Enciclopédia de Habacuque 1:11-11

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

hc 1: 11

Versão Versículo
ARA Então, passam como passa o vento e seguem; fazem-se culpados estes cujo poder é o seu deus.
ARC Então passará como um vento e pisará, e se fará culpada, atribuindo este poder ao seu deus.
TB Então, irá impetuosamente como o vento, e passará, e será culpados este cujo poder é o seu deus.
HSB אָ֣ז חָלַ֥ף ר֛וּחַ וַֽיַּעֲבֹ֖ר וְאָשֵׁ֑ם ז֥וּ כֹח֖וֹ לֵאלֹהֽוֹ׃
BKJ Então a sua mente mudará, e ele passará, e ofenderá, imputando este seu poder ao seu deus.
LTT Então ele (o rei da Caldeia) ① muda a sua mente, e seguirá, e se fará culpado, atribuindo este seu poder ao seu deus.
BJ2 Então o vento virou e passou...[i] É culpado aquele cuja força é seu deus!
VULG Tunc mutabitur spiritus, et pertransibit, et corruet : hæc est fortitudo ejus dei sui.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Habacuque 1:11

Jeremias 4:11 Naquele tempo, se dirá a este povo e a Jerusalém: Um vento seco das alturas do deserto veio ao caminho da filha do meu povo, não para padejar, nem para alimpar.
Daniel 4:30 falou o rei e disse: Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real, com a força do meu poder e para glória da minha magnificência?
Daniel 5:3 Então, trouxeram os utensílios de ouro, que foram tirados do templo da Casa de Deus, que estava em Jerusalém, e beberam neles o rei, os seus grandes, as suas mulheres e concubinas.
Daniel 5:20 Mas, quando o seu coração se exalçou e o seu espírito se endureceu em soberba, foi derribado do seu trono real, e passou dele a sua glória.

Notas de rodapé da LTT

As notas de rodapé presentes na Bíblia versão LTT, Bíblia Literal do Texto Tradicional, são explicações adicionais fornecidas pelos tradutores para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas são baseadas em referências bíblicas, históricas e linguísticas, bem como em outros estudos teológicos e literários, a fim de fornecer um contexto mais preciso e uma interpretação mais fiel ao texto original. As notas de rodapé são uma ferramenta útil para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira compreender melhor o significado e a mensagem das Escrituras Sagradas.
 ①

Nabucodonosor.


Mapas Históricos

Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados ​​para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.

JOSIAS E A ASCENSÃO DA BABILÔNIA

639-605 a.C.
JOSIAS
Josias (639. 609 .C.) foi coroado rei de Judá aos oito anos de idade. O escritor de Crônicas observa que, no oitavo ano de seu reinado (632 a.C.), Josias "começou a buscar o Deus de Davi, seu pai" (2Cr 34:3). Entre o décimo segundo e décimo oitavo ano (628-622 a.C.), Josias se dedicou a um programa de reforma radical. Despedaçou ou queimou objetos, altares e ídolos pagãos, erradicou os sacerdotes pagãos e'prostitutos cultuais, profanou os altos e remove elementos pagãos que haviam sido colocados no templo do Senhor. Seu programa abrangeu não apenas Jerusalém, mas também as cidades dos territórios de Manassés, Efraim e Simeão. A reforma chegou até ao território de Naftali que, em outros tempos, havia pertencido ao reino do norte, Israel, mas sobre o qual o rei de Judá pôde exercer influência devido ao enfraquecimento do poder da Assíria. Josias profanou o alto em Betel instituído por Jeroboão, filho de Nabate, ao queimar os ossos dos sacerdotes de deuses estrangeiros em seus altares pagãos.' No décimo oitavo ano do reinado de Josias, o sumo sacerdote Hilquias encontrou uma cópia do Livro da Lei no templo do Senhor? Não se sabe ao certo a natureza desse livro, mas ao ouvir a leitura de suas palavras, Josias rasgou as vestes e exclamou:
"Grande é o furor do Senhor que se acendeu contra nós, porquanto nossos pais não deram ouvidos às palavras deste livro" (2Rs 22:13). A fim de cumprir as prescrições do Livro da Lei, Josias aboliu os médiuns e feiticeiros, os ídolos do lar e todas as outras abominações vistas na terra de Judá e em Jerusalém.
O escritor de Reis afirma que nem mesmo a reforma ampla de Josias foi suficiente para evitar o julgamento iminente do Senhor e cita as palavras da profetisa Hulda: "Eis que trarei males sobre este lugar e sobre os seus moradores, a saber, todas as palavras do livro que leu o rei de Judá. Visto que me deixaram e queimaram incenso a outros deuses, para me provocarem à ira com todas as obras das suas mãos, o meu furor se acendeu contra este lugar e não se apagará" (2Rs 22:16-17). Para seu consolo, Josias recebeu a garantia de que não testemunharia a calamidade vindoura.


A MORTE DE JOSIAS
A queda da Assíria em 612 a.C.havia provocado um desequilíbrio no poder no Oriente Próximo, Preocupado com a força crescente da Babilônia, o faraó Neco (610-595 a.C.) enviou um exército à Síria para ajudar o que restava das forças assírias e conter os babilônios, afirmando ter recebido essa ordem de Deus. Josias não acreditou no discurso do rei egípcio e o confrontou em Megido, no norte de Israel, em 609 .C., onde morreu em combate. Sua morte prematura aturdiu a nação. Jeremias compôs lamentos' e, cento e trinta anos depois, o profeta Zacarias faria referência à morte de Josias como uma ocasião de grande pranto.

HABACUQUE
A morte de Josias interrompeu de forma brusca o programa de reformas em Judá. Deus parecia ter abandonado seu povo e reis subseqüentes não manifestaram nenhum desejo de seguir ao Senhor. Neco não ficou satisfeito com o governo de Jeoacaz, filho de Josias. Por isso, em Ribla, na Síria, ordenou que fosse substituído por seu irmão Jeoaquim (Eliaquim). Consternado com a destruição e violência ao seu redor, o profeta Habacuque clamou ao Senhor e recebeu uma resposta inesperada: "Vede entre as nações, olhai, maravilhai-vos e desvanecei, porque realizo, em vossos dias, obra tal, que vós não crereis, quando vos for contada. Pois eis que suscito os caldeus, nação amarga e impetuosa, que marcham pela largura da terra, para apoderar-se de moradas que não são suas. Eles são pavorosos e terríveis, e criam eles mesmos o seu direito e a sua dignidade. Os seus cavalos são mais ligeiros do que os leopardos, mais ferozes do que os lobos no anoitecer são os seus cavaleiros que se espalham por toda parte; sim, os seus cavaleiros chegam de longe, voam como águia que se precipita a devorar-lhes todos vêm para fazer violência. Habacuque 1:5-90

NABUCODONOSOR ASSUME O PODER
Avançado em anos, Nabopolassar, rei da Babilônia, colocou o exército sob o comando de seu filho e sucessor ao trono, Nabucodonosor. Em 605 a.C, Nabucodonosor derrotou o exército egípcio em Carquemis, junto ao rio Eufrates (próximo à atual fronteira entre a Turquia e a Síria).? Marchando para para o sul, Nabucodonosor invadiu Judá na tentativa de garantir a lealdade de Jeoaquim de Judá, o antigo vassalo e aliado de Neco.
Quando Jeoaquim estava prestes a se render, Nabucodonosor foi informado da morte de seu pai e voltou à Babilônia pelo caminho do deserto, levando consigo alguns objetos do templo do Senhor e vários jovens da família real e da nobreza de Judá. Quatro desses jovens se mostraram conselheiros valiosos para o novo rei: Daniel, Hananias, Misael e Azarias. Essa foi a primeira e menor de quatro deportações que acabariam resultando no exílio dos habitantes de Judá na Babilônia.

Vista da planicie de Jezreel (Esdraelom) do alto do monte de Megido
Vista da planicie de Jezreel (Esdraelom) do alto do monte de Megido
Neco luta contra Josias e Nabucodonasor Entre 609 e 605 a.C., Judá enfrentou ameaças de duas frentes: Neco, rei do Egito, matou Josias, rei de Judá, na batalha de Megido em 609 a.C; Nabucodonosor, príncipe da Babilônia, derrotou o Egito em Carquemis
Neco luta contra Josias e Nabucodonasor Entre 609 e 605 a.C., Judá enfrentou ameaças de duas frentes: Neco, rei do Egito, matou Josias, rei de Judá, na batalha de Megido em 609 a.C; Nabucodonosor, príncipe da Babilônia, derrotou o Egito em Carquemis
Uma reconstituição da porta de Ishtar, da Babilônia, representada em sua forma final, depois de ter sido revestida com tijolos vitrificados mostrando touros e dragões (sirrush).
Uma reconstituição da porta de Ishtar, da Babilônia, representada em sua forma final, depois de ter sido revestida com tijolos vitrificados mostrando touros e dragões (sirrush).

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras

Não foram encontradas referências em Outras Obras.

Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Habacuque Capítulo 1 do versículo 1 até o 17
SEÇÃO I

A QUEIXA DE HABACUQUE

Habacuque 1:1-4

  1. TÍTULO, 1.1

Embora Habacuque seja chamado profeta (nabi), não é um mensageiro no sentido tradicional. A função do profeta era falar com o povo em nome de Deus para proclamar a vontade divina que foi recebida em revelação especial. No caso dele, vemos justamente o inverso: Fala com o Senhor em nome do povo. Mantém um discurso com Deus e o faz de maneira tal que quase chegamos a classificá-lo de cético em vez de profeta. "Este é o começo da especulação em Israel".'

É possível que o que realmente temos aqui seja um vislumbre da vida interior de um profeta; os conflitos secretos antes da proclamação. De certo modo, um tanto quanto diferente, temos a mesma coisa no caso de Oséias, cujos problemas matrimoniais lhe prepararam o coração para a mensagem que tinha de anunciar. Com Habacuque, pode ser a elaboração trabalhosa, na bigorna da vida, de um ponto teológico fundamental de sua pregação pública. Esta idéia estaria de acordo com a argumentação de Davidson,2 a qual defende que o verdadeiro tema do livro é a destruição dos caldeus narrada no capítulo 2.

Peso (1; "oráculo", ECA; "sentença", ARA; "mensagem", NTLH; "advertência", NVI) implica revelação. Refere-se muitas vezes a acontecimentos futuros e também é usado com relação ao pronunciamento de destruição (cf. Ob 1).

  1. O PROBLEMA DO PROFETA, 1:2-4

É precisamente no ponto de identificar a ocasião da queixa que surge a maior diver-sidade de interpretações. Há pelo menos cinco opiniões nitidamente diferentes, cada qual com uma defesa elaborada de sua posição. A interpretação que requer mais malaba-rismo do texto é a que identifica o ímpio (4) com os próprios caldeus. Porém, o estabele-cimento da veracidade da leitura do versículo 6 no tempo futuro, sensatamente elimina esta identificação. O candidato mais provável, ainda que com pouca probabilidade, é o Egito. Se a profecia for colocada durante o primeiro reinado de Jeoaquim, há boas razões para o Egito ser o objeto da queixa de Habacuque. O referido rei de Judá era vassalo do Egito durante o reinado de Faraó-Neco, que há pouco matara Josias e estabelecera posi-ção segura na Ásia a leste da Palestina.

Outra resposta mais provável e que recebe apoio considerável é identificar o ímpio com a Assíria, que fora o foco da atenção de Naum. Este terror das nações oprimia Judá e exercia grande influência em seus assuntos internos. Igualmente foram os caldeus que deram um fim a esta grande e temível nação.

Há um argumento a favor da opinião de que a queixa é dirigida à interferência estrangeira: a ausência de exortação ao arrependimento. Supõe-se que haveria tal exor-tação se a queixa fosse por causa das "maldades nacionais".3 Seguir esta linha de argu-mentação leva à conclusão de que

1) a profecia foi escrita durante os dias de Josias, quando a idolatria era proibida; e que

2) o profeta levantava um lamento por seu povo em virtude da opressão imerecida que os estrangeiros exerciam sobre eles.

Contudo, é muito provável que esta queixa seja ocasionada pelo mal dentro da pró-pria nação do profeta de Judá. Esta é a interpretação tradicional e a que faz mais sentido no quadro geral, como revela a natureza da segunda queixa.

Até quando? (2), o profeta clama, mas Deus não ouve. Então questiona o Senhor. Por que é que Deus nada faz? Trata-se do problema clássico: "A verdade está sempre no patíbulo. O mal está sempre no trono". A situação excruciante surge da vasta discrepân-cia entre fé e fato. Se Deus é justo e soberano, por que o justo sofre enquanto o ímpio prospera? Esta é a pergunta feita por milhares de pessoas de todas as épocas. O proble-ma que Habacuque trata em nível nacional é o mesmo que o livro de Jó menciona na esfera pessoal. É mais fácil lidar com o problema em nível pessoal; portanto, a prova para a fé de Habacuque é muito mais severa.

Só quem possui fé em um Deus bom tem problema com relação ao governo do mun-do. Quem acredita em politeísmo ou numa deidade indiferente ou má, não tem problema com as injustiças flagrantes no mundo. É a fé monoteísta que tem de lutar por sua exis-tência em face dos fatos que a desafiam.

Muitos julgam que é um atrevimento questionar a operação de Deus. Esta posição é falsa e a prova é a inclusão das reclamações de Jó e Habacuque na Bíblia. Se precisarmos de mais provas, ouçamos o grito do Calvário: "Deus meu, Deus meu, por que me desampa-raste?" (Mt 27:46; Mac 15.34). Provavelmente, é mais errado abafar as dúvidas sinceras do que dar expansão a elas no esforço sério de achar uma pista para o significado da vida. G. A. Smith tinha razão quando observou em um dos seus comentários incisivos: "Não são os temperamentos mais rudes, mas os mais excelentes que são expostos ao ceticismo".

No versículo 2, o profeta usa dois verbos para denotar clamor. O primeiro (clama-rei) é usado especialmente como clamor de ajuda; o segundo (gritarei) significa gritar quando a pessoa leva um susto. Ambos os verbos também são empregados em 19:7.

As injustiças civis eram abundantes (3), situação também prevalecente no século VIII a.C., nos dias de Amós e Oséias que clamaram com veemência contra tais perversões. Há três pares de substantivos usados para destacar a situação: iniqüidade e ve-xação (perversão), destruição e violência, e contenda e litígio (cf. Is 58:4). Esta é a paráfrase do versículo: "Será que eu tenho de assistir a todo esse pecado e a toda essa tristeza à minha volta para sempre? Para qualquer lugar que olhe, existe violência e chantagem. Homens que dão a vida por uma discussão e uma briga" (BV).

A lei (4) é a Torá, o termo judaico para referir-se à lei de Moisés. Sentença e juízo (ambos tradução de mishpat) dizem respeito à prática ou costume estabelecido. 4 A Torá era o manancial de toda a justiça legal, mas aqui as pessoas eram despojadas de seus benefícios, principalmente porque o ímpio cerca o justo. O verbo hebraico traduzido por se afrouxa quer dizer "fica entorpecida" ou "fica paralisada" (cf. Gn 45:26, onde é traduzido por "desmaiou"). Esta era a situação que vigorava durante o reinado de Manassés, com um partido governante que não temia a Deus. A verdadeira liberdade e justiça estão firmemente baseadas na religiosidade e na retidão. Sempre que estas ca-racterísticas estão ausentes, a justiça é pervertida. Habacuque deduz que mesmo onde haja algo semelhante à justiça, sai o juízo pervertido (o julgamento "sai pervertido", Smith-Goodspeed; cf. "a justiça é torcida", ARA). O ímpio torce o julgamento "justo" para seus próprios fins.

SEÇÃO II

A RESPOSTA DE DEUS

Habacuque 1:5-11

  1. A OBRA DE DEUS, 1:5

A resposta de Deus para Habacuque é esta certeza consoladora: Eu estou emepenhado. A frase vede entre as nações mostra o lugar onde o Senhor trabalha. A mesma palavra é traduzida no versículo 13 por "os que procedem aleivosamente". Diversos expositores sugerem que o versículo 5 deveria ter a leitura: "Vede, incrédulos" (i.e., judeus incrédu-los; 1 cf. Atos 13:41: "Olhem, escarnecedores", onde a NVI segue a LXX). 2

No original hebraico, o aviso: maravilhai-vos, e admirai-vos contém duas formas do mesmo verbo. Taylor sugere a seguinte reprodução: "Estremecei e ficai horrorizados". 3

O profeta declara: Vós não crereis no que Deus fará. Era inacreditável que a colos-sal estátua de ferro da Assíria tivesse pés de barro e logo estatelaria no chão.4 Ou, talvez fosse incrível aos judeus que Deus lhes entregasse nas mãos uma nação estrangeira -que tinha o Templo, os sacrifícios e a cidade de Davi.

A frase em vossos dias limita a profecia à vida das pessoas a quem o profeta se dirigia, se quisermos manter a integridade do livro.

  1. O INSTRUMENTO DA OBRA DE DEUS, 1:6-11

O vocábulo caldeus (6) é derivado da palavra hebraica kasdim, que é o termo babilônico e assírio kaldu mencionado nas inscrições assírias de cerca de 880 a.C. Os kaldu habitavam na região mais baixa da Babilônia. Em 721 a.C., Merodaque-Baladã tornou-se rei e reinou por 12 anos (Is 39:1). De acordo com as inscrições, foi chamado rei da terra dos kaldu. Sob o reinado de Nabopolassar e Nabucodonosor, os kaldu tornaram se a classe governante na Babilônia. A princípio, há indícios de que Nabopolassar foi vice-rei da Babilônia durante o reinado de Assurbanipal da Assíria e seu sucessor. Du-rante uma insurreição de povos vassalos do sul, provavelmente em 612 ou 611 a.C., juntou forças com os rebeldes e declarou independência da Assíria.

Pela época da data tradicional de Habacuque, já fazia 20 anos que Nabopolassar estava no trono e era bem conhecido em Judá. Esta data limita a significação profética da primeira visão. No esforço de explicar isto, Driver sustenta que a palavra suscito significa: "Estou suscitando para estabelecer e confirmar", para dizer que a Babilônia ainda não estava em posição de desafiar o domínio da Assíria.

Em seguida, Habacuque passa a fazer uma descrição dos invasores caldeus.

  1. Seu Caráter (1,6)

Os caldeus eram nação amarga e apressada, "uma nação selvagem e ameaçadora dominada por impulsos violentos, que sem pensar cometiam ações terríveis".5

  1. Sua Arrogância (1,7)

A declaração: Dela mesma sairá o seu juízo e a sua grandeza, é mais bem traduzida por "criam eles mesmos o seu direito e a sua dignidade" (ARA). Os caldeus tornaram-se "lei para si mesmos" (cf. NTLH), ao presumirem superioridade política. Juízo é mishpat, que ocorre no versículo 4 (ver comentários ali) ; aqui indica direito legal e moral. O direito internacional não era um conceito para tais tribos bárbaras, nem havia a idéia de lei natural que estipulasse os cânones universais da justiça. O poder era o que determinavam, e os padrões de justiça eram erigidos em sua supremacia militar.

  1. Sua Tática (1,8)

Os leopardos estão entre os animais mais velozes de todos e que ficam à espreita de suas presas, sobre as quais pulam inesperadamente. Os lobos à tarde são mencionados duas vezes nas Escrituras (cf. Sf 3:3). Eram símbolos de ferocidade "por causa das súbi-tas destruições que, na avidez da fome, cometiam nos rebanhos naquela hora do dia".6 Os seus cavaleiros espalham-se por toda parte tem esta interpretação: "As suas tropas de cavalos marcham orgulhosamente" (BV). As águias referem-se aos abutres, não aos urubus que se alimentam de carne putrefata; trata-se do abutre que, em vôos ou de pontos altos, vasculha o território em busca de presas vivas.

  1. Suas Conquistas (1,9)

Este é um dos versículos mais difíceis do livro. A primeira frase está devidamente inteligível, mas a seguinte é dúbia, e deixa o texto ambíguo. Esta tradução: "O terror deles vai adiante deles" (RSV), é reconhecidamente uma emenda do texto. Certos comen-taristas dão o significado de que a conquista do território é tão veloz e ávida que parece que o engolem. Esta interpretação apóia-se na palavra hebraica traduzida por buscará. Está relacionada a um verbo que em Gênesis 24:17 é traduzido por: "Deixa-me beber", ou literalmente, "obriga alguém a engolir eles". Como o vento oriental, cujo poder de secar é tão eficaz que parece beber a umidade, "sorvem" suas vítimas.

A interpretação mais consistente diz que esta passagem refere-se às conquistas, que se assemelhavam ao forte vento oriental que irredutivelmente avançava.

  1. Sua Invencibilidade (1,10)

Não há poder que resista à vitória arrasadora dos caldeus. Eles marcharão com menosprezo sobre todos que ousarem resistir. Amontoando terra diz respeito à tática militar de fazer montículos até à altura do muro dos defensores. Assim, os guerreiros atacantes estavam em nível com os defensores e anulavam a proteção dos muros.

  1. Sua Exaltação (1,11)

A primeira frase é excessivamente difícil.' Pelo visto, há três etapas na auto-exaltação dos caldeus:

1) Estavam tão cheios de orgulho por terem tomado as fortalezas que muda-ram de direção e passaram para novas conquistas, talvez para Judá.
2) E se farão cul-pados é tradução apoiada por Lehrman.

3) 0 terceiro passo é fortalecer o seu deus. Este é o consenso, em oposição a atribuindo este poder ao seu deus. Em todo caso, signi-fica que, ao divinizar seu próprio poder, se tornaram culpados de negar a Deus.

Eaton argumenta que esta descrição (6-11) não estabelece com precisão o avanço dos exércitos babilônicos. Se este julgamento for aceito, não há porque nos inquietar. A visão de Habacuque é uma descrição do tipo apocalíptico de uma visitação de julgamento. Certos expositores defendem que estes invasores são figuras apocalípticas sem terem contrapartes históricas em particular. Talvez, a posição aceitável seja que, mesmo que esta não seja descrição histórica detalhada, é referência a um determinado povo e sua tarefa como instrumento de Deus.
Temos aqui, implicitamente, uma filosofia da história que se harmoniza com os vis-lumbres dos grandes profetas, como Isaías. Deus é o Senhor da história, que transforma a fúria dos homens em Seu louvor. O Todo-Poderoso usa os homens que têm outros objetivos e atribuem seu poder a outras fontes para atingir seus propósitos na história. Assim, seu governo está seguro e, ao mesmo tempo, as nações permanecem responsáveis por suas ações. Contudo, esta fé levanta outro problema, talvez até mais grave para Habacuque, o qual ele continua a questionar.

SEÇÃO III

HABACUQUE REPLICA A DEUS

Habacuque 1:12-17

Agora, a pergunta de Habacuque não é: Por que este tipo de mundo?, mas: Por que o Senhor é como é? Este é um novo tipo de especulação em Israel. O profeta tem uma fé básica no tipo de Deus conhecido por Israel, e soa-lhe incompatível que o Todo-poderoso use um instrumento tão injusto como os caldeus. Nós não morreremos (12) pode ter a leitura: "Tu não morrerás" (Moffatt; cf. NVI; NTLH). Se esta leitura for mantida, torna-se expressão de fé apesar das dúvidas do profeta. O significado também se ajusta à última parte do versículo que relata por que Deus estabeleceu a nação caldéia — para castigar, ou seja, para corrigir seu povo.

Habacuque não tem dúvida sobre a santidade de Deus. Esta característica divina é de natureza absoluta e moral: Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal e a vexação ("maldade", NVI) não podes contemplar (13). A santidade de Deus não pode tolerar o pecado e qualquer forma de mal. Mas o problema é que o povo escolhido para ser castigado é mais justo que o povo que administra o castigo. O medo toma conta do coração do profeta ao ver o avanço voraz dos caldeus e perceber que logo o seu povo, até o remanescente fiel, será apanhado na rede.

Os homens tornam-se como os desgraçados peixes do mar (14), ou as minhocas (cf. "cardumes", BV), sem líder diante do avanço inexorável. O quadro da pesca é desenvolvi-do. O pescador (a Caldéia) os apanha com o anzol (15) e atrai muitos peixes do mar com a rede e a rede varredoura ("arrastão", ECA). Este processo continua até encher as redes. Depois, amontoa os peixes na praia para que morram.'

Sacrificar até sua rede (16) deve ser comparado ao versículo 11, e indica que adora-vam sua força e poder. Queimar incenso ao seu arrastão sugere que viviam no luxo, regozijando-se em auto-adoração, fazendo da força seu deus.

Desesperado, Habacuque conclui seu lamento no versículo 17 com estas palavras comoventes (tradução de Smith-Goodspeed) :

Continuará ele esvaziando sua rede para sempre, E nunca cessará de aniquilar as nações?


Champlin

Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
Champlin - Comentários de Habacuque Capítulo 1 versículo 11
Estes cujo poder é o seu deus:
O texto hebraico é obscuro. Conforme v. Hc 1:7; Is 10:13.

Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Habacuque Capítulo 1 do versículo 1 até o 17
*

1.1

ao profeta Habacuque. Ver Introdução: Autor.

Sentença. Ou, “oráculo”, “profecia”, é geralmente um termo técnico usado para indicar profecia de julgamento contra uma nação estrangeira (Is 13:1; 15:1; Na 1.1; Ml 1:1, nota).

revelada. A mensagem divina tomou a forma de uma revelação sobrenatural declarada à visão ou audição interior do profeta (Mq 1:1).

* 1.2-4

A primeira queixa de Habacuque: o profeta está aflito e angustiado por ver como o povo de Deus continuamente se desviava de uma vida alicerçada na Aliança. Ele não vivia mais como um povo salvo e escolhido (Êx 19:4-6). Mas Habacuque está ainda mais inquieto pela aparente inatividade do Senhor. Qualquer violação da Aliança deveria trazer maldições e julgamento (Dt 28:15-68). Desta maneira, ele apelava ao Senhor, numa linguagem que lembra a dos salmos de lamentação individual, para reparar uma situação aparentemente sem solução. O diálogo apaixonante de Habacuque e sua luta angustiada com o Senhor dominam a primeira parte do livro (1.2-2.20).

* 1.2

Até quando. A pergunta impaciente, característica dos salmos de lamentação (Sl 13:2; 62:3; Jr 47:6), indica a insistência e perseverança no apelo do profeta ao Senhor, o Juiz final nas questões de desobediência à sua Aliança.

clamarei eu. Isto indica o alto clamor de alguém em profunda aflição (Sl 22:24; 30:2).

Violência. Este termo resume a transgressão deliberada, brutal e insensível dos direitos e privilégios dos membros da comunidade da Aliança.

não salvarás. Habacuque observa dolorosamente a aparente indiferença e inatividade do Senhor em face do sofrimento injusto.

* 1.3

Por que. A pergunta dá continuidade à queixa (conforme Lm 5:20).

opressão. Lit. “trabalho” ou “labuta” que leva à angústia, à exaustão, e ao desespero.

contendas, e o litígio. A maldade sem controle resulta numa comunidade dividida repleta de suspeitas, acusações, e ataques pessoais.

* 1.4 a lei se afrouxa. Lit. “A lei está entorpecida.” A palavra para “lei” (hebraico torah) denota o padrão divinamente revelado para a vida dentro da Aliança. O poder e a influência dos ímpios tinham deixado a lei ineficaz.

o perverso. Aqueles em Israel que rejeitavam a vontade e a lei do Senhor.

* 1.5-11 A primeira resposta de Deus: o Senhor enviará os babilônios para julgar seu povo. Ele usa instrumentos incomuns contra seu povo infiel — os terríveis babilônios (conforme Is 10:5, 6).

* 1.5 maravilhai-vos... não crereis. O método de Deus — a vitória dos perversos sobre os “mais justos” (v. 13) — iria colocar uma pedra de tropeço para a fé dos que ouviam Habacuque.

*

1.6 suscito. O Deus soberano de Israel controla toda potência da História, incluindo os agressivos caldeus.

caldeus. Também chamados de babilônios, ou neo-babilônios, os caldeus atingiram o poder quando o Império assírio caiu. Nínive, a capital da Assíria, foi destruída em 612 a.C. Os caldeus governaram até que sua capital, a Babilônia, foi destruída pelos persas em 539.

* 1.7 eles mesmos... direito. Isto descreve a arrogância do inimigo por vir, cujos padrões de ação e honra eram inteiramente egoístas.

* 1.8, 9

Figuras intensas retratam a velocidade e resolução desses guerreiros ferozes e conquistadores.

* 1.10 Eles escarnecem dos reis. Os assustadores exércitos babilônios olham para os obstáculos como desafios e tratam sua oposição com menosprezo.

amontoando terra, as tomam. Rampas de cerco construídas pelos invasores para obter acesso aos muros fortificados de uma cidade.

* 1.11 cujo poder é o seu deus. Ou, “este seu poder e seu deus.” O orgulho, especialmente a deificação do seu próprio poder, é uma ofensa contra Deus, o único que merece nossa adoração.

* 1.12-17 A segunda queixa de Habacuque: o plano do Senhor de usar os perversos babilônios para punir Israel parece estar em flagrante oposição ao próprio caráter revelado de Deus.

*

1.12 desde a eternidade. Sendo o eterno Deus da História e Senhor do seu povo, ele tem liberdade de escolher os agentes do castigo. Mas apesar de afirmar esta verdade, a revolta de Habacuque a nega.

meu Deus, ó meu Santo. Um relacionamento pessoal com o Deus incomparável, o Santo, faz com que a confusão se torne em convicção de que a angústia presente não será o fim. E Habacuque vai ainda livrar-se da confusão em que se encontra.

ó Rocha. Este antigo nome mosaico para Deus enfatiza a fidedignidade e proteção divinas (Dt 32:4, nota).

* 1:14

Por que fazes. Uma ousada acusação de Habacuque. Se o Senhor tolera as más ações dos babilônios, ele se torna responsável pela sorte de suas vítimas.

homens como os peixes. A figura da Babilônia como um pescador pegando peixes indefesos é desenvolvida nos vs. 14-17. A pesca era uma importante atividade na Babilônia, que estava localizada na região dos rios Tigre e Eufrates e era delimitada ao sul pelo Golfo Pérsico. Alguns antigos afrescos de parede encontrados no Oriente Médio retratam governantes vitoriosos levando seus cativos em redes de pescaria.

não têm quem os governe. Não havia quem os protegesse. Reis no antigo Oriente eram vistos como os protetores do seu povo (1Sm 8:20). Uma acusação implícita também pode estar presente aqui, visto que o Senhor era o Rei e protetor do seu povo (Dt 33:5; Is 63:18, 19).

*

1.16 sacrifício. Os instrumentos de seu sucesso são idolatrados e adorados (v. 11, nota).



Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de Habacuque Capítulo 1 do versículo 1 até o 17
HABACUC profetizou para o Judá desde 612-589 a.C.

Ambiente da época: Os últimos quatro reis do Judá foram homens malvados que rechaçaram a Deus e oprimiram a seu povo. Babilônia invadiu Judá duas vezes antes de que finalmente a destruíra em 586. Era um momento de temor, opressão, perseguição, imoralidade e falta de lei.

Mensagem principal : Habacuc não entendia por que Deus parecia não fazer nada com a maldade da sociedade. Logo se deu conta que unicamente a fé em Deus daria respostas a suas perguntas.

Importância da mensagem : Em vez de questionar os caminhos de Deus, devemos nos dar conta de que O é totalmente justo, e devemos acreditar que O está ao leme e que algum dia o mal será finalmente destruído.

Profetas contemporâneos : Jeremías (627-596) Daniel (605-536) Ezequiel (593-571)

1:1 Habacuc viveu no Judá durante o reinado do Joacim (2 Rseis 23:36-24.5). Profetizou entre a queda do Nínive (capital de Assíria) em 612 a.C. e a invasão do Judá em 589 a.C. Com Assíria desorganizada, Babilônia se convertia na potência mundial dominante. Este livro narra o diálogo do profeta com Deus ao lhe perguntar: "por que Deus parece indiferente ante o mal? por que parecesse como se a gente malvada fica sem castigo?" Embora outros livros proféticos levam a Palavra de Deus ao homem, este livro leva as perguntas do homem a Deus.

1.2-4 Habacuc, entristecido pela corrupção que via seu redor, derrubou seu coração a Deus. Na atualidade, a injustiça segue flagrante, mas não permita que a preocupação o faça duvidar de Deus nem se revele em seu contrário. Pelo contrário, estude a mensagem que deu ao Habacuc e reconheça os planos e propósitos do a longo prazo. Pense que Deus faz o que é bom, embora não entenda por que obra dessa forma.

1:5 Deus respondeu às perguntas e preocupações do Habacuc lhe assegurando que realizaria maravilhas que o assombrariam. Quando as circunstâncias que nos rodeiam se voltam quase insuportáveis, perguntamo-nos se Deus nos esqueceu. Entretanto, recordemos que O está ao leme. Tem um plano e julgará aos malfeitores a seu tempo. Se formos na verdade humildes, estaremos dispostos a aceitar a resposta de Deus e a esperar o momento.

1.5ss Deus disse aos habitantes de Jerusalém que se surpreenderiam do que estava a ponto de fazer. O povo veria uma série de feitos incríveis: (1) Judá, seu próprio reino independente e próspero, logo seria uma nação submetida; (2) Egito, uma potência mundial durante séculos, seria esmagada quase por completo; (3) Nínive, capital do Império Assírio, seria tão saqueada que o povo esqueceria onde estava localizada; e (4) os caldeos (babilonios) levantariam-se com grande poder. Eram palavras realmente surpreendentes, mas o povo viu seu cumprimento.

1:6 Os caldeos (babilonios), que viviam ao noroeste do golfo Pérsico, surgiram com grande poder ao redor de 630 a.C. e começaram a impor-se no Império Assírio. Já para 605 a.C. tinham conquistado a Assíria e Egito para converter-se na primeira potência mundial. Entretanto, eram tão malvados como os assírios porque procuravam cativos (1.9), estavam orgulhosos de suas táticas de guerra (1,10) e confiavam em seu poderio militar (1.11).

1:10 Os exércitos podiam conquistar cidades fortificadas porque construíam aterros, maciço de terra que acumulavam contra as muralhas.

1:11 Os babilonios estavam orgulhosos de seu poderio militar, estratégia, seus exércitos e armas. Como não respeitavam ao ser humano, seus exércitos levavam a sua nação riquezas, botas de cano longo, prisioneiros e tributos das nações conquistadas. Tal é a essência da idolatria: pedir aos deuses que fabricou sua ajuda para obter o que desejam. A essência do cristianismo é lhe pedir ao Deus que nos fez que nos ajude a obter o que desejamos. A meta da idolatria é sua glória; a meta do cristianismo é a glória de Deus.

1:13 Judá receberia seu castigo de mãos dos babilonios. Habacuc se sentiu consternado porque Deus ia utilizar a uma nação mais malvada que Judá para castigá-la. Mas os babilonios não sabiam que Deus os utilizava para que Judá voltasse para O e o orgulho de Babilônia por suas vitórias seria sua ruína. O mal é autodestructivo e nunca está fora do alcance de Deus. O pode utilizar qualquer instrumento, embora seja pouco comum, para nos corrigir ou nos castigar. Quando nos merecemos o castigo ou a disciplina, como podemos nos queixar pela classe de "vara" com a que Deus nos castiga?


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Habacuque Capítulo 1 do versículo 1 até o 17
I. Habacuque pergunta por que Deus permite tirania de errado (Hc 1:1)

2 Senhor, como clamarei eu, e tu não ouvir? Eu clamo a ti, da violência, e tu não salvarás. 3 Por que tu me mostrar a iniqüidade, e olhai para a perversidade? para a destruição ea violência estão diante de mim; e há contendas, eo litígio se levantasse. 4 Portanto, a lei se afrouxa, ea justiça nunca se manifesta; para o ímpio cerca o justo; portanto, a justiça é pervertida.

Habacuque fala em linha reta desde o ombro até o Senhor e não é repreendido por Ele. Como clamarei eu, e tu não me escutarás? Habacuque em desespero soluça: . Eu choro ... eu grito Aqui são duas palavras distintas para chorar: (1) chorar em perigo para ajudar (shawa' ; conforme Sl 18:6 ; Sl 22:24 ; 19:7 ). Em 19:7)

5 Eis que vos entre as nações, e olhar, e me pergunto maravilhosamente; Eu estou trabalhando para uma obra em vossos dias, o que vocês não vão acreditar que ele for contada. 6 Pois eis que suscito os caldeus, essa nação feroz e impetuosa, que marcha sobre a largura da terra, para possuir habitação -Locais que não são suas. 7 Eles são terríveis e terrível; seu julgamento e sua dignidade proceder a partir de si mesmos. 8 Os seis cavalos são mais ligeiros do que os leopardos, se mais ferozes do que os lobos a tarde; e os seus cavaleiros pressionar orgulhosa em: sim, os seus cavaleiros vêm de longe; eles voam como a águia que se apressa a devorar. 9 Eles vêm todos eles para a violência; o conjunto de suas faces é para a frente; e eles ajuntam cativos como areia. 10 Escarnecem dos reis, e dos príncipes fazem zombaria a ele; ele derideth todas as fortalezas; para ele amontoa pó, e toma-a. 11 Em seguida, ele deve varrer por como um vento, e deve passar sobre, e ser culpado, mesmo que ele cujo poder é o seu deus.

Jeová responde de Habacuque "porquê" com, Eis que ... Eu estou trabalhando [nos bastidores] uma obra em vossos dias, o que vocês não vão acreditar que ele for contada. Eis que ... olha ... maravilha: . aqui estão três imperativos Eis que vos entre as nações, diz o Senhor. Ele os convida a observar Suas operações entre as nações que estão prontos para julgamento. Judá não será exceção (conforme Jr 25:32. ). Olha, e maravilhai (conforme : Is 29:9. , Is 29:10 ;) porque eu estou trabalhando uma obra em vossos dias, o que vocês não vão acreditar ainda que seja disse. manifestações divinas são frequentemente classificado como de trabalho (conforme Hc 3:2 , Hc 3:12 ; . Sl 44:1 ). Pois eis que suscito os caldeus. Lo é outra palavra enfática para a atenção (conforme "ai", "lo", "ir" de Is 6:1. , KJV).

Assegurando-se da realidade de Deus, ele proclama corajosamente, nós não morreremos (v. Hc 1:12 ), não importa o que pode acontecer. E neste dia de tumulto e maldade grosseira e descarada, nós também precisamos de uma nova visão de Deus. Nós, também, preciso vê-lo tão pessoal, soberano, santo, eterno, todo-cuidar-o Jeová de manutenção da aliança. A Igreja primitiva, também, enfrentou dias mais difíceis, mas fez exploits porque tinha uma visão semelhante de e fé em Deus (conforme At 4:24 ).

Para Habacuque Deus era real, e não menos assim foram as tristes realidades sobre ele. Estes confundiu até mesmo como eles fizeram o salmista (Sl 73:1 ).

Nos versículos 14:17 , vemos como realisticamente ele enfrentou seus problemas, os caldeus diabólicas (babilônios), que ainda adoravam os instrumentos de destruição. "Será que tudo isso acontecendo para sempre? ? Deve mal nunca triunfará "Habacuque vem corajosamente a Deus e diz-lhe tudo (conforme Lc 11:5 ). A palavra-chave aqui é "importunação", ou seja, sem pudor; ou seja, não tendo nada que cause vergonha. E é por isso Habacuque podia falar tão abertamente a Deus!


Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de Habacuque Capítulo 1 do versículo 1 até o 17
I. O profeta questiona (1)

A. Por que Deus está em silêncio e inativo? (vv. 1-4)

Esse é o primeiro problema que con-funde o profeta. Ele olhou para o mun-do e viu violência (1:2-3,9; 2:8,17), iniqüidade, opressão, contenda e lití-gio. A lei não era imposta, não havia proteção legal para o inocente que era sentenciado como culpado. As cortes eram manipuladas por advoga-dos egoístas e juizes cruéis. Toda a na-ção sofria por causa da perversidade do governo. No entanto, parecia que Deus não fazia nada a respeito disso. Ao lado desses problemas internos, havia a ameaça do Império Babilônio que assolava o cenário político.

Nos versículos 5:11, Deus res-ponde ao profeta: "Realizo, em vos-sos dias, obra tal, que vós não cre-reis, quando vos for contada. Pois eis que suscito os caldeus [...] para apoderar-se de moradas que não são suas [para conquistar as nações e ser meu instrumento de disciplina para o povo]". Como é verdadeiro que Deus opera em nosso mundo, e nós não percebemos isso (Rm 8:28; 2Co 4:17). Em At 13:41, Pau-lo cita o versículo 1:5 e aplica-o à propagação do evangelho entre os gentios. Nesses versículos, o Senhor descreve o exército caldeu, e a ima-gem não é das mais bonitas. Eles são amargos e impetuosos, pavorosos e terríveis, "voam como águia que se precipita a devorar". Não é neces-sário contar a Habacuque como os caldeus são terríveis, pois ele já sa-bia como eles eram perversos.

B. Como Deus pode usar uma nação tão pecadora para uma causa santa? (vv. 12-17)

A resposta que Deus fornece, nos versículos 5:11, apenas cria novos problemas para Habacuque. Ele não entendia como o Senhor podia usar uma nação tão perversa para disci-plinar seu povo escolhido, os judeus. Habacuque afirma algo em que quer dizer isto: "É verdade que nós pe-camos e merecemos o castigo, mas os caldeus são muito mais perversos que nós. Se alguém merece discipli-na, estes são os caldeus". Um Deus santo pode sentar e assistir a seu povo ser pego como peixe ou pisado como inseto (vv. 14-15)? Os caldeus poderíam se vangloriar desta forma: "Nossos deuses deram-nos vitória. Jeová não é o Deus verdadeiro".

Não há nada de errado com o fato de o crente lutar com os proble-mas da vida e tentar resolvê-los. Às vezes, parece que Deus não se im-porta com seu povo, que abandonou os seus e ajuda os pagãos. Muitos milhões de crentes foram martiriza- dos por causa de sua fé. Podemos adorar, crer e servir com honestida-de a um Senhor cujos caminhos são aparentemente tão contraditórios?


Russell Shedd

Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
Russell Shedd - Comentários de Habacuque Capítulo 1 do versículo 1 até o 17
1:1-4 O clamor do profeta a Deus.
1.1 Habacuque. A vida particular deste profeta assim como a dos outros profetas menores e pouco conhecida (conforme NCB, p. 892).

1.2 O enigma da oração não respondida. O enigma para Habacuque era o silêncio, a aparente inatividade e despreocupação da parte de Deus em vista do pecado.
1:3-5 Habacuque, olhando ao redor, vendo o pecado espalhado por todas as direções, ficou perplexo em face do porque de Deus não agir. O livro inicia com uma interrogação e termina com uma exclamação (conforme 1.2 com 3.19). Este tem sido o clamor dos crentes em todas as épocas. Deus, porém, sempre responde, no tempo determinado por sua vontade.
1.5- 11 Resposta do Senhor à oração de Habacuque.

1.5 O Senhor vai responder a oração de Habacuque de maneira não conhecida ou imaginada por ele (conforme At 13:40-44).

1.6 Deus irá levantar os caldeus para punir o seu povo desobediente. Caldeus. Uma tribo de semitas (também chamados babilônios), que ocupara a região entre a Babilônia e o Golfo Pérsico. Fortificando-se, marchou contra os assírios c. 630 a.C. Vinte e cinco anos mais tarde tinha conquistado a maior parte do Oriente Próximo.

1.6- 11 Os caldeus viriam a ser o instrumento nas mãos do Senhor para julgar e humilhar tanto os judeus como as outras nações que se esqueceram de Deus.
1.6- 8 O instrumento descrito.
1.9- 10 O instrumento atuando.
1.11 O última pecado do instrumento.
1.12- 17 O segundo enigma de Habacuque. Note a série de perguntas que Habacuque lança a Deus nestes versículos.
1.12 Não morreremos. Habacuque sabe, que, mesmo que Deus castigue a Israel, Ele não irá destruir por completo o seu povo eleito.

1.13- 17 Habacuque fica perplexo ao saber que o Senhor usará um povo sem o temor de Deus como o seu instrumento de punição e pergunta a Deus por quanto tempo os caldeus continuarão na ascendência.


NVI F. F. Bruce

Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
NVI F. F. Bruce - Comentários de Habacuque Capítulo 1 do versículo 1 até o 17

1)    Título (1.1)

A introdução é caracterizada pela simplicidade e por um senso de autoridade espiritual. O nome e o ofício de Habacuque são mencionados, mas a atenção se concentra na natureza e origem de sua mensagem. O termo Advertência (algumas versões trazem “oráculo”) indica um comunicado divino recebido para ser transmitido como uma declaração solene e marcada pela autoridade. “Peso” (ARG, ACF) destaca a responsabilidade que é transferida para o agente humano. (V. uma análise detalhada de massã' em Zacarias, TOTT, p. 162-3, nota adicional). A expressão revelada deixa propositadamente vago o meio pelo qual essa revelação foi transmitida (conforme Jl 3:7).


2)    Habacuque protesta contra Deus (1:2-4)

As condições: Um espírito de anarquia está amplamente difundido, e, como hoje, usa como armas a destruição e a violência. Gomo resultado da amargura entre facções rivais, há luta e conflito por todo lado\ em todos os lugares, predomina o caos moral. Não muito tempo antes, sob Josias, a lei (torah) havia sido redescoberta e reaplicada à vida da comunidade (2Rs 21:0). Agora ela é novamente inoperante (se enfraquece-, “se afrouxa”, ARA; lit. “está entorpecida”). Designada por Deus para a orientação da vida do seu povo em questões morais e também rituais, ela está sendo abertamente escarnecida e desconsiderada e, por conseqüência, levada ao descrédito. Em todos os lugares, parece que o poder está do lado das pessoas erradas, de maneira que os “maus levam vantagem sobre os bons” (NTLH). Os justos em vão esperam por apoio ou reparação do tribunal. A justiça que eles esperam não é nada mais do que uma caricatura dela, pois é pervertida. Os defensores da verdade e da pureza que ainda há são escarnecidos ou ignorados. A lei (torah) é rejeitada, e, por conseqüência, a justiça (mispât) é abandonada.

0 efeito: Para Habacuque, a repugnância desse trágico estado de coisas é acentuada porque ele enxerga a situação de forma muito clara (v. 3a). Aliás, ele praticamente censura Deus por compeli-lo a olhar para a condição desesperadora do seu povo. Uma atitude escapista (conforme Sl 55:6,Sl 55:7; Jr 9:2) é impossível. A sensibilidade tanto para as mazelas quanto para as necessidades da sociedade surge do relacionamento com Deus.

Contudo, o maior problema e a causa que está na raiz da sua angústia são que Deus parece tanto silencioso — sem que tu ouças — quanto inativo — sem que tragas salvação (v. 2). E isso, muito mais do que a falta de obediência à lei, a injustiça e a opressão que causam a perplexidade do profeta. O seu grito é Até quando...? (conforme Sl 89:46; Jr 12:4; Zc 1:12Ap 6:10). As suas intercessões têm sido urgentes e sofridas, e de fato o seu terror explode às vezes em um grito de exclamação: Violência! (uma oração de uma palavra). Ele está confuso e magoado porque o Deus que ele conhece e a quem ele chama pelo nome da aliança, JavéSenhor, não intervém. Mas o pior está por vir: “os enigmas da condução divina da história estão se tornando ainda mais obscuros” (von Rad, p. 190).


3) Deus responde (1:5-11)

Olhem as nações: (conforme “Por que me fazes ver a injustiça...?”, v. 3). O olhar de Habacuque precisa de uma mudança de direção. Também requer ser focalizado, como sugere o imperativo Olhem. A resposta que ele recebe corresponde à dupla queixa que ele fez. Deus lhe informa que, apesar de todas as aparências, ele não está inativo — nos dias de vocês farei algo. E se ele esteve silencioso foi só por causa da relutância do profeta e do povo que ele representa em aceitar a solução que Deus está propondo — não creriam se lhes fosse contado (conforme Is 53:1). Deus não estava afastado, como imaginava Habacuque, deixando que as coisas acontecessem sem a sua supervisão. Ele já havia começado a agir, mas de maneira que se mostraria inacreditável e inaceitável. A duplicação Olhem [...] fiquem atônitos e pasmem indica a Habacuque como ele ficaria completamente aturdido quando fosse confrontado com a incompreensibilidade do plano de Deus. As idéias preconcebidas podem bem ter tornado mais difícil para ele aceitar a resposta de Deus, mas as suas orações não podem ser consideradas infrutíferas.

Observação: Paulo usa esse versículo no seu sermão na sinagoga em Antioquia da Pi-sídia (At 13:40,At 13:41). Ele o cita da LXX, “que se adaptava mais ao seu propósito” (F. F. Bruce, ActsThe English Text, p. 279), e prossegue em aplicá-lo à extraordinária salvação oferecida pelo evangelho, como também ao terrível julgamento que aguarda os que a rejeitam.

Os versículos seguintes (6-11) descrevem a arma forjada pelo Todo-poderoso como a vara da sua ira (Is 10:5). E suficiente para fazer tremer o coração mais valente. Estou trazendo: a ARA diz: “Pois eis que suscito”, uma tradução mais próxima do original hebraico. Mas isso dificilmente estaria se referindo ao estabelecimento da Babilônia como potência mundial, mas ao fato de que a sua atenção está se voltando agora para Judá. Por isso, a NVI aqui traduz melhor a idéia do original. Em relação ao retrato que se faz nesses versículos das forças babilônias, tem-se dito que “não está em harmonia com o real progresso e a verdadeira natureza dos exércitos de Na-bopolassar depois de 625” (Eaton, p. 89). Isso, no entanto, não parece dar reconhecimento suficiente à natureza poética e dramática desse retrato do inimigo.

E provável que Habacuque já soubesse da imensa força militar e da natureza dos babilônios. A crueldade e determinação deles eram tais que nada parecia poder barrá-los. Movidos por ambição egoísta e por ganância, eles vêm para apoderar-se de moradias que não [lhes] pertencem. A ameaça de invasão por eles deixa a população aterrorizada (v. 7a, 9a). Eles não reconhecem nenhum tratado internacional de conduta militar, não prestam contas a nenhum poder superior; é uma nação que cria a sua própria justiça e promove a sua própria honra. A natureza desses padrões, que eles determinam sozinhos, pode ser aferida do pânico que eles inspiram.

Imagens muito fortes são usadas para retratar a cavalaria do inimigo: como leopardos por causa da rapidez e a brusquidão com que se lançam sobre as suas vítimas, como lobos no crepúsculo por causa da crueldade e da implacabilidade com que perseguem o seu inimigo, e como ave de rapina que mergulha para devorar a presa por causa da imprevisão do seu ataque.

Embora o texto dos versículos restantes desse parágrafo (9-11) seja incerto, o retrato que transmite não é. violência é melhor traduzido por “despojo” (v. 9a). A expressão seguinte é considerada pela maioria dos tradutores uma referência aos “rostos” do inimigo (conforme ARA, ARC e ACF). “Um mar de faces avança” (NEB), “as suas faces ardentes como o vento oriental” (JB em inglês). Se optarmos pela última, a figura de uma tempestade de areia pode estar por trás da afirmação seguinte: fazendo tantos prisioneiros como a areia da praia. A deportação em massa segue o ataque. Eles não são intimidados por homens de renome nem detidos pela fortaleza mais robusta, constroem rampas de terra e por elas as conquistam é uma referência aos montes de terra feitos no cerco diante da cidade murada, possibilitando o avanço dos invasores para que assaltassem a fortaleza (conforme Jr

32.24). A descrição chega ao seu clímax com as palavras passam como o vento e prosseguem.

A sua carreira de conquistas é tão devastadora quanto um furacão. Em todo esse esboço das forças babilônias, a marca predominante é a do seu avanço rápido e irresistível.
O princípio segundo o qual eles operam é o que tem motivado muitos déspotas antes e depois deles — “o poder define o direito” (v. 7b). No caso deles, no entanto, esse mal é aumentado e tornado mais abominável pelo fato de que deifícam e adoram a sua invencibilidade — têm por deus a sua própria força (v. 11). E isso, acima de tudo, que os faz merecer o veredicto: homens carregados de culpa. Não é de admirar, então, que essa seção precisasse ser prefaciada com a declaração: fiquem atônitos e pasmem; pois nos dias de vocês farei algo em que não creriam se lhes fosse contado (v. 5). Deus fala desse panorama horrendo como uma ação sua, direta e pessoal (observe a repetição da primeira pessoa: “farei”, “estou”; v. 5,6). Não se pode esperar disso tudo outro efeito sobre o seu servo que não uma profunda perplexidade.


4) O profeta objeta (1:12-17)

Habacuque, pronto para expressar a sua objeção à estratégia divina, primeiro se fortalece na reafirmação da sua fé. (1) Deus é eterno. Ele, sem dúvida, encontra conforto nessa verdade (conforme Dt 33:27; Sl 90:1). O corolário “nós não morreremos” (nr. da NVI; o texto traz tu não morrerás\ conforme Ml 3:6) pode bem representar uma emenda feita por um escriba antigo para quem a associação entre “Deus” e “morrer” era considerada irreverência (conforme “tu és imortal”, NTLH). (2) Senhor —    aquele que pelo amor leal da aliança se compromete a abençoar o seu povo. (3) Deus —    supremo, poderoso, confiável. (4) Santo — santo no seu caráter e justo nas ações (uma convicção da qual o profeta se nega a abrir mão). (5) Rocha — o refúgio permanente de todos os que confiam nele. Assim, Habacuque recita o que ele sabe de Deus e, empregando duas vezes o pronome pessoal possessivo meu, se apega àquela grande realidade. Além disso, ele confirma que entendeu o plano que Deus lhe revelou, isto é, que os babilônios vão ser uma ferramenta para aplicar o castigo (v. 12b). Essa combinação entre fé e compreensão constitui, por um lado, o fundamento em que ele se apóia para enfrentar a crise, e, por outro, a causa da sua perplexidade. Essa perplexidade ele agora traz a público.

O rumo proposto por Deus parece estar em contradição aberta com o seu caráter. Como pode aquele cujos olhos sempre devoraram o mal (Ap 1:14) “suportar” a traição de homens maus? v. 13. perversos-, (“infiéis”, RSV; conforme fidelidade, 2.4b). Anteriormente Habacuque tinha lamentado que os ímpios prejudicam os justos (v. 4); agora ele encara o fato de que os ímpios devoram os que são mais justos que eles. Vítimas inocentes vão sofrer um destino pior do que antes, e Deus aparentemente não é nada mais do que um espectador — calado. O que é muito mais desconcertante ainda é que ele está ativamente usando um agente impuro na execução do seu propósito (v. 12b,14). A relação imediata entre as ações de Deus e as dos homens é destacada pela referência a ambos com a mesma metáfora (conforme o “tu” implícito com respeito a Deus, v. 14; ele e sua com respeito aos caldeus, v. 1517). Com o seu protesto a plenos pulmões, precisamos questionar se o profeta não foi longe demais na sua censura a Deus (v. 14), e se não se infiltrou uma medida de exagero no retrato do pescador reverenciando a sua rede. A irrupção chega ao clímax com a pergunta desafiadora que é lançada diante de Deus para que a responda (v. 17).


Francis Davidson

O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
Francis Davidson - Comentários de Habacuque Capítulo 1 do versículo 5 até o 11
III. A RESPOSTA DE DEUS Hc 1:5-11

Os caldeus, que já estavam distribuindo destruição entre as nações circunvizinhas, haveriam de voltar-se contra Judá e tornar-se-iam, nas mãos de Deus, um instrumento de castigo. Essa é a obra de que Deus diz: vós não crereis (5), tão incrível pareceria ela. Pois os caldeus adoravam seu próprio poder (11), e para eles o direito era sua força. Eram lei para si mesmos (
- 7b) e zombavam de toda autoridade (10). Em lugar de entre as nações (5; em heb., gaboyyim), leia-se "vós obreiros da iniqüidade" (em heb., bôgh’-dhîm), ou "criaturas infiéis" (Moffatt). No versículo 8, pode-se omitir a segunda vez em que aparece seus cavaleiros. Águias (8), naturalmente, é o abutre. O versículo 11 é obscuro. Talvez seja melhor corrigir o texto, traduzindo-o como: "e seu espírito (isto é, propósito) se altera e ele levanta um altar para seu deus (I. C. C.), isto é, lendo-se wayyâsem, "e ele levanta", em lugar de w’âshem, "e ele é culpado". Contudo, W. A. Wordsworth traduz: "Eu apontarei aquele cujo poder é o de seu Deus", isto é, o rei messiânico.


Dicionário

Como

assim como, do mesmo modo que..., tal qual, de que modo, segundo, conforme. – A maior parte destas palavras podem entrar em mais de uma categoria gramatical. – Como significa – “de que modo, deste modo, desta forma”; e também – “à vista disso”, ou – “do modo que”. Em regra, como exprime relação comparativa; isto é – emprega-se quando se compara o que se vai afirmar com aquilo que já se afirmou; ou aquilo que se quer, que se propõe ou se deseja, com aquilo que em mente se tem. Exemplos valem mais que definições: – Como cumprires o teu dever, assim terás o teu destino. – O verdadeiro Deus tanto se vê de dia, como de noite (Vieira). – Falou como um grande orador. – Irei pela vida como ele foi. – Assim como equivale a – “do mesmo modo, de igual maneira que”... Assim como se vai, voltar-se-á. Assim como o sr. pede não é fácil. Digo-lhe que assim como se perde também se ganha. Destas frases se vê que entre como e assim como não há diferença perceptível, a não ser a maior força com que assim como explica melhor e acentua a comparação. – Nas mesmas condições está a locução – do mesmo modo que... Entre estas duas formas: “Como te portares comigo, assim me portarei eu contigo”; “Do mesmo modo que te portares comigo, assim (ou assim mesmo) me portarei contigo” – só se poderia notar a diferença que consiste na intensidade com que aquele mesmo modo enuncia e frisa, por assim dizer, a comparação. E tanto é assim que em muitos casos 290 Rocha Pombo não se usaria da locução; nestes, por exemplo: “Aqueles olhos brilham como estrelas”; “A menina tem no semblante uma serenidade como a dos anjos”. “Vejo aquela claridade como de um sol que vem”. – Tal qual significa – “de igual modo, exatamente da mesma forma ou maneira”: “Ele procedeu tal qual nós procederíamos” (isto é – procedeu como nós rigorosamente procederíamos). Esta locução pode ser também empregada como adjetiva: “Restituiu-me os livros tais quais os levara”. “Os termos em que me falas são tais quais tenho ouvido a outros”. – De que modo é locução que equivale perfeitamente a como: “De que modo quer o sr. que eu arranje o gabinete?” (ou: Como quer o sr. que eu arranje...). – Segundo e conforme, em muitos casos equivalem também a como: “Farei conforme o sr. mandar” (ou: como o sr. mandar). “Procederei segundo me convier” (ou: como me convier).

como adv. 1. De que modo. 2. Quanto, quão. 3. A que preço, a quanto. Conj. 1. Do mesmo modo que. 2. Logo que, quando, assim que. 3. Porque. 4. Na qualidade de: Ele veio como emissário. 5. Porquanto, visto que. 6. Se, uma vez que. C. quê, incomparavelmente; em grande quantidade: Tem chovido como quê. C. quer, loc. adv.: possivelmente. C. quer que, loc. conj.: do modo como, tal como.

Deus

substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

Do latim deus, daus, que significa “ser supremo” ou “entidade superior”.


i. os nomes de Deus. A palavra portuguesa Deus, que tem a mesma forma na língua latina, representa alguns nomes da Bíblia, referentes ao Criador.
(a): o termo de uso mais freqüente é Elohim, que restritamente falando, é uma forma do plural, derivando-se, presumivelmente, da palavra eloah. Mas, embora seja plural, é certo que, quando se refere ao único verdadeiro Deus, o verbo da oração, de que Elohim é o sujeito, e o nome predicativo vão quase invariavelmente para o singular. As principais exceções são quando a pessoa que fala, ou aquela a quem se fala, é um pagão (Gn 20:13 – 1 Sm 4.8).
(b): El, provavelmente ‘o único que é forte’, também ocorre freqüentemente. E encontra-se este nome com adições: El-Elyon, ‘o Deus Altíssimo’ (Gn 14:18) – El-Shaddai, ‘o Deus Todo-poderoso’ (Gn 17:1) – e entra na composição de muitos vocábulos hebraicos (por exemplo Eliabe, Micael).
(c): Adonai, Senhor, ou Superior. Esta palavra e as duas precedentes eram empregadas quando se queria significar o Deus da Humanidade, sem especial referência ao povo de israel.
(d): Todavia, Jeová, ou mais propriamente Jahveh, o Senhor, o Ser que por Si mesmo existe, o Ser absoluto, que é sempre a Providência do Seu povo, designa Aquele que num especial sentido fez o pacto com o povo de israel.
(e): outro nome, ou antes, titulo, ‘o Santo de israel’ (is 30:11) merece ser aqui mencionado, porque ele nos manifesta o alto ensino moral dos profetas, fazendo ver aos israelitas que o Senhor, a Quem eles adoravam, estava muito afastado dos ordinários caminhos do homem, e portanto era necessário que o Seu povo fosse como Ele, odiando o pecado. É sob este título que o Senhor é reconhecido como uma pedra de toque não só da pureza cerimonial, mas também da pureza ética.
(f): Pai. Nas primitivas religiões semíticas, este termo, enquanto aplicado aos deuses, tinha uma base natural, pois que os povos acreditavam que eram descendentes de seres divinos. Todavia, no A.T. é Deus considerado como o Pai do povo israelita, porque Ele, por atos da Sua misericórdia, o constituiu em nação (Dt 32:6os 11:1 – *veja Êx 4:22). De um modo semelhante é Ele chamado o Pai da geração davídica de reis, porque Ele a escolheu e a tornou suprema (2 Sm 7.14 – Sl 2:7-12 – 89.27). Mais tarde se diz que Deus Se compadece dos que o temem (isto refere-se particularmente aos israelitas e aos que aceitam a religião de israel), como um pai se compadece dos seus filhos (Sl 103:13Mt 3:17).
ii. A doutrina de Deus. Certas considerações nos são logo sugeridas sobre este ponto.
(a): Em nenhuma parte da Bíblia se procura provar a existência de Deus. A crença no Criador é doutrina admitida. Nunca houve qualquer dúvida a respeito da existência da Divindade, ou da raça humana em geral. Entre os argumentos que podemos lembrar para provar a existência do Criador, devem ser notados: a relação entre causa e efeito, conduzindo-nos à grande Causa Primeira – a personalidade, a mais alta forma de existência que se pode conceber, de sorte que uma Causa Primeira, que carecesse de personalidade, seria inferior a nós próprios – a idéia de beleza, de moralidade, de justiça – o desejo insaciável, inato em nós, de plena existência que nunca poderia ser satisfeita, se não houvesse Aquele Supremo Ser, Luz, Vida e Amor, para onde ir.
(b): Deus é um, e único (Dt 6:4, doutrina inteiramente aceita por Jesus Cristo, Mc 12:29). Porquanto se houvesse mais que uma Divindade, haveria, de certo, conflito entre esses seres todo-onipotentes. Por isso, contrariamente ao dualismo de Zoroastro, segundo o qual há dois seres supremos, um bom e outro mau, a Bíblia ensina que Deus tem a autoridade suprema mesmo sobre o mal (is 45:6-7). Este fato fundamental da Unidade de Deus não está em contradição com a doutrina cristã da Trindade, antes pelo contrário, a salvaguarda.
(c): Deus é o Criador e o Conservador de tudo (Gn 1:1At 17:24Ap 4:11 – e semelhantemente Jo 1:3 – Col 1.16, onde o imediato Agente é a Segunda Pessoa da Trindade). Todos os dias estamos aprendendo, com clareza de percepção, que a matéria não é coisa morta e sem movimento, que as próprias pedras tremem pela sua energia, sustentando a sua coesão pelas formidáveis e ativas forças que sem interrupção nelas operam. o nosso conhecimento, cada vez mais aperfeiçoado, sobre os métodos de Deus na Criação, leva-nos a um louvor cada vez mais elevado.
(d): Estamos, também, sabendo mais com respeito à relação de Deus para conosco, como governador e conservador de tudo. Relativamente a este assunto há duas verdades, nenhuma das quais deverá excluir a outra:
(1). Ele é transcendente, isto é, superior ao universo, ou acima dele (*veja is 40:22 – 42.5 – 1 Tm 6.16).
(2). É igualmente importante notar que Deus é imanente, isto é, está na matéria, ou com ela. Nesta consideração, nós e todos os seres vivemos Nele (At 17:28 – *veja também Jo 1:3-4) – e Ele em nós está pelo simples fato de que sendo Espírito (Jo 4:24) é dotado de onipresença.
iii. A adoração a Deus. Se a religião é, na verdade, uma necessidade natural, o culto é sua forma visível. Porquanto, embora possamos supor a priori que nos podemos colocar na presença da Divindade sem qualquer sinal exterior, é isto, contudo, tão incompatível como a natureza humana, e tão contrário às exigências da religião, visto como esta pede a adoração a Deus com toda a nossa complexa personalidade, que não é possível admitir-se tal coisa. É certo que Jesus Cristo disse: ‘Deus é Espirito – e importa que os seus adoradores o adorem em espirito e em verdade’ (Jo 4:24). (*veja Altar, Baal, igreja, Eloí, Espírito Santo, Jewá, Jesus Cristo, Senhor, Senhor dos Exércitos, Tabernáculo, Templo, Trindade, Adoração.)

Introdução

(O leitor deve consultar também os seguintes verbetes: Cristo, Espírito Santo, Jesus, Senhor.) O Deus da Bíblia revela-se em sua criação e, acima de tudo, por meio de sua Palavra, as Escrituras Sagradas. De fato, a Bíblia pode ser definida como “a autorevelação de Deus ao seu povo”. É importante lembrar que as Escrituras mostram que o conhecimento que podemos ter de Deus é limitado e finito, enquanto o Senhor é infinito, puro e um Espírito vivo e pessoal, ao qual ninguém jamais viu. Freqüentemente a Bíblia usa antropomorfismos (palavras e ideias extraídas da experiência das atividades humanas, emoções, etc.) numa tentativa de nos ajudar a entender melhor Deus. Esse recurso pode ser realmente muito útil, embora o uso de descrições e termos normalmente aplicados aos seres humanos para referir-se ao Senhor eterno e infinito sempre deixe algo a desejar. Alguém já disse que “conhecer a Deus”, até o limite de que somos capazes por meio de sua Palavra, é o cerne da fé bíblica. De acordo com as Escrituras, todas as pessoas, durante toda a história, estão de alguma maneira relacionadas com o Senhor, seja numa atitude de rebelião e incredulidade, seja de fé e submissão.

Homens e mulheres existem na Terra graças ao poder criador e sustentador de Deus; a Bíblia ensina que um dia todos estarão face a face com o Senhor, para o julgamento no final dos tempos. A natureza de Deus e seus atributos são, portanto, discutidos de diversas maneiras nas Escrituras Sagradas, de modo que Ele será mais bem conhecido por meio da forma como se relaciona com as pessoas. Por exemplo, aprende-se muito sobre Deus quando age no transcurso da história, em prol do sustento e da defesa de seu povo, e leva juízo sobre os que pecam ou vivem em rebelião contra Ele. Muito sabemos sobre o Senhor por meio dos nomes aplicados a Ele na Bíblia e quando sua criação é examinada e discutida. Acima de tudo, aprendemos de Deus quando estudamos sobre Jesus, o “Emanuel” (Deus conosco).

As seções seguintes proporcionam apenas um resumo do que a Bíblia revela sobre Deus. Uma vida inteira de estudo, fé e compromisso com o Senhor, por intermédio de Cristo, ainda deixaria o crente ansioso por mais, especialmente pelo retorno de Jesus, pois concordamos com a declaração do apóstolo Paulo: “Agora conheço em parte; então conhecerei como também sou conhecido” (1Co 13:12).

A existência do único Deus

A Bíblia subentende a existência de Deus. Não há discussão alguma sobre isso em suas páginas, pois trata-se de um livro onde o Senhor revela a si mesmo. Somente o “tolo”, a pessoa maligna e corrupta, diz “no seu coração: Não há Deus” (Sl 14:1-53.1; veja O tolo e o sábio). A existência de Deus é freqüentemente afirmada nos contextos que advertem contra a idolatria. Sempre é dada uma ênfase especial ao fato de que somente o Senhor é Deus e não existe nenhum outro. Deuteronômio 6:4 declara: “Ouve, ó Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor”. Deuteronômio 32:39 diz: “Vede agora que Eu sou, Eu somente, e não há outro Deus além de mim. Eu causo a morte, e restituo a vida; eu firo, e eu saro, e não há quem possa livrar das minhas mãos”. Por essa razão, a idolatria é considerada um grande pecado (cf. 1 Co 8.4). Envolver-se com ela é viver e acreditar na mentira, numa rejeição direta da revelação do único Deus verdadeiro. Esperava-se que o povo de Israel testemunhasse para as nações ao redor que existia apenas um único Senhor e que não havia nenhum outro deus. Isso seria visto especialmente no poder de Deus para proporcionar a eles os meios para vencerem as batalhas contra inimigos mais fortes, no tempo de paz, na extensão das fronteiras (contra o poder de outros assim chamados deuses) e em sua justiça e juízo sobre todos os que se desviavam dele, ou rejeitavam seus caminhos ou seu povo. As nações ao redor precisavam aprender com Israel que os seus deuses eram falsos e que na verdade adoravam demônios (1Co 10:20).

Os escritores dos Salmos e os profetas também proclamaram que somente o Senhor é Deus e que Ele pré-existe e auto-subsiste. O Salmo 90:2 diz: “Antes que os montes nascessem, ou que formasses a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus”. Em Isaías, lemos: “Assim diz o Senhor, Rei de Israel, e seu Redentor, o Senhor dos Exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há Deus” (Is 44:6). “Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de mim não há Deus. Eu te fortalecerei, ainda que não me conheças” (Is 45:5; veja também 45.21; etc.). Jeremias disse: “Mas o Senhor Deus é o verdadeiro Deus; ele mesmo é o Deus vivo, o Rei eterno. Do seu furor treme a terra, e as nações não podem suportar a sua indignação” (Jr 10:10).

No Novo Testamento, novamente a autoexistência eterna de Deus é subentendida: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por meio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens” (Jo 1:14). Paulo argumentou em sua pregação para os atenienses: “Pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos” (At 17:28). O apóstolo fez um apelo aos habitantes de Listra, a fim de que reconhecessem a existência do único Deus verdadeiro, pois “não deixou de dar testemunho de si mesmo. Ele mostrou misericórdia, dando-vos chuvas dos céus, e colheita em sua própria estação, enchendo de mantimento e de alegria os vossos corações” (At 14:17). Em Romanos 1:19-20, há o pressuposto de que mesmo os que são maus e rejeitam a Deus podem ser considerados em débito, “visto que o que de Deus se pode conhecer, neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou. Pois os atributos invisíveis de Deus, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que foram criadas, de modo que eles são inescusáveis”.

Como em João 1, mencionado anteriormente, é no Novo Testamento que aprendemos sobre Jesus e começamos a entender mais sobre o próprio Deus, sua preexistência e sua auto-existência. Colossenses 1:17 descreve a preexistência de Cristo como “a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação” (Cl 1:15). Tanto Deus, o Pai, como Jesus são considerados eternos em sua existência: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-poderoso” (Ap 1:8-11.15, 17; 2 Pe 3.8). Hebreus 13:8 também fala de Jesus: “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje, e eternamente”.

O Deus criador

A autoexistência de Deus, bem como sua eternidade, também são sinalizadas na criação, a qual Ele fez do “ex nihilo” (a partir do nada; veja Gn 1; Rm 4:17; Hb 11:3). A Bíblia não admite a ideia do nada existindo lado a lado com o Senhor através da eternidade. Não há ensino, por exemplo, de que a matéria sempre existiu, ou que o mal sempre permaneceu como uma alternativa ao lado de Deus. O Todo-poderoso sempre existiu e sempre existirá; Ele é o Criador. O que existe traz outras coisas à existência. O racionalismo pode argumentar que, se algo existe, deve ter o poder da auto-existência dentro de si. A Bíblia mostra que o ser que auto-existe é Deus e somente Ele é o Senhor. Porque Deus existe, a vida veio à existência e surgiu a criação. No Senhor há vida e luz. Somente Ele tem a vida em si mesmo e habita na luz e na glória eternamente.

O ato de Deus na criação é descrito em muitos lugares da Bíblia. De maneira notável, Gênesis 1:2 descrevem a Palavra de Deus que traz tudo o que conhecemos à existência. Esses capítulos demonstram claramente que o Senhor já existia antes da criação e foi por meio de sua palavra e seu poder que o mundo veio à existência. Também revelam que Deus não iniciou simplesmente o processo e o concluiu, ou ainda não o concluiu, com o que conhecemos neste mundo hoje. Ele interferiu ativamente, várias vezes, para criar a luz, o sol, a lua, a água, a vegetação, os peixes, os mamíferos, os pássaros e a humanidade. Em Gênesis 1, essa obra ativa de Deus durante todo o período da criação pode ser notada nas duas frases: “E disse Deus: Haja...” e “E viu Deus que isso era bom”. Em Gênesis 2, a obra e as palavras do “Senhor Deus” são mencionadas repetidamente. O Salmo 33:4-9 personaliza a “palavra de Deus” como a que criou e “é reta e verdadeira; todas as suas obras são fiéis... Pela palavra do Senhor foram feitos os céus... Tema toda a terra ao Senhor... Pois ele falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu”. Jeremias afirma: “Pois ele (o Senhor) é o criador de todas as coisas, e Israel é a tribo da sua herança; Senhor dos Exércitos é o seu nome” (Jr 10:16-51.19; veja também 26:7; Sl 102:25-104.24; Ne 9:6; etc.).

No NT, o escritor da carta aos Hebreus lembra os crentes que “pela fé entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus, de maneira que o visível não foi feito do que se vê” (Hb 11:3). Louvor e adoração são devidos a Deus, o Pai, e a Jesus, a Palavra de Deus, pela criação e pelo seu contínuo sustento de todas as coisas criadas. Desde que a criação deriva sua vida e existência do próprio Deus, se o Senhor não a sustentasse, ela deixaria de existir (Ap 4:11; Jo 1:1-3; 1 Co 8.6; Cl 1:16-17; Hb 1:2-2 Pe 3.5; etc.).

Essa obra da criação, a qual necessita do poder sustentador do Senhor, proporciona a evidência da soberania e do poder de Deus sobre todas as coisas. Ele está presente em todos os lugares, a fim de sustentar e vigiar sua criação, realizar sua justiça, amor e misericórdia, trazer à existência e destruir, de acordo com sua vontade e seus propósitos. A doxologia de Romanos 1:1-36 oferece a resposta adequada do crente na presença do Deus criador, sustentador e que existe por si: “Porque dele e por ele e para ele são todas as coisas. Glória, pois, a ele eternamente. Amém” (v.36).

O Deus pessoal

O Criador do Universo e de todas as coisas, que sustém o mundo e todas as pessoas, revela-se a si mesmo como um “Deus pessoal”. A palavra “pessoal” não é aplicada a Ele em nenhum outro lugar da Bíblia e é difícil nossas mentes finitas assimilarem o que essa expressão “pessoal” significa, ao referir-se ao Senhor. Ainda assim, é dessa maneira que Ele é consistentemente revelado. Deus é um ser auto-existente e autoconsciente. Qualidades que indicam um ser pessoal podem ser atribuídas a Deus. Ele é apresentado como possuidor de liberdade, vontade e propósitos. Quando colocamos esses fatores na forma negativa, o Senhor nunca é descrito nas Escrituras da maneira que as pessoas o apresentam hoje, como uma energia ou uma força sempre presente. Deus revela a si mesmo como um ser pessoal no relacionamento entre Pai, Filho e Espírito Santo (veja mais sobre a Trindade neste próprio verbete) e em seu desejo de que seu povo tenha um relacionamento real com o “Deus vivo”. Sua “personalidade”, é claro, é Espírito e, portanto, não está limitada da mesma maneira que a humana. Porque é pessoal, entretanto, seu povo pode experimentar um relacionamento genuíno e pessoal com Ele. Deus, por ser bom, “ama” seu povo e “fala” com ele. O Senhor dirige os seus e cuida deles. O Salmo 147:10-11 dá alguns sentimentos de Deus, como um ser pessoal: “Não se deleita na força do cavalo, nem se compraz na agilidade do homem. O Senhor se agrada dos que o temem, e dos que esperam no seu constante amor” (veja também Sl 94:9-10). Efésios 1:9-11 mostra como a vontade e os propósitos de Deus são especialmente colocados à disposição dos que Ele “escolheu”, aos quais ele “ama”. O Senhor é aquele que conhece seu povo (1Co 8:3) e pode ser chamado de “Pai” pelos que vivem por ele (v.6). A revelação de Deus em Jesus novamente mostra como Ele é um Deus “pessoal”, tanto no relacionamento de Cristo e do Pai (como o Filho faz a vontade do Pai e fala as suas palavras), como na maneira pela qual o Pai mostrou seu amor pelo mundo, quando deu “o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16-14:15-31; 15.9,10; etc.).

O Deus providencial

Já que Deus é eterno, auto-existente e o Criador do Universo, não é de admirar que um dos temas mais freqüentes na Bíblia refira-se à soberana providência do Senhor. Deus é visto como o rei do Universo, o que fala e tudo acontece, que julga e as pessoas morrem, que mostra seu amor e traz salvação. Ele é o Senhor (veja Senhor) que controla o mundo e exige obediência. Busca os que farão parte de seu povo. É neste cuidado providencial por seu mundo e seu povo que mais freqüentemente descobrimos na Bíblia os grandes atributos divinos de sabedoria, justiça e bondade. Aqui vemos também sua verdade e seu poder. As Escrituras declaram que Deus tem o controle total sobre tudo, ou seja, sobre as pessoas, os governos, etc. Ele é chamado de Rei, pois estabelece reinos sobre a Terra e destrói-os, de acordo com seu desejo. Sua soberania é tão grande, bem como sua providência, em garantir que sua vontade seja realizada, que mesmo o mal pode ser revertido e usado pelo Senhor, para realizar seus bons propósitos.

Os escritores da Bíblia demonstram com convicção que Deus governa sobre toda a criação; assim, os conceitos do destino e do acaso são banidos. À guisa de exemplo, uma boa colheita não acontece por acaso, mas é providenciada pelo Senhor. É Deus quem promete: “Enquanto a terra durar, não deixará de haver sementeira e ceifa, frio e calor, verão e inverno, dia e noite” (Gn 8:22). Por outro lado, o Senhor mantém tal controle sobre a criação que pode suspender a colheita dos que vivem no pecado ou se rebelam contra Ele (Is 5:10). Nos dias do rei Acabe, de Israel, Deus suspendeu a chuva e o orvalho, por meio de “sua palavra”, como castigo sobre o monarca e o povo (1Rs 17:1). A fome foi extremamente severa, mas a providência particular e amorosa do Senhor por seu povo fez com que suprisse as necessidades do profeta Elias de maneira miraculosa (1Rs 17:18).

A Bíblia preocupa-se muito em mostrar a providência de Deus, que pode ser vista no seu relacionamento com seu povo (veja 2 Cr 16.9). Paulo fala sobre isso quando diz: “Sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8:28). Aqui vemos que não somente o cuidado soberano do Senhor sempre é feito segundo a sua vontade e seu propósito, mas também que esse desejo preocupa-se especialmente com seu povo, mediante o cuidado e a proteção. O poder de Deus é tão grande que em “todas as coisas” Ele trabalha para atingir seus fins. Tal entendimento da providência do Senhor leva à conclusão inevitável de que mesmo o que começou por meio do mal, ou emanado de nossos próprios desejos pecaminosos, pode ser revertido por Deus, enquanto Ele trabalha incessantemente para completar e realizar sua vontade. Essa fé e confiança no cuidado providencial do Senhor não eram conceitos novos nos dias de Paulo. Quando José foi capturado por seus irmãos e vendido como escravo para o Egito, não foi o acaso que finalmente o levou a ser governador egípcio, num momento em que o povo de Deus precisava ser preservado da fome terrível. Tudo foi parte da vontade do Senhor. Posteriormente, ao discutir o assunto com seus irmãos amedrontados, José disse: “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim, porém Deus o tornou em bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar muita gente com vida” (Gn 50:20). O cuidado providencial de Deus por Jó, quando Satanás desejava atacá-lo e destruí-lo, também é uma prova do poder soberano do Senhor, mesmo sobre o mundo dos espíritos, inclusive Satanás (1:2). Deus até mesmo controlou as ações do rei da Pérsia em favor de seu povo (Is 44:28-45:1-7).

Em nenhum outro contexto o cuidado providencial de Deus pode ser visto com tanta clareza como na provisão da salvação para o seu povo, por meio da morte expiatória de Jesus Cristo. A ação mais perversa de Satanás e o mais terrível de todos os pecados cometidos pelos seres humanos levaram à crucificação do Filho de Deus. Isso, porém, fora determinado pela vontade de Deus, e Ele reverteu aquele ato terrível para proporcionar expiação a todo aquele que se voltar para o Senhor (At 2:23-24). Esse desejo de Deus foi realizado “segundo as Escrituras”. Certamente o Senhor freqüentemente é visto agindo de maneira providencial e com poder soberano, de acordo com sua Palavra (Rm 5:6-1 Co 15.3; 2 Co 5.15).

A providência do Senhor também é vista na maneira como chama as pessoas para si. Toda a Trindade está envolvida nesta obra de atrair e cuidar do povo de Deus (Jo 17:11-12, 24; Ef 1:3-14; Cl 1:12-14; etc.). A reflexão sobre a soberania do Senhor sobre tudo, seu poder total de realizar o que sua vontade determina, sua providência na natureza, na humanidade de modo geral e especialmente em relações aos redimidos, nos leva novamente a louvá-lo e bendizê-lo (Sl 13:9-13-16; 145.1, 13 16:1 Pe 5.7; Sl 103).

O Deus justo

A Bíblia mostra-nos um Senhor “justo”. Isso faz parte de sua natureza e tem que ver com sua verdade, justiça e bondade. Em termos práticos, o reconhecimento da justiça de Deus nas Escrituras permite que as pessoas confiem em que sua vontade é justa e boa e podem confiar nele para tomar a decisão ou a ação mais justa. Ele é justo como Juiz do mundo e também na demonstração de sua misericórdia. Mais do que isso, sua vontade eterna é inteiramente justa, íntegra e boa. É uma alegria para homens e mulheres pecadores saberem que podem voltar-se para um Deus justo e receber misericórdia. É motivo de temor para os que se rebelam que o justo Juiz julgará e condenará.

O povo de Deus (“o povo justo”, formado pelos que foram perdoados por Deus) freqüentemente apela para sua justiça. Por exemplo, o salmista orou, para pedir misericórdia ao Senhor, quando parecia que as pessoas más prevaleciam. Achou estranho que os perversos prosperassem quando o “justo” padecia tanto sofrimento. Portanto, apelou para a justiça de Deus, para uma resposta ao seu dilema: “Tenha fim a malícia dos ímpios, mas estabeleça-se o justo. Pois tu, ó justo Deus, sondas as mentes e os corações” (Sl 7:9-11). “Responde-me quando clamo, ó Deus da minha retidão. Na angústia dá-me alívio; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração” (Sl 4:1-129.4; 2 Ts 1.6). É mediante sua justiça que Deus mostra misericórdia ao seu povo (Sl 116:4-6; 37.39).

Por vezes, entretanto, o povo de Deus tentou questionar o Senhor, quando parecia que Ele não os ajudava, ou estava do lado de outras nações. A resposta de Deus era que, se o Senhor lhes parecia injusto, é porque eles haviam-se entregado à incredulidade e ao pecado. As ações do Senhor são sempre justas, mesmo quando resultam em juízo sobre seu próprio povo. Veja, por exemplo, Ezequiel 18:25 (também
v. 29): “Dizeis, porém: O caminho do Senhor não é justo. Ouvi agora, ó casa de Israel: Não é o meu caminho justo? Não são os vossos caminhos injustos?”.

Deus pode ser visto como justo em tudo o que faz. Isso se reflete em sua Lei, a qual é repetidamente definida como “justa” (Sl 119; Rm 7:12). Deuteronômio 32:4 resume a justiça do Senhor desta maneira: “Ele é a Rocha, cuja obra é perfeita, e todos os seus caminhos são justiça. Deus é a verdade, e não há nele injustiça. Ele é justo e reto”.

Enquanto o povo de Deus ora, vê a justiça divina em seus atos de misericórdia e socorro para com eles e em seu juízo sobre os inimigos; assim, reconhecem que a justiça do Senhor permite que Ele traga disciplina sobre eles, quando pecam. Em II Crônicas 12, o rei Roboão e os líderes de Israel finalmente foram obrigados a admitir que, por causa do pecado e da rebelião deles contra Deus, Faraó Sisaque teve permissão para atacar Judá e chegar até Jerusalém. Deus os poupou da destruição somente quando se humilharam e reconheceram: “O Senhor é justo” (v. 6). Na época do exílio babilônico, os líderes tornaram-se particularmente conscientes deste aspecto da justiça de Deus. Daniel expressou dessa maneira: “Por isso, o Senhor vigiou sobre o mal, e o trouxe sobre nós, porque justo é o Senhor, nosso Deus, em todas as obras que faz; contudo, não obedecemos à sua voz” (Dn 9:14; veja também Ed 9:15).

Os profetas olhavam adiante para ver a revelação da justiça de Deus no futuro reino do Messias: “Vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo, um rei que reinará e prosperará, e praticará o juízo e a justiça na terra” (Jr 23:5; Is 9:7-11.4; etc. veja Lc 1:75; At 22:14). Paulo falou sobre a obra de Cristo em termos da revelação da justiça de Deus. Na morte de Jesus, pode-se ver o juízo do Senhor sobre o pecado e a manifestação de seu amor e misericórdia sobre os que são perdoados. Deus não comprometeu nem sua justiça que exige a morte pelo pecado, nem sua aliança de amor para com o seu povo, que promete perdão e misericórdia. Desta maneira, o Senhor permanece justo e íntegro na salvação (Rm 1:17-2.5,6; 3.5, 20-26; etc.).

Ao falar sobre os últimos dias e o retorno de Cristo, quando Deus vindicará seu nome diante de todo o mundo, inclusive os ímpios, será sua justiça que uma vez mais será notada e levará seu povo, que está ansioso por essa revelação, a louvá-lo (Ap 15:3-16.7).

O Deus amoroso

É justo que haja uma seção separada sobre este atributo, o mais maravilhoso do Senhor da Bíblia, ainda que tradicionalmente o amor de Deus seja visto como um aspecto de sua “bondade”. Várias vezes as Escrituras dizem que o Senhor “ama” ou mostra “amor” à sua criação, especialmente para o seu povo. É parte da natureza de Deus, pois ele é “bom” e é “amor”. O Senhor faz o que é bom (2Sm 10:12-1 Cr 19.13; Sl 119:68), porém, mais do que isso, ele é bom. Em outras palavras, a bondade é tão parte dele e de seu ser que o salmista disse: “Pois o teu nome é bom” (Sl 52:9-54.6; este vocábulo “nome” refere-se a todo o caráter do próprio Deus). Jesus disse: “Ninguém há bom, senão um, que é Deus” (Lc 18:19). Assim, se alguém deseja saber o que significa bondade e amor, deve olhar para o Senhor. I João 4:8-16 diz: “ Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor... E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor. Quem está em amor está em Deus, e Deus nele”.

Deus é a fonte da bondade. Tiago 1:17 diz: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito é do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação”. O texto não só mostra que o Senhor é a fonte daquilo que é bom, como ensina que Deus é sempre bom. Não existe um lado “sombrio” no Senhor, nenhuma base para a visão oriental de que o bem e o mal existem lado a lado, e juntos formam algo chamado “deus”.

A bondade de Deus, tão freqüentemente chamada de seu “amor”, é vista de muitas maneiras neste mundo. É evidente que no universo é algo generalizado, ou na manutenção da própria vida, da justiça, da ordem na criação, ou mesmo na provisão da luz do Sol e da chuva, do tempo de semear e de colher (Sl 33:5; Mt 5:45; At 17:25). Sua bondade, entretanto, é mais evidente em seu amor e fidelidade para com seu povo, a quem Ele protege, cuida e livra do juízo. Seu amor fiel por seu povo às vezes é chamado de “aliança de amor” ou “amor fiel”, pois Deus prometeu amar seu povo para sempre. Os israelitas repetidamente louvavam ao Senhor por seu amor eterno, extraordinário e não merecido, demonstrado através de toda a história de Israel (1Cr 16:34-2 Cr 5.13 7:3; Ed 3:11; Sl 118:1-29; Jr 33:11). É digno de nota como os vocábulos “bom” e “amor” aparecem juntos de maneira tão frequente, quando aplicados a Deus.

Os que buscam a Deus experimentam sua bondade e amor, pois encontram sua salvação (Lm 3:25). O seu povo o louva acima de tudo pelo amor demonstrado em sua misericórdia e perdão dos pecados. Foi para a bondade do Senhor que o rei Ezequias apelou, quando pediu perdão pelo povo de Israel, que adorava a Deus sem ter passado pelo ritual da purificação. “Ezequias, porém, orou por eles, dizendo: O Senhor, que é bom, perdoe a todo aquele que dispôs o coração para buscar o Senhor...” (2Cr 30:18; Nm 14:19). O próprio Deus, ao falar por meio do profeta Oséias, adverte, a respeito da contínua rebelião do povo: “eu não tornarei mais a compadecer-me da casa de Israel, mas tudo lhe tirarei” (Os 1:6).

A salvação de Deus para seu povo é sua mais profunda e fantástica demonstração de bondade e amor. Jesus foi oferecido pelo Pai como sacrifício pelo pecado de todo o que crê. Talvez o mais famoso versículo da Bíblia, João 3:16, expresse o sentimento desse dom de Deus: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. O dom é ainda mais extraordinário, pois “Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5:8; Tt 3:4-1 Jo 3:16). O povo de Deus sabe que não merece este sacrifício. A natureza do amor divino, dado a pessoas que não são merecedoras, freqüentemente é expressa por meio do vocábulo “graça”.

O amor de Deus também é visto por seu povo na maneira como Ele dá o seu Espírito Santo, de tal forma que todos possam conhecê-lo e responder-lhe em amor (Rm 5:5). Eles também experimentam o amor divino em seu cuidado providencial. Isso pode significar que o amor será em forma de disciplina (Ap 3:19), mas também representa o fato de que “todas as coisas” cooperam para o bem do povo de Deus, dos que são chamados segundo o seu propósito. Nada poderá separá-los do amor de Deus e de Cristo (Rm 8:28-35, 39; veja a seção anterior “O Deus providencial”). Ao meditar sobre sua graça a favor de todos, para os levar à salvação, eles o louvam pela maneira como os escolheu e os predestinou para serem filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito da sua vontade (Ef 1:4-6; 1 Jo 3:1). Essa grande obra de salvação é feita “segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo” (v. 9).

“Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)” (Ef 2:4-5). O problema é como uma mente humana pode assimilar a profundidade desse amor, pois “excede todo o entendimento” (Ef 3:18-19).

O Deus salvador

O amor de Deus é visto proeminentemente em sua salvação por meio de Jesus (“Jesus” significa “o Senhor salva”; veja Jesus). O Senhor é corretamente descrito como “Deus salvador”. A Bíblia ensina que toda a humanidade é pecadora e necessita de redenção, que só é efetivada pela ação salvadora de Deus. O AT refere-se ao Senhor como “Libertador”, “Redentor” e “Salvador”, tanto da nação como dos indivíduos. Ambos necessitam de perdão, se não querem receber juízo. Uma lição necessária à compreensão de todas as pessoas é que somente Deus é Todo-poderoso, soberano e justo; portanto, o único que pode salvar: “E não há outro Deus senão eu, Deus justo e Salvador não há além de mim” (Is 45:21-43.11). Às vezes, o povo de Israel voltava-se para outras nações em busca de proteção e salvação; essa atitude, entretanto, invariavelmente falhava, ao passo que o Senhor ensinava que somente Ele era o Salvador (Dt 32:15-24; 1 Cr 16:34-36; Is 17:10).

A promessa que Deus faz ao seu povo é que “quando clamarem ao Senhor, por causa dos opressores, ele lhes enviará um salvador e um defender, que os livrará” (Is 19:20-43.3; 45.15). Os homens e mulheres fiéis, mencionados no AT, todos conheceram a atividade salvadora e libertadora de Deus, tanto nas batalhas como no perdão dos pecados. O êxodo do Egito tornou-se o grande evento na história de Israel, que ofereceu às gerações futuras um memorial e uma ilustração da salvação e redenção operadas pelo Senhor. Deus redimiu seu povo do Egito porque o amava: “Mas porque o Senhor vos amava, e para guardar o juramento que fizera a vossos pais, o Senhor vos tirou com mão forte, e vos resgatou da casa da servidão, da mão de Faraó, rei do Egito” (Dt 7:8).

Aquele acontecimento histórico proporcionou às gerações futuras uma evidência de que Deus tem o poder para salvar e libertar; essa verdade tornou-se a base em que podiam apelar para o Senhor salvá-los e livrá-los novamente em outras situações adversas (Êx 6:6; Dt 9:26; Sl 106:10). A libertação do Egito, porém, proporcionou também uma advertência, que mostra os acontecimentos no deserto para os que “esqueceram seu Deus”: “Pondo-os ele à morte, então o procuravam; voltavam, e de madrugada buscavam a Deus. Lembravam-se de que Deus era a sua rocha, de que o Deus Altíssimo era o seu Redentor” (Sl 78:34-35; veja também 1 Cr 10:1-12). O próprio Deus mostrou a sua obra salvadora, ao levá-los do Egito para Canaã, e esperava fidelidade e serviço do seu povo redimido (Dt 13:5-15.15; 24.18; Os 13:4).

Assim como precisavam de uma redenção física e libertação, os israelitas necessitavam também de perdão dos pecados; nisto também o Senhor provou ser o Salvador e Redentor do seu povo. Louvavam o seu nome pelo seu perdão e sabiam que podiam submeter-se à justiça de Deus e que Ele os salvaria (Dt 21:8; Sl 31:5-34.22; 44.26; Is 54:5-59.20).

Os profetas olhavam para o futuro, para o dia em que um Salvador e Redentor viria para o povo de Deus: “O Redentor virá a Sião e aos que se desviarem da transgressão em Jacó, diz o Senhor” (Is 59:20). Isaías olhava adiante, para o dia do advento do Messias, quando o povo o louvaria: “Graças te dou, ó Senhor. Ainda que te iraste contra mim, a tua ira se retirou, e tu me consolaste. Certamente Deus é a minha salvação; confiarei e não temerei. O Senhor Deus é a minha força e o meu cântico; ele se tornou a minha salvação. Vós com alegria tirareis águas das fontes da salvação” (Is 12:1-3; veja Jr 23:6; Zc 9:9).

Jesus foi o cumprimento de tais promessas. Ele era o Deus Salvador que veio à Terra para salvar e redimir. Quando seu nascimento foi anunciado, sua atividade salvadora e redentora imediatamente dominou as palavras dos anjos, de Zacarias e de Maria. As profecias concernentes à salvação do povo de Deus, com o advento do rei da linhagem de Davi, são anexadas às promessas do perdão de pecados e salvação do juízo de Deus. Toda a “história da salvação”, como alguns a têm chamado, chega ao seu grande clímax com o advento daquele que seria chamado de “Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1:21; Lc 1:46-47, 68-75; 2.11, 30-32, 38; etc.).

O Deus salvador é revelado plenamente em Jesus. Nele, e em ninguém mais, há salvação (Lc 3:6-19.9,10; At 4:12; Hb 2:10). De fato, os vocábulos “salvar” e “salvação” referem-se a toda a obra salvadora de Cristo, desde sua encarnação, morte e ressurreição, até sua glorificação. Sua obra salvadora é considerada como um acontecimento realizado em três tempos: passado (na cruz, quando os crentes foram “justificados”; Rm 5:1-8.24; Ef 2:8-2 Tm 1.9); presente (com a operação progressiva do Espírito Santo na vida do crente, no processo de santificação, 1 Co 1.18; 2 Co 2,15) e futuro (no dia do julgamento, quando os crentes serão salvos da justa ira de Deus e serão glorificados; Rm 5:9-10).

A meditação sobre quem é o Senhor sempre tem levado à doxologia; assim, Judas 25 expressa o louvor a Deus como Salvador, por meio de Jesus Cristo: “Ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

O Deus Pai

Conforme já vimos, Deus é bom e é amor; portanto, é também “Pai”. Ele é a fonte de todas as coisas e, nesse sentido, é Pai. É o Pai da criação de Israel — o povo da sua aliança e dos cristãos. Acima de tudo, ele é o Pai de seu único Filho Jesus Cristo. Numa época em que muitas vezes se pergunta se o Senhor realmente deveria ser chamado de “Pai”, pois isso pode parecer uma postura “machista”, é importante notar novamente que Deus é Espírito. Portanto, é totalmente errado descrevê-lo como masculino ou feminino. De fato, lemos sobre o Pai como o Deus “que te gerou” (Dt 32:18) — o que dificilmente seria considerada como uma ação masculina! A paternidade humana deriva de Deus e não vice-versa. Chamar Deus de “Pai” sem dúvida é correto do ponto de vista bíblico e, devidamente entendido, tem muito a dizer para corrigir os muitos abusos que são presenciados atualmente, cometidos pelos pais humanos.

Primeiro, Deus é ocasionalmente referido, num sentido genérico, como Pai de todas as pessoas, pois elas são geradas por Ele (Ml 2:10; At 17:28-29; Hb 12:9). Segundo, a paternidade de Deus sobre Israel é mencionada ou subentendida. Como Pai, o Senhor tem o direito de ser obedecido. Deuteronômio 3:2-6 dá alguma indicação desse relacionamento: “Corromperam-se conta ele; já não são seus filhos, e isso é a sua mancha, geração perversa e depravada é. É assim que recompensas ao Senhor, povo louco e ignorante? Não é ele teu Pai, que te adquiriu, que te fez e te estabeleceu?” É o relacionamento pactual com seu povo que está especialmente em destaque aqui. O Senhor toma (cria) Israel, ao fazer dele o seu povo peculiar e ao adotá-lo amorosamente como pai, na esperança de receber de volta amor e obediência (Ml 1:6). Deus adverte Israel de que será rejeitado, se porventura desprezar seu Pai (v. 18). Assim, Israel é o seu “filho primogênito” e, se obedecer, receberá a proteção do Senhor. Por exemplo, Deus exige de Faraó: “Israel é meu filho, meu primogênito. Deixa ir o meu filho” (Êx 4:22-23; Os 11:1).

O fato de Deus apresentar-se como Pai de Israel significa que tem o direito de esperar em resposta uma sincera comunhão com o filho. Lamentavelmente, na maior parte do tempo, encontrou um povo rebelde. Deus diz em Isaías 1:2: “Criei filhos, e os engrandeci, mas eles estão revoltados contra mim”. Tanto este profeta como Jeremias, entretanto, olham para o futuro, para um tempo em que o Senhor será o Pai de um filho que corresponde. Deus então mostrará a Israel seu cuidado e seu amor: “Guiá-los-ei aos ribeiros de águas, por caminho reto em que não tropeçarão, porque sou um pai para Israel, e Efraim é o meu primogênito” (Jr 31:9). Um filho humilde admitirá que o Pai tem direitos: “Mas agora, ó Senhor, tu és o nosso Pai. Nós somos o barro, tu és o nosso oleiro; somos todos obra das tuas mãos. Não te enfureças tanto, ó Senhor, nem perpetuamente te lembres da iniqüidade. Olha, nós te pedimos, todos nós somos o teu povo” (Is 64:8-9; veja também 45.10,11; 63.16). Como Pai e Deus da Aliança, quando seu filho chamar, ele responderá: “Ele me invocará, dizendo: Tu és meu pai, meu Deus, a rocha da minha salvação... O meu amor lhe manterei para sempre, e a minha aliança lhe será firme” (Sl 89:26-28).

Deus também é o Pai do rei de Israel, de uma maneira especial, pois ele representa o povo. A aliança que o Senhor fez com o rei Davi estabeleceu que Deus seria o “Pai” dos descendentes dele: “Eu serei seu Pai e ele será meu filho”. O salmista destaca esse tema. Por exemplo, o Salmo 2:7 diz: “Proclamarei o decreto do Senhor: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei” (veja também Sl 89:26-27). Posteriormente, essas passagens sobre o filho assumiram um significado messiânico, quando as pessoas olhavam para o futuro, para o advento do rei ungido da linhagem de Davi. De fato, mais tarde foram aplicadas a Jesus Cristo (At 13:33; Hb 1:5).

Deus é “Pai” unicamente de Jesus, o qual é descrito como “o Filho unigênito de Deus” (veja Jesus). Esta filiação está relacionada ao seu nascimento virginal (Lc 1:35), mas essa não é a única origem. O Pai anuncia claramente a condição de Jesus, em seu batismo: “Então ouviu-se esta voz dos céus: Tu és o meu Filho amado em quem me comprazo” (Mc 1:11). Isso, porém, serviu apenas para confirmar publicamente o que já era verdade. De fato, o NT indica uma comunhão permanente entre o Deus Pai, como “pai”; e o Deus Filho, como “filho”. Esse relacionamento eterno é indicado em João 1:18: “Ninguém nunca viu a Deus, mas o Deus unigênito, que está ao lado do Pai, é quem o revelou”. Em João 17 Jesus dirige-se a Deus como “Pai” e olha para o futuro, quando receberá novamente “a glória que me deste, porque me amaste antes da criação do mundo” (vv. 24,25; 1 Jo 4:9).

O acesso a Deus como “Pai” só é possível por meio de Cristo: “Ninguém vem ao Pai, senão por mim”, disse Jesus (Jo 14:6). Isso também aponta o caminho para a filiação a Deus para todos os cristãos.

Deus como Pai de todos os cristãos é o complemento de sua paternidade a ser mencionada aqui. O Senhor é o Pai de todo o que tem fé em Cristo. Parte da plenitude da salvação, aplicada aos crentes pelo Espírito Santo, é a condição de “adoção” de filhos (Rm 8:23; Ef 1:5), mediante a qual podem utilizar o nome mais pessoal de “Aba” (Papai), ao dirigir-se a Deus (Rm 8:14-17; Gl 4:6). É importante notar que em ambos os textos a “filiação” também está intimamente ligada à herança. Assim como Jesus, o Filho, é herdeiro da glória de Deus, Paulo diz que os filhos adotados são “co-herdeiros de Cristo, se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados” (Rm 8:17). É possível para todo o que crê em Cristo conhecer o Pai (Gl 3:26), pois Jesus lhes revela (Jo 14:6-9). Cristo mostrou o Pai ao mundo: “Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo. Antes, é o Pai que está em mim quem faz as obras” (v.10).

Novamente, a única resposta apropriada por parte do cristão, diante da ideia de ser feito filho de Deus, é o louvor: “Vede quão grande amor nos concedeu o Pai, que fôssemos chamados filhos de Deus. E somos mesmo seus filhos! O mundo não nos conhece porque não o conheceu. Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque assim como é, o veremos” (1Jo 3:1-2).

Os nomes de Deus

Enquanto nas modernas culturas ocidentais o nome realmente só é usado para distinguir uma pessoa de outra, os registrados na Bíblia são utilizados para representar totalmente a pessoa ou indicar aspectos de seu caráter ou de seu objetivo na vida (veja seção Os nomes e seus significados na 1ntrodução). Em nenhum outro lugar isso pode ser visto mais claramente do que na expressão “nome do Senhor”, que ocorre aproximadamente 100 vezes nas Escrituras. É uma frase que sintetiza o que nunca pode ser totalmente resumido — ou seja, o próprio Deus.
O Nome. Quando Gênesis 4:26 diz: “Foi nesse tempo que os homens começaram a invocar o nome do Senhor”, não quer dizer simplesmente que as pessoas aprenderam a usar o nome “Senhor”. O texto indica que elas começaram a adorar ao Senhor por tudo o que Ele é. Quando a Lei diz: “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão, pois o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão” (Êx 20:7), claramente tem em mente mais do que as ocasionais expressões irreverentes (embora, é claro, sua proibição esteja incluída no mandamento). A lei afirma que o próprio Senhor não deve ser considerado com desdém. Não pode ser tratado da mesma maneira que os ídolos pagãos, mencionados no mandamento anterior. Jamais deve ser invocado como um poder mágico ou ser referido numa adoração que não é centralizada exclusivamente nele.

Assim, uma referência ao “Nome” do Senhor leva consigo uma indicação da própria natureza de Deus. Em Êxodo 23:20, o “Nome” de Deus está presente no anjo enviado para liderar o povo de Israel. Também é correto concluir que tal ser trata-se de uma “teofania”, por meio da qual o Senhor de alguma maneira era experimentado ou visto na presença do anjo (veja Teofanias).

Quando a Bíblia fala em “invocar” o nome de Deus, geralmente é num contexto de exortação para se adorar ao Senhor totalmente, em toda a vida e vê-lo como o Deus soberano e transcendente que é: pessoal, amoroso e fiel, que está presente em todas as áreas de seu domínio (2Rs 5:11; Sl 17:7; Jl 2:32; Sf 3:9).

Fazer alguma coisa no “nome do Senhor” é realizar algo no lugar do próprio Deus ou fazer com todo o endosso de sua presença e em obediência à sua ordem. Dessa maneira, os sacerdotes e levitas ministravam “no nome do Senhor” e os profetas falavam “no nome do Senhor”; não que eles alegassem ser Deus, mas isso significava que falavam e operavam com sua total autoridade e poder por trás deles. Até o mesmo o rei Davi lutou “em nome do Senhor” (Dt 18:17-22; 21.5; 1 Sm 17.45; 1 Rs 18.24; etc.). Quando os israelitas desejavam afirmar a presença de Deus com a Arca da Aliança, faziam isso mediante a invocação do “Nome do Senhor dos Exércitos” (2Sm 6:2). Salomão falava em construir um Templo “ao nome do Senhor” (1Rs 8:20). Dessa maneira, o nome é um meio de descrever a plenitude, a transcendência e a presença do próprio Deus.

É interessante notar que no NT o “nome” pertence a Jesus, para lembrar os textos do AT que se referiam a tudo o que Deus é. Se o nome é de Deus e Jesus é chamado pelo “nome”, então tudo o que pertence a Deus está em Jesus e tudo o que Deus é, Cristo também é (compare Joel 2:32 com Atos 2:21; Romanos 10:13). Assim como a autoridade e o poder de Deus são vistos em seu “nome”, o mesmo acontece com Jesus. É “no nome de Jesus” que as pessoas são desafiadas ao arrependimento, batismo e a receber perdão. A fé precisa ser “no nome de Jesus” (At 2:38-3.16; 9.21). É “no nome de Jesus” que os apóstolos curavam e a Igreja orava (At 3:6; Tg 5:14).

Em adição a essa maneira abrangente de referir-se à plenitude de Deus, vários nomes específicos são atribuídos ao Senhor na Bíblia e nos ajudam a entendê-lo melhor. Diferentemente de todos os “nomes”, eles enfatizam aspectos da natureza e do caráter de Deus, a fim de afirmar e enriquecer o que já foi mencionado anteriormente.
El, Elohim. Um nome comum usado para o Senhor e geralmente traduzido como “Deus” (Elohim é a forma plural). A raiz deste vocábulo provavelmente significa “poder”. Este termo era utilizado em outras culturas e religiões para descrever uma grande divindade. Na Bíblia, porém, o nome é aplicado ao único Deus — “El Elohe Israel”, [Deus, o Deus de Israel] (Gn 33:20). Nas Escrituras, Ele é o “Deus do céu e da terra” (Gn 24:3); “o Deus de Abraão, Isaque e Jacó”; o “Deus dos hebreus” (Êx 3:18); o “Deus dos deuses”; “Deus da verdade” (Sl 31:5) e, é claro, “Deus da glória” (Sl 29:3).

A forma plural às vezes refere-se a outros deuses, mas também é usada na Bíblia para o único Deus, embora o termo esteja no plural. A forma plural indica a plenitude do Senhor. Ele é totalmente distinto das pessoas criadas, em seu ser (Nm 23:19).

O vocábulo “El” também aparece em formas como “El Shaddai” (Deus Todo-poderoso”; Gn 17:1; Êx 6:3. Para mais detalhes, veja a seção “O Deus de Abraão”, no artigo sobre Abraão); “El Elyom” (Deus Altíssimo; Dt 32:8; Dn 7:18-22; etc.); “El Betel” (Deus de Betel; Gn 35:7); e “El Olam” (Deus Eterno; Gn 21:33; veja também Sl 90:2).
Yahweh (o Senhor). O vocábulo Yahweh, que geralmente é traduzido como “Senhor”, em nossas versões da Bíblia em Português, tem sido corretamente chamado de “o nome da aliança de Deus”. Foi por este título que o Deus de Abraão, Isaque e Jacó escolheu revelar-se a Moisés (Êx 6:3). Sem dúvida, os seguidores fiéis do Senhor já o conheciam por este nome antes da revelação da sarça ardente, mas com Moisés há mais revelações da fidelidade de Yahweh à aliança e de sua comunhão íntima com seu povo. O nome em si é derivado do verbo hebraico “ser”. Moisés imaginou pessoas que lhe perguntariam pelo nome do Deus que lhe apareceu, quando voltasse para seu povo. O Senhor lhe respondeu: “EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós” (Êx 3:14; veja
v. 15). Yahweh, portanto, significa algo como “Ele é” ou talvez “Ele traz à existência”.

Como o nome revelado de Deus, o título “Yahweh” trazia uma declaração da existência contínua do Senhor e sua presença permanente com seu povo. Foi Ele quem se apresentou a Moisés e ao povo de Israel através das gerações como o Deus da aliança, o que sempre seria fiel às suas promessas em favor de seu povo. Foi sob este nome que o povo da aliança adorou a Deus. No NT, os cristãos entenderam que o Senhor da aliança era Jesus Cristo e, assim, ideias e atributos do AT que pertenciam a Yahweh foram trazidos e aplicados a Jesus. Para uma discussão mais detalhada do grande significado deste nome, veja Senhor.
Adonai (Senhor). Com o significado de “Senhor” ou “Mestre”, este termo é aplicado a seres humanos em posição de autoridade. Quando relacionado a Deus, entretanto, geralmente é usado junto com o nome Yahweh. Isso apresenta algumas dificuldades na tradução. Não é fácil ler a frase “O senhor senhor”! Assim, geralmente traduz-se como “Senhor Deus” (2Sm 7:28; Is 28:16-56.8; etc.).
Rocha. A fidelidade, a confiabilidade e a graça salvadora do Deus da aliança são ocasionalmente descritas por meio do epíteto “Rocha” (Dt 32:4-15, 18; 2 Sm 22.3, 47; Sl 62:7; Hc 1:12; etc.).
Outros nomes. Embora algumas vezes sejam tomados como nomes, muitos outros termos aplicados a Deus são adjetivos. São usados para descrever o Senhor, atribuir louvor ao seu nome e diferenciá-lo dos deuses pagãos. Juízes 6:24 diz que “o Senhor é paz”. Outros textos falam sobre Deus como “o Santo” ou “o Santo de Israel”, a fim de estabelecer um elo no AT entre a sua santidade e a necessidade de que o seu povo seja santo (6:10; Pv 9:10; Is 12:6). Deus também é conhecido como o “Rei” (veja Rei), o “Senhor Todo-poderoso”, “o Senhor é minha Bandeira”, entre outros.
Jeová. Este termo é pouco citado nas modernas versões da Bíblia. Deve, contudo, ser mencionado aqui como um nome que ainda sobrevive em algumas traduções. É suficiente dizer que, em hebraico, o termo YHWH aparece e, na maioria das vezes, é traduzido como SENHOR, em nossas versões, ou colocam-se vogais e assim lê-se Yahweh (o que alguns colaboradores deste volume têm feito). Jeová deriva de uma leitura equivocada de Yahweh. O pano de fundo do problema com o nome “Jeová” é explicado no verbete Senhor.


A Trindade

O cristianismo tradicionalmente argumenta que muitas evidências bíblicas revelam Deus em três pessoas distintas. Para alguns, tal definição do Senhor tem causado sérios problemas. A história da Igreja é permeada pelo surgimento de seitas que não reconheciam Jesus Cristo como Deus ou que se recusavam a aceitar a visão trinitária do Senhor; outras não viam um dos componentes da Trindade como totalmente Deus, ou negavam que houvesse distinções entre as três pessoas. Outros grupos estão totalmente fora do ensino bíblico e entram efetivamente no mundo do triteísmo, uma noção negada explicitamente na Bíblia, como, por exemplo, na oração da “Shema” (Dt 6:4). Embora o termo “trindade” não seja mencionado nas Escrituras, os cristãos sempre creram que somente ele pode fazer justiça à revelação bíblica da “plenitude” de Deus. Começando com o AT, os cristãos apontam indicações que pressagiam um ensino mais detalhado no NT. Muitas passagens conduzem para a pluralidade relacionada com o que é o “único Deus”. Muitos textos sugerem uma identificação do Messias que virá com o próprio Deus. Ele será chamado de Deus Poderoso, governará em completa soberania e será eterno — atributos divinos (Is 9:6-7; Sl 2; etc.). Mas indicações também estão presentes na compreensão da própria criação, no AT. Embora algumas pessoas neguem seu significado, é interessante notar que o Senhor refere-se a si mesmo com o termo plural “elohim” em certas passagens. Em Gênesis 1, é Deus quem cria, por meio de sua Palavra e pelo seu Espírito (Gn 1:1-3). Às vezes essa referência no plural parece ainda mais notável, feita de forma explícita com o uso de verbos e pronomes nas pessoas do plural; por exemplo, “Então disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem...” (Gn 1:26-3.22; 11.7; Is 6:8). Existe também uma personalização da “Palavra de Deus” que criou os céus (Sl 33:6). Algo semelhante ocorre em Provérbios 8, onde a sabedoria do Senhor é personalizada como o próprio Deus que opera no mundo, concede vida e envolve-se com a própria criação (principalmente Pv 8:12-21).

Alguns sugerem que “o anjo do Senhor” também deve ser identificado com Deus e ainda assim é distinto dele (Êx 3:2-6; veja também Anjo do Senhor). Em Isaías 63:1014, o Espírito Santo é identificado como Agente de Deus. Esse tipo de evidência espera por sua interpretação mais completa no NT (veja também Teofanias).

No NT, aspectos da doutrina da Trindade surgem primeiro quando os discípulos e seguidores de Jesus reconhecem as obras e as palavras de Deus nas atitudes de Jesus. Realmente, o problema dos líderes religiosos daquela época foi justamente que algumas das coisas que Cristo fazia e dizia só seriam feitas e ditas por Deus; portanto, eles alegavam que Jesus blasfemava, ao tentar passar por Deus. Por exemplo, Cristo perdoou os pecados do paralítico, algo que os escribas acreditavam que somente Deus era capaz de fazer; portanto, era uma blasfêmia. Jesus então demonstrou sua autoridade divina, ao curar o homem completamente (Mt 9:2-6). João 8 é especialmente esclarecedor sobre essa questão e traz uma série de declarações feitas por Jesus. Sua alegação de pertencer a Deus e ser enviado por Ele (vv. 14, 23), de partir para um lugar desconhecido dos líderes religiosos (v. 14), intimamente combinada com o uso da expressão “Eu Sou” e sua declaração de ter existido antes de Abraão (vv. 24, 28, 58, etc.), tudo isso ocasionou uma acusação de blasfêmia e a tentativa de apedrejamento — a punição para aquela transgressão (v. 59). Jesus aceitou a confissão de Pedro de que Ele era o Cristo (Mc 8:29-30) e alegou ter “todo” poder e autoridade antes de fazer uma das principais declarações trinitárias da Bíblia: “Ide... batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28:18).

Em todo o NT, ambos, o Espírito Santo e Jesus, são apresentados como seres divinos. João 1:1-14 fala de Cristo como preexistente. Romanos 9:5 geralmente é destacado por alguns teólogos, mas provavelmente a leitura deveria ser essa: “Cristo, que é Deus sobre todos, seja louvado...” (veja também Cl 2:9; Hb 1:9-10; etc.). O Espírito Santo também é visto como Deus (veja At 5:3-4; Jo 15:26; Mc 3:29-2 Co 3.17; etc.).

São também interessantes as passagens do NT onde os escritores apostólicos aplicam a Jesus o nome de Yahweh do AT (Senhor). Veja, por exemplo, Romanos 1:0-13, onde a confissão da fé em Cristo é provada como confissão de fé em Deus, por uma referência que aponta para o AT e menciona Yahweh. Vários textos merecem um exame cuidadoso, pois trazem o entendimento do AT sobre Yahweh ou aplicam declarações concernentes a Yahweh, no AT, e a Jesus, no NT. Por exemplo, veja João 1:2-41 (cf. Is 6:10); Atos 2:34-36; I Coríntios 1:30-31; 12.3; Filipenses 2:9-11 (cf. Is 45:23), etc.

Em muitas passagens bíblicas, a ideia do Deus trino é no mínimo implícita nos textos do NT, se não explícita. O batismo de Jesus envolveu o Filho, o Pai e o Espírito Santo (Mt 3:13-17). O mencionado em Mateus 28:19 é em nome das três pessoas da Trindade. Jesus referiu-se ao Espírito Santo como “outro Consolador”. Assim como o Pai enviou Cristo, Ele mandaria o Espírito Santo (Jo 14:15-23). Veja também a obra do Pai, do Filho e do Espírito Santo na vida do crente (Ef 3:14-19).

As Escrituras revelam uma figura de Deus em três pessoas e a isso nós chamamos de “Trindade”. O Pai não é maior do que o Filho e ambos são distintos do Espírito Santo, embora exista um ensino claro tanto no AT como no NT de que Deus é único. Existem três pessoas, mas apenas um Senhor. Tal ensino, quando apresentado em conjunto, implica um modo de existência longe do que nossa mente humana possa entender. É por esta razão que todas as analogias humanas invariavelmente fracassam quando se trata de explicar o que significa a Trindade.

Os cristãos estão convencidos de que negar essa doutrina é renunciar à clara evidência bíblica sobre o próprio Deus. Um escritor resumiu o ensino bíblico dessa maneira: “A doutrina da Trindade não explica plenamente o misterioso caráter de Deus. Pelo contrário, estabelece as fronteiras, fora das quais não devemos andar... Isso exige que sejamos fiéis à revelação bíblica que em um sentido Deus é um e num sentido diferente ele é três” (R. C. Sproul).

Conclusão

O Deus da Bíblia é revelado como Eterno, Majestoso, Transcendente, Onipotente e Onisciente. Também é descrito como o Criador de todo o Universo e das pessoas e, neste contexto, revela a si mesmo em sua Palavra como um Deus pessoal, amoroso e soberano, um Deus justo, verdadeiro e íntegro. Deus é revelado como o Pai, o Filho e o Espírito Santo. É o Deus presente com seu povo (Emanuel, Deus conosco) e atuante em toda a criação, embora de modo algum seja absorvido por ela, como certas religiões orientais ensinam. Embora seja um Deus santo, separado e distinto da criação e das criaturas, não permite que o mundo se perca totalmente em seu pecado, sem nenhuma esperança de redenção; pelo contrário, revela a si mesmo como um Deus de amor que salva e redime todo aquele que o busca. Sua graça salvadora é vista claramente em sua vinda aqui na Terra: Jesus, o Filho de Deus, veio para ser o Salvador e Redentor da humanidade. Esta dádiva é experimentada por meio de sua Palavra (a Bíblia) e da presença do Espírito Santo no coração e na vida daqueles que crêem nele. Quanto mais a Bíblia é lida, fica mais claro que todo o seu povo é exortado repetidamente a cantar louvores ao Deus Todo-poderoso que, embora seja transcendente, está presente, a fim de sustentar, cuidar e salvar. “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos jubilosos e imaculados diante da sua glória, ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

P.D.G.


Deus [hebr. El, Elah, Eloah, Elohim; gr. theós]

O nome mais geral da Divindade (Gn 1:1; Jo 1:1). Deus é o Ser Supremo, único, infinito, criador e sustentador do universo. É espírito pessoal e subsiste em três pessoas ou distinções: Pai, Filho e Espírito Santo (v. TRINDADE). É santo, justo, amoroso e perdoador dos que se arrependem. O ateu diz que Deus não existe; o agnóstico diz que não podemos saber se Deus existe ou não; o crente sabe que Deus existe e afirma: “... nele vivemos, nos movemos e existimos” (At 17:28).

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NOMES DE DEUS

Nas Escrituras Sagradas Deus é chamado por vários nomes e cognomes (títulos), que seguem alistados na ordem decrescente do número de ocorrências:


1) SENHOR (hebr. JAVÉ, ???? - Gn 2:4);


2) DEUS (Gn 1:1);


3) SENHOR DOS EXÉRCITOS (Jr 33:11);


4) Pai (Is 63:16; Mt 6:8-9);


5) SENHOR (propriamente dito - Sl 114:7);


6) SANTO de ISRAEL (Is 1:4);


7) ALTÍSSIMO (Gn 14:18);


8) Todo-poderoso (Gn 49:25; 2Co 6:18);


9) Deus Vivo (Os 1:10; 1Ts 1:9);


10) Rei (Sl 24; 1Tm 6:15);


11) Rocha (Dt 32:18; Is 30:29);


12) REDENTOR (19:25);


13) SALVADOR (Sl 106:21; Lc 1:47);


14) Juiz (Gn 18:25; 2Tm 4:8);


15) O Poderoso (Gn 49:24, RA; RC, Valente);


16) O PRIMEIRO E O ÚLTIMO (Ap 22:13);


17) ETERNO DEUS (Is 40:28);


18) Pastor (Gn 49:24);


19) ANCIÃO DE DIAS (Dn 7:9);


20) O Deus de BETEL (Gn 31:13);


21) O Deus Que Vê (Gn 16:13).


Deus O judaísmo apresentava uma visão estritamente monoteísta da divindade. As afirmações a respeito que aparecem no Antigo Testamento não podem ser mais explícitas. Antes e depois dele não houve nem haverá outros deuses (Is 43:10-11). Tudo criou sem ajuda nem presença de ninguém (Is 44:24; 45,12). É o primeiro e o último (Is 44:6), clemente e misericordioso (Sl 111:4), o que cuida dos oprimidos (Sl 113:7), o que cura todas as dores e perdoa todas as iniqüidades (Sl 103:3).

Foi ele quem entregou a Torá a Moisés no Sinai (Êx 19:20) e que estabeleceu uma Aliança Eterna com Israel como povo seu. Ele que falou através dos profetas, ele que não pode ser representado por nenhum tipo de imagem, desenho ou pintura (Ex 20:4ss.) etc.

Deste Deus se esperava que enviaria seu messias e que no final dos tempos ressuscitaria os justos e injustos, proporcionando recompensa eterna aos primeiros e castigo vergonhoso e consciente aos segundos (Dn 12:2).

Nos evangelhos encontramos uma aceitação de todas essas afirmações. Deus é único (Mc 12:29ss.), é o Deus dos patriarcas (Mt 22:32), é o único que pode receber culto e serviço (Mt 6:24; Lc 4:8). Para ele tudo é possível (Mt 19:26; Lc 1:37). Ainda que faça brilhar o sol sobre justos e injustos (Mt 5:45), só é Pai daqueles que recebem Jesus (Jo 1:12). Essa relação de paternidade entre Deus e os seguidores de Jesus explica por que ele é tratado como Pai (Mt 11:25ss.; Mc 14:36; Lc 23:34.46; Jo 11:41; 17, 1.5.11). A ele se deve dirigir no oculto do coração e sem usar contínuas repetições como os pagãos (Mt 6:4.
18) e nele se deve confiar sem sombra de dúvida (Mt 6:26-32; 10,29-31; Lc 15). E podemos então chegar a conhecê-lo porque se nos revelou em Jesus (Jo 1:18).

Esse monoteísmo com o qual Deus é contemplado no Novo Testamento encontra-se, não obstante, selecionado através da fé na Trindade, que afirma uma pluralidade de pessoas no âmago da única divindade. Existem precedentes da crença na divindade do messias no judaísmo, assim como da atuação de Deus em várias pessoas. De fato, o judeu-cristianismo posterior — tal como registra o Talmude — apenas se referiu a elas para defender sua essência judaica. Assim, no Antigo Testamento, atribui-se ao Messias o título divino de El-Guibor (Is 9:5-6); Deus se expressa em termos plurais (Gn 1:26-27; Is 6:8); o malak YHVH ou o anjo de YHVH não é senão o próprio YHVH (Jz 13:20-22) etc, expressões que foram interpretadas como sinais da revelação da Trindade.

Nos evangelhos encontramos de fato afirmações nesse sentido que não podem ser consideradas equívocas. Por exemplo: Jesus é denominado Deus (Jo 1:1; 20-28 etc.); afirma-se que o Filho de Deus é igual a Deus (Jo 5:18); ressalta-se que era adorado pelos primeiros cristãos (Mt 28:19-20 etc.), recebe a designação de “Verbo”, termo procedente dos targuns aramaicos para referir-se ao próprio YHVH (Jo 1:1) etc.

Tem-se discutido se todos esses enfoques procedem realmente do próprio Jesus ou se, ao contrário, devem ser atribuídos à comunidade primitiva. Também se questiona o seu caráter judaico.

Atualmente, sabemos que esses pontos de vista não se originaram do helenismo, mas do judaísmo contemporâneo de Jesus (m. Hengel, A. Segal, C. Vidal Manzanares etc.). A característica que difere o cristianismo das outras doutrinas é afirmar essa hipóstase do Deus único, encarnado em Jesus. A este também retrocede todas as interpretações sobre sua pessoa. Para essa interpretação, defendem-se passagens de indiscutível autenticidade histórica, como a de Lc 10:21-22, assim como as de auto-identificação que Jesus atribui a si, como a Jokmah hipostática dos Provérbios (Lc 7:35; 11,49-51) e como o “Kyrios” (Senhor) do Antigo Testamento (Lc 12:35-38; 12,43ss.). Essas passagens de fato fazem parte da fonte Q, o que indica sua antigüidade.

m. Hengel, El Hijo de Dios, Salamanca 1978; A. Segal, Paul, The Convert, New Haven e Londres 1990; m. Gilbert - J. N. Aletti, La Sabiduría y Jesucristo, Estella; C. Vidal Manzanares, El primer Evangelio...; Idem, El judeo-cristianismo palestino...


Então

advérbio Agora ou naquela circunstância: acabei então de perceber que havia sido enganada!
Em determinada situação; nessa circunstância: o chefe está bem-humorado, então não há discussão.
Numa situação futura; num momento afastado do presente: você precisa se casar, então irá entender do que estou falando.
interjeição Que demonstra espanto; em que há admiração: então, você se casou?
Que se utiliza para animar (alguém): então, força!
substantivo masculino Período de tempo que passou: numa lembrança de então, recordou-se da juventude.
Etimologia (origem da palavra então). Do latim in + tunc/ naquele momento.

Faraó

Faraó [A Grande Casa] - Título que no Egito queria dizer “rei”. Oito faraós são mencionados nas seguintes passagens bíblicas:

1) (Gn 12:10-20:)

2) (Gen 39—50:
3) (Exo 1—15:
4) (1Cr 4:17) (RA), 18 (RC).

5) (1Rs 3:1); 9.16; 11.1,6) (2Rs 18:21:
7) (2Rs 23:29-35:)

8) (Jr 44:30);

casa grande

Título comumente utilizado na Bíblia para os reis do Egito, que significa “casa grande”. Existem evidências concretas de fontes egípcias de que a palavra “faraó” podia ser usada simplesmente como um título, como é encontrada freqüentemente na Bíblia. Vários faraós são mencionados nas Escrituras e muito raramente são identificados (Neco é identificado em II Reis 23:29-33 como o rei do Egito que matou o rei Josias). O primeiro faraó citado foi o encontrado por Abraão quando foi ao Egito e temeu pela própria segurança, por causa da esposa Sara (Gn 12:15-17; etc.). Outro muito proeminente foi o que reinou na época do nascimento de Moisés e tornou a vida dos israelitas insuportável. Nem sempre é possível identificar com certeza um faraó em particular, por meio da lista dos reis do Egito, principalmente porque não existem detalhes suficientes nas Escrituras ou porque os eventos registrados na Bíblia foram tão insignificantes para os egípcios que não foram registrados em seus anais.

P.D.G.


Farão

substantivo deverbal Ação de fazer; ato de realizar ou de possuir a vontade de desenvolver alguma coisa: eles farão a festa esta semana; os times farão amanhã o maior jogo do campeonato; alguns políticos farão promessas vãs.
Ação de alterar ou modificar a aparência de: eles farão mudanças na igreja.
Ato de desenvolver ou de realizar algum tipo de trabalho: eles farão o projeto.
Ação de alcançar certa idade: eles farão 30 anos amanhã!
Etimologia (origem da palavra farão). Forma regressiva de fazer.

Pisar

verbo transitivo direto e bitransitivo Colocar os pés sobre algo ou alguém; andar, caminhar: pisar o chão; pisava o lixo nas ruas.
verbo transitivo direto Caminhar em cima de algo: pisar a grama.
Esmagar uma coisa pouco resistente; calcar: pisar a uva para o vinho.
Moer com pilão; esmagar: pisar amendoim para o doce.
Magoar com pancada; contundir: pisar um cão abandonado.
Figurado Ter um comportamento ofensivo; causar humilhação; ofender, melindrar: chefe que não pisava os funcionários.
Tentar dominar usando força física ou moralmente; vencer, subjugar: pisou os inimigos e venceu a guerra.
Repetir insistentemente um assunto; repisar: pisava e pisava a mesma opinião.
Passar por cima atropelando: o carro desgovernado pisou os pedestres.
Escavar a terra; destorroar: pisar um terreno para construção.
Deixar uma marca com o pé em um animal: a égua pisou o cavaleiro no peito.
verbo intransitivo Guiar um veículo velozmente: entrou no carro e pisou!
Deixar um lugar em fuga; fugir: o bandido saltou pela janela e pisou.
verbo transitivo direto e transitivo indireto Passar para o interior de um espaço; penetrar: pisar um território para exploração.
expressão Pisar aos pés. Tratar com desprezo, desdém; desprezar, humilhar.
Pisar o palco. Representar um teatro.
Pisar em ovos. Andar de mansinho, agir com cautela.
Pisar nos calos ou na trouxa. Atingir o ponto sensível de alguém; ofender.
Etimologia (origem da palavra pisar). Do latim pinsare.

Poder

verbo transitivo direto e intransitivo Possuir a capacidade ou a oportunidade de: podemos fazer o trabalho; mais pode o tempo que a pressa.
verbo transitivo direto , transitivo indireto e intransitivo Ter habilidade (física, moral ou intelectual) de; exercer influência sobre: ele pode nadar muitos quilômetros; o diretor pensa que pode.
verbo transitivo direto Ser autorizado para; ter permissão para: os adolescentes não podem beber.
Possuir o necessário para: eles podiam trabalhar.
Estar sujeito a: naquele temporal, o atleta pode se machucar.
Ter possibilidade
(s): para alcançar (alguma coisa); conseguir: com a queda do adversário, o oponente pôde ganhar.

Demonstrar calma e paciência para: ele está sempre agitado, não se pode acalmar nunca?
Possuir excesso de vigor para: eles puderam vencer os obstáculos.
Estar autorizado moralmente para; ter um pretexto ou justificação para: tendo em conta seu excesso de conhecimento, podia conseguir o emprego.
Possuir características necessárias para aguentar (alguma coisa): nunca pôde ver acidentes.
Possuir a chance ou a vontade de: não puderam entrevistar o presidente.
Demonstrar controle acerca de: o professor não pode com os alunos desobedientes.
substantivo masculino Autorização ou capacidade de resolver; autoridade.
Ação de governar um país, uma nação, uma sociedade etc.: poder déspota.
Esse tipo de poder caracterizado por seus efeitos: poder presidencial.
Capacidade de realizar certas coisas; faculdade: nunca teve o poder de fazer amigos.
Superioridade absoluta utilizada com o propósito de chefiar, governar ou administrar, através do uso de influência ou de obediência.
Ação de possuir (alguma coisa); posse.
Atributo ou habilidade de que alguma coisa consiga realizar certo resultado; eficácia: o poder nutritivo do espinafre é excelente.
Característica ou particularidade da pessoa que se demonstra capaz de; perícia: o palestrante tinha o poder de encantar o público.
Excesso de alguma coisa; abundância: um poder de tiros que se alastrou pelo bairro.
Força, energia, vitalidade e potência.
Etimologia (origem da palavra poder). Do latim possum.potes.potùi.posse/potēre.

verbo transitivo direto e intransitivo Possuir a capacidade ou a oportunidade de: podemos fazer o trabalho; mais pode o tempo que a pressa.
verbo transitivo direto , transitivo indireto e intransitivo Ter habilidade (física, moral ou intelectual) de; exercer influência sobre: ele pode nadar muitos quilômetros; o diretor pensa que pode.
verbo transitivo direto Ser autorizado para; ter permissão para: os adolescentes não podem beber.
Possuir o necessário para: eles podiam trabalhar.
Estar sujeito a: naquele temporal, o atleta pode se machucar.
Ter possibilidade
(s): para alcançar (alguma coisa); conseguir: com a queda do adversário, o oponente pôde ganhar.

Demonstrar calma e paciência para: ele está sempre agitado, não se pode acalmar nunca?
Possuir excesso de vigor para: eles puderam vencer os obstáculos.
Estar autorizado moralmente para; ter um pretexto ou justificação para: tendo em conta seu excesso de conhecimento, podia conseguir o emprego.
Possuir características necessárias para aguentar (alguma coisa): nunca pôde ver acidentes.
Possuir a chance ou a vontade de: não puderam entrevistar o presidente.
Demonstrar controle acerca de: o professor não pode com os alunos desobedientes.
substantivo masculino Autorização ou capacidade de resolver; autoridade.
Ação de governar um país, uma nação, uma sociedade etc.: poder déspota.
Esse tipo de poder caracterizado por seus efeitos: poder presidencial.
Capacidade de realizar certas coisas; faculdade: nunca teve o poder de fazer amigos.
Superioridade absoluta utilizada com o propósito de chefiar, governar ou administrar, através do uso de influência ou de obediência.
Ação de possuir (alguma coisa); posse.
Atributo ou habilidade de que alguma coisa consiga realizar certo resultado; eficácia: o poder nutritivo do espinafre é excelente.
Característica ou particularidade da pessoa que se demonstra capaz de; perícia: o palestrante tinha o poder de encantar o público.
Excesso de alguma coisa; abundância: um poder de tiros que se alastrou pelo bairro.
Força, energia, vitalidade e potência.
Etimologia (origem da palavra poder). Do latim possum.potes.potùi.posse/potēre.

O poder, na vida, constitui o progresso. O poder é um atributo da sabedoria; a sabedoria a resultante da experiência; a experiência o impulsor de aperfeiçoamento; o aperfeiçoamento o dinamismo do progresso.
Referencia: LACERDA, Fernando de• Do país da luz• Por diversos Espíritos• Rio de Janeiro: FEB, 2003• 4 v•: v• 1, 8a ed•; v• 2, 7a ed•; v• 3, 6a ed•; v• 4, 5a ed• - v• 3, cap• 15


Poder
1) Força física (Dn 8:6), RA).

2) Domínio (Jz 13:5), RA).

3) Autoridade para agir (Sl 62:11); (Rm 9:22).

4) Força espiritual (Mq 3:8), RA; (At 1:8).

5) Espírito, seja bom ou mau (Ef 1:21); (1Pe 3:22), RA).

6) Espírito mau (1Co 15:24), RA). V. POTESTADE e PRINCIPADO.

Poder Nos evangelhos, encontra-se a afirmativa de que este mundo é campo de batalha entre dois poderes, não humanos, mas espirituais: o de Deus e o de Satanás e seus demônios. Ante essa realidade espiritual, as demais análises são superficiais e fora de foco. Jesus manifesta o poder de Deus nos milagres (Mt 12:22-30; Lc 19:37). É um poder que reside nele e dele sai (Mc 5:30; Lc 4:14), que vence o mal (Mc 3:26ss.; Lc 10:19) e que ele confia a seus discípulos (Mc 16:17).

Quanto ao poder político, os evangelhos consideram-no controlado pelo diabo — que o ofereceu a Jesus (Lc 4:5-8) — e afirmam que esse poder é incompatível com a missão de Jesus. Este o repudiou (Jo 6:15) e claramente declarou que seu Reino não era deste mundo (Jo 18:36-37). Os discípulos não devem copiar os padrões de conduta habituais na atividade política e sim tomar como exemplo a conduta de Jesus como Servo de YHVH (Lc 22:24-30).


Vento

substantivo masculino Ar em movimento, que se desloca de uma zona de altas pressões para uma zona de baixas pressões.
Ar mecanicamente agitado: fazer vento com o leque.
Atmosfera, ar.
Figurado Influência malévola, ou benévola; fado, sorte: o vento da fortuna.
Ir de vento em popa, navegar com vento favorável, e, figuradamente, ser favorecido pelas circunstâncias; prosperar.

os hebreus reconheciam os quatroprincipais ventos: Norte, Sul, oriente e ocidente, como vindos eles dos quatro pontos cardeais. o vento Norte limpa o ar – o Sul aquece e amadurece as colheitas – e, sendo tempestuosos os ventos oriental e ocidental, o do oriente vindo do deserto, é muito seco e faz engelhar as ervas, e o do ocidente traz fortes chuvas. o vento Norte era fresco e úmido, e às suas qualidades benéficas se refere Salomão (Ct 4:16). No livro de Jó (1.19), se descreve a violência do vento oriental (*veja também is 21:1Jr 4:11Zc 9:14.) o mar de Tiberíades está sujeito a repentinas tempestades, que têm por causa ser ele rodeado de altos terrenos. (*veja Galiléia (Mar da), Palestina (clima).

Strongs

Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
(o rei da Caldeia)
Habacuque 1: 11 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

Então ele (o rei da Caldeia) ① muda a sua mente, e seguirá, e se fará culpado, atribuindo este seu poder ao seu deus.
Habacuque 1: 11 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

625 a.C.
H2098
zûw
זוּ
este, esta, esse, essa, tal pron rel
(whom)
Pronome
H227
ʼâz
אָז
então
(Then)
Advérbio
H2498
châlaph
חָלַף
passar adiante ou morrer, atravessar, passar por, crescer, mudar, continuar a partir de
(and changed)
Verbo
H3581
kôach
כֹּחַ
força, poder, vigor
(its strength)
Substantivo
H430
ʼĕlôhîym
אֱלֹהִים
Deus
(God)
Substantivo
H5674
ʻâbar
עָבַר
ultrapassar, passar por, atravessar, alienar, trazer, carregar, desfazer, tomar, levar embora,
(and to pass)
Verbo
H7307
rûwach
רוּחַ
vento, hálito, mente, espírito
(And the Spirit)
Substantivo
H816
ʼâsham
אָשַׁם
ofender, ser culpado, pecar
(and are guilty it)
Verbo


זוּ


(H2098)
zûw (zoo)

02098 זו zuw

para 2088; DITAT - 528 pron demons

  1. este, esta, esse, essa, tal pron rel
  2. (doá) qual, (de) quem

אָז


(H227)
ʼâz (awz)

0227 אז ’az um adv demonstrativo; DITAT - 54; adv

  1. então, naquele tempo
    1. expressões temporais
      1. então (passado)
      2. então, se...então (futuro)
      3. anteriormente
    2. expressões lógicas
      1. nesse caso
      2. assim que (sendo assim)

חָלַף


(H2498)
châlaph (khaw-laf')

02498 חלף chalaph

uma raiz primitiva; DITAT - 666; v

  1. passar adiante ou morrer, atravessar, passar por, crescer, mudar, continuar a partir de
    1. (Qal)
      1. passar adiante rapidamente
      2. morrer (desvaneecer)
      3. vir de modo novo, brotar novamente (referindo-se a grama)
      4. atravessar
      5. ultrapassar, transgredir
    2. (Piel) fazer passar, mudar
    3. (Hifil)
      1. trocar, substituir, alterar, mudar para melhor, renovar
      2. mostrar novidade (referindo-se à árvore)

כֹּחַ


(H3581)
kôach (ko'-akh)

03581 כח koach ou (Dn 11:6) כוח kowach

procedente de uma raiz não utilizada significando ser firme; DITAT - 973.1; n m

  1. força, poder, vigor
    1. força humana
    2. força (referindo-se aos anjos)
    3. poder (referindo-se a Deus)
    4. força (referindo-se aos animais)
    5. força, produto, riqueza (do solo)
  2. um pequeno réptil impuro, provavelmente uma espécie de largaticha
    1. talvez um animal extinto, significado exato desconhecido

אֱלֹהִים


(H430)
ʼĕlôhîym (el-o-heem')

0430 אלהים ’elohiym

plural de 433; DITAT - 93c; n m p

  1. (plural)
    1. governantes, juízes
    2. seres divinos
    3. anjos
    4. deuses
  2. (plural intensivo - sentido singular)
    1. deus, deusa
    2. divino
    3. obras ou possessões especiais de Deus
    4. o (verdadeiro) Deus
    5. Deus

עָבַר


(H5674)
ʻâbar (aw-bar')

05674 עבר ̀abar

uma raiz primitiva; DITAT - 1556; v

  1. ultrapassar, passar por, atravessar, alienar, trazer, carregar, desfazer, tomar, levar embora, transgredir
    1. (Qal)
      1. ultrapassar, cruzar, cruzar sobre, passar, marchar sobre, transbordar, passar por cima
      2. ir além de
      3. cruzar, atravessar
        1. os que atravessam (particípio)
        2. passar através (referindo-se às partes da vítima em aliança)
      4. passar ao longo de, passar por, ultrapassar e passar
        1. o que passa por (particípio)
        2. ser passado, estar concluído
      5. passar adiante, seguir, passar antes, ir antes de, passar para frente, viajar, avançar
      6. morrer
        1. emigrar, deixar (o território de alguém)
        2. desaparecer
        3. perecer, cessar de existir
        4. tornar-se inválido, tornar-se obsoleto (referindo-se à lei, decreto)
        5. ser alienado, passar para outras mãos
    2. (Nifal) ser atravessado
    3. (Piel) impregnar, fazer passar
    4. (Hifil)
      1. levar a ultrapassar, fazer trazer, fazer atravessar, transpor, dedicar, devotar
      2. levar a atravessar
      3. fazer passar por ou além de ou sob, deixar passar por
      4. levar a morrer, fazer levar embora
    5. (Hitpael) ultrapassar

רוּחַ


(H7307)
rûwach (roo'-akh)

07307 רוח ruwach

procedente de 7306; DITAT - 2131a; n. f.

  1. vento, hálito, mente, espírito
    1. hálito
    2. vento
      1. dos céus
      2. pontos cardeais ("rosa-dos-ventos”), lado
      3. fôlego de ar
      4. ar, gás
      5. vão, coisa vazia
    3. espírito (quando se respira rapidamente em estado de animação ou agitação)
      1. espírito, entusiasmo, vivacidade, vigor
      2. coragem
      3. temperamento, raiva
      4. impaciência, paciência
      5. espírito, disposição (como, por exemplo, de preocupação, amargura, descontentamento)
      6. disposição (de vários tipos), impulso irresponsável ou incontrolável
      7. espírito profético
    4. espírito (dos seres vivos, a respiração do ser humano e dos animias)
      1. como dom, preservado por Deus, espírito de Deus, que parte na morte, ser desencarnado
    5. espírito (como sede da emoção)
      1. desejo
      2. pesar, preocupação
    6. espírito
      1. como sede ou órgão dos atos mentais
      2. raramente como sede da vontade
      3. como sede especialmente do caráter moral
    7. Espírito de Deus, a terceira pessoa do Deus triúno, o Espírito Santo, igual e coeterno com o Pai e o Filho
      1. que inspira o estado de profecia extático
      2. que impele o profeta a instruir ou admoestar
      3. que concede energia para a guerra e poder executivo e administrativo
      4. que capacita os homens com vários dons
      5. como energia vital
      6. manifestado na glória da sua habitação
      7. jamais referido como força despersonalizada

אָשַׁם


(H816)
ʼâsham (aw-sham')

0816 אשם ’asham ou אשׂם ’ashem

uma raiz primitiva; DITAT - 180; v

  1. ofender, ser culpado, pecar
    1. (Qal)
      1. errar, ofender, pecar, cometer uma ofensa, causar dano
      2. ser ou tornar-se culpado
      3. ser mantido culpado
      4. ser incriminado
    2. (Nifal) sofrer punição
    3. (Hifil) declarar culpado
  2. (DITAT) estar desolado, reconhecer a ofensa