Enciclopédia de Mateus 14:26-26

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

mt 14: 26

Versão Versículo
ARA E os discípulos, ao verem-no andando sobre as águas, ficaram aterrados e exclamaram: É um fantasma! E, tomados de medo, gritaram.
ARC E os discípulos, vendo-o caminhar sobre o mar, assustaram-se, dizendo: É um fantasma. E gritaram, com medo.
TB Os discípulos, vendo-o andar sobre o mar, perturbaram-se e exclamaram: É um fantasma! E, de medo, gritaram.
BGB ⸂οἱ δὲ μαθηταὶ ἰδόντες αὐτὸν⸃ ἐπὶ ⸂τῆς θαλάσσης⸃ περιπατοῦντα ἐταράχθησαν λέγοντες ὅτι Φάντασμά ἐστιν, καὶ ἀπὸ τοῦ φόβου ἔκραξαν.
HD Os discípulos, vendo-o caminhando sobre o mar, ficaram perturbados e diziam: É um fantasma! E gritaram de medo. 
BKJ E quando os discípulos o viram andando sobre o mar, eles perturbaram-se, dizendo: É um espírito; e gritaram de medo.
LTT E os Seus discípulos, havendo-O visto (apoiado) em cima ① do mar, andando Ele, então perturbaram-se (de terror), dizendo: "Um fantasma é!" E, por causa do medo, gritaram.
BJ2 Os discípulos, porém, vendo que caminhava sobre o mar, ficaram atemorizados e diziam: "É um fantasma!" E gritaram de medo.
VULG Et videntes eum super mare ambulantem, turbati sunt, dicentes : Quia phantasma est. Et præ timore clamaverunt.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Mateus 14:26

I Samuel 28:12 Vendo, pois, a mulher a Samuel, gritou em alta voz; e a mulher falou a Saul, dizendo: Por que me tens enganado? Pois tu mesmo és Saul.
Jó 4:14 sobreveio-me o espanto e o tremor, e todos os meus ossos estremeceram.
Daniel 10:6 E o seu corpo era como turquesa, e o seu rosto parecia um relâmpago, e os seus olhos, como tochas de fogo, e os seus braços e os seus pés, como cor de bronze açacalado; e a voz das suas palavras, como a voz de uma multidão.
Marcos 6:49 mas, quando eles o viram andar sobre o mar, pensaram que era um fantasma e deram grandes gritos.
Lucas 1:11 Então, um anjo do Senhor lhe apareceu, posto em pé, à direita do altar do incenso.
Lucas 24:5 E, estando elas muito atemorizadas e abaixando o rosto para o chão, eles lhe disseram: Por que buscais o vivente entre os mortos?
Lucas 24:37 E eles, espantados e atemorizados, pensavam que viam algum espírito.
Lucas 24:45 Então, abriu-lhes o entendimento para compreenderem as Escrituras.
Atos 12:15 E disseram-lhe: Estás fora de ti. Mas ela afirmava que assim era. E diziam: É o seu anjo.
Apocalipse 1:17 E eu, quando o vi, caí a seus pés como morto; e ele pôs sobre mim a sua destra, dizendo-me: Não temas; eu sou o Primeiro e o Último


Notas de rodapé da Bíblia (HD) - Haroldo Dutra

As notas de rodapé presentes na Bíblia versão Haroldo Dutra são comentários e explicações adicionais fornecidos pelo tradutor para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas de rodapé são baseadas em pesquisas, análises históricas, culturais e linguísticas, bem como em outras referências bíblicas, a fim de fornecer um contexto mais profundo e uma interpretação mais precisa do significado original do texto. As notas de rodapé são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.
Mateus 14 : 26
caminhando
Lit. “andar ao redor; vagar, perambular; circular, passear; viver (seguir um gênero de vida)”.

Mateus 14 : 26
fantasma
Lit. “fantasma, espectro; aparição, visão”.


Notas de rodapé da LTT

As notas de rodapé presentes na Bíblia versão LTT, Bíblia Literal do Texto Tradicional, são explicações adicionais fornecidas pelos tradutores para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas são baseadas em referências bíblicas, históricas e linguísticas, bem como em outros estudos teológicos e literários, a fim de fornecer um contexto mais preciso e uma interpretação mais fiel ao texto original. As notas de rodapé são uma ferramenta útil para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira compreender melhor o significado e a mensagem das Escrituras Sagradas.
 ①

Apêndices

Os apêndices bíblicos são seções adicionais presentes em algumas edições da Bíblia que fornecem informações complementares sobre o texto bíblico. Esses apêndices podem incluir uma variedade de recursos, como tabelas cronológicas, listas de personagens, informações históricas e culturais, explicações de termos e conceitos, entre outros. Eles são projetados para ajudar os leitores a entender melhor o contexto e o significado das narrativas bíblicas, tornando-as mais acessíveis e compreensíveis.

Principais acontecimentos da vida terrestre de Jesus

O grande ministério de Jesus na Galileia (Parte 2)

DATA

LUGAR

ACONTECIMENTO

MATEUS

MARCOS

LUCAS

JOÃO

31 ou 32 d.C.

Região de Cafarnaum

Ilustrações sobre o Reino

Mt 13:1-53

Mc 4:1-34

Lc 8:4-18

 

Mar da Galileia

Acalma tempestade

Mt 8:18-23-27

Mc 4:35-41

Lc 8:22-25

 

Região de Gadara

Manda demônios para os porcos

Mt 8:28-34

Mc 5:1-20

Lc 8:26-39

 

Provavelmente Cafarnaum

Cura mulher que tinha fluxo de sangue; ressuscita filha de Jairo

Mt 9:18-26

Mc 5:21-43

Lc 8:40-56

 

Cafarnaum (?)

Cura cegos e mudo

Mt 9:27-34

     

Nazaré

Novamente rejeitado em sua cidade

Mt 13:54-58

Mc 6:1-5

   

Galileia

Terceira viagem à Galileia; expande a obra enviando apóstolos

Mt 9:35–11:1

Mc 6:6-13

Lc 9:1-6

 

Tiberíades

Herodes corta a cabeça de João Batista; fica perplexo com Jesus

Mt 14:1-12

Mc 6:14-29

Lc 9:7-9

 

32 d.C., perto da Páscoa (Jo 6:4)

Cafarnaum (?); lado NE do mar da Galileia

Apóstolos voltam da pregação; Jesus alimenta 5 mil homens

Mt 14:13-21

Mc 6:30-44

Lc 9:10-17

Jo 6:1-13

Lado NE do mar da Galileia; Genesaré

Povo quer fazer de Jesus rei; anda sobre o mar; cura muitas pessoas

Mt 14:22-36

Mc 6:45-56

 

Jo 6:14-21

Cafarnaum

Diz que é “o pão da vida”; muitos ficam chocados e o abandonam

     

Jo 6:22-71

32 d.C., depois da Páscoa

Provavelmente Cafarnaum

Tradições invalidam a Palavra de Deus

Mt 15:1-20

Mc 7:1-23

 

Jo 7:1

Fenícia; Decápolis

Cura filha de mulher siro-fenícia; alimenta 4 mil homens

Mt 15:21-38

Mc 7:24–8:9

   

Magadã

Não dá sinal, exceto o de Jonas

Mt 15:39–16:4

Mc 8:10-12

   

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita


Allan Kardec

mt 14:26
A Gênese

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 15
Página: 335
Allan Kardec
Os fatos relatados no Evangelho e que foram até agora considerados miraculosos pertencem, na sua maioria, à ordem dos fenômenos psíquicos, isto é, os que têm como causa primeira as faculdades e os atributos da alma. Confrontando-os com os que ficaram descritos e explicados no capítulo anterior, reconhecer-se-á sem dificuldade que há entre eles identidade de causa e de efeito. A História registra outros fatos análogos, em todos os tempos e no seio de todos os povos, pela razão de que, desde que há almas encarnadas e desencarnadas, os mesmos efeitos forçosamente se produziram. Pode-se, é verdade, no que se refere a esse ponto, contestar a veracidade da História; mas, hoje, eles se produzem sob os nossos olhos e, por assim dizer, à vontade e por indivíduos que nada têm de excepcionais. Basta o fato da reprodução de um fenômeno, em condições idênticas, para provar que ele é possível e se acha submetido a uma lei, não sendo, portanto, miraculoso.
O princípio dos fenômenos psíquicos repousa, como já vimos, nas propriedades do fluido perispirítico, que constitui o agente magnético; nas manifestações da vida espiritual durante a vida corpórea e depois da morte; e, finalmente, no estado constitutivo dos Espíritos e no papel que eles desempenham como força ativa da Natureza. Conhecidos estes elementos e comprovados os seus efeitos, tem-se, como consequência, de admitir a possibilidade de certos fatos que eram rejeitados enquanto se lhes atribuía uma origem sobrenatural.

Cairbar Schutel

mt 14:26
Parábolas e Ensinos de Jesus

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 57
Página: -
Cairbar Schutel

“Não andeis cuidadosos da vossa vida, pelo que haveis de comer ou de beber, nem do vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais que o alimento e o corpo mais que o vestido? Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem ceifam, nem ajuntam em celeiros, e o vosso Pai as alimenta; não valeis, vós muito mais que elas? E qual de vós, por mais ansioso que esteja, pode acrescentar um cúbito à sua estatura? E por que andais ansiosos pelo que haveis de vestir? Considerai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham nem fiam; contudo vos digo que nem Salomão em toda a sua glória se vestiu como um deles! Se Deus veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós, homens de pouca fé? Assim não andeis ansiosos, dizendo: “Que havemos de comer? Ou: Que havemos de beber? Ou: Com que nos havemos de vestir? Pois os gentios é que precisam destas coisas: porque vosso Pai celestial sabe que precisais de todas elas. Mas buscai primeiramente o Seu reino e a Sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Não andeis, pois, ansiosos pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal.


(Mateus, VI, 25-34.)


O escopo da vida na Terra é o aperfeiçoamento do Espírito. Aquele que assim compreende eleva-se, dignifica-se, e, livre dos entraves materiais, sobe às alturas inacessíveis ao sofrimento, alcançando a felicidade eterna.


Aquele que assim não quer compreender rebaixa-se, desmoraliza-se, e, absorvido pelas más paixões, desce às voragens da dor, para expiar e reparar as faltas, as transgressões das leis divinas.


O que vive da carne, morre; o que vive do Espírito é imortal.


Lutas, fadigas, trabalhos e dores são luzes para os vivos e sepulcros para os mortos.


Uns pairam calmos e resistentes acima das misérias terrestres; outros jazem sob os escombros amontoados pelo tufão inclemente da adversidade!


O que vê com os olhos da carne, vê misérias, estertores, morte; o que vê com os olhos do Espírito, vê flores que murcham, prados devastados, regatos que secam fontes que não vertem água, avarias, mutilações, cadáveres putrefatos; mas vê também cores que são perfumes, luzes que são forças, vidas que despontam, seres que se agitam, almas que vivem e Espíritos que vivificam.


No panorama do Universo as duas faces da Vida se mostram como o verso e reverso da medalha: cada efígie tem a sua cotação acima ou abaixo da “paz cambial".


Nada se perde, nada se desvaloriza na equação proposta para chegar-se à incógnita da Perfeição Espiritual.


A Lei vê passar o tempo, as gerações, a Terra e o céu, mas permanece inflexível, aperfeiçoando as gerações, a Terra, o céu, na sua ação lenta, mas decisiva e depuradora.


O escopo da vida é o cumprimento da Lei, e o cumprimento da Lei é a Perfeição.


Os que transgridem a Lei descem pelos tremedais das paixões vis aos báratros tenebrosos da dor; mas, aguilhoados pela dor, sobem aos cimos das, glórias imortais!


Os que cumprem e proclamam o cumprimento da Lei, voam por entre luzes, cores e perfumes às Eternas mansões dos Espíritos Soberanos, onde a harmonia, a verdade e a paz imperam na plenitude de seus direitos divinos.


A vida na Terra, para aqueles que na Terra têm o seu tesouro, como que termina no túmulo, porque só com o renascimento alcançarão a Vida Eterna.


A Vida na Terra, para os que acumulam tesouros nos Céus, é a senda luminosa que liga a Terra aos Céus, é a estrada comunicativa que lhes permite a passagem para se apossarem desse tesouro.


Os que vivem na Terra pela Terra, são da Terra; os que vivem na Terra sem serem da Terra, são dos Céus.


A vida na Terra é efêmera; a Vida nos Céus é eterna; e a posse da Vida Eterna consiste no cumprimento da Lei: “Buscai o Reino de Deus e a sua justiça, que tudo o mais vos será dado por acréscimo. "



Emmanuel

mt 14:26
Harmonização

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 16
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel

“E disse Jesus: Quem é que me tocou? E negando todos, disse Pedro e os que estavam com ele: — Mestre, a multidão te aperta e te oprime e dizes: — Quem é que me tocou?” — (Lc 8:45)


Número incontável de aprendizes costuma indagar atenciosamente, com respeito ao modo de se instalar a fé no coração, em caráter definitivo.

Os Espíritos amigos referem-se ao toque indispensável. Apenas depois dele persevera a confiança perfeita, a segurança de crença.

Os estudantes de boa vontade recebem esclarecimento, no entanto, às vezes, continuam insatisfeitos.

Que é esse toque? como se opera? Deve o necessitado esperar a mão resplandecente, qual milagrosa flama das Alturas, a lhe pousar no coração?

Isso, porém, talvez o violentasse. Sabemos que o próprio Jesus, certo dia, quando tentava aproximar-se dos discípulos queridos, espontâneo e generoso, foi tido à conta de fantasma. (Mt 14:26)

O caso da mulher doente (Mc 5:24) que procurava tocar o Senhor, de leve, cheia de confiança, depois de reconhecer a miséria orgânica, é elucidativo.

A enferma por receber o toque divino movimentou-se intensamente. Antes de tudo examinou a ruína própria e declarou-a perante si mesma; aceitou a necessidade do socorro do Cristo, saiu de casa para identificar-se com todos os que precisavam assistência do Mestre Divino e, incorporada à multidão, tocou-lhe a veste cheia de confiança. Instantaneamente foi tocada por Jesus, de maneira particular, encheu-se de luz e voltou à paz.

E é interessante que Simão tenha perguntado: — Mestre, a multidão te aperta e te oprime e dizes: — “Quem me tocou?”

A interrogativa foi providencial. Ainda hoje o Cristo sofre o assédio das multidões necessitadas e sofredoras. Apertam-no através de templos, círculos, reuniões; oprimem-no com as mais estranhas rogativas. É perseguido, disputado, instado com violência, mas Jesus conhece aquele que o toca depois da renúncia aos vãos processos das facilidades venenosas; identifica entre milhões de necessitados aquele que se caracteriza por intenções de valor real e volta-se pleno de carinho desvelado por acolhê-lo nos braços fortes e generosos.

Como vemos, o problema do toque é complexo. Sem o contato de Jesus não há fé legítima, mas para que isto se efetue é preciso que a providência parta de nós mesmos.



mt 14:26
Evangelho por Emmanuel, O – Comentários ao Evangelho Segundo Lucas

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 51
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel

“E disse Jesus: Quem é que me tocou? E negando todos, disse Pedro e os que estavam com ele: — Mestre, a multidão te aperta e te oprime e dizes: — Quem é que me tocou?” — (Lc 8:45)


Número incontável de aprendizes costuma indagar atenciosamente, com respeito ao modo de se instalar a fé no coração, em caráter definitivo.

Os Espíritos amigos referem-se ao toque indispensável. Apenas depois dele persevera a confiança perfeita, a segurança de crença.

Os estudantes de boa vontade recebem esclarecimento, no entanto, às vezes, continuam insatisfeitos.

Que é esse toque? como se opera? Deve o necessitado esperar a mão resplandecente, qual milagrosa flama das Alturas, a lhe pousar no coração?

Isso, porém, talvez o violentasse. Sabemos que o próprio Jesus, certo dia, quando tentava aproximar-se dos discípulos queridos, espontâneo e generoso, foi tido à conta de fantasma. (Mt 14:26)

O caso da mulher doente (Mc 5:24) que procurava tocar o Senhor, de leve, cheia de confiança, depois de reconhecer a miséria orgânica, é elucidativo.

A enferma por receber o toque divino movimentou-se intensamente. Antes de tudo examinou a ruína própria e declarou-a perante si mesma; aceitou a necessidade do socorro do Cristo, saiu de casa para identificar-se com todos os que precisavam assistência do Mestre Divino e, incorporada à multidão, tocou-lhe a veste cheia de confiança. Instantaneamente foi tocada por Jesus, de maneira particular, encheu-se de luz e voltou à paz.

E é interessante que Simão tenha perguntado: — Mestre, a multidão te aperta e te oprime e dizes: — “Quem me tocou?”

A interrogativa foi providencial. Ainda hoje o Cristo sofre o assédio das multidões necessitadas e sofredoras. Apertam-no através de templos, círculos, reuniões; oprimem-no com as mais estranhas rogativas. É perseguido, disputado, instado com violência, mas Jesus conhece aquele que o toca depois da renúncia aos vãos processos das facilidades venenosas; identifica entre milhões de necessitados aquele que se caracteriza por intenções de valor real e volta-se pleno de carinho desvelado por acolhê-lo nos braços fortes e generosos.

Como vemos, o problema do toque é complexo. Sem o contato de Jesus não há fé legítima, mas para que isto se efetue é preciso que a providência parta de nós mesmos.




Referências em Outras Obras


Huberto Rohden

mt 14:26
Nosso Mestre

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 78
Huberto Rohden
Depois da multiplicação dos pães, mandou Jesus que os apóstolos embarcassem e passassem para a outra banda do lago. Ele mesmo subiu a um monte e passou a noite em oração. Pela madrugada desceu e pôs-se a andar sobre as águas do lago como se fosse em terra firme. Os apóstolos pensavam que fosse um fantasma. Quando souberam que era Jesus, quis também Pedro andar sobre as águas. Andou mesmo; mas, duvidou um pouco, e logo foi a pique. Jesus apanhou-o pela mão e salvou-o.
Sem tardança impeliu Jesus os discípulos a que embarcassem e lhe tomassem a dianteira para a outra banda, enquanto ele ia despedir o povo. Depois de despedido o povo, subiu a um monte, a fim de orar, ele só. Já era tarde, e ainda se achava aí sozinho.
Entrementes, andava o barco a meio caminho do lago e sofria violento embate das ondas, porque tinha vento contrário. Por volta das três horas da madrugada foi Jesus ter com eles, caminhando sobre as águas. Quando os discípulos o avistaram a andar sobre as águas, perturbaram-se e bradaram, cheios de terror: "É um fantasma!"
Jesus, porém, se apressou a falar-lhes, dizendo: "Tende ânimo; sou eu; não temais!"
"Senhor! - exclamou Pedro - se és tu, manda que eu vá sobre as águas até onde estás".
"Vem" - disse ele.
Pedro saltou do barco e caminhou sobre as águas em direção a Jesus. Reparando, porém, no vento rijo, teve medo - e começou a submergir. E bradou: "Senhor, salva-me!''
De pronto estendeu Jesus a mão, apanhou-o e disse-lhe: "Por que duvidaste, homem de pouca fé?"
Embarcaram; e logo cessou o vento. Os que estavam no barco vieram lançar-se aos pés de Jesus, dizendo: "Tu és, realmente, o Filho de Deus!" (Mt. 14, 22-23).

CARLOS TORRES PASTORINO

mt 14:26
Sabedoria do Evangelho - Volume 3

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 30
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 14:24-33


24. E o barco estava agora no meio do mar (a muitos estádios da terra) açoitado pelas ondas, porque o vento era contrário.


25. À quarta vigília da noite ele veio ter com eles, caminhando sobre o mar.


26. Os discípulos ao vê-lo a andar sobre o mar ficaram aterrorizados e exclamaram: "é um fantasma", e gritaram de medo.


27. Mas Jesus imediatamente lhes falou: "Tende coragem, sou eu, não temais"!


28. Respondendo-lhe, disse Pedro: "Se és tu, senhor, ordena que eu vá a ti por cima das águas".


29. E ele disse: "Vem". E saindo Pedro do barco, andou sobre as águas para ir ter com Jesus. 30. Quando porém sentiu o vento forte, teve medo e, começando a submergir, gritou: "salva-me, Senhor"!


31. No mesmo instante, estendendo a mão, segurou-o e disse-lhe: "ó pequena fé, por que duvidaste"?


32. E entrando ambos no barco, cessou o vento.


33. Então os que estavam no barco prostraram-se ante ele, dizendo: "verdadeiramente és um Filho de Deus".


MC 6:47-52


47. À tardinha achava-se o barco no meio do mar, e ele sozinho em terra.


48. E viu-os embaraçados em remar, porque o vento lhes era contrário; e pela quarta vigília da noite foi ter com eles, andando sobre o mar, e queria passar-lhes adiante.


49. Vendo-o eles, porém, a andar sobre o mar, pensaram que era um fantasma e gritaram,


50. porque todos o viram e ficaram aterrorizados. Mas no mesmo instante falando com eles, disse: "Tende coragem, sou eu, não temais"!


51. E veio a eles no barco e cessou o vento; e eles se encheram de grande pasmo.


52. Pois não haviam compreendido a demonstração dos pães; ao contrário, o coração deles estava endurecido.


Jo 6:16-21


16. Chegada a tarde, desceram seus discípulos ao mar,


17. e, entrando num barco, atravessaram o mar para ir a Cafarmaum. E já se tornara escuro, e Jesus ainda não tinha vindo ter com eles.


18. E o mar, ao sofrer grande vento, se agitava.


19. Tendo remado uns vinte e cinco a trinta estádios, viram a Jesus andando sobre o mar e aproximandose do barco, e ficaram com medo.


20. Mas ele lhes disse: "sou eu, não temais"!


21. Desejavam então recebêlo no barco, e imediatamente o barco chegou à terra para onde iam.


Pelo texto de João, compreendemos que os discípulos desceram à praia e permaneceram perto do barco, onde ficaram esperançosos de que Jesus viesse alcançá-los. Entretanto, "já se tornara escuro e Ele não viera". Resolveram, então, partir.


Uma vez embarcados, os discípulos encontram vento contrário bastante forte, o que era comum no lago (cfr. visto antes), tanto que não haviam chegado à outra margem "na quarta vigília da noite", isto é, entre 3 e 6 h da manhã. Após o domínio romano na Palestina, os israelitas passaram a dividir a noite (de 18 às 6 h) em quatro vigílias (em vez de três como era tradicional entre eles), vigílias essas iguais no comprimento, sendo mais longas no inverno quando as noites eram maiores, e bem menores no verão. A primeira (das 18 às 21 h.), a noite; a segunda (das 21 às 24 h), a noite fechada; a terceira (das 24 às 3 h) o cantar do galo; e a quarta (das 3 às 6 h) a alvorada ou manhã.


Ora, à "noitinha" (opsías), do montículo onde se achava, Jesus já vira os discípulos a lutar contra o vento; e a travessia, mesmo na parte mais larga do lago (12 km) era feita, no máximo, em 2 a 3 horas.


E ali eles não estavam na parte mais larga. Mas, às 3 ou 4 horas da manhã eles só haviam avançad "25 a 30 estádios" (segundo João), anotação que parece ter sido introduzida em Mateus posteriormente, pois só aparece em alguns manuscritos ("a muitos estádios da terra"). O estádio media cerca de 185 metros; portanto, eles só se haviam adiantada cerca de 5 km da margem.


Continuava a luta contra o vento, e os discípulos remavam esforçadamente, para alcançarem rápido a outra margem, talvez imaginando que o Mestre seguiria a pé e lá chegaria antes deles, para esperá-los.


Repentinamente percebem, assustadíssimos, um vulto branco a caminhar calmamente sobre o mar encapelado pelo vento... O que seria? Quem seria? Olham melhor: é uma forma humana... aproxima-se
... só pode ser um fantasma! E os fantasmas eram considerados de mau agouro (cfr. Sab. 17:4, 14-15; Josefo, Ant. Jud. 13, 12, 1 e 17, 13, 3-5). O medo foi crescendo, eriçando os cabelos, arrepiando a pele, e aqueles pescadores rudes, homens fortes e barbados, não tiveram outro remédio senão... gritar "valentemente"

"!...


Penalizado, mas bem provavelmente a sorrir do susto que pregou em seus discípulos, Jesus os acalma, recomendando-lhes "coragem" que eles demonstraram evidentemente não possuir...


João, cujo Evangelho (e Epístolas) foram escritos com a finalidade senão primordial, pelo menos bastante clara, de combater os "docetas" (que afirmavam ser "fluídico" o corpo físico de Jesus que, segundo eles não era homem, mas um agênere), não acena à impressão que os discípulos tiveram de que se tratava de um fantasma, já que o fantasma é, exatamente, um agênere.


Os "docetas", assim cognominados primeiramente por Teodoreto (Epist. 82) e por Hipólio (Philosophúmena, 8, 8-11), que criaram o nome "docetas" do verbo grego dokéo, que significa "parecer", afirmavam que Jesus não possuía corpo físico de carne, mas sim "corpo fluídico", um "corpo de fantasma".


Diziam que tudo o que fizera fora apenas "aparência" e não realidade. Não nascera, nem crescera, nem comera, nem morrera na cruz. "Pareceu" que houve tudo isso, mas "não houve", era tudo MENTIRA e FINGIMENTO. A razão em que se baseavam era a crença de que tudo o que é material é imperfeito e impuro, pois é obra do "Princípio do Mal", que eles identificavam com o Deus Criador do Velho Testamento, YHWH, que para eles era Satanás. Como Jesus apresentara o "Princípio do Bem", o PAI, não podia ter-se submetido ao Princípio do Mal, e portanto, não poderia ter tido corpo físico carnal.


O docetismo foi combatido desde o início de seu aparecimento por uma testemunha ocular da vida de Jesus, por seu "discípulo amado", João Evangelista, que protesta ardentemente contra essas invenções absurdas; vemos a refutação do docílimo em muitos passos do Evangelho de João, mas sobretudo em 1:14, e nas Epístolas (Primeira, 2:22; 4:2; 5:6,2. 0; e Segunda, vers. 7). Combateram-no ainda no 1. º século Inácio, nas Epístolas ad Trai., 9 f; ad Smyrn. 2:4; ad Ephes. 7; e Policarpo, ad Phil. 7; e logo após por Clemente, de Alexandria, Strom., 7 e Teodoreto, Haeret. Fab., 5. Modernamente volta a pretender insinuar-se entre espiritualistas essa teoria esdrúxulo, que contraria os pontos básicos do próprio Espiritualismo que só admite um Princípio Criador, o do Bem, e que sabe que a matéria (a carne) é tão nobre, pura e santa quanto o espírito, pois é apenas a condensação do espírito; e sabe que todas as criações divinas são perfeitas, inclusive a matéria.


O velho pescador saltou do barco, sob o olhar horrorizado dos companheiros, sem pesar as consequências, e lá foi cambaleante, a equilibrar-se sobre os vagalhões ferozes; mas quando, ao chegar já perto do Mestre Querido, se dá conta do vento violento, fica com medo. Ora, o medo é justamente a falta de fé, a perda da confiança...E sem fé, nada é possível construir nem realizar: ele começa a afundar e grita apavorado por "socorro"! Jesus repreende-o suavemente (mais uma vez O entrevemos a sorrir...) : "ó pequena fé, por que duvidaste"? E segurou-o pela mão.


Voltaram os dois a caminhar sobre as águas, e os demais discípulos quiseram que Jesus entrasse no barco, em vez de continuar a caminhar pelo lago até a margem.


Entraram ambos, e o vento cessou. Os discípulos estavam atônitos, sem poder explicar tantas coisas estranhas que haviam acontecido naquele dia, pois nem sequer tinham compreendido a "multiplicação dos pães" ali, entre as mãos deles... Então chegam a uma conclusão irrefutável: "verdadeiramente és um filho de Deus"!


O texto grego está sem artigo. Não é, pois, uma confissão da Divindade de Jesus, como pretendem alguns. Temos que compreender a mentalidade e a psicologia dos israelitas, sobretudo naquela época: rigidamente monoteístas, não podiam jamais cogitar de outro Deus além do único Deus, a quem Jesus chamava "O PAI", repetindo exaustivamente que era "o único Deus". Entretanto, eles sabiam que havia os "filhos de mulher" (homens sujeitos ao "kyklos anánke" ou ciclo fatal das encarnações por meio da mulher) e os "filhos do homem" (criaturas que já se haviam libertado da evolução na etapa humana), mas havia também os "filhos de Deus" (seres excepcionais acima de qualquer classificação que não fosse a comparação de "ligados à Divindade", os seres (que hoje chamaríamos "avatares") em que Se manifesta a Divindade, os Cristos ou Buddhas.


Como já se achavam perto da praia, chegaram "logo" à planície de Genesaré (hoje denominada el-

Ghoueir) que mede 6 km de comprimento por 3 de largura, na margem ocidental, exatamente entre Ain-Tabgha e el-Medjdel (onde devia estar situada a aldeia de Betsaida da Galileia, bem perto de Cafarnaum. Daí a aparente contradição dos textos: Betsaida (MC 6:45) Genesaré (MT 14:34 e MC 6:53) e Cafarnaum (JO 6:17). Referem-se todos eles à mesma região, uma área reduzida, com pequenas aldeolas e cidades. Uns falam genericamente (Cafarnaum), outros dão maior precisão (Genesaré, para dizer que não desembarcaram na cidade de Cafarnaum) mas Jesus quando lhes antecipa o local de desembarque, dá ainda maior exatidão (Betsaida).


Ocorre, muitas vezes, que a individualidade percebe a luta titânica e inglória dos veículos, no oceano do mundo, açoitados pelo vento borrascoso das emoções descontroladas. Mas não atende logo, porque sabe que é necessário aprender a dominá-las por si mesmos. No momento oportuno, vai aproximandose levemente, por cima das vagas altas e violentas, inatingido pelas ondas e pelo furacão, tranquilo em sua serenidade infinita.


Todos os grandes místicos que obtiveram o Encontro Sublime, a Iluminação da alma, experimentaram antes a terrível "Noite Escura da Alma" os momentos cruciais das "Trevas Espessas" (cfr. Kempis, Henrique de Suso, Mestre Eckhart, João da Cruz, Teresa de Ávila, Ruysbroeck, Catarina de Siena, Ângela de Foligno, Francisco de Sales, Madame Guyon, etc. Ver o excelente estudo de Evelyn Undershill Mysticism", The Noonday Press, N. Y., 1955, 2. ª parte, cap. 9: "The Dark Night of the Soul", págs. 380 a 412).


Quando, após esse período de secura espiritual, vemos aproximar-se a figura imaterial do Cristo Interno, assustamo-nos horrorizados, temendo seja mais uma ilusão (fantasma) de nossa mente, alguma criação mental nossa que não venha desviar da meta tão arduamente perseguida. E gritamos apavorados, encolhendo-nos no mais recôndito desvão de nós mesmos.


A felicidade só começa a fazer-se sentir, quando identificamos a voz suave e inconfundível do Amado de nossa alma.


E quantas vezes atiramo-nos afoitamente aos vagalhões enfurecidos, para mais depressa abraçarmos o Ser Inefável que é nosso Cristo Interno! Mas, no meio da viagem, quase a alcançar o porto seguro, frequentemente assalta-nos a dúvida, e sentimo-nos submergir mais uma vez, derrubados pela ventania infrene que ulula em torno de nós, apanhados e rodopiados pelas ondas revoltas que nos turbilhonam, arrastando-nos ao abismo...


É quando gritamos novamente por socorro. E a mão, sempre terna, do Amigo Incondicional, se estende, sustentando-nos acima das vagas enraivecidas.


Uma vez firmes e seguros de nossos passos, tendo em nossa mão a mão firme do Cristo, vemos que os veículos reclamam para si a honra de carregar a Individualidade. Logo que esta penetra em nós mesmos, isto é, logo que conseguimos unir-nos a ela que já reside em nós, cessa o vento, o mar se abranda, e imediatamente chegamos ao porto de destino aliviados e consolados (Cafarnaum = cidade do Consolador).


Quantas vezes se repetem essas cenas, e depois de cada uma acreditamo-nos definitivamente imunes de outros vendavais... Mas eles voltam, e cada vez com, parece-nos, uma violência maior, mais assustadora
...

Nos momentos do Encontro, ao sentirmo-nos envolvidos pela suavidade da Paz do Cristo, reconhecemos que verdadeiramente "Ele é um filho de Deus", ou seja, uma partícula da Divindade que vive em nós e nos sustenta, sempre Amoroso e Terno, sempre Compassivo e Benevolente.


mt 14:26
Sabedoria do Evangelho - Volume 4

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 13
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 16:24-28


24. Jesus disse então o seus discípulos: "Se alguém quer vir após mim, neguese a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.


25. Porque aquele que quiser preservar sua alma. a perderá; e quem perder sua alma por minha causa, a achará.


26. Pois que aproveitará ao homem se ganhar o mundo inteiro e perder sua alma? Ou que dará o homem em troca de sua alma?


27. Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai, com seus mensageiros, e então retribuirá a cada um segundo seu comportamento.


28. Em verdade vos digo, que alguns dos aqui presentes absolutamente experimentarão a morte até que o Filho do Homem venha em seu reino. MC 8:34-38 e MC 9:1


34. E chamando a si a multidão, junto com seus discípulos disse-lhes: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.


35. Porque quem quiser preservar sua alma, a perderá; e quem perder sua alma por amor de mim e da Boa-Nova, a preservará.


36. Pois que adianta a um homem ganhar o mundo inteiro e perder sua alma?


37. E que daria um homem em troca de sua alma?


38. Porque se alguém nesta geração adúltera e errada se envergonhar de mim e de minhas doutrinas, também dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na glória de seu Pai com seus santos mensageiros". 9:1 E disse-lhes: "Em verdade em verdade vos digo que há alguns dos aqui presentes, os quais absolutamente experimentarão a morte, até que vejam o reino de Deus já chegado em força".


LC 9:23-27


23. Dizia, então, a todos: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia sua cruz e siga-me.


24. Pois quem quiser preservar sua alma, a perderá; mas quem perder sua alma por amor de mim, esse a preservará.


25. De fato, que aproveita a um homem se ganhar o mundo inteiro, mas arruinar-se ou causar dano a si mesmo?


26. Porque aquele que se envergonhar de mim e de minhas doutrinas, dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na sua glória, na do Pai e na dos santos mensageiros.


27. Mas eu vos digo verdadeiramente, há alguns dos aqui presentes que não experimentarão a morte até que tenham visto o reino de Deus.


Depois do episódio narrado no último capítulo, novamente Jesus apresenta uma lição teórica, embora bem mais curta que as do Evangelho de João.


Segundo Mateus, a conversa foi mantida com Seus discípulos. Marcos, entretanto, revela que Jesu "chamou a multidão" para ouvi-la, como que salientando que a aula era "para todos"; palavras, aliás, textuais em Lucas.


Achava-se a comitiva no território não-israelita ("pagão") de Cesareia de Filipe, e certamente os moradores locais haviam observado aqueles homens e mulheres que perambulavam em grupo homogêneo.


Natural que ficassem curiosos, a "espiar" por perto. A esses, Jesus convida que se aproximem para ouvir os ensinamentos e as exigências impostas a todos os que ambicionavam o DISCIPULATO, o grau mais elevado dos três citados pelo Mestre: justos (bons), profetas (médiuns) e discípulos (ver vol. 3).


As exigências são apenas três, bem distintas entre si, e citadas em sequência gradativa da menor à maior. Observamos que nenhuma delas se prende a saber, nem a dizer, nem a crer, nem a fazer, mas todas se baseiam em SER. O que vale é a evolução interna, sem necessidade de exteriorizações, nem de confissões, nem de ritos.


No entanto, é bem frisada a vontade livre: "se alguém quiser"; ninguém é obrigado; a espontaneidade deve ser absoluta, sem qualquer coação física nem moral. Analisemos.


Vimos, no episódio anterior, o Mestre ordenar a Pedro que "se colocasse atrás Dele". Agora esclarece: " se alguém QUER ser SEU discípulo, siga atrás Dele". E se tem vontade firme e inabalável, se o QUER, realize estas três condições:

1. ª - negue-se a si mesmo (Lc. arnésasthô; Mat. e Mr. aparnésasthô eautón).


2. ª - tome (carregue) sua cruz (Lc. "cada dia": arátô tòn stáurou autoú kath"hêméran);

3. ª - e siga-me (akoloutheítô moi).


Se excetuarmos a negação de si mesmo, já ouvíramos essas palavras em MT 10:38 (vol. 3).


O verbo "negar-se" ou "renunciar-se" (aparnéomai) é empregado por Isaías (Isaías 31:7) para descrever o gesto dos israelitas infiéis que, esclarecidos pela derrota dos assírios, rejeitaram ou negaram ou renunciaram a seus ídolos. E essa é a atitude pedida pelo Mestre aos que QUEREM ser Seus discípulos: rejeitar o ídolo de carne que é o próprio corpo físico, com sua sequela de sensações, emoções e intelectualismo, o que tudo constitui a personagem transitória a pervagar alguns segundos na crosta do planeta.


Quanto ao "carregar a própria cruz", já vimos (vol. 3), o que significava. E os habitantes da Palestina deviam estar habituados a assistir à cena degradante que se vinha repetindo desde o domínio romano, com muita frequência. Para só nos reportarmos a Flávio Josefo, ele cita-nos quatro casos em que as crucificações foram em massa: Varus que fez crucificar 2. 000 judeus, por ocasião da morte, em 4 A. C., de Herodes o Grande (Ant. Jud. 17. 10-4-10); Quadratus, que mandou crucificar todos os judeus que se haviam rebelado (48-52 A. D.) e que tinham sido aprisionados por Cumarus (Bell. Jud. 2. 12. 6); em 66 A. D. até personagens ilustres foram crucificadas por Gessius Florus (Bell. Jud. 2. 14. 9); e Tito que, no assédio de Jerusalém, fez crucificar todos os prisioneiros, tantos que não havia mais nem madeira para as cruzes, nem lugar para plantá-las (Bell. Jud. 5. 11. 1). Por aí se calcula quantos milhares de crucificações foram feitas antes; e o espetáculo do condenado que carregava às costas o instrumento do próprio suplício era corriqueiro. Não se tratava, portanto, de uma comparação vazia de sentido, embora constituindo uma metáfora. E que o era, Lucas encarrega-se de esclarecê-lo, ao acrescentar "carregue cada dia a própria cruz". Vemos a exigência da estrada de sacrifícios heroicamente suportados na luta do dia a dia, contra os próprios pendores ruins e vícios.


A terceira condição, "segui-Lo", revela-nos a chave final ao discipulato de tal Mestre, que não alicia discípulos prometendo-lhes facilidades nem privilégios: ao contrário. Não basta estudar-Lhe a doutrina, aprofundar-Lhe a teologia, decorar-Lhe as palavras, pregar-Lhe os ensinamentos: é mister SEGUILO, acompanhando-O passo a passo, colocando os pés nas pegadas sangrentas que o Rabi foi deixando ao caminhar pelas ásperas veredas de Sua peregrinação terrena. Ele é nosso exemplo e também nosso modelo vivo, para ser seguido até o topo do calvário.


Aqui chegamos a compreender a significação plena da frase dirigida a Pedro: "ainda és meu adversário (porque caminhas na direção oposta a mim, e tentas impedir-me a senda dolorosa e sacrificial): vai para trás de mim e segue-me; se queres ser meu discípulo, terás que renunciar a ti mesmo (não mais pensando nas coisas humanas); que carregar também tua cruz sem que me percas de vista na dura, laboriosa e dorida ascensão ao Reino". Mas isto, "se o QUERES" ... Valerá a pena trilhar esse áspero caminho cheio de pedras e espinheiros?


O versículo seguinte (repetição, com pequena variante de MT 10:39; cfr. vol. 3) responde a essa pergunta.


As palavras dessa lição são praticamente idênticas nos três sinópticos, demonstrando a impress ão que devem ter causado nos discípulos.


Sim, porque quem quiser preservar sua alma (hós eán thélei tên psychên autòn sõsai) a perderá (apolêsei autên). Ainda aqui encontramos o verbo sôzô, cuja tradução "salvar" (veja vol. 3) dá margem a tanta ambiguidade atualmente. Neste passo, a palavra portuguesa "preservar" (conservar, resguardar) corresponde melhor ao sentido do contexto. O verbo apolesô "perder", só poderia ser dado também com a sinonímia de "arruinar" ou "degradar" (no sentido etimológico de "diminuir o grau").


E o inverso é salientado: "mas quem a perder "hós d"án apolésêi tên psychên autoú), por minha causa (héneken emoú) - e Marcos acrescenta "e da Boa Nova" (kaì toú euaggelíou) - esse a preservará (sósei autén, em Marcos e Lucas) ou a achará (heurêsei autén, em Mateus).


A seguir pergunta, como que explicando a antinomia verbal anterior: "que utilidade terá o homem se lucrar todo o mundo físico (kósmos), mas perder - isto é, não evoluir - sua alma? E qual o tesouro da Terra que poderia ser oferecido em troca (antállagma) da evolução espiritual da criatura? Não há dinheiro nem ouro que consiga fazer um mestre, riem que possa dar-se em troca de uma iniciação real.


Bens espirituais não podem ser comprados nem "trocados" por quantias materiais. A matemática possui o axioma válido também aqui: quantidades heterogêneas não podem somar-se.


O versículo seguinte apresenta variantes.


MATEUS traz a afirmação de que o Filho do Homem virá com a glória de seu Pai, em companhia de Seus Mensageiros (anjos), para retribuir a cada um segundo seus atos. Traduzimos aqui dóxa por "glória" (veja vol. 1 e vol. 3), porque é o melhor sentido dentro do contexto. E entendemos essa glória como sinônimo perfeito da "sintonia vibratória" ou a frequência da tônica do Pai (Verbo, Som). A atribui ção a cada um segundo "seus atos" (tên práxin autoú) ou talvez, bem melhor, de acordo com seu comportamento, com a "prática" da vida diária. Não são realmente os atos, sobretudo isolados (mesmo os heroicos) que atestarão a Evolução de uma criatura, mas seu comportamento constante e diuturno.


MARCOS diz que se alguém, desta geração "adúltera", isto é, que se tornou "infiel" a Deus, traindo-O por amar mais a matéria que o espírito, e "errada" na compreensão das grandes verdades, "se envergonhar" (ou seja "desafinar", não-sintonizar), também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier com a glória do Pai, em companhia de Seus mensageiros (anjos).


LUCAS repete as palavras de Marcos (menos a referência à Boa Nova), salientando, porém, que o Filho do Homem virá com Sua própria glória, com a glória do Pai, e com a glória dos santos mensageiros (anjos).


E finalmente o último versículo, em que só Mateus difere dos outros dois, os quais, no entanto, nos parecem mais conformes às palavras originais.


Afirma o Mestre "alguns dos aqui presentes" (eisin tines tõn hõde hestótõn), os quais não experimentar ão (literalmente: "não saborearão, ou mê geúsôntai) a morte, até que vejam o reino de Deus chegar com poder. Mateus em vez de "o reino de Deus", diz "o Filho do Homem", o que deu margem à expectativa da parusia (ver vol. 3), ainda para os indivíduos daquela geração.


Entretanto, não se trata aqui, de modo algum, de uma parusia escatológica (Paulo avisa aos tessalonicenses que não o aguardem "como se já estivesse perto"; cfr. 1. ª Tess. 2: lss), mas da descoberta e conquista do "reino de Deus DENTRO de cada um" (cfr. LC 17:21), prometido para alguns "dos ali presentes" para essa mesma encarnação.


A má interpretação provocou confusões. Os gnósticos (como Teodósio), João Crisóstomo, Teofilacto e outros - e modernamente o cardeal Billot, S. J. (cfr. "La Parousie", pág. 187), interpretam a "vinda na glória do Filho do Homem" como um prenúncio da Transfiguração; Cajetan diz ser a Ressurreição;


Godet acha que foi Pentecostes; todavia, os próprios discípulos de Jesus, contemporâneos dos fatos, não interpretaram assim, já que após a tudo terem assistido, inclusive ao Pentecostes, continuaram esperando, para aqueles próximos anos, essa vinda espetacular. Outros recuaram mais um pouco no tempo, e viram essa "vinda gloriosa" na destruição de Jerusalém, como "vingança" do Filho do Homem; isso, porém, desdiz o perdão que Ele mesmo pedira ao Pai pela ignorância de Seus algozes (D. Calmet, Knabenbauer, Schanz, Fillion, Prat, Huby, Lagrange); e outros a interpretaram como sendo a difusão do cristianismo entre os pagãos (Gregório Magno, Beda, Jansênio, Lamy).


Penetremos mais a fundo o sentido.


Na vida literária e artística, em geral, distinguimos nitidamente o "aluno" do "discípulo". Aluno é quem aprende com um professor; discípulo é quem segue a trilha antes perlustrada por um mestre. Só denominamos "discípulo" aquele que reproduz em suas obras a técnica, a "escola", o estilo, a interpretação, a vivência do mestre. Aristóteles foi aluno de Platão, mas não seu discípulo. Mas Platão, além de ter sido aluno de Sócrates, foi também seu discípulo. Essa distinção já era feita por Jesus há vinte séculos; ser Seu discípulo é segui-Lo, e não apenas "aprender" Suas lições.


Aqui podemos desdobrar os requisitos em quatro, para melhor explicação.


Primeiro: é necessário QUERER. Sem que o livre-arbítrio espontaneamente escolha e decida, não pode haver discipulato. Daí a importância que assume, no progresso espiritual, o aprendizado e o estudo, que não podem limitar-se a ouvir rápidas palavras, mas precisam ser sérios, contínuos e profundos.


Pois, na realidade, embora seja a intuição que ilumina o intelecto, se este não estiver preparado por meio do conhecimento e da compreensão, não poderá esclarecer a vontade, para que esta escolha e resolva pró ou contra.


O segundo é NEGAR-SE a si mesmo. Hoje, com a distinção que conhecemos entre o Espírito (individualidade) e a personagem terrena transitória (personalidade), a frase mais compreensível será: "negar a personagem", ou seja, renunciar aos desejos terrenos, conforme ensinou Sidarta Gotama, o Buddha.


Cientificamente poderíamos dizer: superar ou abafar a consciência atual, para deixar que prevaleça a super-consciência.


Essa linguagem, entretanto, seria incompreensível àquela época. Todavia, as palavras proferidas pelo Mestre são de meridiana clareza: "renunciar a si mesmo". Observando-se que, pelo atraso da humanidade, se acredita que o verdadeiro eu é a personagem, e que a consciência atual é a única, negar essa personagem e essa consciência exprime, no fundo, negar-se "a si mesmo". Diz, portanto, o Mestre: " esse eu, que vocês julgam ser o verdadeiro eu, precisa ser negado". Nada mais esclarece, já que não teria sido entendido pela humanidade de então. No entanto, aqueles que seguissem fielmente Sua lição, negando seu eu pequeno e transitório, descobririam, por si mesmos, automaticamente, em pouco tempo, o outro Eu, o verdadeiro, coisa que de fato ocorreu com muitos cristãos.


Talvez no início possa parecer, ao experimentado: desavisado, que esse Eu verdadeiro seja algo "externo".


Mas quando, por meio da evolução, for atingido o "Encontro Místico", e o Cristo Interno assumir a supremacia e o comando, ele verificará que esse Divino Amigo não é um TU desconhecido, mas antes constitui o EU REAL. Além disso, o Mestre não se satisfez com a explanação teórica verbal: exemplificou, negando o eu personalístico de "Jesus", até deixá-lo ser perseguido, preso, caluniado, torturado e assassinado. Que Lhe importava o eu pequeno? O Cristo era o verdadeiro Eu Profundo de Jesus (como de todos nós) e o Cristo, com a renúncia e negação do eu de Jesus, pode expandir-se e assumir totalmente o comando da personagem humana de Jesus, sendo, às vezes, difícil distinguir quando falava e agia "Jesus" e quando agia e falava "o Cristo". Por isso em vez de Jesus, temos nele O CRISTO, e a história o reconhece como "Jesus", O CRISTO", considerando-o como homem (Jesus) e Deus (Cristo).


Essa anulação do eu pequeno fez que a própria personagem fosse glorificada pela humildade, e o nome humano negado totalmente se elevasse acima de tudo, de tal forma que "ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na Terra e debaixo da terra" (Filp. 2:10).


Tudo isso provocou intermináveis discussões durante séculos, por parte dos que não conseguiram penetrar a realidade dos acontecimentos, caracterizados, então, de "mistério": são duas naturezas ou uma? Como se realizou a união hipostática? Teria a Divindade absorvido a humanidade?


Por que será que uma coisa tão clara terá ficado incompreendida por tantos luminares que trataram deste assunto? O Eu Profundo de todas as criaturas é o Deus Interno, que se manifestará em cada um exatamente na proporção em que este renunciar ao eu pequeno (personagem), para deixar campo livre à expressão do Cristo Interno Divino. Todos somos deuses (cfr. Salmo 81:6 e JO 10:34) se negarmos totalmente nosso eu pequeno (personagem humana), deixando livre expansão à manifestação do Cristo que em todos habita. Isso fez Jesus. Se a negação for absoluta e completa, poderemos dizer com Paulo que, nessa criatura, "habita a plenitude da Divindade" (CL 2:9). E a todos os que o fizerem, ser-lhes-á exaltado o nome acima de toda criação" (cfr. Filp. 2:5-11).


Quando isto tiver sido conseguido, a criatura "tomará sua cruz cada dia" (cada vez que ela se apresentar) e a sustentará galhardamente - quase diríamos triunfalmente - pois não mais será ela fonte de abatimentos e desânimos, mas constituirá o sofrimento-por-amor, a dor-alegria, já que é a "porta estreita" (MT 7:14) que conduzirá à felicidade total e infindável (cfr. Pietro Ubaldi, "Grande Síntese, cap. 81).


No entanto, dado o estágio atual da humanidade, a cruz que temos que carregar ainda é uma preparação para o "negar-se". São as dores físicas, as incompreensões morais, as torturas do resgate de carmas negativos mais ou menos pesados, em vista do emaranhado de situações aflitivas, das "montanhas" de dificuldades que se erguem, atravancando nossos caminhos, do sem-número de moléstias e percalços, do cortejo de calúnias e martírios inomináveis e inenarráveis.


Tudo terá que ser suportado - em qualquer plano - sem malsinar a sorte, sem desesperos, sem angústias, sem desfalecimentos nem revoltas, mas com aceitação plena e resignação ativa, e até com alegria no coração, com a mais sólida, viva e inabalável confiança no Cristo-que-é-nosso-Eu, no Deus-

Imanente, na Força-Universal-Inteligente e Boa, que nos vivifica e prepara, de dentro de nosso âmago mais profundo, a nossa ascensão real, até atingirmos TODOS, a "plena evolução crística" (EF 4:13).


A quarta condição do discipulato é também clara, não permitindo ambiguidade: SEGUI-LO. Observese a palavra escolhida com precisão. Poderia ter sido dito "imitá-Lo". Seria muito mais fraco. A imitação pode ser apenas parcial ou, pior ainda, ser simples macaqueação externa (usar cabelos compridos, barbas respeitáveis, vestes talares, gestos estudados), sem nenhuma ressonância interna.


Não. Não é imitá-Lo apenas, é SEGUI-LO. Segui-Lo passo a passo pela estrada evolutiva até atingir a meta final, o ápice, tal como Ele o FEZ: sem recuos, sem paradas, sem demoras pelo caminho, sem descanso, sem distrações, sem concessões, mas marchando direto ao alvo.


SEGUI-LO no AMOR, na DEDICAÇÃO, no SERVIÇO, no AUTO-SACRIFÍCIO, na HUMILDADE, na RENÚNCIA, para que de nós se possa afirmar como Dele foi feito: "fez bem todas as coisas" (MC 7. 37) e: "passou pela Terra fazendo o bem e curando" (AT 10:38).


Como Mestre de boa didática, não apresenta exigências sem dar as razões. Os versículos seguintes satisfazem a essa condição.


Aqui, como sempre, são empregados os termos filosóficos com absoluta precisão vocabular (elegantia), não deixando margem a qualquer dúvida. A palavra usada é psychê, e não pneuma; é alma e nã "espírito" (em adendo a este capítulo daremos a "constituição do homem" segundo o Novo Testamento).


A alma (psychê) é a personagem humana em seu conjunto de intelecto-emoções, excluído o corpo denso e as sensações do duplo etérico. Daí a definição da resposta 134 do "Livro dos Espíritos": "alma é o espírito encarnado", isto é, a personagem humana que habita no corpo denso.

Aí está, pois, a chave para a interpretação do "negue-se a si mesmo": esse eu, a alma, é a personagem que precisa ser negada, porque, quem não quiser fazê-lo, quem pretender preservar esse eu, essa alma, vai acabar perdendo-a, já que, ao desencarnar, estará com "as mãos vazias". Mas aquele que por causa do Cristo Interno - renunciar e perder essa personagem transitória, esse a encontrará melhorada (Mateus), esse a preservará da ruína (Marcos e Lucas).


E prossegue: que adiantará acumular todas as riquezas materiais do mundo, se a personalidade vai cair no vazio? Nada de material pode ser-lhe comparado. No entanto, se for negada, será exaltada sobre todas as coisas (cfr. o texto acima citado, Filp. 2:5-11).


Todas e qualquer evolução do Espírito é feita exclusivamente durante seu mergulho na carne (veja atrás). Só através das personagens humanas haverá ascensão espiritual, por meio do "ajustamento sintônico". Então, necessidade absoluta de consegui-lo, não "se envergonhando", isto é, não desafinando da tônica do Pai (Som) que tudo cria, governa e mantém. Enfrentar o mundo sem receio, sem" respeitos humanos", e saber recusá-lo também, para poder obter o Encontro Místico com o Cristo Interno. Se a criatura "se envergonha" e se retrai, (não sintoniza) não é possível conseguir o Contato Divino, e o Filho do Homem também a evitará ("se envergonhará" dessa criatura). Só poderá haver a" descida da graça" ou a unificação com o Cristo, "na glória (tônica) do Pai (Som-Verbo), na glória (tônica) do próprio Cristo (Eu Interno), na glória de todos os santos mensageiros", se houver a coragem inquebrantável de romper com tudo o que é material e terreno, apagando as sensações, liquidando as emoções, calando o intelecto, suplantando o próprio "espírito" encarnado, isto é, PERDENDO SUA ALMA: só então "a achará", unificada que estará com o Cristo, Nele mergulhada (batismo), "como a gota no oceano" (Bahá"u"lláh). Realmente, a gota se perde no oceano mas, inegavelmente, ao deixar de ser gota microscópica, ela se infinitiva e se eterniza tornando-se oceano...

Em Mateus é-nos dado outro aviso: ao entrar em contato com a criatura, esta "receberá de acordo com seu comportamento" (pláxin). De modo geral lemos nas traduções correntes "de acordo com suas obras". Mas isso daria muito fortemente a ideia de que o importante seria o que o homem FAZ, quando, na realidade, o que importa é o que o homem É: e a palavra comportamento exprime-o melhor que obras; ora, a palavra do original práxis tem um e outro sentido.


Evidentemente, cada ser só poderá receber de acordo com sua capacidade, embora todos devam ser cheios, replenos, com "medida sacudida e recalcada" (cfr. Lc. 5:38).


Mas há diferença de capacidade entre o cálice, o copo, a garrafa, o litro, o barril, o tonel... De acordo com a própria capacidade, com o nível evolutivo, com o comportamento de cada um, ser-lhe-á dado em abundância, além de toda medida. Figuremos uma corrente imensa, que jorra permanentemente luz e força, energia e calor. O convite é-nos feito para aproximar-nos e recolher quanto quisermos.


Acontece, porém, que cada um só recolherá conforme o tamanho do vasilhame que levar consigo.


Assim o Cristo Imanente e o Verbo Criador e Conservador SE DERRAMAM infinitamente. Mas nós, criaturas finitas, só recolheremos segundo nosso comportamento, segundo a medida de nossa capacidade.


Não há fórmulas mágicas, não há segredos iniciáticos, não peregrinações nem bênçãos de "mestres", não há sacramentos nem sacramentais, que adiantem neste terreno. Poderão, quando muito, servir como incentivo, como animação a progredir, mas por si, nada resolvem, já que não agem ex ópere operantis nem ex opere operatus, mas sim ex opere recipientis: a quantidade de recebimento estará de acordo com a capacidade de quem recebe, não com a grandeza de quem dá, nem com o ato de doação.


E pode obter-se o cálculo de capacidade de cada um, isto é, o degrau evolutivo em que se encontra no discipulato de Cristo, segundo as várias estimativas das condições exigidas:

a) - pela profundidade e sinceridade na renúncia ao eu personalístico, quando tudo é feito sem cogitar de firmar o próprio nome, sem atribuir qualquer êxito ao próprio merecimento (não com palavras, mas interiormente), colaborando com todos os "concorrentes", que estejam em idêntica senda evolutiva, embora nos contrariem as ideias pessoais, mas desde que sigam os ensinos de Cristo;


b) - pela resignação sem queixas, numa aceitação ativa, de todas as cruzes, que exprimam atos e palavras contra nós, maledicências e calúnias, sem respostas nem defesas, nem claras nem veladas (já nem queremos acenar à contra-ataques e vinganças).


c) - pelo acompanhar silencioso dos passos espirituais no caminho do auto-sacrifício por amor aos outros, pela dedicação integral e sem condições; no caminho da humildade real, sem convencimentos nem exterioridades; no caminho do serviço, sem exigências nem distinções; no caminho do amor, sem preferências nem limitações. O grau dessas qualidades, todas juntas, dará uma ideia do grau evolutivo da criatura.


Assim entendemos essas condições: ou tudo, à perfeição; ou pouco a pouco, conquistando uma de cada vez. Mas parado, ninguém ficará. Se não quiser ir espontaneamente, a dor o aguilhoará, empurrandoo para a frente de qualquer forma.


No entanto, uma promessa relativa à possibilidade desse caminho é feita claramente: "alguns dos que aqui estão presentes não experimentarão a morte até conseguirem isso". A promessa tanto vale para aquelas personagens de lá, naquela vida física, quanto para os Espíritos ali presentes, garantindo-selhes que não sofreriam queda espiritual (morte), mas que ascenderiam em linha reta, até atingir a meta final: o Encontro Sublime, na União mística absoluta e total.


Interessante a anotação de Marcos quando acrescenta: O "reino de Deus chegado em poder". Durante séculos se pensou no poder externo, a espetacularidade. Mas a palavra "en dynámei" expressa muito mais a força interna, o "dinamismo" do Espírito, a potencialidade crística a dinamizar a criatura em todos os planos.


O HOMEM NO NOVO TESTAMENTO


O Novo Testamento estabelece, com bastante clareza, a constituição DO HOMEM, dividindo o ser encarnado em seus vários planos vibratórios, concordando com toda a tradição iniciática da Índia e Tibet, da China, da Caldeia e Pérsia, do Egito e da Grécia. Embora não encontremos o assunto didaticamente esquematizado em seus elementos, o sentido filosófico transparece nítido dos vários termos e expressões empregados, ao serem nomeadas as partes constituintes do ser humano, ou seja, os vários níveis em que pode tornar-se consciente.


Algumas das palavras são acolhidas do vocabulário filosófico grego (ainda que, por vezes, com pequenas variações de sentido); outras são trazidas da tradição rabínica e talmúdica, do centro iniciático que era a Palestina, e que já entrevemos usadas no Antigo Testamento, sobretudo em suas obras mais recentes.


A CONCEPÇÃO DA DIVINDADE


Já vimos (vol, 1 e vol. 3 e seguintes), que DEUS, (ho théos) é apresentado, no Novo Testamento, como o ESPÍRITO SANTO (tò pneuma tò hágion), o qual se manifesta através do Pai (patêr) ou Lógos (Som Criador, Verbo), e do Filho Unigênito (ho hyiós monogenês), que é o Cristo Cósmico.


DEUS NO HOMEM


Antes de entrar na descrição da concepção do homem, no Novo Testamento, gostaríamos de deixar tem claro nosso pensamento a respeito da LOCALIZAÇÃO da Centelha Divina ou Mônada NO CORA ÇÃO, expressão que usaremos com frequência.


A Centelha (Partícula ou Mônada) é CONSIDERADA por nós como tal; mas, na realidade, ela não se separa do TODO (cfr. vol. 1); logo, ESTÁ NO TODO, e portanto É O TODO (cfr. JO 1:1).


O "TODO" está TODO em TODAS AS COISAS e em cada átomo de cada coisa (cfr. Agostinho, De Trin. 6, 6 e Tomás de Aquino, Summa Theologica, I, q. 8, art. 2, ad 3um; veja vol. 3, pág. 145).


Entretanto, os seres e as coisas acham-se limitados pela forma, pelo espaço, pelo tempo e pela massa; e por isso afirmamos que em cada ser há uma "centelha" ou "partícula" do TODO. No entanto, sendo o TODO infinito, não tem extensão; sendo eterno, é atemporal; sendo indivisível, não tem dimensão; sendo O ESPÍRITO, não tem volume; então, consequentemente, não pode repartir-se em centelhas nem em partículas, mas é, concomitantemente, TUDO EM TODAS AS COISAS (cfr. l. ª Cor. 12:6).


Concluindo: quando falamos em "Centelha Divina" e quando afirmamos que ela está localizada no coração, estamos usando expressões didáticas, para melhor compreensão do pensamento, dificílimo (quase impossível) de traduzir-se em palavras.


De fato, porém, a Divindade está TODA em cada célula do corpo, como em cada um dos átomos de todos os planos espirituais, astrais, físicos ou quaisquer outros que existam. Em nossos corpos físicos e astral, o coração é o órgão preparado para servir de ponto de contato com as vibrações divinas, através, no físico, do nó de Kait-Flake e His; então, didaticamente, dizemos que "o coração é a sede da Centelha Divina".


A CONCEPÇÃO DO HOMEM


O ser humano (ánthrôpos) é considerado como integrado por dois planos principais: a INDIVIDUALIDADE (pneuma) e a PERSONAGEM ou PERSONALIDADE; esta subdivide-se em dois: ALMA (psychê) e CORPO (sôma).


Mas, à semelhança da Divindade (cfr. GN 1:27), o Espírito humano (individualidade ou pneuma) possui tríplice manifestação: l. ª - a CENTELHA DIVINA, ou Cristo, partícula do pneuma hágion; essa centelha que é a fonte de todo o Espirito, está localizada e representada quase sempre por kardia (coração), a parte mais íntima e invisível, o âmago, o Eu Interno e Profundo, centro vital do homem;


2. ª - a MENTE ESPIRITUAL, parte integrante e inseparável da própria Centelha Divina. A Mente, em sua função criadora, é expressa por noús, e está também sediada no coração, sendo a emissora de pensamentos e intuições: a voz silenciosa da super-consciência;


3. ª - O ESPÍRITO, ou "individualização do Pensamento Universal". O "Espírito" propriamente dito, o pneuma, surge "simples e ignorante" (sem saber), e percorre toda a gama evolutiva através dos milênios, desde os mais remotos planos no Antissistema, até os mais elevados píncaros do Sistema (Pietro Ubaldi); no entanto, só recebe a designação de pneuma (Espírito) quando atinge o estágio hominal.


Esses três aspectos constituem, englobamente, na "Grande Síntese" de Pietro Ubaldi, o "ALPHA", o" espírito".


Realmente verificamos que, de acordo com GN 1:27, há correspondência perfeita nessa tríplice manifesta ção do homem com a de Deus: A - ao pneuma hágion (Espírito Santo) correspondente a invisível Centelha, habitante de kardía (coração), ponto de partida da existência;


B - ao patêr (Pai Criador, Verbo, Som Incriado), que é a Mente Divina, corresponde noús (a mente espiritual) que gera os pensamentos e cria a individualização de um ser;


C - Ao Filho Unigênito (Cristo Cósmico) corresponde o Espírito humano, ou Espírito Individualizado, filho da Partícula divina, (a qual constitui a essência ou EU PROFUNDO do homem); a individualidade é o EU que percorre toda a escala evolutiva, um Eu permanente através de todas as encarnações, que possui um NOME "escrito no livro da Vida", e que terminará UNIFICANDO-SE com o EU PROFUNDO ou Centelha Divina, novamente mergulhando no TODO. (Não cabe, aqui, discutir se nessa unificação esse EU perde a individualidade ou a conserva: isso é coisa que está tão infinitamente distante de nós no futuro, que se torna impossível perceber o que acontecerá).


No entanto, assim como Pneuma-Hágion, Patêr e Hyiós (Espírito-Santo, Pai e Filho) são apenas trê "aspectos" de UM SÓ SER INDIVISÍVEL, assim também Cristo-kardía, noús e pneuma (CristoSABEDORIA DO EVANGELHO coração, mente espiritual e Espírito) são somente três "aspectos" de UM SÓ SER INDIVÍVEL, de uma criatura humana.


ENCARNAÇÃO


Ao descer suas vibrações, a fim de poder apoiar-se na matéria, para novamente evoluir, o pneuma atinge primeiro o nível da energia (o BETA Ubaldiano), quando então a mente se "concretiza" no intelecto, se materializa no cérebro, se horizontaliza na personagem, começando sua "crucificação". Nesse ponto, o pneuma já passa a denominar-se psychê ou ALMA. Esta pode considerar-se sob dois aspectos primordiais: a diánoia (o intelecto) que é o "reflexo" da mente, e a psychê propriamente dita isto é, o CORPO ASTRAL, sede das emoções.


Num último passo em direção à matéria, na descida que lhe ajudará a posterior subida, atinge-se então o GAMA Ubaldiano, o estágio que o Novo Testamento designa com os vocábulos diábolos (adversário) e satanás (antagonista), que é o grande OPOSITOR do Espírito, porque é seu PÓLO NEGATIVO: a matéria, o Antissistema. Aí, na matéria, aparece o sôma (corpo), que também pode subdividir-se em: haima (sangue) que constitui o sistema vital ou duplo etérico e sárx (carne) que é a carapaça de células sólidas, último degrau da materialização do espírito.


COMPARAÇÃO


Vejamos se com um exemplo grosseiro nos faremos entender, não esquecendo que omnis comparatio claudicat.


Observemos o funcionamento do rádio. Há dois sistemas básicos: o transmissor (UM) e os receptores (milhares, separados uns dos outros).


Consideremos o transmissor sob três aspectos: A - a Força Potencial, capaz de transmitir;


B - a Antena Emissora, que produz as centelas;


C - a Onda Hertziana, produzida pelas centelhas.


Mal comparando, aí teríamos:

a) - o Espirito-Santo, Força e Luz dos Universos, o Potencial Infinito de Amor Concreto;


b) - o Pai, Verbo ou SOM, ação ativa de Amante, que produz a Vida


c) - o Filho, produto da ação (do Som), o Amado, ou seja, o Cristo Cósmico que permeia e impregna tudo.


Não esqueçamos que TUDO: atmosfera, matéria, seres e coisas, no raio de ação do transmissor, ficam permeados e impregnados em todos os seus átomos com as vibrações da onda hertziana, embora seja esta invisível e inaudível e insensível, com os sentidos desarmados; e que os três elementos (Força-
Antena e Onda) formam UM SÓ transmissor o Consideremos, agora, um receptor. Observaremos que a recepção é feita em três estágios:

a) - a captação da onda


b) - sua transformação


c) - sua exteriorização Na captação da onda, podemos distinguir - embora a operação seja uma só - os seguintes elementos: A - a onda hertziana, que permeia e impregna todos os átomos do aparelho receptor, mas que é captada realmente apenas pela antena;


B - o condensador variável, que estabelece a sintonia com a onda emitida pelo transmissor. Esses dois elementos constituem, de fato, C - o sistema RECEPTOR INDIVIDUAL de cada aparelho. Embora a onda hertziana seja UMA, emitida pelo transmissor, e impregne tudo (Cristo Cósmico), nós nos referimos a uma onda que entra no aparelho (Cristo Interno) e que, mesmo sendo perfeita; será recebida de acordo com a perfeição relativa da antena (coração) e do condensador variável (mente). Essa parte representaria, então, a individualidade, o EU PERFECTÍVEL (o Espírito).


Observemos, agora, o circuito interno do aparelho, sem entrar em pormenores, porque, como dissemos, a comparação é grosseira. Em linhas gerais vemos que a onda captada pelo sistema receptor propriamente dito, sofre modificações, quando passa pelo circuito retificador (que transforma a corrente alternada em contínua), e que representaria o intelecto que horizontaliza as ideias chegadas da mente), e o circuito amplificador, que aumenta a intensidade dos sinais (que seria o psiquismo ou emoções, próprias do corpo astral ou alma).


Uma vez assim modificada, a onda atinge, com suas vibrações, o alto-falante que vibra, reproduzindo os sinais que chegam do transmissor isto é, sentindo as pulsações da onda (seria o corpo vital ou duplo etérico, que nos dá as sensações); e finalmente a parte que dá sonoridade maior, ou seja, a caixa acústica ou móvel do aparelho (correspondente ao corpo físico de matéria densa).


Ora, quanto mais todos esses elementos forem perfeitos, tanto mais fiel e perfeito será a reprodução da onda original que penetrou no aparelho. E quanto menos perfeitos ou mais defeituosos os elementos, mais distorções sofrerá a onda, por vezes reproduzindo, em guinchos e roncos, uma melodia suave e delicada.


Cremos que, apesar de suas falhas naturais, esse exemplo dá a entender o funcionamento do homem, tal como conhecemos hoje, e tal como o vemos descrito em todas as doutrinas espiritualistas, inclusive

—veremos agora quiçá pela primeira vez - nos textos do Novo Testamento.


Antes das provas que traremos, o mais completas possível, vejamos um quadro sinóptico:
θεός DEUS
πνεϋµα άγιον Espírito Santo
λόγος Pai, Verbo, Som Criador
υίός - Χριστό CRISTO - Filho Unigênito
άνθρωπος HOMEM
иαρδία - Χριστ

ό CRISTO - coração (Centelha)


πνεϋµα νους mente individualidade
πνεϋµα Espírito
φυΧή διάγοια intelecto alma
φυΧή corpo astral personagem
σώµα αίµα sangue (Duplo) corpo
σάρ

ξ carne (Corpo)


A - O EMPREGO DAS PALAVRAS


Se apresentada pela primeira vez, como esta, uma teoria precisa ser amplamente documentada e comprovada, para que os estudiosos possam aprofundar o assunto, verificando sua realidade objetiva. Por isso, começaremos apresentando o emprego e a frequência dos termos supracitados, em todos os locais do Novo Testamento.


KARDÍA


Kardía expressa, desde Homero (Ilíada, 1. 225) até Platão (Timeu, 70 c) a sede das faculdades espirituais, da inteligência (ou mente) e dos sentimentos profundos e violentos (cfr. Ilíada, 21,441) podendo até, por vezes, confundir-se com as emoções (as quais, na realidade, são movimentos da psychê, e não propriamente de kardía). Jesus, porém, reiteradamente afirma que o coração é a fonte primeira em que nascem os pensamentos (diríamos a sede do Eu Profundo).


Com este último sentido, a palavra kardía aparece 112 vezes, sendo que uma vez (MT 12:40) em sentido figurado.


MT 5:8, MT 5:28; 6:21; 9:4; 11:29; 12:34 13-15(2x),19; 15:8,18,19; 18;35; 22;37; 24:48; MC 2:6, MC 2:8; 3:5;


4:15; 6;52; 7;6,19,21; 8:11; 11. 23; 12:30,33; LC 1:17, LC 1:51, LC 1:66; 2;19,35,51; 3:5; 5:22; 6:45; 8:12,15;


9:47; 10:27; 12:34; 16:15; 21:14,34; 24;25,32,38; JO 12:40(2x); 13:2; 14:1,27; 16:6,22 AT 2:26, AT 2:37, AT 2:46; AT 4:32; 5:3(2x); 7:23,39,51,54; 8;21,22; 11;23. 13:22; 14:17; 15:9; 16;14; 21:13; 28:27(2x);


RM 1:21, RM 1:24; 2:5,15,29; 5:5; 6:17; 8:27; 9:2; 10:1,6,8,9,10; 16:16; 1. ª Cor. 2:9; 4:5; 7:37; 14:25; 2. ª Cor. 1:22; 2:4; 3:2,3,15; 4:6; 5:12; 6:11; 7:3; 8:16; 9:7; GL 4:6; EF 1:18; EF 3:17; EF 4:18; EF 5:19; EF 6:5, EF 6:22;


Filp. 1:7; 4:7; CL 2:2; CL 3:15, CL 3:16, CL 3:22; CL 4:8; 1. ª Tess. 2:4,17; 3:13; 2. ª Tess. 2:17; 3:5; 1. ª Tim. 1:5; 2. ª Tim.


2:22; HB 3:8, HB 3:10, HB 3:12, HB 3:15; HB 4:7, HB 4:12; 8:10; 10:16,22; Tiago, 1:26; 3:14; 4:8; 5:5,8; 1. ª Pe. 1:22; 3:4,15; 2. ª Pe. 1:19; 2:15; 1; 1. ª JO 3;19,20(2x),21; AP 2:23; AP 17:17; AP 18:7.


NOÚS


Noús não é a "fonte", mas sim a faculdade de criar pensamentos, que é parte integrante e indivisível de kardía, onde tem sede. Já Anaxágoras (in Diógenes Laércio, livro 2. º, n. º 3) diz que noús (o Pensamento Universal Criador) é o "’princípio do movimento"; equipara, assim, noús a Lógos (Som, Palavra, Verbo): o primeiro impulsionador dos movimentos de rotação e translação da poeira cósmica, com isso dando origem aos átomos, os quais pelo sucessivo englobamento das unidades coletivas cada vez mais complexas, formaram os sistemas atômicos, moleculares e, daí subindo, os sistemas solares, gal áxicos, e os universos (cfr. vol. 3. º).


Noús é empregado 23 vezes com esse sentido: o produto de noús (mente) do pensamento (nóêma), usado 6 vezes (2. ª Cor. 2:11:3:14; 4:4; 10:5; 11:3; Filp. 4:7), e o verbo daí derivado, noeín, empregado

14 vezes (3), sendo que com absoluta clareza em João (João 12:40) quando escreve "compreender com o coração" (noêsôsin têi kardíai).


LC 24. 45; RM 1:28; RM 7:23, RM 7:25; 11:34; 12:2; 14. 5; l. ª Cor. 1. 10; 2:16:14:14,15,19; EF 4:17, EF 4:23; Filp.


4:7; CL 2:18; 2. ª Tess. 2. 2; 1. ª Tim. 6:5; 2. ª Tim. 3:8; TT 1:15;AP 13:18.


PNEUMA


Pneuma, o sopro ou Espírito, usado 354 vezes no N. T., toma diversos sentidos básicos: MT 15:17; MT 16:9, MT 16:11; 24:15; MC 7:18; MC 8:17; MC 13:14; JO 12:40; RM 1:20; EF 3:4, EF 3:20; 1. ª Tim. 1:7;


2. ª Tim. 2:7; HB 11:13

1. Pode tratar-se do ESPÍRITO, caracterizado como O SANTO, designando o Amor-Concreto, base e essência de tudo o que existe; seria o correspondente de Brahman, o Absoluto. Aparece com esse sentido, indiscutivelmente, 6 vezes (MT 12:31, MT 12:32; MC 3:29; LC 12:10; JO 4:24:1. ª Cor. 2:11).


Os outros aspectos de DEUS aparecem com as seguintes denominações:

a) - O PAI (ho patêr), quando exprime o segundo aspecto, de Criador, salientando-se a relação entre Deus e as criaturas, 223 vezes (1); mas, quando se trata do simples aspecto de Criador e Conservador da matéria, é usado 43 vezes (2) o vocábulo herdado da filosofia grega, ho lógos, ou seja, o Verbo, a Palavra que, ao proferir o Som Inaudível, movimenta a poeira cósmica, os átomos, as galáxias.


(1) MT 5:16, MT 5:45, MT 5:48; MT 6:1, MT 6:4, MT 6:6, MT 6:8,9,14,15,26,32; 7:11,21; 10:20,29,32,33; 11:25,27; 12:50; 13:43; 15:13; 16:17,27; 18:10,14,19,35; 20:23; 23:9; 24:36; 25:34:26:29,39,42,53; MC 8:25; MC 11:25, MC 11:32; MC 11:14:36; LC 2:49; LC 2:6:36;9:26;10:21,22;11:2,13;12:30,32;22:29,42;23:34,46;24:49;JO 1:14, JO 1:18; JO 1:2:16;3:35;4:21,23;5:1 7,18,19,20,21,22,23,26,36,37,43,45,46,27,32,37,40,44,45,46,57,65;8:18,19,27,28,38,41,42,49,54;10:1 5,17,18,19,25,29,30,32,35,38;11:41;12:26,27,28,49,50;13:1,3;14:2,6,7,8,9,10,11,13,16,20,21,24,26,28, 31,15:1,8,9,10,15,16,23,24,26;16:3,10,15,17,25,26,27,28,32;17:1,5,11,21,24,25; 18:11; 20:17,21;AT 1:4, AT 1:7; AT 1:2:33;Rom. 1:7;6:4;8:15;15:6;1. º Cor. 8:6; 13:2; 15:24; 2. º Cor. 1:2,3; 6:18; 11:31; Gól. 1:1,3,4; 4:6; EF 1:2, EF 1:3, EF 1:17; EF 2:18; EF 2:3:14; 4:6; 5:20; FP 1:2; FP 2:11; FP 4:20; CL 1:2, CL 1:3, CL 1:12:3:17; 1. 0 Teõs. 1:1,3; 3:11,13; 2° Tess. 1:1 2; : 2:16; 1. º Tim. 1:2; 2. º Tim. 1:2; TT 1:4; Flm. 3; HB 1:5; HB 12:9; Tiago 1:17, Tiago 1:27:3:9; 1° Pe. 1:2,3,17; 2. º Pe. 1:17, 1. º JO 1:2,3; 2:1,14,15,16, 22,23,24; 3:1; 4:14; 2. º JO 3,4,9; Jud. 9; AP 1:6; AP 2:28; AP 3:5, AP 3:21; 14:1. (2) MT 8:8; LC 7:7; JO 1:1, JO 1:14; 5:33; 8:31,37,43,51,52,55; 14:23,24; 15:20; 17:61417; 1. º Cor. 1:13; 2. º Cor. 5:19; GL 6:6; Filp. 2:6; Cor. 1:25; 3:16; 4:3; 1. º Tess. 1:6; 2. º Tess. 3:1; 2. º Tim. 2:9; Heb. : 12; 6:1; 7:28; 12:9; Tiago, 1:21,22,23; 1. ° Pe. 1:23; 2. º Pe. 3:5,7; 1. º JO 1:1,10; 2:5,7,14; AP 19:13.


b) - O FILHO UNIGÊNITO (ho hyiós monogenês), que caracteriza o CRISTO CÓSMICO, isto é, toda a criação englobadamente, que é, na realidade profunda, um dos aspectos da Divindade. Não se trata, como é claro, de panteísmo, já que a criação NÃO constitui a Divindade; mas, ao invés, há imanência (Monismo), pois a criação é UM DOS ASPECTOS, apenas, em que se transforma a Divindade. Esta, além da imanência no relativo, é transcendente como Absoluto; além da imanência no tempo, é transcendente como Eterno; além da imanência no finito, é transcendente como Infinito.


A expressão "Filho Unigênito" só é usada por João (1:14,18; 13:16,18 e 1. a JO 4:9). Em todos os demais passos é empregado o termo ho Christós, "O Ungido", ou melhor, "O Permeado pela Divindade", que pode exprimir tanto o CRISTO CÓSMICO que impregna tudo, quanto o CRISTO INTERNO, se o olhamos sob o ponto de vista da Centelha Divina no âmago da criatura.


Quando não é feita distinção nos aspectos manifestantes, o N. T. emprega o termo genérico ho theós Deus", precedido do artigo definido.


2. Além desse sentido, encontramos a palavra pneuma exprimindo o Espírito humano individualizado; essa individualização, que tem a classificação de pneuma, encontra-se a percorrer a trajetória de sua longa viagem, a construir sua própria evolução consciente, através da ascensão pelos planos vibratórios (energia e matéria) que ele anima em seu intérmino caminhar. Notemos, porém, que só recebe a denominação de pneuma (Espírito), quando atinge a individualização completa no estado hominal (cfr. A. Kardec, "Livro dos Espíritos", resp. 79: "Os Espíritos são a individualização do Princípio Inteligente, isto é, de noús).


Logicamente, portanto, podemos encontrar espíritos em muitos graus evolutivos, desde os mais ignorantes e atrasados (akátharton) e enfermos (ponêrón) até os mais evoluídos e santos (hágion).


Todas essas distinções são encontradas no N. T., sendo de notar-se que esse termo pneuma pode designar tanto o espírito encarnado quanto, ao lado de outros apelativos, o desencarnado.


Eis, na prática, o emprego da palavra pneuma no N. T. :

a) - pneuma como espírito encarnado (individualidade), 193 vezes: MT 1:18, MT 1:20; 3:11; 4:1; 5:3; 10:20; 26:41; 27:50; MC 1:8; MC 2:8; MC 8:12; MC 14:38; LC 1:47, LC 1:80; 3:16, 22; 8:55; 23:46; 24. 37, 39; JO 1:33; JO 3:5, JO 3:6(2x), 8; 4:23; 6:63; 7:39; 11:33; 13:21; 14:17, 26; 15:26; 16:13; 19-30, 20:22; AT 1:5, AT 1:8; 5:3; 32:7:59; 10:38; 11:12,16; 17:16; 18:25; 19:21; 20:22; RM 1:4, RM 1:9; 5:5; 8:2, 4, 5(2x), 6, 9(3x), 10, 11(2x),13, 14, 15(2x), 16(2x), 27; 9:1; 12:11; 14:17; 15:13, 16, 19, 30; 1° Cor. 2:4, 10(2x), 11, 12; 3:16; 5:3,4, 5; 6:11, 17, 19; 7:34, 40; 12:4, 7, 8(2x), 9(2x), 11, 13(2x); 14:2, 12, 14, 15(2x), 16:32; 15:45; 16:18; 2º Cor. 1:22; 2:13; 3:3, 6, 8, 17(2x), 18; 5:5; 6:6; 7:1, 13; 12:18; 13:13; GL 3:2, GL 3:3, GL 3:5; 4:6, 29; 5:5,16,17(2x), 18, 22, 25(2x1); 6:8(2x),18; EF 1:13, EF 1:17; 2:18, 22; 3:5, 16; 4:3, 4:23; 5:18; 6:17, 18; Philp. 1:19, 27; 2:1; 3:3; 4:23; CL 1:8; CL 2:5; 1º Tess. 1:5, 6; 4:8; 5:23; 2. º Tess. 2:13; 1. º Tim. 3:16; 4:22; 2. º Tim. 1:14; TT 3:5; HB 4:12, HB 6:4; HB 9:14; HB 10:29; HB 12:9; Tiago, 2:26:4:4; 1. º Pe. 1:2, 11, 12; 3:4, 18; 4:6,14; 1. º JO 3:24; JO 4:13; JO 5:6(2x),7; Jud. 19:20; AP 1:10; AP 4:2; AP 11:11.


b) - pneuma como espírito desencarnado:


I - evoluído ou puro, 107 vezes:


MT 3:16; MT 12:18, MT 12:28; 22:43; MC 1:10, MC 1:12; 12:36; 13. 11; LC 1:15, LC 1:16, LC 1:41, LC 1:67; 2:25, 27; 4:1, 14, 18; 10:21; 11:13; 12:12; JO 1:32; JO 3:34; AT 1:2, AT 1:16; 2:4(2x), 17, 18, 33(2x), 38; 4:8; 25, 31; 6:3, 10; 7:51, 55; 8:15, 17, 18, 19, 29, 39; 9:17, 31; 10:19, 44, 45, 47; 11:15, 24, 28; 13:2, 4, 9, 52; 15:8, 28; 16:6, 7; 19:1, 2, 6; 20:22, 28; 21:4, 11; 23:8, 9; 28:25; 1. º Cor. 12:3(2x), 10; 1. º Tess. 5:9; 2. º Tess. 2:2; 1. ° Tim. 4:1; HB 1:7, HB 1:14; 2:4; 3:7; 9:8; 10:15; 12:23; 2. º Pe. 1:21; 1. ° JO 4:1(2x), 2, 3, 6; AP 1:4; AP 2:7, AP 2:11, AP 2:17, AP 2:29; 3:1, 6, 13, 22; 4:5; 5:6; 14:13; 17:3:19. 10; 21. 10; 22:6, 17.


II - involuído ou não-purificado, 39 vezes:


MT 8:16; MT 10:1; MT 12:43, MT 12:45; MC 1:23, MC 1:27; 3:11, 30; 5:2, 8, 13; 6:7; 7:25; 9:19; LC 4:36; LC 6:18; LC 7:21; LC 8:2; LC 10:20; LC 11:24, LC 11:26; 13:11; AT 5:16; AT 8:7; AT 16:16, AT 19:12, AT 19:13, AT 19:15, AT 19:16; RM 11:8:1. ° Cor. 2:12; 2. º Cor. 11:4; EF 2:2; 1. º Pe. 3:19; 1. º JO 4:2, 6; AP 13:15; AP 16:13; AP 18:2.


c) - pneuma como "espírito" no sentido abstrato de "caráter", 7 vezes: (JO 6:63; RM 2:29; 1. ª Cor. 2:12:4:21:2. ª Cor. 4:13; GL 6:1 e GL 6:2. ª Tim. 1:7)


d) - pneuma no sentido de "sopro", 1 vez: 2. ª Tess. 2:8 Todavia, devemos acrescentar que o espírito fora da matéria recebia outros apelativo, conforme vimos (vol. 1) e que não é inútil recordar, citando os locais.


PHÁNTASMA, quando o espírito, corpo astral ou perispírito se torna visível; termo que, embora frequente entre os gregos, só aparece, no N. T., duas vezes (MT 14:26 e MC 6:49).

ÁGGELOS (Anjo), empregado 170 vezes, designa um espírito evoluído (embora nem sempre de categoria acima da humana); essa denominação específica que, no momento em que é citada, tal entidade seja de nível humano ou supra-humano - está executando uma tarefa especial, como encarrega de "dar uma mensagem", de "levar um recado" de seus superiores hierárquicos (geralmente dizendo-se "de Deus"): MT 1:20, MT 1:24; 2:9, 10, 13, 15, 19, 21; 4:6, 11; 8:26; 10:3, 7, 22; 11:10, 13; 12:7, 8, 9, 10, 11, 23; 13:39, 41, 49; 16:27; 18:10; 22:30; 24:31, 36; 25:31, 41; 26:53; 27:23; 28:2, 5; MC 1:2, MC 1:13; 8:38; 12:25; 13:27, 32; LC 1:11, LC 1:13, LC 1:18, LC 1:19, 26, 30, 34, 35, 38; 4:10, 11; 7:24, 27; 9:26, 52; 12:8; 16:22; 22:43; 24:23; JO 1:51; JO 12:29; JO 20:12 AT 5:19; AT 6:15; AT 7:30, AT 7:35, AT 7:38, AT 7:52; 12:15; 23:8, 9; RM 8:38; 1. ° Cor. 4:9; 6:3; 11:10; 13:1; 2. º Cor. 11:14; 12:7; GL 1:8; GL 3:19; GL 4:14; CL 2:18; 2. º Tess. 1:7; 1. ° Tim. 3:16; 5:21; HB 1:4, HB 1:5, HB 1:6, HB 1:7, 13; 2:2, 5, 7, 9, 16; 12:22; 13:2; Tiago 2:25; 1. º Pe. 1:4, 11; Jud. 6; AP 1:1, AP 1:20; 2:1, 8, 12, 18; 3:1, 5, 7, 9, 14; 5:2, 11; 7:1, 11; 8:2, 3, 4, 5, 6, 8, 10, 12, 13; 9:1, 11, 13, 14, 15; 10:1, 5, 7, 8, 9, 10; 11:15; 12:7, 9, 17; 14:6, 9, 10, 15, 17, 18, 19; 15:1, 6, 7, 8, 10; 16:1, 5; 17:1, 7; 18:1, 21; 19:17; 20:1; 21:9, 12, 17; 22:6, 8, 16. BEEZEBOUL, usado 7 vezes: (MT 7. 25; 12:24, 27; MC 3:22; LC 11:15, LC 11:18, LC 11:19) só nos Evangelhos, é uma designação de chefe" de falange, "cabeça" de espíritos involuído.


DAIMÔN (uma vez, em MT 8:31) ou DAIMÓNION, 55 vezes, refere-se sempre a um espírito familiar desencarnado, que ainda conserva sua personalidade humana mesmo além túmulo. Entre os gregos, esse termo designava quer o eu interno, quer o "guia". Já no N. T. essa palavra identifica sempre um espírito ainda não-esclarecido, não evoluído, preso à última encarnação terrena, cuja presença prejudica o encarnado ao qual esteja ligado; tanto assim que o termo "demoníaco" é, para Tiago, sinônimo de "personalístico", terreno, psíquico. "não é essa sabedoria que desce do alto, mas a terrena (epígeia), a personalista (psychike), a demoníaca (demoniôdês). (Tiago, 3:15)


MT 7:22; MT 9:33, MT 9:34; 12:24, 27, 28; 10:8; 11:18; 17:18; MC 1:34, MC 1:39; 3:15, 22; 6:13; 7:26, 29, 30; 9:38; 16:9, 17; LC 4:33, LC 4:35, LC 4:41; 7:33; 8:2, 27, 29, 30, 33, 35, 38; 9:1, 42, 49; 10:17; 11:14, 15, 18, 19, 20; 13:32; JO 7:2; JO 8:48, JO 8:49, JO 8:52; 10:20, 21; AT 17:18; 1. ª Cor. 10:20, 21; 1. º Tim. 4:1; Tiago 2:16; Apoc 9:20; 16:24 e 18:2.


Ao falar de desencarnados, aproveitemos para observar como era designado o fenômeno da psicofonia: I - quando se refere a uma obsessão, com o verbo daimonízesthai, que aparece 13 vezes (MT 4:24;


8:16, 28, 33; 9:32; 12:22; 15:22; Marc 1:32; 5:15, 16, 18; LC 8:36; JO 10:21, portanto, só empregado pelos evangelistas).


II - quando se refere a um espírito evoluído, encontramos as expressões:

• "cheio de um espírito (plêrês, LC 4:1; AT 6:3, AT 6:5; 7:55; 11:24 - portanto só empregado por Lucas);


• "encher-se" (pimplánai ou plêthein, LC 1:15, LC 1:41, LC 1:67; AT 2:4; AT 4:8, AT 4:31; 9:17; 13:19 - portanto, só usado por Lucas);


• "conturbar-se" (tarássein), JO 11:33 e JO 13:21).


Já deixamos bem claro (vol 1) que os termos satanás ("antagonista"), diábolos ("adversário") e peirázôn ("tentador") jamais se referem, no N. T., a espíritos desencarnados, mas expressam sempre "a matéria, e por conseguinte também a "personalidade", a personagem humana que, com seu intelecto vaidoso, se opõe, antagoniza e, como adversário natural do espírito, tenta-o (como escreveu Paulo: "a carne (matéria) luta contra o espírito e o espírito contra a carne", GL 5:17).


Esses termos aparecem: satanãs, 33 vezes (MT 4:10; MT 12:26; MT 16:23; MC 1:13; MC 3:23, MC 3:26; 4:15; 8:33; LC 10:18; LC 11:18; LC 13:16; LC 22:3; JO 13:27, JO 13:31; AT 5:3; AT 26:18; RM 16:20; 1. º Cor. 5:5; 7:5; 2. º Cor. 2:11; 11:14; 12:17; 1. ° Tess. 2:18; 2. º Tess. 2:9; 1. º Tim. 1:20; 5:15; AP 2:9, AP 2:13, AP 2:24; 3:9; 12:9; 20:2, 7); diábolos, 35 vezes (MT 4:1, MT 4:5, MT 4:8, MT 4:11; 13:39; 25:41; LC 4:2, LC 4:3, LC 4:6, LC 4:13; 8:12; JO 6:70; JO 8:44; JO 13:2; AT 10:38; AT 13:10; EF 4:27; EF 6:11; 1. º Tim. 3:6, 7, 11; 2. º Tim. 2:26; 3:3 TT 2:3; HB 2:14; Tiago, 4:7; 1. º Pe. 5:8; 1. º JO 3:8, 10; Jud. 9; AP 2:10; AP 12:9, AP 12:12; 20:2,10) e peirázôn, duas vezes (MT 4:3 e MT 4:1. ª Tess. 3:5).


DIÁNOIA


Diánoia exprime a faculdade de refletir (diá+noús), isto é, o raciocínio; é o intelecto que na matéria, reflete a mente espiritual (noús), projetando-se em "várias direções" (diá) no mesmo plano. Usado 12 vezes (MT 22:37; MC 12:30: LC 1:51; LC 10:27: EF 2:3; EF 4:18; CL 1:21; HB 8:10; HB 10:16; 1. ª Pe. 1:13; 2. ª Pe. 3:1; 1. ª JO 5:20) na forma diánoia; e na forma dianóêma (o pensamento) uma vez em LC 11:17. Como sinônimo de diánoia, encontramos, também, synesis (compreensão) 7 vezes (MC 12:33; LC 2:47; 1. ª Cor. 1:19; EF 3:4; CL 1:9 e CL 2:2; e 2. ª Tim. 2:7). Como veremos logo abaixo, diánoia é parte inerente da psychê, (alma).


PSYCHÊ


Psychê é a ALMA, isto é, o "espírito encarnado (cfr. A. Kardec, "Livro dos Espíritos", resp. 134: " alma é o espírito encarnado", resposta dada, evidentemente, por um "espírito" afeito à leitura do Novo Testamento).


A psychê era considerada pelos gregos como o atualmente chamado "corpo astral", já que era sede dos desejos e paixões, isto é, das emoções (cfr. Ésquilo, Persas, 841; Teócrito, 16:24; Xenofonte, Ciropedia, 6. 2. 28 e 33; Xen., Memoráveis de Sócrates, 1. 13:14; Píndaro, Olímpicas, 2. 125; Heródoto, 3. 14; Tucídides, 2. 40, etc.) . Mas psychê também incluía, segundo os gregos, a diánoia ou synesis, isto é, o intelecto (cfr. Heródoto, 5. 124; Sófocles, Édipo em Colona, 1207; Xenofonte, Hieron, 7. 12; Plat ão, Crátilo, 400 a).


No sentido de "espírito" (alma de mortos) foi usada por Homero (cfr. Ilíada 1. 3; 23. 65, 72, 100, 104;


Odisseia, 11. 207,213,222; 24. 14 etc.), mas esse sentido foi depressa abandonado, substituído por outros sinônimos (pnenma, eikôn, phántasma, skiá, daimôn, etc.) .


Psychê é empregado quase sempre no sentido de espírito preso à matéria (encarnado) ou seja, como sede da vida, e até como a própria vida humana, isto é, a personagem terrena (sede do intelecto e das emoções) em 92 passos: Mar. 2:20; 6:25; 10:28, 39; 11:29; 12:18; 16:25, 26; 20:28; 22:37; 26:38; MC 3:4; MC 8:35, MC 8:36, MC 8:37; 10:45; 12:30; 14:34; LC 1:46; LC 2:35; LC 6:9; LC 9:24(2x), 56; 10:27; 12:19, 20, 22, 23; 14:26; 17:33; 21:19; JO 10:11, JO 10:15, JO 10:17, JO 10:18, 24; 12:25, 27; 13:37, 38; 15:13; AT 2:27, AT 2:41, AT 2:43; 3:23; 4:32; 7:14; 14:2, 22; 15:24, 26; 20:10, 24; 27:10, 22, 37, 44; RM 2:9; RM 11:3; RM 13:1; RM 16:4; 1. º Cor. 15:45; 2. º Cor. 1:23; 12:15; EF 6:6; CL 3:23; Flp. 1:27; 2:30; 1. º Tess. 2:8; 5:23; HB 4:12; HB 6:19; HB 10:38, HB 10:39; 12:3; 13:17; Tiago 1:21; Tiago 5:20; 1. º Pe. 1:9, 22; 2:11, 25; 4:19; 2. º Pe. 2:8, 14; 1. º JO 3:16; 3. º JO 2; AP 12:11; AP 16:3; AP 18:13, AP 18:14.


Note-se, todavia, que no Apocalipse (6:9:8:9 e 20:4) o termo é aplicado aos desencarnados por morte violenta, por ainda conservarem, no além-túmulo, as características da última personagem terrena.


O adjetivo psychikós é empregado com o mesmo sentido de personalidade (l. ª Cor. 2:14; 15:44, 46; Tiago, 3:15; Jud. 19).


Os outros termos, que entre os gregos eram usados nesse sentido de "espírito desencarnado", o N. T.


não os emprega com essa interpretação, conforme pode ser verificado:

EIDOS (aparência) - LC 3:22; LC 9:29; JO 5:37; 2. ª Cor. 5:7; 1. ª Tess. 5:22.


EIDÔLON (ídolo) - AT 7:41; AT 15:20; RM 2:22; 1. ª Cor. 8:4, 7; 10:19; 12; 2; 2. ª Cor. 6:16; 1. ª Tess.


1:9; 1. ª JO 5:21; AP 9:20.


EIKÔN (imagem) - MT 22:20; MC 12:16; LC 20:24; RM 1:23; 1. ª Cor. 11:7; 15:49 (2x) ; 2. ª Cor. 3:18; 4:4; CL 1:5; CL 3:10; HB 10:11; AP 13:14; AP 14:2, AP 14:11; 15:2; 19 : 20; 20 : 4.


SKIÁ (sombra) - MT 4:16; MC 4:32; LC 1:79; AT 5:15; CL 2:17; HB 8:5; HB 10:1.


Também entre os gregos, desde Homero, havia a palavra thumós, que era tomada no sentido de alma encarnada". Teve ainda sentidos diversos, exprimindo "coração" quer como sede do intelecto, quer como sede das paixões. Fixou-se, entretanto, mais neste último sentido, e toda, as vezes que a deparamos no Novo Testamento é, parece, com o designativo "força". (Cfr. LC 4:28; AT 19:28; RM 2:8; 2. ª Cor. 12:20; GL 5:20; EF 4:31; CL 3:8; HB 11:27; AP 12:12; AP 14:8, AP 14:10, AP 14:19; 15:1, 7; 16:1, 19; 18:3 e 19:15)


SOMA


Soma exprime o corpo, geralmente o físico denso, que é subdividido em carne (sárx) e sangue (haima), ou seja, que compreende o físico denso e o duplo etérico (e aqui retificamos o que saiu publicado no vol. 1, onde dissemos que "sangue" representava o astral).


Já no N. T. encontramos uma antecipação da moderna qualificação de "corpos", atribuída aos planos ou níveis em que o homem pode tornar-se consciente. Paulo, por exemplo, emprega soma para os planos espirituais; ao distinguir os "corpos" celestes (sómata epouránia) dos "corpos" terrestres (sómata epígeia), ele emprega soma para o físico denso (em lugar de sárx), para o corpo astral (sôma psychikôn) e para o corpo espiritual (sôma pneumatikón) em 1. ª Cor. 15:40 e 44.


No N. T. soma é empregado ao todo 123 vezes, sendo 107 vezes no sentido de corpo físico-denso (material, unido ou não à psychê);


MT 5:29, MT 5:30; 6:22, 25; 10:28(2x); 26:12; 27:58, 59; MC 5:29; MC 14:8; MC 15:43; LC 11:34; LC 12:4, LC 12:22, LC 12:23; 17:37; 23:52, 55; 24:3, 23; JO 2:21; JO 19:31, JO 19:38, JO 19:40; 20:12; Aros. 9:40; RM 1:24; RM 4:19; RM 6:6, RM 6:12; 7:4, 24; 8:10, 11, 13, 23; 12:1, 4; 1. º Cor. 5:13; 6:13(2x), 20; 7:4(2x), 34; 9:27; 12:12(3x),14, 15(2x), 16 (2x), 17, 18, 19, 20, 22, 23, 24, 25; 13:3; 15:37, 38(2x) 40). 2. 0 Cor. 4:40; 5:610; 10:10; 12:2(2x); Gól. 6:17; EF 2:16; EF 5:23, EF 5:28; Ft. 3:21; CL 2:11, CL 2:23; 1. º Tess. 5:23; HB 10:5, HB 10:10, HB 10:22; 13:3, 11; Tiago 2:11, Tiago 2:26; 3:2, 3, 6; 1. º Pe. 2:24; Jud. 9; AP 18:13. Três vezes como "corpo astral" (MT 27:42; 1. ª Cor. 15:14, duas vezes); duas vezes como "corpo espiritual" (1. º Cor. 15:41); e onze vezes com sentido simbólico, referindo-se ao pão, tomado como símbolo do corpo de Cristo (MT 26:26; MC 14:22; LC 22:19; RM 12:5; 1. ª Cor. 6:15; 10:16, 17; 11:24; 12:13, 27; EF 1:23; EF 4:4, EF 4:12, EF 4:16; Filp. 1:20; CL 1:18, CL 1:22; 2:17; 3:15).


HAIMA


Haima, o sangue, exprime, como vimos, o corpo vital, isto é, a parte que dá vitalização à carne (sárx), a qual, sem o sangue, é simples cadáver.


O sangue era considerado uma entidade a parte, representando o que hoje chamamos "duplo etérico" ou "corpo vital". Baste-nos, como confirmação, recordar que o Antigo Testamento define o sangue como "a alma de toda carne" (LV 17:11-14). Suma importância, por isso, é atribuída ao derramamento de sangue, que exprime privação da "vida", e representa quer o sacrifício em resgate de erros e crimes, quer o testemunho de uma verdade.


A palavra é assim usada no N. T. :

a) - sangue de vítimas (HB 9:7, HB 9:12, HB 9:13, HB 9:18, 19, 20, 21, 22, 25; 10:4; 11:28; 13:11). Observe-se que só nessa carta há preocupação com esse aspecto;


b) - sangue de Jesus, quer literalmente (MT 27:4, MT 27:6, MT 27:24, MT 27:25; LC 22:20; JO 19:34; AT 5:28; AT 20:28; RM 5:25; RM 5:9; EF 1:7; EF 2:13; CL 1:20; HB 9:14; HB 10:19, HB 10:29; 12:24; 13:12, 20; 1. ª Pe. 1:2,19; 1. ª JO 1:7; 5:6, 8; AP 1:5; AP 5:9; AP 7:14; AP 12:11); quer simbolicamente, quando se refere ao vinho, como símbolo do sangue de Cristo (MT 26:28; MC 14:24; JO 6:53, JO 6:54, JO 6:55, JO 6:56; 1. ª Cor. 10:16; 11:25, 27).


c) - o sangue derramado como testemunho de uma verdade (MT 23:30, MT 23:35; 27:4; LC 13:1; AT 1:9; AT 18:6; AT 20:26; AT 22:20; RM 3:15; HB 12:4; AP 6:10; 14,: 20; 16:6; 17:6; 19:2, 13).


d) - ou em circunstâncias várias (MC 5:25, MC 5:29; 16:7; LC 22:44; JO 1:13; AT 2:19, AT 2:20; 15:20, 29; 17:26; 21:25; 1. ª Cor. 15:50; GL 1:16; EF 6:12; HB 2:14; AP 6:12; AP 8:7; AP 15:3, AP 15:4; 11:6).


SÁRX


Sárx é a carne, expressão do elemento mais grosseiro do homem, embora essa palavra substitua, muitas vezes, o complexo soma, ou seja, se entenda, com esse termo, ao mesmo tempo "carne" e "sangue".


Apesar de ter sido empregada simbolicamente por Jesus (JO 6:51, JO 6:52, JO 6:53, JO 6:54, 55 e 56), seu uso é mais literal em todo o resto do N. T., em 120 outros locais: MT 19:56; MT 24:22; MT 26:41; MC 10:8; MC 13:20; MC 14:38; LC 3:6; LC 24:39; JO 1:14; JO 3:6(2x); 6:63; 8:15; 17:2; AT 2:7, AT 2:26, AT 2:31; RM 1:3; RM 2:28; RM 3:20; RM 4:1; RM 6:19; RM 7:5, RM 7:18, RM 7:25; 8:3, 4(2x), 5(2x), 6, 7, 8, 9, 13(2x); 9:358; 11:14; 13:14; 1. º Cor. 1:2629; 5:5; 6:16; 7:28;10:18; 15:39(2x),50; 2. º Cor. 1:17; 4:11; 5:16; 7:1,5; 10:2,3(2x); 1:18; 12:7; GL 2:16, GL 2:20; 3:3; 4:13, 14, 23; 5:13, 16, 17, 19, 24; 6:8(2x), 12, 13; EF 2:3, EF 2:11, EF 2:14; 5:29, 30, 31; 6:5; CL 1:22, CL 1:24; 2:1, 5, 11, 13, 18, 23; 3:22, 24; 3:34; 1. º Tim. 3:6; Flm. 16; HB 5:7; HB 9:10, HB 9:13; 10:20; 12:9; Tiago 5:3; 1. º Pe. 1:24; 3;18, 21; 4:1, 2, 6; 2. º Pe. 2:10, 18; 1. º JO 2:16; 4:2; 2. º JO 7; Jud. 7, 8, 23; AP 17:16; AP 19:21.


B - TEXTOS COMPROBATÓRIOS


Respiguemos, agora, alguns trechos do N. T., a fim de comprovar nossas conclusões a respeito desta nova teoria.


Comecemos pela distinção que fazemos entre individualidade (ou Espírito) e a personagem transitória humana.


INDIVIDUALIDADE- PERSONAGEM


Encontramos essa distinção explicitamente ensinada por Paulo (l. ª Cor. 15:35-50) que classifica a individualidade entre os "corpos celestiais" (sómata epouránia), isto é, de origem espiritual; e a personagem terrena entre os "corpos terrenos" (sómata epígeia), ou seja, que têm sua origem no próprio planeta Terra, de onde tiram seus elementos constitutivos (físicos e químicos). Logo a seguir, Paulo torna mais claro seu pensamento, denominando a individualidade de "corpo espiritual" (sôma pneumatikón) e a personagem humana de "corpo psíquico" (sôma psychikón). Com absoluta nitidez, afirma que a individualidade é o "Espírito vivificante" (pneuma zoopioún), porque dá vida; e que a personagem, no plano já da energia, é a "alma que vive" (psychê zôsan), pois recebe vida do Espírito que lhe constitui a essência profunda.


Entretanto, para evitar dúvidas ou más interpretações quanto ao sentido ascensional da evolução, assevera taxativamente que o desenvolvimento começa com a personalidade (alma vivente) e só depois que esta se desenvolve, é que pode atingir-se o desabrochar da individualidade (Espírito vivificante).


Temos, pois, bem estabelecida a diferença fundamental, ensinada no N. T., entre psychê (alma) e pneuma (Espírito).


Mas há outros passos em que esses dois elementos são claramente distinguidos:

1) No Cântico de Maria (LC 1:46) sentimos a diferença nas palavras "Minha alma (psychê) engrandece o Senhor e meu Espírito (pneuma) se alegra em Deus meu Salvador".


2) Paulo (Filp. 1:27) recomenda que os cristãos tenham "um só Espírito (pneuma) e uma só alma (psychê), distinção desnecessária, se não expressassem essas palavras coisas diferentes.


3) Ainda Paulo (l. ª Tess. 5:23) faz votos que os fiéis "sejam santificados e guardados no Espírito (pneuma) na alma (psychê) e no corpo (sôma)", deixando bem estabelecida a tríade que assinalamos desde o início.


4) Mais claro ainda é o autor da Carta dos Hebreus (quer seja Paulo Apolo ou Clemente Romano), ao


. utilizar-se de uma expressão sintomática, que diz: "o Logos Divino é Vivo, Eficaz; e mais penetrante que qualquer espada, atingindo até a divisão entre o Espirito (pneuma) e a alma (psychê)" (HB 4:12); aí não há discussão: existe realmente uma divisão entre espírito e alma.


5) Comparando, ainda, a personagem (psiquismo) com a individualidade Paulo afirma que "fala não palavras aprendidas pela sabedoria humana, mas aprendidas do Espírito (divino), comparando as coisas espirituais com as espirituais"; e acrescenta, como esclarecimento e razão: "o homem psíquico (ho ánthrôpos psychikós, isto é, a personagem intelectualizada) não percebe as coisas do Espírito Divino: são tolices para ele, e não pode compreender o que é discernido espiritualmente; mas o homem espiritual (ho ánthrôpos pneumatikós, ou, seja, a individualidade) discerne tudo, embora não seja discernido por ninguém" (1. ª Cor. 2:13-15).


Portanto, não há dúvida de que o N. T. aceita os dois aspectos do "homem": a parte espiritual, a tríade superior ou individualidade (ánthrôpos pneumatikós) e a parte psíquica, o quaternário inferior ou personalidade ou personagem (ánthrôpos psychikós).


O CORPO


Penetremos, agora, numa especificação maior, observando o emprego da palavra soma (corpo), em seu complexo carne-sangue, já que, em vários passos, não só o termo sárx é usado em lugar de soma, como também o adjetivo sarkikós (ou sarkínos) se refere, como parte externa visível, a toda a personagem, ou seja, ao espírito encarnado e preso à matéria; e isto sobretudo naqueles que, por seu atraso, ainda acreditam que seu verdadeiro eu é o complexo físico, já que nem percebem sua essência espiritual.


Paulo, por exemplo, justifica-se de não escrever aos coríntios lições mais sublimes, porque não pode falar-lhes como a "espirituais" (pnenmatikoí, criaturas que, mesmo encarnadas, já vivem na individualidade), mas só como a "carnais" (sarkínoi, que vivem só na personagem). Como a crianças em Cristo (isto é, como a principiantes no processo do conhecimento crístico), dando-lhes leite a beber, não comida, pois ainda não na podem suportar; "e nem agora o posso, acrescenta ele, pois ainda sois carnais" (1. ª Cor. 3:1-2).


Dessa forma, todos os que se encontram na fase em que domina a personagem terrena são descritos por Paulo como não percebendo o Espírito: "os que são segundo a carne, pensam segundo a carne", em oposição aos "que são segundo o espírito, que pensam segundo o espírito". Logo a seguir define a "sabedoria da carne como morte, enquanto a sabedoria do Espírito é Vida e Paz" (Rom, 8:5-6).


Essa distinção também foi afirmada por Jesus, quando disse que "o espírito está pronto (no sentido de" disposto"), mas a carne é fraca" (MT 26:41; MC 14:38). Talvez por isso o autor da Carta aos Hebreus escreveu, ao lembrar-se quiçá desse episódio, que Jesus "nos dias de sua carne (quando encarnado), oferecendo preces e súplicas com grande clamor e lágrimas Àquele que podia livrá-lo da morte, foi ouvido por causa de sua devoção e, não obstante ser Filho de Deus (o mais elevado grau do adeptado, cfr. vol. 1), aprendeu a obediência por meio das coisas que sofreu" (Heb, 5:7-8).


Ora, sendo assim fraca e medrosa a personagem humana, sempre tendente para o mal como expoente típico do Antissistema, Paulo tem o cuidado de avisar que "não devemos submeter-nos aos desejos da carne", pois esta antagoniza o Espírito (isto é constitui seu adversário ou diábolos). Aconselha, então que não se faça o que ela deseja, e conforta os "que são do Espírito", assegurando-lhes que, embora vivam na personalidade, "não estão sob a lei" (GL 5:16-18). A razão é dada em outro passo: "O Senhor é Espírito: onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade" (2. ª Cor. 3:17).


Segundo o autor da Carta aos Hebreus, esta foi uma das finalidades da encarnação de Jesus: livrar a personagem humana do medo da morte. E neste trecho confirma as palavras do Mestre a Nicodemos: "o que nasce de carne é carne" (JO 3:6), esclarecendo, ao mesmo tempo, no campo da psicobiologia, (o problema da hereditariedade: dos pais, os filhos só herdam a carne e o sangue (corpo físico e duplo etérico), já que a psychê é herdeira do pneuma ("o que nasce de espírito, é espírito", João, ibidem). Escreve, então: "como os filhos têm a mesma natureza (kekoinônêken) na carne e no sangue, assim ele (Jesus) participou da carne e do sangue para que, por sua morte, destruísse o adversário (diábolos, a matéria), o qual possui o império da morte, a fim de libertá-las (as criaturas), já que durante toda a vida elas estavam sujeitas ao medo da morte" (HB 2:14).


Ainda no setor da morte, Jesus confirma, mais uma vez, a oposição corpo-alma: "não temais os que matam o corpo: temei o que pode matar a alma (psychê) e o corpo (sôma)" (MT 10:28). Note-se, mais uma vez, a precisão (elegantia) vocabular de Jesus, que não fala em pneuma, que é indestrutível, mas em psychê, ou seja, o corpo astral sujeito a estragos e até morte.


Interessante observar que alguns capítulos adiante, o mesmo evangelista (MT 27:52) usa o termo soma para designar o corpo astral ou perispírito: "e muitos corpos dos santos que dormiam, despertaram".


Refere-se ao choque terrível da desencarnação de Jesus, que foi tão violento no plano astral, que despertou os desencarnados que se encontravam adormecidos e talvez ainda presos aos seus cadáveres, na hibernação dos que desencarnam despreparados. E como era natural, ao despertarem, dirigiram-se para suas casas, tendo sido percebidos pelos videntes.


Há um texto de Paulo que nos deixa em suspenso, sem distinguirmos se ele se refere ao corpo físico (carne) ou ao psíquico (astral): "conheço um homem em Cristo (uma individualidade já cristificada) que há catorze anos - se no corpo (en sômai) não sei, se fora do corpo (ektòs sômatos) não sei: Deus

sabe foi raptado ao terceiro céu" (l. ª Cor. 12:2). É uma confissão de êxtase (ou talvez de "encontro"?), em que o próprio experimentador se declara inapto a distinguir se se tratava de um movimento puramente espiritual (fora do corpo), ou se tivera a participação do corpo psíquico (astral); nem pode verificar se todo o processo se realizou com pneuma e psychê dentro ou fora do corpo.


Entretanto, de uma coisa ele tem certeza absoluta: a parte inferior do homem, a carne e o sangue, esses não participaram do processo. Essa certeza é tão forte, que ele pode ensinar taxativamente e sem titubeios, que o físico denso e o duplo etérico não se unificam com a Centelha Divina, não "entram no reino dos céus", sendo esta uma faculdade apenas de pneuma, e, no máximo, de psychê. E ele o diz com ênfase: "isto eu vos digo, irmãos, que a carne (sárx) e o sangue (haima) NÃO PODEM possuir o reino de Deus" (l. ª Cor. 15:50). Note-se que essa afirmativa é uma negação violenta do "dogma" da ressurreição da carne.


ALMA


Num plano mais elevado, vejamos o que nos diz o N. T. a respeito da psychê e da diánoia, isto é, da alma e do intelecto a esta inerente como um de seus aspectos.


Como a carne é, na realidade dos fatos, incapaz de vontades e desejos, que provêm do intelecto, Paulo afirma que "outrora andávamos nos desejos de nossa carne", esclarecendo, porém, que fazíamos "a vontade da carne (sárx) e do intelecto (diánoia)" (EF 2:3). De fato "o afastamento e a inimizade entre Espírito e corpo surgem por meio do intelecto" (CL 1. 21).


A distinção entre intelecto (faculdade de refletir, existente na personagem) e mente (faculdade inerente ao coração, que cria os pensamentos) pode parecer sutil, mas já era feita na antiguidade, e Jerem ías escreveu que YHWH "dá suas leis ao intelecto (diánoia), mas as escreve no coração" (JR 31:33, citado certo em HB 8:10, e com os termos invertidos em HB 10:16). Aí bem se diversificam as funções: o intelecto recebe a dádiva, refletindo-a do coração, onde ela está gravada.


Realmente a psychê corresponde ao corpo astral, sede das emoções. Embora alguns textos no N. T.


atribuam emoções a kardía, Jesus deixou claro que só a psychê é atingível pelas angústias e aflições, asseverando: "minha alma (psychê) está perturbada" (MT 26:38; MC 14:34; JO 12:27). Jesus não fala em kardía nem em pneuma.


A MENTE


Noús é a MENTE ESPIRITUAL, a individualizadora de pneuma, e parte integrante ou aspecto de kardía. E Paulo, ao salientar a necessidade de revestir-nos do Homem Novo (de passar a viver na individualidade) ordena que "nos renovemos no Espírito de nossa Mente" (EF 4:23-24), e não do intelecto, que é personalista e divisionário.


E ao destacar a luta entre a individualidade e a personagem encarnada, sublinha que "vê outra lei em seus membros (corpo) que se opõem à lei de sua mente (noús), e o aprisiona na lei do erro que existe em seus membros" (RM 7:23).


A mente espiritual, e só ela, pode entender a sabedoria do Cristo; e este não se dirige ao intelecto para obter a compreensão dos discípulos: "e então abriu-lhes a mente (noún) para que compreendessem as Escrituras" (LC 24:45). Até então, durante a viagem (bastante longa) ia conversando com os "discípulos de Emaús". falando-lhes ao intelecto e provando-lhes que o Filho do Homem tinha que sofrer; mas eles não O reconheceram. Mas quando lhes abriu a MENTE, imediatamente eles perceberam o Cristo.


Essa mente é, sem dúvida, um aspecto de kardía. Isaías escreveu: "então (YHWH) cegou-lhes os olhos (intelecto) e endureceu-lhes o coração, para que não vissem (intelectualmente) nem compreendessem com o coração" (IS 6:9; citado por JO 12:40).


O CORAÇÃO


Que o coração é a fonte dos pensamentos, nós o encontramos repetido à exaustão; por exemplo: MT 12:34; MT 15:18, MT 15:19; Marc 7:18; 18:23; LC 6:45; LC 9:47; etc.


Ora, se o termo CORAÇÃO exprime, límpida e indiscutivelmente, a fonte primeira do SER, o "quarto fechado" onde o "Pai vê no secreto" MT 6:6), logicamente se deduz que aí reside a Centelha Divina, a Partícula de pneuma, o CRISTO (Filho Unigênito), que é UNO com o Pai, que também, consequentemente, aí reside. E portanto, aí também está o Espírito-Santo, o Espírito-Amor, DEUS, de que nosso Eu é uma partícula não desprendida.


Razão nos assiste, então, quando escrevemos (vol. 1 e vol. 3) que o "reino de Deus" ou "reino dos céus" ou "o céu", exprime exatamente o CORAÇÃO; e entrar no reino dos céus é penetrar, é MERGULHAR (batismo) no âmago de nosso próprio EU. É ser UM com o CRISTO, tal como o CRISTO é UM com o PAI (cfr. JO 10. 30; 17:21,22, 23).


Sendo esta parte a mais importante para a nossa tese, dividamo-la em três seções:

a) - Deus ou o Espírito Santo habitam DENTRO DE nós;


b) - CRISTO, o Filho (UNO com o Pai) também está DENTRO de nós, constituindo NOSSA ESSÊNCIA PROFUNDA;


c) - o local exato em que se encontra o Cristo é o CORAÇÃO, e nossa meta, durante a encarnação, é CRISTIFICAR-NOS, alcançando a evolução crística e unificando-nos com Ele.


a) -


A expressão "dentro de" pode ser dada em grego pela preposição ENTOS que encontramos clara em LC (LC 17:21), quando afirma que "o reino de Deus está DENTRO DE VÓS" (entòs humin); mas tamb ém a mesma ideia é expressa pela preposição EN (latim in, português em): se a água está na (EM A) garrafa ou no (EM O) copo, é porque está DENTRO desses recipientes. Não pode haver dúvida. Recordese o que escrevemos (vol. 1): "o Logos se fez carne e fez sua residência DENTRO DE NÓS" (JO 1:14).


Paulo é categórico em suas afirmativas: "Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito Santo habita dentro de vós" (1. ª Cor. 3:16).


Οΰи οίδατε ότι ναός θεοϋ έστε иαί τό πνεϋµα τοϋ θεοϋ έν ϋµϊν οίиεί;

E mais: "E não sabeis que vosso corpo é o templo do Espírito Santo que está dentro de vós, o qual recebestes de Deus, e não pertenceis a vós mesmos? Na verdade, fostes comprados por alto preço. Glorificai e TRAZEI DEUS EM VOSSO CORPO" (1. ª Cor. 6:19-20).


Esse Espírito Santo, que é a Centelha do Espírito Universal, é, por isso mesmo, idêntico em todos: "há muitas operações, mas UM só Deus, que OPERA TUDO DENTRO DE TODAS AS COISAS; ... Todas essas coisas opera o único e mesmo Espírito; ... Então, em UM Espírito todos nós fomos MERGULHADOS en: UMA carne, judeus e gentios, livres ou escravos" (1. ª Cor. 12:6, 11, 13).


Καί διαιρέσεις ένεργηµάτων είσιν, ό δέ αύτός θεός ό ένεργών τα πάντα έν πάσιν... Дάντα δέ ταύτα ένεργεί τό έν иαί τό αύτό πνεύµα... Кαί γάρ έν ένί πνεύµατι ήµείς πάντες είς έν σώµα έβαπτίσθηµεν,
είτε ̉Ιουδαίοι εϊτε έλληνες, είτε δούλοι, εϊτε έλεύθεροι.
Mais ainda: "Então já não sois hóspedes e estrangeiros, mas sois concidadãos dos santos e familiares de Deus, superedificados sobre o fundamento dos Enviados e dos Profetas, sendo a própria pedra angular máxima Cristo Jesus: em Quem toda edificação cresce no templo santo no Senhor, no Qual tamb ém vós estais edificados como HABITAÇÃO DE DEUS NO ESPÍRITO" (EF 2:19-22). " Αρα ούν ούиέτι έστε ζένοι иαί πάροιиοι, άλλά έστε συµπολίται τών άγίων иαί οίиείοι τού θεού,
έποιиοδοµηθέντες έπί τώ θεµελίω τών άποστόλων иαί προφητών, όντος άиρογωνιαίου αύτού Χριστόύ
#cite Іησού, έν ώ πάσα οίиοδοµή συναρµολογουµένη αύζει είς ναόν άγιον έν иυρίώ, έν ώ иαί ύµείς
συνοιиοδοµείσθε είς иατοιиητήεριον τού θεού έν πνεµατ

ι.


Se Deus habita DENTRO do homem e das coisas quem os despreza, despreza a Deus: "quem despreza estas coisas, não despreza homens, mas a Deus, que também deu seu Espírito Santo em vós" (1. ª Tess. 4:8).


Тοιγαρούν ό άθετών ούи άνθρωπον άθετεί, άλλά τόν θεόν τόν иαί διδόντα τό πνεύµα αύτού τό άγιον είς ύµάς.

E a consciência dessa realidade era soberana em Paulo: "Guardei o bom depósito, pelo Espírito Santo que habita DENTRO DE NÓS" (2. ª Tim. 1:14). (20)


Тήν иαλήν παραθήиην φύλαζον διά πνεύµατος άγίου τού ένοιиούντος έν ήµϊ

ν.


João dá seu testemunho: "Ninguém jamais viu Deus. Se nos amarmos reciprocamente, Deus permanecer á DENTRO DE NÓS, e o Amor Dele, dentro de nós, será perfeito (ou completo). Nisto sabemos que permaneceremos Nele e Ele em nós, porque DE SEU ESPÍRITO deu a nós" (1. ª JO 4:12-13).


θεόν ούδείς πώποτε τεθέαται: έάν άγαπώµεν άλλήλους, ό θεός έν ήµϊν µένει, иαί ή άγάπη αύτοϋ τε-
τελειωµένη έν ήµϊν έστιν. Εν τουτω γινώσиοµεν ότι έν αύτώ µένοµεν иαί αύτός έν ήµϊν, ότι έи τοϋ
πνεύµατος αύτοϋ δέδώиεν ήµϊ

ν.


b) -


Vejamos agora os textos que especificam melhor ser o CRISTO (Filho) que, DENTRO DE NÓS. constitui a essência profunda de nosso ser. Não é mais uma indicação de que TEMOS a Divindade em nós, mas um ensino concreto de que SOMOS uma partícula da Divindade. Escreve Paulo: "Não sabeis que CRISTO (Jesus) está DENTRO DE VÓS"? (2. ª Cor. 13:5). E, passando àquela teoria belíssima de que formamos todos um corpo só, cuja cabeça é Cristo, ensina Paulo: "Vós sois o CORPO de Cristo, e membros de seus membros" (l. ª Cor. 12:27). Esse mesmo Cristo precisa manifestar-se em nós, através de nós: "vossa vida está escondida COM CRISTO em Deus; quando Cristo se manifestar, vós também vos manifestareis em substância" (CL 3:3-4).


E logo adiante insiste: "Despojai-vos do velho homem com seus atos (das personagens terrenas com seus divisionismos egoístas) e vesti o novo, aquele que se renova no conhecimento, segundo a imagem de Quem o criou, onde (na individualidade) não há gentio nem judeu, circuncidado ou incircunciso, bárbaro ou cita, escravo ou livre, mas TUDO e EM TODOS, CRISTO" (CL 3:9-11).


A personagem é mortal, vivendo a alma por efeito do Espírito vivificante que nela existe: "Como em Adão (personagem) todos morrem, assim em CRISTO (individualidade, Espírito vivificante) todos são vivificados" (1. ª Cor. 15:22).


A consciência de que Cristo vive nele, faz Paulo traçar linhas imorredouras: "ou procurais uma prova do CRISTO que fala DENTRO DE MIM? o qual (Cristo) DENTRO DE VÓS não é fraco" mas é poderoso DENTRO DE VÓS" (2. ª Cor. 13:3).


E afirma com a ênfase da certeza plena: "já não sou eu (a personagem de Paulo), mas CRISTO QUE VIVE EM MIM" (GL 2:20). Por isso, pode garantir: "Nós temos a mente (noús) de Cristo" (l. ª Cor. 2:16).


Essa convicção traz consequências fortíssimas para quem já vive na individualidade: "não sabeis que vossos CORPOS são membros de Cristo? Tomando, então, os membros de Cristo eu os tornarei corpo de meretriz? Absolutamente. Ou não sabeis que quem adere à meretriz se torna UM CORPO com ela? Está dito: "e serão dois numa carne". Então - conclui Paulo com uma lógica irretorquível - quem adere a Deus é UM ESPÍRITO" com Deus (1. ª Cor. 6:15-17).


Já desde Paulo a união sexual é trazida como o melhor exemplo da unificação do Espírito com a Divindade. Decorrência natural de tudo isso é a instrução dada aos romanos: "vós não estais (não viveis) EM CARNE (na personagem), mas EM ESPÍRITO (na individualidade), se o Espírito de Deus habita DENTRO DE VÓS; se porém não tendes o Espírito de Cristo, não sois Dele. Se CRISTO (está) DENTRO DE VÓS, na verdade o corpo é morte por causa dos erros, mas o Espírito vive pela perfeição. Se o Espírito de Quem despertou Jesus dos mortos HABITA DENTRO DE VÓS, esse, que despertou Jesus dos mortos, vivificará também vossos corpos mortais, por causa do mesmo Espírito EM VÓS" (RM 9:9-11). E logo a seguir prossegue: "O próprio Espírito testifica ao nosso Espírito que somos filhos de Deus; se filhos, (somos) herdeiros: herdeiros de Deus, co-herdeiros de Cristo" (RM 8:16). Provém daí a angústia de todos os que atingiram o Eu Interno para libertar-se: "também tendo em nós as primícias do Espírito, gememos dentro de nós, esperando a adoção de Filhos, a libertação de nosso corpo" (RM 8:23).


c) -


Finalmente, estreitando o círculo dos esclarecimentos, verificamos que o Cristo, dentro de nós, reside NO CORAÇÃO, onde constitui nosso EU Profundo. É ensinamento escriturístico.


Ainda é Paulo que nos esclarece: "Porque sois filhos, Deus enviou o ESPÍRITO DE SEU FILHO, em vosso CORAÇÃO, clamando Abba, ó Pai" (GL 4:6). Compreendemos, então, que o Espírito Santo (Deus) que está em nós, refere-se exatamente ao Espírito do FILHO, ao CRISTO Cósmico, o Filho Unigênito. E ficamos sabendo que seu ponto de fixação em nós é o CORAÇÃO.


Lembrando-se, talvez, da frase de Jeremias, acima-citada, Paulo escreveu aos coríntios: "vós sois a nossa carta, escrita em vossos CORAÇÕES, conhecida e lida por todos os homens, sendo manifesto que sois CARTA DE CRISTO, preparada por nós, e escrita não com tinta, mas com o Espírito de Deus Vivo; não em tábuas de pedra, mas nas tábuas dos CORAÇÕES CARNAIS" (2. ª Cor. 3:2-3). Bastante explícito que realmente se trata dos corações carnais, onde reside o átomo espiritual.


Todavia, ainda mais claro é outro texto, em que se fala no mergulho de nosso eu pequeno, unificandonos ao Grande EU, o CRISTO INTERNO residente no coração: "CRISTO HABITA, pela fé, no VOSSO CORAÇÃO". E assegura com firmeza: "enraizados e fundamentados no AMOR, com todos os santos (os encarnados já espiritualizados na vivência da individualidade) se compreenderá a latitude, a longitude a sublimidade e a profundidade, conhecendo o que está acima do conhecimento, o AMOR DE CRISTO, para que se encham de toda a plenitude de Deus" (EF 3:17).


Кατοιиήσαι τόν Χριστόν διά τής πίστεως έν ταϊς иαρδίαις ύµών, έν άγάπη έρριζωµένοι иαί τεθεµελιωµένοι, ϊνα έζισγύσητε иαταλαβέσθαι σύν πάσιν τοϊςάγίοιςτί τό πλάτος иαί µήиος иαί ύψος
иαί βάθος, γνώσαι τε τήν ύπερβάλλουσαν τής γνώσεως άγάπην τοϋ Χριστοϋ, ίνα πληρωθήτε είς πάν τό πλήρωµα τού θεοϋ.

Quando se dá a unificação, o Espírito se infinitiza e penetra a Sabedoria Cósmica, compreendendo então a amplitude da localização universal do Cristo.


Mas encontramos outro ensino de suma profundidade, quando Paulo nos adverte que temos que CRISTIFICAR-NOS, temos que tornar-nos Cristos, na unificação com Cristo. Para isso, teremos que fazer uma tradução lógica e sensata da frase, em que aparece o verbo CHRIO duas vezes: a primeira, no particípio passado, Christós, o "Ungido", o "permeado da Divindade", particípio que foi transliterado em todas as línguas, com o sentido filosófico e místico de O CRISTO; e a segunda, logo a seguir, no presente do indicativo. Ora, parece de toda evidência que o sentido do verbo tem que ser O MESMO em ambos os empregos. Diz o texto original: ho dè bebaiôn hemãs syn humin eis Christon kaí chrísas hemãs theós (2. ª Cor. 1:21).


#cite Ο δέ βεβαιών ήµάς σύν ύµίν είς Χριστόν иαί χρίσας ήµάς θεό

ς.


Eis a tradução literal: "Deus, fortifica dor nosso e vosso, no Ungido, unge-nos".


E agora a tradução real: "Deus, fortificador nosso e vosso, em CRISTO, CRISTIFICA-NOS".


Essa a chave para compreendermos nossa meta: a cristificação total e absoluta.


Logo após escreve Paulo: "Ele também nos MARCA e nos dá, como penhor, o Espírito em NOSSOS CORAÇÕES" (2. ª Cor. 1:22).


#cite Ο иαί σφραγισάµενος ήµάς иαί δούς τόν άρραβώνα τόν πνεύµατος έν ταϊς иαρδϊαις ήµώ

ν.


Completando, enfim, o ensino - embora ministrado esparsamente - vem o texto mais forte e explícito, informando a finalidade da encarnação, para TÔDAS AS CRIATURAS: "até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, ao Homem Perfeito, à medida da evolução plena de Cristo" (EF 4:13).


Мέρχι иαταντήσωµεν οί πάντες είς τήν ένότητα τής πίστοως. иαί τής έπιγνώσεως τοϋ υίοϋ τοϋ θεοϋ,
είς άνδρα τελειον, είς µέτρον ήλιиίας τοϋ πληρώµατος τοϋ Χριστοϋ.
Por isso Paulo escreveu aos Gálatas: "ó filhinhos, por quem outra vez sofro as dores de parto, até que Cristo SE FORME dentro de vós" (GL 4:19) (Тεиνία µου, ούς πάλιν ώδίνω, µέρχις ού µορφωθή Χριστός έν ύµϊ

ν).


Agostinho (Tract. in Joanne, 21, 8) compreendeu bem isto ao escrever: "agradeçamos e alegremonos, porque nos tornamos não apenas cristãos, mas cristos", (Christus facti sumus); e Metódio de Olimpo ("Banquete das dez virgens", Patrol. Graeca, vol. 18, col. 150) escreveu: "a ekklêsía está grávida e em trabalho de parto até que o Cristo tome forma em nós, até que Cristo nasça em nós, a fim de que cada um dos santos (encarnados) por sua participação com o Cristo, se torne Cristo". Também Cirilo de Jerusalém ("Catechesis mystagogicae" 1. 3. 1 in Patr. Graeca vol. 33, col. 1. 087) asseverou: " Após terdes mergulhado no Cristo e vos terdes revestido do Cristo, fostes colocados em pé de igualdade com o Filho de Deus... pois que entrastes em comunhão com o Cristo, com razão tendes o nome de cristos, isto é, de ungidos".


Todo o que se une ao Cristo, se torna um cristo, participando do Pneuma e da natureza divina (theías koinônoí physeôs) (2. ª Pe. 1:3), pois "Cristo é o Espírito" (2. ª Cor. 3:17) e quem Lhe está unido, tem em si o selo (sphrágis) de Cristo. Na homilia 24,2, sobre 1. ª Cor. 10:16, João Crisóstomo (Patrol.


Graeca vol. 61, col. 200) escreveu: "O pão que partimos não é uma comunhão (com+união, koinônía) ao corpo de Cristo? Porque não disse "participação" (metoché)? Porque quis revelar algo mais, e mostrar uma associação (synápheia) mais íntima. Realmente, estamos unidos (koinônoúmen) não só pela participação (metéchein) e pela recepção (metalambánein), mas também pela UNIFICAÇÃO (enousthai)".


Por isso justifica-se o fragmento de Aristóteles, supra citado, em Sinésio: "os místicos devem não apenas aprender (mathein) mas experimentar" (pathein).


Essa é a razão por que, desde os primeiros séculos do estabelecimento do povo israelita, YHWH, em sua sabedoria, fazia a distinção dos diversos "corpos" da criatura; e no primeiro mandamento revelado a Moisés dizia: " Amarás a Deus de todo o teu coração (kardía), de toda tua alma (psychê), de todo teu intelecto (diánoia), de todas as tuas forças (dynameis)"; kardía é a individualidade, psychê a personagem, dividida em diánoia (intelecto) e dynameis (veículos físicos). (Cfr. LV 19:18; DT 6:5; MT 22:37; MC 12:13; LC 10:27).


A doutrina é uma só em todos os sistemas religiosos pregados pelos Mestres (Enviados e Profetas), embora com o tempo a imperfeição humana os deturpe, pois a personagem é fundamentalmente divisionista e egoísta. Mas sempre chega a ocasião em que a Verdade se restabelece, e então verificamos que todas as revelações são idênticas entre si, em seu conteúdo básico.


ESCOLA INICIÁTICA


Após essa longa digressão a respeito do estudo do "homem" no Novo Testamento, somos ainda obrigados a aprofundar mais o sentido do trecho em que são estipuladas as condições do discipulato.


Há muito desejaríamos ter penetrado neste setor, a fim de poder dar explicação cabal de certas frases e passagens; mas evitamo-lo ao máximo, para não ferir convicções de leitores desacostumados ao assunto.


Diante desse trecho, porém, somos forçados a romper os tabus e a falar abertamente.


Deve ter chamado a atenção de todos os estudiosos perspicazes dos Evangelhos, que Jesus jamais recebeu, dos evangelistas, qualquer título que normalmente seria atribuído a um fundador de religião: Chefe Espiritual, Sacerdote, Guia Espiritual, Pontífice; assim também, aqueles que O seguiam, nunca foram chamados Sequazes, Adeptos, Adoradores, Filiados, nem Fiéis (a não ser nas Epístolas, mas sempre com o sentido de adjetivo: os que mantinham fidelidade a Seus ensinos). Ao contrário disso, os epítetos dados a Jesus foram os de um chefe de escola: MESTRE (Rabbi, Didáskalos, Epistátês) ou de uma autoridade máxima Kyrios (SENHOR dos mistérios). Seus seguidores eram DISCÍPULOS (mathêtês), tudo de acordo com a terminologia típica dos mistérios iniciáticos de Elêusis, Delfos, Crotona, Tebas ou Heliópolis. Após receberem os primeiros graus, os discípulos passaram a ser denominado "emissários" (apóstolos), encarregados de dar a outros as primeiras iniciações.


Além disso, é evidente a preocupação de Jesus de dividir Seus ensinos em dois graus bem distintos: o que era ministrado de público ("a eles só é dado falar em parábolas") e o que era ensinado privadamente aos "escolhidos" ("mas a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus", cfr. MT 13:10-17 ; MC 4:11-12; LC 8:10).


Verificamos, portanto, que Jesus não criou uma "religião", no sentido moderno dessa palavra (conjunto de ritos, dogmas e cultos com sacerdócio hierarquicamente organizado), mas apenas fundou uma ESCOLA INICIÁTICA, na qual preparou e "iniciou" seus DISCÍPULOS, que Ele enviou ("emissários, apóstolos") com a incumbência de "iniciar" outras criaturas. Estas, por sua vez, foram continuando o processo e quando o mundo abriu os olhos e percebeu, estava em grande parte cristianizado. Quando os "homens" o perceberam e estabeleceram a hierarquia e os dogmas, começou a decadência.


A "Escola iniciática" fundada por Jesus foi modelada pela tradição helênica, que colocava como elemento primordial a transmissão viva dos mistérios: e "essa relação entre a parádosis (transmissão) e o mystérion é essencial ao cristianismo", escreveu o monge beneditino D. Odon CaseI (cfr. "Richesse du Mystere du Christ", Les éditions du Cerf. Paris, 1964, pág. 294). Esse autor chega mesmo a afirmar: " O cristianismo não é uma religião nem uma confissão, segundo a acepção moderna dessas palavras" (cfr. "Le Mystere du Culte", ib., pág. 21).


E J. Ranft ("Der Ursprung des Kathoíischen Traditionsprinzips", 1931, citado por D . O. Casel) escreve: " esse contato íntimo (com Cristo) nasce de uma gnose profunda".


Para bem compreender tudo isso, é indispensável uma incursão pelo campo das iniciações, esclarecendo antes alguns termos especializados. Infelizmente teremos que resumir ao máximo, para não prejudicar o andamento da obra. Mas muitos compreenderão.


TERMOS ESPECIAIS


Aiôn (ou eon) - era, época, idade; ou melhor CICLO; cada um dos ciclos evolutivos.


Akoueíu - "ouvir"; akoueín tòn lógon, ouvir o ensino, isto é, receber a revelação dos segredos iniciáticos.


Gnôse - conhecimento espiritual profundo e experimental dos mistérios.


Deíknymi - mostrar; era a explicação prática ou demonstração de objetos ou expressões, que serviam de símbolos, e revelavam significados ocultos.


Dóxa - doutrina; ou melhor, a essência do conhecimento profundo: o brilho; a luz da gnôse; donde "substância divina", e daí a "glória".


Dynamis - força potencial, potência que capacita para o érgon e para a exousía, infundindo o impulso básico de atividade.


Ekklêsía - a comunidade dos "convocados" ou "chamados" (ékklêtos) aos mistérios, os "mystos" que tinham feito ou estavam fazendo o curso da iniciação.


Energeín - agir por dentro ou de dentro (energia), pela atuação da força (dybamis).


Érgon - atividade ou ação; trabalho espiritual realizado pela força (dynamis) da Divindade que habita dentro de cada um e de cada coisa; energia.


Exêgeísthaí - narrar fatos ocultos, revelar (no sentido de "tirar o véu") (cfr. LC 24:35; JO 1:18; AT 10:8:15:12, 14).


Hágios - santo, o que vive no Espírito ou Individualidade; o iniciado (cfr. teleios).


Kyrios - Senhor; o Mestre dos Mistérios; o Mistagogo (professor de mistérios); o Hierofante (o que fala, fans, fantis, coisas santas, hieros); dava-se esse título ao possuidor da dynamis, da exousía e do érgon, com capacidade para transmiti-los.


Exousía - poder, capacidade de realização, ou melhor, autoridade, mas a que provém de dentro, não "dada" de fora.


Leitourgia - Liturgia, serviço do povo: o exercício do culto crístico, na transmissão dos mistérios.


Legómena - palavras reveladoras, ensino oral proferido pelo Mestre, e que se tornava "ensino ouvido" (lógos akoês) pelos discípulos.


Lógos - o "ensino" iniciático, a "palavra" secreta, que dava a chave da interpretação dos mistérios; a" Palavra" (Energia ou Som), segundo aspecto da Divindade.


Monymenta - "monumentos", ou seja, objetos e lembranças, para manter viva a memória.


Mystagogo – o Mestre dos Mystérios, o Hierofante.


Mystérion - a ação ou atividade divina, experimentada pelo iniciado ao receber a iniciação; donde, o ensino revelado apenas aos perfeitos (teleios) e santos (hágios), mas que devia permanecer oculto aos profanos.


Oikonomía - economia, dispensação; literalmente "lei da casa"; a vida intima de cada iniciado e sua capacidade na transmissão iniciática a outros, (de modo geral encargo recebido do Mestre).


Orgê - a atividade ou ação sagrada; o "orgasmo" experimentado na união mística: donde "exaltação espiritual" pela manifestação da Divindade (erradamente interpretado como "ira").


Parábola - ensino profundo sob forma de narrativa popular, com o verdadeiro sentido oculto por metáforas e símbolos.


Paradídômi - o mesmo que o latim trádere; transmitir, "entregar", passar adiante o ensino secreto.


Parádosis - transmissão, entrega de conhecimentos e experiências dos ensinos ocultos (o mesmo que o latim tradítio).


Paralambánein - "receber" o ensino secreto, a "palavra ouvida", tornando-se conhecedor dos mistérios e das instruções.


Patheín - experimentar, "sofrer" uma experiência iniciática pessoalmente, dando o passo decisivo para receber o grau e passar adiante.


Plêrôma - plenitude da Divindade na criatura, plenitude de Vida, de conhecimento, etc.


Redençãoa libertação do ciclo de encarnações na matéria (kyklos anánkê) pela união total e definitiva com Deus.


Santo - o mesmo que perfeito ou "iniciado".


Sêmeíon - "sinal" físico de uma ação espiritual, demonstração de conhecimento (gnose), de força (dynamis), de poder (exousía) e de atividade ou ação (érgon); o "sinal" é sempre produzido por um iniciado, e serve de prova de seu grau.


Sophía - a sabedoria obtida pela gnose; o conhecimento proveniente de dentro, das experiências vividas (que não deve confundir-se com a cultura ou erudição do intelecto).


Sphrágis - selo, marca indelével espiritual, recebida pelo espírito, embora invisível na matéria, que assinala a criatura como pertencente a um Senhor ou Mestre.


Symbolos - símbolos ou expressões de coisas secretas, incompreensíveis aos profanos e só percebidas pelos iniciados (pão, vinho, etc.) .


Sótería - "salvação", isto é, a unificação total e definitiva com a Divindade, que se obtém pela "redenção" plena.


Teleíos - o "finalista", o que chegou ao fim de um ciclo, iniciando outro; o iniciado nos mistérios, o perfeito ou santo.


Teleisthai - ser iniciado; palavra do mesmo radical que teleutan, que significa "morrer", e que exprime" finalizar" alguma coisa, terminar um ciclo evolutivo.


Tradítio - transmissão "tradição" no sentido etimológico (trans + dare, dar além passar adiante), o mesmo que o grego parádosis.


TRADIÇÃO


D. Odon Casel (o. c., pág. 289) escreve: "Ranft estudou de modo preciso a noção da tradítio, não só como era praticada entre os judeus, mas também em sua forma bem diferente entre os gregos. Especialmente entre os adeptos dos dosis é a transmissão secreta feita aos "mvstos" da misteriosa sôtería; é a inimistérios, a noção de tradítio (parádosis) tinha grande importância. A paraciação e a incorporação no círculo dos eleitos (eleitos ou "escolhidos"; a cada passo sentimos a confirmação de que Jesus fundou uma "Escola Iniciática", quando emprega os termos privativos das iniciações heléntcas; cfr. " muitos são chamados, mas poucos são os escolhidos" - MT 22. 14), características das religiões grecoorientais. Tradítio ou parádosis são, pois, palavras que exprimem a iniciação aos mistérios. Tratase, portanto, não de uma iniciação científica, mas religiosa, realizada no culto. Para o "mysto", constitui uma revelação formal, a segurança vivida das realidades sagradas e de uma santa esperança. Graças a tradição, a revelação primitiva passa às gerações ulteriores e é comunicada por ato de iniciação. O mesmo princípio fundamental aplica-se ao cristianismo".


Na página seguinte, o mesmo autor prossegue: "Nos mistérios, quando o Pai Mistagogo comunica ao discípulo o que é necessário ao culto, essa transmissão tem o nome de traditio. E o essencial não é a instrução, mas a contemplação, tal como o conta Apuleio (Metamorphoses, 11, 21-23) ao narrar as experiências culturais do "mysto" Lúcius. Sem dúvida, no início há uma instrução, mas sempre para finalizar numa contemplação, pela qual o discípulo, o "mysto", entra em relação direta com a Divindade.


O mesmo ocorre no cristianismo (pág. 290).


Ouçamos agora as palavras de J. Ranft (o. c., pág. 275): "A parádosis designa a origem divina dos mistérios e a transmissão do conteúdo dos mistérios. Esta, à primeira vista, realiza-se pelo ministério dos homens, mas não é obra de homens; é Deus que ensina. O homem é apenas o intermediário, o Instrumento desse ensino divino. Além disso... desperta o homem interior. Logos é realmente uma palavra intraduzível: designa o próprio conteúdo dos mistérios, a palavra, o discurso, o ENSINO. É a palavra viva, dada por Deus, que enche o âmago do homem".


No Evangelho, a parádosis é constituída pelas palavras ou ensinos (lógoi) de Jesus, mas também simbolicamente pelos fatos narrados, que necessitam de interpretação, que inicialmente era dada, verbalmente, pelos "emissários" e pelos inspirados que os escreveram, com um talento superior de muito ao humano, deixando todos os ensinos profundos "velados", para só serem perfeitamente entendidos pelos que tivessem recebido, nos séculos seguintes, a revelação do sentido oculto, transmitida quer por um iniciado encarnado, quer diretamente manifestada pelo Cristo Interno. Os escritores que conceberam a parádosis no sentido helênico foram, sobretudo, João e Paulo; já os sinópticos a interpretam mais no sentido judaico, excetuando-se, por vezes, o grego Lucas, por sua convivência com Paulo, e os outros, quando reproduziam fielmente as palavras de Jesus.


Se recordarmos os mistérios de Elêusis (palavra que significa "advento, chegada", do verbo eléusomai," chegar"), ou de Delfos (e até mesmo os de Tebas, Ábydos ou Heliópolis), veremos que o Novo Testamento concorda seus termos com os deles. O logos transmitido (paradidômi) por Jesus é recebida (paralambánein) pelos DISCÍPULOS (mathêtês). Só que Jesus apresentou um elemento básico a mais: CRISTO. Leia-se Paulo: "recebi (parélabon) do Kyrios o que vos transmiti (parédote)" (l. ª Cor. 11:23).


O mesmo Paulo, que define a parádosis pagã como "de homens, segundo os elementos do mundo e não segundo Cristo" (CL 2:8), utiliza todas as palavras da iniciação pagã, aplicando-as à iniciação cristã: parádosis, sophía, logo", mystérion, dynamis, érgon, gnose, etc., termos que foram empregados também pelo próprio Jesus: "Nessa hora Jesus fremiu no santo pneuma e disse: abençôo-te, Pai, Senhor do céu e da Terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e hábeis, e as revelaste aos pequenos, Sim, Pai, assim foi de teu agrado. Tudo me foi transmitido (parédote) por meu Pai. E ninguém tem a gnose do que é o Filho senão o Pai, e ninguém tem a gnose do que é o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho quer revelar (apokalypsai = tirar o véu). E voltando-se para seus discípulos, disse: felizes os olhos que vêem o que vedes. Pois digo-vos que muitos profetas e reis quiseram ver o que vedes e não viram, e ouvir o que ouvis, e não ouviram" (LC 10:21-24). Temos a impressão perfeita que se trata de ver e ouvir os mistérios iniciáticos que Jesus transmitia a seus discípulos.


E João afirma: "ninguém jamais viu Deus. O Filho Unigênito que esta no Pai, esse o revelou (exêgêsato, termo específico da língua dos mistérios)" (JO 1:18).


"PALAVRA OUVIDA"


A transmissão dos conhecimentos, da gnose, compreendia a instrução oral e o testemunhar das revelações secretas da Divindade, fazendo que o iniciado participasse de uma vida nova, em nível superior ( "homem novo" de Paulo), conhecendo doutrinas que deveriam ser fielmente guardadas, com a rigorosa observação do silêncio em relação aos não-iniciados (cfr. "não deis as coisas santas aos cães", MT 7:6).


Daí ser a iniciação uma transmissão ORAL - o LOGOS AKOÊS, ou "palavra ouvida" ou "ensino ouvido" - que não podia ser escrito, a não ser sob o véu espesso de metáforas, enigmas, parábolas e símbolos.


Esse logos não deve ser confundido com o Segundo Aspecto da Divindade (veja vol. 1 e vol. 3).


Aqui logos é "o ensino" (vol. 2 e vol. 3).


O Novo Testamento faz-nos conhecer esse modus operandi: Paulo o diz, numa construção toda especial e retorcida (para não falsear a técnica): "eis por que não cessamos de agradecer (eucharistoúmen) a Deus, porque, recebendo (paralabóntes) o ENSINO OUVIDO (lógon akoês) por nosso intermédio, de Deus, vós o recebestes não como ensino de homens (lógon anthrópôn) mas como ele é verdadeiramente: o ensino de Deus (lógon theou), que age (energeítai) em vós que credes" (l. ª Tess. 2:13).


O papel do "mysto" é ouvir, receber pelo ouvido, o ensino (lógos) e depois experimentar, como o diz Aristóteles, já citado por nós: "não apenas aprender (matheín), mas experimentar" (patheín).


Esse trecho mostra como o método cristão, do verdadeiro e primitivo cristianismo de Jesus e de seus emissários, tinha profunda conexão com os mistérios gregos, de cujos termos específicos e característicos Jesus e seus discípulos se aproveitaram, elevando, porém, a técnica da iniciação à perfeição, à plenitude, à realidade máxima do Cristo Cósmico.


Mas continuemos a expor. Usando, como Jesus, a terminologia típica da parádosis grega, Paulo insiste em que temos que assimilá-la interiormente pela gnose, recebendo a parádosis viva, "não mais de um Jesus de Nazaré histórico, mas do Kyrios, do Cristo ressuscitado, o Cristo Pneumatikós, esse mistério que é o Cristo dentro de vós" (CL 1:27).


Esse ensino oral (lógos akoês) constitui a tradição (traditio ou parádosis), que passa de um iniciado a outro ou é recebido diretamente do "Senhor" (Kyrios), como no caso de Paulo (cfr. GL 1:11): "Eu volo afirmo, meus irmãos, que a Boa-Nova que preguei não foi à maneira humana. Pois não na recebi (parélabon) nem a aprendi de homens, mas por uma revelação (apokálypsis) de Jesus Cristo".


Aos coríntios (l. ª Cor. 2:1-5) escreve Paulo: "Irmãos, quando fui a vós, não fui com o prestígio do lógos nem da sophía, mas vos anunciei o mistério de Deus. Decidi, com efeito, nada saber entre vós sen ão Jesus Cristo, e este crucificado. Fui a vós em fraqueza, em temor, e todo trêmulo, e meu logos e minha pregação não consistiram nos discursos persuasivos da ciência, mas numa manifestação do Esp írito (pneuma) e do poder (dynamis), para que vossa fé não repouse na sabedoria (sophía) dos homens, mas no poder (dynamis) de Deus".


A oposição entre o logos e a sophia profanos - como a entende Aristóteles - era salientada por Paulo, que se referia ao sentido dado a esses termos pelos "mistérios antigos". Salienta que à sophia e ao logos profanos, falta, no dizer dele, a verdadeira dynamis e o pnenma, que constituem o mistério cristão que ele revela: Cristo.


Em vários pontos do Novo Testamento aparece a expressão "ensino ouvido" ou "ouvir o ensino"; por exemplo: MT 7:24, MT 7:26; 10:14; 13:19, 20, 21, 22, 23; 15:12; 19:22; MC 4:14, MC 4:15, MC 4:16, MC 4:17, 18, 19, 20; LC 6:47; LC 8:11, LC 8:12, LC 8:13, LC 8:15; 10:39; 11:28; JO 5:24, JO 5:38; 7:40; 8:43; 14:24; AT 4:4; AT 10:44; AT 13:7; AT 15:7; EF 1:13; 1. ª Tess. 2:13; HB 4:2; 1. ª JO 2:7; Ap. 1:3.


DYNAMIS


Em Paulo, sobretudo, percebemos o sentido exato da palavra dynamis, tão usada nos Evangelhos.


Pneuma, o Espírito (DEUS), é a força Potencial ou Potência Infinita (Dynamis) que, quando age (energeín) se torna o PAI (érgon), a atividade, a ação, a "energia"; e o resultado dessa atividade é o Cristo Cósmico, o Kosmos universal, o Filho, que é Unigênito porque a emissão é única, já que espaço e tempo são criações intelectuais do ser finito: o Infinito é uno, inespacial, atemporal.


Então Dynamis é a essência de Deus o Absoluto, a Força, a Potência Infinita, que tudo permeia, cria e governa, desde os universos incomensuráveis até os sub-átomos infra-microscópicos. Numa palavra: Dynamis é a essência de Deus e, portanto, a essência de tudo.


Ora, o Filho é exatamente o PERMEAADO, ou o UNGIDO (Cristo), por essa Dynamis de Deus e pelo Érgon do Pai. Paulo já o dissera: "Cristo... é a dynamis de Deus e a sophía de Deus (Christòn theou dynamin kaí theou sophían, 1. ª Cor. 1:24). Então, manifesta-se em toda a sua plenitude (cfr. CL 2:9) no homem Jesus, a Dynamis do Pneuma (embora pneuma e dynamis exprimam realmente uma só coisa: Deus): essa dynamis do pneuma, atuando através do Pai (érgon) toma o nome de CRISTO, que se manifestou na pessoa Jesus, para introduzir a humanidade deste planeta no novo eon, já que "ele é a imagem (eikôn) do Deus invisível e o primogênito de toda criação" (CL 1:15).


EON


O novo eon foi inaugurado exatamente pelo Cristo, quando de Sua penetração plena em Jesus. Daí a oposição que tanto aparece no Novo Testamento Entre este eon e o eon futuro (cfr., i. a., MT 12:32;


MC 10:30; LC 16:8; LC 20:34; RM 12:2; 1. ª Cor. 1:20; 2:6-8; 3:18:2. ª Cor. 4:4; EF 2:2-7, etc.) . O eon "atual" e a vida da matéria (personalismo); O eon "vindouro" é a vida do Espírito ó individualidade), mas que começa na Terra, agora (não depois de desencarnados), e que reside no âmago do ser.


Por isso, afirmou Jesus que "o reino dos céus está DENTRO DE VÓS" (LC 17:21), já que reside NO ESPÍRITO. E por isso, zôê aiónios é a VIDA IMANENTE (vol, 2 e vol. 3), porque é a vida ESPIRITUAL, a vida do NOVO EON, que Jesus anunciou que viria no futuro (mas, entenda-se, não no futuro depois da morte, e sim no futuro enquanto encarnados). Nesse novo eon a vida seria a da individualidade, a do Espírito: "o meu reino não é deste mundo" (o físico), lemos em JO 18:36. Mas é NESTE mundo que se manifestará, quando o Espírito superar a matéria, quando a individualidade governar a personagem, quando a mente dirigir o intelecto, quando o DE DENTRO dominar o DE FORA, quando Cristo em nós tiver a supremacia sobre o eu transitório.


A criatura que penetra nesse novo eon recebe o selo (sphrágis) do Cristo do Espírito, selo indelével que o condiciona como ingresso no reino dos céus. Quando fala em eon, o Evangelho quer exprimir um CICLO EVOLUTIVO; na evolução da humanidade, em linhas gerais, podemos considerar o eon do animalismo, o eon da personalidade, o eon da individualidade, etc. O mais elevado eon que conhecemos, o da zôê aiónios (vida imanente) é o da vida espiritual plenamente unificada com Deus (pneuma-dynamis), com o Pai (lógos-érgon), e com o Filho (Cristo-kósmos).


DÓXA


Assim como dynamis é a essência de Deus, assim dóxa (geralmente traduzida por "glória") pode apresentar os sentidos que vimos (vol. 1). Mas observaremos que, na linguagem iniciática dos mistérios, além do sentido de "doutrina" ou de "essência da doutrina", pode assumir o sentido específico de" substância divina". Observe-se esse trecho de Paulo (Filp. 2:11): "Jesus Cristo é o Senhor (Kyrios) na substância (dóxa) de Deus Pai"; e mais (RM 6:4): "o Cristo foi despertado dentre os mortos pela substância (dóxa) do Pai" (isto é, pelo érgon, a energia do Som, a vibração sonora da Palavra).


Nesses passos, traduzir dóxa por glória é ilógico, não faz sentido; também "doutrina" aí não cabe. O sentido é mesmo o de "substância".


Vejamos mais este passo (l. ª Cor. 2:6-16): "Falamos, sim da sabedoria (sophia) entre os perfeitos (teleiois, isto é, iniciados), mas de uma sabedoria que não é deste eon, nem dos príncipes deste eon, que são reduzidos a nada: mas da sabedoria dos mistérios de Deus, que estava oculta, e que antes dos eons Deus destinara como nossa doutrina (dóxa), e que os príncipes deste mundo não reconheceram. De fato, se o tivessem reconhecido, não teriam crucificado o Senhor da Doutrina (Kyrios da dóxa, isto é, o Hierofante ou Mistagogo). Mas como está escrito, (anunciamos) o que o olho não viu e o ouvido não ouviu e o que não subiu sobre o coração do homem, mas o que Deus preparou para os que O amam.


Pois foi a nós que Deus revelou (apekalypsen = tirou o véu) pelo pneuma" (ou seja, pelo Espírito, pelo Cristo Interno).


MISTÉRIO


Mistério é uma palavra que modificou totalmente seu sentido através dos séculos, mesmo dentro de seu próprio campo, o religioso. Chamam hoje "mistério" aquilo que é impossível de compreender, ou o que se ignora irremissivelmente, por ser inacessível à inteligência humana.


Mas originariamente, o mistério apresentava dois sentidos básicos:

1. º - um ensinamento só revelado aos iniciados, e que permanecia secreto para os profanos que não podiam sabê-lo (daí proveio o sentido atual: o que não se pode saber; na antiguidade, não se podia por proibição moral, ao passo que hoje é por incapacidade intelectual);


2. º - a própria ação ou atividade divina, experimentada pelo iniciado ao receber a iniciação completa.


Quando falamos em "mistério", transliterando a palavra usada no Novo Testamento, arriscamo-nos a interpretar mal. Aí, mistério não tem o sentido atual, de "coisa ignorada por incapacidade intelectiva", mas é sempre a "ação divina revelada experimentalmente ao homem" (embora continue inacessível ao não-iniciado ou profano).


O mistério não é uma doutrina: exprime o caráter de revelação direta de Deus a seus buscadores; é uma gnose dos mistérios, que se comunica ao "mysto" (aprendiz de mística). O Hierofante conduz o homem à Divindade (mas apenas o conduz, nada podendo fazer em seu lugar). E se o aprendiz corresponde plenamente e atende a todas as exigências, a Divindade "age" (energeín) internamente, no "Esp írito" (pneuma) do homem. que então desperta (egereín), isto é, "ressurge" para a nova vida (cfr. "eu sou a ressurreição da vida", JO 11:25; e "os que produzirem coisas boas (sairão) para a restauração de vida", isto é, os que conseguirem atingir o ponto desejado serão despertados para a vida do espírito, JO 5-29).


O caminho que leva a esses passos, é o sofrimento, que prepara o homem para uma gnose superior: "por isso - conclui O. Casel - a cruz é para o cristão o caminho que conduz à gnose da glória" (o. c., pág. 300).


Paulo diz francamente que o mistério se resume numa palavra: CRISTO "esse mistério, que é o Cristo", (CL 1:27): e "a fim de que conheçam o mistério de Deus, o Cristo" (CL 2:2).


O mistério opera uma união íntima e física com Deus, a qual realiza uma páscoa (passagem) do atual eon, para o eon espiritual (reino dos céus).


O PROCESSO


O postulante (o que pedia para ser iniciado) devia passar por diversos graus, antes de ser admitido ao pórtico, à "porta" por onde só passavam as ovelhas (símbolo das criaturas mansas; cfr. : "eu sou a porta das ovelhas", JO 10:7). Verificada a aptidão do candidato profano, era ele submetido a um período de "provações", em que se exercitava na ORAÇÃO (ou petição) que dirigia à Divindade, apresentando os desejos ardentes ao coração, "mendigando o Espírito" (cfr. "felizes os mendigos de Espírito" MT 5:3) para a ele unir-se; além disso se preparava com jejuns e alimentação vegetariana para o SACRIF ÍCIO, que consistia em fazer a consagração de si mesmo à Divindade (era a DE + VOTIO, voto a Deus), dispondo-se a desprender-se ao mundo profano.


Chegado a esse ponto, eram iniciados os SETE passos da iniciação. Os três primeiros eram chamado "Mistérios menores"; os quatro últimos, "mistérios maiores". Eram eles:

1 - o MERGULHO e as ABLUÇÕES (em Elêusis havia dois lagos salgados artificiais), que mostravam ao postulante a necessidade primordial e essencial da "catarse" da "psiquê". Os candidatos, desnudos, entravam num desses lagos e mergulhavam, a fim de compreender que era necessário "morrer" às coisas materiais para conseguir a "vida" (cfr. : "se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica só; mas se morrer dá muito fruto", JO 12:24). Exprimia a importância do mergulho dentro de si mesmo, superando as dificuldades e vencendo o medo. Ao sair do lago, vestia uma túnica branca e aguardava o segundo passo.


2 - a ACEITAÇÃO de quem havia mergulhado, por parte do Mistagogo, que o confirmava no caminho novo, entre os "capazes". Daí por diante, teria que correr por conta própria todos os riscos inerentes ao curso: só pessoalmente poderia caminhar. Essa confirmação do Mestre simbolizava a "epiphanía" da Divindade, a "descida da graça", e o recem-aceito iniciava nova fase.


3 - a METÂNOIA ou mudança da mente, que vinha após assistir a várias tragédias e dramas de fundo iniciático. Todas ensinavam ao "mysto" novato, que era indispensável, através da dor, modificar seu" modo de pensar" em relação à vida, afastar-se de. todos os vícios e fraquezas do passado, renunciar a prazeres perniciosos e defeitos, tornando-se o mais perfeito (téleios) possível. Era buscada a renovação interna, pelo modo de pensar e de encarar a vida. Grande número dos que começavam a carreira, paravam aí, porque não possuíam a força capaz de operar a transmutação mental. As tentações os empolgavam e novamente se lançavam no mundo profano. No entanto, se dessem provas positivas de modifica ção total, de serem capazes de viver na santidade, resistindo às tentações, podiam continuar a senda.


Havia, então, a "experiência" para provar a realidade da "coragem" do candidato: era introduzido em grutas e câmaras escuras, onde encontrava uma série de engenhos lúgubres e figuras apavorantes, e onde demorava um tempo que parecia interminável. Dali, podia regressar ou prosseguir. Se regressava, saía da fileira; se prosseguia, recebia a recompensa justa: era julgado apto aos "mistérios maiores".


4 - O ENCONTRO e a ILUMINAÇÃO, que ocorria com a volta à luz, no fim da terrível caminhada por entre as trevas. Através de uma porta difícil de ser encontrada, deparava ele campos floridos e perfumados, e neles o Hierofante, em paramentação luxuosa. que os levava a uma refeição simples mas solene constante de pão, mel, castanhas e vinho. Os candidatos eram julgados "transformados", e porSABEDORIA DO EVANGELHO tanto não havia mais as exteriorizações: o segredo era desvelado (apokálypsis), e eles passavam a saber que o mergulho era interno, e que deviam iniciar a meditação e a contemplação diárias para conseguir o "encontro místico" com a Divindade dentro de si. Esses encontros eram de início, raros e breves, mas com o exercício se iam fixando melhor, podendo aspirar ao passo seguinte.


5 - a UNIÃO (não mais apenas o "encontro"), mas união firme e continuada, mesmo durante sua estada entre os profanos. Era simbolizada pelo drama sacro (hierõs gámos) do esponsalício de Zeus e Deméter, do qual nasceria o segundo Dionysos, vencedor da morte. Esse matrimônio simbólico e puro, realizado em exaltação religiosa (orgê) é que foi mal interpretado pelos que não assistiam à sua representação simbólica (os profanos) e que tacharam de "orgias imorais" os mistérios gregos. Essa "união", depois de bem assegurada, quando não mais se arriscava a perdê-la, preparava os melhores para o passo seguinte.


6 - a CONSAGRAÇÃO ou, talvez, a sagração, pela qual era representada a "marcação" do Espírito do iniciado com um "selo" especial da Divindade a quem o "mysto" se consagrava: Apolo, Dyonisos, Isis, Osíris, etc. Era aí que o iniciado obtinha a epoptía, ou "visão direta" da realidade espiritual, a gnose pela vivência da união mística. O epopta era o "vigilante", que o cristianismo denominou "epískopos" ou "inspetor". Realmente epopta é composto de epí ("sobre") e optos ("visível"); e epískopos de epi ("sobre") e skopéô ("ver" ou "observar"). Depois disso, tinha autoridade para ensinar a outros e, achando-se preso à Divindade e às obrigações religiosas, podia dirigir o culto e oficiar a liturgia, e também transmitir as iniciações nos graus menores. Mas faltava o passo decisivo e definitivo, o mais difícil e quase inacessível.


7 - a PLENITUDE da Divindade, quando era conseguida a vivência na "Alma Universal já libertada".


Nos mistérios gregos (em Elêusis) ensinava-se que havia uma Força Absoluta (Deus o "sem nome") que se manifestava através do Logos (a Palavra) Criador, o qual produzia o Filho (Kósmo). Mas o Logos tinha duplo aspecto: o masculino (Zeus) e o feminino (Deméter). Desse casal nascera o Filho, mas também com duplo aspecto: a mente salvadora (Dionysos) e a Alma Universal (Perséfone). Esta, desejando experiências mais fortes, descera à Terra. Mas ao chegar a estes reinos inferiores, tornouse a "Alma Universal" de todas as criaturas, e acabou ficando prisioneira de Plutão (a matéria), que a manteve encarcerada, ministrando-lhe filtros mágicos que a faziam esquecer sua origem divina, embora, no íntimo, sentisse a sede de regressar a seu verdadeiro mundo, mesmo ignorando qual fosse.


Dionysos quis salvá-la, mas foi despedaçado pelos Titãs (a mente fracionada pelo intelecto e estraçalhada pelos desejos). Foi quando surgiu Triptólemo (o tríplice combate das almas que despertam), e com apelos veementes conseguiu despertar Perséfone, revelando lhe sua origem divina, e ao mesmo tempo, com súplicas intensas às Forças Divinas, as comoveu; então Zeus novamente se uniu a Deméter, para fazer renascer Dionysos. Este, assumindo seu papel de "Salvador", desce à Terra, oferecendose em holocausto a Plutão (isto é, encarnando-se na própria matéria) e consegue o resgate de Perséfone, isto é, a libertação da Alma das criaturas do domínio da matéria e sua elevação novamente aos planos divinos. Por esse resumo, verificamos como se tornou fácil a aceitação entre os grego, e romanos da doutrina exposta pelos Emissários de Jesus, um "Filho de Deus" que desceu à Terra para resgatar com sua morte a alma humana.


O iniciado ficava permeado pela Divindade, tornando-se então "adepto" e atingindo o verdadeiro grau de Mestre ou Mistagogo por conhecimento próprio experimental. Já não mais era ele, o homem, que vivia: era "O Senhor", por cujo intermédio operava a Divindade. (Cfr. : "não sou mais eu que vivo, é Cristo que vive em mim", GL 2:20; e ainda: "para mim, viver é Cristo", Filp. 1:21). A tradição grega conservou os nomes de alguns dos que atingiram esse grau supremo: Orfeu... Pitágoras... Apolônio de Tiana... E bem provavelmente Sócrates (embora Schuré opine que o maior foi Platão).


NO CRISTIANISMO


Todos os termos néo-testamentários e cristãos, dos primórdios, foram tirados dos mistérios gregos: nos mistérios de Elêusis, o iniciado se tornava "membro da família do Deus" (Dionysos), sendo chamado.


então, um "santo" (hágios) ou "perfeito" (téleios). E Paulo escreve: "assim, pois, não sois mais estran geiros nem peregrinos, mas sois concidadãos dos santos e familiares de Deus. ’ (EF 2:19). Ainda em Elêusis, mostrava-se aos iniciados uma "espiga de trigo", símbolo da vida que eternamente permanece através das encarnações e que, sob a forma de pão, se tornava participante da vida do homem; assim quando o homem se unia a Deus, "se tornava participante da vida divina" (2. ª Pe. 1:4). E Jesus afirmou: " Eu sou o PÃO da Vida" (JO 6. 35).


No entanto ocorreu modificação básica na instituição do Mistério cristão, que Jesus realizou na "última Ceia", na véspera de sua experiência máxima, o páthos ("paixão").


No Cristianismo, a iniciação toma sentido puramente espiritual, no interior da criatura, seguindo mais a Escola de Alexandria. Lendo Filon, compreendemos isso: ele interpreta todo o Antigo Testamento como alegoria da evolução da alma. Cada evangelista expõe a iniciação cristã de acordo com sua própria capacidade evolutiva, sendo que a mais elevada foi, sem dúvida, a de João, saturado da tradição (parádosis) de Alexandria, como pode ver-se não apenas de seu Evangelho, como também de seu Apocalipse.


Além disso, Jesus arrancou a iniciação dos templos, a portas fechadas, e jogou-a dentro dos corações; era a universalização da "salvação" a todos os que QUISESSEM segui-Lo. Qualquer pessoa pode encontrar o caminho (cfr. "Eu sou o Caminho", JO 14:6), porque Ele corporificou os mistérios em Si mesmo, divulgando-lhes os segredos através de Sua vida. Daí em diante, os homens não mais teriam que procurar encontrar um protótipo divino, para a ele conformar-se: todos poderiam descobrir e utir-se diretamente ao Logos que, através do Cristo, em Jesus se manifestara.


Observamos, pois, uma elevação geral de frequência vibratória, de tonus, em todo o processo iniciático dos mistérios.


E os Pais da Igreja - até o século 3. º o cristianismo foi "iniciático", embora depois perdesse o rumo quando se tornou "dogmático" - compreenderam a realidade do mistério cristão, muito superior, espiritualmente, aos anteriores: tornar o homem UM CRISTO, um ungido, um permeado da Divindade.


A ação divina do mistério, por exemplo, é assim descrita por Agostinho: "rendamos graças e alegremonos, porque nos tornamos não apenas cristãos, mas cristos" (Tract. in Joanne, 21,8); e por Metódio de Olímpio: "a comunidade (a ekklêsía) está grávida e em trabalho de parto, até que o Cristo tenha tomado forma em nós; até que o Cristo nasça em nós, para que cada um dos santos, por sua participação ao Cristo, se torne o cristo" (Patrol. Graeca, vol. 18, ccl. 150).


Temos que tornar-nos cristos, recebendo a última unção, conformando-nos com Ele em nosso próprio ser, já que "a redenção tem que realizar-se EM NÓS" (O. Casel, o. c., pág. 29), porque "o único e verdadeiro holocausto é o que o homem faz de si mesmo".


Cirilo de Jerusalém diz: "Já que entrastes em comunhão com o Cristo com razão sois chamados cristos, isto é, ungidos" (Catechesis Mystagogicae, 3,1; Patrol. Graeca,, 01. 33, col. 1087).


Essa transformação, em que o homem recebe Deus e Nele se transmuda, torna-o membro vivo do Cristo: "aos que O receberam, deu o poder de tornar-se Filhos de Deus" (JO 1:12).


Isso fez que Jesus - ensina-nos o Novo Testamento - que era "sacerdote da ordem de Melquisedec (HB 5:6 e HB 7:17) chegasse, após sua encarnação e todos os passos iniciáticos que QUIS dar, chegasse ao grau máximo de "pontífice da ordem de Melquisedec" (HB 5:10 e HB 6:20), para todo o planeta Terra.


CRISTO, portanto, é o mistério de Deus, o Senhor, o ápice da iniciação a experiência pessoal da Divindade.


através do santo ensino (hierôs lógos), que vem dos "deuses" (Espíritos Superiores), comunicado ao místico. No cristianismo, os emissários ("apóstolos") receberam do Grande Hierofante Jesus (o qual o recebeu do Pai, com Quem era UNO) a iniciação completa. Foi uma verdadeira "transmiss ão" (traditio, parádosis), apoiada na gnose: um despertar do Espírito que vive e experimenta a Verdade, visando ao que diz Paulo: "admoestando todo homem e ensinando todo homem, em toda sabedoria (sophía), para que apresentem todo homem perfeito (téleion, iniciado) em Cristo, para o que eu também me esforço (agõnizómenos) segundo a ação dele (energeían autou), que age (energouménen) em mim, em força (en dynámei)". CL 1:28-29.


Em toda essa iniciação, além disso, precisamos não perder de vista o "enthousiasmós" (como era chamado o "transe" místico entre os gregos) e que foi mesmo sentido pelos hebreus, sobretudo nas" Escolas de Profetas" em que eles se iniciavam (profetas significa "médiuns"); mas há muito se havia perdido esse "entusiasmo", por causa da frieza intelectual da interpretação literal das Escrituras pelos Escribas.


Profeta, em hebraico, é NaVY", de raiz desconhecida, que o Rabino Meyer Sal ("Les Tables de la Loi", éd. La Colombe, Paris, 1962, pág. 216/218) sugere ter sido a sigla das "Escolas de Profetas" (escolas de iniciação, de que havia uma em Belém, de onde saiu David). Cada letra designaria um setor de estudo: N (nun) seriam os sacerdotes (terapeutas do psicossoma), oradores, pensadores, filósofos;

V (beth) os iniciados nos segredos das construções dos templos ("maçons" ou pedreiros), arquitetos, etc. ; Y (yod) os "ativos", isto é, os dirigentes e políticos, os "profetas de ação"; (aleph), que exprime "Planificação", os matemáticos, geômetras, astrônomos, etc.


Isso explica, em grande parte, porque os gregos e romanos aceitaram muito mais facilmente o cristianismo, do que os judeus, que se limitavam a uma tradição que consistia na repetição literal decorada dos ensinos dos professores, num esforço de memória que não chegava ao coração, e que não visavam mais a qualquer experiência mística.


TEXTOS DO N. T.


O termo mystérion aparece várias vezes no Novo Testamento.


A - Nos Evangelhos, apenas num episódio, quando Jesus diz a Seus discípulos: "a vós é dado conhecer os mistérios do reino de Deus" (MT 13:11; MC 4:11; LC 8:10).


B - Por Paulo em diversas epístolas: RM 11:25 - "Não quero, irmãos, que ignoreis este mistério... o endurecimento de Israel, até que hajam entrado todos os gentios".


Rom. 16:15 - "conforme a revelação do mistério oculto durante os eons temporais (terrenos) e agora manifestados".


1. ª Cor. 2:1 – "quando fui ter convosco... anunciando-vos o mistério de Deus".


1. ª Cor. 2:4-7 - "meu ensino (logos) e minha pregação não foram em palavras persuasivas, mas em demonstração (apodeíxei) do pneúmatos e da dynámeôs, para que vossa fé não se fundamente na sophía dos homens, mas na dynámei de Deus. Mas falamos a sophia nos perfeitos (teleiois, iniciados), porém não a sophia deste eon, que chega ao fim; mas falamos a sophia de Deus em mistério, a que esteve oculta, a qual Deus antes dos eons determinou para nossa doutrina". 1. ª Cor. 4:1 - "assim considerem-nos os homens assistentes (hypêrétas) ecônomos (distribuidores, dispensadores) dos mistérios de Deus".


1. ª Cor. 13:2 - "se eu tiver mediunidade (prophéteía) e conhecer todos os mistérios de toda a gnose, e se tiver toda a fé até para transportar montanhas, mas não tiver amor (agápé), nada sou". l. ª Cor. 14:2 - "quem fala em língua (estranha) não fala a homens, mas a Deus, pois ninguém o ouve, mas em espírito fala mistérios". 1. ª Cor. 15:51 - "Atenção! Eu vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados".


EF 1:9 - "tendo-nos feito conhecido o mistério de sua vontade"

EF 3:4 - "segundo me foi manifestado para vós, segundo a revelação que ele me fez conhecer o mistério (como antes vos escrevi brevemente), pelo qual podeis perceber, lendo, minha compreensão no mistério do Cristo".


EF 3:9 - "e iluminar a todos qual a dispensação (oikonomía) do mistério oculto desde os eons, em Deus, que criou tudo".


EF 5:32 - "este mistério é grande: mas eu falo a respeito do Cristo e da ekklésia.


EF 9:19 - "(suplica) por mim, para que me possa ser dado o logos ao abrir minha boca para, em público, fazer conhecer o mistério da boa-nova".


CL 1:24-27 - "agora alegro-me nas experimentações (Pathêmasin) sobre vós e completo o que falta das pressões do Cristo em minha carne, sobre o corpo dele que é a ekklêsía, da qual me tornei servidor, segundo a dispensação (oikonomía) de Deus, que me foi dada para vós, para plenificar o logos de Deus, o mistério oculto nos eons e nas gerações, mas agora manifestado a seus santos (hagioi, iniciados), a quem aprouve a Deus fazer conhecer a riqueza da doutrina (dóxês; ou "da substância") deste mistério nas nações, que é CRISTO EM VÓS, esperança da doutrina (dóxês)".


CL 2:2-3 - "para que sejam consolados seus corações, unificados em amor, para todas as riquezas da plena convicção da compreensão, para a exata gnose (epígnôsin) do mistério de Deus (Cristo), no qual estão ocultos todos os tesouros da sophía e da gnose".


CL 4:3 - "orando ao mesmo tempo também por nós, para que Deus abra a porta do logos para falar o mistério do Cristo, pelo qual estou em cadeias".


2. ª Tess. 2:7 - "pois agora já age o mistério da iniquidade, até que o que o mantém esteja fora do caminho".


1. ª Tim. 3:9 - "(os servidores), conservando o mistério da fé em consciência pura".


1. ª Tim. 2:16 - "sem dúvida é grande o mistério da piedade (eusebeías)".


No Apocalipse (1:20; 10:7 e 17:5, 7) aparece quatro vezes a palavra, quando se revela ao vidente o sentido do que fora dito.


CULTO CRISTÃO


Depois de tudo o que vimos, torna-se evidente que não foi o culto judaico que passou ao cristianismo primitivo. Comparemos: A luxuosa arquitetura suntuosa do Templo grandioso de Jerusalém, com altares maciços a escorrer o sangue quente das vítimas; o cheiro acre da carne queimada dos holocaustos, a misturar-se com o odor do incenso, sombreando com a fumaça espessa o interior repleto; em redor dos altares, em grande número, os sacerdotes a acotovelar-se, munidos cada um de seu machado, que brandiam sem piedade na matança dos animais que berravam, mugiam dolorosamente ou balavam tristemente; o coro a entoar salmos e hinos a todo pulmão, para tentar superar a gritaria do povo e os pregões dos vendedores no ádrio: assim se realizava o culto ao "Deus dos judeus".


Em contraste, no cristianismo nascente, nada disso havia: nem templo, nem altares, nem matanças; modestas reuniões em casas de família, com alguns amigos; todos sentados em torno de mesa simples, sobre a qual se via o pão humilde e copos com o vinho comum. Limitava-se o culto à prece, ao recebimento de mensagens de espíritos, quando havia "profetas" na comunidade, ao ensino dos "emissários", dos "mais velhos" ou dos "inspetores", e à ingestão do pão e do vinho, "em memória da última ceia de Jesus". Era uma ceia que recebera o significativo nome de "amor" (ágape).


Nesse repasto residia a realização do supremo mistério cristão, bem aceito pelos gregos e romanos, acostumados a ver e compreender a transmissão da vida divina, por meio de símbolos religiosos. Os iniciados "pagãos" eram muito mais numerosos do que se possa hoje supor, e todos se sentiam membros do grande Kósmos, pois, como o diz Lucas, acreditavam que "todos os homens eram objeto da benevolência de Deus" (LC 2:14).


Mas, ao difundir-se entre o grande número e com o passar dos tempos, tudo isso se foi enfraquecendo e seguiu o mesmo caminho antes experimentado pelo judaísmo; a força mística, só atingida mais tarde por alguns de seus expoentes, perdeu-se, e o cristianismo "foi incapaz - no dizer de O. Casel - de manterse na continuação, nesse nível pneumático" (o. c. pág. 305). A força da "tradição" humana, embora condenada com veemência por Jesus (cfr. MT 15:1-11 e MT 16:5-12; e MC 7:1-16 e MC 8:14-11; veja atrás), fez-se valer, ameaçando as instituições religiosas que colocam doutrinas humanas ao lado e até acima dos preceitos divinos, dando mais importância às suas vaidosas criações. E D. Odon Casel lamenta: " pode fazer-se a mesma observação na história da liturgia" (o. c., pág. 298). E, entristecido, assevera ainda: "Verificamos igualmente que a concepção cristã mais profunda foi, sob muitos aspectos, preparada muito melhor pelo helenismo que pelo judaísmo. Lamentavelmente a teologia moderna tende a aproximar-se de novo da concepção judaica de tradição, vendo nela, de fato, uma simples transmiss ão de conhecimento, enquanto a verdadeira traditio, apoiada na gnose, é um despertar do espírito que VIVE e EXPERIMENTA a Verdade" (o. c., pág. 299).


OS SACRAMENTOS


O termo latino que traduz a palavra mystérion é sacramentum. Inicialmente conservou o mesmo sentido, mas depois perdeu-os, para transformar-se em "sinal visível de uma ação espiritual invisível".


No entanto, o estabelecimento pelas primeiras comunidades cristãs dos "sacramentos" primitivos, perdura até hoje, embora tendo perdido o sentido simbólico inicial.


Com efeito, a sucessão dos "sacramentos" revela exatamente, no cristianismo, os mesmos passos vividos nos mistérios grego. Vejamos:
1- o MERGULHO (denominado em grego batismo), que era a penetração do catecúmeno em seu eu interno. Simbolizava-se na desnudação ao pretendente, que largava todas as vestes e mergulhava totalmente na água: renunciava de modo absoluto as posses (pompas) exteriores e aos próprios veículos físicos, "vestes" do Espírito, e mergulhava na água, como se tivesse "morrido", para fazer a" catarse" (purificação) de todo o passado. Terminado o mergulho, não era mais o catecúmeno, o profano. Cirilo de Jerusalém escreveu: "no batismo o catecúmeno tinha que ficar totalmente nu, como Deus criou o primeiro Adão, e como morreu o segundo Adão na cruz" (Catechesis Mistagogicae,

2. 2). Ao sair da água, recebia uma túnica branca: ingressava oficialmente na comunidade (ekklêsía), e então passava a receber a segunda parte das instruções. Na vida interna, após o "mergulho" no próprio íntimo, aguardava o segundo passo.


2- a CONFIRMAÇÃO, que interiormente era dada pela descida da "graça" da Força Divina, pela" epifanía" (manifestação), em que o novo membro da ekklêsía se sentia "confirmado" no acerto de sua busca. Entrando em si mesmo a "graça" responde ao apelo: "se alguém me ama, meu Pai o amará, e NÓS viremos a ele e permaneceremos nele" (JO 14:23). O mesmo discípulo escreve em sua epístola: "a Vida manifestou-se, e a vimos, e damos testemunho. e vos anunciamos a Vida Imanente (ou a Vida do Novo Eon), que estava no Pai e nos foi manifestada" (l. ª JO 1:2).


3- a METÁNOIA (modernamente chamada "penitência") era então o terceiro passo. O aprendiz se exercitava na modificação da mentalidade, subsequente ao primeiro contato que tinha tido com a Divindade em si mesmo. Depois de "sentir" em si a força da Vida Divina, há maior compreensão; os pensamentos sobem de nível; torna-se mais fácil e quase automático o discernimento (krísis) entre certo e errado, bem e mal, e portanto a escolha do caminho certo. Essa metánoia é ajudada pelos iniciados de graus mais elevados, que lhe explicam as leis de causa e efeito e outras.


4- a EUCARISTIA é o quarto passo, simbolizando por meio da ingestão do pão e do vinho, a união com o Cristo. Quem mergulhou no íntimo, quem recebeu a confirmação da graça e modificou seu modo de pensar, rapidamenle caminha para o encontro definitivo com o Mestre interno, o Cristo.


Passa a alimentar-se diretamente de seus ensinos, sem mais necessidade de intermediários: alimentase, nutre-se do próprio Cristo, bebe-Lhe as inspirações: "se não comeis a carne do Filho do Homem e não bebeis seu sangue, não tendes a vida em vós. Quem saboreia minha carne e bebe meu sangue tem a Vida Imanente, porque minha carne é verdadeiramente comida e meu sangue é

verdadeiramente bebida. Quem come minha carne e bebe o meu sangue, permanece em mim e eu nele" (JO 6:53 ss).


5- MATRIMÔNIO é o resultado do encontro realizado no passo anterior: e o casamento, a FUSÃO, a união entre a criatura e o Criador, entre o iniciado e Cristo: "esse mistério é grande, quero dizê-lo em relação ao Cristo e à ekklêsia", escreveu Paulo, quando falava do "matrimônio" (EF 5:32). E aqueles que são profanos, que não têm essa união com o Cristo, mas antes se unem ao mundo e a suas ilusões, são chamados "adúlteros" (cfr. vol. 2). E todos os místicos, unanimemente, comparam a união mística com o Cristo ti uma união dos sexos no casamento.


6- a ORDEM é o passo seguinte. Conseguida a união mística a criatura recebe da Divindade a consagra ção, ou melhor, a "sagração", o "sacerdócio" (sacer "sagrado", dos, dotis, "dote"), o "dote sagrado" na distribuição das graças o quinhão especial de deveres e obrigações para com o "rebanho" que o cerca. No judaísmo, o sacerdote era o homem encarregado de sacrificar ritualmente os animais, de examinar as vítimas, de oferecer os holocaustos e de receber as oferendas dirigindo o culto litúrgico. Mais tarde, entre os profanos sempre, passou a ser considerado o "intemediário" entre o homem e o Deus "externo". Nessa oportunidade, surge no Espírito a "marca" indelével, o selo (sphrágis) do Cristo, que jamais se apaga, por todas as vidas que porventura ainda tenha que viver: a união com essa Força Cósmica, de fato, modifica até o âmago, muda a frequência vibratória, imprime novas características e a leva, quase sempre, ao supremo ponto, à Dor-Sacrifício-Amor.


7- a EXTREMA UNÇÃO ("extrema" porque é o último passo, não porque deva ser dada apenas aos moribundos) é a chave final, o último degrau, no qual o homem se torna "cristificado", totalmente ungido pela Divindade, tornando-se realmente um "cristo".


Que esses sacramentos existiram desde os primeiros tempos do cristianismo, não há dúvida. Mas que não figuram nos Evangelhos, também é certo. A conclusão a tirar-se, é que todos eles foram comunicados oralmente pela traditio ou transmissão de conhecimentos secretos. Depois na continuação, foram permanecendo os ritos externos e a fé num resultado interno espiritual, mas já não com o sentido primitivo da iniciação, que acabamos de ver.


Após este escorço rápido, cremos que a afirmativa inicial se vê fortalecida e comprovada: realmente Jesus fundou uma "ESCOLA INICIÁTICA", e a expressão "logos akoês" (ensino ouvido), como outras que ainda aparecerão, precisam ser explicadas à luz desse conhecimento.


* * *

Neste sentido que acabamos de estudar, compreendemos melhor o alcance profundo que tiveram as palavras do Mestre, ao estabelecer as condições do discipulato.


Não podemos deixar de reconhecer que a interpretação dada a Suas palavras é verdadeira e real.


Mas há "mais alguma coisa" além daquilo.


Trata-se das condições exigidas para que um pretendente possa ser admitido na Escola Iniciática na qualidade de DISCÍPULO. Não basta que seja BOM (justo) nem que possua qualidades psíquicas (PROFETA). Não é suficiente um desejo: é mistér QUERER com vontade férrea, porque as provas a que tem que submeter-se são duras e nem todos as suportam.


Para ingressar no caminho das iniciações (e observamos que Jesus levava para as provas apenas três, dentre os doze: Pedro, Tiago e João) o discípulo terá que ser digno SEGUIDOR dos passos do Mestre.


Seguidor DE FATO, não de palavras. E para isso, precisará RENUNCIAR a tudo: dinheiro, bens, família, parentesco, pais, filhos, cônjuges, empregos, e inclusive a si mesmo: à sua vontade, a seu intelecto, a seus conhecimentos do passado, a sua cultura, a suas emoções.


A mais, devia prontificar-se a passar pelas experiências e provações dolorosas, simbolizadas, nas iniciações, pela CRUZ, a mais árdua de todas elas: o suportar com alegria a encarnação, o mergulho pesado no escafandro da carne.


E, enquanto carregava essa cruz, precisava ACOMPANHAR o Mestre, passo a passo, não apenas nos caminhos do mundo, mas nos caminhos do Espírito, difíceis e cheios de dores, estreitos e ladeados de espinhos, íngremes e calçados de pedras pontiagudas.


Não era só. E o que se acrescenta, de forma enigmática em outros planos, torna-se claro no terreno dos mistérios iniciáticos, que existiam dos discípulos A MORTE À VIDA DO FÍSICO. Então compreendemos: quem tiver medo de arriscar-se, e quiser "preservar" ou "salvar" sua alma (isto é, sua vida na matéria), esse a perderá, não só porque não receberá o grau a que aspira, como ainda porque, na condição concreta de encarnado, talvez chegue a perder a vida física, arriscada na prova. O medo não o deixará RESSUSCITAR, depois da morte aparente mas dolorosa, e seu espírito se verá envolvido na conturbação espessa e dementada do plano astral, dos "infernos" (ou umbral) a que terá que descer.


No entanto, aquele que intimorato e convicto da realidade, perder, sua alma, (isto é, "entregar" sua vida do físico) à morte aparente, embora dolorosa, esse a encontrará ou a salvará, escapando das injunções emotivas do astral, e será declarado APTO a receber o grau seguinte que ardentemente ele deseja.


Que adianta, com efeito, a um homem que busca o Espírito, se ganhar o mundo inteiro, ao invés de atingir a SABEDORIA que é seu ideal? Que existirá no mundo, que possa valer a GNOSE dos mistérios, a SALVAÇÃO da alma, a LIBERTAÇÃO das encarnações tristes e cansativas?


Nos trabalhos iniciáticos, o itinerante ou peregrino encontrará o FILHO DO HOMEM na "glória" do Pai, em sua própria "glória", na "glória" de Seus Santos Mensageiros. Estarão reunidos em Espírito, num mesmo plano vibratório mental (dos sem-forma) os antigos Mestres da Sabedoria, Mensageiros da Palavra Divina, Manifestantes da Luz, Irradiadores da Energia, Distribuidores do Som, Focos do Amor.


Mas, nos "mistérios", há ocasiões em que os "iniciantes", também chamados mystos, precisam dar testemunhos públicos de sua qualidade, sem dizerem que possuem essa qualidade. Então está dado o aviso: se nessas oportunidades de "confissão aberta" o discípulo "se envergonhar" do Mestre, e por causa de "respeitos humanos" não realizar o que deve, não se comportar como é da lei, nesses casos, o Senhor dos Mistérios, o Filho do Homem, também se envergonhará dele, considerá-lo-á inepto, incapaz para receber a consagração; não mais o reconhecerá como discípulo seu. Tudo, portanto, dependerá de seu comportamento diante das provas árduas e cruentas a que terá que submeter-se, em que sua própria vida física correrá risco.


Observe-se o que foi dito: "morrer" (teleutan) e "ser iniciado" (teleusthai) são verbos formados do mesmo radical: tele, que significa FIM. Só quem chegar AO FIM, será considerado APTO ou ADEPTO (formado de AD = "para", e APTUM = "apto").


Nesse mesmo sentido entendemos o último versículo: alguns dos aqui presentes (não todos) conseguirão certamente finalizar o ciclo iniciático, podendo entrar no novo EON, no "reino dos céus", antes de experimentar a morte física. Antes disso, eles descobrirão o Filho do Homem em si mesmos, com toda a sua Dynamis, e então poderão dizer, como Paulo disse: "Combati o bom combate, terminei a carreira, mantive a fidelidade: já me está reservada a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia - e não só a mim, como a todos os que amaram sua manifestação" (2. ª Tim. 4:7-8).



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Mateus Capítulo 14 do versículo 1 até o 36
2. A Morte de João Batista (Mt 14:1-12) 1

Herodes, o tetrarca, (1) que havia construído a cidade de Tiberíades no lado oci-dental do lago da Galiléia para ser a sua capital, era o governador da Galiléia e da Peréia. Filho de Herodes, o Grande, e de uma mulher samaritana, ele era chamado de Antipas; portanto, seu nome correto era Herodes Antipas. Ele governou de 4 a.C. até 38 d.C. A palavra tetrarca significa literalmente "governador de uma quarta parte", mas tinha um sentido geral de governador de uma pequena região.

Quando Herodes ouviu a fama de Jesus como um Operador de Maravilhas, disse aos seus criados2: Este é João Batista (2). Sua consciência ainda o atormentava porque havia matado o santo profeta. Ele acreditava que somente João podia realizar os mila-gres que haviam sido atribuídos a Jesus. Herodes havia mandado capturar, amarrar e prender João por causa de Herodias (3), porque o profeta lhe havia dito: Não te é lícito possuí-la (4).

Herodes Antipas era casado com a filha de Aretas, rei dos árabes nabateus. Mas em uma visita a Roma, ele se hospedou na casa do seu meio-irmão Filipe e se apaixonou pela cunhada, levando-a consigo para a Galiléia. Sabendo do acontecido, sua primeira esposa fugiu para a casa do pai e este enviou um exército que derrotou Herodes Antipas. De acordo com Josefo, muitos judeus consideravam essa derrota como um castigo divino lançado contra o tetrarca por ter matado João.'

Depois que João foi preso, Antipas, querendo matá-lo, temia o povo (5). Aparen-temente, isso parece ir de encontro com a afirmação de Marcos (conforme está escrito no texto grego) : "E Herodias o espiava e queria matá-lo, mas não podia; porque Herodes temia a João, sabendo que era varão justo e santo; e guardava-o com segurança e fazia muitas coisas, atendendo-o, e de boa vontade o ouvia" (Mac 6:19-20). Mas é preciso lembrar novamente que Mateus tinha o hábito de observar as coisas de longe, omitindo detalhes e incluindo apenas observações gerais. Parece não haver dúvida de que Antipas queria mandar executar João. Carr inclui esse útil comentário: "A narrativa de Marcos nos dá um quadro das intrigas internas da corte e provas do forte questionamento de alguma testemunha ocular dos fatos".4

Herodias suportou a situação por algum tempo. Ela esperava uma ocasião apropri-ada para submeter o profeta aos seus desígnios assassinos. Finalmente chegou o momento — o dia natalício de Herodes. Com toda a esperteza e malícia que uma mulher inteligente consegue acumular, ela formulou o seu plano. Estava tão desesperada para realizar esse feito covarde que se dispôs a desgraçar sua filha (Salomé) aconselhando -a executar uma dança sensual à frente de um grupo de homens embriagados.

Sua astúcia foi recompensada. Herodes, bêbado e apaixonado, prometeu, com juramento dar à jovem tudo o que pedisse (7). Ela, instruída previamente por sua mãe (8), pediu a cabeça de João Batista em um prato. Mas esse relato parece estar em conflito com a afirmação de Marcos de que a jovem saiu e perguntou à sua mãe o que deveria pedir (Mac 6.24). A solução do problema é simplesmente corrigir a tradução de Mateus. A frase instruída previamente deve ser traduzida como "incitada"- ou "instigada". De acordo com o seu costume de fazer generalizações, Mateus simplesmente afirma que Salomé agiu instigada pela mãe. Marcos, seguindo sua própria característi-ca, preenche os detalhes de que ela saiu e consultou sua mãe.

O rei (9), título de cortesia para o tetrarca, ficou triste. Isso está de acordo com o quadro que Marcos fez de Antipas, onde diz que ele talvez gostasse de João secretamente e talvez também tivesse medo dele. Mas, por causa dos convidados, Herodes manteve sua promessa e ordenou a execução. A cabeça de João Batista foi oferecida à jovem e ela a ofereceu à mãe (11). Seu corpo foi enterrado pelos discípulos entristecidos (12). O ódio humano havia vencido a batalha.

Essa dramática história pode ser facilmente resumida. Podemos pensar em:

1) A filha dançando;

2) O déspota embriagado;

3) O ato covarde.

B. MILAGRES POSTERIORES, Mt 14:13-36

1. Mais de Cinco Mil Foram Alimentados (Mt 14:13-21)

A alimentação de mais de cinco mil pessoas tem a característica de ser o único mila-gre de Jesus que foi registrado nos quatro Evangelhos. Ele também é encontrado em Marcos 6:30-44; Lucas 9:10-17 e João 6:1-14.

Quando Jesus, provavelmente nas vizinhanças de Cafarnaum, ouviu sobre o assassi-nato de João Batista, ele atravessou o lago da Galiléia, em um barco, chegando até a sua margem oriental. Era um lugar tranqüilo, um lugar deserto (13), isto é, uma área desabitada. Tanto Ele como os seus discípulos precisavam de descanso, e de uma mudança.

Mas quando as multidões souberam para onde Ele tinha ido, o seguiram à pé, ou "por terra", dando a volta na extremidade norte do lago. É possível medir a velocidade de um barco da época: talvez as pessoas tenham conseguido fazer um percurso de 13 quilômetros, enquanto os discípulos, remando, percorreram cerca de 10 quilômetros.

Quando Jesus desceu do barco, encontrou uma grande multidão à sua espera. Ao invés de se aborrecer com a sua presença, Ele foi possuído ("dominado") de íntima compaixão para com ela e curou os seus enfermos (14).

Quando anoiteceu, os discípulos se aproximaram de Jesus lembrando que a hora do jantar já havia passado: a hora é já avançada (15). Melhor seria enviar a multi-dão embora para que as pessoas pudessem ir para as vilas mais próximas, e comprar comida.

A réplica de Jesus foi a seguinte: Dai-lhes vós de comer (16). Os discípulos protes-taram. Havia apenas cinco pães e dois peixes (17). Esses pães tinham o tamanho e a forma de uma pequena panqueca ou de um biscoito plano. A soma total das provisões disponíveis correspondia exatamente ao lanche de um menino (Jo 6:9).

Mas os discípulos haviam feito esse cálculo sem levar em conta o seu Mestre. Ele pediu que esse lanche simples lhe fosse trazido (18). Depois de mandar que a multidão se assentasse (19; o termo grego é "reclinar") sobre a erva — Marcos diz que a erva era "verde", mostrando que era primavera — Jesus tomou os cinco pães e os dois peixes, os abençoou, e, partindo... deu-os aos discípulos que, por sua vez, os distribuíram à multidão.

Um aspecto digno de nota é que os discípulos executaram a ordem de Cristo. Eles realmente alimentaram a multidão quando se associaram a Jesus nesse ato. O que cada cristão pode aprender é que, não importa o quanto sua tarefa lhe pareça impossível, com a ajuda divina tudo pode ser feito. "Porque para Deus nada é impossível" (Lc 1:37).

Todas as pessoas comeram e saciaram-se (20). O verbo chortazo (ficaram satisfei-tas) vem do substantivo chortos, "grama". Era usado principalmente para animais pas-tando. O quadro geral é do gado comendo até ficar saciado e depois se deitando satisfeito sobre a grama. Arndt e Gingrich dizem que no modo passivo (como aqui) ele significa "comer até se encher, até ficar satisfeito".5 Essa é a ênfase aqui. Todas essas pessoas comeram o suficiente, até ficarem "satisfeitas". Essa é a melhor tradução.

Dos pedaços que sobejaram — nos cestos dos discípulos e provavelmente em uma pilha sobre a grama limpa em frente a Jesus — eles levantaram doze cestos cheios. Isto é, cada apóstolo foi capaz de encher o cesto do seu lanche com alimento para o dia seguinte.

A multidão que foi alimentada compunha-se de quase cinco mil homens (21). So-mente Mateus, o estatístico, acrescenta, além das mulheres e das crianças. Se a multidão fosse composta por peregrinos prontos para comparecer à celebração da Pás-coa, haveria poucas mulheres e crianças (Jo 6:4-5). Essa distinção reflete o fato de que em público — como ainda acontece entre os orientais — as mulheres e as crianças nunca comem junto com os homens. Acima de qualquer discussão, aquele era um mundo dos homens.

2. Jesus Caminha Sobre as Águas (Mt 14:22-27) 6

O Mestre imediatamente ordenou aos seus discípulos que partissem. O verbo é bastante forte, significando "obrigar, forçar". Arndt e Gingrich sugerem aqui a tradução:

"Ele fez com que os seus discípulos embarcassem".7 Por quê? João tem a resposta: "Sa-bendo, pois, Jesus que haviam de vir arrebatá-lo, para o fazerem rei, tornou a retirar-se, ele só, para o monte" (Jo 6:15).

Ele não queria que os seus discípulos permanecessem em um ambiente tão revoluci-onário, nem queria que a Sua presença desse motivo para tal movimento. Ele não estava ali para estabelecer um reino político em oposição ao governo de Roma, mas para estabe-lecer o seu Reino espiritual no coração dos homens. Jesus percebeu o fato de que esses inconstantes galileus estavam prontos para dar início a outra revolta contra Roma. Por-tanto, ordenou que os seus discípulos se retirassem do local, dispensou a multidão e partiu para orar a sós.

E, chegada já a tarde (23) corresponde exatamente à frase grega "quando já era noite" (15). Mas, neste intervalo, a alimentação de mais de cinco mil pessoas já havia acontecido. Essa atividade deve ter durado pelo menos uma ou duas horas. Como pode-mos, então, harmonizar essas duas expressões de tempo? A resposta se encontra na dis-tinção entre a "primeira tarde" (que começa por volta das 3 horas da tarde) e a "segunda tarde" (que acontece depois do pôr-do-sol). A palavra para tarde significa, literalmente, "uma hora mais avançada".

A frase como um todo (23) significa "quando ficou tarde". Arndt e Gingrich sugerem: "Muitas vezes o contexto torna mais fácil decidir exatamente qual é o tempo que se pretende, se antes ou depois do pôr-do-sol".8

Quando chegou a noite, Jesus estava sozinho no monte. Enquanto isso, o barco esta-va no nfeio do mar (24) — aproximadamente na metade do lago. O texto grego de M'Neile diz: "Longe da terra, a muitos estádios". Isso está admiravelmente de acordo com a afir-mação de João de que os discípulos haviam remado cerca de vinte e cinco ou trinta está-dios (Jo 6:19), isto é, de cinco a sete quilômetros. Em sua extremidade norte, onde eles estavam, o Lago da Galiléia tem cerca de onze quilômetros de largura.

O barco estava sendo açoitado pelas ondas. Carr comenta: "Essa expressão é muito enérgica, 'torturado pelas ondas', contorcendo-se nos espasmos da agonia, por assim di-zer".9 O Lago da Galiléia é famoso por suas repentinas e terríveis tempestades. O escri-tor deste livro nunca se esqueceu da tempestade que enfrentou nesse mesmo lago em 1953. Parecia que o barco de pesca iria certamente afundar cada vez que despencava em uma profunda depressão que se formava entre ondas gigantescas. Porém, rangendo, gemendo, tremendo todo, ele conseguiu atravessar as ondas sucessivas, enquanto tor-rentes de água inundavam a proa.

O potente motor desse moderno barco de pesca fazia com que ele continuasse a na-vegar para frente. Mas os discípulos tinham que se contentar em lutar inutilmente com seus remos para enfrentar o forte vento contrário que vinha do norte.

Quando as coisas pioraram, na quarta vigília da noite (das 3 às 6 horas da madrugada), Jesus se aproximou, caminhando por cima do mar (25). Os discípulos assus-taram-se (26), melhor dizendo, "ficaram apavorados" — pensando que Ele fosse um espírito ou um fantasma (em grego, phantasma). Tomados de terror por causa da tempesta-de e apavorados pela aparição, eles gritaram. O verbo significa "gritar, berrar, bradar".1°

Jesus os tranqüilizou imediatamente com as palavras: Tende bom ânimo, sou eu; não temais (27). A redação grega diz, literalmente: "Tenham coragem, sou eu, parem de ter medo". Essa ainda é a mensagem de Cristo em meio às tempestades da vida.

  • Pedro Caminha Sobre as Águas (Mt 14:28-33)
  • Esse é um episódio singular, encontrado apenas em Mateus. Pedro ficou tão intriga-do ao ver Jesus caminhando sobre as águas, que disse: Senhor, se és tu, manda-me ir ter contigo por cima das águas (28). Essa frase está de acordo com a natureza impul-siva de Pedro. Como diz M'Neile àqueles que duvidam da veracidade da história: "Um forte ponto a favor da história é o seu fiel reflexo do caráter do apóstolo"»

    Confiante, Pedro respondeu ao convite do Mestre: Vem (29), e começou a cami-nhar sobre as águas. O texto grego mais antigo diz: "Pedro caminhou sobre as águas e veio a Jesus".

    Aparentemente, ele havia quase alcançado Cristo antes de perder a fé. Mas sentin-do o vento forte (30), mais precisamente, os seus efeitos, ele se atemorizou. Começan-do a ir para o fundo — esse enérgico verbo composto significa "afundar no mar profun-do"' 2 - ele gritou, Senhor, salva-me.

    Imediatamente, Jesus, estendendo a mão, segurou-o (31) — literalmente, "apa-nhou-o". Isso mostra que Pedro estava à distância de um braço. Gentilmente, o Mestre repreendeu seu ambicioso discípulo pela sua pequena fé. Parecia que a fé de Pedrio era bastante grande quando ele saiu do barco e pisou na água. Mas, ela devia estar mistura-da com alguma presunção.

    Logo que entrou no barco junto com Pedro, Cristo acalmou o vento (32). A raiz grega sugere "tornou-se exausto, fadigado".

    Os discípulos que estavam no barco se aproXimaram e o adoraram como o Filho de Deus (33). Para eles, a sua presença e poder eram prova da sua divindade.

  • A Cura em Genesaré (Mt 14:34-36)
  • Depois de atravessar para a outra banda do lago, do leste para o oeste, eles desembarcaram em Genesaré (34). Esta era uma planície que se estendia por aproxi-madamente cinco quilômetros ao longo da margem ocidental do lago da Galiléia, perto da sua extremidade norte, e que alcançava a largura de dois quilômetros e meio em direção ao interior. Josefo descreve essa área com muito entusiasmo por ser extrema-mente fértil.'

    Era uma região densamente povoada, e logo a multidão se reuniu novamente para ser curada. Os doentes imploravam a permissão de ao menos tocar a orla da sua veste (36). Essa orla do manto judeu é descrita em Números 15:38-39. Carr a explica assim: "Em cada canto do manto havia uma borla e cada borla tinha um fio azul evidente que simbolizava a origem celestial dos Mandamentos".'

    A frase todos os que a tocavam ficavam sãos é representada por uma única palavra grega. É uma expressão forte e que sugere uma cura completa.


    Genebra

    Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
    Genebra - Comentários de Mateus Capítulo 14 do versículo 1 até o 36
    *

    14:3

    Herodes... mulher de Filipe, seu irmão. Ver notas sobre Mc 6:14,17). A genealogia de Herodes é confusa, com múltiplos casamentos, casamentos de parentes próximos e uso de nomes semelhantes.

    * 14:6

    a filha de Herodias. Filha de um casamento anterior ao do seu casamento com Herodes Filipe. Segundo Jesefo, historiador judeu, o nome da filha era Salomé e ela, posteriormente, se casou com outro filho de Herodes, o Grande: Felipe, tetrarca de Ituréia e de Traconites (Lc 3:1).

    * 14:13

    ouvindo isto. De acordo com o v. 2, já tinha transcorrido um tempo suficiente após a morte de João Batista, para as notícias dos milagres de Jesus chegarem até Herodes. Jesus ouviu a respeito das renovadas perguntas de Herodes.

    * 14.15-21

    Do mesmo modo como Deus providenciou maná no deserto para Israel, assim Jesus providenciou pão para o povo, numa região remota. Jesus desafiou os discípulos a providenciarem alimento para a multidão, então os tornou ministros de sua provisão (vs. 16, 19).

    * 14:25

    quarta vigília. Entre 3 e 6 horas da manhã.

    * 14:30

    Conforme Sl 69:1-3.

    * 14:33

    Filho de Deus. Este título reconhece a messianidade de Jesus e a manifestação do seu poder divino (16.16, nota).



    Matthew Henry

    Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
    Matthew Henry - Comentários de Mateus Capítulo 14 do versículo 1 até o 36
    14:1 Herodes foi um "tetrarca", um dos quatro governadores que tinham sob sua responsabilidade igual número de distritos na Palestina. Seu território incluía as regiões da Galilea e Perea. Foi filho do Herodes o Grande, que ordenou dar morte aos infantes em Presépio (2.16). Também é conhecido como Herodes Antipas, e julgou ao Jesus antes de que fora crucificado (Lc 23:6-12). Seu perfil se acha no Marcos 6.

    14:2 se desejar mais informação sobre o João o Batista, veja-se seu perfil no João 1.

    14:3 Felipe, meio irmão do Herodes, era um dos quatro governadores da Palestina. Seus territórios eram 1turea e Tracónites, ao nordeste do Mar da Galilea (Lc 3:1). Sua esposa, Herodías, abandonou-o para viver com o Herodes Antipas. João o Batista condenou aos dois por viver em imoralidade (veja-se Mc 6:17-18).

    14:9 Herodes não queria matar ao João o Batista mas teve que dar a ordem para não ficar mal diante de seus convidados. Quão fácil é ceder à pressão da gente e deixar-se arrastar a fazer o mau! Não permita que o localizem onde seja vergonhoso fazer o bom. Faça o que é correto sem importar quão vergonhoso ou doloroso seja.

    14.13, 14 Jesus procurou a solidão logo depois de receber a notícia de que João tinha morrido. Algumas vezes devemos nos enfrentar a nossa dor sozinhas. Jesus, entretanto, não se entregou ao pesar, voltou para seu ministério.

    14:14 Jesus realizou alguns milagres como sinal de sua identidade. Outros milagres serviram para nos ensinar importantes verdades. Mas aqui lemos que sanou porque "teve compaixão deles". Jesus foi, e é, uma pessoa amorosa, sensível e que se preocupa com outros. Quando estiver sofrendo, recorde que Jesus sofre junto com você e se compadece.

    14.19-21 Jesus multiplicou cinco pães e dois peixes para alimentar a mais de cinco mil pessoas. O que ao princípio se oferecia parecia insuficiente mas em suas mãos foi mais que suficiente. Com freqüência sentimos que nossa contribuição ao Jesus é muito pequena, mas O pode multiplicar e usar o que pudermos lhe dar, seja em talento, tempo ou riqueza. É quando o damos ao Jesus que nossos recursos se multiplicam.

    14:21 O texto indica que estiveram pressentem cinco mil homens, mais mulheres e meninos. Por isso, o total de pessoas que Jesus alimentou pôde ser de dez mil a quinze mil. O número de homens se especifica em forma separada porque na cultura judia desse então, homens e mulheres comiam à parte. Os meninos comiam com as mulheres.

    14:23 Estar um tempo a sós com Deus era prioritário para o Jesus (veja-se também 14.13). Deixava tempo em seu horário recarregado para estar a sós com o Pai. Quando passamos tempo a sós em oração, nossa relação vital com Deus se nutre e nos fortalecemos para enfrentar os problemas e desafios da vida. Desenvolva a disciplina de procurar deus a sós. Ajudará-lhe a crescer espiritualmente e chegará a ser cada vez mais e mais como Cristo.

    14:28 Pedro não estava provando ao Jesus, pois é algo que nos disse que não fizéssemos (4.7). Apesar de que foi o único na barco que reagiu com fé, seu pedido impulsivo o conduziu a experimentar uma demonstração pouco comum do poder de Deus. Pedro começou a afundar-se porque não seguiu olhando ao Jesus mas sim olhou as ondas gigantes que se levantavam seu redor. Logo sua fé flutuou quando se deu conta do que estava fazendo. Possivelmente não caminhemos sobre as águas mas sim caminharemos através de situações adversas. Se nos concentrarmos nas ondas das circunstâncias difíceis que se levantam perto de nós sem procurar a ajuda de Deus, também terminaremos se desesperados e nos afundando. A fim de manter sua fé em meio das tormentas, mantenha os olhos no poder de Cristo e não em sua incapacidade.

    14.30, 31 Apesar de que começamos com boas intenções, algumas vezes nossa fé decai. Isto não significa necessariamente que falhamos. Quando a fé do Pedro decaiu, procurou cristo, a única pessoa que poderia lhe ajudar. Estava temeroso mas ainda assim olhou a Cristo. Quando estamos receosos dos problemas que nos rodeiam e duvidamos da presença ou capacidade de Cristo para nos ajudar, devemos recordar que é o único que em realidade pode nos ajudar.

    14:34 Genesaret se achava localizada no lado oeste do Mar da Galilea em uma zona fértil e com abundante água.

    14.35, 36 A gente reconhecia no Jesus a um grande curador, mas quantos compreenderam quem era em realidade? Procuravam o Jesus para alcançar sanidade física, mas se aproximaram do desejando a sanidade espiritual? Foram desejando prolongar suas vidas na terra, mas foram também para obter a segurança da vida eterna? A gente pode procurar o Jesus para aprender lições valiosas de sua vida ou na esperança de conseguir remédio para sua dor. Mas teremos perdido a totalidade da mensagem do Jesus se o buscarmos só para que cure nossos corpos e não nossas almas, se procurarmos sua ajuda só nesta vida e passamos por cima seu plano eterno para nós. Só quando chegarmos a entender ao Cristo verdadeiro poderemos apreciar como pode trocar seriamente nossas vidas.

    14:36 Os homens judeus tinham franjas no bordo inferior de seus mantos conforme ao mandato de Deus (Dt 22:12). No tempo do Jesus, isto era visto como sinal de santidade (Dt 23:5). Era natural que a gente que procurava sanidade se aproximasse para tocar estas franjas; mas como uma mulher doente aprendeu, a cura é produto da fé e não da túnica do Jesus (Dt 9:19-22).


    Wesley

    Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
    Wesley - Comentários de Mateus Capítulo 14 do versículo 1 até o 36
    J. Sua provisão (Mt 14:15)

    1 Naquele tempo Herodes, o tetrarca, ouviu a fama de Jesus, 2 e disse aos seus servos: Este é João Batista; Ele ressuscitou dos mortos; e, portanto, estes operam nele. 3 Pois Herodes havia prendido a João, e amarrou-o, e colocá-lo na prisão por causa de Herodias, mulher de seu irmão Fp 4:1 Para João disse-lhe: Não é lícito te de tê- Lm 5:1 E, quando ele teria colocá-lo à morte, mas temia o povo, porque o tinham como profeta. 6 Mas, quando o aniversário de Herodes veio, a filha de Herodias dançou no meio, e agradou a Herodes. 7 Por isso prometeu, com juramento dar-lhe tudo o que pedisse. 8 E ela, instruída previamente por sua mãe, disse: Dá-me aqui num prato, a cabeça de João Batista. 9 E o rei entristeceu-se; mas, por causa do juramento, e dos que estavam à mesa com ele, ordenou que se lhe desse, 10 e mandou degolar João no cárcere. 11 E a sua cabeça foi trazida num prato, e dada à jovem, e ela a levou a sua Mt 12:1 E os seus discípulos, e levaram o corpo, eo sepultaram; e foram, e disse Jesus.

    Tetrarca literalmente significa "governante de uma quarta parte" e foi usado nos círculos romanos gregos e, em seguida, para aquele que rege a tetrarquia. Mas, finalmente, veio a ser usado livremente para o governante de um pequeno território. Herodes, o tetrarca era governador da Galiléia e Perea. Ele foi um dos três filhos de Herodes, o Grande, que receberam partes do antigo domínio de seu pai (Lc 3:1 ). Para este João foi entregue à prisão.

    Herodes teria gostado de ter executado João, mas tinha medo de fazê-lo, porque as multidões considerado João profeta. No entanto, Herodias estava assistindo por uma oportunidade. Ela aproveitou a festa de aniversário de Herodes e teve sua filha entrar e dança antes de os convidados. Herodes ficou encantado e prometeu dar à menina o que ela desejar. No instigation- de sua mãe a ser apresentada (v. Mt 14:8) é, literalmente, "tendo sido incitado ou instruído", ela pediu a cabeça de João Batista em uma bandeja ."Carregador" (KJV) é mais velho Inglês para "um grande prato ou prato raso para o transporte de um grande pedaço de carne; uma bandeja. "

    Herodes é chamado o rei . Na verdade, ele não possuía este título, mas ficou popularmente conhecido como que por seu povo. O rei entristeceu-se (v. Mt 14:9 ). Isso não parece concordar com o que é dito na quinta verso sobre seu desejo de matar João. Mas o relato em Marcos (6: 14-29) indica que Herodes estava dividido entre duas forças-medo de sua esposa e do medo de João. Era o propósito de Herodias para colocá-lo em uma posição tal que ele teve de realizar seu desejo. Neste ela conseguiu completamente.João foi decapitado -Josephus diz na fortaleza de Machaerus, a leste do Mar Morto.

    Os discípulos de João pegou o cadáver sem cabeça e deu-lhe um enterro decente. Em seguida, eles foram e disse Jesus . Seu próprio líder tinha ido embora. Quantos deles transferiram sua lealdade a Cristo-a quem João tinha apontado eles, não é dito.

    A lição do incidente é clara. Herodes poderia parar a língua do pregador, mas ele não podia ainda a voz da consciência dentro. O fantasma de João Batista subiu para assombrar sua alma culpada.

    2. Cinco Mil Fed (14: 13-21)

    13 Jesus, ouvindo isto , retirou-se dali num barco, para um lugar deserto, apartado; e quando as multidões, ouvindo dele , seguiram-no a pé desde as cidades. 14 E ele saiu, e viu uma grande multidão, e ele teve compaixão deles e curou os seus enfermos.

    15 E, quando já era tarde, os discípulos aproximaram-se dele, dizendo: O lugar é deserto, eo tempo já é passado; . enviar as multidões, para que vão às aldeias, e comprem comida para si 16 Mas Jesus lhes disse: Eles não têm necessidade de ir embora; . dai-lhes vós de comer 17 E eles lhe disseram: Não temos aqui senão cinco pães e dois peixes. 18 E ele disse: Trazei-os aqui para mim. 19 E mandou que a multidão se assentasse sobre a erva; e ele tomou os cinco pães e os dois peixes e, erguendo os olhos ao céu, os abençoou, e freio e deu os pães aos discípulos, e os discípulos à multidão. 20 Todos comeram e se fartaram; e tomaram-se que que se manteve ao longo dos pedaços, doze cestos cheios. 21 E os que comeram foram cerca de cinco mil homens, além de mulheres e crianças.

    Quando Jesus ouviu o que tinha acontecido Ele retirou-se. Micklem diz: "a ação anterior por Herodes tinha solicitado uma aposentadoria mais cedo, Mt 4:12 , e não havia perigo agora que ter varrido do seu caminho um professor popular, ele pode continuar a aproveitar Jesus também (cf . At 12:3 ).

    Pode-se esperar que o Mestre se ressentir com a sua presença. Em vez disso, Ele teve compaixão deles e curou os que estavam doentes.

    Como tarde caía, os discípulos ficaram preocupados. Quem ia para alimentar esta multidão? Seria melhor para enviá-los, antes de escurecer, para as aldeias vizinhas para o alimento. Mas a resposta do Mestre foi: Dai-lhes vós de comer (v. Mt 14:16 ). Isso parecia completamente absurdo. Eles tinham apenas cinco pães e dois peixes (v. Mt 14:17 ). Os pães eram quase do tamanho de uma bolacha plana ou pequena panqueca. Os peixes foram, provavelmente, as sardinhas. No entanto, com este almoço para uma pessoa (Jo 6:9 ).

    Como é que eles fazem isso? Simplesmente, cooperando com Cristo. Ele abençoou e partiu os pães, enquanto os discípulos servido a multidão. Para facilitar a Jesus servindo comandou as pessoas a sentar-se -o grego diz "recline" - sobre a grama . No final da refeição, os discípulos encheram suas doze almoço cestas com os fragmentos quebrados que sobraram. Assim, eles tiveram a sua própria comida para o dia seguinte.

    Este incidente envolve desafio e estímulo para o trabalhador cristão. Deve-se dar a Cristo todos os seus recursos. Mas quando ele faz isso, ele descobre que o Mestre multiplica o que nada em uma abundante oferta parece.

    3. Medo e Faith (14: 22-27)

    22 Logo em seguida obrigou os discípulos a entrar no barco, e passar adiante dele para o outro lado, até que ele deveria enviar as multidões. 23 E depois que ele despedia as multidões, subiu ao monte para orar à parte : e quando já era tarde, ele estava lá sozinho. 24 E o barco estava já no meio do mar, açoitado pelas ondas; porque o vento era contrário. 25 Mas, à quarta vigília da noite, ele foi ter com eles, andando sobre o mar. 26 E os discípulos, vendo-o andando sobre o mar, assustaram-se, dizendo: É um fantasma; E gritaram com medo. 27 Mas logo Jesus falou-lhes, dizendo: Tende bom ânimo; é I; não temais.

    A razão pela qual Jesus constrangidos ou "obrigado" Seus discípulos a embarcar em um barco e ir para a outra margem, enquanto Ele despedia a multidão é sugerido no Evangelho de João (Jo 6:15 ). Não é indicado que as pessoas queriam fazê-lo rei. Era necessário para obter os discípulos fora deste clima de revolução política. O próprio Jesus subiu sozinho para uma tranquila numa encosta, e ali passou a noite em oração. Foi uma das crises de sua vida, e ele precisava de comunhão com o Pai.

    A expressão quando já era tarde (v. Mt 14:23) parece estar em conflito com a mesma frase no versículo 15 . Mas, evidentemente, o uso anterior refere-se ao que tem sido, por vezes chamado de "primeira noite", de cerca de três horas da tarde até o entardecer. A "segunda noite" (v. Mt 14:23) entende-se a partir do sol diante. O significado literal da palavra para ainda é "atrasado". Arndt e Gingrich observar: ". O contexto muitas vezes faz com que seja mais fácil de decidir exatamente o que o tempo é significado, seja antes ou depois do pôr do sol"

    O lago da Galiléia é de cerca de seis ou sete quilômetros de diâmetro, perto de sua extremidade norte. O barco estava no meio do mar (v. Mt 14:24 ). Alguns manuscritos antigos ler: "realizada fora muitos estádios . da terra "João diz que eles haviam remado uns vinte e cinco ou trinta estádios , ou "estádios" (Jo 6:19 ). Isso seria cerca de três ou quatro milhas. Persumably tinham sido remando por cerca de nove horas. Mateus diz que eles estavam angustiados pelas ondas pesadas. A palavra significa literalmente "torturado" ou "atormentado". A razão que eles tinham ido uma distância tão curta foi a de que o vento era contrário. Ou seja, ele estava soprando ferozmente do norte ou oeste e impediu o seu progresso sério.

    Na quarta vigília da noite (3: 00-6: 00 AM) Jesus se aproximou, andando sobre o mar. Como é natural, quando os discípulos o viram, ficaram perturbados (v. Mt 14:26 ). A melhor tradução seria "aterrorizada." Chamá-la de fantasma (em grego, Phantasma ), elesgritaram. Talvez "gritou" ou "gritou" descreveria o caso de forma mais adequada. Como a maioria dos antigos-e muitos modernos-esses galileus tinham um horror supersticioso de fantasmas. Tudo isso foi adicionado ao terror da tempestade.

    Imediatamente Jesus chamou-lhes: "Tende coragem; é I; parar de ter medo "(v. Mt 14:27 ). Isso é o que o grego diz literalmente. Foi de maneira semelhante que Jesus várias vezes dissipadas os temores dos Seus discípulos.

    4. Fé e Fear (14: 28-33)

    28 Respondeu-lhe Pedro, disse: Senhor, se és tu, manda-me ir ter contigo sobre as águas. 29 E ele disse: Vem. E Pedro, descendo do barco, andou sobre as águas para ir ter com Jesus. 30 Mas, quando ele viu o vento, teve medo; e, começando a submergir, clamou, dizendo: Senhor, salva-me. 31 E logo Jesus, estendendo a mão, segurou-o, e disse-lhe: Homem de pouca fé, por que duvidaste? 32 E quando eles subiram para o barco, o vento cessou. 33 E os que estavam no barco adoraram-no, dizendo: Verdadeiramente tu és o Filho de Deus.

    Este incidente é registrado apenas em Mateus, que parece mostrar um interesse especial em Pedro. Ele o chama de o "primeiro" dos apóstolos (Mt 10:2) não expressa dúvida. É, evidentemente significa "uma vez que é você." Pedido de Pedro para andar sobre a água é característica de sua natureza impulsiva impetuoso. Ele parece refletir uma mistura de fé e presunção. Felipe Schaff, em nota apensa em Lange Commentary , observa: "culpa de Pedro estava nas palavras: 'Lance me ', que trair um desejo ambicioso e confiante demais para superar e outdare os outros discípulos, e pode ser considerada como um prelúdio da prepotente: "Embora todos se escandalizem de ti, mas não vai me . ' "

    Para chegar a Jesus (v. Mt 14:29) está nos dois mais antigos manuscritos gregos "e [ou, então] veio a Jesus." Isso se encaixa bem com a indicação de que quando ele começou a afundar-se que ele estava dentro do comprimento do braço do Mestre (v . 31 ). Pedro começou na fé, não por medo, mas tornou-se mais uma vez para Jesus para a ajuda.

    Alguns questionaram a credibilidade de um milagre como um homem que anda sobre a água. Plummer tem respondido a objeção assim: "O que nos é dito nesses quatro versos (28-31) é tão em harmonia com o personagem de Pedro, é tal uma antecipação da sua conduta de um ano depois, e é tão bela em si mesma como uma ilustração do caminho de Cristo de lidar com seus apóstolos, para que possamos considerá-lo com segurança, além do poder de qualquer cristão cedo para inventar ".

    A lição deste incidente é bem expressa nestas palavras:

    Em que situação de Pedro, como em um drama sagrado, vemos representados graficamente a experiência espiritual de muitos dos discípulos de Cristo, quando eles estão em "águas profundas". Enquanto eles olham firmemente para Jesus, o seu coração está forte e seus passos são firmes. Mas no momento em que eles olham para longe, e ocupar-se com as suas dificuldades, como visto para além da sua força, eles tremem e começar a afundar. Seu naufrágio recorda à sua mente a presença do muito presente; e, portanto, o piercing grito, Senhor, salva-me! O Senhor dá ouvidos, e ouve, e os livra.

    5. Mobiliário Saúde (14: 34-36)

    34 E quando eles tinham atravessado, chegaram à terra a Genesaré. 35 E quando os homens daquele lugar o conheceram, mandaram por toda aquela circunvizinhança, e trouxeram-lhe todos os enfermos; 36 e rogaram -lhe que apenas os deixasse tocar a orla do seu manto; e quantos o tocavam ficavam curados.

    Genesaré é o nome de uma planície cerca de três quilômetros de comprimento e um quilômetro e meio de largura, localizada perto da extremidade norte da costa ocidental do lago da Galiléia. Ele tinha a reputação de ser um dos lugares mais férteis da Palestina.

    Aqui Jesus foi novamente cercado por uma multidão de pessoas que buscavam tirar proveito do seu poder de cura. Pediram para ser autorizado a tocar somente a orla do seu manto (v. Mt 14:36 ). Isso pode ser traduzido como "borla de seu manto." Os israelitas deviam usar uma borla nos quatro cantos de suas vestes exteriores.

    Mateus afirma que todos aqueles que tocaram foram curados. Este é um composto forte, sugerindo que eles foram totalmente curado.


    Wiersbe

    Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
    Wiersbe - Comentários de Mateus Capítulo 14 do versículo 1 até o 36
    Agora passamos para uma seção nova e importante do evangelho de Mateus. "A saída do Rei" (caps. 14— 20). Nessa seção, Jesus "retira-se" para longe das multidões e passa um tempo sozinho com seus discípulos, preparando-os para a vinda da crise em Jerusalém. Lembre-se que, nessa fase, mesmo os discípulos pensavam em termos de um reino terreno, e os ensinamentos de Cristo a respeito da cruz os deixam perplexos. Era neces-sário que ele os preparasse para essa experiência de teste de fé. Os três eventos desse capítulo ilustram as características dessa época em que o Rei é rejeitado:

    1. Perseguição (1—12): os servos de Cristo sofrerão e morrerão por ele.
    2. Provisão (13—21): os servos de Cristo minis-tram o pão da vida ao homem.
    3. Proteção (22—36): Cris-to ora por seus servos e os salva.
    4. Perseguição (14:1-12)

    João estava na prisão havia muitos meses (veja 4:
    12) e, sem dúvida, foi martirizado poucas semanas antes dos eventos registrados aqui. (Ob-serve que os versículos 3:12 são um retrospecto.) Mateus apresenta a morte de João nesse ponto de seu evangelho porque ela ilustra a atitu-de dos homens em relação ao Rei, pois eles rejeitam o próprio Rei ao matar seu mensageiro! Em 10:40, Je-sus disse: "Quem vos recebe a mim me recebe", e o inverso também é verdade: rejeitar o mensageiro é o mesmo que rejeitar Cristo. Em ou-tras palavras, a morte de João é uma predição da própria morte de Jesus, um tópico que ele discute com os discípulos nesse período de retiro.

    O nome "Herodes" era comum, e é fácil confundir os diferentes He-rodes do Novo Testamento. "Hero-des, o Grande" foi o que matou as crianças (2:16-18). "Herodes Anti- pas" é o filho mais jovem de Hero-des, o Grande. Ele não era realmen-te rei, mas apenas um tetrarca — o governador de um quarto do reino. Ele é o Herodes que matou João Ba-tista e diante do qual Jesus ficou ca-lado (Lc 23:5-42). Herodes Agripa é o que matou Tiago e prendeu Pedro (At 12:03ss). Ele era bisneto de Hero-des, o Grande. Todos os Herodes tinham sangue edomita e odiavam os judeus. Eles eram governantes falsos que a Bíblia tipifica como o "deus deste século" e o espírito do anticristo. Todos eles, como Sata-nás, eram mentirosos e homicidas (Jo 8:44).

    Agora, completava-se o minis-tério de João. Ele anunciou a vinda do Rei e pregou fielmente a verdade de Deus. Cristo deve crescer, e ele diminuir (Jo 3:30). Qualquer cris-tão que seja fiel à Palavra de Deus, como João foi, sofre perseguição. O mundo não é amigo dos cristãos. O mundo rejeitou o Rei e também re-jeitará seus mensageiros.

    1. Provisão (14:13-21)

    Jesus retira-se (v. 13). Houve várias ra-zões para sua retirada: (1) o relato da morte de João; (2) o crescente antago-nismo de Herodes; (3) os discípulos precisavam de um descanso após a viagem de pregação (veja Mc 6:31); e (4) ele precisa ficar a sós com os dis-cípulos para ensiná-los. É importante que, de tempos em tempos, fiquemos sozinhos com Deus a fim de ouvir a voz do Senhor e renovar-nos física e mentalmente. Vance Havner disse: "Se não nos afastamos para descan-sar, nós nos fragmentamos!". '

    Jo 6:0 relata por que Cristo esta-va tão ansioso para dispersar a mul-tidão: ela fora alimentada com pão e queria torná-lo Rei! Os homens seguem qualquer um que lhes pro-meta coisas materiais, porém Jesus não teria discípulos "influenciados" por isso.

    Aqui, temos uma bela pintura da igreja de hoje. Cristo está orando no monte, enquanto os discípulos enfrentam a tempestade no lago. Hoje, Jesus está no céu interceden-do por nós, enquanto enfrentamos as tempestades de pecado na terra. Sua vinda parece distante; porém, na hora mais escura (na quarta vi-gília — 3-6 da manhã), ele vem até eles! Ele acalma a tempestade e le-va-os em segurança até o destino (Jo 6:21).

    A experiência de Pedro dá-nos a aplicação pessoal. Pedro pôde ca-

    minhar sobre as águas porque creu na palavra de Cristo: "Vem!" (v. 29). "E, assim, a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cris-to" (Rm 10:1 Rm 10:7). Todavia, quando ele esqueceu a fonte e deixou de olhar para Jesus (He 12:1-58), começou a afundar. O segredo para dominar a tempestade e fazer o impossível é simplesmente crer na Palavra do Se-nhor e manter os olhos no Filho de Deus. No entanto, mesmo quando fracassamos, Jesus nos socorre gra-ciosamente! Como Pedro tinha mo-tivos para escrever: "Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós" (1Pe 5:7)!

    Esta era será de tempestades para a igreja. Tenha em mente que os discípulos estão na tempestade não por que desobedeceram ao Se-nhor (como Jonas), mas por que lhe obedeceram. Ao obedecermos à Pa-lavra do Senhor, enfrentamos sofri-mento e perseguição, mas Cristo ora por nós e logo virá para nos levar para casa. O segredo é a fé. Dúvida e temor sempre andam juntos; fé e paz não se separam. Não sejamos cristãos "de pequena fé"!
    Dessa forma, esse capítulo in-teiro mostra o curso desta era. O Rei retira-se e há perseguição contra seus servos. Ele distribui o precioso Pão da vida ao mundo faminto por intermédio de seus servos. Seus ser-vos passam por tempestades e pro-vações, porém Cristo retornará para dar-lhes paz e salvá-los do inimigo. Aleluia! Que Salvador!


    Russell Shedd

    Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
    Russell Shedd - Comentários de Mateus Capítulo 14 do versículo 1 até o 36
    14.1 O tetrarca Herodes. Tetrarca, gr tetrarches, significa "quem rege uma quarta parte”. No caso era a quarta parte da Palestina, a Galiléia e a Peréia que foi legada a Herodes Antipas, um dos filhos de Herodes, o Grande. Cada um dos filhos ganhou uma parte. A fama de Jesus. Depois das maravilhosas viagens de Jesus pela Galiléia, surgiram muitas idéias a respeito dele, conforme 16:13-14. A consciência supersticiosa e culpada de Herodes apontava logo para a teoria de que Jesus seria João Batista ressurreto.

    14.3 O cárcere da fortaleza de Maquero, perto do mar Morto, era bem visível, se olhado do magnífico palácio de Herodes Antipas. Duas masmorras escuras, fortes e profundas podem ser vistas até hoje. Ali ficara o profeta, que ministrara ao ar livre, durante um ano inteiro.
    14.4 O caso envolve certas complicações de divórcio e incesto. Herodias era descendente de Herodes, o Grande, e esposa de Herodes Filipe, de quem se divorciou para se casar com Herodes Antipas, seu tio. Este, para a receber como nova esposa, divorciou-se de sua esposa anterior que era filha de Aretas, rei da Arábia, dá porção então chamada Nabatéia.
    14.12 Anunciaram a Jesus. Esperavam talvez que Jesus, finalmente agisse como um Messias militar, sendo provocado a intervir com poderes sobrenaturais. Ou, talvez simplesmente passariam a ficar com Jesus.

    14.13.14 Jesus, ao atravessar o mar da Galiléia, indo de Cafarnaum para Betsaida Júlia deixava os territórios de Herodes Antipas, e entrava numa parte deserta do Território de Filipe.
    14.14 Compadeceu-se. O povo, vendo Jesus partir no barco, andou uns 8 km pela região deserta em busca das Suas bênçãos. Sobre o milagre, veja Lc 9:12). • N. Hom. "A multiplicação dos pães" mostra:
    1) A compaixão de Cristo-
    2) O direito de todos receberem (conforme Mc 6:39);
    3) Gratidão pelo poder e generosidade de Deus (Sl 107:0);
    4) A cooperação dos discípulos (conforme sua cooperação no testemunho, At 1:8);
    5) A fartura de bênçãos (conforme Jo 7:38);
    6) Economia - não deixar de fazer bom uso de tudo o que Deus nos dá (Mt 25:14-40).

    14.21 Mulheres e crianças. Umas centenas, talvez.

    14.22 Compeliu. Decerto era para escudar os discípulos de serem arrebatados pela tentação de querer ver a Jesus como Rei (Jo 6:15).

    14.23 Orar sozinha. O segredo de como se pode ser guiado mais efetivamente por Deus do que pelos exemplos e pensamentos dos homens.

    14.25 Quarta vigília. Entre três e seis horas da manhã. A primeira processava-se das 18 às 21 h; a segunda das 21 às 24; e a terceira ia até às 3. Andando por sobre o mar Tem domínio sobre o mar aquele que o criou.

    14.34 Genesaré. A planície sobre a qual se situava Cafarnaum.


    NVI F. F. Bruce

    Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
    NVI F. F. Bruce - Comentários de Mateus Capítulo 14 do versículo 1 até o 36
    A morte de João Batista (14:1-12)

    V.comentário de Mc 6:14-41. Mateus viu na morte de João a prefiguração da morte de Jesus.

    A multiplicação dos pães para 5 mil (14:13-21)

    V.comentário de Mc 6:31-41; Lc 9:1017; Jo 6:1-43. Dalman (p. 172-6) deixa claro que “Betsaida” de Lc 9:10 precisa ser interpretada como uma aproximação, e que o milagre deve ter acontecido bem mais perto do meio da costa oriental, um pouco ao norte de Hipo (hoje Ein Gev).

    Jesus caminhando sobre a água (14:22-33)

    V.comentário de Mc 6:45-41 e Jo 6:1521 acerca dos v. 22-27. A viagem dos discípulos deveria ser para o outro lado, na direção geral de (pros) Betsaida, que era exatamente a leste do Jordão (Mc 6:45). Não há evidência de uma Betsaida a oeste do Jordão (Dalman, p. 161-6). Que eles aportaram mais a oeste (14,34) deve ter sido por causa da tempestade.

    Geralmente, se culpa Pedro por ter tentado andar sobre a água, mas ele obteve a permissão de Jesus. Ele caminhou por um pequeno trecho com o vento nas suas costas. Pedro reparou no vento por meio da espuma produzida pelas ondas. Ele tinha praticamente alcançado Jesus quando foi tomado pelo medo, e ele e Jesus devem ter caminhado de volta para o barco juntos contra o vento forte da tempestade.

    A cura em Genesaré (14:34-36)

    V.comentário de Mc 6:53-41.

    v. 36. na borda do seu manto: V.comentário Mt 9:20.


    Moody

    Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
    Moody - Comentários de Mateus Capítulo 4 do versículo 12 até o 46

    III. O Ministério de Jesus Cristo. 4:12 - 25:46.

    A análise de Mateus do ministério de Cristo foi baseada sobre quatro áreas geográficas facilmente notáveis: Galiléia (Mt 4:12), Peréia (Mt 19:1), Judéia (Mt 20:17) e Jerusalém (Mt 21:1). Como os outros sinóticos ele omite o anterior ministério na Judéia, que ocorre cronologicamente entre Mt 4:11 e Mt 4:12 (confira com Jo 14:1)


    Moody - Comentários de Mateus Capítulo 14 do versículo 1 até o 36

    Mateus 14


    10) A Retirada de Jesus após a Decapitação de Jo 14:1-36.

    O interesse de Herodes em relação às notícias sobre Jesus foi considerado pelo nosso Senhor como sinal para afastar-se. A ordem de Mateus, que antes era comumente por tópicos, agora começa a ficar cronológica até o fim.


    Moody - Comentários de Mateus Capítulo 14 do versículo 22 até o 36

    22-36. Cristo anda sobre as águas.


    Francis Davidson

    O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
    Francis Davidson - Comentários de Mateus Capítulo 14 do versículo 22 até o 36
    b) Jesus anda por cima do mar (Mt 14:22-36)

    À quarta vigília da noite (25). Quer dizer, entre três e seis horas da madrugada. Sou eu (27) -gr. ego eimi. Esta frase representa o nome de divindade. Ver Êx 3:14. Respondeu-Lhe Pedro (28). Só Mateus conta esta ação de Pedro. O incidente é muito característico daquele discípulo impulsivo. És... o Filho de Deus (33). No aramaico o uso dessa expressão dava a entender que Jesus era divino. Genesaré (34). A planície a noroeste do Mar da Galiléia. A ação de Pedro descendo do barco respondendo à chamada de Jesus, ilustra claramente a fé que responde à chamada do evangelho e também o conflito entre a fé e a dúvida que surge tantas vezes na experiência do cristão.


    John MacArthur

    Comentario de John Fullerton MacArthur Jr, Novo Calvinista, com base batista conservadora
    John MacArthur - Comentários de Mateus Capítulo 14 do versículo 1 até o 36

    82. O medo de Cristo (Mateus 14:1-13)

    Naquele tempo Herodes, o tetrarca, ouviu a notícia sobre Jesus, e disse aos seus servos: "Este é João Batista; ele ressuscitou dentre os mortos, e é por isso que os poderes miraculosos estão trabalhando nele." Pois, quando Herodes tinha João preso, ele amarrou-o, e colocá-lo na prisão por causa de Herodias, mulher de seu irmão Filipe. Para João dizia-lhe: "Não te é lícito possuí-la." E, embora ele queria matá-lo, mas temia o povo, porque eles o viam como um profeta. Mas, quando o aniversário de Herodes veio, a filha de Herodias dançou diante deles e agradou a Herodes. Então, ele prometeu com juramento dar-lhe tudo o que ela perguntou. E, tendo sido instigada por sua mãe, ela disse: "Dá-me aqui num prato a cabeça de João Batista". E embora ele ficou aflito, o rei ordenou que se lhe desse por causa do juramento, e por causa de seus convidados do jantar. E enviou e decapitou João no cárcere. E a sua cabeça foi trazida num prato, e dada à jovem; e ela a levou a sua mãe. E os seus discípulos vieram e levaram o corpo e enterrou-o; e eles foram e contaram a Jesus.
    Agora, quando Jesus, ouvindo isto, retirou-se dali num barco, e para um lugar solitário por si mesmo; e quando as multidões, ouvindo isto, seguiram-no a pé desde as cidades. (14: 1-13)

    CI Scofield referido de forma adequada para os eventos de Mateus 14:23 como "O Ministério do rei rejeitado." Cristo Rei havia sido rejeitado pelo seu próprio povo; mas, com os seus discípulos, Ele continuou a pregar o reino. Durante a primeira parte deste período, os discípulos testemunharam incidentes notáveis ​​que ilustravam as quatro respostas básicas para o evangelho retratados na parábola do semeador.

    Nesta conta do assassinato de João Batista vemos o segundo dos oito registros de incidentes Mateus. O primeiro retratou rejeição de Jesus pelas pessoas ressentidas de sua cidade natal, Nazaré, que foram profundamente ofendido que um homem que haviam conhecido como meramente filho de um carpinteiro me atreveria a enfrentá-los e até mesmo a proclamar-se o Messias (13 53:40-13:58'>Mat. 13:53 —58).

    O segundo incidente, registrado neste texto, links rejeição Herodes, o tetrarca de Jesus com a execução de João Batista. Como o primeiro incidente, este ilustra o evangelho de cair em solo duro e pedregoso que a verdade salvadora de Deus não pode penetrar. A primeira história lida com uma cidade que rejeitou a Cristo; Este lida com um homem que rejeita. A primeira lida com as pessoas comuns; Este lida com um rei terreno que se opõe ao rei divino. A primeira lida com o tratamento do próprio Messias; Este lida com o tratamento de precursor do Messias. O primeiro trata de rejeição com base em ressentimento ciumento; Este lida com a rejeição baseada no medo. Atrás de ambas as rejeições era o orgulho egoísta comum do coração humano descrente.

    Este relato verdadeiro é mais incrível do que a novela mais bizarra. É uma história de infidelidade, o divórcio, novo casamento, o incesto, a intriga política, inveja, rancor, vingança, lascívia, a luxúria, o frio de coração, a crueldade, a brutalidade, a violência, o remorso ímpio, eo pranto dos deuses. Mas, acima de tudo, é a história de medo sem Deus e do poder de tal medo de confundir, enganar, corromper, destruir, e maldito. Em nenhum lugar na Bíblia é a verdade "O temor do homem traz um laço" (Pv 29:25) mais vividamente ilustrada do que aqui. É um dos textos ainda triunfantes mais trágico na Palavra de Deus.

    O ponto focal deste breve episódio é a reação de Herodes a Jesus. Então, em um flashback de eventos anteriores, o motivo para a reação de Herodes é dado e é seguido por resposta de Jesus a atrocidade trás esse motivo.

    Reação de Herodes

    Naquele tempo Herodes, o tetrarca, ouviu a notícia sobre Jesus, e disse aos seus servos: "Este é João Batista; ele ressuscitou dentre os mortos, e é por isso que os poderes miraculosos estão trabalhando nele." (14: 1-2)

    Kairos ( tempo ) se refere a uma época especial ou período de tempo e, neste contexto, indica a temporada geral, quando Jesus estava enfrentando crescente hostilidade e rejeição. Ele havia sido ministrando por cerca de um ano, ensinando, pregando e realizando muitos sinais e prodígios-cura todo tipo de doença, ressuscitando os mortos, e expulsando os demônios. A cronologia exata é difícil de determinar, masque o tempo provável cobriu o ano e meio a dois anos logo após o batismo de Jesus.

    Embora o tetrarca Herodes não era judeu e tinha pouco interesse por elas ou sua religião, ele finalmente ouviu a notícia sobre Jesus . O termo tetrarca tecnicamente designado um "governante de uma quarta parte", mas passou a ser usado como um título geral para qualquer governante subordinada de uma província romana ou região. Ele não era um verdadeiro rei no sentido de que seu pai, Herodes, o Grande, era; mas ele cobiçava o título e foi muitas vezes chamado por ele (conforme v. 9). Ele viria a pedir o imperador Calígula para proclamá-lo rei, mas foi recusado. Ele era um potentado relativamente menor na Palestina que tinha pouco poder ou influência de fora de sua própria jurisdição.

    Herodes, o tetrarca era um filho de Herodes, o Grande por sua quarta esposa, Malthake, um samaritano, e era um meio-irmão de Herodes Filipe, filho da terceira mulher de seu pai, Mariamne a Boethusian.Herodes, o Grande, era um Idumean; e porque ele não só era um gentio, mas era um descendente de Esaú e havia se casado com um samaritano, que havia sido especialmente desprezado pelos judeus. Seus atrocidades-tal de sangue frio, como o fato de ter todos os membros do Sinédrio condenado à morte por se atrever a desafiar sua autoridade, sua com pelo menos uma de suas esposas e dois de seus filhos executados, e sua matar todos os bebês do sexo masculino de Belém em uma tentativa frustrada de tentar destruir o Messias tornou-o mais ainda odiava.

    Na história secular , o tetrarca Herodes era conhecido como Herodes Antipas e, após a morte de seu pai, Herodes, o Grande, os romanos dividiam o reino (que compreendia maior parte da Palestina), entre três de seus muitos filhos. Os dois, além Antipas estavam seu irmão Arquelau (ver Mt 2:22.) E seu meio-irmão Filipe (ver 14: 3). Arquelau foi dada as províncias do sul da Judéia e Samara, Filipe recebeu as províncias do norte da Trachonitis e Ituréia, e Herodes Antipas foi dada a área entre os dois, que incluía a Galiléia e Perea.

    Na época , o tetrarca Herodes ouviu a notícia sobre Jesus , Herodes, o Grande, tinha morto há muito tempo, e isso Herodes estava em seu trigésimo segundo ano de governo. Ele passou a maior parte do ano em seu palácio em Tiberíades, na costa sudoeste do Mar da Galiléia. Mas ele também passou um tempo considerável no palácio enorme fortaleza seu pai havia construído em Machaerus, sete milhas a leste da ponta norte do Mar Morto.

    É interessante que, embora Jesus ministrou na Galiléia mais do que em qualquer outra região, não há nenhuma evidência de que Ele visitou ou mesmo passou por Tiberíades. Foi a uma curta distância de Cafarnaum, Nazaré, Cana, e muitos outros lugares Jesus foi, mas, tanto quanto sabemos que Ele nunca pôs os pés naquela cidade. O Senhor pode ter evitado Tiberias a fim de não despertar a atenção prematuramente de Herodes. E ele pode ter sido por essa razão, juntamente com desdém geral do rei pagão para os judeus e sua preocupação com a vida de luxo, que Herodes parecia estar tanto tempo em ouvir a notícia sobre Jesus .

    Quando ele finalmente ouviu a respeito de Jesus , Herodes ficou muito angustiado. Como ele explicou aos seus servos , ele pensou Jesus era João Batista , que tinha ressuscitado dos mortos . Devido a assombrando culpa por ter assassinado João, Herodes tinha medo que ele tinha voltado dos mortos para se vingar.

    Aprendemos com Lucas, que essa noção não se originou com Herodes, mas que ele tinha "ouvido falar de tudo o que estava acontecendo, e ele ficou muito perplexo, porque foi dito por alguns que João tinha ressuscitado dos mortos, e por alguns de que Elias teve apareceu, e por outros, que um dos antigos profetas tinha ressuscitado "(Lc. 9: 7-8; conforme Mt 16:14). Herodes confessou: "Eu me decapitou João;" e por curiosidade mórbida ", ele continuou tentando vê-Lo" (Lc 9:9). Elias havia sido dotado de grandes poderes milagrosos, e pode ser que João Batista realizou milagres dos quais não nos é dito. Em qualquer caso, Herodes obviamente acreditava João tinha tais dons e estava convencido de que os poderes miraculosos que estavam no trabalho em Jesus provou que era João retornou dos mortos.

    Motivo de Herodes

    Pois, quando Herodes tinha João preso, ele amarrou-o, e colocá-lo na prisão por causa de Herodias, mulher de seu irmão Filipe. Para João dizia-lhe: "Não te é lícito possuí-la." E, embora ele queria matá-lo, mas temia o povo, porque eles o viam como um profeta. Mas, quando o aniversário de Herodes veio, a filha de Herodias dançou diante deles e agradou a Herodes. Então, ele prometeu com juramento dar-lhe tudo o que ela perguntou. E, tendo sido instigada por sua mãe, ela disse: "Dá-me aqui num prato a cabeça de João Batista". E embora ele ficou aflito, o rei ordenou que se lhe desse por causa do juramento, e por causa de seus convidados do jantar. E enviou e decapitou João no cárcere. E a sua cabeça foi trazida num prato, e dada à jovem; e ela a levou a sua mãe. (14: 3-11)

    Estes versos são um flashback de eventos que começaram um ano ou mais cedo, pouco antes de Jesus começou o seu ministério, com o tempo , quando Herodes tinha prendido João, ... amarraram-no, e colocá-lo na prisão (Veja Mt 4:12) .

    Antes do nascimento de João, o anjo declarou que ele seria "grande diante do Senhor, e ... ser cheio do Espírito Santo, enquanto ainda no ventre de sua mãe" (Lc 1:15). Jesus declarou que "entre os nascidos de mulher, não surgiu ninguém maior do que João Batista" (Mt 11:11). O precursor do Messias era um homem notável, única e exclusivamente dedicada a cumprir a sua missão divina de preparar o caminho para o seu Senhor e Mestre. Na humildade genuína que estava feliz por ter a sua própria diminuição fama e influência como a de Jesus aumentou (Jo 3:30).

    A quase único tema da pregação de João foi: "Arrependei-vos, porque o Reino dos céus está próximo" (Mt 3:2), parece que João tinha repreendido o rei e sua esposa, em mais de uma ocasião.

    Ambos Herodes e Herodíades se irritam a presunção do profeta, e ela, mais do que ele, queria matá-lo. Se não fosse que Herodes temia o povo, porque o considerava um profeta , João teria sido executado imediatamente.

    João não era nem um nem compromiser um diplomata. Seu único medo era do Senhor, e ele não mais hesitou confrontando Herodes e Herodíades com sua maldade do que ele tinha hesitado confrontar os fariseus e saduceus impenitentes a quem ele chamou de uma raça de víboras (Mt 3:7 ). O rei gostava de ouvir o homem que ele queria colocar à morte! Estas audiências com Herodes, sem dúvida, eram apenas tolerados de João dos tormentos de prisão; mas para João não eram uma fuga, mas oportunidades para testemunhar o seu Senhor e para tentar trazer seu perseguidor ao arrependimento e à salvação.

    Da passagem em Marcos 6, bem como pelo fato de que Herodes ficou aflito com o pedido de Herodias para a cabeça de João (Mt 14:9). Esta foi a chance Herodias estava esperando, e, instigada por sua mãe , Salomé pediu Herodes : "Dá-me aqui num prato, a cabeça de João Batista." É óbvio que a dança provocante foi planejado por Herodias com o propósito de evocar apenas como uma promessa de seu bêbado, olhando de soslaio, marido lascivo. E, para que Herodes mudar de idéia depois de ficar sóbrio, Herodias disse à filha para pedir a cabeça de João aqui num prato "de imediato" Mc 6:25.

    Em seu guloso, estupor luxurioso o rei tinha sido facilmente levado por sua esposa e sua filha intrigas sedutor. Ele havia perdido toda a dignidade, toda a sensibilidade, eo pouco que desejo para o direito que ele possa ter tido. Querendo aparecer o benfeitor magnânimo diante de seus convidados, ele se encaixotados e agora estava completamente vulnerável à sua esposa conivente.

    E embora ele ficou aflito, o rei ordenou que se lhe desse por causa do juramento, e por causa de seus convidados do jantar . Não era que a palavra do rei era respeitado e que para quebrar seus juramentos iria manchar sua reputação, porque ele era conhecido por sua desonra e duplicidade. Mas, no antigo Oriente Próximo uma promessa feita com juramento era considerado sagrado e inviolável (conforme Mt 5:33), especialmente quando feita por uma régua. E, apesar de Herodes tinha nenhuma preocupação com princípio, ele tinha grande preocupação com a aparência. Ao quebrar a sua palavra, logo após dando-lhe, ele teria sido constrangido na frente de seus convidados para o jantar , que, sem dúvida, incluídos muitos dignitários políticos e militares.

    Herodes ficou aflito , mas sua tristeza não tinha nada a ver com remorso pelo pecado ou com o arrependimento genuíno. Como Pilatos, quem sabia que Jesus era inocente e teria libertou exceto a pressão continuada pelos líderes judeus (Lc 23:4, 22-25; conforme Jo 19:12) —Herod covarde capitulou ao que ele sabia que era injusto e vingativo. Mesmo bêbado, ele sabia que ele tinha sido enganado;mas seu orgulho não iria deixá-lo fazer o que era certo. Em vez de admitir o excesso de tolo de sua promessa, o rei permitiu-se ser usado para cometer um enorme crime-tudo para salvar a reputação que ele não tinha. Com a ajuda de sua esposa e enteada ímpios sem princípios, a sua taça de iniqüidade estava cheio.

    Rapidamente e friamente João foi decapitado em seu celular e sua cabeça foi trazida num prato, e dada à jovem; e ela a levou a sua mãe . Horrível e macabro como aquele ato era, essas coisas não eram incomuns naqueles dias. Potentados tinha vida e poder de morte sobre seus súditos e prisioneiros, e que o poder foi exercido com freqüência e raramente questionada. Herodias tinha um antepassado chamado Alexander Junius, que realizou uma festa na qual ele tinha oitocentos rebeldes crucificados antes que os convidados reunidos. Enquanto os homens estavam pendurados em suas cruzes, suas esposas e filhos foram mortos na frente de seus olhos.

    Uma comentários Writer ", Quando o prato foi trazido com a cabeça sangramento nela, sem dúvida [Salome] tomou delicAdãoente em suas mãos para que uma gota de que deveria manchar a, e ela tropeçou fora de sua mãe como se tendo-lhe algum escolha prato de comida da mesa do rei. Não era incomum para trazer a cabeça de alguém que havia sido morto com a pessoa que pedi-lo, como uma prova segura de que o comando tinha sido obedecido. " Relata-se que quando a cabeça de Cícero foi levado para Fulvia, mulher de Antony, que ela cuspiu nele, puxou sua língua para fora e levou hairpin através dele. A igreja primitiva Padre Jerônimo acreditava que é o que Herodias fez com a cabeça de João. Essa barbárie especial não pode ser verificada, mas não teria sido o menos fora do personagem para Herodias ter feito uma coisa tão medonho.
    Fascinação mórbida de Herodes com João e com o miraculoso e sobrenatural tinha nada a ver com a busca genuína após a verdade e, certamente, nada a ver com a busca de salvação. Foi a curiosidade religiosa de incredulidade que é inexpugnável para a verdade, o amor, ou a graça de Deus.

    Depois de Herodes tinha João decapitado, ele perguntou sobre Jesus e "continuou a tentar vê-Lo" (Lc 9:9). Jesus andou Sua missão e deixou o rei a seu medo por resolver, a seu pecado implacável, e para o seu castigo da condenação.Depois de sua aparição diante do Sinédrio e Pilatos, Jesus foi enviado a Herodes e eles viram um ao outro pela primeira vez. "Agora Herodes ficou muito contente quando viu Jesus, porque ele queria vê-lo por um longo tempo, porque ele tinha sido ouvido sobre Ele e estava esperando para ver algum sinal feito por ele e ele questionou ele em algum comprimento;. Mas Ele lhe respondeu nada .... E Herodes, com seus soldados, depois de tratar com desprezo e zombando dele, vestiram-lhe um manto luxuoso e mandou-o de volta a Pilatos "Lucas 23:8-9, Lc 23:11.

    No maior de ironia ", Herodes e Pilatos se tornaram amigos uns com os outros naquele mesmo dia; pois antes tinha sido em inimizade um com o outro" (23:12). Dois homens cruéis e ex-inimigos agora construiu uma amizade em torno do laço comum de crucificar o Filho de Deus!
    Herodes rejeitaram a Cristo, e Cristo rejeitado Herodes. Por medo de uma mulher, por medo de sua reputação, por medo de seus pares, por medo de seu trono e para a falta de temor a Deus, ele danado sua alma para sempre.

    A resposta de Jesus

    E os seus discípulos vieram e levaram o corpo e enterrou-o; e eles foram e contaram a Jesus.
    Agora, quando Jesus, ouvindo isto, retirou-se dali num barco, e para um lugar solitário por si mesmo; e quando as multidões, ouvindo isto, seguiram-no a pé desde as cidades. (14: 12-13)

    Em um belo final de uma cena feia, os discípulos de João vieram e levaram o corpo e enterrou-o . É difícil imaginar a dor que deve ter sentido em levar a decapitado corpo da pessoa que eles tanto amava e tinha seguido fielmente. Ele era um grande e piedoso homem, que tinha sido seu amigo e professor, aquele sob cuja pregação de fogo tinham confessado e abandonado seus próprios pecados e sob cuja inspiração e direção que eles tinham talvez levado outros ao arrependimento.

    Possivelmente seguinte instrução anterior de João, os discípulos , em seguida, fui e contaram a Jesus o que tinha acontecido. João foi profundamente amado por Jesus , e Jesus, ouvindo isto, retirou-se dali num barco, para um lugar solitário por si mesmo . Como Marcos explica mais detalhAdãoente, Jesus foi por ele mesmo com os Seus discípulos, a quem ele pediu para ir com ele "" para um lugar deserto e descansai um pouco "(Por lá haviam muitas pessoas indo e vindo, e eles não têm sequer tempo para comer) "Mc 6:31.

    Alguns comentaristas sugerem que Jesus deixou a área por medo de conhecer o mesmo destino de João; mas se João não tinha medo de Herodes, Jesus certamente não era. E por que Jesus queria escapar de uma ameaça que era apenas potencial, quando Ele sabia que, não muitos meses depois, ele ia a pé de bom grado a uma morte certa? Se Jesus deixou escapar possível prisão por Herodes, foi apenas porque isso não estava no plano ou calendário do Pai para Filho.
    João Batista foi o primeiro mártir a morrer por Cristo, e parece certo que Jesus aproveitou a oportunidade para se preparar ainda mais os seus discípulos para o que estava por vir para eles. O próprio Cristo seria o próximo a morrer; e todos os outros doze (incluindo Matthias, o substituto de Judas) martírio aparentemente sofria, com exceção de João, que morreu no exílio.
    Embora os cristãos em muitas partes do mundo de hoje tem relativa liberdade de praticar e propagar sua fé, muitos crentes estão sofrendo um destino como João. Quando eles se converter ao cristianismo, suas famílias renegá-los, declará-los para ser morto, e às vezes até matá-los. Incontáveis ​​milhares perdem seus empregos, sua liberdade de culto, e até mesmo o direito de ensinar a fé para os seus próprios filhos. Muitos estão presos, torturados, exilados, e difamado publicamente. Mas como João Batista, eles não vão negar seu Senhor para salvar os seus direitos, a sua liberdade, ou suas vidas.

    83. A alimentação miraculosa (Mateus 14:14-21)

    E quando Ele foi desembarcar, viu uma grande multidão e sentiu compaixão por ela, curou os seus enfermos. E quando já era noite, os discípulos aproximaram-se dele, dizendo: "O lugar é deserto, eo tempo já é passado, assim enviar as multidões, para que vão às aldeias, e comprar comida para si mesmos." Mas Jesus lhes disse: "Eles não precisam ir embora;! Dai-lhes vós de comer" E eles disseram-lhe: "Não temos aqui senão cinco pães e dois peixes." E Ele disse: "Trazei-Me." E ordenando as multidões para reclinar-se na grama, tomou os cinco pães e os dois peixes, e olhando para o céu, abençoou a comida, e quebrar os pães Ele os deu aos discípulos, e os discípulos deram às multidões, e todos comeram e ficaram satisfeitos. E eles pegaram o que sobrou dos pedaços, doze cestos cheios. E havia cerca de cinco mil homens que comiam, além de mulheres e crianças. (14: 14-21)

    O fato de que a alimentação dos cinco mil é o único dos muitos milagres de Jesus registradas nos quatro evangelhos, atesta a sua importância única. Em cada relato evangélico este milagre é colocado no clímax do ministério do Senhor.
    Quando Jesus começou Seu grande ministério na Galiléia, foi quase totalmente público. O Senhor procurou a multidão, indo de cidade em cidade e de cidade em cidade, proclamando o evangelho do reino a todos que quisessem ouvir. O rei se manifestou abertamente diante do povo de Israel e ofereceu-lhes a oportunidade de recebê-Lo como seu Senhor.
    Mas desde os primeiros dias, os líderes religiosos estavam céticos; e logo tornou-se hostil e, em última instância hostil. A mensagem de Jesus mais clara "tornou-se, quanto maior as chamas de sua oposição queimado. Com a morte de João Batista e do medo de Herodes que Jesus era João retornou dos mortos, o antagonismo político também estava se tornando manifesto. Herodes sentiu-se ameaçado por Jesus tal como tinha sido, de João Batista; e ele não teria hesitado fazendo para Jesus o que ele tinha feito para João.

    A reação das pessoas foi mixado e inconstante. Embora os cidadãos de Nazaré por duas vezes rejeitou Jesus por causa de sua familiaridade com Ele, como um menino e jovem, a maioria das pessoas ainda estavam fascinados por seus milagres. Com o milagre da criação de comida para alimentar a multidão de cinco mil, a popularidade de Jesus atingiu o seu auge como as pessoas tentaram levá-lo à força para ser seu rei e libertador (Jo 6:15).

    Como a oposição política e religiosa tornou-se mais intensa e a lealdade das multidões mais vacilantes, Jesus começou a passar menos tempo em tempo pública e mais em privado com os seus discípulos.Durante o último ano de sua vida, dedicou a maior parte de sua atenção para os doze anos, preparando-os para o que estava para acontecer com ele na crucificação e para o que viria logo depois que acontecer com eles como eles embarcaram em sua tarefa de assentar a base para a sua igreja.

    Quando os discípulos de João Batista trouxe a notícia da morte de João a Jesus, Ele retirou-se da área de Cafarnaum para que pudesse ficar sozinho com seus próprios discípulos (14 Matt: 13a; conforme Mc 6:31.). Jesus não estava com medo por sua vida, porque Ele sabia que ninguém poderia tirar isso dele, a menos que Ele permitiu que ele (Jo 10:18). Ele retirou-se para evitar o confronto prematuro com Herodes, para ficar a sós com o Pai, e de explicar o significado da morte de João a Seus discípulos.

    Jesus também precisava de refresco. Mesmo que toda a reação a ele tinha sido positivo, Ele teria sido fisicamente esgotado depois de uma agenda tão rigorosa do ensino e da cura. A crescente oposição de seus inimigos, a inconstância das multidões, e o mal-entendido e continuou a imaturidade dos seus discípulos fizeram a drenagem imensuravelmente pior.

    E as multidões, ouvindo dizer que Jesus tinha ido para o outro lado do mar da Galiléia ", seguiram-no a pé desde as cidades" (Mt 14:13), enquanto que o coxo ou o doente, obviamente, levou muito mais tempo. Mas quase todos eles saíram de motivos egoístas ", porque eles estavam vendo os sinais que ele estava realizando sobre aqueles que estavam doentes" (Jo 6:2 plano do Senhor continua a se desenrolar perfeitamente de acordo com a Sua perfeita vontade divina.

    Façanhas de Piedade

    E quando Ele foi desembarcar, viu uma grande multidão e sentiu compaixão por ela, curou os seus enfermos. (14:14)

    Como Jesus , ao desembarcar, viu uma grande multidão , cujos homens sozinho numerados de cinco mil ", além de mulheres e crianças" (v. 21). Porque as mulheres pareciam especialmente desenhada para Jesus, é provável que muitos deles se reuniram em grupos ou com seus pais e irmãos em adição àqueles que vieram com seus maridos e filhos. As crianças foram consideradas uma grande bênção do Senhor, ea maioria das famílias naqueles dias eram grandes. Portanto, não é razoável estimar que a multidão global ultrapassou vinte e cinco mil.

    A inclinação normal teria sido a de ignorar as pessoas e continuar ou ter demitido a multidão , dizendo-lhes que não há curas ou outros sinais seriam realizadas. Teria sido fácil para ir tão longe para as colinas que a maioria das pessoas não poderia ter seguido ou para voltar para o barco e ir para um local onde eles não seriam descobertos.

    Mas Jesus não seguiu as inclinações humanas habituais e, embora Ele estava exausto e em grande necessidade de repouso, ele foi atraído para eles, porque Ele sentiu compaixão por eles . Splanchnizomai(ter compaixão ) significa, literalmente, a ser movido em um de intestinos, ou vísceras, onde os antigos consideravam as emoções e sentimentos para residir. O Filho de Deus não era remoto ou frio e calculista e de análise das necessidades dos homens, mas ficou profundamente comovido com o sofrimento, confusão, desespero e perdição espiritual daqueles que o cercam. Jesus sentiu a dor, experimentando a angústia genuína para o sofrimento dos outros, fossem eles crente ou descrente, judeu ou gentio, homem ou mulher, jovem ou velho, rico ou pobre. Ele deve ter sentido tanto quanto Ele fez quando se aproximou o túmulo de Lázaro e chorou (Jo 11:35) e quando Ele olhou para Jerusalém através de lágrimas e disse: "Se você soubesse a este dia, mesmo você, as coisas que servem para paz! Mas agora eles foram escondidos de seus olhos "(Lc 19:42). Ele representou o coração compassivo de Deus ainda mais plenamente do que tinha Jeremiah, que declarou a rebelde Judá: "Mas se você não vai ouvir [aviso de Deus], ​​minha alma vai chorar em segredo por tanto orgulho, e meus olhos amargamente chorar e fluir em lágrimas "Jr 13:17). Aparentemente, o Senhor deixou Filipe e André continuam a pensar sobre o seu pedido durante o resto do dia, enquanto Ele estava curando as multidões e também "falar com eles sobre o reino de Deus" (Lc 9:11). Ele forneceu um teste de um dia inteiro de fé dos discípulos.

    Ao olharmos para trás na cena do nosso ponto de vista de dois mil anos, parece impossível que mesmo quando Jesus lhes disse: "Eles não precisam ir embora; dai-lhes vós de comer!" a idéia de sua alimentação o povo milagrosamente não entrou mentes dos discípulos. Vendo mais longe do que os seus próprios recursos, eles responderam: Não temos aqui senão cinco pães e dois peixes . Parece ter exigido tão pouca fé e ter sido tão natural para os discípulos a esperar Jesus para alimentar a multidão. Mas eles eram como uma pessoa que está na frente de Niagara Falls e pergunta onde ele pode encontrar uma bebida. Eles estavam cara a cara com o poder supremo no universo e ainda eram cegos espiritualmente. Eles sabiam disso, mas eles não sabem disso. Tinha alguém lhes perguntou se Jesus poderia fazer uma coisa dessas, a resposta teria sido um unhesitating e unânime: "É claro que pode!" Mas, mesmo quando solicitado pela sugestão de Jesus, viram a sua própria falta, em vez de Sua suficiência.

    Somos tentados a pensar que, se tivéssemos sido lá, o nosso primeiro pensamento teria sido a de pedir a Jesus para alimentar as multidões, como Ele provou-se capaz de fazer centenas de vezes. O que poderia ter sido uma solução mais óbvia do que ter o Filho de Deus criar comida para alimentar esta multidão, assim como ele tinha criado vinho para os convidados do casamento em Caná? Isso dificilmente teria sido um desafio impossível para Aquele que curou todo tipo de doença, levantou os mortos, expulsai os demônios, andou sobre as águas, e instantaneamente acalmou uma tempestade feroz. No entanto, quantas vezes cada crente enfrentou uma crise que parecia enorme e intransponível e deixou de considerar o poder do Senhor?
    Apesar de dois anos de uma caminhada com o Senhor, ouvi-lo pregar a verdade de Deus e vê-Lo demonstrar poder milagroso, os doze eram muito espiritualmente maçante para ver o óbvio. Eles estavam procurando apenas com seus olhos humanos e só em recursos humanos.

    O Display da Power

    E Ele disse: "Trazei-Me." E ordenando as multidões para reclinar-se na grama, tomou os cinco pães e os dois peixes, e olhando para o céu, abençoou a comida, e quebrar os pães Ele os deu aos discípulos, e os discípulos deram às multidões, e todos comeram e ficaram satisfeitos. E eles pegaram o que sobrou dos pedaços, doze cestos cheios. E havia cerca de cinco mil homens que comiam, além de mulheres e crianças. (14: 18-21)

    Aqui é o foco principal da história, em que os discípulos 'embotamento de perspectiva é rejeitado por Jesus' exibição de poder.
    Sem dúvida, com tristeza em seus olhos, Jesus disse: "Trazei-Me", referindo-se os pães e os peixes. Ele tinha de dizer aos discípulos a fazer o que, por esta altura, deve ter sido uma segunda natureza para eles. Ele estava dizendo, com efeito, "Eu sabia que você não tem comida ou dinheiro suficiente para alimentar o povo, e eu sabia que você não tinha nenhuma maneira de consegui-lo. Eu nunca esperei que você alimentá-los a partir de seus próprios recursos ou pelo seu próprio poder. Em pedindo-lhe para alimentá-los eu estava pedindo para você confiar em mim. Sem ter que te dizer, eu estava lhe dando a oportunidade de trazer para mim o pouco que tinha e confia em mim para o resto. "

    A costa nordeste do Mar da Galiléia é muitas vezes bonito e verde com grama na primavera do ano. Mas, em vez de sentar-se, as pessoas foram se levantando, a fim de ver, ouvir e Jesus melhor. Ele, portanto, ordenou que a multidão se reclina na grama , para tornar-se mais confortável e para fazer a distribuição dos alimentos mais fácil. Sentou-los prasiai prasiai (que literalmente significa "jardim cama por cama do jardim"), em grupos de cem e de cinqüenta (Mc 6:40), permitindo que os caminhos entre os grupos para os discípulos a caminhar enquanto servia. Em suas vestes de cor brilhantemente a multidão deve ter se assemelhava a um enorme mosaico de canteiros de flores ou um spread quilt gigantesco do outro lado da encosta.

    As pessoas provavelmente teve pouca ou nenhuma idéia por que eles estavam tão cuidadosamente sentados em grupos. Os discípulos deve ter adivinhado por que, mas eles ainda não sabiam como. Quando as pessoas se sentam, Jesus tomou os cinco pães e os dois peixes ; Mas antes que ele realizou o milagre Ele havia planejado o tempo todo, olhando para o céu, abençoou a comida , dando graças a Seu Pai celestial (Jo 6:6; conforme 1 Tm 4: 3-5.).

    Então o Senhor quebrou os pães e deu-os aos discípulos , que, por sua vez, deu à multidão, e todos eles comeram . Não nos é dito exatamente em que momento o milagre aconteceu. Aparentemente, foi uma multiplicação contínua que ocorreu como os discípulos caminhavam entre os grupos de distribuição de alimentos. Os homens não poderiam ter realizado recipientes grandes o suficiente para armazenar todos os alimentos, mesmo com ele dividido em doze partes. Não houve alarde e nenhuma mudança dramática de pouco a muito. O milagre foi praticamente invisível, a sua magnitude sendo evidente apenas como milhares de pessoas todos comeram .

    Chortazō (estar satisfeito ) foi utilizado de animais que ficaram no comedouro até que não queria mais nada para comer. Jesus usa o mesmo termo nas bem-aventuranças quando Ele promete que os que têm fome e sede de justiça "devem ser satisfeitas" (Mt 5:6). Ali estava um homem que não só poderia curar todas as doenças, mas poderia livrá-los do trabalho constante e preparação necessária para colocar comida em todos os seus estômagos-todas com mais de uma palavra, e às vezes até sem uma palavra. Eles estavam convencidos de que sem sombra de dúvida de que Jesus era o seu tipo de Messias, e eles estavam determinados a coroá-lo rei. Eles estavam certos de que Ele era o Messias; mas eles estavam errados sobre o tipo de Messias Ele era. Ele não era o libertador ou alimento fornecedor político que eles estavam esperando, e Sua coroação não estava em seu poder para executar. Durante a idade presente, como Jesus declarou mais tarde, o seu "reino não é deste mundo" Jo 18:36.

    A grande multidão que dia era composta por três grupos: os doze discípulos, o remanescente crente entre as multidões, e que a grande maioria dos incrédulos. Em relação a cada grupo, podemos discernir muitas lições espirituais.

    Os doze foram estabelecidos. Os doze discípulos foram objeto de constante preocupação, instrução e treinamento de Jesus. Foi sobre os seus ombros que o estabelecimento de Sua igreja logo cairia, e Ele sabia que o tempo da sua formação para essa tarefa era curto. A partir deste um incidente sozinho, Ele ensinou-lhes uma série de princípios e verdades importantes.

    Em primeiro lugar, deu-lhes o exemplo de se retirar do perigo desnecessário. Martírio ou qualquer outro tipo de sofrimento que é procurado como uma forma de auto-glória não é suportado por causa do Senhor. Os discípulos também aprenderam a importância do descanso e de solidão, mesmo quando no meio de servir ao Senhor. Às vezes, como aqui, resto não pode ser alcançado na forma ou no momento que preferir; mas sim, o Senhor, em Sua humanidade não escapou da necessidade de descanso, conforto e relaxamento. Os doze aprendeu a importância de passar um tempo longe do trabalho com aqueles com quem se trabalha. Colegas de trabalho precisam de tempo especial em conjunto para apoiar um ao outro e compartilhar necessidades e sentimentos.

    Jesus também confirmou a necessidade dos discípulos para mostrar compaixão para com aqueles que precisam, mesmo quando o pobre são inconstantes e indignos. O Filho de Deus abnegAdãoente atendeu às necessidades da multidão naquele dia, embora soubesse que a maioria deles em breve iria perder o interesse nele e cair. Ele ensinou-lhes que, tão importante quanto o descanso e lazer são, por vezes, estes devem ser sacrificados para satisfazer as necessidades ainda mais importante dos outros. O crente não tem direitos inalienáveis ​​à liberdade e benefícios pessoais. Tudo o que temos, incluindo nossas próprias necessidades e direitos, devem ser dispensável no serviço aos outros em nome de Cristo (Veja 1 Cor. 9).

    Jesus ensinou aos discípulos que, para atender às necessidades físicas dos outros, eles também foram para ministrar a verdade do reino. A "evangelho social" que não testemunhar a necessidade dos homens para a salvação espiritual através de Cristo não é o evangelho em tudo (Veja Gal. 1: 6-9).

    Jesus ensinou seus discípulos a fazer as coisas de uma forma ordenada e cuidadosa, assim como Deus faz (1Co 14:33, 1Co 14:40). Junto com a lição da ordem foi a lição mais importante de obedecer ao Senhor, mesmo quando a razão não pode ser visto. Os doze disseram para dividir a multidão em grupos de cinqüenta, e centenas (Mc 6:40), antes que eles conheciam a Proposito para fazê-lo. E depois de Jesus abençoou os pães e os peixes e entregou-os aos discípulos, a comida provavelmente não começam a se multiplicar até que foi distribuído. O milagre tornou-se efetiva somente quando os discípulos obedeceram a ordem de Jesus.

    Jesus também demonstrou grande generosidade de Deus em prover comida suficiente para toda pessoa de estar plenamente satisfeito, mas com uma economia de mordomia que permitiu que nenhum desperdício. O nosso é um Deus de providência abundante, que não dá stingily. O ministério dos servos de Deus também deve ser caracterizado por dar sem reserva ou medida, considerando as necessidades dos outros antes de nossa própria. Antes que os discípulos sabiam que os alimentos seriam deixados para eles, eles obedientemente deu tudo o que tinham para as multidões. Assim como a comida não começam a se multiplicar até depois dos discípulos começou a distribuí-lo, as suas próprias necessidades não foram satisfeitas até que se encontraram as necessidades dos outros. O pouco de comida Jesus entregou aos discípulos foi muito aquém do suficiente para alimentar até doze homens. Foi o almoço de um garotinho. Mas em obediência a Jesus, que deram a mesmo o pouco que tinham.
    A suprema lição para os discípulos era aprender a confiar em Deus para suprir o que parece impossível. Mesmo depois de ter ponderado todos os dias sobre a instrução de Jesus para eles para alimentar a multidão si, a idéia de recorrer a Ele não entrou suas cabeças. Como a maioria de nós, eles ainda estavam inclinados a procurar em todos os lugares, mas a Ele, mesmo depois de ter experimentado tantos milagres anteriores. E dentro dessa lição foi a lição que, embora Deus é perfeitamente capaz de fazer a Sua obra sem nós e sem o que temos, Ele escolhe para nós e os nossos parcos recursos utilizar para ampliar a Sua bondade e Seu poder.

    Plano de redenção de Deus envolve a testemunha, o trabalho, e os meios de aqueles que pertencem a Ele. Em Sua infinita sabedoria, o Senhor se manifesta mais plenamente o seu poder através da nossa fraqueza e sua abundância através da nossa pobreza (1 Cor. 1: 26-29). Deus usa as pequenas coisas para uma maior eficácia do que as coisas que são pensados ​​para ser o maior e mais promissor.

    Como diz a canção, "Little torna-se muito na mão do Mestre." Deus usou o choro de um bebê para mover o coração da filha de Faraó e um cajado de pastor para operar grandes milagres no Egito. Ele usou um menino e seu estilingue para matar Golias e derrotar o exército filisteu. Ele usou uma viúva pobre para sustentar Elias e uma jovem a liderar o leproso Naamã a Eliseu. Ele usou a jumenta de Balaão para ensinar Sua verdade e uma queixada de burro outro para matar mil homens. Ele usou uma criança para ensinar seus discípulos a humildade, e ele usou o almoço de um menino para alimentar vinte e cinco mil pessoas.

    O remanescente fiel foi confirmada. Entre a enorme multidão foram alguns que já havia confiado em Cristo para a salvação e que O seguiam para o outro lado do lago não para ser curado ou entretido mas para ser espiritualmente abençoada. Havia também aqueles que procuraram e receberam a salvação. No dia seguinte, alguns deles perguntou a Jesus: "O que devemos fazer, para que possamos realizar as obras de Deus?" e implorou: "Senhor, dá-nos sempre desse pão" (Jo 6:28, Jo 6:34). Esse remanescente eleito viu poder divino de Deus em ação em Jesus e O glorificou. Com seus olhos espirituais, não só viu a multidão que está sendo alimentado, mas a compaixão do Senhor sendo manifestada. Viram grande integridade e gestão de Jesus. Ele não recorrer a manifestações espetaculares que hipnotizados Sua audiência, como tantos charlatões e falsos curandeiros têm feito e continuam a fazer. Eles também viram a manifestação do reino de Deus, porque eles viram o Rei mesmo no trabalho. Eles viram o Rei graciosamente ministrar a Seus súditos e mesmo para aqueles que não teria como seu soberano.

    Os que rejeitam incrédulos foram revelados. De longe, a maior quantidade de solo em que o evangelho do reino caíram naquele dia foi difícil e espinhosa. A maioria das pessoas não viu nada mais do que aquilo que parecia uma incrível façanha de magia. Eles viram a Jesus humano claramente, mas eles não podiam ver o divino Filho de Deus em tudo. Eles tiveram seus estômagos cheios até a satisfação que teve nunca antes experimentada; mas eles não têm tanto como um gosto de o Pão da Vida. Eles deixaram fisicamente preenchido, mas espiritualmente vazia. Porque eles tinham recebido grande luz de Deus, mas a escuridão preferida, eles foram para casa mais longe Dele e em pecado maior do que quando entraram. Eles vieram lá para o que Jesus poderia dar-lhes; mas os seus corações incrédulos, auto-indulgente os impediu de receber o Seu maior presente de todos.

    84. Adorando o Filho de Deus (Mateus 14:22-33)

    E imediatamente Ele fez os discípulos a entrar no barco, e passar adiante dele para o outro lado, enquanto ele despedia as multidões. E depois que Ele despedia as multidões, subiu ao monte para orar à parte; e quando era noite, estava ali sozinho. E o barco estava já muitos estádios longe da terra, golpeado pelas ondas; porque o vento era contrário. Mas, à quarta vigília da noite, Ele veio para eles, andando por sobre o mar. E quando os discípulos o viram andando sobre o mar, eles estavam assustados, dizendo: "É um fantasma!" E gritaram com medo. Mas logo Jesus, falou-lhes, dizendo: "Coragem, sou eu, não tenha medo." E respondeu-lhe Pedro, e disse: "Senhor, se és tu, manda-me ir ter contigo sobre as águas". E Ele disse: "Vem!" E Pedro, descendo do barco, andou sobre as águas e foi na direção de Jesus. Mas, vendo o vento, ficou com medo e, começando a submergir, clamou, dizendo: "Senhor, salva-me!" E logo Jesus, estendendo a mão, segurou-o, e disse-lhe: "Ó gente de pouca fé, por que duvidaste?" E quando eles entraram no barco, o vento parou. E os que estavam no barco o adoraram, dizendo: "Tu és o Filho de Deus!" (14: 22-33)

    O auge dessa passagem é a adoração de Jesus pelos discípulos como eles confessaram: "Você é o Filho de Deus" (v. 33). Embora o Pai tinha dito isso de Jesus em Seu batismo (3:
    17) e até mesmo os demônios em Gadara abordados como o Filho de Deus (8:29), mas esta foi a primeira vez que os doze inequivocamente declarou seu Mestre para ser de Deus Filho.

    Dentro dos eventos de Mateus 14:22-33 são cinco manifestações, ou provas, de "divindade que levou aos discípulos" Jesus confissão. Dentro do período de poucas horas eles receberam verificações inconfundíveis de autoridade divina de Jesus, o conhecimento divino, proteção divina, o amor divino, e poder divino.

    Prova de sua autoridade divina

    E imediatamente Ele fez os discípulos a entrar no barco, e passar adiante dele para o outro lado, enquanto ele despedia as multidões. E depois que Ele despedia as multidões, subiu ao monte para orar à parte; e quando era noite, estava ali sozinho. (14: 22-23)

    A primeira afirmação da divindade de Jesus nesta ocasião foi sua demonstração de autoridade divina. O fato de que Jesus fez os discípulos a entrar no barco sugere fortemente que eles estavam relutantes em deixá-lo e, talvez, tinha discutido com ele sobre isso. Assim que os cinco mil homens, além de mulheres e crianças, foram alimentados e os doze cestos de sobras pegou, a multidão disse: "Este é verdadeiramente o profeta que devia vir ao mundo" e "eles pretendiam vir e levá-lo à força para fazê-lo rei "(João 6:14-15a). Para impedir que isso aconteça, Jesus "retirou-se novamente para o monte, mesmo sozinho" (v. 15b). Ele era de fato o Rei previsto, mas ele não quis estabelecer Seu reino terreno naquele momento. Em qualquer caso, não era prerrogativa da sua torcida para coroá-lo.

    Os discípulos, sem dúvida, pensei que o reconhecimento da multidão era muito atrasada e regozijou-se que Jesus foi finalmente ser reconhecido como o Messias, o Rei vindouro que iria derrubar a Herodes e Roma e estabelecer Israel em seu lugar de direito na liderança mundial. O próprio Jesus lhes havia ensinado a orar para o reino de vir (Mt 6:10), e este parecia um momento oportuno para ele para começar a fazer a resposta a essa oração uma realidade.

    Os discípulos também foram provavelmente pensando nas altas posições que teriam como principais administradores de Jesus no reino e do prestígio e poder desses escritórios traria. Sofreram indiferença e indignidades com o Senhor por cerca de dois anos, enquanto vivendo da mão para a boca. Agora que a multidão estava em seu auge, em apoio de Jesus, que hora melhor poderia haver para fazer seu primeiro movimento público em direção ao trono? Parece certo que o Judas mundana, egocêntrico, e ambiciosa, em particular, teria estimulado fortemente esse tipo de pensamento entre os seus condiscípulos.
    Conhecendo os seus pensamentos e a crescente influência da multidão sobre eles, Jesus os removeu da solicitação mal ordenando-os a entrar no barco, e passar adiante dele para o outro lado . Pelo menos em parte por causa de sua susceptibilidade aos planos políticos do povo, Ele fez os discípulos sair.

    João identifica o destino específico sobre o outro lado como Cafarnaum (06:
    24) e Marcos como Genesaré (06:53), uma planície pequeno e fértil na costa ocidental do Mar da Galiléia, entre Cafarnaum e Magdala. Foi uma curta viagem através da ponta do norte do mar, que a maior parte dos discípulos tinha feito muitas vezes. Mas eles resistiram deixando agora, não só por causa do entusiasmo da multidão para fazer Jesus rei, mas também porque não queria ser separado de Jesus. Embora fossem fracos na fé e facilmente influenciável, que, no entanto eram profundamente dedicado ao Senhor e sentia incompleta e vulnerável quando Ele não estava com eles. Podem também não queria deixar, em seguida, porque podia sentir a partida vento a soprar e foram cautelosos em fazer mesmo que curta viagem depois de escurecer com o mau tempo.

    Mas, independentemente das razões para a sua relutância, os discípulos ficou no barco e partiram. Eles estavam sob a autoridade do Senhor, mas Ele não tem que usar força sobrenatural para fazê-los sair.Sua palavra firme foi suficiente, e é a seu crédito que eles obedeceram. Quando Ele disse-lhes para atravessar adiante dele para o outro lado , que é o que eles fizeram.

    Jesus também demonstrou sua autoridade divina sobre as multidões, que, apesar de suas grandes números (provavelmente vinte e cinco mil ou mais), não poderia fazer Jesus fazer qualquer coisa contrária ao plano de Seu Pai e vontade. Depois que Ele enviou os discípulos a caminho de Cafarnaum, ele despedia as multidões bem. Eles estavam determinados a fazê-lo rei em sua própria maneira e para seus próprios fins, mas não puderam. Sem argumento ou alarde, Ele simplesmente dispersaram as multidões , e eles colocaram para baixo para a noite sempre que podiam perto de Betsaida Julias, a poucos quilômetros do interior a partir da costa nordeste do lago.

    Jesus tem autoridade sobre os destinos de todos os homens, inclusive o seu julgamento final (Jo 5:22). Ele tem autoridade sobre todo o mundo sobrenatural, incluindo o mundo do mal de Satanás e seus anjos caídos demoníacos (Mc 1:27). Ele tem autoridade sobre os santos anjos, a quem Ele pode a qualquer momento se chamou até sua ajuda (Mt 26:53). As multidões que o ouviam entregar o Sermão da Montanha, reconheceu que "Ele ensinava como quem tem autoridade" (Mt 7:29). Quando Ele enviou os doze, em sua primeira missão, Ele delegou a eles parte de seu próprio "poder sobre os espíritos imundos, para expulsá-los, e para curar todo tipo de doença e todo o tipo de doença" (Mt 10:1). O entusiasmo das multidões e os discípulos a fazê-Lo rei era muito parecida com a terceira tentação no deserto, em que Satanás ofereceu a Jesus "todos os reinos do mundo, e sua glória." (Mt 4:8-9.) "O melhor momento para estabelecer o seu reino do que a época da Páscoa, e de que maneira melhor do que marchando triunfalmente em Jerusalém na cabeça de milhares de fiéis, partidários entusiastas?" o diabo pode ter perguntado. Jesus certamente reunir muitos mais milhares no caminho para a Cidade Santa, e Seu poder sobrenatural garantiria vitória contra qualquer oposição. Ele poderia facilmente conquistar os Herodes, e até mesmo poderoso Roma não seria páreo para o Filho de Deus. Ele pode ignorar a cruz e evitar a agonia de ter que levar o pecado do mundo sobre Si.

    Seja qual for pensamentos Satanás pode ter tentado colocar em sua mente, Jesus virou as costas para que o mal assim como fez em todos os outros. Foi então que surgiu diante de Seu Pai celestial para Oração. Em um sentido que Ele fez comemorar uma vitória, mas foi sobre a tentação, não Roma; e ele voltou sua atenção para o Pai celestial, a quem se juntou em íntima, de comunhão refrescante. Como no Garden, Ele, sem dúvida, ansiava por ser restaurado à comunhão gloriosa Ele tinha com o Pai antes que o mundo ainda entrou em existência (Jo 17:5). Muitas vezes, antes que Ele fez em Sua oração sacerdotal (João 17:6-26), Jesus orou por seus discípulos, e é provável que Ele orou por eles nesta ocasião.

    Por esta altura já era a segunda noite do dia, que durou seis horas — nove horas. As multidões foram alimentados durante a noite anterior (Mt 14:15), o que era de três para seis. E como ficou escuro, Jesus estava lá sozinho na montanha.

    Prova de sua Conhecimento Divino

    E o barco estava já muitos estádios longe da terra, golpeado pelas ondas; porque o vento era contrário. Mas, à quarta vigília da noite, Ele veio para eles, andando por sobre o mar.(14: 24-25)

    A segunda prova da divindade de Jesus foi Sua demonstração do conhecimento divino. Em obediência ao seu comando os discípulos haviam entrado no barco e foi para o outro lado do mar da Galiléia. Logo depois que eles deixaram, no entanto, um vento violento entrou em erupção, e eles foram pegos muitos estádios longe da terra . A estádios foi de cerca de um oitavo de milha, e João nos informa que osmuitos estádios somaram vinte e cinco ou trinta (no texto grego), ou "cerca de três ou quatro milhas" Jo 6:19.

    Porque em uma viagem normal, através da extremidade norte do Mar da Galiléia, o barco não teria viajado mais do que uma ou duas milhas da costa, em qualquer ponto, a tempestade tinha, obviamente, levou-a a vários quilômetros ao sul, para o meio do lago. Os discípulos e sua pequena embarcação estavam sendo golpeado pelas ondas , e o vento era contrário , empurrando-os cada vez mais longe do seu destino e cada vez mais perto de desastres. Quer ou não o barco tinha uma vela, que teria sido inútil aos ventos fortes e ondas lançando. O único meio de movimento foi remo, e eles estavam desesperAdãoente "forçando os remos" (Mc 6:48) para suas próprias vidas.

    Os discípulos já estavam confusos, frustrados, desiludidos e decepcionados que Jesus lhes tinha mandado embora. Embora eles devem ter se perguntado por que Ele enviou-os para a morte certa, a doze são para ser admirado por sua obediência e perseverança. Embora a noite estava escura, o mar tormentoso, ea situação aparentemente sem esperança, eles estavam fazendo o seu melhor para fazer o que o Senhor ordenou. A pior parte foi que Jesus não estava com eles. Durante uma tempestade semelhante, eles haviam despertado Ele e Ele "repreendeu os ventos eo mar, que se tornou perfeitamente calmo" (Mt 8:26).. Mas agora ele estava a quilômetros de distância. Ele provavelmente já ouviu falar que a tempestade e estava ciente de sua situação; mas não havia maneira que Ele poderia chegar até eles. Se todos os discípulos juntos não podiam remar contra o vento e as ondas, um homem nunca poderia fazê-lo.

    Jesus sabia da sua situação muito antes de acontecer, e Ele não tem que se apressar longe de oração, a fim de chegar a tempo para ajudar. A tempestade e os discípulos foram igualmente em Suas mãos, e Ele sabia de antemão exatamente o que Ele faria com ambos.
    A noite foi dividida em quatro relógios, ou turnos. O primeiro foi de seis para nove, o segundo de nove a doze, o terceiro 12-3, eo ​​quarto de três para seis. A quarta vigília da noite , portanto, incluído o tempo pouco antes do amanhecer, indicando os discípulos tinham estado na mar durante pelo menos nove horas, a maior parte do tempo de luta a tempestade de vento.

    Jesus esperou um longo tempo antes de ele veio a eles , assim como Ele esperou até que Lázaro estava morto há vários dias antes de vir para Betânia. Em ambos os casos, Ele poderia ter vindo mais cedo do que Ele fez e em ambos os casos ele poderia ter realizado o milagre que se seguiu sem estar presente, assim como havia feito na cura o servo do centurião (Mt 8:13). Ele poderia, é claro, ter evitado a morte de Lázaro e do nascer do vento em primeiro lugar. Mas, em Sua infinita sabedoria, Jesus propositAdãoente permitiu Maria e Marta e os discípulos para alcançar a extremidade da necessidade, antes que Ele interveio. Ele sabia tudo sobre todos eles, e tinha sabido que desde antes de nascerem. E ele sabia infinitamente melhor do que eles fizeram o que era melhor para o seu bem-estar e para a glória de Deus.

    Os discípulos deveriam ter sido regozijando com Davi que, "Se eu fizer a minha cama no mais profundo abismo, lá estás também. Se eu tomar as asas da alva, se me detenho nos confins dos mares, ainda lá a tua mão será me guiará ea tua destra de lançar mão de mim "(Sl 139:8-10.). Os doze deveria ter lembrado que "o Senhor será também um reduto para os oprimidos, uma fortaleza em tempos de angústia" (Sl 9:9).

    Mas nas exigências da noite, os doze tinham esquecido esses salmos e poder do Senhor em que exultam. Eles tinham pouca confiança de que o Senhor, que tinha conhecido tudo sobre o sofrimento de seu povo no Egito e não abandoná-los, foi relevante naquela tempestade. Eles viram nenhuma relação entre a sua situação e do fato de que Deus havia providenciado um substituto para Isaque quando ele enfrentou a morte.

    Os discípulos tinham até esquecido a própria garantia de Jesus de que seu Pai celestial sabia todas as suas necessidades antes de lhe perguntaram (Mt 6:32), e que nem mesmo um único pardal "cairá em terra sem a vontade de vosso Pai" e que "o cabelos da vossa cabeça estão todos contados "(10: 29-30). Tudo o que podia pensar era o perigo e todos eles poderiam sentir era medo.

    Mas Jesus não tinha esquecido os discípulos, e Ele veio até eles através do próprio perigo que ameaçava destruir eles, andando sobre o mar . Ele usou o julgamento como sua trilha. Ele não podia ver fisicamente-los da montanha ou através da escuridão da tempestade, mas Ele sabia exatamente onde eles estavam. A visão de Deus não é como o nosso, porque "Os olhos do Senhor estão em todo lugar, contemplando os maus e os bons." (Pv 15:3); mas isso fez pouca diferença para os discípulos. Para um fantasma para estar em qualquer lugar perto deles foi o suficiente para torná-los assustado quase fora de seus sentidos. O termo fantasma é o grego Phantasma , que refere-se a uma aparição, uma criatura da imaginação, e é a palavra de onde vem a Inglês phantom e fantasma.

    Muitos intérpretes liberais insistem que os discípulos só pensaram que viram Jesus andando sobre a água como seu cansado e assustado mentes truques jogado sobre eles. Mas teria sido quase impossível para todos os doze deles para experimentar simultaneamente a mesma aparição imaginado. E tal explicação dificilmente explica o fato de que Jesus de alguma forma entrou no barco com eles, e que, assim como Ele fez a tempestade cessou instantaneamente. Os escritores fazem questão de o fato de que o barco era uma grande distância da costa. Nenhum dos dois, como alguns sugerem, poderiam os discípulos viram Jesus andando na praia, enquanto parecendo estar caminhando sobre a água, mesmo em plena luz do dia. Ou eles mentiram ao relatar o evento ocorreu ou como eles dizem que sim.

    Por causa da escuridão, a névoa do vento e das ondas, a fadiga de remo, eo medo de que já agarrou-los por causa da tempestade, eles não reconhecem Jesus quando Ele lhes apareceu. Marcos relata que "todos o viram" (Mc 6:50), mas nenhum deles suspeitava que era Jesus. E o medo imediatamente se transformou em terror abjeto como eles viram a forma eles pensavam que era um fantasma vir para adicionar ao seu tormento. No escuro antes do amanhecer, desesperança virou-se para proferir horror e desespero. Em seu pânico, não pude deixar de chorar de medo .

    Embora Jesus estava testando a fé dos discípulos, Ele entendeu sua fragilidade. Ele acalmou o medo, dizendo simplesmente, Coragem, sou eu; não tenha medo . Apesar dos ventos furiosos, as ondas de golpe contra o barco, e suas mentes atingidas pelo medo, eles imediatamente reconheceu a voz de seu Mestre.

    Ele não era o momento para uma explicação de por que ele estava lá, do que Ele planeja fazer a seguir, ou de por que Ele não tivesse vindo mais cedo. Era hora de dar coragem , para acalmar a tempestade que se alastrou dentro dos discípulos, antes mesmo de acalmar a que assola sem.

    Jesus não andou sobre a água para ensinar os discípulos como fazê-lo. Pedro tentou e não conseguiu; e não há registro de qualquer um dos outros sempre a fazê-lo em tudo. O propósito do Senhor era para demonstrar a vontade amorosa de fazer o que for necessário para salvar Seus filhos. Ele não tem que andar na água para salvá-los, mas a Sua isso deu-lhes uma lembrança inesquecível do poder e da extensão de Sua proteção divina. Não era para ensiná-los a andar sobre a água, mas a ensinar-lhes que Deus pode e vai agir em nome de Sua própria.

    Nós nunca iremos nos encontrar em um lugar onde Cristo não pode encontrar-nos; e nenhuma tempestade é muito grave para que Ele nos salvar dele. Ele protege o seu próprio, a quem Ele nunca vai deixar ou abandonar (Js 1:1; He 13:5.

    Então os discípulos que estavam relutantes em deixar Jesus e ir para Cafarnaum obedecida por remando para a tempestade que sabia que ia acontecer, e Jesus honrou sua fidelidade. Quando eles são crentes no lugar de obediência estão no lugar de segurança, não importa quais sejam as circunstâncias. O local de segurança não é o lugar de circunstância favorável, mas o lugar da obediência à vontade de Deus.

    Prova de seu amor divino

    E respondeu-lhe Pedro, e disse: "Senhor, se és tu, manda-me ir ter contigo sobre as águas". E Ele disse: "Vem!" E Pedro, descendo do barco, andou sobre as águas e foi na direção de Jesus. Mas, vendo o vento, ficou com medo e, começando a submergir, clamou, dizendo: "Senhor, salva-me!" E logo Jesus, estendendo a mão, segurou-o, e disse-lhe: "Ó gente de pouca fé, por que duvidaste?" (14: 28-31)

    A quarta prova da divindade de Jesus foi a Sua manifestação do amor divino. Embora andar de Marcos e João relatório de Jesus na água, apenas Mateus narra o incidente relativo Pedro.
    Pedro se não refletem dúvida de que ele realmente foi o seu Senhor, porque ir para a água para se juntar a um fantasma não identificado foi a última coisa que Pedro teria feito. Ele era naturalmente impetuoso e impetuoso, e mais de uma vez o seu excesso de confiança o colocou em problemas, incluindo problemas com o Senhor. Mas teria levado mais de audácia para este pescador ao longo da vida para se aventuraram na água sem o benefício de um barco, porque ninguém a bordo melhor conhecia os perigos de tempestades Galilee do que Pedro. Ele provavelmente tinha sido jogado na água, às vezes por ventos fortes ou ondas e tinha visto outros experimentam o mesmo trauma. Ele não era bobo, e é altamente improvável que impetuosidade teria tão facilmente substituído sua razão e cuidado instintivo.

    Parece muito mais provável que Pedro estava muito feliz em ver Jesus e que sua preocupação suprema era para ser de forma segura com ele. Mere impetuosidade poderia tê-lo levado a saltar para fora do barco, esperando Jesus de alguma forma para vir em seu socorro. Mas ele sabia melhor, e, portanto, ele pediu ao Senhor, manda-me ir ter contigo sobre as águas . Ele sabia que Jesus tinha o poder para capacitá-lo a andar sobre a água , mas ele não se atreveria a tentar a façanha sem Sua instrução expressa. Pedido de Pedro foi um ato de carinho edificada na fé confiante. Ele não pediu para andar sobre a água por uma questão de fazer algo espetacular, mas porque era o caminho para chegar a Jesus.

    Pedro fez muitas coisas para as quais ele pode ser criticada. Mas às vezes é criticado por coisas que refletem o amor, coragem e fé, tanto quanto brashness ou covardia. Por exemplo, embora ele negou o Senhor enquanto no pátio durante o julgamento de Jesus, ele foi, no entanto, ali, tão perto dele como ele poderia obter. O resto dos discípulos estavam longe de ser encontrada. No Monte da Transfiguração, a sugestão de Pedro foi imprudente, mas foi solicitado pela devoção sincera: "Senhor, é bom para nós estarmos aqui; se queres, farei aqui três tendas: uma para ti, outra para Moisés, e outra para Elias "(Mt 17:4). Diz a tradição que, quando Pedro estava prestes a ser crucificado, ele solicitou a ser colocado na cruz de cabeça para baixo, não se sentir digno de morrer da mesma forma que o seu Senhor.

    Revelador de Jesus a Pedro para vir confirma motivo certo do discípulo. Jesus nunca convida, muito menos comandos, uma pessoa para fazer qualquer coisa pecaminosa. Nem ele é sempre uma festa para orgulho ou presunção. Com a maior de compaixão, Jesus disse a Pedro para vir , muito satisfeito que ele queria estar com o seu Senhor.

    Por mais que qualquer outra coisa, que era o grande amor de Pedro por Cristo que o líder dos discípulos fez. Ele parece ter sido o mais próximo de Cristo, e é sempre chamado em primeiro lugar nas listas dos doze. Assim como o Senhor nunca rejeita fé fraca, mas aceita-a e constrói sobre ele, Ele também nunca rejeita amor fracos e imperfeitos. Com muita paciência e cuidado Ele toma o amor de seus filhos e, por meio de provações e dificuldades, assim como sucessos e vitórias, baseia-se que o amor em maior conformidade com o Seu próprio amor.
    Jesus dizendo a Pedro: " Vem! " Foi um ato de amor. João declarou: "Nós viemos a saber, e cremos no amor que Deus tem por nós." Na verdade, ele continua a dizer: "Deus é amor" (1Jo 4:16;. Conforme v 8). É a natureza de Deus ser amoroso, assim como é a natureza de água para ser molhado e do sol para ser brilhante e quente. Ele ama a sua com um amor infinito, não influenciado, sem ressalvas, imutável, sem fim, e perfeito.

    Cristãos refletir mais perfeitamente seu Pai celestial quando eles estão amando, especialmente para o outro. "Se alguém diz:" Eu amo a Deus, e odiar a seu irmão, é um mentiroso ", João continua a explicar;"Para aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê" 1Jo 4:20.

    Embora Pedro foi sincero, ele não compreender a realidade ou a extremidade do que ele estava pedindo para fazer. Desde a relativa segurança do barco a façanha não parecia tão terrível; mas uma vez quePedro saiu do barco, andou sobre as águas e foi na direção de Jesus , a situação parecia radicalmente diferente. Pedro tomou temporariamente os olhos do Senhor e, vendo o vento, ficou com medo e, começando a submergir, clamou, dizendo: "Senhor, salva-me!" Sua fé foi suficiente para levá-lo para fora do barco, mas não foi suficiente para levá-lo através da água.

    A fé é fortalecida por seu ser levado para extremidades nunca enfrentou antes. Esse reforço é fundamental para o crescimento cristão e maturidade. "Bem-aventurado o homem que suporta a provação", diz Tiago; "Pela primeira vez ele tenha sido aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu aos que o amam" (Jc 1:12). O Senhor nos leva tão longe como a nossa fé vai, e quando termina, começamos a afundar. É então que chamamos a Ele e Ele demonstra novamente sua fidelidade e seu poder, e nossa fé aprende a estender esse muito mais longe. Como nós confio Deus na fé que temos, descobrimos suas limitações; mas também descobrir o que ainda pode se tornar.

    Quando Pedro estava começando a afundar , ele provavelmente estava completamente vestido e teria tido grande dificuldade nadando através das ondas altas. E em seu susto que ele conseguia pensar em nada além de afogamento. Mas assim que ele gritou ... "Senhor, salva-me ", ele estava seguro, porque logo Jesus, estendendo a mão, segurou-o .

    Quando Jesus repreendeu-o, dizendo: homens de pequena fé, por que duvidaste ? Pedro deve ter se perguntado com a pergunta. O motivo de sua dúvida parecia óbvio. Ele era osso cansado de remar maior parte da noite, morrendo de medo pela tempestade e, em seguida, com o que ele pensava que era um fantasma, e agora parecia que ele estava prestes a afogar-se antes que ele pudesse chegar ao Senhor. Ele nunca tinha estado em uma situação dessas antes, e pode ser que a sua realmente caminhando alguns metros sobre a água adicionada ao seu estado de choque.

    Mas a fé fraca de Pedro foi melhor do que nenhuma fé; e, como no pátio quando ele negou o Senhor, pelo menos, ele estava lá e não retendo como o resto. Ele, pelo menos, encaminhou-se para Jesus, e quando ele vacilou, o Senhor tirou-lhe o resto do caminho
    Jesus tinha sido intercedendo por Pedro e os outros enquanto estava na montanha, e agora Ele veio diretamente em seu auxílio no meio da tempestade. O Senhor vai adiante de nós e Ele vai conosco. Quando ficamos frustrados, ansiosa, confusa e assustada, Satanás tenta-nos a perguntar por que Deus permite que tais coisas aconteçam para seus filhos. E se mantivermos nossa atenção sobre as coisas que vão começar a afundar tão seguramente como Pedro fez. Mas se nós clamamos ao Senhor por ajuda, Ele virá em nosso socorro tão certamente como fez com Pedro.

    Pedro, um dia de gravação, "Em qual exultais, ainda que agora por um pouco de tempo, sendo necessário, você tem sido afligido por várias provações, para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que é perecível, mesmo que provado pelo fogo, pode ser encontrada a resultar em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo "1 Ped. 1: 6-7.

    Prova de seu poder divino

    E quando eles entraram no barco, o vento parou. (14:32)

    O milagre mais espetacular foi realizado sem Jesus dizer uma palavra ou levantar a mão. No momento em que Ele e Pedro entrou no barco com os outros discípulos, o vento parou . Era como se o ventoestava simplesmente à espera de um milagre para ser concluído; e quando ele havia servido ao seu propósito, ele parou .

    Assim como instantaneamente ", o barco chegou à terra para onde iam" (Jo 6:21). Eles tinham sido três ou quatro milhas para o mar ea tempestade ainda grassava tão ferozmente como nunca; mas em um instante ele parou eo barco estava em seu destino. Com base na experiência humana normal, não é de surpreender que os discípulos "ficaram muito admirados" (Mc 6:51). Mas os discípulos foram ter exibe surpreendentes de poder milagroso de Jesus por dois anos, e para eles estes eventos notáveis ​​não deveria ter sido surpreendente. Aprendemos com Marcos que seu espanto resultou de sua não ter "ganhado qualquer visão do incidente dos pães" —ou de acalmar antes de Jesus da tempestade ou de qualquer outro grande trabalho que ele tinha feito, porque "seu coração estava endurecido" Mc 6:52.

    No entanto, naquele momento esses mesmos corações foram suavizadas e aqueles olhos abertos, pois nunca tinha sido antes, e os que estavam no barco o adoraram, dizendo: "Tu és o Filho de Deus!"Eles estavam agora mais do que simplesmente maravilhado, como o multidões e eles se sempre tivesse sido. Eles foram levados espanto passado para adoração, que é o que os sinais e milagres de Jesus foram destinados a produzir. Por fim, eles estavam começando a ver Jesus como Aquele a quem Deus o exaltou soberanamente e em quem Ele deu o nome que está acima de todo nome, e em cujo nome "se dobre todo joelho dos que estão nos céus e na terra, e sob a terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai. " (Filipenses 2:9-11.)

    85. Adoração vasia: Confundindo as tradições dos homens com a doutrina de Deus (Mateus 14:34-15: 20)

    E quando eles tinham atravessado, chegaram a terra em Genesaré. E quando os homens daquele lugar o reconheceram, mandaram por toda aquela zona circundante e trouxeram-lhe todos os enfermos; e eles começaram a suplicar-lhe que os deixasse tocar a orla do seu manto; e todos quantos o tocavam ficavam curados.
    Então alguns fariseus e escribas foi ter com Jesus de Jerusalém, dizendo: "Por que os teus discípulos transgridem a tradição dos anciãos? Pois não lavam as mãos quando comem pão." E ele, respondendo, disse-lhes: "E por que vocês mesmos transgredir o mandamento de Deus por causa da vossa tradição? Porque Deus disse:" Honra teu pai e tua mãe "e" Aquele que fala mal do pai ou da mãe, deixe— ele ser condenado à morte. " Mas você diz: "quem disser a seu pai ou a sua mãe:" Qualquer coisa de meus que você poderia ter sido ajudado por ter sido dado a Deus ", ele não é para homenagear o seu pai ou a sua mãe." E, assim, você invalidado a palavra de Deus por causa da vossa tradição. Vós, hipócritas, com razão profetizou Isaías acerca de vós, dizendo: 'Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. Mas em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens. "E depois que ele chamou a multidão para Ele, Ele lhes disse:" Ouvi, e compreender. Não é o que entra pela boca contamina o homem, mas o que sai da boca , isso contamina o homem. " Em seguida, vieram os discípulos e disse-lhe: "Você sabe que os fariseus ficaram ofendidos quando ouviram esta afirmação?" Ele, porém, respondendo, disse: "Toda planta que meu Pai celestial não plantou será arrancada Deixai-os;. Eles são guias cegos E se um cego guiar outro cego, ambos cairão em um buraco.. " E Pedro, respondendo, disse-lhe: "Explica-nos a parábola." E Ele disse: "Você ainda está com falta de entendimento também? Não compreendeis que tudo o que entra pela boca passa para o estômago, e é eliminado? Mas as coisas que saem da boca vêm do coração, e é isso que contamina O homem para fora do coração procedem os maus pensamentos, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e difamações Estas são as coisas que contaminam o homem;... mas o comer sem lavar as mãos não contamina o homem " (14: 34-15: 20)

    Um dos comandos supremos de Deus é: "Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão" (Ex 20:7.

    Até as cerimônias e cultos próprio Deus tinha ordenado se tornou inaceitável, porque eles foram oferecidos hipocritamente e sem significado. Isaías continuou: "Lavai-vos, tornar-se limpos; remover o mal de seus atos de minha vista Cessar de fazer o mal, aprendei a fazer o bem, buscar a justiça, convencerá o implacável, defender o órfão, defendei a causa da viúva Venha agora.. e argüi-me, diz o SENHOR: ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, eles serão como a lã "(vv 16-18.).

    A menos que o coração do adorador é limpa e purificada, ele não pode adorar a Deus de modo aceitável, porque ele não pode adorar a Deus com honestidade e sinceridade. A pessoa com um coração pecaminoso se opõe a Deus e não é possível que ele adora, com razão. Isaías termina sua profecia com muito o mesmo aviso quando ele começa-lo: ". Para esse olharei, para aquele que é humilde e contrito de espírito e que treme da minha palavra, mas aquele que mata um boi é como aquele que mata um homem, aquele que sacrifica um cordeiro é como o que quebra o pescoço a um cão; ele quem oferece uma oblação é como aquele que oferece sangue de porco; quem queima incenso é como quem abençoa um ídolo "(Is 66:1).. Como eles passaram as pretensões de oferecer sacrifícios, as pessoas não eram melhores que os criminosos e os pagãos, porque seus corações não eram humilde e contrito, mas orgulhoso e rebelde.

    . Através de Amos, o Senhor proclamou a mesma mensagem: "Eu odeio, desprezo as vossas festas, nem me deliciar-se com as vossas assembléias solenes Mesmo que você tem a oferecer-se para mim holocaustos, ofertas de alimentos, não vou aceitá-los, e eu não vai sequer olhar para as ofertas pacíficas de vossos animais cevados Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos,. Eu não vou nem ouvir o som de suas harpas Mas deixar que a justiça corra como água ea rectidão como um ribeiro perene ". (Amós 5:21-24). Malaquias declarou que oferecer sacrifícios desonroso e indignos foi a desprezar o nome de Deus (Mal. 1: 6-7).

    Em Mateus 14:34-15: 20 Jesus prega a mesma mensagem que esses profetas: Corações que não estão bem com Deus não pode adorá-Lo. Jesus ainda era popular com as multidões de pessoas comuns, mas não foi porque confiavam nele como seu Messias-Salvador, mas porque Ele alimentou os curava. Seu interesse por ele era egoísta e sua devoção a Ele era superficial. Eles não tinham nenhum desejo de segui-Lo como Senhor, mas apenas para obter dele o que eles queriam. Eles não querem servi-Lo, mas antes queria que Ele para servir ao seu capricho cada.

    A maioria dos líderes religiosos já foram abertamente hostis a Jesus e que tinha sido tramando por algum tempo como matá-lo (12:14). Mas para não antagonizar as pessoas comuns que ainda seguiam Jesus, os líderes primeiro tentou desacreditá-lo antes que eles abertamente atacou.
    No presente passagem Jesus confronta o sistema religioso judaico de Sua cabeça dia em diante, mostrando, acima de tudo, o vazio e inutilidade da sua adoração. Ao fazê-lo, Ele cristaliza ainda mais o conflito irreconciliável entre o Seu evangelho e esse sistema. À medida que o conflito se desenrola, Jesus é visto pela primeira vez como o Curador compassivo (14: 34-36), em seguida, como o Juiz condena (15: 1-9), e, finalmente, como a correção de Professores (vv 10-20.).

    O Healer Compassivo

    E quando eles tinham atravessado, chegaram a terra em Genesaré. E quando os homens daquele lugar o reconheceram, mandaram por toda aquela zona circundante e trouxeram-lhe todos os enfermos; e eles começaram a suplicar-lhe que os deixasse tocar a orla do seu manto; e todos quantos o tocavam ficavam curados. (14: 34-36)

    Depois que Jesus entrou no barco com Pedro, a tempestade parou imediatamente (Mt 14:32), e imediatamente o barco chegou "na terra para onde iam" (Jo 6:21). A terra era Genesaré , uma planície pequeno, mas muito bonito localizado entre Cafarnaum e Magdala. De acordo com Josephus era uma área luxuriante e extremamente férteis que produziram uma larga variedade de culturas. Os campos e vinhas foram irrigados de nada menos que quatro grandes molas, permitindo aos agricultores para produzir três safras por ano. Porque o solo era tão rico, era tudo dedicada à agricultura, ea área não continha cidades ou vilas. Foi, portanto, uma região tranquila, habitado por muitos tipos de aves e oferecendo um bom lugar para retiro e repouso.

    Jesus provavelmente pretendia passar algum tempo lá sozinha com seus discípulos; mas novamente Seus planos foram interrompidos, pois quando os homens daquele lugar o reconheceram, mandaram por toda aquela zona circundante e trouxeram-lhe todos os enfermos . Embora Jesus já tinha curado milhares de pessoas nessa área geral, havia, obviamente, ainda muitos outros que estavam doentescom várias aflições.

    A confiança do povo em poderes milagrosos de Jesus estava agora tão firmemente estabelecido que eles começaram a suplicar-lhe que os deixasse tocar a orla do seu manto . Eles podem ter ouvido falar da mulher com a hemorragia que havia sido curada por esse ato (Mt 9:20) e assumiu que qualquer um poderia ser curada da mesma maneira. Seja qual for o seu pensamento e motivos pode ter sido, Jesus teve compaixão delas e honrado sua expressão de fé, porque quantos o tocavam ficavam curados .

    Mas Jesus queria fazer muito mais para eles. Acima de tudo, Ele queria curar seus corações pelo pecado doente. Naquele mesmo dia, Ele ofereceu-se a eles como o pão da vida que desceu do céu, o que para comer faria com que eles nunca mais fome ou sede novamente e dar-lhes a vida eterna (João 6:33-35, 48-51). Mas quando perceberam o que significava para comer aquela comida celestial e beber essa bebida celestial, muitos dos seguidores rasas foram ofendidos e deixou Ele (vv. 52-60, 66). Como tantas pessoas hoje que olham para Deus apenas para o que eles querem e não se importam com o que Ele quer, a maior parte da multidão tinha pouco a ver com Jesus depois que Ele os curou.

    Embora ele não retê-lo a partir deles, Jesus ficou aflito que as pessoas procuraram não mais dele do que a cura física. Porque não pedir uma refeição completa, Ele não recusar-lhes um pedaço de pão. Porque não pedir ajuda espiritual, Ele não recusá-los física. Apesar de sua superficialidade, a ingratidão, e egocentrismo, Ele misericordiosamente os curou, a fim de revelar o coração compassivo de Deus.


    Barclay

    O NOVO TESTAMENTO Comentado por William Barclay, pastor da Igreja da Escócia
    Barclay - Comentários de Mateus Capítulo 14 do versículo 1 até o 36

    Mateus 14

    O trágico drama de João Batista — Mat. 14:1-12

    A queda de Herodes — Mat. 14:1-12 (cont.)

    Compaixão e poder — 13 40:14-21'>Mat. 14:13-21

    13 40:14-21'>O lugar do discípulo na obra de Cristo — 13 40:14-21'>Mat. 14:13-21 (cont.)

    A operação de um milagre — 13 40:14-21'>Mat. 14:13-21 (cont.)

    No momento da tribulação — Mat. 14:22-27

    Desfalecimento e recuperação — Mat. 14:28-33

    O ministério de Cristo — Mat. 14:34-36

    O TRÁGICO DRAMA DE JOÃO BATISTA

    Mateus 14:1-12

    Este é o relato do trágico drama da morte de João Batista. E, tal como o relata Mateus, os personagens do drama se perfilam com clareza.

    1. Ali está o próprio João. No que respeita a Herodes, João tinha dois defeitos. (a) Era muito popular entre o povo. Josefo também relata a história da morte de João e o faz deste ponto de vista. Josefo escreve (Antiguidades dos judeus, 18.5.2): "Quando foram muitos os que se congregaram a seu redor, porque se sentiam muito comovidos por suas palavras, Herodes, que temia que a enorme influência que João exercia sobre o povo o fizesse pensar e inclinar-se à rebelião (porque o povo parecia disposto a fazer algo que ele os aconselhasse), pensou que, ao matá-lo, evitaria qualquer mal que pudesse causar e não procuraria dificuldades ao perdoar a um homem que poderia induzi-lo a arrepender— se quando já era muito tarde. Por isso o enviaram prisioneiro, pelo temperamento suspeito de Herodes, a Macaero... e ali o mataram." Do ponto de vista do Josefo o que provocou a morte do João foi a inveja suspeita do Herodes. Como qualquer outro tirano débil, suspeito e atemorizado, Herodes não podia pensar em outra maneira de tratar com um possível rival senão a morte. (b) Mas os autores dos evangelhos vêem a história de outra perspectiva. Não é uma história diferente, é a mesma história relatada de outro ponto de vista. Tal como eles o viam, Herodes matou a João porque este dizia a verdade. Sempre é perigoso contradizer a um tirano e isso foi justamente o que João fez. Os fatos eram muito simples. Herodes Antipas estava casado com uma filha do rei dos árabes nabateos. Tinha um irmão em Roma que também se chamava Herodes. Os evangelistas chamam Herodes Felipe ao segundo Herodes. Pode ser que seu nome completo fosse Herodes Felipe ou possivelmente se confundiram devido às complicadas relações matrimoniais dos Herodes. Este Herodes que residia em Roma era um indivíduo rico que não tinha nenhum reino próprio. Em uma visita que fez a Roma Herodes Antipas seduziu à mulher de seu irmão e a convenceu de que abandonasse a seu marido e se casasse com ele. Para poder fazê-lo, teve que abandonar a sua própria mulher coisa que acarretou, como veremos mais adiante, conseqüências desastrosas. Além do aspecto moral do assunto, Herodes tinha quebrado duas leis mediante sua conduta. Divorciou-se de sua mulher sem nenhuma razão e se casou com sua cunhada coisa que, segundo a lei judia, era uma das relações proibidas. João o acusou sem titubear. No Oriente sempre é perigoso acusar a um tirano e, com sua atitude, João assinou sua própria sentença de morte. João era um homem que assinalava o mal em qualquer lugar que o visse.

    Quando John Knox defendia seus princípios contra a rainha Maria da Inglaterra, esta lhe perguntou se considerava correto resistir a autoridade dos governantes. Sua resposta foi: "Se os príncipes ultrapassarem seus limites, senhora, podem ser resistidos e inclusive destronados." O mundo deve muito aos homens que expuseram suas vidas e tiveram a coragem de dizer até a reis e rainhas, que há uma lei moral que não podiam quebrantar impunemente.

    1. Ali estava Herodias. Como veremos mais adiante esta mulher foi a ruína de Herodes em todo sentido embora não carecia de um certo sentido de grandeza. No momento nos limitaremos a assinalar o seguinte: Herodias carregava uma culpa tripla. Era uma mulher de moral dissipada e infiel. Era uma mulher vingativa que alimentava sua ira para mantê-la viva e que estava disposta a vingar-se, inclusive quando a acusava com justiça. E, o que possivelmente seja o pior aspecto, era uma mulher que não duvidava em rebaixar-se a usar a sua própria filha para levar a cabo seus projetos de vingança. Já teria sido bastante mau que tivesse procurado formas de vingar-se do representante de Deus que a enfrentava com sua culpa. Mas foi muito pior que usasse a sua filha para seus propósitos nefastos e a convertesse em um pecador semelhante a ela mesma. Pouco se pode dizer em favor de uma mãe que suja a sua filha com uma culpa para obter um fim pessoal pecaminoso.
    2. Ali estava Salomé, a filha de Herodias. Salomé deve ter sido jovem, possivelmente teria dezesseis ou dezessete anos. Não importa no que se converteu mais adiante, neste caso a moça pecou mais porque deixou-se induzir a fazê-lo que por sua própria vontade. Deve ter experimentado um pouco de vergonha. Encontramo-nos frente a uma princesa real que atuava como bailarina. Os bailes destas moças eram sugestivos e imorais. O fato de uma princesa real dançar em público já é surpreendente. Herodias não se importava em pecar contra a modéstia e rebaixar sua filha, se com isto podia vingar-se de um homem que a tinha acusado com toda justiça.

    A QUEDA DE HERODES

    Mateus 14:1-12 (continuação)

    1. No quarto lugar da lista de personagens aparece o próprio Herodes. Ele é chamado de tetrarca. Literalmente tetrarca significa governador da quarta parte; mas chegou a empregar-se a palavra para designar, como aqui, a qualquer governante subordinado de uma parte de um país. Herodes o Grande tinha tido muitos filhos. Ao morrer, dividiu o território em três partes e, com o consentimento dos romanos, deixou-o em mãos de três de seus filhos. Deixou a Arquelau a Judéia e Samaria, a Felipe ficou o território setentrional de Traconites e Ituréia. Ao Herodes Antipas, o personagem desta história, tocou-lhe Galiléia e Peréia. Herodes Antipas não era, de nenhum ponto de vista, um rei excepcionalmente mau. Mas nesta oportunidade Herodes entrou em um caminho que o levaria à ruína total. Podemos assinalar três coisas sobre Herodes.
    2. Tinha uma consciência culpada. Quando Jesus adquiriu certa proeminência Herodes chegou à conclusão imediata de que se tratava do João que havia ressuscitado. Orígenes faz uma sugestão muito interessante sobre isto. Assinala que, de fato, havia uma relação estreita entre Maria, mãe de Jesus, e Isabel, mãe de João (Lc 1:36). Quer dizer que Jesus e João eram parentes carnais. E menciona uma tradição segundo a qual João e Jesus se pareciam muito, coisa que é muito provável. Se isto era verdade, a consciência culpada de Herodes deve lhe ter feito sentir que tinha mais fundamentos para experimentar temor. Herodes é a grande prova de que ninguém pode livrar-se de um pecado eliminando o homem que o confrontou com tal pecado. Há algo que se chama consciência que, mesmo que se elimine o acusador humano, não se pode silenciar o divino.
    3. A ação de Herodes é típica de um homem fraco. Herodes cumpriu uma promessa tola e desobedeceu uma lei fundamental. Tinha prometido a Salomé dar-lhe qualquer coisa que lhe pedisse, sem imaginar o que estava por lhe pedir. Sabia muito bem que conceder seu pedido e manter essa promessa significava quebrantar uma lei muito mais importante. E entretanto, preferiu manter a promessa porque era muito fraco para reconhecer seu engano. Herodes sentia mais temor diante dos caprichos de uma mulher que diante duma lei moral. Temia a mais crítica e possivelmente a zombaria de seus convidados, que a voz da consciência. Herodes era um homem que podia manter uma posição firme nas coisas más, embora soubesse muito bem o que era o correto. E essa firmeza é sinal, não de poder, mas de fraqueza.
    4. Já dissemos que neste caso a atitude de Herodes foi o princípio de sua ruína, e é certo. O resultado de sua sedução de Herodias e seu divórcio de sua própria mulher, foi que Aretas, o pai de sua mulher, e governador dos nabateos, sentiu-se profundamente ofendido pela ofensa que Herodes tinha feito à sua filha. Atacou a Herodes e o venceu. O comentário do Josefo é o seguinte: "Alguns judeus sentiram que a destruição do exército de Herodes provinha de Deus e que era algo muito justo, como castigo pelo que Herodes fazia a João, a quem chamavam o Batista" (Antiguidades dos Judeus, 18.5.2). Em realidade, Herodes só se salvou indo ao poder romano, para que lhe ajustassem os problemas.

    Desde o começo a aliança ilegal e imoral de Herodes com Herodias não lhe trouxe mais que complicações. Mas a influência de Herodias não parou aí. Passaram os altos e chegou Calígula ao trono romano. Felipe, que fora tetrarca de Traconites e Ituréia, morreu e Calígula deu a província a outro membro da família Herodes, Agripa. Junto com a província lhe deu o título de rei. O fato de Agripa ser chamado rei causou uma amarga inveja a Herodias. Josefo diz: "Não foi capaz de dissimular o profundo mal-estar provocado pela inveja que sentia" (Antiguidades dos judeus, 18.7.1).

    A conseqüência de sua inveja foi que incitou a Herodes a ir a Roma e pedir a Calígula que concedesse a ele também o título de rei, porque Herodias propôs-se converter-se em rainha. "Vamos a Roma", disse, "e não pouparemos desvelos nem gastos, nem de prata nem de ouro, visto que não se pode guardar para nada mais proveitoso que a obtenção de um reino." Herodes não sentia desejos de agir, era naturalmente preguiçoso e também previa problemas sérios. Mas esta mulher persistente fez sua própria vontade. Herodes se preparou para partir para Roma, mas Agripa enviou mensageiros que se adiantaram com a acusação de que Herodes se preparava para rebelar-se contra Roma. O resultado foi que Calígula acreditou na acusação de Agripa e tirou de Herodes sua província junto com todo o dinheiro e a deu a Agripa. Também exilou Herodes na longínqua Gália onde adoeceu até sua morte. De maneira que foi por culpa de Herodias que Herodes perdeu sua fortuna e seu reino, e arrastou uma penosa existência nas lonjura da Gália.

    Aqui foi onde Herodias mostrou seu único rasgo de grandeza e magnanimidade. De fato, era irmã de Agripa, e Calígula lhe disse que não tinha intenções de lhe tirar sua fortuna pessoal e que, por consideração a Agripa pensava perdoá-la e portanto não precisava acompanhar seu marido ao exílio. Herodias respondeu: "Vós, Imperador, atuais de maneira magnífica e digna de vós no que me ofereceis, mas o amor que professo a meu marido impede de fazer uso do favor que me outorgais, porque não é justo que eu, que o acompanhei na prosperidade, não compartilhe sua desgraça" (Antiguidades dos Judeus, 18.7.2). E Herodias acompanhou Herodes ao exílio.

    Se alguma vez houve uma prova clara de que o pecado traz seu próprio castigo, essa prova é Herodes. Foi um dia desgraçado aquele em que Herodes seduziu ao Herodias pela primeira vez. Esse ato de infidelidade provocou o assassinato do João e ao final chegou o desastre no qual o perdeu tudo, exceto a mulher que o amava e que o tinha arruinado.

    COMPAIXÃO E PODER

    13 40:14-21'>Mateus 14:13-21

    Galiléia deve ter sido um lugar onde era difícil estar sozinho e afastar-se da multidão. É uma região pequena; não tem mais de oitenta quilômetros de norte a sul e quarenta de leste a oeste. Josefo nos diz que nessa época havia 204 cidades e aldeias, nenhuma das quais tinha uma população de menos de 15.000 habitantes. Em um lugar tão densamente povoado não era fácil apartar-se das pessoas por um período muito longo. Mas do outro lado do lago era muito tranqüilo e em sua parte mais larga este não tinha mais que doze quilômetros. Os amigos de Jesus eram pescadores e não era difícil embarcar em um de seus barcos e procurar tranqüilidade na margem oriental do lago. Isso foi o que Jesus fez ao tomar conhecimento da morte do João.

    Havia três razões muito simples e naturais pelas quais Jesus podia desejar estar sozinho. Era humano e precisava descansar. Nunca se lançava temerariamente ao perigo, e era conveniente afastar-se para não correr a mesma sorte de João prematuramente. E, o mais importante, ao aproximar-se cada vez mais à cruz sabia que devia encontrar-se com Deus antes de encontrar-se com os homens. Jesus procurava descanso para seu corpo e vigor para sua alma em lugares apartados. Mas não podia consegui-lo. Seria fácil ver o bote que se afastava e deduzir para onde se dirigia. E as multidões se reuniram à margem, dando a volta ao lago, e o esperavam do outro lado quando chegou. De maneira que Jesus os curou e quando chegou a tarde lhes deu de comer antes que empreendessem o longo caminho a suas casas. São poucos os milagres de Jesus tão reveladores como este.

    1. Fala-nos da compaixão de Jesus. Quando Jesus viu a multidão experimentou compaixão até o mais profundo de seu ser. Isso é algo muito maravilhoso. Jesus tinha ido em busca de paz, silêncio e quietude e em lugar disto encontrou uma vasta multidão pedindo com ardor o que pudesse lhes dar. Facilmente poderia ter-se sentido contrariado pela presença da multidão; poderia sentir que eram um estorvo, e poderia tê— lo demonstrado com toda facilidade. Que direito tinham de invadir sua vida particular com suas constantes exigências? Acaso não podia ele ter silêncio, descanso e tranqüilidade? Mas Jesus não era assim. De maneira que, longe de senti-los como um incômodo, compadeceu-se deles.

    Premanand, o grande cristão que tinha sido um rico hindu e pertencente à casta mais alta, diz em sua autobiografia: "Como na antiguidade, nossa mensagem atual ao mundo não cristão é a mesma, que Deus se importa." Se for assim, nunca devemos estar muito ocupados em receber as pessoas e nunca devemos aparentar senti-lo como uma carga e um estorvo.

    "Minha própria experiência", diz Premanand, "ensinou-me que quando eu ou algum missionário ou sacerdote hindu demonstramos impaciência ou pressa ante algum visitante educado e inteligente, fosse cristão ou não, e deixávamos transparecer que tínhamos pressa ou que era nossa hora de almoçar ou de tomar o chá, e que não podíamos nos atrasar, suas perguntas se perdiam e não os voltávamos a ver."
    Jamais devemos tratar as pessoas com um olho no relógio como se estivéssemos desejando nos livrar deles o mais rápido possível. Premanand passa a relatar um incidente que, sem exagerar, pode ter mudado todo o curso da propagação do cristianismo em Bengala.

    "Em alguma parte se relata como o primeiro bispo metropolitano da Índia não recebeu o desaparecido Pandit Iswar Chandar Vidyasagar de Bengala, devido a formalidades oficiais. Pandit foi enviado como representante oficial da comunidade hindu de Calcutá para estabelecer relações diplomáticas com o bispo e com a Igreja. Vidyasagar, que era o fundador de um colégio hindu em Calcutá e um reformador social, autor e educador de renome, voltou desiludido por não ter podido manter a entrevista e formou um poderoso partido de cidadãos cultos e abastados de Calcutá para opor-se à Igreja e ao bispo e para evitar a propagação do cristianismo... A formalidade não observada por quem se reconhecia funcionária da igreja cristã, transformou um amigo em um inimigo."

    Que oportunidade se perdeu para Cristo porque a vida particular de uma pessoa não podia ser interrompida exceto através dos canais oficiais! Jesus jamais considerou que uma pessoa fosse algo incômodo, nem sequer quando todo seu corpo pedia descanso e tranqüilidade e seus seguidores tampouco devem fazê-lo,

    1. Neste relato vemos que Jesus dá testemunho de que todos os dons são de Deus. Tomou a refeição e pronunciou uma bênção. A oração que diziam os judeus antes das refeições era muito simples: "Bendito és tu, Jeová nosso Deus, Rei do universo, que faz brotar o pão da terra." Essa deve ter sido a oração que Jesus pronunciou porque era a que diziam todas as famílias judias. Aqui vemos Jesus mostrando que o que ele traz para os homens são os dons de Deus. A graça da gratidão para com os homens é algo incomum; é menos comum ainda para com Deus.

    O LUGAR DO DISCÍPULO NA OBRA DE CRISTO

    13 40:14-21'>Mateus 14:13-21 (continuação)

    1. Este milagre nos fala com toda clareza sobre o lugar do discípulo na obra de Cristo. O relato diz que Jesus deu aos discípulos e os discípulos deram à multidão. Nesse dia Jesus operou por meio de seus discípulos e o segue fazendo até agora. Uma e outra vez nos confrontamos com a verdade que está no coração da Igreja. É certo que o discípulo fica desamparado sem o Senhor, mas também é certo que o Senhor fica desamparado sem o discípulo. Se Jesus quer levar algo a cabo, se quiser que se instrua a um menino ou que se ajude a uma pessoa, deve conseguir alguém que o faça.

    Jesus necessita pessoas por meio das quais possa agir e falar. Na primeira época de suas averiguações, Premanand entrou em contato com o bispo Whitley em Ranchi. Escreve:

    "O bispo lia a Bíblia comigo todos os dias, e às vezes eu lia bengali com ele e falávamos em bengali. Quanto mais tempo vivia com o bispo mais me aproximava dele, e descobri que sua vida revelava a Cristo, e seus atos e palavras me facilitavam a compreensão dos fatos e as palavras de Cristo que lia todos os dias na Bíblia. Tive uma nova visão de Cristo quando vi sua vida de amor, de sacrifício e de negação de si mesmo na vida cotidiana do bispo. De fato, converteu-se na epístola de Cristo para mim."

    Jesus Cristo necessita discípulos por meio dos quais possa agir, e mediante quem sua verdade e seu amor possam entrar na vida de outros. Necessita homens a quem possa dar para que eles possam dar a outros. Sem esses homens não pode operar e nossa tarefa é virmos a ser esses homens.
    Seria fácil sentir-se desalentado e afligido por uma tarefa de semelhante magnitude e envergadura. Mas há outro elemento neste relato que nos alenta. Quando Jesus disse a seus discípulos que alimentassem a multidão responderam que tudo o que tinham eram cinco pães e dois peixes. E entretanto, com o que lhe ofereceram, Jesus fez um milagre. Jesus impõe a cada um de nós a tarefa tremenda de comunicá-la aos homens, mas não nos exige esplendores, qualidades e magnificências que não possuímos. Diz-nos: "Venha a mim como você está, por pouco que você tenha; traga-me o que você tem, por pouco que seja, e o usarei em grande medida em meu serviço." Um pouco sempre é muito nas mãos de Cristo.

    1. No final do milagre está esse estranho pequeno toque a respeito de que se recolheram os pedaços. Inclusive quando com um milagre se alimentava suntuosamente as pessoas, não se desperdiçava nada. Aqui devemos assinalar algo. Deus dá aos homens com magnificência, mas nunca é correto desperdiçar os dons de Deus. Deus dá generosamente mas uma extravagância dilapidadora nunca está certo. O dom generoso de Deus e nosso emprego inteligente desse dom devem ir de mãos dadas.

    A OPERAÇÃO DE UM MILAGRE

    13 40:14-21'>Mateus 14:13-21 (continuação)

    Há pessoas que lêem os milagres de Jesus e não experimentam nenhuma necessidade de entender. Deixemo-los imperturbáveis na doce simplicidade de sua fé. Há outros que lêem e suas mentes se fazem perguntas e sentem que devem compreender. Não se envergonhem os tais porque Deus se aproxima para defrontar-se com o espírito que se faz perguntas. Mas qualquer que seja a forma em que nos aproximemos dos milagres de Jesus, há uma coisa indubitável. Jamais devemos tomá-los como algo que aconteceu; sempre devemos vê-los como algo que acontece. Não são acontecimentos isolados na história:

    são

    demonstrações do poder sempre atuante e contínuo de Jesus Cristo.

    Há três maneiras de ver este milagre.

    1. Podemos vê-lo como uma simples multiplicação de pães e peixes. Isso seria muito difícil de entender e seria algo que aconteceu uma vez e que nunca voltou a repetir-se neste mundo; se o virmos deste modo, fiquemos tranqüilos mas tampouco sejamos críticos nem condenemos a qualquer pessoa que sinta que deve compreendê-lo de outra forma.
    2. Muita gente viu um sacramento neste milagre. Sentem que os que estiveram presentes só receberam uma minúscula partícula de comida, porém com essa quantidade se sentiram fortalecidos e satisfeitos para a viagem. Sentem que não se tratou de uma refeição na qual a multidão se sentou e satisfez seu apetite físico, mas sim foi uma refeição na qual ingeriram o alimento espiritual de Cristo. Se for assim, trata-se de um milagre que se torna a repetir cada vez que nos sentamos à Mesa do Senhor. Nesse momento recebemos o alimento espiritual que nos leva a empreender com passo mais firme e com maior vigor o caminho da vida que conduz a Deus.
    3. Há aqueles que viram neste milagre algo que em um sentido é perfeitamente natural e que, entretanto, de outro ponto de vista é um verdadeiro milagre e algo muito precioso. Imaginemos a cena. Ali está a multidão, é tarde, sentem fome. Mas é provável, em realidade, que a grande maioria da multidão tenha empreendido uma viagem através do lago sem levar nada de comer? Não levariam algo consigo, embora fosse muito pouco? Tinha chegado a tarde e sentiam fome. Mas também eram egoístas. E ninguém queria mostrar o que tinha por temor a ter que compartilhá-lo e ficar com pouca comida para si. Antes de compartilhar suas escassas provisões as guardavam em suas bolsas. Então Jesus e seus discípulos deram o exemplo. Começou a compartilhar o que eles tinham com uma bênção, um convite e um sorriso. E nesse momento todos começaram a compartilhar o que tinham levado e antes de que se dessem conta do que acontecia havia comida suficiente para todos.

    Se isso foi o que aconteceu, não se trata de um milagre de multiplicação de pães e peixes. Foi o milagre da conversão de gente egoísta em gente generosa pela intervenção de Cristo. Foi o milagre do nascimento do amor em corações mesquinhos. Foi o milagre de homens e mulheres que mudaram pela operação de um pouco de Cristo neles que fez desaparecer o egoísmo de seus corações. Se sucedeu assim, então Cristo os alimentou consigo mesmo no sentido mais real, e enviou a seu Espírito a habitar em seus corações.

    Não importa como entendamos este milagre. Uma coisa é indubitável — quando Cristo está presente, os que estão cansados encontram descanso e as almas famintas encontram alimento.

    NO MOMENTO DA TRIBULAÇÃO

    Mateus 14:22-27

    A lição desta parábola é abundante e preciosamente clara; o que aconteceu em realidade está muito longe de ser claro. Em primeiro lugar, situemo-nos no incidente em seu cenário.
    Depois de alimentar a multidão Jesus se despediu de seus discípulos. Mateus diz que os fez embarcarem no bote e irem na frente dEle. À primeira vista parece estranha a palavra fez ou obrigou, mas se nos referimos ao relato que João dá do incidente é provável que encontremos a explicação. João diz que depois de alimentar a multidão, a multidão quis aproximar-se e fazê-lo rei à força (Jo 6:15). Houve uma erupção de clamor popular e no estado excitado em que se encontrava a Palestina não teria sido difícil produzir-se uma revolução ali mesmo. Era uma situação perigosa, e é muito provável que os discípulos a tenham complicado ainda mais porque eles também seguiam pensando em Jesus em termos de poder terrestre. Jesus despediu os seus discípulos porque se produziu uma situação que podia resolver melhor sozinho e na qual não desejava que eles se vissem comprometidos.

    Quando ficou sozinho foi ao monte a orar e já era de noite. Os discípulos tinham empreendido a volta através do lago. Levantou-se uma tempestade repentina das que costumavam ocorrer no lago e lutavam contra o vento e as ondas mas não adiantou muito. Já entrada a noite, Jesus começou a caminhar pela margem do lago para chegar ao outro lado. Mateus já nos disse que quando alimentou a multidão Jesus se assegurou que se sentassem sobre a relva. Isso nos diz que deve ter sido primavera. É muito provável que tenha acontecido perto do tempo da Páscoa, em meados de abril. Se for assim, deve ter havido Lua cheia. Nos tempos antigos a noite se dividia em quatro vigílias — de seis da tarde a nove da noite, de nove a doze da noite, de doze a três da manhã, e de três a seis da manhã. De maneira que às três da manhã, enquanto Jesus caminhava por uma elevação de terreno ao norte do lago viu com toda clareza o barco que lutava com as ondas e desceu à margem para ajudar os discípulos.

    É neste momento quando fica difícil saber o que foi que aconteceu. Nos versículos 25:26 lemos duas vezes que Jesus caminhou sobre o mar, e o curioso é que as duas frases que expressam sobre o mar em grego são diferentes. No versículo 25 é epi ten thaiassan, que pode significar tanto sobre a água como para a água. No versículo 26 é epi thes thaiasses, que pode significar em cima da água e é, em realidade, a mesma frase que se emprega no Jo 21:1 para dizer junto ao mar, quer dizer na margem do mar, de Tiberíades. Mais ainda, a palavra que se emprega para expressar andar em ambos os versículos 25:26, é peripatein, que significa caminhar de um lado a outro. O certo é que, no que respeita à versão grega, há duas interpretações possíveis desta passagem. Pode descrever um milagre em que Jesus de fato caminhou sobre as águas. Mas também pode assinalar que o barco dos discípulos foi arrastado pelo vento à margem norte do lago, que Jesus desceu do monte para ajudá-los quando os viu lutar contra a tempestade à luz da lua, e que foi caminhando através das ondas procelosas para a barco e se aproximou deles em forma tão repentina que se sentiram aterrados ao vê— lo. Ambas as interpretações são igualmente válidas. Alguns preferirão uma delas, outros a outra.

    Mas não importa qual das duas interpretações do grego escolhamos. O sentido e o significado são evidentes. Na hora da necessidade dos discípulos Jesus foi até eles. Quando o vento era-lhes contrário sua força e a vida era uma luta, Jesus estava ali para ajudá-los. Logo que tinha surgido a necessidade, Jesus já estava ali para ajudar e salvar.

    Na vida freqüentemente o vento nos é contrário. Há momentos em que estamos contra ele e a vida se converte em uma luta desesperada conosco mesmos, com nossas circunstâncias, nossas tentações, nossas tristezas, nossas decisões. Em seus momentos, nenhum homem deve lutar sozinho, porque Jesus chega a ele através das tormentas da vida, com a mão estendida para salvar, e com sua voz clara e tranqüila que nos incita a ter coragem e não temer.
    Não importa como interpretemos este incidente, de qualquer modo é muito mais que a simples história do que Jesus fez uma vez durante uma tempestade na Palestina. É o sinal e o símbolo do que Ele sempre faz pelos seus, quando o vento sopra contrário, e quando corremos perigo de nos sentir afligidos pelas tormentas da vida.

    DESFALECIMENTO E RECUPERAÇÃO

    Mateus 14:28-33

    Nenhuma outra passagem do Novo Testamento nos revela de maneira mais completa o caráter do Pedro. Diz-nos três coisas sobre ele.

    1. Pedro se inclinava a agir por impulsos e sem pensar o que fazia. O erro de Pedro era que uma e outra vez agia sem enfrentar a situação em sua totalidade e sem calcular os riscos. Faria exatamente o mesmo mais adiante quando assegurou uma lealdade eterna, incomovível, sem hesitações a Jesus (Mateus 26:33-35), e logo negou o nome de seu Senhor. E entretanto, há pecados mais graves que esse, porque todo o problema de Pedro consistia em que obedecia a seu coração. E embora fracassando às vezes, seu coração sempre estava certo e o instinto de seu coração sempre era o amor.
    2. Como vimos, devido ao fato de que agia por impulsos, Pedro com freqüência cometia erros e sofria. Jesus sempre insistia em que o homem devia enfrentar a situação em toda sua crueldade antes de agir (Lucas 9:57-58; Mateus 16:24-25). Jesus era completamente honesto com os homens, sempre os fazia ver quão difícil era segui-lo antes de que empreendessem o caminho cristão. Uma boa medida dos fracassos cristãos se deve a que se age movido por um impulso emocional sem calcular os riscos.

    (2) Mas, em última instância, Pedro nunca fracassava, porque no momento de seu fracasso se aferrava a Cristo. O maravilhoso nele é que cada vez que fracassava voltava a levantar-se, e deve ter sido certo que seus fracassos o aproximavam cada vez mais de Jesus Cristo. Como se tem dito com muita certeza, um santo não é um homem que nunca cai, um santo é um homem que se levanta e segue para frente cada vez que cai. Os fracassos do Pedro o incitavam a amar cada vez mais a Jesus Cristo.
    Estes versículos terminam com outra grande verdade eterna. Quando Jesus entrou no barco o vento amainou. A grande verdade é que, em qualquer lugar que está Cristo, a tempestade mais violenta se torna em calmaria.

    Em seu livro Consider Him, Olive Wyon cita algo da correspondência de São Francisco de Sales. São Francisco tinha notado um costume nos distritos rurais onde vivia. Havia visto com muita freqüência uma faxineira das granjas que ia tirar água de um poço. Também tinha notado que antes de levantar o cubo cheio de água sempre punha uma parte de madeira dentro. Um dia se aproximou da moça e perguntou: "Por que você faz isso?". Ela o olhou com surpresa e lhe respondeu como se se tratasse de algo que se dava por subentendido: "Por que? Para evitar que se derrame a água... para mantê-la quieta..." Quando escrevia a um amigo mais adiante o bispo contou esta história e acrescentou:

    "Do mesmo modo, quando seu coração se sinta

    desassossegado e inquieto ponha a cruz no centro para mantê-lo tranqüilo." Em todos os momentos de tormenta e tribulação a presença de Cristo e o amor que emana da cruz trazem serenidade, paz e calma.

    O MINISTÉRIO DE CRISTO

    Mateus 14:34-36

    Esta é só uma das passagens quase descoloradas do evangelho de Mateus que sirvam de relação entre outras duas mais importantes. Trata— se de uma ou duas orações no relato evangélico que alguém pode passar por alto com facilidade sem lhe dar importância. Entretanto, é muito revelador.

    1. Nesta passagem há certa beleza. Apenas Jesus aparecia em algum lugar os homens se amontoavam a seu redor e clamavam por sua ajuda; e Ele jamais a negava. Curava a todos. Não somos informados que ensinasse ou pregasse; só se relata que curou os doentes. O mais tremendo a respeito de Jesus é que ensinava aos homens como era Deus mostrando-lhes como era. Não dizia aos homens que Deus se preocupava com eles, Ele o mostrava. Serve de muito pouco pregar o amor de Deus com palavras se não se mostrar o amor de Deus por meio de atos.
    2. Mas também há um elemento trágico nesta passagem. Ninguém pode ler esta passagem sem notar nela o fato cru de que havia centenas de milhares de pessoas que só desejavam a Jesus pelo que podiam extrair dEle. Uma vez que tinham recebido a cura que procuravam não estavam dispostos a ir mais longe. Sempre aconteceu que as pessoas querem os privilégios do cristianismo sem suas responsabilidades. Sempre aconteceu que muitos de nós só lembramos de Deus quando precisamos dEle. A ingratidão é o mais horrível dos pecados; e não há outro pecado de que sejam culpados os homens com mais freqüência e com maior insistência que o pecado de ingratidão para com Deus e Jesus Cristo.

    Dicionário

    Assustar

    verbo transitivo direto , intransitivo e pronominal Sentir ou causar susto (ou medo); amedrontar-se: suas atitudes assustam os vizinhos; seus comportamentos assustam; assustou-se com a notícia inesperada.
    Etimologia (origem da palavra assustar). A + susto + ar.

    Caminhar

    verbo transitivo direto e transitivo indireto Locomover-se a pé de um lugar para outro; andar de um ponto a outro; percorrer: caminhei o percurso entre a tua casa e a minha; caminharam até o teatro; quando não há calçada, caminha-se pelo acostamento.
    Figurado Tender para uma direção; avançar: o negócio caminha para a bancarrota.
    verbo intransitivo Fazer caminhadas como atividade física: caminha cinco quilômetros todo dia.
    Progredir, ir para frente, desenvolver-se: caminhar sempre adiante é meu lema!
    Figurado Movimentar-se livremente: o vírus caminha sem impedimentos para as cidades próximas.
    Deslocar-se sobre as águas; navegar: o barco caminha em bom ritmo.
    Etimologia (origem da palavra caminhar). Do latim vulgar "camminu-", caminho + ar.

    Discípulos

    Discípulos O conceito de discípulo — aquele que aprende de um mestre — surgiu no judaísmo do Segundo Templo. De fato, no Antigo Testamento a palavra só aparece uma vez (1Cr 25:8).

    Nos evangelhos, o termo indica a pessoa chamada por Jesus (Mc 3:13 Lc 6:13; 10,1), para segui-lo (Lc 9:57-62), fazendo a vontade de Deus a ponto de aceitar a possibilidade de enfrentar uma morte vergonhosa como era a condenação à cruz (Mt 10:25.37; 16,24; Lc 14:25ss.).

    Os discípulos de Jesus são conhecidos pelo amor existente entre eles (Jo 13:35; 15,13). A fidelidade ao chamado do discípulo exige uma humildade confiante em Deus e uma disposição total para renunciar a tudo que impeça seu pleno seguimento (Mt 18:1-4; 19,23ss.; 23,7).

    Mesmo que tanto os apóstolos como o grupo dos setenta e dois (Mt 10:1; 11,1; Lc 12:1) tenham recebido a designação de discípulos, o certo é que não pode restringir-se somente a esses grupos. Discípulo é todo aquele que crê em Jesus como Senhor e Messias e segue-o (At 6:1; 9,19).

    E. Best, Disciples and Discipleship, Edimburgo 1986; m. Hengel, The Charismatic Leader and His Followers, Nova York 1981; J. J. Vicent, Disciple and Lord, Sheffield 1976; C. Vidal Manzanares, El judeo-cristianismo...; Idem, El Primer Evangelio...; J. Dupont, El Mensaje de las Bienaventuranzas, Estella 81993; J. Zumstein, Mateo, el teólogo, Estella 31993.


    E

    conjunção Conjunção que liga palavras e orações com mesma função.
    Indica adição: pai e mãe extremosos.
    Indica oposição: falou muito, e não disse nada.
    Expressa consequência: ele não quis me ouvir e se deu mal.
    Denota inclusão: trouxe meus filhos e seus amigos.
    Gramática Repetida entre os membros de uma série, dá mais vivacidade à enumeração: a alta, e nobre, e musical prosa de Vieira.
    Gramática Indica a variação de sentidos com que nos referimos a pessoas ou coisas do mesmo nome: há amigos e amigos, interesses e interesses.
    Gramática Apresenta números compostos: mil oitocentos e vinte e dois.
    Gramática Inicia frases bíblicas sem ligação imediata com frase antecedente: E era a hora terceira quando O crucificaram.
    Gramática Atribui enfase na frase (sobretudo em interrogações e exclamações): e tu não sabias?
    substantivo masculino A quinta letra que compõe o alfabeto e sua segunda vogal: meu nome se inicia com e.
    Maneira de representar essa letra (e).
    numeral [Matemática] Número e, que corresponde ao quinto número numa série.
    Etimologia (origem da palavra e). Do latim et.

    conjunção Conjunção que liga palavras e orações com mesma função.
    Indica adição: pai e mãe extremosos.
    Indica oposição: falou muito, e não disse nada.
    Expressa consequência: ele não quis me ouvir e se deu mal.
    Denota inclusão: trouxe meus filhos e seus amigos.
    Gramática Repetida entre os membros de uma série, dá mais vivacidade à enumeração: a alta, e nobre, e musical prosa de Vieira.
    Gramática Indica a variação de sentidos com que nos referimos a pessoas ou coisas do mesmo nome: há amigos e amigos, interesses e interesses.
    Gramática Apresenta números compostos: mil oitocentos e vinte e dois.
    Gramática Inicia frases bíblicas sem ligação imediata com frase antecedente: E era a hora terceira quando O crucificaram.
    Gramática Atribui enfase na frase (sobretudo em interrogações e exclamações): e tu não sabias?
    substantivo masculino A quinta letra que compõe o alfabeto e sua segunda vogal: meu nome se inicia com e.
    Maneira de representar essa letra (e).
    numeral [Matemática] Número e, que corresponde ao quinto número numa série.
    Etimologia (origem da palavra e). Do latim et.

    Fantasma

    Fantasma Suposta aparição de pessoa morta; assombração (Is 29:4, RA; Mc 6:49).

    do Grego phantázein, "fazer aparecer", por sua vez derivada de phaínein, "mostrar". Esta palavra e seu sentido são ligados a phos, "luz", pois a presença dela nos mostra o que há para ver. Uma palavra aparentada de "fantasma" é "fantasia", querendo dizer algo que não é real, que só existe na imaginação. Passou também a significar "disfarce usado em festas". Muitas vezes os fantasmas são descritos como seres meio transparentes; eles são diáfanos, do Grego dia, "através" e phaínein. Ou seja, pode-se enxergar através deles. "Ser mostrado, aparecer", era dito, em Grego, phainomai. Em Latim, esta palavra gerou phenomenon, que inicialmente tinha o sentido "tudo aquilo que é percebido pelos sentidos".

    substantivo masculino Imagem fantasiosa e ilusória que infunde terror; visão alucinatória, produto da imaginação; alucinação; representação de figuras medonhas, espectros, sombras, vultos de mortos, de entidades sobrenaturais; assombração, aparição. (Sin.: espectro, avejão, marmota, sombra, visagem.).
    Figurado Pessoa muito magra e muito pálida.
    Em televisão, defeito que as imagens apresentam, superpondo-se umas às outras.

    Gritar

    verbo transitivo e intransitivo Dar ou emitir gritos.
    Falar em voz alta.
    Bradar, clamar: gritar por socorro.
    Queixar-se, protestar, reclamar.
    Ralhar, admoestar; zangar-se: não grite comigo, por favor!
    Proferir em tom de voz elevado: gritar injúrias.

    Mar

    substantivo masculino Grande extensão de água salgada; oceano: o mar ocupa uma grande parte da superfície da Terra.
    Uma parte limitada ou a água que compõe essa grande extensão: o mar Cáspio; banho de mar.
    A região situada na costa; área no litoral de: este final de semana vou para o mar!
    Figurado Grande quantidade; o que é imenso: ganhou um mar de dinheiro na loteria.
    Figurado Excesso de líquido que escoa ou derramamento exagerado de: mar de sangue.
    Figurado O que provoca fascinação, admiração; excessivamente belo.
    Etimologia (origem da palavra mar). Do latim mare.is.

    substantivo masculino Grande extensão de água salgada; oceano: o mar ocupa uma grande parte da superfície da Terra.
    Uma parte limitada ou a água que compõe essa grande extensão: o mar Cáspio; banho de mar.
    A região situada na costa; área no litoral de: este final de semana vou para o mar!
    Figurado Grande quantidade; o que é imenso: ganhou um mar de dinheiro na loteria.
    Figurado Excesso de líquido que escoa ou derramamento exagerado de: mar de sangue.
    Figurado O que provoca fascinação, admiração; excessivamente belo.
    Etimologia (origem da palavra mar). Do latim mare.is.

    os hebreus davam o nome de mar a qualquer grande massa de água. Esse termo compreendia o oceano (Gn 1:2 – 1 Rs 10.22 – 38:8) – o Mediterrâneo, que era chamado o mar último, o mar ocidental, tendo ainda vários outros nomes (Dt 11:24 – 34.2 – J12.20 – Êx 23:31 – 1 Rs 4.20 – Sl 80:11) – o mar Vermelho (Êx 10:19Js 24:6) – o mar Morto (ou Salgado) (Nm 34:3Js 18:19) – o mar da Galiléia (ou Quinerete) (Nm 34:11Mt 4:15Mc 3:7) – o mar de Jazer, um pequeno lago que fica perto de Hesbom (Jr 48:32). Além disso, aplicava-se algumas vezes a palavra aos grandes rios, como o Nilo (is 11:15), o Eufrates, o Tigre, que estavam sujeitos aos transbordamentos anuais, sendo inundados os territórios circunjacentes.

    O mar é a fotografia da Criação. Todo ele se pode dizer renovação e vida, tendo em si duas forças em contínuo trabalho – a da atração e a da repulsão, M que se completam na eterna luta, pois, se faltasse uma, nulo estaria o trabalho da outra.
    Referencia: DOMINGO SÓLER, Amália• Fragmentos das memórias do Padre Germano• Pelo Espírito Padre Germano• Trad• de Manuel Quintão• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Um adeus

    O mar, gigante a agitar-se / Em primitivos lamentos, / É o servidor do equilíbrio / Dos terrestres elementos.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Correio fraterno• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 18


    Mar Na Bíblia, qualquer grande extensão de Água, salgada (mar Mediterrâneo) ou doce (lago da Galiléia).


    1) Os mares mencionados na Bíblia são: a) MEDITERRÂNEO, ou o Mar, ou mar dos Filisteus, ou Grande, ou Ocidental (Nu 34:6); b) MORTO, ou da Arabá, ou Oriental, ou Salgado (Js 3:16); c) VERMELHO, ou de Sufe, ou do Egito (Ex 13:18); d) ADRIÁTICO (At 27:27).


    2) Os lagos são os seguintes: a) da GALILÉIA, ou de Genesaré, ou de Quinerete, ou de Tiberíades (Mt 4:18); b) de MEROM (Js 11:5).


    3) MONSTRO (7:12; Sl 74:13).

    ====================================

    O MAR

    V. MEDITERRÂNEO, MAR (Nu 13:29).


    Mar Designação que se dá ao lago de Tiberíades (Mt 4:13). Os evangelhos relatam episódios de Jesus caminhando sobre suas águas e dando ordens às suas ondas (Mt 8:24-27; 14,24-27; Mc 4:37-41; 6,47-50; Lc 8:23-25; Jo 6:17-20), como o fez YHVH em tempos passados (Sl 89:9ss.; Jn 1; Na 1:4).

    oceano. – Resumindo Bourg. e Berg. diz um autor: “Designa-se com estas palavras a vasta extensão de água salgada que cobre a maior parte da superfície do nosso planeta”. – Mar é o termo que ordinariamente se aplica para designar alguma das partes dessa extensão; e também para designar o conjunto das águas que circulam o globo, mas só quando esse conjunto é considerado de modo vago e geral (em sentido absoluto) e mais quanto à natureza que à vastidão dessa extensão. Dizemos: o mar e o céu; o mar é imenso; as areias do mar. E dizemos também o mar Báltico; o mar do Norte; o mar, os mares da costa, etc. Oceano designa em geral a vasta extensão dos mares. Usa-se, porém, às vezes para designar somente uma das suas partes, mas só quando essa parte forma uma das grandes divisões em que o mar se considera: o oceano Atlântico e o oceano Pacífico são as duas grandes divisões do oceano. – Antigamente dizia-se também – o mar Atlântico.

    Medo

    substantivo masculino Estado emocional provocado pela consciência que se tem diante do perigo; aquilo que provoca essa consciência.
    Sentimento de ansiedade sem razão fundamentada; receio: medo de tomar manga com leite.
    Grande inquietação em relação a alguma desagradável, a possibilidade de um insucesso etc.; temor: tinha medo de perder o emprego.
    Por Extensão Comportamento repleto de covardia: correu por medo de apanhar.
    Etimologia (origem da palavra medo). Do latim metus.us.

    O medo, que é uma construção mental do intelecto, apresenta-se com todo o séquito de imagens cultivadas largamente e jamais enfrentadas, que se transformam em mecanismos tormentosos de pavor, sem favorecerem as energias capazes de superá-lo. Sendo resultado da ignorância da realidade, consome valiosos recursos de forças emocionais que poderiam ser canalizadas para o equilíbrio e a coragem, facultando melhor compreensão da oportunidade de desenvolvimento do ser integral. Vivenciado emocionalmente, somente quando desestruturado através da reflexão e da meditação profunda dilui-se, cedendo lugar a um estado de paz interior, que estimula ao contínuo avanço e busca de experiências iluminativas. Toda a corte que o segue, formando os estados de terror decorrentes das perdas: do trabalho, do afeto, da família, da saúde, do dinheiro, da traição e da morte, desfaz-se como neblina ante o sol da realidade espiritual que se é, em detrimento da aparência orgânica em que se encontra. Somente através de uma análise bem direcionada é que se pode compreender que o medo não tem sentido, mas exerce terrível pressão sobre o indivíduo, conduzindo-o, em determinadas situações, a estados paroxísticos e alucinantes. Tem-se medo pelo que se ignora, especialmente se a tradição o envolveu nos mitos que remanescem no inconsciente, tomando forma de fantasma destruidor, sempre em busca de mais recentes vítimas para devorá-las. A sua psicologia aturde a organização fisiológica, que dispara hormônios e neuropeptídeos na corrente sangüínea, invadindo todo o corpo que lhe cede à presença transformadora. O medo desencadeia a violência que jaz adormecida como herança animal, aguardando o ensejo de desvelar-se e agredir, mesmo que gerando mecanismos autodestrutivos também naquele que se faz rebelde ou agressor. Criado pelo intelecto, sim, porquanto a criança, que ainda não foi intimidada, não havendo construído imagens mentais afligentes, não tem medo. Quando os adultos lhe apresentam as idéias afligentes, desenhando-lhe nos painéis mentais os clichês que caracterizam o medo, ei-lo que se lhe instala. Pode-se considerar esse sentimento como fundamental, no que concerne a impedir o desenvolvimento espiritual do ser, porquanto é diluente de muitos valores que estimulam o crescimento interior.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Impermanência e imortalidade• Pelo Espírito Carlos Torres Pastorino• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Impedimentos à iluminação

    O medo é verdugo impiedoso dos que lhe caem nas mãos. Produz vibrações especiais que geram sintonia com outras faixas na mesma dimensão de onda, produzindo o intercâmbio infeliz de forças deprimentes, congestionantes. À semelhança do ódio, aniquila os que o cultivam, desorganizando-os de dentro para fora. Alçapão traiçoeiro, abre-se, desvelando o fundo poço do desespero, que retém demoradamente as vítimas que colhe...
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Párias em redenção• Pelo Espírito Victor Hugo• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - L• 1, cap• 7

    [...] é inimigo traiçoeiro e forte: esmaga os poderosos e enfurece os fracos.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Párias em redenção• Pelo Espírito Victor Hugo• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - L• 2, cap• 5

    M [...] O medo é algoz impenitente que destrói, seguro de si, estilhaçando tudo, tudo transformando em maior razão de pavor: pequenos ruídos semelham trovões, o cicio do vento parece voz de fantasma, a própria respiração soa como estertor de gigante, prestes a desferir golpe fatal. [...]
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Sublime expiação• Pelo Espírito Victor Hugo• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1998• - L• 1, cap• 7

    O medo é agente de males diversos, que dizimam vidas e deformam caracteres, alucinando uns, neurotizando outros, gerando insegurança e timidez ou levando a atos de violência irracional. Originário no Espírito enfermo, pode ser examinado como decorrência de três causas fundamentais: a
    Referencia:

    conflitos herdados da existência passada, quando os atos reprováveis e criminosos desencadearam sentimentos de culpa e arrependimento que não se consubstanciaram em ações reparadoras; b
    Referencia:

    sofrimentos vigorosos que foram vivenciados no além-túmulo, quando as vítimas que ressurgiam da morte açodaram as consciências culpadas, levando-as a martírios inomináveis, ou quando se arrojaram contra quem as infelicitou, em cobranças implacáveis; c
    Referencia:

    desequilíbrio da educação na infância atual, com o desrespeito dos genitores e familiares pela personalidade em formação, criando fantasmas e fomentando o temor, em virtude da indiferença pessoal no trato doméstico ou da agressividade adotada.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Temas da vida e da morte• Pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Medo e responsabilidade

    [...] é um adversário terrível.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Luz acima• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 31

    [...] é tão contagioso como qualquer moléstia de perigosa propagação. Classificamos o medo como dos piores inimigos da criatura, por alojar-se na cidadela da alma, atacando as forças mais profundas.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Nosso Lar• Pelo Espírito André Luiz• 56a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2006• - cap• 42


    Medo Habitante da MÉDIA (Et 1:19); (Is 13:17); (At 2:9). (Pronuncia-se médo.)

    Vendar

    verbo transitivo Cobrir os olhos com uma venda.
    Figurado Obscurecer, cegar: o ódio lhe vendava a razão.

    Vendar Cobrir com uma tira (Lc 22:64) ou com um pano (Is 29:10).

    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    καί μαθητής εἴδω αὐτός περιπατέω ἐπί θάλασσα ταράσσω λέγω ὅτι ἐστί φάντασμα καί ἀπό φόβος κράζω
    Mateus 14: 26 - Texto em Grego - (BGB) - Bíblia Grega Bereana

    E quando os discípulos o viram andando sobre o mar, eles perturbaram-se, dizendo: É um espírito; e gritaram de medo.
    Mateus 14: 26 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    Março e Abril de 29
    G1161
    δέ
    e / mas / alem do mais / além disso
    (moreover)
    Conjunção
    G1510
    eimí
    εἰμί
    ser
    (being)
    Verbo - Presente do indicativo Ativo - Masculino no Singular nominativo
    G1909
    epí
    ἐπί
    sobre, em cima de, em, perto de, perante
    (at [the time])
    Preposição
    G2281
    thálassa
    θάλασσα
    o mar
    (of [the] sea)
    Substantivo - Feminino no Singular genitivo
    G2532
    kaí
    καί
    desejo, aquilo que é desejável adj
    (goodly)
    Substantivo
    G2896
    krázō
    κράζω
    bom, agradável, amável
    ([it was] good)
    Adjetivo
    G3004
    légō
    λέγω
    terra seca, solo seco
    (the dry land)
    Substantivo
    G3101
    mathētḗs
    μαθητής
    filho do rei Acazias e o oitavo rei de Judá
    ([pertained] to Joash)
    Substantivo
    G3588
    ho
    para que
    (that)
    Conjunção
    G3708
    horáō
    ὁράω
    ira, irritação, provocação, aflição
    (of the provocation)
    Substantivo
    G3754
    hóti
    ὅτι
    para que
    (that)
    Conjunção
    G4043
    peripatéō
    περιπατέω
    caminhar
    (walking)
    Verbo - Presente do indicativo Ativo - Masculino no Singular nominativo
    G5015
    tarássō
    ταράσσω
    uma divindade babilônica que presidia o saber e a literatura; corresponde ao deus grego
    (and Nebo)
    Substantivo
    G5326
    phántasma
    φάντασμα
    aparência
    (a ghost)
    Substantivo - neutro neutro no Singular
    G5401
    phóbos
    φόβος
    ajuntar, beijar
    (and kiss)
    Verbo
    G575
    apó
    ἀπό
    onde?, para onde? (referindo-se a lugar)
    (and where)
    Advérbio
    G846
    autós
    αὐτός
    dele
    (of him)
    Pronome Pessoal / Possessivo - Genitivo Masculino 3ª pessoa do singular


    δέ


    (G1161)
    (deh)

    1161 δε de

    partícula primária (adversativa ou aditiva); conj

    1. mas, além do mais, e, etc.

    εἰμί


    (G1510)
    eimí (i-mee')

    1510 ειμι eimi

    primeira pessoa do singular do presente indicativo; uma forma prolongada de um verbo primário e defectivo; TDNT - 2:398,206; v

    1. ser, exitir, acontecer, estar presente

    ἐπί


    (G1909)
    epí (ep-ee')

    1909 επι epi

    uma raíz; prep

    sobre, em cima de, em, perto de, perante

    de posição, sobre, em, perto de, acima, contra

    para, acima, sobre, em, através de, contra


    θάλασσα


    (G2281)
    thálassa (thal'-as-sah)

    2281 θαλασσα thalassa

    provavelmente prolongado de 251; n f

    1. o mar
      1. usado para o mar em geral
      2. usado especificamente do Mar Mediterrâneo ou Mar Vermelho

    Sinônimos ver verbete 5931


    καί


    (G2532)
    kaí (kahee)

    2532 και kai

    aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj

    1. e, também, até mesmo, realmente, mas

    κράζω


    (G2896)
    krázō (krad'-zo)

    2896 κραζω krazo

    palavra primária; TDNT - 3:898,465; v

    1. grasnar
      1. do grito de um corvo
      2. daí, gritar, berrar, vociferar
      3. clamar ou pedir por vingança
    2. chorar
      1. chorar alto, falar com uma voz alta

    Sinônimos ver verbete 5823


    λέγω


    (G3004)
    légō (leg'-o)

    3004 λεγω lego

    palavra raiz; TDNT - 4:69,505; v

    1. dizer, falar
      1. afirmar sobre, manter
      2. ensinar
      3. exortar, aconselhar, comandar, dirigir
      4. apontar com palavras, intentar, significar, querer dizer
      5. chamar pelo nome, chamar, nomear
      6. gritar, falar de, mencionar

    μαθητής


    (G3101)
    mathētḗs (math-ay-tes')

    3101 μαθητης mathetes

    de 3129; TDNT - 4:415,552; n m

    1. aprendiz, pupilo, aluno, discípulo


    (G3588)
    ho (ho)

    3588 ο ho

    que inclue o feminino η he, e o neutro το to

    em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo

    1. este, aquela, estes, etc.

      Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.


    ὁράω


    (G3708)
    horáō (hor-ah'-o)

    3708 οραω horao

    propriamente, fitar [cf 3700]; TDNT - 5:315,706; v

    1. ver com os olhos
    2. ver com a mente, perceber, conhecer
    3. ver, i.e., tornar-se conhecido pela experiência, experimentar
    4. ver, olhar para
      1. dar atênção a, tomar cuidado
      2. cuidar de, dar atênção a

        Eu fui visto, mostrei-me, tornei-me visível

    Sinônimos ver verbete 5822


    ὅτι


    (G3754)
    hóti (hot'-ee)

    3754 οτι hoti

    neutro de 3748 como conjunção; demonst. aquele (algumas vezes redundante); conj

    1. que, porque, desde que

    περιπατέω


    (G4043)
    peripatéō (per-ee-pat-eh'-o)

    4043 περιπατεω peripateo

    de 4012 e 3961; TDNT - 5:940,804; v

    1. caminhar
      1. fazer o próprio caminho, progredir; fazer bom uso das oportunidades
      2. viver
        1. regular a própria vida
        2. conduzir a si mesmo, comportar-se
        3. conduzir-se pela vida

    ταράσσω


    (G5015)
    tarássō (tar-as'-so)

    5015 ταρασσω tarasso

    de afinidade incerta; v

    1. agitar, sacudir (algo, pelo movimento de suas partes para lá e para cá)
      1. causar uma comoção interna a alguém, tirar sua paz de mente, pertubar sua tranqüilidade
      2. inquietar, tornar impaciente
      3. turbar
      4. preocupar
        1. inquietar o espírito de alguém com medo e temor
      5. tornar-se ansioso ou angustiado
      6. causar perplexidade à mente de alguém ao sugerir escrúpulos ou dúvidas

    φάντασμα


    (G5326)
    phántasma (fan'-tas-mah)

    5326 φαντασμα phantasma

    de 5324; TDNT - 9:6,1244; n n

    aparência

    aparição, fantasma


    φόβος


    (G5401)
    phóbos (fob'-os)

    5401 φοβος phobos

    da palavra primária phebomai (amedrontar); TDNT - 9:189,1272; n m

    1. medo, temor, terror
      1. aquilo que espalha medo

        reverência ao próprio marido


    ἀπό


    (G575)
    apó (apo')

    575 απο apo apo’

    partícula primária; preposição

    1. de separação
      1. de separação local, depois de verbos de movimento de um lugar i.e. de partir, de fugir
      2. de separação de uma parte do todo
        1. quando de um todo alguma parte é tomada
      3. de qualquer tipo de separação de uma coisa de outra pelo qual a união ou comunhão dos dois é destruída
      4. de um estado de separação. Distância
        1. física, de distância de lugar
        2. tempo, de distância de tempo
    2. de origem
      1. do lugar de onde algo está, vem, acontece, é tomado
      2. de origem de uma causa

    αὐτός


    (G846)
    autós (ow-tos')

    846 αυτος autos

    da partícula au [talvez semelhante a raiz de 109 pela idéia de um vento instável] (para trás); pron

    1. ele próprio, ela mesma, eles mesmos, de si mesmo
    2. ele, ela, isto
    3. o mesmo