Enciclopédia de Êxodo 14:16-16

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

ex 14: 16

Versão Versículo
ARA E tu, levanta o teu bordão, estende a mão sobre o mar e divide-o, para que os filhos de Israel passem pelo meio do mar em seco.
ARC E tu, levanta a tua vara, e estende a tua mão sobre o mar, e fende-o, para que os filhos de Israel passem pelo meio do mar em seco.
TB E tu, levanta a tua vara, estende a mão sobre o mar e divide-o, para que os filhos de Israel caminhem pelo meio do mar em seco.
HSB וְאַתָּ֞ה הָרֵ֣ם אֶֽת־ מַטְּךָ֗ וּנְטֵ֧ה אֶת־ יָדְךָ֛ עַל־ הַיָּ֖ם וּבְקָעֵ֑הוּ וְיָבֹ֧אוּ בְנֵֽי־ יִשְׂרָאֵ֛ל בְּת֥וֹךְ הַיָּ֖ם בַּיַּבָּשָֽׁה׃
BKJ Mas tu, levanta o teu cajado, e estende a tua mão sobre o mar, e divide-o, e os filhos de Israel irão por solo seco pelo meio do mar.
LTT E tu, levanta a tua vara, e estende a tua mão sobre o mar ①, e fende-o, para que os filhos de Israel passem pelo meio do mar em seco.
BJ2 E tu, levanta a tua vara, estende a mão sobre o mar e divide-o, para que os filhos de Israel caminhem em seco pelo meio do mar.
VULG Tu autem eleva virgam tuam, et extende manum tuam super mare, et divide illud : ut gradiantur filii Israël in medio mari per siccum.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Êxodo 14:16

Êxodo 4:2 E o Senhor disse-lhe: Que é isso na tua mão? E ele disse: Uma vara.
Êxodo 4:17 Toma, pois, esta vara na tua mão, com que farás os sinais.
Êxodo 4:20 Tomou, pois, Moisés sua mulher e seus filhos, e os levou sobre um jumento, e tornou à terra do Egito; e Moisés tomou a vara de Deus na sua mão.
Êxodo 7:9 Quando Faraó vos falar, dizendo: Fazei por vós algum milagre; dirás a Arão: Toma a tua vara e lança-a diante de Faraó; e se tornará em serpente.
Êxodo 7:19 Disse mais o Senhor a Moisés: Dize a Arão: Toma tua vara e estende a mão sobre as águas do Egito, sobre as suas correntes, sobre os seus rios, sobre os seus tanques e sobre todo o ajuntamento das suas águas, para que se tornem em sangue; e haja sangue em toda a terra do Egito, assim nos vasos de madeira como nos de pedra.
Êxodo 14:21 Então, Moisés estendeu a sua mão sobre o mar, e o Senhor fez retirar o mar por um forte vento oriental toda aquela noite; e o mar tornou-se em seco, e as águas foram partidas.
Êxodo 14:26 E disse o Senhor a Moisés: Estende a tua mão sobre o mar, para que as águas tornem sobre os egípcios, sobre os seus carros e sobre os seus cavaleiros.
Números 20:8 Toma a vara e ajunta a congregação, tu e Arão, teu irmão, e falai à rocha perante os seus olhos, e dará a sua água; assim, lhes tirarás água da rocha e darás a beber à congregação e aos seus animais.
Números 20:11 Então, Moisés levantou a sua mão e feriu a rocha duas vezes com a sua vara, e saíram muitas águas; e bebeu a congregação e os seus animais.
Isaías 10:26 Porque o Senhor dos Exércitos suscitará contra ele um flagelo, como a matança de Midiã junto à rocha de Orebe e como a sua vara sobre o mar, que contra ele se levantará, como sucedeu aos egípcios.

Notas de rodapé da LTT

As notas de rodapé presentes na Bíblia versão LTT, Bíblia Literal do Texto Tradicional, são explicações adicionais fornecidas pelos tradutores para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas são baseadas em referências bíblicas, históricas e linguísticas, bem como em outros estudos teológicos e literários, a fim de fornecer um contexto mais preciso e uma interpretação mais fiel ao texto original. As notas de rodapé são uma ferramenta útil para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira compreender melhor o significado e a mensagem das Escrituras Sagradas.
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Mapas Históricos

Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados ​​para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.

A ROTA DO ÊXODO

Não há dúvida de que um êxodo israelita partindo do Egito realmente aconteceu. Contudo, continuam existindo várias e importantes dúvidas históricas e geográficas sobre acontecimentos antes e durante o Êxodo. As dúvidas geográficas receberão mais atenção aqui, mas talvez seja oportuno, primeiro, acrescentar algumas rápidas informações históricas.

OS ANTECEDENTES HISTÓRICOS
Já na época do "Reino Médio" do Egito, no final da XII dinastia (aprox. 1800 a.C.) ou mesmo antes, um número cada vez maior de asiáticos veio para o Egito e se estabeleceu basicamente no leste do delta do Nilo e na região ao redor.
Os egípcios vieram a chamar essas pessoas de hegaw Whasut, uma expressão que significava "governantes de terras estrangeiras", mas que se referia, mais especificamente, aos governantes procedentes de Canaã que falavam um dialeto semítico ocidental. 13 Empregamos a forma aportuguesada do termo grego usado para descrever essas pessoas: hicsos. Ao longo do século 18 a.C., o poder egípcio foi diminuindo, ao mesmo tempo que o número de hicsos foi crescendo. As estruturas peculiares das construções dos hicsos, a forma de seus objetos cerâmicos e várias práticas sociais e religiosas cananeias refletem uma força relativa e uma independência crescente. Atribui-se aos hicsos introduzirem no Egito várias formas de inovação tecnológica militar, inclusive carros de guerra puxados por cavalos, arcos compostos e aríetes,104 o que os teria tornado uma forca militar ainda mais notável e uma entidade política com autodeterminação. No final, por volta de 1640 a.C., os hicsos se tornaram suficientemente fortes para tomar o controle de quase todo o Egito, constituindo aquilo que, na história egípcia, é hoje conhecido como XV e XVI dinastias Os hicsos se estabeleceram basicamente em Aváris/T. el-Dab'a, no braço mais oriental (Pelúsio) do delta, e ali cresceram e prosperam por cerca de 100 anos.
A independência da cidade durante esse período também se refletiu no amplo alcance de seu comércio, que se estendia pelo Mediterrâneo oriental, o Levante e a Mesopotâmia e, no sul, chegava até a Núbia. Por volta de 1560 a.C. os egípcios saquearam Aváris, a capital hicsa. Não muito depois, os hicsos foram expulsos do Egito por príncipes naturais dali e começou, na história egípcia, o período denominado "Reino Novo". Os faraós do Reino Novo realizaram um esforco concentrado - até mesmo impetuoso - para fazer com que o Egito reunificado ficasse livre de qualquer vestígio de influência hicsa. Até mesmo numerosas campanhas militares foram lancadas contra os hicsos em Canaã e na Síria e, no devido tempo, contra seus aliados asiáticos, em especial os arameus e os mitânios.
A história bíblica e os dados arqueológicos parecem indicar que foi diante de um monarca hicso que José compareceu como intérprete de sonhos (Gn 41:14-37), o qual, mais tarde, concedeu à sua família excelente gleba (Gósen) (Gn 47:5-6).
Essa teoria pode explicar como José - um não egípcio - pôde experimentar uma ascensão política tão meteórica, chegando à posição de vice-regente num país que normalmente exibia uma mentalidade xenófoba e, às vezes, arrogante diante de estrangeiros. De forma semelhante, o faraó acolheu calorosamente a família semítica de José, que vinha de Canaã (Gn 47:1-11), e lhes entregou terras valiosas para morarem - um gesto que é mais sugestivo de um monarca que era, ele próprio, um semita originário de Canaã, do que de um egípcio nativo. Essa teoria é coerente com o fato de que aqueles que desceram com Jacó conseguiram prosperar e se multiplicar no Egito, e, por algum tempo, foram fortes o suficiente para representar uma ameaça em potencial a um faraó.
Dando sequência a essa teoria, o "novo rei, que não havia conhecido José [e] levantou-se sobre o Egito" (Ex 1:8), teria sido então um dos faraós do Reino Novo, isto é, um faraó natural do Egito. Assim, como parte do expurgo dos hicsos. o faraó estaria decidido a retomar o controle político total do leste do delta, recusando-se firmemente a reconhecer que a concessão de terras de Gósen continuava sendo legítima. Além disso, percebendo que os israelitas eram uma multidão que poderia muito bem estar inclinada a formar uma aliança militar com os inimigos hicsos (sendo que ambos os povos tinham vindo de Cana para o Egito), por precaução esse novo rei escravizou o povo de Deus (Ex 1:9-11). A bem da verdade, essas são generalizações vagas, ainda que sustentáveis, mas, além desse ponto, parece arriscado especular sobre a identidade do faraó específico que favoreceu José, do rei em particular que escravizou os israelitas ou do monarca do Egito à época do Êxodo. Nesse aspecto, não existe nenhum dado transparente que sirva de base para uma afirmação definitiva.

O CONTEXTO GEOGRÁFICO
As narrativas bíblicas situam na cidade de Ramessés o ponto de partida do êxodo israelita do Egito (Nm 33:3; cp. Êx 1.11; 12.37); dali, viajaram primeiro para Sucote (Êx 12.37; cp. Nm 33:5), então para Etá (Êx 13.20; cp. Nm 33:6) e, finalmente, para Pi-Hairote, junto à massa de água (Êx 14.2; cp. Nm 33:7-8) Iv. mapa 33]. Desses lugares, apenas a localização de Ramessés está acima de dúvida. Hoje sabemos que a Ramessés bíblica ficava em I. el-Dab'a/Qantir, Por volta de 1290 a.C. o faraó Seti I comecou a construir Ramessés perto das ruínas da cidade hicsa de Aváris, mas foi o faraó Ramsés II que a ampliou grande e esplendidamente.
A Ramessés bíblica tornou-se uma enorme metrópole em expansão, cobrindo uma área de pelo menos 15 quilômetros quadrados no espaço de uns mil hectares.
Na cidade havia um enorme conjunto de prédios régios e religiosos. A maioria foi construída com tijolos de barro (Ex 1:14-5.7,8,16-19), uma forma de construção anteriormente desconhecida no delta, muito embora, naquela região, pedras fossem praticamente inexistentes. Ramessés também incluía uma grande fortaleza militar,107 um espaçoso complexo de templos em que arqueólogos encontraram no solo até mesmo restos de pó de ouro, resultante do trabalho de douração de objetos da realeza,108 um amplo complexo de carros e cavalos capaz de acomodar 450 cavalos, dezenas de peças de carros, uma imensa área industrial para produção de bronze e muitas oficinas e instalações para armazenamento de tijolos de barro (Ex 1:11). Descobriu-se uma fábrica de lajotas azuis vitrificadas para uso nas propriedades palacianas dos faraós. Logo ao redor dessa instalação, foram encontrados alguns óstracos que até trazem o nome "Ra'amses" (Ramsés) E bem recentemente se encontrou um tablete cuneiforme que parece confirmar que o lugar era a residência régia do faraó Ramsés.!! Então, não há dúvida de que foi desse lugar que os israelitas começaram sua viagem.
Partindo de Ramessés, os israelitas chegaram a Sucote (Ex 12:37; Nm 33:5).
Já faz muito tempo que estudiosos reconheceram que Sucote é o equivalente Um texto egípcio do século 13 indica que Pitom ficava a oeste de Tieku/Sucote.! Alguns estudiosos têm procurado Tjeku/Sucote em T. el-Maskhuta ' e acreditam que o nome original Sucote se reflita no nome moderno Maskhuta. Se for esse o caso, então T. er-Retaba se torna um excelente candidato para a localização da Pitom bíblica (Ex 1:11), embora não haja tanta certeza quanto a isso.
A Bíblia diz que os israelitas, que estavam indo embora, foram de Sucote para Eta, às margens do ermo/deserto (Ex 13:20; Nm 33:6). Ao contrário de Sucote e Pitom, que têm uma etimologia claramente egípcia, é incerta a origem da palavra Eta. Mas, tendo em vista o trajeto implícito numa viagem de T. el-Dab'a/Ramessés até T. el-Maskhuta/Sucote a caminho da massa de água, junto com a explicitação adicional de que Etá ficava à entrada do deserto", a localização de Eta deve ter sido a leste de T. el-Maskhuta/Sucote, provavelmente na estrada principal que ia para o leste, rumo ao deserto de Sur. É possível que a origem da palavra Età seja um topônimo egípcio HwI-Itm (uma variante da palavra para Atum, o deus-sol de Heliópolis), I14 localidade situada no uádi Tumilat.
Vindos de Etã, os israelitas chegaram a Pi-Hairote, que, conforme descrição no livro de Êxodo, ficava "entre Migdol e o mar, em frente de Baal-Zefom" (Ex 14:2), e, conforme descrição no livro de Números, estava "defronte de Baal-Zefom, londe\ acamparam diante de Migdol" (Nm 33:7).
Onde quer que tenha sido esse lugar, devia ficar bem ao lado da massa de água que Israel atravessou "em terra seca", visto que, de acordo com Exodo, os israelitas ficaram acampados "junto ao mar" (14,26) e, de acordo com Números, logo após partirem de Pi-Hairote, passaram "pelo meio do mar até o deserto" (Nm 33:8).
É obieto de debate se o nome Pi-Hairote é de origem egípcia (pi(r)-hahiroth significa "casa de Hator" uma deusa celeste egípcia]) ou semítica (com o sentido de "escavar/cortar", o que deixa implícita a localização junto a um canal). Quanto a esta última possibilidade, o mapa apresenta os vestígios de um canal, só recentemente descoberto, que, saindo do lago Timsah, estendia-se até o litoral do Mediterrâneo. Trechos desse canal têm cerca de 70 metros de largura na superfície, cerca de 20 metros de largura no fundo e quase 3 metros de profundidade. Sem dúvida, o canal estava operante na época em que os israelitas saíram do Egito, qualquer que seja a data que se aceite para o Êxodo. Estudiosos concluíram que, embora também possa ter sido construído para navegação ou irrigação, na Antiguidade seu propósito principal era servir de barreira defensiva militar.
Outra indicação de que Pi-Hairote pode ter tido relação com algum tipo de obstáculo defensivo militar é que nos dois relatos do Êxodo ele aparece junto com Migdol (Ex 14:2; Nm 33:7). A palavra egípcia maktar reflete a palavra semítica migdol, que significa "fortaleza". Textos egípcios trazem inúmeras referências a Maktar/Migdol e foram identificados vários lugares com o nome Matar/Migdol.
Um desses lugares fica na área do uádi Tumilat mais a leste, 16 provavelmente bem próximo da moderna 1smaília. Se, depois de T. el-Maskhuta, os israelitas estavam indo na direção leste pelo uádi Tumilat, é de se prever que teriam chegado a Maktar/Migdol.
A Bíblia registra que, logo no início da viagem do Êxodo, Israel foi proibido de ir pelo "caminho da terra dos filisteus" (Ex 13:17). Hoje sabemos que essa destacada rota militar egípcia - "a(s) estrada(s) de Hórus" - era protegida por uma série de instalações militares egípcias entre Sile e Gaza.
Caso não fosse uma rota consagrada, parece que a proibição divina teria sido desnecessária. Além disso, um texto egípcio do século 13 a.C. I8 conta sobre um oficial egípcio que saiu em perseguição de fugitivos que haviam passado por Ramessés, Tjeku/Sucote e Maktar/Migdol - nessa ordem - e então haviam se dirigido para o norte, presumivelmente na direção de Canaã. A probabilidade de que tanto Israel quanto o oficial egípcio tenham passado por três lugares com os mesmos nomes e exatamente na mesma sequência, num intervalo de apenas poucos dias, é grande demais para ser coincidência.
Os dados são um forte indício de que os fugitivos, o oficial egípcio e os israelitas estavam todos seguindo pelo mesmo bem conhecido e bastante usado corredor de trânsito, e - no caso dos israelitas - não era uma alternativa fora de mão, na tentativa de não serem detectados pelo faraó e suas forças. O mapa mostra três dessas vias de trânsito que, saindo do delta, irradiavam para o leste. Do norte para o sul, são:

Conforme dito acima, Deus excluiu a opção mais ao norte (Ex 13:17). Das duas escolhas restantes, parece significativo que, depois de passarem por Maktar/Migdol de Seti e entrarem no deserto, os fugitivos mencionados no papiro egípcio se dirigiram para o norte. Isso torna muitíssimo provável que estavam pegando a saída mais rápida e mais direta ("o caminho de Sur") e que não tinham escolhido um caminho tão ao sul quanto o Darb el-Hajj. Assim, parece que " caminho de Sur" deve ter sido, entre as rotas existentes, a que mais provavelmente os israelitas seguiram.

OS 1SRAELITAS JUNTO AO MAR
Os israelitas chegaram a uma massa de água onde seriam resgatados e o exército egípcio seria afogado. O Antigo Testamento grego (LXX) identifica essa massa de água como o ervthrá thálassa ("mar Vermelho"), o que tem levado muitos a imaginar que Israel deve ter ficado junto à massa de água que hoje conhecemos pelo nome de mar Vermelho. Contudo, no mundo clássico, quando a LXX foi traduzida, a expressão ervthrá thálassa podia designar não apenas aquilo que, num mapa moderno, seria chamado de mar Vermelho, mas também o golfo Pérsico, o oceano Índico e/ou águas a eles associadas... ou até mesmo todas essas massas de água juntas.!° Parece, então, que os tradutores da LXX empregaram a expressão erythrá thálassa de uma maneira consistente com seu uso em outros textos do mundo clássico (At 7:36; Hb 11:29). Houve um "mar Vermelho" clássico, assim como existe um "mar Vermelho" moderno, mas essas duas massas de água não têm a mesma extensão nem devem ser confundidas. Por outro lado, o Antigo Testamento hebraico chamou de yam sûf ("mar de juncos/papiro") a massa de água onde os israelitas pararam. Essa mesma palavra, sûf, é empregada para se referir a juncos/papiro que cresciam ao longo do Nilo.
A mãe de Moisés pôs o filho num cesto e colocou o cesto no meio dos sûf (Ex 2:3-5). Da mesma maneira, a literatura profética se refere a um tipo de planta aquática. Depois de ser atirado do navio, Jonas afirma que sûf ("algas marinhas"?) se enrolaram em sua cabeça (In 2.5). Isaías escreve que os rios e canais do Egito secarão; seus juncos e sûf ("caniços"?) apodrecerão (Is 19:6). É quase certo que sûf foi tomado de empréstimo de uma palavra egípcia, tf(y), atestada no período do Reino Novo e que significava "juncos/papiro",20 e, em função disso, aqui em Êxodo a expressão vam sûf deve ser traduzida "mar de juncos" É oportuno assinalar por alto que, pelo fato de que Lutero, nessa passagem, dependeu bastante do texto hebraico, ele usou a palavra Schilfmeer ("mar de juncos") na tradução em alemão.
Em egípcio, a palavra tw/fy) frequentemente designava uma região onde havia tanto brejos com papiros quanto pastagens. Com a rota criada devido à localização de Ramessés, Sucote/ Tieku e Migdol/Maktar, parece mais plausível que a travessia milagrosa do "mar" (SI 77.19,20) aconteceu no lago Timsah ou ali perto, onde a artéria de transporte existente (°o caminho de Sur') cruzava uma série de lagos. Mesmo se esforçando para ser ardentemente bíblico nesse ponto, é impossível que se chegue a certas conclusões geográficas indisputáveis nessa parte da investigação.
Contudo, embora a Bíblia forneça bem poucos detalhes relevantes - tanto geográficos quanto logísticos - da travessia milagrosa, o que é claro, mas com frequência ignorado, é o fato de que, ao que parece, a travessia levou bem pouco tempo. Pensa-se que a cronologia dos acontecimentos foi a seguinte:


Parece que os israelitas iniciaram sua travessia depois do pôr do sol e, contudo, quando começava a raiar o dia, na perseguição, os egípcios já estavam tentando atravessar o mar. Isso dá a entender convincentemente que toda a travessia israelita se estendeu no máximo por oito horas.
Os israelitas tinham acabado de ser emancipados da escravidão e haviam deixado o Egito às pressas, com seus rebanhos e manadas (Ex 12:38). Simplesmente passar de um lado para o outro de uma massa de água num período tão curto, com uma eficiência de movimento pouco maior do que a de uma multidão levemente organizada, teria exigido um milagre de uma magnitude bem maior do que a representada por Cecil B. DeMille no filme Os Dez Mandamentos, pela arte medieval ou pela literatura cristã de nossos dias. Não é inconcebível que tenha sido necessário um corredor de terra com a largura de alguns quilômetros para, dentro do tempo disponível, permitir que os israelitas atravessassem com tudo o que levavam consigo. De modo que não é de admirar que, mais tarde, escritores bíblicos citem repetidas vezes o acontecimento do Exodo quando procuram estabelecer um paradigma do poder absoluto e soberano de Deus (SI 66.5,6; 78.13 106:11; Is 51:9-10; 63:12-14) ou apresentar uma justificação da crença de que lahweh é o único e verdadeiro Deus da história (Nm 23:22-24.8; Js 2:10-11; 9.9,10).
Tendo experimentado livramento ali na água, em seguida Israel foi orientado a iniciar viagem para o monte Sinai. Bem poucas questões geográficas do Antigo Testamento têm sido objeto de debate mais intenso do que a localização do monte Sinai. Hoje em dia, o monte sagrado é procurado em qualquer uma de três regiões principais:

PROCURANDO O MONTE SINAI NA ARÁBIA SAUDITA/SUL DA JORDÂNIA
Defensores da hipótese saudita/jordaniana destacam três detalhes apresentados na Bíblia. Primeiro, depois de fugir de um faraó que procurava tirar-lhe a vida, Moisés passou a residir na terra de Midia e se tornou genro de um sacerdote que vivia ali (Ex 2:15-16; 18.1). Segundo, a Bíblia está repleta de referências ao que parece ter sido atividade vulcânica ou sísmica associada ao estabelecimento da aliança sinaítica (Ex 19:18-24.17; Dt 4:11-12; 5:22-26; 9.10,15; 10.4; Jz 5:5; SI 68.8; Ag 2:6). E, terceiro, o apóstolo Paulo explicitamente situou o monte Sinai na Arábia (GI 4.25).
De acordo com esse ponto de vista, a terra de Midia estava situada exclusivamente a leste do golfo de Ácaba. Afirma-se ainda que a estrutura geológica de montanhas Aninhado abaixo das encostas do jebel Musa ("o monte de Moisés"), fica o mosteiro ortodoxo grego de Santa Catarina.
dentro da própria península do Sinai não favorece atividade vulcânica nem sísmica, ou, pelo menos, não favoreceu atividade recente. E, por fim, esse ponto de vista sustenta que representa a única opção importante para situar o monte santo dentro da Arábia. É muito provável que estudiosos com essa opinião situem o monte Sinai em um dos seguintes lugares: Petra, j. Bagir, i. al-Lawz, j. Manifa ou Hala el-Bedr.
Objeções levantadas a cada um dos três argumentos a favor de uma localização saudita/jordaniana têm diminuído sua força. A tradição bíblica associa Moisés aos queneus (Jz 1:16-4.
11) e também aos midianitas. Não se pode afirmar que, antes do período greco-romano, os midianitas nômades ou sua subtribo, os queneus, estivessem confinados em uma só região.
Midianitas residiram dentro do território de Moabe (Gn 36:35-1Cr 1.46), na chapada Mishor da Transjordânia (Js 13:21), nas áreas desérticas a leste de Moabe e Amom (Jz 7:25), no norte do Sinai (1Rs 11:18) e até mesmo (talvez sazonalmente) na própria Canaã (Jz 6:1-6; 7.1). O argumento de atividade vulcânica/sísmica já não é mais decisivo. Primeiro, embora se reconheça que não há registro de atividade vulcânica recente no próprio Sinai, indícios sísmicos mostram que há bastante atividade sísmica na área do golfo de Ácaba.Bem recentemente, em 1982, a península do Sinai experimentou um terremoto de grandes proporções (medindo mais de seis graus na escala Richter). Mas, em segundo lugar, o linguajar fenomenológico dos textos bíblicos relevantes pode estar refletindo condições climáticas ao redor do monte Sinai na ocasião (SI 68:8-10). Uma possível interpretação alternativa é entender o linguajar desses textos em um sentido dinâmico, que destaca vividamente uma aparição de Deus - uma teofania.123 Outras passagens teofânicas do Antigo Testamento empregam terminologia semelhante, sem pressupor atividade vulcânica/sísmica (25m 22:8-16; SI 18:7-15; 89:5-18; 97:1-5; 104.31,32).
A questão da "Arábia" exige esclarecimento adicional.
Quem utiliza o termo atualmente pode se referir ou à Arábia Saudita ou a toda a península Arábica. De modo análogo, referências antigas à "Arábia" podiam denotar áreas diferentes.12 Aliás, em geral o mundo clássico atesta pelo menos cinco regiões distintas conhecidas como "Arábia"125 Em função disso, é essencial que o intérprete moderno entenda que o apóstolo Paulo (Gl 4:25) estava retratando com precisão a verdade geográfica de seu mundo - não do nosso! De maneira que, conquanto nenhum dos três principais pontos de vista sobre a localização do monte Sinai possa afirmar que, na questão geográfica, o apóstolo Paulo lhe dá apoio exclusivo, a declaração do apóstolo também não elimina nenhum deles.

PROCURANDO O MONTE SINAI NO NORTE DA PENÍNSULA DO SINAI
Quando situam o monte Sinai no j. Sin Bisher, j. Magharah, j. Helal, j. Yeleg, j. Kharif, j. Karkom ou na própria Cades-Barneia, defensores da hipótese do norte do Sinai também procuram ancorar seus argumentos na Bíblia. Para começar, o pedido de Moisés ao faraó foi para ir deserto adentro numa distância que levava três dias de viagem (Ex 5:3; cp. 3.18; 8.27). Proponentes da ideia de que o monte Sinai ficava no norte da península do mesmo nome deduzem, portanto, que o monte não podia estar distante de Gósen muito mais do que três dias de caminhada. Segundo, eles citam duas referências bíblicas à chegada de codornizes (Êx 16.13; Nm 11:31-32) e, ainda hoje, moradores do norte do Sinai conseguem capturar com facilidade codornizes exaustas, que acabaram de completar uma longa etapa em sua migração anual entre o sul da Europa e a Arábia. Terceiro, também dizem que a vitória israelita sobre os amalequitas em Refidim favorece decisivamente uma localização no norte (Ex 17:8-13), visto que essa é a região onde outras passagens da Bíblia os situam. E, quarto, afirmam que determinadas passagens poéticas do Antigo Testamento apoiam uma localização no norte (Dt 33:2; Jz 5:4; Hc 3:3-7).
Vistos no conjunto, esses argumentos parecem bastante fortes, mas, vistos isoladamente, pode-se considerar que não são conclusivos. A proposta dos três dias pressupõe uma interpretação literal da expressão "três dias", o que poderia ser tão provável quanto interpretá-la como um período aproximado ou um exemplo de barganha oriental.
Ela também exige que o destino envolvido no pedido de Moisés fosse o monte Sinai, embora o texto nunca afirme isso. Os destinos propostos no Sinai ficam a pelo menos 120 quilômetros da região de Gósen - uma distância grande demais para cobrir em três dias. Anais desse período em geral indicam que o exército egípcio conseguia cobrir cerca de 24 quilômetros por dia. Os israelitas, com a dificuldade natural representada pelas mulheres, filhos, rebanhos e manadas (Êx 12.37.38: 34.3), não conseguiriam viajar tanto. Hoje a distância média diária que um grupo de beduínos consegue percorrer naquele terreno é de cerca de 9,5 quilômetros. 127 E há, listados, um total de oito acampamentos intermediários entre o livramento de Israel junto ao mar e sua chegada no monte Sinai (Nm 33:8-15).
A viagem de Gósen ao monte Sinai aconteceu na primavera (Ex 13:3-6: o mês de abibe corresponde a março/abril),128 e a jornada do monte Sinai até Cades-Barneia ocorreu cerca de um ano depois, também durante a primavera (Nm 9:1-10.11). Por isso, qualquer um que procure interpretar as duas narrativas de codornizes (Ex 16:13; Nm 11:31-35) em termos de fenômeno da natureza tem de relacionar tais narrativas com a migração de aves durante a primavera. Na realidade, pode chegar a um bilhão o número de aves migrantes, pertencentes a até 350 espécies diferentes, que voam anualmente sobre a península do Sinai em suas migrações de primavera rumo ao nortel. No entanto, conforme pode-se imaginar, a imensa maioria dessas aves pousa perto do litoral da península (i.e., no sul) em vez de em lugares mais ao norte. Pontos de pouso no norte são mais sugestivos de migração no outono,130 Assim sendo, levando em conta a informação explícita sobre a estação do ano das duas narrativas de "codornizes", é mais convincente situar esses eventos em algum lugar no sul da península do Sinai e não uns 240 quilômetros para o norte.
O lugar do encontro entre os israelitas e os amalequitas em Refidim (Êx 17:8-16) continua envolto num certo mistério, em especial à luz da narrativa de I Samuel 15. Em outras passagens do Antigo Testamento, parece que os amalequitas são encontrados basicamente em regiões no norte. São situados na terra de Edom (Gn 36:16), na área ao redor de Cades-Barneia (Gn 14:7), no Neguebe (Nm 13:29), na região logo ao sul de Judá (1Sm 27:8), na região montanhosa de Efraim (Jz 12:15), perto de Ziclague (1Sm 30:1-2) e até mesmo tão a oeste quanto o território de Sur (1Sm 15:7). Também existem relatos de amalequitas fazendo parte de uma liga com moabitas (Jz 3:12-14) e midianitas (Jz 6:33-7.12). Levando em conta essa distribuição territorial ampla, o estilo de vida bem móvel e o fato de que os textos, às vezes, dizem que empregavam camelos para transporte (Jz6.5; 7.12).comumente os amalequitas são considerados um povo nômade. Seus deslocamentos, embora por uma ampla área, tendiam a estar ligados a desertos e a terras improdutivas e despovoadas. Por isso, esse argumento não parece decisivo em favor de localizar o monte Sinai no norte. Quanto aos textos de Deuteronômio, Juízes e Habacuque que parecem identificar o monte Sinai com Seir, Para, Hama e Edom, é preciso ter em mente que sua estrutura claramente poética inclui elementos de paralelismo hebraico. Então, empregando o mesmo raciocínio, pode-se tentar defender que Para deva ser identificada com Seir, Temá ou Edom, o que é claramente um absurdo. Além do mais, as passagens descrevem exemplos de teofania:132 cada uma reflete a realidade de que o Deus de Israel, um guerreiro divino, é capaz de livrar seu povo da opressão. Nesses textos, o denominador comum de Sinai, Seir, Pará, Temã e Edom é apenas que, para quem está em Canaã, todos estão localizados no sul, em geral.
Além disso, vários textos bíblicos dão a entender que o monte Sinai estava separado da região de Cades-Barneia por uma grande distância. No itinerário israelita entre o monte Sinai e Cades (Nm 33:16-36), são registradas cerca de 20 paradas, e aquele itinerário pode ser de natureza seletiva (Dt 1:1). Deuteronômio 1.2 especifica que havia uma caminhada de 11 dias entre Horebe/Sinai e Cades-Barneia. De modo análogo, o texto de I Reis 19:8 indica que Elias levou 40 dias para viajar de Berseba até o monte Sinai. Embora o tempo de viagem varie de um texto para outro, essas narrativas bíblicas concordam que havia uma distância considerável entre o monte Sinai e Cades-Barneia - uma conclusão que é fatal para o ponto de vista que defende que o monte Sinai deve ser situado em algum lugar no norte da península do mesmo nome.

PROCURANDO O MONTE SINAI NO SUL DA PENÍNSULA DO SINAI
Defensores do ponto de vista do monte Sinai no sul tendem a procurar o monte Sinai no j. Serbal, Ras Safsaf, j. Katarina ou j. Musa. Esse ponto de vista também tem uma tradição antiga e com muitos argumentos em seu Evor: mais de 2.500 inscrições nabateias foram encontradas perto de Serbal, com datas já dos séculos 2:3 d.C. Em geral essas inscrições são invocações por uma viagem segura e talvez indiquem uma rota de peregrinação » Além disso, moedas do século 4 foram encontradas nas vizinhanças.
•Uma tradição crista que remonta ao início da era bizantina reverencia o local do j. Musa ("monte de Moisés"), o que surpreende em vários aspectos. No sul do Sinai, há dez outros cumes mais altos do que o j. Musa, o que os torna escolhas mais prováveis, caso a escolha se desse apenas por acaso ou com base na altitude ou aparência. Na realidade, o contorno da topografia ao redor deixa o pico do j. Musa quase invisível para as planícies próximas e fica claro que o monte não atrai nenhuma atenção. Apesar disso, à época de perseguições romanas no século 3,136 um pequeno grupo de ascetas cristãos estava vivendo no j. Musa e, já no início do século 4, existia um mosteiro no sopé do monte.
A tradição que associa o j. Musa ao monte Sinai merece crédito também porque vai contra a tendência bizantina de estabelecer santuários em locais de fácil acesso a peregrinos cristãos. E, ao contrário de muitos antigos lugares cristãos no Levante, o monte Sinai não está associado ao Novo Testamento, mas ao Deus do Antigo Testamento e aos profetas Moisés e Elias. Ele está bem na periferia da tradição cristã. Como dado adicional que favorece uma localização no sul, alguns lugares ao longo do itinerário israelita até o monte Sinai (Êx 15:22-19,1) e entre o monte Sinai e Cades-Barneia (Nm 21:33; Dt
1) lembram os nomes de alguns lugares modernos, e a localização de três pontos intermediários de parada necessariamente pressupõe uma rota do sul. Mas é preciso fazer uma advertência. Visto que a maior parte do sul do Sinai nunca foi habitada de forma permanente, não se deve afirmar que todos, a maior parte ou mesmo muitos postos intermediários de parada no itinerário podem ser hoje localizados com precisão geográfica. Os textos bíblicos informam que os israelitas deram nome a alguns dos lugares enquanto passavam por eles (e.g., Mara Êx 15.23]; Massá e Meribá [Êx 17.7]). É óbvio que nomes dados em tais circunstâncias jamais se tornariam permanentes. Entretanto, não há dúvida de que Eziom-Geber (Nm 33:35) estava situada nas proximidades da moderna Eilat (cp. 1Rs 9:26), mais provavelmente no sítio-ilha adiacente chamado Jezirat Fara'un. 138 Da mesma forma, parece que o nome Di-Zaabe (Dt 1:1) se reflete no da moderna cidade de Dahab, pois os nomes são foneticamente equivalentes e ambos têm a ver com locais de ouro. 139 Ademais, parece que o nome do maior e mais exuberante oásis do sudoeste do Sinai (Feiran) foi mantido em fontes clássicas e bizantinas.140 Além dessas correlações bastante seguras, alguns estudiosos propõem que o ponto de parada em Jotbatá (Nm 33:33) - que, na lista, é a segunda parada rumo ao norte, antes de Eziom-Geber, indo para Cades-Barneia - deve ser identificado com o moderno Oasis de Taba, situado no litoral do mar Vermelho, cerca de 11 quilômetros ao sul de Eziom-Geber.
Parece que a localização da própria Eziom-Geber faria com que a rota norte do Sinai desse uma volta impossível. Pois como alguém explica uma viagem do j. Kharif, j. Karkom, j. Helal, j. Yeleg ou até mesmo do j. Sin Bisher até Eziom-Geber, se o destino do itinerário é Cades-Barneia? Da mesma maneira, se fosse possível comprovar indubitavelmente a identificação de qualquer um dos outros dois lugares (Feiran, Di-Zaabe), a tese saudita/jordaniana também seria considerada geograficamente incoerente. Por isso, a impressão é que a tradicional hipótese sul do Sinai é a mais provável. Parece que é a que tem o máximo em seu favor e nada decisivo contra ela.

SEGUINDO A ROTA DOS 1SRAELITAS
Com base nessa conclusão, é possível reconstruir uma rota israelita plausível até o monte Sinai, então até Cades-Barneia e, por fim, até Sitim. Do lugar em que foram livrados do Egito, é provável que os israelitas tenham seguido para o sul, pela estrada costeira a leste do golfo de Suez, indo por toda ela até a foz do uádi Feiran, ao longo do qual havia uma série de oásis e poços para fornecer água.
Uma rota alternativa pelo uádi Matalla os teria levado para o interior do continente, em um ponto logo ao sul da moderna Abu Zeneimeh, passando por Serabit el-Khadim e, em seguida, indo numa diagonal rumo ao sudeste, até encontrar o uádi Feiran, perto de Refidim. Essa é, porém, uma alternativa extremamente problemática, tanto do ponto de vista histórico quanto do geográfico.!# Por sua vez, o uádi Feiran (também conhecido em seus trechos superiores como uádi Sheikh) é uma passagem bem larga, contínua e com subida suave, que atravessa a região de granito, a qual, pelo contrário, é irregular e um pouco íngreme; o uádi Feiran é todo assim até o passo de Watiya. Seguindo pelo passo de Watiya, os israelitas então teriam dobrado para o sul e saído diretamente na planície de er-Raha, localizada logo ao norte do j. Musa.
Mais tarde, quando partiram do monte Sinai rumo a Eziom-Geber e além, o uádi Nasb teria sido uma escolha excelente. Seguindo o curso desse uádi isolado, que era contínuo e com descida suave, até o ponto de sua desembocadura, perto da moderna Dahab, os israelitas teriam passado por uma rede de oásis,45 dos quais o mais proeminente era Bir Nasb. Com relativa facilidade, teriam conseguido atravessar a barreira montanhosa que corre longitudinalmente ao longo do leste da península e flanqueia o golfo de Ácaba. E, então, chegando ao golfo, teriam caminhado para o norte, entre a serra e o golfo, de novo passando por vários oásis, inclusive o Nuweiba - o maior e mais fértil oásis de todo o Sinai oriental - até que, por fim, chegassem a Eziom-Geber.
A partir dali, o mais provável é que os israelitas teriam seguido na direção noroeste, indo por uma estrada hoje conhecida como Darb al-Ghazza, rumo a Cades-Barneia (Ain Qadeis). Foi de Cades-Barneia que doze homens foram enviados para entrar em Canaã e espionar ali (Nm 13). Quando a maioria daqueles homens apresentou um relatório sem fé e negativo, aceito pela comunidade de Israel (Nm 14:1-10), aquela geração foi desqualificada para entrar na terra e possuí-la, e Israel permaneceu mais ou menos parado em Cades por talvez 35 anos ou mais (cp. Dt 1:46)
Quando, finalmente, os israelitas partiram de Cades e estavam a caminho de Sitim, o rei de Edom não permitiu que fossem por Punom, um passo que atravessa as montanhas de Edom até chegar à "Estrada Real" (Nm 20:14-17). Isso exigiu um desvio de mais de 280 quilômetros de cenário bem imponente, o que possivelmente desencadeou o incidente denominado de "serpente de bronze" (Nm 21:4-9). Dar a volta em torno do território edomita fez com que Israel de novo tomasse o caminho do "mar Vermelho" (Nm 21:4) e de Eziom-Geber (Dt 2:8) e, então, ao longo da margem do deserto que flanqueava uma série de fortalezas edomitas e moabitas, provavelmente usando uma estrada que mais tarde veio a ser conhecida como "estrada dos Peregrinos"17 Por fim, pela segunda vez chegaram perto da Estrada Real (Nm 21:22). De novo foram proibidos de passar, dessa vez por Siom, um monarca amorreu. Seguiu-se uma batalha em que Siom foi derrotado (Nm 21:23-30). Isso permitiu que os israelitas finalmente completassem a terceira etapa indireta de sua jornada, passando por Dibom e Hesbom e chegando a Abel-Sitim ("a campina/pastagem de Sitim" [Nm 33:45-49]), ou Sitim, que é como o lugar é normalmente conhecido no Antigo Testamento (Nm 25:1; Is 2:1).

Os israelitas deixam o Egito
Os israelitas deixam o Egito
A rota do Êxodo
A rota do Êxodo
A viagem dos espias
A viagem dos espias

PALESTINA - TERMINOLOGIA HISTÓRICA

Infelizmente, na Antiguidade o sul do Levante não era conhecido por um único nome abrangente, mas por vários, dependendo de onde e de quando se fazia referência ao lugar.
O contrário acontecia: uma gama de termos bíblicos e/ou seculares designava a terra do Israel bíblico, não sendo possível supor que algum deles correspondesse completamente às fronteiras teológicas de Israel (ou um ao outro) nem se podendo aplicar qualquer deles a todo o período da história bíblica sem criar algum anacronismo.
Na Antiguidade, em muitos casos, nomes que antes haviam sido usados para denotar uma divindade ou um grupo populacional importante foram simplesmente emprestados e reaplicados para designar a entidade geopolítica em que aquele grupo estava. Por exemplo, o nome "Canaa" derivou dos cananeus; o nome "Palestina" deve sua existência aos filisteus; e "(a terra de) Hatti" originalmente designava uma série de cidades-estados neo-hititas situadas aproximadamente entre Carquêmis e Damasco, cujos habitantes parecem ser descendentes de Hete (e.g., Gn 10:15-1Cr 1,13) e/ou devotos do deus Hatti.37 O texto bíblico diz que tanto os cananeus quanto os hititas estavam entre os "ocupantes da terra" na época da colonização por Israel (Dt 7:1; Dt 3:10-12.8; cp. Gn 15:18-21; Ex 3:8-17), e sabe-se que os filisteus imigraram para aquela terra por volta de 1200 a.C.


CANAÃ
O termo Canaa/cananeu(s) é bem atestado em boa parte dos textos do segundo milênio a.C.38 A julgar por esse uso, parece que Canaã era o termo convencional para designar o sul da área que o Egito controlava na Ásia, em contraste com Amurru (a terra dos amorreus, ao norte do rio el-Kabir). Canaã se estendia das cidades de Gaza e Ráfia, no sul, até tão ao norte quanto o vale do rio el-Kabir e a localidade de Sumra/Simyra.3 De modo que o quadro geral que surge é que as citações, tanto em textos do Oriente Próximo quanto na Bíblia, revelam uma notável semelhança quando delineiam os limites de Cana (v. acima a análise sobre as fronteiras teológicas de Israel). Essa afirmação pode ter consequências quanto à antiguidade e à essencial historicidade daquelas narrativas que mencionam as fronteiras de Israel.
Antes das descobertas arqueológicas em Nuzi, em geral se acreditava que a palavra "Canaa" derivava de um verbo semítico com o sentido de "curvar/curvar-se/ser baixo", porque os cananeus ocupavam a região baixa perto do mar, em contraste com a região montanhosa dos amorreus (Nm 13:29; Js 5:1; cp. Is 23:11). Uma teoria relacionada é que Canaã era o lugar onde o sol "se curva" (se põe), de maneira que, por definição, um cananeu era alguém do oeste. Mas se descobriu que, em Nuzi, a palavra kinahhu" se refere a uma substância de cor púrpura avermelhada, extraída de conchas de múrex e usada no tingimento de tecidos, especialmente lã.
Os textos antigos estão repletos de referências à grande consideração dada a quem se vestia de púrpura. Por ser natural, ao invés de produzida pelo homem, a tintura de múrex tinha valor elevado, pois nunca desbotava. A lucrativa indústria do múrex se concentrava ao norte de Cesareia, no Mediterrâneo, onde as águas do mar regularmente lançavam na praia uma grande quantidade dessas conchas. No local de uma antiga fábrica de tintura, em Tiro, foi encontrado um grande número de conchas*2 e, em Dor, também se encontraram claros indícios do processo de tingimento.43 Os nomes de certos lugares cananeus nos arredores oferecem ainda outros indícios de que o tingimento de múrex era uma atividade econômica essencial. Por exemplo, o nome "Sarepta" vem de um verbo que tem o sentido de "tingir" e o nome "Zobá" é derivado de um verbo que denota o tingimento de tecido. Às vezes a própria palavra "cananeu" é traduzida por "comerciante/mercador"* Como consequência, parece preferível entender Canaã como "a terra da púrpura" e "cananeus" como "o povo da terra da púrpura" (ideia a partir da qual o conceito de comércio poderia facilmente derivar). Textos gregos nos mostram que, no primeiro milênio a.C., os herdeiros culturais dessa indústria de tintura foram denominados fenícios, nome que deriva da palavra grega phoinix ("púrpura"). Mesmo no Novo Testamento aparentemente "cananeu" e "fenício" ainda eram designativos um tanto quanto equivalentes (Mt 15:22 refere-se a uma mulher cananeia; o relato de Marcos sobre o mesmo acontecimento chama-a de siro-fenícia [Mc 7:26]). Parece, então, que as palavras "Canaa" e "Fenícia" têm apenas duas diferenças básicas: (1) a primeira é vocábulo semítico, ao passo que a segunda é de origem grega; (2) a primeira é empregada no segundo milênio a.C., enquanto a segunda passa a ser normativa no primeiro milênio a.C. Se levarmos esses dados à sua conclusão lógica, parece que a mesma palavra teve, no início, a conotação do processo de tingimento, com o passar do tempo foi estendida às pessoas envolvidas no processo e, por fim, englobou o território/província onde essas pessoas formavam um grupo bastante importante da população.

PALESTINA
Por motivos que ainda não estão claros para nós, por volta de 1200 a.C. boa parte do mundo bíblico experimentou uma séria turbulência política, provocada em grande parte por hordas de invasores a que fontes egípcias se referem como "povos do mar" Há muito os estudiosos vêm cogitando sobre o que provocou esse movimento de cerca de 14 povos na direção sudeste: denyen, lukka, shardanu, masha, arinna, karkisha, pitassa, kashka, akawasha, tursha, sheklesh, peleset (filisteus), tjekker e weshesh (essas grafias são aproximadas). Embora dois ou três desses povos também apareçam em textos mais antigos do Levante ou do Egito, parece que por essa época houve uma migração bem vasta. Esses povos foram desalojados devido a uma mudança climática que causou escassez de alimento, à turbulência política que cercou a batalha de Troia ou à invasão da Grécia pelos dórios, ou a algum outro fator? Qualquer que tenha sido o motivo, é provável que, antes de chegar ao coração do Egito, vários contingentes de povos do mar tenham sido responsáveis pela queda do Império Hitita, cujo centro de poder ficava na Ásia Menor, pela captura da ilha de Chipre e pela devastação e/ou reocupação de muitas cidades em todo o Levante: Ugarit, Alalakh, Carquêmis, T. Sukas, Tiro, Sidom, Hazor, Aco, Dor e um grande número de lugares na planície da Filístia. Mas os egípcios resistiram aos povos do mar, e seus textos indicam que os filisteus foram repelidos do território egípcio na direção nordeste,15 onde mais tarde habitaram o sudoeste de Canaã, que se tornou conhecido como planície da Filístia. O local de onde os filisteus emigraram também continua sendo objeto de debate.1 A tradição bíblica de que procederam de Caftor (Creta) não é decisiva, porque aquele texto declara que os filisteus foram trazidos de Caftor da mesma maneira que os israelitas foram trazidos do Egito (Am 9:7; cp. Gn 10:14-1Cr 1.12; Jr 47:4; Ez. 25.16; SF2.5). Ou seja, é possível que a Biblia não esteja indicando o lugar de origem de nenhum dos dois povos. Levando em conta certos aspectos da cultura material filisteia (caixões de defunto estilizados, cerâmica característica etc.) ou palavras bíblicas encontradas em narrativas sobre os filisteus (guerreiro, senhor, capacete, arca), alguns estudiosos defendem que os filisteus emigraram da Grécia. Outros, com base em épicos gregos e na tradução que a LXX faz de Caftor ("Capadócia") em Deuteronômio 2.23 e Amós 9.7, afirmam que os filisteus tiveram origem ao longo do litoral sudoeste da atual Turquia. Mas tudo isso continua sendo bastante especulativo, em parte devido à escassez de textos indubitavelmente filisteus e em parte porque os filisteus começaram a passar pelo processo de assimilação cultural logo depois de chegarem a Canaã. A única conclusão segura a que se pode chegar é que, como designação de uma entidade geográfica distinta, a palavra Palestina deriva dos filisteus.
Hoje em dia às vezes se diz que, como designação da terra de Israel, o termo "Palestina" surgiu só em meados do segundo século d.C., quando, como castigo político pela revolta de Bar-Kochba, o imperador Adriano deliberadamente adotou o nome dos antigos inimigos de Israel - os filisteus - e apenas o latinizou para criar conotações pejorativas óbvias.
De acordo com esse ponto de vista, o uso mais antigo de "Palestina" foi propaganda feita pelos romanos com fortíssimas implicações políticas antijudaicas. Nesse caso, então, qualquer uso que se faça atualmente da palavra Palestina para se referir à história antes da época de Adriano é, na melhor das hipóteses, perigosamente anacrônico e historicamente errôneo e, na pior, antibíblico e até mesmo antijudaico. Existem, contudo, dados que apontam em outra direção.
Para começar, o nome Palestina aparece 13 vezes em textos neoassírios ainda do reinado de Adade-Nirari III (810-782 a.C.), Tiglate-Pileser III (744-727 a.C.) e Sargão II (721- 705 a.C.)." É improvável que qualquer uma dessas citações vislumbrasse a terra de Israel como um todo (em contraste com a região da Filístia). Na realidade, em um dos textos, Palestina aparece em contraste tanto com Israel (literalmente " terra de Onri") quanto com Edom.5 No entanto, em 11 casos a palavra Palestina é imediatamente precedida pelo indicador semântico para "terra/país", o que é uma indicação inconfundível de que a referência é a uma entidade geográfica distinta. De modo semelhante, uma estatueta egípcia com data presumível da 27. dinastia (945-715 a.C.) traz inscrição que faz referência a um "encarregado de Cana e Palestina" (escrita PIst). Nesse caso, o termo Palestina está sendo usado em contraste com o território de Canaã. Pode-se observar mais uma vez que o termo aparece definitivamente num contexto geográfico/provincial (e não político).
Mais relevantes para essa controvérsia são, porém, os resultados de uma pesquisa por computador que pode ser feita no Thesaurus linguae graecae (TLG; University of California, campus de Irvine). Uma pesquisa de "Palestina" como nome próprio em textos escritos antes do fim do primeiro século da era crista revelou 196 citações completas em textos gregos ou latinos (excluindo-se possíveis atestações parciais da palavra Parte das extensas ruínas arqueológicas do período Palácio Novo (aprox. 1700-1400 a.C.) em Zakros, no litoral sudeste de Creta. Alguns especialistas creem que o lugar de origem dos filisteus pode ter sido Creta.


ISRAEL
O nome Israel deriva, em última instância, do patriarca Jacó, cujo nome foi mudado para Israel (Gn 32:28). Quando os descendentes do patriarca se tornaram escravos no Egito, a expressão "filhos de Israel" passou a ser frequentemente aplicada a eles (Êx 1:9-12; 2.23,25; 3:9-11; etc.). Mais tarde, o nome Israel veio a ser aplicado ao reino nortista de Efraim, em contraste com o reino sulista de Judá (1Rs 12:18-20; 1Cr 5:17; etc.). Posteriormente, após o desaparecimento do Reino do Norte, ocasionalmente "Israel" foi usado para se referir ao reino sulista de Judá (Jr 10:1). Assim mesmo, é difícil identificar uma passagem bíblica que use explicitamente a palavra Israel para denotar uma área geográfica específica. É claro que ocorre a expressão "terra de Israel" (1Sm 13:19-1Cr 22.2; 2Cr 2:17; Ez 40:2-47.18), mas ela sempre está ligada ao terreno ocupado ou a ser ocupado por alguns ou por todos os israelitas e, em consequência, a extensão dessa área sofre variação. Fora da Bíblia, "Israel" (i.e., o Israel da Bíblia) ocorre em três textos antigos. O mais antigo é uma estela de granito do quinto ano de Merneptah (1209 a.C.). Nessa tábua de granito há uma inscrição que menciona 1srael, mas ela está registrada de tal maneira que parece apontar para uma entidade étnica e, por esse motivo, a citação não oferece quase nenhuma ajuda na definição das fronteiras geográficas de Israel. Contudo, a Estela de Merneptah é a única testemunha extrabíblica de Israel antes do nono século a.C., quando o nome aparece em duas inscrições distintas. O Obelisco Negro está escrito em cuneiforme e data do sexto ano do rei assírio Salmaneser III (853 a.C.), quando Acabe forneceu 2 mil carros e 10 mil soldados para uma coalizão que lutou contra as forças de Salmaneser. A inscrição faz referência a Acabe como " rei de Israel" Poucos anos depois (c. 835 a.C.), o rei Messa de Moabe mandou inscrever, em uma estela de basalto, uma dedicatória à sua divindade, Camos; nessa inscrição ele se vangloriou de ter retomado o território que anteriormente havia sido conquistado por Onri, "rei de Israel" De acordo com a Bíblia, Messa de Moabe foi vassalo de Israel durante os dias de Onri e Acabe, mas se rebelou por ocasião da morte deste último (2Rs 3:4-5). Contudo, uma batalha ocorrida em seguida e registrada na Bíblia terminou com uma derrota moabita (2Rs 3:9-27). Numa tentativa de harmonizar a afirmação bíblica com a declaração de vitória registrada na estela de Messa, alguns estudiosos sustentam que a vitória de Messa sobre Israel ocorreu um pouco depois, durante o reinado de Jeoacaz. Nenhuma dessas duas inscrições do nono século a.C. fornece informações geográficas que permitam traçar fronteiras específicas para Israel. No entanto, ambas são bastante úteis, pois cada uma identifica explicitamente pelo nome pessoas que, na Bíblia, também são conhecidas como "rei de Israel. A Inscrição de Messa é ainda muito útil por ser rica em terminologia bíblica.

HIDROLOGIA, SOLO E CHUVAS NA PALESTINA

HIDROLOGIA
Não é nenhuma coincidência que o principal deus do Egito (Amom-Rá) era uma divindade solar, o que também era o caso do líder do panteão mesopotâmico (Marduque) 108 Em contraste, o grande deus de Canaã (Baal) era um deus da chuva/fertilidade. Aí está um mito com consequências profundas e de longo alcance para quem quisesse viver em Canaã, mito que controlava boa parte da cosmovisão cananeia e, às vezes, até o pensamento israelita. O mito é um reflexo direto de certas realidades hidrológicas dessa terra. Dito de modo simples, nunca é preciso chover no Egito nem na Mesopotâmia. Cada uma dessas terras antigas recebeu uma rica herança: um grande rio. Do Nilo e do Eufrates, respectivamente, as civilizações egípcia e mesopotâmica tiravam seus meios de subsistência, irrigavam suas plantações e davam água a seus rebanhos e manadas. Cada um desses rios fornecia um enorme suprimento de água doce, mais do que poderia ser consumido pelas sociedades que eles alimentavam e sustentavam. Enquanto houvesse chuva suficiente a centenas e centenas de quilômetros de distância, nas montanhas da Etiópia e Uganda (no caso do Nilo) e nas regiões montanhosas e acidentadas do leste da Turquia (no caso do Eufrates).
não seria necessário chover no Egito nem em boa parte da Mesopotâmia. E, na verdade, raramente chovia! Naquelas regiões, a sobrevivência dependia do sustento proporcionado por rios que podiam ser usados com proveito no ambiente parecido com o de uma estufa, criado pelo calor do sol ao longo de suas margens.
Num contraste gritante com isso, em Canaã a sobrevivência dependia justamente da chuva. Nessa terra não havia nenhum grande rio, e os parcos recursos fluviais eram incapazes de atender às necessidades dos habitantes. É certo que o rio Jordão atravessava essa terra, mas, do mar da Galileia para o sul. ele ficava numa altitude tão baixa e estava sempre tão cheio de substâncias químicas que, em essência, a sociedade cananeia estava privada do eventual sustento que o lordão poderia lhe proporcionar. Em meio à têndência histórica de civilizações surgirem ao longo das margens de rios, o Jordão aparece como evidente exceção Fora o lordão. em Canaã havia apenas um pequeno volume de água doce subterrânea. Na Antiguidade, o rio Jarcom, que se forma nas fontes perto de Afeque e deságua no Mediterrâneo logo ao norte de Jope, produzia umidade suficiente para forcar viajantes a se deslocarem mais para dentro do continente, mas só no século 20 seus recursos foram finalmente aproveitados. O rio Ouisom, que drena parte do vale de Jezreel antes de desaguar no Mediterrâneo, na altura da planície de Aco, na maior parte do ano é pouco mais do que um riacho. E o rio Harode, que deságua no lordão em frente de Bete-Sea, mana de uma única fonte situada no sopé do monte Gilboa. De modo que os cananeus e até mesmo a comunidade da aliança de Deus experimentariam, nessa terra, a sobrevivência ou a morte, colheitas boas ou más, a fertilidade ou a seca, justamente como consequência de tempestades que podiam lançar sua chuva numa terra que, de outra forma, era incapaz de suster a existência humana. Para os autores das Escrituras, um padrão recorrente, até mesmo estereotipado, é pregar que a fé produz bênçãos enquanto a falta de fé resulta em condenação. Talvez nada mais ressaltasse esse padrão com tanta força do que a dependência da chuva. Por exemplo, perto do momento de Israel se tornar nação, o povo foi instruído sobre as consequências da fé: "Se [.] guardardes os meus mandamentos [..) eu vos darei chuvas no tempo certo, a terra dará seu produto [...] Mas, se não me ouvirdes [...] farei que o céu seja para vós como ferro, e a terra, como bronze [...] a vossa terra não dará seu produto" (Lv 26:3-20). Mais tarde, quando estava na iminência de se lancar em sua missão de ocupar Canaã, o povo recebeu as descrições mais vívidas e completas das características hidrológicas daquela terra. "Pois a terra na qual estais entrando para tomar posse não é como a terra do Egito, de onde saístes, em que semeáveis a semente e a regáveis a pé [referência ou a um tipo de dispositivo usado para puxar água que era movimentado com os pés ou a comportas de irrigação que podiam ser erguidas com os pés para permitir que as águas entrassem em canais secundários], como se faz a uma horta; a terra em que estais entrando para dela tomar posse é terra de montes e de vales, que bebe as águas da chuva do céu; terra cuidada pelo SENHOR, teu Deus, cujos olhos estão continuamente sobre ela, desde o princípio até o fim do ano" (Dt 11:10-12).
O autor bíblico passa então a fazer um contraste entre a fé e a fertilidade (v. 13-17). Na prática, sua mensagem era a de que, se os israelitas obedecessem aos mandamentos de Deus, ele lhes enviaria tanto as primeiras como as últimas chuvas, a fim de que o povo pudesse armazenar cereais, vinho e azeite. Mas, caso seus corações manifestassem falta de fé, na sua ira Deus trancaria os céus e não haveria nenhuma chuva. Então, parece claro que naquela terra a fertilidade dependia da fé e a própria vida estava em risco devido à falta de chuva, o que resultava em seca e fome. Ademais, os dois textos acima apresentam uma mensagem que é repetida em muitas outras passagens, em cada seção e gênero de literatura biblica: é Deus que, na sua benevolência - mediante a dádiva da bênção da chuva - sustenta a vida na terra da promessa (e.g., Dt 28:12-2Cr 7.13,14; J6 5.10; 28.25,26; 36.27,28; SI 65:9-13 135:7-147.8,18; Is 30:23-25; Ez 34:26; Os 6:3; Am 9:6; Zc 10:1; MI 3.10; Mt 5:45; At 14:17; Hb 6:7). De modo análogo, Deus tem a prerrogativa soberana de reter a chuva como sinal de sua insatisfação e juízo (e.g., Dt 28:22-24; 1Rs 8:35-36; 17.1; 2Cr 6:26-27; Jó 12.15; Is 5:6; Jr 3:3-14:1-6; Am 4:7-8; Zc 14:17). 110 Parece que os autores das Escrituras empregaram essa realidade teológica justamente por causa das implicações hidrológicas dinâmicas que teriam sido por demais óbvias para quem quer que tentasse sobreviver em Canaã. Para o israelita antigo, a chuva era um fator providencialmente condicionado.
As vezes, na história de Israel, Deus ficou tão descontente com o comportamento de seu povo que não lhes deu nem a chuva nem o orvalho (e.g., 1Rs 17:1; Ag 1:10-11; cp. Gn 27:39-25m 1.21; Is 26:19; Os 14:5; Jó 29.19). 112 Com certeza, poucos agricultores na América do Norte ou Europa tiveram boas colheitas principalmente como resultado de orvalho.
Entretanto, no Israel antigo, onde a água era escassa e inacessível, exceto aquela proveniente do céu, em certas estações do ano o crescimento das plantações dependia totalmente da formação do orvalho. Isso era ainda mais válido quando uvas e figos estavam amadurecendo no início do outono, logo antes das "primeiras chuvas" 13 Em circunstâncias normais, a cada ano, a planície Costeira ao sul de Gaza, o vale de lezreel no centro (Iz 6:36-40), o elevado monte Carmelo e o Neguebe Ocidental experimentam - todos eles - cerca de 250 noites de orvalho. Alguns estudiosos têm, com bons motivos, chegado a afirmar que a conexão entre chuva, fé e vida pode ser a melhor explicação por que, depois de atravessarem o Jordão e passarem a residir em Canaã, os israelitas puderam apostatar com tanta rapidez e de modo tão completo. Talvez nenhuma geração de israelitas que viveu antes da época de Cristo tenha experimentado de forma mais convincente o elemento do milagre divino do que aqueles que participaram da ocupação de sua terra. Contudo, seus filhos e netos ficaram rápida e completamente fascinados pelo deus Baal e pelo baalismo cananeu (z 6:25-32; 15m 4:5-8; 1Rs 16:32-33; 19:10-14), e o sincretismo deles se tornou o tema triste e recorrente do livro de Juízes. Aqueles dessa geração posterior não deram ouvidos às exortações proféticas e logo descobriram que, na prática, eram cananeus - pessoas que, por meio do culto da fertilidade, procuravam garantir que houvesse chuva suficiente. O baalismo cananeu estava envolvido com uma cosmovisão cíclica (e não com uma linear), em que o mundo fenomênico, a saber, as forças da natureza, era personificado. Dessa maneira, os adeptos do baalismo eram incapazes de perceber que as estações do ano eram de uma periodicidade regular e mecânica. A variação e a recorrência das estações eram vistas em termos de lutas cósmicas. Quando a estação seca da primavera começava com a consequente cessação de chuva e a morte da vegetação, inferiam erroneamente que o deus da esterilidade (Mot) havia assassinado seu adversário, Baal. Por sua vez, quando as primeiras chuvas do outono começavam a cair, tornando possível a semeadura e, mais tarde, a colheita, de novo o baalismo cometia o erro de inferir que o deus da fertilidade (Baal) havia ressuscitado e retornado à sua posição proeminente.
Ademais, o fracasso do baalismo cananeu em perceber que a variação das estações era governada pela inevitabilidade das leis da Natureza levou à crença de que o resultado das lutas cósmicas era incerto e que os seres humanos podiam manipulá-lo. Como consequência, quando desejavam que suas divindades realizassem certas ações, os cananeus acreditavam que podiam persuadi-las a isso, realizando eles próprios as mesmas ações num contexto cultual, uma prática conhecida hoje em dia como "magia imitativa ou simpática". Para eles, o triunfo contínuo de Baal equivalia à garantia de fertilidade duradoura. Esse desejo deu origem à prostituição cultual, em que, conforme acreditavam, as ações de um homem ou uma mulher consagrados a essa atividade ativamente antecipavam e causavam o intercurso de Baal com a terra e dele participavam (entendiam que a chuva era o sêmen de Baal). De acordo com a adoração da fertilidade em Canaã, quando Baal triunfava, as mulheres ficavam férteis, os rebanhos e manadas reproduziam em abundância e a lavoura era repleta de cereais. Os profetas, a começar por Moisés, atacaram fortemente a adoção indiscriminada dessa abominação (Dt 4:26; cp. Jr 2:7-8,22,23; 11.13; Os 4:12-14; Mq 1:7). Mas, apesar de todas as advertências, ao que parece a realidade hidrológica da terra levou os israelitas a suporem que também necessitavam de rituais cananeus para sobreviver num lugar que dependia tanto da chuva (1Sm 12:2-18; 1Rs 14:22-24; 2Rs 23:6-7; 2Cr 15:16: Jr 3:2-5; Ez 8:14-15; 23:37-45). Israel logo começou a atribuir a Baal, e não a lahweh, as boas dádivas da terra (Is 1:3-9; Jr 2:7; Os 2:5-13) e, por fim, os israelitas chegaram ao ponto de chamar lahweh de "Baal" (Os 2:16). O tema bíblico recorrente de "prostituir-se" tinha um sentido muito mais profundo do que uma mera metáfora teológica (Jz 2:17-8.27,33; 1Cr 5:25; Ez 6:9; Os 4:12-9.1; cp. Dt 31:16-1Rs 14.24; 2Rs 23:7). Além do mais, no fim, a adoção dessa degeneração contribuiu para a derrota e o exílio de Israel (e.g., 1Cr 5:26-9.1; SI 106:34-43; Jr 5:18-28; 9:12-16; 44:5-30; Ez 6:1-7; 33:23-29).
É muito provável que a expressão característica e mais comum que a Bíblia usa para descrever a herança de Israel - "terra que dá leite e mel" - trate igualmente dessa questão de dependência da chuva. Os ocidentais de hoje em dia conseguem ver, nessa metáfora, uma conotação de fertilidade e abundância exuberantes, de um paraíso autêntico ou de um jardim do Éden luxuriante. Mas a expressão pinta um quadro bem diferente. Para começar, o "princípio da primeira referência pode ser relevante para essa metáfora: quando a expressão surge pela primeira vez no cânon e na história de Israel, é especificamente usada para contrastar a vida de Israel no Egito com a vida tal como seria em Canaã (Êx 3.8,17). E, embora também se empregue a metáfora para descrever a terra da aliança de Deus com Israel (Dt 6:3-31.20; Is 5:6; Jr 11:5), de igual forma as Escrituras, mais tarde, utilizam a metáfora para tornar a apresentar esse forte contraste entre o Egito e Cana (e.g., Dt 11:9-12; 26.8,9; Jr 32:21-23; Ez 20:6). Nesse aspecto, o texto de Deuteronômio 11:8-17 é especialmente revelador: aí a terra de leite e mel será um lugar em que a fertilidade estará condicionada à fé em contraste com a fertilidade garantida do Egito.
Os produtos primários envolvidos também parecem não apontar para a noção de fertilidade exuberante (cp. Is 7:15-25). A palavra para "leite" (halab) é usada com frequência para designar o leite de cabra e ovelha (Êx 23.19; Dt 14:21-1Sm 7.9; Pv 27:26-27), raramente para se referir ao leite de vaca (Dt 32:14) e nunca ao de camela. Ocasionalmente a palavra para "mel" (debash) é interpretada como referência a uma calda ou geleia feita de uvas ou tâmaras ou secretada por certas árvores, mas é quase certo que, nesse contexto, deve se referir ao mel de abelha. A palavra é usada especificamente com abelhas (d°bórá, cp. Jz 14:8-9) e aparece com vários vocábulos diferentes que designam favo (Pv 24:13; Ct 4:11; cp. 1Sm 14:25-27; SI 19.10; Pv 16:24; Ct 5:1). Na descrição encontrada em textos egípcios mais antigos, Canaã tinha seu próprio suprimento de mel,16 uma observação importante à luz do fato bem estabelecido de que a apicultura doméstica era conhecida no Egito desde tempos remotos. Escavações arqueológicas realizadas em 2007 na moderna Rehov/Reobe, logo ao sul de Bete-Sea, encontraram vestígios inconfundíveis de apicultura doméstica em Canaã, datada radiometricamente do período da monarquia unida. Além de mel, restos tanto de cera de abelha quanto de partes de corpos de abelha foram tirados do apiário, e acredita-se que as fileiras de colmeias achadas ali até agora eram capazes de produzir até 450 quilos de mel todos os anos.
Os produtos primários indicados na metáfora que descreve a terra têm de ser leite de cabra e mel de abelha: os dois itens são produtos de condições topográficas e econômicas idênticas (Is 7:15-25; J6 20,17) e de áreas de pastagem não cultivadas. Nenhum é produto de terra cultivada. Diante disso, deve-se concluir que os produtos primários de leite e mel são de natureza pastoril e não agrícola. Portanto, a terra é descrita como uma esfera pastoril.
É possível perceber o peso dessa última observacão quando se contrastam o leite e o mel com os produtos primários do Egito, citados na Bíblia (Nm 11:4-9). Enquanto andava pelo deserto, o povo de Israel se desiludiu com a dieta diária e monótona de maná e passou a desejar a antiga dieta no Egito (peixe, pepino, melão, alho-poró, cebola e alho). Além de peixe, os alimentos pelos quais ansiavam eram aqueles que podiam ser plantados e colhidos. Em outras palavras. enquanto estavam no Egito, a dieta básica dos israelitas era à base de produtos agrícolas e nada há nesse texto sobre a ideia de pastoralismo. O Egito parece ser apresentado basicamente como o lugar para o lavrador trabalhar a terra, ao passo que a terra da heranca de Israel é basicamente apresentada como o lugar para o pastor criar animais. Isso não quer dizer que não houvesse pastores no Egito (ep. Gn 46:34) nem que não houvesse lavradores em Canaã (cp. Mt 22:5); mas dá a entender que o Egito era predominantemente um ambiente agrícola, ao passo que Canaã era predominantemente de natureza pastoril. Ao se mudar do Egito para uma "terra que dá leite e mel", Israel iria experimentar uma mudanca impressionante de ambiente e estilo de vida É provável que isso também explique por que a Bíblia quase não menciona lavradores, vacas e manadas e, no entanto, está repleta de referências pastoris:


Desse modo, dizer que a terra dava "leite e mel" servia a três propósitos básicos. A expressão: (1) descrevia a natureza distintamente pastoril do novo ambiente de Israel; (2) fazia um contraste entre aquele ambiente e o estilo de vida que Israel havia tido no Egito; (3) ensinava o povo que a fertilidade/ sobrevivência em sua nova terra seria resultado da fé e consequência da obediência. Os israelitas não seriam mais súditos egípcios vivendo no Egito, mas também não deveriam se tornar súditos cananeus vivendo em Canaã. Deviam ser o povo de Deus, povo que teria de viver uma vida de fé nesse lugar que Deus escolhera e que dependia tanto de chuva (as vezes denominada geopiedade). À luz dos difíceis condições hidrológicas da terra, a necessidade de conservar os escassos suprimentos de água devia ser determinante. Por esse motivo, a Bíblia está repleta de referências à água e a itens relacionados, com aplicações tanto positivas quanto negativas. Encontramos menção a:


Na época do Novo Testamento, tecnologias hídricas gregas e romanas aliviaram em parte a dificílima situação de abastecimento de água para algumas cidades principais.
O Império Romano foi particularmente bem-sucedido em transportar água, às vezes por muitos quilômetros, desde sua(s) fonte(s) até as principais áreas urbanas. Uma tecnologia sofisticada criou aquedutos tanto abertos quanto fechados - canais de água que podiam ter várias formas de canalização (pedra, terracota, chumbo, bronze e até madeira). Alguns dos canais foram construídos acima da superfície e outros, abaixo.
Além do enorme trabalho exigido pelas imensas construções, esses sistemas também requeriam considerável capacidade e sofisticação de planejamento. Os romanos tiraram vantagem da força da gravidade, mesmo durante longas distâncias, em terreno irregular ou montanhoso. Em certos intervalos, colocaram respiradouros para reduzir problemas de pressão da água ou do ar e para possibilitar que os trabalhadores fizessem o desassoreamento. Também utilizaram sifões para permitir que a água subisse até recipientes acima de um vale adjacente, mas abaixo do nível da fonte da água. Junto com uma rede de aquedutos, os romanos criaram muitos canais abertos, comportas, redes de esgoto, diques e reservatórios de água.
Como resultado, a maioria da população urbana do Império Romano desfrutava de banhos públicos, latrinas e fontes. Alguns tinham acesso a piscinas e até mesmo lavagem de louça. Na Palestina em particular, introduziu-se o banho ritual (mikveh).

Os solos da Palestina
Os solos da Palestina
Montanhas e rios da Palestina
Montanhas e rios da Palestina
Índice pluviométrico na Palestina
Índice pluviométrico na Palestina

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras

Não foram encontradas referências em Outras Obras.

Locais

Estes lugares estão apresentados aqui porque foram citados no texto Bíblico, contendo uma breve apresentação desses lugares.

ISRAEL

Atualmente: ISRAEL
País com área atual de 20.770 km2 . Localiza-se no leste do mar Mediterrâneo e apresenta paisagem muito variada: uma planície costeira limitada por colinas ao sul, e o planalto Galileu ao norte; uma grande depressão que margeia o rio Jordão até o mar Morto, e o Neguev, uma região desértica ao sul, que se estende até o golfo de Ácaba. O desenvolvimento econômico em Israel é o mais avançado do Oriente Médio. As indústrias manufatureiras, particularmente de lapidação de diamantes, produtos eletrônicos e mineração são as atividades mais importantes do setor industrial. O país também possui uma próspera agroindústria que exporta frutas, flores e verduras para a Europa Ocidental. Israel está localizado numa posição estratégica, no encontro da Ásia com a África. A criação do Estado de Israel, gerou uma das mais intrincadas disputas territoriais da atualidade. A criação do Estado de Israel em 1948, representou a realização de um sonho, nascido do desejo de um povo, de retornar à sua pátria depois de mil oitocentos e setenta e oito anos de diáspora. Esta terra que serviu de berço aos patriarcas, juízes, reis, profetas, sábios e justos, recebeu, Jesus o Senhor e Salvador da humanidade. O atual Estado de Israel teve sua origem no sionismo- movimento surgido na Europa, no século XIX, que pregava a criação de um país onde os judeus pudessem viver livres de perseguições. Theodor Herzl organizou o primeiro Congresso sionista em Basiléia, na Suíça, que aprovou a formação de um Estado judeu na Palestina. Colonos judeus da Europa Oriental – onde o anti-semitismo era mais intenso, começaram a se instalar na região, de população majoritariamente árabe. Em 1909, foi fundado na Palestina o primeiro Kibutz, fazenda coletiva onde os colonos judeus aplicavam princípios socialistas. Em 1947, a Organização das Nações Unidas (ONU) votou a favor da divisão da Palestina em dois Estados: um para os judeus e outro para os árabes palestinos. Porém, o plano de partilha não foi bem aceito pelos países árabes e pelos líderes palestinos. O Reino Unido que continuava sofrer a oposição armada dos colonos judeus, decidiu então, encerrar seu mandato na Palestina. Em 14 de maio de 1948, véspera do fim do mandato britânico, os líderes judeus proclamaram o Estado de Israel, com David Bem-Gurion como primeiro-ministro. Os países árabes (Egito, Iraque, Síria e Jordânia) enviaram tropas para impedir a criação de Israel, numa guerra que terminou somente em janeiro de 1949, com a vitória de Israel, que ficou com o controle de 75% do território da Palestina, cerca de um terço a mais do que a área destinada ao Estado judeu no plano de partilha da ONU.
Mapa Bíblico de ISRAEL



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Êxodo Capítulo 14 do versículo 1 até o 31
5. A Travessia do Mar Vermelho (14:1-31)

a) Um lugar arriscado (14:1-4). Visto que o texto bíblico não anuncia o local preciso onde ocorreu a travessia, é melhor presumir que os filhos de Israel iniciaram a jornada da terra de Gósen (ver Mapa

3) rumo à fronteira do Egito, onde cruzaram para entrar no deserto. Em seguida, Deus lhes ordena que voltem (2; "retrocedam", ARA) e acampem junto ao mar. Não há como definir se viraram para o norte, em direção ao lago Manzalé," ou para o sul, em direção aos lagos Amargos." O que está claro é que havia um volume de água diante deles como obstáculo ao cruzamento.

Faraó começou a reavaliar a libertação dos escravos. Talvez soube da jornada apa-rentemente a esmo, e supôs que estivessem embaraçados na terra (3) e que o deserto os encerrara. Para ele, o Deus dos israelitas, embora poderoso no Egito, era impotente no deserto. Pensou que estavam irremediavelmente perdidos. Lógico que Israel teria sido destruído se não fosse a intervenção do Deus Todo-poderoso. Por vezes, Ele nos coloca em situações de aperto para nos livrar e nos mostrar que Ele é o SENHOR (4).

b) A perseguição de Faraó (14:5-9). Irritados pela recente derrota e frustração causa-da pela perda de tantos trabalhadores (5), Faraó e seus servos (os conselheiros) muda-ram de idéia. Pensando que Israel estava praticamente encurralado no deserto, o rei aprontou o seu carro e tomou consigo o seu povo (6; "exército", NVI). Também tinha seiscentos carros escolhidos (7) e muitos outros que conseguira reunir sem demora (pensamento subentendido na expressão todos os carros).' Com esta força militar humana, Faraó saiu apressadamente em perseguição dos israelitas. Seu coração duro ficou mais duro ainda, porque, para ele, estes escravos tinham saído com alta mão ( 8; "afoitamente", ARA; "triunfantemente", NVI). Contraste esta condição com o grande medo que logo sentiriam (10). Foi a toda velocidade ao local onde estavam acampados junto ao mar (9; ver Mapa 3). Pi-Hairote significa "lugar de juncos, no lado egípcio do mar Vermelho" (VBB, nota de rodapé).

  1. O medo do povo (14:10-12). Vendo o exército de Faraó se aproximando, o coração dos israelitas se derreteu, levando-os a clamar ao SENHOR (10). Foi um clamor deses-perado, porque viam nada mais que a morte diante de si; só restava repreender Moisés por tê-los tirado do Egito para morrerem no deserto (11). Para eles, a escravidão era melhor que a morte, e Moisés deveria tê-los deixado em paz no Egito (12). Em termos de um slogan dos dias atuais, eles sentiam que seria melhor sofrer e estar vivo do que não sofrer e estar morto.

Estes israelitas, como tantos novos-convertidos, embora libertos da escravidão do trabalho forçado, ainda possuíam "um coração mau e infiel". Estavam com muito medo e cheios de dúvida, logo esquecendo os atos poderosos de Deus feitos a seu favor. Tinham concordado com os líderes, mas agora, diante da iminente catástrofe, a falta de compro-misso sério se revelou.

  1. O propósito de Deus (14:13-18). Como é freqüente a fé fraquejar justamente quan-do Deus está pronto para fazer sua maior obra! Mas Deus tinha seu homem de fé. O texto não diz o quanto Moisés tremia por dentro, nem é perceptível que ele já soubesse o que Deus ia fazer. Mas os encontros que teve com Deus lhe deram a certeza de que Deus estava no controle. Não havia nada que as pessoas poderiam fazer, exceto aquietar os temores, ficar quietas e ver o livramento do SENHOR (13). Deus disse a Moisés (4) que ocorreria outra vitória, e ele creu na palavra de Deus. Ele pôde declarar: O SENHOR pelejará por vós, e vos calareis (14). "Tão-somente acalmem-se" (14b, NVI).

Não havia necessidade de mais clamores a Deus. Chegara o momento de marchar. Tratava-se de uma marcha de fé, pois diante deles só havia águas traiçoeiras; mas a ordem de Deus era clara: Marchem (15). Em nosso andar espiritual, chegamos a um ponto em que as orações medrosas cessam e o passo de fé deve ser dado.

Todas as vezes que os filhos de Israel temeram o desamparo de Deus, Ele estava trabalhando em seus propósitos. A barreira de água à frente deles se dividiria quando a mão de Moisés se estendesse com a vara (16). O coração duro de Faraó o levaria a se apoiar demasiadamente na bondade Deus e seguir Israel, mas o plano de Deus era des-truir o exército egípcio para, assim, obter glória e honra para si (17). Seria tarde demais para Faraó e seus cavaleiros (18), mas o restante dos egípcios saberia quem é o SENHOR.

No versículo 15, observamos o desafio de Deus ao seu povo: "Marchem!"
1) A história os impulsionava para frente, 1.13,14;

2) O presente os empurrava para frente, 14.9,10;

3) O futuro os estimulava para frente, 3.8; 14.13,14 (G. B. Williamson).

  1. A coluna de proteção (14.19,20). O Anjo de Deus (19), chamado "o anjo do SENHOR" em 3.2, que estava na frente de Israel, passou agora para trás do acampa-mento. O movimento invisível de Deus foi verificado no movimento visível da coluna da nuvem, que se retirou de diante dos israelitas e se pôs atrás deles. Esta coluna ficou entre os dois acampamentos, impedindo os egípcios de chegar perto de Israel toda a noite (20). A coluna trouxe escuridade para os egípcios, enquanto que Israel tinha luz no acampamento."

Vemos nos versículos 10:20, o processo de "Como Vencer o Medo".

1) Ficamos ame-drontados ao ver o poder de Satanás, 10;

2) Expressamos nossa angústia pelas providên-cias de Deus, 11,12;

3) Sentimos alívio quando a palavra de Deus é dada com clareza, 13-18;

4) Aquietamo-nos completamente quando a presença de Deus se manifesta, 19,20.

  1. O caminho pelo mar (14:21-25). Naquela noite, quando Moisés estendeu a sua mão sobre o mar... as águas foram partidas (21). Um forte vento oriental fez o mar se tornar em seco, talvez para secar o leito de onde as águas recuaram. Devemos ser cautelosos em não forçar a linguagem poética (15.8; Si 78,13) em rígida expressão literal e concluir que as águas desafiaram a gravidade ou se congelaram em bloco sóli-do." A palavra muro (22) se refere à barreira de água que ficou em ambos os lados de Israel enquanto atravessavam em marcha.'

O registro bíblico não determina a distância do cruzamento pelo mar e a largura da passagem. A área era suficiente para que quase três milhões de pessoas atravessassem em uma noite e bastante ampla para que todos os exércitos de Faraó ficassem no meio do mar (23). Ou os egípcios consideraram a abertura no mar uma ocorrência natural ou então, na sua dureza, se apoiaram na misericórdia de Deus quando marcharam pela abertura. O texto não diz se Faraó entrou com o exército, mas todos os seus cavalos, carros e cavaleiros (23) entraram (o v. 9 não registra a entrada do "exército").

Na vigília daquela manhã (24), entre duas e seis da manhã,' Deus alvoroçou os egípcios. Pode ser que a coluna diante dos egípcios tenha começado a lampejar, talvez com raios. Os egípcios ficaram com medo e passaram a ter problemas com as rodas dos carros (25), que emperravam (ARA) ou atolavam (NTLH), de forma que transitavam dificultosamente. Pelo visto, o leito seco do mar estava afundando com o peso dos cavalos e carros. Disseram: Fujamos... porque o SENHOR por eles peleja contra os egípcios. Mais uma vez, estes ímpios reconheceram o poder de Deus. A confusão dos egípcios deu tempo para Israel completar a travessia e para todos os egípcios ficarem no leito do mar.

  1. A morte dos egípcios (14:26-31). Deus inverteu a ação e as águas voltaram ao lugar (26). O texto não declara se houve uma reversão do vento (ver 15.10). O retorno das águas foi tão súbito e forte que alcançou os egípcios quando tentavam fugir e os matou (27,28). As mesmas águas que serviram de muro para o povo de Deus (29) tornou-se meio de destruição para os egípcios.

Esta última disputa entre Deus e Faraó, resultando em vitória final e completa para o Senhor, impressionou fortemente os israelitas. A situação parecia desesperadora na noite anterior. Agora Israel viu os egípcios mortos na praia do mar (30). As águas turbulentas, ou a maré, levaram os corpos à praia. O Senhor salvara os israelitas; toda a prova necessária estava diante dos olhos deles.

Quando viu Israel a grande (31) obra, temeu o povo ao SENHOR e creu. Este ato poderoso expulsou o medo que os atormentara (10) e implantou um verdadeiro temor de Deus — um temor que conduziu a uma fé viva. Com esta manifestação, "os israelitas distinguiriam o Libertador misericordioso do Juiz santo dos descrentes, a fim de que crescessem no temor de Deus e na fé que já haviam mostrado".33 A palavra hebraica traduzida por creu (31) significa "confiou" (ARA) ; este tipo de fé toma conta da pessoa. O povo podia entregar os problemas a Deus e acreditar em Moisés, seu servo, porque a fé se tornou mais personalizada.

Nos versículos 10:31, vemos "A Libertação Poderosa de Deus".

1) A favor de um povo temente, 10-15;

2) Com poder sobre os obstáculos da natureza, 16,19-24;

3) Dos inimigos rebeldes de Deus, 17,18,25-28;

4) Na criação de um povo crente, 29-31.


Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Êxodo Capítulo 14 do versículo 1 até o 31
*

14:2

Pi-Hairote. Por mandamento divino, Israel voltou atrás e acampou em Pi-Hairote, reputadamente nas vizinhanças de Ramessés (Qantir). Isso foi um convite à perseguição de Faraó (v. 4, nota).

Migdol. Uma palavra que geralmente significa "fortificação"; sua presente localização é desconhecida.

Baal-Zefom. Essa localização ("Baal do Norte") era reputada próxima de Tafanes, perto do lago Menzalé, a cerca de 32 km a leste de Ramessés.

* 14:4

A perseguição de Faraó a seus escravos que escapavam acontece sob a orientação soberana de Deus.

* 14:6

aprontou Faraó o seu carro. Faraó estava resoluto pois sua força especial de carros de combate foi usada. O cavalo e o carro de combate parecem ter sido introduzidos no Egito pelos hicsos (cerca de 1700 a.C.). Os carros de combate egípcio transportavam três homens.

* 14:11

Disseram a Moisés. As queixas rebeldes de Israel, contra a liderança de Deus, são um tema contínuo no Êxodo (5.21; 15.24; 16.3; 17.2 e 32.1).

* 14:13

Não temais. No ponto crucial do livramento de Israel eles tinham que ver que a salvação deles era inteiramente uma obra de Deus. Deus, ao julgar o Egito, ao endurecer o coração de Faraó, ao levar Israel até esse impasse desesperador, entalados entre os carros de combate de Faraó e o mar, preparou o cenário para a exibição crucial de seu poder salvador. O Senhor lutará por eles. Eles precisam apenas ficar quietos. E será glorificado o Senhor (14.18).

* 14:14

O SENHOR pelejará. Esta frase indica a origem do tema do temor do Senhor como "Guerreiro Divino", celebrado no cap. 15. A guerra, no mundo antigo, era vista como uma realização sagrada, na qual a honra da deidade do país estava em jogo. Em Israel, Deus era o "Deus dos exércitos de Israel" (1Sm 17:45), e era, igualmente, o "Senhor dos exércitos" (isto é, o Senhor dos exércitos do céu, o arquiteto das vitórias de Israel e aquele que infligia as derrotas de Israel). Um antigo relato das conquistas de Israel, sob a liderança do Senhor, era chamado de "Livro das Guerras do SENHOR" (Nm 21:14). A teologia da Guerra Santa, que surgiu em resultado, encontra expressão através do Antigo e do Novo Testamentos.

* 14:15

clamas. Devemos entender aqui que Moisés estivera orando.

* 14:16

levanta a tua vara. A vara de Moisés, usada para impor julgamento divino sobre o Egito, agora traria salvação ao povo de Deus.

* 14:19

Anjo... nuvem. O Anjo do Senhor é identificado com a própria presença de Deus na nuvem (23.20-22). Ver nota em Gn 16:7.

* 14:21

vento oriental. Deus envia o vento para realizar os seus propósitos, mas um poder sobrenatural maior do que isso foi mister para manter a água de cada lado da rota de escape, para, em seguida, devolver a água com força suficiente para destruir o exército de Faraó.

* 14:24

vigília da manhã. Para os hebreus, a noite estava dividida em três vigílias de quatro horas cada uma, e a última das quais, "a vigília da manhã", durava das duas horas da madrugada às seis horas da manhã. Essa, geralmente, era a hora dos ataques de surpresa (1Sm 11:11). O próprio Senhor lançou o exército egípcio em confusão.

* 14:25

o SENHOR peleja. Os egípcios reconheceram que a vitória era de Deus (conforme v. 14).

* 14:27

A mão e o cajado de Moisés serviram de instrumentos da destruição, para perseguir o inimigo, e produzir o livramento de Israel.

* 14:30

o SENHOR livrou Israel. Os vs. 30 e 31 sumariam o feito salvífico de Deus, e seu efeito sobre Israel.

* 14:31

temeu... confiaram no SENHOR e em Moisés, seu servo. Nesse ponto, Israel é uma comunidade que professa fé. Mais tarde, no deserto, eles apostatarão e ficarão sujeitos à ira de Deus (Nm 14; Sl 95). A igreja, como uma comunidade que professa fé, deve evitar esse exemplo (Hb 3 e 4).


Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de Êxodo Capítulo 14 do versículo 1 até o 31
14.6-9 E seiscentos carros de guerra egípcios caíam em cima dos indefesos israelitas, que se encontravam apanhados entre as montanhas e o mar. Estes carros de guerra levavam duas pessoas, a gente dirigia e o outro lutava. Eram feitos de uma cabine de madeira ou de pele colocada sobre duas rodas e arrastada por cavalos. Estes eram os tanques blindados dos tempos bíblicos. Mas até seu poder não era rival para Deus, que destruiu tanto aos carros como aos soldados.

14:10, 11 Apanhados contra o mar, os israelitas se enfrentaram ao exército egípcio que arrasava com violência para matá-los. Os israelitas pensaram que estavam definitivamente perdidos. depois de ter visto a poderosa mão de Deus liberando os do Egito, sua única resposta foi o temor, os gemidos e o desespero. Onde estava sua confiança em Deus? Israel teve que aprender através de repetidas experiências que Deus estava junto a eles para ajudá-los. Deus preservou estes exemplos nas Escrituras para que aprendamos a confiar no desde a primeira vez. Se analisarmos a fidelidade de Deus no passado, podemos evitar o medo e as queixa quando enfrentarmos a uma crise.

14:11, 12 Este é o primeiro exemplo de refunfu�os e queixa dos israelitas. Sua falta de fé em Deus é surpreendente. Entretanto, quão freqüentemente nos vemos fazendo o mesmo, nos queixando pelas inconveniências ou as aflições? Os israelitas estavam a ponto de aprender algumas lições fortes. Se tivessem crédulo em Deus, teriam evitado muitas desgraças.

Moises

Algumas pessoas não podem manter-se afastadas dos problemas. Quando surge um conflito, sempre as arrumam para estar perto. A reação é sua ação favorita. Este era Moisés. Parecia miserável sempre ao que precisava ser endireitado. Ao longo de sua vida respondia da melhor ou da pior maneira aos conflitos que o rodeavam. Até a experiência que teve com a sarça ardente era uma ilustração de seu caráter. Ao descobrir o fogo e ver que a sarça não se consumia, teve que investigar. Já seja que se lançasse a brigar para defender a um escravo hebreu ou tratasse de servir como árbitro em um pleito entre dois parentes, quando Moisés via um conflito, reagia.

Através dos anos, entretanto, algo surpreendente aconteceu no caráter do Moisés. Não deixou de reagir, mas sim aprendeu a fazer o de maneira correta. A ação calidoscópica que acontecia diariamente ao viajar duas milhões de pessoas pelo deserto, foi uma provocação mais que suficiente para a capacidade de resposta do Moisés. A maior parte do tempo era realmente um mediador entre Deus e o povo. Em uma ocasião teve que responder à ira de Deus pela necedad e o esquecimento do povo. Em outra ocasião, teve que reagir às brigas e queixa do povo. E até em outra, teve que reagir ante os ataques injustificados contra seu caráter.

A liderança requer reação. Aprender a reagir com instintos congruentes com a vontade de Deus requer que desenvolvamos hábitos de obediência ao. Uma obediência congruente com Deus se desenvolve melhor em tempos de maior estresse. Logo ao chegar o estresse, nossa reação natural é obedecer os desejos de Deus quando enfrentamos a uma situação difícil.

Em nossa era, onde se estão reduzindo as normas morais, encontramos quase impossível acreditar que Deus castigaria ao Moisés pela única ocasião em que desobedeceu totalmente. Entretanto, o que não podemos ver é que Deus não rechaçou ao Moisés; simplesmente ele mesmo se desqualificou para entrar na terra prometida. A grandeza pessoal não faz imune a uma pessoa de cometer enganos ou de enfrentar-se a suas conseqüências.

No Moisés vemos uma personalidade sobressalente moldada Por Deus. Mas não devemos perder de vista o que Deus realmente fez. Não trocou quem ou o que era Moisés; Deus não lhe deu novas habilidades e fortalezas. Mas bem, tomou as características do Moisés e as moldou até que pudessem encaixar em seu propósito. Estabelece isso alguma diferencia em sua compreensão do propósito de Deus para sua vida? O tráfico de tomar o que criou em primeiro lugar e usá-lo para os planos que se propôs. A próxima vez que você fale com Deus, não lhe pergunte "No que devo me transformar?", a não ser "Como poderia usar minhas próprias habilidades e pontos fortes para fazer sua vontade?"

Pontos fortes e lucros:

-- Educação egípcia; treinamento no deserto

-- O maior líder judeu; pôs em movimento o êxodo

-- Profeta e legislador; registrou os Dez Mandamentos

-- Autor do Pentateuco

Debilidades e enganos:

-- Não pôde entrar na terra prometida por sua desobediência a Deus

-- Não sempre reconheceu e usou os talentos de outros

Lições de sua vida:

-- Deus prepara, logo utiliza, seu programa é para toda a vida

-- Deus faz seus maiores obra através de gente débil

Dados gerais:

-- Onde: Egito, Madián, deserto do Sinaí

-- Ocupação: Príncipe, pastor, líder dos israelitas

-- Familiares: Irmã: María. Irmão: Arão. Esposa: Séfora. Filhos: Gersón e Eliezer.

Versículos chave:

"Pela fé Moisés, feito já grande, recusou chamar-se filho da filha de Faraó, escolhendo antes ser maltratado com o povo de Deus, que gozar dos deleites temporários do pecado" (Hb_11:24-25).

A história do Moisés se relata nos livros do Exodo até o Deuteronomio. Além disso o menciona em At 7:20-44 e Hb 11:23-29.

14:13, 14 O povo era hostil e estava abatido, mas Moisés os animava a que vissem a forma maravilhosa em que Deus os resgataria. Moisés tinha uma atitude positiva! Quando parecia que estavam apanhados, invocou a intervenção de Deus. Possivelmente não sejamos perseguidos por nenhum exército, mas podemos nos sentir igualmente apanhados. Embora nossa primeira reação pode ser o desespero, devemos adotar a atitude do Moisés para estar firmes Y... ver a salvação que Deus fará.

14:15 Deus disse ao Moisés que deixasse de orar e se movesse! A oração deve ter um lugar vital em nossas vidas, mas também há lugar para a ação. Em ocasiões sabemos o que fazer, mas oramos para pedir mais direção como uma desculpa para justificar que não queremos atuar. Se soubermos o que temos que fazer, é tempo de mover-se.

14:21 Não havia nenhuma possibilidade de escapamento, mas Deus abriu um caminho de terra seca através do mar. Algumas vezes nos vemos apanhados em um problema e não vemos nenhuma saída. Não se aterrorize, Deus pode abrir um caminho.

14:21, 22 Alguns eruditos acreditam que os israelitas realmente não cruzaram a parte principal do Mar Vermelho a não ser um dos lagos pouco profundos ou pântanos que estavam ao norte dele. Estes quase sempre se secam em certas estações do ano. Mas a Bíblia afirma claramente "fez Jeová que o mar se retirasse por robusto vento oriental; e voltou o mar em seco" (14.21; vejam-se também Js 3:15-16; e 2Rs 2:13-14). Além disso, a água era o suficientemente profunda para cobrir os carros (2Rs 14:28).

O Deus que criou a terra e a água realizou um grande milagre no momento exato para demonstrar seu grande poder e amor por seu povo.

14:27, 28 Não se encontrou nenhuma evidência deste grande êxodo nos registros históricos dos egípcios. Era uma prática comum no Egito que os Faraós não registrassem suas derrotas. Até chegavam mais longe e tomavam os registros existentes e apagavam os nomes dos traidores e dos adversários políticos. Faraó deveu estar especialmente ansioso de não registrar que seu grande exército foi destruído ao perseguir uma banda de escravos que fugiam. Como os egípcios tampouco registraram o êxodo ou não se encontra o registro ainda, é impossível precisar a data exata.


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Êxodo Capítulo 14 do versículo 1 até o 31
6. O Vingador do Povo de Deus (14: 1-15: 21)

1. A reação do Faraó (14: 1-9)

1 E o Senhor disse a Moisés, dizendo: 2 Fala aos filhos de Israel que se voltem e se acampem diante de Pi-Hairote, entre Migdol eo mar, diante de Baal-Zefom. defronte dele vós acampamento junto ao Mc 3:1 Então Faraó dirá dos filhos de Israel: Eles estão embaraçados na terra, o deserto os encerrou. 4 E eu vou endurecer o coração de Faraó, e ele os perseguirá; e eu serei glorificado em Faraó e em todo o seu exército; e os egípcios saberão que eu sou o Senhor. E assim fizeram. 5 E foi anunciado ao rei do Egito que o povo tinham fugido-se o coração de Faraó e dos seus servos foi mudado para com o povo, e eles disseram: Que é isso que temos feito, que nós vamos 1srael ir de nos servir? 6 E aprontou o seu carro, e tomou consigo o seu povo: 7 e tomou seiscentos carros escolhidos e todos os carros do Egito, e capitães sobre todos Ec 8:1 E o Senhor endureceu o coração de Faraó, rei do Egito, e este perseguiu os filhos de Israel, porque os filhos de Israel saíram com uma mão alta. 9 E os egípcios perseguiram depois deles, todos os cavalos e carros de Faraó, e os seus cavaleiros, e seu exército , e alcançou a acampados junto ao mar, perto de Pi-Hairote, diante de Baal-Zefom.

Tendo chegado antes da fortaleza egípcia em Etã, o Senhor virou o povo de volta para o sudoeste. O comandante da fortaleza, provavelmente, não tinha a intenção de deixar Israel passar. O Senhor sabia bem o que segundo os pensamentos de Faraó seria, portanto, ainda em busca de uma saída pacífica, levou Israel de volta ao redor do bojo da grande Bitter Lake. Aqui eles encontraram uma cadeia de montanhas, Jebel Jenefeh, correndo do oeste, o que os obrigou a se mover southeastward entre as montanhas e os lagos amargos. Há evidências de que, nestes tempos o Golfo de Suez, o braço ocidental do Mar Vermelho, chegou a todo o caminho para o Lagos Bitter, sendo conectados por canais rasos que em pelo menos um local podia ser cruzado em condições extremamente favoráveis. Entre as montanhas a oeste e do mar é uma pequena planície cerca de cinco quilômetros de diâmetro. Na montanha, com vista para o mar, ainda hoje podem ser encontradas as ruínas de uma torre de vigia ou Migdol , como tal estrutura é conhecido em hebraico, que data do tempo do Êxodo. Aqui é um lugar que se encaixa perfeitamente na descrição bíblica, acamparão ... entre Migdol eo mar .

Nem todos os estudiosos da Bíblia concordam que este era o caminho tomado por Israel. As palavras hebraicas usadas sempre "Mar Vermelho" aparece em Inglês, literalmente significa "Mar Vermelho". É considerado por muitos que este termo se refere a uma área pantanosa na região do lago norte do Golfo de Suez, e que foi este pântano em vez de nosso presente Mar Vermelho que Israel cruzou. Ambos estudiosos críticos e evangélicos estão representados entre aqueles que tomam esta posição. Mas, como Finegan sutilmente observa, o nome "Mar Vermelho" foi aplicado por Israel antigo para o nosso presente Mar Vermelho, incluindo o braço oriental ou o Golfo de Ácaba (1Rs 9:26 ). E a imagem que ele chama de a rota é tão intimamente montado na linguagem das Escrituras como convencer o presente escritor que era a extensão do golfo de Suez-se em lagos amargos que Israel cruzados ao invés da área pantanosa ao norte dos lagos.

O Senhor sabia que os relatórios chegaria Faraó dos movimentos de Israel. Ele sabia que o coração cobiçoso, orgulhoso daquele monarca. Ele sabia que o faraó ainda não foi derrotado finalmente e completamente. Ele decidiu que a punição de Faraó ainda não estava completa. Então Ele iscas uma armadilha para os egípcios por aparentemente levando Israel em um canto do qual não poderia escapar. Faraó levantou-se para a ocasião, e com os carros e soldados de quem ele estava tão orgulhoso, ele mudou-se para atacar Israel.

b. O Perception of Faith (14: 10-14)

10 Quando Faraó se aproximava, os filhos de Israel levantaram os olhos, e eis que os egípcios marchavam atrás deles; e eles tiveram muito medo e os filhos de Israel clamaram ao Senhor. 11 E disseram a Moisés: Foi porque não havia sepulcros no Egito, que nos tens levado para morrermos no deserto? por que fizeste assim tratadas com a gente, para nos trazer de sair do Egito? 12 Não é esta a palavra que te falei no Egito, dizendo: Deixa-nos, que sirvamos aos egípcios? Pois melhor nos fora servir aos egípcios, do que morrermos no deserto. 13 E disse Moisés ao povo: Não temais; estai quietos, e vede o livramento do Senhor, que ele vai trabalhar para você to- dia:. porque aos egípcios que vistes-a-dia, haveis de vê-los novamente não mais para sempre 14 SENHOR pelejará por vós, e vós vos calareis.

Os exércitos do Egito, mal tinha entrado em vista a distância que Israel estava apavorada. A sua fraqueza diante de qualquer tipo de oposição ou problema tinha estado em evidência desde o momento da primeira entrevista de Moisés com Faraó (cap. Ex 5:1 ), e foi a assolar Moisés ao longo dos peregrinação no deserto. Eles gritavam que havia sepulturas suficientes no Egito para eles sem arrastando-os para o deserto para morrer, e lembrou a Moisés que eles haviam preferiu permanecer no Egito, em vez de segui-lo de qualquer maneira! Mas Moisés tinha aprendido muito no ano que tinha passado em sua missão. Ele lhes disse para não temer. Pela fé, ele já tinha percebido que o Senhor era um mestre estrategista e que Ele estava prestes a ganhar a maior vitória de sua guerra com o Egito e seus deuses.

c. A intervenção do Senhor (14: 15-31)

15 E disse o SENHOR a Moisés: Por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem. 16 E tu, levanta a tua vara, e estende a tua mão sobre o mar, e dividi-lo: e os filhos de Israel passem pelo meio do mar em terra seca. 17 E eu, eis que eu endurecerei o coração dos egípcios, e estes entrarão atrás deles:. e eu serei glorificado em Faraó e em todo o seu exército, nos seus carros e nos seus cavaleiros, 18 E o egípcios saberão que eu sou o Senhor, quando me tiver glorificado em Faraó, nos seus carros e nos seus cavaleiros. 19 E o anjo de Deus, que ia adiante do exército de Israel, se retirou e se pôs atrás deles; também a coluna de nuvem se retirou de diante deles, e se pôs atrás, 20 e veio entre o acampamento do Egito e do exército de Israel; e lá estava a nuvem e da escuridão, mas deu-lhe luz de noite; e aquele não chegou perto do outro toda a noite.

21 E Moisés estendeu a mão sobre o mar; eo Senhor fez retirar o mar para ir para trás por um forte vento oriental toda aquela noite, e fez do mar terra seca, e as águas foram divididas. 22 E os filhos de Israel entraram pelo meio do mar em seco; e águas foram-lhes como muro à sua direita e à sua esquerda. 23 E os egípcios os perseguiram, e entraram atrás deles até o meio do mar, todos os cavalos de Faraó, os seus carros e os seus cavaleiros. 24 E aconteceu que, passar na vigília da manhã, o Senhor olhou para frente quando o exército dos egípcios, na coluna do fogo e da nuvem, e desbaratou o exército dos egípcios. 25 E, tomando-lhes as rodas dos carros, e eles dirigiram-las fortemente; de modo que os egípcios disseram: Fujamos da face de Israel; porque o Senhor peleja por eles contra os egípcios.

26 E disse o SENHOR a Moisés: Estende a tua mão sobre o mar, para que as águas se tornem sobre os egípcios, sobre os seus carros e sobre os seus cavaleiros. 27 E Moisés estendeu a sua mão sobre o mar, eo mar retomou a a sua força ao amanhecer; e os egípcios fugiram de encontro a ele; eo Senhor derrubou os egípcios no meio do mar. 28 E as águas, tornando, cobriram os carros e os cavaleiros, todo o exército de Faraó, que atrás deles havia entrado no mar; não ficou tanto como um deles. 29 Mas os filhos de Israel caminharam a pé enxuto pelo meio do mar; e as águas foram-lhes como muro à sua direita e à sua esquerda. 30 Assim o Senhor salvou Israel naquele dia da mão dos egípcios; e Israel viu os egípcios mortos na praia do mar. 31 E viu Israel a grande obra que o Senhor fez sobre os egípcios, e as pessoas temiam ao Senhor: e creram no Senhor e em Moisés, seu servo.

O Senhor instruiu Moisés como Israel era escapar, e apelou para o uso da vara sagrado em torná-lo possível. A coluna de nuvem se moveu entre Israel eo exército egípcio, cegando os egípcios, parar o seu progresso para a noite, e, por outro lado, dar a luz ao acampamento israelita. Quando Moisés estendeu a sua mão, o Senhor causou um forte vento leste a soprar toda a noite, literalmente destruindo as águas do braço ocidental do Mar Vermelho fora da área antes de Israel. Os ventos fortes foram observados para fazer isso na mesma região geral, nos tempos modernos, e, claro, mover grandes quantidades de água em lagos e oceanos ao redor do mundo. Mas o milagre foi, sem dúvida, há-in a previsão, no momento, na forma como o Senhor usou Seu poder sobre a natureza para salvar o seu povo e punir seus inimigos. Muito cedo na manhã, as águas tinham sido literalmente empilhados para trás e os israelitas viram um caminho firme esperando por eles do outro lado o que tinha sido um pouco antes intransponível. Eles foram rápidos para tirar proveito dela. Mas, como eles passaram, a nuvem levantada a partir de entre eles e os egípcios. O poderio militar do Egito não era tão fácil de ser escapou, e correu descontroladamente após Israel. Mas o terreno que tinha sido firme o suficiente para que as pessoas e os animais rapidamente tornou-se macias e moles sob as rodas dos carros. A nuvem, aparentemente, estabeleceu-se em uma forma muito discomfiting novamente. E, ao comando do Senhor, Moisés estendeu a mão mais uma vez, o vento cessou, e as águas, não mais contido, correu de volta, juntamente com uma força e velocidade que enterrou para sempre o exército que havia dominado todos que fazem parte do mundo. Nem um sobreviveu. Quando amanheceu e os corpos dos mortos foram levadas para a terra pelas águas ainda agitadas, Israel teve a sua última razão para temer o Senhor, por acreditar Ele e seu servo Moisés.


Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de Êxodo Capítulo 14 do versículo 1 até o 31
A Páscoa retrata a salvação cristã por meio do sangue do Cordeiro, mas há mais coisas para a vida cris-tã que ser salvo de julgamento. As da do Egito a Canaã são ilustrações das batalhas e das bênçãos da vida cristã. Deus quer Israel em Canaã, e Canaã é o retrato da vida cristã vitoriosa — a vida que clama nos-sa herança em Cristo (Ef 1:3). Infe-lizmente, muitos cristãos (como os judeus antigos) foram libertados do Egito, mas perderam-se no deserto da descrença! Sim, eles foram sal-vos pelo sangue, mas fracassaram em afirmar sua rica herança pela fé (He 3:0). Nesses dois capítulos, vemos quatro experiências distin-tas do povo de Deus em sua pere-grinação.

  • Israel clama em temor (Ex 14:1-12)
  • De forma específica, Deus guiou Israel ao local de acampamento ao lado do mar Vermelho e disse a Moi-sés que os egípcios os perseguiríam. De forma semelhante, Deus, na sua Palavra, explica-nos a vida cristã, portanto sabemos o que esperar. Sa-tanás não gosta quando o pecador se liberta de suas garras e, portanto, persegue o cristão para tentar escra-vizá-lo de novo. Deve-se alertar, em especial, os novos convertidos sobre a vinda de seu adversário!

    Infelizmente, os judeus cami-nhavam pela visão, não pela fé; por isso, quando viram a chegada do exército egípcio, entraram em desespero e clamaram em temor. A fé e o temor não podem habitar o mesmo coração; se cremos em Deus, não precisamos ter medo. Como acontece com freqüência, os filhos de Israel criticaram seu líder espiritual, em vez de orar e tentar encorajar uns aos outros. Na ver-dade, eles reclamavam de Deus, pois Moisés guiara-os ao local exato que Deus determinara. Eles, em vez de levantarem os olhos para Deus pela fé, olharam para o Egito e dis-seram: "Pois melhor nos fora servir aos egípcios". Como a memória de-les era fraca! Deus cativara o Egito com seus julgamentos e libertara Israel com grande poder, contudo eles ainda não acreditavam que ele podería ajudá-los. Sem dúvida, o "misto de gente" que foi com eles (12:
    38) liderou o coro de reclama-ções, da mesma forma que liderou anos mais tarde (Nu 11:4). O "mis-to de gente" representa as pessoas não-convertidas e mundanas em meio aos filhos de Deus.

  • Israel caminha em fé (Ex 14:13-31)
  • Moisés sabia que o caminho da vi-tória era por meio da confiança no Senhor (He 11:29). Observe seus três comandos: "Não temais", pois Deus está ao seu lado; "aquietaivos", pois não podem vencer essa batalha com sua própria força; "vede o livramento do Senhor", pois ele lutará por vocês. E impor-tante que nos aquietemos antes de marchar (v. 15), pois, a menos que permaneçamos na fé, nunca mar-charemos pela fé. Moisés levanta seu bordão, e Deus começa a tra-balhar.

    Deus protege seu povo ao ficar entre Israel e o exército egípcio (vv. 19-20). A obra do Senhor traz es-curidão para o mundo e luz para o povo de Deus. Durante toda a noi-te, Deus mantém o exército distan-te. Depois, Deus abriu o caminho à frente de Israel ao mandar um vento forte. Sem dúvida, os judeus senti-ram medo quando ouviram o vento soprar, mas o próprio vento que os amedrontava era o meio utilizado para a salvação deles. Toda a nação atravessou o mar Vermelho sobre terra seca! Contudo, o mesmo mar que era a salvação para Israel era condenação para o Egito, pois Deus usou as águas para afogar os egíp-cios e separar definitivamente Isra-el do Egito. O faraó colheu o que plantou, pois ele afogara os meni-nos judeus, e agora seu exército foi afogado.

    Devemos captar o sentido es-piritual desse evento (1Co 10:1-46). A travessia do mar Vermelho é um exemplo da união do crente com Cristo, na morte para a antiga vida e na ressurreição para toda uma nova vida. Todos os israelitas foram "ba-tizados [...] com respeito a Moisés" (1Co 10:2) (identificados com Moi-sés) ao atravessar as águas, e identi- ficamo-nos com Cristo e, por isso, somos separados do mundo (Egito). Os egípcios não podiam atravessar o mar, porque nunca foram protegi-dos pelo sangue.

    A Páscoa ilustra a morte de Cris-to por nós, enquanto a travessia do mar Vermelho retrata sua ressurrei-ção. O sangue libertou-nos da pu-nição do pecado, e a ressurreição, do poder do pecado. A primeira experiência é de substituição, pois o cordeiro morre no lugar do pri-mogênito. Veja Rm 4:0. A segunda experiência é de identifi-cação, pois nos identificamos com Cristo em sua morte, sepultamento e ressurreição, e Rm 6:0 explica isso. Em Josué 3;4, a tra-vessia de Israel através do Jordão até Canaã é um exemplo do crente entrando na posse de sua herança espiritual pela fé e reivindicando-a para si. Em todos os casos, é por meio da fé que o cristão afirma sua vitória.


    Russell Shedd

    Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
    Russell Shedd - Comentários de Êxodo Capítulo 14 do versículo 1 até o 31
    14.2 As cidades aqui mencionadas, até hoje não foram localizadas com certeza, mas parecem se tratar de pontos um pouco ao norte dos limites atuais do Mar Vermelho.
    14.3 Faraó dirá. Deus conhece o íntimo do ser humano, inclusive as pequenas petulâncias de um rei que se considera divino, mas que é mesquinho e covarde, esperando uma oportunidade de vingança. Faraó quer lutar até à morte contra Deus e o Seu povo.

    14.4 Serei glorificado. Sl 76:10 nos ensina que até a ira dos homens há de glorificar a Deus. Isto quer dizer que nem as piores circunstâncias terrestres (Jc 1:20) podem ofuscar a glória de Deus, mas sim, até mesmo contribuir para ela, juntamente com o resto do universo (Sl 19:1).

    14.8 O Senhor endureceu. Repetidas vezes se escreve que o Faraó endureceu seu próprio coração (8.15, 32; 9.32), mas agora não havia mais possibilidade de escolher, pois o diálogo com os servos de Deus já se encerrara (10:28-29; 11.8). Afoitamente. Os israelitas não estavam dependendo das mudanças do coração do Faraó. Estavam avançando, segundo as ordens transmitidas por Moisés.

    14.10 Temeram. A coragem e o temor dos que são principiantes na fé dependem tão somente das condições visíveis e externas.

    14.11 Fazendo-nos sair. A primeira da longa série de queixas e lamúrias que Moisés precisou enfrentar por quarenta anos. O libertador de um povo com espírito de escravidão, tem uma tarefa das mais difíceis. Vê-se que quem escravizava o povo não era só o Faraó, mas também a própria mente mesquinha que achava melhor viver como boi ou cavalo, apenas com a comida garantida, v. 12.

    • N. Hom. 14.13 Aquietai-vos e vede. Aqui está a importantíssima doutrina da fé. O povo, tendo finalmente obedecido à chamada de Deus para sair da escravidão e tão somente servi-lo, se viu numa situação humanamente impossível, por ter seguido às instruções do servo de Deus. Então veio a hora de parar de debater, de se preocupar, e começar a possuir esta fé dinâmica que, embora pareça ser "apenas ficar quieto”, é na verdade o canal pelo qual a plenitude do poder intervém. É um exemplo da fé salvadora, que aceita a obra de Cristo e não se apóia na força humana.

    14.15 Por que clamas a mim? A promessa da libertação já fora dada. Agora é só marchar para a frente, confiando em Deus. Sempre foi esta a atitude da fé (conforme Jc 2:14-59).

    14.18 Saberão. Apesar do peso das pragas e das punições, é melhor reconhecera Deus aqui na terra, do que ser forçado a reconhecê-lo no dia do julgamento. Daí se compreende que os milagres do Êxodo deram uma oportunidade para a salvação dos egípcios.

    14.20 Escuridade. As coisas de Deus sempre se tornam em confusão e escuridade para os ímpios, mas luz, alegria e vitória para os fiéis.

    14.22 Qual muro. Mesmo que o Mar fosse menos fundo, no lugar e na época da passagem dos israelitas, havia muita água, de ambos os lados da passagem.

    14.26 Estende a mão. Moisés assume a autoridade divina sobre o mar, quando os egípcios estão tão empenhados na perseguição que não haverá meio de escapar. Isto é semelhante ao perigo do pecado, que tão seguramente prende suas vítimas.

    14.29 Muros. As águas que eram uma ameaça e uma destruição para os ímpios, são muros de segurança para os que seguem o caminho de Deus. Assim, Cristo é o aroma da vida eterna para os que O aceitam, mas cheiro de morte para os que O rejeitam (2 Co 2:14-17).

    14.30 Israel viu os egípcios. Os que estavam sempre perante os israelitas como perseguidores temíveis, agora não passavam de cadáveres. Também o crente, pela fé, deve encarar os problemas da vida, já vencidos por Cristo.

    14.31 Confiou. Infelizmente está confiança dependia da prosperidade dramática visível, enquanto Moisés, o herói da fé, vivia como "quem vê aquele que é invisível” (He 11:27).

    15.1 O tema desta canção celebra a intervenção divina na derrota daqueles que perseguiam o Seu povo.


    NVI F. F. Bruce

    Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
    NVI F. F. Bruce - Comentários de Êxodo Capítulo 14 do versículo 1 até o 31
    Se havia uma guarnição egípcia no lugar, então a mudança de direção ordenada em 14.2,3 teria uma explicação adicional, v. 21,22. Manifestações da presença divina como as que marcaram a cerimônia de estabelecimento da aliança no Sinai (conforme 19.16ss) dariam a segurança ao povo de que ele estava indo na direção correta. A observação é apropriada, pois as circunstâncias imediatas (v. 14:1-18) poderiam sugerir outra coisa. 14.2. Nenhum dos lugares mencionados no versículo pode ser identificado com segurança. O primeiro nome é evidentemente egípcio, e os outros dois são semíticos; todos devem ter se situado próximo da fronteira nordeste do Egito. v. 3. Conforme comentário de 13.20. O faraó receberia informações que o levariam a supor que os israelitas estavam num impasse e, portanto, seriam presa fácil.

    5) Cruzando o mar (14:5-31)

    O dilema dos israelitas foi planejado para demonstrar mais uma vez o poder e a glória de Deus. As forças da natureza recebem ordem para dar passagem segura aos israelitas e a desabar com destruição sobre os destacamentos egípcios que os perseguiam. V. Sl 77:16-19. v. 5. Foi a percepção de que haviam perdido uma proporção considerável da sua força de trabalho que levou os egípcios a começar a perseguição, v. 6. Geralmente se atribui aos hicsos a introdução da carruagem no Egito. Em comparação, as armas dos israelitas devem ter sido grosseiras e inadequadas. (Israel não possuiu carros de guerra em quantidade razoável antes do reinado de Salomão.) v. 11. Essa é somente a primeira queixa a soar nos ouvidos de Moisés durante a peregrinação no deserto (cf. 16.2,3; 17.2,3 etc.), v. 12. Algo acerca disso deve ter sido dito na ocasião descrita em 6.9. v. 20. Js 24:7 lembra que nessa ocasião Deus colocou “trevas entre vocês e os egípcios”. A última parte do versículo é de difícil tradução e geralmente é emendada para possibilitar um sentido razoável, v. 22. uma parede'. “Essa metáfora não deve ser compreendida de forma literal, assim como Ed 9:9 também não deve ser compreendido de forma literal quando diz que Deus lhes deu um ‘muro’ (mesma palavra) em Israel. E uma metáfora poética para explicar por que os carros egípcios não podiam avançar pela direita ou pela esquerda para cortar a frente de Israel; eles tinham de atravessar pelo mesmo vau, diretamente atrás dos israelitas” (Cole), v. 24. no fim da madrugada-, algumas versões trazem “na vigília da manhã”. A noite era dividida em três partes (conforme Jz 7:19), de forma que a vigília da manhã durava das 2 horas até às 6 horas da manhã. Saul também achou que essa era a hora ideal para atacar o inimigo (1Sm 11:11). o pôs em confusão traduz uma palavra usada especificamente para situações em que Deus desbarata os inimigos de Israel (conforme 23.27; Js 10:10). v. 28. Nada no relato exige que pensemos que o rei encontrou o mesmo destino do seu exército, tampouco existem evidências históricas para fundamentar essa suposição. Levando em conta as frequentes menções do faraó nas narrativas das pragas, a ausência de referências específicas a ele nos caps. 14 e 15 necessariamente aponta na mesma direção.


    Moody

    Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
    Moody - Comentários de Êxodo Capítulo 14 do versículo 1 até o 31

    Êxodo 14

    Ex 14:1-31. A passagem pelo Mar Vermelho. "O fato da passagem do Mar Vermelho só pode ser posto em dúvida por um ceticismo extremo e sem base" (Cambridge Bible).


    Francis Davidson

    O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
    Francis Davidson - Comentários de Êxodo Capítulo 14 do versículo 1 até o 31
    Êx 14:1

    Pi-Hairote (2). Os nomes dos lugares desta narrativa não podem ser identificados com certeza, mas esse movimento provavelmente foi em círculo pela direita em direção ao sul, sendo que o mar Vermelho ficava à esquerda deles. Esse movimento, que fez parecer frustrar seu escape, foi designado por Deus para que viesse a operar uma libertação ainda mais miraculosa e viesse a fazer uma destruição ainda maior entre os egípcios. Para que nos não sirva? (5). A perda de tantos milhares de habilidosos trabalhadores era um golpe sério contra os egípcios. Com alta mão (8), isto é, com orgulhosa confiança. Contraste-se isso com o terror deles, ao verem o exército egípcio perseguidor (10). Para nos tirares de lá...? (11). Um escárnio irônico tal como os israelitas sempre empregaram contra Moisés quando ocorria qualquer revés. A palavra... no Egito (12). Assim mesmo tinham murmurado, antes dos milagres serem realizados (versículo 21; Êx 6:9). O novo temor fê-los esquecer os poderosos atos de Deus, que tinha intervindo a favor deles desde então. Vos calarei (14). O ato salvador de Deus silenciaria todos os queixumes da incredulidade. Por que clamas a mim? (15). Não havia nada de errado no fato de Moisés ter clamado ao Senhor, mas oração deve ser acompanhada por ação. Que marchem (15). Isso não contradiz o "estai quietos" do versículo 13. O movimento aqui ordenado devia ser feito no mesmo espírito de fé acalmante que é ordenado no versículo anterior.

    >Êx 14:19

    O anjo de Deus (19). Ver 3.2 nota. A coluna de nuvem era o instrumento do Senhor (conf. Êx 13:21) e se movia exatamente conforme Ele se movia. Era escuridade (20). A tradução deste versículo, nesta versão, expressa o sentido. A nuvem brilhante, que "esclarecia" atrás dos israelitas, à noite, mostrava-lhes o caminho, e ao mesmo tempo os escondia da vista dos egípcios, que vinham atrás e ficavam ofuscados. Moisés estendeu a sua mão (21). O poder era de Deus, mas foi exercido quando Moisés demonstrou sua obediência e fé, estendendo a vara. O Senhor empregou uma força natural, o vento, como Seu instrumento na realização de um ato sobrenatural. As águas são chamadas de muro (22), porque assumiram literalmente essa conformação (ver Êx 15:8; Sl 78:13) e porque protegiam os flancos dos israelitas do ataque dos egípcios.

    >Êx 14:24

    Na vigília daquela manhã (24). Entre duas horas da madrugada e seis horas da manhã, alguma tremenda manifestação de Deus, por meio da coluna de fogo, aterrorizou as hostes egípcias, e a confusão conseqüente foi agravada pelo fato das carruagens terem sido impedidas de avançar direito, pelo que, virando-se para fugir do Senhor (ver versículos 4:18), ficaram reduzidos a uma massa que se esforçava em vão no meio da passagem. Dessa maneira Deus deu tempo para os israelitas passarem completamente, enquanto que fazia avançar a retaguarda do exército egípcio até o lugar da destruição, que se verificou ao amanhecer. Quanto ao dramático terror dessa cena ver Sl 77:17-19. O Senhor salvou Israel (30). Essa libertação não apenas depositou as bases da unidade nacional de Israel, mas também da unidade de sua fé, pois temeu o povo... e creram no Senhor (31). Tornou-se aquela libertação, para todos os tempos e para todos os povos, o exemplo dos propósitos de Deus na redenção.


    Dicionário

    Estende

    3ª pess. sing. pres. ind. de estender
    2ª pess. sing. imp. de estender

    es·ten·der |ê| |ê| -
    (latim extendo, -ere)
    verbo transitivo

    1. Dar mais superfície a. = ALARGAR, ALONGAR

    2. Desenrolar.

    3. Esticar.

    4. Puxar.

    5. Desdobrar.

    6. Deitar ao comprido.

    7. Prolongar.

    8. Desenvolver.

    9. Propagar.

    10. Difundir.

    11. Fazer dar estenderete.

    12. Figurado Vencer em discussão.

    verbo intransitivo

    13. Dilatar-se.

    14. Cair.

    verbo pronominal

    15. Ocupar um espaço em extensão. = ALONGAR-SE, PROLONGAR-SE

    16. Alastrar-se.

    17. Cair.

    18. Estatelar-se.

    19. Divulgar-se.

    20. Durar.

    21. Fazer má figura, dizer tolices ou erros graves em lição, exame, discurso, etc. = ESPALHAR-SE


    Fender

    verbo transitivo direto e pronominal Produzir fendas; rachar: fender superfícies; a madeira se fendeu com a pressão.
    Dividir em partes ou segmentos; separar: o muro fendia os quintais.
    verbo transitivo direto Figurado Abrir uma passagem em; atravessar: embarcação que fendia o mar.
    Figurado Causar abalos, tremores; estremecer: seus gritos fendiam o ambiente.
    Etimologia (origem da palavra fender). Do latim findere, "dividir, separar".

    Fender
    1) Abrir (Nu 16:31)

    2) Rachar (1Sm 6:14). 3 DESPEDAÇAR (1Rs 13:3).

    Filhós

    substantivo masculino e feminino [Popular] Filhó. (Pl.: filhoses.).

    Israel

    substantivo masculino Designação do Estado de Israel, localizado no Oriente Médio, reconhecido oficialmente em 1948, sendo também conhecido como Estado Judeu e Democrático.
    Por Extensão Significado do nome em hebraico: "o homem que vê Deus".
    Etimologia (origem da palavra Israel). Do latim Isráél; do grego Israêl; pelo hebraico Yisraél.

    substantivo masculino Designação do Estado de Israel, localizado no Oriente Médio, reconhecido oficialmente em 1948, sendo também conhecido como Estado Judeu e Democrático.
    Por Extensão Significado do nome em hebraico: "o homem que vê Deus".
    Etimologia (origem da palavra Israel). Do latim Isráél; do grego Israêl; pelo hebraico Yisraél.

    Luta com Deus. Foi este o novo nome dado a Jacó, quando ele pedia uma bênção depois de ter lutado com o Anjo do Senhor em Maanaim (Gn 32:28os 12:4). Depois é usado alternadamente com Jacó, embora menos freqüentemente. o nome era, primeiramente, empregado para designar a família deste patriarca, mas depois, libertando-se os hebreus da escravidão egípcia, aplicava-se de modo genérico ao povo das doze tribos (Êx 3:16). Mais tarde, porém, achamos a tribo de Judá excluída da nação de israel (1 Sm 11.8 – 1 Rs 12,16) a qual, desde que as tribos se revoltaram contra Roboão, se tornou o reino do Norte, constituindo o reino do Sul as tribos de Judá e Benjamim, com partes de Dã e Simeão. E isto foi assim até à volta do cativeiro. os que voltaram à sua pátria tomaram de novo o nome de israel, embora fosse um fato serem judeus a maior parte deles. Nos tempos do N.T. o povo de todas as tribos era geralmente conhecido pelo nome de judeus.

    Nome dado a Jacó depois que “lutou com Deus” em Peniel (Gn 32:28-31). Veja Jacó.


    Israel [O Que Luta com Deus] -

    1) Nome dado por Deus a Jacó (Gn 32:28)

    2) Nome do povo composto das 12 tribos descendentes de Jacó (Ex 3:16).

    3) Nome das dez tribos que compuseram o Reino do Norte, em contraposição ao Reino do Sul, chamado de Judá (1Rs 14:19);
    v. o mapa OS REINOS DE ISRAEL E DE JUDÁ).

    4) Designação de todo o povo de Deus, a Igreja (Gl 6:16).

    Israel Nome que Jacó recebeu após lutar com Deus — como hipóstase — em Jaboc (Gn 32:29). Derivado da raiz “sará” (lutar, governar), contém o significado de vitória e pode ser traduzido como “aquele que lutou com Deus” ou “o adversário de Deus”. Mais tarde o nome se estenderia aos descendentes de Jacó (Ex 1:9) e, com a divisão do povo de Israel após a morte de Salomão, passou a designar a monarquia do Reino do Norte, formada pela totalidade das tribos exceto a de Judá e Levi, e destruída pela Assíria em 721 a.C. A palavra designa também o território que Deus prometeu aos patriarcas e aos seus descendentes (Gn 13:14-17; 15,18; 17,18; 26,3-4; 28,13 35:12-48,3-4; 1Sm 13:19).

    Após a derrota de Bar Kojba em 135 d.C., os romanos passaram a chamar esse território de Palestina, com a intenção de ridicularizar os judeus, recordando-lhes os filisteus, desaparecidos há muito tempo. Pelos evangelhos, compreende-se que a Igreja, formada por judeus e gentios que creram em Jesus, é o Novo Israel.

    Y. Kaufmann, o. c.; m. Noth, Historia...; J. Bright, o. c.; S. Hermann, o. c.; f. f. Bruce, Israel y las naciones, Madri 1979; C. Vidal Manzanares, El judeo-cristianismo...


    Levanta

    3ª pess. sing. pres. ind. de levantar
    2ª pess. sing. imp. de levantar

    le·van·tar -
    (latim tardio *levantare, do latim levans, -antis, particípio presente de levo, -are, erguer, elevar)
    verbo transitivo e pronominal

    1. Mover ou mover-se de baixo para cima. = ALÇAR, ELEVAR, ERGUERARRIAR, BAIXAR

    2. Pôr ou ficar na posição vertical (ex.: levantou os livros tombados; caiu, mas levantou-se logo a seguir). = ERGUERDEITAR, TOMBAR

    3. Incentivar ou ter reacção contra algo ou alguém. = INSURGIR, REBELAR, REVOLTAR, SUBLEVAR

    verbo transitivo

    4. Erguer e pôr em pé.

    5. Apanhar do chão.

    6. Fazer crescer.

    7. Dar mais altura a (ex.: decidiram levantar a vedação). = ALTEAR, SUBIRBAIXAR

    8. Engrandecer, sublimar.

    9. Dar origem a algo (ex.: este caso levanta um problema ético). = CAUSAR, ORIGINAR, PRODUZIR, PROVOCAR, SUSCITAR

    10. Aventar, imputar, inventar.

    11. Fazer cessar algo que está em curso (ex.: levantar as sanções económicas ao país; levantar o embargo). = ANULAR, SUSPENDER

    12. Entoar.

    13. Cobrar, arrecadar.

    14. Impor.

    15. Fazer uma construção (ex.: vão levantar aqui um prédio de 6 andares). = CONSTRUIR, EDIFICAR, ERGUER

    16. [Caça] Fazer sair os animais a caçar da toca, do ninho ou do local onde se abrigam (ex.: levantar a caça; levantar perdizes).

    verbo intransitivo

    17. Crescer.

    18. Pôr-se mais alto.

    19. Subir de preço.

    20. Deixar de chover.

    21. [Futebol] Chutar a bola de forma a elevá-la (ex.: o jogador tem indicações para levantar para o centro da área).

    verbo transitivo , intransitivo e pronominal

    22. Fazer subir ou subir.

    verbo pronominal

    23. Sair da cama.

    24. Nobilitar-se.

    25. Raiar, surgir, aparecer.

    nome masculino

    27. Acto de levantar.

    28. O sair da cama.


    Mar

    Mar Designação que se dá ao lago de Tiberíades (Mt 4:13). Os evangelhos relatam episódios de Jesus caminhando sobre suas águas e dando ordens às suas ondas (Mt 8:24-27; 14,24-27; Mc 4:37-41; 6,47-50; Lc 8:23-25; Jo 6:17-20), como o fez YHVH em tempos passados (Sl 89:9ss.; Jn 1; Na 1:4).

    Mar Na Bíblia, qualquer grande extensão de Água, salgada (mar Mediterrâneo) ou doce (lago da Galiléia).


    1) Os mares mencionados na Bíblia são: a) MEDITERRÂNEO, ou o Mar, ou mar dos Filisteus, ou Grande, ou Ocidental (Nu 34:6); b) MORTO, ou da Arabá, ou Oriental, ou Salgado (Js 3:16); c) VERMELHO, ou de Sufe, ou do Egito (Ex 13:18); d) ADRIÁTICO (At 27:27).


    2) Os lagos são os seguintes: a) da GALILÉIA, ou de Genesaré, ou de Quinerete, ou de Tiberíades (Mt 4:18); b) de MEROM (Js 11:5).


    3) MONSTRO (7:12; Sl 74:13).

    ====================================

    O MAR

    V. MEDITERRÂNEO, MAR (Nu 13:29).


    O mar é a fotografia da Criação. Todo ele se pode dizer renovação e vida, tendo em si duas forças em contínuo trabalho – a da atração e a da repulsão, M que se completam na eterna luta, pois, se faltasse uma, nulo estaria o trabalho da outra.
    Referencia: DOMINGO SÓLER, Amália• Fragmentos das memórias do Padre Germano• Pelo Espírito Padre Germano• Trad• de Manuel Quintão• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Um adeus

    O mar, gigante a agitar-se / Em primitivos lamentos, / É o servidor do equilíbrio / Dos terrestres elementos.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Correio fraterno• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 18


    oceano. – Resumindo Bourg. e Berg. diz um autor: “Designa-se com estas palavras a vasta extensão de água salgada que cobre a maior parte da superfície do nosso planeta”. – Mar é o termo que ordinariamente se aplica para designar alguma das partes dessa extensão; e também para designar o conjunto das águas que circulam o globo, mas só quando esse conjunto é considerado de modo vago e geral (em sentido absoluto) e mais quanto à natureza que à vastidão dessa extensão. Dizemos: o mar e o céu; o mar é imenso; as areias do mar. E dizemos também o mar Báltico; o mar do Norte; o mar, os mares da costa, etc. Oceano designa em geral a vasta extensão dos mares. Usa-se, porém, às vezes para designar somente uma das suas partes, mas só quando essa parte forma uma das grandes divisões em que o mar se considera: o oceano Atlântico e o oceano Pacífico são as duas grandes divisões do oceano. – Antigamente dizia-se também – o mar Atlântico.

    os hebreus davam o nome de mar a qualquer grande massa de água. Esse termo compreendia o oceano (Gn 1:2 – 1 Rs 10.22 – 38:8) – o Mediterrâneo, que era chamado o mar último, o mar ocidental, tendo ainda vários outros nomes (Dt 11:24 – 34.2 – J12.20 – Êx 23:31 – 1 Rs 4.20 – Sl 80:11) – o mar Vermelho (Êx 10:19Js 24:6) – o mar Morto (ou Salgado) (Nm 34:3Js 18:19) – o mar da Galiléia (ou Quinerete) (Nm 34:11Mt 4:15Mc 3:7) – o mar de Jazer, um pequeno lago que fica perto de Hesbom (Jr 48:32). Além disso, aplicava-se algumas vezes a palavra aos grandes rios, como o Nilo (is 11:15), o Eufrates, o Tigre, que estavam sujeitos aos transbordamentos anuais, sendo inundados os territórios circunjacentes.

    substantivo masculino Grande extensão de água salgada; oceano: o mar ocupa uma grande parte da superfície da Terra.
    Uma parte limitada ou a água que compõe essa grande extensão: o mar Cáspio; banho de mar.
    A região situada na costa; área no litoral de: este final de semana vou para o mar!
    Figurado Grande quantidade; o que é imenso: ganhou um mar de dinheiro na loteria.
    Figurado Excesso de líquido que escoa ou derramamento exagerado de: mar de sangue.
    Figurado O que provoca fascinação, admiração; excessivamente belo.
    Etimologia (origem da palavra mar). Do latim mare.is.

    substantivo masculino Grande extensão de água salgada; oceano: o mar ocupa uma grande parte da superfície da Terra.
    Uma parte limitada ou a água que compõe essa grande extensão: o mar Cáspio; banho de mar.
    A região situada na costa; área no litoral de: este final de semana vou para o mar!
    Figurado Grande quantidade; o que é imenso: ganhou um mar de dinheiro na loteria.
    Figurado Excesso de líquido que escoa ou derramamento exagerado de: mar de sangue.
    Figurado O que provoca fascinação, admiração; excessivamente belo.
    Etimologia (origem da palavra mar). Do latim mare.is.

    Meio

    numeral A metade de uma unidade: dois meios valem um inteiro.
    substantivo masculino Ponto médio no espaço ou no tempo: o meio da praça.
    O ambiente onde se vive: o meio influencia as pessoas.
    Modo para se chegar a um fim; recurso: usou de meios desonestos.
    Figurado Local onde se vive ou se exerce uma atividade: meio acadêmico.
    Mais ou menos; nem muito, nem pouco: estou meio chateada hoje.
    O que tende a ser possível; possibilidade: não há meio de obter isso!
    Corpo ou ambiente em que se passam fenômenos especiais ou se desenvolvem microrganismos: um meio ácido.
    substantivo masculino plural Bens, haveres, recursos: os fins justificam os meios.
    adjetivo Que é a exata metade de um todo: meio litro; meia hora.
    advérbio Pela metade, um tanto: porta meio aberta; era meio estranho.
    Por meio de. Mediante, graças a:obteve o emprego por meio de fraude.
    Etimologia (origem da palavra meio). Do latim medius.ii.

    numeral A metade de uma unidade: dois meios valem um inteiro.
    substantivo masculino Ponto médio no espaço ou no tempo: o meio da praça.
    O ambiente onde se vive: o meio influencia as pessoas.
    Modo para se chegar a um fim; recurso: usou de meios desonestos.
    Figurado Local onde se vive ou se exerce uma atividade: meio acadêmico.
    Mais ou menos; nem muito, nem pouco: estou meio chateada hoje.
    O que tende a ser possível; possibilidade: não há meio de obter isso!
    Corpo ou ambiente em que se passam fenômenos especiais ou se desenvolvem microrganismos: um meio ácido.
    substantivo masculino plural Bens, haveres, recursos: os fins justificam os meios.
    adjetivo Que é a exata metade de um todo: meio litro; meia hora.
    advérbio Pela metade, um tanto: porta meio aberta; era meio estranho.
    Por meio de. Mediante, graças a:obteve o emprego por meio de fraude.
    Etimologia (origem da palavra meio). Do latim medius.ii.

    Mão

    As mãos eram empregadas tanto metaforicamente como cerimonialmente.
    (a): Beijar a mão de alguém era um ato de adoração (31:26-27): ‘Se olhei para o sol, quando resplandecia,…beijos Lhe atirei com a mão… ‘ *veja também 1 Rs 19.18.
    (b): Prestar juramento era acompanhado em todas as nações do ato de levantar a mão.
    (c): Dar a mão sempre significou paz, amizade e confiança (2 Rs 10.15).
    (d): Sentar-se alguém à mão direita era indicio de alta mercê (Sl 16:11 – 77.10), sendo o Filho de Deus muitas vezes representado como estando sentado à mão direita de Seu Pai (Hb 1:13 – *veja também Sl 110:1). Satanás estava à mão direita do sumo sacerdote Josué como acusador (Zc 3:1) – mas, sob outro ponto de vista, o Salmista diz: ‘o Senhor, tenho-o sempre à minha presença – estando ele à minha direita não serei abalado’ (Sl 16:8).
    (e): A imposição das mãos compreende-se de diferentes maneiras no Antigo e Novo Testamento. Muitas vezes se toma no sentido de ordenação e consagração de sacerdotes e ministros entre judeus e cristãos (Nm 8:10At 6:6 – 13.3 – 1 Tm 4.14). Deus designou Moisés para pôr as suas mãos sobre Josué, como seu sucessor (Nm 27:18). Jacó pôs as suas mãos sobre Efraim e Manassés, quando os abençoava (Gn 48:14). Quando o sumo sacerdote proferia a bênção, ele tinha a sua mão levantada sobre o povo (Lv 9:22). Semelhantemente, quando os israelitas apresentavam no tabernáculo ofertas pelos pecados, os sacerdotes punham as suas mãos sobre as vítimas, para expiação (Lv 1:4). Neste testemunho o ofertante reconhecia pelos seus pecados que era digno da morte, sendo compreendido que esses pecados apagavam-se no sacrifício, consagrando-se ele a Deus. A mão das testemunhas se levantava contra o idólatra para executar a sentença de morte (Dt 13:9 – 17.7). o nosso Salvador pôs as mãos sobre as cabeças das crianças, quando as abençoava (Mc 10:16) – e o Espirito Santo era conferido aos que eram batizados, pela imposição das mãos dos apóstolos (At 8:17 – 19.6). Pilatos lavou as mãos em sinal de inocência (Mt 27:24).

    Mão Medida de comprimento igual a 7,4 cm. É a medida da palma da mão na base dos dedos. É 1/3 do PALMO e 1/6 do CÔVADO (Ex 37:12), RC; RA, quatro dedos).

    Mão Símbolo do poder de Deus, digno de confiança (Mt 4:6). O Pai colocou tudo nas mãos de Jesus (Mt 3:12; Lc 3:17; Jo 3:45; 13,3), do qual provém a onipotência do Filho (Jo 10:28ss). Em Jesus, o uso das mãos está ligado à bênção (Mt 19:13-15; Mc 10:16; Lc 24:50) e à cura (Mc 6:5; 8,23-25; Lc 4:40; 13,13); o mesmo pode ser observado em seus discípulos (Mt 9:18; Mc 7:32; 16,18).

    Seco

    adjetivo Privado ou desprovido de umidade; que não tem água ou outros líquidos; enxuto.
    Diz-se dos objetos ou dos alimentos a que, por certos processos, se extraiu a umidade para os conservar ou para exportá-los nesse estado.
    Botânica Que não tem verdura, falando-se das plantas: flor seca.
    Sem gordura; magro, descarnado: indivíduo seco como um varapau.
    Requeimado pelo calor; ressequido: as árvores secas pelo sol do sertão.
    Que não tem vegetação, infecundo; árido: encostas secas.
    Figurado Que demonstra frieza; de poucas palavras; frio, insensível, severo; rude: um sujeito seco.
    Figurado Que é descortês; incivil, ríspido, grosseiro.
    Figurado Muito desejoso; sequioso, sedento: estar seco por um cigarro.
    Desprovido de ornatos ou pompas; simples, breve: carta objetiva e seca.
    [Medicina] Sem expectoração, muco: tosse seca.
    substantivo masculino plural Gêneros secos que se vendem por medida, como trigo, feijão, grãos em geral etc.: armazém de secos e molhados.
    locução adjetiva A seco. Diz-se dos salários que se pagam ou se recebem sem obrigação de comida.
    locução adjetiva Em seco. Fora de água ou lugar úmido: nadar em seco é impossível.
    Engolir em seco. Ser obrigado a se conformar com uma expectativa frustrada; aguentar firme.
    Secos e molhados. Ramo de comércio que abrange armazéns e lojas de artigos comestíveis.
    Etimologia (origem da palavra seco). Do latim siccu, “sem água”.

    seco (ê), adj. 1. Livre de umidade; enxuto. 2. Di-Zse dos alimentos a que se extraiu a umidade para os conservar. 3. Murcho, ressecado, sem seiva: Folhas secas. 4. Descarnado, magro. 5. Requeimado pelo calor. 6. Di-Zse do tempo ou quadra em que não chove. 7. Áspero, duro, sem ressonância (falando do som). 8. Di-Zse da ama que trata das crianças sem lhes dar de mamar. 9. Di-Zse do vinho forte e pouco açucarado. 10. Frio, insensível, indiferente, falto de emoção, de entusiasmo. 11. Que não tem sentimentos delicados; insensível aos afetos; rude, ríspido. 12. Árido, infecundo, sem ornatos: Estilo s. 13. Di-Zse do riso fingido, sardônico. 14. Pop. Ansioso, desejoso, sequioso. S. .M Baixio de areia, deixado a descoberto pela vazante. S. .M pl. Gêneros alimentícios sólidos em oposição aos molhados ou gêneros líquidos.

    Vara

    substantivo feminino Peça geralmente de madeira roliça, comprida e delgada.
    Antiga medida de comprimento equivalente a um metro e dez centímetros.
    [Esporte] Haste longa e delgada usada em salto de altura.
    Direito Cada uma das circunscrições judiciais presididas por um juiz de direito: vara criminal.
    Direito Debaixo de vara, expressão que indica ser alguém compelido a atender mandado judicial.
    Figurado Vara de condão, vara mágica a que se atribui o dom de fazer encantos ou sortilégios.
    Vara de porcos, manada de gado suíno.
    Estar ou meter-se em camisa de onze varas, encontrar-se ou envolver-se em grandes dificuldades.
    Tremer como vara
    (s): verde(s), estar tomado de grande medo.

    Do latim vara, ramo flexível. Na antiga Roma, a haste que identificava o poder dos juízes, distingüindo os letrados dos leigos. As varas pintadas de branco designavam os letrados, chamados juízes de vara branca, enquanto os iletrados portavam vara vermelha. Todos, porém, deviam exibir publicamente sua condição, sob pena de multa. No Brasil Colônia, quando alguém se recusava a atender uma convocação legal, era levado pelo oficial de justiça, que o ameaçava com um bastão. Daí a expressão conduzido debaixo de vara, utilizada até hoje no Direito para designar quem foi levado sob mandado judicial. No Foro há diversas varas, ou seja, segmentos específicos para tratar dos feitos que a elas chegam. Só não dá para entender por que a que cuida das questões civis, literalmente civis, é chamada de Vara Cível e não Vara Civil...

    Vara
    1) Galho (Ez 7:10; Jo 15:2, RC).


    2) Galho direito cortado de uma árvore ou arbusto e usado como símbolo de meio de destruição (Sl 2:9) ou de castigo (Pv 22:15). V. VAREJAR.


    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    Êxodo 14: 16 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

    E tu, levanta a tua vara, e estende a tua mão sobre o mar ①, e fende-o, para que os filhos de Israel passem pelo meio do mar em seco.
    Êxodo 14: 16 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    1446 a.C.
    H1121
    bên
    בֵּן
    crianças
    (children)
    Substantivo
    H1234
    bâqaʻ
    בָּקַע
    rachar, fender, abrir em dois, dividir, partir, romper, quebrar, rasgar
    (burst open)
    Verbo
    H3004
    yabbâshâh
    יַבָּשָׁה
    terra seca, solo seco
    (the dry land)
    Substantivo
    H3027
    yâd
    יָד
    a mão dele
    (his hand)
    Substantivo
    H3220
    yâm
    יָם
    mar
    (Seas)
    Substantivo
    H3478
    Yisrâʼêl
    יִשְׂרָאֵל
    Israel
    (Israel)
    Substantivo
    H4294
    maṭṭeh
    מַטֶּה
    vara, ramo, tribo
    (and your staff)
    Substantivo
    H5186
    nâṭâh
    נָטָה
    e armado
    (and pitched)
    Verbo
    H5921
    ʻal
    עַל
    sobre, com base em, de acordo com, por causa de, em favor de, concernente a, ao lado de,
    ([was] on)
    Prepostos
    H7311
    rûwm
    רוּם
    erguer, levantar, estar alto, ser elevado, ser exaltado
    (and it was lifted up)
    Verbo
    H8432
    tâvek
    תָּוֶךְ
    no meio
    (in the midst)
    Substantivo
    H853
    ʼêth
    אֵת
    -
    ( - )
    Acusativo
    H859
    ʼattâh
    אַתָּה
    você / vocês
    (you)
    Pronome
    H935
    bôwʼ
    בֹּוא
    ir para dentro, entrar, chegar, ir, vir para dentro
    (and brought [them])
    Verbo


    בֵּן


    (H1121)
    bên (bane)

    01121 בן ben

    procedente de 1129; DITAT - 254; n m

    1. filho, neto, criança, membro de um grupo
      1. filho, menino
      2. neto
      3. crianças (pl. - masculino e feminino)
      4. mocidade, jovens (pl.)
      5. novo (referindo-se a animais)
      6. filhos (como caracterização, i.e. filhos da injustiça [para homens injustos] ou filhos de Deus [para anjos])
      7. povo (de uma nação) (pl.)
      8. referindo-se a coisas sem vida, i.e. faíscas, estrelas, flechas (fig.)
      9. um membro de uma associação, ordem, classe

    בָּקַע


    (H1234)
    bâqaʻ (baw-kah')

    01234 עבק baqa ̀

    uma raiz primitiva; DITAT - 271; v

    1. rachar, fender, abrir em dois, dividir, partir, romper, quebrar, rasgar
      1. (Qal)
        1. fender, abrir em dois
        2. partir, rachar
      2. (Nifal)
        1. fender-se, rasgar-se, romper-se
        2. irromper
      3. (Piel)
        1. fender, despedaçar, estraçalhar
        2. rasgar, quebrar
      4. (Pual)
        1. ser rasgado
        2. ser rompido
        3. ser despedaçado
      5. (Hifil)
        1. arrombar
        2. romper
      6. (Hofal) ser arrombado
      7. (Hitpael) arrebentar-se, fender totalmente

    יַבָּשָׁה


    (H3004)
    yabbâshâh (yab-baw-shaw')

    03004 יבשה yabbashah

    procedente de 3001; DITAT - 837b; n f

    1. terra seca, solo seco

    יָד


    (H3027)
    yâd (yawd)

    03027 יד yad

    uma palavra primitiva; DITAT - 844; n f

    1. mão
      1. mão (referindo-se ao homem)
      2. força, poder (fig.)
      3. lado (referindo-se à terra), parte, porção (metáfora) (fig.)
      4. (vários sentidos especiais e técnicos)
        1. sinal, monumento
        2. parte, fração, porção
        3. tempo, repetição
        4. eixo
        5. escora, apoio (para bacia)
        6. encaixes (no tabernáculo)
        7. um pênis, uma mão (significado incerto)
        8. pulsos

    יָם


    (H3220)
    yâm (yawm)

    03220 ים yam

    procedente de uma raiz não utilizada significando rugir; DITAT - 871a; n m

    1. mar
      1. Mar Mediterrâneo
      2. Mar Vermelho
      3. Mar Morto
      4. Mar da Galiléia
      5. mar (geral)
      6. rio poderoso (Nilo)
      7. o mar (a bacia grande no átrio do templo)
      8. em direção ao mar, oeste, na diração oeste

    יִשְׂרָאֵל


    (H3478)
    Yisrâʼêl (yis-raw-ale')

    03478 ישראל Yisra’el

    procedente de 8280 e 410, grego 2474 Ισραηλ; n pr m

    Israel = “Deus prevalece”

    1. o segundo nome dado a Jacó por Deus depois de sua luta com o anjo em Peniel
    2. o nome dos descendentes e a nação dos descendentes de Jacó
      1. o nome da nação até a morte de Salomão e a divisão
      2. o nome usado e dado ao reino do norte que consistia das 10 tribos sob Jeroboão; o reino do sul era conhecido como Judá
      3. o nome da nação depois do retorno do exílio

    מַטֶּה


    (H4294)
    maṭṭeh (mat-teh')

    04294 מטה matteh ou (fem.) מטה mattah

    procedente de 5186; DITAT - 1352b; n m

    1. vara, ramo, tribo
      1. vara, bordão, cajado
      2. ramo (de vinha)
      3. tribo
        1. companhia liderada por um chefe com um bordão (originalmente)

    נָטָה


    (H5186)
    nâṭâh (naw-taw')

    05186 נטה natah

    uma raiz primitiva; DITAT - 1352; v

    1. estender, esticar, estirar, armar, dobrar, perverter, inclinar, curvar, abaixar-se
      1. (Qal)
        1. esticar, estender, estirar, oferecer
        2. esticar, armar (tenda)
        3. curvar, virar, inclinar
          1. virar para o lado, inclinar, declinar, curvar-se
          2. curvar, abaixar
          3. estender, esticar (fig.)
      2. (Nifal) ser estendido
      3. (Hifil)
        1. estender
        2. espalhar
        3. virar, inclinar, influenciar, abaixar, estender, esticar, empurrar para o lado, repelir

    עַל


    (H5921)
    ʻal (al)

    05921 על ̀al

    via de regra, o mesmo que 5920 usado como uma preposição (no sing. ou pl. freqüentemente com prefixo, ou como conjunção com uma partícula que lhe segue); DITAT - 1624p; prep

    1. sobre, com base em, de acordo com, por causa de, em favor de, concernente a, ao lado de, em adição a, junto com, além de, acima, por cima, por, em direção a, para, contra
      1. sobre, com base em, pela razão de, por causa de, de acordo com, portanto, em favor de, por isso, a respeito de, para, com, a despeito de, em oposição a, concernente a, quanto a, considerando
      2. acima, além, por cima (referindo-se a excesso)
      3. acima, por cima (referindo-se a elevação ou preeminência)
      4. sobre, para, acima de, em, em adição a, junto com, com (referindo-se a adição)
      5. sobre (referindo-se a suspensão ou extensão)
      6. por, adjacente, próximo, perto, sobre, ao redor (referindo-se a contiguidade ou proximidade)
      7. abaixo sobre, sobre, por cima, de, acima de, pronto a, em relacão a, para, contra (com verbos de movimento)
      8. para (como um dativo) conj
    2. por causa de, porque, enquanto não, embora

    רוּם


    (H7311)
    rûwm (room)

    07311 רום ruwm

    uma raiz primitiva; DITAT - 2133; v.

    1. erguer, levantar, estar alto, ser elevado, ser exaltado
      1. (Qal)
        1. ser alto, estar colocado no alto
        2. ser erguido, ser enlevado, ser exaltado
        3. ser elevado, levantar
      2. (Polel)
        1. criar (filhos), fazer crescer
        2. levantar, erguer, exaltar
        3. exaltar, enaltecer
      3. (Polal) ser levantado
      4. (Hifil)
        1. erguer, levantar, elevar, recolher, estabelecer, erigir, exaltar, estar nas alturas
        2. levantar (e levar), remover
        3. erguer e apresentar, contribuir, ofertar
      5. (Hofal) ser retirado, ser abolido
      6. (Hitpolel) exaltar-se, engrandecer-se
    2. (Qal) estar podre, estar tomado por vermes

    תָּוֶךְ


    (H8432)
    tâvek (taw'-vek)

    08432 תוך tavek

    procedente de uma raiz não utilizada significando partir ao meio; DITAT - 2498; n. m.

    1. meio
      1. meio
      2. para dentro, pelo meio de (depois de verbos de movimento)
      3. entre (referindo-se a um grupo de pessoas)
      4. entre (referindo-se a objetos dispostos em pares)
      5. dentre (quando para tirar, separar, etc.)

    אֵת


    (H853)
    ʼêth (ayth)

    0853 את ’eth

    aparentemente uma forma contrata de 226 no sentido demonstrativo de entidade; DITAT - 186; partícula não traduzida

    1. sinal do objeto direto definido, não traduzido em português mas geralmente precedendo e indicando o acusativo

    אַתָּה


    (H859)
    ʼattâh (at-taw')

    0859 אתה ’attah ou (forma contrata) את ’atta ou את ’ath feminino (irregular) algumas vezes אתי ’attiy plural masculino אתם ’attem feminino אתן ’atten ou אתנה ’attenah ou אתנה ’attennah

    um pronome primitivo da segunda pessoa; DITAT - 189; pron pess

    1. tu (segunda pess. sing. masc.)

    בֹּוא


    (H935)
    bôwʼ (bo)

    0935 בוא bow’

    uma raiz primitiva; DITAT - 212; v

    1. ir para dentro, entrar, chegar, ir, vir para dentro
      1. (Qal)
        1. entrar, vir para dentro
        2. vir
          1. vir com
          2. vir sobre, cair sobre, atacar (inimigo)
          3. suceder
        3. alcançar
        4. ser enumerado
        5. ir
      2. (Hifil)
        1. guiar
        2. carregar
        3. trazer, fazer vir, juntar, causar vir, aproximar, trazer contra, trazer sobre
        4. fazer suceder
      3. (Hofal)
        1. ser trazido, trazido para dentro
        2. ser introduzido, ser colocado