles, Jesus diz: Vinde a mim... e eu vos aliviarei — literalmente, "eu lhes darei descanso", isto é, com a Minha presença.

    Tomar o jugo de Cristo significa submeter-se completamente à sua autoridade. Com os rabinos, tomar o jugo de alguém significava "ir à escola de". Assim o Mestre disse, na verdade: Vinde à minha escola e aprendei de mim (29). Jesus declarou: Eu sou manso e humilde de coração. Na verdadeira mansidão está o repouso da alma. Cristo ainda declarou: Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve. Este é o testemunho daqueles que aceitaram este bondoso convite. Bonhoeffer escreveu: "A graça é custosa porque ela obriga o homem a se submeter ao jugo de Cristo e a segui-lo; porém é graça, porque Jesus diz: 'O meu jugo é suave e o meu fardo é leve' "1.6 O segredo está em sermos cheios do Espírito de Cristo (o Espírito Santo), para que possamos dizer: "Deleito-me em fazer a tua vontade, ó Deus meu; sim, a tua lei está dentro do meu coração" (Sl 40:8). Quando os nossos corações estão cheios do amor de Deus, nós nos alegramos por fazer a Sua vontade. Alguém bem disse: "O amor suaviza todos os fardos, tornando-os leves".

    Os três imperativos aqui sugerem três temas sob o título "O repouso que Jesus nos dá". São eles:

    1) Vinde;
    2) Tomai;
    3) Aprendei.


    Champlin

    Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
    Champlin - Comentários de Mateus Capítulo 11 versículo 28
    Jo 6:37.

    Genebra

    Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
    Genebra - Comentários de Mateus Capítulo 11 do versículo 1 até o 30
    *

    11:2

    das obras de Cristo. Uma vez que Mateus raramente usa o termo "Cristo" como nome para Jesus, esta frase provavelmente significa "quando João, na prisão, ouviu a respeito das obras messiânicas". João Batista tinha predito que Aquele que viria traria juízo, golpeando a raiz das árvores da iniquidade (3.10, 12). Porém, Jesus permitiu que seu próprio precursor fosse aprisionado pelo ímpio Herodes.

    * 11.4-6

    Jesus faz dos discípulos de João testemunhas dos seus milagres, milagres que cumprem diretamente Is 35:5-6.

    * 11:9

    mais que profeta. João Batista foi o precursor imediato daquele que todos os profetas apontaram, e por isso ele apontou Cristo mais claramente do que todos os outros. Como tal, o próprio João foi objeto de profecia: aquele predito em Ml 3:1; o cumprimento da profecia do Elias, de Ml 4:5-6 (v. 14); e o arauto do Servo do Senhor (3.3; Is 40:3).

    * 11:11

    maior do que ele. Os menores, no reino, são maiores do que João Batista porque, vindos depois da Cruz e da Ressurreição — e tendo recebido a plenitude do Espírito — eles participam daquilo que os profetas viram à distância (1Pe 1:10-12).

    * 11:12

    tomado por esforço. O reino está avançando poderosamente embora homens violentos como Herodes, que havia aprisionado João Batista, tentarem sobrepujá-lo pela força. Não são porém, os fortes e poderosos que alcançam o reino, mas, os fracos e humildes (vs. 28-30), que conhecem suas próprias fraquezas e estão dispostos a depender de Deus (conforme Lc 16:16, nota).

    * 11:14

    ele mesmo é Elias. Jesus identifica João Batista com o Elias profetizado por Malaquias, que viria como precursor do Messias (Ml 4:5). Esta identificação exige os olhos da fé ("se o quereis reconhecer"). Deve ter havido uma má compreensão, de que Elias seria reencarnado, porém, o próprio João negou que era Elias (Jo 1:21). O anúncio de Gabriel disse que João viria no “espírito e poder de Elias" (Lc 1:17).

    * 11:19

    Filho do homem. Ver nota em 8.20.

    a sabedoria é justificada por suas obras. Jesus emprega o provérbio para fazer referência a si mesmo. As "obras" são seus próprios feitos messiânicos (vs. 2-5). As coisas feitas por Cristo como a sabedoria de Deus (1Co 1:30) justificam-no, ou demonstram que ele está certo (Tg 3:17-18).

    * 11:25

    ocultaste... revelaste. Deus é soberano na escolha daqueles a quem ele revelará a sua verdade. Ninguém pode conhecer a Deus por meio de sabedoria ou erudição mundanas (1Co 1:26-31).

    * 11:27

    tudo me foi entregue. Jesus, aqui, faz uma extraordinária reivindicação. Ele reivindica que a soberana disposição de Deus, de todas as coisas, foi entregue a ele. Como em Dn 7, o Filho do Homem recebeu todo poder e domínio. Ele afirma que só o Pai conhece o Filho e que só o Filho conhece o Pai. O conhecimento de Jesus é igual ao do Pai e sua filiação é ímpar. Ele afirma que a sua soberania se estende à própria decisão de determinar quem conhecerá o Pai. Esta idéia é paralela ao v. 25, mas aqui é Jesus quem revela o Pai.

    * 11:28

    Vinde a mim. Jesus tem autoridade para convidar os homens a irem a ele. Não estende este convite aos fortes, porém, aos cansados e oprimidos. Jesus usa a linguagem da tradição da sabedoria, chamando a si os oprimidos, como a Sabedoria de Deus encarnada (v. 19, nota).

    * 11.29-30

    Embora a Lei tivesse sido dada por Deus como uma ajuda a seu povo, as tradições orais dos Escribas e Fariseus iam bem além das exigências de Deus, e se tornaram uma carga pesada (12.2, nota; 15.2). Quando a Lei foi entendida como meio de salvação, tornou-se um "jugo de escravidão" (Gl 5:1). Por contraste, o jugo de Jesus, conquanto exigente, é "suave” porque vem daquele que é "manso e humilde de coração" e pode assegurar verdadeiro descanso para a alma. Ver "A Humilde Obediência de Cristo", em Jo 5:19.


    Matthew Henry

    Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
    Matthew Henry - Comentários de Mateus Capítulo 11 do versículo 1 até o 30
    11:2, 3 João foi encarcerado pelo Herodes, que se tinha casado em forma ilegal com sua cunhada. João criticou em público seu pecado flagrante (14.3-5). O perfil do João se acha no João 1; o do Herodes, no Marcos 6.

    11.4-6 Ao ser encarcerado, João teve algumas duvida a respeito de se Jesus era o Messías. Se o propósito do João era preparar às pessoas para a vinda do Messías (3.3), e se Jesus o era em realidade, por que João estava na prisão, já que ele podia ter seguido pregando às multidões e preparando corações?

    Jesus respondeu as perguntas do João refiriéndose a seus atos de sanidade em favor de cegos, paralíticos, surdos e leprosos, e à ressurreição de mortos e o anúncio das boas novas a respeito de Deus. Com estas evidências, a identidade do Jesus ficou esclarecida. Se alguma vez você duvidar de sua salvação, o perdão de seus pecados ou a obra de Deus em sua vida, pense nas evidências que se acham nas Escrituras e as mudanças que tiveram lugar em você. Quando duvidar, não se afaste de Cristo, vá ao.

    11:11 Jesus fez um contraste entre a vida espiritual e física do João. De todas as pessoas, nenhum homem cumpriu o propósito de Deus melhor que João. Entretanto, no reino vindouro de Deus todos os pressente terão uma herança espiritual maior que a do João porque terão visto e conhecido a Cristo e a obra que consumou na cruz.

    11:12 Há três pontos de vista comuns em relação com o significado deste versículo. (1) Jesus pôde estar refiriéndose a um grande movimento para Deus, que possivelmente começou quando João começou a pregar. (2) Possivelmente se referia ao feito de que a maioria dos judeus esperavam que o Reino de Deus viesse por meio de uma derrocada violenta do governo romano. (3) Ou possivelmente quis dizer que para ingressar no Reino se requer coragem, fé resolvida, determinação e tolerância devido à perseguição que se desataria contra os seguidores de Cristo.

    11:14 João não era um Elías ressuscitado, mas cumpriu com seu rol profético com firmeza, combateu o pecado e guiou às pessoas para Deus (Ml 3:1). Veja o perfil do Elías em 2 Rsseis 18.

    11.16-19 Jesus condenou a atitude de sua geração. Dissesse o que dissesse ou fizesse o que fizesse, sempre tomavam a contrária. Eram cínicos e céticos porque Jesus condenava seu estilo de vida cômodo, seguro e egocêntrico. Nós também com freqüência procuramos justificar nossas flutuações. Tememos que fazer caso a Deus implique trocar a forma de vida que levamos.

    11.21-24 Tiro, Sidón e Sodoma eram cidades antigas com reputação de iníquas (Gênese 18-19; Ezequiel 27:28). Deus as destruiu por sua maldade. Os habitantes da Betsaida, Corazín e Capernaum viram o Jesus em pessoa e contudo não quiseram arrepender-se de seus pecados nem acreditar no. Jesus disse que se alguma daquelas famosas cidades pecadoras o tivessem visto, arrependeram-se. Pelo fato de que Betsaida, Corazín e Capernaum viram o Jesus e não acreditaram no, sofreriam um maior castigo que as cidades malvadas que não o viram. Em forma similar, aquelas nações e cidades que têm Iglesias em cada esquina e Bíblias em cada lar não terão desculpa no dia do julgamento se não se arrependerem e acreditam.

    11:25 Jesus menciona dois tipos de pessoas em sua oração: os "sábios", orgulhosos de seu conhecimento; e os "meninos", humildemente receptivos à verdade da Palavra de Deus. crie-se você sábio ou busca a verdade com a fé de um menino, sabendo que Deus tem todas as respostas?

    11:27 No Antigo Testamento "saber" significa mais que conhecer. Implica uma relação íntima. A comunhão entre Deus Pai e Deus Filho é fundamental em suas relações. Para que outra pessoa possa lhe conhecer, Deus tem que revelar-se o através do Filho. Quão afortunados somos de que Jesus nos revelou com claridade a Deus, sua verdade e como lhe conhecer!

    11.28-30 Um jugo é um pesado arranjo de madeira que fica sobre dois ou mais bóie. ata-se a algo que se quer que os bois arrastem. O "jugo pesado" que Jesus menciona aqui pode significar (1) a carga do pecado, (2) a carga das demandas excessivas dos líderes religiosos (23.4; At 15:10), (3) a tirania dos governantes, (4) fatiga na busca de Deus. Jesus libera às pessoas destas cargas. O descanso que Jesus promete é paz com Deus, não o que alguém tenha que deixar todo esforço. Uma relação com Deus transforma um trabalho cansador e sem sentido em produtividade espiritual com propósito.


    Wesley

    Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
    Wesley - Comentários de Mateus Capítulo 11 do versículo 1 até o 30
    G. Seu Mensageiro (11: 1-30)

    1. Jesus na Galiléia (Mt 11:1)

    1. Vítima (11: 2-6)

    2 Ora, quando João no cárcere ouviu falar das obras do Cristo, mandou por seus discípulos 3 e disse-lhe: És tu aquele que vem, ou havemos de esperar outro? 4 E Jesus, respondendo, disse-lhes: Ide e anunciai a João as coisas que ouvis e vedes: 5 os cegos vêem, e os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e aos pobres boas novas pregou a Ec 6:1 E bem-aventurado é aquele que se encontrar nenhum motivo de escândalo em mim.

    João estava na prisão. Jesus estava pregando, ensinando, curando. Finalmente, o solitário Batista-acostumados com o deserto escancarada, mas agora confinado em uma cela apertada-mal podia suportar a sua prisão por mais tempo. Ele apresentou Jesus como o Messias. Sem dúvida, ele esperava que Ele rapidamente para derrotar o inimigo (os romanos) e montou seu próprio reino, governar o mundo com justiça. Mas nada como isto estava acontecendo.

    A fé testada, a paciência esgotada, João enviou seus discípulos a Jesus para perguntar se ele fosse realmente o que vem . Este foi "uma expressão clássica, um pouco velada, para designar o Messias".

    A resposta de Jesus à pergunta de João era simplesmente Suas próprias palavras e obras. Eles falam por si. Seus milagres de cura cumpriu a predição de Isaías da vinda do Messias (Is 35:5. ). A fase culminante do Seu ministério foi pregar o evangelho aos pobres (conforme Is 61:1 ). João esperado, evidentemente, o Messias para ser um conquistador militar, um governante político. Mas Jesus cumpriu o verdadeiro papel messiânico de ministrar o amor divino para a humanidade sofredora.

    Para João a idéia de um Servo Sofredor foi um tropeço (v. Mt 11:6 ). A cruz de Cristo é ainda uma pedra de tropeço (1Co 1:23 ).

    b. Vindication (11: 7-11)

    7 E, como estes seguiram seu caminho, Jesus começou a dizer às multidões a respeito de João: Que fostes ver no deserto para ser visto? uma cana agitada pelo vento? 8 Mas, então que fostes ver? um homem vestido de suave vestido? Eis que aqueles que usam macio vestes estão nas casas dos reis. 9 Mas por que saístes? para ver um profeta? Sim, eu vos digo, e muito mais do que um profeta. 10 Este é aquele de quem está escrito:

    Eis que eu envio o meu mensageiro diante de ti,

    Quem preparará o teu caminho diante de ti.

    11 Em verdade vos digo que, entre os nascidos de mulher, não surgiu outro maior do que João Batista; mas aquele que é o menor no reino dos céus é maior do que ele.

    Tendo gentilmente reprovou João por sua falta de fé, Jesus justificou-lo ao povo. Ele perguntou-lhes o que eles saíram para ver. Por que eles fizeram a árdua jornada para o deserto da Judéia? Era para ver uma cana agitada pelo vento -a vacilante covarde?Não, a coragem de João foi a causa de sua prisão. Era um homem vestido com roupas finas ("vestida de sedas e cetins" -NEB)? Não, João estava vestido para o deserto (Jo 3:4 ).João Batista era do Senhor messenger predito em Ml 3:1)

    12 E, desde os dias de João Batista até agora, o reino dos céus sofre violência, e os violentos tomá-lo pela força. 13 Porque todos os profetas ea lei profetizaram até Jo 14:1 E, se estais dispostos a receber -lo , este é Elias, que está por vir. 15 Aquele que tem ouvidos para ouvir, ouça.

    O significado do verso Mt 11:12 não é imediatamente claro, nem é sua relação com o versículo 13 . Lucas (Mt 16:16) tem uma declaração semelhante, em paralelo com estes dois versos. O pensamento parece ser: ". ... Só o homem que está desesperadamente a sério, só o homem no qual a violência dos jogos devoção e derrota a violência da perseguição no final entrar nele"

    Jesus então declarou que João Batista cumpriu o papel previsto de Elias (Ml 4:5)

    16 Mas que compararei esta geração? É semelhante a crianças sentadas nas praças, que chamam aos seus companheiros 17 e dizem: Nós canalizado para vós, e vós não dançar; cantamos lamentações, e vós não chorar. 18 Para veio João, não comendo nem bebendo, e dizem: Tem demônio. 19 O Filho do homem veio comendo e bebendo, e dizem: Eis aí um homem comilão e beberrão, um amigo de publicanos e pecadores! E a sabedoria é justificada pelas suas obras.

    Jesus comparou sua geração para crianças mimadas, que nunca estão satisfeitos. Verde coloca-o bem: "A imagem das crianças que jogam alternadamente em casamentos e funerais ... sugere uma mudança no temperamento das pessoas que agora reagem nem a João nem Jesus, mas são indiferentes a ambos."

    As pessoas estão sempre rápido para condenar alguém que eles não entendem. Ascetismo de João parecia tão estranho aos seus contemporâneos que eles disseram que ele tinha um demônio. Sua natureza anti-social, pensavam eles, provou que havia algo de muito errado com ele.

    Comportamento social de Jesus era bem diferente do que o de João: Ele veio comendo e bebendo (v. Mt 11:19 ). Juntou-se o povo em suas refeições e fez-se amigável com todos os níveis da sociedade. Isso desagradou os líderes judeus, que achava que ele deveria manter-se afastado, deve levar uma separada, não Sociável, vida. O significado primário dos "fariseus" foi "os separados." Mas este conotado separação principalmente cerimonial; isto é, evitando o contato com todos os objetos "impuros", incluindo os publicanos e pecadores . Então os fariseus castigou Jesus como um homem comilão e beberrão . Eles desprezaram.

    Pode ser que a sabedoria deve ser capitalizado aqui; ou seja, personificada e assim que significa Deus (conforme Phillips). Isto é sugerido em Pv 8:1)

    20 Então começou ele a censurar as cidades onde a maioria dos seus milagres foram feitos, porque eles não se arrependeram. 21 Ai de ti, Corazim! ai de ti, Betsaida! Porque, se os milagres tinham sido feitos em Tiro e Sidon, que foram feitas em você, elas se teriam arrependido há muito tempo no saco e cinza. 22 Mas eu vos digo que haverá menos rigor para Tiro e Sidom, no dia do julgamento , do que para vós. 23 E tu, Cafarnaum, porventura serás elevada até o céu? tu descer até Hades, porque se os milagres tinham sido feitos em Sodoma, que foram feitas em ti, teria ela permanecido até hoje. 24 Mas eu vos digo que haverá menos rigor para a terra de Sodoma no dia do juízo, do que para ti.

    Jesus começou a censurar - "censura" ou "repreensão" -as cidades onde a maioria dos Seus milagres (milagres , literalmente "poderes") tinha sido feito. Eles deveriam ter se arrependido -tinha uma mudança de coração e mente com essa demonstração de poder divino. Em vez disso, suas almas foram endurecidos no pecado. É óbvio que os habitantes desses lugares eram livres para se arrepender, ou Jesus não poderia ter repreendeu-os.

    A força de Ai de ti (v. Mt 11:21) tem sido debatida. Adão Clarke escreveu: "Seria melhor para traduzir a palavra ouai soi, infelizmente para ti , que wo a ti . O primeiro é uma exclamação de piedade; o último de uma denúncia de ira ". tradutores modernos concordam em grande parte nisso. Mas em qualquer caso, a declaração de Jesus foi uma declaração do juízo divino sobre estas cidades impenitentes.

    A localização exata de Corazim é desconhecida, mas claramente estava perto do canto noroeste do lago da Galiléia. É muito desaparecimento é um testemunho para o julgamento de Cristo nele. O mesmo pode ser dito para Betsaida , que foi localizado na margem leste do rio Jordão, onde ele deságua no lago. Tiro e Sidon , cerca Dt 20:1 - "Cinge-te de saco, e revolve-te na cinza. te faça pranteia como por um filho único, pranto de grande amargura" Jesus usou a expressão para significar uma evidência da verdadeira dor e tristeza, que as cidades pagãs teria mostrado Irsael mas não o fez.

    O versículo 22 sugere que o crime pelo qual os homens serão mais severamente condenados no Julgamento é impenitência. Aqueles que foram ignorantes dos caminhos de Deus se sairá muito melhor do que aqueles que tiveram as provas apresentadas, mas o rejeitaram.

    Cafarnaum (v. Mt 11:23) foi localizado perto do canto noroeste do lago da Galiléia. Existem ainda algumas impressionantes ruínas para ser visto lá, mas nenhuma cidade permanece. Isso verifica declaração profética do Mestre que seria lançada por Hades -o local da morte, e assim, de completa destruição.

    "O que te ergues até aos céus" (KJV) é melhor traduzida serás elevada até o céu? A tradução primeira seria uma descrição do privilégio celestial Cafarnaum tinha desfrutado como sede do ministério galileu de Jesus. A cidade tinha experimentado a Sua presença e poder. A última tradução gostaria de sugerir uma atitude orgulhosa, arrogante por parte de Cafarnaum, exaltando-se para o céu. Muitos tradutores modernos preferem a forma de uma pergunta, o que é mais impressionante.

    Sodoma era nos tempos antigos sinônimo de pecado. No entanto, Jesus afirmou que, se Sodoma tivesse gozavam de privilégios de Cafarnaum não teria sido destruído. O princípio é claramente enunciada aqui que a responsabilidade é medido pelo privilégio, e por um julgamento de luz (v. Mt 11:24 ).

    4. Joy in Simplicity (11: 25-27)

    25 Naquele tempo, respondendo Jesus, disse: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que te escondeste estas coisas aos sábios e entendidos, e te revelar aos pequeninos: 26 Sim, ó Pai, porque assim foi bem do teu agrado. 27 Todas as coisas me foram entregues a mim por meu Pai, e ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar -lo .

    Apenas algumas das orações de Jesus são registrados nos Evangelhos, embora se faça referência freqüente à Sua oração. Aqui é uma das jóias raras (vv. Mt 11:25-26 ).

    Obrigado é o mesmo verbo que é traduzida como "confessar" em conexão com as pessoas que confessam seus pecados, quando João batizou (Jo 3:6 ). Esta é a atitude só é verdadeiramente cristão pode tomar hoje.

    A primeira declaração do versículo 27 é ecoado por todo o Novo Testamento. Para a realização do plano de redenção, o Pai deu todas as coisas ao Filho (conforme Mt 28:18 ; Jo 3:35 ; Jo 13:3. ). Este versículo é paralelo quase literalmente em Lc 10:22 .

    A declaração de que ninguém conhece o Filho senão o Pai deve, naturalmente, ser tomadas no sentido absoluto. Para a salvação consiste em conhecer Jesus Cristo (Jo 17:3 ). A combinação da soberania divina ea liberdade humana é trazido para fora claramente por uma comparação entre este versículo com Jo 7:17 - "Se alguém está disposto a fazer a Sua vontade, ele saberá" (tradução literal).

    5. Alegria na Humildade (11: 28-30)

    28 Vinde a mim, todos os que estais cansados ​​e oprimidos, e eu vos aliviarei. 29 Tomai o meu jugo sobre vós e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para as vossas almas. 30 Porque o meu jugo é suave eo meu fardo é leve.

    Esta é uma das mais belas passagens em toda a Bíblia. E é certo que é um dos muitos em que seria difícil melhorar a beleza da ReiTiago 5ersion. Todo cristão faria bem para memorizá-la dessa forma.

    Ela começa com o gracioso convite: Vinde a mim . Esta é uma expressão da natureza divina pura, altruísta, amor redentor.

    A frase, todos os que estais cansados ​​e oprimidos tem pelo menos três aplicações. Referia-se, antes de tudo aos judeus, cujo jugo da Lei (completada por "a tradição dos antigos," Mc 7:3 ). Em segundo lugar, tem referência a todos os pecadores, que estão carregando em suas costas um peso esmagador da culpa (conforme O Peregrino ). Mas este convite também deve ser aceito pelos cristãos que se sentem sobrecarregados com os cuidados da vida e problemas desconcertantes muito difíceis para solução humana. Jesus Cristo é o grande Burden-portador.

    Eu vos aliviarei é literalmente, "I vai descansar." É a Sua presença que dá descanso à alma cansada. É por isso que Ele disse: "Vinde a mim."

    O jugo (v. Mt 11:29) simboliza a submissão à autoridade de alguém. Para tirar o jugo de Cristo é reconhecer plenamente Sua senhoria na vida de 1. Também foi utilizado no sentido de seguimento, de aceitar os ensinamentos de uma determinada pessoa. Este pensamento é corroborado pela cláusula seguinte: e aprendei de mim . Para tirar o jugo de Jesus significa aceitar Seu modo de vida.

    Qual o aspecto de que é enfatizado aqui? Eu sou manso e humilde de coração . Aqueles que são humildes encontrar descanso . O orgulho gera inquietação, mas a humildade traz serenidade. Meek pode ser traduzida como "suave". A bondade de Jesus é a resposta para o conflito violento de um mundo perverso.

    Pensa-se jugos como duro e encargos tão pesado. Mas o Mestre amoroso disse: o meu jugo é suave eo meu fardo é leve (v. Mt 11:30 ). Para aquele que ama a Cristo, fazendo Sua vontade é fácil. Alguém disse muito bem: "O amor faz com que todos os fardos leves."


    Wiersbe

    Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
    Wiersbe - Comentários de Mateus Capítulo 11 do versículo 1 até o 30
    Aqui alcançamos um ponto de mudança no ministério de Cristo a par-tir da forma como Mateus o apresenta. Completou-se "a revelação do Rei" (caps. 1—10). Agora, começa a apa-recer a "rebelião contra o Rei" (caps. 11—13). Nessa seção, os judeus rebe-lam-se contra cada revelação que Cris-to apresenta de si mesmo:

    Ele foi anunciado por João.

    Eles permitem que João vá pre-so (11:1-19).

    Ele faz vários milagres.

    As cidades recusam a se arre-pender (11:20-30).

    Ele anuncia seus princípios. Eles discutem com o Senhor sobre eles (12:1-2 1).

    Ele revela quem é.

    Eles dizem que ele trabalha com Satanás (12:22-50).

    Claro, o resultado é que Jesus se afasta da nação (caps. 14—20), olha em direção à cruz. O que se iniciou como rebelião, mais tarde torna-se rejeição declarada.

    Explanação a respeito de João Ba-tista (11:1-19)

    1. A pergunta (vv. 1-3)

    Agora, já faz bastante tempo que João está na prisão (veja 4:12). Por que João duvida da realeza de Cristo quando o Espírito lhe disse quem Jesus era Oo 1:29-34)? A resposta está na palavra "outro" na pergunta de João. "Ou ha-vemos de esperar outro?" (v. 3). No grego, há duas palavras para "ou-tro". Uma significa "outro do mes-mo tipo", como quando Jesus disse: "Ele vos dará outro Consolador" Oo 14:16). Mt 11:3 usou a palavra para "outro" que significa "outro de tipo diferente". João anunciou a vinda do Rei e prometeu um tempo de julgamento e de purificação (Mt 3:7-40); Jesus, no entanto, tem um ministério de misericórdia. João per-guntou: "És tu aquele que estava para vir ou havemos de esperar outro [de um tipo diferente — um que purifi-cará a nação e julgará o pecado]?". Sem dúvida, os longos meses na pri-são turvaram a visão de João, não de forma distinta do que aconteceu com Elias, do Antigo Testamento, em cujo espírito João veio (1Rs 19:1-11).

    1. A resposta (vv. 4-6)

    Jesus, com ternura, confirma a si mesmo para seu servo e encoraja a fé dele. Se compararmos essa passa-gem com Lc 7:18, veremos que os discípulos de João relatavam-lhe o ministério de cura de Cristo. Por isso, Jesus disse: "Ide e anunciai a João" (11:4). Em outras palavras, Jesus es-tava assegurando a João que ele era o Rei, pois estava realizando os vá-

    rios rríílagres anunciados pelas "Es-crituras (veja Is 35:5-23 e 61:1). Jesus respondeu a João: "Bem-aventurado é aquele que não achar em mim mo-tivo de tropeço" (v.6), provavelmente referindo-se a Is 8:14-23. Cristo usa a Palavra para encorajar João, uma boa lição para nós em momen-tos de dúvida e desencorajamento.

    1. O reconhecimento (vv. 7-15)

    Nessa passagem, Cristo apresen-ta um tremendo reconhecimento a João! Essa é sua forma de dizer- lhe: "Muito bem, servo bom e fiel!", aquele que dá sua vida por Cristo. João não era um junco fácil de en- vergar; era um homem de convic-ções. Ele não era uma celebridade que usufruía de fama e luxo, mas um servo disposto a sofrer por Cristo. Je-sus afirmou que o ministério de João cumpriaMl 3:1. Se a nação tivesse aceitado Jesus, João seria o Elias prometido por Deus (v. 14; e veja 17:10-13). Como eles rejeita-ram Cristo e João, o cumprimento literal e final de Ml 3:1-39 acontecerá apenas no fim dos tem-pos. João foi o último profeta do An-tigo Testamento. Ele, como apenas anunciou o reino, não era tão gran-de como a pessoa mais humilde do reino (v. 11).

    1. A repreensão (vv. 16-19)

    Cristo repreende as pessoas daquela geração por sua infantilidade. Nada

    ' as agradai João e Jesus tinham vida e ministério opostos; nenhum deles, porém, satisfazia a multidão imatu-ra. Há uma diferença entre ser in-fantil e ser como uma criança. Nos versículos 25:26, Jesus afirma que apenas os que são como crianças entendem sua Palavra. Os cristãos de hoje são como crianças mima-das que exigem distração e algu-ma coisa nova o tempo todo. Eles recusam-se a ser sérios a respeito da vida ou da morte.

    1. A condenação das cidades (11:20-24)

    Essa é a primeira vez que vemos Jesus proferindo palavras de conde-nação. Ele realizou muitas obras po-derosas, e seus discípulos também fizeram milagres, no entanto as ci-dades rejeitaram-no. Cafarnaum foi especialmente abençoada, já que era o "quartel-general" do ministé-rio terreno de Cristo (veja Mt 8:5; Mt 9:0:1ss). No lugar em que a luz brilha mais, as pessoas têm maior respon-sabilidade. Haverá patamares de julgamento conforme a quantidade de luz que a pessoa recebeu. Co-nhecer a verdade e afastar-se dela é algo muito sério.

    1. O convite para o sobrecarregado (11:25-30)

    Esse é um momento crucial no mi-nistério de Jesus. A rebelião contra o Rei já se estabeleceu e culminará

    em rejeição declarada. Cristo volta- se para seu Pai e agradece-lhe! Que exemplo para quando enfrentarmos momentos de dificuldade.

    A vontade do Pai deve sempre governar nossa vida. Deus deixou de lado os sábios e prudentes escribas e fariseus e escolheu salvar as pessoas comuns, simples, mas crentes (veja 1Co 1:0), e a religião deles não traz descanso e paz. Nenhuma religião humana pode dar paz ao coração. Cristo oferece um jugo que é fácil em contraste com o jugo opressivo e obrigatório da lei (At 15:10). Ob-serve o duplo sentido da palavra "descanso". "Eu lhes darei des-canso" (NVI) — essa é a paz com Deus, algo que conquistamos com a salvação. "Achareis descanso" — essa é a paz de Deus que vem com a entrega (veja Fp 4:6-50). A maior bênção possível é estar subjugado a Cristo.


    Russell Shedd

    Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
    Russell Shedd - Comentários de Mateus Capítulo 11 do versículo 1 até o 30
    11.2 No cárcere. João Batista estava encarcerado em Maqueros, fortaleza inóspita nas proximidades do mar Morto.

    11.3 És tu aquele que estava para vir? João quis certificar-se, antes de morrer, de que Jesus era realmente o Messias. Talvez a hora da pergunta revele que João conservava uma leve esperança que Jesus seria o Messias que o povo esperava, destruindo os romanos e libertando os fiéis pela força das armas. Aliás, Jesus e João evitaram usar a palavra "Messias" que os próprios ouvintes poderiam interpretar como a declaração da vinda do libertador militar nacionalista.

    11.12 Se apoderam. Gr harpazein, "apanhar", "agarrar", "arrebatar", usando também para expressar a ação dos ladrões. Aqui representa a maneira corajosa e resoluta dos fiéis, de aceitar para si o Reino que Deus lhes oferece, vencendo, pela fé e pelo poder de Cristo, qualquer oposição do mundo exterior ou de tentação íntima (Lc 16:16n). Pode-se interpretar como uma referência à violência de certos judeus que pensaram em estabelecer o reino pela força bélica (como era o caso dos zelotes).

    11:7-19 A respeito de João. Quando os discípulos de João se retiraram, Jesus começou a descrever a pessoa, a missão e a obra de João:
    1) O maior entre todos os mortais;
    2) Suas vestes características;
    3) Um profeta em termos de Ml 3:1; Ml 4:0) O fim de uma época. João tinha chegado ao ponto culminante dos profetas, pois Jesus, o Alvo das profecias, estava perante seus olhos. Qualquer crente seria maior do que João, pois veria a culminação de Cristo, participando nos seus benefícios.

    11.20 Increpar. Gr oneidisein, lit. "Lançar em rosto" ou "repreender". Revelou tudo quanto foi feito para estas cidades, milagres portentosos, que serviam como prova da missão total de Cristo, a não ser para aqueles que de modo nenhum queriam ser levados ao arrependimento. • N. Hom. Três verdades do evangelhos
    1) Produz revolução no seio das famílias (10:34-37);
    2) Exige plena dedicação dos seus seguidores (10:9-11; 22-23,37);
    3) Sempre traz sua, recompensa (10-32-33, 40-42).

    11.21 Corazim... Betsaida... Cafarnaum. Três cidades localizadas na banda, noroeste do mar da Galiléia, sobre as quais pouco sabemos, a não ser que rejeitaram a mensagem de Cristo, precedendo, em sua rejeição, à dos judeus.

    11.24 Menos rigor. Não que Sodoma fosse menos pecadora do que as cidades mencionadas: apenas não teve as mesmas oportunidades que estas.

    11.25 Graças te dou. Jesus dava graças pela misericórdia de Deus, em revelar as verdades eternas para os simples. Jesus não condena ao intelecto, mas sim ao orgulho intelectual. Sem humildade, o evangelho não tem acesso ao coração. Sábios e instruídos. Seriam os doutores da lei e os escribas que orgulhavam-se do seu profundo estudo e conhecimento do AT, mas que não foram capazes de reconhecer quem era Jesus.

    Pequeninos. São os discípulos que, pela fé, perceberam a verdade acerca de Cristo (Mt 16:16ss). Estas coisas. Referem-se aos "mistérios do Reino” (13.11).

    11.27 Estas palavras de Jesus formam sua maior reivindicação. Ele afirma categoricamente que só Ele conhece verdadeiramente a Deus, e Ele é o único que pode revelá-lo (Jo 1:18; Jo 14:0.9s).

    11:28-30 Sobrecarregados. Os que levam o fardo dos fariseus, as exigências da lei e as tradições para serem salvos (Mt 23:4). Jugo. Os rabinos fariseus usaram a metáfora do "jugo da lei". • N. Hom. "Vinde a mim".
    1) O convite é para todos;
    2) O convite é para vir a Jesus sem intermediários;
    3) O convite é para os aflitos;
    4) O convite oferece alívio à alma;
    5) O convite é para se rejeitar o jugo cruel do mundo e do pecado, e para receber o suave de Cristo (é suave porque Cristo carrega o peso por nós);
    6) O convite oferece-nos descanso espiritual num Mestre verdadeiramente misericordioso. • N. Hom. As maravilhas de Jesus:
    1) O convite de Jesus;
    2) O alívio de Jesus;
    3) O descanso de Jesus;
    4) O jugo de Jesus;
    5) O fardo de Jesus;
    6) A paz de Jesus. Assim como a pomba de Noé encontrou, na arca, o descanso que não existia fora, assim o crente encontra, no Senhor Jesus, descanso e paz para o seu coração (Rm 5:1).


    NVI F. F. Bruce

    Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
    NVI F. F. Bruce - Comentários de Mateus Capítulo 11 do versículo 1 até o 30
    III. 1. NARRATIVA: HOSTILIDADE CRESCENTE (11.2—12.50)
    Essa seção vai da descrição das dúvidas de João Batista até o ponto em que Jesus abandona os relacionamentos terrenos.
    João e Jesus (11:2-19)

    Conforme Lc 7:18-42. E muito improvável que João compartilhasse dos pontos de vista populares acerca do Messias, mas ele o tinha anunciado como o Juiz (3:10-12); Jesus estava aparentemente se apresentando meramente como agente de misericórdia. A resposta de Jesus foi uma citação indireta de Is 29:18Is 29:19; Is 35:5,Is 35:6; Is 61:1 — uma citação direta teria incluído uma declaração pública para a qual ele não estava preparado. Lc 7:21 não sugere que todos esses milagres aconteceram na presença dos mensageiros; alguns certamente foram transmitidos pelos relatos populares.

    v. 3. aquele que haveria de vir. Isso não era um título oficial do Messias. João sabia que Jesus entenderia as implicações.

    v. 6 .feliz é aquele que não se escandaliza por minha causa-. Não é tanto o que Jesus fez e disse que faz dele uma pedra de tropeço para muitos; mas o fato de que ele não se conforma ao que nós pensamos que ele deveria ter feito ou dito. v. 7. Um caniço agitado pelo vento-. Não havia nada secreto na delegação enviada por João. Embora talvez a multidão não tivesse certeza do significado de João, entendeu que ele estava, de alguma forma, desapontado com Jesus. Jesus o defendeu da possível acusação de inconstância e leviandade. Ele somente estava sendo leal à mensagem que tinha sido confiada a ele. v. 10. Este é aquele a respeito de quem está escrito: Ao aplicar Ml 3:1 a João, Jesus confirmou as declarações que João havia feito acerca de si mesmo. Ao chamá-lo de Elias (v. 14; conforme Ml 4:5), ele negou, de maneira implícita, a interpretação popular e literalista da passagem —    que não está morta em alguns círculos cristãos ainda hoje — e assim também os conceitos messiânicos predominantes da época, v. 11. Entre os nascidos de mulher não surgiu ninguém maior do que João Batista: A grandeza a que a declaração alude pode ser a grandeza de espírito, mas a Bíblia não antecipa o juízo de Deus sobre um homem, ou pode ser uma grandeza criada pela posição. De todos os que haviam anunciado o rei, João era o maior, pois estava mais próximo dele. Mas os menores que experimentassem o poder completo do rei seriam maiores do que ele —    em posição, mas não necessariamente em caráter ou recompensa final.

    Há muito que recomende a exegese que Schniewind faz do difícil v. 12 (conforme Lc 16:16). Os fariseus falavam de produzir o final dos tempos pela força por meio do jejum, do estudo da Lei etc. Jesus aceitou o pensamento, mas o transformou, é tomado à força: E uma referência à aceitação de todo o coração da pregação de João e Jesus (até agora), que incluía, como era prefigurado no batismo de João, o morrer para si mesmo e para o passado, e a nova vida de uma era nova. Isso é mais provável do que “o poder de Deus está em ação por meio de Jesus para estabelecer o seu reino, mas o seu reino está sofrendo violência; homens violentos estão tentando agarrar ou tirar essa bênção e manter os homens distantes de aceitarem o governo de Deus” (Filson).

    A maioria dos seus contemporâneos era indiferente tanto a João quanto a Jesus, como crianças que se negam a participar de uma representação irônica de um casamento ou da representação de um funeral na praça. Para eles, João era muito doido, e Jesus, muito vulgar. Acerca de pecadores, v.comentário Dt 9:10 está correto. Em todo caso, a sabedoria é Jesus (e João), e crianças são os que o aceitam.

    Rejeição e aceitação (11:20-30)

    Conforme Lc 10:13ss,21,22. O aspecto intencional da completude dos Evangelhos é mostrado pelo fato de não haver outra menção de Corazim, a não ser em Lc 10:13. O fato de os habitantes dessas cidades não terem se arrependido se devia à realidade de que eram sábios e cultos (v. 25), pensando que sabiam como Deus deveria fazer o seu trabalho. Ao contrário de MTMeile e Tasker, deveríamos perceber gratidão não somente porque a revelação foi dada aos pequeninos, mas também por tê-la escondido dos sábios e cultos. Uma parte essencial do evangelho é que as vantagens humanas, incluindo a inteligência e o conhecimento, não ajudam o homem para a salvação (conforme 18.3,4).

    O conhecimento de Deus é dado por meio da revelação, mas não há revelação que vá nos capacitar a captar o mistério interior do Filho, do homem-Deus. Não há nada em João que vá além do que está dito no v. 27, um fato de que deveríamos lembrar quando o ensino do quarto evangelho é desafiado e considerado incompatível com os Evangelhos sinópticos.
    Os pequeninos são aqueles que estão cansados e sobrecarregados. Embora a aplicação evangelística àqueles que estão sob o peso do pecado não seja ilegítima, o chamado é para aqueles que não são suficientemente “sábios” para sair de debaixo dos fardos da vida e da Lei (conforme 23.4). v. 29. o meu jugo: O jugo era um símbolo comum de submissão e serviço. Os rabinos falavam do jugo da Lei (conforme At 15:10) e do Reino dos céus. descanso (anapausis): Na LXX, anapausis é usado como um equivalente regular de shabbal (sábado). Era o verdadeiro descanso do sábado que Jesus estava oferecendo, um desistir do seu próprio trabalho para fazer a obra de Deus (He 4:9,He 4:10). Que esse é o significado é reforçado pelos dois incidentes seguintes, que tratam do verdadeiro uso do sábado, suas almas'. Não se tem em vista aqui somente o interior do ser humano, mas o ser humano todo.


    Moody

    Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
    Moody - Comentários de Mateus Capítulo 4 do versículo 12 até o 46

    III. O Ministério de Jesus Cristo. 4:12 - 25:46.

    A análise de Mateus do ministério de Cristo foi baseada sobre quatro áreas geográficas facilmente notáveis: Galiléia (Mt 4:12), Peréia (Mt 19:1), Judéia (Mt 20:17) e Jerusalém (Mt 21:1). Como os outros sinóticos ele omite o anterior ministério na Judéia, que ocorre cronologicamente entre Mt 4:11 e Mt 4:12 (confira com Jo 14:1)


    Moody - Comentários de Mateus Capítulo 11 do versículo 25 até o 30

    25-30. Jesus conduziu o discurso com uma explicação sobre a incredulidade dos homens, e um apelo bondoso.


    Dúvidas

    Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e Contradições da Bíblia, por Norman Geisler e Thomas Howe
    Dúvidas - Comentários de Mateus Capítulo 11 versículo 28
    Mt 11:28-30 - O jugo de Jesus é suave ou é duro, difícil?


    PROBLEMA:
    Jesus disse: "o meu jugo é suave e o meu fardo é leve" (Mt 11:30). Entretanto, Hebreus declara que "o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe" (He 12:6). Como é então o jugo de Jesus: é suave ou é duro?

    SOLUÇÃO: Esses versículos referem-se a diferentes aspectos da vida cristã, A vida do crente é "suave" no sentido de que ela traz "descanso para a yossa alma" (Mt 11:29), mas ela é dura sobre a "carne", que com freqüência necessita da disciplina da mão de Deus para mantê-la em linha. A salvação traz "paz com Deus"(Rm 5:1), mas também conflito com o mundo (1Jo 2:15-17; Gl 5:17). O próprio apóstolo Paulo experimentou a graça de Deus em sua vida, mas teve um espinho na carne (2Co 12:7-9).


    Francis Davidson

    O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
    Francis Davidson - Comentários de Mateus Capítulo 11 do versículo 25 até o 30
    IX. O CONVITE DO EVANGELHO Mt 11:25-30

    Respondendo (25). As palavras que se seguem expressam a resposta do coração de Jesus às circunstâncias descritas nos vers. que precedem. Graças te dou (25). Gr. exomologoumai, "reconheço". Pequeninos (25). No sentido espiritual. Refere-se aos que recebem a revelação divina com simplicidade de fé. O vers. 27 cfr.com Jo 3:35; Jo 17:2. A figura empregada nos vers. 28-30 teria imediata aceitação numa comunidade agrícola. O Jugo (29). Bem pode representar o ensino de Cristo, o que, por implicação, contrasta com os ensinos opressivos dos fariseus (ver Mt 23:4). Encontrareis descanso para vossas almas (29). Estas palavras são tiradas de Jr 6:16. Os LXX trazem: "encontrareis purificação das vossas almas" -sendo corrigida no Evangelho conforme o sentido hebraico. Suave (30) -gr. chrestos, "bom" ou "simpático". O trecho é peculiar ao Evangelho de Mateus.


    John MacArthur

    Comentario de John Fullerton MacArthur Jr, Novo Calvinista, com base batista conservadora
    John MacArthur - Comentários de Mateus Capítulo 11 do versículo 1 até o 30

    66. Superando a duvida (Mateus 11:1-6)

    E sucedeu que, quando Jesus tinha terminado de dar instruções aos seus doze discípulos, partiu dali a ensinar e pregar nas cidades deles.
    Ora, quando João no cárcere ouviu falar das obras de Cristo, mandou dizer por seus discípulos, e disse-lhe: "Você é o esperado, ou devemos esperar outro?" E Jesus, respondendo, disse-lhes: "Ide e anunciai a João o que estais ouvindo e vendo: os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e aos pobres é a evangelho pregado a eles. E bem-aventurado é aquele que impede de tropeçar em mim. " (11: 1-6)

    Os dez primeiros capítulos de Mateus são, em geral, uma série de testemunhos que provam que Jesus é. Ele apresenta o testemunho da história (1: 1-17), do nascimento milagroso (1: 18-25), da profecia cumprida (2: 1-23), do precursor de Cristo (3: 1-12), de Deus Pai (3: 13-17), do poder de Jesus (4: 1-11), de Suas palavras (5: 1-7: 29), de Suas obras (8: 09/01: 38), e de Seus discípulos (10: 1-42). Marechais Mateus todos esses meios de prova no tribunal, por assim dizer, para testemunhar que Jesus é o Cristo, o Messias prometido e Filho de Deus.
    Nos capítulos 11:12 Mateus incide sobre as reações de vários indivíduos e grupos para que as provas, organizados em várias categorias gerais de resposta. Em cada capítulo, há uma série de respostas negativas, seguido de um recurso positivo. Capítulo 11 olha para as respostas negativas de dúvida (vv. 1-15), a crítica (16-19), e indiferença (20-24), seguido de um recurso positivo para a fé (25-30).Capítulo 12 olha para as respostas negativas de rejeição (vv. 1-21), espanto (22-23), a blasfêmia (24-27), e fascínio curioso (38-45), seguido de outro recurso positivo para a fé (46— 50).
    Na abertura seis versos desta seção, Mateus primeiro menciona Jesus breve turnê de ministrar sozinho (v. 1; ver 10:
    5) e, em seguida, apresenta resposta negativa de João de dúvida (vv 2-3.) E Jesus 'resposta a esse dúvida (vv. 4-6).

    Ministros só Jesus

    E sucedeu que, quando Jesus tinha terminado de dar instruções aos seus doze discípulos, partiu dali a ensinar e pregar nas cidades deles. (11: 1)

    Embora o texto não diz isso explicitamente, pode-se supor que, depois de Jesus tinha terminado de dar instruções aos seus doze discípulos , saíram pregando e curando entre os judeus da Galiléia, como Ele lhes dissera para fazer (ver 10:
    5) . Enquanto eles tinham ido embora, Jesus partiu dali (o lugar de instrução; veja 10:
    1) e começou a Si mesmo para ensinar e pregar nas cidades deles , isto é, as cidades da Galiléia. Por um período relativamente curto de tempo Jesus ministrou sozinho, enquanto os discípulos estavam em sua primeira missão.

    Seu ministério dupla foi para ensinar e pregar , para explicar e anunciar a boa nova. A maioria de seus ensinamentos teria sido feito nas ruas das cidades, mas desde que as sinagogas foram o lugar normal, onde a Escritura foi ensinado entre os judeus, alguns dos seus ensinamentos provavelmente foi feito lá também. O historiador judeu Philo relata que o principal objetivo dos serviços da sinagoga era ler e expor as Escrituras. Visitando rabinos e estudiosos eram sempre bem-vindos para ensinar nas sinagogas locais, e Jesus se valeu da prerrogativa muitas vezes (Veja Mt 4:23; Mt 9:35; Mt 12:9).

    João Dúvidas Jesus

    Ora, quando João no cárcere ouviu falar das obras de Cristo, mandou dizer por seus discípulos, e disse-lhe: "Você é o esperado, ou devemos esperar outro?" (11: 2-3)

    No caso de João Batista, e de inúmeros fiéis desde o seu tempo, a dúvida pode ser melhor descrito como perplexidade ou confusão. A perplexidade tratada nestes versos é a perplexidade de um crente, um verdadeiro filho de Deus e cidadão do Seu reino. João não estava questionando a veracidade da Palavra de Deus, como revelado no Antigo Testamento ou como revelou a ele no batismo de Jesus. Ele era um pouco incerto sobre o seu entendimento dessas verdades. Praticamente todas as referências do evangelho para duvidar Pertain aos crentes em vez de para os incrédulos; e o tipo de questionamento João Batista experimentado sobre a identidade de Jesus só pode ocorrer na vida de um crente. Nesse período de transição, antes da revelação escrita do Novo Testamento, havia muitas coisas que pareciam explicação e confirmação clara e necessária.

    Jesus mesmo testificou de João que "entre os nascidos de mulher, não surgiu ninguém maior do que João Batista" (Mt 11:11). Ele foi o maior homem que viveu até a sua vez, e, quando eles estão confusos, todos os crentes podem ter conforto em sua perplexidade. Ele também está incentivando a lembrar que foi a Seus verdadeiros discípulos, principalmente os doze, que Jesus disse várias vezes palavras como "gente de pouca fé" e "Quanto tempo você vai duvidar?" (Mt 8:26;. Mt 14:31; Mt 21:21; conforme Mt 28:17; Mc 11:23; Mc 16:11; Lc 12:28).

    Embora o Senhor entende as dúvidas de seus filhos, Ele nunca está satisfeito com a sua dúvida, porque reflete contra Ele. Enquanto Pedro estava refletindo sobre a visão dos animais impuros, os mensageiros de Cornélio chegaram à casa onde ele estava hospedado, e do Espírito Santo disse a Pedro: "Eis que três homens estão procurando por você. Mas surgem, desça as escadas, e acompanhá— —los sem receios ", isto é, sem dúvida (Atos 10:19-20). Tiago adverte os crentes que "aquele que duvida é semelhante à onda do mar, impelida e agitada pelo vento" (Jc 1:6.). Mas a dúvida de que João Batista era o culpado foi o resultado de fraqueza ao invés de pecado.

    No momento em que Jesus começou desta vez de ministrar sozinho na Galiléia, João Batista tinha sido posto em prisão por Herodes por denunciar casamento adúltero do rei à mulher do seu irmão (Mateus 14:3-4.). João já havia anunciado Jesus vem como o Messias, se dirigiu a Ele como o Cordeiro de Deus, batizou no rio Jordão, e declarou com humildade que "Convém que ele cresça e que eu diminua" (Jo 3:30). Ele já tinha reconhecido Jesus como o Cristo e confiaram nele como seu próprio Senhor e Salvador. No entanto, agora ele estava perplexo, e ele mandou por seus discípulos, e disse-lhe: "Você é o esperado, ou devemos esperar outro?"

    O fato de que João enviou seus discípulos a Jesus é um forte testemunho de sua fé. Em seu coração, ele acreditava que Jesus era realmente o Messias e confiamos nele como seu Senhor; mas os eventos ou falta deles causou sua mente ou emoções para colocar uma nuvem de dúvida sobre a sua garantia. Ele estava dizendo, com efeito, "Eu acreditava firmemente que Tu és o Messias, mas eu estive errado?" Ele não estava pedindo informações, mas para confirmação. Ele acreditava, mas sua fé tornou-se enfraquecido. João veio a Jesus através de seus discípulos, dizendo, como o pai do menino Jesus limpo de um espírito maligno, "Eu creio; ajudar a minha incredulidade" Mc 9:24.

    Um número dos discípulos de João já vinha observando Jesus por algum tempo, provavelmente, por instruções do João. Pouco depois do banquete Mateus deu em homenagem a Jesus e para o qual convidou companheiros "publicanos e pecadores", os "discípulos de João vieram a Ele, dizendo:" Por que nós e os fariseus jejuamos, mas os teus discípulos não jejuam ? '"(Mt 9:10., Mt 9:14). E depois de Jesus ressuscitou o filho da viúva de Naim, "os discípulos de João anunciaram-lhe sobre todas estas coisas" Lc 7:18.

    Obviamente, os discípulos de João teve algum acesso a ele enquanto ele estava na prisão, e, aparentemente, ele enviou-os em várias atribuições, principalmente para observar e relatar sobre o ministério de Jesus. Depois de ser preso por muitos meses, incapaz de pregar ou de ter qualquer contato com o mundo exterior, exceto para visitas ocasionais por seus discípulos, João foi atormentado com receios e dúvidas sobre Jesus-o que ele tinha anunciado, batizado, e declarou ser o Cristo.

    Ele, portanto, disse a dois de seus discípulos (conforme Lc 7:19) para pedir especificamente Jesus, Você é o esperado? Junto com o Branch, Filho de Davi, Rei dos reis, e outros tais títulos, o esperado ( ho erchomenos ) era uma designação comum para o Messias. O título é encontrado pela primeira vez em Sl 40:7; Mc 1:1; Mc 11:9; Lc 13:35 ; Lc 19:38; Jo 1:27). Todo judeu do tempo de Jesus teria sabido que para perguntar se Ele fosse o esperado era perguntar se ele era o Messias.

    Deve ser reconfortante para nós que mesmo um homem de estatura e dons espirituais de João era objeto de dúvida. A partir do texto e da situação de João pelo menos quatro razões para a sua dúvida pode ser visto-razões que também causam muitos cristãos de hoje para duvidar. Essas razões são difíceis circunstâncias, influência mundana, revelação incompleta, e as expectativas não cumpridas.

    Circunstâncias difíceis

    Humanamente falando a carreira de João O Baptist tinha terminado em desastre. Ele tinha sido o de fogo, independente dramático, de confronto, o homem, corajoso que pregou exatamente o que precisava ser pregado, a quem ela precisava ser pregado, e quando ele precisava ser pregado. Ele era destemido, agressivo e fiel ao Senhor em todos os sentidos. Ele chamado pecado pecado e os pecadores pecadores.E agora ele estava na prisão por causa de sua fidelidade.

    Em uma viagem a Roma, Herodes Antipas, governador da Galiléia, tinha tomado um gosto de Herodias, mulher de seu irmão Filipe, e tinha seduzido. Depois de voltar para a Galiléia, Herodes se divorciou de sua própria esposa e se casou com Herodias. Quando João Batista ouviu falar dele, ele confrontou publicamente Herodes, com seu pecado e foi prontamente jogado na prisão. Somente o medo das multidões de Herodes manteve João de ser morto imediatamente (Mt 14:5:.. Sl 119:50; Sl 51:12 Isa) foi agora. E se Jesus fosse realmente o Messias, por que ele deixou sua precursor e servo sofrer na prisão? Onde estava o amor ea compaixão de Deus, para não mencionar a sua justiça? Onde estava a promessa de Deus de que o Messias "curar os quebrantados do coração ... proclamar a libertação aos cativos ea liberdade aos prisioneiros ... proclamar um ano favorável do Senhor, e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os que choram , para conceder os que choram em Sião, dando-lhes uma coroa em vez de cinzas, o óleo da alegria em vez de luto? " (Isaías 61:1-3.).

    Quando um crente tem fidelidade e sacrifício serviu ao Senhor por muitos anos e, em seguida, experimenta tragédia, talvez até mesmo uma série de tragédias, é difícil não se perguntar sobre o amor ea justiça de Deus. Quando uma criança está perdida à morte ou à descrença, um marido ou esposa morre ou folhas, câncer de nós ou um ente querido atinge, somos tentados a perguntar: "Deus, onde estás agora, quando eu realmente preciso de você? Por que você deixou isso aconteceu comigo. Por que você não ajudar? " Mas se debruçar sobre esses pensamentos, Satanás amplia-los e tenta usá-los para minar a nossa confiança em Deus. Com exceção de quando nós de bom grado continuar no pecado, nós nunca são tão vulneráveis ​​a duvidar de bondade e verdade de Deus e acreditar nas mentiras de Satanás, como quando estamos sofrendo.
    João sabia onde ir para encontrar as respostas para suas perguntas e a resolução de suas dúvidas. Ele tinha realmente começado a ter dúvidas sobre a identidade de Jesus como o Cristo; mas foi a Jesus que ele enviou seus discípulos para confirmação. Em sua mente, ele talvez tivesse chorado, "Senhor, por que você não me ajudar?" Agora, através de seus discípulos, ele estava suplicando: "Senhor, por favor, me ajude!"
    Em Seu grande amor e misericórdia, Jesus estava feliz em responder, fazendo milagres, especialmente por causa do João e prometendo-lhe a bênção espiritual se ele não vacilou em confiança, mesmo no meio de circunstâncias mistificadora.

    Paulo era ele mesmo na prisão, provavelmente em Roma, quando escreveu: "Alegrai-vos sempre no Senhor;!. Novamente eu vou dizer, se alegrar Deixe seu espírito tolerante conhecida de todos os homens O Senhor está perto Não andeis ansiosos por coisa alguma, mas em. tudo, pela oração e súplica com ações de graças sejam as vossas petições conhecidas diante de Deus E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus. "(Filipenses 4:4-7.). Ele passou a dizer: "Eu aprendi a viver contente em qualquer circunstância eu sou Eu sei como se dar bem com os meios humildes, e eu também sei como viver em prosperidade;. Em toda e qualquer circunstância eu aprendi o segredo de ser preenchido e passando fome, tanto de ter abundância e sofrer necessidade. Posso todas as coisas naquele que me fortalece .... E o meu Deus suprirá todas as vossas necessidades segundo as suas riquezas na glória em Cristo Jesus "(vv. 11 —13, 19).

    Circunstâncias negativas são dolorosas e tentando, mas a nossa resposta deve ser o mesmo que joão-de ir para o Senhor e pedir a Ele para acabar com as nossas dúvidas, ansiedades, medos e (conforme Tg 1:2-12).

    Revelação Incomplete

    A segunda maior causa de dúvida é a revelação incompleta. Embora João tinha ouvido falar das obras de Cristo , a sua informação era de segunda mão e não completa. Ele tinha sido preso por um ano;mas mesmo quando ele pregava, Ele não tinha contato direto com Jesus, depois do batismo. Se próprios discípulos de Jesus não conseguiram entendê-Lo totalmente e demonstrou "pouca fé" depois de estar com Ele intimamente por três anos, é fácil entender por que João tinha dúvidas. Ele não era um "testemunha ocular da sua majestade", como eram Pedro, Tiago e João (2Pe 1:1.

    A informação que de João discípulos trouxe de volta para ele ainda não estava em primeira mão, mas seu relatório foi baseado em confirmando demonstrações de poder divino que Jesus realizou especificamente para o benefício de João.

    Muitos crentes hoje também duvido certas verdades sobre Deus, por causa de informações incompletas, porque eles têm conhecimento ou compreensão da Sua Palavra inadequada. O cristão que está imerso nas Escrituras não tem motivos para tropeçar. Quando Deus é permitido falar através de Sua Palavra, a dúvida desaparece como a névoa na luz solar.

    Jesus respondeu às dúvidas dos dois discípulos no caminho de Emaús, em primeiro lugar repreendê-los por ser "tardos de coração para crerdes tudo o que os profetas disseram." Em seguida, "começando por Moisés e por todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras" (Lc 24:25, Lc 24:27). Depois Jesus lhes revelou quem ele era e "desapareceu da vista deles, ... eles disseram uns aos outros," não eram nossos corações ardentes dentro de nós enquanto Ele nos falava na estrada, enquanto Ele estava explicando as Escrituras ? '"(vv. 31-32). Mesmo antes de eles sabiam que era Jesus quem estava falando com eles, a verdade da Sua Palavra começou a dissipar suas dúvidas e construir sua fé.

    Todos nós precisamos a verdade contínua de Sua Palavra para nos proteger de dúvida e para dissipar dúvidas quando se trata. Os bereanos eram nobres de espírito e "receberam a palavra com toda a avidez", porque eles examinaram "as Escrituras todos os dias, para ver se" as coisas que Paulo pregava fosse verdade (At 17:11).

    Influência mundana

    A terceira causa de dúvida é influência mundana, a partir do qual nem mesmo o João piedosa foi completamente isolada. O que Jesus estava pregando e fazendo não se encaixava com o que a maioria dos judeus pensaram que o Messias, o esperado , faria, e João provavelmente compartilhado alguns desses equívocos. O Messias era esperado antes de tudo para libertar Israel de sua escravidão, que na época estava sob Roma. Ele, obviamente, não foi possível estabelecer o seu reino de justiça e retidão, sem antes lidar com o pagão, injusta e romanos cruéis. Mas Jesus não tinha feito nada para se opor a Roma, seja em palavras ou ações.

    O povo judeu também pensei que o Messias iria eliminar todo sofrimento, tudo doença, aflição, fome e dor. No entanto, os milagres de Jesus, maravilhosas e extensas como estavam, não tinham totalmente banido essas coisas de Israel, muito menos de todo o mundo. Muitos judeus também provavelmente imaginou um tipo de estado de bem-estar, em que seria fornecido todas as suas necessidades materiais para eles. Eles esperavam que a saúde, riqueza e felicidade instantânea, e quando Jesus alimentou a multidão do outro lado do mar da Galiléia, eles estavam prontos para coroá-lo imediatamente rei (Jo 6:15, Jo 6:26).

    João Batista sabia que Jesus recusou-se a ser feito rei, e que ele não tinha feito nada para mudar ou o pagão e sistemas políticos e militares brutais de Roma ou o sistema religioso mundano e corrupto em Israel. O pecado ainda era galopante, a injustiça ainda era a regra, a corrupção política e religiosa eram a norma, e que o mundo era essencialmente o mesmo que tinha sido há milhares de anos, com exceção de algumas vidas limpas e corpos curados. No reino visível estava à vista, e não há mudanças radicais podiam ser vistos.

    Um equívoco comum sobre o Messias era que Sua vinda seria precedida pela vinda de uma série de outros homens. Primeiro Elias voltaria, então Jeremias, em seguida, um grupo de outros profetas. Portanto, quando Jesus perguntou aos discípulos: "Quem diz o povo que o Filho do homem é" ... eles disseram: "Alguns dizem que é João Batista [que por esse tempo tinha sido morto]; outros, Elias; mas outros ainda , Jeremias ou um dos profetas "(13 40:16-14'>Mt 16:13-14.). É possível que João Batista pensou que talvez Jesus não era o Messias, afinal de contas, mas apenas um desses precursores, como ele mesmo estava.

    Próprios discípulos de Jesus tinham alguns desses equívocos a respeito do Messias. Eles estavam lutando continuamente dúvidas sobre Jesus, porque Ele não se encaixava suas idéias preconcebidas. Mesmo depois da ressurreição eles ainda esperavam que Ele estabelecerá o Seu reino terreno. "Senhor, é nesse momento que você está restaurando o reino de Israel?" eles pediram (At 1:6 , 21-22). Os discípulos na estrada de Emaús estavam intrigados pelo mesmo motivo (Lucas 24:19-24). Todos eles haviam sido vitimado pelo que as pessoas ao redor deles pensou que o Messias deveria ser e fazer.

    Idéias das pessoas sobre o Messias foram tão distorcida e enraizada que eles ignorado ou mal interpretado tudo o que Jesus disse ou fez que não se encaixava essas idéias. Quando alguns dos líderes judeus disseram a Jesus: "Quanto tempo você irá nos manter em suspense Se Tu és o Cristo, dize-nos claramente," Jesus respondeu: "Eu disse a você, e você não acredita" João 10:24— 25.

    As pessoas hoje, incluindo alguns crentes, estão confusos e perplexos com o plano de Deus para a mesma razão. Suas mentes estão tão cheio das idéias de pessoas ao seu redor que eles não conseguem entender o plano de Deus, mesmo quando lê-lo nas Escrituras. Estamos continuamente ouvir as pessoas perguntam: "Se Cristo ama a todos tanto, por que é que as crianças morrer e as pessoas passam fome e obter doente e ficar aleijado? Se Deus é um Deus de justiça, por que há tanta corrupção e injustiça no mundo? Por que tanta gente boa tê-lo tão ruim e muita gente má que seja tão bom? Se Deus é tão amoroso e misericordioso, por que Ele mandar pessoas para o inferno? Se Deus é tão poderoso e falsas religiões são tão mal, por que não faz Ele acabou de acabar com os falsos sistemas? " Porque o Senhor não se encaixa as suas ideias preconcebidas do que ele deve ser como, as pessoas estão confusas, muitas vezes indignado, e às vezes até blasfemo.

    O mundo não conhece a Deus ou entender sua natureza ou o Seu plano. "O homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura, e ele não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente" (1Co 2:14).. Os judeus que não iria acreditar afirmação de Jesus de messianismo, mesmo quando Ele lhes disse claramente dele, o fizeram porque não pertencia a ele. "Você não acredita", disse Jesus, "porque não sois das minhas ovelhas" Jo 10:26.

    Para os fariseus incrédulos que perguntavam sobre Jesus ", quando o reino de Deus estava por vir, Ele respondeu-lhes e disse:" O reino de Deus não vem com sinais a serem observados; nem irão dizer: "Olha, aqui está ele!" ou, "Não é!" Pois eis que o reino de Deus está no meio de vós "(Lucas 17:20-21). A ignorância e incredulidade sempre cega os olhos dos homens para as realidades do reino que estão ao seu redor.

    As expectativas não cumpridas

    O fato de que João instruiu seus discípulos a pedir, ou devemos esperar por alguém? parece indicar que as expectativas de João sobre o Messias foram cumpridas. Sob a direção do Espírito, João tinha sido corajosamente proclamando: "Aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, e eu não sou digno de remover suas sandálias; ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo E sua pá ele tem na. Sua mão, e Ele irá limpar bem a sua eira, e recolherá o seu trigo no celeiro, mas queimará a palha em fogo inextinguível "(Mateus 3:11-12.). João sabia que o que ele pregava era verdade, e ele sabia que Jesus era aquele de quem ele pregou; Ainda Jesus tinha feito nenhuma dessas coisas. O Messias havia de vir em juízo, e, portanto, João esperado Jesus a tomar "A sua pá na mão" e começar a limpar a eira e queimando a palha. Ele esperava que Jesus para mostrar o poder de ardência de julgamento absoluta, completa e em todo o mundo.

    Mas em vez de executar o julgamento, Jesus reuniu um grupo de doze seguidores indescritíveis e começou a ensiná-los da mesma forma como muitos outros rabinos faziam há séculos antes dele. Ele demonstrou poder milagroso, mas Ele o usou apenas para salvar e curar, nunca julgar. Especialmente agora que ele foi preso, João, sem dúvida, queria gritar com Davi, "Quando os meus inimigos retrocedem, caem e perecem diante de Ti Para Tu mantido minha justa causa;. Tu és sentar-se no trono de julgar com retidão" (Sl 9:3-4);. e: "Certamente há uma recompensa para o justo; certamente há um Deus que julga na terra!" (Sl 58:11: conforme 35: 1-9; 52: 1-5.). João queria gritar como os santos sob o altar, que disse: "Até quando, ó Senhor, santo e verdadeiro, Tu abster-se de julgar e vingar o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?" (Ap 6:10). Mas João não viu nenhuma intervenção divina, nenhum julgamento, nenhuma execução da justiça. Jesus não vingar, o justo. Ele nem sequer defender-se contra seus acusadores.

    Sempre foi difícil para os crentes a entender por que Deus permite que muitos de Seus filhos sofrem e permite tantos maus, pessoas ímpias a prosperar. Foi duplamente difícil para João Batista. Por um lado, ele tinha uma profunda devoção à justiça, e foi chamado por Deus para pregar o arrependimento e julgamento. Mais do que isso, ele foi chamado para proclamar a vinda do o esperado que iria executar esse julgamento, que ele pensou que iria começar em breve, se não imediatamente, depois que o Messias apareceu em cena.

    Os cristãos de hoje, por vezes, ficar animado sobre o retorno iminente do Senhor; mas quando muitos anos se passam e ele não vem, sua esperança, juntamente com a sua dedicação, muitas vezes desaparece.Eles não param esperando que Ele voltar algum dia, mas parar de pensar nisso e esperando por ele é muito como já fizeram. Alguns zombadores vai mesmo dizer: "Onde está a promessa da sua vinda? Porque, desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação" 2Pe 3:4.). Depois de Jesus limpou um homem em Cafarnaum de um espírito imundo ", imediatamente a notícia sobre Ele saiu em todos os lugares em todo o distrito em torno da Galiléia" (Mc 1:28); depois de Ele levantou a filha de Jairo dos mortos, "essa notícia saiu por toda aquela terra" (Mt 9:26;. conforme Lc 4:14, Lc 4:37); E depois que ele curou o homem galileu da lepra ", a notícia sobre Ele estava se espalhando ainda mais longe" (Lc 5:15).

    João era um grande homem de Deus e amado por Jesus. Como seu fiel precursor definhava na prisão diante da morte iminente, o Senhor Jesus determinado a dar-lhe um relatório mais direta e pessoal de provas. Lucas diz-nos que, quando os discípulos de João perguntaram a Jesus se ele era "o esperado", que "naquele tempo Ele curou muitas pessoas de doenças e aflições e espíritos maus, e deu vista a muitos cegos" (7:20 —21). Direito no local e diante de seus olhos, Jesus colocar em uma tela de milagres expressamente para o benefício pessoal dos discípulos de João e ainda mais para o benefício do próprio João. Como ele deve ter emocionado o coração de João, não só para receber fresco provas que confirmem da messianidade de Jesus, mas ao saber que o Senhor tinha realizado que infinidade de milagres especificamente para tranquilizá-lo em seu tempo de solidão e perplexidade.
    Embora Jesus não fez nada para aliviar o confinamento e sofrimento físico de João, Ele mandou de volta para ele confirmação especial que Ele estava na verdade fazendo obras messiânicas: os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o evangelho a eles -apenas como havia profetizado Isaías (Is 35:5.).Eles foram para Jesus porque Ele era a pessoa mais importante na vida de João e, aparentemente, havia se tornado a pessoa mais importante em suas vidas também. Quando ele morreu, João não teve todas as suas perguntas respondidas, e ele ainda deve ter se perguntado quando Jesus estabeleceria Seu reino, julgar os ímpios, e inaugurar o reino há muito aguardado da justiça. João deve ter se arrependido de não ser capaz de testemunhar esses eventos maravilhosos sobre o qual ele tinha tão sinceramente pregado. Mas ele já não tinha dúvidas sobre quem era Jesus, ou cerca de Sua bondade e justiça, ou a Sua soberania e sabedoria. Ele estava disposto a deixar nas mãos do Senhor as muitas coisas que ele ainda não entendeu, e isso é o segredo de ser abençoado e de não tropeçar .

    "Se somos infiéis, Ele permanece fiel," Paulo nos assegura; "Pois ele não pode negar a si mesmo" (2Tm 2:13). Mesmo quando duvidamos Ele, Deus é fiel a nós. Dúvida não causa um crente a perder o seu relacionamento com o Senhor, porque Deus não pode negar a sua própria promessas a cumprir aqueles que Ele salvou. E por causa de sua fidelidade, podemos ir a Ele, mesmo quando duvidamos Ele. Na verdade, apenas por ir a Ele como João fez nossas dúvidas podem ser aliviados.

    João Batista teria alto afirmou a declaração do apóstolo João: "Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou ainda o que havemos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque nós O veremos tal como Ele é. E todo aquele que tem esta esperança purifica-se a Ele, assim como Ele é puro. " (I João 3:2-3)

    67. A Verdadeira Grandeza (Mateus 11:7-15)

    E como estes foram indo embora, Jesus começou a falar às multidões a respeito de João: "O que você vai para o deserto para olhar? Uma cana agitada pelo vento? Mas o que você vai ver? Um homem vestido de roupas finas? Eis que aqueles que trajam vestes luxuosas estão nos palácios dos reis. Mas por que você sair? Para ver um profeta? Sim, eu digo a você, e aquele que é mais do que um profeta. Este é aquele de quem porque está escrito: "Eis que eu envio o meu mensageiro diante da tua face, o qual preparará o teu caminho diante de ti."Em verdade vos digo que, entre os nascidos de mulher, não surgiu ninguém maior do que João Batista; mas aquele que é o menor no reino dos céus é maior do que ele e desde os dias de João Batista até agora, o reino. dos céus sofre violência, e os violentos tomá-lo pela força. Porque todos os profetas ea lei profetizaram até João. E, se você se preocupa a aceitá-lo, ele mesmo é Elias, que estava para vir. Quem tem ouvidos para ouvir, que ouça ". (11: 7-15)

    O mundo tem muitos padrões pelos quais ela mede grandeza. Esses padrões incluem a realização intelectual, liderança política e militar, as descobertas científicas e médicas, riqueza e poder, e habilidade atlética, dramático, literário e musical.
    Jesus aqui expõe de Deus medida de grandeza, em primeiro lugar na dimensão humana, histórica, como visto na vida e no ministério de João Batista. Ele, então, contrasta brevemente a grandeza de João com a grandeza superior de cidadãos do reino.

    A partir de versículos 7:14 três marcas da grandeza de João pode ser discernido: seu caráter pessoal, sua vocação privilegiada, e seu poderoso ponto culminante.

    Caráter Pessoal de João

    E como estes foram indo embora, Jesus começou a falar às multidões a respeito de João: "O que você vai para o deserto para olhar? Uma cana agitada pelo vento? Mas o que você vai ver? Um homem vestido de roupas finas? Eis que aqueles que trajam vestes luxuosas estão nos palácios dos reis. " (11: 7-8)

    Ele superou Fraqueza

    A primeira característica da grandeza pessoal de João exige reflexão sobre dois versículos anteriores (2-3) que demonstram sua capacidade de reconhecer e superar suas fraquezas.
    Muitas pessoas não podem ultrapassar as suas dificuldades e circunstâncias. Todo mundo tem problemas; é superá-los que separa grandes pessoas de outros. Grandes pessoas lutar através, recusando-se a ceder a sua ignorância, desvantagens, a preguiça, a indiferença, ou quaisquer outros obstáculos podem estar em seu caminho. João Batista tinha essa característica de grandeza na medida certa.

    Como discutido no capítulo anterior deste volume, João foi cheio do Espírito Santo desde o ventre de sua mãe e que tinha sido separado por Deus para anunciar o Messias e preparar Israel para a Sua vinda.Ele tinha visto o Espírito Santo descer sobre Jesus em Seu batismo e tinha ouvido Deus Pai declarar que Jesus é o Seu Filho amado. A partir de várias fontes, incluindo alguns de seus próprios discípulos, ele tinha ouvido falar de poderes milagrosos de Jesus. No entanto, porque as circunstâncias difíceis, revelação incompleta, a influência de equívocos populares, e não cumpridas expectativas-João tinha dúvidas sobre a identidade de Jesus como o Messias. Por conseguinte, ele enviou dois dos discípulos de Jesus a questionar o que já havia sido questionada (vv 2-3;. Conforme Lc 7:19).

    João foi profundamente perplexo com suas dúvidas persistentes e provavelmente sentia que estava traindo o mesmo que ele foi enviado para anunciar. Mas porque ele não poderia dissipar as dúvidas, ele reconheceu-os aos seus discípulos e perguntou dois deles a procurar Jesus e confirmar a verdade de sua própria boca.
    Acima de todas as outras considerações, João queria saber a verdade sobre Jesus. Ele não estava preocupado em proteger a si mesmo por não admitir suas dúvidas a seus discípulos, para os discípulos de Jesus, ou às multidões entre os quais ele havia se tornado tão popular. João não tinha vontade de jogar o hipócrita. Ele não tinha nenhum interesse em pretexto religioso, ilusão, ou auto-engano. Sua garantia sobre certas verdades estava obscurecida, mas sua humildade e sua fé subjacente o protegia de ceticismo e negação.

    João não tinha ressentimento de popularidade de Jesus, quando começou a ofuscar a sua própria e teve de fato declarado de Jesus que "Convém que ele cresça e que eu diminua" (Jo 3:30). Ele confessou publicamente que ele era indigno até mesmo para remover as sandálias de Jesus; e quando Jesus pediu para ser batizado por João, João respondeu: "Eu tenho necessidade de ser batizado por ti, e tu vens a mim?" (Mt 3:11, Mt 3:14).

    Orgulho amaldiçoa a verdadeira grandeza, ea pessoa que orgulhosamente se recusa a admitir e lidar com fraquezas pessoais está condenado a hipocrisia e mediocridade
    General Douglas MacArthur orou em nome de seu filho:
    Construa-me um filho, ó Senhor, que será forte o suficiente para saber quando ele é fraco, e corajoso o suficiente para enfrentar a si mesmo quando ele está com medo; aquele que será orgulhoso e inflexível na derrota honesto e humilde e gentil na vitória ....
    Edifica-me um filho cujo coração será claro, cujo objetivo será alto; um filho que vai dominar a si mesmo antes de ele procura dominar os outros homens; aquele que vai aprender a rir, mas nunca esquecer como a chorar; alguém que vai chegar para o futuro, mas nunca esquecer o passado.
    E depois de todas estas coisas são o seu, adicionar, eu oro, o suficiente de um senso de humor, para que ele possa sempre ser sério, mas nunca se leva muito a sério. Dê-lhe a humildade, para que ele possa sempre lembrar a simplicidade da verdadeira grandeza, a mente aberta da verdadeira sabedoria e mansidão de verdadeira força.
    Então eu, seu pai, vai ter coragem de sussurrar: "Eu não vivi em vão."

    Forte em Conviction

    E como estes foram indo embora, Jesus começou a falar às multidões a respeito de João: "O que você vai para o deserto de olhar para uma cana agitada pelo vento? (11: 7)

    A segunda característica da grandeza pessoal de João era forte convicção, o que fez a primeira característica ainda mais notável. Uma pessoa com convicções fracos raramente é relutante em enfrentar dúvidas ou alterar suas crenças. Para ele, a vacilação não é motivo de constrangimento ou vergonha. Mas a própria força das convicções de João fez a sua admissão de dúvida, tanto mais admirável.
    Os discípulos de João não questionou Jesus em particular, o que resulta do fato de que, uma vez que estes foram indo embora, Jesus começou a falar às multidões a respeito de João. As multidões, bem como os próprios discípulos de Jesus, certamente ficaram perplexos quando souberam que João, o símbolo de ousadia e certeza, iria admitir publicamente dúvidas sobre a própria pessoa que ele havia sido proclamando. João tinha tido um grande e leal seguinte, e muitas pessoas o reconheceram como um profeta com uma mensagem divina (Mt 14:5.). João não era tão confiável quanto eles pensavam, e foi a sua mensagem não é confiável?

    Para responder às perguntas nas mentes das multidões , Jesus perguntou-lhes uma pergunta: O que você vai para o deserto para olhar? Uma cana agitada pelo vento? Ele apelou para as suas próprias experiências, pedindo, com efeito, "era o homem que você viu pregando e batizando no deserto incerta e vacilante, uma cana agitada pelo vento? Você já ouviu João mudar sua mensagem ou comprometer seus padrões? " Ele perguntou.

    cana a que Jesus se referia era comum nas margens dos rios do Oriente Próximo, incluindo as do Jordão, onde João batizou. Eles eram leves e flexíveis, acenando para trás e para frente com cada brisa. As pessoas sabiam que João não foi influenciado como os juncos. Se alguma vez houve um homem com convicções inabaláveis, foi João. Ele levantou-se para os escribas, os fariseus, saduceus, e até mesmo a Herodes si-para que o arrojo ele estava agora na prisão. As pessoas sabiam que João era o mais longe possível de ser covarde ou irresoluto. Como João Bunyan aponta em seu O Peregrino, Mr. Não Pliable não ir para a prisão para ser martirizado pela verdade.

    João teve muitas oportunidades para jogar a multidão e ganhar a aprovação das autoridades. Ele era uma figura tão poderosa e dominante que muitas pessoas pensavam que ele próprio poderia ser o Messias (Lc 3:15). Por ser menos direto e honesto que ele poderia ter ganho o apoio dos fariseus hipócritas e dos saduceus que vinham a ele para o batismo. Em vez disso, ele confrontou-os com o seu pecado e hipocrisia, dizendo: "Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira vindoura Portanto produzir frutos dignos de arrependimento;? E não acho que você pode dizer a si mesmos, 'Temos por pai a Abraão', porque eu digo a vocês, que Deus é capaz destas pedras suscitar filhos a Abraão E o machado já está posto à raiz das árvores;. e toda árvore que não der bom fruto é cortada e lançada ao fogo "(Mateus 3:7-10.). Então, falando de Jesus, ele continuou: "E sua pá ele tem na mão, e Ele irá limpar bem a sua eira, e recolherá o seu trigo no celeiro, mas queimará a palha em fogo inextinguível" (12 v.). Como William Penn, João acreditava que "certo é certo, mesmo que todo mundo está contra ele, e errado é errado, mesmo que todo mundo é para ele."

    O seguinte incidente é relatado sobre João Crisóstomo, o famoso líder cristão do século IV:
    Quando o grande Crisóstomo foi preso pelo imperador romano, este último procurou fazer o cristão grego retratar-se, mas sem sucesso. Assim, o Imperador discutiu com seus assessores o que poderia ser feito para o prisioneiro. "Quer que eu colocá-lo em uma masmorra?" perguntou o Imperador.
    "Não" um de seus conselheiros respondeu: "porque ele vai ficar feliz em ir. Ele anseia pela tranquilidade em que ele pode deliciar-se com as misericórdias de seu Deus."
    "Então ele deve ser executado!" disse o Imperador.
    "Não", foi a resposta; "Por que ele também será feliz para morrer. Ele declara que em caso de morte, ele vai estar na presença do seu Deus."
    "O que devemos fazer então?" perguntou o governante.
    "Só há uma coisa que vai dar dor Crisóstomo", disse o conselheiro. "Para fazer com que sofra, faça-o pecado. Ele tem medo de nada, exceto o pecado."

    "Um homem de coração dobre [é] inconstante em todos os seus caminhos", diz Tiago (Jc 1:8). Como Crisóstomo, no entanto, João Batista estava longe de ser vacilante.

    Sua abnegação

    Mas o que você vai ver? Um homem vestido com roupas finas? Eis que aqueles que trajam vestes luxuosas estão nos palácios dos reis. (11: 8)

    Jesus continua a desafiar a multidão, pedindo-lhes uma outra pergunta sobre João. Ao fazê-lo, lembrando-lhes de uma terceira característica da grandeza de João: sua auto-negação.
    Grandes generais colocar suas vidas em risco com as suas tropas. Grandes atletas treinam seus corpos sem piedade, negando-se prazeres a maioria das pessoas tomam para concedido. Grandes cientistas muitas vezes arriscam a saúde para fazer uma descoberta importante. Grandes inventores sacrificar a vida social, a fim de desenvolver e aperfeiçoar uma invenção. Grandes pesquisadores médicos risco de exposição à doença mortal, a fim de salvar milhares de vidas. A maneira mais fácil nunca é o caminho do sucesso.
    A auto-indulgente homem vestido com roupas finas não vive no deserto como João fez. Ele usava "uma roupa de pêlos de camelo, e um cinto de couro em torno de sua cintura, e alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre" (Mt 3:4).Junto com não beber vinho ou licor, o voto também envolveu nunca cortar o cabelo ou tocar qualquer coisa, como um corpo morto, que era impuro. Muitos judeus, homens e mulheres, deu um voto de nazireu por alguns meses ou anos. Mas junto com Sansão (Jz 13:7) e Samuel (. 1Sm 1:11), João Batista é um dos únicos três pessoas mencionadas na Bíblia que tomaram o voto para a vida. Sua era, um compromisso voluntário ao longo da vida de abnegação como um ato de devoção a Deus.

    João não acredita que sua abnegação teve bênção meritório em si. Ele não era como os muitos ascetas em toda a história da igreja que têm procurado para ganhar o favor de Deus por proezas de auto-infligido pobreza, dor e humilhação. Ascepsimas usava pesadas correntes ao pescoço que o forçou a rastejar sobre suas mãos e joelhos. Durante quarenta anos, o monge Besarion dormiu apenas enquanto está sentado em uma cadeira. Macário, o filho, viveu sem roupas em um pântano por seis meses e foi tão severamente mordido por mosquitos que seu corpo parecia leprosa. Simeão, o mais famoso dos ascetas antigos, morreu com a idade de setenta e dois anos, depois de ter passado 37 anos sentado em cima de vários pilares, o último dos quais foi de 66 metros de altura.
    Quando em 1403 o pai da bela, respeitado, e rico Agnes de Rocher morreu, ela decidiu tornar-se um recluso religiosa. A partir da idade de dezoito anos até a idade de oitenta, quando ela morreu, Agnes passou sua vida selado em uma pequena câmara especialmente construído na parede de uma catedral Paris. Uma pequena abertura permitiu-lhe ouvir a missa, receber a comunhão, e aceitar doações de alimentos de amigos.
    João Batista não sabia nada de tal piedade equivocada. Sua abnegação foi proposital; que era para o bem do seu ministério e auxiliou a sua própria disciplina física e espiritual.

    Chamado Privilegiado de João

    Mas por que você sair? Para ver um profeta? Sim, eu digo a você, e aquele que é mais do que um profeta. Este é aquele de quem está escrito: "Eis que eu envio o meu mensageiro diante da tua face, o qual preparará o teu caminho diante de ti." Em verdade vos digo que, entre os nascidos de mulher, não surgiu ninguém maior do que João Batista; mas aquele que é o menor no reino dos céus é maior do que ele. (11: 9-11)

    Segunda marca de João da grandeza era sua vocação privilegiada. Até próprio ministério de Cristo começou, nenhum ser humano tinha sido chamado para uma tarefa tão alto e sagrado quanto o de João Batista. De muitas maneiras, seu privilégio ofuscado a de Maria, que deu o nascimento de Jesus. João foi escolhido para anunciar e preparar o caminho para o Messias, o Filho de Deus, o Rei dos reis.
    Jesus agora pediu à multidão uma terceira pergunta: Mas por que você sair? Para ver um profeta? A resposta a essa pergunta é claramente sim. Como já mencionado, João Batista tinha desenvolvido um grande e seguidores dedicados, além de seus discípulos, e a maioria das pessoas, de fato, consideram que ele é um profeta (Mt 14:5 ).

    O ofício profético começou com Moisés e prorrogado até o cativeiro babilônico, depois do que há 400 anos 1srael não tinha um profeta até João Batista. Ele foi o orador oficial dos profetas, o mais dinâmico, articulado, de confronto, e porta-voz poderosa que Deus já tinha chamado. Como o último profeta, ele não só anunciar que o Messias estava chegando, mas que Ele tinha chegado.
    Em verdadeira grandeza, a pessoa certa é sempre combinado para a posição correta. Uma pessoa com muito potencial irá realizar pouco se seus talentos não são canalizados para o trabalho que tira proveito dessas habilidades. Nenhuma pessoa pode cumprir o seu potencial humano como um cristão pode, porque Deus omnisciently corresponde a nossa talentos, dons e vocação. Em João Batista o maior homem eo maior missão humana se reuniram pela direção soberano e providencial de Deus.
    Jesus assegurou ao povo que João não só era um profeta, mas mais do que um profeta. Citando Ml 3:1). Ponto de Jesus foi a de que, na medida em que a humanidade está em causa, não surgiu ninguém maior do que João Batista . Ele foi o maior ser humano que tinha vivido até aquele momento. A partir de uma perspectiva terrena, caráter e chamado de João fez dele o maior homem nascido ainda além de o próprio Jesus. Em qualidades superiores como um ser humano, João era inigualável.

    Surgido é de egeirō , o que significa a subir para cima ou para aparecer no palco da história e foi muitas vezes usado de profetas, do verdadeiro e do falso (ver, por exemplo, Mt 24:11, Mt 24:24). Não apenas como um ser humano, mas como um profeta, ninguém havia surgido para igualar João, porque ele foi enviado no limiar do reino do Senhor Jesus.

    Mas para que as pessoas não entendem a natureza da grandeza de João, Jesus acrescentou, mas aquele que é o menor no reino dos céus é maior do que ele. Embora fosse um gigante espiritual entre os homens, a grandeza original de João estava no seu papel na história humana, não na sua herança espiritual, no qual ele seria igual a todo crente. Portanto, o menor no Reino dos céus , a dimensão espiritual,é maior do que ele , que é, do que qualquer um na dimensão humana, incluindo João.

    Poderosa Culmination de João

    E, desde os dias de João Batista até agora, o reino dos céus sofre violência, e os violentos tomá-lo pela força. Porque todos os profetas ea lei profetizaram até João. E se você se preocupa a aceitá-lo, ele mesmo é Elias, que estava para vir. (11: 12-14)

    Mesmo que um homem tem caráter excepcional e um notável vocação, ele também deve ter oportunidade para alcançar o potencial de sua grandeza. João Batista entrou em cena na história em que próprio plano, a previsão de Deus, precisamente o segundo tempo com o botão direito, e disposição. Depois de 400 anos, com nenhuma palavra do Senhor, Israel estava expectante; e até que Jesus começou o Seu próprio ministério, João foi o ponto focal da história da redenção. Ele foi o ponto culminante da história do Antigo Testamento e profecia.

    Mas João gerado conflito onde quer que fosse, porque a sua mensagem de perturbar o status quo. Com seu chamado para o arrependimento, ele despertou um ninho de vespas entre os líderes religiosos e até mesmo com o rei. Onde quer que ele se mudou para lá foi a reação, e muitas vezes até mesmo a violência, que eventuated em seu ser preso, encarcerado, e, finalmente, executado.

    Desde os dias de João Batista até agora (que tinha sido um período relativamente curto de tempo, talvez 18 meses), o reino dos céus sofre violência, e os violentos tomá-lo pela força. Onde quer que fosse, João evocado forte reação.

    O reino dos céus refere-se a regra geral de Deus, a Sua vontade para e seu trabalho com a humanidade, especialmente o seu povo escolhido, os judeus. Ela representa o seu propósito, mensagem, princípios, leis e atividades relativas a de que tinha sido associada com algum tipo de all-humanidade violência desde que João começou a pregar.

    A forma de biazō (a partir do qual sofre a violência vem) pode ser lido tanto como uma voz passiva ou médio grego. Como um passivo, ele iria levar a idéia de ser oprimidos ou tratados com violência, o que indicaria que a violência é trazido o reino dos céus por aqueles que estão fora dela. Os fariseus e os escribas atacou João verbalmente, e Herodes o tinha atacado fisicamente. O reino estava sendo violentamente negado e rejeitado; e porque ele estava sendo julgado improcedente na sua dimensão espiritual, o reino não viria em seu terreno, dimensão milenar. Logo os inimigos do reino iria matar não sóJohn , mas até mesmo o próprio Messias. Eles iriam destruir tanto o arauto e do Rei.

    Em meio voz do verbo carrega a idéia ativa de aplicação de força ou de entrar à força-in caso, a tradução seria: "O reino dos céus é vigorosamente pressionando-se para a frente, e as pessoas estão com força entrar nela." Com o foco em João Batista, o reino se mudou implacavelmente através do, sistema humano sem Deus escurecido pelo pecado que se opuseram a ela.

    A primeira destas duas interpretações é negativo e o segundo é positivo; mas ambas são verdadeiras. Como já visto, o negativo é ilustrado pela perseguição de João. O positivo é ilustrado pelas muitas pessoas que a pregação de João levaram ao Senhor, assim como o anjo previsto:. "Ele vai voltar para trás muitos dos filhos de Israel ao Senhor seu Deus, e é ele quem vai como um precursor antes dele no espírito e poder de Elias, para converter os corações dos pais de volta para os filhos, e os rebeldes à atitude dos justos, a fim de fazer um povo preparado para o Senhor "Lucas 1:16-17.

    Apesar de ambas as interpretações são possíveis e verdadeira, a segunda parece preferível no contexto. Jesus já havia ensinado que os poucos que entrar no reino fazê-lo por primeira constatação e, em seguida, entrar pela porta estreita e andando pelo caminho estreito (13 40:7-14'>Mt 7:13-14.). Ele também disse que a cidadania no Seu reino exige negar a si mesmo, tomar a sua cruz e segui-Lo (Mt 16:24; conforme Mt 10:38). Após o Senhor exige esforço sério, incansável energia, e a máxima de esforço. Ser cristão é nadar contra a corrente do mundo, para ir de encontro a seus grãos, porque o adversário Satanás, seus demônios, e no mundo sistema são extremamente poderosos. Aqueles que entram no reino da graça mediante a fé em Cristo fazê-lo com grande esforço, através do poder soberano do convencimento e conversão Espírito Santo.

    Todos revelação anterior de Deus culminou com João Batista, para todos os profetas ea lei profetizaram até João. Tudo de Gênesis a Malaquias para João apontou para e mudou-se para Cristo, o Messias.Seu tema, às vezes explícita comum e às vezes implícita, foi: "O Messias está vindo!"

    E se você se preocupa a aceitá-la, Jesus continuou, ele mesmo é Elias, que estava para vir. Através das últimas palavras do último profeta, Deus disse: "Eis que eu vou enviar-lhe o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor. E ele irá restaurar os corações dos pais aos filhos, e os corações dos filhos aos pais, para que eu não venha, e fira a terra com maldição "Mal. 4: 5-6.

    Este homem não seria um Elias reencarnado mas outro profeta muito parecido com Elias. Essa profecia de Malaquias se refere a João Batista e não a uma Elias literalmente-retornou fica claro pela mensagem do anjo a Zacarias sobre João: "É ele quem vai como um precursor adiante dele no espírito e poder de Elias" (Lc 1:17); eo próprio João negou que ele era, na verdade, Elias (Jo 1:21). João era como Elijah-internamente em "espírito e poder" e externamente, a independência robusto e inconformismo

    Ponto de Jesus era que se os judeus receberam a mensagem de João como a mensagem de Deus e recebeu o Messias, ele proclamou, ele seria de fato o Elias falado por Malaquias. Mas se eles se recusassem o rei e seu reino, outro profeta Elias-como seria enviado no futuro.
    Porque Israel se não aceitar a mensagem de João Batista, João não poderia ser Elias eo reino não pôde ser estabelecida. Outro profeta como Elias é, portanto, ainda ainda está por vir, talvez como uma das duas testemunhas de Apocalipse 11:1-19.

    Porque a maioria dos judeus não aceitaram João ou o Messias que ele anunciava, Jesus deu uma advertência final e aviso: . Quem tem ouvidos para ouvir, ouça "João é realmente o precursor do Messias," Jesus estava dizendo; "E eu sou de fato o Messias, como João testemunhou a você. Eu sou o rei, e eu estou oferecendo-lhe o reino-individualmente como você se vira para mim na fé pessoal e nacional, se você vir a mim, como a nação escolhida por Deus."

    João foi o maior homem para viver antes de Cristo, mas a maior grandeza que Deus oferece não é como João. João era um homem único e muito usado por Deus no esquema redentor antes da Nova Aliança.Mas sua grandeza empalidece, Jesus diz que, além de quem entra Seu reino espiritual através da confiança em Jesus Cristo como Salvador e na Nova Aliança. A verdadeira grandeza é não ser como João Batista, mas ser como Cristo. Essa é a "uma pérola de grande valor" para os quais vale a pena sacrificar tudo o resto (Mt 13:46).

    68. Respondendo a Cristo com a crítica ou indiferença (Mateus 11:16-24)

    "Mas, para que hei de comparar esta geração É como crianças sentadas nas praças, que a chamam para as outras crianças, e dizer: 'Nós tocamos flauta para você, e você não dançar;? Cantamos uma canção triste, e você não chorar. " Para veio João, não comendo nem bebendo, e dizem: 'Ele tem um demônio!' O Filho do Homem veio comendo e bebendo, e dizem: Eis aí um homem comilão e beberrão, amigo de publicanos e pecadores! ' Mas a sabedoria é justificada pelas suas obras ".
    Então ele começou a censurar as cidades em que a maioria de seus milagres foram feitos, porque eles não se arrependeram. "Ai de vós, Ai! Corazim para você, Betsaida! Porque, se os milagres ocorreram em Tiro e Sidon, que ocorreu em você, elas se teriam arrependido há muito tempo no saco e cinza. No entanto, eu digo a você, será mais tolerável . para Tiro e Sidom, no dia do juízo, do que para você E você, Cafarnaum, não será elevada até o céu, você vai Você descerá para Hades;? Porque, se os milagres tinham ocorrido em Sodoma que ocorreu em você, seria mantiveram-se até hoje. No entanto, eu digo a você que haverá menos rigor para a terra de Sodoma, no dia do juízo, do que para você. " (11: 16-24)

    As palavras de Jesus no versículo 15 foram um aviso para as pessoas a levar a sério o que Ele tinha acabado de dizer sobre a resposta a João Batista: "Aquele que tem ouvidos para ouvir, ouça." Um ensinamento fundamental das Escrituras é que a verdade de Deus exige resposta. No presente passagem, Jesus continua a lidar com várias respostas de homens para si mesmo. O questionamento de João tinha refletido dúvida honesta. Para as várias razões já discutidas, ele chegou a ter algumas dúvidas; mas sua atitude primária não foi duvidar, mas a fé, porque mesmo quando dúvidas chegou, ele olhou para Jesus para resolvê-los.
    Agora Jesus menciona duas respostas-crítica e indiferença-que eram muito mais grave que o de João negativos, porque refletem rejeição básica de Cristo. Como é o caso de João, dúvida honesta pode vir até mesmo para um crente. Mas a crítica e indiferença Jesus menciona aqui veio de incredulidade.

    A resposta da crítica

    "Mas, para que hei de comparar esta geração É como crianças sentadas nas praças, que a chamam para as outras crianças, e dizer: 'Nós tocamos flauta para você, e você não dançar;? Cantamos uma canção triste, e você não chorar. " Para veio João, não comendo nem bebendo, e dizem: 'Ele tem um demônio!' O Filho do Homem veio comendo e bebendo, e dizem: Eis aí um homem comilão e beberrão, amigo de publicanos e pecadores! ' Mas a sabedoria é justificada pelas suas obras ". (11: 16-19)

    Embora os milagres de Jesus já havia estabelecido Suas credenciais messiânicas para além de qualquer questão legítima, a maioria do povo judeu que testemunharam esses milagres se recusou a reconhecer os fatos ou aceitá-Lo como o Messias.

    Mas, para o que vou comparar esta geração reflete uma expressão oriental comum usado para introduzir uma parábola ou outra ilustração. O Midrash, uma antiga compilação de ensino tradicional judaica, contém muitas expressões (como "Para o que é a matéria como?" Ou "Como posso ilustrar esse ponto?") Usado por rabinos para introduzir metáforas ilustrativas, analogias e histórias. Nesta tradição Jesus estava dizendo: "Como posso ilustrar as respostas de esta geração do povo de Deus à Sua verdade e do trabalho? Para que é que eles comparar ? "

    Alguns dos que se recusaram a crer no evangelho coberto sua incredulidade com as críticas. Jesus comparou-os tolos crianças sentadas na praça do mercado que se opôs a tudo o que as outras crianças fez.Eles eram como muitas pessoas hoje que encontrar a falha com o que o pregador e outros líderes da igreja fazer. Não importa o que é dito ou feito, essas pessoas buscá-la e usar a objeção-se real ou imaginado, justificada ou injustificada, como uma desculpa para a rejeição. Porque eles não têm poupança de relacionamento com Cristo, eles se recusam a receber a Sua verdade ou servir em Sua Igreja.Mas eles gostam de harpa contra ambos.

    ágora ( mercado ) era uma área central de cidades e vilas onde as pessoas iam para fazer negócios e para se socializar. Em certos dias da semana, agricultores, artesãos e comerciantes de todos os tipos traria os seus produtos ou mercadorias para vender a partir de barracas, tendas, carrinhos, ou simplesmente de um lugar apuradas no chão.

    Crianças brincavam uns com os outros no mercado , enquanto seus pais vendidas, ou visitados. Dois jogos, "Casamento" e "Funeral", foram particularmente popular. Casamentos e funerais eram os dois principais eventos sociais, e as crianças gostavam de imitar os mais velhos através da realização de casamentos fictícios e funerais simulados. Casamentos envolvido música festiva e dança, e quando as crianças jogaram o jogo de casamento que eles esperavam que todos possam dançar quando o imaginário flauta foi jogado, assim como os adultos fez da cerimônia real. Da mesma forma, quando eles jogaram o jogo funeral eles esperavam que todos choram e chorar quando o imaginário canto fúnebre foi jogado, assim como as carpideiras pagas fez quando uma pessoa realmente morreu.

    Havia sempre redutos, no entanto, que se recusaram a ir junto com o resto das crianças. Se o jogo era "casamento", eles queriam tocar "Funeral", e vice-versa. Nada as outras crianças se saciou. Eles foram impertinentes, spoilsports perpétuos que jogaram um balde de água fria em tudo o que seus amigos fizeram.
    Jesus aplicou a primeira ilustração para a resposta das pessoas a João Batista. Quando veio João, não comendo nem bebendo , o povo disse: Ele tem um demônio! A frase não comendo nem bebendo era uma descrição figurativa de austero estilo de vida de João. Ele comeu uma dieta espartana de gafanhotos e mel silvestre, e ele viveu no deserto e vestido com roupas desconfortáveis ​​de pêlos de camelo (Mt 3:4). Em resposta, Jesus usou a figura de um casamento: "Os atendentes do noivo não pode chorar, enquanto o esposo está com eles, podem?" (V. 15). Mas os críticos de Jesus ridiculamente exagerado suas atividades normais, acusando-o de ser um homem comilão e beberrão .

    O Jesus vinho e a maioria dos outros judeus bebia foi oinos , uma bebida feita por ebulição ou evaporação de sumo de uva fresca para baixo até formar um xarope pesado ou colar, a fim de evitar a deterioração e simplificar o armazenamento. Para fazer uma bebida, a água ser adicionados conforme necessário para uma pequena quantidade do xarope. Essa mistura foi não alcoólica, e mesmo quando deixa-se fermentar não era inebriante, porque era principalmente água. Talvez Jesus milagrosamente fez vinho a partir de água para o casamento em Caná, criando a pasta.

    A segunda acusação, de que Jesus era um amigo de publicanos e pecadores , era verdade, mas não no sentido de Seus críticos significava. Na identificação de Jesus com aqueles párias sociais e morais que os críticos também destina-se a identificá-lo com o pecado ea maldade dos párias. Mas quando Jesus associado com pessoas pecadoras, Ele não só não participou no seu pecado, mas ofereceu libertação dele, porque é por isso que Ele veio à Terra (ver Mateus 9:12-13.).

    Como William Barclay aponta,
    O fato é que quando as pessoas não querem ouvir a verdade, eles serão facilmente o suficiente encontrar uma desculpa para não ouvir. Eles nem sequer tentar ser coerente em suas críticas. Eles criticam a mesma pessoa e uma mesma instituição de motivos bastante opostas e razões. Se as pessoas estão determinados a fazer nenhuma resposta, eles vão permanecer teimosamente e carrancudo que não responde, não importa o que o convite é feito para eles. ( O Evangelho de Mateus [Filadélfia: Westminster, 1958], 2:10)

    Críticos sem nome de Jesus não estavam interessados ​​em verdade ou justiça, mas em condenação. João Batista e Jesus eram inimigos da religião tradicional, com sua elevação da sabedoria humana e desrespeito pela divina. Porque João e Jesus não poderia ser fundamentado para baixo eles seriam gritou; e se há verdade poderia ser encontrado contra eles, falsidade seria usado ansiosamente.

    Mas a sabedoria é justificada pelas suas obras , disse Jesus. Humano Corrupta sabedoria produz humanos corruptos obras , como as falsas acusações contra João e Jesus. Por outro lado, os justos, divinamente capacitado sabedoria de João e Jesus produzido justos atos que resultaram em arrependimento, perdoado o pecado, e resgatadas vidas.

    Através dos séculos, os detratores da igreja tê-lo encontrado fácil criticar seu povo e seu trabalho. No entanto, eles são pressionados para explicar como tantas vidas foram alteradas em relação à maldade para a justiça, do desespero à esperança, da raiva ao amor, da tristeza para a felicidade, e do egoísmo para o dom de si pelo poder de Cristo.
    Repreensão de seus críticos de Jesus estava falando sério, mas continha uma certa contenção, uma restrição que não se vêem na breve série de repreensões minguantes ele passou a dar aqueles que tratavam com indiferença.

    A Resposta da Indiferença Descrente

    Então ele começou a censurar as cidades em que a maioria de seus milagres foram feitos, porque eles não se arrependeram. "Ai de vós, Ai! Corazim para você, Betsaida! Porque, se os milagres ocorreram em Tiro e Sidon, que ocorreu em você, elas se teriam arrependido há muito tempo no saco e cinza. No entanto, eu digo a você, será mais tolerável . para Tiro e Sidom, no dia do juízo, do que para você E você, Cafarnaum, não será elevada até o céu, você vai Você descerá para Hades;? Porque, se os milagres tinham ocorrido em Sodoma que ocorreu em você, seria mantiveram-se até hoje. No entanto, eu digo a você que haverá menos rigor para a terra de Sodoma, no dia do juízo, do que para você. " (11: 20-24)

    Dura de Jesus censura contra as cidades em que a maioria de seus milagres foram feitos parece na superfície a ser menos do que justificada sua repreensão comparativamente suave dos que criticou abertamente Ele. Para a maior parte, as três cidades mencionadas aqui, que tipificava todos os lugares onde seus milagres foram feitos -Ele não tomar qualquer acção directa contra Jesus. Eles simplesmente o ignorou. Enquanto o Filho de Deus pregou, ensinou e realizada sem precedentes milagres no meio deles, eles carregavam em seus negócios e suas vidas, como de costume, aparentemente não afetadas. Do ponto de vista humano, a sua indiferença parece tola, mas não parece ser terrivelmente pecaminoso.

    Mas a indiferença é uma forma hedionda de incredulidade. Ela desconsidera tão completamente a Deus que Ele não é nem mesmo uma questão vale a pena discutir sobre. Ele não é levado a sério o suficiente para criticar.

    Como o jovem rei Josias declarada, o grande pecado de Israel naquele dia foi que as pessoas "não tinha escutado as palavras deste livro, para fazerem conforme tudo o que está escrito a nosso respeito." E, para isso desconsideração da Palavra de Deus, o rei disse: "A ira do Senhor se acendeu contra nós ..." 2Rs 22:13.

    Na parábola do banquete de casamento real, os convidados que foram convidados primeiro "não deu atenção e continuou o seu caminho, um para o seu campo, outro para o seu negócio" (Mt 22:5), mas na maioria das vezes ela representa denúncia, uma vez que claramente faz aqui.

    Provavelmente a maioria dos habitantes de Corazim e Betsaida tinha testemunhado pessoalmente Jesus milagres , e toda a gente sabia sobre Suas poderosas obras dos relatos de amigos e parentes. Mas o número de pessoas que responderam com fé foi pequena (conforme 13 40:7-14'>Mt 7:13-14.).

    Quando as pessoas têm grande oportunidade de ouvir a Palavra de Deus, e até mesmo de vê-lo milagrosamente demonstrado, a sua culpa para a rejeição é intensificada imensamente. É muito melhor não ter nada ouviram falar de Cristo, do que ouvir a verdade sobre ele e ainda rejeitá-Lo. "Porque, se nós continuar pecando voluntariamente, depois de receber o conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados, mas uma certa expectativa terrível de julgamento, e a fúria de um fogo que consumirá os adversários" (Heb 10.: 26-27). Quanto maior for o privilégio, maior a responsabilidade; e quanto maior for a luz, maior a punição por não recebê-lo.

    Obras maravilhosas de Jesus deve ter abalado a fundação todo judeu da Galiléia, até mais do que a pregação de Jonas balançou cada pessoa em Nínive pagão, desde o rei até o menos servo (Jn 3:5). A cidade de violência, profanação, o orgulho, a injustiça, ganância e imoralidade eram tão excessivo que o Senhor destruiu (vv 16-19; conforme Jr 25:22; 47:.. Jr 47:4). Ele ainda tinha vendido muitos próprio povo de Deus à escravidão (Am 1:9).

    Tanto quanto se sabe, o povo de Cafarnaum não tive nenhum problema homossexual ou qualquer outra deficiência moral aparente. A maioria deles era de pé, cumpridores da lei, e decente. No entanto, porque eles ignorado e rejeitado o Filho de Deus, o seu destino no dia do juízo será pior do que a de Sodoma.

    Cafarnaum ultrapassado Corazim e Betsaida em privilégio, e Sodoma ultrapassado Tiro e Sidon na maldade. Nestes contrastes marcantes e sóbrias, Jesus deixa claro que as pessoas que são os mais abençoados por Deus receberá o pior castigo se rejeitá-Lo. Julgamento contra as abominações morais de Sodoma será ultrapassado pelo juízo contra a indiferença espiritual de Cafarnaum. Para os incrédulos respeitáveis ​​e verticais de Cafarnaum, Hades será mais quente do que para os incrédulos crude e imorais de Sodoma. A pessoa ortodoxa hipócrita é ainda mais repugnante aos olhos de Deus do que o pagão idólatra e imoral.

    O povo de Cafarnaum nunca perseguiram Jesus, e alguns deles até mesmo o criticou. Eles nunca escarneciam, ridicularizavam, correu para fora da cidade, ou ameaçou sua vida. No entanto, seu pecado foi pior do que se tivessem feito essas coisas. Deles não foi o pecado de violência ou de imoralidade, mas de indiferença. Como GA Studdert-Kennedy escreveu em seu poema "Indiferença", "Eles só acabou de passar pela rua, e deixou-o na chuva."

    O ensinamento de Jesus talvez levemente interessado eles, e Seus milagres entretido, mas nada mais. Sua graça nunca alugar seus corações, a sua verdade nunca mudaram de idéia, sua advertência sobre o pecado nunca provocou o arrependimento, e Sua oferta de salvação nunca induzida fé. E por causa de sua incredulidade indiferente Jesus disse-lhes: Digo-vos que haverá menos rigor para a terra de Sodoma, no dia do juízo, do que para você.

    O comentarista do século XVIII Johann Bengel escreveu: "Cada ouvinte da verdade do Novo Testamento seja muito mais feliz ou muito mais miserável do que os homens que viveram antes da vinda de Cristo." Tal também é ouvinte ou mais segura ou mais condenado.

    69. O convite pessoal de Jesus (Mateus 11:25-30)

    Naquele tempo, respondendo Jesus, disse: "Eu Te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que te escondeste estas coisas aos sábios e inteligentes e te revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim foi bem— . teu agrado Todas as coisas me foram entregues por meu Pai, e ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar. Vinde a Mim, todos os que estais cansados ​​e sobrecarregados, e eu vos aliviarei Tomai o meu jugo, e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração;.. e achareis descanso para as vossas almas Para o meu jugo é suave, eo meu fardo é leve ". (11: 25-30)

    O coração do evangelho é que "Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores" (1Tm 1:15). Jesus disse que Ele veio "para buscar e salvar o que estava perdido" (Lc 19:10). Ele diz que os homens, porque Ele é o Pão da Vida, aqueles que vêm a Ele jamais terá fome e aqueles que crêem nEle nunca mais terá sede (Jo 6:35; conforme Jo 7:37). Porque Ele é a luz do mundo, quem vai segui-Lo "não andará em trevas, mas terá a luz da vida" (8:12). Porque Ele é "a ressurreição ea vida", aqueles que nEle crêem vai viver, mesmo que morrer (11:25).

    A mensagem da salvação é o tema de toda a Escritura. A promessa de Deus a Adão e Eva depois da queda foi a de que os seus descendentes um dia iria esmagar a cabeça da serpente (Gn 3:15) —a figura de conquista de Satanás de Cristo. Por meio de Isaías, o Senhor implorou: "Vire-se para mim, e sereis salvos, todos os confins da terra; porque eu sou Deus, e não há outro" (. Is 45:22); e novamente, "Ho Todo aquele que tendes sede, vinde às águas;!. e os que não tendes dinheiro, vinde, comprai e comei Venha, comprar vinho e leite sem dinheiro e sem custo .... Inclinai os vossos ouvidos e vinde a mim . Ouça, que você possa viver "(55: 1, 3). Entre as últimas palavras da Escritura é um convite final para a humanidade para ser salvo: '. Vem! "" O Espírito ea noiva dizem: E deixe a pessoa que ouve, diga: 'Vem'. E deixe aquele que tem sede, venha, deixe quem quiser tome a água da vida, sem custo "Ap 22:17.

    Como o escritor hino FW Faber nos lembra,
    Há um na misericórdia de Deus
    Como a largura do mar.
    Há uma bondade em sua justiça
    Isso é mais do que a liberdade.
    Pelo amor de Deus é mais amplo
    Do que a medida da mente do homem;
    E o coração do Eterno
    É mais maravilhosamente tipo.

    O Contexto

    Naquele tempo, respondendo Jesus, disse: "Eu Te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra" (11: 25a)

    Naquele tempo poderia significar que o convite de Jesus foi dada imediatamente após a sua repreensão de Corazim, Betsaida e Cafarnaum, a fim de tirar vantagem de qualquer interesse na salvação essas palavras sóbrias pode ter evocado.

    Também é possível que Jesus estava repetindo um convite Ele havia dado em outras ocasiões e continuará a dar todo o seu ministério. Nesse caso, Mateus aqui chama a atenção para o que pode ter sido a última convite de Jesus durante a sua primeira e grande Galileu ministério como Ele ofereceu ao povo um apelo final para ser salvo.

    Depois de Jesus realizando inúmeros milagres para atestar sua divindade e sua credenciais messiânicas (4: 23-24), depois de sua pregação em detalhe a mensagem do evangelho e da vida cristã (5-7), e depois de Ele ter enviado os doze (10: 5-15) e, em seguida, os setenta (Lucas 10:1-16), o povo da Galiléia teve a maior oportunidade de aprender de Deus e de Seu caminho da salvação de todos os povos da história, antes ou depois. No entanto, apesar de a grande oportunidade, a maioria deliberAdãoente rejeitaram a Cristo e à Sua mensagem, seja pela hostilidade ou indiferença.

    Embora a nação tinha virado as costas para o Messias, Ele continuou a chamar a si mesmo que remanescente que estavam cansados ​​de carregar as suas pesadas cargas espirituais e que procurou descansar na graça de Deus.

    Período inicial de Jesus de popularidade estava terminando, e oposição estava crescendo em quantidade e em intensidade. Como Jesus em breve iria deixar claro as únicas alternativas possíveis são aceitação ou rejeição. Uma pessoa é ou por Cristo ou contra Ele (Mt 12:30;. Conforme Mc 9:40). Consequentemente, o ensinamento de Jesus tornou-se mais e mais especificamente dirigida tanto para aqueles que aceitaram ou aqueles que rejeitaram. Lado a lado, são mensagens de julgamento e de compaixão, de aviso e de incentivo, assim como vemos aqui. Jesus acabara de apresentar o Deus de julgamento e ira (Matt. 11: 20-24), e agora Ele apresenta o Deus de amor e misericórdia.

    Respondeu é uma expressão hebraica que significa para falar abertamente, em oposição a convite privado ou confidencial de Jesus para segui-Lo era universal e aberta a todos os que viriam nos termos de Deus.

    A oração de Jesus ao Pai foi feita para ser ouvida pelos crentes em perspectiva. Ao orar, eu Te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra , Jesus chamou a atenção tanto à Sua relação única com o Pai e com o controle soberano do Pai sobre a salvação. A salvação é uma disposição do Senhor do céu e da terra , e não é um resultado da sabedoria humana, planos, objetivos, ou poder; e para que a verdade Jesus dálouvor ao Pai.

    Cada fiel pastor, evangelista e testemunha é, por vezes, desapontado que mais pessoas não respondem. Ele pergunta a si mesmo: "O que mais eu posso fazer? O que nova abordagem posso tirar? Como posso tornar a mensagem mais clara e persuasiva?" No entanto, ele também sabe que algumas pessoas vão rejeitar a Cristo, não importa o quão claro, amorosa e poderosa a apresentação do evangelho pode ser. Se os homens pudessem rejeitar a salvação dos próprios lábios do próprio Senhor, e em meio a impressionante, autenticar milagres-dificilmente podemos esperar que cada pessoa que ouve o nosso testemunho imperfeito a cair aos pés de Cristo.
    Nós chorar por aqueles que se recusam a ser salvo, assim como nosso Senhor chorou sobre Jerusalém, quando ele não iria recebê-Lo. Mas também gosto de Cristo, devemos louvar o nosso celeste Pai que todas as coisas estão sob Seu controle divino e que Seu plano soberano para o mundo e para o seu próprio povo não pode ser frustrado. Rejeição de Cristo Masculina comprova o seu fracasso, não de Deus.

    A soberania de Deus deve ser o pensamento principal na mente de cada crente testemunhar. Devemos lembrar-nos com a confiança de que seu plano está sempre em curso e que, mesmo a rejeição mais impenitente, mau, vingativo, e cínica do nosso testemunho não altera o calendário de Deus ou frustrar Seu propósito. Nossa responsabilidade é simplesmente para fazer o nosso testemunho fiel (1Co 4:2.). Verdade espiritual de Deus não é empiricamente, objetivamente cognoscível. Não pode ser descoberto externamente, mas deve ser bom grado receberam através do coração do homem, como Deus revela. Como alguém já disse: "O coração e não da cabeça é a casa do evangelho." Nenhuma quantidade de raciocínio humano ou especulação pode descobrir ou explicar a verdade salvadora de Deus, porque, como Paulo continua a dizer: "o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura, e ele não pode entendê-las , porque eles são avaliados espiritualmente "(v. 14).

    Nenhuma quantidade de evidência é suficiente para convencer o incrédulo confirmada. João diz dessas pessoas que, embora Jesus "tinha feito tantos sinais diante deles, mas eles não estavam acreditando nele, para que a palavra do profeta Isaías que se cumprisse o que ele falou: 'Senhor, quem deu crédito à nossa pregação? E para quem tem o braço do Senhor foi revelado? Por esta causa, não podiam acreditar, por Isaías disse outra vez, "Cegou-lhes os olhos e endureceu-lhes o coração, para que não vejam com os olhos e entendam com o coração, e se convertam, e eu os cure" (João 12:37-40). Aqueles que ouvem a Palavra de Deus e se recusam a recebê-lo estão sujeitos a confirmação judicial de Deus dessa escolha.

    Assim como sábio e inteligente , não se refere à capacidade mental, mas a um orgulhoso atitude espiritual, bebês não se refere a idade física ou capacidade, mas a um humilde atitude espiritual.

    Um bebê é totalmente dependente de outros para fornecer tudo o que precisa. Ela não tem habilidades, nenhum conhecimento, nenhuma habilidade, não há recursos a todos para ajudar a si mesmo. nepios (bebês ) é usada em 1Co 3:1 de bebês que não podem comer alimentos sólidos, mas apenas leite. Em 1Co 13:11 é usado daqueles que ainda não aprenderam a falar e em Ef 4:14 daqueles que são indefesos.

    Durante um período de perguntas e respostas em uma reunião de uma hora, uma jovem, talvez 9 ou 10 anos de idade, veio até mim e perguntou: "O que acontece com os bebês e crianças retardadas quando morrem?" Ela era, obviamente, muito sério, e eu fiz o meu melhor para responder a ela a partir da Escritura. Começando com o comentário de Davi sobre seu filho recém-nascido, que havia morrido, "Eu irei a ela, mas ela não voltará para mim" (2Sm 12:23), expliquei que Deus tem para si mesmo todos aqueles que, como os bebês e pessoas retardadas, que não são capazes de escolher ele. Depois a mãe explicou que um irmão mais novo estava gravemente retardado e entendido quase nada do que se passava à sua volta. Sua irmã, jovem como era, sabia o caminho da salvação e estava profundamente preocupado que seu irmão mais novo pode não ir para o céu, porque ele não era capaz de entender como receber a Cristo como Salvador. Lembrei-lhe que Jesus disse: "A menos que você está convertam e se tornem como crianças, não entrareis no reino dos céus" (Mt 18:3). Deus ama para ajudar os humildes e os arrependidos, porque eles sabem que estão desamparados. Ele fica contente quando eles vêm a Ele para ajudar, porque que honra a Sua graça e dá-lhe a glória (conforme Lucas 18:9-14).

    Ainda para a alma humilde
    Ele o faz mesmo partir,
    E, para sua morada e seu trono
    Ele escolhe o coração humilde.
    (Autor desconhecido)

    "Para considerar a sua vocação, irmãos" Paulo lembrou aos crentes de Corinto ", que não foram muitos os sábios segundo a carne, nem muitos os poderosos, nem muitos os nobres, mas Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios, e Deus escolheu as coisas fracas do mundo para confundir as coisas que são fortes "1 Cor. 1: 26-27.

    Jesus se referiu a Nicodemos como o "mestre de Israel", sugerindo que ele foi, talvez, o rabino mais respeitados na terra. Ele era um estudante do Antigo Testamento e dos muitos escritos tradicionais do judaísmo. No entanto, com toda a sua formação e conhecimento religioso que ele não conseguia entender o ensinamento de Jesus que "se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus." Mesmo depois de Jesus explicou, Nicodemos não entendeu, e Jesus disse-lhe: «Em verdade, em verdade te digo que nós dizemos o que sabemos e dá testemunho do que o que temos visto; e não aceitais o nosso testemunho. Se eu te dissesse coisas terrestres, e não credes, como você deve acreditar se eu te disser coisas celestiais? " (João 3:3-12). Antes que ele pudesse compreender ou receber o evangelho, Nicodemos teve que percorrer todo o caminho de volta e começar de novo como um bebê espiritual, pondo de lado o seu conhecimento humano e as conquistas e vir a Cristo sem mérito próprio.

    Revelação

    Todas as coisas me foram entregues por meu Pai; e ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar. (11:27)

    Estas palavras de Jesus são, basicamente, um comentário sobre o versículo 25, a expansão na verdade de que Deus escolheu para revelar Sua vontade aos pequeninos, os humildes e indefesos espiritualmente, e não para aqueles que são orgulhosos e auto-suficientes. Um convite para a salvação genuína deve considerar a revelação de Deus, porque nenhuma pessoa, mesmo o mais determinado ou sincero, poderia saber o caminho para Ele, a menos que o Senhor tinha já fez saber. O caminho da salvação é divulgado somente através da revelação soberana de Deus.
    A primeira verdade importante deste versículo não está muito ensinada como um dado adquirido. Jesus inequivocamente equipara-se em Deus, chamando-o Meu Pai de uma forma que os judeus nunca iria fazer, exceto quando se refere a sua paternidade corporativa de Israel. Aqui está uma das declarações mais claras de Jesus de Sua divindade, revelando a relação íntima e absolutamente único do Pai e doFilho . Em essência, eles são uma só e são inseparáveis.

    Não havia nenhuma dúvida na mente dos ouvintes de Jesus que Seu referem a Deus como meu pai era uma reivindicação de divindade. Os judeus já havia acusado Jesus de tornar-se "igual a Deus" e procuravam matá-lo (Jo 5:18). Quando em outra ocasião Ele disse: "Eu eo Pai somos um", a multidão queriam apedrejá-lo à morte por blasfêmia (João 10:30-31; conforme vv 15, 17-18, 25, 29, 32. 38).

    Que Jesus é o próprio Deus é o coração do evangelho, porque para além de sua divindade Ele não podia salvar uma única alma. Sem heresia tão corrompe o evangelho e rouba-lo de seu poder como o ensinamento de que Jesus não é Deus. Além de sua divindade, não há evangelho e não há salvação.
    A segunda verdade deste versículo é explícito. Em Sua divindade de Jesus não só era íntimo de seu pai, mas tinha recebido todas as coisas autoridade —todos, soberania, da verdade e de poder do Pai . Em algum momento na eternidade pré-existente, o Pai cometeu esses coisas ao Filho (conforme João 5:21-24).

    Foi porque toda a autoridade tinha sido dado a ele "no céu e na terra" que Jesus tinha o direito de enviar seus seguidores para "fazer discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Espírito "(Mat. 28: 18-19). O objectivo subjacente dos milagres de Jesus foi demonstrar Sua autoridade sobre doença, demônios, natureza, vida, morte e pecado. Ele tinha autoridade para perdoar pecados, para salvar do julgamento divino, e soberanamente controlar tudo na terra e no céu. Todas as coisas no universo e que pertencem ao universo estão sob sua soberania divina. Seu poder exibido durante Seu ministério foi uma pré-visualização da tela cheia no próximo milênio terrestre, quando Ele reinará sobre a Terra.

    A terceira verdade deste versículo é que ninguém conhece o Filho senão o Pai . O homem não tem forma em si mesmo de descobrir como é Deus, porque sua mente finita não pode compreender a natureza infinita de Deus. Porque o Filho é divino, Jesus diz, somente o Pai divino realmente conhece -Lo. O reverso é igualmente verdadeiro: e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar . A verdade divina só pode ser divinamente percebido e divinamente (conforme 1 Cor. 2: 9-16).

    Filosofia e religião são totalmente incapazes de raciocinar fora Deus ou a Sua verdade, porque eles são de uma ordem finita, mais baixo. Idéias e conceitos humanos são presos à terra e totalmente infrutífera na produção de verdade ou orientação espiritual. Deus deve entrar na escuridão e vazio do entendimento humano do homem e mostrar-se antes que o homem pode conhecê-Lo.

    O que Jesus ensina aqui sobre a revelação de Si mesmo de Deus é ao mesmo tempo simples e absolutamente profunda. É para a pessoa que deixa de lado todo o conhecimento e sabedoria humana e torna-se como, uma criança indefesa inculto, que Deus escolhe para revelar-se. "Ninguém jamais viu a Deus a qualquer momento; o Deus unigênito, que está no seio do Pai, Ele o fez conhecer" (Jo 1:18). Somente a pessoa esvaziada de sabedoria humana pode ser preenchido com a verdade divina.

    Martin Luther disse: "Aqui o fundo cai de todo o mérito, todos os poderes e habilidades da razão ou a homens vão livre sonho de, e tudo isso conta nada diante de Deus. Cristo deve fazer e deve dar tudo."

    Vinde a mim, (11: 28a)

    Assim como parte do homem na salvação está para vir humildemente, é também a vir na fé. Embora mentes finitas não podem compreender totalmente a verdade, a graça divina e da fé humana são inseparáveis ​​na salvação. A soberania de Deus provê salvação, que inclui o fato de que o homem deve dar-se ao Senhor Jesus Cristo no compromisso antes que se torne eficaz. Jesus disse: "Todo aquele que o Pai me dá virá a mim", e acrescentou imediatamente: "e aquele que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora" Jo 6:37.

    A salvação não é através de um credo, uma igreja, um ritual, um pastor, um padre, ou a qualquer outro ser humano significa, mas por meio de Jesus Cristo, que disse: Vinde a mim . Para entrar é acreditar até o ponto de se submeter a Sua Senhoria. "Eu sou o pão da vida", declarou Jesus; "Aquele que vem a mim não terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede" (Jo 6:35). Vem e acredita que são paralelas, assim como são a fome e sede . Vir a Cristo é crer nEle, o que resulta em não mais fome e sede. Outros sinônimos bíblicos para crer em Cristo incluem confessando Ele, recebendo-o, comendo e bebendo Ele, e ouvi-lo.

    Pedro declarou: "É Ele [Jesus Cristo] todos os profetas dão testemunho de que em Seu nome todo aquele que nele crê recebe o perdão dos pecados" (At 10:43). E o próprio Senhor disse: "Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado;. Que quem acredita n'Ele pode ter a vida eterna Porque Deus amou o mundo, que deu o seu único Filho, que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna "João 3:14-16.

    Arrependimento e Resto

    todos os que estais cansados ​​e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. (11: 28b)

    Todos os que estão indica uma condição que já existe. Aqueles a quem Jesus convida a si mesmo são aqueles que já estão cansados ​​e sobrecarregados . Embora este aspecto do convite de Jesus é mencionado depois de fé ("Vinde a mim"), cronologicamente que precede a fé, referindo-se ao arrependimento que conduz o, buscando pessoa humilde a Cristo para salvação.

    Kopiaō (a crescer cansado , ou "trabalho") carrega a idéia de trabalhar com o ponto de exaustão total. João usa o termo para descrever a fadiga de Jesus quando Ele e os discípulos chegou Sicar depois de uma viagem longa e quente de Jerusalém (Jo 4:6.

    Embora o próprio termo não é usado no texto, Jesus dá uma chamada ao arrependimento, a afastar-se da vida egoísta e trabalha-centrado e vir a Ele. A pessoa que está cansado e sobrecarregados desesperos de sua própria capacidade de agradar a Deus. Ele vem para o fim de seus próprios recursos e se vira para Cristo. O desespero é uma parte da verdadeira salvação, porque uma pessoa não vem a Cristo, enquanto ele tem confiança em si mesmo. Arrepender-se é fazer uma volta de 180 graus do fardo da vida velha para o sossego do novo.

    Arrependimento foi o tema da pregação de João Batista (Mt 3:2; At 3:19; conforme At 5:31), e Paulo (17:30; 20:21; conforme 2Tm 2:25.). A pessoa que humildemente recebe revelação do próprio Deus e Seu caminho da salvação, que se transforma a partir do fardo insuportável de seu pecado e auto-esforço, e que vem a Cristo com as mãos vazias é a única pessoa que Deus vai salvar.

    Anapauō (para dar descanso ... ) significa para atualizar ou reviver, a partir de trabalho ou de uma longa jornada. Jesus promete espiritual descanso a todos que vem a Ele em arrependimento e fé humilde.

    De Deus resto é um tema comum Antigo Testamento. O Senhor advertiu Israel: "Não endureçais os vossos corações, como em Meribá, como no dia de Massá no deserto, onde vossos pais Me testados, eles tentaram me, apesar de terem visto o meu trabalho .... Por isso jurei na Minha raiva; verdadeiramente eles não entrarão no meu repouso "(Sl 95:7-9, Sl 95:11).. Depois de citar essa passagem, o autor de Hebreus adverte aqueles que fazem uma pretensão de fé em Cristo, mas realmente não tenho confiança Ele: "Tome cuidado, irmãos, para que não haja em qualquer de vós um coração mau e infiel, para se apartar do Deus vivo "(He 3:12). Para reconhecer intelectualmente divindade de Cristo e senhorio é uma coisa perigosa, se não levar a verdadeira fé, porque dá à pessoa a falsa confiança de pertencer a Cristo.

    No tempo da Igreja primitiva muitos judeus foram atraídos para o evangelho e para o exterior se identificaram com a igreja. Mas por medo de ser unsynagogued, condenado ao ostracismo da adoração e cerimônias do judaísmo, alguns deles não verdadeiramente receber a Cristo como Senhor de poupança. Eles foram parte caminho para Ele, mas parou antes de comprometimento total. "Como resultado" de tal fidelidade superficial, João diz: "muitos dos seus discípulos se retiraram e não andavam mais com ele" (Jo 6:66). Consequentemente, eles não iria entrar no descanso de Deus, isto é, a Sua salvação, porque eles ainda possuía "um perverso coração de incredulidade" Heb. 3: 11-12.

    Assim como aqueles israelitas que se rebelaram contra Moisés no deserto foi negada a entrada na terra prometida por causa da incredulidade, para aqueles que se recusam a confiar plenamente em Cristo é negada a entrada no Reino resto da salvação de Deus, pela mesma razão (v. 19). "Portanto, vamos temo que, enquanto a promessa permanece de entrar em Seu descanso, qualquer um de vós que pareça ter vindo curto dele Porque, na verdade, tivemos uma boa notícia pregou para nós, assim como eles também;. Mas a palavra que Heard não lhes aproveitou, porque não estava unida pela fé naqueles que a ouviram. Para nós que acreditaram que entramos no descanso, assim como Ele disse: 'Assim jurei na minha ira: Não entrarão no meu repouso "( 4: 1-3).
    O dicionário dá várias definições de descanso que notavelmente paralelas espiritual resto Deus oferece àqueles que confiam em Seu Filho. Em primeiro lugar, o dicionário descreve resto como a cessação da ação, movimento, trabalho, ou esforço. De forma semelhante, para entrar no descanso de Deus é cessar de todos os esforços de auto-ajuda na tentativa de ganhar a salvação. Em segundo lugar, o descanso é descrita como a liberdade daquele que cansa ou perturba. Novamente vemos o paralelo espiritual de Deus de dar sua liberdade as crianças dos cuidados e encargos que roubá-los de paz e alegria

    Em terceiro lugar, o dicionário define resto como algo que é fixo e resolvido. Da mesma forma, para estar em descanso de Deus é ter a garantia de maravilhoso que o nosso destino eterno é segura em Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador. É para ser libertado das incertezas da execução da filosofia à filosofia, de religião para religião, de guru para guru, na esperança de alguma forma e em algum lugar para descobrir a verdade, paz, felicidade e vida eterna.

    Em quarto lugar, descanso é definido como sendo confiável e confiante. Quando entramos no descanso de Deus é-nos dada a garantia de que "Aquele que começou a boa obra em [nós] a aperfeiçoará até o dia de Cristo Jesus" (Filipenses 1:6.). Finalmente, o dicionário descreve resto como inclinando-se, repousando, ou dependendo. Como filhos de Deus, podemos confiar com absoluta certeza de que o nosso Pai celestial vai "oferta todos os [nossos] necessidades segundo as suas riquezas na glória em Cristo Jesus" Phil. 4:19.

    Apresentação

    Pegue o meu jugo sobre vós e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave eo meu fardo é leve "(11: 29-30).

    Salvação envolve a submissão, porque é impossível para Cristo para exercer domínio sobre aqueles que se recusam a obedecer-Lhe. O convite de Jesus inclui, portanto, a chamada para submissão, simbolizado por um jugo.

    Um jugo era feito de madeira, para se ajustar ao pescoço e ombros do animal particular que era para usá-lo, a fim de evitar atrito talhada a mão. Por razões óbvias, o termo foi amplamente usado no mundo antigo como uma metáfora para a apresentação. O jugo era parte do chicote usado para puxar uma carroça, arado ou feixe de moinho e foi o meio pelo qual o mestre do animal mantido sob controle e guiaram-lo em trabalho útil. Um estudante foi frequentemente mencionado como estando sob o jugo de seu mestre, e uma escrita antiga judaica contém o conselho: ". Coloque o seu pescoço sob o jugo e deixe sua alma receber instrução"

    Esse é o significado especial Jesus parece ter tido em mente aqui, porque Ele acrescenta, e aprendei de mim . mantano (para aprender ) está intimamente relacionado com Mathetes (discípulo ou aprendiz) e reforça a verdade que os discípulos de Cristo são Seus alunos submissos . Alegam que o senhorio de Cristo, por muitas razões, entre as mais importantes das quais deve ser ensinada por Ele através da Sua Palavra. Um jugo simboliza obediência, e obediência cristã inclui aprender a partir de Cristo.

    O poder da salvação é inteiramente de graça e nada de obras. Um incrédulo não tem nem a inteligência, nem a capacidade de salvar a si mesmo, assim como um bebê não tem nem a inteligência, nem a capacidade de ajudar a si mesmo. Mas, apesar de boas obras não produzem a salvação, a salvação não produz boas obras. Os crentes são, de fato, "criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas" Ef. 2:10.

    Mas porque Jesus é manso e humilde de coração , Ele dá descanso , não cansaço, às almas daqueles que se submetem a Ele e fazer o Seu trabalho. Seu jugo é suave, e sua carga é leve . Seu fardo não é como o de Faraó, que amargamente oprimidos os filhos de Israel, ou como a dos escribas e fariseus, que sobrecarregados os judeus da época de Jesus com um legalismo grave.

    Cristo nunca nos oprimem ou nos dar um fardo muito pesado para carregar. Seu jugo não tem nada a ver com as exigências de obras ou de lei e muito menos aqueles de tradição humana. O trabalho do cristão de obediência a Cristo é alegre e feliz. "Porque", como João explica, "este é o amor de Deus, que guardemos os seus mandamentos; e os seus mandamentos não são pesados" I João 5:3.

    A submissão a Jesus Cristo traz a maior libertação de uma pessoa pode experimentar-na verdade, a única libertação verdade que ele pode experimentar, porque só através de Cristo é ele libertou para se tornar o que Deus criou para ser.

    Tua preciosa vontade, ó conquistando Salvador, 
    Doth agora abraçar e me rodeou;

    Todas as discórdias abafado, a minha paz de um rio, 
    a minha alma um pássaro aprisionado libertar.

    Doce vontade de Deus ainda dobrar me mais perto, 
    até que eu estou totalmente perdido em Ti.

    (William E. Blackstone)


    Barclay

    O NOVO TESTAMENTO Comentado por William Barclay, pastor da Igreja da Escócia
    Barclay - Comentários de Mateus Capítulo 11 do versículo 1 até o 30

    Mateus 11

    Os seis acentos da voz de Jesus

    O acento de confiança — Mat. 11:1-6 O acento de admiração — Mat. 11:7-11

    A violência e o reino — Mat. 11:12-15

    O acento de triste repreensão — Mat. 11:16-19

    O acento de desesperada condenação - Mat. 11:20-24 O acento de autoridade — Mat. 11:25-27

    O acento de compaixão — Mt 11:28-40

    OS SEIS ACENTOS DA VOZ DE JESUS

    Mateus 11 é um capítulo em que Jesus fala todo o tempo; vendo-o falar com diferentes pessoas sobre temas diferentes, damo-nos conta de como o acento de sua voz vai mudando. Será extremamente interessante repassar um por um os seis acentos da voz de Jesus.

    O ACENTO DE CONFIANÇA

    Mateus 11:1-6

    A carreira de João tinha concluído desastrosamente. Não era seu

    hábito suavizar a verdade, fosse quem fosse seu interlocutor; e não podia ver o mal sem condená-la. João tinha falado de maneira muito direta e muito valente para sua segurança pessoal. Herodes Antipas, da Galiléia, tinha visitado seu irmão em Roma. Durante essa visita tinha seduzido a esposa de seu irmão. De volta à Palestina, divorciou-se de sua esposa e se casou com sua cunhada, a quem tinha levado a abandonar seu marido. De maneira pública e bem firme João condenou Herodes. Nunca foi prudente condenar as atitudes de um déspota oriental; Herodes se vingou; João foi lançado às masmorras da fortaleza Macaero, na região montanhosa que rodeia o Mar Morto.

    Este teria sido um destino atroz para qualquer homem. Mas, tratando-se de João Batista, a coisa era muito pior. Ele era um filho do deserto. Durante toda sua vida tinha vivido nos espaços abertos, a céu descoberto, com o vento fresco batendo em seu rosto e a abóbada azul do céu como único teto sobre sua cabeça. Agora, estava confinado em um calabouço subterrâneo de reduzidas dimensões. Para um homem como

    João, que provavelmente nunca viveu em uma casa, a prisão deve ter sido uma tortura. No castelo de Carsilile há uma cela muito pequena. Nessa cela há uma abertura, muito alta para que qualquer homem possa ver através dela mesmo estando de pé. Faz muito tempo, um chefe de montanheses foi posto prisioneiro nessa cela, durante vários anos. Sobre o marco da janela, na pedra, ainda podem ver-se duas depressões, feitas pelo roçar e o desgaste. São os dois lugares onde o chefe montanhês se agarrava, com suas duas mãos, para levantar seu corpo e poder ver os prados que rodeiam o castelo, pelos que ele já não poderia cavalgar jamais. João deve ter-se sentido tão encerrado como aquele homem. E não pode nos maravilhar, nem temos o direito de julgá-lo criticável, que em sua mente tenham começado a surgirem perguntas. Tinha estado perfeitamente seguro de que Jesus era o que havia de vir. Este era um dos títulos mais comuns do Messias que os judeus esperavam com grande expectativa (Mc 11:9; Lc 13:35, Lc 13:19:38; He 10:37; Sl 118:26). Aquele que está condenado à morte não se pode dar ao luxo de ter dúvidas; deve estar seguro. Assim é como João envia os seus discípulos a Jesus para perguntar-lhe: "É você o que havia de vir, ou devemos seguir esperando a outro?" Há muitas coisas importantes que ficam evidentes nesta pergunta.

    1. Alguns pensam que a pergunta não foi feita tanto porque João necessitava uma resposta, mas sim pensando em seus discípulos. É possível que enquanto João e seus discípulos conversavam sobre o cárcere, estes lhe perguntassem se Jesus realmente era o que esperavam. E a resposta do João pode ter sido: "Se vocês têm dúvidas, se não estão seguros de quem é Jesus, vão e vejam o que está fazendo, e o que pode fazer; e então não terão mais dúvidas." Se tal foi o caso, a resposta de João foi perfeita. Se alguém discutir conosco sobre a pessoa de Jesus, se puser em tela de juízo sua supremacia, a melhor de todas as respostas não é contrapor nossos raciocínios aos seus, mas dizer-lhe: "Entregue a Ele sua vida, e verá o que Ele pode fazer por você." O supremo

    raciocínio a favor de Cristo não é um debate intelectual, antes a experiência de seu poder transformador.

    1. É possível que a pergunta do João tenha sido ditada pela

    impaciência. A mensagem de João tinha sido uma mensagem de catástrofe e destruição (Mateus 3:7-12). O machado estava colocada à

    raiz da árvore, o fogo divino do juízo purificador tinha começado a acender-se. É possível que João pensasse: "Quando Jesus vai começar a agir? Quando destruirá a seus inimigos? Quando começará a incineração

    dos maus? Quando começará o dia da santa destruição divina?" É possível que se impacientou com Jesus, que isto não era o que ele esperava. Uma coisa é certa, que o homem que espere de Jesus uma

    atitude de ira desenfreada, tardará para desiludir-se, mas quem procure o amor jamais verá frustradas suas esperanças.

    1. Alguns pensaram que esta pergunta de João não era a pergunta

    de alguém que começa a experimentar e esperança. Tinha visto a Jesus no batismo e agora, tinha estado pensando cada vez mais nEle: e enquanto pensava, mais se dava conta de que Jesus era Aquele que havia de vir; e põe à prova toda sua esperança em uma pergunta. Possivelmente não se trate da pergunta de um homem impaciente que se desespera, mas sim da de alguém ante cujos olhos raiou um brilho de esperança, e que pergunta para que lhe seja confirmada sua fé nascente.

    Então chega a resposta de Jesus; e nesta resposta escutamos o acento da confiança. A resposta de Jesus aos discípulos do João foi: "Voltem e não digam a João o que eu digo; contem o que estou fazendo.

    Não lhe digam quem pretendo ser, contem o que está acontecendo." Jesus exige que lhe seja aplicada a mais ácida de todas as provas, a dos fatos e dos resultados. Jesus é o único que pode pedir, sem atenuantes

    nem condições, que O julguem não segundo suas palavras, mas segundo suas ações. O desafio, hoje segue sendo o mesmo. Não diz aos homens: "Ouçam o que tenho a lhes dizer", mas: "Vejam o que posso fazer por

    vocês; e vejam o que tenho feito por outros."

    As coisas que Jesus fazia na Galiléia Ele ainda continua fazendo. NEle os que eram cegos com respeito à verdade sobre si mesmos, sobre seus próximos e sobre Deus, recebem a capacidade de voltar a ver; nEle se robustecem os pés de quem nunca foi o suficientemente forte para seguir transitando pela vereda da justiça; nEle os surdos à voz de sua consciência e à voz de Deus começam a ouvir; nEle os que estavam mortos em seus pecados, e jaziam impotentes frente à tentação, são ressuscitados à novidade de vida, a uma vida maravilhosamente renovada: nEle o homem mais pobre herda e possui as riquezas do amor de Deus.

    E finalmente ouvimos a advertência: "Bem-aventurado é aquele que não achar em mim motivo de tropeço." Isto Jesus disse referindo-se a

    João, e o disse porque João tinha captado somente a metade da verdade. João pregava o evangelho da santidade divina, que tem como correlativa

    a divina destruição do mal. Jesus pregava o evangelho da santidade e o amor divinos. Por isso os envia a dizer a João: "Possivelmente não esteja fazendo as coisas que você esperava que fizesse. Mas os poderes do mal

    estão sendo derrotados. Não são derrotados pelo poder incontrolável, e sim pelo amor que não admite réplica." É possível escandalizar-se com Jesus, porque Jesus não se acomoda às idéias que nós temos do que a

    religião deve ser. Sempre nos escandalizará se cremos que nosso ponto de vista é a única coisa aceitável.

    O ACENTO DE ADMIRAÇÃO

    Mateus 11:7-11

    Há poucos homens a quem Jesus tenha rendido honra tão grande

    como a João Batista. Começa perguntando às pessoas que tinham ido ver o deserto, em tão consideráveis multidões, quando foram ver João.

    1. Foram ver uma cana açoitada pelo vento? Isto pode significar duas coisas. (a) Sobre as margens do Jordão cresciam grandes canaviais;

    a expressão "uma cana açoitada pelo vento" significava, naquela época,

    algo assim como a coisa mais comum que se podia ver. Quando as pessoas foram ver a João, foram ver algo comum, tão comum como as canas às margens do Jordão e são agitadas pelo vento? (b) Uma cana agitado pelo vento também pode significar um homem débil que cede ante a menor pressão ou perigo, como os galho que se dobram sob a força do vento. Fosse o que fosse que as multidões iam ver no deserto, indubitavelmente não se tratava de alguém comum. O próprio fato de que fossem, e que o fizessem amplamente, demonstra até que ponto João era um personagem extraordinário, porque ninguém cruzaria sequer a rua, e menos ainda viajaria ao deserto, para ver alguém que não se separasse do comum, alguém com quem podiam encontrar-se sem abandonar sua vida corrente. Tampouco foram ver um homem débil e vacilante. Os tais nunca terminam sendo mártires da verdade. João não era nem tão comum como as canas nem um fantoche invertebrado que como as canas se dobra ante a menor brisa.

    1. Foram ver um homem vestido com roupas luxuosas e elegantes? Tal homem, naquela época, teria sido um cortesão, e João, fosse o que

    fosse, certamente não era um cortesão. João não conhecia a arte cortesã de adular aos reis; seguia o perigoso caminho de dizer a verdade, até aos reis. Era embaixador de Deus, não cortesão de Herodes.

    1. Saíram para ver um profeta? O profeta é o anunciador da verdade de Deus. O profeta é o homem a quem Deus revela seus segredos. “Certamente, o SENHOR Deus não fará coisa alguma, sem primeiro revelar o seu segredo aos seus servos, os profetas.” (Amós

    43:7). O profeta é duas coisas – é o homem que recebeu uma mensagem de Deus, e é o homem que possui a coragem suficiente para comunicá— lo. O profeta é o homem que tem em sua mente a sabedoria de Deus, em

    seus lábios as palavras de Deus, e em seu coração a coragem que somente Deus pode dar. E tudo isto, certamente, João possuía.

    1. Mas João era muito mais que um profeta. Os judeus tinham, e

    ainda têm, uma crença fixa. Acreditavam que antes da vinda do Messias. Elias voltaria à Terra para anunciar seu advento. Até hoje, quando os

    judeus celebram a festa da Páscoa, deixa-se um lugar vazio na mesa para que possa ser ocupado por Elias, no caso de vir. “Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível Dia do SENHOR” (Ml 4:5). De modo que Jesus declarou que João era nada menos que o arauto divino, o precursor divino cujo dever e privilégio era anunciar e saudar a vinda do Messias. João não era senão o arauto de Deus, e ninguém pode ter uma tarefa maior.

    1. Este foi o tributo a João, que Jesus pronunciou com um acento de admiração por um homem semelhante. Em toda a história não tinha

    havido um personagem tão grandioso, entre os "nascidos de mulher" . Entretanto agora vem uma oração surpreendente. "O menor no Reino dos

    Céus é maior do que ele." Temos aqui uma verdade muito geral. Com Jesus veio ao mundo algo totalmente, absolutamente novo. Os profetas eram grandes homens, sua mensagem foi preciosa; mas com Jesus se

    inaugura uma mensagem ainda mais extraordinária, e chega aos homens uma mensagem ainda mais maravilhosa. C. G. Montefiore, que é judeu e não cristão, escreve: "O cristianismo marca uma nova era na história da

    religião e na civilização humana. O que o mundo deve a Jesus e a Paulo é imenso; as coisas não podem ser iguais, nem os homens seguir pensando o mesmo depois destes dois grandes homens." Até um não

    cristão admite espontaneamente que nada poderia ser igual agora, depois que Jesus Cristo viveu na Terra.

    Mas o que era que faltava a João? O que tem o cristão que João

    jamais poderia chegar a ter? A resposta é muito simples e muito fundamental. João não tinha visto, nem veria, a cruz. E portanto havia

    uma coisa que João nunca conheceria – a revelação plena do amor de Deus. Poderia conhecer a santidade de Deus; poderia declarar a justiça

    de Deus; mas jamais poderia conhecer o amor de Deus em toda a plenitude de sua manifestação. Basta-nos ouvir as mensagens que pregavam, respectivamente, Jesus e João. Ninguém diria que a

    mensagem de João era um evangelho, boas novas. Era fundamentalmente uma ameaça de destruição. Foi necessário Jesus e sua

    cruz para mostrar aos homens a longitude, a largura, a profundidade e a altura do amor de Deus. É assombroso que o mais humilde dos cristãos possa saber mais com respeito ao coração de Deus que os maiores dos profetas do Antigo Testamento. Nós podemos conhecer melhor o coração de Deus que Isaías, Jeremias, ou qualquer dos outros integrantes dessa formidável galeria de santos. O homem que viu a cruz, contemplou o coração de Deus em uma forma que ninguém que viveu antes da cruz jamais pôde vê-lo; somente na cruz de Cristo recebemos a revelação plena do coração de Deus. E isto faz que, certamente, o mais pequeno no Reino de Deus do Céu seja maior que qualquer dos que o antecederam.

    João teve que suportar o destino que às vezes cabe a muitos homens: sua tarefa foi assinalar aos homens uma grandeza que ele jamais

    alcançaria. Alguns homens recebem a missão de ser sinais divinos. Apontam para um novo ideal, ou uma nova grandeza, que eles não

    chegarão a possuir, embora poderá ser dos que lhes aconteçam. Muito poucas vezes ocorre que os grandes reformadores sejam os primeiros em trabalhar e lutar pela reforma com que seus nomes estão relacionados na

    história. Antes deles aparecerem no cenário da História houve outros, que vieram antes deles, que viram a glória, que possivelmente sofreram e até morreram por ela.

    Alguém contou uma história que presenciava todas as noites da janela de sua casa. Todas as noites, depois de escurecer, via passar o faroleiro, cuja tarefa era acender os faróis que iluminavam as ruas. Mas esse faroleiro era cego. Levava aos outros uma luz que ele jamais

    poderia ver. Que ninguém perca seu entusiasmo, na 1greja ou em qualquer outro lugar da vida, se o sonho pelo qual lutou não chega a realizar-se antes do fim de seus dias. Deus precisava de João; e segue

    necessitando sinais que marquem seu caminho na História, mesmo que os homens que cumpram tal propósito nunca cheguem, eles mesmos, à meta. Não é uma função menor na vida assinalar a outros o caminho,

    mesmo que a própria pessoa não possa chegar a alcançar a meta.

    A VIOLÊNCIA E O REINO

    Mateus 11:12-15

    No versículo 12 há uma declaração de Jesus que é muito difícil. "O Reino dos Céus é tomado por assalto, e os violentos se apoderam dele

    mediante a força." Lucas tem esta mesma declaração em outra forma (Lc 16:16): “Desde esse tempo, vem sendo anunciado o evangelho do reino de Deus, e todo homem se esforça por entrar nele.” Evidentemente

    em algum momento de seu ministério Jesus deve haver dito algo no que as palavras Reino e violência apareciam relacionadas entre si. E este dito deve ter sido obscuro, muito difícil de interpretar, até o ponto de que

    ninguém naquele momento, compreendeu muito bem qual era seu significado. É evidente que Mateus e Lucas o entenderam de maneiras distintas.

    Lucas diz que todos se esforçam por entrar no Reino; e quer dizer

    com isto, que o Reino de Deus não é para os satisfeitos, e sim para os desesperados, tal como o assinalou Denney. Ninguém cai no Reino por acaso, o Reino abre suas portas somente aos que estão preparados para fazer um esforço comparável ao que se exerce quando se toma de assalto uma cidade.

    Mateus diz que do tempo de João até agora o Reino de Deus sofre violência, e que os violentos o tomam pela força. A própria forma deste

    dito tem toda a aparência de uma data muito antiga: avança, para trás, a um considerável curso de tempo. Soa muito mais como um comentário

    de Mateus que como um dito de Jesus. É como se Mateus dissesse: "Desde a época de João, que foi posto na prisão e justiçado, até nossos dias, o Reino dos Céus foi objeto de violências e perseguições à mãos de

    homens violentos."

    De fato, para conseguir recuperar o significado original deste dito tão obscuro, o mais conveniente será reunir as duas versões que possuímos, a de Mateus e a de Lucas. É bem possível que Jesus haja

    dito: "Meu Reino sempre sofrerá violência; sempre haverá homens

    selvagens que tratarão de quebrantá-lo, arrebatá-lo e destrui-lo, e portanto somente o homem que experimenta uma necessidade violenta e desesperada de Deus, somente aquele em quem a força da devoção contrapese a força das perseguições e as vença, conseguirá entrar no Reino." É possível que este dito de Jesus tenha tido um duplo propósito, simultaneamente, advertir a seus seguidores da violência que deveriam suportar e desafiá-los a cultivar uma piedade corajosa, que fosse muito mais poderosa que essa violência.

    É muito curioso encontrar, no versículo 13, a referência à "lei" que, junto com os profetas, "profetizou"; mas na Lei encontramos a afirmação confiável de que a profecia jamais haveria de morrer. "O SENHOR, teu Deus, te suscitará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, semelhante a mim; a ele ouvirás." "Suscitar-lhes-ei um profeta do meio de seus irmãos, semelhante a ti, em cuja boca porei as minhas palavras, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar" (Dt 18:15,Dt 18:18). Os judeus ortodoxos odiavam a Jesus porque Ele não obedecia a Lei, tal como eles a interpretavam. Mas, se tivessem tido olhos para ver, se dariam conta de que tanto a Lei como os profetas apontavam a Ele.

    Mais uma vez Jesus diz às pessoas que João é o arauto e o precursor que Israel tinha estado esperando durante tanto tempo – se querem recebê-lo. Nesta última oração se resume toda a tragédia da situação humana. Há um antigo provérbio segundo o qual se pode levar o cavalo até onde há água; mas não se pode obrigá-lo a beber. Deus pode enviar seu mensageiro, mas os homens podem negar-se a reconhecê-lo. Deus pode revelar sua verdade, mas os homens podem rechaçá-la e negar-se a vê-la. A revelação de Deus é impotente sem a resposta humana. É por isso que Jesus termina recomendando aos que têm ouvidos que os usem para ouvir.

    O ACENTO DE TRISTE REPREENSÃO

    Mateus 11:16-19

    Jesus se entristecia ao contemplar a perversidade empedernida da natureza humana. Via os homens como meninos que brincam na praça

    do povo. Um grupo diz ao outro: "Vamos brincar de celebrar um casamento." O outro grupo lhes respondia: "Não, hoje não queremos brincar de estar contentes." Então o primeiro grupo voltava a lhes dizer:

    "Bem, então brinquemos de celebrar os funerais de alguém." E os outros lhes respondem: "Não, tampouco queremos brincar de estar tristes." Eram o que em muitos lugares se chama "o vento contrário". Não

    importa o que se sugira a eles, não importa o que se ofereça, eles sempre se manifestarão contra.

    João viveu como um ermitão e desprezou o luxo; isolou-se e separou-se da companhia dos homens. Diziam dele: "Este homem está

    louco, separando-se assim da companhia e os prazeres dos homens." Veio Jesus, que se misturava com todo tipo de pessoas, compartilhava suas tristezas e alegrias, acompanhava-os durante seus momentos mais

    gratos, e diziam dele: "É um frívolo, só vai às festas, é amigo de estranhos com quem nenhuma pessoa decente se relacionaria." Ao ascetismo de João chamavam loucura; à sociabilidade de Jesus

    chamavam falta de moralidade. Em uma ou outra forma, sempre tinham algo para criticar.

    O fato concreto é que quando a pessoa não quer ouvir a verdade,

    encontrará com muita facilidade alguma desculpa para não ouvi-la. Nem sequer se preocupam em ser coerentes em suas críticas. Criticam à mesma pessoa e à mesma instituição de pontos de vista e por razões opostos entre si. Se a pessoa está decidida a não dar nenhuma resposta, permanecerá em uma posição teimosamente obstinada qualquer que seja o convite que lhe seja feito. Os homens e mulheres adultos podem ser muito parecidos com os meninos malcriados que se negam a brincar qualquer brincadeira que lhes seja proposta.

    Depois vem a frase final de Jesus nesta seção: "Mas a sabedoria é justificada por seus filhos." O veredicto final não está em mãos dos críticos briguentos e perversos, e sim nos fatos. Os judeus podiam criticar a João por seu isolamento total, mas João tinha comovido os corações dos homens e os tinha dirigido a Deus em uma forma em que não os tinha comovido durante séculos. Podiam criticar a Jesus porque se mesclava muito na vida cotidiana de gente comum, mas nEle a pessoa estava encontrando uma vida nova, uma nova bondade e uma nova força para viver como deviam fazê-lo e para aproximar-se de Deus.

    Conviria que deixássemos de julgar as pessoas e as Iglesias segundo nossos próprios preconceitos e defeitos. E que começássemos a dar

    graças por qualquer pessoa e qualquer igreja que possa aproximar as pessoas a Deus, mesmo que seus méritos não nos satisfaçam.

    O ACENTO DE DESESPERADA CONDENAÇÃO

    Mateus 11:20-24

    Quando João chegou ao final de seu evangelho escreveu uma frase

    na qual indicava quão impossível era escrever um relato completo da vida de Jesus: “Há, porém, ainda muitas outras coisas que Jesus fez. Se todas elas fossem relatadas uma por uma, creio eu que nem no mundo inteiro caberiam os livros que seriam escritos.”(Jo 21:25). Esta passagem de João recebe na passagem de Mateus uma das provas de sua veracidade. É provável que Corazim estivesse em um lugar situado a uma hora de viagem para o norte de Cafarnaum. Betsaida era uma aldeia de pescadores sobre a margem oeste do Jordão, onde o rio entrava no extremo norte do lago. É evidente que nestas cidades aconteciam coisas tremendas, mas não temos nenhuma informação a respeito. Os evangelhos não nos dizem nada a respeito das obras de Jesus nem dos milagres que tivesse feito nesses lugares, e entretanto, devem ter sido alguns dos mais importantes. Uma passagem como esta nos mostra quão pouco sabemos a respeito de Jesus. Assinala-nos, e sempre o devemos

    ter presente, que nos evangelhos não temos mais que uma seleção das obras de Jesus. As coisas que não sabemos sobre Jesus são muito mais que as que conhecemos.

    Devemos prestar atenção para perceber o acento na voz de Jesus quando pronunciou as palavras: "Ai de ti!" A palavra grega que se traduz

    por ai! é ouai; e devemos recordar que ouai expressa tanto piedade triste como irritação. Não se trata da inflexão da voz de alguém que se sente indignado porque tocaram seu amor próprio. Não é a inflexão de alguém

    que está muito zangado porque o insultaram. Não é a inflexão de alguém que experimenta ódio para com os homens. É a inflexão da dor, a inflexão de alguém que ofereceu aos homens a coisa mais preciosa do

    mundo e que vê que não lhe dão a menor importância. A voz de alguém que vê o desenvolvimento de uma tragédia e que não tem poder para impedir que os homens vão à ruína. Sempre devemos ter presente que

    Jesus condena o pecado com ira santa; mas a ira não surge do orgulho ferido, mas sim de um coração destroçado. Qual era então o pecado de Corazim, de Betsaida, de Cafarnaum, o pecado que era pior que o de

    Sodoma e Gomorra? Deve ter sido grave, pois em muitas oportunidades se denuncia a Tiro e Sidom por sua maldade (Isaías 23; Jr 25:22; Jr 47:4; Ezequiel 26:3-7; 28:12-22) e Sodoma e Gomorra eram e são

    sinônimos de iniqüidade.

    1. Tratava-se do pecado da pessoa que esquece as responsabilidades que implica o privilégio. As cidades da Galiléia receberam um privilégio, uma oportunidade que jamais tinham tido Tiro

    e Sidom, ou Sodoma e Gomorra, porque as cidades da Galiléia tinham visto e ouvido a Cristo em pessoa. Não podemos condenar um homem que tenha feito alguma coisa má por ignorância e porque jamais teve a

    oportunidade de aprender outra coisa. Mas se alguém que teve todas as oportunidades possíveis para distinguir o bem do mal, faz alguma coisa má, esse homem é condenado. Não condenamos a um menino por coisas

    que condenaríamos em um adulto. Não condenaríamos a um selvagem por uma conduta e sim o faríamos em um homem civilizado. Não

    pretendemos que alguém que se criou em meio das desvantagens de um bairro miserável viva a mesma vida que levaria uma pessoa que foi criada em um lugar adequado e confortável. Julga-se a cada um segundo as coisas que pôde aprender. Devemos recordar que quanto maiores sejam nossos privilégios, maior será nossa condenação se não cumprimos as responsabilidades e se não aceitamos as obrigações que implicam esses privilégios.

    1. Era o pecado da indiferença. Estas cidades não atacavam a Jesus Cristo; não o expulsavam de suas portas, não buscavam crucificá-lo;

    limitavam-se a não levá-lo a sério. A indiferença pode matar tanto quanto a perseguição. Um autor escreve um livro, o distribui para que se

    façam comentários, alguns podem elogiá-lo, outros podem condená-lo, isso não importa com tanto que lhe preste atenção; a única coisa que pode aniquilar a um livro é que jamais seja levado em conta, seja para

    elogiá-lo ou para censurá-lo.

    Um artista desenhou um quadro de Cristo de pé em uma das famosas pontes de Londres. Com as mãos estendidas chama a multidão e

    esta passa sem lhe dirigir o olhar; só uma jovem, uma enfermeira, responde. Esta é a situação atual em muitos países. Não existe hostilidade contra o cristianismo, não há um desejo de destruí-lo, a única

    coisa que existe é simples indiferença. Cristo é relegado às filas dos que dão importância. Devemos lembrar que a indiferença é um pecado e o pior de todos, porque a indiferença mata. A indiferença não queima a religião, congela-a até que morra. Não a decapita, sufoca-a lentamente

    até que sua vida se apaga.

    1. E assim nos deparamos com uma grande verdade aterradora: não fazer nada também é um pecado. Há pecados de ação, pecados de

    comissão; mas também existe um pecado da inacción, de omissão. O pecado de Corazim, de Betsaida e de Cafarnaum era o pecado de não fazer nada. Mais de uma pessoa se defende dizendo: "Mas eu nunca fiz

    nada." De fato, essa defesa pode ser sua condenação.

    O ACENTO DE AUTORIDADE

    Mateus 11:25-27

    Aqui Jesus fala por experiência. A experiência que tinha era que os rabinos e os sábios o rechaçavam e a pessoa simples o aceitava. Os

    intelectuais não se preocupavam com Ele, e os humildes lhe davam as boas-vindas. Devemos prestar atenção para ver com clareza o que Jesus quis dizer com estas palavras. Está muito longe de condenar a

    capacidade intelectual; o que condena é o orgulho intelectual. Como diz Plummer: "O coração, não a cabeça, é a morada do evangelho." Não é a inteligência quem lhe fecha a porta, e sim o orgulho. Não é a insensatez

    que o admite, e sim a humildade. Jesus não relaciona a ignorância com a fé, relaciona a modéstia com a fé. Um homem pode ser tão sábio como Salomão, mas se carecer da simplicidade, da confiança, da inocência do coração de um menino, ele mesmo fechou a porta.

    Os mesmos rabinos viam o perigo deste orgulho intelectual; reconheciam que com muita freqüência a pessoa simples estava mais perto de Deus que o mais sábio deles. Tinham uma parábola a respeito.

    Uma vez o rabino Beroka de Chuza estava no mercado de Lapet, e lhe apareceu Elias. O rabino lhe perguntou: "Há alguém entre as pessoas deste mercado que esteja destinado a compartilhar a vida do mundo por

    vir?" Primeiro Elias disse não haver nenhum. Logo assinalou a um homem e disse que ele compartilharia a vida do mundo por vir. O rabino Beroka foi ao homem e lhe perguntou o que fazia. "Sou um carcereiro",

    respondeu, "e mantenho os homens separados das mulheres. De noite ponho minha cama entre os homens e as mulheres para que não se cometa nenhum mal." Elias assinalou a outros dois homens e disse que

    eles também compartilhariam a vida do mundo futuro. O rabino Beroka lhes perguntou o que faziam. "Somos palhaços", responderam. "Quando vemos que um homem está triste, consolamo-lo. E quando vemos que pessoas brigaram buscamos torná-las amigas." Os homens que faziam as

    coisas simples, o carcereiro que cumpria com suas obrigações, os homens que levavam o sorriso e a paz estavam no reino.

    Os rabinos tinham outra história: "Uma vez houve uma epidemia no Sul, mas não se manifestou nos arredores da residência de Rab (um

    rabino famoso). O povo acreditou que se devia aos méritos de Rab, mas em um sonho lhes foi manifesto... que se devia aos méritos de um homem que de bom grado emprestava um picareta e uma pá a qualquer um que quisesse cavar uma tumba. Uma vez houve um incêndio em

    Drokeret, mas os arredores da casa do rabino Huna ficaram ilesos. O povo pensou que se devia aos méritos do rabino Huna... mas lhes foi manifesto em um sonho que se devia aos méritos de uma mulher que

    costumava acender seu forno e pô-lo à disposição de seus vizinhos." O homem que emprestava suas ferramentas a quem as necessitava, a mulher que ajudava a seus vizinhos como podia, não tinham

    conhecimentos intelectuais, mas suas singelas ações de amor humano tinham obtido a aprovação de Deus. As distinções acadêmicas nem sempre são distinções aos olhos de Deus.

    Esta passagem conclui com a maior afirmação que Jesus fez, a afirmação que está no coração da fé cristã. Jesus afirma que ele é o único que pode revelar Deus aos homens. Outros homens podem ser filhos de

    Deus, Ele é O Filho. João o expressou de outra maneira quando nos diz que Jesus afirmou: "Quem me vê a mim vê o Pai" (Jo 14:9).

    O que diz Jesus é o seguinte: "Se querem ver como é Deus, se querem ver a mente de Deus, o coração de Deus, a natureza de Deus, se

    querem ver a atitude de Deus para com os homens olhem para Mim".

    O cristão está convencido de que só em Jesus Cristo vemos como é Deus; e também está convencido de que Cristo pode dar esse

    conhecimento a qualquer pessoa que é o suficientemente humilde e tem a suficiente confiança para recebê-Lo.

    O ACENTO DE COMPAIXÃO

    Mateus 11:28-30

    Jesus falava com homens que buscavam desesperadamente encontrar a Deus, e que se empenhavam com todas as suas forças em ser

    bons, e que achavam a tarefa um tanto impossível e caíam no desespero e o cansaço.

    Diz: "Vinde a mim, todos os que estais cansados." Seu convite aos

    homens vai dirigido àqueles que estão cansados na busca da verdade. Os gregos haviam dito: "É muito difícil encontrar a Deus, e quando alguém o encontra é impossível falar dEle a outros." Zofar perguntou a respeito do Jó: "Descobrirás tu os segredos de Deus?" (11:7). Jesus afirma que a extenuante busca de Deus termina nEle mesmo.

    W. B. Yeats, o grande poeta e místico irlandês, escreveu: "Pode-se chegar a Deus com o esforço? Ele Se dá aos puros de coração. Não exige

    mais que nossa atenção."

    A forma de conhecer Deus não é pela busca intelectual, e sim por prestar atenção a Jesus Cristo. A busca de Deus pode culminar na

    contemplação de Jesus Cristo, porque nEle vemos como é Deus.

    Diz: "Venham a mim todos os que estão afligidos sob suas cargas." Para o judeu ortodoxo a religião era algo que consistia em cargas. Jesus

    disse a respeito dos escribas e fariseus: "Atam cargas pesadas e difíceis de levar, e as põem sobre os ombros dos homens" (Mt 23:4). Para o judeu a religião era algo composto por regras e normas intermináveis que

    devia observar. O homem vivia em um bosque de regras e normas que ditavam cada movimento de sua vida. Devia ouvir eternamente a voz que repetia: "Não farás ..."

    Até os rabinos o percebiam. Há uma espécie de parábola sagaz que fica na boca de Korah, e demonstra quão pesadas, estritas e impossíveis podiam ser as exigências da Lei. "Fala uma pobre viúva perto de minha casa que tinha duas filhas e um campo. Quando começou a arar, Moisés

    (quer dizer, a Lei do Moisés) disse-lhe: "Não lavrarás com junta de boi e

    jumento" (Dt 22:10). Quando começou a semear, disse-lhe: "Não semearás a tua vinha com duas espécies de semente" (Dt 22:9). Quando começou a colher e a fazer feixes com o trigo, disse-lhe: "Quando, no teu campo, segares a messe e, nele, esqueceres um feixe de espigas, não voltarás a tomá-lo" (Dt 24:19), nem segará até o último canto (Lv 19:9). Começou a debulhar e lhe disse: "Dê-me uma 'oferenda elevada' e o primeiro e o segundo dízimos." Aceitou a ordem e os deu. O que fez a pobre mulher? Vendeu o campo e comprou duas ovelhas para vestir-se com sua lã, e obter dinheiro da cria. Quando tiveram cria, Arão (quer dizer, as exigências dos sacerdotes) veio e lhe disse: "Dê-me os primogênitos." Aceitou a decisão e os deu. Quando chegou o momento da tosquia, veio Arão e lhe disse: "Dê-me as primícias da lã de suas ovelhas" (Dt 18:4). Então a mulher pensou: "Não posso me rebelar contra este homem; matarei as ovelhas e as comerei." Então veio Arão e lhe disse: "Dê-me a espádua, e as queixadas, e o bucho." (Dt 18:3). Então a mulher disse: "Até depois de tê-las matado não me livro de ti. Consagrarei-as." E Arão disse: "Nesse caso me pertences por completo" (Nu 18:14) Tomou os animais e foi embora, deixando a mulher chorando com suas duas filhas. A história é uma parábola sobre as exigências permanentes que a Lei impunha aos homens em cada ação e atividade da vida. Em realidade, as exigências da Lei eram uma carga.

    Jesus nos convida a carregar seu jugo sobre nossos ombros. Os judeus empregavam a frase o jugo para entrar em submissão. Falavam

    do jugo da Lei, do jugo dos mandamentos, o jugo do Reino, o jugo de Deus. Mas pode dar-se o caso de Jesus ter dado a seu convite um significado muito mais cotidiano: Diz: "Meu jugo é fácil." Em grego a

    palavra fácil é chrestos, que pode significar adequado. Na Palestina, os jugos dos bois eram feitos de madeira. Levava-se o boi e se tomavam medidas. Logo se trabalhava o jugo e se voltava a levar o boi para prová-

    lo. Então se ajustava bem o jugo, para que se adaptasse ao pescoço do paciente animal e não a machucasse. Se fazia o jugo à medida do boi.

    Uma lenda conta que Jesus fazia os melhores jugos da Galiléia, e que gente de toda Galiléia ia à sua oficina de carpinteiro para comprar as melhores juntas de bois que se podiam obter de um artesão. Naqueles dias, tal como agora, as lojas tinham pôsteres em cima das portas. Sugeriu-se que o pôster que estava em cima da porta da oficina de carpinteiro do Nazaré poderia ter sido: "Meus jugos se adaptam bem." Pode ser que nesta passagem Jesus empregue uma imagem da carpintaria de Nazaré em que tinha trabalhado durante muitos anos.

    De maneira que Jesus afirma: "Meu jugo se adapta bem." O que diz é o seguinte: "A vida que lhes dou para que vivam não é uma carga para machucar vocês; sua tarefa, sua vida, é feita sob medida para adequar-se a vocês." Envie-nos Deus o que nos envie estará feito para adaptar-se com precisão a nossas necessidades e a nossa capacidade. Deus tem uma tarefa para cada um de nós, que está feita sob nossa própria medida. Jesus diz: "Meu jugo é suave." Como disse um rabino: "Minha carga se converteu em minha canção." Não é que a carga seja fácil de levar, mas sim nos entrega com amor, e se supõe que se deve levá-la com amor, e o amor faz que até a carga mais pesada fique leve. Quando lembramos do amor de Deus, quando sabemos que nossa carga consiste em amar a Deus e aos homens, a carga se transforma em uma canção.

    Há uma velha lenda sobre um homem que encontrou um menino pequeno carregando a um menino ainda menor, que era coxo: "Essa é uma carga muito pesada para você", disse o homem. "Não é nenhuma carga", respondeu o menino, "é meu irmãozinho." A carga que se dá com amor e se leva com amor sempre fica leve.

    Crise

    Em Mateus 12 lemos de acontecimentos cruciais na vida de Jesus. Na vida de todos os homens há momentos decisivos, tempos e acontecimentos ao redor dos quais gira toda sua vida. Este capítulo nos oferece a história de um desses períodos na vida de Jesus. Neste capítulo

    vemos os líderes religiosos que pertencem à ortodoxia judaica, tomando uma decisão final a respeito de Jesus – e essa decisão foi o rechaço. Não só um rechaço no sentido de que não teriam nada mais a ver com Ele. Era um rechaço no sentido de que chegaram à conclusão que nada a não ser sua eliminação definitiva seria suficiente para eles. Neste capítulo vemos os primeiros passos decisivos, cuja última conseqüência seria nada menos que a cruz. São-nos apresentados os personagens com toda clareza. Por um lado estão os escribas e fariseus, os representantes da religião ortodoxa. Podemos destacar quatro etapas em sua crescente atitude de perversa hostilidade para Jesus,

    1. Nos versículos 1:8, o relato a respeito da forma em que os discípulos arrancaram as espigas de trigo no sábado, indica-nos uma

    perspicácia crescente. Os escribas e fariseus olhavam com perspicácia a qualquer mestre que estivesse disposto a permitir que seus seguidores

    desobedecessem as minúcias da Lei do sábado. Era um tipo de coisas que não se podia permitir que se desenvolvesse e expandisse sem restrições.

    1. Nos versículos 9:14, no relato da cura do homem que tinha a mão paralisada, na sinagoga, o dia sábado, vemos uma investigação ativa e hostil. Não era por acaso que os escribas e fariseus estavam na

    sinagoga nesse sábado. Lucas diz que estavam ali para observar a Jesus (Lc 6:7). A partir desse momento Jesus haveria de agir sempre sob o olho maligno dos líderes ortodoxos. Seguiriam seus passos, como detetives privados, em busca de alguma evidência que lhes permitisse

    levantar alguma acusação contra Ele.

    1. Nos versículos 22:32, o relato a respeito da acusação dos líderes ortodoxos de que Jesus curava pelo poder do demônio, e a forma em que

    Jesus lhes falou do pecado que não tem perdão, vemos a cegueira preconceituosa e deliberada. A partir desse momento nada do que Jesus fizesse seria correto aos olhos desses homens. Tinham fechado seus

    olhos a Deus de tal maneira que eram completamente incapazes de ver alguma vez sua beleza e sua verdade. Sua cegueira carregada de

    preconceitos os tinha lançado sobre um caminho do qual eram incapazes de voltar atrás alguma vez.

    1. No versículo 14 vemos a determinação cheia de maldade. Os ortodoxos já não estavam dispostos a limitar-se a observar e criticar;

    preparavam-se a agir. Reuniram-se em conselho para encontrar algum modo de pôr fim a esse galileo que os incomodava. A perspicácia, a investigação, a cegueira se preparavam para a ação aberta e hostil.

    Diante de tudo isto a resposta de Jesus se perfila claramente. Vemos

    cinco formas em que Jesus enfrentou essa crescente oposição.

    1. Enfrentou-a com o desafio valente. No relato da cura do homem que tinha a mão seca (versículos Mt 9:14) vemo-lo desafiar os escribas e

    fariseus de maneira aberta e deliberada. Isto não aconteceu em um canto, mas em uma sinagoga cheia de gente. Não aconteceu em sua ausência, levou-se a cabo quando eles estavam presentes com a intenção manifesta

    de formular uma acusação contra Jesus. De maneira que, longe de evitar ou esquivar-se ao desafio, Jesus está disposto a enfrentá-lo com decisão.

    1. Enfrentou-a

      com uma

      advertência. Nos versículos 22:32

    ouvimos a mais terrível das advertências de boca de Jesus. Adverte a esses homens que se insistirem em fechar os olhos à verdade e à revelação de Deus, se encaminham para uma situação na qual, por sua própria ação se excluirão a si mesmos da graça de Deus. Aqui Jesus não está tanto em uma atitude defensiva como de ataque. Expressa de maneira bem clara para onde se encaminham por meio de sua atitude.

    1. Enfrentou-a com uma série esmagadora de afirmações sobre Si mesmo. É maior que o templo (versículo 6), e o templo era o lugar mais

    sagrado do mundo. É maior que Jonas, e nenhum pregador conseguiu levar tantas pessoas ao arrependimento como Jonas (versículo 41). É

    maior que Salomão, e Salomão era a encarnação e o epítome da sabedoria (versículo 42). Afirma que não há nada na história espiritual que seja maior que Ele. Não há nenhuma desculpa, trata-se da expressão

    suprema das afirmações de Jesus a respeito de Si mesmo.

    1. Enfrentou-a com a afirmação de que seu ensino é algo essencial. O significado da curiosa parábola da casa desocupada (versículos 43:45) é que a lei pode esvaziar a alguém do mal negativamente, mas só o evangelho pode enchê-lo de bem. De maneira que a Lei se limita a deixar o homem vazio, como um convite para que todo o mal se introduza em seu coração. O evangelho o enche de uma bondade positiva a tal ponto que o mal não pode entrar nele. Temos aqui a afirmação de Jesus de que o evangelho pode fazer pelos homens algo que a Lei jamais pode obter.
    2. Por último, enfrenta-os com um convite. Em sua essência, os versículos 46:50 são um convite. São o convite a entrar em afinidade

    com Ele mediante a obediência à vontade de Deus. Estes versículos não são tanto um rechaço dos parentes de Jesus como um convite a todos os homens a entrar em parentesco com Ele mediante a aceitação da vontade

    de Deus, tal como essa vontade chegou aos homens em seu convite e em seu mandamento. Estes versículos são um convite a abandonar nossos próprios preconceitos e egoísmos e a aceitar a Jesus Cristo como Mestre

    e Senhor. Se O rejeitamos afastamo-nos cada vez mais de Deus; se O aceitamos entramos na família e no coração de Deus.


    Notas de Estudos jw.org

    Disponível no site oficial das Testemunhas de Jeová
    Notas de Estudos jw.org - Comentários de Mateus Capítulo 11 versículo 28
    sobrecarregados: As pessoas que Jesus convidou para segui-lo estavam ‘sobrecarregadas’ pelas ansiedades e pelo ‘trabalho duro’ de seguir as tradições que os escribas e os fariseus tinham acrescentado à Lei de Moisés. Essas tradições humanas tinham tornado a adoração de Jeová um fardo pesado para o povo. (Mt 23:4) Até mesmo guardar o sábado, que deveria ser um dia de descanso e revigoramento, tinha se tornado um ritual difícil de seguir. — Ex 23:12; Mc 2:23-28; Lc 6:1-11.

    eu os reanimarei: A palavra grega para “reanimar” tem mais de um significado. Em alguns contextos, pode ser traduzida como “descansar” (Mt 26:45; Mc 6:31), mas também pode se referir a um alívio que reanima e repõe as energias (2Co 7:13; Flm 7). Neste contexto, a ideia é tomar sobre si o “jugo” de Jesus (Mt 11:29), o que envolveria trabalho, não descanso. Jesus estava dizendo aqui que daria força e ânimo aos que estavam cansados, e assim eles iam querer aceitar o jugo suave e leve que ele oferece.


    Dicionário

    Aliviar

    verbo transitivo Diminuir o peso, tornar mais leve: aliviar a carga.
    Mitigar, abrandar, minorar: aliviar as dores.
    verbo intransitivo Livrar-se de uma opressão, diminuir de intensidade, abrandar: a angústia aliviou agora.
    verbo pronominal Distrair-se, livrar-se: aliviou-se dos cuidados dos velhos.

    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    δεῦτε πρός μέ πᾶς κόπος καί φορτίζω καί καγώ ὑμᾶς ἀναπαύω
    Mateus 11: 28 - Texto em Grego - (BGB) - Bíblia Grega Bereana

    Vinde a mim, todos vós que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos darei descanso.
    Mateus 11: 28 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    Novembro de 29
    G1205
    deûte
    δεῦτε
    venha até aqui, venha aqui, venha
    (Come follow)
    Verbo - imperativo - 2ª pessoa do plural
    G1473
    egṓ
    ἐγώ
    exilados, exílio, cativeiro
    (captive)
    Substantivo
    G2504
    kagṓ
    κἀγώ
    lombos
    (from your loins)
    Substantivo
    G2532
    kaí
    καί
    desejo, aquilo que é desejável adj
    (goodly)
    Substantivo
    G2872
    kopiáō
    κοπιάω
    ficar cansado, fatigado, exausto (com labuta ou carga ou aflição)
    (labor)
    Verbo - presente indicativo ativo - 3ª pessoa do plural
    G3588
    ho
    para que
    (that)
    Conjunção
    G373
    anapaúō
    ἀναπαύω
    provocar ou permitir que alguém pare com algum movimento ou trabalho a fim de
    (will give rest)
    Verbo - futuro do indicativo ativo - 1ª pessoa do singular
    G3956
    pâs
    πᾶς
    língua
    (according to his language)
    Substantivo
    G4314
    prós
    πρός
    pai de Matrede e avô de Meetabel, a esposa de Hadade, o último rei mencionado de
    (of Mezahab)
    Substantivo
    G4771
    σύ
    de você
    (of you)
    Pronome pessoal / possessivo - 2ª pessoa genitiva singular
    G5412
    phortízō
    φορτίζω
    Netineus
    (Nethinims)
    Substantivo


    δεῦτε


    (G1205)
    deûte (dyoo'-teh)

    1205 δευτε deute

    de 1204 e uma forma imperativa de eimi (ir); adv

    1. venha até aqui, venha aqui, venha
    2. interjeição, vem!, venha agora!

    ἐγώ


    (G1473)
    egṓ (eg-o')

    1473 εγω ego

    um pronome primário da primeira pessoa “Eu” (apenas expresso quando enfático); TDNT - 2:343,196; pron

    1. Eu, me, minha, meu

    κἀγώ


    (G2504)
    kagṓ (kag-o')

    2504 καγω kago

    ou και εγω também o caso dativo καμοι kamoi, e acusativo καμε kame de 2532 e 1473; conj

    e eu

    eu também, bem como eu, eu da mesma forma, eu do mesmo modo

    1. até eu, até mesmo eu

    καί


    (G2532)
    kaí (kahee)

    2532 και kai

    aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj

    1. e, também, até mesmo, realmente, mas

    κοπιάω


    (G2872)
    kopiáō (kop-ee-ah'-o)

    2872 κοπιαω kopiao

    de um derivado de 2873; TDNT - 3:827,453; v

    1. ficar cansado, fatigado, exausto (com labuta ou carga ou aflição)
    2. trabalhar com empenho exaustivo, labutar
      1. de trabalho corporal


    (G3588)
    ho (ho)

    3588 ο ho

    que inclue o feminino η he, e o neutro το to

    em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo

    1. este, aquela, estes, etc.

      Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.


    ἀναπαύω


    (G373)
    anapaúō (an-ap-ow'-o)

    373 αναπαυω anapauo

    de 303 e 3973; TDNT - 1:350,56; v

    1. provocar ou permitir que alguém pare com algum movimento ou trabalho a fim de recuperar e recompor suas energias
    2. dar descanso, reanimar, dar a si mesmo descanso, descansar
    3. manter quieto, de expectativa calma e paciente

    πᾶς


    (G3956)
    pâs (pas)

    3956 πας pas

    que inclue todas as formas de declinação; TDNT - 5:886,795; adj

    1. individualmente
      1. cada, todo, algum, tudo, o todo, qualquer um, todas as coisas, qualquer coisa
    2. coletivamente
      1. algo de todos os tipos

        ... “todos o seguiam” Todos seguiam a Cristo? “Então, saíam a ter com ele Jerusalém e toda a Judéia”. Foi toda a Judéia ou toda a Jerusalém batizada no Jordão? “Filhinhos, vós sois de Deus”. “O mundo inteiro jaz no Maligno”. O mundo inteiro aqui significa todos? As palavras “mundo” e “todo” são usadas em vários sentidos na Escritura, e raramente a palavra “todos” significa todas as pessoas, tomadas individualmente. As palavras são geralmente usadas para significar que Cristo redimiu alguns de todas as classes — alguns judeus, alguns gentis, alguns ricos, alguns pobres, e não restringiu sua redenção a judeus ou gentios ... (C.H. Spurgeon de um sermão sobre a Redenção Particular)


    πρός


    (G4314)
    prós (pros)

    4314 προς pros

    forma fortalecida de 4253; TDNT - 6:720,942; prep

    em benefício de

    em, perto, por

    para, em direção a, com, com respeito a


    σύ


    (G4771)
    (soo)

    4771 συ su

    pronome pessoal da segunda pessoa do singular; pron

    1. tu

    φορτίζω


    (G5412)
    phortízō (for-tid'-zo)

    5412 φορτιζω phortizo

    de 5414; TDNT - 9:86,1252; v

    colocar uma carga sobre, carregar

    metáf. oprimir alguém com uma carga (de ritos e preceitos sem sentido)