Enciclopédia de Jonas 1:1-1

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

jn 1: 1

Versão Versículo
ARA Veio a palavra do Senhor a Jonas, filho de Amitai, dizendo:
ARC E VEIO a palavra do Senhor a Jonas, filho de Amitai, dizendo:
TB A palavra de Jeová veio a Jonas, filho de Amitai, dizendo:
HSB וַֽיְהִי֙ דְּבַר־ יְהוָ֔ה אֶל־ יוֹנָ֥ה בֶן־ אֲמִתַּ֖י לֵאמֹֽר׃
BKJ Ora, a Palavra do SENHOR veio a Jonas, filho de Amitai, dizendo:
LTT E veio a palavra do SENHOR a Jonas, filho de Amitai, dizendo:
BJ2 A palavra de Iahweh foi dirigida a Jonas, filho de Amati:
VULG Et factum est verbum Domini ad Jonam, filium Amathi, dicens :

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Jonas 1:1

II Reis 14:25 Também este restabeleceu os termos de Israel, desde a entrada de Hamate até ao mar da Planície, conforme a palavra do Senhor, Deus de Israel, a qual falara pelo ministério de seu servo Jonas, filho do profeta Amitai, o qual era de Gate-Hefer.
Mateus 12:39 Mas ele lhes respondeu e disse: Uma geração má e adúltera pede um sinal, porém não se lhe dará outro sinal, senão o do profeta Jonas,
Mateus 16:4 Uma geração má e adúltera pede um sinal, e nenhum sinal lhe será dado, senão o sinal do profeta Jonas. E, deixando-os, retirou-se.
Lucas 11:29 E, ajuntando-se a multidão, começou a dizer: Maligna é esta geração; ela pede um sinal; e não lhe será dado outro sinal, senão o sinal do profeta Jonas.
Lucas 11:32 Os homens de Nínive se levantarão no Dia do Juízo com esta geração e a condenarão; pois se converteram com a pregação de Jonas; e eis aqui está quem é maior do que Jonas.

Mapas Históricos

Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados ​​para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.

ASSÍRIA: A AMEAÇA VINDA DO NORTE

metade do século IX a 722 a.C.
A ASCENSÃO DA ASSÍRIA
O território da Assíria ficava cerca de 900 km a nordeste de Israel, na região correspondente ao atual Iraque, uma terra montanhosa, regada pelo rio Tigre que nasce na região montanhosa do leste da Turquia. No início do século IX a.C., o exército assírio realizou campanhas para proteger suas fronteiras e exigir tributos de estados vizinhos. O rei assírio Assurbanipal I (884-859 a.C.) é conhecido porter realizado quatorze grandes expedições durante os 25 ands do seu reinado. Em suas inscrições, ele se gaba com freqüência da sua própria crueldade (ver página 87). Para celebrar a construção do seu novo palácio em Kalhu (Calá em hebraico, a atual Nimrud), cerca de 35 km ao sul de Mosul, Assurbanipal otereceu um banquete suntuoso durante dez dias para 64.574 convidados.
Em 853 a.C., Salmaneser III (859-824 a.C.), o sucessor de Assurbanipal, enfrentou uma coalizão da qual fazia parte o rei israelita Acabe. Isto se deu em Qarqar, junto ao Orontes, na Síria. De acordo com os registros assírios, Acabe usou dois mil carros na batalha. Numa ocasião posterior durante seu reinado, em 841 a.C., Salmaneser encontrou outro rei israelita. O famoso Obelisco Negro de Nimrud (atualmente no Museu Britânico) mostra leú, ou seu embaixador, pagando tributo a Salmaneser. Cortesãos formam uma longa fila para entregar seus tributos: ouro, prata e frutas. Representantes de outros estados trazem elefantes, camelos, bactrianos e macacos.

O DECLÍNIO DA ASSÍRIA
Trinta e um dos 35 anos de reinado de Salmaneser III foram dedicados à guerra. Depois de sua morte, em 824 a.C., monarcas assírios mais fracos permitiram que grande parte da Síria passasse ao controle do reino arameu de Damasco que, por sua vez, também reduziu o território de leú Na primeira metade do século VIII a.C, governadores de províncias já exerciam grande autoridade sobre vastas extensões de terra em detrimento da monarquia central assíria. E nesse período que o livro de Reis situa o profeta israelita Jonas que predisse a expansão do reino do norte sob Jeroboão II (781-753 a.C.).

JONAS
O livro de Jonas narra como, a princípio, esse profeta resistiu ao chamado de Deus para ir a Nínive, uma das principais cidades da Assíria, proclamar o iminente julgamento do Senhor contra a cidade.° Sem dúvida, Jonas tinha ouvido falar da crueldade dos assirios e acreditava que um povo como esse merecia o castigo de Deus. O profeta tentou fugir tomando um navio que ia para Társis, talvez o vale Guadalquivir, no sul da Espanha ou Sardenha, na direção contrária de Nínive. Depois de uma tempestade violenta, Jonas foi lançado ao mar, engolido e vomitado por um "peixe grande". Talvez de forma surpreendente, o povo de Nínive aceitou a mensagem de Jonas. O livro termina mostrando o profeta aborrecido com a morte de uma planta, provavelmente uma espécie de mamona, ao invés de se alegrar com o livramento de cento e vinte mil pessoas. Em Tonas 3.6 o rei é chamado de "rei de Nínive", e não o título assírio comum no Antigo Testamento, "rei da Assíria". O decreto registrado em 3.7 foi publicado "por mandado do rei e seus grandes (seus nobres). É possível que, de fato, esse governante fosse rei de Nínive, mas dificilmente exercia poder sobre uma região mais ampla; dai o seu titulo no livro de Jonas. Talvez tivesse sido obrigado a entregar o controle de parte considerável do seu reino a governadores provinciais poderosos, cuja autoridade e influência ele reconheceu ao publicar seu decreto.

TIGLATE-PILESER III
A Assíria voltou a ganhar força durante o reinado de Tiglate-Pileser III (746-727 a.C.). Menaém, rei de Israel (752-741 a.C.), teve de pagar um tributo pesado de mil talentos de prata (c. 34 toneladas) a Tiglate- Pileser, ou seja, cinquenta silos de prata (600 g) cobrados de cada homem rico. Em 734 a.C, uma coalizão de resistência à Assíria havia se formado na região da Síria. Rezim, rei de Damasco, e Peca, rei de Israel (739-731 a.C.), tentaram forcar Acaz, rei de Judá, a se aliar a eles e fazer frente aos assírios. Rezim e Peca invadiram Judá com a intenção de depor Acaz e colocar no trono o "filho de Tabeal". 5 Isaías profetizou o fim de Damasco e Efraim (Israel): "Isto não subsistirá, nem tampouco acontecerá. Mas a capital da Síria será Damasco, e o cabeça de Damasco, Rezim, e dentro de 65 anos Efraim será destruído e deixará de ser povo" (Is 7:7-8).
A solução encontrada por Acaz foi usar ouro e prata do templo e do palácio real para pagar Tiglate-Pileser para atacar Damasco. Quando Tiglate-Pileser aceitou a proposta e capturou Damasco, Acaz foi visitá-lo na cidade síria. Ali, viu um altar e ordenou que o sacerdote Urias desenhasse uma planta detalhada para construir um altar em Jerusalém." A substituição do altar de bronze no templo de Jerusalém por esse altar pagão foi considerada um sinal de apostasia da parte de Acaz.
Damasco caiu em 732 a.C.e o exército assírio marchou para o sul, em direcão a Israel, tomando do reino do norte a maior parte do seu território, inclusive toda região de Gileade e da Galiléia e deportando seus habitantes para a Assíria. Uma camada de cinzas de 1 m de profundidade em Hazor comprova os atos de Tiglate-Pileser. Em seus registros, o rei da Assíria afirma ter deposto Peca e colocado Oséias em seu lugar. De acordo com o livro de Reis, Oséias assassinou Peca, e é possível conjeturar que Tiglate-Pileser conspirou com Oséias, de modo a garantir um governante de confiança no trono de Israel.
Oséias (731-722 a.C.) foi o último rei de Israel. Os reis assírios subseqüentes, Salmaneser V e Sargão Il, conquistaram Samaria e exilaram os israelitas restantes em terras longínquas do Império Assírio que, na época, ainda estava em expansão. A crueldade de Assurbanipal "Capturei vários soldados com vida. Cortei braços e mãos de alguns; de outros cortei o nariz, orelhas e extremidades. Arranguei os olhos de muitos soldados. Fiz uma pilha de vivos e outra de cabeças. Pendurei as cabeças nas árvores ao redor da cidade. Queimei os meninos e meninas adolescentes"
O que foi servido no banquete suntuoso de Assurbanipal:
1.000 bois 1:000 novilhos 14:000 ovelhas, 500 cervos.
1.000 patos, 500 gansos 10:000 pombos 10:000 peixes,
10.000 ovos 10:000 pães, 10.000 jarras de cerveja, 10.000 odes de vinho, 300 jarros de azeite...
"Durante dez dias, ofereci banquetes, vinho, banhos, óleos e honrarias a 69.574 pessoas, inclusive as que foram convocadas de todas as terras c o povo de Calah e depois os mandei de volta às suas terras em paz e alegria
O rei Jeú de Israel (ou seu embaixador) curva-se diante de Salmaneser III (841 a.C), rei da Assíria. Obelisco negro de Salmaneser Ill, de Calá (Nimrud), Iraque
O rei Jeú de Israel (ou seu embaixador) curva-se diante de Salmaneser III (841 a.C), rei da Assíria. Obelisco negro de Salmaneser Ill, de Calá (Nimrud), Iraque
Campanha dos assírios contra a Síria e Palestina Os assírios, provenientes da região correspondente hoie ao norte do Iraque, empreenderam diversas campanhas militares contra a Síria e Palestina. O mapa mostra as principais incursões no perí odo
Campanha dos assírios contra a Síria e Palestina Os assírios, provenientes da região correspondente hoie ao norte do Iraque, empreenderam diversas campanhas militares contra a Síria e Palestina. O mapa mostra as principais incursões no perí odo
O exército assírio em campanha militar durante o reinado de Salmaneser III (859-824 a.C.). Relevo dos portões de bronze de Balawat, Iraque.
O exército assírio em campanha militar durante o reinado de Salmaneser III (859-824 a.C.). Relevo dos portões de bronze de Balawat, Iraque.
A Assiria no início da seculo VIll a.C. No começo do século VIll a.C., os governadores de províncias assírias Shamshi-ilu e Nergal-eresh controlavam extensas áreas de terra. Foi nesse período que o profeta Jonas visitou a cidade assíria de Ninive.
A Assiria no início da seculo VIll a.C. No começo do século VIll a.C., os governadores de províncias assírias Shamshi-ilu e Nergal-eresh controlavam extensas áreas de terra. Foi nesse período que o profeta Jonas visitou a cidade assíria de Ninive.

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras

Não foram encontradas referências em Outras Obras.

Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Introdução ao Livro de Jonas
O Livro de

JONAS

Armor D. Peisker

Introdução

"Misericordioso e piedoso é o SENHOR; longânimo e grande em benignidade" (51 103:8). De forma pungente e sucinta, esta é a mensagem de Jonas.

Ler este livro é ver o mundo pelos olhos de Deus. Todos os indivíduos de todas as nações, de todas as raças são pessoas, almas, cada uma com um destino eterno. Cada pessoa é preciosa à vista de Deus; uma, tão preciosa quanta a outra.
"O livro de Jonas", afirma W. W. Sloan, "está mais próximo dos ensinamentos do Novo Testamento do que qualquer outro texto das Escrituras hebraicas. O tema central é que Deus está interessado em todas as pessoas de qualquer nacionalidade ou raça e espera que aqueles que o conheçam se dediquem a compartilhar esse conhecimento".'
Nunca na história, o livro de Jonas teve maior relevância que hoje. Há tremenda urgência que todo cristão sinta e considere esta mensagem, a fim de se envolver na missão mundial da igreja.

Entendemos a mensagem à medida que observamos Jonas — insensível, vingati-vo, nacionalista e implacavelmente soberbo — que prende sua fé no peito, enquanto Deus procura fazer com que ele a compartilhe de acordo com o seu propósito mais amplo de redenção. Jonas, ao lutar contra os procedimentos divinos, às vezes nos lembra o mesquinho irmão mais velho do pródigo. E como o pai, perdoador e alegre, o Senhor insiste para que Jonas abandone a aboboreira murcha e a barraca queimada pelo sol e vá compartilhar da alegria da cidade poupada. Aqui, Jonas nos lembra o servo desumano em outra das parábolas de Jesus. Quase podemos ouvir o Senhor pleiteando com o profeta: "Servo malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque me suplicaste. Não devias tu, igualmente, ter compaixão [...] como eu também tive mise-ricórdia de ti?" (Mt 18:32-33).

A historicidade da profecia de Jonas não foi questionada até recentemente, quan-do os estudiosos incrédulos se recusaram a "engolir a baleia". Desde então, outros fato-res miraculosos no relato também entraram em discussão. Para alguns, parecia mito. Para outros era alegoria do exílio e a missão de Israel com base em Jeremias 51:34. Um terceiro grupo o considerava parábola. Mas há boas razões para aceitá-lo como narra-tiva histórica.

O profeta Jonas, sem dúvida, foi uma figura histórica. Residia em Gate-Hefer, era filho de Amitai e serviu como verdadeiro profeta do Senhor no Reino do Norte durante o reinado de Jeroboão II (aproximadamente 786-746 a.C.; II Reis 14:25). Foi, portanto, anti-go contemporâneo de Oséias e Amós. A Bíblia não relata o que Jonas fez depois de ter pregado em Nínive. A tradição que diz que foi enterrado em Nínive num local marcado por uma mesquita carece de apoio histórico.

Jesus menciona a experiência de três dias de Jonas no "ventre da baleia" para indi-car antecipadamente sua experiência entre a crucificação e a ressurreição. E, pelo visto, nosso Senhor considera o arrependimento dos ninivitas como fato histórico. Na realida-de, Jonas é o único profeta do Antigo Testamento com quem Jesus se comparou e o fez no assunto da ressurreição (Mt 12:39-41; Lc 11:29-32).

A missão de Jonas em Nínive com suas feições miraculosas não foi única. Ela é comparada às missões de Elias a Sidom e de Eliseu à Síria (I Reis 17:8-24; 19.15; II Reis 8:7-15). Nem a perigosa viagem do apóstolo Paulo para Roma, no Novo Testamento, foi tão diferente da viagem de Jonas em suas implicações miraculosas (Atos 27:1-28.14).

O livro de Jonas está na forma de narrativa histórica linear e não há indicação de que deva ser interpretado de outro modo. Até o século XIX, os judeus e cristãos em geral consideraram o livro como relato verdadeiro.

Conforme sugere Robinson: "Podemos alegar enfaticamente que, para Jonas, a força da autodefesa de Jeová exigia uma missão verdadeira para uma cidade pagã com um arrependimento verdadeiro e 'salvamento' autêntico. Não é fácil acreditar que o desafio: `Não hei de eu ter compaixão da grande cidade de Nínive'? foi apresentado ao povo de Israel pelo escritor inspirado como consideração puramente hipotética".2

A autoria e data do livro de Jonas são incertas. O texto é a respeito de Jonas, mas não foi necessariamente escrito por ele. Não temos informação sobre quem fez o registro. Nem sabemos quando a história foi escrita. É provável que a composição tenha sido feita antes da queda do Reino do Norte (721 a.C.) ou, no máximo, antes da queda de Nínive (612 a.C.). Pode ser que o livro não tenha sido colocado em sua forma atual até depois da última data. Tiramos esta conclusão do fato de que o tempo passado "era" é usado para descrever Nínive (3.3).
É possível que durante a vida de Jonas a Assíria (ver mapa 1), cuja capital era Nínive, passava por um período de declínio. A sucessão de três reis fracos diminuíra seu prestígio e poder no mundo. Babilônia, no baixo vale do Tigre-Eufrates, ganhava força e era uma ameaça a ter de enfrentar. No noroeste, Urartu — a antiga Armênia — também ameaçava a supremacia assíria. Os territórios tributários ocidentais também estavam cientes do declínio da Assíria, e o sucesso de Damasco e Arpade ao resistir os monarcas assírios encorajou outros. Essa situação resultou numa sucessão de calamidades que deixaram o império grandemente exaurido.
Parecia ocasião apropriada para o Espírito de Deus se mover na capital. O estado de espírito das pessoas era de incerteza e insegurança, o que proporcionou uma colheita madura. O Senhor buscou um ceifeiro na pessoa de Jonas.
A importância das circunstâncias é sugerida por S. C. Yoder, quando escreve acerca do fugitivo Jonas: "Este era um homem que fugiu da oportunidade que surge, talvez, uma vez na vida e, ainda, mais raramente, na história de uma nação, para levar um povo ao arrependimento. E agora o mensageiro que foi chamado para representar Deus nesta missão estava pouco propenso a enfrentar as questões, quaisquer que tenham sido, e assumir a responsabilidade que a oportunidade lhe dispunha"?


Beacon - Comentários de Jonas Capítulo 1 do versículo 1 até o 17
SEÇÃO I

O COMISSIONAMENTO E DESOBEDIÊNCIA DE JONAS

Jonas 1:1-3

Em II Reis 14:25, ficamos cientes que Jonas, filho de Amitai, era um profeta expe-riente e de confiança, a quem veio a palavra do SENHOR (1). Tratava-se de um ho-mem a quem Deus falava e revelava sua vontade. A passagem de II Reis também nos informa que era um nativo de Gate-Hefer, da Galiléia, local mais tarde conhecido por Caná (ver mapa 2). É bem possível que esta cidade, situada quase cinco quilômetros a nordeste de Nazaré, tenha sido visitada muitas vezes por Jesus durante os 30 anos de obscuridade em Nazaré. No entanto, sabemos com certeza que foi aqui que Cristo com-pareceu a uma festa de casamento e fez seu primeiro milagre registrado (Jo 2:1-11; cf. tb. Jo 4:46-21.2). Os fariseus que disseram a Nicodemos: "Da Galiléia nenhum profeta sur-giu" (Jo 7:52), devem ter se esquecido de Jonas.

Em Caná, a tumba de Jonas provavelmente chamava a atenção para Jesus, como ocorria com os visitantes nos dias de Jerônimo. E talvez, como sugere Robinson, "foi aqui que o jovem Jesus começou a perceber algo da significação da missão de Jonas e da sua própria"1(ver Introdução para inteirar-se de mais comentários relativos ao conhecimen-to de Jesus sobre o profeta).

A tradição considera que Jonas, cujo nome significa "pomba", é o jovem profeta tími-do mencionado em II Reis 9:1-11. O nome do seu pai, Amitai, significa "verdadeiro"; e reputa-se tradicionalmente que estava entre os 7:000 mencionados em I Reis 19:18 que não se curvaram a Baal.

Jonas deve ter ficado surpreso com a comissão de profetizar em Nínive (2), e a considerou com temor e perspectiva desagradabilíssima. Era preciso fazer uma viagem árdua por terra de uns 800 quilômetros (ver mapa 1). E, para piorar a situação, Nínive era uma grande cidade: a metrópole do mundo gentio localizada à margem esquerda do rio Tigre a uns 65 quilômetros ao norte da junção de Zab. Era a magnífica capital do poderoso Império Assírio, inimigo constante e temido de Israel. Durante os dias de Jeú, Israel fora forçado a pagar tributo ao rei assírio, Salmaneser III. Jonas também sabia dos sofrimentos que a Síria suportara para repelir os recentes ataques assírios. As atro-cidades assírias, que depois aterrorizaram as nações ocidentais sob o governo de Tiglate-Pileser III, talvez já estivessem em prática durante o tempo de Jonas. E a malícia ("mal-dade", BV; NTLH; NVI) geral de Nínive, que Deus declarou que tinha subido até o céu, não era menos famosa que seu poder e grandeza (Na 3).

O fato de Deus estar preocupado com a maldade de Nínive indica que, desde o início, o seu amor ia muito além das fronteiras desse povo proclamado como seu escolhido, mesmo que se considerassem exclusivos do alcance do cuidado divino (2).

Jonas, vencido pelo medo, concluiu que a tarefa não era para ele. Sentia que a ordem de Deus era autêntica, mas ao mesmo tempo se lhe ocorriam muitos elementos imponderáveis. Mais tarde, confessou (4,2) que não foi o sofrimento físico ou o perigo que o intimidara. Seu receio era que Nínive se arrependesse e que Deus perdoasse e poupas-se a cidade. Em tal situação, seria considerado falso profeta. Ser desacreditado dessa maneira pelos seus compatriotas talvez fosse particularmente objetável a Jonas, pois, pelo visto, era profeta popular e altamente estimado em Israel. Em tempos de opressão, prometera dias de prosperidade. Esse anúncio, como nos lembra Schultz, "foi muito bem recebido. [...] Indubitavelmente o cumprimento de sua predição, na totalidade do territó-rio de Israel sob o reinado de Jeroboão, aumentou-lhe a popularidade na sua pátria. Não há indicação de que ele possuísse uma mensagem de advertência ou julgamento para entregar ao seu próprio povo (II Reis 14:25) ".2

Caso Nínive se arrependesse, esse tremendo inimigo de sua nação seria poupado. Para sua fé limitada e nacionalismo estribado isto era insuportável.
Esse conflito interior ficou tão forte que Jonas esperava fugir desse compromisso afastando-se de casa e das circunstâncias em que ocorrera a incumbência. Ele se levan-tou para fugir... da face do SENHOR (3). Decidiu ir o mais longe que pudesse e na direção oposta a Nínive. Escolheu Társis, provavelmente Tartesso, uma colônia fenícia na Espanha perto do Estreito de Gibraltar, porque era o ponto mais ocidental ao qual os navios velejavam, ao sair da Palestina. O lugar também é mencionado em Isaías 23:1-12 e Ezequiel 27:12-25.

Segundo G. Campbell Morgan, para entendermos o ponto de vista de Jonas "é neces-sário que lembremos o preconceito nacional dos hebreus contra todos os outros povos na questão da religião. Embora cressem que Jeová fosse um Deus amoroso, consideravam-no exclusivamente deles. A incumbência de entregar uma mensagem a uma cidade que não pertencia ao concerto, além de ser a metrópole que era o centro de um poder que fora tirânico e cruel, deveria ter sido assustador para Jonas".

De nossa perspectiva atual é fácil censurar Jonas. Pensamos que um homem de sua categoria e experiência já deveria saber que não se pode fugir de Deus. Mas se lembrar-mos que séculos mais tarde, mesmo depois da resplandecente luz do Pentecostes, o exce-lente apóstolo judeu de nosso Senhor, Simão Pedro, passou por um período semelhante de confusão, talvez sintamos mais simpatia por Jonas e tenhamos mais entendimento de sua atitude. Pedro tinha pregado com tanto poder em Jerusalém que multidões de com-patriotas judeus creram em Cristo. Mas, quando, durante um período especialmente particular de oração, o Senhor o instruiu a pregar o Evangelho aos gentios, foi inflexivelmente contra a ordem. "De modo nenhum, Senhor", disse ele. Foram necessárias uma revelação especial e certas circunstâncias quase milagrosas e providenciais para fazer com que este apóstolo cumprisse seu compromisso na casa de Cornélio (At 10). O livro de Gálatas também reflete a luta entre os cristãos primitivos antes que os gentios fossem aceitos na 1greja em condições iguais aos hebreus.

Mesmo hoje, é preciso que cada um de nós considere nossa vida à luz destes aconte-cimentos. Como escreveu alguém: "Cada um de nós ou está na caravana para Nínive ou no navio para Társis, [...] percorrendo o caminho de Deus ou o seu próprio. [...] Alguns vão a Társis religiosamente. Cantam e oram, ao mesmo tempo em que fazem as coisas à sua maneira, indo em direção diametralmente oposta à vontade de Deus".
Jonas saiu de sua cidade natal na Galiléia, dirigiu-se a oeste e depois virou para o sul à cidade portuária de Jope (ver mapa 2), único porto apropriado na costa mediterrâ-nea da Palestina. Foi ali que a uns oito séculos depois o Senhor falou com o apóstolo Pedro sobre pregar aos gentios (At 10). Neste porto marítimo, Jonas achou um navio que ia para Társis; pagou, pois, a sua passagem e desceu para dentro dele. Ao procurar racionalizar sua ação, talvez o profeta fugitivo tivesse concluído que seus acha-dos foram providenciais. Havia um navio que ia para a cidade que ele queria ir e tinha dinheiro para a passagem! Mas esta não era uma situação organizada pela providência divina. Deus nunca incentiva a desobediência. Tratava-se de uma tentação da qual Sata-nás tirou proveito.

Quando Jonas entregou os siclos ao comissário de bordo, nem imaginava o custo total desta viagem. Ele não estava propenso a pagar o preço para ir a Nínive, mas a viagem a Társis foi muito mais cara. O caminho da desobediência sempre é muito mais caro. Servir a Deus pode nos custar muito, mas não servi-lo é o ápice no gasto excessivo inconseqüente.

SEÇÃO II

A INTERPOSIÇÃO DE DEUS
Jonas 1:4-2.10

A. A TEMPESTADE, 1:4-14

Deus não revoga seu chamado nem muda seu propósito para com os homens (Rm 11:29). Também não desiste facilmente daqueles a quem chama, para deixá-los na deso-bediência. Ele procura por todos os meios trazê-los de volta para os seus caminhos. No caso de Jonas, Deus "encerrou os ventos nos seus punhos" (Pv 30:4) e mandou (4; lit., "arremessou" ["lançou", ARA]) ao mar um grande vento, de forma que houve uma grande tempestade que ameaçava despedaçar o navio.

O mau tempo não era novidade para os marinheiros do mar Mediterrâneo, mas o vento forte e súbito era tão implacável que os marinheiros (5; lit., "marujos", marinhei-ros experientes) temeram. Com medo da morte, cada um deles orou intensamente ao seu deus. A situação parecia tão desesperadora que eles ficaram excessivamente aterro-rizados. Lançaram ao mar os equipamentos do navio e, talvez, a carga inteira para alivi-ar a embarcação. Enquanto isso, Jonas havia descido aos lugares do porão (o compar-timento de carga do navio), onde dormia um profundo sono e "roncava" (LXX).

Pelo visto, o ronco chamou a atenção do mestre do navio (6; "capitão do navio", BV; NTLH), que, depois de acordar o passageiro suspeito, perguntou: Que tens, dormente? Levanta-te. O termo hebraico traduzido por dormente diz respeito a alguém em sono profundo, um sono livre de preocupações (cf. Rm 11:8). O capitão exigiu explicações! Queria saber por que Jonas dormia a sono solto numa hora dessas. Ele pediu: "Levante-se e fale com o seu Deus, para ver se Ele tem pena de nós e nos salva!" (BV). A palavra hebraica usada para se referir a Deus é o nome genérico aplicado a todos os seres divi-nos. É o mesmo termo encontrado no Antigo Testamento para se referir a deidades ima-ginárias como "os deuses das nações". Este uso mostra o entendimento religioso dos marinheiros e não o conceito de Jonas sobre Deus.

Ao perceber que esta tempestade não era comum, os marinheiros estavam determi-nados a encontrar a razão desse fenômeno climático. Disseram: Vinde, e lancemos sortes, para que saibamos por que causa nos sobreveio este mal... e a sorte caiu sobre Jonas (7). Lançar sortes era método comum entre os antigos para resolver ques-tões incertas (Nm 26:55; Js 7:14-1 Sm 10.20,21; Atos 1:26).

Com a investigação dos marinheiros, Jonas se identificou como hebreu que temia Jeová, o Deus do céu, que fez o mar e a terra seca (9). As Escrituras confirmam o fato de que Deus é o Criador dos céus, dos mares e da terra (cf. Sl 8:1-4; 65:5-7; 107:23-32; 139:7-12; Mc 4:35-51). Jonas também reconheceu sua culpa. Os marinheiros, convictos da grandeza do Deus dele, ficaram apavorados com a infidelidade do profeta. Perguntaram: Por que fizeste tu isso? (10; "Que é isto que fizeste!", ARA). É provável que deste ponto em diante Jonas tenha começado a perceber algo da enormidade do que fizera. A repreen-são dos descrentes pode ter aumentado seu sentimento de condenação e arrependimento.

Convicto de que a tempestade era o julgamento divino sobre ele, o profeta viu que seu pecado envolvera e colocara em risco a vida de outras pessoas. Isto reforçou a prova de sua culpabilidade. Sem esperança de escapar do julgamento, sentia-se pronto para ser lançado ao mar e morrer afogado, pois isto salvaria a vida dos seus companheiros de bordo (11,12).
Em sentido real, o profeta se tornou o sacrifício deles. "O quadro de Jonas lançado ao mar mostra um paralelo e um contraste espiritual [com a morte de nosso Senhor]. A tempestade mais violenta é a ira de Deus contra o pecado; essa manifestação concentrou-se na pessoa de nosso Senhor e só podia ser acalmada por sua morte na cruz. A experiên-cia de Jonas foi terrível, mas foi só o Senhor Jesus Cristo que vivenciou completamente as palavras da oração do profeta: 'Todas as tuas ondas e as tuas vagas passaram por cima de mim' (2.3b, ARA) ".

É possível que outros barcos estivessem em perigo com a tempestade que o pecado de Jonas provocou. Além do próprio pecador, o pecado sempre fere outras pessoas — na maioria das vezes, muitas outras pessoas.

Esta experiência de Jonas é prova notável de que não se pode fugir de Deus — fato proclamado no Salmo 139:7-10. O profeta desobediente fora dormir, ciente que tinha conseguido fugir do Senhor. Ele não percebeu que Deus estava presente e em ação para frustrar seus planos autodeterminados.

Os marinheiros remavam, esforçando-se (13; "remavam com todas as suas for-ças", BV) para colocar o navio em segurança e salvar o profeta. Quando viram que os esforços eram inúteis, oraram ao Deus de Jonas para que não os responsabilizasse pela morte dele. Clamaram: "O Senhor [...] não nos mate por causa do pecado deste homem, não nos condene pela morte dele, pois disso nós não temos culpa — porque essa tempesta-de caiu sobre ele por razões que o Senhor mesmo sabe" (14, BV). É interessante observar que quando os marinheiros mencionaram o Deus de Jonas não usaram o termo genérico comum, mas utilizaram o termo SENHOR, Jeová, o único Deus vivo e verdadeiro.

B. O LANÇAMENTO DE JONAS AO MAR, 1:15-17

Sem esperança de se salvarem de outro modo, os marinheiros seguiram com relu-tância a sugestão de Jonas. Eles o apanharam e o lançaram ao mar (15).

As águas imediatamente se aquietaram. A frase cessou... da sua fúria pode ser traduzida por: "O mar saiu da sua raiva". A tempestade parou tão de repente que os marinheiros ficaram aterrorizados diante do Senhor. O testemunho do profeta e as ma-nifestações milagrosas do poder de Deus lhes encheram o coração de medo e reverência. Cultuaram na presença de Jeová (15,16). E assim foi que Jonas se tornou missionário a despeito de seu fracasso inicial; que o Senhor, ao julgar o profeta desobediente, revelou aos marinheiros pagãos que é o Deus que misericordiosamente se importa com todos (Sl 76:10) ; e que Jonas, nestes marinheiros, "vê pagãos que se converteram ao temor do Senhor. Tudo de que ele fugira para que não acontecesse é justamente o que acontece bem diante de seus olhos e por sua própria mediação".

Em ato de disciplina misericordiosa, Jeová deparou ("designou", RSV; "ordenou", LXX; NTLH) um grande peixe, para que tragasse a Jonas (17). O texto não nos informa que tipo de peixe era. Nem o fato de Mateus 12:40 falar de uma "baleia" nos ajuda muito, pois a palavra grega usada ali significa, literalmente, "um enorme peixe" ou um monstro marinho.

É interessante observar que J. D. Wilson conta uma analogia atual da experiência de Jonas. Ele narra um incidente no qual um cachalote, perto das ilhas Falkland, engo-liu um membro da tripulação de um navio. Três dias depois, o indivíduo foi salvo, reani-mado da inconsciência e, subseqüentemente, viveu com boa saúde. 3

O profeta permaneceu dentro do peixe por três dias e três noites. Pelo que dedu-zimos, esta expressão de tempo é um termo coloquial que meramente indica período curto e indefinido, como em Josué 2:16. Jesus a usou com este sentido em Mateus 12:40, visto que o Novo Testamento declara repetidamente que sua ressurreição aconteceu "ao terceiro dia" (Mt 16:21; Mac 9.31; Lc 9:22-1 Co 15.4).

Na "fuga do dever" de Jonas, vemos que :
1) Fugir do dever não é fugir do controle de Deus, 1.4;

2) As circunstâncias favoráveis na fuga não justificam as desculpas, 1.3;

3) Fugir de Deus e do dever é mais dispendioso do que render-se – quer em penosas experi-ências, quer em perda moral, 1.15.


Champlin

Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
Champlin - Introdução ao Livro de Jonas

JONAS

O Livro de Jonas é o Jo 3:16 do Antigo Testamento

Não hei de eu ter compaixão da grande cidade de Nínive em que há mais de cento e vinte mil pessoas, que não sabem discenir entre a mão direita e a mão esquerda, e também muitos animais?

Jn 4:11

Jonas
4 Capítulos 48 Versículos

INTRODUÇÃO

Esboço:
I. Caracterização Geral
II. O Nome
III. O Profeta Jonas e a Autoria do Livro
IV. Historicidade
V. Data
VI. História do Grande Peixe: Sua Historicidade e Tipologia
VII. Ocasião e Propósitos do Livro
VIII. Pontos de Vista Teológicos
IX. Esboço do Conteúdo
X. Bibliografia
I. Caracterização Geral
a. Idéias dos 1ntérpretes Liberais. Os intérpretes liberais supõem que Jonas seja o último dos livros proféticos do Antigo Testamento, escrito no século III A.C., por algum autor anônimo. Se isso é verdade, então ele escolheu um meio ambiente de cerca de quinhentos anos antes, para dar colorido de antigüidade ao seu livro. Outrossim, isso significaria que Jonas é uma novela religiosa com o propósito de ensinar lições morais e espirituais, mas sem nenhum traço de historicidade. Ver a quarta seção, Historicidade, quanto a esses problemas.

b. Interpretação Alegórica. De acordo com essa interpretação, em contraste com os sentimentos antiestrangeiros de Jonas, os pagãos são ali apresentados como pessoas ansiosas por arrepender-se de seus pecados e por abraçar novos conceitos religiosos, a fim de evitarem as horrendas predições de condenação feitas por Jonas.

Na verdade, o livro mostra a universalidade da autoridade do Deus do povo de Israel. Jonas não foi capaz de escapar dEle meramente fugindo da Palestina. E, de acordo com a interpretação alegórica, o conceito de um Deus nacional e vingativo, que Jonas teria, é substituído no livro pela noção de um Deus gracioso, tardio em irar-se e cheio de misericórdia. Destarte, o livro serviría como uma espécie de alegoria que ensina que o povo de Israel precisava ser menos beligerante, mais tolerante e mais ansioso por propagar suas vantagens religiosas, para benefício das nações pagãs. Além disso, o Deus concebido por Jonas também seria pequeno demais, pois o conceito que o profeta fazia de Deus não lhe faria justiça, fechando-o em uma prisão de orgulho e exclusivismo nacionais.
Alguns estudiosos vêem em tudo isso uma figura das nações de Israel e de Judá, que tiveram de ir para o cativeiro (assírio e babilônico, respectivamente). Antes desses exílios literais, as duas nações escolhidas já se tinham condenado ao cativeiro, devido à sua apostasia. Esses exílios talvez sejam simbolizados pelos três dias em que Jonas passou no ventre do grande peixe. Pelo menos, alguns estudiosos pensam ser isso o que o livro realmente está ensinando. A interpretação alegórica naturalmente ignora o contexto histórico em que o autor do livro põe a personagem principal, Jonas. Se a teoria sobre o exílio está com a razão, então o livro seria apenas uma espécie de sátira acerca das atitudes bitoladas e atrasadas de Israel, ao mesmo tempo que o profeta Jonas aparecería apenas como uma figura romântica, mas não histórica. Por outro lado, se Jonas foi um profeta autêntico e histórico, essas mesmas lições transparecem claramente no relato, sem prejuízo algum. É claro que essas lições se aplicam igualmente bem a todos os grupos religiosos ou indivíduos que são prisioneiros de seus próprios preconceitos, que, por assim dizer, impõem sobre si mesmos uma forma de exílio, em relação ao resto da humanidade, merecendo tanta compaixão como quaisquer outros prisioneiros.
c. Pano de Fundo Histórico. Essa é a posição que os eruditos conservadores assumem com seriedade, mas que os liberais pensam ser apenas um artifício literário artificial. Dizemos mais a esse respeito na seção IV, Historicidade.

Nenhum período histórico é indicado no próprio livro de Jonas, mas, como é evidente, o tempo tencionado é durante ou pouco antes do reinado de Jeroboão II, em que as bem-sucedidas conquistas militares de Israel ampliaram os seus territórios, e houve grande prosperidade material daquele reino, durante o reinado daquele monarca. Nesse caso, o livro data de cerca de 850 A.C.
Alguns estudiosos supõem que o arrependimento em massa dos habitantes de Nínive podería ter sido facilitado por sua tendência pelo monoteísmo (com uma espiritualidade que se aprimorou naquela geração), o que ocorreu durante o reinado de Adade-Nirari III, cujas datas foram cerca de 810—783 A.C. Outrossim, houve grande praga durante o reinado de Assurdã III (cerca de 771—754 A.C.), o que poderia ter impelido os ninivitas a mostrar-se receptivos a uma mensagem de condenação, como a que houve, por meio de Jonas, com o subsequente arrependimento em massa daquela gente. Apesar de tudo, alguns eruditos argumentam em favor de uma data posterior para o livro de Jonas. Examinamos a questão na quinta seçãç, Data.

d. Caráter ímpar do Estilo e da Mensagem de Jonas. O livro de Jonas não consiste em uma coletânea de oráculos, conforme usualmente se vê nos livros proféticos do Antigo Testamento, Antes, é uma espécie de esboço biográfico sobre um importante incidente na vida do profeta Jonas. Outrossim, ele não estava ministrando em favor do povo de Israel, e, sim, em favor de um povo estrangeiro, em contraste com todos os demais escritores proféticos do Antigo Testamento. Em seu simbolismo, o livro repreende os preconceitos do povo de Israel, mas também prevê a experiência crucial de morte e ressurreição de Jesus, o Messias prometido, pois foi com esse sentido que o próprio Senhor Jesus interpretou a experiência de Jonas com o grande peixe, em Mat. 12:39-41.

II. O Nome

Podemos comparar o nome de Jonas com o trecho de Sl 74:19, onde a nação de Israel é chamada de “rola", sendo que o termo hebraico Jonas significa "pomba". Esse era um nome próprio pessoal muito comum em Israel. O pai de Simão Pedro tinha esse nome (ver Mt 16:17 e, no Dicionário, o artigo intitulado Barjonas). Nesse artigo, aprendemos que os tradutores confundem, no Novo Testamento, no tocante ao pai de Simão Pedro, os nomes Jonas e João. O nome Jonas, pomba, era, ao que parece, dado pelas mães a seus filhos como um título afetuoso, pois a pomba é uma ave que demonstra muito carinho com outros membros de sua espécie, sobretudo no ato de cruzamento. Modernamente, tornou-se um símbolo bem conhecido da “paz”. Nas Escrituras vemos que vários nomes de animais eram dados a pessoas, como são os casos de Dorcas, que no grego significa “gazela”, ou de Raquel, que no hebraico significa “ovelha”. Nomes de flores também eram empregados da mesma maneira.

III. O Profeta Jonas e a Autoria do Livro

Muitos eruditos liberais acreditam que nunca existiu um profeta com o nome de Jonas, porquanto o livro que traz esse nome seria, na opinião deles, apenas uma novela religiosa. Embora Jesus o tivesse mencionado por nome (ver Mat. 12:39-41), eles supõem que nem por isso o Mestre tenha afirmado a existência histórica de Jonas, mas apenas citado um apropriada passagem do livro de Jonas, a fim de ilustrar a Sua própria experiência de morte e ressurreição. Outros estudiosos, contudo, insistem que a referência de Jesus a Jonas confirma a sua historicidade. O trecho de 2Rs 14:25 registra o cumprimento da profecia de Jonas, chamando-o de filho de Amitai, além de identificar a sua cidade natal como Gate-Hefer (mencionada em Js 19:13). Ficava no território de Zebulom, cerca de oito quilômetros ao norte de Nazaré. Há uma lenda que faz de Jonas o filho da viúva de Sarepta, o jovem a quem Elíseu enviou para ungir Jeú, a fim de que se tornasse o próximo rei de Israel. Mas os eruditos não levam essa lenda a sério. Outros estudiosos salientam que, embora tenha havido um Jonas histórico, isso não significa que ele escreveu o livro, apesar do fato inegável de que o livro relata um incidente muito importante de sua vida.

Argumentos contra Jonas como Autor do Livro:

1. O livro fala sobre um profeta Jonas, mas não afirma que foi ele quem escreveu o texto. O livro seria uma biografia, mas não uma autobiografia.
2. A ligação do livro com um Jonas histórico, que era um profeta conhecido, seria apenas um artificio literário, e não uma séria afirmação histórica. Isso era um expediente extremamente comum na antigüidade. Os livros pseudepígrafos são a melhor demonstração desse fato.
3. As referências a Jonas, no livro, estão na terceira pessoa do singular. Embora alguns autores se refiram a si mesmos na terceira pessoa, isso favorece mais a idéia de uma biografia (verdadeira ou romântica), e não a idéia de uma autobiografia.
4. Há fortes argumentos em prol de uma data posterior (ver a quinta seção, a seguir) para o livro de Jonas. Nesse caso, é impossível que Jonas, filho de Amitai, tivesse sido o autor do livro. Seu nome pode ter sido arbitrariamente escolhido como aquele que experimentou o que o livro descreve; ou então ele não estava em vista, desde o começo da narrativa. Nesse caso, para essa novela, o nome de Jonas foi arbitrariamente selecionado, sem que houvesse tentativa alguma de identificá-lo como uma personagem histórica.

5. Vários argumentos são contrários à historicidade do livro; e essa argumentação também tem sido empregada pelos críticos contra a historicidade da personagem central, Jonas. Ver sob a quarta seção, a seguir, quanto a pormenores sobre esse item, onde são expostos os contra-argumentos a essas críticas.

Respondendo a essas objeções, observamos o seguinte:

1. Visto que o próprio livro de Jonas em parte alguma diz quem foi o seu autor, o assunto perde a importância, exceto como uma curiosidade para algumas pessoas. Dificilmente podemos testar a ortodoxia ou a espiritualidade de alguém, defendendo ou atacando Jonas como o autor do livro. Aquilo que cremos sobre esse ponto demonstra somente o quanto confiamos ou não nas tradições que têm aparecido, através dos séculos, sobre o livro de Jonas.
2. Sem importar se o uso do nome de Jonas (tendo em mente uma personagem histórica) é um artifício literário ou não, isso jamais poderá ser determinado com segurança. A alusão do Senhor Jesus a Jonas parece afirmar a sua historicidade. Mas dificilmente alguém podería argumentar sobre a historicidade da personagem Jonas meramente com a ajuda de uma citação, pois é impossível determinar o intuito do Senhor Jesus ao fazer essa citação. Os liberais supõem que o próprio Jesus podería ter-se equivocado quanto à questão em foco, se é que Ele pensava em Jonas como uma figura histórica. Naturalmente, Jesus teria confiado nas tradições judaicas, ou teria pensado que a questão não era importante e nem merecesse ser discutida.
3. A referência que o autor faz a si mesmo, na terceira pessoa do singular, é uma prática literária comum, e nada pode ser dito a favor ou contra a autoria de Jonas, tomando-se por base referências indiretas a ele. Esse ponto, pois, deve ser considerado neutro.
4. Os argumentos que dizem respeito à data do livro aparecem na quarta seção, chamada Historicidade.

IV. Historicidade

Na primeira seção, Caracterização Geral, chamamos a atenção para os problemas envolvidos na historicidade do livro de Jonas.

Listamos a seguir os argumentos específicos sobre essa historicidade:
1. Os aramaísmos do livro apontam para uma data posterior, distanciando-o dos dias de Jonas, filho de Amitai. Porém, essa objeção é muito enfraquecida pelo fato de que os aramaísmos também ocorrem em livros antigos do Antigo Testamento, sendo encontrados até mesmo nos épicos de Ras Shamra, encontrados em Ugarite, que datam de cerca de 1400 A.C.
2. Tropeços Históricos. Um erudito tão respeitável quanto Robert Pfeiffer supõe que a designação do imperador da Assíria como "rei de Nínive” (Jn 3:6), e que a descrição de Nínive como “cidade muito importante” (Jn 3:3), sejam asserções historicamente infundadas. Um autor que pertencesse à época sobre a qual escrevia sem dúvida sabería melhor que isso, diz ele. Nínive foi local de palácios reais assírios desde remota antigüidade, mas não foi elevada à posição de capital do reino assírio, senão já nos dias de Sargão II (722—702 A.C.). Apesar de a capital desse império não ser Nínive, na época de Jonas, o que podería impedir o imperador assírio de ser chamado de seu "rei”? Apesar de a designação comum, no Antigo Testamento, ser “rei da Assíria”, não há nada de estranho quanto à pequena variante, "rei de Nínive”. No tocante às dimensões da cidade, como é óbvio, nos dias de Jonas, Nínive não era tão grande assim. Isso posto, as interpretações supõem que os "três dias” mencionados no livro de Jonas falam sobre o tempo que Jonas precisou para pregar nas praças da cidade, e não sobre o tempo que ele gastou para atravessar a cidade a pé, como se estivesse a medi-la em sua extensão. Na época, Nínive tinha cerca de seiscentos mil habitantes. E, embora isso não pareça muito grande, de acordo com os padrões modernos, significa uma gigantesca cidade para os padrões antigos. Quando muito, o autor sagrado "exagerou" sobre o tamanho da cidade. Os pregadores sempre calculam as dimensões de suas audiências mais do que elas realmente são! Devemos admitir, porém, que o trecho deJn 3:3 parece afirmar claramente que seriam necessários três dias de caminhada para que um homem atravessasse a cidade, apesar dos esforços de alguns eruditos para verem a questão sob outro prisma. Quanto a mim, não me preocupo com o tamanho de Nínive, e nem se o autor exagerou um pouco ou não. Mesmo que ele tivesse exagerado as dimensões da cidade, isso não provaria nada contra a historicidade do relato bíblico. Apenas mostraria que o autor caiu em algumas inverdades, muito próprias da exagerada linguagem oriental.

Há duas estranhas atividades que surgem em discussões dessa natureza. A primeira delas é que os estudiosos liberais, em sua ansiedade por descobrir problemas na Bíblia, dão imensa importância a pequenos detalhes, a fim de tentarem consubstanciar sua posição. E a segunda é que os eruditos conservadores não hesitam em distorcer os textos sagrados, a fim de que digam coisas que, na verdade, não dizem, porquanto eles são incapazes de tolerar (psicologicamente) a idéia de que, nas Santas Escrituras, podem ser encontrados quaisquer equívocos, de qualquer natureza. Ambas essas atividades são bastante infantis, e nada têm que ver com a fé e a espiritualidade.
3. O Relato sobre o Grande Peixe. Os estudiosos liberais simplesmente não vêem como um homem poderia sobreviver por três dias no ventre de uma baleia, ou de nenhuma peixe. Não crêem que qualquer espécie de peixe seja capaz de engolir um homem vivo. Daí, pensam que essa porção do relato sobre Jonas deve ser apenas uma ficção divertida, e que, por causa disso, devemos pôr em dúvida a história inteira, como uma produção literária destituída de seriedade. Histórias sobre peixes, dizem eles, fazem parte das lendas e do folclore. E os eruditos conservadores, pensando que os liberais conseguiram marcar um tento, chegam ao extremo de dizer que Deus criou um peixe especial para engolir Jonas. Para exemplificar isso, vemos que até a prestigiosa enciclopédia Zondervan precisou apelar para o sobrenatural, a fim de dar foros de autenticidade ao relato sobre o grande peixe de Jonas. Lemos ali: “Aceitando o sobrenatural—preparou o Senhor um grande peixe (Jn 1:17)—teremos removido toda a dificuldade”. Outros estudiosos conservadores apelam para o dogma. Assim, Jesus falou sobre o peixe. Logo, teria de ser um peixe real, e não mera lenda. No entanto, ambas as abordagens são desnecessárias. Incidentes fartamente documentados mostram que algumas espécies de baleias são capazes de engolir um homem; e também que alguns homens realmente sobreviveram a tão bizarra experiência. Ver a sexta seção, História do Grande Peixe, onde há uma demonstração desse fato.

4. Poder Demasiado na Pregação de Jonas. Alguns eruditos nâo conseguem crer que um judeu cheio de preconceitos, ao pregar sua mensagem de condenação, fosse capaz de fazer vergar os orgulhosos ninivitas. Uma canção popular americana exalta a cidade de Chicago. Uma das coisas que se diz nessa canção é que Chicago é cidade tão incomum que nem Billy Sunday foi capaz de fechá-la. Billy Sunday foi um pregador de tal modo poderoso que, em certas cidades onde ele pregava, havia mudanças tão radicais na conduta do povo que as forças policiais puderam ter o seu número reduzido. Não obstante, ele não teria conseguido vergar Chicago! E assim também, os liberais não vêem como Jonas teria podido submeter qs ninivitas! Os conservadores, por sua parte, apelam para o poder de Deus. É possível que Ninive tenha passado por uma melhoria espiritual, tendo abraçado o monoteísmo, depois que seus habitantes sofreram uma praga devastadora. Essa praga poderia ter abrandado o fanatismo pagão dos ninivitas, preparando a cidade para a pregação de Jonas. Já comentamos sobre isso em l.c., Pano de Fundo Histórico. Devemos observar, porém, que toda essa discussão é fútil e supérflua. Nossa crença sobre o que Jonas poderia ter feito depende apenas de nossos sentimentos subjetivos sobre o poder de sua prédica. Nada há de estranho, porém, quanto a conversões em massa, ou quanto a multidões se deixarem influenciar por uma retórica inflamada. Consideremos como Hitler conseguia arrebatar multidões de seus ouvintes alemães, com alguns discursos.

5. O Livro de Jonas tem Escopo Universal. A leitura do Antigo Testamento dá-nos a impressão de que o povo de Israel era exclusivista. O livro de Jonas, todavia, reflete uma atitude universalista, que caracteriza os tempos posteriores daquela nação. Assim, na opinião de alguns, não passa de um anacronismo o interesse de Deus pelos ninivitas. Isso no caso de insistirmos sobre uma data mais antiga para o livro. Mas, contra isso, frisa-se o fato de que o pacto estabelecido com Noé (Gn 9:9) tinha em mira todos os povos; e também que o pacto abraâmico (Gn 12:1 ss.J apresenta-o claramente como pai espiritual de muitas nações; ou, pelo menos, em Abraão todas as famílias da terra seriam abençoadas. Isso pode ser confrontado com Is 42:6,Is 42:7 e Is 49:6. Talvez houvesse muitos judeus exclusivistas, mas a própria Bíblia não assume tal posição!

Seja como for, os judeus, desde os tempos mais remotos, consideram o livro de Jonas uma obra histórica. Ver alusões a isso em III Macabeus 6.8; Tobias 14.4,8 e Josefo (Anti. 9.10,2). Jesus também considerou Jonas uma personagem histórica (Mt 12:9 ss.; Mt 16:4 ss.; Lc 11:29). É verdade que alguns eruditos modernos pensam que a passagem de Mt 12:9 é uma interpolação posterior. Porém, não há evidência disso nos manuscritos.

V. Data

Se partirmos do pressuposto de que foi Jonas, filho de Amitai, quem escreveu o livro que leva seu nome, então essa obra foi produzida em cerca de 750 A.C. Tudo depende, porém, da historicidade do livro (o que é ventilado na quarta seção, Historicidade) e na suposição de que o autor foi o Jonas que é a figura central do livro. Uma data tão recente quanto 200 A.C. poderia ser aceita, se o livro não passasse de uma novela religiosa, segundo alguns têm dito. Pelo menos sabe-se que o livro deve ter sido escrito antes do livro apócrifo de Eclesiástico (49:10), que alude à existência dos livros dos doze profetas menores. O trecho de Tobias 14.4,8 tece referências ao livro de Jonas, e a maioria dos estudiosos pensa que o livro de Tobias foi escrito antes do ano 200 A.C.

Argumentos em Favor de uma Data Mais Recente. Vários dos pontos expostos na quarta seção, Historicidade, os quais afirmam que o livro não está ligado ao período histórico aceito pela tradição, também se aplicam à questão de uma data mais recente do livro. A isso, adicionamos:

1. O trecho de Jn 3:3 parece falar sobre Ninive como cidade que não mais existia quando o autor sagrado escreveu o livro. O texto diz ali: “... Ninive era...”. Porém, contra esse argumento tem sido salientado que há uma construção gramatical similar, no caso de Emaús, quando a cidade continuava existindo (ver Lc 24:13). Admite-se, todavia, que é estranho dizer-se que Ninive “era”, se ela continuava existindo quando o autor sagrado escreveu.

2. O autor do livro de Jonas parece ter tido conhecimento de profetas posteriores, e ele chega a aludir aos escritos deles. Assim, conforme alguns estudiosos pensam, o trecho de Jn 3:10 reflete Jr 18:1 reflete Jl 1:13 ss.; o de Jn 3:9 reflete Jl 2:14, e o de Jn 4:2 reflete Jl 2:13. Todavia, o que sentimos sobre essa questão depende, em muito, daquilo que quisermos ler nas entrelinhas do texto sagrado ou deixar de fora das passagens envolvidas.

3. O salmo de ação de graças (Jon. 2.1 —9) reflete os salmos canônicos, alguns dos quais, segundo se supõe, foram compostos posteriormente, não tendo sido da autoria de Davi. Mas os estudos mostram que os salmos, grosso modo, refletem a antiga literatura cananéia, devendo ser reputados como antiqüíssimos.

A atribuição do livro de Jonas a uma data mais recente repousa sobre o tipo de mensagem que o leitor percebe no livro. Se a obra é alegórica e reflete um período no qual o judaísmo se universalizava, então a data posterior faz sentido. Mas se o livro é de natureza histórica, então precisamos afirmar que houve alguma universalização nos sentimentos de Israel, desde bem antes do período helenista (ver a respeito no Dicionário). Os argumentos em favor e contra uma data mais recente, como se vê, não são conclusivos.

VI. História do Grande Peixe: Sua Historicidade e Tipologia

Uma das características interessantes do livro de Jonas, se não a mais notável, é o relato de como Jonas foi engolido por um grande peixe (presumivelmente, uma baleia), mas foi capaz de sobreviver à prova, apesar de ter permanecido no ventre do peixe por três dias! Há possibilidades científicas de uma coisa assim, realmente, suceder?
1. Historicidade da Narrativa. Ver sob a quarta seção, Historicidade, em seu terceiro ponto, O Relato sobre o Grande Peixe. Ali damos uma boa descrição sobre como os liberais e os conservadores têm argumentado sobre esse item. O material que se segue mostra que, de fato, tal coisa pode acontecer.

Será possível ser engolido por uma baleia e continuar vivo para contar a história? A ciência responde “Não”, mas a resposta correta é “Sim”. Os registros oficiais do Almirantado Britânico fornecem evidências documentadas sobre a espantosa aventura de James Bartley, um marinheiro britânico que foi engolido por uma baleia e escapou com vida para contar a história! O Sr. Bartley estava fazendo sua primeira viagem (que terminou também sendo a única) como marinheiro de um navio baleeiro, cujo nome era Estrela do Oriente, em fevereiro do ano de 1891. Estavam algumas centenas de quilômetros a leste das ilhas Falkland, no Atlântico Sul.

Em certo momento foi arpoada uma grande baleia, que então mergulhou às profundezas abissais. Quando ela subiu para respirar, ocorreu que seu corpanzil esmigalhou o bote, e muitos homens caíram no mar. Dois homens não puderam ser encontrados, e um deles era o Sr. Bartley. Depois de muito serem procurados, foram dados finalmente por perdidos. Pouco antes do pôr-do-sol, naquele mesmo dia, a baleia moribunda flutuou até à superfície. A tripulação rapidamente prendeu uma corda na baleia e a arrastou até o navio-mãe. Posto que era tempo de verão, foi necessário despedaçar imediatamente o gigantesco animal. A baleia foi sendo cortada em pedaços. Pouco depois das onze horas da noite, os exaustos tripulantes removeram o estômago e o enorme figado da baleia. Esses pedaços foram levados para a coberta e notou-se que havia algum movimento no interior do estômago da baleia.

Fizeram uma grande incisão no estômago da baleia, e apareceu um pé humano. Era James Bartley, dobrado em dois, inconsciente, mas ainda vivo. Bartley soltava grunhidos incoerentes ao recuperar um pouco mais a consciência, e durante cerca de duas semanas pendeu entre a vida e a morte. Passou-se um mês inteiro antes que pudesse contar perfeitamente a história do que lhe acontecera. Lembrava-se de que, quando a baleia atingiu o bote, ele foi atirado no ar. Ao cair, foi engolfado pela gigantesca boca da baleia. Passou por fileiras de minúsculos e afiados dentes, e sentiu uma dor lancinante. Percebeu que estava escorregando por um tubo liso, e então desapareceu na escuridão. De nada mais se lembrava, senão depois de ter recuperado a consciência, uma vez libertado do estômago da baleia.
Muitos médicos de vários países vieram examiná-lo. Viveu mais dezoito anos depois dessa experiência. Sua pele ficara com uma desnatural coloração esbranquiçada, mas ele não sofreu outros maus efeitos além desse. Na lápide de seu túmulo foi escrito um breve relato de sua experiência, com o acréscimo: “James Bartley, 1879 a 1909, um moderno Jonas” (extraído do livro Stranger Than Science, por Frank Edwards, págs. 11-13).

2. Tipologia. A experiência de Jonas é um tipo de como Jesus, o Cristo, haveria de ficar retido em um sepulcro, para ressuscitar dentre os mortos, três dias mais tarde. Esse símbolo era um “sinal” para os mestres judeus incrédulos, os quais estavam submetendo Jesus a teste, quanto às suas reivindicações messiânicas. Jesus repreendeu aqueles que queriam receber o sinal, como necessário, porque isso comprovava que aqueles homens perversos estavam espiritualmente cegos. Em tal estado de trevas, precisavam de sinais e não eram capazes de reconhecer as realidades espirituais. Jesus recusou-se a realizar algum grande milagre, a fim de autenticar Suas reivindicações. Ele já havia feito isso, com abundância. E eles já tinham rejeitado todos os sinais que Ele fizera. Portanto, o Senhor lhes ofereceu um sinal bíblico. Por assim dizer, Jonas morreu e então retornou à vida. Por semelhante modo, Jesus morrería, de fato, mas ressuscitaria. Ver no Dicionário os artigos intitulados Ressurreição e Ressurreição de Cristo. O Senhor ressurrecto tornou-se o doador da vida eterna àqueles que nEle confiam, que passam a ser moldados segundo a Sua imagem. Parte da condenação de Jesus aos mestres incrédulos consistiu no fato de que os ninivitas, habitantes de uma cidade pagã, se tinham arrependido em face da pregação de Jonas. E, no entanto, Aquele que era muito maior do que Jonas pregara e mostrara sinais aos teimosos mestres judeus, mas estes se recusaram a arrepender-se. Isso significava que Deus haveria de tratar com eles com grande severidade. A ressurreição de Jesus Cristo, como é claro, foi o sinal final e definitivo das reivindicações de Jesus, como Messias prometido e Salvador.

VII. Ocasião e Propósitos do Livro

O livro de Jonas é uma ilustração veterotestamentária da verdade contida em Jo 3:16. “Deus amou o mundo de tal maneira”, que tomou as providências para que houvesse uma missão de misericórdia, com a finalidade de prover remédio para o pecado e para a degradação moral e espiritual. Se Deus teve tanto interesse pela sorte de Nínive, então todos os povos devem ser vistos como objetos de Seu amor.

Se os estudiosos liberais estão com a razão, então um dos propósitos do livro de Jonas era atacar os preconceitos judaicos, mostrando que Deus está interessado nos pagãos, e não meramente no povo de Israel. Nesse caso, teríamos um propósito polêmico no livro. Também poderiamos encarar esse propósito como didático. O autor não estaria sendo beligerante. Estava meramente procurando ensinar Israel acerca do interesse de Deus pelos demais povos da terra. O perdão divino é muito amplo; Seu amor vai desde os mais altos céus até os mais profundos infernos.
Outro propósito possível era mostrar que a própria nação de Israel deveria interessar-se pelas missões às nações. Nesse caso, o livro é uma espécie de antigo evangelho, cujo intento é impelir à atividade missionária.
O Julgamento é Remedial. Deus não tem prazer na destruição e na dor. Contudo, destruição e dor podem ser aplicadas quando se fazem necessárias. O juízo divino tem por escopo produzir nos homens o arrependimento. O trecho de 1Pe 4:6 mostra que esse princípio continua atuante no pós-túmulo, e não apenas durante a vida biológica do indivíduo.

VIII. Pontos de Vista Teológicos

1. Deus é o governante universal, razão pela qual tem o direito de convocar qualquer nação ao arrependimento.

2. Na qualidade de governante universal, Deus também é o juiz universal. Se os homens não derem ouvidos à sua chamada ao arrependimento, então Deus os julgará (Jn 3:4).

3. Deus, contudo, é o Salvador universal. Jonas foi enviado para salvação de Nínive, e não para obter a destruição da cidade. O próprio profeta sentiu-se contrariado quando Nínive se arrependeu e foi poupada. Ele gostaria de ter visto o cumprimento de sua profecia de condenação. Deus, porém, não concordou com essa atitude. Ver Jn 4:10,Jn 4:11.

4. O Abundante Amor de Deus. O amor de Deus é permanente e abundante (Jn 4:2). Chega mesmo a envolver os animais irracionais (ver o vs. 11). Assim chegou aos pagãos. Não era coisa pequena, se Nínive viesse a perecer. Vemos aí, novamente, a mensagem de Jo 3:16, que contraria uma aplicação exclusivista do amor de Deus a qualquer grupo. Isso se volta contra todo o tipo de exclusivismo, incluindo o calvinismo radical (ver a respeito no Dicionário).

5. Os Preconceitos Exclusivistas São um Erro. É moralmente errado alguém ser um bitolado religioso, que nada pode ver de bom além de seu próprio grupo ou denominação. É bom o homem ter uma visão mais universal, reconhecendo que Deus é verdadeiramente o Pai de todos os povos, embora haja uma paternidade divina e especial no caso dos remidos (que podem ser de qualquer raça, nação, seita ou denominação, não nos esqueçamos disso).

6. A Motivação Missionária. Devemos preocupar-nos com a propagação da mensagem espiritual e com a salvação das almas.

7. O propósito remedial do julgamento divino já foi abordado, na sétima seção, último parágrafo.

IX. Esboço do Conteúdo

1. Chamada ao Profeta Desobediente (Jn 1)

a. A fuga de Jonas (Jn 1:1-3)

b. A confissão de Jonas (Jn 1:8-12)

2. Jonas Livrado pela Misericórdia Divina (Jn 2)

3. Nova Comissão Divina e Obediência de Jonas (Jn 3)

a. Jonas em Nínive (Jn 3:1-4)

b. Os ninivitas se arrependem (Jn 3:5-9)

c. A cidade de Nínive é poupada (Jo 3:10)

4. A Consternação de Jonas e os Cuidados de Deus (Jn 4)

a. A indignação de Jonas (Jn 4:1-4)

b. A história da trepadeira (Jn 4:5-10)

c. O amor de Deus por todos os homens (Jo 4:11)

X. Bibliografia

AM 2B LAE PR PU YO Z

Ao Leitor

Um estudante sério, antes de lançar-se ao estudo do livro de Jonas, tirará vantagem da Introdução, onde discuto assuntos importantes para a compreensão do livro: caracterização geral; título; o profeta Jonas e a autoria do livro; historicidade; data; a história do grande peixe; sua historicidade e tipologia; ocasião e propósitos; pontos de vista teológicos.

Jonas é o Jo 3:16 do Antigo Testamento. Deus está interessado na salvação dos pagãos, pois tem misericórdia e se interessa até pelos animais! (Jn 4:11). De fato, o livro de Jonas termina com uma declaração sobre esse interesse divino. Esse breve toque concernente os animais ultrapassa a visão do próprio apóstolo Paulo, refletida em 1Co 9:9.

O Anti-semitismo e Outros Antinacionalismos. Sim, ao longo de toda a história, acompanhamos a trilha do ódio contra os judeus. Mas também encontramos muita evidência de ódio dos judeus pelos não-judeus. O profeta Jonas não queria perder seu tempo na Assíria (cuja capital era Nlnive). Que os ninivitas perecessem! era o seu lema. O livro de Jonas, entretanto, olha para além dessa marca e, de fato, foi escrito para corrigir esse tipo de atitude. Assim sendo, esse livro antecipa a missão gentílica da igreja cristã.

O amor de Deus é a base do ideal para levar aos pagãos a mensagem divina de arrependimento e salvação eterna. Essa é a maior força motivadora nesta ou em qualquer outra época.

Comprando Tempo. Se o livro de Jonas foi escrito em cerca de 740 A. C., então isso ocorreu cerca de 130 anos antes da queda da Assíria diante dos babilônios. Podemos dizer, legitimamente, portanto, que, ao obedecer à voz de Jonas para arrepender-se, a Assíria tenha comprado cerca de 130 anos de vida nacional extra. Naturalmente, não há nenhum registro assírio sobre um judeu que pregou para eles e os beneficiou; mas esse tipo de informação provavelmente seria suprimido dos registros nacionais assírios. Há um paraleio a isso no momento presente. As profecias sobre o tempo do fim parecem tardias. Tem sido predito que a década de 1990 seria um tempo critico, e que explodiriam grandes acontecimentos pelo fim do presente século XX. Talvez, de alguma maneira, o mundo tenha comprado um pouco de tempo, e o cumprimento das profecias tenha sido adiado. No momento presente (escrevo em novembro de 1
997) nenhum grande acontecimento parece provável pelo ano 2000. Em todas as nossas sábias profecias, não fomos capazes de antecipar o colapso do comunismo, o que deixou os Estados Unidos da América como a única superpotência mundial neste fim do século. Isso significa que nenhum grande conflito mundial é provável no futuro previsível.

Este livro relativamente pequeno, com 4 capítulos e 48 versículos, pertence aos chamados Profetas Menores (os últimos 12 livros do Antigo Testamento). O termo menores, da expressão Profetas Menores, refere-se meramente à quantidade de material escrito que esses profetas produziram, e não tem nada que ver com a sua importância pessoal. Isso posto, a pequena quantidade de material é comparada ao grande acúmulo de material produzido pelos Profetas Maiores: Isaías, Jeremias e Ezequiel.

Ver o gráfico no começo do livro de Oséias, onde apresento informações sobre os profetas do Antigo Testamento. Os antigos eruditos judeus chamavam os Profetas Menores de “Livro dos Doze”, pois eram agrupados todos juntos num rolo, como se formassem um único livro.

Um Livro Profético Diferente. O livro de Jonas não contém nenhum oráculo, uma das principais características dos demais livros proféticos. Também não contém seções poéticas. Antes, consiste em um relato prosaico da missão relutante de um profeta judeu a uma nação pagã. Enfatiza o ideal: a missão de Israel como mestra de todas as nações. Ver Gên. 12:1-3; Is 42:6,Is 42:7 e Is 49:6. Ver especialmente Is 11:9: “A terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar".


Champlin - Introdução ao Capítulo 1 do Livro de Jonas

O Profeta que Fugiu de Deus (Jn 1:1-17)

Jonas foi um profeta regularmente comissionado por Deus. Yahweh estava por trás de sua missão; foi Ele quem deu a Jonas sua mensagem. Mas, de diferentemente de outros profetas de Israel e Judá, Jonas foi chamado para fazer algo que não estava em seu coração. Assim sendo, ele fugiu para escapar da desagradável tarefa de pregar à pagã cidade de Ninive.


Champlin - Introdução ao Capítulo 1 do Livro de Jonas
Introdução ao Livro O profeta e a mensagem A referência a Amitai, o pai de Jonas (Jn 1:1), é a única informação que o livro de Jonas (= Jn) fornece para a identificação pessoal do profeta. É a mesma informação que se encontra em 2Rs 14:23-25, onde se acrescenta que Jonas viveu nos dias de Jeroboão II, rei de Israel (783-743 a.C.). No entanto, ao contrário do habitual, em que a pessoa do profeta recebia uma atenção apenas circunstancial (conforme Is 6:5; Jr 7:1-15; Jr 26:1-19), o livro de Jonas, provavelmente escrito muito mais tarde, consiste do princípio ao fim em uma espécie de relato biográfico. Relata as peripécias protagonizadas pelo próprio profeta, um homem que, contra a sua vontade, é enviado por Deus para cumprir fora de Israel, em Nínive, a longínqua capital do Império Assírio, a árdua tarefa de anunciar aos seus habitantes que, ao final de quarenta dias, a cidade seria destruída (Jn 3:4). A narrativa apresenta Nínive como paradigma do pecado. Aos olhos de Deus, a maldade, ali, cresceu (Jn 1:2) a ponto de já ter sido decretado o seu castigo iminente. A gravidade do assunto torna extremamente delicada a missão do profeta. Este, consciente do problema, busca na fuga a maneira de escapar de sua responsabilidade e, ao invés de seguir o caminho por terra para o oriente, em direção à capital da Assíria, embarca em um navio rumo a Társis, para o ocidente, a fim de escapar “da presença do SENHOR” (Jn 1:3). Da perspectiva da sua negativa em cumprir a ordem divina, Jonas pode ser comparado a outros profetas do Antigo Testamento que também relutaram em aceitar a missão que Deus lhes confiava. Moisés, Elias, Jeremias e outros, recorrendo a possíveis razões de incompetência, debilidade ou temor, tentaram, assim como Jonas, eximir-se da responsabilidade que Deus colocava sobre os seus ombros. Mas foi provavelmente Jonas o profeta que, com maior tenacidade, manteve a sua recusa. E, quando se viu forçado a ir a Nínive e transmitir a mensagem de que era portador, o fez zangado, chegando ao extremo de lamentar amargamente a salvação da cidade à qual ele havia anunciado a iminência do desastre. Doeu-lhe o fato de os ninivitas terem se convertido da sua má conduta e de ter Deus voltado atrás “do mal que tinha dito lhes faria e não o fez” (Jn 3:10). Jonas, que não tivera medo de confessar a sua nacionalidade e a sua fé (Jn 1:9) e que até mesmo não tivera dúvida em oferecer a sua vida para que outros se salvassem (Jn 1:11-12). Este livro tem notável valor simbólico, recolhido pelo Novo Testamento nas palavras de Jesus a respeito do “sinal de Jonas”. Quando alguns escribas e fariseus lhe pediram que fizesse um sinal sobrenatural, Jesus, relacionando a sua própria morte com a história do profeta, responde-lhes que não daria outro sinal senão o de Jonas (Mt 12:40). Esboço: 1. Jonas foge do SENHOR (Jn 1:1-17) 2. Oração de Jonas (Jn 2:1-10) 3. Nínive se arrepende (Jn 3:1-10) 4. O descontentamento de Jonas e a misericórdia de Deus (Jn 4:1-11)

Champlin - Comentários de Jonas Capítulo 1 do versículo 1 até o 5

Jn 1:1

Veio a palavra do Senhor a Jonas, Temos aqui uma nota regular que introduz os escritos proféticos. Yahweh estava interessado em alterar as coisas; Ele entregou uma mensagem a um profeta escolhido e autorizado; Sua palavra foi dada por revelação. Conforme Os 1:1; Jl 1:1; Mq 1:1; Sf 1:1; Ag 1:1 e Zc 1:1. Ver no Dicionário os verbetes chamados Revelação e Inspiração.

Note o leitor que está em vista a Soberania de Deus (ver a respeito no Dicionário). A vontade divina operava em favor dos pagãos. Yahweh estava intervindo em Sua criação. Deus criou, mas continua presente na criação, estando sempre pronto para intervir, recompensar ou punir. A isso chamamos de Teísmo. Em contraste, o Deismo ensina que a força criativa (pessoal ou impessoal) abandonou sua criação aos cuidados das leis naturais. Há artigos sobre ambos os termos, no Dicionário.

A Jonas. Quanto ao pouco que se sabe ou se conjectura sobre esse homem, ver a Introdução, seção III. Discuto sobre o nome Jonas na seção I. Jonas significa pomba, e há algo de apropriado nesse relato parabólico, visto que a pomba era um dos símbolos de Israel.

Filho de Amitai. “Essas palavras identificam Jonas com o profeta referido em 2Rs 14:25. Mas não se encontra nenhuma outra marca identificadora” (James D. Smart, in loc.). Esse autor assume a interpretação parabólica (em vez da interpretação histórica) do livro.

Jn 1:2
Dispõe-te, vai à grande cidade
de Ninive. Sobre a cidade de “Ninive” dou um completo relato histórico, no Dicionário. Capital da Assíria, localizava-se nas margens orientais do rio Tigre, e é a moderna cidade de Mosul. Foi destruída em 612 A. C. pelos medos, os quais, entretanto, mantiveram sua giória e sua lenda. Os assírios foram os culpados de muita confusão havida tanto em Israel quanto em Judá. Ver no Dicionário o artigo chamado Assíria. Dessa forma Jonas não somente foi enviado para um centro pagão dos principais, mas também a uma cidade que havia maltratado os israelitas. Ambos os fatos contribuíram para sua relutância e sua fuga inicial. Yahweh queria que a mensagem de condenação fosse levada àquela cidade, para que o medo se instalasse no coração dos assírios. Se eles se arrependessem, conforme era o objetivo da missão de Jonas, seriam poupados da iminente destruição.

Os assírios realmente se arrependeram e, por esse motivo, receberam 130 anos extras de vida nacional. Ver as observações sob “Ao Leitor”, sob o subtítulo Comprando Tempo, onde comparo essa circunstância às profecias relativas aos nossos próprios dias. A iniqüidade pagã poderia ser apagada pelo arrependimento e pelo reconhecimento de que Yahweh é Deus, o que, segundo presumimos fazia parte da mensagem de Jonas. Ninive, como é óbvio, era um centro de idolatria pagã, sendo esse o pecado fundamental do qual todos os outros pecados se originavam. Nabu era o cabeça do panteão assírio. Yahweh é o supremo governante do mundo e deve julgar o pecado onde quer que ele seja encontrado. Mas o Senhor também tem poder para perdoar e restaurar.

A sua malícia subiu até mim. Deus está nos céus, muito elevado, mas sabe o que está acontecendo na terra, que é o escabelo de Seus pés. Deus criou o mundo, mas também intervém, recompensando ou punindo. Essa é a essência do Teísmo (ver a respeito no Dicionário). Contrastar isso com o Deísmo (ver também no Dicionário), que supõe que o criador (pessoal ou impessoal) abandonou a sua criação ao governo das leis naturais.

Jn 1:3

Jonas se dispôs, mas para fugir da presença do Senhor para Társis.

Jonas não queria ter nada com a pagã cidade de Ninive, pelo que fugiu, desobedecendo assim à voz de Yahweh. Jonas fugiu da presença do Senhor, porque Deus estava lá em cima, olhando para baixo e tornando-se conhecido dos profetas. Jonas foi para Jope (ver a respeito no Dicionário). Essa é a moderna cidade de Jafa, o único porto marítimo da ininterrupta costa marítima da Palestina, ao sul do monte Carmelo. A intenção de Jonas era chegar a Társis (ver o artigo desse nome no Dicionário). Provavelmente esse lugar deve ser identificado com Tartessos, no sul da Espanha, no extremo ocidental do mar Mediterrâneo, a cerca de 4.000 km de distância. Parece que a moderna cidade espanhola de Aracena assinala o local da antiga cidade de Társis ou Tartessos. É provável que Társis fosse uma colônia fenícia (ver Is 23:1,Is 23:6,Is 23:10). Mantinha lucrativo comércio com Tiro (ver Eze. 27.12). Esse era o ponto ocidental mais distante onde os navios fenícios podiam conduzi-lo, pois Jonas queria ir o mais distante possível de Ninive, que ficava a nordeste da Palestina. Ele se envolvería em uma nova vida e esquecería sua atividade como profeta do Senhor. A presença do Senhor e Seu programa missionário assustavam e desgostavam a Jonas. Sua fuga trazia-lhe alívio mental.

Era uma idéia comum entre os povos antigos de que os deuses mantinham jurisdição sobre áreas específicas do mundo. É possível que Jonas compartilhasse dessa crença. Em Társis, Jonas supostamente estaria fora do território de Yahweh, ou seja, livre de Suas exigências. A presença de Yahweh se tornara intolerável para ele. No entanto, Jonas precisava de uma mudança de atitude, e não de uma mudança de localização geográfica. Conforme disse Sêneca, ninguém muda o próprio coração mudando de “céu”, embora a distância para onde ele queria ir fosse igual à distância entre o extremo norte do Brasil e o extremo sul.
Note também o leitor que Jonas tinha dinheiro suficiente para pagar por tão longa viagem. Usualmente na vida mais está envolvido na vida do que ter dinheiro bastante para aquilo que queremos. Existem questões mais vitais do que isso.

Jn 1:4

Mas o Senhor lançou sobre o mar um forte vento, e fez-se no mar uma grande tempestade. A cena seguinte da história é Jonas no navio. Ele comprou sua passagem em Jope e estava agora, feliz, a caminho da “liberdade" de Deus e da responsabilidade missionária. Estava prestes a fazer o que queria, em vez de cumprir os requisitos de sua missão. Portanto, era como um “cristão" típico de nossos dias. Deus é a principal personagem da narrativa, o poder por trás dos bastidores. Portanto, Deus usou um de seus servos, o vento, e em breve manifestou grande tempestade, que ameaçava naufragar a embarcação com suas ondas gigantescas. O navio estava a ponto de partir-se, conforme diziam os marinheiros, que conheciam as lides do mar.

“Nenhuma mudança de ambiente, nem montanhas, nem o mar, nem o deserto, nem mudança de altitude, latitude ou longitude, poderia ajudar Jonas a escapar... Deus estava por onde ele fosse; Deus estava na Palestina, em Jope, em Társis — e continuaria a seguir a Jon.” (William Scarlett, in loc).

“Ninguém pode escapar de Deus (ver Sal. 139:7-12)... De súbito, o navio teve de enfrentar uma tempestade tão feroz que parecia impossível não naufragar. Essa tempestade foi uma ação direta de Deus, a fim de bloquear a fuga rebelde de Jonas... Deus é o criador e o soberano de todo o mundo criado” (James D. Smart, in loc).

Jn 1:5

Então os marinheiros, cheios de medo, clamavam cada um ao seu deus.
Os marinheiros tinham plena consciência da natureza crítica da situação e começaram a invocar, cada um, o seu deus. Foram forçados a despejar no mar toda a carga preciosa que transportavam de Jope a Társis, para aliviar o navio, e assim, se possível, escapar com vida. Jonas, em contraste, abandonou Yahweh e não estava fazendo nenhuma oração. De fato, ele estava tranqüilo e tinha descido ao porão do navio, a fim de dormir. Nem mesmo a tempestade mais feroz foi capaz de despertá-lo; mas em breve o grande peixe haveria de fazê-lo, A embarcação, aliviada de sua carga, flutuava agora mais alta sobre a superfície do mar, o que ajudava a evitar que afundasse. Porém, medidas heróicas não exerceríam efeito sobre a ameaça. Enquanto isso, Jonas, o nosso homem, estava deitado, indiferente à sua tarefa em Ninive; ele era o homem que estava tentando escapar de Deus; ele dormia, apático diante do perigo que estava enfrentando; contente com a vida que tinha arranjado para si mesmo. De fato, ele era o anti-herói, mas não demoraria muito e seria forçado a tornar-se um herói relutante. Jonas era o homem despreocupado e sem lealdade no tocante a qualquer labor significativo.


Champlin - Comentários de Jonas Capítulo 1 versículo 1
Jonas, filho de Amitai:
Conforme 2Rs 14:25.

Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Introdução ao Livro de Jonas
O Livro de JONAS

Autor O quinto livro dentre os doze Profetas Menores recebe o nome do seu personagem principal, Jonas, filho de Amitai (1.1). De Amitai, nada se sabe. Além desta narrativa, Jonas só é mencionado em 2Rs 14:25, como “Jonas, filho de Amitai, o profeta, o qual era de Gate-Hefer”, o proclamador da graça de Deus para o reino do Norte de Israel durante o reinado de Jeroboão II (793-753 a.C.). De acordo com essa profecia, Jeroboão estendeu os limites de seu reino para além das fronteiras da Síria. A mensagem divina dirigida a Nínive que se encontra neste livro foi proferida pelo próprio Jonas, embora o autor da narrativa escrita seja desconhecido.

Data e Ocasião

Baseado em 2Rs 14:25, os acontecimentos registrados no livro de Jonas devem ser localizados no século VIII a.C. Contudo, determinar a cronologia de composição do livro é tarefa bastante difícil, por essa razão a data de sua composição tem sido calculada variadamente entre o século VIII e III a.C. É preciso observar que não há no texto nenhuma evidência conclusiva que elimine a possibilidade de este livro ter sido escrito no século VIII (3.3, nota).

O reino de Jeroboão II oferece o contexto histórico para a história de Jonas. Esse monarca foi um dos grandes líderes militares da história de Israel. De acordo com 2Rs 14:25-28, ele impôs sua autoridade sobre os territórios de Damasco e Hamate, restaurando assim a fronteira norte de Israel para os limites que havia atingido nos tempos de Salomão (1Rs 8:65). É sabido que o reinado de Jeroboão, assim como o do seu contemporâneo judeu Azarias (também chamado Uzias, 792-740 a.C.), iniciaram um período de notável paz e prosperidade. Tanto Elizeu quanto Jonas profetizaram (13 19:12-13.25'>2Rs 13:19-25; 14:25), que o reino do Norte viveria uma expansão territorial em detrimento da Síria. Pelo que indicam o crescimento da população, a expansão territorial e a atividade comercial, Israel foi realmente abençoada por Deus.

Contudo, esse não era o quadro pintado alguns anos antes pelos profetas Oséias e Amós, quando o reino caíra em decadência social, moral e religiosa. Suas mensagens, então, consistiam parcialmente em acusações e condenação das nações por reunirem a adoração determinada pelo Senhor com a idolatria dos povos vizinhos (sincretismo religioso) e pela injustiça social (Os 2:1-13; 4.1—5.14; Am 2:6-16; 3.9-15).

Apesar do foco narrativo fixar-se no profeta, o livro de Jonas é uma história sobre a misericórdia e o amor de Deus. O Senhor era o Deus de Israel, e aquela nação fora o receptáculo de sua misericórdia e salvação. Mas Jonas, juntamente com muitos de seus compatriotas, havia reagido com um orgulho nacional e um particularismo étnico que o cegou para o grande alcance da graça de Deus. Jonas haveria de aprender, com toda a nação, que Israel não possuía o monopólio do amor redentor de Deus (At 10:34-35; Rm 3:29). A história confirma as palavras de Sl 145:8: “Benigno e misericordioso é o Senhor, tardio em irar-se e de grande clemência”.

Dificuldades de Interpretação Alguns estudiosos têm desafiado a unidade literária do livro de Jonas, sugerindo teorias de autoria múltipla ou de mudanças substanciais feitas por um redator posterior. Mais recentemente, foram levantadas algumas questões quanto à autenticidade do salmo de agradecimento de Jonas, em 2:2-9. Essa controvérsia quanto à falta de unidade literária não é muito convincente.

Quanto à interpretação da história de Jonas, propriamente dita, sugerem-se quatro abordagens distintas: alegoria, midrash, parábola e narrativa histórica.

A alegoria é um método de ensino de verdades ou princípios através de narrativas fictícias e simbólicas. Um bom exemplo é o Pilgrim’s Progress (“O Peregrino”), de John Bunyan, uma emocionante história fictícia que transmite a verdade de que a vida cristã é uma peregrinação espiritual. Contudo, o texto de Jonas não oferece nenhuma indicação conclusiva de que requeira uma interpretação alegórica.

Midrash é um tipo de comentário sobre as Escrituras tradicionalmente realizado pelos estudiosos judeus durante os primeiros mil anos da era cristã. Jonas é considerado por alguns como uma espécie de midrash precoce, ou comentário, em passagens como Êx 34:6,7 (conforme Jn 4:2), em que os acontecimentos descritos não são necessariamente históricos. Essa abordagem deixa de reconhecer as provas fidedignas da historicidade do livro e parece conflitar com o testemunho de Cristo no tocante às experiências de Jonas (Mt 12:39-42; Lc 11:29-32).

A interpretação do livro de Jonas como uma parábola é talvez a mais difundida. A parábola é uma história breve e geralmente fictícia que transmite verdades morais, religiosas e espirituais. As parábolas são melhor exemplificadas pelos ensinamentos de Jesus (p.ex., Mt 13:45,46; Lc 10:29-37; 15.11-32). A história de Natã em 2Sm 12:1-4 é um bom exemplo de parábola no Antigo Testamento. Essa interpretação entende a narrativa de Jonas como uma história de fundo moral com o objetivo de transmitir um ensinamento. Contudo, há numerosas objeções à interpretação do livro de Jonas como uma parábola, tal como a incomum complexidade e extensão da história. Esta interpretação também priva o livro de sua fundamentação histórica.

Apesar das suas surpresas chocantes e elementos sensacionais, Jonas deve ser compreendido como uma narrativa profética. A história está centralizada em uma figura específica, e foi escrita como uma composição histórica. A tradição judaica classificava a narrativa como uma história, e a alusão de Cristo a essa história (Mt 12:38-41; Lc 11:29-32) confere maior substância à historicidade do texto. Jesus não entendeu a história de Jonas como uma mera parábola, mas como uma narrativa firmemente enraizada na realidade histórica.

Entretanto, alguns estudiosos desafiam essa interpretação histórica em diversos níveis, incluindo a impossibilidade da sobrevivência do profeta dentro do ventre do peixe, a improbabilidade da dramática conversão de ninivitas, o tamanho de Nínive àquela época, e o rápido crescimento da planta. Embora algumas dessas objeções despertem questões legítimas, a maior parte das críticas advém das conjeturas que negam a soberania de Deus na natureza e na história, incluindo sua capacidade de intervenção sobrenatural na ordem criada.

Características e Temas Além dos ensinamentos quanto à universalidade étnica do amor e da misericórdia de Deus, o tema da soberania de Deus sobre o homem e a criação se mantém por todo o livro. Deus é apresentado como o Criador, que fez o mar e a terra (1.9). A criação responde obedientemente ao seu comando (1.4,15,17; 2.10; 4:6-8). Assim como os assírios nos dias de Isaías (Is 10:5-7), a criação obedece à vontade do Criador.

No Novo Testamento, a misericórdia de Deus sobre as nações proclamada por Jonas é usada por Jesus como uma repreensão à Israel impenitente (Mt 12:38-41; Lc 11:29-32). Se os ninivitas se arrependeram com a pregação do profeta Jonas, que foi salvo do ventre de um grande peixe, quanto mais 1srael se arrependeria com a pregação de Jesus, o Filho do homem, que ressuscitará dos mortos. Em um certo sentido, portanto, Jesus engrandece a misericórdia de Deus sobre os gentios para despertar em Israel a inveja e o arrependimento; o apóstolo Paulo faria o mesmo em suas pregações aos gentios (Rm 11:11-14).

Esboço de Jonas

I. A desobediência de Jonas e seu livramento (caps. 1, 2)

A. O Senhor envia Jonas (1.1, 2)

B. O profeta foge do Senhor (1.3)

C. O Senhor persegue Jonas: a grande tempestade (1.4-16)

D. O Senhor protege Jonas (1.17)

E. A ação de graças e livramento de Jonas (cap. 2)

II. Jonas obediente e libertado (caps. 3 e 4)

A. O Senhor envia Jonas uma segunda vez (3.1, 2)

B. O profeta obedece (3.3)

C. A pregação de Jonas; Nínive se converte e é liberta (3.4-10)

D. A ira de Jonas diante da compaixão de Deus (4.1-4)

E. Uma lição do amor de Deus (4.5-11)


Genebra - Comentários de Jonas Capítulo 1 do versículo 1 até o 17
*

1.1-2.10 O livro do profeta Jonas pode ser dividido em duas partes principais, sendo cada uma delas introduzida pela expressão, “Veio a palavra do SENHOR a Jonas.” A primeira divisão compreende duas seções: o chamado, fuga, e julgamento de Jonas (cap. 1), e o salmo de ação de graças (cap. 2).

* 1.1-17 Esta passagem descreve a resposta desobediente de Jonas à sua comissão como profeta que deveria ir a Nínive, mas não nos diz o motivo de Jonas ter fugido da presença de Deus (que não é revelado até 4.2). Aqui nós presenciamos a interação de Jonas com os marinheiros gentios, que envolve um tema proeminente na segunda divisão do livro — a misericórdia do Senhor aos gentios. Apesar da desobediência de Jonas e de sua hipocrisia, os marinheiros não desprezam o Deus de Jonas, mas vêem nitidamente a mão do Deus de Israel e respondem com adoração. Em contraste com Jonas, os marinheiros gentios são cuidadosos em evitar o pecado pessoal perante Deus (v. 14). O profeta de Deus é julgado, mas os gentios são poupados, um evento que prenuncia a reação dos ninivitas e o cancelamento do juízo sobre eles na segunda divisão do livro.

*

1.1 Veio a palavra do SENHOR a Jonas. Com algumas variações, esse tipo de enunciação é usada outras 112 vezes no Antigo Testamento para descrever a revelação de uma mensagem divina ao profeta.

Jonas, filho de Amitai. O receptor da revelação do Senhor é Jonas (“pomba”), filho de Amitai (“leal” ou “fiel”). Esta designação identifica o profeta como o personagem histórico de 2Rs 14:25, que proclamava que Jeroboão II (793-753 a.C.) iria reaver o território dos sírios ao norte. Compare a mensagem de Jonas ao reino de Jeroboão com as palavras de Amós e Oséias, que profetizaram durante o período do declínio espiritual de Israel na última parte do mesmo século (Introdução. Data e Ocasião).

* 1.2 vai... Nínive. A soberania do Senhor sobre todas as nações está implícita na ordem a Jonas. Ele é o Juiz de toda a terra (Gn 18:25). Nínive, a última capital do Império Assírio, estava localizada no lado leste do Rio Tigre, diretamente oposta à moderna cidade de Mosul no norte do Iraque. O sítio arqueológico tem sido amplamente escavado e ostenta uma longa e rica história.

clama contra ela. Jonas entendia que seu pronunciamento acerca do julgamento pelo Senhor contra o temido e odiado Império Assírio era revogável (4.2, nota). Ele sabia que sua mensagem oferecia oportunidade para o arrependimento.

sua malícia subiu até mim. Na última profecia de Naum (século VII a.C.), a capital assíria, Nínive, é o foco da ira divina e é retratada como a personificação do mal e da crueldade (Na 3:1-7). A máquina de guerra assíria foi responsável por atrocidades cruéis; em 612 a.C., esse mesmo império iria cair vítima de um cruel destruidor.

* 1.3 Társis. A identificação precisa desta Társis é difícil, embora seja freqüentemente identificada como porto de mineração de Tártesso, no sul da Espanha. Algumas vezes, porém, o termo designa o distante litoral mediterrâneo em geral.

da presença do SENHOR. Porque Deus está presente até mesmo “nos confins dos mares” (Sl 139:9), escapar era impossível.

* 1.4 o SENHOR lançou sobre o mar um forte vento. O Deus de Jonas é o Criador e Senhor do mar (Gn 1:10, 21; Êx 14:21; Mc 4:41).

*

1.7 lancemos sortes. O lançar de sortes era uma forma comum de adivinhação no mundo antigo, um método usado para descobrir a vontade dos deuses. Este método de discernir a vontade do verdadeiro Deus não foi proibido no antigo Israel, pois o Senhor governava até mesmo sobre as sortes (Nm 26:55; Js 18:6-10; Ne 10:34; Pv 16:33; At 1:24-26).

* 1.9 Sou hebreu. Ver nota em Gn 14:13. Jonas se identifica em termos étnicos. O termo “hebreu” era usado pelos israelitas para identificar a si mesmos diante da estrangeiros (Gn 40:15; Êx 1:19; 3:18; 10:3).

temo ao SENHOR. Jonas também se identifica em termos religiosos. O Senhor seu Deus não é apenas uma divindade pessoal, familiar, ou nacional. Ele é o Deus supremo e soberano, o Criador da terra e mar.

o Deus do céu. Um título antigo (Gn 24:3, 7) também comumente usado no período persa depois do Exílio (2Cr 36:23; Ed 1:2; Ne 1:4, 5; 2:4).

*

1.17 Deparou o SENHOR. Lit. “O Senhor designou.” A mesma palavra hebraica também ocorre em 4:6-8; em cada ocorrência indica um exemplo surpreendente da soberania de Deus sobre o mundo natural.

um grande peixe. A espécie de baleia ou peixe que engoliu a Jonas não pode ser identificada com segurança. Sugestões incluem a baleia cachalote ou um grande tubarão. O peixe era o instrumento de Deus para resgatar Jonas das profundezas do mar (“o ventre do abismo,” 2.2).

três dias e três noites. Jesus se referiu ao livro de Jonas a fim de comunicar verdades relacionadas com sua própria mensagem e missão (Mt 12:38-41; 16:4; Lc 11:29-32). Ele fala do “sinal do profeta Jonas” não só com referência aos três dias e três noites em que Jonas esteve no peixe (Mt 12:39, 40), mas também com relação à eficácia da pregação de Jonas. Sem contemplar nenhum milagre, os ninivitas reconheceram que a mensagem de Jonas tinha autoridade divina, e assim responderam com arrependimento.


Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Introdução ao Livro de Jonas
Jonás

Cronologia

Jeroboam 2 sobe ao trono; Jonás começa a profetizar 793 a.C.

Uzías (Azarías) sobe ao trono do Judá 792

Jonás prega no Nínive 785?

Salmanasar IV sobe ao trono de Assíria 783

Adad-nirari III sobe ao trono de Assíria 772

Amós começa a profetizar 760

Adad-nirari V sobe ao trono de Assíria 754

Jonás termina seu ministério 753

Israel cai ante Assíria 722

DADOS ESSENCIAIS

PeROPÓSITO:

Mostrar a imensidão da graça de Deus. A mensagem de salvação é para todos os povos

AUTOR:

Jonás filho do Amitai

DESTINATÁRIOS:

Israel e o povo de Deus em todas partes

DATA:

Aproximadamente 785-760 a.C.

MARCO HISTÓRICO:

Jonás precedeu ao Amós e profetizou sob o Jeroboam 2, o rei mais capitalista do Israel (793-753 a.C.; veja-se 2Rs 14:23-25). Assíria era o grande inimigo do Israel, e conquistou ao Israel em 722 a.C. O arrependimento do Nínive não deve ter durado muito, pois foi destruída em 612 a.C.

VERSÍCULO CHAVE:

< E não terei eu piedade do Nínive, aquela grande cidade onde há mais de cento e vinte mil pessoas que não sabem discernir entre sua mão direita e sua mão esquerda, e muitos animais? (4.11).

PESSOAS CHAVE:

Jonás, o patrão da nave e a tripulação

LUGARES CHAVE:

Jope, Nínive

CARACTERÍSTICAS PARTICULARES:

Este livro é diferente de outros livros proféticos porque conta a história do profeta e não enfatiza suas profecias. É mais, sua mensagem ao povo do Nínive se sintetiza em só um versículo (3.4). Jonás é narração histórica. Jesus o menciona também como ilustração de sua morte e ressurreição (Mt 12:38-42).

O PECADO corre desenfreado na sociedade. Os titulares dos jornais e as prisões abarrotadas são testemunhos vivos dessa verdade. Com todo o abuso infantil, a pornografia, os assassinatos em série, o terrorismo, a anarquia e os ditadores desumanos de que ouvimos todos os dias, o mundo parece transbordado de violência, ódio e corrupção. Ao ler e escutar sobre estas tragédias e possivelmente as experimentar, começamos a entender a necessidade de um castigo divino. Às vezes até desejamos algum tipo de vingança sobre esses perpetradores de atos de violência. Não têm perdão de Deus! Mas suponhamos que no meio de tais pensamentos, Deus lhe ordena que lhe leve o evangelho ao pior dos delinqüentes. O que diria você?

Ao Jonás lhe deu uma tarefa assim. Assíria, o grande e perverso império, era o inimigo que o Israel mais temia. Os assírios desdobraram seu poder ante Deus e o mundo com numerosos atos de crueldade insólita. Quando Jonás ouviu que Deus lhe disse que fora a Assíria e chamasse os assírios ao arrependimento, correu em direção oposta.

O livro do Jonás nos conta a história da fuga do profeta e como Deus o deteve e o fez retornar. Mas é muito mais que a história de um homem e um grande peixe: é uma profunda ilustração da misericórdia e a graça de Deus. Ninguém merecia menos o favor de Deus que o povo do Nínive, a capital assíria. Jonás sabia. Mas sabia que Deus os perdoaria e benzeria se se separavam do pecado e o adoravam. Jonás conhecia também o poder da mensagem de Deus. Sabia que até uma predicación débil sua podia resultar em que aceitassem e escapassem do castigo divino. Mas Jonás aborrecia aos assírios, e queria vingança, não misericórdia. Por isso fugiu. À larga, obedeceu e pregou nas ruas do Nínive, e o povo se arrependeu e se livraram do castigo. Então Jonás se enfureceu e protestou a Deus: < [Já] sabia eu que você é Deus clemente e piedoso, demoro para te zangar, e de grande misericórdia, e que te arrepende do mal > (Mt 4:2). Ao final, Deus confrontou ao Jonás quanto a seus egocêntricos conceitos e falta de compaixão. Disse-lhe: < E não terei eu piedade do Nínive, aquela grande cidade onde há mais de cento e vinte mil pessoas que não sabem discernir entre sua mão direita e sua mão esquerda, e muitos animais? (Mt 4:11).

Quando ler Jonás, veja o quadro completo do amor e a compaixão de Deus e observe que ninguém é irredimível. Comece a orar pelos que lhe pareçam mais afastados do reino, e procure a forma de lhes falar de Deus. Conheça a história deste profeta a contra gosto e dita-se a obedecer a Deus, e faça o que lhe peça e vá aonde o mande.

Bosquejo

1. Jonás abandona sua missão (1.1-2,10)

2. Jonás cumpre sua missão (3.1-4,11)

Jonás foi profeta a contra gosto porque lhe atribuiu uma missão que considerou de mau gosto. Preferiu fugir de Deus antes que obedecê-lo. Como ao Jonás, possivelmente nos toque fazer coisas na vida que não quiséssemos. Às vezes sentiremos também desejos de fugir. Mas é melhor obedecer a Deus que desobedecê-lo e fugir. Muitas vezes, apesar de nossa teima, Deus em sua misericórdia nos concede outra oportunidade de lhe servir quando retornamos a ele.

Megatemas

TEMA

EXPLICAÇÃO

IMPORTÂNCIA

A soberania de Deus

Embora o profeta Jonás tratou de fugir de Deus, Deus tinha as rédeas. Ao dominar o mar rebelde e um peixe enorme, Deus fez ornamentos de sua irresistível e de uma vez compassiva maneira de dirigir.

Em vez de fugir de Deus, lhe encomende seu passado, seu presente e seu futuro. lhe dizer não a Deus é desastre seguro. lhe dizer sim é adquirir uma nova compreensão do que é Deus e seu propósito no mundo.

A mensagem de Deus ao mundo inteiro

Deus tinha dado ao Jonás uma tarefa: pregar na grande cidade assíria do Nínive. Jonás odiava ao Nínive, e reagiu com ira e indiferença. Jonás ainda tinha que aprender que Deus ama a todos. Através do Jonás, Deus recordou ao Israel seu dever missionário.

Não devemos nos limitar a nossa própria gente. Deus quer que seu povo proclame seu amor por todo mundo em palavras e feitos. Quer que sejamos missionários em qualquer lugar que estejamos, em qualquer lugar que nos envie.

Arrependimento

Quando o relutante profeta foi ao Nínive, teve uma grande aceitação. O povo se arrependeu e se voltou para Deus. Foi uma tremenda reprimenda ao Israel, que se acreditava melhor e entretanto fechava os ouvidos à mensagem de Deus. Deus perdoa aos que se separam do pecado.

Deus não premia nem o engano nem a simulação. Quer a devoção sincera de todos. Não basta compartilhando os privilégios do cristianismo: temos que lhe pedir perdão a Deus e deixar o pecado. Não querer arrepender-se equivale a amar o pecado.

A compaixão de Deus

A mensagem divina de amor e perdão não era sozinho para os judeus. Deus ama a todo mundo. Os assírios não o mereciam, mas Deus os perdoou quando se arrependeram. Em sua misericórdia, Deus não rechaçou ao Jonás por não ir aonde lhe mandava. Deus tem muito amor, paciência e misericórdia.

Deus nos ama, mesmo que lhe falhamos. Mas também ama a outros, aos que não pertencem a nosso grupo, trasfondo cultural, raça ou denominação. Quando aceitamos seu amor, devemos aprender a aceitar a todos os que Deus ama. É-nos mais fácil amar a outros quando amam a Deus.


Matthew Henry - Comentários de Jonas Capítulo 1 do versículo 1 até o 17
JONAS profetizou ao Israel e Assíria em 793-753 a.C.

Ambiente da época: Nínive era a cidade mais importante de Assíria e logo seria a capital do imenso império assírio. Mas Nínive era também uma cidade perversa.

Principal mensagem: Jonás, que aborrecia aos capitalistas e malvados assírios, recebeu um chamado de Deus a advertir aos assírios que lhes chegaria castigo se não se arrependiam.

Importância da mensagem: Jonás não queria ir ao Nínive, e tratou de fugir de Deus. Mas Deus tem formas de nos ensinar a obedecê-lo e segui-lo. Quando Jonás pregou, a cidade se arrependeu e Deus reteve o castigo. Até os mais perversos podem salvar-se se seriamente se arrependem e se voltam para Deus.

Profetas contemporâneos: Joel (853-796?) Amós (760-750)

1:1, 2 Jonás se menciona em 2Rs 14:25. Profetizou em tempos do Jeroboam 2, rei do Israel de 793-753 a.C. Possivelmente era membro dos filhos dos profetas" que se mencionam em relação com o ministério do Eliseu (2Rs 2:3).

Deus disse ao Jonás que pregasse no Nínive, a cidade mais importante de Assíria, um incipiente poder mundial nos dias do Jonás. Em menos de cinqüenta anos, Nínive seria já a capital do vasto império assírio. Jonás não fala muito da maldade do Nínive, mas o profeta Nahum nos oferece maior informação. Diz Nahum que Nínive tinha cansado em pecados como (1) pensar coisas más contra Deus (Na 1:9), (2) explorar ao necessitado (Na 2:12), (3) ser cruel na guerra (Na 2:12-13), (4) adorar ídolos, prostituição e bruxaria (Na 3:4). Deus disse ao Jonás que fora ao Nínive, como oitocentos quilômetros ao nordeste do Israel, a lhes advertir do iminente castigo e a declarar que podiam alcançar misericórdia e perdão se se arrependiam.

1:3 Nínive era uma cidade poderosa e perversa. Desde menino Jonás tinha aprendido a odiar aos assírios e temer suas atrocidades. Aborrecia-os tanto que não queria que recebessem misericórdia de Deus. Jonás temia que se arrependessem (4.2, 3). Sua atitude era representativa da relutância do Israel a falar com outros do amor e a misericórdia de Deus, embora essa era a missão que Deus lhes tinha dado (Gn 12:3). Eles, como Jonás, não queriam que os que não fossem judeus (gentis) obtiveram o favor de Deus.

1:3 Jonás sabia que Deus tinha uma tarefa para ele, mas não queria cumpri-la. Tarsis pode ter sido um dos tantos portos ocidentais de Fenícia. Nínive estava ao este. Jonás tratou de i-lo mais ao oeste possível. Quando Deus nos ordena algo em sua Palavra, às vezes fugimos por temor ou teima, com a desculpa de que Deus nos está pedindo muito. Possivelmente foi temor, ou irritação pela amplitude da misericórdia de Deus, o que fez que Jonás fugisse. Mas a fuga o meteu em problemas piores. Ao final, Jonás entendeu que é melhor fazer o que Deus manda. Mas já tinha tido que pagar um alto preço por fugir. É melhor obedecer de um princípio.

1:4 antes de estabelecer-se na terra prometida, os israelitas tinham sido nômades que foram de lugar em lugar em busca de bom pasto para seu gado. Embora não eram um povo de marinheiros, sua localização nas costas do Mediterrâneo e perto dos vizinhos poderes marítimos de Fenícia e Filistéia lhe permitiu vincular-se muito com navios e marinheiros. A nave em que se embarcou Jonás provavelmente era um navio de carga com coberta.

1:4 A desobediência do Jonás pôs em perigo a vida da tripulação do navio. Temos a gan responsabilidade de obedecer a Palavra de Deus porque nossos pecados e desobediências podem pôr em perigo aos que nos rodeiam.

1.4, 5 Enquanto a tormenta rugia, Jonás dormia sob coberta. Embora estava fugindo de Deus, a consciência não lhe incomodava. Mas o que não nos sintamos culpados não sempre é sinal de que estamos atuando bem. Como a gente pode negar a realidade, não podemos medir a obediência pelo que sentimos. Por isso é importante que nos comparemos com as normas divinas.

1:7 Os tripulantes jogaram sorte para descobrir ao culpado. Deu-lhes resultado, mas solo porque Deus interveio para que Jonás soubesse que não podia fugir dele.

1.9-12 E um não pode procurar o amor de Deus e fugir do ao mesmo tempo. Jonás logo compreendeu que em nenhuma parte podia esconder-se de Deus. Mas antes de que Jonás pudesse voltar para Deus, teve que deixar de ir em sentido contrário. O que lhe pediu Deus que faça? Se quisermos mais do amor e o poder de Deus, temos que estar dispostos a cumprir com as responsabilidades que nos dá. A gente não pode dizer que acredita em Deus se não fazer o que Deus diz (1Jo 2:3-6).

FUGA DO JONAS : Deus disse ao Jonás que fora ao Nínive, a capital do Império Assírio. Muitos dos coterráneos do Jonás sofreram as atrocidades dos cruéis assírios. Ao lugar onde menos queria ir Jonás em uma viagem missionária era ao Nínive. Por isso se foi em outra direção. Tomou um navio no Jope que se dirigia ao Tarsis. Mas Jonás não pôde escapar de Deus.

1:12 Jonás sabia que tinha desobedecido e que a tormenta era por culpa dela, mas não disse nada até que os marinheiros jogaram sorte e a sorte caiu sobre ele (1.7). Então esteve disposto a perder a vida para salvar aos marinheiros, embora não tinha querido fazer o mesmo pela gente do Nínive. Jonás odiava tanto a quão assírios tinha perdido toda perspectiva.

1:13 Ao tratar de salvar a vida ao Jonás, aqueles marinheiros pagãos demonstraram ter mais compaixão que Jonás, porque este não queria anunciar aos ninivitas o castigo que Deus ia impor lhes. Os cristãos devem nos envergonhar cada vez que um incrédulo mostra mais compaixão que nós. Deus quer que nos preocupemos de todas as pessoas, sejam salvas ou não.

1.14-16 Jonás desobedeceu a Deus. Em sua fuga, deteve-se e se submeteu a Deus. Então a tripulação da nave adorou a Deus porque viram que a tormenta amainava. Deus pode utilizar até nossos enganos para que outros lhe conheçam. Pode ser doloroso, mas reconhecer nossos pecados pode ser um tremendo exemplo aos que não conhecem deus. É triste que aqueles marinheiros pagãos fizeram o que a nação do Israel inteira não fez: oraram e prometeram servir a Deus.

1:17 Muitos trataram que dizer que este relato é ficção, mas a Bíblia não o apresenta nem como um sonho nem como uma lenda. Não joguemos a um lado este milagre como se a gente pudesse escolher em que milagre da Bíblia acreditar e em qual não. Uma atitude assim nos levaria a pôr em dúvida qualquer parte da Bíblia e a perder confiança em que a Bíblia é a fidedigna Palavra de Deus. A experiência do Jonás a usou Cristo como ilustração de sua morte e resurreción (Mt 12:39-40).


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Introdução ao Livro de Jonas
O Livro de Jonas

Por W. Thompson Ralph

Prefácio do Editor de Jonas

O autor das exposições sobre Jonas para a Commentary Wesleyan Bíblia é Dr. Ralph W. Thompson, presidente da Divisão de Filosofia e Religião, e Professor de Religião, em Spring Arbor College. Dr. Thompson detém a AB e Th.B. graus de Greenville College, o BD de Winona Lake School of Theology, o STB do Seminário Bíblico, em Nova York, o MA da Ball State University, eo Th.M. e Th.D. graus do Seminário Teológico Batista do Norte.

Dr. Thompson nasceu de pais de fazenda em Toledo, Illinois, em 1910. Após a sua graduação de faculdade, ele casou-se em 1936 a Claribel Hessler. Os Thompsons têm três filhos.

Dr. Thompson é um ministro ordenado da Igreja Metodista Livre. Ele pastoreou igrejas em sua denominação em Norwood e Saratoga Springs, Nova Iorque, em Moca e Tamboril (República Dominicana), em Nogales, Arizona, e em Harvey, Illinois. Ele serviu como diretor de El Instituto Evangelico, Santiago, República Dominicana (1941-45), e como Diretor da Escola Bíblica Nogales mexicana em Nogales, Arizona (1947-1949). Dr. Thompson era um professor de religião na Universidade de Taylor 1950-1955 e de 1959 a 1964. Ele foi chefe do Departamento de Religião na Universidade de Taylor 1952-1955 e 1959 a 1964. Foi também Presidente da Divisão de Filosofia e Religião de 1960 a 1964. Ele assumiu o cargo de presidente da Divisão de Filosofia e Religião da Spring Arbor College, em 1964.

Dr. Thompson é um membro da Academia Americana de Religião, Sociedade Evangélica Teológica, a Associação Nacional de Evangélicos, a Associação Nacional Santidade, eo Wesleyan Theological Society, da qual ele também é o Tesoureiro. Dr. Thompson é um membro da Phi Delta Kappa, e ele está listado no Directory of Scholars americanos (4ª ed.), Quem é quem na educação americana (1967-1968 ed.), e Quem é Quem no Centro-Oeste (1967-1968 ).

Dr. Thompson escreveu o Bible Quiz Texto para o Methodist Juventude Livre (Luz e Vida Press, 1961), ele é um contribuinte para mais ideias sobre Santidade , ed. Kenneth Geiger (Beacon Hill Press), e ele tem sido um colaborador freqüente de periódicos e revistas religiosas.

Professor Thompson é um estudioso do Antigo Testamento reconheceu que, por seus muitos anos de estudo, o ministério pastoral, o serviço missionário, e do ensino universitário, escreveu um comentário acadêmico, prático, rico e esclarecedor sobre Jonas para a Commentary Wesleyan Bíblia . É com sincero e alta comenda de exposições do professor Thompson de Jonas que este comentário é apresentado aos leitores da Commentary Wesleyan Bíblia .

CHAS. W. CARTER

Presidente e Editor Geral

Wesleyan Comentário Bíblico

Esboço

I. a desobediência de Jonas (Ob 1:1)

A. Chamada de Jonas (1: 1-2)

B. Resposta de Jonas (Jn 1:3)

. 1 The Storm (1: 4-16)

2. A Fish (Jn 1:17)

. II A ORAÇÃO E LIBERTAÇÃO de Jonas (Ob 2:1)

A. O Locale de oração de arrependimento de Jonas (Jn 2:1)

C. Resposta de Deus (Jn 2:10)

. III JONAS PREGA a Nínive (Ob 3:1)

A. O Comando Renovada (3: 1-3a)

B. A Mensagem Dada (Jn 3:3)

. IV eventos conclusivos (Ob 4:1.)

A. Personagem de Jonas Revelado (4: 1-5)

B. Misericórdia de Deus enfatizado (4: 6-11)

Introdução

O livro de Jonas tem sido o centro de muito interesse ao longo dos séculos. Para muitos, este interesse se deve à conta do milagre da sobrevivência de Jonas por três dias dentro do estômago de um grande peixe. Outros recorrem a ele por causa de sua mensagem convincente.

No que diz respeito à sua mensagem, CH Cornill disse que ele tinha lido este pequeno livro, pelo menos uma centena de vezes e iria confessar publicamente, já que ele não tinha vergonha de sua fraqueza, que, mesmo assim, ele não podia lê-lo, ou até mesmo falar sobre isso, sem lágrimas subindo em seus olhos e seu pulso bater mais rápido. Este livro, segundo ele, é um dos livros mais profundos e mais grandiosos que já foi escrito; e ele diria a qualquer um que se aproxima dela, "Tire as sandálias dos teus pés, porque o terreno em que estás é terra santa."

I. AUTORIA E DATA

Nada é dito no livro de Jonas sobre quando foi escrito, ou que seu autor era. Se Jonas escreveu, como alguns pensam, deve ser datado em algum momento do século VIII AC ; se não, uma data posterior é possível. A tradição atribui a autoria de Jonas. Críticas bolsa atribui o livro a um escritor perto do fim do período do Antigo Testamento, talvez para alguém que viveu no período de influência helênica. O presente escritor não vê nenhum problema especial em jogo de qualquer maneira. Ele toma a posição, no entanto, que o ônus da prova recai inevitavelmente com quem iria derrubar o ponto de vista tradicional em qualquer campo. Para decidir quem era o autor, o leitor deve considerar os seguintes argumentos a favor e contra.

A. Jonas não se diz ter sido o autor. Mas nem o estado de livro que outro escreveu o livro.

B. O livro se diz conter um número de Aramaisms e palavras ou expressões de atraso. (A) A forma mais curta do pronome relativo é usado no hebraico. A mesma forma é também encontrada em Jz 5:7 ; Jz 7:12 ; e Jz 8:26 . (B) O título "Deus do céu" (Jn 1:9 ). (C) A palavrat'm ("decreto") é usado em Ob 3:7 , Ed 5:17 ; Ed 6:1 , Ed 6:14 ; Ed 7:21. ; Is 10:1 ; . Mq 7:11 ; Sf . Jn 2:2 , no entanto, dt aparece; e 28:26 tem shql. (d) A palavra yt'sht é encontrado apenas uma vez como uma palavra aramaica (Ez 6:3) também é uma prova de que Emmaus tinha deixado de existir, ou tinha mudado a sua localização, talvez, quando Lucas escreveu seu Evangelho. A expressão acima poderia muito bem dizer que enquanto Nínive ainda existiam quando o livro foi escrito, ele tinha deixado de ser tão "mui grande."

D. estudiosos críticos acreditam que o autor do poema no capítulo 2 emprestado de alguns salmos final. Similaridade de pensamento e de expressão que de certa salmos é visto especialmente em passagens tais Ct 2:3 ). A semelhança entre tais passagens pode ser explicado em uma das seguintes formas: (a) o escritor deste livro foi influenciado pelos salmos posteriores; (B) os salmistas posteriores foram influenciados pelo livro de Jonas; (C) tanto os salmistas e o escritor do livro de Jonas estavam usando expressões e idéias comuns entre os judeus; (D) o Espírito que as inspirou implantado como pensamentos e expressões nas mentes destes escritores; ou (e) as semelhanças eram mera coincidência. Em vista das possíveis explicações, não é sensato campeão qualquer teoria única dogmaticamente.

E. Jonas, que é realizada, não poderia ter escrito um livro que ele apresenta, como isso se faz, em um papel uncomplimentary. O autor concorda, a menos que um motivo suficientemente forte deveria ter compensado o desejo humano normal para proteger sua própria reputação. Para mostrar a graça de Deus, o apóstolo Paulo descreveu seu eu anterior como "blasfemo, perseguidor, e injurioso" (1Tm 1:13 ). Há certos elementos de semelhança nas experiências do apóstolo e profeta (conforme especialmente At 9:4 eJon. 4: 9-11 ). É de se esperar que as perspectivas de Jonas foi mudado para melhor, como foi o de Paulo, por seu encontro com Deus. Se assim for, o seu desejo de se apresentar em uma luz favorável poderia muito bem ter sido substituído pelo seu desejo de ampliar a graça de Deus.

F. É que opôs o livro de Jonas não poderia ter sido escrito pelo próprio profeta porque a conta é escrito em terceira pessoa. Este argumento prova demais, a menos que estejamos dispostos a admitir que os seguintes escritos não eram das penas dos homens cujos nomes possuírem: Am 7:1f ; Is 7:3 ; Jr 20:1 ; Jr 26:7 ; e Ag 1:1 , Ag 1:12 ; Ag 2:1 , Ag 2:20 . Se a objeção acima é válida, grande parte do Pentateuco, de igual modo, não poderia ter sido escrito por Moisés, nem certas partes dos Atos por Lucas. É geralmente aceite que Xenofonte, Júlio César, de Tucídides, Josephus, e Frederico, o Grande escreveu de si na terceira pessoa. O leitor irá decidir se Jonas também poderia ter feito isso.

G. Se for dito que o espírito missionário expressa neste livro era inexistente entre os judeus tão cedo quanto o século VIII AC , que seja observado que tal espírito nunca foi forte entre os hebreus. Vê-se, no entanto, na promessa de Deus a Abraão que "em ti todas as famílias da terra serão abençoados" (Gn 12:3 ). Desde tempos muito antigos Jeová era visto como o Deus de Sem. Jafé foi morar nas mesmas tendas. Mesmo Canaã, filho de Ham errante, era para ser incluído como um servo (Gn 9:25 ). O coração de Deus sempre ansiava por todas as nações para conhecer e reconhecê-Lo. Para o efeito, Ele não deixou a si mesmo sem testemunho (At 14:17 ).

A partir do exposto, verifica-se que os argumentos contra a autoria tradicional do livro de Jonas não são suficientemente convincentes para destruir o que tem sido realizado desde a antiguidade. Na opinião do presente escritor, Jonas, vivendo em oitavo século Israel, poderia ter escrito o livro que leva seu nome, bem como, ainda melhor, do que um escritor de um período posterior da história judaica. A data de cerca de 750 AC, tem mais a recomendá-la do que qualquer outro. A posição do livro no cânon judeu sugere que ele pertence ao período assírio da profecia.

II. O CARÁTER HISTÓRICO DA LITERATURA

Embora tradicionalmente o livro foi considerado de carácter histórico, recentes estudos críticos rejeita sua historicidade. Tem sido chamado de um mito que contém elementos gregos (Forbiger, Rosenm, Friedrichsen), um mito com elementos assírios (Baur), uma alegoria (Hardt, Less, Palmer, Krahmer), uma lenda (Eichhorn), um conto (Augusti, romanos , Miller), uma fábula moral didático ou parábola (Pareau, Gesenius, Jahn, De Wette, Winer, Knobel, Niemeyer, Paulus, Ewald), enquanto outros ainda (Koster, Jager, Hitzig) olhar para ela como um pedaço de profético, ficção didática. Muitos estudiosos conservadores estão convencidos de que o livro é história; outros pensam nisso como uma parábola; outros ainda acham difícil decidir.

O fato de que estudos recentes difere tão amplamente nas suas conclusões a respeito da natureza do livro indica, quer a falta de elementos de prova suficientes para fazer qualquer teoria convincente, uma atitude de mente fechada para a evidência de que está disponível, ou ambos. Porque partidários de diversas teorias apoiar suas posições com tais afirmações positivas, o leitor em geral está confuso. Como a maioria das teorias recentes estão em vigor um ataque sobre o ponto de vista tradicional, a posição de que o livro de Jonas registros históricos eventos é justo que os argumentos que carregam na sua historicidade ser considerada neste momento.

A. Afirma-se que o livro de Jonas tem uma semelhança com os mitos e parábolas que surgem no curso de literatura de uma nação e tornar-se ligado a nomes históricos. Os contos que recolheram em torno do nome do rei saxão Arthur são um caso em questão, especialmente a contribuição de Tennyson para aqueles contos que incorporam tanto a verdade moral e espiritual. Ressalta-se que o próprio Cristo, muitas vezes usava parábolas com efeito dizendo. Deve-se lembrar, no entanto, que, embora Cristo usou parábolas com freqüência, Ele nunca anexado nomes históricos para eles. Seus ouvintes parecem ter entendido, também, quando Suas declarações foram parabólica.

Porque o livro de Jonas lê como a história, a visão parabólica tende a abalar a fé em outras partes das Escrituras que são escritos em um estilo histórico. O livro de Jonas, por exemplo, tem uma forte semelhança aos incidentes na vida de Elias e Eliseu, que viveu quase ao mesmo tempo. É tão fácil acreditar que um monstro marinho engoliu Jonas como a crer que Elias subiu ao céu num redemoinho (2Rs 2:11 ), ou que Eliseu multiplicou óleo da viúva (2Rs 4:1 ). Se Jonas é parábola, por que não podem os muitos contos estranhos ligados a Elias e Eliseu ser considerado na mesma luz?

B. Afirma-se que o livro de Jonas omite muitos fragmentos da história que seria de esperar para ser incluído se a história tivesse sido o principal objetivo. Não diz nada dos pecados dos quais Nínive era culpado. Ele não dá conta do início da vida de Jonas. Ele omite as circunstâncias que rodearam o seu ser vomitou sobre a terra seca. Ele não diz nada do caminho difícil para Nínive. Ele omite o nome do rei da Assíria. Ela tem vista para as experiências posteriores do Jonas. É por demais abrupta em seu fim de um documento histórico.

As observações acima não refutar sua historicidade. É verdade que as mentes curiosas gostaria de saber os detalhes da história, mas o estilo conciso do livro é uma de suas glórias. O escritor deu apenas os detalhes necessários para transmitir a mensagem de que estava em seu coração. O interesse do narrador não era sobre as pessoas envolvidas, nem sobre os eventos como tal; foi em certas verdades construtivas que ele estava tentando transmitir para o leitor.

Que o livro foi escrito para comunicar a instrução profética na forma histórica, é visto a partir de sua posição entre os livros proféticos. Se ele se argumentar que o livro de Jonas foi colocado de maneira porque Jonas escreveu, isso não pode ser provado. Se for dito que ele foi colocado entre as obras proféticas porque descreve algumas das atividades do profeta, o mesmo raciocínio seria remover os livros de Micah e Malaquias da lista de Profetas Menores e colocar muito do Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio entre os escritos proféticos. Claramente estes últimos livros descrevem as atividades de Moisés, que foi um profeta (Dt 18:15. ; Dt 34:10 ). Para essa matéria, Gênesis 12:25 , também devem ser listados com os profetas se esse raciocínio fosse seguido, para estes capítulos enfatizar as atividades do profeta Abraão (Gn 20:7 ).

Para assumir, como fazem alguns, que, quando Jesus falou de "os homens de Nínive" Ele estava desenhando a partir de um mito bem conhecido ou parábola tanto quanto alto-falantes modernos poderia mencionar Cachinhos Dourados e os Três Ursos ou Gulliver e os liliputianos, sem explicar que eles não eram personagens históricos, parece o presente escritor ser impossível; para Jesus diz claramente que "se levantarão no juízo com esta geração, ea condenarão, porque se arrependeram ...." personagens míticos não estará no julgamento! Se a historicidade do arrependimento de Nínive ser negado, consistência levanta dúvidas também sobre a historicidade da "rainha do sul" mencionada por Jesus no mesmo contexto, até mesmo sobre a realidade do próprio Juízo. Como, de fato, se essa posição ser aceito, é o leitor das palavras de Jesus para determinar o que é real eo que não é? Para assumir, com alguns, que Jesus não sabia que o livro de Jonas não era histórico é impensável para quem detém as doutrinas da divindade de Cristo e da inspiração das Escrituras.

Por que o arrependimento dos homens de Nínive não é mencionado em outras partes do Velho Testamento não é clara. Se, no entanto, aceitamos os fatos da maldade de Nínive eo fim da paciência de Deus com aquela cidade nos dias de Jonas, filho de Amitai (século VIII AC ), somos forçados a reconhecer arrependimento daquela cidade tanto como um fato histórico e como genuína em termos de qualidade; para Deus, que não pode ser enganado, poupado Nínive até 606 AC

Halley afirma que não é de se esperar um registro do evento em inscrições assírias. Antigos reis registrou apenas suas façanhas, nunca suas humilhações. Ele afirma ainda que

há vestígios ... que Adad-Nirari feitas reformas semelhantes às de Amenófis 4, no Egito. E sob os reinados dos três reis seguintes Adad-Nirari houve uma trégua nas conquistas assírias. Neste período, Israel recuperou o território perdido, 2Rs 14:25 . Essas são dicas que a influência de Jonas sobre Nínive era profundo.

D. Um forte argumento para a historicidade do livro de Jonas é o fato de que a crença em seu caráter histórico universalmente prevaleceu, tanto na sinagoga judaica e na 1greja Cristã, até meados do século XIX. No livro de Tobit, datada de cerca de 160 AC , Tobit baseia seu conselho a seu filho sobre a certeza do cumprimento muito atraso da profecia de Jonas (14: 4-6 , 15 ). O historiador Josephus (Ant. 1 ix.10. ,
2) narra a história como ela foi dada no livro de Jonas, exceto que ele interpreta a mensagem de Jonas para dizer que Nínive deverá, em breve perder o domínio sobre a Ásia. Embora os detalhes das tradições pode ser questionada, o fato de as tradições de Jonas e o monstro marinho é importante. As tradições, provenientes de diferentes fontes, sugerem uma origem válida.

Dificilmente se poderia exagerar um aspecto da aceitação tradicional judaica da historicidade do livro de Jonas. Nunca houve um povo que guardavam mais zelosamente seus escritos sagrados do que os hebreus. Desde que, como povo, ter tido uma história ininterrupta desde os dias de Abraão, até agora, parece impensável que em qualquer momento de sua longa história que de repente tornaram-se confusos com relação ao caráter de qualquer um de seus livros sagrados. Se eles tradicionalmente aceitar o registro de Jonas como história, quando eles começam a fazê-lo? Eles certamente conhecia Jonas, filho de Amitai (2Rs 14:23 ​​).

E. Se muitos estudiosos recentes duvidar da historicidade do livro de Jonas, outros de apoio capacidade igual ele. Entre estes últimos são Keil, Pusey, Delitzsch, Orelli, J. Kennedy, Francis Davidson, Lange, Hendriksen, Spence, Unger, Exell, e outros.

F. O hebraico letra waw com que o livro abre indica que o próprio escritor considerado o livro para ser histórica. Keil fala a este ponto no seguinte:

Esta foi a fórmula de pé com o qual os acontecimentos históricos foram ligados em um ao outro, na medida em que todas as ocorrências segue outro em seqüência cronológica; de modo que o waw (e) simplesmente anexa a uma série de acontecimentos, os quais são assumidos como bem conhecido. ...

Os livros do Êxodo, Levítico, Números, Josué, Juízes I Samuel II Samuel, I Reis II Reis, Rute, Ester, Esdras e II Crônicas também começam com o waw . O caráter histórico desses livros dificilmente pode ser contestada, a não ser Levítico. Mas mesmo Levítico tem seções históricas, abre-se com uma situação histórica, e é construído em um quadro histórico. O livro de Neemias não começa com um waw porque foi originalmente se juntou ao livro de Esdras. A Primeira Crônicas não começar com waw porque abre com uma mesa cronológica: "Adão, Sete," etc. Nenhum dos profetas maiores e menores ou dos livros poéticos começa com esta letra, exceto Jonas e Ezequiel. Mas Ezequiel abre com uma situação histórica. Em vista do exposto, afigura-se que o livro de Jonas foi considerado pelo escritor para ser histórica.

Assim, a historicidade do livro de Jonas é indicado pela forma do livro, pelas palavras de nosso Senhor, pela tradição, pela sua colocação no cânon, e pela sintaxe hebraico. Enquanto perguntas não respondidas permanecem, nenhum argumento levantado contra a historicidade do livro é convincente.

III. O OBJETIVO DO LIVRO

O livro de Jonas enuncia verdades básicas para todas as gerações. Propósitos do Espírito em inspirar o escritor foram variados, embora alguns parecem ter sido mais importante do que os outros. O presente escritor organizou-os em duas categorias.

A. Principais Purposes

1. Em nenhum outro livro do Antigo Testamento são o amor e cuidado de Deus para todos, mesmo para animais mudos (Jn 3:10) -mais lindamente revelado.

2. A missão de Israel entre as nações é enfatizada e seu fanatismo repreendeu. Desde o início, Deus tinha a intenção do povo hebreu para ser uma bênção para o mundo. Suas palavras a Abraão tinha sido, "Por ti todas as famílias da terra serão abençoados" (Gn 12:3 , Lc 11:30 ).Além disso, em Mt 12:38 , Ele ressaltou que período de três dias de Jonas dentro do monstro marinho significava Seu próprio tempo do enterro na terra. Quando ele apareceu para o pequeno grupo de discípulos em Jerusalém, após Sua ressurreição, Ele lhes disse: "Assim está escrito, que o Cristo padecesse, e ressuscitar dentre os mortos no terceiro dia" (Lc 24:46 ). Mas onde no Antigo Testamento é que "escrito"? Em vista da tendência de Jesus para conectar suas próprias experiências com as de Jonas, e uma vez que nenhuma outra passagem do Antigo Testamento prediz Sua ressurreição depois de três dias, Ele deve ter querido dizer que a profecia foi "escrito" no livro de Jonas.

O livro também contém um sinal da nação de Israel. Jonas é um tipo de Israel, que foi chamado a tornar Deus conhecido. Seu ser engolido pelo peixe representa o cativeiro. Seu fanatismo estreito, mesmo depois de sua fuga do peixe é um tipo de atitude de Israel em relação aos não-judeus após a restauração sob Zorobabel.

B. secundárias Purposes

1. O livro revela a misericórdia de Deus, e mostra que o verdadeiro temor de Deus e arrependimento do pecado levar a salvação. Isto é visto não só nos tratos de Jeová com o povo de Nínive (caps. Jn 3:1 e 4 ), mas no resgate dos marinheiros da tempestade (cap. Jn 1:1), e de Jonas do peixe (cap. Jn 2:1 ).

2. relações de Deus com o profeta ilustrar que o homem não pode resistir à vontade de Deus com impunidade.

3. Em geral, pode-se dizer que o livro de Jonas foi escrito para comunicar a instrução profética em forma histórica.


Wesley - Comentários de Jonas Capítulo 1 do versículo 1 até o 17
I. a desobediência de Jonas (Ob 1:1)

1 Ora, a palavra do Senhor veio a Jonas, filho de Amitai, dizendo: 2 Levanta-te, ir a Nínive, a grande cidade, e clama contra ela; porque a sua malícia subiu até mim.

O escritor do livro de Jonas diz nada de idade de Jonas quando Deus o chamou, nem das circunstâncias em que foi chamado; estes pormenores não são necessários para a mensagem do livro. Mas ele faz algum coisas crystal clear: (1) Jonas estava convencido de que Deus o havia chamado; (2) ele sabia a quem Deus estava enviando; e (3) ele sabia por que a mensagem era para ser dado. Deus lhe havia dito para clamar contra Nínive; porque a sua malícia subiu até mim.

Muitas vezes acontece, quando Deus chama, que Ele não faz os detalhes da missão conhecida até que sejam necessários. Ele não é como um rei terreno, que deve dar a todos o seu comando desde o início e enviar seu servo fora de sua presença. O soberano divino vai com seu mensageiro, preenchendo os detalhes como eles são necessários. Então Jonas foi ordenado a clamar contra Nínive; mas o texto exato da mensagem parece não ter sido revelado até que ele precisava para entregá-lo (conforme Jn 1:1 sugere duas fraquezas na teologia de Jonas. (1) Ele acreditava que o Senhor para ser uma divindade local. Se ele pudesse, mas chegar fora do território de Israel, ele pensou que poderia libertar-se da chamada onerosa; então ele se levantou para fugir para Társis, da presença do Senhor.

É comum que a teologia de alguém para ser colorido por seus desejos. Em última análise, os homens acreditam essencialmente o que eles querem acreditar. Mas Deus tem uma maneira de bater a teologia de um homem livre do invólucro de erro em que a sua racionalização vestiu-lo. Quando Jonas foi cercado por uma tempestade e um monstro marinho, ele novamente reconhecido Jeová para ser "o Deus do céu, que fez o mar ea terra seca" (v. Jn 1:9 ).

(2) A segunda prova da inexatidão do pensamento teológico de Jonas era o seu aparente idéia de que se pode desobedecer a Deus com impunidade. As circunstâncias que levaram Deus em sua vida logo provou a falsidade dessa noção.

Quando Deus ordenou a Jonas, ele se levantou para fugir ao invés de obedecer. Ele desceu a Jope.

A desobediência a Deus é sempre um curso para baixo. Simbolicamente, isso é visto em experiências de Jonas: (1) que desceu a Jope, (2), ele desceu para o navio (v. Jn 1:5 , (3), ele desceu para o mar) (v. Jn 1:15 , (4) ), ele desceu para o peixe (v. Jn 1:17 ), e (5), ele logo estava nas partes mais baixas da terra (Jn 2:6)

1. The Storm (1: 4-16)

4 Mas o Senhor enviou um grande vento sobre o mar, e houve uma grande tempestade no mar, de modo que o navio estava a ser quebrado. 5 Então os marinheiros tiveram medo, e clamavam cada um ao seu deus; e lançavam as cargas, que estavam no navio no mar, para iluminá-lo a eles. Jonas, porém, descera ao íntimo do navio; e ele se deitou, e estava dormindo. 6 O mestre do navio veio a ele, e disse-lhe. Que tens, ó tu que dormes? levanta-te, clama ao teu Deus, se é que Deus se lembre de nós, para que não pereçamos. 7 E dizia cada um ao seu companheiro: Vinde, e lancemos sortes, para que saibamos por que causa este mal em cima de nós. . E lançaram sortes, e a sorte caiu sobre Jn 8:1 ), e maldade entre os ninivitas continuou desmarcada. Mas, para a misericórdia do Senhor, todos esses e próprio Jonas teria sido perdida.

Jonas sabia que o desastre comum tinha golpeado por causa de sua desobediência pessoal (v. Jn 1:12 ), mas tão de mau gosto foi a tarefa que Deus lhe havia designado para fazer que ele preferia morrer a si mesmo se humilhar e obedecer. Leve-me para cima, e lançou-me frente para o mar, ele aconselhou os homens que perguntou como eles podem desviar a ira de Jeová.

Relutância dos marinheiros para dar cumprimento à directiva de Jonas ilustra o fato embaraçoso que os pagãos às vezes mostram maior respeito por seus semelhantes do que "o povo de Deus." Assim como Jonas esteve disposto a deixar uma cidade populosa ser destruído, por isso muitos "cristãos, "em desobediência ao espírito de amor, e em desprezo para o comando direto de Cristo, reter tanto o pão físico e espiritual de milhões de seus semelhantes. Como resultado, muitos aniquilará nesta vida, e as almas de milhões morrerão para sempre.

2. A Fish (Jn 1:17)

17 E o Senhor preparou um grande peixe, para que tragasse a Jonas; e Jonas esteve no ventre do peixe três dias e três noites.

Assim como o mar recebeu Jonas, o Senhor, em misericórdia, teve um grande peixe, esperando para engoli-lo.

A deglutição de Jonas era por meios naturais; sua preservação por três dias e noites foi um raro tipo de milagre. No entanto, aqueles que acreditam no Deus da Bíblia não duvidar da possibilidade de tal milagre.


Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Introdução ao Livro de Jonas
JONAS

A profecia de Jonas, em II Reis 14:25, de que Jeroboão II expandiría seu reino, comprova que ele foi uma pessoa real da história. Com certeza, essa mensagem tornou-o um pregador popular. No entanto, o profeta rebelou-se quando Deus chamou-o a fim de pregar para a ci-dade de Nínive, capital do Império Assírio. A história relata que os assí-rios eram um povo cruel e desuma-no que não via problema algum em enterrar vivo o inimigo, em esfolá-lo vivo ou espetá-lo em estaca sob o sol quente. Jonas disse que, se fosse para Nínive ser destruída, que fos-se, pois ele preferia desobedecer ao Senhor a ver os inimigos salvos do julgamento. Nos quatro capítulos de seu relato, Jonas apresenta as expe-riências por que passou e as lições que aprendeu.


Wiersbe - Comentários de Jonas Capítulo 1 do versículo 1 até o 17
I. Resignação — a lição da paciência de Deus (1)

Jonas, em vez de ir para Nínive, cor-reu na direção oposta. Ele fugiu "da presença do Senhor", o que signifi-ca que deixou sua função de profe-ta. Ele sabia que não poderia fugir da presença do Senhor (SI 139:7ss), porém podia renunciar ao seu cha-mado e parar de pregar. Ele tornou- se um profeta desobediente.

  • Sua desobediência originou-se de muitas causas
  • Primeiro, ele tinha a atitude erra-da em relação à vontade de Deus e pensava que esse chamado era algo difícil e perigoso. Ele teve a atitude errada em relação ao teste-munho, pois achou que podia "ligar e desligar" seu testemunho quando quisesse e não percebeu que, inde-pendentemente de onde estivesse, ele testemunhava a favor do Senhor, ou contra ele. Jonas também tinha a postura errada em relação aos seus inimigos: ele queria vê-los arruina-dos.

  • Sua desobediência seguiu um caminho descendente
  • Desceu até Jope, embarcou em um navio, foi lançado no mar e foi tra-gado por um grande peixe. A deso-bediência sempre leva ao declínio. Todavia, observe que, com frequên-cia, as coisas parecem trabalhar a favor do crente desobediente, pois o navio estava esperando por ele, e ele tinha o dinheiro para comprar a passagem. Ele estava tão em paz que conseguiu até dormir em meio à tempestade!

  • Sua desobediência teve conseqüências trágicas
  • Ele perde a voz de Deus, pois ago-ra o Senhor tem de falar com ele por intermédio de uma tempestade. Ele perdeu sua energia espiritual e adormeceu no porão do navio. Ele perdeu o poder na oração e até a vontade de orar. Os pagãos oravam, mas Jonas dormia. Ele perdeu, para sempre, seu testemunho e sua in-fluência para os homens do navio, porque foi a causa da tempestade. Ele também quase perdeu a vida. O Senhor foi muito paciente e longâ- nimo com ele.


    Russell Shedd

    Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
    Russell Shedd - Introdução ao Livro de Jonas
    Jonas
    Análise
    Devido ao seu conteúdo e espírito, o livro de Jonas revela a universalidade e a compaixão da graça de Deus. Isso fica indicado em 3.10 e é dito de modo geral em 4.11.
    O livro é biográfico. Começa e termina com o Senhor falando com Jonas. Em primeiro lugar, Jonas recebe uma confissão de julgamento; finalmente, o Senhor retrata a Sua misericórdia e compaixão. Entre essas duas expressões do caráter do Senhor jaz a reação de Jonas à justiça e à compaixão de Deus. Jonas recusou-se a aceitar a comissão do Senhor, a fim de que os pagãos não viessem a arrepender-se e Deus não viesse a mostrar misericórdia. O coração magnânimo de Deus, perdoando os pagãos arrependidos, aparece em violento contraste com o espírito estreito, cheio de preconceitos e indisposto a perdoar, de Jonas.
    Autor

    Visto que o livro não apresenta qualquer asseveração sobre o seu autor, pode-se conjecturar razoavelmente que seu autor foi o próprio Jonas. Ele é filho de Amitai (1.1), sendo indubitavelmente o mesmo filho de Amitai que profetizou durante o reinado de Jeroboão II conforme 2Rs 14:25).


    Russell Shedd - Comentários de Jonas Capítulo 1 do versículo 1 até o 17
    1.1 Jonas, filho de Amitai. Este profeta viveu em Samaria durante o reinado de Jeroboão II (782-753 a.C.) quando Israel ainda não percebia que a Assíria estava prestes a destruí-la (cf.Jl 7:10, que mostra a tentativa de Amós em dar-lhe o alarme).

    1.2 Nínive. Capital do império assírio (Gn 10:12), ao nordeste da Palestina. Jonas tinha que pregar contra os seus pecados, que eram tão grandes, que exigiam a intervenção divina (o modo de dizer isto é "subiram até Deus”, embora seja óbvio que Deus sempre veja tudo).

    1.3 Társis. Provavelmente uma cidade que ficava no sul da Espanha, de onde os fenícios traziam o metal que ali se refinava, em troca de outras mercadorias. A fuga de Jonas tinha por finalidade escapar de uma incumbência difícil, e, talvez, evitar a conversão e a preservação daquela nação que seria uma ameaça para Israel. Jope era realmente o porto marítimo mais acessível a Judá e a Israel; de lá, Jonas pretendia ir ao lugar mais afastado de Nínive que ele conhecia.

    1.7 Lancemos sortes. Para se lançar sortes, pequenas pedras nas quais se escrevia alguma coisa eram colocadas em um recipiente, sacudidas juntas, para então se tirar uma delas, que seria a resposta certa. Há vários exemplos do lançar sortes na narrativa do Antigo Testamento: Lv 16:8; Js 18:6; 1Sm 14:42; Nu 10:34. Na Bíblia, este ato foi ligado à oração da fé, como se vê no último relato sobre o assunto, em At 1:23-44. Hoje não há mais necessidade de se lançar sortes, pois os crentes têm a Bíblia e o Espírito do Senhor para guiá-los.

    1.9 Temo ao Senhor. A Bíblia fala de dois tipos de temor:
    1) Há o medo dos homens e das coisas, demonstrado pelos marinheiros no v. 10;
    2) Há o temor do Senhor, que é a piedade, o respeito para com as coisas eternas, que traz consigo o ódio ao mal, Sl 19:9; Pv 1:7; Pv 8:13. Este temor foi demonstrado por Jonas de uma maneira bem imperfeita, por causa da sua desobediência (v. 3) e seu descontentamento (4:10-11).

    1.12 Por minha causa. Jonas, a estai altura, já sabia que a sua desobediência era a causa do problema (conforme v. 4 com He 12:6, He 12:11).

    1.14 E não faças cair sobre nós este sangue. Os homens estavam pedindo a Deus que não os culpasse pela morte de Jonas, ao lançá-lo ao mar. Fizeste como te aprouve. Conforme Sl 115:3.

    1.17 Deparou... um grande peixe. Deus havia preparado um meio de restaurar Jonas à vida, e levá-lo a cumprir sua missão. Note-se que não era uma baleia (que não é um peixe, mas sim um mamífero, e que aliás não tem garganta de tamanho suficiente para tragar um homem). Este foi um dos muitos milagres que sempre acompanharam a interferência divina na história humana, e das quais a mensagem bíblica está repleta; foi mencionado pelo Senhor Jesus Cristo e por Ele interpretado (Mt 12:39, Mt 12:40).


    NVI F. F. Bruce

    Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
    NVI F. F. Bruce - Introdução ao Livro de Jonas
    Jonas

    MICHAEL C. GRIFFITHS

    Contexto histórico

    A chave para entender qualquer livro bíblico é descobrir o contexto em que foi originariamente escrito, a quem foi origina-riamente endereçado e, especialmente, que mensagem transmitia aos primeiros leitores ou ouvintes. “Os textos proféticos não são um instrumento de cordas no qual o pregador cristão pode tocar qualquer melodia do seu agrado. Assim, a compreensão adequada da mensagem do profeta precisa começar com a descoberta das suas intenções e propósito originais” (J. H. Stek).
    Certamente o livro de Jonas transmite a sua mensagem a judeus exclusivistas de todas as gerações é épocas. Ele transmitiu uma mensagem aos judeus não arrependidos da época do nosso Senhor. Ele também tem diversas aplicações para nós hoje, mas primeiro precisamos compreender a sua mensagem original aos primeiros ouvintes.
    O livro de Jonas é anônimo, de forma que não sabemos quem foi o autor nem quando ele viveu. O ponto de vista de que Jonas escreveu a história da sua própria desobediência e do seu debate com o Deus misericordioso não é totalmente indefensável.

    As nossas pistas principais para a compreensão dessa profecia, externas ao próprio livro, são o uso que o Senhor Jesus fez dele (Mt 12:38-40; Lc 11:29-42) e a referência introdutória a Jonas, filho de Amitai, identificando Jonas com o profeta de 2Rs 14:2327. Jeroboão II “restabeleceu as fronteiras de Israel desde Lebo-Hamate até o mar da Arabá, conforme a palavra do Senhor, Deus de Israel, anunciada pelo seu servo Jonas, filho de Amitai, profeta de Gate-Hefer” (v. 25). O contexto é significativo. “O Senhor viu a amargura com que todos em Israel, tanto escravos quanto livres, estavam sofrendo; não havia ninguém para socorrê-los” (v. 26). Israel havia sido terrivelmente atormentado pelos ataques constantes dos sírios à sua fronteira norte. A extraordinária profecia de Jonas acerca do restabelecimento das fronteiras de Israel às suas dimensões dos tempos de Salomão se cumpriu durante o reinado de Jeroboão II, mesmo que o contexto deixe claro que ele não foi um governante temente a Deus (v.

    24). A missão de Jonas de fato exemplifica o significado do seu nome, “pomba” (heb. yônãfi) ao trazer paz depois de um juízo terrível (como em Gn 8:8-12). Jonas deve ter usufruído grande respeito popular como um verdadeiro profeta quando chegaram ao fim os ataques sírios contra as fronteiras da sua terra natal, a Galiléia. Isso pode explicar a sua relutância em aceitar uma missão menos popular, que poderia fracassar e causar considerável perda ao seu prestígio.

    Na tentativa de inserir o livro de Jonas no seu contexto histórico, o versículo seguinte (v. 27) é enigmático, mas possivelmente relevante. “Visto que o Senhor não dissera que apagaria o nome de Israel de debaixo do céu, ele os libertou pela mão de Jeroboão, filho de Jeoás”. Quando será que se pensou que o
    Senhor poderia apagar o nome de Israel, e por quêP Foi durante o período da supremacia síria sobre Israel? Ou mais tarde quando a Assíria estava atacando Israel e Judá? Ou até mais tarde quando a Babilônia levou Judá ao cativeiro? Qual é o significado dessas observações explanatórias do autor do livro de Reis?

    V. F. Crüsemann, “Kritik an Amós im deuteronomistischen Geschichtswerk”, Probleme Biblischer Theologie (G. von Rad Festschrift, ed. H. W. Wolff, Munique, 1971, p. 57-63).

    A identificação intencional que o autor faz do tema do livro com Jonas, filho de Amitai, sugere que devamos examinar o período de Jeroboão II para ver se fornece mais pistas. Não é evidente que o livro de Jonas tenha sido necessariamente escrito ou designado para o povo daquele período, mas continua sendo o período mais óbvio para ser levado em consideração. (Um tratamento histórico muito útil desse período está em História de Israel, de John Bright.)

    A Síria sob Hazael de Damasco e seu filho e sucessor Ben-Hadade II havia sido inimiga constante de Israel, ocupando toda a Transjordânia e avançando para o sul a ponto de chegar a Gate (2Rs 13:3,2Rs 13:5,2Rs 13:22). Mas agora a Assíria, sob Adade-Nirari III (811-783), derrotou a Síria em uma série de campanhas militares que culminaram com a captura de Damasco em 805 a.C.

    Foi aí que Jonas apareceu: “Desde a morte de Eliseu até a profecia de Amós, devem ter passado perto de quarenta anos, durante os quais a única voz profética registrada [...] a de Jonas [...] anunciou de antemão as vitórias de Jeroboão II” (Ellison). Como cumprimento da sua profecia, o século VIII a.C. testemunhou uma inversão dramática de destinos que trouxe uma prosperidade tal a Judá e Israel que não se via desde os dias de Davi e Salomão. Em parte, isso ocorreu porque os dois Estados foram abençoados com governantes idôneos e longevos: Uzias, em Judá (790-740 a.C.), e Jeroboão II, em Israel (793-753 a.C.). Outra razão foi o fato de que a Assíria havia enfraquecido a Síria, e depois a própria Assíria esteve em apuros. Embora Adade-Nirari III recebesse tributos de Tiro, Sidom, Edom, da Filístia e Israel, não foi capaz de dar continuidade a esse sucesso porque a Assíria foi enfraquecida por dissensões internas e estava ameaçada pelo reino poderoso das montanhas de Urartu (Ararate) no norte. Ele morreu sem filhos, e os seus sucessores Salmaneser IV (783-773 a.C.), Assur-Dan III (773-754 a.C.) e Assur-Nirari V (754-746 a.C.) foram governantes ineficientes que malmente mantiveram um pé fincado a oeste do Eufrates. Na metade do século VIII a.C, a Assíria parecia ameaçada de desintegração. O ressurgimento da boa sorte de Israel e o restabelecimento das suas fronteiras corresponderam a esse período de enfraquecimento da Assíria.
    Durante esse período de prosperidade, o primeiro que começou a falar foi Amós, c. 752/ 751 a.C., e depois Oséias, em 743 a.C., ambos profetizando juízo sobre o obstinado povo de Deus. Amós pode ter dado a entender que a eleição de Israel não garantia a sua proteção e que seria varrido do mapa (v. Clements). Amós anunciou profecias contundentes de destruição (5.2,18,27; 7.8,9; 9,8) (v. tb. J. A. Motyer, The Day of the Lion, 1975, p. 22).

    A situação e a mensagem do livro de Jonas parecem adequadas à situação tanto em Ní-nive quanto em Israel durante meados do século VIII a.C. A Assíria estava numa posição em que qualquer coisa poderia acontecer. Desde os dias finais de Salmaneser III (859-824 a.C.), a nação estava engajada num conflito crescente com Urartu, ao norte, onde a fronteira estava sendo avançada em direção ao sul a ponto de ficar a menos de 160 quilômetros de Nínive. Se os cruéis montanheses de Urartu se aventurassem a descer à planície do rio Tigre, a batalha que se sucederia seria o fim da Assíria. Isso explicaria a prontidão de Nínive de dar ouvidos à mensagem de Jonas. “ ‘Nínive será destruída’ já não é uma ameaça vaga; tanto para quem fala quanto para quem ouve, significa um ataque repentino, rápido e decisivo desferido pelos invasores do norte” (Ellison).

    Contudo, a mensagem do livro é relevante também se alguém pensou que Amós tinha anunciado um fim definitivo. Estariam eles perdidos num fatalismo desesperançado de final dos tempos? Um tipo de determinismo apocalíptico? A mensagem de Jonas é que os juízos de Deus, mesmo que tenham sido profetizados, podem ser evitados por meio de genuíno arrependimento. Alguns estudiosos sugerem que a referência de Jesus a uma “geração perversa e adúltera [que] pede um sinal miraculoso” (Mt 12:39) sugere uma comparação com a geração que Oséias descreveu como adúltera. E significativo que Amós não faça menção da Assíria na lista de nações estrangeiras que vão ser julgadas, ao passo que Oséias menciona a Assíria cinco vezes, e Isaías, 34 vezes. Isso dá indícios do rápido ressurgimento da Assíria mais tarde nesse século.

    Desde o tempo em que Tiglate-Pileser III (745-727 a.C.) assumiu o trono da Assíria em 745 a.C., ele se tornou a vara da ira de Deus (Is 10:5), golpeando Israel até que deixasse de ser um povo e Judá até que chegasse à beira da destruição (Is 1:9). Nos primeiros anos do seu reinado, ele se engajou em batalhas contra Urartu a fim de garantir a sua fronteira ao norte. Em 732 a.C., conquistou Damasco, a Galiléia, Jezreel e Gileade (2Rs

    15.29). Em 722 a.C., no final do reinado de Salmaneser V (727-722 a.C.), Sargão II havia conquistado Samaria e no ano seguinte deportou 27.200 pessoas (2Rs 17:6,2Rs 17:23,2Rs 17:24; cf. ANET, p. 284-5). Mais tarde, Senaqueribe devastou Judá, cercou Jerusalém e depois recuou e se retirou misteriosamente em 701 a.C.

    E mais crível então atribuir os eventos do livro de Jonas à metade do século VIII a.C. do que concluir que Jonas foi uma alegoria dirigida ao exclusivismo judaico do pós-exílio e situar o livro em uma época muito posterior da história judaica, bem depois da morte do filho de Amitai, o Jonas histórico.

    Alguém poderia argumentar que o livro foi dirigido a uma geração posterior à do povo do Reino do Norte na metade do século VIII a.C., mas algum sentimento de missão divinamente ordenada às nações já estava presente (Is 2:2-23, como também a aliança original com

    Abraão em Gn 12:3 etc.). Assim, a mensagem missionária ou universalista de Jonas demonstra que o interesse de Javé pelas nações é relevante já em tempos tão remotos quanto o século VIII a.C.    '

    O poder de persuasão da mensagem do juízo de Deus sobre Nínive, se não fosse cumprida porque os ninivitas se arrependeram, se perderia depois de 612 a.C. quando Nínive foi de fato e finalmente destruída depois de dois meses e meio de cerco, como predito pelo profeta Naum. Se o propósito da profecia de Jonas era encorajar os israelitas a crer que, se eles se arrependessem, o Senhor os restauraria, então a história de Nínive teria muito menos força se o livro de Jonas fosse dirigido pela primeira vez ao povo numa época em que Nínive já havia sido derrotada e estava desolada.

    (Ob 3:3 tem sido interpretado como se Nínive já não existisse quando o livro de Jonas foi escrito, mas é mais provável que seja um tempo verbal sincrônico [v. texto]).

    Estilo literário

    O livro é um relato em terceira pessoa da missão de Jonas, filho de Amitai, a Nínive, escrito em prosa, fora o salmo de gratidão do cap. 2. Diferentemente de todos os outros livros do cânon profético, esse livro transmite a sua mensagem por meio de uma história narrada, e não por meio de uma série de oráculos. “O autor teceu de forma bem justa a sua narrativa” (Stek). O livro é, portanto, bem mais parecido com a primeira parte de Daniel ou as histórias de Elias e Eliseu, que também foram pregar às nações estrangeiras (Elias foi a Sarepta, em Sidom, 1Rs 17:0 e Lc 11:32, em que ele pressupôs que os ninivitas de fato se arrependeram diante da pregação de Jonas.

    (6)    Há coerência entre o primeiro ministério de Jonas a Israel como “a pomba”, anunciando a intervenção imerecida e generosa do poder do Senhor a favor do seu povo (2Rs
    14), e o seu ministério posterior a Nínive que, embora anunciando o juízo, lhes trouxe graça. Deus é coerentemente misericordioso tanto para com o indigno Israel quanto para com Nínive, o inimigo indigno de Israel.
    (7)    Os argumentos lingüísticos contra uma data antiga são fracos, pois somos quase que totalmente ignorantes acerca do dialeto gali-leu durante o Reino do Norte. E impossível saber em que época palavras aramaicas isoladas entraram na língua hebraica, e o uso de palavras tomadas por empréstimo do fenício para usos náuticos parece previsível. E verdade que há seis palavras em Jonas que não encontramos em outro texto do ATOS, mas Amós contém 24, Oséias, 25, e Miquéias, 13. Todas as 24 formas verbais presentes no cap. 2 são encontradas nos escritos dos contemporâneos de Jonas do século VIII a.C.
    (8)    A parte alguns intérpretes eventuais que se dispuseram a tratar o livro de forma alegórica, desde Gregório de Nazianzo (século VI) até Lutero (século XVI), a perspectiva histórica e literal só foi questionada em épocas relativamente recentes — por alguns, de forma frívola, numa “tentativa de apaziguar cientistas incrédulos que tiveram dificuldade em aceitar que um homem podería ser engolido por um grande peixe” (R. K. Harrison); por outros, de forma mais séria, com base no aspecto de que o gênero literário do livro é mais bem identificado não como historiografia, mas como “o de uma parábola com algumas características alegóricas” (L. C. Allen, p. 181).

    Objeções à perspectiva histórica

    (1)    Alguns rejeitam o livro como histórico em virtude do conteúdo miraculoso. Para aqueles cuja visão da história descarta o miraculoso por definição, se pode dizer com D. W. B. Robinson que “se o miraculoso não serve para a história, também não serve para conferir credibilidade à parábola” (NBCR).

    (2)    A inclusão de palavras aramaicas que supostamente não ocorrem no hebraico até bem mais tarde na história judaica (v. antes).
    (3)    O tamanho de Nínive e o título do rei são tidos como demonstração de ignorância da situação histórica (v. o comentário no texto).
    (4)    A ausência de qualquer relato secular da conversão de Nínive.
    (b) A perspectiva alegórica. Uma alegoria é uma história que consiste em uma série de incidentes que são análogos a uma série de acontecimentos paralelos que eles têm como propósito ilustrar. Assim, a pomba tinha sido havia muito tempo um símbolo de Israel (Sl 74:19). A fuga de Jonas simboliza o fracasso de Israel em cumprir a sua missão espiritual antes do exílio. Muitas nações (os marinheiros) ameaçadas pelo juízo de Deus (a tempestade) acordam 1srael (Jonas) dormindo entre elas, despreocupado com o destino delas. O desaparecimento de Jonas no mar dentro do grande peixe e a sua ejeção na praia simbolizam o exílio dos judeus e o seu retomo à Palestina. “Tal como uma serpente ele nos engoliu [...] Castigarei Bei [i.e., o dragão] na Babilônia e o farei vomitar o que engoliu. [...] Saia dela, meu povo!” (Jr 51:34,

    44,45).
    O ser engolido de Jonas pelo monstro marinho reflete Israel sendo engolido pelo “dragão” da Babilônia (conforme o urso russo, o leão britânico). Os judeus que foram engolidos e então vomitados precisam agora retomar o seu ministério de pregar às nações sem reclamar.
    No entanto, o povo do Reino do Norte não foi trazido de volta do cativeiro. Sugerir que Jonas engolido pelo monstro marinho é um tipo do fato de os judeus serem levados para o cativeiro babilónico implicaria que o livro é bem posterior ao tempo de Jonas, filho de Amitaí, e provavelmente posterior à própria queda de Nínive. E possível argumentar que o livro é histórico e ao mesmo tempo tem o propósito de ser entendido com um significado típico, mas há problemas com essa perspectiva.
    c) A perspectiva parabólica. A parábola é uma história moral breve e incisiva com um propósito didático (e.g., a história do bom samaritano). Jonas foi escolhido porque aparece na história como um tipo do judeu exclusivista, de mente fechada, sem amor pelas nações além das fronteiras de Israel. Ele despreza os não-judeus e enxerga o Todo-pode-roso como Deus dos judeus somente, que não se importa com o restante da sua criação. O livro demonstra numa série de eventos parabólicos que o Senhor se importa com os marinheiros pagãos, com os ninivitas e até com o gado e as plantas que ele criou.

    A principal objeção a essa perspectiva é que outras parábolas do ATOS são simples, tratam de apenas um tópico e são sempre seguidas de uma explanação do seu significado, ao passo que nenhuma explicação é fornecida nesse livro (v. D. W. B. Robinson, NBCR). A complexidade incomparável de Jonas como parábola — considerando que uma parábola geralmente concentra a sua atenção em um ponto principal — e a ausência de qualquer interpretação contrariam esse ponto de vista.

    “Em primeiro lugar, como questão de método geral, precisamos aceitar que o propósito do livro é franco e direto, e que ele está evidente na narrativa que temos diante de nós. Devemos descartar, portanto, qualquer significado alegórico secreto que se fundamente em encontrar equivalentes para os atores da narrativa, especialmente porque não há indicação em nenhum lugar de que isso seja necessário. Aliás, a interpretação crítica comum parece ter surgido precisamente como resultado de se seguir esse ponto de vista e de se considerar Jonas um típico judeu, e os ninivitas, típicos gentios. Antes, precisamos ver que essa é uma história que deve ser considerada como um todo em que a ação é de importância fundamental” (R. E. Clements).
    d) Outras interpretações sugeridas

    E impossível negar que todas as perspectivas apresentadas têm certos méritos bem como dificuldades, e algum tipo de síntese de todas elas é possível, aceitando-se todas como uma crônica verdadeira de eventos históricos com um significado típico e até a possibilidade da interpretação parabólica, como segue:

    O próprio Senhor é a personagem principal, que fala em primeiro e em ultimo lugar e que age no meio. Embora a sua forma de lidar com os marinheiros, com os ninivitas e com as plantas seja significativa, é a forma de o Senhor lidar com Jonas o tema central do livro. Jonas parece de fato ter uma função representativa, como tiveram eventualmente dois outros profetas, Oséias (1.2; 3,1) e Ezequiel (caps. 4; 5 e 12:1-20; 24.16 etc.). O homem se torna o sinal (Ez 24:24; 12:6,11). O nosso Senhor diz (Lc 11:30) que Jonas se tornou o sinal para os ninivitas. “O livro foi planejado de forma elaborada demais para ser uma mera crônica” (Stek).

    Os seguintes temas podem ser identificados:

    1. A enfática proclamação de que a misericórdia do Senhor se estende aos povos gentios por amor a eles e como lembrete a Israel de que a eleição dos israelitas tem o propósito de que eles compartilhem a sua fé com as nações dos gentios. É o equivalente vetero-testamentário do relutante Pedro em Jope indo ao encontro de Comélio (At 10:0).

    Israel possuía uma relutância nacional em executar a sua missão divina: “Quem é cego senão o meu servo, e surdo senão o mensageiro que enviei?” (Is 42:19ss). Muitos judeus só conseguiam ver o reino de Deus sendo estabelecido por meio da destruição e derrota dos reinos do mundo. Jonas é o tipo que representa essas pessoas. Semelhantemente a elas, ele foge da tarefa de que Deus o incumbiu. Semelhantemente a elas, ele deixa a sua própria terra, é lançado por um período numa morte viva, e, igual a elas, é resgatado só para mostrar novamente a extrema relutância em crer que Deus tenha algum destino para os pagãos que não seja a destruição. O Senhor repreende severamente, na pessoa de Jonas, os judeus que não estão dispostos a ver a misericórdia de Deus se estender além de Israel. Estavam cegados pelo ódio, nascido da opressão por parte dos gentios, como também pelo seu desprezo pela idolatria dos pagãos. Essa perspectiva missionária não é articulada com freqüência na literatura israelita, a não ser de forma extraordinária em Is 40:55. O fato de Deus ter concedido também aos gentios o arrependimento para a vida não é ilustrado de forma tão vívida em nenhuma outra parte das Escrituras. Talvez não seja uma elaboração do tema da missão como tal, mas a sua consciência da responsabilidade profética dos eleitos de Deus para com as nações é óbvia. O livro é tanto uma polêmica contra Israel por sua relutância em ir aos pagãos quanto uma proclamação do perdão de Deus a todas as nações por meio da pregação do arrependimento.

    2. A atual infidelidade de Israel não vai impedir o Senhor de cumprir os seus propósitos históricos, assim como a relutância de Jonas também não pode impedir os propósitos de misericórdia de Deus para com Nínive. Se os eleitos falharem, Deus vai disciplinar e purificar os eleitos. O subepisódio do navio é retratado de uma forma elaborada demais para não ser intencional. Os marinheiros de fato parecem tipos das nações usadas para acordar e incitar o adormecido Jonas a se preocupar com o destino delas, como também para serem usadas como ferramentas do juízo corretivo de Deus sobre o seu povo.
    3.    O arrependimento de Nínive como resultado do ministério de um sinal só de Jonas contrasta com a recusa obstinada de Israel de dar ouvidos a toda uma sucessão de profetas. A prontidão dos ninivitas em mudar de vida depois de ouvirem uma única mensagem de Javé que lhes foi anunciada era uma lição salutar para os judeus daquela geração e das subseqüentes (e para os cristãos hoje), famosos pela sua obstinação e falta de fé, apesar de ouvirem a Moisés e os profetas. Jesus sinaliza para o aspecto de que a resposta dos ninivitas ao sinal de Jonas encontraria uma analogia na resposta dos gentios ao sinal da sua ressurreição. O propósito de Deus é demonstrar e expor a sua graça de forma proverbial, que foi como o Senhor Jesus explanou esse evento mais tarde. “Pois eles se arrependeram com a pregação de Jonas...” (Mt 12:41).

    4.    Deus é imutável no seu caráter misericordioso e, por isso, sempre muda a sua reação quando os homens se arrependem. Se eles não se arrependem, ele julga. Se eles se arrependem, ele restaura. Quando um profeta diz que uma cidade ou um povo está para ser destruído (Jo 3:4), isso não significa necessariamente que eles serão de fato destruídos, pois sempre há a possibilidade de o povo se arrepender (v. Clements). Embora as profecias sejam expressas em termos absolutos, há nelas um elemento de contingência. A ação de Deus é contingente a (não necessariamente conseqüência de) algum tipo de resposta humana. A luz das ações do ser humano, Talvez Deus se arrependa e não os destrua como tinha ameaçado (Jo 3:9,Jo 3:10). E por isso que Jonas está irado com Deus, e não com os ninivitas. Jr 18:7,Jr 18:8 explica o princípio geral que Jo 3:10 ilustra, isto é, que as palavras de juízo de Deus podem ser mudadas se o povo se arrepender; essa é uma verdade importante em qualquer época na história de Israel quando os profetas de Deus estão predizendo a destruição de Israel.

    É também uma verdade teológica essencial que associa o arrependimento humano ao livramento do juízo antecipado.
    Jesus e Jonas

    Jonas é o único profeta menor mencionado especificamente por Jesus, e o único profeta com quem ele se compara. Ambos eram da Galiléia dos gentios — os fariseus esqueceram Jonas quando comentaram de forma desdenhosa que nenhum profeta tinha vindo da Galiléia (Jo 7:52). Gate-Hefer, a atual Khirbet ez-Zurra‘, fica a apenas alguns quilômetros a nordeste de Nazaré (Js 19:13). A missão de Jonas a Nínive foi importante em apontar para a salvação de outras ovelhas fora da casa de Israel. Os discípulos da Galiléia, ao obedecerem à grande comissão de fazer discípulos de todas as nações, que lhes foi entregue na Galiléia, seguiram o exemplo relutante de Jonas. A igreja primitiva teve de ser disciplinada com perseguição antes de começar a buscar os gentios, e Pedro também teve de descer a Jope antes de captar a mensagem (At 9:43). Parte do propósito de Deus a longo prazo foi ilustrar de forma proverbial a sua misericórdia sobre pessoas arrependidas, e foi assim que o Senhor Jesus usou os eventos desse livro na pregação.

    O ensino de Jesus implica a historicidade de Jonas (Mt 12:38-40; Mt 16:4 e Lc 11:29-42). Ele considerou que o arrependimento do povo de Nínive foi atingido por meio da pregação de Jonas. E exegese de má qualidade aceitar a rainha de Sabá e Nínive como históricas, mas Jonas e o grande peixe como ficcionais. A referência aos três dias e três noites (Mt 12:40) sugere que o próprio Jesus confere autoridade ao ponto de vista de Jonas como tipo que aponta não somente para Israel, mas finalmente para Sl mesmo (v. D. W.

    B. Robinson, NBCR).

    E significativo que Jonas seja lido no le-cionário da sinagoga judaica como uma das leituras do Yom Kippur, o Dia da Expiação. Ao comentar esse fato, o rabino J. H. Hertz diz: “Os gentios também são criaturas de Deus e dignos de perdão, se sinceramente
    ANÁLISE
    “A salvação vem do Senhor” (2.9)
    Senhor SALVA MARINHEIROS PAGÃOS DA MORTE NA
    Senhor SALVA O DESOBEDIENTE JONAS DA MORTE POR
    Senhor SALVA OS ARREPENDIDOS NINIVITAS DO JUÍZO
    Senhor SALVA O DESAPONTADO JONAS DE ATITUDES se arrependerem”.
    A expiação se estende também a eles.
    Tendo profetizado um evento que não ocorreu, Jonas estava destinado a sofrer grande perda de prestígio, como um profeta falso. Ele preferia que 120.000 ninivitas fossem destruídos a perder prestígio. Até isso tem um contraste na expiação obtida para toda a humanidade por Jesus, o que envolveu o fato de que “sua aparência estava tão desfigurada que ele se tornou irreconhecível como
    I. CAPÍTULO 1: O TEMPESTADE
    II. CAPÍTULO 2: O AFOGAMENTO
    III. CAPÍTULO 3: O
    IV CAPÍTULO 4: O ERRADAS


    NVI F. F. Bruce - Comentários de Jonas Capítulo 1 do versículo 1 até o 17
    I. CAPÍTULO 1: O Senhor SALVA MARINHEIROS PAGÃOS DA MORTE NA TEMPESTADE
    v. 1. A palavra do Senhor veio-, sete dos Doze Profetas começam dessa forma (Oséias, Joel, Miquéias, Sofonias, Ageu, Zacarias). Jonas, filho de Amitai-. identifica Jonas como a personagem histórica de 2Rs 14:25 que profetizou misericórdia para Israel (conforme v. 26), profecia que se cumpriu no reinado de Jero-boão II (c. 793-753 a.C.). Jonas = pomba; Amitai = verdade. O uso da terceira pessoa na narrativa significa que o próprio Jonas não precisa ser necessariamente o autor, embora as informações, pressupondo a historicidade, tenham vindo obrigatoriamente do próprio Jonas. v. 2. Vá [a] Nínive: outros profetas denunciaram nações estrangeiras de uma distância segura. Se a proclamação fosse meramente predição, poderia ter sido feita igualmente bem a partir da Galiléia. O fato de que Jonas tinha de ir à real situação em Nínive e anunciar a destruição dos seus habitantes só poderia significar que Deus desejava dar-lhes homem”. Jesus havia reivindicado poder e glória, mas os seus inimigos propositadamente destruíram o seu prestígio e lhe tomaram a credibilidade por meio da humilhante desgraça da crucificação. Jesus é de fato maior do que Jonas na sua disposição de perder prestígio e de ser mal interpretado como um impostor. E nada menos do que o sinal do profeta Jonas, de ressurreição factual da morte, era necessário para que se tornasse novamente um Príncipe e Salvador digno de crédito.

    a oportunidade de arrependimento e redenção (J. H. Hertz).

    grande cidade-. Nínive estava situada à margem leste do rio Tigre, perto da atual Mossul. As ruínas são marcadas pelas colinas chamadas Kuyunjik e Nabi Yunus (profeta Jonas) que atualmente são habitadas e não foram escavadas ainda apesar de ocultarem o palácio de Esar-Hadom. Nínive foi uma das quatro cidades fundadas por Ninrode, ou Assur, depois de deixar a Babilônia (aqui provavelmente temos uma alusão às palavras “a grande cidade” de Gn 10:11,12). Na época do reinado de Tiglate-Pileser I (1114-1076 a.C.), foi estabelecida como um palácio alternativo a Assur e Calá. Senaqueribe reconstruiu e fortificou a cidade de forma intensa e abrangente como última capital da Assíria (c. 705 a.C.). v. 3. Társis: um lugar rico em prata, ferro, estanho e chumbo (Ez 27:12; Jr 10:9). O termo provavelmente significa “lugar de fundição”. Os navios de Társis eram barcos fenícios carregando metais fundidos para os portos fenícios de Jope, Tiro etc. Társis poderia ser qualquer colônia fenícia do Mediterrâneo Ocidental rica em depósitos de metais.

    Tartesso na Espanha ou Sardenha são possibilidades. Ir a Nínive significava 800 quilômetros para nordeste através do deserto. Ir a Társis significava mais Dt 3:0 quilômetros para o oeste (conforme “na direção oposta”, GNB). fugiu: missionários muitas vezes têm vontade de fugir. Até Jeremias pensou em silenciar a palavra de Deus (Jr 20:9). Elias quis desistir (1Rs 19:3,1Rs 19:4).

    Por que Jonas fugiu? Veja as razões que Jonas dá em 4.2. Entre as sugestões, estão:
    (1)    Medo de ir a uma cidade hostil e cruel.

    (2)    Os rabinos sugeriram que Jonas previu que o arrependimento de Nínive refletiria de forma adversa sobre os israelitas, que, apesar de muitas advertências proféticas, não tinham se arrependido. Ele não estava disposto a aceitar a misericórdia sendo concedida ao inimigo de Israel, porque uma Nínive perdoada poderia cair sobre o indefeso Israel como o “bastão da minha ira [da ira de Deus]” (Is 10:5). “Você precisaria ser francês, ou russo, que três vezes e duas vezes, respectivamente, viram durante sua vida a violência com que a Alemanha dilacerou as entranhas de seu país, para entender completamente como um homem como Jonas deve ter pensado acerca da Assíria. Três vezes, ao menos, a ameaça havia chegado perto, três vezes o sopro quente da destruição havia sido sentido, três vezes a ameaça tinha se voltado para outros” (Ellison).

    (3)    Ele estava com medo da perda de prestígio, como de um falso profeta cujas palavras não se cumpririam.

    da presença do Senhor: conforme Gn 3:8; 4:16; Êx 33:14; 2Rs 13:23; 2Rs 24:20; Sl 51:11; Sl 95:2Sl 139:7; Is 64:1-23. O Senhor pode nos expulsar da sua presença, ou o homem, como Jonas, pode tentar fugir dela. Isso não precisa significar que Jonas pensava a respeito da presença de Deus como presença cultual localizada somente em Israel (conforme v. 9 e NBCR). A idéia de Deus ter só uma influência local de fato existe (1Rs 20:28; 2Rs 5:17), mas Amós, contemporâneo de Jonas, ensina a autoridade mais ampla do Senhor para julgar as nações (Jl 1:3,Jl 1:6,Jl 1:9,Jl 1:11,Jl 1:13). Jonas, o profeta de ótima reputação em virtude de sua profecia cumprida em relação às fronteiras restabelecidas de Israel, agora tenta abandonar o seu chamado e renunciar à sua comissão. De forma experimental, ele está tentando fugir do Senhor (mas v. 2,4) e fugindo especialmente do palco dramático em que Deus está realizando os seus propósitos e juízos. Jope: importante porto do Mediterrâneo, em que mais tarde Pedro recebeu ordem para visitar o gentio Comélio (At 10:5). encontrou um navio [...] Depois de pagar a passagem: recursos na mão e um navio oportuno não devem ser considerados necessariamente direção circunstancial! A interferência divina poderia ter levado Jonas a ter um acidente, a não encontrar um leito no navio ou não ter dinheiro suficiente para a passagem. Por que o Senhor, que obstruiu Balaão para não profetizar contra Israel (Nu 22:22ss), permitiu que Jonas prosseguisse no caminho da desobediência? Deus não força o homem manipulando-o como a um fantoche; antes, ele molda a experiência de vida de Jonas para produzir nele o consentimento da sua vontade em direção ao que Deus decidiu. Em cada ocasião, o homem pode se recusar a seguir (Ellul, p. 24). Jonas precisava

    (1)    aprender a lição do poder e da onipresença de Deus;
    (2)    aprender que o caminho da desobediência é desconfortável, passando pela tempestade e pelo estômago de um peixe;
    (3)    ser engolido pelo “peixe”, que certamente era algo significativo não somente para o distante futuro em relação à ressurreição de Jesus, mas era em Sl um “sinal” possivelmente para os ninivitas e certamente para Israel.
    v. 4. tempestade: a LXX traz klydõ«, vagalhão, rebentação. Essa não era uma demonstração despropositada do poder do Senhor sobre os elementos, nem mesmo para dobrar o inflexível Jonas, mas para lhe dar um sentimento de preocupação pelos marinheiros e, assim, pelos ninivitas. v. 5. marinheiros: heb. mallãhtm, “marujos” (conforme Ez 27:9, 29). tinha desrído ao porão-, ao compartimento de carga do navio. O heb. sephinãh provavelmente representa a terminologia náutica fenícia, mas está relacionado ao verbo heb. sãphan, “cobrir”.

    Os israelitas, embora vivessem não muito longe da costa, eram essencialmente um povo do interior sem muita intimidade com o mar (a experiência marítima é mencionada somente em Jonas, no Sl 107:0 e em Ez 27, que também está associado à cidade de Tiro dos fenícios). Com o vento uivante e a terrível rebentação, não é de admirar que o desgastado profeta tenha descido ao porão e estivesse dormindo profundamente (sofrendo com o choque cultural!), v. 6. 0 capitão-, essa é a única ocorrência de um capitão de navio no ATOS. Como o único profeta da Ga-liléia, podemos esperar que Jonas use algumas palavras que poderiam ser peculiares ao dialeto do Reino do Norte. Também devemos esperar que, visto que os judeus não eram um povo acostumado com o mar, uma série de termos náuticos e oceanográficos tenham sido tomados por empréstimo dos marinheiros fenícios que faziam parte da tripulação do navio de Társis com quem Jonas teve contato, e de fato foi isso que ocorreu. seu deus...: heb. ’elõhim, que está em concordância com a palavra comum dos pagãos (v. Kidner).

    v. 9. Eu sou hebreu: o epíteto “hebreu” praticamente nunca ocorre no ATOS, a não ser em narrativas do período mais antigo, e aí principalmente na boca de um estrangeiro falando dos israelitas (Gn 39:14,17; Êx 2:61Sm 4:6,1Sm 4:9) ou de um israelita que quer se identificar para estrangeiros (Gn 40:50; Êx 3.18; 5:3) (John Bright, History of Israel, p. 84). do Senhor, o Deus dos céus: os fenícios adoravam “o senhor (ba‘al) do céu”, e, nas circunstâncias em que Jonas estava, quem teria dado uma resposta mais sensata e mais compreensível à pergunta dos marinheiros? Portanto, a expressão não é necessariamente um título pós-exílico de data posterior (conforme Gn 24:3,7Dt 4:39), embora tenha sido usada em Daniel na presença de reis que adoravam a outros deuses. Teoricamente, Jonas acreditava no reinado onipresente de Deus, mas não experimentalmente e psicologicamente, como ele estava descobrindo naquele momento, v. 10. O que foi que você fez? Não é uma pergunta, mas uma exclamação de horror. Jonas evidentemente já lhes contou antes a respeito da sua fuga, e vamos encontrar exemplos posteriores da forma de administrar as palavras no sentido de suprir informações necessárias que foram omitidas anteriormente.

    v. Yl. joguem-me no mar. isso era suicídio? Remorso por fazê-los sofrer? Morte substitutiva? Por que há tanta certeza de que a tempestade vai se acalmar quando ele for jogado no mar? A bordo do navio, Jonas viu os “estrangeiros” como pessoas. O profeta e os seus inimigos naturais experimentaram a sua humanidade comum sobre o navio que se contorcia e estava a ponto de se quebrar. Jonas não somente sente o parentesco dos gentios com ele mesmo, mas a suscetibilidade e abertura deles para o conhecimento do seu Deus (G. A. Smith). Tudo de que ele tentou fugir e, assim, evitar, está acontecendo diante dos seus olhos, e pela sua própria mediação ele vê os pagãos se voltando para o temor do Senhor, v. 13. de volta à terra: os navios do mundo antigo navegavam perto da costa, mantendo-se à vista da margem, se esforçaram ao máximo: os homens tentam demonstrar a sua preocupação pela vida de Jonas ao tentar evitar sacrificá-lo. O clímax é atingido não quando Jonas sente a sua humanidade comum com os pagãos (o Senhor está ensinando algo a Jonas) nem quando ele descobre o temor deles pelo seu Deus, mas quando, a fim de garantir a eles a misericórdia poupadora de Deus, ele oferece a sua própria vida [...], portanto, Deus ainda nos força a aceitar nova luz e a realizar tarefas estranhas (G. A. Smith). Deus “torna concreta para ele a situação da outra pessoa. Agora isso é digno de consideração: Jonas não queria levar a salvação a Nínive. Ele tem de levar a salvação aos homens no navio. Quer goste quer não, Jonas não pode escapar do significado do seu nome.

    Ele é a ‘pomba’ ” (Ellul, p. 34). v. 14,15. não nos deixes...', com uma oração nos lábios, eles jogam Jonas no mar. Os homens pensavam que estavam sacrificando Jonas para salvarem a Sl mesmos. Certamente uma vida foi dada no lugar de muitas. Compare essa decisão serena de Jonas de ser o bode expiatório com a declaração de Moisés: “risca-me do teu livro que escreveste” (Ex 32:32). O mar se acalma de forma miraculosa (conforme Mt 8:23Mt 8:27). Jonas os salvou humanamente e materialmente; eles não se afogarão por culpa dele. Mas ele também os salva espiritualmente (Ellison). v. 16. adoraram o Senhor com temor, oferecendo-lhe sacrifícios-, a repetição (no heb.) do nome do Deus da aliança deixa claro que os sacrifícios não foram feitos ao deus do mar, mas ao Deus de Jonas, Javé (conforme Kidner).

    v. 17. um grande peixe-, heb. dãg gãdôl, LXX kêtos (“mostro marinho”). Os hebreus não eram um povo muito acostumado ao mar, e não podemos esperar distinções biológicas do século XXL Até pessoas modernas às vezes descrevem mamíferos que respiram, como por exemplo as toninhas, como sendo peixes grandes. A ausência da palavra “baleia” é um acidente da tradução para as línguas ocidentais, como inglês e português, e não uma questão de inspiração bíblica. A palavra dãg (“peixe”) incluía moluscos, crustáceos e até mesmo focas (e eventualmente também mamíferos que respiram). No NT, o grego kêtos é traduzido na 5A (também RV e RSV) por “baleia”, mas “monstro marinho” é zoologicamente menos específico (aqui na NVI: grande peixe). O único lugar de se encontrar um depósito renovável de oxigênio debaixo das ondas espumantes do mar é a faringe de um mamífero que respira (um cetáceo). Falando em termos zoológicos, um homem engolido por um peixe iria se afogar no peixe tão rapidamente quanto na água do mar. Parece haver poucas razões para se criarem dificuldades para o cético, e não se resolve o debate ao fazer a concessão (como todo cristão deve fazer) ao fato de que o Senhor poderia, se quisesse, manter vivo de forma miraculosa um homem dentro de um peixe que extrai o oxigênio da água, se, de fato, as palavras das Escrituras inspiradas são igualmente aceitáveis para um mamífero marinho que extrai o oxigênio do ar e para um peixe estritamente definido. As baleias existem em dois grupos principais: as que se alimentam de plâncton, com um esôfago estreito, incapaz de engolir um ser humano (Spermaceti), e as grandes baleias dentadas (Odontoceti), que comem lulas gigantes e grandes focas, e são capazes, portanto, de engolir (e digerir) um homem. Ocasionalmente, são citados casos de homens que foram resgatados pouco depois de terem caído do barco no mar, estando os homens ainda vivos na presa da baleia. No entanto, uma investigação por meio de Lloyds do capitão do “Estrela do Oriente” desacreditou a história de marinheiro contada por James Bartley (Expository Times, xvii, 1905-1906, p. 521; xviii, 1906-1907, p. 239).

    O milagre então é um milagre de crono-metragem, assim que o Senhor enviou a criatura marinha para engolir Jonas, pois, se não fosse isso, ele teria se afogado no mar. Embora o fato da ocorrência possa ser questionado, não há razão científica para insistir em que esse evento muito raro não possa ter acontecido. No entanto, não podemos estar “tão obcecados por aquilo que está acontecendo dentro da baleia e assim perdermos de vista o drama dentro de Jonas” (Gaebelein).
    Por que Jonas foi engolido pelo grande peixe?
    (1)    Para salvá-lo do afogamento.
    (2)    Para disciplinar o profeta.
    (3)    Para proporcionar uma prefiguração da morte e ressurreição daquele que é maior do que Jonas e que também veio da Galiléia.
    (4)    Como uma parábola encenada (muito semelhante à triste experiência matrimonial de Oséias que se tornou típica do juízo do Senhor sobre o seu povo adúltero e também da separação dele desse povo) do fato de Israel ser engolido pela Babilônia e depois ser vomitado (“Nabucodonosor [...] como uma serpente nos engoliu” [heb. tanmn\ [Jr

    41.34] e “[Eu] o farei vomitar o que engoliu” [Jr 51:44]). Aceitar esse significado típico não significa negar que o milagre de fato ocorreu. Deve-se observar, no entanto, que a palavra para “serpente” em Jeremias é traduzida de diversas formas por “dragão”, “monstro marinho” etc. (George Gansdale, Animais of Biblelands, 1970, v. “Whale”, p. 137, “Dragon”, p. 252).

    Qual era o estado psicológico de Jonas? Ele estava dando a sua vida pelos marinheiros e esperava morrer afogado. Alguns comentaristas argumentam que ele de fato morreu afogado e foi depois ressuscitado. Jonas pode bem ter perdido a consciência, mas sem mais evidências bíblicas a discussão continua um tanto acadêmica.

    três dias e três noites: conforme Mt 12:40. Desorientado nesse tenebroso confinamento, Jonas deve ter sido incapaz de medir o tempo. A linguagem no caso da ressurreição de Jesus mostra que isso é uma expressão para representar um dia inteiro e porções de dias adjacentes, i.e., não mais do que 36 horas. Observe Dn 6:1,Dn 6:2: “Venham, voltemos para o Senhor. Ele nos despedaçou, mas nos trará cura [...] Depois de dois dias ele nos dará vida novamente; ao terceiro dia nos restaurará, para que vivamos em sua presença”. Essas palavras de um profeta contemporâneo de Jonas certamente tinham de significar alguma coisa para os seus dias, como também precisam encontrar o seu cumprimento maior na morte e ressurreição do Senhor Jesus.


    Moody

    Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
    Moody - Comentários de Jonas Capítulo 1 versículo 1

    INTRODUÇÃO

    Título. O livro recebe o seu nome do personagem principal da narrativa. Jonas (pombo) está identificado como o filho de Amitai. Dizse que um profeta com este mesmo nome, que aparece em uma curta narrativa de 2Rs 14:25, veio de Gate-Hefer, localizado no território de Zebulom, hoje conhecido por Galiléia. Este profeta previu as triunfantes conquistas de Jeroboão II na primeira metade do século oito A.C. Poucas são as dúvidas de que esse profeta de Gate-Hefer seja o mesmo profeta deste pequeno livro.

    Data e Autoria. Em nenhum lugar do texto há qualquer declaração de que o profeta mesmo tivesse escrito o livro, embora a oração do capítulo 2 esteja na primeira pessoa do singular. Contudo, a tradição tem firmemente mantido que Jonas mesmo foi o autor. Nos últimos anos muitos têm defendido que o livro é sobre Jonas e não escrito por ele. Este ponto de vista se baseia sobre diversas observações: os capítulos Jn 1:1, Jn 3:1 e 4 foram escritos na terceira pessoa; há expressões recentes das línguas hebraica e aramaica no livro; o grande número de milagres registrados impossibilita estabelecer-se uma base histórica; e a ênfase dada à misericórdia de Deus para com um povo estrangeiro sugere uma data pós-exílica. Mestres conservadores têm consistentemente defendido que esses fatores em si mesmos não são suficientemente importantes para excluírem a possibilidade do profeta ter vivido no século oito ou ter escrito o livro naquela época.

    Antecedentes Históricos. Assumindo que seja uma narrativa histórica de um profeta ativo no período de Jeroboão II, rei de Israel, os acontecimentos do livro poderiam ter acontecido em algum período entre 780 e 750 A.C. Jeroboão II tivera sucesso em restabelecer o poder de Israel sobre a maior parte do território ao norte de Judá controlado por Davi e Salomão. No século anterior o império assírio fora uma ameaça ao longo da costa oriental do Mediterrâneo, e se tornara bem conhecido como opressor cruel e desapiedado. Durante Q reinado de Jeroboão II, embora o poder da Assíria tivesse se aquietado, ainda se devia contar com ele. Nínive ainda não era a capital do império, mas Calá, uma das partes do complexo da antiga cidade-estado que incluía Nínive, foi a capital entre 880 e 701 A.C.

    Não há nenhuma inscrição assíria declarando que um reavivamento como o descrito neste livro tivesse acontecido ali; mas durante o período em que a Rainha Semíramis foi co-regente de seu filho Adade-Nirari III (810-782), houve um pequeno impulso na direção do monoteísmo. Se os frutos do ministério de Jonas e esta purificação do culto assírio devem ser identificados um com o outro é difícil de se dizer. Houve duas pragas severas na Assíria em 765 e 759 A.C., como também um eclipse total em 763 A.C., os quais eram normalmente considerados pelos antigos como evidências de juízo divino e deveriam ter preparado os corações do povo para a pregação de Jonas.

    Interpretações do Livro. Muita controvérsia tem sido suscitada em relação ao significado do Livro de Jonas, e isto tem produzido uma grande série de pontos de vista. O livro já foi interpretado como uma lenda, uma parábola, -um mito e uma alegoria profética; e também já foi aceito como história de significado messiânico.

    Já se sugeriu (R.H. Pfeiffer, Introd. to the O. T.) que o livro é uma ficção baseada sobre um possível caráter lendário cujo nome real se perdeu. De acordo com este ponto de vista, o autor desconhecido extrai seus milagres das histórias de Elias e Eliseu (comp. Jn 4:3 com 1Rs 19:4). Aqueles que defendem este ponto de vista usam estas referências num duplo sentido: para verificar a historicidade da narrativa e para apresentar seu significado típico. A posição deste comentário é que a história de Jonas é uma narrativa histórica.

    A Mensagem do Livro. A narrativa propriamente dita não é complicada, mas rápida e comovente. Jonas, um profeta, é enviado pelo Senhor a pregar aos ninivitas. Mas ele foge e compra passagem em um navio que se destina ao outro lado do mundo. Ele se isola e vai dormir. Logo após o navio ter partido, desencadeia-se uma severa tempestade que provoca ondas gigantescas e os marinheiros aterrorizados jogam fora a carga e começam a orar freneticamente aos seus deuses. Por meio de sortes Jonas é identificado como o criminoso que ofendeu a Providência. A tempestade cessa só depois que Jonas, à sua própria sugestão é lançado no mar. Ele foi engolido por um grande peixe. Agora inteiramente arrependido, ele ora sinceramente pedindo salvação, quando Deus o coloca ileso sobre a praia.

    Dessa vez o profeta obedece a ordem de ir a Nínive e proclama em altas vozes, por toda a cidade, sua sucinto mensagem de desgraça. O povo de Nínive, desde o rei até o mais insignificante súdito, reage com sincero arrependimento, até vestindo de saco os próprios animais. O Senhor ouve o seu clamor e revoga a ameaça de destruição. Jonas, contudo, vê no livramento de Nínive apenas uma negação de sua profecia, e queixa-se ao Senhor em oração. A fim de ensinar uma lição ao profeta, Deus prepara uma planta de rápido crescimento para protegêlo do sol, mas na noite seguinte permite que um verme a destrua. Depois envia um quente vento oriental. Resulta daí que Jonas desfalece e deseja a morte. A história termina com a declaração que assim como Jonas se preocupa com abóboras, Deus está preocupado com a salvação dos homens pecadores.

    Alguns dos ensinamentos religiosos básicos do livro são:

    a) Deus se preocupa com os pagãos e pede aos Seus servos que os

    adviria do juízo.

    b) Diante de uma tarefa difícil, os homens se sentem mais

    inclinados a fugir à responsabilidade,

    c) Deus é poderoso e pode, se quiser, usaras forças da natureza para

    os Seus próprios propósitos.

    d) Embora Deus venha a punir a desobediência, Ele deseja contudo

    demonstrar Sua misericórdia.

    e) Os campos missionários menos promissores são geralmente os

    mais receptivos,

    f) Acima de tudo, Deus anseia por tratar com o homem com

    misericórdia e bondade.

    COMENTÁRIO

    Jn 1:1, Jn 1:2.

    1. Veio a palavra do SENHOR. Não há nenhuma indicação de como Deus falou a Jonas. Para os verdadeiros profetas do V.T., o modo pelo qual Deus lhes falava não era tão importante quanto ao fato dEle ter falado. Jonas. Veja Introdução com referência ao profeta.


    Dúvidas

    Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e Contradições da Bíblia, por Norman Geisler e Thomas Howe
    Dúvidas - Comentários de Jonas Capítulo 1 versículo 1
    Jn 1:1 - O livro de Jonas é uma história real ou é ficção?


    PROBLEMA:
    Os eruditos bíblicos tradicionais sustentaram que o livro de Jonas registra acontecimentos que de fato ocorreram na história. Entretanto, devido a seu estilo literário e à narração de surpreendentes aventuras vividas pelo profeta Jonas, muitos eruditos da atualidade propõem que não se trata de um livro que narra fatos reais, mas sim uma história de ficção com o propósito de comunicar uma mensagem. Os fatos narrados no livro de Jonas realmente aconteceram, ou não?

    SOLUÇÃO: Há uma boa evidência de que os fatos registrados no livro de Jonas são literais e que aconteceram na vida desse profeta. Primeiro, a tendência de negar a historicidade do livro de Jonas provém de um preconceito contra coisas sobrenaturais. Se é possível acontecer milagres, não há razão alguma para se negar que o livro de Jonas Seja histórico. Segundo, Jonas e seu ministério profético são mencionados no livro histórico de II Reis (2Rs 14:25). Se sua profecia sobrenatural é mencionada num livro histórico, por que rejeitar então o aspecto histórico de seu livro? Terceiro, o argumento mais devastador contra a negação da precisão histórica do livro de Jonas é encontrado em Mt 12:40. Nessa passagem, Jesus prevê a sua própria morte e ressurreição, e prove aos incrédulos escribas e fariseus o sinal que eles lhe pediram. O sinal é a experiência de Jonas. Jesus diz: "Porque assim como esteve Jonas três dias e três noites no ventre do grande peixe, assim o Filho do Homem estará três dias e três noites no coração da terra". Se a história da experiência de Jonas no ventre do grande peixe fosse apenas uma ficção, isso não daria respaldo profético algum ao que Jesus declarava.

    O motivo de Jesus fazer referência a Jonas era que, se eles não acreditavam na história de Jonas ter estado no ventre do peixe, também não acreditariam na morte, no sepultamento e na ressurreição de Cristo. Para Jesus, o fato histórico de sua própria morte, sepultamento e ressurreição tinha a mesma base histórica de Jonas no ventre do peixe. Rejeitar uma seria o mesmo que rejeitar a outra (conforme Jo 3:12). De igual modo, se cressem numa dessas bases, teriam de crer na outra.

    Quarto, Jesus prosseguiu mencionando detalhes históricos significativos. A sua própria morte, sepultamento e ressurreição era o sinal supremo que atestaria suas reivindicações. Quando Jonas pregou aos gentios descrentes, eles se arrependeram. Mas achava-se Jesus na presença de seu próprio povo, do povo de Deus, e assim mesmo eles recusavam-se a crer. Portanto, os homens de Nínive se levantariam em juízo contra eles, "porque [os de Nínive] se arrependeram com a pregação de Jonas" (Mt 12:41). Se os eventos do livro de Jonas fossem simplesmente parábolas ou ficção, e não uma história real, então os homens de Nínive na realidade nunca teriam se arrependido, e seu juízo sobre os fariseus impenitentes seria injusto e indevido. Por causa do testemunho de Jesus, podemos ter certeza de que Jonas registra uma história real.

    Finalmente, há confirmação arqueológica da existência de um profeta de nome Jonas, cujo túmulo encontra-se no Norte de Israel. Adicionalmente, foram desenterradas algumas moedas antigas, com a inscrição de um homem saindo da boca de um peixe.


    Francis Davidson

    O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
    Francis Davidson - Introdução ao Livro de Jonas
    JONAS

    INTRODUÇÃO

    O livro de Jonas gira inteiramente em torno das relações pessoais entre Jeová e Seu servo, Jonas, filho de Amitai. Essas relações se originam numa comissão profética, da qual Jonas procurou evadir-se. Jonas descobriu que os pensamentos de Deus não eram os seus pensamentos e que seus caminhos não eram os caminhos de Deus. Mas Deus não deixou Jonas sozinho. Na primeira metade da história, Deus permite que Jonas chegue ao extremo de quase perder a própria vida, somente para em seguida restaurá-lo à posição onde ele se encontrava antes dele tentar, por meios físicos, evitar o mandado de Jeová. Na segunda metade da história o Senhor permite que Jonas chegue ao extremo da depressão mental e espiritual, somente para revelar a ele a correção essencial de Seus misericordiosos propósitos.

    I. A MENSAGEM E SUA FORMA

    A forma deste livro é a de uma peça de narrativa biográfica, semelhante (quanto ao estilo, linguagem, atmosfera e elementos miraculosos) a diversos incidentes Dt 1:0). Mas sua mensagem é distinta e cada porção da história é relatada de forma a exibir essa mensagem. Por essa razão, o livro, encontra posição apropriada entre os profetas; diz respeito a uma revelação particular da verdade de Deus e essa revelação está intimamente relacionada com a experiência profética.

    A revelação particular com a qual o livro de Jonas se ocupa pode ser expressa nas palavras que formam a conclusão da história de Pedro e dos gentios, em At 11:18: "Na verdade até aos gentios deu Deus o arrependimento para a vida". Essa revelação, no livro de Jonas, foi transmitida de tal modo que salienta, por um lado, a soberana misericórdia e justiça de Deus, ao conceder a Nínive o "arrependimento para a vida", enquanto que, por outro lado, fica destacado o pecaminoso particularismo do servo de Deus, Jonas, ao resistir contra essa manifestação da vontade divina.

    II. BASE HISTÓRICA

    Visto que o livro de Jonas transmite uma mensagem distintiva, muitas pessoas, em anos recentes, têm imaginado que a narrativa não é histórica, mas antes, imaginada, e que, à semelhança da história do Bom Samaritano, por exemplo, deveria ser classificada como uma parábola. Porém, apesar de que este último ponto de vista não é inteiramente impossível, sem dúvida não é necessário imaginar que em vista de um livro ter um propósito didático (ou, conforme preferiríamos dizer, revelatório), não pode, ao mesmo tempo, ser uma narrativa histórica. At 10:1-11.18, que, conforme já tivemos ocasião de sugerir, sob certos aspectos é o paralelo neotestamentário de Jonas, tem um motivo didático semelhante. Porém, ninguém apresenta a sugestão que Lucas pensava estar escrevendo uma parábola ou uma ficção homilética. Por semelhante modo, naturalmente, a presença de elemento miraculoso em um relato não é evidência que não foi registrado como narrativa histórica e que seu autor não tenha tencionado que fosse aceito como tal.

    Um grupo mais reduzido de pessoas tem apresentado a suposição que Jonas é uma alegoria do exílio e da missão de Israel. Jr 51:34 é exibido como possível base para essa história. Esse ponto de vista, em parte, é uma tentativa de explicar as ocorrências na história que, de outro modo, teriam de ser consideradas miraculosas, e envolve a teoria, que o livro é produto do período pós-exílico. Uma vez mais, todavia, apesar de que podemos ter, legitimamente, um paralelo iluminador entre a experiência de Jonas e a que deveria sobrevir à nação israelita, de modo algum se segue que a história seja de data mais recente e não-histórica. Os livros da Bíblia não são produções fortuitas. O fato de Jonas haver sido engolido pelo grande peixe pode muito bem prefigurar o exílio, como certamente prefigura o sepultamento de Cristo.

    Qualquer avaliação do caráter histórico do livro de Jonas precisa levar em consideração os fatos seguintes: Primeiro, o próprio Jonas, sem dúvida alguma, foi um personagem histórico, um profeta de Jeová em Israel (2Rs 14:25). Segundo, o livro foi lavrado na forma de narrativa histórica direta, não havendo indicação positiva que o livro deva ser interpretado doutra forma que não a literal. Terceiro, se esse livro é uma parábola ou alegoria, então é único e sem analogia entre os livros do Antigo Testamento. Quarto, nem os judeus nem os cristãos, até recentemente, jamais consideraram que o livro de Jonas registra outra coisa além de fatos reais, quaisquer que sejam as interpretações que tenham emprestado à sua mensagem. Finalmente, nosso Senhor Jesus Cristo claramente acreditava e sabia que o arrependimento dos homens de Nínive foi uma ocorrência real e é muito natural considerar Sua alusão aos "três dias e três noites no ventre da baleia", da experiência de Jonas (Mt 12:40-40), do mesmo modo. Em adição, pode-se argumentar que a força total da autovindicação de Jeová perante Jonas exige uma missão real a uma cidade pagã, um arrependimento verdadeiro de sua parte, e haverem seus habitantes sido realmente "poupados" pelo Senhor. Não é fácil acreditar que o desafio que diz: "E não hei de eu ter compaixão da grande cidade de Nínive...?" tenha sido apresentado ao povo de Israel, por intermédio do escritor inspirado, mediante uma consideração puramente hipotética.

    III. DATA E AUTORIA

    Não se pode chegar a certeza alguma no que diz respeito à data em que o livro foi escrito. Alguns têm argumentado que a história inteira não teria significado depois que Nínive foi realmente destruída (em 612 A. C.). Há alguma força nesse argumento. Então "Não hei de eu ter compaixão... de Nínive...?" não seria apenas uma consideração hipotética, mas uma consideração bastante mal escolhida. (Jo 3:3 será considerado no comentário). Diversos eruditos proeminentes, em realidade, têm atribuído o livro a qualquer século, entre o oitavo e o segundo A. C. Porém, deve ser frisado que o principal motivo pelo qual muitos eruditos mantêm que esse livro seja produto do período pós-exílico é que "o pensamento geral e o teor do livro... pressupõe o ensino dos grandes profetas", incluindo Jeremias (S. R. Driver). Porém, não vemos razão que nos incline a acompanhar esse julgamento altamente subjetivo.

    "A presença de aramaísmos no livro não pode ser critério para determinar a data, visto que os aramaísmos ocorrem nos livros do Antigo Testamento desde os mais recuadas até os mais recentes períodos" (E. J. Young). Juntamente com a evidência lingüística, deve ser levado em consideração o fato que "não existe neles (Jonas, Joel, etc.) uma só palavra grega" e "nem uma palavra babilônica que já não tenha sido encontrada na literatura mais antiga" (R. D. Wilson). Essa evidência não dá apoio à teoria que Jonas pertence ao período pós-exílico. S. R. Driver, que defendia o ponto de vista pós-exílico, admitiu como possibilidade que "algumas das características lingüísticas podem ser consistentes com a origem pré-exílica, ao norte de Israel" (Introduction, pág. 301).

    Jonas exerceu seu ministério no reinado de Jeroboão II (793-753 A. C.), e parece muito natural supor que a história tenha sido originalmente posta em forma escrita algum tempo antes da queda do reino do norte, em 721 A. C., embora facilmente possa ter havido circunstâncias que ocorreram entre 721 A. C. e 612 A. C., quando Israel era governada por Nínive, que tenham possibilitado uma publicação mais lata do livro naquele período.

    Nada é dito no livro de Jonas acerca do seu autor. Embora o próprio Jonas, obviamente, deva ter sido a principal fonte final de informação para a história não há motivo pelo qual ele deva ter sido o autor. Sem dúvida a história logo se tornou conhecida em Israel e podemos presumir que os marinheiros tiveram sua contribuição para propagar o relato. O capítulo primeiro tem certo número da sinais de que o relato se derivou de outra fonte que não o próprio Jonas (como At 27:0) e, de qualquer modo, a carga havia sido atirada borda fora (Jo 1:5). Se Jonas, igualmente, retornou a Jope, talvez foi à base da informação prestada pelos marinheiros que ele foi capaz de calcular por quanto tempo estivera debaixo da água.

    IV. JONAS E JESUS

    Certo número de importantes passagens bíblicas deveriam ser estudadas paralelamente com o livro de Jonas. No Antigo Testamento, por exemplo, Jr 1:4-24 (quanto à comissão profética), Jr 18:7-24 (quanto ao efeito do arrependimento sobre a proclamação de Deus), Sl 139:0; Sl 16:8-19 e Lc 11:29-42). Alguns pontos serão abordados no comentário. Aqui, entretanto, podemos notar que Jonas é o único profeta do Antigo Testamento com o qual Jesus se comparou diretamente, obviamente Jesus considerava a experiência e a missão de Jonas como de grande significação. É extremamente interessante, portanto, relembrar que tanto Jesus como Jonas foram "profetas da Galiléia". A cidade de Jonas, Gate-Hefer, ficava a apenas alguns poucos quilômetros ao norte de Nazaré, a cidade de Jesus. Era menos que uma viagem de uma hora a pé. Jesus deve ter ido lá freqüentemente. Talvez até em Seus dias o túmulo de Jonas fosse conhecido ali, como mais tarde, na época de Jerônimo. Foi ali que, nos dias de Sua obscuridade, Jesus começara a meditar sobre a significação de Jonas e de Sua própria missão?

    Os fariseus aparentemente se esqueceram de Jonas quando atacaram Nicodemos dizendo-lhe que "da Galiléia nenhum profeta surgiu" (Jo 7:52). Tivesse ele pesquisado as Escrituras com mais cuidado, não teriam errado tanto, ao deixar também de perceber que "está aqui quem é mais do que Jonas" (Mt 12:41).


    Francis Davidson - Comentários de Jonas Capítulo 1 do versículo 1 até o 3
    I. A COMISSÃO A JONAS, DADA E REJEITADAJo 1:1-43), e também perdeu o "descanso" que acompanha a presença de Deus.

    Com um gesto de independência, o servo de Jeová escolheu um destino, Társis, no outro extremo do mar Mediterrâneo, bem longe de onde se encontrava. Passando a depender então de seus recursos, ele pagou, pois, a sua passagem no navio e embarcou (3). Jope, que é a moderna cidade de Jafa, é o único porto considerável na costa da Palestina. É interessante observar que Jope também desempenha importante papel, na história do Novo Testamento sobre Pedro e os gentios, em At 10:1-11.18.


    Profetas Menores

    Justiça e Esperança, Mensagem dos profetas menores por Dionísio Pape, da Aliança Bíblica Universitária
    Profetas Menores - Introdução ao Livro de Jonas
  • O SENHOR DA SEARA
  • JONAS

    A profecia de Jonas difere de todas as demais profecias bíblicas. A sua profecia falada se limita a apenas sete palavras: "Ainda quarenta dias, e Nínive será subvertida" (Jn 3:4). Num sentido real, o profeta é a sua mensagem. Quantas vezes Deus fala muito mais através do drama existencial dos seus servos do que pelas próprias palavras deles! Disto são exemplos Oséias, Jeremias e tantos outros servos do Senhor. Deus ensina não tão somente por instrução verbalmente comunicada, mas também pelos acontecimentos, nus e crus, vividos no crisol da experiência humana. Todo o mundo se lembra bem da experiência de Jonas. Quantos sabem citar a sua mensagem falada?

    Muitos comentaristas modernos rejeitam a historicidade da narrativa, considerando o livro como alegoria, ou parábola comparável à do Filho Pródigo. Contra esta opinião, levanta-se a objeção de que nenhum outro livro da Bíblia é exclusivamente parabólico. Outrossim, Jonas, filho de Amitai, é mencionado em 2Rs 14:25 como profeta. De importância capital é a citação de Jonas por Jesus Cristo (Mateus 12:38-42). Neste trecho o Senhor Jesus não somente fala dos ninivitas no dia do juízo, mas também menciona logo em seguida a Rainha de Sabá e Salomão. Ora, se estas são pessoas históricas, Jonas e os ninivitas também o são. Para negar a historicidade de Jonas e sua experiência no peixe seria necessário negar a veracidade de Jesus como Filho de Deus.

    Para muitos, o único ponto de interesse na história é o problema do peixe que engoliu Jonas. A inverossimilhança baseia-se no fato de que a baleia possui uma garganta estreita. No entanto, o cachalote, semelhante à baleia, grande mamífero cetáceo das águas européias, dispõe de uma garganta do tamanho que permite a passagem de um corpo humano. Além disso, o texto bíblico afirma categoricamente que "deparou o Senhor um grande peixe, para que tragasse Jonas". Seria difícil para o Criador do universo criar um cachalote com garganta incomum?

    Do autor do livro, nada se sabe. O livro pode ser de autoria de Jonas, ou obra de um biógrafo desconhecido. Do profeta, pouco se sabe além do que o narrado no livro que leva o seu nome. II Reis 15 revela com precisão o período histórico do ministério de Jonas. Ele vivia no reinado de Jeroboão II, e portanto era contemporâneo de Oséias e Amós. Jonas previu a expansão territorial de Israel sob esse monarca. O mesmo trecho identifica Jonas como natural de Gate-Hefer, povoado no território de Zebulom. No tempo de Cristo, Zebulom fazia parte da Galiléia. Gate-Hefer era perto de Nazaré, e sem dúvida os galileus guardavam com afinco a história maravilhosa de um dos seus antecedentes famosos. Quando Cristo escolheu "o sinal de Jonas", talvez ele tenha aproveitado o único profeta da antigüidade com origens na região. Seria mais uma razão para os galileus nele crerem.

    No tempo de Jonas, o poderio da Assíria estava se impondo do Oriente Médio. A crueldade assíria era lendária. Todos os povos detestavam as práticas desumanas de suas tropas vitoriosas. Jonas tipificava o judeu que nunca entenderia como seria possível Javé amar os assírios. Como povo eleito, os judeus esperariam que o seu Deus Javé arremetesse contra eles. O livro de Jonas mostra a resistência deste profeta ao propósito divino de evangelizar a raça mais cruel e mais odiada do mundo. O ódio racial de Jonas e a sua conseqüente desobediência ao mandado divino explicam a depressão espiritual da qual Jonas se tornou vítima. O inexplicável amor de Deus para todas as nações, sem distinção nenhuma, não encontrou eco no coração de Jonas.



    Profetas Menores - Introdução ao Capítulo 1 do Livro de Jonas

    A Atitude de Desobediência (Cap. Jn 1:1-3)

    O nome de Jonas significa em hebraico "pomba".
    "Gavião" teria sido mais apropriado! O nome do pai, Amitai, significa "minha verdade".
    A cidade de Nínive, capital da Assíria, situava-se no rio Tigre, a uma distância de mais de 1000 km do Mediterrâneo. Deus mandou o seu servo Jonas como missionário a um povo ímpio e cruel. Como Governador moral do mundo, Deus era cônscio do mal que fervilhava nas cidades do mundo. Jonas recusou-se a ir, pelo ódio que sentia para com os assírios. Esta atitude de rejeição da vontade de Deus explica o desenrolamento dramático da história, e também a depressão cada vez mais profunda do profeta Jonas. Muitas vezes uma depressão tem a sua origem na recusa específica da clara vontade de Deus. Em vez de palmilhar o deserto em missão, o profeta embarcou numa viagem turística nas águas azuis do Mediterrâneo! Ia para Társis, a Espanha moderna, sem dúvida sonhando com as belas praias ibéricas.
    Jonas fugia da presença do Senhor. Quando o crente rejeita a vontade de Deus, não é que Deus não está mais presente. Davi aprendeu que ninguém escapa da presença dele:

    "Para onde me ausentarei do teu Espírito?
    Para onde fugirei da tua face?
    Se subo aos céus, lá estás;
    se faço a minha cama no mais profundo abismo,

    lá estás também." (Sl 139:7, Sl 139:8)

    Deus sempre está presente, mas se esconde. O mesmo Davi bradou:

    "Até quando ocultarás de mim o teu rosto?" (Sl 13:1)

    A desobediência nos rouba o gozo da presença de Deus. Esta perda provoca logo depressão espiritual. Foi o castigo que Caim levou.

    "Da tua presença hei de esconder-me;
    serei fugitivo e errante pela terra." (Gn 4:14)

    Quem anda com o Senhor sente e sabe que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus (Rm 8:28). O Senhor controla tudo, inclusive a misteriosa direção da' vida. Quando, porém, alguém rejeita o caminho indicado pelo Senhor, torna-se fugitivo e errante, a bel-prazer, vítima da sua própria vontade.


    O Senhor de Todas as Circunstâncias (Cap. Jn 1:4-17)

    O Deus de Jonas é Senhor de toda a terra e mar. Por isso, a fuga de Jonas acarretou muito prejuízo, tanto para ele como para outros. Mais ainda, Jonas foi cercado num quadro de circunstâncias contra as quais não pôde lutar. Sem violar o livre arbítrio de Jonas, Deus moveu o céu e a terra para que a sua vontade prevalecesse tanto na vida de Jonas, como no seu propósito de evangelizar Nínive. Aprendemos aqui uma lição importante. A evangelização do mundo é efetuada por agentes humanos. E se eles falharem? O plano de Deus vai falhar? Nunca! Deus dispõe de todos os recursos, e se o servo humano recusar a chamada divina, Deus se servirá de outro. O único a perder será aquele que desobedecer.

    De todas as embarcações navegando no Mediterrâneo, a mais visível do trono do céu foi aquela em que Jonas viajava. Deus mandou sobre ela um forte vento (v. 4) ao ponto de ela se despedaçar.
    Quem foge da vontade de Deus logo se sente cercado por circunstâncias que parecem ser fatais. A viagem toda azul se torna negra. Quem viaja sem Deus está a caminho duma grande tempestade.
    As conseqüências da desobediência de Jonas são impressionantes. Outras pessoas inocentes foram envolvidas. Os próprios marinheiros, acostumados à fúria do mar, se atemorizaram. Clamavam, no seu temor, aos deuses falsos, por não serem conhecedores do Deus vivo e verdadeiro. Lançaram no mar a preciosa carga, causando enormes prejuízos ao dono. No século XX as conseqüências são
    parecidas. O cristão verdadeiro, fora da vontade de Deus, espalha, por onde quer ande, graves prejuízos para outros. E, pior de tudo, naquela hora em que a morte ameaçava, Jonas era um crente de boca fechada. Em vez de falar do Senhor, estava dormindo.
    Parece incrível que dormia. A insensibilidade de Jonas para com os companheiros de viagem chocava-os. Ele não se importava. Face ao perigo de naufrágio, que podia ter sido a última hora de sua vida, Jonas se calava, sem cuidar das almas perdidas na idolatria. O crente fora do caminho não é bom evangelista!
    Jonas dormia profundamente (Jn 1:5). Em sua fuga da realidade, entregou-se aos braços de Morfeu. As vezes o sono é para o cristão desviado o que o álcool ou a droga são para o mundano, o veículo da evasão. A rejeição da vontade de Deus cria facilmente a tensão nervosa e o cansaço físico.
    Acordado do sono inoportuno, Jonas foi interrogado pelos marujos, à procura do auxílio do desconhecido Deus do passageiro. Os adeptos dos falsos deuses estavam rezando com mais zelo que o crente no verdadeiro Deus Javé! Quando lançaram sortes para identificar o objeto da ira dos deuses, a sorte caiu sobre Jonas. A soberania do Senhor controlou o movimento do dado na mão cálida do marujo pagão. A sorte não existe para o servo do Senhor! Os mínimos detalhes da vida obedecem ao plano divino.

    Sendo interrogado, Jonas revelou qual a sua religião, porém não lhes revelou a sua ocupação de pregador. Pregadores desviados também existem ainda hoje.
    A essa altura, Jonas cedeu à condenação da consciência. Profundamente abalado pelas conseqüências da sua desobediência, contemplou a fuga final do suicídio. Pediu que os marinheiros o lançassem no proceloso mar, talvez como expiação para todo o mal causado. 6 um consolo observar que Deus não abandonou esta alma tão desesperada. A humanidade comum dos marinheiros não aceitou a solução fatal, sem primeiro tentar alcançar a costa. Aqui há uma lição. No mundo inteiro não há quem possa livrar-se do processo circunstancial posto em movimento pelo Senhor. Jonas ficou preso nas malhas tecidas pelas mãos do Pai celestial. Em vão os homens remavam, esforçando-se por alcançar a terra. Custasse o que custasse, o passageiro Jonas teria de aprender que servia ao Senhor de todas as circunstâncias.
    E instrutivo observar que a desobediência de Jonas não agravou o estado espiritual dos espectadores do drama. Ao contrário, os marinheiros chegaram a conhecer o Senhor. Adoraram esse Deus tão pessoal que podia controlar os elementos a fim de circunscrever a vida de um só homem. A disciplina do Senhor despertou neles o reverente temor. O primeiro capítulo termina num xeque-mate. No jogo da vida, Jonas era livre para fazer qualquer movimento, mas o adversário divino pôs termo à partida com a última peça jogada:

    "Deparou o Senhor um grande peixe, para que tragasse a Jonas." (Jn 1:17)

    O crente desviado jamais ganha uma partida contra o Senhor das circunstâncias. Para Jonas, três dias e três noites na espessa escuridão das entranhas do monstro marítimo bastaram para render-se incondicionalmente. Deus mandou o grande peixe no momento exato em que Jonas foi entregue às ondas. O plano divino é sempre perfeito. O profeta experimentou a mais profunda depressão espiritual, antes de voltar ao caminho da obediência. Apesar das muitas falhas no testemunho de Jonas, sua experiência apontou para Jesus, sua sepultura e ressurreição. Que maravilha que Deus manifesta a glória de Jesus Cristo em vasos de barro insubmissos e indignos de tamanha honra!


    Dicionário

    Amitai

    -

    Pai do profeta Jonas, viveu em 800 a.C., natural de Gate-Hefer (2Rs 14:25; Jn 1:1).


    hebraico: fiel

    Filho

    substantivo masculino O descendente masculino em relação aos seus pais: este é meu filho.
    Indivíduo que descente; aquele que tem sua origem em certa família, cultura, sociedade etc.: filho dos primeiros habitantes das Américas.
    Pessoa que é natural de um país em específico, de uma determinada região e/ou território; de uma pequena localidade ou Estado etc.: o filho desta terra.
    Figurado Algo ou alguém que tem sua origem ou resulta da junção de certas forças ou influências: filho da tragédia; filho do talento.
    Figurado Algo ou alguém que é partidário de certas teorias, pontos de vista, opiniões, ideologias etc.: os filhos do capitalismo; filho da fé.
    Por Extensão A cria de descente de algum animal.
    Por Extensão O broto e/ou semente da planta.
    [Brasil] Regionalismo. Tipo de tambor utilizado em certos sambas e/ou batuques.
    Religião Designação atribuída à segunda pessoa da Santíssima Trindade (Jesus Cristo): o Filho de Deus.
    adjetivo Figurado Aquilo que acontece como consequência de; resultante: um comportamento filho da intolerância.
    substantivo masculino plural Filhos. A lista de pessoas que descendem de; descendência.
    Etimologia (origem da palavra filho). Do latim filius.filii.

    substantivo masculino O descendente masculino em relação aos seus pais: este é meu filho.
    Indivíduo que descente; aquele que tem sua origem em certa família, cultura, sociedade etc.: filho dos primeiros habitantes das Américas.
    Pessoa que é natural de um país em específico, de uma determinada região e/ou território; de uma pequena localidade ou Estado etc.: o filho desta terra.
    Figurado Algo ou alguém que tem sua origem ou resulta da junção de certas forças ou influências: filho da tragédia; filho do talento.
    Figurado Algo ou alguém que é partidário de certas teorias, pontos de vista, opiniões, ideologias etc.: os filhos do capitalismo; filho da fé.
    Por Extensão A cria de descente de algum animal.
    Por Extensão O broto e/ou semente da planta.
    [Brasil] Regionalismo. Tipo de tambor utilizado em certos sambas e/ou batuques.
    Religião Designação atribuída à segunda pessoa da Santíssima Trindade (Jesus Cristo): o Filho de Deus.
    adjetivo Figurado Aquilo que acontece como consequência de; resultante: um comportamento filho da intolerância.
    substantivo masculino plural Filhos. A lista de pessoas que descendem de; descendência.
    Etimologia (origem da palavra filho). Do latim filius.filii.

    substantivo masculino O descendente masculino em relação aos seus pais: este é meu filho.
    Indivíduo que descente; aquele que tem sua origem em certa família, cultura, sociedade etc.: filho dos primeiros habitantes das Américas.
    Pessoa que é natural de um país em específico, de uma determinada região e/ou território; de uma pequena localidade ou Estado etc.: o filho desta terra.
    Figurado Algo ou alguém que tem sua origem ou resulta da junção de certas forças ou influências: filho da tragédia; filho do talento.
    Figurado Algo ou alguém que é partidário de certas teorias, pontos de vista, opiniões, ideologias etc.: os filhos do capitalismo; filho da fé.
    Por Extensão A cria de descente de algum animal.
    Por Extensão O broto e/ou semente da planta.
    [Brasil] Regionalismo. Tipo de tambor utilizado em certos sambas e/ou batuques.
    Religião Designação atribuída à segunda pessoa da Santíssima Trindade (Jesus Cristo): o Filho de Deus.
    adjetivo Figurado Aquilo que acontece como consequência de; resultante: um comportamento filho da intolerância.
    substantivo masculino plural Filhos. A lista de pessoas que descendem de; descendência.
    Etimologia (origem da palavra filho). Do latim filius.filii.

    Nossos filhos são companheiros de vidas passadas que retornam ao nosso convívio, necessitando, em sua grande maioria, de reajuste e resgate, reconciliação e reeducação. [...]
    Referencia: BARCELOS, Walter• Sexo e evolução• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 19

    [...] todo filho é um empréstimo sagrado que, como tal, precisa ser valorizado, trabalhando através do amor e da devoção dos pais, para posteriormente ser devolvido ao Pai Celestial em condição mais elevada. [...]
    Referencia: DIZEM os Espíritos sobre o aborto (O que)• Compilado sob orientação de Juvanir Borges de Souza• Rio de Janeiro: FEB, 2001• - cap• 1

    O filhinho que te chega é compromisso para a tua existência.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Lampadário espírita• Pelo Espírito Joanna de Ângelis• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 17

    [...] os filhos [...] são companheiros de vidas passadas que regressam até nós, aguardando corrigenda e renovação... [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Contos desta e doutra vida• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 1a ed• especial• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 39

    Os filhos são doces algemas de nossa alma.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    Os filhos não são almas criadas no instante do nascimento [...]. São companheiros espirituais de lutas antigas, a quem pagamos débitos sagrados ou de quem recebemos alegrias puras, por créditos de outro tempo. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Lázaro redivivo• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 49

    Os filhos são liames de amor conscientizado que lhes granjeiam proteção mais extensa do mundo maior, de vez que todos nós integramos grupos afins.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Vida e sexo• Pelo Espírito Emmanuel• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - cap• 2

    [...] Os filhos são as obras preciosas que o Senhor confia às mãos [dos pais], solicitando-lhes cooperação amorosa e eficiente.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Vinha de luz• Pelo Espírito Emmanuel• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 135

    [...] os filhos são associados de experiência e destino, credores ou devedores, amigos ou adversários de encarnações do pretérito próximo ou distante, com os quais nos reencontraremos na 5ida Maior, na condição de irmãos uns dos outros, ante a paternidade de Deus.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• Estude e viva• Pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 38


    Filho
    1) Pessoa do sexo masculino em relação aos pais (Gn 4:17)

    2) Descendente (Ml 3:6); (Lc 1:16). 3 Morador de um país (Am 9:7) ou de uma cidade (Jl 3:6).

    4) Membro de um grupo (2Rs 2:15), RC).

    5) Qualidade de uma pessoa (Dt 13:13), RC; (2Sm 3:34); (Mc 3:17); (Lc 10:6); (Jo 12:36).

    6) Tratamento carinhoso (1

    Jonas

    Uma pomba. Filho de Amitai (Verdadeiro), natural de Gate-Hefer, pequena aldeia de Zebulom, na Galiléia, hoje chamada el-Meshad. Jonas é mencionado em 2 Rs 14.25 – ele havia anunciado o aumento do reino de israel, o qual recuperaria os seus antigos limites, tendo este fato a sua realização no valor e predomínio de Jeroboão
    ii. Viveu, provavelmente, durante o reinado desse rei, ou talvez, antes, pelo tempo de Jeoacaz. Este Jonas é geralmente identificado com o principal personagem do livro de Jonas.

    1. Veja Jonas, o profeta.


    2. Jonas, filho de Amitai, o profeta de Gate-Hefer, é mencionado apenas uma vez na Bíblia em II Reis 14:25. Creditado como o que predisse, no reinado de Jeroboão II, a devolução das fronteiras de Israel pelos sírios. Gate-Hefer ficava no território de Zebulom e supõe-se que a profecia foi proferida no início do século VIII a.C.


    3. Jonas, o pai de Simão Pedro (Mt 16:17, onde em nossas versões é chamado de Barjonas); também chamado de João. Jonas é a forma hebraica para o nome. Era pai de Simão Pedro e de André. Veja João, item 3.


    Jonas [Pomba] -

    1) Profeta de Israel, filho de Amitai, natural de Gate-Hefer, que predisse a vitória de Jeroboão II sobre a Síria (2Rs 14:23-25). É o autor do livro que leva seu nome (Jn 1:1);
    v. JONAS, LIVRO DE).

    2) Pai de Simão Pedro (Jo 1:42), RC).

    Jonas 1. Pai de Pedro (Mt 16:17).

    2. Profeta, filho de Amati e natural de Gat-Jefer, ao norte de Nazaré. Segundo 2Rs 14:25, profetizou antes de o reino de Israel estender-se até o norte da Síria, sob o reinado de Jeroboão II. O livro que leva seu nome faz parte da coleção dos profetas menores. Jesus refere-se a ele, comparando sua permanência no ventre do peixe com o tempo que mediaria entre sua morte e sua ressurreição (Mt 12:39-41; 16,4; Lc 11:29ss.).


    Palavra

    Palavra
    1) Expressão, falada ou escrita, de pensamento (Sl 5:1; Ap 21:5).


    2) Mensagem de Deus (Jr 1:4; Rm 3:2, RC).


    3) As Escrituras Sagradas do AT, especialmente a LEI 2, (Sl 119).


    4) A mensagem do evangelho (Gl 6:6).


    5) O VERBO (Jo 1:1, NTLH). Jesus é mais do que expressão falada: ele é Deus em ação, criando (Gn 1:3), se revelando (Jo 10:30) e salvando (Sl 107:19-20; 1Jo 1:1-2).


    Palavra Esse conceito tem uma importância fundamental nos evangelhos. Jesus não menciona a palavra de Deus; apenas afirma “porém eu vos digo” (Mt 5:22.28). Essa palavra (logos) é a primeira causa de surpresa e de espanto entre seus contemporâneos (Lc 4:36). Com ela, Jesus faz milagres (Mt 8:8.16), frutos da fé nessa palavra (Jo 4:50-53). É também verbalmente que perdoa os pecados (Mt 9:1-7) e transmite autoridade (Mt 18:18; Jo 20:23). Diante dela, as pessoas devem tomar uma decisão (Mt 7:24-27; 13,23) e isso faz com que se dividam (Mc 8:38). Para João, o evangelista, Jesus é a Palavra (Logos — Memrá) que é Deus (Jo 1:1) e que se fez carne (Jo 1:11.
    14) para revelar o Pai e salvar o homem (Jo 1:18; 3,34; 12,50; 17,8.14).

    substantivo feminino Unidade linguística com significado próprio e existência independente, que pode ser escrita ou falada: expressou-se por meio de palavras; o texto deve conter somente 350 palavras.
    Cada unidade linguística com significado, separada por espaços, ou intercalada entre um espaço e um sinal de pontuação.
    Capacidade que confere à raça humana a possibilidade de se expressar verbalmente; fala.
    Gramática Vocábulo provido de significação; termo.
    Figurado Demonstração de opiniões, pensamentos, sentimentos ou emoções por meio da linguagem: fiquei sem palavras diante dela.
    Afirmação que se faz com convicção; compromisso assumido verbalmente; declaração: ele acreditou na minha palavra.
    Discurso curto: uma palavra de felicidade aos noivos.
    Licença que se pede para falar: no debate, não me deram a palavra.
    Gramática Conjunto ordenado de vocábulos; frase.
    Figurado Promessa que se faz sem intenção de a cumprir (usado no plural): palavras não pagam contas.
    Etimologia (origem da palavra palavra). Do latim parábola.ae; pelo grego parabolé.

    A palavra é um dom divino, quando acompanhada dos atos que a testemunhem [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• O Consolador• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - q• 124

    [...] O verbo é a projeção do pensamento criador.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Contos e apólogos• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 17

    [...] a palavra é, sem dúvida, a continuação de nós mesmos.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Contos e apólogos• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 17

    A palavra é dom sagrado, / É a ciência da expressão / Não deve ser objeto / De mísera exploração.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    [...] O verbo mal conduzido é sempre a raiz escura de grande parte dos processos patogênicos que flagelam a Humanidade.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Instruções psicofônicas• Recebidas de vários Espíritos, no “Grupo Meimei”, e organizadas por Arnaldo Rocha• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 9

    O verbo gasto em serviços do bem é cimento divino para realizações imorredouras. Conversaremos, pois, servindo aos nossos semelhantes de modo substancial, e nosso lucro será crescente.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• No mundo maior• Pelo Espírito André Luiz• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2005• - cap• 3

    Veículo magnético, a palavra, dessa maneira, é sempre fator indutivo, na origem de toda realização.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Seara dos médiuns: estudos e dissertações em torno da substância religiosa de O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec• Pelo Espírito Emmanuel• 17a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Palavra

    O verbo é plasma da inteligência, fio da inspiração, óleo do trabalho e base da escritura.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Seara dos médiuns: estudos e dissertações em torno da substância religiosa de O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec• Pelo Espírito Emmanuel• 17a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Palavra

    Em tudo quanto converses, / Toma o bem por tua escolta. / Toda palavra é um ser vivo / Por conta de quem a solta.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Trovas do outro mundo• Por trovadores diversos• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 6

    A palavra é o instrumento mágico que Deus nos confia.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• Entre irmãos de outras terras• Por diversos Espíritos• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 23

    [...] a palavra é precioso dom que Deus concede para auxílio ao nosso progresso geral, nossa felicidade e nossa alegria, mas jamais para o insulto e a afronta contra o que quer que seja dentro da Criação, nem mesmo ao mais abjeto verme, e ainda menos contra o Criador de todas as coisas [...].
    Referencia: PEREIRA, Yvonne A• À luz do Consolador• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB• 1997• - Blasfêmia


    Do latim parabola, que significa “discurso” ou “fala”.

    substantivo feminino Unidade linguística com significado próprio e existência independente, que pode ser escrita ou falada: expressou-se por meio de palavras; o texto deve conter somente 350 palavras.
    Cada unidade linguística com significado, separada por espaços, ou intercalada entre um espaço e um sinal de pontuação.
    Capacidade que confere à raça humana a possibilidade de se expressar verbalmente; fala.
    Gramática Vocábulo provido de significação; termo.
    Figurado Demonstração de opiniões, pensamentos, sentimentos ou emoções por meio da linguagem: fiquei sem palavras diante dela.
    Afirmação que se faz com convicção; compromisso assumido verbalmente; declaração: ele acreditou na minha palavra.
    Discurso curto: uma palavra de felicidade aos noivos.
    Licença que se pede para falar: no debate, não me deram a palavra.
    Gramática Conjunto ordenado de vocábulos; frase.
    Figurado Promessa que se faz sem intenção de a cumprir (usado no plural): palavras não pagam contas.
    Etimologia (origem da palavra palavra). Do latim parábola.ae; pelo grego parabolé.

    Senhor

    substantivo masculino Proprietário, dono absoluto, possuidor de algum Estado, território ou objeto.
    História Aquele que tinha autoridade feudal sobre certas pessoas ou propriedades; proprietário feudal.
    Pessoa nobre, de alta consideração.
    Gramática Forma de tratamento cerimoniosa entre pessoas que não têm intimidade e não se tratam por você.
    Soberano, chefe; título honorífico de alguns monarcas.
    Figurado Quem domina algo, alguém ou si mesmo: senhor de si.
    Dono de casa; proprietário: nenhum senhor manda aqui.
    Pessoa distinta: senhor da sociedade.
    Antigo Título conferido a pessoas distintas, por posição ou dignidade de que estavam investidas.
    Antigo Título de nobreza de alguns fidalgos.
    Antigo O marido em relação à esposa.
    adjetivo Sugere a ideia de grande, perfeito, admirável: ele tem um senhor automóvel!
    Etimologia (origem da palavra senhor). Do latim senior.onis.

    o termo ‘Senhor’, no A.T., paraexprimir Jeová, está suficientemente compreendido nesta última palavra – e, como tradução de ãdôn, não precisa de explicação. Em Js 13:3, e freqüentemente em Juizes e Samuel, representa um título nativo dos governadores dos filisteus, não se sabendo coisa alguma a respeito do seu poder. o uso de ‘Senhor’ (kurios), no N.T., é interessante, embora seja muitas vezes de caráter ambíguo. Nas citações do A.T., significa geralmente Jeová, e é também clara a significaçãoem outros lugares (*vejag. Mt 1:20). Mas, fora estas citações, há muitas vezes dúvidas sobre se a referência é a Deus como tal (certamente Mc 5:19), ou ao Salvador, como Senhor e Mestre. Neste último caso há exemplos do seu emprego, passando por todas as gradações: porquanto é reconhecido Jesus, ou como Senhor e Mestre no mais alto sentido (Mt 15:22 – e geralmente nas epístolas – *veja 1 Co 12.3), ou como doutrinador de grande distinção (Mt 8:21 – 21.3), ou ainda como pessoa digna de todo o respeito (Mt 8:6). Deve-se observar que kurios, termo grego equivalente ao latim “dominus”, era o título dado ao imperador romano em todas as terras orientais, em volta do Mediterrâneo. E isto serve para explicar o fato de aplicarem os cristãos ao Salvador esse título, querendo eles, com isso, acentuar na sua mente e na das pessoas que os rodeavam a existência de um império maior mesmo que o de César. Com efeito, o contraste entre o chefe supremo do império romano e Aquele que é o Senhor de todos, parece apoiar muitos dos ensinamentos do N.T. Algumas vezes se usa o termo ‘Senhor’ (Lc 2:29At 4:24, etc.) como tradução de despõtes, que significa ‘dono, amo’, sugerindo, quando se emprega a respeito dos homens, que ao absoluto direito de propriedade no mundo antigo estava inerente uma verdadeira irresponsabilidade. (*veja Escravidão.)

    [...] o Senhor é a luz do mundo e a misericórdia para todos os corações.
    Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Pelo Evangelho


    Senhor
    1) (Propriamente dito: hebr. ADON; gr. KYRIOS.) Título de Deus como dono de tudo o que existe, especialmente daqueles que são seus servos ou escravos (Sl 97:5; Rm 14:4-8). No NT, “Senhor” é usado tanto para Deus, o Pai, como para Deus, o Filho, sendo às vezes impossível afirmar com certeza de qual dos dois se está falando.


    2) (hebr. ????, YHVH, JAVÉ.) Nome de Deus, cuja tradução mais provável é “o Eterno” ou “o Deus Eterno”. Javé é o Deus que existe por si mesmo, que não tem princípio nem fim (Ex 3:14; 6.3). Seguindo o costume que começou com a SEPTUAGINTA, a grande maioria das traduções modernas usa “Senhor” como equivalente de ????, YHVH (JAVÉ). A RA e a NTLH hoje escrevem “SENHOR”. A forma JAVÉ é a mais aceita entre os eruditos. A forma JEOVÁ (JEHOVAH), que só aparece a partir de 1518, não é recomendável por ser híbrida, isto é, consta da mistura das consoantes de ????, YHVH, (o Eterno) com as vogais de ???????, ADONAI (Senhor).


    Senhor Termo para referir-se a YHVH que, vários séculos antes do nascimento de Jesus, havia substituído este nome. Sua forma aramaica “mar” já aparecia aplicada a Deus nas partes do Antigo Testamento redigidas nesta língua (Dn 2:47; 5,23). Em ambos os casos, a Septuaginta traduziu “mar” por “kyrios” (Senhor, em grego). Nos textos de Elefantina, “mar” volta a aparecer como título divino (pp. 30 e 37). A. Vincent ressaltou que este conteúdo conceitual já se verificava no séc. IX a.C. Em escritos mais tardios, “mar” continua sendo uma designação de Deus, como se vê em Rosh ha-shanah 4a; Ber 6a; Git 88a; Sanh 38a; Eruv 75a; Sab 22a; Ket 2a; Baba Bat 134a etc.

    Em algumas ocasiões, Jesus foi chamado de “senhor”, como simples fórmula de cortesia. Ao atribuir a si mesmo esse título, Jesus vai além (Mt 7:21-23; Jo 13:13) e nele insere referências à sua preexistência e divindade (Mt 22:43-45; Mc 12:35-37; Lc 20:41-44 com o Sl 110:1). Assim foi também no cristianismo posterior, em que o título “Kyrios” (Senhor) aplicado a Jesus é idêntico ao empregado para referir-se a Deus (At 2:39; 3,22; 4,26 etc.); vai além de um simples título honorífico (At 4:33; 8,16; 10,36; 11,16-17; Jc 1:1 etc.); supõe uma fórmula cúltica própria da divindade (At 7:59-60; Jc 2:1); assim Estêvão se dirige ao Senhor Jesus no momento de sua morte, o autor do Apocalipse dirige a ele suas súplicas e Tiago acrescenta-lhe o qualificativo “de glória” que, na verdade, era aplicado somente ao próprio YHVH (Is 42:8). Tudo isso permite ver como se atribuíam sistematicamente a Jesus citações veterotestamentárias que originalmente se referiam a YHVH (At 2:20ss.com Jl 3:1-5).

    Finalmente, a fórmula composta “Senhor dos Senhores” (tomada de Dt 10:17 e referente a YHVH) é aplicada a Jesus e implica uma clara identificação do mesmo com o Deus do Antigo Testamento (Ap 7:14; 19,16). Tanto as fontes judeu-cristãs (1Pe 1:25; 2Pe 1:1; 3,10; Hc 1:10 etc.) como as paulinas (Rm 5:1; 8,39; 14,4-8; 1Co 4:5; 8,5-6; 1Ts 4:5; 2Ts 2:1ss. etc.) confirmam essas assertivas.

    W. Bousset, Kyrios Christos, Nashville 1970; J. A. Fitzmyer, “New Testament Kyrios and Maranatha and Their Aramaic Background” em To Advance the Gospel, Nova York 1981, pp. 218-235; L. W. Hurtado, One God, One Lord: Early Christian Devotion and Ancient Jewish Monotheism, Filadélfia 1988; B. Witherington III, “Lord” em DJG, pp. 484-492; O. Cullmann, o. c.; C. Vidal Manzanares, “Nombres de Dios” en Diccionario de las tres...; Idem, El judeo-cristianismo...; Idem, El Primer Evangelio...


    Veio

    substantivo masculino Ducto, canal, fresta ou ramificação das mais variadas cores, formas ou tamanhos que são encontradas em pedras, madeiras ou em mármore.
    Por Extensão Sinal que se assemelha a uma estria, riscas irregulares; estria.
    Corrente de água que provém de rios; riacho.
    Mineralogia Camada que pode ser explorada; filão: veio de ouro.
    Figurado O que pode ser utilizado como fundamento para; o ponto central de; essência: o veio de uma teoria.
    Canal natural de água que se localiza abaixo da terra.
    Peça que move uma roda, eixo de ativação manual; manivela.
    Etimologia (origem da palavra veio). Veia + o.

    Veio
    1) Parte da mina onde se encontra o mineral; filão (28:1, RC).


    2) Riacho (28:11, RA).


    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    Jonas 1: 1 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

    E veio a palavra do SENHOR a Jonas, filho de Amitai, dizendo:
    Jonas 1: 1 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    760 a.C.
    H1121
    bên
    בֵּן
    crianças
    (children)
    Substantivo
    H1697
    dâbâr
    דָּבָר
    discurso, palavra, fala, coisa
    (and speech)
    Substantivo
    H1961
    hâyâh
    הָיָה
    era
    (was)
    Verbo
    H3068
    Yᵉhôvâh
    יְהֹוָה
    o Senhor
    (the LORD)
    Substantivo
    H3124
    Yôwnâh
    יֹונָה
    filho de Amitai e natural de Gate-Hefer; quinto dos profetas menores; profetizou durante
    (Jonah)
    Substantivo
    H413
    ʼêl
    אֵל
    até
    (unto)
    Prepostos
    H559
    ʼâmar
    אָמַר
    E disse
    (And said)
    Verbo
    H573
    ʼĂmittay
    אֲמִתַּי
    simples, singular
    (clear)
    Adjetivo - Masculino no Singular nominativo


    בֵּן


    (H1121)
    bên (bane)

    01121 בן ben

    procedente de 1129; DITAT - 254; n m

    1. filho, neto, criança, membro de um grupo
      1. filho, menino
      2. neto
      3. crianças (pl. - masculino e feminino)
      4. mocidade, jovens (pl.)
      5. novo (referindo-se a animais)
      6. filhos (como caracterização, i.e. filhos da injustiça [para homens injustos] ou filhos de Deus [para anjos])
      7. povo (de uma nação) (pl.)
      8. referindo-se a coisas sem vida, i.e. faíscas, estrelas, flechas (fig.)
      9. um membro de uma associação, ordem, classe

    דָּבָר


    (H1697)
    dâbâr (daw-baw')

    01697 דבר dabar

    procedente de 1696; DITAT - 399a; n m

    1. discurso, palavra, fala, coisa
      1. discurso
      2. dito, declaração
      3. palavra, palavras
      4. negócio, ocupação, atos, assunto, caso, algo, maneira (por extensão)

    הָיָה


    (H1961)
    hâyâh (haw-yaw)

    01961 היה hayah

    uma raiz primitiva [veja 1933]; DITAT - 491; v

    1. ser, tornar-se, vir a ser, existir, acontecer
      1. (Qal)
        1. ——
          1. acontecer, sair, ocorrer, tomar lugar, acontecer, vir a ser
          2. vir a acontecer, acontecer
        2. vir a existir, tornar-se
          1. erguer-se, aparecer, vir
          2. tornar-se
            1. tornar-se
            2. tornar-se como
            3. ser instituído, ser estabelecido
        3. ser, estar
          1. existir, estar em existência
          2. ficar, permanecer, continuar (com referência a lugar ou tempo)
          3. estar, ficar, estar em, estar situado (com referência a localidade)
          4. acompanhar, estar com
      2. (Nifal)
        1. ocorrer, vir a acontecer, ser feito, ser trazido
        2. estar pronto, estar concluído, ter ido

    יְהֹוָה


    (H3068)
    Yᵉhôvâh (yeh-ho-vaw')

    03068 יהוה Y ehovaĥ

    procedente de 1961; DITAT - 484a; n pr de divindade Javé = “Aquele que existe”

    1. o nome próprio do único Deus verdadeiro
      1. nome impronunciável, a não ser com a vocalização de 136

    יֹונָה


    (H3124)
    Yôwnâh (yo-naw')

    03124 יונה Yonah

    o mesmo que 3123, grego 2495 Ιοανας e 920 βαριωνας; n pr m

    Jonas = “pomba”

    1. filho de Amitai e natural de Gate-Hefer; quinto dos profetas menores; profetizou durante o reinado de Jeroboão II e foi enviado por Deus para profetizar também em Nínive

    אֵל


    (H413)
    ʼêl (ale)

    0413 אל ’el (mas usado somente na forma construta reduzida) אל ’el

    partícula primitiva; DITAT - 91; prep

    1. para, em direção a, para a (de movimento)
    2. para dentro de (já atravessando o limite)
      1. no meio de
    3. direção a (de direção, não necessariamente de movimento físico)
    4. contra (movimento ou direção de caráter hostil)
    5. em adição a, a
    6. concernente, em relação a, em referência a, por causa de
    7. de acordo com (regra ou padrão)
    8. em, próximo, contra (referindo-se à presença de alguém)
    9. no meio, dentro, para dentro, até (idéia de mover-se para)

    אָמַר


    (H559)
    ʼâmar (aw-mar')

    0559 אמר ’amar

    uma raiz primitiva; DITAT - 118; v

    1. dizer, falar, proferir
      1. (Qal) dizer, responder, fala ao coração, pensar, ordenar, prometer, intencionar
      2. (Nifal) ser falado, ser dito, ser chamado
      3. (Hitpael) vangloriar-se, agir orgulhosamente
      4. (Hifil) declarar, afirmar

    אֲמִתַּי


    (H573)
    ʼĂmittay (am-it-tah'ee)

    0573 אמתי ’Amittay

    procedente de 571; n pr m Amitai = “minha verdade”

    1. o pai do profeta Jonas