Enciclopédia de Jó 19:21-21

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

jó 19: 21

Versão Versículo
ARA Compadecei-vos de mim, amigos meus, compadecei-vos de mim, porque a mão de Deus me atingiu.
ARC Compadecei-vos de mim, amigos meus, compadecei-vos de mim, porque a mão de Deus me tocou.
TB Compadecei-vos de mim, compadecei-vos de mim, amigos meus,
HSB חָנֻּ֬נִי חָנֻּ֣נִי אַתֶּ֣ם רֵעָ֑י כִּ֥י יַד־ אֱ֝ל֗וֹהַּ נָ֣גְעָה בִּֽי׃
BKJ Piedade, piedade de mim; ó vós, meus amigos, porque a mão de Deus me tocou.
LTT Compadecei-vos de mim, amigos meus, compadecei-vos de mim, porque a mão de Deus me tocou.
BJ2 Piedade, piedade de mim, amigos meus, que me feriu a mão de Deus!
VULG Miseremini mei, miseremini mei saltem vos, amici mei, quia manus Domini tetigit me.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Jó 19:21

Jó 1:11 Mas estende a tua mão, e toca-lhe em tudo quanto tem, e verás se não blasfema de ti na tua face!
Jó 2:5 Estende, porém, a tua mão, e toca-lhe nos ossos e na carne, e verás se não blasfema de ti na tua face!
Jó 2:10 Mas ele lhe disse: Como fala qualquer doida, assim falas tu; receberemos o bem de Deus e não receberíamos o mal? Em tudo isto não pecou Jó com os seus lábios.
Jó 6:4 Porque as flechas do Todo-Poderoso estão em mim, e o seu ardente veneno, o bebe o meu espírito; os terrores de Deus se armam contra mim.
Jó 6:14 Ao que está aflito devia o amigo mostrar compaixão, ainda ao que deixasse o temor do Todo-Poderoso.
Salmos 38:2 Porque as tuas flechas se cravaram em mim, e a tua mão sobre mim desceu.
Romanos 12:15 Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram.
I Coríntios 12:26 De maneira que, se um membro padece, todos os membros padecem com ele; e, se um membro é honrado, todos os membros se regozijam com ele.
Hebreus 13:3 Lembrai-vos dos presos, como se estivésseis presos com eles, e dos maltratados, como sendo-o vós mesmos também no corpo.

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras

Não foram encontradas referências em Outras Obras.

Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Jó Capítulo 19 do versículo 1 até o 29
4. A Resposta de Já para o Segundo Discurso de Bildade (19:1-29)

O discurso de Bildade foi implacável na sua denúncia de Já. Na primeira série do diálogo, todos os três amigos concordam em que existe um remédio para o dilema de Jó. Mas agora a situação mudou. Quando falta apenas Zofar falar na segunda série de dis-cursos, fica claro que os amigos concordam em que Jó é terrivelmente culpado em suas más ações. Jó ainda é capaz de reagir com algum ardor ao cinismo deles, mas isso, no fim das contas, dá lugar a um grito de profunda angústia (19.21). Ele, mais uma vez, é impe-lido ao desespero extremo, mas, mesmo assim, encontra algo dentro dele que se recusa a admitir que ele será completamente abandonado por Deus. Jó naquele momento estava abandonado por Deus e pelo homem, mas no futuro Deus apareceria para vindicá-lo.
No início da sua resposta a Bildade, Jó reclama da atitude indelicada dos seus ami-gos. Até quando entristecereis a minha alma? (2). Mas existe algo que vai além do aborrecimento. A condenação dos amigos ameaça quebrá-lo em pedaços. Jó se sente es-magado. Eles não só falharam em aliviar a sua dor com o consolo deles (16:4-6), mas, na verdade, aumentaram-na. Se Já tivesse aceitado a interpretação deles quanto à sua con-dição, ele aceitaria a solução proposta por eles de se arrepender. Mas, visto que ele não fez nada do que tenha de se arrepender, a repetida condenação deles apenas aumenta ainda mais a sua carga. Essa expressão Já dez vezes (3) não pode ser entendida literal-mente, mas simboliza um número redondo com a finalidade de expressar repetidas re-preensões anunciadas contra ele. A parte final desse versículo é obscura, mas Smith vê um significado concordante com a disposição de ânimo de Já, ao traduzi-lo da seguinte forma: "Vocês me trataram mal de maneira desavergonhada" (Smith-Goodspeed).

O versículo 4 é obscuro. No entanto, com base nos tipos de declarações que Jó fez até esse ponto, as palavras devem ser entendidas como uma negação adicional às ofensas que seus amigos têm lançado contra ele. A segunda cláusula Comigo ficará o meu erro pode significar que qualquer erro que Jó tenha cometido é tão insignificante que não deveria preocupar a ninguém mais do que a ele mesmo. Deus não poderia estar preocupado em castigá-lo por infrações tão insignificantes da sua parte, e os amigos deveriam, por sua vez, preocupar-se com a sua própria vida.23

Seja como for, Jó deseja que seus amigos saibam que ele concorda com eles em um ponto fundamental: Sabei agora que é Deus que me transtornou (6). Mas ele não concorda que a ação de Deus contra ele seja justificável. Jó diz que clama: Socorro! Mas não há justiça (7). Deus o afligiu de uma forma completamente injustificada. Ele con-testa as afirmações feitas por Bildade em 18.8 de que os próprios pés de Jó o levaram a cair na armadilha. Em vez disso, ele afirma que Deus o cercou com a sua rede (6), isto é, lançou uma rede ao seu redor.

Dessa posição, Jó prossegue descrevendo a severa hostilidade que Deus tem mostra-do a ele. A figura no versículo 6 retrata Jó sendo apanhado numa armadilha (rede) como um animal desamparado. Quando ele clama por ajuda, não existe ninguém que lhe res-ponda, nem mesmo Deus (7). Não existe possibilidade de escapar, porque Deus entrincheirou o seu caminho e criou densas trevas (8). Deus tirou dele a sua honra e a sua coroa (9). Esses termos estão relacionados com justiça e piedade (veja 29.11). Talvez honra (glória), e sua associação com o esplendor, seja um contraste consciente com as trevas que Jó acabou de descrever. Quando isso é tirado dele, a sua reputação de ser um homem reto é destruída, e ele é considerado um pecador pelos seus amigos e vizinhos. A esperança de Jó foi removida como uma árvore (10) que havia sido arran-cada pelas raízes. Se a árvore tivesse sido cortada, poderia haver a esperança de que ela voltasse a crescer (14.7), mas, nesse caso, ela é descrita como sendo completamente destruída.

Em seguida, Jó descreve Deus como um inimigo vingativo que investe contra ele como um exército que cerca o seu acampamento. Os ataques já foram tão severos que Jó está quase aniquilado, e seus recursos estão se esgotando. A pergunta é: Quanto mais ele terá condições de suportar? (11-12). Nesse ponto, Jó esquece que ele já revelou em diver-sas outras ocasiões o seu desejo de morrer e terminar com esse sofrimento.
A hostilidade de Deus destruiu os contatos humanos de Jó. As pessoas o estranham e ele é abominado por elas. Isso se torna uma das mais profundas dores da sua experiên-cia. A descrição vem de vários relacionamentos que um homem desfruta e dos quais depende e, finalmente, conclui com um clamor triste: Compadecei-vos de mim, ami-gos meus, compadecei-vos de mim (21).

O termo irmãos (13) não é necessariamente uma referência a parentes sangüíneos, mas possivelmente a membros da sua comunidade. Os que me conhecem é usado de forma semelhante ao uso moderno de "conhecidos". Parentes e "amigos" (14, NVI) são aqueles que estão mais próximos dele. Os meus domésticos ("Os que se abrigam na minha casa", 15, ARA) são seus convidados, enquanto as servas são suas escravas. To-dos eles, além do seu criado (16) e os "filhos da minha mãe" (17, seguindo a ARA, visto que os filhos de Jó já estão mortos) se alienaram dele e o desertaram no seu tempo de provação. Até sua mulher está incluída na lista. O meu bafo se fez estranho a minha mulher (17). A palavra traduzida por bafo (nephesh) é freqüentemente usada no senti-do reflexivo, referindo-se ao próprio indivíduo. Essa é uma outra maneira de Jó descrever a atitude da sua mulher em relação a ele. Ela tinha se desesperado com a vida de Jó. Na verdade, ela já o aconselhara a "amaldiçoar a Deus e morrer" (2.9). Rapazes ("crian-ças", ARA,
18) e homens do seu secreto conselho (19) o abominam pela assolação da sua enfermidade (20). Não é de admirar que Jó se sinta completamente desolado e clame de forma tão lamentosa: Compadecei-vos de mim, amigos meus (21). Será que é necessário que eles o tratem como Deus o está tratando? Por que eles não podem se fartar (22) com o que já foi feito e parar com suas acusações dolorosas?

Nesse momento da sua vida, diante de mais um ponto baixo na sua experiência, Jó mais uma vez olha para o futuro. Ele gostaria que suas palavras se escrevessem (23), para que as gerações posteriores pudessem ouvir seus protestos de inocência. Uma escri-ta comum não seria suficiente. Isso precisaria ser feito com uma pena de ferro e com chumbo na rocha (24), para que permanecesse para sempre.

Pensar em uma testemunha duradoura faz com que Jó alcance a maior compreen-são até então na busca por significado da sua situação. Ele repentinamente percebe no fundo do seu ser que tem um Redentor vivo (25). A palavra é goel, que normalmente se refere ao parente mais próximo. Essa pessoa se incumbe de vingar o sangue no caso de um assassinato; ele "redime" o estado do homem morto, ou ele se responsabiliza para que a posteridade do irmão morto continue por meio do levirato. (O levirato era uma instituição matrimonial dos hebreus que impunha à viúva casar-se com o irmão do fale-cido marido.) Assim, ele é o defensor, o vingador, aquele que salva da opressão, o liberta-dor. Deus é esse Redentor para Israel de uma maneira que ninguém mais poderia ser (Êx 6:6-15.13; S1 74.2; et al.). Jó finalmente enxerga Deus se levantando para defender sua honra e "acertar as contas".

Ele também afirma: Ainda em minha carne verei a Deus (26). Essa expressão tem recebido uma série de interpretações que vão desde a rejeição da ressurreição até exatamente o oposto, ou seja, o de que esse texto confirma a ressurreição.

Aqueles que apóiam a visão negativa ressaltam que Jó declarou inegavelmente que não existe esperança de vida após a morte (14:7-14), e que ele é um homem que perdeu toda a esperança. Também se argumenta que tal esperança nesse ponto crítico do argu-mento frustra qualquer necessidade de uma discussão adicional, visto que não leva em conta o desânimo e a falta de esperança que Jó ainda vai expressar. Também se argu-menta que o texto desses versículos está bastante corrompido."
Por outro lado, tem-se observado que Jó flutua em suas emoções de desespero até chegar a algum vestígio de esperança. E embora ele tenha com freqüência expressado desespero e confusão, ele recusa-se resolutamente a abandonar sua integridade em seu relacionamento com Deus. Apesar da profundidade do seu desespero, Jó retorna. Esses momentos parecem se intensificar e finalmente chegam ao clímax no clamor de fé em que Jó declara que ele verá a Deus como seu Redentor (goel) com seus próprios olhos (27; veja comentários a respeito de 14:14-15; 16:17-20)."

Pode ser, como alguns sugerem, que a imortalidade no sentido de uma existência interminável após a morte não esteja sendo afirmada aqui. Mas não se pode negar que Jó chegou ao ponto em sua fé em que ele sabia que deveria haver algum tipo de relacio-namento entre ele e Deus, mesmo após a morte. Até esse ponto da discussão a morte era uma barreira intransponível para Jó. Agora ele consegue enxergar além dela com a cer-teza de que no final receberá a gratificação.26

Tendo chegado a essa conclusão marcante, Jó é dominado pelo desejo de ver sua esperança se tornar realidade. Na antiga ARC lemos: "Os meus rins se consomem dentro de mim". Na psicologia hebraica os rins (entranhas) eram considerados os órgãos em que se localizavam as emoções e os sentimentos intensos.

Finalmente, nos versículos 28:29 Jó se volta mais uma vez aos seus amigos e repreen-de-os porque o perseguem, para que não sejam destruídos, já que eles estão completamen-te errados, pois com certeza descobrirão que há um juízo. Ainda existe justiça no mundo.


Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Jó Capítulo 19 do versículo 1 até o 29
*

19.1-29 No cap. 19, Jó acusou Deus de enganá-lo e de não ouvir o seu apelo por justiça (vs. 6,7), despindo-o de honras e atacando-o (vs. 9-12), e de alienar seus parentes e amigos (vs. 13-20). Jó estava errado em todas estas questões. Ele estava lutando contra Deus sobre a aparente falta de sentido de seus sofrimentos, que eram, na realidade, obra do Adversário, embora este agisse pela ordem do Senhor, para realizar um elevado propósito. Os conselheiros, por sua vez, tinham reduzido Deus e os seus atos a uma fórmula impessoal. Eram incapazes de compadecer-se da agonia que Jó estava sofrendo ou de mostrar-lhe qualquer misericórdia.

* 19:20

a pele dos meus dentes. Essa expressão idiomática sugere um escape quase impossível. Alguns sugerem que a frase quer dizer "com apenas minha pele ou minhas gengivas restando". Seus dentes se perderiam.

* 19:21 Jó precisava de amizades sinceras (6.14), mas nada disso era possível esperar da parte de seus conselheiros, os quais só aumentavam a sua desgraça.

* 19:23-24

Jó tinha uma importante mensagem que ele queria que fosse inscrita de forma permanente para a posteridade. Através da inspiração do Espírito, suas palavras foram preservadas para todos os tempos, na Bíblia (conforme Mc 14:9).

* 19:25

sei que o meu Redentor vive. A palavra hebraica traduzida aqui por "Redentor" também pode ser traduzida por "Vingador", "Garantidor", "Vindicador" ou "Parente-Remidor" (Rt 2:20, nota). As palavras de Jó são claras, mas de sua perspectiva, quem ele esperava que o ajudasse? O prólogo revela que Deus não era inimigo de Jó. Deus tornar-se-ia seu vindicador (42.7). Jó parece estar pensando no Redentor como uma terceira pessoa (16.19-21).

por fim se levantará sobre a terra. Segundo a mente de Jó, esse Vindicador seria tanto celestial (16,19) quanto terreno (capaz de andar neste mundo).

* 19:26

em minha carne. O sentido da preposição "em" pode ser ou "em" minha carne, ou "à parte" da minha carne. Visto que o livro de Jó toca na idéia da ressurreição no cap. 14, parece provável que quando a morte é referida no v. 26, a ressurreição está em mente, com a tradução: "em" minha carne. O que é certo é que Jó acredita ter um Redentor que o ama, e por quem seu coração anela (v. 27). A passagem inteira evoca fortemente a necessidade que todo pecador tem de um Mediador que seja, ao mesmo tempo, Deus e homem (1Tm 2:5,6).


Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de Jó Capítulo 19 do versículo 1 até o 29
19.3-5 É muito fácil assinalar os defeitos ou os pecados de alguém. Os amigos do Jó o acusaram de pecador para fazê-lo sentir culpado, não para respirá-lo nem corrigi-lo. Se sentirmos que devemos repreender a alguém, devemos nos assegurar de que estamos confrontando a essa pessoa porque a amamos, não porque estejamos zangados, incomodados ou porque estejamos procurando culpá-lo.

19:6 Jó sentiu que Deus estava tratando-o como um inimigo quando, em realidade, Deus era seu amigo e o tinha em alta estima (1.8; 2.3). Em meio da dificuldade, Jó assinalou à pessoa equivocada. Era Satanás, não Deus, o inimigo do Jó. devido a que os israelitas punham muita ênfase na causa final das coisas, acreditavam que tanto o bem como o mal provinham de Deus. Também pensavam que a gente era responsável por seus próprios destinos. Entretanto, o poder maligno que anda solto neste mundo é o culpado de muito do sofrimento que experimentamos. No versículo 7, Jó continua clamando para que Deus o escute.

19.25-27 No coração mesmo do livro do Jó surge sua afirmação ressonante de confiança: "Eu sei que meu Redentor vive". No antigo o Israel um redentor era um membro da família que liberava um escravo ou que se fazia cargo de uma viúva (veja-a nota a Rt 3:1). Que tremenda fé tinha Jó, especialmente à luz do fato de que não estava consciente da conferência que tinham tido Deus e Satanás. Jó pensava que Deus era o causador de todos esses desastres que tinham cansado sobre ele. De cara à morte e à decadência, Jó seguia esperando ver deus, e o esperava enquanto estivesse em seu corpo. Quando o livro do Jó foi escrito, Israel não tinha uma doutrina bem desenvolvida da ressurreição. Apesar de que Jó lutou com a idéia de que Deus estava contra ele nesse momento, acreditava firmemente que ao final Deus estaria de seu lado. Esta crença era tão forte que Jó chegou a ser o primeiro que falou a respeito da ressurreição do corpo (veja-se também Sl 16:10; Is 26:19; Dn 12:2, Dn 12:13).

19:26 Jó disse: "Em minha carne tenho que ver deus". Na situação que se encontrava, parecia impossível para ele que pudesse ver deus em sua carne. E esta é a chave da fé do Jó! Tinha a confiança de que a justiça de Deus triunfaria, mesmo que para obtê-lo-se requeresse de um milagre como a ressurreição.


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Jó Capítulo 19 do versículo 1 até o 29
Responder 4. de Jó de Bildade Second Discurso (19: 1-29)

Em vez de o ataque de Bildade no Jó ter enfraquecido a sua auto-confiança na sua integridade, ele serviu em vez de ter fortaleceu.

1. A inimizade dos acusadores de Jó (19: 1-5)

1 Então Jó respondeu, dizendo:

2 Quanto tempo vos injuriam minha alma,

E me quebrar em pedaços com palavras?

3 Já dez vezes vós me repreendeu:

Ye não se envergonham de que sejais mal comigo.

4 E seja verdade que eu tenha cometido um erro,

Fica o meu erro comigo mesmo.

5 Se deveras vos quereis engrandecer contra mim,

E contenda contra meu opróbrio;

Acusadores de Jó tinha usado todos os meios disponíveis até este momento para os maltratar ele e quebrar a sua fé em Deus e na sua auto-confiança em sua integridade pessoal. Esta tinha sido a ostentação do Satan do Prologue, e seus agentes especiais, acusadores de Jó, tinha tentado desesperadamente para ajudá-lo a fazer bom que se gabar (v. 19:2 ). As palavras são provavelmente mais poderosos instrumentos do homem, seja para o bem ou para o mal, como eles também são de Deus (conforme Jr 23:29 ).

Os dez vezes do verso 19:3) meu erro permanece comigo mesmo ; minhas palavras pode ter sido um erro, mas que dizem respeito apenas a mim mesmo e não constituem uma ofensa contra Deus ou do homem. "À luz deste fato, diz Jó, Por que então você adiciona seu abuso aos meus calamidades? Magnify , o que significa para ampliar, provavelmente significa aqui que eles ampliaram suas bocas ou discursos contra Jó por que eles pressionaram o seu caso contra ele, insistindo que suas calamidades eram provas suficientes de que ele era um homem mau (v. 19:5 ). Blackwood observa que o que realmente se entende por taxa de Jó que seus acusadores engrandeçam contra ele é "a prática antiga de construir uma opinião elevada de si mesmo por derrubar alguém. Jó, com razão, acusa seus edredons de fazer exatamente isso. ... "

b. A inimizade do Deus da Tradição (19: 6-12)

6 Conheça agora que Deus me tem subvertido em minha causa ,

E me cercou com a sua rede.

7 Eis que eu grito de errado, mas não sou ouvido:

Eu grito por socorro, mas não há justiça.

8 Ele tem emparedado meu caminho que eu não posso passar.

E pôs trevas nas minhas veredas.

9 me despojou da minha glória,

E tomou a coroa da minha cabeça.

10 Ele me discriminado por todos os lados, e eu me vou;

E a minha esperança tem ele arrancou como uma árvore.

11 Ele também acendeu a sua ira contra mim.

E ele me considera-lhe como um dos seus adversários.

12 as suas tropas avançam em conjunto,

E lançou-se o seu caminho contra mim,

E acampam ao redor da minha tenda.

Mais uma vez Jó faz um ataque contundente sobre o Deus de tradição como Ele é representado pela teologia de seus compatriotas. Certamente, se as acusações de Jó neste discurso declamatório foram dirigidas contra o verdadeiro Deus não podiam ser inferior a blasfêmia. Mas Jó tem muito que se tornou suspeito que a teologia natural determinista de seus compatriotas não descreve o Deus da sua experiência pessoal, o interior Deus do Prólogo. Assim, ele afirma que ele foi derrubado e enredados em suas calamidades por Deus, o Deus da tradição. Eles, seus acusadores, dizer que Jó sofre por a culpa de pecados que cometeu. Jó responde que tal interpretação dos atos de Deus para com ele é totalmente injusto, porque ele tem sido dada nenhuma oportunidade para provar sua inocência. Assim, ele sofre punição sem julgamento ou condenação (v. 19:6 ). Jó clama violência, assassinato, a injustiça , e implora por indulto até que ele possa provar sua inocência, mas ele não é ouvido e que não recebe qualquer ajuda (v. 19:7 ).Moffatt vividamente traduz versículos 8:12 :

Ele bloqueou a minha estrada, ele tem escurecido o meu caminho, ele tem me de honra despojado, ele me degradado, ele tem me demolido, e rasgado a minha esperança pelas raízes; ele tem inflamado em ira para mim, me tratando como um inimigo; sobre as suas tropas chegaram, em um enxame, empenhados em me cercando!

As palavras de Jó no versículo 12 reiterar sua descrição do ataque do Deus de tradição, que ele usou para responder Elifaz mais cedo (16: 13-14 ). Ele é como uma cidade sitiada irremediavelmente sob ataque das forças do Deus determinista injusta de tradição. Que chance tem Jó para provar sua inocência contra as forças cegas da calamidades naturais que seus acusadores dignificar com o nome de Deus? E que chance tem qualquer homem se as calamidades naturais que ultrapassá-lo estão a ser interpretado como um ato direto de Deus contra o mal moral? E sobre os inocentes que sofrem como destino com os ímpios nas calamidades naturais que acompanham terremotos, furacões, epidemias, e tal como?

c. A inimizade dos compatriotas de Jó (19: 13-24)

13 Depôs meus irmãos longe de mim,

E os meus conhecidos se estranhos para mim.

14 Os meus parentes se afastam,

E os meus conhecidos se esqueceram de mim.

15 Aqueles que habitam em minha casa, e minhas servas, conte comigo para um estranho:

Eu sou um estrangeiro aos seus olhos.

16 Chamo a meu servo, e ele me deu nenhuma resposta,

Embora eu suplicar-lhe com a minha boca.

17 O meu hálito é intolerável à minha mulher,

E a minha súplica para os filhos de minha própria mãe.

18 crianças Mesmo jovens me desprezam;

Se eu levanto, falam contra mim.

19 Todos os meus amigos íntimos me abominam,

E os que eu amava se tornaram contra mim.

20 Os meus ossos se apegam à minha pele e à minha carne,

E eu escapei com a pele dos meus dentes.

21 Tenha piedade de mim, tem piedade de mim, ó meus amigos;

Para a mão de Deus me tocou.

22 Por que me perseguis assim como Deus,

E não está satisfeito com a minha carne?

23 Oxalá que as minhas palavras fossem escritas!

Oxalá que fossem gravadas num livro!

24 Que, com pena de ferro e chumbo

Eles foram esculpidas na rocha para sempre!

Jó descreve seu ostracismo e isolamento completo por toda a sua sociedade. Ele começa na periferia social e move-se para seus conhecidos mais íntimos. Moffatt diz: "Meus clansmen me abandonou, meus amigos todos são alienados" (v. 19:13 ). Jó, em seguida, se queixa de que seus parentes e amigos mais conhecidos se ele renegou (v. 19:14 ). Ele é tratado (chashav -counted ou considerada) como um estranho e um estrangeiro por suas empregadas domésticas ou escravas (v. 19:15 ). Até mesmo seu servo privado, ou escravo, ele deve humildemente orai, a fim de ganhar sua atenção e garantir seus cuidados domésticos (vers. 16 ). Sua própria esposa é repelido e afastado pela ofensividade de seu mau hálito resultante da sua doença; e, como foi traduzido por Blackwood, "Eu sou repugnante aos filhos de minha própria tribo." No entanto, a RSV lê, "os filhos de minha mãe", e a versão do mesmo modo Berkeley diz que seus irmãos (v. 19:17 ). "Mesmo jovens rapazes me desprezam, quando me aproximo eles fogem; todos os meus amigos íntimos me detestam, homens Eu amo vez contra mim "(vv. 19:18-19 , Moffatt). Na verdade, é difícil imaginar qualquer homem mais completamente abandonado a sua solidão absoluta, abandonado por Deus e do homem, que era Jó. Essa solidão absoluta é o real significado da perdição, do próprio inferno (conforme 27, Matt:. 46b ). É certo que Jó sondado a máxima profundidade do sofrimento humano, se qualquer pessoa que nunca tenha feito. Freehof cita Salomão Yitzchoki (Rashi) e Gersonides como dizendo que o versículo 20 significa que toda a carne de Jó havia sido corrompido por sua doença, exceto a "pele de seus dentes", ou as gengivas. No entanto, ele dá a interpretação de Szold no sentido de que Jó era tão desperdiçadas que, se ele ainda estava vivo, foi devido à pouca comida que ainda podia mastigar com suas gengivas.

Jó implora seus acusadores para mostrar piedade (lidar graciosamente) e "parar de dar-lhe os argumentos tradicionais como prova de que ele é um pecador, para parar de agir como simples veículos de tradição, mas de agir amigos como simpático e ter compaixão por sua miséria" (vv. 19:21-22 ). Então, como Jó totalmente desespera de justiça nesta vida, ele faz um pedido mais significativo. A fim de que ele poderia ainda realizar justiça em algum momento no futuro que ele deseja que o registro do seu caso pode ser preservado por escrito em um livro, ou melhor ainda, cortar com pena de ferro em chumbo ou permanentemente gravado (chaqaq -para decreto ou gravar) na pedra (vv. 19:23-24 ). Esta muito pedido indica claramente a fé de Jó na justiça futuro, quando seu caso será revisto e ele será vindicado, mesmo que a justiça não pode ser realizada nesta vida. E essa esperança também indica a sua fé na justiça do Deus verdadeiro, em oposição à injustiça do Deus da tradição.

d. O Indestructible fé de Jó (19: 25-29)

25 Mas, quanto a mim, eu sei que o meu Redentor vive,

E, finalmente, ele vai ficar até sobre a terra:

26 E depois de minha pele, até mesmo este corpo , é destruído,

Então, sem a minha carne verei a Deus;

27 Quem eu, eu mesmo, veremos, do meu lado,

E os meus olhos o contemplarão, e não como um estranho.

Meu coração é consumida dentro de mim.

28 Se vós dizeis: Como havemos de perseguir!

E que a raiz do problema está em mim;

29 Sede vós medo da espada:

Para ira traz os castigos da espada,

Para que saibais que há um juízo.

Os versos 19:25-27 têm constituído um dos mais desafiadores, se também uma das passagens mais difíceis, em Jó. O versículo 25 tem sido, e continua a ser, um campo de batalha muito contestada por intérpretes de diferentes, e até mesmo conflitantes, pontos de vista. Seria muito além dos limites do presente comentário para dar ainda um levantamento superficial das diferentes posições detidas pelos estudiosos sobre essa passagem. Portanto, a posição que parece este autor best estar de acordo com a finalidade de Jó como exposto no presente comentário, e como parece melhor para se encaixar no contexto do pensamento e aspirações de Jó, serão apresentados aqui.

As observações de girdlestone no Redentor (margem ASV, vindicator , Go'el) do versículo 25 são mais esclarecedor e útil.

A palavra que indica a redenção é especialmente [ ga'al ] ..., mais conhecido sob a forma [ go'el ], redentor. Talvez o significado original da palavra é a "procura de volta", portanto, de se livrar [conforme Gn 48:16 ; Ex 6:6 .] ...

Seja qual for a teoria pode-se sustentar que a possibilidade ou a priori probabilidade de uma intervenção divina nos assuntos humanos, a Bíblia está prometido para o fato de que tal intervenção ocorreu. Um estudo de suas páginas leva à conclusão de que é o máximo, de acordo com a natureza de Deus para ajudar os homens fora das dificuldades em que o pecado envolveu-los, como foi para criá-los depois de Sua própria semelhança, em primeira instância. Nem o estudante do mundo físico deixar de observar a analogia que aqui existe entre natureza e de revelação; Porque, se há um vis medicatrix poder ou de cura, que é posta em jogo pelos ferimentos, acidentes e doenças para as quais o organismo está sujeito, por isso deve ser pensado uma coisa incrível que o Pai de nosso espírito deve fornecer alguns meios de restauração para aqueles que se tornaram uma presa de más paixões, e que através de tentação ou de auto-se se têm tornado participantes de corrupção moral e material? ... A libertação [pelo Redentor ougo'el ] ... foi a efectuar por pagamento ou por troca. Em casos de pobreza, onde nenhum pagamento foi possível, o parente mais próximo foi feita responsável por executar a obra da redenção. Por isso, sem dúvida, aconteceu que um parente veio a ser chamado pelo nome de [ go'el ] [conforme N1. 5:8 ; Jr 32:7 .] ...

Uma das passagens mais importantes, onde a palavra ocorre é em Is 59:20 , "O Redentor virá a Sião e aos que se desviarem da transgressão em Jacó." ...

A palavra ocorre uma vez em Jó, na célebre passagem (19:25 ), "Eu sei que o meu Redentor vive." Seja qual for a vista pode ser tomada desta passagem, se nós consideramos isto como uma previsão da vinda do Messias, ou como uma intimação da doutrina da ressurreição, ou como se referindo a um livramento temporal de doenças e problemas, uma coisa é certa, que Jó exprime a sua profunda convicção de que havia um Deus vivo que poderia e que levaria sua parte, e livrá-lo de todas as dificuldades. ...

O apelo de Jó para todos os homens que vivem falhou-todo o caminho de seu clã para os membros mais íntimos de sua casa. Sua esperança de sobrevivência física está desaparecido. Morte agora parece certo. O Deus da tradição e seus representantes na terra, acusadores de Jó, todos têm o julgou um homem mau sofrendo as conseqüências de seus maus caminhos. Seus pensamentos de justiça futuro e vindicação pessoal são melancólico, e eles desaparecem em última análise, em desespero. No entanto, Jó interiormente mantém a convicção de sua inocência e integridade pessoal. Como pode este conflito de sua exigência lógica para a justiça ser conciliado com o desespero aparente de sua realização tanto na vida presente ou o futuro? Então, em meio à sua luta Jó lembra uma visão anterior em uma verdade mais elevada que tinha momentaneamente iluminada seu entendimento e lhe deu esperança para além da presente luta desesperada. Um "árbitro", um "jornaleiro", um "Redentor", que seria ao mesmo tempo divino e humano, era necessário (9:33 ). Nada menos do que tal Mediador-Redentor poderia responder o seu problema, ou um problema de todo o homem para esse assunto. A pequena centelha de luz da antiga visão de repente explode em uma luz resplandecente que ilumina tanto a terra eo céu por um instante e depois desaparece, deixando Jó cego desde o seu brilho, mas não sem uma imagem de uma visão gloriosa de um Redentor permanentemente impressa na o filme de sua mente e memória. Saul, muitos séculos depois, da mesma forma teve uma experiência de iluminação divina no caminho de Damasco (At 9:1 ; At 26:1 ). E ele também, como Jó, ficou temporariamente cego e exausto de seu súbito encontro com Deus (conforme 19:25 , At 9:8 ). Blackwood diz: "Como frequentemente acontece quando se encontra um flash de luz no meio da escuridão intensa, um é mais confuso do que ajudou. Emoção de Jó é tão intensa que seu coração (rins 'em hebraico) é consumido "(v. 19:27 , 27a ). Visão de Jó é a única esperança final de qualquer man-de cada homem.

Blackwood diz que "Anselmo de Canterbury, em seu profundo Jó Cur Deus Homo mostrou pela lógica rígida que, uma vez que Deus é Deus, deve haver uma Encarnação. "No entanto, Jó, embora não seja um teólogo, adquirida por um único lampejo de iluminação divina que a mente lógica e teológica do grande estudioso Anselm viu como uma necessidade para a natureza e dificuldade do homem em relação à pessoa e caráter de Deus. Longa luta de Jó agora está sendo recompensado como ele exclama:

Ainda assim, eu sei que um campeão para mim, finalmente, a levantar-se para mim em cima da terra. Este organismo pode quebrar, mas mesmo assim, minha vida deve ter uma vista de Deus; meu coração está ansiando como eu anseio para vê-lo do meu lado, vê-lo já não (vv. alienado 25-27 , Moffatt).

Passando depois para seus acusadores, Jó adverte que suas acusações de que ele é um pecador não vai ficar à luz de sua nova visão sobre a provisão de Deus de um Redentor para ele. O mesmo Deus verdadeiro, que reivindicará Jó julgará seus acusadores para sua injustiça (vv. 19:28-29 ). E por isso é que o mesmo Deus que é um Salvador para o justo é um juiz dos injustos.


Russell Shedd

Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
Russell Shedd - Comentários de Jó Capítulo 19 do versículo 1 até o 29
19.1- 29 Nesta resposta, Jó, acusa os seus "consoladores" de caluniarem e perseguirem-no. Logo a seguir, porém, cheio de coragem, atesta a sua inocência, e expressa sua clara convicção de que o seu Redentor está vivo.
19.4 Mesmo que Jó tivesse pecado, ele não estava prejudicando seus amigos, mas estava sendo duramente castigado; portanto, eles não precisam irar-se.
19.9 Coroa. Seria a coroa da retidão e da justiça, 29.14.

19:13-19 Os parentes de Jó, os seus amigos íntimos, os seus servos e a sua própria esposa, todos o abandonaram com repugnância e ele ficou privado do afeto daqueles que mais significam para si.
19.17 Uma das maiores dificuldades para entender-se o livro de Jó é que as palavras hebraicas freqüentemente se empregam aqui com significados especiais, conforme os exemplos que se sequem, tirados deste versículo: intolerável, heb zãr "estranho" (árabe, "abominável'); repugnante, heb hãnan, "gracioso" (árabe, "repugnante"); mãe, heb beten, "útero, corpo" (árabe, "tribo"). Três vezes em seguida apela-se para a lingüística comparada para entender as palavras antigas.

19.18 Crianças. Crianças maltrapilhas, ou "ímpios" como em 16.11.

19.20 Pele dos meus dentes. Só as gengivas ficaram sem a elefantíase.

19.21 Compadecei-vos. É disto que necessitava Jó, e não quiseram fazê-lo. A queixa de Jó e a falha dos amigos, estão sempre presentes.

19.23 Escritos. já quis apelar para o julgamento da posteridade, já que os contemporâneos não quiseram compreender sua situação; naquela hora, Jó, nem sequer, poderia pensar que sua luta viria a ser narrada num livro, que seria um instrumento nas mãos de Deus para inspirar milhões.

19.25 É a resposta à dúvida e à esperança Dt 14:13-5. Redentor, Heb gô'el, libertador, protetor, defensor, redentor, justificador ou vindicador. E Ele, segundo a esperança e certeza de Jó, que vai livrá-lo das acusações infundadas dos seus amigos. • N. Hom. Esperança no desespero, 19.25.
1) já possuía um Amigo verdadeiro no meio dos seus amigos cruéis: a) seu Parente, Jesus - He 2:11; Rm 8:35; b) seu Defensor - Sf 3:2; Ap 12:10; 2Tm 1:12; 2Tm 2:0) Jó encerrava possessões no meio da sua pobreza - seu Redentor: a) Sua vida está nas mãos dEle; b) Ele é seu protetor; c) Ele é sua esperança na vida e na morte;
3) Jó desfrutava de um Parente vivo no meio de uma família morta: a) Jesus, cabeça da casa; b) Jesus, o intercessor, para orar em seu favor no céu; c) Jesus, o advogado de defesa, para preservar seus direitos na terra; d) Jesus, o justo para pronunciá-lo justo no dia final;
4) já fruía de uma certeza no meio de tanta incerteza, "eu sei": a) a sua fé lhe deu certeza; b) as provas não o levaram a duvidar; c) as dificuldades não perturbaram sua confiança no Redentor; d) os amigos não destruíram sua confiança de que Deus haveria de livrá-lo.

19.29 O Vindicador de Jó será também juiz dos seus falsos acusadores.


NVI F. F. Bruce

Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
NVI F. F. Bruce - Comentários de Jó Capítulo 19 do versículo 1 até o 29
(1)    Deus me considera seu inimigo (19:2-12)
Depois das repreensões costumeiras aos seus amigos (v. 2,3), Jó diz que de qualquer forma, mesmo que ele tenha pecado, isso não é da conta deles. E uma questão entre o homem e o seu Deus, e a função dos amigos é oferecer encorajamento, em vez de se colocarem como juízes (v. 4). Embora o sofrimento de Jó possa ser transformado em argumento de apoio à alegação de que ele é pecador (v. 5), eles deveriam perceber o que Jó concluiu: foi Deus que me tratou mal, i.e., fez eu parecer um malfeitor ao me fazer passar por sofrimentos totalmente imerecidos (v.

6). Em seguida, o discurso desenvolve ainda mais o retrato de Deus como inimigo de Jó: quando Jó apela por justiça contra a opressão injusta com o grito: “Violência!” (BJ, v. 7; NVI: E injustiça), ele não obtém resposta, pois o próprio Deus é o opressor (conforme Jr 20:8). Ele clama a um Universo surdo (Habel). Sente-se cercado e limitado (v. 8; conforme 13.27), tornou-se ignóbil e desonroso (v. 9), foi atacado como por um exército (v. 10ss). Durante toda a acusação, é importante observar que Jó mantém a sua posição de que é com Deus e somente com Deus que ele tem de resolver a sua causa.

v. 6 .foi Deus que me tratou mah é uma referência tanto ao seu sofrimento imerecido como à demora de Deus em declará-lo inocente, v. 7. não há justiça: isso não significa que Deus é injusto, mas que ele está demorando em trazer a justiça devida a Jó.

(2)    Deus separou os meus amigos de mim (19:13-22)
Jó se sente abandonado por todos os seus familiares e conhecidos, desde sua mulher (v. 17) até seus irmãos (v. 13,17b), seus parentes (v. 14), seus amigos (v. 14,19), especialmente pelos três consoladores (v. 21,22), e até mesmo pelos seus hóspedes (v. 15a), seus servos (v. 15b,
16) e os meninos (v. 18). Esse retrato comovente do abandono não é uma invenção; a sua doença não era somente temida como contagiosa, mas era considerada também um sinal do descontentamento e desprezo completos de Deus por ele. Por isso, a conclusão de Jó é: Ele afastou de mim os meus irmãos (v. 13).

v. 20. escapei só com a pele dos meus dentes\ mesmo que se tenha tornado um provérbio, a frase é ininteligível. Talvez queira dizer que escapou da morte por um triz, mas na realidade ele não está falando de morte, v. 21. Os amigos, apesar de tantos conselhos, não demonstraram misericórdia (conforme 6.14). v. 22. Nunca irão saciar-se da minha carne?'. todos o estão assaltando, assim como Deus, com o sofrimento que lhe enviou.

(3) Mas tenho certeza da minha justificação (19:23-29)
Jó expressa o desejo de que o seu grito seja registrado (v. 23,24) para que no fim (v. 25), seja lá quando for isso, sua reivindicação de inocência seja confirmada. Ele está convicto de que isso vai acontecer e vai ver Deus “do meu lado” (RSV; melhor do que com os meus próprios olhos, v. 27), e não mais como o seu oponente. Agora que ele expressou sua convicção, não importa quão inverossímil possa parecer, ele pode voltar-se contra os seus amigos e adverti-los a que parem de persegui-lo (v. 28,29).

v. 24. Há algumas evidências da prática de gravar inscrições em pedra e, então, preencher essas letras com chumbo (v. Rowley); independentemente do costume, é evidente que aqui se trata de um método de registro, v. 25. o meu Redentor, a linguagem é judicial; o redentor é o “defensor” que vai ser “o último a se levantar para falar na corte” (NEB). Jó não diz expressamente quem ele espera ser o seu defensor; talvez ele saiba, talvez não saiba, que vai ser Deus. No momento, Deus é o seu inimigo; então a defesa não deveria vir de outro canto? Mas, por outro lado, sua esperança é que ele vai ver Deus “do meu lado” (RSV, v. 26,27). v. 26. Jó não está necessariamente pensando numa vindi-cação além da morte, embora sua linguagem de forma alguma descarte isso. A destruição da sua pele é o que já aconteceu (não há referências a “vermes” [VA] no heb.), e a esperança parece estar no fato de que ele vai ver essa vindicação na sua carne, i.e., enquanto ele ainda está vivo. A preposição (sem) pode ser traduzida de diversas formas (“em” na ARA e BJ), e “fora da” na nota de rodapé da NVI, mas Jó dificilmente teve a expectativa de uma existência sem corpo. v. 27c. Talvez a linha deveria ser traduzida, como a NAB, por “o meu íntimo está sendo consumido pelo desejo ardente”, v. 28b. a raiz do problema está nele, i.e., Jó é a causa do seu próprio problema.


Moody

Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
Moody - Comentários de Jó Capítulo 4 do versículo 1 até o 24

III. Juízo : O Caminho da Sabedoria Obscurecido e Iluminado. 4:1 - 41:34.

A. O Veredito dos Homens. 4:1-24.

Considerando que o diálogo de Jó com seus amigos relacionava-se mais com a lamentação de Jó do que diretamente com suas calamidades, a missão dos amigos assume mais os ares de um julgamento do que de consolo pastoral e continua assim progressivamente em cada sucessivo ciclo de discursos. (Em relação à estrutura cíclica do diálogo, veja o Esboço acima.) Os amigos assentaram-se como em um conselho de anciãos para julgarem o ofensor clamoroso. A avaliação da culpa de Jó envolve discussão dos aspectos mais amplos do problema da teodicéia, mas sempre com o caso particular de Jó e a condenação à vista. Portanto, para Jó o debate não consiste em um estudo imparcial e acadêmico do sofrimento em geral, mas uma nova e dolorosa fase dos seus sofrimentos. Os amigos são enganados por seu apego à tradicional teoria, ajudando e favorecendo a Satanás em sua hostilidade contra Deus, e obscurecendo o caminho da sabedoria para Jó, o servo de Deus. Mas o debate serve para silenciar esta sabedoria do mundo e assim prepara o caminho para a apresentação da via de acesso da aliança para a sabedoria, que são apresentados nos discursos de Eliú e o Senhor. Novamente, no apelo que Jó faz dos vereditos humanos ao supremo tribunal, expresso em seu apaixonado anseio de expor o seu caso diante do Senhor, o debate busca a manifestação visível de Deus.


Moody - Comentários de Jó Capítulo 19 do versículo 2 até o 22

2-22. O lamento introdutório de Jó leva à auto-defesa, além de uma descrição da sua desolação (vs. 19:7-12) e isolação (vs. 19:13-19). Se os amigos são tão antagônicos que devem instaurar um processo contra ele (v. 19:5; cons. 22), que saibam agora que Deus é que me oprimiu, declara Jó (v. 19:6, para com o qual esta é tinia reação adiada). Eles estão defendendo a injustiça. Como estranhos se apodaram de mim (v. 19:13). Desse abandono brota o duplo: Compadecei-vos de mim (v. 19:21). Assim esta seção completa o ciclo (cons. vs. 19:2, 19:3), envolvendo Jó em desamparo.


Francis Davidson

O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
Francis Davidson - Comentários de Jó Capítulo 19 do versículo 1 até o 29
d) Jó responde a Bildade (19:1-18). Ao dirigir-se de novo aos seus amigos a ira dá lugar à dor. Mesmo que ele tenha pecado o seu pecado não pode magoá-los a eles. Dez vezes (3) significa "repetidamente" (cfr. Gn 31:7). Jó queixa-se de que Deus está determinado a humilhá-lo (6-12). Eis que clamo: Violência! (7). Em certa e expressiva versão: "Eis que clamo: Crime de Morte!" Não contente com prostrá-lo com e Seu antagonismo pessoal, Deus mobilizou um autêntico exército de cooperadores (12). Os parentes de Jó, os seus amigos íntimos, os seus servos e a sua própria mulher, todos o abandonam com repulsão e ele fica privado do afeto daqueles que mais significam para ele (13-19). Filhos do meu corpo (17). A tradução literal de corpo é "ventre". Esta palavra aplica-se, ocasionalmente, ao pai (cfr. Sl 132:11). Dado que a morte da família de Jó foi já descrita, alguns vêem aqui uma referência aos netos de Jó e outros aos filhos de concubinas.

Completamente prostrado pela compreensão do absoluto estado de solidão em que se encontra, Jó apela, pateticamente, para a piedade dos seus amigos. A trágica relação entre Jó e os seus amigos transparece, clara, no versículo 21. Certamente, diz Jó, o seu conhecimento da dor com que Deus o aflige, devia comovê-los. Contudo, era essa mesma a razão por que, dada a inflexibilidade do seu credo, eles não podiam compadecer-se dele. Tinham de escolher entre o amigo e a fé. O versículo 22 é dos que na Bíblia melhor demonstram a vastidão da nossa dívida para com nosso Senhor Jesus Cristo no que diz respeito ao conceito que temos de Deus. Na nossa era cristã acusamos freqüentemente o nosso próximo de não ser "como Deus". Cfr. Lc 6:35-42; Ef 4:32. Mas Jó queixava-se de que os seus amigos eram demasiadamente parecidos com Deus. Na sua atitude para com o sofrimento que o afligia, atitude que se tornava cada vez menos compassiva, Jó parecia-lhe ver um reflexo da atitude de Deus, daquele Deus endurecido e cruel, indiferente ao peso de angústia com que o esmagava e conduzia ao desespero.

>19:23

2. A FÉ TRIUNFA DE NOVO (19:23-18). Jó olha para o futuro para encontrar reacendida a esperança que o presente lhe nega. Se ao menos as suas palavras pudessem ficar gravadas! As gerações vindouras reagiriam mais favoravelmente ao seu caso que a sua. Mas dramática e impressivamente tomamos consciência de que este homem não pode contentar-se com o mero pensamento de uma futura aprovação da humanidade. A sua consciência de separação do homem é infinitamente menos séria que a sua consciência de separação de Deus. Aí está a chave da agonia que invade todo o livro. Subitamente surge-nos a maravilhosa visão de Alguém que defenderá a sua causa, que o chamará das sombras do Seol nas quais penetrou em ignomínia, para lhe fazer ouvir o "não culpado" pelo qual ele ansiava e lhe dar a oportunidade de contemplar o seu Herói e Defensor (25-27). Redentor (25), Heb. go’el, é suscetível de outra tradução: "justificador". Certo tradutor verte: "Aquele que me defende". Outro comentador define assim o go’el: "O go’el era o parente consangüíneo mais próximo a quem a lei civil impunha o dever de redimir a propriedade ou a pessoa do seu parente e a quem a lei judicial obrigava a vingar o sangue desse parente quando este fosse injustamente derramado". Por fim (25). O hebraico ’ abaron pode significar "último". Ver Is 44:6. Mas também pode significar "mais tarde". A passagem não relega a justificação de Jó para algum dia longínquo, alguma ressurreição distante. Aponta meramente para uma justificação vindoura. Para sobre a terra (25) são possíveis várias traduções como "no pó", "na minha sepultura" etc. Cfr. 7:21; 17:16. Substitua-se em minha carne por "da minha carne". A expressão pode significar que Jó esperava assistir à sua justificação revestido de um corpo de carne ou ser espectador da cena como espírito desencarnado. "Sem a minha carne" é uma versão possível que se baseia nesta última interpretação. É fútil qualquer atitude dogmática no que diz respeito à interpretação da preposição que tanto pode significar "de", como "longe de". De qualquer modo o espectador da cena é de infinitamente menos importância central: ele estará presente, em plena posse da sua inteligência, a sua personalidade intacta, após ter descido à sepultura.

>19:27

Vê-lo-ei por mim mesmo (27). Pense-se aqui na magistral observação de Lutero: "a religião está toda nos pronomes pessoais". A Jó não interessam as opiniões alheias acerca de Deus. A expressão por mim mesmo é ainda suscetível de outra interpretação: "do meu lado" ou "a meu favor". E não outros (27). Noutras versões a expressão é substituída por "e não outro" e aparece depois e não antes do verbo. Assim: "Vê-lo-ei por mim mesmo e os meus olhos o verão e não outro". Certa versão apresenta para a expressão uma interessante alternativa: "e não como estranho". As palavras sugerem-nos um pensamento de grande beleza: Jó aguardava, com ansiedade, o tempo em que o Deus do presente, que tantas vezes aparecia envolto em mistério, como um Estranho que em Si mesmo acumulasse imensidões de incompreensível hostilidade, se revelasse no Seu caráter autêntico, como Amigo que se apressasse a modificar a opinião desfavorável que por causa das aflições do momento presente, Jó tinha a Seu respeito. Os meus rins se consomem dentro de mim (27). A idéia de uma justificação futura é tão extraordinária, tão esmagadora, que Jó mal a pode suportar. Nenhum cristão pode ler os versículos 25:27 sem encontrar na passagem um eco dAquele que vive sempre "para interceder por eles" (He 7:25), dAquele que "trouxe à luz a vida e a incorrupção pelo Evangelho" (2Tm 1:10). Sem dúvida que para Jó eram desconhecidas as jóias mais preciosas que as suas palavras encerram. Ele proferiu-as sem consciência do seu inteiro significado. Como disse alguém, "ele era como uma harpa cujas cordas fossem percutidas pelo vento".

O capítulo termina com um solene aviso. O Justificador de Jó castigará aqueles que se armaram contra ele certos de que haviam diagnosticado bem a verdadeira causa da sua aflição. Tanto na Septuaginta como em outras versões se lê "nele" em vez de "em mim" (28).


Dicionário

Amigos

masc. pl. de amigo

a·mi·go
(latim amicus, -i)
adjectivo e nome masculino
adjetivo e nome masculino

1. Que ou quem sente amizade por ou está ligado por uma afeição recíproca a. = COMPANHEIROINIMIGO

2. Que ou quem está em boas relações com outrem.INIMIGO

3. Que ou quem se interessa por algo ou é defensor de algo (ex.: amigo dos animais). = AMANTE, APRECIADOR

nome masculino

4. Pessoa à qual se está ligado por relação amorosa. = NAMORADO

5. Pessoa que vive maritalmente com outra. = AMANTE, AMÁSIO

6. Pessoa que segue um partido ou uma facção. = PARTIDÁRIO

7. Forma de tratamento cordial (ex.: amigo, venha cá). = COMPANHEIRO

adjectivo
adjetivo

8. Que inspira simpatia, amizade ou confiança. = AMIGÁVEL, AMISTOSO, RECONFORTANTE, SIMPÁTICO

9. Que mantém relações diplomáticas amistosas (ex.: países amigos). = ALIADOINIMIGO

10. Que ajuda ou favorece. = FAVORÁVEL, PROPÍCIOCONTRÁRIO


amigo colorido
Pessoa com quem se tem relacionamento afectivo e sexual sem compromisso assumido.

amigo da onça
[Informal] Pessoa que parece amiga, mas que é falsa ou traiçoeira.

amigo de Peniche
[Portugal] Pessoa que parece amiga, mas que é falsa ou traiçoeira.

amigo do alheio
[Informal] Ladrão.

amigo oculto
O mesmo que amigo secreto. (Confrontar: amigo-oculto.)

amigo secreto
Pessoa, num grupo de colegas, amigos ou familiares, que deverá, por sorteio e geralmente na época de Natal, oferecer um presente a alguém numa data combinada, sem que seja identificado antes dessa data. (Confrontar: amigo-secreto.) = AMIGO OCULTO

falso amigo
[Linguística] [Linguística] Cada uma das palavras que, pertencendo a línguas diferentes, são muito parecidas na forma mas diferentes no significado. [Por exemplo, em italiano, a palavra "burro" significa "manteiga" e não "asno", como em português.]

fiel amigo
[Portugal, Informal] Bacalhau usado na alimentação.

Superlativo: amicíssimo ou amiguíssimo.

Compadecer

verbo transitivo direto e pronominal Ter compaixão de; condoer-se: Deus se compadeça de nós!
Resignar ou resignar-se; conformar-se.
Ser compatível, harmonizar-se; conciliar-se: amor e ódio não se compadecem.
verbo transitivo direto Incitar ou ocasionar compaixão a: a saída do presidente não compadeceu o povo.
Possuir tolerância ou compaixão; ter capacidade para aceitar algo inadmissível; tolerar.
Etimologia (origem da palavra compadecer). Com + padecer.

do Lat.compatescere

v. tr., ter compaixão de; lastimar; deplorar;

v. int., consentir; sofrer;

v. refl., apiedar-se; condoer-se; comiserar-se; ser compatível; harmonizar-se.


Compadecer Ter compaixão (Sl 106:45).

Deus

substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

Do latim deus, daus, que significa “ser supremo” ou “entidade superior”.


i. os nomes de Deus. A palavra portuguesa Deus, que tem a mesma forma na língua latina, representa alguns nomes da Bíblia, referentes ao Criador.
(a): o termo de uso mais freqüente é Elohim, que restritamente falando, é uma forma do plural, derivando-se, presumivelmente, da palavra eloah. Mas, embora seja plural, é certo que, quando se refere ao único verdadeiro Deus, o verbo da oração, de que Elohim é o sujeito, e o nome predicativo vão quase invariavelmente para o singular. As principais exceções são quando a pessoa que fala, ou aquela a quem se fala, é um pagão (Gn 20:13 – 1 Sm 4.8).
(b): El, provavelmente ‘o único que é forte’, também ocorre freqüentemente. E encontra-se este nome com adições: El-Elyon, ‘o Deus Altíssimo’ (Gn 14:18) – El-Shaddai, ‘o Deus Todo-poderoso’ (Gn 17:1) – e entra na composição de muitos vocábulos hebraicos (por exemplo Eliabe, Micael).
(c): Adonai, Senhor, ou Superior. Esta palavra e as duas precedentes eram empregadas quando se queria significar o Deus da Humanidade, sem especial referência ao povo de israel.
(d): Todavia, Jeová, ou mais propriamente Jahveh, o Senhor, o Ser que por Si mesmo existe, o Ser absoluto, que é sempre a Providência do Seu povo, designa Aquele que num especial sentido fez o pacto com o povo de israel.
(e): outro nome, ou antes, titulo, ‘o Santo de israel’ (is 30:11) merece ser aqui mencionado, porque ele nos manifesta o alto ensino moral dos profetas, fazendo ver aos israelitas que o Senhor, a Quem eles adoravam, estava muito afastado dos ordinários caminhos do homem, e portanto era necessário que o Seu povo fosse como Ele, odiando o pecado. É sob este título que o Senhor é reconhecido como uma pedra de toque não só da pureza cerimonial, mas também da pureza ética.
(f): Pai. Nas primitivas religiões semíticas, este termo, enquanto aplicado aos deuses, tinha uma base natural, pois que os povos acreditavam que eram descendentes de seres divinos. Todavia, no A.T. é Deus considerado como o Pai do povo israelita, porque Ele, por atos da Sua misericórdia, o constituiu em nação (Dt 32:6os 11:1 – *veja Êx 4:22). De um modo semelhante é Ele chamado o Pai da geração davídica de reis, porque Ele a escolheu e a tornou suprema (2 Sm 7.14 – Sl 2:7-12 – 89.27). Mais tarde se diz que Deus Se compadece dos que o temem (isto refere-se particularmente aos israelitas e aos que aceitam a religião de israel), como um pai se compadece dos seus filhos (Sl 103:13Mt 3:17).
ii. A doutrina de Deus. Certas considerações nos são logo sugeridas sobre este ponto.
(a): Em nenhuma parte da Bíblia se procura provar a existência de Deus. A crença no Criador é doutrina admitida. Nunca houve qualquer dúvida a respeito da existência da Divindade, ou da raça humana em geral. Entre os argumentos que podemos lembrar para provar a existência do Criador, devem ser notados: a relação entre causa e efeito, conduzindo-nos à grande Causa Primeira – a personalidade, a mais alta forma de existência que se pode conceber, de sorte que uma Causa Primeira, que carecesse de personalidade, seria inferior a nós próprios – a idéia de beleza, de moralidade, de justiça – o desejo insaciável, inato em nós, de plena existência que nunca poderia ser satisfeita, se não houvesse Aquele Supremo Ser, Luz, Vida e Amor, para onde ir.
(b): Deus é um, e único (Dt 6:4, doutrina inteiramente aceita por Jesus Cristo, Mc 12:29). Porquanto se houvesse mais que uma Divindade, haveria, de certo, conflito entre esses seres todo-onipotentes. Por isso, contrariamente ao dualismo de Zoroastro, segundo o qual há dois seres supremos, um bom e outro mau, a Bíblia ensina que Deus tem a autoridade suprema mesmo sobre o mal (is 45:6-7). Este fato fundamental da Unidade de Deus não está em contradição com a doutrina cristã da Trindade, antes pelo contrário, a salvaguarda.
(c): Deus é o Criador e o Conservador de tudo (Gn 1:1At 17:24Ap 4:11 – e semelhantemente Jo 1:3 – Col 1.16, onde o imediato Agente é a Segunda Pessoa da Trindade). Todos os dias estamos aprendendo, com clareza de percepção, que a matéria não é coisa morta e sem movimento, que as próprias pedras tremem pela sua energia, sustentando a sua coesão pelas formidáveis e ativas forças que sem interrupção nelas operam. o nosso conhecimento, cada vez mais aperfeiçoado, sobre os métodos de Deus na Criação, leva-nos a um louvor cada vez mais elevado.
(d): Estamos, também, sabendo mais com respeito à relação de Deus para conosco, como governador e conservador de tudo. Relativamente a este assunto há duas verdades, nenhuma das quais deverá excluir a outra:
(1). Ele é transcendente, isto é, superior ao universo, ou acima dele (*veja is 40:22 – 42.5 – 1 Tm 6.16).
(2). É igualmente importante notar que Deus é imanente, isto é, está na matéria, ou com ela. Nesta consideração, nós e todos os seres vivemos Nele (At 17:28 – *veja também Jo 1:3-4) – e Ele em nós está pelo simples fato de que sendo Espírito (Jo 4:24) é dotado de onipresença.
iii. A adoração a Deus. Se a religião é, na verdade, uma necessidade natural, o culto é sua forma visível. Porquanto, embora possamos supor a priori que nos podemos colocar na presença da Divindade sem qualquer sinal exterior, é isto, contudo, tão incompatível como a natureza humana, e tão contrário às exigências da religião, visto como esta pede a adoração a Deus com toda a nossa complexa personalidade, que não é possível admitir-se tal coisa. É certo que Jesus Cristo disse: ‘Deus é Espirito – e importa que os seus adoradores o adorem em espirito e em verdade’ (Jo 4:24). (*veja Altar, Baal, igreja, Eloí, Espírito Santo, Jewá, Jesus Cristo, Senhor, Senhor dos Exércitos, Tabernáculo, Templo, Trindade, Adoração.)

Introdução

(O leitor deve consultar também os seguintes verbetes: Cristo, Espírito Santo, Jesus, Senhor.) O Deus da Bíblia revela-se em sua criação e, acima de tudo, por meio de sua Palavra, as Escrituras Sagradas. De fato, a Bíblia pode ser definida como “a autorevelação de Deus ao seu povo”. É importante lembrar que as Escrituras mostram que o conhecimento que podemos ter de Deus é limitado e finito, enquanto o Senhor é infinito, puro e um Espírito vivo e pessoal, ao qual ninguém jamais viu. Freqüentemente a Bíblia usa antropomorfismos (palavras e ideias extraídas da experiência das atividades humanas, emoções, etc.) numa tentativa de nos ajudar a entender melhor Deus. Esse recurso pode ser realmente muito útil, embora o uso de descrições e termos normalmente aplicados aos seres humanos para referir-se ao Senhor eterno e infinito sempre deixe algo a desejar. Alguém já disse que “conhecer a Deus”, até o limite de que somos capazes por meio de sua Palavra, é o cerne da fé bíblica. De acordo com as Escrituras, todas as pessoas, durante toda a história, estão de alguma maneira relacionadas com o Senhor, seja numa atitude de rebelião e incredulidade, seja de fé e submissão.

Homens e mulheres existem na Terra graças ao poder criador e sustentador de Deus; a Bíblia ensina que um dia todos estarão face a face com o Senhor, para o julgamento no final dos tempos. A natureza de Deus e seus atributos são, portanto, discutidos de diversas maneiras nas Escrituras Sagradas, de modo que Ele será mais bem conhecido por meio da forma como se relaciona com as pessoas. Por exemplo, aprende-se muito sobre Deus quando age no transcurso da história, em prol do sustento e da defesa de seu povo, e leva juízo sobre os que pecam ou vivem em rebelião contra Ele. Muito sabemos sobre o Senhor por meio dos nomes aplicados a Ele na Bíblia e quando sua criação é examinada e discutida. Acima de tudo, aprendemos de Deus quando estudamos sobre Jesus, o “Emanuel” (Deus conosco).

As seções seguintes proporcionam apenas um resumo do que a Bíblia revela sobre Deus. Uma vida inteira de estudo, fé e compromisso com o Senhor, por intermédio de Cristo, ainda deixaria o crente ansioso por mais, especialmente pelo retorno de Jesus, pois concordamos com a declaração do apóstolo Paulo: “Agora conheço em parte; então conhecerei como também sou conhecido” (1Co 13:12).

A existência do único Deus

A Bíblia subentende a existência de Deus. Não há discussão alguma sobre isso em suas páginas, pois trata-se de um livro onde o Senhor revela a si mesmo. Somente o “tolo”, a pessoa maligna e corrupta, diz “no seu coração: Não há Deus” (Sl 14:1-53.1; veja O tolo e o sábio). A existência de Deus é freqüentemente afirmada nos contextos que advertem contra a idolatria. Sempre é dada uma ênfase especial ao fato de que somente o Senhor é Deus e não existe nenhum outro. Deuteronômio 6:4 declara: “Ouve, ó Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor”. Deuteronômio 32:39 diz: “Vede agora que Eu sou, Eu somente, e não há outro Deus além de mim. Eu causo a morte, e restituo a vida; eu firo, e eu saro, e não há quem possa livrar das minhas mãos”. Por essa razão, a idolatria é considerada um grande pecado (cf. 1 Co 8.4). Envolver-se com ela é viver e acreditar na mentira, numa rejeição direta da revelação do único Deus verdadeiro. Esperava-se que o povo de Israel testemunhasse para as nações ao redor que existia apenas um único Senhor e que não havia nenhum outro deus. Isso seria visto especialmente no poder de Deus para proporcionar a eles os meios para vencerem as batalhas contra inimigos mais fortes, no tempo de paz, na extensão das fronteiras (contra o poder de outros assim chamados deuses) e em sua justiça e juízo sobre todos os que se desviavam dele, ou rejeitavam seus caminhos ou seu povo. As nações ao redor precisavam aprender com Israel que os seus deuses eram falsos e que na verdade adoravam demônios (1Co 10:20).

Os escritores dos Salmos e os profetas também proclamaram que somente o Senhor é Deus e que Ele pré-existe e auto-subsiste. O Salmo 90:2 diz: “Antes que os montes nascessem, ou que formasses a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus”. Em Isaías, lemos: “Assim diz o Senhor, Rei de Israel, e seu Redentor, o Senhor dos Exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há Deus” (Is 44:6). “Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de mim não há Deus. Eu te fortalecerei, ainda que não me conheças” (Is 45:5; veja também 45.21; etc.). Jeremias disse: “Mas o Senhor Deus é o verdadeiro Deus; ele mesmo é o Deus vivo, o Rei eterno. Do seu furor treme a terra, e as nações não podem suportar a sua indignação” (Jr 10:10).

No Novo Testamento, novamente a autoexistência eterna de Deus é subentendida: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por meio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens” (Jo 1:14). Paulo argumentou em sua pregação para os atenienses: “Pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos” (At 17:28). O apóstolo fez um apelo aos habitantes de Listra, a fim de que reconhecessem a existência do único Deus verdadeiro, pois “não deixou de dar testemunho de si mesmo. Ele mostrou misericórdia, dando-vos chuvas dos céus, e colheita em sua própria estação, enchendo de mantimento e de alegria os vossos corações” (At 14:17). Em Romanos 1:19-20, há o pressuposto de que mesmo os que são maus e rejeitam a Deus podem ser considerados em débito, “visto que o que de Deus se pode conhecer, neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou. Pois os atributos invisíveis de Deus, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que foram criadas, de modo que eles são inescusáveis”.

Como em João 1, mencionado anteriormente, é no Novo Testamento que aprendemos sobre Jesus e começamos a entender mais sobre o próprio Deus, sua preexistência e sua auto-existência. Colossenses 1:17 descreve a preexistência de Cristo como “a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação” (Cl 1:15). Tanto Deus, o Pai, como Jesus são considerados eternos em sua existência: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-poderoso” (Ap 1:8-11.15, 17; 2 Pe 3.8). Hebreus 13:8 também fala de Jesus: “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje, e eternamente”.

O Deus criador

A autoexistência de Deus, bem como sua eternidade, também são sinalizadas na criação, a qual Ele fez do “ex nihilo” (a partir do nada; veja Gn 1; Rm 4:17; Hb 11:3). A Bíblia não admite a ideia do nada existindo lado a lado com o Senhor através da eternidade. Não há ensino, por exemplo, de que a matéria sempre existiu, ou que o mal sempre permaneceu como uma alternativa ao lado de Deus. O Todo-poderoso sempre existiu e sempre existirá; Ele é o Criador. O que existe traz outras coisas à existência. O racionalismo pode argumentar que, se algo existe, deve ter o poder da auto-existência dentro de si. A Bíblia mostra que o ser que auto-existe é Deus e somente Ele é o Senhor. Porque Deus existe, a vida veio à existência e surgiu a criação. No Senhor há vida e luz. Somente Ele tem a vida em si mesmo e habita na luz e na glória eternamente.

O ato de Deus na criação é descrito em muitos lugares da Bíblia. De maneira notável, Gênesis 1:2 descrevem a Palavra de Deus que traz tudo o que conhecemos à existência. Esses capítulos demonstram claramente que o Senhor já existia antes da criação e foi por meio de sua palavra e seu poder que o mundo veio à existência. Também revelam que Deus não iniciou simplesmente o processo e o concluiu, ou ainda não o concluiu, com o que conhecemos neste mundo hoje. Ele interferiu ativamente, várias vezes, para criar a luz, o sol, a lua, a água, a vegetação, os peixes, os mamíferos, os pássaros e a humanidade. Em Gênesis 1, essa obra ativa de Deus durante todo o período da criação pode ser notada nas duas frases: “E disse Deus: Haja...” e “E viu Deus que isso era bom”. Em Gênesis 2, a obra e as palavras do “Senhor Deus” são mencionadas repetidamente. O Salmo 33:4-9 personaliza a “palavra de Deus” como a que criou e “é reta e verdadeira; todas as suas obras são fiéis... Pela palavra do Senhor foram feitos os céus... Tema toda a terra ao Senhor... Pois ele falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu”. Jeremias afirma: “Pois ele (o Senhor) é o criador de todas as coisas, e Israel é a tribo da sua herança; Senhor dos Exércitos é o seu nome” (Jr 10:16-51.19; veja também 26:7; Sl 102:25-104.24; Ne 9:6; etc.).

No NT, o escritor da carta aos Hebreus lembra os crentes que “pela fé entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus, de maneira que o visível não foi feito do que se vê” (Hb 11:3). Louvor e adoração são devidos a Deus, o Pai, e a Jesus, a Palavra de Deus, pela criação e pelo seu contínuo sustento de todas as coisas criadas. Desde que a criação deriva sua vida e existência do próprio Deus, se o Senhor não a sustentasse, ela deixaria de existir (Ap 4:11; Jo 1:1-3; 1 Co 8.6; Cl 1:16-17; Hb 1:2-2 Pe 3.5; etc.).

Essa obra da criação, a qual necessita do poder sustentador do Senhor, proporciona a evidência da soberania e do poder de Deus sobre todas as coisas. Ele está presente em todos os lugares, a fim de sustentar e vigiar sua criação, realizar sua justiça, amor e misericórdia, trazer à existência e destruir, de acordo com sua vontade e seus propósitos. A doxologia de Romanos 1:1-36 oferece a resposta adequada do crente na presença do Deus criador, sustentador e que existe por si: “Porque dele e por ele e para ele são todas as coisas. Glória, pois, a ele eternamente. Amém” (v.36).

O Deus pessoal

O Criador do Universo e de todas as coisas, que sustém o mundo e todas as pessoas, revela-se a si mesmo como um “Deus pessoal”. A palavra “pessoal” não é aplicada a Ele em nenhum outro lugar da Bíblia e é difícil nossas mentes finitas assimilarem o que essa expressão “pessoal” significa, ao referir-se ao Senhor. Ainda assim, é dessa maneira que Ele é consistentemente revelado. Deus é um ser auto-existente e autoconsciente. Qualidades que indicam um ser pessoal podem ser atribuídas a Deus. Ele é apresentado como possuidor de liberdade, vontade e propósitos. Quando colocamos esses fatores na forma negativa, o Senhor nunca é descrito nas Escrituras da maneira que as pessoas o apresentam hoje, como uma energia ou uma força sempre presente. Deus revela a si mesmo como um ser pessoal no relacionamento entre Pai, Filho e Espírito Santo (veja mais sobre a Trindade neste próprio verbete) e em seu desejo de que seu povo tenha um relacionamento real com o “Deus vivo”. Sua “personalidade”, é claro, é Espírito e, portanto, não está limitada da mesma maneira que a humana. Porque é pessoal, entretanto, seu povo pode experimentar um relacionamento genuíno e pessoal com Ele. Deus, por ser bom, “ama” seu povo e “fala” com ele. O Senhor dirige os seus e cuida deles. O Salmo 147:10-11 dá alguns sentimentos de Deus, como um ser pessoal: “Não se deleita na força do cavalo, nem se compraz na agilidade do homem. O Senhor se agrada dos que o temem, e dos que esperam no seu constante amor” (veja também Sl 94:9-10). Efésios 1:9-11 mostra como a vontade e os propósitos de Deus são especialmente colocados à disposição dos que Ele “escolheu”, aos quais ele “ama”. O Senhor é aquele que conhece seu povo (1Co 8:3) e pode ser chamado de “Pai” pelos que vivem por ele (v.6). A revelação de Deus em Jesus novamente mostra como Ele é um Deus “pessoal”, tanto no relacionamento de Cristo e do Pai (como o Filho faz a vontade do Pai e fala as suas palavras), como na maneira pela qual o Pai mostrou seu amor pelo mundo, quando deu “o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16-14:15-31; 15.9,10; etc.).

O Deus providencial

Já que Deus é eterno, auto-existente e o Criador do Universo, não é de admirar que um dos temas mais freqüentes na Bíblia refira-se à soberana providência do Senhor. Deus é visto como o rei do Universo, o que fala e tudo acontece, que julga e as pessoas morrem, que mostra seu amor e traz salvação. Ele é o Senhor (veja Senhor) que controla o mundo e exige obediência. Busca os que farão parte de seu povo. É neste cuidado providencial por seu mundo e seu povo que mais freqüentemente descobrimos na Bíblia os grandes atributos divinos de sabedoria, justiça e bondade. Aqui vemos também sua verdade e seu poder. As Escrituras declaram que Deus tem o controle total sobre tudo, ou seja, sobre as pessoas, os governos, etc. Ele é chamado de Rei, pois estabelece reinos sobre a Terra e destrói-os, de acordo com seu desejo. Sua soberania é tão grande, bem como sua providência, em garantir que sua vontade seja realizada, que mesmo o mal pode ser revertido e usado pelo Senhor, para realizar seus bons propósitos.

Os escritores da Bíblia demonstram com convicção que Deus governa sobre toda a criação; assim, os conceitos do destino e do acaso são banidos. À guisa de exemplo, uma boa colheita não acontece por acaso, mas é providenciada pelo Senhor. É Deus quem promete: “Enquanto a terra durar, não deixará de haver sementeira e ceifa, frio e calor, verão e inverno, dia e noite” (Gn 8:22). Por outro lado, o Senhor mantém tal controle sobre a criação que pode suspender a colheita dos que vivem no pecado ou se rebelam contra Ele (Is 5:10). Nos dias do rei Acabe, de Israel, Deus suspendeu a chuva e o orvalho, por meio de “sua palavra”, como castigo sobre o monarca e o povo (1Rs 17:1). A fome foi extremamente severa, mas a providência particular e amorosa do Senhor por seu povo fez com que suprisse as necessidades do profeta Elias de maneira miraculosa (1Rs 17:18).

A Bíblia preocupa-se muito em mostrar a providência de Deus, que pode ser vista no seu relacionamento com seu povo (veja 2 Cr 16.9). Paulo fala sobre isso quando diz: “Sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8:28). Aqui vemos que não somente o cuidado soberano do Senhor sempre é feito segundo a sua vontade e seu propósito, mas também que esse desejo preocupa-se especialmente com seu povo, mediante o cuidado e a proteção. O poder de Deus é tão grande que em “todas as coisas” Ele trabalha para atingir seus fins. Tal entendimento da providência do Senhor leva à conclusão inevitável de que mesmo o que começou por meio do mal, ou emanado de nossos próprios desejos pecaminosos, pode ser revertido por Deus, enquanto Ele trabalha incessantemente para completar e realizar sua vontade. Essa fé e confiança no cuidado providencial do Senhor não eram conceitos novos nos dias de Paulo. Quando José foi capturado por seus irmãos e vendido como escravo para o Egito, não foi o acaso que finalmente o levou a ser governador egípcio, num momento em que o povo de Deus precisava ser preservado da fome terrível. Tudo foi parte da vontade do Senhor. Posteriormente, ao discutir o assunto com seus irmãos amedrontados, José disse: “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim, porém Deus o tornou em bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar muita gente com vida” (Gn 50:20). O cuidado providencial de Deus por Jó, quando Satanás desejava atacá-lo e destruí-lo, também é uma prova do poder soberano do Senhor, mesmo sobre o mundo dos espíritos, inclusive Satanás (1:2). Deus até mesmo controlou as ações do rei da Pérsia em favor de seu povo (Is 44:28-45:1-7).

Em nenhum outro contexto o cuidado providencial de Deus pode ser visto com tanta clareza como na provisão da salvação para o seu povo, por meio da morte expiatória de Jesus Cristo. A ação mais perversa de Satanás e o mais terrível de todos os pecados cometidos pelos seres humanos levaram à crucificação do Filho de Deus. Isso, porém, fora determinado pela vontade de Deus, e Ele reverteu aquele ato terrível para proporcionar expiação a todo aquele que se voltar para o Senhor (At 2:23-24). Esse desejo de Deus foi realizado “segundo as Escrituras”. Certamente o Senhor freqüentemente é visto agindo de maneira providencial e com poder soberano, de acordo com sua Palavra (Rm 5:6-1 Co 15.3; 2 Co 5.15).

A providência do Senhor também é vista na maneira como chama as pessoas para si. Toda a Trindade está envolvida nesta obra de atrair e cuidar do povo de Deus (Jo 17:11-12, 24; Ef 1:3-14; Cl 1:12-14; etc.). A reflexão sobre a soberania do Senhor sobre tudo, seu poder total de realizar o que sua vontade determina, sua providência na natureza, na humanidade de modo geral e especialmente em relações aos redimidos, nos leva novamente a louvá-lo e bendizê-lo (Sl 13:9-13-16; 145.1, 13 16:1 Pe 5.7; Sl 103).

O Deus justo

A Bíblia mostra-nos um Senhor “justo”. Isso faz parte de sua natureza e tem que ver com sua verdade, justiça e bondade. Em termos práticos, o reconhecimento da justiça de Deus nas Escrituras permite que as pessoas confiem em que sua vontade é justa e boa e podem confiar nele para tomar a decisão ou a ação mais justa. Ele é justo como Juiz do mundo e também na demonstração de sua misericórdia. Mais do que isso, sua vontade eterna é inteiramente justa, íntegra e boa. É uma alegria para homens e mulheres pecadores saberem que podem voltar-se para um Deus justo e receber misericórdia. É motivo de temor para os que se rebelam que o justo Juiz julgará e condenará.

O povo de Deus (“o povo justo”, formado pelos que foram perdoados por Deus) freqüentemente apela para sua justiça. Por exemplo, o salmista orou, para pedir misericórdia ao Senhor, quando parecia que as pessoas más prevaleciam. Achou estranho que os perversos prosperassem quando o “justo” padecia tanto sofrimento. Portanto, apelou para a justiça de Deus, para uma resposta ao seu dilema: “Tenha fim a malícia dos ímpios, mas estabeleça-se o justo. Pois tu, ó justo Deus, sondas as mentes e os corações” (Sl 7:9-11). “Responde-me quando clamo, ó Deus da minha retidão. Na angústia dá-me alívio; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração” (Sl 4:1-129.4; 2 Ts 1.6). É mediante sua justiça que Deus mostra misericórdia ao seu povo (Sl 116:4-6; 37.39).

Por vezes, entretanto, o povo de Deus tentou questionar o Senhor, quando parecia que Ele não os ajudava, ou estava do lado de outras nações. A resposta de Deus era que, se o Senhor lhes parecia injusto, é porque eles haviam-se entregado à incredulidade e ao pecado. As ações do Senhor são sempre justas, mesmo quando resultam em juízo sobre seu próprio povo. Veja, por exemplo, Ezequiel 18:25 (também
v. 29): “Dizeis, porém: O caminho do Senhor não é justo. Ouvi agora, ó casa de Israel: Não é o meu caminho justo? Não são os vossos caminhos injustos?”.

Deus pode ser visto como justo em tudo o que faz. Isso se reflete em sua Lei, a qual é repetidamente definida como “justa” (Sl 119; Rm 7:12). Deuteronômio 32:4 resume a justiça do Senhor desta maneira: “Ele é a Rocha, cuja obra é perfeita, e todos os seus caminhos são justiça. Deus é a verdade, e não há nele injustiça. Ele é justo e reto”.

Enquanto o povo de Deus ora, vê a justiça divina em seus atos de misericórdia e socorro para com eles e em seu juízo sobre os inimigos; assim, reconhecem que a justiça do Senhor permite que Ele traga disciplina sobre eles, quando pecam. Em II Crônicas 12, o rei Roboão e os líderes de Israel finalmente foram obrigados a admitir que, por causa do pecado e da rebelião deles contra Deus, Faraó Sisaque teve permissão para atacar Judá e chegar até Jerusalém. Deus os poupou da destruição somente quando se humilharam e reconheceram: “O Senhor é justo” (v. 6). Na época do exílio babilônico, os líderes tornaram-se particularmente conscientes deste aspecto da justiça de Deus. Daniel expressou dessa maneira: “Por isso, o Senhor vigiou sobre o mal, e o trouxe sobre nós, porque justo é o Senhor, nosso Deus, em todas as obras que faz; contudo, não obedecemos à sua voz” (Dn 9:14; veja também Ed 9:15).

Os profetas olhavam adiante para ver a revelação da justiça de Deus no futuro reino do Messias: “Vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo, um rei que reinará e prosperará, e praticará o juízo e a justiça na terra” (Jr 23:5; Is 9:7-11.4; etc. veja Lc 1:75; At 22:14). Paulo falou sobre a obra de Cristo em termos da revelação da justiça de Deus. Na morte de Jesus, pode-se ver o juízo do Senhor sobre o pecado e a manifestação de seu amor e misericórdia sobre os que são perdoados. Deus não comprometeu nem sua justiça que exige a morte pelo pecado, nem sua aliança de amor para com o seu povo, que promete perdão e misericórdia. Desta maneira, o Senhor permanece justo e íntegro na salvação (Rm 1:17-2.5,6; 3.5, 20-26; etc.).

Ao falar sobre os últimos dias e o retorno de Cristo, quando Deus vindicará seu nome diante de todo o mundo, inclusive os ímpios, será sua justiça que uma vez mais será notada e levará seu povo, que está ansioso por essa revelação, a louvá-lo (Ap 15:3-16.7).

O Deus amoroso

É justo que haja uma seção separada sobre este atributo, o mais maravilhoso do Senhor da Bíblia, ainda que tradicionalmente o amor de Deus seja visto como um aspecto de sua “bondade”. Várias vezes as Escrituras dizem que o Senhor “ama” ou mostra “amor” à sua criação, especialmente para o seu povo. É parte da natureza de Deus, pois ele é “bom” e é “amor”. O Senhor faz o que é bom (2Sm 10:12-1 Cr 19.13; Sl 119:68), porém, mais do que isso, ele é bom. Em outras palavras, a bondade é tão parte dele e de seu ser que o salmista disse: “Pois o teu nome é bom” (Sl 52:9-54.6; este vocábulo “nome” refere-se a todo o caráter do próprio Deus). Jesus disse: “Ninguém há bom, senão um, que é Deus” (Lc 18:19). Assim, se alguém deseja saber o que significa bondade e amor, deve olhar para o Senhor. I João 4:8-16 diz: “ Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor... E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor. Quem está em amor está em Deus, e Deus nele”.

Deus é a fonte da bondade. Tiago 1:17 diz: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito é do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação”. O texto não só mostra que o Senhor é a fonte daquilo que é bom, como ensina que Deus é sempre bom. Não existe um lado “sombrio” no Senhor, nenhuma base para a visão oriental de que o bem e o mal existem lado a lado, e juntos formam algo chamado “deus”.

A bondade de Deus, tão freqüentemente chamada de seu “amor”, é vista de muitas maneiras neste mundo. É evidente que no universo é algo generalizado, ou na manutenção da própria vida, da justiça, da ordem na criação, ou mesmo na provisão da luz do Sol e da chuva, do tempo de semear e de colher (Sl 33:5; Mt 5:45; At 17:25). Sua bondade, entretanto, é mais evidente em seu amor e fidelidade para com seu povo, a quem Ele protege, cuida e livra do juízo. Seu amor fiel por seu povo às vezes é chamado de “aliança de amor” ou “amor fiel”, pois Deus prometeu amar seu povo para sempre. Os israelitas repetidamente louvavam ao Senhor por seu amor eterno, extraordinário e não merecido, demonstrado através de toda a história de Israel (1Cr 16:34-2 Cr 5.13 7:3; Ed 3:11; Sl 118:1-29; Jr 33:11). É digno de nota como os vocábulos “bom” e “amor” aparecem juntos de maneira tão frequente, quando aplicados a Deus.

Os que buscam a Deus experimentam sua bondade e amor, pois encontram sua salvação (Lm 3:25). O seu povo o louva acima de tudo pelo amor demonstrado em sua misericórdia e perdão dos pecados. Foi para a bondade do Senhor que o rei Ezequias apelou, quando pediu perdão pelo povo de Israel, que adorava a Deus sem ter passado pelo ritual da purificação. “Ezequias, porém, orou por eles, dizendo: O Senhor, que é bom, perdoe a todo aquele que dispôs o coração para buscar o Senhor...” (2Cr 30:18; Nm 14:19). O próprio Deus, ao falar por meio do profeta Oséias, adverte, a respeito da contínua rebelião do povo: “eu não tornarei mais a compadecer-me da casa de Israel, mas tudo lhe tirarei” (Os 1:6).

A salvação de Deus para seu povo é sua mais profunda e fantástica demonstração de bondade e amor. Jesus foi oferecido pelo Pai como sacrifício pelo pecado de todo o que crê. Talvez o mais famoso versículo da Bíblia, João 3:16, expresse o sentimento desse dom de Deus: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. O dom é ainda mais extraordinário, pois “Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5:8; Tt 3:4-1 Jo 3:16). O povo de Deus sabe que não merece este sacrifício. A natureza do amor divino, dado a pessoas que não são merecedoras, freqüentemente é expressa por meio do vocábulo “graça”.

O amor de Deus também é visto por seu povo na maneira como Ele dá o seu Espírito Santo, de tal forma que todos possam conhecê-lo e responder-lhe em amor (Rm 5:5). Eles também experimentam o amor divino em seu cuidado providencial. Isso pode significar que o amor será em forma de disciplina (Ap 3:19), mas também representa o fato de que “todas as coisas” cooperam para o bem do povo de Deus, dos que são chamados segundo o seu propósito. Nada poderá separá-los do amor de Deus e de Cristo (Rm 8:28-35, 39; veja a seção anterior “O Deus providencial”). Ao meditar sobre sua graça a favor de todos, para os levar à salvação, eles o louvam pela maneira como os escolheu e os predestinou para serem filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito da sua vontade (Ef 1:4-6; 1 Jo 3:1). Essa grande obra de salvação é feita “segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo” (v. 9).

“Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)” (Ef 2:4-5). O problema é como uma mente humana pode assimilar a profundidade desse amor, pois “excede todo o entendimento” (Ef 3:18-19).

O Deus salvador

O amor de Deus é visto proeminentemente em sua salvação por meio de Jesus (“Jesus” significa “o Senhor salva”; veja Jesus). O Senhor é corretamente descrito como “Deus salvador”. A Bíblia ensina que toda a humanidade é pecadora e necessita de redenção, que só é efetivada pela ação salvadora de Deus. O AT refere-se ao Senhor como “Libertador”, “Redentor” e “Salvador”, tanto da nação como dos indivíduos. Ambos necessitam de perdão, se não querem receber juízo. Uma lição necessária à compreensão de todas as pessoas é que somente Deus é Todo-poderoso, soberano e justo; portanto, o único que pode salvar: “E não há outro Deus senão eu, Deus justo e Salvador não há além de mim” (Is 45:21-43.11). Às vezes, o povo de Israel voltava-se para outras nações em busca de proteção e salvação; essa atitude, entretanto, invariavelmente falhava, ao passo que o Senhor ensinava que somente Ele era o Salvador (Dt 32:15-24; 1 Cr 16:34-36; Is 17:10).

A promessa que Deus faz ao seu povo é que “quando clamarem ao Senhor, por causa dos opressores, ele lhes enviará um salvador e um defender, que os livrará” (Is 19:20-43.3; 45.15). Os homens e mulheres fiéis, mencionados no AT, todos conheceram a atividade salvadora e libertadora de Deus, tanto nas batalhas como no perdão dos pecados. O êxodo do Egito tornou-se o grande evento na história de Israel, que ofereceu às gerações futuras um memorial e uma ilustração da salvação e redenção operadas pelo Senhor. Deus redimiu seu povo do Egito porque o amava: “Mas porque o Senhor vos amava, e para guardar o juramento que fizera a vossos pais, o Senhor vos tirou com mão forte, e vos resgatou da casa da servidão, da mão de Faraó, rei do Egito” (Dt 7:8).

Aquele acontecimento histórico proporcionou às gerações futuras uma evidência de que Deus tem o poder para salvar e libertar; essa verdade tornou-se a base em que podiam apelar para o Senhor salvá-los e livrá-los novamente em outras situações adversas (Êx 6:6; Dt 9:26; Sl 106:10). A libertação do Egito, porém, proporcionou também uma advertência, que mostra os acontecimentos no deserto para os que “esqueceram seu Deus”: “Pondo-os ele à morte, então o procuravam; voltavam, e de madrugada buscavam a Deus. Lembravam-se de que Deus era a sua rocha, de que o Deus Altíssimo era o seu Redentor” (Sl 78:34-35; veja também 1 Cr 10:1-12). O próprio Deus mostrou a sua obra salvadora, ao levá-los do Egito para Canaã, e esperava fidelidade e serviço do seu povo redimido (Dt 13:5-15.15; 24.18; Os 13:4).

Assim como precisavam de uma redenção física e libertação, os israelitas necessitavam também de perdão dos pecados; nisto também o Senhor provou ser o Salvador e Redentor do seu povo. Louvavam o seu nome pelo seu perdão e sabiam que podiam submeter-se à justiça de Deus e que Ele os salvaria (Dt 21:8; Sl 31:5-34.22; 44.26; Is 54:5-59.20).

Os profetas olhavam para o futuro, para o dia em que um Salvador e Redentor viria para o povo de Deus: “O Redentor virá a Sião e aos que se desviarem da transgressão em Jacó, diz o Senhor” (Is 59:20). Isaías olhava adiante, para o dia do advento do Messias, quando o povo o louvaria: “Graças te dou, ó Senhor. Ainda que te iraste contra mim, a tua ira se retirou, e tu me consolaste. Certamente Deus é a minha salvação; confiarei e não temerei. O Senhor Deus é a minha força e o meu cântico; ele se tornou a minha salvação. Vós com alegria tirareis águas das fontes da salvação” (Is 12:1-3; veja Jr 23:6; Zc 9:9).

Jesus foi o cumprimento de tais promessas. Ele era o Deus Salvador que veio à Terra para salvar e redimir. Quando seu nascimento foi anunciado, sua atividade salvadora e redentora imediatamente dominou as palavras dos anjos, de Zacarias e de Maria. As profecias concernentes à salvação do povo de Deus, com o advento do rei da linhagem de Davi, são anexadas às promessas do perdão de pecados e salvação do juízo de Deus. Toda a “história da salvação”, como alguns a têm chamado, chega ao seu grande clímax com o advento daquele que seria chamado de “Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1:21; Lc 1:46-47, 68-75; 2.11, 30-32, 38; etc.).

O Deus salvador é revelado plenamente em Jesus. Nele, e em ninguém mais, há salvação (Lc 3:6-19.9,10; At 4:12; Hb 2:10). De fato, os vocábulos “salvar” e “salvação” referem-se a toda a obra salvadora de Cristo, desde sua encarnação, morte e ressurreição, até sua glorificação. Sua obra salvadora é considerada como um acontecimento realizado em três tempos: passado (na cruz, quando os crentes foram “justificados”; Rm 5:1-8.24; Ef 2:8-2 Tm 1.9); presente (com a operação progressiva do Espírito Santo na vida do crente, no processo de santificação, 1 Co 1.18; 2 Co 2,15) e futuro (no dia do julgamento, quando os crentes serão salvos da justa ira de Deus e serão glorificados; Rm 5:9-10).

A meditação sobre quem é o Senhor sempre tem levado à doxologia; assim, Judas 25 expressa o louvor a Deus como Salvador, por meio de Jesus Cristo: “Ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

O Deus Pai

Conforme já vimos, Deus é bom e é amor; portanto, é também “Pai”. Ele é a fonte de todas as coisas e, nesse sentido, é Pai. É o Pai da criação de Israel — o povo da sua aliança e dos cristãos. Acima de tudo, ele é o Pai de seu único Filho Jesus Cristo. Numa época em que muitas vezes se pergunta se o Senhor realmente deveria ser chamado de “Pai”, pois isso pode parecer uma postura “machista”, é importante notar novamente que Deus é Espírito. Portanto, é totalmente errado descrevê-lo como masculino ou feminino. De fato, lemos sobre o Pai como o Deus “que te gerou” (Dt 32:18) — o que dificilmente seria considerada como uma ação masculina! A paternidade humana deriva de Deus e não vice-versa. Chamar Deus de “Pai” sem dúvida é correto do ponto de vista bíblico e, devidamente entendido, tem muito a dizer para corrigir os muitos abusos que são presenciados atualmente, cometidos pelos pais humanos.

Primeiro, Deus é ocasionalmente referido, num sentido genérico, como Pai de todas as pessoas, pois elas são geradas por Ele (Ml 2:10; At 17:28-29; Hb 12:9). Segundo, a paternidade de Deus sobre Israel é mencionada ou subentendida. Como Pai, o Senhor tem o direito de ser obedecido. Deuteronômio 3:2-6 dá alguma indicação desse relacionamento: “Corromperam-se conta ele; já não são seus filhos, e isso é a sua mancha, geração perversa e depravada é. É assim que recompensas ao Senhor, povo louco e ignorante? Não é ele teu Pai, que te adquiriu, que te fez e te estabeleceu?” É o relacionamento pactual com seu povo que está especialmente em destaque aqui. O Senhor toma (cria) Israel, ao fazer dele o seu povo peculiar e ao adotá-lo amorosamente como pai, na esperança de receber de volta amor e obediência (Ml 1:6). Deus adverte Israel de que será rejeitado, se porventura desprezar seu Pai (v. 18). Assim, Israel é o seu “filho primogênito” e, se obedecer, receberá a proteção do Senhor. Por exemplo, Deus exige de Faraó: “Israel é meu filho, meu primogênito. Deixa ir o meu filho” (Êx 4:22-23; Os 11:1).

O fato de Deus apresentar-se como Pai de Israel significa que tem o direito de esperar em resposta uma sincera comunhão com o filho. Lamentavelmente, na maior parte do tempo, encontrou um povo rebelde. Deus diz em Isaías 1:2: “Criei filhos, e os engrandeci, mas eles estão revoltados contra mim”. Tanto este profeta como Jeremias, entretanto, olham para o futuro, para um tempo em que o Senhor será o Pai de um filho que corresponde. Deus então mostrará a Israel seu cuidado e seu amor: “Guiá-los-ei aos ribeiros de águas, por caminho reto em que não tropeçarão, porque sou um pai para Israel, e Efraim é o meu primogênito” (Jr 31:9). Um filho humilde admitirá que o Pai tem direitos: “Mas agora, ó Senhor, tu és o nosso Pai. Nós somos o barro, tu és o nosso oleiro; somos todos obra das tuas mãos. Não te enfureças tanto, ó Senhor, nem perpetuamente te lembres da iniqüidade. Olha, nós te pedimos, todos nós somos o teu povo” (Is 64:8-9; veja também 45.10,11; 63.16). Como Pai e Deus da Aliança, quando seu filho chamar, ele responderá: “Ele me invocará, dizendo: Tu és meu pai, meu Deus, a rocha da minha salvação... O meu amor lhe manterei para sempre, e a minha aliança lhe será firme” (Sl 89:26-28).

Deus também é o Pai do rei de Israel, de uma maneira especial, pois ele representa o povo. A aliança que o Senhor fez com o rei Davi estabeleceu que Deus seria o “Pai” dos descendentes dele: “Eu serei seu Pai e ele será meu filho”. O salmista destaca esse tema. Por exemplo, o Salmo 2:7 diz: “Proclamarei o decreto do Senhor: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei” (veja também Sl 89:26-27). Posteriormente, essas passagens sobre o filho assumiram um significado messiânico, quando as pessoas olhavam para o futuro, para o advento do rei ungido da linhagem de Davi. De fato, mais tarde foram aplicadas a Jesus Cristo (At 13:33; Hb 1:5).

Deus é “Pai” unicamente de Jesus, o qual é descrito como “o Filho unigênito de Deus” (veja Jesus). Esta filiação está relacionada ao seu nascimento virginal (Lc 1:35), mas essa não é a única origem. O Pai anuncia claramente a condição de Jesus, em seu batismo: “Então ouviu-se esta voz dos céus: Tu és o meu Filho amado em quem me comprazo” (Mc 1:11). Isso, porém, serviu apenas para confirmar publicamente o que já era verdade. De fato, o NT indica uma comunhão permanente entre o Deus Pai, como “pai”; e o Deus Filho, como “filho”. Esse relacionamento eterno é indicado em João 1:18: “Ninguém nunca viu a Deus, mas o Deus unigênito, que está ao lado do Pai, é quem o revelou”. Em João 17 Jesus dirige-se a Deus como “Pai” e olha para o futuro, quando receberá novamente “a glória que me deste, porque me amaste antes da criação do mundo” (vv. 24,25; 1 Jo 4:9).

O acesso a Deus como “Pai” só é possível por meio de Cristo: “Ninguém vem ao Pai, senão por mim”, disse Jesus (Jo 14:6). Isso também aponta o caminho para a filiação a Deus para todos os cristãos.

Deus como Pai de todos os cristãos é o complemento de sua paternidade a ser mencionada aqui. O Senhor é o Pai de todo o que tem fé em Cristo. Parte da plenitude da salvação, aplicada aos crentes pelo Espírito Santo, é a condição de “adoção” de filhos (Rm 8:23; Ef 1:5), mediante a qual podem utilizar o nome mais pessoal de “Aba” (Papai), ao dirigir-se a Deus (Rm 8:14-17; Gl 4:6). É importante notar que em ambos os textos a “filiação” também está intimamente ligada à herança. Assim como Jesus, o Filho, é herdeiro da glória de Deus, Paulo diz que os filhos adotados são “co-herdeiros de Cristo, se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados” (Rm 8:17). É possível para todo o que crê em Cristo conhecer o Pai (Gl 3:26), pois Jesus lhes revela (Jo 14:6-9). Cristo mostrou o Pai ao mundo: “Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo. Antes, é o Pai que está em mim quem faz as obras” (v.10).

Novamente, a única resposta apropriada por parte do cristão, diante da ideia de ser feito filho de Deus, é o louvor: “Vede quão grande amor nos concedeu o Pai, que fôssemos chamados filhos de Deus. E somos mesmo seus filhos! O mundo não nos conhece porque não o conheceu. Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque assim como é, o veremos” (1Jo 3:1-2).

Os nomes de Deus

Enquanto nas modernas culturas ocidentais o nome realmente só é usado para distinguir uma pessoa de outra, os registrados na Bíblia são utilizados para representar totalmente a pessoa ou indicar aspectos de seu caráter ou de seu objetivo na vida (veja seção Os nomes e seus significados na 1ntrodução). Em nenhum outro lugar isso pode ser visto mais claramente do que na expressão “nome do Senhor”, que ocorre aproximadamente 100 vezes nas Escrituras. É uma frase que sintetiza o que nunca pode ser totalmente resumido — ou seja, o próprio Deus.
O Nome. Quando Gênesis 4:26 diz: “Foi nesse tempo que os homens começaram a invocar o nome do Senhor”, não quer dizer simplesmente que as pessoas aprenderam a usar o nome “Senhor”. O texto indica que elas começaram a adorar ao Senhor por tudo o que Ele é. Quando a Lei diz: “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão, pois o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão” (Êx 20:7), claramente tem em mente mais do que as ocasionais expressões irreverentes (embora, é claro, sua proibição esteja incluída no mandamento). A lei afirma que o próprio Senhor não deve ser considerado com desdém. Não pode ser tratado da mesma maneira que os ídolos pagãos, mencionados no mandamento anterior. Jamais deve ser invocado como um poder mágico ou ser referido numa adoração que não é centralizada exclusivamente nele.

Assim, uma referência ao “Nome” do Senhor leva consigo uma indicação da própria natureza de Deus. Em Êxodo 23:20, o “Nome” de Deus está presente no anjo enviado para liderar o povo de Israel. Também é correto concluir que tal ser trata-se de uma “teofania”, por meio da qual o Senhor de alguma maneira era experimentado ou visto na presença do anjo (veja Teofanias).

Quando a Bíblia fala em “invocar” o nome de Deus, geralmente é num contexto de exortação para se adorar ao Senhor totalmente, em toda a vida e vê-lo como o Deus soberano e transcendente que é: pessoal, amoroso e fiel, que está presente em todas as áreas de seu domínio (2Rs 5:11; Sl 17:7; Jl 2:32; Sf 3:9).

Fazer alguma coisa no “nome do Senhor” é realizar algo no lugar do próprio Deus ou fazer com todo o endosso de sua presença e em obediência à sua ordem. Dessa maneira, os sacerdotes e levitas ministravam “no nome do Senhor” e os profetas falavam “no nome do Senhor”; não que eles alegassem ser Deus, mas isso significava que falavam e operavam com sua total autoridade e poder por trás deles. Até o mesmo o rei Davi lutou “em nome do Senhor” (Dt 18:17-22; 21.5; 1 Sm 17.45; 1 Rs 18.24; etc.). Quando os israelitas desejavam afirmar a presença de Deus com a Arca da Aliança, faziam isso mediante a invocação do “Nome do Senhor dos Exércitos” (2Sm 6:2). Salomão falava em construir um Templo “ao nome do Senhor” (1Rs 8:20). Dessa maneira, o nome é um meio de descrever a plenitude, a transcendência e a presença do próprio Deus.

É interessante notar que no NT o “nome” pertence a Jesus, para lembrar os textos do AT que se referiam a tudo o que Deus é. Se o nome é de Deus e Jesus é chamado pelo “nome”, então tudo o que pertence a Deus está em Jesus e tudo o que Deus é, Cristo também é (compare Joel 2:32 com Atos 2:21; Romanos 10:13). Assim como a autoridade e o poder de Deus são vistos em seu “nome”, o mesmo acontece com Jesus. É “no nome de Jesus” que as pessoas são desafiadas ao arrependimento, batismo e a receber perdão. A fé precisa ser “no nome de Jesus” (At 2:38-3.16; 9.21). É “no nome de Jesus” que os apóstolos curavam e a Igreja orava (At 3:6; Tg 5:14).

Em adição a essa maneira abrangente de referir-se à plenitude de Deus, vários nomes específicos são atribuídos ao Senhor na Bíblia e nos ajudam a entendê-lo melhor. Diferentemente de todos os “nomes”, eles enfatizam aspectos da natureza e do caráter de Deus, a fim de afirmar e enriquecer o que já foi mencionado anteriormente.
El, Elohim. Um nome comum usado para o Senhor e geralmente traduzido como “Deus” (Elohim é a forma plural). A raiz deste vocábulo provavelmente significa “poder”. Este termo era utilizado em outras culturas e religiões para descrever uma grande divindade. Na Bíblia, porém, o nome é aplicado ao único Deus — “El Elohe Israel”, [Deus, o Deus de Israel] (Gn 33:20). Nas Escrituras, Ele é o “Deus do céu e da terra” (Gn 24:3); “o Deus de Abraão, Isaque e Jacó”; o “Deus dos hebreus” (Êx 3:18); o “Deus dos deuses”; “Deus da verdade” (Sl 31:5) e, é claro, “Deus da glória” (Sl 29:3).

A forma plural às vezes refere-se a outros deuses, mas também é usada na Bíblia para o único Deus, embora o termo esteja no plural. A forma plural indica a plenitude do Senhor. Ele é totalmente distinto das pessoas criadas, em seu ser (Nm 23:19).

O vocábulo “El” também aparece em formas como “El Shaddai” (Deus Todo-poderoso”; Gn 17:1; Êx 6:3. Para mais detalhes, veja a seção “O Deus de Abraão”, no artigo sobre Abraão); “El Elyom” (Deus Altíssimo; Dt 32:8; Dn 7:18-22; etc.); “El Betel” (Deus de Betel; Gn 35:7); e “El Olam” (Deus Eterno; Gn 21:33; veja também Sl 90:2).
Yahweh (o Senhor). O vocábulo Yahweh, que geralmente é traduzido como “Senhor”, em nossas versões da Bíblia em Português, tem sido corretamente chamado de “o nome da aliança de Deus”. Foi por este título que o Deus de Abraão, Isaque e Jacó escolheu revelar-se a Moisés (Êx 6:3). Sem dúvida, os seguidores fiéis do Senhor já o conheciam por este nome antes da revelação da sarça ardente, mas com Moisés há mais revelações da fidelidade de Yahweh à aliança e de sua comunhão íntima com seu povo. O nome em si é derivado do verbo hebraico “ser”. Moisés imaginou pessoas que lhe perguntariam pelo nome do Deus que lhe apareceu, quando voltasse para seu povo. O Senhor lhe respondeu: “EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós” (Êx 3:14; veja
v. 15). Yahweh, portanto, significa algo como “Ele é” ou talvez “Ele traz à existência”.

Como o nome revelado de Deus, o título “Yahweh” trazia uma declaração da existência contínua do Senhor e sua presença permanente com seu povo. Foi Ele quem se apresentou a Moisés e ao povo de Israel através das gerações como o Deus da aliança, o que sempre seria fiel às suas promessas em favor de seu povo. Foi sob este nome que o povo da aliança adorou a Deus. No NT, os cristãos entenderam que o Senhor da aliança era Jesus Cristo e, assim, ideias e atributos do AT que pertenciam a Yahweh foram trazidos e aplicados a Jesus. Para uma discussão mais detalhada do grande significado deste nome, veja Senhor.
Adonai (Senhor). Com o significado de “Senhor” ou “Mestre”, este termo é aplicado a seres humanos em posição de autoridade. Quando relacionado a Deus, entretanto, geralmente é usado junto com o nome Yahweh. Isso apresenta algumas dificuldades na tradução. Não é fácil ler a frase “O senhor senhor”! Assim, geralmente traduz-se como “Senhor Deus” (2Sm 7:28; Is 28:16-56.8; etc.).
Rocha. A fidelidade, a confiabilidade e a graça salvadora do Deus da aliança são ocasionalmente descritas por meio do epíteto “Rocha” (Dt 32:4-15, 18; 2 Sm 22.3, 47; Sl 62:7; Hc 1:12; etc.).
Outros nomes. Embora algumas vezes sejam tomados como nomes, muitos outros termos aplicados a Deus são adjetivos. São usados para descrever o Senhor, atribuir louvor ao seu nome e diferenciá-lo dos deuses pagãos. Juízes 6:24 diz que “o Senhor é paz”. Outros textos falam sobre Deus como “o Santo” ou “o Santo de Israel”, a fim de estabelecer um elo no AT entre a sua santidade e a necessidade de que o seu povo seja santo (6:10; Pv 9:10; Is 12:6). Deus também é conhecido como o “Rei” (veja Rei), o “Senhor Todo-poderoso”, “o Senhor é minha Bandeira”, entre outros.
Jeová. Este termo é pouco citado nas modernas versões da Bíblia. Deve, contudo, ser mencionado aqui como um nome que ainda sobrevive em algumas traduções. É suficiente dizer que, em hebraico, o termo YHWH aparece e, na maioria das vezes, é traduzido como SENHOR, em nossas versões, ou colocam-se vogais e assim lê-se Yahweh (o que alguns colaboradores deste volume têm feito). Jeová deriva de uma leitura equivocada de Yahweh. O pano de fundo do problema com o nome “Jeová” é explicado no verbete Senhor.


A Trindade

O cristianismo tradicionalmente argumenta que muitas evidências bíblicas revelam Deus em três pessoas distintas. Para alguns, tal definição do Senhor tem causado sérios problemas. A história da Igreja é permeada pelo surgimento de seitas que não reconheciam Jesus Cristo como Deus ou que se recusavam a aceitar a visão trinitária do Senhor; outras não viam um dos componentes da Trindade como totalmente Deus, ou negavam que houvesse distinções entre as três pessoas. Outros grupos estão totalmente fora do ensino bíblico e entram efetivamente no mundo do triteísmo, uma noção negada explicitamente na Bíblia, como, por exemplo, na oração da “Shema” (Dt 6:4). Embora o termo “trindade” não seja mencionado nas Escrituras, os cristãos sempre creram que somente ele pode fazer justiça à revelação bíblica da “plenitude” de Deus. Começando com o AT, os cristãos apontam indicações que pressagiam um ensino mais detalhado no NT. Muitas passagens conduzem para a pluralidade relacionada com o que é o “único Deus”. Muitos textos sugerem uma identificação do Messias que virá com o próprio Deus. Ele será chamado de Deus Poderoso, governará em completa soberania e será eterno — atributos divinos (Is 9:6-7; Sl 2; etc.). Mas indicações também estão presentes na compreensão da própria criação, no AT. Embora algumas pessoas neguem seu significado, é interessante notar que o Senhor refere-se a si mesmo com o termo plural “elohim” em certas passagens. Em Gênesis 1, é Deus quem cria, por meio de sua Palavra e pelo seu Espírito (Gn 1:1-3). Às vezes essa referência no plural parece ainda mais notável, feita de forma explícita com o uso de verbos e pronomes nas pessoas do plural; por exemplo, “Então disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem...” (Gn 1:26-3.22; 11.7; Is 6:8). Existe também uma personalização da “Palavra de Deus” que criou os céus (Sl 33:6). Algo semelhante ocorre em Provérbios 8, onde a sabedoria do Senhor é personalizada como o próprio Deus que opera no mundo, concede vida e envolve-se com a própria criação (principalmente Pv 8:12-21).

Alguns sugerem que “o anjo do Senhor” também deve ser identificado com Deus e ainda assim é distinto dele (Êx 3:2-6; veja também Anjo do Senhor). Em Isaías 63:1014, o Espírito Santo é identificado como Agente de Deus. Esse tipo de evidência espera por sua interpretação mais completa no NT (veja também Teofanias).

No NT, aspectos da doutrina da Trindade surgem primeiro quando os discípulos e seguidores de Jesus reconhecem as obras e as palavras de Deus nas atitudes de Jesus. Realmente, o problema dos líderes religiosos daquela época foi justamente que algumas das coisas que Cristo fazia e dizia só seriam feitas e ditas por Deus; portanto, eles alegavam que Jesus blasfemava, ao tentar passar por Deus. Por exemplo, Cristo perdoou os pecados do paralítico, algo que os escribas acreditavam que somente Deus era capaz de fazer; portanto, era uma blasfêmia. Jesus então demonstrou sua autoridade divina, ao curar o homem completamente (Mt 9:2-6). João 8 é especialmente esclarecedor sobre essa questão e traz uma série de declarações feitas por Jesus. Sua alegação de pertencer a Deus e ser enviado por Ele (vv. 14, 23), de partir para um lugar desconhecido dos líderes religiosos (v. 14), intimamente combinada com o uso da expressão “Eu Sou” e sua declaração de ter existido antes de Abraão (vv. 24, 28, 58, etc.), tudo isso ocasionou uma acusação de blasfêmia e a tentativa de apedrejamento — a punição para aquela transgressão (v. 59). Jesus aceitou a confissão de Pedro de que Ele era o Cristo (Mc 8:29-30) e alegou ter “todo” poder e autoridade antes de fazer uma das principais declarações trinitárias da Bíblia: “Ide... batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28:18).

Em todo o NT, ambos, o Espírito Santo e Jesus, são apresentados como seres divinos. João 1:1-14 fala de Cristo como preexistente. Romanos 9:5 geralmente é destacado por alguns teólogos, mas provavelmente a leitura deveria ser essa: “Cristo, que é Deus sobre todos, seja louvado...” (veja também Cl 2:9; Hb 1:9-10; etc.). O Espírito Santo também é visto como Deus (veja At 5:3-4; Jo 15:26; Mc 3:29-2 Co 3.17; etc.).

São também interessantes as passagens do NT onde os escritores apostólicos aplicam a Jesus o nome de Yahweh do AT (Senhor). Veja, por exemplo, Romanos 1:0-13, onde a confissão da fé em Cristo é provada como confissão de fé em Deus, por uma referência que aponta para o AT e menciona Yahweh. Vários textos merecem um exame cuidadoso, pois trazem o entendimento do AT sobre Yahweh ou aplicam declarações concernentes a Yahweh, no AT, e a Jesus, no NT. Por exemplo, veja João 1:2-41 (cf. Is 6:10); Atos 2:34-36; I Coríntios 1:30-31; 12.3; Filipenses 2:9-11 (cf. Is 45:23), etc.

Em muitas passagens bíblicas, a ideia do Deus trino é no mínimo implícita nos textos do NT, se não explícita. O batismo de Jesus envolveu o Filho, o Pai e o Espírito Santo (Mt 3:13-17). O mencionado em Mateus 28:19 é em nome das três pessoas da Trindade. Jesus referiu-se ao Espírito Santo como “outro Consolador”. Assim como o Pai enviou Cristo, Ele mandaria o Espírito Santo (Jo 14:15-23). Veja também a obra do Pai, do Filho e do Espírito Santo na vida do crente (Ef 3:14-19).

As Escrituras revelam uma figura de Deus em três pessoas e a isso nós chamamos de “Trindade”. O Pai não é maior do que o Filho e ambos são distintos do Espírito Santo, embora exista um ensino claro tanto no AT como no NT de que Deus é único. Existem três pessoas, mas apenas um Senhor. Tal ensino, quando apresentado em conjunto, implica um modo de existência longe do que nossa mente humana possa entender. É por esta razão que todas as analogias humanas invariavelmente fracassam quando se trata de explicar o que significa a Trindade.

Os cristãos estão convencidos de que negar essa doutrina é renunciar à clara evidência bíblica sobre o próprio Deus. Um escritor resumiu o ensino bíblico dessa maneira: “A doutrina da Trindade não explica plenamente o misterioso caráter de Deus. Pelo contrário, estabelece as fronteiras, fora das quais não devemos andar... Isso exige que sejamos fiéis à revelação bíblica que em um sentido Deus é um e num sentido diferente ele é três” (R. C. Sproul).

Conclusão

O Deus da Bíblia é revelado como Eterno, Majestoso, Transcendente, Onipotente e Onisciente. Também é descrito como o Criador de todo o Universo e das pessoas e, neste contexto, revela a si mesmo em sua Palavra como um Deus pessoal, amoroso e soberano, um Deus justo, verdadeiro e íntegro. Deus é revelado como o Pai, o Filho e o Espírito Santo. É o Deus presente com seu povo (Emanuel, Deus conosco) e atuante em toda a criação, embora de modo algum seja absorvido por ela, como certas religiões orientais ensinam. Embora seja um Deus santo, separado e distinto da criação e das criaturas, não permite que o mundo se perca totalmente em seu pecado, sem nenhuma esperança de redenção; pelo contrário, revela a si mesmo como um Deus de amor que salva e redime todo aquele que o busca. Sua graça salvadora é vista claramente em sua vinda aqui na Terra: Jesus, o Filho de Deus, veio para ser o Salvador e Redentor da humanidade. Esta dádiva é experimentada por meio de sua Palavra (a Bíblia) e da presença do Espírito Santo no coração e na vida daqueles que crêem nele. Quanto mais a Bíblia é lida, fica mais claro que todo o seu povo é exortado repetidamente a cantar louvores ao Deus Todo-poderoso que, embora seja transcendente, está presente, a fim de sustentar, cuidar e salvar. “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos jubilosos e imaculados diante da sua glória, ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

P.D.G.


Deus [hebr. El, Elah, Eloah, Elohim; gr. theós]

O nome mais geral da Divindade (Gn 1:1; Jo 1:1). Deus é o Ser Supremo, único, infinito, criador e sustentador do universo. É espírito pessoal e subsiste em três pessoas ou distinções: Pai, Filho e Espírito Santo (v. TRINDADE). É santo, justo, amoroso e perdoador dos que se arrependem. O ateu diz que Deus não existe; o agnóstico diz que não podemos saber se Deus existe ou não; o crente sabe que Deus existe e afirma: “... nele vivemos, nos movemos e existimos” (At 17:28).

==========================

NOMES DE DEUS

Nas Escrituras Sagradas Deus é chamado por vários nomes e cognomes (títulos), que seguem alistados na ordem decrescente do número de ocorrências:


1) SENHOR (hebr. JAVÉ, ???? - Gn 2:4);


2) DEUS (Gn 1:1);


3) SENHOR DOS EXÉRCITOS (Jr 33:11);


4) Pai (Is 63:16; Mt 6:8-9);


5) SENHOR (propriamente dito - Sl 114:7);


6) SANTO de ISRAEL (Is 1:4);


7) ALTÍSSIMO (Gn 14:18);


8) Todo-poderoso (Gn 49:25; 2Co 6:18);


9) Deus Vivo (Os 1:10; 1Ts 1:9);


10) Rei (Sl 24; 1Tm 6:15);


11) Rocha (Dt 32:18; Is 30:29);


12) REDENTOR (19:25);


13) SALVADOR (Sl 106:21; Lc 1:47);


14) Juiz (Gn 18:25; 2Tm 4:8);


15) O Poderoso (Gn 49:24, RA; RC, Valente);


16) O PRIMEIRO E O ÚLTIMO (Ap 22:13);


17) ETERNO DEUS (Is 40:28);


18) Pastor (Gn 49:24);


19) ANCIÃO DE DIAS (Dn 7:9);


20) O Deus de BETEL (Gn 31:13);


21) O Deus Que Vê (Gn 16:13).


Deus O judaísmo apresentava uma visão estritamente monoteísta da divindade. As afirmações a respeito que aparecem no Antigo Testamento não podem ser mais explícitas. Antes e depois dele não houve nem haverá outros deuses (Is 43:10-11). Tudo criou sem ajuda nem presença de ninguém (Is 44:24; 45,12). É o primeiro e o último (Is 44:6), clemente e misericordioso (Sl 111:4), o que cuida dos oprimidos (Sl 113:7), o que cura todas as dores e perdoa todas as iniqüidades (Sl 103:3).

Foi ele quem entregou a Torá a Moisés no Sinai (Êx 19:20) e que estabeleceu uma Aliança Eterna com Israel como povo seu. Ele que falou através dos profetas, ele que não pode ser representado por nenhum tipo de imagem, desenho ou pintura (Ex 20:4ss.) etc.

Deste Deus se esperava que enviaria seu messias e que no final dos tempos ressuscitaria os justos e injustos, proporcionando recompensa eterna aos primeiros e castigo vergonhoso e consciente aos segundos (Dn 12:2).

Nos evangelhos encontramos uma aceitação de todas essas afirmações. Deus é único (Mc 12:29ss.), é o Deus dos patriarcas (Mt 22:32), é o único que pode receber culto e serviço (Mt 6:24; Lc 4:8). Para ele tudo é possível (Mt 19:26; Lc 1:37). Ainda que faça brilhar o sol sobre justos e injustos (Mt 5:45), só é Pai daqueles que recebem Jesus (Jo 1:12). Essa relação de paternidade entre Deus e os seguidores de Jesus explica por que ele é tratado como Pai (Mt 11:25ss.; Mc 14:36; Lc 23:34.46; Jo 11:41; 17, 1.5.11). A ele se deve dirigir no oculto do coração e sem usar contínuas repetições como os pagãos (Mt 6:4.
18) e nele se deve confiar sem sombra de dúvida (Mt 6:26-32; 10,29-31; Lc 15). E podemos então chegar a conhecê-lo porque se nos revelou em Jesus (Jo 1:18).

Esse monoteísmo com o qual Deus é contemplado no Novo Testamento encontra-se, não obstante, selecionado através da fé na Trindade, que afirma uma pluralidade de pessoas no âmago da única divindade. Existem precedentes da crença na divindade do messias no judaísmo, assim como da atuação de Deus em várias pessoas. De fato, o judeu-cristianismo posterior — tal como registra o Talmude — apenas se referiu a elas para defender sua essência judaica. Assim, no Antigo Testamento, atribui-se ao Messias o título divino de El-Guibor (Is 9:5-6); Deus se expressa em termos plurais (Gn 1:26-27; Is 6:8); o malak YHVH ou o anjo de YHVH não é senão o próprio YHVH (Jz 13:20-22) etc, expressões que foram interpretadas como sinais da revelação da Trindade.

Nos evangelhos encontramos de fato afirmações nesse sentido que não podem ser consideradas equívocas. Por exemplo: Jesus é denominado Deus (Jo 1:1; 20-28 etc.); afirma-se que o Filho de Deus é igual a Deus (Jo 5:18); ressalta-se que era adorado pelos primeiros cristãos (Mt 28:19-20 etc.), recebe a designação de “Verbo”, termo procedente dos targuns aramaicos para referir-se ao próprio YHVH (Jo 1:1) etc.

Tem-se discutido se todos esses enfoques procedem realmente do próprio Jesus ou se, ao contrário, devem ser atribuídos à comunidade primitiva. Também se questiona o seu caráter judaico.

Atualmente, sabemos que esses pontos de vista não se originaram do helenismo, mas do judaísmo contemporâneo de Jesus (m. Hengel, A. Segal, C. Vidal Manzanares etc.). A característica que difere o cristianismo das outras doutrinas é afirmar essa hipóstase do Deus único, encarnado em Jesus. A este também retrocede todas as interpretações sobre sua pessoa. Para essa interpretação, defendem-se passagens de indiscutível autenticidade histórica, como a de Lc 10:21-22, assim como as de auto-identificação que Jesus atribui a si, como a Jokmah hipostática dos Provérbios (Lc 7:35; 11,49-51) e como o “Kyrios” (Senhor) do Antigo Testamento (Lc 12:35-38; 12,43ss.). Essas passagens de fato fazem parte da fonte Q, o que indica sua antigüidade.

m. Hengel, El Hijo de Dios, Salamanca 1978; A. Segal, Paul, The Convert, New Haven e Londres 1990; m. Gilbert - J. N. Aletti, La Sabiduría y Jesucristo, Estella; C. Vidal Manzanares, El primer Evangelio...; Idem, El judeo-cristianismo palestino...


Mão

As mãos eram empregadas tanto metaforicamente como cerimonialmente.
(a): Beijar a mão de alguém era um ato de adoração (31:26-27): ‘Se olhei para o sol, quando resplandecia,…beijos Lhe atirei com a mão… ‘ *veja também 1 Rs 19.18.
(b): Prestar juramento era acompanhado em todas as nações do ato de levantar a mão.
(c): Dar a mão sempre significou paz, amizade e confiança (2 Rs 10.15).
(d): Sentar-se alguém à mão direita era indicio de alta mercê (Sl 16:11 – 77.10), sendo o Filho de Deus muitas vezes representado como estando sentado à mão direita de Seu Pai (Hb 1:13 – *veja também Sl 110:1). Satanás estava à mão direita do sumo sacerdote Josué como acusador (Zc 3:1) – mas, sob outro ponto de vista, o Salmista diz: ‘o Senhor, tenho-o sempre à minha presença – estando ele à minha direita não serei abalado’ (Sl 16:8).
(e): A imposição das mãos compreende-se de diferentes maneiras no Antigo e Novo Testamento. Muitas vezes se toma no sentido de ordenação e consagração de sacerdotes e ministros entre judeus e cristãos (Nm 8:10At 6:6 – 13.3 – 1 Tm 4.14). Deus designou Moisés para pôr as suas mãos sobre Josué, como seu sucessor (Nm 27:18). Jacó pôs as suas mãos sobre Efraim e Manassés, quando os abençoava (Gn 48:14). Quando o sumo sacerdote proferia a bênção, ele tinha a sua mão levantada sobre o povo (Lv 9:22). Semelhantemente, quando os israelitas apresentavam no tabernáculo ofertas pelos pecados, os sacerdotes punham as suas mãos sobre as vítimas, para expiação (Lv 1:4). Neste testemunho o ofertante reconhecia pelos seus pecados que era digno da morte, sendo compreendido que esses pecados apagavam-se no sacrifício, consagrando-se ele a Deus. A mão das testemunhas se levantava contra o idólatra para executar a sentença de morte (Dt 13:9 – 17.7). o nosso Salvador pôs as mãos sobre as cabeças das crianças, quando as abençoava (Mc 10:16) – e o Espirito Santo era conferido aos que eram batizados, pela imposição das mãos dos apóstolos (At 8:17 – 19.6). Pilatos lavou as mãos em sinal de inocência (Mt 27:24).

Mão Medida de comprimento igual a 7,4 cm. É a medida da palma da mão na base dos dedos. É 1/3 do PALMO e 1/6 do CÔVADO (Ex 37:12), RC; RA, quatro dedos).

Mão Símbolo do poder de Deus, digno de confiança (Mt 4:6). O Pai colocou tudo nas mãos de Jesus (Mt 3:12; Lc 3:17; Jo 3:45; 13,3), do qual provém a onipotência do Filho (Jo 10:28ss). Em Jesus, o uso das mãos está ligado à bênção (Mt 19:13-15; Mc 10:16; Lc 24:50) e à cura (Mc 6:5; 8,23-25; Lc 4:40; 13,13); o mesmo pode ser observado em seus discípulos (Mt 9:18; Mc 7:32; 16,18).

Tocar

verbo transitivo direto , transitivo indireto e intransitivo Tocar em alguma coisa; pôr a mão em; pegar, apalpar: tocar uma flor; tocar com as mãos; produtos expostos, por favor, não tocar.
verbo transitivo direto , bitransitivo, transitivo indireto e pronominal Colocar-se em contato com alguém; encontrar: minhas mãos tocaram nas dela; nossos lábios se tocaram.
verbo transitivo direto , transitivo indireto e pronominal Mencionar algo ou alguém; referenciar: tocar num assunto delicado; tocar no cerne da questão; argumentos que não se tocam.
verbo transitivo direto Atingir com um golpe de espada ou florete: tocar no adversário.
Incitar usando alguma coisa, geralmente um chicote, espora etc,: tocar o rebanho.
Expulsar pessoas ou animais de um lugar: tocar o cão para fora de casa.
Estar próximo ou se aproximar de; atingir: suas mãos tocaram o céu.
Confinar, estar junto de: minha casa toca com a dele.
[Música] Executar um trecho de música: tocar uma valsa.
Obter como incumbência, responsabilidade: à filha tocava a direção das empresas.
[Popular] Seguir com algo; progredir: queria tocar a empresa da família.
verbo transitivo indireto Alcançar um dado ponto, geralmente um limite: as demissões tocaram aos funcionários.
Fazer parte de; pertencer: tocou ao filho as dívidas do pai.
Ter relação com; dizer respeito: minha vida não toca a ninguém.
Dar uma opinião quando não questionado; intrometer-se: minha ideologia não toca na sua.
verbo transitivo direto e transitivo indireto [Náutica] Passar pelo porto no decorrer de uma viagem: o navio tocará Olinda amanhã; o cruzeiro tocaria no Rio de Janeiro antes de partir.
verbo intransitivo e pronominal [Popular] Seguir numa determinada direção; andar: tocou o caminhão morro acima; tocou-se para outro país.
verbo transitivo direto e intransitivo [Música] Tirar sons de um instrumento musical: tocar violino; parou a aula porque não sabia tocar.
Dar aviso ou sinal por meio de toque ou som: vamos para a aula, que já tocou o fim do recreio; a sirene hoje não toca.
verbo intransitivo Expressar por meio do som, de toques, avisos: o relógio hoje não tocou.
Impressionar, comover: sua desgraça muito me tocou.
verbo transitivo direto e bitransitivo Ligar para alguém: tocar o telefone; estou esperando o telefone tocar.
verbo pronominal Encontrar-se, aproximar-se, pôr em contato: os extremos se tocam.
Ficar ofendido com alguém; melindrar-se: tocava-se com as injustiças sociais.
[Popular] Passar a entender, a perceber: menino que não se toca, meu Deus!
[Popular] Demonstrar interesse por; querer saber ou se importar: ainda não se tocou sobre o divórcio.
[Popular] Estar ligeiramente bêbado: essa cerveja já me tocou!
expressão Estar tocado. Estar embriagado.
Tocar na honra (de alguém). Falar mal de alguém.
Pelo que me toca. Pela minha parte, por mim.
Etimologia (origem da palavra tocar). De origem onomatopeica, provavelmente por influência do latim toccare.

tocar
v. 1. tr. dir. Aproximar (um corpo) de (outro). 2. tr. dir. e tr. ind. Pôr a mão em; apalpar, pegar. 3. tr. dir. e tr. ind. Pôr-se em contato com; roçar e.M 4. pron. Geo.M Ter um ponto comum de contato. 5. pron. Encontrar-se, pôr-se em contato. 6. pron. Aproximar-se, identificar-se, unir-se. 7. tr. dir. Bater em (o animal) para o fazer andar;chicotear, esporear. 8. tr. dir. Conduzir, espantar de um lugar para outro. 9. tr. dir. Atingir, chegar a. 10. tr. dir. Confinar com, estar contíguo a, estar junto de. 11. tr. dir. e Intr. Fazer soar, assoprando, tangendo ou percutindo. 12. Intr. Produzir música, executar peças musicais. 13. tr. dir. Dar sinal ou aviso por toques. 14. tr. dir. Executar em instrumento. 15. tr. dir. e tr. ind. Náut. Fazer escala e.M 16. tr. dir. e tr. ind. Mencionar, referir. 17. tr. ind. Caber por sorte; pertencer. 18. tr. ind. Dizer respeito a, interessar a. 19. tr. ind. Competir, pertencer. 20. tr. dir. e tr. ind. Causar abalo a; comover, sensibilizar. 21. Pr

Strongs

Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
Jó 19: 21 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

Compadecei-vos de mim, amigos meus, compadecei-vos de mim, porque a mão de Deus me tocou.
Jó 19: 21 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

Antes de 2100 a.C.
H2603
chânan
חָנַן
ser gracioso, mostrar favor, ser misericordioso
(has graciously given)
Verbo
H3027
yâd
יָד
a mão dele
(his hand)
Substantivo
H3588
kîy
כִּי
para que
(that)
Conjunção
H433
ʼĕlôwahh
אֱלֹוהַּ
Deus
(God)
Substantivo
H5060
nâgaʻ
נָגַע
tocar, alcançar, bater
(shall you touch)
Verbo
H7453
rêaʻ
רֵעַ
outro
(another)
Substantivo
H859
ʼattâh
אַתָּה
você / vocês
(you)
Pronome


חָנַן


(H2603)
chânan (khaw-nan')

02603 חנן chanan

uma raiz primitiva [veja 2583]; DITAT - 694,695; v

  1. ser gracioso, mostrar favor, ser misericordioso
    1. (Qal) mostrar favor, ser gracioso
    2. (Nifal) ser piedoso
    3. (Piel) tornar gracioso, tornar favorável, ser gracioso
    4. (Poel) dirigir favor a, ter misericórdia de
    5. (Hofal) receber favor, receber consideração
    6. (Hitpael) buscar favor, implorar favor
  2. ser repugnante

יָד


(H3027)
yâd (yawd)

03027 יד yad

uma palavra primitiva; DITAT - 844; n f

  1. mão
    1. mão (referindo-se ao homem)
    2. força, poder (fig.)
    3. lado (referindo-se à terra), parte, porção (metáfora) (fig.)
    4. (vários sentidos especiais e técnicos)
      1. sinal, monumento
      2. parte, fração, porção
      3. tempo, repetição
      4. eixo
      5. escora, apoio (para bacia)
      6. encaixes (no tabernáculo)
      7. um pênis, uma mão (significado incerto)
      8. pulsos

כִּי


(H3588)
kîy (kee)

03588 כי kiy

uma partícula primitiva; DITAT - 976; conj

  1. que, para, porque, quando, tanto quanto, como, por causa de, mas, então, certamente, exceto, realmente, desde
    1. que
      1. sim, verdadeiramente
    2. quando (referindo-se ao tempo)
      1. quando, se, embora (com força concessiva)
    3. porque, desde (conexão causal)
    4. mas (depois da negação)
    5. isso se, caso seja, de fato se, embora que, mas se
    6. mas antes, mas
    7. exceto que
    8. somente, não obstante
    9. certamente
    10. isto é
    11. mas se
    12. embora que
    13. e ainda mais que, entretanto

אֱלֹוהַּ


(H433)
ʼĕlôwahh (el-o'-ah)

0433 אלוה ’elowahh raramente (forma contrata) אלה ’eloahh

provavelmente forma alongada (enfát.) de 410; DITAT - 93b; n m

  1. Deus
  2. deus falso

נָגַע


(H5060)
nâgaʻ (naw-gah')

05060 נגע naga ̀

uma raiz primitiva; DITAT - 1293; v

  1. tocar, alcançar, bater
    1. (Qal)
      1. tocar
      2. bater
      3. alcançar, estender
      4. ser machucado
        1. ferido (particípio)
    2. (Nifal) ser ferido, ser derrotado
    3. (Piel) golpear
    4. (Pual) ser ferido (por doença)
    5. (Hifil) fazer tocar, alcançar, aproximar, chegar
      1. levar a tocar, aplicar
      2. alcançar, estender, atingir, chegar, vir
      3. aproximar (referindo-se ao tempo)
      4. acontecer (referindo-se ao destino)

רֵעַ


(H7453)
rêaʻ (ray'-ah)

07453 רע rea ̀ou ריע reya ̀

procedente de 7462; DITAT - 2186a; n. m.

  1. amigo, companheiro, camarada, outra pessoa
    1. amigo, amigo íntimo
    2. colega, concidadão, outra pessoa (sentido secundário)
    3. outro, um outro (expressão de reciprocidade)

אַתָּה


(H859)
ʼattâh (at-taw')

0859 אתה ’attah ou (forma contrata) את ’atta ou את ’ath feminino (irregular) algumas vezes אתי ’attiy plural masculino אתם ’attem feminino אתן ’atten ou אתנה ’attenah ou אתנה ’attennah

um pronome primitivo da segunda pessoa; DITAT - 189; pron pess

  1. tu (segunda pess. sing. masc.)