Enciclopédia de Mateus 22:20-20

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

mt 22: 20

Versão Versículo
ARA E ele lhes perguntou: De quem é esta efígie e inscrição?
ARC E ele diz-lhes: De quem é esta efígie e esta inscrição?
TB Ele perguntou: De quem é esta efígie e inscrição?
BGB καὶ λέγει αὐτοῖς· Τίνος ἡ εἰκὼν αὕτη καὶ ἡ ἐπιγραφή;
HD E diz-lhes: De quem é esta imagem e a inscrição?
BKJ E ele disse-lhes: De quem é esta imagem e inscrição?
LTT E Ele lhes diz: "De quem é esta efígie ① e esta inscrição?"
BJ2 Disse ele: "De quem é esta imagem e a inscrição?"
VULG Et ait illis Jesus : Cujus est imago hæc, et superscriptio ?

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Mateus 22:20

Lucas 20:24 Mostrai-me uma moeda. De quem tem a imagem e a inscrição? E, respondendo eles, disseram: De César.


Notas de rodapé da Bíblia (HD) - Haroldo Dutra

As notas de rodapé presentes na Bíblia versão Haroldo Dutra são comentários e explicações adicionais fornecidos pelo tradutor para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas de rodapé são baseadas em pesquisas, análises históricas, culturais e linguísticas, bem como em outras referências bíblicas, a fim de fornecer um contexto mais profundo e uma interpretação mais precisa do significado original do texto. As notas de rodapé são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.
Mateus 22 : 20
inscrição
Lit. “epígrafe”, inscrição.


Notas de rodapé da LTT

As notas de rodapé presentes na Bíblia versão LTT, Bíblia Literal do Texto Tradicional, são explicações adicionais fornecidas pelos tradutores para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas são baseadas em referências bíblicas, históricas e linguísticas, bem como em outros estudos teológicos e literários, a fim de fornecer um contexto mais preciso e uma interpretação mais fiel ao texto original. As notas de rodapé são uma ferramenta útil para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira compreender melhor o significado e a mensagem das Escrituras Sagradas.
 ①

"efígie": imagem de pessoa numa moeda.


Apêndices

Os apêndices bíblicos são seções adicionais presentes em algumas edições da Bíblia que fornecem informações complementares sobre o texto bíblico. Esses apêndices podem incluir uma variedade de recursos, como tabelas cronológicas, listas de personagens, informações históricas e culturais, explicações de termos e conceitos, entre outros. Eles são projetados para ajudar os leitores a entender melhor o contexto e o significado das narrativas bíblicas, tornando-as mais acessíveis e compreensíveis.

Principais acontecimentos da vida terrestre de Jesus

Últimos dias do ministério de Jesus em Jerusalém (Parte 1)

DATA

LUGAR

ACONTECIMENTO

MATEUS

MARCOS

LUCAS

JOÃO

33 d.C., 8 de nisã

Betânia

Jesus chega seis dias antes da Páscoa

     

Jo 11:55Jo 12:1

9 de nisã

Betânia

Maria derrama óleo na cabeça e nos pés de Jesus

Mt 26:6-13

Mc 14:3-9

 

Jo 12:2-11

Betânia–Betfagé–Jerusalém

Entra em Jerusalém montado num jumento

Mt 21:1-11, Mt 14:17

Mc 11:1-11

Lc 19:29-44

Jo 12:12-19

10 de nisã

Betânia–Jerusalém

Amaldiçoa figueira; purifica o templo novamente

Mt 21:18-19; Mt 21:12-13

Mc 11:12-17

Lc 19:45-46

 

Jerusalém

Principais sacerdotes e escribas tramam matar Jesus

 

Mc 11:18-19

Lc 19:47-48

 

Jeová fala; Jesus profetiza sua morte; descrença de judeus cumpre profecia de Isaías

     

Jo 12:20-50

11 de nisã

Betânia–Jerusalém

Lição sobre figueira que secou

Mt 21:19-22

Mc 11:20-25

   

Templo em Jerusalém

Sua autoridade é questionada; ilustração dos dois filhos

Mt 21:23-32

Mc 11:27-33

Lc 20:1-8

 

Ilustrações: lavradores assassinos, banquete de casamento

Mt 21:33Mt 22:14

Mc 12:1-12

Lc 20:9-19

 

Responde a perguntas sobre Deus e César, ressurreição, maior mandamento

Mt 22:15-40

Mc 12:13-34

Lc 20:20-40

 

Pergunta se Cristo é filho de Davi

Mt 22:41-46

Mc 12:35-37

Lc 20:41-44

 

Ai dos escribas e fariseus

Mt 23:1-39

Mc 12:38-40

Lc 20:45-47

 

Vê a contribuição da viúva

 

Mc 12:41-44

Lc 21:1-4

 

Monte das Oliveiras

Fala sobre o sinal de sua presença

Mt 24:1-51

Mc 13:1-37

Lc 21:5-38

 

Ilustrações: dez virgens, talentos, ovelhas e cabritos

Mt 25:1-46

     

12 de nisã

Jerusalém

Judeus tramam matá-lo

Mt 26:1-5

Mc 14:1-2

Lc 22:1-2

 

Judas combina a traição

Mt 26:14-16

Mc 14:10-11

Lc 22:3-6

 

13 de nisã (tarde de quinta-feira)

Jerusalém e proximidades

Prepara a última Páscoa

Mt 26:17-19

Mc 14:12-16

Lc 22:7-13

 

14 de nisã

Jerusalém

Celebra a Páscoa com os apóstolos

Mt 26:20-21

Mc 14:17-18

Lc 22:14-18

 

Lava os pés dos apóstolos

     

Jo 13:1-20


Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita


Allan Kardec

mt 22:20
O Evangelho Segundo o Espiritismo

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 11
Página: 191
Allan Kardec
Os fariseus, tendo sabido que ele tapara a boca dos saduceus, reuniram-se; e um deles, que era doutor da lei, para o tentar, propôs-lhe esta questão: “Mestre, qual o mandamento maior da lei?” Jesus respondeu: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu espírito; este o maior e o primeiro mandamento. E aqui tendes o segundo, semelhante a esse: Amarás o teu próximo, como a ti mesmo. Toda a lei e os profetas se acham contidos nesses dois mandamentos.” (Mateus 22:34-40)

Joanna de Ângelis

mt 22:20
Espírito e Vida

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 55
Divaldo Pereira Franco
Joanna de Ângelis

Progredir é condição normal dos seres espirituais e a perfeição relativa ao fim que lhes cumpre alcançar.


A GÊNESE Capítulo 11o — Item 9.


Mágoa injustificada nubla a face da tua alegria.


Agasalhando-a, concedes tempo precioso a argumentação íntima desnecessária que te gasta em combate inútil.


Reclamas, porque companheiros levianos usaram do teu nome, fazendote coautor de infâmias ou porque, infelizes, se referem maldosamente às tuas expressões, envenenando teus melhores conceitos, culminando por coroarem de espinhos os teus mais alentados sonhos.


Sofres, porque desejas esclarecer, pretendendo silenciar a boca da calúnia com o esparadrapo da inocência.


Consideras que as informações depreciadoras te prejudicam o trabalho tanto quanto a difamação pode corporificar-se em "verdades aceitas".


O desânimo sulca a gleba onde aras, habilmente instilado pela tua invigilância. Reserva-te, porém, cuidados especiais.


Acautela-te, não em relação ao que digam, ao que pensem, ao que creiam os que te cercam, mas, em referência a ti mesmo.


As agressões de fora não atingem realmente a quem busca a verdade e a ela se afervora, vivendo-a, quanto possível, nas províncias do mundo interior.


Não te justifiques nem procures esclarecer.


A verdade dispensa explicações.


Simples, é persuasiva, cativando aqueles que a sintonizam.


Policia as palavras e confia na lição do tempo que fará se defrontem as informações e os fatos, ensejando panoramas legítimos.


Tem em mente que segues no rumo da luz, e que nada te poderá deter.


Elegeste a vida verdadeira!


Uma grande mazela para o espírito é a impaciência.


O tempo, na Terra, é companheiro infatigável, do qual ninguém foge, nem se consegue furtar.


Inexoravelmente ele gasta o granito, reverdesce o deserto e doa aridez ao solo fértil.


O tempo é a sucessão das coisas.


A Gênese — Capítulo 6o — Ítem 2.


—Notas da Autora espiritual.


Tudo modifica sem pressa nem agitação.


Todas as pessoas que, por esta ou aquela razão se destacam neste ou naquele mister são rigorosamente fiscalizadas, tornando-se do domínio público.


Criam escola sem o desejarem; fazem-se modelo sem o pensarem; ficam atormentadas sem o perceberem.


Se realizam para um ideal superior não têm tempo para as questiúnculas, — incidentes inevitáveis de fácil superação.


— Seguem em frente, para além.


Se, todavia, laboram para si mesmas, empenhadas na divulgação do nome e da obra, perdem-se nas cercanias da estrada e desajustam-se, feridas por suscetibilidades e bagatelas ridículas.


Ninguém fica indene, quando trabalha, à maledicência e à astúcia dos ociosos.


Todos lhes sofrem a perseguição gratuita nascida nas fontes do despeito e da aflição invejosa que os macera.


Age, portanto, fervoroso e confiante.


Os que te amam compreenderão sempre os teus atos: não esperam de ti mais do que és, mais do que tens, mais do que podes dar.


Choram com as tuas lágrimas, sorriem com as tuas alegrias, ajudam-te sempre na dificuldade ou no triunfo.


Os que te detestam fazem-se mais adversos quer os esclareças ou não. Utilizando um argumento justo crerão que és vivaz; aplicando uma evasiva te chamarão hipócrita; sacrificado, dirão que te exibes nas roupas da falsa humildade; tranquilo, zombarão, nomeando-te como explorador irresponsável.


Intentar mudar a face das coisas a golpes de precipitação seria como pretender avançar no futuro, anulando a sabedoria que os minutos assinalam.


Produze preocupado com o objetivo de fazer o melhor ao teu alcance e, na certeza de que agradar a todos é positivamente ambição descabida, não pretendas realizá-la.


Retornando aos sítios queridos de Cafarnaum, depois de realizar os mais sublimes labores e sucessos junto aos corações humanos em desalinho, oMestre foi inquirido ardilosamente por aqueles que desejavam "surpreendê-lo nalguma palavra", para terem meios de O aniquilar.


É lícito pagar o tributo a César, ou não. "Jesus, porém, conhecendo a sua malícia, disse: Por que me experimentais, hipócritas? Mostrai-me a moeda do tributo".


E eles lhe apresentaram um dinheiro.


—"De quem é esta efígie e esta inscrição?"— Indagou o Senhor.


— ‘‘De César. ’’ — responderam.


— "Dai, pois, a César — retrucou o Rabi — o que é de César, e a Deus o que é de Deus".


Mateus 22:17- 21.


Sem retoque no ensino que há vinte séculos rutila como advertência insofismável, dá a tua quota de amor, abnegação e trabalho a Deus, na seara onde hoje serves sob os auspícios do Espiritismo e demora-te sereno, porquanto os aficionados de César terão sempre meios para te perturbarem, desejosos de dificultarem tuas aspirações superiores com o Pai.



Simonetti, Richard

mt 22:20
Setenta Vezes Sete

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 13
Simonetti, Richard
Simonetti, Richard
Marcos, 12:13-17 Lucas, 20:20-26 Mateus, 22:15-
Crescia o prestígio de Jesus naquela semana decisiva, em Jerusalém, graças aos|

prodígios que operava e aos ensinamentos que ministrava.


Depois de muito discutir quanto à maneira de neutralizar sua ação, os senhores do templo articularam nova artimanha.


Eram mestres na arte de sofísmar, de usar raciocínios ardilosos para confundir as pessoas.


Convocaram desconhecidos discípulos da escola rabínica, bem como alguns herodianos, partidários de Herodes, o príncipe judeu que governava a Galileia, e lhes confiaram uma missão.


Era muito simples, mas teria efeito devastador.


Competia-lhes fazer uma pergunta a Jesus.


Com apenas algumas palavras haveriam de lhe destruir a reputação e o comprometeríam, irremediavelmente.


A ardilosa comitiva compareceu a uma pregação.


Seus membros o ouviram atentamente, durante algum tempo e, quando surgiu o ensejo, falaram, simulando admiração:

—Mestre, sabemos que és verdadeiro e que ensinas o caminho de Deus a todos os homens, sem discriminares a ninguém. Dize-nos, então: que te parece, é lícito pagar o tributo a César?


Aparentemente inocente, era uma pergunta maliciosa.


Qualquer resposta seria comprometedora.


Se respondesse afirmativamente, ficaria desmoralizado junto à opinião pública.


Inconcebível pagar tributos aos dominadores romanos.


Feria profundamente a consciência nacional e, por vezes, fomentava rebeliões.


Como admitir o povo de Deus subjugado por aqueles gentios grosseiros e, além do mais, pagar-lhes impostos?!


Se respondesse negativamente, seria denunciado às autoridades romanas, como agitador.


Armadilha perfeita!


* * *

Mas Jesus, com a sabedoria de sempre, não se enredou.


—Por que me experimentais, hipócritas!


Em seguida pediu-lhes uma moeda.


Tratava-se de um denário, moeda que trazia a efígie do Tibério César, com a inscrição: Divus etpontifex maximus (Deus e sumo sacerdote).


O fato de portarem moedas romanas bem exprimia sua hipocrisia.


Os judeus as evitavam, porquanto exaltavam o imperador como um deus pagão, contrariando suas crenças.


Mostrando-lhes o denário que lhe fora entregue, perguntou Jesus:

—De quem é esta imagem e a inscrição?


—De César.


Jesus concluiu, magistralmente:

—Pois, então, dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.


Livrava-se do ardil aparentemente infalível com a lógica de uma resposta perfeita, que confundiu seus adversários.


A moeda tinha a efígie de César, era cunhada por César, pertencia a César...


Era, portanto, dinheiro de César.


Se os próprios inquiridores carregavam aquele dinheiro e o usavam em suas transações, implicitamente estavam aceitando a autoridade do imperador, cumprindo-lhes submeter-se às normas de Roma.


Da mesma forma, competia aos judeus pagar o imposto divino, o imposto devido a Deus, pelo dom da vida, a exprimir-se no empenho por cumprir sua vontade.


Desapontados, sem ter conseguido o seu intento, retiraram-se os membros da comitiva enviada pelos fariseus.


* * *

A sabedoria de Jesus não estava apenas em confundir seus opositores, livrando-se das armadilhas que forjavam. .


Sempre ia além, oferecendo preciosos ensinamentos.


O cristão é chamado a cumprir os regulamentos e as leis da sociedade em que vive, não por imposição do poder civil, mas por ditame da própria consciência, tanto quanto lhe compete observar as leis divinas, praticando todo o bem e evitando todo o mal.


Questiona-se: Devemos sempre respeito a César?


Não será lícito deixar de cumprir uma lei, quando fere nossos interesses?


Sob o ponto de vista evangélico, a resposta é negativa, porquanto, não obstante previsíveis limitações e falhas, as leis humanas representam um empenho de organização da vida social.


Se cada indivíduo faz as suas próprias leis, agindo de conformidade com suas conveniências, estaremos regredindo à barbárie.


E há um detalhe: quanto maior o desrespeito às leis, mais severas elas se tornam.


As pessoas alegam que sonegam impostos porque são muito pesados.


O governo faz impostos pesados para compensar a sonegação.


* * *

Só há uma situação em que somos chamados à desobediência civil: quando as autoridades nos imponham um comportamento que colide com as leis divinas.


Um militar esteve ligado aos meandros escuros do golpe militar de 1964, situando-se como inquisidor de presos políticos.


Torturava-os impiedosamente para arrancar-lhes confissões.


Quando lhe perguntaram se tinha remorsos, respondeu que não, porquanto apenas cumpria ordens.


E onde escondeu sua humanidade, o respeito ao próximo, à integridade física das pessoas, princípios elementares que devem estar presentes naqueles que se arvoram em defensores da Lei?


Certamente responderá por isso.


A intervenção dos Estados Unidos no Vietnã só acabou quando a juventude do país se mobilizou, recusando-se a participar daquela guerra suja, que, a pretexto de exaltar o direito e a justiça, apenas defendia os interesses americanos na região.


* * *

Frequentemente, quando há iniciativas governamentais que mexem com nosso bolso, ouvimos as pessoas dizerem que os governantes são uns ladrões e que deveríam ser todos fuzilados.


Não obstante, jamais moralizaremos um país apelando para a agressividade.


As soluções violentas para os problemas sociais, envolvendo revo-luções, guerras, guerrilhas, terrorismo, sempre resultaram em problemas maiores.


Os contestadores de hoje, sempre que apelam para a violência, se vitoriosos, serão os gestores de regimes indignos amanhã.


Acontece desde sempre.


* * *

Há ilustrativo axioma: Cada povo tem o governo que merece.


Sejam quais forem as condições em que assumiram o poder, os governantes são apenas representações das tendências do povo que governam.


A Alemanha de Adolfo Hitler surgiu como a materialização dos impulsos belicosos e das pretensões de superioridade racial do povo alemão.


Por isso, estaremos sempre promovendo uma inversão de valores, se pretendermos um bom governo para ter um povo bom.


Primeiro, trabalhemos por ser um bom povo, de cidadãos conscientes, participativos, observando as leis divinas para que Deus esteja presente nas leis de César.



Referências em Outras Obras


CARLOS TORRES PASTORINO

mt 22:20
Sabedoria do Evangelho - Volume 4

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 13
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 16:24-28


24. Jesus disse então o seus discípulos: "Se alguém quer vir após mim, neguese a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.


25. Porque aquele que quiser preservar sua alma. a perderá; e quem perder sua alma por minha causa, a achará.


26. Pois que aproveitará ao homem se ganhar o mundo inteiro e perder sua alma? Ou que dará o homem em troca de sua alma?


27. Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai, com seus mensageiros, e então retribuirá a cada um segundo seu comportamento.


28. Em verdade vos digo, que alguns dos aqui presentes absolutamente experimentarão a morte até que o Filho do Homem venha em seu reino. MC 8:34-38 e MC 9:1


34. E chamando a si a multidão, junto com seus discípulos disse-lhes: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.


35. Porque quem quiser preservar sua alma, a perderá; e quem perder sua alma por amor de mim e da Boa-Nova, a preservará.


36. Pois que adianta a um homem ganhar o mundo inteiro e perder sua alma?


37. E que daria um homem em troca de sua alma?


38. Porque se alguém nesta geração adúltera e errada se envergonhar de mim e de minhas doutrinas, também dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na glória de seu Pai com seus santos mensageiros". 9:1 E disse-lhes: "Em verdade em verdade vos digo que há alguns dos aqui presentes, os quais absolutamente experimentarão a morte, até que vejam o reino de Deus já chegado em força".


LC 9:23-27


23. Dizia, então, a todos: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia sua cruz e siga-me.


24. Pois quem quiser preservar sua alma, a perderá; mas quem perder sua alma por amor de mim, esse a preservará.


25. De fato, que aproveita a um homem se ganhar o mundo inteiro, mas arruinar-se ou causar dano a si mesmo?


26. Porque aquele que se envergonhar de mim e de minhas doutrinas, dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na sua glória, na do Pai e na dos santos mensageiros.


27. Mas eu vos digo verdadeiramente, há alguns dos aqui presentes que não experimentarão a morte até que tenham visto o reino de Deus.


Depois do episódio narrado no último capítulo, novamente Jesus apresenta uma lição teórica, embora bem mais curta que as do Evangelho de João.


Segundo Mateus, a conversa foi mantida com Seus discípulos. Marcos, entretanto, revela que Jesu "chamou a multidão" para ouvi-la, como que salientando que a aula era "para todos"; palavras, aliás, textuais em Lucas.


Achava-se a comitiva no território não-israelita ("pagão") de Cesareia de Filipe, e certamente os moradores locais haviam observado aqueles homens e mulheres que perambulavam em grupo homogêneo.


Natural que ficassem curiosos, a "espiar" por perto. A esses, Jesus convida que se aproximem para ouvir os ensinamentos e as exigências impostas a todos os que ambicionavam o DISCIPULATO, o grau mais elevado dos três citados pelo Mestre: justos (bons), profetas (médiuns) e discípulos (ver vol. 3).


As exigências são apenas três, bem distintas entre si, e citadas em sequência gradativa da menor à maior. Observamos que nenhuma delas se prende a saber, nem a dizer, nem a crer, nem a fazer, mas todas se baseiam em SER. O que vale é a evolução interna, sem necessidade de exteriorizações, nem de confissões, nem de ritos.


No entanto, é bem frisada a vontade livre: "se alguém quiser"; ninguém é obrigado; a espontaneidade deve ser absoluta, sem qualquer coação física nem moral. Analisemos.


Vimos, no episódio anterior, o Mestre ordenar a Pedro que "se colocasse atrás Dele". Agora esclarece: " se alguém QUER ser SEU discípulo, siga atrás Dele". E se tem vontade firme e inabalável, se o QUER, realize estas três condições:

1. ª - negue-se a si mesmo (Lc. arnésasthô; Mat. e Mr. aparnésasthô eautón).


2. ª - tome (carregue) sua cruz (Lc. "cada dia": arátô tòn stáurou autoú kath"hêméran);

3. ª - e siga-me (akoloutheítô moi).


Se excetuarmos a negação de si mesmo, já ouvíramos essas palavras em MT 10:38 (vol. 3).


O verbo "negar-se" ou "renunciar-se" (aparnéomai) é empregado por Isaías (Isaías 31:7) para descrever o gesto dos israelitas infiéis que, esclarecidos pela derrota dos assírios, rejeitaram ou negaram ou renunciaram a seus ídolos. E essa é a atitude pedida pelo Mestre aos que QUEREM ser Seus discípulos: rejeitar o ídolo de carne que é o próprio corpo físico, com sua sequela de sensações, emoções e intelectualismo, o que tudo constitui a personagem transitória a pervagar alguns segundos na crosta do planeta.


Quanto ao "carregar a própria cruz", já vimos (vol. 3), o que significava. E os habitantes da Palestina deviam estar habituados a assistir à cena degradante que se vinha repetindo desde o domínio romano, com muita frequência. Para só nos reportarmos a Flávio Josefo, ele cita-nos quatro casos em que as crucificações foram em massa: Varus que fez crucificar 2. 000 judeus, por ocasião da morte, em 4 A. C., de Herodes o Grande (Ant. Jud. 17. 10-4-10); Quadratus, que mandou crucificar todos os judeus que se haviam rebelado (48-52 A. D.) e que tinham sido aprisionados por Cumarus (Bell. Jud. 2. 12. 6); em 66 A. D. até personagens ilustres foram crucificadas por Gessius Florus (Bell. Jud. 2. 14. 9); e Tito que, no assédio de Jerusalém, fez crucificar todos os prisioneiros, tantos que não havia mais nem madeira para as cruzes, nem lugar para plantá-las (Bell. Jud. 5. 11. 1). Por aí se calcula quantos milhares de crucificações foram feitas antes; e o espetáculo do condenado que carregava às costas o instrumento do próprio suplício era corriqueiro. Não se tratava, portanto, de uma comparação vazia de sentido, embora constituindo uma metáfora. E que o era, Lucas encarrega-se de esclarecê-lo, ao acrescentar "carregue cada dia a própria cruz". Vemos a exigência da estrada de sacrifícios heroicamente suportados na luta do dia a dia, contra os próprios pendores ruins e vícios.


A terceira condição, "segui-Lo", revela-nos a chave final ao discipulato de tal Mestre, que não alicia discípulos prometendo-lhes facilidades nem privilégios: ao contrário. Não basta estudar-Lhe a doutrina, aprofundar-Lhe a teologia, decorar-Lhe as palavras, pregar-Lhe os ensinamentos: é mister SEGUILO, acompanhando-O passo a passo, colocando os pés nas pegadas sangrentas que o Rabi foi deixando ao caminhar pelas ásperas veredas de Sua peregrinação terrena. Ele é nosso exemplo e também nosso modelo vivo, para ser seguido até o topo do calvário.


Aqui chegamos a compreender a significação plena da frase dirigida a Pedro: "ainda és meu adversário (porque caminhas na direção oposta a mim, e tentas impedir-me a senda dolorosa e sacrificial): vai para trás de mim e segue-me; se queres ser meu discípulo, terás que renunciar a ti mesmo (não mais pensando nas coisas humanas); que carregar também tua cruz sem que me percas de vista na dura, laboriosa e dorida ascensão ao Reino". Mas isto, "se o QUERES" ... Valerá a pena trilhar esse áspero caminho cheio de pedras e espinheiros?


O versículo seguinte (repetição, com pequena variante de MT 10:39; cfr. vol. 3) responde a essa pergunta.


As palavras dessa lição são praticamente idênticas nos três sinópticos, demonstrando a impress ão que devem ter causado nos discípulos.


Sim, porque quem quiser preservar sua alma (hós eán thélei tên psychên autòn sõsai) a perderá (apolêsei autên). Ainda aqui encontramos o verbo sôzô, cuja tradução "salvar" (veja vol. 3) dá margem a tanta ambiguidade atualmente. Neste passo, a palavra portuguesa "preservar" (conservar, resguardar) corresponde melhor ao sentido do contexto. O verbo apolesô "perder", só poderia ser dado também com a sinonímia de "arruinar" ou "degradar" (no sentido etimológico de "diminuir o grau").


E o inverso é salientado: "mas quem a perder "hós d"án apolésêi tên psychên autoú), por minha causa (héneken emoú) - e Marcos acrescenta "e da Boa Nova" (kaì toú euaggelíou) - esse a preservará (sósei autén, em Marcos e Lucas) ou a achará (heurêsei autén, em Mateus).


A seguir pergunta, como que explicando a antinomia verbal anterior: "que utilidade terá o homem se lucrar todo o mundo físico (kósmos), mas perder - isto é, não evoluir - sua alma? E qual o tesouro da Terra que poderia ser oferecido em troca (antállagma) da evolução espiritual da criatura? Não há dinheiro nem ouro que consiga fazer um mestre, riem que possa dar-se em troca de uma iniciação real.


Bens espirituais não podem ser comprados nem "trocados" por quantias materiais. A matemática possui o axioma válido também aqui: quantidades heterogêneas não podem somar-se.


O versículo seguinte apresenta variantes.


MATEUS traz a afirmação de que o Filho do Homem virá com a glória de seu Pai, em companhia de Seus Mensageiros (anjos), para retribuir a cada um segundo seus atos. Traduzimos aqui dóxa por "glória" (veja vol. 1 e vol. 3), porque é o melhor sentido dentro do contexto. E entendemos essa glória como sinônimo perfeito da "sintonia vibratória" ou a frequência da tônica do Pai (Verbo, Som). A atribui ção a cada um segundo "seus atos" (tên práxin autoú) ou talvez, bem melhor, de acordo com seu comportamento, com a "prática" da vida diária. Não são realmente os atos, sobretudo isolados (mesmo os heroicos) que atestarão a Evolução de uma criatura, mas seu comportamento constante e diuturno.


MARCOS diz que se alguém, desta geração "adúltera", isto é, que se tornou "infiel" a Deus, traindo-O por amar mais a matéria que o espírito, e "errada" na compreensão das grandes verdades, "se envergonhar" (ou seja "desafinar", não-sintonizar), também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier com a glória do Pai, em companhia de Seus mensageiros (anjos).


LUCAS repete as palavras de Marcos (menos a referência à Boa Nova), salientando, porém, que o Filho do Homem virá com Sua própria glória, com a glória do Pai, e com a glória dos santos mensageiros (anjos).


E finalmente o último versículo, em que só Mateus difere dos outros dois, os quais, no entanto, nos parecem mais conformes às palavras originais.


Afirma o Mestre "alguns dos aqui presentes" (eisin tines tõn hõde hestótõn), os quais não experimentar ão (literalmente: "não saborearão, ou mê geúsôntai) a morte, até que vejam o reino de Deus chegar com poder. Mateus em vez de "o reino de Deus", diz "o Filho do Homem", o que deu margem à expectativa da parusia (ver vol. 3), ainda para os indivíduos daquela geração.


Entretanto, não se trata aqui, de modo algum, de uma parusia escatológica (Paulo avisa aos tessalonicenses que não o aguardem "como se já estivesse perto"; cfr. 1. ª Tess. 2: lss), mas da descoberta e conquista do "reino de Deus DENTRO de cada um" (cfr. LC 17:21), prometido para alguns "dos ali presentes" para essa mesma encarnação.


A má interpretação provocou confusões. Os gnósticos (como Teodósio), João Crisóstomo, Teofilacto e outros - e modernamente o cardeal Billot, S. J. (cfr. "La Parousie", pág. 187), interpretam a "vinda na glória do Filho do Homem" como um prenúncio da Transfiguração; Cajetan diz ser a Ressurreição;


Godet acha que foi Pentecostes; todavia, os próprios discípulos de Jesus, contemporâneos dos fatos, não interpretaram assim, já que após a tudo terem assistido, inclusive ao Pentecostes, continuaram esperando, para aqueles próximos anos, essa vinda espetacular. Outros recuaram mais um pouco no tempo, e viram essa "vinda gloriosa" na destruição de Jerusalém, como "vingança" do Filho do Homem; isso, porém, desdiz o perdão que Ele mesmo pedira ao Pai pela ignorância de Seus algozes (D. Calmet, Knabenbauer, Schanz, Fillion, Prat, Huby, Lagrange); e outros a interpretaram como sendo a difusão do cristianismo entre os pagãos (Gregório Magno, Beda, Jansênio, Lamy).


Penetremos mais a fundo o sentido.


Na vida literária e artística, em geral, distinguimos nitidamente o "aluno" do "discípulo". Aluno é quem aprende com um professor; discípulo é quem segue a trilha antes perlustrada por um mestre. Só denominamos "discípulo" aquele que reproduz em suas obras a técnica, a "escola", o estilo, a interpretação, a vivência do mestre. Aristóteles foi aluno de Platão, mas não seu discípulo. Mas Platão, além de ter sido aluno de Sócrates, foi também seu discípulo. Essa distinção já era feita por Jesus há vinte séculos; ser Seu discípulo é segui-Lo, e não apenas "aprender" Suas lições.


Aqui podemos desdobrar os requisitos em quatro, para melhor explicação.


Primeiro: é necessário QUERER. Sem que o livre-arbítrio espontaneamente escolha e decida, não pode haver discipulato. Daí a importância que assume, no progresso espiritual, o aprendizado e o estudo, que não podem limitar-se a ouvir rápidas palavras, mas precisam ser sérios, contínuos e profundos.


Pois, na realidade, embora seja a intuição que ilumina o intelecto, se este não estiver preparado por meio do conhecimento e da compreensão, não poderá esclarecer a vontade, para que esta escolha e resolva pró ou contra.


O segundo é NEGAR-SE a si mesmo. Hoje, com a distinção que conhecemos entre o Espírito (individualidade) e a personagem terrena transitória (personalidade), a frase mais compreensível será: "negar a personagem", ou seja, renunciar aos desejos terrenos, conforme ensinou Sidarta Gotama, o Buddha.


Cientificamente poderíamos dizer: superar ou abafar a consciência atual, para deixar que prevaleça a super-consciência.


Essa linguagem, entretanto, seria incompreensível àquela época. Todavia, as palavras proferidas pelo Mestre são de meridiana clareza: "renunciar a si mesmo". Observando-se que, pelo atraso da humanidade, se acredita que o verdadeiro eu é a personagem, e que a consciência atual é a única, negar essa personagem e essa consciência exprime, no fundo, negar-se "a si mesmo". Diz, portanto, o Mestre: " esse eu, que vocês julgam ser o verdadeiro eu, precisa ser negado". Nada mais esclarece, já que não teria sido entendido pela humanidade de então. No entanto, aqueles que seguissem fielmente Sua lição, negando seu eu pequeno e transitório, descobririam, por si mesmos, automaticamente, em pouco tempo, o outro Eu, o verdadeiro, coisa que de fato ocorreu com muitos cristãos.


Talvez no início possa parecer, ao experimentado: desavisado, que esse Eu verdadeiro seja algo "externo".


Mas quando, por meio da evolução, for atingido o "Encontro Místico", e o Cristo Interno assumir a supremacia e o comando, ele verificará que esse Divino Amigo não é um TU desconhecido, mas antes constitui o EU REAL. Além disso, o Mestre não se satisfez com a explanação teórica verbal: exemplificou, negando o eu personalístico de "Jesus", até deixá-lo ser perseguido, preso, caluniado, torturado e assassinado. Que Lhe importava o eu pequeno? O Cristo era o verdadeiro Eu Profundo de Jesus (como de todos nós) e o Cristo, com a renúncia e negação do eu de Jesus, pode expandir-se e assumir totalmente o comando da personagem humana de Jesus, sendo, às vezes, difícil distinguir quando falava e agia "Jesus" e quando agia e falava "o Cristo". Por isso em vez de Jesus, temos nele O CRISTO, e a história o reconhece como "Jesus", O CRISTO", considerando-o como homem (Jesus) e Deus (Cristo).


Essa anulação do eu pequeno fez que a própria personagem fosse glorificada pela humildade, e o nome humano negado totalmente se elevasse acima de tudo, de tal forma que "ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na Terra e debaixo da terra" (Filp. 2:10).


Tudo isso provocou intermináveis discussões durante séculos, por parte dos que não conseguiram penetrar a realidade dos acontecimentos, caracterizados, então, de "mistério": são duas naturezas ou uma? Como se realizou a união hipostática? Teria a Divindade absorvido a humanidade?


Por que será que uma coisa tão clara terá ficado incompreendida por tantos luminares que trataram deste assunto? O Eu Profundo de todas as criaturas é o Deus Interno, que se manifestará em cada um exatamente na proporção em que este renunciar ao eu pequeno (personagem), para deixar campo livre à expressão do Cristo Interno Divino. Todos somos deuses (cfr. Salmo 81:6 e JO 10:34) se negarmos totalmente nosso eu pequeno (personagem humana), deixando livre expansão à manifestação do Cristo que em todos habita. Isso fez Jesus. Se a negação for absoluta e completa, poderemos dizer com Paulo que, nessa criatura, "habita a plenitude da Divindade" (CL 2:9). E a todos os que o fizerem, ser-lhes-á exaltado o nome acima de toda criação" (cfr. Filp. 2:5-11).


Quando isto tiver sido conseguido, a criatura "tomará sua cruz cada dia" (cada vez que ela se apresentar) e a sustentará galhardamente - quase diríamos triunfalmente - pois não mais será ela fonte de abatimentos e desânimos, mas constituirá o sofrimento-por-amor, a dor-alegria, já que é a "porta estreita" (MT 7:14) que conduzirá à felicidade total e infindável (cfr. Pietro Ubaldi, "Grande Síntese, cap. 81).


No entanto, dado o estágio atual da humanidade, a cruz que temos que carregar ainda é uma preparação para o "negar-se". São as dores físicas, as incompreensões morais, as torturas do resgate de carmas negativos mais ou menos pesados, em vista do emaranhado de situações aflitivas, das "montanhas" de dificuldades que se erguem, atravancando nossos caminhos, do sem-número de moléstias e percalços, do cortejo de calúnias e martírios inomináveis e inenarráveis.


Tudo terá que ser suportado - em qualquer plano - sem malsinar a sorte, sem desesperos, sem angústias, sem desfalecimentos nem revoltas, mas com aceitação plena e resignação ativa, e até com alegria no coração, com a mais sólida, viva e inabalável confiança no Cristo-que-é-nosso-Eu, no Deus-

Imanente, na Força-Universal-Inteligente e Boa, que nos vivifica e prepara, de dentro de nosso âmago mais profundo, a nossa ascensão real, até atingirmos TODOS, a "plena evolução crística" (EF 4:13).


A quarta condição do discipulato é também clara, não permitindo ambiguidade: SEGUI-LO. Observese a palavra escolhida com precisão. Poderia ter sido dito "imitá-Lo". Seria muito mais fraco. A imitação pode ser apenas parcial ou, pior ainda, ser simples macaqueação externa (usar cabelos compridos, barbas respeitáveis, vestes talares, gestos estudados), sem nenhuma ressonância interna.


Não. Não é imitá-Lo apenas, é SEGUI-LO. Segui-Lo passo a passo pela estrada evolutiva até atingir a meta final, o ápice, tal como Ele o FEZ: sem recuos, sem paradas, sem demoras pelo caminho, sem descanso, sem distrações, sem concessões, mas marchando direto ao alvo.


SEGUI-LO no AMOR, na DEDICAÇÃO, no SERVIÇO, no AUTO-SACRIFÍCIO, na HUMILDADE, na RENÚNCIA, para que de nós se possa afirmar como Dele foi feito: "fez bem todas as coisas" (MC 7. 37) e: "passou pela Terra fazendo o bem e curando" (AT 10:38).


Como Mestre de boa didática, não apresenta exigências sem dar as razões. Os versículos seguintes satisfazem a essa condição.


Aqui, como sempre, são empregados os termos filosóficos com absoluta precisão vocabular (elegantia), não deixando margem a qualquer dúvida. A palavra usada é psychê, e não pneuma; é alma e nã "espírito" (em adendo a este capítulo daremos a "constituição do homem" segundo o Novo Testamento).


A alma (psychê) é a personagem humana em seu conjunto de intelecto-emoções, excluído o corpo denso e as sensações do duplo etérico. Daí a definição da resposta 134 do "Livro dos Espíritos": "alma é o espírito encarnado", isto é, a personagem humana que habita no corpo denso.

Aí está, pois, a chave para a interpretação do "negue-se a si mesmo": esse eu, a alma, é a personagem que precisa ser negada, porque, quem não quiser fazê-lo, quem pretender preservar esse eu, essa alma, vai acabar perdendo-a, já que, ao desencarnar, estará com "as mãos vazias". Mas aquele que por causa do Cristo Interno - renunciar e perder essa personagem transitória, esse a encontrará melhorada (Mateus), esse a preservará da ruína (Marcos e Lucas).


E prossegue: que adiantará acumular todas as riquezas materiais do mundo, se a personalidade vai cair no vazio? Nada de material pode ser-lhe comparado. No entanto, se for negada, será exaltada sobre todas as coisas (cfr. o texto acima citado, Filp. 2:5-11).


Todas e qualquer evolução do Espírito é feita exclusivamente durante seu mergulho na carne (veja atrás). Só através das personagens humanas haverá ascensão espiritual, por meio do "ajustamento sintônico". Então, necessidade absoluta de consegui-lo, não "se envergonhando", isto é, não desafinando da tônica do Pai (Som) que tudo cria, governa e mantém. Enfrentar o mundo sem receio, sem" respeitos humanos", e saber recusá-lo também, para poder obter o Encontro Místico com o Cristo Interno. Se a criatura "se envergonha" e se retrai, (não sintoniza) não é possível conseguir o Contato Divino, e o Filho do Homem também a evitará ("se envergonhará" dessa criatura). Só poderá haver a" descida da graça" ou a unificação com o Cristo, "na glória (tônica) do Pai (Som-Verbo), na glória (tônica) do próprio Cristo (Eu Interno), na glória de todos os santos mensageiros", se houver a coragem inquebrantável de romper com tudo o que é material e terreno, apagando as sensações, liquidando as emoções, calando o intelecto, suplantando o próprio "espírito" encarnado, isto é, PERDENDO SUA ALMA: só então "a achará", unificada que estará com o Cristo, Nele mergulhada (batismo), "como a gota no oceano" (Bahá"u"lláh). Realmente, a gota se perde no oceano mas, inegavelmente, ao deixar de ser gota microscópica, ela se infinitiva e se eterniza tornando-se oceano...

Em Mateus é-nos dado outro aviso: ao entrar em contato com a criatura, esta "receberá de acordo com seu comportamento" (pláxin). De modo geral lemos nas traduções correntes "de acordo com suas obras". Mas isso daria muito fortemente a ideia de que o importante seria o que o homem FAZ, quando, na realidade, o que importa é o que o homem É: e a palavra comportamento exprime-o melhor que obras; ora, a palavra do original práxis tem um e outro sentido.


Evidentemente, cada ser só poderá receber de acordo com sua capacidade, embora todos devam ser cheios, replenos, com "medida sacudida e recalcada" (cfr. Lc. 5:38).


Mas há diferença de capacidade entre o cálice, o copo, a garrafa, o litro, o barril, o tonel... De acordo com a própria capacidade, com o nível evolutivo, com o comportamento de cada um, ser-lhe-á dado em abundância, além de toda medida. Figuremos uma corrente imensa, que jorra permanentemente luz e força, energia e calor. O convite é-nos feito para aproximar-nos e recolher quanto quisermos.


Acontece, porém, que cada um só recolherá conforme o tamanho do vasilhame que levar consigo.


Assim o Cristo Imanente e o Verbo Criador e Conservador SE DERRAMAM infinitamente. Mas nós, criaturas finitas, só recolheremos segundo nosso comportamento, segundo a medida de nossa capacidade.


Não há fórmulas mágicas, não há segredos iniciáticos, não peregrinações nem bênçãos de "mestres", não há sacramentos nem sacramentais, que adiantem neste terreno. Poderão, quando muito, servir como incentivo, como animação a progredir, mas por si, nada resolvem, já que não agem ex ópere operantis nem ex opere operatus, mas sim ex opere recipientis: a quantidade de recebimento estará de acordo com a capacidade de quem recebe, não com a grandeza de quem dá, nem com o ato de doação.


E pode obter-se o cálculo de capacidade de cada um, isto é, o degrau evolutivo em que se encontra no discipulato de Cristo, segundo as várias estimativas das condições exigidas:

a) - pela profundidade e sinceridade na renúncia ao eu personalístico, quando tudo é feito sem cogitar de firmar o próprio nome, sem atribuir qualquer êxito ao próprio merecimento (não com palavras, mas interiormente), colaborando com todos os "concorrentes", que estejam em idêntica senda evolutiva, embora nos contrariem as ideias pessoais, mas desde que sigam os ensinos de Cristo;


b) - pela resignação sem queixas, numa aceitação ativa, de todas as cruzes, que exprimam atos e palavras contra nós, maledicências e calúnias, sem respostas nem defesas, nem claras nem veladas (já nem queremos acenar à contra-ataques e vinganças).


c) - pelo acompanhar silencioso dos passos espirituais no caminho do auto-sacrifício por amor aos outros, pela dedicação integral e sem condições; no caminho da humildade real, sem convencimentos nem exterioridades; no caminho do serviço, sem exigências nem distinções; no caminho do amor, sem preferências nem limitações. O grau dessas qualidades, todas juntas, dará uma ideia do grau evolutivo da criatura.


Assim entendemos essas condições: ou tudo, à perfeição; ou pouco a pouco, conquistando uma de cada vez. Mas parado, ninguém ficará. Se não quiser ir espontaneamente, a dor o aguilhoará, empurrandoo para a frente de qualquer forma.


No entanto, uma promessa relativa à possibilidade desse caminho é feita claramente: "alguns dos que aqui estão presentes não experimentarão a morte até conseguirem isso". A promessa tanto vale para aquelas personagens de lá, naquela vida física, quanto para os Espíritos ali presentes, garantindo-selhes que não sofreriam queda espiritual (morte), mas que ascenderiam em linha reta, até atingir a meta final: o Encontro Sublime, na União mística absoluta e total.


Interessante a anotação de Marcos quando acrescenta: O "reino de Deus chegado em poder". Durante séculos se pensou no poder externo, a espetacularidade. Mas a palavra "en dynámei" expressa muito mais a força interna, o "dinamismo" do Espírito, a potencialidade crística a dinamizar a criatura em todos os planos.


O HOMEM NO NOVO TESTAMENTO


O Novo Testamento estabelece, com bastante clareza, a constituição DO HOMEM, dividindo o ser encarnado em seus vários planos vibratórios, concordando com toda a tradição iniciática da Índia e Tibet, da China, da Caldeia e Pérsia, do Egito e da Grécia. Embora não encontremos o assunto didaticamente esquematizado em seus elementos, o sentido filosófico transparece nítido dos vários termos e expressões empregados, ao serem nomeadas as partes constituintes do ser humano, ou seja, os vários níveis em que pode tornar-se consciente.


Algumas das palavras são acolhidas do vocabulário filosófico grego (ainda que, por vezes, com pequenas variações de sentido); outras são trazidas da tradição rabínica e talmúdica, do centro iniciático que era a Palestina, e que já entrevemos usadas no Antigo Testamento, sobretudo em suas obras mais recentes.


A CONCEPÇÃO DA DIVINDADE


Já vimos (vol, 1 e vol. 3 e seguintes), que DEUS, (ho théos) é apresentado, no Novo Testamento, como o ESPÍRITO SANTO (tò pneuma tò hágion), o qual se manifesta através do Pai (patêr) ou Lógos (Som Criador, Verbo), e do Filho Unigênito (ho hyiós monogenês), que é o Cristo Cósmico.


DEUS NO HOMEM


Antes de entrar na descrição da concepção do homem, no Novo Testamento, gostaríamos de deixar tem claro nosso pensamento a respeito da LOCALIZAÇÃO da Centelha Divina ou Mônada NO CORA ÇÃO, expressão que usaremos com frequência.


A Centelha (Partícula ou Mônada) é CONSIDERADA por nós como tal; mas, na realidade, ela não se separa do TODO (cfr. vol. 1); logo, ESTÁ NO TODO, e portanto É O TODO (cfr. JO 1:1).


O "TODO" está TODO em TODAS AS COISAS e em cada átomo de cada coisa (cfr. Agostinho, De Trin. 6, 6 e Tomás de Aquino, Summa Theologica, I, q. 8, art. 2, ad 3um; veja vol. 3, pág. 145).


Entretanto, os seres e as coisas acham-se limitados pela forma, pelo espaço, pelo tempo e pela massa; e por isso afirmamos que em cada ser há uma "centelha" ou "partícula" do TODO. No entanto, sendo o TODO infinito, não tem extensão; sendo eterno, é atemporal; sendo indivisível, não tem dimensão; sendo O ESPÍRITO, não tem volume; então, consequentemente, não pode repartir-se em centelhas nem em partículas, mas é, concomitantemente, TUDO EM TODAS AS COISAS (cfr. l. ª Cor. 12:6).


Concluindo: quando falamos em "Centelha Divina" e quando afirmamos que ela está localizada no coração, estamos usando expressões didáticas, para melhor compreensão do pensamento, dificílimo (quase impossível) de traduzir-se em palavras.


De fato, porém, a Divindade está TODA em cada célula do corpo, como em cada um dos átomos de todos os planos espirituais, astrais, físicos ou quaisquer outros que existam. Em nossos corpos físicos e astral, o coração é o órgão preparado para servir de ponto de contato com as vibrações divinas, através, no físico, do nó de Kait-Flake e His; então, didaticamente, dizemos que "o coração é a sede da Centelha Divina".


A CONCEPÇÃO DO HOMEM


O ser humano (ánthrôpos) é considerado como integrado por dois planos principais: a INDIVIDUALIDADE (pneuma) e a PERSONAGEM ou PERSONALIDADE; esta subdivide-se em dois: ALMA (psychê) e CORPO (sôma).


Mas, à semelhança da Divindade (cfr. GN 1:27), o Espírito humano (individualidade ou pneuma) possui tríplice manifestação: l. ª - a CENTELHA DIVINA, ou Cristo, partícula do pneuma hágion; essa centelha que é a fonte de todo o Espirito, está localizada e representada quase sempre por kardia (coração), a parte mais íntima e invisível, o âmago, o Eu Interno e Profundo, centro vital do homem;


2. ª - a MENTE ESPIRITUAL, parte integrante e inseparável da própria Centelha Divina. A Mente, em sua função criadora, é expressa por noús, e está também sediada no coração, sendo a emissora de pensamentos e intuições: a voz silenciosa da super-consciência;


3. ª - O ESPÍRITO, ou "individualização do Pensamento Universal". O "Espírito" propriamente dito, o pneuma, surge "simples e ignorante" (sem saber), e percorre toda a gama evolutiva através dos milênios, desde os mais remotos planos no Antissistema, até os mais elevados píncaros do Sistema (Pietro Ubaldi); no entanto, só recebe a designação de pneuma (Espírito) quando atinge o estágio hominal.


Esses três aspectos constituem, englobamente, na "Grande Síntese" de Pietro Ubaldi, o "ALPHA", o" espírito".


Realmente verificamos que, de acordo com GN 1:27, há correspondência perfeita nessa tríplice manifesta ção do homem com a de Deus: A - ao pneuma hágion (Espírito Santo) correspondente a invisível Centelha, habitante de kardía (coração), ponto de partida da existência;


B - ao patêr (Pai Criador, Verbo, Som Incriado), que é a Mente Divina, corresponde noús (a mente espiritual) que gera os pensamentos e cria a individualização de um ser;


C - Ao Filho Unigênito (Cristo Cósmico) corresponde o Espírito humano, ou Espírito Individualizado, filho da Partícula divina, (a qual constitui a essência ou EU PROFUNDO do homem); a individualidade é o EU que percorre toda a escala evolutiva, um Eu permanente através de todas as encarnações, que possui um NOME "escrito no livro da Vida", e que terminará UNIFICANDO-SE com o EU PROFUNDO ou Centelha Divina, novamente mergulhando no TODO. (Não cabe, aqui, discutir se nessa unificação esse EU perde a individualidade ou a conserva: isso é coisa que está tão infinitamente distante de nós no futuro, que se torna impossível perceber o que acontecerá).


No entanto, assim como Pneuma-Hágion, Patêr e Hyiós (Espírito-Santo, Pai e Filho) são apenas trê "aspectos" de UM SÓ SER INDIVISÍVEL, assim também Cristo-kardía, noús e pneuma (CristoSABEDORIA DO EVANGELHO coração, mente espiritual e Espírito) são somente três "aspectos" de UM SÓ SER INDIVÍVEL, de uma criatura humana.


ENCARNAÇÃO


Ao descer suas vibrações, a fim de poder apoiar-se na matéria, para novamente evoluir, o pneuma atinge primeiro o nível da energia (o BETA Ubaldiano), quando então a mente se "concretiza" no intelecto, se materializa no cérebro, se horizontaliza na personagem, começando sua "crucificação". Nesse ponto, o pneuma já passa a denominar-se psychê ou ALMA. Esta pode considerar-se sob dois aspectos primordiais: a diánoia (o intelecto) que é o "reflexo" da mente, e a psychê propriamente dita isto é, o CORPO ASTRAL, sede das emoções.


Num último passo em direção à matéria, na descida que lhe ajudará a posterior subida, atinge-se então o GAMA Ubaldiano, o estágio que o Novo Testamento designa com os vocábulos diábolos (adversário) e satanás (antagonista), que é o grande OPOSITOR do Espírito, porque é seu PÓLO NEGATIVO: a matéria, o Antissistema. Aí, na matéria, aparece o sôma (corpo), que também pode subdividir-se em: haima (sangue) que constitui o sistema vital ou duplo etérico e sárx (carne) que é a carapaça de células sólidas, último degrau da materialização do espírito.


COMPARAÇÃO


Vejamos se com um exemplo grosseiro nos faremos entender, não esquecendo que omnis comparatio claudicat.


Observemos o funcionamento do rádio. Há dois sistemas básicos: o transmissor (UM) e os receptores (milhares, separados uns dos outros).


Consideremos o transmissor sob três aspectos: A - a Força Potencial, capaz de transmitir;


B - a Antena Emissora, que produz as centelas;


C - a Onda Hertziana, produzida pelas centelhas.


Mal comparando, aí teríamos:

a) - o Espirito-Santo, Força e Luz dos Universos, o Potencial Infinito de Amor Concreto;


b) - o Pai, Verbo ou SOM, ação ativa de Amante, que produz a Vida


c) - o Filho, produto da ação (do Som), o Amado, ou seja, o Cristo Cósmico que permeia e impregna tudo.


Não esqueçamos que TUDO: atmosfera, matéria, seres e coisas, no raio de ação do transmissor, ficam permeados e impregnados em todos os seus átomos com as vibrações da onda hertziana, embora seja esta invisível e inaudível e insensível, com os sentidos desarmados; e que os três elementos (Força-
Antena e Onda) formam UM SÓ transmissor o Consideremos, agora, um receptor. Observaremos que a recepção é feita em três estágios:

a) - a captação da onda


b) - sua transformação


c) - sua exteriorização Na captação da onda, podemos distinguir - embora a operação seja uma só - os seguintes elementos: A - a onda hertziana, que permeia e impregna todos os átomos do aparelho receptor, mas que é captada realmente apenas pela antena;


B - o condensador variável, que estabelece a sintonia com a onda emitida pelo transmissor. Esses dois elementos constituem, de fato, C - o sistema RECEPTOR INDIVIDUAL de cada aparelho. Embora a onda hertziana seja UMA, emitida pelo transmissor, e impregne tudo (Cristo Cósmico), nós nos referimos a uma onda que entra no aparelho (Cristo Interno) e que, mesmo sendo perfeita; será recebida de acordo com a perfeição relativa da antena (coração) e do condensador variável (mente). Essa parte representaria, então, a individualidade, o EU PERFECTÍVEL (o Espírito).


Observemos, agora, o circuito interno do aparelho, sem entrar em pormenores, porque, como dissemos, a comparação é grosseira. Em linhas gerais vemos que a onda captada pelo sistema receptor propriamente dito, sofre modificações, quando passa pelo circuito retificador (que transforma a corrente alternada em contínua), e que representaria o intelecto que horizontaliza as ideias chegadas da mente), e o circuito amplificador, que aumenta a intensidade dos sinais (que seria o psiquismo ou emoções, próprias do corpo astral ou alma).


Uma vez assim modificada, a onda atinge, com suas vibrações, o alto-falante que vibra, reproduzindo os sinais que chegam do transmissor isto é, sentindo as pulsações da onda (seria o corpo vital ou duplo etérico, que nos dá as sensações); e finalmente a parte que dá sonoridade maior, ou seja, a caixa acústica ou móvel do aparelho (correspondente ao corpo físico de matéria densa).


Ora, quanto mais todos esses elementos forem perfeitos, tanto mais fiel e perfeito será a reprodução da onda original que penetrou no aparelho. E quanto menos perfeitos ou mais defeituosos os elementos, mais distorções sofrerá a onda, por vezes reproduzindo, em guinchos e roncos, uma melodia suave e delicada.


Cremos que, apesar de suas falhas naturais, esse exemplo dá a entender o funcionamento do homem, tal como conhecemos hoje, e tal como o vemos descrito em todas as doutrinas espiritualistas, inclusive

—veremos agora quiçá pela primeira vez - nos textos do Novo Testamento.


Antes das provas que traremos, o mais completas possível, vejamos um quadro sinóptico:
θεός DEUS
πνεϋµα άγιον Espírito Santo
λόγος Pai, Verbo, Som Criador
υίός - Χριστό CRISTO - Filho Unigênito
άνθρωπος HOMEM
иαρδία - Χριστ

ό CRISTO - coração (Centelha)


πνεϋµα νους mente individualidade
πνεϋµα Espírito
φυΧή διάγοια intelecto alma
φυΧή corpo astral personagem
σώµα αίµα sangue (Duplo) corpo
σάρ

ξ carne (Corpo)


A - O EMPREGO DAS PALAVRAS


Se apresentada pela primeira vez, como esta, uma teoria precisa ser amplamente documentada e comprovada, para que os estudiosos possam aprofundar o assunto, verificando sua realidade objetiva. Por isso, começaremos apresentando o emprego e a frequência dos termos supracitados, em todos os locais do Novo Testamento.


KARDÍA


Kardía expressa, desde Homero (Ilíada, 1. 225) até Platão (Timeu, 70 c) a sede das faculdades espirituais, da inteligência (ou mente) e dos sentimentos profundos e violentos (cfr. Ilíada, 21,441) podendo até, por vezes, confundir-se com as emoções (as quais, na realidade, são movimentos da psychê, e não propriamente de kardía). Jesus, porém, reiteradamente afirma que o coração é a fonte primeira em que nascem os pensamentos (diríamos a sede do Eu Profundo).


Com este último sentido, a palavra kardía aparece 112 vezes, sendo que uma vez (MT 12:40) em sentido figurado.


MT 5:8, MT 5:28; 6:21; 9:4; 11:29; 12:34 13-15(2x),19; 15:8,18,19; 18;35; 22;37; 24:48; MC 2:6, MC 2:8; 3:5;


4:15; 6;52; 7;6,19,21; 8:11; 11. 23; 12:30,33; LC 1:17, LC 1:51, LC 1:66; 2;19,35,51; 3:5; 5:22; 6:45; 8:12,15;


9:47; 10:27; 12:34; 16:15; 21:14,34; 24;25,32,38; JO 12:40(2x); 13:2; 14:1,27; 16:6,22 AT 2:26, AT 2:37, AT 2:46; AT 4:32; 5:3(2x); 7:23,39,51,54; 8;21,22; 11;23. 13:22; 14:17; 15:9; 16;14; 21:13; 28:27(2x);


RM 1:21, RM 1:24; 2:5,15,29; 5:5; 6:17; 8:27; 9:2; 10:1,6,8,9,10; 16:16; 1. ª Cor. 2:9; 4:5; 7:37; 14:25; 2. ª Cor. 1:22; 2:4; 3:2,3,15; 4:6; 5:12; 6:11; 7:3; 8:16; 9:7; GL 4:6; EF 1:18; EF 3:17; EF 4:18; EF 5:19; EF 6:5, EF 6:22;


Filp. 1:7; 4:7; CL 2:2; CL 3:15, CL 3:16, CL 3:22; CL 4:8; 1. ª Tess. 2:4,17; 3:13; 2. ª Tess. 2:17; 3:5; 1. ª Tim. 1:5; 2. ª Tim.


2:22; HB 3:8, HB 3:10, HB 3:12, HB 3:15; HB 4:7, HB 4:12; 8:10; 10:16,22; Tiago, 1:26; 3:14; 4:8; 5:5,8; 1. ª Pe. 1:22; 3:4,15; 2. ª Pe. 1:19; 2:15; 1; 1. ª JO 3;19,20(2x),21; AP 2:23; AP 17:17; AP 18:7.


NOÚS


Noús não é a "fonte", mas sim a faculdade de criar pensamentos, que é parte integrante e indivisível de kardía, onde tem sede. Já Anaxágoras (in Diógenes Laércio, livro 2. º, n. º 3) diz que noús (o Pensamento Universal Criador) é o "’princípio do movimento"; equipara, assim, noús a Lógos (Som, Palavra, Verbo): o primeiro impulsionador dos movimentos de rotação e translação da poeira cósmica, com isso dando origem aos átomos, os quais pelo sucessivo englobamento das unidades coletivas cada vez mais complexas, formaram os sistemas atômicos, moleculares e, daí subindo, os sistemas solares, gal áxicos, e os universos (cfr. vol. 3. º).


Noús é empregado 23 vezes com esse sentido: o produto de noús (mente) do pensamento (nóêma), usado 6 vezes (2. ª Cor. 2:11:3:14; 4:4; 10:5; 11:3; Filp. 4:7), e o verbo daí derivado, noeín, empregado

14 vezes (3), sendo que com absoluta clareza em João (João 12:40) quando escreve "compreender com o coração" (noêsôsin têi kardíai).


LC 24. 45; RM 1:28; RM 7:23, RM 7:25; 11:34; 12:2; 14. 5; l. ª Cor. 1. 10; 2:16:14:14,15,19; EF 4:17, EF 4:23; Filp.


4:7; CL 2:18; 2. ª Tess. 2. 2; 1. ª Tim. 6:5; 2. ª Tim. 3:8; TT 1:15;AP 13:18.


PNEUMA


Pneuma, o sopro ou Espírito, usado 354 vezes no N. T., toma diversos sentidos básicos: MT 15:17; MT 16:9, MT 16:11; 24:15; MC 7:18; MC 8:17; MC 13:14; JO 12:40; RM 1:20; EF 3:4, EF 3:20; 1. ª Tim. 1:7;


2. ª Tim. 2:7; HB 11:13

1. Pode tratar-se do ESPÍRITO, caracterizado como O SANTO, designando o Amor-Concreto, base e essência de tudo o que existe; seria o correspondente de Brahman, o Absoluto. Aparece com esse sentido, indiscutivelmente, 6 vezes (MT 12:31, MT 12:32; MC 3:29; LC 12:10; JO 4:24:1. ª Cor. 2:11).


Os outros aspectos de DEUS aparecem com as seguintes denominações:

a) - O PAI (ho patêr), quando exprime o segundo aspecto, de Criador, salientando-se a relação entre Deus e as criaturas, 223 vezes (1); mas, quando se trata do simples aspecto de Criador e Conservador da matéria, é usado 43 vezes (2) o vocábulo herdado da filosofia grega, ho lógos, ou seja, o Verbo, a Palavra que, ao proferir o Som Inaudível, movimenta a poeira cósmica, os átomos, as galáxias.


(1) MT 5:16, MT 5:45, MT 5:48; MT 6:1, MT 6:4, MT 6:6, MT 6:8,9,14,15,26,32; 7:11,21; 10:20,29,32,33; 11:25,27; 12:50; 13:43; 15:13; 16:17,27; 18:10,14,19,35; 20:23; 23:9; 24:36; 25:34:26:29,39,42,53; MC 8:25; MC 11:25, MC 11:32; MC 11:14:36; LC 2:49; LC 2:6:36;9:26;10:21,22;11:2,13;12:30,32;22:29,42;23:34,46;24:49;JO 1:14, JO 1:18; JO 1:2:16;3:35;4:21,23;5:1 7,18,19,20,21,22,23,26,36,37,43,45,46,27,32,37,40,44,45,46,57,65;8:18,19,27,28,38,41,42,49,54;10:1 5,17,18,19,25,29,30,32,35,38;11:41;12:26,27,28,49,50;13:1,3;14:2,6,7,8,9,10,11,13,16,20,21,24,26,28, 31,15:1,8,9,10,15,16,23,24,26;16:3,10,15,17,25,26,27,28,32;17:1,5,11,21,24,25; 18:11; 20:17,21;AT 1:4, AT 1:7; AT 1:2:33;Rom. 1:7;6:4;8:15;15:6;1. º Cor. 8:6; 13:2; 15:24; 2. º Cor. 1:2,3; 6:18; 11:31; Gól. 1:1,3,4; 4:6; EF 1:2, EF 1:3, EF 1:17; EF 2:18; EF 2:3:14; 4:6; 5:20; FP 1:2; FP 2:11; FP 4:20; CL 1:2, CL 1:3, CL 1:12:3:17; 1. 0 Teõs. 1:1,3; 3:11,13; 2° Tess. 1:1 2; : 2:16; 1. º Tim. 1:2; 2. º Tim. 1:2; TT 1:4; Flm. 3; HB 1:5; HB 12:9; Tiago 1:17, Tiago 1:27:3:9; 1° Pe. 1:2,3,17; 2. º Pe. 1:17, 1. º JO 1:2,3; 2:1,14,15,16, 22,23,24; 3:1; 4:14; 2. º JO 3,4,9; Jud. 9; AP 1:6; AP 2:28; AP 3:5, AP 3:21; 14:1. (2) MT 8:8; LC 7:7; JO 1:1, JO 1:14; 5:33; 8:31,37,43,51,52,55; 14:23,24; 15:20; 17:61417; 1. º Cor. 1:13; 2. º Cor. 5:19; GL 6:6; Filp. 2:6; Cor. 1:25; 3:16; 4:3; 1. º Tess. 1:6; 2. º Tess. 3:1; 2. º Tim. 2:9; Heb. : 12; 6:1; 7:28; 12:9; Tiago, 1:21,22,23; 1. ° Pe. 1:23; 2. º Pe. 3:5,7; 1. º JO 1:1,10; 2:5,7,14; AP 19:13.


b) - O FILHO UNIGÊNITO (ho hyiós monogenês), que caracteriza o CRISTO CÓSMICO, isto é, toda a criação englobadamente, que é, na realidade profunda, um dos aspectos da Divindade. Não se trata, como é claro, de panteísmo, já que a criação NÃO constitui a Divindade; mas, ao invés, há imanência (Monismo), pois a criação é UM DOS ASPECTOS, apenas, em que se transforma a Divindade. Esta, além da imanência no relativo, é transcendente como Absoluto; além da imanência no tempo, é transcendente como Eterno; além da imanência no finito, é transcendente como Infinito.


A expressão "Filho Unigênito" só é usada por João (1:14,18; 13:16,18 e 1. a JO 4:9). Em todos os demais passos é empregado o termo ho Christós, "O Ungido", ou melhor, "O Permeado pela Divindade", que pode exprimir tanto o CRISTO CÓSMICO que impregna tudo, quanto o CRISTO INTERNO, se o olhamos sob o ponto de vista da Centelha Divina no âmago da criatura.


Quando não é feita distinção nos aspectos manifestantes, o N. T. emprega o termo genérico ho theós Deus", precedido do artigo definido.


2. Além desse sentido, encontramos a palavra pneuma exprimindo o Espírito humano individualizado; essa individualização, que tem a classificação de pneuma, encontra-se a percorrer a trajetória de sua longa viagem, a construir sua própria evolução consciente, através da ascensão pelos planos vibratórios (energia e matéria) que ele anima em seu intérmino caminhar. Notemos, porém, que só recebe a denominação de pneuma (Espírito), quando atinge a individualização completa no estado hominal (cfr. A. Kardec, "Livro dos Espíritos", resp. 79: "Os Espíritos são a individualização do Princípio Inteligente, isto é, de noús).


Logicamente, portanto, podemos encontrar espíritos em muitos graus evolutivos, desde os mais ignorantes e atrasados (akátharton) e enfermos (ponêrón) até os mais evoluídos e santos (hágion).


Todas essas distinções são encontradas no N. T., sendo de notar-se que esse termo pneuma pode designar tanto o espírito encarnado quanto, ao lado de outros apelativos, o desencarnado.


Eis, na prática, o emprego da palavra pneuma no N. T. :

a) - pneuma como espírito encarnado (individualidade), 193 vezes: MT 1:18, MT 1:20; 3:11; 4:1; 5:3; 10:20; 26:41; 27:50; MC 1:8; MC 2:8; MC 8:12; MC 14:38; LC 1:47, LC 1:80; 3:16, 22; 8:55; 23:46; 24. 37, 39; JO 1:33; JO 3:5, JO 3:6(2x), 8; 4:23; 6:63; 7:39; 11:33; 13:21; 14:17, 26; 15:26; 16:13; 19-30, 20:22; AT 1:5, AT 1:8; 5:3; 32:7:59; 10:38; 11:12,16; 17:16; 18:25; 19:21; 20:22; RM 1:4, RM 1:9; 5:5; 8:2, 4, 5(2x), 6, 9(3x), 10, 11(2x),13, 14, 15(2x), 16(2x), 27; 9:1; 12:11; 14:17; 15:13, 16, 19, 30; 1° Cor. 2:4, 10(2x), 11, 12; 3:16; 5:3,4, 5; 6:11, 17, 19; 7:34, 40; 12:4, 7, 8(2x), 9(2x), 11, 13(2x); 14:2, 12, 14, 15(2x), 16:32; 15:45; 16:18; 2º Cor. 1:22; 2:13; 3:3, 6, 8, 17(2x), 18; 5:5; 6:6; 7:1, 13; 12:18; 13:13; GL 3:2, GL 3:3, GL 3:5; 4:6, 29; 5:5,16,17(2x), 18, 22, 25(2x1); 6:8(2x),18; EF 1:13, EF 1:17; 2:18, 22; 3:5, 16; 4:3, 4:23; 5:18; 6:17, 18; Philp. 1:19, 27; 2:1; 3:3; 4:23; CL 1:8; CL 2:5; 1º Tess. 1:5, 6; 4:8; 5:23; 2. º Tess. 2:13; 1. º Tim. 3:16; 4:22; 2. º Tim. 1:14; TT 3:5; HB 4:12, HB 6:4; HB 9:14; HB 10:29; HB 12:9; Tiago, 2:26:4:4; 1. º Pe. 1:2, 11, 12; 3:4, 18; 4:6,14; 1. º JO 3:24; JO 4:13; JO 5:6(2x),7; Jud. 19:20; AP 1:10; AP 4:2; AP 11:11.


b) - pneuma como espírito desencarnado:


I - evoluído ou puro, 107 vezes:


MT 3:16; MT 12:18, MT 12:28; 22:43; MC 1:10, MC 1:12; 12:36; 13. 11; LC 1:15, LC 1:16, LC 1:41, LC 1:67; 2:25, 27; 4:1, 14, 18; 10:21; 11:13; 12:12; JO 1:32; JO 3:34; AT 1:2, AT 1:16; 2:4(2x), 17, 18, 33(2x), 38; 4:8; 25, 31; 6:3, 10; 7:51, 55; 8:15, 17, 18, 19, 29, 39; 9:17, 31; 10:19, 44, 45, 47; 11:15, 24, 28; 13:2, 4, 9, 52; 15:8, 28; 16:6, 7; 19:1, 2, 6; 20:22, 28; 21:4, 11; 23:8, 9; 28:25; 1. º Cor. 12:3(2x), 10; 1. º Tess. 5:9; 2. º Tess. 2:2; 1. ° Tim. 4:1; HB 1:7, HB 1:14; 2:4; 3:7; 9:8; 10:15; 12:23; 2. º Pe. 1:21; 1. ° JO 4:1(2x), 2, 3, 6; AP 1:4; AP 2:7, AP 2:11, AP 2:17, AP 2:29; 3:1, 6, 13, 22; 4:5; 5:6; 14:13; 17:3:19. 10; 21. 10; 22:6, 17.


II - involuído ou não-purificado, 39 vezes:


MT 8:16; MT 10:1; MT 12:43, MT 12:45; MC 1:23, MC 1:27; 3:11, 30; 5:2, 8, 13; 6:7; 7:25; 9:19; LC 4:36; LC 6:18; LC 7:21; LC 8:2; LC 10:20; LC 11:24, LC 11:26; 13:11; AT 5:16; AT 8:7; AT 16:16, AT 19:12, AT 19:13, AT 19:15, AT 19:16; RM 11:8:1. ° Cor. 2:12; 2. º Cor. 11:4; EF 2:2; 1. º Pe. 3:19; 1. º JO 4:2, 6; AP 13:15; AP 16:13; AP 18:2.


c) - pneuma como "espírito" no sentido abstrato de "caráter", 7 vezes: (JO 6:63; RM 2:29; 1. ª Cor. 2:12:4:21:2. ª Cor. 4:13; GL 6:1 e GL 6:2. ª Tim. 1:7)


d) - pneuma no sentido de "sopro", 1 vez: 2. ª Tess. 2:8 Todavia, devemos acrescentar que o espírito fora da matéria recebia outros apelativo, conforme vimos (vol. 1) e que não é inútil recordar, citando os locais.


PHÁNTASMA, quando o espírito, corpo astral ou perispírito se torna visível; termo que, embora frequente entre os gregos, só aparece, no N. T., duas vezes (MT 14:26 e MC 6:49).

ÁGGELOS (Anjo), empregado 170 vezes, designa um espírito evoluído (embora nem sempre de categoria acima da humana); essa denominação específica que, no momento em que é citada, tal entidade seja de nível humano ou supra-humano - está executando uma tarefa especial, como encarrega de "dar uma mensagem", de "levar um recado" de seus superiores hierárquicos (geralmente dizendo-se "de Deus"): MT 1:20, MT 1:24; 2:9, 10, 13, 15, 19, 21; 4:6, 11; 8:26; 10:3, 7, 22; 11:10, 13; 12:7, 8, 9, 10, 11, 23; 13:39, 41, 49; 16:27; 18:10; 22:30; 24:31, 36; 25:31, 41; 26:53; 27:23; 28:2, 5; MC 1:2, MC 1:13; 8:38; 12:25; 13:27, 32; LC 1:11, LC 1:13, LC 1:18, LC 1:19, 26, 30, 34, 35, 38; 4:10, 11; 7:24, 27; 9:26, 52; 12:8; 16:22; 22:43; 24:23; JO 1:51; JO 12:29; JO 20:12 AT 5:19; AT 6:15; AT 7:30, AT 7:35, AT 7:38, AT 7:52; 12:15; 23:8, 9; RM 8:38; 1. ° Cor. 4:9; 6:3; 11:10; 13:1; 2. º Cor. 11:14; 12:7; GL 1:8; GL 3:19; GL 4:14; CL 2:18; 2. º Tess. 1:7; 1. ° Tim. 3:16; 5:21; HB 1:4, HB 1:5, HB 1:6, HB 1:7, 13; 2:2, 5, 7, 9, 16; 12:22; 13:2; Tiago 2:25; 1. º Pe. 1:4, 11; Jud. 6; AP 1:1, AP 1:20; 2:1, 8, 12, 18; 3:1, 5, 7, 9, 14; 5:2, 11; 7:1, 11; 8:2, 3, 4, 5, 6, 8, 10, 12, 13; 9:1, 11, 13, 14, 15; 10:1, 5, 7, 8, 9, 10; 11:15; 12:7, 9, 17; 14:6, 9, 10, 15, 17, 18, 19; 15:1, 6, 7, 8, 10; 16:1, 5; 17:1, 7; 18:1, 21; 19:17; 20:1; 21:9, 12, 17; 22:6, 8, 16. BEEZEBOUL, usado 7 vezes: (MT 7. 25; 12:24, 27; MC 3:22; LC 11:15, LC 11:18, LC 11:19) só nos Evangelhos, é uma designação de chefe" de falange, "cabeça" de espíritos involuído.


DAIMÔN (uma vez, em MT 8:31) ou DAIMÓNION, 55 vezes, refere-se sempre a um espírito familiar desencarnado, que ainda conserva sua personalidade humana mesmo além túmulo. Entre os gregos, esse termo designava quer o eu interno, quer o "guia". Já no N. T. essa palavra identifica sempre um espírito ainda não-esclarecido, não evoluído, preso à última encarnação terrena, cuja presença prejudica o encarnado ao qual esteja ligado; tanto assim que o termo "demoníaco" é, para Tiago, sinônimo de "personalístico", terreno, psíquico. "não é essa sabedoria que desce do alto, mas a terrena (epígeia), a personalista (psychike), a demoníaca (demoniôdês). (Tiago, 3:15)


MT 7:22; MT 9:33, MT 9:34; 12:24, 27, 28; 10:8; 11:18; 17:18; MC 1:34, MC 1:39; 3:15, 22; 6:13; 7:26, 29, 30; 9:38; 16:9, 17; LC 4:33, LC 4:35, LC 4:41; 7:33; 8:2, 27, 29, 30, 33, 35, 38; 9:1, 42, 49; 10:17; 11:14, 15, 18, 19, 20; 13:32; JO 7:2; JO 8:48, JO 8:49, JO 8:52; 10:20, 21; AT 17:18; 1. ª Cor. 10:20, 21; 1. º Tim. 4:1; Tiago 2:16; Apoc 9:20; 16:24 e 18:2.


Ao falar de desencarnados, aproveitemos para observar como era designado o fenômeno da psicofonia: I - quando se refere a uma obsessão, com o verbo daimonízesthai, que aparece 13 vezes (MT 4:24;


8:16, 28, 33; 9:32; 12:22; 15:22; Marc 1:32; 5:15, 16, 18; LC 8:36; JO 10:21, portanto, só empregado pelos evangelistas).


II - quando se refere a um espírito evoluído, encontramos as expressões:

• "cheio de um espírito (plêrês, LC 4:1; AT 6:3, AT 6:5; 7:55; 11:24 - portanto só empregado por Lucas);


• "encher-se" (pimplánai ou plêthein, LC 1:15, LC 1:41, LC 1:67; AT 2:4; AT 4:8, AT 4:31; 9:17; 13:19 - portanto, só usado por Lucas);


• "conturbar-se" (tarássein), JO 11:33 e JO 13:21).


Já deixamos bem claro (vol 1) que os termos satanás ("antagonista"), diábolos ("adversário") e peirázôn ("tentador") jamais se referem, no N. T., a espíritos desencarnados, mas expressam sempre "a matéria, e por conseguinte também a "personalidade", a personagem humana que, com seu intelecto vaidoso, se opõe, antagoniza e, como adversário natural do espírito, tenta-o (como escreveu Paulo: "a carne (matéria) luta contra o espírito e o espírito contra a carne", GL 5:17).


Esses termos aparecem: satanãs, 33 vezes (MT 4:10; MT 12:26; MT 16:23; MC 1:13; MC 3:23, MC 3:26; 4:15; 8:33; LC 10:18; LC 11:18; LC 13:16; LC 22:3; JO 13:27, JO 13:31; AT 5:3; AT 26:18; RM 16:20; 1. º Cor. 5:5; 7:5; 2. º Cor. 2:11; 11:14; 12:17; 1. ° Tess. 2:18; 2. º Tess. 2:9; 1. º Tim. 1:20; 5:15; AP 2:9, AP 2:13, AP 2:24; 3:9; 12:9; 20:2, 7); diábolos, 35 vezes (MT 4:1, MT 4:5, MT 4:8, MT 4:11; 13:39; 25:41; LC 4:2, LC 4:3, LC 4:6, LC 4:13; 8:12; JO 6:70; JO 8:44; JO 13:2; AT 10:38; AT 13:10; EF 4:27; EF 6:11; 1. º Tim. 3:6, 7, 11; 2. º Tim. 2:26; 3:3 TT 2:3; HB 2:14; Tiago, 4:7; 1. º Pe. 5:8; 1. º JO 3:8, 10; Jud. 9; AP 2:10; AP 12:9, AP 12:12; 20:2,10) e peirázôn, duas vezes (MT 4:3 e MT 4:1. ª Tess. 3:5).


DIÁNOIA


Diánoia exprime a faculdade de refletir (diá+noús), isto é, o raciocínio; é o intelecto que na matéria, reflete a mente espiritual (noús), projetando-se em "várias direções" (diá) no mesmo plano. Usado 12 vezes (MT 22:37; MC 12:30: LC 1:51; LC 10:27: EF 2:3; EF 4:18; CL 1:21; HB 8:10; HB 10:16; 1. ª Pe. 1:13; 2. ª Pe. 3:1; 1. ª JO 5:20) na forma diánoia; e na forma dianóêma (o pensamento) uma vez em LC 11:17. Como sinônimo de diánoia, encontramos, também, synesis (compreensão) 7 vezes (MC 12:33; LC 2:47; 1. ª Cor. 1:19; EF 3:4; CL 1:9 e CL 2:2; e 2. ª Tim. 2:7). Como veremos logo abaixo, diánoia é parte inerente da psychê, (alma).


PSYCHÊ


Psychê é a ALMA, isto é, o "espírito encarnado (cfr. A. Kardec, "Livro dos Espíritos", resp. 134: " alma é o espírito encarnado", resposta dada, evidentemente, por um "espírito" afeito à leitura do Novo Testamento).


A psychê era considerada pelos gregos como o atualmente chamado "corpo astral", já que era sede dos desejos e paixões, isto é, das emoções (cfr. Ésquilo, Persas, 841; Teócrito, 16:24; Xenofonte, Ciropedia, 6. 2. 28 e 33; Xen., Memoráveis de Sócrates, 1. 13:14; Píndaro, Olímpicas, 2. 125; Heródoto, 3. 14; Tucídides, 2. 40, etc.) . Mas psychê também incluía, segundo os gregos, a diánoia ou synesis, isto é, o intelecto (cfr. Heródoto, 5. 124; Sófocles, Édipo em Colona, 1207; Xenofonte, Hieron, 7. 12; Plat ão, Crátilo, 400 a).


No sentido de "espírito" (alma de mortos) foi usada por Homero (cfr. Ilíada 1. 3; 23. 65, 72, 100, 104;


Odisseia, 11. 207,213,222; 24. 14 etc.), mas esse sentido foi depressa abandonado, substituído por outros sinônimos (pnenma, eikôn, phántasma, skiá, daimôn, etc.) .


Psychê é empregado quase sempre no sentido de espírito preso à matéria (encarnado) ou seja, como sede da vida, e até como a própria vida humana, isto é, a personagem terrena (sede do intelecto e das emoções) em 92 passos: Mar. 2:20; 6:25; 10:28, 39; 11:29; 12:18; 16:25, 26; 20:28; 22:37; 26:38; MC 3:4; MC 8:35, MC 8:36, MC 8:37; 10:45; 12:30; 14:34; LC 1:46; LC 2:35; LC 6:9; LC 9:24(2x), 56; 10:27; 12:19, 20, 22, 23; 14:26; 17:33; 21:19; JO 10:11, JO 10:15, JO 10:17, JO 10:18, 24; 12:25, 27; 13:37, 38; 15:13; AT 2:27, AT 2:41, AT 2:43; 3:23; 4:32; 7:14; 14:2, 22; 15:24, 26; 20:10, 24; 27:10, 22, 37, 44; RM 2:9; RM 11:3; RM 13:1; RM 16:4; 1. º Cor. 15:45; 2. º Cor. 1:23; 12:15; EF 6:6; CL 3:23; Flp. 1:27; 2:30; 1. º Tess. 2:8; 5:23; HB 4:12; HB 6:19; HB 10:38, HB 10:39; 12:3; 13:17; Tiago 1:21; Tiago 5:20; 1. º Pe. 1:9, 22; 2:11, 25; 4:19; 2. º Pe. 2:8, 14; 1. º JO 3:16; 3. º JO 2; AP 12:11; AP 16:3; AP 18:13, AP 18:14.


Note-se, todavia, que no Apocalipse (6:9:8:9 e 20:4) o termo é aplicado aos desencarnados por morte violenta, por ainda conservarem, no além-túmulo, as características da última personagem terrena.


O adjetivo psychikós é empregado com o mesmo sentido de personalidade (l. ª Cor. 2:14; 15:44, 46; Tiago, 3:15; Jud. 19).


Os outros termos, que entre os gregos eram usados nesse sentido de "espírito desencarnado", o N. T.


não os emprega com essa interpretação, conforme pode ser verificado:

EIDOS (aparência) - LC 3:22; LC 9:29; JO 5:37; 2. ª Cor. 5:7; 1. ª Tess. 5:22.


EIDÔLON (ídolo) - AT 7:41; AT 15:20; RM 2:22; 1. ª Cor. 8:4, 7; 10:19; 12; 2; 2. ª Cor. 6:16; 1. ª Tess.


1:9; 1. ª JO 5:21; AP 9:20.


EIKÔN (imagem) - MT 22:20; MC 12:16; LC 20:24; RM 1:23; 1. ª Cor. 11:7; 15:49 (2x) ; 2. ª Cor. 3:18; 4:4; CL 1:5; CL 3:10; HB 10:11; AP 13:14; AP 14:2, AP 14:11; 15:2; 19 : 20; 20 : 4.


SKIÁ (sombra) - MT 4:16; MC 4:32; LC 1:79; AT 5:15; CL 2:17; HB 8:5; HB 10:1.


Também entre os gregos, desde Homero, havia a palavra thumós, que era tomada no sentido de alma encarnada". Teve ainda sentidos diversos, exprimindo "coração" quer como sede do intelecto, quer como sede das paixões. Fixou-se, entretanto, mais neste último sentido, e toda, as vezes que a deparamos no Novo Testamento é, parece, com o designativo "força". (Cfr. LC 4:28; AT 19:28; RM 2:8; 2. ª Cor. 12:20; GL 5:20; EF 4:31; CL 3:8; HB 11:27; AP 12:12; AP 14:8, AP 14:10, AP 14:19; 15:1, 7; 16:1, 19; 18:3 e 19:15)


SOMA


Soma exprime o corpo, geralmente o físico denso, que é subdividido em carne (sárx) e sangue (haima), ou seja, que compreende o físico denso e o duplo etérico (e aqui retificamos o que saiu publicado no vol. 1, onde dissemos que "sangue" representava o astral).


Já no N. T. encontramos uma antecipação da moderna qualificação de "corpos", atribuída aos planos ou níveis em que o homem pode tornar-se consciente. Paulo, por exemplo, emprega soma para os planos espirituais; ao distinguir os "corpos" celestes (sómata epouránia) dos "corpos" terrestres (sómata epígeia), ele emprega soma para o físico denso (em lugar de sárx), para o corpo astral (sôma psychikôn) e para o corpo espiritual (sôma pneumatikón) em 1. ª Cor. 15:40 e 44.


No N. T. soma é empregado ao todo 123 vezes, sendo 107 vezes no sentido de corpo físico-denso (material, unido ou não à psychê);


MT 5:29, MT 5:30; 6:22, 25; 10:28(2x); 26:12; 27:58, 59; MC 5:29; MC 14:8; MC 15:43; LC 11:34; LC 12:4, LC 12:22, LC 12:23; 17:37; 23:52, 55; 24:3, 23; JO 2:21; JO 19:31, JO 19:38, JO 19:40; 20:12; Aros. 9:40; RM 1:24; RM 4:19; RM 6:6, RM 6:12; 7:4, 24; 8:10, 11, 13, 23; 12:1, 4; 1. º Cor. 5:13; 6:13(2x), 20; 7:4(2x), 34; 9:27; 12:12(3x),14, 15(2x), 16 (2x), 17, 18, 19, 20, 22, 23, 24, 25; 13:3; 15:37, 38(2x) 40). 2. 0 Cor. 4:40; 5:610; 10:10; 12:2(2x); Gól. 6:17; EF 2:16; EF 5:23, EF 5:28; Ft. 3:21; CL 2:11, CL 2:23; 1. º Tess. 5:23; HB 10:5, HB 10:10, HB 10:22; 13:3, 11; Tiago 2:11, Tiago 2:26; 3:2, 3, 6; 1. º Pe. 2:24; Jud. 9; AP 18:13. Três vezes como "corpo astral" (MT 27:42; 1. ª Cor. 15:14, duas vezes); duas vezes como "corpo espiritual" (1. º Cor. 15:41); e onze vezes com sentido simbólico, referindo-se ao pão, tomado como símbolo do corpo de Cristo (MT 26:26; MC 14:22; LC 22:19; RM 12:5; 1. ª Cor. 6:15; 10:16, 17; 11:24; 12:13, 27; EF 1:23; EF 4:4, EF 4:12, EF 4:16; Filp. 1:20; CL 1:18, CL 1:22; 2:17; 3:15).


HAIMA


Haima, o sangue, exprime, como vimos, o corpo vital, isto é, a parte que dá vitalização à carne (sárx), a qual, sem o sangue, é simples cadáver.


O sangue era considerado uma entidade a parte, representando o que hoje chamamos "duplo etérico" ou "corpo vital". Baste-nos, como confirmação, recordar que o Antigo Testamento define o sangue como "a alma de toda carne" (LV 17:11-14). Suma importância, por isso, é atribuída ao derramamento de sangue, que exprime privação da "vida", e representa quer o sacrifício em resgate de erros e crimes, quer o testemunho de uma verdade.


A palavra é assim usada no N. T. :

a) - sangue de vítimas (HB 9:7, HB 9:12, HB 9:13, HB 9:18, 19, 20, 21, 22, 25; 10:4; 11:28; 13:11). Observe-se que só nessa carta há preocupação com esse aspecto;


b) - sangue de Jesus, quer literalmente (MT 27:4, MT 27:6, MT 27:24, MT 27:25; LC 22:20; JO 19:34; AT 5:28; AT 20:28; RM 5:25; RM 5:9; EF 1:7; EF 2:13; CL 1:20; HB 9:14; HB 10:19, HB 10:29; 12:24; 13:12, 20; 1. ª Pe. 1:2,19; 1. ª JO 1:7; 5:6, 8; AP 1:5; AP 5:9; AP 7:14; AP 12:11); quer simbolicamente, quando se refere ao vinho, como símbolo do sangue de Cristo (MT 26:28; MC 14:24; JO 6:53, JO 6:54, JO 6:55, JO 6:56; 1. ª Cor. 10:16; 11:25, 27).


c) - o sangue derramado como testemunho de uma verdade (MT 23:30, MT 23:35; 27:4; LC 13:1; AT 1:9; AT 18:6; AT 20:26; AT 22:20; RM 3:15; HB 12:4; AP 6:10; 14,: 20; 16:6; 17:6; 19:2, 13).


d) - ou em circunstâncias várias (MC 5:25, MC 5:29; 16:7; LC 22:44; JO 1:13; AT 2:19, AT 2:20; 15:20, 29; 17:26; 21:25; 1. ª Cor. 15:50; GL 1:16; EF 6:12; HB 2:14; AP 6:12; AP 8:7; AP 15:3, AP 15:4; 11:6).


SÁRX


Sárx é a carne, expressão do elemento mais grosseiro do homem, embora essa palavra substitua, muitas vezes, o complexo soma, ou seja, se entenda, com esse termo, ao mesmo tempo "carne" e "sangue".


Apesar de ter sido empregada simbolicamente por Jesus (JO 6:51, JO 6:52, JO 6:53, JO 6:54, 55 e 56), seu uso é mais literal em todo o resto do N. T., em 120 outros locais: MT 19:56; MT 24:22; MT 26:41; MC 10:8; MC 13:20; MC 14:38; LC 3:6; LC 24:39; JO 1:14; JO 3:6(2x); 6:63; 8:15; 17:2; AT 2:7, AT 2:26, AT 2:31; RM 1:3; RM 2:28; RM 3:20; RM 4:1; RM 6:19; RM 7:5, RM 7:18, RM 7:25; 8:3, 4(2x), 5(2x), 6, 7, 8, 9, 13(2x); 9:358; 11:14; 13:14; 1. º Cor. 1:2629; 5:5; 6:16; 7:28;10:18; 15:39(2x),50; 2. º Cor. 1:17; 4:11; 5:16; 7:1,5; 10:2,3(2x); 1:18; 12:7; GL 2:16, GL 2:20; 3:3; 4:13, 14, 23; 5:13, 16, 17, 19, 24; 6:8(2x), 12, 13; EF 2:3, EF 2:11, EF 2:14; 5:29, 30, 31; 6:5; CL 1:22, CL 1:24; 2:1, 5, 11, 13, 18, 23; 3:22, 24; 3:34; 1. º Tim. 3:6; Flm. 16; HB 5:7; HB 9:10, HB 9:13; 10:20; 12:9; Tiago 5:3; 1. º Pe. 1:24; 3;18, 21; 4:1, 2, 6; 2. º Pe. 2:10, 18; 1. º JO 2:16; 4:2; 2. º JO 7; Jud. 7, 8, 23; AP 17:16; AP 19:21.


B - TEXTOS COMPROBATÓRIOS


Respiguemos, agora, alguns trechos do N. T., a fim de comprovar nossas conclusões a respeito desta nova teoria.


Comecemos pela distinção que fazemos entre individualidade (ou Espírito) e a personagem transitória humana.


INDIVIDUALIDADE- PERSONAGEM


Encontramos essa distinção explicitamente ensinada por Paulo (l. ª Cor. 15:35-50) que classifica a individualidade entre os "corpos celestiais" (sómata epouránia), isto é, de origem espiritual; e a personagem terrena entre os "corpos terrenos" (sómata epígeia), ou seja, que têm sua origem no próprio planeta Terra, de onde tiram seus elementos constitutivos (físicos e químicos). Logo a seguir, Paulo torna mais claro seu pensamento, denominando a individualidade de "corpo espiritual" (sôma pneumatikón) e a personagem humana de "corpo psíquico" (sôma psychikón). Com absoluta nitidez, afirma que a individualidade é o "Espírito vivificante" (pneuma zoopioún), porque dá vida; e que a personagem, no plano já da energia, é a "alma que vive" (psychê zôsan), pois recebe vida do Espírito que lhe constitui a essência profunda.


Entretanto, para evitar dúvidas ou más interpretações quanto ao sentido ascensional da evolução, assevera taxativamente que o desenvolvimento começa com a personalidade (alma vivente) e só depois que esta se desenvolve, é que pode atingir-se o desabrochar da individualidade (Espírito vivificante).


Temos, pois, bem estabelecida a diferença fundamental, ensinada no N. T., entre psychê (alma) e pneuma (Espírito).


Mas há outros passos em que esses dois elementos são claramente distinguidos:

1) No Cântico de Maria (LC 1:46) sentimos a diferença nas palavras "Minha alma (psychê) engrandece o Senhor e meu Espírito (pneuma) se alegra em Deus meu Salvador".


2) Paulo (Filp. 1:27) recomenda que os cristãos tenham "um só Espírito (pneuma) e uma só alma (psychê), distinção desnecessária, se não expressassem essas palavras coisas diferentes.


3) Ainda Paulo (l. ª Tess. 5:23) faz votos que os fiéis "sejam santificados e guardados no Espírito (pneuma) na alma (psychê) e no corpo (sôma)", deixando bem estabelecida a tríade que assinalamos desde o início.


4) Mais claro ainda é o autor da Carta dos Hebreus (quer seja Paulo Apolo ou Clemente Romano), ao


. utilizar-se de uma expressão sintomática, que diz: "o Logos Divino é Vivo, Eficaz; e mais penetrante que qualquer espada, atingindo até a divisão entre o Espirito (pneuma) e a alma (psychê)" (HB 4:12); aí não há discussão: existe realmente uma divisão entre espírito e alma.


5) Comparando, ainda, a personagem (psiquismo) com a individualidade Paulo afirma que "fala não palavras aprendidas pela sabedoria humana, mas aprendidas do Espírito (divino), comparando as coisas espirituais com as espirituais"; e acrescenta, como esclarecimento e razão: "o homem psíquico (ho ánthrôpos psychikós, isto é, a personagem intelectualizada) não percebe as coisas do Espírito Divino: são tolices para ele, e não pode compreender o que é discernido espiritualmente; mas o homem espiritual (ho ánthrôpos pneumatikós, ou, seja, a individualidade) discerne tudo, embora não seja discernido por ninguém" (1. ª Cor. 2:13-15).


Portanto, não há dúvida de que o N. T. aceita os dois aspectos do "homem": a parte espiritual, a tríade superior ou individualidade (ánthrôpos pneumatikós) e a parte psíquica, o quaternário inferior ou personalidade ou personagem (ánthrôpos psychikós).


O CORPO


Penetremos, agora, numa especificação maior, observando o emprego da palavra soma (corpo), em seu complexo carne-sangue, já que, em vários passos, não só o termo sárx é usado em lugar de soma, como também o adjetivo sarkikós (ou sarkínos) se refere, como parte externa visível, a toda a personagem, ou seja, ao espírito encarnado e preso à matéria; e isto sobretudo naqueles que, por seu atraso, ainda acreditam que seu verdadeiro eu é o complexo físico, já que nem percebem sua essência espiritual.


Paulo, por exemplo, justifica-se de não escrever aos coríntios lições mais sublimes, porque não pode falar-lhes como a "espirituais" (pnenmatikoí, criaturas que, mesmo encarnadas, já vivem na individualidade), mas só como a "carnais" (sarkínoi, que vivem só na personagem). Como a crianças em Cristo (isto é, como a principiantes no processo do conhecimento crístico), dando-lhes leite a beber, não comida, pois ainda não na podem suportar; "e nem agora o posso, acrescenta ele, pois ainda sois carnais" (1. ª Cor. 3:1-2).


Dessa forma, todos os que se encontram na fase em que domina a personagem terrena são descritos por Paulo como não percebendo o Espírito: "os que são segundo a carne, pensam segundo a carne", em oposição aos "que são segundo o espírito, que pensam segundo o espírito". Logo a seguir define a "sabedoria da carne como morte, enquanto a sabedoria do Espírito é Vida e Paz" (Rom, 8:5-6).


Essa distinção também foi afirmada por Jesus, quando disse que "o espírito está pronto (no sentido de" disposto"), mas a carne é fraca" (MT 26:41; MC 14:38). Talvez por isso o autor da Carta aos Hebreus escreveu, ao lembrar-se quiçá desse episódio, que Jesus "nos dias de sua carne (quando encarnado), oferecendo preces e súplicas com grande clamor e lágrimas Àquele que podia livrá-lo da morte, foi ouvido por causa de sua devoção e, não obstante ser Filho de Deus (o mais elevado grau do adeptado, cfr. vol. 1), aprendeu a obediência por meio das coisas que sofreu" (Heb, 5:7-8).


Ora, sendo assim fraca e medrosa a personagem humana, sempre tendente para o mal como expoente típico do Antissistema, Paulo tem o cuidado de avisar que "não devemos submeter-nos aos desejos da carne", pois esta antagoniza o Espírito (isto é constitui seu adversário ou diábolos). Aconselha, então que não se faça o que ela deseja, e conforta os "que são do Espírito", assegurando-lhes que, embora vivam na personalidade, "não estão sob a lei" (GL 5:16-18). A razão é dada em outro passo: "O Senhor é Espírito: onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade" (2. ª Cor. 3:17).


Segundo o autor da Carta aos Hebreus, esta foi uma das finalidades da encarnação de Jesus: livrar a personagem humana do medo da morte. E neste trecho confirma as palavras do Mestre a Nicodemos: "o que nasce de carne é carne" (JO 3:6), esclarecendo, ao mesmo tempo, no campo da psicobiologia, (o problema da hereditariedade: dos pais, os filhos só herdam a carne e o sangue (corpo físico e duplo etérico), já que a psychê é herdeira do pneuma ("o que nasce de espírito, é espírito", João, ibidem). Escreve, então: "como os filhos têm a mesma natureza (kekoinônêken) na carne e no sangue, assim ele (Jesus) participou da carne e do sangue para que, por sua morte, destruísse o adversário (diábolos, a matéria), o qual possui o império da morte, a fim de libertá-las (as criaturas), já que durante toda a vida elas estavam sujeitas ao medo da morte" (HB 2:14).


Ainda no setor da morte, Jesus confirma, mais uma vez, a oposição corpo-alma: "não temais os que matam o corpo: temei o que pode matar a alma (psychê) e o corpo (sôma)" (MT 10:28). Note-se, mais uma vez, a precisão (elegantia) vocabular de Jesus, que não fala em pneuma, que é indestrutível, mas em psychê, ou seja, o corpo astral sujeito a estragos e até morte.


Interessante observar que alguns capítulos adiante, o mesmo evangelista (MT 27:52) usa o termo soma para designar o corpo astral ou perispírito: "e muitos corpos dos santos que dormiam, despertaram".


Refere-se ao choque terrível da desencarnação de Jesus, que foi tão violento no plano astral, que despertou os desencarnados que se encontravam adormecidos e talvez ainda presos aos seus cadáveres, na hibernação dos que desencarnam despreparados. E como era natural, ao despertarem, dirigiram-se para suas casas, tendo sido percebidos pelos videntes.


Há um texto de Paulo que nos deixa em suspenso, sem distinguirmos se ele se refere ao corpo físico (carne) ou ao psíquico (astral): "conheço um homem em Cristo (uma individualidade já cristificada) que há catorze anos - se no corpo (en sômai) não sei, se fora do corpo (ektòs sômatos) não sei: Deus

sabe foi raptado ao terceiro céu" (l. ª Cor. 12:2). É uma confissão de êxtase (ou talvez de "encontro"?), em que o próprio experimentador se declara inapto a distinguir se se tratava de um movimento puramente espiritual (fora do corpo), ou se tivera a participação do corpo psíquico (astral); nem pode verificar se todo o processo se realizou com pneuma e psychê dentro ou fora do corpo.


Entretanto, de uma coisa ele tem certeza absoluta: a parte inferior do homem, a carne e o sangue, esses não participaram do processo. Essa certeza é tão forte, que ele pode ensinar taxativamente e sem titubeios, que o físico denso e o duplo etérico não se unificam com a Centelha Divina, não "entram no reino dos céus", sendo esta uma faculdade apenas de pneuma, e, no máximo, de psychê. E ele o diz com ênfase: "isto eu vos digo, irmãos, que a carne (sárx) e o sangue (haima) NÃO PODEM possuir o reino de Deus" (l. ª Cor. 15:50). Note-se que essa afirmativa é uma negação violenta do "dogma" da ressurreição da carne.


ALMA


Num plano mais elevado, vejamos o que nos diz o N. T. a respeito da psychê e da diánoia, isto é, da alma e do intelecto a esta inerente como um de seus aspectos.


Como a carne é, na realidade dos fatos, incapaz de vontades e desejos, que provêm do intelecto, Paulo afirma que "outrora andávamos nos desejos de nossa carne", esclarecendo, porém, que fazíamos "a vontade da carne (sárx) e do intelecto (diánoia)" (EF 2:3). De fato "o afastamento e a inimizade entre Espírito e corpo surgem por meio do intelecto" (CL 1. 21).


A distinção entre intelecto (faculdade de refletir, existente na personagem) e mente (faculdade inerente ao coração, que cria os pensamentos) pode parecer sutil, mas já era feita na antiguidade, e Jerem ías escreveu que YHWH "dá suas leis ao intelecto (diánoia), mas as escreve no coração" (JR 31:33, citado certo em HB 8:10, e com os termos invertidos em HB 10:16). Aí bem se diversificam as funções: o intelecto recebe a dádiva, refletindo-a do coração, onde ela está gravada.


Realmente a psychê corresponde ao corpo astral, sede das emoções. Embora alguns textos no N. T.


atribuam emoções a kardía, Jesus deixou claro que só a psychê é atingível pelas angústias e aflições, asseverando: "minha alma (psychê) está perturbada" (MT 26:38; MC 14:34; JO 12:27). Jesus não fala em kardía nem em pneuma.


A MENTE


Noús é a MENTE ESPIRITUAL, a individualizadora de pneuma, e parte integrante ou aspecto de kardía. E Paulo, ao salientar a necessidade de revestir-nos do Homem Novo (de passar a viver na individualidade) ordena que "nos renovemos no Espírito de nossa Mente" (EF 4:23-24), e não do intelecto, que é personalista e divisionário.


E ao destacar a luta entre a individualidade e a personagem encarnada, sublinha que "vê outra lei em seus membros (corpo) que se opõem à lei de sua mente (noús), e o aprisiona na lei do erro que existe em seus membros" (RM 7:23).


A mente espiritual, e só ela, pode entender a sabedoria do Cristo; e este não se dirige ao intelecto para obter a compreensão dos discípulos: "e então abriu-lhes a mente (noún) para que compreendessem as Escrituras" (LC 24:45). Até então, durante a viagem (bastante longa) ia conversando com os "discípulos de Emaús". falando-lhes ao intelecto e provando-lhes que o Filho do Homem tinha que sofrer; mas eles não O reconheceram. Mas quando lhes abriu a MENTE, imediatamente eles perceberam o Cristo.


Essa mente é, sem dúvida, um aspecto de kardía. Isaías escreveu: "então (YHWH) cegou-lhes os olhos (intelecto) e endureceu-lhes o coração, para que não vissem (intelectualmente) nem compreendessem com o coração" (IS 6:9; citado por JO 12:40).


O CORAÇÃO


Que o coração é a fonte dos pensamentos, nós o encontramos repetido à exaustão; por exemplo: MT 12:34; MT 15:18, MT 15:19; Marc 7:18; 18:23; LC 6:45; LC 9:47; etc.


Ora, se o termo CORAÇÃO exprime, límpida e indiscutivelmente, a fonte primeira do SER, o "quarto fechado" onde o "Pai vê no secreto" MT 6:6), logicamente se deduz que aí reside a Centelha Divina, a Partícula de pneuma, o CRISTO (Filho Unigênito), que é UNO com o Pai, que também, consequentemente, aí reside. E portanto, aí também está o Espírito-Santo, o Espírito-Amor, DEUS, de que nosso Eu é uma partícula não desprendida.


Razão nos assiste, então, quando escrevemos (vol. 1 e vol. 3) que o "reino de Deus" ou "reino dos céus" ou "o céu", exprime exatamente o CORAÇÃO; e entrar no reino dos céus é penetrar, é MERGULHAR (batismo) no âmago de nosso próprio EU. É ser UM com o CRISTO, tal como o CRISTO é UM com o PAI (cfr. JO 10. 30; 17:21,22, 23).


Sendo esta parte a mais importante para a nossa tese, dividamo-la em três seções:

a) - Deus ou o Espírito Santo habitam DENTRO DE nós;


b) - CRISTO, o Filho (UNO com o Pai) também está DENTRO de nós, constituindo NOSSA ESSÊNCIA PROFUNDA;


c) - o local exato em que se encontra o Cristo é o CORAÇÃO, e nossa meta, durante a encarnação, é CRISTIFICAR-NOS, alcançando a evolução crística e unificando-nos com Ele.


a) -


A expressão "dentro de" pode ser dada em grego pela preposição ENTOS que encontramos clara em LC (LC 17:21), quando afirma que "o reino de Deus está DENTRO DE VÓS" (entòs humin); mas tamb ém a mesma ideia é expressa pela preposição EN (latim in, português em): se a água está na (EM A) garrafa ou no (EM O) copo, é porque está DENTRO desses recipientes. Não pode haver dúvida. Recordese o que escrevemos (vol. 1): "o Logos se fez carne e fez sua residência DENTRO DE NÓS" (JO 1:14).


Paulo é categórico em suas afirmativas: "Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito Santo habita dentro de vós" (1. ª Cor. 3:16).


Οΰи οίδατε ότι ναός θεοϋ έστε иαί τό πνεϋµα τοϋ θεοϋ έν ϋµϊν οίиεί;

E mais: "E não sabeis que vosso corpo é o templo do Espírito Santo que está dentro de vós, o qual recebestes de Deus, e não pertenceis a vós mesmos? Na verdade, fostes comprados por alto preço. Glorificai e TRAZEI DEUS EM VOSSO CORPO" (1. ª Cor. 6:19-20).


Esse Espírito Santo, que é a Centelha do Espírito Universal, é, por isso mesmo, idêntico em todos: "há muitas operações, mas UM só Deus, que OPERA TUDO DENTRO DE TODAS AS COISAS; ... Todas essas coisas opera o único e mesmo Espírito; ... Então, em UM Espírito todos nós fomos MERGULHADOS en: UMA carne, judeus e gentios, livres ou escravos" (1. ª Cor. 12:6, 11, 13).


Καί διαιρέσεις ένεργηµάτων είσιν, ό δέ αύτός θεός ό ένεργών τα πάντα έν πάσιν... Дάντα δέ ταύτα ένεργεί τό έν иαί τό αύτό πνεύµα... Кαί γάρ έν ένί πνεύµατι ήµείς πάντες είς έν σώµα έβαπτίσθηµεν,
είτε ̉Ιουδαίοι εϊτε έλληνες, είτε δούλοι, εϊτε έλεύθεροι.
Mais ainda: "Então já não sois hóspedes e estrangeiros, mas sois concidadãos dos santos e familiares de Deus, superedificados sobre o fundamento dos Enviados e dos Profetas, sendo a própria pedra angular máxima Cristo Jesus: em Quem toda edificação cresce no templo santo no Senhor, no Qual tamb ém vós estais edificados como HABITAÇÃO DE DEUS NO ESPÍRITO" (EF 2:19-22). " Αρα ούν ούиέτι έστε ζένοι иαί πάροιиοι, άλλά έστε συµπολίται τών άγίων иαί οίиείοι τού θεού,
έποιиοδοµηθέντες έπί τώ θεµελίω τών άποστόλων иαί προφητών, όντος άиρογωνιαίου αύτού Χριστόύ
#cite Іησού, έν ώ πάσα οίиοδοµή συναρµολογουµένη αύζει είς ναόν άγιον έν иυρίώ, έν ώ иαί ύµείς
συνοιиοδοµείσθε είς иατοιиητήεριον τού θεού έν πνεµατ

ι.


Se Deus habita DENTRO do homem e das coisas quem os despreza, despreza a Deus: "quem despreza estas coisas, não despreza homens, mas a Deus, que também deu seu Espírito Santo em vós" (1. ª Tess. 4:8).


Тοιγαρούν ό άθετών ούи άνθρωπον άθετεί, άλλά τόν θεόν τόν иαί διδόντα τό πνεύµα αύτού τό άγιον είς ύµάς.

E a consciência dessa realidade era soberana em Paulo: "Guardei o bom depósito, pelo Espírito Santo que habita DENTRO DE NÓS" (2. ª Tim. 1:14). (20)


Тήν иαλήν παραθήиην φύλαζον διά πνεύµατος άγίου τού ένοιиούντος έν ήµϊ

ν.


João dá seu testemunho: "Ninguém jamais viu Deus. Se nos amarmos reciprocamente, Deus permanecer á DENTRO DE NÓS, e o Amor Dele, dentro de nós, será perfeito (ou completo). Nisto sabemos que permaneceremos Nele e Ele em nós, porque DE SEU ESPÍRITO deu a nós" (1. ª JO 4:12-13).


θεόν ούδείς πώποτε τεθέαται: έάν άγαπώµεν άλλήλους, ό θεός έν ήµϊν µένει, иαί ή άγάπη αύτοϋ τε-
τελειωµένη έν ήµϊν έστιν. Εν τουτω γινώσиοµεν ότι έν αύτώ µένοµεν иαί αύτός έν ήµϊν, ότι έи τοϋ
πνεύµατος αύτοϋ δέδώиεν ήµϊ

ν.


b) -


Vejamos agora os textos que especificam melhor ser o CRISTO (Filho) que, DENTRO DE NÓS. constitui a essência profunda de nosso ser. Não é mais uma indicação de que TEMOS a Divindade em nós, mas um ensino concreto de que SOMOS uma partícula da Divindade. Escreve Paulo: "Não sabeis que CRISTO (Jesus) está DENTRO DE VÓS"? (2. ª Cor. 13:5). E, passando àquela teoria belíssima de que formamos todos um corpo só, cuja cabeça é Cristo, ensina Paulo: "Vós sois o CORPO de Cristo, e membros de seus membros" (l. ª Cor. 12:27). Esse mesmo Cristo precisa manifestar-se em nós, através de nós: "vossa vida está escondida COM CRISTO em Deus; quando Cristo se manifestar, vós também vos manifestareis em substância" (CL 3:3-4).


E logo adiante insiste: "Despojai-vos do velho homem com seus atos (das personagens terrenas com seus divisionismos egoístas) e vesti o novo, aquele que se renova no conhecimento, segundo a imagem de Quem o criou, onde (na individualidade) não há gentio nem judeu, circuncidado ou incircunciso, bárbaro ou cita, escravo ou livre, mas TUDO e EM TODOS, CRISTO" (CL 3:9-11).


A personagem é mortal, vivendo a alma por efeito do Espírito vivificante que nela existe: "Como em Adão (personagem) todos morrem, assim em CRISTO (individualidade, Espírito vivificante) todos são vivificados" (1. ª Cor. 15:22).


A consciência de que Cristo vive nele, faz Paulo traçar linhas imorredouras: "ou procurais uma prova do CRISTO que fala DENTRO DE MIM? o qual (Cristo) DENTRO DE VÓS não é fraco" mas é poderoso DENTRO DE VÓS" (2. ª Cor. 13:3).


E afirma com a ênfase da certeza plena: "já não sou eu (a personagem de Paulo), mas CRISTO QUE VIVE EM MIM" (GL 2:20). Por isso, pode garantir: "Nós temos a mente (noús) de Cristo" (l. ª Cor. 2:16).


Essa convicção traz consequências fortíssimas para quem já vive na individualidade: "não sabeis que vossos CORPOS são membros de Cristo? Tomando, então, os membros de Cristo eu os tornarei corpo de meretriz? Absolutamente. Ou não sabeis que quem adere à meretriz se torna UM CORPO com ela? Está dito: "e serão dois numa carne". Então - conclui Paulo com uma lógica irretorquível - quem adere a Deus é UM ESPÍRITO" com Deus (1. ª Cor. 6:15-17).


Já desde Paulo a união sexual é trazida como o melhor exemplo da unificação do Espírito com a Divindade. Decorrência natural de tudo isso é a instrução dada aos romanos: "vós não estais (não viveis) EM CARNE (na personagem), mas EM ESPÍRITO (na individualidade), se o Espírito de Deus habita DENTRO DE VÓS; se porém não tendes o Espírito de Cristo, não sois Dele. Se CRISTO (está) DENTRO DE VÓS, na verdade o corpo é morte por causa dos erros, mas o Espírito vive pela perfeição. Se o Espírito de Quem despertou Jesus dos mortos HABITA DENTRO DE VÓS, esse, que despertou Jesus dos mortos, vivificará também vossos corpos mortais, por causa do mesmo Espírito EM VÓS" (RM 9:9-11). E logo a seguir prossegue: "O próprio Espírito testifica ao nosso Espírito que somos filhos de Deus; se filhos, (somos) herdeiros: herdeiros de Deus, co-herdeiros de Cristo" (RM 8:16). Provém daí a angústia de todos os que atingiram o Eu Interno para libertar-se: "também tendo em nós as primícias do Espírito, gememos dentro de nós, esperando a adoção de Filhos, a libertação de nosso corpo" (RM 8:23).


c) -


Finalmente, estreitando o círculo dos esclarecimentos, verificamos que o Cristo, dentro de nós, reside NO CORAÇÃO, onde constitui nosso EU Profundo. É ensinamento escriturístico.


Ainda é Paulo que nos esclarece: "Porque sois filhos, Deus enviou o ESPÍRITO DE SEU FILHO, em vosso CORAÇÃO, clamando Abba, ó Pai" (GL 4:6). Compreendemos, então, que o Espírito Santo (Deus) que está em nós, refere-se exatamente ao Espírito do FILHO, ao CRISTO Cósmico, o Filho Unigênito. E ficamos sabendo que seu ponto de fixação em nós é o CORAÇÃO.


Lembrando-se, talvez, da frase de Jeremias, acima-citada, Paulo escreveu aos coríntios: "vós sois a nossa carta, escrita em vossos CORAÇÕES, conhecida e lida por todos os homens, sendo manifesto que sois CARTA DE CRISTO, preparada por nós, e escrita não com tinta, mas com o Espírito de Deus Vivo; não em tábuas de pedra, mas nas tábuas dos CORAÇÕES CARNAIS" (2. ª Cor. 3:2-3). Bastante explícito que realmente se trata dos corações carnais, onde reside o átomo espiritual.


Todavia, ainda mais claro é outro texto, em que se fala no mergulho de nosso eu pequeno, unificandonos ao Grande EU, o CRISTO INTERNO residente no coração: "CRISTO HABITA, pela fé, no VOSSO CORAÇÃO". E assegura com firmeza: "enraizados e fundamentados no AMOR, com todos os santos (os encarnados já espiritualizados na vivência da individualidade) se compreenderá a latitude, a longitude a sublimidade e a profundidade, conhecendo o que está acima do conhecimento, o AMOR DE CRISTO, para que se encham de toda a plenitude de Deus" (EF 3:17).


Кατοιиήσαι τόν Χριστόν διά τής πίστεως έν ταϊς иαρδίαις ύµών, έν άγάπη έρριζωµένοι иαί τεθεµελιωµένοι, ϊνα έζισγύσητε иαταλαβέσθαι σύν πάσιν τοϊςάγίοιςτί τό πλάτος иαί µήиος иαί ύψος
иαί βάθος, γνώσαι τε τήν ύπερβάλλουσαν τής γνώσεως άγάπην τοϋ Χριστοϋ, ίνα πληρωθήτε είς πάν τό πλήρωµα τού θεοϋ.

Quando se dá a unificação, o Espírito se infinitiza e penetra a Sabedoria Cósmica, compreendendo então a amplitude da localização universal do Cristo.


Mas encontramos outro ensino de suma profundidade, quando Paulo nos adverte que temos que CRISTIFICAR-NOS, temos que tornar-nos Cristos, na unificação com Cristo. Para isso, teremos que fazer uma tradução lógica e sensata da frase, em que aparece o verbo CHRIO duas vezes: a primeira, no particípio passado, Christós, o "Ungido", o "permeado da Divindade", particípio que foi transliterado em todas as línguas, com o sentido filosófico e místico de O CRISTO; e a segunda, logo a seguir, no presente do indicativo. Ora, parece de toda evidência que o sentido do verbo tem que ser O MESMO em ambos os empregos. Diz o texto original: ho dè bebaiôn hemãs syn humin eis Christon kaí chrísas hemãs theós (2. ª Cor. 1:21).


#cite Ο δέ βεβαιών ήµάς σύν ύµίν είς Χριστόν иαί χρίσας ήµάς θεό

ς.


Eis a tradução literal: "Deus, fortifica dor nosso e vosso, no Ungido, unge-nos".


E agora a tradução real: "Deus, fortificador nosso e vosso, em CRISTO, CRISTIFICA-NOS".


Essa a chave para compreendermos nossa meta: a cristificação total e absoluta.


Logo após escreve Paulo: "Ele também nos MARCA e nos dá, como penhor, o Espírito em NOSSOS CORAÇÕES" (2. ª Cor. 1:22).


#cite Ο иαί σφραγισάµενος ήµάς иαί δούς τόν άρραβώνα τόν πνεύµατος έν ταϊς иαρδϊαις ήµώ

ν.


Completando, enfim, o ensino - embora ministrado esparsamente - vem o texto mais forte e explícito, informando a finalidade da encarnação, para TÔDAS AS CRIATURAS: "até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, ao Homem Perfeito, à medida da evolução plena de Cristo" (EF 4:13).


Мέρχι иαταντήσωµεν οί πάντες είς τήν ένότητα τής πίστοως. иαί τής έπιγνώσεως τοϋ υίοϋ τοϋ θεοϋ,
είς άνδρα τελειον, είς µέτρον ήλιиίας τοϋ πληρώµατος τοϋ Χριστοϋ.
Por isso Paulo escreveu aos Gálatas: "ó filhinhos, por quem outra vez sofro as dores de parto, até que Cristo SE FORME dentro de vós" (GL 4:19) (Тεиνία µου, ούς πάλιν ώδίνω, µέρχις ού µορφωθή Χριστός έν ύµϊ

ν).


Agostinho (Tract. in Joanne, 21, 8) compreendeu bem isto ao escrever: "agradeçamos e alegremonos, porque nos tornamos não apenas cristãos, mas cristos", (Christus facti sumus); e Metódio de Olimpo ("Banquete das dez virgens", Patrol. Graeca, vol. 18, col. 150) escreveu: "a ekklêsía está grávida e em trabalho de parto até que o Cristo tome forma em nós, até que Cristo nasça em nós, a fim de que cada um dos santos (encarnados) por sua participação com o Cristo, se torne Cristo". Também Cirilo de Jerusalém ("Catechesis mystagogicae" 1. 3. 1 in Patr. Graeca vol. 33, col. 1. 087) asseverou: " Após terdes mergulhado no Cristo e vos terdes revestido do Cristo, fostes colocados em pé de igualdade com o Filho de Deus... pois que entrastes em comunhão com o Cristo, com razão tendes o nome de cristos, isto é, de ungidos".


Todo o que se une ao Cristo, se torna um cristo, participando do Pneuma e da natureza divina (theías koinônoí physeôs) (2. ª Pe. 1:3), pois "Cristo é o Espírito" (2. ª Cor. 3:17) e quem Lhe está unido, tem em si o selo (sphrágis) de Cristo. Na homilia 24,2, sobre 1. ª Cor. 10:16, João Crisóstomo (Patrol.


Graeca vol. 61, col. 200) escreveu: "O pão que partimos não é uma comunhão (com+união, koinônía) ao corpo de Cristo? Porque não disse "participação" (metoché)? Porque quis revelar algo mais, e mostrar uma associação (synápheia) mais íntima. Realmente, estamos unidos (koinônoúmen) não só pela participação (metéchein) e pela recepção (metalambánein), mas também pela UNIFICAÇÃO (enousthai)".


Por isso justifica-se o fragmento de Aristóteles, supra citado, em Sinésio: "os místicos devem não apenas aprender (mathein) mas experimentar" (pathein).


Essa é a razão por que, desde os primeiros séculos do estabelecimento do povo israelita, YHWH, em sua sabedoria, fazia a distinção dos diversos "corpos" da criatura; e no primeiro mandamento revelado a Moisés dizia: " Amarás a Deus de todo o teu coração (kardía), de toda tua alma (psychê), de todo teu intelecto (diánoia), de todas as tuas forças (dynameis)"; kardía é a individualidade, psychê a personagem, dividida em diánoia (intelecto) e dynameis (veículos físicos). (Cfr. LV 19:18; DT 6:5; MT 22:37; MC 12:13; LC 10:27).


A doutrina é uma só em todos os sistemas religiosos pregados pelos Mestres (Enviados e Profetas), embora com o tempo a imperfeição humana os deturpe, pois a personagem é fundamentalmente divisionista e egoísta. Mas sempre chega a ocasião em que a Verdade se restabelece, e então verificamos que todas as revelações são idênticas entre si, em seu conteúdo básico.


ESCOLA INICIÁTICA


Após essa longa digressão a respeito do estudo do "homem" no Novo Testamento, somos ainda obrigados a aprofundar mais o sentido do trecho em que são estipuladas as condições do discipulato.


Há muito desejaríamos ter penetrado neste setor, a fim de poder dar explicação cabal de certas frases e passagens; mas evitamo-lo ao máximo, para não ferir convicções de leitores desacostumados ao assunto.


Diante desse trecho, porém, somos forçados a romper os tabus e a falar abertamente.


Deve ter chamado a atenção de todos os estudiosos perspicazes dos Evangelhos, que Jesus jamais recebeu, dos evangelistas, qualquer título que normalmente seria atribuído a um fundador de religião: Chefe Espiritual, Sacerdote, Guia Espiritual, Pontífice; assim também, aqueles que O seguiam, nunca foram chamados Sequazes, Adeptos, Adoradores, Filiados, nem Fiéis (a não ser nas Epístolas, mas sempre com o sentido de adjetivo: os que mantinham fidelidade a Seus ensinos). Ao contrário disso, os epítetos dados a Jesus foram os de um chefe de escola: MESTRE (Rabbi, Didáskalos, Epistátês) ou de uma autoridade máxima Kyrios (SENHOR dos mistérios). Seus seguidores eram DISCÍPULOS (mathêtês), tudo de acordo com a terminologia típica dos mistérios iniciáticos de Elêusis, Delfos, Crotona, Tebas ou Heliópolis. Após receberem os primeiros graus, os discípulos passaram a ser denominado "emissários" (apóstolos), encarregados de dar a outros as primeiras iniciações.


Além disso, é evidente a preocupação de Jesus de dividir Seus ensinos em dois graus bem distintos: o que era ministrado de público ("a eles só é dado falar em parábolas") e o que era ensinado privadamente aos "escolhidos" ("mas a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus", cfr. MT 13:10-17 ; MC 4:11-12; LC 8:10).


Verificamos, portanto, que Jesus não criou uma "religião", no sentido moderno dessa palavra (conjunto de ritos, dogmas e cultos com sacerdócio hierarquicamente organizado), mas apenas fundou uma ESCOLA INICIÁTICA, na qual preparou e "iniciou" seus DISCÍPULOS, que Ele enviou ("emissários, apóstolos") com a incumbência de "iniciar" outras criaturas. Estas, por sua vez, foram continuando o processo e quando o mundo abriu os olhos e percebeu, estava em grande parte cristianizado. Quando os "homens" o perceberam e estabeleceram a hierarquia e os dogmas, começou a decadência.


A "Escola iniciática" fundada por Jesus foi modelada pela tradição helênica, que colocava como elemento primordial a transmissão viva dos mistérios: e "essa relação entre a parádosis (transmissão) e o mystérion é essencial ao cristianismo", escreveu o monge beneditino D. Odon CaseI (cfr. "Richesse du Mystere du Christ", Les éditions du Cerf. Paris, 1964, pág. 294). Esse autor chega mesmo a afirmar: " O cristianismo não é uma religião nem uma confissão, segundo a acepção moderna dessas palavras" (cfr. "Le Mystere du Culte", ib., pág. 21).


E J. Ranft ("Der Ursprung des Kathoíischen Traditionsprinzips", 1931, citado por D . O. Casel) escreve: " esse contato íntimo (com Cristo) nasce de uma gnose profunda".


Para bem compreender tudo isso, é indispensável uma incursão pelo campo das iniciações, esclarecendo antes alguns termos especializados. Infelizmente teremos que resumir ao máximo, para não prejudicar o andamento da obra. Mas muitos compreenderão.


TERMOS ESPECIAIS


Aiôn (ou eon) - era, época, idade; ou melhor CICLO; cada um dos ciclos evolutivos.


Akoueíu - "ouvir"; akoueín tòn lógon, ouvir o ensino, isto é, receber a revelação dos segredos iniciáticos.


Gnôse - conhecimento espiritual profundo e experimental dos mistérios.


Deíknymi - mostrar; era a explicação prática ou demonstração de objetos ou expressões, que serviam de símbolos, e revelavam significados ocultos.


Dóxa - doutrina; ou melhor, a essência do conhecimento profundo: o brilho; a luz da gnôse; donde "substância divina", e daí a "glória".


Dynamis - força potencial, potência que capacita para o érgon e para a exousía, infundindo o impulso básico de atividade.


Ekklêsía - a comunidade dos "convocados" ou "chamados" (ékklêtos) aos mistérios, os "mystos" que tinham feito ou estavam fazendo o curso da iniciação.


Energeín - agir por dentro ou de dentro (energia), pela atuação da força (dybamis).


Érgon - atividade ou ação; trabalho espiritual realizado pela força (dynamis) da Divindade que habita dentro de cada um e de cada coisa; energia.


Exêgeísthaí - narrar fatos ocultos, revelar (no sentido de "tirar o véu") (cfr. LC 24:35; JO 1:18; AT 10:8:15:12, 14).


Hágios - santo, o que vive no Espírito ou Individualidade; o iniciado (cfr. teleios).


Kyrios - Senhor; o Mestre dos Mistérios; o Mistagogo (professor de mistérios); o Hierofante (o que fala, fans, fantis, coisas santas, hieros); dava-se esse título ao possuidor da dynamis, da exousía e do érgon, com capacidade para transmiti-los.


Exousía - poder, capacidade de realização, ou melhor, autoridade, mas a que provém de dentro, não "dada" de fora.


Leitourgia - Liturgia, serviço do povo: o exercício do culto crístico, na transmissão dos mistérios.


Legómena - palavras reveladoras, ensino oral proferido pelo Mestre, e que se tornava "ensino ouvido" (lógos akoês) pelos discípulos.


Lógos - o "ensino" iniciático, a "palavra" secreta, que dava a chave da interpretação dos mistérios; a" Palavra" (Energia ou Som), segundo aspecto da Divindade.


Monymenta - "monumentos", ou seja, objetos e lembranças, para manter viva a memória.


Mystagogo – o Mestre dos Mystérios, o Hierofante.


Mystérion - a ação ou atividade divina, experimentada pelo iniciado ao receber a iniciação; donde, o ensino revelado apenas aos perfeitos (teleios) e santos (hágios), mas que devia permanecer oculto aos profanos.


Oikonomía - economia, dispensação; literalmente "lei da casa"; a vida intima de cada iniciado e sua capacidade na transmissão iniciática a outros, (de modo geral encargo recebido do Mestre).


Orgê - a atividade ou ação sagrada; o "orgasmo" experimentado na união mística: donde "exaltação espiritual" pela manifestação da Divindade (erradamente interpretado como "ira").


Parábola - ensino profundo sob forma de narrativa popular, com o verdadeiro sentido oculto por metáforas e símbolos.


Paradídômi - o mesmo que o latim trádere; transmitir, "entregar", passar adiante o ensino secreto.


Parádosis - transmissão, entrega de conhecimentos e experiências dos ensinos ocultos (o mesmo que o latim tradítio).


Paralambánein - "receber" o ensino secreto, a "palavra ouvida", tornando-se conhecedor dos mistérios e das instruções.


Patheín - experimentar, "sofrer" uma experiência iniciática pessoalmente, dando o passo decisivo para receber o grau e passar adiante.


Plêrôma - plenitude da Divindade na criatura, plenitude de Vida, de conhecimento, etc.


Redençãoa libertação do ciclo de encarnações na matéria (kyklos anánkê) pela união total e definitiva com Deus.


Santo - o mesmo que perfeito ou "iniciado".


Sêmeíon - "sinal" físico de uma ação espiritual, demonstração de conhecimento (gnose), de força (dynamis), de poder (exousía) e de atividade ou ação (érgon); o "sinal" é sempre produzido por um iniciado, e serve de prova de seu grau.


Sophía - a sabedoria obtida pela gnose; o conhecimento proveniente de dentro, das experiências vividas (que não deve confundir-se com a cultura ou erudição do intelecto).


Sphrágis - selo, marca indelével espiritual, recebida pelo espírito, embora invisível na matéria, que assinala a criatura como pertencente a um Senhor ou Mestre.


Symbolos - símbolos ou expressões de coisas secretas, incompreensíveis aos profanos e só percebidas pelos iniciados (pão, vinho, etc.) .


Sótería - "salvação", isto é, a unificação total e definitiva com a Divindade, que se obtém pela "redenção" plena.


Teleíos - o "finalista", o que chegou ao fim de um ciclo, iniciando outro; o iniciado nos mistérios, o perfeito ou santo.


Teleisthai - ser iniciado; palavra do mesmo radical que teleutan, que significa "morrer", e que exprime" finalizar" alguma coisa, terminar um ciclo evolutivo.


Tradítio - transmissão "tradição" no sentido etimológico (trans + dare, dar além passar adiante), o mesmo que o grego parádosis.


TRADIÇÃO


D. Odon Casel (o. c., pág. 289) escreve: "Ranft estudou de modo preciso a noção da tradítio, não só como era praticada entre os judeus, mas também em sua forma bem diferente entre os gregos. Especialmente entre os adeptos dos dosis é a transmissão secreta feita aos "mvstos" da misteriosa sôtería; é a inimistérios, a noção de tradítio (parádosis) tinha grande importância. A paraciação e a incorporação no círculo dos eleitos (eleitos ou "escolhidos"; a cada passo sentimos a confirmação de que Jesus fundou uma "Escola Iniciática", quando emprega os termos privativos das iniciações heléntcas; cfr. " muitos são chamados, mas poucos são os escolhidos" - MT 22. 14), características das religiões grecoorientais. Tradítio ou parádosis são, pois, palavras que exprimem a iniciação aos mistérios. Tratase, portanto, não de uma iniciação científica, mas religiosa, realizada no culto. Para o "mysto", constitui uma revelação formal, a segurança vivida das realidades sagradas e de uma santa esperança. Graças a tradição, a revelação primitiva passa às gerações ulteriores e é comunicada por ato de iniciação. O mesmo princípio fundamental aplica-se ao cristianismo".


Na página seguinte, o mesmo autor prossegue: "Nos mistérios, quando o Pai Mistagogo comunica ao discípulo o que é necessário ao culto, essa transmissão tem o nome de traditio. E o essencial não é a instrução, mas a contemplação, tal como o conta Apuleio (Metamorphoses, 11, 21-23) ao narrar as experiências culturais do "mysto" Lúcius. Sem dúvida, no início há uma instrução, mas sempre para finalizar numa contemplação, pela qual o discípulo, o "mysto", entra em relação direta com a Divindade.


O mesmo ocorre no cristianismo (pág. 290).


Ouçamos agora as palavras de J. Ranft (o. c., pág. 275): "A parádosis designa a origem divina dos mistérios e a transmissão do conteúdo dos mistérios. Esta, à primeira vista, realiza-se pelo ministério dos homens, mas não é obra de homens; é Deus que ensina. O homem é apenas o intermediário, o Instrumento desse ensino divino. Além disso... desperta o homem interior. Logos é realmente uma palavra intraduzível: designa o próprio conteúdo dos mistérios, a palavra, o discurso, o ENSINO. É a palavra viva, dada por Deus, que enche o âmago do homem".


No Evangelho, a parádosis é constituída pelas palavras ou ensinos (lógoi) de Jesus, mas também simbolicamente pelos fatos narrados, que necessitam de interpretação, que inicialmente era dada, verbalmente, pelos "emissários" e pelos inspirados que os escreveram, com um talento superior de muito ao humano, deixando todos os ensinos profundos "velados", para só serem perfeitamente entendidos pelos que tivessem recebido, nos séculos seguintes, a revelação do sentido oculto, transmitida quer por um iniciado encarnado, quer diretamente manifestada pelo Cristo Interno. Os escritores que conceberam a parádosis no sentido helênico foram, sobretudo, João e Paulo; já os sinópticos a interpretam mais no sentido judaico, excetuando-se, por vezes, o grego Lucas, por sua convivência com Paulo, e os outros, quando reproduziam fielmente as palavras de Jesus.


Se recordarmos os mistérios de Elêusis (palavra que significa "advento, chegada", do verbo eléusomai," chegar"), ou de Delfos (e até mesmo os de Tebas, Ábydos ou Heliópolis), veremos que o Novo Testamento concorda seus termos com os deles. O logos transmitido (paradidômi) por Jesus é recebida (paralambánein) pelos DISCÍPULOS (mathêtês). Só que Jesus apresentou um elemento básico a mais: CRISTO. Leia-se Paulo: "recebi (parélabon) do Kyrios o que vos transmiti (parédote)" (l. ª Cor. 11:23).


O mesmo Paulo, que define a parádosis pagã como "de homens, segundo os elementos do mundo e não segundo Cristo" (CL 2:8), utiliza todas as palavras da iniciação pagã, aplicando-as à iniciação cristã: parádosis, sophía, logo", mystérion, dynamis, érgon, gnose, etc., termos que foram empregados também pelo próprio Jesus: "Nessa hora Jesus fremiu no santo pneuma e disse: abençôo-te, Pai, Senhor do céu e da Terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e hábeis, e as revelaste aos pequenos, Sim, Pai, assim foi de teu agrado. Tudo me foi transmitido (parédote) por meu Pai. E ninguém tem a gnose do que é o Filho senão o Pai, e ninguém tem a gnose do que é o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho quer revelar (apokalypsai = tirar o véu). E voltando-se para seus discípulos, disse: felizes os olhos que vêem o que vedes. Pois digo-vos que muitos profetas e reis quiseram ver o que vedes e não viram, e ouvir o que ouvis, e não ouviram" (LC 10:21-24). Temos a impressão perfeita que se trata de ver e ouvir os mistérios iniciáticos que Jesus transmitia a seus discípulos.


E João afirma: "ninguém jamais viu Deus. O Filho Unigênito que esta no Pai, esse o revelou (exêgêsato, termo específico da língua dos mistérios)" (JO 1:18).


"PALAVRA OUVIDA"


A transmissão dos conhecimentos, da gnose, compreendia a instrução oral e o testemunhar das revelações secretas da Divindade, fazendo que o iniciado participasse de uma vida nova, em nível superior ( "homem novo" de Paulo), conhecendo doutrinas que deveriam ser fielmente guardadas, com a rigorosa observação do silêncio em relação aos não-iniciados (cfr. "não deis as coisas santas aos cães", MT 7:6).


Daí ser a iniciação uma transmissão ORAL - o LOGOS AKOÊS, ou "palavra ouvida" ou "ensino ouvido" - que não podia ser escrito, a não ser sob o véu espesso de metáforas, enigmas, parábolas e símbolos.


Esse logos não deve ser confundido com o Segundo Aspecto da Divindade (veja vol. 1 e vol. 3).


Aqui logos é "o ensino" (vol. 2 e vol. 3).


O Novo Testamento faz-nos conhecer esse modus operandi: Paulo o diz, numa construção toda especial e retorcida (para não falsear a técnica): "eis por que não cessamos de agradecer (eucharistoúmen) a Deus, porque, recebendo (paralabóntes) o ENSINO OUVIDO (lógon akoês) por nosso intermédio, de Deus, vós o recebestes não como ensino de homens (lógon anthrópôn) mas como ele é verdadeiramente: o ensino de Deus (lógon theou), que age (energeítai) em vós que credes" (l. ª Tess. 2:13).


O papel do "mysto" é ouvir, receber pelo ouvido, o ensino (lógos) e depois experimentar, como o diz Aristóteles, já citado por nós: "não apenas aprender (matheín), mas experimentar" (patheín).


Esse trecho mostra como o método cristão, do verdadeiro e primitivo cristianismo de Jesus e de seus emissários, tinha profunda conexão com os mistérios gregos, de cujos termos específicos e característicos Jesus e seus discípulos se aproveitaram, elevando, porém, a técnica da iniciação à perfeição, à plenitude, à realidade máxima do Cristo Cósmico.


Mas continuemos a expor. Usando, como Jesus, a terminologia típica da parádosis grega, Paulo insiste em que temos que assimilá-la interiormente pela gnose, recebendo a parádosis viva, "não mais de um Jesus de Nazaré histórico, mas do Kyrios, do Cristo ressuscitado, o Cristo Pneumatikós, esse mistério que é o Cristo dentro de vós" (CL 1:27).


Esse ensino oral (lógos akoês) constitui a tradição (traditio ou parádosis), que passa de um iniciado a outro ou é recebido diretamente do "Senhor" (Kyrios), como no caso de Paulo (cfr. GL 1:11): "Eu volo afirmo, meus irmãos, que a Boa-Nova que preguei não foi à maneira humana. Pois não na recebi (parélabon) nem a aprendi de homens, mas por uma revelação (apokálypsis) de Jesus Cristo".


Aos coríntios (l. ª Cor. 2:1-5) escreve Paulo: "Irmãos, quando fui a vós, não fui com o prestígio do lógos nem da sophía, mas vos anunciei o mistério de Deus. Decidi, com efeito, nada saber entre vós sen ão Jesus Cristo, e este crucificado. Fui a vós em fraqueza, em temor, e todo trêmulo, e meu logos e minha pregação não consistiram nos discursos persuasivos da ciência, mas numa manifestação do Esp írito (pneuma) e do poder (dynamis), para que vossa fé não repouse na sabedoria (sophía) dos homens, mas no poder (dynamis) de Deus".


A oposição entre o logos e a sophia profanos - como a entende Aristóteles - era salientada por Paulo, que se referia ao sentido dado a esses termos pelos "mistérios antigos". Salienta que à sophia e ao logos profanos, falta, no dizer dele, a verdadeira dynamis e o pnenma, que constituem o mistério cristão que ele revela: Cristo.


Em vários pontos do Novo Testamento aparece a expressão "ensino ouvido" ou "ouvir o ensino"; por exemplo: MT 7:24, MT 7:26; 10:14; 13:19, 20, 21, 22, 23; 15:12; 19:22; MC 4:14, MC 4:15, MC 4:16, MC 4:17, 18, 19, 20; LC 6:47; LC 8:11, LC 8:12, LC 8:13, LC 8:15; 10:39; 11:28; JO 5:24, JO 5:38; 7:40; 8:43; 14:24; AT 4:4; AT 10:44; AT 13:7; AT 15:7; EF 1:13; 1. ª Tess. 2:13; HB 4:2; 1. ª JO 2:7; Ap. 1:3.


DYNAMIS


Em Paulo, sobretudo, percebemos o sentido exato da palavra dynamis, tão usada nos Evangelhos.


Pneuma, o Espírito (DEUS), é a força Potencial ou Potência Infinita (Dynamis) que, quando age (energeín) se torna o PAI (érgon), a atividade, a ação, a "energia"; e o resultado dessa atividade é o Cristo Cósmico, o Kosmos universal, o Filho, que é Unigênito porque a emissão é única, já que espaço e tempo são criações intelectuais do ser finito: o Infinito é uno, inespacial, atemporal.


Então Dynamis é a essência de Deus o Absoluto, a Força, a Potência Infinita, que tudo permeia, cria e governa, desde os universos incomensuráveis até os sub-átomos infra-microscópicos. Numa palavra: Dynamis é a essência de Deus e, portanto, a essência de tudo.


Ora, o Filho é exatamente o PERMEAADO, ou o UNGIDO (Cristo), por essa Dynamis de Deus e pelo Érgon do Pai. Paulo já o dissera: "Cristo... é a dynamis de Deus e a sophía de Deus (Christòn theou dynamin kaí theou sophían, 1. ª Cor. 1:24). Então, manifesta-se em toda a sua plenitude (cfr. CL 2:9) no homem Jesus, a Dynamis do Pneuma (embora pneuma e dynamis exprimam realmente uma só coisa: Deus): essa dynamis do pneuma, atuando através do Pai (érgon) toma o nome de CRISTO, que se manifestou na pessoa Jesus, para introduzir a humanidade deste planeta no novo eon, já que "ele é a imagem (eikôn) do Deus invisível e o primogênito de toda criação" (CL 1:15).


EON


O novo eon foi inaugurado exatamente pelo Cristo, quando de Sua penetração plena em Jesus. Daí a oposição que tanto aparece no Novo Testamento Entre este eon e o eon futuro (cfr., i. a., MT 12:32;


MC 10:30; LC 16:8; LC 20:34; RM 12:2; 1. ª Cor. 1:20; 2:6-8; 3:18:2. ª Cor. 4:4; EF 2:2-7, etc.) . O eon "atual" e a vida da matéria (personalismo); O eon "vindouro" é a vida do Espírito ó individualidade), mas que começa na Terra, agora (não depois de desencarnados), e que reside no âmago do ser.


Por isso, afirmou Jesus que "o reino dos céus está DENTRO DE VÓS" (LC 17:21), já que reside NO ESPÍRITO. E por isso, zôê aiónios é a VIDA IMANENTE (vol, 2 e vol. 3), porque é a vida ESPIRITUAL, a vida do NOVO EON, que Jesus anunciou que viria no futuro (mas, entenda-se, não no futuro depois da morte, e sim no futuro enquanto encarnados). Nesse novo eon a vida seria a da individualidade, a do Espírito: "o meu reino não é deste mundo" (o físico), lemos em JO 18:36. Mas é NESTE mundo que se manifestará, quando o Espírito superar a matéria, quando a individualidade governar a personagem, quando a mente dirigir o intelecto, quando o DE DENTRO dominar o DE FORA, quando Cristo em nós tiver a supremacia sobre o eu transitório.


A criatura que penetra nesse novo eon recebe o selo (sphrágis) do Cristo do Espírito, selo indelével que o condiciona como ingresso no reino dos céus. Quando fala em eon, o Evangelho quer exprimir um CICLO EVOLUTIVO; na evolução da humanidade, em linhas gerais, podemos considerar o eon do animalismo, o eon da personalidade, o eon da individualidade, etc. O mais elevado eon que conhecemos, o da zôê aiónios (vida imanente) é o da vida espiritual plenamente unificada com Deus (pneuma-dynamis), com o Pai (lógos-érgon), e com o Filho (Cristo-kósmos).


DÓXA


Assim como dynamis é a essência de Deus, assim dóxa (geralmente traduzida por "glória") pode apresentar os sentidos que vimos (vol. 1). Mas observaremos que, na linguagem iniciática dos mistérios, além do sentido de "doutrina" ou de "essência da doutrina", pode assumir o sentido específico de" substância divina". Observe-se esse trecho de Paulo (Filp. 2:11): "Jesus Cristo é o Senhor (Kyrios) na substância (dóxa) de Deus Pai"; e mais (RM 6:4): "o Cristo foi despertado dentre os mortos pela substância (dóxa) do Pai" (isto é, pelo érgon, a energia do Som, a vibração sonora da Palavra).


Nesses passos, traduzir dóxa por glória é ilógico, não faz sentido; também "doutrina" aí não cabe. O sentido é mesmo o de "substância".


Vejamos mais este passo (l. ª Cor. 2:6-16): "Falamos, sim da sabedoria (sophia) entre os perfeitos (teleiois, isto é, iniciados), mas de uma sabedoria que não é deste eon, nem dos príncipes deste eon, que são reduzidos a nada: mas da sabedoria dos mistérios de Deus, que estava oculta, e que antes dos eons Deus destinara como nossa doutrina (dóxa), e que os príncipes deste mundo não reconheceram. De fato, se o tivessem reconhecido, não teriam crucificado o Senhor da Doutrina (Kyrios da dóxa, isto é, o Hierofante ou Mistagogo). Mas como está escrito, (anunciamos) o que o olho não viu e o ouvido não ouviu e o que não subiu sobre o coração do homem, mas o que Deus preparou para os que O amam.


Pois foi a nós que Deus revelou (apekalypsen = tirou o véu) pelo pneuma" (ou seja, pelo Espírito, pelo Cristo Interno).


MISTÉRIO


Mistério é uma palavra que modificou totalmente seu sentido através dos séculos, mesmo dentro de seu próprio campo, o religioso. Chamam hoje "mistério" aquilo que é impossível de compreender, ou o que se ignora irremissivelmente, por ser inacessível à inteligência humana.


Mas originariamente, o mistério apresentava dois sentidos básicos:

1. º - um ensinamento só revelado aos iniciados, e que permanecia secreto para os profanos que não podiam sabê-lo (daí proveio o sentido atual: o que não se pode saber; na antiguidade, não se podia por proibição moral, ao passo que hoje é por incapacidade intelectual);


2. º - a própria ação ou atividade divina, experimentada pelo iniciado ao receber a iniciação completa.


Quando falamos em "mistério", transliterando a palavra usada no Novo Testamento, arriscamo-nos a interpretar mal. Aí, mistério não tem o sentido atual, de "coisa ignorada por incapacidade intelectiva", mas é sempre a "ação divina revelada experimentalmente ao homem" (embora continue inacessível ao não-iniciado ou profano).


O mistério não é uma doutrina: exprime o caráter de revelação direta de Deus a seus buscadores; é uma gnose dos mistérios, que se comunica ao "mysto" (aprendiz de mística). O Hierofante conduz o homem à Divindade (mas apenas o conduz, nada podendo fazer em seu lugar). E se o aprendiz corresponde plenamente e atende a todas as exigências, a Divindade "age" (energeín) internamente, no "Esp írito" (pneuma) do homem. que então desperta (egereín), isto é, "ressurge" para a nova vida (cfr. "eu sou a ressurreição da vida", JO 11:25; e "os que produzirem coisas boas (sairão) para a restauração de vida", isto é, os que conseguirem atingir o ponto desejado serão despertados para a vida do espírito, JO 5-29).


O caminho que leva a esses passos, é o sofrimento, que prepara o homem para uma gnose superior: "por isso - conclui O. Casel - a cruz é para o cristão o caminho que conduz à gnose da glória" (o. c., pág. 300).


Paulo diz francamente que o mistério se resume numa palavra: CRISTO "esse mistério, que é o Cristo", (CL 1:27): e "a fim de que conheçam o mistério de Deus, o Cristo" (CL 2:2).


O mistério opera uma união íntima e física com Deus, a qual realiza uma páscoa (passagem) do atual eon, para o eon espiritual (reino dos céus).


O PROCESSO


O postulante (o que pedia para ser iniciado) devia passar por diversos graus, antes de ser admitido ao pórtico, à "porta" por onde só passavam as ovelhas (símbolo das criaturas mansas; cfr. : "eu sou a porta das ovelhas", JO 10:7). Verificada a aptidão do candidato profano, era ele submetido a um período de "provações", em que se exercitava na ORAÇÃO (ou petição) que dirigia à Divindade, apresentando os desejos ardentes ao coração, "mendigando o Espírito" (cfr. "felizes os mendigos de Espírito" MT 5:3) para a ele unir-se; além disso se preparava com jejuns e alimentação vegetariana para o SACRIF ÍCIO, que consistia em fazer a consagração de si mesmo à Divindade (era a DE + VOTIO, voto a Deus), dispondo-se a desprender-se ao mundo profano.


Chegado a esse ponto, eram iniciados os SETE passos da iniciação. Os três primeiros eram chamado "Mistérios menores"; os quatro últimos, "mistérios maiores". Eram eles:

1 - o MERGULHO e as ABLUÇÕES (em Elêusis havia dois lagos salgados artificiais), que mostravam ao postulante a necessidade primordial e essencial da "catarse" da "psiquê". Os candidatos, desnudos, entravam num desses lagos e mergulhavam, a fim de compreender que era necessário "morrer" às coisas materiais para conseguir a "vida" (cfr. : "se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica só; mas se morrer dá muito fruto", JO 12:24). Exprimia a importância do mergulho dentro de si mesmo, superando as dificuldades e vencendo o medo. Ao sair do lago, vestia uma túnica branca e aguardava o segundo passo.


2 - a ACEITAÇÃO de quem havia mergulhado, por parte do Mistagogo, que o confirmava no caminho novo, entre os "capazes". Daí por diante, teria que correr por conta própria todos os riscos inerentes ao curso: só pessoalmente poderia caminhar. Essa confirmação do Mestre simbolizava a "epiphanía" da Divindade, a "descida da graça", e o recem-aceito iniciava nova fase.


3 - a METÂNOIA ou mudança da mente, que vinha após assistir a várias tragédias e dramas de fundo iniciático. Todas ensinavam ao "mysto" novato, que era indispensável, através da dor, modificar seu" modo de pensar" em relação à vida, afastar-se de. todos os vícios e fraquezas do passado, renunciar a prazeres perniciosos e defeitos, tornando-se o mais perfeito (téleios) possível. Era buscada a renovação interna, pelo modo de pensar e de encarar a vida. Grande número dos que começavam a carreira, paravam aí, porque não possuíam a força capaz de operar a transmutação mental. As tentações os empolgavam e novamente se lançavam no mundo profano. No entanto, se dessem provas positivas de modifica ção total, de serem capazes de viver na santidade, resistindo às tentações, podiam continuar a senda.


Havia, então, a "experiência" para provar a realidade da "coragem" do candidato: era introduzido em grutas e câmaras escuras, onde encontrava uma série de engenhos lúgubres e figuras apavorantes, e onde demorava um tempo que parecia interminável. Dali, podia regressar ou prosseguir. Se regressava, saía da fileira; se prosseguia, recebia a recompensa justa: era julgado apto aos "mistérios maiores".


4 - O ENCONTRO e a ILUMINAÇÃO, que ocorria com a volta à luz, no fim da terrível caminhada por entre as trevas. Através de uma porta difícil de ser encontrada, deparava ele campos floridos e perfumados, e neles o Hierofante, em paramentação luxuosa. que os levava a uma refeição simples mas solene constante de pão, mel, castanhas e vinho. Os candidatos eram julgados "transformados", e porSABEDORIA DO EVANGELHO tanto não havia mais as exteriorizações: o segredo era desvelado (apokálypsis), e eles passavam a saber que o mergulho era interno, e que deviam iniciar a meditação e a contemplação diárias para conseguir o "encontro místico" com a Divindade dentro de si. Esses encontros eram de início, raros e breves, mas com o exercício se iam fixando melhor, podendo aspirar ao passo seguinte.


5 - a UNIÃO (não mais apenas o "encontro"), mas união firme e continuada, mesmo durante sua estada entre os profanos. Era simbolizada pelo drama sacro (hierõs gámos) do esponsalício de Zeus e Deméter, do qual nasceria o segundo Dionysos, vencedor da morte. Esse matrimônio simbólico e puro, realizado em exaltação religiosa (orgê) é que foi mal interpretado pelos que não assistiam à sua representação simbólica (os profanos) e que tacharam de "orgias imorais" os mistérios gregos. Essa "união", depois de bem assegurada, quando não mais se arriscava a perdê-la, preparava os melhores para o passo seguinte.


6 - a CONSAGRAÇÃO ou, talvez, a sagração, pela qual era representada a "marcação" do Espírito do iniciado com um "selo" especial da Divindade a quem o "mysto" se consagrava: Apolo, Dyonisos, Isis, Osíris, etc. Era aí que o iniciado obtinha a epoptía, ou "visão direta" da realidade espiritual, a gnose pela vivência da união mística. O epopta era o "vigilante", que o cristianismo denominou "epískopos" ou "inspetor". Realmente epopta é composto de epí ("sobre") e optos ("visível"); e epískopos de epi ("sobre") e skopéô ("ver" ou "observar"). Depois disso, tinha autoridade para ensinar a outros e, achando-se preso à Divindade e às obrigações religiosas, podia dirigir o culto e oficiar a liturgia, e também transmitir as iniciações nos graus menores. Mas faltava o passo decisivo e definitivo, o mais difícil e quase inacessível.


7 - a PLENITUDE da Divindade, quando era conseguida a vivência na "Alma Universal já libertada".


Nos mistérios gregos (em Elêusis) ensinava-se que havia uma Força Absoluta (Deus o "sem nome") que se manifestava através do Logos (a Palavra) Criador, o qual produzia o Filho (Kósmo). Mas o Logos tinha duplo aspecto: o masculino (Zeus) e o feminino (Deméter). Desse casal nascera o Filho, mas também com duplo aspecto: a mente salvadora (Dionysos) e a Alma Universal (Perséfone). Esta, desejando experiências mais fortes, descera à Terra. Mas ao chegar a estes reinos inferiores, tornouse a "Alma Universal" de todas as criaturas, e acabou ficando prisioneira de Plutão (a matéria), que a manteve encarcerada, ministrando-lhe filtros mágicos que a faziam esquecer sua origem divina, embora, no íntimo, sentisse a sede de regressar a seu verdadeiro mundo, mesmo ignorando qual fosse.


Dionysos quis salvá-la, mas foi despedaçado pelos Titãs (a mente fracionada pelo intelecto e estraçalhada pelos desejos). Foi quando surgiu Triptólemo (o tríplice combate das almas que despertam), e com apelos veementes conseguiu despertar Perséfone, revelando lhe sua origem divina, e ao mesmo tempo, com súplicas intensas às Forças Divinas, as comoveu; então Zeus novamente se uniu a Deméter, para fazer renascer Dionysos. Este, assumindo seu papel de "Salvador", desce à Terra, oferecendose em holocausto a Plutão (isto é, encarnando-se na própria matéria) e consegue o resgate de Perséfone, isto é, a libertação da Alma das criaturas do domínio da matéria e sua elevação novamente aos planos divinos. Por esse resumo, verificamos como se tornou fácil a aceitação entre os grego, e romanos da doutrina exposta pelos Emissários de Jesus, um "Filho de Deus" que desceu à Terra para resgatar com sua morte a alma humana.


O iniciado ficava permeado pela Divindade, tornando-se então "adepto" e atingindo o verdadeiro grau de Mestre ou Mistagogo por conhecimento próprio experimental. Já não mais era ele, o homem, que vivia: era "O Senhor", por cujo intermédio operava a Divindade. (Cfr. : "não sou mais eu que vivo, é Cristo que vive em mim", GL 2:20; e ainda: "para mim, viver é Cristo", Filp. 1:21). A tradição grega conservou os nomes de alguns dos que atingiram esse grau supremo: Orfeu... Pitágoras... Apolônio de Tiana... E bem provavelmente Sócrates (embora Schuré opine que o maior foi Platão).


NO CRISTIANISMO


Todos os termos néo-testamentários e cristãos, dos primórdios, foram tirados dos mistérios gregos: nos mistérios de Elêusis, o iniciado se tornava "membro da família do Deus" (Dionysos), sendo chamado.


então, um "santo" (hágios) ou "perfeito" (téleios). E Paulo escreve: "assim, pois, não sois mais estran geiros nem peregrinos, mas sois concidadãos dos santos e familiares de Deus. ’ (EF 2:19). Ainda em Elêusis, mostrava-se aos iniciados uma "espiga de trigo", símbolo da vida que eternamente permanece através das encarnações e que, sob a forma de pão, se tornava participante da vida do homem; assim quando o homem se unia a Deus, "se tornava participante da vida divina" (2. ª Pe. 1:4). E Jesus afirmou: " Eu sou o PÃO da Vida" (JO 6. 35).


No entanto ocorreu modificação básica na instituição do Mistério cristão, que Jesus realizou na "última Ceia", na véspera de sua experiência máxima, o páthos ("paixão").


No Cristianismo, a iniciação toma sentido puramente espiritual, no interior da criatura, seguindo mais a Escola de Alexandria. Lendo Filon, compreendemos isso: ele interpreta todo o Antigo Testamento como alegoria da evolução da alma. Cada evangelista expõe a iniciação cristã de acordo com sua própria capacidade evolutiva, sendo que a mais elevada foi, sem dúvida, a de João, saturado da tradição (parádosis) de Alexandria, como pode ver-se não apenas de seu Evangelho, como também de seu Apocalipse.


Além disso, Jesus arrancou a iniciação dos templos, a portas fechadas, e jogou-a dentro dos corações; era a universalização da "salvação" a todos os que QUISESSEM segui-Lo. Qualquer pessoa pode encontrar o caminho (cfr. "Eu sou o Caminho", JO 14:6), porque Ele corporificou os mistérios em Si mesmo, divulgando-lhes os segredos através de Sua vida. Daí em diante, os homens não mais teriam que procurar encontrar um protótipo divino, para a ele conformar-se: todos poderiam descobrir e utir-se diretamente ao Logos que, através do Cristo, em Jesus se manifestara.


Observamos, pois, uma elevação geral de frequência vibratória, de tonus, em todo o processo iniciático dos mistérios.


E os Pais da Igreja - até o século 3. º o cristianismo foi "iniciático", embora depois perdesse o rumo quando se tornou "dogmático" - compreenderam a realidade do mistério cristão, muito superior, espiritualmente, aos anteriores: tornar o homem UM CRISTO, um ungido, um permeado da Divindade.


A ação divina do mistério, por exemplo, é assim descrita por Agostinho: "rendamos graças e alegremonos, porque nos tornamos não apenas cristãos, mas cristos" (Tract. in Joanne, 21,8); e por Metódio de Olímpio: "a comunidade (a ekklêsía) está grávida e em trabalho de parto, até que o Cristo tenha tomado forma em nós; até que o Cristo nasça em nós, para que cada um dos santos, por sua participação ao Cristo, se torne o cristo" (Patrol. Graeca, vol. 18, ccl. 150).


Temos que tornar-nos cristos, recebendo a última unção, conformando-nos com Ele em nosso próprio ser, já que "a redenção tem que realizar-se EM NÓS" (O. Casel, o. c., pág. 29), porque "o único e verdadeiro holocausto é o que o homem faz de si mesmo".


Cirilo de Jerusalém diz: "Já que entrastes em comunhão com o Cristo com razão sois chamados cristos, isto é, ungidos" (Catechesis Mystagogicae, 3,1; Patrol. Graeca,, 01. 33, col. 1087).


Essa transformação, em que o homem recebe Deus e Nele se transmuda, torna-o membro vivo do Cristo: "aos que O receberam, deu o poder de tornar-se Filhos de Deus" (JO 1:12).


Isso fez que Jesus - ensina-nos o Novo Testamento - que era "sacerdote da ordem de Melquisedec (HB 5:6 e HB 7:17) chegasse, após sua encarnação e todos os passos iniciáticos que QUIS dar, chegasse ao grau máximo de "pontífice da ordem de Melquisedec" (HB 5:10 e HB 6:20), para todo o planeta Terra.


CRISTO, portanto, é o mistério de Deus, o Senhor, o ápice da iniciação a experiência pessoal da Divindade.


através do santo ensino (hierôs lógos), que vem dos "deuses" (Espíritos Superiores), comunicado ao místico. No cristianismo, os emissários ("apóstolos") receberam do Grande Hierofante Jesus (o qual o recebeu do Pai, com Quem era UNO) a iniciação completa. Foi uma verdadeira "transmiss ão" (traditio, parádosis), apoiada na gnose: um despertar do Espírito que vive e experimenta a Verdade, visando ao que diz Paulo: "admoestando todo homem e ensinando todo homem, em toda sabedoria (sophía), para que apresentem todo homem perfeito (téleion, iniciado) em Cristo, para o que eu também me esforço (agõnizómenos) segundo a ação dele (energeían autou), que age (energouménen) em mim, em força (en dynámei)". CL 1:28-29.


Em toda essa iniciação, além disso, precisamos não perder de vista o "enthousiasmós" (como era chamado o "transe" místico entre os gregos) e que foi mesmo sentido pelos hebreus, sobretudo nas" Escolas de Profetas" em que eles se iniciavam (profetas significa "médiuns"); mas há muito se havia perdido esse "entusiasmo", por causa da frieza intelectual da interpretação literal das Escrituras pelos Escribas.


Profeta, em hebraico, é NaVY", de raiz desconhecida, que o Rabino Meyer Sal ("Les Tables de la Loi", éd. La Colombe, Paris, 1962, pág. 216/218) sugere ter sido a sigla das "Escolas de Profetas" (escolas de iniciação, de que havia uma em Belém, de onde saiu David). Cada letra designaria um setor de estudo: N (nun) seriam os sacerdotes (terapeutas do psicossoma), oradores, pensadores, filósofos;

V (beth) os iniciados nos segredos das construções dos templos ("maçons" ou pedreiros), arquitetos, etc. ; Y (yod) os "ativos", isto é, os dirigentes e políticos, os "profetas de ação"; (aleph), que exprime "Planificação", os matemáticos, geômetras, astrônomos, etc.


Isso explica, em grande parte, porque os gregos e romanos aceitaram muito mais facilmente o cristianismo, do que os judeus, que se limitavam a uma tradição que consistia na repetição literal decorada dos ensinos dos professores, num esforço de memória que não chegava ao coração, e que não visavam mais a qualquer experiência mística.


TEXTOS DO N. T.


O termo mystérion aparece várias vezes no Novo Testamento.


A - Nos Evangelhos, apenas num episódio, quando Jesus diz a Seus discípulos: "a vós é dado conhecer os mistérios do reino de Deus" (MT 13:11; MC 4:11; LC 8:10).


B - Por Paulo em diversas epístolas: RM 11:25 - "Não quero, irmãos, que ignoreis este mistério... o endurecimento de Israel, até que hajam entrado todos os gentios".


Rom. 16:15 - "conforme a revelação do mistério oculto durante os eons temporais (terrenos) e agora manifestados".


1. ª Cor. 2:1 – "quando fui ter convosco... anunciando-vos o mistério de Deus".


1. ª Cor. 2:4-7 - "meu ensino (logos) e minha pregação não foram em palavras persuasivas, mas em demonstração (apodeíxei) do pneúmatos e da dynámeôs, para que vossa fé não se fundamente na sophía dos homens, mas na dynámei de Deus. Mas falamos a sophia nos perfeitos (teleiois, iniciados), porém não a sophia deste eon, que chega ao fim; mas falamos a sophia de Deus em mistério, a que esteve oculta, a qual Deus antes dos eons determinou para nossa doutrina". 1. ª Cor. 4:1 - "assim considerem-nos os homens assistentes (hypêrétas) ecônomos (distribuidores, dispensadores) dos mistérios de Deus".


1. ª Cor. 13:2 - "se eu tiver mediunidade (prophéteía) e conhecer todos os mistérios de toda a gnose, e se tiver toda a fé até para transportar montanhas, mas não tiver amor (agápé), nada sou". l. ª Cor. 14:2 - "quem fala em língua (estranha) não fala a homens, mas a Deus, pois ninguém o ouve, mas em espírito fala mistérios". 1. ª Cor. 15:51 - "Atenção! Eu vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados".


EF 1:9 - "tendo-nos feito conhecido o mistério de sua vontade"

EF 3:4 - "segundo me foi manifestado para vós, segundo a revelação que ele me fez conhecer o mistério (como antes vos escrevi brevemente), pelo qual podeis perceber, lendo, minha compreensão no mistério do Cristo".


EF 3:9 - "e iluminar a todos qual a dispensação (oikonomía) do mistério oculto desde os eons, em Deus, que criou tudo".


EF 5:32 - "este mistério é grande: mas eu falo a respeito do Cristo e da ekklésia.


EF 9:19 - "(suplica) por mim, para que me possa ser dado o logos ao abrir minha boca para, em público, fazer conhecer o mistério da boa-nova".


CL 1:24-27 - "agora alegro-me nas experimentações (Pathêmasin) sobre vós e completo o que falta das pressões do Cristo em minha carne, sobre o corpo dele que é a ekklêsía, da qual me tornei servidor, segundo a dispensação (oikonomía) de Deus, que me foi dada para vós, para plenificar o logos de Deus, o mistério oculto nos eons e nas gerações, mas agora manifestado a seus santos (hagioi, iniciados), a quem aprouve a Deus fazer conhecer a riqueza da doutrina (dóxês; ou "da substância") deste mistério nas nações, que é CRISTO EM VÓS, esperança da doutrina (dóxês)".


CL 2:2-3 - "para que sejam consolados seus corações, unificados em amor, para todas as riquezas da plena convicção da compreensão, para a exata gnose (epígnôsin) do mistério de Deus (Cristo), no qual estão ocultos todos os tesouros da sophía e da gnose".


CL 4:3 - "orando ao mesmo tempo também por nós, para que Deus abra a porta do logos para falar o mistério do Cristo, pelo qual estou em cadeias".


2. ª Tess. 2:7 - "pois agora já age o mistério da iniquidade, até que o que o mantém esteja fora do caminho".


1. ª Tim. 3:9 - "(os servidores), conservando o mistério da fé em consciência pura".


1. ª Tim. 2:16 - "sem dúvida é grande o mistério da piedade (eusebeías)".


No Apocalipse (1:20; 10:7 e 17:5, 7) aparece quatro vezes a palavra, quando se revela ao vidente o sentido do que fora dito.


CULTO CRISTÃO


Depois de tudo o que vimos, torna-se evidente que não foi o culto judaico que passou ao cristianismo primitivo. Comparemos: A luxuosa arquitetura suntuosa do Templo grandioso de Jerusalém, com altares maciços a escorrer o sangue quente das vítimas; o cheiro acre da carne queimada dos holocaustos, a misturar-se com o odor do incenso, sombreando com a fumaça espessa o interior repleto; em redor dos altares, em grande número, os sacerdotes a acotovelar-se, munidos cada um de seu machado, que brandiam sem piedade na matança dos animais que berravam, mugiam dolorosamente ou balavam tristemente; o coro a entoar salmos e hinos a todo pulmão, para tentar superar a gritaria do povo e os pregões dos vendedores no ádrio: assim se realizava o culto ao "Deus dos judeus".


Em contraste, no cristianismo nascente, nada disso havia: nem templo, nem altares, nem matanças; modestas reuniões em casas de família, com alguns amigos; todos sentados em torno de mesa simples, sobre a qual se via o pão humilde e copos com o vinho comum. Limitava-se o culto à prece, ao recebimento de mensagens de espíritos, quando havia "profetas" na comunidade, ao ensino dos "emissários", dos "mais velhos" ou dos "inspetores", e à ingestão do pão e do vinho, "em memória da última ceia de Jesus". Era uma ceia que recebera o significativo nome de "amor" (ágape).


Nesse repasto residia a realização do supremo mistério cristão, bem aceito pelos gregos e romanos, acostumados a ver e compreender a transmissão da vida divina, por meio de símbolos religiosos. Os iniciados "pagãos" eram muito mais numerosos do que se possa hoje supor, e todos se sentiam membros do grande Kósmos, pois, como o diz Lucas, acreditavam que "todos os homens eram objeto da benevolência de Deus" (LC 2:14).


Mas, ao difundir-se entre o grande número e com o passar dos tempos, tudo isso se foi enfraquecendo e seguiu o mesmo caminho antes experimentado pelo judaísmo; a força mística, só atingida mais tarde por alguns de seus expoentes, perdeu-se, e o cristianismo "foi incapaz - no dizer de O. Casel - de manterse na continuação, nesse nível pneumático" (o. c. pág. 305). A força da "tradição" humana, embora condenada com veemência por Jesus (cfr. MT 15:1-11 e MT 16:5-12; e MC 7:1-16 e MC 8:14-11; veja atrás), fez-se valer, ameaçando as instituições religiosas que colocam doutrinas humanas ao lado e até acima dos preceitos divinos, dando mais importância às suas vaidosas criações. E D. Odon Casel lamenta: " pode fazer-se a mesma observação na história da liturgia" (o. c., pág. 298). E, entristecido, assevera ainda: "Verificamos igualmente que a concepção cristã mais profunda foi, sob muitos aspectos, preparada muito melhor pelo helenismo que pelo judaísmo. Lamentavelmente a teologia moderna tende a aproximar-se de novo da concepção judaica de tradição, vendo nela, de fato, uma simples transmiss ão de conhecimento, enquanto a verdadeira traditio, apoiada na gnose, é um despertar do espírito que VIVE e EXPERIMENTA a Verdade" (o. c., pág. 299).


OS SACRAMENTOS


O termo latino que traduz a palavra mystérion é sacramentum. Inicialmente conservou o mesmo sentido, mas depois perdeu-os, para transformar-se em "sinal visível de uma ação espiritual invisível".


No entanto, o estabelecimento pelas primeiras comunidades cristãs dos "sacramentos" primitivos, perdura até hoje, embora tendo perdido o sentido simbólico inicial.


Com efeito, a sucessão dos "sacramentos" revela exatamente, no cristianismo, os mesmos passos vividos nos mistérios grego. Vejamos:
1- o MERGULHO (denominado em grego batismo), que era a penetração do catecúmeno em seu eu interno. Simbolizava-se na desnudação ao pretendente, que largava todas as vestes e mergulhava totalmente na água: renunciava de modo absoluto as posses (pompas) exteriores e aos próprios veículos físicos, "vestes" do Espírito, e mergulhava na água, como se tivesse "morrido", para fazer a" catarse" (purificação) de todo o passado. Terminado o mergulho, não era mais o catecúmeno, o profano. Cirilo de Jerusalém escreveu: "no batismo o catecúmeno tinha que ficar totalmente nu, como Deus criou o primeiro Adão, e como morreu o segundo Adão na cruz" (Catechesis Mistagogicae,

2. 2). Ao sair da água, recebia uma túnica branca: ingressava oficialmente na comunidade (ekklêsía), e então passava a receber a segunda parte das instruções. Na vida interna, após o "mergulho" no próprio íntimo, aguardava o segundo passo.


2- a CONFIRMAÇÃO, que interiormente era dada pela descida da "graça" da Força Divina, pela" epifanía" (manifestação), em que o novo membro da ekklêsía se sentia "confirmado" no acerto de sua busca. Entrando em si mesmo a "graça" responde ao apelo: "se alguém me ama, meu Pai o amará, e NÓS viremos a ele e permaneceremos nele" (JO 14:23). O mesmo discípulo escreve em sua epístola: "a Vida manifestou-se, e a vimos, e damos testemunho. e vos anunciamos a Vida Imanente (ou a Vida do Novo Eon), que estava no Pai e nos foi manifestada" (l. ª JO 1:2).


3- a METÁNOIA (modernamente chamada "penitência") era então o terceiro passo. O aprendiz se exercitava na modificação da mentalidade, subsequente ao primeiro contato que tinha tido com a Divindade em si mesmo. Depois de "sentir" em si a força da Vida Divina, há maior compreensão; os pensamentos sobem de nível; torna-se mais fácil e quase automático o discernimento (krísis) entre certo e errado, bem e mal, e portanto a escolha do caminho certo. Essa metánoia é ajudada pelos iniciados de graus mais elevados, que lhe explicam as leis de causa e efeito e outras.


4- a EUCARISTIA é o quarto passo, simbolizando por meio da ingestão do pão e do vinho, a união com o Cristo. Quem mergulhou no íntimo, quem recebeu a confirmação da graça e modificou seu modo de pensar, rapidamenle caminha para o encontro definitivo com o Mestre interno, o Cristo.


Passa a alimentar-se diretamente de seus ensinos, sem mais necessidade de intermediários: alimentase, nutre-se do próprio Cristo, bebe-Lhe as inspirações: "se não comeis a carne do Filho do Homem e não bebeis seu sangue, não tendes a vida em vós. Quem saboreia minha carne e bebe meu sangue tem a Vida Imanente, porque minha carne é verdadeiramente comida e meu sangue é

verdadeiramente bebida. Quem come minha carne e bebe o meu sangue, permanece em mim e eu nele" (JO 6:53 ss).


5- MATRIMÔNIO é o resultado do encontro realizado no passo anterior: e o casamento, a FUSÃO, a união entre a criatura e o Criador, entre o iniciado e Cristo: "esse mistério é grande, quero dizê-lo em relação ao Cristo e à ekklêsia", escreveu Paulo, quando falava do "matrimônio" (EF 5:32). E aqueles que são profanos, que não têm essa união com o Cristo, mas antes se unem ao mundo e a suas ilusões, são chamados "adúlteros" (cfr. vol. 2). E todos os místicos, unanimemente, comparam a união mística com o Cristo ti uma união dos sexos no casamento.


6- a ORDEM é o passo seguinte. Conseguida a união mística a criatura recebe da Divindade a consagra ção, ou melhor, a "sagração", o "sacerdócio" (sacer "sagrado", dos, dotis, "dote"), o "dote sagrado" na distribuição das graças o quinhão especial de deveres e obrigações para com o "rebanho" que o cerca. No judaísmo, o sacerdote era o homem encarregado de sacrificar ritualmente os animais, de examinar as vítimas, de oferecer os holocaustos e de receber as oferendas dirigindo o culto litúrgico. Mais tarde, entre os profanos sempre, passou a ser considerado o "intemediário" entre o homem e o Deus "externo". Nessa oportunidade, surge no Espírito a "marca" indelével, o selo (sphrágis) do Cristo, que jamais se apaga, por todas as vidas que porventura ainda tenha que viver: a união com essa Força Cósmica, de fato, modifica até o âmago, muda a frequência vibratória, imprime novas características e a leva, quase sempre, ao supremo ponto, à Dor-Sacrifício-Amor.


7- a EXTREMA UNÇÃO ("extrema" porque é o último passo, não porque deva ser dada apenas aos moribundos) é a chave final, o último degrau, no qual o homem se torna "cristificado", totalmente ungido pela Divindade, tornando-se realmente um "cristo".


Que esses sacramentos existiram desde os primeiros tempos do cristianismo, não há dúvida. Mas que não figuram nos Evangelhos, também é certo. A conclusão a tirar-se, é que todos eles foram comunicados oralmente pela traditio ou transmissão de conhecimentos secretos. Depois na continuação, foram permanecendo os ritos externos e a fé num resultado interno espiritual, mas já não com o sentido primitivo da iniciação, que acabamos de ver.


Após este escorço rápido, cremos que a afirmativa inicial se vê fortalecida e comprovada: realmente Jesus fundou uma "ESCOLA INICIÁTICA", e a expressão "logos akoês" (ensino ouvido), como outras que ainda aparecerão, precisam ser explicadas à luz desse conhecimento.


* * *

Neste sentido que acabamos de estudar, compreendemos melhor o alcance profundo que tiveram as palavras do Mestre, ao estabelecer as condições do discipulato.


Não podemos deixar de reconhecer que a interpretação dada a Suas palavras é verdadeira e real.


Mas há "mais alguma coisa" além daquilo.


Trata-se das condições exigidas para que um pretendente possa ser admitido na Escola Iniciática na qualidade de DISCÍPULO. Não basta que seja BOM (justo) nem que possua qualidades psíquicas (PROFETA). Não é suficiente um desejo: é mistér QUERER com vontade férrea, porque as provas a que tem que submeter-se são duras e nem todos as suportam.


Para ingressar no caminho das iniciações (e observamos que Jesus levava para as provas apenas três, dentre os doze: Pedro, Tiago e João) o discípulo terá que ser digno SEGUIDOR dos passos do Mestre.


Seguidor DE FATO, não de palavras. E para isso, precisará RENUNCIAR a tudo: dinheiro, bens, família, parentesco, pais, filhos, cônjuges, empregos, e inclusive a si mesmo: à sua vontade, a seu intelecto, a seus conhecimentos do passado, a sua cultura, a suas emoções.


A mais, devia prontificar-se a passar pelas experiências e provações dolorosas, simbolizadas, nas iniciações, pela CRUZ, a mais árdua de todas elas: o suportar com alegria a encarnação, o mergulho pesado no escafandro da carne.


E, enquanto carregava essa cruz, precisava ACOMPANHAR o Mestre, passo a passo, não apenas nos caminhos do mundo, mas nos caminhos do Espírito, difíceis e cheios de dores, estreitos e ladeados de espinhos, íngremes e calçados de pedras pontiagudas.


Não era só. E o que se acrescenta, de forma enigmática em outros planos, torna-se claro no terreno dos mistérios iniciáticos, que existiam dos discípulos A MORTE À VIDA DO FÍSICO. Então compreendemos: quem tiver medo de arriscar-se, e quiser "preservar" ou "salvar" sua alma (isto é, sua vida na matéria), esse a perderá, não só porque não receberá o grau a que aspira, como ainda porque, na condição concreta de encarnado, talvez chegue a perder a vida física, arriscada na prova. O medo não o deixará RESSUSCITAR, depois da morte aparente mas dolorosa, e seu espírito se verá envolvido na conturbação espessa e dementada do plano astral, dos "infernos" (ou umbral) a que terá que descer.


No entanto, aquele que intimorato e convicto da realidade, perder, sua alma, (isto é, "entregar" sua vida do físico) à morte aparente, embora dolorosa, esse a encontrará ou a salvará, escapando das injunções emotivas do astral, e será declarado APTO a receber o grau seguinte que ardentemente ele deseja.


Que adianta, com efeito, a um homem que busca o Espírito, se ganhar o mundo inteiro, ao invés de atingir a SABEDORIA que é seu ideal? Que existirá no mundo, que possa valer a GNOSE dos mistérios, a SALVAÇÃO da alma, a LIBERTAÇÃO das encarnações tristes e cansativas?


Nos trabalhos iniciáticos, o itinerante ou peregrino encontrará o FILHO DO HOMEM na "glória" do Pai, em sua própria "glória", na "glória" de Seus Santos Mensageiros. Estarão reunidos em Espírito, num mesmo plano vibratório mental (dos sem-forma) os antigos Mestres da Sabedoria, Mensageiros da Palavra Divina, Manifestantes da Luz, Irradiadores da Energia, Distribuidores do Som, Focos do Amor.


Mas, nos "mistérios", há ocasiões em que os "iniciantes", também chamados mystos, precisam dar testemunhos públicos de sua qualidade, sem dizerem que possuem essa qualidade. Então está dado o aviso: se nessas oportunidades de "confissão aberta" o discípulo "se envergonhar" do Mestre, e por causa de "respeitos humanos" não realizar o que deve, não se comportar como é da lei, nesses casos, o Senhor dos Mistérios, o Filho do Homem, também se envergonhará dele, considerá-lo-á inepto, incapaz para receber a consagração; não mais o reconhecerá como discípulo seu. Tudo, portanto, dependerá de seu comportamento diante das provas árduas e cruentas a que terá que submeter-se, em que sua própria vida física correrá risco.


Observe-se o que foi dito: "morrer" (teleutan) e "ser iniciado" (teleusthai) são verbos formados do mesmo radical: tele, que significa FIM. Só quem chegar AO FIM, será considerado APTO ou ADEPTO (formado de AD = "para", e APTUM = "apto").


Nesse mesmo sentido entendemos o último versículo: alguns dos aqui presentes (não todos) conseguirão certamente finalizar o ciclo iniciático, podendo entrar no novo EON, no "reino dos céus", antes de experimentar a morte física. Antes disso, eles descobrirão o Filho do Homem em si mesmos, com toda a sua Dynamis, e então poderão dizer, como Paulo disse: "Combati o bom combate, terminei a carreira, mantive a fidelidade: já me está reservada a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia - e não só a mim, como a todos os que amaram sua manifestação" (2. ª Tim. 4:7-8).


mt 22:20
Sabedoria do Evangelho - Volume 7

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 10
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 22:15-22


15. Indo, então, os fariseus, tomaram conselho como o embaraçariam numa doutrina.

16. E enviaram os discípulos deles com os herodianos, dizendo: Mestre, sabemos que és verdadeiro e ensinas o caminho de Deus em verdade, e não te importas de ninguém, pois não olhas os rostos dos homens.

17. Dize-nos, então, que te parece: é lícito dar o tributo a César ou não?

18. Conhecendo, porém, Jesus, a malícia deles, disse: "Por que me tentais, hipócritas?

19. Mostrai-me a moeda do tributo". Eles trouxeramlhe um denário.

20. E disse-lhes: "De quem é a imagem e a inscrição"?

21. Disseram-lhe: "De César";

Então disse-lhes: "Devolvei, pois, o de César, a César, e o de Deus, a Deus".


22. E ouvindo, admiraram-se e, deixando-o, retiraram-se.

MC 12:13-17


13. E enviaram a ele alguns dos fariseus e dos herodianos, para que o embaraçassem numa doutrina.

14. E vindo, disseram-lhe: "Mestre, sabemos que és verdadeiro e não te importas de ninguém, pois não olhas os rostos dos homens, mas ensinos o caminho de Deus em verdade; é lícito dar o tributo a César ou não? Damos, ou não damos?"

15. Vendo ele, porém, a hipocrisia deles, disse-lhes: "Por que me tentais? Trazeime um denário para que (o) veja".

16. Eles trouxeram. E disselhes: "De quem é esta imagem a inscrição"? Eles disseramlhe: De César.

17. Então Jesus disse-lhes: "O de César, devolvei a César, e o de Deus, a Deus". E admiraram-se dele.

LC 20:20-26


20. E observando, enviaram (pessoas) desleais, que fingiam ser justos, para embaraçálo em doutrina dele, de forma que pudessem entregálo ao governo e ao poder do procurador.

21. E interrogaram-no, dizendo: "Mestre, sabemos que falas certo e ensinas, e não observas o rosto, mas ensinas em verdade o caminho de Deus:

22. é-nos lícito dar o tributo a César, ou não?

23. Subentendendo, porém a astúcia deles, disse-lhes:

24. "Mostrai-me um denário. De quem tem a imagem e a inscrição"? Eles disseram: De César. 25. Ele disse-lhes: "Então devolvei o de César a César, e o de Deus a Deus".

26. E não puderam apanha na palavra dele diante do povo; e admirados pela resposta dele, calaram-se.



Tal como já lemos em Mateus (Mateus 12:14), o Sinédrio reuniu-se em Conselho (symbólyon élabon), para estudar o melhor modo de embaraçar Jesus, obrigando-O a pronunciar-Se de tal forma, que pudesse ser apanhado em armadilha, para ser condenado. A embaixada oficial do Sinédrio (fariseus, escribas e anciãos) fora posta fora de combate, com a resposta a respeito do poder de Jesus e, logo a seguir, com a alusão clara à perda do cetro religioso por parte dos judeus. Reúnem-se, então, e resolvem pegá-Lo numa emboscada que lhes pareça infalível. Mas eles mesmos não podiam voltar, porque já eram conhecidos de Jesus e do povo. Que fazer?


Resolveram mandar pessoas desconhecidas. Escolheram discípulos seus (talmidê hakhâmim), que seriam acompanhados por herodianos, que poderiam acusar logo que fosse proferida qualquer palavra ofensiva aos dominadores romanos. Eram chamados "discípulos dos fariseus" os que cursavam a Escola Rabínica, antes de obter o título final de "Rabino" (ou Rabbi). Os herodianos eram judeus fiéis a Herodes, que muita questão faziam de unir-se aos romanos, aplaudindo-os, embora os não suportassem, só para não perderem as posições conquistadas. Os fariseus eram inimigos dos herodianos, que eles desprezavam, mas decidiram unir-se a eles, para terem testemunhas insuspeitas perante as autoridades romanas.


Com efeito, a reunião chegara a esse resultado: era necessário preparar-Lhe uma armadilha tal, que O apanhassem de qualquer forma. Os verbos empregados pagideúsôsin (Mateus e Lucas) e agreúsôsin (Marcos) pertencem ao vocabulário de caça: "apanhar em armadilha ou laço" (pagís). Para isso, era mister que Jesus firmasse uma doutrina (lógos) que O comprometesse perante o procurador romano (hêgemôn, como em MT 27:2 e AT 23:24, AT 23:26), ou perante Seus seguidores.


A pergunta foi escolhida com cuidado e os emissários bem treinados.


Apresentaram-se respeitosos e dirigiram-se a Jesus dando-Lhe o título de Mestre, no sentido de "professor" (didáskale), fazendo um preâmbulo bem preparado, em que elogiavam exatamente Sua franqueza e honestidade doutrinária, Sua coragem e desassombro diante de todos, não "olhando os rostos", isto é, não tendo "respeitos humanos", sem ligar à posição social, aos cargos, à riqueza, etc. ; de tudo isso sobejas provas havia.


Embora todos os judeus pagassem os impostos e tributos aos romanos, faziam-no a contragosto. Judas o Gaulanita já pregara abertamente contra os tributos exigidos por Quirinius (cfr. Flávio Josefo, Ant. JD 18, 1, 1 e Bell. JD 2, 8, 1 e 17, 8) dizendo que isso constituía crime de lesa-majestade contra a soberania única de Deus. Não deviam os judeus pagar tributos aos homens, mas apenas o Templo tinha direito de cobrá-los, porque era a representação de Deus.


A questão, portanto, foi sobre a liceidade do pagamento do tributo. Que eram obrigados a pagar, não havia dúvida. Mas diante da consciência, era lícito? Dizer SIM, incompatibilizaria Jesus com todos os judeus, que o desacreditariam como o messias. Dizer NÃO era a condenação certa como revoltoso contra Roma, e lá estavam os herodianos para testemunhar contra Ele.


A pergunta foi feita de forma a só poder ter duas respostas: sim ou não. Impossível escapar: "é-nos lícito dar o tributo a César, ou não? Damos ou não damos"?


Jesus percebe a malícia e o declara: "por que me tentais, hipócritas"?


Começa, então, a preparar a resposta, numa dialética perfeita. Pede uma prova concreta: quer ver a moeda do tributo (e aqui se percebe a ironia).


As "regras do jogo" exigiam que, mesmo se Ele a tivesse consigo, devia pedir que a prova fosse trazida pelos adversários. Trouxeram-na.


Vem a segunda investida. Jesus estava farto de saber que a imagem ou efígie (eikôn) era de César, assim como a inscrição (epigraphê). Mas ainda aqui era preciso que eles o dissessem. E disseram: "é de César". Jesus os tinha na mão: o adversário confessava que a moeda do tributo (o denário) era romana.


Tudo estava pronto para a resposta. E Jesus calmamente conclui:

—Então devolvei o que é de César a César, e o que é de Deus, a Deus!


Traduzimos apódote por "devolver", sentido real, sem dúvida muito melhor que o dai das traduções correntes.


Com essa resposta, que nenhum deles esperava, Jesus estabeleceu irrecusavelmente a doutrina do respeito à autoridade civil legitimamente constituída, tema que seria desenvolvido mais tarde por Paulo, na carta aos romanos 13:1-3.


Anotemos que a palavra alêthês ("verdade") é empregada, nos sinópticos, apenas neste trecho, embora João a use com larga frequência. Também o termo de Marcos (agreúsôsin) é hápax neotestamentário.


Diante dessa resposta, os emissários "murcharam" e não mais puderam abrir a boca. Mas intimamente admiraram Sua sabedoria. E retiraram-se, olhando uns para os outros...


Só tinham mais um recurso: era confiar a missão aos saduceus, que tentariam ver se O confundiam.


Vê-lo-emos no próximo capítulo.


Perfeitas todas essas deduções. Procuremos meditar.


A "moeda do tributo", cunhada no metal, representa o corpo humano, moldado em células de matéria orgânica. Tem, pois, a efígie de seu possuidor, e seu nome em epígrafe. Ora, se o corpo possui gravado a imagem da personalidade, é porque pertence a ela, e a esse corpo devem ser prestados os serviços de que ele carece. Nada do que lhe pertence deve ser-lhe negado.


No entanto, o Espírito, "partícula" divina, tem sua parte. E não será lícito prejudicar um em benefício do outro. Nem tirar de César (do corpo) para dar ao Espírito, nem tirar de Deus (o Espírito) para dar ao corpo.


A divisão é nítida: devolver ao corpo tudo o que este nos tiver dado de experiências e lições, e tratá-lo com o cuidado de que necessitar. Mas sem lesar a parte devida ao Espírito.


Daí o equilíbrio indispensável em nosso comportamento, sem exageros nem para um lado nem para o outro. Porque, no final das contas, o Espírito é que se condensou no corpo: a autoridade divina é que se manifesta em César.


Outra lição que podemos aprender, refere-se aos grupos. Muito comum que se misturem negócios de César nos setores divinos. Em outros termos, que as instituições espiritualistas se fundamentem no reinado de César.


Lógico que, estando num planeta material, cujo valor de troca é a moeda de César, as organizações espiritualistas necessitem dessa parte para atuar no mundo. Mas pensamossalvo erro - que essa parte deva ser conquistada "com o suor do rosto", e não constituída apenas pelo resultado de apelos e doações. Daí acharmos que todas as agremiações que tratam do Espírito deveriam possuir a látere uma indústria puramente comercial que sustentasse a obra, onde trabalhariam dando seu tempo e seu esforço os dirigentes da obra, mas sem que houvesse mistura de uma em outra (1).


(1) Pondo em prática esse pensamento, dirigimos, para sustentar nossas publicações, a revista, etc., uma Agência de Publicidade, cujo lucro reverte para cobrir o déficit das edições. O mesmo ocorre, por exemplo, com o "Lar Fabiano de Cristo", que sustenta milhares de crianças através da CAPEMI (Caixa de Pecúlio dos Militares-Beneficente), onde os diretores de ambas trabalham sem perceber nenhum salário.


A ideia de "fazer caridade" na dependência da "caridade" dos outros, pode ser cômoda e até pode estar certa. Mas não "sentimos" assim, por acharmos que, da mesma forma que, com nosso trabalho provemos a alimentação física de nossos filhos, também com nosso trabalho devemos prover a alimentação espiritual de nossos irmãos.


* * *

Mas cremos que a lição principal é puramente simbólica e mística, não literal nem alegórica.


Vimos que a moeda, que tem duas faces, traz o cunho de uma personalidade: a efígie que retrata a criatura que foi plasmada pelo Espírito. Além da efígie aparece a inscrição (epígrafe), com o nome atribuído a essa personagem no curso da evolução no planeta Terra.


Ora, a personagem é a condensação do Espírito, e o representa na Terra, tal como a moeda é a condensação de um valor convencional, garantido pela autoridade e poder da pessoa cuja imagem nela se encontra gravada. E tal como a moeda passa de mão em mão, sempre adquirindo benefícios para quem a possua, assim a personagem vai de contato em contato, comprando experiências para o Espírito, que a criou e possui.


O valor da moeda, convencional, está inscrito nela. Assim o valor do Espírito também se encontra manifesto na personagem: ora elevado, ora baixo. De acordo com a evolução do Espírito, assim será o valor gravado na personagem. Daí podermos avaliar mais ou menos um, pela expressão do outro.


Lógico que a moeda não é César, mas o representa. Assim, embora sendo a condensação do Espírito, a personagem não é ele, mas apenas o representa, materializado no mundo.


Temos, então, três graus, sobre os quais fala o Mestre: a moeda, César e Deus. Assim também temos três graus nessa simbologia: a personagem, a individualidade e o Deus-Imanente-Transcendente.


A moeda, em si mesma, nada vale, pois seu valor é somente convencional e transitório, tal como as personagens humanas, que como meteoros passam sobre a Terra, muitas vezes atribuindo-se um valor que não possuem absolutamente... A individualidade (César) tem valor bem maior pois constitui a garantia subjacente do valor da moeda (personagem). À individualidade devemos restituir aquilo que lhe pertence: as experiências adquiridas, o aprendizado conquistado. Mas o Supremo Bem, a Verdade total, e a Beleza Perfeita, Deus, jamais pode ser omitido.


Vale a moeda (personagem) só enquanto tem, entre os homens, o curso garantido pela individualidade eterna. Mas o que valoriza esta é a Centelha Divina, que a sustenta, constituindo-lhe a essência profunda.


Compreendemos, portanto, a lição nesse sentido muito mais amplo, nesse nível muito mais elevado. É mister que jamais deixemos de devolver, por meio da personagem (moeda) o tributo devido à indivi dualidade (César) e o tributo devido a Deus: vida espiritual absoluta, na qual a personagem terrena (moeda) simboliza apenas o "meio-de-troca" ou a expressão-do-tributo.



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Mateus Capítulo 22 do versículo 1 até o 46
d) A Parábola das Bodas (22:1-14). Essa história tem algumas semelhanças com a parábola da grande ceia que só é encontrada em Lucas 14:16-24. Essas parábolas estão ligadas principalmente pela recusa dos convidados a comparecer, e pelas or-dens dadas aos servos para irem até as estradas e trazerem quaisquer pessoas que pudessem encontrar.

As diferenças até agora ultrapassam as semelhanças; deste modo, podem ser consi-deradas histórias independentes. Em Mateus, há um rei que está preparando a festa de casamento (as bodas) do seu filho. Em Lucas é um "homem" que dá uma "grande ceia". Aqui está dito que os convidados não quiseram vir (3). Em Lucas eles apresentam desculpas variadas. Aqui lemos que outros servos foram enviados, e que insistiram com os convidados para virem àquela esmerada festa de casamento, onde os bois e os cevados estavam prontos (4). Mas os convidados não fizeram caso (5). Eles foram, um para o seu campo, e outro para o seu negócio. Isso tem alguma semelhança com as duas primeiras desculpas em Lucas. Mas a morte dos servos, pelos convidados (6), e a destruição pelo rei da sua cidade (7) são idéias estranhas à parábola de Lucas.

A palavra grega para estradas, nos versículos 9:10, é muito diferente. No 10 ela é simplesmente hodous, "caminho" ou "estrada". Mas no 9 ela é diexodous ton hodon. A palavra diexodous, no Novo Testamento, só é encontrada aqui. Arndt e Gingrich acredi-tam que essa frase provavelmente signifique: "O lugar onde uma rua atravessa os limi-tes da cidade e se dirige ao campo aberto"."

O significado da parábola é bastante óbvio. Os judeus foram os primeiros convida-dos a gozar das boas coisas do Reino. Quando rejeitaram essa oportunidade, os gentios foram introduzidos.

Quando o rei examinou os seus convidados, ele descobriu um homem que não estava trajado com veste nupcial (11). Ao ser questionado, o homem emudeceu (12). O rei ordenou que ele fosse amarrado e lançado nas trevas exteriores — fazendo um grande contraste com o brilho e a felicidade da festa de casamento. Então, ficamos sa-bendo que ali haverá pranto e ranger de dentes (13). Essa mesma expressão ocorreu em 8.12. Trata-se de um terrível quadro de tormentos. Novamente (cf. 20,16) lemos a declaração: Porque muitos são chamados, mas poucos, escolhidos (14).

Essa história ensina duas lições importantes. A mais importante é que nem todos que forem chamados serão salvos. Muitos são chamados — a salvação é de provisão universal — mas poucos escolhidos. Não é porque Deus (o Rei) rejeita os homens, mas porque os homens rejeitam o seu chamado. Não existe lugar aqui para a idéia de um "chamado eficiente". Alguém pode rejeitar o chamado de Deus para a salvação, e assim se tornar um perdido.

A outra lição é encontrada no episódio do homem que não tinha a veste nupcial. Obviamente, o rei havia fornecido uma veste a cada convidado. Mas um homem se recu-sou a vestir a sua. Ele é do tipo daqueles que preferem sua própria justiça à justiça oferecida por Cristo. Esses serão lançados nas trevas exteriores.

Está claro que a qualificação final e determinante para a festa de casamento não era o convite, ou mesmo a sua aceitação, mas a veste nupcial. Para seu pleno entendimento, devemos associar essa parábola a Apocalipse 19:7-9, onde o traje era "de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos". Agora os santos não são simplesmente convidados, mas fazem parte da própria noiva. Se é legítimo ver na veste nupcial de Mateus uma previsão da sua identificação com Apocalipse, então poderíamos afirmar que a justiça e a santidade pessoais seriam as condições básicas (sine qua non) para que alguém participe das bodas do Cordeiro.

Isso representa muito mais do que a imputação automática de justiça a todos aque-les que respondem ao convite. Na verdade, trata-se de uma justiça concedida que, embo-ra proporcionada pelo sangue de Jesus, deve ser, entretanto, alcançada por cada convi-dado, de forma individual e voluntária. Se o convite e a provisão da veste dependem da iniciativa do Rei, a obtenção e o uso dessa veste dependem da iniciativa do convidado. Embora seja um exagero considerar que a parábola esteja ensinando diretamente duas obras da graça, não seria exagero reconhecer nela os requisitos básicos da santidade, que são os meios em que estão incluídas a justificação e a santificação.

Em seu sermão sobre a "Veste Nupcial", John Wesley diz que a veste nupcial signi-fica "santidade, sem a qual ninguém verá o Senhor". Ele apresenta dois pontos:

1) Sem a justiça de Cristo não podemos ter nenhuma pretensão em relação à glória; e

2) Sem a santidade, não seríamos adequados a ela.

e) A Questão dos Herodianos (Mt 22:15-22). Neste capítulo três grupos de líderes judeus questionam Jesus. Em cada oportunidade Ele responde e faz uma pergunta que, efetivairiente, silencia os seus interlocutores. Todos esses quatro itens foram registrados em cada um dos Evangelhos Sinóticos (cf. Mac 12:13-37; Lc 20:20-44). Aparentemente, essas discussões tiveram lugar na terça ou na quarta-feira da Semana da Paixão.

Os fariseus foram os instigadores da primeira pergunta. Eles consultaram entre si como o surpreenderiam em alguma palavra (15) — literalmente, "em uma pala-vra" ou "em uma expressão". O verbo é usado na Septuaginta, mas em nenhum outro lugar do grego clássico. Trata-se de um termo próprio da caça e significa "armar uma cilada". Arndt e Gingrich traduziram essa cláusula "a fim de poderem armar uma cilada com alguma coisa que Ele dissesse"." O motivo deles era malicioso.

Josefo descreve "três seitas filosóficas entre os judeus"; os fariseus, os saduceus e os essênios' (atualmente identificados com a comunidade de Qumrã que produziu os Rolos do Mar Morto). Os essênios não foram mencionados no Novo Testamento. De forma es-tranha, Josefo não faz referência aos herodianos que são mencionados três vezes nos Evangelhos (cf. Mc 3:6-12.13). Mas sobre eles nada se conhece com certeza. O nome sugere que eram seguidores de Herodes Antipas e essa é uma suposição tão boa quanto qualquer outra."

Os fariseus haviam usado um artifício sorrateiro (15). Eles enviaram a Jesus al-guns de seus discípulos, com os herodianos (16). Geralmente, esses dois grupos es-tavam sempre se enfrentando porque os fariseus se opunham ao governo de Roma. Mas agora haviam se unido na inimizade comum contra Cristo.

A lisonjeira abordagem usada por esses homens era totalmente falsa. Eles tentaram pegar Jesus desprevenido, sugerindo que Ele sempre falava a verdade e não se importa-va com o que as pessoas pensassem a seu respeito. Eles esperavam desse modo levar Jesus a se incriminar fazendo uma afirmação imprudente.

Então armaram a cilada: É lícito pagar o tributo a César, ou não? (17) A palavra tributo é kensos (em latim, census). Esse era um imposto individual que os judeus acha-vam particularmente ofensivo por lembrar que estavam sujeitos a um poderio estrangeiro.

Os interlocutores acreditavam que haviam colocado firmemente o Mestre nas teias de um dilema do qual Ele não tinha qualquer possibilidade de escapar. Se Ele respondes-se "sim", os fariseus o exporiam ao público como um judeu desleal. Se dissesse "não", os herodianos o denunciariam ao governo de Roma como culpado de sedição. Uma das pio-res ofensas que uma pessoa podia cometer aos olhos dos romanos era se opor ao paga-mento do imposto.
Jesus, conhecendo a sua malícia, disse: Por que me experimentais, hipócri-tas? (18). Carr comenta o versículo 16 com muita propriedade: "Nada podia exceder a insidiosa hipocrisia desse ataque contra Jesus"."

Cristo contra-atacou fazendo um pedido: Mostrai-me a moeda do tributo (19) — a "moeda do censo" que era usada para pagar esse tributo. Em resposta, eles trouxeram um dinheiro (um denário) de prata que valia cerca de vinte centavos de dólar americano.

Jesus perguntou: De quem é esta efígie e esta inscrição? (20). A resposta imedi-ata foi: "De César" (21). O denário daquela época em particular trazia em um dos lados a cabeça do imperador Tibério com a seguinte inscrição em latim: "Tibério César, filho do divino Augusto (o próprio Augusto) ".

Então, o Mestre proferiu uma ordem simples e profunda: Dai, pois, a César o que é de César e a Deus, o que é de Deus. O verbo dar quer dizer literalmente "devolver". Se o denário trazia o nome e a figura de César, ele deveria ser de sua propriedade, portanto deveriam devolver o que pertencia a ele. Paulo reitera esse princípio em Romanos 13:6.

Mas também devemos devolver o que pertence a Deus — e o que temos que não nos foi dado por Ele? "Os mestres judeus estabeleceram o princípio de que 'Será rei aquele cuja moeda seja corrente' Aquele que recusa ou deixa de pagar esse tributo está ne-gando que Jesus Cristo é o Senhor da sua vida; está rejeitando o governo de Cristo.
Mas dar a Deus o que lhe é devido significa mais do que entregar os dízimos — e também incluir ofertas adicionais Erasmo fez esse excelente comentário: "Devemos de-volver a Deus aquilo que tem a imagem e o nome de Deus — a alma"."
Aqueles que tinham vindo para questionar Jesus partiram maravilhados. O Senhor frustrou completamente aquela tentativa de armar-lhe uma cilada.

f) A Questão dos Saduceus (Mt 22:23-33). Naquele mesmo dia, chegaram junto dele os saduceus, que dizem não haver ressurreição (23). Essa descrição dos saduceus é confirmada não só em Atos 23:8 como também por Josefo. Ele escreve: "Mas a doutrina dos saduceus é essa: De que as almas morrem com os corpos; eles desconsideram a obser-vação de qualquer coisa além daquilo que a lei lhes prescreve. Consideram um exemplo de virtude discutir com aqueles mestres de filosofia com os quais se reúnem; mas essa doutrina é recebida apenas por alguns poucos, embora os de maior dignidade".

Os saduceus começaram sua conversação com Jesus fazendo uma citação de Moisés (Dt 25:5) em relação à assim chamada lei do levirato (do latim lenir, "cunhado"). Pratica-da por outras nações do Oriente, essa lei diz simplesmente: Se o marido morrer sem deixar filhos, seu irmão deverá se casar com a viúva e suscitará descendência a seu irmão (24). Dessa forma, os filhos que nascerem levarão o nome do irmão falecido.

Então os saduceus propuseram uma situação hipotética e muito improvável. Sete irmãos, sucessivamente, se casaram com a mesma mulher, mas todos morreram sem deixar filhos (25-26). Finalmente, morreu também a mulher (27) Agora, perguntaram os saduceus, na ressurreição, de qual dos sete será a mulher? (28) Esse é o tipo de pergunta que as mentes pequenas gostam de fazer para importunar as pessoas sensí-veis. Provavelmente, esse era um argumento que os saduceus tinham em sua coleção e que usavam muitas vezes na discussão com os fariseus. Na citação anterior de Josefo observamos que essas pessoas apreciavam muito desenvolver debates filosóficos com os seus oponentes.

Jesus chamou-lhes a atenção imediatamente. Ele disse: Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus (29). A única maneira pela qual a igreja e os indivíduos podem ser salvos do pecado atualmente é conhecendo a ambos. A verdadeira ortodoxia só poderá ser preservada através de um cuidadoso e constante estudo da Pala-vra de Deus, ao lado de uma experiência do poder e da presença do Espírito Santo.

O Mestre prosseguiu dizendo que não existe casamento na vida futura, mas serão como os anjos no céu (30) ;7' isto é, imortais, e não reprodutivos. Depois Jesus os desa-fiou com as suas próprias Escrituras. Podemos observar que Josefo disse que os saduceus "desconsideram a observação de qualquer coisa além daquilo que a lei lhes prescreve", isto é, eles só aceitam o Pentateuco (Torá), e rejeitam todo o restante do Antigo Testa-mento. Eles negavam especificamente a ressurreição porque, de acordo com a sua inter-pretação, esta doutrina não havia sido ensinada na Torá. Então, Jesus enfrentou-os em seu próprio campo. Ele citou Êxodo 3:6 — as palavras ditas pelo Senhor a Moisés na sarça ardente — e fez a sua aplicação: Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos (32). Se, na época de Moisés, Deus era o Deus de Abraão, Isaque e Jacó, e como esses homens já haviam morrido há muito tempo, havia uma clara implicação de que estavam vivendo em um estado de imortalidade, embora tivessem deixado de viver na terra. A relação dessa passagem com a ressurreição foi assim expressa por Bengel: "Deus... não é o Deus daquilo que não é: Ele é o Deus vivo. Portanto, aqueles que possuem a Deus também devem estar vivos. E para muitos desses, cuja vida foi suspensa na terra, deverão reviver eternamente"."

O efeito das palavras de Cristo sobre a multidão é descrito de forma vívida (33). As pessoas ficaram maravilhadas da sua doutrina (em grego, "ensino"). O verbo signi-fica literalmente "atingir vigorosamente", sendo igual à forma passiva, "foram tomados de admiração"." Além disso, esse verbo está no tempo imperfeito. Carr explica a força dessa expressão. Ele diz: "O imperfeito expressa muito bem a emotividade da admiração que tomou conta da multidão, de pessoa em pessoa".74

g) A Pergunta dos Fariseus (Mt 22:34-40). Quando os fariseus ouviram que Jesus havia eficientemente calado — o termo grego diz "emudecido", "silenciado" — seus oponentes, os saduceus, eles sem dúvida ficaram muito contentes. Mas resolveram experimentá-lo novamente (cf. 15).

Um deles, certo doutor da lei, isto é, um professor da lei mosaica — fez uma pergun-ta a Cristo, para o experimentar (35). Temos novamente o problema de como traduzir a palavra peirazon, "tentar" (ASV), "testar" (RSV, cf. NEB), ou "tentando" (KW). O signi-ficado fundamental do verbo é "tentar, experimentar, colocar em teste".' Se o texto suge-rir algum motivo mal-intencionado, essa palavra pode ser traduzida como "tentar". Po-deríamos entender que esse era o caso nessa passagem, se não fosse pelo relato paralelo de Marcos. Ele diz, a respeito dessa pergunta, que o "escriba" (doutor da lei) "havia respondido bem", retratando um mútuo apreço entre Jesus e o "doutor da lei". Provavel-mente, então, "testar" seria a melhor tradução aqui.

O escriba perguntou: Mestre (em grego, "Professor") qual é o grande manda-mento da lei? (36). O que significa, literalmente, "de que tipo". Plummer sugere que esse doutor da lei queria um "cânon de classificação". Ele diz: "Os rabinos dividiam os 613 preceitos da Lei (248 mandamentos e 365 proibições) em "pesados" e "leves", mas essa classificação gerou muitos debates".'

Ao responder, Jesus citou Deuteronômio 6:5: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento (37). Marcos e Lucas acrescentam: "e de todas as tuas forças". Na verdade, a passagem em hebraico do Antigo Testamento diz "coração", "alma" e "força". A Septuaginta diz "coração", "alma" e "poder" (dynamis) e alguns manuscritos trazem o termo "pensamento" (dianoia). Parece que Jesus fez uma combinação desses quatro significados.

Carr explica os três termos de Mateus da seguinte maneira: "Kardia inclui as emoções, a vontade, e o propósito; psyché, as faculdades espirituais; e dianoia, o inte-lecto, a faculdade de pensar"." Mas é impossível fazer uma distinção precisa e comple-ta dessas palavras. Por exemplo, para psyché Arndt e Gingrich sugerem, com o apoio das Escrituras, os seguintes significados (dentre outros) : "vida, princípio da vida"; "vida terrena"; "a alma como sede e centro da vida interior do homem em seus muitos e variados aspectos"; "a alma como sede e centro da vida que transcende o terreno"." Eles observam: "Muitas vezes é impossível desenhar linhas rápidas e firmes entre os significados dessas palavras, que possuem múltiplos aspectos"." O mesmo poderia ser dito para kardia (coração).

Mas o significado claro é que devemos amar a Deus com todo o nosso ser. A palavra grega para amor, agapao, significa muito mais do que afeto e emoção (expressa pelo termo phileo). Cremer diz, a respeito de agapao: "Essa palavra sozinha não exclui o afeto, mas é sempre o afeto moral de uma vontade consciente e deliberada que ela con-tém, e não o impulso natural de um sentimento imediato".'

Depois de identificar Deuteronômio 6:5 como o primeiro e grande mandamento (38), Jesus continuou e disse que o segundo é: Amarás o teu próximo como a ti mes-mo (39). Essa é uma citação de Levítico 19:18. Novamente, o verbo é agapao. Segundo Abbott-Smith: "Agapao é uma palavra que foi usada adequadamente no Novo Testamen-to em relação ao amor cristão a Deus e aos homens, o afeto espiritual que acompanha a direção da vontade e que é, portanto, diferente do sentimento que é instintivo e irracio-nal, podendo ser ordenado como um dever".81

Jesus acrescentou (apenas em Mateus) : Desses dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas (40) — isto é, todo o Antigo Testamento. Esses são os dois mandamentos-chave, que demonstram o significado de todos os demais.

Como a essência de todo o Antigo Testamento está contida nesses mandamentos, é óbvio que a santidade como padrão para o povo de Deus não é isolada na dispensação do Evangelho. O que é especial na nova aliança é o meio com o qual os homens devem atender a esse padrão, e a medida (ou o grau de perfeição) com que devem cumpri-lo. O poder para alcançar a plenitude interior tornou-se agora a herança de cada filho de Deus. É um poder que altera de tal maneira o afeto e preenche o ser com o Espírito Santo, que amar a Deus com todo o ser torna-se uma atitude natural e espontânea (Rm 5:5). Quando Deus promete que na nova aliança Ele irá colocar as suas leis no entendi-mento e no coração do seu povo (Hb 8:10; Jr 31:33), Ele está se referindo, acima de tudo, a estes dois mandamentos, pois eles incluem todos os outros.

h) A Pergunta de Jesus (Mt 22:41-46). Os fariseus haviam questionado a Cristo, e Ele havia respondido efetivamente às suas perguntas. Agora, Ele faz uma pergunta que eles não podem responder.

Tirando vantagem do fato de ter um considerável grupo de fariseus à sua frente (41), Jesus perguntou primeiro: Que pensais vós do Cristo? De quem é filho? Eles responderam, De Davi (42). Esse era um conceito popular daquela época,' baseado em algumas passagens das Escrituras: Sl 89:20-37; Is 9:2-7; 11:1-9; Jr 23:5-6; 33:14-18; Ez 34:23-24; 37.24.

Jesus perguntou: Como é, então, que Davi, em espírito, lhe chama Senhor? (43). Em espírito significa "inspirado pelo Espírito" (RSV), isto é, o Espírito Santo.

Dessa forma, Jesus afirmou, ao mesmo tempo, que Davi era o autor do Salmo 110 e que sua inspiração era divina. Então, Ele citou o primeiro versículo desse Salmo Messiânico:"

Disse o SENHOR ao meu Senhor (44), quer dizer em hebraico "Jeová [ou Yahweh] disse ao meu Adonai". No Antigo Testamento geralmente SENHOR é a tradução de Yahweh e Senhor a tradução de Adonai. Em grego, é usada a palavra kyrios.

Os judeus não podiam, ou não queriam, responder a essa questão: Se Davi, pois, lhe chama Senhor, como é seu filho? (45) A resposta cristã é que o Senhor de Davi tornou-se o filho de Davi através da Encarnação.

O versículo 46 indica que Jesus havia eficientemente calado todos os seus oponen-tes. Ninguém mais, depois daquele dia tão significativo, ousaria fazer qualquer tipo de pergunta a Jesus.


Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Mateus Capítulo 22 do versículo 1 até o 46
*

22.1-14

Embora haja similaridade entre esta parábola e Lc 14:16-24, há poucos paralelos verbais e algumas grandes diferenças. Elas devem ser consideradas como parábolas diferentes, ditas em diferentes ocasiões. A primeira parte da parábola (vs. 1-10) continua o tema começado no capítulo anterior, que os herdeiros do reino o rejeitaram e o reino foi oferecido a outros. Os servos de Deus têm a tarefa de oferecer o evangelho a todas as pessoas (v. 9). A segunda parte (vs. 11-14) afirma que receber um convite para o reino de Deus, não garante a inclusão nele, pois o convidado deve estar apropriadamente vestido (cf. Zc 3:3-5; Ap 3:18; 19:8). Ainda que cada um que ouve o evangelho tenha sido convidado, e ainda que muitos possam alegar que estão no reino, somente os que estão vestidos com a justiça de Cristo são realmente apresentáveis a Deus. Só os que são escolhidos estarão presentes na ceia das bodas do Cordeiro, e esta eleição não depende de qualquer status anterior (8.11-12).

* 22:13

para fora, nas trevas. É uma descrição da punição eterna. Não haverá posição intermediária entre céu e inferno.

* 22:14

chamados... escolhidos. Ver “Vocação Eficaz e Conversão”, em 2Ts 2:14.

* 22:17

tributo. A odiada captação de impostos simbolizava submissão a Roma. Se Jesus simplesmente,advogasse o pagamento dos impostos, ele alienaria o povo; se ele encorajasse o não pagamento, os herodianos o acusariam de traição. A resposta de Jesus coloca a questão num nível mais profundo do compromisso último a Deus. A moeda que traz a imagem de César, pertence a ele; os seres humanos, criados à imagem de Deus, pertencem a Deus.

* 22:21

a César. Ver “Os Cristãos e o Governo Civil”, em Rm 13:1.

* 22.31-32

não tendes lido. Jesus cita do Pentateuco (Êx 3:6), uma porção das Escrituras particularmente valiosa aos saduceus. Que Deus “é” (e não “era”) o Deus dos patriarcas, proclama a ressurreição, porque Deus “não é Deus de mortos e sim de vivos”. O Deus eterno chama seus santos a um eterno relacionamento com ele mesmo. Tudo isto implica que os patriarcas continuam a viver na presença de Deus e serão ressuscitados no futuro.

* 22:37

Amarás. Ver “Amor”, em 1Co 13:13.

* 22:40

toda a lei e os profetas. Um modo de referir-se a todo o Antigo Testamento. O amor cumpre a lei, porque resume os mandamentos de Deus e motiva a obediência a eles (13 8:45-13.10'>Rm 13:8-10; 1Co 13). Não dissolve as normas de conduta estabelecidas por Deus, mas as ilumina e aprofunda (5.17; Rm 8:4). Ver “A Lei de Deus”, em Êx 20:1.

* 22:42

Que pensais. Os fariseus tinham testado a Jesus e Jesus agora os testa, focalizando a questão crucial — a identidade do Messias (Cristo) — e sua citação do Sl 110 mostra que o ponto de vista comum a respeito do Messias era também limitado.

Cristo. Ver nota em 1.1.



Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de Mateus Capítulo 22 do versículo 1 até o 46
22.1-14 Naqueles lugares se esperavam dois convites quando se organizava um banquete. A primeira solicitava a assistência do convidado, a segunda indicava que tudo estava preparado. Aqui o Rei, Deus, convida três vezes, e as três vezes lhe rechaçam o convite. Deus quer que unamos ao em seu banquete, que durará pela eternidade. Por isso nos envia convite detrás convite. Aceitou-a?

22:11, 12 Era costume que os convidados a umas bodas recebiam uma vestimenta especial. Nem se pensou que alguém poderia rechaçar esta vestimenta. Seria um insulto ao anfitrião, que daria por sentado que o convidado não queria participar da celebração das bodas. Jesus está falando aqui da vestimenta de justiça que se requer para entrar no banquete de Deus no Reino. Esta roupagem é uma figura da aceitação total que se dá ante os olhos de Deus a cada crente em Cristo. Cristo há provido esta vestimenta para cada crente, mas cada pessoa deve decidir usá-la a fim de poder entrar em banquete do rei (vida eterna). Há um convite pendente, mas devemos estar preparados. Para maiores dados relacionados com a metáfora da vestimenta de justiça e salvação, vejam-se Sl 132:16; Is 61:10; Zc 3:3-5; Ap 3:4-5; Ap 19:7-8.

22.15-17 Os fariseus, um grupo religioso, opunham-se à ocupação romana na Palestina. Os herodianos eram um partido político judeu que apoiava ao Herodes Antipas e a política instituída por Roma. Normalmente, estes dois grupos eram inimigos inflamados, mas se uniram contra Jesus. Juntos, vários representantes destes dois grupos perguntaram ao Jesus quanto ao pagamento de impostos a Roma, pensando que poderiam abandoná-lo. Se Jesus manifestava estar de acordo com que se pagasse impostos ao César, os fariseus diriam que se opunha a Deus, o único Rei que reconheciam. Se Jesus dizia que não deviam pagar impostos, os herodianos o entregariam ao Herodes por rebelião. Aos fariseus não os impulsionava o amor às leis de Deus, e os herodianos não estavam motivados pelo amor à justiça romana. A resposta do Jesus pôs ao descoberto seus motivos malvados e os envergonhou.

22:17 Se requeria que os judeus pagassem impostos para sustentar ao governo. Os judeus aborreciam isto porque o dinheiro ia diretamente ao tesouro do César, onde parte ajudava os gastos dos templos pagãos e o estilo de vida decadente dos romanos aristocratas. A imagem do César nas moedas era um aviso permanente da sujeição do Israel a Roma.

22:19 O denario era o salário de um dia de trabalho.

22:21 Jesus não caiu na armadilha e mostrou que temos dobro cidadania (1Pe 2:17). A cidadania terrestre requer que paguemos os serviços e benefícios recebidos. A do reino dos céus requer que ofereçamos a Deus obediência e consagração.

22.23ss Como os fariseus e herodianos não puderam apanhar ao Jesus, os saduceos com dissimulação o tentaram. Não acreditavam na ressurreição porque o Pentateuco (Gênese ao Deuteronomio) não tem um ensino direto a respeito. Os fariseus não tinham podido fazer uso de um argumento convincente tirado do Pentateuco para defender a ressurreição, e os saduceos pensaram que tinham apanhado ao Jesus. Mas este lhes demonstrou o contrário (veja-se em 22.31, 32 a resposta do Jesus).

22:24 se desejar mais informação sobre o Moisés, veja-se seu perfil no Exodo 14.

22:24 A lei dizia que quando o marido morria sem deixar um filho, o irmão solteiro do homem tinha a responsabilidade de casar-se com a viúva e cuidá-la (Dt 25:5-6). Assim protegiam a essas mulheres, que pelo general não tinham outros meios para viver.

22.29, 30 Os saduceos perguntaram como seria o matrimônio na eternidade. Jesus lhes respondeu que era mais importante compreender o poder de Deus que conhecer como será o céu. Em cada geração e cultura, os pontos de vista sobre o céu ou a vida eterna tendem a apoiar-se em imagens e experiências da vida presente. Jesus manifestou que estes pontos de vista errados têm como origem o desconhecimento da Palavra de Deus. Não devemos considerar a eternidade emoldurada em nossas idéias nem entender a Deus em termos humanos. Devêssemos nos concentrar mais em nossa relação com Deus que em saber como é o céu. Com o tempo saberemos, e veremos que é imensamente melhor que nossas expectativas.

22:31, 32 Tomando em conta que os saduceos só aceitavam o Pentateuco, Jesus respondeu em apóie ao Exodo (3.6). Deus não diria: "Eu sou o Deus de seus pais", se pensava que Abraão, Isaque e Jacó estavam mortos. Da perspectiva de Deus, eles viviam. Jesus usou um tempo verbal presente para referir-se à ressurreição e a vida eterna que todos os crentes desfrutam no.

22:34 Um poderia pensar que os fariseus se alegraram ao ver silenciados aos saduceos. Pergunta-a com a que os saduceos sempre os apanhavam tinha sido ao fim respondida pelo Jesus. Mas os fariseus eram muito orgulhosos para mostrar-se impressionados. A resposta do Jesus lhes dava uma vitória teológica sobre os saduceos, mas estavam mais interessados em acabam com o Jesus que em aprender uma verdade.

22.35-40 Os fariseus, que tinham conseguido classificar umas seiscentas leis, com freqüência tratavam de distinguir entre o mais importante e o menos importante. De modo que um deles "perito em leis" pediu ao Jesus que identificasse a lei mais importante. Jesus citou Dt 6:5 e Lv 19:18. Ao cumprir estes dois mandamentos, uma pessoa cumpria as restantes, já que resumo os Dez Mandamentos e as outras leis morais do Antigo Testamento.

22.37-40 Jesus diz que se amarmos a Deus e a nosso próximo por natureza guardamos os mandamentos. Isto é olhar a lei de Deus de maneira positiva. Em vez de estar nos preocupando do que não podemos fazer, devêssemos nos concentrar naquilo que sim podemos fazer para mostrar que amamos a Deus e a outros.

22.41-45 Os fariseus, herodianos e saduceos lhe tinham apresentado suas perguntas. Agora Jesus investe os papéis e lhes formula uma pergunta bem interessante: quem pensavam que era o Messías. Os fariseus sabiam que o Messías seria um descendente do Davi mas não que também seria Deus mesmo. Jesus usou o Salmo 110:1 para lhes mostrar que o Messías era muito superior ao Davi (Hb_1:13 emprega o mesmo texto para provar a identidade do Jesus). Pergunta-a mais importante que temos que responder é o que acreditam a respeito de Cristo. As demais pergunta espirituais são irrelevantes até que acreditam que Jesus é quem disse que é.


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Mateus Capítulo 22 do versículo 1 até o 46
c. A Festa de Casamento (22: 1-14)

1 E Jesus respondeu e falou novamente em parábolas a eles, dizendo: 2 O reino dos céus é semelhante a um certo rei que celebrou as bodas de seu filho, Dt 3:1 ). Mas as diferenças se destacam. Aqui é um rei que faz uma festa de casamento para seu filho; não é um "homem" que fez Aqui os convidados não só se recusam a vir "uma grande ceia." (v. Mt 22:3 , mas eles fazem a luz do convite) (v. Mt 22:5) e, finalmente, eles maltratam e matam os servos. Lá eles fazem desculpas. Nesta parábola, o rei envia seus exércitos e destrói os assassinos. Na outra parábola, o homem está irritado e declara que nenhum dos convidados deve comer seu jantar. Os mais próximos mentiras semelhança nas instruções urgentes para os servos de sair pelos caminhos e trazer todos eles podem chegar.

A lição é clara. Os judeus foram os convidados. Porque eles se recusaram a vir para o banquete messiânico, os gentios e pecadores desprezados seriam recebidos no reino de Deus. Esta parábola, como os dois anteriores, é um dos aviso do julgamento.

Mateus acrescenta um item interessante: o homem sem a veste nupcial (vv. Mt 22:11-13 ). O ponto de este parece ser um alerta contra assumindo que todos os gentios e os pecadores serão salvos. Somente aqueles que têm sobre as vestes da justiça de Cristo pode participar da ceia das bodas do Cordeiro (Ap 19:9)

1. Homenagem a César (22: 15-22)

15 Então os fariseus se retiraram e consultaram entre si como o apanhariam em sua palestra. 16 e enviaram-lhe os seus discípulos, com os herodianos, dizendo: Mestre, sabemos que és verdadeiro, e ensinas o caminho de Deus segundo a verdade e carest não para qualquer um:. porque não olhas a aparência dos homens 17 Diga-nos, pois, que te parece? É lícito pagar tributo a César, ou não? 18 Mas Jesus, percebendo a sua malícia, disse: Por que fazeis julgamento de mim, hipócritas? 19 Mostre-me o dinheiro do tributo. E eles lhe apresentaram um denário. 20 E disse-lhes: De quem é a imagem e inscrição? 21 Disseram-lhe eles: De César. Então, disse-lhes: Dai, pois, a César o que é de César; e Deus o que é de Dt 22:1 ).

O grupo combinado aproximou Cristo com bajulação lisonja. A linguagem do verso Mt 22:16 se destinava a jogá-lo fora de seu protetor e levá-lo para fazer alguma declaração forte descuidada. Deferência que pediram sua opinião (v. Mt 22:17 ), em seguida, pulou sua armadilha: Foi legal (permitido, propriamente dita) para dar o tributo (pagamento de impostos) para Caesar -o imperador romano. Schürer indica que nas províncias as pessoas tinham que pagar os dois impostos de votação e impostos sobre a propriedade.

Os questionadores assumiu que tinham Jesus preso. Independentemente da forma como Ele respondeu Ele seria pego em um dos dois chifres de um dilema. Se Ele disse: "Não", os herodianos iria denunciá-lo imediatamente para os romanos como alguém que era culpado de sedição contra o governo. (Agora, torna-se evidente por que os fariseus queriam herodianos junto.) Se Ele disse, "Sim", os fariseus iria chorar ao povo: ". Veja, ele não é fiel a nossa nação" Não havia escapatória para Jesus-para que eles pensava.

Mas depois de repreendê-los para a sua maldade hipócrita (v. Mt 22:18 ), Cristo fez um pedido simples: Mostre-me o dinheiro do tributo - Eles trouxeram-Lhe uma "moeda de pagamento do imposto." denário , a moeda mais comum na Palestina naquele dia .Entregá-lo em sua mão, ele perguntou: ? De quem é esta imagem e inscrição Quando responderam, de César (v., Jesus fez uma das declarações mais importantes que ele jamais proferiu 21 ). rendem está literalmente ". devolver" Eles perguntaram se eles devemdar tributo a César (v. Mt 22:17 ). Jesus praticamente disse: "Não, você não pode dar a César o que já lhe pertence, mas você deve pagar seus impostos. "Este princípio é repetido por Paulo (Rm 13:6)

23 Naquele dia, aproximou-se dele os saduceus, que dizem que não há ressurreição, e perguntaram-lhe, 24 dizendo: Mestre, Moisés disse: Se morrer alguém, não tendo filhos, seu irmão casará com a mulher, e suscite . descendência a seu irmão Dt 25:1)

34 Os fariseus, quando souberam que ele tinha colocado os saduceus ao silêncio, refazer-se. 35 E um deles, um advogado, pediu-lhe uma pergunta, tentando-o: 36 Mestre, qual é o grande mandamento na lei? 37 E disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. 38 Este é o grande e primeiro mandamento. 39 E um segundo, como a ela , é esta: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. 40 Destes dois mandamentos dependem toda a lei for pendurado, e os profetas.

Os fariseus tinham sido derrotados uma vez. Mas quando ouviram que Jesus tinha feito calar os saduceus, eles decidiram tentar novamente. Um deles, um advogado -Professor da lei mosaica, não advogado no sentido moderno-veio, perguntando: "Que tipo de mandamento é o maior no Law" (tradução literal). Esta era uma questão de constante disputa entre os rabinos.

Para uma resposta Jesus referiu o advogado a um comando de varredura em Dt 6:5)

41 Ora, enquanto os fariseus estavam reunidos, Jesus perguntou-lhes uma pergunta, 42 dizendo: Que pensais vós do Cristo? De quem é filho? Eles disseram-lhe: O filho de Davi. 43 Disse-lhes: Como é então que Davi, em espírito, lhe chama Senhor, dizendo:

44 Disse o Senhor ao meu Senhor:

Assenta-te à minha direita,

Até que eu ponha os teus inimigos debaixo de teus pés?

45 Se Davi, pois, lhe chama Senhor, como é ele seu filho? 46 E ninguém podia responder-lhe uma palavra, nem se atreviam qualquer homem Desde aquele dia, pedir-lhe mais perguntas.

Enquanto Jesus tinha os fariseus diante dEle, Ele propôs uma pergunta para eles. Ele perguntou primeiro, cujo filho era o Messias. Eles refletiam a crença comum do dia em sua resposta: O filho de Davi (v. Mt 22:42 ). Este conceito messiânico foi baseada em textos como Is 9:2 ; Is 11:1 ; Jr 23:5 ; Jr 33:14 ; Ezequiel 34:23-24 ; 37:24 ; Sl 89:20 -o excelente salmo messiânico, citou outras cinco vezes no Novo Testamento (At 2:34 ; He 1:13 ; He 5:6, He 7:21 ). O Senhor disse ao meu Senhor está no ReiTiago 5ersion do Testamento Senhor Old geralmente traduz o hebraico "Jeová (ou Yahweh) disse ao meu Adonai." Yahweh e Senhor do hebraico Adonai . Mas no grego uma palavra, Kyrios , tem que fazer para ambos.

A frase no Espírito (v. Mt 22:43) é de grande importância. Ela atribui a inspiração divina para Davi, por escrito, este Salmo. Estes não são simplesmente as palavras de um homem, mas de um homem inspirado pelo Espírito Santo. Esta é uma das várias passagens do Novo Testamento que afirmam a inspiração do Velho.

A questão do versículo 45 não encontraram nenhuma resposta nas mentes desses professores judeus da Escritura por causa de sua rígida e monolítica monoteísmo-similar ao de muçulmanos hoje. Ele ainda é a maior pedra de tropeço único na maneira de judeus aceitar a Cristo como Salvador divino.

Mas para os cristãos a resposta é clara. A solução está no fato da Encarnação. O Filho eterno de Deus, o Senhor de Davi, tornou-se o filho de Davi, em Belém.

Jesus tinha feito calar todos os seus adversários, respondendo às suas três perguntas para o espanto das multidões (vv. Mt 22:22 , Mt 22:23 ), e, em seguida, pediu-lhes uma pergunta que não podia responder. A partir daquele dia o questionamento cessado (v. Mt 22:46 ). Os fariseus e saduceus não estavam prontos para arriscar outro debate público.


Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de Mateus Capítulo 22 do versículo 1 até o 46
Na seção anterior, examinamos Dn 14:0 primeiros versículos. O restante do capítulo trata das questões que os escribas e os fariseus levantaram na tentativa de "surpreender [Cristo] em alguma palavra" (v. 15).

A questão sobre o tributo (Mt 22:15-40)

Os herodianos, um grupo com pre-tensões políticas, levantaram essa questão. Embora o Novo Testamento não nos forneça muita informação a respeito deles, parece que tinham uma aliança, junto com os Hero- des, de cooperação com Roma. Eles opunham-se aos fariseus, que odia-vam o governo romano, contudo esses inimigos juntaram-se com a finalidade de opor-se a Cristo.

A questão do tributo era delica-da. Se Cristo se opusesse ao tribu-to pago a Roma, seria preso como traidor; no entanto, se fosse favorá-vel ao pagamento de tributo a Cé-sar, perdería o coração dos judeus, que desprezavam os governantes romanos. A resposta de Jesus mostra que os verdadeiros filhos de Deus têm obrigação tanto com o Senhor como com seu país. Como D. L. Moody costumava dizer: "O cristão não deve ter uma mente tão celes-tial [que] o impeça de ser bom sob o ponto de vista terreno". Roma-Nu 13:0; Cl 3:10). Em Lc 15:8-

  1. a parábola da moeda perdida sugere que o homem, feito à ima-gem de Deus, está perdido e deve encontrar-se antes que possamos ver a verdadeira imagem.
  2. A questão sobre a ressurreição (Mt 22:23-40)

Agora, os saduceus entram em cena com uma questão doutrinai. De novo, veja como fariseus e sa-duceus, que são inimigos, unem-se para fazer oposição a Cristo. Eles apresentam uma questão hipotética a respeito de casamento na próxima vida fundamentados na lei do Anti-go Testamento que determina que o homem se case com a viúva do ir-mão a fim de perpetuar a raça (veja Gn 38:8; Dt 25:5-5). Jesus disse que eles não conheciam o poder e a Palavra de Deus. Ele explicou que na próxima vida não existirá o ca-samento como o conhecemos, as pessoas viverão como anjos, isto é, que vivem em um mundo espiritual que não é regido pelas leis huma-nas. (Isso não significa que seremos anjos, mas que seremos como eles no que diz respeito ao casamento. Os santos sempre reinarão como fi-lhos de Deus, e não como servos, que é o caso dos anjos.)

Cristo usou a Bíblia para res-ponder a seus críticos ao referir-se a Êxodo 3:6,15-16. O Senhor afirma: "Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó" (v. 32), e não: "Eu era o Deus...". Isso sig-nifica que esses profetas ainda es-tão vivos e com Deus. A morte não destrói a pessoa, embora o corpo transforme-se em pó. Por isso, Jesus afirma que a alma vive após a mor-te, e que aqueles que têm fé esta-rão com Deus. Entretanto, o Senhor salva a pessoa inteira, até mesmo o corpo, que será glorificado (Fp 3:20-50)

Agora, os fariseus se apresentam para fazer uma pergunta legal a res-peito da lei do Antigo Testamento. (No versículo 34, a interpretação literal da expressão "fizera calar" é "amordaçar". Isso mostra como Cristo silenciou totalmente seus ini-migos!) Os intérpretes da Lei deba-tiam a respeito de qual dos muitos mandamentos era o maior. Eles di-vidiram os mandamentos em "pesa-dos" e "leves" e separavam as "leis rituais" das "morais". Isso fez com que o mais insignificante detalhe da lei ritual fosse tão obrigatório e importante quanto a maior lei moral de Deus! Os fariseus pensaram que pegariam Jesus ao forçá-lo a tomar partido nessa controversa questão teológica.

Mais uma vez, Cristo apelou para as Escrituras e citou Deutero- nômio 6:5 e Levítico 19:18. Amor a Deus e ao próximo: essas duas leis resumem toda a Lei (veja Rm 13:8-45), Pedro citou-o para provar a ressurreição de Cristo, e He 10:13 também o cita. Je-sus vira-se para os gentios e torna-se o Sumo Sacerdote de todos os que crêem nele depois de ser rejeitado como Rei pelos judeus. Quando re-tornar à terra, ele porá seus inimigos como estrado dos seus pés. Entre- mentes, ele espera com paciência (''aguardando''; He 10:13) até o dia do julgamento e do triunfo.

Cristo, após silenciar os inimigos, os expõe publicamente. No Sermão do Monte, ele disse que, se quisés-semos entrar no céu, nossa justiça teria de exceder a dos escribas e fa-riseus (Mt 5:20). Ele expõe a hipo-crisia deles e mostra de forma con-tundente que a mera "religião" não pode nunca tornar a pessoa santa. Sem dúvida, essa exposição públi-ca deixou os fariseus com raiva e teve muito que ver com a crucifica-ção de Cristo.


Russell Shedd

Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
Russell Shedd - Comentários de Mateus Capítulo 22 do versículo 1 até o 46
22.2 Reino dos céus. Outras parábolas do Reino constam no cap. 13.

22:2-14 A proclamação de evangelho é como um convite insistente a uma festa maravilhosa. Ainda assim há pessoas que o rejeitam.
22.6 Mataram. Lucas narra uma parábola semelhante, em que compara: o evangelho a uma festa (Lc 14:15-42); consulte as notas nesse trecho, Parece que Jesus repetiu a parábola, agora em circunstâncias mais urgentes, e adicionou este pormenor para ensinar aos fariseus qual era a atitude deles, e qual seria seu fim por causa disso. Profetiza-se também a perseguição dos cristãos.

22.7 Os inimigos declarados do evangelho serão exterminados. Pode ser uma predição específica a respeito da destruição de Jerusalém pelos romanos em 70 d.C. Depois vem o julgamento final. Os inimigos disfarçados, aqueles que participam das atividades evangélicas sem a verdadeira conversão, também perecerão.
22.11 Veste nupcial. Simboliza a justificação com a qual Cristo reveste as pessoas que aceitam o dom gratuito dá salvação (Rm 13:14; Ap 19:8).

22:1-5 Retirando-se os fariseus. Ao responder ao desafio lançado pelos fariseus, Jesus tinha demonstrado Sua autoridade divina, desmascarando os fariseus como inimigos de Deus (21:23-22; 14); estes retiraram-se derrotados do debate.

22.16 Herodianos. Dificilmente podiam trabalhar corri os fariseus, pois os partidários de Herodes pouco se interessaram pela lei. Como os fariseus, entretanto, queriam a independência civil e religiosa (Mc 3:0, Lc 20:24, Lc 20:25). • N. Hom. O reino dos céus não é deste mundo. Pertence a uma ordem de coisas toda espiritual, que não entra em conflito com os poderes terrestres naquilo que têm de legítimo. No tributo pago às autoridades cívicas, apenas se lhes retribui algo daquilo que oferecem.

22.23 Saduceus. O partido aristocrático que dominava a política dos judeus, inclusive a posição do sumo sacerdote. Não acreditavam nem em ressurreição, nem em anjos, nem na imortalidade da alma; nisto diferiam dos fariseus. Agora, vinham copiosamente lançar contra Jesus sua dúvida predileta.

22:24-32 Os saduceus quiseram zombar da ressurreição. Aceitando apenas o Pentateuco como autoridade; recorriam à Lei do levirato (Dt 25:5), presumindo que seria aplicada nos céus. Jesus dá a sua resposta dentro dos moldes do Pentateuco, tirando conclusões claras (Lc 20:28n).

22:34-36 Os fariseus voltam agora à tona com sua dúvida predileta. Haviam abstraído do AT 248 preceitos afirmativos (em número idêntico ao total dos membros do corpo segundo a enumeração dos judeus) e 365 negativos (conforme dias do ano). A soma é igual a um total de 613 (o número de letras do Decálogo), e sempre debatiam a prioridade entre eles.
22.40 Mais uma vez, Jesus abandonou a dialética de raciocinar dos fariseus e saduceus, para chegar diretamente a princípios fundamentais, espirituais e eternos. Assim foi corri a pergunta sobre a autoridade, com a questão do tributo e no assunto da ressurreição (21:23-22.33).

22:41-45 Agora é Jesus que levanta perguntas. Os fariseus tinham estudado muito sobre a natureza do Messias, mas só se demoravam nas esperanças que sugeriam que o Messias seria um rei com poderes divinos para conceder a Israel toda a riqueza e poder que se podia desejar. Conheciam o Messias como o Filho de Davi, mas não o Senhor de Davi, nem Seu domínio espiritual em amor e mansidão (Lc 20:42-44n).

22.46 Jesus era vitoriosa na razão, no direito, na lei, na lógica e no bom senso, mas na prática, no plano física, os inimigos o mataram.


NVI F. F. Bruce

Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
NVI F. F. Bruce - Comentários de Mateus Capítulo 22 do versículo 1 até o 46
A parábola do banquete de casamento (22:1-14)

Conforme Lc 14:16-42. A força dessa terceira parábola se perde muitas vezes em virtude da comparação com a parábola de Lucas de um banquete particular. Diferente do convite para o banquete de um indivíduo, o convite para o banquete real era praticamente compulsório — por isso, Mateus não faz concessões para desculpas. A recusa em participar do casamento do filho do rei significava deslealdade para com a casa real também. As pessoas consideradas nos v. 2-6 são os líderes religiosos em Jerusalém, e o v. 7 prediz a sua destruição junto com a de Jerusalém (a cidade delessingular). O argumento de M’Neile, Filson e Tasker de que o versículo está fora de ordem esquece os elementos não cronológicos tão freqüentes nas histórias do AT — é evidente que a destruição ocorreu depois do banquete.

Jesus, então, se voltou para a multidão, que estava se divertindo com a fúria dos representantes do Sinédrio, e destacou nos v. 11-14 que ela também tinha uma responsabilidade. Não há razões para pensarmos que gentios estejam em vista aqui (Tasker), embora de fato eles fossem colher os benefícios da rejeição por parte dos líderes judeus (Rm 11:11,Rm 11:12,Rm 11:15).

Um uso incorreto da parábola de Lucas levou à compreensão errônea do v. 9 em termos de Lc 14:0, Lc 20:40.

A pergunta acerca do maior mandamento (22:34-40)

V.comentário de Mc 12:28-41.Lc 10:27 mostra claramente que não temos o ensino original de Jesus aqui. perito na lei (nomikos): Embora comum em Lucas, ocorre somente aqui em Mateus. E provável que se tenha em mente aqui um escriba (Mc 12:28) cuja especialidade era a halakah, i.e., a aplicação detalhada da Lei de Moisés. Não há razão para que na citação de Dt 6:5 Mateus omita “forças” (conforme Mc 12:30; Lc 10:27). O NT na verdade não introduz um quarto elemento em Dt 6:5. Os manuscritos da LXX variam na sua tradução do termo hebraico lebab entre kardia (coração) e dianoia (mente). A primeira é mais literal; a segunda transmite melhor o sentido, porque o intelecto e a vontade prevalecem sobre as emoções no termo hebraico lebab.

Acerca do Filho de Davi (22:41-46)

V.comentário de Mc 12:35-41; Lc 20:41-42.


Moody

Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
Moody - Comentários de Mateus Capítulo 4 do versículo 12 até o 46

III. O Ministério de Jesus Cristo. 4:12 - 25:46.

A análise de Mateus do ministério de Cristo foi baseada sobre quatro áreas geográficas facilmente notáveis: Galiléia (Mt 4:12), Peréia (Mt 19:1), Judéia (Mt 20:17) e Jerusalém (Mt 21:1). Como os outros sinóticos ele omite o anterior ministério na Judéia, que ocorre cronologicamente entre Mt 4:11 e Mt 4:12 (confira com Jo 14:1)


Moody - Comentários de Mateus Capítulo 21 do versículo 1 até o 46

D. Em Jerusalém. 21:1 - 25:46.

Ao traçar os movimentos de Jesus a caminho de Jerusalém, Mateus omite a viagem de Jericó a Betânia, seis dias antes da Páscoa (Jo 12:1), que foi um dia antes da Entrada Triunfal (Jo 12:12).


Moody - Comentários de Mateus Capítulo 22 do versículo 15 até o 22

15-22. Perguntas dos fariseus e herodianos a respeito do tributo.


Moody - Comentários de Mateus Capítulo 22 do versículo 15 até o 46


5) Diversos Grupos 1nterrogam Jesus. Mt 22:15-46.

Essas discussões aconteceram no mesmo dia em que foram contadas as parábolas acima, um dos dias mais ocupados do ministério de Jesus.


Moody - Comentários de Mateus Capítulo 22 do versículo 20 até o 21

20, 21. Levando seus interrogadores a reconhecerem a figura de César e a inscrição que havia na moeda, Cristo forçou o princípio de sua resposta. Dai, pois a César o que é de César. Broadus faz uma paráfrase, "Isto vocês receberam de César, pois paguem-lhe de volta" (Comm. on Matt. pág. 453). O dinheiro de César representava o governo de César, com seus benefícios resultantes. Por esses o súdito era obrigado a pagar (conf. Rm 13:1-7).

O que é de Deus. Aqui as obrigações espirituais foram separadas, embora não estejam isentas de relacionamento. A devida submissão ao poder civil faz parte das obrigações espirituais (1Pe 2:13-15), mas um crente deve sempre em última instância submeter-se à vontade de Deus (At 4:19, At 4:20).


Francis Davidson

O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
Francis Davidson - Comentários de Mateus Capítulo 22 do versículo 15 até o 22
e) A questão do tributo a César (Mt 22:15-40; Lc 20:20-42. Os herodianos (16). Membros do partido que favorecia à dinastia de Herodes e apoiava a autoridade romana. Seu interesse na religião era mínimo e geralmente eles se opunham amargamente aos fariseus. O recado deles, citado no vers. 16, era insincero, cheio de palavras hipócritas e lisonjeiras. A finalidade da pergunta no vers. 17 era embaraçar o Senhor. Se ele respondesse afirmativamente, seria denunciado perante o povo como traidor. Respondendo negativamente, podia ser denunciado às autoridades romanas. César (17). Título do imperador romano e chefe de estado. César era o sobrenome de Júlio César, o primeiro que aspirou à autocracia, adotada por seu filho adotivo, que foi depois o Imperador Augusto. Logo chegou a ser considerado título. Dinheiro (19). Ver 20.2 n. Dai pois a César... (21). O Senhor ensina que devemos dar aos magistrados civis tudo o que lhes é devido, contanto que não interfiram no que pertence a Deus.

John MacArthur

Comentario de John Fullerton MacArthur Jr, Novo Calvinista, com base batista conservadora
John MacArthur - Comentários de Mateus Capítulo 22 do versículo 1 até o 46

116. Respondendo a um convite Real (Mateus 22:1-14)

E Jesus, respondendo, disse-lhes novamente por parábolas, dizendo: "O reino dos céus é comparado a um rei, que deu uma festa de casamento para seu filho. E ele enviou os seus servos a chamar aqueles que tinham sido convidados para o casamento . festa, e eles não estavam dispostos a vir Depois enviou outros escravos dizendo: Dizei aos que foram convidados ", Eis que tenho o meu jantar preparado; os meus bois e gado engordado são todos massacrados e tudo está pronto; vir para a festa de casamento. "" Mas eles não prestaram atenção e seguiram seu caminho, um para o seu campo, outro para o seu negócio, e os outros, apoderando seus escravos e maltrataram e mataram. Mas o rei ficou furioso e mandou o seu exércitos, destruiu aqueles homicidas, e definir a sua cidade em chamas. Então ele disse aos seus servos: 'O casamento está pronta, mas os convidados não eram dignos. Ide, portanto, para as principais rodovias, e como muitos como você encontrar lá , convidar para a festa de casamento. " E os escravos saíram para as ruas, e ajuntaram todos quantos encontraram, tanto maus e bons, ea sala do banquete ficou repleta de convidados do jantar Mas, quando o rei entrou para olhar sobre os convidados do jantar, viu ali um homem que não. vestido com roupas de casamento, e ele disse-lhe: 'Amigo, como entraste aqui sem veste nupcial?' E ele emudeceu Então disse o rei aos servos: 'Bind-lo de pés e mãos, e lançai-o nas trevas exteriores; naquele lugar ali haverá pranto e ranger de dentes.'. Porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos. " (22: 1-14)

Esta parábola é o terceiro na trilogia de parábolas decisão proferida em resposta aos líderes religiosos judeus que maliciosamente desafiou sua autoridade (21:23, 28-30, 33-39) Jesus. Ele está entre os mais dramática e poderosa de todas as suas parábolas, as quais, embora dirigidas especificamente a esses líderes e todo o Israel incrédulo quem eles representavam, também tem significado de longo alcance e aplicação para tempos posteriores, certamente inclusive a nossa.
Durante três anos, Jesus foi pregar e ensinar o evangelho do reino, que incluiu proclamando-se como o Messias, o Filho de Deus e Salvador do mundo. Ele tinha vindo a oferecer a si mesmo e seu reino para o povo de Israel, o seu povo, o povo escolhido de Deus. Mas, ao final desses três anos, a todos, mas um punhado de judeus rejeitaram. Embora Jesus sempre foi popular entre as massas onde quer que Ele ministrava, sua aceitação dele era em sua maior parte superficial e egoísta.
As multidões foram impressionado com simples, ensinamento autorizado de Jesus, que estava em contraste refrescante com a tradição confuso, legalista, e complicado ensinados por seus escribas e fariseus.Eles ficaram ainda mais impressionado com Seus milagres de cura, que tinha trazido saúde restaurada, sanidade, e até mesmo a vida de tantos milhares e milhares de seus amigos e entes queridos. Eles, sem dúvida apreciado o fato de que Jesus nunca levou vantagem financeira deles, sem tirar pagamento para qualquer boa obra sobrenatural que Ele fez. Pelo contrário, Ele estava sempre dando-lhes livremente e, em várias ocasiões milhares milagrosamente alimentados. Eles admirava profundamente Jesus para a Sua humilde, amor de doação e compaixão, e eles devem ter se alegrou quando Ele repreendeu e envergonhou seus líderes hipócritas, hipócritas, que olhou para baixo sobre eles em desdenhosa superioridade. Como é maravilhoso, eles devem ter pensado, que o Messias não só é tão poderoso, mas também tão compassivo.
Mas quando as pessoas finalmente perceberam o tipo de Messias Jesus estava, e, especialmente, que não tinha planos para livrá-los da opressores romanos, a sua aclamação rapidamente virou-se para a rejeição, como é evidente em sua mudança de humor, de domingo a quinta-feira desta última semana de Páscoa do ministério de Jesus. Portanto, enquanto ele continuava a responder aos líderes judeus no Templo, onde Ele estava ensinando na quarta-feira de manhã (21:23), também foi às multidões que a terceira parábola julgamento foi dirigida.

O convite Rejeitado

E Jesus, respondendo, disse-lhes novamente por parábolas, dizendo: "O reino dos céus é comparado a um rei, que deu uma festa de casamento para seu filho. E ele enviou os seus servos a chamar aqueles que tinham sido convidados para o casamento . festa, e eles não estavam dispostos a vir Depois enviou outros escravos dizendo: Dizei aos que foram convidados ", Eis que tenho o meu jantar preparado; os meus bois e gado engordado são todos massacrados e tudo está pronto; vir para a festa de casamento. "" Mas eles não prestaram atenção e seguiram seu caminho, um para o seu campo, outro para o seu negócio, e os outros, apoderando seus escravos e maltrataram e mataram. " (22: 1-6)

A parábola contém quatro cenas, a primeira das quais descreve a rejeição do convite. Apesar de nenhum dos Seus ouvintes podem nunca ter assistido a uma festa de casamento real, todos eles foram familiarizados com festas de casamento em geral, e teve uma idéia da importância e grandiosidade do que um rei iria se preparar para o seu próprio filho.
Como Jesus respondeu os príncipes dos sacerdotes e os anciãos (21:23), Ele continuava a responder ao seu desafio amargo de Sua autoridade e falou-lhes novamente por parábolas , para o terceiro tempo.É provável que eles ouviram pouco do que ele disse, porque suas mentes estavam até então singularmente e inalteravelmente curvado em sua prisão e execução. Eles queriam prendê-lo depois que ele relatou a segunda parábola, mas ainda estavam com medo do que as multidões pode fazer (21:46).

Em suas duas primeiras parábolas Jesus não deu nenhuma introdução, salvando a explicação e aplicação até o fim. Nesta parábola, porém, ele começa por afirmar que ele ilustra o reino dos céus . Porque a maioria dos judeus acreditavam que o reino dos céus foi reservada exclusivamente para eles, e, possivelmente, alguns prosélitos gentios, o público no Templo imediatamente sabia que o que Jesus ia dizer intimamente aplicada a eles.

Embora eles tinham muitas idéias deturpadas sobre o reino dos céus , porque o termo céu estava tão frequentemente usado como um substituto para o nome do pacto de Deus (Yahweh, ou Jeová), a maioria dos judeus teria entendido que era sinônimo de o reino de Deus e representou o reino do governo soberano de Deus. Há passado, presente e futuro, bem como os aspectos temporais e eternas do reino , mas não se restringe a qualquer época ou período da história da redenção. É a continuação, esfera em curso do governo de Deus pela graça. Num sentido mais restrito, a frase também é usada nas Escrituras para se referir ao domínio de Deus de redenção, Seu programa divino de salvação graciosa. Como Jesus usa a frase aqui, representa especificamente a comunidade espiritual do povo redimido de Deus, aqueles que estão sob o seu senhorio de uma forma pessoal e única por causa de sua confiança em Seu Filho.

No antigo Oriente Próximo, uma festa de casamento era inseparável do próprio casamento, que envolveu uma série de longa semana de refeições e festas e foi o destaque de toda a vida social. Para um royal wedding como a que Jesus menciona aqui, a celebração durou muitas vezes por várias semanas. Os hóspedes foram convidados a ficar na casa dos pais do noivo para toda a ocasião, e o pai faria disposições tão elaborado como ele poderia pagar. Um casamento real, é claro, seria realizada no palácio, e um rei seria capaz de suportar tudo o que ele desejava.

festa de casamento que um rei preparado para seu filho seria uma festa de todas as festas, e Jesus foi, portanto, imaginar a festa mais elaborada que se possa imaginar. O fato de que era um casamentocelebração foi incidental à propósito da parábola, a única menção do noivo sendo que identificá-lo como o rei filho . Nenhuma menção é feita a todos da noiva ou de qualquer outro aspecto de um casamento.O ponto é que, porque a festa representa o maior festividade que se possa imaginar, dado pelo maior monarca que se possa imaginar, para os convidados mais honrados que se possa imaginar, um royal festa de casamento foi escolhida como a ilustração da celebração final.

Quando todos os preparativos estavam completos, o rei enviou os seus servos a chamar aqueles que tinham sido convidados para a festa de casamento . O fato de que eles tinham sido convidadosindica que as pessoas foram convidadas mais cedo e já sabia que eles eram esperados para assistir ao casamento. Para ser um convidado pré-convidado para o casamento do rei estava entre as mais altas honras possíveis, e, sem dúvida, os que tinham convites recebidos estavam se gabando de seus vizinhos e amigos. Por isso, é inconcebível que, quando o real chamada veio para assistir, eles não quiseram vir .

Tal como acontece com a parábola anterior dos viticultores maus, é a natureza chocante extrema e impensável dos eventos mencionados que são centrais para o ponto da história. Os ouvintes de Jesus já teria começado a pensar em si: "Quem faria uma coisa dessas? A própria idéia é absurda." Atender o casamento real seria uma experiência ainda maior do que receber o convite, e que teria fornecido a melhor comida e da comunhão de maior prestígio no país. Não só isso, mas um convite de um rei não só trouxe honra, mas obrigação. Foi uma ofensa grave a rejeitar favor do rei.
A resposta inicial do rei, como a resposta inicial do proprietário da vinha, é tão incrível como as respostas dos convidados. Poucos monarcas eram conhecidos por sua humildade e paciência, especialmente em face de insulto aberto. Mas o que o rei enviou outros escravos dizendo: "Diga aqueles que foram convidados: Eis que tenho o meu jantar preparado; os meus bois e gado engordado são todos massacrados e tudo está pronto;. vir para a festa de casamento '"

jantar foi a primeira de muitas refeições consumidas durante a festa, e ele estava pronto para ser servido. "Lembre os convidados", disse o rei de fato, "de todos os preparativos que têm sido feitas. O bois e gado engordado são todos massacrados e esperando para ser assado, e tudo o resto está pronto também. apelar ao povo para vir a a festa de casamento agora "

Mas, como antes, os convidados ignorou o apelo do rei, senão que a sua recusa desta vez foi ainda mais grosseira e brutal. Muitos dos convidados eram friamente indiferente, agindo como se o casamento fosse de nenhuma conseqüência. Eles responderam, através da realização de negócios como de costume. Eles seguiram o seu caminho , fazendo as coisas que normalmente teria feito em cuidar de seus próprios interesses, representados pela fazenda e de negócios . Eles estavam tão egoisticamente preocupado com preocupações pessoais para o lucro que o convite e os repetidos apelos do rei a parar de trabalhar e assistir ao casamento de seu filho foram completamente ignorados. Eles bom grado e propositAdãoente perdido a grandeza da beleza e da honra do casamento para o bem de seus cotidianos mundanas, esforços de auto-serviço. Eles não estavam preocupados com a glória do rei, mas apenas sobre o que eles percebida como seus próprios interesses.

Mas um outro grupo de convidados eram piores do que indiferente. Ao invés de se preocupar em ofender o rei, eles mesmos eram ofendidos em sua persistência. Em um ato de arrogância incrivelmente brutal, eles apreenderam do rei escravos e maltrataram e mataram-nos . Desprezo pelos escravos do rei demonstrou desprezo pelo próprio rei, e em maltratar e matar seus escravos que cometeram um ato flagrante de rebelião.

Como já observado, porque Jesus tinha dito que a parábola era sobre o reino dos céus, o seu significado não precisava de interpretação para qualquer ouvinte pensar. O rei, obviamente, era Deus, e os convidados eram o Seu povo escolhido, Israel, aqueles que já haviam sido chamados por Ele.

Deus em primeiro lugar chamado Seu povo escolhido por meio de Abraão, cujos descendentes seria abençoado e ser um canal de bênção para o resto do mundo (Gn 12:2-3). Depois de ser preso no Egito por 400 anos, as pessoas escolhidas foram entregues por meio de Moisés. Através de Seus profetas, o Senhor declarou: "Quando Israel era um jovem que eu o amei, e do Egito chamei o meu filho" (Os 11:1).

A festa de casamento representado bênção prometida de Deus para Israel, uma figura compreendida por todos no templo naquele dia. De acordo com a literatura talmúdica, vinda do Messias seria acompanhada por um grande banquete oferecido por seu povo escolhido.
Os escravos que Deus enviou para chamar de novo e de novo aqueles que tinham sido convidados foram João Batista, o próprio Jesus em Seu ministério de pregação-aprendizagem, e do Novo Testamento, apóstolos, profetas, e outros pregadores e professores. Parece que os escravos também teria que representam pregadores do Novo Testamento, porque a sua mensagem referia-se do Rei Filho, Jesus Cristo.Deus estava dizendo a Israel, Seus clientes já convidados, da mesma forma como Ele havia dito do céu no batismo de Jesus: "Aqui é o meu Filho; vir e dar-Lhe honra." Mas João Batista foi rejeitado e decapitado, Jesus foi rejeitado e crucificado, e os apóstolos e profetas foram rejeitados e perseguidos, muitos sendo condenado à morte.

Os convidados indiferentes na parábola representam as pessoas que estão preocupadas com a vida diária e atividades pessoais. Eles são essencialmente o secular de espírito, aqueles que estão interessados ​​no aqui e agora e não têm interesse nas coisas espirituais. Eles são os materialistas, cujo principal interesse é a acumular coisas, eo ambicioso, cuja principal preocupação é "ficar à frente." Eles geralmente não são antagônicos para as coisas de Deus, mas simplesmente não têm tempo para eles.
Aqueles que estão ativamente hostis ao evangelho, invariavelmente, são pessoas envolvidas na religião falsa, incluindo as muitas formas de religião humanista que desfilam sob um disfarce de misticismo filosofia, ou cientificismo. A história de perseguição do povo de Deus mostra que o principal perseguidor tem sido a religião falsa. É os fornecedores de erro que são os inimigos agressivos de verdade, e por isso é inevitável que, como Palavra de Deus prevê, o sistema final mundial do anticristo será religioso, não secular.
O fato de que o rei enviou seus mensageiros em duas ocasiões diferentes não pode ser pressionado no sentido de que apenas duas chamadas foram prorrogadas ou que o primeiro grupo era composto por João Batista e Jesus eo segundo foi formado dos apóstolos. A parábola não faz distinção entre os tipos de escravos, ou mensageiros. O ponto de os dois chamados dos convidados era ilustrar paciência e tolerância graciosa de Deus com os que rejeitam, Sua vontade de chamar Israel de novo e de novo, como João Batista havia feito por talvez um ano, como fez Jesus por três anos, e como fizeram os apóstolos para cerca de quarenta anos, até que Jerusalém e do Templo foram destruídos em AD 70.

Os que rejeitam Punido

Mas o rei ficou furioso e mandou os seus exércitos, destruiu aqueles homicidas, e definir a sua cidade em chamas. Então ele disse aos seus servos: 'O casamento está pronta, mas os convidados não eram dignos. (22: 7-8)

A segunda cena na parábola descreve a punição dos súditos rebeldes que rejeitaram o apelo do rei. Como na parábola da vinha, a paciência de Deus está aqui demonstrado que têm o seu limite. O rei teria sido perfeitamente justificado em punir os criminosos quando eles ignoraram Seu chamado. Após Seus convites repetidos e suas respostas maus repetidas, ele finalmente tornou-se enfurecido . Faz-nos lembrar a afirmação de Deus no que diz respeito à geração antediluviana: "Meu Espírito não se sempre no homem" (Gn 6:3).. Deus tinha muito tempo antes previu através Oséias: "Eu vou chamar aqueles que não eram meu povo, meu povo ', e ela que não era amada,' Amado '. E será que, no lugar onde se dizia-lhes: "Vocês não são meu povo, aí serão chamados filhos do Deus vivo" (Rm. 9: 25-26.; Conforme Os 2:23 ; Os 1:10). Por que os judeus '"transgressão", escreveu Paulo nessa mesma carta, "a salvação veio para os gentios" (11:11).

Assim como seu rei mandou, aqueles escravos saíram para as ruas, e ajuntaram todos quantos encontraram, tanto maus e bons . Eles chamaram o moralmente mal eo moralmente bom iguais, sendo igualmente o seu indigno em si para vir a festa do rei. Os convidados originais não tinha sido convidado por causa de sua superioridade moral ou espiritual e nem foram os convidados recém-convidados.Entre os antigos judeus eram os que viviam vidas verticais exemplares, que foram úteis para os seus vizinhos, disse a verdade, nunca usou o nome do Senhor em vão, nunca enganou no negócio, e nunca cometeu adultério ou assassinato ou roubo. Havia também aqueles cujas vidas foram uma fossa moral. Mas o primeiro tipo de pessoa não era mais aceitável a Deus em si mesmo do que o segundo. Deus sempre tem ampliado a sua chamada para a salvação de ambos os maus e os bons pessoas, porque nem é justo o suficiente e ambos são igualmente na necessidade de salvação.

Paulo deixa claro que "nem os devassos, nem os idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus" (1Co 6:9).

Desde a primeira tentativa de Cain para agradar a Deus, oferecendo seu sacrifício auto-nomeados, os homens vêm tentando vir ao Senhor em seus próprios termos. Eles podem ter comunhão com os crentes, junte-se a igreja, participar activamente na liderança, dar generosamente para o seu apoio, e fala de devoção a Deus. Assim como o joio no meio do trigo, eles coexistem livremente por um tempo com o povo de Deus. Mas, no dia do juízo, a sua falsidade se tornará óbvio e sua remoção certo. Alguns se atrevem a dizer a Deus "naquele dia: 'Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres?' E, em seguida, [Cristo] irá declarar-lhes: 'Nunca vos conheci; afastar mim, vós que praticais a iniqüidade "(Mateus 7:22-23.).

O vestido de casamento apropriado de um verdadeiro crente é a justiça, sem a qual ninguém pode entrar ou viver no reino de Deus-imputada. A não ser que a justiça de uma pessoa ultrapassa o farisaísmo hipócrita que tipificou os escribas e fariseus, que "não entrará no reino dos céus" (Mt 5:20). A única peça de roupa de casamento aceitável é a "santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor" genuíno (He 12:14).

Muitos dos ouvintes judeus de Jesus naquele dia teria lembrou a bela passagem de Isaías que diz: "Eu me regozijo muito no Senhor, a minha alma se alegrará no meu Deus, porque me vestiu de vestes de salvação, Ele me envolveu com o manto de justiça "(Is 61:10). Judeus sinceros sabia que, ao contrário das provocadas pelo homem, as tradições legalistas de seus rabinos, Deus não só exige retidão interior dos homens, mas Ele também oferece-lo como um presente.

Olhos de Deus, é claro, pode ver o coração dos homens de saber se a sua justiça é de sua própria criação ou Sua concessão. Mas, mesmo para o exterior vida de um verdadeiro crente evidenciará vida correta e refletem o pensamento correto. O Senhor não apenas imputa mas confere justiça a Seus filhos. Só Ele pode ver a justiça interna que Ele imputa, mas todo mundo pode ver a justiça externa que Ele concede.Um filho de Deus é caracterizada por uma vida santa. Pedro fez esse fato claro quando descreveu a salvação como "obediência à verdade", que tem "purificado as vossas almas" (1Pe 1:22).

Pouco antes de Jesus declarou que profetizar, expulsar demônios, e realizando milagres em Seu nome pode ser falso testemunho da salvação, Ele havia dito que a verdadeira evidência da salvação será sempre aparente. Condição espiritual de uma pessoa será manifestado no fruto de sua vida. "Pode alguém colher uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos, são eles?" Ele perguntou retoricamente "Mesmo assim, toda árvore boa produz bons frutos, porém a árvore má produz frutos maus" (Mateus 7:16-17, 21-23.). A vida piedosa santo não pode ajudar a dar frutos justo, porque é a conseqüência natural do trabalho do Espírito dentro (Gal. 5: 22-23).

Jesus certamente teria ficado satisfeito teve um de seus ouvintes interrompidas e perguntou: "Como posso ser vestido com a roupa apropriada? O que posso fazer para não serem lançados nas trevas exteriores como aquele homem?" Ele, sem dúvida, teria dito a essa pessoa como tinha dito muitas vezes antes de várias maneiras, "Vinde a mim, que você pode ter a vida" (Jo 5:40). Como Paulo explicou aos Coríntios, Deus fez com que Cristo "Aquele que não conheceu pecado, o pecado por nós, para que nos tornássemos justiça de Deus em Cristo" (2Co 5:21). Esse é o vestido de casamento que Deus exige e seu filho proporciona.

Jesus não pediu os líderes judeus a comentar sobre essa parábola como havia feito com os dois anteriores, onde, em cada caso, eles condenaram a si mesmos por suas respostas (21: 31-32, 40-45). Ele sabia que não iria ser preso novamente, porque agora era óbvio que todo o impulso das parábolas era para condená-los. O seu único objectivo, agora aquecimento até uma fúria, foi a armadilha e condená-Lo à morte (22:15; conforme 21:46).
Consequentemente, o Senhor fechou com a afirmação simples, mas sóbria, muitos são chamados, mas poucos escolhidos . Essa frase reflete o equilíbrio bíblico entre a soberania de Deus e vontade do homem. Os convites para a festa de casamento saiu para muitos , o representante de todos a quem a mensagem do evangelho é enviado. Mas poucos dos que ouviram a chamada estavam dispostos a aceitá-lo e, assim, estar entre os escolhidos . O convite do evangelho é enviado para todos, porque não é a vontade do Pai que uma única pessoa ser excluído do seu reino e perecem nas trevas exteriores do inferno (2Pe 3:9)

Então os fariseus se reuniram em conselho e como eles podem armar uma cilada em que Ele disse. E enviaram os seus discípulos, juntamente com os herodianos, dizendo: "Mestre, sabemos que és verdadeiro e ensinas o caminho de Deus segundo a verdade, e adiar a ninguém;. Para Você não é parcial para qualquer Conte-nos, portanto, , O que você acha? É lícito dar uma sondagem de impostos a César, ou não? " Mas Jesus, percebendo a sua malícia, e disse: "Por que você está me testando, vós, hipócritas? Mostre-me a moeda utilizada para o pagamento do imposto." E eles lhe apresentaram um denário. E Ele lhes disse: "De quem semelhança e inscrição é isso?" Eles disseram-lhe: "De César." Então Ele lhes disse: "Então, a César o que é de César. E Deus o que é de Deus" E, ouvindo isto, admiraram-se, e deixá-lo, eles foram embora. (22: 15-22)

Os impostos são de grande importância em qualquer sociedade desenvolvida e sem eles o governo não poderia funcionar. Eles também são um ponto de discórdia perene para os cidadãos que se perguntam por que seus impostos são tão altos e por que eles não são mais bem gastos.
De tempos em tempos certos grupos cristãos levantar um protesto organizado contra um determinado imposto ou uma utilização específica de dinheiro dos impostos que eles sentem é contrária aos princípios bíblicos e da constituição. Um clamor foi levantada há alguns anos, quando o governo dos Estados Unidos ordenou que as igrejas e outras organizações religiosas a reter impostos sobre a Segurança Social das folhas de pagamento de todos os empregados, exceto pastores. Alguns cristãos vociferously argumentou que a lei exigia a igreja para levar o dinheiro doado para a obra do Senhor e usá-lo para pagar o governo.
É com a sempre presente questão do pagamento de impostos que Jesus lida na presente passagem.
Ainda era quarta-feira da semana da Páscoa, e Jesus estava ensinando no templo, que tinha violentamente limpos no dia anterior. Ele havia acabado de contar e explicar três parábolas julgamento contra Israel descrente, particularmente dirigidas contra os governantes do templo que tinha desafiou sua autoridade (21:23). Após a segunda parábola os príncipes dos sacerdotes e os fariseus ficaram tão furiosos que eles teriam mandou prendê-lo no local que não temia as multidões (21:46). Já era ruim o suficiente que Ele havia devastado o domínio físico de seus estandes de concessão no Templo. Agora Ele também devastou seu domínio religioso, expondo sua incredulidade e impiedade perante todo o Israel.
Os líderes religiosos se ressentia Jesus porque Ele expôs seu orgulho, hipocrisia e farisaísmo. Tiveram inveja de sua grande popularidade com as pessoas, especialmente à luz do fato de que Ele nunca tinha procurado ou recebido certificação oficial Sinédrio como rabino. Acima de tudo, eles se irritam a sua afirmação de ser o Messias e Filho de Deus, uma reivindicação que em seus olhos era uma blasfêmia flagrante. Ele até se atreveu a humilhá-los publicamente no templo, o único lugar onde eles achavam que sua honra foi sacrossanto e sua autoridade incontestável. Agora, após a terceira parábola mordaz, eles foram ainda mais determinado a encontrar um meio de acabar com ele.
Após série de três parábolas juízo contra eles de Jesus, esses religiosos responderam por confrontá-lo com uma série de três perguntas, tudo projetado para manobrar Lo em condenando a si mesmo, quer políticas ou religiosas. A primeira pergunta foi concebido pelos fariseus, mas pediu de Jesus sub-repticiamente por seus discípulos (22: 15-22), o segundo foi questionado pelos saduceus (vv 23-33.), Eo terceiro pelos fariseus diretamente (vv 34. —40). Em vez de levar advertências de Jesus ao coração e pedir a Ele como eles podem evitar o julgamento e receber a misericórdia de Deus, a única palavra que queriam dele foi o que traria sua própria destruição.

O ataque

Então os fariseus se reuniram em conselho e como eles podem armar uma cilada em que Ele disse. E enviaram os seus discípulos, juntamente com os herodianos, dizendo: "Mestre, sabemos que és verdadeiro e ensinas o caminho de Deus segundo a verdade, e adiar a ninguém;. Para Você não é parcial para qualquer Conte-nos, portanto, , O que você acha? É lícito dar uma sondagem de impostos a César, ou não? " (22: 15-17)

Os fariseus sempre foram inimigos mais vocais e veementes de Jesus, e, neste momento, em resposta a suas parábolas poderosamente intimidante, eles agora fui e aconselhou juntos como eles podem armadilha Jesus em que Ele disse . Enquanto Jesus continuou a ensinar as multidões no Pátio dos Gentios, os fariseus reuniram reservAdãoente em outra parte do Templo para planejar seu próximo passo em privado. Porque eles ainda estavam com medo de tomar medidas contra ele diretamente inteligentemente planejado para trap -lo a fazer uma declaração subversiva contra a Roma, que asseguraria sua prisão e execução como um rebelde. Eles queriam "pegá-lo em alguma declaração, a fim de entregá-lo à regra e à autoridade do governador" (Lc 20:20), que na época era Pilatos. Dessa forma, eles o teriam fora do caminho sem obter suas próprias mãos manchada ou despertando a ira do povo.

Provavelmente porque os fariseus foram facilmente distinguidos pelo seu vestido e muitos deles eram conhecidos por Jesus de vista, eles decidiram enviar os seus discípulos . Os fariseus eram mais duros críticos de Jesus e Ele o deles e para eles para lisonjear-lo diretamente teria sido ridícula e auto-destrutivo. Presumivelmente, os seus discípulos não seria reconhecido como tal e que poderia fingir simplesmente para ser um grupo de admiradores sinceros que queriam o conselho de Jesus sobre uma pergunta que ardia nas mentes da maioria dos judeus daquela época. Eles esperavam que Ele iria ser apanhado desprevenido e prender-se antes de perceber o que estava acontecendo.

Os herodianos não eram aliados normais dos fariseus. Na verdade, os dois grupos eram geralmente em grandes contradição uns com os outros. Não se sabe muito sobre os herodianos , além do que pode ser inferida a partir de seu nome. A família de Herodes não era judeu, mas Idumean, descendentes de antigos inimigos de Israel os edomitas. Começando com Herodes, o Grande, que haviam recebido favores de Roma sob a forma de várias nomeações políticas elevadas, incluindo regências mais partes da Palestina.

Os herodianos não tinha amor por Jesus e pode até ter sido instruído por Herodes Antipas para tentar instigar a sua morte ou pelo menos de prisão. Foi esse tetrarca que tinha preso e decapitado Jesus 'precursor e amigo, João Batista, e quando Herodes ouviu falar de Jesus obras miraculosas, ele estava com medo de que Ele foi João ressuscitado dos mortos. Mas ele também estava curioso para ver Jesus, a fim de testemunhar o Seu poder de operar milagres (Lc 9:7). Consequentemente, durante a última parte de seu ministério Jesus tinha evitado o território de Herodes por causa da hostilidade para com ele lá ", por isso não pode ser que um profeta morra fora de Jerusalém" (13:33).

Quaisquer herodianos , mesmo se eles eram judeus como estes homens eram, teria tido forte lealdade a Roma, e foi, sem dúvida, por essa razão que os fariseus perguntaram a alguns deles para acompanhar os seus discípulos como eles confrontaram Jesus. Caso Jesus cair em sua armadilha e fazer a objeção esperado para o pagamento de impostos romanos, os simpatizantes romanos herodianas iria servir como testemunhas credíveis. Embora os fariseus desprezavam os herodianos como traidores sem religião, é bem adequado a sua Proposito de recorrer a estes homens em aprisionar Jesus.

Assim como louvor a Jesus das fariseus não teria sido levado a sério nem faria qualquer coisa que eles disseram em apoio de Roma. Os fariseus eram altamente religiosa e ferozmente nacionalista, e alguns deles provavelmente eram Zealots. Mas eles talvez desprezado os romanos mais por seu paganismo do que para a sua opressão militar. Em qualquer caso, o seu ódio de Roma não era segredo, e foram eles para relatar uma declaração ou atividade sediciosa ao governador, eles próprios se tornar suspeito. Os herodianos eram, portanto, útil, mesmo se desonroso, co-conspiradores, e eles iriam Faça perfeito testemunhas pró-romanas contra Jesus. Embora os fariseus e herodianos violentamente discordaram sobre religião e política, que concordou plenamente sobre Jesus e não eram avessos a fazer causa comum contra Ele.

Com os herodianos apoiá-los, os discípulos dos fariseus, os quais Lucas descreve como "espiões que fingiam ser justos" (Lc 20:20), flatteringly, disse a Jesus: " Mestre, sabemos que és verdadeiro e ensinas o caminho de Deus em verdade, e adiar a ninguém, porque não olhas a qualquer "Para lidar com um homem judeu como professor era uma forma elevada de honra, reservada para rabinos que se distinguiram os alunos como astutos e intérpretes da lei judaica e tradição . O Talmud diz: "Aquele que ensina a lei deve ganhar um assento na academia alto".

Os homens exteriormente elogiou integridade pessoal e doutrinária de Jesus, declarando que Ele era verdadeiro e ensinou o caminho de Deus em verdade . Ele era um homem de Deus ensinar a verdade de Deus, eles afirmaram. Ele também não acatar ou tornar-se parcial a qualquer, acrescentaram. Ele não se deixe influenciar por ameaças ou oposição, mas era conhecido por defender sua terra com coragem e convicção.

O que aqueles homens disseram de Jesus não poderia ter sido mais preciso, mas não acredito em uma palavra dele. Embora muitas vezes envolve bajulação mentindo, é mais enganoso e desprezível quando se emprega a verdade para atingir os seus fins perversos.
Supondo-se que Jesus foi para o interior deleitando-se com sua bajulação os homens apetecesse sua pergunta armadilha: " Diga-nos, pois, o que você acha que é lícito dar uma sondagem de impostos a César, ou não? ? " Uma das formas mais elevadas de louvor é pedir o conselho de uma pessoa sobre uma questão importante. Portanto, após ego de Jesus era, como se supunha, estimulado pelos elogios anteriores, os interrogadores estavam certos de que, como a maioria dos homens, Ele estaria ansioso para mostrar a sabedoria para que Ele tinha acabado de ser elogiado. Ao fazer isso ele iria deixar escapar uma resposta subterrâneo que se tornaria sua sentença de morte.

Poll-fiscal traduz kēnsos , tiradas do latim (ie, Roman) cense4re , a partir do qual é derivado do Inglês censo . Dos muitos impostos romanos cobravam dos territórios ocupados, nenhum foi mais onerosa para os judeus do que o pagamento do imposto , imposto pago anualmente por cada indivíduo e, portanto, às vezes chamado de imposto por cabeça. Entre outras coisas, foi com o propósito de recolher opagamento do imposto que Roma fez um censo periódica, como a que tinha exigido José e Maria para viajar a Belém pouco antes de Jesus nasceu (Lucas 2:1-4).

Pagar para o apoio das forças de ocupação e fornecendo os muitos serviços benéficos para os quais Roma era famoso necessária uma enorme quantidade de dinheiro, necessariamente fornecido pela tributação. Consequentemente, um imposto sobre a terra de um décimo do grão e um quinto do vinho e do azeite produzido foi avaliado anualmente, como era um imposto de renda de um por cento sobre os salários. Impostos aduaneiros sobre as mercadorias foram coletadas em todas as portas e grande encruzilhada.
Os romanos oferecidos vários serviços para os povos conquistados, não menos benéfico do que foi a Pax Romana, ou a paz romana. Por causa de suas posições militares e comerciais estratégicos, muitos países do Oriente Médio teve pouco descanso de guerra durante séculos. Eles lutaram um invasor após o outro e eram governadas por um conquistador após o outro. Pelo menos sob a proteção romana eles estavam livres de guerra e poderia viajar com relativa segurança em qualquer parte do império. Os romanos também forneceu estradas e aquedutos valiosas, muitas ruínas de que ainda existem hoje.
Embora o pagamento do imposto pode não ter sido o imposto mais caro para a maioria das pessoas, ele foi o mais ressentido por judeus. Talvez fosse porque eles se consideravam como pessoalmente pertença a Deus, em vez de César. Era o imposto censo que incitou a insurreição de Judas, o galileu, AD 6, que foi fundamental para a destituição de Herodes Arquelau e sua substituição por um governador romano. Grito de guerra de Judas foi que, porque Deus era seu único Deus e Senhor, o imposto censo não seria pago a Roma. Como Gamaliel lembrou o Sinédrio, quando Pedro e os outros apóstolos estavam sendo interrogados em Jerusalém, o rebelde Judas "pereceu, e todos aqueles que o seguiram foram dispersos" (At 5:37). Era o sentimento nacionalista, anti-romana de Judas em que o movimento Zealot foi construído e que estava por trás da rebelião de AD 66 que eventuated na destruição romana de Jerusalém e do Templo, quatro anos depois.

Portanto, não foi por acaso que os fariseus havia instruído seus discípulos para induzir Jesus a fazer uma declaração sobre o pagamento do imposto . Se Ele deu uma resposta favorável ao imposto, Ele seria desprezado pelas multidões judeus que até então altamente admirei. Nesse caso, os líderes judeus, então, seria livre para prender e tê-lo executado sem interferência da população. Contudo, temerariamente Ele responderia de outra forma e declarar abertamente que o imposto era injusto e ímpio e não deve ser pago ao opressor, pagan Caesar , incorrendo, assim, a ira de Roma como um rebelde.

A acusação

Mas Jesus, percebendo a sua malícia, e disse: "Por que você está me testando, hipócritas? (22:18)

Mas por Sua divina discernimento Jesus, percebendo a sua malícia . Não foi possível para cegar-side Jesus, porque "ele mesmo sabia o que havia no homem" (Jo 2:25). Ele omnisciently sabia a pergunta que gostaria de pedir ea razão para pedir-lo antes mesmo de ele veio para as mentes dos fariseus, que tinham inventado isso. Ele sabia que os homens que colocou a questão não eram os únicos que idealizadoras do mesmo; e que as palavras de louvor que tinham acabado de choveram sobre ele não foram motivados por admiração, mas malícia . Ele sabia que as suas línguas lisonjeiras foram derrubados com veneno. Ele também sabia exatamente a resposta certa.

Antes de responder a sua pergunta, ele jogou uma questão de Sua própria em seus rostos: "W hy você está testando Me, hipócritas ? " Ele que eles saibam que o seu regime perverso era transparente a Ele, que Ele sabia que o seu objectivo era para testá-lo, não para buscar a Sua sabedoria, e que Ele estava aqui expondo-os como os hipócritas que eram. Embora Ele nunca tinha visto antes, Ele sabia que eles eram emissários dos fariseus, tão certo como se tivesse ouvido o enredo. Essa demonstração de onisciência, em si, um outro testemunho admirável de sua divindade.

Não apenas o Antigo Testamento, mas a tradição rabínica condenou veementemente a bajulação e hipocrisia. Rabino Eleazar tinha escrito no Talmud, "Qualquer comunidade em que é lisonja vai finalmente ir para o exílio. Está escrito [15:34]:" Para a comunidade de bajuladores é [estéril] '"( Sotah 42 a ). Rabbi Jeremiah ben Abba havia declarado que quatro tipos de pessoas não merecem ser abençoado por Deus: escarnecedores, mentirosos, conto-estandartes, e hipócritas ( Sinédrio 103 um ).

A Analogia

. Mostre-me a moeda utilizada para o pagamento do imposto "E eles lhe apresentaram um denário E Ele lhes disse:". Cuja semelhança e inscrição é este "Eles disseram-lhe:" De César "(22: 19-21a)?.

Jesus então disse: " Mostre-me a moeda utilizada para o pagamento do imposto . " Desconsiderando acusações duras de Jesus contra eles, os homens prontamente lhe apresentaram um denário , sendo mais do que feliz em ajudá-Lo cair em sua armadilha. O específico moeda utilizada para o pagamento do imposto foi o denário , que atingiu o salário diário de um soldado ou um trabalhador comum na Palestina.

Apesar de vários coinages, incluindo grego e hebraico foram usados ​​em Israel na época, ea troca de um para o outro foi fácil apenas o Roman denário poderia ser usado para pagar o pagamento do imposto. Era uma moeda de prata, cunhadas expressamente pelo imperador, o único que tinha a autoridade para emitir moedas em prata ou ouro. Todas essas moedas, incluindo o denário , deu à luz uma gravura do imperador de um lado e uma inscrição identificando, por outro.

Esse fato fez as moedas especialmente ofensivos aos judeus por várias razões. Por um lado, a imagem do imperador era um lembrete da opressão romana, e por outro, a lei mosaica especificamente proibiu a fabricação de imagens (Ex 20:4).

Ensinar o mesmo princípio, Pedro escreveu: "Sujeitai-vos, por amor do Senhor para toda instituição humana, quer a um rei como o de autoridade ou aos governadores, como por ele enviados para castigo dos malfeitores e o louvor dos que fazem o bem. Para tal é a vontade de Deus que, fazendo direito você pode emudecer a ignorância dos homens insensatos "(13 60:2-15'>1 Ped. 2: 13-15).

Ao próprio decreto soberano de Deus, presidentes, reis, primeiros-ministros, governadores, prefeitos, policiais e todos os demais autoridades governamentais ficar em seu lugar, por assim dizer, para a preservação da sociedade. Para resistir governo é, portanto, resistir a Deus. Recusar-se a pagar impostos é desobedecer a ordem de Deus. Pela própria declaração de Deus, a pagar impostos a César honra a Deus.
Se em uma era de despotismo pagã e aberta perseguição dos crentes da igreja foram obrigados a pagar impostos, quanto mais obrigados são modernos cristãos que vivem em sociedades livres e democráticas? Independentemente das razões aparentemente espirituais que podem ser propostas para resistir ao pagamento de impostos, não há nenhum que o Senhor reconhece. Argumentar que o pagamento de impostos a um governo humanista secular é ímpio e injustificada é espúria e contradiz o que o próprio Deus diz sobre o assunto. Comandos de Sua própria Palavra de forma inequívoca que os impostos devem ser pagos, porque, pela Sua ordenação divina, eles são uma parte das coisas que é de César . Todas as coisas pertencem a Deus, mas Ele decretou que uma certa quantidade de que Ele confia a cada pessoa deve ser pago aos governos humanos, como impostos.

Mas, ainda mais importante, Jesus passou a dizer os homens devem prestar a Deus o que é de Deus . Ele não estava separando a sociedade humana secular da religião, dizendo, com efeito, que se deve obediência a um governo humano no que diz respeito às coisas materiais e fidelidade a Deus no que diz respeito ao espiritual. As Escrituras nunca faz essa dicotomia, porque todas as coisas e todas as áreas da vida pertence a Deus. Jesus ainda estava falando de César, dizendo que as coisas que são de Deus que não pertencem a César e nunca deve ser oferecido a ele, mas somente a Deus .

Como representante do governo humano, César tinha o direito de avaliar os impostos, mas como um representante da religião humana, como os imperadores eram freqüentemente, eles não tinham o direito de comandar adoração. Os homens estão a pagar impostos para o chefe de um governo como um governante humano, mas nunca homenagem a ele como um deus. Seu reino é social e econômica, e na medida em que ele pisa fora desse âmbito, a sua autoridade cessa e obrigação dos homens para ele cessa. Quando o Sinédrio, que tinha autoridade, bem político religioso em Jerusalém, deu aos apóstolos "ordens estritas para não continuar a ensinar em [de Jesus] nome," Pedro respondeu para todos eles, dizendo: "Temos de obedecer a Deus do que aos homens" (Atos 5:28-29).

A igreja na União Soviética e outros países comunistas é perseguido hoje porque ele se recusa a dar total fidelidade ao Estado. Embora a maioria dos cristãos nessas terras são bons cidadãos em todos os sentidos, incluindo o pagamento de impostos, eles não vão entregar suas almas ou as almas de seus filhos para o governo, porque tal homenagem é apenas a prerrogativa de Deus.
Após ouvir a resposta de Jesus, os discípulos dos fariseus eram absolutamente espantado com a sua sabedoria. Eles se admiravam, e deixá-lo, eles foram embora. Eles não tinham nada a dizer e teve a presença de espírito para sair antes de expor ainda mais de sua ignorância e maldade.

118. O Deus da Vida (Mateus 22:23-33)

Naquele dia, alguns saduceus (que dizem que não há ressurreição) aproximaram-se dele e perguntou-lhe, dizendo: "Mestre, Moisés disse:" Se um homem morre, não tendo filhos, seu irmão como parente mais próximo deve se casar com sua esposa, e levantar uma descendência a seu irmão. " Ora, havia sete irmãos com nós; eo primeiro casou e morreu, e não tendo descendência, deixou sua mulher a seu irmão;. Assim também o segundo, o terceiro, até o sétimo e último lugar, a mulher morreu In. a ressurreição, portanto, cuja mulher dos sete será ela? Por tudo o que tinham a ela. " Mas Jesus respondeu, e disse-lhes: "Vocês estão enganados, não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus Porque na ressurreição nem se casam;. Nem se dão em casamento; mas serão como anjos no céu, mas em relação à ressurreição de. os mortos, não lestes o que foi dito por Deus dizendo: 'Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque eo Deus de Jacó? Ele não é o Deus dos mortos, mas dos vivos . " E as multidões, ouvindo isso, se maravilhavam da sua doutrina. (22: 23-33)

A humanidade em geral, tem sempre antecipou vida após a morte de algum tipo. A idéia é construído no coração do homem que deve haver uma continuação da existência quando a vida física é longo. Tiago Dwight Dana, professor do século XIX, na Universidade de Yale; disse que ele não podia acreditar que Deus criou o homem e depois abandoná-lo no túmulo. Nessa declaração, o professor Dana resumiu a esperança de que, de uma forma ou de outra, conquistou praticamente todos os corações em todas as culturas, em todas as vezes.
O egípcio antigo Livro dos Mortos é preenchido com idéias e histórias sobre a vida após a morte. No túmulo dos grandes Cheops faraó, que morreram cerca de 5.000 anos atrás, os arqueólogos descobriram um barco solar destinado para ele usar na vela pelos céus durante a próxima vida. Os gregos antigos, muitas vezes colocada uma moeda na boca de um cadáver para pagar sua passagem através do rio místico da morte para a terra da vida imortal. Alguns índios americanos enterrado um pônei e um arco e flechas com um guerreiro morto, a fim de que ele poderia montar e caçar nos terrenos de caça feliz. Nórdicos enterrado o cavalo de um herói morto com ele para que ele pudesse andar com orgulho na próxima vida. Esquimós da Groenlândia que morreram na infância eram costumeiramente enterrados com um cão para ajudar a guiá-los através do deserto frio da morte.

Benjamin Franklin, que não pretendem ser um cristão, no sentido bíblico, no entanto, tinha o seguinte epitáfio inscrito em sua lápide:
O corpo de
Benjamin Franklin, impressora,
(Como a capa de um livro velho,
Seu conteúdo desgastado,
E stript de sua rotulação e douramento)
Mentiras aqui, comida para os vermes!
No entanto, o trabalho em si não deve ser perdido,
Para ele vai, como ele acreditava, aparecem mais uma vez
Em uma nova
E edição mais bonita,
Corrigido e alterado
Por seu autor!

Apesar de muitas aberrações estranhas e não bíblicas a respeito do assunto, os homens sentem a força da vida após a morte. Os judeus da época de Jesus eram sem dúvida nenhuma exceção. A crença na ressurreição do corpo é ensinado em todo o Talmud, a antiga codificação da tradição oral e escrita judaica. O livro apócrifo de 2 Macabeus, escrito por volta de 100 AC , descreve um ancião judeu chamado Razis que se ressentia muito opressão grega. Ao invés de ser executado pelos gregos odiados, ele decidiu tirar a própria vida. Estar em uma rocha na frente de uma grande multidão, ele estripado-se com sua espada e jogou suas entranhas para a multidão, na esperança vã "invocando o Senhor da vida e do espírito para dar [seus órgãos descartados] de volta para ele de novo" (14:46). No Apocalipse de Baruch, escrito cerca de 200 anos mais tarde, a expectativa é expresso que quando uma pessoa morre, ele vai voltar para a vida da mesma forma em que ele morreu.

A terra deve então seguramente restaurar os mortos, que agora recebe, a fim de preservá-los. Ele não fará nenhuma mudança em sua forma, mas como ele tem recebido, assim será preservá-los, e como ele os entregou a ela, assim será restaurá-los .... Pois então será necessário para mostrar ao vivo que os mortos voltaram à vida novamente, e que aqueles que tinham partido voltaram .... Devem respectivamente ser transformado ... para o esplendor dos anjos ... e tempo deixam de envelhecer eles. Pois, nas alturas de que mundo eles habitará, e eles devem ser feitas como a dos anjos, e ser igual para as estrelas, e eles serão transformados em todas as formas que eles desejam, de beleza, em beleza e da luz para o esplendor de glória (50: 2-51: 10)

Muito mais importante e confiável do que aqueles escritos, é claro, foram as declarações do Antigo Testamento sobre a vida após a morte. Davi escreveu: "Por isso o meu coração se alegra e se regozija a minha glória; também a minha carne habitará seguro Pois não deixarás a minha alma no Seol, nem queres permitir teu santo veja corrupção." (Sl 16:9). Outro salmista declarou: "Deus remirá a minha alma do poder do Seol, pois me receberá" (. Sl 49:15), e ainda um outro que ", com o teu conselho Tu me guias, e depois me receberás na glória "(Sl 73:24). Oséias escreveu: "Vinde, voltemos ao Senhor por Ele rasgou nós, mas Ele nos curará;.. Ele feriu-nos, mas Ele nos curativo nos ressuscitará depois de dois dias, Ele nos ressuscitará em o terceiro dia para que possamos viver diante dele "(Oséias 6:1-2.).Em talvez o ensinamento mais claro da ressurreição no Antigo Testamento, o Senhor prometeu através de Daniel que "muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, mas os outros à desgraça e eterno desprezo" (Dn 12:2).

Quando desafiado pelos saduceus para provar que a ressurreição foi ensinado por Moisés, os fariseus, aparentemente, conseguiu reunir apenas duas ou três referências obscuras. Eles argumentaram que Nu 18:28 implícita ressurreição, em que ele falou de dar "oferta do Senhor a Arão, o sacerdote," o tempo presente, indicando que Aaron ainda estava vivo. Um texto ainda mais obscura citado foi Dt 31:16, que fala das pessoas que surgem; mas seu surgimento não era para uma vida futura, mas a prostituição. Um terceiro texto foi Dt 32:39, no qual o Senhor diz: "Eu é que condenado à morte e dar vida", uma referência apenas à sua autoridade soberana sobre a vida ea morte.

Os fariseus e saduceus teve grande animosidade social e política, bem como teológico entre eles. Socialmente os saduceus eram aristocrática e os fariseus eram plebeus. Politicamente os saduceus eram pró-romana e os fariseus anti-romanos.
Houve um problema, no entanto, que os fariseus e saduceus solidamente unidos: a sua oposição intransigente a Jesus.
Até a vinda do Senhor para Jerusalém nas anteriores segunda-feira os saduceus tinha mostrado pouco interesse em Jesus. O fato de que Ele era popular com as pessoas, acreditavam na ressurreição, e foi a oposição dos fariseus era de pouca importância para eles, desde que o que ele disse e fez não teve efeito direto, prático sobre eles ou suas atividades. Jesus 'limpeza do Templo, porém, imediatamente chamou a atenção deles, porque os comerciantes e cambistas Ele expulsou da corte dos gentios foram o sustentáculo financeiro de Sadducee poder Jesus já tinha invadido seu território com uma vingança, perturbar o seu funcionamento, no máximo, tempo lucrativa do ano, quando todos os sacrifícios da páscoa e sacrifícios foram feitos.

Aclamação de Jesus como o Filho de Davi durante a Sua entrada triunfal também, sem dúvida, tinha-lhes preocupado, porque qualquer reivindicação de soberania evocaria repressão imediata e dura pelos romanos, que não toleraria o menor indício de rebelião. Qualquer ação contra os judeus em geral seria necessariamente ameaçar a própria posição e poder privilegiada dos saduceus sob os romanos, que esperavam esses líderes para manter o nacionalismo e resistência judaica em cheque. Apenas alguns dias antes ", os sumos sacerdotes e os fariseus convocou um conselho, e diziam: 'O que estamos fazendo? Por que este homem está realizando muitos sinais. Se o deixarmos assim, todos crerão nele , e os romanos virão e tirarão tanto o nosso lugar como a nossa nação. " Mas um certo um deles, Caifás, que era sumo sacerdote naquele ano, disse-lhes: 'Você sabe absolutamente nada, nem você levar em conta que é conveniente para você que um homem morra pelo povo, e que toda a nação não pereça "(João 11:47-50; conforme Mc 14:1-2). "Daquele dia em diante," João observou, "eles planejaram juntos para matá-lo" (v. 53).

Depois de Pentecostes, os saduceus continuou sua forte oposição contra Jesus, perseguindo seus seguidores. Como os apóstolos "estavam falando ao povo, os sacerdotes, o capitão da guarda do templo, e os saduceus, veio sobre eles, sendo muito perturbado, porque eles estavam ensinando o povo e proclamando em Jesus a ressurreição dentre os mortos" (Atos 4:1-2). Segundo Josefo, foram os saduceus que assassinaram Tiago, irmão do Senhor.

Depois que os fariseus tinham falhado através de seus discípulos para enganar Jesus em fazer uma declaração traidor contra Roma, os saduceus tentaram fazê-Lo desacreditar mesmo aos olhos do povo judeu.Ao perguntar-lhe o que eles pensavam que era uma pergunta irrespondível, eles planejavam fazê-lo parecer um tolo, pois talvez tivesse conseguido, na ocasião, em fazer com os fariseus.

O Absurdo

dizendo: "Mestre, Moisés disse:" Se um homem morre, não tendo filhos, seu irmão como parente mais próximo deve se casar com sua esposa, e levantar uma descendência a seu irmão. " Ora, havia sete irmãos com nós; eo primeiro casou e morreu, e não tendo descendência, deixou sua mulher a seu irmão;. Assim também o segundo, o terceiro, até o sétimo e último lugar, a mulher morreu In. a ressurreição, portanto, cuja mulher dos sete será ela? Por tudo o que tinham a ela. " (22: 24-28)

Como o grupo anterior (v. 16), ao se dirigir a Jesus como Mestre , os saduceus pensado para colocar Jesus de surpresa com o que a bajulação condescendente um comentador chamou de "escárnio polido." A escolha de títulos foi especialmente duplicitous porque era como um professor que tinham a intenção de constranger e desacreditá-lo.

No maior apelo poderia ser feito do que Moisés , não só para os saduceus, mas para qualquer judeu Ele foi o grande legislador, o porta-voz suprema de Deus no Antigo Testamento. Porque os saduceus estavam cientes da alta consideração de Jesus para a Escritura, eles sabiam que Ele não iria contestar a validade do ensinamento que eles estavam prestes a citar, ou seja, a provisão para casamento levirato.

O termo levirate é de Levir latin para "irmão do marido." A prestação Mosaic é encontrada em Deuteronômio 25:5-6, um resumo dos quais os saduceus aqui deu para Jesus. A fim de que os nomes tribais, famílias e heranças pode ser mantida intacta, Se um homem morre, não tendo filhos, seu irmão como parente mais próximo deve se casar com sua esposa, e levantar uma descendência a seu irmão .

O costume do casamento levirate tinha sido praticada por muitos séculos e foi honrado por Deus mesmo antes de Ele dirigiu a Moisés para colocá-lo na lei. Quando o filho de Judá, Er foi morto pelo Senhor para sua maldade, Judah disse outro filho, Onan, que era solteiro, "Vá para a mulher do teu irmão, e realizar o seu dever como um irmão-de-lei para ela, e suscita descendência para seu irmão. " Mas Onan se ressentia do fato de as crianças não seriam considerados sua própria e "ele desperdiçou sua semente no chão." Esse ato foi "desagradável aos olhos do Senhor; por isso Ele tirou sua vida também" (Gn 38:8-10).

Foi em cumprimento da lei levirate que tomou Boaz a Rute como sua esposa, pois seu primeiro marido, Mahlon, tinha morrido. Quando um parente do sexo masculino mais perto de Rute que Boaz não foi capaz de redimi-la, Boaz felizmente tomou como sua própria noiva (Rute 4:1-10). Que bela história não só retrata a preservação humana de Mabloris linhagem, mas também a preservação divina da linhagem de Cristo (Mt 1:5).

Sem dúvida, em parte por causa da influência da farisaica ensino sobre o próprio corpo da ressurreição sendo o mesmo que o seu corpo terreno tinha sido, os crentes de Corinto estavam confusos sobre o assunto. Tentar explicar em termos que os cristãos imaturos e mal informados conseguia entender, Paulo apontou que,

toda a carne não é a mesma carne, mas uma é a carne dos homens, e outra a carne dos animais, e outra a carne de aves, e outra de peixe. Também há corpos celestes e corpos terrestres, mas a glória do celeste é uma, e a glória do terrestre é outra. Uma é a glória do sol, e outra a glória da lua, e outra a glória das estrelas; porque uma estrela difere de estrela em glória. Assim também é a ressurreição dos mortos.Semeia-se corpo perecível ressuscita um corpo imperecível; Semeia-se em desonra, ressuscita em glória; Semeia-se em fraqueza, ressuscita em poder; Semeia-se corpo natural, ressuscita corpo espiritual. Se há um corpo natural, há também um corpo espiritual ... Qual o terreno assim também são aqueles que são de terra e, qual o celestial assim também são aqueles que são celestiais. E, assim como trouxemos a imagem do terreno traremos também a imagem do celestial (1 Cor. 15: 39-44, 48-49)

Poder ilimitado de Deus é facilmente capaz de transformar o terreno para o celestial. Por que alguém deveria negar a ressurreição por causa da idéia tola de que Deus é restrito a levantar corpos da mesma forma como aquele em que eles morreram? Tal crença ataca tolamente o poder de Deus.

A ignorância das Escrituras

Mas quanto à ressurreição dos mortos, não lestes o que foi dito por Deus dizendo: 'Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque eo Deus de Jacó? Ele não é o Deus dos mortos, mas dos vivos "(22: 31-32).

Sabendo que os saduceus não seria convencido a respeito da ressurreição de qualquer parte da Escritura, mas o Pentateuco, Jesus lembrou-lhes uma declaração falada ... por Deus que é registrado várias vezes no livro do Êxodo: Eu sou o Deus de Abraão, eo Deus de Isaque eo Deus de Jacó .

"Que os mortos ressuscitam, Moisés o indicou," Jesus disse pela primeira vez os saduceus duvidando (Lc 20:37). As palavras sobre ele ser o Deus dos patriarcas foram ditas primeiro a Moisés por Deus quando Ele lhe apareceu na sarça ardente em Horebe e chamou-o para conduzir o Seu povo da escravidão no Egito para a Terra Prometida (Ex 3:6; Ex 4:15.). Centenas de anos antes que o Senhor havia declarado a Jacó: "Eu sou o Senhor, o Deus de seu pai Abraão, o Deus de Isaque" (Gn 28:13) por muito tempo depois de Abraão tinha morrido.

Excelente argumento exegético Jesus 'é baseado no presente enfático tenso do que estou utilizado nessa passagem do Pentateuco. Depois de Abraão e Isaque e Jacó foram mortos há muito tempo, o Senhor ainda era o seu Deus tão grande como quando eles estavam vivos, de fato, em muitos aspectos, ainda mais, porque eles haviam se tornado perfeitamente sem pecado e suas almas estavam experimentando a comunhão de Sua presença eterna.

Estes três patriarcas são apontados, e cada um é especificamente relacionado com Deus , sugerindo Sua intimidade pessoal única com cada um. Se a preposição genitivo de refere-se a Deus pertence aos patriarcas ou a sua pertença a Deus, ambos os significados são verdadeiras.

O tempo presente é usado porque Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos , e se Ele é atualmente o Deus de Abraão, Isaque e Jacó, então, obviamente, aqueles homens ainda estão vivos em outra esfera.Eles também ainda tem que ser viva para que Deus pudesse cumprir Suas promessas a eles que não foram cumpridas durante suas vidas.

Todos estes morreram na fé, sem receber as promessas, mas vendo-as e saudando-as de longe, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra. Para aqueles que dizem tais coisas deixar claro que eles estão buscando uma pátria. E, de fato, se tivessem pensado daquele país a partir do qual eles saíram, teriam oportunidade de voltar. Mas como ele é, desejam uma pátria melhor, que é a celestial. Por isso, Deus não se envergonha de ser chamado o seu Deus; pois Ele preparou uma cidade para eles. (13 58:11-16'>Heb. 11: 13-16)

Jesus tinha cumprido o que o fariseu ou escriba mais sábio nunca tinha sido capaz de fazer: inequivocamente provar a ressurreição até mesmo do Pentateuco. E ao fazê-lo, "Ele tinha colocado os saduceus ao silêncio" (Mt 22:34).

O Astonishment

E as multidões, ouvindo isso, se maravilhavam da sua doutrina. (22:33)

As multidões estavam acostumados a estar espantado com Jesus ' ensino , e Lucas relata que até mesmo "alguns dos escribas, respondendo, disse: Mestre, Você falou bem '" (Lc 20:39). Mas os saduceus "não teve coragem de questioná-lo por mais tempo sobre qualquer coisa" (v. 40). Tragicamente, Jesus não tinha convencido, porque eles não seria convencido.

No Templo naquele dia Cristo novamente magnificamente demonstrada Sua divindade dando uma resposta à irrespondível que poderia ter vindo apenas da mente onisciente de Deus. Cristo demonstrou seu compromisso absoluto com a Escritura, um compromisso infinitamente maior do que o compromisso tendenciosa e auto-enganosa dos saduceus. E nosso Senhor divinamente afirmou a realidade e glória da ressurreição que aguarda aqueles que pertencem a Ele.

119. O Grande Mandamento (Mateus 22:34-40)

Mas os fariseus, ouvindo que ele tinha colocado os saduceus ao silêncio, ajuntando-se. E um deles, um advogado, pediu-lhe uma pergunta, tentando-o, "Mestre, qual é o grande mandamento na Lei?" E disse-lhe: "Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, e de toda a tua alma e com toda tua mente. ' Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo é semelhante a ele: 'Amarás o teu próximo como a ti mesmo. " Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas. " (22: 34-40)

Alguém já disse que o amor não pode fazer o mundo girar, mas faz a viagem valer a pena.
Essas palavras talvez recolher o sentimento do mundo que o estimulante mais doce e de todas as emoções e experiências é o amor. Em qualquer idade ou com qualquer grupo de pessoas, tem sido a crença quase universal que o amor é a coisa mais importante na vida, o summum bonum, a virtude por excelência. Consequentemente volumes e mais volumes de poemas, músicas, peças de teatro, romances e filmes foram produzidos sobre o amor.
A Palavra de Deus concorda que o amor é a maior virtude, mas o amor que eleva como supremo é de um tipo muito mais profundo e mais substantiva do que aquela que o mundo entende e admira. Em resposta ao terceiro de uma série de três perguntas feitas por seus adversários com o objetivo de desacreditar e aprisionando-Lo (ver também 22: 15-17, 23-28), Jesus declarou que Ágape amor divino é a exigência suprema dos homens, tanto em relação a si mesmo e em relação aos outros homens.

A abordagem dos fariseus

Mas os fariseus, ouvindo que ele tinha colocado os saduceus ao silêncio, ajuntando-se. E um deles, um advogado, pediu-lhe uma pergunta, tentando-o, (22: 34-35)

O primeiro teste de Jesus pelos fariseus, feitas por meio de seus discípulos e os herodianos, era política, lidando com o pagamento da desprezado pagamento do imposto (v. 17). O segundo teste, pelos saduceus, era teológica, pertencente à realidade da ressurreição, o que eles negaram (23 vv., 28). Agora os fariseus estavam prestes a testá-lo novamente na área de teologia.

Quando Jesus respondeu à pergunta absurda sobre os sete irmãos, mostrando que mesmo Moisés ensinou a ressurreição, Ele tinha colocado os saduceus ao silêncio . O verbo phimoō ( colocar ... para silenciar ) significa, literalmente, para amordaçar, de restringir força a abertura da boca. O termo é usado para o silenciamento de um boi (1Co 9:9) e uma tempestade (Mc 4:39). Os saduceus foram verbalmente incapacitado pelo Senhor, proferida sem palavras, assim como o homem que foi repreendido pelo rei por ter vindo para a festa de casamento sem roupas adequadas (Mt 22:12).

Quando os fariseus ouviram sobre Jesus colocando os saduceus ao silêncio , eles decidiram ter outro tente se em aprisionando-Lo, desta vez diretamente por um dos seus próprios números, em vez de através de seus discípulos menos capazes. Os fariseus, sem dúvida, tinha sentimentos mistos quando ouviu a notícia. Eles devem ter ficado satisfeito que os saduceus tinham sido provado errado sobre Moisés não ensinar ressurreição. Mas esse sentimento foi largamente compensada por um sentimento de desânimo e frustração em ainda outro fracasso para desacreditar seu inimigo comum, Jesus.

Consequentemente, os fariseus novamente (ver v. 15) se congregaram clandestinamente em algum lugar do Templo de planejar sua próxima estratégia. Ao fazê-lo, eles involuntariamente e, sem saber, cumpriu a profecia traçando juntos "contra o Senhor e contra o seu Cristo" (Atos 4:26-28). Fora desse conclave, veio a terceira e última questão para testar Jesus.

O especial um deles que eles escolheram para enfrentar Jesus era um advogado . O homem era um escriba (Mc 12:28), mas foi chamado um advogado por Mateus para indicar sua experiência incomum na lei mosaica e talvez também sua fama no julgamento de disputas religiosas e sociais. Ele foi, provavelmente, o especialista mais instruído e astuto na lei bíblica e rabínica em suas fileiras, e se alguém seria um jogo para Jesus, pensavam eles, este homem seria.

Este advogado , no entanto, também parece ter sido um corte acima de seus colegas líderes religiosos na honestidade e humildade. Como o de alguns dos outros escribas, seu reconhecimento de que Jesus havia respondido os saduceus sabiamente parece ter sido genuíno (Mc 12:28; Lc 20:39). Obviamente, o homem não estava totalmente straighiforward, porque ele se permitiu ser usado em testes deJesus, a fim de desacreditá-lo. Mas, aparentemente, sua duplicidade foi misturada com uma medida de preocupação sincera pelo que Jesus diria em resposta ao teste questão .

A pergunta do Advogado

"Mestre, qual é o grande mandamento na Lei?" (22:36)

Em sua abordagem Jesus como Mestre , o advogado foi, provavelmente, não ser desdenhosos, como os interrogadores anteriores tinham sido (ver vv 16, 24.). Como já mencionado, ele parece ter tido respeito por Jesus e pode ter sentido um pouco culpado por ter sido usado para enganá-lo.

Em perguntando: " Qual é o maior mandamento da Lei ? " o advogado estava perguntando qual era o maior mandamento de Moisés. Embora os escribas e fariseus consideravam todo o Antigo Testamento para ser autoritário, e não apenas os cinco livros de Moisés como fizeram os saduceus, que, no entanto, consideraram Moisés ser a figura humana suprema nas Escrituras. Moisés tinha falado com Deus face a face, era o homem mais humilde na terra, e tinha tomado os comprimidos gravados da lei diretamente da mão de Deus, por assim dizer. Ele também foi o grande libertador a quem Deus chamou para tirar Israel do Egito para a Terra Prometida. Ele era, portanto, sem igual entre os que o Senhor escolheu para ser instrumentos humanos de Sua revelação e atividade divina.

Os escribas e fariseus foram disse para sentar-se na cadeira de Moisés (Mt 23:2.). Ele deixou claro que, apesar de Ele era o Messias e o próprio Filho de Deus, Ele não estava pregando e ensinando qualquer coisa que seja evitada a lei de Moisés ou qualquer outra parte da Escritura.

Mas porque o ensino da Escritura de Jesus foi tão absolutamente contrário ao deles, que durante séculos foram incrustadas por milhares de interpretações rabínicas humanamente-concebidas, os fariseus estavam convencidos de que ele deve ser o ensino de uma mensagem que ele considerava ser maior do que a de Moisés. E foi prova nesse sentido que agora esperava Jesus iria divulgar, porque contradizer Moisés era contradizer Deus e ser culpado de heresia. Sua Proposito era expô-lo como um apóstata e, assim, transformar as pessoas contra ele.
Ao longo dos anos, os rabinos supostamente havia determinado que, assim como houve 613 cartas separadas no texto hebraico do Decálogo, ou Dez Mandamentos, no livro de Números, também houve 613 leis distintas no Pentateuco, os cinco livros de Moisés. Tal letterism, como às vezes é chamado, foi extremamente popular e foi considerado uma ferramenta exegética valioso para interpretar as Escrituras.Os rabinos tinham dividido esses 613 leis em grupos a favor e contra, sustentando que houve 248 leis afirmativas, um para cada parte do corpo humano, como se supunha, e 365 leis negativas, uma para cada dia do ano. As leis também foram divididos em leves e pesados, os pesados ​​sendo absolutamente obrigatório e as leves menos vinculativo.
Nunca tinha havido unanimidade no entanto, como a que as leis eram pesados ​​e que eram leves, e os rabinos e escribas gastou incontáveis ​​horas orgulhosamente debater os méritos de suas divisões particulares e ranking das leis dentro das divisões.
Foi, sem dúvida, que a orientação superficial e fantasioso à lei que os levou a pensar que Jesus tinha o seu próprio regime. Porque ele se considerava ser o Messias, eles assumiram que certamente Jesus tinha inventado um sistema para exibir sua erudição na lei assim como eles estavam acostumados a fazer. E, a julgar pela pergunta do advogado único e extremamente simples, eles assumiram que sua nomeação aum grande mandamento na Lei seria suficientemente heterodoxo para condená-Lo.

A resposta do Senhor

E disse-lhe: "Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, e de toda a tua alma e com toda tua mente. ' Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo é semelhante a ele: 'Amarás o teu próximo como a ti mesmo. " Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas. " (22: 37-40)

Jesus respondeu sem hesitação, e a resposta que ele deu foi em total acordo não só com a lei mosaica, mas com um antigo costume judaico baseado nessa lei. O comando, Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, e de toda a tua alma e com toda tua mente , fazia parte da Sema (hebraico para "ouvir"), assim chamado porque ele começou com: "Ouve, ó Israel! " O Shema compreendia os textos de Deuteronômio 6:4-913 5:11-21'>11: 13-21; e Números 15:37-41-de longe as passagens bíblicas mais conhecidas, mais citados, e mais copiados no judaísmo. Nos dias de Jesus, todo judeu fiel recitou o Shema duas vezes por dia.

Deuteronômio 6:4-9 e 11: 13-21 foram dois dos quatro textos da Escritura (com 13 1:2-13:10'>Ex. 13 1:10 e 13 11:16), que foram copiados em pequenos pedaços de pergaminho e colocado em filactérios que foram usadas na testa e nos braços esquerdos de homens judeus durante a oração. A prática foi baseada na admoestação do Dt 6:8 e 11: 13-21 foram colocados em mezuzabs, pequenas caixas que os judeus ligados a seus portais, seguindo as instruções de Dt 6:9).Amor divino, seja como o Seu amor para o homem ou o amor do homem por Ele é medido pelo que ele dá, não pelo que ele pode ganhar. Ele não te ama, porque o amor é benéfico, mas porque o amor é certo e bom.

Deus requer mais do que crença nua. Tiago nos lembra que mesmo os demônios crêem que Deus existe; mas em vez de alegria em que a crença, eles estremecem (Jc 2:19). A marca distintiva de salvar a crença em Deus é o amor de Deus. A fé em Jesus Cristo, que não se caracteriza por um amor consumindo para ele não é a fé salvadora, mas simplesmente um reconhecimento de Sua divindade, como até mesmo os demônios fazem.

Eu acredito que a nova criação transformadora que tem lugar a salvação produz uma nova vontade, desejo e atitude profundamente dentro da pessoa que pode ser melhor descrito como amor a Deus. João faz do amor a Deus a verdadeira marca do crente (ver João 14:23-24; 1Jo 2:51Jo 2:5; 4: 12-13, 16-21). Pedro declara que Deus é precioso para aqueles que acreditam (1Pe 2:7), e João escreveu: "E nisto conhecemos que temos vindo a conhecê-Lo, se guardarmos os seus mandamentos. Aquele que diz , eu vim a conhecê-lo ", e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, ea verdade não está nele, mas qualquer que guarda a sua palavra, nele o amor de Deus foi verdadeiramente aperfeiçoado por isso nós sabemos disso. estamos nele "(I João 2:3-5). Uma pessoa que pertence a Deus ama a Deus e, portanto, obedece a Deus. Uma das mais belas descrições de um cristão é alguém que ama "nosso Senhor Jesus Cristo com amor incorruptível" (Ef 6:24). E uma das descrições mais sérias de um incrédulo é "alguém [que] não ama o Senhor" (1Co 16:22).

O verdadeiro amor de Deus declara com Paulo: "Pois o que eu estou fazendo, eu não entendo, porque eu não estou praticando o que eu gostaria de fazer, mas eu estou fazendo a mesma coisa que eu odeio" (Rm 7:15) . Em essência, ele estava dizendo que, apesar de ele não fazer sempre o que estava certo, ele sempre amou o que era certo e desejava fazer o que estava honrando a Deus. Essa foi a atitude oposta a dos escribas e fariseus, a quem Jesus repetidamente condenado por fazer grande pretensão de amor a Deus do lado de fora, não tendo qualquer amor para dentro para ele em tudo. Eles estavam interessados ​​apenas nas cerimônias religiosas exteriores e ações que alimentaram sua justiça própria, auto-satisfação, e hipocrisia. Embora eles recitavam o Shema com regularidade meticulosa que declaração verbal de amor a Deus era oca e sem sentido.

Assim como pertença a Deus é amar a Deus, que não pertencem a Ele é odiá-lo (Ex 20:5;. 08:36 Prov.).

A pessoa que ama verdadeiramente o Senhor com todo o seu coração e alma e mente é a pessoa que confia nele e obedece a Ele. Essa pessoa demonstra seu amor pela meditação sobre a glória de Deus (Sl. 18: 1-3), confiando no poder divino de Deus, procurando a comunhão com (Sl 63.: 1-8) Deus (Sl 31:23.), Amando a lei de Deus (Sl 119:1:. Sl 119:165), sendo sensível à forma como Deus se sente (Sl 69:9:. Sl 119:72, Sl 119:97, Sl 119:103), amando a quem Deus ama (1Jo 5:1.), lamentando sobre o pecado (Mt 26:75.), rejeitando o mundo (1Jo 2:15), desejando estar com Cristo (2Tm 4:8).

Acima de tudo, aquele que verdadeiramente ama a Deus é o único que realmente obedece a Deus. Como Paulo, ele sabe que seu amor é imperfeito e sua obediência é imperfeito, mas ele pressiona "na a fim de que [ele] pode alcançar aquilo para o que também [ele] foi conquistado por Cristo Jesus," pressionando "na direção o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus "(Fm 1:3).

Dizer que Jesus morreu para o pecado 'mans é dizer que Ele morreu por ódio do homem de Deus, que é a essência de todo o pecado. Cristo morreu por falta do homem de amor a Deus. E assim como Ele oferece perdão pelo passado a falta de amor para com Deus, Cristo também prevê futuro amor por Deus. A grande Forgiver é também o grande Enabler, porque por meio de Cristo, "o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado" (Rm 5:5).

Contrariamente a algumas interpretações contemporâneas dessa passagem, Jesus não estava ordenando que uma pessoa amar a si mesmo, mas assumiu que ele já não ama a si mesmo. "Ninguém jamais odiou a própria carne", Paulo afirma, "mas alimenta e sustenta" (Ef 5:29). E, assim como uma pessoa olha para o seu próprio bem-estar, tanto pela legitimidade do design natural, bem como por causa do egoísmo do pecado, ele também vai olhar para fora para o bem-estar dos outros, se ele realmente ama.

Os requisitos básicos tanto do judaísmo e do cristianismo são somados no mesmo comando duplo: amar a Deus e amar o próximo. " Destes dois mandamentos ", disse Jesus," dependem toda a Lei e os Profetas . " Tudo o resto do Antigo Testamento que Deus exigia dos fiéis pendurado sobre esses dois comandos. Da mesma forma, todos os requisitos do Novo Testamento de crentes é com base nelas."Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus", declara João; "E todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor." (I João 4:7-8). "Aquele que ama o próximo", diz Paulo, "tem cumprido a lei. Por isso, 'Não cometerás adultério, não deve assassinato, Você não deve roubar, não cobiçarás", e se há qualquer outro mandamento , que se resume nesta palavra: "Amarás o teu próximo como a ti mesmo." O amor não faz mal ao próximo, o amor, portanto, é o cumprimento da lei "(13 8:45-13:10'>Rm 13:8-10.).

Se as pessoas amou perfeitamente, não haveria necessidade de lei, porque a pessoa que ama os outros nunca vai fazer-lhes mal. Da mesma forma, o crente que ama a Deus com todo o seu ser nunca vai tomar o Seu nome em vão, nunca vai adorar os ídolos, e nunca vai deixar de obedecer, adoração, honra, e glorificá-Lo como Senhor.

O advogado foi favorável e, sem dúvida, surpreendentemente, impressionado com a resposta de Jesus. "Certo, Professor", disse ele; "'Você realmente afirmou que ... a amá-Lo de todo o coração e com todo o entendimento e com todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo, é muito mais do que todos os holocaustos e sacrifícios." E Jesus, vendo que havia respondido com inteligência, e disse-lhe: 'Não estás longe do reino de Deus "(Marcos 12:32-34).

120. Cujo filho é Cristo? (Mateus 22:41-46)

Ora, enquanto os fariseus estavam reunidos, Jesus perguntou-lhes uma pergunta, dizendo: "O que você pensa a respeito do Cristo, quem é filho?" Eles disseram-lhe: "O Filho de Davi".Ele lhes disse: "Então, como é que Davi, em espírito, lhe chama 'Senhor', dizendo: 'O Senhor disse ao meu Senhor:" Senta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos debaixo de teus pés' "? Se Davi, chama de 'Senhor', Ele como é seu filho? " E ninguém foi capaz de responder-lhe uma palavra, nem ousou alguém, a partir daquele dia para pedir-lhe outra pergunta. (22: 41-46)

A questão mais importante no mundo é: "Quem é Jesus Cristo?" E o mundo nunca faltou para ideias e opiniões sobre a resposta. Alguns fariseus no próprio dia em que Jesus 'O acusaram de lançar "demônios somente por Belzebu o príncipe dos demônios" (Mt 12:24). Um segundo século AD comentário no Talmud disse Jesus praticava magia e levou Israel extraviar ( Sinédrio 43 a ). Juliano, o Apóstata, imperador de Roma, desde O D.C 361-363, declarou: "Jesus foi comemorada agora cerca de 300 anos; não ter feito nada em sua vida digna de fama, a menos que alguém pensa que um grande trabalho para curar os coxos e cegos e exorcizar endemoninhados em aldeias de Betsaida e de Betânia "(citado por Cyril, um bispo do século V de Alexandria, em Contra Julian , lib. VI., p. 191).

Nos tempos modernos, a maioria das pessoas tendem a ser gratuito de Jesus, embora as suas opiniões são muitas vezes condescendente e ingênuo. O filósofo francês radical Jean-Jacques Rousseau escreveu: "Quando Platão descreve seu homem justo imaginário carregado com todas as punições de culpa, ainda que merece as maiores recompensas de" virtude, ele descreve exatamente o caráter de Jesus Cristo .... A vida e morte de Jesus são as de um Deus "( Oeuvres completa [Paris, 1839], Tomo III, pp. 365-67). O famoso poeta Ralph Waldo Emerson realizada Jesus para ser o mais perfeito de todos os homens que apareceram na Terra, e Napoleão disse: "Eu sei que os homens, e digo-vos que Jesus Cristo não era um homem.

O filósofo Inglês e economista João Stuart Mill disse Jesus era "o padrão de perfeição para a humanidade", e do historiador e ensaísta irlandês William E. Lecky disse Jesus era "o mais alto padrão de virtude." Filólogo e historiador francês Ernest Renan disse Jesus "nunca será superado", e clérigo Unitário americano Theodore Parker chamado Jesus a juventude com Deus em seu coração. Teólogo e filósofo alemão Davi Strauss, um crítico ferrenho do cristianismo bíblico, disse Jesus é o "maior modelo da religião dentro do alcance do pensamento [humana]." Romancista Inglês HG Wells escreveu: "Quando me pediram que único indivíduo deixou a impressão mais permanente sobre o mundo, a maneira de o autor da pergunta quase levado a implicação de que era Jesus de Nazaré. Eu concordei .... Jesus está em primeiro lugar. "
Como esses testemunhos dão provas, muitas pessoas que não confiam em Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador ainda classificam-no como o maior modelo de humanidade. Mas sob a maioria de tais elogios é o incipiente, se não específica, a negação de que Ele era nada mais do que um homem E muitos daqueles que altamente louvá-lo, no entanto, negam muito do que Ele ensinou, especialmente o que Ele ensinou sobre Si mesmo e Sua obra.
O cristianismo sempre encontrou seus detratores mais violentos e inimigos de quem nega a divindade de Jesus Cristo. Muitos desses detratores a pretensão de ir sob o nome de Cristão. Alguns anos atrás, um jornal Estado de Washington informou que o ministro de uma igreja liberal tinha começado uma série de sermões enfatizando que Jesus Cristo era apenas um homem e não Deus. Ele disse que a razão pela qual não há qualquer controvérsia em tudo sobre esta questão é porque "há sempre um grupo de pessoas que dizem que Jesus é Deus." O ministro sugeriu que Jesus era simplesmente como a Madre Teresa ou Caesar Chavez.

Muitas religiões e seitas ensinam que Jesus foi um profeta de Deus, ou, pelo menos, um grande mestre religioso, mas que Ele não era o Salvador do mundo e não era divino para qualquer grau maior do que eles consideram todos os homens para ser divina.
As linhas de batalha do cristianismo bíblico são inevitavelmente atraídos para a questão da divindade de Jesus. Essa é a única doutrina além de que todos os outros são sem sentido, porque se ele não fosse divino Ele não poderia ser o Salvador do mundo, e os homens não teria nenhuma maneira de se reconciliar com Deus.

É este o problema supremo da plena identidade de Jesus com que Mateus 22:41-46 promoções.

O incisivo Pergunta

Ora, enquanto os fariseus estavam reunidos. Jesus perguntou-lhes uma pergunta, dizendo: "O que você pensa a respeito do Cristo, quem é filho?" (22: 41-42a)

Após irrefutavelmente responder as três perguntas que os líderes judeus tinham projetado para apanhá-lo (Mateus. 22: 15-40), Jesus continuou ensinando no templo, onde ele tinha sido desde o início daquela quarta-feira de manhã (21:23). Os fariseus estavam reunidos juntos por si só, sem dúvida, mais perplexo do que nunca, como o que eles poderiam fazer para desacreditar e eliminar Jesus . Eles estavam, obviamente, que estava por perto, e enquanto eles estavam pensando no que fazer a seguir, Jesus perguntou-lhes uma pergunta sobre o Cristo .

Ele não fez, no entanto, perguntar diretamente sobre si mesmo. Embora Muitas vezes ele tinha declarado sua messianidade e Sua divindade, agora queria que os fariseus se concentrar no que eles já acreditavam sobre a identidade do Messias, o Cristo , prometeu o Ungido de Deus Especificamente, ele perguntou: " De quem é Ele o filho? " Aquele é, do que linha judaica foi ele ser descendente?

A resposta inadequada

Eles disseram-lhe: "O Filho de Davi". (22: 42b)

Para os fariseus, assim como a maioria dos outros judeus, a resposta era óbvia e simples. Porque eles estavam convencidos de que o Messias não era mais do que um homem, a única identidade do Messias que levou a sério era o de seu ser o Filho de Davi . Os escribas havia muito tempo ensinou que "o Cristo é o filho de Davi" (Mc 12:35), um ensinamento que era perfeitamente verdade. Por meio do profeta Natã, o Senhor havia prometido a Davi: "Quando seus dias estão completos e se deitar com os seus pais, então farei levantar sua descendente depois de você, que sairá de você, e eu estabelecerei o seu reino. Este edificará uma casa ao meu nome, e eu estabelecerei o trono do seu reino para sempre .... minha misericórdia não retirarei dele, como a tirei longe de Saul, a quem tirei de diante de ti. E a sua casa e teu reino perseverar diante de mim para sempre; teu trono será estabelecido para sempre "(2 Sam. 7: 12-13, 15-16).

Essa promessa não poderia ter aplicado a Salomão. Ele fez construir uma casa para Deus na forma do Templo, mas o seu reino não durou para sempre. Nem poderia qualquer outro descendente (observe o singular em 2Sm 7:12) de Davi reivindicar um trono eterno. Depois de Salomão, o reino de Davi foi dividida e nunca foi restaurado.

Salmo 89 faz repetidas referências ao Messias como o descendente exclusivo de Davi: "Eu fiz um pacto com o meu escolhido; jurei a Davi, meu servo, eu estabelecerei a tua descendência para sempre, e construir o seu trono por todas as gerações .. .. Eu encontrei Davi, meu servo; com o meu santo óleo o ungi, com quem será estabelecida a minha mão; Meu braço também vai fortalecê-lo .... E a minha fidelidade ea minha benignidade estarão com ele, e em meu nomear seu poder será exaltado .... Eu também devem fazê-lo o meu primogênito, o mais elevado dos reis da terra. A minha benignidade vou mantê-lo para sempre, e minha aliança deve ser confirmada a ele. Então eu vou estabelecer seus descendentes para sempre, e seu trono como os dias dos céus "(vv. 3-4, 20-21, 24, 27-29).

Amós profetizou, "Naquele dia tornarei a levantar a cabine caído de Davi, e de parede até as suas brechas, e também eu levantar as suas ruínas, e reconstruí-lo como nos dias antigos" (Am 9:11). Através de Miquéias, o Senhor declarou: "Quanto a você, Belém Efrata, pequena demais para estar entre os clãs de Judá, de ti One sairá para Mim de reinar em Israel. Suas origens são desde há muito tempo, desde os dias de eternidade "(Mq 5:2.)

Começando no reino milenar e varrendo para a eternidade, maior Filho de Davi, muitas vezes chamado de Davi por extensão do nome do ancestral, vai governar um reino eterno. "Quando eu levantarei a Davi um Renovo justo", disse ao Senhor: "Ele reinará como rei e agir com sabedoria e fazer justiça e justiça na terra Nos seus dias Judá será salvo, e Israel habitará seguro;. E este é o nome pelo qual Ele será chamado, "O Senhor nossa justiça" (Jer. 23: 5-6).

Ao longo de seu evangelho, Mateus se concentra em Jesus como o Filho de Davi. Ele começa com uma genealogia abreviado que estabelece linhagem direta de Jesus a partir de Davi (1: 6; conforme Lc 3:31).Ele relata Jesus freqüentemente sendo saudado por vários indivíduos e grupos como o Filho de Davi. Os dois cegos na Galiléia gritou-lhe: "Tem misericórdia de nós, Filho de Davi" (9:27), reconhecendo-O claramente como o Messias prometido, o Cristo. Os dois cegos de Jericó fez o mesmo pedido: "Senhor, tende piedade de nós, Filho de Davi" (20:30). Depois que Jesus curou o homem possuído pelo demônio que também era cego e mudo, "toda a multidão, maravilhada, começou a dizer:" Este homem não pode ser o Filho de Davi, pode ele? '"(12:23), uma questão equivalente a, "Ele não pode ser o Messias, pode?" E foi o fato de as multidões haviam aclamado Jesus como o Filho de Davi que os líderes religiosos eram tão indignado, porque Ele estava sendo aclamado como o Messias e não iria renunciar a aclamação (21: 9, 15-16).

Foi, em parte, porque a linhagem de Jesus a partir de Davi era incontestável que as autoridades judaicas foram tão angustiado. Até o Templo foi destruído em D.C 70, registros genealógicos meticulosos de todos os judeus foram mantidos lá. Essa informação não só foi fundamental para estabelecer a filiação levítico e sacerdotal, para os homens, bem como para suas esposas, mas para muitos outros fins também. Ninguém podia deter uma posição de responsabilidade em Israel cuja genealogia foi não foi verificado. Por isso, é certo que as autoridades tinham verificado cuidadosamente a genealogia de Jesus e descobriu que a sua descendência de Davi era legítima. Caso contrário, eles teriam simplesmente expuseram como não tendo qualquer pretensão de herança de Davi e toda a discussão sobre a Sua possível messiahship teria terminado.

No entanto, como era verdade que o Cristo seria o Filho de Davi , que a resposta foi parcial e insuficiente. Em vez de que a maré de ser demasiado grande para Jesus, como os líderes judeus sustentou, ele era muito limitado. Como Ele começou a explicar, o Messias tinha a pretensão de grandeza que excedeu em muito a sua descendência de Davi.

A Realidade Infinita

Ele lhes disse: "Então, como é que Davi, em espírito, lhe chama 'Senhor', dizendo: 'O Senhor disse ao meu Senhor:" Senta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos debaixo de teus pés' "? Se Davi, chama de 'Senhor', Ele como é seu filho? " (22: 43-45)

Os termos kurios ( Senhor ) e sua correspondente palavra hebraica 'ădōnāy estão entre as designações mais comuns para a divindade do Novo e Velho Testamento, respectivamente. Porque o nome da aliança de Deus, o Senhor, ou Jeová, foi considerado santo demais para ser falado, os judeus sempre substituído a palavra 'Ădōnāy . Em muitas traduções para o inglês de que o uso exclusivo de "Senhor" é indicado pelo seu que está sendo impresso em letras maiúsculas grandes e pequenas ( SENHOR ), o que significa que o texto hebraico realmente lê Yahweh . Quando Deus é chamado de "Senhor" como um título, e não como um substituto para o Seu nome da aliança, a palavra é impresso apenas com o capital e letras minúsculas (Senhor), o que significa que o texto hebraico lê 'Ădōnāy .

Jesus argumento, portanto, era o seguinte: "Se o Messias, o Cristo, não é mais do que um homem, o ser humano, filho de Davi, então como é que Davi, no Espírito, lhe chama 'Senhor', dizendo: 'O Senhor disse ao meu senhor. "

Primeiro de tudo, Jesus declarou que Davi estava falando sob a inspiração de Deus Espírito quando escreveu essas palavras do Sl 110:1; conforme Ap 4:2), o que exclui a possibilidade de que Jesus estava se referindo ao espírito humano de Davi.

Em segundo lugar, cada judeu reconhecido Salmo 110 como sendo escrito por Davi e como sendo um dos mais claros passagens messiânicas do Antigo Testamento. Consequentemente, pode haver nenhum argumento e não havia nenhum por oponentes-que Davi estava falando aqui sobre o Messias, o segundo de Jesus senhor mencionado no versículo 1. O primeiro Senhor no texto hebraico é o Senhor , enquanto o segundo é 'Ădōnāy . A idéia é: o Senhor ( Yahweh ) disse Davi senhor ( 'Ădōnāy ), " Senta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos debaixo de teus pés . " Em outras palavras, Davi dirigiu-se ao Messias como seu Senhor .

Terceiro, e mais importante, Jesus estava declarando divindade do Messias. Sob a orientação do Espírito Santo, Davi havia declarado que Deus disse ao Messias para sentar-se à Sua (de Deus) mão direita, um lugar reconhecido pelos judeus para ser uma denominação de posição e autoridade coequal. O verbo atrás sit no texto original indica sessão contínua no lugar de exaltação. Deus iria trazer o Messias a um lugar de igualdade com Ele em honra, poder e glória,

No de Deus mão direita , o Messias seria invencível, porque Deus iria colocar seus inimigos sob seus pés , uma figura de abjeta, subjugação impotente. Quando um inimigo derrotado foi levado perante um antigo monarca oriental, o governante faria o prisioneiro prostrar-se a seus pés. O rei, então, colocar o pé no pescoço do inimigo vencido, como se fosse um estrado (ver Js 10:24). Todos os detratores, negadores, e outros inimigos do Messias estão condenados a subjugação sob Seu controle.

Os críticos liberais têm mantido por muito tempo que Davi não poderia ter escrito o Salmo 110, argumentando que a língua hebraica no tempo de Davi não tinha desenvolvido ao nível encontrado no salmo e que Davi não teria sido famillar com a relação rei-sacerdote expressa no versículo 4 . Mas descobertas históricas e arqueológicas revelaram-se ambos os pressupostos sem fundamento. Alguns críticos também negam o caráter messiânico do salmo, em grande parte porque descontar toda a revelação sobrenatural e, consequentemente, toda profecia preditiva. Se uma "previsão" se tornou realidade, eles argumentam, foi escrito obviamente depois do fato. Mas essa abordagem humanista não só torna a Escritura a ser intencionalmente enganosos, mas faz com que o próprio Jesus um mentiroso ou um ingênuo.Ele dificilmente poderia ter sido o modelo para o nível mais alto da virtude humana, como muitos desses mesmos críticos afirmam, se Ele declarou-se divino, mas não era. Ou se os escritores do evangelho deturpado o que Ele disse sobre si mesmo, como pode qualquer outra coisa que eles relataram sobre ele ser considerado confiável?

Se Davi, o chama de "Senhor", Jesus perguntou aos fariseus, como é seu filho? ponto de Jesus era que o título "Filho de Davi" por si só não foi suficiente para o Messias, que Ele também é o Filho de Deus. Davi não teria endereçado um descendente meramente humano como " Senhor ". Jesus estava dizendo, com efeito, "eu não estou dando-lhe qualquer nova doutrina ou revelação. Você deveria ter sido capaz de descobrir por si mesmos, e teria feito isso, se você realmente acreditava que as Escrituras." A elite religiosa do judaísmo nunca tinha visto que a verdade óbvia, porque, como muitas pessoas hoje em dia, eles não olhar para as Escrituras para a verdade. Quando olharam para ele em tudo, foi com o propósito de tentar escorar suas tradições religiosas humanamente inventadas e preferências pessoais.

Jesus não mencionou a conclusão mais importante os fariseus deve ter feito a partir do que ele tinha acabado de dizer: que Ele próprio era o Messias divino, o Filho de Davi e Filho de Deus. Era desnecessário para ele fazer isso, porque Ele vinha apresentando suas credenciais messiânicas divinas por três anos. Ele havia feito tantas coisas para provar que ele era o Filho de Deus que os incrédulos tiveram que negar o óbvio concluir que qualquer outra coisa. Os sinais e milagres registrados nos evangelhos são apenas uma parte dos inúmeros outros que Ele realizou. "Muitos outros sinais, portanto, Jesus também realizada na presença dos discípulos, que não estão escritos neste livro," João nos diz; "Mas estes foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome" (João 20:30-31; conforme Jo 21:25).

Embora Jesus estava corrigindo conceito incompleta de quem Ele era dos fariseus, Ele também parece ter sido dando-lhes ainda outro convite para crer nEle. Vários dos escribas, incluindo o advogado que pediu a Jesus sobre o maior mandamento, elogiou-o pelos seus sábias respostas para as perguntas dadas para testá-lo (Mc 12:32; Lc 20:39). Jesus mesmo disse ao advogado que ele não estava longe do reino (Mc 12:34). Houve, sem dúvida, outros no Templo desse dia que eram de coração terno e aberto a verdade de Deus e que pode ser levado a confiar n'Ele e segui-Lo como Senhor se estivessem convencidos de que ele era verdadeiramente o Filho de Deus.

Jesus era, obviamente, nenhum fantasma, como alguns hereges na igreja primitiva proposta. Ele comia, bebia, dormia, sentia dor, sangrou e morreu. Ele até foi "tentado em todas as coisas como nós somos, mas sem pecado" (He 4:15). Ele era o Filho do homem em todos os sentidos. Que Ele era especificamente o Filho de Davi era evidente e demonstrável pelos registros do Templo. E que Ele era o Filho de Deus era evidente a partir dos milagres que realizou, sem número para todo mundo ver.

Jesus compartilha com Deus todos os atributos de onipotência. Ele é o Criador, o controlador dos céus e da terra e de todas as suas criaturas. Ele é o provedor de alimentos, o curador do doente, o raiser dos mortos, quem perdoa do pecado, o doador da vida eterna, e que o juiz de todos os homens e anjos.

Jesus compartilha com Deus todos os atributos da onipresença. Onde quer que "dois ou três reunidos em meu nome", declarou Ele, "aí estou eu no meio deles" (Mt 18:20).

Jesus compartilha com Deus todos os atributos da onisciência. Ele sabia o que Seus discípulos estavam agradecendo e que seus inimigos estavam pensando. "Ele não precisa de ninguém para testemunho do homem porque ele bem sabia o que havia no homem" (Jo 2:25).

O Novo Testamento consistentemente apresenta Cristo como Filho de Davi e Filho de Deus. A mensagem do evangelho que Paulo pregou e escreveu sobre foi prometido por Deus "de antemão pelos seus profetas nas santas Escrituras, acerca de seu Filho, que nasceu da descendência de Davi segundo a carne, que foi declarado Filho de Deus com poder pela ressurreição dos mortos, de acordo com o espírito de santidade, Jesus Cristo, nosso Senhor "(Rom. 1: 2-4). Paulo admoestou Timóteo para "lembrar de Jesus Cristo, ressuscitado dentre os mortos, descendente de Davi" (2Tm 2:8).

"O Verbo se fez carne, e habitou entre nós", declarou João ", e vimos a sua glória como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade" (Jo 1:14).

Em suas apologética clássicos trabalhar protestantes cristãos Evidências , Bernard Ramm dá uma série de respostas incisivas para a pergunta que ele mesmo propõe: "Se Deus se encarnou, que tipo de homem que ele seria?" De forma abreviada, seis das respostas são: que seria de esperar que Ele esteja sem pecado; seria de esperar que ele seja santo; esperaríamos Suas palavras a ser os maiores palavras nunca ditas; esperaríamos que ele exercer um poder profundo sobre a personalidade humana; esperaríamos Ele para realizar obras sobrenaturais; e seria de esperar que levou a manifestar o amor de Deus. De todos os seres humanos que já viveram, Jesus Cristo reuniu todos esses critérios (. [Chicago; Moody 1953], pp 166-75).

O Inapropriado Response

E ninguém foi capaz de responder-lhe uma palavra, nem ousou alguém, a partir daquele dia para pedir-lhe outra pergunta. (22:46)

É provável que alguns dos líderes que ouviram Jesus naquele dia, eventualmente, creram nele. Mas quando Jesus terminou Sua prova da divindade do Messias curta mas irrefutável não há nenhuma indicação de que alguém lucrou com essa grande verdade.

Marcos relata que "a grande multidão se ouvindo a Ele" (Mc 12:37); mas esse sentimento estava longe de salvar confiança. A resposta inicial do povo era favorável, mas em dois dias, muitos deles iriam gritar com os principais sacerdotes e anciãos que os incitaram "Seja crucificado!" (Mt 27:22).

Os fariseus e outros líderes religiosos lá naquele dia ficaram chocados, mas não convencido, silenciado, mas não condenado, humilhado, mas não humilhado, relutantemente impressionado, mas ainda incrédulo. Sem dúvida eles estavam pensando que tinham sido intimidado e constrangido pela última vez pelo rabino heterodoxo sem instrução, unordained, e em suas mentes de Nazaré.
Hipócrita religião sempre foi e sempre será o maior inimigo do evangelho. Secularismo geralmente é indiferente, enquanto a religião humana invariavelmente é hostil.

A mulher samaritana que Jesus encontrou no poço fora Sicar foi a primeira pessoa a quem Ele diretamente revelou Sua messianidade. Depois que ela comentou "que vem o Messias (que se chama o Cristo)," Jesus, em seguida, "disse a ela: 'eu que falo a você sou Ele" (João 4:25-26). Aquela mulher de confiança em si mesma Cristo e imediatamente entrou em sua aldeia e testemunhou aos outros, muitos dos quais também acreditavam (vv. 39-42). Mas a maioria dos samaritanos não acreditava e ao longo dos séculos não creram. Hoje são talvez menos de 500, e, tal como os seus colegas judeus, eles ainda estão à procura de um Messias que já veio. Como tantas pessoas, eles não conseguiram acreditar na verdade, embora o testemunho da Escritura é esmagadoramente convincente.


Barclay

O NOVO TESTAMENTO Comentado por William Barclay, pastor da Igreja da Escócia
Barclay - Comentários de Mateus Capítulo 22 do versículo 1 até o 46

Mateus 22

Alegria e juízo — Mat. 22:1-10

O escrutínio do Rei — Mat. 22:11-14

O direito divino e o direito humano — Mat. 22:15-22 O Deus vivo de homens vivos — Mat. 22:23-33 Obrigação para com Deus e para com o homem — Mat. 22:34-40 Novos horizontes — Mat. 22:41-46

ALEGRIA E JUÍZO

Mateus 22:1-10

Os versículos 1:4 desta passagem não constituem uma parábola mas duas. Compreenderemos seu significado com maior facilidade e de maneira mais total se tomarmos separadamente. Os sucessos desta parábola são muito coerentes com os costumes judaicos normais. Quando se enviavam os convites para uma festa importante, como um casamento, não lhes punham data. Quando tudo estava preparado e disposto, enviava-se os servos a dizer aos convidados que fossem à festa. De maneira que fazia tempo que o rei desta parábola tinha enviado os convites, mas só quando tudo esteve preparado mandou chamar os convidados, e estes rechaçaram o último convite em forma ofensiva. A parábola tem dois significados.
(1) Um dos sentidos é totalmente local. Tratava de sublinhar o que já se havia dito na parábola dos lavradores maus. Uma vez mais, era uma acusação aos judeus. Os convidados a quem se convidou e que quando chegou o momento se negaram a assistir, representam os judeus. Muitos anos antes Deus os tinha convidado a ser seu povo escolhido; entretanto, quando o Filho de Deus veio ao mundo e foram convidados a segui-lo e aceitá-lo, rechaçaram o convite com altivez. O resultado foi que Deus enviou seu convite aos caminhos importantes e aos laterais. As pessoas dos caminhos representa os pecadores e aos gentios, que jamais tinham esperado um convite para entrar no Reino de Deus.
Tal como o via o evangelista, as conseqüências do rechaço do convite foram terríveis. Há um versículo da parábola que parece estar fora de lugar. E está fora de lugar porque não pertence à parábola original, tal como Jesus a pronunciou, mas sim se trata de um comentário e interpretação por parte do autor do evangelho. Trata-se do versículo 7 que diz que o rei enviou seus exércitos contra aqueles que rechaçaram seu convite e queimou sua cidade. Esta introdução de exércitos e o incêndio da cidade parece, à primeira vista, completamente fora de lugar ao relacionar isso com um convite a uma festa de bodas. Mas lembremos quando Mateus escreveu o evangelho: ao redor dos anos 80:90 d. C.

O que tinha acontecido durante o período entre a vida de Jesus e a redação do evangelho? A resposta é: a destruição de Jerusalém por parte dos exércitos de Roma. No ano 70 d. C. Jerusalém foi destruída. O templo foi saqueado e incendiado, a cidade ficou devastada como se tivesse passado um arado. Havia caído um desastre total sobre aqueles que se negaram a reconhecer o Filho de Deus quando Ele veio. O autor do evangelho acrescenta como comentário as coisas terríveis que caíram sobre o povo que não quis seguir o caminho de Cristo. E, de fato, é uma realidade histórica muito simples que se os judeus tivessem aceito o caminho de Cristo e o tivessem percorrido com amor, humildade e espírito de sacrifício, nunca se teriam convertido no povo rebelde e guerreiro que provocou a ira vingadora de Roma quando esta já não pôde suportar suas maquinações políticas.

(2) Mas esta parábola também diz muitas coisas em um nível mais amplo.

  1. Lembra-nos que o convite de Deus é um convite a uma festa tão alegre como uma festa de bodas. O convite de Deus é um convite à alegria. Pensar no cristianismo como um escuro abandono de tudo o que produz alegria, felicidade e companheirismo na vida significa interpretar mal sua natureza. O cristão é convidado à alegria e se rechaça o convite, perde essa alegria.
  2. Lembra-nos que as coisas que convertem um homem em surdo para o convite de Cristo não são necessariamente más em si mesmas. Um dos homens foi a seu campo, outro a seus negócios. Não foram desfrutar uma aventura imoral. Foram ocupar-se com eficiência de seus negócios, coisa que em si mesma é uma tarefa louvável. É muito fácil que um homem esteja tão ocupado com as coisas da vida que se esqueça dos assuntos da eternidade; que esteja tão preocupado pelas coisas visíveis que se esqueça das coisas que não se vêem; que escute com tanta insistência os chamados do mundo que não escute o convite suave da voz de Cristo. A tragédia da vida é que com muita freqüência as coisas que ocupam o segundo lugar impedem de aceder as que ocupam o primeiro; são as coisas boas em si mesmas as que obstruem o acesso às coisas supremas. O homem pode estar tão ocupado ganhando a vida que se esquece de construir sua vida. Pode estar tão ocupado com a administração e organização da vida que se esquece da própria vida.
  3. Lembra-nos que Cristo não nos chama tanto para vermos como seremos castigados, como para vermos o que é o que perdemos se não seguirmos seu caminho. Aqueles que não quiseram ir receberam um castigo, mas a verdadeira tragédia foi que perderam a alegria da festa de bodas. Se rechaçarmos o convite de Cristo, algum dia nossa maior dor não estribará no que sofremos, e sim no fato de nos dar conta das coisas preciosas que nos perdemos e sobre as quais nos enganamos.
  4. Lembra-nos que, em última instância, o convite de Deus é o convite da graça. Aqueles que foram recolhidos nos caminhos não tinham nenhum direito sobre o rei, jamais teriam podido esperar um convite à festa de bodas e muito menos podiam havê-la merecido. Chegou-lhes só pela hospitalidade generosa, aberta e cálida do rei. Foi a graça quem ofereceu o convite e quem reuniu os homens.

O ESCRUTÍNIO DO REI

Mateus 22:11-14

Esta é segunda das duas parábolas entrelaçadas nesta passagem. Já veremos que esta é uma parábola diferente mas, ao mesmo tempo, intimamente relacionada com a anterior à qual serve de ampliação.

Trata-se da história de um convidado que assistiu às bodas sem as vestimentas correspondentes.

Um dos aspectos interessantes da parábola é que vemos que Jesus toma uma história que seus ouvintes já conheciam e a emprega a seu modo. Os rabinos tinham dois relatos nos quais se falava de reis e vestimentas. A primeira parábola se refere a um rei que convidou a seus convidados a uma festa sem especificar a data e a hora exatas. Mas foi— lhes dito que deviam lavar-se, ungir-se e vestir-se para estar preparados quando fossem chamados. Os prudentes se prepararam e se vestiram logo e foram esperar às portas do palácio porque pensaram que na casa de um rei era possível preparar uma festa tão rápido que não teriam que aguardar muito. Os néscios acreditaram que levaria muito tempo fazer os acertos necessários e que veriam quando começassem a fazê-los e assim teriam tempo de vestir-se e ungir-se. De maneira que cada um foi à sua ocupação; o pedreiro aos seus tijolos, o oleiro à sua argila, o ferreiro à sua forja e continuaram o seu trabalho. Nesse momento chegou o chamado para assistir à festa. Os prudentes estavam preparados para sentar-se e o rei se alegrou com eles, e comeram e beberam. Chegou o dia em que o rei pediu que lhe devolvessem as vestes; tiveram que ficar fora, tristes e famintos, olhando a alegria que perderam. Essa parábola rabínica fala da obrigação de estar preparados para o chamado de Deus, e as vestimentas representam os preparativos que se devem fazer.
A segunda parábola rabínica relata que um rei confiou vestimentas reais aos cuidados de seus servos. Os prudentes tomaram as vestimentas, guardaram-nas com cuidado e as mantiveram em toda sua beleza. Os néscios usaram as vestimentas para ir trabalhar e desse modo as sujaram e arruinaram. Chegou o dia em que o rei pediu que lhe devolvessem as vestimentas. Os sábios as entregaram limpas e novas, de modo que o rei pôs as vestimentas em seu tesouro e os deixou ir em paz. Os néscios as entregaram manchadas e sujas. O rei ordenou que as vestimentas fossem entregues ao lavandeiro para que as limpasse e enviou os servos néscios para a prisão.
Esta parábola ensina que o homem deve entregar sua alma a Deus em toda sua pureza original; mas o homem que só pode entregar uma alma manchada recebe sua condenação. Sem dúvida Jesus pensava nestas duas parábolas quando relatou sua história. O que queria ensinar Jesus por meio desta parábola? Tal como a anterior, esta parábola também contém uma lição transitiva e local e outra universal e permanente.

  1. A lição local é a seguinte. Jesus acaba de dizer que para ter convidados em sua festa o rei enviou a seus mensageiros aos caminhos para,reunir a todos os homens que encontrassem. Trata-se da parábola das portas abertas. Referia-se à forma em que se reuniria a gentios e pecadores. Esta parábola estabelece o equilíbrio necessário. É certo que as portas estão abertas para todos os homens, mas quando acodem devem levar consigo uma vida que trate de adequar-se ao amor que lhes foi dado. A graça não é só um dom: é uma responsabilidade muito séria. O homem não pode seguir levando a vida que levava antes de encontrar— se com Jesus Cristo. Deve vestir-se com uma nova pureza, uma nova santidade e uma nova bondade. A porta está aberta, mas não para que chegue o pecador e continue sendo o que era antes, mas sim para que se converta em um santo.
  2. Mas esta parábola também contém uma lição permanente. A forma em que o homem se aproxima de algo, manifesta o espírito em que o faz. Se formos visitar um amigo, não levamos as mesmas roupas que usamos na oficina ou no jardim. Sabemos muito bem que nosso amigo não se interessa pela roupa. Não se trata de que queiramos aparentar algo que não somos. Não é mais que uma amostra de respeito o ato de apresentar-nos em casa de nosso amigo na forma mais apresentável possível. O fato de que nos preparemos com antecedência para ir a sua casa é a forma em que demonstramos nosso afeto e estima para com nosso amigo. O mesmo acontece com a casa de Deus.

Esta parábola não tem nada a ver com a roupa que pomos para ir à Igreja; seu tema central é o espírito com que assistimos a casa de Deus. É uma verdade profunda que o assistir à Igreja não deve converter-se jamais em uma espécie de desfile de modas. Mas há vestes da mente, do coração e da alma: a veste da expectativa, da penitência humilde, da fé, do respeito, e jamais devemos nos aproximar de Deus sem estas vestes.

Acontece com muita freqüência que vamos à casa de Deus sem nenhuma preparação prévia. Se todos os homens e mulheres de nossas congregações se aproximassem do templo dispostos à adoração, esta seria uma adoração autêntica — a adoração na qual e mediante a qual algo acontece no coração dos homens, na vida da Igreja e nos problemas do mundo.

O DEREITO DIVINO E O DEREITO HUMANO

Mateus 22:15-22

Até este momento vimos a Jesus, por assim dizer, em posição de ataque. Pronunciou três parábolas nas quais condenou com toda clareza os líderes ortodoxos judeus. Na parábola dos dois filhos (Mat. 21:28-32) os líderes judeus se apresentam sob a aparência do filho que não cumpriu a vontade de seu pai. Na parábola dos lavradores maus eles (Mateus 21:33-46) são os lavradores. Na parábola da festa do rei (Mat. 22:1-14) são os convidados condenados por terem rechaçado o convite. Agora vemos como os líderes judeus preparam o contra-ataque, e o fazem dirigindo a Jesus perguntas formuladas com muito cuidado. Formulam as perguntas em público, enquanto a multidão observa e ouve. Seu objetivo é conseguir que Jesus perca o respeito da multidão, condenando-se por suas próprias palavras diante do povo. Aqui temos, pois, a pergunta dos fariseus. Trata-se de uma pergunta formulada em forma ardilosa e inteligente. Palestina era uma região ocupada e os judeus estavam sob o poder do Império Romano. A pergunta é a seguinte: “É lícito pagar tributo a César ou não?” De fato, havia três impostos correntes que se deviam pagar ao governo romano.

Havia um imposto sobre a terra: devia-se pagar um dízimo do grão, e um quinto do azeite e do vinho que cada um produzia. Este imposto se pagava em espécie e em dinheiro. Havia o imposto sobre os rendimentos que representava um por cento das entradas de cada habitante. E havia um imposto do recenseamento: todo cidadão varão dos quatorze até os sessenta e cinco anos devia pagá-lo, assim como todas as mulheres dos doze até os sessenta e cinco; subia a um denário — ao que Jesus se refere como a moeda do imposto — e equivalia a pouco menos de um centavo de dólar; esta soma deve avaliar-se recordando que o salário comum de um trabalhador era algo menos de um denário por dia. O imposto de que trata esta parábola é este último.
A pergunta que os fariseus formulam apresenta um verdadeiro dilema a Jesus. Se dissesse que era ilícito pagar o imposto, imediatamente o denunciariam aos representantes do governo de Roma como uma pessoa sediciosa e sem dúvida seria detido. Se dissesse que era lícito pagá-lo, muitos perderiam a confiança nEle. O povo não resistia a pagar os impostos pelas mesmas razões que o faz todo mundo; rechaçavam-no ainda mais por razões religiosas. Para o judeu o único rei era Deus, seu país era uma teocracia, o fato de pagar um imposto a um rei terrestre equivalia a reconhecer a validez de sua dignidade real e, portanto, insultar a Deus. De maneira que os mais fanáticos entre os judeus insistiam em que qualquer imposto que se pagasse a um rei estrangeiro era necessariamente injusto. Seja como for que Jesus respondesse, segundo a opinião de quem lhe formulava a pergunta, ficava exposto a algum problema.
A gravidade do ataque fica demonstrada pelo fato de que os fariseus e os herodianos se uniram para perpetrá-lo, pois normalmente estes dois partidos eram inimigos. Os fariseus eram os ortodoxos mais intransigentes, que rechaçavam o pagamento do imposto a um rei estrangeiro porque quebrantava o direito divino de Deus. Os herodianos eram o partido de Herodes, rei da Galiléia, que devia seu poder aos romanos e que trabalhava para eles. Em realidade, fariseus e herodianos eram companheiros muito estranhos; esqueceram suas diferenças por um momento em um ódio comum para com Jesus e num desejo comum de eliminá-lo. Qualquer que se empenhe em fazer as coisas a seu modo, seja este quem for, odiará a Jesus.

Esta questão de pagar os impostos tampouco era algo que revestisse um interesse meramente histórico. Mateus escrevia entre os anos 80:90 d. C. O templo tinha sido destruído no ano 70 d. C. Enquanto o templo existiu todo judeu tinha tido a obrigação de pagar o imposto de meio siclo ao templo. Depois da destruição do templo, o governo romano exigiu que se seguisse pagando o imposto ao templo de Júpiter Capitolino, em Roma. É óbvio que semelhante regulamentação seria um gole muito amargo para qualquer judeu. Durante o ministério de Jesus o assunto dos impostos era um problema muito sério; e seguiu sendo-o durante a primeira época da Igreja.
Mas Jesus era sábio. Pediu um denário, onde estava estampada a efígie do imperador. Na antiguidade, a cunhagem de moeda era um sinal de realeza. Logo que subia um rei ao trono, mandava cunhar suas próprias moedas. Do mesmo modo, um pretendente ao trono faria cunhar suas moedas para dar amostras da autenticidade de seu caráter real. Essas moedas se consideravam propriedade do rei cuja imagem levavam. Jesus perguntou de quem era a imagem que estava na moeda. A resposta foi que se tratava da cabeça de César. "Muito bem", disse Jesus, "devolvam a César, é dele. Dêem a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus."
Com sua sabedoria sem par, Jesus jamais dava leis ou normas; é por isso que seus ensinos são universais e válidos para todos os tempos; sempre estabelece princípios. Neste caso estabelece um princípio muito sério e importante.
Todo cristão tem uma dupla cidadania. É cidadão do país onde vive. A esse país deve muitas coisas. Deve-lhe a segurança diante das pessoas sem lei que só um governo bem constituído pode proporcionar ; deve ao Estado todos os serviços públicos. Para não dar mais que um exemplo muito simples, há muito poucas pessoas que possuem a suficiente quantidade de dinheiro para ter um sistema de iluminação ou limpeza próprios. Estes são serviços públicos. Num Estado bem organizado o cidadão deve muito mais coisas ao governo: educação, serviços sociais, serviços de previdência no caso de desemprego ou velhice. Isto o faz estar em dívida. Visto que o cristão é um homem honrado, deve ser um cidadão responsável, e o fracasso como cidadão também significa um fracasso em seu dever como cristão. Qualquer país ou indústria em cuja administração os cristãos se recusem a participar e a deixem em mãos de pessoas egoístas, interessadas, parciais e não cristãs pode sofrer inumeráveis problemas. O cristão tem um dever para com César como pagamento por privilégios que o governo de César lhe outorga.

Mas o cristão também é um cidadão do céu. Há questões de consciência, de religião e de princípios nos quais o cristão é responsável diante de Deus. Pode ser que suas duas cidadanias jamais se choquem, não é preciso que o façam. Mas quando o cristão está convencido de que a vontade de Deus é que faça algo em particular, deve fazê-lo. Ou, pelo contrário, se está convencido de que algo vai contra a vontade de Deus, deve resisti-lo e não pode tomar parte nisso. Jesus não diz qual é o limite entre ambas as obrigações. Isso a consciência de cada um deve decidir. Mas o cristão autêntico, e esta é a verdade eterna que se afirma nesta passagem, é ao mesmo tempo um bom cidadão de seu país e um bom cidadão do reino de Deus. Não falhará em sua obrigação para com Deus, e tampouco em sua obrigação para com os homens. Como disse Pedro: “Temei a Deus, honrai o rei” (1Pe 2:17).

O DEUS VIVO DE HOMENS VIVOS

Mateus 22:23-33

Quando os fariseus terminaram de fazer seu contra-ataque, do qual se saíram muito mal, os saduceus continuaram a batalha. Não cabe a menor dúvida de que os saduceus estavam encantados com a derrota dos fariseus porque seus pontos de vista eram diametralmente opostos.
Os saduceus não eram muito numerosos; mas eram a classe dominante, aristocrática e abastada. Os sumos sacerdotes, por exemplo, eram saduceus. Em política eram colaboracionistas; estavam dispostos a colaborar com o governo de Roma se com isso mantinham os seus privilégios. Quanto à sua forma de pensar, estavam dispostos a aceitar as idéias gregas. Em suas crenças judias eram tradicionalistas. Recusavam— se a aceitar a lei oral dos escribas que era de fundamental importância para os fariseus. Foram ainda mais longe: a única parte das Escrituras que aceitavam como lei era o Pentateuco, a Lei por excelência, os primeiros cinco livros do Antigo Testamento. Não aceitavam de modo algum os profetas ou os livros poéticos como parte das Escrituras. Em forma particular, diferenciavam-se dos fariseus pelo fato de negarem completamente toda vida após a morte, crença sobre a qual insistiam os fariseus. De fato, os fariseus afirmavam que qualquer pessoa que negasse a ressurreição dos mortos estava separado de Deus.

Os saduceus sustentavam que a partir do Pentateuco, não se podia provar a doutrina da imortalidade. Os fariseus diziam que sim. É interessante ver as provas que os fariseus aduziam. Estes citavam Nu 18:28 onde diz: “Deles dareis a oferta do SENHOR a Arão.” Trata-se de uma norma permanente, o verbo está no presente, portanto Arão vive! Citavam Dt 31:16: "Este povo se levantará", e segue uma citação muito pouco convincente da segunda metade do versículo: "e se prostituirá, indo após deuses estranhos na terra!" Citavam Dt 32:39: “Eu mato e eu faço viver” Fora do Pentateuco citavam Is 26:19: “Os vossos mortos ... viverão.” Não se pode dizer que nenhuma das citações empregadas pelos fariseus seja muito convincente; e jamais se pôde extrair do Pentateuco um argumento válido para defender a ressurreição dos mortos.

Os fariseus sustentavam com toda certeza a ressurreição do corpo. Discutiam pontos corriqueiros: O homem ressuscitaria vestido ou nu? Se ressuscitava vestido, o faria com as roupas com que tinha morrido ou com outras? Remetiam-se a 1Sm 28:14 (a adivinha de En-dor que ressuscita o espírito de Samuel diante do pedido do Saul) para demonstrar que os homens mantêm depois da morte a aparência que tinham neste mundo, inclusive sustentavam que os homens ressuscitam com os mesmos defeitos físicos com os quais e por causa dos quais morreram, do contrário não se trataria da mesma pessoa! Todos os judeus ressuscitariam na Palestina, a Terra Prometida, de maneira que afirmavam que debaixo da terra havia túneis pelos quais rodavam os corpos de judeus que haviam sido sepultados em outras terras, até chegar à Palestina. Os fariseus, pois, sustentavam como uma das doutrinas fundamentais a ressurreição do corpo após a morte; os saduceus a rechaçavam completamente.

Estes últimos formularam uma pergunta que, segundo eles, convertia em um absurdo a doutrina da ressurreição do corpo. Os judeus tinham um costume chamado o casamento por levirato. É muito duvidoso até que ponto era cumprido na prática. Se um homem morria sem descendência, seu irmão tinha a obrigação de casar-se com sua viúva e gerar filhos para seu irmão; a esses meninos eram considerados, do ponto de vista da lei, como filhos de seu irmão. Se o homem recusava categoricamente a casar-se com a viúva, ambos deviam ir ver os anciãos. A mulher devia desatar o sapato do homem, cuspir-lhe na cara e amaldiçoá-lo; a partir desse momento o homem vivia sob o estigma do rechaço (Deut. 25:5-10). Os saduceus citaram um caso deste tipo de casamento no qual sete irmãos se casaram sucessivamente com a mesma mulher e todos morreram sem deixar filhos, e logo perguntaram: "Quando chegar o momento da ressurreição qual será o marido desta mulher que se casou tantas vezes?" Trata-se, sem a menor dúvida, de uma pergunta sutil.

Jesus começou sua resposta estabelecendo um princípio: toda a questão surge a partir de um engano fundamental, o engano de pensar no céu em termos terrestres, e de pensar na eternidade em termos de tempo.

A resposta que Jesus dá é que qualquer pessoa que lê as Escrituras deve dar-se conta de que semelhante pergunta carece de pertinência, pois o céu não será uma mera continuação ou extensão deste mundo. Haverá relações novas e superiores que transcenderão em muito as relações físicas do tempo.

Em seguida Jesus passou a derrubar toda a posição dos saduceus. Estes sempre haviam sustentado que no Pentateuco não havia nenhum texto que se pudesse usar para provar a ressurreição dos mortos. Agora, qual é um dos títulos mais comuns para designar a Deus que se emprega no Pentateuco? “o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó.” Deus não pode ser Deus de homens mortos e cadáveres em decomposição. O Deus vivo deve ser o Deus dos homens vivos.

A posição dos saduceus ficou em pedacinhos. Jesus fazia o que os mais sábios dos rabinos não tinham podido fazer jamais. Tinha derrotado os saduceus a partir da própria Escritura, tinha-os vencido e tinha demonstrado que há uma vida após a morte e que não se deve pensar nela em termos terrestres. As multidões se sentiam maravilhadas diante de um homem que dominava uma discussão dessa maneira e os próprios fariseus apenas terão podido deixar de aplaudir.

OBRIGAÇÃO PARA COM DEUS E PARA COM O HOMEM

Mateus 22:34-40

Em Mateus, esta pergunta do escriba aparece como uma volta ao ataque da parte dos fariseus; mas em Marcos a atmosfera é diferente. Segundo a versão de Marcos (Marcos 12:28-34) o escriba não fez esta pergunta para pôr uma armadilha a Jesus. Ele a fez com um sentimento de gratidão porque Jesus tinha derrotado os saduceus e para demonstrar quão bem podia responder; e a passagem termina com uma união muito estreita entre o escriba e Jesus.

Podemos afirmar que aqui Jesus dá uma definição completa da religião.

  1. A religião consiste em amar a Deus. O versículo que Jesus cita pertence a Dt 6:5. Tal versículo formava parte do Shema, o credo básico e essencial do judaísmo, a oração com a qual começa, até o dia de hoje, todo culto judeu e o primeiro texto que todo menino judeu aprende de cor. Significa que devemos a Deus um amor total, um amor que domina nossas emoções, que dirige nosso pensamento, que é o motor de nossas ações. Toda religião começa com o amor que é uma entrega total da vida a Deus.
  2. O segundo mandamento que Jesus cita pertence a Lv 19:18. Nosso amor a Deus deve manifestar-se em amor aos semelhantes. De fato, a única forma pela qual alguém pode demonstrar que ama a Deus é através de seu amor aos semelhantes. Mas devemos nos fixar na ordem em que aparecem os mandamentos; primeiro vem o amor a Deus e logo o amor aos semelhantes. Só quando amamos a Deus sentimos o desejo de amar os semelhantes.

O ensino bíblico sobre o homem não é que este seja um conjunto de elementos químicos, nem que forme parte de uma criação bruta, antes é feito à imagem de Deus (Gênesis 1:26-27). Essa é a razão pela qual o homem é digno de ser amado. De fato, a verdadeira base de toda democracia é o amor a Deus. Se tirarmos o amor a Deus podemos nos zangar com o homem indócil; podemos nos sentir pessimistas com o homem a quem não se pode melhorar; podemos nos tornar indiferentes para com o homem com mentalidade de máquina. A base do amor para com o homem se assenta com firmeza sobre o amor para Deus.

Ser autenticamente religioso é amar a Deus e amar o semelhante que Deus fez à sua imagem, e amar a Deus e aos semelhantes não com um sentimentalismo nebuloso, e sim com essa entrega total que se manifesta em devoção a Deus e serviço concreto aos homens.

NOVOS HORIZONTES

Mateus 22:41-46

Esta pode nos parecer uma das coisas mais escuras que disse Jesus. E pode que ser; entretanto, é uma de suas afirmações mais importantes. Mesmo que à primeira vista não possamos compreender todo o seu significado, percebemos a atmosfera de maravilha, assombro e mistério que a circunda.
Vimos uma e outra vez que Jesus se recusava a permitir que seus discípulos o proclamassem Messias até que lhes tivesse ensinado o que significava em realidade a condição messiânica. As idéias de seus discípulos sobre o Messias deviam experimentar uma mudança radical.
O título mais comum para designar ao Messias era Filho de Davi. Por trás dessa frase estava a expectativa de que algum dia chegaria um grande príncipe pertencente à linhagem de Davi, que derrotaria os inimigos do Israel e conduziria o povo a conquistar todas as nações. O mais comum era pensar no Messias em termos nacionalistas, políticos e militares, apoiando-se sobre noções de poder e glória. Este é outro intento da parte de Jesus de mudar essa idéia.

Jesus perguntou aos fariseus de quem criam ser filho o Messias; eles responderam como ele esperava que o fizessem. "Filho de Davi." Então Jesus cita o Sl 110:1: "Disse o Senhor a meu Senhor: Assenta— te à minha direita." Todos aceitavam este texto como messiânico. O primeiro Senhor é Deus; o segundo é o Messias. Quer dizer que Davi chama Senhor ao Messias. Mas se o Messias é filho de Davi, como pode este chamar Senhor a seu próprio filho? Como podia ser?

O resultado evidente do interrogante é que não é correto chamar filho de Davi ao Messias. Não é o filho de Davi, é o Senhor de Davi, quando Jesus curou os cegos que O chamaram Filho de Davi (Mt 20:30). Quando entrou em Jerusalém as multidões O aclamaram como Filho de Davi (Mt 21:9). Aqui o que diz Jesus é o seguinte: "Não é suficiente chamar o Messias de Filho de Davi. Não é suficiente pensar nEle como um príncipe da família de Davi e como um líder e conquistador de exércitos da Terra. Devem ir mais longe, porque o Messias é o Senhor de Davi." Qual é o sentido das palavras de Jesus? Só pôde querer dizer uma coisa: que a única definição verdadeira é chamá— lo Filho de Deus. Filho de Davi não é título adequado; o único título adequado é Filho de Deus. E, sendo assim, não se deve pensar no Messias em termos de conquista própria de Davi, e sim em termos de amor divino e sacrificial. De maneira que aqui, Jesus faz a maior das afirmações a respeito de Si mesmo. Com Ele não chegava o conquistador terrestre que repetiria os triunfos militares de Davi, e sim o Filho de Deus que demonstraria o amor de Deus sobre a cruz.

Deve ter havido muito poucos que compreenderam o sentido total das palavras de Jesus, mas quando Jesus falou até os de coração mais duro devem ter sentido o estremecimento que produz o mistério eterno. Experimentavam o sentimento incômodo e de admiração por ouvirem a voz de Deus e, por um momento, perceberam o próprio rosto de Deus neste homem Jesus.

Escribas e fariseus

Se alguém for em essência e por temperamento uma criatura irritável, mal-humorada e irascível, que se entrega em forma notória a ataques de ira apaixonada, sua ira não é nem efetiva nem impressionante. Ninguém presta a menor atenção à ira de um homem de mau humor. Mas quando uma pessoa se caracteriza por sua gentileza e modéstia, seu amor e bondade, e de repente estala em um ataque de ira, até a pessoa mais distraída se surpreenderá, e quererá saber o motivo. Essa é a razão pela qual a ira de Jesus é um espetáculo que produz um sentimento de admiração. Em muito poucas partes literárias encontramos uma condenação tão plena e sustentada como neste capítulo. Esta ira de Jesus se dirige contra os escribas e os fariseus. Antes de iniciar o estudo deste capítulo em detalhe, será conveniente ver o que representavam estes escribas e fariseus.
Os judeus tinham um sentido profundo e permanente da continuidade de sua religião, e a melhor forma de ver o que representavam os fariseus e os escribas é analisar o lugar que ocupavam neste esquema da religião judia. Os judeus repetiam uma frase: "Moisés recebeu a Lei e a entregou ou Josué, e Josué aos anciãos, e os anciãos aos profetas, e os profetas aos homens da Grande Sinagoga." Toda a religião judia se apóia, em primeiro lugar, sobre os Dez Mandamentos, logo sobre o Pentateuco, a Lei, os cinco primeiros livros do Antigo Testamento. A intenção da história dos judeus era fazer deles o povo da Lei. Como acontece com todas as nações, tinham tido seus sonhos de grandeza. Mas as experiências da história tinham dado uma direção peculiar a esse sonho.
Tinham sido conquistados pelos assírios, os babilônios, os persas, e Jerusalém tinha ficado devastada. Era evidente que não podiam ter proeminência no poder político. Mas embora o poder político era algo impossível, tinham a Lei, e para eles a Lei era a própria palavra de Deus, a coisa maior, a posse mais preciosa do mundo. Chegou o dia, em sua história, em que se reconhecia publicamente a preeminência da Lei e se produziu o que só podemos considerar como uma decisão consciente mediante o povo do Israel se converteu em um sentido único no povo da Lei. Sob Esdras e Neemias se permitiu que o povo voltasse para Jerusalém, que reconstruíra a cidade destroçada e reassumisse sua vida nacional. Quando isso se produziu, o dia em que Esdras, o escriba, tomou o livro da Lei, o leu ao povo e sucedeu algo que foi nada menos que uma dedicação nacional de um povo à observância da Lei (Mt 8:1-8). Vimos, por exemplo, que a Lei dizia que não se devia trabalhar no dia sagrado, e também vimos como os escribas se

empenharam para definir o trabalho, como estabeleceram a quantidade de passos que se podiam dar no sábado, o peso da carga que se podia transportar, as coisas que se podia fazer e as que não se podia fazer. Quando se deu por terminada esta interpretação da lei por parte dos escribas, as regulamentações ocupavam mais de cinqüenta volumes.

O retorno do povo a Jerusalém e a primeira dedicação da Lei ocorreram ao redor do ano 450 A. C. Mas os fariseus aparecem muito depois. Ao redor do ano 175 A. C., Antíoco Epifanes de Síria fez um intento de fazer desaparecer o religião judia e introduzir a religião, os costumes e as práticas gregas. Foi então que surgiram os fariseus como uma seita à parte. O nome significa os separados, e eram homens que dedicavam toda sua vida à observação cuidadosa e meticulosa de cada uma das regras e normas que os escribas tinham elaborado. Frente à ameaça dirigida contra o judaísmo se propunham consagrar toda sua vida à observação do judaísmo em sua forma mais elaborada, cerimonial e legalista. Eram homens que aceitavam a multidão e o número sempre crescente das regras e normas religiosas extraídas da Lei.

Nunca houve muitos fariseus. O número máximo terá sido uns seis mil. O fato concreto é que se alguém se propunha aceitar e obedecer cada norma da Lei, não ficaria tempo para nada mais. Tinha que separar— se, apartar-se da vida comum para observar a Lei.
De maneira que os fariseus eram duas coisas. Em primeiro lugar, eram legalistas devotos: para eles a religião era a observação de cada um dos detalhes da Lei. Mas em segundo lugar, e não se deve esquecer, eram homens completamente sinceros quanto à sua religião, porque ninguém podia aceitar a exigência quase impossível de levar uma vida como essa se não fosse sincero. De maneira que podiam desenvolver ao mesmo tempo todas as falhas do legalismo e todas as virtudes da entrega absoluta. Um fariseu podia ser um legalista dissecado ou arrogante ou um homem consumido por uma fervente devoção para Deus. O fato de dizer isto não é fazer um julgamento especificamente cristão sobre os fariseus, porque os mesmos judeus o diziam.
O Talmud distingue sete tipos diferentes de fariseus.

  1. O fariseu exibicionista. Era meticuloso em sua obediência da lei, mas sempre estava exibindo suas boas ações. Preocupava-se em ter uma reputação de pureza e bondade. É certo que obedecia a Lei, mas o fazia para que os homens o vissem.
  2. O fariseu dilatório. Era o fariseu que sempre encontrava uma desculpa perfeita para adiar uma boa ação. Professava a crença dos fariseus mais estritos, mas sempre encontrava alguma desculpa para conseguir com que a prática ficasse muito aquém dos fatos. Falava muito, mas não dizia nada.
  3. O fariseu ferido ou golpeado. O Talmud falava dos fariseus que se machucavam a si mesmos. Recebiam esse nome pela seguinte razão. As mulheres ocupavam um lugar muito baixo na Palestina. Não se podia ver nenhum mestre estrito e ortodoxo falando com uma mulher em público, embora se tratasse de sua própria esposa ou sua irmã. Estes fariseus foram ainda mais longe; nem sequer se permitia olhar a uma mulher na rua. Para evitar vê-las, fechavam os olhos e dessa maneira se golpeavam contra as paredes, edifícios e qualquer outro obstáculo. machucavam-se e se feriam e esses ferimentos lhes proporcionavam uma reputação especial de extrema piedade.
  4. O fariseu a quem se descrevia como mão de morteiro, corcunda. Estes caminhavam com uma humildade tão ostentosa que eram dobrados como a mão dentro de um morteiro, ou como um corcunda. Eram tão modestos que nem sequer 1evantaban os pés do chão de modo que tropeçavam com qualquer obstáculo que encontravam no caminho. Sua humildade era uma forma de ostentação.
  5. O fariseu que sempre fazia conta ou listas. Este tipo de fariseu passava sua vida contando suas boas ações, sempre levava uma folha de crédito entre ele e Deus e acreditava que cada uma de suas boas obras aumentava um pouco a dívida de Deus para com ele. Para ele a religião sempre devia ser analisada como uma conta de lucros e perdas.
  6. O fariseu tímido ou medroso. Este vivia apavorado pelo castigo divino. De maneira que passava o tempo limpando a parte de fora da taça e o prato para parecer bom. Via a religião em termos de um juízo e a vida como uma contínua evasão aterrada desse julgamento.
  7. Por último, o fariseu temente a Deus. Este era o fariseu que amava a Deus em forma autêntica e que encontrava sua alegria na obediência à Lei de Deus, por mais dura e difícil que fosse.

Esta era a classificação dos fariseus que os judeus faziam, e devemos assinalar que havia seis maus contra um bom. Não seriam poucos os que ao ouvir a acusação que Jesus fez aos fariseus, estivessem de acordo com ele.


Notas de Estudos jw.org

Disponível no site oficial das Testemunhas de Jeová
Notas de Estudos jw.org - Comentários de Mateus Capítulo 22 versículo 20
imagem e inscrição: Naquela época, o denário trazia no lado da frente a imagem da cabeça do imperador romano Tibério (que reinou de 14 a 37 d.C.) usando uma coroa de louros. Havia também uma inscrição em latim que dizia: “Tibério César Augusto, filho do divino Augusto”. — Veja também o Apêndice B14-B.


Dicionário

Dissê

1ª pess. sing. pret. perf. ind. de dizer
3ª pess. sing. pret. perf. ind. de dizer

di·zer |ê| |ê| -
(latim dico, -ere)
verbo transitivo

1. Exprimir por meio de palavra, por escrito ou por sinais (ex.: dizer olá).

2. Referir, contar.

3. Depor.

4. Recitar; declamar (ex.: dizer poemas).

5. Afirmar (ex.: eu digo que isso é mentira).

6. Ser voz pública (ex.: dizem que ele é muito honesto).

7. Exprimir por música, tocando ou cantando.

verbo intransitivo

8. Condizer, corresponder.

9. Explicar-se; falar.

10. Estar (bem ou mal) à feição ou ao corpo (ex.: essa cor não diz bem). = CONVIR, QUADRAR

verbo pronominal

11. Intitular-se; afirmar ser.

12. Chamar-se.

13. Declarar o jogo que se tem ou se faz.

nome masculino

14. Expressão, dito (ex.: leu os dizeres do muro).

15. Estilo.

16. Maneira de se exprimir.

17. Rifão.

18. Alegação, razão.


quer dizer
Expressão usada para iniciar uma explicação adicional em relação a algo que foi dito anteriormente. = ISTO É, OU SEJA

tenho dito
Fórmula com que se dá por concluído um discurso, um arrazoado, etc.


E

conjunção Conjunção que liga palavras e orações com mesma função.
Indica adição: pai e mãe extremosos.
Indica oposição: falou muito, e não disse nada.
Expressa consequência: ele não quis me ouvir e se deu mal.
Denota inclusão: trouxe meus filhos e seus amigos.
Gramática Repetida entre os membros de uma série, dá mais vivacidade à enumeração: a alta, e nobre, e musical prosa de Vieira.
Gramática Indica a variação de sentidos com que nos referimos a pessoas ou coisas do mesmo nome: há amigos e amigos, interesses e interesses.
Gramática Apresenta números compostos: mil oitocentos e vinte e dois.
Gramática Inicia frases bíblicas sem ligação imediata com frase antecedente: E era a hora terceira quando O crucificaram.
Gramática Atribui enfase na frase (sobretudo em interrogações e exclamações): e tu não sabias?
substantivo masculino A quinta letra que compõe o alfabeto e sua segunda vogal: meu nome se inicia com e.
Maneira de representar essa letra (e).
numeral [Matemática] Número e, que corresponde ao quinto número numa série.
Etimologia (origem da palavra e). Do latim et.

conjunção Conjunção que liga palavras e orações com mesma função.
Indica adição: pai e mãe extremosos.
Indica oposição: falou muito, e não disse nada.
Expressa consequência: ele não quis me ouvir e se deu mal.
Denota inclusão: trouxe meus filhos e seus amigos.
Gramática Repetida entre os membros de uma série, dá mais vivacidade à enumeração: a alta, e nobre, e musical prosa de Vieira.
Gramática Indica a variação de sentidos com que nos referimos a pessoas ou coisas do mesmo nome: há amigos e amigos, interesses e interesses.
Gramática Apresenta números compostos: mil oitocentos e vinte e dois.
Gramática Inicia frases bíblicas sem ligação imediata com frase antecedente: E era a hora terceira quando O crucificaram.
Gramática Atribui enfase na frase (sobretudo em interrogações e exclamações): e tu não sabias?
substantivo masculino A quinta letra que compõe o alfabeto e sua segunda vogal: meu nome se inicia com e.
Maneira de representar essa letra (e).
numeral [Matemática] Número e, que corresponde ao quinto número numa série.
Etimologia (origem da palavra e). Do latim et.

Efígie

substantivo feminino Representação, imagem de uma pessoa numa moeda, numa medalha.
Antigo Retrato, por quaisquer meios, de outrem.

retrato, cópia, fotografia, imagem, figura. – Todas estas palavras designam a representação de pessoas ou de coisas, mas de maneira diferente. – A efígie – diz Roq. – ocupa o lugar da própria pessoa, pois a representa qual é, real e verdadeira; e assim se diz de um crucifixo – a sagrada efígie de Cristo. A imagem só representa a ideia de uma pessoa ou coisa. Tanto à efígie como à imagem não é essencial uma fidelidade absoluta, ou sequer mais ou menos perfeita ao original. Dizemos por isso – a imagem de um santo; a efígie de um condenado: tanto a imagem como a efígie podem não ser o retrato fiel do santo, ou do condenado. O retrato é a representação de uma pessoa, e enuncia principalmente a ideia da semelhança com o original. – De imagem e retrato, diz Laf. em uma nota à p. 677: “Imagem e retrato, em particular, tomam-se em uma acepção figurada por espécie de descrição oratória ou poética. Mas a imagem serve para descrever, ou melhor – é como a descrição de coisas ou fatos; e retrato é a pintura das pessoas, quer no sentido moral, quer no físico”. “A descrição da tempestade no primeiro livro da Eneida não é uma amplificação: é uma imagem verdadeira do que acontece em uma tempestade”. (Volt.). “Santo Agostinho fez o retrato e o caráter deste gênero de pecadores”. (Bourd.). – Cópia é a reprodução exata de uma coisa ou de uma pessoa, ou mesmo de uma ação, de um gesto, de uma atitude, de um sinal, etc. – A fotografia é o retrato, a cópia de qualquer objeto feita por meio da arte fotográfica. Fotografia de uma pessoa, de uma paisagem, de uma cena, de um salão, etc. – A figura representa o original por traços que lhe recordam a feição, e até que lhe sugerem os intentos, as emoções dominantes, etc. “A figura, diz Laf., não consiste em mais do que a forma, a silhueta, o contorno, o desenho, a atitude, diferençando- -se assim do retrato, que reproduz a pessoa traço por traço, e, sobretudo, as feições, a fisionomia”.

Efígie Figura de uma pessoa (Mt 22:20).

Inscrição

substantivo feminino Ato de inscrever, de incluir alguém numa lista ou de se registrar num concurso, processo de seleção: inscrição do ENEM.
Matrícula feita para o curso em que se foi selecionado: pagar inscrição.
Caracteres gravados no mármore, na pedra etc., para consagrar uma pessoa ou um fato: inscrição cuneiforme.
[Jurídico] Averbação de certos atos em livros próprios para que produzam seus efeitos legais (hipotecas, penhores, doações etc.).
Inclusão, registro do nome de alguém (numa lista, num concurso, num pleito).
Desenho primitivo gravado em pedras ou rochas; pintura rupestre.
Etimologia (origem da palavra inscrição). Do latim inscriptio.

Inscrição Palavras escritas em monumentos, moedas, etc. (Mt 22:20).

Strongs

Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
καί λέγω αὐτός τίς οὗτος εἰκών καί ἐπιγραφή
Mateus 22: 20 - Texto em Grego - (BGB) - Bíblia Grega Bereana

E ele disse-lhes: De quem é esta imagem e inscrição?
Mateus 22: 20 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

4 de Abril de 30. Terça-feira
G1504
eikṓn
εἰκών
cortar, dividir, derrubar, cortar fora, cortar em dois, arrebatar, decretar
(Divide)
Verbo
G1923
epigraphḗ
ἐπιγραφή
inscrição, título
(inscription)
Substantivo - Feminino no Singular nominativo
G2532
kaí
καί
desejo, aquilo que é desejável adj
(goodly)
Substantivo
G3004
légō
λέγω
terra seca, solo seco
(the dry land)
Substantivo
G3588
ho
para que
(that)
Conjunção
G3778
hoûtos
οὗτος
um território na baixa Mesopotâmia fazendo fronteira com o Golfo Pérsico n pr m
(of the Chaldeans)
Substantivo
G5101
tís
τίς
Como?, Onde?, Quem?, O Que?, Por que?
(who)
Pronome interrogativo / indefinido - nominativo masculino singular
G846
autós
αὐτός
dele
(of him)
Pronome Pessoal / Possessivo - Genitivo Masculino 3ª pessoa do singular


εἰκών


(G1504)
eikṓn (i-kone')

1504 εικων eikon

de 1503; TDNT - 2:381,203; n f

  1. imagem, figura, semelhança
    1. imagem das coisas (as coisas celestiais)
      1. usado da semelhança moral dos homens renovados com Deus
      2. a imagem do Filho de Deus, à qual os verdadeiros cristãos são transformados, é semelhante não somente ao corpo celestial, mas também ao estado de mente mais santo e abençoado, que Cristo possui
    2. a imagem de alguém
      1. alguém no qual a semelhança de outro é vista
      2. aplicado ao homem por causa de seu poder de comando
      3. a Cristo por causa de sua natureza divina e absoluta excelência moral

ἐπιγραφή


(G1923)
epigraphḗ (ep-ig-raf-ay')

1923 επιγραφη epigraphe

de 1924; n f

  1. inscrição, título
    1. no NT: de uma inscrição em letras pretas sobre uma tabuleta caiada
    2. da inscrição sobre uma moeda

καί


(G2532)
kaí (kahee)

2532 και kai

aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj

  1. e, também, até mesmo, realmente, mas

λέγω


(G3004)
légō (leg'-o)

3004 λεγω lego

palavra raiz; TDNT - 4:69,505; v

  1. dizer, falar
    1. afirmar sobre, manter
    2. ensinar
    3. exortar, aconselhar, comandar, dirigir
    4. apontar com palavras, intentar, significar, querer dizer
    5. chamar pelo nome, chamar, nomear
    6. gritar, falar de, mencionar


(G3588)
ho (ho)

3588 ο ho

que inclue o feminino η he, e o neutro το to

em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo

  1. este, aquela, estes, etc.

    Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.


οὗτος


(G3778)
hoûtos (hoo'-tos)

3778 ουτος houtos incluindo masculino plural nominativo ουτοι houtoi , feminino singular nominativo αυτη haute e feminino plural nominativo αυται hautai

do artigo 3588 e 846; pron

  1. este, estes, etc.

τίς


(G5101)
tís (tis)

5101 τις tis

τíς (Strong G5101) Com acento, é um pronome interrogativo. Praticamente todos os pronomes interrogativos das línguas latinas (quis? quid? cur?): Como?, Onde?, Quem?, O Que?, Por que?

Possui relação com τις (Strong G5100) Sem acento, é um pronome indefinido, correspondente ao latin (aliquis, quis, quidam)

Fonte: Miudinho - Mateus 16:8 {Aluizio Elias}

αὐτός


(G846)
autós (ow-tos')

846 αυτος autos

da partícula au [talvez semelhante a raiz de 109 pela idéia de um vento instável] (para trás); pron

  1. ele próprio, ela mesma, eles mesmos, de si mesmo
  2. ele, ela, isto
  3. o mesmo