Enciclopédia de Jonas 3:9-9

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

jn 3: 9

Versão Versículo
ARA Quem sabe se voltará Deus, e se arrependerá, e se apartará do furor da sua ira, de sorte que não pereçamos?
ARC Quem sabe se se voltará Deus, e se arrependerá, e se apartará do furor da sua ira, de sorte que não pereçamos?
TB Quem sabe se voltará Deus, e se arrependerá, e se apartará do furor da sua ira, para que não pereçamos?
HSB מִֽי־ יוֹדֵ֣עַ יָשׁ֔וּב וְנִחַ֖ם הָאֱלֹהִ֑ים וְשָׁ֛ב מֵחֲר֥וֹן אַפּ֖וֹ וְלֹ֥א נֹאבֵֽד׃
BKJ Quem pode dizer se Deus voltará e se arrependerá, e se apartará do furor da sua ira, para que nós não pereçamos?
LTT Quem sabe se Se voltará Deus, e Se arrependerá, e Se apartará do furor da Sua ira, de modo que não pereçamos?
BJ2 Quem sabe? Talvez Deus volte atrás, arrependa-se e revogue o ardor de sua ira, de modo que não pereçamos!"
VULG Quis scit si convertatur et ignoscat Deus, et revertatur a furore iræ suæ, et non peribimus ?

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Jonas 3:9

II Samuel 12:22 E disse ele: Vivendo ainda a criança, jejuei e chorei, porque dizia: Quem sabe se o Senhor se compadecerá de mim, e viva a criança?
Salmos 106:45 E lembrou-se do seu concerto, e compadeceu-se, segundo a multidão das suas misericórdias.
Joel 2:13 E rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao Senhor, vosso Deus; porque ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em beneficência e se arrepende do mal.
Amós 5:15 Aborrecei o mal, e amai o bem, e estabelecei o juízo na porta; talvez o Senhor, o Deus dos Exércitos, tenha piedade do resto de José.
Jonas 1:6 E o mestre do navio chegou-se a ele e disse-lhe: Que tens, dormente? Levanta-te, invoca o teu Deus; talvez assim Deus se lembre de nós para que não pereçamos.
Lucas 15:18 Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti.

Mapas Históricos

Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados ​​para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.

A OCUPAÇÃO DA TRANSJORDÂNIA PELOS ISRAELITAS

A Transjordânia era relativamente pouco povoada no ponto onde Israel entrou na terra; contudo, parece ter sido ocupada por edomitas, moabitas, amonitas, amorreus e outras tribos. A Bíblia apresenta os três primeiros desses grupos como parentes distantes de Israel (Gn 19:37-38; 36.1,9; Dt2.2-23). Ao que parece, num primeiro momento não houve confronto entre esses grupos e os israelitas. No entanto, os temíveis reinos amorreus de Siom e Ogue representaram um desafio diferente.
A área dominada por Siom se estendia a leste do Jordão, desde o rio Jaboque, no norte, até Hesbom, a capital, no sul, abarcando uma região com muitas cidades grandes e pequenas. Mas, na época do Exodo, Siom havia ampliado seu domínio ainda mais para o sul, até o rio Arnom (Iz 11:18-20), e avancando assim em território moabita. De acordo com a narrativa bíblica, o itinerário dos israelitas os levou até o deserto de Quedemote e o lugar conhecido como Matana (Nm 21:18-19). Ao entrarem no território de Siom.
foi entregue ao monarca amorreu uma mensagem pedindo para passarem com segurança (Nm 21:21-22; Dt 2:26-29). Além de rejeitar firmemente o pedido, Siom reuniu suas tropas e as conduziu até Jaaz. Seguiu-se uma batalha em que suas forças foram totalmente destruídas e o próprio Siom foi morto (Nm 21:23-26; Dt 2:32-36). Como consequência, Israel assumiu o controle do território entre o rio Arnom e a região de Hesbom.
Após essa vitória, um contingente de tropas israelitas foi enviado ao norte para combater os amorreus que viviam em Jazer (Nm 21:32); as tropas conquistaram a cidade e avançaram mais para o norte, na direção de Basã. Essas manobras devem ter preocupado Ogue, rei de Basã, que enviou seu exército até Edrei, uma cidade-fortaleza da fronteira sul de seu reino (Nm 21:33-35; Dt 3:1-11; cp. Is 12:4). Mas de novo o exército israelita prevaleceu, destruindo Ogue e capturando seu território de 60 cidades e muitas aldeias sem muros. Assim, a maior parte do restante da Transjordânia - de Hesbom até o monte Hermom, no norte - foi subjugada pelas forças israelitas, que agora voltaram para acampar na planície de Moabe, em frente de Jericó. As vitórias sobre Siom e Ogue foram de grande importância. Do ponto de vista geográfico, o território transjordaniano conquistado entre o Arnom e o monte Hermom seria entregue às tribos israelitas de Rúben, Gade e Manassés do Leste (Is 13:8-33). Teologicamente, mais tarde as duas vitórias seriam descritas como um lembrete da identidade de aliança de Israel e da fidelidade de Deus em guardar a aliança (Dt 29:7-9; Ne 9:22: SI 135.11: 136.19,20). E, em termos estratégicos, o efeito dessas vitórias foi plantar medo no coração de alguns dos povos que restavam nas proximidades, mesmo antes de qualquer outro combate (Is 2:10-9.10).
Sem dúvida, essa perturbadora sequência de acontecimentos levou Balaque, rei de Moabe, a solicitar o serviço de Balaão, um vidente originário da longínqua Alta Mesopotâmia (Nm 22:1-6; cf. Dt 23:4). O rei queria obter dele um oráculo poderoso que diminuísse significativamente a ameaça israelita. Quando por fim Balaão consentiu, foi levado a vários cumes nas proximidades do monte Nebo (Nm 22:41-23.14.28). De um ponto assim elevado, que dava vista para as planícies de Moabe e os israelitas embaixo, Balaão tentou repetidas vezes pronunciar sua maldição, porém não conseguiu. Ao invés disso, pronunciou uma bênção sobre Israel (Nm 22:24)
A OCUPAÇÃO DA TRANSJORDÂNIA PELOS ISRAELITAS
A OCUPAÇÃO DA TRANSJORDÂNIA PELOS ISRAELITAS

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras

Não foram encontradas referências em Outras Obras.

Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Jonas Capítulo 3 do versículo 1 até o 10
SEÇÃO III

O RECOMISSIONAMENTO E A OBEDIÊNCIA DE JONAS

Jonas 3:1-10

A. A COMISSÃO, 3.1,2

Com misericórdia de seu profeta e com a determinação de cumprir seu propósito com Nínive, veio a palavra do SENHOR segunda vez a Jonas (1). O profeta castiga-do e penitente recebeu uma segunda chance. A parábola de Jesus registrada em Mateus 21:28-31 é pertinente aqui.

No Novo Testamento encontramos um paralelo na experiência de Pedro. A primeira comissão do apóstolo está registrada em Marcos 1:16-17 e Lucas 5:10. Depois de seu fra-casso e restauração, foi recomissionado de acordo com o registro em João 21:15-17. Muitos crentes louvam a Deus pelo fato de ouvirem o chamado do Senhor mais de uma vez.

É comum os crentes não terem tanta consideração entre si como o Senhor tem com quem desobedece sua palavra. Até Paulo preferiu recusar o acompanhamento de João Marcos na segunda viagem missionária depois que o jovem fracassou na primeira (Atos 15:36-40). Porém, mais tarde, como ponto favorável ao apóstolo, reconheceu o verdadeiro valor de Marcos e desejou sinceramente ajudá-lo (2 Tm 4.11).

O Pai celestial deseja ser gracioso, e sempre lida com seus filhos problemáticos em quais-quer circunstâncias para obter deles a obediência e a confiança. O escritor aos Hebreus fala do castigo de Deus (lib 12:7-12) e encoraja os fracos: "Portanto, tornai a levantar as mãos cansa-das e os joelhos desconjuntados". Deus continua a nos chamar de volta para começarmos de novo justamente no ponto em que fracassamos. A ordem para Jonas ainda era: Levanta-te, e vai à grande cidade de Nínive, e prega contra ela a pregação que eu te disse (2).

Jonas fora perdoado por Deus, mas tinha de tomar a cruz de onde a deixara. Por sugestão humana, não há uma Társis que tome o lugar de Nínive, nem há serviço subs-tituto para aquilo que Deus nos manda fazer na obra de tornar conhecida sua graça salvadora às pessoas. Esta verdade é ressaltada pela tradução da Septuaginta: "Pregue nela de acordo com a pregação que anteriormente Eu te disse" (cf. RC).

Para manter o favor e a bênção que Deus restabeleceu, temos de encarar o mesmo assunto do qual tentamos fugir. Deus é amável, compreensivo, paciente e perdoador; mas também é firme. A advertência de Samuel a Saul sempre é verdadeira: "O obedecer é me-lhor do que o sacrificar; e o atender melhor é do que a gordura de carneiros" (1 Sm 15.22).

A insistência de Deus em enviar Jonas a Nínive contém lições para nós que somos pais. Algumas vezes, corrigimos e disciplinamos nossos filhos, e depois deixamos que façam o que quiserem. Com este procedimento, os resultados da disciplina se perdem. O castigo produz o resultado planejado por Deus quando é administrado de modo a gerar obediência.

B. A OBEDIÊNCIA, 3.3,4

Pelo que deduzimos, o sentimento avesso de Jonas pelos ninivitas não mudou muito. As disciplinas pelas quais passou o convenceram de que era impossível fugir da ordem de Deus. E levantou-se Jonas e foi a Nínive, segundo a palavra do SENHOR (3).

O texto declara que Nínive era tuna grande cidade, de três dias de caminho. Os muros internos da cidade, de acordo com as ruínas examinadas por arqueólogos, tinham apenas uns 13 quilômetros de circunferência. Sem dúvida, o autor referia-se ao populoso distrito administrativo de Nínive, o qual tinha entre 48 e 96 quilômetros de lado a lado. Os historiadores gregos Ktesias e Diorus afirmam que Nínive tinha uma circunferência de 480 estádios, que são pouco mais de 96 quilômetros. O significado do texto fica claro na paráfrase: "Ora, Nínive era uma cidade muito grande, com grandes bairros, tão grande que uma pessoa levaria três dias para dar uma volta completa em torno dela, a pé" (BV).

A nota de rodapé na Nova Versão Internacional (NVI) chama a atenção ao fato de que uma grande cidade é, literalmente, "uma cidade importante para Deus" (cf. ARA). Esta é uma forma hebraica comum de expressar o superlativo. Mas a frase sugere outro pensamento. Jonas e os israelitas, que se consideravam os especialmente eleitos de Deus, viam Nínive como uma cidade pagã e ímpia que tinha de ser odiada e destruída. Mas esta metrópole era "grande diante do Senhor", objeto de sua preocupação misericordiosa. É verdade que os ninivitas eram ignóbeis, idólatras e impiedosos; mas Deus ansiava pela salvação e regeneração desse povo. O Senhor não está interessado em exterminar os ímpios, mas em mudá-los em pessoas tementes a Deus e retas. Impõe o pecado humano com ofertas de salvação. Implementará recursos punitivos somente quando a oferta de sua graça for rejeitada.

A preocupação redentora de Deus alcança a todos os homens. Como destacou Purkiser: "A porta da salvação está aberta a todos os que quiserem entrar. O livro de Jonas fala contra a exclusividade racial; protesta contra todo tipo de teologia que limite a salvação a uns poucos escolhidos por Deus, de modo a excluir todos os que não são escolhidos. A Bíblia proclama com alegria a todos os homens de todos os lugares que Deus elegeu para salvação todos os que crêem no Senhor Jesus Cristo para salvação. Ele predestinou para a vida eterna todos os que aceitam as providências feitas de antemão para a redenção deles. Se alguém é excluído, é por causa de incredulidade e desobediência e não devido a um decreto soberano de Deus. Que ninguém ouse desbastar o Evangelho que declara que `Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna' (Jo 3:16) ".

O caminho de um dia (4) refere-se provavelmente ao período de tempo em que Jonas pregou e não à distância percorrida. Sem dúvida, parou em vários pontos onde seria facilmente observado para proclamar a mensagem de Deus. O propósito do profeta era alcançar o maior número de pessoas, e nada tinha a ver com o percorrer a maior distância possível.

Jonas foi desobediente e, pelo visto, mesmo enquanto ia para Nínive, o fez com relu-tância, mas nunca foi falso profeta. Pregou a palavra de Deus da mesma maneira que lhe fora dada: Ainda quarenta dias, e Nínive será subvertida.

Este tipo de fidelidade tem de caracterizar todo servo digno de Deus. Temos de tomar cuidado com a forma com que reformulamos a mensagem do Senhor para ajustar-se aos nossos ouvintes. Certas pessoas nos instruiriam a não pregar sobre o julgamento divino, como fez Jonas, para que não amedrontemos os ouvintes e aumentemos seu complexo de culpa. Mas na grande maioria das vezes nossos interlocutores são realmente culpados e precisam se arrepender. Os ninivitas foram movidos para Deus pelo medo. E lemos que foi por esse motivo que Noé preparou a arca que salvaria a ele e sua família (Hl, 11.7).

Em nossa pregação e ensinamento relativo ao julgamento de Deus precisamos nos certificar de não ter o espírito vingativo de Jonas. Ele uniu inconscientemente suas pai-xões pessoais com as ameaças divinas. Ao pregarmos sobre o julgamento de Deus, sem-pre devemos fazê-lo com a compaixão manifesta por Jesus quando chorou pela cidade condenada de Jerusalém (Mt 23:37-39). É muito fácil ser como o pregador que, embora estivesse dentro da Palavra na apresentação das advertências de Deus contra os pecado-res, agia como se estivesse alegre por seus ouvintes estarem a caminho do inferno. Adam Clarke escreve: "Aquele que, ao denunciar a palavra de Deus contra os pecadores, une suas próprias paixões com as ameaças divinas é homem cruel e ruim, desqualificado para ser encarregado na casa de Deus".2

A demora de 40 dias no julgamento divino em Nínive deu às pessoas tempo para se arrependerem. Se a destruição proclamada tivesse sido súbita, elas teriam ficado tão perplexas e aterrorizadas que não conseguiriam ter avaliado o assunto em pauta.

Por sua presença e pregação, Jonas foi um sinal para os ninivitas (Lc 11:30). Nisto vemos "O que Deus pode revelar através de um homem".

1) Ele era um sinal da miseri-córdia de Deus aos homens: para perdoar o pecado, restaurar o desviado e reintegrar o profeta fugitivo.

2) Ele era um sinal da justiça inflexível de Deus aos homens: Os servos de Deus devem ser disciplinados e corretos; a cidade tem de abandonar seu pecado.

3) Ele era um sinal do propósito imutável de Deus aos homens: Os planos do Senhor são feitos em sabedoria, não sujeitos ao capricho de alguém; rogos e desculpas são inúteis. Deus estabelece uma obra para cada um de nós fazer, e espera que a façamos.

C. O RESULTADO, 3:5-10

Jonas não pôde deixar de ficar impressionado com a maravilha que era a cidade de Nínive. A parte interna era rodeada por um muro de 30 metros de largura, suficiente-mente largo para três carros andarem lado a lado sobre ele. Os muros tinham 1:500 torres de 30 metros de altura cada. Leões e touros colossais esculpidos em pedra vigia-vam os 27 portões. Jardins encantadores cercavam os edifícios públicos que eram orna-mentados com alabastro e figuras esculpidas. Os campos de cultivo eram mantidos den-tro da cidade para evitar que os habitantes morressem de fome em caso de ataque. Toda-via, nos dias de Jonas a sorte nacional da Assíria estava muito fraca (ver Introdução). Pode ser que a depressão prevalecente tenha contribuído para a boa vontade das pessoas em ouvir o profeta hebreu.

Os assírios provavelmente não compreenderam que Jeová, a quem Jonas represen-tava, era o único Senhor vivo e verdadeiro, visto que adoravam muitos deuses. Mas temeram para não correr o risco de ofender o Deus deste profeta. A situação era compa-rável ao que Paulo encontrou em Atenas quando falou sobre o "DEUS DESCONHECI-DO" (At 17:22-31). Não obstante, talvez reconheceram que o Deus de Jonas era de fato o Senhor dos céus e da terra. As traduções atuais (em inglês: RSV, VBB; em português: ARA, ECA, NTLH, NVI, RC) grafam com maiúscula a palavra Deus usada pelos ninivitas (creram em Deus, 5; a BV diz: "o povo acreditou em Jonas"). Em suas trevas e corrup-ção pagãs, estas pessoas creram em Deus e invocaram o seu nome. Em profunda contrição por seus maus caminhos, proclamaram um jejum, e vestiram-se de panos de saco, desde o maior até ao menor (5).

O pano de saco era um tecido grosso confeccionado com pêlos de cabra. Por todo o mundo semita, as pessoas usavam roupas deste material como sinal de lamento: luto pelos mortos, tristeza por desgraça pessoal ou nacional, aflição por pecados dos quais se buscava libertação (cf. I Reis 20:31; Is 15:3; Jr 49:3; Ez 37:31).

O decreto de grau máximo proclamado pelo rei e seus grandes (7; "seus nobres", ECA; NVI) evidencia o desespero induzido entre os ninivitas pela pregação de Jonas. Eles se arrependeram de coração, e o fizeram em esperança com fé. Quem sabe, decla-rou o rei, se se voltará Deus, e se arrependerá, e se apartará do furor da sua ira, de sorte que não pereçamos? (9). Declarar que Deus talvez se arrependesse significa que, caso atendessem seus conselhos, o Senhor poderia alterar o seu curso de ação. A significação da passagem fica evidente por esta tradução: "Quem sabe Deus volte atrás e revogue sua sentença contra nós (quando satisfizermos suas condições) e abandone sua raiva ardente, de forma que não pereçamos?" (ATA; cf. Nm 23:19; Jr 18:6-10; J12.13,14).

Com misericórdia, Deus ouviu o clamor dos suplicantes ninivitas e viu que as obras deles mostravam sinceridade de arrependimento, porque eles se converteram do seu mau caminho (cf. Mt 3:8; Tg 2:18). Arrependimento com esperança e fé sempre chama a atenção do Senhor. Deus se arrependeu do mal que tinha dito lhes faria e não o fez (10). Mal, quando usado em conexão com a obra do Senhor, diz respeito ao julgamen-to que viria sobre as pessoas por serem desobedientes. Em várias outras ocasiões, o Antigo Testamento fala de Deus que se arrepende ou muda de opinião. O Senhor é imu-tável em seu propósito último para o gênero humano, e é de natureza invariável. Mas, quando se leva em conta que os homens mudam em sua resposta a Deus, torna-se neces-sário que o Senhor mude seus métodos de lidar com eles. Neste caso, deve tomar um curso de ação diferente para permanecer fiel ao seu propósito e natureza inalteráveis.

Os ninivitas não permaneceram no temor do Senhor; Naum e Sofonias (Sf 2:13-15) profetizaram contra a cidade e predisseram sua queda. A profecia cumpriu-se em 612 a.C.com a vitória dos exércitos dos babilônios e dos medos.

A graça perdoadora de Deus pelos ninivitas penitentes nos mostra que o Senhor chama todos os homens ao arrependimento e promete sua graça a todos os que se arre-penderem: "Vinde, então, e argüi-me, diz o SENHOR; ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a branca lã" (Is 1:18). Esta chamada ao arrependimento e certeza de perdão está no centro da mensagem cristã. Jesus declarou: "Eu não vim cha-mar os justos, mas sim os pecadores, ao arrependimento" (Lc 5:32). E na estrada de Emaús, disse: "Assim está escrito, e assim convinha que o Cristo padecesse e, ao terceiro dia, ressuscitasse dos mortos; e, em seu nome, se pregasse o arrependimento e a remis-são dos pecados, em todas as nações, começando por Jerusalém" (Lc 24:46-47).

O arrependimento dos ninivitas coloca-nos face a face com nossa responsabilidade pelo Evangelho de Cristo. O Senhor Jesus declarou às pessoas dos seus dias: "Os ninivitas ressurgirão no Juízo com esta geração e a condenarão, porque se arrependeram com a pregação de Jonas. E eis que está aqui quem é mais do que Jonas" (Mt 12:41). Ainda hoje, a medida de luz e oportunidade determina nossa responsabilidade. As palavras de Jesus nos são ainda mais rigorosas, porque nossa luz e oportunidade são maiores que as das pessoas do século I.

A pregação de Jonas foi de conteúdo divino; ele falou como oráculo de Deus (1 Pe 4.11). Essa mensagem era de alta gravidade e visava um propósito prático – tocar o coração dos homens. A mensagem do profeta atingiu os resultados desejados — a Nínive penitente ilustra o poder de Deus em modificar até as pessoas mais improváveis.


Champlin

Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
Champlin - Comentários de Jonas Capítulo 3 do versículo 1 até o 10

Jonas 3:1-10

Veio a palavra do Senhor segunda vez a Jonas. Houve uma primeira vez (Jn 1:1; ver as notas expositivas), em que Yahweh chamou Jonas para a missão em Nínive. Jonas, porém, falhou miseravelmente e fugiu. Yahweh, entretanto, respondeu com um livramento miraculoso, forçando Jonas a tentar de novo. Verdadeiramente, Deus é o Deus da segunda oportunidade, pois, se isso não correspondesse à verdade, todos nós estaríamos perdidos; todos nós seriamos fracassados; todos nós já estaríamos desviados do reto caminho.

Talvez a história de Jonas faça alusão ao cativeiro de Judá na Babilônia, Também havería uma segunda oportunidade aplicada a esse caso, e haveria um Novo Israel, dotado de nova missão. Isso significaria uma nova tentativa de levar a mensagem divina aos povos gentílicos, que foi sempre a missão de Israel, Isso seria eventualmente cumprido (ver Is 11:9). Israel tinha sido cegado por seu repúdio às outras nações.

Jn 3:2

Jonas deveria cumprir uma grande missão, acerca da qual ele deveria ter-se ufanado. Ele não foi enviado a um lugar obscuro da Ásia Menor, mas à grande cidade de Nínive, capital de uma das maiores potências mundiais da época. Por três vezes, essa cidade é chamada de “grande” (ver Jn 1:2; Jn 3:2; Jn 4:11), e por uma vez é chamada de “mui importante" (ver Jn 3:3). Quanto a detalhes, ver no Dicionário o artigo a respeito.

“A cidade era circundada por uma muralha interior com 15 m de espessura e 30 m de altura, e tinha cerca de 13 km de circunferência. A muralha externa englobava campos e cidades menores, como Reobote, Ir, Calá e Resen; conforme Gn 10:11,Gn 10:12. A viagem de Jonas percorreria cerca de 4.100 km" (John D. Hannah, in loc.). Esse artigo provê muito material ilustrativo para o leitor industrioso.

A missão envolvia pregação que visava provocar o arrependimento. Yahweh estava interessado nesse povo e tinha planos para eles. A pregação de Jonas funcionou bem, concedendo à cidade de Nínive 130 anos extras de vida nacional. Ver a seção chamada “Ao Leitor", antes do inicio da exposição, sob o subtítulo “Comprando Tempo", para comentários a respeito.

Jn 3:3
Levantou-se, pois, Jonas e foi a Nínive... de três dias para percorrê-la. Ou seja, a cidade
era tão grande que eram necessários três dias para atravessá-la. Naturalmente, isso refere-se a toda a cidade-estado, e não meramente à cidade dentro de suas muralhas. Três dias de viagem seriam 120 km. Estrabão (Geog. liv.xvi) diz-nos que Ninive era muito mais extensa que a cidade de Babilônia, o que Diodoro (Sic. Bibl. I.ii) confirma. Talvez essa jornada de três dias fosse acompanhando a circunferência da cidade, e não de um lado para o outro; mas, seja como for, importa que pensemos em termos da cidade-estado, e não somente em termos da cidade central.

Jn 3:4
Começou Jonas a percorrer a cidade caminho dum dia,
A narrativa deixa de contar a viagem até Nínive, porquanto isso não se reveste de interesse. Simplesmente somos informados que Jonas chegou ali e, percorrendo-a por um dia, já começou a pregar, exortando o povo a arrepender-se. Nínive era um dos grandes centros de idolatria do mundo antigo, e podemos estar certos de que a idolatria fazia parte do primeiro item da lista de pecados, sendo essa a transgres-são-mãe de todos os outros pecados. A terrível predição é que o povo de Nínive tinha de pôr as coisas em ordem, moral e espíritualmente, pois algum inimigo não-identificado destruiría o lugar no prazo de apenas 40 dias. Ou talvez o julgamento divino viesse sob a forma de desastre natural, como um terremoto.

Ainda quarenta dias. “Quarenta” é o número das provações, havendo várias menções ao número “40” na Bíblia. Ver no Dicionário o verbete chamado Quarenta, dos quais citei 13 referências. A Vulgata e a Septuaginta falam em apenas 3 dias, em lugar de 40. Mas esse parece um prazo muito curto para um acontecimento tão importante. Note o leitor o hebraico vivido e conciso: “Mais quarenta dias e Nínive destruída”.

Jn 3:5
Os ninivitas creram em Deus; e proclamaram um jejum.
O autor sagrado deixa de lado os detalhes, oferecendo-nos uma narrativa muito concisa. Não somos informados sobre o tempo que o profeta Jonas passou a pregar sua mensagem. Talvez bem em breve os ninivitas, de modo geral, tenham reconhecido o Poder divino por trás da mensagem de Jonas, visto que o nome divino, Elohim, é usado no original hebraico. Os líderes da cidade não assumiram a atitude que diz: “Esperemos para ver o que acontece", mas, antes, proclamaram um jejum generalizado, através do qual se espalhou a idéia/da necessidade de arrependimento. Do maior até o menor dos ninivitas, do mais forte até o mais fraco, todas as classes adotaram os sinais de arrependimento e começaram a lamentar pelos seus pecados. Cada um deles vestiu-se de pano de saco (ver a respeito no Dicionário). Ver também o artigo chamado Lamentação, que dá informações sobre a natureza do ato e seus sinais, na antiguidade.

Tem-se a impressão de que a mensagem de Jonas foi poderosa e eloqüente, para ter conseguido tão imediata resposta. Além disso, coisa alguma dessa natureza poderia ter acontecido sem o poder do Espírito Santo, para impressionar a mente dos homens. Ver o artigo chamado Arrependimento. A bênção de Jonas esteve sobre a pregação de Jonas, e é justo dizer que o próprio homem ficou surpreendido por ver o que estava acontecendo. Por outra parte, Jonas não era o Poder, mas tão-somente um instrumento do Poder. Entrementes, Jonas não se sentia muito feliz diante de todo o sucesso que estava obtendo, o que destaca sua falta de arrependimento de seu xenofobismo, em violento contraste com o imediato arrependimento daqueles pagãos. Não pode haver dúvida de que o autor está repreendendo toda a nação de Israel através de seu livro. Os israelitas, pois, em nada se incomodavam com os povos pagãos, que eram seres humanos como eles. Mas Deus se incomodava.

"Proclamaram um jejum, e nunca mais houve um arrependimento tão geral, tão profundo e tão eficaz” (Adam Clarke, in loc.).

Jn 3:6
Chegou
esta notícia ao rei de Nínive, O Maior de Todos os Sinais. Usualmente, os reis eram arrogantes e tinham um caráter endurecido. Mas esse monarca assírio aderiu ao jejum e provavelmente até ordenou o jejum e a lamentação nacional. E, a fim de dar ao povo bom exemplo, ele se desfez de seus emblemas reais, desceu do trono e se vestiu de cilício, em lugar de seus dispendiosos trajes reais, sentando-se sobre a cinza, juntamente com seus súditos. Este versículo naturalmente atua para provar a genuinidade do arrependimento dos assírios. Nenhum rei se sujeitaria a um espetáculo como fez o rei de Nínive, Quanto aos sinais incomuns das lamentações orientais, ver Gn 37:34; 2Sm 3:31; 2:8; Sl 36:13; Ez 26:16, e ver no Dicionário o artigo chamado Lamentação.

Jn 3:7
E fez-se proclamar e divulgar em Nínive.
O que até ali tinha sido um movimento espontâneo agora fora oficializado e requerido por um decreto real. Tornou-se obrigação de todos os cidadãos aliar-se ao arrependimento geral para evitar a catástrofe generalizada. Até os animais domésticos deveríam compartilhar do jejum, tanto de alimentos quanto de água, e não somente os homens. A referência aos animais aqui não nos deve deixar surpresos, à luz de Jn 4:11: Yahweh se interessava até pelos animais, e talvez o ponto de vista do autor fosse que até os animais podem ultrapassar os limites da moralidade estabelecida para eles. Conforme esse conceito com Gn 6:7,Gn 6:12. Heródoto (Hist. ix.
24) diz que os animais foram levados a participar dos ritos de lamentações, e Jz 4:10 mostra que isso era verdadeiro entre os judeus. Seja como for, é com frequência verdadeiro que os homens e os animais compartilham dos destinos, em um grau ou outro, e também que o homem depende pesadamente dos animais, quanto à alimentação e a outros produtos vitais. Ademais, entre os homens e certas espécies de animais desenvolve-se um laço de amor. Tem sido tendência dos homens subestimar a inteligência animal. Talvez eles tenham alma, conforme afirmam alguns estudiosos. Ver na Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia os seguintes artigos: Animais, Alma dos e Animais, Direitos dos e Moralidade. Platão pensava que toda a'vida é psíquica (espiritual e não-material), ao passo que os corpos são apenas veículos de qualquer espécie que possamos mencionar.

Jn 3:8
Mas sejam cobertos de pano de saco.
Evidências em favor da lamentação e do arrependimento tinham de ser demonstradas mediante o uso de trajes feitos de pano de saco e mediante o jejum, no caso tanto dos homens quanto dos animais, No segundo caso, presume-se que tecidos de pano de saco eram estendidos sobre as costas deles. Quanto à participação dos animais nessa humilhação e choro nacional, ver as notas expositivas no vs. Jn 3:7. Um arrependimento verdadeiro estava sendo buscado, para que todos os seres vivos tirassem proveito.

E se converterão, cada um do seu mau caminho. Isso eles fariam abandonando a idolatria e seus múltiplos pecados, corrigindo sua conduta moral (inspirada no coração), aproximando-se do ideal da lei mosaica.

E da violência que há nas suas mãos. A violência era um dos mais conspí-cuos entre os crimes dos povos pagãos. Conforme Na 2:11,Na 2:12; Na 3:1; Is 13:13,Is 13:14. Uma inscrição de Tiglate-Pileser II glorifica os crimes de sangue: “Tiglate-Pileser, o grande rei, o poderoso rei, o rei das nações, o poderoso guerreiro que, no serviço de Assur, seu senhor, com seus odiadores, pisou sobre seus adversários como se fossem o barro, varreu-os como uma inundação e reduziu-os a sombras” (G. Smith, Assyrian Discoveries, pág. 254). Naturalmente, o Antigo Testamento também glorifica a violência dos reis de Israel. Ver 1Sm 18:7. Assim como eram violentos os monarcas, também era violento o povo comum. E na vida comum popular havia violência sob a forma de diferentes expressões sociais. Ver no Dicionário o artigo chamado Violência.

Jn 3:9

Quem sabe se voltará Deus e se arrependerá.,,? Talvez Yahweh se arrependesse de Seu desígnio de aniquilar a cidade de Nínive, Quanto ao arrependimento divino, ver Ex 32:14. O decreto real terminou com a humilde esperança de que o arrependimento sincero deles seria reconhecido, e de que a ira de Yahweh se desviaria dos ninivitas. Como é lógico, um dos propósitos deste versículo era apelar ao povo de Israel para que se mostrasse sensível para com Yahweh, Seus decretos e julgamentos, seguindo o bom exemplo dos assírios pagãos. Plotino mantinha que a atenção de Deus e Seus cuidados são obtidos através do amor, preceito que transcende ao mero temor do julgamento e acha-se presente em passagens como Dt 6:5. Ver no Dicionário o artigo chamado Amor. Foi o amor de Yahweh que estendeu à Assíria a oportunidade de sobreviver. Talvez os assírios correspondessem a essa chance com amor, e não apenas com temor. O temor e o amor nos assírios seria aigo realmente admirável, pois eles eram um povo violento e temível (ver Na 3:1,Na 3:3,Na 3:4; II Reis 18:33-35). O exemplo de arrependimento dos ninivitas foi mencionado pelo Senhor Jesus quando Ele condenou aqueles que, possuidores de muito maior luz e privilégios, não se arrependeram (ver Mt 12:41),

O Senhor é a nossa Rocha, Nele nos refugiamos,
Um abrigo em tempos tempestuosos.
Seguro em qualquer mal que nos sobrevenha,
Um abrigo em tempos tempestuosos.

(Ira D. Sankey)

Jn 3:10

Viu Deus o que fizeram, como se converteram. O arrependimento ^divino (ver Ex 32:14) foi o bendito resultado da busca sincera e do arrependimento dos assírios. Seus feitos demonstraram que eles estavam sendo sérios em seu trato com Deus.

As misericórdias de Deus, que tema para meu cântico;

Oh! jamais poderei terminar de enumerá-las.
São mais que as estrelas na cúpula celeste,
Ou que as areias na praia batida pelo mar.

(T. O. Chisholm)

Conforme este versículo com 2Sm 24:16 e Am 7:3,Am 7:6.0 Antigo Testamento não fica embaraçado quando fala sobre como Deus muda de idéia, isto é, quando Ele se arrepende. Sua lei moral é constante e impõe julgamento ou bênção em consonância com a obediência ou desobediência dos homens a Ele. Naturalmente, isso nos leva ao Antropomorfismo e ao Antropopatismo (ver a respeito no Dicionário), o que significa que conferimos a Deus nossos atributos e nossas emoções. A reação favorável de Nínive adiou sua destruição por 130 anos ou mais. A cidade foi finalmente destruída, em 612 A. C. Ver as notas expositivas sobre Gn 6:6. Quanto a uma moderna aplicação dessa circunstância de demora, ver “Ao Leitor”, sob o subtítulo Comprando Tempo (justamente antes do começo da exposição em Jn 1:1).

“Deus muda de idéia conforme o homem muda sua conduta... Sempre possível é o escape para a misericórdia eterna” (William Scarlett, in loc.). “No mesmo lugar onde se pode encontrar a onipotência de Deus, se pode achar Sua humildade” (Rabino Johanan).


Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Jonas Capítulo 3 do versículo 1 até o 10
*

3.1-4.11 Nesta segunda divisão do livro, Jonas prega a mensagem que Deus lhe ordenou, e o povo de Nínive responde com verdadeiro arrependimento (cap. 3). Quando o Senhor deixa de executar o juízo que os ameaçava, nós passamos a perceber o verdadeiro motivo da primeira fuga de Jonas: ele temia que Deus mostrasse sua misericórdia para com os odiados assírios (4.2). Nas lições práticas que se seguem, a extensão da misericórdia de Deus e sua compaixão são reveladas (4.5-11).

* 3.3 Levantou-se, pois, Jonas, e foi. Tendo compreendido que o chamado de Deus é irrevogável (conforme Rm 11:29), Jonas obedeceu à renovação do mesmo. Embora ele tenha obedecido a Deus desta vez, Jonas está “desgostoso” com a perspectiva do arrependimento dos ninivitas (4.1, 2).

Nínive era. Alguns tem sugerido que o uso do passado (“era”) indica que a cidade não existia mais no momento da escrita deste livro. Tomando-se em conta a destruição da cidade em 612 a.C. pelos medos e babilônios, essa interpretação dataria a narrativa em algum momento após o final do século VII a.C. Contudo, o uso do passado aqui não exclui uma data no século VIII, pois ele pode indicar simplesmente a situação da cidade quando o profeta chegou.

cidade mui importante... de três dias para percorrê-la. O hebraico aqui é de difícil tradução. Muitos estudiosos interpretam essas expressões como uma referência ao tamanho físico de Nínive. A exploração arqueológica tem mostrado que a cidade tinha entre cerca de 12 km de circunferência com uma população estimada em 120.000 pessoas. Outros sugerem que a primeira fórmula deveria ser traduzida por “uma cidade muito importante” ou mais lit.como “uma cidade importante para Deus” (enfatizando sua significância ao invés de seu tamanho). Esta última interpretação se encaixa melhor no contexto. A segunda expressão (lit. “jornada de três dias”) pode indicar a duração da visita reservada (em termos de protocolo diplomático no antigo Oriente Médio) para um emissário com destino a uma cidade tão importante.

* 3.5 Os ninivitas creram em Deus. Os piores temores de Jonas se tornaram realidade quando o povo creu, se arrependeu, proclamou um jejum, e se vestiu de pano de saco (a vestimenta tradicional de lamentação no antigo Oriente Médio). O arrependimento foi rápido e abrangeu a toda a cidade.

* 3.6 rei de Nínive. Aparentemente uma referência ao poderoso rei da Assíria. Embora fosse altamente improvável que os registros assírios contivessem essa ocorrência incomum, alguns estudiosos têm associado esse evento com as reformas religiosas de Adade-nirari III (810-783 a.C.). Também tem sido sugerido o reino de Assur-dan III (772-755 a.C.).

levantou-se... assentou-se sobre cinza. A reação do rei foi tão imediata e espontânea como a de seus súditos. A autoridade real deu lugar à humildade penitente. Ele trocou suas vestes por pano de saco, seu trono por uma cama de cinzas (conforme 42:6; Is 58:5).

*

3.7 mandado do rei. Com o edito real ordenando a oração, rituais de lamentação, e jejum para homens e animais, o arrependimento de Nínive estava completo. A inclusão de animais demonstra a sinceridade e a totalidade de seu arrependimento. Além do mais, era costume entre os persas incluir animais domésticos nos rituais de lamentação.

* 3.8 e se converterão... violência. Essa repreensão real se dirigia aos pecados mais proeminentes de Nínive. A violência física e a injustiça social eram marcas registradas do Império Assírio (Na 3.1).

* 3:9 O rei dá expressão pessoal e coletiva à esperança de que o arrependimento verdadeiro irá impedir o juízo divino. A estrutura de 3:5-9 se conforma ao típico modelo vetero-testamentário de narrar o arrependimento coletivo (Jr 36:3; Jl 2): (a) ameaça de julgamento, (b) reação penitente, e (c) decisão divina de reter o juízo.

*

3.10 Viu Deus o que fizeram. A advertência profética (v. 4) tinha uma condição implícita, a saber, que o julgamento era iminente — se a cidade não se arrependesse. Ao converter-se do “seu mau caminho”, os ninivitas cumpriram essa condição. A mudança dos planos do Senhor (i.e., sua escolha soberana de fazer com que sua própria ação dependesse de resposta humana) é totalmente compatível com a soberania de Deus e sua imutabilidade, visto que ele decreta os meios bem como os fins da sua soberana vontade (Jr 18:7-10). Ver nota em Gn 6:6.


Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de Jonas Capítulo 3 do versículo 1 até o 10
3.1, 2 Jonás tinha fugido de Deus, mas recebeu uma segunda oportunidade de participar da obra de Deus. Possivelmente sinta que não está capacitado para servir a Deus devido a enganos no passado. Mas servir a Deus não é um posto que se obtém por méritos. Ninguém é digno de servir a Deus, mas mesmo assim Deus nos pede que façamos sua obra. Possivelmente tenhamos outra oportunidade.

3.1, 2 Jonás devia pregar sozinho o que Deus lhe dizia. Era uma mensagem de condenação contra uma das cidades mais capitalistas do mundo. Não era a tarefa mais agradável, mas os que levam a palavra de Deus a outros não devem deixar que as pressões sociais nem o temor ditem suas palavras. São chamados a pregar a mensagem e a verdade de Deus, por impopular que seja.

3:3 O texto hebreu não distingue entre a cidade mesma (cujos muros eram de só treze quilômetros de circunferência dentro dos quais viviam umas cento e setenta e cinco mil pessoas) e o distrito do Nínive que tinha de cinqüenta a cem quilômetros de diâmetro. Era uma cidade "grande em extremo" a que terei que dedicar três dias para percorrê-la.

3.4-9 A palavra de Deus é para todos. Apesar de sua maldade, a gente do Nínive foram receptivos à mensagem e se arrependeram imediatamente. Se simplesmente proclamarmos o que sabemos de Deus, possivelmente nos surpreendamos de quantos respondem.

3:10 O povo pagão do Nínive acreditou a mensagem do Jonás e se arrependeu. Que efeito tão maravilhoso produziu a palavra de Deus naquela gente perversa! Que contraste com a teima do Israel! O povo do Israel tinha escutada muitas mensagens dos profetas, e não tinham querido arrepender-se. O povo do Nínive só escutou uma vez a mensagem de Deus. Jesus disse que no julgamento, os homens do Nínive se levantarão e condenarão aos israelitas por sua falta de arrependimento (Mt 12:39-41). O que agrada a Deus não é que esuchemos sua palavra, mas sim respondamos com obediência.

3:10 Deus correspondeu com misericórdia e cancelou o castigo. O Senhor havia dito que qualquer nação contra a que tivesse ditado castigo escaparia do mesmo se se arrependia (Jr_18:7-8). Deus perdoou ao Nínive, como tinha perdoado ao Jonás. Deus castiga para corrigir, não para vingar-se. Sempre está disposto a mostrar compaixão a qualquer que lhe busque.


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Jonas Capítulo 3 do versículo 1 até o 10
III. Jonas prega para Nínive (Ob 3:1 , é provável que as palavras exatas de sua mensagem era não deixou claro a Jonas até que ele chegou à capital da Assíria. Agora as próprias palavras são claras e inequívocas: Ainda quarenta dias, e Nínive será subvertida.

Que ele começou a entrar na cidade caminho de um dia como ele pregou indica que ele pregou aqui e ali, como ele foi.

3. Resposta do Povo (3: 5-10)

5 E o povo de Nínive creram em Deus; e proclamaram um jejum, e vestiram-se de saco, desde o maior deles até o menor deles. 6 E as notícias chegaram ao rei de Nínive, e ele se levantou de seu trono, e as suas vestes dele, e cobriu- de saco, e sentou-se em cinzas. 7 E fez proclamação e publicou em Nínive, por decreto do rei e dos seus nobres, dizendo: Nem homens, nem animais, nem rebanho rebanho, gosto nada; não comam, nem bebam água; 8 mas sejam cobertos de saco, tanto homens como animais, e clamem fortemente a Deus; sim, convertam-se, cada um do seu mau caminho, e da violência que há nas suas Mc 9:1 Quem sabe se Deus não se voltará e se arrependerá, e se desviam da sua ira, que estamos perecendo não? 10 E Deus viu as suas obras, como se converteram do seu mau caminho; e Deus se arrependeu do mal que ele disse que iria fazer-lhes; e não o fez.

A mensagem foi breve e apontou. O fato de que ele deixou uma impressão tão profunda sobre os ouvintes podem indicar que Jonas relacionado com dizendo efeito os eventos sobrenaturais que cercam sua chamada. Seja como for, toda a cidade se comoveu como um só homem. O rei desceu do seu trono, trocou suas vestes roxas por saco, e sentou-se em cinzas. Um rápido geral foi convocada. Mesmo animais mudos foram negados comida e água. O mugido do gado, o balido das ovelhas, o choro das crianças infantis, ea oração das multidões de pessoas subiu como uma só voz para o céu. Os ninivitas cruéis foram agora clamando por misericórdia e virando com a violência a que estavam acostumados. Como resultado, o Deus que disse: "Todo aquele que confessa e deixa" os seus pecados "alcançarão misericórdia" (Pv 28:13. ), se arrependeu do mal que ele disse que iria fazer-lhes; e não o fez.


Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de Jonas Capítulo 3 do versículo 1 até o 10
  • Reavivamento — a lição com o poder de Deus (3)
  • A palavra-chave desse capítulo é "grande". Jonas vai à grande cida-de a fim de pregar a mensagem do Senhor. Em Nínive e em suas redon-dezas, viviam cerca de um milhão de pessoas, e a própria cidade tinha muros e torres grandes. Ela era o centro do ascendente Império Assí-rio. Todavia, era uma cidade de pe-cado (leia Na 3), porque os assírios eram um povo desumano e cruel que não tinha misericórdia com seus inimigos. A "violência" era o princi-pal pecado deles (v. 8). Deus dera uma grande incumbência a Jonas: pregar a esses gentios a fim de que pudessem escapar da ira do Senhor e ser perdoados. Que mensagem! Jonas tinha de vencer seu precon-ceito para pregar essa mensagem. Depois, o Senhor efetuou uma gran-de mudança na cidade, pois houve expressão de temor e arrependimen-to desde o rei até o mais humilde cidadão. Duas coisas contribuíram para isso: a mensagem de Jonas e o mjjagre de sua libertação da barri-ga do grande peixe. Sem dúvida, a notícia desse feito chegara à cidade. Eram necessários três dias para atra-vessar a cidade, mas o reavivamento iniciou-se no primeiro dia do minis-tério de Jonas. "Os ninivitas creram em Deus" (v. 5) e provaram sua fé por meio dos atos dê grantridão. E o Senhor perdoou-os. Sem dúvida, essa foi uma das maiores colheitas evangelísticas da história. Jonas mostra o que o_Senhor pode fazer com um frágil instrumento humano dis-posto a pregai sua mensagem.

    Jesus usou Nínive para ilustrar um ponto importante (Mt 12:38-40). Durante três anos, ele pregou para aquela geração e reforçou sua men-sagem com milagres, contudo eles não se arrependiam nem criam. Os ninivitas ouviram um sermão de um pregador, e aquele sermão enfatiza-va a ira, não o amor. Eles, porém, arrependeram-se e foram perdoa-dos. Os judeus ouviram o Filho de Deus durante três anos, ouviram a mensagem de perdão do Senhor, contudo recusavam a se arrepender. Com certeza, a condenação deles será a maior.


    Russell Shedd

    Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
    Russell Shedd - Comentários de Jonas Capítulo 3 do versículo 1 até o 10
    3.3 Três dias para percorrê-la. Aqui se refere à cidade de Nínive e os seus arrabaldes, inclusive às cidades menores de Reobote-Ir, Calá e Resém, que na época do livro de Gênesis ainda se contavam como cidades separadas (Gn 10:11-12), a não ser que a expressão "a grande cidade" se refira ao distrito formado pelas quatro, um distrito de 50 a 100 km de diâmetro. Esta área incluía sítios e pastos, tanto dos ricos proprietários, como da utilidade pública.

    3.4 Caminho de um dia. A viagem dos bairros à capital.

    3.5 Creram em Deus. Em primeiro lugar, acreditaram no aviso que o profeta lhes trouxe, reconhecendo que seus caminhos não atinavam com uma vida digna diante de Deus e que mereciam a destruição. Era o passo fundamental da fé (conforme Rm 10:17), assim como o arrependimento é o primeiro passo para a aceitação do evangelho (Mc 1:15). Este arrependimento via-se entre os ninivitas nos símbolos externos de proclamar um jejum e se vestir de saco (vestimenta grosseira, pobre e desconfortável, feita de cabelo de cabritos, ou de crina).

    3.6 Rei de Nínive. Provavelmente Adad-nirari III, 810-783 a.C., que adorava um único Deus, ou ainda podia ser Assurdã III, 771-754 a.C., durante cujo reinado houve duas pragas e um eclipse total do sol. E claro que o rei de Nínive também era imperador da Assíria. Assentou-se sobre cinza. Sinal de profundo abatimento (Et 4:1; 2:8). Uma das mensagens deste livro é que até os pagãos se deixam tocar pela pregação da palavra de Deus, e com arrependimento verdadeiro.

    3.7 Seus grandes. As autoridades ao redor do trono, que representavam o rei perante o povo e o povo perante o rei.

    3.9 Se arrependera. Heb niham "ter dó”, "ter compaixão”, "arrepender-se", "consolar-se". Só o homem é quem peca e se arrepende depois do mal que fez; quando a palavra se aplica a Deus, quer dizer: bondosamente reter a punição que os homens mereciam, sendo-lhes gracioso.


    NVI F. F. Bruce

    Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
    NVI F. F. Bruce - Comentários de Jonas Capítulo 3 do versículo 1 até o 10
    III. CAPÍTULO 3: O Senhor SALVA OS ARREPENDIDOS NINIVITAS DO JUÍZO
    v. 1-3. Com base na experiência aprofundada de primeira mão de Jonas com os “estrangeiros” e nas implicações de “somente um Deus, somente um evangelho”, o Senhor agora repete o seu chamado a Jonas. A LXX diz: “de acordo com a mensagem anterior que eu falei”. Dessa vez, Jonas obedeceu àpalavra do Senhor. A certeza do chamado de Deus é muito clara. [Nínive] era...-, muito se tem feito com esse verbo hebraico no perfeito. Muitos têm defendido uma data posterior do livro com base nesse versículo, que parece sugerir que Nínive já não era assim, e por isso se argumenta que o livro deve ter sido escrito depois da queda de Nínive (c. 612 a.C.). Esse versículo é crucial na datação do livro.

    Diversas respostas são possíveis:
    (1) 0 perfeito no hebraico pode ser usado sincronisticamente para significar “era e é”, ou seja, Nínive já era uma cidade grande quando Jonas entrou nela.
    (2)    A frase é introduzida com um “e” explicativo, e a forma da frase é a usada em uma observação parentética, e é possível que esta seja uma observação inserida posteriormente no texto por um editor. Comentaristas que argumentam a favor de uma data posterior estão inclinados a sugerir interpolações em outros trechos, e, portanto, não pareceria sábio para eles fundamentar argumentos a favor de uma data posterior nesse versículo (v. Wilson; v. tb. D. W. B. Robinson, NBCR).

    (3) Outros ressaltam que toda a história perderia a sua força depois de Nínive ter sido defmitivamente destruída em 612 a.C.

    urna cidade muito grande, para um provinciano da Galiléia acostumado apenas com os pequenos povoados israelitas apinhados sobre os tell, a grande extensão de Nínive incluindo até mesmo espaços abertos dentro dos seus muros deve ter parecido enorme (Ellison). (Será que Jonas teve mais um choque cultural?). sendo necessários três dias para percorrê-la: as ruínas mostram que a Nínive histórica media menos do que 13 quilômetros de circunferência. Há sugestões de que as cidades-satélite de Nínive, Reobote-Ir, Calá e Resen, estão incluídas nessa medida, e o apoio para esse ponto de vista pode ser encontrado nas circunstâncias de Gênesis (10.10,11), em que as quatro juntas são chamadas “a grande cidade” (J. H. Hertz). A tradução hebraica ao usar Nínive em cada caso não distinguiu entre todo o distrito administrativo (assírio ninuajki]) e a metrópole (assírio [al]-ninua; conforme Wiseman, NBD, “Nínive”).

    v. 4. entrou na cidade e a percorreu durante um dia: Jonas estava pregando a sua mensagem em cada esquina à medida que prosseguia, e isso explica o tempo necessário.

    proclamando: que língua Jonas usou? Is 36:11 e 2Rs 18:26 sugerem que o aramaico era a lingua franca usada pelas classes cultas, compreendida tanto por judeus quanto por assírios como a língua diplomática. Daqui a quarenta dias Nínive será destruída: a mensagem de Jonas é resumida a somente cinco palavras hebraicas; o livro está mais interessado no profeta do que nos detalhes de sua mensagem. A LXX e a Antiga Latina trazem “três dias”, em vez de “quarenta dias”.

    Houve épocas no século VIII a.C.com tais incertezas políticas com os cruéis montanheses de Urartu a apenas 160 quilômetros de distância de Nínive quando isso deve ter parecido uma possibilidade iminente, v. 5. creram em Deus: essa frase foi uma expressão de fé justificadora em Abraão (Gn 15:6; Rm 4:3), e o v. 10 indica que também houve arrependimento genuíno (Mt 12:41). pano de saco: a expressão é tomada por empréstimo do fenício no hebraico (saq), no grego (sakkos) e inglês (de acordo com Snaith) e também em português, como é evidente.

    De acordo com Wiseman, até hoje não foram encontradas evidências externas nos registros assírios conhecidos de uma conversão dessas ao Senhor. Mas esse tipo de movimento de massas não é incomum, e todo missionário sabe que é possível trabalhar durante anos sem resultados e, de repente, haver um momento de conversão em massa somente explicável em termos da soberania divina, e.g., a Coréia ou Kampuchea. O fato de que a missão de Jonas não deixou marcas nos registros remanescentes da Assíria pode indicar que os seus efeitos não foram muito profundos ou duradouros. Seria imprudente, no entanto, deduzir que não houve esse momento de conversão. A lenda judaica diz que depois de quarenta anos os assírios se afastaram do caminho da piedade e se tornaram mais pecaminosos do que antes. Então o castigo ameaçado por Jonas os alcançou, e eles foram engolidos pela terra! (Louis Ginzberg, The Legends of the Jews, Filadélfia: Jewish Publication of America, 1913, v. IV, p. 252-3).

    “Pois assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas” (Lc 11:30) são palavras misteriosas, que alguns entendem que significam que a experiência de Jonas no “grande peixe” se tornou conhecida dos ninivitas por meio da pregação de Jonas. Teria sido um sinal de que Jonas não tinha tido vontade alguma de ir, mas que o Senhor o havia obrigado a ir. E se o Senhor tinha tido misericórdia de Jonas quando este se arrependeu, assim teria misericórdia dos ninivitas. Mas por que eles iriam acreditar nessa história? Alguns eruditos associaram isso ao fato de que Nínive recebeu o nome em homenagem a Nina, o antigo nome sumério da deusa Ishtar escrito com um sinal que retrata um peixe.

    Outros sugeriram de forma mais sensacionalista que a pele de Jonas havia sido alvejada pelos sucos digestivos do monstro marinho e sugerem que isso foi “um sinal para os ninivitas”. Seria imprudente negar essa possibilidade meramente com base no argumento do silêncio das Escrituras, mas certamente é mais imprudente ainda fazer o ponto central da história depender de algo que a Bíblia não menciona” (Ellison, p. 58). E melhor pegar o próprio Jonas e a sua experiência como o sinal, como foi também a experiência de Ezequiel (Ez 12:6,11; 24:24).

    v. 6. rei de Nínive-. o seu nome não é revelado; alguns estudiosos argumentam que o seu título correto seria “rei da Assíria” e, por isso, sugerem que o autor deve ter escrito o livro bem mais tarde. Há várias repostas possíveis:

    (1)    A palavra hebraica para “rei” pode não significar mais do que governador (v. Wilson). E interessante que Is 10:5-23, que fala da Assíria como a “vara do meu furor”, também diga: “Os nossos príncipes (NVI: “comandantes”) não são todos reis?”

    (2)    No AT, os reis eram com freqüência denominados de acordo com a sua capital,

    e.g., Acabe é chamado rei de Samaria, e não de Israel (1Rs 21:1), e Ben-Hadade é chamado rei de Damasco, e não da Síria (1Cr 24:3,2Rs 5:2), e tanto Naum (3,18) quanto Isaías se referem ao “rei da Assíria” sem mencionar o seu nome. Entre os poderosos reis Adade-Nirari III e Tiglate-Pileser III, durante o período de 783 a 745 a.C., sabe-se que quatro reis reinaram na Assíria, que estava num estado de insurreição, peste e comoção quase contínuas (R. D. Wilson).

    Observe que Jonas não advertiu o rei explicitamente (como Elias fez com Acabe, ou Natã com Davi), mas, antes, o povo em geral.
    v. 7,8. animais-, a idéia de animais se juntando ao lamento aqui não é única (conforme Judite

    4.10). Não que os animais precisem de perdão, mas reter a comida dos animais é mais uma penitência e lamento acrescentados aos seus proprietários (J. H. Hertz), violência-, um pecado especialmente grave dos assírios ilustrado em seus baixos-relevos. O povo de Nínive sabia por que poderia esperar o juízo caindo sobre eles. Deixem os seus maus caminhos: uma frase comum que ocorre com frequência em muitos profetas (Jr 26:3; Jr 36:3,

    7); observe também “se arrependeram” (Mt 12:41). v. 9. Talvez Deus se arrependa e abandone a sua ira: i.e., talvez Os 2:14a seja visto como uma alusão, especialmente em vista de uma correspondência de Os 2:13 com Jo 4:2.

    v. 10. Deus se arrependeu e não os destruiu como tinha ameaçado: o ATOS não tem dificuldade alguma em dizer que Deus mudou de idéia. O próprio Deus nunca muda a sua natureza essencial, mas a sua natureza é tal que, quando os homens se arrependem e mudam, ele tem misericórdia (conforme Ex 32:14; 2Sm 24:6Jl 7:3,Jl 7:6). Aparentemente há uma correspondência verbal com Jr 18:9,Jr 18:10. A afirmação de Jeremias é uma lei geral demonstrada em particular no caso de Nínive. Não está claro se a regra precede a ilustração ou o caso real resultou na regra.


    Moody

    Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
    Moody - Comentários de Jonas Capítulo 3 do versículo 5 até o 9

    C. O Arrependimento de Nínive. Jn 3:5-9.


    1) Em Saco e Cinzas. Jn 3:5, Jn 3:6.


    Francis Davidson

    O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
    Francis Davidson - Comentários de Jonas Capítulo 3 do versículo 1 até o 9
    IV. A COMISSÃO PROFÉTICA É REITERADA E ACEITA Jo 3:1-43), de Jeremias (Jr 1:6-24), e dos discípulos de Jesus (Mt 10:19-40). Jonas sabia, desde o princípio, que lhe competia pregar a pregação que Deus lhe tinha ordenado; ele fora um profeta desobediente e não um profeta falso.

    >Jn 3:3

    Um particular do versículo 3 chama a atenção para a vastidão de Nínive e, assim, para a tarefa de Jonas. Grande cidade é, literalmente, "grande cidade para Deus" ou "grande cidade perante Deus", o que é um modo regular de expressar o superlativo em hebraico. Assim, Moisés é descrito em At 7:20 como "formoso aos olhos de Deus". Há uma certa ponta de ironia nessa expressão aqui; pois destaca a estima que Deus fazia de Nínive, diferente da estima de Jonas.

    Esse particular, no entanto, tem causado dificuldades para algumas pessoas, que se baseiam em duas coisas. Primeiramente, o verbo era está no tempo perfeito no hebraico, o que para aquelas pessoas parece deixar implicado que então Nínive há muito já havia perecido (assim apoiando uma data posterior para o livro). Em segundo lugar, a moderna pesquisa arqueológica não confirma totalmente o grande tamanho de Nínive. A primeira dificuldade não é decisiva, pois, visto que a narrativa inteira é posta no passado, a afirmação que era pois Nínive uma grande cidade não precisa implicar mais que assim ela era quando Jonas esteve ali. (Naturalmente que isso pode ser uma glossa posterior; e seria uma glossa natural, pois tais anotações, por escribas habilidosos não são desconhecidas nos manuscritos antigos. Mas é curioso que as pessoas que são normalmente inclinadas a descobrir interpolações secundárias, nos livros do Antigo Testamento, preferem destacar esse particular como parte do texto, e usá-lo como alavanca para empurrar a data do livro inteiro para algum tempo muito depois da queda de Nínive, que ocorreu em 612 A. C.). A segunda dificuldade é, igualmente, capaz de ser solucionada. A própria cidade de Nínive, segundo as dimensões dadas por Senaqueribe e pelas modernas pesquisas em suas ruínas (cerca Dt 18:0, entretanto, aplica o título "grande cidade" a quatro cidades na área, das quais a própria Nínive é a primeira a ser nomeada e a mais importante. Recentes descobertas arqueológicas demonstram que uma dessas, Calá, tinha uma população de 70.000; e por seus muros, fica-se sabendo que essa cidade era cerca de metade do tamanho de Nínive, o que explica que a mui debatida cifra de cento e vinte mil homens (Jo 4:11) é, mais provavelmente, um recenseamento de Nínive quando em seu maior surto populoso. Em tempos posteriores foi calculado (por Quitésias e Diodoro) que Nínive tinha um circuito de cerca de 480 estádios, ou cerca de 96 quilômetros, e isso parece refletir a tradição de uma cidade extremamente grande (embora toda essa extensão nunca tenha sido circunscrita por um muro só, como Diodoro parece ter pensado). O circuito inteiro das quatro sedes do distrito de Nínive é, de fato, 99 quilômetros, ou seja, cerca de três dias de caminho. Ora, em adição ao particular em Jo 3:3, que estamos a considerar, Nínive, em três ocasiões separadas, é descrita como a grande cidade (Jo 1:2; Jo 3:2-43. Os próprios animais do campo, que clamam ao Senhor, são objetos de Sua compaixão, conforme as últimas palavras do livro de Jonas nos informam.

    "O sinal de Jonas" (Mt 16:4) inclui não apenas a sua "morte" e "ressurreição", mas também sua pregação, em virtude dessa "ressurreição", à gentia cidade de Nínive. Pondere-se sobre a grande importância desse sinal para a geração de Cristo (Lc 11:29 e segs., Mt 12:38 e segs.) e para nossa própria geração.


    Dicionário

    Apartar

    verbo transitivo direto Separar, desunir ou pôr de parte: apartar o gado.
    Escolher conforme a qualidade: apartar as lãs.
    Separar os que estão brigando; apaziguar: apartar as crianças.
    Acabar com um conflito, briga: apartar países em guerra.
    verbo bitransitivo Pôr em distância; afastar: apartar o pensamento de uma coisa; apartar os olhos de um objeto.
    verbo pronominal Afastar-se ou se distanciar de; arredar: apartou-se do sofrimento, da tristeza.
    Etimologia (origem da palavra apartar). Do latim a + parte + ar.

    Apartar
    1) Separar (Ex 13:12; 1Co 7:11).


    2) Afastar (Pv 17:13; Gl 2:12).


    Arrepender

    Dicionário Comum
    verbo pronominal Sentir-se culpado por ter cometido algum erro ou praticado alguma injustiça com alguém: arrependeu-se do que disse.
    Lamentar-se por comportamentos, atitudes ou decisões já tomadas: arrependi-me de comprar o carro; me arrependi de ter ajudado aquela pessoa.
    Mudar de ideia; voltar atrás em alguma decisão: arrependeu-se da compra que fez.
    Etimologia (origem da palavra arrepender). Do latim repoenitere "provocar pena".
    Fonte: Priberam

    Dicionário Bíblico
    se – Abandonar conscientemente o pecado e voltar-se para Deus; lastimar-se por atos cometidos e resolver nunca mais repetir o mesmo erro.
    Fonte: Dicionário Adventista

    Deus

    substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
    Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
    Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
    Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
    Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
    Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
    Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
    Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

    substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
    Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
    Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
    Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
    Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
    Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
    Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
    Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

    Do latim deus, daus, que significa “ser supremo” ou “entidade superior”.


    i. os nomes de Deus. A palavra portuguesa Deus, que tem a mesma forma na língua latina, representa alguns nomes da Bíblia, referentes ao Criador.
    (a): o termo de uso mais freqüente é Elohim, que restritamente falando, é uma forma do plural, derivando-se, presumivelmente, da palavra eloah. Mas, embora seja plural, é certo que, quando se refere ao único verdadeiro Deus, o verbo da oração, de que Elohim é o sujeito, e o nome predicativo vão quase invariavelmente para o singular. As principais exceções são quando a pessoa que fala, ou aquela a quem se fala, é um pagão (Gn 20:13 – 1 Sm 4.8).
    (b): El, provavelmente ‘o único que é forte’, também ocorre freqüentemente. E encontra-se este nome com adições: El-Elyon, ‘o Deus Altíssimo’ (Gn 14:18) – El-Shaddai, ‘o Deus Todo-poderoso’ (Gn 17:1) – e entra na composição de muitos vocábulos hebraicos (por exemplo Eliabe, Micael).
    (c): Adonai, Senhor, ou Superior. Esta palavra e as duas precedentes eram empregadas quando se queria significar o Deus da Humanidade, sem especial referência ao povo de israel.
    (d): Todavia, Jeová, ou mais propriamente Jahveh, o Senhor, o Ser que por Si mesmo existe, o Ser absoluto, que é sempre a Providência do Seu povo, designa Aquele que num especial sentido fez o pacto com o povo de israel.
    (e): outro nome, ou antes, titulo, ‘o Santo de israel’ (is 30:11) merece ser aqui mencionado, porque ele nos manifesta o alto ensino moral dos profetas, fazendo ver aos israelitas que o Senhor, a Quem eles adoravam, estava muito afastado dos ordinários caminhos do homem, e portanto era necessário que o Seu povo fosse como Ele, odiando o pecado. É sob este título que o Senhor é reconhecido como uma pedra de toque não só da pureza cerimonial, mas também da pureza ética.
    (f): Pai. Nas primitivas religiões semíticas, este termo, enquanto aplicado aos deuses, tinha uma base natural, pois que os povos acreditavam que eram descendentes de seres divinos. Todavia, no A.T. é Deus considerado como o Pai do povo israelita, porque Ele, por atos da Sua misericórdia, o constituiu em nação (Dt 32:6os 11:1 – *veja Êx 4:22). De um modo semelhante é Ele chamado o Pai da geração davídica de reis, porque Ele a escolheu e a tornou suprema (2 Sm 7.14 – Sl 2:7-12 – 89.27). Mais tarde se diz que Deus Se compadece dos que o temem (isto refere-se particularmente aos israelitas e aos que aceitam a religião de israel), como um pai se compadece dos seus filhos (Sl 103:13Mt 3:17).
    ii. A doutrina de Deus. Certas considerações nos são logo sugeridas sobre este ponto.
    (a): Em nenhuma parte da Bíblia se procura provar a existência de Deus. A crença no Criador é doutrina admitida. Nunca houve qualquer dúvida a respeito da existência da Divindade, ou da raça humana em geral. Entre os argumentos que podemos lembrar para provar a existência do Criador, devem ser notados: a relação entre causa e efeito, conduzindo-nos à grande Causa Primeira – a personalidade, a mais alta forma de existência que se pode conceber, de sorte que uma Causa Primeira, que carecesse de personalidade, seria inferior a nós próprios – a idéia de beleza, de moralidade, de justiça – o desejo insaciável, inato em nós, de plena existência que nunca poderia ser satisfeita, se não houvesse Aquele Supremo Ser, Luz, Vida e Amor, para onde ir.
    (b): Deus é um, e único (Dt 6:4, doutrina inteiramente aceita por Jesus Cristo, Mc 12:29). Porquanto se houvesse mais que uma Divindade, haveria, de certo, conflito entre esses seres todo-onipotentes. Por isso, contrariamente ao dualismo de Zoroastro, segundo o qual há dois seres supremos, um bom e outro mau, a Bíblia ensina que Deus tem a autoridade suprema mesmo sobre o mal (is 45:6-7). Este fato fundamental da Unidade de Deus não está em contradição com a doutrina cristã da Trindade, antes pelo contrário, a salvaguarda.
    (c): Deus é o Criador e o Conservador de tudo (Gn 1:1At 17:24Ap 4:11 – e semelhantemente Jo 1:3 – Col 1.16, onde o imediato Agente é a Segunda Pessoa da Trindade). Todos os dias estamos aprendendo, com clareza de percepção, que a matéria não é coisa morta e sem movimento, que as próprias pedras tremem pela sua energia, sustentando a sua coesão pelas formidáveis e ativas forças que sem interrupção nelas operam. o nosso conhecimento, cada vez mais aperfeiçoado, sobre os métodos de Deus na Criação, leva-nos a um louvor cada vez mais elevado.
    (d): Estamos, também, sabendo mais com respeito à relação de Deus para conosco, como governador e conservador de tudo. Relativamente a este assunto há duas verdades, nenhuma das quais deverá excluir a outra:
    (1). Ele é transcendente, isto é, superior ao universo, ou acima dele (*veja is 40:22 – 42.5 – 1 Tm 6.16).
    (2). É igualmente importante notar que Deus é imanente, isto é, está na matéria, ou com ela. Nesta consideração, nós e todos os seres vivemos Nele (At 17:28 – *veja também Jo 1:3-4) – e Ele em nós está pelo simples fato de que sendo Espírito (Jo 4:24) é dotado de onipresença.
    iii. A adoração a Deus. Se a religião é, na verdade, uma necessidade natural, o culto é sua forma visível. Porquanto, embora possamos supor a priori que nos podemos colocar na presença da Divindade sem qualquer sinal exterior, é isto, contudo, tão incompatível como a natureza humana, e tão contrário às exigências da religião, visto como esta pede a adoração a Deus com toda a nossa complexa personalidade, que não é possível admitir-se tal coisa. É certo que Jesus Cristo disse: ‘Deus é Espirito – e importa que os seus adoradores o adorem em espirito e em verdade’ (Jo 4:24). (*veja Altar, Baal, igreja, Eloí, Espírito Santo, Jewá, Jesus Cristo, Senhor, Senhor dos Exércitos, Tabernáculo, Templo, Trindade, Adoração.)

    Introdução

    (O leitor deve consultar também os seguintes verbetes: Cristo, Espírito Santo, Jesus, Senhor.) O Deus da Bíblia revela-se em sua criação e, acima de tudo, por meio de sua Palavra, as Escrituras Sagradas. De fato, a Bíblia pode ser definida como “a autorevelação de Deus ao seu povo”. É importante lembrar que as Escrituras mostram que o conhecimento que podemos ter de Deus é limitado e finito, enquanto o Senhor é infinito, puro e um Espírito vivo e pessoal, ao qual ninguém jamais viu. Freqüentemente a Bíblia usa antropomorfismos (palavras e ideias extraídas da experiência das atividades humanas, emoções, etc.) numa tentativa de nos ajudar a entender melhor Deus. Esse recurso pode ser realmente muito útil, embora o uso de descrições e termos normalmente aplicados aos seres humanos para referir-se ao Senhor eterno e infinito sempre deixe algo a desejar. Alguém já disse que “conhecer a Deus”, até o limite de que somos capazes por meio de sua Palavra, é o cerne da fé bíblica. De acordo com as Escrituras, todas as pessoas, durante toda a história, estão de alguma maneira relacionadas com o Senhor, seja numa atitude de rebelião e incredulidade, seja de fé e submissão.

    Homens e mulheres existem na Terra graças ao poder criador e sustentador de Deus; a Bíblia ensina que um dia todos estarão face a face com o Senhor, para o julgamento no final dos tempos. A natureza de Deus e seus atributos são, portanto, discutidos de diversas maneiras nas Escrituras Sagradas, de modo que Ele será mais bem conhecido por meio da forma como se relaciona com as pessoas. Por exemplo, aprende-se muito sobre Deus quando age no transcurso da história, em prol do sustento e da defesa de seu povo, e leva juízo sobre os que pecam ou vivem em rebelião contra Ele. Muito sabemos sobre o Senhor por meio dos nomes aplicados a Ele na Bíblia e quando sua criação é examinada e discutida. Acima de tudo, aprendemos de Deus quando estudamos sobre Jesus, o “Emanuel” (Deus conosco).

    As seções seguintes proporcionam apenas um resumo do que a Bíblia revela sobre Deus. Uma vida inteira de estudo, fé e compromisso com o Senhor, por intermédio de Cristo, ainda deixaria o crente ansioso por mais, especialmente pelo retorno de Jesus, pois concordamos com a declaração do apóstolo Paulo: “Agora conheço em parte; então conhecerei como também sou conhecido” (1Co 13:12).

    A existência do único Deus

    A Bíblia subentende a existência de Deus. Não há discussão alguma sobre isso em suas páginas, pois trata-se de um livro onde o Senhor revela a si mesmo. Somente o “tolo”, a pessoa maligna e corrupta, diz “no seu coração: Não há Deus” (Sl 14:1-53.1; veja O tolo e o sábio). A existência de Deus é freqüentemente afirmada nos contextos que advertem contra a idolatria. Sempre é dada uma ênfase especial ao fato de que somente o Senhor é Deus e não existe nenhum outro. Deuteronômio 6:4 declara: “Ouve, ó Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor”. Deuteronômio 32:39 diz: “Vede agora que Eu sou, Eu somente, e não há outro Deus além de mim. Eu causo a morte, e restituo a vida; eu firo, e eu saro, e não há quem possa livrar das minhas mãos”. Por essa razão, a idolatria é considerada um grande pecado (cf. 1 Co 8.4). Envolver-se com ela é viver e acreditar na mentira, numa rejeição direta da revelação do único Deus verdadeiro. Esperava-se que o povo de Israel testemunhasse para as nações ao redor que existia apenas um único Senhor e que não havia nenhum outro deus. Isso seria visto especialmente no poder de Deus para proporcionar a eles os meios para vencerem as batalhas contra inimigos mais fortes, no tempo de paz, na extensão das fronteiras (contra o poder de outros assim chamados deuses) e em sua justiça e juízo sobre todos os que se desviavam dele, ou rejeitavam seus caminhos ou seu povo. As nações ao redor precisavam aprender com Israel que os seus deuses eram falsos e que na verdade adoravam demônios (1Co 10:20).

    Os escritores dos Salmos e os profetas também proclamaram que somente o Senhor é Deus e que Ele pré-existe e auto-subsiste. O Salmo 90:2 diz: “Antes que os montes nascessem, ou que formasses a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus”. Em Isaías, lemos: “Assim diz o Senhor, Rei de Israel, e seu Redentor, o Senhor dos Exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há Deus” (Is 44:6). “Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de mim não há Deus. Eu te fortalecerei, ainda que não me conheças” (Is 45:5; veja também 45.21; etc.). Jeremias disse: “Mas o Senhor Deus é o verdadeiro Deus; ele mesmo é o Deus vivo, o Rei eterno. Do seu furor treme a terra, e as nações não podem suportar a sua indignação” (Jr 10:10).

    No Novo Testamento, novamente a autoexistência eterna de Deus é subentendida: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por meio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens” (Jo 1:14). Paulo argumentou em sua pregação para os atenienses: “Pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos” (At 17:28). O apóstolo fez um apelo aos habitantes de Listra, a fim de que reconhecessem a existência do único Deus verdadeiro, pois “não deixou de dar testemunho de si mesmo. Ele mostrou misericórdia, dando-vos chuvas dos céus, e colheita em sua própria estação, enchendo de mantimento e de alegria os vossos corações” (At 14:17). Em Romanos 1:19-20, há o pressuposto de que mesmo os que são maus e rejeitam a Deus podem ser considerados em débito, “visto que o que de Deus se pode conhecer, neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou. Pois os atributos invisíveis de Deus, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que foram criadas, de modo que eles são inescusáveis”.

    Como em João 1, mencionado anteriormente, é no Novo Testamento que aprendemos sobre Jesus e começamos a entender mais sobre o próprio Deus, sua preexistência e sua auto-existência. Colossenses 1:17 descreve a preexistência de Cristo como “a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação” (Cl 1:15). Tanto Deus, o Pai, como Jesus são considerados eternos em sua existência: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-poderoso” (Ap 1:8-11.15, 17; 2 Pe 3.8). Hebreus 13:8 também fala de Jesus: “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje, e eternamente”.

    O Deus criador

    A autoexistência de Deus, bem como sua eternidade, também são sinalizadas na criação, a qual Ele fez do “ex nihilo” (a partir do nada; veja Gn 1; Rm 4:17; Hb 11:3). A Bíblia não admite a ideia do nada existindo lado a lado com o Senhor através da eternidade. Não há ensino, por exemplo, de que a matéria sempre existiu, ou que o mal sempre permaneceu como uma alternativa ao lado de Deus. O Todo-poderoso sempre existiu e sempre existirá; Ele é o Criador. O que existe traz outras coisas à existência. O racionalismo pode argumentar que, se algo existe, deve ter o poder da auto-existência dentro de si. A Bíblia mostra que o ser que auto-existe é Deus e somente Ele é o Senhor. Porque Deus existe, a vida veio à existência e surgiu a criação. No Senhor há vida e luz. Somente Ele tem a vida em si mesmo e habita na luz e na glória eternamente.

    O ato de Deus na criação é descrito em muitos lugares da Bíblia. De maneira notável, Gênesis 1:2 descrevem a Palavra de Deus que traz tudo o que conhecemos à existência. Esses capítulos demonstram claramente que o Senhor já existia antes da criação e foi por meio de sua palavra e seu poder que o mundo veio à existência. Também revelam que Deus não iniciou simplesmente o processo e o concluiu, ou ainda não o concluiu, com o que conhecemos neste mundo hoje. Ele interferiu ativamente, várias vezes, para criar a luz, o sol, a lua, a água, a vegetação, os peixes, os mamíferos, os pássaros e a humanidade. Em Gênesis 1, essa obra ativa de Deus durante todo o período da criação pode ser notada nas duas frases: “E disse Deus: Haja...” e “E viu Deus que isso era bom”. Em Gênesis 2, a obra e as palavras do “Senhor Deus” são mencionadas repetidamente. O Salmo 33:4-9 personaliza a “palavra de Deus” como a que criou e “é reta e verdadeira; todas as suas obras são fiéis... Pela palavra do Senhor foram feitos os céus... Tema toda a terra ao Senhor... Pois ele falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu”. Jeremias afirma: “Pois ele (o Senhor) é o criador de todas as coisas, e Israel é a tribo da sua herança; Senhor dos Exércitos é o seu nome” (Jr 10:16-51.19; veja também 26:7; Sl 102:25-104.24; Ne 9:6; etc.).

    No NT, o escritor da carta aos Hebreus lembra os crentes que “pela fé entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus, de maneira que o visível não foi feito do que se vê” (Hb 11:3). Louvor e adoração são devidos a Deus, o Pai, e a Jesus, a Palavra de Deus, pela criação e pelo seu contínuo sustento de todas as coisas criadas. Desde que a criação deriva sua vida e existência do próprio Deus, se o Senhor não a sustentasse, ela deixaria de existir (Ap 4:11; Jo 1:1-3; 1 Co 8.6; Cl 1:16-17; Hb 1:2-2 Pe 3.5; etc.).

    Essa obra da criação, a qual necessita do poder sustentador do Senhor, proporciona a evidência da soberania e do poder de Deus sobre todas as coisas. Ele está presente em todos os lugares, a fim de sustentar e vigiar sua criação, realizar sua justiça, amor e misericórdia, trazer à existência e destruir, de acordo com sua vontade e seus propósitos. A doxologia de Romanos 1:1-36 oferece a resposta adequada do crente na presença do Deus criador, sustentador e que existe por si: “Porque dele e por ele e para ele são todas as coisas. Glória, pois, a ele eternamente. Amém” (v.36).

    O Deus pessoal

    O Criador do Universo e de todas as coisas, que sustém o mundo e todas as pessoas, revela-se a si mesmo como um “Deus pessoal”. A palavra “pessoal” não é aplicada a Ele em nenhum outro lugar da Bíblia e é difícil nossas mentes finitas assimilarem o que essa expressão “pessoal” significa, ao referir-se ao Senhor. Ainda assim, é dessa maneira que Ele é consistentemente revelado. Deus é um ser auto-existente e autoconsciente. Qualidades que indicam um ser pessoal podem ser atribuídas a Deus. Ele é apresentado como possuidor de liberdade, vontade e propósitos. Quando colocamos esses fatores na forma negativa, o Senhor nunca é descrito nas Escrituras da maneira que as pessoas o apresentam hoje, como uma energia ou uma força sempre presente. Deus revela a si mesmo como um ser pessoal no relacionamento entre Pai, Filho e Espírito Santo (veja mais sobre a Trindade neste próprio verbete) e em seu desejo de que seu povo tenha um relacionamento real com o “Deus vivo”. Sua “personalidade”, é claro, é Espírito e, portanto, não está limitada da mesma maneira que a humana. Porque é pessoal, entretanto, seu povo pode experimentar um relacionamento genuíno e pessoal com Ele. Deus, por ser bom, “ama” seu povo e “fala” com ele. O Senhor dirige os seus e cuida deles. O Salmo 147:10-11 dá alguns sentimentos de Deus, como um ser pessoal: “Não se deleita na força do cavalo, nem se compraz na agilidade do homem. O Senhor se agrada dos que o temem, e dos que esperam no seu constante amor” (veja também Sl 94:9-10). Efésios 1:9-11 mostra como a vontade e os propósitos de Deus são especialmente colocados à disposição dos que Ele “escolheu”, aos quais ele “ama”. O Senhor é aquele que conhece seu povo (1Co 8:3) e pode ser chamado de “Pai” pelos que vivem por ele (v.6). A revelação de Deus em Jesus novamente mostra como Ele é um Deus “pessoal”, tanto no relacionamento de Cristo e do Pai (como o Filho faz a vontade do Pai e fala as suas palavras), como na maneira pela qual o Pai mostrou seu amor pelo mundo, quando deu “o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16-14:15-31; 15.9,10; etc.).

    O Deus providencial

    Já que Deus é eterno, auto-existente e o Criador do Universo, não é de admirar que um dos temas mais freqüentes na Bíblia refira-se à soberana providência do Senhor. Deus é visto como o rei do Universo, o que fala e tudo acontece, que julga e as pessoas morrem, que mostra seu amor e traz salvação. Ele é o Senhor (veja Senhor) que controla o mundo e exige obediência. Busca os que farão parte de seu povo. É neste cuidado providencial por seu mundo e seu povo que mais freqüentemente descobrimos na Bíblia os grandes atributos divinos de sabedoria, justiça e bondade. Aqui vemos também sua verdade e seu poder. As Escrituras declaram que Deus tem o controle total sobre tudo, ou seja, sobre as pessoas, os governos, etc. Ele é chamado de Rei, pois estabelece reinos sobre a Terra e destrói-os, de acordo com seu desejo. Sua soberania é tão grande, bem como sua providência, em garantir que sua vontade seja realizada, que mesmo o mal pode ser revertido e usado pelo Senhor, para realizar seus bons propósitos.

    Os escritores da Bíblia demonstram com convicção que Deus governa sobre toda a criação; assim, os conceitos do destino e do acaso são banidos. À guisa de exemplo, uma boa colheita não acontece por acaso, mas é providenciada pelo Senhor. É Deus quem promete: “Enquanto a terra durar, não deixará de haver sementeira e ceifa, frio e calor, verão e inverno, dia e noite” (Gn 8:22). Por outro lado, o Senhor mantém tal controle sobre a criação que pode suspender a colheita dos que vivem no pecado ou se rebelam contra Ele (Is 5:10). Nos dias do rei Acabe, de Israel, Deus suspendeu a chuva e o orvalho, por meio de “sua palavra”, como castigo sobre o monarca e o povo (1Rs 17:1). A fome foi extremamente severa, mas a providência particular e amorosa do Senhor por seu povo fez com que suprisse as necessidades do profeta Elias de maneira miraculosa (1Rs 17:18).

    A Bíblia preocupa-se muito em mostrar a providência de Deus, que pode ser vista no seu relacionamento com seu povo (veja 2 Cr 16.9). Paulo fala sobre isso quando diz: “Sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8:28). Aqui vemos que não somente o cuidado soberano do Senhor sempre é feito segundo a sua vontade e seu propósito, mas também que esse desejo preocupa-se especialmente com seu povo, mediante o cuidado e a proteção. O poder de Deus é tão grande que em “todas as coisas” Ele trabalha para atingir seus fins. Tal entendimento da providência do Senhor leva à conclusão inevitável de que mesmo o que começou por meio do mal, ou emanado de nossos próprios desejos pecaminosos, pode ser revertido por Deus, enquanto Ele trabalha incessantemente para completar e realizar sua vontade. Essa fé e confiança no cuidado providencial do Senhor não eram conceitos novos nos dias de Paulo. Quando José foi capturado por seus irmãos e vendido como escravo para o Egito, não foi o acaso que finalmente o levou a ser governador egípcio, num momento em que o povo de Deus precisava ser preservado da fome terrível. Tudo foi parte da vontade do Senhor. Posteriormente, ao discutir o assunto com seus irmãos amedrontados, José disse: “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim, porém Deus o tornou em bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar muita gente com vida” (Gn 50:20). O cuidado providencial de Deus por Jó, quando Satanás desejava atacá-lo e destruí-lo, também é uma prova do poder soberano do Senhor, mesmo sobre o mundo dos espíritos, inclusive Satanás (1:2). Deus até mesmo controlou as ações do rei da Pérsia em favor de seu povo (Is 44:28-45:1-7).

    Em nenhum outro contexto o cuidado providencial de Deus pode ser visto com tanta clareza como na provisão da salvação para o seu povo, por meio da morte expiatória de Jesus Cristo. A ação mais perversa de Satanás e o mais terrível de todos os pecados cometidos pelos seres humanos levaram à crucificação do Filho de Deus. Isso, porém, fora determinado pela vontade de Deus, e Ele reverteu aquele ato terrível para proporcionar expiação a todo aquele que se voltar para o Senhor (At 2:23-24). Esse desejo de Deus foi realizado “segundo as Escrituras”. Certamente o Senhor freqüentemente é visto agindo de maneira providencial e com poder soberano, de acordo com sua Palavra (Rm 5:6-1 Co 15.3; 2 Co 5.15).

    A providência do Senhor também é vista na maneira como chama as pessoas para si. Toda a Trindade está envolvida nesta obra de atrair e cuidar do povo de Deus (Jo 17:11-12, 24; Ef 1:3-14; Cl 1:12-14; etc.). A reflexão sobre a soberania do Senhor sobre tudo, seu poder total de realizar o que sua vontade determina, sua providência na natureza, na humanidade de modo geral e especialmente em relações aos redimidos, nos leva novamente a louvá-lo e bendizê-lo (Sl 13:9-13-16; 145.1, 13 16:1 Pe 5.7; Sl 103).

    O Deus justo

    A Bíblia mostra-nos um Senhor “justo”. Isso faz parte de sua natureza e tem que ver com sua verdade, justiça e bondade. Em termos práticos, o reconhecimento da justiça de Deus nas Escrituras permite que as pessoas confiem em que sua vontade é justa e boa e podem confiar nele para tomar a decisão ou a ação mais justa. Ele é justo como Juiz do mundo e também na demonstração de sua misericórdia. Mais do que isso, sua vontade eterna é inteiramente justa, íntegra e boa. É uma alegria para homens e mulheres pecadores saberem que podem voltar-se para um Deus justo e receber misericórdia. É motivo de temor para os que se rebelam que o justo Juiz julgará e condenará.

    O povo de Deus (“o povo justo”, formado pelos que foram perdoados por Deus) freqüentemente apela para sua justiça. Por exemplo, o salmista orou, para pedir misericórdia ao Senhor, quando parecia que as pessoas más prevaleciam. Achou estranho que os perversos prosperassem quando o “justo” padecia tanto sofrimento. Portanto, apelou para a justiça de Deus, para uma resposta ao seu dilema: “Tenha fim a malícia dos ímpios, mas estabeleça-se o justo. Pois tu, ó justo Deus, sondas as mentes e os corações” (Sl 7:9-11). “Responde-me quando clamo, ó Deus da minha retidão. Na angústia dá-me alívio; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração” (Sl 4:1-129.4; 2 Ts 1.6). É mediante sua justiça que Deus mostra misericórdia ao seu povo (Sl 116:4-6; 37.39).

    Por vezes, entretanto, o povo de Deus tentou questionar o Senhor, quando parecia que Ele não os ajudava, ou estava do lado de outras nações. A resposta de Deus era que, se o Senhor lhes parecia injusto, é porque eles haviam-se entregado à incredulidade e ao pecado. As ações do Senhor são sempre justas, mesmo quando resultam em juízo sobre seu próprio povo. Veja, por exemplo, Ezequiel 18:25 (também
    v. 29): “Dizeis, porém: O caminho do Senhor não é justo. Ouvi agora, ó casa de Israel: Não é o meu caminho justo? Não são os vossos caminhos injustos?”.

    Deus pode ser visto como justo em tudo o que faz. Isso se reflete em sua Lei, a qual é repetidamente definida como “justa” (Sl 119; Rm 7:12). Deuteronômio 32:4 resume a justiça do Senhor desta maneira: “Ele é a Rocha, cuja obra é perfeita, e todos os seus caminhos são justiça. Deus é a verdade, e não há nele injustiça. Ele é justo e reto”.

    Enquanto o povo de Deus ora, vê a justiça divina em seus atos de misericórdia e socorro para com eles e em seu juízo sobre os inimigos; assim, reconhecem que a justiça do Senhor permite que Ele traga disciplina sobre eles, quando pecam. Em II Crônicas 12, o rei Roboão e os líderes de Israel finalmente foram obrigados a admitir que, por causa do pecado e da rebelião deles contra Deus, Faraó Sisaque teve permissão para atacar Judá e chegar até Jerusalém. Deus os poupou da destruição somente quando se humilharam e reconheceram: “O Senhor é justo” (v. 6). Na época do exílio babilônico, os líderes tornaram-se particularmente conscientes deste aspecto da justiça de Deus. Daniel expressou dessa maneira: “Por isso, o Senhor vigiou sobre o mal, e o trouxe sobre nós, porque justo é o Senhor, nosso Deus, em todas as obras que faz; contudo, não obedecemos à sua voz” (Dn 9:14; veja também Ed 9:15).

    Os profetas olhavam adiante para ver a revelação da justiça de Deus no futuro reino do Messias: “Vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo, um rei que reinará e prosperará, e praticará o juízo e a justiça na terra” (Jr 23:5; Is 9:7-11.4; etc. veja Lc 1:75; At 22:14). Paulo falou sobre a obra de Cristo em termos da revelação da justiça de Deus. Na morte de Jesus, pode-se ver o juízo do Senhor sobre o pecado e a manifestação de seu amor e misericórdia sobre os que são perdoados. Deus não comprometeu nem sua justiça que exige a morte pelo pecado, nem sua aliança de amor para com o seu povo, que promete perdão e misericórdia. Desta maneira, o Senhor permanece justo e íntegro na salvação (Rm 1:17-2.5,6; 3.5, 20-26; etc.).

    Ao falar sobre os últimos dias e o retorno de Cristo, quando Deus vindicará seu nome diante de todo o mundo, inclusive os ímpios, será sua justiça que uma vez mais será notada e levará seu povo, que está ansioso por essa revelação, a louvá-lo (Ap 15:3-16.7).

    O Deus amoroso

    É justo que haja uma seção separada sobre este atributo, o mais maravilhoso do Senhor da Bíblia, ainda que tradicionalmente o amor de Deus seja visto como um aspecto de sua “bondade”. Várias vezes as Escrituras dizem que o Senhor “ama” ou mostra “amor” à sua criação, especialmente para o seu povo. É parte da natureza de Deus, pois ele é “bom” e é “amor”. O Senhor faz o que é bom (2Sm 10:12-1 Cr 19.13; Sl 119:68), porém, mais do que isso, ele é bom. Em outras palavras, a bondade é tão parte dele e de seu ser que o salmista disse: “Pois o teu nome é bom” (Sl 52:9-54.6; este vocábulo “nome” refere-se a todo o caráter do próprio Deus). Jesus disse: “Ninguém há bom, senão um, que é Deus” (Lc 18:19). Assim, se alguém deseja saber o que significa bondade e amor, deve olhar para o Senhor. I João 4:8-16 diz: “ Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor... E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor. Quem está em amor está em Deus, e Deus nele”.

    Deus é a fonte da bondade. Tiago 1:17 diz: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito é do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação”. O texto não só mostra que o Senhor é a fonte daquilo que é bom, como ensina que Deus é sempre bom. Não existe um lado “sombrio” no Senhor, nenhuma base para a visão oriental de que o bem e o mal existem lado a lado, e juntos formam algo chamado “deus”.

    A bondade de Deus, tão freqüentemente chamada de seu “amor”, é vista de muitas maneiras neste mundo. É evidente que no universo é algo generalizado, ou na manutenção da própria vida, da justiça, da ordem na criação, ou mesmo na provisão da luz do Sol e da chuva, do tempo de semear e de colher (Sl 33:5; Mt 5:45; At 17:25). Sua bondade, entretanto, é mais evidente em seu amor e fidelidade para com seu povo, a quem Ele protege, cuida e livra do juízo. Seu amor fiel por seu povo às vezes é chamado de “aliança de amor” ou “amor fiel”, pois Deus prometeu amar seu povo para sempre. Os israelitas repetidamente louvavam ao Senhor por seu amor eterno, extraordinário e não merecido, demonstrado através de toda a história de Israel (1Cr 16:34-2 Cr 5.13 7:3; Ed 3:11; Sl 118:1-29; Jr 33:11). É digno de nota como os vocábulos “bom” e “amor” aparecem juntos de maneira tão frequente, quando aplicados a Deus.

    Os que buscam a Deus experimentam sua bondade e amor, pois encontram sua salvação (Lm 3:25). O seu povo o louva acima de tudo pelo amor demonstrado em sua misericórdia e perdão dos pecados. Foi para a bondade do Senhor que o rei Ezequias apelou, quando pediu perdão pelo povo de Israel, que adorava a Deus sem ter passado pelo ritual da purificação. “Ezequias, porém, orou por eles, dizendo: O Senhor, que é bom, perdoe a todo aquele que dispôs o coração para buscar o Senhor...” (2Cr 30:18; Nm 14:19). O próprio Deus, ao falar por meio do profeta Oséias, adverte, a respeito da contínua rebelião do povo: “eu não tornarei mais a compadecer-me da casa de Israel, mas tudo lhe tirarei” (Os 1:6).

    A salvação de Deus para seu povo é sua mais profunda e fantástica demonstração de bondade e amor. Jesus foi oferecido pelo Pai como sacrifício pelo pecado de todo o que crê. Talvez o mais famoso versículo da Bíblia, João 3:16, expresse o sentimento desse dom de Deus: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. O dom é ainda mais extraordinário, pois “Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5:8; Tt 3:4-1 Jo 3:16). O povo de Deus sabe que não merece este sacrifício. A natureza do amor divino, dado a pessoas que não são merecedoras, freqüentemente é expressa por meio do vocábulo “graça”.

    O amor de Deus também é visto por seu povo na maneira como Ele dá o seu Espírito Santo, de tal forma que todos possam conhecê-lo e responder-lhe em amor (Rm 5:5). Eles também experimentam o amor divino em seu cuidado providencial. Isso pode significar que o amor será em forma de disciplina (Ap 3:19), mas também representa o fato de que “todas as coisas” cooperam para o bem do povo de Deus, dos que são chamados segundo o seu propósito. Nada poderá separá-los do amor de Deus e de Cristo (Rm 8:28-35, 39; veja a seção anterior “O Deus providencial”). Ao meditar sobre sua graça a favor de todos, para os levar à salvação, eles o louvam pela maneira como os escolheu e os predestinou para serem filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito da sua vontade (Ef 1:4-6; 1 Jo 3:1). Essa grande obra de salvação é feita “segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo” (v. 9).

    “Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)” (Ef 2:4-5). O problema é como uma mente humana pode assimilar a profundidade desse amor, pois “excede todo o entendimento” (Ef 3:18-19).

    O Deus salvador

    O amor de Deus é visto proeminentemente em sua salvação por meio de Jesus (“Jesus” significa “o Senhor salva”; veja Jesus). O Senhor é corretamente descrito como “Deus salvador”. A Bíblia ensina que toda a humanidade é pecadora e necessita de redenção, que só é efetivada pela ação salvadora de Deus. O AT refere-se ao Senhor como “Libertador”, “Redentor” e “Salvador”, tanto da nação como dos indivíduos. Ambos necessitam de perdão, se não querem receber juízo. Uma lição necessária à compreensão de todas as pessoas é que somente Deus é Todo-poderoso, soberano e justo; portanto, o único que pode salvar: “E não há outro Deus senão eu, Deus justo e Salvador não há além de mim” (Is 45:21-43.11). Às vezes, o povo de Israel voltava-se para outras nações em busca de proteção e salvação; essa atitude, entretanto, invariavelmente falhava, ao passo que o Senhor ensinava que somente Ele era o Salvador (Dt 32:15-24; 1 Cr 16:34-36; Is 17:10).

    A promessa que Deus faz ao seu povo é que “quando clamarem ao Senhor, por causa dos opressores, ele lhes enviará um salvador e um defender, que os livrará” (Is 19:20-43.3; 45.15). Os homens e mulheres fiéis, mencionados no AT, todos conheceram a atividade salvadora e libertadora de Deus, tanto nas batalhas como no perdão dos pecados. O êxodo do Egito tornou-se o grande evento na história de Israel, que ofereceu às gerações futuras um memorial e uma ilustração da salvação e redenção operadas pelo Senhor. Deus redimiu seu povo do Egito porque o amava: “Mas porque o Senhor vos amava, e para guardar o juramento que fizera a vossos pais, o Senhor vos tirou com mão forte, e vos resgatou da casa da servidão, da mão de Faraó, rei do Egito” (Dt 7:8).

    Aquele acontecimento histórico proporcionou às gerações futuras uma evidência de que Deus tem o poder para salvar e libertar; essa verdade tornou-se a base em que podiam apelar para o Senhor salvá-los e livrá-los novamente em outras situações adversas (Êx 6:6; Dt 9:26; Sl 106:10). A libertação do Egito, porém, proporcionou também uma advertência, que mostra os acontecimentos no deserto para os que “esqueceram seu Deus”: “Pondo-os ele à morte, então o procuravam; voltavam, e de madrugada buscavam a Deus. Lembravam-se de que Deus era a sua rocha, de que o Deus Altíssimo era o seu Redentor” (Sl 78:34-35; veja também 1 Cr 10:1-12). O próprio Deus mostrou a sua obra salvadora, ao levá-los do Egito para Canaã, e esperava fidelidade e serviço do seu povo redimido (Dt 13:5-15.15; 24.18; Os 13:4).

    Assim como precisavam de uma redenção física e libertação, os israelitas necessitavam também de perdão dos pecados; nisto também o Senhor provou ser o Salvador e Redentor do seu povo. Louvavam o seu nome pelo seu perdão e sabiam que podiam submeter-se à justiça de Deus e que Ele os salvaria (Dt 21:8; Sl 31:5-34.22; 44.26; Is 54:5-59.20).

    Os profetas olhavam para o futuro, para o dia em que um Salvador e Redentor viria para o povo de Deus: “O Redentor virá a Sião e aos que se desviarem da transgressão em Jacó, diz o Senhor” (Is 59:20). Isaías olhava adiante, para o dia do advento do Messias, quando o povo o louvaria: “Graças te dou, ó Senhor. Ainda que te iraste contra mim, a tua ira se retirou, e tu me consolaste. Certamente Deus é a minha salvação; confiarei e não temerei. O Senhor Deus é a minha força e o meu cântico; ele se tornou a minha salvação. Vós com alegria tirareis águas das fontes da salvação” (Is 12:1-3; veja Jr 23:6; Zc 9:9).

    Jesus foi o cumprimento de tais promessas. Ele era o Deus Salvador que veio à Terra para salvar e redimir. Quando seu nascimento foi anunciado, sua atividade salvadora e redentora imediatamente dominou as palavras dos anjos, de Zacarias e de Maria. As profecias concernentes à salvação do povo de Deus, com o advento do rei da linhagem de Davi, são anexadas às promessas do perdão de pecados e salvação do juízo de Deus. Toda a “história da salvação”, como alguns a têm chamado, chega ao seu grande clímax com o advento daquele que seria chamado de “Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1:21; Lc 1:46-47, 68-75; 2.11, 30-32, 38; etc.).

    O Deus salvador é revelado plenamente em Jesus. Nele, e em ninguém mais, há salvação (Lc 3:6-19.9,10; At 4:12; Hb 2:10). De fato, os vocábulos “salvar” e “salvação” referem-se a toda a obra salvadora de Cristo, desde sua encarnação, morte e ressurreição, até sua glorificação. Sua obra salvadora é considerada como um acontecimento realizado em três tempos: passado (na cruz, quando os crentes foram “justificados”; Rm 5:1-8.24; Ef 2:8-2 Tm 1.9); presente (com a operação progressiva do Espírito Santo na vida do crente, no processo de santificação, 1 Co 1.18; 2 Co 2,15) e futuro (no dia do julgamento, quando os crentes serão salvos da justa ira de Deus e serão glorificados; Rm 5:9-10).

    A meditação sobre quem é o Senhor sempre tem levado à doxologia; assim, Judas 25 expressa o louvor a Deus como Salvador, por meio de Jesus Cristo: “Ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

    O Deus Pai

    Conforme já vimos, Deus é bom e é amor; portanto, é também “Pai”. Ele é a fonte de todas as coisas e, nesse sentido, é Pai. É o Pai da criação de Israel — o povo da sua aliança e dos cristãos. Acima de tudo, ele é o Pai de seu único Filho Jesus Cristo. Numa época em que muitas vezes se pergunta se o Senhor realmente deveria ser chamado de “Pai”, pois isso pode parecer uma postura “machista”, é importante notar novamente que Deus é Espírito. Portanto, é totalmente errado descrevê-lo como masculino ou feminino. De fato, lemos sobre o Pai como o Deus “que te gerou” (Dt 32:18) — o que dificilmente seria considerada como uma ação masculina! A paternidade humana deriva de Deus e não vice-versa. Chamar Deus de “Pai” sem dúvida é correto do ponto de vista bíblico e, devidamente entendido, tem muito a dizer para corrigir os muitos abusos que são presenciados atualmente, cometidos pelos pais humanos.

    Primeiro, Deus é ocasionalmente referido, num sentido genérico, como Pai de todas as pessoas, pois elas são geradas por Ele (Ml 2:10; At 17:28-29; Hb 12:9). Segundo, a paternidade de Deus sobre Israel é mencionada ou subentendida. Como Pai, o Senhor tem o direito de ser obedecido. Deuteronômio 3:2-6 dá alguma indicação desse relacionamento: “Corromperam-se conta ele; já não são seus filhos, e isso é a sua mancha, geração perversa e depravada é. É assim que recompensas ao Senhor, povo louco e ignorante? Não é ele teu Pai, que te adquiriu, que te fez e te estabeleceu?” É o relacionamento pactual com seu povo que está especialmente em destaque aqui. O Senhor toma (cria) Israel, ao fazer dele o seu povo peculiar e ao adotá-lo amorosamente como pai, na esperança de receber de volta amor e obediência (Ml 1:6). Deus adverte Israel de que será rejeitado, se porventura desprezar seu Pai (v. 18). Assim, Israel é o seu “filho primogênito” e, se obedecer, receberá a proteção do Senhor. Por exemplo, Deus exige de Faraó: “Israel é meu filho, meu primogênito. Deixa ir o meu filho” (Êx 4:22-23; Os 11:1).

    O fato de Deus apresentar-se como Pai de Israel significa que tem o direito de esperar em resposta uma sincera comunhão com o filho. Lamentavelmente, na maior parte do tempo, encontrou um povo rebelde. Deus diz em Isaías 1:2: “Criei filhos, e os engrandeci, mas eles estão revoltados contra mim”. Tanto este profeta como Jeremias, entretanto, olham para o futuro, para um tempo em que o Senhor será o Pai de um filho que corresponde. Deus então mostrará a Israel seu cuidado e seu amor: “Guiá-los-ei aos ribeiros de águas, por caminho reto em que não tropeçarão, porque sou um pai para Israel, e Efraim é o meu primogênito” (Jr 31:9). Um filho humilde admitirá que o Pai tem direitos: “Mas agora, ó Senhor, tu és o nosso Pai. Nós somos o barro, tu és o nosso oleiro; somos todos obra das tuas mãos. Não te enfureças tanto, ó Senhor, nem perpetuamente te lembres da iniqüidade. Olha, nós te pedimos, todos nós somos o teu povo” (Is 64:8-9; veja também 45.10,11; 63.16). Como Pai e Deus da Aliança, quando seu filho chamar, ele responderá: “Ele me invocará, dizendo: Tu és meu pai, meu Deus, a rocha da minha salvação... O meu amor lhe manterei para sempre, e a minha aliança lhe será firme” (Sl 89:26-28).

    Deus também é o Pai do rei de Israel, de uma maneira especial, pois ele representa o povo. A aliança que o Senhor fez com o rei Davi estabeleceu que Deus seria o “Pai” dos descendentes dele: “Eu serei seu Pai e ele será meu filho”. O salmista destaca esse tema. Por exemplo, o Salmo 2:7 diz: “Proclamarei o decreto do Senhor: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei” (veja também Sl 89:26-27). Posteriormente, essas passagens sobre o filho assumiram um significado messiânico, quando as pessoas olhavam para o futuro, para o advento do rei ungido da linhagem de Davi. De fato, mais tarde foram aplicadas a Jesus Cristo (At 13:33; Hb 1:5).

    Deus é “Pai” unicamente de Jesus, o qual é descrito como “o Filho unigênito de Deus” (veja Jesus). Esta filiação está relacionada ao seu nascimento virginal (Lc 1:35), mas essa não é a única origem. O Pai anuncia claramente a condição de Jesus, em seu batismo: “Então ouviu-se esta voz dos céus: Tu és o meu Filho amado em quem me comprazo” (Mc 1:11). Isso, porém, serviu apenas para confirmar publicamente o que já era verdade. De fato, o NT indica uma comunhão permanente entre o Deus Pai, como “pai”; e o Deus Filho, como “filho”. Esse relacionamento eterno é indicado em João 1:18: “Ninguém nunca viu a Deus, mas o Deus unigênito, que está ao lado do Pai, é quem o revelou”. Em João 17 Jesus dirige-se a Deus como “Pai” e olha para o futuro, quando receberá novamente “a glória que me deste, porque me amaste antes da criação do mundo” (vv. 24,25; 1 Jo 4:9).

    O acesso a Deus como “Pai” só é possível por meio de Cristo: “Ninguém vem ao Pai, senão por mim”, disse Jesus (Jo 14:6). Isso também aponta o caminho para a filiação a Deus para todos os cristãos.

    Deus como Pai de todos os cristãos é o complemento de sua paternidade a ser mencionada aqui. O Senhor é o Pai de todo o que tem fé em Cristo. Parte da plenitude da salvação, aplicada aos crentes pelo Espírito Santo, é a condição de “adoção” de filhos (Rm 8:23; Ef 1:5), mediante a qual podem utilizar o nome mais pessoal de “Aba” (Papai), ao dirigir-se a Deus (Rm 8:14-17; Gl 4:6). É importante notar que em ambos os textos a “filiação” também está intimamente ligada à herança. Assim como Jesus, o Filho, é herdeiro da glória de Deus, Paulo diz que os filhos adotados são “co-herdeiros de Cristo, se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados” (Rm 8:17). É possível para todo o que crê em Cristo conhecer o Pai (Gl 3:26), pois Jesus lhes revela (Jo 14:6-9). Cristo mostrou o Pai ao mundo: “Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo. Antes, é o Pai que está em mim quem faz as obras” (v.10).

    Novamente, a única resposta apropriada por parte do cristão, diante da ideia de ser feito filho de Deus, é o louvor: “Vede quão grande amor nos concedeu o Pai, que fôssemos chamados filhos de Deus. E somos mesmo seus filhos! O mundo não nos conhece porque não o conheceu. Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque assim como é, o veremos” (1Jo 3:1-2).

    Os nomes de Deus

    Enquanto nas modernas culturas ocidentais o nome realmente só é usado para distinguir uma pessoa de outra, os registrados na Bíblia são utilizados para representar totalmente a pessoa ou indicar aspectos de seu caráter ou de seu objetivo na vida (veja seção Os nomes e seus significados na 1ntrodução). Em nenhum outro lugar isso pode ser visto mais claramente do que na expressão “nome do Senhor”, que ocorre aproximadamente 100 vezes nas Escrituras. É uma frase que sintetiza o que nunca pode ser totalmente resumido — ou seja, o próprio Deus.
    O Nome. Quando Gênesis 4:26 diz: “Foi nesse tempo que os homens começaram a invocar o nome do Senhor”, não quer dizer simplesmente que as pessoas aprenderam a usar o nome “Senhor”. O texto indica que elas começaram a adorar ao Senhor por tudo o que Ele é. Quando a Lei diz: “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão, pois o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão” (Êx 20:7), claramente tem em mente mais do que as ocasionais expressões irreverentes (embora, é claro, sua proibição esteja incluída no mandamento). A lei afirma que o próprio Senhor não deve ser considerado com desdém. Não pode ser tratado da mesma maneira que os ídolos pagãos, mencionados no mandamento anterior. Jamais deve ser invocado como um poder mágico ou ser referido numa adoração que não é centralizada exclusivamente nele.

    Assim, uma referência ao “Nome” do Senhor leva consigo uma indicação da própria natureza de Deus. Em Êxodo 23:20, o “Nome” de Deus está presente no anjo enviado para liderar o povo de Israel. Também é correto concluir que tal ser trata-se de uma “teofania”, por meio da qual o Senhor de alguma maneira era experimentado ou visto na presença do anjo (veja Teofanias).

    Quando a Bíblia fala em “invocar” o nome de Deus, geralmente é num contexto de exortação para se adorar ao Senhor totalmente, em toda a vida e vê-lo como o Deus soberano e transcendente que é: pessoal, amoroso e fiel, que está presente em todas as áreas de seu domínio (2Rs 5:11; Sl 17:7; Jl 2:32; Sf 3:9).

    Fazer alguma coisa no “nome do Senhor” é realizar algo no lugar do próprio Deus ou fazer com todo o endosso de sua presença e em obediência à sua ordem. Dessa maneira, os sacerdotes e levitas ministravam “no nome do Senhor” e os profetas falavam “no nome do Senhor”; não que eles alegassem ser Deus, mas isso significava que falavam e operavam com sua total autoridade e poder por trás deles. Até o mesmo o rei Davi lutou “em nome do Senhor” (Dt 18:17-22; 21.5; 1 Sm 17.45; 1 Rs 18.24; etc.). Quando os israelitas desejavam afirmar a presença de Deus com a Arca da Aliança, faziam isso mediante a invocação do “Nome do Senhor dos Exércitos” (2Sm 6:2). Salomão falava em construir um Templo “ao nome do Senhor” (1Rs 8:20). Dessa maneira, o nome é um meio de descrever a plenitude, a transcendência e a presença do próprio Deus.

    É interessante notar que no NT o “nome” pertence a Jesus, para lembrar os textos do AT que se referiam a tudo o que Deus é. Se o nome é de Deus e Jesus é chamado pelo “nome”, então tudo o que pertence a Deus está em Jesus e tudo o que Deus é, Cristo também é (compare Joel 2:32 com Atos 2:21; Romanos 10:13). Assim como a autoridade e o poder de Deus são vistos em seu “nome”, o mesmo acontece com Jesus. É “no nome de Jesus” que as pessoas são desafiadas ao arrependimento, batismo e a receber perdão. A fé precisa ser “no nome de Jesus” (At 2:38-3.16; 9.21). É “no nome de Jesus” que os apóstolos curavam e a Igreja orava (At 3:6; Tg 5:14).

    Em adição a essa maneira abrangente de referir-se à plenitude de Deus, vários nomes específicos são atribuídos ao Senhor na Bíblia e nos ajudam a entendê-lo melhor. Diferentemente de todos os “nomes”, eles enfatizam aspectos da natureza e do caráter de Deus, a fim de afirmar e enriquecer o que já foi mencionado anteriormente.
    El, Elohim. Um nome comum usado para o Senhor e geralmente traduzido como “Deus” (Elohim é a forma plural). A raiz deste vocábulo provavelmente significa “poder”. Este termo era utilizado em outras culturas e religiões para descrever uma grande divindade. Na Bíblia, porém, o nome é aplicado ao único Deus — “El Elohe Israel”, [Deus, o Deus de Israel] (Gn 33:20). Nas Escrituras, Ele é o “Deus do céu e da terra” (Gn 24:3); “o Deus de Abraão, Isaque e Jacó”; o “Deus dos hebreus” (Êx 3:18); o “Deus dos deuses”; “Deus da verdade” (Sl 31:5) e, é claro, “Deus da glória” (Sl 29:3).

    A forma plural às vezes refere-se a outros deuses, mas também é usada na Bíblia para o único Deus, embora o termo esteja no plural. A forma plural indica a plenitude do Senhor. Ele é totalmente distinto das pessoas criadas, em seu ser (Nm 23:19).

    O vocábulo “El” também aparece em formas como “El Shaddai” (Deus Todo-poderoso”; Gn 17:1; Êx 6:3. Para mais detalhes, veja a seção “O Deus de Abraão”, no artigo sobre Abraão); “El Elyom” (Deus Altíssimo; Dt 32:8; Dn 7:18-22; etc.); “El Betel” (Deus de Betel; Gn 35:7); e “El Olam” (Deus Eterno; Gn 21:33; veja também Sl 90:2).
    Yahweh (o Senhor). O vocábulo Yahweh, que geralmente é traduzido como “Senhor”, em nossas versões da Bíblia em Português, tem sido corretamente chamado de “o nome da aliança de Deus”. Foi por este título que o Deus de Abraão, Isaque e Jacó escolheu revelar-se a Moisés (Êx 6:3). Sem dúvida, os seguidores fiéis do Senhor já o conheciam por este nome antes da revelação da sarça ardente, mas com Moisés há mais revelações da fidelidade de Yahweh à aliança e de sua comunhão íntima com seu povo. O nome em si é derivado do verbo hebraico “ser”. Moisés imaginou pessoas que lhe perguntariam pelo nome do Deus que lhe apareceu, quando voltasse para seu povo. O Senhor lhe respondeu: “EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós” (Êx 3:14; veja
    v. 15). Yahweh, portanto, significa algo como “Ele é” ou talvez “Ele traz à existência”.

    Como o nome revelado de Deus, o título “Yahweh” trazia uma declaração da existência contínua do Senhor e sua presença permanente com seu povo. Foi Ele quem se apresentou a Moisés e ao povo de Israel através das gerações como o Deus da aliança, o que sempre seria fiel às suas promessas em favor de seu povo. Foi sob este nome que o povo da aliança adorou a Deus. No NT, os cristãos entenderam que o Senhor da aliança era Jesus Cristo e, assim, ideias e atributos do AT que pertenciam a Yahweh foram trazidos e aplicados a Jesus. Para uma discussão mais detalhada do grande significado deste nome, veja Senhor.
    Adonai (Senhor). Com o significado de “Senhor” ou “Mestre”, este termo é aplicado a seres humanos em posição de autoridade. Quando relacionado a Deus, entretanto, geralmente é usado junto com o nome Yahweh. Isso apresenta algumas dificuldades na tradução. Não é fácil ler a frase “O senhor senhor”! Assim, geralmente traduz-se como “Senhor Deus” (2Sm 7:28; Is 28:16-56.8; etc.).
    Rocha. A fidelidade, a confiabilidade e a graça salvadora do Deus da aliança são ocasionalmente descritas por meio do epíteto “Rocha” (Dt 32:4-15, 18; 2 Sm 22.3, 47; Sl 62:7; Hc 1:12; etc.).
    Outros nomes. Embora algumas vezes sejam tomados como nomes, muitos outros termos aplicados a Deus são adjetivos. São usados para descrever o Senhor, atribuir louvor ao seu nome e diferenciá-lo dos deuses pagãos. Juízes 6:24 diz que “o Senhor é paz”. Outros textos falam sobre Deus como “o Santo” ou “o Santo de Israel”, a fim de estabelecer um elo no AT entre a sua santidade e a necessidade de que o seu povo seja santo (6:10; Pv 9:10; Is 12:6). Deus também é conhecido como o “Rei” (veja Rei), o “Senhor Todo-poderoso”, “o Senhor é minha Bandeira”, entre outros.
    Jeová. Este termo é pouco citado nas modernas versões da Bíblia. Deve, contudo, ser mencionado aqui como um nome que ainda sobrevive em algumas traduções. É suficiente dizer que, em hebraico, o termo YHWH aparece e, na maioria das vezes, é traduzido como SENHOR, em nossas versões, ou colocam-se vogais e assim lê-se Yahweh (o que alguns colaboradores deste volume têm feito). Jeová deriva de uma leitura equivocada de Yahweh. O pano de fundo do problema com o nome “Jeová” é explicado no verbete Senhor.


    A Trindade

    O cristianismo tradicionalmente argumenta que muitas evidências bíblicas revelam Deus em três pessoas distintas. Para alguns, tal definição do Senhor tem causado sérios problemas. A história da Igreja é permeada pelo surgimento de seitas que não reconheciam Jesus Cristo como Deus ou que se recusavam a aceitar a visão trinitária do Senhor; outras não viam um dos componentes da Trindade como totalmente Deus, ou negavam que houvesse distinções entre as três pessoas. Outros grupos estão totalmente fora do ensino bíblico e entram efetivamente no mundo do triteísmo, uma noção negada explicitamente na Bíblia, como, por exemplo, na oração da “Shema” (Dt 6:4). Embora o termo “trindade” não seja mencionado nas Escrituras, os cristãos sempre creram que somente ele pode fazer justiça à revelação bíblica da “plenitude” de Deus. Começando com o AT, os cristãos apontam indicações que pressagiam um ensino mais detalhado no NT. Muitas passagens conduzem para a pluralidade relacionada com o que é o “único Deus”. Muitos textos sugerem uma identificação do Messias que virá com o próprio Deus. Ele será chamado de Deus Poderoso, governará em completa soberania e será eterno — atributos divinos (Is 9:6-7; Sl 2; etc.). Mas indicações também estão presentes na compreensão da própria criação, no AT. Embora algumas pessoas neguem seu significado, é interessante notar que o Senhor refere-se a si mesmo com o termo plural “elohim” em certas passagens. Em Gênesis 1, é Deus quem cria, por meio de sua Palavra e pelo seu Espírito (Gn 1:1-3). Às vezes essa referência no plural parece ainda mais notável, feita de forma explícita com o uso de verbos e pronomes nas pessoas do plural; por exemplo, “Então disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem...” (Gn 1:26-3.22; 11.7; Is 6:8). Existe também uma personalização da “Palavra de Deus” que criou os céus (Sl 33:6). Algo semelhante ocorre em Provérbios 8, onde a sabedoria do Senhor é personalizada como o próprio Deus que opera no mundo, concede vida e envolve-se com a própria criação (principalmente Pv 8:12-21).

    Alguns sugerem que “o anjo do Senhor” também deve ser identificado com Deus e ainda assim é distinto dele (Êx 3:2-6; veja também Anjo do Senhor). Em Isaías 63:1014, o Espírito Santo é identificado como Agente de Deus. Esse tipo de evidência espera por sua interpretação mais completa no NT (veja também Teofanias).

    No NT, aspectos da doutrina da Trindade surgem primeiro quando os discípulos e seguidores de Jesus reconhecem as obras e as palavras de Deus nas atitudes de Jesus. Realmente, o problema dos líderes religiosos daquela época foi justamente que algumas das coisas que Cristo fazia e dizia só seriam feitas e ditas por Deus; portanto, eles alegavam que Jesus blasfemava, ao tentar passar por Deus. Por exemplo, Cristo perdoou os pecados do paralítico, algo que os escribas acreditavam que somente Deus era capaz de fazer; portanto, era uma blasfêmia. Jesus então demonstrou sua autoridade divina, ao curar o homem completamente (Mt 9:2-6). João 8 é especialmente esclarecedor sobre essa questão e traz uma série de declarações feitas por Jesus. Sua alegação de pertencer a Deus e ser enviado por Ele (vv. 14, 23), de partir para um lugar desconhecido dos líderes religiosos (v. 14), intimamente combinada com o uso da expressão “Eu Sou” e sua declaração de ter existido antes de Abraão (vv. 24, 28, 58, etc.), tudo isso ocasionou uma acusação de blasfêmia e a tentativa de apedrejamento — a punição para aquela transgressão (v. 59). Jesus aceitou a confissão de Pedro de que Ele era o Cristo (Mc 8:29-30) e alegou ter “todo” poder e autoridade antes de fazer uma das principais declarações trinitárias da Bíblia: “Ide... batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28:18).

    Em todo o NT, ambos, o Espírito Santo e Jesus, são apresentados como seres divinos. João 1:1-14 fala de Cristo como preexistente. Romanos 9:5 geralmente é destacado por alguns teólogos, mas provavelmente a leitura deveria ser essa: “Cristo, que é Deus sobre todos, seja louvado...” (veja também Cl 2:9; Hb 1:9-10; etc.). O Espírito Santo também é visto como Deus (veja At 5:3-4; Jo 15:26; Mc 3:29-2 Co 3.17; etc.).

    São também interessantes as passagens do NT onde os escritores apostólicos aplicam a Jesus o nome de Yahweh do AT (Senhor). Veja, por exemplo, Romanos 1:0-13, onde a confissão da fé em Cristo é provada como confissão de fé em Deus, por uma referência que aponta para o AT e menciona Yahweh. Vários textos merecem um exame cuidadoso, pois trazem o entendimento do AT sobre Yahweh ou aplicam declarações concernentes a Yahweh, no AT, e a Jesus, no NT. Por exemplo, veja João 1:2-41 (cf. Is 6:10); Atos 2:34-36; I Coríntios 1:30-31; 12.3; Filipenses 2:9-11 (cf. Is 45:23), etc.

    Em muitas passagens bíblicas, a ideia do Deus trino é no mínimo implícita nos textos do NT, se não explícita. O batismo de Jesus envolveu o Filho, o Pai e o Espírito Santo (Mt 3:13-17). O mencionado em Mateus 28:19 é em nome das três pessoas da Trindade. Jesus referiu-se ao Espírito Santo como “outro Consolador”. Assim como o Pai enviou Cristo, Ele mandaria o Espírito Santo (Jo 14:15-23). Veja também a obra do Pai, do Filho e do Espírito Santo na vida do crente (Ef 3:14-19).

    As Escrituras revelam uma figura de Deus em três pessoas e a isso nós chamamos de “Trindade”. O Pai não é maior do que o Filho e ambos são distintos do Espírito Santo, embora exista um ensino claro tanto no AT como no NT de que Deus é único. Existem três pessoas, mas apenas um Senhor. Tal ensino, quando apresentado em conjunto, implica um modo de existência longe do que nossa mente humana possa entender. É por esta razão que todas as analogias humanas invariavelmente fracassam quando se trata de explicar o que significa a Trindade.

    Os cristãos estão convencidos de que negar essa doutrina é renunciar à clara evidência bíblica sobre o próprio Deus. Um escritor resumiu o ensino bíblico dessa maneira: “A doutrina da Trindade não explica plenamente o misterioso caráter de Deus. Pelo contrário, estabelece as fronteiras, fora das quais não devemos andar... Isso exige que sejamos fiéis à revelação bíblica que em um sentido Deus é um e num sentido diferente ele é três” (R. C. Sproul).

    Conclusão

    O Deus da Bíblia é revelado como Eterno, Majestoso, Transcendente, Onipotente e Onisciente. Também é descrito como o Criador de todo o Universo e das pessoas e, neste contexto, revela a si mesmo em sua Palavra como um Deus pessoal, amoroso e soberano, um Deus justo, verdadeiro e íntegro. Deus é revelado como o Pai, o Filho e o Espírito Santo. É o Deus presente com seu povo (Emanuel, Deus conosco) e atuante em toda a criação, embora de modo algum seja absorvido por ela, como certas religiões orientais ensinam. Embora seja um Deus santo, separado e distinto da criação e das criaturas, não permite que o mundo se perca totalmente em seu pecado, sem nenhuma esperança de redenção; pelo contrário, revela a si mesmo como um Deus de amor que salva e redime todo aquele que o busca. Sua graça salvadora é vista claramente em sua vinda aqui na Terra: Jesus, o Filho de Deus, veio para ser o Salvador e Redentor da humanidade. Esta dádiva é experimentada por meio de sua Palavra (a Bíblia) e da presença do Espírito Santo no coração e na vida daqueles que crêem nele. Quanto mais a Bíblia é lida, fica mais claro que todo o seu povo é exortado repetidamente a cantar louvores ao Deus Todo-poderoso que, embora seja transcendente, está presente, a fim de sustentar, cuidar e salvar. “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos jubilosos e imaculados diante da sua glória, ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

    P.D.G.


    Deus [hebr. El, Elah, Eloah, Elohim; gr. theós]

    O nome mais geral da Divindade (Gn 1:1; Jo 1:1). Deus é o Ser Supremo, único, infinito, criador e sustentador do universo. É espírito pessoal e subsiste em três pessoas ou distinções: Pai, Filho e Espírito Santo (v. TRINDADE). É santo, justo, amoroso e perdoador dos que se arrependem. O ateu diz que Deus não existe; o agnóstico diz que não podemos saber se Deus existe ou não; o crente sabe que Deus existe e afirma: “... nele vivemos, nos movemos e existimos” (At 17:28).

    ==========================

    NOMES DE DEUS

    Nas Escrituras Sagradas Deus é chamado por vários nomes e cognomes (títulos), que seguem alistados na ordem decrescente do número de ocorrências:


    1) SENHOR (hebr. JAVÉ, ???? - Gn 2:4);


    2) DEUS (Gn 1:1);


    3) SENHOR DOS EXÉRCITOS (Jr 33:11);


    4) Pai (Is 63:16; Mt 6:8-9);


    5) SENHOR (propriamente dito - Sl 114:7);


    6) SANTO de ISRAEL (Is 1:4);


    7) ALTÍSSIMO (Gn 14:18);


    8) Todo-poderoso (Gn 49:25; 2Co 6:18);


    9) Deus Vivo (Os 1:10; 1Ts 1:9);


    10) Rei (Sl 24; 1Tm 6:15);


    11) Rocha (Dt 32:18; Is 30:29);


    12) REDENTOR (19:25);


    13) SALVADOR (Sl 106:21; Lc 1:47);


    14) Juiz (Gn 18:25; 2Tm 4:8);


    15) O Poderoso (Gn 49:24, RA; RC, Valente);


    16) O PRIMEIRO E O ÚLTIMO (Ap 22:13);


    17) ETERNO DEUS (Is 40:28);


    18) Pastor (Gn 49:24);


    19) ANCIÃO DE DIAS (Dn 7:9);


    20) O Deus de BETEL (Gn 31:13);


    21) O Deus Que Vê (Gn 16:13).


    Deus O judaísmo apresentava uma visão estritamente monoteísta da divindade. As afirmações a respeito que aparecem no Antigo Testamento não podem ser mais explícitas. Antes e depois dele não houve nem haverá outros deuses (Is 43:10-11). Tudo criou sem ajuda nem presença de ninguém (Is 44:24; 45,12). É o primeiro e o último (Is 44:6), clemente e misericordioso (Sl 111:4), o que cuida dos oprimidos (Sl 113:7), o que cura todas as dores e perdoa todas as iniqüidades (Sl 103:3).

    Foi ele quem entregou a Torá a Moisés no Sinai (Êx 19:20) e que estabeleceu uma Aliança Eterna com Israel como povo seu. Ele que falou através dos profetas, ele que não pode ser representado por nenhum tipo de imagem, desenho ou pintura (Ex 20:4ss.) etc.

    Deste Deus se esperava que enviaria seu messias e que no final dos tempos ressuscitaria os justos e injustos, proporcionando recompensa eterna aos primeiros e castigo vergonhoso e consciente aos segundos (Dn 12:2).

    Nos evangelhos encontramos uma aceitação de todas essas afirmações. Deus é único (Mc 12:29ss.), é o Deus dos patriarcas (Mt 22:32), é o único que pode receber culto e serviço (Mt 6:24; Lc 4:8). Para ele tudo é possível (Mt 19:26; Lc 1:37). Ainda que faça brilhar o sol sobre justos e injustos (Mt 5:45), só é Pai daqueles que recebem Jesus (Jo 1:12). Essa relação de paternidade entre Deus e os seguidores de Jesus explica por que ele é tratado como Pai (Mt 11:25ss.; Mc 14:36; Lc 23:34.46; Jo 11:41; 17, 1.5.11). A ele se deve dirigir no oculto do coração e sem usar contínuas repetições como os pagãos (Mt 6:4.
    18) e nele se deve confiar sem sombra de dúvida (Mt 6:26-32; 10,29-31; Lc 15). E podemos então chegar a conhecê-lo porque se nos revelou em Jesus (Jo 1:18).

    Esse monoteísmo com o qual Deus é contemplado no Novo Testamento encontra-se, não obstante, selecionado através da fé na Trindade, que afirma uma pluralidade de pessoas no âmago da única divindade. Existem precedentes da crença na divindade do messias no judaísmo, assim como da atuação de Deus em várias pessoas. De fato, o judeu-cristianismo posterior — tal como registra o Talmude — apenas se referiu a elas para defender sua essência judaica. Assim, no Antigo Testamento, atribui-se ao Messias o título divino de El-Guibor (Is 9:5-6); Deus se expressa em termos plurais (Gn 1:26-27; Is 6:8); o malak YHVH ou o anjo de YHVH não é senão o próprio YHVH (Jz 13:20-22) etc, expressões que foram interpretadas como sinais da revelação da Trindade.

    Nos evangelhos encontramos de fato afirmações nesse sentido que não podem ser consideradas equívocas. Por exemplo: Jesus é denominado Deus (Jo 1:1; 20-28 etc.); afirma-se que o Filho de Deus é igual a Deus (Jo 5:18); ressalta-se que era adorado pelos primeiros cristãos (Mt 28:19-20 etc.), recebe a designação de “Verbo”, termo procedente dos targuns aramaicos para referir-se ao próprio YHVH (Jo 1:1) etc.

    Tem-se discutido se todos esses enfoques procedem realmente do próprio Jesus ou se, ao contrário, devem ser atribuídos à comunidade primitiva. Também se questiona o seu caráter judaico.

    Atualmente, sabemos que esses pontos de vista não se originaram do helenismo, mas do judaísmo contemporâneo de Jesus (m. Hengel, A. Segal, C. Vidal Manzanares etc.). A característica que difere o cristianismo das outras doutrinas é afirmar essa hipóstase do Deus único, encarnado em Jesus. A este também retrocede todas as interpretações sobre sua pessoa. Para essa interpretação, defendem-se passagens de indiscutível autenticidade histórica, como a de Lc 10:21-22, assim como as de auto-identificação que Jesus atribui a si, como a Jokmah hipostática dos Provérbios (Lc 7:35; 11,49-51) e como o “Kyrios” (Senhor) do Antigo Testamento (Lc 12:35-38; 12,43ss.). Essas passagens de fato fazem parte da fonte Q, o que indica sua antigüidade.

    m. Hengel, El Hijo de Dios, Salamanca 1978; A. Segal, Paul, The Convert, New Haven e Londres 1990; m. Gilbert - J. N. Aletti, La Sabiduría y Jesucristo, Estella; C. Vidal Manzanares, El primer Evangelio...; Idem, El judeo-cristianismo palestino...


    Furor

    substantivo masculino Ira excessiva; raiva extrema; ação repleta de violência; fúria.
    Agitação violenta de ânimo, manifestada por gestos e palavras; fúria.
    Paixão desmedida por alguém ou por alguma coisa.
    Grande agitação; loucura, frenesi.
    Figurado Impulso incontrolável; inconsequência, impetuosidade.
    expressão Fazer furor. Causar entusiasmo; provocar sensação: a menina fez furor com sua inteligência precoce.
    Etimologia (origem da palavra furor). Do latim furor.oris.

    Furor Ira violenta; CÓLERA (Lc 6:11).

    Ira

    Ira CÓLERA (Sl 30:5); (Ef 4:26). A ira de Deus é a sua reação contra o pecado, a qual o leva a castigar o pecador (Ez 7:8-9); (Ap 16:19). Porém maior do que a ira de Deus é o seu amor, que perdoa aqueles que se arrependem e mudam de vida (Is 54:7-8); (Rm 9:22-23). “Filhos da ira” quer dizer “sujeitos ao castigo” de Deus (Ef 2:3). A ira de Deus é a sua reação contra o pecado, a qual o leva a castigar o pecador (Ez 7:8-9); (Ap 16:19). Porém maior do que a ira de Deus é o seu amor, que perdoa aqueles que se arrependem e mudam de vida (

    1. O jairita, mencionado junto com Zadoque e Abiatar em II Samuel 20:26 como “ministro de Davi”. Os jairitas eram da tribo de Manassés (Nm 32:41). Isso pode significar que os que não pertenciam à tribo de Levi foram autorizados a exercer algumas funções sacerdotais durante o reinado de Davi.


    2. Filho de Iques, de Tecoa, era um dos “trinta” guerreiros valentes de Davi.

    Como comandante do exército do rei, estava de prontidão com seus homens todo sexto mês de cada ano e tinha 24:000 soldados sob suas ordens (2Sm 23:26-1Cr 11:28; 1Cr 27:9).


    2. O itrita, outro dos guerreiros valentes de Davi (2Sm 23:38-1Cr 11:40).


    substantivo feminino Raiva, sentimento intenso e permanente de ódio, mágoa e rancor que, normalmente contra uma ou algumas pessoas, é gerado por uma ofensa, dando origem a uma situação agressiva.
    Manifestação desse sentimento ou o que é causado por ele: sua ira acabou causando o fim do seu casamento.
    Por Extensão Indignação agressiva, violenta: a ira do povo!
    Por Extensão Vingança ou sentimento impulsionado pelo desejo de se vingar: não se deve brincar com a ira dos deuses.
    Etimologia (origem da palavra ira). Do latim ira.ae.

    substantivo feminino Raiva, sentimento intenso e permanente de ódio, mágoa e rancor que, normalmente contra uma ou algumas pessoas, é gerado por uma ofensa, dando origem a uma situação agressiva.
    Manifestação desse sentimento ou o que é causado por ele: sua ira acabou causando o fim do seu casamento.
    Por Extensão Indignação agressiva, violenta: a ira do povo!
    Por Extensão Vingança ou sentimento impulsionado pelo desejo de se vingar: não se deve brincar com a ira dos deuses.
    Etimologia (origem da palavra ira). Do latim ira.ae.

    substantivo feminino Raiva, sentimento intenso e permanente de ódio, mágoa e rancor que, normalmente contra uma ou algumas pessoas, é gerado por uma ofensa, dando origem a uma situação agressiva.
    Manifestação desse sentimento ou o que é causado por ele: sua ira acabou causando o fim do seu casamento.
    Por Extensão Indignação agressiva, violenta: a ira do povo!
    Por Extensão Vingança ou sentimento impulsionado pelo desejo de se vingar: não se deve brincar com a ira dos deuses.
    Etimologia (origem da palavra ira). Do latim ira.ae.

    Irã

    Cidadão

    Um dos chefes de Edom, mencionado em conexão com Magdiel, descendente de Esaú (Gn 36:43-1Cr 1:54).


    Não

    advérbio Modo de negar; maneira de expressar uma negação ou recusa: -- Precisam de ajuda? -- Não.
    Expressão de oposição; contestação: -- Seus pais se divorciaram? -- Não, continuam casados.
    Gramática Numa interrogação, pode expressar certeza ou dúvida: -- você vai à festa, não?
    Gramática Inicia uma interrogação com a intenção de receber uma resposta positiva: Não deveria ter chegado antes?
    Gramática Usado repetidamente para enfatizar a negação: não quero não!
    substantivo masculino Ação de recusar, de não aceitar; negativa: conseguiu um não como conselho.
    Etimologia (origem da palavra não). Do latim non.

    advérbio Modo de negar; maneira de expressar uma negação ou recusa: -- Precisam de ajuda? -- Não.
    Expressão de oposição; contestação: -- Seus pais se divorciaram? -- Não, continuam casados.
    Gramática Numa interrogação, pode expressar certeza ou dúvida: -- você vai à festa, não?
    Gramática Inicia uma interrogação com a intenção de receber uma resposta positiva: Não deveria ter chegado antes?
    Gramática Usado repetidamente para enfatizar a negação: não quero não!
    substantivo masculino Ação de recusar, de não aceitar; negativa: conseguiu um não como conselho.
    Etimologia (origem da palavra não). Do latim non.

    Perecer

    verbo intransitivo Perder da vida; morrer de maneira repentina ou violenta; falecer: pela vida, as esperanças perecem.
    Chegar ao fim ou acabar; extinguir-se: seus sonhos pereceram.
    Etimologia (origem da palavra perecer). A palavra perecer deriva do latim periscere, talvez pelo espanhol “perecer”.

    Perecer
    1) Morrer (Sl 2:12; Jo 3:16).


    2) Acabar (8:13).


    3) Ser destruído (2Pe 3:6).


    Sabe

    substantivo deverbal Ação de saber, de conhecer, de possuir conhecimentos específicos sobre algo: o aluno não sabe a matéria.
    Ação de possuir capacidade ou habilidade para: o funcionário sabe trabalhar bem.
    Ação de pressentir, de se convencer de: ninguém sabe o futuro da empresa.
    Ação de ter certo sabor: a moqueca não sabe a peixe.
    Etimologia (origem da palavra sabe). Forma Der. de saber.

    Se

    pronome Expressa reciprocidade; indica a ação do verbo cujo sujeito é alterado: Capitu penteava-se em frente ao espelho.
    Indica indeterminação; algo ou alguém indefinido: ainda não se sabe o resultado?
    conjunção Introduz uma oração com sentido adicional ao da oração principal: não tinha certeza se ele chegaria.
    Partindo de alguma coisa; caso: se você conseguir dizer, tentarei entender!
    Tendo em conta algo; já que: se ele precisa de mais tempo, é necessário adiar o casamento.
    Etimologia (origem da palavra se). Do latim se.

    pronome Expressa reciprocidade; indica a ação do verbo cujo sujeito é alterado: Capitu penteava-se em frente ao espelho.
    Indica indeterminação; algo ou alguém indefinido: ainda não se sabe o resultado?
    conjunção Introduz uma oração com sentido adicional ao da oração principal: não tinha certeza se ele chegaria.
    Partindo de alguma coisa; caso: se você conseguir dizer, tentarei entender!
    Tendo em conta algo; já que: se ele precisa de mais tempo, é necessário adiar o casamento.
    Etimologia (origem da palavra se). Do latim se.

    se s. f. 1. Igreja episcopal, arquiepiscopal ou patriarcal. 2. Jurisdição episcopal ou prelatícia. — Sé Apostólica: o Vaticano.

    Sorte

    substantivo feminino Força invencível e inexplicável da qual derivam todos os acontecimentos da vida; destino, fado, fatalidade: queixar-se da sorte.
    Circunstância feliz; fortuna, dita, ventura, felicidade: teve a sorte de sair ileso.
    Acaso favorável; coincidência boa: não morreu por sorte.
    Solução de um problema e situação que está condicionada ao acaso.
    Maneira de decidir qualquer coisa por acaso; sorteio: muitos magistrados de Atenas eram escolhidos por sorte.
    Práticas que consistem em palavras, gestos etc., com a intenção de fazer malefícios: a sorte operou de modo fulminante.
    Figurado Condição de desgraça; infelicidade persistente; azar.
    Modo próprio; modo, jeito, maneira.
    Condição da vida, da existência.
    Maneira através da qual alguém alcança algo; termo.
    Qualquer classe, gênero, espécie, qualidade: toda sorte de animais.
    Bilhete ou senha com a declaração do prêmio que se ganhou em jogo de azar; o sorteio em que esse bilhete é atribuído.
    Porção, quinhão que toca por sorteio ou partilha.
    expressão Sorte grande. O maior prêmio da loteria.
    A sorte está lançada. A decisão foi tomada.
    locução conjuntiva De sorte que. De maneira que, de modo que, de tal forma que.
    locução adverbial Desta sorte. Assim, deste modo.
    Etimologia (origem da palavra sorte). Do latim sors, sortis “sorte”.

    sorte s. f. 1. Fado, destino. 2. Acaso, risco. 3. Quinhão que tocou em partilha. 4. Estado de alguém em relação à riqueza. 5. Bilhete ou outra coisa premiada em loteria. 6. Fig. Desgraça. 7. Lote de tecidos.

    s. f. 1. Igreja episcopal, arquiepiscopal ou patriarcal. 2. Jurisdição episcopal ou prelatícia. — Sé Apostólica: o Vaticano.

    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    Jonas 3: 9 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

    Quem sabe se Se voltará Deus, e Se arrependerá, e Se apartará do furor da Sua ira, de modo que não pereçamos?
    Jonas 3: 9 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    760 a.C.
    H2740
    chârôwn
    חָרֹון
    ira, ardor, ardente (de ira)
    (your wrath)
    Substantivo
    H3045
    yâdaʻ
    יָדַע
    conhecer
    (does know)
    Verbo
    H3808
    lôʼ
    לֹא
    não
    (not)
    Advérbio
    H430
    ʼĕlôhîym
    אֱלֹהִים
    Deus
    (God)
    Substantivo
    H4310
    mîy
    מִי
    Quem
    (Who)
    Pronome
    H5162
    nâcham
    נָחַם
    estar arrependido, consolar-se, arrepender, sentir remorso, confortar, ser confortado
    (shall comfort us)
    Verbo
    H6
    ʼâbad
    אָבַד
    perecer, desvanecer, extraviar-se, ser destruído
    (is destroyed)
    Verbo
    H639
    ʼaph
    אַף
    narina, nariz, face
    (into his nostrils)
    Substantivo
    H7725
    shûwb
    שׁוּב
    retornar, voltar
    (you return)
    Verbo


    חָרֹון


    (H2740)
    chârôwn (khaw-rone')

    02740 חרון charown ou (forma contrata) חרן charon

    procedente de 2734; DITAT - 736a; n m

    1. ira, ardor, ardente (de ira)
      1. sempre usado referindo-se à ira de Deus

    יָדַע


    (H3045)
    yâdaʻ (yaw-dah')

    03045 ידע yada ̀

    uma raiz primitiva; DITAT - 848; v

    1. conhecer
      1. (Qal)
        1. conhecer
          1. conhecer, aprender a conhecer
          2. perceber
          3. perceber e ver, descobrir e discernir
          4. discriminar, distinguir
          5. saber por experiência
          6. reconhecer, admitir, confessar, compreender
          7. considerar
        2. conhecer, estar familiarizado com
        3. conhecer (uma pessoa de forma carnal)
        4. saber como, ser habilidoso em
        5. ter conhecimento, ser sábio
      2. (Nifal)
        1. tornar conhecido, ser ou tornar-se conhecido, ser revelado
        2. tornar-se conhecido
        3. ser percebido
        4. ser instruído
      3. (Piel) fazer saber
      4. (Poal) fazer conhecer
      5. (Pual)
        1. ser conhecido
        2. conhecido, pessoa conhecida, conhecimento (particípio)
      6. (Hifil) tornar conhecido, declarar
      7. (Hofal) ser anunciado
      8. (Hitpael) tornar-se conhecido, revelar-se

    לֹא


    (H3808)
    lôʼ (lo)

    03808 לא lo’

    ou לו low’ ou לה loh (Dt 3:11)

    uma partícula primitiva; DITAT - 1064; adv

    1. não
      1. não (com verbo - proibição absoluta)
      2. não (com modificador - negação)
      3. nada (substantivo)
      4. sem (com particípio)
      5. antes (de tempo)

    אֱלֹהִים


    (H430)
    ʼĕlôhîym (el-o-heem')

    0430 אלהים ’elohiym

    plural de 433; DITAT - 93c; n m p

    1. (plural)
      1. governantes, juízes
      2. seres divinos
      3. anjos
      4. deuses
    2. (plural intensivo - sentido singular)
      1. deus, deusa
      2. divino
      3. obras ou possessões especiais de Deus
      4. o (verdadeiro) Deus
      5. Deus

    מִי


    (H4310)
    mîy (me)

    04310 מי miy

    um pronome interrogativo de pessoas, assim como 4100 é de coisas, quem? (ocasionalmente, numa expressão peculiar, também usado para coisas; DITAT - 1189; pron interr

    1) quem?, de quem?, seria este, qualquer um, quem quer que


    נָחַם


    (H5162)
    nâcham (naw-kham')

    05162 נחם nacham

    uma raiz primitiva; DITAT - 1344; v

    1. estar arrependido, consolar-se, arrepender, sentir remorso, confortar, ser confortado
      1. (Nifal)
        1. estar sentido, ter pena, ter compaixão
        2. estar sentido, lamentar, sofrer pesar, arrepender
        3. confortar-se, ser confortado
        4. confortar-se, aliviar-se
      2. (Piel) confortar, consolar
      3. (Pual) ser confortado, ser consolado
      4. (Hitpael)
        1. estar sentido, ter compaixão
        2. lamentar, arrepender-se de
        3. confortar-se, ser confortado
        4. aliviar-se

    אָבַד


    (H6)
    ʼâbad (aw-bad')

    06 אבד ’abad

    uma raiz primitiva; DITAT - 2; v

    1. perecer, desvanecer, extraviar-se, ser destruído
      1. (Qal)
        1. perecer, morrer, ser exterminado
        2. perecer, desaparecer (fig.)
        3. ser perdido, extraviado
      2. (Piel)
        1. destruir, matar, causar perecer, entregar (como perdido), exterminar
        2. exterminar, eliminar, causar desaparecer, (fig.)
        3. causar extraviar-se, perder
      3. (Hifil)
        1. destruir, matar, exterminar
          1. referente ao juízo divino
        2. nome de reis (fig.)

    אַף


    (H639)
    ʼaph (af)

    0639 אף ’aph

    procedente de 599; DITAT - 133a; n m

    1. narina, nariz, face
    2. ira

    שׁוּב


    (H7725)
    shûwb (shoob)

    07725 שוב shuwb

    uma raiz primitiva; DITAT - 2340; v.

    1. retornar, voltar
      1. (Qal)
        1. voltar, retornar
          1. voltar
          2. retornar, chegar ou ir de volta
          3. retornar para, ir de volta, voltar
          4. referindo-se à morte
          5. referindo-se às relações humanas (fig.)
          6. referindo-se às relações espirituais (fig.)
            1. voltar as costas (para Deus), apostatar
            2. afastar-se (de Deus)
            3. voltar (para Deus), arrepender
            4. voltar-se (do mal)
          7. referindo-se a coisas inanimadas
          8. em repetição
      2. (Polel)
        1. trazer de volta
        2. restaurar, renovar, reparar (fig.)
        3. desencaminhar (sedutoramente)
        4. demonstrar afastamento, apostatar
      3. (Pual) restaurado (particípio)
      4. (Hifil) fazer retornar, trazer de volta
        1. trazer de volta, deixar retornar, pôr de volta, retornar, devolver, restaurar, permitir voltar, dar em pagamento
        2. trazer de volta, renovar, restaurar
        3. trazer de volta, relatar a, responder
        4. devolver, retribuir, pagar (como recompensa)
        5. voltar ou virar para trás, repelir, derrotar, repulsar, retardar, rejeitar, recusar
        6. virar (o rosto), voltar-se para
        7. voltar-se contra
        8. trazer de volta à memória
        9. demonstrar afastamento
        10. reverter, revogar
      5. (Hofal) ser devolvido, ser restaurado, ser trazido de volta
      6. (Pulal) trazido de volta