Enciclopédia de Mateus 12:26-26

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

mt 12: 26

Versão Versículo
ARA Se Satanás expele a Satanás, dividido está contra si mesmo; como, pois, subsistirá o seu reino?
ARC E, se Satanás expulsa a Satanás, está dividido contra si mesmo; como subsistirá pois o seu reino?
TB Se Satanás expele a Satanás, está dividido contra si mesmo; como, então, subsistirá o seu reino?
BGB καὶ εἰ ὁ Σατανᾶς τὸν Σατανᾶν ἐκβάλλει, ἐφ’ ἑαυτὸν ἐμερίσθη· πῶς οὖν σταθήσεται ἡ βασιλεία αὐτοῦ;
HD Se Satanás expulsa Satanás, dividiu-se contra si mesmo. Como então permanecerá de pé o seu Reino?
BKJ E, se Satanás expulsa a Satanás, está dividido contra si mesmo; como subsistirá, o seu reino?
LTT E, se Satanás a Satanás expulsa, então contra si mesmo foi dividido; como, pois, subsistirá o seu reinar?
BJ2 Ora, se Satanás expulsa a Satanás, está dividido contra si mesmo. Como, então, poderá subsistir seu reinado?
VULG Et si Satanas Satanam ejicit, adversus se divisus est : quomodo ergo stabit regnum ejus ?

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Mateus 12:26

Mateus 4:10 Então, disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele servirás.
João 12:31 Agora, é o juízo deste mundo; agora, será expulso o príncipe deste mundo.
João 14:30 Já não falarei muito convosco, porque se aproxima o príncipe deste mundo e nada tem em mim.
João 16:11 e do juízo, porque já o príncipe deste mundo está julgado.
II Coríntios 4:4 nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus.
Colossenses 1:13 Ele nos tirou da potestade das trevas e nos transportou para o Reino do Filho do seu amor,
I João 5:19 Sabemos que somos de Deus e que todo o mundo está no maligno.
Apocalipse 9:11 E tinham sobre si rei, o anjo do abismo; em hebreu era o seu nome Abadom, e em grego, 10Apoliom.
Apocalipse 12:9 E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o diabo e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele.
Apocalipse 16:10 E o quinto anjo derramou a sua taça sobre o trono da besta, e o seu reino se fez tenebroso; e os homens mordiam a língua de dor.
Apocalipse 20:2 Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o diabo e Satanás, e amarrou-o por mil anos.


Notas de rodapé da Bíblia (HD) - Haroldo Dutra

As notas de rodapé presentes na Bíblia versão Haroldo Dutra são comentários e explicações adicionais fornecidos pelo tradutor para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas de rodapé são baseadas em pesquisas, análises históricas, culturais e linguísticas, bem como em outras referências bíblicas, a fim de fornecer um contexto mais profundo e uma interpretação mais precisa do significado original do texto. As notas de rodapé são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.
Mateus 12 : 26
Satanás
ΣατανᾶςΣατανᾶν (Satanás / Sanatan) Lit. “adversário”. Palavra de origem semítica.

Apêndices

Os apêndices bíblicos são seções adicionais presentes em algumas edições da Bíblia que fornecem informações complementares sobre o texto bíblico. Esses apêndices podem incluir uma variedade de recursos, como tabelas cronológicas, listas de personagens, informações históricas e culturais, explicações de termos e conceitos, entre outros. Eles são projetados para ajudar os leitores a entender melhor o contexto e o significado das narrativas bíblicas, tornando-as mais acessíveis e compreensíveis.

Principais acontecimentos da vida terrestre de Jesus

O grande ministério de Jesus na Galileia (Parte 1)

DATA

LUGAR

ACONTECIMENTO

MATEUS

MARCOS

LUCAS

JOÃO

30

Galileia

Jesus anuncia pela primeira vez que “o Reino dos céus está próximo”

Mt 4:17

Mc 1:14-15

Lc 4:14-15

Jo 4:44-45

Caná; Nazaré; Cafarnaum

Cura filho de funcionário; lê o rolo de Isaías; vai para Cafarnaum

Mt 4:13-16

 

Lc 4:16-31

Jo 4:46-54

Mar da Galileia, perto de Cafarnaum

Chama quatro discípulos: Simão e André, Tiago e João

Mt 4:18-22

Mc 1:16-20

Lc 5:1-11

 

Cafarnaum

Cura sogra de Simão e outros

Mt 8:14-17

Mc 1:21-34

Lc 4:31-41

 

Galileia

Primeira viagem pela Galileia, com os quatro discípulos

Mt 4:23-25

Mc 1:35-39

Lc 4:42-43

 

Cura leproso; multidões o seguem

Mt 8:1-4

Mc 1:40-45

Lc 5:12-16

 

Cafarnaum

Cura paralítico

Mt 9:1-8

Mc 2:1-12

Lc 5:17-26

 

Chama Mateus; come com cobradores de impostos; pergunta sobre jejum

Mt 9:9-17

Mc 2:13-22

Lc 5:27-39

 

Judeia

Prega em sinagogas

   

Lc 4:44

 

31 d.C., Páscoa

Jerusalém

Cura homem em Betezata; judeus tentam matá-lo

     

Jo 5:1-47

Retorno de Jerusalém (?)

Discípulos colhem espigas no sábado; Jesus “Senhor do sábado”

Mt 12:1-8

Mc 2:23-28

Lc 6:1-5

 

Galileia; mar da Galileia

Cura mão de um homem no sábado; multidões o seguem; cura muitos

Mt 12:9-21

Mc 3:1-12

Lc 6:6-11

 

Mte. perto de Cafarnaum

Escolhe os 12 apóstolos

 

Mc 3:13-19

Lc 6:12-16

 

Perto de Cafarnaum

Profere Sermão do Monte

Mt 5:1–7:29

 

Lc 6:17-49

 

Cafarnaum

Cura servo de oficial do exército

Mt 8:5-13

 

Lc 7:1-10

 

Naim

Ressuscita filho de viúva

   

Lc 7:11-17

 

Tiberíades; Galileia (Naim ou proximidades)

João envia discípulos a Jesus; verdade revelada às criancinhas; jugo é suave

Mt 11:2-30

 

Lc 7:18-35

 

Galileia (Naim ou proximidades)

Pecadora derrama óleo nos pés de Jesus; ilustração dos devedores

   

Lc 7:36-50

 

Galileia

Segunda viagem de pregação, com os 12

   

Lc 8:1-3

 

Expulsa demônios; pecado imperdoável

Mt 12:22-37

Mc 3:19-30

   

Não dá sinal, exceto o de Jonas

Mt 12:38-45

     

Sua mãe e seus irmãos chegam; diz que discípulos são seus parentes

Mt 12:46-50

Mc 3:31-35

Lc 8:19-21

 

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita


Allan Kardec

mt 12:26
A Gênese

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 15
Página: 329
Allan Kardec
Os fatos relatados no Evangelho e que foram até agora considerados miraculosos pertencem, na sua maioria, à ordem dos fenômenos psíquicos, isto é, os que têm como causa primeira as faculdades e os atributos da alma. Confrontando-os com os que ficaram descritos e explicados no capítulo anterior, reconhecer-se-á sem dificuldade que há entre eles identidade de causa e de efeito. A História registra outros fatos análogos, em todos os tempos e no seio de todos os povos, pela razão de que, desde que há almas encarnadas e desencarnadas, os mesmos efeitos forçosamente se produziram. Pode-se, é verdade, no que se refere a esse ponto, contestar a veracidade da História; mas, hoje, eles se produzem sob os nossos olhos e, por assim dizer, à vontade e por indivíduos que nada têm de excepcionais. Basta o fato da reprodução de um fenômeno, em condições idênticas, para provar que ele é possível e se acha submetido a uma lei, não sendo, portanto, miraculoso.
O princípio dos fenômenos psíquicos repousa, como já vimos, nas propriedades do fluido perispirítico, que constitui o agente magnético; nas manifestações da vida espiritual durante a vida corpórea e depois da morte; e, finalmente, no estado constitutivo dos Espíritos e no papel que eles desempenham como força ativa da Natureza. Conhecidos estes elementos e comprovados os seus efeitos, tem-se, como consequência, de admitir a possibilidade de certos fatos que eram rejeitados enquanto se lhes atribuía uma origem sobrenatural.

Amélia Rodrigues

mt 12:26
Dias Venturosos

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 15
Divaldo Pereira Franco
Amélia Rodrigues

Odia havia sido especialmente tórrido. Embora o velário da noite descesse sobre a região, o vento arrastava nos seus braços o ar ainda morno que acariciava a natureza.


As atividades foram exaustivas durante as horas passadas.


O sermão do Mestre atraiu a multidão, como sempre ocorria.


Peregrinos de diferentes cidades chegaram esmagados sob o fardo das suas necessidades e aflições. Eram enfermos do corpo, da emoção e da alma. Acercaram-se do Rabi, a fim de escutá-lO e terem lenidas as suas exulcerações.


Sua mensagem carregada de ternura e de esperan- ça convidava essencialmente os ouvintes à transformação moral.


– Todas as aflições - Ele assinalara - procedem da alma, que, enferma, exterioriza as debilidades, contribuindo para a degradação orgânica.


Os indivíduos, no entanto, desejavam apenas aliviarse da carga, atirar fora o pesado ônus de sofrimentos que os pungia.


Depois de ouvirem as palavras saturadas de sabedoria, suplicaram-lhe o socorro compatível para cada mal.


. . . E, semelhante a uma aragem abençoada e fresca sobre a terra ardente, Ele recuperou desenganados, levantou combalidos e caídos, impulsionando-os ao prosseguimento das lutas.


Quais camadas sucessivas de areias que o vento açoita, as multidões se renovaram, umas após outras, sem se importarem com o cansaço, o desgaste do Mestre afável.


Na sua cegueira e desconcerto moral, as criaturas nunca vêem as dores dos outros, suas dificuldades e problemas, diante dos próprios desafios.


A ânsia de os solucionar, torna-as indiferentes aos testemunhos silenciosos e afligentes que vergastam aqueles a quem recorrem, sem a menor consideração.


Compassivo, no entanto, Ele atendera a todos, até o momento em que Simão O resgatou da massa informe e insaciável.


Quando a noite desceu e os grupos se dispersaram, surgiu o momento do repasto, o instante do repouso, dos colóquios instrutivos, porque Ele nunca cessava de instruir nem de educar.


Àquela hora, a lua refletia os seus raios argênteos sobre as águas quedas do mar.


Soprava, então, uma brisa agradável e amena.


Sentado com amigos sob a copa de generosa árvore que distendia galhos quase sobre as águas, desenhara-se a circunstância para o colóquio.


As lâmpadas tremeluzentes do casario que bordava a margem do mar apagavam-se, uma depois de outra, e so-

mente as vozes da natureza cantavam a melodia mágica da beleza.


Foi Simão quem deu início ao diálogo.


Houvera encontrado, naquela tarde, antigo inimigo, a quem não conseguia perdoar. Sentira-se prejudicado por suas calúnias e se propusera a revidar, conforme a Lei antiga. Guardava o ressentimento, que agora ressumava ao inesperado encontro.


Aproveitando-se da ocasião feliz, honestamente interessado em esclarecer-se, interrogou, solícito:

– Senhor! Como vencer aqueles que nos prejudicaram e ainda nos perturbam? Como suportar os adversários, que se multiplicam como erva má, que de nada necessita para medrar? "Simão - respondeu o amigo –, os verdadeiros adversários do homem não se encontram fora dele, porém em seu mundo íntimo, perseguindo e inquietando-o sem termo. Aqueles que estão fora das províncias dos seus sentimentos, podem ser deixados à margem, porque o mal deles somente atinge aquele que se lhes sintoniza com os petardos mentais e lhes aceita as ofensas".


Se não for valorizada a maldade que existe nos outros, ela perde o sentido de direcionamento, porquanto somente os maus se engalfinham nas pelejas inúteis e perversas, nas quais nunca há vencedor.


– E quais são, então, esses inimigos íntimos, os que estão dentro de nós?


Jesus olhou ternamente o discípulo inquieto, e redarguiu: "Há três inimigos ferozes no imo do ser humano, que respondem por todas as misérias que assolam a sociedade, dilacerando os tecidos sutis da alma. Trata-se do egoísmo, do orgulho e da ignorância.


O egoísmo é algoz impiedoso, que junge a sua vítima ao eito da escravidão, tornando-a infeliz.


Graças a ele predominam os preconceitos sociais, as dificuldades econômicas, os problemas do relacionamento humano. . . Qual uma moléstia devoradora, se instala nos sentimentos e os estrangula com a força da própria loucura.


O egoísmo é responsável por males incontáveis, que devastam a humanidade. O egoísta somente pensa em si, a nada nem a ninguém respeita na sanha de amealhar exclusivamente em benefício próprio, a tudo quanto ambiciona. Faz-se avaro e perverso, porque transita insensível às necessidades alheias.


Por sua vez, o orgulho é tóxico que cega e destrói os valores morais do indivíduo, levando-o a desconsiderar as demais criaturas que o cercam. Acreditando-se excepcional e portador de valores que pensa possuir, subestima tudo para sobressair onde se encontra, exibindo a fragilidade moral e as distonias nervosas de que se torna vítima indefesa.


A ignorância igualmente escraviza e torna o ser déspota, indiferente a tudo quanto não lhe dizerespeito diretamente, esquecido de que todas as pessoas são membros importantes e interdependentes do organismo social.


O egoísmo é o genitor abjeto dos males que espalha, como a ambição desregrada, o ressentimento, a irritação, a ira, o ódio, os sentimentos vis que denigrem a vida.


O orgulho desestrutura aquele que se deixa ensoberbecer sob a ação dos seus vapores venenosos, levando à lou-

cura da presunção e da prepotência. Na raiz de inúmeros desequilíbrios morais estão as manifestações do orgulho.


E a ignorância, serva da estupidez, é o ressumar da morte do conhecimento, dos sentimentos de beleza, da afetividade e da ternura, que enregela o coração e atormenta a conduta".


Calou-se momentaneamente, dando lugar a novas interrogações.


Pedro, estimulado pela resposta, voltou à carga, indagando:

– E como extirpá-los da alma? Haverá, por acaso, antí- dotos para esses inimigos soezes?


Jesus relanceou o olhar pela noite serena, dilatando-o nos amigos silenciosos e atentos, logo respondendo: "Ao egoísmo se deve sobrepor a solidariedade, que abre os braços à gentileza e ao altruísmo.


O coração generoso é rico de dádivas. Quanto mais as reparte, mais possui, porque se multiplicam com celeridade.


A solidariedade anula a solidão e amplia o círculo de auxílios mútuos, dignificando o ser que se eleva emocionalmente, engrandecendo a vida e a humanidade.


O orgulho cede ante a humildade, que dimensiona a pessoa com a medida exata, descobrindo-lhe o significado, a sua realidade. O indivíduo não é o que se supõe vãmente, nem o que dele se diz. Mas é, sim, o valor dos seus próprios atributos, aqueles que pode ampliar a benefício próprio e do grupo social no qual se movimenta.


A humildade é virtude que faculta a compreensão das ocorrências perturbadoras, projetando luz nos intrincados problemas do comportamento humano. Sem humildade o homem se rebela, porque não reconhece a fraqueza que lhe é peculiar, nem se dá conta, conscientemente, de que logo mais será desatrelado do carro orgânico, nivelando-se a todos os demais no vaso sepulcral. . .


À ignorância facultem-se o conhecimento e o dileto filho do sentimento maior, que é hálito do Pai vivificando tudo e todos, origem e finalidade do Universo: o amor!


Quando o amor se envenena com os tóxicos das paixões dissolventes, o ser humano se desorganiza e se degrada nos conflitos destrutivos.


Resseca-se-lhe, então, a emotividade e se lhe anula a faculdade de justificar, compreender e amar o seu próximo, porque está nas sombras da ignorância, geradora da indiferença mórbida, que torna o homem participante inútil do festival da vida.


Cabe a todos vigiar as nascentes do coração, de modo que os seus inimigos íntimos cedam lugar aos sentimentos nobres, travando essa batalha sem quartel no campo da consciência. Não será uma luta rápida, porém contínua, lenta, que se deve repetir sempre que seja registrada a presença da erva moral daninha.


Por isso, ninguém que realmente vence a outrem torna-se triunfador, ou que, se desforçando de alguém, fruirá de paz.


A vitória real é sempre sobre si mesmo, nas províncias da alma.


O perdão às ofensas, o respeito ao direito alheio, a beneficência e a bondade são os filhos diletos do amor-conhecimento que voa em luz com asas de caridade, tornando o mundo melhor e todos os seres felizes. " Silenciou.


Ouviram-se os arpejos suaves da melodia da noite em festa de estrelas e de luar.


Ele levantou-se e pôs-se a caminhar, enquanto os amigos mergulharam em profunda meditação.


Mateus 12:22-42


mt 12:26
Trigo de Deus

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 5
Divaldo Pereira Franco
Amélia Rodrigues

Aquela era uma árida região, quanto áridos eram os corações que a habitavam.


O cativeiro prolongado, por mais de uma vez, no Egito e na Babilônia, tornara aquele povo pastoril insensível ao sofrimento, insensibilidade essa que passou, de geração a geração, tornando as pessoas indiferentes às aflições do próximo.


A presença suave-doce de Jesus não lhes produzia alteração emocional, tão marcadas se encontravam as vidas, que se desacostumaram ao amor. Não raro, pelo contrário, Sua conduta provocava a ira dos fariseus empedernidos e do povo insensato.


Desfilavam em toda parte as dores que maceravam os seres e a que todos se encontravam acostumados, sem que a solidariedade e a compaixão distendessem mãos generosas em seu socorro.


A tradição somava às aflições uma terrível pena, asseverando que os enfermos e estropiados se encontravam sob a indiferença de Deus, porque viviam em pecado. Quando os não expulsavam das suas cidades — aos portadores de males mais graves — concediam-lhes a atitude de desprezo.


Uma vez, na Páscoa, os mais ricos abriam suas propriedades aos mais pobres e permitiam-se ajudá-los com esmolas, suavizando a consciência de culpa. Logo, no outro dia, retornavam à frieza e à desconsideração para com eles.


A saúde era, então, um estado especial mui raro, e, por isso, o período médio de vida corporal, como ocorria noutros países, era baixo.


Jesus, porém, amava esse povo. Queria resgatá-lo da própria presunção.


Viera para que todos os povos tivessem vida e a aproveitassem com elevação.


Oásis de monoteísmo no imenso deserto politeísta, Israel não sintonizava com o perdão, reverenciando Moisés, seu legislador máximo, e a Lei de Talião.


* * *

Sabendo que os fariseus pretendiam matá-10, na cidade onde curava enfermos, vencidos pela inveja e a sordidez que os dominavam, Ele transferiu-se de lugar.


Não que temesse a morte, pois que para o testemunho viera. Somente que não era aquela a Sua hora. Fazia-se-Lhe necessário divulgar as bases do Reino de Deus e preparar a Era Nova.


Assim, chegando àquela cidade, na árida região, fora antecedido pelas notícias desencontradas a Seu respeito.


As referências conflitantes geraram um clima de expectativa relativamente hostil e desagradável contra Ele.


Ao ser identificado, trouxeram-Lhe um homem estigmatizado pela miséria orgânica: era cego e mudo.


Quando a enfermidade começou a dominá-lo, o jovem experimentou infinito desconforto moral. Tinha a sensação de que uma força dominadora passou a constringi-lo e esmagá-lo lentamente.


Sonhava que percorria longos e escuros caminhos sob a perseguição inclemente de um ser que o odiava, deixando-o aturdido e agoniado. Despertava sempre banhado por álgidos suores, vencido por abatimento crescente. Receava dormir, a partir de então, sofrendo, antes, os pesadelos que o aguardavam.


A perturbação espiritual de que se fizera objeto, aniquilara-o emocionalmente.


Lentamente sentiu-se subjugado, perdeu a visão, sentindo que a voz emudecera, entorpecida na garganta túrgida... Não mais pôde falar.


Vencido, deixou-se arrastar pela desdita e, vez que outra, descontrolava-se sob alucinação lamentável.


Ficou identificado como sendo endemoninhado.


Lograva raciocinar, nos interregnos das crises, anelando pelo retorno da saúde. Deixava-se, então, dominar pelas lágrimas da saudade dos prados verdes com anêmonas e balsaminas em flor, e dos pássaros coloridos que flutuavam nos rios dos ventos...


Acalentava o desejo de retornar às paisagens de equilíbrio, mas, já não tinha esperanças...


Ele passava, atônito, no momento em que os fariseus e o povo cercaram o Visitante. (Nota) Sem entender o que acontecia, sentiu-se empurrado violentamente, e, sem compreender o que ocorria, experimentou um frêmito quando alguém o tocou suavemente e transmitiu-lhe uma energia tão poderosa que o arrancou das sombras espessas e trouxe-lhe a claridade aos olhos. Escamas pesadas pareceram cair das vistas e ele viu o olhar luminoso que o envolvia, como raios divinos que se exteriorizavam de um rosto, belo e tranqu

̈ilo.


Não saíra da surpresa, que o levara quase ao estupor, quando sentiu novamente a mão poderosa tocar-lhe a boca.


Percebeu que um estrondo profundo iria arrebentar-lhe os tímpanos, e então passou a falar. Destravou-se-lhe a língua.


Desejou gritar, agradecer o acontecimento, expressar alegria. Estava, porém, emocionado, em êxtase de felicidade que nenhuma palavra podia traduzir.


* * *

Jesus continuou curando, e foram muitos os que se recuperaram.


A alegria bordava de felicidade aqueles sofredores desacostumados ao festival de ternura.


Desconcertados, os inimigos da Verdade logo encontraram um outro meio de O atacar, e exclamaram:

— Ele expele os demônios por Belzebu, chefe dos demônios.


Era o máximo da estupidez e da ousadia: conceber que o mal pode fazer o bem e que a treva inunda o mundo de luz.


O Mestre perpassou o olhar pela multidão e, compadecido do logro em que se encontrava esta sob a astúcia farisaica, ripostou:

— Se Satanás expele a Satanás, está dividido contra si mesmo; como então subsistirá o seu reino? Se eu expulso os demônios por Belzebu, por quem os expelem vossos filhos?


O Verbo libertador advertiu os insensatos e desonestos condutores religiosos do povo, e explicou que a blasfêmia contra o Espírito Santo, essa pléiade de Enviados de Deus para amenizar as dores do mundo, não tem perdão, exigindo dos infratores a reparação inadiável.


Conhecia-lhes a desonestidade, a forma hábil de enganar, em que se tornaram exímios os religiosos-políticos bajuladores dos poderosos e escravizadores do povo.


Perscrutando-lhes os escaninhos da alma infeliz, sabia que o pior inimigo do homem é a sua inferioridade, e que esta somente desaparece a esforço de trabalho, ao contributo das lágrimas e da solidão.


* * *

Aquela era uma árida região e áridos eram também os corações que a habitavam.


Sarças e espinheiros medravam nas pedras e nos sentimentos. Assim mesmo, Ele semeou a esperança e acenou aos sofredores as possibilidades da ventura mediante a experiência do amor.


(Nota) Mateus 22:37 (Nota da Autora espiritual.)

Referências em Outras Obras


CARLOS TORRES PASTORINO

mt 12:26
Sabedoria do Evangelho - Volume 4

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 13
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 16:24-28


24. Jesus disse então o seus discípulos: "Se alguém quer vir após mim, neguese a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.


25. Porque aquele que quiser preservar sua alma. a perderá; e quem perder sua alma por minha causa, a achará.


26. Pois que aproveitará ao homem se ganhar o mundo inteiro e perder sua alma? Ou que dará o homem em troca de sua alma?


27. Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai, com seus mensageiros, e então retribuirá a cada um segundo seu comportamento.


28. Em verdade vos digo, que alguns dos aqui presentes absolutamente experimentarão a morte até que o Filho do Homem venha em seu reino. MC 8:34-38 e MC 9:1


34. E chamando a si a multidão, junto com seus discípulos disse-lhes: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.


35. Porque quem quiser preservar sua alma, a perderá; e quem perder sua alma por amor de mim e da Boa-Nova, a preservará.


36. Pois que adianta a um homem ganhar o mundo inteiro e perder sua alma?


37. E que daria um homem em troca de sua alma?


38. Porque se alguém nesta geração adúltera e errada se envergonhar de mim e de minhas doutrinas, também dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na glória de seu Pai com seus santos mensageiros". 9:1 E disse-lhes: "Em verdade em verdade vos digo que há alguns dos aqui presentes, os quais absolutamente experimentarão a morte, até que vejam o reino de Deus já chegado em força".


LC 9:23-27


23. Dizia, então, a todos: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia sua cruz e siga-me.


24. Pois quem quiser preservar sua alma, a perderá; mas quem perder sua alma por amor de mim, esse a preservará.


25. De fato, que aproveita a um homem se ganhar o mundo inteiro, mas arruinar-se ou causar dano a si mesmo?


26. Porque aquele que se envergonhar de mim e de minhas doutrinas, dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na sua glória, na do Pai e na dos santos mensageiros.


27. Mas eu vos digo verdadeiramente, há alguns dos aqui presentes que não experimentarão a morte até que tenham visto o reino de Deus.


Depois do episódio narrado no último capítulo, novamente Jesus apresenta uma lição teórica, embora bem mais curta que as do Evangelho de João.


Segundo Mateus, a conversa foi mantida com Seus discípulos. Marcos, entretanto, revela que Jesu "chamou a multidão" para ouvi-la, como que salientando que a aula era "para todos"; palavras, aliás, textuais em Lucas.


Achava-se a comitiva no território não-israelita ("pagão") de Cesareia de Filipe, e certamente os moradores locais haviam observado aqueles homens e mulheres que perambulavam em grupo homogêneo.


Natural que ficassem curiosos, a "espiar" por perto. A esses, Jesus convida que se aproximem para ouvir os ensinamentos e as exigências impostas a todos os que ambicionavam o DISCIPULATO, o grau mais elevado dos três citados pelo Mestre: justos (bons), profetas (médiuns) e discípulos (ver vol. 3).


As exigências são apenas três, bem distintas entre si, e citadas em sequência gradativa da menor à maior. Observamos que nenhuma delas se prende a saber, nem a dizer, nem a crer, nem a fazer, mas todas se baseiam em SER. O que vale é a evolução interna, sem necessidade de exteriorizações, nem de confissões, nem de ritos.


No entanto, é bem frisada a vontade livre: "se alguém quiser"; ninguém é obrigado; a espontaneidade deve ser absoluta, sem qualquer coação física nem moral. Analisemos.


Vimos, no episódio anterior, o Mestre ordenar a Pedro que "se colocasse atrás Dele". Agora esclarece: " se alguém QUER ser SEU discípulo, siga atrás Dele". E se tem vontade firme e inabalável, se o QUER, realize estas três condições:

1. ª - negue-se a si mesmo (Lc. arnésasthô; Mat. e Mr. aparnésasthô eautón).


2. ª - tome (carregue) sua cruz (Lc. "cada dia": arátô tòn stáurou autoú kath"hêméran);

3. ª - e siga-me (akoloutheítô moi).


Se excetuarmos a negação de si mesmo, já ouvíramos essas palavras em MT 10:38 (vol. 3).


O verbo "negar-se" ou "renunciar-se" (aparnéomai) é empregado por Isaías (Isaías 31:7) para descrever o gesto dos israelitas infiéis que, esclarecidos pela derrota dos assírios, rejeitaram ou negaram ou renunciaram a seus ídolos. E essa é a atitude pedida pelo Mestre aos que QUEREM ser Seus discípulos: rejeitar o ídolo de carne que é o próprio corpo físico, com sua sequela de sensações, emoções e intelectualismo, o que tudo constitui a personagem transitória a pervagar alguns segundos na crosta do planeta.


Quanto ao "carregar a própria cruz", já vimos (vol. 3), o que significava. E os habitantes da Palestina deviam estar habituados a assistir à cena degradante que se vinha repetindo desde o domínio romano, com muita frequência. Para só nos reportarmos a Flávio Josefo, ele cita-nos quatro casos em que as crucificações foram em massa: Varus que fez crucificar 2. 000 judeus, por ocasião da morte, em 4 A. C., de Herodes o Grande (Ant. Jud. 17. 10-4-10); Quadratus, que mandou crucificar todos os judeus que se haviam rebelado (48-52 A. D.) e que tinham sido aprisionados por Cumarus (Bell. Jud. 2. 12. 6); em 66 A. D. até personagens ilustres foram crucificadas por Gessius Florus (Bell. Jud. 2. 14. 9); e Tito que, no assédio de Jerusalém, fez crucificar todos os prisioneiros, tantos que não havia mais nem madeira para as cruzes, nem lugar para plantá-las (Bell. Jud. 5. 11. 1). Por aí se calcula quantos milhares de crucificações foram feitas antes; e o espetáculo do condenado que carregava às costas o instrumento do próprio suplício era corriqueiro. Não se tratava, portanto, de uma comparação vazia de sentido, embora constituindo uma metáfora. E que o era, Lucas encarrega-se de esclarecê-lo, ao acrescentar "carregue cada dia a própria cruz". Vemos a exigência da estrada de sacrifícios heroicamente suportados na luta do dia a dia, contra os próprios pendores ruins e vícios.


A terceira condição, "segui-Lo", revela-nos a chave final ao discipulato de tal Mestre, que não alicia discípulos prometendo-lhes facilidades nem privilégios: ao contrário. Não basta estudar-Lhe a doutrina, aprofundar-Lhe a teologia, decorar-Lhe as palavras, pregar-Lhe os ensinamentos: é mister SEGUILO, acompanhando-O passo a passo, colocando os pés nas pegadas sangrentas que o Rabi foi deixando ao caminhar pelas ásperas veredas de Sua peregrinação terrena. Ele é nosso exemplo e também nosso modelo vivo, para ser seguido até o topo do calvário.


Aqui chegamos a compreender a significação plena da frase dirigida a Pedro: "ainda és meu adversário (porque caminhas na direção oposta a mim, e tentas impedir-me a senda dolorosa e sacrificial): vai para trás de mim e segue-me; se queres ser meu discípulo, terás que renunciar a ti mesmo (não mais pensando nas coisas humanas); que carregar também tua cruz sem que me percas de vista na dura, laboriosa e dorida ascensão ao Reino". Mas isto, "se o QUERES" ... Valerá a pena trilhar esse áspero caminho cheio de pedras e espinheiros?


O versículo seguinte (repetição, com pequena variante de MT 10:39; cfr. vol. 3) responde a essa pergunta.


As palavras dessa lição são praticamente idênticas nos três sinópticos, demonstrando a impress ão que devem ter causado nos discípulos.


Sim, porque quem quiser preservar sua alma (hós eán thélei tên psychên autòn sõsai) a perderá (apolêsei autên). Ainda aqui encontramos o verbo sôzô, cuja tradução "salvar" (veja vol. 3) dá margem a tanta ambiguidade atualmente. Neste passo, a palavra portuguesa "preservar" (conservar, resguardar) corresponde melhor ao sentido do contexto. O verbo apolesô "perder", só poderia ser dado também com a sinonímia de "arruinar" ou "degradar" (no sentido etimológico de "diminuir o grau").


E o inverso é salientado: "mas quem a perder "hós d"án apolésêi tên psychên autoú), por minha causa (héneken emoú) - e Marcos acrescenta "e da Boa Nova" (kaì toú euaggelíou) - esse a preservará (sósei autén, em Marcos e Lucas) ou a achará (heurêsei autén, em Mateus).


A seguir pergunta, como que explicando a antinomia verbal anterior: "que utilidade terá o homem se lucrar todo o mundo físico (kósmos), mas perder - isto é, não evoluir - sua alma? E qual o tesouro da Terra que poderia ser oferecido em troca (antállagma) da evolução espiritual da criatura? Não há dinheiro nem ouro que consiga fazer um mestre, riem que possa dar-se em troca de uma iniciação real.


Bens espirituais não podem ser comprados nem "trocados" por quantias materiais. A matemática possui o axioma válido também aqui: quantidades heterogêneas não podem somar-se.


O versículo seguinte apresenta variantes.


MATEUS traz a afirmação de que o Filho do Homem virá com a glória de seu Pai, em companhia de Seus Mensageiros (anjos), para retribuir a cada um segundo seus atos. Traduzimos aqui dóxa por "glória" (veja vol. 1 e vol. 3), porque é o melhor sentido dentro do contexto. E entendemos essa glória como sinônimo perfeito da "sintonia vibratória" ou a frequência da tônica do Pai (Verbo, Som). A atribui ção a cada um segundo "seus atos" (tên práxin autoú) ou talvez, bem melhor, de acordo com seu comportamento, com a "prática" da vida diária. Não são realmente os atos, sobretudo isolados (mesmo os heroicos) que atestarão a Evolução de uma criatura, mas seu comportamento constante e diuturno.


MARCOS diz que se alguém, desta geração "adúltera", isto é, que se tornou "infiel" a Deus, traindo-O por amar mais a matéria que o espírito, e "errada" na compreensão das grandes verdades, "se envergonhar" (ou seja "desafinar", não-sintonizar), também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier com a glória do Pai, em companhia de Seus mensageiros (anjos).


LUCAS repete as palavras de Marcos (menos a referência à Boa Nova), salientando, porém, que o Filho do Homem virá com Sua própria glória, com a glória do Pai, e com a glória dos santos mensageiros (anjos).


E finalmente o último versículo, em que só Mateus difere dos outros dois, os quais, no entanto, nos parecem mais conformes às palavras originais.


Afirma o Mestre "alguns dos aqui presentes" (eisin tines tõn hõde hestótõn), os quais não experimentar ão (literalmente: "não saborearão, ou mê geúsôntai) a morte, até que vejam o reino de Deus chegar com poder. Mateus em vez de "o reino de Deus", diz "o Filho do Homem", o que deu margem à expectativa da parusia (ver vol. 3), ainda para os indivíduos daquela geração.


Entretanto, não se trata aqui, de modo algum, de uma parusia escatológica (Paulo avisa aos tessalonicenses que não o aguardem "como se já estivesse perto"; cfr. 1. ª Tess. 2: lss), mas da descoberta e conquista do "reino de Deus DENTRO de cada um" (cfr. LC 17:21), prometido para alguns "dos ali presentes" para essa mesma encarnação.


A má interpretação provocou confusões. Os gnósticos (como Teodósio), João Crisóstomo, Teofilacto e outros - e modernamente o cardeal Billot, S. J. (cfr. "La Parousie", pág. 187), interpretam a "vinda na glória do Filho do Homem" como um prenúncio da Transfiguração; Cajetan diz ser a Ressurreição;


Godet acha que foi Pentecostes; todavia, os próprios discípulos de Jesus, contemporâneos dos fatos, não interpretaram assim, já que após a tudo terem assistido, inclusive ao Pentecostes, continuaram esperando, para aqueles próximos anos, essa vinda espetacular. Outros recuaram mais um pouco no tempo, e viram essa "vinda gloriosa" na destruição de Jerusalém, como "vingança" do Filho do Homem; isso, porém, desdiz o perdão que Ele mesmo pedira ao Pai pela ignorância de Seus algozes (D. Calmet, Knabenbauer, Schanz, Fillion, Prat, Huby, Lagrange); e outros a interpretaram como sendo a difusão do cristianismo entre os pagãos (Gregório Magno, Beda, Jansênio, Lamy).


Penetremos mais a fundo o sentido.


Na vida literária e artística, em geral, distinguimos nitidamente o "aluno" do "discípulo". Aluno é quem aprende com um professor; discípulo é quem segue a trilha antes perlustrada por um mestre. Só denominamos "discípulo" aquele que reproduz em suas obras a técnica, a "escola", o estilo, a interpretação, a vivência do mestre. Aristóteles foi aluno de Platão, mas não seu discípulo. Mas Platão, além de ter sido aluno de Sócrates, foi também seu discípulo. Essa distinção já era feita por Jesus há vinte séculos; ser Seu discípulo é segui-Lo, e não apenas "aprender" Suas lições.


Aqui podemos desdobrar os requisitos em quatro, para melhor explicação.


Primeiro: é necessário QUERER. Sem que o livre-arbítrio espontaneamente escolha e decida, não pode haver discipulato. Daí a importância que assume, no progresso espiritual, o aprendizado e o estudo, que não podem limitar-se a ouvir rápidas palavras, mas precisam ser sérios, contínuos e profundos.


Pois, na realidade, embora seja a intuição que ilumina o intelecto, se este não estiver preparado por meio do conhecimento e da compreensão, não poderá esclarecer a vontade, para que esta escolha e resolva pró ou contra.


O segundo é NEGAR-SE a si mesmo. Hoje, com a distinção que conhecemos entre o Espírito (individualidade) e a personagem terrena transitória (personalidade), a frase mais compreensível será: "negar a personagem", ou seja, renunciar aos desejos terrenos, conforme ensinou Sidarta Gotama, o Buddha.


Cientificamente poderíamos dizer: superar ou abafar a consciência atual, para deixar que prevaleça a super-consciência.


Essa linguagem, entretanto, seria incompreensível àquela época. Todavia, as palavras proferidas pelo Mestre são de meridiana clareza: "renunciar a si mesmo". Observando-se que, pelo atraso da humanidade, se acredita que o verdadeiro eu é a personagem, e que a consciência atual é a única, negar essa personagem e essa consciência exprime, no fundo, negar-se "a si mesmo". Diz, portanto, o Mestre: " esse eu, que vocês julgam ser o verdadeiro eu, precisa ser negado". Nada mais esclarece, já que não teria sido entendido pela humanidade de então. No entanto, aqueles que seguissem fielmente Sua lição, negando seu eu pequeno e transitório, descobririam, por si mesmos, automaticamente, em pouco tempo, o outro Eu, o verdadeiro, coisa que de fato ocorreu com muitos cristãos.


Talvez no início possa parecer, ao experimentado: desavisado, que esse Eu verdadeiro seja algo "externo".


Mas quando, por meio da evolução, for atingido o "Encontro Místico", e o Cristo Interno assumir a supremacia e o comando, ele verificará que esse Divino Amigo não é um TU desconhecido, mas antes constitui o EU REAL. Além disso, o Mestre não se satisfez com a explanação teórica verbal: exemplificou, negando o eu personalístico de "Jesus", até deixá-lo ser perseguido, preso, caluniado, torturado e assassinado. Que Lhe importava o eu pequeno? O Cristo era o verdadeiro Eu Profundo de Jesus (como de todos nós) e o Cristo, com a renúncia e negação do eu de Jesus, pode expandir-se e assumir totalmente o comando da personagem humana de Jesus, sendo, às vezes, difícil distinguir quando falava e agia "Jesus" e quando agia e falava "o Cristo". Por isso em vez de Jesus, temos nele O CRISTO, e a história o reconhece como "Jesus", O CRISTO", considerando-o como homem (Jesus) e Deus (Cristo).


Essa anulação do eu pequeno fez que a própria personagem fosse glorificada pela humildade, e o nome humano negado totalmente se elevasse acima de tudo, de tal forma que "ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na Terra e debaixo da terra" (Filp. 2:10).


Tudo isso provocou intermináveis discussões durante séculos, por parte dos que não conseguiram penetrar a realidade dos acontecimentos, caracterizados, então, de "mistério": são duas naturezas ou uma? Como se realizou a união hipostática? Teria a Divindade absorvido a humanidade?


Por que será que uma coisa tão clara terá ficado incompreendida por tantos luminares que trataram deste assunto? O Eu Profundo de todas as criaturas é o Deus Interno, que se manifestará em cada um exatamente na proporção em que este renunciar ao eu pequeno (personagem), para deixar campo livre à expressão do Cristo Interno Divino. Todos somos deuses (cfr. Salmo 81:6 e JO 10:34) se negarmos totalmente nosso eu pequeno (personagem humana), deixando livre expansão à manifestação do Cristo que em todos habita. Isso fez Jesus. Se a negação for absoluta e completa, poderemos dizer com Paulo que, nessa criatura, "habita a plenitude da Divindade" (CL 2:9). E a todos os que o fizerem, ser-lhes-á exaltado o nome acima de toda criação" (cfr. Filp. 2:5-11).


Quando isto tiver sido conseguido, a criatura "tomará sua cruz cada dia" (cada vez que ela se apresentar) e a sustentará galhardamente - quase diríamos triunfalmente - pois não mais será ela fonte de abatimentos e desânimos, mas constituirá o sofrimento-por-amor, a dor-alegria, já que é a "porta estreita" (MT 7:14) que conduzirá à felicidade total e infindável (cfr. Pietro Ubaldi, "Grande Síntese, cap. 81).


No entanto, dado o estágio atual da humanidade, a cruz que temos que carregar ainda é uma preparação para o "negar-se". São as dores físicas, as incompreensões morais, as torturas do resgate de carmas negativos mais ou menos pesados, em vista do emaranhado de situações aflitivas, das "montanhas" de dificuldades que se erguem, atravancando nossos caminhos, do sem-número de moléstias e percalços, do cortejo de calúnias e martírios inomináveis e inenarráveis.


Tudo terá que ser suportado - em qualquer plano - sem malsinar a sorte, sem desesperos, sem angústias, sem desfalecimentos nem revoltas, mas com aceitação plena e resignação ativa, e até com alegria no coração, com a mais sólida, viva e inabalável confiança no Cristo-que-é-nosso-Eu, no Deus-

Imanente, na Força-Universal-Inteligente e Boa, que nos vivifica e prepara, de dentro de nosso âmago mais profundo, a nossa ascensão real, até atingirmos TODOS, a "plena evolução crística" (EF 4:13).


A quarta condição do discipulato é também clara, não permitindo ambiguidade: SEGUI-LO. Observese a palavra escolhida com precisão. Poderia ter sido dito "imitá-Lo". Seria muito mais fraco. A imitação pode ser apenas parcial ou, pior ainda, ser simples macaqueação externa (usar cabelos compridos, barbas respeitáveis, vestes talares, gestos estudados), sem nenhuma ressonância interna.


Não. Não é imitá-Lo apenas, é SEGUI-LO. Segui-Lo passo a passo pela estrada evolutiva até atingir a meta final, o ápice, tal como Ele o FEZ: sem recuos, sem paradas, sem demoras pelo caminho, sem descanso, sem distrações, sem concessões, mas marchando direto ao alvo.


SEGUI-LO no AMOR, na DEDICAÇÃO, no SERVIÇO, no AUTO-SACRIFÍCIO, na HUMILDADE, na RENÚNCIA, para que de nós se possa afirmar como Dele foi feito: "fez bem todas as coisas" (MC 7. 37) e: "passou pela Terra fazendo o bem e curando" (AT 10:38).


Como Mestre de boa didática, não apresenta exigências sem dar as razões. Os versículos seguintes satisfazem a essa condição.


Aqui, como sempre, são empregados os termos filosóficos com absoluta precisão vocabular (elegantia), não deixando margem a qualquer dúvida. A palavra usada é psychê, e não pneuma; é alma e nã "espírito" (em adendo a este capítulo daremos a "constituição do homem" segundo o Novo Testamento).


A alma (psychê) é a personagem humana em seu conjunto de intelecto-emoções, excluído o corpo denso e as sensações do duplo etérico. Daí a definição da resposta 134 do "Livro dos Espíritos": "alma é o espírito encarnado", isto é, a personagem humana que habita no corpo denso.

Aí está, pois, a chave para a interpretação do "negue-se a si mesmo": esse eu, a alma, é a personagem que precisa ser negada, porque, quem não quiser fazê-lo, quem pretender preservar esse eu, essa alma, vai acabar perdendo-a, já que, ao desencarnar, estará com "as mãos vazias". Mas aquele que por causa do Cristo Interno - renunciar e perder essa personagem transitória, esse a encontrará melhorada (Mateus), esse a preservará da ruína (Marcos e Lucas).


E prossegue: que adiantará acumular todas as riquezas materiais do mundo, se a personalidade vai cair no vazio? Nada de material pode ser-lhe comparado. No entanto, se for negada, será exaltada sobre todas as coisas (cfr. o texto acima citado, Filp. 2:5-11).


Todas e qualquer evolução do Espírito é feita exclusivamente durante seu mergulho na carne (veja atrás). Só através das personagens humanas haverá ascensão espiritual, por meio do "ajustamento sintônico". Então, necessidade absoluta de consegui-lo, não "se envergonhando", isto é, não desafinando da tônica do Pai (Som) que tudo cria, governa e mantém. Enfrentar o mundo sem receio, sem" respeitos humanos", e saber recusá-lo também, para poder obter o Encontro Místico com o Cristo Interno. Se a criatura "se envergonha" e se retrai, (não sintoniza) não é possível conseguir o Contato Divino, e o Filho do Homem também a evitará ("se envergonhará" dessa criatura). Só poderá haver a" descida da graça" ou a unificação com o Cristo, "na glória (tônica) do Pai (Som-Verbo), na glória (tônica) do próprio Cristo (Eu Interno), na glória de todos os santos mensageiros", se houver a coragem inquebrantável de romper com tudo o que é material e terreno, apagando as sensações, liquidando as emoções, calando o intelecto, suplantando o próprio "espírito" encarnado, isto é, PERDENDO SUA ALMA: só então "a achará", unificada que estará com o Cristo, Nele mergulhada (batismo), "como a gota no oceano" (Bahá"u"lláh). Realmente, a gota se perde no oceano mas, inegavelmente, ao deixar de ser gota microscópica, ela se infinitiva e se eterniza tornando-se oceano...

Em Mateus é-nos dado outro aviso: ao entrar em contato com a criatura, esta "receberá de acordo com seu comportamento" (pláxin). De modo geral lemos nas traduções correntes "de acordo com suas obras". Mas isso daria muito fortemente a ideia de que o importante seria o que o homem FAZ, quando, na realidade, o que importa é o que o homem É: e a palavra comportamento exprime-o melhor que obras; ora, a palavra do original práxis tem um e outro sentido.


Evidentemente, cada ser só poderá receber de acordo com sua capacidade, embora todos devam ser cheios, replenos, com "medida sacudida e recalcada" (cfr. Lc. 5:38).


Mas há diferença de capacidade entre o cálice, o copo, a garrafa, o litro, o barril, o tonel... De acordo com a própria capacidade, com o nível evolutivo, com o comportamento de cada um, ser-lhe-á dado em abundância, além de toda medida. Figuremos uma corrente imensa, que jorra permanentemente luz e força, energia e calor. O convite é-nos feito para aproximar-nos e recolher quanto quisermos.


Acontece, porém, que cada um só recolherá conforme o tamanho do vasilhame que levar consigo.


Assim o Cristo Imanente e o Verbo Criador e Conservador SE DERRAMAM infinitamente. Mas nós, criaturas finitas, só recolheremos segundo nosso comportamento, segundo a medida de nossa capacidade.


Não há fórmulas mágicas, não há segredos iniciáticos, não peregrinações nem bênçãos de "mestres", não há sacramentos nem sacramentais, que adiantem neste terreno. Poderão, quando muito, servir como incentivo, como animação a progredir, mas por si, nada resolvem, já que não agem ex ópere operantis nem ex opere operatus, mas sim ex opere recipientis: a quantidade de recebimento estará de acordo com a capacidade de quem recebe, não com a grandeza de quem dá, nem com o ato de doação.


E pode obter-se o cálculo de capacidade de cada um, isto é, o degrau evolutivo em que se encontra no discipulato de Cristo, segundo as várias estimativas das condições exigidas:

a) - pela profundidade e sinceridade na renúncia ao eu personalístico, quando tudo é feito sem cogitar de firmar o próprio nome, sem atribuir qualquer êxito ao próprio merecimento (não com palavras, mas interiormente), colaborando com todos os "concorrentes", que estejam em idêntica senda evolutiva, embora nos contrariem as ideias pessoais, mas desde que sigam os ensinos de Cristo;


b) - pela resignação sem queixas, numa aceitação ativa, de todas as cruzes, que exprimam atos e palavras contra nós, maledicências e calúnias, sem respostas nem defesas, nem claras nem veladas (já nem queremos acenar à contra-ataques e vinganças).


c) - pelo acompanhar silencioso dos passos espirituais no caminho do auto-sacrifício por amor aos outros, pela dedicação integral e sem condições; no caminho da humildade real, sem convencimentos nem exterioridades; no caminho do serviço, sem exigências nem distinções; no caminho do amor, sem preferências nem limitações. O grau dessas qualidades, todas juntas, dará uma ideia do grau evolutivo da criatura.


Assim entendemos essas condições: ou tudo, à perfeição; ou pouco a pouco, conquistando uma de cada vez. Mas parado, ninguém ficará. Se não quiser ir espontaneamente, a dor o aguilhoará, empurrandoo para a frente de qualquer forma.


No entanto, uma promessa relativa à possibilidade desse caminho é feita claramente: "alguns dos que aqui estão presentes não experimentarão a morte até conseguirem isso". A promessa tanto vale para aquelas personagens de lá, naquela vida física, quanto para os Espíritos ali presentes, garantindo-selhes que não sofreriam queda espiritual (morte), mas que ascenderiam em linha reta, até atingir a meta final: o Encontro Sublime, na União mística absoluta e total.


Interessante a anotação de Marcos quando acrescenta: O "reino de Deus chegado em poder". Durante séculos se pensou no poder externo, a espetacularidade. Mas a palavra "en dynámei" expressa muito mais a força interna, o "dinamismo" do Espírito, a potencialidade crística a dinamizar a criatura em todos os planos.


O HOMEM NO NOVO TESTAMENTO


O Novo Testamento estabelece, com bastante clareza, a constituição DO HOMEM, dividindo o ser encarnado em seus vários planos vibratórios, concordando com toda a tradição iniciática da Índia e Tibet, da China, da Caldeia e Pérsia, do Egito e da Grécia. Embora não encontremos o assunto didaticamente esquematizado em seus elementos, o sentido filosófico transparece nítido dos vários termos e expressões empregados, ao serem nomeadas as partes constituintes do ser humano, ou seja, os vários níveis em que pode tornar-se consciente.


Algumas das palavras são acolhidas do vocabulário filosófico grego (ainda que, por vezes, com pequenas variações de sentido); outras são trazidas da tradição rabínica e talmúdica, do centro iniciático que era a Palestina, e que já entrevemos usadas no Antigo Testamento, sobretudo em suas obras mais recentes.


A CONCEPÇÃO DA DIVINDADE


Já vimos (vol, 1 e vol. 3 e seguintes), que DEUS, (ho théos) é apresentado, no Novo Testamento, como o ESPÍRITO SANTO (tò pneuma tò hágion), o qual se manifesta através do Pai (patêr) ou Lógos (Som Criador, Verbo), e do Filho Unigênito (ho hyiós monogenês), que é o Cristo Cósmico.


DEUS NO HOMEM


Antes de entrar na descrição da concepção do homem, no Novo Testamento, gostaríamos de deixar tem claro nosso pensamento a respeito da LOCALIZAÇÃO da Centelha Divina ou Mônada NO CORA ÇÃO, expressão que usaremos com frequência.


A Centelha (Partícula ou Mônada) é CONSIDERADA por nós como tal; mas, na realidade, ela não se separa do TODO (cfr. vol. 1); logo, ESTÁ NO TODO, e portanto É O TODO (cfr. JO 1:1).


O "TODO" está TODO em TODAS AS COISAS e em cada átomo de cada coisa (cfr. Agostinho, De Trin. 6, 6 e Tomás de Aquino, Summa Theologica, I, q. 8, art. 2, ad 3um; veja vol. 3, pág. 145).


Entretanto, os seres e as coisas acham-se limitados pela forma, pelo espaço, pelo tempo e pela massa; e por isso afirmamos que em cada ser há uma "centelha" ou "partícula" do TODO. No entanto, sendo o TODO infinito, não tem extensão; sendo eterno, é atemporal; sendo indivisível, não tem dimensão; sendo O ESPÍRITO, não tem volume; então, consequentemente, não pode repartir-se em centelhas nem em partículas, mas é, concomitantemente, TUDO EM TODAS AS COISAS (cfr. l. ª Cor. 12:6).


Concluindo: quando falamos em "Centelha Divina" e quando afirmamos que ela está localizada no coração, estamos usando expressões didáticas, para melhor compreensão do pensamento, dificílimo (quase impossível) de traduzir-se em palavras.


De fato, porém, a Divindade está TODA em cada célula do corpo, como em cada um dos átomos de todos os planos espirituais, astrais, físicos ou quaisquer outros que existam. Em nossos corpos físicos e astral, o coração é o órgão preparado para servir de ponto de contato com as vibrações divinas, através, no físico, do nó de Kait-Flake e His; então, didaticamente, dizemos que "o coração é a sede da Centelha Divina".


A CONCEPÇÃO DO HOMEM


O ser humano (ánthrôpos) é considerado como integrado por dois planos principais: a INDIVIDUALIDADE (pneuma) e a PERSONAGEM ou PERSONALIDADE; esta subdivide-se em dois: ALMA (psychê) e CORPO (sôma).


Mas, à semelhança da Divindade (cfr. GN 1:27), o Espírito humano (individualidade ou pneuma) possui tríplice manifestação: l. ª - a CENTELHA DIVINA, ou Cristo, partícula do pneuma hágion; essa centelha que é a fonte de todo o Espirito, está localizada e representada quase sempre por kardia (coração), a parte mais íntima e invisível, o âmago, o Eu Interno e Profundo, centro vital do homem;


2. ª - a MENTE ESPIRITUAL, parte integrante e inseparável da própria Centelha Divina. A Mente, em sua função criadora, é expressa por noús, e está também sediada no coração, sendo a emissora de pensamentos e intuições: a voz silenciosa da super-consciência;


3. ª - O ESPÍRITO, ou "individualização do Pensamento Universal". O "Espírito" propriamente dito, o pneuma, surge "simples e ignorante" (sem saber), e percorre toda a gama evolutiva através dos milênios, desde os mais remotos planos no Antissistema, até os mais elevados píncaros do Sistema (Pietro Ubaldi); no entanto, só recebe a designação de pneuma (Espírito) quando atinge o estágio hominal.


Esses três aspectos constituem, englobamente, na "Grande Síntese" de Pietro Ubaldi, o "ALPHA", o" espírito".


Realmente verificamos que, de acordo com GN 1:27, há correspondência perfeita nessa tríplice manifesta ção do homem com a de Deus: A - ao pneuma hágion (Espírito Santo) correspondente a invisível Centelha, habitante de kardía (coração), ponto de partida da existência;


B - ao patêr (Pai Criador, Verbo, Som Incriado), que é a Mente Divina, corresponde noús (a mente espiritual) que gera os pensamentos e cria a individualização de um ser;


C - Ao Filho Unigênito (Cristo Cósmico) corresponde o Espírito humano, ou Espírito Individualizado, filho da Partícula divina, (a qual constitui a essência ou EU PROFUNDO do homem); a individualidade é o EU que percorre toda a escala evolutiva, um Eu permanente através de todas as encarnações, que possui um NOME "escrito no livro da Vida", e que terminará UNIFICANDO-SE com o EU PROFUNDO ou Centelha Divina, novamente mergulhando no TODO. (Não cabe, aqui, discutir se nessa unificação esse EU perde a individualidade ou a conserva: isso é coisa que está tão infinitamente distante de nós no futuro, que se torna impossível perceber o que acontecerá).


No entanto, assim como Pneuma-Hágion, Patêr e Hyiós (Espírito-Santo, Pai e Filho) são apenas trê "aspectos" de UM SÓ SER INDIVISÍVEL, assim também Cristo-kardía, noús e pneuma (CristoSABEDORIA DO EVANGELHO coração, mente espiritual e Espírito) são somente três "aspectos" de UM SÓ SER INDIVÍVEL, de uma criatura humana.


ENCARNAÇÃO


Ao descer suas vibrações, a fim de poder apoiar-se na matéria, para novamente evoluir, o pneuma atinge primeiro o nível da energia (o BETA Ubaldiano), quando então a mente se "concretiza" no intelecto, se materializa no cérebro, se horizontaliza na personagem, começando sua "crucificação". Nesse ponto, o pneuma já passa a denominar-se psychê ou ALMA. Esta pode considerar-se sob dois aspectos primordiais: a diánoia (o intelecto) que é o "reflexo" da mente, e a psychê propriamente dita isto é, o CORPO ASTRAL, sede das emoções.


Num último passo em direção à matéria, na descida que lhe ajudará a posterior subida, atinge-se então o GAMA Ubaldiano, o estágio que o Novo Testamento designa com os vocábulos diábolos (adversário) e satanás (antagonista), que é o grande OPOSITOR do Espírito, porque é seu PÓLO NEGATIVO: a matéria, o Antissistema. Aí, na matéria, aparece o sôma (corpo), que também pode subdividir-se em: haima (sangue) que constitui o sistema vital ou duplo etérico e sárx (carne) que é a carapaça de células sólidas, último degrau da materialização do espírito.


COMPARAÇÃO


Vejamos se com um exemplo grosseiro nos faremos entender, não esquecendo que omnis comparatio claudicat.


Observemos o funcionamento do rádio. Há dois sistemas básicos: o transmissor (UM) e os receptores (milhares, separados uns dos outros).


Consideremos o transmissor sob três aspectos: A - a Força Potencial, capaz de transmitir;


B - a Antena Emissora, que produz as centelas;


C - a Onda Hertziana, produzida pelas centelhas.


Mal comparando, aí teríamos:

a) - o Espirito-Santo, Força e Luz dos Universos, o Potencial Infinito de Amor Concreto;


b) - o Pai, Verbo ou SOM, ação ativa de Amante, que produz a Vida


c) - o Filho, produto da ação (do Som), o Amado, ou seja, o Cristo Cósmico que permeia e impregna tudo.


Não esqueçamos que TUDO: atmosfera, matéria, seres e coisas, no raio de ação do transmissor, ficam permeados e impregnados em todos os seus átomos com as vibrações da onda hertziana, embora seja esta invisível e inaudível e insensível, com os sentidos desarmados; e que os três elementos (Força-
Antena e Onda) formam UM SÓ transmissor o Consideremos, agora, um receptor. Observaremos que a recepção é feita em três estágios:

a) - a captação da onda


b) - sua transformação


c) - sua exteriorização Na captação da onda, podemos distinguir - embora a operação seja uma só - os seguintes elementos: A - a onda hertziana, que permeia e impregna todos os átomos do aparelho receptor, mas que é captada realmente apenas pela antena;


B - o condensador variável, que estabelece a sintonia com a onda emitida pelo transmissor. Esses dois elementos constituem, de fato, C - o sistema RECEPTOR INDIVIDUAL de cada aparelho. Embora a onda hertziana seja UMA, emitida pelo transmissor, e impregne tudo (Cristo Cósmico), nós nos referimos a uma onda que entra no aparelho (Cristo Interno) e que, mesmo sendo perfeita; será recebida de acordo com a perfeição relativa da antena (coração) e do condensador variável (mente). Essa parte representaria, então, a individualidade, o EU PERFECTÍVEL (o Espírito).


Observemos, agora, o circuito interno do aparelho, sem entrar em pormenores, porque, como dissemos, a comparação é grosseira. Em linhas gerais vemos que a onda captada pelo sistema receptor propriamente dito, sofre modificações, quando passa pelo circuito retificador (que transforma a corrente alternada em contínua), e que representaria o intelecto que horizontaliza as ideias chegadas da mente), e o circuito amplificador, que aumenta a intensidade dos sinais (que seria o psiquismo ou emoções, próprias do corpo astral ou alma).


Uma vez assim modificada, a onda atinge, com suas vibrações, o alto-falante que vibra, reproduzindo os sinais que chegam do transmissor isto é, sentindo as pulsações da onda (seria o corpo vital ou duplo etérico, que nos dá as sensações); e finalmente a parte que dá sonoridade maior, ou seja, a caixa acústica ou móvel do aparelho (correspondente ao corpo físico de matéria densa).


Ora, quanto mais todos esses elementos forem perfeitos, tanto mais fiel e perfeito será a reprodução da onda original que penetrou no aparelho. E quanto menos perfeitos ou mais defeituosos os elementos, mais distorções sofrerá a onda, por vezes reproduzindo, em guinchos e roncos, uma melodia suave e delicada.


Cremos que, apesar de suas falhas naturais, esse exemplo dá a entender o funcionamento do homem, tal como conhecemos hoje, e tal como o vemos descrito em todas as doutrinas espiritualistas, inclusive

—veremos agora quiçá pela primeira vez - nos textos do Novo Testamento.


Antes das provas que traremos, o mais completas possível, vejamos um quadro sinóptico:
θεός DEUS
πνεϋµα άγιον Espírito Santo
λόγος Pai, Verbo, Som Criador
υίός - Χριστό CRISTO - Filho Unigênito
άνθρωπος HOMEM
иαρδία - Χριστ

ό CRISTO - coração (Centelha)


πνεϋµα νους mente individualidade
πνεϋµα Espírito
φυΧή διάγοια intelecto alma
φυΧή corpo astral personagem
σώµα αίµα sangue (Duplo) corpo
σάρ

ξ carne (Corpo)


A - O EMPREGO DAS PALAVRAS


Se apresentada pela primeira vez, como esta, uma teoria precisa ser amplamente documentada e comprovada, para que os estudiosos possam aprofundar o assunto, verificando sua realidade objetiva. Por isso, começaremos apresentando o emprego e a frequência dos termos supracitados, em todos os locais do Novo Testamento.


KARDÍA


Kardía expressa, desde Homero (Ilíada, 1. 225) até Platão (Timeu, 70 c) a sede das faculdades espirituais, da inteligência (ou mente) e dos sentimentos profundos e violentos (cfr. Ilíada, 21,441) podendo até, por vezes, confundir-se com as emoções (as quais, na realidade, são movimentos da psychê, e não propriamente de kardía). Jesus, porém, reiteradamente afirma que o coração é a fonte primeira em que nascem os pensamentos (diríamos a sede do Eu Profundo).


Com este último sentido, a palavra kardía aparece 112 vezes, sendo que uma vez (MT 12:40) em sentido figurado.


MT 5:8, MT 5:28; 6:21; 9:4; 11:29; 12:34 13-15(2x),19; 15:8,18,19; 18;35; 22;37; 24:48; MC 2:6, MC 2:8; 3:5;


4:15; 6;52; 7;6,19,21; 8:11; 11. 23; 12:30,33; LC 1:17, LC 1:51, LC 1:66; 2;19,35,51; 3:5; 5:22; 6:45; 8:12,15;


9:47; 10:27; 12:34; 16:15; 21:14,34; 24;25,32,38; JO 12:40(2x); 13:2; 14:1,27; 16:6,22 AT 2:26, AT 2:37, AT 2:46; AT 4:32; 5:3(2x); 7:23,39,51,54; 8;21,22; 11;23. 13:22; 14:17; 15:9; 16;14; 21:13; 28:27(2x);


RM 1:21, RM 1:24; 2:5,15,29; 5:5; 6:17; 8:27; 9:2; 10:1,6,8,9,10; 16:16; 1. ª Cor. 2:9; 4:5; 7:37; 14:25; 2. ª Cor. 1:22; 2:4; 3:2,3,15; 4:6; 5:12; 6:11; 7:3; 8:16; 9:7; GL 4:6; EF 1:18; EF 3:17; EF 4:18; EF 5:19; EF 6:5, EF 6:22;


Filp. 1:7; 4:7; CL 2:2; CL 3:15, CL 3:16, CL 3:22; CL 4:8; 1. ª Tess. 2:4,17; 3:13; 2. ª Tess. 2:17; 3:5; 1. ª Tim. 1:5; 2. ª Tim.


2:22; HB 3:8, HB 3:10, HB 3:12, HB 3:15; HB 4:7, HB 4:12; 8:10; 10:16,22; Tiago, 1:26; 3:14; 4:8; 5:5,8; 1. ª Pe. 1:22; 3:4,15; 2. ª Pe. 1:19; 2:15; 1; 1. ª JO 3;19,20(2x),21; AP 2:23; AP 17:17; AP 18:7.


NOÚS


Noús não é a "fonte", mas sim a faculdade de criar pensamentos, que é parte integrante e indivisível de kardía, onde tem sede. Já Anaxágoras (in Diógenes Laércio, livro 2. º, n. º 3) diz que noús (o Pensamento Universal Criador) é o "’princípio do movimento"; equipara, assim, noús a Lógos (Som, Palavra, Verbo): o primeiro impulsionador dos movimentos de rotação e translação da poeira cósmica, com isso dando origem aos átomos, os quais pelo sucessivo englobamento das unidades coletivas cada vez mais complexas, formaram os sistemas atômicos, moleculares e, daí subindo, os sistemas solares, gal áxicos, e os universos (cfr. vol. 3. º).


Noús é empregado 23 vezes com esse sentido: o produto de noús (mente) do pensamento (nóêma), usado 6 vezes (2. ª Cor. 2:11:3:14; 4:4; 10:5; 11:3; Filp. 4:7), e o verbo daí derivado, noeín, empregado

14 vezes (3), sendo que com absoluta clareza em João (João 12:40) quando escreve "compreender com o coração" (noêsôsin têi kardíai).


LC 24. 45; RM 1:28; RM 7:23, RM 7:25; 11:34; 12:2; 14. 5; l. ª Cor. 1. 10; 2:16:14:14,15,19; EF 4:17, EF 4:23; Filp.


4:7; CL 2:18; 2. ª Tess. 2. 2; 1. ª Tim. 6:5; 2. ª Tim. 3:8; TT 1:15;AP 13:18.


PNEUMA


Pneuma, o sopro ou Espírito, usado 354 vezes no N. T., toma diversos sentidos básicos: MT 15:17; MT 16:9, MT 16:11; 24:15; MC 7:18; MC 8:17; MC 13:14; JO 12:40; RM 1:20; EF 3:4, EF 3:20; 1. ª Tim. 1:7;


2. ª Tim. 2:7; HB 11:13

1. Pode tratar-se do ESPÍRITO, caracterizado como O SANTO, designando o Amor-Concreto, base e essência de tudo o que existe; seria o correspondente de Brahman, o Absoluto. Aparece com esse sentido, indiscutivelmente, 6 vezes (MT 12:31, MT 12:32; MC 3:29; LC 12:10; JO 4:24:1. ª Cor. 2:11).


Os outros aspectos de DEUS aparecem com as seguintes denominações:

a) - O PAI (ho patêr), quando exprime o segundo aspecto, de Criador, salientando-se a relação entre Deus e as criaturas, 223 vezes (1); mas, quando se trata do simples aspecto de Criador e Conservador da matéria, é usado 43 vezes (2) o vocábulo herdado da filosofia grega, ho lógos, ou seja, o Verbo, a Palavra que, ao proferir o Som Inaudível, movimenta a poeira cósmica, os átomos, as galáxias.


(1) MT 5:16, MT 5:45, MT 5:48; MT 6:1, MT 6:4, MT 6:6, MT 6:8,9,14,15,26,32; 7:11,21; 10:20,29,32,33; 11:25,27; 12:50; 13:43; 15:13; 16:17,27; 18:10,14,19,35; 20:23; 23:9; 24:36; 25:34:26:29,39,42,53; MC 8:25; MC 11:25, MC 11:32; MC 11:14:36; LC 2:49; LC 2:6:36;9:26;10:21,22;11:2,13;12:30,32;22:29,42;23:34,46;24:49;JO 1:14, JO 1:18; JO 1:2:16;3:35;4:21,23;5:1 7,18,19,20,21,22,23,26,36,37,43,45,46,27,32,37,40,44,45,46,57,65;8:18,19,27,28,38,41,42,49,54;10:1 5,17,18,19,25,29,30,32,35,38;11:41;12:26,27,28,49,50;13:1,3;14:2,6,7,8,9,10,11,13,16,20,21,24,26,28, 31,15:1,8,9,10,15,16,23,24,26;16:3,10,15,17,25,26,27,28,32;17:1,5,11,21,24,25; 18:11; 20:17,21;AT 1:4, AT 1:7; AT 1:2:33;Rom. 1:7;6:4;8:15;15:6;1. º Cor. 8:6; 13:2; 15:24; 2. º Cor. 1:2,3; 6:18; 11:31; Gól. 1:1,3,4; 4:6; EF 1:2, EF 1:3, EF 1:17; EF 2:18; EF 2:3:14; 4:6; 5:20; FP 1:2; FP 2:11; FP 4:20; CL 1:2, CL 1:3, CL 1:12:3:17; 1. 0 Teõs. 1:1,3; 3:11,13; 2° Tess. 1:1 2; : 2:16; 1. º Tim. 1:2; 2. º Tim. 1:2; TT 1:4; Flm. 3; HB 1:5; HB 12:9; Tiago 1:17, Tiago 1:27:3:9; 1° Pe. 1:2,3,17; 2. º Pe. 1:17, 1. º JO 1:2,3; 2:1,14,15,16, 22,23,24; 3:1; 4:14; 2. º JO 3,4,9; Jud. 9; AP 1:6; AP 2:28; AP 3:5, AP 3:21; 14:1. (2) MT 8:8; LC 7:7; JO 1:1, JO 1:14; 5:33; 8:31,37,43,51,52,55; 14:23,24; 15:20; 17:61417; 1. º Cor. 1:13; 2. º Cor. 5:19; GL 6:6; Filp. 2:6; Cor. 1:25; 3:16; 4:3; 1. º Tess. 1:6; 2. º Tess. 3:1; 2. º Tim. 2:9; Heb. : 12; 6:1; 7:28; 12:9; Tiago, 1:21,22,23; 1. ° Pe. 1:23; 2. º Pe. 3:5,7; 1. º JO 1:1,10; 2:5,7,14; AP 19:13.


b) - O FILHO UNIGÊNITO (ho hyiós monogenês), que caracteriza o CRISTO CÓSMICO, isto é, toda a criação englobadamente, que é, na realidade profunda, um dos aspectos da Divindade. Não se trata, como é claro, de panteísmo, já que a criação NÃO constitui a Divindade; mas, ao invés, há imanência (Monismo), pois a criação é UM DOS ASPECTOS, apenas, em que se transforma a Divindade. Esta, além da imanência no relativo, é transcendente como Absoluto; além da imanência no tempo, é transcendente como Eterno; além da imanência no finito, é transcendente como Infinito.


A expressão "Filho Unigênito" só é usada por João (1:14,18; 13:16,18 e 1. a JO 4:9). Em todos os demais passos é empregado o termo ho Christós, "O Ungido", ou melhor, "O Permeado pela Divindade", que pode exprimir tanto o CRISTO CÓSMICO que impregna tudo, quanto o CRISTO INTERNO, se o olhamos sob o ponto de vista da Centelha Divina no âmago da criatura.


Quando não é feita distinção nos aspectos manifestantes, o N. T. emprega o termo genérico ho theós Deus", precedido do artigo definido.


2. Além desse sentido, encontramos a palavra pneuma exprimindo o Espírito humano individualizado; essa individualização, que tem a classificação de pneuma, encontra-se a percorrer a trajetória de sua longa viagem, a construir sua própria evolução consciente, através da ascensão pelos planos vibratórios (energia e matéria) que ele anima em seu intérmino caminhar. Notemos, porém, que só recebe a denominação de pneuma (Espírito), quando atinge a individualização completa no estado hominal (cfr. A. Kardec, "Livro dos Espíritos", resp. 79: "Os Espíritos são a individualização do Princípio Inteligente, isto é, de noús).


Logicamente, portanto, podemos encontrar espíritos em muitos graus evolutivos, desde os mais ignorantes e atrasados (akátharton) e enfermos (ponêrón) até os mais evoluídos e santos (hágion).


Todas essas distinções são encontradas no N. T., sendo de notar-se que esse termo pneuma pode designar tanto o espírito encarnado quanto, ao lado de outros apelativos, o desencarnado.


Eis, na prática, o emprego da palavra pneuma no N. T. :

a) - pneuma como espírito encarnado (individualidade), 193 vezes: MT 1:18, MT 1:20; 3:11; 4:1; 5:3; 10:20; 26:41; 27:50; MC 1:8; MC 2:8; MC 8:12; MC 14:38; LC 1:47, LC 1:80; 3:16, 22; 8:55; 23:46; 24. 37, 39; JO 1:33; JO 3:5, JO 3:6(2x), 8; 4:23; 6:63; 7:39; 11:33; 13:21; 14:17, 26; 15:26; 16:13; 19-30, 20:22; AT 1:5, AT 1:8; 5:3; 32:7:59; 10:38; 11:12,16; 17:16; 18:25; 19:21; 20:22; RM 1:4, RM 1:9; 5:5; 8:2, 4, 5(2x), 6, 9(3x), 10, 11(2x),13, 14, 15(2x), 16(2x), 27; 9:1; 12:11; 14:17; 15:13, 16, 19, 30; 1° Cor. 2:4, 10(2x), 11, 12; 3:16; 5:3,4, 5; 6:11, 17, 19; 7:34, 40; 12:4, 7, 8(2x), 9(2x), 11, 13(2x); 14:2, 12, 14, 15(2x), 16:32; 15:45; 16:18; 2º Cor. 1:22; 2:13; 3:3, 6, 8, 17(2x), 18; 5:5; 6:6; 7:1, 13; 12:18; 13:13; GL 3:2, GL 3:3, GL 3:5; 4:6, 29; 5:5,16,17(2x), 18, 22, 25(2x1); 6:8(2x),18; EF 1:13, EF 1:17; 2:18, 22; 3:5, 16; 4:3, 4:23; 5:18; 6:17, 18; Philp. 1:19, 27; 2:1; 3:3; 4:23; CL 1:8; CL 2:5; 1º Tess. 1:5, 6; 4:8; 5:23; 2. º Tess. 2:13; 1. º Tim. 3:16; 4:22; 2. º Tim. 1:14; TT 3:5; HB 4:12, HB 6:4; HB 9:14; HB 10:29; HB 12:9; Tiago, 2:26:4:4; 1. º Pe. 1:2, 11, 12; 3:4, 18; 4:6,14; 1. º JO 3:24; JO 4:13; JO 5:6(2x),7; Jud. 19:20; AP 1:10; AP 4:2; AP 11:11.


b) - pneuma como espírito desencarnado:


I - evoluído ou puro, 107 vezes:


MT 3:16; MT 12:18, MT 12:28; 22:43; MC 1:10, MC 1:12; 12:36; 13. 11; LC 1:15, LC 1:16, LC 1:41, LC 1:67; 2:25, 27; 4:1, 14, 18; 10:21; 11:13; 12:12; JO 1:32; JO 3:34; AT 1:2, AT 1:16; 2:4(2x), 17, 18, 33(2x), 38; 4:8; 25, 31; 6:3, 10; 7:51, 55; 8:15, 17, 18, 19, 29, 39; 9:17, 31; 10:19, 44, 45, 47; 11:15, 24, 28; 13:2, 4, 9, 52; 15:8, 28; 16:6, 7; 19:1, 2, 6; 20:22, 28; 21:4, 11; 23:8, 9; 28:25; 1. º Cor. 12:3(2x), 10; 1. º Tess. 5:9; 2. º Tess. 2:2; 1. ° Tim. 4:1; HB 1:7, HB 1:14; 2:4; 3:7; 9:8; 10:15; 12:23; 2. º Pe. 1:21; 1. ° JO 4:1(2x), 2, 3, 6; AP 1:4; AP 2:7, AP 2:11, AP 2:17, AP 2:29; 3:1, 6, 13, 22; 4:5; 5:6; 14:13; 17:3:19. 10; 21. 10; 22:6, 17.


II - involuído ou não-purificado, 39 vezes:


MT 8:16; MT 10:1; MT 12:43, MT 12:45; MC 1:23, MC 1:27; 3:11, 30; 5:2, 8, 13; 6:7; 7:25; 9:19; LC 4:36; LC 6:18; LC 7:21; LC 8:2; LC 10:20; LC 11:24, LC 11:26; 13:11; AT 5:16; AT 8:7; AT 16:16, AT 19:12, AT 19:13, AT 19:15, AT 19:16; RM 11:8:1. ° Cor. 2:12; 2. º Cor. 11:4; EF 2:2; 1. º Pe. 3:19; 1. º JO 4:2, 6; AP 13:15; AP 16:13; AP 18:2.


c) - pneuma como "espírito" no sentido abstrato de "caráter", 7 vezes: (JO 6:63; RM 2:29; 1. ª Cor. 2:12:4:21:2. ª Cor. 4:13; GL 6:1 e GL 6:2. ª Tim. 1:7)


d) - pneuma no sentido de "sopro", 1 vez: 2. ª Tess. 2:8 Todavia, devemos acrescentar que o espírito fora da matéria recebia outros apelativo, conforme vimos (vol. 1) e que não é inútil recordar, citando os locais.


PHÁNTASMA, quando o espírito, corpo astral ou perispírito se torna visível; termo que, embora frequente entre os gregos, só aparece, no N. T., duas vezes (MT 14:26 e MC 6:49).

ÁGGELOS (Anjo), empregado 170 vezes, designa um espírito evoluído (embora nem sempre de categoria acima da humana); essa denominação específica que, no momento em que é citada, tal entidade seja de nível humano ou supra-humano - está executando uma tarefa especial, como encarrega de "dar uma mensagem", de "levar um recado" de seus superiores hierárquicos (geralmente dizendo-se "de Deus"): MT 1:20, MT 1:24; 2:9, 10, 13, 15, 19, 21; 4:6, 11; 8:26; 10:3, 7, 22; 11:10, 13; 12:7, 8, 9, 10, 11, 23; 13:39, 41, 49; 16:27; 18:10; 22:30; 24:31, 36; 25:31, 41; 26:53; 27:23; 28:2, 5; MC 1:2, MC 1:13; 8:38; 12:25; 13:27, 32; LC 1:11, LC 1:13, LC 1:18, LC 1:19, 26, 30, 34, 35, 38; 4:10, 11; 7:24, 27; 9:26, 52; 12:8; 16:22; 22:43; 24:23; JO 1:51; JO 12:29; JO 20:12 AT 5:19; AT 6:15; AT 7:30, AT 7:35, AT 7:38, AT 7:52; 12:15; 23:8, 9; RM 8:38; 1. ° Cor. 4:9; 6:3; 11:10; 13:1; 2. º Cor. 11:14; 12:7; GL 1:8; GL 3:19; GL 4:14; CL 2:18; 2. º Tess. 1:7; 1. ° Tim. 3:16; 5:21; HB 1:4, HB 1:5, HB 1:6, HB 1:7, 13; 2:2, 5, 7, 9, 16; 12:22; 13:2; Tiago 2:25; 1. º Pe. 1:4, 11; Jud. 6; AP 1:1, AP 1:20; 2:1, 8, 12, 18; 3:1, 5, 7, 9, 14; 5:2, 11; 7:1, 11; 8:2, 3, 4, 5, 6, 8, 10, 12, 13; 9:1, 11, 13, 14, 15; 10:1, 5, 7, 8, 9, 10; 11:15; 12:7, 9, 17; 14:6, 9, 10, 15, 17, 18, 19; 15:1, 6, 7, 8, 10; 16:1, 5; 17:1, 7; 18:1, 21; 19:17; 20:1; 21:9, 12, 17; 22:6, 8, 16. BEEZEBOUL, usado 7 vezes: (MT 7. 25; 12:24, 27; MC 3:22; LC 11:15, LC 11:18, LC 11:19) só nos Evangelhos, é uma designação de chefe" de falange, "cabeça" de espíritos involuído.


DAIMÔN (uma vez, em MT 8:31) ou DAIMÓNION, 55 vezes, refere-se sempre a um espírito familiar desencarnado, que ainda conserva sua personalidade humana mesmo além túmulo. Entre os gregos, esse termo designava quer o eu interno, quer o "guia". Já no N. T. essa palavra identifica sempre um espírito ainda não-esclarecido, não evoluído, preso à última encarnação terrena, cuja presença prejudica o encarnado ao qual esteja ligado; tanto assim que o termo "demoníaco" é, para Tiago, sinônimo de "personalístico", terreno, psíquico. "não é essa sabedoria que desce do alto, mas a terrena (epígeia), a personalista (psychike), a demoníaca (demoniôdês). (Tiago, 3:15)


MT 7:22; MT 9:33, MT 9:34; 12:24, 27, 28; 10:8; 11:18; 17:18; MC 1:34, MC 1:39; 3:15, 22; 6:13; 7:26, 29, 30; 9:38; 16:9, 17; LC 4:33, LC 4:35, LC 4:41; 7:33; 8:2, 27, 29, 30, 33, 35, 38; 9:1, 42, 49; 10:17; 11:14, 15, 18, 19, 20; 13:32; JO 7:2; JO 8:48, JO 8:49, JO 8:52; 10:20, 21; AT 17:18; 1. ª Cor. 10:20, 21; 1. º Tim. 4:1; Tiago 2:16; Apoc 9:20; 16:24 e 18:2.


Ao falar de desencarnados, aproveitemos para observar como era designado o fenômeno da psicofonia: I - quando se refere a uma obsessão, com o verbo daimonízesthai, que aparece 13 vezes (MT 4:24;


8:16, 28, 33; 9:32; 12:22; 15:22; Marc 1:32; 5:15, 16, 18; LC 8:36; JO 10:21, portanto, só empregado pelos evangelistas).


II - quando se refere a um espírito evoluído, encontramos as expressões:

• "cheio de um espírito (plêrês, LC 4:1; AT 6:3, AT 6:5; 7:55; 11:24 - portanto só empregado por Lucas);


• "encher-se" (pimplánai ou plêthein, LC 1:15, LC 1:41, LC 1:67; AT 2:4; AT 4:8, AT 4:31; 9:17; 13:19 - portanto, só usado por Lucas);


• "conturbar-se" (tarássein), JO 11:33 e JO 13:21).


Já deixamos bem claro (vol 1) que os termos satanás ("antagonista"), diábolos ("adversário") e peirázôn ("tentador") jamais se referem, no N. T., a espíritos desencarnados, mas expressam sempre "a matéria, e por conseguinte também a "personalidade", a personagem humana que, com seu intelecto vaidoso, se opõe, antagoniza e, como adversário natural do espírito, tenta-o (como escreveu Paulo: "a carne (matéria) luta contra o espírito e o espírito contra a carne", GL 5:17).


Esses termos aparecem: satanãs, 33 vezes (MT 4:10; MT 12:26; MT 16:23; MC 1:13; MC 3:23, MC 3:26; 4:15; 8:33; LC 10:18; LC 11:18; LC 13:16; LC 22:3; JO 13:27, JO 13:31; AT 5:3; AT 26:18; RM 16:20; 1. º Cor. 5:5; 7:5; 2. º Cor. 2:11; 11:14; 12:17; 1. ° Tess. 2:18; 2. º Tess. 2:9; 1. º Tim. 1:20; 5:15; AP 2:9, AP 2:13, AP 2:24; 3:9; 12:9; 20:2, 7); diábolos, 35 vezes (MT 4:1, MT 4:5, MT 4:8, MT 4:11; 13:39; 25:41; LC 4:2, LC 4:3, LC 4:6, LC 4:13; 8:12; JO 6:70; JO 8:44; JO 13:2; AT 10:38; AT 13:10; EF 4:27; EF 6:11; 1. º Tim. 3:6, 7, 11; 2. º Tim. 2:26; 3:3 TT 2:3; HB 2:14; Tiago, 4:7; 1. º Pe. 5:8; 1. º JO 3:8, 10; Jud. 9; AP 2:10; AP 12:9, AP 12:12; 20:2,10) e peirázôn, duas vezes (MT 4:3 e MT 4:1. ª Tess. 3:5).


DIÁNOIA


Diánoia exprime a faculdade de refletir (diá+noús), isto é, o raciocínio; é o intelecto que na matéria, reflete a mente espiritual (noús), projetando-se em "várias direções" (diá) no mesmo plano. Usado 12 vezes (MT 22:37; MC 12:30: LC 1:51; LC 10:27: EF 2:3; EF 4:18; CL 1:21; HB 8:10; HB 10:16; 1. ª Pe. 1:13; 2. ª Pe. 3:1; 1. ª JO 5:20) na forma diánoia; e na forma dianóêma (o pensamento) uma vez em LC 11:17. Como sinônimo de diánoia, encontramos, também, synesis (compreensão) 7 vezes (MC 12:33; LC 2:47; 1. ª Cor. 1:19; EF 3:4; CL 1:9 e CL 2:2; e 2. ª Tim. 2:7). Como veremos logo abaixo, diánoia é parte inerente da psychê, (alma).


PSYCHÊ


Psychê é a ALMA, isto é, o "espírito encarnado (cfr. A. Kardec, "Livro dos Espíritos", resp. 134: " alma é o espírito encarnado", resposta dada, evidentemente, por um "espírito" afeito à leitura do Novo Testamento).


A psychê era considerada pelos gregos como o atualmente chamado "corpo astral", já que era sede dos desejos e paixões, isto é, das emoções (cfr. Ésquilo, Persas, 841; Teócrito, 16:24; Xenofonte, Ciropedia, 6. 2. 28 e 33; Xen., Memoráveis de Sócrates, 1. 13:14; Píndaro, Olímpicas, 2. 125; Heródoto, 3. 14; Tucídides, 2. 40, etc.) . Mas psychê também incluía, segundo os gregos, a diánoia ou synesis, isto é, o intelecto (cfr. Heródoto, 5. 124; Sófocles, Édipo em Colona, 1207; Xenofonte, Hieron, 7. 12; Plat ão, Crátilo, 400 a).


No sentido de "espírito" (alma de mortos) foi usada por Homero (cfr. Ilíada 1. 3; 23. 65, 72, 100, 104;


Odisseia, 11. 207,213,222; 24. 14 etc.), mas esse sentido foi depressa abandonado, substituído por outros sinônimos (pnenma, eikôn, phántasma, skiá, daimôn, etc.) .


Psychê é empregado quase sempre no sentido de espírito preso à matéria (encarnado) ou seja, como sede da vida, e até como a própria vida humana, isto é, a personagem terrena (sede do intelecto e das emoções) em 92 passos: Mar. 2:20; 6:25; 10:28, 39; 11:29; 12:18; 16:25, 26; 20:28; 22:37; 26:38; MC 3:4; MC 8:35, MC 8:36, MC 8:37; 10:45; 12:30; 14:34; LC 1:46; LC 2:35; LC 6:9; LC 9:24(2x), 56; 10:27; 12:19, 20, 22, 23; 14:26; 17:33; 21:19; JO 10:11, JO 10:15, JO 10:17, JO 10:18, 24; 12:25, 27; 13:37, 38; 15:13; AT 2:27, AT 2:41, AT 2:43; 3:23; 4:32; 7:14; 14:2, 22; 15:24, 26; 20:10, 24; 27:10, 22, 37, 44; RM 2:9; RM 11:3; RM 13:1; RM 16:4; 1. º Cor. 15:45; 2. º Cor. 1:23; 12:15; EF 6:6; CL 3:23; Flp. 1:27; 2:30; 1. º Tess. 2:8; 5:23; HB 4:12; HB 6:19; HB 10:38, HB 10:39; 12:3; 13:17; Tiago 1:21; Tiago 5:20; 1. º Pe. 1:9, 22; 2:11, 25; 4:19; 2. º Pe. 2:8, 14; 1. º JO 3:16; 3. º JO 2; AP 12:11; AP 16:3; AP 18:13, AP 18:14.


Note-se, todavia, que no Apocalipse (6:9:8:9 e 20:4) o termo é aplicado aos desencarnados por morte violenta, por ainda conservarem, no além-túmulo, as características da última personagem terrena.


O adjetivo psychikós é empregado com o mesmo sentido de personalidade (l. ª Cor. 2:14; 15:44, 46; Tiago, 3:15; Jud. 19).


Os outros termos, que entre os gregos eram usados nesse sentido de "espírito desencarnado", o N. T.


não os emprega com essa interpretação, conforme pode ser verificado:

EIDOS (aparência) - LC 3:22; LC 9:29; JO 5:37; 2. ª Cor. 5:7; 1. ª Tess. 5:22.


EIDÔLON (ídolo) - AT 7:41; AT 15:20; RM 2:22; 1. ª Cor. 8:4, 7; 10:19; 12; 2; 2. ª Cor. 6:16; 1. ª Tess.


1:9; 1. ª JO 5:21; AP 9:20.


EIKÔN (imagem) - MT 22:20; MC 12:16; LC 20:24; RM 1:23; 1. ª Cor. 11:7; 15:49 (2x) ; 2. ª Cor. 3:18; 4:4; CL 1:5; CL 3:10; HB 10:11; AP 13:14; AP 14:2, AP 14:11; 15:2; 19 : 20; 20 : 4.


SKIÁ (sombra) - MT 4:16; MC 4:32; LC 1:79; AT 5:15; CL 2:17; HB 8:5; HB 10:1.


Também entre os gregos, desde Homero, havia a palavra thumós, que era tomada no sentido de alma encarnada". Teve ainda sentidos diversos, exprimindo "coração" quer como sede do intelecto, quer como sede das paixões. Fixou-se, entretanto, mais neste último sentido, e toda, as vezes que a deparamos no Novo Testamento é, parece, com o designativo "força". (Cfr. LC 4:28; AT 19:28; RM 2:8; 2. ª Cor. 12:20; GL 5:20; EF 4:31; CL 3:8; HB 11:27; AP 12:12; AP 14:8, AP 14:10, AP 14:19; 15:1, 7; 16:1, 19; 18:3 e 19:15)


SOMA


Soma exprime o corpo, geralmente o físico denso, que é subdividido em carne (sárx) e sangue (haima), ou seja, que compreende o físico denso e o duplo etérico (e aqui retificamos o que saiu publicado no vol. 1, onde dissemos que "sangue" representava o astral).


Já no N. T. encontramos uma antecipação da moderna qualificação de "corpos", atribuída aos planos ou níveis em que o homem pode tornar-se consciente. Paulo, por exemplo, emprega soma para os planos espirituais; ao distinguir os "corpos" celestes (sómata epouránia) dos "corpos" terrestres (sómata epígeia), ele emprega soma para o físico denso (em lugar de sárx), para o corpo astral (sôma psychikôn) e para o corpo espiritual (sôma pneumatikón) em 1. ª Cor. 15:40 e 44.


No N. T. soma é empregado ao todo 123 vezes, sendo 107 vezes no sentido de corpo físico-denso (material, unido ou não à psychê);


MT 5:29, MT 5:30; 6:22, 25; 10:28(2x); 26:12; 27:58, 59; MC 5:29; MC 14:8; MC 15:43; LC 11:34; LC 12:4, LC 12:22, LC 12:23; 17:37; 23:52, 55; 24:3, 23; JO 2:21; JO 19:31, JO 19:38, JO 19:40; 20:12; Aros. 9:40; RM 1:24; RM 4:19; RM 6:6, RM 6:12; 7:4, 24; 8:10, 11, 13, 23; 12:1, 4; 1. º Cor. 5:13; 6:13(2x), 20; 7:4(2x), 34; 9:27; 12:12(3x),14, 15(2x), 16 (2x), 17, 18, 19, 20, 22, 23, 24, 25; 13:3; 15:37, 38(2x) 40). 2. 0 Cor. 4:40; 5:610; 10:10; 12:2(2x); Gól. 6:17; EF 2:16; EF 5:23, EF 5:28; Ft. 3:21; CL 2:11, CL 2:23; 1. º Tess. 5:23; HB 10:5, HB 10:10, HB 10:22; 13:3, 11; Tiago 2:11, Tiago 2:26; 3:2, 3, 6; 1. º Pe. 2:24; Jud. 9; AP 18:13. Três vezes como "corpo astral" (MT 27:42; 1. ª Cor. 15:14, duas vezes); duas vezes como "corpo espiritual" (1. º Cor. 15:41); e onze vezes com sentido simbólico, referindo-se ao pão, tomado como símbolo do corpo de Cristo (MT 26:26; MC 14:22; LC 22:19; RM 12:5; 1. ª Cor. 6:15; 10:16, 17; 11:24; 12:13, 27; EF 1:23; EF 4:4, EF 4:12, EF 4:16; Filp. 1:20; CL 1:18, CL 1:22; 2:17; 3:15).


HAIMA


Haima, o sangue, exprime, como vimos, o corpo vital, isto é, a parte que dá vitalização à carne (sárx), a qual, sem o sangue, é simples cadáver.


O sangue era considerado uma entidade a parte, representando o que hoje chamamos "duplo etérico" ou "corpo vital". Baste-nos, como confirmação, recordar que o Antigo Testamento define o sangue como "a alma de toda carne" (LV 17:11-14). Suma importância, por isso, é atribuída ao derramamento de sangue, que exprime privação da "vida", e representa quer o sacrifício em resgate de erros e crimes, quer o testemunho de uma verdade.


A palavra é assim usada no N. T. :

a) - sangue de vítimas (HB 9:7, HB 9:12, HB 9:13, HB 9:18, 19, 20, 21, 22, 25; 10:4; 11:28; 13:11). Observe-se que só nessa carta há preocupação com esse aspecto;


b) - sangue de Jesus, quer literalmente (MT 27:4, MT 27:6, MT 27:24, MT 27:25; LC 22:20; JO 19:34; AT 5:28; AT 20:28; RM 5:25; RM 5:9; EF 1:7; EF 2:13; CL 1:20; HB 9:14; HB 10:19, HB 10:29; 12:24; 13:12, 20; 1. ª Pe. 1:2,19; 1. ª JO 1:7; 5:6, 8; AP 1:5; AP 5:9; AP 7:14; AP 12:11); quer simbolicamente, quando se refere ao vinho, como símbolo do sangue de Cristo (MT 26:28; MC 14:24; JO 6:53, JO 6:54, JO 6:55, JO 6:56; 1. ª Cor. 10:16; 11:25, 27).


c) - o sangue derramado como testemunho de uma verdade (MT 23:30, MT 23:35; 27:4; LC 13:1; AT 1:9; AT 18:6; AT 20:26; AT 22:20; RM 3:15; HB 12:4; AP 6:10; 14,: 20; 16:6; 17:6; 19:2, 13).


d) - ou em circunstâncias várias (MC 5:25, MC 5:29; 16:7; LC 22:44; JO 1:13; AT 2:19, AT 2:20; 15:20, 29; 17:26; 21:25; 1. ª Cor. 15:50; GL 1:16; EF 6:12; HB 2:14; AP 6:12; AP 8:7; AP 15:3, AP 15:4; 11:6).


SÁRX


Sárx é a carne, expressão do elemento mais grosseiro do homem, embora essa palavra substitua, muitas vezes, o complexo soma, ou seja, se entenda, com esse termo, ao mesmo tempo "carne" e "sangue".


Apesar de ter sido empregada simbolicamente por Jesus (JO 6:51, JO 6:52, JO 6:53, JO 6:54, 55 e 56), seu uso é mais literal em todo o resto do N. T., em 120 outros locais: MT 19:56; MT 24:22; MT 26:41; MC 10:8; MC 13:20; MC 14:38; LC 3:6; LC 24:39; JO 1:14; JO 3:6(2x); 6:63; 8:15; 17:2; AT 2:7, AT 2:26, AT 2:31; RM 1:3; RM 2:28; RM 3:20; RM 4:1; RM 6:19; RM 7:5, RM 7:18, RM 7:25; 8:3, 4(2x), 5(2x), 6, 7, 8, 9, 13(2x); 9:358; 11:14; 13:14; 1. º Cor. 1:2629; 5:5; 6:16; 7:28;10:18; 15:39(2x),50; 2. º Cor. 1:17; 4:11; 5:16; 7:1,5; 10:2,3(2x); 1:18; 12:7; GL 2:16, GL 2:20; 3:3; 4:13, 14, 23; 5:13, 16, 17, 19, 24; 6:8(2x), 12, 13; EF 2:3, EF 2:11, EF 2:14; 5:29, 30, 31; 6:5; CL 1:22, CL 1:24; 2:1, 5, 11, 13, 18, 23; 3:22, 24; 3:34; 1. º Tim. 3:6; Flm. 16; HB 5:7; HB 9:10, HB 9:13; 10:20; 12:9; Tiago 5:3; 1. º Pe. 1:24; 3;18, 21; 4:1, 2, 6; 2. º Pe. 2:10, 18; 1. º JO 2:16; 4:2; 2. º JO 7; Jud. 7, 8, 23; AP 17:16; AP 19:21.


B - TEXTOS COMPROBATÓRIOS


Respiguemos, agora, alguns trechos do N. T., a fim de comprovar nossas conclusões a respeito desta nova teoria.


Comecemos pela distinção que fazemos entre individualidade (ou Espírito) e a personagem transitória humana.


INDIVIDUALIDADE- PERSONAGEM


Encontramos essa distinção explicitamente ensinada por Paulo (l. ª Cor. 15:35-50) que classifica a individualidade entre os "corpos celestiais" (sómata epouránia), isto é, de origem espiritual; e a personagem terrena entre os "corpos terrenos" (sómata epígeia), ou seja, que têm sua origem no próprio planeta Terra, de onde tiram seus elementos constitutivos (físicos e químicos). Logo a seguir, Paulo torna mais claro seu pensamento, denominando a individualidade de "corpo espiritual" (sôma pneumatikón) e a personagem humana de "corpo psíquico" (sôma psychikón). Com absoluta nitidez, afirma que a individualidade é o "Espírito vivificante" (pneuma zoopioún), porque dá vida; e que a personagem, no plano já da energia, é a "alma que vive" (psychê zôsan), pois recebe vida do Espírito que lhe constitui a essência profunda.


Entretanto, para evitar dúvidas ou más interpretações quanto ao sentido ascensional da evolução, assevera taxativamente que o desenvolvimento começa com a personalidade (alma vivente) e só depois que esta se desenvolve, é que pode atingir-se o desabrochar da individualidade (Espírito vivificante).


Temos, pois, bem estabelecida a diferença fundamental, ensinada no N. T., entre psychê (alma) e pneuma (Espírito).


Mas há outros passos em que esses dois elementos são claramente distinguidos:

1) No Cântico de Maria (LC 1:46) sentimos a diferença nas palavras "Minha alma (psychê) engrandece o Senhor e meu Espírito (pneuma) se alegra em Deus meu Salvador".


2) Paulo (Filp. 1:27) recomenda que os cristãos tenham "um só Espírito (pneuma) e uma só alma (psychê), distinção desnecessária, se não expressassem essas palavras coisas diferentes.


3) Ainda Paulo (l. ª Tess. 5:23) faz votos que os fiéis "sejam santificados e guardados no Espírito (pneuma) na alma (psychê) e no corpo (sôma)", deixando bem estabelecida a tríade que assinalamos desde o início.


4) Mais claro ainda é o autor da Carta dos Hebreus (quer seja Paulo Apolo ou Clemente Romano), ao


. utilizar-se de uma expressão sintomática, que diz: "o Logos Divino é Vivo, Eficaz; e mais penetrante que qualquer espada, atingindo até a divisão entre o Espirito (pneuma) e a alma (psychê)" (HB 4:12); aí não há discussão: existe realmente uma divisão entre espírito e alma.


5) Comparando, ainda, a personagem (psiquismo) com a individualidade Paulo afirma que "fala não palavras aprendidas pela sabedoria humana, mas aprendidas do Espírito (divino), comparando as coisas espirituais com as espirituais"; e acrescenta, como esclarecimento e razão: "o homem psíquico (ho ánthrôpos psychikós, isto é, a personagem intelectualizada) não percebe as coisas do Espírito Divino: são tolices para ele, e não pode compreender o que é discernido espiritualmente; mas o homem espiritual (ho ánthrôpos pneumatikós, ou, seja, a individualidade) discerne tudo, embora não seja discernido por ninguém" (1. ª Cor. 2:13-15).


Portanto, não há dúvida de que o N. T. aceita os dois aspectos do "homem": a parte espiritual, a tríade superior ou individualidade (ánthrôpos pneumatikós) e a parte psíquica, o quaternário inferior ou personalidade ou personagem (ánthrôpos psychikós).


O CORPO


Penetremos, agora, numa especificação maior, observando o emprego da palavra soma (corpo), em seu complexo carne-sangue, já que, em vários passos, não só o termo sárx é usado em lugar de soma, como também o adjetivo sarkikós (ou sarkínos) se refere, como parte externa visível, a toda a personagem, ou seja, ao espírito encarnado e preso à matéria; e isto sobretudo naqueles que, por seu atraso, ainda acreditam que seu verdadeiro eu é o complexo físico, já que nem percebem sua essência espiritual.


Paulo, por exemplo, justifica-se de não escrever aos coríntios lições mais sublimes, porque não pode falar-lhes como a "espirituais" (pnenmatikoí, criaturas que, mesmo encarnadas, já vivem na individualidade), mas só como a "carnais" (sarkínoi, que vivem só na personagem). Como a crianças em Cristo (isto é, como a principiantes no processo do conhecimento crístico), dando-lhes leite a beber, não comida, pois ainda não na podem suportar; "e nem agora o posso, acrescenta ele, pois ainda sois carnais" (1. ª Cor. 3:1-2).


Dessa forma, todos os que se encontram na fase em que domina a personagem terrena são descritos por Paulo como não percebendo o Espírito: "os que são segundo a carne, pensam segundo a carne", em oposição aos "que são segundo o espírito, que pensam segundo o espírito". Logo a seguir define a "sabedoria da carne como morte, enquanto a sabedoria do Espírito é Vida e Paz" (Rom, 8:5-6).


Essa distinção também foi afirmada por Jesus, quando disse que "o espírito está pronto (no sentido de" disposto"), mas a carne é fraca" (MT 26:41; MC 14:38). Talvez por isso o autor da Carta aos Hebreus escreveu, ao lembrar-se quiçá desse episódio, que Jesus "nos dias de sua carne (quando encarnado), oferecendo preces e súplicas com grande clamor e lágrimas Àquele que podia livrá-lo da morte, foi ouvido por causa de sua devoção e, não obstante ser Filho de Deus (o mais elevado grau do adeptado, cfr. vol. 1), aprendeu a obediência por meio das coisas que sofreu" (Heb, 5:7-8).


Ora, sendo assim fraca e medrosa a personagem humana, sempre tendente para o mal como expoente típico do Antissistema, Paulo tem o cuidado de avisar que "não devemos submeter-nos aos desejos da carne", pois esta antagoniza o Espírito (isto é constitui seu adversário ou diábolos). Aconselha, então que não se faça o que ela deseja, e conforta os "que são do Espírito", assegurando-lhes que, embora vivam na personalidade, "não estão sob a lei" (GL 5:16-18). A razão é dada em outro passo: "O Senhor é Espírito: onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade" (2. ª Cor. 3:17).


Segundo o autor da Carta aos Hebreus, esta foi uma das finalidades da encarnação de Jesus: livrar a personagem humana do medo da morte. E neste trecho confirma as palavras do Mestre a Nicodemos: "o que nasce de carne é carne" (JO 3:6), esclarecendo, ao mesmo tempo, no campo da psicobiologia, (o problema da hereditariedade: dos pais, os filhos só herdam a carne e o sangue (corpo físico e duplo etérico), já que a psychê é herdeira do pneuma ("o que nasce de espírito, é espírito", João, ibidem). Escreve, então: "como os filhos têm a mesma natureza (kekoinônêken) na carne e no sangue, assim ele (Jesus) participou da carne e do sangue para que, por sua morte, destruísse o adversário (diábolos, a matéria), o qual possui o império da morte, a fim de libertá-las (as criaturas), já que durante toda a vida elas estavam sujeitas ao medo da morte" (HB 2:14).


Ainda no setor da morte, Jesus confirma, mais uma vez, a oposição corpo-alma: "não temais os que matam o corpo: temei o que pode matar a alma (psychê) e o corpo (sôma)" (MT 10:28). Note-se, mais uma vez, a precisão (elegantia) vocabular de Jesus, que não fala em pneuma, que é indestrutível, mas em psychê, ou seja, o corpo astral sujeito a estragos e até morte.


Interessante observar que alguns capítulos adiante, o mesmo evangelista (MT 27:52) usa o termo soma para designar o corpo astral ou perispírito: "e muitos corpos dos santos que dormiam, despertaram".


Refere-se ao choque terrível da desencarnação de Jesus, que foi tão violento no plano astral, que despertou os desencarnados que se encontravam adormecidos e talvez ainda presos aos seus cadáveres, na hibernação dos que desencarnam despreparados. E como era natural, ao despertarem, dirigiram-se para suas casas, tendo sido percebidos pelos videntes.


Há um texto de Paulo que nos deixa em suspenso, sem distinguirmos se ele se refere ao corpo físico (carne) ou ao psíquico (astral): "conheço um homem em Cristo (uma individualidade já cristificada) que há catorze anos - se no corpo (en sômai) não sei, se fora do corpo (ektòs sômatos) não sei: Deus

sabe foi raptado ao terceiro céu" (l. ª Cor. 12:2). É uma confissão de êxtase (ou talvez de "encontro"?), em que o próprio experimentador se declara inapto a distinguir se se tratava de um movimento puramente espiritual (fora do corpo), ou se tivera a participação do corpo psíquico (astral); nem pode verificar se todo o processo se realizou com pneuma e psychê dentro ou fora do corpo.


Entretanto, de uma coisa ele tem certeza absoluta: a parte inferior do homem, a carne e o sangue, esses não participaram do processo. Essa certeza é tão forte, que ele pode ensinar taxativamente e sem titubeios, que o físico denso e o duplo etérico não se unificam com a Centelha Divina, não "entram no reino dos céus", sendo esta uma faculdade apenas de pneuma, e, no máximo, de psychê. E ele o diz com ênfase: "isto eu vos digo, irmãos, que a carne (sárx) e o sangue (haima) NÃO PODEM possuir o reino de Deus" (l. ª Cor. 15:50). Note-se que essa afirmativa é uma negação violenta do "dogma" da ressurreição da carne.


ALMA


Num plano mais elevado, vejamos o que nos diz o N. T. a respeito da psychê e da diánoia, isto é, da alma e do intelecto a esta inerente como um de seus aspectos.


Como a carne é, na realidade dos fatos, incapaz de vontades e desejos, que provêm do intelecto, Paulo afirma que "outrora andávamos nos desejos de nossa carne", esclarecendo, porém, que fazíamos "a vontade da carne (sárx) e do intelecto (diánoia)" (EF 2:3). De fato "o afastamento e a inimizade entre Espírito e corpo surgem por meio do intelecto" (CL 1. 21).


A distinção entre intelecto (faculdade de refletir, existente na personagem) e mente (faculdade inerente ao coração, que cria os pensamentos) pode parecer sutil, mas já era feita na antiguidade, e Jerem ías escreveu que YHWH "dá suas leis ao intelecto (diánoia), mas as escreve no coração" (JR 31:33, citado certo em HB 8:10, e com os termos invertidos em HB 10:16). Aí bem se diversificam as funções: o intelecto recebe a dádiva, refletindo-a do coração, onde ela está gravada.


Realmente a psychê corresponde ao corpo astral, sede das emoções. Embora alguns textos no N. T.


atribuam emoções a kardía, Jesus deixou claro que só a psychê é atingível pelas angústias e aflições, asseverando: "minha alma (psychê) está perturbada" (MT 26:38; MC 14:34; JO 12:27). Jesus não fala em kardía nem em pneuma.


A MENTE


Noús é a MENTE ESPIRITUAL, a individualizadora de pneuma, e parte integrante ou aspecto de kardía. E Paulo, ao salientar a necessidade de revestir-nos do Homem Novo (de passar a viver na individualidade) ordena que "nos renovemos no Espírito de nossa Mente" (EF 4:23-24), e não do intelecto, que é personalista e divisionário.


E ao destacar a luta entre a individualidade e a personagem encarnada, sublinha que "vê outra lei em seus membros (corpo) que se opõem à lei de sua mente (noús), e o aprisiona na lei do erro que existe em seus membros" (RM 7:23).


A mente espiritual, e só ela, pode entender a sabedoria do Cristo; e este não se dirige ao intelecto para obter a compreensão dos discípulos: "e então abriu-lhes a mente (noún) para que compreendessem as Escrituras" (LC 24:45). Até então, durante a viagem (bastante longa) ia conversando com os "discípulos de Emaús". falando-lhes ao intelecto e provando-lhes que o Filho do Homem tinha que sofrer; mas eles não O reconheceram. Mas quando lhes abriu a MENTE, imediatamente eles perceberam o Cristo.


Essa mente é, sem dúvida, um aspecto de kardía. Isaías escreveu: "então (YHWH) cegou-lhes os olhos (intelecto) e endureceu-lhes o coração, para que não vissem (intelectualmente) nem compreendessem com o coração" (IS 6:9; citado por JO 12:40).


O CORAÇÃO


Que o coração é a fonte dos pensamentos, nós o encontramos repetido à exaustão; por exemplo: MT 12:34; MT 15:18, MT 15:19; Marc 7:18; 18:23; LC 6:45; LC 9:47; etc.


Ora, se o termo CORAÇÃO exprime, límpida e indiscutivelmente, a fonte primeira do SER, o "quarto fechado" onde o "Pai vê no secreto" MT 6:6), logicamente se deduz que aí reside a Centelha Divina, a Partícula de pneuma, o CRISTO (Filho Unigênito), que é UNO com o Pai, que também, consequentemente, aí reside. E portanto, aí também está o Espírito-Santo, o Espírito-Amor, DEUS, de que nosso Eu é uma partícula não desprendida.


Razão nos assiste, então, quando escrevemos (vol. 1 e vol. 3) que o "reino de Deus" ou "reino dos céus" ou "o céu", exprime exatamente o CORAÇÃO; e entrar no reino dos céus é penetrar, é MERGULHAR (batismo) no âmago de nosso próprio EU. É ser UM com o CRISTO, tal como o CRISTO é UM com o PAI (cfr. JO 10. 30; 17:21,22, 23).


Sendo esta parte a mais importante para a nossa tese, dividamo-la em três seções:

a) - Deus ou o Espírito Santo habitam DENTRO DE nós;


b) - CRISTO, o Filho (UNO com o Pai) também está DENTRO de nós, constituindo NOSSA ESSÊNCIA PROFUNDA;


c) - o local exato em que se encontra o Cristo é o CORAÇÃO, e nossa meta, durante a encarnação, é CRISTIFICAR-NOS, alcançando a evolução crística e unificando-nos com Ele.


a) -


A expressão "dentro de" pode ser dada em grego pela preposição ENTOS que encontramos clara em LC (LC 17:21), quando afirma que "o reino de Deus está DENTRO DE VÓS" (entòs humin); mas tamb ém a mesma ideia é expressa pela preposição EN (latim in, português em): se a água está na (EM A) garrafa ou no (EM O) copo, é porque está DENTRO desses recipientes. Não pode haver dúvida. Recordese o que escrevemos (vol. 1): "o Logos se fez carne e fez sua residência DENTRO DE NÓS" (JO 1:14).


Paulo é categórico em suas afirmativas: "Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito Santo habita dentro de vós" (1. ª Cor. 3:16).


Οΰи οίδατε ότι ναός θεοϋ έστε иαί τό πνεϋµα τοϋ θεοϋ έν ϋµϊν οίиεί;

E mais: "E não sabeis que vosso corpo é o templo do Espírito Santo que está dentro de vós, o qual recebestes de Deus, e não pertenceis a vós mesmos? Na verdade, fostes comprados por alto preço. Glorificai e TRAZEI DEUS EM VOSSO CORPO" (1. ª Cor. 6:19-20).


Esse Espírito Santo, que é a Centelha do Espírito Universal, é, por isso mesmo, idêntico em todos: "há muitas operações, mas UM só Deus, que OPERA TUDO DENTRO DE TODAS AS COISAS; ... Todas essas coisas opera o único e mesmo Espírito; ... Então, em UM Espírito todos nós fomos MERGULHADOS en: UMA carne, judeus e gentios, livres ou escravos" (1. ª Cor. 12:6, 11, 13).


Καί διαιρέσεις ένεργηµάτων είσιν, ό δέ αύτός θεός ό ένεργών τα πάντα έν πάσιν... Дάντα δέ ταύτα ένεργεί τό έν иαί τό αύτό πνεύµα... Кαί γάρ έν ένί πνεύµατι ήµείς πάντες είς έν σώµα έβαπτίσθηµεν,
είτε ̉Ιουδαίοι εϊτε έλληνες, είτε δούλοι, εϊτε έλεύθεροι.
Mais ainda: "Então já não sois hóspedes e estrangeiros, mas sois concidadãos dos santos e familiares de Deus, superedificados sobre o fundamento dos Enviados e dos Profetas, sendo a própria pedra angular máxima Cristo Jesus: em Quem toda edificação cresce no templo santo no Senhor, no Qual tamb ém vós estais edificados como HABITAÇÃO DE DEUS NO ESPÍRITO" (EF 2:19-22). " Αρα ούν ούиέτι έστε ζένοι иαί πάροιиοι, άλλά έστε συµπολίται τών άγίων иαί οίиείοι τού θεού,
έποιиοδοµηθέντες έπί τώ θεµελίω τών άποστόλων иαί προφητών, όντος άиρογωνιαίου αύτού Χριστόύ
#cite Іησού, έν ώ πάσα οίиοδοµή συναρµολογουµένη αύζει είς ναόν άγιον έν иυρίώ, έν ώ иαί ύµείς
συνοιиοδοµείσθε είς иατοιиητήεριον τού θεού έν πνεµατ

ι.


Se Deus habita DENTRO do homem e das coisas quem os despreza, despreza a Deus: "quem despreza estas coisas, não despreza homens, mas a Deus, que também deu seu Espírito Santo em vós" (1. ª Tess. 4:8).


Тοιγαρούν ό άθετών ούи άνθρωπον άθετεί, άλλά τόν θεόν τόν иαί διδόντα τό πνεύµα αύτού τό άγιον είς ύµάς.

E a consciência dessa realidade era soberana em Paulo: "Guardei o bom depósito, pelo Espírito Santo que habita DENTRO DE NÓS" (2. ª Tim. 1:14). (20)


Тήν иαλήν παραθήиην φύλαζον διά πνεύµατος άγίου τού ένοιиούντος έν ήµϊ

ν.


João dá seu testemunho: "Ninguém jamais viu Deus. Se nos amarmos reciprocamente, Deus permanecer á DENTRO DE NÓS, e o Amor Dele, dentro de nós, será perfeito (ou completo). Nisto sabemos que permaneceremos Nele e Ele em nós, porque DE SEU ESPÍRITO deu a nós" (1. ª JO 4:12-13).


θεόν ούδείς πώποτε τεθέαται: έάν άγαπώµεν άλλήλους, ό θεός έν ήµϊν µένει, иαί ή άγάπη αύτοϋ τε-
τελειωµένη έν ήµϊν έστιν. Εν τουτω γινώσиοµεν ότι έν αύτώ µένοµεν иαί αύτός έν ήµϊν, ότι έи τοϋ
πνεύµατος αύτοϋ δέδώиεν ήµϊ

ν.


b) -


Vejamos agora os textos que especificam melhor ser o CRISTO (Filho) que, DENTRO DE NÓS. constitui a essência profunda de nosso ser. Não é mais uma indicação de que TEMOS a Divindade em nós, mas um ensino concreto de que SOMOS uma partícula da Divindade. Escreve Paulo: "Não sabeis que CRISTO (Jesus) está DENTRO DE VÓS"? (2. ª Cor. 13:5). E, passando àquela teoria belíssima de que formamos todos um corpo só, cuja cabeça é Cristo, ensina Paulo: "Vós sois o CORPO de Cristo, e membros de seus membros" (l. ª Cor. 12:27). Esse mesmo Cristo precisa manifestar-se em nós, através de nós: "vossa vida está escondida COM CRISTO em Deus; quando Cristo se manifestar, vós também vos manifestareis em substância" (CL 3:3-4).


E logo adiante insiste: "Despojai-vos do velho homem com seus atos (das personagens terrenas com seus divisionismos egoístas) e vesti o novo, aquele que se renova no conhecimento, segundo a imagem de Quem o criou, onde (na individualidade) não há gentio nem judeu, circuncidado ou incircunciso, bárbaro ou cita, escravo ou livre, mas TUDO e EM TODOS, CRISTO" (CL 3:9-11).


A personagem é mortal, vivendo a alma por efeito do Espírito vivificante que nela existe: "Como em Adão (personagem) todos morrem, assim em CRISTO (individualidade, Espírito vivificante) todos são vivificados" (1. ª Cor. 15:22).


A consciência de que Cristo vive nele, faz Paulo traçar linhas imorredouras: "ou procurais uma prova do CRISTO que fala DENTRO DE MIM? o qual (Cristo) DENTRO DE VÓS não é fraco" mas é poderoso DENTRO DE VÓS" (2. ª Cor. 13:3).


E afirma com a ênfase da certeza plena: "já não sou eu (a personagem de Paulo), mas CRISTO QUE VIVE EM MIM" (GL 2:20). Por isso, pode garantir: "Nós temos a mente (noús) de Cristo" (l. ª Cor. 2:16).


Essa convicção traz consequências fortíssimas para quem já vive na individualidade: "não sabeis que vossos CORPOS são membros de Cristo? Tomando, então, os membros de Cristo eu os tornarei corpo de meretriz? Absolutamente. Ou não sabeis que quem adere à meretriz se torna UM CORPO com ela? Está dito: "e serão dois numa carne". Então - conclui Paulo com uma lógica irretorquível - quem adere a Deus é UM ESPÍRITO" com Deus (1. ª Cor. 6:15-17).


Já desde Paulo a união sexual é trazida como o melhor exemplo da unificação do Espírito com a Divindade. Decorrência natural de tudo isso é a instrução dada aos romanos: "vós não estais (não viveis) EM CARNE (na personagem), mas EM ESPÍRITO (na individualidade), se o Espírito de Deus habita DENTRO DE VÓS; se porém não tendes o Espírito de Cristo, não sois Dele. Se CRISTO (está) DENTRO DE VÓS, na verdade o corpo é morte por causa dos erros, mas o Espírito vive pela perfeição. Se o Espírito de Quem despertou Jesus dos mortos HABITA DENTRO DE VÓS, esse, que despertou Jesus dos mortos, vivificará também vossos corpos mortais, por causa do mesmo Espírito EM VÓS" (RM 9:9-11). E logo a seguir prossegue: "O próprio Espírito testifica ao nosso Espírito que somos filhos de Deus; se filhos, (somos) herdeiros: herdeiros de Deus, co-herdeiros de Cristo" (RM 8:16). Provém daí a angústia de todos os que atingiram o Eu Interno para libertar-se: "também tendo em nós as primícias do Espírito, gememos dentro de nós, esperando a adoção de Filhos, a libertação de nosso corpo" (RM 8:23).


c) -


Finalmente, estreitando o círculo dos esclarecimentos, verificamos que o Cristo, dentro de nós, reside NO CORAÇÃO, onde constitui nosso EU Profundo. É ensinamento escriturístico.


Ainda é Paulo que nos esclarece: "Porque sois filhos, Deus enviou o ESPÍRITO DE SEU FILHO, em vosso CORAÇÃO, clamando Abba, ó Pai" (GL 4:6). Compreendemos, então, que o Espírito Santo (Deus) que está em nós, refere-se exatamente ao Espírito do FILHO, ao CRISTO Cósmico, o Filho Unigênito. E ficamos sabendo que seu ponto de fixação em nós é o CORAÇÃO.


Lembrando-se, talvez, da frase de Jeremias, acima-citada, Paulo escreveu aos coríntios: "vós sois a nossa carta, escrita em vossos CORAÇÕES, conhecida e lida por todos os homens, sendo manifesto que sois CARTA DE CRISTO, preparada por nós, e escrita não com tinta, mas com o Espírito de Deus Vivo; não em tábuas de pedra, mas nas tábuas dos CORAÇÕES CARNAIS" (2. ª Cor. 3:2-3). Bastante explícito que realmente se trata dos corações carnais, onde reside o átomo espiritual.


Todavia, ainda mais claro é outro texto, em que se fala no mergulho de nosso eu pequeno, unificandonos ao Grande EU, o CRISTO INTERNO residente no coração: "CRISTO HABITA, pela fé, no VOSSO CORAÇÃO". E assegura com firmeza: "enraizados e fundamentados no AMOR, com todos os santos (os encarnados já espiritualizados na vivência da individualidade) se compreenderá a latitude, a longitude a sublimidade e a profundidade, conhecendo o que está acima do conhecimento, o AMOR DE CRISTO, para que se encham de toda a plenitude de Deus" (EF 3:17).


Кατοιиήσαι τόν Χριστόν διά τής πίστεως έν ταϊς иαρδίαις ύµών, έν άγάπη έρριζωµένοι иαί τεθεµελιωµένοι, ϊνα έζισγύσητε иαταλαβέσθαι σύν πάσιν τοϊςάγίοιςτί τό πλάτος иαί µήиος иαί ύψος
иαί βάθος, γνώσαι τε τήν ύπερβάλλουσαν τής γνώσεως άγάπην τοϋ Χριστοϋ, ίνα πληρωθήτε είς πάν τό πλήρωµα τού θεοϋ.

Quando se dá a unificação, o Espírito se infinitiza e penetra a Sabedoria Cósmica, compreendendo então a amplitude da localização universal do Cristo.


Mas encontramos outro ensino de suma profundidade, quando Paulo nos adverte que temos que CRISTIFICAR-NOS, temos que tornar-nos Cristos, na unificação com Cristo. Para isso, teremos que fazer uma tradução lógica e sensata da frase, em que aparece o verbo CHRIO duas vezes: a primeira, no particípio passado, Christós, o "Ungido", o "permeado da Divindade", particípio que foi transliterado em todas as línguas, com o sentido filosófico e místico de O CRISTO; e a segunda, logo a seguir, no presente do indicativo. Ora, parece de toda evidência que o sentido do verbo tem que ser O MESMO em ambos os empregos. Diz o texto original: ho dè bebaiôn hemãs syn humin eis Christon kaí chrísas hemãs theós (2. ª Cor. 1:21).


#cite Ο δέ βεβαιών ήµάς σύν ύµίν είς Χριστόν иαί χρίσας ήµάς θεό

ς.


Eis a tradução literal: "Deus, fortifica dor nosso e vosso, no Ungido, unge-nos".


E agora a tradução real: "Deus, fortificador nosso e vosso, em CRISTO, CRISTIFICA-NOS".


Essa a chave para compreendermos nossa meta: a cristificação total e absoluta.


Logo após escreve Paulo: "Ele também nos MARCA e nos dá, como penhor, o Espírito em NOSSOS CORAÇÕES" (2. ª Cor. 1:22).


#cite Ο иαί σφραγισάµενος ήµάς иαί δούς τόν άρραβώνα τόν πνεύµατος έν ταϊς иαρδϊαις ήµώ

ν.


Completando, enfim, o ensino - embora ministrado esparsamente - vem o texto mais forte e explícito, informando a finalidade da encarnação, para TÔDAS AS CRIATURAS: "até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, ao Homem Perfeito, à medida da evolução plena de Cristo" (EF 4:13).


Мέρχι иαταντήσωµεν οί πάντες είς τήν ένότητα τής πίστοως. иαί τής έπιγνώσεως τοϋ υίοϋ τοϋ θεοϋ,
είς άνδρα τελειον, είς µέτρον ήλιиίας τοϋ πληρώµατος τοϋ Χριστοϋ.
Por isso Paulo escreveu aos Gálatas: "ó filhinhos, por quem outra vez sofro as dores de parto, até que Cristo SE FORME dentro de vós" (GL 4:19) (Тεиνία µου, ούς πάλιν ώδίνω, µέρχις ού µορφωθή Χριστός έν ύµϊ

ν).


Agostinho (Tract. in Joanne, 21, 8) compreendeu bem isto ao escrever: "agradeçamos e alegremonos, porque nos tornamos não apenas cristãos, mas cristos", (Christus facti sumus); e Metódio de Olimpo ("Banquete das dez virgens", Patrol. Graeca, vol. 18, col. 150) escreveu: "a ekklêsía está grávida e em trabalho de parto até que o Cristo tome forma em nós, até que Cristo nasça em nós, a fim de que cada um dos santos (encarnados) por sua participação com o Cristo, se torne Cristo". Também Cirilo de Jerusalém ("Catechesis mystagogicae" 1. 3. 1 in Patr. Graeca vol. 33, col. 1. 087) asseverou: " Após terdes mergulhado no Cristo e vos terdes revestido do Cristo, fostes colocados em pé de igualdade com o Filho de Deus... pois que entrastes em comunhão com o Cristo, com razão tendes o nome de cristos, isto é, de ungidos".


Todo o que se une ao Cristo, se torna um cristo, participando do Pneuma e da natureza divina (theías koinônoí physeôs) (2. ª Pe. 1:3), pois "Cristo é o Espírito" (2. ª Cor. 3:17) e quem Lhe está unido, tem em si o selo (sphrágis) de Cristo. Na homilia 24,2, sobre 1. ª Cor. 10:16, João Crisóstomo (Patrol.


Graeca vol. 61, col. 200) escreveu: "O pão que partimos não é uma comunhão (com+união, koinônía) ao corpo de Cristo? Porque não disse "participação" (metoché)? Porque quis revelar algo mais, e mostrar uma associação (synápheia) mais íntima. Realmente, estamos unidos (koinônoúmen) não só pela participação (metéchein) e pela recepção (metalambánein), mas também pela UNIFICAÇÃO (enousthai)".


Por isso justifica-se o fragmento de Aristóteles, supra citado, em Sinésio: "os místicos devem não apenas aprender (mathein) mas experimentar" (pathein).


Essa é a razão por que, desde os primeiros séculos do estabelecimento do povo israelita, YHWH, em sua sabedoria, fazia a distinção dos diversos "corpos" da criatura; e no primeiro mandamento revelado a Moisés dizia: " Amarás a Deus de todo o teu coração (kardía), de toda tua alma (psychê), de todo teu intelecto (diánoia), de todas as tuas forças (dynameis)"; kardía é a individualidade, psychê a personagem, dividida em diánoia (intelecto) e dynameis (veículos físicos). (Cfr. LV 19:18; DT 6:5; MT 22:37; MC 12:13; LC 10:27).


A doutrina é uma só em todos os sistemas religiosos pregados pelos Mestres (Enviados e Profetas), embora com o tempo a imperfeição humana os deturpe, pois a personagem é fundamentalmente divisionista e egoísta. Mas sempre chega a ocasião em que a Verdade se restabelece, e então verificamos que todas as revelações são idênticas entre si, em seu conteúdo básico.


ESCOLA INICIÁTICA


Após essa longa digressão a respeito do estudo do "homem" no Novo Testamento, somos ainda obrigados a aprofundar mais o sentido do trecho em que são estipuladas as condições do discipulato.


Há muito desejaríamos ter penetrado neste setor, a fim de poder dar explicação cabal de certas frases e passagens; mas evitamo-lo ao máximo, para não ferir convicções de leitores desacostumados ao assunto.


Diante desse trecho, porém, somos forçados a romper os tabus e a falar abertamente.


Deve ter chamado a atenção de todos os estudiosos perspicazes dos Evangelhos, que Jesus jamais recebeu, dos evangelistas, qualquer título que normalmente seria atribuído a um fundador de religião: Chefe Espiritual, Sacerdote, Guia Espiritual, Pontífice; assim também, aqueles que O seguiam, nunca foram chamados Sequazes, Adeptos, Adoradores, Filiados, nem Fiéis (a não ser nas Epístolas, mas sempre com o sentido de adjetivo: os que mantinham fidelidade a Seus ensinos). Ao contrário disso, os epítetos dados a Jesus foram os de um chefe de escola: MESTRE (Rabbi, Didáskalos, Epistátês) ou de uma autoridade máxima Kyrios (SENHOR dos mistérios). Seus seguidores eram DISCÍPULOS (mathêtês), tudo de acordo com a terminologia típica dos mistérios iniciáticos de Elêusis, Delfos, Crotona, Tebas ou Heliópolis. Após receberem os primeiros graus, os discípulos passaram a ser denominado "emissários" (apóstolos), encarregados de dar a outros as primeiras iniciações.


Além disso, é evidente a preocupação de Jesus de dividir Seus ensinos em dois graus bem distintos: o que era ministrado de público ("a eles só é dado falar em parábolas") e o que era ensinado privadamente aos "escolhidos" ("mas a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus", cfr. MT 13:10-17 ; MC 4:11-12; LC 8:10).


Verificamos, portanto, que Jesus não criou uma "religião", no sentido moderno dessa palavra (conjunto de ritos, dogmas e cultos com sacerdócio hierarquicamente organizado), mas apenas fundou uma ESCOLA INICIÁTICA, na qual preparou e "iniciou" seus DISCÍPULOS, que Ele enviou ("emissários, apóstolos") com a incumbência de "iniciar" outras criaturas. Estas, por sua vez, foram continuando o processo e quando o mundo abriu os olhos e percebeu, estava em grande parte cristianizado. Quando os "homens" o perceberam e estabeleceram a hierarquia e os dogmas, começou a decadência.


A "Escola iniciática" fundada por Jesus foi modelada pela tradição helênica, que colocava como elemento primordial a transmissão viva dos mistérios: e "essa relação entre a parádosis (transmissão) e o mystérion é essencial ao cristianismo", escreveu o monge beneditino D. Odon CaseI (cfr. "Richesse du Mystere du Christ", Les éditions du Cerf. Paris, 1964, pág. 294). Esse autor chega mesmo a afirmar: " O cristianismo não é uma religião nem uma confissão, segundo a acepção moderna dessas palavras" (cfr. "Le Mystere du Culte", ib., pág. 21).


E J. Ranft ("Der Ursprung des Kathoíischen Traditionsprinzips", 1931, citado por D . O. Casel) escreve: " esse contato íntimo (com Cristo) nasce de uma gnose profunda".


Para bem compreender tudo isso, é indispensável uma incursão pelo campo das iniciações, esclarecendo antes alguns termos especializados. Infelizmente teremos que resumir ao máximo, para não prejudicar o andamento da obra. Mas muitos compreenderão.


TERMOS ESPECIAIS


Aiôn (ou eon) - era, época, idade; ou melhor CICLO; cada um dos ciclos evolutivos.


Akoueíu - "ouvir"; akoueín tòn lógon, ouvir o ensino, isto é, receber a revelação dos segredos iniciáticos.


Gnôse - conhecimento espiritual profundo e experimental dos mistérios.


Deíknymi - mostrar; era a explicação prática ou demonstração de objetos ou expressões, que serviam de símbolos, e revelavam significados ocultos.


Dóxa - doutrina; ou melhor, a essência do conhecimento profundo: o brilho; a luz da gnôse; donde "substância divina", e daí a "glória".


Dynamis - força potencial, potência que capacita para o érgon e para a exousía, infundindo o impulso básico de atividade.


Ekklêsía - a comunidade dos "convocados" ou "chamados" (ékklêtos) aos mistérios, os "mystos" que tinham feito ou estavam fazendo o curso da iniciação.


Energeín - agir por dentro ou de dentro (energia), pela atuação da força (dybamis).


Érgon - atividade ou ação; trabalho espiritual realizado pela força (dynamis) da Divindade que habita dentro de cada um e de cada coisa; energia.


Exêgeísthaí - narrar fatos ocultos, revelar (no sentido de "tirar o véu") (cfr. LC 24:35; JO 1:18; AT 10:8:15:12, 14).


Hágios - santo, o que vive no Espírito ou Individualidade; o iniciado (cfr. teleios).


Kyrios - Senhor; o Mestre dos Mistérios; o Mistagogo (professor de mistérios); o Hierofante (o que fala, fans, fantis, coisas santas, hieros); dava-se esse título ao possuidor da dynamis, da exousía e do érgon, com capacidade para transmiti-los.


Exousía - poder, capacidade de realização, ou melhor, autoridade, mas a que provém de dentro, não "dada" de fora.


Leitourgia - Liturgia, serviço do povo: o exercício do culto crístico, na transmissão dos mistérios.


Legómena - palavras reveladoras, ensino oral proferido pelo Mestre, e que se tornava "ensino ouvido" (lógos akoês) pelos discípulos.


Lógos - o "ensino" iniciático, a "palavra" secreta, que dava a chave da interpretação dos mistérios; a" Palavra" (Energia ou Som), segundo aspecto da Divindade.


Monymenta - "monumentos", ou seja, objetos e lembranças, para manter viva a memória.


Mystagogo – o Mestre dos Mystérios, o Hierofante.


Mystérion - a ação ou atividade divina, experimentada pelo iniciado ao receber a iniciação; donde, o ensino revelado apenas aos perfeitos (teleios) e santos (hágios), mas que devia permanecer oculto aos profanos.


Oikonomía - economia, dispensação; literalmente "lei da casa"; a vida intima de cada iniciado e sua capacidade na transmissão iniciática a outros, (de modo geral encargo recebido do Mestre).


Orgê - a atividade ou ação sagrada; o "orgasmo" experimentado na união mística: donde "exaltação espiritual" pela manifestação da Divindade (erradamente interpretado como "ira").


Parábola - ensino profundo sob forma de narrativa popular, com o verdadeiro sentido oculto por metáforas e símbolos.


Paradídômi - o mesmo que o latim trádere; transmitir, "entregar", passar adiante o ensino secreto.


Parádosis - transmissão, entrega de conhecimentos e experiências dos ensinos ocultos (o mesmo que o latim tradítio).


Paralambánein - "receber" o ensino secreto, a "palavra ouvida", tornando-se conhecedor dos mistérios e das instruções.


Patheín - experimentar, "sofrer" uma experiência iniciática pessoalmente, dando o passo decisivo para receber o grau e passar adiante.


Plêrôma - plenitude da Divindade na criatura, plenitude de Vida, de conhecimento, etc.


Redençãoa libertação do ciclo de encarnações na matéria (kyklos anánkê) pela união total e definitiva com Deus.


Santo - o mesmo que perfeito ou "iniciado".


Sêmeíon - "sinal" físico de uma ação espiritual, demonstração de conhecimento (gnose), de força (dynamis), de poder (exousía) e de atividade ou ação (érgon); o "sinal" é sempre produzido por um iniciado, e serve de prova de seu grau.


Sophía - a sabedoria obtida pela gnose; o conhecimento proveniente de dentro, das experiências vividas (que não deve confundir-se com a cultura ou erudição do intelecto).


Sphrágis - selo, marca indelével espiritual, recebida pelo espírito, embora invisível na matéria, que assinala a criatura como pertencente a um Senhor ou Mestre.


Symbolos - símbolos ou expressões de coisas secretas, incompreensíveis aos profanos e só percebidas pelos iniciados (pão, vinho, etc.) .


Sótería - "salvação", isto é, a unificação total e definitiva com a Divindade, que se obtém pela "redenção" plena.


Teleíos - o "finalista", o que chegou ao fim de um ciclo, iniciando outro; o iniciado nos mistérios, o perfeito ou santo.


Teleisthai - ser iniciado; palavra do mesmo radical que teleutan, que significa "morrer", e que exprime" finalizar" alguma coisa, terminar um ciclo evolutivo.


Tradítio - transmissão "tradição" no sentido etimológico (trans + dare, dar além passar adiante), o mesmo que o grego parádosis.


TRADIÇÃO


D. Odon Casel (o. c., pág. 289) escreve: "Ranft estudou de modo preciso a noção da tradítio, não só como era praticada entre os judeus, mas também em sua forma bem diferente entre os gregos. Especialmente entre os adeptos dos dosis é a transmissão secreta feita aos "mvstos" da misteriosa sôtería; é a inimistérios, a noção de tradítio (parádosis) tinha grande importância. A paraciação e a incorporação no círculo dos eleitos (eleitos ou "escolhidos"; a cada passo sentimos a confirmação de que Jesus fundou uma "Escola Iniciática", quando emprega os termos privativos das iniciações heléntcas; cfr. " muitos são chamados, mas poucos são os escolhidos" - MT 22. 14), características das religiões grecoorientais. Tradítio ou parádosis são, pois, palavras que exprimem a iniciação aos mistérios. Tratase, portanto, não de uma iniciação científica, mas religiosa, realizada no culto. Para o "mysto", constitui uma revelação formal, a segurança vivida das realidades sagradas e de uma santa esperança. Graças a tradição, a revelação primitiva passa às gerações ulteriores e é comunicada por ato de iniciação. O mesmo princípio fundamental aplica-se ao cristianismo".


Na página seguinte, o mesmo autor prossegue: "Nos mistérios, quando o Pai Mistagogo comunica ao discípulo o que é necessário ao culto, essa transmissão tem o nome de traditio. E o essencial não é a instrução, mas a contemplação, tal como o conta Apuleio (Metamorphoses, 11, 21-23) ao narrar as experiências culturais do "mysto" Lúcius. Sem dúvida, no início há uma instrução, mas sempre para finalizar numa contemplação, pela qual o discípulo, o "mysto", entra em relação direta com a Divindade.


O mesmo ocorre no cristianismo (pág. 290).


Ouçamos agora as palavras de J. Ranft (o. c., pág. 275): "A parádosis designa a origem divina dos mistérios e a transmissão do conteúdo dos mistérios. Esta, à primeira vista, realiza-se pelo ministério dos homens, mas não é obra de homens; é Deus que ensina. O homem é apenas o intermediário, o Instrumento desse ensino divino. Além disso... desperta o homem interior. Logos é realmente uma palavra intraduzível: designa o próprio conteúdo dos mistérios, a palavra, o discurso, o ENSINO. É a palavra viva, dada por Deus, que enche o âmago do homem".


No Evangelho, a parádosis é constituída pelas palavras ou ensinos (lógoi) de Jesus, mas também simbolicamente pelos fatos narrados, que necessitam de interpretação, que inicialmente era dada, verbalmente, pelos "emissários" e pelos inspirados que os escreveram, com um talento superior de muito ao humano, deixando todos os ensinos profundos "velados", para só serem perfeitamente entendidos pelos que tivessem recebido, nos séculos seguintes, a revelação do sentido oculto, transmitida quer por um iniciado encarnado, quer diretamente manifestada pelo Cristo Interno. Os escritores que conceberam a parádosis no sentido helênico foram, sobretudo, João e Paulo; já os sinópticos a interpretam mais no sentido judaico, excetuando-se, por vezes, o grego Lucas, por sua convivência com Paulo, e os outros, quando reproduziam fielmente as palavras de Jesus.


Se recordarmos os mistérios de Elêusis (palavra que significa "advento, chegada", do verbo eléusomai," chegar"), ou de Delfos (e até mesmo os de Tebas, Ábydos ou Heliópolis), veremos que o Novo Testamento concorda seus termos com os deles. O logos transmitido (paradidômi) por Jesus é recebida (paralambánein) pelos DISCÍPULOS (mathêtês). Só que Jesus apresentou um elemento básico a mais: CRISTO. Leia-se Paulo: "recebi (parélabon) do Kyrios o que vos transmiti (parédote)" (l. ª Cor. 11:23).


O mesmo Paulo, que define a parádosis pagã como "de homens, segundo os elementos do mundo e não segundo Cristo" (CL 2:8), utiliza todas as palavras da iniciação pagã, aplicando-as à iniciação cristã: parádosis, sophía, logo", mystérion, dynamis, érgon, gnose, etc., termos que foram empregados também pelo próprio Jesus: "Nessa hora Jesus fremiu no santo pneuma e disse: abençôo-te, Pai, Senhor do céu e da Terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e hábeis, e as revelaste aos pequenos, Sim, Pai, assim foi de teu agrado. Tudo me foi transmitido (parédote) por meu Pai. E ninguém tem a gnose do que é o Filho senão o Pai, e ninguém tem a gnose do que é o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho quer revelar (apokalypsai = tirar o véu). E voltando-se para seus discípulos, disse: felizes os olhos que vêem o que vedes. Pois digo-vos que muitos profetas e reis quiseram ver o que vedes e não viram, e ouvir o que ouvis, e não ouviram" (LC 10:21-24). Temos a impressão perfeita que se trata de ver e ouvir os mistérios iniciáticos que Jesus transmitia a seus discípulos.


E João afirma: "ninguém jamais viu Deus. O Filho Unigênito que esta no Pai, esse o revelou (exêgêsato, termo específico da língua dos mistérios)" (JO 1:18).


"PALAVRA OUVIDA"


A transmissão dos conhecimentos, da gnose, compreendia a instrução oral e o testemunhar das revelações secretas da Divindade, fazendo que o iniciado participasse de uma vida nova, em nível superior ( "homem novo" de Paulo), conhecendo doutrinas que deveriam ser fielmente guardadas, com a rigorosa observação do silêncio em relação aos não-iniciados (cfr. "não deis as coisas santas aos cães", MT 7:6).


Daí ser a iniciação uma transmissão ORAL - o LOGOS AKOÊS, ou "palavra ouvida" ou "ensino ouvido" - que não podia ser escrito, a não ser sob o véu espesso de metáforas, enigmas, parábolas e símbolos.


Esse logos não deve ser confundido com o Segundo Aspecto da Divindade (veja vol. 1 e vol. 3).


Aqui logos é "o ensino" (vol. 2 e vol. 3).


O Novo Testamento faz-nos conhecer esse modus operandi: Paulo o diz, numa construção toda especial e retorcida (para não falsear a técnica): "eis por que não cessamos de agradecer (eucharistoúmen) a Deus, porque, recebendo (paralabóntes) o ENSINO OUVIDO (lógon akoês) por nosso intermédio, de Deus, vós o recebestes não como ensino de homens (lógon anthrópôn) mas como ele é verdadeiramente: o ensino de Deus (lógon theou), que age (energeítai) em vós que credes" (l. ª Tess. 2:13).


O papel do "mysto" é ouvir, receber pelo ouvido, o ensino (lógos) e depois experimentar, como o diz Aristóteles, já citado por nós: "não apenas aprender (matheín), mas experimentar" (patheín).


Esse trecho mostra como o método cristão, do verdadeiro e primitivo cristianismo de Jesus e de seus emissários, tinha profunda conexão com os mistérios gregos, de cujos termos específicos e característicos Jesus e seus discípulos se aproveitaram, elevando, porém, a técnica da iniciação à perfeição, à plenitude, à realidade máxima do Cristo Cósmico.


Mas continuemos a expor. Usando, como Jesus, a terminologia típica da parádosis grega, Paulo insiste em que temos que assimilá-la interiormente pela gnose, recebendo a parádosis viva, "não mais de um Jesus de Nazaré histórico, mas do Kyrios, do Cristo ressuscitado, o Cristo Pneumatikós, esse mistério que é o Cristo dentro de vós" (CL 1:27).


Esse ensino oral (lógos akoês) constitui a tradição (traditio ou parádosis), que passa de um iniciado a outro ou é recebido diretamente do "Senhor" (Kyrios), como no caso de Paulo (cfr. GL 1:11): "Eu volo afirmo, meus irmãos, que a Boa-Nova que preguei não foi à maneira humana. Pois não na recebi (parélabon) nem a aprendi de homens, mas por uma revelação (apokálypsis) de Jesus Cristo".


Aos coríntios (l. ª Cor. 2:1-5) escreve Paulo: "Irmãos, quando fui a vós, não fui com o prestígio do lógos nem da sophía, mas vos anunciei o mistério de Deus. Decidi, com efeito, nada saber entre vós sen ão Jesus Cristo, e este crucificado. Fui a vós em fraqueza, em temor, e todo trêmulo, e meu logos e minha pregação não consistiram nos discursos persuasivos da ciência, mas numa manifestação do Esp írito (pneuma) e do poder (dynamis), para que vossa fé não repouse na sabedoria (sophía) dos homens, mas no poder (dynamis) de Deus".


A oposição entre o logos e a sophia profanos - como a entende Aristóteles - era salientada por Paulo, que se referia ao sentido dado a esses termos pelos "mistérios antigos". Salienta que à sophia e ao logos profanos, falta, no dizer dele, a verdadeira dynamis e o pnenma, que constituem o mistério cristão que ele revela: Cristo.


Em vários pontos do Novo Testamento aparece a expressão "ensino ouvido" ou "ouvir o ensino"; por exemplo: MT 7:24, MT 7:26; 10:14; 13:19, 20, 21, 22, 23; 15:12; 19:22; MC 4:14, MC 4:15, MC 4:16, MC 4:17, 18, 19, 20; LC 6:47; LC 8:11, LC 8:12, LC 8:13, LC 8:15; 10:39; 11:28; JO 5:24, JO 5:38; 7:40; 8:43; 14:24; AT 4:4; AT 10:44; AT 13:7; AT 15:7; EF 1:13; 1. ª Tess. 2:13; HB 4:2; 1. ª JO 2:7; Ap. 1:3.


DYNAMIS


Em Paulo, sobretudo, percebemos o sentido exato da palavra dynamis, tão usada nos Evangelhos.


Pneuma, o Espírito (DEUS), é a força Potencial ou Potência Infinita (Dynamis) que, quando age (energeín) se torna o PAI (érgon), a atividade, a ação, a "energia"; e o resultado dessa atividade é o Cristo Cósmico, o Kosmos universal, o Filho, que é Unigênito porque a emissão é única, já que espaço e tempo são criações intelectuais do ser finito: o Infinito é uno, inespacial, atemporal.


Então Dynamis é a essência de Deus o Absoluto, a Força, a Potência Infinita, que tudo permeia, cria e governa, desde os universos incomensuráveis até os sub-átomos infra-microscópicos. Numa palavra: Dynamis é a essência de Deus e, portanto, a essência de tudo.


Ora, o Filho é exatamente o PERMEAADO, ou o UNGIDO (Cristo), por essa Dynamis de Deus e pelo Érgon do Pai. Paulo já o dissera: "Cristo... é a dynamis de Deus e a sophía de Deus (Christòn theou dynamin kaí theou sophían, 1. ª Cor. 1:24). Então, manifesta-se em toda a sua plenitude (cfr. CL 2:9) no homem Jesus, a Dynamis do Pneuma (embora pneuma e dynamis exprimam realmente uma só coisa: Deus): essa dynamis do pneuma, atuando através do Pai (érgon) toma o nome de CRISTO, que se manifestou na pessoa Jesus, para introduzir a humanidade deste planeta no novo eon, já que "ele é a imagem (eikôn) do Deus invisível e o primogênito de toda criação" (CL 1:15).


EON


O novo eon foi inaugurado exatamente pelo Cristo, quando de Sua penetração plena em Jesus. Daí a oposição que tanto aparece no Novo Testamento Entre este eon e o eon futuro (cfr., i. a., MT 12:32;


MC 10:30; LC 16:8; LC 20:34; RM 12:2; 1. ª Cor. 1:20; 2:6-8; 3:18:2. ª Cor. 4:4; EF 2:2-7, etc.) . O eon "atual" e a vida da matéria (personalismo); O eon "vindouro" é a vida do Espírito ó individualidade), mas que começa na Terra, agora (não depois de desencarnados), e que reside no âmago do ser.


Por isso, afirmou Jesus que "o reino dos céus está DENTRO DE VÓS" (LC 17:21), já que reside NO ESPÍRITO. E por isso, zôê aiónios é a VIDA IMANENTE (vol, 2 e vol. 3), porque é a vida ESPIRITUAL, a vida do NOVO EON, que Jesus anunciou que viria no futuro (mas, entenda-se, não no futuro depois da morte, e sim no futuro enquanto encarnados). Nesse novo eon a vida seria a da individualidade, a do Espírito: "o meu reino não é deste mundo" (o físico), lemos em JO 18:36. Mas é NESTE mundo que se manifestará, quando o Espírito superar a matéria, quando a individualidade governar a personagem, quando a mente dirigir o intelecto, quando o DE DENTRO dominar o DE FORA, quando Cristo em nós tiver a supremacia sobre o eu transitório.


A criatura que penetra nesse novo eon recebe o selo (sphrágis) do Cristo do Espírito, selo indelével que o condiciona como ingresso no reino dos céus. Quando fala em eon, o Evangelho quer exprimir um CICLO EVOLUTIVO; na evolução da humanidade, em linhas gerais, podemos considerar o eon do animalismo, o eon da personalidade, o eon da individualidade, etc. O mais elevado eon que conhecemos, o da zôê aiónios (vida imanente) é o da vida espiritual plenamente unificada com Deus (pneuma-dynamis), com o Pai (lógos-érgon), e com o Filho (Cristo-kósmos).


DÓXA


Assim como dynamis é a essência de Deus, assim dóxa (geralmente traduzida por "glória") pode apresentar os sentidos que vimos (vol. 1). Mas observaremos que, na linguagem iniciática dos mistérios, além do sentido de "doutrina" ou de "essência da doutrina", pode assumir o sentido específico de" substância divina". Observe-se esse trecho de Paulo (Filp. 2:11): "Jesus Cristo é o Senhor (Kyrios) na substância (dóxa) de Deus Pai"; e mais (RM 6:4): "o Cristo foi despertado dentre os mortos pela substância (dóxa) do Pai" (isto é, pelo érgon, a energia do Som, a vibração sonora da Palavra).


Nesses passos, traduzir dóxa por glória é ilógico, não faz sentido; também "doutrina" aí não cabe. O sentido é mesmo o de "substância".


Vejamos mais este passo (l. ª Cor. 2:6-16): "Falamos, sim da sabedoria (sophia) entre os perfeitos (teleiois, isto é, iniciados), mas de uma sabedoria que não é deste eon, nem dos príncipes deste eon, que são reduzidos a nada: mas da sabedoria dos mistérios de Deus, que estava oculta, e que antes dos eons Deus destinara como nossa doutrina (dóxa), e que os príncipes deste mundo não reconheceram. De fato, se o tivessem reconhecido, não teriam crucificado o Senhor da Doutrina (Kyrios da dóxa, isto é, o Hierofante ou Mistagogo). Mas como está escrito, (anunciamos) o que o olho não viu e o ouvido não ouviu e o que não subiu sobre o coração do homem, mas o que Deus preparou para os que O amam.


Pois foi a nós que Deus revelou (apekalypsen = tirou o véu) pelo pneuma" (ou seja, pelo Espírito, pelo Cristo Interno).


MISTÉRIO


Mistério é uma palavra que modificou totalmente seu sentido através dos séculos, mesmo dentro de seu próprio campo, o religioso. Chamam hoje "mistério" aquilo que é impossível de compreender, ou o que se ignora irremissivelmente, por ser inacessível à inteligência humana.


Mas originariamente, o mistério apresentava dois sentidos básicos:

1. º - um ensinamento só revelado aos iniciados, e que permanecia secreto para os profanos que não podiam sabê-lo (daí proveio o sentido atual: o que não se pode saber; na antiguidade, não se podia por proibição moral, ao passo que hoje é por incapacidade intelectual);


2. º - a própria ação ou atividade divina, experimentada pelo iniciado ao receber a iniciação completa.


Quando falamos em "mistério", transliterando a palavra usada no Novo Testamento, arriscamo-nos a interpretar mal. Aí, mistério não tem o sentido atual, de "coisa ignorada por incapacidade intelectiva", mas é sempre a "ação divina revelada experimentalmente ao homem" (embora continue inacessível ao não-iniciado ou profano).


O mistério não é uma doutrina: exprime o caráter de revelação direta de Deus a seus buscadores; é uma gnose dos mistérios, que se comunica ao "mysto" (aprendiz de mística). O Hierofante conduz o homem à Divindade (mas apenas o conduz, nada podendo fazer em seu lugar). E se o aprendiz corresponde plenamente e atende a todas as exigências, a Divindade "age" (energeín) internamente, no "Esp írito" (pneuma) do homem. que então desperta (egereín), isto é, "ressurge" para a nova vida (cfr. "eu sou a ressurreição da vida", JO 11:25; e "os que produzirem coisas boas (sairão) para a restauração de vida", isto é, os que conseguirem atingir o ponto desejado serão despertados para a vida do espírito, JO 5-29).


O caminho que leva a esses passos, é o sofrimento, que prepara o homem para uma gnose superior: "por isso - conclui O. Casel - a cruz é para o cristão o caminho que conduz à gnose da glória" (o. c., pág. 300).


Paulo diz francamente que o mistério se resume numa palavra: CRISTO "esse mistério, que é o Cristo", (CL 1:27): e "a fim de que conheçam o mistério de Deus, o Cristo" (CL 2:2).


O mistério opera uma união íntima e física com Deus, a qual realiza uma páscoa (passagem) do atual eon, para o eon espiritual (reino dos céus).


O PROCESSO


O postulante (o que pedia para ser iniciado) devia passar por diversos graus, antes de ser admitido ao pórtico, à "porta" por onde só passavam as ovelhas (símbolo das criaturas mansas; cfr. : "eu sou a porta das ovelhas", JO 10:7). Verificada a aptidão do candidato profano, era ele submetido a um período de "provações", em que se exercitava na ORAÇÃO (ou petição) que dirigia à Divindade, apresentando os desejos ardentes ao coração, "mendigando o Espírito" (cfr. "felizes os mendigos de Espírito" MT 5:3) para a ele unir-se; além disso se preparava com jejuns e alimentação vegetariana para o SACRIF ÍCIO, que consistia em fazer a consagração de si mesmo à Divindade (era a DE + VOTIO, voto a Deus), dispondo-se a desprender-se ao mundo profano.


Chegado a esse ponto, eram iniciados os SETE passos da iniciação. Os três primeiros eram chamado "Mistérios menores"; os quatro últimos, "mistérios maiores". Eram eles:

1 - o MERGULHO e as ABLUÇÕES (em Elêusis havia dois lagos salgados artificiais), que mostravam ao postulante a necessidade primordial e essencial da "catarse" da "psiquê". Os candidatos, desnudos, entravam num desses lagos e mergulhavam, a fim de compreender que era necessário "morrer" às coisas materiais para conseguir a "vida" (cfr. : "se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica só; mas se morrer dá muito fruto", JO 12:24). Exprimia a importância do mergulho dentro de si mesmo, superando as dificuldades e vencendo o medo. Ao sair do lago, vestia uma túnica branca e aguardava o segundo passo.


2 - a ACEITAÇÃO de quem havia mergulhado, por parte do Mistagogo, que o confirmava no caminho novo, entre os "capazes". Daí por diante, teria que correr por conta própria todos os riscos inerentes ao curso: só pessoalmente poderia caminhar. Essa confirmação do Mestre simbolizava a "epiphanía" da Divindade, a "descida da graça", e o recem-aceito iniciava nova fase.


3 - a METÂNOIA ou mudança da mente, que vinha após assistir a várias tragédias e dramas de fundo iniciático. Todas ensinavam ao "mysto" novato, que era indispensável, através da dor, modificar seu" modo de pensar" em relação à vida, afastar-se de. todos os vícios e fraquezas do passado, renunciar a prazeres perniciosos e defeitos, tornando-se o mais perfeito (téleios) possível. Era buscada a renovação interna, pelo modo de pensar e de encarar a vida. Grande número dos que começavam a carreira, paravam aí, porque não possuíam a força capaz de operar a transmutação mental. As tentações os empolgavam e novamente se lançavam no mundo profano. No entanto, se dessem provas positivas de modifica ção total, de serem capazes de viver na santidade, resistindo às tentações, podiam continuar a senda.


Havia, então, a "experiência" para provar a realidade da "coragem" do candidato: era introduzido em grutas e câmaras escuras, onde encontrava uma série de engenhos lúgubres e figuras apavorantes, e onde demorava um tempo que parecia interminável. Dali, podia regressar ou prosseguir. Se regressava, saía da fileira; se prosseguia, recebia a recompensa justa: era julgado apto aos "mistérios maiores".


4 - O ENCONTRO e a ILUMINAÇÃO, que ocorria com a volta à luz, no fim da terrível caminhada por entre as trevas. Através de uma porta difícil de ser encontrada, deparava ele campos floridos e perfumados, e neles o Hierofante, em paramentação luxuosa. que os levava a uma refeição simples mas solene constante de pão, mel, castanhas e vinho. Os candidatos eram julgados "transformados", e porSABEDORIA DO EVANGELHO tanto não havia mais as exteriorizações: o segredo era desvelado (apokálypsis), e eles passavam a saber que o mergulho era interno, e que deviam iniciar a meditação e a contemplação diárias para conseguir o "encontro místico" com a Divindade dentro de si. Esses encontros eram de início, raros e breves, mas com o exercício se iam fixando melhor, podendo aspirar ao passo seguinte.


5 - a UNIÃO (não mais apenas o "encontro"), mas união firme e continuada, mesmo durante sua estada entre os profanos. Era simbolizada pelo drama sacro (hierõs gámos) do esponsalício de Zeus e Deméter, do qual nasceria o segundo Dionysos, vencedor da morte. Esse matrimônio simbólico e puro, realizado em exaltação religiosa (orgê) é que foi mal interpretado pelos que não assistiam à sua representação simbólica (os profanos) e que tacharam de "orgias imorais" os mistérios gregos. Essa "união", depois de bem assegurada, quando não mais se arriscava a perdê-la, preparava os melhores para o passo seguinte.


6 - a CONSAGRAÇÃO ou, talvez, a sagração, pela qual era representada a "marcação" do Espírito do iniciado com um "selo" especial da Divindade a quem o "mysto" se consagrava: Apolo, Dyonisos, Isis, Osíris, etc. Era aí que o iniciado obtinha a epoptía, ou "visão direta" da realidade espiritual, a gnose pela vivência da união mística. O epopta era o "vigilante", que o cristianismo denominou "epískopos" ou "inspetor". Realmente epopta é composto de epí ("sobre") e optos ("visível"); e epískopos de epi ("sobre") e skopéô ("ver" ou "observar"). Depois disso, tinha autoridade para ensinar a outros e, achando-se preso à Divindade e às obrigações religiosas, podia dirigir o culto e oficiar a liturgia, e também transmitir as iniciações nos graus menores. Mas faltava o passo decisivo e definitivo, o mais difícil e quase inacessível.


7 - a PLENITUDE da Divindade, quando era conseguida a vivência na "Alma Universal já libertada".


Nos mistérios gregos (em Elêusis) ensinava-se que havia uma Força Absoluta (Deus o "sem nome") que se manifestava através do Logos (a Palavra) Criador, o qual produzia o Filho (Kósmo). Mas o Logos tinha duplo aspecto: o masculino (Zeus) e o feminino (Deméter). Desse casal nascera o Filho, mas também com duplo aspecto: a mente salvadora (Dionysos) e a Alma Universal (Perséfone). Esta, desejando experiências mais fortes, descera à Terra. Mas ao chegar a estes reinos inferiores, tornouse a "Alma Universal" de todas as criaturas, e acabou ficando prisioneira de Plutão (a matéria), que a manteve encarcerada, ministrando-lhe filtros mágicos que a faziam esquecer sua origem divina, embora, no íntimo, sentisse a sede de regressar a seu verdadeiro mundo, mesmo ignorando qual fosse.


Dionysos quis salvá-la, mas foi despedaçado pelos Titãs (a mente fracionada pelo intelecto e estraçalhada pelos desejos). Foi quando surgiu Triptólemo (o tríplice combate das almas que despertam), e com apelos veementes conseguiu despertar Perséfone, revelando lhe sua origem divina, e ao mesmo tempo, com súplicas intensas às Forças Divinas, as comoveu; então Zeus novamente se uniu a Deméter, para fazer renascer Dionysos. Este, assumindo seu papel de "Salvador", desce à Terra, oferecendose em holocausto a Plutão (isto é, encarnando-se na própria matéria) e consegue o resgate de Perséfone, isto é, a libertação da Alma das criaturas do domínio da matéria e sua elevação novamente aos planos divinos. Por esse resumo, verificamos como se tornou fácil a aceitação entre os grego, e romanos da doutrina exposta pelos Emissários de Jesus, um "Filho de Deus" que desceu à Terra para resgatar com sua morte a alma humana.


O iniciado ficava permeado pela Divindade, tornando-se então "adepto" e atingindo o verdadeiro grau de Mestre ou Mistagogo por conhecimento próprio experimental. Já não mais era ele, o homem, que vivia: era "O Senhor", por cujo intermédio operava a Divindade. (Cfr. : "não sou mais eu que vivo, é Cristo que vive em mim", GL 2:20; e ainda: "para mim, viver é Cristo", Filp. 1:21). A tradição grega conservou os nomes de alguns dos que atingiram esse grau supremo: Orfeu... Pitágoras... Apolônio de Tiana... E bem provavelmente Sócrates (embora Schuré opine que o maior foi Platão).


NO CRISTIANISMO


Todos os termos néo-testamentários e cristãos, dos primórdios, foram tirados dos mistérios gregos: nos mistérios de Elêusis, o iniciado se tornava "membro da família do Deus" (Dionysos), sendo chamado.


então, um "santo" (hágios) ou "perfeito" (téleios). E Paulo escreve: "assim, pois, não sois mais estran geiros nem peregrinos, mas sois concidadãos dos santos e familiares de Deus. ’ (EF 2:19). Ainda em Elêusis, mostrava-se aos iniciados uma "espiga de trigo", símbolo da vida que eternamente permanece através das encarnações e que, sob a forma de pão, se tornava participante da vida do homem; assim quando o homem se unia a Deus, "se tornava participante da vida divina" (2. ª Pe. 1:4). E Jesus afirmou: " Eu sou o PÃO da Vida" (JO 6. 35).


No entanto ocorreu modificação básica na instituição do Mistério cristão, que Jesus realizou na "última Ceia", na véspera de sua experiência máxima, o páthos ("paixão").


No Cristianismo, a iniciação toma sentido puramente espiritual, no interior da criatura, seguindo mais a Escola de Alexandria. Lendo Filon, compreendemos isso: ele interpreta todo o Antigo Testamento como alegoria da evolução da alma. Cada evangelista expõe a iniciação cristã de acordo com sua própria capacidade evolutiva, sendo que a mais elevada foi, sem dúvida, a de João, saturado da tradição (parádosis) de Alexandria, como pode ver-se não apenas de seu Evangelho, como também de seu Apocalipse.


Além disso, Jesus arrancou a iniciação dos templos, a portas fechadas, e jogou-a dentro dos corações; era a universalização da "salvação" a todos os que QUISESSEM segui-Lo. Qualquer pessoa pode encontrar o caminho (cfr. "Eu sou o Caminho", JO 14:6), porque Ele corporificou os mistérios em Si mesmo, divulgando-lhes os segredos através de Sua vida. Daí em diante, os homens não mais teriam que procurar encontrar um protótipo divino, para a ele conformar-se: todos poderiam descobrir e utir-se diretamente ao Logos que, através do Cristo, em Jesus se manifestara.


Observamos, pois, uma elevação geral de frequência vibratória, de tonus, em todo o processo iniciático dos mistérios.


E os Pais da Igreja - até o século 3. º o cristianismo foi "iniciático", embora depois perdesse o rumo quando se tornou "dogmático" - compreenderam a realidade do mistério cristão, muito superior, espiritualmente, aos anteriores: tornar o homem UM CRISTO, um ungido, um permeado da Divindade.


A ação divina do mistério, por exemplo, é assim descrita por Agostinho: "rendamos graças e alegremonos, porque nos tornamos não apenas cristãos, mas cristos" (Tract. in Joanne, 21,8); e por Metódio de Olímpio: "a comunidade (a ekklêsía) está grávida e em trabalho de parto, até que o Cristo tenha tomado forma em nós; até que o Cristo nasça em nós, para que cada um dos santos, por sua participação ao Cristo, se torne o cristo" (Patrol. Graeca, vol. 18, ccl. 150).


Temos que tornar-nos cristos, recebendo a última unção, conformando-nos com Ele em nosso próprio ser, já que "a redenção tem que realizar-se EM NÓS" (O. Casel, o. c., pág. 29), porque "o único e verdadeiro holocausto é o que o homem faz de si mesmo".


Cirilo de Jerusalém diz: "Já que entrastes em comunhão com o Cristo com razão sois chamados cristos, isto é, ungidos" (Catechesis Mystagogicae, 3,1; Patrol. Graeca,, 01. 33, col. 1087).


Essa transformação, em que o homem recebe Deus e Nele se transmuda, torna-o membro vivo do Cristo: "aos que O receberam, deu o poder de tornar-se Filhos de Deus" (JO 1:12).


Isso fez que Jesus - ensina-nos o Novo Testamento - que era "sacerdote da ordem de Melquisedec (HB 5:6 e HB 7:17) chegasse, após sua encarnação e todos os passos iniciáticos que QUIS dar, chegasse ao grau máximo de "pontífice da ordem de Melquisedec" (HB 5:10 e HB 6:20), para todo o planeta Terra.


CRISTO, portanto, é o mistério de Deus, o Senhor, o ápice da iniciação a experiência pessoal da Divindade.


através do santo ensino (hierôs lógos), que vem dos "deuses" (Espíritos Superiores), comunicado ao místico. No cristianismo, os emissários ("apóstolos") receberam do Grande Hierofante Jesus (o qual o recebeu do Pai, com Quem era UNO) a iniciação completa. Foi uma verdadeira "transmiss ão" (traditio, parádosis), apoiada na gnose: um despertar do Espírito que vive e experimenta a Verdade, visando ao que diz Paulo: "admoestando todo homem e ensinando todo homem, em toda sabedoria (sophía), para que apresentem todo homem perfeito (téleion, iniciado) em Cristo, para o que eu também me esforço (agõnizómenos) segundo a ação dele (energeían autou), que age (energouménen) em mim, em força (en dynámei)". CL 1:28-29.


Em toda essa iniciação, além disso, precisamos não perder de vista o "enthousiasmós" (como era chamado o "transe" místico entre os gregos) e que foi mesmo sentido pelos hebreus, sobretudo nas" Escolas de Profetas" em que eles se iniciavam (profetas significa "médiuns"); mas há muito se havia perdido esse "entusiasmo", por causa da frieza intelectual da interpretação literal das Escrituras pelos Escribas.


Profeta, em hebraico, é NaVY", de raiz desconhecida, que o Rabino Meyer Sal ("Les Tables de la Loi", éd. La Colombe, Paris, 1962, pág. 216/218) sugere ter sido a sigla das "Escolas de Profetas" (escolas de iniciação, de que havia uma em Belém, de onde saiu David). Cada letra designaria um setor de estudo: N (nun) seriam os sacerdotes (terapeutas do psicossoma), oradores, pensadores, filósofos;

V (beth) os iniciados nos segredos das construções dos templos ("maçons" ou pedreiros), arquitetos, etc. ; Y (yod) os "ativos", isto é, os dirigentes e políticos, os "profetas de ação"; (aleph), que exprime "Planificação", os matemáticos, geômetras, astrônomos, etc.


Isso explica, em grande parte, porque os gregos e romanos aceitaram muito mais facilmente o cristianismo, do que os judeus, que se limitavam a uma tradição que consistia na repetição literal decorada dos ensinos dos professores, num esforço de memória que não chegava ao coração, e que não visavam mais a qualquer experiência mística.


TEXTOS DO N. T.


O termo mystérion aparece várias vezes no Novo Testamento.


A - Nos Evangelhos, apenas num episódio, quando Jesus diz a Seus discípulos: "a vós é dado conhecer os mistérios do reino de Deus" (MT 13:11; MC 4:11; LC 8:10).


B - Por Paulo em diversas epístolas: RM 11:25 - "Não quero, irmãos, que ignoreis este mistério... o endurecimento de Israel, até que hajam entrado todos os gentios".


Rom. 16:15 - "conforme a revelação do mistério oculto durante os eons temporais (terrenos) e agora manifestados".


1. ª Cor. 2:1 – "quando fui ter convosco... anunciando-vos o mistério de Deus".


1. ª Cor. 2:4-7 - "meu ensino (logos) e minha pregação não foram em palavras persuasivas, mas em demonstração (apodeíxei) do pneúmatos e da dynámeôs, para que vossa fé não se fundamente na sophía dos homens, mas na dynámei de Deus. Mas falamos a sophia nos perfeitos (teleiois, iniciados), porém não a sophia deste eon, que chega ao fim; mas falamos a sophia de Deus em mistério, a que esteve oculta, a qual Deus antes dos eons determinou para nossa doutrina". 1. ª Cor. 4:1 - "assim considerem-nos os homens assistentes (hypêrétas) ecônomos (distribuidores, dispensadores) dos mistérios de Deus".


1. ª Cor. 13:2 - "se eu tiver mediunidade (prophéteía) e conhecer todos os mistérios de toda a gnose, e se tiver toda a fé até para transportar montanhas, mas não tiver amor (agápé), nada sou". l. ª Cor. 14:2 - "quem fala em língua (estranha) não fala a homens, mas a Deus, pois ninguém o ouve, mas em espírito fala mistérios". 1. ª Cor. 15:51 - "Atenção! Eu vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados".


EF 1:9 - "tendo-nos feito conhecido o mistério de sua vontade"

EF 3:4 - "segundo me foi manifestado para vós, segundo a revelação que ele me fez conhecer o mistério (como antes vos escrevi brevemente), pelo qual podeis perceber, lendo, minha compreensão no mistério do Cristo".


EF 3:9 - "e iluminar a todos qual a dispensação (oikonomía) do mistério oculto desde os eons, em Deus, que criou tudo".


EF 5:32 - "este mistério é grande: mas eu falo a respeito do Cristo e da ekklésia.


EF 9:19 - "(suplica) por mim, para que me possa ser dado o logos ao abrir minha boca para, em público, fazer conhecer o mistério da boa-nova".


CL 1:24-27 - "agora alegro-me nas experimentações (Pathêmasin) sobre vós e completo o que falta das pressões do Cristo em minha carne, sobre o corpo dele que é a ekklêsía, da qual me tornei servidor, segundo a dispensação (oikonomía) de Deus, que me foi dada para vós, para plenificar o logos de Deus, o mistério oculto nos eons e nas gerações, mas agora manifestado a seus santos (hagioi, iniciados), a quem aprouve a Deus fazer conhecer a riqueza da doutrina (dóxês; ou "da substância") deste mistério nas nações, que é CRISTO EM VÓS, esperança da doutrina (dóxês)".


CL 2:2-3 - "para que sejam consolados seus corações, unificados em amor, para todas as riquezas da plena convicção da compreensão, para a exata gnose (epígnôsin) do mistério de Deus (Cristo), no qual estão ocultos todos os tesouros da sophía e da gnose".


CL 4:3 - "orando ao mesmo tempo também por nós, para que Deus abra a porta do logos para falar o mistério do Cristo, pelo qual estou em cadeias".


2. ª Tess. 2:7 - "pois agora já age o mistério da iniquidade, até que o que o mantém esteja fora do caminho".


1. ª Tim. 3:9 - "(os servidores), conservando o mistério da fé em consciência pura".


1. ª Tim. 2:16 - "sem dúvida é grande o mistério da piedade (eusebeías)".


No Apocalipse (1:20; 10:7 e 17:5, 7) aparece quatro vezes a palavra, quando se revela ao vidente o sentido do que fora dito.


CULTO CRISTÃO


Depois de tudo o que vimos, torna-se evidente que não foi o culto judaico que passou ao cristianismo primitivo. Comparemos: A luxuosa arquitetura suntuosa do Templo grandioso de Jerusalém, com altares maciços a escorrer o sangue quente das vítimas; o cheiro acre da carne queimada dos holocaustos, a misturar-se com o odor do incenso, sombreando com a fumaça espessa o interior repleto; em redor dos altares, em grande número, os sacerdotes a acotovelar-se, munidos cada um de seu machado, que brandiam sem piedade na matança dos animais que berravam, mugiam dolorosamente ou balavam tristemente; o coro a entoar salmos e hinos a todo pulmão, para tentar superar a gritaria do povo e os pregões dos vendedores no ádrio: assim se realizava o culto ao "Deus dos judeus".


Em contraste, no cristianismo nascente, nada disso havia: nem templo, nem altares, nem matanças; modestas reuniões em casas de família, com alguns amigos; todos sentados em torno de mesa simples, sobre a qual se via o pão humilde e copos com o vinho comum. Limitava-se o culto à prece, ao recebimento de mensagens de espíritos, quando havia "profetas" na comunidade, ao ensino dos "emissários", dos "mais velhos" ou dos "inspetores", e à ingestão do pão e do vinho, "em memória da última ceia de Jesus". Era uma ceia que recebera o significativo nome de "amor" (ágape).


Nesse repasto residia a realização do supremo mistério cristão, bem aceito pelos gregos e romanos, acostumados a ver e compreender a transmissão da vida divina, por meio de símbolos religiosos. Os iniciados "pagãos" eram muito mais numerosos do que se possa hoje supor, e todos se sentiam membros do grande Kósmos, pois, como o diz Lucas, acreditavam que "todos os homens eram objeto da benevolência de Deus" (LC 2:14).


Mas, ao difundir-se entre o grande número e com o passar dos tempos, tudo isso se foi enfraquecendo e seguiu o mesmo caminho antes experimentado pelo judaísmo; a força mística, só atingida mais tarde por alguns de seus expoentes, perdeu-se, e o cristianismo "foi incapaz - no dizer de O. Casel - de manterse na continuação, nesse nível pneumático" (o. c. pág. 305). A força da "tradição" humana, embora condenada com veemência por Jesus (cfr. MT 15:1-11 e MT 16:5-12; e MC 7:1-16 e MC 8:14-11; veja atrás), fez-se valer, ameaçando as instituições religiosas que colocam doutrinas humanas ao lado e até acima dos preceitos divinos, dando mais importância às suas vaidosas criações. E D. Odon Casel lamenta: " pode fazer-se a mesma observação na história da liturgia" (o. c., pág. 298). E, entristecido, assevera ainda: "Verificamos igualmente que a concepção cristã mais profunda foi, sob muitos aspectos, preparada muito melhor pelo helenismo que pelo judaísmo. Lamentavelmente a teologia moderna tende a aproximar-se de novo da concepção judaica de tradição, vendo nela, de fato, uma simples transmiss ão de conhecimento, enquanto a verdadeira traditio, apoiada na gnose, é um despertar do espírito que VIVE e EXPERIMENTA a Verdade" (o. c., pág. 299).


OS SACRAMENTOS


O termo latino que traduz a palavra mystérion é sacramentum. Inicialmente conservou o mesmo sentido, mas depois perdeu-os, para transformar-se em "sinal visível de uma ação espiritual invisível".


No entanto, o estabelecimento pelas primeiras comunidades cristãs dos "sacramentos" primitivos, perdura até hoje, embora tendo perdido o sentido simbólico inicial.


Com efeito, a sucessão dos "sacramentos" revela exatamente, no cristianismo, os mesmos passos vividos nos mistérios grego. Vejamos:
1- o MERGULHO (denominado em grego batismo), que era a penetração do catecúmeno em seu eu interno. Simbolizava-se na desnudação ao pretendente, que largava todas as vestes e mergulhava totalmente na água: renunciava de modo absoluto as posses (pompas) exteriores e aos próprios veículos físicos, "vestes" do Espírito, e mergulhava na água, como se tivesse "morrido", para fazer a" catarse" (purificação) de todo o passado. Terminado o mergulho, não era mais o catecúmeno, o profano. Cirilo de Jerusalém escreveu: "no batismo o catecúmeno tinha que ficar totalmente nu, como Deus criou o primeiro Adão, e como morreu o segundo Adão na cruz" (Catechesis Mistagogicae,

2. 2). Ao sair da água, recebia uma túnica branca: ingressava oficialmente na comunidade (ekklêsía), e então passava a receber a segunda parte das instruções. Na vida interna, após o "mergulho" no próprio íntimo, aguardava o segundo passo.


2- a CONFIRMAÇÃO, que interiormente era dada pela descida da "graça" da Força Divina, pela" epifanía" (manifestação), em que o novo membro da ekklêsía se sentia "confirmado" no acerto de sua busca. Entrando em si mesmo a "graça" responde ao apelo: "se alguém me ama, meu Pai o amará, e NÓS viremos a ele e permaneceremos nele" (JO 14:23). O mesmo discípulo escreve em sua epístola: "a Vida manifestou-se, e a vimos, e damos testemunho. e vos anunciamos a Vida Imanente (ou a Vida do Novo Eon), que estava no Pai e nos foi manifestada" (l. ª JO 1:2).


3- a METÁNOIA (modernamente chamada "penitência") era então o terceiro passo. O aprendiz se exercitava na modificação da mentalidade, subsequente ao primeiro contato que tinha tido com a Divindade em si mesmo. Depois de "sentir" em si a força da Vida Divina, há maior compreensão; os pensamentos sobem de nível; torna-se mais fácil e quase automático o discernimento (krísis) entre certo e errado, bem e mal, e portanto a escolha do caminho certo. Essa metánoia é ajudada pelos iniciados de graus mais elevados, que lhe explicam as leis de causa e efeito e outras.


4- a EUCARISTIA é o quarto passo, simbolizando por meio da ingestão do pão e do vinho, a união com o Cristo. Quem mergulhou no íntimo, quem recebeu a confirmação da graça e modificou seu modo de pensar, rapidamenle caminha para o encontro definitivo com o Mestre interno, o Cristo.


Passa a alimentar-se diretamente de seus ensinos, sem mais necessidade de intermediários: alimentase, nutre-se do próprio Cristo, bebe-Lhe as inspirações: "se não comeis a carne do Filho do Homem e não bebeis seu sangue, não tendes a vida em vós. Quem saboreia minha carne e bebe meu sangue tem a Vida Imanente, porque minha carne é verdadeiramente comida e meu sangue é

verdadeiramente bebida. Quem come minha carne e bebe o meu sangue, permanece em mim e eu nele" (JO 6:53 ss).


5- MATRIMÔNIO é o resultado do encontro realizado no passo anterior: e o casamento, a FUSÃO, a união entre a criatura e o Criador, entre o iniciado e Cristo: "esse mistério é grande, quero dizê-lo em relação ao Cristo e à ekklêsia", escreveu Paulo, quando falava do "matrimônio" (EF 5:32). E aqueles que são profanos, que não têm essa união com o Cristo, mas antes se unem ao mundo e a suas ilusões, são chamados "adúlteros" (cfr. vol. 2). E todos os místicos, unanimemente, comparam a união mística com o Cristo ti uma união dos sexos no casamento.


6- a ORDEM é o passo seguinte. Conseguida a união mística a criatura recebe da Divindade a consagra ção, ou melhor, a "sagração", o "sacerdócio" (sacer "sagrado", dos, dotis, "dote"), o "dote sagrado" na distribuição das graças o quinhão especial de deveres e obrigações para com o "rebanho" que o cerca. No judaísmo, o sacerdote era o homem encarregado de sacrificar ritualmente os animais, de examinar as vítimas, de oferecer os holocaustos e de receber as oferendas dirigindo o culto litúrgico. Mais tarde, entre os profanos sempre, passou a ser considerado o "intemediário" entre o homem e o Deus "externo". Nessa oportunidade, surge no Espírito a "marca" indelével, o selo (sphrágis) do Cristo, que jamais se apaga, por todas as vidas que porventura ainda tenha que viver: a união com essa Força Cósmica, de fato, modifica até o âmago, muda a frequência vibratória, imprime novas características e a leva, quase sempre, ao supremo ponto, à Dor-Sacrifício-Amor.


7- a EXTREMA UNÇÃO ("extrema" porque é o último passo, não porque deva ser dada apenas aos moribundos) é a chave final, o último degrau, no qual o homem se torna "cristificado", totalmente ungido pela Divindade, tornando-se realmente um "cristo".


Que esses sacramentos existiram desde os primeiros tempos do cristianismo, não há dúvida. Mas que não figuram nos Evangelhos, também é certo. A conclusão a tirar-se, é que todos eles foram comunicados oralmente pela traditio ou transmissão de conhecimentos secretos. Depois na continuação, foram permanecendo os ritos externos e a fé num resultado interno espiritual, mas já não com o sentido primitivo da iniciação, que acabamos de ver.


Após este escorço rápido, cremos que a afirmativa inicial se vê fortalecida e comprovada: realmente Jesus fundou uma "ESCOLA INICIÁTICA", e a expressão "logos akoês" (ensino ouvido), como outras que ainda aparecerão, precisam ser explicadas à luz desse conhecimento.


* * *

Neste sentido que acabamos de estudar, compreendemos melhor o alcance profundo que tiveram as palavras do Mestre, ao estabelecer as condições do discipulato.


Não podemos deixar de reconhecer que a interpretação dada a Suas palavras é verdadeira e real.


Mas há "mais alguma coisa" além daquilo.


Trata-se das condições exigidas para que um pretendente possa ser admitido na Escola Iniciática na qualidade de DISCÍPULO. Não basta que seja BOM (justo) nem que possua qualidades psíquicas (PROFETA). Não é suficiente um desejo: é mistér QUERER com vontade férrea, porque as provas a que tem que submeter-se são duras e nem todos as suportam.


Para ingressar no caminho das iniciações (e observamos que Jesus levava para as provas apenas três, dentre os doze: Pedro, Tiago e João) o discípulo terá que ser digno SEGUIDOR dos passos do Mestre.


Seguidor DE FATO, não de palavras. E para isso, precisará RENUNCIAR a tudo: dinheiro, bens, família, parentesco, pais, filhos, cônjuges, empregos, e inclusive a si mesmo: à sua vontade, a seu intelecto, a seus conhecimentos do passado, a sua cultura, a suas emoções.


A mais, devia prontificar-se a passar pelas experiências e provações dolorosas, simbolizadas, nas iniciações, pela CRUZ, a mais árdua de todas elas: o suportar com alegria a encarnação, o mergulho pesado no escafandro da carne.


E, enquanto carregava essa cruz, precisava ACOMPANHAR o Mestre, passo a passo, não apenas nos caminhos do mundo, mas nos caminhos do Espírito, difíceis e cheios de dores, estreitos e ladeados de espinhos, íngremes e calçados de pedras pontiagudas.


Não era só. E o que se acrescenta, de forma enigmática em outros planos, torna-se claro no terreno dos mistérios iniciáticos, que existiam dos discípulos A MORTE À VIDA DO FÍSICO. Então compreendemos: quem tiver medo de arriscar-se, e quiser "preservar" ou "salvar" sua alma (isto é, sua vida na matéria), esse a perderá, não só porque não receberá o grau a que aspira, como ainda porque, na condição concreta de encarnado, talvez chegue a perder a vida física, arriscada na prova. O medo não o deixará RESSUSCITAR, depois da morte aparente mas dolorosa, e seu espírito se verá envolvido na conturbação espessa e dementada do plano astral, dos "infernos" (ou umbral) a que terá que descer.


No entanto, aquele que intimorato e convicto da realidade, perder, sua alma, (isto é, "entregar" sua vida do físico) à morte aparente, embora dolorosa, esse a encontrará ou a salvará, escapando das injunções emotivas do astral, e será declarado APTO a receber o grau seguinte que ardentemente ele deseja.


Que adianta, com efeito, a um homem que busca o Espírito, se ganhar o mundo inteiro, ao invés de atingir a SABEDORIA que é seu ideal? Que existirá no mundo, que possa valer a GNOSE dos mistérios, a SALVAÇÃO da alma, a LIBERTAÇÃO das encarnações tristes e cansativas?


Nos trabalhos iniciáticos, o itinerante ou peregrino encontrará o FILHO DO HOMEM na "glória" do Pai, em sua própria "glória", na "glória" de Seus Santos Mensageiros. Estarão reunidos em Espírito, num mesmo plano vibratório mental (dos sem-forma) os antigos Mestres da Sabedoria, Mensageiros da Palavra Divina, Manifestantes da Luz, Irradiadores da Energia, Distribuidores do Som, Focos do Amor.


Mas, nos "mistérios", há ocasiões em que os "iniciantes", também chamados mystos, precisam dar testemunhos públicos de sua qualidade, sem dizerem que possuem essa qualidade. Então está dado o aviso: se nessas oportunidades de "confissão aberta" o discípulo "se envergonhar" do Mestre, e por causa de "respeitos humanos" não realizar o que deve, não se comportar como é da lei, nesses casos, o Senhor dos Mistérios, o Filho do Homem, também se envergonhará dele, considerá-lo-á inepto, incapaz para receber a consagração; não mais o reconhecerá como discípulo seu. Tudo, portanto, dependerá de seu comportamento diante das provas árduas e cruentas a que terá que submeter-se, em que sua própria vida física correrá risco.


Observe-se o que foi dito: "morrer" (teleutan) e "ser iniciado" (teleusthai) são verbos formados do mesmo radical: tele, que significa FIM. Só quem chegar AO FIM, será considerado APTO ou ADEPTO (formado de AD = "para", e APTUM = "apto").


Nesse mesmo sentido entendemos o último versículo: alguns dos aqui presentes (não todos) conseguirão certamente finalizar o ciclo iniciático, podendo entrar no novo EON, no "reino dos céus", antes de experimentar a morte física. Antes disso, eles descobrirão o Filho do Homem em si mesmos, com toda a sua Dynamis, e então poderão dizer, como Paulo disse: "Combati o bom combate, terminei a carreira, mantive a fidelidade: já me está reservada a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia - e não só a mim, como a todos os que amaram sua manifestação" (2. ª Tim. 4:7-8).


mt 12:26
Sabedoria do Evangelho - Volume 5

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 5
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 12:22-30


22. Então foi-lhe trazido um obsidiado cego e mudo, e curouo de modo que o cego e mudo tanto falava quanto via.

23. E admirou-se toda a multidão e dizia: "Não é este o Filho de David"?

24. Ouvindo-o, os fariseus disseram: "Este não expele os espíritos (obsessores) senão por Beelzebul, chefe dos espíritos".

25. Conhecendo, porém, Jesus as reflexões deles, disse-lhes: "Todo o reino dividido contra si mesmo será desolado, e toda cidade ou casa, dividida contra si mesma, não subsistirá.

26. Se o adversário expulsa o adversário, está dividido contra si mesmo; como então subsistirá seu reino?

27. E se eu expulso os espíritos (obsessores) por Beelzebul, por quem os expelem vossos filhos? Por isso eles mesmos serão vossos julgadores.

28. Mas se por um espírito de Deus eu expulso os espíritos (obsessores), então já chegou o reino de Deus sobre vós.

29. Ou como pode alguém entrar na casa do (homem forte e roubar-lhe os bens, sem primeiro amarrá-lo? e então lhe saqueará a casa.

30. Quem não está comigo, é contra mim, e quem comigo não ajunta, espalha".

MC 3:22-27


22. E os escribas que tinham descido de Jerusalém, disseram: "ele tem Beelzebul", e "porque pelo chefe dos espíritos (obsessores) ele expulsa os espíritos (obsessores)".

23. Tendo-os então chamado, disselhes em parábolas: Como pode o adversário expulsar um adversário?

24. E se um reino se dividir contra si mesmo, esse reino não pode subsistir.

25. Se uma casa se dividir contra si mesma, essa casa não pode permanecer.

26. E se o adversário se levantou contra si mesmo e se dividiu, ele não pode subsistir, mas tem fim.

27. pois ninguém pode entrar na casa do (homem) forte e roubar-lhe os bens, sem antes amarrá-lo; e então lhe saqueará a casa".

LC 11:14-23


14. Estava Jesus expulsando um espírito (obsessor) e este era mudo; e aconteceu que, tendo saído o espírito (obsessor), falou o mudo e maravilhou-se a multidão.

15. Mas alguns deles disseram: "É por Beelzebul, príncipe dos espíritos (obsessores) que ele expele os espíritos ("obsessores").

16. Outros, para experimentá-lo, pediamlhe um sinal celeste.

17. Conhecendo-lhes, porém, os pensamentos, disse-lhes: "Todo reino dividido contra si mesmo se esvaziará e cairá casa sobre casa.

18. Também se o adversário se dividir contra si mesmo, como subsistirá seu reino? dizeis que eu expulso os espírito (obsessores) por Beelzebul.

19. Se eu expulso os espíritos (obsessores) por Beelzebul, por quem os expelem vossos filhos? Por isso serão eles mesmos vossos julgadores.

20. Mas se pelo dedo de Deus eu expulso os espíritos (obsessores) então chegou a vós o reino de Deus.

21. Quando o (homem) forte, bem armado, guarda sua casa, seus bens estão em paz.

22. Mas quando sobrevier outro mais forte que ele e o vencer, tira-lhe toda a armadura em que confiava e reparte seus despojos.

23. Quem não está comigo, é contra mim, e quem comigo não ajunta, espalha".



Mateus e Lucas expõem o fato que provocou a discussão entre Jesus e os fariseus, escribas e doutores da lei, discussão que se estenderá violenta ainda por alguns capítulos.


Foi-lhe trazido um obsidiado (daimonizómenos, isto é, dominado por um espírito obsessor, ver vol. 1), cujo perseguidor espiritual o mantinha cego e mudo (Lucas diz apenas "mudo"). Não é esclarecida a origem do caso; mas para atribuir-se a mudez e a cegueira à ação do espírito, deve ter ocorrido após o nascimento, já se havendo comprovado a possibilidade física de a vítima ter, naturalmente, a capacidade de ver e falar. Jesus atende ao caso e parece que o desligamento foi instantâneo: o ex-obsidiado passa logo a falar e enxergar. Ora, isso constitui um espetáculo inédito para os presentes, de tal forma maravilhandoos, que alguns desconfiam seriamente tratar-se do Messias ("Filho de David").


Outro episódio semelhante é narrado em MT 9:33-34, mas as circunstâncias variam. Não obstante, Lagrange, (o. c. , pág. 241) julga que as duas narrativas se referem ao mesmo caso, embora Pirot (o. c. 9. º vol., pág. 158) e Dãusch (Die drei altern Evangelien, 1932, pág. 194, citado por Pirot) distingam um de outro.


Neste ponto começam os fariseus e "escribas provenientes de Jerusalém" (nota de Marcos) a lançar sua campanha de descrédito contra o taumaturgo, com a acusação mais insensata que possa ser imaginada nesses casos. Havia, nas sinagogas, os exorcistas "oficiais (cfr. os ilhos de Ceva, AT 19:14) que obtinham êxito por meio da prece (sema) ou da recitação do Salmo 92, ou servindo-se de jejuns e outros ritos. Jesus, ao contrário, de nada se utiliza, ordena, e a libertação é feita. Donde lhe vinha tal poder? O povo vê certo intuitivamente: "de Deus". Mas as que temem a concorrência, e não querem perder o prestígio, levantam maldosa e conscientemente a hipótese absurda e insensata, que até hoje permanece válida nas religiões organizadas. Com isso, pretendem assustar as criaturas simples e tímidas, fazendolhes crer que só eles estão com Deus... E a frase parte, mentirosa e cheia de veneno (e repetida até hoje pelos descendentes dos fariseus): "é por Beelzebul que ele expulsa os espíritos obsessores"!


BEELZEBUL está em todos os códices unanimemente e significa "senhor do fumeiro". A Vulgata modificou o termo para Beelzebub, "senhor das moscas", para identificá-lo com o Baal de Accaron (Ekron), consultado por Ocozias (2RS 1:2, 2RS 1:3, 2RS 1:6 e 2RS 1:16).


Perguntam os hermeneutas por que Beelzebub se transformou em Beelzebul. Lembremos que também o filho de Saul, Ishbaal "homem de Baal" (cfr. 1CR. 8:29-40 e 9:35-44) teve seu nome mudado para Ishboseth "filho da vergonha" (cfr. 2SM 2:28, etc). Alguns supõem que isso visava a ridicularizar o nome do deus (espírito-guia) do povo filisteu, que era rival do deus (espírito-guia) do povo israelita.


Strack & Billerbeck, ao comentar este passo (citado em Pirot, o. c., v. 9. º, pág. 158) apresentam a hipótese de que as duas palavras são independentes. E cita: "sacrificar ao deus de Israel é zâbáh; ora, o sacrifício era feito com fogo. Por ironia, talvez, a fim de dizer que os holocaustos aos outros deuses só produziam fumaça, foi empregada a palavra zâbal, que significa "

"fumeiro". Daí o sacrifício "idolátrico" ser dito zebel e a oferta zibbul. Ora, Beel-zibbul pode ter-se abrandado em Beelzebul, que passou a designar o "chefe do fumeiro" ou seja. qualquer espírito-guia diferente de YHWH.


Segundo Marcos, Jesus chama os discípulos para perto de si e lhes expõe a resposta à objeção frágil e insensata. Começa afirmando que um "reino" ou uma casa dividida contra si mesmos, não poderão subsistir. Qualquer luta intestina é sumamente prejudicial ao crescimento e progresso; antes, leva facilmente ao desfazimento e à ruína. Este é um princípio tão evidente que se torna argumento irretorquível.


Daí é deduzida a ilação: satanás não pode lutar contra satanás, senão seu reino cai em ruína.


Aqui temos um dos passos que comprovam que "satanás" não é a personificação de um ser, como pretendem certas teologias, mas a generalização de um princípio; e com isto concordam Lagrange (o. c., pág. 242) e Pirot (o. c., 9. ", pág. 159).


Além desta resposta racional e sensata, vem o argumento ad hominem: se assim fosse, por quem os expulsariam os "vossos filhos"? Os exorcistas das sinagogas bem sabem que a força divina é a única eficiente nesses casos. Eles, que têm prática, serão os julgadores autorizados dos fariseus, nessa questão.


E prossegue a argumentação, apertando os contendores em círculos férreos. Se a libertação do obsidiado não é pela força adversária do próprio chefe, logicamente só pode sê-lo por "um espírito de Deus" (em grego não há artigo). E se assim é, então estamos em pleno "reino de Deus", que já chegou à humanidade, já chegou "sobre vós "(eph"humãs, cfr. DN 4:21). Observe-se que pela primeira vez aparece aqui a expressão "pelo dedo de Deus" (en daktylôi theoú), reproduzindo Ez. 8:19; 31:18; DT 9:10; Salmo 8:4).

O Mestre apresenta, então, uma parábola, no gênero mâchâh, tão usada desde o V. T. (cfr. 2. º Sam 12:1-15, sobre o homem rico e a ovelha; e IS 5:1-17, sobre a vinha), ou seja, uma comparação desenvolvida, diferindo da alegoria, que é uma série de metáforas.


Para saquear-se a casa do homem forte, é mister primeiro segurá-lo e amarrá-lo Sem o que, impossível será roubar-lhe os bens. Ora. para pilhar-lhe a casa, só um homem mais forte o conseguiria. Parece haver aqui uma alusão a Henoque (10:13 e 54:4) que afirma que, nos tempos messiânicos, os obsessores seriam amarrados. O mesmo é declarado no "Testamento de Levi" (sectio 18. º).


Esses são os argumentos que os espiritistas têm às mãos, para responder aos ataques das igrejas organizadas, lembrando aos acusadores que o próprio Jesus já havia previsto essa espécie de desleal combate, quando advertiu: "se chamaram Beelzebul ao dono da casa, quando mais o farão a seus familiares" (MT 10:25). Com isso comprova-se que os espiritistas são, realmente, os "familiares de Jesus", pois neles se realiza a advertência profética do Mestre: as mesmas acusações infundadas e maldosas.


O caso finaliza com uma sentença: "quem não está comigo, é contra mim; quem comigo não ajunta, espalha". Strack

& Billerbeck, em seu comentário a este passo, trazem vários exemplos de ditos judeus do Talmud, donde se conclui que havia uma expressão "Juntar", que significava "não-fazer": "Juntar os pés", queria dizer "não andar"; assim espalhar exprimia "fazer": "espalhar os pés", significava "andar".


Então, a segunda parte da sentença seria uma confirmação, em paralelo, da primeira: quem não junta (se reúne) comigo, espalha (isto é, faz um caminho inútil, perdendo seu tempo).


A lição para a individualidade não apresenta segredos: está clara no texto.


Observemos o modo de agir de Jesus, já salientada uma vez (vol. 3): Jesus não perde tempo em doutrinar o obsessor: cura o obsidiado. O Mestre tinha capacidade para VER de quem era a culpa, coisa que ainda não podemos fazer. E como sabemos que, em muitos casos, o obsessor é o menos culpado, já que é o encarnado que o obsidia, não podemos discernir culpas nem culpados; então, para não corrermos o risco de ser injustos, atendemos aos dois concomitantemente, doutrinando o obsidiado e o obsessor. A diferença de ação depende da nossa incapacidade de distinguir os casos, de saber se o carma já se completou ou não; ignoramos qual o responsável, quais as causas, quem tem razão, etc.


Enfrentamos, pois o problema em seu conjunto.


Sabemos, todavia, que isso nos trará aborrecimentos e perseguições, tanto por parte de encarnados presos a preconceitos de "escolas" (religiosa ou científica), quanto por parte dos próprios obsessores e de seus amigos. Alegremo-nos, portanto, quando formos acusados de vencer neste campo "por obra do inimigo": estaremos seguindo as pegadas do Mestre e colocando-nos na inconfundível e invejável posição de Seus discípulos e familiares.


Outro ponto a salientar é a parábola do "homem forte". Alude isso à força que realmente possuem os espíritos obsessores, sobretudo se reunidos nas assembleias organizadas no plano astral, com o fito de arrastar os encarnados para sua inferioridade, por espírito de vingança e em vista da intimidade que com eles tiveram em outras vidas. E também, em certos casos, por verificarem que algumas criaturas, que aparentam e fazem questão de demonstrar virtudes e qualidades e, no entanto, secretamente agem de modo totalmente oposto.


Entretanto, ensina-se taxativamente que, embora fortes, sempre o bem é mais forte que o mal, sempre a luz espanta as trevas.


A última lição é uma advertência séria para todos nós: "quem não está comigo é contra mim". Plenamente real. Todo aquele que ainda não esteja unido ao Cristo, está ligado ipso facto à personagem, o "satanás" opositor do espírito. Está, pois, contra Ele, E assim a segunda parte: "quem comigo não ajunta, espalha". Qualquer colheita que façamos no campo da personagem é um desperdício que de nada serve. Para haver realmente lucro, mister colher no Espírito, unidos ao Cristo, não importando que seja por meio da personagem, mas desde que não seja só na, e para a personagem.


Desliguemo-nos da matéria, do transitório, das sensações, das emoções, do intelectualismo, dos ritualismos, pomposos e ocos: tudo isso é um "espalhar" de energias, inútil e prejudicial até, porque daí nada de concreto espiritualmente levaremos para a união com o Cristo Interno. Mas se, ao invés, nos unificarmos com Ele tudo isso nos virá espontaneamente, por acréscimo. Fundidos no Todo, teremos o Todo, seremos o Todo. Desligados Dele, o vazio é nossa herança.



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Mateus Capítulo 12 do versículo 1 até o 50
A REJEIÇÃO DO MESSIAS

MATEUS 12:1-6

D. JESUS E Os FARISEUS, Mt 12:1-45

1. A Controvérsia Sobre a Observância do Sábado (Mt 12:1-14)

a) A Colheita de Grãos (Mt 12:1-8). Havia três coisas que distinguiam particularmente os judeus dos gentios na época de Jesus. A primeira era a observância do sábado. Os fariseus eram especialmente rígidos a esse respeito. O Talmude, que é o grande depositório do judaísmo farisaico, tem 24 capítulos sobre o assunto. A segunda característica que distinguia a vida dos judeus era a circuncisão. E a terceira era a proibição de comer carne "impura".

Aconteceu que em um sábado Jesus estava passando pelas searas (1) — uma pala-vra que significa "os semeados" (plural), que quando usada como substantivo significa "campos cultivados, campos de grãos". Os seus discípulos tendo fome, ou, como diría-mos hoje em dia, "estavam com fome", começaram a colher espigas — mais corretamente, "apanhar a parte superior do trigo". A imagem dos discípulos apanhando espigas de milho é enganosa para o leitor americano ou brasileiro.

Os fariseus (2) seguiram Jesus, não para receber a sua ajuda, mas para espioná-lo com a esperança de colocá-lo em dificuldades. Então, quando viram os apóstolos colhen-do as espigas, eles imediatamente os acusaram de colher no sábado. Eles reclamaram com Jesus que os seus discípulos estavam fazendo o que não é lícito fazer num sába-do. O quarto mandamento os proibia de fazer alguma "obra" no sábado (Êx 20:10). Mas a pergunta é: o que caracteriza uma "obra"? Os rabinos falam disso com cuidado meticu-loso em centenas de regulamentos detalhados. Nós nos lembramos do menino — cuja mãe o havia mandado à cama com ordens estritas de fazer silêncio e não pedir nada. Entre-tanto, ele tinha uma pergunta: "Posso pensar?"Algumas vezes o peso sufocante e repressor da legislação legalista deve ter tentado alguns judeus a perguntar: "Posso respirar?"

A essa reclamação dos fariseus, Jesus tinha uma réplica. Ele citou o caso de Davi (3), que, com um grupo de homens famintos, comeu os pães da proposição (4),17 que somente os sacerdotes tinham permissão de comer. Em outras palavras, a necessidade humana é uma lei mais importante do que as leis e regras religiosas. Ou, colocando de maneira mais exata, o amor é a lei mais importante no universo e anula todas as demais leis. E o amor exige que a necessidade humana seja satisfeita, mesmo se alguns aspectos legais tiverem que ser deixados de lado durante o processo. Isto é o que os fariseus não conseguiam enxergar. Sendo típicos legalistas, a eles lhes faltava aquele amor e aquele bom senso que juntos fazem a vida funcionar com alegria e suavidade. Mas o amor é a dádiva da graça de Deus — sim, dele mesmo, pois "Deus é amor". O legalismo é uma negação humana do amor divino.

O Mestre também lembrou os seus críticos de que os sacerdotes trabalham todos os sábados no Templo. Assim, eles violam o sábado, mas ficam sem culpa (5). O bom senso mostra que, na prática, algumas leis anulam outras. Isto é inevitável, em um mundo imperfeito como o nosso.

Então Jesus destacou o seu ponto principal. Agora está presente quem é maior' do que o templo (6). O verdadeiro templo, o lugar de encontro entre Deus e o homem, era o próprio Cristo. O Templo de Jerusalém era a casa de Deus; Jesus é o Filho de Deus (cf. Hb 3:3-6). Isto é algo infinitamente maior.

Mais uma vez (cf. Mt 9:13), Cristo citou Oséias 6:6Misericórdia quero e não sacri-fício (7). É óbvio que este conceito de religião verdadeira como consistindo de uma atitu-de correta e não de atos rituais era essencial no pensamento de Jesus. Se, no cristianis-mo, alguém colocar o seu principal enfoque na liturgia em lugar da vida, estará retroce-dendo do Novo Testamento ao Antigo. E, mesmo assim, deixará de seguir a interpretação profética da lei Mosaica.

Jesus declarou: se vós (os fariseus) soubésseis o significado de Oséias 6:6 — e a construção em grego deixa claro que não sabiam — não teriam condenado os inocentes (plural no texto grego). O convencimento (com um sentido de condenação) é obra do Espírito Santo (Jo 16:8), e não dos seres humanos. Quando saímos por aí condenando as pessoas, estamos usurpando a autoridade divina (cf. Mt 7:1).

O ponto decisivo é que o Filho do Homem (o Messias) até do sábado é Senhor (8). A submissão a Cristo como o Senhor Supremo acaba com todas as controvérsias básicas.'

b) A Cura de um Homem que Tinha a Mão Mirrada (Mt 12:9-14). Este milagre (cf. Mac 3:1-6; Lc 6:6-11) representa outro item no conflito entre Jesus e os fariseus quanto ao assunto da observância do sábado. Havia em sua sinagoga (9) — provavelmente em Cafarnaum (cf. Mac 2.1; 3,1) — um homem que tinha a mão mirrada (literalmente "seca"). Os fariseus perguntaram a Jesus: É lícito curar nos sábados? (10) O objetivo deles não era obter informações para si mesmos, mas sim evidências contra Jesus, para o acusarem.

À primeira vista, parece haver um conflito entre o texto em Marcos 3:4 e Lucas 6:9. Mateus diz que os fariseus fizeram essa pergunta a Jesus. Tanto em Marcos quanto em Lucas, Jesus é quem faz essa pergunta aos fariseus. Mas a pergunta do Mestre pode muito logicamente ter sido feita em uma forma retórica. Na presença do homem aleija-do, os fariseus perguntaram a Jesus: "É lícito curar nos sábados?" Em resposta, Jesus perguntou: "É lícito no sábado fazer bem ou fazer mal? Salvar a vida ou matar?" Marcos diz imediatamente que "eles calaram-se". Ao responder a pergunta dos fariseus com outra pergunta, Jesus os coloca no seu devido lugar, e assim silencia os seus adversários.

Para concluir o seu assunto, Cristo perguntou se eles não tirariam uma ovelha de uma cova em um sábado (11). Quanto mais vale um homem do que uma ovelha? É, por conseqüência, lícito fazer bem nos sábados (12). Tudo o que for para o bem da humanidade, será sempre agradável a Deus.

Então o Criador ordenou à sua criatura aflita: Estende a mão (13). Morison opina que somente a mão era mirrada, e não o braço, e que o objetivo de estender a mão tinha a finalidade de que todos pudessem ver a cura.' Mas estender a mão não implica e envolve um movimento do braço? Então, parece que M'Neile tem razão quando diz: "A ordem fez aflorar a fé, que foi o meio pelo qual a cura foi realizada"." Em outras pala-vras, o homem demonstrou a sua fé por meio da sua obediência. Nas situações da vida real as duas nunca podem estar separadas. De qualquer forma, a mão do homem ficou sã como a outra. A cura estava completa.

Ao invés de se sentirem obrigados — por este milagre — a crer em Jesus como o seu Messias, os fariseus "formaram conselho"' contra Ele, para o matarem (14). Esta ação dá uma idéia da dimensão da voluntária e obstinada rejeição deles a Cristo. Não existe nada mais irracional e despropositado do que o fanatismo religioso.

2. O Conforto das Multidões (Mt 12:15-21)

Em contraste com os líderes religiosos, que procuravam defeitos e faziam críticas, estavam as multidões, que tinham um entusiasmo encorajador. Quando Jesus retirou-se da sinagoga para escapar da conspiração para o assassinar, acompanhou-o uma grande multidão de gente (15). Cheio de compaixão — e talvez de gratidão, pelo menos pela fé que aquelas pessoas demonstravam em seu poder de curar — ele curou a todos.

Ao mesmo tempo, Ele recomendava-lhes rigorosamente (ou "avisava") que não o tornassem conhecido (16). A razão para este aviso está indicada em Marcos 1:45. Jesus estava tentando evitar a publicidade do seu ministério de cura, para que este não se tornasse um obstáculo para o seu ministério de ensino, que era mais importante. Ele também queria evitar que a excitação popular ficasse, humanamente falando, fora de controle, com o conseqüente perigo de um levante revolucionário contra Roma.

Mais uma vez Mateus emprega a sua fórmula favorita para apresentar o material do Antigo Testamento: para que se cumprisse o que fora dito (17). Desta vez a cita-ção um pouco longa é de Isaías 42:1-4. Ela não foi tomada da Septuaginta, mas é de alguma forma uma tradução livre do hebraico. Esta característica já foi anteriormente observada no texto de Mateus. A respeito disso, Carr comenta aqui: "A divergência entre os pontos da Septuaginta aponta para uma versão independente, e a divergência entre o vocabulário de Mateus aponta para algum tradutor, e não para o próprio evangelista"."

A palavra servo (18) é pais, que pode significar tanto "servo" quanto "filho", embora a palavra hebraica em Isaías signifique apenas "servo". Morison tem um comentário que pode ser útil: "Os dois significados da palavra grega fazem com que ela seja peculiarmen-te aplicável ao Messias, no qual os dois relacionamentos se combinam".' A profecia: Porei sobre ele o meu Espírito, foi cumprida no Batismo, quando o Espírito Santo desceu sobre Jesus. Juízo é o significado usual para a palavra grega krisis (cf. "crise"). Mas aqui ela traz consigo a rara conotação de "justiça".

O Servo do Senhor não contenderá (19) — uma palavra grega que só é encontrada aqui no Novo Testamento, e que significa "discutir, brigar". Clamará é a palavra kraugazo, e sugere um clamor que chama a atenção para si mesmo. Ninguém ouvirá pelas ruas a sua voz, pedindo popularidade. Este versículo, que compõe o centro da citação, mostra particularmente a razão pela qual Mateus escolheu estas palavras de Isaías. Ele queria mostrar a modéstia do Messias, ao desejar evitar publicidade (16).

O versículo 20 emprega duas metáforas em relação ao ministério de Cristo. A pri-meira é a da cana quebrada e a segunda é a do morrão que fumega. A última indica um pavio que ainda tremula, mas já quase apagado pela falta de óleo. Morison dá um significado claro e simples para esta interessante passagem: "A cana quebrada e o pavio quase apagado podem se referir às vidas que Jesus restaura, e às chamas da fé que Ele faz reviver".' Alford diz que essas metáforas representam "uma expressão proverbial conhecida: 'Ele não esmagará o coração contrito, nem extinguirá a menor faísca de arre-pendimento sentida pelo pecador' "26 Até que faça triunfar o juízo significa "até que Ele faça a sua justiça triunfar, até que Ele a leve à vitória".

Para os versículos 18:21, Charles Simeon sugere o tópico: "A compaixão de Cristo em relação aos fracos".

1) A sua missão é expressa no versículo 18.

2) A sua maneira de cumpri-la está indicada nos versículos 19:20:
a) Em silêncio; b) Com ternura; c) Com sucesso.

3) A nossa obrigação para com Ele é mostrada no versículo 21.

3. O Desprezo dos Críticos (Mt 12:22-45)

Esta seção mostra os fariseus na sua mais obstinada e cruel oposição a Cristo. Os seus corações carnais são desmascarados e a imagem revelada é um sórdido comentário sobre os frutos da religião legalista.

a) O Endemoninhado Cego e Mudo (Mt 12:22-30). Lucas, que também registrou este milagre de cura (Lc 11:14), menciona somente a mudez do homem, não a sua cegueira. Mas tanto Lucas quanto Mateus indicam que ele estava "endemoninhado". Pode ser que esta condição tão difícil tivesse sido trazida a Jesus como uma espécie de teste. Mas Ele enfrentou o desafio e teve sucesso total; o homem foi completamente curado.

Compreensivelmente, a reação do povo foi de admiração. Eles diziam: Não é este o Filho de Davi? (23). Mas a forma do texto grego indica claramente que se esperava uma resposta negativa: "Este não é o Filho de Davi, é?".27 A pergunta expressa surpresa, in-credulidade, talvez em uma mistura de esperança — "Será que é possível que este seja o Filho de Davi?"

A reação dos fariseus foi bem diferente. Eles disseram que Jesus expulsava os demônios por Belzebu,' o príncipe dos demônios (24). Cristo sabia o que eles estavam pensando e começou a lhes fazer perguntas. Depois de observar que todo reino dividido contra si mesmo é devastado; e toda cidade ou casa dividida contra si mesma não subsistirá (25), Ele declarou que se Satanás estivesse expulsando Satanás, ele estaria dividido contra si mesmo; como subsistiria, pois, o seu reino (26) ? A lógica era simples e clara.

Mas Jesus ainda prossegue. Se Ele expulsava demônios por Belzebu, por quem os expulsam, então, os filhos daqueles homens (27) ? A expulsão de demônios era pratica-da pelo menos por alguns judeus naquela época (cf. Atos 19:13).

Então o Mestre dá a forma correta ao registro. Se pelo Espírito de Deus, não "por Belzebu" (24), ele expulsava os demônios... é conseguintemente chegado a vós o Reino de Deus (28). Foi exatamente isso o que aconteceu. Na pessoa de Jesus o Reino "chegou repentinamente" (tempo aoristo). Mas eles o estavam rejeitando.

Jesus dá mais um exemplo. Ninguém pode entrar na casa de um homem valente e furtar — "roubar, levar embora, arrasta?" — os seus bens — "a sua propriedade' — a menos que amarre o homem valente. Novamente, contra a lógica não há argumento. Satanás é um adversário vencido, caso contrário Jesus não poderia estar se apossando da sua propriedade.

A primeira parte do versículo 30 — Quem não é comigo é contra mim — parece, à primeira vista, estar em conflito com Lucas 9:50 — "Quem não é contra nós é por nós".

Mas no texto de Mateus, Jesus está falando sobre a lealdade interior; em Lucas, Ele está falando da oposição exterior. Os objetivos das duas frases são completamente diferentes. Em Lucas, Ele está reprovando um espírito de sectarismo; em Mateus, Ele está advertindo contra o perigo da lealdade dividida. Existe também uma diferença quanto a quem está contra quem (cf. Mt 12:30 e Lc 9:50 em várias versões). Em Mateus, Jesus declara que um homem não pode permanecer neutro em relação a Cristo; aqueles que não são a favor dele, são contra Ele. Em Lucas, Jesus está falando dos seus seguidores. Um ho-mem não precisa sempre concordar com os outros cristãos, ou com grupos de outros cristãos, para estar com Cristo. Nem eu devo exigir que todos os outros cristãos concordem comigo. Um outro cristão pode estar realizando a obra de Cristo à sua própria ma-neira; se ele estiver fazendo isso sinceramente, estará do mesmo lado que eu estou, por-que eu também estou procurando fazer a obra de Deus.

  • O Pecado Imperdoável (Mt 12:31-32). Jesus afirmou que todo pecado e blasfêmia se perdoará aos homens (31), exceto a blasfêmia contra o Espírito. Essa nunca será perdoada. No versículo 32 Ele coloca isso de maneira ainda mais forte: qualquer pessoa que fale alguma palavra contra o Filho do Homem será perdoada, mas não aquela que falar contra o Espírito Santo. O contexto dá a entender que o "pecado imperdoá-vel" é atribuir obstinadamente a Satanás uma obra que é do Espírito Santo. Esta é a opinião sustentada por John Wesley e Adam Clarke. Wesley diz: "Isso não é nem mais nem menos do que atribuir ao poder do diabo esses milagres que Cristo realizou pelo poder do Espírito Santo".31 Mas Morison, que é um comentarista seguidor de Wesley nos estudos teológicos, expressa o ponto de vista mais aceito hoje em dia com respeito ao pecado imperdoável, da seguinte maneira: "Qualquer pecado e blasfêmia serão perdoa-dos aos homens, exceto aqueles que sejam imperdoáveis por constituírem uma blasfêmia contra o Espírito".' Novamente, ele escreve: "A blasfêmia contra o Espírito é uma rejei-ção escarnecedora do Espírito, como o único Revelador da santa propiciação realizada por Deus".' Isto é impenitência, "continuada até o fim das provações".'
  • Corações Bons e Maus (Mt 12:33-37). Assim como existem dois tipos de árvores, as boas e as más, assim também existem dois tipos de corações. E da mesma maneira como a árvore é conhecida pelos seus frutos, assim também a verdadeira natureza do homem é conhecida pelo que flui dela (35). Isto se demonstra especialmente pelo que dizemos (36-37), pois do que há em abundância no coração, disso fala a boca (34). A cone-xão com os parágrafos precedentes é demonstrada na primeira parte do versículo 34. O coração mau dos fariseus foi revelado pelas palavras de blasfêmia que eles tinham aca-bado de proferir.
  • Os versículos 36:37 proclamam uma verdade solene. As palavras blasfemas não são as únicas pelas quais os homens são responsáveis diante de Deus. Pois de cada palavra ociosa que alguém falar, ele deverá prestar contas no dia do juízo. A pergun-ta importante obviamente é: o que se quer dizer com ociosa? A palavra grega significa "indolente, preguiçosa, sem utilidade". Para esta passagem, Arndt e Gingrich sugerem "uma palavra descuidada que, devido à sua falta de valor, não deveria ter sido proferi-da".35 Jesus está advertindo contra o descuido no falar, pois a conversa de uma pessoa revela a condição do seu coração. Assim, pelas palavras alguém pode ser justificado ou condenado.

  • Procurando Um Sinal (Mt 12:38-42). Os escribas e os fariseus tentaram colocar Je-sus em dificuldades, pedindo que Ele lhes mostrasse algum sinal (38). Esta é a palavra normalmente usada no Evangelho de João para os milagres que Jesus realizava. O Mes-tre tinha acabado de lhes dar um maravilhoso sinal, ao curar o endemoninhado cego e mudo. Mas eles procuravam alguma coisa ainda mais sensacional e espetacular. O texto de Lucas 11:16 indica que eles estavam pedindo "um sinal do céu" que provasse que Ele era o Messias. Jesus se recusou a atender este pedido.
  • Cristo afirmou que era uma geração má e adúltera que estava pedindo um sinal (39). A palavra adúltera é usada aqui com um sentido espiritual, assim como em Isaías e Oséias, significando ser infiel ao Senhor, afastado de Deus.

    O único sinal que Jesus lhes poderia dar é aquele que eles poderiam encontrar em suas próprias Escrituras Sagradas. Este é um aviso salutar para aqueles que hoje em dia procuram sinais "sensacionais". A Bíblia é a base da nossa fé. "De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus" (Rm 10:17). Este é o único alicerce seguro para a nossa fé.

    Da mesma maneira que Jonas esteve três dias e três noites no ventre do "grande peixe" (cf. Jn 1:17) — "não existem baleias no Mediterrâneo"' — assim também estará o Filho do Homem três dias e três noites no seio da terra (40). Em virtude da dificul-dade de encontrar três dias e três noites entre a tarde de sexta-feira e a manhã de domingo, muitas pessoas defendem a idéia de uma crucificação na quarta-feira. Mas isto exigiria a ressurreição na tarde do sábado. Uma quinta-feira se encaixaria mais facil-mente, mas por alguma razão esse dia não é sugerido pelos comentaristas. O que é im-portante observar é que os judeus consideram as partes dos dias como sendo dias intei-ros. Por esta razão podemos entender que não há nada de errado em considerar a sexta-feira, o sábado e o domingo como um intervalo de três dias e três noites. Mais tarde, Jesus declarou definitivamente que Ele "ressuscitaria ao terceiro dia" (Mt 16:21). Quando comparamos esta afirmação com a forte tradição da igreja primitiva de que a crucifica-ção ocorreu na sexta-feira, parece bastante razoável aceitar esse dia como correto. Os judeus eram muito mais flexíveis nos seus conceitos sobre o tempo do que nós, pois, em nossa era, dividimo-lo até mesmo em segundos. O "relógio" mais preciso que eles possu-íam era um relógio de sol.

    Então Jesus advertiu os seus ouvintes de que os ninivitas (41) — os homens de Nínive — e a Rainha do Sul (42; a rainha de Sabá, cf. 2 Cron 9:1-9) se levantarão no Dia do Juízo com esta geração e a condenarão pela sua falta de fé. Com muito menos esclare-cimento, eles obedeceram ao chamado de Deus, e seguiram a luz que viram.

    e) Varrida, mas Vazia (Mt 12:43-45). O significado deste parágrafo no seu contexto está bem destacado por Neil, que escreve: "Israel de alguma maneira se libertou das princi-pais manchas da sua história inicial, através da sua confissão verbal de obediência à Lei, mas sete demônios piores entraram e tomaram posse da sua vida religiosa — o fanatismo, a intolerância, o preconceito e os demais pecados do judaísmo".37

    A expressão Lugares áridos, ou "sem água" (43), significa lugares não habitados pelo homem, por não terem água disponível. Meyer diz que os desertos "eram considera-dos a habitação dos demônios"."

    Jesus estava advertindo contra o perigo de haver somente uma conversão parcial -uma reforma sem regeneração. Não é suficiente livrar-se dos maus hábitos do pecado. Isto só deixa a vida desocupada, varrida e adornada (44). A última palavra é o verbo kosmeo, cujo significado básico é "colocar em ordem".

    Se um homem passar por uma reforma moral sem uma transformação espiritual, o resultado poderá ser, perfeitamente, que os últimos atos desse homem se tornem piores do que os primeiros (45). Cristo deve preencher a vida purificada, para que ela se mantenha limpa.

    E. JESUS E A SUA FAMÍLIA, Mt 12:46-50

    Este interessante e curto episódio está registrado nos três Evangelhos Sinóticos (cf. Mac 3:31-35; Lc 8:19-21). A mãe e os irmãos de Jesus (veja os comentários sobre Mt 13:55) queriam falar com Ele (46).

    Ao ser informado disso (47), Jesus apontou para os seus discípulos e disse: Eis aqui minha mãe e meus irmãos (49). A seguir Ele definiu um novo relacionamento espiritual: porque qualquer que fizer a vontade de meu Pai, que está nos céus, este é meu irmão, e irmã, e mãe (50). Esta é a nova família de Deus. Nós podemos fazer parte dela por meio de um novo nascimento. Enquanto fizermos a vontade de Deus, pertenceremos a ela. A desobediência — se for voluntária e obstinada — nos expul-sará dela.


    Genebra

    Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
    Genebra - Comentários de Mateus Capítulo 12 do versículo 1 até o 50
    *

    12:2

    o que não é lícito. O Antigo Testamento não proíbe apanhar grãos no Sábado, para comer. Os discípulos não eram agricultores empregados na obra da colheita. A objeção dos Fariseus estava baseada numa tradição oral, que não levava em conta o verdadeiro propósito da Lei. Ver "A Liberdade Cristã", em Gl 5:1.

    Sábado. O Sábado é um símbolo da soberania de Deus sobre todo o universo criado (Êx 20:8). Recorda a redenção que Deus propicia a seu povo (Dt 5:12) e é uma representação da esperança de descanso eterno, na consumação (Hb 4:9). Jesus como Senhor do Sábado cumpre todos os aspectos do significado do Sábado (Cl 2:16-17).

    * 12.3-6

    Em sua resposta às acusações dos fariseus, Jesus usa dois argumentos, de menor importância e de maior importância, ambos focalizando sua própria pessoa e autoridade. A transgressão de Davi, da lei cerimonial, em uma hora de necessidade, tinha sido permitida e agora alguém com muito maior autoridade estava presente. Do mesmo modo, as exigências do culto, no templo, desculpa os sacerdotes de certas obrigações da Lei, e agora "aqui está quem é maior do que o templo " (v. 6).

    * 12:6

    quem é maior que o templo. Como as genuínas necessidades do povo são mais importantes para Deus, do que os símbolos cerimoniais, assim aquele em quem Deus habita é maior do que o lugar simbólico de habitação. Jesus, Emanuel ("Deus conosco") é o verdadeiro templo para quem o símbolo apontava (Jo 1:14; 2:21). Os discípulos, estando na presença de Jesus, tinham um serviço muito maior do que o dos sacerdotes que serviam no templo de Jerusalém.

    * 12:7

    Misericórdia quero. Novamente citando Os 6:6 (conforme 9.13), Jesus condena o mau uso da Lei pelos fariseus. O Sábado foi dado por Deus como auxílio para a humanidade, porém, os fariseus perverteram este propósito, colocando o Sábado contra os que estavam em necessidade, e fazendo dele um peso (Mc 2:27).

    * 12:8

    é senhor do sábado. O Filho do homem recebeu o domínio sobre a criação (8.20, nota) e sobre a redenção (20.28). Por isso Ele tem domínio sobre o Sábado, o sinal da soberania de Deus sobre a criação e a redenção (v. 2, nota). As reivindicações que Jesus faz aqui, sem dúvida, chocaram os fariseus, confirmando a vontade deles de tirar-lhe a vida (v. 14).

    * 12.9-14

    Outro exemplo do Senhorio de Cristo sobre o Sábado. Novamente, no Antigo Testamento, não há proibição para curar no Sábado e é sempre lícito fazer o bem. Jesus não ensina que o Sábado é abolido com a vinda do reino, pois ele não veio para destruir a Lei, mas para cumpri-la (5.17, nota). O problema não estava na observância do sábado por parte dos fariseus mas na interpretação errada deste mandamento por parte deles, tornando um peso aquilo que deveria ser um prazer.

    * 12.16-21

    advertindo-lhes, porém, que o não expusessem à publicidade. Is 42:1-4 é citado como uma explicação do porque Jesus pediu às pessoas que não dissessem quem ele era. Ele veio proclamar e estabelecer a justiça, mas não por uma exibição do poder, nem por liderar um movimento político-militar. Uma vez que o papel do Messias era tão mal entendido entre o povo, Jesus tinha de refrear o entusiasmo mal orientado que estava prestes a explodir.

    * 12:24

    Belzebu. Ver nota em 10.25.

    * 12:29

    do valente... sem primeiro amarrá-lo. Por sua vitória sobre Satanás no deserto (4.10, nota) e por exorcizar demônios, Jesus demonstrou que tinha amarrado o "valente" e que Satanás estava sem poder para impedir a vinda do reino. Amarrar Satanás era um símbolo da era messiânica na literatura apocalíptica Judaica (ver também Ap 20:2).

    * 12.31-32

    Falar contra o Espírito chamando a obra do Espírito a obra de Satanás, envolve uma rejeição explícita, intencional e decisiva do único Poder, que pode trazer arrependimento. A noção do "pecado imperdoável" tem provocado ansiedade desnecessária. Qualquer que foi convencido de pecado pelo Espírito (Jo 16:8) e agora crê na verdade, não pode ter cometido esse pecado. Ver "Pecado Imperdoável", em Mc 3:29.

    * 12.36-37

    Jesus está mostrando que as palavras, mesmo aquelas proferidas sem cuidado, têm importância eterna. Na Bíblia, os pecados verbais tais como a mentira, o mexerico ou os insultos são condenados tão severamente como o adultério e o assassinato (5.22, 37; 2Co 12:20; 1Tm 1:10; Tg 3:6; Ap 21:8).

    * 12:38

    sinal. É incrível que eles tenham pedido um sinal, à luz do que eles já tenham visto. Jesus não faz milagres por exigência.

    * 12:39

    sinal... profeta Jonas. Jonas estava praticamente morto, mas restaurado à vida, exemplifica a ressurreição do Filho do Homem (v. 40). Este é o maior sinal de todos para indicar que o reino chegou.

    * 12:40

    três e dias e três noites. Maneira enfática de dizer "três dias".

    * 12.43-45

    A menos que o Espírito Santo resida no coração, os espíritos ímpios podem entrar nele (Rm 8:9). Se as pessoas não se entregarem ao Rei cujo poder já experimentaram, seu estado final será pior do que se o reino nunca tivesse vindo (Hb 6:4-6).


    Matthew Henry

    Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
    Matthew Henry - Comentários de Mateus Capítulo 12 do versículo 1 até o 50
    12.1, 2 Os fariseus tinham estabelecido trinta e nove categorias gerais de atividades proibidas no dia de repouso. Estavam apoiadas em interpretações da lei de Deus e nas tradições judias. Colher era uma dessas proibições. Segundo os líderes religiosos, ao arrancar espigas de trigo e as sovar em suas mãos, os discípulos estavam tecnicamente colhendo. Jesus e os discípulos tinham arrancado as espigas porque tinham fome não porque queriam segar o grão com fins de lucro. Jesus e seus discípulos não estavam trabalhando no dia de repouso. Os fariseus, entretanto, não puderam (e não quiseram) ver mais à frente do tecnicismo das leis.

    12:4 Esta história se registra em 1Sm 21:1-6. Cada semana se substituíam os pães da proposição e os sacerdotes comiam os mesmos. Os pães que recebeu Davi foram os que tinham sido substituídos. Apesar de que os sacerdotes eram quão únicos podiam comer desses pães, Deus não castigou ao Davi porque sua necessidade era mais importante que os tecnicismos legais. Jesus estava dizendo: "Se vocês me condenarem, terão também que condenar ao Davi", algo que os líderes religiosos não podiam fazer sem originar um grande alvoroço entre a gente. Deve enfatizar-se que Jesus não estava apoiando a desobediência às leis de Deus. Mas enfatizava a importância de ter discernimento e compaixão ao aplicar as leis.

    12:5 Os Dez Mandamentos proibiam trabalhar no dia de repouso (Ex 20:8-11). Essa era a letra da Lei. Mas como o propósito do dia de repouso era descansar e adorar a Deus, os sacerdotes podiam trabalhar para levar a cabo os sacrifícios e conduzir os cultos de adoração. Este "trabalho sabático" servia e rendia culto a Deus. Jesus sempre enfatizou a intenção da lei. Os fariseus se esqueceram do espírito da lei e em forma rígida demandavam que se obedecesse ao pé da letra sua interpretação da mesma.

    12:6 Os fariseus se preocupavam tanto dos rituais religiosos que esqueciam o propósito do templo: levar a gente a Deus. Como Cristo é maior que o templo, quem melhor que O pode conduzir a gente a Deus. Deus é muito mais importante que todos os instrumentos que se utilizam na adoração. Se nos preocuparmos mais dos instrumentos da adoração que da Pessoa que adoramos, não estaremos alcançando a Deus embora pensemos que lhe estamos rendendo culto.

    12:7 Jesus repetiu aos fariseus palavras que os judeus tinham ouvido muitas vezes através de sua história (1Sm 15:22-23; Sl 40:6-8; Is 1:11-17; Jr 7:21-23; Os 6:6). A atitude de nosso coração para Deus é primeiro. Só assim podemos corretamente obedecer e observar as regulações e rituais religiosos.

    12:8 Quando Jesus disse que era "Senhor do dia de repouso" proclamou ser mais importante que a lei e estar por cima dela. Para isto fariseus era heresia. Não se davam conta de que Jesus, o divino Filho de Deus, era o criador do dia de repouso. O Criador é sempre maior que a criação; por esta razão Jesus tinha a autoridade de deixar sem efeito suas tradições e regulações.

    12:9 Para obter mais informação sobre as sinagogas, vejam-nas notas a Mc 1:21 e 5.22.

    12:10 Ao referir-se ao homem com a mão deformada ("seca"), os fariseus trataram de enredar ao Jesus lhe perguntando se era legal sanar no dia de repouso. As regras diziam que se podia brindar ajuda às pessoas em dia de repouso só se era uma questão de vida ou morte. Jesus sanou no dia de repouso várias vezes e nenhuma delas podia qualificar-se como emergências. Se Jesus tivesse esperado até o dia seguinte, submetia-se à autoridade dos fariseus e aceitava que suas leis mesquinhas eram iguais à lei de Deus. Se sanava ao homem, os fariseus poderiam proclamar que seu poder não procedia de Deus já que quebrantava suas regras. Mas Jesus deixou em claro diante de todos que suas normas eram ridículas e mesquinhas. Deus é um Deus de pessoas, não de regras. O tempo mais apropriado para ajudar a alguém é quando o necessita.

    12.10-12 Os fariseus puseram suas leis por cima das necessidades humanas. Preocupava-lhes tanto que Jesus rompesse uma de suas regras que não lhes importava a mão seca do homem. Que atitude assume você? Se suas convicções não lhe permitem ajudar a certas pessoas, suas convicções pudessem não estar a tom com a Palavra de Deus. Não permita que os dogmas o ceguem às necessidades humanas.

    12:14 Os fariseus planejaram a morte do Jesus porque estavam furiosos. Jesus tinha desacatado sua autoridade (Lc 6:11). Tinha posto ao descoberto suas avessas atitudes diante da multidão na sinagoga. Tinha demonstrado que eram mais leais a seu sistema religioso que a Deus.

    12:15 até agora, Jesus tinha estado confrontando com agressividade a hipocrisia dos fariseus. Mas decide sair da sinagoga antes de que se desenvolva uma maior confrontação porque não lhe tinha chegado a hora de morrer. Ainda tinha muito que ensinar a seus discípulos e às pessoas.

    12:16 Jesus não queria que as pessoas que O sanava o dessem a conhecer outros porque não queria que a gente fosse ao por motivos impróprios. Além disso, podia danificar seu ministério de ensino e criar falsas expectativas sobre seu reino terrestre. Mas as notícias de seus milagres se difundiram, e muitos foram ver o que estava passando (veja-se Mc 3:7-8).

    12.17-21 Mateus citava freqüentemente o Antigo Testamento porque queria demonstrar a quão judeus Jesus era o Messías. Para os judeus a Bíblia era a autoridade suprema. Acreditavam que anunciava a um Messías, mas não que Jesus o fora. Mateus lhes mostrou que Jesus era o Messías prometido. Esta profecia em particular ensinava que o Messías não ia ser o conquistador pomposo que os judeus esperavam, a não ser um manso Juiz (Is 42:1-7).

    12.17-21 A gente esperava que o Messías fora um rei. Esta referência à profecia de Is 42:1-4 mostra que O sim é rei, mas descreve que classe de rei: calmo, gentil, que brinda justiça às nações. Como a multidão, às vezes queremos que Cristo tenha autoridade de rei e traga consigo vitórias notáveis e visíveis a nossa vida. Mas com freqüência sua obra é silenciosa, e a realiza no momento que crie oportuno.

    12:24 Antes tinham acusado ao Jesus de estar aliado ao príncipe dos demônios (9.34). Os fariseus tratavam de desacreditá-lo apelando às emoções. Como não queriam acreditar que O fora Deus, diziam que atuava de acordo com Satanás. Ao Jesus não foi difícil demonstrar a necedad de seu argumento.

    12:25 Como homem, Jesus se tinha despojado de sua capacidade sobrenatural se soubesse tudo, mas mostrou um conhecimento profundo da natureza humana. Seu discernimento impediu que o enredassem em suas palavras. O Cristo ressuscitado conhece todos nossos pensamentos. Isto pode ser um consolo porque Sabe bem o que queremos dizer quando lhe falamos, e nos pode oferecer ajuda. Por outro lado, não podemos ocultar do que fazemos com motivos egoístas.

    12:29 Ao nascer Jesus, o poder de Satanás e seu controle se viram transtornados. No deserto, Jesus saiu gracioso da tentação e na ressurreição, anulou a arma final de Satanás: a morte. Ao final Satanás será pacote para sempre (Ap 20:10) e a maldade não perverterá mais a terra. Jesus tem poder e autoridade total sobre Satanás e suas forças.

    12:30 É impossível ser neutro em relação com Cristo. Qualquer que não lhe esteja seguindo ativamente o rechaçou. Qualquer pessoa que procura manter-se neutro na conflito cósmica do bem contra o mal, rechaçou a Deus.

    12.31, 32 Rechaçar a voz do Espírito Santo quando tenta nos convencer de pecado é blasfemar contra O. Como uma pessoa só pode salvar-se por meio do Espírito Santo e sua obra, quando a gente não quer arrepender-se nem reconhecer seu pecado está rechaçando o perdão que lhe brinda Deus. Algumas vezes os crentes temem ter cometido acidentalmente este pecado imperdoável. Mas só os que deram as costas a Deus e não querem acreditar precisam preocupar-se. Jesus diz que não serão perdoados, não porque seu pecado seja pior que outros, mas sim porque nunca pedirão perdão. Os que rechaçam a voz do Espírito Santo rechaçam a única força que os pode guiar ao arrependimento e à restauração das relações com Deus.

    12.34-36 Jesus nos recorda que o que dizemos revela o que há em nosso coração. Que tipo de palavras saem de nossa boca? Estas são uma indicação do que nosso coração alberga. A gente não pode solucionar o problema do coração trocando de vocabulário. Tem que lhe permitir ao Espírito Santo que o encha com atitudes e motivos novos; logo seu vocabulário se limpará de dentro.

    12.38-40 Os fariseus pediam outro milagre mas não estavam procurando com sinceridade conhecer o Jesus. Jesus sabia que tinham visto milagres suficientes para lhes convencer de que O era o Messías. Mas eles já tinham decidido não acreditar no e isso não ia trocar com outro milagre.

    Muitas pessoas hão dito: "Se eu visse um milagre, acreditaria em Deus". Mas o que disse Jesus aos fariseus se aplica também a nós. Temos evidências mais que suficientes: a morte do Jesus, sua ressurreição e ascensão, e séculos de estar trocando vistas de crentes ao redor do mundo. Em lugar de procurar evidências adicionais ou milagres, aceite o que Deus já lhe deu e avanço. O pode usar sua vida como evidência para chegar a outra pessoa.

    12.39-41 Jonás foi um profeta que foi enviado à cidade assíria do Nínive (veja o livro do Jonás). devido a que os assírios eram uma nação cruel e belicosa, Jonás tratou de fugir de seu encargo e terminou agasalhado três dias no ventre de um peixe gigante. Quando saiu, a contra gosto foi ao Nínive, pregou a mensagem de Deus e viu a cidade arrepender-se. Por contraste, quando Jesus veio aos seus, estes não quiseram arrepender-se. Aqui está dizendo com claridade que sua ressurreição provaria que O era o Messías. Três dias depois de sua morte, voltaria a viver, assim como ao Jonás lhe deu uma nova oportunidade para viver depois de ter estado três dias no ventre do peixe.

    12:41, 42 Nos dias do Jonás, Nínive era a capital do Império Assírio e era tão capitalista como má (Jo 1:2). Mas toda a cidade se arrependeu como resposta à mensagem do Jonás. Reina-a do Sabá viajou uma grande distancia para ver o Salomão, rei do Israel e aprendeu de sua grande sabedoria (1Rs 10:1-10; veja-se também na nota a Lc 11:31-32 mais informação sobre a rainha do Sabá. Aqueles gentis reconheceram a verdade de Deus quando a apresentaram, mas os líderes religiosos não reconheceram a verdade apesar de que a tinham diante. respondeu você à evidência e verdade recebidas?

    12.43-45 Jesus está descrevendo a atitude do Israel e os líderes religiosos em particular. Se um se limpar a vida mas não a cheia de Deus deixa espaço suficiente para que entre Satanás. O livro do Esdras registra como a gente se separou da idolatria mas não a substituíram com amor a Deus e obediência. Desejar nos afastar do pecado é o primeiro passo, mas logo devemos encher nossa vida com a Palavra de Deus e o Espírito Santo. As pessoas vazias e inativas som um fácil branco de Satanás.

    12.46-50 Jesus não estava evitando a sua família terrena. Pelo contrário, antes já tinha criticado aos líderes judeus por não tomar em conta o mandato do Antigo Testamento de honrar a seus pais (15.1-9). Pendurado na cruz se ocupou do bem-estar de sua mãe(Jo 19:25-27). Sua mãe María e seu irmão Santiago estiveram presentes no aposento alto no Pentecostés (At 1:14). Jesus mas bem estava enfatizando que a relação espiritual une tanto como a física, com o que estava preparando o caminho para uma nova comunidade de crentes (a Igreja), nossa família espiritual.


    Wesley

    Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
    Wesley - Comentários de Mateus Capítulo 12 do versículo 1 até o 50
    H. seus críticos (12: 1-50)

    1. A Cause (12: 1-21)

    1. Colhendo no sábado (12: 1-8)

    1 Naquele tempo, Jesus foi no dia de sábado pelas searas; e os seus discípulos estavam com fome, começaram a colher espigas, ea comer. 2 Mas os fariseus, vendo isso, disseram-lhe: Eis que os teus discípulos fazem o que não é lícito fazer no sábado. 3 Mas ele lhe disse: lhes: Não tendes lido o que fez Davi, quando teve fome, ele e os que estavam com ele; 4 Como entrou na casa de Deus e comeu os pães da proposição, que não lhe era lícito comer, nem para eles que com ele estavam, mas só aos sacerdotes? 5 Ou não tendes lido na lei que, aos sábados, os sacerdotes no templo violam o sábado e ficam sem culpa? 6 Mas digo-vos que um maior do que o templo é aqui. 7 Mas, se vós soubésseis o que meaneth, misericórdia quero, e não sacrifício, e vós não teria condenado os inocentes. 8 Porque o Filho do Homem é Senhor do sábado.

    No Evangelhos Sinópticos encontramos Jesus em conflito frequente com os fariseus. Uma das principais causas desses confrontos foi a questão da profanação sábado. Talvez a característica mais importante do judaísmo na época de Cristo era a sua ênfase supremo sobre a observância do sábado. No Talmud nada menos que vinte e quatro capítulos foram dedicados ao assunto. Esta ea circuncisão foram as duas coisas principais que estabelecem os judeus para além dos gentios.

    Grainfields é mais preciso para os leitores americanos que "milho" (KJV). No entanto, no trigo British Isles ainda é chamado de "milho" (conforme NEB). O grão aqui foi trigo ou cevada, provavelmente o antigo. Assim ouvidos ("espigas de milho", KJV) deve ser "cabeças".

    Trabalhando no dia de sábado foi um grande crime de acordo com o Judaísmo. Aos olhos dos fariseus, os discípulos de Jesus eram culpados em três acusações específicas: (1) eles foram arrancando as cabeças de trigo, que era a colheita ; (2) eles estavam esfregando fora as cascas em suas mãos, que foi debulha ; (3) que foram soprando a palha longe dos grãos, que foi joeira . Este é um bom exemplo da forma picayunish os fariseus legalistas aplicada a proibição Mosaic contra a trabalhar no sábado (Ex 20:10 ).

    Jesus defendeu Seus seguidores contra a condenação farisaica (v. Mt 12:2 ). Ele citou o exemplo de Davi, o rei reverenciado do Antigo Testamento, que comeu os pães da proposição, que foram autorizados apenas os sacerdotes para comer (vv. Mt 12:3-4 ). Isso não significa, necessariamente, que Cristo defendeu a ação de Davi. Mas por que, Ele me perguntou, não tolera que Davi e condenar os discípulos para algo muito menos importante?

    O Mestre usou uma segunda ilustração. Os sacerdotes no templo violam o sábado por seu assassinato e oferta de sacrifícios, ainda estão sem culpa (v. Mt 12:5 ). O problema com os fariseus era a sua incapacidade de reconhecer que algo maior que o templo estava na mão (v. Mt 12:6 ). Jesus era a representação real de Deus, ao passo que o templo era apenas um símbolo da presença divina.

    Então Jesus pôs o dedo na verdadeira ferida. Os fariseus eram longas em sacrifício (oferta de animais), mas curto em misericórdia . Eles precisavam de menos legalismo e mais amor. Cristo citou Dn 6:6)

    9 E partiu dali, e foi para a sua sinagoga: 10 e eis um homem que tinha uma das mãos mirrada. E perguntaram-lhe, dizendo: É lícito curar no dia de sábado? que o acusarem. 11 E disse-lhes: Que homem deverá ser de vocês, que, tendo uma ovelha, e se esta queda em um poço no dia de sábado, não lançará mão dela, e tirá- fora? 12 , quanto mais vale um homem de mais valor do que uma ovelha! Portanto, é lícito fazer o bem no sábado dia. 13 Então, disse ao homem: Estende a tua mão. E ele a estendeu; e lhe foi restituída sã como a outra. 14 Mas os fariseus saíram, e entraram em conselho contra ele, para o matarem.

    A segunda causa de conflito era hábito de cura no sábado de Jesus. Isso é notado em todos os quatro Evangelhos. O caso específico aqui foi o caso de um homem que tem uma mão atrofiada (v. Mt 12:10 ), literalmente, ". tudo secou" Este incidente aconteceu nasinagoga deles (v. Mt 12:9 ), provavelmente em Cafarnaum (conforme Mq 2:1)

    15 E Jesus, percebendo isso retirou dali, e muitos o seguiram; e ele curou a todos, 16 e advertiu-lhes que não o dessem a conhecer: 17 para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías, dizendo:

    18 Eis o meu servo, a quem escolhi;

    O meu amado, em quem a minha alma se compraz;

    Vou colocar o meu espírito sobre ele,

    E ele deve declarar justiça às nações.

    19 Não contenderá, nem chorar em voz alta;

    E não terá qualquer um ouvir a sua voz nas ruas.

    20 A cana trilhada, não a quebrará,

    E fumar linho ele não se saciar,

    Até que ele envie o juízo vitória.

    21 e no seu nome os gentios esperarão.

    Jesus não ficar em torno de ser preso. Em vez disso, Ele retirou-se para a beira-mar (Mc 3:7 ), pois Ele não queria esperanças messiânicas falsos levantada, que pode resultar em um levante político.

    Como é seu costume freqüente, Mateus cita uma passagem do Velho Testamento (Is 42:1. ). Ele gosta especialmente de citar Isaías (conforme Mt 1:23 ; Mt 3:3 ; Mt 13:14 ; Mt 15:7 foi ecoado no batismo de Jesus (Mt 3:17 ). Foi lá também que o Espírito desceu sobre Ele (Mt 3:16 ), a fim de que pudesse declarar justiça aos gentios; ou seja, prover a salvação para todos os homens, e não apenas para os judeus.

    A delicadeza do ministério de Jesus é descrito aqui (v. Mt 12:19 ). Ele não veio para liderar uma revolução política, mas para iniciar uma reforma espiritual. Ele não veio para quebrar o caniço rachado do poder romano, nem para saciar o pavio que fumega (v. Mt 12:20) da autoridade piscando. A segunda figura usada aqui é muito mais claramente indicado no Antigo Testamento da TRADUÇÃO "uma chama que ainda fumega" (Is 42:3)

    22 Em seguida, foi-lhe apresentado um possuído por um demônio, cego e mudo; e ele curou, de modo que o mudo falava e via. 23 E todas as multidões ficaram maravilhados, e disse: Isso pode ser o filho de Davi? 24 Mas os fariseus, ouvindo isto, disseram: Este homem não expulsamos demônios, mas por Belzebu, príncipe dos demônios. 25 E, conhecendo os seus pensamentos, disse-lhes: Todo o reino, dividido contra si mesmo, será assolado; e toda cidade, ou casa, dividida contra si mesma não subsistirá: 26 e se Satanás expulsa Satanás, está dividido contra si mesmo; Como, pois, o seu reino? 27 E se eu por Belzebu expulsar os demônios, por quem os vossos filhos os expulsam? Por isso eles mesmos serão os vossos juízes. 28 Mas, se eu pelo Espírito de Deus expulsar demônios, então é o reino de Deus sobre vós. 29 Ou, como pode alguém entrar na casa do valente homem , e furtar os seus bens, com exceção se primeiro não amarrar o forte homem? e então roubará a sua casa. 30 Quem não é comigo é contra mim; e quem comigo não ajunta, espalha.

    Uma vez que Jesus estava curando todo tipo de doença, as pessoas trouxeram-lhe um caso-a cega, endemoninhado mudo impossível. Mas o Mestre era igual à situação: Ele fez o homem ver e falar.

    Era óbvio que esta cura espetacular foi uma demonstração de poder sobrenatural. Foram oferecidas duas explicações. O multidões (v. Mt 12:23) pensou que o milagreiro deve ser filho de Davi ; isto é, o Messias. Por outro lado, os fariseus (v. Mt 12:24 ), declarou que Jesus recebeu o Seu poder de expulsar os demônios de Belzebu (em grego, Belzebu ), o príncipe dos demônios .

    Imediatamente Cristo apontou como totalmente ilógica era seu raciocínio. Um reino ou casa dividida não pode ficar; Satanás certamente não seria expulsar Satanás (vv. Mt 12:25-26 ). Em seguida, ele fez uma pergunta incisiva: se Ele estava expulsando demônios por Belzebu, por qual poder foram seus filhos a fazê-lo (v. Mt 12:27 )? Seu sucesso em exorcizar demônios, uma prática conhecida em que dia-condenaria os críticos. Se, por outro lado, Jesus estava fazendo isso pelo Espírito de Deus , esta foi a prova de que o reino de Deus estava no meio deles (v. Mt 12:28 ). O Mestrado em seguida, fez o pedido. Ele havia entrado no domínio do homem forte (Satanás), vencendo-o, e agora era capaz de furtar os seus bens , entregando os homens de seu poder demoníaco (v. Mt 12:29 ).

    Na superfície, a declaração, Quem não é comigo é contra mim (v. Mt 12:30 ), parece estar em contradição com Lc 9:50 - ". Porque quem não é contra nós é por nós" Mas Jesus tinha dois muito coisas diferentes em mente. No ditado relatado por Mateus Ele declarou que quem não era interiormente leais a Ele era realmente contra ele. Mas em um contexto totalmente diferente Ele afirmou que um homem que não se opôs abertamente Ele deve ser tratado como do seu lado. Em Lucas Ele está falando contra uma atitude sectária estreita. Em Mateus Ele está advertindo contra uma lealdade dividida.

    3. The Curse (12: 31-32)

    31 Portanto, eu vos digo: Todo pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens; . mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada 32 E todo aquele que disser uma palavra contra o Filho do homem, isso lhe será perdoado; mas se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste mundo, nem no que está por vir.

    Muito tem sido dito e escrito sobre o chamado pecado imperdoável. Jesus define-lo aqui em seus termos mais simples como a blasfêmia contra o Espírito . O contexto, especialmente como indicado na Mc 3:30 , indica a verdadeira natureza dele: "Opecado imperdoável , como alguns prazo, é nem mais nem menos do que atribuir a milagres Cristo forjado, pelo poder de Deus, para o espírito do diabo . "No versículo 32 comentários Barnes: "Aquele que fala mal de mim, como um homem de Nazaré, que fala com desprezo da minha humilde nascimento, etc., podem ser perdoados; mas aquele que reprova a minha natureza divina, me cobrando com estar na liga com Satanás, e blasfemar contra o poder de Deus manifestamente apresentado por mim , nunca pode obter o perdão. "

    A contraparte moderna parece ser deliberadamente, obstinadamente, e voluntariamente atribuindo a fontes erradas do trabalho manifesta do Espírito Santo. É geralmente aceito hoje que qualquer um que está em causa para que ele não pode ter cometido o pecado imperdoável, e quem deseja sinceramente perdão, dá provas assim que ele não é culpado deste terrível maldição.

    4. O Contraste (12: 33-37)

    33 Ou fazei a árvore boa, eo seu fruto bom; ou fazei a árvore má, eo seu fruto mau;. para a árvore é conhecida pelos seus frutos 34 Raça de víboras, como podeis vós, sendo maus, dizer coisas boas? . para fora da abundância do coração fala a boca 35 O homem bom, do seu bom tesouro tira coisas boas, eo homem mau do mau tesouro tira coisas más. 36 E eu vos digo que todo ocioso palavra que proferirem os homens, dela darão conta no dia do juízo. 37 Porque por tuas palavras serás justificado, e por tuas palavras serás condenado.

    O Mestre traçou um contraste entre o bem eo mal árvores, e também entre homens bons e maus. É o fruto , que mostra, em cada caso, da natureza da árvore ou do homem.

    Jesus chamou os fariseus Raça de víboras (v. Mt 12:34 ). João Batista, a popa, profeta asceta do deserto, tinha anteriormente descreveu-os, assim, (Jo 3:7 ), cujo fruto foi corrompendo a nação. Uma vez que eles estavam mal não podiam dizer coisas boas, pois a boca fala do que está cheio o coração. O homem bom do bom tesouro em seu coração tira coisas boas, enquanto o inverso é verdadeiro do homem mau (v. Mt 12:35 ).

    A advertência, no versículo 36 é surpreendente, para dizer o mínimo. Se o adjetivo ocioso estavam a ser tomadas em seu sentido literal comum hoje em dia, a maioria das pessoas boas estaria sob condenação. Mas o contexto indica claramente que ociosoaqui significa não apenas descuidado ou impensado, mas falsa, injurioso, malicioso, mau-o tipo de palavras os fariseus diziam. Desde a nossa fala é a expressão de seu coração, todo mundo vai ser justificado ou condenado por suas palavras (v. Mt 12:37 ).

    5. O Craving (12: 38-42)

    38 Então alguns dos escribas e dos fariseus, dizendo: Mestre, queremos ver um sinal de ti. 39 Mas ele respondeu, e disse-lhes: Algum seeketh má e adúltera geração após um sinal; e nenhum sinal lhe será dado, senão o sinal do profeta Jonas: 40 pois, como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da baleia; assim estará o Filho do homem três dias e três noites no seio da terra. 41 Os homens de Nínive se levantarão no juízo com esta geração, ea condenarão, porque se arrependeram com a pregação de Jonas; e eis que um maior do que Jonas está aqui. 42 A rainha do sul se levantará no juízo com esta geração, ea condenará; porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão; e eis que um maior que Salomão está aqui.

    Uma das evidências de falta de espiritualidade verdadeira é o desejo por sinais externos. É realmente uma indicação de uma atitude materialista para as coisas espirituais.

    Alguns dos escribas e fariseus procurado tal sinal do professor . Jesus repreendeu-os como um mal e geração adúltera , ou raça. Cristo era mesmo o supremo Sign. Mas eles tinham rejeitaram e também Seus milagres, que eram sinais de Seu poder divino. O que eles queriam era um sinal espetacular do céu, que iria satisfazer a sua curiosidade carnal. Mas Jesus nunca fazia milagres para cumprir este desejo.

    Um sinal seria dado a essa nação ímpios, rebelde. A ressurreição de Jesus é a prova suprema de Sua divindade (Rm 1:4) tem levantado algumas questões sobre o tempo da crucificação. Se isso aconteceu na sexta-feira, como se pode eventualmente encontrar três dias e noites antes de domingo. Note-se que a alternativa mais freqüentemente sugerida, quarta-feira, é igualmente insatisfatória, a menos que se coloca a ressurreição na tarde de sábado. Quinta-feira parece melhor se encaixa na descrição, mas muito poucos segurar a este dia. Deve reconhecer-se, é claro, que as partes de judeus contadas dias como um dia inteiro. Temos porções de sexta-feira, sábado e domingo sem dificuldade. O problema reside na explicação das três noites . Contra isso, temos a afirmação de que Cristo iria subir "ao terceiro dia" (Mt 16:21 ), o que não se ajusta nem quarta-feira, nem quinta-feira. A tradição da igreja primitiva avassaladora que Jesus foi crucificado na sexta-feira não pode ser facilmente anulado. Parece melhor tomar a expressão três dias e três noites em um sentido geral, de acordo com esses tempos, e não insistir no rigor científico que se exige hoje.

    Os versículos 41:42 são muito semelhantes em ênfase a 11: 20-24 . Há Jesus usou os exemplos de Tiro, Sidon, e Sodoma. Aqui Ele se refere a homens de Nínive e a rainha do sul (a Rainha de Sabá, 1Rs 10:1)

    43 Mas o espírito imundo, quando ele saiu do homem, passa por lugares áridos, buscando repouso, e acha que não. 44 Então diz: Voltarei para minha casa donde saí; e quando ele vier, ele acha que a desocupada, varrida e adornada. 45 Então vai, e leva consigo outros sete espíritos piores do que ele e, entrando, habitam ali; eo último estado desse homem vem a ser pior do que o primeiro. Assim acontecerá também a esta geração má.

    Para ilustrar a situação triste, Cristo contou a história de um homem, de quem um espírito imundo havia sido expulso. O demônio é retratado como passando por lugares áridos (desertos estéreis), buscando repouso . Não encontrando qualquer lugar para se estabelecer ele retorna para o homem, encontra o seu coração como um vazio casa, e se move de volta, acompanhado por outros sete demônios piores do que ele. O resultado é que o último estado do homem é pior do que o primeiro.

    Assim, foi com esta geração perversa (v. Mt 12:45 ). Ele tinha experimentado presença e poder de Cristo, expulsando muitos demônios. Mas quando os judeus rejeitaram Jesus, encontraram-se em um estado pior do que nunca. Demônios maus dirigi-los para sua condenação, na destruição de Jerusalém em AD 70.

    O alerta para os indivíduos é que a reforma não é suficiente. Não se deve apenas arrematar maus hábitos, mas permitir que o seu coração para ser preenchido com Jesus Cristo e sua vida com a atividade vale a pena. Caso contrário, ele vai encontrar-se uma vítima a piores hábitos que antes. Nenhum coração pode ficar muito tempo vazio. só a segurança do Um está em manter tanto o coração e vida cheia com o bom, que pode não haver espaço para o mal.

    7. O Clan (12: 46-50)

    46 Enquanto ele ainda falava às multidões, eis que a sua mãe e seus irmãos estavam fora, procurando falar com ele. 47 E ele disse-lhe: Eis que tua mãe e teus irmãos estão lá fora, procurando falar-te. 48 Mas ele respondeu, e disse-lhe que ele falava: Quem é minha mãe? e quem são meus irmãos? 49 E, estendendo a mão para os seus discípulos, disse: Eis aqui minha mãe e meus irmãos! 50 Pois aquele que fizer a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, e irmã e mãe.

    Jesus ' mãe e irmãos (provavelmente filhos de José e Maria) queria falar com ele, mas, aparentemente, a multidão tornou difícil. Então alguém disse o Mestre de seu desejo.

    A resposta de Cristo foi surpreendente. Ele pediu que sua mãe e seus irmãos, (v. Mt 12:48 ). Apontando para os seus discípulos disse: Eis aqui minha mãe e meus irmãos (v. Mt 12:49 ). Em seguida, Ele definiu Sua família como consistindo de todos os que fazem a vontade de Seu Pai (v. Mt 12:50 ). O ponto Ele estava fazendo era que as relações espirituais são o maior e mais sagrado na vida. Ele não repudiar sua família terrena, mas Ele acrescentou que o novo conceito de uma família celestial.


    Wiersbe

    Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
    Wiersbe - Comentários de Mateus Capítulo 12 do versículo 1 até o 50
    Os eventos dos capítulos 12—13 acontecem em um dia crucial no mi-nistério do nosso Senhor. A rebelião contra o Rei adquire mais e mais for-ça. Os fariseus rejeitaram seu men-sageiro, João Batista (11:1 -19), e não se arrependeram, apesar das obras poderosas de Jesus (11:20-30). Ago-ra, eles discutem com Jesus a respei-to de seus princípios (a questão do sábado) e até acusam-no de ter liga-ção com Satanás! Esse é um capítulo cheio de conflito.

    1. O conflito a respeito do sábado (12:1-21)
    2. A acusação deles (vv. 1-2)

    Os judeus amavam o sábado, já que era um sinal especial da alian-ça de Deus com a nação (Êx 31:12- 17). Entretanto, os líderes religiosos transformaram esse dia de bênção espiritual e alegria em um dia de observâncias legais, e as regras tor-naram o sábado um fardo, não uma bênção. Lembre-se, o sábado nunca foi determinado para a igreja. Nos-so dia da aliança é o primeiro da semana, o dia do Senhor, o dia da ressurreição.

    1. A resposta de Cristo (vv. 3-8)

    Jesus respondeu a seus inimigos com a Pâlavra. Ele refere-se a Davi (1Sm 21:1 ss), que teve fome no sábado e comeu pão sagrado do tabemáculo. Naquela época, Davi era um rei re-jeitado, da mesma forma que Jesus; todavia, ele ainda não fora coroado. Cristo também faz referência à Lei (Nu 28:9-4), que permite que o sacerdote trabalhe no sábado e ofe-reça sacrifícios. Por fim, ele citou os profetas (Dn 6:6) para mostrar que Deus está mais interessado no cora-ção que em observâncias exteriores vazias. Corajosamente, Jesus afir-mou que ele, não os fariseus, era o "senhor do sábado", e essa é uma outra forma de afirmar que é Deus, já que o Senhor ordenou o sábado.

    1. A segunda acusação deles (w. 9-21)

    Os fariseus tornaram a regra de "não trabalhar" aos sábados tão rí-gida que alegavam que era pecado curar no sábado! Jesus usa a lógica simples para mostrar que as regula-mentações deles eram erradas. Eles ajudavam seus rebanhos no dia de sábado, e será que um homem não vale mais que uma ovelha? Dessa forma, Jesus afirma o valor da alma humana para Deus. O versículo 14 relata o início do plano dos fariseus para destruir Jesus. Como Cristo rea-giu? Ele afastou-se de lá. Isso cumpre a profecia de Isaías (veja Is 42:1-23), que descreve o ministério do Mes-sias. Ele não argumenta com seus inimigos (v. 19) nem traz julgamen-to sobre eles (v. 20). Alguns estúdio-

    sos dizem que, no versículo 20, a "cana quebrada" e a "torcida que fumega" referem-se aos pecadores fracos e necessitados, porém é mais provável que retratem os inimigos de Cristo, pessoas que Jesus não jul-garia até que o momento certo che-gasse. Observe que os versículos 18:20 citam os "gentios", outra indi-cação de que sua nação rejeitou o Rei, e ele se voltará para os gentios. Os versículos 41:42 citam de novo os gentios, quando ele fala sobre Nínive e a rainha do Sul.

    1. O conflito a respeito de Satanás (12:22-37)

    Os fariseus, como as pessoas mun-danas de hoje, estavam sempre à procura de algo para criticar. Eles acusaram Cristo de ter ligação com Satanás, em vez de alegrar-se com a cura do homem. Jesus menciona que esse argumento não tem lógica, já que significaria que Satanás lutava contra si mesmo! Mesmo os judeus incrédulos conseguiam expulsar de-mônios (v. 27; e veja At 19:13ss). Isso queria dizer que eles também tinham ligação com Satanás? O ar-gumento final de Jesus (v. 29) é que ele não podia expulsar os demônios sem antes dominar o líder deles, Satanás, o que fez no capítulo 4. E isso leva à terrível afirmação sobre o pecado imperdoável. Lembre-se destas coisas quando meditar a res-peito do pecado imperdoável:

    1. É um pecado do coração, não dos lábios (vv. 34-35)

    As palavras proferidas são uma evi-dência da condição do coração, e as palavras más indicam um cora-ção mau.

    1. É um pecado cometido à luz de grande evidência

    Esses homens viram os milagres de Cristo e, ainda assim, endureceram o coração contra ele.

    1. É um pecado intencional de des-crença persistente e de rejeição ca-bal a Jesus Cristo

    O adultério não é imperdoável (veja Jo 8:1-43) nem o homicídio (Deus perdoou Davi). Todavia, quando a pessoa insiste em rejeitar a Cristo e chega a um ponto em que seu co-ração fica tão endurecido que não se preocupa mais com seu destino eterno, então é tarde demais.

    Aqui, Jesus prega a mensagem de João Batista (veja 3:7). Ele chama os fariseus de "raça de víboras", por-que eram filhos da velha serpente, o demônio (veja 23:33). Eles têm uma religiosidade aparente, mas não co-nhecem o Senhor. Eles, como Sata-nás, eram imitadores da verdadeira santidade (2Co 11:13-47).

    1. O conflito a respeito dos sinais (12:38-50)

    Cristo realiza muitos milagres; toda-via, eles pedem um sinal (Jo 12:35-43.

    No final do capítulo 11, Jesus faz um convite a "todos os que es-tão cansados e sobrecarregados" (v. 28, tradução do autor). Aqui (vv. 46-50), ele usa a palavra maravi-lhosa "qualquer". Ele quebrou to-dos os laços naturais. Agora, ele di-rige-se à família mundial de Deus, para "qualquer" que faça a vontade do Senhor.


    Russell Shedd

    Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
    Russell Shedd - Comentários de Mateus Capítulo 12 do versículo 1 até o 50
    12:1-8 Entraram a colher, espigas. Seguindo a Jesus pelos campos de trigo, os discípulos usufruíram do mesmo direito que os transeuntes, comendo para satisfazer a fome, sem levar nada consigo (Dt 23:25). Segundo os fariseus, debulhar era um tipo de trabalho proibido no sábado (Lc 6:1). Jesus mostra, por exemplo histórico, que fazer o serviço de Deus supera as regras religiosas. Jesus declara Sua igualdade a Deus quando reivindica ser o Senhor do sábado (8; conforme Jo 5:17). O sábado foi dado ao homem para seu bem e não para prejudicá-lo (12). Veja Lc 6:0 e Dt 11:31-5). Lançaram mão da calúnia e da perfídia, mas Jesus, com lógica clara e objetiva, demonstrou estar destruindo, e não construindo, ao império maligno (1Jo 3:8). Casa do Valente. Conforme Is

    49.24- 26; Lc 11:21 n.

    12.30 Não há neutralidade em assuntos religiosos. Quem não serve a Cristo, está servindo ao diabo e curva-se ao seu jugo.
    12.31,32 Blasfêmia contra o Espírito.
    1) Rejeitar as mais claras provas de que as obras de Jesus que revelam a aproximação do Reino de Deus, foram feitas pelo poder do Espírito Santo;
    2) Alegar que pertencem ao diabo. É sinal de endurecimento tão completo, ao ponto de não existir nenhuma esperança de arrependimento e conversão (conforme He 6:4-58; He 10:26-58). Jesus, como sempre, está aceitando fielmente as narrativas do AT.

    12:43-45 Só pela obra de Cristo é que as forças do maligno não têm acesso à personalidade humana; se, no entanto, a pessoa não permite que o Espírito Santo tenha inteiro controle sob sua vontade, todo o seu ser corre o perigo de se deixar levar novamente pela força do diabo e seus auxiliares. A conversão consiste em muito, mais do que arrependimento. Exige o renascimento do Espírito(Jo 3:3, Jo 3:5) e obediência (Jo 15:10).

    12:46-50 Jesus tinha quatro irmãos (mencionados pelo nome em Mc 6:3), além de um número de irmãs não especificado. Sem base histórica, já tem sido negado serem, estes, filhos de José e Maria. As alternativas apresentadas são: estes podiam ser primos de Jesus, filhos de Alfeu e de outra Maria, irmã da mãe de Jesus. Podiam, também, segundo, tais teólogos, ser filhos de José antes do seu casamento com Maria, Jo 7:5 e At 1:14 distingue-os dos filhos de Alfeu. Nota-se, também, que nas dez ocasiões em que sua presença se registra, estão sempre com Maria, mãe de Jesus. Não se deve esquecer a mensagem espiritual desse trecho: nossa fraternidade jaz em nossa obediência a Cristo, reunindo-nos numa nova família espiritual. Nota-se também que Jesus não tinha a mínima intenção de exaltar Sua mãe à posição de uma divindade.


    NVI F. F. Bruce

    Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
    NVI F. F. Bruce - Comentários de Mateus Capítulo 12 do versículo 1 até o 50
    Colhendo espigas de trigo (12:1-8)

    V.comentário de Mc 2:23-41 (Lc 6:1-42). Mateus acrescenta os v. 5ss, em que Jesus menciona o trabalho dos sacerdotes no templo no sábado. Podemos nos tornar tão pedantes como os escribas na questão da observância do domingo. O argumento de Jesus é que aqueles que estão fazendo a obra do Senhor do sábado não estão debaixo das leis do sábado, o que é maior do que o templo (v. 6; conforme 12.41,42): i.e., o Reino de Deus. A citação de Dn 6:6 (7) é a negação do direito de julgamento até que os motivos por trás do ato sejam conhecidos. Pode-se acrescentar aqui que a fome dos discípulos mostra que a hospitalidade usual do sábado não havia sido oferecida a Jesus e seus discípulos.

    A cura do homem com a mão atrofiada (12:9-14)

    V.comentário de Mc 3:1-41 (Lc 6:6-42). Portanto, é permitido fazer o bem no sábado'. Fazer a obra de Cristo é fazer o bem; esse é o princípio que rompe todo legalismo e os sofismas humanos. Deve-se acrescentar a isso qué, no aspecto humano, a atitude dos fariseus em relação a usar um médico no sábado era notavelmente sensata. Se a vida estava em perigo, tudo que fosse necessário deveria ser feito. Se não estava, por que incomodar o médico? Foi esse o incidente que mostrou aos fariseus que o ponto em questão entre eles e Jesus não eram as interpretações distintas da Lei, mas uma abordagem fundamentalmente diferente dela; daí a decisão de matar Jesus.

    A cura das multidões (12:15-21)

    V.comentário de Mc 3:7-41 (Lc 6:17-42). Ao citar Is 42:1-23, Mateus deseja tornar claro que Jesus não estava resistindo à oposição deliberada. Uma vez que a pessoa rinha tomado uma postura em relação a Jesus, era deixada com sua decisão. Disso não se pode deduzir, no entanto, que houve uma aceitação entusiasmada por parte do povo comum. Eles eram atraídos por sua reputação de curar as pessoas, que agora tinha atingido o seu ápice (v. 15).

    A acusação contra Jesus de ser Bel-zebu (12:22-37)

    V.comentário de Mc 3:22-41 (Lc 11:14-42) e observação em Mt 9:32ss. Já a surpresa do povo diante da cura mostra quão pequena era a fé que havia. E provável que a capacidade instantânea do homem de falar e ver os tenha influenciado mais. v. 23. Filho de Davi (conforme 9.27; 15.22; 20.30,31; 21.9,15): Não precisamos duvidar de que o título tenha sido usado de maneira messiânica. Se havia espiões romanos em volta, era um título mais seguro a ser usado. v. 24. Bel&ebw. Significa “senhor do esterco [zebul\’\ i.e., dos sacrifícios pagãos. Outros preferem “senhor dos lugares altos”, v. 27. os filhos de vocês: i.e., “os seus patrícios judeus”. A parte alguns casos excepcionais em At 19:13-16, sabemos de uma série de rabinos proeminentes que agiam como exorcistas. Uma acusação infundada contra Jesus iria envolvê-los também, v. 31,32. blasfêmia contra o Espírito: Jesus não está querendo dizer que haja um pecado tão grande que não possa ser tratado por meio da expiação. Um homem que propositadamente chama o bem de mal e o mal de bem está tão transtornado e confuso que não vai querer perdão, que é o pré-requisito para ser perdoado. Acerca do v. 33, conforme 7:16-20. v. 36. toda palavra inútil'. Isso deve ser interpretado à luz do v. 35 (conforme 15.11,18,19). As palavras premeditadas de um homem raramente são um sinal confiável do seu caráter, já as não premeditadas são.

    A exigência de um sinal (12:38-42)

    V.comentário de Lc 11:29-42. Para os líderes religiosos dos judeus, a exigência de um sinal parecia razoável. Deus tinha dado a Moisés sinais para o seu povo (Ex 3:12; 4:1

    9); por que então Jesus, que vinha com nova autoridade, não deveria mostrá-los? Os sinais dados a Moisés eram de dois tipos: (a) para descrença (Êx 4:1-9) — esses foram adequadamente representados por seus milagres de cura; (b) para fé (Ex 3:12) — isso aconteceu depois do êxodo, mesmo assim o sinal do profeta Jonas viria no final do seu ministério.

    v. 40. três dias e três noites\ O período dado na tradição judaica. Os problemas levantados por essa expressão com relação ao dia da crucificação são infundados (v. Nota Adicional ao capítulo 27). Na contagem do tempo em tempos bíblicos e rabínicos, parte do período era contada como todo o período. “Rabi Elazar (c. 100 d.C.) disse: ‘Um dia e uma noite fazem um ‘onah (i.e., período Dt 24:0. Eles poderiam ser desculpados por não reconhecerem a sua pessoa, mas não por não aceitarem a sua pessoa e obra.

    O perigo do homem vazio (12:43-45)

    V.comentário de Lc 11:24ss. Embora esses versículos sejam uma declaração de fato literal, também constituem uma parábola. Não são uma advertência aos judeus em geral (assim M’Neile, Filson, Tasker, Schniewind), mas são dirigidos aos escribas e fariseus (Schlatter). De forma parabólica, referem-se à obra da Lei, que poderia preparar o povo de Israel para o Messias mas não poderia “preenchê-lo”.

    Os verdadeiros parentes de Jesus (12:46-50)

    V.comentário de Mc 3:19-41). A interrupção do ensino de Jesus foi um insulto pessoal e a rejeição da sua autoridade divina. Por outro lado, o incidente “deixa claro que nem toda a geração de Jesus era má” (Tasker).


    Moody

    Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
    Moody - Comentários de Mateus Capítulo 4 do versículo 12 até o 46

    III. O Ministério de Jesus Cristo. 4:12 - 25:46.

    A análise de Mateus do ministério de Cristo foi baseada sobre quatro áreas geográficas facilmente notáveis: Galiléia (Mt 4:12), Peréia (Mt 19:1), Judéia (Mt 20:17) e Jerusalém (Mt 21:1). Como os outros sinóticos ele omite o anterior ministério na Judéia, que ocorre cronologicamente entre Mt 4:11 e Mt 4:12 (confira com Jo 14:1)


    Moody - Comentários de Mateus Capítulo 12 do versículo 1 até o 50

    Mateus 12


    8) A oposição dos fariseus. Mt 12:1-50.

    Mateus registra urna série de incidentes demonstrando a natureza da hostilidade farisaica.


    Moody - Comentários de Mateus Capítulo 12 do versículo 22 até o 37

    22-37. Os fariseu se opõem a que Cristo expulse demônios.


    Moody - Comentários de Mateus Capítulo 12 do versículo 25 até o 26

    25,26. A simples analogia de um reino dividido, cidade ou casa, que tende à autodestruição, refuta a acusação. Pois, expulsando demônios, Jesus estava certamente frustrando as obras de Satanás, e devemos creditar a Satanás uma porção razoável de esperteza. (Nem se deve aceitar que Satanás pudesse permitir uma expulsão para confundir, pois não foi um caso isolado.)


    Francis Davidson

    O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
    Francis Davidson - Comentários de Mateus Capítulo 12 do versículo 22 até o 37
    b) Exorcismo e a blasfêmia dos fariseus (Mt 12:22-40; Lc 11:14-42. Não é este o Filho de Davi? (23) -título messiânico, ver. 9.27 n. Belzebu (24). Ver 10.25 n. Aqui Belzebu é identificado com Satanás. Jesus conhecendo os seus pensamentos (25) -gr. eidos. Ele percebeu, ou compreendeu, o verdadeiro sentido de seus pensamentos. Vossos filhos (27). Talvez uma referência aos discípulos dos fariseus. Um exemplo de exorcismo entre os judeus é citado em At 19:13-16.

    >Mt 12:28

    O reino de Deus (28). Mateus adota geralmente o termo "o reino dos céus", cuja significação é idêntica. Ver 3.2 n. É chegado a vós (28). O reino os achou desprevenidos. O poder do Senhor sobre os demônios era evidência da sua identidade messiânica. O vers. 29 é difícil de interpretar. Uma interpretação é que este poder do Senhor sobre os demônios mostra que Satanás já estava "manietado". Esta limitação da atividade de Satanás podia ter acontecido quando o reino de Deus veio, talvez quando o Senhor venceu as tentações de Satanás no deserto, antes de iniciar seu ministério público. Satanás é "furtado" todas as vezes que as almas são tomadas presas pelo evangelho de Cristo. Quem não é comigo é contra mim (30). Não há meio termo. Ou ganhamos almas para Cristo ou afugentamo-las de Deus. Em Mc 9:40 o inverso desta verdade é ensinado. Este trecho se aplica a qualquer ensino positivamente antibíblico, ao passo que o de Marcos se refere mais aos casos como de divergências denominacionais.

    >Mt 12:31

    A blasfêmia contra o Espírito (31). Este pecado, a rejeição propositada de Cristo e sua salvação é o único que, pela natureza, priva o homem da possibilidade de perdão. Ver Nu 15:27-4, onde há referência à oferta para expiação do pecado cometido por ignorância e não do pecado intencional. Cometer pecado intencionalmente era blasfêmia contra o Senhor. Ver Mc 3:28-41 n. e cfr. Lc 12:10. O vers. 32 apresenta um contraste que à primeira vista parece estranho. A explicação é que o Espírito Santo é quem oferece a salvação ao coração do homem. Pelo fruto se conhece a árvore (33). O argumento aqui é que as boas obras de Cristo eram evidência de sua bondade e em conseqüência não deram lugar à blasfêmia cometida pelos fariseus. A ilustração da árvore é de sentido duplo, porque o vers. 34 mostra tanto a malevolência dos fariseus quanto a bondade de Cristo. Por tuas palavras (37). Palavras não são a causa, mas a evidência de justificação ou de condenação.


    John MacArthur

    Comentario de John Fullerton MacArthur Jr, Novo Calvinista, com base batista conservadora
    John MacArthur - Comentários de Mateus Capítulo 12 do versículo 1 até o 50

    70. O Senhor do sábado (Mateus 12:1-14)

    Naquele tempo, Jesus passou no sábado pelas searas, e seus discípulos com fome, começaram a colher espigas e come. Mas os fariseus, vendo isto, disseram-lhe: "Eis que os teus discípulos fazem o que não é lícito fazer no sábado." Mas Ele disse-lhes: "Não lestes o que fez Davi, quando teve fome, ele e seus companheiros; Como entrou na casa de Deus, e comeram o pão consagrado, o que não lhe era lícito comer, nem para aqueles com ele, mas só aos sacerdotes? Ou não lestes na Lei que, aos sábados, os sacerdotes no templo violam o sábado e ficam sem culpa? Mas eu digo a você, que algo maior do que o templo é aqui . Mas se você soubesse o que isso significa: 'Desejo a compaixão, e não um sacrifício', você não teria condenado os inocentes. Porque o Filho do Homem é Senhor do sábado ".
    E partindo de lá, Ele foi à sinagoga deles. E eis que havia ali um homem com uma mão atrofiada. E perguntaram-lhe, dizendo: "É lícito curar no sábado?" — A fim de que o acusarem. E disse-lhes: "Que homem haverá entre vós, que terá uma ovelha, se ela cair num buraco no sábado, ele não vai tomar posse dela, e tirá-la? De quanto mais valor em seguida, é um homem do que uma ovelha! Portanto, é lícito fazer o bem no sábado. " Então Ele disse ao homem: "Estende a tua mão!" E ele a estendeu, e lhe foi restituída ao normal, como os outros.Mas os fariseus, tendo saído, e aconselhou juntos contra ele, a forma como eles matarem. (12: 1-14)

    Os eventos registrados em Mateus 12 marcar um ponto de viragem importante no ministério de Jesus, com foco na rejeição do Messias por seu próprio povo. Os versículos 1:21 descrevem a incredulidade de montagem de Israel cristalizando-se em rejeição consciente, e os versículos 22:50 descrevem a blasfêmia que segue a rejeição. Depois que o Rei foi apresentado e atestada, Ele foi então rejeitado e blasfemado antes de finalmente ser condenado à morte na cruz.

    Plano perverso de Herodes para destruir o rei profetizado dos judeus, matando todos os bebês do sexo masculino em Judá foi a primeira evidência de que o Messias não seria aceito. Quando Seu precursor, João Batista, confrontou os fariseus e saduceus, chamando-os de uma raça de víboras e advertindo-os a fugir da ira vindoura, a rejeição tornou-se ainda mais evidente. Desde o início do próprio ministério de Jesus, os líderes judeus eram céticos em relação a Ele, e que o ceticismo encaminhado rapidamente para a crítica, a hostilidade aberta, e oposição direta.
    Como Jesus cada vez atacou a religião feita pelo homem da tradição rabínica, os líderes da religião que cada vez mais o atacou. Acusaram-no de blasfêmia (9:
    3) e de comunhão com cobradores de impostos e pecadores (11 v.). Eles ainda acusaram de ser possuído por demônios (v. 34). O mais diretamente Jesus confrontou os líderes judeus com sua pecaminosidade interna e seu vazio externo, mais eles endureceram seu antagonismo a Ele. Crítica e indiferença cresceu em forte censura e depois em raiva furiosa.
    Uma das causas principais para a oposição centrada na observância do sábado, o problema com o qual o presente texto (12: 1-14) promoções. Ele lida com o incidente que levou a oposição, então acusação de Jesus, instrução e ilustração, e, finalmente, a insurreição contra ele.

    O Incident

    Naquele tempo, Jesus passou no sábado pelas searas, e seus discípulos com fome, começaram a colher espigas e come. (12: 1)

    Sabbath observância era o coração do sistema legalista judaica, e quando Jesus violou as tradições sobre a forma como esse dia deve ser honrado, ele atingiu um nervo exposto.

    Tanto o Inglês Sabbath e do grego sabbaton transliteração do hebraico Shabat , que tem o significado básico de cessar, repouso e inatividade. No final da criação "Deus abençoou o sétimo dia eo santificou, porque nele descansou de toda a obra que Deus criara e fizera" (Gn 2:3). Mas, por várias centenas de anos, as várias escolas de rabinos tinham adicionado regulamento após regulamentação, indo muito além do ensino da Escritura e, em muitos casos, na verdade, contradizendo-lo (ver Mt 15:6). Em nenhuma área foram as adições mais extensas e extremas do que no que diz respeito à observância do sábado.

    Mantendo o sábado ainda era uma obrigação cerimonial de ligação para Israel, mas a maioria dos judeus tinha pouca idéia do propósito original do Sabbath ou de como Deus pretendia que fosse honrado. Em vez de ser um dia de descanso tornou-se um dia de carga incrível. Por causa das milhares de restrições feitas pelo homem em relação a isso, o sábado foi mais cansativo do que os seis dias dedicados a uma ocupação. Era mais difícil de "descanso" do que para ganhar a vida.

    A tradição judaica tinha sequer causou o sábado para ser perigoso. O livro apócrifo de 1 Macabeus (2: 31-38) conta a história de um incidente durante a época de Judas Macabeu, quando um grupo de judeus se recusaram a defender-se no sábado contra o exército grego liderado por Antíoco Epifânio. Como os soldados de Antíoco atacou, os judeus "não lhes respondeu, nem elenco eles uma pedra para eles, nem parou os lugares onde se escondeu, mas disse:" vamos morrer em nosso inocência: o céu ea terra dará testemunho para nós, que vos colocar-nos à morte injustamente. " Então, eles se levantaram contra eles em batalha no sábado, e eles os mataram com suas esposas e filhos e gado, com o número de um milhar de pessoas. "

    Em suas Antiguidades, o historiador judeu Flávio Josefo relata que foi também porque os judeus não se defenderem no sábado que o general romano Pompeu foi capaz de capturar Jerusalém. Como era costume na antiga guerra romano Pompeu começou a construir um monte alto a partir do qual as suas tropas poderiam bombardear a cidade. Ciente de que os judeus na defesa de Jerusalém não se opor a ele, em seguida, o general fez todo o trabalho de construção no sábado. "Se não fosse por essa prática, desde os dias de nossos antepassados, para descansar no sétimo dia"; Josefo escreveu: "este banco nunca poderia ter sido aperfeiçoado, pois, devido à oposição dos judeus teria feito; para nós que a nossa Lei deu deixar então para nos defender contra aqueles que começam a lutar com a gente e nos assaltam (esta foi uma concessão ), ainda que não nos permite mexer com os nossos inimigos enquanto eles fazem qualquer outra coisa. "

    Uma seção sozinho do Talmud, a maior compilação de tradição judaica, tem vinte e quatro capítulos que enumeram as leis sabáticas. Uma lei especificava que o limite de base para o curso era 3.000 pés de um de casa; mas várias exceções foram fornecidos. Se você tinha colocado um pouco de comida dentro de 3.000 pés de sua casa, você poderia ir lá para comê-lo; e porque a comida foi considerada uma extensão da casa, você poderia, então, ir mais 3:000 metros além da comida. Se uma corda foram colocados através de uma rua adjacente ou beco, o prédio do outro lado, assim como o beco entre, poderia ser considerado parte de sua casa.

    Certos objetos poderia ser levantado e colocado para baixo somente a partir de e para determinados lugares. Outras coisas que poderiam ser levantado a partir de um lugar público e se assentou em uma privada, e vice-versa. Outros, ainda, poderia ser pego em um lugar amplo e colocar para baixo em uma legalmente livre lugar, mas rabinos não poderia concordar sobre os significados de ampla e livre!

    Sob os regulamentos de sábado, um judeu não podia levar uma carga mais pesada do que um figo seco; mas se um objeto pesado metade desse montante que poderia levá-lo duas vezes. Restrições alimentares estavam entre as mais detalhadas e extensas. Você pode comer nada maior do que uma azeitona; e mesmo se você provei metade de uma azeitona, achei que fosse podre e cuspi-la, que a metade foi considerada ter sido comido tanto quanto o subsídio estava em causa.
    Jogando um objeto no ar com uma mão e pegando-o com a outra foi proibida. Se o sábado ultrapassou você como você pegou um pouco de comida, a comida era para ser descartado antes de desenhar o seu braço para trás, para não ser culpado de levar um fardo.
    Tailors não carregava uma agulha com eles no sábado por medo de que poderiam ser tentados a consertar uma peça de vestuário e, assim, realizar o trabalho. Nada poderia ser comprado ou vendido, e do vestuário não poderia ser tingido ou lavado. A carta não pode ser despachado, mesmo que pela mão de um gentio. Nenhum fogo poderia ser acesa ou extinta, inclusive o fogo para uma lâmpada-embora poderia ser utilizado dentro de certos limites de um fogo já aceso. Por essa razão, alguns judeus ortodoxos hoje usam temporizadores automáticos para ligar luzes em suas casas bem antes do sábado começa.Caso contrário, eles podem esquecer de ligá-los no tempo e tem que passar a noite no escuro.
    Banheiros não podia ser tomado por medo de alguma da água pode derramar no chão e "lavar" dele. Cadeiras não pode ser movida por arrastá-los pode fazer um sulco no chão, e uma mulher não era para olhar em um espelho para que ela não ver um cabelo grisalho e ser tentado a puxá-lo para fora. Você poderia levar tinta suficiente para chamar a apenas duas letras do alfabeto, e os dentes falsos não poderia ser usado porque excedeu o limite de peso de encargos.
    De acordo com esses regulamentos cabelo de divisão, um judeu não poderia retirar até mesmo um punhado de grãos para comer no sábado, a menos que ele estivesse passando fome, o que, naturalmente, muitas vezes é uma coisa difícil de determinar e seria motivo de diferenças consideráveis ​​de opinião . Se uma pessoa ficou doente no sábado, apenas tratamento suficiente poderia ser dada para mantê-lo vivo. Tratamento para fazê-lo melhorar foi declarado ser o trabalho e, portanto, proibido. Para determinar o quão seria necessário para manter uma pessoa viva e há muita comida, remédios, curativos ou mais-era em si um fardo impossível.
    Entre as muitas outras atividades proibidas sábado foram: costura, lavouras, colhendo, moagem, cozimento, espancando, atando molhos, peneirando, peneirando, morrendo, tosquia, fiação, amassar, separar ou tecendo duas threads, subordinação ou desvinculação um nó, e costura dois pontos.

    O sábado era nada além de um tempo de descanso. Tornou-se um momento de frustração opressiva e ansiedade. As pessoas estavam doentes a morte deste sistema que havia sido imposta a eles por, legalistas mundanos ímpios, e eles eram de fato "cansados ​​e oprimidos" Mt 11:28.

    Os discípulos não estavam colhendo no sábado, o que era proibido pela lei de Moisés (Ex 34:21), mas simplesmente satisfazer sua fome de acordo com a prestação de Deuteronômio 23. A tradição rabínica, no entanto, tinha ridiculamente interpretou a fricção dos grãos juntos em as mãos (o que os discípulos estavam fazendo; conforme Lc 6:1; conforme 13 8:45-13:10'>Rom. 13 8:10.), Eles tentaram cumpri-la através sem amor e tradições sem vida.

    Jesus aqui reafirma que o sábado foi dado para a glória de Deus e para o bem-estar do homem. Nunca houve a intenção de restringir a expressão do amor através de atos de necessidade, o serviço de Deus, ou atos de misericórdia

    O sábado não restringe Deeds de Necessidade

    Mas Ele disse-lhes: "Não lestes o que fez Davi, quando teve fome, ele e seus companheiros; Como entrou na casa de Deus, e comeram o pão consagrado, o que não lhe era lícito comer, nem para aqueles com ele, mas só aos sacerdotes (12: 3-4)?

    Davi foi o herói supremo do judaísmo, amado e respeitado, mesmo acima dos patriarcas e profetas. Ele era o grande rei, poeta e guerreiro. Jesus lembrou aos fariseus de uma história familiar sobre Davi eseus companheiros como eles fugiram para salvar suas vidas ao sul de Gibeá para escapar do Saul ciumento e vingativo. Quando chegaram ao Nob, onde o Tabernáculo foi então localizado, eles pediram para o alimento. Abimeleque, o sacerdote deu-lhes o pão consagrado da Presença, que não lhe era lícito comer, nem para os que com ele, mas só aos sacerdotes , porque não havia "nenhum pão comum à mão" no Tabernáculo (1Sm 21:4; conforme Lev. 24: 8-9).

    O mais legalista fariseu considerados os sacerdotes que ministravam no templo como inocente de quebrar o sábado , apesar do fato de que eles trabalharam duas vezes mais duro, como fizeram em outros dias. Da mesma forma, mesmo o cristão mais legalista não considera pregando, ensinando na escola dominical, liderando um grupo de jovens, ou qualquer outro trabalho, como profanar o dia do Senhor, apesar do fato de que essas atividades exigem um grande esforço.

    Jesus constrangeu e enfureceu os fariseus ao apontar a incoerência do seu pensamento legalista. Mas sua raiva se transformou em raiva quando Jesus disse então: Mas eu digo a vocês, de que algo maior que o templo está aqui. Mesmo se os fariseus não entendeu imediatamente que Jesus estava se referindo a si mesmo, ficaram horrorizados, porque nada, excepto O próprio Deus, foi maior do que o templo .Em nossos dias, é difícil até mesmo para os judeus, muito menos os gentios, para compreender como altamente os judeus da época de Jesus reverenciado do Templo.

    Por causa de suas afirmações anteriores à divindade (ver, por exemplo, 9: 2-6; 11: 3-5, 25-27), os fariseus provavelmente perceberam que Jesus se referia a si mesmo como sendo maior que o templo e, portanto, afirmando ser Deus . Alguns momentos depois, Ele tirou todas as dúvidas em suas mentes sobre o que Ele quis dizer (12: 8).

    Objetivo imediato do Senhor, no entanto, não era para provar a Sua divindade, mas de salientar que, à luz do que a divindade, ele tinha o direito de revogar sábado regulamentos como Ele achou por bem-infinitamente mais do que Davi tinha o direito de violar as leis do Tabernáculo ou os sacerdotes tinham a violar as leis sabáticas em servir no Templo.

    O sábado não restringe os atos de misericórdia

    Mas se você soubesse o que isso significa, "Eu desejo a compaixão, e não um sacrifício", você não teria condenado os inocentes. Porque o Filho do Homem é Senhor do sábado. (12: 7-8)

    Terceiro ponto de Jesus a respeito do sábado era que sua observância nunca foi concebido para restringir os atos de misericórdia, como os fariseus teria conhecido se tivessem compreendido e honrado Escritura como eles alegaram.
    Se eles soubessem o que o Senhor quis dizer quando falou, eu desejo a compaixão, e não um sacrifício , eles não teriam condenado inocentes por suposta quebra sábado. Aquela verdade sozinho, uma citação de uma só metade de um versículo do livro de Oséias (6: 6-A) —seria têm sido suficientes para ensinar os fariseus, e qualquer judeu sincero, o principal desejo de Deus era para o seu povo.

    Sacrifique aqui representa todo o sistema de Mosaic de rituais e cerimônias, que sempre foi de importância secundária e temporária no plano. de Deus Sacrifício nunca foi mais do que simbólica, um meio que apontam a provisão graciosa e futuro de Deus do que ninguém, e certamente nenhum animal, Pode fornecer.

    Observando-se o sábado era uma espécie de sacrifício , um serviço simbólico para o Senhor em obediência à Sua ordem. Era um lembrete de conclusão da criação de Deus e uma sombra do resto perfeito Seu povo redimido ansiosos para na salvação e no céu.

    Mesmo sob a Antiga Aliança, que exigia, a observância do sábado não foi um substituto para a justiça coração e compaixão que caracterizam os fiéis filhos de Deus. Deus é misericordioso, e Ele comanda o Seu povo para ser misericordioso.

    Deus às vezes deixa de lado suas leis para o bem da misericórdia. Se não o fizesse, nenhum de nós seria salvo-ou mesmo de nascer, porque Adão e Eva teria sido destruída no momento em que pecou. Não só isso, mas Deus sempre demonstrou misericórdia na aplicação das penas temporais para quebrar suas leis.

    O desejo do Senhor não é condenar os homens para o pecado, mas para salvá-los da mesma. Ele só condena aqueles que não terá a sua misericórdia (conforme 2Pe 3:9); e nenhum crente tem o direito de impor seus pontos de vista a este respeito de ninguém (Gal 4: 9-10; Cl 2:16.).

    Desde os dias da igreja primitiva (At 20:7;. Mt 12:24). Seus milagres fez tudo o mais determinado a destruí-Lo (Mt 12:14). Os mesmos sinais que convenceram os humildes da divindade e da messianidade de Jesus confirmou o orgulho em sua incredulidade e rejeição.

    Os fariseus escolheu o homem com a mão atrofiada para testar Jesus porque a cura do homem não era um problema de vida ou morte, o que de acordo com a sua tradição era a única justificativa para dar ajuda médica no sábado. Eles argumentaram que, se Jesus fosse verdadeiramente de Deus, Ele vai respeitar essa tradição e esperar até o dia seguinte para curar o homem.

    A ilustração da ovelha que cai em um buraco no sábado tratada uma justificação económica para quebrar o sábado que, provavelmente, estava previsto nas tradições. O comentarista William Hendriksen diz: "É seguro inferir, talvez, que a pergunta feita por Jesus no momento em que nos indica que havia uma legislação específica que permita isso." Em qualquer caso, a pergunta de Jesus era retórica, ea resposta era óbvia e assumida: Qualquer judeu, incluindo um fariseu, iria encontrar uma maneira de salvar suas ovelhas em tal situação. Se houvesse uma regulamentação permitindo-lhe fazer uma coisa dessas, ele certamente tirar proveito dela. Se não houvesse, ele iria encontrar alguma maneira de contornar ou dobrar a lei, a fim de salvar suas ovelhas. Ou dentro da tradição ou apesar disso, ele iria encontrar uma maneira de ter de segurar as ovelhas e tirá-la. Os fariseus não discutir a questão com Jesus, provando a resposta assumido estava correta.

    Por isso, o Senhor declarou: Ora, quanto mais vale um homem do que uma ovelha! Sem fariseu teria alegado que as ovelhas eram tão valioso quanto os homens, que eles sabiam foram criados à imagem de Deus. Mas, na prática, os fariseus tratados outros homens com menos respeito do que eles tratavam os seus animais, pois em seus corações eles não respeitaram, muito menos amor, seus semelhantes, incluindo os seus companheiros judeus. Eles desdenhosamente subjugado vida humana e bem-estar com a tradição religiosa.

    Uma das tragédias mais óbvios do hinduísmo é o seu desprezo pelo bem-estar humano em nome do bem-estar humano. Um mendigo não é dado alimento porque iria interferir com o seu karma e impedi-lo de sofrer o seu caminho para o próximo nível mais alto de existência. Uma mosca não é morto, porque é a reencarnação de algum ser humano infeliz de eras passadas. Os ratos não são mortas pelo mesmo motivo e é permitido comer e contaminar o abastecimento de alimentos, sem qualquer interferência. As vacas são consideradas sagradas e recebem o que o alimento está disponível, enquanto os seres humanos estão autorizados a passar fome.
    De forma semelhante os fariseus desprezavam os outros seres humanos, mostrando mais compaixão por uma ovelha do que para um aleijado homem que era mesmo um judeu. Marcos relata que Jesus então perguntou aos fariseus: "'É lícito no sábado fazer bem ou fazer mal, salvar uma vida ou matar?" Mas eles ficaram em silêncio "(Mc 3:4.

    Por isso, o Senhor respondeu a pergunta mesmo: É lícito fazer o bem no sábado -sem dúvida forte incidência na é . Naquele momento Jesus ira justa confrontou os fariseus ira injusta. E depois de olhar em redor para eles com raiva, "(Mc 3:5). Sua confiança estava na tradição e nas suas próprias obras, e nem Palavra de Deus, nem o Filho de Deus iria mudá-los.

    Porque eles não podiam refutar a verdade do que Jesus disse ou o poder do que Ele fez, os fariseus saíram, e aconselhou juntos contra ele, a forma como eles matarem. Fiel à natureza de seu pai espiritual, o diabo (Jo 8:44), os fariseus tentaram destruir o que não podiam subverter.

    Os fariseus teria matado Jesus no local não havia Roma restringiu-los de infligir a pena de morte e se não tivessem tido medo das muitas pessoas que seguiram e admirei. O termo grego a partir do qualaconselhou é traduzido inclui a idéia de realizar uma decisão já tomada. Os inimigos de Jesus já estavam determinados a destruí-Lo ; a decisão só restante tinha a ver com como.

    De Marcos ficamos a saber que os fariseus estavam tão determinados a destruir Jesus a qualquer custo que contou com a ajuda de seus arquiinimigos habituais, os herodianos (3:
    6) —o partido político irreligiosa e mundano que apoiaram Herodes, o meio-judeu Idumean rei que tinha comprado o seu título de Roma. Os herodianos eram a antítese dos fariseus em quase todos os sentidos, e ao fato de que os fariseus tentaram juntar forças com eles revela o quão desesperada eles foram para acabar com Jesus. Os legalistas religiosos uniram forças com os libertários seculares para destruir um inimigo que eles consideravam ser ainda mais perigoso do que o outro.

    Apesar de suas diferenças, esses dois grupos tiveram a mesma orientação espiritual. Ambos desconsiderada a Palavra de Deus em favor de suas próprias idéias; ambos rejeitaram Seu Filho; e sua lealdade inconsciente mútuo era a Satanás, o líder espiritual do atual sistema mundial (conforme Jo 8:44). Nem o mundo gentio, nem a nação judaica reconhecida ou recebeu o Visitor divino que lhes tinha feito e tinha vindo para resgatá-los (João 1:10-11).

    Como Donald Grey Barnhouse observou: "É neste ponto da história que o relógio de Israel parou." Porque Israel, o povo escolhido e especialmente abençoados de Deus, rejeitado seu Messias, Deus colocou na prateleira como uma nação ", até que a plenitude dos gentios haja entrado" Rm 11:25.

    O legalismo é o inimigo implacável da graça. Mesmo a lei mosaica, exigindo que fosse, era um reflexo da graça de Deus, um meio de guiar os homens em direção a Jesus Cristo, o único e verdadeiro e única esperança de chegar a Deus. Como Paulo explica, a lei foi um "tutor para nos conduzir a Cristo, para que fôssemos justificados pela fé" (Gl 3:24). Se a lei do próprio Deus era apenas uma sombra quanto menos espiritual substância faz tradição humana tem? Se até mesmo a lei divina não pode salvar, de quanto menos valor é tradição humana?

    Assim como a confiança na tradição e boas obras é uma barreira para a salvação, é também uma barreira para fiéis vivos depois da salvação. "Tendo começado pelo Espírito, que está agora a ser aperfeiçoado pela carne?" Paulo perguntou crentes gálatas que estavam sendo enganados pelos judaizantes legalistas (Gl 3:3)

    Mas Jesus, ciente disso, retirou-se dali. E muitos o seguiram, e Ele curou a todos, e advertiu-os a não torná-lo conhecido, a fim de que o que foi dito pelo profeta Isaías, que se cumprisse, dizendo: "Eis o meu servo, a quem escolhi, o meu amado em quem a minha alma está bem satisfeito, vou colocar meu espírito sobre ele, e ele deve proclamar justiça às nações Ele não vai brigar, nem gritar;.. nem se ouvirá sua voz nas ruas A agredidas reed Ele não romper, e um pavio fumegante Ele não vai colocar para fora, até que Ele leva justiça a vitória. E no seu nome os gentios esperarão. " (12: 15-21)

    Escritura atribui muitos títulos a Cristo [Messias], e nenhum é mais adequado ou encantador do que o meu servo, um título usado pela primeira vez por Isaías (42: 1). Assim como o profeta previu do Messias, Jesus veio em maravilha, beleza e majestade como o Servo divino, servindo ao Pai e servir a humanidade em nome do Pai.
    Esta breve passagem é um oásis de beleza refrescante no deserto dos capítulos 11:12, que narrar a primeira grande rejeição de Cristo, liderada pelos escribas e fariseus. Depois de Jesus colocá-los à vergonha, ao mostrar que as suas tradições de sábado foram de coração endurecido, ilógico e não bíblico, "os fariseus saíram, e aconselhou juntos contra ele, a respeito de como eles poderiam destruí-Lo" (12:14). Esses líderes ímpios acreditava exatamente o oposto da verdade sobre Jesus, até mesmo ao ponto de acusar de fazer seu trabalho pelo poder de Satanás.
    No meio de seu relato de que o antagonismo de montagem, Mateus aqui apresenta algumas das características marcantes deste servo a quem o mundo despreza, mas Deus ama muito.

    Conformados com o Plano de Deus

    Mas Jesus, ciente disso, retirou-se dali. E muitos o seguiram, e Ele curou a todos, e advertiu-os a não torná-lo conhecido, a fim de que o que foi dito pelo profeta Isaías, que se cumprisse, dizendo: (12: 15-17)

    Em sua onisciência Jesus era ciente do plano dos fariseus para destruí-lo, e, portanto, Ele retirou-se dali . Jesus não tinha vindo para fazer a Sua vontade, mas de Seu Pai (Mt 26:29;. Jo 6:38), e ainda não era o tempo do Pai para o ministério e vida do Filho para ser terminado. Quando chegasse a hora, Jesus aceitou sua prisão, julgamento, crucificação e sem queixa ou de resistência, embora a qualquer momento ele poderia facilmente ter salvo a Si mesmo e destruídos aqueles que procuravam matá-lo. Quando os soldados chegaram para prendê-lo no jardim do Getsêmani, prostravam-se em reverência simplesmente em ouvi-lo dizer: "Eu sou Ele" (Jo 18:6). Jesus tinha o verdadeiro coração de servo, e Ele era submisso ao Pai e tão entregue à redimir um mundo perdido. Nunca houve um servo como este Servo, "quem, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não considerou a igualdade com Deus uma coisa que deve ser aproveitada, mas se esvaziou, assumindo a forma de um servo, tornando-se em se semelhante aos homens. E, achado na forma de homem, humilhou-se, tornando-se obediente até à morte, e morte de cruz "Phil. 2: 6-8.

    Depois que Jesus saiu da sinagoga, muitos seguiram Ele, e Ele curou a todos. O Senhor curou muitas pessoas que não acreditavam nEle para a salvação. Dos dez leprosos Ele limpos em uma ocasião, apenas uma apresentou provas de fé, retornando para dar graças. As palavras de Jesus "A tua fé te salvou" referem-se a cura espiritual do homem através da salvação, e não para a sua cura física, o que já havia ocorrido. Todos os dez leprosos foram curados fisicamente, mas apenas um foi curado espiritualmente (Lucas 17:11-19).

    Milagres de cura de Jesus demonstrou Seu poder divino, mas também demonstrou o Seu amor divino e compaixão para com os que sofrem. Ele curou a fim de revelar o coração amoroso de Deus, que vai continuamente para aqueles que estão sofrendo, sobrecarregados, e perseguidos. As pessoas que Jesus curou eram desprezados e negligenciados pelos escribas e fariseus, bem como pelo sacerdócio, que Deus estabeleceu como um meio para trazer o seu povo mais perto de Si mesmo. Os líderes religiosos estavam interessados ​​na rica e influente, não os doentes, os pobres e os marginalizados. Como no caso do homem com a mão atrofiada, seu único interesse em sua aflição era usá-lo como um meio de induzir Jesus para quebrar uma tradição de sábado, para acusar e condenar Ele (Mt 12:10).

    Jesus, por outro lado, sempre teve tempo para aqueles que estavam sofrendo e precisa. Quando ele olhou para fora sobre "as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e abatido como ovelhas sem pastor" (09:36). Não só eles eram oprimidos pelos romanos, mas por seus próprios líderes religiosos, aqueles que deveriam ter sido os seus pastores. Esses líderes eram lobos vestidos como pastores, e em vez de alimentar as ovelhas que devorou ​​(Mt 7:15;. Mt 23:14). Eles eram como o pastor perverso de que fala Zacarias que devorava a carne da ovelha gorda e arrancou seus cascos (Zc 11:16).

    Mas quando o verdadeiro Pastor veio a Israel, Ele teve grande compaixão por Seu povo sofredor e Ele curou-os carinhosamente de todo tipo de doença e aflição. Ele gritou para eles, dizendo: "Vinde a Mim, todos os que estais cansados ​​e sobrecarregados, e eu vos aliviarei Tomai o meu jugo, e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração;. E você achareis descanso para as vossas almas Porque o meu jugo é suave eo meu fardo é leve "(Mateus 11:28-30.).. Falsos pastores impor encargos, mas o verdadeiro Pastor levanta-los. É por isso que Pedro nos diz para lançar nossos fardos e ansiedades sobre o "Supremo Pastor", porque Ele tem cuidado de nós (1Pe 5:4).

    Cristo sente a dor que nós e o peso dos encargos que nos aniquilam dói; e em Sua misericórdia graciosa Ele cura nossas feridas e eleva os nossos fardos.
    Depois que Jesus curou todos os aflitos entre aqueles que haviam seguido, Ele advertiu -os a não torná-lo conhecido , assim como ele tinha dito, o leproso, "Veja que você não diga a ninguém" (Mt 8:4.

    Jesus também não pode ter querido Seus milagres para se tornar muito conhecida, a fim de mantê-los em perspectiva. Os milagres eram provas de seu poder divino e Sua reivindicação legítima para messianismo. Ele não realizá-las a se tornar famoso ou para construir uma base popular de poder e influência, como muitos de seus seguidores esperavam que Ele fizesse. E embora Ele tinha grande compaixão pelas aflições físicas das pessoas, sua obra principal era o de salvar almas, não corpos. Não só isso, mas as manifestações contínuas de poder poderia facilmente ter inflamado entusiasmo zeloso para Ele como um militar e libertador político, que a maioria dos judeus esperavam que o Messias seja, mas que Jesus recusou-se a ser. Foi por essa razão que Ele retirou-se das multidões após a alimentação dos cinco mil. "Por conseguinte, Jesus percebendo que tinham a intenção de vir e levá-lo à força para o fazerem rei, retirou-se novamente para o monte, mesmo sozinho" Jo 6:15.

    Os milagres de Jesus também serviu para incitar ainda mais a raiva dos escribas e fariseus; E se a sua fama espalhou-se muito mais ampla e rápida que teria prematuramente aumentou a oposição fatal contra ele.
    Mas talvez a razão mais importante Jesus não queria que o Seu poder milagre para ser muito aclamado foi que este não era o momento de Sua exaltação, mas de Sua humilhação.
    Muitas das pessoas deve ter se perguntado por que, se Jesus era realmente o Messias, Ele não foi aceito pelos líderes religiosos e por que Ele manteve a retirada das multidões e por que Ele passou tanto tempo com os pobres e necessitados, em vez da poderosa e influente . Como tal pessoa poderia derrubar Roma e restaurar Israel?
    Mas Mateus garante a seus leitores que Jesus é realmente o Messias, tal como profetizado por Isaías, o profeta. Jesus não veio para cumprir as expectativas confusas e sem base bíblica do povo, mas para cumprir a Sua missão divina como previsto na sua palavra. Ele foi, portanto, determinou que todas as previsões divina sobre Ele pode ser cumprida.

    Mateus 12:18-21 é uma citação modificada de Isaías 42:1-4 e é um dos mais impressionantemente bonito descrições de Jesus Cristo em toda a Escritura. Aqui vemos que Jesus foi elogiado pelo Pai e encomendado pelo Espírito Santo, que Ele comunicou a mensagem de Seu Pai, que Ele estava comprometido com mansidão e para confortar os fracos, e que Ele iria consumar a vitória sobre o pecado e Satanás.

    Elogiado pelo Pai

    Eis o meu servo, a quem escolhi; O meu amado em quem a minha alma está bem satisfeito; (12: 18a)

    Pais ( Servo ) não é a palavra usual para "servo" e é muitas vezes traduzida como "filho". Em secular grega foi utilizado de um funcionário especialmente íntima que era confiável e amado como um filho.Na antiga edição grega do Antigo Testamento (a Septuaginta), pais é usado de chefe servo de Abraão (Gn 24:2).

    Jesus Cristo é o supremo de Deus Servo , seu único Filho, a quem Ele escolheu para redimir o mundo. A frase grega traduzida eu escolhi (de hairetizō ) indica uma firme e determinada decisão e é usada em nenhum outro lugar no Novo Testamento. Foi usado em grego secular de forma irrevogável adotar uma criança na família como um herdeiro que nunca poderiam ser destituídos. O Pai tinha irrevogavelmente escolhido Seu amado Filho para ser o Seu divino Servo, o único qualificado para a tarefa da redenção.

    Porque os profetas freqüentemente falava de Deus de escolher o Messias, Ele foi muitas vezes referida como "O Chosen One". Em Jesus 'crucificação ", os governantes foram zombando dele, dizendo:" Salvou os outros, que salve a si mesmo se este é o Cristo [Messias] de Deus, Sua Chosen One' "(Lc 23:35). O fato de que eles sabiam tanta verdade sobre o Messias fez tudo o mais culpado por rejeitá-Lo.

    Jesus é o Pai amado, em quem Sua alma está bem satisfeito . É através da graça de Deus ", que ele nos concedeu gratuitamente no Amado", que "temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados" (Ef. 1: 6-7). Aquele que é odiado e rejeitado pelo mundo, incluindo o seu próprio povo, é amado por Deus, que é bem satisfeito . Contra o testemunho de Israel e do mundo é o testemunho do Pai.Jesus disse: "Se só eu der testemunho de mim mesmo, o meu testemunho não é verdadeiro. Há um outro que dá testemunho de mim, e eu sei que o testemunho que Ele carrega da Me é verdade .... o testemunho que eu tenho é maior do que o de João, pois as obras que o Pai me deu para realizar, as mesmas obras que eu faço, dão testemunho de mim, que o Pai me enviou E o Pai que me enviou, ele deu testemunho de mim. "João 5:31-32, 36-37.

    No batismo de Jesus, o Pai declarou: "Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo" (Mt 3:17), e na transfiguração Ele declarou novamente: "Este é o meu Filho amado, em quem me bem satisfeito; escutai-O "(17: 5).

    Não é possível para homens ser agradável a Deus, a menos que eles vêm a Ele através do Seu Filho, com quem ele está bem satisfeito . "Aqueles que estão na carne não podem agradar a Deus", Paulo diz-nos. "No entanto, você não está na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós" (Rom. 8: 8-9). Deus se agrada com os crentes, porque Ele os vê como ele vê o seu próprio Filho.

    Encomendado pelo Espírito Santo

    Vou colocar meu espírito sobre ele, (12: 18b)

    Por meio de Isaías, Deus prometeu que Ele colocou Seu Espírito sobre o Messias de uma forma única, e no batismo de Jesus o Espírito Santo desceu sobre Ele como uma pomba (Mt 3:16). Mas isso não era quando foi habitado pelo Espírito. Exclusivo para toda a humanidade, Jesus foi concebido por obra do Espírito Santo (Mt 1:20.); e se João Batista foi cheio do Espírito Santo desde o ventre de sua mãe (Lc 1:15), quanto mais por isso foi Jesus.

    No entanto, se Jesus era o Filho preexistente, eternamente um com o Pai eo Espírito Santo, de que maneira poderia o Espírito veio sobre ele durante sua humanidade? Primeiro de tudo, a vinda do Espírito sobre Jesus era um bestowing de poder de sua natureza humana. Sua natureza divina já era um com o Espírito e não necessitam de assistência especial, mas sua natureza humana fez. Jesus era plenamente humano, até mesmo ao ponto de serem tentados da mesma forma todo o ser humano é, mas sem pecar (He 4:15). Como uma criança, Ele crescia em sabedoria, em estatura e em graça diante de Deus e dos homens (Lc 2:52). Ele tinha os sentimentos humanos e emoções humanas. Ele estava com fome e sede, e Ele tornou-se cansado e com dor e tristeza. Sua humanidade recebeu o poder interior do Espírito Santo, a fim de que possa funcionar em conjunto com a Sua divindade. Por isso, "Deus ungiu com o Espírito Santo e com poder" At 10:38.

    Em segundo lugar, Jesus exigiu a unção do Espírito, a fim de atestar a Seu serviço real como o Messias. Há trinta anos que viveu na obscuridade, mas quando Seu ministério começou Foi dado um atestado especial, da autoridade e da aprovação pelo Pai. A profecia do Messias foi citado por Jesus e aplicada a si mesmo como ele ensinava na sinagoga de Nazaré: ". O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me ungiu para pregar o evangelho aos pobres enviou-me para proclamar a libertação aos cativos, e restauração da vista aos cegos, para libertar os que são oprimidos, a proclamar um ano favorável do Senhor "(Lucas 4:18-19). Depois sentou-se, Jesus explicou: "Hoje esta Escritura foi cumprida em sua audição" (v. 21).

    Como o Servo submisso perfeito, Jesus funcionava não só na vontade do Pai e pelo louvor do Pai, mas no poder do Espírito do Pai.

    Comunicar a mensagem

    e Ele deve proclamar justiça às nações. (12: 18c)

    Isaías profetizou que amado Servo do Senhor iria proclamar uma mensagem de verdade e de justiça até mesmo para os gentios ; e é isso que Jesus fez. Ao contrário do pensamento e expectativas da maioria dos judeus, o Messias era para ser o Redentor do mundo inteiro, e não apenas de Israel. Israel foi, de fato, ser o canal da graça de Deus para o resto do mundo. Em sua primeira grande promessa feita a Abraão, Deus declarou: "E em todas as famílias da terra serão abençoados" (Gn 12:3). No início de Seu ministério Ele tinha seguidores gentios de Edom, o Trans-Jordânia, e na região de Tiro e de Sidon (Mc 3:8). Quase nenhuma verdade do evangelho foi tão difícil para os judeus a aceitar como verdade que a salvação e comunhão com Deus foram para os gentios e judeus. A idéia era completamente inconcebível para eles, e, como é evidente a partir da conta que acabamos de mencionar, que considerou ser uma forma de blasfêmia.

    Mas o plano de Deus para a redenção sempre incluiu os gentios , e para eles o Messias havia de proclamar a justiça e libertação do pecado, assim como para os judeus.

    Empenhada em Mansidão

    Ele não vai brigar, nem gritar; nem se ouvirá sua voz nas ruas. (12:19)

    Epizō (de brigar ) carrega a idéia de disputas, incomodante, ou até mesmo brigas. Kraugazō (a gritar ) significa gritar ou gritar com entusiasmo. O termo foi usado às vezes de latidos de um cão, grasnar de um corvo, e até mesmo berrando um bêbado.

    Jesus não veio para discursar e persuadir as pessoas com o evangelho como um fanático demagógica que inflama seus ouvintes, apelando para suas emoções e preconceitos. Ele falou com dignidade e controle, e ele usou nenhum meio de persuasão, mas a verdade. Ele nunca organizou um mob ou recorreu a truques, mentiras, ou intrigas, como Seus adversários rotineiramente fez contra ele. Sua foi a forma de Gentilza, mansidão e humildade. Embora Ele era o Filho de Deus, o Messias divino, e o legítimo Rei dos reis, Jesus nunca tentou garantir uma audiência, muito menos uma sequência, pelo poder político, força física, ou agitação emocional.

    Mesmo a sabedoria do homem sabe que nenhuma persuasão real pode ser feito pela força ou intimidação. Como Salomão nos lembra: "As palavras dos sábios ouvidas em silêncio, são melhores do que os gritos de quem governa entre os tolos" Ec 9:17.

    Consolando o fraco

    A surrada reed Ele não vai quebrar, e um pavio fumegante Ele não vai colocar para fora, (12: 20a)

    Nos tempos antigos foram usados ​​canas para muitos propósitos, mas uma vez a cana foi dobrada ou agredidas foi inútil. Um pastor que muitas vezes constitui um instrumento de flauta-like de uma cana e tocar música suave sobre ele para passar o tempo e para acalmar as ovelhas. Quando a cana tornou-se macio ou rachado, que não iria mais fazer música e o pastor quebrar -lo e jogá-lo fora.

    Quando uma lâmpada queimada ao final do pavio, seria apenas fumegar e fumaça sem fazer qualquer luz. Uma vez que tal chama fumegante foi inútil, foi posto para fora e jogado fora, como uma cana quebrada.

    A palheta golpeado eo pavio fumegante representar as pessoas cujas vidas estão quebrados e desgastada, pronto para ser descartado e substituído pelo mundo. Porque eles não podem mais "fazer música ou dar a luz," a sociedade lança fora os fracos e desamparados, o sofrimento e os oprimidos. Aqueles eram o tipo de pessoas que os romanos ignorados como inútil e os fariseus desprezavam como inútil.

    Um dos legados mais óbvios da queda é a tendência natural do homem para destruir. As crianças pequenas, muitas vezes, pisar em um bug apenas por uma questão de matá-lo, ou se romper um belo bud pouco antes de flores. Um galho de árvore é quebrada por uma questão de quebrá-lo, e uma pedra é lançada em um pássaro apenas para vê-la voar para longe ou cair no chão. Em uma escala mais destrutivo, adultos e minar devorar uns aos outros em negócios, a sociedade, a política, e até mesmo na família.
    A natureza do homem pecador é destruir, mas a natureza do Deus santo é restaurar. O Senhor não interromper ou colocar para fora mesmo o menos daqueles que vêm a Ele, e Ele dá terrível aviso para aqueles que querem fazê-lo. "Quem quer que escandalizar um destes pequeninos que crêem em mim a tropeçar", disse Jesus, "é melhor para ele que uma pedra de moinho heavy ser pendurado no pescoço, e que ele se submergisse na profundeza do mar" Mt 18:6.

    Lá embaixo, no coração do homem, 
    esmagado pelo tentador,

    Sentimentos estão enterrados 
    Que graça pode restaurar,

    Tocado por um coração amoroso, 
    Acordado pela bondade,

    Acordes que foram quebrados 
    vai vibrar mais uma vez.

    ("Rescue o que perece," Fanny J. Crosby)

    72. A blasfemia contra o Espírito Santo (Mateus 12:22-32)

    Então lá foi levado para Ele um homem possuído por um demônio que era cego e mudo, e ele o curou, de modo que o mudo falava e via. E todas as multidões ficaram maravilhados, e começou a dizer: "Este homem não pode ser o Filho de Davi, pode?" Mas os fariseus, ouvindo isto, disseram: "Este homem expulsa os demônios só por Belzebu o príncipe dos demônios". E conhecendo os seus pensamentos, disse-lhes, "Todo reino dividido contra si mesmo é devastado; e toda cidade, ou casa, dividida contra si mesma não subsistirá, se Satanás expulsa Satanás, está dividido contra si mesmo;. Como, pois, sua posição reino ? E se eu por Belzebu expulsar os demônios, por quem os vossos filhos os expulsam? Conseqüentemente, eles mesmos serão os vossos juízes. Mas, se eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus, então o Reino de Deus já chegou até vós. Ou como ?. qualquer um pode entrar na casa do homem forte e roubar-lhe os bens, se primeiro não amarrar o homem forte E então lhe saquear a casa Quem não é comigo é contra mim; e quem não recolhe comigo, dispersa Portanto. Eu digo a você, qualquer pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens, mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada E quem deve falar uma palavra contra o Filho do homem, isso lhe será perdoado;. mas quem falar contra o Espírito Santo , não lhe será perdoado, nem neste mundo, nem no vindouro. (12: 22-32)

    Por natureza Deus é perdão. O Antigo Testamento está repleto de ensinamentos sobre o Seu perdão. Davi declarou: "Pois tu, Senhor, és bom, e pronto a perdoar, e abundante em benignidade para todos os que te invocam" (Sl 86:5.

    O Antigo Testamento também está repleta de exemplos de seu perdão. Quando Adão e Eva cometeram o pecado, Deus perdoou. Quando Abraão, Isaque e Jacó pecaram, Deus perdoou. Quando Moisés pecou Deus o perdoou. Quando Israel sob os juízes e sob os reis pecou repetidamente, Deus a perdoou. A história de Israel é uma história de perdão de Deus.

    Da mesma forma imagens do Novo Testamento Deus como supremamente o Deus de perdão. Essa é a essência do evangelho: provisão divina e graciosa de Deus para o perdão do pecado do homem. Em Cristo, Paulo diz: "temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça" (Ef 1:7.). João assegura-nos que: "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça" e que o nosso "pecados estão perdoados [us] por amor do seu nome" 1Jo 1:9.

    Não importa o quão grave é o pecado, Deus pode perdoá-lo. O pior pecado concebível seria matar de Deus próprio Filho e que, enquanto estava na terra com o propósito de proporcionar a salvação do pecado e o caminho para a vida eterna. Nada poderia ser mais hediondo, cruel e perverso do que isso. E, claro, matando-o é exatamente o que os homens fizeram com o Filho de Deus. No entanto, enquanto pendurado na cruz e prestes a morrer, Jesus orou e afirmou o perdão misericordioso disponível aos Seus algozes: "Pai, perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem" (Lc 23:34). O grau do pecado não perde perdão, porque mesmo matar o Filho de Deus era perdoável.

    O Nem o volume do pecado acabar com a possibilidade de misericórdia. A devassa de setenta anos de idade, que viveu uma vida de deboche, roubar, mentir, profanação, blasfêmia, e imoralidade é tão perdoável como uma criança de sete anos de idade, que não fez nada pior do que maldade infantil normal.

    Nem o particular tipo de pecado cancelar graça. Nas Escrituras, encontramos Deus perdoador idolatria, assassinato, a gula, a fornicação, adultério, enganar, mentir, homossexualidade, da quebra da aliança, a blasfêmia, embriaguez, extorsão, e qualquer outro tipo de pecado que se possa imaginar. Ele perdoa a justiça própria, que é o pecado enganador de pensar que não se tem pecado. Ele até perdoa o pecado de rejeitar a Cristo; caso contrário, ninguém poderia ser salvo, porque antes de salvação a todos, em algum grau, é um que rejeita Cristo. Não há perdão de até mesmo o menor pecado a menos que se confessou e se arrependeu de; mas não há perdão de até mesmo o maior pecado, se essas condições forem satisfeitas divinas.

    A rejeição de Jesus como Messias e Rei gradualmente escalado como Seu ministério continuou. Como vimos, em primeiro lugar não havia dúvida, então a crítica, em seguida, a indiferença, culminando na rejeição aberta. Os líderes religiosos de Israel, em seguida, acrescentou a blasfêmia contra o Espírito Santo para a sua rejeição de Cristo. Apesar de sua animosidade iria continuar a se espalhar e intensificar, este blasfêmia era o epítome da sua expressão.
    Durante séculos o povo de Deus tinha desejado para o Messias, seu Libertador divina. A esperança de cada piedoso profeta e mestre de Israel era viver para vê-Lo; e cada menina judia sonhava em ser sua mãe. No entanto, quando ele chegou foi negado e rejeitado. Em 12: 22-32, Mateus detalha cinco características do clímax dessa rejeição: a atividade de Jesus ao curar um homem sério aflitos; o espanto da multidão sobre o milagre; a acusação contra Jesus por causa do milagre; A resposta de Jesus a seus acusadores; e o anátema seus acusadores trouxe em si mesmos.

    A Atividade

    Então lá foi levado para Ele um homem possuído por um demônio que era cego e mudo, e ele o curou, de modo que o mudo falava e via. (12:22)

    homem tinha vários problemas. Ele estava possuído por um demônio ... cego e mudo , e surdez, possivelmente, também sofreu, por isso muitas vezes associada a incapacidade de falar. Mas o fato de que Jesus curou não foi o único. Ele tinha curado centenas, talvez até milhares, de pessoas que estavam, cegos, mudos, surdos e endemoninhado; e muitos dos que tinham mais de uma aflição, assim como este homem fez.

    Como era frequentemente o caso, esta cura demonstrado em um ato domínio de Jesus sobre tanto o mundo dos espíritos de demônios e do mundo físico da doença. Ele inegavelmente possuía o poder de curar todo tipo de doença, para expulsar qualquer tipo e qualquer número de demônios, e até mesmo para restaurar a vida aos mortos. Ele tinha realizado milhares de curas instantâneas, o total, permanente e verificáveis. Seus poderes sobrenaturais já não podia ser questionada, quer pelas multidões comuns ou pelos líderes religiosos mais educadas e céticos.
    No entanto, a maioria das pessoas cegas pelo pecado permaneceu ambivalente sobre a identidade de Jesus e da fonte de Seu grande poder. Eles sabiam que os milagres seriam sinais prova do Messias; mas eles também esperava que ele viesse com fanfarra real e com poderio militar. Mas em vez de vestes régias, autoridade soberana, um trono, trompetes, espadas, cavalos, carros, e um poderoso exército, viram um homem de compaixão, Gentilza e humildade, com uma sequência de doze discípulos indescritíveis e uma infinidade de cabides em cuja lealdade dificilmente poderia ser contado. Porque Jesus não pareceu ser um conquistador ou um rei por sua definição, o povo não aceitaria ser Ele o Messias. Eles haviam escolhido para ser seletivo sobre as previsões do Velho Testamento sobre o Messias. Sua previu vinda em poder e glória para derrotar os inimigos de Israel e libertar o seu povo era fácil para eles para ser animado sobre. Sua previu que vem com mansidão e humildade não era.

    Os escribas e fariseus tinham sido dogging passos de Jesus há algum tempo e já estavam convencidos de que Ele era um inimigo do Judaísmo-tanto que eles até mesmo contra Ele colaborou com os herodianos, que normalmente eram seus inimigos arco (Mc 3:6).

    Jesus, portanto, parece ter realizado a cura especial, nesta ocasião, especialmente para o benefício dos fariseus, forçando-os a fazer o seu veredicto a respeito dele pública. Diante de seus olhos viram um homem tornar-se imediatamente e drasticamente entregue de três grandes aflições, e ele agora estava diante deles em mente sã e espírito e tanto falava e via. O milagre foi incontestável.

    O Espanto

    E todas as multidões ficaram maravilhados, e começou a dizer: "Este homem não pode ser o Filho de Davi, pode?" (12:23)

    Apesar de muitas pessoas entre as multidões presentes nesse dia tinha, sem dúvida, visto Jesus realizar muitos milagres de cura, elas foram especialmente espantado por este. Existēmi (para ser espantado ) significa ser totalmente espantado, fora de si com espanto e admiração. Um escritor sugere que "que significa ser literalmente bateu para fora dos seus sentidos", e outro que "que significa estar fora de sua mente com espanto. De maneiras que não podemos ver plenamente da narrativa, este milagre particular foi invulgarmente esmagadora , como se Jesus a intenção de intensificar a sua demonstração de sobrenaturalidade.

    Embora ele vem para baixo no lado negativo da probabilidade em suas mentes, a própria questionar as pessoas começaram a perguntar entre themselves- Este homem não pode ser o Filho de Davi, pode ele? — revela que eles reconheceram tais milagres como possíveis sinais messiânicos. Filho de Davi foi um dos muitos títulos bíblicas para o Messias (ver 2 Sam. 7: 12-16; Sl 89:1; Isa. 9: 6-7), e para as pessoas a considerar se Jesus poderia ser o Filho de Davi era uma pergunta relacionada a ser Ele o Messias. Esse foi o título mais tarde atribuída a Jesus pelas multidões, que o recebeu em Jerusalém como seu Messias e Rei (Mt 21:9). Nesse papel, ele pode fingir para expulsar um demônio, restringindo seu poder sobre a pessoa possuída, a fim de dar a impressão de uma limpeza. Esse tipo de suposto exorcismo tem sido comum em toda a história da igreja e é praticada hoje por vários cultos, falsos curandeiros e exorcistas.

    Até mesmo os demônios de Satanás podem, por ocasião ato inconsistente e em conflito com ele e com os outros. Mas, apesar do transtorno do seu reino, seus limites de criatura, seus falsos exorcismos, e confusão demônio, Satanás não expulsa a Satanás , e ele é não dividido contra si mesmo . Não há harmonia, confiança, lealdade ou em seu reino , mas ele não tolera desobediência ou divisão. Era, portanto, um absurdo acusar Jesus de expulsar demônios pelo poder do governante dos demônios.

    A acusação foi prejudicado

    E se eu por Belzebu expulsar os demônios, por quem os vossos filhos os expulsam? Conseqüentemente, eles mesmos serão os vossos juízes. (12:27)

    Em segundo lugar, Jesus mostrou que a acusação dos fariseus também foi prejudicado, revelando os corruptos viés, mau de seus corações. Sons foi muitas vezes utilizado como um epíteto para os discípulos e seguidores, como na expressão Antigo Testamento comum "filhos dos profetas" (Veja , por exemplo, 2Rs 2:3). O fato de que eles achavam que o mero uso de certas palavras e nomes iria realizar o exorcismo comprova sua orientação mágico. O demônio, no entanto, não foi o menos afetado, e ele respondeu dizendo que os sete homens, "Eu reconheço Jesus, e sei quem é Paulo, mas quem é você? ' E o homem, no qual estava o espírito maligno, saltando sobre eles e subjugado todos eles e dominou-los, para que eles fugiram daquela casa nus e feridos "(vv. 15-16).

    Jesus apontou extremo preconceito dos fariseus, mostrando que eles aprovaram os exorcismos tentada pelo filhos que faziam parte do seu estabelecimento religioso. Eles nunca teria afirmado que essas atividades foram ímpio, muito menos satânico. No entanto, quando Jesus não só expulsou todo tipo de demônio, mas também curou todo tipo de doença, que o acusavam de estar na liga com o diabo.

    A resposta dos fariseus reflete a resposta básica de cada pessoa que intencionalmente rejeita Jesus Cristo. Eles não rejeitam por falta de provas, mas porque eles eram tendenciosos contra Ele. Suas próprias obras eram más e que não poderia lidar com a realidade intimidante de justiça de Jesus; eles eram filhos das trevas e não podia tolerar a Sua luz (Jo 3:19). Eles não estavam à procura de verdade, mas de maneiras de justificar a sua própria maldade e destruir qualquer um que ousasse expô-los.

    Para colocar Seus adversários ainda no local, Jesus sugeriu que os fariseus deixar seus exorcista filhos ser seus juízes . A sugestão implícita era que eles pedem esses profissionais por cujo poder eles expulsar os espíritos malignos. Se eles disseram: "Pelo poder de Satanás," eles condenam a si mesmos e os líderes religiosos que os apoiaram. Mas se eles disseram, "pelo poder de Deus", eles iriam minar a acusação dos fariseus contra Jesus.

    A acusação era rebelde

    Mas, se eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus, então o Reino de Deus já chegou até vós. Ou como pode alguém entrar na casa do homem forte e roubar-lhe os bens, se primeiro não amarrar o valente? E então lhe saquear a casa. Quem não é comigo é contra mim; e quem não ajunta comigo, espalha. (12: 28-30)

    O terceiro, e básico, razão por trás a acusação dos fariseus era a sua rebeldia contra Deus. Jesus tinha dissipado a carga tola que Ele trabalhou sob o poder de Satanás, e da possibilidade que resta é que Eleexpulsava os demônios pelo Espírito de Deus.

    Se ele fez o seu trabalho , pelo Espírito de Deus , então Seus milagres eram de Deus e Ele tinha que ser o Messias, "o Filho de Davi", assim como as multidões tinha considerado (v. 23). Cada religiosamente alfabetizados judeu sabia que os profetas previram que apenas esses sinais acompanhariam vinda (Is 29:18; 35.: 5-6) do Messias. Eles também sabiam que o Messias havia de ser supremo e eterno Rei de Israel (Sl 2:1; Jr 23:5). É nesse reino que cada crente começa a viver o momento em que ele recebe o Rei como seu Senhor e Salvador.

    Ou como pode alguém entrar na casa do valente e roubar-lhe os bens , Jesus continuou, se primeiro não amarrar o valente? E então lhe saquear a casa . Não foi possível os fariseus ver que tudo o que Jesus disse e fez foi contrário de Satanás? Jesus curou a doença ea doença, que foram trazidos à humanidade pelo pecado, o qual, por sua vez, foi trazida e promovido por Satanás. Jesus ressuscitou pessoas da morte, que também foi uma conseqüência do pecado e, indiretamente, a obra de Satanás (conforme Heb. 2: 14-17). Jesus expulsava os demônios, que, como Ele tinha acabado apontou, estava em oposição evidente a Satanás. Ele até perdoou os pecados, algo que Satanás não seria nem poderia fazê-e verificada a Sua autoridade para perdoar pecados pelo Seu poder de realizar milagres (Mt 9:5-6.).Cada detalhe do que Ele ensinou e fez correspondeu ao ensino da Escritura do Antigo Testamento. E, embora os escribas e os fariseus muitas vezes cobrado Jesus com adversária e violando suas tradições feitas pelo homem, que nunca poderia condená-lo de cometer pecado ou de ensinar falsidade (Jo 8:46).

    Jesus usou a figura de um ladrão que planejava roubar uma casa de homem forte , enquanto o homem forte estava lá. O ladrão sabe que se primeiro não amarrar o homem forte que ele não tem nenhuma chance de ser bem sucedido e, de fato, corre o risco de ser preso e gravemente espancado no processo.

    A lição de Jesus foi esta: "Eu já não demonstrou antes de você e todos 1srael Meu poder sobre Satanás e seu reino do mal, escuridão e destruição Não tenho demonstrado além de qualquer dúvida que a minha autoridade é superior Haven de Satanás? 't I limpou as pessoas de todos os tipos de doenças e os libertou de todo tipo de controle e opressão demoníaca? Não tenho demonstrado minha autoridade sobre o pecado ea morte? Não tenho resgatado almas do inferno? Quem poderia ter tanto poder e autoridade, mas o próprio Deus? Quem, senão Deus poderia entrar a própria casa de Satanás e com êxito prendê-loe levá-lhe os bens? Eu lhe mostrei que posso derrotar Satanás e uma legião de suas hostes demoníacas à vontade. Como eu poderia ser qualquer outro do que o seu divino Messias? "

    O golpe de morte para Satanás foi infligido na cruz e vai ser realizado no futuro; mas mesmo antes que a vitória final Cristo demonstrou repetidamente seu poder ilimitado e irrestrito para frustrar e amarrar Satanás. Cristo também cometeu esse poder aos Seus discípulos, e quando os setenta voltaram de sua missão, Jesus ", disse a eles, eu estava assistindo a Satanás cair do céu como um relâmpago" (Lc 10:18).Satanás é, actualmente, ainda poderoso, mas seu poder é limitado, seu destino está selado, e seu tempo é curto.

    Jesus próxima claro para os fariseus que não há campo neutro, na medida do relacionamento com Ele está em causa. Quem não é comigo é contra mim; e quem não recolhe comigo, dispersa. Não é necessário se opor a Cristo, a fim de ser contra Ele; só é necessário não estar com Ele. Também não é necessário interferir ativamente com seu trabalho, a fim de ser aquele que espalha ; só é necessário para não se reunir com ele . A pessoa que não pertence a Deus é o inimigo de Deus (Rm 5:10); a pessoa que não é um filho de Deus por meio de Cristo é um rebelde contra Deus.

    Há apenas dois possíveis relações com Jesus Cristo, e, portanto, a Deus: com ou contra . É tanto espiritual e racionalmente impossível aceitar Jesus como um homem amável, um bom professor, e um grande homem de Deus, e nada mais. Somente Deus tem o direito de reivindicar para si a honra e autoridade Jesus reivindicou para si mesmo; e só Deus tem o poder sobre a doença, o pecado, os demônios, Satanás, e da morte que Jesus tanto alegou e demonstrou.

    O Anathema

    Por isso eu digo a você, qualquer pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens, mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada. E todo aquele que disser uma palavra contra o Filho do homem, isso lhe será perdoado; mas quem falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste mundo, nem no vindouro. (12: 31-32)

    Poucas passagens das Escrituras têm sido mais mal interpretado e incompreendido do que estes dois versos. Devido à sua extrema gravidade e Proposito, é fundamental para entendê-los corretamente
    Jesus começou por declarar que qualquer pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens. Apesar de blasfêmia é uma forma de pecado , nesta passagem e contexto os dois são tratados separAdãoente, com blasfêmia representando a forma mais extrema do pecado. Pecado aqui representa toda a gama de imoral e pensamentos e ações ímpios, enquanto blasfêmia . representa consciente denúncia e rejeição de Deus Blasfêmia é irreverência desafiante, a exclusividade terrível pecado de forma intencional e abertamente falando mal contra Deus santo ou difamar ou zombando dele (conforme Mc 2:7). Nos últimos dias blasfêmia será uma característica marcante de quem rebelde e insolente se opõem a Deus (13 5:66-13:6'>Apocalipse 13:5-6; Ap 16:9) "Cristo Jesus veio ao mundo", o apóstolo continua, "para salvar os pecadores, dos quais sou eu o principal de todos" (v. 15). Pedro blasfemado Cristo com maldições (Mc 14:71), e foi perdoado e restaurado.

    Até mesmo um crente pode blasfemar, uma vez que qualquer pensamento ou palavra que macula ou difama o nome do Senhor constitui blasfêmia. Para questionar a bondade de Deus, sabedoria, justiça, verdade, amor, ou a fidelidade é uma forma de blasfêmia. Tudo isso é perdoável pela graça. Falando aos crentes, João disse: "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça" 1Jo 1:9). Foi ainda mais difícil para aqueles que estão fora do círculo íntimo de Jesus para apreciar a Sua divindade. Mesmo quando Ele realizou Seus maiores milagres, Ele fez isso sem alarde ou flare. Jesus nem sempre olhar ou até mesmo agir como um senhor humano, muito menos como o Senhor divino.

    Mas a julgar, desmerecer e desacreditar Jesus do ponto de vista da revelação incompleta ou percepção inadequada era perdoável, errada como foi. Como já mencionado, o apóstolo Paulo tinha sido ele próprio um blasfemador ignorante do Senhor Jesus Cristo da pior espécie e perseguidor feroz de sua igreja. E muitos dos que haviam negado e rejeitado a Cristo durante Seu ministério terreno mais tarde viu a verdade de quem Ele era e pediu perdão e foram salvos.
    Mas a blasfêmia contra o Espírito era algo mais grave e irremediável. Ele não só refletiu descrença, mas determinado incredulidade-a recusa, depois de ter visto todas as provas necessárias para completar a compreensão, até mesmo a considerar crer em Cristo. Esta foi a blasfêmia contra Jesus em sua divindade, contra o Espírito de Deus que exclusivamente habitados e lhe deu o poder. Refletia determinado rejeição de Jesus como o Messias contra cada provas e argumentos. Refletia vendo a verdade encarnada e, em seguida, com conhecimento de causa rejeitá-Lo e condenando-o. Ele demonstrou uma recusa absoluta e permanente de acreditar, o que resultou em perda de oportunidade sempre para ser perdoado ... nem neste mundo, ou no tempo que virá . Através desta idade (toda a história humana), tal rejeição é imperdoável. A idade para vir implica que através de toda a eternidade, não haverá perdão. Na era da história humana e na era da consumação divina, não há perdão.

    A Bíblia é clara que, durante seu ministério na terra, nosso Senhor era submisso ao Pai (Jo 4:34; 5: 19-30) e pelo poder do Espírito (Mt 4:1; Lc 4:1; Jo 3:34; At 1:1; Rm 1:4.

    Aqueles que falaram contra o Espírito Santo foram os que viram o seu divino poder trabalhar em e através de Jesus, mas deliberAdãoente se recusou a aceitar as implicações dessa revelação e, em alguns casos, que o poder atribuído a Satanás. Muitas pessoas tinham ouvido Jesus ensinar e pregar a verdade de Deus, como nenhum homem jamais havia ensinado antes (Mt 7:28-29.), Mas eles se recusaram a acreditar nele. Eles tinha visto curar todo tipo de doença, expulsou todo tipo de demônio, e perdoa todos os tipos de pecado, ainda que o acusou de fraude, falsidade e demonism. Em face de todas as provas possíveis de messianismo e divindade de Jesus, eles disseram que não. Deus não podia fazer nada mais para eles, e eles seriam, portanto, permanecem eternamente perdoados.

    Para penitência eles substituem endurecimento, para a confissão de plotagem. Assim, por meio da sua própria insensibilidade criminosa e completamente inexcusable, eles são dooming si. Seu pecado é imperdoável, porque eles não estão dispostos a trilhar o caminho que leva ao perdão. Para um ladrão, um adúltero, e um assassino, há esperança. A mensagem do evangelho pode levá-lo a gritar: "Ó Deus, sê propício a mim, pecador". Mas, quando um homem se tornou endurecido, para que ele tenha feito a sua mente para não pagar qualquer atenção para o ... Espírito ... ele se colocou no caminho que conduz à perdição. (William Hendriksen, A Exposição do Evangelho segundo Mateus . [Grand Rapids: Baker, 1973], p 529)

    Por meio de Isaías, o Senhor retratado Israel como uma vinha Ele havia cuidadosamente plantado, cultivado, e tendiam. Ele construiu uma torre no meio dela, o que representa Jerusalém, e um tonel de vinho nele, o que representa o sistema de sacrifício. "Então, Ele espera-se produzir boas uvas, mas ele produziu únicos sem valor." "O que mais havia para fazer à minha vinha, que eu não tenha feito?" Pediu a Deus. "Então, agora deixe-me dizer o que eu vou fazer à minha vinha: tirarei a sua sebe e será consumido; vou quebrar sua parede e será pisada E eu tornarei em deserto; ele vai. não ser podadas ou capinado, mas urzes e espinhos vai vir para cima eu também irá cobrar as nuvens que não derramem chuva sobre ela "(Is. 5: 1-6).. Depois que o povo tinha sido abençoado com toda sorte de bênção e teve todas as oportunidades, mas ainda viraram as costas para Deus, não havia mais nada para ele fazer, mas virar as costas para eles.

    Durante o ministério terrestre de Jesus, os fariseus incrédulos e todos os outros que blasfemaram do Espírito isolar-se da misericórdia de Deus, e não porque não foi oferecido, mas porque foi abundantemente oferecido ainda com rebeldia e permanentemente rejeitado e ridicularizado como satânica.

    Dentro de 40 anos, Deus destruiria Jerusalém, o Templo, o sacerdócio, os sacrifícios, e da nação de Israel. Em 70 AD os romanos arrasaram Jerusalém, destruiu totalmente o Templo, abatidos mais de um milhão de seus habitantes, e todos, mas obliterada quase mil outras cidades e aldeias na Judéia. Seu próprio povo escolhido tivesse dito não a Ele, e Ele disse não a eles. Até que ele volte e regathers um remanescente de seu povo para Si mesmo nos últimos dias, com exceção de alguns fiéis, eles são como uma nação totalmente à parte de Deus.

    Para os judeus não salvos que ouviram a mensagem do evangelho pleno e tinha visto sua evidência no poder sobrenatural, e para todos os que viriam depois, com a exposição semelhante à verdade e o registro bíblico de provas milagroso, o escritor do livro de Hebreus deu um severa advertência: "Como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação Depois foi no primeiro dito pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram [isto é, os apóstolos], dando Deus testemunho com eles? , por sinais e prodígios, e por múltiplos milagres e dons do Espírito Santo, de acordo com sua própria vontade "(Heb. 2: 3-4). Mais tarde, na carta alertar ainda mais grave para aqueles que rejeitam a revelação plena é dado: "Pois, no caso daqueles que uma vez foram iluminados e provaram o dom celestial, e se tornaram participantes do Espírito Santo, e tem provaram a boa palavra de Deus e os poderes do mundo vindouro, e depois caíram, é impossível renová-los novamente para arrependimento, visto que novamente crucificando para si mesmos o Filho de Deus, e colocou-o à ignomínia ". (Hb 6:4-6.) (Para uma discussão detalhada dessa passagem importante, ver o comentário do autor desta série sobre Hebreus.)

    A geração imediatamente depois de Cristo estava na terra foi ministrado para os apóstolos, iluminado pelo seu ensino, e dada a prova da verdade do evangelho por seus milagres. Essa geração tinha provas equivalente ao de quem ouviu e viu Jesus em pessoa. Eles tiveram a maior revelação possível de Deus, e se eles se recusaram a acreditar em face de tais provas contundentes, não havia nada mais que Deus poderia fazer por eles. Eles não blasfemar; eles simplesmente se virou. A culpa dos fariseus, que acrescentou blasfêmia incredulidade era maior do que a de quem viu a mesma evidência e não acreditava, mas não falar contra o Espírito Santo. Mas os rebeldes em dois grupos deixou-se no futuro, mas o inferno.

    De forma semelhante, as pessoas hoje podem tão totalmente virar as costas para a revelação de Deus que eles permanentemente isolar-se da salvação. "Temos de trabalhar as obras daquele que me enviou, enquanto é dia", disse Jesus; "A noite vem, quando ninguém pode trabalhar" Jo 9:4)

    Ou fazei a árvore boa, eo seu fruto bom; ou fazei a árvore má, eo seu fruto mau; para a árvore é conhecida pelos seus frutos. Raça de víboras, como podem vocês, apesar de serem maus, dizer o que é bom? Para a boca fala do que está cheio o coração. O homem bom, do seu bom tesouro tira o bem; eo homem mau do seu mau tesouro tira o que é mau. E eu digo-vos que de toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta para ele no dia do julgamento. Pois por suas palavras serás justificado e, pelas tuas palavras serás condenado "(12: 33-37).

    Estimou-se que a partir do primeiro "Bom dia" para o último "Boa noite," a pessoa média engata em trinta conversas por dia. A cada dia, as suas palavras poderiam fazer um livro de 50-60 páginas-o equivalente a mais de cem livros por ano de 200 páginas cada um.
    Alguém no século passado, escreveu o seguinte sobre o locutor incessante:
    Ele sacode um homem pelo ouvido como um cão faz um porco, e nunca afrouxa a sua espera até que ele se cansou-se, bem como o seu paciente. Ele é um pelourinho caminhar, e pune mais ouvidos do que uma dúzia queridos pé. Ele vai realizar qualquer argumento em vez de sua língua, e manter ambos os lados em sua própria carga; pois ele vai dizer o que você vai dizer, mas talvez ele não tem a intenção de dar-lhe sair. Sua língua está sempre em movimento, embora muito raramente ao propósito: como tesouras do barbeiro, que são mantidos que cortam bem quando eles não cortam como quando o fazem. Ele é tão cheio de palavras que correm mais, e são jogados fora sem propósito; e tão vazia de coisas, ou sentido, que a sua secura fez suas fugas tão grande, tudo é colocado nele se esgota imediatamente. Ele é tão longo entregar a si mesmo, que aqueles que o ouvem desejam ser entregue também, ou expedidos para fora de sua dor.
    Não é de estranhar que, imediatamente após Jesus execrado os fariseus por sua blasfêmia imperdoável contra o Espírito Santo, Ele, então, começou a falar sobre a importância da língua. Maioria das palavras auto-condenando sempre faladas tinha acabado de ser pronunciado pelos líderes religiosos que acusaram Jesus de expulsar demônios pelo poder de Satanás (v. 24). Ora, o Senhor dá uma de Suas advertências mais sérias, e no processo Ele expõe a verdade sobre a natureza do coração do homem.

    A Parábola

    Ou fazei a árvore boa, eo seu fruto bom; ou fazei a árvore má, eo seu fruto mau; para a árvore é conhecida pelos seus frutos. (12:33)

    Jesus inicia o aviso com um breve parábola para ilustrar uma máxima óbvia: a árvore e seu fruto correspondem. Uma árvore boa produz bons frutos, e toda árvore má produz frutos maus (conforme 07:17, 20; Lc 6:43-44).

    Poieō (a fazer ) é usado aqui no sentido figurado. Como em Inglês, o termo pode referir-se fisicamente para a criação ou construção, como na tomada de uma panela de barro ou uma cadeira. Também como em Inglês, ele pode se referir metaforicamente a considerar, avaliar ou julgar-as no sentido de tornar a própria mente com alguma coisa.

    Ponto geral de Jesus era: "Você deve fazer a sua opinião sobre mim e meu trabalho Ou eu sou o mal e fazer o trabalho de mal, ou então eu sou bom e fazer um bom trabalho eu não posso ser mal e fazer um bom trabalho ou ser bom e.. fazer um trabalho mal Se eu fizer boas obras, é pelo poder de Deus;.. e se eu fizer obras más, é por Satanás de Deus capacita nada mal, e Satanás capacita nada de bom ".
    Seu ponto específico foi:. "A doença ea morte são o resultado do pecado, como vós mesmos reconhecem possessão demoníaca é, obviamente, o Satã de fazer e uma coisa má Portanto, curando os enfermos, ressuscitar os mortos, e expulsando os demônios não poderia ser diferente. coisas-a boas libertação dos homens do trabalho destrutivo do pecado. Por conseguinte, Minha expulsão de demônios deve ser pelo poder de Deus, não de Satanás. Porque você me acusam de fazer o bem pelo poder de Satanás, você atribui a Satanás a obra do Espírito Santo , e que é a blasfêmia supremo e imperdoável. "

    Jesus novamente preso os fariseus hipócritas no seu pensamento pervertido, expor publicamente a sua dureza de coração e falta de lógica absurda. Como Ele ressaltou a eles em outras ocasiões, não importa o que eles pensavam sobre Ele, pessoalmente, suas obras, indiscutivelmente, testemunhou a Sua bondade e Seu poder divino (Jo 5:36; Jo 10:25, 37-38; Jo 14:11; cf . Matt. 11: 4-5).

    A Personalização

    Raça de víboras, como podem vocês, apesar de serem maus, dizer o que é bom? (12: 34a)

    Mudando a metáfora, Jesus aplica a parábola dos bons e maus árvores diretamente com os fariseus, dizendo, com efeito, " Você são incomensuravelmente pior do que um grupo de árvores ruins, você é uma verdadeira raça de víboras ". Isso é o mesmo epíteto João Batista usado dos fariseus hipócritas e dos saduceus que vinham a ele para o batismo (3:
    7) e que Jesus usou durante sua longa série de "desgraças" contra os escribas e fariseus do Templo (Mt 23:33). Seus anti-bíblicas, tradições legalistas envenenado as mentes dos companheiros judeus contra a verdade pura e redentora da Palavra de Deus, e sua hipócrita auto-justiça levou inúmeros outros para a mesma atitude mal. Quando alguém enfiou a mão na pilha de lenha da religião, pensando em pegar uma vara de verdade, ele poderia ser mordido a morte por esses mentirosos amaldiçoa as suas almas.

    Como você pode , Jesus continuou, sendo maus, falar o que é bom? "À luz do seu mal estar por natureza, como pode qualquer coisa, mas a blasfêmia e outros impiedade se espera de você? Como você poderia falar o que é bom? " Ser mal expressa a depravação do coração humano natural, que pode produzir apenas o mal, porque é só o mal. Esse é o legado do homem caído por causa do pecado de Adão.Como Paulo explicou que a Igreja romana, "Tanto judeus como gregos, todos estão debaixo do pecado, como está escrito: Não há justo, nem um sequer; ... não há ninguém que faça o bem, não há sequer um", ... para todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus "(Rom. 3: 9-10, Rm 3:12, Rm 3:23). Ele explicou aos Efésios que cada pessoa é "mortos em [seus] delitos e pecados" até que ele confia em Jesus Cristo para a salvação (Ef 2:1; Phil . 1: 8; 2: 1; Cl 3:12; Fm 1:7, Fm 1:20; e 1Jo 3:17).. O coração representa o caráter de uma pessoa e, portanto, dizer que palavras revelam o que o coração é como é, eles revelam o que a pessoa é. Quando se fala , a boca simplesmente reproduz verbalmente o que está no coração . Usando a mesma figura, Jesus explicou em uma ocasião mais tarde que "as coisas que saem da boca vêm do coração, e é isso que contamina o homem. Porque do coração procedem os maus pensamentos, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunha, calúnias "Matt. 15: 18-19.

    Aquilo que enche traduz o substantivo grego perisseuma , o que significa grande abundância, plenitude, ou estouro. Ele carrega a idéia de excesso, que, nos termos da figura de Jesus, transborda do coração e da boca em forma de palavras. O que o coração está cheio de, irá transbordar da boca.

    A pessoa que abriga má vontade contra alguém acabará por expressar esses sentimentos. A pessoa que está cheia de pensamentos lascivos acabará por expressar esses pensamentos em observações grosseiras ou sugestivas. A pessoa que é persistentemente com raiva e ódio, mais cedo ou mais tarde colocar esses sentimentos em palavras. Da mesma forma, a pessoa que é genuinamente amoroso, gentil, atencioso e não pode deixar de expressar esses sentimentos em palavras, bem como ações.

    Após Elihu esperou tempo e impaciência por três amigos mais velhos para convencer Job de seu pecado, ele conseguiu segurar por mais tempo. Ele tinha a dizer o que estava em seu coração. "Pois estou cheio de palavras", disse ele; "O espírito dentro de mim me constrange Eis que o meu peito é como o vinho não ventilado, como odres novos que está prestes a estourar Deixe-me falar que eu possa obter alívio, deixe-me abrir os lábios e resposta.." 32:18-20.

    O que o coração ou a mente, debruça-se sobre e alimenta-se é o que ela é cheia de; e que está cheio o coração é o que a boca , inevitavelmente, fala . Uma pessoa pode acompanhar atentamente suas palavras a maior parte do tempo, mas a pressão dos maus pensamentos, raiva, estresse, dor, ou a associação com os amigos vulgares, às vezes, forçar seus pensamentos e atitudes reais para a superfície sob a forma de palavras.

    Tiago entendeu que o princípio e deu vários avisos poderosas sobre a língua. "Se alguém cuida ser religioso", disse ele, "e ainda não refreia a sua língua, mas engana o seu próprio coração, a sua religião é vã" (Jc 1:26). Mais tarde, na mesma carta, ele disse, "Mas ninguém pode domar a língua, é um mal inquieta e cheia de veneno mortal" (3: 8). Ao resumir sua descrição da natureza depravada dos homens, Paulo disse: "A sua garganta é um sepulcro aberto, com as suas línguas manter enganando, o veneno de víbora está nos seus lábios, sua boca está cheia de maldição e amargura" (13 45:3-14'>Rom 3. : 13-14). A boca é a expressão máxima do coração. Como o escritor de Provérbios declarou: "Porque, assim como [a pessoa] pensa consigo mesmo, assim ele é" 23: 7.

    Expandindo-se no princípio Ele acaba de afirmar, Jesus então dá o positivo e os aspectos negativos do mesmo. O homem bom, do seu bom tesouro tira o bem; eo homem mau do seu mau tesouro tira o que é mau.

    Tesouro é de thēsauros , o que significa depósito ou de tesouraria e é o termo a partir do qual obtemos o thesaurus Inglês, um tesouro de palavras. O coração de uma pessoa é o tesouro de seus pensamentos, ambições, desejos, amores, atitudes e lealdades. É o reservatório a partir do qual a boca tira as suas expressões. É evidente que um bom tesouro tira o bom e um mau tesouro tira o que é mau . "Será uma fonte de enviar para fora da mesma abertura água doce e amargo?" Tiago perguntou (Jc 3:11).

    Uma expressão comum no mundo da informática é GIGO, que significa "Garbage in, garbage out". Em outras palavras, a qualidade dos dados introduzidos determina a qualidade dos resultados produzidos a partir desses dados. Exatamente da mesma forma, a qualidade do que está no coração de uma pessoa determina a qualidade da fala a boca produz.

    A punição

    E eu digo-vos que de toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta para ele no dia do julgamento. Pois por suas palavras serás justificado, e pelas tuas palavras serás condenado. (12: 36-37)

    Porque as palavras dos homens são um indicador preciso de seus corações, eles devem prestar contas de suas palavras no dia do julgamento . É por suas palavras que uma pessoa está justificado oucondenado . Salvação e condenação não são produzidos por palavras ou ações, mas eles são manifestados por eles. Palavras e ações são a prova objetiva, observável de condição espiritual de uma pessoa. No dia do juízo , que o futuro tempo geral, quando o Senhor avalia que pertence dentro e fora do Seu reino eterno, os critérios incluirá o discurso de cada pessoa.

    O ensino consistente de ambos Antigo e do Novo Testamento é que o único caminho para a salvação é pela graça de Deus agindo por meio da fé do homem. Ponto de Jesus não é que as palavras são a baseda salvação ou condenação, mas que eles são evidência confiável da realidade da salvação. O discurso de uma pessoa redimida será diferente, porque se trata de sua renovada coração. Pure, integral, discurso elogiando mostra um novo coração.

    Nós não somos salvos pelas boas obras, mas somos salvos para "boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas" (Ef 2:10). Da mesma forma, somos salvos por boas palavras ."Com o coração se crê para justiça, e com a boca se confessa a respeito da salvação" (Rm 10:10.), Que, por sua vez, resulta em "obediência ... por palavras e obras" (15: 18). Salvação irá produzir boas palavras, e é por essa razão e, nesse sentido, que as palavras trazem justificação ou condenação.

    Os ímpios serão condenados eternamente pelo seu discurso. Para além do que eles fizeram, o que eles disseram é prova suficiente do seu coração não regenerado para enviá-los para o inferno. Jesus não limitar este aviso a extremos tais como blasfêmia, mas explicita que os homens vão dar conta de toda palavra inútil que eles falam -seja ou não é imoral, vulgar, cruel, ou blasfema. Eles terão de prestar contas , mesmo para as palavras que são descuidados.

    O significado básico de Argos ( descuidados ) é inútil, estéril, improdutivo, ou de outra forma inútil. Tais palavras incluem aqueles que são irreverente, irresponsável, ou de qualquer forma inadequada.Palavras hipócritas estão entre os mais descuidados e inútil que os homens falam e são, infelizmente, entre os mais comuns. Quando os homens conscientemente manter sua ortodoxo vocabulário, moral e evAngelicalamente aceitável enquanto entre os irmãos cristãos-por causa de impressionar-los ou para não envergonhar-nos-essas palavras são descuidados e sem valor aos olhos de Deus, e Ele vai tornar -los contra a seu relato. A hipocrisia calculado de tal "santo talk" é um mau cheiro em suas narinas.

    O discurso do Cristão irá refletir obra transformadora de Deus no coração; mas por causa de nossa humanidade não redimido, ele ainda precisa de cuidados constantes, se for para ser cada vez mais espiritual, integral, montagem, amável, sensível, carinhoso, proposital, edificante, e verdadeira. Com o salmista, ele deve orar: "Definir um guarda, Senhor, à minha boca; vigia a porta dos meus lábios" Sl 141:3); engano (Jr 9:8; Pv 12:22);. vaidade (2Pe 2:18);. bajulação(Pv 26:28);. tolice (Pv 15:2); falsidade (Tt 1:11); orgulho (35:12); vulgaridade (Cl 3:8).

    Para o incrédulo, descuidados palavras inúteis e também incluem aqueles que são de outra maneira boa. Apesar de suas palavras de amor, incentivo, conforto, e bondade pode ser sincero e muito útil para outras pessoas, que não são de nenhum valor espiritual para ele, porque eles não vêm de um coração redimido e justo. Nenhuma coisa espiritualmente bom pode vir de um coração que está espiritualmente mal-as Jesus acabou de referir.

    Uma pessoa pode ter uma boa indicação de sua condição espiritual, ouvindo suas próprias palavras. Um cristão pode cair em más palavras assim como ele pode cair em más ações, mas o seu discurso habitual será pura, assim como suas atividades habituais serão justos.
    Embora esta passagem tem aplicação tanto para os salvos e os perdidos para o "homem bom" e do "homem mau" impulso —Jesus 'aqui é direcionado aos incrédulos, representada no extremo pelos fariseus blasfemando.

    O dia do julgamento para os incrédulos culmina no julgamento do grande trono branco, o julgamento final e eterno em que todos os incrédulos serão condenados . Pecados dos cristãos terá toda sido tratado no Calvário, demitido pelo sangue expiatório de Cristo aplicada em nome de sua fé. Todo cristão pecou com a língua depois da salvação, mas o sacrifício de Cristo é suficiente para cobrir e que todos os outros pecados que comete. As palavras e ações maléficas dos incrédulos, no entanto, permanecerá em repouso em provas contra eles. Como o escravo infiel da parábola de Jesus, os incrédulos serão julgados por suas próprias palavras (Lc 19:22).

    Em sua visão do julgamento do grande trono branco, João viu "os grandes e os pequenos, que estavam diante do trono, e livros foram abertos, e outro livro foi aberto, que é o livro da vida; e os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras ... E se alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado para dentro do lago de fogo "(Ap 20:12, Ap 20:15).Quando o livro dos recordes são verificados, não há boas ações serão listados pelos nomes dos incrédulos; e quando o livro da vida é digitalizado, nem mesmo seus nomes aparecerão. Os livros que relatam fatos e do livro que relata fé dão testemunho contra eles.

    Os cientistas teorizam que as ondas sonoras nunca são completamente perdido, mas se desvanece gradualmente além de detecção. Com instrumentos suficientemente sensíveis, todas as palavras já ditas na história da humanidade, presumivelmente, pôde ser recuperado. Quanto mais certeza podemos ter que nos registros infalíveis de Deus cada palavra e ação da humanidade está perfeitamente preservado para uso como prova no julgamento que virá!

    74. Sentença de Cristo rejeitam (Mateus 12:38-42)

    Então alguns dos escribas e dos fariseus, dizendo: "Mestre, queremos ver um sinal de você." Ele, porém, respondendo, disse-lhes: "Uma geração má e adúltera pede um sinal, e ainda nenhum sinal lhe será dado, senão o sinal do profeta Jonas, pois, assim como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da o monstro do mar, assim será o Filho do Homem estará três dias e três noites no coração da terra. Os homens de Nínive se levantarão com esta geração no julgamento, ea condenarão, porque se arrependeram com a pregação de Jonas , e eis que algo maior do que Jonas está aqui A rainha do Sul se levantará com esta geração no julgamento ea condenará ", porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão;. e eis que algo maior do que Salomão está aqui (12: 38-42).

    Pecaminosidade natural do homem e perdição nem sempre são aparentes. Muitas pessoas exteriormente religiosas, morais e decentes dizem acreditar em Deus e são amáveis ​​e útil para outras pessoas.Mesmo as pessoas completamente sem religião, por vezes, vivem vidas que respeitam a lei e se comportar como bons vizinhos. Às vezes, a atitude gentil e boas obras dos descrentes até mesmo colocar o comportamento de alguns cristãos a vergonha. Do ponto de vista humano, pode ser difícil de ver como essas pessoas poderiam ser inerentemente pecaminoso e alienada de Deus. Muitos deles falar bem de Deus, ter altos padrões de comportamento, são maridos amorosos e esposas, pais que cuidam, empregadores ou empregados justos, bons cidadãos e amigos fiéis. Eles podem até mesmo ir à igreja regularmente, dar generosamente ao seu suporte, servem em seus conselhos e comitês, e ensinar na escola dominical. Como, muitas vezes é solicitado, poderia obviamente tais pessoas "boas" estar espiritualmente depravado e perdido?

    Embora verdadeiramente justos irá se manifestar a evidência piedosa de que a justiça, algumas pessoas parecem ser justos que não o são, porque pecado básico do homem não é mais plenamente revelado pelo que ele faz ou diz-apesar da importância dessas evidências, como Jesus tem apenas claro (vv. 33-37). O pecado é mais clara e indubitavelmente manifestada pela forma como a pessoa responde a Jesus Cristo. Não importa o que a vida fora de uma pessoa é como, sua natureza espiritual inata e sua verdadeira atitude para com Deus são vistos com certeza absoluta em sua atitude para com Jesus Cristo. A pessoa que rejeita a Cristo está morto espiritualmente e um inimigo de Deus, não importa o que a profissão religiosa que ele pode fazer ou como moralmente e abnegAdãoente ele pode aparecer para viver. A questão do pecado torna-se perfeitamente focalizada quando uma pessoa confronta Cristo, e o cerne do pecado condenável é a rejeição de Deus. Os homens são condenados por "pecado porque não crêem em mim", disse Jesus (Jo 16:9). Então, Ele deu a razão por trás da perseguição: ". Mas todas estas coisas que eles vão fazer para você por causa do meu nome, porque não conhecem aquele que me enviou Se eu não viera e não lhes falara, não teriam pecado , mas agora não têm desculpa do seu pecado, Ele que me odeia, odeia também a meu Pai Se eu não tivesse feito entre eles as obras que nenhum outro fez, não teriam pecado;.. mas agora eles têm visto e odiava Me e Meu Pai bem "(vv. 21-24).

    As palavras de Jesus naquela ocasião aplicada a todos os que tinham visto e rejeitado, mas aplicado com força direta para os líderes religiosos judeus, aqueles que representava a nação de Israel, especialmente escolhidos, abençoado, e pessoas iluminadas de Deus. Na superfície, os líderes pareciam ser homens justos de Deus, dedicado ao seu serviço e à Sua Palavra. Eles usavam a sua religião em suas mangas para todos os homens, para ver como um suposto testemunho de sua devoção a Deus. Mas quando Jesus os confrontou, suas máscaras de piedade foram roubados e sua condição espiritual real e sua devoção a auto foram postas a nu. Apesar pretensões religiosas e morais, seu ódio e rejeição de Jesus provou o seu ódio e rejeição de Deus. Ambos espiritual e moralmente eles eram "sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas por dentro estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia. Mesmo assim você também fora parecem justos aos homens, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e de iniqüidade" (Matt. 23: 27-28). Eles eram uma raça de víboras espirituais (12:34).

    Se Jesus não tivesse vindo para o meio deles e declarou-lhes a verdade de Deus e demonstrar o poder de Deus; sua verdadeira natureza do mal não vieram à tona de forma tão dramática. Mas Jesus deixou-os não como Ele confrontou-os com a verdade ea justiça encarnado. Rejeitá-lo é rejeitar a verdade, e a desprezá-lo é a desprezar justiça. Para odiar Jesus é a odiar a Deus; odiar o Filho é odiar o Pai (Jo 15:23).

    Uma pessoa pode se esconder com sucesso o seu pecado por um longo tempo (conforme 1Tm 5:24), mas quando ele rejeita Jesus Cristo, ele revela sua verdadeira natureza corrupta. Não importa o quão boa a sua vida parece estar na superfície, e não importa quais as razões ou justificativas pode ser dada, a pessoa que se recusa a aceitar o senhorio de Cristo como Salvador e prova-se ser o mais abominável dos pecadores e no mais literal e sentido absoluto um inimigo de Deus.

    Até o presente momento no ministério de Jesus, os escribas e fariseus tinham geralmente conseguiu manter uma fachada de tolerância em relação a Jesus. Por causa de sua popularidade e poder sobrenatural óbvio, mantiveram sua oposição, em grande parte para si. Grande parte do seu pensamento e planejamento seria perdido para nós se não fosse Jesus ler suas mentes e abertamente expostas seus planos perversos. Ele continuamente se afastou de suas máscaras de falsa piedade e se recusou a deixá-los esconder seu mau caráter. É por isso, talvez, mais do que para qualquer outra coisa que o odiaram tão intensamente
    A atitude dos escribas e fariseus é geralmente característica de qualquer pessoa que mantém uma aparência de piedade, mas que não tem economia de confiança em Jesus Cristo. Ele é especialmente verdadeiro para os membros das denominações, cultos, ou outros grupos religiosos que pretendem ser seguidores de Cristo. Eles têm uma visão falsa e distorcida de Jesus, assim como os escribas e fariseus tinham uma visão falsa e distorcida do Messias. Eles podem verbalmente louvar a Deus, honrar Jesus, exaltar as Escrituras, e muitas vezes manter elevados padrões de moralidade, mas quando são confrontados com as suas próprias reivindicações de filiação divina original e único sacrifício pelo pecado de Jesus, eles não podem esconder sua rejeição ao verdadeiro evangelho e o Deus verdadeiro. Como os escribas e fariseus, eles são profundamente ofendido com a sugestão de que sua religião e suas obras, para não mencionar os seus corações, não são aceitáveis ​​a Deus e que eles podem ser feitos bem com Ele através da confiança humilde e obediente em Seu Filho para remover seu pecado. Sua recusa em aceitar a Cristo como Ele declarou-se prova a sua rejeição de Deus, porque só verdadeira e perfeita revelação de Si mesmo de Deus é através do Filho. Eles não amam a Deus, mas odeiam e desprezam, porque eles odeiam e desprezam o Filho eo caminho da salvação que Ele oferece.
    No momento em que os escribas e fariseus perguntaram a Jesus para mostrar-lhes um sinal especial, a sua oposição a Ele já tinha endurecido em ódio implacável. Mesmo antes de Jesus os acusou de blasfêmia contra o Espírito Santo e de, assim, eternamente perdendo o perdão de Deus, eles estavam planejando "como poderiam destruí-Lo" (12:14). Ele, então, disse-lhes que eram corruptos árvores que davam fruto corruptos, eram uma raça de víboras espirituais, e que o mal de suas palavras provaram o mal dos seus corações, para que eles enfrentaram condenação de Deus (vv. 33-37). Jesus lhes tinha castigados como enérgica e inequivocamente como era possível.
    Quanto mais os líderes judeus atacaram verbalmente Jesus e tentou apanhá-lo, mais Ele expôs a insensatez, insensibilidade, e impiedade de suas tradições e atitudes. Eles não conseguiram mostrar que Ele tinha quebrado qualquer mandamento bíblico, que Ele havia profanado o sábado, ou que Ele expulsava os demônios pelo poder de Satanás. Por causa de seu embaraço repetido em não revelar Jesus era ou ensino ou fazer qualquer coisa sem base bíblica, os fariseus estavam preocupados com a perda de sua reputação com o povo. Eles queriam ter certeza que a próxima tentativa de desacreditá-lo teria sucesso, e eles acreditavam que exigem um sinal especial Dele seria certo para provar que Ele era um impostor e enganador e iria salvar suas próprias reputações.

    O Last Sign

    Então alguns dos escribas e dos fariseus, dizendo: "Mestre, queremos ver um sinal de você." Ele, porém, respondendo, disse-lhes: "Uma geração má e adúltera pede um sinal, e ainda nenhum sinal lhe será dado, senão o sinal do profeta Jonas, pois, assim como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da o monstro do mar, assim será o Filho do Homem estará três dias e três noites no coração da terra (12: 38-40).

    Alguns dos escribas e fariseus , provavelmente, refere-se a uma comissão especial delegado para apresentar este desafio final para Jesus. escribas tinha que ser, pelo menos, 30 anos de idade e teve que passaram muitos anos no estudo intensivo das escrituras hebraicas, especialmente a Torah, ou lei e das tradições rabínicas, conforme estabelecido no Talmud. Eles eram conhecidos como os intérpretes supremos e mestres da lei (ver Mt 22:35;. Lc 10:25). Embora alguns escribas pertenciam ao partido dos saduceus, a maioria deles eram fariseus , o que explica a sua frequência ser mencionados juntos nos evangelhos. Eles eram os estudiosos e juristas de judaísmo interpretativas autorizadas e foram geralmente realizada em grande honra.

    Que eles responderam acusações contundentes de Jesus, pedindo-Lhe uma questão aparentemente franca e não defensiva indica que eles mordiam as suas línguas, por assim dizer, determinado a dar a impressão de civilidade e paciência até o momento adequado para condená-Lo.

    O Desafio

    "Mestre, queremos ver um sinal de você." (12: 38b)

    Aquele grupo de estudiosos e líderes religiosos considerados nenhuma pessoa fora de suas próprias fileiras para ser qualificado para ensiná-los a menos verdade sobre a lei judaica e tradição. Sua abordagem Jesus como Mestre foi, portanto, tanto sarcástico e hipócrita. Era sarcástico em que consideravam Jesus de ser um herege e blasfemo, e foi a sua intenção aqui, como em ocasiões anteriores, para expô-lo como um falso professor. Foi hipócrita em que eles usaram o título para mostrar o respeito de simulação para ele na frente da multidão e, possivelmente, para tentar colocar-lo desprevenido pela lisonja.

    O pedido , queremos ver um sinal de Você equivalia a uma demanda oficial para Jesus provar a si mesmo para ser o Messias. Para o bem do povo, a questão foi colocada de uma forma aparentemente cortês e respeitoso, mas seu objetivo era provar que Jesus era não o Messias, mas um impostor blasfêmia. Porque os escribas e fariseus eram os especialistas não contestados, por lei o povo iria esperar que eles saibam como testar adequAdãoente as reivindicações de quem posou como o Messias. A implicação da questão era que, se Jesus era realmente o Messias, Ele não teria dificuldade em realizar uma adequada sinal para validar sua identidade.

    O tipo de sinal que eles queriam não é especificado, mas deve ter sido um um absolutamente extraordinária e talvez de todo o mundo de magnitude, como fazendo com que o sol ficar parado ou uma constelação de mudar sua configuração ou a lua para correr pelo céu. Jesus já tinha realizado milhares de milagres públicas de cura, expulsão de demônios, e ressuscitar os mortos. O adicional sinal agora exigia foi, portanto, obviamente, significava estar em uma escala ainda maior.

    A partir de uma passagem paralela em Mateus 16, aprendemos que "os fariseus e saduceus, e testando Ele pediu a Ele para mostrar-lhes um sinal do céu." (V.
    1) "Um sinal do céu" seria um sinal grande e espetacular, aquele que veio do céu e, talvez, poderia ser visto nos céus, como os que acabei de mencionar relativa ao sol, da lua e das estrelas.

    Em sua primeira carta à igreja de Corinto, Paulo observou o fato comumente conhecido que "os judeus pedem sinais" (01:22). Embora a grande maioria dos profetas do Antigo Testamento não realizar milagres ou confirmar seus dados por Deus mensagens por qualquer coisa, mas a verdade do que eles disseram, os judeus tinham vindo a esperar sinais miraculosos para acompanhar cada profeta verdadeiro ou grande homem de Deus, especialmente o Messias.

    Segundo a tradição judaica falacioso, uma certa Rabbi Eliezar foi desafiado no que diz respeito à autoridade de seu ensino. Para provar sua autenticidade, ele disse ter feito uma alfarrobeira movimentar 300 côvados e um fluxo de fluxo de água para trás. Quando ele fez com que a parede de um edifício a inclinar-se para a frente, ele foi devolvido ereto apenas pela licitação de outro rabino. Finalmente Eliezar exclamou: "Se a lei é como eu ensino, deixá-lo ser provado do céu." Naquele momento, a história se passa, saiu uma voz do céu dizendo: "O que você tem a ver com o rabino Eliezar? A instrução é que ele ensina."
    Sem dúvida, os escribas e fariseus queriam apenas um tal celestial sinal de Jesus-a espetacular demonstração, sensacional de poder sobrenatural. Eles talvez esperavam que Ele cumpriu a profecia de Joel de transformar a lua em sangue (Jl 2:31) ou para pintar o céu um arco-íris de cores com um aceno de mão. Ou talvez ele poderia causar um grande cortejo de anjos para descer uma escada celestial no Templo, anunciando-o com hinos de louvor como eles vieram.

    Não é que os líderes judeus esperado Jesus para realizar qualquer sinal , porque o seu verdadeiro propósito era provar Ele podia não fazer tal coisa e, assim, para desacreditá-lo aos olhos do povo. Apesar de nenhuma profecia do Antigo Testamento predisse que o Messias iria realizar um sinal do tipo que exigiam, os líderes deram a impressão de que as pessoas que tal era o caso.

    O Responder

    Ele, porém, respondendo, disse-lhes: "Uma geração má e adúltera pede um sinal, e ainda nenhum sinal lhe será dado, senão o sinal do profeta Jonas, pois, assim como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da o monstro do mar, assim será o Filho do Homem estará três dias e três noites no coração da terra (12: 39-40).

    Jesus respondeu ao desafio hipócrita declarando primeiro que o próprio pedido por um sinal refletido as expectativas perversos de uma geração má e adúltera . Os escribas e fariseus representava a nação de Israel, que havia se afastado da Palavra de Deus e da comunhão e que se tornou enredado no superficial, religião hipócrita, e legalista esses líderes sintetizou.

    Os judeus incrédulos eram não só fisicamente e mentalmente, mas espiritualmente adúltera , porque eles tinham violado os votos de sua relação de aliança única com Deus, um relacionamento do Antigo Testamento freqüentemente fala em termos de casamento (veja Sl 73:27; Is 50:1; Jr 13:27; Os 9:1 ), João Batista (Mt 3:14), e os doze discípulos, exceto Judas (4:. 20-22; Mc 3:13; Lucas 5:27-28; Jo 1:41, Jo 1:49). Porque eles sabiam o Pai, eles sabiam o Filho e não precisa de um sinal para verificar sua identidade.

    Consequentemente, Jesus continuou, sem tal será dado sinal . Não foi possível para Jesus para realizar um milagre do tipo dos escribas e fariseus queriam, não porque Ele não tem o poder de fazê-lo, mas porque ele era totalmente contrário à natureza e plano de Deus. Jesus poderia facilmente ter executado-lo do ponto de vista de sua onipotência, mas não do ponto de vista da sua natureza moral, porque Deus não está no negócio de dobrar a Si mesmo para satisfazer os caprichos de pessoas más que não têm nenhuma relação com Ele.

    Por outro lado, Ele disse, outro tipo de sinal seria dado: . o sinal do profeta Jonas Quando Jonas se recusou a obedecer o chamado de Deus para pregar em Nínive e fugiu para Társis em um navio, o Senhor enviou uma grande tempestade e Jonah foi lançado ao mar para salvar o resto dos homens a bordo. Deus, então, o levou a ser engolido por "um grande peixe", ou monstro do mar , em cujo estômago permaneceu incólume por três dias e noites (Jn 1:17).

    , assim como Jonas esteve três dias e três noites no ventre do monstro marinho , Jesus disse, assim será o Filho do Homem estará três dias e três noites no seio da terra.

    O Antigo Testamento contém dois tipos de profecia sobre Cristo. Uma delas é que pode ser chamado o verbalmente preditiva, em que previsões específicas e às vezes circunstanciada. Essas profecias incluem aqueles que o Cristo teria nascido de uma virgem, que Ele seria um descendente de Davi que iria governar a terra inteira de retidão e justiça (Is 7:14). (Jr 23:5). Os líderes judeus não só rejeitaram a verdade da ressurreição de Jesus, mas pagou os soldados que guardavam o túmulo para espalhar a falsa história de que seus discípulos tinham roubado o seu corpo para criar a ilusão de uma ressurreição (Mat. 28: 11-15).

    Quando uma pessoa é confrontada com o Cristo vivo e com a Sua morte expiatória e ressurreição, a questão do destino eterno da pessoa é determinada. Para virar as costas para Jesus Cristo e Seu sacrifício por seus pecados é mostrar-se ser o mais vil dos pecadores, não importa o quão superficialmente religiosa e moral que você poderia ser.

    A última frase

    Os homens de Nínive se levantarão com esta geração no julgamento, ea condenarão, porque se arrependeram com a pregação de Jonas; e eis que algo maior do que Jonas está aqui.A rainha do Sul se levantará com esta geração no julgamento ea condenará, porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão; e eis que algo maior do que Salomão está aqui. (12: 41-42)

    Continuando com sua ilustração da vida de Jonas, Jesus contrasta a resposta dos ninivitas pagãos a mensagem de Jonas com a resposta dos líderes judeus ao dele. Em uma de suas denúncias mais contundentes, o Senhor diz a dos escribas e fariseus hipócritas, aqueles que pensavam que eram os melhores do povo favorecido de Deus, que os homens de Nínive se levantarão com esta geração no julgamento, e condenarão porque se arrependeram com a pregação de Jonas.

    Apesar da relutância de Jonas para pregar a mensagem de Deus para os malvados, corruptos, assírios idólatras de Nínive, quando o profeta finalmente começou a pregar, Deus efetuado um despertar sem precedentes. "Então os homens de Nínive creram em Deus; e proclamaram um jejum, e colocou-se de saco desde o maior até o menor deles Quando a notícia chegou ao rei de Nínive, ele se levantou de seu trono, deixou de lado o seu manto dele,. cobriu-se de saco, e sentou-se sobre as cinzas "(Jonas 3:5-6). Cobrindo-se com pano de saco e sentado em cinzas foi uma maneira oriental de demonstrar genuíno arrependimento e tristeza para a ilegalidade. Por causa de seu arrependimento sincero e de crença, "Deus se arrependeu do mal que tinha dito que traria sobre eles. E Ele não fez isso" (v. 10).

    Os homens de Nínive não só eram gentios, e, portanto, para além da aliança e lei de Deus, mas eles foram especialmente perverso e brutal, mesmo para os padrões pagãos. Eles não tinham nenhum conhecimento prévio do verdadeiro Deus, ou da sua vontade, mas seu arrependimento do pecado e da sua crença em Deus os trouxe a salvação espiritual e os poupou destruição física. Jonah não pregou uma mensagem de esperança, mas de julgamento: "Ainda quarenta dias, e Nínive será subvertida" (Jn 3:4).

    Para o povo da antiga Palestina, a terra do Sul parecia estar em os confins da terra . Joel se refere a ele como "uma nação distante" (Jl 3:8). No entanto, a rainha e sua grande comitiva fez a viagem longa e árdua através do deserto da Arábia para ouvir a sabedoria de Salomão , um homem de Deus. Ela trouxe tesouro em cima do tesouro para o rei, que já estava rico além da descrição, como um testemunho da honra e gratidão pela piedosa sabedoria que ele ensinou.

    Novamente Jesus faz uma comparação com os judeus rebeldes que rejeitaram. "Aquela mulher pagã", disse Ele, na verdade ", trouxe grandes tesouros a Salomão e sentou-se a seus pés para recolher a sabedoria de seus lábios entanto, eis que, quando eu, algo maior do que Salomão , veio aqui com você, pregando não só sabedoria, mas salvação do pecado e do modo de vida eterna, você se recusou a vir. Por isso, que pagan Rainha vai subir com esta geração no julgamento e deve condená-la. Isso Gentil mulher, sem vantagem e sem convite, veio por iniciativa própria para aprender a verdade de Deus de Salomão. Mas vocês, judeus de esta geração -que tiveram incontáveis ​​séculos de vantagem divino e bênção e que têm a convite do próprio Filho de Deus para vir a Ele e serem salvos-rejeitaram o Filho e, assim, rejeitado perdão e a vida eterna. Um dia você vai condenados mesmo pela fé dos gentios. "

    75. A Reforma Versus Relacionamento (Mateus 12:43-50)

    Agora, quando o espírito imundo sai de um homem, passa por lugares áridos, buscando repouso, e não o encontra. Em seguida, ele diz: "Eu vou voltar para a minha casa, de onde saí '; e quando ela vem, ela encontra-lo desocupada, varrida e colocar em ordem. Então vai, e leva junto com outros sete espíritos piores do que ele, e eles entrar e morar lá; eo último estado daquele homem torna-se pior do que o primeiro. Esse é o caminho será também a esta geração perversa.
    Enquanto ele ainda falava às multidões, eis que sua mãe e seus irmãos estavam do lado de fora, procurando falar com ele. E alguém lhe disse: "Eis que tua mãe e teus irmãos estão lá fora tentando falar com você. ' Mas Ele respondeu o que estava dizendo a ele e disse: "Quem é minha mãe e quem são meus irmãos? ' E, estendendo a mão para os seus discípulos, disse: Eis minha mãe e meus irmãos Pois quem faz a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, irmã e mãe! '. "(12: 43— 50)

    Nos últimos anos, tem havido um grande ressurgimento do interesse pela moralidade e da ética, de devolver esta nação com os padrões morais e religiosos de seus fundadores. Muitas denominações, cultos e grupos de interesses especiais tornaram-se altamente visível e vocal em seu nacional, e às vezes internacional, os esforços para promover ou se opor a certos costumes, leis ou práticas-variando de direitos civis e da pena de morte ao aborto e divórcio.
    Alguns evangélicos tornaram-se ativo na pregação moral, patriotismo e lealdade para com os valores tradicionais americanos. Muito esforço é gasto na tentativa de influenciar legisladores e líderes políticos para ajudar a devolver a América aos seus antigos padrões de comportamento mais bíblica e integridade.
    Os cristãos não podem deixar de se preocupar com questões morais e éticas, porque a Palavra de Deus é inequívoco e incomparável em seus padrões de vida justo, justiça e responsabilidade social. Mas as Escrituras também deixa claro que a moralidade, por si só, sem um relacionamento correto com Deus, é em muitos aspectos mais perigosos do que a imoralidade. No Sermão da Montanha, Jesus repetidamente enfatiza que a mera justiça exterior é um dos maiores obstáculos para o evangelho.

    Os fariseus eram moralistas clássicos. Não há outros judeus, e certamente nenhum gentios, estavam comprometidos com tais padrões rígidos de religião, a moral, a ética ea vida diária. Eles viveram por um código complexo e exigente, um sistema de leis que regulavam praticamente todos os aspectos da vida. Mas essas normas criadas pelo homem, supostamente com base na Palavra de Deus, eles tinham levado mais e mais de Deus. Eles eram tão auto-suficiente e hipócrita que, quando o próprio Deus veio entre eles em forma humana eles rejeitaram, vilipendiado e, finalmente, crucificaram. Tinham tão completamente convenceram-se de sua retidão que, quando a própria fonte da justiça ficou no meio deles que o acusavam de estar em conluio com Satanás. Sob a ilusão de sua própria bondade que se tornou inalcançável com a mensagem salvadora do Evangelho. Quando Jesus veio pregar a libertação do pecado, eles não estavam interessados, porque eles não podiam imaginar tal mensagem que tem relevância para eles. E quando Jesus declarou que a sua auto-justiça era, na verdade, a forma mais insidiosa de injustiça (Mt 5:20), eles ficaram furiosos.

    Jesus não teve problemas para chegar a prostitutas, ladrões, ladrões, assassinos e os excluídos da sociedade. Mas Ele tinha um tempo quase impossível alcançar as pessoas religiosas e morais que estavam sob a ilusão de que fora decoro fez aceitável a Deus. Porque eles se recusou a reconhecer o seu pecado, eles reconheceram há necessidade de um Salvador. Seus padrões rígidos de moralidade deu uma ilusão de segurança e impediu-os de ver que a confiança em si era o seu maior perigo espiritual e uma barreira enorme entre eles e Deus.

    Em sua série de desgraças contra os escribas e fariseus em Mateus 23, Jesus chamou-os repetidamente hipócritas e acusando-os de possuir apenas justiça espúrio.

    Para limpar o exterior do copo e do prato, mas por dentro estão cheios de rapina e de auto-indulgência. Fariseu cego, limpa primeiro o interior do copo e do prato, para que a parte externa pode tornar-se limpo também .... porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas por dentro estão cheios de mortos ossos de homens e de toda imundícia. Mesmo assim você também fora parecem justos aos homens, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e de iniqüidade ... Para você construir os túmulos dos profetas e adornam os monumentos dos justos, e dizer: "Se tivéssemos vivido nos dias de nossos pais, não teríamos sido parceiros com eles para derramar o sangue dos profetas ". Conseqüentemente, você testemunhar contra vós mesmos que sois filhos dos que mataram os profetas. Encha-se, em seguida, a medida da culpa de seus pais. Serpentes, raça de víboras, como você deve escapar da sentença do inferno. (Mateus 23:25-32.)

    Nunca houve um grupo de homens mais comprometidas com um código religioso e moral exigente do que os fariseus e nunca um grupo de homens tão longe de Deus.

    Por si só, a moral leva à auto-justiça, e é uma coisa condenável. Uma pessoa é melhor ser grosseiramente imoral e reconhecer sua necessidade de ser altamente moral e admitir nenhuma necessidade. Não há nada que Deus pode fazer para a pessoa que, como o fariseu da parábola de Jesus, ora com confiança: "Deus, graças te dou porque não sou como as outras pessoas: roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano. Jejuo duas vezes por semana, dou o dízimo de tudo quanto ganho "(Lucas 18:11-12). Em seus próprios olhos ele já está bem com Deus e não precisa de nada de Deus (conforme Mt 19:20).Mas Deus pode fazer um grande negócio para a pessoa que, como o coletor de impostos na mesma parábola, grita: "Deus, sê propício a mim, pecador!" Ele é a pessoa que vai "para baixo justificado para sua casa, em vez do que o outro, pois quem se exalta será humilhado, mas quem se humilha será exaltado" (vv 13b-14.).

    Mateus 12:43-50 apresenta outra de muitas advertências de Jesus para as pessoas não ouvir ou seguir o exemplo de seus líderes religiosos moralistas mas ímpios, mas para chegar a Ele. Sua necessidade não era para a reforma externa oferecida pelos escribas e fariseus, mas a transformação interior que poderia ser deles apenas como eles ganharam um relacionamento correto com Deus, o Pai, confiando em Seu Filho para a salvação do pecado.

    O perigo de Reforma

    Agora, quando o espírito imundo sai de um homem, passa por lugares áridos, buscando repouso, e não o encontra. Em seguida, ele diz: "Eu vou voltar para a minha casa, de onde saí '; e quando ela vem, ela encontra-lo desocupada, varrida e colocar em ordem. Então vai, e leva junto com outros sete espíritos piores do que ele, e eles entrar e morar lá; eo último estado daquele homem torna-se pior do que o primeiro. Esse é o caminho será também a esta geração perversa. (12: 43-45)

    Nesta parábola Jesus vividamente e assustadoramente imagens a consequência da reforma religiosa e moral para além de um relacionamento correto com Ele. Moralidade além do Cristo vivo nunca pode ser mais do que uma farsa, e quanto mais ele é invocado o mais perigoso se torna.
    O personagem principal nesta ilustração é um espírito imundo , cujas características mal específico não são identificados. Ele é um demônio, um anjo caído e um membro da série de sobrenaturais, colegas de trabalho do mal de Satanás. Impuro representa a natureza mau, vil de todos os espíritos demoníacos; mas este particular espírito não era tão mal como ele poderia ter sido, pois, à medida que aprendemos mais tarde, na parábola, ele tinha amigos demônio que estavam pior do que a si mesmo.

    Não nos é dito com o que significa que este espírito imundo saiu para fora de um homem. Pode ser que o homem tomou uma decisão moral a abandonar o pecado em que esse demônio o tinha aprisionado e que o demônio já não tinha controle sobre o homem. Ele Pode ser que o homem tinha sido limpo de o demônio, mas, assim como muitas pessoas a quem Jesus purificado e curado, não confiava nele para a salvação. Por qualquer motivo ou por qualquer meio, o homem foi temporariamente libertado da presença e influência do demônio.

    Depois que ele saiu o homem, esse demônio passou por lugares áridos, buscando repouso, e [que] não encontrá-lo . Ser espíritos, demônios não precisam de comida e água, como os seres humanos fazem, e, portanto, lugares áridos representa aqui figurativamente desolação, esterilidade, e extremo desconforto. À sua maneira corromper o demônio estava buscando repouso , algum lugar de maior satisfação. A partir desta e muitas outras passagens do Novo Testamento, parece evidente que os demônios preferem residem nas criaturas corporais, os seres humanos, mas de preferência, secundariamente, até animais (ver Mt 8:31.), Ao invés de existir como seres não acopladas no reino do mal de Satanás. Talvez este particular demônio estava inquieto porque não poderia expressar sua natureza mal através inanimados, coisas inanimadas. Era mais em casa, em um ser humano, pois é através dos seres humanos que Satanás e seus demônios podem trabalhar com mais sucesso o seu mal e se opõem a Deus.

    Quando se poderia encontrar em nenhum outro lugar satisfatório para morar, o demônio decidiu voltar à sua antiga residência: Voltarei para minha casa donde saí . Se o espírito estava simplesmente sendo presunçoso ou se tinha algum contínuo acesso e controle sobre a vida do homem, a sua referência para minha casa indica um forte senso de propriedade e posse. E o fato de que ele foi capaz de recuperar a entrada tão facilmente comprova a ostentação não foi em vão. Quando ele retornou e encontrou a sua antiga casa foi desocupada, varrida e colocar em ordem , o primeiro espírito levou consigo ... outros sete espíritos piores do que ele, e eles [foi] e [viveu]  .

    Que o homem casa foi desocupada (isto é, por outro demônio), varrido, e colocar em ordem sugere que uma verdadeira reforma moral tinha ocorrido. Se pelo poder de sua própria vontade ou pela limpeza de Deus, ele foi temporariamente livre do pecado e seu demônio relacionado e de qualquer outro.

    Por medo de prisão, doença, estigma social, ruína financeira, e muitas outras motivações, uma pessoa consegue se livrar de certos hábitos pecaminosos. Às vezes, o motivo é mais positiva e que a pessoa determina a mudar por causa do amor para a esposa, marido ou filhos. Mas essa auto-limpeza, não importa quão profunda e extensa e não importa o que a motivação-nunca é permanente. Mesmo que a limpeza é pelo Senhor, não é permanente se não for acompanhada por salvar a fé nEle. Certamente muitas das pessoas a quem Jesus limpos de demônios morreu e se juntou a esses demônios no inferno, porque eles também não aceitar o perdão e oferta de salvação do Senhor. A grande maioria das pessoas a quem Jesus ministrou aceitos somente cura temporária de doenças e alívio temporário de controle demoníaco. Eles renderam os sintomas e as conseqüências do pecado a Ele, mas não o pecado em si. Dos dez leprosos Jesus limpos em uma ocasião, apenas um recebeu a verdadeira plenitude da salvação (Lucas 17:11-19).

    Quando a natureza básica do pecado não é tratado através do milagre do arrependimento e confiança em Cristo, a remoção de um pecado particular ou mesmo um demônio deixa espiritual de uma pessoacasa ... desocupada, varrida e colocar em ordem , mas sujeito a reocupação por outros sete espíritos piores do que o primeiro. E eles entrar e morar lá; eo último estado daquele homem torna-se pior do que o primeiro.

    A, hipócrita, pessoa reformada religioso está sujeito a Satanás, de forma que uma pessoa imoral cheio de culpa não é, porque a sua própria moralidade cega a sua condição pecaminosa básico e necessidade.Ele está perfeitamente satisfeito com a sua casa vazia, pensando que a liberdade de manifestação externa do pecado é a liberdade da sua presença, poder e condenação.

    Katoikeō (ao vivo ) carrega a idéia de habitação e se estabelecer. É o mesmo verbo Paulo usado como ele orou pela Efésios, "que Cristo habite em seus corações mediante a fé" (Ef 3:17). Onde Cristo não vive, demônios são livres para viver. emissários de Satanás pode entrar e viver em uma vida reformada mas sem Cristo de uma forma resolvida e segura, porque em seu delírio religioso seu hospedeiro pode ser alheio a sua presença. O último estado que o homem torna-se pior do que o primeiro , mas ele não sabe disso. Ele é como um leproso que sai facilmente com os dedos das mãos e pés, porque ele não sente dor. De uma forma infinitamente mais trágico, farisaísmo desensitizes uma pessoa para o pecado, a ponto de ele não está ciente de que sua alma está apodrecendo sob corrupção demoníaca.

    Um dos piores aspectos do legalismo religioso é que ele tende a ficar cada vez mais descrente de geração em geração. "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas," Jesus disse, "porque você viaja sobre o mar ea terra para fazer um prosélito; e, quando ele se torna um, você fazê-lo duas vezes mais filho do inferno do que vós" (Mt . 23:15). Uma pessoa que está discipulado no legalismo, muitas vezes torna-se mais zeloso e hipócrita do que o seu professor.

    Para pregar moralidade, mesmo de acordo com os padrões bíblicos de comportamento, mas não a salvação através de Cristo promove uma religião que leva os homens mais de Deus do que eram antes que eles reformada. É muito mais fácil para chegar a alguém que está sobrecarregado com um verdadeiro sentido de seu pecado que alguém que está sobrecarregado com uma falsa sensação de sua justiça. Isso é o que Jesus quis dizer quando disse: "Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores" (Mt 9:13). Não foram as pessoas imorais e sem religião de Israel que colocam Jesus à morte, mas os líderes religiosos que se orgulhavam de sua bondade. Cristo não poderia alcançá-los, porque eles achavam que não tinha necessidade de qualquer ajuda espiritual, muito menos a salvação do pecado.

    Pedro diz dessas pessoas que "depois de terem escapado das corrupções do mundo pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, ficam de novo envolvidos nelas e são superados, o último estado tornou-se pior para eles do que o primeiro. Para seria melhor para eles não terem conhecido o caminho da justiça, do que, conhecendo-o, a afastar-se do santo mandamento que lhes. Aconteceu-los de acordo com o verdadeiro provérbio, "O cão voltou ao seu próprio vômito ', e,' A porca após a lavagem, retorna a revolver-se no lamaçal "(2 Pe. 2: 20-22). A pessoa reformada, mas não convertido acabará por reverter para caminhos de pecado pela mesma razão que o cão voltou ao seu vômito ea porca retornos lavada para a lama lamaçal, porque em cada caso, a natureza original não foi alterado.

    A parábola de Jesus aplicado a Israel como uma nação, a esta geração perversa , bem como para os judeus individuais. Durante o cativeiro babilônico os judeus abandonaram a idolatria, e nos mais de dois mil anos desde então, eles nunca, como um povo, caiu de volta para ele. Mas no momento em que o Messias veio, eles haviam se tornado tão satisfeitos com a sua reforma e com suas cerimônias religiosas e tradições morais, que não via necessidade de um Salvador. Consequentemente, no fim dos tempos, que as pessoas vão encontrar-se na liga com o anticristo durante a Grande Tribulação.

    Seja na ampla gama de história ou em uma vida individual, o mesmo princípio se aplica: reforma exterior sem transformação interior traz susceptibilidade a ainda pior do que o mal do qual se afastou.

    O Poder da Relação

    Enquanto ele ainda falava às multidões, eis que sua mãe e seus irmãos estavam do lado de fora, procurando falar com ele. E alguém lhe disse: "Eis que tua mãe e teus irmãos estão lá fora tentando falar com você. ' Mas Ele respondeu o que estava dizendo a ele e disse: "Quem é minha mãe e quem são meus irmãos? ' E, estendendo a mão para os seus discípulos, disse: Eis minha mãe e meus irmãos! Pois quem faz a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, irmã e mãe "(12: 46-50).

    Reforma não é a salvação, a regeneração, ou redenção. Pode, de fato, trabalhar para o oposto por enraizar uma pessoa na auto-satisfação e cegando-o para a sua necessidade de misericórdia de Deus. Para se ter salvação, deve haver um novo e direita relacionamento com Deus, que vem somente como um pecador confessa humildemente e se transforma a partir de seu pecado e recebe Jesus Cristo como Senhor e Salvador.
    . A chegada da família de Jesus deu-lhe a oportunidade perfeita para dar uma ilustração gráfica da necessidade de uma relação pessoal com Ele Enquanto ele ainda falava às multidões em uma casa (ver 13: 1), sua mãe e seus irmãos estavam do lado de fora , procurando falar com Ele . Quando Jesus foi informado desta, ele respondeu o que estava dizendo a ele e disse: "Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?"

    Por esta altura José provavelmente estava morto há muitos anos, e da família imediata de Jesus consistiu em Sua mãe , Maria, seus meio irmãos (Tiago, José, Simão e Judas), e suas irmãs meia, que não são nomeados (13 55:40-13:56'>Matt. 13 55:56).

    Depois da ressurreição, Jesus irmãos finalmente chegou a acreditar Nele, Seu irmão Tiago se tornar o chefe da igreja de Jerusalém (conforme 13 44:15-22'>At 15:13-22) e autor da epístola que leva seu nome. Mas durante o ministério de pregação e ensinamento de Jesus não há evidências claras de que qualquer membro da sua família que não seja totalmente compreendido Maria quem ele realmente era ou de confiança em Jesus Cristo como Salvador. É-nos dito especificamente que Seus irmãos não acreditavam nele (Jo 7:5: não
    38) —Você ainda pessoalmente confiar em Jesus como seu próprio Senhor e Salvador.

    Não nos é dito (conforme Marcos 3:31-32; Lucas 8:19-20) porque Jesus ' mãe e irmãos eram ... procurando falar com Ele , mas parece razoável supor que eles estavam muito preocupados com sua bem-estar e talvez mesmo a temer com alguns de seus amigos da cidade para casa que ele tinha "perdido seus sentidos" (Mc 3:21). Sua condenação dos escribas e fariseus continuaram a crescer em intensidade e seriedade, e esses líderes, por sua vez, estavam acusando de fazer a Sua obra pelo poder de Satanás. Seu plano para destruir Jesus (Mt 12:14) foi provavelmente já rumores entre as pessoas. Jesus ' mãe e os irmãos foram, portanto, com a esperança de dissuadi-lo de continuar seu trabalho e, talvez, esperava que ele iria fugir para um lugar seguro até que os líderes religiosos se esqueceram dele ou perdeu o interesse. Sua família estava em uma missão de resgate para salvá-lo da morte iminente.

    Para a maioria dos homens tal incidente teria sido embaraçoso ao extremo, mas Jesus não era nem constrangido nem ressentido. Ele amou e cuidou de sua família, e ele entendeu a sua preocupação, equivocada como era. Ele não, de fato, responder diretamente ao pedido de sua família, mas sim aproveitou a ocasião para ensinar uma importante verdade: E, estendendo a mão para os seus discípulos, disse: "Eis minha mãe e meus irmãos!"

    Jesus não estava renunciando à Sua família. Ele os amava ainda mais do que eles amavam. Seu último pedido da cruz foi por João para cuidar de sua mãe (João 19:26-27), e através do Seu amor misericordioso Seus irmãos, eventualmente, veio a crer nEle como seu Senhor e Salvador (At 1:14).

    O propósito do Senhor ao se referir a seus discípulos como Seus mãe e irmãos era ensinar que Ele convida o mundo inteiro em Sua família pessoal e divina. Qualquer um pode entrar em Sua família espiritual confiando nele, e da família de Deus é a única família que finalmente importa.

    Mesmo sendo um membro da própria família terrena de Jesus não merecer a salvação, por força dessa relação. Portanto, o convite de Jesus estendeu a Seus naturais mãe e meio irmãos, porque eles também precisavam ser salvos do pecado. Além de fé pessoal, não mais foram espiritualmente relacionado a ele do que qualquer outro ser humano. "Todos aqueles, e apenas aqueles que crêem em mim são espiritualmente relacionado to Me" Ele estava dizendo. Pois quem faz a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, irmã e mãe .

    quem quer que indica a universalidade do convite. Ninguém que acredita que é excluído. E, por outro lado, há quem faça o não crer será incluído. Primeiro e mais absoluto desejo e exigência de Deus para a humanidade é a crença em Seu Filho. "Esta é a obra de Deus", disse Jesus, "que creiais naquele que por ele foi enviado" (Jo 6:29). Até que uma pessoa crê em Cristo, Deus não pode dar-lhe alguma ajuda espiritual, e essa pessoa não pode dar a Deus qualquer serviço espiritual.

    No batismo de Jesus, Deus declarou: "Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo" (Mt 3:17) e na transfiguração Ele falou as mesmas palavras para Pedro Tiago, e João, acrescentando: "Ouça a Ele "(17: 5). Suprema vontade de Deus para a humanidade é para que eles sejam bem satisfeito com o Filho, assim como ele é, e confiar nEle, escutá-Lo, segui-Lo e obedecer à Sua Palavra.

    Depois de declarar: "Porque o Filho do Homem veio salvar o que estava perdido" (Mt 18:11), Jesus contou uma parábola que explica o grande amor do Pai para a humanidade e Seu desejo que eles sejam salvos. "O que você acha?" Ele perguntou retoricamente. "Se algum homem tiver cem ovelhas, e uma delas se desgarrar, não deixará as noventa e nove nas montanhas e ir procurar o que é desviada? E se ele sair que ele acha, realmente Eu digo a você, ele se alegra mais do que com as noventa e nove que não se extraviaram. Assim, não é da vontade de vosso Pai que está nos céus, que um destes pequeninos, perecereis "(vv. 12-14) . Muitos anos mais tarde, os apóstolos ecoou essa verdade. Paulo escreveu: "Deus, nosso Salvador ... quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade" (1 Tim. 2: 3-4), e Pedro declarou que o Senhor não quer "para qualquer para pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento "2Pe 3:9.). Salvando relacionamento com Jesus Cristo vem somente de forma submissa crer nEle e receber o dom da salvação que Ele oferece. "Não há salvação em nenhum outro, pois não há outro nome debaixo do céu que foi dado aos homens, pelo qual devamos ser salvos" At 4:12.

    Na melhor das hipóteses, reformação muda apenas a parte exterior de uma pessoa; na pior das hipóteses, torna-se uma barreira para o seu ser alterado no interior. A relação de direito de Cristo, no entanto, traz vida completamente nova, tanto dentro como fora. Todo o resto da Escritura rodeia a verdade central que Jesus Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores, para transformá-los, não reformá-los. Até que uma pessoa afirma que a verdade, nenhuma outra pode ser de qualquer benefício.
    A grande mensagem do evangelho, e, portanto, da igreja, não é um apelo à moralidade, mas uma chamada para a libertação do pecado através do Senhor Jesus Cristo.


    Barclay

    O NOVO TESTAMENTO Comentado por William Barclay, pastor da Igreja da Escócia
    Barclay - Comentários de Mateus Capítulo 12 do versículo 1 até o 50

    Mateus 12

    A desobediência à lei do sábado — Mat. 12:1-8 O clamor da necessidade humana — Mat. 12:1-8 (cont.)

    Senhor do sábado — Mat. 12:1-8 (cont.)

    Amor e lei — Mat. 12:9-14 A aceitação do desafio — Mat. 12:9-14 (cont.)

    As características do servo do Senhor — Mat. 12:15-21 As defesas de Satanás são quebradas — Mat. 12:22-29 Os exorcistas judeus — Mat. 12:22-29 (cont.)

    A impossibilidade de ser neutro — Mt 12:30 O pecado que está além do perdão — Mat. 12:31-33 A compreensão perdida — Mat. 12:31-33 (cont.)

    Corações e palavras — Mat. 12:34-37

    O único sinal — Mat. 12:38-42 O perigo do coração vazio — Mat. 12:43-45 O verdadeiro parentesco — Mat. 12:46-50

    A DESOBEDIÊNCIA À LEI DO SÁBADO Mateus 12:1-8

    Na época de Jesus, os campos de trigo e as terras cultivadas da Palestina eram faixas longas e estreitas. A terra entre cada franja, onde estavam os caminhos, era um lugar pelo qual se qualquer podia transitar. Por um desses caminhos entre os campos de trigo era por onde caminhavam Jesus e seus discípulos no dia em que aconteceu este incidente. Não há nenhuma sugestão que indique que os discípulos estavam cometendo um roubo. A Lei estabelecia de maneira clara que o viajante faminto tinha direito a fazer o que fizeram os discípulos, sempre que se usasse as mãos para arrancar as espigas de trigo, e não uma foice: “Quando entrares na seara do teu próximo, com as mãos arrancarás as espigas; porém na seara não meterás a foice.” (Dt 23:25).

    Em seu livro The Land and the Book, W. M. Thomson nos relata que quando ele viajava pela Palestina existia o mesmo costume. Um dos pratos favoritos para o jantar de qualquer viajante é o trigo assado.

    "Quando viajávamos de tempo de colheita”, escreve Thomson, "meus ajudantes costumavam preparar com muita freqüência pelos tardes, trigo assado, depois de ter armado as tendas. Jamais se considera que cortar essas espigas verdes para assar signifique roubar... Também vi a meus ajudantes arrancar espigas quando passávamos perto dos campos de trigo, debulhar com as mãos e comer os grãos crus, tal como se conta que faziam os apóstolos."
    Segundo os escribas e fariseus, a falta dos apóstolos não era que tinham arrancado espigas e tinham comido os grãos de trigo, mas sim o tinham feito no sábado. A lei do sábado era algo muito complicado e cheio de detalhes. O mandamento proíbe trabalhar no sábado, mas os que interpretavam a lei não se sentiam satisfeitos com esta simples proibição.

    Era preciso definir o que era trabalho. De maneira que se estabeleceram trinta e nove ações básicas que estavam proibidas no sábado; entre elas estavam colher, esfregar, e debulhar, e preparar uma refeição. Mas com isto não provavam conforme os intérpretes. Era preciso definir em detalhe cada um dos pontos que apareciam na lista dos trabalhos proibidos. Por exemplo, estava proibido levar uma carga. Mas o que é uma carga? Uma carga é algo que pesa mais que duas passas de figo. Proibia-se até a sugestão de fazer algum trabalho; tudo o que simbolicamente se pudesse considerar como trabalho estava proibido. Mais adiante Maimonides diria: "Arrancar espigas é uma sorte de colheita." Mediante sua conduta os discípulos se tornaram culpados de mais de um mandamento em desobediência à Lei. Por ter arrancado o trigo eram culpados de colher; por esfregá-lo entre as mãos eram culpados de debulhar; por ter separado os grãos do caule eram culpados de debulhar. E por todo o processo eram culpados de preparar uma refeição no sábado, porque tudo o que se comeria no sábado devia preparar-se no dia anterior.

    Os judeus ortodoxos tomavam esta Lei do sábado ao pé da letra. O Livro de Jubileus tem todo um capítulo (capítulo
    50) dedicado à observância do sábado. Qualquer pessoa que se deita com sua mulher ou projeta fazer algo na sábado, ou pense em sair de viagem (até o pensar sobre o trabalho estava proibido), ou pense em comprar ou vender algo, qualquer que tire água de um poço, qualquer que levante um peso, está condenado. Qualquer pessoa que no sábado faça algum tipo de trabalho, que vá viajar, que are um campo, quer faça o trabalho em sua casa ou em qualquer outro lado, qualquer pessoa que acenda um fogo ou monte algum animal ou viagem de navio no mar, qualquer que golpeie ou mate algo, qualquer pessoa que apanhe um animal, um pássaro ou um peixe, qualquer pessoa que jejue ou faça a guerra no sábado — qualquer pessoa que faça alguma destas coisas morrerá. Guardar estes mandamentos era guardar a Lei de Deus; desobedecê-los era quebrantar a Lei de Deus.

    Não resta a menor dúvida de que, do seu ponto de vista, os escribas e fariseus estavam plenamente justificados em culpar aos discípulos de desobediência à Lei, e a Jesus por permitir e possivelmente estimulá-los a fazê-lo.

    O CLAMOR DA NECESSIDADE HUMANA

    Mateus 12:1-8 (continuação)

    Para confrontar-se com a crítica dos escribas e fariseus Jesus usou três argumentos.

    1. Citou a atitude de Davi (I Samuel 21:1-6) quando ele e seus homens, estando famintos, entraram no tabernáculo — não no templo, porque isto aconteceu antes da construção do templo e — comeram os pães da proposição que só os sacerdotes podiam comer. Em Levítico 24:5-9 se descreve o pão da proposição. Consistia em doze pães que se colocavam todas as semanas em duas filas de seis no tabernáculo. Sem dúvida se tratava de uma oferenda simbólica a Deus mediante a qual se agradecia pelo dom dos mantimentos fortalecedores. Esses pães eram mudados todas as semanas e os pães velhos passavam a ser posse dos sacerdotes que eram os únicos que podiam comer esses pães. Nesta oportunidade, e devido à fome que experimentavam, Davi e seus homens voltaram e comessem esses pães benditos e ninguém os acusou de nada. A necessidade e a fome humanas tinham prioridade sobre qualquer costume ou prática ritual.
    2. Citou o trabalho que se fazia no templo no dia de sábado. O ritual do templo sempre implicava trabalho — acender fogos, matar e preparar animais, levantá-los até o altar, e outra quantidade de tarefas. De fato, este trabalho era dobrado no dia de sábado, porque nesse dia se duplicavam as oferendas (ver, por exemplo, Nu 28:9). Qualquer destas ações teria sido ilegal se fossem praticadas por uma pessoa comum. Acender um fogo, matar um animal, levantá-lo até o altar teria significado quebrantar a Lei, e portanto, profanar o sábado. Mas era

    perfeitamente legal que os sacerdotes desempenhassem estas tarefas, porque a adoração no templo não devia cessar. Quer dizer que a adoração que se oferecia a Deus superava todas as regras e normas do sábado.

    1. Citou as palavras de Deus ao profeta Oséias: "Misericórdia quero e não sacrifício" (Os 6:6). O que Deus deseja mais que o sacrifício ritual é a bondade, o espírito que não conhece outra lei fora da que lhe diz que deve responder ao chamado da necessidade humana.

    Neste incidente Jesus afirma que o chamado da necessidade humana deve preceder a qualquer outra obrigação. As obrigações da adoração, do ritual, da liturgia, são importantes e têm seu lugar, mas antes que todas elas vem a obrigação imposta pela necessidade humana.
    Um dos modernos Santos de Deus é o Pai George Potter que transformou a igreja abandonada de São Crisóstomo, em Peckham, em uma luz brilhante de adoração e serviço cristãos. Para completar a obra fundou a Irmandade da Ordem de Santa Cruz, cuja insígnia é a toalha que usou Jesus quando lavou os pés de seus discípulos. Não havia nenhum trabalho inferior para estes irmãos; sua obra entre os abandonados e os meninos sem lar com prontuários criminais ou com potencial criminoso está além de todo louvor. O Pai Potter tem a devoção na mais alta estima, entretanto, quando explica o trabalho da Irmandade e se refere a qualquer que quer fazer o triplo voto de pobreza, castidade e obediência, diz: "Não deve sentir-se amargurado se não puder chegar a tempo ao ofício vespertino da festa de São Termógeno. Pode estar sentado numa delegacia de polícia esperando a um 'cliente'... Não deve ser o tipo de pessoa que vai à cozinha e chora porque ficamos sem incenso... Pomos a oração e os sacramentos em primeiro lugar. Sabemos que de outro modo não poderíamos fazer tudo o que somos capazes de fazer, mas o fato concreto é que devemos passar mais tempo aos pés do Monte da Transfiguração que em seu topo."
    Conta sobre um candidato que chegou à casa justo quando estava para lhes dar uma taça de cocoa a seus moços e mandá-los para cama.

    "De maneira que lhe disse: 'Podes limpar o banheiro, por favor, enquanto está úmido?' Ficou surpreso e balbuciou: 'Não pensava que teria que limpar o que tinham sujado uns moços sujos!' Enfim, sua vida de serviço durou uns sete minutos. Não desfez as valises." Florence Allshorn, a magnífica superiora de uma escola de missionárias, relata os problemas que apresenta a aspirante que sempre descobre que chegou seu momento para a oração silenciosa e tranqüila justo quando terá que lavar pratos engordurados com uma água que não está muito quente.

    Jesus insistiu em que o serviço ritual mais excelso é o serviço à necessidade humana. É curioso pensar que com a possível exceção do dia da sinagoga de Nazaré, não temos nenhum testemunho de que Jesus tenha dirigido um serviço de culto durante sua vida na Terra, e entretanto temos uma grande abundância de testemunhos de que deu de comer aos famintos, consolou os afligidos, e cuidou dos doentes. O serviço cristão não é o serviço de nenhuma liturgia ou ritual, é o serviço à necessidade humana. O serviço cristão não é o retiro monástico; é o compromisso com todas as tragédias, problemas e exigências da situação humana.

    Isso é o que queremos dizer — deveriamos querer dizer quando pronunciamos estas palavras: "Adoremos a Deus!"

    SENHOR DO SÁBADO

    Mateus 12:1-8 (continuação)

    Resta uma dificuldade nesta passagem que não se pode resolver com absoluta certeza. A dificuldade está na última frase: “Porque o Filho do Homem é senhor do sábado.” Esta frase pode ter dois sentidos.
    (1) Pode significar que Jesus afirma ser Senhor do sábado no sentido de que tem direito de usar o dia de repouso como lhe parece melhor. Já vimos que a santidade do trabalho do templo superava e ignorava as regras e normas do sábado. Jesus acaba de afirmar que nele há algo maior que o templo. Sendo assim, ele tem muito mais direito de ignorar as regras do sábado e de fazer o que lhe pareça mais conveniente esse dia. Essa pode considerar-se como a interpretação tradicional desta cláusula, nela há sérias dificuldades.

    (2) É necessário destacar que nesta ocasião Jesus não se defende a si mesmo por algo que tenha feito no sábado; está defendendo a seus discípulos. E terá que assinalar que a autoridade que recalca neste incidente não é tanto sua própria autoridade como a da necessidade humana. E também terá que assinalar que quando Marcos relata o incidente introduz outra afirmação de Jesus como parte de seu momento culminante: “O sábado foi estabelecido por causa do homem, e não o homem por causa do sábado” (Mc 2:27).

    A isto devemos acrescentar que em hebraico e aramaico a frase filho do homem não é um título, e sim uma forma de dizer um homem. Quando os rabinos começavam a relatar uma parábola costumavam começar assim: "Havia um filho de homem que..."; onde nos limitaríamos a dizer: "Havia um homem que..." O salmista escreve: "O que é o homem para que dele te lembres, e o filho do homem, para que o visites?" (Sl 8:4). Uma e outra vez o Deus de Ezequiel se dirige a ele chamando-o filho do homem. “Filho do homem, põe-te em pé, e falarei contigo.” (Ez 2:1; também em 2:6; 2;8; 3:1, 4, 17, 25). Em todos estes casos, filho de homem, escrito com minúscula, significa homem. Nos manuscritos gregos do Novo Testamento pertencentes às primeiras épocas todas as palavras eram escritas com maiúscula. Estes manuscritos são chamados unciais, o que significa que estão escritos em maiúsculas; nesse tipo de manuscritos seria impossível dizer onde se deve pôr maiúsculas. Portanto, pode ser que em Mt 12:8 deveria escrever-se filho do homem com minúscula e que a frase não se refere a Jesus mas simplesmente ao homem.

    Se levarmos em conta que o que Jesus destaca nesta pesagem são os direitos da necessidade humana, se lembrarmos que não se defende a si mesmo e sim a seus discípulos, se lembrarmos que Marcos nos conta que Jesus disse que o sábado tinha sido feito para o homem e não o homem para o sábado, então podemos chegar à conclusão de que o que Jesus diz aqui é: "O homem não é escravo do sábado, é seu senhor para usá-lo em seu próprio proveito." Pode ser que Jesus esteja criticando os escribas e fariseus por escravizar-se e escravizar a outros a uma quantidade de regras tirânicas. E possivelmente não faça mais que afirmar o princípio supremo da liberdade cristã, que se aplica tanto ao sábado como a todas as outras coisas da vida.

    AMOR E LEI

    Mateus 12:9-14

    Este incidente representa um momento crucial na vida de Jesus. Aqui Jesus desobedeceu em público e de maneira deliberada a lei do sábado, e o resultado foi uma reunião dos líderes ortodoxos convocada com o único objetivo de procurar uma forma de eliminá-lo. Não poderemos compreender a atitude dos ortodoxos a menos que entendamos a seriedade surpreendente com que observavam a lei do sábado. A lei do sábado proibia todo trabalho nesse dia, e os judeus ortodoxos tomavam tão a sério essa lei que preferiam morrer, literalmente, antes que desobedecê-la.
    Na época da rebelião de Judas Macabeu alguns judeus se refugiaram nas cavernas do deserto. Antíoco mandou uma legião de homens para atacá-los. O ataque se levou a cabo no dia de sábado, e esses judeus insurgentes morreram sem um só gesto de desafio ou defesa porque lutar teria significado quebrantar o sábado. 1 Macabeus nos relata como "assaltados imediatamente (pelas forças do Antíoco), não replicaram nem arrojando pedras nem entrincheirando suas covas. Disseram: 'Morramos todos em nossa retidão. O céu e a terra nos são testemunhas de que nos matam injustamente.' Atacaram-nos, pois, em sábado e morreram eles, suas mulheres, filhos e gados: umas mil pessoas em total" (1 Macabeus 2:35-38). Nem em uma crise nacional, nem para salvar suas vidas, nem para proteger a seus seres mais queridos e próximos, os judeus estavam dispostos a lutar no sábado.

    Porque os judeus insistiram em guardar a lei do sábado foi que Pompeu pôde tomar Jerusalém. Na antiga técnica de guerrear o atacante costumava erigir um elevado montículo frente à fortaleza da cidade sitiada desde cujo topo se bombardeavam as defesas. Pompeu, pois, construiu seu montículo, e o fez durante os dias de sábado, quando os judeus se limitavam a observar e se negavam a levantar um dedo para detoná-lo. Josefo diz:

    "E se não fosse pelo costume, da época de nossos antepassados, de descansar no sétimo dia, jamais poderia aperfeiçoar este montículo em razão da oposição que os judeus teriam exercido. Porque embora a lei nos permite defender-nos dos que começam a luta e nos atacam (isto era uma concessão), não nos permite interferir com nossos inimigos quando estão fazendo qualquer outra coisa" (Josefo, Antiguidades, 14. 4. 2).

    Josefo lembra o assombro do historiador grego Agatarquides ao ver a forma em que se permitiu a Ptolomeu Lagos capturar Jerusalém. Agatarquides escreveu:
    "Há um povo chamado judeu, que vive na mais forte de todas as cidades, cujos habitantes a denominam Jerusalém, e têm o costume de descansar no sétimo dia. Nesse dia não fazem uso de suas armas, não trabalham na agricultura, nem prestam atenção a nenhuma outra ocupação da vida, mas sim elevam suas mãos em seus templos e oram até o entardecer. Quando Ptolomeu, filho de Lagos, entrou nesta cidade com seu exército, esses homens, em observância deste ridículo costume, em lugar de defender a cidade, permitiram que se submetesse a um senhor cruel; e ficou comprovado com toda clareza que a Lei tinha ordenado uma ação insensata. Este incidente ensinou a todos, exceto aos judeus, a não tomar em consideração esse classe de sonhos e a não obedecer sugestões absurdas que se apresentam como uma Lei, quando em tal incerteza da mente humana não sabem o que fazer" (Josefo, Contra Apion, Mt 1:22).

    Para as outras nações a estrita observação do sábado por parte dos judeus era simplesmente uma loucura, visto que podia conduzir a semelhantes derrota e desastres nacionais.

    Esta mentalidade inamovível era a que Jesus tinha que enfrentar. A Lei proibia de maneira definitiva e precisa curar em sábado. É certo que estabelecia com clareza que "qualquer caso em que está em perigo a vida é mais importante que a Lei do sábado." Isto se aplicava de maneira especial às enfermidades de os olhos, ouvido, nariz e garganta. Mas até então se especificava que se podia fazer algo para impedir que o paciente piorasse, mas não para melhorar sua situação. Assim, podia-se pôr uma atadura comum sobre uma ferida, mas não uma atadura com algum remédio, e coisas pelo estilo. Neste caso, não se tratava de que estivesse em perigo a vida do paralítico. No que se referia ao perigo, não estaria pior ao dia seguinte. Jesus conhecia a Lei; sabia o que fazia; sabia o que os fariseus esperavam e observavam; e entretanto curou o homem. Jesus não estava disposto a aceitar nenhuma lei que insistisse em que um homem devia sofrer um minuto mais que do necessário, embora sua vida não estivesse em perigo. Seu amor à humanidade ultrapassava em muito seu respeito pela Lei ritual.

    A ACEITAÇÃO DO DESAFIO Mateus 12:9-14 (continuação)

    Jesus entrou na sinagoga e se encontrou um homem com uma das mãos ressequida. Nossos evangelhos não nos dizem nada mais sobre este homem, mas o Evangelho Segundo os Hebreus, que é um dos primeiros evangelhos — mas que não conseguiu ser incorporado ao Novo Testamento — nos diz algo mais a respeito dele. Diz-nos que este homem se aproximou de Jesus com a seguinte petição: "Eu era pedreiro; ganhava a vida com as mãos. Rogo-te, Jesus, que me devolvas a saúde para que não precise mendigar a comida com vergonha."

    Mas os escribas e fariseus também estavam na sinagoga. Não se preocupavam com o homem com a mão paralítica; só se importavam com as minúcias de suas normas e regras. De maneira que fizeram uma pergunta a Jesus: “É lícito curar no sábado?” Jesus conhecia à perfeição a resposta a essa pergunta. Sabia que, como vimos, a menos que estivesse em perigo a vida, estava proibido curar, porque era considerado um trabalho. Mas Jesus era sábio. Se se propunham discutir sobre a Lei, tinha a habilidade necessária para enfrentá-los em seu próprio terreno. "Digam-me", disse-lhes, "suponham que um homem tenha uma ovelha, e essa ovelha cai em um poço no sábado, não irá e a tirará do poço?" De fato, tratava-se de um caso mencionado na Lei. Se um animal se impregnar em um poço no sábado, era lícito levar-lhe comida — que em qualquer outro caso seria considerado uma carga — e ajudá-lo em todo sentido. "Ou seja", disse Jesus, "se está permitido fazer uma obra boa no dia de sábado, e se está permitido fazer algo bom por uma ovelha, quanto mais lícito deve ser fazê-lo por um homem, que é de muito mais valor que um animal." Jesus inverteu o argumento. "Se é lícito fazer o bem no sábado, negar-se a fazê-lo é ilícito."
    O princípio fundamental de Jesus era que não existe um tempo tão sagrado que não se possa usar para ajudar o próximo necessitado. Não seremos julgados pela quantidade de cultos a que tenhamos assistido, nem pelo número de capítulos da Bíblia que tenhamos lido, nem pela quantidade de horas que tenhamos passado orando, mas sim pela quantidade de gente a que tenhamos ajudado quando sua necessidade chamou à nossa porta. Nesse momento os escribas e fariseus não puderam responder nada, porque seu próprio argumento se tornou contra eles. De maneira que Jesus curou o homem e ao fazê-lo deu-lhe três coisas.

    1. Devolveu-lhe a saúde. Jesus está muitíssimo interessado nos corpos dos homens. Paul Tournier, em seu livro A Doctofs Case Book, menciona coisas muito imponentes a respeito da cura e Deus. O professor Courvoisier escreve que a vocação médica é "um serviço ao qual são chamados aqueles que, mediante seus estudos e os dons naturais que lhes entregou Deus, ... estão capacitados de maneira especial a atender aos doentes e curá-los. Sejam ou não conscientes disso, sejam crentes ou não, do ponto de vista cristão há algo que é fundamental: que, por sua profissão, os médicos são colaboradores de Deus." "A enfermidade e a cura", disse o doutor Pouyanne, "são atos da graça." "O médico é um instrumento da paciência de Deus", escreve o pastor Alain Perrot. "A medicina é um ato da graça de Deus que em sua bondade se compadece dos homens e lhes brinda remédios para as conseqüências terríveis de seu pecado." Calvino descreveu a medicina como um dom de Deus. Quem cura os homens ajuda a Deus. A cura dos corpos dos homens é uma tarefa outorgada por Deus do mesmo modo que o é a cura de suas almas. E, no exercício de sua profissão, o médico é tão servo de Deus como o ministro em sua paróquia.
    2. Ao devolver a este homem sua saúde, Jesus lhe devolveu também seu trabalho. Sem trabalho para fazer, um homem só o é pela metade; é em seu trabalho onde se encontra a si mesmo e encontra sua realização. O não fazer nada durante anos é mais difícil de suportar que a própria dor; e quando se pode fazer algum trabalho, até a tristeza perde algo de seu amargor. Uma das melhores ações que pode fazer um ser humano por outro é dar-lhe trabalho.
    3. Ao devolver a este homem sua saúde e seu trabalho, Jesus lhe devolveu sua auto-estima. Poderíamos acrescentar uma nova bem— aventurança: "Bem-aventurados os que nos devolvem o respeito por nós mesmos." Um homem volta a ser homem quando pode enfrentar a vida mais uma vez sobre seus dois pés e com suas próprias mãos; quando pode satisfazer com independência suas necessidades e as de quem está sob seu cuidado.

    Já dissemos que este incidente foi uma crise. Quando terminou, os escribas e fariseus saíram e começaram a planejar a morte de Jesus. Este era um homem perigoso. Em certo sentido, o maior louvor que lhe pode fazer a um homem é persegui-lo. Demonstra que não somente se pode ver esse homem como perigoso, mas sim como uma força efetiva. O atitude dos fariseus e escribas é a medida do poder de Jesus Cristo. Pode-se odiar ao autêntico cristianismo, mas não o pode ignorar como força efetiva.

    AS CARACTERÍSTICAS DO SERVO DO SENHOR

    Mateus 12:15-21

    Devemos começar assinalando duas coisas a respeito de Jesus; ambas demonstram que Jesus nunca confundiu a temeridade com a coragem. Em primeiro lugar, no momento afastou-se. Ainda não tinha chegado o momento do choque frontal. Tinha coisas a fazer antes que a cruz o tomasse entre seus braços. Em segundo lugar, proibiu aos homens que o rodeassem de publicidade. Sabia muito bem quantos falsos Messias tinham surgido. Sabia muito bem quão inflamável era o coração das pessoas. Se se tivesse estendido a idéia de que tinha surgido alguém que tinha poderes maravilhosos, não cabe dúvida de que teria havido uma rebelião política e se perderiam vidas desnecessária e cruelmente. Devia lhes ensinar o que significava o Messias; não uma força poderosa, mas um serviço sacrificial; não um trono, mas uma cruz. E devia ensinar isto antes que os homens pudessem difundir sua verdadeira história.

    A citação que Mateus emprega para resumir a obra de Jesus pertence a Isaías 42:1-4. Em certo sentido, é uma citação curiosa porque em primeiro lugar — e quando foi proferida pela primeira vez — se referia a Ciro, o rei da Pérsia (ver Is 45:1). O sentido original da citação é o seguinte. Ciro destruía tudo em seu avanço conquistador, sem que nada o detivesse, e o profeta via essas conquistas como parte do plano deliberado e definitivo de Deus. Embora ele não soubesse, Ciro, o persa, era um instrumento de Deus. Além disso, o profeta via Ciro como o generoso conquistador que era. Mas embora as palavras originais se referiam a Ciro, o cumprimento total da profecia só se deu, sem dúvida alguma, em Jesus Cristo. Em sua época, o rei da Pérsia dominou o mundo oriental, mas o verdadeiro Senhor de todo o mundo é Jesus Cristo. Vejamos em que forma maravilhosa Jesus cumpriu a profecia de Isaías.

    1. A versão Revista e Corrigida diz que trará o juízo aos gentios. Esta versão costuma empregar com freqüência a palavra juízo onde seria mais natural falar de justiça. Seria mais correto, por exemplo, traduzir

    Am 5:24 deste modo: "Corra a justiça como as águas, e a virtude como impetuoso arroio." De maneira que Jesus veio para trazer a justiça aos homens. Os gregos definiam a justiça como dar a Deus e aos homens o que lhes corresponde. Jesus mostrou aos homens como viver de maneira tal que tanto Deus como os homens recebam seu próprio lugar em nossas vidas. Mostrou-nos como nos comportar, tanto com os homens como com Deus.

    1. Não clamará, nem gritará, nem fará ouvir a sua voz na praça. A palavra que se emprega para dizer gritará é a mesma que se usa para o latido de um cão, ou as exclamações de um bêbado, o tumulto de um público descontente no teatro. Quer dizer que Jesus não discutiria com os homens. Todos conhecemos as brigas de dois bandos que discutem, onde cada um trata de gritar mais que o outro para vencê-lo. O ódio dos teólogos, odium theologicum, é uma das tragédias da Igreja cristã. Todos conhecemos a oposição dos políticos e das ideologias. Em Jesus encontramos a serenidade calada, forte, de alguém que trata de conquistar por meio do amor, e não pela luta de palavras.
    2. Não quebrará a cana trilhada, nem apagará o pavio que fumega. A cana pode estar quebrada e apenas ser capaz de manter-se em pé; o pavio pode ser débil e a luz não passar de uma penumbra. O testemunho de um homem pode ser débil e temeroso; a luz de sua vida pode ser só uma penumbra e não uma chama, mas Jesus não veio para desanimá-la e sim para infundir coragem. Não veio para tratar os fracos com orgulho, mas com compreensão. Não veio para apagar a chama débil, e sim para ajudá-la a tornar-se uma luz mais clara e potente. O mais precioso a respeito de Jesus é que não é o grande desalentador e sim o grande alentador.
    3. Os gentios confiarão nele. Com Jesus chegou ao mundo o convite, não para uma nação, e sim para todos os homens, a compartilhar e aceitar o amor de Deus. NEle Deus se aproximou de todos os homens de todas as nações com o oferecimento de seu amor.

    AS DEFESAS DE SATANÁS SÃO QUEBRADAS

    Mateus 12:22-29

    No mundo oriental se imputava à influência dos demônios não só a enfermidade mental e psicológica: todas as enfermidades se atribuíam a seu poder maligno. De maneira que era algo muito comum praticar o exorcismo; e, de fato, com muito freqüência surtia efeito. Não há nada que deva nos surpreender nisso. Quando a pessoa acredita na posse do demônio, é-lhe fácil convencer-se de que está possuída por ele. Quando chega a esse engano, em seguida surgem os sintomas da posse. Inclusive entre nós, qualquer um pode auto-induzir uma dor de cabeça, ou convencer-se de que tem os sintomas de uma determinada enfermidade. Quando uma pessoa que vivia sob esse engano se confrontava com um exorcista em quem depositava sua fé e sua confiança, desaparecia o engano e ficava curada. Em tais casos, se alguém estava convencido de que se curou, curava-se.
    Neste caso, Jesus curou a um homem que era cego e surdo cuja enfermidade se atribuía a uma posse demoníaca. As pessoas ficaram assombradas. Começaram a perguntar-se se esse homem não seria o filho do Davi que lhes foi prometido tanto tempo atrás, e a quem esperavam desde então; o grande Salvador e Libertador que havia de vir. Sua vacilação se devia ao fato de que Jesus era muito diferente da imagem do filho de Davi em quem foram ensinados a acreditar. Não era um príncipe glorioso rodeado de pompa e cerimônias; não havia nenhum tumulto de espadas e exércitos com estandartes; nenhuma cruz ondulante que chamasse os homens ao combate: não era mais que um simples carpinteiro da Galiléia, em cujas palavras havia uma sabedoria serena e amável, em cujos olhos se lia a compaixão, e cujas mãos tinham um poder misterioso. As multidões não podiam compreender a Jesus porque sua generosidade compassiva era tão diferente da pompa, da exaltação e do poder que estavam esperando.
    Durante todo este tempo os escribas e fariseus observavam com olhares ásperos. Eles tinham sua própria solução para o problema: Jesus expulsava demônios porque tinha ligação com o príncipe dos demônios. Para esta acusação Jesus tinha três respostas que não admitiam discussão alguma.

    1. Se expulsava demônios com a ajuda do príncipe dos demônios, só se fosse devido ao fato de que no reino demoníaco havia um desacordo, um quebrantamento, uma divisão. Se em realidade o príncipe dos demônios prestava sua ajuda para a destruição de seus próprios agentes demoníacos, devia haver uma guerra civil no reino do mal e nesse caso tal reino estava condenado à destruição. Nenhuma casa, nenhuma cidade, nenhuma zona pode ser forte quando está dividida em seu interior. A dissensão interna é o fim do poder. Embora os escribas e fariseus não tivessem razão, segundo este argumento os dias de Satanás estavam contados.
    2. Tomaremos a terceira resposta de Jesus em segundo lugar, porque há tanto que dizer sobre a segunda que preferimos tratá-la separadamente. Jesus disse: "Se expulso demônios — e isso não podem negá-lo, e não o fizeram — é evidente que invadi o território de Satanás, e que em realidade sou como um salteador que estou saqueando sua casa. Agora, não resta dúvida de que ninguém pode entrar na casa de um homem forte até que não tenha amarrado esse homem e o tenha deixado indefeso. De maneira, que o fato de que eu tenha sido capaz de invadir com tanto êxito o território de Satanás é a prova de que ele está atado e que não pode resistir." A imagem do homem forte a quem se ata pertence a Isaías 49:24-26.

    Toda esta discussão nos leva a fazer uma pergunta; não se trata de uma pergunta que tenha uma resposta unívoca, mas entretanto, expomo— la de maneira quase instintiva. Quando se atou o homem forte? Quando se prendeu o príncipe dos demônios de tal maneira que assim Jesus pôde quebrar suas defesas? Possivelmente não haja uma resposta a esta pergunta. Mas se existe, a resposta é que Satanás ficou atado durante as tentações de Jesus no deserto. Às vezes acontece que, embora um exército não seja eliminado completamente, sofre uma derrota de tal magnitude que sua potência bélica nunca volta a ser a mesma. Suas baixas são tão grandes, a confiança em si mesmo fica tão debilitada, que nunca volta a ser a força que já foi. Quando Jesus enfrentou o Tentador no deserto e o derrotou, aconteceu algo. Pela primeira vez Satanás encontrou alguém a quem não pôde seduzir com toda a sua astúcia, alguém a quem não pôde conquistar com todos os seus ataques. A partir daquele momento, o poder de Satanás nunca tornou a ser o mesmo. Já não é o poder todo-poderoso das trevas; é o poder vencido do pecado. As defesas se quebraram; o inimigo ainda não está derrotado, mas seu poder nunca pode voltar a ser o mesmo, porque Jesus pode ajudar a outros a obter a vitória que ele mesmo obteve.

    OS EXORCISTAS JUDEUS

    Mateus 12:22-29 (continuação)

    1. A segunda resposta de Jesus, que trataremos agora, foi que os próprios judeus praticavam o exorcismo. Havia judeus que expulsavam demônios e faziam curas. Se Jesus praticava o exorcismo pelo poder do príncipe dos demônios, eles deviam fazer o mesmo, visto que tratavam as mesmas enfermidades e, pelo menos às vezes, tinham o mesmo efeito. Vejamos então os costumes e métodos dos exorcistas judeus, porque em realidade estabeleciam um contraste surpreendente com os métodos de Jesus.

    Josefo, que foi um historiador de ampla e justificada reputação, diz que o poder de expulsar demônios fazia parte da sabedoria de Salomão, e descreve um caso que viu com seus próprios olhos (Josefo, Antiguidades 8. 2. 5.): "Deus também permitiu a Salomão aprender a habilidade de expulsar demônios, que é uma ciência útil e que traz saúde aos homens. Também compunha encantamentos mediante os quais se aliviam os males. E também deixou atrás de si a maneira de empregar o exorcismo com o qual expulsam demônios de maneira que não voltam jamais, e este método de cura é muito poderoso até na atualidade. Eu vi um homem de meu país, chamado Eleazar, que libertava pessoas endemoninhadas na presença de Vespasiano e seus filhos, seus capitães e toda a multidão de seus soldados. A forma de curar era a seguinte. Punha no nariz do endemoninhado um anel que tinha uma raiz, que era um dos métodos mencionados por Salomão, depois do qual, tirava o demônio pelo nariz do possuído. E quando o homem caía, instantaneamente ameaçava o demônio a não voltar a ele, mencionando a Salomão e recitando os encantamentos que ele tinha composto. E quando Eleazar se propunha convencer e demonstrar aos espectadores que tinha esse poder, punha a certa distância uma taça ou um recipiente cheio de água e ordenava ao demônio, depois de ter abandonado o homem, que o derrubasse, e demonstrava desse modo aos espectadores que tinha abandonado o homem, e quando acontecia isto ficava demonstrada de forma evidente a habilidade e a sabedoria de Salomão." Esse era o método judeu, com todos os aparatos da magia. Quão diferente era a palavra poderosa, calma e serena, que Jesus pronunciava!

    Josefo tem ainda mais informação a respeito da forma de agir dos exorcistas judeus. Usava-se muito uma determinada raiz no exorcismo. Josefo nos fala dela:

    "No vale de Maquero há uma raiz que leva o mesmo nome. Tem a cor da chama e ao entardecer emite uma luz semelhante a um raio. Os que querem arrancá-la não podem fazê-lo com facilidade, pois lhes escapa das mãos, não se deixa arrancar a menos que se entorne sobre ela a urina de uma mulher ou seu sangue menstrual; e ainda assim, se alguém a tocar morre, a menos que tome e a pendure de sua mão e a leve nessa forma. Também se pode tomá-la em outra forma, sem correr perigo: cava-se uma fossa a seu redor até que só fique enterrada uma parte muito pequena da raiz; logo atam um cão à raiz e quando o cão se esforça para seguir a pessoa que o atou, a raiz sai com facilidade, mas o cão morre imediatamente, como se o fizesse em lugar do homem que quis tirar a planta. Depois disto ninguém deve temer o tomar a planta em suas mãos.

    Entretanto, depois de todos estes esforços por tirá-la, só tem valor por uma virtude que possui: se a leva a pessoas doentes expulsa os demônios" (Josefo, As Guerras dos Judeus 7. 6. 3.).

    Que diferença entre a palavra poderosa de Jesus e esta medicina de bruxos que o exorcismo judeu praticava!
    Podemos acrescentar mais um exemplo deste exorcismo judeu. Pertence ao livro apócrifo de Tobias. O anjo diz a Tobias que deve casar— se com Sara, a filha de Raquel. É uma bela moça com um bom dote, e é boa. Esteve casada sucessivamente com sete homens que morreram na noite de bodas porque um demônio maligno amava a Sara e não permitia que ninguém se aproximasse dela. Tobias sente medo, mas o anjo lhe diz: "Quando entrares na câmara nupcial, toma o coração do peixe e parte do fígado e ponha-o põe sobre as brasas dos perfumes. Difundir-se— á o aroma e quando o demônio o cheirar, fugirá e nunca mais aparecerá a seu lado" (Tobias 6:17). Tobias fez o que se ordenou e o demônio desapareceu para sempre (Tobias 8:1-4).
    Estas eram as coisas que os exorcistas judeus faziam e, como tão freqüentemente, estas coisas eram uma parábola e um símbolo. Os homens procuravam liberar-se dos males e as dores da humanidade por meio da magia, os encantamentos e os feitiços. Pode ser que estas coisas, pela misericórdia de Deus, aliviassem-nos durante algum tempo. Mas com Jesus tinha vindo a palavra de Deus com seu sereno poder para trazer aos homens a liberação perfeita que tinham procurado com ardor e até com desespero e que, até que ele veio, nunca tinham sido capazes de encontrar.
    Uma das coisas mais interessantes de toda a passagem é o dito de Jesus: "Se, porém, eu expulso demônios pelo Espírito de Deus, certamente é chegado o reino de Deus sobre vós" (versículo 28). É muito significativo destacar que o sinal da chegada do Reino não eram 1grejas cheias e grandes reuniões de avivamento, e sim o triunfo sobre a dor.

    A IMPOSSIBILIDADE DE SER NEUTRO

    Mt 12:30

    A figura de ajuntar e espalhar que Jesus emprega nesta frase pode provir de dois panos de fundo. Pode referir-se à colheita, que não participa da coleta do grão, o espalha e deixa que o leve o vento. Pode fazer referência aos pastores; quem não ajuda a proteger o rebanho, o expõe ao perigo; quem não o reúne o conduz às montanhas perigosas e inóspitas.

    Nesta frase penetrante Jesus estabelece a impossibilidade de alguém permanecer neutro. W. C. Allen escreve: "Nesta luta contra as fortalezas de Satanás só há dois lados, com Jesus ou contra ele, recolher com Jesus ou esparramar com Satanás." Podemos tomar uma analogia muito simples. Podemos tomar esta frase e aplicar a nós mesmos e à Igreja. Se nossa presença não fortalecer a Igreja, nossa ausência a debilita. Não há um ponto intermediário. Se um país estiver em guerra, a nação que permanece neutra está ajudando o inimigo ao negar a ajuda que poderia ter brindado. Em todas as coisas deste mundo o homem deve escolher um lado. Abster-se de decidir a ação suspensa, não é uma saída porque a mera negação de ajuda a um lado significa ajuda ao outro.

    Há três coisas que impulsionam um homem a procurar esta neutralidade impossível.

    1. A inércia da natureza humana. Há muitos a respeito de quem se pode dizer que seu único desejo é não se incomodarem. Afastam-se automaticamente de tudo o que os perturba, e até escolher os incomoda.
    2. A covardia natural da natureza humana. Mais de uma pessoa rejeita o caminho de Cristo porque no fundo de seu coração teme assumir a posição que o cristianismo exige. O que está na base de sua rejeição é a consideração do que pensará e dirá o resto das pessoas. Em seus ouvidos, a voz de seus vizinhos é mais forte que a voz de Deus.
    3. A mera debilidade da natureza humana. A maior parte das pessoas prefere a segurança à aventura, e quanto mais crescem em idade mais se aferram à segurança. Um desafio sempre implica uma aventura. Cristo se aproxima de nós com um desafio, e com muita freqüência preferimos o conforto da inação egoísta à aventura da ação para Cristo.

    Esta frase de Cristo — "Quem não é comigo, é contra mim" — apresenta-nos um problema, pois tanto Lucas como Marcos têm uma declaração que é o oposto desta: "Quem não é contra nós, é por nós" (Mc 9:40; Lc 9:50). Mas estas duas frases não são tão contraditórias como parecem. Devemos assinalar que Jesus pronunciou a segunda frase quando seus discípulos se aproximaram para lhe dizer que tinham buscado deter um homem que expulsava demônios em nome de Cristo, e tinham tentado impedir-lo, porque não era um de seus discípulos. De maneira que se tem feito uma sugestão muito sábia. "Quem não é comigo, é contra mim" é uma prova que devemos nos aplicar a nós mesmos. Estou em realidade do lado do Senhor, ou trato de passar pela vida em um estado de covarde neutralidade? "Quem não é contra nós, é por nós", é uma prova que devemos aplicar a outros. Sou intolerante? Inclino-me a condenar a qualquer um que não fala com minha teologia, que não adora segundo minha liturgia e que não compartilha minhas idéias? Limito o Reino de Deus àqueles que pensam como eu? A afirmação desta passagem é um desafio e uma prova que devemos nos aplicar a nós mesmos; a declaração de Marcos e Lucas é uma afirmação que devemos aplicar a outros. Porque sempre devemos nos julgar a nós mesmos de maneira estrita e a outros com tolerância.

    O PECADO QUE ESTÁ ALÉM DO PERDÃO

    Mateus 12:31-33

    É surpreendente achar na boca de Jesus, o Salvador dos homens, palavras sobre um pecado imperdoável. É tão surpreendente que houve quem quis tirar o agudo caráter definitivo da expressão. Alguns sustentam que se trata de outro exemplo dessa forma vívida que têm os orientais de dizer as coisas. Seria o mesmo caso, por exemplo, que quando Jesus disse que alguém deve odiar a seu pai e a sua mãe para ser um autêntico discípulo de Cristo. Portanto, não terei que entendê-la em toda sua terrível acepção literal, antes ver nela a afirmação de que o pecado contra o Espírito Santo é algo sobremaneira espantoso. Citam-se algumas passagens do Antigo Testamento para apoiar essa hipótese: “Mas a pessoa que fizer alguma coisa atrevidamente, quer seja dos naturais quer dos estrangeiros, injuria ao SENHOR; tal pessoa será eliminada do meio do seu povo, pois desprezou a palavra do SENHOR e violou o seu mandamento; será eliminada essa pessoa." (Núm. 15:30-31). “Portanto, jurei à casa de Eli que nunca lhe será expiada a iniqüidade, nem com sacrifício, nem com oferta de manjares" (1Sm 3:14). “Mas o SENHOR dos Exércitos se declara aos meus ouvidos, dizendo: Certamente, esta maldade não será perdoada, até que morrais, diz o Senhor, o SENHOR dos Exércitos" (Is 22:14). Afirma-se que estes textos dizem algo muito semelhante ao que disse Jesus e que não fazem mais que insistir sobre a natureza grave e terrível do pecado em questão. A única coisa que podemos dizer é que estes textos do Antigo Testamento não têm o mesmo peso, nem produzem a mesma impressão. Há algo muito mais alarmante em ouvir palavras a respeito de um pecado que não tem perdão da boca dAquele que era o amor encarnado de Deus,

    Há uma parte da frase de Jesus que nos é intrigante. São as palavras de Jesus a respeito de que se pode perdoar um pecado contra o Filho do Homem, enquanto que um pecado contra o Espírito Santo é imperdoável. Mateus já havia dito que Jesus é a pedra de toque de toda verdade (Mateus 10:32-33); e é difícil perceber a diferença entre estes dois pecados. Mas pode ser que no fundo o que acontece é que se entendeu mal o que Jesus disse. Já vimos (ver os comentários sobre Mateus 12:1— 8) que a frase hebraica filho de homem só significa um homem, e que os judeus empregavam esta frase quando queriam falar de qualquer homem. Onde nós diríamos: "Havia um homem..." o rabino judeu diria: "Havia um filho de homem..." Pode ser que o que disse Jesus fosse o seguinte: "Se algum homem disser algo contra um homem, ser-lhe-á perdoado; mas se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado." Pode ser que confundamos a um mero mensageiro terrestre com Deus. Mas não podemos nos confundir — a menos que o façamos a propósito — quando Deus nos fala por meio de seu Espírito Santo. Um mensageiro humano sempre corre o risco de equivocar-se, mas o mensageiro divino sempre fala em forma tão clara que só pode ser mal-interpretado de propósito. Alguém pode desobedecer ou ignorar o profeta na praça ou ao pregador que está no púlpito, mas jamais pode desobedecer ou ter em pouco ao Espírito Santo que fala em seu coração.

    Sem dúvida fica mais fácil compreender esta passagem se virmos a diferença entre os dois pecados como um pecado contra o mensageiro humano de Deus, o qual é sério, mas não imperdoável, e um pecado contra o mensageiro divino de Deus, que se faz a propósito e que, como veremos mais adiante, pode terminar sendo imperdoável.

    A COMPREENSÃO PERDIDA

    Mateus 12:31-33 (continuação)

    Busquemos, então, entender o que Jesus quis dizer ao falar do pecado contra o Espírito Santo. Para compreender o que Jesus dizia há algo indispensável. Devemos tomar consciência de que Jesus não falava sobre o Espírito Santo em todo o sentido cristão da palavra. Não poderia havê-lo feito, visto que estava falando com escribas e rabinos judeus que não sabiam nada a respeito da doutrina do Espírito Santo. Por outro lado, tinha que vir o Pentecostes para que o Espírito Santo descesse sobre os homens em todo seu poder, luz e plenitude. É necessário interpretar esta passagem segundo a concepção judia do Espírito Santo. Qual era, então, a concepção judaica do Espírito Santo?

    Segundo o ensino dos judeus, o Espírito Santo tinha duas funções supremas. Em primeiro lugar, o Espírito Santo trazia a luz aos homens; o Espírito Santo era o instrumento de Deus na revelação. Em segundo lugar, o Espírito Santo permitia aos homens reconhecer e entender a verdade quando a viam; o Espírito Santo era o iluminador das mentes dos homens. De maneira que, do ponto de vista dos judeus, o homem precisava do Espírito Santo, tanto para receber para reconhecer a verdade de Deus. Tendo presente esta concepção judia do Espírito Santo, podemos expressar isto de outro modo. Existe no homem uma faculdade outorgada pelo Espírito que lhe permite reconhecer a bondade e a verdade quando está diante delas.

    Agora devemos dar outro passo em nosso intento de compreender o significado das palavras de Jesus. O homem pode perder qualquer faculdade se se negar a usá-la. Isto é certo em qualquer esfera da vida. É certo no plano físico; se alguém deixar de usar e exercitar alguns músculos, atrofiam-se e se fazem inúteis. Isto é certo no plano intelectual; são muitas as pessoas que no colégio em sua juventude aprenderam um pouco de latim ou de francês, mas qualquer conhecimento que tiveram desapareceu faz muito tempo porque não o usaram nem se exercitaram nele. É certo a respeito de qualquer tipo de percepções ou compreensões. Pode-se perder sua avaliação pela boa música se sempre se ouvir música de baixa qualidade. Pode-se perder a capacidade de ler bons livros se só se lerem produtos efêmeros. Pode-se perder a faculdade de desfrutar do prazer limpo, são e puro se durante muito tempo se encontra prazer em coisas baixas e impuras. De maneira que o homem pode perder a capacidade de reconhecer a bondade e a verdade quando está diante delas. Se durante o tempo suficiente fecha seus olhos e ouvidos ao caminho de Deus e segue seu próprio caminho; se durante muito tempo se nega a prestar atenção à guia que Deus lhe oferece, se durante muito tempo dá as costas aos mensageiros que Deus lhe envia, se durante muito tempo prefere suas próprias idéias humanas às idéias que Deus trata de lhe inculcar, por último chega a um ponto no qual não é capaz de reconhecer a verdade, a beleza e a bondade de Deus quando se depara com elas. Chega um momento em que seu próprio mal lhe aparece como algo bom, e o bem de Deus lhe apresenta como algo mau. Esse era o estado ao que tinham chegado estes escribas e fariseus. Tinham permanecido cegos e surdos à guia da mão de Deus e aos impulsos de seu Espírito durante tanto tempo, obstinado-se a seu próprio caminho durante tanto tempo, que tinham chegado a um ponto em que não podiam reconhecer a verdade e a bondade de Deus quando a tinham diante dos olhos. Eram capazes de olhar o bem encarnado e considerá-lo como a encarnação do mal. Eram capazes de olhar ao Filho de Deus e dizer que era o aliado do demônio. O pecado contra o Espírito Santo é o pecado de rechaçar a vontade de Deus tão freqüentemente e com tanta insistência que por último não se pode reconhecê-la quando se apresenta com toda clareza.

    Mas por que deve ser imperdoável esse pecado? O que é o que o diferencia tanto de todos os outros pecados? A resposta é simples. Quando o homem chega a esse estado, é-lhe impossível arrepender-se. Se a gente não pode reconhecer o bem quando o vê, não pode desejar o bem. Se a gente não pode reconhecer que o mal é mal, não pode arrepender-se dele, aborrecê-lo e desejar afastar-se dele. E se não pode, apesar dos fracassos, amar o bem e odiar o mal, não pode arrepender-se. E se não se pode arrepender não pode ser perdoado, porque o arrependimento é a única condição necessária para o perdão. Muitas tristezas seriam evitadas se as pessoas se dessem conta de que a única pessoa que não pode ter cometido o pecado contra o Espírito Santo é aquela que teme tê-lo feito porque o pecado contra o Espírito Santo se pode descrever com exatidão como a perda de todo o senso do pecado.

    A esse estado tinham chegado os escribas e fariseus. Durante tanto tempo tinham permanecido deliberadamente cegos e surdos a Deus, que tinham perdido a capacidade de reconhecer a Deus quando se viram enfrentados com ele. Não era Deus quem os tinha rechaçado ou quem os tinha excluído de toda possibilidade de perdão. excluíram-se por si mesmos, porque anos e anos de resistência contra Deus os tinham convertido no que eram.
    Há nestas palavras uma advertência. Devemos ouvir a Deus todos os dias de maneira tal que nunca desapareça nossa sensibilidade, que nunca deixemos de estar alerta, que nosso ouvido espiritual não se converta em surdez espiritual. É uma virtude o não ouvir mais que o que se ouve, e o ouvir só aquilo para o qual alguém se preparou.
    Há um conto sobre um homem de campo que foi ao escritório de um amigo da cidade. Pelas janelas entrava todo o barulho do trânsito. De repente o camponês disse: "Escuta!" "O que acontece?", perguntou o amigo da cidade. "Um grilo", respondeu o camponês. Por ter ouvido durante anos os sons do campo seus ouvidos se acostumaram a eles, enquanto que o habitante da cidade jamais podia ouvi-los. Entretanto, se tivesse caído uma moeda de prata, o som da prata teria chegado imediatamente aos ouvidos do homem que se dedicava a fazer dinheiro, enquanto que possivelmente o homem de campo jamais o tivesse ouvido. Só o especialista, o homem que se capacitou a ouvi-lo, poderá reconhecer o canto de cada pássaro individual no conjunto deles. Só o especialista, o homem que se treinou nisso, distinguirá cada um dos instrumentos da orquestra e reconhecerá uma solitária nota equivocada dos segundos violinos. É uma lei da vida o ouvirmos só aquilo para o qual nos treinamos. Devemos ouvir a Deus cada dia para que sua voz não se faça cada vez mais fraca até que já não podemos ouvi-la, e sim cada vez mais clara até que se transforme no som para o qual nossos ouvidos estão mais dispostos.
    Jesus termina, pois, com o desafio: "Se fiz uma boa ação, devem reconhecer que sou um homem bom; se fiz uma má ação podem pensar que sou um homem mau. Só se pode conhecer a qualidade de uma árvore por seus frutos, e o caráter de um homem por seus atos."
    Mas o que sucede se alguém se tornou tão cego no que respeita a Deus que é incapaz de reconhecer a bondade quando a tem diante dos olhos?

    CORAÇÕES E PALAVRAS

    Mateus 12:34-37

    Não é surpreendente que Jesus tenha decidido falar aqui sobre a imensa responsabilidade das palavras. Os escribas e fariseus acabavam de pronunciar as palavras mais terríveis. Tinham visto o Filho de Deus e o tinham chamado aliado do demônio. Essas palavras eram sem dúvida algo espantoso. De maneira que Jesus estabeleceu duas leis.

    1. Pode-se ver o estado do coração de um homem mediante as palavras que pronuncia. Faz muito tempo, o dramaturgo grego Menandro, havia dito: "Pode-se conhecer o caráter de um homem por suas palavras." O que está no coração só pode sair à superfície por meio das palavras. O homem só pode tirar a lume por seus lábios aquilo que tem em seu coração. É algo evidente que não há nada tão revelador como as palavras. Não precisamos falar muito tempo com alguém para descobrir se sua mente é pura ou não. Não precisamos ouvi-lo durante muito tempo para descobrir se tem uma mentalidade generosa e amável ou uma mente cruel, indiferente, crítica. Não precisamos ouvir durante muito tempo a alguém que prega ou ensina para descobrir se sua mente é clara e lúcida ou confusa e complicada. Revelamos continuamente o que somos mediante o que dizemos.
    2. Jesus afirmou que o homem prestaria contas de maneira especial por suas palavras ociosas. A palavra que se emprega para significar ociosa é aergos; ergon é a palavra grega que quer dizer um ato ou ação. O prefixo a significa sem. Aergos descrevia aquilo que não estava destinado a produzir nada. Emprega-se ao referir-se a uma árvore estéril, à terra que não está semeada, ao dia de sábado em que não se podia fazer nada, a um homem preguiçoso. Jesus disse algo que é profundamente certo: De fato, há duas grandes verdades nesta passagem.

    (a) As palavras que alguém pronuncia em seus momentos de descuido, as que diz sem pensar, as que emite quando desaparecem as barreiras das convenções sociais, essas palavras são as que mostram o que realmente é. Como diz Plummer: "A palavra que se diz com muito cuidado pode ser uma hipocrisia calculada." Quando alguém está em guarda de maneira consciente, terá muito cuidado com o que diz e como o diz. Mas quando não se cuida, quando não se preocupa com o que diz, suas palavras revelam sua personalidade. É muito possível que as palavras que um homem pronuncia em público sejam finas e nobres, e que suas conversações particulares sejam grosseiras e injuriosas. Em público escolhe com cuidado o que diz, em particular deixa cair todas as barreiras e de seus lábios pode sair qualquer tipo de palavras. O mesmo acontece com a ira: os homens dizem o que pensam realmente quando sentarem ira, dizem o que gostariam de dizer durante muito tempo mas o frio controle da prudência o impediu. Mais de uma pessoa é um modelo de cortesia e encanto em público, quando sabe que o observam e se cuida com esmero do que diz. Enquanto que em sua casa é um horrível exemplo de irritabilidade, sarcasmo, mau humor, protesto, e tudo porque considera que não precisa cuidar-se porque não há ninguém que o observa. É algo humilhante, e ao mesmo tempo é uma advertência, recordar que as palavras que mostram o que somos são as que pronunciamos quando baixamos a guarda.
    (b) Freqüentemente estas palavras são as que provocam o maior mal. Quando um homem experimenta ira pode dizer coisas que jamais teria dito se tivesse exercido o controle. Logo pode afirmar que não quis dizer o que disse, mas isso não o exime da responsabilidade de tê-lo dito. Por outro lado, o fato de tê-lo dito costuma deixar uma ferida que nada pode curar e levanta uma barreira que nada poderá derrubar. Alguém pode dizer em um momento de distensão algo grosseiro e questionável que jamais teria dito em público, e isso pode permanecer na memória de alguém que jamais o esquecerá . Pitágoras, o filósofo grego, disse: "Deves preferir atirar uma pedra por equívoco antes que pronunciares uma palavra por equívoco." Uma vez proferida a palavra que fere ou suja, não há nada que a faça voltar atrás, e segue um caminho de destruição, em qualquer lugar que for.

    Cada homem deve analisar-se a si mesmo. Deve examinar suas palavras para poder descobrir o estado de seu coração. E deve recordar que Deus não o julga pelas palavras que pronuncia com cuidado e premeditação, mas sim pelas que pronuncia quando desapareceram todas as barreiras convencionais e os verdadeiros sentimentos de seu coração aparecem na superfície.

    O ÚNICO SINAL

    Mateus 12:38-42

    "Os judeus", disse Paulo, "pedem sinais" (1Co 1:22). Era típico dos judeus exigir sinais e prodígios aos que se proclamavam mensageiros de Deus. Era como se dissessem: "Prove suas afirmações, e mostre seus créditos, fazendo algo extraordinário."

    Edersheim cita uma passagem das histórias rabínicas para ilustrar a classe de coisas que a opinião popular esperava do Messias: "Quando perguntaram a certo rabino sobre o momento da vinda do Messias, este disse: 'Temo que também me pedirão um sinal.' Quando seus discípulos lhe prometeram que não fariam tal coisa, o rabino lhes disse que cairia a porta de Roma e seria reconstruída, e voltaria a cair, e não haveria tempo de restaurá-la antes da chegada do Filho de Davi. Quando acabou de pronunciar estas palavras pediram-lhe um sinal, apesar de seus protestos. Deu-lhes um sinal: as águas que brotavam da caverna de Banías se converteram em sangue. Quando se desafiou o ensino do rabino Eliézer, este apelou a certos sinais. Em primeiro lugar, uma planta se moveu quando ele ordenou que o fizesse; segundo alguns foram quarenta e cinco metros, segundo outros, cento e oitenta. Depois obrigou aos canais de água a retroceder. As paredes da academia se inclinaram para adiante, e só se detiveram quando o ordenou outro rabino. Por último, Eliézer exclamou: 'Se a Lei for como eu a ensino, que o céu o demonstre.' Chegou uma voz do céu que disse: 'O que vocês têm a dizer do rabino Eliézer, visto que a instrução é como ele a ensina?' "
    Este era o tipo de sinal que os judeus esperavam. E o esperavam porque eram culpados de um pecado fundamental e básico. Queriam ver Deus no incomum. Esqueciam que nunca estamos mais perto de Deus e Deus nunca se manifesta tão perto de nós de modo tão contínuo como nas coisas mais simples de todos os dias.

    Jesus os chama geração má e adúltera. Não se deve tomar a palavra adúltera ao pé da letra: significa apóstata. Atrás dela há uma imagem profética do Antigo Testamento que era muito conhecida naquela época. O relação entre o Israel e Deus se concebia como um vinculo. matrimonial. Deus era o marido de Israel e Israel era a esposa de Deus. Quando Israel era infiel e dava seu amor a outro deus se dizia que a nação era adúltera e que se oferecia a deuses estranhos. Jeremias 3:6-11 é uma passagem típica. Nele se diz que a nação foi acima de todo monte alto e debaixo de toda árvore frondosa e ali fornicou, inclusive quando Israel apostatou e Deus se divorciou dela por sua infidelidade, Judá não fez caso da advertência e seguiu fornicando. Suas fornicações poluíram a terra e adulterou com as pedras e os lenhos. A palavra descreve algo pior que o adultério físico, descreve a infidelidade a Deus da qual surge todo pecado, físico e espiritual.

    Jesus diz que o único sinal que se dará a esta nação será o de Jonas, o profeta. Ora, aqui nos encontramos com um problema. Mateus diz que o sinal é que, assim como Jonas esteve no ventre do grande peixe durante três dias e três noites, o Filho do Homem estará no coração da Terra durante três dias e três noites. Devemos assinalar que estas não são as palavras de Jesus, e sim a explicação de Mateus. Quando Lucas fala do incidente (Lucas 11:29-32) não menciona o fato de que Jonas esteve no ventre do grande peixe. Limita-se a afirmar que Jesus disse: "Porque assim como Jonas foi sinal aos ninivitas, também o será o Filho do Homem a esta geração" (Lc 11:30). O fato é que Mateus compreendeu mal o que Jesus disse. Ao fazê-lo cometeu um engano estranho, porque Jesus não esteve no coração da Terra durante três noites mas apenas dois. Foi enterrado durante a noite da primeira Sexta-feira

    Santa e ressuscitou à manhã do primeiro Domingo de Páscoa. O que acontece é que para os ninivitas o próprio Jonas era o sinal de Deus, e as palavras do Jonas eram a mensagem de Deus.

    O que diz Jesus é o seguinte: "Pedem um sinal — eu sou o sinal de Deus. Vocês não me reconheceram. Os ninivitas reconheceram a advertência de Deus em Jonas, a rainha de Sabá reconheceu a sabedoria de Deus em Salomão. Em mim chegou a vocês uma sabedoria superior a que Salomão jamais teve, e uma mensagem maior que a que jamais trouxe Jonas — mas vocês são tão cegos que não podem ver a verdade e tão surdos que não podem escutar a advertência. E por essa mesma razão chegará o dia em que estas pessoas da antiguidade que reconheceram a Deus quando o tiveram frente a elas atestarão contra vocês, que tiveram uma oportunidade muito maior e não puderam reconhecer a Deus, porque se negaram a fazê-lo."

    Aqui há uma verdade tremenda — Jesus é o sinal de Deus. Assim como Jonas foi a mensagem de Deus aos ninivitas e Salomão foi a sabedoria de Deus para a rainha do Sabá. Em Jesus nos confrontamos com Deus; e a única pergunta autêntica que podemos nos fazer na vida é a seguinte: "Qual é nossa reação quando nos confrontamos com Deus em Jesus Cristo?" Acaso é uma aberta hostilidade, como foi com os escribas e fariseus? Ou é uma aceitação humilde da advertência de Deus e sua verdade, como no caso do povo de Nínive e da rainha de Sabá? A pergunta fundamental da vida é: "O que você pensa de Cristo?"

    O PERIGO DO CORAÇÃO VAZIO

    Mateus 12:43-45

    Nesta pequena e compacta parábola a respeito da casa invadida encontramos todo um mundo da verdade mais prática.

    1. Devemos notar que o espírito imundo é expulso do homem, não destruído. Isso quer dizer que no momento atual se pode vencer o mal, pode-se rechaçá-lo, expulsá-lo; mas não se pode destruí-lo. O mal sempre está à espreita da oportunidade para contra-atacar e para reconquistar o terreno que perdeu. O mal é uma força que foi afastada mas não eliminada.
    2. Isso significa que uma religião negativa nunca é suficiente. Uma religião que consiste em Não farás... está condenada ao fracasso. O problema com uma religião desse tipo é que pode limpar a um homem, mediante proibições sobre todos os maus hábitos e atitudes, mas não pode mantê-lo limpo.

    Apliquemos isto à prática cotidiana. Pode-se reformar a um bêbado, ele pode decidir que não voltará a passar o dia no bar, mas deve encontrar outra coisa para fazer, deve encontrar algo em que ocupar o tempo livre, do contrário voltará a cair em seus maus hábitos. Um homem cuja preocupação constante foi o prazer pode decidir terminar com esse tipo de vida. Mas deve encontrar algo com o que ocupar sua vida e seu tempo, do contrário, devido ao vazio que encontra em sua vida, voltará a suas aventuras. A vida do homem não só se deve esterilizar do mal, deve frutificar no bem. Sempre será certo que "Satanás sempre encontra alguma coisa má para que as mãos ociosas o façam". E se se faz desaparecer um tipo de atitude, é preciso substituí-la por outro, porque a vida não pode permanecer vazia.

    1. De maneira que de tudo isto se conclui que a única cura real e permanente para a ação má é a ação cristã. Qualquer ensino que se limita a dizer ao homem o que não deve fazer está condenado ao fracasso; deve continuar dizendo a ele o que deve fazer. A enfermidade fatal é o tempo livre; até o tempo livre esterilizado em pouco tempo se infectará. A forma mais fácil de dominar as coisas ruins que crescem no jardim é enchê-lo com coisas úteis, embora sejam só batatas. A forma mais fácil de manter uma vida livre de pecado é enchendo-a com uma ação sã.

    Para dizê-lo de uma maneira simples: a Igreja manterá com maior facilidade ao que se convertem se lhes dá um trabalho cristão para fazer. Nosso objetivo não é a mera ausência negativa de ações más; é a presença positiva de vida e obras para Cristo. Se sentimos que as tentações do mal são muito poderosas, uma das melhores maneiras de vencê-las é esquecendo-as e envolvendo-nos em alguma atividade para Deus e para nosso próximo.

    O VERDADEIRO PARENTESCO

    Mateus 12:46-50

    Uma das maiores tragédias humanas da vida de Jesus foi que, durante a mesma, seus seres mais queridos não o compreenderam. "Nem mesmo seus irmãos", diz João, "criam nele" (Jo 7:5). Marcos nos diz que quando Jesus começou sua missão pública seus amigos buscaram detê-lo porque diziam que estava louco (Mc 3:21). Parecia-lhes que estava empenhado em gastar sua vida em uma espécie de loucura.

    Com muita freqüência tem acontecido que quando alguém embarcou no caminho de Jesus, aqueles que estavam mais perto dele e que mais o amavam não o compreenderam e inclusive o trataram com hostilidade. "Os únicos parentes de um cristão" disse um dos primeiros mártires, "são os santos." Muitos dos primeiros quakers sofreram esta amarga experiência. Quando Edward Burroughs começou a viver a nova vida, "seus pais, que se sentiam incomodados por seu 'espírito fanático' expulsaram-no de sua casa." Rogou com humildade a seu pai: "Permita ficar e ser seu servo. Farei o trabalho do moço a quem emprega. Permita ficar!" Mas, como diz seu biógrafo, "Seu pai permanecia impassível, e por muito que o moço amava sua casa e sua vizinhança, não deveria tornar a vê-los."
    A verdadeira amizade e o amor autêntico se apóiam sobre certas coisas sem as quais não podem existir.

    1. A amizade se fundamenta sobre um ideal comum. Pessoas que provêm de ambientes muito diferentes, com estruturas mentais e métodos muito distintos podem ser muito amigos se tiverem diante de si um ideal comum para o qual trabalham e para o qual se inclinam. O ideal é o laço que os une.
    2. A amizade se apóia sobre uma experiência comum, e sobre as lembranças que traz essa experiência. A verdadeira amizade começa quando duas pessoas passaram juntos por uma experiência profunda e podem voltar seu olhar para ela.
    3. O verdadeiro amor se apóia sobre a obediência e nada mais. "Vós sois meus amigos", disse Jesus, ”se fazeis o que eu vos mando” (Jo 15:14). Não há outra forma de demonstrar a realidade do amor a não ser pelo espírito de obediência.

    Por todas estas razões é que nem sempre o parentesco autêntico é uma questão de relação de carne e sangue. É certo que o sangue é um laço que nada pode quebrar, e é certo que são muitos os homens que encontram sua alegria e sua paz no círculo de suas famílias. Mas também é certo que às vezes aqueles que estão mais perto de alguém e que mais o querem são os que menos o compreendem, e que essa pessoa encontra sua verdadeira comunhão com quem trabalha por um mesmo ideal e compartilham uma mesma experiência. Sobre isto não cabe nenhuma dúvida — embora um cristão descubra que aqueles que deveriam estar mais perto dele são os que menos simpatizam com ele, sempre pode estar seguro da companhia de Jesus Cristo e daqueles que amam ao Senhor.


    Notas de Estudos jw.org

    Disponível no site oficial das Testemunhas de Jeová
    Notas de Estudos jw.org - Comentários de Mateus Capítulo 12 versículo 26
    Satanás: Veja a nota de estudo em Mt 4:10.


    Dicionário

    Como

    como adv. 1. De que modo. 2. Quanto, quão. 3. A que preço, a quanto. Conj. 1. Do mesmo modo que. 2. Logo que, quando, assim que. 3. Porque. 4. Na qualidade de: Ele veio como emissário. 5. Porquanto, visto que. 6. Se, uma vez que. C. quê, incomparavelmente; em grande quantidade: Tem chovido como quê. C. quer, loc. adv.: possivelmente. C. quer que, loc. conj.: do modo como, tal como.

    assim como, do mesmo modo que..., tal qual, de que modo, segundo, conforme. – A maior parte destas palavras podem entrar em mais de uma categoria gramatical. – Como significa – “de que modo, deste modo, desta forma”; e também – “à vista disso”, ou – “do modo que”. Em regra, como exprime relação comparativa; isto é – emprega-se quando se compara o que se vai afirmar com aquilo que já se afirmou; ou aquilo que se quer, que se propõe ou se deseja, com aquilo que em mente se tem. Exemplos valem mais que definições: – Como cumprires o teu dever, assim terás o teu destino. – O verdadeiro Deus tanto se vê de dia, como de noite (Vieira). – Falou como um grande orador. – Irei pela vida como ele foi. – Assim como equivale a – “do mesmo modo, de igual maneira que”... Assim como se vai, voltar-se-á. Assim como o sr. pede não é fácil. Digo-lhe que assim como se perde também se ganha. Destas frases se vê que entre como e assim como não há diferença perceptível, a não ser a maior força com que assim como explica melhor e acentua a comparação. – Nas mesmas condições está a locução – do mesmo modo que... Entre estas duas formas: “Como te portares comigo, assim me portarei eu contigo”; “Do mesmo modo que te portares comigo, assim (ou assim mesmo) me portarei contigo” – só se poderia notar a diferença que consiste na intensidade com que aquele mesmo modo enuncia e frisa, por assim dizer, a comparação. E tanto é assim que em muitos casos 290 Rocha Pombo não se usaria da locução; nestes, por exemplo: “Aqueles olhos brilham como estrelas”; “A menina tem no semblante uma serenidade como a dos anjos”. “Vejo aquela claridade como de um sol que vem”. – Tal qual significa – “de igual modo, exatamente da mesma forma ou maneira”: “Ele procedeu tal qual nós procederíamos” (isto é – procedeu como nós rigorosamente procederíamos). Esta locução pode ser também empregada como adjetiva: “Restituiu-me os livros tais quais os levara”. “Os termos em que me falas são tais quais tenho ouvido a outros”. – De que modo é locução que equivale perfeitamente a como: “De que modo quer o sr. que eu arranje o gabinete?” (ou: Como quer o sr. que eu arranje...). – Segundo e conforme, em muitos casos equivalem também a como: “Farei conforme o sr. mandar” (ou: como o sr. mandar). “Procederei segundo me convier” (ou: como me convier).

    Dividido

    Dicionário Comum
    dividido adj. 1. Que se dividiu. 2. Separado em partes ou pedaços. 3. Partido. 4. Diviso.
    Fonte: Priberam

    Expulsar

    Dicionário Comum
    verbo transitivo Repelir ou fazer sair à força alguém ou alguma coisa: expulsar um inimigo.
    Desterrar, degredar, exilar: expulsaram-no do país.
    [Medicina] Expelir, evacuar.
    Fonte: Priberam

    Mesmo

    adjetivo Exprime semelhança, identidade, paridade: eles têm o mesmo gosto.
    O próprio, não outro (colocado imediatamente depois de substantivo ou pronome pessoal): Ricardo mesmo me abriu a porta; uma poesia de Fernando Pessoa, ele mesmo.
    Utilizado de modo reflexivo; nominalmente: na maioria das vezes analisava, criticava-se a si mesmo.
    Que possui a mesma origem: nasceram na mesma região.
    Imediatamente referido: começou a trabalhar em 2000, e nesse mesmo ano foi expulso de casa.
    substantivo masculino Que ocorre da mesma forma; a mesma coisa e/ou pessoa: naquele lugar sempre acontece o mesmo; ela nunca vai mudar, vai sempre ser a mesma.
    conjunção Apesar de; embora: mesmo sendo pobre, nunca desistiu de sonhar.
    advérbio De modo exato; exatamente, justamente: pusemos o livro mesmo aqui.
    De maneira segura; em que há certeza: sem sombra de dúvida: os pastores tiveram mesmo a visão de Nossa Senhora!
    Ainda, até: chegaram mesmo a negar-me o cumprimento.
    locução conjuntiva Mesmo que, ainda que, conquanto: sairei, mesmo que não queiram.
    locução adverbial Na mesma, sem mudança de situação apesar da ocorrência de fato novo: sua explicação me deixou na mesma.
    Etimologia (origem da palavra mesmo). Do latim metipsimus.

    Reino

    substantivo masculino Nação ou Estado governado por príncipe reinante que tem título de rei ou de rainha; monarquia, reinado: o reino da Dinamarca.
    Conjunto das pessoas cujas funções estão subordinadas à aprovação do rei ou da rainha.
    Figurado Domínio, lugar ou campo em que alguém ou alguma coisa é senhor absoluto: esta casa é o reino da desordem.
    Figurado Conjunto do que ou de quem compartilha particularidades essenciais compondo algo único e homogêneo: aquele habita o reino da mentira!
    [Biologia] Divisão que enquadra e agrupa seres, sendo considerada a mais elevada de todas as divisões taxonômicas: os reinos são Animalia, Plantae, Fungi, Monera e Protista .
    [Biologia] Divisão que enquadra seres e coisas por relação de semelhança: reino animal, vegetal, mineral.
    [Regionalismo: Nordeste] Mistura de aguardente.
    expressão Religião Reino de Deus. Expressão evangélica que significa a atualização da realeza eterna de Deus.
    Religião Reino celeste, Reino eterno, Reino dos céus. Paraíso cristão, o céu.
    Etimologia (origem da palavra reino). Do latim regnum.

    Reino Território politicamente organizado, governado por um rei ou por uma rainha (1Rs 2:12); 10.1; (2Cr 22:12).

    Reino O âmbito de soberania de Deus. No Antigo Testamento e na literatura intertestamentária, a idéia do Reino aparece relacionada à intervenção de Deus na história através de seu messias. Essa mesma idéia permaneceu no judaísmo posterior. A crença na vinda do Reino constitui uma das doutrinas básicas do ensinamento de Jesus, que — não poucas vezes — refere-se a esse Reino em suas parábolas. O Reino já se manifestara com a vinda de Jesus e evidenciou-se em seus milagres e expulsões de demônios (Lc 11:20; 10,8-9). Não é deste mundo (Jo 18:36) e, por isso, não segue seu procedimento. A ética do Reino apresentada, por exemplo, no Sermão da Montanha (Mt 5:7) é totalmente diversa de qualquer norma humana e tem sido considerada, com justiça, inaplicável em uma sociedade civil. Se é possível viver, é graças ao amor de Deus e à sua vivência entre pessoas que compartilham essa mesma visão. O início do Reino é pequeno (Mt 13:31-33), contudo, apesar das dificuldades provocadas pelo Diabo e seus sequazes (13 24:30-36'>Mt 13:24-30:36-43), terá um final glorioso na Parusia de Jesus, após um tempo de grande tribulação e da pregação desse mesmo Reino no mundo inteiro (Mt 24:14). Desaparecerá então o domínio do diabo sobre o mundo e acontecerá a ressurreição, a recompensa dos que se salvaram e o castigo eterno dos condenados (13 1:23-24'>Mt 13:1-23:24-43; Mt 25:41-46). É oportuno ressaltar que todos esses aspectos coincidem com idéias sustentadas pelo judaísmo do Segundo Templo. Desde então, toda a humanidade é convidada a entrar no Reino (Mt 13:44-46). O Reino não pode ser confundido com a Igreja — como o demonstraram desenvolvimentos teológicos posteriores —, ainda que nesta se deva viver a vida do Reino.

    G. E. Ladd, El evangelio del reino, Miami 1985; Idem, Theology...; Idem, Crucial questions about the kingdom of God, 1952; J. Grau, Escatología...; J. Bright, The kingdom...; C. H. Dodd, Las parábolas del Reino, Madri 1974; J. Jeremías, Teología..., vol. I; N. Perrin, The Kingdom of God in the teaching of Jesus, Londres 1963; C. Vidal Manzanares, El Primer Evangelio...; Idem, El judeo-cristianismo...; Colectivo, Evangelio y Reino de Dios, Estella 1995.


    Satanas

    hebraico: adversário; grego: Satan

    Satanás

    Satanás [Adversário] - V. DIABO (Mt 12:26).

    Satanás Ver Diabo, Demônios.

    substantivo masculino O diabo; Belzebu, Satã.

    [...] personificação do mal sob forma alegórica, visto não se poder admitir que exista um ser mau a lutar, como de potência a potência, com a Divindade e cuja única preocupação consistisse em lhe contrariar os desígnios. [...]
    Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita• Trad• de Guillon Ribeiro• 86a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - q• 131

    [...] Satã, segundo o Espiritismo e a opinião de muitos filósofos cristãos, não é um ser real; é a personificação do mal, como Saturno era outrora a do Tempo. [...]
    Referencia: KARDEC, Allan• O que é o Espiritismo: noções elementares do mundo invisível, pelas manifestações dos Espíritos• 52a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 1

    A concepção de Satanás é, no fundo, essencialmente atéia. [...] é uma negação hipócrita de Deus em alguns dos seus essenciais atributos.
    Referencia: AMIGÓ Y PELLÍCER, José• Roma e o Evangelho: estudos filosófico-religiosos e teórico-práticos• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Comunicações ou ensinos dos Espíritos

    [...] Satanás é o símbolo do mal. Satanás é a ignorância, a matéria e suas grosseiras influências [...].
    Referencia: DENIS, Léon• Cristianismo e Espiritismo: provas experimentais da sobrevivência• Trad• de Leopoldo Cirne• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 7

    Satanás, o diabo, o demônio – são nomes alegóricos pelos quais se designa o conjunto dos maus Espíritos empenhados na perda do homem. Satanás não era um Espírito especial, mas a síntese dos piores Espíritos que, purificados agora na sua maioria, perseguiam os homens, desviando-os do caminho do Senhor.
    Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 1

    [...] satanás, demônio, diabo – se devem entender – os Espíritos impuros, imundos. São sinônimas tais locuções e é sempre essa a significação em que as empregaram os Evangelhos.
    Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 1

    [...] as expressões Belzebu, Satanás, príncipe dos demônios, diabo [...] não tinham [...] mais do que um sentido figurado, servindo para designar os Espíritos maus que, depois de haverem falido na sua origem, permanecem nas sendas do mal, praticando-o contra os homens.
    Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 2

    Satanás somos nós, Satanás são todos aqueles que não fazem a vontade de Deus e não seguem a doutrina de N. S. Jesus Cristo. Satanás é o nosso orgulho, a nossa vaidade, a nossa avareza; são todos os nossos instintos perversos, que nos colocam numa montanha terrível de tentações, para que sejamos atraídos ao abismo, onde devemos encontrar as sombras de uma morte eterna, se eternos forem os nossos maus instintos.
    Referencia: SILVA JÚNIOR, Frederico Pereira da• Jesus perante a cristandade• Pelo Espírito Francisco Leite Bittencourt Sampaio• Org• por Pedro Luiz de Oliveira Sayão• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 3

    Satã é a inteligência perversa.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Libertação• Pelo Espírito André Luiz• 29a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 1


    O nome

    Significado

    O vocábulo “Satan” deriva do hebraico e significa “agir como um adversário”. O verbo pode significar também “acusar”. O substantivo é transliterado para o grego como “Satanás” e aparece cerca de 35 vezes no Novo Testamento. Às vezes a palavra é usada simplesmente para descrever um adversário humano. Por exemplo, no texto hebraico de I Samuel 29:4, os comandantes filisteus objetaram quanto ao fato de Davi estar entre eles e insistiram para que fosse mandado de volta ao seu povo: “Faze voltar a este homem, e torne ao seu lugar em que tu o puseste. Não desça conosco à batalha, para que não se nos torne na batalha em adversário (isto é, satanás)”. Algumas vezes este termo é usado precedido de artigo e nesses casos indica “o Satanás”, ou seja, o adversário pessoal de Deus e de seu povo. De fato, no Novo Testamento torna-se o título desse ser angelical caído, mas ainda assim poderoso. Ele é chamado especificamente de “vosso adversário” (1Pe 5:8).


    Outros nomes descritivos Freqüentemente outros nomes ou descrições são aplicados a Satanás. Evidentemente era a “serpente” de Gênesis 3:1. Em Apocalipse 12:9-20:2, é novamente chamado de “a antiga serpente” e também de “dragão”, “o diabo ou Satanás”. O termo “diabo” (derivado de uma raiz que significa “acusar”) é usado regularmente no Novo Testamento (aproximadamente 36 vezes); outros nomes ajudam a criar um quadro desse ser pessoal do mal. Em Apocalipse 9:11 ele é o “Abadom” ou, em grego, “Apoliom”. Esse “destruidor” é “o anjo do abismo”, a “estrela que caiu do céu” (v. 1). Termos descritivos como Apoliom ou “o anjo do abismo” num certo sentido referem-se mais à personificação da destruição e da morte do que a outro nome para Satanás. De qualquer maneira, em última análise tal “destruição” certamente emana dele próprio (v. 1, a estrela caída); portanto, frases, termos e nomes como esses contribuem para o nosso entendimento sobre tal ser. Descrições ainda mais surpreendentes referentes a Satanás incluem: “deus deste século” (2Co 4:4); “príncipe dos demônios” (Mt 12:24); “príncipe das potestades do ar” (Ef 2:2); “poder deste mundo tenebroso” (Ef 6:12); “tentador” (Mt 4:3); “maligno” (Mt 13:19). Em II Coríntios 6:15 é chamado de “Belial” e em Mateus 12:24, de “Belzebu”. Em João 8:44 Jesus o chamou de “homicida desde o princípio” e de “mentiroso e pai da mentira”.

    A descrição bíblica


    Sua pessoa A Bíblia descreve Satanás como um ser angelical que se rebelou contra Deus, o Criador. Surpreendentemente, pouca informação é dada sobre sua posição no céu e não há nenhuma explicação para sua disposição e desejos malignos. Uma passagem em Ezequiel 28:11-19 proporciona alguns antecedentes, embora o seu nome não seja mencionado. A passagem relaciona-se diretamente a uma profecia contra o rei de Tiro e por isso há argumentos de que nada tem que ver com Satanás. Parece provável, contudo, que as referências a um “querubim” e o fato de estar presente no “Éden, o jardim de Deus” signifiquem que o autor aplicava verdades sobre Satanás ao rei de Tiro ou descrevia o diabo, que nesta instância é representado pelo rei humano. Em qualquer caso é possível aprender algo sobre Satanás, direta ou indiretamente.

    Ele era “o selo da perfeição” (Ez 28:12) e “perfeito em formosura”, mas não deixava de ser uma criatura (v. 15). Vivia no “monte santo de Deus” e era “querubim da guarda ungido” pelo próprio Deus (v. 14). Finalmente, achou-se iniqüidade nele (v. 15), seu interior se encheu de violência e pecou (v. 16). Isso fez com que fosse expulso do “monte santo de Deus”. Foi lançado sobre a Terra e tornado em cinza aos olhos de todos os que o contemplavam (vv. 16-18). Outras descrições de anjos desalojados do céu são encontradas em Judas 6 e II Pedro 2:4 (veja também Is 14:12-17, onde o rei da Babilônia é descrito em termos bem similares a esses usados por Ezequiel com relação ao rei de Tiro).
    Seus propósitos O propósito de Satanás é conquistar o controle para si, a fim de frustrar a vontade do Todo-poderoso e destruir a Igreja. Ele é tortuoso e enganador. Pensa, argumenta e formula estratégias cujo objetivo é a destruição do povo de Deus. É visto continuamente em guerra contra o Senhor, mas sempre no contexto de um ser criado e subordinado, para o qual Deus tem um destino determinado e inevitável. Embora não haja na Bíblia nenhum vestígio de dualismo entre o bem e o mal ou qualquer igualdade entre o maldade de Satanás e a bondade de Jesus Cristo, parte da sutileza do diabo é fazer imitações da verdade. Busca persuadir os que acreditam nele que tem poder e autoridade iguais aos de Jesus. Diferentemente de Cristo, o “Leão de Judá”, Satanás apenas ruge como leão, “buscando a quem possa tragar” (1Pe 5:8). Diferentemente de Jesus, que é “a luz do mundo”, Satanás pode apenas fingir, transformando-se “em anjo de luz”, a fim de enganar o povo de Deus (2Co 11:14).

    Existem vários incidentes descritos nas Escrituras em que suas tentativas de realizar seus propósitos são retratadas de forma vívida. No livro de Jó, o propósito de Satanás, como adversário do servo do Senhor, era desacreditá-lo diante de Deus (1:2). O Senhor, entretanto, conhecia o coração de Jó, sua integridade e confiança; permitiu que Satanás exercesse um relativo poder sobre ele durante algum tempo, para prová-lo e tentá-lo. As piores coisas que o diabo pôde lançar contra Jó falharam em fazê-lo negar a Deus. Outro incidente no qual Satanás tentou fazer com que um homem temente ao Senhor se desviasse é mencionado em I Crônicas 21:1. O diabo tentou o rei Davi, fazendo-o desobedecer à Lei de Deus e cometer o pecado de recensear o povo contra a vontade de Deus. Diferentemente de Jó, que permaneceu íntegro, Davi sucumbiu à tentação e imediatamente o juízo do Todo-poderoso caiu sobre ele, por causa de sua transgressão. Mesmo no julgamento, entretanto, houve provisão para o perdão e novamente ele foi restaurado a um relacionamento adequado com o Senhor, a despeito dos esforços de Satanás em contrário.

    O papel de Satanás como acusador também é retratado em Zacarias 3. Ele acusou o sumo sacerdote Josué na presença de Deus, ao tentar desqualificá-lo para o serviço do Senhor (v. 1). Como membro do povo de Deus, os pecados de Josué foram perdoados (v. 4). O Senhor providenciou para que o ataque de Satanás não tivesse efeito e assumiu a responsabilidade de fazer com que Josué fosse vestido com vestes limpas e puras, como símbolo de sua justificação diante de Deus.

    No Novo Testamento, o foco do ataque de Satanás é sobre Cristo e depois sobre sua Igreja. Começou quando Jesus foi tentado pelo diabo. Num episódio com muitas similaridades com a tentação de Israel na jornada para Canaã, depois da saída do Egito, Cristo foi levado para o deserto pelo Espírito de Deus. Ali foi testado pelo diabo. O objetivo principal de Satanás era fazer com que Jesus se desviasse de seu objetivo de ir à cruz, a fim de promover a salvação. Ao contrário dos israelitas, entretanto, o verdadeiro e perfeito Filho de Deus não pecou e em toda situação seguiu a vontade do Pai celestial em fiel obediência. As tentações estão listadas em Mateus 4:1-12 e nas passagens paralelas em Marcos 1 e Lucas 4. A obediência de Jesus era especificamente à Palavra de Deus, a qual citou contra Satanás.

    A maneira como Satanás distorceu o significado e a aplicação das Escrituras durante a tentação de Jesus é parte integrante de seu trabalho, o qual Cristo enfatizou na parábola do semeador (Mc 4:15). As pessoas ouvem a Palavra de Deus, mas Satanás tenta roubá-la de dentro delas. Ciente de que “a fé vem pelo ouvir a palavra de Deus” (Rm 10:17), o diabo faz tremendos esforços para impedir as pessoas de ouvir e entender a mensagem de Cristo (2Co 4:4).

    Satanás também engana as pessoas, quando as faz pensar que ele é o soberano neste mundo; devido ao fato de que muitos acreditam nele e rejeitam o Senhor Deus, ele adquire um certo domínio no mundo. Portanto, seu objetivo no Novo Testamento relaciona-se especialmente em afastar as pessoas de Cristo e trazê-las de volta ao seu controle ou evitar que reconheçam a verdade de que Jesus é o Senhor dos senhores. Foi nisso que Cristo pensou, quando se referiu a Satanás como “o príncipe deste mundo” (Jo 12:31; Jo 16:11). Em certo sentido, o extraordinário poder do diabo como príncipe ou dominador deste mundo foi visto claramente quando Jesus foi crucificado. Cristo reconheceu brevemente o poder do diabo em João 14:30; em última análise, ver a cruz como vitória de Satanás na verdade seria vê-la com olhos fechados por ele. Foi naquele momento, que aparentemente representava o maior triunfo do diabo, quando Cristo morreu na cruz, que o extraordinário poder de Deus, seu controle total sobre todas as coisas e sua fidelidade para com seu povo (o alvo dos ataques de Satanás) foram realmente vistos.


    Seu poder Apesar de ser essa a primeira impressão, a cruz não foi o lugar de demonstração do grande poder de Satanás. Pelo contrário, foi o local onde a limitação de seu poder foi vista claramente. Através de toda a Bíblia seu poder sempre é demonstrado como sujeito à vontade permissiva de Deus. No incidente com Jó, o Senhor estabeleceu limites bem específicos para o que era permitido a Satanás fazer. O mesmo aconteceu no incidente com o sumo sacerdote Josué. Essa limitação do poder de Satanás foi indicada pela primeira vez no julgamento do Senhor sobre ele, depois do pecado de Adão e Eva, no jardim do Éden. Ali Satanás foi condenado a uma existência desesperada na qual falharia repetidamente em seus ataques contra o povo de Deus. A maldição do Senhor o advertiu de que, ao “ferir o calcanhar” do descendente da mulher, este iria “esmagar a cabeça” da serpente (Gn 3:15). Embora sem dúvida esse seja o conhecimento do povo de Deus através dos séculos, foi particularmente verdadeiro com relação a Jesus Cristo. Satanás o feriu na crucificação, mas exatamente naquele momento a maldição do Todo-poderoso se cumpriu: o preço pelo pecado foi pago, o povo de Deus foi redimido e o Senhor venceu a morte por meio da ressurreição de Jesus, as primícias daqueles que dormem (1Co 15:20). Satanás foi ferido mortalmente.

    Nem Satanás nem todas as suas forças são capazes de “nos separar (o povo de Deus) do amor de Cristo” (Rm 8:35). Em todas as coisas, Deus e o seu Cristo têm o poder final e completo. O diabo não é onisciente (não conhece todas as coisas) nem onipotente (não tem poder absoluto) e nem mesmo onipresente (não pode estar em todos os lugares ao mesmo tempo). De fato, ele mesmo reconheceu suas limitações em sua discussão com Deus sobre Jó, a quem reconheceu que o Senhor protegera (1:10).

    Entretanto, o poder limitado de Satanás é extremamente perigoso para o povo de Deus. A respeito do diabo é dito que ele levou Ananias e Safira, membros da Igreja primitiva, ao pecado que causou a morte de ambos (At 5:3). Satanás foi capaz, pelo menos temporariamente, de impedir o trabalho de Paulo (1Ts 2:18) e o apóstolo advertiu Timóteo sobre as pessoas nas igrejas que se desviaram para seguir o diabo (1Tm 5:15).

    A defesa do cristão

    Em muitas ocasiões, o Novo Testamento alerta os cristãos a se defender contra Satanás. O fato de que durante a tentação no deserto, Jesus respondeu ao diabo três vezes com as palavras “está escrito...” (Mt 4:10) mostra o caminho diante de nós. Cristo usou as Escrituras (a Palavra de Deus) como principal defesa contra o diabo. Devemos dar ouvidos à Palavra de Deus, a Bíblia, tanto aos mandamentos como às promessas. Devemos viver pela fé no Todo-poderoso, cuja Palavra tem o poder de salvar. Devemos viver em obediência à Palavra, para termos a proteção do Senhor. A Palavra de Deus não é somente uma arma defensiva contra Satanás — é também ofensiva, pois é a “espada do Espírito” (Ef 6:17). A fé em Deus e em sua Palavra torna-se um escudo com o qual todas as flechas inflamadas do maligno podem ser apagadas (v. 16).

    Os cristãos já viram uma prova do poder de Deus sobre Satanás quando suas próprias mentes ficaram livres da tirania dele e entenderam e creram na verdade (At 26:17-18). Também sabem que a vitória sobre o diabo, conquistada na cruz, será finalmente demonstrada ao mundo, na volta de Cristo após o Arrebatamento da Igreja, quando o golpe final na cabeça da serpente será testemunhado por toda a humanidade (Rm 16:20; Ap 20:10). Usar a Palavra de Deus desta maneira, como uma defesa prática contra o tentador e o acusador, exige obediência fiel e diária. A submissão ao Senhor é o outro lado da moeda que diz “resisti ao diabo” (Tg 4:7). Os passos práticos da obediência à Palavra de Deus, ou seja, na diligência, no cuidado para com as outras pessoas, sem jamais permitir que o sol se ponha sobre a ira etc., são meios que impedem o diabo de encontrar um “lugar” na vida do cristão (Ef 4:27-28). As tentações lançadas por ele devem ser vencidas a todo custo. A Bíblia não oferece nenhuma forma mística para tal atitude, mas sim conselhos simples e práticos, como, por exemplo, não se abster desnecessariamente de ter relações sexuais com o cônjuge, “para que Satanás não vos tente por causa da incontinência” (1Co 7:5). Evidentemente tal defesa prática contra o diabo só é possível por causa da presença do Espírito Santo: “Porque maior é o que está em vós do que o que está no mundo” (1Jo 4:4).

    Em última análise, entretanto, a defesa do cristão é maravilhosamente gloriosa, pois é baseada na obra expiatória de Cristo na cruz. Por meio da fé em Jesus, o crente sabe que, se Satanás por um breve momento o leva ao pecado, por causa da morte de Cristo o castigo já foi pago e a justificação é uma realidade. O veredito de “não culpado” foi pronunciado por Deus com antecedência (“sendo, pois, justificados” Rm 5:1). A obra contínua de intercessão de Cristo em favor do crente o protege, sustenta e possibilita o perdão do Pai.

    A destruição de Satanás

    A Bíblia não somente mostra as limitações do poder de Satanás, mas também revela qual será o fim dele. O Senhor Deus prometeu um juízo pleno e definitivo para o diabo e todos os seus seguidores. Seu fim foi sugerido em Gênesis 3:15 e Ezequiel 28:19, mas tornou-se explícito no Novo Testamento com o advento de Jesus Cristo, em sua morte e ressurreição (Mt 25:41; Lc 10:18). O livro de Apocalipse, dirigido a uma igreja perseguida, que sofria sob o tormento de Satanás e seus seguidores, dá uma atenção especial à sua derrota final e o seu lançamento “no lago de fogo”. Alguns acreditam que a vinda de Cristo será antecedida por uma grande atividade por parte de Satanás; entretanto, qualquer que seja a maneira que esses eventos finais da história se revelem, Apocalipse deixa absolutamente claro que sua influência, poder e controle serão destruídos completamente, de maneira que no novo céu e na nova terra não estarão mais presentes. Até mesmo a morte, que Satanás tem usado para criar medo e rebelião no mundo, não existirá mais. É difícil compreender a glória dessa expulsão final. Os crentes oram por isso há muito tempo (1Co 16:22; Ap 6:10), mas será um dia que trará a maior glória a Deus, o Salvador, e trará grande paz e alegria a todos os crentes, pois “Deus enxugará de seus olhos toda lágrima. Não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, pois já as primeiras coisas são passadas” (Ap 21:4; veja também Ap 20:7-14; 2Ts 2:3-12; Ap 12:9-12; etc.). P.D.G.


    Subsistir

    Dicionário Comum
    verbo intransitivo Preservar a sua intensidade (força ou ação); sobreviver ou perdurar: mesmo com a tragédia, subsiste forte.
    Seguir sem que haja destruição; não ser estragado nem suprimido; remanescer: uma lei que subsiste; a arquitetura barroca ainda subsiste; os anos passam, mas a esperança subsiste.
    Permanecer vivo; conservar-se: mesmo com a tecnologia, seus hábitos arcaicos subsistiram.
    Figurado Sobreviver numa situação precária e muito difícil; morar: eles subsistem em pequenas casas sobre o rio.
    verbo transitivo indireto Viver de acordo com suas necessidades; conseguir seu próprio sustento; sustentar-se: subsiste da aposentadoria.
    verbo transitivo direto Enfrentar algum perigo e continuar vivo; sobreviver: subsistiu a muitas tragédias.
    Etimologia (origem da palavra subsistir). Do latim subsistere.
    Fonte: Priberam

    Dicionário Etimológico
    verbo intransitivo Preservar a sua intensidade (força ou ação); sobreviver ou perdurar: mesmo com a tragédia, subsiste forte.
    Seguir sem que haja destruição; não ser estragado nem suprimido; remanescer: uma lei que subsiste; a arquitetura barroca ainda subsiste; os anos passam, mas a esperança subsiste.
    Permanecer vivo; conservar-se: mesmo com a tecnologia, seus hábitos arcaicos subsistiram.
    Figurado Sobreviver numa situação precária e muito difícil; morar: eles subsistem em pequenas casas sobre o rio.
    verbo transitivo indireto Viver de acordo com suas necessidades; conseguir seu próprio sustento; sustentar-se: subsiste da aposentadoria.
    verbo transitivo direto Enfrentar algum perigo e continuar vivo; sobreviver: subsistiu a muitas tragédias.
    Etimologia (origem da palavra subsistir). Do latim subsistere.
    Fonte: Dicionário Etimológico 7Graus

    Dicionário da Bíblia de Almeida
    Subsistir
    1) Existir (Fp 2:6)

    2) Permanecer (Jo 9:41), RA).

    3) Manter-se em pé (Na 1:6); (Lc 11:18).

    4) Conservar em ordem e harmonia (Cl 1:17).
    Fonte: Sociedade Bíblica do Brasil

    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    εἰ Σατανᾶς ἐκβάλλω Σατανᾶς μερίζω ἐπί ἑαυτού πῶς οὖν ἵστημι βασιλεία
    Mateus 12: 26 - Texto em Grego - (BGB) - Bíblia Grega Bereana

    E, se Satanás expulsa a Satanás, está dividido contra si mesmo; como subsistirá, o seu reino?
    Mateus 12: 26 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    Novembro de 29
    G1438
    heautoû
    ἑαυτοῦ
    cortar, talhar, picar, derrubar, separar, cortar em dois, raspar
    (cut down)
    Verbo
    G1487
    ei
    εἰ
    se
    (If)
    Conjunção
    G1544
    ekbállō
    ἐκβάλλω
    expulsar, expelir, mandar sair
    ( I might cast out)
    Verbo - aorista (pretérito não qualificado de um verbo sem referência à duração ou conclusão da ação) Subjuntivo Ativo - 1ª pessoa do singular
    G1909
    epí
    ἐπί
    sobre, em cima de, em, perto de, perante
    (at [the time])
    Preposição
    G2476
    hístēmi
    ἵστημι
    causar ou fazer ficar de pé, colocar, pôr, estabelecer
    (it stood)
    Verbo - aorista (pretérito não qualificado de um verbo sem referência à duração ou conclusão da ação) Indicativo Passivo - 3ª pessoa do singular
    G2532
    kaí
    καί
    desejo, aquilo que é desejável adj
    (goodly)
    Substantivo
    G3307
    merízō
    μερίζω
    dividir
    (having divided)
    Verbo - particípio aorista (pretérito não qualificado de um verbo sem referência à duração ou conclusão da ação) passivo - Feminino no Singular nominativo
    G3588
    ho
    para que
    (that)
    Conjunção
    G3767
    oûn
    οὖν
    portanto / por isso
    (therefore)
    Conjunção
    G4459
    pōs
    πῶς
    dente, dente grande
    (the great teeth)
    Substantivo
    G4567
    Satanâs
    Σατανᾶς
    obra
    (works [are])
    Substantivo
    G846
    autós
    αὐτός
    dele
    (of him)
    Pronome Pessoal / Possessivo - Genitivo Masculino 3ª pessoa do singular
    G932
    basileía
    βασιλεία
    um rubenita que demarcou o limite entre Judá e Benjamim com uma pedra
    (of Bohan)
    Substantivo


    ἑαυτοῦ


    (G1438)
    heautoû (heh-ow-too')

    1438 εαυτου heautou

    (incluindo todos os outros casos)

    de um pronome reflexivo que caiu em desuso e o caso genitivo (caso dativo ou acusativo) de 846; pron

    1. ele mesmo, ela mesma, a si mesmo, eles ou elas mesmos, a si próprios

    εἰ


    (G1487)
    ei (i)

    1487 ει ei

    partícula primária de condicionalidade; conj

    1. se

    ἐκβάλλω


    (G1544)
    ekbállō (ek-bal'-lo)

    1544 εκβαλλω ekballo

    de 1537 e 906; TDNT - 1:527,91; v

    1. expulsar, expelir, mandar sair
      1. com noção de violência
        1. expelir (expulsar)
        2. expulsar
          1. do mundo, i.e. ser privado do poder e influência que se exerce no mundo
          2. uma coisa: excremento da barriga na fossa
        3. expelir uma pessoa de uma sociedade: banir de uma família
        4. compelir alguém a partir; mandar alguém partir, de modo severo ainda que não violento na linguagem
        5. empregado para expressar a idéia de que o movimento rápido de algo saindo é transferido para algo sendo lançado
          1. ordenar ou fazer alguém sair apressadamente
        6. fazer sair com força, puxar
        7. com implicacões da força superar força oposta
          1. fazer uma coisa se mover em linha reta até o seu alvo pretendido
        8. rejeitar com desprezo, rejeitar ou jogar fora
      2. sem noção de violência
        1. fazer sair, extrair, algo inserido em outra coisa
        2. fazer sair, gerar
        3. excetuar, omitir, i.e. não receber
        4. levar ou conduzir a algum lugar com uma força que não se pode resistir

    ἐπί


    (G1909)
    epí (ep-ee')

    1909 επι epi

    uma raíz; prep

    sobre, em cima de, em, perto de, perante

    de posição, sobre, em, perto de, acima, contra

    para, acima, sobre, em, através de, contra


    ἵστημι


    (G2476)
    hístēmi (his'-tay-mee)

    2476 ιστημι histemi

    uma forma prolongada de uma palavra primária σταω stao stah’-o (do mesmo significado, e usado para este em determinados tempos); TDNT - 7:638,1082; v

    1. causar ou fazer ficar de pé, colocar, pôr, estabelecer
      1. ordenar ficar de pé, [levantar-se]
        1. na presença de outros, no meio, diante de juízes, diante dos membros do Sinédrio;
        2. colocar
      2. tornar firme, fixar, estabelecer
        1. fazer uma pessoa ou algo manter o seu lugar
        2. permanecer, ser mantido íntegro (de família, um reino), escapar em segurança
        3. estabelecer algo, fazê-lo permanecer
        4. segurar ou sustentar a autoridade ou a força de algo
      3. colocar ou pôr numa balança
        1. pesar: dinheiro para alguém (porque antigamente, antes da introdução da moeda, era costume pesar os metais)
    2. permanecer
      1. ficar de pé ou próximo
        1. parar, permanecer tranqüilo, permanecer imóvel, permanecer firme
          1. da fundação de uma construção
      2. permanecer
        1. continuar seguro e são, permanecer ileso, permanecer pronto ou preparado
        2. ser de uma mente firme
        3. de qualidade, alguém que não hesita, que não desiste

    καί


    (G2532)
    kaí (kahee)

    2532 και kai

    aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj

    1. e, também, até mesmo, realmente, mas

    μερίζω


    (G3307)
    merízō (mer-id'-zo)

    3307 μεριζω merizo

    de 3313; v

    1. dividir
      1. separar em partes, cortar em pedaços
        1. dividir em partes, i.e. ser separado em facções
      2. distribuir
        1. uma coisa entre pessoas
        2. dar, conceder


    (G3588)
    ho (ho)

    3588 ο ho

    que inclue o feminino η he, e o neutro το to

    em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo

    1. este, aquela, estes, etc.

      Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.


    οὖν


    (G3767)
    oûn (oon)

    3767 ουν oun

    aparentemente, palavra raiz; partícula

    1. então, por esta razão, conseqüentemente, conformemente, sendo assim

    πῶς


    (G4459)
    pōs (poce)

    4459 πως pos

    advérbio da raiz de 4226, partícula interrogativa de modo; partícula

    1. como, de que maneira

    Σατανᾶς


    (G4567)
    Satanâs (sat-an-as')

    4567 σατανας Satanas

    de origem aramaica e relacionado a 4566 (com o afixo definido); TDNT - 7:151,1007; n pr m

    1. adversário (alguém que se opõe a outro em propósito ou ação), nome dado
      1. ao príncipe dos espíritos maus, o adversário inveterado de Deus e Cristo
        1. incita à apostasia de Deus e ao pecado
        2. engana os homens pela sua astúcia
        3. diz-se que os adoradores de ídolos estão sob seu controle
        4. pelos seus demônios, é capaz de possuir pessoas e infligi-las com enfermidades
        5. é derrotado com a ajuda de Deus
        6. na volta de Cristo do céu, ele será preso com cadeias por mil anos, mas quando os mil anos terminarem, ele andará sobre a terra ainda com mais poder, mas logo após será entregue à condenação eterna
      2. pessoa semelhante a Satanás

    αὐτός


    (G846)
    autós (ow-tos')

    846 αυτος autos

    da partícula au [talvez semelhante a raiz de 109 pela idéia de um vento instável] (para trás); pron

    1. ele próprio, ela mesma, eles mesmos, de si mesmo
    2. ele, ela, isto
    3. o mesmo

    βασιλεία


    (G932)
    basileía (bas-il-i'-ah)

    932 βασιλεια basileia

    de 935; TDNT - 1:579,97; n f

    1. poder real, realeza, domínio, governo
      1. não confundir com um reino que existe na atualidade. Referência ao direito ou autoridade para governar sobre um reino
      2. do poder real de Jesus como o Messias triunfante
      3. do poder real e da dignidade conferida aos cristãos no reino do Messias
    2. um reino, o território sujeito ao governo de um rei
    3. usado no N.T. para referir-se ao reinado do Messias