Enciclopédia de Hebreus 10:38-38

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

hb 10: 38

Versão Versículo
ARA todavia, o meu justo viverá pela fé; e: Se retroceder, nele não se compraz a minha alma.
ARC Mas o justo viverá da fé; e, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele.
TB Mas o meu justo viverá da fé,
BGB ὁ δὲ δίκαιός ⸀μου ἐκ πίστεως ζήσεται, καὶ ἐὰν ὑποστείληται, οὐκ εὐδοκεῖ ἡ ψυχή μου ἐν αὐτῷ.
BKJ Ora, o justo viverá pela fé; mas se algum homem recuar, a minha alma não terá prazer nele.
LTT O justo, porém, proveniente- de- dentro- da fé viverá; e, se qualquer (outro) homem 1569 se retirar ① (medrosamente), não tem prazer a Minha alma nele. Hc 2:4; Sf 1:6; Ml 1:10
BJ2 O meu justo viverá pela fé; mas, se esmorecer, nele não encontro mais nenhuma satisfação.
VULG Justus autem meus ex fide vivit : quod si subtraxerit se, non placebit animæ meæ.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Hebreus 10:38

Salmos 5:4 Porque tu não és um Deus que tenha prazer na iniquidade, nem contigo habitará o mal.
Salmos 85:8 Escutarei o que Deus, o Senhor, disser; porque falará de paz ao seu povo e aos seus santos, contanto que não voltem à loucura.
Salmos 147:11 O Senhor agrada-se dos que o temem e dos que esperam na sua misericórdia.
Salmos 149:4 Porque o Senhor se agrada do seu povo; ele adornará os mansos com a salvação.
Isaías 42:1 Eis aqui o meu Servo, a quem sustenho, o meu Eleito, em quem se compraz a minha alma; pus o meu Espírito sobre ele; juízo produzirá entre os gentios.
Ezequiel 3:20 Semelhantemente, quando o justo se desviar da sua justiça e fizer maldade, e eu puser diante dele um tropeço, ele morrerá; porque, não o avisando tu, no seu pecado morrerá, e suas justiças que praticara não virão em memória, mas o seu sangue da tua mão o requererei.
Ezequiel 18:24 Mas, desviando-se o justo da sua justiça, e cometendo a iniquidade, e fazendo conforme todas as abominações que faz o ímpio, porventura viverá? De todas as suas justiças que tiver feito não se fará memória; na sua transgressão com que transgrediu, e no seu pecado com que pecou, neles morrerá.
Habacuque 2:4 Eis que a sua alma se incha, não é reta nele; mas o justo, pela sua fé, viverá.
Sofonias 1:6 e os que deixam de andar em seguimento do Senhor, e os que não buscam ao Senhor, nem perguntam por ele.
Malaquias 1:10 Quem há também entre vós que feche as portas e não acenda debalde o fogo do meu altar? Eu não tenho prazer em vós, diz o Senhor dos Exércitos, nem aceitarei da vossa mão a oblação.
Mateus 12:18 Eis aqui o meu servo que escolhi, o meu amado, em quem a minha alma se compraz; porei sobre ele o meu Espírito, e anunciará aos gentios o juízo.
Mateus 12:43 E, quando o espírito imundo tem saído do homem, anda por lugares áridos, buscando repouso, e não o encontra.
Mateus 13:21 mas não tem raiz em si mesmo; antes, é de pouca duração; e, chegada a angústia e a perseguição por causa da palavra, logo se ofende;
Romanos 1:17 Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé.
Gálatas 3:11 E é evidente que, pela lei, ninguém será justificado diante de Deus, porque o justo viverá da fé.
I Tessalonicenses 2:15 os quais também mataram o Senhor Jesus e os seus próprios profetas, e nos têm perseguido, e não agradam a Deus, e são contrários a todos os homens.
Hebreus 6:4 Porque é impossível que os que já uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se fizeram participantes do Espírito Santo,
Hebreus 10:26 Porque, se pecarmos voluntariamente, depois de termos recebido o conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados,
II Pedro 2:19 prometendo-lhes liberdade, sendo eles mesmos servos da corrupção. Porque de quem alguém é vencido, do tal faz-se também servo.
I João 2:19 Saíram de nós, mas não eram de nós; porque, se fossem de nós, ficariam conosco; mas isto é para que se manifestasse que não são todos de nós.

Notas de rodapé da LTT

As notas de rodapé presentes na Bíblia versão LTT, Bíblia Literal do Texto Tradicional, são explicações adicionais fornecidas pelos tradutores para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas são baseadas em referências bíblicas, históricas e linguísticas, bem como em outros estudos teológicos e literários, a fim de fornecer um contexto mais preciso e uma interpretação mais fiel ao texto original. As notas de rodapé são uma ferramenta útil para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira compreender melhor o significado e a mensagem das Escrituras Sagradas.
 1569

Hb 10:38 "se qualquer (outro) homem se retirar ① (medrosamente), não tem prazer a Minha alma nele":
- Antes de tudo, aplica-se a nota preambular de Hebreus. Ademais,
- A palavra "ele" não existe explicitamente no texto grego. Mesmo que se diga que ela pode ser considerada implícita, respondemos que não seria referente ao "justo" de antes, mas se aplica a outra pessoa, que está sendo contrastada com o justo. Portanto, seguimos a versão Etíope e a melhor tradução que jamais foi feita, a King James Bible, ambas têm "qualquer.... homem".
- "O justo... proveniente- de- dentro- da fé viverá " vem de Hc 2:4 (aplicando-se aos verdadeiramente crentes e justificados), mas "se retirar" e "a minha alma não tem prazer nele" vêm de passagens diferentes (respectivamente Sf 1:6 (em hebraico, a ideia é "desistem e desertam de servir a o Senhor) e Ml 1:10) e se aplicam a pessoas de tipo diferente (ímpios, falsos crentes jamais salvos).
- Note o que o Espírito Santo fez Paulo escrever no v. 39, deixando evidente que 38-39 fazem um contraste entre dois tipos de pessoas e que nós (da dispensação das assembleias) "somos daqueles da fé (exercida) para dentro da possessão- comprada da nossa alma"! Este é o ponto chave!
- Ver comentários de John Gill, Jamieson – Fausset – Brown, etc.
- Mesmo se fosse possível a tradução "mas, se ele (o justo) se retirar (medrosamente), a Minha alma não tem prazer nele," isto somente implicaria que Deus não se alegraria em ver o justo se retirar de algo (por exemplo: da luta acirrada, do primeiro amor, do ativismo na assembleia local, etc.), não implica que ele perde a salvação.


 ①

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita


Diversos

hb 10:38
Fé e Vida

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 1
Francisco Cândido Xavier
Diversos

O sol plasmava cintilâncias na grama, quando Frederico e Sinésio, se puseram a comentar certas passagens do Evangelho de Jesus.

Comentou Sinésio:

— O apóstolo Paulo foi claro, ao escrever que o justo se elevará pela fé. (Hb 10:38)

— Tiago, no entanto, — falou Frederico, — afirmou na epístola que lhe traz o nome que a fé sem obras é morta em si mesma. (Tg 2:18)

O desencontro das interpretações prosseguia aceso, quando Frederico colheu pequeno galho de flores de pessegueiro e acrescentou:

— Sinésio, de que árvore são estas flores?

— De pessegueiro, — respondeu o amigo, sem afetação.

— Quando o dono do pomar o plantou e por muito tempo cuidou dele, fez isso com que fim?

— Decerto para que a árvore produzisse frutos deliciosos.

— Pois, está aí a lição da natureza — enfatizou o companheiro —, Deus colocou as flores nas árvores a fim de que elas produzam frutos que sustentem a vida. Assim são nossos testemunhos de fé, flores dos nossos ideais. Todas são chamadas a produzir frutos que sustentem as criaturas e as que são arrebatadas pelo homem ou pelo vento se transformam apenas em promessas inúteis. Compreendeu?

Sinésio nada respondeu e passou a pensar.




(Uberaba (MG), 26 de janeiro de 1989)


[Esse conto sofreu pequenas correções no indicador 3; abaixo, reproduzimos o mesmo trecho do livro impresso:

 “— O desencontro das interpretações prosseguia aceso, quando Frederico colheu pequeno galho de flores de pessegueiro e acrescentou:

— Ao amigo, perguntaria sem afetação: Sinésio, de que árvore são estas flores?

— De pessegueiro, respondeu o amigo.”]



Referências em Outras Obras


CARLOS TORRES PASTORINO

hb 10:38
Sabedoria do Evangelho - Volume 4

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 13
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 16:24-28


24. Jesus disse então o seus discípulos: "Se alguém quer vir após mim, neguese a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.


25. Porque aquele que quiser preservar sua alma. a perderá; e quem perder sua alma por minha causa, a achará.


26. Pois que aproveitará ao homem se ganhar o mundo inteiro e perder sua alma? Ou que dará o homem em troca de sua alma?


27. Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai, com seus mensageiros, e então retribuirá a cada um segundo seu comportamento.


28. Em verdade vos digo, que alguns dos aqui presentes absolutamente experimentarão a morte até que o Filho do Homem venha em seu reino. MC 8:34-38 e MC 9:1


34. E chamando a si a multidão, junto com seus discípulos disse-lhes: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.


35. Porque quem quiser preservar sua alma, a perderá; e quem perder sua alma por amor de mim e da Boa-Nova, a preservará.


36. Pois que adianta a um homem ganhar o mundo inteiro e perder sua alma?


37. E que daria um homem em troca de sua alma?


38. Porque se alguém nesta geração adúltera e errada se envergonhar de mim e de minhas doutrinas, também dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na glória de seu Pai com seus santos mensageiros". 9:1 E disse-lhes: "Em verdade em verdade vos digo que há alguns dos aqui presentes, os quais absolutamente experimentarão a morte, até que vejam o reino de Deus já chegado em força".


LC 9:23-27


23. Dizia, então, a todos: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia sua cruz e siga-me.


24. Pois quem quiser preservar sua alma, a perderá; mas quem perder sua alma por amor de mim, esse a preservará.


25. De fato, que aproveita a um homem se ganhar o mundo inteiro, mas arruinar-se ou causar dano a si mesmo?


26. Porque aquele que se envergonhar de mim e de minhas doutrinas, dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na sua glória, na do Pai e na dos santos mensageiros.


27. Mas eu vos digo verdadeiramente, há alguns dos aqui presentes que não experimentarão a morte até que tenham visto o reino de Deus.


Depois do episódio narrado no último capítulo, novamente Jesus apresenta uma lição teórica, embora bem mais curta que as do Evangelho de João.


Segundo Mateus, a conversa foi mantida com Seus discípulos. Marcos, entretanto, revela que Jesu "chamou a multidão" para ouvi-la, como que salientando que a aula era "para todos"; palavras, aliás, textuais em Lucas.


Achava-se a comitiva no território não-israelita ("pagão") de Cesareia de Filipe, e certamente os moradores locais haviam observado aqueles homens e mulheres que perambulavam em grupo homogêneo.


Natural que ficassem curiosos, a "espiar" por perto. A esses, Jesus convida que se aproximem para ouvir os ensinamentos e as exigências impostas a todos os que ambicionavam o DISCIPULATO, o grau mais elevado dos três citados pelo Mestre: justos (bons), profetas (médiuns) e discípulos (ver vol. 3).


As exigências são apenas três, bem distintas entre si, e citadas em sequência gradativa da menor à maior. Observamos que nenhuma delas se prende a saber, nem a dizer, nem a crer, nem a fazer, mas todas se baseiam em SER. O que vale é a evolução interna, sem necessidade de exteriorizações, nem de confissões, nem de ritos.


No entanto, é bem frisada a vontade livre: "se alguém quiser"; ninguém é obrigado; a espontaneidade deve ser absoluta, sem qualquer coação física nem moral. Analisemos.


Vimos, no episódio anterior, o Mestre ordenar a Pedro que "se colocasse atrás Dele". Agora esclarece: " se alguém QUER ser SEU discípulo, siga atrás Dele". E se tem vontade firme e inabalável, se o QUER, realize estas três condições:

1. ª - negue-se a si mesmo (Lc. arnésasthô; Mat. e Mr. aparnésasthô eautón).


2. ª - tome (carregue) sua cruz (Lc. "cada dia": arátô tòn stáurou autoú kath"hêméran);

3. ª - e siga-me (akoloutheítô moi).


Se excetuarmos a negação de si mesmo, já ouvíramos essas palavras em MT 10:38 (vol. 3).


O verbo "negar-se" ou "renunciar-se" (aparnéomai) é empregado por Isaías (Isaías 31:7) para descrever o gesto dos israelitas infiéis que, esclarecidos pela derrota dos assírios, rejeitaram ou negaram ou renunciaram a seus ídolos. E essa é a atitude pedida pelo Mestre aos que QUEREM ser Seus discípulos: rejeitar o ídolo de carne que é o próprio corpo físico, com sua sequela de sensações, emoções e intelectualismo, o que tudo constitui a personagem transitória a pervagar alguns segundos na crosta do planeta.


Quanto ao "carregar a própria cruz", já vimos (vol. 3), o que significava. E os habitantes da Palestina deviam estar habituados a assistir à cena degradante que se vinha repetindo desde o domínio romano, com muita frequência. Para só nos reportarmos a Flávio Josefo, ele cita-nos quatro casos em que as crucificações foram em massa: Varus que fez crucificar 2. 000 judeus, por ocasião da morte, em 4 A. C., de Herodes o Grande (Ant. Jud. 17. 10-4-10); Quadratus, que mandou crucificar todos os judeus que se haviam rebelado (48-52 A. D.) e que tinham sido aprisionados por Cumarus (Bell. Jud. 2. 12. 6); em 66 A. D. até personagens ilustres foram crucificadas por Gessius Florus (Bell. Jud. 2. 14. 9); e Tito que, no assédio de Jerusalém, fez crucificar todos os prisioneiros, tantos que não havia mais nem madeira para as cruzes, nem lugar para plantá-las (Bell. Jud. 5. 11. 1). Por aí se calcula quantos milhares de crucificações foram feitas antes; e o espetáculo do condenado que carregava às costas o instrumento do próprio suplício era corriqueiro. Não se tratava, portanto, de uma comparação vazia de sentido, embora constituindo uma metáfora. E que o era, Lucas encarrega-se de esclarecê-lo, ao acrescentar "carregue cada dia a própria cruz". Vemos a exigência da estrada de sacrifícios heroicamente suportados na luta do dia a dia, contra os próprios pendores ruins e vícios.


A terceira condição, "segui-Lo", revela-nos a chave final ao discipulato de tal Mestre, que não alicia discípulos prometendo-lhes facilidades nem privilégios: ao contrário. Não basta estudar-Lhe a doutrina, aprofundar-Lhe a teologia, decorar-Lhe as palavras, pregar-Lhe os ensinamentos: é mister SEGUILO, acompanhando-O passo a passo, colocando os pés nas pegadas sangrentas que o Rabi foi deixando ao caminhar pelas ásperas veredas de Sua peregrinação terrena. Ele é nosso exemplo e também nosso modelo vivo, para ser seguido até o topo do calvário.


Aqui chegamos a compreender a significação plena da frase dirigida a Pedro: "ainda és meu adversário (porque caminhas na direção oposta a mim, e tentas impedir-me a senda dolorosa e sacrificial): vai para trás de mim e segue-me; se queres ser meu discípulo, terás que renunciar a ti mesmo (não mais pensando nas coisas humanas); que carregar também tua cruz sem que me percas de vista na dura, laboriosa e dorida ascensão ao Reino". Mas isto, "se o QUERES" ... Valerá a pena trilhar esse áspero caminho cheio de pedras e espinheiros?


O versículo seguinte (repetição, com pequena variante de MT 10:39; cfr. vol. 3) responde a essa pergunta.


As palavras dessa lição são praticamente idênticas nos três sinópticos, demonstrando a impress ão que devem ter causado nos discípulos.


Sim, porque quem quiser preservar sua alma (hós eán thélei tên psychên autòn sõsai) a perderá (apolêsei autên). Ainda aqui encontramos o verbo sôzô, cuja tradução "salvar" (veja vol. 3) dá margem a tanta ambiguidade atualmente. Neste passo, a palavra portuguesa "preservar" (conservar, resguardar) corresponde melhor ao sentido do contexto. O verbo apolesô "perder", só poderia ser dado também com a sinonímia de "arruinar" ou "degradar" (no sentido etimológico de "diminuir o grau").


E o inverso é salientado: "mas quem a perder "hós d"án apolésêi tên psychên autoú), por minha causa (héneken emoú) - e Marcos acrescenta "e da Boa Nova" (kaì toú euaggelíou) - esse a preservará (sósei autén, em Marcos e Lucas) ou a achará (heurêsei autén, em Mateus).


A seguir pergunta, como que explicando a antinomia verbal anterior: "que utilidade terá o homem se lucrar todo o mundo físico (kósmos), mas perder - isto é, não evoluir - sua alma? E qual o tesouro da Terra que poderia ser oferecido em troca (antállagma) da evolução espiritual da criatura? Não há dinheiro nem ouro que consiga fazer um mestre, riem que possa dar-se em troca de uma iniciação real.


Bens espirituais não podem ser comprados nem "trocados" por quantias materiais. A matemática possui o axioma válido também aqui: quantidades heterogêneas não podem somar-se.


O versículo seguinte apresenta variantes.


MATEUS traz a afirmação de que o Filho do Homem virá com a glória de seu Pai, em companhia de Seus Mensageiros (anjos), para retribuir a cada um segundo seus atos. Traduzimos aqui dóxa por "glória" (veja vol. 1 e vol. 3), porque é o melhor sentido dentro do contexto. E entendemos essa glória como sinônimo perfeito da "sintonia vibratória" ou a frequência da tônica do Pai (Verbo, Som). A atribui ção a cada um segundo "seus atos" (tên práxin autoú) ou talvez, bem melhor, de acordo com seu comportamento, com a "prática" da vida diária. Não são realmente os atos, sobretudo isolados (mesmo os heroicos) que atestarão a Evolução de uma criatura, mas seu comportamento constante e diuturno.


MARCOS diz que se alguém, desta geração "adúltera", isto é, que se tornou "infiel" a Deus, traindo-O por amar mais a matéria que o espírito, e "errada" na compreensão das grandes verdades, "se envergonhar" (ou seja "desafinar", não-sintonizar), também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier com a glória do Pai, em companhia de Seus mensageiros (anjos).


LUCAS repete as palavras de Marcos (menos a referência à Boa Nova), salientando, porém, que o Filho do Homem virá com Sua própria glória, com a glória do Pai, e com a glória dos santos mensageiros (anjos).


E finalmente o último versículo, em que só Mateus difere dos outros dois, os quais, no entanto, nos parecem mais conformes às palavras originais.


Afirma o Mestre "alguns dos aqui presentes" (eisin tines tõn hõde hestótõn), os quais não experimentar ão (literalmente: "não saborearão, ou mê geúsôntai) a morte, até que vejam o reino de Deus chegar com poder. Mateus em vez de "o reino de Deus", diz "o Filho do Homem", o que deu margem à expectativa da parusia (ver vol. 3), ainda para os indivíduos daquela geração.


Entretanto, não se trata aqui, de modo algum, de uma parusia escatológica (Paulo avisa aos tessalonicenses que não o aguardem "como se já estivesse perto"; cfr. 1. ª Tess. 2: lss), mas da descoberta e conquista do "reino de Deus DENTRO de cada um" (cfr. LC 17:21), prometido para alguns "dos ali presentes" para essa mesma encarnação.


A má interpretação provocou confusões. Os gnósticos (como Teodósio), João Crisóstomo, Teofilacto e outros - e modernamente o cardeal Billot, S. J. (cfr. "La Parousie", pág. 187), interpretam a "vinda na glória do Filho do Homem" como um prenúncio da Transfiguração; Cajetan diz ser a Ressurreição;


Godet acha que foi Pentecostes; todavia, os próprios discípulos de Jesus, contemporâneos dos fatos, não interpretaram assim, já que após a tudo terem assistido, inclusive ao Pentecostes, continuaram esperando, para aqueles próximos anos, essa vinda espetacular. Outros recuaram mais um pouco no tempo, e viram essa "vinda gloriosa" na destruição de Jerusalém, como "vingança" do Filho do Homem; isso, porém, desdiz o perdão que Ele mesmo pedira ao Pai pela ignorância de Seus algozes (D. Calmet, Knabenbauer, Schanz, Fillion, Prat, Huby, Lagrange); e outros a interpretaram como sendo a difusão do cristianismo entre os pagãos (Gregório Magno, Beda, Jansênio, Lamy).


Penetremos mais a fundo o sentido.


Na vida literária e artística, em geral, distinguimos nitidamente o "aluno" do "discípulo". Aluno é quem aprende com um professor; discípulo é quem segue a trilha antes perlustrada por um mestre. Só denominamos "discípulo" aquele que reproduz em suas obras a técnica, a "escola", o estilo, a interpretação, a vivência do mestre. Aristóteles foi aluno de Platão, mas não seu discípulo. Mas Platão, além de ter sido aluno de Sócrates, foi também seu discípulo. Essa distinção já era feita por Jesus há vinte séculos; ser Seu discípulo é segui-Lo, e não apenas "aprender" Suas lições.


Aqui podemos desdobrar os requisitos em quatro, para melhor explicação.


Primeiro: é necessário QUERER. Sem que o livre-arbítrio espontaneamente escolha e decida, não pode haver discipulato. Daí a importância que assume, no progresso espiritual, o aprendizado e o estudo, que não podem limitar-se a ouvir rápidas palavras, mas precisam ser sérios, contínuos e profundos.


Pois, na realidade, embora seja a intuição que ilumina o intelecto, se este não estiver preparado por meio do conhecimento e da compreensão, não poderá esclarecer a vontade, para que esta escolha e resolva pró ou contra.


O segundo é NEGAR-SE a si mesmo. Hoje, com a distinção que conhecemos entre o Espírito (individualidade) e a personagem terrena transitória (personalidade), a frase mais compreensível será: "negar a personagem", ou seja, renunciar aos desejos terrenos, conforme ensinou Sidarta Gotama, o Buddha.


Cientificamente poderíamos dizer: superar ou abafar a consciência atual, para deixar que prevaleça a super-consciência.


Essa linguagem, entretanto, seria incompreensível àquela época. Todavia, as palavras proferidas pelo Mestre são de meridiana clareza: "renunciar a si mesmo". Observando-se que, pelo atraso da humanidade, se acredita que o verdadeiro eu é a personagem, e que a consciência atual é a única, negar essa personagem e essa consciência exprime, no fundo, negar-se "a si mesmo". Diz, portanto, o Mestre: " esse eu, que vocês julgam ser o verdadeiro eu, precisa ser negado". Nada mais esclarece, já que não teria sido entendido pela humanidade de então. No entanto, aqueles que seguissem fielmente Sua lição, negando seu eu pequeno e transitório, descobririam, por si mesmos, automaticamente, em pouco tempo, o outro Eu, o verdadeiro, coisa que de fato ocorreu com muitos cristãos.


Talvez no início possa parecer, ao experimentado: desavisado, que esse Eu verdadeiro seja algo "externo".


Mas quando, por meio da evolução, for atingido o "Encontro Místico", e o Cristo Interno assumir a supremacia e o comando, ele verificará que esse Divino Amigo não é um TU desconhecido, mas antes constitui o EU REAL. Além disso, o Mestre não se satisfez com a explanação teórica verbal: exemplificou, negando o eu personalístico de "Jesus", até deixá-lo ser perseguido, preso, caluniado, torturado e assassinado. Que Lhe importava o eu pequeno? O Cristo era o verdadeiro Eu Profundo de Jesus (como de todos nós) e o Cristo, com a renúncia e negação do eu de Jesus, pode expandir-se e assumir totalmente o comando da personagem humana de Jesus, sendo, às vezes, difícil distinguir quando falava e agia "Jesus" e quando agia e falava "o Cristo". Por isso em vez de Jesus, temos nele O CRISTO, e a história o reconhece como "Jesus", O CRISTO", considerando-o como homem (Jesus) e Deus (Cristo).


Essa anulação do eu pequeno fez que a própria personagem fosse glorificada pela humildade, e o nome humano negado totalmente se elevasse acima de tudo, de tal forma que "ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na Terra e debaixo da terra" (Filp. 2:10).


Tudo isso provocou intermináveis discussões durante séculos, por parte dos que não conseguiram penetrar a realidade dos acontecimentos, caracterizados, então, de "mistério": são duas naturezas ou uma? Como se realizou a união hipostática? Teria a Divindade absorvido a humanidade?


Por que será que uma coisa tão clara terá ficado incompreendida por tantos luminares que trataram deste assunto? O Eu Profundo de todas as criaturas é o Deus Interno, que se manifestará em cada um exatamente na proporção em que este renunciar ao eu pequeno (personagem), para deixar campo livre à expressão do Cristo Interno Divino. Todos somos deuses (cfr. Salmo 81:6 e JO 10:34) se negarmos totalmente nosso eu pequeno (personagem humana), deixando livre expansão à manifestação do Cristo que em todos habita. Isso fez Jesus. Se a negação for absoluta e completa, poderemos dizer com Paulo que, nessa criatura, "habita a plenitude da Divindade" (CL 2:9). E a todos os que o fizerem, ser-lhes-á exaltado o nome acima de toda criação" (cfr. Filp. 2:5-11).


Quando isto tiver sido conseguido, a criatura "tomará sua cruz cada dia" (cada vez que ela se apresentar) e a sustentará galhardamente - quase diríamos triunfalmente - pois não mais será ela fonte de abatimentos e desânimos, mas constituirá o sofrimento-por-amor, a dor-alegria, já que é a "porta estreita" (MT 7:14) que conduzirá à felicidade total e infindável (cfr. Pietro Ubaldi, "Grande Síntese, cap. 81).


No entanto, dado o estágio atual da humanidade, a cruz que temos que carregar ainda é uma preparação para o "negar-se". São as dores físicas, as incompreensões morais, as torturas do resgate de carmas negativos mais ou menos pesados, em vista do emaranhado de situações aflitivas, das "montanhas" de dificuldades que se erguem, atravancando nossos caminhos, do sem-número de moléstias e percalços, do cortejo de calúnias e martírios inomináveis e inenarráveis.


Tudo terá que ser suportado - em qualquer plano - sem malsinar a sorte, sem desesperos, sem angústias, sem desfalecimentos nem revoltas, mas com aceitação plena e resignação ativa, e até com alegria no coração, com a mais sólida, viva e inabalável confiança no Cristo-que-é-nosso-Eu, no Deus-

Imanente, na Força-Universal-Inteligente e Boa, que nos vivifica e prepara, de dentro de nosso âmago mais profundo, a nossa ascensão real, até atingirmos TODOS, a "plena evolução crística" (EF 4:13).


A quarta condição do discipulato é também clara, não permitindo ambiguidade: SEGUI-LO. Observese a palavra escolhida com precisão. Poderia ter sido dito "imitá-Lo". Seria muito mais fraco. A imitação pode ser apenas parcial ou, pior ainda, ser simples macaqueação externa (usar cabelos compridos, barbas respeitáveis, vestes talares, gestos estudados), sem nenhuma ressonância interna.


Não. Não é imitá-Lo apenas, é SEGUI-LO. Segui-Lo passo a passo pela estrada evolutiva até atingir a meta final, o ápice, tal como Ele o FEZ: sem recuos, sem paradas, sem demoras pelo caminho, sem descanso, sem distrações, sem concessões, mas marchando direto ao alvo.


SEGUI-LO no AMOR, na DEDICAÇÃO, no SERVIÇO, no AUTO-SACRIFÍCIO, na HUMILDADE, na RENÚNCIA, para que de nós se possa afirmar como Dele foi feito: "fez bem todas as coisas" (MC 7. 37) e: "passou pela Terra fazendo o bem e curando" (AT 10:38).


Como Mestre de boa didática, não apresenta exigências sem dar as razões. Os versículos seguintes satisfazem a essa condição.


Aqui, como sempre, são empregados os termos filosóficos com absoluta precisão vocabular (elegantia), não deixando margem a qualquer dúvida. A palavra usada é psychê, e não pneuma; é alma e nã "espírito" (em adendo a este capítulo daremos a "constituição do homem" segundo o Novo Testamento).


A alma (psychê) é a personagem humana em seu conjunto de intelecto-emoções, excluído o corpo denso e as sensações do duplo etérico. Daí a definição da resposta 134 do "Livro dos Espíritos": "alma é o espírito encarnado", isto é, a personagem humana que habita no corpo denso.

Aí está, pois, a chave para a interpretação do "negue-se a si mesmo": esse eu, a alma, é a personagem que precisa ser negada, porque, quem não quiser fazê-lo, quem pretender preservar esse eu, essa alma, vai acabar perdendo-a, já que, ao desencarnar, estará com "as mãos vazias". Mas aquele que por causa do Cristo Interno - renunciar e perder essa personagem transitória, esse a encontrará melhorada (Mateus), esse a preservará da ruína (Marcos e Lucas).


E prossegue: que adiantará acumular todas as riquezas materiais do mundo, se a personalidade vai cair no vazio? Nada de material pode ser-lhe comparado. No entanto, se for negada, será exaltada sobre todas as coisas (cfr. o texto acima citado, Filp. 2:5-11).


Todas e qualquer evolução do Espírito é feita exclusivamente durante seu mergulho na carne (veja atrás). Só através das personagens humanas haverá ascensão espiritual, por meio do "ajustamento sintônico". Então, necessidade absoluta de consegui-lo, não "se envergonhando", isto é, não desafinando da tônica do Pai (Som) que tudo cria, governa e mantém. Enfrentar o mundo sem receio, sem" respeitos humanos", e saber recusá-lo também, para poder obter o Encontro Místico com o Cristo Interno. Se a criatura "se envergonha" e se retrai, (não sintoniza) não é possível conseguir o Contato Divino, e o Filho do Homem também a evitará ("se envergonhará" dessa criatura). Só poderá haver a" descida da graça" ou a unificação com o Cristo, "na glória (tônica) do Pai (Som-Verbo), na glória (tônica) do próprio Cristo (Eu Interno), na glória de todos os santos mensageiros", se houver a coragem inquebrantável de romper com tudo o que é material e terreno, apagando as sensações, liquidando as emoções, calando o intelecto, suplantando o próprio "espírito" encarnado, isto é, PERDENDO SUA ALMA: só então "a achará", unificada que estará com o Cristo, Nele mergulhada (batismo), "como a gota no oceano" (Bahá"u"lláh). Realmente, a gota se perde no oceano mas, inegavelmente, ao deixar de ser gota microscópica, ela se infinitiva e se eterniza tornando-se oceano...

Em Mateus é-nos dado outro aviso: ao entrar em contato com a criatura, esta "receberá de acordo com seu comportamento" (pláxin). De modo geral lemos nas traduções correntes "de acordo com suas obras". Mas isso daria muito fortemente a ideia de que o importante seria o que o homem FAZ, quando, na realidade, o que importa é o que o homem É: e a palavra comportamento exprime-o melhor que obras; ora, a palavra do original práxis tem um e outro sentido.


Evidentemente, cada ser só poderá receber de acordo com sua capacidade, embora todos devam ser cheios, replenos, com "medida sacudida e recalcada" (cfr. Lc. 5:38).


Mas há diferença de capacidade entre o cálice, o copo, a garrafa, o litro, o barril, o tonel... De acordo com a própria capacidade, com o nível evolutivo, com o comportamento de cada um, ser-lhe-á dado em abundância, além de toda medida. Figuremos uma corrente imensa, que jorra permanentemente luz e força, energia e calor. O convite é-nos feito para aproximar-nos e recolher quanto quisermos.


Acontece, porém, que cada um só recolherá conforme o tamanho do vasilhame que levar consigo.


Assim o Cristo Imanente e o Verbo Criador e Conservador SE DERRAMAM infinitamente. Mas nós, criaturas finitas, só recolheremos segundo nosso comportamento, segundo a medida de nossa capacidade.


Não há fórmulas mágicas, não há segredos iniciáticos, não peregrinações nem bênçãos de "mestres", não há sacramentos nem sacramentais, que adiantem neste terreno. Poderão, quando muito, servir como incentivo, como animação a progredir, mas por si, nada resolvem, já que não agem ex ópere operantis nem ex opere operatus, mas sim ex opere recipientis: a quantidade de recebimento estará de acordo com a capacidade de quem recebe, não com a grandeza de quem dá, nem com o ato de doação.


E pode obter-se o cálculo de capacidade de cada um, isto é, o degrau evolutivo em que se encontra no discipulato de Cristo, segundo as várias estimativas das condições exigidas:

a) - pela profundidade e sinceridade na renúncia ao eu personalístico, quando tudo é feito sem cogitar de firmar o próprio nome, sem atribuir qualquer êxito ao próprio merecimento (não com palavras, mas interiormente), colaborando com todos os "concorrentes", que estejam em idêntica senda evolutiva, embora nos contrariem as ideias pessoais, mas desde que sigam os ensinos de Cristo;


b) - pela resignação sem queixas, numa aceitação ativa, de todas as cruzes, que exprimam atos e palavras contra nós, maledicências e calúnias, sem respostas nem defesas, nem claras nem veladas (já nem queremos acenar à contra-ataques e vinganças).


c) - pelo acompanhar silencioso dos passos espirituais no caminho do auto-sacrifício por amor aos outros, pela dedicação integral e sem condições; no caminho da humildade real, sem convencimentos nem exterioridades; no caminho do serviço, sem exigências nem distinções; no caminho do amor, sem preferências nem limitações. O grau dessas qualidades, todas juntas, dará uma ideia do grau evolutivo da criatura.


Assim entendemos essas condições: ou tudo, à perfeição; ou pouco a pouco, conquistando uma de cada vez. Mas parado, ninguém ficará. Se não quiser ir espontaneamente, a dor o aguilhoará, empurrandoo para a frente de qualquer forma.


No entanto, uma promessa relativa à possibilidade desse caminho é feita claramente: "alguns dos que aqui estão presentes não experimentarão a morte até conseguirem isso". A promessa tanto vale para aquelas personagens de lá, naquela vida física, quanto para os Espíritos ali presentes, garantindo-selhes que não sofreriam queda espiritual (morte), mas que ascenderiam em linha reta, até atingir a meta final: o Encontro Sublime, na União mística absoluta e total.


Interessante a anotação de Marcos quando acrescenta: O "reino de Deus chegado em poder". Durante séculos se pensou no poder externo, a espetacularidade. Mas a palavra "en dynámei" expressa muito mais a força interna, o "dinamismo" do Espírito, a potencialidade crística a dinamizar a criatura em todos os planos.


O HOMEM NO NOVO TESTAMENTO


O Novo Testamento estabelece, com bastante clareza, a constituição DO HOMEM, dividindo o ser encarnado em seus vários planos vibratórios, concordando com toda a tradição iniciática da Índia e Tibet, da China, da Caldeia e Pérsia, do Egito e da Grécia. Embora não encontremos o assunto didaticamente esquematizado em seus elementos, o sentido filosófico transparece nítido dos vários termos e expressões empregados, ao serem nomeadas as partes constituintes do ser humano, ou seja, os vários níveis em que pode tornar-se consciente.


Algumas das palavras são acolhidas do vocabulário filosófico grego (ainda que, por vezes, com pequenas variações de sentido); outras são trazidas da tradição rabínica e talmúdica, do centro iniciático que era a Palestina, e que já entrevemos usadas no Antigo Testamento, sobretudo em suas obras mais recentes.


A CONCEPÇÃO DA DIVINDADE


Já vimos (vol, 1 e vol. 3 e seguintes), que DEUS, (ho théos) é apresentado, no Novo Testamento, como o ESPÍRITO SANTO (tò pneuma tò hágion), o qual se manifesta através do Pai (patêr) ou Lógos (Som Criador, Verbo), e do Filho Unigênito (ho hyiós monogenês), que é o Cristo Cósmico.


DEUS NO HOMEM


Antes de entrar na descrição da concepção do homem, no Novo Testamento, gostaríamos de deixar tem claro nosso pensamento a respeito da LOCALIZAÇÃO da Centelha Divina ou Mônada NO CORA ÇÃO, expressão que usaremos com frequência.


A Centelha (Partícula ou Mônada) é CONSIDERADA por nós como tal; mas, na realidade, ela não se separa do TODO (cfr. vol. 1); logo, ESTÁ NO TODO, e portanto É O TODO (cfr. JO 1:1).


O "TODO" está TODO em TODAS AS COISAS e em cada átomo de cada coisa (cfr. Agostinho, De Trin. 6, 6 e Tomás de Aquino, Summa Theologica, I, q. 8, art. 2, ad 3um; veja vol. 3, pág. 145).


Entretanto, os seres e as coisas acham-se limitados pela forma, pelo espaço, pelo tempo e pela massa; e por isso afirmamos que em cada ser há uma "centelha" ou "partícula" do TODO. No entanto, sendo o TODO infinito, não tem extensão; sendo eterno, é atemporal; sendo indivisível, não tem dimensão; sendo O ESPÍRITO, não tem volume; então, consequentemente, não pode repartir-se em centelhas nem em partículas, mas é, concomitantemente, TUDO EM TODAS AS COISAS (cfr. l. ª Cor. 12:6).


Concluindo: quando falamos em "Centelha Divina" e quando afirmamos que ela está localizada no coração, estamos usando expressões didáticas, para melhor compreensão do pensamento, dificílimo (quase impossível) de traduzir-se em palavras.


De fato, porém, a Divindade está TODA em cada célula do corpo, como em cada um dos átomos de todos os planos espirituais, astrais, físicos ou quaisquer outros que existam. Em nossos corpos físicos e astral, o coração é o órgão preparado para servir de ponto de contato com as vibrações divinas, através, no físico, do nó de Kait-Flake e His; então, didaticamente, dizemos que "o coração é a sede da Centelha Divina".


A CONCEPÇÃO DO HOMEM


O ser humano (ánthrôpos) é considerado como integrado por dois planos principais: a INDIVIDUALIDADE (pneuma) e a PERSONAGEM ou PERSONALIDADE; esta subdivide-se em dois: ALMA (psychê) e CORPO (sôma).


Mas, à semelhança da Divindade (cfr. GN 1:27), o Espírito humano (individualidade ou pneuma) possui tríplice manifestação: l. ª - a CENTELHA DIVINA, ou Cristo, partícula do pneuma hágion; essa centelha que é a fonte de todo o Espirito, está localizada e representada quase sempre por kardia (coração), a parte mais íntima e invisível, o âmago, o Eu Interno e Profundo, centro vital do homem;


2. ª - a MENTE ESPIRITUAL, parte integrante e inseparável da própria Centelha Divina. A Mente, em sua função criadora, é expressa por noús, e está também sediada no coração, sendo a emissora de pensamentos e intuições: a voz silenciosa da super-consciência;


3. ª - O ESPÍRITO, ou "individualização do Pensamento Universal". O "Espírito" propriamente dito, o pneuma, surge "simples e ignorante" (sem saber), e percorre toda a gama evolutiva através dos milênios, desde os mais remotos planos no Antissistema, até os mais elevados píncaros do Sistema (Pietro Ubaldi); no entanto, só recebe a designação de pneuma (Espírito) quando atinge o estágio hominal.


Esses três aspectos constituem, englobamente, na "Grande Síntese" de Pietro Ubaldi, o "ALPHA", o" espírito".


Realmente verificamos que, de acordo com GN 1:27, há correspondência perfeita nessa tríplice manifesta ção do homem com a de Deus: A - ao pneuma hágion (Espírito Santo) correspondente a invisível Centelha, habitante de kardía (coração), ponto de partida da existência;


B - ao patêr (Pai Criador, Verbo, Som Incriado), que é a Mente Divina, corresponde noús (a mente espiritual) que gera os pensamentos e cria a individualização de um ser;


C - Ao Filho Unigênito (Cristo Cósmico) corresponde o Espírito humano, ou Espírito Individualizado, filho da Partícula divina, (a qual constitui a essência ou EU PROFUNDO do homem); a individualidade é o EU que percorre toda a escala evolutiva, um Eu permanente através de todas as encarnações, que possui um NOME "escrito no livro da Vida", e que terminará UNIFICANDO-SE com o EU PROFUNDO ou Centelha Divina, novamente mergulhando no TODO. (Não cabe, aqui, discutir se nessa unificação esse EU perde a individualidade ou a conserva: isso é coisa que está tão infinitamente distante de nós no futuro, que se torna impossível perceber o que acontecerá).


No entanto, assim como Pneuma-Hágion, Patêr e Hyiós (Espírito-Santo, Pai e Filho) são apenas trê "aspectos" de UM SÓ SER INDIVISÍVEL, assim também Cristo-kardía, noús e pneuma (CristoSABEDORIA DO EVANGELHO coração, mente espiritual e Espírito) são somente três "aspectos" de UM SÓ SER INDIVÍVEL, de uma criatura humana.


ENCARNAÇÃO


Ao descer suas vibrações, a fim de poder apoiar-se na matéria, para novamente evoluir, o pneuma atinge primeiro o nível da energia (o BETA Ubaldiano), quando então a mente se "concretiza" no intelecto, se materializa no cérebro, se horizontaliza na personagem, começando sua "crucificação". Nesse ponto, o pneuma já passa a denominar-se psychê ou ALMA. Esta pode considerar-se sob dois aspectos primordiais: a diánoia (o intelecto) que é o "reflexo" da mente, e a psychê propriamente dita isto é, o CORPO ASTRAL, sede das emoções.


Num último passo em direção à matéria, na descida que lhe ajudará a posterior subida, atinge-se então o GAMA Ubaldiano, o estágio que o Novo Testamento designa com os vocábulos diábolos (adversário) e satanás (antagonista), que é o grande OPOSITOR do Espírito, porque é seu PÓLO NEGATIVO: a matéria, o Antissistema. Aí, na matéria, aparece o sôma (corpo), que também pode subdividir-se em: haima (sangue) que constitui o sistema vital ou duplo etérico e sárx (carne) que é a carapaça de células sólidas, último degrau da materialização do espírito.


COMPARAÇÃO


Vejamos se com um exemplo grosseiro nos faremos entender, não esquecendo que omnis comparatio claudicat.


Observemos o funcionamento do rádio. Há dois sistemas básicos: o transmissor (UM) e os receptores (milhares, separados uns dos outros).


Consideremos o transmissor sob três aspectos: A - a Força Potencial, capaz de transmitir;


B - a Antena Emissora, que produz as centelas;


C - a Onda Hertziana, produzida pelas centelhas.


Mal comparando, aí teríamos:

a) - o Espirito-Santo, Força e Luz dos Universos, o Potencial Infinito de Amor Concreto;


b) - o Pai, Verbo ou SOM, ação ativa de Amante, que produz a Vida


c) - o Filho, produto da ação (do Som), o Amado, ou seja, o Cristo Cósmico que permeia e impregna tudo.


Não esqueçamos que TUDO: atmosfera, matéria, seres e coisas, no raio de ação do transmissor, ficam permeados e impregnados em todos os seus átomos com as vibrações da onda hertziana, embora seja esta invisível e inaudível e insensível, com os sentidos desarmados; e que os três elementos (Força-
Antena e Onda) formam UM SÓ transmissor o Consideremos, agora, um receptor. Observaremos que a recepção é feita em três estágios:

a) - a captação da onda


b) - sua transformação


c) - sua exteriorização Na captação da onda, podemos distinguir - embora a operação seja uma só - os seguintes elementos: A - a onda hertziana, que permeia e impregna todos os átomos do aparelho receptor, mas que é captada realmente apenas pela antena;


B - o condensador variável, que estabelece a sintonia com a onda emitida pelo transmissor. Esses dois elementos constituem, de fato, C - o sistema RECEPTOR INDIVIDUAL de cada aparelho. Embora a onda hertziana seja UMA, emitida pelo transmissor, e impregne tudo (Cristo Cósmico), nós nos referimos a uma onda que entra no aparelho (Cristo Interno) e que, mesmo sendo perfeita; será recebida de acordo com a perfeição relativa da antena (coração) e do condensador variável (mente). Essa parte representaria, então, a individualidade, o EU PERFECTÍVEL (o Espírito).


Observemos, agora, o circuito interno do aparelho, sem entrar em pormenores, porque, como dissemos, a comparação é grosseira. Em linhas gerais vemos que a onda captada pelo sistema receptor propriamente dito, sofre modificações, quando passa pelo circuito retificador (que transforma a corrente alternada em contínua), e que representaria o intelecto que horizontaliza as ideias chegadas da mente), e o circuito amplificador, que aumenta a intensidade dos sinais (que seria o psiquismo ou emoções, próprias do corpo astral ou alma).


Uma vez assim modificada, a onda atinge, com suas vibrações, o alto-falante que vibra, reproduzindo os sinais que chegam do transmissor isto é, sentindo as pulsações da onda (seria o corpo vital ou duplo etérico, que nos dá as sensações); e finalmente a parte que dá sonoridade maior, ou seja, a caixa acústica ou móvel do aparelho (correspondente ao corpo físico de matéria densa).


Ora, quanto mais todos esses elementos forem perfeitos, tanto mais fiel e perfeito será a reprodução da onda original que penetrou no aparelho. E quanto menos perfeitos ou mais defeituosos os elementos, mais distorções sofrerá a onda, por vezes reproduzindo, em guinchos e roncos, uma melodia suave e delicada.


Cremos que, apesar de suas falhas naturais, esse exemplo dá a entender o funcionamento do homem, tal como conhecemos hoje, e tal como o vemos descrito em todas as doutrinas espiritualistas, inclusive

—veremos agora quiçá pela primeira vez - nos textos do Novo Testamento.


Antes das provas que traremos, o mais completas possível, vejamos um quadro sinóptico:
θεός DEUS
πνεϋµα άγιον Espírito Santo
λόγος Pai, Verbo, Som Criador
υίός - Χριστό CRISTO - Filho Unigênito
άνθρωπος HOMEM
иαρδία - Χριστ

ό CRISTO - coração (Centelha)


πνεϋµα νους mente individualidade
πνεϋµα Espírito
φυΧή διάγοια intelecto alma
φυΧή corpo astral personagem
σώµα αίµα sangue (Duplo) corpo
σάρ

ξ carne (Corpo)


A - O EMPREGO DAS PALAVRAS


Se apresentada pela primeira vez, como esta, uma teoria precisa ser amplamente documentada e comprovada, para que os estudiosos possam aprofundar o assunto, verificando sua realidade objetiva. Por isso, começaremos apresentando o emprego e a frequência dos termos supracitados, em todos os locais do Novo Testamento.


KARDÍA


Kardía expressa, desde Homero (Ilíada, 1. 225) até Platão (Timeu, 70 c) a sede das faculdades espirituais, da inteligência (ou mente) e dos sentimentos profundos e violentos (cfr. Ilíada, 21,441) podendo até, por vezes, confundir-se com as emoções (as quais, na realidade, são movimentos da psychê, e não propriamente de kardía). Jesus, porém, reiteradamente afirma que o coração é a fonte primeira em que nascem os pensamentos (diríamos a sede do Eu Profundo).


Com este último sentido, a palavra kardía aparece 112 vezes, sendo que uma vez (MT 12:40) em sentido figurado.


MT 5:8, MT 5:28; 6:21; 9:4; 11:29; 12:34 13-15(2x),19; 15:8,18,19; 18;35; 22;37; 24:48; MC 2:6, MC 2:8; 3:5;


4:15; 6;52; 7;6,19,21; 8:11; 11. 23; 12:30,33; LC 1:17, LC 1:51, LC 1:66; 2;19,35,51; 3:5; 5:22; 6:45; 8:12,15;


9:47; 10:27; 12:34; 16:15; 21:14,34; 24;25,32,38; JO 12:40(2x); 13:2; 14:1,27; 16:6,22 AT 2:26, AT 2:37, AT 2:46; AT 4:32; 5:3(2x); 7:23,39,51,54; 8;21,22; 11;23. 13:22; 14:17; 15:9; 16;14; 21:13; 28:27(2x);


RM 1:21, RM 1:24; 2:5,15,29; 5:5; 6:17; 8:27; 9:2; 10:1,6,8,9,10; 16:16; 1. ª Cor. 2:9; 4:5; 7:37; 14:25; 2. ª Cor. 1:22; 2:4; 3:2,3,15; 4:6; 5:12; 6:11; 7:3; 8:16; 9:7; GL 4:6; EF 1:18; EF 3:17; EF 4:18; EF 5:19; EF 6:5, EF 6:22;


Filp. 1:7; 4:7; CL 2:2; CL 3:15, CL 3:16, CL 3:22; CL 4:8; 1. ª Tess. 2:4,17; 3:13; 2. ª Tess. 2:17; 3:5; 1. ª Tim. 1:5; 2. ª Tim.


2:22; HB 3:8, HB 3:10, HB 3:12, HB 3:15; HB 4:7, HB 4:12; 8:10; 10:16,22; Tiago, 1:26; 3:14; 4:8; 5:5,8; 1. ª Pe. 1:22; 3:4,15; 2. ª Pe. 1:19; 2:15; 1; 1. ª JO 3;19,20(2x),21; AP 2:23; AP 17:17; AP 18:7.


NOÚS


Noús não é a "fonte", mas sim a faculdade de criar pensamentos, que é parte integrante e indivisível de kardía, onde tem sede. Já Anaxágoras (in Diógenes Laércio, livro 2. º, n. º 3) diz que noús (o Pensamento Universal Criador) é o "’princípio do movimento"; equipara, assim, noús a Lógos (Som, Palavra, Verbo): o primeiro impulsionador dos movimentos de rotação e translação da poeira cósmica, com isso dando origem aos átomos, os quais pelo sucessivo englobamento das unidades coletivas cada vez mais complexas, formaram os sistemas atômicos, moleculares e, daí subindo, os sistemas solares, gal áxicos, e os universos (cfr. vol. 3. º).


Noús é empregado 23 vezes com esse sentido: o produto de noús (mente) do pensamento (nóêma), usado 6 vezes (2. ª Cor. 2:11:3:14; 4:4; 10:5; 11:3; Filp. 4:7), e o verbo daí derivado, noeín, empregado

14 vezes (3), sendo que com absoluta clareza em João (João 12:40) quando escreve "compreender com o coração" (noêsôsin têi kardíai).


LC 24. 45; RM 1:28; RM 7:23, RM 7:25; 11:34; 12:2; 14. 5; l. ª Cor. 1. 10; 2:16:14:14,15,19; EF 4:17, EF 4:23; Filp.


4:7; CL 2:18; 2. ª Tess. 2. 2; 1. ª Tim. 6:5; 2. ª Tim. 3:8; TT 1:15;AP 13:18.


PNEUMA


Pneuma, o sopro ou Espírito, usado 354 vezes no N. T., toma diversos sentidos básicos: MT 15:17; MT 16:9, MT 16:11; 24:15; MC 7:18; MC 8:17; MC 13:14; JO 12:40; RM 1:20; EF 3:4, EF 3:20; 1. ª Tim. 1:7;


2. ª Tim. 2:7; HB 11:13

1. Pode tratar-se do ESPÍRITO, caracterizado como O SANTO, designando o Amor-Concreto, base e essência de tudo o que existe; seria o correspondente de Brahman, o Absoluto. Aparece com esse sentido, indiscutivelmente, 6 vezes (MT 12:31, MT 12:32; MC 3:29; LC 12:10; JO 4:24:1. ª Cor. 2:11).


Os outros aspectos de DEUS aparecem com as seguintes denominações:

a) - O PAI (ho patêr), quando exprime o segundo aspecto, de Criador, salientando-se a relação entre Deus e as criaturas, 223 vezes (1); mas, quando se trata do simples aspecto de Criador e Conservador da matéria, é usado 43 vezes (2) o vocábulo herdado da filosofia grega, ho lógos, ou seja, o Verbo, a Palavra que, ao proferir o Som Inaudível, movimenta a poeira cósmica, os átomos, as galáxias.


(1) MT 5:16, MT 5:45, MT 5:48; MT 6:1, MT 6:4, MT 6:6, MT 6:8,9,14,15,26,32; 7:11,21; 10:20,29,32,33; 11:25,27; 12:50; 13:43; 15:13; 16:17,27; 18:10,14,19,35; 20:23; 23:9; 24:36; 25:34:26:29,39,42,53; MC 8:25; MC 11:25, MC 11:32; MC 11:14:36; LC 2:49; LC 2:6:36;9:26;10:21,22;11:2,13;12:30,32;22:29,42;23:34,46;24:49;JO 1:14, JO 1:18; JO 1:2:16;3:35;4:21,23;5:1 7,18,19,20,21,22,23,26,36,37,43,45,46,27,32,37,40,44,45,46,57,65;8:18,19,27,28,38,41,42,49,54;10:1 5,17,18,19,25,29,30,32,35,38;11:41;12:26,27,28,49,50;13:1,3;14:2,6,7,8,9,10,11,13,16,20,21,24,26,28, 31,15:1,8,9,10,15,16,23,24,26;16:3,10,15,17,25,26,27,28,32;17:1,5,11,21,24,25; 18:11; 20:17,21;AT 1:4, AT 1:7; AT 1:2:33;Rom. 1:7;6:4;8:15;15:6;1. º Cor. 8:6; 13:2; 15:24; 2. º Cor. 1:2,3; 6:18; 11:31; Gól. 1:1,3,4; 4:6; EF 1:2, EF 1:3, EF 1:17; EF 2:18; EF 2:3:14; 4:6; 5:20; FP 1:2; FP 2:11; FP 4:20; CL 1:2, CL 1:3, CL 1:12:3:17; 1. 0 Teõs. 1:1,3; 3:11,13; 2° Tess. 1:1 2; : 2:16; 1. º Tim. 1:2; 2. º Tim. 1:2; TT 1:4; Flm. 3; HB 1:5; HB 12:9; Tiago 1:17, Tiago 1:27:3:9; 1° Pe. 1:2,3,17; 2. º Pe. 1:17, 1. º JO 1:2,3; 2:1,14,15,16, 22,23,24; 3:1; 4:14; 2. º JO 3,4,9; Jud. 9; AP 1:6; AP 2:28; AP 3:5, AP 3:21; 14:1. (2) MT 8:8; LC 7:7; JO 1:1, JO 1:14; 5:33; 8:31,37,43,51,52,55; 14:23,24; 15:20; 17:61417; 1. º Cor. 1:13; 2. º Cor. 5:19; GL 6:6; Filp. 2:6; Cor. 1:25; 3:16; 4:3; 1. º Tess. 1:6; 2. º Tess. 3:1; 2. º Tim. 2:9; Heb. : 12; 6:1; 7:28; 12:9; Tiago, 1:21,22,23; 1. ° Pe. 1:23; 2. º Pe. 3:5,7; 1. º JO 1:1,10; 2:5,7,14; AP 19:13.


b) - O FILHO UNIGÊNITO (ho hyiós monogenês), que caracteriza o CRISTO CÓSMICO, isto é, toda a criação englobadamente, que é, na realidade profunda, um dos aspectos da Divindade. Não se trata, como é claro, de panteísmo, já que a criação NÃO constitui a Divindade; mas, ao invés, há imanência (Monismo), pois a criação é UM DOS ASPECTOS, apenas, em que se transforma a Divindade. Esta, além da imanência no relativo, é transcendente como Absoluto; além da imanência no tempo, é transcendente como Eterno; além da imanência no finito, é transcendente como Infinito.


A expressão "Filho Unigênito" só é usada por João (1:14,18; 13:16,18 e 1. a JO 4:9). Em todos os demais passos é empregado o termo ho Christós, "O Ungido", ou melhor, "O Permeado pela Divindade", que pode exprimir tanto o CRISTO CÓSMICO que impregna tudo, quanto o CRISTO INTERNO, se o olhamos sob o ponto de vista da Centelha Divina no âmago da criatura.


Quando não é feita distinção nos aspectos manifestantes, o N. T. emprega o termo genérico ho theós Deus", precedido do artigo definido.


2. Além desse sentido, encontramos a palavra pneuma exprimindo o Espírito humano individualizado; essa individualização, que tem a classificação de pneuma, encontra-se a percorrer a trajetória de sua longa viagem, a construir sua própria evolução consciente, através da ascensão pelos planos vibratórios (energia e matéria) que ele anima em seu intérmino caminhar. Notemos, porém, que só recebe a denominação de pneuma (Espírito), quando atinge a individualização completa no estado hominal (cfr. A. Kardec, "Livro dos Espíritos", resp. 79: "Os Espíritos são a individualização do Princípio Inteligente, isto é, de noús).


Logicamente, portanto, podemos encontrar espíritos em muitos graus evolutivos, desde os mais ignorantes e atrasados (akátharton) e enfermos (ponêrón) até os mais evoluídos e santos (hágion).


Todas essas distinções são encontradas no N. T., sendo de notar-se que esse termo pneuma pode designar tanto o espírito encarnado quanto, ao lado de outros apelativos, o desencarnado.


Eis, na prática, o emprego da palavra pneuma no N. T. :

a) - pneuma como espírito encarnado (individualidade), 193 vezes: MT 1:18, MT 1:20; 3:11; 4:1; 5:3; 10:20; 26:41; 27:50; MC 1:8; MC 2:8; MC 8:12; MC 14:38; LC 1:47, LC 1:80; 3:16, 22; 8:55; 23:46; 24. 37, 39; JO 1:33; JO 3:5, JO 3:6(2x), 8; 4:23; 6:63; 7:39; 11:33; 13:21; 14:17, 26; 15:26; 16:13; 19-30, 20:22; AT 1:5, AT 1:8; 5:3; 32:7:59; 10:38; 11:12,16; 17:16; 18:25; 19:21; 20:22; RM 1:4, RM 1:9; 5:5; 8:2, 4, 5(2x), 6, 9(3x), 10, 11(2x),13, 14, 15(2x), 16(2x), 27; 9:1; 12:11; 14:17; 15:13, 16, 19, 30; 1° Cor. 2:4, 10(2x), 11, 12; 3:16; 5:3,4, 5; 6:11, 17, 19; 7:34, 40; 12:4, 7, 8(2x), 9(2x), 11, 13(2x); 14:2, 12, 14, 15(2x), 16:32; 15:45; 16:18; 2º Cor. 1:22; 2:13; 3:3, 6, 8, 17(2x), 18; 5:5; 6:6; 7:1, 13; 12:18; 13:13; GL 3:2, GL 3:3, GL 3:5; 4:6, 29; 5:5,16,17(2x), 18, 22, 25(2x1); 6:8(2x),18; EF 1:13, EF 1:17; 2:18, 22; 3:5, 16; 4:3, 4:23; 5:18; 6:17, 18; Philp. 1:19, 27; 2:1; 3:3; 4:23; CL 1:8; CL 2:5; 1º Tess. 1:5, 6; 4:8; 5:23; 2. º Tess. 2:13; 1. º Tim. 3:16; 4:22; 2. º Tim. 1:14; TT 3:5; HB 4:12, HB 6:4; HB 9:14; HB 10:29; HB 12:9; Tiago, 2:26:4:4; 1. º Pe. 1:2, 11, 12; 3:4, 18; 4:6,14; 1. º JO 3:24; JO 4:13; JO 5:6(2x),7; Jud. 19:20; AP 1:10; AP 4:2; AP 11:11.


b) - pneuma como espírito desencarnado:


I - evoluído ou puro, 107 vezes:


MT 3:16; MT 12:18, MT 12:28; 22:43; MC 1:10, MC 1:12; 12:36; 13. 11; LC 1:15, LC 1:16, LC 1:41, LC 1:67; 2:25, 27; 4:1, 14, 18; 10:21; 11:13; 12:12; JO 1:32; JO 3:34; AT 1:2, AT 1:16; 2:4(2x), 17, 18, 33(2x), 38; 4:8; 25, 31; 6:3, 10; 7:51, 55; 8:15, 17, 18, 19, 29, 39; 9:17, 31; 10:19, 44, 45, 47; 11:15, 24, 28; 13:2, 4, 9, 52; 15:8, 28; 16:6, 7; 19:1, 2, 6; 20:22, 28; 21:4, 11; 23:8, 9; 28:25; 1. º Cor. 12:3(2x), 10; 1. º Tess. 5:9; 2. º Tess. 2:2; 1. ° Tim. 4:1; HB 1:7, HB 1:14; 2:4; 3:7; 9:8; 10:15; 12:23; 2. º Pe. 1:21; 1. ° JO 4:1(2x), 2, 3, 6; AP 1:4; AP 2:7, AP 2:11, AP 2:17, AP 2:29; 3:1, 6, 13, 22; 4:5; 5:6; 14:13; 17:3:19. 10; 21. 10; 22:6, 17.


II - involuído ou não-purificado, 39 vezes:


MT 8:16; MT 10:1; MT 12:43, MT 12:45; MC 1:23, MC 1:27; 3:11, 30; 5:2, 8, 13; 6:7; 7:25; 9:19; LC 4:36; LC 6:18; LC 7:21; LC 8:2; LC 10:20; LC 11:24, LC 11:26; 13:11; AT 5:16; AT 8:7; AT 16:16, AT 19:12, AT 19:13, AT 19:15, AT 19:16; RM 11:8:1. ° Cor. 2:12; 2. º Cor. 11:4; EF 2:2; 1. º Pe. 3:19; 1. º JO 4:2, 6; AP 13:15; AP 16:13; AP 18:2.


c) - pneuma como "espírito" no sentido abstrato de "caráter", 7 vezes: (JO 6:63; RM 2:29; 1. ª Cor. 2:12:4:21:2. ª Cor. 4:13; GL 6:1 e GL 6:2. ª Tim. 1:7)


d) - pneuma no sentido de "sopro", 1 vez: 2. ª Tess. 2:8 Todavia, devemos acrescentar que o espírito fora da matéria recebia outros apelativo, conforme vimos (vol. 1) e que não é inútil recordar, citando os locais.


PHÁNTASMA, quando o espírito, corpo astral ou perispírito se torna visível; termo que, embora frequente entre os gregos, só aparece, no N. T., duas vezes (MT 14:26 e MC 6:49).

ÁGGELOS (Anjo), empregado 170 vezes, designa um espírito evoluído (embora nem sempre de categoria acima da humana); essa denominação específica que, no momento em que é citada, tal entidade seja de nível humano ou supra-humano - está executando uma tarefa especial, como encarrega de "dar uma mensagem", de "levar um recado" de seus superiores hierárquicos (geralmente dizendo-se "de Deus"): MT 1:20, MT 1:24; 2:9, 10, 13, 15, 19, 21; 4:6, 11; 8:26; 10:3, 7, 22; 11:10, 13; 12:7, 8, 9, 10, 11, 23; 13:39, 41, 49; 16:27; 18:10; 22:30; 24:31, 36; 25:31, 41; 26:53; 27:23; 28:2, 5; MC 1:2, MC 1:13; 8:38; 12:25; 13:27, 32; LC 1:11, LC 1:13, LC 1:18, LC 1:19, 26, 30, 34, 35, 38; 4:10, 11; 7:24, 27; 9:26, 52; 12:8; 16:22; 22:43; 24:23; JO 1:51; JO 12:29; JO 20:12 AT 5:19; AT 6:15; AT 7:30, AT 7:35, AT 7:38, AT 7:52; 12:15; 23:8, 9; RM 8:38; 1. ° Cor. 4:9; 6:3; 11:10; 13:1; 2. º Cor. 11:14; 12:7; GL 1:8; GL 3:19; GL 4:14; CL 2:18; 2. º Tess. 1:7; 1. ° Tim. 3:16; 5:21; HB 1:4, HB 1:5, HB 1:6, HB 1:7, 13; 2:2, 5, 7, 9, 16; 12:22; 13:2; Tiago 2:25; 1. º Pe. 1:4, 11; Jud. 6; AP 1:1, AP 1:20; 2:1, 8, 12, 18; 3:1, 5, 7, 9, 14; 5:2, 11; 7:1, 11; 8:2, 3, 4, 5, 6, 8, 10, 12, 13; 9:1, 11, 13, 14, 15; 10:1, 5, 7, 8, 9, 10; 11:15; 12:7, 9, 17; 14:6, 9, 10, 15, 17, 18, 19; 15:1, 6, 7, 8, 10; 16:1, 5; 17:1, 7; 18:1, 21; 19:17; 20:1; 21:9, 12, 17; 22:6, 8, 16. BEEZEBOUL, usado 7 vezes: (MT 7. 25; 12:24, 27; MC 3:22; LC 11:15, LC 11:18, LC 11:19) só nos Evangelhos, é uma designação de chefe" de falange, "cabeça" de espíritos involuído.


DAIMÔN (uma vez, em MT 8:31) ou DAIMÓNION, 55 vezes, refere-se sempre a um espírito familiar desencarnado, que ainda conserva sua personalidade humana mesmo além túmulo. Entre os gregos, esse termo designava quer o eu interno, quer o "guia". Já no N. T. essa palavra identifica sempre um espírito ainda não-esclarecido, não evoluído, preso à última encarnação terrena, cuja presença prejudica o encarnado ao qual esteja ligado; tanto assim que o termo "demoníaco" é, para Tiago, sinônimo de "personalístico", terreno, psíquico. "não é essa sabedoria que desce do alto, mas a terrena (epígeia), a personalista (psychike), a demoníaca (demoniôdês). (Tiago, 3:15)


MT 7:22; MT 9:33, MT 9:34; 12:24, 27, 28; 10:8; 11:18; 17:18; MC 1:34, MC 1:39; 3:15, 22; 6:13; 7:26, 29, 30; 9:38; 16:9, 17; LC 4:33, LC 4:35, LC 4:41; 7:33; 8:2, 27, 29, 30, 33, 35, 38; 9:1, 42, 49; 10:17; 11:14, 15, 18, 19, 20; 13:32; JO 7:2; JO 8:48, JO 8:49, JO 8:52; 10:20, 21; AT 17:18; 1. ª Cor. 10:20, 21; 1. º Tim. 4:1; Tiago 2:16; Apoc 9:20; 16:24 e 18:2.


Ao falar de desencarnados, aproveitemos para observar como era designado o fenômeno da psicofonia: I - quando se refere a uma obsessão, com o verbo daimonízesthai, que aparece 13 vezes (MT 4:24;


8:16, 28, 33; 9:32; 12:22; 15:22; Marc 1:32; 5:15, 16, 18; LC 8:36; JO 10:21, portanto, só empregado pelos evangelistas).


II - quando se refere a um espírito evoluído, encontramos as expressões:

• "cheio de um espírito (plêrês, LC 4:1; AT 6:3, AT 6:5; 7:55; 11:24 - portanto só empregado por Lucas);


• "encher-se" (pimplánai ou plêthein, LC 1:15, LC 1:41, LC 1:67; AT 2:4; AT 4:8, AT 4:31; 9:17; 13:19 - portanto, só usado por Lucas);


• "conturbar-se" (tarássein), JO 11:33 e JO 13:21).


Já deixamos bem claro (vol 1) que os termos satanás ("antagonista"), diábolos ("adversário") e peirázôn ("tentador") jamais se referem, no N. T., a espíritos desencarnados, mas expressam sempre "a matéria, e por conseguinte também a "personalidade", a personagem humana que, com seu intelecto vaidoso, se opõe, antagoniza e, como adversário natural do espírito, tenta-o (como escreveu Paulo: "a carne (matéria) luta contra o espírito e o espírito contra a carne", GL 5:17).


Esses termos aparecem: satanãs, 33 vezes (MT 4:10; MT 12:26; MT 16:23; MC 1:13; MC 3:23, MC 3:26; 4:15; 8:33; LC 10:18; LC 11:18; LC 13:16; LC 22:3; JO 13:27, JO 13:31; AT 5:3; AT 26:18; RM 16:20; 1. º Cor. 5:5; 7:5; 2. º Cor. 2:11; 11:14; 12:17; 1. ° Tess. 2:18; 2. º Tess. 2:9; 1. º Tim. 1:20; 5:15; AP 2:9, AP 2:13, AP 2:24; 3:9; 12:9; 20:2, 7); diábolos, 35 vezes (MT 4:1, MT 4:5, MT 4:8, MT 4:11; 13:39; 25:41; LC 4:2, LC 4:3, LC 4:6, LC 4:13; 8:12; JO 6:70; JO 8:44; JO 13:2; AT 10:38; AT 13:10; EF 4:27; EF 6:11; 1. º Tim. 3:6, 7, 11; 2. º Tim. 2:26; 3:3 TT 2:3; HB 2:14; Tiago, 4:7; 1. º Pe. 5:8; 1. º JO 3:8, 10; Jud. 9; AP 2:10; AP 12:9, AP 12:12; 20:2,10) e peirázôn, duas vezes (MT 4:3 e MT 4:1. ª Tess. 3:5).


DIÁNOIA


Diánoia exprime a faculdade de refletir (diá+noús), isto é, o raciocínio; é o intelecto que na matéria, reflete a mente espiritual (noús), projetando-se em "várias direções" (diá) no mesmo plano. Usado 12 vezes (MT 22:37; MC 12:30: LC 1:51; LC 10:27: EF 2:3; EF 4:18; CL 1:21; HB 8:10; HB 10:16; 1. ª Pe. 1:13; 2. ª Pe. 3:1; 1. ª JO 5:20) na forma diánoia; e na forma dianóêma (o pensamento) uma vez em LC 11:17. Como sinônimo de diánoia, encontramos, também, synesis (compreensão) 7 vezes (MC 12:33; LC 2:47; 1. ª Cor. 1:19; EF 3:4; CL 1:9 e CL 2:2; e 2. ª Tim. 2:7). Como veremos logo abaixo, diánoia é parte inerente da psychê, (alma).


PSYCHÊ


Psychê é a ALMA, isto é, o "espírito encarnado (cfr. A. Kardec, "Livro dos Espíritos", resp. 134: " alma é o espírito encarnado", resposta dada, evidentemente, por um "espírito" afeito à leitura do Novo Testamento).


A psychê era considerada pelos gregos como o atualmente chamado "corpo astral", já que era sede dos desejos e paixões, isto é, das emoções (cfr. Ésquilo, Persas, 841; Teócrito, 16:24; Xenofonte, Ciropedia, 6. 2. 28 e 33; Xen., Memoráveis de Sócrates, 1. 13:14; Píndaro, Olímpicas, 2. 125; Heródoto, 3. 14; Tucídides, 2. 40, etc.) . Mas psychê também incluía, segundo os gregos, a diánoia ou synesis, isto é, o intelecto (cfr. Heródoto, 5. 124; Sófocles, Édipo em Colona, 1207; Xenofonte, Hieron, 7. 12; Plat ão, Crátilo, 400 a).


No sentido de "espírito" (alma de mortos) foi usada por Homero (cfr. Ilíada 1. 3; 23. 65, 72, 100, 104;


Odisseia, 11. 207,213,222; 24. 14 etc.), mas esse sentido foi depressa abandonado, substituído por outros sinônimos (pnenma, eikôn, phántasma, skiá, daimôn, etc.) .


Psychê é empregado quase sempre no sentido de espírito preso à matéria (encarnado) ou seja, como sede da vida, e até como a própria vida humana, isto é, a personagem terrena (sede do intelecto e das emoções) em 92 passos: Mar. 2:20; 6:25; 10:28, 39; 11:29; 12:18; 16:25, 26; 20:28; 22:37; 26:38; MC 3:4; MC 8:35, MC 8:36, MC 8:37; 10:45; 12:30; 14:34; LC 1:46; LC 2:35; LC 6:9; LC 9:24(2x), 56; 10:27; 12:19, 20, 22, 23; 14:26; 17:33; 21:19; JO 10:11, JO 10:15, JO 10:17, JO 10:18, 24; 12:25, 27; 13:37, 38; 15:13; AT 2:27, AT 2:41, AT 2:43; 3:23; 4:32; 7:14; 14:2, 22; 15:24, 26; 20:10, 24; 27:10, 22, 37, 44; RM 2:9; RM 11:3; RM 13:1; RM 16:4; 1. º Cor. 15:45; 2. º Cor. 1:23; 12:15; EF 6:6; CL 3:23; Flp. 1:27; 2:30; 1. º Tess. 2:8; 5:23; HB 4:12; HB 6:19; HB 10:38, HB 10:39; 12:3; 13:17; Tiago 1:21; Tiago 5:20; 1. º Pe. 1:9, 22; 2:11, 25; 4:19; 2. º Pe. 2:8, 14; 1. º JO 3:16; 3. º JO 2; AP 12:11; AP 16:3; AP 18:13, AP 18:14.


Note-se, todavia, que no Apocalipse (6:9:8:9 e 20:4) o termo é aplicado aos desencarnados por morte violenta, por ainda conservarem, no além-túmulo, as características da última personagem terrena.


O adjetivo psychikós é empregado com o mesmo sentido de personalidade (l. ª Cor. 2:14; 15:44, 46; Tiago, 3:15; Jud. 19).


Os outros termos, que entre os gregos eram usados nesse sentido de "espírito desencarnado", o N. T.


não os emprega com essa interpretação, conforme pode ser verificado:

EIDOS (aparência) - LC 3:22; LC 9:29; JO 5:37; 2. ª Cor. 5:7; 1. ª Tess. 5:22.


EIDÔLON (ídolo) - AT 7:41; AT 15:20; RM 2:22; 1. ª Cor. 8:4, 7; 10:19; 12; 2; 2. ª Cor. 6:16; 1. ª Tess.


1:9; 1. ª JO 5:21; AP 9:20.


EIKÔN (imagem) - MT 22:20; MC 12:16; LC 20:24; RM 1:23; 1. ª Cor. 11:7; 15:49 (2x) ; 2. ª Cor. 3:18; 4:4; CL 1:5; CL 3:10; HB 10:11; AP 13:14; AP 14:2, AP 14:11; 15:2; 19 : 20; 20 : 4.


SKIÁ (sombra) - MT 4:16; MC 4:32; LC 1:79; AT 5:15; CL 2:17; HB 8:5; HB 10:1.


Também entre os gregos, desde Homero, havia a palavra thumós, que era tomada no sentido de alma encarnada". Teve ainda sentidos diversos, exprimindo "coração" quer como sede do intelecto, quer como sede das paixões. Fixou-se, entretanto, mais neste último sentido, e toda, as vezes que a deparamos no Novo Testamento é, parece, com o designativo "força". (Cfr. LC 4:28; AT 19:28; RM 2:8; 2. ª Cor. 12:20; GL 5:20; EF 4:31; CL 3:8; HB 11:27; AP 12:12; AP 14:8, AP 14:10, AP 14:19; 15:1, 7; 16:1, 19; 18:3 e 19:15)


SOMA


Soma exprime o corpo, geralmente o físico denso, que é subdividido em carne (sárx) e sangue (haima), ou seja, que compreende o físico denso e o duplo etérico (e aqui retificamos o que saiu publicado no vol. 1, onde dissemos que "sangue" representava o astral).


Já no N. T. encontramos uma antecipação da moderna qualificação de "corpos", atribuída aos planos ou níveis em que o homem pode tornar-se consciente. Paulo, por exemplo, emprega soma para os planos espirituais; ao distinguir os "corpos" celestes (sómata epouránia) dos "corpos" terrestres (sómata epígeia), ele emprega soma para o físico denso (em lugar de sárx), para o corpo astral (sôma psychikôn) e para o corpo espiritual (sôma pneumatikón) em 1. ª Cor. 15:40 e 44.


No N. T. soma é empregado ao todo 123 vezes, sendo 107 vezes no sentido de corpo físico-denso (material, unido ou não à psychê);


MT 5:29, MT 5:30; 6:22, 25; 10:28(2x); 26:12; 27:58, 59; MC 5:29; MC 14:8; MC 15:43; LC 11:34; LC 12:4, LC 12:22, LC 12:23; 17:37; 23:52, 55; 24:3, 23; JO 2:21; JO 19:31, JO 19:38, JO 19:40; 20:12; Aros. 9:40; RM 1:24; RM 4:19; RM 6:6, RM 6:12; 7:4, 24; 8:10, 11, 13, 23; 12:1, 4; 1. º Cor. 5:13; 6:13(2x), 20; 7:4(2x), 34; 9:27; 12:12(3x),14, 15(2x), 16 (2x), 17, 18, 19, 20, 22, 23, 24, 25; 13:3; 15:37, 38(2x) 40). 2. 0 Cor. 4:40; 5:610; 10:10; 12:2(2x); Gól. 6:17; EF 2:16; EF 5:23, EF 5:28; Ft. 3:21; CL 2:11, CL 2:23; 1. º Tess. 5:23; HB 10:5, HB 10:10, HB 10:22; 13:3, 11; Tiago 2:11, Tiago 2:26; 3:2, 3, 6; 1. º Pe. 2:24; Jud. 9; AP 18:13. Três vezes como "corpo astral" (MT 27:42; 1. ª Cor. 15:14, duas vezes); duas vezes como "corpo espiritual" (1. º Cor. 15:41); e onze vezes com sentido simbólico, referindo-se ao pão, tomado como símbolo do corpo de Cristo (MT 26:26; MC 14:22; LC 22:19; RM 12:5; 1. ª Cor. 6:15; 10:16, 17; 11:24; 12:13, 27; EF 1:23; EF 4:4, EF 4:12, EF 4:16; Filp. 1:20; CL 1:18, CL 1:22; 2:17; 3:15).


HAIMA


Haima, o sangue, exprime, como vimos, o corpo vital, isto é, a parte que dá vitalização à carne (sárx), a qual, sem o sangue, é simples cadáver.


O sangue era considerado uma entidade a parte, representando o que hoje chamamos "duplo etérico" ou "corpo vital". Baste-nos, como confirmação, recordar que o Antigo Testamento define o sangue como "a alma de toda carne" (LV 17:11-14). Suma importância, por isso, é atribuída ao derramamento de sangue, que exprime privação da "vida", e representa quer o sacrifício em resgate de erros e crimes, quer o testemunho de uma verdade.


A palavra é assim usada no N. T. :

a) - sangue de vítimas (HB 9:7, HB 9:12, HB 9:13, HB 9:18, 19, 20, 21, 22, 25; 10:4; 11:28; 13:11). Observe-se que só nessa carta há preocupação com esse aspecto;


b) - sangue de Jesus, quer literalmente (MT 27:4, MT 27:6, MT 27:24, MT 27:25; LC 22:20; JO 19:34; AT 5:28; AT 20:28; RM 5:25; RM 5:9; EF 1:7; EF 2:13; CL 1:20; HB 9:14; HB 10:19, HB 10:29; 12:24; 13:12, 20; 1. ª Pe. 1:2,19; 1. ª JO 1:7; 5:6, 8; AP 1:5; AP 5:9; AP 7:14; AP 12:11); quer simbolicamente, quando se refere ao vinho, como símbolo do sangue de Cristo (MT 26:28; MC 14:24; JO 6:53, JO 6:54, JO 6:55, JO 6:56; 1. ª Cor. 10:16; 11:25, 27).


c) - o sangue derramado como testemunho de uma verdade (MT 23:30, MT 23:35; 27:4; LC 13:1; AT 1:9; AT 18:6; AT 20:26; AT 22:20; RM 3:15; HB 12:4; AP 6:10; 14,: 20; 16:6; 17:6; 19:2, 13).


d) - ou em circunstâncias várias (MC 5:25, MC 5:29; 16:7; LC 22:44; JO 1:13; AT 2:19, AT 2:20; 15:20, 29; 17:26; 21:25; 1. ª Cor. 15:50; GL 1:16; EF 6:12; HB 2:14; AP 6:12; AP 8:7; AP 15:3, AP 15:4; 11:6).


SÁRX


Sárx é a carne, expressão do elemento mais grosseiro do homem, embora essa palavra substitua, muitas vezes, o complexo soma, ou seja, se entenda, com esse termo, ao mesmo tempo "carne" e "sangue".


Apesar de ter sido empregada simbolicamente por Jesus (JO 6:51, JO 6:52, JO 6:53, JO 6:54, 55 e 56), seu uso é mais literal em todo o resto do N. T., em 120 outros locais: MT 19:56; MT 24:22; MT 26:41; MC 10:8; MC 13:20; MC 14:38; LC 3:6; LC 24:39; JO 1:14; JO 3:6(2x); 6:63; 8:15; 17:2; AT 2:7, AT 2:26, AT 2:31; RM 1:3; RM 2:28; RM 3:20; RM 4:1; RM 6:19; RM 7:5, RM 7:18, RM 7:25; 8:3, 4(2x), 5(2x), 6, 7, 8, 9, 13(2x); 9:358; 11:14; 13:14; 1. º Cor. 1:2629; 5:5; 6:16; 7:28;10:18; 15:39(2x),50; 2. º Cor. 1:17; 4:11; 5:16; 7:1,5; 10:2,3(2x); 1:18; 12:7; GL 2:16, GL 2:20; 3:3; 4:13, 14, 23; 5:13, 16, 17, 19, 24; 6:8(2x), 12, 13; EF 2:3, EF 2:11, EF 2:14; 5:29, 30, 31; 6:5; CL 1:22, CL 1:24; 2:1, 5, 11, 13, 18, 23; 3:22, 24; 3:34; 1. º Tim. 3:6; Flm. 16; HB 5:7; HB 9:10, HB 9:13; 10:20; 12:9; Tiago 5:3; 1. º Pe. 1:24; 3;18, 21; 4:1, 2, 6; 2. º Pe. 2:10, 18; 1. º JO 2:16; 4:2; 2. º JO 7; Jud. 7, 8, 23; AP 17:16; AP 19:21.


B - TEXTOS COMPROBATÓRIOS


Respiguemos, agora, alguns trechos do N. T., a fim de comprovar nossas conclusões a respeito desta nova teoria.


Comecemos pela distinção que fazemos entre individualidade (ou Espírito) e a personagem transitória humana.


INDIVIDUALIDADE- PERSONAGEM


Encontramos essa distinção explicitamente ensinada por Paulo (l. ª Cor. 15:35-50) que classifica a individualidade entre os "corpos celestiais" (sómata epouránia), isto é, de origem espiritual; e a personagem terrena entre os "corpos terrenos" (sómata epígeia), ou seja, que têm sua origem no próprio planeta Terra, de onde tiram seus elementos constitutivos (físicos e químicos). Logo a seguir, Paulo torna mais claro seu pensamento, denominando a individualidade de "corpo espiritual" (sôma pneumatikón) e a personagem humana de "corpo psíquico" (sôma psychikón). Com absoluta nitidez, afirma que a individualidade é o "Espírito vivificante" (pneuma zoopioún), porque dá vida; e que a personagem, no plano já da energia, é a "alma que vive" (psychê zôsan), pois recebe vida do Espírito que lhe constitui a essência profunda.


Entretanto, para evitar dúvidas ou más interpretações quanto ao sentido ascensional da evolução, assevera taxativamente que o desenvolvimento começa com a personalidade (alma vivente) e só depois que esta se desenvolve, é que pode atingir-se o desabrochar da individualidade (Espírito vivificante).


Temos, pois, bem estabelecida a diferença fundamental, ensinada no N. T., entre psychê (alma) e pneuma (Espírito).


Mas há outros passos em que esses dois elementos são claramente distinguidos:

1) No Cântico de Maria (LC 1:46) sentimos a diferença nas palavras "Minha alma (psychê) engrandece o Senhor e meu Espírito (pneuma) se alegra em Deus meu Salvador".


2) Paulo (Filp. 1:27) recomenda que os cristãos tenham "um só Espírito (pneuma) e uma só alma (psychê), distinção desnecessária, se não expressassem essas palavras coisas diferentes.


3) Ainda Paulo (l. ª Tess. 5:23) faz votos que os fiéis "sejam santificados e guardados no Espírito (pneuma) na alma (psychê) e no corpo (sôma)", deixando bem estabelecida a tríade que assinalamos desde o início.


4) Mais claro ainda é o autor da Carta dos Hebreus (quer seja Paulo Apolo ou Clemente Romano), ao


. utilizar-se de uma expressão sintomática, que diz: "o Logos Divino é Vivo, Eficaz; e mais penetrante que qualquer espada, atingindo até a divisão entre o Espirito (pneuma) e a alma (psychê)" (HB 4:12); aí não há discussão: existe realmente uma divisão entre espírito e alma.


5) Comparando, ainda, a personagem (psiquismo) com a individualidade Paulo afirma que "fala não palavras aprendidas pela sabedoria humana, mas aprendidas do Espírito (divino), comparando as coisas espirituais com as espirituais"; e acrescenta, como esclarecimento e razão: "o homem psíquico (ho ánthrôpos psychikós, isto é, a personagem intelectualizada) não percebe as coisas do Espírito Divino: são tolices para ele, e não pode compreender o que é discernido espiritualmente; mas o homem espiritual (ho ánthrôpos pneumatikós, ou, seja, a individualidade) discerne tudo, embora não seja discernido por ninguém" (1. ª Cor. 2:13-15).


Portanto, não há dúvida de que o N. T. aceita os dois aspectos do "homem": a parte espiritual, a tríade superior ou individualidade (ánthrôpos pneumatikós) e a parte psíquica, o quaternário inferior ou personalidade ou personagem (ánthrôpos psychikós).


O CORPO


Penetremos, agora, numa especificação maior, observando o emprego da palavra soma (corpo), em seu complexo carne-sangue, já que, em vários passos, não só o termo sárx é usado em lugar de soma, como também o adjetivo sarkikós (ou sarkínos) se refere, como parte externa visível, a toda a personagem, ou seja, ao espírito encarnado e preso à matéria; e isto sobretudo naqueles que, por seu atraso, ainda acreditam que seu verdadeiro eu é o complexo físico, já que nem percebem sua essência espiritual.


Paulo, por exemplo, justifica-se de não escrever aos coríntios lições mais sublimes, porque não pode falar-lhes como a "espirituais" (pnenmatikoí, criaturas que, mesmo encarnadas, já vivem na individualidade), mas só como a "carnais" (sarkínoi, que vivem só na personagem). Como a crianças em Cristo (isto é, como a principiantes no processo do conhecimento crístico), dando-lhes leite a beber, não comida, pois ainda não na podem suportar; "e nem agora o posso, acrescenta ele, pois ainda sois carnais" (1. ª Cor. 3:1-2).


Dessa forma, todos os que se encontram na fase em que domina a personagem terrena são descritos por Paulo como não percebendo o Espírito: "os que são segundo a carne, pensam segundo a carne", em oposição aos "que são segundo o espírito, que pensam segundo o espírito". Logo a seguir define a "sabedoria da carne como morte, enquanto a sabedoria do Espírito é Vida e Paz" (Rom, 8:5-6).


Essa distinção também foi afirmada por Jesus, quando disse que "o espírito está pronto (no sentido de" disposto"), mas a carne é fraca" (MT 26:41; MC 14:38). Talvez por isso o autor da Carta aos Hebreus escreveu, ao lembrar-se quiçá desse episódio, que Jesus "nos dias de sua carne (quando encarnado), oferecendo preces e súplicas com grande clamor e lágrimas Àquele que podia livrá-lo da morte, foi ouvido por causa de sua devoção e, não obstante ser Filho de Deus (o mais elevado grau do adeptado, cfr. vol. 1), aprendeu a obediência por meio das coisas que sofreu" (Heb, 5:7-8).


Ora, sendo assim fraca e medrosa a personagem humana, sempre tendente para o mal como expoente típico do Antissistema, Paulo tem o cuidado de avisar que "não devemos submeter-nos aos desejos da carne", pois esta antagoniza o Espírito (isto é constitui seu adversário ou diábolos). Aconselha, então que não se faça o que ela deseja, e conforta os "que são do Espírito", assegurando-lhes que, embora vivam na personalidade, "não estão sob a lei" (GL 5:16-18). A razão é dada em outro passo: "O Senhor é Espírito: onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade" (2. ª Cor. 3:17).


Segundo o autor da Carta aos Hebreus, esta foi uma das finalidades da encarnação de Jesus: livrar a personagem humana do medo da morte. E neste trecho confirma as palavras do Mestre a Nicodemos: "o que nasce de carne é carne" (JO 3:6), esclarecendo, ao mesmo tempo, no campo da psicobiologia, (o problema da hereditariedade: dos pais, os filhos só herdam a carne e o sangue (corpo físico e duplo etérico), já que a psychê é herdeira do pneuma ("o que nasce de espírito, é espírito", João, ibidem). Escreve, então: "como os filhos têm a mesma natureza (kekoinônêken) na carne e no sangue, assim ele (Jesus) participou da carne e do sangue para que, por sua morte, destruísse o adversário (diábolos, a matéria), o qual possui o império da morte, a fim de libertá-las (as criaturas), já que durante toda a vida elas estavam sujeitas ao medo da morte" (HB 2:14).


Ainda no setor da morte, Jesus confirma, mais uma vez, a oposição corpo-alma: "não temais os que matam o corpo: temei o que pode matar a alma (psychê) e o corpo (sôma)" (MT 10:28). Note-se, mais uma vez, a precisão (elegantia) vocabular de Jesus, que não fala em pneuma, que é indestrutível, mas em psychê, ou seja, o corpo astral sujeito a estragos e até morte.


Interessante observar que alguns capítulos adiante, o mesmo evangelista (MT 27:52) usa o termo soma para designar o corpo astral ou perispírito: "e muitos corpos dos santos que dormiam, despertaram".


Refere-se ao choque terrível da desencarnação de Jesus, que foi tão violento no plano astral, que despertou os desencarnados que se encontravam adormecidos e talvez ainda presos aos seus cadáveres, na hibernação dos que desencarnam despreparados. E como era natural, ao despertarem, dirigiram-se para suas casas, tendo sido percebidos pelos videntes.


Há um texto de Paulo que nos deixa em suspenso, sem distinguirmos se ele se refere ao corpo físico (carne) ou ao psíquico (astral): "conheço um homem em Cristo (uma individualidade já cristificada) que há catorze anos - se no corpo (en sômai) não sei, se fora do corpo (ektòs sômatos) não sei: Deus

sabe foi raptado ao terceiro céu" (l. ª Cor. 12:2). É uma confissão de êxtase (ou talvez de "encontro"?), em que o próprio experimentador se declara inapto a distinguir se se tratava de um movimento puramente espiritual (fora do corpo), ou se tivera a participação do corpo psíquico (astral); nem pode verificar se todo o processo se realizou com pneuma e psychê dentro ou fora do corpo.


Entretanto, de uma coisa ele tem certeza absoluta: a parte inferior do homem, a carne e o sangue, esses não participaram do processo. Essa certeza é tão forte, que ele pode ensinar taxativamente e sem titubeios, que o físico denso e o duplo etérico não se unificam com a Centelha Divina, não "entram no reino dos céus", sendo esta uma faculdade apenas de pneuma, e, no máximo, de psychê. E ele o diz com ênfase: "isto eu vos digo, irmãos, que a carne (sárx) e o sangue (haima) NÃO PODEM possuir o reino de Deus" (l. ª Cor. 15:50). Note-se que essa afirmativa é uma negação violenta do "dogma" da ressurreição da carne.


ALMA


Num plano mais elevado, vejamos o que nos diz o N. T. a respeito da psychê e da diánoia, isto é, da alma e do intelecto a esta inerente como um de seus aspectos.


Como a carne é, na realidade dos fatos, incapaz de vontades e desejos, que provêm do intelecto, Paulo afirma que "outrora andávamos nos desejos de nossa carne", esclarecendo, porém, que fazíamos "a vontade da carne (sárx) e do intelecto (diánoia)" (EF 2:3). De fato "o afastamento e a inimizade entre Espírito e corpo surgem por meio do intelecto" (CL 1. 21).


A distinção entre intelecto (faculdade de refletir, existente na personagem) e mente (faculdade inerente ao coração, que cria os pensamentos) pode parecer sutil, mas já era feita na antiguidade, e Jerem ías escreveu que YHWH "dá suas leis ao intelecto (diánoia), mas as escreve no coração" (JR 31:33, citado certo em HB 8:10, e com os termos invertidos em HB 10:16). Aí bem se diversificam as funções: o intelecto recebe a dádiva, refletindo-a do coração, onde ela está gravada.


Realmente a psychê corresponde ao corpo astral, sede das emoções. Embora alguns textos no N. T.


atribuam emoções a kardía, Jesus deixou claro que só a psychê é atingível pelas angústias e aflições, asseverando: "minha alma (psychê) está perturbada" (MT 26:38; MC 14:34; JO 12:27). Jesus não fala em kardía nem em pneuma.


A MENTE


Noús é a MENTE ESPIRITUAL, a individualizadora de pneuma, e parte integrante ou aspecto de kardía. E Paulo, ao salientar a necessidade de revestir-nos do Homem Novo (de passar a viver na individualidade) ordena que "nos renovemos no Espírito de nossa Mente" (EF 4:23-24), e não do intelecto, que é personalista e divisionário.


E ao destacar a luta entre a individualidade e a personagem encarnada, sublinha que "vê outra lei em seus membros (corpo) que se opõem à lei de sua mente (noús), e o aprisiona na lei do erro que existe em seus membros" (RM 7:23).


A mente espiritual, e só ela, pode entender a sabedoria do Cristo; e este não se dirige ao intelecto para obter a compreensão dos discípulos: "e então abriu-lhes a mente (noún) para que compreendessem as Escrituras" (LC 24:45). Até então, durante a viagem (bastante longa) ia conversando com os "discípulos de Emaús". falando-lhes ao intelecto e provando-lhes que o Filho do Homem tinha que sofrer; mas eles não O reconheceram. Mas quando lhes abriu a MENTE, imediatamente eles perceberam o Cristo.


Essa mente é, sem dúvida, um aspecto de kardía. Isaías escreveu: "então (YHWH) cegou-lhes os olhos (intelecto) e endureceu-lhes o coração, para que não vissem (intelectualmente) nem compreendessem com o coração" (IS 6:9; citado por JO 12:40).


O CORAÇÃO


Que o coração é a fonte dos pensamentos, nós o encontramos repetido à exaustão; por exemplo: MT 12:34; MT 15:18, MT 15:19; Marc 7:18; 18:23; LC 6:45; LC 9:47; etc.


Ora, se o termo CORAÇÃO exprime, límpida e indiscutivelmente, a fonte primeira do SER, o "quarto fechado" onde o "Pai vê no secreto" MT 6:6), logicamente se deduz que aí reside a Centelha Divina, a Partícula de pneuma, o CRISTO (Filho Unigênito), que é UNO com o Pai, que também, consequentemente, aí reside. E portanto, aí também está o Espírito-Santo, o Espírito-Amor, DEUS, de que nosso Eu é uma partícula não desprendida.


Razão nos assiste, então, quando escrevemos (vol. 1 e vol. 3) que o "reino de Deus" ou "reino dos céus" ou "o céu", exprime exatamente o CORAÇÃO; e entrar no reino dos céus é penetrar, é MERGULHAR (batismo) no âmago de nosso próprio EU. É ser UM com o CRISTO, tal como o CRISTO é UM com o PAI (cfr. JO 10. 30; 17:21,22, 23).


Sendo esta parte a mais importante para a nossa tese, dividamo-la em três seções:

a) - Deus ou o Espírito Santo habitam DENTRO DE nós;


b) - CRISTO, o Filho (UNO com o Pai) também está DENTRO de nós, constituindo NOSSA ESSÊNCIA PROFUNDA;


c) - o local exato em que se encontra o Cristo é o CORAÇÃO, e nossa meta, durante a encarnação, é CRISTIFICAR-NOS, alcançando a evolução crística e unificando-nos com Ele.


a) -


A expressão "dentro de" pode ser dada em grego pela preposição ENTOS que encontramos clara em LC (LC 17:21), quando afirma que "o reino de Deus está DENTRO DE VÓS" (entòs humin); mas tamb ém a mesma ideia é expressa pela preposição EN (latim in, português em): se a água está na (EM A) garrafa ou no (EM O) copo, é porque está DENTRO desses recipientes. Não pode haver dúvida. Recordese o que escrevemos (vol. 1): "o Logos se fez carne e fez sua residência DENTRO DE NÓS" (JO 1:14).


Paulo é categórico em suas afirmativas: "Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito Santo habita dentro de vós" (1. ª Cor. 3:16).


Οΰи οίδατε ότι ναός θεοϋ έστε иαί τό πνεϋµα τοϋ θεοϋ έν ϋµϊν οίиεί;

E mais: "E não sabeis que vosso corpo é o templo do Espírito Santo que está dentro de vós, o qual recebestes de Deus, e não pertenceis a vós mesmos? Na verdade, fostes comprados por alto preço. Glorificai e TRAZEI DEUS EM VOSSO CORPO" (1. ª Cor. 6:19-20).


Esse Espírito Santo, que é a Centelha do Espírito Universal, é, por isso mesmo, idêntico em todos: "há muitas operações, mas UM só Deus, que OPERA TUDO DENTRO DE TODAS AS COISAS; ... Todas essas coisas opera o único e mesmo Espírito; ... Então, em UM Espírito todos nós fomos MERGULHADOS en: UMA carne, judeus e gentios, livres ou escravos" (1. ª Cor. 12:6, 11, 13).


Καί διαιρέσεις ένεργηµάτων είσιν, ό δέ αύτός θεός ό ένεργών τα πάντα έν πάσιν... Дάντα δέ ταύτα ένεργεί τό έν иαί τό αύτό πνεύµα... Кαί γάρ έν ένί πνεύµατι ήµείς πάντες είς έν σώµα έβαπτίσθηµεν,
είτε ̉Ιουδαίοι εϊτε έλληνες, είτε δούλοι, εϊτε έλεύθεροι.
Mais ainda: "Então já não sois hóspedes e estrangeiros, mas sois concidadãos dos santos e familiares de Deus, superedificados sobre o fundamento dos Enviados e dos Profetas, sendo a própria pedra angular máxima Cristo Jesus: em Quem toda edificação cresce no templo santo no Senhor, no Qual tamb ém vós estais edificados como HABITAÇÃO DE DEUS NO ESPÍRITO" (EF 2:19-22). " Αρα ούν ούиέτι έστε ζένοι иαί πάροιиοι, άλλά έστε συµπολίται τών άγίων иαί οίиείοι τού θεού,
έποιиοδοµηθέντες έπί τώ θεµελίω τών άποστόλων иαί προφητών, όντος άиρογωνιαίου αύτού Χριστόύ
#cite Іησού, έν ώ πάσα οίиοδοµή συναρµολογουµένη αύζει είς ναόν άγιον έν иυρίώ, έν ώ иαί ύµείς
συνοιиοδοµείσθε είς иατοιиητήεριον τού θεού έν πνεµατ

ι.


Se Deus habita DENTRO do homem e das coisas quem os despreza, despreza a Deus: "quem despreza estas coisas, não despreza homens, mas a Deus, que também deu seu Espírito Santo em vós" (1. ª Tess. 4:8).


Тοιγαρούν ό άθετών ούи άνθρωπον άθετεί, άλλά τόν θεόν τόν иαί διδόντα τό πνεύµα αύτού τό άγιον είς ύµάς.

E a consciência dessa realidade era soberana em Paulo: "Guardei o bom depósito, pelo Espírito Santo que habita DENTRO DE NÓS" (2. ª Tim. 1:14). (20)


Тήν иαλήν παραθήиην φύλαζον διά πνεύµατος άγίου τού ένοιиούντος έν ήµϊ

ν.


João dá seu testemunho: "Ninguém jamais viu Deus. Se nos amarmos reciprocamente, Deus permanecer á DENTRO DE NÓS, e o Amor Dele, dentro de nós, será perfeito (ou completo). Nisto sabemos que permaneceremos Nele e Ele em nós, porque DE SEU ESPÍRITO deu a nós" (1. ª JO 4:12-13).


θεόν ούδείς πώποτε τεθέαται: έάν άγαπώµεν άλλήλους, ό θεός έν ήµϊν µένει, иαί ή άγάπη αύτοϋ τε-
τελειωµένη έν ήµϊν έστιν. Εν τουτω γινώσиοµεν ότι έν αύτώ µένοµεν иαί αύτός έν ήµϊν, ότι έи τοϋ
πνεύµατος αύτοϋ δέδώиεν ήµϊ

ν.


b) -


Vejamos agora os textos que especificam melhor ser o CRISTO (Filho) que, DENTRO DE NÓS. constitui a essência profunda de nosso ser. Não é mais uma indicação de que TEMOS a Divindade em nós, mas um ensino concreto de que SOMOS uma partícula da Divindade. Escreve Paulo: "Não sabeis que CRISTO (Jesus) está DENTRO DE VÓS"? (2. ª Cor. 13:5). E, passando àquela teoria belíssima de que formamos todos um corpo só, cuja cabeça é Cristo, ensina Paulo: "Vós sois o CORPO de Cristo, e membros de seus membros" (l. ª Cor. 12:27). Esse mesmo Cristo precisa manifestar-se em nós, através de nós: "vossa vida está escondida COM CRISTO em Deus; quando Cristo se manifestar, vós também vos manifestareis em substância" (CL 3:3-4).


E logo adiante insiste: "Despojai-vos do velho homem com seus atos (das personagens terrenas com seus divisionismos egoístas) e vesti o novo, aquele que se renova no conhecimento, segundo a imagem de Quem o criou, onde (na individualidade) não há gentio nem judeu, circuncidado ou incircunciso, bárbaro ou cita, escravo ou livre, mas TUDO e EM TODOS, CRISTO" (CL 3:9-11).


A personagem é mortal, vivendo a alma por efeito do Espírito vivificante que nela existe: "Como em Adão (personagem) todos morrem, assim em CRISTO (individualidade, Espírito vivificante) todos são vivificados" (1. ª Cor. 15:22).


A consciência de que Cristo vive nele, faz Paulo traçar linhas imorredouras: "ou procurais uma prova do CRISTO que fala DENTRO DE MIM? o qual (Cristo) DENTRO DE VÓS não é fraco" mas é poderoso DENTRO DE VÓS" (2. ª Cor. 13:3).


E afirma com a ênfase da certeza plena: "já não sou eu (a personagem de Paulo), mas CRISTO QUE VIVE EM MIM" (GL 2:20). Por isso, pode garantir: "Nós temos a mente (noús) de Cristo" (l. ª Cor. 2:16).


Essa convicção traz consequências fortíssimas para quem já vive na individualidade: "não sabeis que vossos CORPOS são membros de Cristo? Tomando, então, os membros de Cristo eu os tornarei corpo de meretriz? Absolutamente. Ou não sabeis que quem adere à meretriz se torna UM CORPO com ela? Está dito: "e serão dois numa carne". Então - conclui Paulo com uma lógica irretorquível - quem adere a Deus é UM ESPÍRITO" com Deus (1. ª Cor. 6:15-17).


Já desde Paulo a união sexual é trazida como o melhor exemplo da unificação do Espírito com a Divindade. Decorrência natural de tudo isso é a instrução dada aos romanos: "vós não estais (não viveis) EM CARNE (na personagem), mas EM ESPÍRITO (na individualidade), se o Espírito de Deus habita DENTRO DE VÓS; se porém não tendes o Espírito de Cristo, não sois Dele. Se CRISTO (está) DENTRO DE VÓS, na verdade o corpo é morte por causa dos erros, mas o Espírito vive pela perfeição. Se o Espírito de Quem despertou Jesus dos mortos HABITA DENTRO DE VÓS, esse, que despertou Jesus dos mortos, vivificará também vossos corpos mortais, por causa do mesmo Espírito EM VÓS" (RM 9:9-11). E logo a seguir prossegue: "O próprio Espírito testifica ao nosso Espírito que somos filhos de Deus; se filhos, (somos) herdeiros: herdeiros de Deus, co-herdeiros de Cristo" (RM 8:16). Provém daí a angústia de todos os que atingiram o Eu Interno para libertar-se: "também tendo em nós as primícias do Espírito, gememos dentro de nós, esperando a adoção de Filhos, a libertação de nosso corpo" (RM 8:23).


c) -


Finalmente, estreitando o círculo dos esclarecimentos, verificamos que o Cristo, dentro de nós, reside NO CORAÇÃO, onde constitui nosso EU Profundo. É ensinamento escriturístico.


Ainda é Paulo que nos esclarece: "Porque sois filhos, Deus enviou o ESPÍRITO DE SEU FILHO, em vosso CORAÇÃO, clamando Abba, ó Pai" (GL 4:6). Compreendemos, então, que o Espírito Santo (Deus) que está em nós, refere-se exatamente ao Espírito do FILHO, ao CRISTO Cósmico, o Filho Unigênito. E ficamos sabendo que seu ponto de fixação em nós é o CORAÇÃO.


Lembrando-se, talvez, da frase de Jeremias, acima-citada, Paulo escreveu aos coríntios: "vós sois a nossa carta, escrita em vossos CORAÇÕES, conhecida e lida por todos os homens, sendo manifesto que sois CARTA DE CRISTO, preparada por nós, e escrita não com tinta, mas com o Espírito de Deus Vivo; não em tábuas de pedra, mas nas tábuas dos CORAÇÕES CARNAIS" (2. ª Cor. 3:2-3). Bastante explícito que realmente se trata dos corações carnais, onde reside o átomo espiritual.


Todavia, ainda mais claro é outro texto, em que se fala no mergulho de nosso eu pequeno, unificandonos ao Grande EU, o CRISTO INTERNO residente no coração: "CRISTO HABITA, pela fé, no VOSSO CORAÇÃO". E assegura com firmeza: "enraizados e fundamentados no AMOR, com todos os santos (os encarnados já espiritualizados na vivência da individualidade) se compreenderá a latitude, a longitude a sublimidade e a profundidade, conhecendo o que está acima do conhecimento, o AMOR DE CRISTO, para que se encham de toda a plenitude de Deus" (EF 3:17).


Кατοιиήσαι τόν Χριστόν διά τής πίστεως έν ταϊς иαρδίαις ύµών, έν άγάπη έρριζωµένοι иαί τεθεµελιωµένοι, ϊνα έζισγύσητε иαταλαβέσθαι σύν πάσιν τοϊςάγίοιςτί τό πλάτος иαί µήиος иαί ύψος
иαί βάθος, γνώσαι τε τήν ύπερβάλλουσαν τής γνώσεως άγάπην τοϋ Χριστοϋ, ίνα πληρωθήτε είς πάν τό πλήρωµα τού θεοϋ.

Quando se dá a unificação, o Espírito se infinitiza e penetra a Sabedoria Cósmica, compreendendo então a amplitude da localização universal do Cristo.


Mas encontramos outro ensino de suma profundidade, quando Paulo nos adverte que temos que CRISTIFICAR-NOS, temos que tornar-nos Cristos, na unificação com Cristo. Para isso, teremos que fazer uma tradução lógica e sensata da frase, em que aparece o verbo CHRIO duas vezes: a primeira, no particípio passado, Christós, o "Ungido", o "permeado da Divindade", particípio que foi transliterado em todas as línguas, com o sentido filosófico e místico de O CRISTO; e a segunda, logo a seguir, no presente do indicativo. Ora, parece de toda evidência que o sentido do verbo tem que ser O MESMO em ambos os empregos. Diz o texto original: ho dè bebaiôn hemãs syn humin eis Christon kaí chrísas hemãs theós (2. ª Cor. 1:21).


#cite Ο δέ βεβαιών ήµάς σύν ύµίν είς Χριστόν иαί χρίσας ήµάς θεό

ς.


Eis a tradução literal: "Deus, fortifica dor nosso e vosso, no Ungido, unge-nos".


E agora a tradução real: "Deus, fortificador nosso e vosso, em CRISTO, CRISTIFICA-NOS".


Essa a chave para compreendermos nossa meta: a cristificação total e absoluta.


Logo após escreve Paulo: "Ele também nos MARCA e nos dá, como penhor, o Espírito em NOSSOS CORAÇÕES" (2. ª Cor. 1:22).


#cite Ο иαί σφραγισάµενος ήµάς иαί δούς τόν άρραβώνα τόν πνεύµατος έν ταϊς иαρδϊαις ήµώ

ν.


Completando, enfim, o ensino - embora ministrado esparsamente - vem o texto mais forte e explícito, informando a finalidade da encarnação, para TÔDAS AS CRIATURAS: "até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, ao Homem Perfeito, à medida da evolução plena de Cristo" (EF 4:13).


Мέρχι иαταντήσωµεν οί πάντες είς τήν ένότητα τής πίστοως. иαί τής έπιγνώσεως τοϋ υίοϋ τοϋ θεοϋ,
είς άνδρα τελειον, είς µέτρον ήλιиίας τοϋ πληρώµατος τοϋ Χριστοϋ.
Por isso Paulo escreveu aos Gálatas: "ó filhinhos, por quem outra vez sofro as dores de parto, até que Cristo SE FORME dentro de vós" (GL 4:19) (Тεиνία µου, ούς πάλιν ώδίνω, µέρχις ού µορφωθή Χριστός έν ύµϊ

ν).


Agostinho (Tract. in Joanne, 21, 8) compreendeu bem isto ao escrever: "agradeçamos e alegremonos, porque nos tornamos não apenas cristãos, mas cristos", (Christus facti sumus); e Metódio de Olimpo ("Banquete das dez virgens", Patrol. Graeca, vol. 18, col. 150) escreveu: "a ekklêsía está grávida e em trabalho de parto até que o Cristo tome forma em nós, até que Cristo nasça em nós, a fim de que cada um dos santos (encarnados) por sua participação com o Cristo, se torne Cristo". Também Cirilo de Jerusalém ("Catechesis mystagogicae" 1. 3. 1 in Patr. Graeca vol. 33, col. 1. 087) asseverou: " Após terdes mergulhado no Cristo e vos terdes revestido do Cristo, fostes colocados em pé de igualdade com o Filho de Deus... pois que entrastes em comunhão com o Cristo, com razão tendes o nome de cristos, isto é, de ungidos".


Todo o que se une ao Cristo, se torna um cristo, participando do Pneuma e da natureza divina (theías koinônoí physeôs) (2. ª Pe. 1:3), pois "Cristo é o Espírito" (2. ª Cor. 3:17) e quem Lhe está unido, tem em si o selo (sphrágis) de Cristo. Na homilia 24,2, sobre 1. ª Cor. 10:16, João Crisóstomo (Patrol.


Graeca vol. 61, col. 200) escreveu: "O pão que partimos não é uma comunhão (com+união, koinônía) ao corpo de Cristo? Porque não disse "participação" (metoché)? Porque quis revelar algo mais, e mostrar uma associação (synápheia) mais íntima. Realmente, estamos unidos (koinônoúmen) não só pela participação (metéchein) e pela recepção (metalambánein), mas também pela UNIFICAÇÃO (enousthai)".


Por isso justifica-se o fragmento de Aristóteles, supra citado, em Sinésio: "os místicos devem não apenas aprender (mathein) mas experimentar" (pathein).


Essa é a razão por que, desde os primeiros séculos do estabelecimento do povo israelita, YHWH, em sua sabedoria, fazia a distinção dos diversos "corpos" da criatura; e no primeiro mandamento revelado a Moisés dizia: " Amarás a Deus de todo o teu coração (kardía), de toda tua alma (psychê), de todo teu intelecto (diánoia), de todas as tuas forças (dynameis)"; kardía é a individualidade, psychê a personagem, dividida em diánoia (intelecto) e dynameis (veículos físicos). (Cfr. LV 19:18; DT 6:5; MT 22:37; MC 12:13; LC 10:27).


A doutrina é uma só em todos os sistemas religiosos pregados pelos Mestres (Enviados e Profetas), embora com o tempo a imperfeição humana os deturpe, pois a personagem é fundamentalmente divisionista e egoísta. Mas sempre chega a ocasião em que a Verdade se restabelece, e então verificamos que todas as revelações são idênticas entre si, em seu conteúdo básico.


ESCOLA INICIÁTICA


Após essa longa digressão a respeito do estudo do "homem" no Novo Testamento, somos ainda obrigados a aprofundar mais o sentido do trecho em que são estipuladas as condições do discipulato.


Há muito desejaríamos ter penetrado neste setor, a fim de poder dar explicação cabal de certas frases e passagens; mas evitamo-lo ao máximo, para não ferir convicções de leitores desacostumados ao assunto.


Diante desse trecho, porém, somos forçados a romper os tabus e a falar abertamente.


Deve ter chamado a atenção de todos os estudiosos perspicazes dos Evangelhos, que Jesus jamais recebeu, dos evangelistas, qualquer título que normalmente seria atribuído a um fundador de religião: Chefe Espiritual, Sacerdote, Guia Espiritual, Pontífice; assim também, aqueles que O seguiam, nunca foram chamados Sequazes, Adeptos, Adoradores, Filiados, nem Fiéis (a não ser nas Epístolas, mas sempre com o sentido de adjetivo: os que mantinham fidelidade a Seus ensinos). Ao contrário disso, os epítetos dados a Jesus foram os de um chefe de escola: MESTRE (Rabbi, Didáskalos, Epistátês) ou de uma autoridade máxima Kyrios (SENHOR dos mistérios). Seus seguidores eram DISCÍPULOS (mathêtês), tudo de acordo com a terminologia típica dos mistérios iniciáticos de Elêusis, Delfos, Crotona, Tebas ou Heliópolis. Após receberem os primeiros graus, os discípulos passaram a ser denominado "emissários" (apóstolos), encarregados de dar a outros as primeiras iniciações.


Além disso, é evidente a preocupação de Jesus de dividir Seus ensinos em dois graus bem distintos: o que era ministrado de público ("a eles só é dado falar em parábolas") e o que era ensinado privadamente aos "escolhidos" ("mas a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus", cfr. MT 13:10-17 ; MC 4:11-12; LC 8:10).


Verificamos, portanto, que Jesus não criou uma "religião", no sentido moderno dessa palavra (conjunto de ritos, dogmas e cultos com sacerdócio hierarquicamente organizado), mas apenas fundou uma ESCOLA INICIÁTICA, na qual preparou e "iniciou" seus DISCÍPULOS, que Ele enviou ("emissários, apóstolos") com a incumbência de "iniciar" outras criaturas. Estas, por sua vez, foram continuando o processo e quando o mundo abriu os olhos e percebeu, estava em grande parte cristianizado. Quando os "homens" o perceberam e estabeleceram a hierarquia e os dogmas, começou a decadência.


A "Escola iniciática" fundada por Jesus foi modelada pela tradição helênica, que colocava como elemento primordial a transmissão viva dos mistérios: e "essa relação entre a parádosis (transmissão) e o mystérion é essencial ao cristianismo", escreveu o monge beneditino D. Odon CaseI (cfr. "Richesse du Mystere du Christ", Les éditions du Cerf. Paris, 1964, pág. 294). Esse autor chega mesmo a afirmar: " O cristianismo não é uma religião nem uma confissão, segundo a acepção moderna dessas palavras" (cfr. "Le Mystere du Culte", ib., pág. 21).


E J. Ranft ("Der Ursprung des Kathoíischen Traditionsprinzips", 1931, citado por D . O. Casel) escreve: " esse contato íntimo (com Cristo) nasce de uma gnose profunda".


Para bem compreender tudo isso, é indispensável uma incursão pelo campo das iniciações, esclarecendo antes alguns termos especializados. Infelizmente teremos que resumir ao máximo, para não prejudicar o andamento da obra. Mas muitos compreenderão.


TERMOS ESPECIAIS


Aiôn (ou eon) - era, época, idade; ou melhor CICLO; cada um dos ciclos evolutivos.


Akoueíu - "ouvir"; akoueín tòn lógon, ouvir o ensino, isto é, receber a revelação dos segredos iniciáticos.


Gnôse - conhecimento espiritual profundo e experimental dos mistérios.


Deíknymi - mostrar; era a explicação prática ou demonstração de objetos ou expressões, que serviam de símbolos, e revelavam significados ocultos.


Dóxa - doutrina; ou melhor, a essência do conhecimento profundo: o brilho; a luz da gnôse; donde "substância divina", e daí a "glória".


Dynamis - força potencial, potência que capacita para o érgon e para a exousía, infundindo o impulso básico de atividade.


Ekklêsía - a comunidade dos "convocados" ou "chamados" (ékklêtos) aos mistérios, os "mystos" que tinham feito ou estavam fazendo o curso da iniciação.


Energeín - agir por dentro ou de dentro (energia), pela atuação da força (dybamis).


Érgon - atividade ou ação; trabalho espiritual realizado pela força (dynamis) da Divindade que habita dentro de cada um e de cada coisa; energia.


Exêgeísthaí - narrar fatos ocultos, revelar (no sentido de "tirar o véu") (cfr. LC 24:35; JO 1:18; AT 10:8:15:12, 14).


Hágios - santo, o que vive no Espírito ou Individualidade; o iniciado (cfr. teleios).


Kyrios - Senhor; o Mestre dos Mistérios; o Mistagogo (professor de mistérios); o Hierofante (o que fala, fans, fantis, coisas santas, hieros); dava-se esse título ao possuidor da dynamis, da exousía e do érgon, com capacidade para transmiti-los.


Exousía - poder, capacidade de realização, ou melhor, autoridade, mas a que provém de dentro, não "dada" de fora.


Leitourgia - Liturgia, serviço do povo: o exercício do culto crístico, na transmissão dos mistérios.


Legómena - palavras reveladoras, ensino oral proferido pelo Mestre, e que se tornava "ensino ouvido" (lógos akoês) pelos discípulos.


Lógos - o "ensino" iniciático, a "palavra" secreta, que dava a chave da interpretação dos mistérios; a" Palavra" (Energia ou Som), segundo aspecto da Divindade.


Monymenta - "monumentos", ou seja, objetos e lembranças, para manter viva a memória.


Mystagogo – o Mestre dos Mystérios, o Hierofante.


Mystérion - a ação ou atividade divina, experimentada pelo iniciado ao receber a iniciação; donde, o ensino revelado apenas aos perfeitos (teleios) e santos (hágios), mas que devia permanecer oculto aos profanos.


Oikonomía - economia, dispensação; literalmente "lei da casa"; a vida intima de cada iniciado e sua capacidade na transmissão iniciática a outros, (de modo geral encargo recebido do Mestre).


Orgê - a atividade ou ação sagrada; o "orgasmo" experimentado na união mística: donde "exaltação espiritual" pela manifestação da Divindade (erradamente interpretado como "ira").


Parábola - ensino profundo sob forma de narrativa popular, com o verdadeiro sentido oculto por metáforas e símbolos.


Paradídômi - o mesmo que o latim trádere; transmitir, "entregar", passar adiante o ensino secreto.


Parádosis - transmissão, entrega de conhecimentos e experiências dos ensinos ocultos (o mesmo que o latim tradítio).


Paralambánein - "receber" o ensino secreto, a "palavra ouvida", tornando-se conhecedor dos mistérios e das instruções.


Patheín - experimentar, "sofrer" uma experiência iniciática pessoalmente, dando o passo decisivo para receber o grau e passar adiante.


Plêrôma - plenitude da Divindade na criatura, plenitude de Vida, de conhecimento, etc.


Redençãoa libertação do ciclo de encarnações na matéria (kyklos anánkê) pela união total e definitiva com Deus.


Santo - o mesmo que perfeito ou "iniciado".


Sêmeíon - "sinal" físico de uma ação espiritual, demonstração de conhecimento (gnose), de força (dynamis), de poder (exousía) e de atividade ou ação (érgon); o "sinal" é sempre produzido por um iniciado, e serve de prova de seu grau.


Sophía - a sabedoria obtida pela gnose; o conhecimento proveniente de dentro, das experiências vividas (que não deve confundir-se com a cultura ou erudição do intelecto).


Sphrágis - selo, marca indelével espiritual, recebida pelo espírito, embora invisível na matéria, que assinala a criatura como pertencente a um Senhor ou Mestre.


Symbolos - símbolos ou expressões de coisas secretas, incompreensíveis aos profanos e só percebidas pelos iniciados (pão, vinho, etc.) .


Sótería - "salvação", isto é, a unificação total e definitiva com a Divindade, que se obtém pela "redenção" plena.


Teleíos - o "finalista", o que chegou ao fim de um ciclo, iniciando outro; o iniciado nos mistérios, o perfeito ou santo.


Teleisthai - ser iniciado; palavra do mesmo radical que teleutan, que significa "morrer", e que exprime" finalizar" alguma coisa, terminar um ciclo evolutivo.


Tradítio - transmissão "tradição" no sentido etimológico (trans + dare, dar além passar adiante), o mesmo que o grego parádosis.


TRADIÇÃO


D. Odon Casel (o. c., pág. 289) escreve: "Ranft estudou de modo preciso a noção da tradítio, não só como era praticada entre os judeus, mas também em sua forma bem diferente entre os gregos. Especialmente entre os adeptos dos dosis é a transmissão secreta feita aos "mvstos" da misteriosa sôtería; é a inimistérios, a noção de tradítio (parádosis) tinha grande importância. A paraciação e a incorporação no círculo dos eleitos (eleitos ou "escolhidos"; a cada passo sentimos a confirmação de que Jesus fundou uma "Escola Iniciática", quando emprega os termos privativos das iniciações heléntcas; cfr. " muitos são chamados, mas poucos são os escolhidos" - MT 22. 14), características das religiões grecoorientais. Tradítio ou parádosis são, pois, palavras que exprimem a iniciação aos mistérios. Tratase, portanto, não de uma iniciação científica, mas religiosa, realizada no culto. Para o "mysto", constitui uma revelação formal, a segurança vivida das realidades sagradas e de uma santa esperança. Graças a tradição, a revelação primitiva passa às gerações ulteriores e é comunicada por ato de iniciação. O mesmo princípio fundamental aplica-se ao cristianismo".


Na página seguinte, o mesmo autor prossegue: "Nos mistérios, quando o Pai Mistagogo comunica ao discípulo o que é necessário ao culto, essa transmissão tem o nome de traditio. E o essencial não é a instrução, mas a contemplação, tal como o conta Apuleio (Metamorphoses, 11, 21-23) ao narrar as experiências culturais do "mysto" Lúcius. Sem dúvida, no início há uma instrução, mas sempre para finalizar numa contemplação, pela qual o discípulo, o "mysto", entra em relação direta com a Divindade.


O mesmo ocorre no cristianismo (pág. 290).


Ouçamos agora as palavras de J. Ranft (o. c., pág. 275): "A parádosis designa a origem divina dos mistérios e a transmissão do conteúdo dos mistérios. Esta, à primeira vista, realiza-se pelo ministério dos homens, mas não é obra de homens; é Deus que ensina. O homem é apenas o intermediário, o Instrumento desse ensino divino. Além disso... desperta o homem interior. Logos é realmente uma palavra intraduzível: designa o próprio conteúdo dos mistérios, a palavra, o discurso, o ENSINO. É a palavra viva, dada por Deus, que enche o âmago do homem".


No Evangelho, a parádosis é constituída pelas palavras ou ensinos (lógoi) de Jesus, mas também simbolicamente pelos fatos narrados, que necessitam de interpretação, que inicialmente era dada, verbalmente, pelos "emissários" e pelos inspirados que os escreveram, com um talento superior de muito ao humano, deixando todos os ensinos profundos "velados", para só serem perfeitamente entendidos pelos que tivessem recebido, nos séculos seguintes, a revelação do sentido oculto, transmitida quer por um iniciado encarnado, quer diretamente manifestada pelo Cristo Interno. Os escritores que conceberam a parádosis no sentido helênico foram, sobretudo, João e Paulo; já os sinópticos a interpretam mais no sentido judaico, excetuando-se, por vezes, o grego Lucas, por sua convivência com Paulo, e os outros, quando reproduziam fielmente as palavras de Jesus.


Se recordarmos os mistérios de Elêusis (palavra que significa "advento, chegada", do verbo eléusomai," chegar"), ou de Delfos (e até mesmo os de Tebas, Ábydos ou Heliópolis), veremos que o Novo Testamento concorda seus termos com os deles. O logos transmitido (paradidômi) por Jesus é recebida (paralambánein) pelos DISCÍPULOS (mathêtês). Só que Jesus apresentou um elemento básico a mais: CRISTO. Leia-se Paulo: "recebi (parélabon) do Kyrios o que vos transmiti (parédote)" (l. ª Cor. 11:23).


O mesmo Paulo, que define a parádosis pagã como "de homens, segundo os elementos do mundo e não segundo Cristo" (CL 2:8), utiliza todas as palavras da iniciação pagã, aplicando-as à iniciação cristã: parádosis, sophía, logo", mystérion, dynamis, érgon, gnose, etc., termos que foram empregados também pelo próprio Jesus: "Nessa hora Jesus fremiu no santo pneuma e disse: abençôo-te, Pai, Senhor do céu e da Terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e hábeis, e as revelaste aos pequenos, Sim, Pai, assim foi de teu agrado. Tudo me foi transmitido (parédote) por meu Pai. E ninguém tem a gnose do que é o Filho senão o Pai, e ninguém tem a gnose do que é o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho quer revelar (apokalypsai = tirar o véu). E voltando-se para seus discípulos, disse: felizes os olhos que vêem o que vedes. Pois digo-vos que muitos profetas e reis quiseram ver o que vedes e não viram, e ouvir o que ouvis, e não ouviram" (LC 10:21-24). Temos a impressão perfeita que se trata de ver e ouvir os mistérios iniciáticos que Jesus transmitia a seus discípulos.


E João afirma: "ninguém jamais viu Deus. O Filho Unigênito que esta no Pai, esse o revelou (exêgêsato, termo específico da língua dos mistérios)" (JO 1:18).


"PALAVRA OUVIDA"


A transmissão dos conhecimentos, da gnose, compreendia a instrução oral e o testemunhar das revelações secretas da Divindade, fazendo que o iniciado participasse de uma vida nova, em nível superior ( "homem novo" de Paulo), conhecendo doutrinas que deveriam ser fielmente guardadas, com a rigorosa observação do silêncio em relação aos não-iniciados (cfr. "não deis as coisas santas aos cães", MT 7:6).


Daí ser a iniciação uma transmissão ORAL - o LOGOS AKOÊS, ou "palavra ouvida" ou "ensino ouvido" - que não podia ser escrito, a não ser sob o véu espesso de metáforas, enigmas, parábolas e símbolos.


Esse logos não deve ser confundido com o Segundo Aspecto da Divindade (veja vol. 1 e vol. 3).


Aqui logos é "o ensino" (vol. 2 e vol. 3).


O Novo Testamento faz-nos conhecer esse modus operandi: Paulo o diz, numa construção toda especial e retorcida (para não falsear a técnica): "eis por que não cessamos de agradecer (eucharistoúmen) a Deus, porque, recebendo (paralabóntes) o ENSINO OUVIDO (lógon akoês) por nosso intermédio, de Deus, vós o recebestes não como ensino de homens (lógon anthrópôn) mas como ele é verdadeiramente: o ensino de Deus (lógon theou), que age (energeítai) em vós que credes" (l. ª Tess. 2:13).


O papel do "mysto" é ouvir, receber pelo ouvido, o ensino (lógos) e depois experimentar, como o diz Aristóteles, já citado por nós: "não apenas aprender (matheín), mas experimentar" (patheín).


Esse trecho mostra como o método cristão, do verdadeiro e primitivo cristianismo de Jesus e de seus emissários, tinha profunda conexão com os mistérios gregos, de cujos termos específicos e característicos Jesus e seus discípulos se aproveitaram, elevando, porém, a técnica da iniciação à perfeição, à plenitude, à realidade máxima do Cristo Cósmico.


Mas continuemos a expor. Usando, como Jesus, a terminologia típica da parádosis grega, Paulo insiste em que temos que assimilá-la interiormente pela gnose, recebendo a parádosis viva, "não mais de um Jesus de Nazaré histórico, mas do Kyrios, do Cristo ressuscitado, o Cristo Pneumatikós, esse mistério que é o Cristo dentro de vós" (CL 1:27).


Esse ensino oral (lógos akoês) constitui a tradição (traditio ou parádosis), que passa de um iniciado a outro ou é recebido diretamente do "Senhor" (Kyrios), como no caso de Paulo (cfr. GL 1:11): "Eu volo afirmo, meus irmãos, que a Boa-Nova que preguei não foi à maneira humana. Pois não na recebi (parélabon) nem a aprendi de homens, mas por uma revelação (apokálypsis) de Jesus Cristo".


Aos coríntios (l. ª Cor. 2:1-5) escreve Paulo: "Irmãos, quando fui a vós, não fui com o prestígio do lógos nem da sophía, mas vos anunciei o mistério de Deus. Decidi, com efeito, nada saber entre vós sen ão Jesus Cristo, e este crucificado. Fui a vós em fraqueza, em temor, e todo trêmulo, e meu logos e minha pregação não consistiram nos discursos persuasivos da ciência, mas numa manifestação do Esp írito (pneuma) e do poder (dynamis), para que vossa fé não repouse na sabedoria (sophía) dos homens, mas no poder (dynamis) de Deus".


A oposição entre o logos e a sophia profanos - como a entende Aristóteles - era salientada por Paulo, que se referia ao sentido dado a esses termos pelos "mistérios antigos". Salienta que à sophia e ao logos profanos, falta, no dizer dele, a verdadeira dynamis e o pnenma, que constituem o mistério cristão que ele revela: Cristo.


Em vários pontos do Novo Testamento aparece a expressão "ensino ouvido" ou "ouvir o ensino"; por exemplo: MT 7:24, MT 7:26; 10:14; 13:19, 20, 21, 22, 23; 15:12; 19:22; MC 4:14, MC 4:15, MC 4:16, MC 4:17, 18, 19, 20; LC 6:47; LC 8:11, LC 8:12, LC 8:13, LC 8:15; 10:39; 11:28; JO 5:24, JO 5:38; 7:40; 8:43; 14:24; AT 4:4; AT 10:44; AT 13:7; AT 15:7; EF 1:13; 1. ª Tess. 2:13; HB 4:2; 1. ª JO 2:7; Ap. 1:3.


DYNAMIS


Em Paulo, sobretudo, percebemos o sentido exato da palavra dynamis, tão usada nos Evangelhos.


Pneuma, o Espírito (DEUS), é a força Potencial ou Potência Infinita (Dynamis) que, quando age (energeín) se torna o PAI (érgon), a atividade, a ação, a "energia"; e o resultado dessa atividade é o Cristo Cósmico, o Kosmos universal, o Filho, que é Unigênito porque a emissão é única, já que espaço e tempo são criações intelectuais do ser finito: o Infinito é uno, inespacial, atemporal.


Então Dynamis é a essência de Deus o Absoluto, a Força, a Potência Infinita, que tudo permeia, cria e governa, desde os universos incomensuráveis até os sub-átomos infra-microscópicos. Numa palavra: Dynamis é a essência de Deus e, portanto, a essência de tudo.


Ora, o Filho é exatamente o PERMEAADO, ou o UNGIDO (Cristo), por essa Dynamis de Deus e pelo Érgon do Pai. Paulo já o dissera: "Cristo... é a dynamis de Deus e a sophía de Deus (Christòn theou dynamin kaí theou sophían, 1. ª Cor. 1:24). Então, manifesta-se em toda a sua plenitude (cfr. CL 2:9) no homem Jesus, a Dynamis do Pneuma (embora pneuma e dynamis exprimam realmente uma só coisa: Deus): essa dynamis do pneuma, atuando através do Pai (érgon) toma o nome de CRISTO, que se manifestou na pessoa Jesus, para introduzir a humanidade deste planeta no novo eon, já que "ele é a imagem (eikôn) do Deus invisível e o primogênito de toda criação" (CL 1:15).


EON


O novo eon foi inaugurado exatamente pelo Cristo, quando de Sua penetração plena em Jesus. Daí a oposição que tanto aparece no Novo Testamento Entre este eon e o eon futuro (cfr., i. a., MT 12:32;


MC 10:30; LC 16:8; LC 20:34; RM 12:2; 1. ª Cor. 1:20; 2:6-8; 3:18:2. ª Cor. 4:4; EF 2:2-7, etc.) . O eon "atual" e a vida da matéria (personalismo); O eon "vindouro" é a vida do Espírito ó individualidade), mas que começa na Terra, agora (não depois de desencarnados), e que reside no âmago do ser.


Por isso, afirmou Jesus que "o reino dos céus está DENTRO DE VÓS" (LC 17:21), já que reside NO ESPÍRITO. E por isso, zôê aiónios é a VIDA IMANENTE (vol, 2 e vol. 3), porque é a vida ESPIRITUAL, a vida do NOVO EON, que Jesus anunciou que viria no futuro (mas, entenda-se, não no futuro depois da morte, e sim no futuro enquanto encarnados). Nesse novo eon a vida seria a da individualidade, a do Espírito: "o meu reino não é deste mundo" (o físico), lemos em JO 18:36. Mas é NESTE mundo que se manifestará, quando o Espírito superar a matéria, quando a individualidade governar a personagem, quando a mente dirigir o intelecto, quando o DE DENTRO dominar o DE FORA, quando Cristo em nós tiver a supremacia sobre o eu transitório.


A criatura que penetra nesse novo eon recebe o selo (sphrágis) do Cristo do Espírito, selo indelével que o condiciona como ingresso no reino dos céus. Quando fala em eon, o Evangelho quer exprimir um CICLO EVOLUTIVO; na evolução da humanidade, em linhas gerais, podemos considerar o eon do animalismo, o eon da personalidade, o eon da individualidade, etc. O mais elevado eon que conhecemos, o da zôê aiónios (vida imanente) é o da vida espiritual plenamente unificada com Deus (pneuma-dynamis), com o Pai (lógos-érgon), e com o Filho (Cristo-kósmos).


DÓXA


Assim como dynamis é a essência de Deus, assim dóxa (geralmente traduzida por "glória") pode apresentar os sentidos que vimos (vol. 1). Mas observaremos que, na linguagem iniciática dos mistérios, além do sentido de "doutrina" ou de "essência da doutrina", pode assumir o sentido específico de" substância divina". Observe-se esse trecho de Paulo (Filp. 2:11): "Jesus Cristo é o Senhor (Kyrios) na substância (dóxa) de Deus Pai"; e mais (RM 6:4): "o Cristo foi despertado dentre os mortos pela substância (dóxa) do Pai" (isto é, pelo érgon, a energia do Som, a vibração sonora da Palavra).


Nesses passos, traduzir dóxa por glória é ilógico, não faz sentido; também "doutrina" aí não cabe. O sentido é mesmo o de "substância".


Vejamos mais este passo (l. ª Cor. 2:6-16): "Falamos, sim da sabedoria (sophia) entre os perfeitos (teleiois, isto é, iniciados), mas de uma sabedoria que não é deste eon, nem dos príncipes deste eon, que são reduzidos a nada: mas da sabedoria dos mistérios de Deus, que estava oculta, e que antes dos eons Deus destinara como nossa doutrina (dóxa), e que os príncipes deste mundo não reconheceram. De fato, se o tivessem reconhecido, não teriam crucificado o Senhor da Doutrina (Kyrios da dóxa, isto é, o Hierofante ou Mistagogo). Mas como está escrito, (anunciamos) o que o olho não viu e o ouvido não ouviu e o que não subiu sobre o coração do homem, mas o que Deus preparou para os que O amam.


Pois foi a nós que Deus revelou (apekalypsen = tirou o véu) pelo pneuma" (ou seja, pelo Espírito, pelo Cristo Interno).


MISTÉRIO


Mistério é uma palavra que modificou totalmente seu sentido através dos séculos, mesmo dentro de seu próprio campo, o religioso. Chamam hoje "mistério" aquilo que é impossível de compreender, ou o que se ignora irremissivelmente, por ser inacessível à inteligência humana.


Mas originariamente, o mistério apresentava dois sentidos básicos:

1. º - um ensinamento só revelado aos iniciados, e que permanecia secreto para os profanos que não podiam sabê-lo (daí proveio o sentido atual: o que não se pode saber; na antiguidade, não se podia por proibição moral, ao passo que hoje é por incapacidade intelectual);


2. º - a própria ação ou atividade divina, experimentada pelo iniciado ao receber a iniciação completa.


Quando falamos em "mistério", transliterando a palavra usada no Novo Testamento, arriscamo-nos a interpretar mal. Aí, mistério não tem o sentido atual, de "coisa ignorada por incapacidade intelectiva", mas é sempre a "ação divina revelada experimentalmente ao homem" (embora continue inacessível ao não-iniciado ou profano).


O mistério não é uma doutrina: exprime o caráter de revelação direta de Deus a seus buscadores; é uma gnose dos mistérios, que se comunica ao "mysto" (aprendiz de mística). O Hierofante conduz o homem à Divindade (mas apenas o conduz, nada podendo fazer em seu lugar). E se o aprendiz corresponde plenamente e atende a todas as exigências, a Divindade "age" (energeín) internamente, no "Esp írito" (pneuma) do homem. que então desperta (egereín), isto é, "ressurge" para a nova vida (cfr. "eu sou a ressurreição da vida", JO 11:25; e "os que produzirem coisas boas (sairão) para a restauração de vida", isto é, os que conseguirem atingir o ponto desejado serão despertados para a vida do espírito, JO 5-29).


O caminho que leva a esses passos, é o sofrimento, que prepara o homem para uma gnose superior: "por isso - conclui O. Casel - a cruz é para o cristão o caminho que conduz à gnose da glória" (o. c., pág. 300).


Paulo diz francamente que o mistério se resume numa palavra: CRISTO "esse mistério, que é o Cristo", (CL 1:27): e "a fim de que conheçam o mistério de Deus, o Cristo" (CL 2:2).


O mistério opera uma união íntima e física com Deus, a qual realiza uma páscoa (passagem) do atual eon, para o eon espiritual (reino dos céus).


O PROCESSO


O postulante (o que pedia para ser iniciado) devia passar por diversos graus, antes de ser admitido ao pórtico, à "porta" por onde só passavam as ovelhas (símbolo das criaturas mansas; cfr. : "eu sou a porta das ovelhas", JO 10:7). Verificada a aptidão do candidato profano, era ele submetido a um período de "provações", em que se exercitava na ORAÇÃO (ou petição) que dirigia à Divindade, apresentando os desejos ardentes ao coração, "mendigando o Espírito" (cfr. "felizes os mendigos de Espírito" MT 5:3) para a ele unir-se; além disso se preparava com jejuns e alimentação vegetariana para o SACRIF ÍCIO, que consistia em fazer a consagração de si mesmo à Divindade (era a DE + VOTIO, voto a Deus), dispondo-se a desprender-se ao mundo profano.


Chegado a esse ponto, eram iniciados os SETE passos da iniciação. Os três primeiros eram chamado "Mistérios menores"; os quatro últimos, "mistérios maiores". Eram eles:

1 - o MERGULHO e as ABLUÇÕES (em Elêusis havia dois lagos salgados artificiais), que mostravam ao postulante a necessidade primordial e essencial da "catarse" da "psiquê". Os candidatos, desnudos, entravam num desses lagos e mergulhavam, a fim de compreender que era necessário "morrer" às coisas materiais para conseguir a "vida" (cfr. : "se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica só; mas se morrer dá muito fruto", JO 12:24). Exprimia a importância do mergulho dentro de si mesmo, superando as dificuldades e vencendo o medo. Ao sair do lago, vestia uma túnica branca e aguardava o segundo passo.


2 - a ACEITAÇÃO de quem havia mergulhado, por parte do Mistagogo, que o confirmava no caminho novo, entre os "capazes". Daí por diante, teria que correr por conta própria todos os riscos inerentes ao curso: só pessoalmente poderia caminhar. Essa confirmação do Mestre simbolizava a "epiphanía" da Divindade, a "descida da graça", e o recem-aceito iniciava nova fase.


3 - a METÂNOIA ou mudança da mente, que vinha após assistir a várias tragédias e dramas de fundo iniciático. Todas ensinavam ao "mysto" novato, que era indispensável, através da dor, modificar seu" modo de pensar" em relação à vida, afastar-se de. todos os vícios e fraquezas do passado, renunciar a prazeres perniciosos e defeitos, tornando-se o mais perfeito (téleios) possível. Era buscada a renovação interna, pelo modo de pensar e de encarar a vida. Grande número dos que começavam a carreira, paravam aí, porque não possuíam a força capaz de operar a transmutação mental. As tentações os empolgavam e novamente se lançavam no mundo profano. No entanto, se dessem provas positivas de modifica ção total, de serem capazes de viver na santidade, resistindo às tentações, podiam continuar a senda.


Havia, então, a "experiência" para provar a realidade da "coragem" do candidato: era introduzido em grutas e câmaras escuras, onde encontrava uma série de engenhos lúgubres e figuras apavorantes, e onde demorava um tempo que parecia interminável. Dali, podia regressar ou prosseguir. Se regressava, saía da fileira; se prosseguia, recebia a recompensa justa: era julgado apto aos "mistérios maiores".


4 - O ENCONTRO e a ILUMINAÇÃO, que ocorria com a volta à luz, no fim da terrível caminhada por entre as trevas. Através de uma porta difícil de ser encontrada, deparava ele campos floridos e perfumados, e neles o Hierofante, em paramentação luxuosa. que os levava a uma refeição simples mas solene constante de pão, mel, castanhas e vinho. Os candidatos eram julgados "transformados", e porSABEDORIA DO EVANGELHO tanto não havia mais as exteriorizações: o segredo era desvelado (apokálypsis), e eles passavam a saber que o mergulho era interno, e que deviam iniciar a meditação e a contemplação diárias para conseguir o "encontro místico" com a Divindade dentro de si. Esses encontros eram de início, raros e breves, mas com o exercício se iam fixando melhor, podendo aspirar ao passo seguinte.


5 - a UNIÃO (não mais apenas o "encontro"), mas união firme e continuada, mesmo durante sua estada entre os profanos. Era simbolizada pelo drama sacro (hierõs gámos) do esponsalício de Zeus e Deméter, do qual nasceria o segundo Dionysos, vencedor da morte. Esse matrimônio simbólico e puro, realizado em exaltação religiosa (orgê) é que foi mal interpretado pelos que não assistiam à sua representação simbólica (os profanos) e que tacharam de "orgias imorais" os mistérios gregos. Essa "união", depois de bem assegurada, quando não mais se arriscava a perdê-la, preparava os melhores para o passo seguinte.


6 - a CONSAGRAÇÃO ou, talvez, a sagração, pela qual era representada a "marcação" do Espírito do iniciado com um "selo" especial da Divindade a quem o "mysto" se consagrava: Apolo, Dyonisos, Isis, Osíris, etc. Era aí que o iniciado obtinha a epoptía, ou "visão direta" da realidade espiritual, a gnose pela vivência da união mística. O epopta era o "vigilante", que o cristianismo denominou "epískopos" ou "inspetor". Realmente epopta é composto de epí ("sobre") e optos ("visível"); e epískopos de epi ("sobre") e skopéô ("ver" ou "observar"). Depois disso, tinha autoridade para ensinar a outros e, achando-se preso à Divindade e às obrigações religiosas, podia dirigir o culto e oficiar a liturgia, e também transmitir as iniciações nos graus menores. Mas faltava o passo decisivo e definitivo, o mais difícil e quase inacessível.


7 - a PLENITUDE da Divindade, quando era conseguida a vivência na "Alma Universal já libertada".


Nos mistérios gregos (em Elêusis) ensinava-se que havia uma Força Absoluta (Deus o "sem nome") que se manifestava através do Logos (a Palavra) Criador, o qual produzia o Filho (Kósmo). Mas o Logos tinha duplo aspecto: o masculino (Zeus) e o feminino (Deméter). Desse casal nascera o Filho, mas também com duplo aspecto: a mente salvadora (Dionysos) e a Alma Universal (Perséfone). Esta, desejando experiências mais fortes, descera à Terra. Mas ao chegar a estes reinos inferiores, tornouse a "Alma Universal" de todas as criaturas, e acabou ficando prisioneira de Plutão (a matéria), que a manteve encarcerada, ministrando-lhe filtros mágicos que a faziam esquecer sua origem divina, embora, no íntimo, sentisse a sede de regressar a seu verdadeiro mundo, mesmo ignorando qual fosse.


Dionysos quis salvá-la, mas foi despedaçado pelos Titãs (a mente fracionada pelo intelecto e estraçalhada pelos desejos). Foi quando surgiu Triptólemo (o tríplice combate das almas que despertam), e com apelos veementes conseguiu despertar Perséfone, revelando lhe sua origem divina, e ao mesmo tempo, com súplicas intensas às Forças Divinas, as comoveu; então Zeus novamente se uniu a Deméter, para fazer renascer Dionysos. Este, assumindo seu papel de "Salvador", desce à Terra, oferecendose em holocausto a Plutão (isto é, encarnando-se na própria matéria) e consegue o resgate de Perséfone, isto é, a libertação da Alma das criaturas do domínio da matéria e sua elevação novamente aos planos divinos. Por esse resumo, verificamos como se tornou fácil a aceitação entre os grego, e romanos da doutrina exposta pelos Emissários de Jesus, um "Filho de Deus" que desceu à Terra para resgatar com sua morte a alma humana.


O iniciado ficava permeado pela Divindade, tornando-se então "adepto" e atingindo o verdadeiro grau de Mestre ou Mistagogo por conhecimento próprio experimental. Já não mais era ele, o homem, que vivia: era "O Senhor", por cujo intermédio operava a Divindade. (Cfr. : "não sou mais eu que vivo, é Cristo que vive em mim", GL 2:20; e ainda: "para mim, viver é Cristo", Filp. 1:21). A tradição grega conservou os nomes de alguns dos que atingiram esse grau supremo: Orfeu... Pitágoras... Apolônio de Tiana... E bem provavelmente Sócrates (embora Schuré opine que o maior foi Platão).


NO CRISTIANISMO


Todos os termos néo-testamentários e cristãos, dos primórdios, foram tirados dos mistérios gregos: nos mistérios de Elêusis, o iniciado se tornava "membro da família do Deus" (Dionysos), sendo chamado.


então, um "santo" (hágios) ou "perfeito" (téleios). E Paulo escreve: "assim, pois, não sois mais estran geiros nem peregrinos, mas sois concidadãos dos santos e familiares de Deus. ’ (EF 2:19). Ainda em Elêusis, mostrava-se aos iniciados uma "espiga de trigo", símbolo da vida que eternamente permanece através das encarnações e que, sob a forma de pão, se tornava participante da vida do homem; assim quando o homem se unia a Deus, "se tornava participante da vida divina" (2. ª Pe. 1:4). E Jesus afirmou: " Eu sou o PÃO da Vida" (JO 6. 35).


No entanto ocorreu modificação básica na instituição do Mistério cristão, que Jesus realizou na "última Ceia", na véspera de sua experiência máxima, o páthos ("paixão").


No Cristianismo, a iniciação toma sentido puramente espiritual, no interior da criatura, seguindo mais a Escola de Alexandria. Lendo Filon, compreendemos isso: ele interpreta todo o Antigo Testamento como alegoria da evolução da alma. Cada evangelista expõe a iniciação cristã de acordo com sua própria capacidade evolutiva, sendo que a mais elevada foi, sem dúvida, a de João, saturado da tradição (parádosis) de Alexandria, como pode ver-se não apenas de seu Evangelho, como também de seu Apocalipse.


Além disso, Jesus arrancou a iniciação dos templos, a portas fechadas, e jogou-a dentro dos corações; era a universalização da "salvação" a todos os que QUISESSEM segui-Lo. Qualquer pessoa pode encontrar o caminho (cfr. "Eu sou o Caminho", JO 14:6), porque Ele corporificou os mistérios em Si mesmo, divulgando-lhes os segredos através de Sua vida. Daí em diante, os homens não mais teriam que procurar encontrar um protótipo divino, para a ele conformar-se: todos poderiam descobrir e utir-se diretamente ao Logos que, através do Cristo, em Jesus se manifestara.


Observamos, pois, uma elevação geral de frequência vibratória, de tonus, em todo o processo iniciático dos mistérios.


E os Pais da Igreja - até o século 3. º o cristianismo foi "iniciático", embora depois perdesse o rumo quando se tornou "dogmático" - compreenderam a realidade do mistério cristão, muito superior, espiritualmente, aos anteriores: tornar o homem UM CRISTO, um ungido, um permeado da Divindade.


A ação divina do mistério, por exemplo, é assim descrita por Agostinho: "rendamos graças e alegremonos, porque nos tornamos não apenas cristãos, mas cristos" (Tract. in Joanne, 21,8); e por Metódio de Olímpio: "a comunidade (a ekklêsía) está grávida e em trabalho de parto, até que o Cristo tenha tomado forma em nós; até que o Cristo nasça em nós, para que cada um dos santos, por sua participação ao Cristo, se torne o cristo" (Patrol. Graeca, vol. 18, ccl. 150).


Temos que tornar-nos cristos, recebendo a última unção, conformando-nos com Ele em nosso próprio ser, já que "a redenção tem que realizar-se EM NÓS" (O. Casel, o. c., pág. 29), porque "o único e verdadeiro holocausto é o que o homem faz de si mesmo".


Cirilo de Jerusalém diz: "Já que entrastes em comunhão com o Cristo com razão sois chamados cristos, isto é, ungidos" (Catechesis Mystagogicae, 3,1; Patrol. Graeca,, 01. 33, col. 1087).


Essa transformação, em que o homem recebe Deus e Nele se transmuda, torna-o membro vivo do Cristo: "aos que O receberam, deu o poder de tornar-se Filhos de Deus" (JO 1:12).


Isso fez que Jesus - ensina-nos o Novo Testamento - que era "sacerdote da ordem de Melquisedec (HB 5:6 e HB 7:17) chegasse, após sua encarnação e todos os passos iniciáticos que QUIS dar, chegasse ao grau máximo de "pontífice da ordem de Melquisedec" (HB 5:10 e HB 6:20), para todo o planeta Terra.


CRISTO, portanto, é o mistério de Deus, o Senhor, o ápice da iniciação a experiência pessoal da Divindade.


através do santo ensino (hierôs lógos), que vem dos "deuses" (Espíritos Superiores), comunicado ao místico. No cristianismo, os emissários ("apóstolos") receberam do Grande Hierofante Jesus (o qual o recebeu do Pai, com Quem era UNO) a iniciação completa. Foi uma verdadeira "transmiss ão" (traditio, parádosis), apoiada na gnose: um despertar do Espírito que vive e experimenta a Verdade, visando ao que diz Paulo: "admoestando todo homem e ensinando todo homem, em toda sabedoria (sophía), para que apresentem todo homem perfeito (téleion, iniciado) em Cristo, para o que eu também me esforço (agõnizómenos) segundo a ação dele (energeían autou), que age (energouménen) em mim, em força (en dynámei)". CL 1:28-29.


Em toda essa iniciação, além disso, precisamos não perder de vista o "enthousiasmós" (como era chamado o "transe" místico entre os gregos) e que foi mesmo sentido pelos hebreus, sobretudo nas" Escolas de Profetas" em que eles se iniciavam (profetas significa "médiuns"); mas há muito se havia perdido esse "entusiasmo", por causa da frieza intelectual da interpretação literal das Escrituras pelos Escribas.


Profeta, em hebraico, é NaVY", de raiz desconhecida, que o Rabino Meyer Sal ("Les Tables de la Loi", éd. La Colombe, Paris, 1962, pág. 216/218) sugere ter sido a sigla das "Escolas de Profetas" (escolas de iniciação, de que havia uma em Belém, de onde saiu David). Cada letra designaria um setor de estudo: N (nun) seriam os sacerdotes (terapeutas do psicossoma), oradores, pensadores, filósofos;

V (beth) os iniciados nos segredos das construções dos templos ("maçons" ou pedreiros), arquitetos, etc. ; Y (yod) os "ativos", isto é, os dirigentes e políticos, os "profetas de ação"; (aleph), que exprime "Planificação", os matemáticos, geômetras, astrônomos, etc.


Isso explica, em grande parte, porque os gregos e romanos aceitaram muito mais facilmente o cristianismo, do que os judeus, que se limitavam a uma tradição que consistia na repetição literal decorada dos ensinos dos professores, num esforço de memória que não chegava ao coração, e que não visavam mais a qualquer experiência mística.


TEXTOS DO N. T.


O termo mystérion aparece várias vezes no Novo Testamento.


A - Nos Evangelhos, apenas num episódio, quando Jesus diz a Seus discípulos: "a vós é dado conhecer os mistérios do reino de Deus" (MT 13:11; MC 4:11; LC 8:10).


B - Por Paulo em diversas epístolas: RM 11:25 - "Não quero, irmãos, que ignoreis este mistério... o endurecimento de Israel, até que hajam entrado todos os gentios".


Rom. 16:15 - "conforme a revelação do mistério oculto durante os eons temporais (terrenos) e agora manifestados".


1. ª Cor. 2:1 – "quando fui ter convosco... anunciando-vos o mistério de Deus".


1. ª Cor. 2:4-7 - "meu ensino (logos) e minha pregação não foram em palavras persuasivas, mas em demonstração (apodeíxei) do pneúmatos e da dynámeôs, para que vossa fé não se fundamente na sophía dos homens, mas na dynámei de Deus. Mas falamos a sophia nos perfeitos (teleiois, iniciados), porém não a sophia deste eon, que chega ao fim; mas falamos a sophia de Deus em mistério, a que esteve oculta, a qual Deus antes dos eons determinou para nossa doutrina". 1. ª Cor. 4:1 - "assim considerem-nos os homens assistentes (hypêrétas) ecônomos (distribuidores, dispensadores) dos mistérios de Deus".


1. ª Cor. 13:2 - "se eu tiver mediunidade (prophéteía) e conhecer todos os mistérios de toda a gnose, e se tiver toda a fé até para transportar montanhas, mas não tiver amor (agápé), nada sou". l. ª Cor. 14:2 - "quem fala em língua (estranha) não fala a homens, mas a Deus, pois ninguém o ouve, mas em espírito fala mistérios". 1. ª Cor. 15:51 - "Atenção! Eu vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados".


EF 1:9 - "tendo-nos feito conhecido o mistério de sua vontade"

EF 3:4 - "segundo me foi manifestado para vós, segundo a revelação que ele me fez conhecer o mistério (como antes vos escrevi brevemente), pelo qual podeis perceber, lendo, minha compreensão no mistério do Cristo".


EF 3:9 - "e iluminar a todos qual a dispensação (oikonomía) do mistério oculto desde os eons, em Deus, que criou tudo".


EF 5:32 - "este mistério é grande: mas eu falo a respeito do Cristo e da ekklésia.


EF 9:19 - "(suplica) por mim, para que me possa ser dado o logos ao abrir minha boca para, em público, fazer conhecer o mistério da boa-nova".


CL 1:24-27 - "agora alegro-me nas experimentações (Pathêmasin) sobre vós e completo o que falta das pressões do Cristo em minha carne, sobre o corpo dele que é a ekklêsía, da qual me tornei servidor, segundo a dispensação (oikonomía) de Deus, que me foi dada para vós, para plenificar o logos de Deus, o mistério oculto nos eons e nas gerações, mas agora manifestado a seus santos (hagioi, iniciados), a quem aprouve a Deus fazer conhecer a riqueza da doutrina (dóxês; ou "da substância") deste mistério nas nações, que é CRISTO EM VÓS, esperança da doutrina (dóxês)".


CL 2:2-3 - "para que sejam consolados seus corações, unificados em amor, para todas as riquezas da plena convicção da compreensão, para a exata gnose (epígnôsin) do mistério de Deus (Cristo), no qual estão ocultos todos os tesouros da sophía e da gnose".


CL 4:3 - "orando ao mesmo tempo também por nós, para que Deus abra a porta do logos para falar o mistério do Cristo, pelo qual estou em cadeias".


2. ª Tess. 2:7 - "pois agora já age o mistério da iniquidade, até que o que o mantém esteja fora do caminho".


1. ª Tim. 3:9 - "(os servidores), conservando o mistério da fé em consciência pura".


1. ª Tim. 2:16 - "sem dúvida é grande o mistério da piedade (eusebeías)".


No Apocalipse (1:20; 10:7 e 17:5, 7) aparece quatro vezes a palavra, quando se revela ao vidente o sentido do que fora dito.


CULTO CRISTÃO


Depois de tudo o que vimos, torna-se evidente que não foi o culto judaico que passou ao cristianismo primitivo. Comparemos: A luxuosa arquitetura suntuosa do Templo grandioso de Jerusalém, com altares maciços a escorrer o sangue quente das vítimas; o cheiro acre da carne queimada dos holocaustos, a misturar-se com o odor do incenso, sombreando com a fumaça espessa o interior repleto; em redor dos altares, em grande número, os sacerdotes a acotovelar-se, munidos cada um de seu machado, que brandiam sem piedade na matança dos animais que berravam, mugiam dolorosamente ou balavam tristemente; o coro a entoar salmos e hinos a todo pulmão, para tentar superar a gritaria do povo e os pregões dos vendedores no ádrio: assim se realizava o culto ao "Deus dos judeus".


Em contraste, no cristianismo nascente, nada disso havia: nem templo, nem altares, nem matanças; modestas reuniões em casas de família, com alguns amigos; todos sentados em torno de mesa simples, sobre a qual se via o pão humilde e copos com o vinho comum. Limitava-se o culto à prece, ao recebimento de mensagens de espíritos, quando havia "profetas" na comunidade, ao ensino dos "emissários", dos "mais velhos" ou dos "inspetores", e à ingestão do pão e do vinho, "em memória da última ceia de Jesus". Era uma ceia que recebera o significativo nome de "amor" (ágape).


Nesse repasto residia a realização do supremo mistério cristão, bem aceito pelos gregos e romanos, acostumados a ver e compreender a transmissão da vida divina, por meio de símbolos religiosos. Os iniciados "pagãos" eram muito mais numerosos do que se possa hoje supor, e todos se sentiam membros do grande Kósmos, pois, como o diz Lucas, acreditavam que "todos os homens eram objeto da benevolência de Deus" (LC 2:14).


Mas, ao difundir-se entre o grande número e com o passar dos tempos, tudo isso se foi enfraquecendo e seguiu o mesmo caminho antes experimentado pelo judaísmo; a força mística, só atingida mais tarde por alguns de seus expoentes, perdeu-se, e o cristianismo "foi incapaz - no dizer de O. Casel - de manterse na continuação, nesse nível pneumático" (o. c. pág. 305). A força da "tradição" humana, embora condenada com veemência por Jesus (cfr. MT 15:1-11 e MT 16:5-12; e MC 7:1-16 e MC 8:14-11; veja atrás), fez-se valer, ameaçando as instituições religiosas que colocam doutrinas humanas ao lado e até acima dos preceitos divinos, dando mais importância às suas vaidosas criações. E D. Odon Casel lamenta: " pode fazer-se a mesma observação na história da liturgia" (o. c., pág. 298). E, entristecido, assevera ainda: "Verificamos igualmente que a concepção cristã mais profunda foi, sob muitos aspectos, preparada muito melhor pelo helenismo que pelo judaísmo. Lamentavelmente a teologia moderna tende a aproximar-se de novo da concepção judaica de tradição, vendo nela, de fato, uma simples transmiss ão de conhecimento, enquanto a verdadeira traditio, apoiada na gnose, é um despertar do espírito que VIVE e EXPERIMENTA a Verdade" (o. c., pág. 299).


OS SACRAMENTOS


O termo latino que traduz a palavra mystérion é sacramentum. Inicialmente conservou o mesmo sentido, mas depois perdeu-os, para transformar-se em "sinal visível de uma ação espiritual invisível".


No entanto, o estabelecimento pelas primeiras comunidades cristãs dos "sacramentos" primitivos, perdura até hoje, embora tendo perdido o sentido simbólico inicial.


Com efeito, a sucessão dos "sacramentos" revela exatamente, no cristianismo, os mesmos passos vividos nos mistérios grego. Vejamos:
1- o MERGULHO (denominado em grego batismo), que era a penetração do catecúmeno em seu eu interno. Simbolizava-se na desnudação ao pretendente, que largava todas as vestes e mergulhava totalmente na água: renunciava de modo absoluto as posses (pompas) exteriores e aos próprios veículos físicos, "vestes" do Espírito, e mergulhava na água, como se tivesse "morrido", para fazer a" catarse" (purificação) de todo o passado. Terminado o mergulho, não era mais o catecúmeno, o profano. Cirilo de Jerusalém escreveu: "no batismo o catecúmeno tinha que ficar totalmente nu, como Deus criou o primeiro Adão, e como morreu o segundo Adão na cruz" (Catechesis Mistagogicae,

2. 2). Ao sair da água, recebia uma túnica branca: ingressava oficialmente na comunidade (ekklêsía), e então passava a receber a segunda parte das instruções. Na vida interna, após o "mergulho" no próprio íntimo, aguardava o segundo passo.


2- a CONFIRMAÇÃO, que interiormente era dada pela descida da "graça" da Força Divina, pela" epifanía" (manifestação), em que o novo membro da ekklêsía se sentia "confirmado" no acerto de sua busca. Entrando em si mesmo a "graça" responde ao apelo: "se alguém me ama, meu Pai o amará, e NÓS viremos a ele e permaneceremos nele" (JO 14:23). O mesmo discípulo escreve em sua epístola: "a Vida manifestou-se, e a vimos, e damos testemunho. e vos anunciamos a Vida Imanente (ou a Vida do Novo Eon), que estava no Pai e nos foi manifestada" (l. ª JO 1:2).


3- a METÁNOIA (modernamente chamada "penitência") era então o terceiro passo. O aprendiz se exercitava na modificação da mentalidade, subsequente ao primeiro contato que tinha tido com a Divindade em si mesmo. Depois de "sentir" em si a força da Vida Divina, há maior compreensão; os pensamentos sobem de nível; torna-se mais fácil e quase automático o discernimento (krísis) entre certo e errado, bem e mal, e portanto a escolha do caminho certo. Essa metánoia é ajudada pelos iniciados de graus mais elevados, que lhe explicam as leis de causa e efeito e outras.


4- a EUCARISTIA é o quarto passo, simbolizando por meio da ingestão do pão e do vinho, a união com o Cristo. Quem mergulhou no íntimo, quem recebeu a confirmação da graça e modificou seu modo de pensar, rapidamenle caminha para o encontro definitivo com o Mestre interno, o Cristo.


Passa a alimentar-se diretamente de seus ensinos, sem mais necessidade de intermediários: alimentase, nutre-se do próprio Cristo, bebe-Lhe as inspirações: "se não comeis a carne do Filho do Homem e não bebeis seu sangue, não tendes a vida em vós. Quem saboreia minha carne e bebe meu sangue tem a Vida Imanente, porque minha carne é verdadeiramente comida e meu sangue é

verdadeiramente bebida. Quem come minha carne e bebe o meu sangue, permanece em mim e eu nele" (JO 6:53 ss).


5- MATRIMÔNIO é o resultado do encontro realizado no passo anterior: e o casamento, a FUSÃO, a união entre a criatura e o Criador, entre o iniciado e Cristo: "esse mistério é grande, quero dizê-lo em relação ao Cristo e à ekklêsia", escreveu Paulo, quando falava do "matrimônio" (EF 5:32). E aqueles que são profanos, que não têm essa união com o Cristo, mas antes se unem ao mundo e a suas ilusões, são chamados "adúlteros" (cfr. vol. 2). E todos os místicos, unanimemente, comparam a união mística com o Cristo ti uma união dos sexos no casamento.


6- a ORDEM é o passo seguinte. Conseguida a união mística a criatura recebe da Divindade a consagra ção, ou melhor, a "sagração", o "sacerdócio" (sacer "sagrado", dos, dotis, "dote"), o "dote sagrado" na distribuição das graças o quinhão especial de deveres e obrigações para com o "rebanho" que o cerca. No judaísmo, o sacerdote era o homem encarregado de sacrificar ritualmente os animais, de examinar as vítimas, de oferecer os holocaustos e de receber as oferendas dirigindo o culto litúrgico. Mais tarde, entre os profanos sempre, passou a ser considerado o "intemediário" entre o homem e o Deus "externo". Nessa oportunidade, surge no Espírito a "marca" indelével, o selo (sphrágis) do Cristo, que jamais se apaga, por todas as vidas que porventura ainda tenha que viver: a união com essa Força Cósmica, de fato, modifica até o âmago, muda a frequência vibratória, imprime novas características e a leva, quase sempre, ao supremo ponto, à Dor-Sacrifício-Amor.


7- a EXTREMA UNÇÃO ("extrema" porque é o último passo, não porque deva ser dada apenas aos moribundos) é a chave final, o último degrau, no qual o homem se torna "cristificado", totalmente ungido pela Divindade, tornando-se realmente um "cristo".


Que esses sacramentos existiram desde os primeiros tempos do cristianismo, não há dúvida. Mas que não figuram nos Evangelhos, também é certo. A conclusão a tirar-se, é que todos eles foram comunicados oralmente pela traditio ou transmissão de conhecimentos secretos. Depois na continuação, foram permanecendo os ritos externos e a fé num resultado interno espiritual, mas já não com o sentido primitivo da iniciação, que acabamos de ver.


Após este escorço rápido, cremos que a afirmativa inicial se vê fortalecida e comprovada: realmente Jesus fundou uma "ESCOLA INICIÁTICA", e a expressão "logos akoês" (ensino ouvido), como outras que ainda aparecerão, precisam ser explicadas à luz desse conhecimento.


* * *

Neste sentido que acabamos de estudar, compreendemos melhor o alcance profundo que tiveram as palavras do Mestre, ao estabelecer as condições do discipulato.


Não podemos deixar de reconhecer que a interpretação dada a Suas palavras é verdadeira e real.


Mas há "mais alguma coisa" além daquilo.


Trata-se das condições exigidas para que um pretendente possa ser admitido na Escola Iniciática na qualidade de DISCÍPULO. Não basta que seja BOM (justo) nem que possua qualidades psíquicas (PROFETA). Não é suficiente um desejo: é mistér QUERER com vontade férrea, porque as provas a que tem que submeter-se são duras e nem todos as suportam.


Para ingressar no caminho das iniciações (e observamos que Jesus levava para as provas apenas três, dentre os doze: Pedro, Tiago e João) o discípulo terá que ser digno SEGUIDOR dos passos do Mestre.


Seguidor DE FATO, não de palavras. E para isso, precisará RENUNCIAR a tudo: dinheiro, bens, família, parentesco, pais, filhos, cônjuges, empregos, e inclusive a si mesmo: à sua vontade, a seu intelecto, a seus conhecimentos do passado, a sua cultura, a suas emoções.


A mais, devia prontificar-se a passar pelas experiências e provações dolorosas, simbolizadas, nas iniciações, pela CRUZ, a mais árdua de todas elas: o suportar com alegria a encarnação, o mergulho pesado no escafandro da carne.


E, enquanto carregava essa cruz, precisava ACOMPANHAR o Mestre, passo a passo, não apenas nos caminhos do mundo, mas nos caminhos do Espírito, difíceis e cheios de dores, estreitos e ladeados de espinhos, íngremes e calçados de pedras pontiagudas.


Não era só. E o que se acrescenta, de forma enigmática em outros planos, torna-se claro no terreno dos mistérios iniciáticos, que existiam dos discípulos A MORTE À VIDA DO FÍSICO. Então compreendemos: quem tiver medo de arriscar-se, e quiser "preservar" ou "salvar" sua alma (isto é, sua vida na matéria), esse a perderá, não só porque não receberá o grau a que aspira, como ainda porque, na condição concreta de encarnado, talvez chegue a perder a vida física, arriscada na prova. O medo não o deixará RESSUSCITAR, depois da morte aparente mas dolorosa, e seu espírito se verá envolvido na conturbação espessa e dementada do plano astral, dos "infernos" (ou umbral) a que terá que descer.


No entanto, aquele que intimorato e convicto da realidade, perder, sua alma, (isto é, "entregar" sua vida do físico) à morte aparente, embora dolorosa, esse a encontrará ou a salvará, escapando das injunções emotivas do astral, e será declarado APTO a receber o grau seguinte que ardentemente ele deseja.


Que adianta, com efeito, a um homem que busca o Espírito, se ganhar o mundo inteiro, ao invés de atingir a SABEDORIA que é seu ideal? Que existirá no mundo, que possa valer a GNOSE dos mistérios, a SALVAÇÃO da alma, a LIBERTAÇÃO das encarnações tristes e cansativas?


Nos trabalhos iniciáticos, o itinerante ou peregrino encontrará o FILHO DO HOMEM na "glória" do Pai, em sua própria "glória", na "glória" de Seus Santos Mensageiros. Estarão reunidos em Espírito, num mesmo plano vibratório mental (dos sem-forma) os antigos Mestres da Sabedoria, Mensageiros da Palavra Divina, Manifestantes da Luz, Irradiadores da Energia, Distribuidores do Som, Focos do Amor.


Mas, nos "mistérios", há ocasiões em que os "iniciantes", também chamados mystos, precisam dar testemunhos públicos de sua qualidade, sem dizerem que possuem essa qualidade. Então está dado o aviso: se nessas oportunidades de "confissão aberta" o discípulo "se envergonhar" do Mestre, e por causa de "respeitos humanos" não realizar o que deve, não se comportar como é da lei, nesses casos, o Senhor dos Mistérios, o Filho do Homem, também se envergonhará dele, considerá-lo-á inepto, incapaz para receber a consagração; não mais o reconhecerá como discípulo seu. Tudo, portanto, dependerá de seu comportamento diante das provas árduas e cruentas a que terá que submeter-se, em que sua própria vida física correrá risco.


Observe-se o que foi dito: "morrer" (teleutan) e "ser iniciado" (teleusthai) são verbos formados do mesmo radical: tele, que significa FIM. Só quem chegar AO FIM, será considerado APTO ou ADEPTO (formado de AD = "para", e APTUM = "apto").


Nesse mesmo sentido entendemos o último versículo: alguns dos aqui presentes (não todos) conseguirão certamente finalizar o ciclo iniciático, podendo entrar no novo EON, no "reino dos céus", antes de experimentar a morte física. Antes disso, eles descobrirão o Filho do Homem em si mesmos, com toda a sua Dynamis, e então poderão dizer, como Paulo disse: "Combati o bom combate, terminei a carreira, mantive a fidelidade: já me está reservada a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia - e não só a mim, como a todos os que amaram sua manifestação" (2. ª Tim. 4:7-8).



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Hebreus Capítulo 10 do versículo 1 até o 39
C. O CAMINHO PARA O SANTUÁRIO, 10:1-22

No capítulo 10, a epístola aos Hebreus se aproxima do climax. Três idéias principais no capítulo 9 são aqui trazidas ao seu desenvolvimento final e conclusivo. Em primeiro lugar, não devemos perder o alvo de vista, que é o livre acesso ao Santuário ("Santo dos Santos", 9.8). Em segundo lugar, precisamos ver que somente o sangue de Jesus pode qualificar-nos ao purificar nossa consciência das obras mortas (9.14). Em terceiro lugar, não podemos perder de vista a validade perpétua e a finalidade definitiva do sacrifício do Senhor (9.26). Embora estes sejam pensamentos importantes no capítulo 9, a ênfase no capítulo 10 está na preparação, não do adorador, mas dos lugares santos. O novo concerto como um testa-mento precisava ser ratificado, a nova ordem oficialmente instituída e as "coisas celestiais" consagradas. Mostrou-se que tudo isto foi cumprido. Agora o autor inspirado retorna para mostrar que o mesmo sangue precioso que ratificou o novo testamento e consagrou a nova ordem também nos qualifica a entrar no Santo dos Santos. Esta qualificação inclui uma justificação que traz paz e uma santificação ("inicial" e "inteira") que purifica.

O tom do autor no capítulo 10 se torna dogmático. Ele reúne os fios de evidências que têm tecido e declara seu significado para o adorador em uma série de conclusões afiadas e finais.

1. A Lei é uma Rua sem Saída (10:1-4)

O autor primeiro recapitula a total impotência de todo o sistema sacrificial mosaico. Porque, tendo a lei a sombra dos bens futuros e não a imagem exata das coisas, nunca, pelos mesmos sacrifícios que continuamente se oferecem cada ano, pode aperfeiçoar os que a eles se chegam (1). Nunca [...] pode! Isto é claro e inequívoco; portanto, apegar-se esperançosamente ao Templo é algo completamente vão. Esta inca-pacidade é provada pela repetição dos sacrifícios; se estes sacrifícios aperfeiçoassem o adorador, por que precisariam ser realizados novamente? Doutra maneira, teriam deixado de se oferecer, porque, purificados uma vez os ministrantes, nunca mais teriam consciência de pecado (2).
A purificação aqui explica o aperfeiçoamento no versículo 1. A oferta pelo pecado não aperfeiçoou o adorador; apenas o purificou cerimonialmente. Esta exigência inclui muito mais do que expiação (embora inclua este aspecto), e certamente muito mais do que purificação cerimonial (a lei era suficiente para isto, 9.13). Ela inclui uma purificação subjetiva do próprio adorador. A palavra é katharizo (purificar), e, neste caso, é o particí-pio passivo perfeito, com hapax (uma vez) ; i.e., "tendo sido purificados uma vez e manti-dos puros". O tempo perfeito indica uma condição permanente baseada em uma ação completa. Somente este tipo de purificação resultaria em nunca mais ter consciência (percepção) de pecado ("sentimento de pecado", NEB).

Este não é um pretexto geral para pecar continuamente sem que a consciência per-turbe. A consciência não é anestesiada, nem o pecado é tolerado ou a lei moral anulada. Mas a necessidade de uma purificação que traz paz absoluta em relação aos pecados passados e um poder suficiente para evitar o pecar contínuo. Isto a lei mosaica não podia fazer (9.9). Pelo contrário, nesses sacrifícios, [...] cada ano, se faz comemoração dos pecados (3). Todo Dia da Expiação anual era um lembrete agonizante dos pecados novos e dos pecados antigos. Por quê? Porque é impossível que o sangue dos touros e dos bodes tire pecados (4). Não há poder redentor no sangue de animais; acreditar nisto é subestimar grosseiramente a natureza e enormidade do pecado. O rito anual de matar o touro e o bode e enviar o segundo bode para o deserto como uma figura ilustrativa de mandar embora o pecado era uma prefiguração do verdadeiro cancelamento e purifi-cação que um dia poderia ser proporcionada por um Sangue melhor. Persistir em deposi-tar esperança em sangue de animais, que em si é algo completamente inútil, é o cúmulo da insensatez. A salvação simplesmente não é possível desta forma.

2. A Lei é Substituída por um Novo Caminho (10:5-18)

O autor tem recorrido constantemente às Escrituras. Ele aqui introduz uma nova passagem (Si 40:6-8), mas seu uso é ofuscado pela invocação direta do autor ao Deus Trino e Uno, Pai (vv. 5-10), Filho (vv. 11-14) e Espírito Santo (vv. 15-18). É este Deus Trino e Uno que provê o novo caminho ao Santo dos Santos.

a) Pela vontade do Pai (10:5-10). Pelo que, entrando no mundo, diz: Sacrifício e oferta não quiseste, mas corpo me preparaste (5). No ato de vir ao mundo como Redentor, Cristo está dizendo ao Pai: "Tu não estás satisfeito com os sacrifícios atuais e me preparaste para tornar-me um sacrifício melhor". O Filho foi encarnado para um propósito redentor: por meio do nascimento virginal, o Espírito gerou no ventre de Maria um corpo físico, Jesus, que se tornaria o instrumento de sacrifício.

Na verdade, a citação é do salmo de Davi (40:6-8) ; mas Hebreus a interpreta como sendo palavras de Cristo para Deus, em vez de considerá-las palavras de Davi. Ou pode-se dizer que nosso Senhor vê estas palavras cumprindo-se plenamente nele. Além do mais, a citação é uma versão resumida da LXX, não do texto hebraico. Isto explica a substitui-ção de corpo me preparaste, em vez de: "meus ouvidos abriste" (Si 40.6). O abrir de ouvidos por ser entendido como uma sinédoque, em que se usa uma parte para o todo.

Em todo o caso, o significado não é essencialmente alterado, mas fortalecido e esclarecido. Holocaustos e oblações pelo pecado não te agradaram (6) é um paralelismo do versículo 5, e, conseqüentemente, um texto explanatório. Holocaustos, representando consagração e ofertas pelo pecado (peri hamartias), não agradam a Deus, mesmo que Ele os tenha ordenado como um meio temporário de adoração e o seu uso esteja de acordo com a lei (v. 8). Deus não é um Ser sádico que se agrada com a morte das suas criaturas ou de cenas de matança; mas Ele também não se agrada dos resultados do pecado. Muitas coisas desagradáveis e não ideais são necessárias por causa da corrupta e destruidora natureza do pecado, incluindo o repugnante derramar de sangue da época da lei e o infinitamente mais trágico derramar do sangue de Cristo.

A lógica da passagem é simples, e o autor de Hebreus a apresenta de maneira muito clara. O fato de os sacrifícios anuais não agradarem a Deus, junto com o anúncio do Filho: Eis aqui venho, para fazer, ó Deus, a tua vontade (9), redunda na seguinte conclusão: Tira o primeiro, para estabelecer o segundo. A ação de Cristo é a vonta-de completa e final de Deus, diferente do sistema anterior (que não tinha sido a vontade final de Deus). Na qual vontade temos sido santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez (10). Basicamente, isto quer dizer que o sacrifício de uma vez por todas de Cristo como a base e o meio da nossa santificação encontra sua eficiên-cia na vontade de Deus, o Pai. A vontade de Deus é o motivo máximo da nossa santificação. A soberania de Deus sustenta tudo. Procuramos aqui pela fonte original e iniciadora. É a "graça de Deus" que traz salvação (Tt 2:11).

A santificação que é assim provida não é somente cerimonial, mas interior e moral. Não somos meramente consagrados pela morte de Cristo, no sentido de que sua morte nos leva a um relacionamento novo e sagrado com Deus. Isto seria somente uma santida-de posicional, que já estava disponível anteriormente. A fraqueza da ordem antiga resi-dia neste ponto — ela não oferecia nada além de santidade posicional.

A natureza mais completa desta santificação pode ser vista por meio de três deta-lhes exegéticos.

1) O texto não diz que somos santificados por um ato soberano da vonta-de de Deus, como a ARC pode dar a entender. A preposição é en, "em" ou mais apropria-damente "dentro". É dentro do contexto da vontade de Deus que somos santificados.

2) O texto também diz que somos santificados pela morte de Cristo, havendo o uso da prepo-sição dia, com o genitivo, com o significado de "por meio de", no sentido de uma agência secundária. Nossa santificação, então, é da vontade de Deus e se tornou possível pela obra de Cristo. Nossa santificação não ocorreu quando Cristo morreu, mas tornou-se possível neste acontecimento. Subjetiva e imediatamente a obra de santificação é a obra do Espírito Santo (2 Ts 2.13; 1 Pe 1.2).

3) A forma verbal hegiasmenoi, "tendo sido santi-ficados", está no tempo passado perfeito, que significa que nós, os adoradores, estamos, por meio de Cristo, em um estado de santificação que resulta de um passado santificador. Mas para a maioria destes cristãos hebreus isto ainda não era subjetivamente um fato da experiência. Portanto, podemos chamar isto de um "perfeito profético", tendo uma força futura. Pela oblação do corpo de Jesus Cristo somos provisoriamente santifi-cados e podemos ser pessoal e interiormente santificados.

b) Cumprida pela obra de Cristo (10:11-14). A vontade de Deus é implementada por intermédio de um sacerdócio. A tentativa de cumprir esta função mantinha os sacerdotes levíticos ministrando e oferecendo muitas vezes os mesmos sacrifícios (11). Não era apenas uma vez por ano no Santo dos Santos que o sumo sacerdote ministrava, mas um batalhão de sacerdotes esgotava-se todos os dias, repetindo a mesma rotina. Seus sacrifícios não eram somente fatigantes, mas ineficientes, como já foi mostrado, e agora reiterado: que nunca podem tirar pecados (deveria ser "pecado", singular). Esta é mais uma afirmação dogmática. O verbo reflete grande intensidade, periaireo, "remover totalmente". Mas este (Jesus), havendo oferecido um único sacrifício pelos peca-dos ("perpetuamente [pela continuidade ininterrupta]" — Mueller), está assentado para sempre à destra do trono de Deus (12). No grego, os versículos 11:12 estão na forma: "por um lado — pelo outro lado". Por um lado, o autor aponta para o serviço incessante dos inúmeros sacerdotes no Templo; então, por outro lado, Ele aponta para o Sacerdote único — este — que por muitos pecados ofereceu um sacrifício, e então se assentou à destra do Pai. Os sacerdotes que permaneciam em pé ministrando contras-tam com o Jesus assentado. Esta é uma figura viva de uma obra nunca acabada em comparação com uma obra plenamente terminada e para sempre. Em um caso, os mui-tos sacrifícios nunca são completos; no outro, o sacrifício único é tão perfeito que sua eficácia nunca é exaurida. De forma silenciosa, este sumo sacerdote bem-sucedido aguarda esperançosamente "até que os seus inimigos sejam colocados como estrado dos seus pés" (v. 13, NVI).27 A conquista final de todo mal e de toda força opositora emergirá daquele único ato no Calvário. Seu poder é suficiente para a obra completa da redenção.

No versículo 14, a profundidade deste poder para os crentes, disponível agora, é resumida de forma concisa mas abrangente: Porque, com uma só oblação, aperfei-çoou para sempre os que são santificados (14). Os tempos dos verbos precisam ser cuidadosamente estudados. "Fomos santificados e continuamos sendo" é a melhor tradu-ção do tempo perfeito do versículo 10. Mas neste versículo, aperfeiçoado está no tempo perfeito, enquanto o particípio com artigo tous hagizomenous, "que está sendo santifica-do", está no tempo presente. A vontade de Deus é que haja uma santificação definitiva e completa, na verdade, um estado já experimentado pelo "nós" (oculto) do versículo 10. Portanto, o particípio presente do versículo 13 deve ser interpretado como um presente freqüentativo; consequentemente, são aqueles que estão sendo santificados de tempo em tempo, um após o outro. Todos os que são santificados em cada geração são igualmente aperfeiçoados para sempre com uma só oblação.

Ser aperfeiçoado não significa ser completo em caráter, no sentido de não mais pre-cisar crescer. Significa, sim, ser levado a uma experiência de realidade e um estado de cumprimento em um relacionamento de coração com Deus que a antiga ordem não podia oferecer. É perfeição no sentido de ser levado a um nível intencional e desejado. Este nível é indicado pelo termo santificação." Ser aperfeiçoado para sempre não é estar incondicionalmente estabelecido e seguro nesta "santificação". A frase simplesmente declara na linguagem mais forte possível que todo aquele que de tempo em tempo é santificado o é perfeitamente por meio deste único sacrifício (oblação). Os efeitos da oblação na alma do adorador são tão perfeitos (completos e satisfatórios) como a própria oblação, e estes efeitos estão disponíveis perpetuamente. "O Sangue nunca perderá o seu poder"."

c) Confirmada pelo testemunho do Espírito (10:15-18). A nossa santificação é a von-tade do Pai, e seu aperfeiçoamento é obra do Filho, mas seu cumprimento é a predição do Espírito Santo. E também (concernente à perfeição dos santificados) o Espírito Santo no-lo testifica (15). Isto, com freqüência, é entendido como o testemunho interior do Espírito Santo ao crente que está buscando a santificação; mas, embora exista este teste-munho, este dificilmente é o pensamento aqui. O "testemunho", na verdade, é a profecia inspirada de Jeremias, já citada (8:8-12), delineando o conteúdo do novo concerto. O ponto importante deste "testemunho" se encontra no versículo 17: E jamais me lem-brarei de seus pecados e de suas iniqüidades.' A NVI (apoiada por outras versões) traz uma tradução mais clara do que a KJV:

O Espírito Santo também nos testifica a este respeito. Primeiro ele diz: "Esta é a aliança que farei com eles, depois daqueles dias, diz o Senhor. Porei as minhas leis em seu coração e as escreverei em sua mente"; e acrescenta:

"Dos seus pecados e iniqüidades não me lembrarei mais".

Onde esses pecados foram perdoados, não há mais necessidade de sacrifício por eles (vv. 15-18).

Fica claro que a parte especial do testemunho do Espírito, especificamente relevan-te no momento, é o caráter final do perdão de Deus, que confirma o caráter final do sacrifício do nosso Senhor. Literalmente, Deus está sendo citado, dizendo: "Não serei mais lembrado" (Mueller). No antigo sistema "cada ano, se faz comemoração dos peca-dos" (v. 3). Mas os termos do novo concerto repudiam claramente essas comemorações anuais. "Não quero ser lembrado", diz Deus. Não há esta necessidade, visto que uma expiação perfeita, adequada para todos os pecados, por meio da cruz, torna possível uma remissão absoluta. Tal remissão torna desnecessária qualquer oferta pelo pecado. O pe-cado debaixo do sangue de Jesus não precisa de mais sangue.

Assim, ao recorrer ao Espírito, o autor prova em seguida o caráter final e a eficácia do sacrifício realizado uma única vez para aperfeiçoar "aqueles que são santificados". Mas, enquanto o versículo 17 é o seu clímax em provar este caráter definitivo, a impor-tante relação entre a remissão absoluta no versículo 17 e a santificação interior do versículo 16 não pode ser negligenciada. De quem os pecados são perdoados e esquecidos? Daque-les que permitiram que Deus colocasse as suas leis (pela sua graça) em seu coração e seus entendimentos. Estes não são mestres presunçosos que persistem no pecado, ou mesmo crentes inconstantes, mas aqueles que lembram da lei e lhe obedecem de cora-ção. Para eles, a lei não é só de Deus, mas agora também faz parte da sua natureza redimida. O perdão ilimitado depende da realidade experimental da retidão interior. Estes, portanto, são os santificados que foram "aperfeiçoados para sempre". Sua justifi-cação é aperfeiçoada para sempre, bem como a sua santidade. Todos são privilégios per-petuamente disponíveis pelo poder inesgotável deste sacrifício único!

O argumento chegou ao fim. O autor mostrou o caráter definitivo na pessoa, sacer-dócio e paixão do nosso Senhor. A natureza e a superioridade do novo concerto foram expostas e o antigo concerto mostrou ser obsoleto e inválido. Agora ele faz uma aplicação exortativa, e, ao fazê-lo, coloca seu dedo no alvo central da nova ordem e o objetivo da sua exposição: o caminho para o Santo dos Santos.

3. Temos, pois, ousadia para entrar (10:19-22)

Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no Santuário, pelo sangue de Je-sus [...] cheguemo-nos (19, 22a). O predicado principal destes quatro versículos é cheguemo-nos (aproximemo-nos", ARA) ; tudo o mais é subordinado. Antes desta ora-ção central, tudo o mais é controlado por Tendo, pois (19), e aponta para Jesus como o novo e vivo caminho (20) de acesso para o Santo do Santos. Depois desta oração prin-cipal, a atenção é dirigida às qualificações pessoais necessárias para entrar. Vamos divi-dir esta parte por versículos.

a) O véu rasgado (10.20). É bom lembrar que o autor colocou o seu olhar no caminho para dentro do Santo dos Santos em 9.8, onde declara que "ainda o caminho do Santuá-rio não estava descoberto". Mas agora o caminho está aberto e revelado. Este caminho é novo no sentido de que foi feito novo recentemente. Novo (prosphaton) literalmente significa "morto recentemente"; aqui há um caminho de entrada que nunca fica velho. Este caminho é vivo no sentido de que é válido perenemente, nunca é antiquado; mas especialmente no sentido de que é eficaz."

Dessa forma, ele nos consagrou (20). O ato de instituir (aoristo) é a ação que o autor tem discutido. Mas Cristo instituiu este caminho pelo véu, isto é, pela sua car-ne. Véu é katapetasmatos, "cortina", de katapetannumi, "expandir". O véu, portanto, é um tipo de "cortina de ferro" que não só separa mas "expande", no sentido de ressaltar a distância entre Deus e o homem. O tipo original no Tabernáculo é mencionado em 9.3, enquanto o protótipo espiritual é mencionado em 6.19. Lá, a entrada "até o interior do véu" é descrita como a "esperança proposta", e Jesus entrou por nós como "nosso precur-sor". A cena foi assim confirmada, mas o autor ainda não estava pronto para expor o caminho que transformaria esperança em fé e esta em fato. Neste versículo-chave, no entanto, Jesus não é simplesmente o "precursor" através do véu, mas a sua carne (na-tureza humana) é o véu. Este é um conceito radicalmente novo, e altamente figurado, cuja interpretação precisa da iluminação de Mateus 27:51: "E eis que o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo".

Uma interpretação entende o véu como um tipo de Jesus fundamentalmente. Isto explicaria o fato de que no Tabernáculo o véu era primorosamente belo, com símbolos costurados que representavam a humanidade e a divindade (Êx 26:31-33). Haldeman comenta: "Enquanto Cristo caminhava na terra em sua beleza e humanidade perfeita, Ele excluiu o homem de Deus".' Jesus, apenas como Exemplo perfeito traria condena-ção, não salvação, porque ressaltaria o abismo instransponível entre a pecaminosidade do homem e o requisito de pureza para se ter comunhão com o Deus santo. Se o véu deve tornar-se caminho, precisa ser sacrificado; precisa ser rasgado. A eficácia salvadora do corpo quebrado e do sangue derramado ocorreu na perfeição da natureza e vida total-mente humanas do nosso Senhor, um substituto apto e aceitável, o "justo pelo injusto". Mas como o Sangue fala mais da expiação, e é a base da nossa justificação (sua vida física como preço pela nossa vida espiritual), assim o corpo de Cristo (v. 5; Sua natureza humana) é mais particularmente associado ao caminho para dentro do Santo dos San-tos. Não fala da sua vida dada por nós, mas da sua natureza humana tornando-se dispo-nível para nós, para que a nossa se torne uma natureza transformada (Tt 2:14). Assim, não há só expiação, mas santificação; não só o caminho para dentro do primeiro santuá-rio, com os direitos de perdão, mas o caminho para dentro do segundo, com os direitos de santidade interior — completa unidade com Deus.

Uma interpretação alternativa (e talvez a preferível) do véu é vê-lo como um tipo da pecaminosidade do homem, que o desqualifica a ter acesso ao Santo dos Santos. Neste caso, Jesus foi esta natureza — este véu — pela identificação espiritual. Ele assumiu em seu próprio corpo a desonra desta natureza e a levou para a cruz (Rm 6:6-8.30). Este corpo quebrado na cruz liberou poder para a salvação da pecaminosidade do homem:

1) "De alto" — os esforços do homem para mudar sua natureza são em vão;

2) "a baixo" — uma destruição completa da natureza pecaminosa é a provisão; o véu não foi rasgado pela metade (Rm 8:4). Independentemente da interpretação, se entendermos Cristo como o véu, ou se o véu representa a pecaminosidade do homem, ele nos leva ao mesmo lugar: o obstáculo é removido e temos completo acesso ao Santo dos Santos.

  1. O Sacerdote real (10.21). O rasgar da carne de Jesus como oferta pelo pecado não era o fim, porque Ele ressuscitou e ascendeu à destra do Pai, onde vive "sempre para interceder" por nós (7.25). Temos um grande sacerdote sobre a casa de Deus. Este Sacerdote não só provê o "novo e vivo caminho", mas está próximo para nos acompanhar para dentro e ficar conosco como nossa Garantia. O "caminho" é "vivo" porque o Criador do caminho e Guia do caminho está vivo. O autor já apresentou em 4:14-7.28 o sacerdó-cio de Cristo e sua relação com a nossa redenção. As grandes verdades da fé cristã reque-rem ação. Ele se refere a elas como a base do privilégio e obrigação do adorador.
  2. A abordagem certa (10.22). Por causa da morte de Cristo, tanto para o perdão como para a perfeição, e por causa do seu sacerdócio perpétuo, que é uma certeza de ajuda e misericórdia sempre disponível, o autor faz de uma forma exaltada e ansiosa sua súplica comovida: cheguemo-nos (22).

Mas a exortação não é indiscriminada. Ela é tão verdadeira como sempre foi — de que existe um caminho prescrito para entrar, e o privilégio está restrito a adoradores qualificados. O "novo ] caminho" requer uma maneira certa de usá-lo.
1) Deve haver um coração purificado. Isto quer dizer uma dedicação simples e sincera à perfeita e completa vontade de Deus. Um coração dividido, inflexível ou morno será repelido.

2) Também deve haver inteira certeza de fé. A palavra plerophoria significa "convicção completa", "persuasão firme", "produzida pela fé"." Estas grandes verdades fundamen-tais do evangelho precisam ser cridas tão profundamente que nossa aproximação ao Santo dos Santos seja com ousadia e confiança, sem hesitação." A fé vacilante é o ten-dão de Aquiles destes cristãos hebreus. Para curar esta fragilidade a maior parte da epístola é devotada a ela. Mas estas duas exigências — consagração e fé constante -são as condições humanas que devem ser satisfeitas na crise da completa santificação.

3) Mas em correspondência com essas duas exigências gêmeas para uma entrada ime-diata existem duas qualificações importantes: Tendo o coração purificado da má consciência e o corpo lavado com água limpa. Estas frases altamente simbólicas falam de justificação e regeneração, sem as quais não somos qualificados para entrar no Santo dos Santos. Implícito aqui está o sacerdócio de todos os crentes. Nenhum sacerdote se atreveria a entrar no santuário interior sem ter passado pela purificação do sangue, derramado no altar e um cuidadoso lavar no vaso de bronze. O sangue servia para a expiação de pecados e a água para a purificação da imundície. Haldeman diz: "O vaso à porta do Tabernáculo é o símbolo de regeneração"." Mas agora, embora seja usada linguagem figurada, aqueles que entram como "sacerdotes" ministradores e adoradores precisam ter a essência, não a sombra. No sistema antigo, o aspergir com sangue era externo (9.13 19:21) ; aqui ele é interno, no coração (1 Pe 1.2). O lavar dos nossos corpos com água pura é tão figurativo quanto o aspergir; portanto, isto não pode se referir à água do batismo. Isto seria uma volta à antiga camisa de força exterior da qual Cristo nos libertou. Enxergar nada além de água material aqui é continuar preso ao sistema judaico. Nenhuma água é pura o suficiente para purificar a depravação da nossa vida terrena.

É necessário agora compreender um aspecto básico que para algumas mentes pode ainda parecer incerto. Desenvolveu-se uma interpretação que entende o Santo dos San-tos como fundamentalmente uma santidade de coração em vez de o céu como uma habi-tação futura. O céu não é apenas um lugar, mas uma esfera de graça divina, e semelhantemente ao Reino de Deus (Lc 17:21), está "entre vós". Hebreus indica que o "céu" é um correlativo espiritual do Tabernáculo terreno (os dois santuários 9:24, KJV). No entanto, de acordo com Paulo, agora podemos sentar em "lugares celestiais" (Ef 1:3-2.6). A epístola aos Hebreus também nos admoesta a chegarmos "com confiança ao trono da graça", o mesmo trono compartilhado pelo Filho, e a mesma presença majestosa à qual Cristo entrou além do véu. A única maneira de os sacerdotes se aproximarem da "figura" do Tabernáculo deste trono era entrar no interior do véu. De que maneira chega-mos "com confiança" a este trono? Pela oração e fé, o que sugere que tempo e espaço não são barreiras na esfera celestial. O trono de Deus está onde está o suplicante. Pelo Espí-rito, o Pai e o Filho estão unidos. O desdobramento da exposição do autor indica forte-mente que, para o crente, o Santo dos Santos não é um estado futuro ou um lugar distan-te, mas um lugar permanente na companhia do Deus Trino e Uno no qual podemos entrar agora e no qual podemos viver. Observe:

  1. A arca refere-se às tábuas da lei; e a essência do novo concerto é a gravação desta lei em nosso coração (cf. Rm 8:2-4).
  2. Há também a vara que florescia e o vaso de maná, emblemas da habitação de Cristo e do fruto do Espírito, que são a norma característica da santidade cristã agora (Ef 3:16-20).
  3. Há também o assento de misericórdia e as asas protetoras da presença divina. Este lugar secreto com Deus pode se tornar o lar das nossas almas agora.
  4. O clímax de Hebreus é a afirmação de que temos "ousadia para entrar no Santu-ário" (v. 19), ou "plena confiança para a entrar no Santo dos Santos" (NVI). Vincent diz: "Lit. para a entrada no Santo dos Santos [...] Eisodos no NT habitualmente significa o ato de entrar"."
  5. Visto que o peso da evidência indica que "ousadia" é nosso direito adquirido para a entrada imediata, devemos entender cheguemo-nos neste contexto. Não seria muito razoável que a entrada confiante realçada no versículo 19 fosse reduzida a uma aborda-gem respeitosa e esperançosa, como seria o caso se um futuro céu fosse o Santo dos Santos. Além disso, o grego não sugere essa hesitação. A palavra proserchometha, "cheguemo-nos", é exatamente a mesma usada em 4.16: "Cheguemo-nos, pois, com confi-ança ao trono da graça". Este trono fica simbolicamente além do véu, não do lado de fora; e não devemos meramente nos "aproximar", parando esperançosamente a uma certa distância, mas "chegar-nos" (veja também 7.15; 12.18, 22).

Há motivo suficiente para acreditar que a exortação cheguemo-nos é um clamor urgente para entrar imediatamente nesse relacionamento íntimo com Deus e nesse esta-do de retidão e santidade interior que não era a norma do antigo concerto, mas que agora está disponível livremente para todos os adoradores qualificados. É isto que constitui a realização pessoal e experimental do cerne do novo concerto. O apelo perderia a sua verdadeira urgência se a verdadeira intenção se resumisse a uma mera contemplação do céu. Para entendermos de maneira correta o tom de urgência é necessário observar sua conexão com um apelo semelhante em 4.11: "Procuremos, pois, entrar naquele repouso, para que ninguém caia no mesmo exemplo de desobediência.""

D. As OBRIGAÇÕES DO SANTO DOS SANTOS 10:23-25

Enquanto o sumo sacerdote judeu "se achegava" somente uma vez ao ano, e nunca com "ousadia", é um privilégio para os crentes habitarem no Santo dos Santos. Mas não é um privilégio sem exigências, e não é uma "experiência" definitiva e perfeita. Seus termos precisam ser mantidos e suas obrigações cumpridas. (Observe o esboço homilético dos itens 1, 2 e 3.)

  1. Uma Confissão Resoluta (10,23)

Ao sermos exortados para que retenhamos firmes a confissão da nossa espe-rança, somos lembrados que uma identificação aberta e pública com o plano de Deus em Cristo nunca deve ser renunciada. O tempo presente sugere a necessidade de continuar a expressarmos a nossa fé, sem nos tornarmos apologéticos ou hesitantes. Não podemos esquecer que as pessoas precisam ser influenciadas pela nossa firmeza e constância. Além disso, a manutenção da nossa própria vitória está em jogo. Quando honramos a Deus ao afirmar a nossa confiança em sua integridade, Ele nos honra ao aprofundar a nossa segurança.

A palavra costumeira na epístola para "fé" é pistis , mas a palavra usada aqui é elpis, que significa "esperança". De acordo com Thayer, esta palavra era o equivalente na LXX da palavra hebraica "confiança", e no NT chegou a ter o sentido cristão de "uma expecta-tiva alegre e confiante na salvação eterna".' A fé necessária para entrar no Santo dos Santos (v. 22) pode ser entendida como a fé de apropriação, enquanto elpis é a fé de expectativa ou esperança. A promessa, a do novo concerto, é cumprida à medida que a apropriação se torna realização. Mas ainda havia muita coisa não realizada. A promessa da Segunda Vinda (9,28) ainda estava para se cumprir. Eles precisavam continuar con-fessando a confiança nessa promessa específica — porque fiel é o que prometeu.

  1. Uma Provocação Contínua (10,24)

O verdadeiro Santo dos Santos, desfrutado agora pela fé, envolve uma certa respon-sabilidade coletiva e social. Os sacerdotes antigos nunca entravam em grupos ou em dois, mas sempre sozinhos. É no isolamento solitário, com Deus do lado de dentro e o mundo do lado de fora, que somos completamente santificados. Somos santificados como indivíduos, e no Santo dos Santos aprendemos a encontrar o sustento para a nossa alma em Deus, não nas pessoas. Todavia, essa dependência em Deus não pretende fomentar um distanciamento dos nossos irmãos. Há um individualismo moral importante, que faz parte da essência da verdadeira santidade; mas o tipo de individualismo que é desatencioso, e não pode trabalhar com outros, não é apenas uma caricatura, mas uma falsidade. Além da nossa inabalável confissão de fé, consideremo-nos (tempo presente — continuar considerando) uns aos outros, para nos estimularmos à caridade e às boas obras (24). Vamos nos conhecer mutuamente com o propósito de inspirar e estimu-lar amor e boas obras. Quando provocamos tristeza, raiva e desânimo um no outro, como a negligência de boas obras, é porque não mostramos consideração suficiente. Fomos descuidados em vez de atenciosos. Não demos atenção devida às necessidades do outro e à fineza da nossa forma de agir. É impressionante observar a maneira em que alguns cristãos inspiram seus irmãos para fazer o melhor e fazer sempre mais, enquanto outros mantêm as pessoas ao seu redor em um estado quase constante de irritação e obstina-ção. Na verdade, o cristão santificado deveria mostrar esta consideração agora, porque ele está num estado de graça, em que pode realmente esquecer-se de si mesmo e mostrar interesse e preocupação pelos outros.

3. Uma Prática Constante (10,25)

A esta exortação de consideração mútua constante o autor acrescenta: não deixan-do a nossa congregação. A preservação fiel desta comunhão que pode desenvolver-se somente na adoração coletiva é um dos meios de "estimular" um ao outro. Portanto, devemos prestar atenção à graça regularmente, se por nenhuma outra razão, ao menos por "consideração" pelos outros. Mas esta fidelidade é também uma das "boas obras" às quais devemos encorajá-los — e, certamente, não há um meio melhor de fazê-lo do que pelo exemplo. O triste reconhecimento: como é costume de alguns sugere que alguns desses cristãos hebreus não achavam necessário participar dos cultos da igreja. Isto pode ter sido motivado por uma piedade falsa, que supunha que a adoração solitária era melhor; ou uma presunção religiosa, que achava que a necessidade para a adoração coletiva era coisa do passado; ou um declínio do fervor espiritual, que resultou em uma indiferença crescente. Mas, independentemente do motivo, a negligência no que diz res-peito à freqüência nas reuniões pode ser fatal, tanto para a nossa influência quanto para a nossa própria alma. A entrada no Santo dos Santos não anula nossa necessidade da igreja, nem nos garante privilégios especiais que nos isentam das nossas obrigações coletivas. A prática de se reunir regularmente não é dispensável, mas indispensável para a santidade.

Somente ao nos reunirmos podemos cumprir o dever positivo contido na expressão admoestando-nos uns aos outros. A palavra parakaleo, "exortar", tem muitos sinônimos: convidar a vir, chamar, invocar, admoestar, persuadir, rogar, implorar, enco-rajar e consolar. Que ministério gracioso e multiforme! Não somos chamados para ir à igreja para criticar, raramente para repreender e sempre para encorajar. Do púlpito deveria vir esta nota confortadora e encorajadora; e esta deveria ser a nota do nosso testemunho público e saudação pessoal. Para isso não precisamos de uma "licença para exortar!".

Esta preocupação afável e fiel de uns para com os outros aumenta à medida que contemplamos a Segunda Vinda: e tanto mais quanto vedes que se vai aproximan-do aquele Dia. Quanto mais crermos que a sua vinda está próxima, maior é a nossa responsabilidade de um para com o outro. A apostasia dos nossos dias deveria nos alertar contra a negligência e relaxamento tanto em nós como em nossos irmãos.

SEÇÃO IV

A NOSSA CONFISSÃO DE FÉ É DEFINITIVA

Hebreus 10:26-13.25

A. A ALTERNATIVA PARA A FÉ, 10:26-39

A tríplice exortação do parágrafo anterior é o clímax da epístola, visto que a exposi-ção doutrinária foi sendo desenvolvida até este ponto culminante. A partir daqui as im-plicações e obrigações práticas e pessoais são realçadas para os leitores. O caminho de Cristo é, no presente, um caminho de fé, em contraste com o culto visível e colorido do passado, com seu apelo ao sentimento, e o Reino visível e concreto do futuro. Esse cami-nho de fé é um intervalo entre uma visão do passado (que apenas atormenta) e uma visão do futuro (que consumirá tudo). Mas o caminho de fé, se aceito plenamente, será inteiramente satisfatório, já que traz bênçãos espirituais imediatas no Santo dos Santos, e estimula a fé para o Dia que se aproxima (v. 25).

1. Devoção ou Desastre (10:26-31)

As exortações sérias de "chegar-se", de "reter firme" e de "estimular" um ao outro no amor, e de fazê-lo com um fervor acelerado à medida que vemos "se aproximando aquele Dia", se não obedecidas, terão conseqüências horripilantes. Porque, se pecarmos vo-luntariamente (deliberadamente), depois de termos recebido o conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados (26). Deus não tem outro meio de expiação de reserva, para o benefício daqueles que escolheram rejeitar a Cristo. Os sacrifícios levíticos são obsoletos e já não são mais aceitáveis. O sacrifício de Cristo não será repetido, e não há um terceiro caminho para o céu. E todas as religiões estão descar-tadas, como ocorre com toda forma de dádivas humanistas culturais ou rituais. Nenhum substituto do sacrifício de Cristo tem algum valor. O pecado propositado contra o qual somos advertidos é uma falha contra todas as obrigações de discipulado depois de conhe-cermos a verdade do novo concerto e a salvação em Cristo. Quem pensa que existe um substituto para o sacrifício de Cristo entende que Cristo é apenas um caminho e não o único caminho, que podemos encontrar outra cobertura para o nosso pecado, e que a nossa falha em obedecer às admoestações dos versículos 22:25 realmente não importam.

Mas isto é impossível. A única coisa remanescente, i.e., "agora deixada", é uma cer-ta expectação horrível de juízo e ardor de fogo, que há de devorar os adversá-rios (27). Esta é uma expectativa certa e definitiva do julgamento apavorante e ardente da ira de Deus. "Quando Deus prepara um martelo, ele não será feito de seda". No Egito houve um lamento à meia-noite em cada lar que havia desprezado o sangue. Mais tarde, a pena de morte se tornou inevitável quando alguém desprezava a lei de Moisés. Deus anulou esta pena por meio de Cristo (7.18), mas o homem não tinha o direito de fazê-lo, e aqueles que tentaram fazê-lo, seguindo "outros deuses", eram apedrejados "até que morram" (Dt 17:1-7), totalmente sem misericórdia (28). Se a rejeição a Moisés e sua lei era tão séria, de quanto maior castigo cuidais vós será julgado merecedor aque-le que apostata de Cristo? (29). Visto que o autor aos Hebreus tem mostrado de forma tão convincente e cabal a infinita superioridade de Cristo e seus atos, ele desafia os leitores a chegar à conclusão por conta própria. Se eles refletirem de maneira sóbria, saberão que ex-cristãos, para quem foi realizado tanto mais, e que tem tanto mais em jogo, merecerão um castigo muito pior do que uma rebelião contra Moisés, visto que Cristo é mais digno de lealdade do que Moisés.'

Esse merecimento de castigo é visto na sua verdadeira magnitude quando reconhe-cemos o que o apóstata fez. Em primeiro lugar, ele pisou o Filho de Deus (29). Esta é uma figura de extremo escárnio. Nós pisoteamos o que consideramos sem importância. O apóstata se une a este mundo para pisar não somente Jesus de Nazaré (como talvez esteja pensando), não somente o Homem da Galiléia (como também pode estar supondo), mas o eterno Filho de Deus. Em segundo lugar, ele profanou o sangue do testamento, com que foi santificado. A KJV acrescenta: "uma coisa profana", que traz a idéia de comum e ordinário, ou seja, não melhor do que qualquer outro sangue. Este Sangue do novo concerto, por meio do qual havíamos sido feitos santos no passado, é agora negado. "Como caíram os valentes!" (2 Sm 1.19). Podemos despencar da eminência espiritual mais elevada até profundezas incríveis. Mas, quer apóstatas ou ainda pagãos, quer pre-gadores ou teólogos que declaram que o sangue de Jesus não era diferente em seu valor eterno e poder salvador do sangue de qualquer outro homem são culpados deste sacrilé-gio. Em terceiro lugar, o apóstata fez agravo ao Espírito da graça. Ele "insultou" (Phillips), "assim profanando" (NT Ampl.), o Espírito. A frase o Espírito da graça (to pneuma tes charitos) provavelmente não é um genitivo subjetivo, mas um genitivo objetivo, significando que é o Espírito que concede graça (NT Ampl.). Todo o mover interior do nosso espírito em direção a Deus por intermédio dos anos da graça antecedente, toda a liberação e purificação e poder da justificação e da santificação, toda alegria espiritual e renovação e ardor do favor divino e a capacitação divina são a obra miraculosa interior do Espírito Santo. Insultá-lo seria o mesmo que cometer suicídio (6.4; Mc 3:28-30).

Como o homem muda de maneira tão deplorável? Em primeiro lugar, pelo fracasso espiritual — fracasso em entrar no Santo dos Santos, em se firmar na sua profissão de fé, em estimular ao amor e às boas obras e em reunir-se para adoração e comunhão (vv. 19-25). Em seguida, a decadência doutrinária é o próximo passo inevitável. O intelecto segue o coração. Um coração alienado produzirá uma mente traiçoeira e desleal. Quando a alma é obscurecida pelo pecado, a mente ficará obscurecida pela confusão e incerteza. A apostasia incrível descrita no versículo 29 implica na negação da doutrina do Filho de Deus, da doutrina do Sangue santificador e da doutrina do Espírito da graça; pois o cristianismo é tanto doutrina como experiência. É fatal separar estes dois aspectos ou exaltar um em detrimento do outro. E é perigoso mexer com a "fé que uma vez foi dada aos santos" (Jd 3; também G11.23; 3.23; Fp 1:27). A apostasia completa nunca é esperada; ela gradualmente toma conta daquele que começa a apostatar em algum aspecto. Quando reduzimos o evan-gelho gradativamente, chegará um momento em que não sobrará muita coisa dele.

A mortalidade desse tipo de pecado precisa ser claramente vista por estes cristãos hebreus, Porque bem conhecemos aquele que disse: Minha é a vingança, eu darei a recompensa, diz o Senhor (Dt 32:25). E outra vez: O Senhor julgará o seu povo (30; Dt 32:36; SI 135.4). Eles estão lidando com o Deus das suas Escrituras, o Deus em quem professam crer. Além disso, eles alegam ser seu povo, que os deixa totalmente sem desculpas. Então vem uma exclamação solene: Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo (31), i.e., um julgamento adverso. Não haverá escape das mãos de Deus nem apelo para instâncias superiores. O Deus cujas mãos conduziram os filhos de Israel no deserto (8.9), que estendeu suas mãos diariamente "a um povo rebelde e contradizente" (Rm 10:21), cuja mão "não está encolhida, para que não possa salvar" (Is 59:1), humilhará, por estas mesmas mãos, o orgulhoso, e desarraigará o poderoso e expulsará o ímpio da sua santa presença para a escuridão eterna. A ira de Deus é sua repugnância eterna e santa do pecado. Seu amor proveu um escape (salvação) do pecado e, portanto, um escape da ira. Se este escape é rejeitado, não há outro: a ira precisa esgotar-se. O amor pode oferecer o Calvário, mas não pode alterar a separação entre a santidade e o pecado. Se Deus não pode alcançar-nos por meio do Calvário, será que nos salvará pela força? Não. Se não formos salvos pelas mãos furadas pelos pregos, não poderemos ser salvos da mão com a espada desembainhada. "Considera, pois, a bondade e a severidade de Deus" (Rm 11:22).

2. Lembre-se da Firmeza Passada (10:32-34)

O tom muda abruptamente da advertência severa para um apelo pessoal, baseado em uma recordação nostálgica de dias melhores: Lembrai-vos, porém, dos dias pas-sados, em que, depois de serdes iluminados, suportastes grande combate de aflições (32). Seguindo sua iluminação espiritual, que incluía uma confissão aberta de Cristo, eles foram amargamente contestados por inimigos demoníacos e humanos. Suportastes significa que não somente sofreram essa provação, mas a sofreram pacien-temente e saíram vitoriosos. Esses sofrimentos eram pessoais e vicários. Eles eram, às vezes, publicamente "expostos a insultos e tribulações" (NVI), e em outros momentos compartilhavam experiências semelhantes com seus companheiros cristãos: "fizeram-se solidários com os que assim foram tratados" (v. 33, NVI). Eles, literalmente, carregavam o fardo um do outro e prestavam apoio e encorajamento mútuo. Eles se compadeciam (sofriam com, demonstravam simpatia) especificamente com aqueles que estavam en-carcerados devido à sua fé (v. 34).2' Embora eles mesmos não tivessem sido lançados na prisão, seus bens materiais haviam sido saqueados e confiscados. Mas o seu fervor espiritual era tão grande que com gozo permitiam esta perda, sabendo que, em vós mes-mos, tendes nos céus uma possessão melhor e permanente (34; Mt 6:19-20). Sua segurança interior pelas realidades espirituais era forte o suficiente para desfazer-se destes vínculos mundanos. Quando nosso único tesouro está no "aqui e agora", e nossa fé no futuro é insegura, não conseguimos nos alegrar quando a perseguição se apodera de nós. Eles não se regozijavam porque seus haviam sido tomados, mas porque seus bens materiais não constituíam sua verdadeira riqueza; isto estava reservado para aqueles que estavam em perfeita segurança, imaculados pelo tempo e intocados pelos opressores.

Mas, evidentemente a situação agora havia sido atenuada. Em vez de prosperar espiritualmente como era o caso das igrejas palestinas (At 9:31), sua prosperidade foi acompanhada por um declínio espiritual. O autor espera que uma recordação desses dias melhores do passado, quando a sua fé custava mais, mas a sua comunhão era mais íntima e suas almas mais radiantes, desperte um avivamento espiritual.

3. O Caminho da Fé não é Opcional (10:35-39)

Em vista das
a) conseqüências terríveis da apostasia e b) dos triunfos da fé no pas-sado, não é razoável desistir agora. Não rejeiteis, pois, a vossa confiança (35). Con-fiança (parresian) é a mesma palavra que foi traduzida por "ousadia" no versículo 19 (cf. também 3.6; 4.16). Sua ousadia passada em confissão leal de Jesus e sua ousadia dada por Deus para viver no Santo dos Santos não deveria ser abandonada por vantagens sociais ou temporais. Nada neste mundo pode ser igualado ao grande e avultado galardão (no mundo vindouro) que pertence à sua ousada fidelidade. Deus vai compensar: Por-que necessitais de paciência (perseverança; cf. 12.1), para que, depois de haverdes feito a vontade de Deus, possais alcançar a promessa (36). A vontade de Deus que deve ser feita (tempo aoristo) é explicada nos versículos 19:25. Em vez de retroceder, eles deveriam avançar com ousadia para dentro do Santo dos Santos e perseverar nisso. No Santo dos Santos, experimentarão por fé o cumprimento de "melhores promessas" (8,6) com relação ao novo concerto, e desfrutarão completa renovação pela lei gravada no coração. Somente estes crentes receberão o cumprimento desta outra promessa do retor-no de Jesus (9.28; Jo 14:1-3; et al.). Fica claro que a obediência em relação ao Santo dos Santos é indispensável se alguém quiser qualificar-se para encontrar o Senhor.'

Que a promessa agora em mente trata-se da vinda do Senhor é ao menos sugerido no seguinte versículo: Porque ainda um poucochinho de tempo, e o que há de vir virá e não tardará (37).4 Esta aplicação harmoniza com o versículo 25 e com a segunda parte da citação: Mas o justo (meu justo) viverá da fé; e, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele (38).5 Apesar da certeza, expressa em termos de proximida-de, os cristãos devem andar "por fé e não por vista" (2 Co 5.7), enquanto aguardam a vinda de Cristo. Independentemente dos privilégios preciosos e empíricos que o Santo dos Santos possa apresentar, a vida santa continua sendo uma vida de fé. As glórias futuras da redenção em Cristo continuam futuras e, portanto, invisíveis. Para pessoas de carne e osso, esta invisibilidade é um teste constante, porque a terra presente, por contraste, é absolutamente visível e próxima. É fácil "retrair-se" (Phillips) de uma vida que em tantos momentos rejeita uma terra que pode ser vista para qualificar-se para um mundo que não pode ser visto.' Mas Deus não tem prazer naquele que recuar, porque esta é a ação da mentalidade mundana e da descrença.

A fé acredita na realidade do invisível, no valor maior do que é espiritual e no Deus que prometeu que em Cristo o invisível se tornará visível e o espiritual se tornará concreto. É este tipo de fé que torna a comunhão no Espírito possível. De forma determinada e esperan-çosa, o autor admite a unidade resoluta deles com ele: Nós, porém, não somos daqueles que se retiram para a perdição, mas daqueles que crêem para a conservação da alma (39). Não fazemos parte dos hipócritas ou daqueles que "se afastam secretamente" (Robertson). Isto seria às custas da nossa alma eterna. Somente aqueles que crêem (pisteos), i.e., aqueles que fazem parte dos crentes (genitivo), vão finalmente ser salvos. Claramente, de acordo com esta passagem, não podemos ser apóstatas e crentes ao mesmo tempo.


Champlin

Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
Champlin - Comentários de Hebreus Capítulo 10 versículo 38
He 2:3-4 (Gr.); conforme Rm 1:17; Gl 3:11.

Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Hebreus Capítulo 10 do versículo 1 até o 39
*

10.1 sombra dos bens vindouros. Os "bens" eram reservados para o futuro nos tempos da lei mas agora, com o advento de Cristo, estão presentes (9.11, nota).

tornar perfeitos. Os adoradores não podiam ser "purificados uma vez por todas" (v. 2). A lei não podia remover a sua culpa e nem lhes dar acesso a Deus (7.11,19; 9.9).

* 10:2 Os sacrifícios eram repetidos dia após dia, demonstrando que eles não providenciariam nenhuma solução duradoura para o problema do pecado.

* 10.3 recordação de pecados. Os sacrifícios do Antigo Testamento foram um testemunho público diante de Deus e da humanidade, que o povo era ainda pecador (Nm 5:15). Na nova aliança, os pecados jamais serão lembrados (8.12; 10.17).

* 10:4 A ineficácia dos sacrifícios do Antigo Testamento é nitidamente revelada em textos tais como 1Sm 15:22; Is 1:10-17; Am 5:21-24; Mq 6:6-8. A lei ficou frustrada pelo pecado do povo (8.8-12; Rm 8:3,4).

*

10.5-10 Sl 40:6-8 é interpretado para indicar a substituição do sistema vetero-testamentário do sacrifício de animais pela obediência e morte expiatória de Cristo.

* 10.5 corpo me formaste. O texto hebraico de Sl 40:6 diz: "abriste os meus ouvidos" (conforme Is 50:5). Neste versículo, Hebreus segue a Septuaginta (versão grega do Antigo Testamento), que fala da prontidão da pessoa inteira (corpo) e não apenas de uma parte representativa (ouvidos). O "corpo" preparado é a humanidade que Cristo assumiu a fim de prestar uma plena obediência ao Pai (2.14; 5.8).

* 10.7 rolo do livro. Em última análise, todo o Antigo Testamento, cuja mensagem é Cristo (Lc 24:27,45-47).

* 10.8 Sacrifícios e ofertas... holocaustos e oblações pelo pecado. Estes termos resumem todo o sistema de sacrifícios levíticos. Em contraposição a tudo isso (chamado, "o primeiro" no v. 9), Cristo tem um outro sacrifício ("o segundo"). Embora instituído na lei por Deus (2.2; 8.9; 12:18-21,25) o sistema levítico não foi o meio ordenado por Deus para remover definitivamente o pecado do povo.

*

10.9 fazer... a tua vontade. Ele seria obediente através do sofrimento (2.10; 5.8), expiando o pecado através do sacrifício de seu próprio corpo (v. 10).

Remove o primeiro. Isto é, o sistema levítico dos sacrifícios do Antigo Testamento (8.13).

* 10.10 Nessa vontade. O propósito imutável de Deus, que Cristo voluntariamente cumpriu, trouxe salvação para nós (vs. 7,9 e notas).

temos sido santificados. Aqui, como também no v. 14, o assunto não é o processo da santificação (como em 12.14), antes, é a mudança definitiva em nosso status quando estamos unidos com Cristo pela fé e, desta maneira, somos separados da contaminação pecaminosa e qualificados para adorar a Deus. Em Hebreus, os termos: "purificação", "santificação" e "aperfeiçoado" são praticamente sinônimos.

* 10.11 todo sacerdote se apresenta, dia após dia. Os sacrifícios diários, de manhã e de tarde, à semelhança das ofertas anuais no Dia da Expiação, também advertem, através da sua repetição, que não podem tirar a culpa do pecado. Mais um contraste é introduzido (entre estar em pé e assentado), que simboliza a diferença entre o sacerdócio levítico e o sacerdócio de Cristo.

* 10.12 assentou-se. Em contraste com os sacerdotes levíticos, que ficaram de pé e cujo serviço não tem fim, Jesus "assentou-se à destra de Deus", como anunciado no Salmo 110:1 (1.3; conforme 1.13 8:1).

*

10.15 dá testemunho também o Espírito Santo. Em harmonia com outros livros do Novo Testamento, Hebreus afirma que o Espírito é o autor primário das Escrituras (3.7; 9.8; At 4:25). As duas citações de Jeremias 31 que seguem estabelecem o início (8,8) e o término do importante argumento desenvolvido deste texto.

* 10:16-17 As duas citações de Jeremias 31 demonstram que o sacrifício de Cristo, uma vez por todas, resulta, não apenas na transformação interior, ou santificação do crente (v. 16) mas também no perdão dos pecados, ou justificação (v. 17).

* 10.19 Tendo, pois, irmãos. O escritor coloca a sua própria pessoa no meio de seus leitores num renovado apelo para exercerem confiança ou ousadia quando se aproximam de Deus. Esta confiança não é fundamentada em qualquer mérito que talvez tenhamos, antes, na pessoa e obra do nosso grande sumo sacerdote que sabe "compadecer-se das nossas fraquezas" (4.15).

pelo sangue de Jesus. Não apenas Jesus, em nosso favor (9.24), mas nós mesmos também entramos no santuário celestial de Deus em plena dependência do sacrifício de Jesus.

* 10.20 pelo véu, isto é, pela sua carne. Numa surpreendente figura de linguagem, o autor identifica o véu do templo com o corpo de Jesus. No mesmo sentido em que o véu do templo foi rasgado a fim de dar entrada no Santo dos Santos (6.19; 9.3; Mt 27:51), assim também, o corpo de Cristo foi rasgado para que o seu sangue pudesse ser derramado a fim de abrir o caminho para o santuário celestial (v. 19). O paralelo é apenas figurativo e não deve ser forçado.

*

10.21 sobre a casa de Deus. Ver nota em 3.6.

* 10.22 aproximemo-nos. Ver nota em 4.16.

plena certeza de fé. O apelo para ter fé sugere o assunto do cap. 11.

tendo o coração purificado... e lavado o corpo. A purificação do interior da consciência que demonstra a superioridade da morte de Jesus sobre os sacrifícios da lei (9.13,14), é visivelmente simbolizado pelo batismo (Ef 5:26). No mesmo sentido em que o sumo sacerdote lavava o corpo a fim de se preparar para entrar no Santo dos Santos (Lv 16:4; Êx 29:4), assim também nós podemos agora entrar na presença de Deus como sacerdotes.

* 10.23 Guardemos firme a confissão da esperança. Noutro texto em Hebreus que menciona "a casa de Deus" (v. 21; conforme 3:1-14), há uma exortação idêntica para "guardarmos firme" (3.14), e uma confiança semelhante de que Cristo "é fiel" (conforme 3.5,6). Provavelmente "conservemos firmes a nossa confissão" (4,14) e, semelhantemente, "a confissão da esperança" (v. 23), se refere à ocasião do batismo (observe o termo "água" no v. 22) e a entrada na 1greja (v. 32).

* 10.24 Consideremo-nos... uns aos outros... estimularmos. O dever de encorajar uns aos outros pode ter a sua expressão nas reuniões da Igreja (v. 25). O "amor" completa uma tríade conhecida, com "fé" (v. 22) e "esperança" (v. 23). Parece que essa tríade tinha um papel importante no ensino da Igreja primitiva (1Co 13:13; Cl 1:4,5; 1Ts 1:3).

*

10.25 Não deixemos de congregar-nos. Os crentes tinham sido perseguidos duramente (vs. 32,34). O ato de congregar-se com outros fiéis é uma parte importante na vida cristã. Ver "A Igreja Local" em Ap 2:1.

o Dia se aproxima. O dia da Segunda Vinda de Jesus quando ele retornará trazendo salvação para aqueles que nele esperam (9.28; 12.26,27).

* 10.26 deliberadamente em pecado. Os cristãos que dizem não ter pecado estão iludindo a si mesmos (1Jo 1:8), e aqueles que reconhecem os seus pecados não devem desesperar da graça (4.16; 1Jo 2:1,2). Aqui, o pecado deliberado é o total abandono da fé em Cristo, calcando o Filho de Deus, desprezando o sangue sacrificial como algo imundo e zombando do gracioso Espírito de Deus (6.6, nota; 10.29). A seriedade desta acusação formal é indicada pelo caráter deliberado do pecado (conforme Lv 15:30) e pela medida de conhecimento ou esclarecimento que é recusada (conforme 6.4; 10.32).

não resta sacrifício pelos pecados. Deus já revogou o sistema levítico do sacrifício de animais (v. 9), e aqueles que abandonam a confissão de sua fé em Cristo não têm nenhum outro recurso para alcançar o perdão.

* 10.28 rejeitado a lei de Moisés. Isto é, apostatou de Deus a fim de servir aos ídolos (Dt 17:2-7).

* 10:29 Este argumento, a partir da lei como a premissa menor, para o evangelho, como a maior, também se encontra em 2.2,3. Se violar com desprezo a lei que foi dada por intermédio de Moisés, um servo (3.5), justificava a pena da morte, então o desprezo do Filho de Deus (1.2,3; 3.6; 6.6; 2Pe 2:1), de seu sangue sacrificial (9.20; conforme Êx 24:8; Mc 14:24), e do Espírito da graça, pelo qual Cristo ofereceu a si mesmo (9.14), merece a plenitude do "fogo vingador prestes a consumir os adversários" (v. 27).

*

10.30 O Senhor julgará o seu povo. As duas citações do cântico de Moisés (Dt 32:35,36) mostram que Deus está pronto para julgar de acordo com a sua aliança, discriminando entre aqueles que são verdadeiramente dele e os apóstatas (conforme 1Pe 4:17).

* 10:31 Uma conclusão cabível à grave advertência neste trecho.

* 10.32-39 Como em 6:9-12, o escritor equilibra a sua severa advertência com uma lembrança encorajadora de que os seus leitores já manifestaram os frutos da graça, especialmente através de seu apoio mútuo quando chegaram os primeiros sofrimentos.

* 10.32 sustentastes grande luta. Mesmo quando eram novos na fé, estes cristãos suportaram a perseguição.

*

10:33 Ultrajes públicos, imprisionamento, confiscação de bens (mas não o martírio, 12,4) foram algumas das formas de perseguição que os leitores padeceram no início. Estas podem refletir as condições quando o edito de Cláudio (49 d.C.) expulsou os judeus de Roma (Introdução: Data e Ocasião).

* 10.34 compadecestes... aceitastes com alegria. Os leitores ficariam encorajados ao lembrar-se da solidariedade e alegria que compartilharam, apesar da perseguição.

patrimônio superior e durável. A cidade celestial e a pátria de Deus (11.10,16; 12.22), que não podem ser abaladas pelo cataclismo que destruirá o atual sistema de criação (12.27,28). Em comparação com esta eterna herança (9.15), os bens perdidos por amor a Cristo não têm nenhum valor.

* 10.35 grande galardão. Semelhante a Moisés, devemos fixar os nossos olhos no galardão vindouro (11.26).

* 10.36 feito a vontade de Deus. As suas leis estão gravadas em seus corações (8.10; 10.16), assim, eles seguem nos passos de Jesus, que veio para fazer a vontade de Deus (vs. 9,10; 13.21).

alcanceis a promessa. Ver nota em 6.12.

*

10:37-38 Três elementos de Hc 2:4 serão exemplificados na base das vidas de pessoas de fé no Antigo Testamento: (a) A fé fixa a sua esperança naquele que está para vir, aguardando a sua manifestação no futuro (11.1,7,10,13 20:22-27); (b) A fé aceita o veredito de Deus quanto à justiça (11.4,7; 12,23) (c) A fé não retrocede diante do sofrimento (11.24-26, 35-38).

*

10:39 A substância deste argumento é semelhante àquele de 6.9,10. Aqui, o escritor inclui a si mesmo, dizendo "nós" em vez de "vós".


Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de Hebreus Capítulo 10 do versículo 1 até o 39
10:3 Quando o povo se reunia para o sacrifício no dia da expiação, lhe recordava seus pecados e voltava a sentir-se culpado outra vez. O que mais precisava era perdão; o perdão permanente e poderoso que anula o pecado e que vem de Cristo. Uma vez que confessamos nosso pecado, não temos que voltar a pensar nele. Deus nos perdoou e o pecado deixou que existir (veja-se 1Jo 1:9).

10:4 Os sacrifícios de animais não puderam tirar o pecado; unicamente o tirou da vista até que Jesucristo veio para tirar o de forma permanente. De que modo, então, foram perdoadas as pessoas da época do Antigo Testamento? devido a que os crentes do Antigo Testamento seguiram os mandatos de Deus de oferecer sacrifício, O por graça os perdoava quando, pela fé, ofereciam o sacrifício. Mas esse ato anunciava o perfeito sacrifício de Cristo. O caminho de Cristo foi superior ao do Antigo Testamento porque o velho caminho só anunciava o que Cristo faria para tirar nossos pecados.

10.5-10 Esta alusão não se cita em nenhum outro livro do Novo Testamento. Entretanto, é um ensino fundamental do Antigo Testamento que Deus requer obediência e coração puro, não uma conformidade vazia ao sistema expiatório (veja-a tabela no Oseas 7). O escritor de Hebreus aplicou a Cristo as palavras do salmista no Sl 40:6-8. Cristo deveu oferecer seu corpo na cruz por nós como um sacrifício completo, aceitável ante Deus. As boas novas e a maneira de viver para agradar a Deus não é por guardar as leis ou por nos abster do pecado. É por ir ao com fé para ser perdoados e logo segui-lo obedientemente com amor.

10.5-10 O custoso sacrifício da vida de um animal deixava na mente do pecador a seriedade de seu pecado diante de Deus. devido a que Jesucristo derramou seu próprio sangue por nós, seu sacrifício é muitíssimo maior que qualquer outra oferenda do Antigo Testamento. Ao olhar o dom inapreciável que nos deu, devemos lhe responder com devoção e serviço.

10:9 Deixar de lado o primeiro sistema em favor de um muito mais favorável significa abandonar o sistema expiatório da lei cerimoniosa; não deve entender-se como eliminar a lei moral de Deus (os dez mandamentos). A lei cerimoniosa preparou às pessoas para a vinda de Cristo. Com a morte e ressurreição de Cristo, aquele sistema já não foi necessário. Por meio de Cristo podemos cumprir a lei moral na medida que lhe permitamos viver em nós.

10.11, 12 A obra de Cristo contrasta com o trabalho dos sacerdotes judeus. O trabalho dos sacerdotes nunca se acabava; sempre deviam estar de pé e oferecer sacrifícios. O sacrifício de Cristo (o morrer em nosso lugar) acabou-se e portanto O se sentou. Os sacerdotes repetiam o sacrifício vez detrás vez; Cristo se imolou uma vez e para sempre. O sistema expiatório não podia tirar por completo o pecado; o sacrifício de Cristo nos limpa eficazmente.

10:12 Se os leitores judeus deste livro estavam em perigo de que voltassem para sistema judeu antigo, seria dizer que o sacrifício de Cristo não era suficiente para perdoar seus pecados. Acrescentar algo a seu sacrifício ou tirar algo dele é negar sua validez. Qualquer sistema que pretenda ganhar a aprovação de Deus mediante boas obras essencialmente rechaça o significado da morte de Cristo e nega a obra do Espírito Santo. Esteja preparado no caso de alguém lhe diz que o sacrifício de Cristo é incompleto ou que se necessita algo mais para que você possa ser aceito diante de Deus. Quando acreditam em Cristo, O nos justifica ante Deus. Nossa relação de amor nos conduz a segui-lo em obediência a sua vontade e em serviço. O se agrada de nosso serviço, mas não podemos ser salvos pelas boas obras.

10:14 Nos fez perfeitos, mas também nos está santificando. Mediante sua morte e ressurreição, Cristo fez perfeitos aos crentes uma vez e para sempre, ante os olhos de Deus. Ao mesmo tempo, está-os santificando (progressivamente limpos e apartados para seu uso especial) em sua peregrinação diária aqui. Não devesse nos surpreender, nos envergonhar nem nos escandalizar o fato de que ainda precisemos crescer. Deus não terminou ainda sua obra em nós. Podemos estimular este processo de crescimento ao aprovar os valores das Escrituras em todas as esferas de nossa vida, e ao aceitar a disciplina e guia que Cristo nos proporciona, e ao lhe dar o controle de nossos desejos e objetivos.

10:17 O escritor conclui seu argumento com a afirmação categórica de que Cristo nunca mais recordará nossos pecados. O perdoa por completo e não é necessário confessar reiteradamente nossos pecados passados. Como crentes, podemos ter a certeza de que nossos pecados, os que confessamos e abandonamos, foram perdoados e esquecidos.

10:19 O Lugar Muito santo do templo ficava oculto da vista por um véu (10.20). Só o supremo sacerdote podia entrar nessa habitação Santa, e o fazia uma só vez ao ano no dia da expiação, quando oferecia sacrifícios pelos pecados da nação. Mas a morte do Jesucristo tirou o véu, e todos os crentes podem entrar na presença de Deus em todo momento (veja-se também 6.19, 20).

10.22-25 Estes são alguns dos privilégios que acompanham a nossa vida nova em Cristo: (1) temos acesso pessoal a Deus por meio de Cristo e podemos nos aproximar do sem um sistema complicado (10.22); (2) podemos crescer na fé, vencer as dúvidas e os interrogantes e aprofundar nossa relação com Deus (10.23); (3) podemos desfrutar de do estímulo de outros (10.24); (4) podemos adorar juntos (10.25).

10:25 O não assistir às reuniões cristãs é perder o estímulo e a ajuda de outros cristãos. Reunimo-nos para anunciar nossa fé e nos fortalecer os uns aos outros no Senhor. Ao nos aproximar do fim dos tempos e ao estar próximo o "dia" em que Cristo voltará, confrontaremos problemas espirituais, tribulações e inclusive perseguição. Força anticristianas crescerão em intensidade. As dificuldades nunca devessem ser desculpas para não nos congregar. Em troca, à medida que surgem as dificuldades, devemos fazer um maior esforço por ser fiéis na assistência.

10:26 Quando deliberadamente se rechaça a oferta de salvação de Cristo, rechaça-se o dom mais precioso de Deus. passa por cima se a direção do Espírito Santo, a de quem nos comunica o amor salvador de Deus. Esta advertência fez aos cristãos judeus que se sentiam tentados a rechaçar a Cristo pelo judaísmo, mas é pertinente para qualquer que rechaça a Cristo por outra religião ou que, tendo entendido a obra expiatória de Cristo, com toda intenção lhe dá as costas (vejam-se também Nu 15:30-31 e Mc 3:28-30). O assunto é que não há outro sacrifício aceitável pelo pecado além da morte de Cristo na cruz. Se alguém a propósito rechaçar o sacrifício de Cristo logo depois de ter entendido com claridade o ensino do evangelho, não tem esperança alguma de salvação porque Deus não há provido outro nomeie sob o céu pelo qual possamos ser salvos (veja-se At 4:12).

10:31 Este julgamento é para os que rechaçaram a misericórdia de Deus. Para os que aceitam o amor de Cristo e recebem sua salvação, o julgamento vindouro não é motivo de preocupação. Ao ter sido salvos mediante sua graça, não têm nada que temer (veja-se 1Jo 4:18).

10.32-36 Hebreus anima aos crentes a perseverar em sua fé e conduta cristã em meio da perseguição e das pressões. Pelo general não pensamos que o sofrimento seja bom para nós, mas pode edificar nosso caráter e nossa paciência. Durante tempos de grandes prova, podemos sentir a presença de Deus com claridade e encontrar ajuda de crentes que nunca tivéssemos pensado que nos ajudariam. O saber que Jesucristo está conosco em nosso sofrimento, e o esperar sua próxima volta para pôr fim a toda dor, ajuda-nos a crescer em nossa fé e em nossa relação com O (veja-se Rm 5:3-5).

10.35-38 O escritor anima a seus leitores a não abandonar a fé em tempos de perseguição, a não ser a demonstrar mediante a paciência que essa fé é verdadeira. A fé significa depender do que Cristo tem feito por nós no passado, mas também significa esperar o que fará em nosso favor no presente e no futuro (vejam-se Rm 8:12-25; Gl 3:10-13).


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Hebreus Capítulo 10 do versículo 1 até o 39
III. CRISTO JESUS ​​superior aos sacrifícios levíticos (He 10:1)

1 Porque a lei, tendo a sombra das boas coisas para vir, e não a imagem exata das coisas, não pode nunca, o ano mesmos sacrifícios por ano, o que eles oferecem continuamente, aperfeiçoar os que se chegam a Dt 2:1 ). Como mais uma prova de sua invalidez, o escritor afirma que teve os adoradores sidolimpos de sua culpa pelos sacrifícios levíticos, eles não teriam tido mais consciência de pecado e, consequentemente, não teria havido mais nenhuma necessidade da repetição dos sacrifícios.

Mais uma vez, para citar Barclay:

Agora uma coisa eficaz não precisa ser feito novamente; que é feito e o efeito é produzido, e não há necessidade de repetição. O próprio fato de a repetição diária e anual desses sacrifícios é a prova final de que eles estão não purificar a alma dos homens, e que eles estão não dando acesso total e ininterrupta a Deus. Na verdade nosso escritor vai mais longe: ele diz que tudo o que eles são é um lembrete do pecado . Assim, longe de purificação de um homem do seu pecado, tudo o que eles fazem é lembrá-lo de que ele não é purificado e que seus pecados ainda estão de pé entre ele e Deus.

Uma coisa é final. Os sacrifícios de sangue da lei levítico nunca pode tirar o pecado (v. He 10:4 ), para não falar da perfeição do crente na graça de Deus (v. He 10:1)

5 Pelo que, entrando no mundo, diz:

Sacrifício e oferta não quiseste,

Mas a fizeste corpo me preparaste;

6 Em holocaustos e sacrifícios

para não tivestes prazer:

7 Então eu disse: Eis-me aqui

(No rolo do livro está escrito de mim)

Para fazer a tua vontade, ó Deus.

8 Tendo dito acima: Sacrifício e ofertas e holocaustos e sacrifícios pelo pecado não quiseste, nem te agradaram aí (os quais se oferecem segundo a lei), 9 , em seguida, tem ele disse: Eis que eu venho para fazer a tua vontade. Ele tira o primeiro, para que ele possa estabelecer o segundo. 10 Por que temos sido santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, uma vez por todas. 11 E cada sacerdote, de fato permanece dia após dia, ministrando e oferecendo muitas vezes os mesmos sacrifícios , o que nunca podem tirar os pecados; 12 mas, quando ofereceu um único sacrifício pelos pecados para sempre, assentou-se à direita de Deus; 13 diante esperando até que os seus inimigos sejam postos por escabelo de seus Pv 14:1 Porque pela uma só oblação aperfeiçoou para sempre os que são santificados. 15 E o Espírito Santo também dá testemunho para nós; para depois ele disse,

16 Esta é a aliança que farei com eles

Depois daqueles dias, diz o Senhor:

Porei as minhas leis em seus corações,

E sobre a sua mente também as escreverei;

disse então ,

17 E os seus pecados e de suas prevaricações não me lembrarei mais.

18 Ora, onde há remissão destes, não há mais oferta pelo pecado.

Porque com uma só oblação aperfeiçoou para sempre os que são santificados (v. He 10:14 ).

O autor demonstrou superioridade de Cristo aos anjos, aos profetas, aos grandes personagens hebreus da história que foram associados a redenção humana e às instituições religiosas variadas dos hebreus, incluindo a si mesmos e suas funções Dia da Expiação o grande sumo sacerdotes levitas. Ele revelou aos seus leitores a superioridade ea finalidade de realizações alta sacerdotal de Cristo na remissão dos pecados real, como defronte o fracasso das promessas sombrias de perdão sob a expiação levítico (He 9:14 ). Agora, no entanto, o crente é feito para ficar na transparência absoluta de sua natureza espiritual mais profunda, com todos os seus motivos e motivações expostas à luz brilhante da santidade envolvente da divindade na pessoa de Cristo Jesus. Na Sua Cruz Ele condenou o pecado-todo o pecado (conforme He 9:27 ). Portanto, quando em honestidade o crente possui suas imperfeições morais, eles são condenados sob o julgamento da santidade de Cristo revelou.

Para o autor de Hebreus, como também a todos os escritores do Novo Testamento, três coisas são sempre certo; ou seja, que o homem é um pecador perdido e requer um salvador; que não há salvação para o homem curto de Deus; e que Jesus Cristo é o Salvador adequada e só oferecida por Deus para o homem. A primeira proposição necessário nenhum argumento do escritor aos seus leitores. Nem nunca necessária argumentos ao homem em qualquer idade. Esse fato, ele sabe muito bem em seus momentos de sobriedade e honestas. A segunda proposição tem sido mais difícil para o pecador, homem orgulhoso para aceitar. Embora ele nunca tenha encontrado alguma maneira de salvar a si mesmo, ele ainda está tentando. Argumentos do autor para seus leitores têm sido suficientes para convencê-los, e deve ser suficiente para convencer todas as mentes honestas, que as ofertas imperfeitas de homem pecador não são aceitáveis ​​para o Deus perfeito e santo. As duas últimas proposições, especialmente se envolver o interesse e os esforços do escritor nesta seção.

Que o pecado chegou às próprias raízes da natureza moral do homem, não há qualquer evidência que indique. Talvez ninguém tenha visto isso mais claramente do que os teólogos católicos romanos. Romano Guardini afirma:

Cada homem é uma extensa, de profundo alcance mundo em que o bem eo mal existem lado a lado. Ele viaja uma longa estrada, ao longo do qual a direita e suplente de errado com o outro.

Este bem e do mal, este certo e errado, não pode ser claramente separados. Eles se entrelaçam em todos os pontos até as raízes mais profundas.

Além disso, estes teólogos católicos romanos têm claramente visto e têm como claramente a incapacidade do homem não santificado para permanecer na presença do Deus santo. Nesta problema Guardini diz:

Revelação promete que o homem um dia vai entrar na presença eterna de Deus. Através do contacto com Cristo, mediante a graça santificante e fé, a nova vida nasceu nele. ... Um momento importante foi alcançado na vida do crente [na experiência da morte], quando ele percebe que o que viria a seguir no futuro é realmente presente, quando sua consciência se estende para além da morte.

No entanto, nenhum mal pode entrar na presença de Deus, pois Deus é o Santo, o One Pure, o Justo. Não apenas pura e simplesmente, mas Ele também é a fonte de todo o bem, e odeia tudo mal, baixo, impuro, corrupto, e empurra-la dele. O crente deve se perguntar, então, se existe algum caminho que conduz a partir de si mesmo, como ele é, para Deus.

Infelizmente, esses teólogos católicos romanos têm outro ponto em comum com muitos teólogos protestantes. Enquanto eles vêem, como todos os homens inteligentes e honestos deve ver, que a alma dos redimidos deve ser feito santo, deve ser santificado, antes que ele possa entrar na presença do santo Deus (He 12:14 , He 10:10 ). O escritor diz respeito Sl 40:1. ; Mc 14:56 ; Lc 22:42 ; Jo 10:15 ). Era necessário Sua unir o divino com a natureza humana com o propósito de Deus tornando-se homem (conforme Jo 1:14 ). Era necessário Sua tentação como homem (He 4:15 ). Era necessário Seu sacrifício expiatório na cruz (v. He 10:10 ). Por fim, foi necessário a Sua vitória sobre a morte ressurreição (conforme Ap 1:18 ).

Obediência, no entanto, foi o cerne do ministério expiatório de Cristo. Enquanto era a vontade do Pai que Ele morrer, no entanto, era Cristo quem quis fazer a vontade do Pai (vv. He 10:7 , He 10:9 ). A obediência à vontade de Deus sempre foi o único sacrifício verdadeiro e aceitável. Os profetas tinham visto isso e repetidamente enfatizou ele. A obediência do homem, também, representou o pensamento mais nobre e maior justiça do Antigo Testamento. Foi a propósito da lei para disciplinar o homem e produzir a ele obediência (conforme 1Sm 15:22. ; Sl 50:14. ; Sl 51:16 , Sl 51:17 ; Dn 6:6 ; Mq 6:6. ).

Cristo tomou o corpo que Deus lhe deu e voluntariamente rendeu-lo para o sacrifício de morte na Cruz, em obediência ao que Ele sabia que Deus quis para a redenção dos homens. Esta foi a perfeita obediência que constituiu o sacrifício perfeito aceitável a Deus. E foi o sacrifício da obediência de Cristo que forneceu para a santificação do crente nEle. Sua vontade era pura e total em sua devoção ao Pai. Nele o crente se torna puro e aceitável para o Pai. Os sacrifícios como tipos e sombras foram intimados sobre Israel, mas, especificamente, não foram exigidos de Cristo. Cristo através de Sua obediência cumprida sacrifícios do Antigo Testamento e apresentado ao Pai o sacrifício que foi eficaz para todos os tempos.

Na verdade, é nesse exato ponto que a santificação é mais eficaz na produção de santidade, ou a totalidade, na experiência e na vida do crente. Não é a perfeição adâmica que a eficácia santificadora de Cristo produz no crente, nem é a perfeição física ou mental, para não falar da perfeição absoluta ou infalibilidade. Ele é a perfeição do amor que a graça de efeitos a obra de Cristo no crente. E o amor sempre produz o sacrifício aceitável de obediência. O perfeito amor purifica o motivo do crente e libera a sua vontade a uma perfeita obediência "intencional" a vontade do Pai, que é o sacrifício aceitável para o perfeito Deus (conforme Lc 10:25 ; Rm 12:1 ). Os imperfeitos, involuntários sacrifícios de animais que foram oferecidos à vontade dos sacerdotes para o povo houve sacrifícios em tudo, apenas porque, se não por outra razão, eles eram involuntário. Assim, foi necessário que eles, o imperfeito, ser removido para dar lugar para o sacrifício volitivo perfeita de Cristo. Nisto Ele foi superior aos sacrifícios levíticos.

O segundo fator na adequação da salvação de Cristo era a sua finalidade (vv. He 10:11-14 ). Mas ele, quando ele tinha oferecido um único sacrifício pelos pecados para sempre, assentou-se à destra de Deus (v. He 10:12 ). No versículo 11 , há quatro expressões que cumulativamente e forçosamente sugerem a ineficácia das ordenanças levíticas e sacrifícios. Eles são ditas a respeito das funções dos sacerdotes, ou seja, se levanta a cada dia, oferecendo muitas vezes os mesmos sacrifícios , e nunca podem tirar os pecados .Em contraste com estas expressões da ineficácia levítico, Cristo é representado no versículo 12 como tendo oferecido um único sacrifício, pelos pecados para sempre e sentou-se , cujo resultado foi a provisão de uma perfeição espiritual eterna para o seu povo.

Deve-se notar que a perfeição eterna Cristo adquiridos para o seu povo era provisório e intencional. Há duas posições extremas e errôneas que devem ser evitadas neste momento. O primeiro é o erro que quando o crente se torna o destinatário da graça santificadora da expiação de Cristo, ele é, então, infalível-já não capaz de pecar. Tal posição não seria a salvação de todo, uma vez que privaria o crente de sua liberdade moral e reduzi-lo a um robô espiritual. A outra posição, um erro tão grave, é que quando o indivíduo entra uma vez que a íntima relação de filiação com Cristo, é impossível para ele nunca perder essa relação. Isto é atualmente conhecido como segurança eterna incondicional. Tal posição seria ou privar logicamente o crente de sua liberdade moral e reduzi-lo a um robô, como no caso da infalibilidade, ou conceder-lhe liberdade e licença para pecar sem a perda de seu relacionamento de salvação com Cristo. Este último é geralmente a conclusão prática alcançado. Assim como a infalibilidade é indefensável, por isso é a segurança incondicional. Nada pode ser mais claro nas Escrituras do que a prestação de uma garantia condicional, a segurança em Cristo condicionada à obediência ativa do crente com Deus em Cristo. Acabado e última obra expiatória de Cristo é uma provisão adequada para o perdão e purificação do crente do pecado natureza original, como também da poluição espiritual e moral de sua vida de pecado ativo. É, ainda, uma disposição para a preservação do crente na graça de Deus (conforme Jo 15:1 ; Rm 8:32 ; Ef 3:14. ; Ef 1:1 Tessalonicenses 5: 23-24. ). No entanto, é o claro ensino desta epístola, como também de toda a Bíblia, e as provas da experiência humana, que os homens devem "manter ... [si] no amor de Deus" (Jd 1:21 ), Wesley observa a propósito, "isto é, tem feito tudo o que era necessário, a fim de a sua plena reconciliação com Deus." Outro disse muito bem,

Aqueles que se submeter à regra da graça do alto rei sacerdotal, encontrar nele tudo o que eles precisam para o seu aperfeiçoamento. Ele providenciou tudo o que eles podem exigir por Sua um auto-sacrifício; eles podem acrescentar nada ao seu trabalho perfeito.

O terceiro fator na adequação da oferta de Cristo para a salvação do homem era a sua garantia (vv. He 10:15-18 ). E o Espírito Santo também dá testemunho para nós (v. He 10:15-A ). Nesse versículo, o autor clímax e conclui seu argumento para a excelência ea perfeição do sumo sacerdócio de Cristo e sacrifício final. Isso foi indicado anteriormente up (He 8:10. , He 8:12 ), em sua citação da profecia de Jeremias (Jr 31:1f ), mas ele repete aqui para esclarecimento e ênfase.

As palavras, o Espírito Santo também dá testemunho para nós (v. He 10:15-A ), parecem ter um duplo significado.

Em primeiro lugar, estas palavras dão a garantia de que a citação de Jeremias, aqui utilizada para descrever e confirmar a obra redentora consumada de Cristo, era a própria mensagem de que Deus mudou o profeta a escrever; ou em outras palavras, que Jeremias escreveu sob a inspiração do Espírito Santo de Deus. Assim, a obra redentora de Cristo perfeitamente acabado correspondia com a palavra de Deus. Neste sentido, Cristo cumpriu a profecia (Is 53:1 ), de modo que o "eterno" Espírito Santo agora oferece os benefícios (as coisas boas ), adquiridos através de uma oferta de Cristo, para o crente. Como ele era o auxílio divino em oferta de Cristo, para que Ele é agora o administrador divino dos benefícios de que a oferta para o crente. Cristo torna essa verdade muito clara aos seus discípulos em seus discursos de encerramento com eles. Em Jo 16:1 , At 2:39 ; conforme At 1:8 ; 1Jo 5:6 ). Paulo faz ainda mais esta grande verdade explícita na sua aplicação a cada crente em Rm 8:9 . O apóstolo declara que é a função específica do Espírito Santo para dar "testemunho com o nosso espírito que somos filhos de Deus" (v. He 10:16 , NVI). JB Phillips traduz essas palavras de Paulo em linguagem mais viva assim:

Todos os que seguem a direção do Espírito de Deus são próprios filhos de Deus. Também não estão destinadas a recair a atitude servil antiga do medo de ter sido adotado no círculo familiar muito de Deus e você pode dizer com o coração cheio: "Pai, meu Pai." O próprio Espírito confirma a nossa convicção interior de que nós realmente são filhos de Deus. Pense o que isso significa. Se nós somos seus filhos partilhamos os seus tesouros, e todos os que as alegações de Cristo como seu vai pertencem a todos nós também! Sim, se nós participamos dos seus sofrimentos iremos, certamente, participar da sua glória.

Especificamente, então, o Espírito Santo convence o pecador da condenação divina de seu pecado e de sua necessidade de um Salvador (Jo 16:7 ). Ele aplica a eficácia regenerativa da expiação de Cristo a natureza interior do penitente acreditar (Jo 3:5 ). Ele extricates-lo do poder do pecado (Rm 8:11. ; conforme At 26:18 ), e testemunhas da sua aceitação por parte do Pai (Rm 8:16. ). Ele purifica a sua natureza interior de sua original e adquiriu a corrupção (Rm 15:16. ; Mt 3:11. ; At 2:3 ; At 15:8 ). Ele ajuda-lo em sua comunhão com o Pai (Rm 8:26 ). E Ele interiormente fortalece-lo contra as pressões do mal de fora (At 1:8 ; conforme 1Jo 4:4. ; Ef 5:14 ; Cl 3:10 ). O homem, criado à imagem espiritual e moral pessoal de Deus, nunca cai tão longe de Deus como aniquilar essa imagem completamente, embora possa não ser clara para além da possibilidade de reconhecimento humano. Isso fica claro nas parábolas de Lc 15:1 ).

Sem maiores problemas bênção do expiação acabado de Cristo do que o fato do perdão divino. Cristo possui esse poder (Lc 5:24 ), e através do Seu Espírito administra-lo livremente para penitente homens crentes. Esta é a justificativa oferecida gratuitamente por Deus aos crentes por meio de Cristo (conforme Lc 5:24 ). Assim, quando Deus justifica Ele perdoa, e quando Ele perdoa Ele esquece: seus pecados e de suas prevaricações não me lembrarei mais (v. He 10:17 ; conforme Sl 103:12)

19 Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus, 20 pelo caminho que ele nos inaugurou, caminho novo e vivo, através do véu, isto é, pela sua carne, 21 e tendo um grande sacerdote sobre a casa de Deus, 22 cheguemo-nos com verdadeiro coração, em plenitude de fé, tendo os corações purificados da má consciência, e ter o nosso corpo lavado com água limpa, 23 retenhamos firmemente a confissão da nossa espero que não vacilar; pois ele é fiel, que prometeu: 24 e vamos considerar uns aos outros para nos estimularmos ao amor e às boas obras, 25 não abandonando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando uns aos outros; e tanto mais, quanto vós ver o dia se aproxima.

O escritor fala como alguém que é ao mesmo tempo surpreso e muito feliz em um muito recente grande descoberta nova. E, de fato, é uma descoberta excitante, para aquele que tem trabalhado muito e bem acima da estrada sombria da vida em uma busca sem sucesso por Deus e paz, de repente, para encontrar-se tomar pela mão do guia celestial, o próprio Filho de Deus, e escoltado na própria presença do majestoso favor. Essa foi a experiência do salmista, que exclamou, em um salmo que tem conotações messiânicas, "Tu me mostrar o caminho da vida; na tua presença há plenitude de alegria; à tua mão direita há delícias perpetuamente "( Sl 16:11 ).

O escritor apresenta primeiro três vantagens que o crente em Cristo, após o que uma exortação tríplice é entregue para os leitores.

A primeira vantagem que Cristo oferece aos crentes mais de todos os pretendentes rivais para a sua fé é uma maneira nova e de estar na presença de Deus. Desta forma, é novo porque Jesus em Sua humanidade, foi o primeiro a abrir o caminho para si e para os fiéis de condição perdida do homem na presença de Deus, porque ele pertence a uma nova aliança, e porque é incorruptível e inalterável.

Durante séculos, os hebreus não-cristão tinha laboriosamente subiu a escadaria cansativa de portarias fúteis e apenas obras mortas, para descobrir no topo das escadas, como eles vieram para o encerramento de cada ano de esforço concentrado, e foi para o santuário no grande Dia da Expiação, que a porta da câmara de Deus na cabeça de que escadas estava fechada e barrado contra sua entrada. Eles poderiam, de fato, não recebe mais perto de Deus do que as cortinas do átrio exterior do tabernáculo. Agora, de repente, a cortina exterior foi removido, o tribunal está escancarada aos adoradores, o véu interior é deixado de lado, e Cristo, o próprio Filho de Deus, manda-los com coragem, sem medo ou receio, a se aproximar, digite o muito quadra da presença de Deus, e abraçar o santo Senhor do universo pela fé. Por fim, a barreira foi removido por Cristo e todos os homens podem entrar sem discriminação (conforme Sl 118:19. ).

A tradição diz que, por qualquer que a tradição pode valer a pena, que o monge alemão, Martin Luther, foi laboriosamente subindo os degraus da Catedral de São Pedro, em Roma, contando suas contas de e orando em cada passo sucessivo, quando de repente uma voz do céu falou -lhe as palavras de inspiração divina: "O justo viverá pela fé" (He 10:38 ). De Cristo novo e vivo caminho da salvação é como uma escada rolante sobre o qual o crente se atreve a plantar seus pés na fé, e é levado para cima (conforme Rm 1:16 ), em comparação com a escada longa e laboriosa de obras humanas que nunca bastante chega ao trono de Deus, uma torre inacabada de Babel que, finalmente, confunde e dispersa os adoradores em derrota sem esperança.

Seis vezes no livro de Atos dos Christtians são referidas como as pessoas do "Caminho", a palavra que aparece com um capital de cada vez. O mundo pagão olhava essas pessoas de "Caminho", os seguidores de Cristo, e reconhecendo que eles eram nem judeus nem gentios, chamando-os a "nova raça", ou, por vezes, a "Terceira Raça."

A segunda vantagem que Cristo oferece o crente é o seu grande sumo sacerdócio em que Ele é feito Senhor sobre a casa de Deus. Ele abriu o caminho para a casa de Deus para si mesmo em sua encarnação, e para todos os crentes; Ele forneceu os tesouros da graça (as coisas boas) para todos os crentes; e agora Ele é feito o Senhor sobre a casa de Deus para abrir a porta de casa que a fé de todos os homens e dispensar os tesouros da graça à vontade para todos os que vêm a Ele com fé. Nada menos do que (110) vezes o recorde Atos refere-se ao senhorio do vitorioso e subiu Cristo, o Sumo Sacerdote do homem e Deus. O relato de Atos é um registro vívido do Senhorio de Cristo, no qual Ele livremente dispensado a graça de as coisas boas de seu alto cargo Priestly para os cristãos do primeiro século por meio da atuação do Espírito Santo. Seu ofício sacerdotal alta e é o serviço está aberto e disponível a todos os que se aproximam com sincero coração, em plena certeza de fé . Barclay diz que um homem pode ser capaz de dirigir um questionador como chegar ao Palácio de Buckingham, mas ele pode estar muito longe de ter o direito de tomar o inquiridor na presença da rainha. Jesus não só nos mostrar o caminho que conduz a Deus, Ele também nos leva, como Sumo Sacerdote, na presença de Deus. Por causa do que ele fez, não há nada de fechar a porta ou barrar o caminho mais.

A terceira vantagem oferecida por Cristo em Sua sumo sacerdócio é a limpeza completa do pecado. Toda a adoração do ritual hebraico foi ineficaz para remover a poluição real do pecado da alma do penitente. Não houve limpeza da consciência, e não havia nenhuma purificação da natureza poluída do homem no ritual levítico. O adorador era tão sem esperança de purificação moral sob o ritual levítico como foi Pilatos da culpa da crucificação de Cristo, quando ele pediu uma bacia de água e disse, enquanto ele lavou as mãos diante do povo: "Eu sou inocente do sangue de isso só pessoa "( Mt 27:24 ). Perdão de Cristo é final e sua purificação é perfeito. Atinge às raízes mais profundas do pecado, purificação, uma vez que ilumina e impregna, até mesmo para os mais íntimos pensamentos e desejos mais profundos do ser moral do homem.

A partir de sua apresentação das três vantagens incomparáveis ​​precedentes ofereceu o crente em Cristo, o autor procede a uma exortação tríplice que ele proporciona aos seus leitores.

Em primeiro lugar , eles são exortados a aproximar-se com verdadeiro coração, em plenitude de fé (v. He 10:22). Cristo abriu o caminho, colocou a calçada, e abriu a porta para a presença de Deus para o homem. Ele agora manda tudo para voltar, receber o Pai do perdão e purificação moral, e sentar-se para a festa da sua comunhão.

A consciência culpada é sempre uma barreira para a presença do divino. Antes que o homem pode se aproximar para a comunhão com Deus, ele deve ser perdoado-deve haver nada entre sua alma e Deus. O coração deve ser feita livre de má consciência,mediante o mérito expiatório de Cristo. Alguns estudiosos acreditam que o significado do corpo lavado em água pura é o batismo nas águas. Se isto é assim, então ele vai ser corretamente entendida como uma testemunha para o self do indivíduo e para todos os outros que ele abandonou o mundo e agora é um crente em Cristo para a sua salvação pessoal.

No segundo caso, os leitores são exortados a segurar firmemente a nossa confissão de ... [seu] espero que não vacilar (v. He 10:23 ). Clarke afirma que "se a palavra lavado acima refere-se ao batismo cristão, no caso dos adultos, então a profissão é o que os baptizados em seguida, fez de sua fé no Evangelho; e de sua determinação em viver e morrer na fé. "Barclay considera como significando um credo cristão. Tal confissão , se expressa em um credo formal ou de outra forma, é essencial para a fé do indivíduo que assim confessa Cristo, e para a eficácia do seu testemunho para o mundo. Paulo reconheceu a essencialidade da confissão com a boca, bem como a crença no coração para a salvação do homem (Rm 10:9 ). Mas a fé sincera no conteúdo da fé é muito importante. A confissão da boca é invalidada se o coração não acreditar no que se professa. A fé na veracidade do caráter de Deus é absolutamente essencial para a fé em Deus por ajuda ou bênção necessária (conforme Mc 11:24 ; Mc 1:1 Tessalonicenses Mc 5:24. ). As promessas de Deus, como o do homem, são apenas tão bom quanto o Seu caráter. O que se acredita-se que seja irá determinar a fé do crente em suas promessas.

Em terceiro lugar , o autor exorta os leitores a assumir as suas responsabilidades sociais: vamos considerar uns aos outros (v. He 10:24 ). A cruz na qual Cristo foi crucificado era mais provável uma cruz T com ambos uma perpendicular e um feixe horizontal. Como o símbolo da religião cristã, o feixe perpendicular representa a relação do homem-Deus ao Pai, enquanto o feixe horizontal representa a Sua proximidade aos homens. E só assim é que cada cristão tenha uma relação dupla com Deus e com os outros homens, mas especialmente para os outros cristãos. Isso fica claro nos dois grandes mandamentos do amor de resumo. No Decálogo (Ex 20:1 ), o primeiro mandamento que Jesus declarou ser o maior de todos, exige um amor a Deus com o ser total do homem, eo segundo um amor para com o próximo, como para si mesmo. Este é o cristianismo vital. Mais uma vez o autor estabelece uma obrigação triplo em cima de seus leitores.

Em primeiro lugar , eles são a desafiar uns aos outros com o amor cristão e de trabalho. Estas duas qualidades do amor e da indústria são inseparáveis ​​na vida cristã (conforme 1Ts 1:3 ), ocorre nesta admoestação triplo: Estes são a plena certeza de fé (v. He 10:22 ), a confissão da nossa esperança (v. He 10:23 ), e a provocar até amor e às boas obras (v. He 10:24 ). Esta trilogia constitui o summum bonum do cristianismo.

Tomé observa que a fé é a atitude para cima do cristão, a esperança é a atitude para a frente, e amor é a atitude para fora.

Todas as advertências anteriores devem ser considerados à luz da promessa do retorno de Cristo (conforme At 1:11 ). Se o ponto culminante da idade atual e segunda vinda de Cristo é considerado à luz do kairos ou cronos , Seu retorno final foi sempre o que Blackstone chamou de "a estrela polar da fé cristã".

B. Os alertas contra TOTAL apostasia do Cristo (10: 26-31)

26 Porque, se pecarmos voluntariamente, depois de termos recebido o conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados, 27 mas uma expectação terrível de juízo, e um ardor de fogo que há de devorar os adversários. 28 Um homem que pôs na lei nada de Moisés, morre sem misericórdia sobre a palavra de duas ou três testemunhas: 29 de como castigo mais severo, vos parece, ele será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e profanou o sangue da aliança com o qual foi santificado uma coisa profana, e ultrajou o Espírito da graça? 30 Pois conhecemos aquele que disse, é a vingança a mim, eu retribuirei. E outra vez: O Senhor julgará o seu Pv 31:1 É uma coisa terrível cair nas mãos do Deus vivo.

Estes avisos são introduzidas com as terríveis trovões do juízo divino contra aqueles que negam a Cristo e abandonar sua fé nEle. Na verdade, existe uma estreita ligação óbvia entre o abandonando a nossa congregação, como é costume de alguns é (v. He 10:25) e os perigos da apostasia total desde Cristo.

1. A possibilidade de total apostasia (He 10:26)

Se pecarmos voluntariamente, depois de termos recebido o conhecimento da verdade (v. He 10:26 ; He 6:7. ; . Sl 19:13 .) Assim, o autor não está tratando o pecado de ignorância, de fraqueza, ou de ter sido surpreendido por e superar uma tentação súbita e poderosa. Este é um pecado que é planejado e cometido, na terminologia legal, "com malícia antes pensava-". Ele ainda não se tornou a experiência dos leitores, mas é a sua possibilidade, e para eles o escritor emite sua advertência sepultura.

2. O perigo de apostasia total (He 10:27)

Já não resta mais sacrifício pelos pecados, mas uma certa expectação horrível ... julgamento (vv. He 10:26 ). Aqui está uma das declarações mais solenes e terríveis na Bíblia. Ela contém tanto um aspecto negativo e positivo. Em primeiro lugar , à luz de tal pecado, como é descrito no versículo 26a , voluntariosa, persistente e contínua, não resta nenhuma expiação. O autor já mostrou a total incapacidade do sacrifício levítico para remover o pecado e reconciliar o crente a Deus. Além disso, ele tem mostrado nesses sacrifícios para ter tido a sua conclusão e realização no sacrifício de Cristo na Cruz. Agora, aquele que aceitou verdadeiro sacrifício de Cristo na Cruz deve decidir deliberadamente para rejeitar a Cristo como seu Salvador e voltar para os sacrifícios vazia e sem sentido sob a lei, não haveria esperança para ele lá. Esses sacrifícios eram sombras apontando para verdadeiro sacrifício de Cristo. Agora, para rejeitar o real e voltar para a sombra seria a perder toda a esperança da salvação. Isso não quer dizer que tal pessoa pode não voltarem a Cristo e ser salvo. Isso significa que não houve sacrifícios válidos no sistema de Mosaic pelo qual ele poderia ser salvo. Todos foram invalidados. E isso não significa que se um verdadeiro cristão hoje deve negar e abandonar Cristo, ele não conseguia encontrar outros meios de salvação fora de Cristo. Tal ato e atitude persistente ou dolosa equivaleria a crucificando Cristo novamente (conforme He 6:6).

3. A Causa do total apostasia (10: 28-29)

De quanto maior castigo sorer ... será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus? (v. He 10:29 ).

Para ser condenado, pelos depoimentos de duas ou três testemunhas, de rejeitar e desprezar a lei mosaica, resultou na execução implacável do autor do crime. No entanto, sob a nova aliança do pecado é incomparavelmente maior, eo julgamento será da mesma forma incomparavelmente maior. Lá, ele desprezado e rejeitado a sombra, a lei. Sob Cristo, ele rejeita o real por desclassificação e depreciando o sacrifício de Cristo, através da qual ele foi salvo, e desprezando o Espírito (Espírito Santo), que administrou os benefícios da expiação para a sua alma. Sob a lei mosaica o infrator sofreu o castigo da morte física. Sob a nova aliança o agressor sofre morte espiritual eterna, ou separação de Deus.

4. O Retribution da Total Apostasia (10: 30-31)

Tomé observa que "no Antigo Testamento, a referência é a vindicação divina de Israel em face de inimigos, mas no Novo Testamento, a referência é à vingança divina sobre o seu povo em defesa de Seu caráter." Deus está aqui caracterizado como o Deus vivo (v. He 10:31 ; conforme 1Co 1:9)

32 Lembrai dos dias passados, em que, depois fostes iluminados, vós suportastes grande combate de aflições; 33 em parte, está sendo feito um espetáculo tanto por injúrias e aflições; e, em parte, tornando-se cúmplices que assim foram tratados. 34 Pois não só vos compadecestes dos que estavam nas prisões, e com alegria o roubo dos vossos bens, sabendo que vós tendes uma possessão melhor e permanente. 35 Elenco não fora, pois, a vossa confiança, que tem uma grande recompensa.

36 Porque necessitais de paciência, para que, havendo feito a vontade de Deus, possais alcançar a promessa.

37 Pois ainda em bem pouco tempo.

Aquele que há de vir virá, e não tardará.

38 Mas o meu justo viverá pela fé:

E, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele.

39 Mas nós não somos daqueles que recuam para a perdição; mas daqueles que crêem para a conservação da alma.

A partir de advertências severas contra os perigos da apostasia de Cristo, o autor volta-se agora para cordiais, cheios de fé, incentivos compassivas e exortações aos seus leitores à perseverança no caminho cristão através do sofrimento do paciente por amor de Cristo. Assim como é visto no capítulo 6 , aqui ele segue suas advertências com uma mensagem de encorajamento.

1. Remembrance of Sofrimentos Antigos (10: 32-34)

Eles estão a ser fortificada em seus sofrimentos atuais por suas experiências passadas. Há uma certa validade no olhar para trás, como há também no olhar para a frente. Para olhar apenas para o passado, desrespeitando o futuro ou presente é amortecimento ultraconservadorismo. Para olhar apenas para o futuro, sem levar em conta as experiências do passado ou as realidades do presente, é imprudente, otimismo cego. Para ver apenas o presente, sem levar em conta tanto o passado ou o futuro, é ilusória. Mas para viver no presente com um olho no passado e outro no futuro é realismo som e construtiva.

Estes leitores foram admoestados a olhar para o passado para lembretes da graça que tinham sido prestados nos seus sofrimentos anteriores como um incentivo para os seus ensaios presentes. Eles não estavam a viver no passado, mas para conquistar seus perigos presentes e ir até a perfeição, lembrando-se de que eles eram cristãos (fostes iluminados ), e que, como a graça de Deus tinha anteriormente sustentada eles, seria agora fazê-lo. O cristão nunca pode esquecer de forma segura o que Deus tem feito por ele sem pôr em perigo o seu relacionamento atual com Deus. Charles B. Williams traduz esta frase, "mas você deve" continuar "para se lembrar ..."; enquanto JB Phillips diz: "você nunca deve esquecer os últimos dias." Reflexão sobre o passado revive memórias e muitas vezes desperta emoções que podem ter sido longo período de hibernação. Foi uma reflexão que renovou Pedro arrependimento depois de ter negado seu Senhor três vezes (Mt 26:75 ).

Os antigos sofrimentos dos cristãos hebreus tinham sido caracterizado por uma grande conflito espiritual e perseguição. Este tinha tomado diversas formas. Ele consistia em parte no sofrimento pessoal, incluindo o ridículo (fez um espetáculo ), acusações falsas ou malignings (injúrias ), e provavelmente a imposição de violência, se não física, pelo menos, tão dolorosas (aflições ). Mas seus antigos sofrimentos também tinha sido em parte sociais, no sentido de que as perseguições foram dirigidos contra toda a comunidade cristã: em parte, tornando-se cúmplices que estavam tão acostumados (v. He 10:33) . JB Phillips traduz: "Foi em parte porque os olhos de todos estavam em você como você suportou palavras ásperas e duras experiências, em parte porque você jogou em seu lote com aqueles que sofreram a mesma coisa." Injúrias pessoais são difíceis de suportar, mas o julgamento é intensificou-se quando lhes são adicionados a acusação de censura de pertença a um grupo social mais reprovável do que o que caracteriza o indivíduo. Isto é evidenciado na forte ressentimento de uma mulher de moralidade sexual indiscriminada quando ela é designada uma prostituta. O mais vil dos homens se orgulham de sua individualidade e se ressentem categorizada com sua espécie. A perseguição individual desses cristãos foi intensificada pelo fato de que a reprovação injustificável de toda a comunidade cristã se acumularam sobre eles, assim como a censura injustificada da cor de um homem é feito o mais agudo em razão da sua classificação como Nigger, um Dago, ou um Lubrificador (com desculpas para os termos). Desse modo, ele herda as opróbrio totais de sua classe com todas as suas associações e conotações injustificáveis ​​e censuráveis. Este é um fato explicitado por Little e seus co-autores em seu penetrante livro Deep South , como também no trabalho monumental de Myrdal An American Dilemma . Mesmo Cristo experimentou o fio da navalha da mais vil e mais malvada de injúrias quando "Ele foi contado com os transgressores"; Sua morte foi oficialmente registrada no rolo de criminosos executados (Is 53:12 ). Mas pior do que isso, eles se recusaram-lhe sepultura em um cemitério judeu respeitável: "eles puseram a sua sepultura com os ímpios" (Is 53:9 ).

2. Incentivo à perseverança final (10: 35-39)

Não rejeiteis pois a vossa confiança, que tem uma grande recompensa ... sois ... dos que têm fé para a salvação da alma (vv. He 10:35 , He 10:39 ). JB Phillips abruptamente e, caracteristicamente, traduz: "Não jogue fora a sua confiança agora ... A paciência é o que você precisa. ..."

O escritor chega ao fim deste grande capítulo com aconselhamento apropriado e sério para seus leitores.

Na primeira instância, ele entrega admoestação quente e zeloso para os crentes a manterem a sua ousadia , a audácia da fé em Cristo. Sua necessidade presente de reparação moral e espiritual, de modo algum justifica a sua rejeição da fé em Cristo que permanece. Isso eles devem manter, e os outros que eles devem ganhar. Jesus entregou como admoestações às igrejas do Apocalipse (conforme Ap 2:5 , Ap 2:25 ; Ap 3:2 , Ap 3:21 ).

O galardão foi a razão suficiente citados pelo autor para a sua perseverança na fé (conforme He 11:26 ). Aqui parece haver uma intimação na referência para recompensar de uma figura de linguagem do autor é para usar no final deste capítulo, o de um navio em um mar tempestuoso de condução para seu objetivo final ou porto. Esta é a recompensa para que os marinheiros olhar com fé. Mas esta recompensa não é para ser pensado em termos de presentes materiais, ou prêmios de Deus, por sua fidelidade. A justiça de fidelidade traz consigo sua própria recompensa. Sua recompensa é inerente a ela. A realização e perfeição de suas próprias personalidades, pela redenção fornecida em Cristo é a recompensa prometida de Deus para estes e para todos os crentes fiéis e perseverantes (conforme v. He 10:34 ; He 11:26. ; He 12:23 ). A fé ativa gera paciência, paciência e por sua vez suporta fé. O objetivo final (a promessa) é novamente citado por seu encorajamento. O homem é constituído de forma que ele requer uma marca, uma meta, para visar se ele deve ser mantido em um curso direto para o seu destino final (conforme He 11:39 ).

Em terceiro lugar , o autor apresenta três fatores projetados para o incentivo dos leitores no caminho cristão: (1) ele encoraja-os com a lembrança da iminência do retorno de Cristo; (2) ele faz fé a realidade sobre a qual tudo é contingente ou dependente de fé não descansa no fato, mas fato concretizada pela fé; e (3) ele expressa sua confiança neles através da aplicação de uma citação do Antigo Testamento (Hc 2:4 ). Tomé comenta sobre estas palavras:

O crente é retratado como um marinheiro que, em vez de abrir cada ponto da tela que possui para pegar cada brisa, deliberadamente ataca vela e, assim, torna-se calmaria. ... A fé é o primeiro receptivo em espalhar suas velas para pegar a brisa da revelação de Deus, e, em seguida, é sensível à Sua Palavra e de graça.

Bem disse o poeta, "Não é o vendaval, mas o conjunto da vela que determina a meta."


Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de Hebreus Capítulo 10 do versículo 1 até o 39
Esse capítulo encerra a seção so-bre o "sacerdócio superior" (7—
10) com a explicação de que o sacer-dócio de Jesus fundamentou-se no sacrifício supremo — ele sacrificou a si mesmo. O autor apresenta três motivos por que o sacrifício de Cris-to é superior aos descritos no Antigo Testamento.

I. O sacrifício de Cristo aniquila o pecado (10:1-10)

  1. Os sacrifícios do Antigo Testamento eram ineficazes (w. 1-4)

Eles pertenciam à era dos tipos e das sombras e, por isso, não po-diam mudar o coração. Eles eram repetidos "ano após ano" (v. 1) e "dia após dia" (v. 11), o que prova que não podiam remover o peca-do. Se fosse de outra forma, não haveria necessidade de o sumo sa-cerdote e seus ajudantes repetirem esses atos. Como He 9:10-58 explicou, os rituais do Antigo Testa-mento lidavam apenas com as coi-sas exteriores e as impurezas ceri-moniais. Os sacrifícios produzem a "recordação de pecados", não a remissão deles (veja 9:22). Na ceia do Senhor, lembramos de Cristo (1Co 11:24; Lc 22:19), não de nossos pecados, porque ele os esqueceu (8:12).

  1. O sacrifício de Cristo é eficaz (vv. 5-20)

Nessa passagem, o autor cita Sal-mos 40:6-8. Mas em vez de dizer "... abriste os meus ouvidos", ele escreveu, pelo Espírito Santo, "um corpo me formaste". Talvez seja uma referência a Êxodo 21:1-6. No ano da libertação, exigia-se que o judeu libertasse seu escravo hebraico, mas, se o escravo amasse seu senhor e quisesse permanecer com ele, o senhor furava a orelha do escravo com uma sovela para marcá-lo. A partir desse momento, o corpo do escravo pertencia ao senhor para toda a vida. O Espíri-to preparou um corpo para Cristo quando ele veio ao mundo, e este entregou-se totalmente à vontade do Pai e dependeu dela. Esse corpo seria sacrificado na cruz pelos pe-cados do mundo. Passagens como Sl 51:10,Sl 51:16, 1Sm 15:22 e Is 1:11 ss deixam claro que Deus não via a finalização da sal-vação no sangue de animais; ele queria o coração do crente. Nos versículos 8:9, ele usa as palavras de Cristo a fim de mostrar que o Senhor, por intermédio dele, dei-xou de lado a antiga aliança com seus sacrifícios de animais para es-tabelecer a nova sobre seu próprio sangue. Fomos separados (santifi-cados) de uma vez por todas por meio da entrega de Cristo à vonta-de do Senhor.

II. O sacrifício de Cristo não preci-sa ser repetido (10:11 -18)

Veja o contraste: os sacerdotes do Antigo Testamento permanecem de pé todos os dias, mas Cristo assen-tou-se à destra do Pai; o sacerdo-te do Antigo Testamento oferecia, muitas vezes, o mesmo sacrifício, mas Cristo ofereceu um único sacri-fício (ele mesmo).

Com uma oferta, Deus deu um alto padrão que aperfeiçoa para sempre os santos separados pela fé em Cristo. (No versículo 10, somos santificados de uma vez por todas; no versículo 14, somos santificados todos os dias. Essa é a santificação posicionai e progressiva.)
Os sacrifícios do Antigo Tes-tamento produzem uma "recorda-ção de pecados", mas o sacrifício de Cristo possibilita a remissão do pecado (v. 18). Remissão significa "remoção". Nossos pecados foram perdoados e removidos para sempre (SI 103:12; Mq 7:19). No Dia da Ex- piação (Lv 16) celebrado anualmen-te, o sumo sacerdote confessava os pecados da nação sobre a cabeça de um bode emissário, e, a seguir, levava-se o bode para o deserto. Isso é o que Cristo faz com nossos pecados. Não há mais sofrimento por causa do pecado, porque não há mais lembrança dele. O Espírito Santo testemunha em nosso cora-ção, e temos a bênção da prometida nova aliança (vv. 14-1 7; Jr 31:33ss).

  1. O sacrifício de Cristo abre o ca-minho para Deus (10:19-39)
  2. Explicação (vv. 19-21)

O autor recorda as bênçãos que a morte de Cristo traz ao crente de uma vez por todas. Podemos ter in-trepidez (literalmente, "liberdade de linguagem") para entrar na presença do Senhor. Agora não há mais véu entre nós e Deus. O véu do taber- náculo simbolizava o corpo huma-no de Cristo, pois ele cobria a glória de Deus Oo 1:14). O véu rasgou-se quando ele foi oferecido como sa-crifício. Temos um novo caminho na nova aliança, um caminho para a vida, porque temos um Sumo Sacer-dote vivo (7:25). A família de Deus (a igreja) tem um grande Sumo Sa-cerdote em glória.

  1. Convite (vv. 22-25)

Essa passagem apresenta três co-mandos à ação (veja também 6:1): (1) "aproximemo-nos", em vez de desviar-nos; (2) "guardemos" nossa confissão (testemunho) de fé (ou es-perança, em algumas versões) sem vacilar por causa das provações; (3) "consideremo-nos" uns aos outros e encorajemos, com nosso exem-plo, nossos irmãos a ser verdadeiros cristãos. Se houver algo que provo-quemos uns nos outros, que seja o amor (veja 1Co 13:5). A intrepidez que temos no céu deve leva)'r-nos ao crescimento espiritual e à dedica-ção na terra. Parece que esses cren-tes, por causa das provações por que passavam, negligenciavam a comunhão cristã e o encorajamento mútuo que os cristãos têm de ter uns com os outros. Já que Cristo é nosso Sumo Sacerdote, somos os sacerdo-tes reais, e devemos nos congregar para a adoração, o ensino e o culto (1Pe 2:9). O judeu do Antigo Testa-mento não podia entrar no taberná- culo, e o sumo sacerdote não podia entrar no Santo dos Santos sempre que queria. Nós podemos ir a Deus a qualquer momento. Você aprovei-ta esse privilégio?

  1. Exortação (vv. 26-39)

Essa é a quarta das cinco exortações (veja o esboço). Ela adverte acer-ca do pecado voluntário. Por favor, lembre-se que essa exortação é para os crentes, não para os não-salvos, e relaciona-se às três exortações ante-riores. Os cristãos descuidados co-meçam a desviar-se pela negligên-cia; a seguir, duvidam da Palavra; e, depois, tornam-se surdos a ela. O passo seguinte é o pecado delibe-rado e o desprezo por sua herança espiritual. Observe os fatos impor-tantes em relação a esse pecado específico. Esse não é o pecado co-metido uma única vez, mas o "viver [...] deliberadamente em pecado"; o versículo 26 deveria ser traduzido por: "A disposição de continuar em pecado". E o tempo verbal contínuo, o mesmo empregado em1Jo 3:4-62 a fim de mostrar que, no Antigo Testamento, Deus fazia com que seu povo (não os descrentes) colhesse o que se-meava e fosse julgado quando de-sobedecia deliberadamente. Ser o povo da aliança do Senhor aumen-tava muito as obrigações dele (Jl 3:2). Deus julga seu povo; veja Ro-manos 2:16, 1Co 11:31-46 e 1Pe 1:17. Claro que esse não é o julgamento eterno, mas, antes, a disciplina do Senhor nesta vida e a perda da recompensa na próxima. Os versículos 34:35 enfatizam a recompensa pela fidelidade, não pela salvação. Veja também 1 Co- ríntios 3:14-15; 5:5; 9:27 e 11:30.

Nos versículos 32:39 (como em 6:9-12), o autor transmite aos cren-tes a segurança maravilhosa de que realmente provaram ser nascidos de novo. Eles estão entre os que crêem em Cristo (Hc 2:3-35) e, por isso, não podem "abandon[arj" a confiança como os que não foram realmente salvos (1Jo 2:19). O destino deles é a perfeição, não a perdição, porque têm Cristo no coração e aguardam o retorno dele.


Russell Shedd

Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
Russell Shedd - Comentários de Hebreus Capítulo 10 do versículo 1 até o 39
10.1 Bens vindouros. Entre estes encontram-se o sacrifício de Cristo e Sua intercessão sacerdotal por nós (4.14ss). Sombra. Conforme Cl 2:17, onde Paulo refere-se à lei e suas restrições. Imagem real. Uma cópia perfeita que torna visível a realidade invisível (2Co 4:4). O alvo da fé é tornar-nos cópias de Jesus Cristo (Rm 8:29).

10.2 A consciência maculada impede a comunhão com Deus (Sl 66:18).

10.4 Manchas morais não podem ser removidas por meios físicas apenas (conforme Sl 51:10, Sl 51:16s).

10:5-8 Estes vv. apontam para o sacrifício preparado pela encarnação do eterno Filho de Deus. Não quiseste. Mesmo no AT, nota-se que Deus não se interessava nos sacrifícios em si, mas na devoção e obediência do coração (conforme 1Sm 15:22s). Diversos vocábulos (quatro no hebraico) são usados para pôr em mira todos os tipos de oferta prescritos no ritual levítico. Corpo me formaste. Refere-se ao nascimento virginal de Cristo quando Se encarnou.

10.10 Nessa vontade. É a vontade de Deus realizada em Cristo (Rm 5:19).

10.11,12 Conforme 1.4.
10.14 A santificação mencionada aqui aplica-se igualmente aos crentes de cada geração desde Abel até a volta de Cristo ao mundo.
10.18 Não há oferta. É insulto imperdoável contra Deus oferecer sacrifícios por pecados já remidos por Cristo na cruz.

10.19 Intrepidez. O acesso livre à presença divina é o grande privilégio do crente, acesso esse que foi aberto na cruz e usufruímos dele cada vez que oramos e entramos na Sua presença.

10.20 Novo (gr prosphatos - só aqui no NT), "recentemente morto”. Vivo. O caminho para Deus não é mais por sacrifícios (como a missa) mas pela vida do Cristo ressurreto (Rm 4:25; Jc 2:0) em plena confiança da fé (conforme 35);
3) em corações purificados pelo sangue de Cristo - comunhão interior (Ez 36:25s);
4) com corpos lavados (no batismo de arrependimento - comunhão exterior). B. Guardar firme a esperança -
1) confessando-a em voz alta no mundo;
2) não vacilando (Mt 6:24);
3) reconhecendo que está fundada em Deus (6:13-20). C. Estimular o amor e as boas obras (13 1:3). D. Congregar-se com as finalidades de admoestar e ser admoestado (3.13; 1Ts 5:11) e preparar-se para o dia da vinda de Cristo (25). Notemos que Deus não espera que o cristão ande sozinho (1Jo 1:3). O Dia se aproxima. A demora da Segunda Vinda produziu um efeito de apatia nos leitores hebreus. O autor de Hebreus possivelmente viu o ataque contra Jerusalém (c. 70 d.C.), levado a efeito pelas forças romanas, dentro do contexto da vinda de Cristo (conforme Lc 21:20-42).

10:26-29 Deliberadamente. Conforme Nu 15:30 está aqui em vista. É evidente a apostasia (conforme 3.12; 6:4-8; 12.25). Calcou aos pés o Filho de Deus significa desprezo total (conforme Zc 12:3). Conhecimento do Verdade. Conforme 1Tm 2:4; 2Tm 2:0 e Jo 8:32.

10.31 Este versículo não aponta para descrentes, mas para crentes.
10.32 Iluminados, i.e., pelo evangelho (conforme 6.4; Jo 1:9).

10.33 Espetáculo (gr theatrizomenoi, 1Co 4:9). Os crentes hebreus sofreram uma variedade de perseguições, mas até esse momento não tinham passado pelo martírio (12.4). Indica que esta carta não foi mandada à igreja de Jerusalém, que perdeu vários líderes pela morte violenta (Estêvão, Tiago filho de Zebedeu e Tiago irmão de Jesus no ano 62 d.C.).

10.39 Retrocedem. Bem podia o autor ter continuado diretamente com 12.1 "...corramos...", mas deseja encorajar os leitores com uma exposição ilustrada de Hc 2:4 apontando para os heróis da fé.


NVI F. F. Bruce

Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
NVI F. F. Bruce - Comentários de Hebreus Capítulo 10 do versículo 1 até o 39

4) O caráter decisivo e final do sacrifício único de Cristo (10:1-18)

Ao destacar o caráter definitivo do sacrifício de Cristo, o autor, como tem sido seu costume, o contrasta com a falta de natureza definitiva encontrada no sistema da lei e sacrifício do AT. A Lei, diz ele, traz apenas uma sombra dos benefícios que hão de vir (v. 1). Não possui em si a verdadeira forma dessas realidades (v. 1). Por conseqüência, em virtude de sua natureza — sombra e cópia — foi incapaz de aperfeiçoar qualquer adorador por meio de seus sacrifícios (v. 1). Isso quer dizer que nunca um adorador foi conduzido “a uma verdadeira e duradoura comunhão com Deus”, pois nenhum deles realmente se livrou dos seus sentimentos de culpado de seus pecados (v. 2). Para o autor de Hebreus, o simples fato de que as ofertas pelos pecados eram feitas continuamente, ano após ano (v. 3; cf. Lv 16), era em si prova de que a instituição do antigo sistema, embora ordenado por Deus, não era definitivo. A esse argumento o autor acrescenta que até a razão ensina que é impossível que o sangue de touros e bodes, a morte involuntária de animais irracionais, tire pecados (v. 4); na melhor das hipóteses, eram apenas símbolos visíveis de algo melhor que estava por vir.

Contudo, o único sacrifício com que Deus se satisfez, como a voz profética do AT destacou repetidas vezes, foi o da dedicação consciente e voluntária da vida total de um homem à vontade de Deus. Por isso, quando Cristo veio ao mundo, disse: “Sacrifício e oferta não quiseste, mas um corpo me preparaste [...] Aqui estou [...] vim para fazer a tua vontade, ó Deus (v. 5-7). O autor está citando Sl 40:6-7, usando a LXX, que difere do texto hebraico, ao dizer: “um corpo me preparaste” em vez de “abriste os meus ouvidos”. Como tem sido o seu costume, agora ele põe essas palavras, originariamente faladas por outro, na boca de Cristo, pois no pensamento desse autor, “se algo foi escrito de um homem, que nenhum homem comum pode satisfazer, então há algo subjacente que se refere a Um que não é um simples homem” (Vaughan, Comm., p. 190). Aqui, então, as palavras do salmista se tornam palavras do Filho encarnado, ouvidas quando foram faladas ao Pai. Esse salmo sugere que sacrifícios (ofertas pacíficas), ofertas (ofertas de cereais), holocaustos e ofertas pelo pecado (v. 5,6) — ofertas de todo tipo — nunca foram ordenadas por Deus. [Observação: A expressão não quiseste, do v. 5, na verdade significa que esses sacrifícios “não eram da tua vontade ou do teu propósito”. Conforme B. W. Bacon, Journal of Biblical Literature, v. 16 (1897), p. 136ss, acerca do significado de “desejou”, gr. eudokein. Ê significativo em associação com isso que o autor de Hebreus mude o termo êitèsas de Sl 40:6, “pediste”, para esse verbo expressando a vontade ou o propósito divino — eudokêsas.}

Foram somente uma medida tapa-buracos desenvolvida como resultado da rebeldia do homem. O que Deus sempre desejou foi a obediência e lealdade para com a sua vontade. Agora finalmente esse desejo divino foi satisfeito. O Filho preexistente se tornou encarnado em concordância com a voz da profecia (i.e., como foi escrito acerca dele no livro, v. 7) e anunciou a “sua resolução de substituir” os sacrifícios antigos por sua própria obediência. Por seu ato de bondade, ele se identificou voluntariamente com a humanidade em tal medida que sua vida de total obediência ao Pai, até o ponto de morrer na cruz (conforme Fp 2:8), se torna o ato definitivo de obediência por todos que reconhecerem a sua identificação com ele. Por isso, visto que a obediência é o que Deus sempre quis, sendo a introdução dos sacrifícios somente uma medida interina por conta da desobediência do homem, e porque o homem agora foi tornado obediente em virtude de sua identificação com Cristo (ou o contrário), todo o sistema de sacrifícios, portanto, foi abolido por meio da realização da verdadeira vontade de Deus (v. 9). Isso é afirmado claramente no v. 10, em que o autor diz explicitamente: Pelo cumprimento dessa vontade fomos santificados, por meio do sacrifício do corpo de Jesus Cristo, oferecido uma vez por todas. Isso significa que fomos “separados” (“feitos santos”) “para a verdadeira condição por nos aproximarmos de Deus” — i.e., a obediência — por meio da dedicação de Jesus Cristo à vontade de Deus, uma dedicação que atingiu o seu clímax na morte dele e foi assim demonstrada de forma suprema, sendo a morte a oferta do seu corpo de uma vez por todas. O cristão agora é aperfeiçoado por meio da perfeita obediência de Jesus Cristo (conforme Rm 5:18,Rm 5:19He 5:8,He 5:9).

A natureza definitiva desse sacrifício supremo é exaltada ainda mais por outros contrastes que existem entre Cristo e os sacerdotes antigos. Estes se apresentam (v. 11), indicando que ainda há serviço a ser feito; Cristo, por outro lado, assentou-se à direita de Deus (v. 12), significando que sua tarefa foi concluída. O antigo sacerdote repetidamente oferece os mesmos sacrifícios, que nunca podem remover os pecados (v. 11); Cristo, no entanto, ofereceu um único sacrifício pelos pecados (v.

12). Assim, Cristo aperfeiçoou para sempre os que estão sendo santificados, isto é, ele purificou a consciência do cristão do sentimento de culpa e o levou como adorador à presença de Deus (v. 14). Que isso é verdade é demonstrado pelo Espírito Santo testemunhando por meio de Jeremias que a nova aliança e o perdão dos pecados foram prometidos a nós, cristãos (v. 15-17). Por isso, Onde esses pecadosforam perdoados, não há mais necessidade de sacrifício por eles (v. 18). As exigências básicas para o completo desfrutar do relacionamento de aliança foram satisfeitas completamente — perdão de pecados e uma consciência purificada.

VII. EXORTAÇÕES FINAIS PARA A PERSEVERANÇA E ADVERTÊNCIAS ACERCA DA INDIFERENÇA (10.19—12.29)


1) Exortação para a participação nos cultos de adoração (10:19-25)

Tendo concluído a sua grande seção teológica acerca do sacerdócio de Jesus Cristo, o autor se volta novamente para o verdadeiro propósito da sua homilia — exortação e advertência.
A primeira exortação estimula o cristão a aproveitar todas as vantagens do privilégio da adoração — de se aproximar (v. 22) — que agora está disponível a ele (v. 19-22). As razões dadas pelo autor para a sua exortação são duas: (a) a confiança que agora temos para entrar no Santo dos Santos (v. 19), e (b) o grande sacerdote que temos sobre a casa de Deus (v. 21). Aqui “confiança” (gr. parrhêsia, lit. “franqueza”, “abertura”) transmite a idéia de uma ousadia exultante, um sentimento vívido de liberdade de todo o medo quando se trata de entrar na área sagrada da presença de Deus. Esse “acesso livre” foi provido pelo sangue de Jesus (v. 19),porum novo evivo caminho que ele abriu por meio do véu, isto ê, do seu corpo (v. 20). Nessas palavras, o autor está dizendo que todas as barreiras para a presença de Deus foram derrubadas para sempre por meio do sangue e do corpo (v. “carne e sangue” em 2,14) de Jesus, i.e., por meio das verdadeiras experiências humanas históricas, incluindo a morte, do Filho eterno, que é o grande sacerdote sobre a casa de Deus (v. 21, conforme 3,6) para o cristão. Ele não somente rasgou o véu que separava, mas está aí pessoalmente para escoltar o adorador para o santuário. A verdadeira adoração de Deus, portanto, é realizada somente por meio de Jesus Cristo e seu sacrifício expiatório (v. 20,21).

Tendo esboçado as razões para que o cristão aproveite as vantagens do direito que ele tem à adoração, o autor agora passa a descrever a maneira em que isso deve ser feito: (a) O cristão deve adorar com um coração sincero (v. 22), ou seja, deve se aproximar com sinceridade no íntimo do seu ser, lembrando as habilidades críticas da palavra de Deus (4.12). (b) Deve adorar com plena convicção de fé (v. 22), “tendo resolvido toda a dúvida e apreensão”, refletindo continuamente, com base na sua fé, a pessoa e obra de Cristo (c) Deve adorar com o seu coração aspergido para purificá-lo de uma consciência culpada (v. 22) e com (d) o seu corpo lavado com água pura (v. 22), isto é, se reunir para a adoração somente depois de ter obtido a consciência do perdão dos seus pecados por meio da fé na obra expiatória de Cristo e de ter participado no batismo cristão (conforme 1Pe 3:21,1Pe 3:22). Essas últimas duas exigências para a adoração são formuladas em linguagem que sugere o antigo ritual realizado na ordenação dos levitas para o seu serviço sacerdotal (cf. Lv 8:30; Êx 29:4; 30:20; 40:30) e têm o propósito de mostrar que o cristão está sim na posição de ser sacerdote ordenado para o ministério de adoração a Deus.

A segunda admoestação exorta o cristão a se apegar com firmeza à esperança (v. 23) que ele professou publicamente no seu batismo (conforme Justino, I Apol. ól.lss). O forte apelo para tal perseverança pode ser encontrado na grande fidelidade de Deus, que tornou as suas promessas irrevogáveis (v. esse mesmo conceito em 6.17; 11.11; 13.5).

Por último, os cristãos são exortados a considerar como eles podem se animar uns aos outros para se incentivarem ao amor e às boas obras (v. 24). Essas coisas pertencem à essência do cristianismo. Visto que a sua manutenção depende da interação mútua da comunidade cristã, é absolutamente essencial que a pessoa se reúna com outros cristãos se ela quer ser encorajada ao desenvolvimento espiritual constante. Qualquer tipo de cristianismo solitário é impensável para o autor de Hebreus, que lamenta o fato de que, apesar do Dia estar se aproximando (v. 25), há os que negligenciam os seus encontros (v. 25). Aqui nessas exortações se encontra a trindade paulina da fé (v. 22), esperança (v. 23) e amor (v. 24).


2) Advertência contra a deserção (10:26-39)

A menção da vinda do dia do julgamento e da necessidade de edificação mútua constante dá ao autor os meios necessários para a transição da exortação para a advertência severa, muito semelhante à Dt 6:0,Jo 15:5; Jo 10:27; Rm 11:22). É possível, sugere o autor, que alguém que recebeu o conhecimento (gr. epignõsis, “conhecimento completo”) da verdade continue pecando deliberadamente (v. 26, hekousiõs — uma palavra que na realidade significa “propositadamente”, “sem compulsão”). E possível para o “cristão batizado”, que foi completamente instruído na verdade do cristianismo antes do seu batismo, atingir esse ponto na sua experiência em que, por meio do seu pecar contínuo (gr. hamartanontõn), sua atitude se torna a de resistência contínua e consciente a tudo que lhe foi ensinado.

Então, porque se tornou psicologicamente endurecido (conforme 3,13) a ponto de não enxergar mais o valor redentor da morte de Cristo, tratando o sangue da aliança pelo qual ele foi santificado (i.e., o cristão professo, ou talvez o próprio Cristo) como uma coisa comum (v. 29), aí, para ele, não há mais sacrifício pelos pecados (v. 26). Ele rejeitou a única possibilidade de expiação. A única coisa que ele pode esperar é um tipo de juízo mais temeroso do que o que foi infligido ao homem que intencionalmente rejeitou a aliança antiga (v. 27). O juízo mais severo se deve ao fato de que a aliança que ele rejeitou é maior, pois nesse ato ele pisou aos pés o Filho de Deus (observe o título), profanou o sangue da aliança e insultou o Espírito da graça (v. 29). O autor conclui essa advertência sombria com um lembrete de que o Deus vivo (v. 31) não ameaça em vão: eu retribuirei, diz o Senhor, e as Escrituras (que não podem falhar) prometem que 0 Senhor julgará o seu povo (v. 30).

Mesmo assim, de maneira idêntica à Dt 6:0Hc 2:3,Hc 2:4 (LXX), o autor lhes dá a segurança da profecia da volta breve do seu Senhor (“Aquele que vem”) e da realização da sua esperança. Além disso, ele mudou a seqüên-cia de Hc 2:4 para destacar o fato de que aquele que é feito justo por Deus vive pela fé, e como que para deixar até o final aquela parte que aponta para o perigo de não perseverar (v. 38), como se ele estivesse relutante em mencionar isso novamente.


Moody

Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
Moody - Comentários de Hebreus Capítulo 10 do versículo 26 até o 39

B. Uma Descrição Daqueles que Desprezam Este “Caminho Novo e Vivo”. He 10:26-39.

A exortação à constância continua com uma aplicação ou advertência negativa. Alternativas são descritas em agudo contraste, como por exemplo, fé ou incredulidade, fé e prática ou terrível juízo, aceitação ou rejeição à luz do Calvário.


Moody - Comentários de Hebreus Capítulo 10 do versículo 38 até o 39

38-39. A fé é a nota principal desta passagem. Aqueles que vivem pela fé e morrem na fé, finalmente se regozijarão na salvação final que está garantida em Cristo. Como Habacuque adverte, os homens não devem retroceder, pois nesse caso Deus está obrigado a agir conforme descrito em He 10:26-31. Verdadeiros crentes não serão acusados desse recuar. Sua fé é daqueles que crêem para a conservação da alma. Na sua descrição da fé do verdadeiro crente, o escritor introduziu de maneira calma a fase seguinte de sua exortação.


Francis Davidson

O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
Francis Davidson - Comentários de Hebreus Capítulo 10 do versículo 32 até o 39
c) Um encorajamento para prosseguimento na fé (He 10:32-58). Que igualmente olhassem para o futuro e percebessem que sua alegre confiança cristã não havia sido erradamente focalizada. Ela inclui uma firme promessa de plena recompensa, pelo que de modo algum deve ser abandonada (35). Precisavam entender, porém, que na vontade de Deus há um período de espera, de trabalho e de provação, antes que o cumprimento esperado possa ser desfrutado (36). Tal cumprimento, entretanto, verificar-se-á em breve. Será consumado por ocasião do aparecimento dAquele que vem (37). Seu advento é certo; de modo algum Ele chegará atrasado. Para os que conhecem esses fatos, só pode haver duas atitudes possíveis: encontrar aceitação perante Deus e a vida, mantendo fé firme; ou retirar a própria confiança e cair no desagrado divino (38). Para nós, esta última alternativa é inconcebível. Não somos da espécie daqueles que abandonam a fé, o que resulta na sua própria destruição; mas somos da espécie daqueles que prosseguem na confiança cristã, que continuam até atingirem o alvo, através do qual também verdadeiramente conservamos a alma (39).

>Hb 10:34

Não somente vos compadecestes dos encarcerados (34). O manuscrito seguido por esta versão, tem mais possibilidade de estar correto, isto é, não há necessidade de referir-se ao escritor sagrado.

>Hb 10:37

Nos vers. 37 e 38 o escritor não afirma estar citando especificamente as Escrituras; mas obviamente encontramos aqui um uso livre de frases do Antigo Testamento. Dentro de pouco tempo (37) provavelmente é um eco de Is 26:20. As outras sentenças se baseiam em He 2:3-58. Ali, de conformidade com o texto hebraico, o que aparece é ou a visão ou o advento de Deus assim visualizado. A Septuaginta faz com que o sujeito da frase seja uma pessoa. Essa referência pessoal é tornada ainda mais definida, nesta passagem, pela adição, no texto grego, do artigo definido ao particípio. Ao usar a afirmação de He 2:4, o escritor sagrado não apenas segue a Septuaginta, que apresenta uma declaração bem diferente do texto hebraico, mas também transpõe as duas sentenças. No grego encontramos nenhum homem; o sujeito de ambas as afirmações é a mesma pessoa, o que sugere que o verdadeiro crente pode apostatar. Mas, a segunda afirmação é apenas hipotética. A dupla resultante de afirmações assevera as alternativas claras: viver pela fé ou perecer pela apostasia. Pois, tal como perante Deus há justificação e vida mediante a fé, semelhantemente, se algum crente retirar-se deliberadamente da atitude da fé, só poderá encontrar o descontentamento divino e a perdição. Não admira, portanto, que o escritor tenha adicionado que nem ele mesmo nem seus leitores poderiam ter qualquer intenção de cometer tal suicídio espiritual.


John MacArthur

Comentario de John Fullerton MacArthur Jr, Novo Calvinista, com base batista conservadora
John MacArthur - Comentários de Hebreus Capítulo 10 do versículo 1 até o 39

22. O sacrifício perfeito de Cristo (Hebreus 10:1-18)

Pela lei, uma vez que tem apenas uma sombra dos bens futuros, e não a própria forma das coisas, não pode nunca, até o ano mesmos sacrifícios por ano, o que eles oferecem continuamente, aperfeiçoar os que se aproximam. Caso contrário, não teriam deixado de ser oferecidos, porque os adoradores, tendo sido purificados uma vez, deixaria de ter tido consciência de pecados? Mas nesses sacrifícios faz-se recordação de pecados ano a ano. Porque é impossível que o sangue de touros e de bodes tire pecados.Portanto, quando Ele vem ao mundo, Ele diz: "Sacrifício e oferta Tu não desejado, mas um corpo Tu me preparaste;. Em holocaustos e sacrifícios pelo pecado tomaste nenhum prazer Então eu disse: Eis , eu vim (no rolo do livro está escrito de mim) para fazer a tua vontade, ó Deus. " "Depois de dizer acima," Sacrifício e ofertas e holocaustos e oblações pelo pecado não te desejados, nem tomaste prazer neles "(que são oferecidos de acordo com a Lei), então Ele disse:" Eis-me aqui para fazer a Tua vontade. " Ele tira o primeiro para estabelecer o segundo. Por isso que temos sido santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, uma vez por todas. Todo sacerdote se apresenta dia, ministrando e oferecendo vez após vez os mesmos sacrifícios, que nunca podem tirar os pecados; mas Ele, havendo oferecido um único sacrifício pelos pecados de todos os tempos, sentou-se à direita de Deus, esperando a partir desse momento em diante até que seus inimigos sejam postos por escabelo de seus pés. Porque com uma só oblação aperfeiçoou para sempre os que são santificados. E o Espírito Santo também dá testemunho de nós; para depois de dizer: "Esta é a aliança que farei com eles depois daqueles dias, diz o SENHOR : Porei as minhas leis em cima de seu coração, e sobre a sua mente as escreverei, "Ele, então, diz:" E os seus pecados e das suas iniqüidades não me lembrarei mais. " Ora, onde há perdão dessas coisas, já não há qualquer oferta pelo pecado. (10: 1-18)

Há uma história de uma aldeia Inglês cuja capela tinha um arco no qual estava escrito: ". Nós pregamos a Cristo crucificado" Durante anos, homens de Deus pregado lá e eles apresentaram um Salvador crucificado como o único meio de salvação. Mas, como a geração de pregadores piedosos passado, surgiu uma geração que considera a cruz e sua mensagem antiquada e repulsivo. Eles começaram a pregar a salvação por exemplo de Cristo, e não por seu sangue. Eles não vêem a necessidade de Seu sacrifício. Depois de um tempo, hera se arrastou até o lado do arco e cobriu a palavra "Crucificado", e só "nós pregamos a Cristo" era visível. Então a igreja decidiu que a sua mensagem não precisa ser mesmo confinada a Cristo e da Bíblia. Assim, os pregadores começaram a dar discursos sobre questões sociais, política, filosofia, o rearmamento moral, e tudo aquilo que aconteceu para despertar o interesse. A hera no arco continuou a crescer até que cobriu a terceira palavra. Em seguida, ele simplesmente dizia: "Nós pregamos."

No culto, sofisticado Corinto, Paulo estava "determinado a não saber nada entre [eles], senão a Jesus Cristo, e este crucificado" (1Co 2:2. Aqui está o registro da morte de Jesus a partir da teológica, ao invés do histórico, ponto de vista. Estamos mostrado o significado ea profundidade da Sua morte, em toda a sua riqueza. Em Sua morte, Jesus foi o sacrifício perfeito.

No capítulo 9, vimos a necessidade de Seu sacrifício; aqui vemos o personagem de Seu sacrifício. Os seis primeiros versos estabelecer as bases, mostrando a ineficácia dos antigos sacrifícios. Nós pisar aqui algum terreno familiar no estudo desta epístola.

O fracasso dos sacrifícios do Antigo

Sob a Velha Aliança, os sacerdotes estavam ocupados durante todo o dia, do amanhecer ao pôr do sol, abate e sacrificar animais. Estima-se que na Páscoa até três cem mil cordeiros seria morto dentro de uma semana. O abate seria tão grande que o sangue corria para fora da terra Templo através de canais especialmente preparados no ribeiro de Cedrom, que parecia estar a funcionar com sangue.
Mas não importa quantos sacrifícios foram feitos, ou quantas vezes, eles eram ineficazes. Eles falharam em três maneiras: eles não podiam levar o acesso a Deus; eles não poderiam remover o pecado; e eles eram apenas externa.

Eles não poderia levar o acesso a Deus

O grande clamor no coração dos santos do Antigo Testamento era para estar na presença de Deus (conforme Ex 33:15;.. Sl 16:11). Mas eles realmente não tinha como chegar lá. Até mesmo o sumo sacerdote no Dia da Expiação não conseguia tirar as pessoas no interior do véu, onde, simbolicamente, Deus habitava. Todas as antigas cerimônias e sacrifícios, embora oferecidos continuamente, ano após ano, poderia.

Eram sombras e só poderia refletir a própria forma das coisas boas que estão por vir, as realidades dos privilégios e bênçãos da salvação. A lei só imaginado essas coisas. Os antigos rituais e práticas "são uma mera sombra do que está por vir, mas a substância pertence a Cristo" (Cl 2:17). Cristo é o cumprimento das coisas boas que estão por vir: o perdão, a paz, a consciência limpa, segurança, e, acima de tudo, de acesso a Deus. Essas bênçãos só foram fotografados na Antiga Aliança, eles nunca foram realizados.

Sombra ( skia ) refere-se especificamente a uma pálida sombra, em contraste com um forte um, distinto. A lei e as cerimônias e rituais juntos foram apenas uma pálida sombra das coisas que Cristo traria. Eram forma sem substância. Eles retrataram algo real, mas não foram eles mesmos real.

própria forma ( Eikon ), por outro lado, indica uma réplica exacta, uma representação completa, ou reprodução detalhada. Se a fotografia tinha sido na existência, em seguida, o escritor, possivelmente, teria chamado uma fotografia de uma fotografia clara, nítida, detalhada em cores. O Espírito está dizendo que o sistema antigo era uma sombra, enquanto que o novo sistema é a substância real, a própria realidade. Antes de Cristo, ninguém poderia chegar mais perto das coisas boas de Deus do que as sombras deles.

Judaísmo é hoje, mesmo sem muitos das sombras. Os judeus têm as Escrituras, o que nos referimos como o Antigo Testamento, e eles continuam a celebrar certos dias de festa. Mas eles não têm tabernáculo ou templo ou sacerdócio, e, portanto, não há sacrifícios diária ou anual.Yom Kippur ainda é observado, mas sem um sumo sacerdote, sem um altar, e sem um cordeiro sacrificial. Porque modernos judeus incrédulos se recusam a reconhecer a Deus Nova Aliança feita com eles, até mesmo o velho perdeu muito de seu significado. O que na melhor das hipóteses era pálida, desvaneceu-se ainda mais. O que sempre foi indistinta tornou-se ainda mais indistinta. A maioria dos judeus seguir nem as Escrituras, nem as cerimônias. Eles não vão aceitar o novo sacrifício e perderam mesmo o velho. Se, durante o tempo em que o pacto anterior estava em vigor, os antigos sacrifícios nunca poderia fazer perfeito , quanto menos eficaz que eles agora ele-mesmo que, de alguma forma, eles continuaram?

Para tornar perfeito ( teleioō ) é trazer para a conclusão, para trazer ao fim pretendido. O fim para o qual a Antiga Aliança apontou foi o acesso a Deus, a salvação completa, mas nunca foi a intenção de trazer os homens a Deus. Não fazia perfeito, porque Deus nunca quis que ele para fazer perfeito. Sua Proposito era imaginar, não para aperfeiçoar.

Mais uma vez o escritor salienta que os mesmos sacrifícios foram oferecidos , ano após ano, ... continuamente . A repetição dos antigos sacrifícios é um tema que se repete-se muitas vezes em Hebreus. Você pode empilhar sombra na sombra sobre sombra, e você ainda não tem substância. A repetição de um símbolo é como se multiplicando com zero. Não importa quantas vezes você repetir o processo, o resultado nunca aumenta.

Por que, então, Deus ir para todos os problemas para estabelecer a Antiga Aliança, com suas cerimônias sombra, seus rituais de sombra, os seus sacrifícios de sombra? Qual foi o ponto? Como vimos, o primeiro ponto era simplesmente que, mesmo como uma sombra, que tinha umpropósito -para refletir a realidade de que era a sombra. Ele apontou para a salvação que estava por vir. Era para fazer o povo de Deus expectante. "Quanto a esta salvação, os profetas que profetizaram da graça que viria a lhe fez cuidadosa pesquisa e investigação" (1Pe 1:10). A sombra de algo, certamente um dado por Deus shadow-é incomensuravelmente melhor do que qualquer prova

Em segundo lugar, o propósito dos sacrifícios sombra era lembrar o povo de Deus que a pena do pecado é a morte. O sangue que, por vezes, fluía do altar veio de animais que foram mortos como sacrifício pelo pecado. As pessoas eram constantemente lembrados de que o salário do pecado é a morte, porque a morte estava acontecendo durante todo o dia ao longo de sua história como animais estavam sendo abatidos.

Em terceiro lugar, Deus deu a Seu povo, os sacrifícios como uma cobertura para o pecado. Até mesmo uma sombra é melhor do que nada se pode a algum pecado cover grau. Quando adequAdãoente oferecido a partir de um verdadeiro coração da fé, os antigos sacrifícios removido julgamento imediato, temporais de Deus. Desprezar os sacrifícios era para ser extirpada do seu povo e de incorrer Sua pena temporal, porque ele traiu um coração descrente, desobedientes. Esses sacrifícios eram temporais e eles tiveram algum efeito temporal e valor. Eles não poderiam trazer uma pessoa na presença de Deus, mas eles foram importantes na manutenção de uma demonstração de relacionamento de aliança de uma pessoa a Ele.

Eles não poderia remover o pecado

Caso contrário, não teriam deixado de ser oferecidos, porque os adoradores, tendo sido purificados uma vez, deixaria de ter tido consciência de pecados? Mas nesses sacrifícios faz-se recordação de pecados ano a ano. (10: 2-3)

Com a sua sombra, os sacrifícios de animais poderia cobrir, mas nunca remover o pecado. No entanto, a remoção do pecado é o que os homens precisam. Pecado e culpa comer fora em nós. Mas o sistema antigo não poderia remover o pecado ou culpa. Se ele poderia ter, os sacrifícios teria parado. Depois de retirar o pecado, eles deixariam de ter sido necessário.
Os antigos sacrifícios não só não removeu o pecado, mas eles eram um constante lembrete de que não podia. Nesses sacrifícios faz-se recordação de pecados ano a ano. Mesmo a cobertura do pecado era temporário. Durou apenas até a próxima pecado. Era um sistema oneroso, decepcionante.

Suponha que você ficar doente e o médico dá-lhe uma receita médica. Você obtê-lo preenchido e começar a tomar o medicamento. Se funcionar, cada vez que você olhar para a garrafa que você está feliz e são lembrados de que você está curado, que a doença desapareceu. Mas se isso não funcionar, cada vez que você olhar para a garrafa que você lembra que o medicamento é ineficaz e que você ainda está doente. Por vezes, pode dar alívio dos sintomas, mas não faz nada para curar a doença. Uma pessoa que tem de tomar um medicamento para se manter vivo não pode ser dito para ser curado.
Os antigos sacrifícios e cerimônias tiveram um pouco esse mesmo efeito sobre Israel. Em vez de remover os seus pecados, eles só deram um alívio temporário e foram um lembrete constante de que seus pecados ainda estavam lá. Outro ano, outro cordeiro, um outro sacrifício e os pecados ainda estavam lá. Os sacrifícios continuava a lembrar as pessoas de que elas eram pecadores, e que eles estavam à mercê de Deus e não poderia entrar em Sua presença. Longe de apagar o pecado, os sacrifícios tabernáculo e no templo só serviu para chamar a atenção para isso.

Consciência em 10: 2 traduz a mesma palavra grega ( suneidēsis ) assim como "consciência" em 9: 9; 10:22; e 13:18. O significado básica é a mesma em todos os quatro locais. A palavra tem a ver com a consciência inata do homem de errado em sua vida e de seu sentimento de culpa por causa disso. A consciência é construída em maquiagem do homem. Ele atua em nossas mentes e corações tanto quanto dor age sobre nossos corpos. Culpa reage a lesão moral e espiritual da mesma forma que a dor reage a lesão física. Ambos são sistemas de alerta.Também não é agradável, mas ambos servem um bom propósito.

Crentes do Antigo Testamento nunca foram libertados a partir da presença e da consciência de culpa nem, consequentemente, da ansiedade e da tensão que ele traz (ver Rom. 5-6). É uma bênção maravilhosa para os cristãos sabem que não há nenhuma condenação para aqueles que estão em Cristo (Rm 8:1 é verdadeiro em cada dispensação "O que encobre as suas transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa, encontrar compaixão." O pecador perdoado não é insensível ao pecado, mas ele sabe que ele é perdoado em Cristo e é, assim, entregue a partir de medo do julgamento.

Eles eram apenas External

Os antigos sacrifícios também eram ineficazes porque eles eram apenas externa. Eles nunca chegou ao coração do problema. O pecado é muitas vezes manifesta exteriormente, mas sua causa é sempre interno. Os antigos sacrifícios não tinha como chegar dentro de uma pessoa e transformando-o . Pois é impossível que o sangue de touros e bodes tire pecados. Esses sacrifícios só santificado "para a purificação da carne", o externo, mas "o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo sem mácula a Deus "(9: 13-14), purifica a nossa consciência, o interno.

Não houve relação real entre o pecado de uma pessoa e um sacrifício animal. A relação foi apenas simbólico, típica. Era impossível que o sangue de um animal amoral para trazer perdão por ofensa moral de um homem contra Deus. Só Jesus Cristo, a união perfeita da humanidade e divindade, poderia satisfazer a Deus e purificar o homem. Só Sua morte poderia ser o último sacrifício, o único sacrifício eficaz.

Portanto, quando Ele vem ao mundo, Ele diz: "Sacrifício e oferta Tu não desejado, mas um corpo Tu tens preparado para mim; em holocaustos e sacrifícios pelo pecado tomaste nenhum prazer (10: 5-6. )

É essencial saber que as cerimônias externas teve um requisito interno para torná-los aceitáveis ​​a Deus. A pessoa que não sacrificou fora de um coração honesto não estava coberto até mesmo externamente ou cerimonialmente (ver Amós 4:4-5; 5: 21-25). É esse tipo de sacrifício que Tu não desejada . As pessoas tinham tomado o que era para ser um símbolo da verdadeira fé e é usado como um substituto para a fé. Sua confiança estava na forma externa. Ele chegou a ser visto como uma forma de magia, em que as palavras ou ações prescritas produzido automaticamente o resultado desejado. O próprio Deus havia instituído o sistema de sacrifício, mas como um meio para expressar obediência a Ele, e não como um meio de usá-lo.

Como Samuel lembrou Saul quando o antigo sistema era relativamente novo, "o obedecer é melhor do que o sacrificar, eo atender do que a gordura de carneiros" (1Sm 15:22). Sacrificar sem obediência, de passar por um ritual sem fé e devoção a Deus, foi escárnio e hipocrisia que era pior do que sacrifício nenhum. No Salmo 51 Davi descreve o único tipo de sacrifício agradável a Deus, mesmo sob a Antiga Aliança:. "Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito, ó Deus, não desprezarás" (Sl 51:17, 15-18)

Quando sacrifícios não foram oferecidos no espírito certo, eles não podiam sequer cobrir o pecado temporariamente. Eles ainda perderam seu valor simbólico. Eles eram mera forma sem conteúdo e foram absolutamente inútil. Em vez de agradar a Deus, eles se tornaram uma abominação que Odiava (13 23:1-14'>Is. 1: 13-14).

A eficácia do novo Sacrifice

A ineficácia de sacrifícios de animais está agora em comparação com a eficácia do sacrifício de Cristo. Sete superioridades da nova são mencionados.

Ele reflete Eterna 5ontade de Deus

Portanto, quando Ele vem ao mundo, Ele diz: "Sacrifício e oferta Tu não desejado, mas um corpo Tu me preparaste; ... Então eu disse: Eis-me aqui (no rol do livro está escrito de mim) para fazer a Tua vontade, ó Deus "(10:. 5, 7)

O sacrifício de Cristo foi eficaz em primeiro lugar, porque era a vontade de Deus o tempo todo. Na mente de Deus, antes que o mundo foi criado, Ele sabia que o velho sistema seria ineficaz. Desde o início ele tinha planejado que Jesus viria e morrer . Quando Ele vem ao mundo, ... Ele diz: "um corpo Tu tens preparado para mim . " Quando Cristo estava pronto para ser encarnado, que está na borda do céu, por assim dizer, falando com Seu Pai, Ele reconheceu que seu próprio corpo era para ser o sacrifício que iria agradar a Deus.

Deus nunca poderia ter sido satisfeito com oferendas de animais e tornou-se menos satisfeitos com eles como eles se tornaram uma farsa e uma zombaria. Para muitos ofertantes tinham vindo a ser ritual religioso sem sentido, e não tinha nada a ver com a obediência ou a fé.

Suprema missão de Jesus na Terra era fazer a vontade do Pai. Mais e mais nos evangelhos, Jesus fala de sua tendo chegado a fazer a vontade do Pai e só a vontade do Pai. Seu sacrifício foi perfeito, porque ele foi oferecido em perfeita obediência a Deus. Durante as tentações do deserto, o objetivo de Satanás era dissuadir Jesus de Sua missão divina, para transformá-lo a partir da vontade de Seu Pai. Satanás ainda levou os discípulos involuntários para tentar dissuadir Jesus de Sua missão, como quando Pedro, pensando que ele estava mostrando lealdade para com seu Mestre, Jesus repreendeu por sugerir que Ele tinha que morrer e ser ressuscitado (Marcos 8:31-33). "Mas, para que o mundo saiba que eu amo o Pai e que o Pai me ordenou, assim mesmo faço. Levantai-vos, vamo-nos daqui" (Jo 14:31). Quando ele disse isso, Jesus estava prestes a ser preso. Sua dizendo: "Vamos", portanto, se refere à crucificação, último ato de Jesus de obediência ao Pai.

Desde o ensinamento de Jesus para eles, os discípulos devem longo de antemão já perceberam que o ministério de seu Senhor foi para levar a seu sofrimento e morte. Eles devem, de fato, já conhecido este a partir das Escrituras. Eles sabiam que Ele era o Messias, e eles devem ter sabido que o Messias havia de vir a morrer. O que poderia ter sido uma previsão mais clara da morte sacrificial do Messias do que estas palavras de Isaías?

Certamente nossas tristezas Ele próprio geraram, e as nossas dores Ele transportados; ainda que nós mesmos o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, Ele foi moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e por Sua pisaduras fomos sarados. (Isaías 53:4-5.)

Ele não estava a morrer em si mesmo, é claro, que era último ato de Jesus de obediência, mas sim o pecado total de sua tomada do homem sobre si mesmo em sua morte. Seu maior teste de obediência estava no jardim, quando orou: "Pai Abba Todas as coisas são possíveis para Ti;! Remover de mim este cálice; todavia não o que eu quero, mas o que tu queres" (Mc 14:36). Muitas pessoas, antes e depois de Jesus, de bom grado e corajosamente enfrentou a morte de um mártir. Mas ninguém mais tem ou poderia ter, assumiu sobre si os pecados do mundo inteiro. Ninguém mais foi ou poderia ter sido, por isso, totalmente repelido com a perspectiva. E ninguém mais foi ou poderia ter sido, de modo obediente.

Na cruz, Jesus estava dizendo: "Pai, eu sei que você não está satisfeito com o velho sistema e os antigos sacrifícios, mas eu sei que você está satisfeito comigo e com o meu sacrifício. Então, terei prazer em pagar o preço da obediência".

Ele substitui o antigo sistema

Depois de dizer acima, "Sacrifício e ofertas e holocaustos e sacrifícios pelo pecado não tens? Desejados, nem tomaste prazer neles" (que são oferecidos de acordo com a Lei), então Ele disse: "Eis-me aqui para fazer a Tua vontade. " Ele tira o primeiro para estabelecer o segundo. (10: 8-9)

O escritor continua seu comentário sobre o Salmo 40:6-8, que ele se referiu a nos versículos 5:7, lembrando que Deus tirou o primeiro , ou seja, os antigos sacrifícios, para abrir caminho para o segundo , o novo sacrifício . Seu ponto era mostrar aos leitores-Novamente-judaicas que a Antiga Aliança não foi, então, nunca tinha sido, e nunca poderia ter sido satisfatório. Não era para ser permanente ou verdadeiramente eficaz, apenas temporária e simbólico. O foco de Deus estava sempre no segundo pacto, o pacto superior, a aliança perfeita. E esse segundo pacto já chegou em Jesus Cristo. "Você não pode estar sob duas alianças, ao mesmo tempo," eles estão a ser dito ", e agora que a segunda chegou, o primeiro tem que ir." Seja qual for a Proposito e validade o primeiro teve agora são passado. Ele já não tem qualquer propósito ou validade.Deus tem sempre reserve. Toda essa ênfase repetida revela um coração suplicante, chamando os leitores para a salvação do Senhor Jesus Cristo.

Ele santifica a Crente

Por isso que temos sido santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, uma vez por todas. (10:10)

O novo sacrifício é eficaz porque santifica o crente, faz com que ele santo. O sistema antigo não tinha como fazer um homem santo. Para ser santificado, ou santificado ( hagiazo ), significa, basicamente, ser separado. Quando a palavra é usada nas Escrituras dos homens, ele sempre se refere a estar separado por Deus para Deus. Deste mesmo grupo palavra grega que também terá santo. Em termos bíblicos, um santo é uma pessoa que Deus separou para Si mesmo. É a vontade de Deus que nos separou, não apenas posicionalmente mas praticamente. "Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação" (1Ts 4:3;.. Conforme Lv 11:44).

Um ato, em um momento, desde santificação permanente para todos que coloca sua confiança em Jesus Cristo (conforme Cl 2:10; 2 Pe. 1: 3-4). Na cruz, Ele nos santificou, nos separou para Si mesmo, para sempre santo e querido para si mesmo e para o Pai.

Nossa posição de posição diante de Deus e nossa posição prático são, naturalmente, as coisas bastante diferentes. Se estamos em Cristo, vamos sempre estar em Cristo. Esta posição diante do Pai não será modificado um iota por toda a eternidade. Mas a nossa santidade prática, como todos sabemos, é muito mutável. Falando aos cristãos de Colossos, Paulo escreveu: "Portanto, considerar os membros do seu corpo terreno como morto à imoralidade, impureza, paixão lasciva, desejo maligno ea avareza, o que equivale a idolatria ..., e neles você também andou uma vez, . quando você estava vivendo neles Mas agora você também, colocá-los todos de lado: ira, da cólera, da malícia, da maledicência, e linguagem ultrajante de sua boca "(Cl 3:5, para a santidade aqui é um fato-consumado que temos sido santificados . Independentemente de como santo nossa caminhada pode ser, em nossa posição , estamos completamente e permanentemente separados para Deus, se temos confiado na oblação do corpo de Jesus Cristo, uma vez por todas.

Ele remove o pecado

Todo sacerdote se apresenta dia, ministrando e oferecendo vez após vez os mesmos sacrifícios, que nunca podem tirar os pecados; mas Ele, havendo oferecido um único sacrifício pelos pecados de todos os tempos, sentou-se à direita de Deus. (10: 11-12)

O sacrifício de Cristo é eficaz porque remove o pecado, que a outra aliança nunca poderia fazer. A Nova Aliança passou de sacrifício diário de um único sacrifício, de sacrifícios ineficazes para o único sacrifício perfeitamente eficaz.
Estes dois versos são uma série de contrastes-os muitos sacerdotes com o único Sacerdote, a posição contínua dos antigos sacerdotes com a sentar-se das novas, as ofertas repetidas com o de uma vez por todas a oferta, e os sacrifícios ineficazes que só pecado coberto com o sacrifício eficaz que remove completamente o pecado.
O sistema levítico tinha vinte e quatro ordens, em cada um dos quais havia centenas de sacerdotes que se revezavam que servem no altar. Este sistema não falta para os sacerdotes, mas fez falta eficácia. Todos os padres juntos não poderia fazer um sacrifício eficaz para o pecado.Cristo era apenas um padre, ainda Seu trabalho era perfeitamente e permanentemente eficaz.
Os sacerdotes Levíticos sempre se destacou porque o seu ministério nunca foi terminado. Cristo, depois de Seu sacrifício sentou-se à direita de Deus , porque Seu trabalho estava terminado.

Os sacrifícios levíticos, com todos os seus sacerdotes e toda a sua repetição, poderia nunca tirar os pecados . O sacrifício de Cristo levou os pecados dos crentes de todos os tempos .

Ele destruiu sua Enemies

Esperando a partir desse momento em diante, até seus inimigos sejam postos por escabelo de seus pés. (10:13)

O sacrifício de Cristo foi eficaz porque ele conquistou seus inimigos. Todos os sacrifícios do Antigo Testamento não fez nada para se livrar de Satanás. Eles tinham absolutamente nenhum efeito sobre ele em tudo, nem sobre os malignos demônios e as pessoas que o serviam. Mas quando Jesus morreu na cruz, Ele desferiu um golpe mortal para todos os Seus inimigos. Primeiro de tudo, Ele conquistou "o que tinha o poder da morte, isto é, o diabo" (He 2:14). Em segundo lugar, Ele também triunfou sobre todos os outros anjos caídos (Col. 2: 14-15). Em terceiro lugar, Ele desarmou e triumped sobre todos os governantes e autoridades de todas as idades que rejeitaram e se opôs a Deus (Cl 2:15). Ele agora é só esperar até que todos os seus inimigos sejam postos por estrado , ou seja, até que se reconheçam Sua senhoria curvando-se aos seus pés (Fm 1:2), a fim de Deus para cumprir Suas promessas, que não podem ser quebrados.

Embora a Nova Aliança era novo, não era uma nova revelação, mas o cumprimento de um antigo. Agora que ele tinha chegado, judeus, mais do que quaisquer outros, devem acolheram com alegria ilimitada e alívio. A promessa não foi Jeremias, mas era de Deus-o muito testemunho do Espírito Santo .

Os leitores estavam sendo colocado nos chifres de um grande dilema, o que eles não podiam escapar. O Espírito Santo, por meio do autor de Hebreus, está dizendo: "Você não pode aceitar o ensinamento de seu próprio amado profeta Jeremias e ainda rejeitam a Nova Aliança ele profetizou. Você não pode aceitar um sem o outro." Para aceitar Jeremiah é aceitar Jesus Cristo. Para rejeitar Jesus Cristo é rejeitar Jeremias (para não mencionar os muitos outros profetas que falavam do Messias) e rejeitar o próprio Espírito Santo.

Ora, onde há perdão dessas coisas, já não há qualquer oferta pelo pecado. (10:18)

O trabalho de sacrifício é feito. Não haverá mais. O perdão já está prevista para aqueles que confiam em um presente perfeito sacrifício. Por que alguém iria querer voltar para os antigos sacrifícios, que nunca foram acabados e nunca eficazes? Para rejeitar é não ter outra esperança do perdão de sempre.

"O Senhor não retarda a sua promessa, como alguns a julgam demorada, mas é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento" (2Pe 3:9)

Desde pois, irmãos, temos confiança para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que Ele inaugurou para nós através do véu, isto é, pela sua carne, e uma vez que temos um grande sacerdote sobre a casa de Deus, cheguemo-nos com verdadeiro coração, em plena certeza de fé, tendo os corações purificados da má consciência, eo corpo lavado com água pura. Guardemos firme a confissão da esperança, sem vacilar, pois quem fez a promessa é fiel; e vamos considerar como estimular um ao outro ao amor e às boas obras, não abandonando a nossa congregação, como é costume de alguns, mas encorajando um ao outro; e tudo o mais, como você vê o dia aproxima. (10: 19-25)

Existem apenas duas possíveis conseqüências para conhecer o evangelho. Quando uma pessoa sabe a verdade do evangelho, ou ele passa a acreditar ou ele cai de volta para a apostasia. Hebreus 10:19-25 está falando com a pessoa que faz o primeiro, aquele que faz uma resposta positiva às reivindicações de Jesus Cristo.

Uma resposta positiva resulta em salvação. Como Paulo deixa claro na bela décimo terceiro capítulo de sua primeira carta aos Coríntios, a salvação envolve fé, esperança e amor. São estes três aspectos da salvação que estão focados em em nossa passagem presente.

Tire próximo na Fé

A primeira base sobre a qual podemos nos aproximar de Deus na fé é o sangue de Jesus . O lugar santo do Tabernáculo, ou o Templo, representava a presença especial de Deus, e somente o sumo sacerdote podia entrar lá uma vez por ano. Mas no sangue derramado de Cristo, seu sacrifício perfeito, temos confiança para entrar no lugar santo , em muito a presença de Deus.

Acredito que irmãos se refere aqui, como em outros lugares em Hebreus e também em Romanos (9: 3), a co-judeus, não irmãos em Cristo. Estes irmãos físicos estão sendo instados, na base do trabalho de base doutrinária cuidadosa que já foi dado, para tomar posse do sacrifício perfeito, Jesus Cristo, para vir com segurança por meio dele em muito a presença de Deus e habitar ali por toda a eternidade. Para um judeu que levou a Antiga Aliança nem um pouco a sério, essa perspectiva era tão impressionante como foi maravilhoso. Percebendo isso, o escritor utiliza todos os argumentos persuasivos para trazê-los a uma decisão positiva.

Se uma pessoa tenta ir à presença de Deus com base em seu próprio caráter, suas próprias obras, ou a sua própria filiação religiosa, ele vai encontrar nenhum acesso. Ele certamente não terá acesso a partir de uma mera profissão verbal de Cristo. "Nem todo aquele que me diz: 'Senhor, Senhor', entrará no reino dos céus;. Mas aquele que faz a vontade de meu Pai que está no céu Muitos me dirão naquele dia: 'Senhor, Senhor, fez temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitos milagres? ' E então eu lhes direi: 'Nunca vos conheci; afastar mim, vós que praticais a iniqüidade "(Mateus 7:21-23.). Todas as coisas que Jesus mencionados foram aparentemente bom. Mas eles não estavam realmente em Seu nome, porque não foram feitas por meio da fé em Deus e pelo Seu poder. Esses professores, Jesus disse, não o conhecia pessoalmente. Obviamente, eles sabiam seu nome, no sentido de seu título e posição. Eles o reconheceram como sendo "Senhor". Mas eles não tinham recebido como seu próprio Senhor e seu salvador, e tudo o mais não contou para nada.

O sangue de Jesus Cristo, no entanto, vale para tudo, e a pessoa que confia em sua obra expiatória pode vir com ousadia completa diante de Deus, alegando que todas as bênçãos e promessas em seu Filho. Podemos chegar esperando misericórdia e graça (He 4:16), ao invés de justiça. Porque, se Deus nos deu a justiça, Ele teria que nos condena, porque é isso que nós merecemos. Mas Jesus, através do Seu sangue derramado, satisfez a justiça de Deus em nosso favor, para que possamos agora reivindicar misericórdia e graça de Deus. Deus não pode ser justo e condenar-nos que estão em Cristo.

Jesus não deu nenhuma ilustração mais clara ou mais comovente da graça de Deus do que a parábola do filho pródigo. Na verdade, o filho que ficou em casa também foi pródigo, mas a história centra-se em seu irmão, porque seu irmão finalmente percebeu que sua prodigalidade e voltou para casa. Ele não merecia voltar para casa e ele certamente não merecem ser aceito de volta com tal celebração pródiga. Mas foi o amor do pai, não o mérito do filho, que levou o bem-vindos. O filho voltou por desespero, mas ele veio; e sua vinda foi tudo o pai necessário.Tudo o resto o próprio pai fornecidos.
O conceito de simplesmente chegar a Deus foi revolucionária para os judeus e para muitos outros ao longo dos séculos e hoje. Quando Adão pecou, ​​não tinha Deus o colocou para fora do Jardim e colocou os anjos e a espada flamejante para guardar a entrada? E não foram todos os homens proibido, sob pena de morte, para entrar em Sua presença no Santo dos Santos? Mas agora, o escritor diz que o sangue de Jesus, de fato, tem apagaram a espada de fogo, e Ele rasgou o véu do Santo dos Santos em dois. Se você vem por meio dele, você não só pode entrar na presença de Deus, mas você pode vir com confiança.

Caminho de Jesus na presença de Deus é um caminho novo e vivo . A velha maneira não poderia mesmo levar o homem ao simbólico a presença de Deus, cerimonial, muito menos em sua presença real. Mas a nova forma pode trazer-nos lá, através do véu, isto é, pela sua carne .Quando a carne de Jesus foi rasgada, assim era o véu que mantinha os homens de Deus. O sangue de animais permitido apenas o sumo sacerdote para entrar no véu brevemente. O sangue de Jesus permite que todo o que crê nele para entrar no véu de forma permanente.

Novas ( prosphatos ) no versículo 20 é usado apenas uma vez no Novo Testamento. Seu significado original era "recém abatida." Jesus é a nova maneira, o sacrifício recém abatida, que abre o caminho para Deus. Parece contraditório que o caminho recém abatida, também seria aforma viva . Mas a morte de Jesus venceu a morte e dá vida. Sua morte é a única forma de vida que é eterna.

Enquanto Jesus estava pregando e ensinando e curando, isto é, enquanto ele estava vivo, sua carne era uma barreira para a presença de Deus, assim como foi o véu no Tabernáculo. Um Salvador não crucificada não poderia ter salvo. Se Jesus só havia de vir ao mundo e ministrou em Sua carne, Ele não poderia ter sido Salvador, não importa quantos anos Ele pode ter pregado ou quantos mais mil milagres que Ele pode ter sido executado. Contanto que sua carne estava vivo era uma barreira, no sentido de que só pelo seu sacrifício poderia pecados dos homens ser expiado ea maneira Faven ser aberto. Quando o véu física do templo terreno foi dividido em dois durante a crucificação de Jesus, o véu espiritual, por assim dizer, da sua carne, também estava rasgada.
Jesus não só abriu o caminho para Deus, mas Ele é agora o nosso grande sacerdote sobre a casa de Deus . Ele não se limita a mostrar o caminho para Deus, ou mesmo apenas fornecer o caminho para Deus; Ele leva -nos com Ele a Deus e ministros para nós no céu. A paráfrase de Rm 5:10 poderia ser: Se Sua morte poderia fazer muito para me salvar, o que deve ser a sua vida a fazer na presença de Deus para me manter "!

Aproximemo-nos, com sincero coração, em plena certeza de fé, tendo os corações purificados da má consciência, eo corpo lavado com água pura. (10:22)

Sincero ( alethinos ) significa genuíno, sem superficialidade, hipocrisia, ou segundas intenções. Vindo de Deus com plena certeza requer um compromisso que é genuíno.

A nação de Judá, como muitas pessoas, muitas vezes, tinha chegado a Deus com qualquer coisa, mas um coração sincero. "'Judá não voltou para mim de todo o seu coração, mas sim no engano, diz o SENHOR "(Jr 3:10). Mas um dia estava para vir quando o Seu povo iria mudar."Eu lhes darei um coração para que me conheçam, porque eu sou o SENHOR , e eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus, pois eles se voltarão para mim de todo o coração "(Jr 24:7). Paulo aconselhou os escravos a serem obedientes aos seus senhores ", na sinceridade de vosso coração, como a Cristo" (Ef 6:5). As pessoas que acham que Deus são aqueles que o buscam de todo o coração, com sinceridade total.

Um certo tipo de fé é construído sobre a natureza humana. Mesmo no nível puramente humano, terrestre, que não poderia funcionar sem ele. Nós comemos comida feita a partir de uma lata ou caixa que comprar na loja, com confiança perfeito que não vai nos prejudicar. Nós abrir a torneira, despeje um copo de água, e beber, sem dúvida. Aceitamos pagamento em papel impresso, porque temos fé que o governo vai apoiar a sua dinheiro. Sem fé, a sociedade não poderia operar.

Mas a fé salvadora não só exige a fé em um objeto diferente, requer a fé de uma fonte diferente. Podemos confiar em alimentos, água e dinheiro por nossa própria vontade, a nossa própria decisão. A fé em Jesus Cristo deve incluir nossa própria decisão, mas deve proceder a partir de decisão de Deus. "Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2:8. A consciência nos condena e nos lembra de nossa culpa; e a culpa não pode ser removido até que o pecado é removido. Quando Jesus morreu, Seu sangue removido os nossos pecados, e quando nós abraçamos a Ele pela fé, a nossa consciência se torna livre de culpa-somos purificados da má consciência . Nós não condenamos a nós mesmos mais.

Cleansing dos nossos corações se refere à satisfação da justiça de Deus, a expiação dos nossos pecados, que é necessária antes de podermos ser aceitável a Ele.

Santificação prática

A outra parte da limpeza, tendo os nossos corpos lavados com água pura , não se refere ao batismo, mas tem a ver com a nossa vida, com a forma como o Espírito Santo muda nossas vidas. É a mesma limpeza mencionada por Paulo em Tt 3:5 ("a lavagem da água, com a palavra").

Estes dois aspectos de limpeza são inseparáveis. Quando um homem vem a Cristo, ambos acontecem. A morte de Cristo paga a pena do pecado para nós e Deus está satisfeito; eo ato de purificação do Espírito Santo começa a nos mudar por dentro e fica satisfeito. Justiça e retidão de Deus são ambos satisfeitos; e, por isso, um crente pode entrar na presença de Deus com confiança.

Os três requisitos de Fé

A fé que Deus honra, a fé que é de um coração sincero, requer três coisas: senti necessidade, conteúdo e compromisso.

Necessidade sentida

A fé não pode começar até que uma pessoa percebe sua necessidade de salvação. Se ele está sem Cristo, ele precisa de salvação se ele reconhece-lo ou não. Mas ele não terá razão para acreditar que até a sua necessidade é sentida , até que ele seja reconhecido. Quando Saul estava perseguindo a igreja, ele tinha uma grande necessidade para a salvação, mas ele certamente não sentia necessidade disso. Ele estava completamente convencido de que ele estava fazendo a vontade de Deus. Somente quando o Senhor confrontou dramaticamente na estrada de Damasco fez sua necessidade se tornar conhecido e sentido-em caso de Saul, muito profundamente. A necessidade não pode, em primeiro lugar, ser claramente entendido. Na estrada de Damasco, Saulo não poderia ter explicado a sua necessidade espiritual da maneira que ele foi capaz de fazer alguns anos mais tarde, quando ele escreveu o livro de Romanos. Ele simplesmente sabia que algo estava muito errado em sua vida e que a resposta estava em Deus. Ele sabia que ele precisava de alguma coisa do Senhor.

Muitas vezes senti necessidade de uma pessoa é apenas parcial. O primeiro sentimento de necessidade só pode ser para um propósito na vida ou de alguém para nos amar e cuidar de nós. Ou pode ser um sentimento de necessidade de perdão e remoção de culpa, para a paz interior. A coisa mais importante é que a pessoa perceber que a resposta à sua necessidade é em Deus. As pessoas vieram a Jesus, por muitas razões, algumas delas bastante superficial. Mas quando chegaram, Jesus reuniu todas as suas necessidades. Eles podem ter sentido apenas uma necessidade para a cura física, mas Ele também ofereceu cura espiritual. Necessidade sentida não requer compreensão teológica da doutrina da salvação, só um coração sincero que sabe que precisa de salvação. Por outro lado, uma pessoa que não se sente a necessidade de salvação, não importa o quão boa a sua teologia, está longe de fé em Deus. Necessidade sentida é essencial, mas insuficiente por conta própria.

Conteúdo

A pessoa não tem que compreender o pleno conhecimento e compreensão da doutrina da salvação antes que ele possa ser salvo, mas ele faz precisa a verdade do evangelho (1 Cor. 15: 1-5) que ele está perdido no pecado e precisa do Senhor Jesus Cristo como Senhor e Salvador. Ele deve saber o evangelho. A idéia de "fé cega" soa espiritual, mas não é bíblico. Mesmo os grandes pessoas de fé não vai saber muitas das coisas sobre Deus até que vejam o seu Senhor face a face no céu. Mas Deus não exige fé, sem dar razão para a fé. O escritor de Hebreus, por exemplo, acumula verdade sobre a verdade e apresenta Jesus como os judeus 'Messias prometido. Ele também mostra que a Nova Aliança é muito superior ao Velho, que os antigos sacrifícios eram ineficazes, e que só o novo sacrifício pode trazer uma pessoa para Deus, e assim por diante.

A seguinte história é contada de Channing Pollock, um dramaturgo bem conhecido. Mr. Pollock estava colaborando com outro autor em escrever uma peça de teatro. Como eles estavam trabalhando tarde da noite em Nova York apartamento de Pollock, algo no trabalho que estavam fazendo causou o amigo para dizer a Pollock, "Você já leu o Novo Testamento?" Pollock disse que não tinha, e eles continuaram a trabalhar até de manhã cedo, quando eles se separaram. Pollock foi para a cama, mas não conseguia dormir. Ele estava incomodado com a pergunta de seu amigo, simples e casual embora parecesse. Ele finalmente saiu da cama e procurou o apartamento até que encontrou um Novo Testamento. Após a leitura do evangelho de Marcos, através, ele se vestiu e caminhou pelas ruas até o amanhecer. Mais tarde, contando a história para o amigo, ele disse: "Quando voltei para casa, encontrei-me em meus joelhos, apaixonado por Jesus Cristo." Começando com uma necessidade sentida, vaga como era, então ele olhou para a verdade e sua evidência, e creu.

Compromisso

O clímax da fé é compromisso. Professar Cristo, sem compromisso com Cristo, não é fé salvadora.
Meu pai disse muitas vezes a história de um equilibrista que gostava de andar de um fio através Niagara Falls, de preferência com alguém em suas costas. Muitas pessoas no banco manifestou total confiança em sua capacidade de fazê-lo, mas ele sempre teve um tempo difícil obter um voluntário para subir em cima dele.
Muitas pessoas expressam completa confiança em Cristo, mas nunca confiar-se a Ele.
Como tradutor missionário nas Novas Hébridas, João Paton foi frustrado em seu trabalho por um longo tempo, porque as pessoas não tinham palavra para a fé. Um dia, um homem que estava trabalhando para ele entrou na casa e deixou-se cair numa cadeira grande. O missionário perguntou-lhe o que a palavra seria para o que ele tinha acabado de fazer. A palavra do homem deu em resposta foi o Paton utilizado para a fé em sua tradução do Novo Testamento. Sem hesitação ou reserva, o homem havia cometido totalmente o seu corpo para a cadeira. Ele sentiu sua necessidade de descanso, ele estava convencido de que a cadeira desde um lugar para descansar, e ele se comprometeu com a cadeira de descanso. Um crente deve, da mesma forma, comprometer totalmente a sua vida ao Senhor Jesus Cristo. Só então é a fé, a fé salvadora.

Apegar-se na Esperança

Guardemos firme a confissão da esperança, sem vacilar, pois quem fez a promessa é fiel. (10:23)

A segunda parte de uma resposta positiva ao evangelho é a esperança. Os melhores manuscritos gregos do presente texto a palavra Elpis ("esperança"), ao invés de pistis ("fé"), como na versão Rei Tiago. Uma pessoa que realmente confia, não pode deixar de ser esperançoso. Um crente sem esperança é uma contradição em termos.

Da mesma forma, uma pessoa que é genuinamente esperançoso realizará rápido. Aquele que deixa para ir perdeu a esperança; e aquele que ainda tem esperança ainda vai segurar. Continuando é uma marca de fé e de esperança. Segurando em não manter nos salvou, mais do que boas obras nos fará salvo. Mas ambas são provas de que somos salvos. Muitas pessoas que confessaram Cristo continue a prestar depoimento, por suas vidas, que eles nunca tenham conhecido.
Eu testemunhei uma confissão de Cristo, seguido pelo batismo, de um homem que logo depois abriu uma discoteca e bar pornográfico. Sua vida é um exemplo extremo de mostrar a correspondência para o Cristo que ele havia confessado. A "confissão" de sua vida contradizem a confissão de seus lábios. Ele não segure firme a confissão da sua fé e esperança em Jesus Cristo.

Segurando-se o lado humano da segurança eterna. Os reformadores chamou de "a perseverança dos santos." Não é algo que podemos fazer para nos manter salvos, mas é uma evidência, no lado humano, que somos salvos. É um paradoxo, assim como é a doutrina da eleição. Deus escolhe soberanamente aqueles que são salvos, mas ele não vai salvar ninguém que não acredita. Deus nos mantém seguros em Seu Filho, mas nossas próprias vontades, expresso em segurando na perseverança, também estão envolvidos. Como o mais forte teólogo calvinista reconhece a soberania de Deus não exclui a responsabilidade do homem. Jesus disse: "Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o trouxer" (Jo 6:44), bem como, "Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos" (Jo 8:31).

Estes tipos de resposta foram exemplificados por aqueles que ouviram e viram Jesus. Durante a primeira Páscoa de seu ministério ", muitos crêem no seu nome, vendo os sinais que ele estava fazendo." Mas Jesus, conhecendo os seus corações não estavam com Ele, "não estava confiando-se a eles" (João 2:23-24). Estes eram exemplos do segundo ou terceiro tipo de resposta. Eles fizeram um começo superficial com Jesus, mas logo deixaram. Jesus soube imediatamente que não eram sinceros; em poucos dias ou semanas, todos sabiam disso.

Da mesma forma, "muitos, mesmo dos governantes creram nele, mas por causa dos fariseus não estavam confessando-O, para não serem expulsos da sinagoga; porque amaram a aprovação dos homens, em vez de a aprovação de Deus" (João 12:42-43). O que prometia ser um avivamento entre os líderes religiosos provou ser a construção de uma sociedade secreta de incrédulos.

Um grupo ficou tão impressionado com sinais e milagres que eles o chamavam de Jesus ", o Profeta que devia vir ao mundo", e "tinham a intenção de vir e levá-lo à força para fazê-lo rei" (João 6:14— 15). Mas Jesus, mais uma vez ler as mentes dos crentes professos, sabia que sua falta de sinceridade e retirou-se para uma montanha de ficar sozinha. Eles queriam apenas um rei para fora, não um para dentro.

Um verdadeiro crente será em torno de no final. Ele pode tornar-se desanimado ou frustrado, e, ocasionalmente, cair em um hábito pecaminoso. Mas ele vai segurar firme a confissão da sua esperança, sem vacilar, pois quem fez a promessa é fiel . Uma verdadeira fé do crente e da esperança nunca são em vão, porque eles estão em um Deus que é fiel a suas promessas. "Fiel é o que vos chama, e ele também vai trazê-lo para passar" (1Ts 5:24). Deus fará a Sua parte e o verdadeiro crente também vai fazer o seu.

Era uma vez um menino cujo pai o deixou em um canto da baixa uma manhã e disse a ele para esperar lá até que ele voltasse em cerca de meia hora. Mas o carro do pai quebrou e ele não conseguiu chegar a um telefone. Cinco horas se passaram até que o pai conseguiu voltar, e ele estava preocupado que seu filho estaria em um estado de pânico. Mas quando o pai chegou lá, o menino estava em pé na frente da loja centavo, olhando na janela e balançando para frente e para trás em seus calcanhares. Quando o pai o viu, correu até ele e jogou os braços ao redor dele e abraçou e beijou. O pai pediu desculpas e disse: "Você não estava preocupado? Você pensou que eu nunca ia voltar?" O menino olhou para cima e respondeu: "Não, pai. Eu sabia que você estava vindo. Você disse que faria."
As respostas de Deus pode parecer muito tempo a chegar, e nossa espera pode ser desconfortável ou mesmo dolorosa. Mas ele sempre vai fazer exatamente como Ele disse que vai fazer. A razão pela qual nós podemos segurar firme a nossa esperança, sem vacilar é que aquele que prometeu é fiel .

Incentive no Amor

E vamos considerar como estimular um ao outro ao amor e às boas obras, não abandonando a nossa congregação, como é costume de alguns, mas encorajando um ao outro; e tudo o mais, como você vê o dia aproxima. (10: 24-25)

A terceira marca de uma resposta positiva ao evangelho é o amor. A expressão particular de amor mencionado aqui é o amor comunhão. Os leitores judeus estavam tendo dificuldade em romper com a Antiga Aliança, com o Templo e os sacrifícios. Eles ainda estavam segurando o legalismo e ritual e cerimônia, as coisas externas do judaísmo. Assim, o escritor está dizendo a eles que uma das melhores maneiras de se apegar às coisas de Deus, as coisas reais de Deus que são encontrados apenas na Nova Aliança de Jesus Cristo, é estar em comunhão do Seu povo, onde eles poderia amar e ser amado, servir e ser servido. Não há lugar melhor para vir todo o caminho para a fé em Cristo, ou a esperança continuamente nele, que a Igreja, seu Corpo.

O desenho dia perto poderia referir-se a iminente destruição do Templo, que trouxe todos os sacrifícios e rituais ao fim. A Antiga Aliança simplesmente não poderia funcionar sem o Templo, que, quando o livro de Hebreus foi escrito, estava prestes a ser destruído por Tito. Mas eu acredito que a referência principal é a vinda do Senhor, o que torna a passagem se aplica a todos nós. O único lugar onde podemos permanecer firmes até que Ele volte está com Seu povo. Precisamos uns dos outros. Precisamos estar em comunhão uns com os outros, como se mutuamente reforçar-se mutuamente e encorajar uns aos outros.

Alguns anos atrás, um jovem sentou-se ao meu lado em um avião e que iniciou uma conversa. Quando ele descobriu que eu era um ministro, ele disse: "Eu costumava pertencer a uma igreja, mas parece-me que a relação de uma pessoa com Cristo deve ser pessoal, e não institucional. O que você acha?" Depois de agradecer ao Senhor em silêncio para proporcionar uma oportunidade tão aberto como testemunha, eu disse: "Eu certamente concordo com você." Ele então perguntou se eu sabia como ele poderia ter um relacionamento pessoal com Cristo para que eu também respondeu de forma afirmativa. Eu pensei comigo mesmo: "Ele certamente parece sentir a sua necessidade de Cristo", e então eu perguntei se ele tinha estudado a verdade do evangelho e as provas para as alegações de Cristo. Ele respondeu: "Sim, mas eu só não sei como chegar a Ele." "Você está pronto para comprometer-se a Ele?" Perguntei. Ele disse que ele era, e como nós oramos juntos ele fez o compromisso. No domingo seguinte, ele estava em nosso culto da manhã, e depois me perguntou se a nossa igreja tinha alguma coisa acontecendo durante a semana de que ele poderia se envolver em. Este jovem deu todos os indícios de ser um verdadeiro crente. Ele sentiu a sua necessidade, ele estudou as provas, ele fez um compromisso com Jesus Cristo, e estava mostrando todo o desejo de agarrar-se a Cristo e ter comunhão com o Seu povo.
O escritor está dizendo muito simplesmente, "A porta está aberta, o caminho é disponibilizado para entrar na presença de Deus. Venha e ficar e comunhão com o Seu povo, e desfrutar da companhia de Deus para sempre."

24. Apostasia: Rejeitando a Cristo (Hebreus 10:26-39)

Para se continuarmos a pecar deliberAdãoente depois de receber o conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados, mas uma certa expectativa terrível de julgamento, e a fúria de um fogo que consumirá os adversários. Qualquer pessoa que tenha anulado a Lei de Moisés, morre sem misericórdia, só pela palavra de duas ou três testemunhas. Quanto maior castigo que você acha que ele será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue da aliança com o qual foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da graça?Para nós conhecemos aquele que disse: "Minha é a vingança, eu retribuirei." E, novamente, "O SENHOR julgará o seu povo. " É uma coisa terrível cair nas mãos do Deus vivo.

Mas lembre-se dos dias passados, em que, depois de ser iluminados, suportastes grande combate de aflições, em parte, por que está sendo feito um espetáculo público através de injúrias e tribulações, e em parte por se tornar participantes com os que assim foram tratados. Para você mostrou simpatia para os prisioneiros e aceitastes com alegria a apreensão de sua propriedade, sabendo que você tem para vós uma possessão melhor e quem permanece. Portanto, não jogue fora a sua confiança, que tem uma grande recompensa. Porque necessitais de paciência, para que, quando você tem feito a vontade de Deus, você pode receber o que foi prometido. Pois ainda em bem pouco tempo aquele que há de vir virá, e não tardará. Mas o meu justo viverá da fé; e se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele. Mas nós não somos daqueles que recuam para a perdição, mas daqueles que crêem para a conservação da alma. (10: 26-39)

Este capítulo poderia ser intitulado, "A Tragédia de Noções sobre Ele", porque lida com aqueles que tinham ouvido o evangelho, havia chegado face-a-face com as reivindicações de Cristo, tinha sido associado de alguma forma com a sua Igreja, mas tinha ido embora. Eram pessoas cujo coração havia sido aquecido em direção ao evangelho de Cristo, que tinha feito um compromisso superficial de fé nEle, e se haviam identificado visivelmente com a verdadeira igreja. Mas seu entusiasmo foi de arrefecimento e o custo de ser um cristão estava ficando muito alta.Eles estavam "ficando mais" o evangelho, e estavam em perigo de se tornar apóstata.
Dos cinco advertências dadas em Hebreus, a única nesta passagem é de longe o mais grave e preocupante. Pode ser o mais sério aviso em toda a Escritura. Trata-se de apostasia.

Quando o evangelho de Jesus Cristo é apresentado com um incrédulo, apenas duas respostas são possíveis. Depois de ter ouvido as verdades básicas e reivindicações de Jesus Cristo, ele quer crer e for salvo ou descrê e torna-se apóstata. Apostasia, como veremos, é o pecado de rejeitar o evangelho para o qual não há perdão. Um útil Escritura na definição de apostasia é 1Jo 2:19, que diz: "Saíram de nós, mas não eram dos nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco; mas eles saíram , de modo que ele pode ser demonstrado que todos eles não são de nós. "

Sempre houve apóstatas do caminho de Deus. Dt 13:13 fala de "alguns homens inúteis [que] saíram do meio de ti e seduziram os moradores da sua cidade, dizendo: 'Vamos servir a outros deuses" (quem você não conhecido) "(Deut. ). Estes homens eram os tipos de apóstatas.

Saul, o primeiro rei de Israel, tornou-se apóstata. O Senhor disse a Samuel: "Eu lamento que eu tenha feito Saul rei, porquanto deixou de me seguir, e não executou as minhas palavras" (1Sm 15:11). Amazias, outro rei, também virou apóstata. "Agora surgiu após Amaziah veio de abate os edomitas que trouxe consigo os deuses dos filhos de Seir, configurá-los como seus deuses, prostrou-se diante deles, e queimaram incenso a eles. Então a ira do SENHOR se acendeu contra Amazias ... E desde o tempo em que Amazias se afastou após o SENHOR eles conspiraram contra ele em Jerusalém, e ele fugiu para Laquis; porém enviaram após ele até Laquis eo mataram ali "(II Crônicas 25:14-15. , 2Cr 25:27).

Apostasia não é nova, nem é a atitude de Deus para com ele. É o mais grave de todos os pecados, porque é a forma mais deliberada e intencional de incredulidade. Não é um pecado de ignorância, mas de rejeitar verdade conhecida.
Judas 1scariotes é, naturalmente, o apóstata clássico. Nenhuma outra rejeitava de Cristo já teve a exposição à verdade de Deus, amor e graça como Judas. Ele sabia que o Senhor intimamente. Ele foi um dos doze do círculo íntimo dos discípulos de Jesus. Se ele tivesse acreditado, ele teria se tornado um apóstolo. Mas ele rejeitou a verdade e tornou-se um apóstata. Sua história é a contradição suprema para a desculpa comum ", eu provavelmente iria acreditar em Cristo, se eu só tinha um pouco mais de provas, um pouco mais de luz." Judas tinha a prova perfeita, a luz perfeita, o exemplo perfeito. Por cerca de três anos ele viveu com a Verdade encarnada e Vida encarnado, ainda virou as costas para Aquele que é a verdade ea vida.

A Natureza da Apostasia

Apostasia é uma intencional apostasia ou retirada, a deserção. Paulo foi falsamente acusado por alguns de seus companheiros crentes judeus de usar o evangelho para causar outros judeus cristãos "abandonar" (apostatar) os ensinamentos de Moisés (At 21:21). Paulo fala de uma grande apostasia quando ele adverte os tessalonicenses para não ser enganado sobre a vinda do Senhor ", pois não virá a menos que venha primeiro a apostasia" (2Ts 2:3, 13 18:40-13:23'>18-23).

Muitos anos atrás, eu tinha um amigo que muitas vezes foi comigo para Pershing Square, em Los Angeles para testemunhar. Ele foi criado na igreja e foi membro regular e confiável, mas eu sempre senti que algo estava faltando em sua vida. Então, de repente, eu não vê-lo mais.Cerca de três anos depois, encontrei um amigo em comum e perguntou se ela sabia o que tinha acontecido com ele. "Oh, ele é um ateu agora", foi a resposta. "Ele não acredita mais em Deus. Ele aceitou a situação ética, e vê tudo como amoral. Ele não acredita que qualquer coisa é boa nem má em si mesma." Aparentemente, ele teve o suficiente de Deus, e simplesmente virou as costas.

O apóstolo Paulo disse que a apostasia vai ser uma característica dos últimos dias. "O Espírito diz expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, ea doutrinas de demônios, por meio da hipocrisia de mentirosos marcados a ferro em sua própria consciência, como com um ferro em brasa" (1 Tim. 4 : 1-2). No fim dos tempos, os tempos em que eu acredito que estamos vivendo agora, a apostasia se tornará cada vez pior.

Características da Apostasia

Para se continuarmos a pecar deliberAdãoente depois de receber o conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados. (10:26)

Aqui é, possivelmente, a definição bíblica mais clara e concisa de apostasy- conhecimento de recepção da verdade, ou seja, o evangelho, mas voluntariamente permanecer em pecado. Um apóstata tem visto e ouvido a verdade, ele sabe-o bem, mas ele voluntariamente rejeita.

Apostasia tem duas características principais: o conhecimento da verdade do evangelho e rejeição voluntária do mesmo.

A verdade é conhecido e reconhecido

Cada apóstata é um descrente, mas nem todo incrédulo é um apóstata. Muitas pessoas nunca tiveram a oportunidade de ouvir o evangelho, ainda que parcialmente. Eles são pecadores e, é claro, não crer em Cristo, porque eles nunca ouviram falar dele ou de suas reivindicações. Um apóstata, no entanto, está bem familiarizado com o evangelho. Ele sabe mais do que suficiente para ser salvo.
A língua grega tem duas palavras principais que podem ser traduzidas como "conhecimento". gnose tem a ver com o conhecimento comum, e no Novo Testamento é usado frequentemente para o conhecimento espiritual geral. Mas epignosis , a palavra usada no versículo 26, denota total conhecimento, compreensão e discernimento. Em outras palavras, as pessoas descritas aqui são aqueles que têm muito mais que um conhecimento de passagem com o evangelho. Eles sabem muito bem. Um apóstata tem todas as informações. Ele não tem nada intelectualmente.Ele tem epignosis . Ele está entre os que têm "uma vez foram iluminados, ... provaram o dom celestial", e até "se fizeram participantes do Espírito Santo" (He 6:4.). Se um crente fica aquém de sua fidelidade ao Senhor, o Senhor ainda não falhará em Sua fidelidade para o crente, pois Ele prometeu nunca nos deixar ir. "Ele não pode negar a si mesmo," por falha em sua fidelidade, não importa o que o seu povo fazer. Um cristão pode tornar-se fraco na fé e desobediente, que é ruim o suficiente. Mas isso não é negar o Senhor, que é a apostasia. O apóstata habitualmente continua a não acreditar e habitualmente continua a pecar. João nos diz que "Todo aquele que é nascido de Deus não comete pecado, porque a sua semente permanece nele; e não pode pecar, porque é nascido de Deus" (1Jo 3:9). Alguns apóstatas não só se afastar da igreja, mas se voltar contra ele.

Falsos mestres

Os falsos mestres também causam a sua quota de apostasia. Na mesma passagem em Mateus, Jesus diz: "E surgirão muitos falsos profetas se levantarão, e enganarão a muitos" (Mt 24:11). Perseguição assusta incrédulos para longe da verdade, ao passo que os falsos mestres seduzi-los para longe. O ensino falso pode, e faz, fazer um monte de danos até mesmo para o próprio povo de Deus. Ele pode confundir e desencorajar e corrupto qualquer crente ou grupo de crentes muito imaturo para reconhecer e lidar com as falsidades ou muito pecaminosas de resistir a eles. Mas um verdadeiro crente nunca será levado a negar o Senhor por causa do falso ensino, não importa como antibíblica e persuasiva que é. Os verdadeiros crentes podem negar algumas verdades bíblicas por causa de falsos ensinamentos, mas o falso ensino única pessoa fará com que negar o Senhor é uma pessoa que nunca lhe pertencia. Quando os incrédulos se "farto" com o evangelho, eles geralmente pode encontrar alguém que irá alimentar-lhes algo mais palatável para a sua natureza pecaminosa. "Eles não suportarão a sã doutrina; mas querendo ter comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências" (2Tm 4:3), que são atraídos para o evangelho por um tempo, mas que são tentados longe de todo o esforço. Se a tentação é sob a forma de muitos pequenos durante um longo período de tempo ou de uma muito forte que vem de repente, eles não têm os recursos ou a vontade de resistir. Demas, possivelmente, era uma dessas pessoas. "Tendo amado o mundo presente", ele pode ter abandonado o Senhor, assim como Paulo (2Tm 4:10).

Negligência

Talvez a causa mais triste de apostasia é negligência. Uma pessoa pode adiar a decisão por Cristo tanto tempo que ele perde a oportunidade. Não decidir por Cristo é decidir contra Ele. Essa pessoa nunca pode perseguir crentes. Ele pode não publicamente, ou mesmo conscientemente, negar a Cristo. Mas, resistindo continuamente o evangelho de Cristo, ele toma sua posição à parte Dele e está em perigo de negligenciar o seu caminho para a apostasia. "Como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação?" (He 2:3). A tradição religiosa tem sido uma das maiores barreiras para o evangelho e um dos colaboradores mais importantes para a apostasia.

Abandonando Cristão Comunhão

Outra causa de apostasia está abandonando a comunhão cristã, que o escritor já mencionado (10:25). O melhor lugar para uma forte influência para Cristo é estar na companhia de crentes. E, especialmente uma vez que ele tenha sido exposto à verdade do evangelho, o pior lugar que ele pode ser é longe de verdadeiros crentes.

Os resultados da apostasia

Para se continuarmos a pecar deliberAdãoente depois de receber o conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados, mas uma certa expectativa terrível de julgamento, e a fúria de um fogo que consumirá os adversários. Qualquer pessoa que tenha anulado a Lei de Moisés, morre sem misericórdia, só pela palavra de duas ou três testemunhas. Quanto maior castigo que você acha que ele será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue da aliança com o qual foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da graça?Para nós conhecemos aquele que disse: "Minha é a vingança, eu retribuirei." E, novamente, "O SENHOR julgará o seu povo. " É uma coisa terrível cair nas mãos do Deus vivo. (10: 26-31)

Nenhum sacrifício para o pecado permanece

O primeiro resultado da apostasia é que o apóstata não tem mais um sacrifício que pode expiar seus pecados . Ele é, portanto, além da salvação. O único sacrifício que pode trazer uma pessoa na presença de Deus é o sacrifício do sangue de Cristo na Nova Aliança. Se o sacrifício de Cristo é rejeitado, então toda a esperança de salvação é perdida. Opportunity está desaparecido, a esperança se foi, a vida eterna está desaparecido. Além de Cristo, tudo vale a pena ter se foi. Os antigos sacrifícios, repetidas do judaísmo em breve iria ser interrompido. Eles foram ineficazes, de qualquer maneira. O único sacrifício eficaz já foi feita, e será feito apenas uma vez. Para afastar-se voluntariamente a partir deste sacrifício não deixa sacrifício; deixa apenas o pecado, a pena para o que é a morte eterna.

Traz maior julgamento

Mas uma certa expectativa terrível de julgamento, e a fúria de um fogo que consumirá os adversários. (10:27)

O segundo resultado da apostasia é maior julgamento . Quanto maior o pecado maior é o julgamento. Desde a apostasia é o pior pecado, ele terá o pior julgamento. Deus vê o que sabe a verdade e vai embora como um inimigo, um adversário cujo julgamento é certo e aterrorizante.

Pouco antes de Jesus expulsou os demônios para fora dos dois homens Gadarene, os demônios gritou-lhe: "O que temos a ver com você, Filho de Deus? Vieste aqui atormentar-nos antes do tempo?" (Mt 8:29). Eles estavam bem conscientes de que o seu julgamento final de tormento estava chegando, que era certo, e tinham medo de que Jesus estava indo para trazê-lo mais cedo. Os demônios sabem, melhor do que muitos cristãos professos parecem saber, que o julgamento de Deus sobre seus inimigos é inevitável, e a fúria de um incêndio Dele está consumindo.

Tão certo como o julgamento dos demônios é o julgamento de todos os que dão as costas para Jesus Cristo. Ao explicar a parábola do joio, Jesus disse aos seus discípulos:

O joio são os filhos do maligno; o inimigo que o semeou é o diabo, e a ceifa é o fim dos tempos; e os ceifeiros são os anjos. Portanto, assim como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será ele no final da época. O Filho do Homem enviará os seus anjos, e eles retirarão do seu Reino todos os obstáculos, e aqueles que cometem a iniquidade, e lançá-los na fornalha de fogo; naquele lugar lá, ele deve choro e ranger de dentes. (Mt 13:38, Mt 13:42)

Alguns momentos depois, Jesus contou outra parábola com o mesmo ponto: o fim dos tempos vai ver a separação dos crentes e não crentes, os crentes para o céu e os incrédulos para o inferno. "Por isso, será no final da época, os anjos virão, e tirar os maus dentre os justos, e os lançarão na fornalha de fogo; ali haverá choro e ranger de dentes" (13 49:40-13:50'>Mat. 13 49:50).

Paulo dá avisos semelhantes de julgamento, incluindo este em sua segunda carta aos Tessalonicenses:

O Senhor Jesus será revelado do céu com seus anjos poderosos, em chama de fogo, causando a retribuição àqueles que não conhecem a Deus e os que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus. Eles sofrerão a pena de destruição eterna, longe da presença do Senhor e da glória do seu poder. (2Ts 1:1, 2Ts 1:9)

Não há nada no Velho Testamento para comparar em termos de gravidade para o julgamento descrito no Novo. As pessoas muitas vezes pensam do Antigo Testamento como mostrando um Deus julgador severo, enquanto o New mostra um de misericórdia e compaixão. Mas a misericórdia de Deus e Sua ira são claramente revelado em ambos os testamentos. É verdade que temos uma visão mais completa e bonita da graça e do amor de Deus no Novo Testamento; mas também temos aqui um quadro mais completo e terrível da sua ira.

Graus de pecado e do juízo

Qualquer pessoa que tenha anulado a Lei de Moisés, morre sem misericórdia, só pela palavra de duas ou três testemunhas. Quanto maior castigo que você acha que ele vai merecer que tenha pisado o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue da aliança com o qual foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da graça? (10: 28-29)

Jesus disse a Pilatos: "Aquele que me entregou a ti, maior pecado" (Jo 19:11). O pecado de Judas foi maior do que Pilatos. Ambos foram incrédulos, mas Judas era um apóstata. Ele tinha luz e evidência muito além do que Pilatos tinha, e era, portanto, muito mais culpado em trair Cristo.

Jesus também deixou claro que o julgamento, como a culpa, é proporcional ao pecado. "Esse escravo que soube a vontade do seu senhor e não se preparar ou agir de acordo com sua vontade, será punido com muitos açoites, mas o único que não sabia, e atos cometidos dignos de uma flagelação, vai receber, mas poucos" (Lucas 12:47-48).

O ensino da punição não é tão clara no Antigo Testamento, mas também não é o ensinamento sobre a salvação. A pessoa que pecou sob a Antiga Aliança era culpado e merecedor de castigo. Todo judeu sabia da gravidade da transgressão da lei mosaica. Se tal desobediência foi afirmado pelas testemunhas adequadas, a pena era a morte. Mas o pior criminoso em que a idade não se pode comparar com a pessoa que ouviu o evangelho de Jesus Cristo e ainda rejeita. Essas pessoas vão encontrar-se na seção Judas do inferno, resistindo castigo mais severo .

Longe de ser mais tolerante do pecado hoje, Deus é menos tolerante, porque os homens têm agora incomensuravelmente mais luz. "Tendo em conta os tempos da ignorância, Deus está agora declarando aos homens que todos em todos os lugares devem se arrepender, porque fixou um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio de um homem que ele designou, tendo equipado prova a todos os homens por ressuscitando-o dentre os mortos "(Atos 17:30-31).

Rejeição de Deus

Quanto maior castigo que você acha que ele será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue da aliança com o qual foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da graça? (10:29)

Apóstatas Rejeitar o Pai

Apostasia envolve rejeição total da divindade-o Pai, o Filho eo Espírito Santo. Assim como a aceitar o Filho é aceitar o Pai, de modo a rejeitar o Filho é rejeitar o Pai. "Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo", disse Deus (Mt 3:17). Paulo nos diz que "Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome" (Fm 1:2), e não é possível rejeitar um sem também rejeitar o outro. Portanto, para pisar aos pés o Filho de Deus é o mesmo que pisoteiam o Pai. E para rejeitar o Filho é a rejeitar o Espírito Santo.

Para ter pisado significa ter desprezado, ter contado como inútil. A pessoa que vê uma moeda na calçada pode pensar que é uma lesma e caminhar por ela ou talvez chuta na sarjeta. Ele não se deu ao trabalho de buscá-lo e examiná-lo. Algumas pessoas caminham por Cristo e acho que Ele não é nada. Eles vê-lo claramente, e ter chegado perto o suficiente para examiná-lo com cuidado se eles tivessem escolhido. Mas eles contam-Lo como sem valor, e ir em seu caminho. É uma coisa terrível e condenável para contar como inútil Aquele que o Pai declarou ser de valor infinito.

Apóstatas Rejeitar o Filho

Eu acredito que a frase pela qual ele foi santificado refere-se a Cristo. Ele não pode se referir ao apóstata que está sobre o sangue como impura , porque ele quase não é santificado. A referência, portanto, deve ser o de Cristo. Em Sua oração sacerdotal, Jesus falou de Sua santificando a si mesmo por causa daqueles que acreditaram nele (Jo 17:19). Ele pôs de parte a Deus, assim como Ele nos santifica, pelo sangue da aliança , derramado no Calvário. O apóstata conta esse sacrifício como impuros, desprezado, sem valor. Ao fazê-lo, ele rejeitou a segunda Pessoa da Santíssima Trindade, cujo sangue foi derramado muito para ele.

O apóstata respeita o sangue de Cristo, como de sangue comum, assim como o de qualquer outra pessoa. Aquilo que custou a Deus o seu Filho, e que custou ao Filho a agonia de se tornar pecado por nós, é contado como inútil. Aquilo que é de valor infinito, ele conta como sem valor.

Apóstatas Rejeitar o Espírito Santo

O homem que foi levado pelo Espírito da graça no trabalho preSalvação de redenção e foi energizada por ele em direção ao arrependimento (João 16:8-11), insulta o Espírito, rodando a partir de Cristo. Ele rejeita a obra da graça de preparação feito pelo Espírito no seu coração, e isso é apostasia.

Ao pisar aos pés o Filho de Deus, que rejeita a Deus, o Pai. Por quanto ao sangue da aliança como impuros, ele rejeita o Filho. Por insultar o líder gentil, graciosa do Espírito, ele rejeita o Espírito. Não admira que ele merece uma punição muito severa.

Para nós conhecemos aquele que disse: "Minha é a vingança, eu retribuirei." E, novamente, "O SENHOR julgará o seu povo. " É uma coisa terrível cair nas mãos do Deus vivo. (10: 30-31)

Deus é longânimo, e paciente, e amoroso, e infinitamente misericordioso, não querendo que ninguém pereça (2Pe 3:9.).

Lembre-se ( anamimnēskō ) significa mais do que simplesmente para recordar. Isso significa pensar com cuidado para trás, para reconstruir em sua mente. A idéia é que esses irmãos judeus, que estavam tão perto de salvação, deve, a verdade-a-verdade e caso-a-caso, olhar para trás sobre o que aprenderam e sobre o que tinha experimentado por causa do evangelho de Jesus Cristo. Este seria um forte elemento dissuasor para a apostasia e um forte incentivo para a crença.

Eles tinham a perspectiva de uma possessão melhor e outra permanente. Eles tinham desistido de muitas coisas em reputação do mundo, amigos, posses-para o que eles podiam ver eram as melhores coisas da Nova Aliança. Mas desde que eles não tinham totalmente confiável no Cristo da Nova Aliança, que estavam em perigo de cair de volta para a descrença completa, a partir da qual eles nunca poderia voltar. Eles tinham aprendido muito e experiente demais para ter qualquer desculpa deixou por não acreditar, e assim foram instados suavemente, mas com força para percorrer todo o caminho para a salvação antes de se tornar tarde demais.

Aguardamos a sua Recompensas

Portanto, não jogue fora a sua confiança, que tem uma grande recompensa. Porque necessitais de paciência, para que, quando você tem feito a vontade de Deus, você pode receber o que foi prometido. (10: 35-36)

O segundo elemento dissuasor para a apostasia é a perspectiva de as recompensas para aqueles que acreditam. "Você sabe o que as promessas são", eles dizem. "Você sabe o quão maravilhoso e inigualável e como eles são superiores, e você sabe que Cristo será fiel em cumpri-las. Não deixe que a sua confiança vacilar agora. Reivindique as promessas. Fixe as recompensas. Olhe para trás e lembrar o quão maravilhoso ele uma vez parecia, e olhar em frente à forma como ainda mais maravilhoso que vai ser ".

Eles precisavam de resistência e paciência para evitar que suas circunstâncias atuais de levando-os a voltar para trás. Sua iluminação no evangelho e seu sofrimento e perseguição e perda por associação para o exterior com os crentes não foram projetados para nada. Sua confiança não foi em vão, mas não foi o suficiente. Eles não tinham feito a vontade de Deus totalmente, porque não tinha confiança em Seu Filho totalmente. E até então, não podiam receber o que foi prometido. Eles sabiam que as promessas, regozijou-se nas promessas, e até mesmo havia sofrido pelas promessas. Mas eles não tinham recebido as promessas. A igreja ainda está cheio de pessoas como esta. É o lado negativo de Mateus 7:22-23: "Muitos me dirão naquele dia: 'Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E em teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos muitos milagres? E então eu lhes direi: 'Nunca vos conheci; afastar mim, vós que praticais a iniquidade. "

Pois ainda em bem pouco tempo aquele que há de vir virá, e não tardará. Mas o meu justo viverá da fé; e se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele. Mas nós não somos daqueles que recuam para a perdição, mas daqueles que crêem para a conservação da alma. (10: 37-39)

O sofrimento que pode suportar não duraria para sempre, mas a sua salvação em Jesus Cristo faria. O Senhor estaria vindo para definir Seu direito mundo, e Ele não tardará. No entretanto, o caminho para se tornar justo é por  e da forma como o justo vive pela fé. Do lado humano, a fé é a base da vida espiritual e de vida espiritual. O conhecimento do evangelho é essencial. Sofrimento para o evangelho é possível. Servir ao próximo, especialmente o povo de Deus, em nome do evangelho é bom. Mas só a fé vai trazer a salvação ea conservação da alma.

O fim de advertência e apelo com uma nota positiva e esperançosa. O escritor parece confiante de que alguns daqueles a quem ele está apelando vai realmente acreditar-tanto assim, de fato, que ele já se identifica com eles e os outros crentes verdadeiros . Nós não somos daqueles que recuam para a perdição .


Barclay

O NOVO TESTAMENTO Comentado por William Barclay, pastor da Igreja da Escócia
Barclay - Comentários de Hebreus Capítulo 10 do versículo 1 até o 39

Hebreus 10

O único sacrifício verdadeiro - He 10:1-10).

“Pois misericórdia quero, e não sacrifício, e o conhecimento de Deus, mais do que holocaustos.” (Os 6:6).

“De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios? —diz o SENHOR. Estou farto dos holocaustos de carneiros e da gordura de animais cevados e não me agrado do sangue de novilhos, nem de cordeiros, nem de bodes. ... Não continueis a trazer ofertas vãs ... o incenso é para mim abominação... Pelo que, quando estendeis as mãos, escondo de vós os olhos; sim, quando multiplicais as vossas orações, não as ouço, porque as vossas mãos estão cheias de sangue... cessai de fazer o mal. Aprendei a fazer o bem.” (Isaías 1:10-20).

“Com que me apresentarei ao SENHOR e me inclinarei ante o Deus excelso? Virei perante ele com holocaustos, com bezerros de um ano? Agradar-se-á o SENHOR de milhares de carneiros, de dez mil ribeiros de azeite? Darei o meu primogênito pela minha transgressão, o fruto do meu corpo, pelo pecado da minha alma? Ele te declarou, ó homem, o que é bom e que é o que o SENHOR pede de ti: que pratiques a justiça, e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus.” (Miquéias 6:6-8).

Sempre houve vozes que clamavam em nome de Deus que o único sacrifício era o da obediência. Nada fora da obediência pode abrir o caminho a Deus. A desobediência, o egoísmo e a rebelião erigem barreiras que nenhum sacrifício de animal pode anular. Esta é a razão por que Jesus é o sacrifício perfeito: porque fez perfeitamente a vontade de Deus. ofereceu-se a si mesmo, pôs à disposição seu corpo e disse: "Faze de mim o que queiras; faça-se a tua vontade". Disse que sua comida e sua bebida era fazer a vontade de seu Pai. Fez pelos homens o que nenhum homem jamais teria sido capaz de realizar; ofereceu pelo homem um sacrifício que ninguém estava em condições de fazer;

obedeceu de uma maneira perfeita e completa e, portanto, seu sacrifício foi perfeito e completo.

Se temos que ter comunhão com Deus e acesso familiar à sua presença, o caminho da obediência é o único caminho. O que o homem

não podia fazer, Jesus realizou-o. O que o homem não podia oferecer isso é o que Jesus ofereceu. Jesus veio a esta Terra, fez-se homem e em sua humanidade perfeita ofereceu uma obediência perfeita. O sacrifício perfeito já foi devotado e temos o caminho aberto de uma vez para

sempre.

A FINALIDADE DE CRISTO

Hebreus 10:11-18

Novamente nesta passagem o autor traça uma série de contrastes implícitos entre o sacrifício devotado por Jesus e o de animais que os

sacerdotes ofereciam.

  1. Sublinha a suficiência do sacrifício de Jesus: fez-se uma vez e é eficaz para sempre. Os sacrifícios de animais dos sacerdotes devem

repetir-se cada dia da vida e mesmo assim não são realmente eficazes. Cada dia enquanto o templo esteve em pé se deviam levar a cabo os seguintes sacrifícios matutinos e vespertinos (Números 28:3-8). Todas as

manhãs e todas as tardes se oferecia como holocausto um cordeiro macho de um ano e sem defeito nem mancha. No transcurso destes fazia— se a oferenda de alimento que consistia num décimo de um efa de

farinha fina mesclada com um quarto de him de azeite puro.

Além disso havia uma oferenda de bebida que consistia num quarto de him de vinho. Ainda se deve adicionar a oferta diária de comida do

sumo sacerdote consistente num décimo de efa de farinha fina mesclada com azeite e cozida numa frigideira; uma metade se oferecia pela manhã e a outra metade pela tarde. Além disso havia uma oferta de incenso antes das ofertas matutinas e depois das vespertinas. Enquanto o templo

existiu continuou esta rotina de sacrifícios, como o girar de uma ordem sacerdotal.

Moffat fala de "os carregadores levíticos" que dia após dia continuavam oferecendo esses sacrifícios. O processo não tinha fim, e

quando tudo estava dito e feito os homens ficavam ainda conscientes de seus pecados e alienados de Deus.

Em contraste com isto Jesus fazia seu sacrifício, o qual não podia ser repetido, nem o devia ser.

  1. Não podia ser repetido. Em toda obra grande há algo que não se pode repetir. É possível repetir a música rítmica do jazz até o infinito. Esta música tem um ar familiar; em grande medida um tom repete e ecoa
  2. outro. Mas é impossível repetir a quinta ou nona sinfonias de Beethoven. Ninguém escreverá jamais algo semelhante; são únicas. É possível repetir certo tipo de poesia que aparece em revistas sentimentais

ou em postais natalinos, mas é impossível repetir o verso livre do teatro de Shakespeare ou os hexâmetros da Ilíada de Homero. Estas são obras únicas.

Há certas coisas que podem copiar-se, reproduzir-se e repetir-se; outras podem produzir algo muito similar e igualmente bom. Mas todas as obras geniais têm a qualidade de ser irrepetíveis. Isso é justamente o

que as torna a obra do gênio: são produções definitivas. Podem ser admiradas e estudadas e podem servir como inspiração; mas jamais podem ser repetidas. Ocorre o mesmo com o sacrifício de Cristo: é sui generis, é único; é uma dessas peças mestras que se fizeram uma vez e

jamais podem-se voltar a fazer.

  1. Não precisa repetir-se. Por que? Por duas razões. Em primeiro lugar o sacrifício de Jesus mostra perfeitamente o amor de Deus. Em sua

vida de serviço e em sua morte de amor se mostra plenamente o coração de Deus. Ao ver Jesus amar os homens na vida e amá-los até a morte, podemos dizer: "Assim é Deus." Na vida e na morte de Jesus temos a

revelação completa de Deus.

Em segundo lugar, a vida e a morte de Jesus foram um ato de perfeita obediência e, por esta razão, o único sacrifício perfeito. Toda a Escritura, em seu sentido mais profundo, declara que o único sacrifício que Deus deseja é a obediência; e este é justamente o sacrifício que Deus recebeu na vida e morte de Jesus. A perfeição não pode ser melhorada: está sozinha e sua forma é exclusiva. Em Jesus encontra-se ao mesmo tempo a perfeita revelação de Deus e a perfeita oferenda de obediência. Portanto o sacrifício de Jesus não pode e não precisa ser repetido jamais. Os sacerdotes podem continuar a pesada rotina de seus sacrifícios animais; mas o sacrifício de Cristo foi feito de uma vez para sempre.

  1. Sublinha a exaltação de Jesus. O autor escolhe suas palavras com tino. Os sacerdotes ofereciam seus sacrifícios em ; Cristo se

sentou à mão direita de Deus. Aqueles têm uma posição de servos; a sua é a posição de um soberano. Jesus é o Rei que voltou para casa; sua

tarefa está cumprida e sua vitória ganha. Há tal totalidade na vida de Jesus que faremos bem em nos deter aqui por um momento. Sua vida é incompleta sem sua morte; sua morte é incompleta sem sua ressurreição;

sua ressurreição é incompleta sem sua volta à glória. É o mesmo Jesus que viveu, morreu, ressuscitou e está à mão direita de Deus. Não é simplesmente um santo que viveu uma vida admirável nem um mártir

que morreu uma morte heróica; não é somente um personagem ressuscitado e restaurado que voltou a caminhar sobre a Terra para acompanhar a seus amigos. É o Senhor da glória. Sua vida é semelhante a uma tapeçaria de painéis. Ver um painel é ver só uma pequena parte da

história. A tapeçaria deve ser contemplada em sua totalidade para poder ver o desenvolvimento da história e descobrir toda sua grandeza.

  1. Sublinha o triunfo final de Jesus, quem aguarda a submissão

final de seus inimigos. Nada pode deter esse destino. No final chegará um universo em que Jesus Cristo será a suprema cabeça.. Como chegará a suceder isto não nos é dado sabê-lo; mas seja-nos permitido pensar que essa submissão final não consistirá no esmagamento, quebrantamento e extinção de seus inimigos, mas na submissão a seu amor. Depois de tudo

não é tanto o poder quanto o amor de Deus o que levará a cabo a conquista final.

Finalmente, segundo seu costume, o autor arremata o argumento com uma citação da Escritura. Cita Jeremias 31:33-34. Aqui o profeta

fala da nova aliança que não será imposto ao homem de fora, mas sim estará escrito em seu coração. Esta passagem termina: "E nunca mais me lembrarei de seus pecados e transgressões." Em Jesus a nova aliança — a nova relação entre Deus e o homem — teve lugar; e pelo que Jesus foi,

fez e é as barreiras do pecado foram eliminadas para sempre.

O QUE CRISTO SIGNIFICA PARA NÓS

Hebreus 10:19-25

Agora o autor de Hebreus chega às aplicações práticas de tudo o que expôs; da teologia passa à exortação prática. É um dos teólogos mais

profundos do Novo Testamento, mas toda sua teologia está dominada pelo instinto pastoral. Não pensa meramente pelo prazer de pensar ou pela emoção da satisfação acadêmica e intelectual. Pensa só que pode

apelar mais vigorosamente aos homens para que entrem na presença de Deus.

Começa dizendo três coisas sobre Jesus.

  1. Jesus é o caminho vivo rumo à presencia de Deus. Diz que nós entramos na presença de Deus através do véu, quer dizer, através da carne de Jesus. Trata-se de um pensamento complicado mas com o seguinte alcance. Diante do lugar santíssimo no tabernáculo estava o véu que excluía e separava da presença de Deus. Para que os homens pudessem entrar na presença de Deus esse véu teria que ter sido rasgado em dois a fim de que essa presença pudesse revelar-se. Agora, a carne de Jesus é o que velava sua divindade.

Carlos Wesley interpreta assim aos homens em seu belo hino: "Velada na carne vejam a divindade."

Quando a carne de Jesus foi rasgada sobre a cruz então os homens viram verdadeiramente a Deus. Toda a vida de Jesus nos mostra a Deus; mas é na cruz onde se revela em forma real e definitiva o amor de Deus. Assim como o rasgar do véu do tabernáculo abriu o caminho à presença de Deus, também o rasgar da carne de Cristo revelou a grandeza total do amor de Deus. Em Jesus temos, pois, alguém que nos abre o caminho a Deus, mostrando-nos seu amor e oferecendo a Deus um sacrifício perfeito e uma perfeita obediência.

  1. Jesus é o sumo sacerdote de Deus, sobre a casa de Deus, nos céus. Como vimos tão freqüentemente, a função do sacerdote era a de tender uma ponte entre o homem e Deus. Assim, pois, para expressá-lo de uma maneira muito simples, Jesus não só nos mostra o caminho a Deus, mas também nos introduz em sua própria presença. Jesus não só nos mostra o caminho que conduz a Deus, mas também nos leva como sumo sacerdote à sua presença. Pelo que fez, já não há nada que nos feche suas portas ou nos bloqueie o caminho.
  2. Jesus é aquele que realmente pode purificar. No ritual sacerdotal, como vimos, os utensílios sagrados eram purificados pela

aspersão do sangue dos sacrifícios. O sumo sacerdote se lavava e se purificava no lavatório de água limpa. Mas estas coisas eram em

definitiva ineficazes para remover a própria mancha do pecado. Só Jesus pode purificar efetivamente o coração e o corpo do homem. Sua purificação não é externa. Por sua presença e seu Espírito purifica os pensamentos mais íntimos do coração e os desejos mais recônditos do

ser humano até que fica realmente limpo.

Daqui o autor passa a insistir conosco a fazermos três coisas.

  1. Aproximemo-nos da presença de Deus. Quer dizer, não esqueçamos nunca o dever do culto. A todo homem é dado viver em dois

mundos. Vive neste mundo feito de espaço e tempo e vive no mundo do espírito e das coisas eternas. Corremos o perigo de nos ver tão envoltos

neste mundo de coisas terrenas que esqueçamos o outro. Pela manhã, ao começar a jornada, pela tarde, no fim do dia; e várias vezes em meio das

atividades diárias devemos apartar-nos, ainda que seja por um momento ou um segundo, para entrar na presença de Deus. Todo homem leva consigo seu próprio segredo; mas muitos são os que se esquecem de entrar nele.

  1. Mantenhamo-nos firmes em nosso credo. Quer dizer, nunca deixemos de nos aferrar ao que cremos. As vozes da zombaria e do cinismo tentam nos arrancar a fé; o materialismo com seus argumentos pretende levar-nos a esquecer de Deus; os acontecimentos da vida podem ser tais que conspirem para comover nossa fé.

Stevenson foi quem disse que cria no decoro último das coisas, e que se despertasse no inferno ainda creria nisso. Devemos nos aferrar à

fé em tal forma que nada possa nos soltar.

  1. Dediquemos nossas mentes à tarefa de pensar em outros. Lembremos que somos cristãos não só por nossa própria causa, mas

também por causa dos demais. Ninguém jamais salvou sua alma dedicando todo o seu tempo e energia para salvá-la. Muitos salvaram suas almas, interessando-se tanto em outros que se esqueceram de si

mesmos e da própria salvação. É fácil ser arrastado a um cristianismo egoísta; mas um cristianismo egoísta é uma contradictio in terminis.

Mas o autor de Hebreus passa a esboçar nosso dever para com

outros da maneira mais prática. Este dever se estende em três direções.

  1. Devemos nos estimular mutuamente a uma vida nobre. O melhor que podemos fazer é dar bom exemplo. Podemos lembrar outros de suas tradições, seus deveres, seus privilégios, suas responsabilidades

quando provavelmente as estiverem esquecendo. Tem-se dito que um santo é alguém em quem Cristo se revela. Podemos sempre buscar estimular outros ao bem mostrando-lhes a Cristo.

Lembremos como aquele jovem soldado morreu dirigindo seu olhar a Florence Nightingale e murmurando: "Você é Cristo para mim."

  1. Devemos render um culto comunitário. Entre aqueles a quem

estava escrevendo o autor de Hebreus havia alguns que abandonavam o hábito de congregar-se. É possível que alguém pense ser cristão e

entretanto abandone o hábito de congregar-se para render culto com o povo de Deus na casa de Deus e no dia de Deus.

Pode ser que busque constituir-se no que Moffat chamava "uma partícula piedosa", um cristão isolado. Moffat distingue três razões que

podem apartar o cristão do culto comunitário com outros.

  1. Pode ser que não vá à Igreja por temor. Pode ser que se envergonhe de mostrar sua lealdade vendo ao ser visto ingressar na 1greja. Pode ser que viva e trabalhe em meio de gente que se ri dos que

vão à Igreja. Pode ser que tenha amigos não acostumados a este tipo de coisas e tema sua crítica e menosprezo. Pode ser que tente constituir-se num discípulo secreto; mas bem se disse que ser um discípulo às

escondidas é algo impossível porque ou "o ser discípulo mata o segredo ou o segredo mata a condição de discípulo". Seria bom lembrar que fora de qualquer outra coisa ir à Igreja é demonstrar onde está nossa lealdade.

Mesmo quando o sermão seja pobre e o culto tedioso, a Igreja nos dá ainda a oportunidade de mostrar aos homens de que lado estamos.

  1. Pode não ir à Igreja por chateação. Talvez desgoste do povo

comum e preferiria evitar o contato com os que não são como ele. Há Igrejas que são mais clubes que Igrejas. Isto pode ocorrer em bairros em que a posição social veio a menos e os membros que permanecem fiéis se sentem tão confundidos como prazerosos se os pobres e os habitantes dos bairros baixos afluem à Igreja. Jamais devemos esquecer que não existe algo assim como um homem "comum" na presença de Deus. Cristo morreu por todos os homens e não somente pelas classes respeitáveis.

  1. Pode não ir por vaidade. Talvez creia sinceramente que não necessita da Igreja; que intelectualmente está mais além do nível de sua

prédica. O esnobismo social pode ser mau mas o espiritual e intelectual é pior. O homem mais sábio é néscio perante Deus e o mais forte é fraco no momento da tentação. Não há ninguém que possa viver a vida cristã e

negligenciar sua participação na 1greja. Se alguém pensa que deve agir assim lembre que vai à Igreja não só para tirar proveito, mas também

para dar; não só deve ir receber, mas também para fazer sua própria contribuição à vida da Igreja. Se sentir que a Igreja tem falhas, é seu dever fazer-se presente e ajudar emendá-las.

  1. Devemos nos animar mutuamente. Um dos maiores deveres humanos é o de animar. Elifaz rendeu involuntariamente um grande

tributo a Jó: “As tuas palavras têm sustentado aos que tropeçavam” (4:4).

Barrie escrevia assim a Cynthia Asquith: "Seu primeiro instinto é

sempre telegrafar ao Jones as coisas bonitas que Brown dizia a Robinson dele. Desta maneira semeaste muita felicidade." É fácil rir dos ideais humanos; é fácil jogar água fria sobre o entusiasmo e desanimar a outros. O mundo está cheio de gente que desalenta. Nós temos o dever cristão de animar-nos mutuamente. Muitas vezes uma palavra de elogio, de agradecimento, de avaliação ou de estímulo consegue impedir que alguém desabe. Bem-aventurado é o homem que fala de tal maneira.

Finalmente o autor diz que nosso dever cristão mútuo é tão mais premente porque o tempo está curto. O dia se aproxima. Pensa na

segunda vinda de Cristo quando as coisas, tal como as conhecemos, terão fim. A Igreja primitiva vivia nesta expectativa. Seja esta nossa atitude ou não, devemos compreender, entretanto, que ninguém sabe quando

chegará a nós também a chamada para nos levantar e partir. No tempo que temos nosso dever é fazer a todos o bem que pudermos como pudermos.

A AMEAÇA QUE SE ABRIGA NO CORAÇÃO DAS COISAS

Hebreus 10:26-31

De vez em quando o autor de Hebreus fala com uma severidade que

quase não tem paralelo no Novo Testamento. Há poucos escritores que possuam tal sentido de horror e terror frente ao pecado. Nesta passagem seu pensamento retrocede à sinistra descrição feita em Deuteronômio 17:2-7. Ali estabelece-se o seguinte quando se prova que alguém foi

após deuses estranhos, rendendo-lhes culto: “Então, levarás o homem ou a mulher que fez este malefício às tuas portas e os apedrejarás, até que morram. Por depoimento de duas ou três testemunhas, será morto o que houver de morrer; por depoimento de uma só testemunha, não morrerá. A mão das testemunhas será a primeira contra ele, para matá-lo; e, depois, a mão de todo o povo; assim, eliminarás o mal do meio de ti.”

O autor tem este terror ao pecado por duas razões. Em primeiro termo, vivia numa época em que a Igreja era constantemente o alvo dos

ataques. O maior perigo que corria a Igreja estava no possível mal viver e a apostasia de seus membros. Uma Igreja não podia em tais circunstâncias permitir o luxo de cobrir membros que fossem uma má

propaganda para a fé cristã. Esta classe de gente teria significado uma trava insuperável. Em tais circunstâncias a Igreja não podia permitir-se ter apóstatas. Seus membros deviam ser fiéis ou não ser membros. Na

época do autor a lealdade fazia-se a necessidade suprema e absoluta de uma Igreja que queria sobreviver. Isto ainda hoje é verdade.

Dick Sheppard dedicou grande parte de sua vida à pregação ao ar

livre a pessoas que eram hostis ou indiferentes à Igreja. De suas perguntas, argumentos e críticas dizia ter aprendido que "a maior trava que a Igreja tem é a vida insatisfatória dos cristãos professos".

O cristão insatisfatório foi e é aquele que mina os próprios fundamentos da Igreja.

Em segundo lugar, o autor de Hebreus tinha certeza de que o pecado se tornou duplamente sério por motivo do novo conhecimento de

Deus e de sua vontade trazido por Jesus Cristo. Um dos antigos teólogos escreveu um tipo de catecismo. No final termina perguntando o que acontece se o homem menospreza a verdade e a apelação do

oferecimento de Jesus Cristo. Sua resposta é que o resultado necessário é a condenação, "e tanto mais porque leu este livro". Quanto maior é o conhecimento, tanto maior é o pecado. A convicção do autor de Hebreus

era que se já sob a Lei antiga a apostasia era algo terrível, tinha-se voltado duplamente atroz agora que Cristo tinha vindo.

A seguir nos dá três definições do pecado.

  1. Pecar é pisotear a Cristo. Pecar é pisar o oferecimento do amor. O pecado não é meramente rebelar-se contra a Lei, mas sim além disso ferir o amor. O homem pode resistir quase qualquer ataque contra seu corpo; mas o que o prostra inteiramente é a quebra do coração.

Conta-se que nos dias de terror de Hitler, um homem na Alemanha tinha sido detido, julgado, torturado e lançado ao campo de concentração. Ele tinha enfrentado tudo impertérrito, com coragem,

saindo vitorioso e incólume das provas. No final seu corpo estava destroçado mas sua cabeça erguida e seu espírito invencível. Então se descobriu acidentalmente quem era aquele que primeiro tinha prestado

relatório contra ele: o delator a quem se deveu seu arresto era seu próprio filho. Esta descoberta o destroçou e morreu. Pôde suportar o ataque inimigo, mas foi destroçado pelo ataque de alguém a quem amava.

Quando César foi assassinado enfrentou a seus assassinos com uma valentia decidida e quase desdenhosa. Mas quando viu a mão de seu amigo Bruto erguida para golpear, escondeu a cabeça em seu manto e

morreu. Uma vez que Cristo veio, o terrível do pecado já não consiste em quebrantar a Lei, mas em pisotear o amor de Cristo. O pecado tornou-se o crime mais terrível do mundo — o crime contra o amor.

  1. Pecado é não descobrir o sacrossanto nas coisas sagradas. Nada há que produza um estremecimento tal como o sacrilégio.

Durante o dia do estudante costuma-se a conceder aos estudantes uma grande margem de liberdade. A ordem do dia é causar alvoroço;

tanto as autoridades como o público os observam com tolerância e em certa medida até com satisfação. Mas durante certa semana do estudante um grupo levou a cabo um ato de "strip-tease" ao pé da capela de uma

cidade importante. É obvio que se fez por ignorância, e a pessoa mais complicada no assunto jamais teria cometido tal ação se tivesse tido consciência da situação. Mas perante este ato houve uma pública

expressão de espanto. A santidade da capela tinha sido violada; algo sagrado tinha sido usada como se carecesse de santidade.

O autor de Hebreus diz efetivamente: "Olhem o que foi feito por vocês; olhem o sangue derramado e o corpo destroçado de Cristo; olhem o que custou sua nova relação com Deus; vocês podem tratar isto como se não importasse? Não se dão conta de que estão tratando com coisas muito sagradas?" O pecado consiste em não compreender o sacrossanto do sacrifício da cruz.

  1. O pecado é um insulto ao Espírito Santo. O Espírito Santo é aquele que fala dentro de nós, aquele que nos diz o que é bom e o que é

mau. Busca deter-nos quando nos encaminhamos ao pecado e nos aguilhoar quando somos arrastados a uma letargia cômoda. Ignorar e desatender estas vozes e avisos é insultar o Espírito. Rechaçar o aviso

de um homem bom e sábio, desatender com desprezo seu convite e abusar de sua hospitalidade é insultá-lo. Ignorar completamente as súplicas, os convites e os imperativos do Espírito para seguir o próprio

caminho, é insultar e ferir o coração de Deus.

De tudo isto resulta uma coisa. O pecado não é a desobediência a uma lei impessoal, mas sim a alteração e o naufrágio de uma relação

pessoal. Pecar não é ir contra a Lei, mas sim desafiar, ferir e violar o coração de Deus cujo nome é Pai.

Agora o autor termina sua interpelação com uma ameaça. Cita

Deuteronômio 32:35-36 onde claramente se percebe a severidade de Deus. No coração do cristianismo há uma ameaça permanente. Remover essa ameaça é adulterar a fé. No final não será tudo o mesmo para o bom que para o mau, pois ninguém pode evitar o fato de que no final vem o juízo.

O PERIGO DE APARTAR-SE

Hebreus 10:32-39

Houve um tempo em que os leitores da Carta se acharam diante de obstáculos insuperáveis. Quando se tornaram cristãos tinham conhecido

a perseguição e o saque de seus bens; tinham aprendido o que significava

envolver-se com os que eram impopulares e ser objeto de suspeitas. Tinham enfrentado a situação com coragem e honra. E agora, quando estão em perigo de ser arrastados, o autor lembra sua lealdade anterior.

Uma das realidades da vida é que em certo sentido é mais fácil resistir à adversidade que à prosperidade. O ócio e a comodidade

arruinaram a muitos mais homens que as dificuldades.

O exemplo clássico disto é o que aconteceu com o exército do Aníbal. Aníbal de Cartago foi um general que derrotou as legiões

romanas: foi o único que venceu os conquistadores. Mas os romanos que perdiam com freqüência uma batalha, raramente perdiam uma campanha. Chegou o inverno e as operações deviam suspender-se.

Aníbal hibernou com suas tropas na Cápua que tinha sido capturada. Cápua era a cidade da brandura. E um inverno na Cápua obteve o que não tinham obtido as legiões romanas; um inverno de brandura debilitou

tanto o moral das tropas cartaginesas que quando chegou a primavera e se reatou a campanha foram incapazes de resistir aos romanos. O ócio os arruinou enquanto a luta os endurecia. Freqüentemente isto é verdade na

vida cristã. Com freqüência um homem pode enfrentar com honra a grande hora do testemunho e da prova; é a rotina de cada dia a que debilita suas forças e altera sua fé.

A apelação do autor pode ser feita a todos os homens. Com efeito, diz: "Sede o que foram no melhor de seus momentos". Se tão-só pudéssemos ser sempre o que fomos no melhor de nossos momentos, então nossa vida seria muito diferente. O cristianismo não exige o

impossível. Se fôssemos sempre tão retos, honestos, amáveis, valentes e corteses como fomos em nossos melhores tempos, a vida seria muito diferente. Cada um poderia ter o seguinte lema: "Nunca serei menos que

o melhor."

Para obter isto deve haver alguns requisitos.

  1. Precisamos manter viva nossa esperança. O atleta realiza um grande esforço porque tem à vista o foco da meta. Submete-se à

disciplina de todo treinamento pelo fim que tem em vista. Se a vida

consistisse só em fazer diariamente as coisas rotineiras, bem poderíamos cair na política de nos deixar arrastar pela corrente; mas se estamos a caminho ao céu e à coroa celestial, então a vida deve viver-se sempre com toda intensidade e esforço.

  1. Necessitamos fortaleza. A perseverança é uma das grandes virtudes não românticas. A maioria pode começar bem. Quase todos podem ser bons espasmodicamente. Cada um tem seus dias bons e seus grandes momentos. A cada um foram-lhe concedidos momentos para remontar-se com asas de águia. Nos momentos de muito esforço cada um pode correr sem cansar-se. Mas o maior dom de todos é caminhar e não desfalecer.
  2. Precisamos lembrar o fim. O autor cita Hc 2:3. O profeta diz que se o povo se mantiver firme em sua lealdade para com Deus, Deus não os defraudará na situação presente; mas a vitória corresponderá só ao homem que persista. Para o autor de Hebreus a vida está a caminho rumo à presença de Cristo. Por isso jamais se deve permitir que seja arrastada, que se jogue para trás ou se abstenha perante as exigências da lealdade. O final da vida é o que faz com que todo seu processo seja importante; só o homem que persevere até o fim será salvo.

Aqui nos convoca a não ser nunca menos do que fomos em nossos melhores momentos; para buscar sempre a virtude não romântica mas

essencial da perseverança; a ter sempre presente que vem o fim. Se a vida for o caminho para Cristo, então ninguém pode permitir o luxo de extraviar-se ou deter-se.


Dicionário

Alma

substantivo feminino Princípio espiritual do homem que se opõe ao corpo.
Religião Composição imaterial de uma pessoa que perdura após sua morte; espírito.
Qualidades morais, boas ou más: alma nobre.
Consciência, caráter, sentimento: grandeza de alma.
Figurado Quem habita algum lugar; habitante: cidade de 20.000 almas.
Figurado Origem principal: esse homem era a alma do movimento.
Expressão de animação; vida: cantar com alma.
Condição essencial de: o segredo é a alma do negócio.
[Artilharia] O vazio interior de uma boca de fogo: a alma do canhão.
[Música] Pequeno pedaço de madeira que, colocado no interior de um instrumento de cordas, comunica as vibrações a todas as partes do instrumento: a alma de um violino.
Armação de ferro, de uma escultura modelada.
Etimologia (origem da palavra alma). Do latim anima.ae, sopro, ar, origem da vida.

espírito, ânimo, eu, coração. – Segundo Roq., “alma, no entender de alguns etimologistas, vem de anima, termo latino que vem do grego anemos, “ar, sopro, alento”; outros, e talvez com mais razão, derivam a palavra alma do verbo latino alo... alere, “vivificar, nutrir”. Seja qual for sua etimologia, representa esta palavra, em sua significação mais lata, o princípio, a causa oculta da vida, do sentimento, do movimento de todos os seres viventes”. – Espírito é a palavra latina spiritus, de spiro... are, “respirar”, e vale o mesmo que sopro ou hálito, ar que se respira. Espírito difere de alma, primeiro em encerrar a ideia de princípio subtil, invisível que não é essencial ao outro vocábulo; segundo, em denotar inteligência, faculdades intelectuais ativas que àquele só são acessórias. Os filósofos materialistas têm querido negar à alma humana a qualidade de espiritual, mas nenhum se lembrou ainda de dizer que o espírito era matéria. Alma desperta ideia de substância simples, que anima ou animou o corpo, sendo que espírito só indica substância imaterial, inteligente e livre, sem relação nenhuma com o corpo. Deus, os anjos, os demônios são espíritos, mas não são almas; as substâncias espirituais que animaram os corpos humanos, ainda depois de separadas deles, chamam-se almas; e assim dizemos: as almas do Purgatório; almas do outro mundo, a que os franceses chamam revenants. Vieira disse, falando do demônio: “É espírito: vê as almas”. Os gregos designavam a alma pela palavra psyche, “que quer dizer respiração”, “sopro”; e davam-lhe a mesma extensão que nós damos à palavra alma... Daí vem chamar-se psicologia à parte da filosofia que trata da alma. No sentido figurado, alma refere-se aos atos, aos sentimentos, aos afetos; espírito, ao pensamento, à inteligência. Diz-se que um homem tem a alma grande, nobre, briosa; e que tem o espírito penetrante, profundo, vasto. Falando do homem, alma e espírito nem sempre são sinônimos perfeitos; isto é, nem em todos os casos se podem empregar indiferentemente, senão em alguns; tal é aquele de Vieira em que, querendo encarecer o valor da alma sobre o corpo, diz: “Tudo isto que vemos (no 166 Rocha Pombo homem) com os próprios olhos é aquele espírito sublime, ardente, grande, imenso – a alma (II, 71). – Ânimo é a mesma palavra latina animus, de anemos, grego, do mesmo modo que anima. Na sua significação primitiva vale o mesmo que alma, espírito; porém o uso tem preferido este vocábulo para designar a faculdade sensitiva e seus atos: representa, pois, quase sempre valor, esforço, ou intenção, vontade; e nisto se distingue de alma e espírito (se bem que nem sempre essencialmente). Segundo os afetos que o ânimo experimenta, pode ele ser baixo, abatido, humilde, vil, ou altivo, elevado, soberbo, nobre, esforçado: o que com propriedade (em muitos casos) não se poderia dizer de alma, e ainda menos de espírito”. Como notamos entre parênteses, nem sempre é de rigor a distinção que faz Roq. Também dizemos: espírito baixo ou altivo; alma esforçada ou abatida, vil ou soberba. – Em linguagem filosófica, eu é a alma, é o conjunto das faculdades que formam a individualidade psicológica. Particularmente, quando se considera a alma como ser pensante, ou quando nela se vê apenas a faculdade intelectual, chamamo-la espírito. – Coração só pode ser tido como sinônimo de alma e de espírito: de alma, quando exprime, como esta, “órgão dos afetos”; de espírito, quando é tomado como sede da fortaleza moral, da coragem etc.

[...] ser imaterial e individual que em nós reside e sobrevive ao corpo. [...]
Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita• Trad• de Guillon Ribeiro• 86a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Introd•

A alma é um Espírito encarnado, sendo o corpo apenas o seu envoltório. [...]
Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita• Trad• de Guillon Ribeiro• 86a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Introd•

[...] a alma, Espírito encarnado que tem no corpo a sua habitação [...].
Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita• Trad• de Guillon Ribeiro• 86a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - q• 135

[...] o Espiritismo nos apresenta a alma, como um ser circunscrito, semelhante a nós, menos o envoltório material de que se despojou, mas revestido de um invólucro fluídico, o que já é mais compreensível e faz que se conceba melhor a sua individualidade. [...] As relações da alma com a Terra não cessam com a vida; a alma, no estado de Espírito, constitui uma das engrenagens, uma das forças vivas da Natureza; não é mais um ser inútil, que não pensa e já não age senão para si durante a eternidade; é sempre e por toda parte um agente ativo da vontade de Deus. [...]
Referencia: KARDEC, Allan• Viagem espírita em 1862 e outras viagens de Kardec• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Discursos•••, 2

O principal agente da saúde, que a restitui quando perdida e a preserva, impedindo o desenvolvimento de qualquer enfermidade [...] é a alma.
Referencia: AGUAROD, Angel• Grandes e pequenos problemas• Obra ditada a Angel Aguarod pelo seu Guia Espiritual• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 9

[...] A alma, no curso da sua existência terrena e ainda por muito tempo após a morte do corpo, está bem revestida de uma forma, guarda bem uma identidade pessoal (e neste sentido é limitada), mas isso não impede que sua atividade seja, apesar de tudo, radiante e que esse estado de incessante irradiação se estenda desmedidamente na existência espiritual. [...]
Referencia: BOECHAT, Newton• Ide e pregai• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1989• -

[...] a alma, tal como o átomo, longe de ser uma estrutura simples, é um sistema dinâmico, formado por múltiplos elementos que, por assim dizer, gravitam em torno de um núcleo central (Aksakof).
Referencia: CERVIÑO, Jayme• Além do inconsciente• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 2

[...] ser concreto, dono de um organismo físico perfeitamente delimitado.
Referencia: DELANNE, Gabriel• A evolução anímica: estudo sobre psicologia fisiológica segundo o Espiritismo• Trad• de Manuel Quintão da 2a ed• francesa• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Introd•

[...] é una, e cada essência espiritual é individual, é pessoal. Nenhuma alma pode transmutar-se noutra, substituir outra. Portanto, uma unidade irredutível, que tem a existência em si.
Referencia: DELANNE, Gabriel• A evolução anímica: estudo sobre psicologia fisiológica segundo o Espiritismo• Trad• de Manuel Quintão da 2a ed• francesa• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 6

A alma é um ser transcendental.
Referencia: DELANNE, Gabriel• A Reencarnação• Trad• de Carlos 1mbassahy• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1994• - cap• 13

[...] um ser concreto, com individualidade, porque, mesmo durante a vida, é esse ser ao qual se deu o nome de alma ou de espírito, que pode separar-se do corpo e manifestar sua realidade objetiva nos fenômenos de desdobramento.
Referencia: DELANNE, Gabriel• A Reencarnação• Trad• de Carlos 1mbassahy• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1994• - cap• 13

[...] princípio independente da matéria, que dirige o corpo, e a que chamamos alma.
Referencia: DELANNE, Gabriel• O Espiritismo perante a Ciência• Trad• de Carlos 1mbassahy• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - pt• 1, cap• 1

[...] é uma realidade que se afirma pelo estudo dos fenômenos do pensamento; que jamais se a poderia confundir com o corpo, que ela domina; e que, quanto mais se penetra nas profundezas da fisiologia, tanto mais se revela, luminosa e clara, aos olhos do pesquisador imparcial, a existência de um princípio pensante.
Referencia: DELANNE, Gabriel• O Espiritismo perante a Ciência• Trad• de Carlos 1mbassahy• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - pt• 1, cap• 1

[...] a esta força que vela sobre o corpo e o conduz, chamamos alma.
Referencia: DELANNE, Gabriel• O Espiritismo perante a Ciência• Trad• de Carlos 1mbassahy• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - pt• 2, cap• 2

É o eu consciente que adquire, por sua vontade, todas as ciências e todas as virtudes, que lhe são indispensáveis para elevar-se na escala dos seres. [...]
Referencia: DELANNE, Gabriel• O Espiritismo perante a Ciência• Trad• de Carlos 1mbassahy• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - pt• 3, cap• 3

[...] A alma do homem é que é o seu eu pensante e consciente.
Referencia: DENIS, Léon• Cristianismo e Espiritismo: provas experimentais da sobrevivência• Trad• de Leopoldo Cirne• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 10

A alma é o princípio da vida, a causa da sensação; é a força invisível, indissolúvel que rege o nosso organismo e mantém o acordo entre todas as partes do nosso ser. [...]
Referencia: DENIS, Léon• Depois da morte: exposição da Doutrina dos Espíritos• Trad• de João Lourenço de Souza• 25a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 2, cap• 10

A alma, princípio inteligente, centro da força, foco da consciência e da personalidade.
Referencia: DENIS, Léon• Depois da morte: exposição da Doutrina dos Espíritos• Trad• de João Lourenço de Souza• 25a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 4, cap• 29

A [...] [é] um centro imperecível de força e de vida, inseparável de sua forma sutilíssima. [...]
Referencia: DENIS, Léon• Joana d’Arc médium• Trad• de Guillon Ribeiro• 22a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - pt• 1, cap• 4

A alma [...] vem de Deus; é, em nós, o princípio da inteligência e da vida. Essência misteriosa, escapa à análise, como tudo quanto dimana do Absoluto. Criada por amor, criada para amar, tão mesquinha que pode ser encerrada numa forma acanhada e frágil, tão grande que, com um impulso do seu pensamento, abrange o Infinito, a alma é uma partícula da essência divina projetada no mundo material.
Referencia: DENIS, Léon• O problema do ser, do destino e da dor: os testemunhos, os fatos, as leis• 28a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 9

Cada alma é um foco de vibrações que a vontade põe em movimento. [...]
Referencia: DENIS, Léon• O problema do ser, do destino e da dor: os testemunhos, os fatos, as leis• 28a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 3, cap• 20

A palavra alma e seus equivalentes em nossas línguas modernas (espírito, por exemplo) ou nas línguas antigas, como anima, animus (transcrição latina do grego), spiritus, atma, alma (vocábulo sânscrito ligado ao grego, vapor), etc. implicam todas a idéia de sopro; e não há dúvida de que a idéia de alma e de espírito exprimiu primitivamente a idéia de sopro nos psicólogos da primeira época. Psyche, mesmo, provém do grego, soprar.
Referencia: FLAMMARION, Camille• A morte e o seu mistério• Rio de Janeiro: FEB, 2004• 3 v•: v• 1, 6a ed•; v• 2, 5a ed•; v• 3, 5a ed• - v• 1, cap• 3

[...] a alma não é um sopro; é uma entidade intelectual.
Referencia: FLAMMARION, Camille• A morte e o seu mistério• Rio de Janeiro: FEB, 2004• 3 v•: v• 1, 6a ed•; v• 2, 5a ed•; v• 3, 5a ed• - v• 1, cap• 3

[...] a alma é uma substância que existe por si mesma.
Referencia: FLAMMARION, Camille• A morte e o seu mistério• Rio de Janeiro: FEB, 2004• 3 v•: v• 1, 6a ed•; v• 2, 5a ed•; v• 3, 5a ed• - v• 1, cap• 9

A alma é uma substância invisível, impalpável, imponderável, fora das nossas condições de observação física. Nossas medidas de espaço não lhe podem ser aplicadas do mesmo modo que as do tempo. Ela pode manifestar-se a centenas e milhares de quilômetros de distância. [...]
Referencia: FLAMMARION, Camille• A morte e o seu mistério• Rio de Janeiro: FEB, 2004• 3 v•: v• 1, 6a ed•; v• 2, 5a ed•; v• 3, 5a ed• - v• 3, cap• 12

[...] a alma não é uma sucessão de pensamentos, uma série de manifestações mentais e, sim, um ser pessoal com a consciência de sua permanência.
Referencia: FLAMMARION, Camille• Deus na Natureza• Trad• de M• Quintão• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - t• 3, cap• 2

Nossas almas não são puros Espíritos. São substâncias fluídicas. Agem e se comunicam entre si por meios materiais, porém matéria sutil, invisível, imponderável.
Referencia: FLAMMARION, Camille• Estela• Trad• de Almerindo Martins de Castro• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - No domínio do desconhecido

A alma é um ser intelectual, pensante, imaterial na essência. [...]
Referencia: FLAMMARION, Camille• Narrações do infinito: lúmen• Trad• de Almerindo Martins de Castro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• - 1a narrativa

[...] imaterial, imensurável, intransmissível, consciente. [...]
Referencia: FLAMMARION, Camille• Narrações do infinito: lúmen• Trad• de Almerindo Martins de Castro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• - 1a narrativa

[...] a alma é uma entidade individual, [...] é ela quem rege as moléculas para organizar a forma vivente do corpo humano.
Referencia: FLAMMARION, Camille• Urânia• Trad• de Almerindo Martins de Castro• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 3, cap• 1

[...] A alma é uma chama velada. Quando lhe colocamos os santos olhos do amor, ela esplende e ilumina. Quando a descuidamos, ela se entibia e morre...
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Impermanência e imortalidade• Pelo Espírito Carlos Torres Pastorino• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Auto-iluminação

É a faculdade que Deus deu ao homem de se perpetuar pelo tempo afora e pelo Universo.
Referencia: LACERDA, Fernando de• Do país da luz• Por diversos Espíritos• Rio de Janeiro: FEB, 2003• 4 v•: v• 1, 8a ed•; v• 2, 7a ed•; v• 3, 6a ed•; v• 4, 5a ed• - v• 2, cap• 8

[...] a alma é atributo divino, criado por Deus, e espalhado, fragmentado, pelo Universo, tendo cada fragmento individualidade própria, ação independente, função definida, trajetória certa, e missão determinada [...].
Referencia: LACERDA, Fernando de• Do país da luz• Por diversos Espíritos• Rio de Janeiro: FEB, 2003• 4 v•: v• 1, 8a ed•; v• 2, 7a ed•; v• 3, 6a ed•; v• 4, 5a ed• - v• 2, cap• 28

A alma é que sente, que recebe, que quer, segundo as impressões que recebe do exterior, e mesmo independente delas, pois que também recebe impressões morais, e tem idéias e pensamentos sem a intervenção dos sentidos corporais.
Referencia: MENEZES, Adolfo Bezerra de• A loucura sob novo prisma: estudo psíquico-fisiológico• 12a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 2

A alma é o princípio causal do pensamento; ou, antes, é ela quem pensa e o transmite pelo cérebro, seu instrumento.
Referencia: MENEZES, Adolfo Bezerra de• A loucura sob novo prisma: estudo psíquico-fisiológico• 12a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 3

[...] a alma, o princípio inteligente que subsiste à morte da carne, que zomba das investigações materialistas, que escapa ao trabalho grosseiro das necropsias, que se não deixa encerrar nas quatro paredes negras do caixão funerário.
Referencia: Ó, Fernando do• Marta• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1991• - cap• 15

A Alma ou Essência, parcela do Poder Absoluto, e, como este, eterna, imortal; sede de potências máximas, ou faculdades, que exatamente denunciam a sua origem, funções tais como a Inteligência, a Consciência, o Pensamento, a Memória, a Vontade, o Sentimento, e demais atributos que sobrevivem através da Eternidade e que da criatura hu mana fazem a imagem e a semelhança do seu Criador, pois Deus, o Ser Absoluto, possui estes mesmos atributos (além de muitos outros que ainda ignoramos), em grau supremo, enquanto que a criatura os possui em grau relativo, visto que é essência sua, sendo, portanto, a Alma, sede de tais atributos, o verdadeiro ser!
Referencia: PEREIRA, Yvonne A• Ressurreição e vida• Pelo Espírito Léon Tolstoi• 2a ed• esp• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 8

[...] a alma é luz que se eleva à grandeza divina.
Referencia: SANT’ANNA, Hernani T• Amar e servir• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Mensagem

[...] A alma não é uma entidade metafísica, mas, sim, um centro imperecível de força e de vida, inseparável de sua forma sutilíssima. Preexistia ao nosso nascimento e a morte carece de ação sobre ela. [...]
Referencia: SOARES, Sílvio Brito• Páginas de Léon Denis• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1991• - Joana D’arc

Nossa alma é um universo de sombras e claridades. Seu destino é a perfeição. [...]
Referencia: SOUZA, Juvanir Borges de• Tempo de renovação• Prefácio de Lauro S• Thiago• Rio de Janeiro: FEB, 1989• - cap• 8

A alma é a sede da vida. É ela que pensa, que sente, que imprime à matéria esta ou aquela forma, que dá ao rosto esta ou aquela expressão.
Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• Nas pegadas do Mestre: folhas esparsas dedicadas aos que têm fome e sede de justiça• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - A letra e o espírito

[...] a alma humana é uma consciência formada, retratando em si as leis que governam a vida e, por isso, já dispõe, até certo ponto, de faculdades com que influir na genética, modificando-lhe a estrutura, porque a consciência responsável herda sempre de si mesma, ajustada às consciências que lhe são afins. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Ação e reação• Pelo Espírito André Luiz• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 7

A Toda alma é templo vivo, que guarda ilimitada reserva de sabedoria e amor.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Falando à Terra• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - O tempo

A alma humana, nestes vinte séculos de Cristianismo, é uma consciência esclarecida pela razão, em plena batalha pela conquista dos valores iluminativos.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Fonte viva• Pelo Espírito Emmanuel• 33a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 25

[...] a alma é a sede viva do sentimento [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Lázaro redivivo• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 9

[...] Intimamente justaposta ao campo celular, a alma é a feliz prisioneira do equipamento físico, no qual influencia o mundo atômico e é por ele influenciada, sofrendo os atritos que lhe objetivam a recuperação.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Nos domínios da mediunidade• Pelo Espírito André Luiz• 32a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 25


Alma A parte não-material e imortal do ser humano (Mt 10:28), sede da consciência própria, da razão, dos sentimentos e das emoções (Gn 42:21;
v. IMORTALIDADE). Os dicotomistas entendem que o ser humano é corpo e alma, sendo espírito sinônimo de alma. Os tricotomistas acreditam que o ser humano é corpo, alma e espírito. “Alma vivente” quer dizer “ser vivo” (Gn 2:7). Na Bíblia muitas vezes a palavra “alma” é empregada em lugar do pronome pessoal: “Livra a minha alma da espada” quer dizer “salva-me da espada” (Sl 22:20, NTLH). Outras vezes “alma” em hebraico, quer dizer “pessoa” em português (Nu 9:13).

Alma Parte espiritual do homem, distinta de seu corpo. Embora o conceito bíblico esteja longe da rígida dicotomia entre corpo e alma que caracteriza, por exemplo, o hinduísmo ou o platonismo, o certo é que também existia a crença de uma categoria distinta do corpo que se identificava com o mais íntimo do ser. Assim aparece no Antigo Testamento como um “eu” espiritual que sobrevive consciente depois da morte (Is 14:9ss.; Ez 32:21ss.). Ainda que se insista que o pecado causa a morte da alma (Ez 18:4), isso não implica, em caso algum, a inconsciência ou aniquilação do sujeito. A morte física elimina seu corpo e destrói os planos que fizera (Sl 146:4), porém seu espírito volta-se para Deus (Ec 12:7), persistindo. A idéia da imortalidade da alma ainda era evidente durante o período intertestamentário e refletida, entre outros, pelo historiador judeu Flávio Josefo em seu “Discurso aos gregos acerca do Hades”. Os rabinos contemporâneos de Jesus — assim como o Talmude judeu posterior — insistiram também no conceito da imortalidade da alma e da sua sobrevivência consciente (para ser atormentada conscientemente na geena ou feliz no seio de Abraão) após a morte física. Em nossos dias, considera-se que a crença na imortalidade da alma é uma das doutrinas básicas do judaísmo, especialmente no seu setor reformado. Em um de seus ensinamentos mais conhecidos (Lc 16:19ss.), Jesus ressaltou que, no momento da morte, a alma da pessoa recebe um castigo ou uma recompensa consciente, e descreveu o primeiro em termos sensíveis como o fogo (Mc 9:47-48; Lc 16:21b-24), choro e ranger de dentes (Mt 8:12; 13 42:24-51 etc.) etc. Apesar de tudo, no ensinamento de Jesus não se considera a consumação escatológica concluída na resssurreição (Jo 5:28-29; Mt 25:46). Ao recusar a idéia do sono inconsciente das almas, da mortalidade da alma e da aniquilação, ao mesmo tempo que ressaltava a esperança da ressurreição, Jesus conservava a visão já manifestada no Antigo Testamento e, muito especialmente, no judaísmo do Segundo Templo, com exceções como a dos saduceus.

A. Cohen, o. c.; J. Grau, Escatología...; J. L. Ruiz de la Peña, La otra dimensión, Santander 1986; C. Vidal Manzanares, El judeo-cristianismo...; Idem, Diccionario de las tres..; m. Gourges, El más allá en el Nuevo Testamento, Estella 41993.


O termo “alma” é a tradução do hebraico nephesh. Em Gênesis 2:7, o termo denota o homem como um ser vivente depois que o fôlego de vida penetrou no corpo físico, formado com os elementos da terra.  Nephesh enfatiza a individualidade existente em cada ser vivente e não representa parte de uma pessoa; é a própria pessoa, sendo, em muitos casos, traduzido exatamente como ‘pessoa’ (Gn 14:21; Nm 5:6; Dt 10:22; cf. Sl 3:2) ou “eu” (a própria pessoa) (Lv 11:43-1Rs 19:4; Is 46:2). O uso do termo grego psuche em o Novo Testamento é similar àquele de nephesh no Antigo. O corpo e a alma existem em conjunto; ambos formam uma união indivisível. A alma não tem existência consciente separada do corpo. Não existe qualquer texto que indique a possibilidade de a alma sobreviver ao corpo, mantendo-se como entidade consciente.

Da liberdade de consciência decorre o direito de livre exame em matéria de fé. O Espiritismo combate a fé cega, porque ela impõe ao homem que abdique da sua própria razão; considera sem raiz toda fé imposta, donde o inscrever entre suas máximas: Fé inabalável só o é a que pode encarar frente a frente a razão, em todas as épocas da Humanidade.
Referencia: KARDEC, Allan• Instruções de Allan Kardec ao Movimento Espírita• Org• por Evandro Noleto Bezerra• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 25

[...] A fé é o remédio seguro do sofrimento; mostra sempre os horizontes do Infinito diante dos quais se esvaem os poucos dias brumosos do presente. [...]
Referencia: KARDEC, Allan• O Evangelho segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 3a ed• francesa rev•, corrig• e modif• pelo autor em 1866• 124a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 5, it• 19

[...] confiança que se tem na realização de uma coisa, a certeza de atingir determinado fim. [...]
Referencia: KARDEC, Allan• O Evangelho segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 3a ed• francesa rev•, corrig• e modif• pelo autor em 1866• 124a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 19, it• 3

Do ponto de vista religioso, a fé consiste na crença em dogmas especiais, que constituem as diferentes religiões. Todas elas têm seus artigos de fé. Sob esse aspecto, pode a fé ser raciocinada ou cega. Nada examinando, a fé cega aceita, sem verificação, assim o verdadeiro como o falso, e a cada passo se choca com a evidência e a razão. Levada ao excesso, produz o fanatismo. Em assentando no erro, cedo ou tarde desmorona; somente a fé que se baseia na verdade garante o futuro, porque nada tem a temer do progresso das luzes, dado que o que é verdadeiro na obscuridade, também o é à luz meridiana. [...]
Referencia: KARDEC, Allan• O Evangelho segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 3a ed• francesa rev•, corrig• e modif• pelo autor em 1866• 124a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 19, it• 6

[...] Fé inabalável só o é a que pode encarar de frente a razão, em todas as épocas da Humanidade.
Referencia: KARDEC, Allan• O Evangelho segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 3a ed• francesa rev•, corrig• e modif• pelo autor em 1866• 124a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 19, it• 7

Inspiração divina, a fé desperta todos os instintos nobres que encaminham o homem para o bem. É a base da regeneração. [...]
Referencia: KARDEC, Allan• O Evangelho segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 3a ed• francesa rev•, corrig• e modif• pelo autor em 1866• 124a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 19, it• 11

No homem, a fé é o sentimento inato de seus destinos futuros; é a consciência que ele tem das faculdades imensas depositadas em gérmen no seu íntimo, a princípio em estado latente, e que lhe cumpre fazer que desabrochem e cresçam pela ação da sua vontade.
Referencia: KARDEC, Allan• O Evangelho segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 3a ed• francesa rev•, corrig• e modif• pelo autor em 1866• 124a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 19, it• 12

[...] É uma vivência psíquica complexa, oriunda das camadas profundas do inconsciente, geralmente de feição constitucional, inata, por se tratar mais de um traço de temperamento do que do caráter do indivíduo. No dizer de J. J. Benítez, as pessoas que têm fé fazem parte do pelotão de choque, a vanguarda dos movimentos espiritualistas. Nas fases iniciais ela é de um valor inestimável, mas à medida que a personalidade atinge estados mais diferenciados de consciência, pode ser dispensável, pois a pessoa não apenas crê, mas sabe. [...] Do ponto de vista psicológico, a vivência da fé pode ser considerada mista, pois engloba tanto aspectos cognitivos quanto afetivos. Faz parte mais do temperamento do que do caráter do indivíduo. Por isso é impossível de ser transmitida por meios intelectuais, tal como a persuasão raciocinada. Pode ser induzida pela sugestão, apelo emocional ou experiências excepcionais, bem como pela interação com pessoas individuadas.[...]
Referencia: BALDUINO, Leopoldo• Psiquiatria e mediunismo• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1995• - cap• 1

No sentido comum, corresponde à confiança em si mesmo [...]. Dá-se, igualmente, o nome de fé à crença nos dogmas desta ou daquela religião, caso em que recebe adjetivação específica: fé judaica, fé budista, fé católica, etc. [...] Existe, por fim, uma fé pura, não sectária, que se traduz por uma segurança absoluta no Amor, na Justiça e na Misericórdia de Deus.
Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• Páginas de Espiritismo cristão• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1993• - cap• 11

A futura fé que já emerge dentre as sombras não será, nem católica, nem protestante; será a crença universal das almas, a que reina em todas as sociedades adiantadas do espaço, e mediante a qual cessará o antagonismo que separa a Ciência atual da Religião. Porque, com ela, a Ciência tornar-se-á religiosa e a Religião se há de tornar científica.
Referencia: DENIS, Léon• Cristianismo e Espiritismo: provas experimentais da sobrevivência• Trad• de Leopoldo Cirne• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Introd•

A fé é a confiança da criatura em seus destinos, é o sentimento que a eleva à infinita potestade, é a certeza de estar no caminho que vai ter à verdade. A fé cega é como farol cujo vermelho clarão não pode traspassar o nevoeiro; a fé esclarecida é foco elétrico que ilumina com brilhante luz a estrada a percorrer.
Referencia: DENIS, Léon• Depois da morte: exposição da Doutrina dos Espíritos• Trad• de João Lourenço de Souza• 25a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 5, cap• 44

A fé é uma necessidade espiritual da qual não pode o espírito humano prescindir. [...] Alimento sutil, a fé é o tesouro de inapreciado valor que caracteriza os homens nobres a serviço da coletividade.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Lampadário espírita• Pelo Espírito Joanna de Ângelis• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 3

Nesse labor, a fé religiosa exerce sobre ele [o Espírito] uma preponderância que lhe define os rumos existenciais, lâmpada acesa que brilha à frente, apontando os rumos infinitos que lhe cumpre [ao Espírito] percorrer. [...] Respeitável, portanto, toda expressão de fé dignificadora em qualquer campo do comportamento humano. No que tange ao espiritual, o apoio religioso à vida futura, à justiça de Deus, ao amor indiscriminado e atuante, à renovação moral para melhor, é de relevante importância para a felicidade do homem.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Loucura e obsessão• Pelo Espírito Manoel P• de Miranda• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - cap• 25

O melhor tônico para a alma, nas suas múltiplas e complexas atividades afetivas e mentais, é a fé; não a fé passiva, automática, dogmática, mas a fé ativa, refletida, intelectualizada, radicada no coração, mas florescendo em nossa inteligência, em face de uma consciência esclarecida e independente [...].
Referencia: FREIRE, Antônio J• Ciência e Espiritismo: da sabedoria antiga à época contemporânea• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Carta a um materialista

Essa luz, de inextinguível fulgor, é a fé, a certeza na imortalidade da alma, e a presunção, ou a certeza dos meios de que a Humanidade tem de que servir-se, para conseguir, na sua situação futura, mais apetecível e melhor lugar.
Referencia: LACERDA, Fernando de• Do país da luz• Por diversos Espíritos• Rio de Janeiro: FEB, 2003• 4 v•: v• 1, 8a ed•; v• 2, 7a ed•; v• 3, 6a ed•; v• 4, 5a ed• - v• 2, cap• 23

A fé é, pois, o caminho da justificação, ou seja, da salvação. [...]
Referencia: MIRANDA, Hermínio C• As marcas do Cristo• Rio de Janeiro: FEB, 1979• 2 v• - v• 1, cap• 5

[...] é a garantia do que se espera; a prova das realidades invisíveis. Pela fé, sabemos que o universo foi criado pela palavra de Deus, de maneira que o que se vê resultasse daquilo que não se vê.
Referencia: MIRANDA, Hermínio C• Diálogo com as sombras: teoria e prática da doutrinação• 20a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 2

A fé é divina claridade da certeza.
Referencia: PERALVA, Martins• Mediunidade e evolução• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1987• - cap• 16

A fé é alimento espiritual que, fortalecendo a alma, põe-na em condições de suportar os embates da existência, de modo a superá-los convenientemente. A fé é mãe extremosa da prece.
Referencia: PERALVA, Martins• O pensamento de Emmanuel• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1994• - cap• 35

[...] A fé constitui a vossa égide; abrigai-vos nela e caminhai desassombradamente. Contra esse escudo virão embotar-se todos os dardos que vos lançam a inveja e a calúnia. [...]
Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 1

A fé e a esperança não são flores destinadas a enfeitar, com exclusividade, os altares do triunfo, senão também poderosas alavancas para o nosso reerguimento, quando se faz preciso abandonar os vales de sombra, para nova escalada aos píncaros da luz.
Referencia: SANT’ANNA, Hernani T• Correio entre dois mundos• Diversos Espíritos• Rio de Janeiro: FEB, 1990• - Ainda assim

Razão, pois, tinha Jesus para dizer: “Tua fé te salvou”. Compreende-se que a fé a que Ele se referia não é uma virtude mística, qual a entendem muitas pessoas, mas uma verdadeira força atrativa, de sorte que aquele que não a possui opõe à corrente fluídica uma força repulsiva, ou, pelo menos, uma força de inércia, que paralisa a ação. [...]
Referencia: SANT’ANNA, Hernani T• Notações de um aprendiz• Rio de Janeiro: FEB, 1991• - cap• 5

Mas a fé traduz também o poder que supera nossas próprias forças físicas e mentais, exteriores e interiores, poder que nos envolve e transforma de maneira extraordinária, fazendo-nos render a ele. A fé em Deus, no Cristo e nas forças espirituais que deles emanam pode conduzir-nos a uma condição interior, a um estado de espírito capaz de superar a tudo, a todos os obstáculos, sofrimentos e aparentes impossibilidades.
Referencia: SOUZA, Juvanir Borges de• Tempo de renovação• Prefácio de Lauro S• Thiago• Rio de Janeiro: FEB, 1989• - cap• 14

A fé no futuro, a que se referem os 1nstrutores Espirituais da Terceira Revelação, deixa de ser apenas esperança vaga para se tornar certeza plena adquirida pelo conhecimento das realidades eternas. [...]
Referencia: SOUZA, Juvanir Borges de• Tempo de transição• Prefácio de Francisco Thiesen• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1990• - cap• 28

A fé significa um prêmio da experiência.
Referencia: VIEIRA, Waldo• Conduta Espírita• Pelo Espírito André Luiz• 29a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 13

Quem não entende não crê, embora aceite como verdade este ou aquele princípio, esta ou aquela doutrina. A fé é filha da convicção.
Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• Nas pegadas do Mestre: folhas esparsas dedicadas aos que têm fome e sede de justiça• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Res, non verba

[...] constitui o alicerce de todo trabalho, tanto quanto o plano é o início de qualquer construção. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Contos desta e doutra vida• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 1a ed• especial• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 8

Curiosidade é caminho, / Mas a fé que permanece / É construção luminosa / Que só o trabalho oferece.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Correio fraterno• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 44

[...] A fé está entre o trabalho e a oração. Trabalhar é orar.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

[...] é emanação divina que o espírito auxilia e absorve.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

A fé é a caridade imaterial, porque a caridade que se concretiza é sempre o raio mirífico projetado pela fé.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

A fé continuará como patrimônio dos corações que foram tocados pela graça do sofrimento. Tesouro da imortalidade, seria o ideal da felicidade humana, se todos os homens a conquistassem ainda mesmo quando nos desertos mais tristes da terra.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

A fé não desabrocha no mundo, é dádiva de Deus aos que a buscam. Simboliza a união da alma com o que é divino, a aliança do coração com a divindade do Senhor.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

A fé, na essência, é aquele embrião de mostarda do ensinamento de Jesus que, em pleno crescimento, através da elevação pelo trabalho incessante, se converte no Reino Divino, onde a alma do crente passa a viver.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Fonte viva• Pelo Espírito Emmanuel• 33a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 39

Fé representa visão.Visão é conhecimento e capacidade deauxiliar.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Fonte viva• Pelo Espírito Emmanuel• 33a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 69

[...] A fé representa a força que sustenta o espírito na vanguarda do combate pela vitória da luz divina e do amor universal. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• No mundo maior• Pelo Espírito André Luiz• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2005• - cap• 9

Ter fé é guardar no coração a luminosa certeza em Deus, certeza que ultrapassou o âmbito da crença religiosa, fazendo o coração repousar numa energia constante de realização divina da personalidade.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• O Consolador• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - q• 354

A fé sincera é ginástica do Espírito. Quem não a exercitar de algum modo, na Terra, preferindo deliberadamente a negação injustificável, encontrar-se-á mais tarde sem movimento. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Os Mensageiros• Pelo Espírito André Luiz• 41a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 22

A fé é a força potente / Que desponta na alma crente, / Elevando-a aos altos Céus: / Ela é chama abrasadora, / Reluzente, redentora, / Que nos eleva até Deus. / [...] A fé é um clarão divino, / refulgente, peregrino, / Que irrompe, trazendo a luz [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Parnaso de Além-túmulo: poesias mediúnicas• Por diversos Espíritos• 17a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - Supremacia da caridade

É força que nasce com a própria alma, certeza instintiva na Sabedoria de Deus que é a sabedoria da própria vida. Palpita em todos os seres, vibra em todas as coisas. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Pensamento e vida• Pelo Espírito Emmanuel• 16a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 6

A fé é o guia sublime que, desde agora, nos faz pressentir a glória do grande futuro, com a nossa união vitoriosa para o trabalho de sempre.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Relicário de luz• Autores diversos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Em plena renovação

A sublime virtude é construção do mundo interior, em cujo desdobramento cada aprendiz funciona como orientador, engenheiro e operário de si mesmo.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Vinha de luz• Pelo Espírito Emmanuel• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 40

[...] a fé representa escudo bastante forte para conservar o coração imune das trevas.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Vinha de luz• Pelo Espírito Emmanuel• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 141

Em Doutrina Espírita, fé representa dever de raciocinar com responsabilidade de viver.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• O Espírito da Verdade: estudos e dissertações em torno de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec• Por diversos Espíritos• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 29



1) Confiança em Deus e em Cristo e na sua Palavra (Mt 15:28; Mc 11:22-24; Lc 17:5).


2) Confiança na obra salvadora de Cristo e aceitação dos seus benefícios (Rm 1:16-17;
v. CONVERSÃO).


3) A doutrina revelada por Deus (Tt 1:4).


O consentimento dado a uma crença unido a uma confiança nela. Não pode identificar-se, portanto, com a simples aceitação mental de algumas verdades reveladas. É um princípio ativo, no qual se harmonizam o entendimento e a vontade. É essa fé que levou Abraão a ser considerado justo diante de Deus (Gn 15:6) e que permite que o justo viva (Hc 2:4).

Para o ensinamento de Jesus — e posteriormente dos apóstolos —, o termo é de uma importância radical, porque em torno dele gira toda a sua visão da salvação humana: crer é receber a vida eterna e passar da morte para a vida (Jo 3:16; 5,24 etc.) porque crer é a “obra” que se deve realizar para salvar-se (Jo 6:28-29). De fato, aceitar Jesus com fé é converter-se em filho de Deus (Jo 1:12). A fé, precisamente por isso, vem a ser a resposta lógica à pregação de Jesus (Mt 18:6; Jo 14:1; Lc 11:28). É o meio para receber tanto a salvação como a cura milagrosa (Lc 5:20; 7,50; 8,48) e pode chegar a remover montanhas (Mt 17:20ss.).

A. Cole, o. c.; K. Barth, o. c.; f. f. Bruce, La epístola..., El, II, pp. 474ss.; Hughes, o. c., pp. 204ss.; Wensinck, Creed, pp. 125 e 131ss.


1. Definição da Palavra. A simples fé implica uma disposição de alma para confiarem outra pessoa. Difere da credulidade, porque aquilo em que a fé tem confiança é verdadeiro de fato, e, ainda que muitas vezes transcenda a nossa razão, não Lhe é contrário. A credulidade, porém, alimenta-se de coisas imaginárias, e é cultivada pela simples imaginação. A fé difere da crença porque é uma confiança do coração e não apenas uma aquiescência intelectual. A fé religiosa é uma confiança tão forte em determinada pessoa ou princípio estabelecido, que produz influência na atividade mental e espiritual dos homens, devendo, normalmente, dirigir a sua vida. A fé é uma atitude, e deve ser um impulso. A fé cristã é uma completa confiança em Cristo, pela qual se realiza a união com o Seu Espírito, havendo a vontade de viver a vida que Ele aprovaria. Não é uma aceitação cega e desarrazoada, mas um sentimento baseado nos fatos da Sua vida, da Sua obra, do Seu Poder e da Sua Palavra. A revelação é necessariamente uma antecipação da fé. A fé é descrita como ‘uma simples mas profunda confiança Naquele que de tal modo falou e viveu na luz, que instintivamente os Seus verdadeiros adoradores obedecem à Sua vontade, estando mesmo às escuras’. E mais adiante diz o mesmo escritor: ‘o segredo de um belo caráter está no poder de um perpétuo contato com Aquele Senhor em Quem se tem plena confiança’ (Bispo Moule). A mais simples definição de fé é uma confiança que nasce do coração. 2.A fé, no A.T. A atitude para com Deus que no Novo Testamento a fé nos indica, é largamente designada no A.T. pela palavra ‘temor’. o temor está em primeiro lugar que a fé – a reverencia em primeiro lugar que a confiança. Mas é perfeitamente claro que a confiança em Deus é princípio essencial no A.T., sendo isso particularmente entendido naquela parte do A.T., que trata dos princípios que constituem o fundamento das coisas, isto é, nos Salmos e nos Profetas. Não se está longe da verdade, quando se sugere que o ‘temor do Senhor’ contém, pelo menos na sua expressão, o germe da fé no N.T. As palavras ‘confiar’ e ‘confiança’ ocorrem muitas vezes – e o mais famoso exemplo está, certamente, na crença de Abraão (Gn 15:6), que nos escritos tanto judaicos como cristãos é considerada como exemplo típico de fé na prática. 3. A fé, nos Evangelhos. Fé é uma das palavras mais comuns e mais características do N.T. A sua significação varia um pouco, mas todas as variedades se aproximam muito. No seu mais simples emprego mostra a confiança de alguém que, diretamente, ou de outra sorte, está em contato com Jesus por meio da palavra proferida, ou da promessa feita. As palavras ou promessas de Jesus estão sempre, ou quase sempre, em determinada relação com a obra e palavra de Deus. Neste sentido a fé é uma confiança na obra, e na palavra de Deus ou de Cristo. É este o uso comum dos três primeiros Evangelhos (Mt 9:29 – 13.58 – 15.28 – Me 5.34 a 36 – 9.23 – Lc 17:5-6). Esta fé, pelo menos naquele tempo, implicava nos discípulos a confiança de que haviam de realizar a obra para a qual Cristo lhes deu poder – é a fé que obra maravilhas. Na passagem de Mc 11:22-24 a fé em Deus é a designada. Mas a fé tem, no N.T., uma significação muito mais larga e mais importante, um sentido que, na realidade, não está fora dos três primeiros evangelhos (Mt 9:2Lc 7:50): é a fé salvadora que significa Salvação. Mas esta idéia geralmente sobressai no quarto evangelho, embora seja admirável que o nome ‘fé’ não se veja em parte alguma deste livro, sendo muito comum o verbo ‘crer’. Neste Evangelho acha-se representada a fé, como gerada em nós pela obra de Deus (Jo 6:44), como sendo uma determinada confiança na obra e poder de Jesus Cristo, e também um instrumento que, operando em nossos corações, nos leva para a vida e para a luz (Jo 3:15-18 – 4.41 a 53 – 19.35 – 20.31, etc.). Em cada um dos evangelhos, Jesus Cristo proclama-Se a Si mesmo Salvador, e requer a nossa fé, como uma atitude mental que devemos possuir, como instrumento que devemos usar, e por meio do qual possamos alcançar a salvação que Ele nos oferece. A tese é mais clara em S. João do que nos evangelhos sinópticos, mas é bastante clara no último (Mt 18:6Lc 8:12 – 22.32). 4. A fé, nas epístolas de S. Paulo. Nós somos justificados, considerados justos, simplesmente pelos merecimentos de Jesus Cristo. As obras não têm valor, são obras de filhos rebeldes. A fé não é a causa, mas tão somente o instrumento, a estendida mão, com a qual nos apropriamos do dom da justificação, que Jesus, pelos méritos expiatórios, está habilitado a oferecer-nos. Este é o ensino da epístola aos Romanos (3 a 8), e o da epístola aos Gálatas. Nós realmente estamos sendo justificados, somos santificados pela constante operação e influência do Santo Espírito de Deus, esse grande dom concedido à igreja e a nós pelo Pai celestial por meio de Jesus Cristo. E ainda nesta consideração a fé tem uma função a desempenhar, a de meio pelo qual nos submetemos à operação do Espírito Santo (Ef 3:16-19, etc). 5. Fé e obras. Tem-se afirmado que há contradição entre S. Paulo e S. Tiago, com respeito ao lugar que a fé e as obras geralmente tomam, e especialmente em relação a Abraão (Rm 4:2Tg 2:21). Fazendo uma comparação cuidadosa entre os dois autores, acharemos depressa que Tiago, pela palavra fé, quer significar uma estéril e especulativa crença, uma simples ortodoxia, sem sinal de vida espiritual. E pelas obras quer ele dizer as que são provenientes da fé. Nós já vimos o que S. Paulo ensina a respeito da fé. É ela a obra e dom de Deus na sua origem (*veja Mt 16.
17) – a sua sede é no coração, e não meramente na cabeça – é uma profunda convicção de que são verdadeiras as promessas de Deus em Cristo, por uma inteira confiança Nele – e deste modo a fé é uma fonte natural e certa de obras, porque se trata de uma fé viva, uma fé que atua pelo amor (Gl 5:6). Paulo condena aquelas obras que, sem fé, reclamam mérito para si próprias – ao passo que Tiago recomenda aquelas obras que são a conseqüência da fé e justificação, que são, na verdade, uma prova de justificação. Tiago condena uma fé morta – Paulo louva uma fé

substantivo feminino Convicção intensa e persistente em algo abstrato que, para a pessoa que acredita, se torna verdade; crença.
Maneira através da qual são organizadas as crenças religiosas; religião.
Excesso de confiança depositado em: uma pessoa merecedora de fé; crédito.
Religião A primeira das três virtudes próprias da teologia: fé, esperança e caridade.
Comprovação de uma situação; afirmação: sua opinião demonstrava sua fé.
Acordo firmado através de palavras em que se deve manter o compromisso feito: quebrou a fé que tinha à chefe.
[Jurídico] Crédito atribuído a um documento, através do qual se firma um acordo, ocasionando com isso a sua própria veracidade.
Etimologia (origem da palavra ). Do latim fides.

substantivo feminino Convicção intensa e persistente em algo abstrato que, para a pessoa que acredita, se torna verdade; crença.
Maneira através da qual são organizadas as crenças religiosas; religião.
Excesso de confiança depositado em: uma pessoa merecedora de fé; crédito.
Religião A primeira das três virtudes próprias da teologia: fé, esperança e caridade.
Comprovação de uma situação; afirmação: sua opinião demonstrava sua fé.
Acordo firmado através de palavras em que se deve manter o compromisso feito: quebrou a fé que tinha à chefe.
[Jurídico] Crédito atribuído a um documento, através do qual se firma um acordo, ocasionando com isso a sua própria veracidade.
Etimologia (origem da palavra ). Do latim fides.

substantivo feminino Convicção intensa e persistente em algo abstrato que, para a pessoa que acredita, se torna verdade; crença.
Maneira através da qual são organizadas as crenças religiosas; religião.
Excesso de confiança depositado em: uma pessoa merecedora de fé; crédito.
Religião A primeira das três virtudes próprias da teologia: fé, esperança e caridade.
Comprovação de uma situação; afirmação: sua opinião demonstrava sua fé.
Acordo firmado através de palavras em que se deve manter o compromisso feito: quebrou a fé que tinha à chefe.
[Jurídico] Crédito atribuído a um documento, através do qual se firma um acordo, ocasionando com isso a sua própria veracidade.
Etimologia (origem da palavra ). Do latim fides.

Justo

Reto. 1. o sobrenome de José, também chamado Barsabás, que foi nomeado para suceder como apóstolo a Judas iscariotes (At 1:23). 2. Um crente de Corinto, hospedeiro de Paulo (At 18:7). 3. Um cristão romano, judeu, que estava com Paulo, quando este escreveu a sua epístola à igreja de Colossos, e a quem o Apóstolo chamou cooperador (C14.11). o seu primeiro nome era Jesus.

1. Sobrenome de José Barsabás. Foi indicado, juntamente com Matias, para substituir Judas 1scariotes no colégio apostólico (At 1:23). Foi discípulo de Jesus durante todo o seu ministério público, desde o tempo de João Batista. Também testemunhou a ressurreição e a ascensão; portanto, possuía as qualificações necessárias para ser um apóstolo (vv. 21,22). Depois de orarem em busca da direção divina, Matias foi o escolhido, por meio de sorteio (vv. 24-26).


2. Tito Justo, morador de Corinto, mencionado em Atos 18:7 como “homem temente a Deus”, em cuja casa Paulo se hospedou depois de ser proibido de pregar na sinagoga, que ficava exatamente ao lado de sua casa. O abrigo que ele concedeu ao apóstolo provocou consideravelmente os judeus. Como de costume, a abordagem de Paulo visava primeiramente aos israelitas e, em seguida, aos gentios, quando os judeus não queriam mais ouvir. Tito Justo provavelmente era um cidadão romano e começou a adorar a Deus sob a influência do ensino judaico. Sua hospitalidade proporcionou a Paulo um local relativamente seguro, de onde pôde prosseguir com seu ministério na cidade.


3. Jesus Justo uniu-se a Paulo na saudação aos colossenses (Cl 4:11). Foi um dos amigos pessoais do apóstolo durante sua primeira prisão em Roma. Paulo chama a atenção para o fato de que ele era um judeu convertido, o que lhe proporcionava um conforto especial em meio à tribulação. P.D.G.

______________

1 Nas versões da Bíblia em português esta expressão, “filhos de Jásen”, foi traduzida como nome próprio, “Bene-Jásen” (Nota do Tradutor)

2 Idem

L


Ser perfeitamente justo é atributo da Natureza Divina; sê-lo no mais alto grau das suas possibilidades é glória do homem.
Referencia: FINDLAY, J• Arthur• No limiar do etéreo, ou, Sobrevivência à morte cientificamente explicada• Traduzido do inglês por Luiz O• Guillon Ribeiro• Prefácio de Sir William Barret• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1981• - cap• 15

O justo é aquele que se esforça por trilhar os caminhos do Senhor e por não sair deles; é o que pratica, em toda a extensão, as virtudes impostas aos homens como condição para chegarem a Deus; é o que pratica a verdadeira caridade; o que se oculta, vela seus atos e palavras, se faz humilde ante os homens e procura mesmo fazer-se humilde no segredo do coração [...]. O justo é aquele que faz o bem sem egoísmo, sem idéia preconcebida, sem esperar o reconhecimento dos beneficiados ou o louvor dos indiferentes e, ainda mais, sem contar com a recompensa que possa obter do Mestre. O justo é aquele que tem fé, forte e tenaz, que não pode ser abalada, que a tudo resiste, fé bondosa para com todos, que não se impõe pela força, que se insinua pouco a pouco pelo exemplo e pela prática das boas obras [...].
Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 2

[...] o justo, [...] onde estiver, é sempre um cooperador de Deus.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Fonte viva• Pelo Espírito Emmanuel• 33a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 150


Justo
1) Certo; legítimo (peso: Lv 19:16; causa: Sl 17:1).


2) A pessoa que, numa causa judicial, tem razão (Dt 25:1).


3) No sentido religioso judeu, aquele que pratica a Lei e as cerimônias judaicas (Mc 2:17).


4) A pessoa que está corretamente relacionada com Deus pela fé (Rm 1:17) e, por isso, procura nos seus pensamentos, motivos e ações obedecer àquilo que Deus, em sua Palavra, estabelece como modelo de vida (Rm 4:3;
v. JUSTIÇA 2, e 3).


5) A pessoa que está de acordo com a justiça de Deus (Sl 145:17;
v. JUSTIÇA 1).


justo adj. 1. Conforme à justiça, à razão e ao direito. 2. Reto, imparcial, íntegro. 3. Exato, preciso. 4. dir. Legítimo. 5. Que tem fundamento; fundado. 6. Merecido: Pena justa. 7. Que ajusta bem, que se adapta perfeitamente. 8. Ajustado. 9. Estreito, apertado, cingido. S. .M 1. Homem virtuoso, que observa exatamente as leis da moral ou da religião. 2. O que é conforme à justiça. 3. Gír. Chefe de polícia. Adv. Exatamente, justamente.

Não

advérbio Modo de negar; maneira de expressar uma negação ou recusa: -- Precisam de ajuda? -- Não.
Expressão de oposição; contestação: -- Seus pais se divorciaram? -- Não, continuam casados.
Gramática Numa interrogação, pode expressar certeza ou dúvida: -- você vai à festa, não?
Gramática Inicia uma interrogação com a intenção de receber uma resposta positiva: Não deveria ter chegado antes?
Gramática Usado repetidamente para enfatizar a negação: não quero não!
substantivo masculino Ação de recusar, de não aceitar; negativa: conseguiu um não como conselho.
Etimologia (origem da palavra não). Do latim non.

advérbio Modo de negar; maneira de expressar uma negação ou recusa: -- Precisam de ajuda? -- Não.
Expressão de oposição; contestação: -- Seus pais se divorciaram? -- Não, continuam casados.
Gramática Numa interrogação, pode expressar certeza ou dúvida: -- você vai à festa, não?
Gramática Inicia uma interrogação com a intenção de receber uma resposta positiva: Não deveria ter chegado antes?
Gramática Usado repetidamente para enfatizar a negação: não quero não!
substantivo masculino Ação de recusar, de não aceitar; negativa: conseguiu um não como conselho.
Etimologia (origem da palavra não). Do latim non.

Prazer

substantivo masculino Sensação agradável de contentamento ou de alegria, normalmente relacionada à satisfação de um desejo, vontade ou necessidade; divertimento, diversão.
Demonstração de afabilidade; cortesia: temos o prazer de lhe entregar este prêmio.
Sensação de satisfação sexual.
Ação de se divertir; em que há divertimento.
verbo transitivo indireto , intransitivo e pronominal Provocar ou sentir uma sensação agradável.
Etimologia (origem da palavra prazer). Do latim placere.

[...] neste mundo é a fonte copiosa do sofrimento.
Referencia: DOMINGO SÓLER, Amália• Fragmentos das memórias do Padre Germano• Pelo Espírito Padre Germano• Trad• de Manuel Quintão• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 12

[...] o prazer, freqüentemente, é produção de angústia [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Ave, Cristo! Episódios da história do Cristianismo no século III• Pelo Espírito Emmanuel• 22a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 2, cap• 4


Recuar

verbo intransitivo Andar para trás, retroceder, dar marcha a ré.
Perder terreno; retirar-se (falando-se de tropas em campanha).
Desistir de um propósito.
Fugir a compromisso.
Mudar de ideia.
Acovardar-se.
Fugir.
verbo transitivo Fazer retroceder; impelir para trás.

recuar
v. 1. Intr. Andar para trás, andar de costas. 2. Intr. Perder terreno (ao adversário). 3. Intr. Reconsiderar, desistir. 6. Intr. Ter idéias contrárias ao progresso. 7. tr. dir. Colocar além da posição atual. 8. tr. dir. Fazer andar para trás.

Tem

substantivo deverbal Ação de ter; ato de receber ou de passar a possuir alguma coisa: ele tem uma casa; a empresa tem muitos funcionários.
Gramática A grafia têm, com acento, refere-se à forma plural: eles têm uma casa; as empresas têm muitos funcionários.
Etimologia (origem da palavra tem). Forma Der. de ter.

Strongs

Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
Hebreus 10: 38 - Texto em Grego - (BGB) - Bíblia Grega Bereana

todaviaG1161 δέG1161, o meu justoG1342 δίκαιοςG1342 viveráG2198 ζάωG2198 G5695 pelaG1537 ἐκG1537G4102 πίστιςG4102; eG2532 καίG2532: SeG1437 ἐάνG1437 retrocederG5288 ὑποστέλλωG5288 G5672, neleG1722 ἔνG1722 G846 αὐτόςG846 nãoG3756 οὐG3756 se comprazG2106 εὐδοκέωG2106 G5719 a minhaG3450 μοῦG3450 almaG5590 ψυχήG5590.
Hebreus 10: 38 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

68 d.C.
G1161
δέ
e / mas / alem do mais / além disso
(moreover)
Conjunção
G1342
díkaios
δίκαιος
levantar, crescer, ser exaltado em triunfo
(gloriously)
Verbo
G1437
eán
ἐάν
se
(if)
Conjunção
G1473
egṓ
ἐγώ
exilados, exílio, cativeiro
(captive)
Substantivo
G1537
ek
ἐκ
o primeiro local de um acampamento israelita a oeste do Jordão, também a leste de
(Gilgal)
Substantivo
G1722
en
ἐν
ouro
(gold)
Substantivo
G2106
eudokéō
εὐδοκέω
parecer bom para alguém, ser a satisfação de alguém
(I was well pleased)
Verbo - aorista (pretérito não qualificado de um verbo sem referência à duração ou conclusão da ação) Indicativo Ativo - 1ª pessoa do singular
G2198
záō
ζάω
viver, respirar, estar entre os vivos (não inanimado, não morto)
(shall live)
Verbo - futuro do indicativo médio - 3ª pessoa do singular
G2532
kaí
καί
desejo, aquilo que é desejável adj
(goodly)
Substantivo
G3588
ho
para que
(that)
Conjunção
G3756
ou
οὐ
o 4o. filho de Rúben e progenitor dos carmitas
(and Carmi)
Substantivo
G4102
pístis
πίστις
(faith)
Substantivo - feminino acusativo singular
G5288
hypostéllō
ὑποστέλλω
menino, moço, servo, jovem, criado
(the young men)
Substantivo
G5590
psychḗ
ψυχή
ficar tempestuoso, enfurecer
(and was very troubled)
Verbo
G846
autós
αὐτός
dele
(of him)
Pronome Pessoal / Possessivo - Genitivo Masculino 3ª pessoa do singular


δέ


(G1161)
(deh)

1161 δε de

partícula primária (adversativa ou aditiva); conj

  1. mas, além do mais, e, etc.

δίκαιος


(G1342)
díkaios (dik'-ah-yos)

1342 δικαιος dikaios

de 1349; TDNT - 2:182,168; adj

  1. justo, que observa as leis divinas
    1. num sentido amplo, reto, justo, vituoso, que guarda os mandamentos de Deus
      1. daqueles que se consideram justos, que se orgulham de serem justos, que se orgulham de suas virtudes, seja reais ou imaginárias
      2. inocente, irrepreensível, sem culpa
      3. usado para aquele cujo o modo de pensar, sentir e agir é inteiramente conforme a vontade de Deus, e quem por esta razão não necessita de reticação no coração ou na vida
        1. na verdade, apenas Cristo
      4. aprovado ou aceitado por Deus
    2. num sentido mais restrito, dar a cada um o que merece e isto em um sentido judicial; emitir um juízo justo em relação aos outros, seja expresso em palavras ou mostrado pelo modo de tratar com eles

ἐάν


(G1437)
eán (eh-an')

1437 εαν ean

de 1487 e 302; conj

  1. se, no caso de

ἐγώ


(G1473)
egṓ (eg-o')

1473 εγω ego

um pronome primário da primeira pessoa “Eu” (apenas expresso quando enfático); TDNT - 2:343,196; pron

  1. Eu, me, minha, meu

ἐκ


(G1537)
ek (ek)

1537 εκ ek ou εξ ex

preposição primária denotando origem (o ponto de onde ação ou movimento procede), de, de dentro de (de lugar, tempo, ou causa; literal ou figurativo); prep

  1. de dentro de, de, por, fora de

ἐν


(G1722)
en (en)

1722 εν en

preposição primária denotando posição (fixa) (de lugar, tempo ou estado), e (por implicação) instrumentalidade (mediana ou construtivamente), i.e. uma relação do descanso (intermédia entre 1519 e 1537); TDNT - 2:537,233; prep

  1. em, por, com etc.

εὐδοκέω


(G2106)
eudokéō (yoo-dok-eh'-o)

2106 ευδοκεω eudokeo

de 2095 e 1380; TDNT - 2:738,273; v

  1. parecer bom para alguém, ser a satisfação de alguém
    1. achar bom, escolher, determinar, decidir
    2. fazer de boa vontade
    3. estar pronto a, preferir, escolher

      estar satisfeito, ter prazer em, estar inclinado em favor de alguém


ζάω


(G2198)
záō (dzah'-o)

2198 ζαω zao

um verbo primário; TDNT - 2:832,290; v

  1. viver, respirar, estar entre os vivos (não inanimado, não morto)
  2. gozar de vida real
    1. ter vida verdadeira
    2. ser ativo, abençoado, eterno no reino de Deus
  3. viver i.e. passar a vida, no modo de viver e de agir
    1. de mortais ou caráter
  4. água viva, que tem poder vital em si mesma e aplica suas qualidades à alma
  5. metáf. estar em pleno vigor
    1. ser novo, forte, eficiente,
    2. como adj. ativo, potente, eficaz

καί


(G2532)
kaí (kahee)

2532 και kai

aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj

  1. e, também, até mesmo, realmente, mas


(G3588)
ho (ho)

3588 ο ho

que inclue o feminino η he, e o neutro το to

em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo

  1. este, aquela, estes, etc.

    Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.


οὐ


(G3756)
ou (oo)

3756 ου ou também (diante de vogal) ουκ ouk e (diante de uma aspirada) ουχ ouch

palavra primária, negativo absoluto [cf 3361] advérbio; partícula

  1. não; se usa em perguntas diretas que esperam uma resposta afirmativa

πίστις


(G4102)
pístis (pis'-tis)

4102 πιστις pistis

de 3982; TDNT - 6:174,849; n f

  1. convicção da verdade de algo, fé; no NT, de uma convicção ou crença que diz respeito ao relacionamento do homem com Deus e com as coisas divinas, geralmente com a idéia inclusa de confiança e fervor santo nascido da fé e unido com ela
    1. relativo a Deus
      1. a convicção de que Deus existe e é o criador e governador de todas as coisas, o provedor e doador da salvação eterna em Cristo
    2. relativo a Cristo
      1. convicção ou fé forte e benvinda de que Jesus é o Messias, através do qual nós obtemos a salvação eterna no reino de Deus
    3. a fé religiosa dos cristãos
    4. fé com a idéia predominante de confiança (ou confidência) seja em Deus ou em Cristo, surgindo da fé no mesmo
  2. fidelidade, lealdade
    1. o caráter de alguém em quem se pode confiar

ὑποστέλλω


(G5288)
hypostéllō (hoop-os-tel'-lo)

5288 υποστελλω hupostello

de 5259 e 4724; TDNT - 7:597,1074; v

  1. retirar-se, voltar atrás, rebaixar
    1. retroceder: de uma pessoa tímida
  2. retirar-se para dentro de si mesmo, i.e., ser tímido, defensivo, retraído
    1. daqueles que por causa da sua timidez, hesitam em declarar o que crêem
    2. não estar disposto a declarar por medo
    3. evitar declarar, esconder, dissimular

ψυχή


(G5590)
psychḗ (psoo-khay')

5590 ψυχη psuche

de 5594; TDNT - 9:608,1342; n f

  1. respiração
    1. fôlego da vida
      1. força vital que anima o corpo e é reconhecida pela respiração
        1. de animais
        2. de pessoas
    2. vida
    3. aquilo no qual há vida
      1. ser vivo, alma vivente
  2. alma
    1. o lugar dos sentimentos, desejos, afeições, aversões (nosso coração, alma etc.)
    2. a alma (humana) na medida em que é constituída por Deus; pelo uso correto da ajuda oferecida por Deus, pode alcançar seu o seu mais alto fim e eterna e segura bemaventurança. A alma considerada como um ser moral designado para vida eterna
    3. a alma como uma essência que difere do corpo e não é dissolvida pela morte (distinta de outras partes do corpo)

αὐτός


(G846)
autós (ow-tos')

846 αυτος autos

da partícula au [talvez semelhante a raiz de 109 pela idéia de um vento instável] (para trás); pron

  1. ele próprio, ela mesma, eles mesmos, de si mesmo
  2. ele, ela, isto
  3. o mesmo