Enciclopédia de João 3:29-29

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

jo 3: 29

Versão Versículo
ARA O que tem a noiva é o noivo; o amigo do noivo que está presente e o ouve muito se regozija por causa da voz do noivo. Pois esta alegria já se cumpriu em mim.
ARC Aquele que tem a esposa é o esposo; mas o amigo do esposo, que lhe assiste e o ouve, alegra-se muito com a voz do esposo. Assim pois já esse meu gozo está cumprido.
TB O que tem a esposa é o esposo; mas o amigo do esposo, que está presente e o ouve, muito se regozija por causa da voz do esposo. Pois este meu gozo está completo.
BGB ὁ ἔχων τὴν νύμφην νυμφίος ἐστίν· ὁ δὲ φίλος τοῦ νυμφίου ὁ ἑστηκὼς καὶ ἀκούων αὐτοῦ, χαρᾷ χαίρει διὰ τὴν φωνὴν τοῦ νυμφίου. αὕτη οὖν ἡ χαρὰ ἡ ἐμὴ πεπλήρωται.
HD O que tem a noiva é o noivo. O amigo do noivo, que está presente e o ouve, se alegra profundamente por causa da voz do noivo. Portanto, esta alegria se completou em mim.
BKJ Aquele que tem a noiva é o noivo, mas o amigo do noivo, que está presente e o ouve, alegra-se muito com a voz do noivo. Esta minha alegria está cumprida.
LTT Aquele (o Cristo) tendo a noiva, o Noivo é. Mas o amigo do Noivo, aquele (amigo) tendo se postado- ao- lado (servindo) e que O está ouvindo, com alegria regozija por causa da voz do Noivo. Este meu gozo, pois, tem sido cumprido.
BJ2 Quem tem a esposa é o esposo;[n] mas o amigo do esposo, que está presente e o ouve, é tomado de alegria à voz do esposo. Essa é a minha alegria e ela é completa!
VULG Qui habet sponsam, sponsus est : amicus autem sponsi, qui stat, et audit eum, gaudio gaudet propter vocem sponsi. Hoc ergo gaudium meum impletum est.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de João 3:29

Juízes 14:10 Descendo, pois, seu pai àquela mulher, fez Sansão ali um banquete, porque assim o costumavam fazer os jovens.
Salmos 45:9 As filhas dos reis estavam entre as tuas ilustres donzelas; à tua direita estava a rainha ornada de finíssimo ouro de Ofir.
Cântico dos Cânticos 3:11 Saí, ó filhas de Sião, e contemplai o rei Salomão com a coroa com que o coroou sua mãe no dia do seu desposório e no dia do júbilo do seu coração.
Cântico dos Cânticos 4:8 Vem comigo do Líbano, minha esposa, vem comigo do Líbano; olha desde o cume de Amana, desde o cume de Senir e de Hermom, desde as moradas dos leões, desde os montes dos leopardos.
Cântico dos Cânticos 5:1 Já vim para o meu jardim, irmã minha, minha esposa; colhi a minha mirra com a minha especiaria, comi o meu favo com o meu mel, bebi o meu vinho com o meu leite. Comei, amigos, bebei abundantemente, ó amados.
Isaías 54:5 Porque o teu Criador é o teu marido; Senhor dos Exércitos é o seu nome; e o Santo de Israel é o teu Redentor; ele será chamado o Deus de toda a terra.
Isaías 62:4 Nunca mais te chamarão Desamparada, nem a tua terra se denominará jamais Assolada; mas chamar-te-ão Hefzibá; e à tua terra, Beulá, porque o Senhor se agrada de ti; e com a tua terra o Senhor se casará.
Isaías 66:11 para que mameis e vos farteis dos peitos das suas consolações; para que sugueis e vos deleiteis com o resplendor da sua glória.
Jeremias 2:2 Vai e clama aos ouvidos de Jerusalém, dizendo: Assim diz o Senhor: Lembro-me de ti, da beneficência da tua mocidade e do amor dos teus desposórios, quando andavas após mim no deserto, numa terra que se não semeava.
Ezequiel 16:8 E, passando eu por ti, vi-te, e eis que o teu tempo era tempo de amores; e estendi sobre ti a ourela do meu manto e cobri a tua nudez; e dei-te juramento e entrei em concerto contigo, diz o Senhor Jeová, e tu ficaste sendo minha.
Oséias 2:19 E desposar-te-ei comigo para sempre; desposar-te-ei comigo em justiça, e em juízo, e em benignidade, e em misericórdias.
Mateus 9:15 E disse-lhes Jesus: Podem, porventura, andar tristes os filhos das bodas, enquanto o esposo está com eles? Dias, porém, virão em que lhes será tirado o esposo, e então jejuarão.
Mateus 22:2 O Reino dos céus é semelhante a um certo rei que celebrou as bodas de seu filho.
Mateus 25:1 Então, o Reino dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram ao encontro do esposo.
Lucas 2:10 E o anjo lhes disse: Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo,
Lucas 15:6 e, chegando à sua casa, convoca os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo, porque já achei a minha ovelha perdida.
João 16:24 Até agora, nada pedistes em meu nome; pedi e recebereis, para que a vossa alegria se cumpra.
João 17:13 Mas, agora, vou para ti e digo isto no mundo, para que tenham a minha alegria completa em si mesmos.
II Coríntios 11:2 Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo.
Efésios 5:25 Vós, maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela,
Filipenses 2:2 completai o meu gozo, para que sintais o mesmo, tendo o mesmo amor, o mesmo ânimo, sentindo uma mesma coisa.
I João 1:4 Estas coisas vos escrevemos, para que o vosso gozo se cumpra.
II João 1:12 Tendo muito que escrever-vos, não quis fazê-lo com papel e tinta; mas espero ir ter convosco e falar de boca a boca, para que o nosso gozo seja cumprido.
Apocalipse 19:7 Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória, porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou.
Apocalipse 21:9 E veio um dos sete anjos que tinham as sete taças cheias das últimas sete pragas e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei a esposa, a mulher do Cordeiro.


Notas de rodapé da Bíblia (HD) - Haroldo Dutra

As notas de rodapé presentes na Bíblia versão Haroldo Dutra são comentários e explicações adicionais fornecidos pelo tradutor para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas de rodapé são baseadas em pesquisas, análises históricas, culturais e linguísticas, bem como em outras referências bíblicas, a fim de fornecer um contexto mais profundo e uma interpretação mais precisa do significado original do texto. As notas de rodapé são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.
João 3 : 29
se alegra profundamente
Lit. “se alegra com alegria”. Trata-se de uma expressão idiomática tipicamente semítica, que consiste em colocar dois vocábulos com o mesmo radical, um ao lado do outro (geralmente substantivo + verbo), com a finalidade de reforçar o sentido do primeiro termo. Neste caso, foram colocados lado a lado alegrar-se (verbo) + alegria (substantivo), o que reforça o sentido do verbo, motivo pelo qual traduzimos o segundo termo por profundamente.

João 3 : 29
completou
Lit. “encher, tornar cheio; completar; realizar, cumprir”.

Apêndices

Os apêndices bíblicos são seções adicionais presentes em algumas edições da Bíblia que fornecem informações complementares sobre o texto bíblico. Esses apêndices podem incluir uma variedade de recursos, como tabelas cronológicas, listas de personagens, informações históricas e culturais, explicações de termos e conceitos, entre outros. Eles são projetados para ajudar os leitores a entender melhor o contexto e o significado das narrativas bíblicas, tornando-as mais acessíveis e compreensíveis.

Principais acontecimentos da vida terrestre de Jesus

O começo do ministério de Jesus

DATA

LUGAR

ACONTECIMENTO

MATEUS

MARCOS

LUCAS

JOÃO

29 d.C., c. outubro

Rio Jordão, talvez em Betânia do outro lado do Jordão, ou perto dela

Jesus é batizado e ungido; Jeová o reconhece como seu Filho e lhe dá sua aprovação

Mt 3:13-17

Mc 1:9-11

Lc 3:21-38

Jo 1:32-34

Deserto da Judeia

É tentado pelo Diabo

Mt 4:1-11

Mc 1:12-13

Lc 4:1-13

 

Betânia do outro lado do Jordão

João Batista identifica Jesus como o Cordeiro de Deus; os primeiros discípulos se juntam a Jesus

     

Jo 1:15-29-51

Caná da Galileia; Cafarnaum

Primeiro milagre, água transformada em vinho; visita Cafarnaum

     

Jo 2:1-12

30 d.C., Páscoa

Jerusalém

Purifica o templo

     

Jo 2:13-25

Conversa com Nicodemos

     

Jo 3:1-21

Judeia; Enom

Vai à zona rural da Judeia, seus discípulos batizam; João dá seu último testemunho sobre Jesus

     

Jo 3:22-36

Tiberíades; Judeia

João é preso; Jesus viaja para a Galileia

Mt 4:12-14:3-5

Mc 6:17-20

Lc 3:19-20

Jo 4:1-3

Sicar, em Samaria

Ensina samaritanos no caminho para a Galileia

     

Jo 4:4-43


Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita


Emmanuel

jo 3:29
O Consolador

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 0
Página: 180
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel

 — Na reunião de 31 de outubro de 1939, no Grupo Espírita “Luís Gonzaga”, de Pedro Leopoldo, um amigo do Plano Espiritual lembrou aos seus componentes a discussão de temas doutrinários, por meio de perguntas nossas à entidade de Emmanuel, a fim de ampliar-se a esfera dos nossos conhecimentos.


Consultado sobre o assunto, o Espírito Emmanuel estabeleceu um programa de trabalhos a ser executado pelo nosso esforço, que foi iniciado pelas duas questões seguintes:


— Apresentando o Espiritismo, na sua feição de Consolador prometido pelo Cristo, três aspectos diferentes: científico, filosófico, religioso, qual desses aspectos é o maior?

— “Podemos tomar o Espiritismo, simbolizado desse modo, como um triângulo de forças espirituais.

“A Ciência e a Filosofia vinculam à Terra essa figura simbólica, porém, a Religião é o ângulo divino que a liga ao Céu. No seu aspecto científico e filosófico, a doutrina será sempre um campo nobre de investigações humanas, como outros movimentos coletivos, de natureza intelectual que visam o aperfeiçoamento da Humanidade. No aspecto religioso, todavia, repousa a sua grandeza divina, por constituir a restauração do Evangelho de Jesus-Cristo, estabelecendo a renovação definitiva do homem, para a grandeza do seu imenso futuro espiritual.”


— A fim de intensificar os nossos conhecimentos relativamente ao tríplice aspecto do Espiritismo, poderemos continuar com as nossas indagações?

— “Podereis perguntar, sem que possamos nutrir a pretensão de vos responder com as soluções definitivas, embora cooperemos convosco da melhor vontade.

“Aliás, é pelo amparo recíproco que alcançaremos as expressões mais altas dos valores intelectivos e sentimentais.

“Além do túmulo, o Espírito desencarnado não encontra os milagres da sabedoria, e as novas realidades do Plano imortalista transcendem aos quadros do conhecimento contemporâneo, conservando-se numa esfera quase inacessível às cogitações humanas, escapando, pois, às nossas possibilidades de exposição, em face da ausência de comparações analógicas, único meio de impressão na tábua de valores restritos da mente humana.

“Além do mais, ainda nos encontramos num plano evolutivo sem que possamos trazer ao vosso círculo de aprendizado as últimas equações, nesse ou naquele setor de investigação e de análise. É por essa razão que somente poderemos cooperar convosco sem a presunção da palavra derradeira. Considerada a nossa contribuição nesse conceito indispensável de relatividade, buscaremos concorrer com a nossa modesta parcela de experiência, sem nos determos no exame técnico das questões científicas, no objeto das polêmicas da Filosofia e das religiões, sobejamente movimentados nos bastidores da opinião, para considerarmos tão somente a luz espiritual que se irradia de todas as coisas e o ascendente místico de todas as atividades do espírito humano dentro de sua abençoada escola terrestre, sob a proteção misericordiosa Deus.”



As questões apresentadas foram as mais diversas e numerosas. Todos os componentes do Grupo, bem como outros amigos espiritistas de diferentes pontos, cooperaram no acervo das perguntas, ora manifestando as suas necessidades de esclarecimento íntimo, no estudo do Evangelho, ora interessados em assuntos novos que as respostas de Emmanuel suscitavam.

Em seguida, o autor espiritual selecionou as questões, deu-lhes uma ordem, catalogou-as em cada assunto particularizado, e eis aí o novo livro.

Que as palavras sábias e consoladoras de Emmanuel proporcionem a todos os companheiros de doutrina o mesmo bem espiritual que nos fizeram, são os votos dos modestos trabalhadores do Grupo Espírita “Luís Gonzaga”, de Pedro Leopoldo, Minas Gerais.


Pedro Leopoldo, 8 de março de 1940.


jo 3:29
Evangelho por Emmanuel, O – Comentários ao Evangelho Segundo Mateus

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 10
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel

— Como compreender a afirmativa de Jesus aos judeus: — “Sois deuses”? (Jo 10:34)

— Em todo homem repousa a partícula da divindade do Criador, com a qual pode a criatura terrestre participar dos poderes sagrados da Criação.

O Espírito encarnado ainda não ponderou devidamente o conjunto de possibilidades divinas guardadas em suas mãos, dons sagrados tantas vezes convertidos em elementos de ruína e destruição.

Entretanto, os poucos que sabem crescer na sua divindade, pela exemplificação e pelo ensinamento, são cognominados na Terra santos e heróis, por afirmarem a sua condição espiritual, sendo justo que todas as criaturas procurem alcançar esses valores, desenvolvendo para o bem e para a luz a sua natureza divina.


— Qual o sentido do ensinamento evangélico: — “Todos os pecados ser-vos-ão perdoados, menos os que cometerdes contra o Espírito Santo”? (Mc 3:28)

— A aquisição do conhecimento espiritual, com a perfeita noção de nossos deveres, desperta em nosso íntimo a centelha do espírito divino, que se encontra no âmago de todas as criaturas.

Nesse instante, descerra-se à nossa visão profunda o santuário da luz de Deus, dentro de nós mesmos, consolidando e orientando as nossas mais legítimas noções de responsabilidade na vida.

Enquanto o homem se desvia ou fraqueja, distante dessa iluminação, seu erro justifica-se, de alguma sorte, pela ignorância ou pela cegueira. Todavia, a falta cometida com a plena consciência do dever, depois da bênção do conhecimento interior, guardada no coração e no raciocínio, essa significa o “pecado contra o Espírito Santo”, porque a alma humana estará, então, contra si mesma, repudiando as suas divinas possibilidades.

É lógico, portanto, que esses erros são os mais graves da vida, porque consistem no desprezo dos homens pela expressão de Deus, que habita neles.


— Qual o espírito destas letras: — “Não cuides que vim trazer paz à Terra; não vim trazer a paz, mas a espada”? (Mt 10:34)

— Todos os símbolos do Evangelho, dado o meio em que desabrocharam, são, quase sempre, fortes e incisivos.

Jesus não vinha trazer ao mundo a palavra de contemporização com as fraquezas do homem, mas a centelha de luz para que a criatura humana se iluminasse para os Planos divinos.

E a lição sublime do Cristo, ainda e sempre, pode ser conhecida como a “espada” renovadora, com a qual deve o homem lutar consigo mesmo, extirpando os velhos inimigos do seu coração, sempre capitaneados pela ignorância e pela vaidade, pelo egoísmo e pelo orgulho.


— A afirmativa do Mestre: — “Porque eu vim pôr em dissensão o filho contra seu pai, a filha contra sua mãe e a nora contra sua sogra” — como deve ser compreendida em espírito e verdade? (Mt 10:35)

— Ainda aqui, temos de considerar a feição antiga do hebraico, com a sua maneira vigorosa de expressão.

Seria absurdo admitir que o Senhor viesse estabelecer a perturbação no sagrado instituto da família humana, nas suas elevadas expressões afetivas, mas, sim, que os seus ensinamentos consoladores seriam o fermento divino das opiniões, estabelecendo os movimentos materiais das ideias renovadoras, fazendo luz no íntimo de cada um, pelo esforço próprio, para felicidade de todos os corações.


— “E tudo o que pedirdes na oração, crendo, o recebereis” — Esse preceito do Mestre tem aplicação, igualmente, no que se refere aos bens materiais? (Mt 21:22)

— O “seja feita a vossa vontade”, da oração comum, constitui nosso pedido geral a Deus, cuja Providência, através dos seus mensageiros, nos proverá o Espírito ou a condição de vida do mais útil, conveniente e necessário ao nosso progresso espiritual, para a sabedoria e para o amor.

O que o homem não deve esquecer, em todos os sentidos e circunstâncias da vida, é a prece do trabalho e da dedicação, no santuário da existência de lutas purificadoras, porque Jesus abençoará as suas realizações de esforço sincero.


— Por que disse Jesus que “o escândalo é necessário, mas ai daquele por quem o escândalo vier”? (Mt 18:7)

— Num Plano de vida, onde quase todos se encontram pelo escândalo que praticaram no pretérito, é justo que o mesmo “escândalo” seja necessário, como elemento de expiação, de prova ou de aprendizado, porque aos homens falta ainda aquele “amor que cobre a multidão dos pecados”.

As palavras do ensinamento do Mestre ajustam-se, portanto, de maneira perfeita, à situação dos encarnados no mundo, sendo lastimáveis os que não vigiam, por se tornarem, desse modo, instrumentos de tentação nas suas quedas constantes, através dos longos caminhos.


— As palavras de Jesus: — “A luz brilha nas trevas e as trevas não a compreenderam”, tiveram aplicação somente quando da exemplificação do Cristo, há dois mil anos, ou essa aplicação é extensiva à nossa era? (Jo 1:5)

— As palavras do apóstolo referiam-se à sua época; todavia, o simbolismo evangélico do seu enunciado estende-se aos tempos modernos, nos quais a lição do Senhor permanece incompreendida para a maioria dos corações, que persistem em não ver a luz, fugindo à verdade.


— Em que sentido devemos interpretar as sentenças de João Batista: — “A quem pertence a esposa é o esposo; mas o amigo do esposo, que com ele está e ouve, muito se regozija por ouvir a voz do esposo. Pois este gozo eu agora experimento; é preciso que ele cresça e que eu diminua”? (Jo 3:29)

— O esposo da Humanidade terrestre é Jesus-Cristo, o mesmo Cordeiro de Deus que arranca as almas humanas dos caminhos escusos da impenitência.

O amigo do esposo é o seu precursor, cuja expressão humana deveria desaparecer a fim de que Jesus resplandecesse para o mundo inteiro, no seu Evangelho de Verdade e Vida.


— A transfiguração do Senhor é também um símbolo para a Humanidade? (Mt 17:1)

— Todas as expressões do Evangelho possuem uma significação divina e, no Tabor, contemplamos a grande lição de que o homem deve viver a sua existência, no mundo, sabendo que pertence ao Céu, por sua sagrada origem, sendo indispensável, desse modo, que se desmaterialize, a todos os instantes, para que se desenvolva em amor e sabedoria, na sagrada exteriorização da virtude celeste, cujos germens lhe dormitam no coração.


— Qual o sentido da afirmativa do texto sagrado, acerca de Jesus: — “Não tendo Deus querido sacrifício, nem oblata, lhe formou um corpo”? (Hb 10:5)

— Para Deus, o mundo não mais deveria persistir no velho costume de sacrificar nos altares materiais, em seu nome, razão por que enviou aos homens a palavra do Cristo, a fim de que a Humanidade aprendesse a sacrificar no altar do coração, na ascensão divina dos sentimentos para o seu amor.


— Como interpretar a afirmativa de João: — “Três são os que fornecem testemunho no Céu; o Pai, o Verbo e o Espírito Santo”? (1Jo 5:7)

— João referia-se ao Criador, a Jesus, que constituía para a Terra a sua mais perfeita personificação, e à legião dos Espíritos redimidos e santificados que cooperam com o Divino Mestre, desde os primeiros dias da organização terrestre, sob a misericórdia de Deus.


— Como entender a bem-aventurança conferida por Jesus aos “pobres de espírito”? (Mt 5:3)

— O ensinamento do Divino Mestre referia-se às almas simples e singelas, despidas do “espírito de ambição e de egoísmo”, que costumam triunfar nas lutas do mundo.

Não costumais até hoje denominar os vitoriosos do século, nas questões puramente materiais, de “homem de espírito”? É por essa razão que, em se dirigindo à massa popular, aludia o Senhor aos corações despretensiosos e humildes, aptos a lhe seguirem os ensinamentos, sem determinadas preocupações rasteiras da existência material.


— Qual a maior lição que a Humanidade recebeu do Mestre, ao lavar ele os pés dos seus discípulos? (Jo 13:1)

— Entregando-se a esse ato, queria o Divino Mestre testemunhar às criaturas humanas a suprema lição da humildade, demonstrando, ainda uma vez, que, na coletividade cristã, o maior para Deus seria sempre aquele que se fizesse o menor de todos.


— Por que razão Jesus, ao lavar os pés dos seus discípulos, cingiu-se com uma toalha? (Jo 13:4)

— O Cristo, que não desdenhou a energia fraternal na eliminação dos erros da criatura humana, afirmando-se como o Filho de Deus nos divinos fundamentos da Verdade, quis proceder desse modo para revelar-se o escravo pelo amor à Humanidade, à qual vinha trazer a luz da vida, na abnegação e no sacrifício supremos.


— Aceitando Jesus o auxílio de Simão, o cireneu, desejava deixar um novo ensinamento às criaturas? (Mt 27:32)

— Essa passagem evangélica encerra o ensinamento do Cristo, concernente à necessidade de cooperação fraternal entre os homens, em todos os trâmites da vida.


— A ressurreição de Lázaro, operada pelo Mestre, tem um sentido oculto, como lição à Humanidade? (Jo 11:1)

— O episódio de Lázaro era um selo divino identificando a passagem do Senhor, mas também foi o símbolo sagrado da ação do Cristo sobre o homem, testemunhando que o seu amor arrancava a Humanidade de seu sepulcro de misérias, Humanidade a favor da qual tem o Senhor dado o sacrifício de suas lágrimas, ressuscitando-a para o sol da vida eterna, nas sagradas lições do seu Evangelho de amor e de redenção.


— Poderemos receber um ensinamento sobre a eucaristia, dado o costume tradicional da Igreja Romana, que recorda a ceia dos discípulos com o vinho e a hóstia? (Mt 26:26)

— A verdadeira eucaristia evangélica não é a do pão e do vinho materiais, como pretende a igreja de Roma, mas, a identificação legítima e total do discípulo com Jesus, de cujo ensino de amor e sabedoria deve haurir a essência profunda, para iluminação dos seus sentimentos e do seu raciocínio, através de todos os caminhos da vida.


— Quem terá recebido maior soma de misericórdia na justiça divina: — Judas, o discípulo infiel, mas iludido e arrependido, ou o sacerdote maldoso e indiferente, que o induziu à defecção? (Mt 27:3)

— Quem há recebido mais misericórdia, por mais necessitado e indigente, é o mau sacerdote de todos os tempos, que, longe de confundir a lição do Cristo uma só vez, vem praticando a defecção espiritual para com o Divino Mestre, desde muitos séculos.


— Que ensinamentos nos oferece a negação de Pedro? (Mt 26:31)

— A negação de Pedro serve para significar a fragilidade das almas humanas, perdidas na invigilância e na despreocupação da realidade espiritual, deixando-se conduzir, indiferentemente, aos torvelinhos mais tenebrosos do sofrimento, sem cogitarem de um esforço legítimo e sincero, na definitiva edificação de si mesmas.


— Qual a edição dos Evangelhos que melhor traduz a fonte original?

— A grafia original dos Evangelhos já representa, em si mesma, a própria tradução do ensino de Jesus, considerando-se que essa tarefa foi delegada aos seus apóstolos.

Sendo razoável estimarmos, em todas as circunstâncias, os esforços sinceros, seja qual for o meio onde se desdobram, apenas consideramos que, em todas as traduções dos ensinamentos do Mestre Divino, se torna imprescindível separar da letra o espírito.

Podereis objetar que a letra deveria ser simples e clara.

Convenhamos que sim, mas importa observar que os Evangelhos são o roteiro das almas, e é com a visão espiritual que devem ser lidos; pois, constituindo a cátedra de Jesus, o discípulo que deles se aproximar com a intenção sincera de aprender encontra, sob todos os símbolos da letra, a palavra persuasiva e doce, simples e enérgica, da inspiração do seu Mestre imortal.



jo 3:29
Evangelho por Emmanuel, O – Comentários ao Evangelho Segundo Marcos

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 11
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel

— Como compreender a afirmativa de Jesus aos judeus: — “Sois deuses”? (Jo 10:34)

— Em todo homem repousa a partícula da divindade do Criador, com a qual pode a criatura terrestre participar dos poderes sagrados da Criação.

O Espírito encarnado ainda não ponderou devidamente o conjunto de possibilidades divinas guardadas em suas mãos, dons sagrados tantas vezes convertidos em elementos de ruína e destruição.

Entretanto, os poucos que sabem crescer na sua divindade, pela exemplificação e pelo ensinamento, são cognominados na Terra santos e heróis, por afirmarem a sua condição espiritual, sendo justo que todas as criaturas procurem alcançar esses valores, desenvolvendo para o bem e para a luz a sua natureza divina.


— Qual o sentido do ensinamento evangélico: — “Todos os pecados ser-vos-ão perdoados, menos os que cometerdes contra o Espírito Santo”? (Mc 3:28)

— A aquisição do conhecimento espiritual, com a perfeita noção de nossos deveres, desperta em nosso íntimo a centelha do espírito divino, que se encontra no âmago de todas as criaturas.

Nesse instante, descerra-se à nossa visão profunda o santuário da luz de Deus, dentro de nós mesmos, consolidando e orientando as nossas mais legítimas noções de responsabilidade na vida.

Enquanto o homem se desvia ou fraqueja, distante dessa iluminação, seu erro justifica-se, de alguma sorte, pela ignorância ou pela cegueira. Todavia, a falta cometida com a plena consciência do dever, depois da bênção do conhecimento interior, guardada no coração e no raciocínio, essa significa o “pecado contra o Espírito Santo”, porque a alma humana estará, então, contra si mesma, repudiando as suas divinas possibilidades.

É lógico, portanto, que esses erros são os mais graves da vida, porque consistem no desprezo dos homens pela expressão de Deus, que habita neles.


— Qual o espírito destas letras: — “Não cuides que vim trazer paz à Terra; não vim trazer a paz, mas a espada”? (Mt 10:34)

— Todos os símbolos do Evangelho, dado o meio em que desabrocharam, são, quase sempre, fortes e incisivos.

Jesus não vinha trazer ao mundo a palavra de contemporização com as fraquezas do homem, mas a centelha de luz para que a criatura humana se iluminasse para os Planos divinos.

E a lição sublime do Cristo, ainda e sempre, pode ser conhecida como a “espada” renovadora, com a qual deve o homem lutar consigo mesmo, extirpando os velhos inimigos do seu coração, sempre capitaneados pela ignorância e pela vaidade, pelo egoísmo e pelo orgulho.


— A afirmativa do Mestre: — “Porque eu vim pôr em dissensão o filho contra seu pai, a filha contra sua mãe e a nora contra sua sogra” — como deve ser compreendida em espírito e verdade? (Mt 10:35)

— Ainda aqui, temos de considerar a feição antiga do hebraico, com a sua maneira vigorosa de expressão.

Seria absurdo admitir que o Senhor viesse estabelecer a perturbação no sagrado instituto da família humana, nas suas elevadas expressões afetivas, mas, sim, que os seus ensinamentos consoladores seriam o fermento divino das opiniões, estabelecendo os movimentos materiais das ideias renovadoras, fazendo luz no íntimo de cada um, pelo esforço próprio, para felicidade de todos os corações.


— “E tudo o que pedirdes na oração, crendo, o recebereis” — Esse preceito do Mestre tem aplicação, igualmente, no que se refere aos bens materiais? (Mt 21:22)

— O “seja feita a vossa vontade”, da oração comum, constitui nosso pedido geral a Deus, cuja Providência, através dos seus mensageiros, nos proverá o Espírito ou a condição de vida do mais útil, conveniente e necessário ao nosso progresso espiritual, para a sabedoria e para o amor.

O que o homem não deve esquecer, em todos os sentidos e circunstâncias da vida, é a prece do trabalho e da dedicação, no santuário da existência de lutas purificadoras, porque Jesus abençoará as suas realizações de esforço sincero.


— Por que disse Jesus que “o escândalo é necessário, mas ai daquele por quem o escândalo vier”? (Mt 18:7)

— Num Plano de vida, onde quase todos se encontram pelo escândalo que praticaram no pretérito, é justo que o mesmo “escândalo” seja necessário, como elemento de expiação, de prova ou de aprendizado, porque aos homens falta ainda aquele “amor que cobre a multidão dos pecados”.

As palavras do ensinamento do Mestre ajustam-se, portanto, de maneira perfeita, à situação dos encarnados no mundo, sendo lastimáveis os que não vigiam, por se tornarem, desse modo, instrumentos de tentação nas suas quedas constantes, através dos longos caminhos.


— As palavras de Jesus: — “A luz brilha nas trevas e as trevas não a compreenderam”, tiveram aplicação somente quando da exemplificação do Cristo, há dois mil anos, ou essa aplicação é extensiva à nossa era? (Jo 1:5)

— As palavras do apóstolo referiam-se à sua época; todavia, o simbolismo evangélico do seu enunciado estende-se aos tempos modernos, nos quais a lição do Senhor permanece incompreendida para a maioria dos corações, que persistem em não ver a luz, fugindo à verdade.


— Em que sentido devemos interpretar as sentenças de João Batista: — “A quem pertence a esposa é o esposo; mas o amigo do esposo, que com ele está e ouve, muito se regozija por ouvir a voz do esposo. Pois este gozo eu agora experimento; é preciso que ele cresça e que eu diminua”? (Jo 3:29)

— O esposo da Humanidade terrestre é Jesus-Cristo, o mesmo Cordeiro de Deus que arranca as almas humanas dos caminhos escusos da impenitência.

O amigo do esposo é o seu precursor, cuja expressão humana deveria desaparecer a fim de que Jesus resplandecesse para o mundo inteiro, no seu Evangelho de Verdade e Vida.


— A transfiguração do Senhor é também um símbolo para a Humanidade? (Mt 17:1)

— Todas as expressões do Evangelho possuem uma significação divina e, no Tabor, contemplamos a grande lição de que o homem deve viver a sua existência, no mundo, sabendo que pertence ao Céu, por sua sagrada origem, sendo indispensável, desse modo, que se desmaterialize, a todos os instantes, para que se desenvolva em amor e sabedoria, na sagrada exteriorização da virtude celeste, cujos germens lhe dormitam no coração.


— Qual o sentido da afirmativa do texto sagrado, acerca de Jesus: — “Não tendo Deus querido sacrifício, nem oblata, lhe formou um corpo”? (Hb 10:5)

— Para Deus, o mundo não mais deveria persistir no velho costume de sacrificar nos altares materiais, em seu nome, razão por que enviou aos homens a palavra do Cristo, a fim de que a Humanidade aprendesse a sacrificar no altar do coração, na ascensão divina dos sentimentos para o seu amor.


— Como interpretar a afirmativa de João: — “Três são os que fornecem testemunho no Céu; o Pai, o Verbo e o Espírito Santo”? (1Jo 5:7)

— João referia-se ao Criador, a Jesus, que constituía para a Terra a sua mais perfeita personificação, e à legião dos Espíritos redimidos e santificados que cooperam com o Divino Mestre, desde os primeiros dias da organização terrestre, sob a misericórdia de Deus.


— Como entender a bem-aventurança conferida por Jesus aos “pobres de espírito”? (Mt 5:3)

— O ensinamento do Divino Mestre referia-se às almas simples e singelas, despidas do “espírito de ambição e de egoísmo”, que costumam triunfar nas lutas do mundo.

Não costumais até hoje denominar os vitoriosos do século, nas questões puramente materiais, de “homem de espírito”? É por essa razão que, em se dirigindo à massa popular, aludia o Senhor aos corações despretensiosos e humildes, aptos a lhe seguirem os ensinamentos, sem determinadas preocupações rasteiras da existência material.


— Qual a maior lição que a Humanidade recebeu do Mestre, ao lavar ele os pés dos seus discípulos? (Jo 13:1)

— Entregando-se a esse ato, queria o Divino Mestre testemunhar às criaturas humanas a suprema lição da humildade, demonstrando, ainda uma vez, que, na coletividade cristã, o maior para Deus seria sempre aquele que se fizesse o menor de todos.


— Por que razão Jesus, ao lavar os pés dos seus discípulos, cingiu-se com uma toalha? (Jo 13:4)

— O Cristo, que não desdenhou a energia fraternal na eliminação dos erros da criatura humana, afirmando-se como o Filho de Deus nos divinos fundamentos da Verdade, quis proceder desse modo para revelar-se o escravo pelo amor à Humanidade, à qual vinha trazer a luz da vida, na abnegação e no sacrifício supremos.


— Aceitando Jesus o auxílio de Simão, o cireneu, desejava deixar um novo ensinamento às criaturas? (Mt 27:32)

— Essa passagem evangélica encerra o ensinamento do Cristo, concernente à necessidade de cooperação fraternal entre os homens, em todos os trâmites da vida.


— A ressurreição de Lázaro, operada pelo Mestre, tem um sentido oculto, como lição à Humanidade? (Jo 11:1)

— O episódio de Lázaro era um selo divino identificando a passagem do Senhor, mas também foi o símbolo sagrado da ação do Cristo sobre o homem, testemunhando que o seu amor arrancava a Humanidade de seu sepulcro de misérias, Humanidade a favor da qual tem o Senhor dado o sacrifício de suas lágrimas, ressuscitando-a para o sol da vida eterna, nas sagradas lições do seu Evangelho de amor e de redenção.


— Poderemos receber um ensinamento sobre a eucaristia, dado o costume tradicional da Igreja Romana, que recorda a ceia dos discípulos com o vinho e a hóstia? (Mt 26:26)

— A verdadeira eucaristia evangélica não é a do pão e do vinho materiais, como pretende a igreja de Roma, mas, a identificação legítima e total do discípulo com Jesus, de cujo ensino de amor e sabedoria deve haurir a essência profunda, para iluminação dos seus sentimentos e do seu raciocínio, através de todos os caminhos da vida.


— Quem terá recebido maior soma de misericórdia na justiça divina: — Judas, o discípulo infiel, mas iludido e arrependido, ou o sacerdote maldoso e indiferente, que o induziu à defecção? (Mt 27:3)

— Quem há recebido mais misericórdia, por mais necessitado e indigente, é o mau sacerdote de todos os tempos, que, longe de confundir a lição do Cristo uma só vez, vem praticando a defecção espiritual para com o Divino Mestre, desde muitos séculos.


— Que ensinamentos nos oferece a negação de Pedro? (Mt 26:31)

— A negação de Pedro serve para significar a fragilidade das almas humanas, perdidas na invigilância e na despreocupação da realidade espiritual, deixando-se conduzir, indiferentemente, aos torvelinhos mais tenebrosos do sofrimento, sem cogitarem de um esforço legítimo e sincero, na definitiva edificação de si mesmas.


— Qual a edição dos Evangelhos que melhor traduz a fonte original?

— A grafia original dos Evangelhos já representa, em si mesma, a própria tradução do ensino de Jesus, considerando-se que essa tarefa foi delegada aos seus apóstolos.

Sendo razoável estimarmos, em todas as circunstâncias, os esforços sinceros, seja qual for o meio onde se desdobram, apenas consideramos que, em todas as traduções dos ensinamentos do Mestre Divino, se torna imprescindível separar da letra o espírito.

Podereis objetar que a letra deveria ser simples e clara.

Convenhamos que sim, mas importa observar que os Evangelhos são o roteiro das almas, e é com a visão espiritual que devem ser lidos; pois, constituindo a cátedra de Jesus, o discípulo que deles se aproximar com a intenção sincera de aprender encontra, sob todos os símbolos da letra, a palavra persuasiva e doce, simples e enérgica, da inspiração do seu Mestre imortal.



jo 3:29
Evangelho por Emmanuel, O – Comentários ao Evangelho Segundo João

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 5
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel

— Como compreender a afirmativa de Jesus aos judeus: — “Sois deuses”? (Jo 10:34)

— Em todo homem repousa a partícula da divindade do Criador, com a qual pode a criatura terrestre participar dos poderes sagrados da Criação.

O Espírito encarnado ainda não ponderou devidamente o conjunto de possibilidades divinas guardadas em suas mãos, dons sagrados tantas vezes convertidos em elementos de ruína e destruição.

Entretanto, os poucos que sabem crescer na sua divindade, pela exemplificação e pelo ensinamento, são cognominados na Terra santos e heróis, por afirmarem a sua condição espiritual, sendo justo que todas as criaturas procurem alcançar esses valores, desenvolvendo para o bem e para a luz a sua natureza divina.


— Qual o sentido do ensinamento evangélico: — “Todos os pecados ser-vos-ão perdoados, menos os que cometerdes contra o Espírito Santo”? (Mc 3:28)

— A aquisição do conhecimento espiritual, com a perfeita noção de nossos deveres, desperta em nosso íntimo a centelha do espírito divino, que se encontra no âmago de todas as criaturas.

Nesse instante, descerra-se à nossa visão profunda o santuário da luz de Deus, dentro de nós mesmos, consolidando e orientando as nossas mais legítimas noções de responsabilidade na vida.

Enquanto o homem se desvia ou fraqueja, distante dessa iluminação, seu erro justifica-se, de alguma sorte, pela ignorância ou pela cegueira. Todavia, a falta cometida com a plena consciência do dever, depois da bênção do conhecimento interior, guardada no coração e no raciocínio, essa significa o “pecado contra o Espírito Santo”, porque a alma humana estará, então, contra si mesma, repudiando as suas divinas possibilidades.

É lógico, portanto, que esses erros são os mais graves da vida, porque consistem no desprezo dos homens pela expressão de Deus, que habita neles.


— Qual o espírito destas letras: — “Não cuides que vim trazer paz à Terra; não vim trazer a paz, mas a espada”? (Mt 10:34)

— Todos os símbolos do Evangelho, dado o meio em que desabrocharam, são, quase sempre, fortes e incisivos.

Jesus não vinha trazer ao mundo a palavra de contemporização com as fraquezas do homem, mas a centelha de luz para que a criatura humana se iluminasse para os Planos divinos.

E a lição sublime do Cristo, ainda e sempre, pode ser conhecida como a “espada” renovadora, com a qual deve o homem lutar consigo mesmo, extirpando os velhos inimigos do seu coração, sempre capitaneados pela ignorância e pela vaidade, pelo egoísmo e pelo orgulho.


— A afirmativa do Mestre: — “Porque eu vim pôr em dissensão o filho contra seu pai, a filha contra sua mãe e a nora contra sua sogra” — como deve ser compreendida em espírito e verdade? (Mt 10:35)

— Ainda aqui, temos de considerar a feição antiga do hebraico, com a sua maneira vigorosa de expressão.

Seria absurdo admitir que o Senhor viesse estabelecer a perturbação no sagrado instituto da família humana, nas suas elevadas expressões afetivas, mas, sim, que os seus ensinamentos consoladores seriam o fermento divino das opiniões, estabelecendo os movimentos materiais das ideias renovadoras, fazendo luz no íntimo de cada um, pelo esforço próprio, para felicidade de todos os corações.


— “E tudo o que pedirdes na oração, crendo, o recebereis” — Esse preceito do Mestre tem aplicação, igualmente, no que se refere aos bens materiais? (Mt 21:22)

— O “seja feita a vossa vontade”, da oração comum, constitui nosso pedido geral a Deus, cuja Providência, através dos seus mensageiros, nos proverá o Espírito ou a condição de vida do mais útil, conveniente e necessário ao nosso progresso espiritual, para a sabedoria e para o amor.

O que o homem não deve esquecer, em todos os sentidos e circunstâncias da vida, é a prece do trabalho e da dedicação, no santuário da existência de lutas purificadoras, porque Jesus abençoará as suas realizações de esforço sincero.


— Por que disse Jesus que “o escândalo é necessário, mas ai daquele por quem o escândalo vier”? (Mt 18:7)

— Num Plano de vida, onde quase todos se encontram pelo escândalo que praticaram no pretérito, é justo que o mesmo “escândalo” seja necessário, como elemento de expiação, de prova ou de aprendizado, porque aos homens falta ainda aquele “amor que cobre a multidão dos pecados”.

As palavras do ensinamento do Mestre ajustam-se, portanto, de maneira perfeita, à situação dos encarnados no mundo, sendo lastimáveis os que não vigiam, por se tornarem, desse modo, instrumentos de tentação nas suas quedas constantes, através dos longos caminhos.


— As palavras de Jesus: — “A luz brilha nas trevas e as trevas não a compreenderam”, tiveram aplicação somente quando da exemplificação do Cristo, há dois mil anos, ou essa aplicação é extensiva à nossa era? (Jo 1:5)

— As palavras do apóstolo referiam-se à sua época; todavia, o simbolismo evangélico do seu enunciado estende-se aos tempos modernos, nos quais a lição do Senhor permanece incompreendida para a maioria dos corações, que persistem em não ver a luz, fugindo à verdade.


— Em que sentido devemos interpretar as sentenças de João Batista: — “A quem pertence a esposa é o esposo; mas o amigo do esposo, que com ele está e ouve, muito se regozija por ouvir a voz do esposo. Pois este gozo eu agora experimento; é preciso que ele cresça e que eu diminua”? (Jo 3:29)

— O esposo da Humanidade terrestre é Jesus-Cristo, o mesmo Cordeiro de Deus que arranca as almas humanas dos caminhos escusos da impenitência.

O amigo do esposo é o seu precursor, cuja expressão humana deveria desaparecer a fim de que Jesus resplandecesse para o mundo inteiro, no seu Evangelho de Verdade e Vida.


— A transfiguração do Senhor é também um símbolo para a Humanidade? (Mt 17:1)

— Todas as expressões do Evangelho possuem uma significação divina e, no Tabor, contemplamos a grande lição de que o homem deve viver a sua existência, no mundo, sabendo que pertence ao Céu, por sua sagrada origem, sendo indispensável, desse modo, que se desmaterialize, a todos os instantes, para que se desenvolva em amor e sabedoria, na sagrada exteriorização da virtude celeste, cujos germens lhe dormitam no coração.


— Qual o sentido da afirmativa do texto sagrado, acerca de Jesus: — “Não tendo Deus querido sacrifício, nem oblata, lhe formou um corpo”? (Hb 10:5)

— Para Deus, o mundo não mais deveria persistir no velho costume de sacrificar nos altares materiais, em seu nome, razão por que enviou aos homens a palavra do Cristo, a fim de que a Humanidade aprendesse a sacrificar no altar do coração, na ascensão divina dos sentimentos para o seu amor.


— Como interpretar a afirmativa de João: — “Três são os que fornecem testemunho no Céu; o Pai, o Verbo e o Espírito Santo”? (1Jo 5:7)

— João referia-se ao Criador, a Jesus, que constituía para a Terra a sua mais perfeita personificação, e à legião dos Espíritos redimidos e santificados que cooperam com o Divino Mestre, desde os primeiros dias da organização terrestre, sob a misericórdia de Deus.


— Como entender a bem-aventurança conferida por Jesus aos “pobres de espírito”? (Mt 5:3)

— O ensinamento do Divino Mestre referia-se às almas simples e singelas, despidas do “espírito de ambição e de egoísmo”, que costumam triunfar nas lutas do mundo.

Não costumais até hoje denominar os vitoriosos do século, nas questões puramente materiais, de “homem de espírito”? É por essa razão que, em se dirigindo à massa popular, aludia o Senhor aos corações despretensiosos e humildes, aptos a lhe seguirem os ensinamentos, sem determinadas preocupações rasteiras da existência material.


— Qual a maior lição que a Humanidade recebeu do Mestre, ao lavar ele os pés dos seus discípulos? (Jo 13:1)

— Entregando-se a esse ato, queria o Divino Mestre testemunhar às criaturas humanas a suprema lição da humildade, demonstrando, ainda uma vez, que, na coletividade cristã, o maior para Deus seria sempre aquele que se fizesse o menor de todos.


— Por que razão Jesus, ao lavar os pés dos seus discípulos, cingiu-se com uma toalha? (Jo 13:4)

— O Cristo, que não desdenhou a energia fraternal na eliminação dos erros da criatura humana, afirmando-se como o Filho de Deus nos divinos fundamentos da Verdade, quis proceder desse modo para revelar-se o escravo pelo amor à Humanidade, à qual vinha trazer a luz da vida, na abnegação e no sacrifício supremos.


— Aceitando Jesus o auxílio de Simão, o cireneu, desejava deixar um novo ensinamento às criaturas? (Mt 27:32)

— Essa passagem evangélica encerra o ensinamento do Cristo, concernente à necessidade de cooperação fraternal entre os homens, em todos os trâmites da vida.


— A ressurreição de Lázaro, operada pelo Mestre, tem um sentido oculto, como lição à Humanidade? (Jo 11:1)

— O episódio de Lázaro era um selo divino identificando a passagem do Senhor, mas também foi o símbolo sagrado da ação do Cristo sobre o homem, testemunhando que o seu amor arrancava a Humanidade de seu sepulcro de misérias, Humanidade a favor da qual tem o Senhor dado o sacrifício de suas lágrimas, ressuscitando-a para o sol da vida eterna, nas sagradas lições do seu Evangelho de amor e de redenção.


— Poderemos receber um ensinamento sobre a eucaristia, dado o costume tradicional da Igreja Romana, que recorda a ceia dos discípulos com o vinho e a hóstia? (Mt 26:26)

— A verdadeira eucaristia evangélica não é a do pão e do vinho materiais, como pretende a igreja de Roma, mas, a identificação legítima e total do discípulo com Jesus, de cujo ensino de amor e sabedoria deve haurir a essência profunda, para iluminação dos seus sentimentos e do seu raciocínio, através de todos os caminhos da vida.


— Quem terá recebido maior soma de misericórdia na justiça divina: — Judas, o discípulo infiel, mas iludido e arrependido, ou o sacerdote maldoso e indiferente, que o induziu à defecção? (Mt 27:3)

— Quem há recebido mais misericórdia, por mais necessitado e indigente, é o mau sacerdote de todos os tempos, que, longe de confundir a lição do Cristo uma só vez, vem praticando a defecção espiritual para com o Divino Mestre, desde muitos séculos.


— Que ensinamentos nos oferece a negação de Pedro? (Mt 26:31)

— A negação de Pedro serve para significar a fragilidade das almas humanas, perdidas na invigilância e na despreocupação da realidade espiritual, deixando-se conduzir, indiferentemente, aos torvelinhos mais tenebrosos do sofrimento, sem cogitarem de um esforço legítimo e sincero, na definitiva edificação de si mesmas.


— Qual a edição dos Evangelhos que melhor traduz a fonte original?

— A grafia original dos Evangelhos já representa, em si mesma, a própria tradução do ensino de Jesus, considerando-se que essa tarefa foi delegada aos seus apóstolos.

Sendo razoável estimarmos, em todas as circunstâncias, os esforços sinceros, seja qual for o meio onde se desdobram, apenas consideramos que, em todas as traduções dos ensinamentos do Mestre Divino, se torna imprescindível separar da letra o espírito.

Podereis objetar que a letra deveria ser simples e clara.

Convenhamos que sim, mas importa observar que os Evangelhos são o roteiro das almas, e é com a visão espiritual que devem ser lidos; pois, constituindo a cátedra de Jesus, o discípulo que deles se aproximar com a intenção sincera de aprender encontra, sob todos os símbolos da letra, a palavra persuasiva e doce, simples e enérgica, da inspiração do seu Mestre imortal.



jo 3:29
Evangelho por Emmanuel, O – Comentários às Cartas Universais e ao Apocalipse

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 145
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel

— Como compreender a afirmativa de Jesus aos judeus: — “Sois deuses”? (Jo 10:34)

— Em todo homem repousa a partícula da divindade do Criador, com a qual pode a criatura terrestre participar dos poderes sagrados da Criação.

O Espírito encarnado ainda não ponderou devidamente o conjunto de possibilidades divinas guardadas em suas mãos, dons sagrados tantas vezes convertidos em elementos de ruína e destruição.

Entretanto, os poucos que sabem crescer na sua divindade, pela exemplificação e pelo ensinamento, são cognominados na Terra santos e heróis, por afirmarem a sua condição espiritual, sendo justo que todas as criaturas procurem alcançar esses valores, desenvolvendo para o bem e para a luz a sua natureza divina.


— Qual o sentido do ensinamento evangélico: — “Todos os pecados ser-vos-ão perdoados, menos os que cometerdes contra o Espírito Santo”? (Mc 3:28)

— A aquisição do conhecimento espiritual, com a perfeita noção de nossos deveres, desperta em nosso íntimo a centelha do espírito divino, que se encontra no âmago de todas as criaturas.

Nesse instante, descerra-se à nossa visão profunda o santuário da luz de Deus, dentro de nós mesmos, consolidando e orientando as nossas mais legítimas noções de responsabilidade na vida.

Enquanto o homem se desvia ou fraqueja, distante dessa iluminação, seu erro justifica-se, de alguma sorte, pela ignorância ou pela cegueira. Todavia, a falta cometida com a plena consciência do dever, depois da bênção do conhecimento interior, guardada no coração e no raciocínio, essa significa o “pecado contra o Espírito Santo”, porque a alma humana estará, então, contra si mesma, repudiando as suas divinas possibilidades.

É lógico, portanto, que esses erros são os mais graves da vida, porque consistem no desprezo dos homens pela expressão de Deus, que habita neles.


— Qual o espírito destas letras: — “Não cuides que vim trazer paz à Terra; não vim trazer a paz, mas a espada”? (Mt 10:34)

— Todos os símbolos do Evangelho, dado o meio em que desabrocharam, são, quase sempre, fortes e incisivos.

Jesus não vinha trazer ao mundo a palavra de contemporização com as fraquezas do homem, mas a centelha de luz para que a criatura humana se iluminasse para os Planos divinos.

E a lição sublime do Cristo, ainda e sempre, pode ser conhecida como a “espada” renovadora, com a qual deve o homem lutar consigo mesmo, extirpando os velhos inimigos do seu coração, sempre capitaneados pela ignorância e pela vaidade, pelo egoísmo e pelo orgulho.


— A afirmativa do Mestre: — “Porque eu vim pôr em dissensão o filho contra seu pai, a filha contra sua mãe e a nora contra sua sogra” — como deve ser compreendida em espírito e verdade? (Mt 10:35)

— Ainda aqui, temos de considerar a feição antiga do hebraico, com a sua maneira vigorosa de expressão.

Seria absurdo admitir que o Senhor viesse estabelecer a perturbação no sagrado instituto da família humana, nas suas elevadas expressões afetivas, mas, sim, que os seus ensinamentos consoladores seriam o fermento divino das opiniões, estabelecendo os movimentos materiais das ideias renovadoras, fazendo luz no íntimo de cada um, pelo esforço próprio, para felicidade de todos os corações.


— “E tudo o que pedirdes na oração, crendo, o recebereis” — Esse preceito do Mestre tem aplicação, igualmente, no que se refere aos bens materiais? (Mt 21:22)

— O “seja feita a vossa vontade”, da oração comum, constitui nosso pedido geral a Deus, cuja Providência, através dos seus mensageiros, nos proverá o Espírito ou a condição de vida do mais útil, conveniente e necessário ao nosso progresso espiritual, para a sabedoria e para o amor.

O que o homem não deve esquecer, em todos os sentidos e circunstâncias da vida, é a prece do trabalho e da dedicação, no santuário da existência de lutas purificadoras, porque Jesus abençoará as suas realizações de esforço sincero.


— Por que disse Jesus que “o escândalo é necessário, mas ai daquele por quem o escândalo vier”? (Mt 18:7)

— Num Plano de vida, onde quase todos se encontram pelo escândalo que praticaram no pretérito, é justo que o mesmo “escândalo” seja necessário, como elemento de expiação, de prova ou de aprendizado, porque aos homens falta ainda aquele “amor que cobre a multidão dos pecados”.

As palavras do ensinamento do Mestre ajustam-se, portanto, de maneira perfeita, à situação dos encarnados no mundo, sendo lastimáveis os que não vigiam, por se tornarem, desse modo, instrumentos de tentação nas suas quedas constantes, através dos longos caminhos.


— As palavras de Jesus: — “A luz brilha nas trevas e as trevas não a compreenderam”, tiveram aplicação somente quando da exemplificação do Cristo, há dois mil anos, ou essa aplicação é extensiva à nossa era? (Jo 1:5)

— As palavras do apóstolo referiam-se à sua época; todavia, o simbolismo evangélico do seu enunciado estende-se aos tempos modernos, nos quais a lição do Senhor permanece incompreendida para a maioria dos corações, que persistem em não ver a luz, fugindo à verdade.


— Em que sentido devemos interpretar as sentenças de João Batista: — “A quem pertence a esposa é o esposo; mas o amigo do esposo, que com ele está e ouve, muito se regozija por ouvir a voz do esposo. Pois este gozo eu agora experimento; é preciso que ele cresça e que eu diminua”? (Jo 3:29)

— O esposo da Humanidade terrestre é Jesus-Cristo, o mesmo Cordeiro de Deus que arranca as almas humanas dos caminhos escusos da impenitência.

O amigo do esposo é o seu precursor, cuja expressão humana deveria desaparecer a fim de que Jesus resplandecesse para o mundo inteiro, no seu Evangelho de Verdade e Vida.


— A transfiguração do Senhor é também um símbolo para a Humanidade? (Mt 17:1)

— Todas as expressões do Evangelho possuem uma significação divina e, no Tabor, contemplamos a grande lição de que o homem deve viver a sua existência, no mundo, sabendo que pertence ao Céu, por sua sagrada origem, sendo indispensável, desse modo, que se desmaterialize, a todos os instantes, para que se desenvolva em amor e sabedoria, na sagrada exteriorização da virtude celeste, cujos germens lhe dormitam no coração.


— Qual o sentido da afirmativa do texto sagrado, acerca de Jesus: — “Não tendo Deus querido sacrifício, nem oblata, lhe formou um corpo”? (Hb 10:5)

— Para Deus, o mundo não mais deveria persistir no velho costume de sacrificar nos altares materiais, em seu nome, razão por que enviou aos homens a palavra do Cristo, a fim de que a Humanidade aprendesse a sacrificar no altar do coração, na ascensão divina dos sentimentos para o seu amor.


— Como interpretar a afirmativa de João: — “Três são os que fornecem testemunho no Céu; o Pai, o Verbo e o Espírito Santo”? (1Jo 5:7)

— João referia-se ao Criador, a Jesus, que constituía para a Terra a sua mais perfeita personificação, e à legião dos Espíritos redimidos e santificados que cooperam com o Divino Mestre, desde os primeiros dias da organização terrestre, sob a misericórdia de Deus.


— Como entender a bem-aventurança conferida por Jesus aos “pobres de espírito”? (Mt 5:3)

— O ensinamento do Divino Mestre referia-se às almas simples e singelas, despidas do “espírito de ambição e de egoísmo”, que costumam triunfar nas lutas do mundo.

Não costumais até hoje denominar os vitoriosos do século, nas questões puramente materiais, de “homem de espírito”? É por essa razão que, em se dirigindo à massa popular, aludia o Senhor aos corações despretensiosos e humildes, aptos a lhe seguirem os ensinamentos, sem determinadas preocupações rasteiras da existência material.


— Qual a maior lição que a Humanidade recebeu do Mestre, ao lavar ele os pés dos seus discípulos? (Jo 13:1)

— Entregando-se a esse ato, queria o Divino Mestre testemunhar às criaturas humanas a suprema lição da humildade, demonstrando, ainda uma vez, que, na coletividade cristã, o maior para Deus seria sempre aquele que se fizesse o menor de todos.


— Por que razão Jesus, ao lavar os pés dos seus discípulos, cingiu-se com uma toalha? (Jo 13:4)

— O Cristo, que não desdenhou a energia fraternal na eliminação dos erros da criatura humana, afirmando-se como o Filho de Deus nos divinos fundamentos da Verdade, quis proceder desse modo para revelar-se o escravo pelo amor à Humanidade, à qual vinha trazer a luz da vida, na abnegação e no sacrifício supremos.


— Aceitando Jesus o auxílio de Simão, o cireneu, desejava deixar um novo ensinamento às criaturas? (Mt 27:32)

— Essa passagem evangélica encerra o ensinamento do Cristo, concernente à necessidade de cooperação fraternal entre os homens, em todos os trâmites da vida.


— A ressurreição de Lázaro, operada pelo Mestre, tem um sentido oculto, como lição à Humanidade? (Jo 11:1)

— O episódio de Lázaro era um selo divino identificando a passagem do Senhor, mas também foi o símbolo sagrado da ação do Cristo sobre o homem, testemunhando que o seu amor arrancava a Humanidade de seu sepulcro de misérias, Humanidade a favor da qual tem o Senhor dado o sacrifício de suas lágrimas, ressuscitando-a para o sol da vida eterna, nas sagradas lições do seu Evangelho de amor e de redenção.


— Poderemos receber um ensinamento sobre a eucaristia, dado o costume tradicional da Igreja Romana, que recorda a ceia dos discípulos com o vinho e a hóstia? (Mt 26:26)

— A verdadeira eucaristia evangélica não é a do pão e do vinho materiais, como pretende a igreja de Roma, mas, a identificação legítima e total do discípulo com Jesus, de cujo ensino de amor e sabedoria deve haurir a essência profunda, para iluminação dos seus sentimentos e do seu raciocínio, através de todos os caminhos da vida.


— Quem terá recebido maior soma de misericórdia na justiça divina: — Judas, o discípulo infiel, mas iludido e arrependido, ou o sacerdote maldoso e indiferente, que o induziu à defecção? (Mt 27:3)

— Quem há recebido mais misericórdia, por mais necessitado e indigente, é o mau sacerdote de todos os tempos, que, longe de confundir a lição do Cristo uma só vez, vem praticando a defecção espiritual para com o Divino Mestre, desde muitos séculos.


— Que ensinamentos nos oferece a negação de Pedro? (Mt 26:31)

— A negação de Pedro serve para significar a fragilidade das almas humanas, perdidas na invigilância e na despreocupação da realidade espiritual, deixando-se conduzir, indiferentemente, aos torvelinhos mais tenebrosos do sofrimento, sem cogitarem de um esforço legítimo e sincero, na definitiva edificação de si mesmas.


— Qual a edição dos Evangelhos que melhor traduz a fonte original?

— A grafia original dos Evangelhos já representa, em si mesma, a própria tradução do ensino de Jesus, considerando-se que essa tarefa foi delegada aos seus apóstolos.

Sendo razoável estimarmos, em todas as circunstâncias, os esforços sinceros, seja qual for o meio onde se desdobram, apenas consideramos que, em todas as traduções dos ensinamentos do Mestre Divino, se torna imprescindível separar da letra o espírito.

Podereis objetar que a letra deveria ser simples e clara.

Convenhamos que sim, mas importa observar que os Evangelhos são o roteiro das almas, e é com a visão espiritual que devem ser lidos; pois, constituindo a cátedra de Jesus, o discípulo que deles se aproximar com a intenção sincera de aprender encontra, sob todos os símbolos da letra, a palavra persuasiva e doce, simples e enérgica, da inspiração do seu Mestre imortal.




Amélia Rodrigues

jo 3:29
Primícias do Reino

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 2
Divaldo Pereira Franco
Amélia Rodrigues
A porta abriu rangendo em ferros gastos e uma figura grotesca assomou à soleira, erguendo o alfange brilhante de encontro ao retalho de luar, que invadira a estreita cela. [8]

A noite serena estava envolta em escumilha franjada de prata e se ouviam, de longe em longe, os surdos sons reveladores da bacanal desenfreada no outro lado.


Maqueronte ou Maquero, a fortaleza sombria erguida nas cumeadas do planalto de Moab, na Pereia, descortinava horizontes ilimitados. De um lado o fosso do mar Morto, caindo mil e duzentos metros abaixo e, além das imensas planícies, o monte Nebo, donde Moisés contemplara a Terra Prometida.


Naquela torre da sinistra cidadela ele já passara dez meses de doloroso cativeiro.


É verdade que não sofrerá suplícios; todavia, isolado dos discípulos amados, a quem no vau de Bethabara ou nos "mananciais da paz", em Citópolis, pregava a necessidade do arrependimento e a penitência, sofria o amargor da punição indébita. Intimamente recordava suas próprias palavras dirigidas aos companheiros, quando estes, algo enciumados, falaram-lhe sobre Jesus: "O homem não pode receber coisa alguma, se do céu não lhe for dada. Vós mesmos sois testemunhas de que vos disse: Não sou o Cristo! Mas fui enviado apenas como precursor. Quem tem a esposa, esse é o esposo. O amigo do esposo, que o acompanha, alegra-se, intimamente, quando ouve a voz do esposo. Pois, esta alegria me coube abundantemente. Convém que ele cresça e que eu diminua. . . " Era março de 29.


Herodes Antipas retornava da viagem encetada à Babilônia, como membro da comitiva de Tibério, que tinha à frente o legado Vitélio, para conseguir as simpatias de Artabano, rei dos Medos, que vencera os Partos em guerra sangrenta e cruel.


Demorando-se em Maqueronte, resolvera ali comemorar o próprio natalício, oferecendo à comitiva principesca e ociosa suntuoso festim, naquele inverno, ao invés de desfrutar o agradável clima de Tiberíades onde passava, invariavelmente, essa quadra do ano.


Ele aguardava aquele instante e para isto se fortalecera em longas e calmas meditações.


Naqueles meses do amargo cativeiro, em hora alguma quebrantara o ânimo firme ou a coragem férrea. Não tergiversou nem jamais temeu; se muitas vidas possuísse, de uma só vez todas daria pelo direito de proclamar os dias de justiça que se avizinhavam a invectivar a degradação dos costumes que se imiscuíra na própria corte, onde o incesto e o adultério campeavam sob o beneplácito condescendente da cordialidade vulgar.


Nos dias transatos de peregrinação pelo deserto, alimentando-se frugalmente e mergulhado em profundos cismares, sentira as mãos fortes e intangíveis do Pai fortalecendo suas fibras, e ouvira no coração as vozes ininteligíveis dos seres angélicos, ordenando-lhe a pregação redentora, para abrir veredas por onde seguisse o Esperado. . .


Aquela era a hora do testemunho: sentia-o interiormente.


Experimentava estranha algidez prenunciadora do momento. Até então estivera recordando todos os acontecimentos.


Desfilaram mentalmente aqueles dias risonhos da infância feliz, sombreada apenas por secreta preocupação acerca de Deus e sobre os homens a crescer através dos dias, exageradamente pelos verdes anos da adolescência.


Quantas vezes, não poderia dizê-lo, escutando as narrativas da Lei, na Sinagoga, ou comentando os Livros Sagrados, sentira-se arrebatado pela necessidade de meditar a sós, perdido pelos áridos e difíceis caminhos das regiões ásperas do deserto montanhoso e adusto! E ao fazê-lo, quantas visões inextricáveis experimentara! . . . .


Em toda inquietação que o atormentava e em toda necessidade de que procurava fugir, sentia que os Céus o conduziam para um destino: o de preparar caminhos para outros pés. . . para o Messias Libertador!


Tudo na sua vida transcorrera de modo incomum. O berço fora-lhe oferecido em circunstâncias transcendentais. Seus pais receberam-no, quando já não o esperavam.


Conhecia o fato narrado pelo próprio Zacarias.


Ansioso por um filho, ele fora ao Templo orar e, ao fazê-lo, surpreendera-se pela presença de um ser espiritual que lhe disse: "Nada receies, Zacarias, pois que a tua oração foi escutada. A tua mulher, Isabel, dar-te-á um filho, ao qual porás o nome de João. Ele será para ti motivo de alegria e regozijo, porquanto será grande no Senhor".


O torpor e o receio invadiram seu pai, estranha mudez adviera-lhe e, depois, o nascimento aguardado.


As mãos de Deus, indiscutivelmente, pousavam sobre o seu lar.


Depois. . .


Ao seguir para o deserto, vestiu-se como o antigo profeta Elias: uma pele de camelo no corpo, em volta dos rins um cinto de couro. . .


Iniciara o ministério por volta do ano 15 do império de Tibério César, sendo Pôncio Pilatos governador da Judeia e Herodes Ântipas tetrarca da Galileia. . .


Descera os chapadões rochosos e duros da Pereia e viera a Bethabara, perto da embocadura do Mar Morto, onde o Jordão enseja um vau de fácil acesso para as caravanas, e ali começara pregando e lavando as impurezas com a água do rio; expectante, porém, quanto àquele que conduziria os homens, assinalando-os com o fogo da verdade, o sinal da vida eterna.


O clima no inverno é ali delicioso, e as águas velozes passam cantando entre os festões de canas e fetos sob a sombra de tamarindeiros cujo verdor contrasta com o deserto de fogo ardente e nu, mais adiante.


Contava somente trinta anos e estava estuante de força e vigor.


A voz tonitruante brada sem cessar: "Quem vos ensinou a fugir da cólera que vai chegar? O machado corta já as raízes das árvores.


Toda a árvore que não produz bom fruto será cortada e lançada ao fogo".


A evocação fá-lo chorar: saudades daqueles dias de ação preparatória para a chegada d’Ele. . .


* * *

Havia quase cinco séculos que a boca profética ali se calara e uma preocupação geral dominava os corações.


O sangue das vítimas das guerras e das rebeliões incessantes, abafadas a ferro e a fogo, corria abundante e o clamor das vozes ao Senhor era ensurdecedor. O Alto, no entanto, permanecia em silêncio. . .


Ele se sentia, não há como duvidar, "a voz que clama no deserto" e preparava "os caminhos do Senhor". Fora assim mesmo que respondera aos judeus enviados pelos sacerdotes e levitas de Jerusalém, ao lhe indagarem se ele era o Cristo ou o Elias esperado.


Naquele instante, força incomum dominara-o e nobre inflexão modulara-lhe a voz ao proclamar: "Eu batizo com água, mas no meio de vós está desconhecido de vós aquele que virá após mim. Eu nem sou digno de lhe desatar as correias do calçado". Isto fora em Betânia, um pouco além do Jordão, e sentira-se grande na própria pequenez.


No dia seguinte, recordava-o com os olhos nublados de pranto e indizível felicidade interior, a alva se espraiava lentamente e a "Casa da passagem" regurgitava de viajantes. Sob os loendros e tamarindeiros em flor zumbiam miríades de insetos, suaves olores perpassavam no ar.


Pregava as primícias do Reino de Deus com inusitada emoção.


O verbo quente, derramado em catadupas de alento esperançoso, umedecia-lhe os olhos requeimados pelo Sol ardente.


Quando se movimentava no afã de arregimentar almas para o exército que preparava, vira-O de relance, descendo a borda do rio, por sobre a relva verdejante, com os vestidos brilhando de maneira incomum, tendo sobre a cabeça o coffieh. [9] tradicional. O vaso improvisado para o banho lhe escorregara da mão e ele gritou sem poder dominar-se: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. Este é de quem eu dizia: após mim vem um homem que é maior que eu; porque existia antes de mim. Não o conhecia eu; mas, para o tornar conhecido em Israel, é que vim com o batismo d’água" e aproximando-se, disse-lhe:

— Eu é que devia ser batizado por ti, e tu vens a mim?


— Deixa por agora; convém cumprirmos tudo que é justo.


Ele falava com eloquente grandeza espiritual.


Após o ato singelo, ouviu-se uma voz, se dentro ou fora do Espírito, rememorando, não saberia dizê-lo: "Este é o meu Filho querido, no qual pus a minha complacência".


Tudo acontecera em janeiro do ano anterior e parecia tão próximo! . . .


Ele se afastara pelo mesmo caminho por onde transitavam os rebanhos, desaparecendo entre os renques de tamareiras. Não voltara a vê-lo outra vez; não tivera a felicidade de dialogar com Ele.


Uma tranquila confiança empolgara-lhe o Espírito desde então.


Pôs-se a verberar com mais ardor contra a degeneração moral onde esta se encontrasse.


Foi visitar o Tetrarca e sem trepidar invectivou-lhe a conduta.


Como pudera aquele reizete pusilânime e ignóbil trair a filha de Aretas, rei dos Nabateus, que se vira obrigada a buscar refúgio além da Pereia, em Petra, junto ao pai, enquanto ele recebia a esposa do seu meio-irmão, Herodes Filipe I, que vivia em Roma como cidadão, sem qualquer título, e era filha de outro meio-irmão, Aristóbulo, apaixonado como a avó, Mariamne, a asmoneana, assassinada por Herodes, o Grande!. . .


As palavras veementes queimavam, e Antipas o ouvira impressionado.


Fraco, porém, ou indiferente, não tivera o príncipe a nobreza de libertar-se da estranha paixão, nem sequer reagira.


Sabia, no entanto, da ira que empolgara a alma da mulher ferida no seu orgulho e desfaçatez. . .


A noite sonhava muito longe, e o vento frio corria por sobre os montes do Galaad.


Os pífaros agudos varam a noite estrelada, e as sombras no salão de festas da fortaleza dançam retalhadas pelas flamas vermelhas das lâmpadas de cobre e cristal suspensas. . .


As recordações continuam a assaltá-lo na masmorra fria e infecta.


Quantas humilhações que, todavia, não o feriam!


No íntimo recordava: "É necessário que Ele cresça e que eu diminua. . . " Gostaria de ter ouvido, conversando com o Ungido! A mente vinha a lembrança de Moisés, atormentado no alto Nebo, fitando a "terra eleita" sem lobrigar alcançá-la. . .


Com esse receio no coração, nascido talvez dos dias de solitária e triste reclusão, mandara dois discípulos procurarem Jesus de Quem tanto ouvia falar, para saber. . .


A resposta não chegara e a hora era aquela, a sua hora.


O suor começou a escorrer abundante.


Estava, porém, em paz.


Seu Espírito, preparado para o testemunho, não acalentava ilusões. Forjara a esperança nos foles, fornos, bigornas do ascetismo, da dedicação e da confiança totais.


Levantou-se, aspirou o ar tranquilo da noite, examinou a nesga de céu bordado e lavado de luar, fitou o carrasco que o contemplava soturno à porta aberta. A voz soou firme como no passado, embora o desgaste orgânico.


— Estou pronto! — disse.


Ajoelhou-se sobre a palha imunda do cubículo e curvou a cabeça para baixo.


* * *

Na manhã clara, meses antes, na Galileia formosa, os discípulos de João, ansiosos, interrogaram o estranho e nobre Rabi:

— Es tu aquele que há de vir, ou devemos esperar por outro?


— Ide — respondeu, jubiloso — e contai a João o que ouvis e vedes: os cegos veem, os coxos andam, os leprosos tornam-se limpos, os surdos ouvem; os mortos ressuscitam, e aos pobres é anunciada a Boa-nova. Feliz de quem não se escandalizar de mim.


Logo se afastaram, comovidos e fascinados. O mestre tocado de ternura pelo prisioneiro que O mandara inquirir, falou: Que saístes a ver ao deserto? Um caniço agitado pelo vento? Pois que saístes a ver? Um homem em roupas delicadas? Ora, os que trajam roupas delicadas residem nos palácios dos reis. Por que, pois, saístes? Para verdes um profeta? Sim, declaro-vos eu e mais que um profeta: porque este é de quem está escrito: Eis que envio a preceder-te o meu arauto, a fim de preparar o caminho diante de ti!


A balada da revelação nos lábios do Rabi se emoldura de cristalina beleza, e ele prossegue:

— Em verdade vos digo que entre os filhos de mulher, não surgiu quem fosse maior que João Batista. Entretanto, o menor no Reino dos Céus é maior que ele. Desde os dias de João Batista até hoje o Reino dos Céus sofre violência e os homens violentos o tomam de assalto. Porque todos os profetas e a lei, até João, vaticinaram. Ele, porém — se o quiserdes aceitar — é o Elias que há de vir. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!


Sim, João é Elias reencarnado, abrindo caminhos e preparando estradas!


A verdade está enunciada. Luz nova projeta-se nos dédalos da ignorância multimilenar.


* * *

Em Maqueronte, entre os convidados de toda parte, encontravam-se Herodíade e Salomé, sua filha do consórcio com Filipe I; Agripa, seu irmão, que mais tarde, no império de Calígula, seria nomeado sucessor de Filipe, no seu território, e, posteriormente, quando Antipas foi exilado para Lião, na Gália, sucederia-lhe em sua Tetrarquia. Também lá estava Herodes-Filipe II, o Tetrarca pacífico da Gaulanítida e Traconítida, que em breve tempo casaria com Salomé.


O festim, digno das cortes orientais, excedia em luxo e loucura.


Vitélio, chegando em sua liteira suntuosa, traz consigo todo um exército de bajuladores e serviçais e entra triunfalmente recebido pelo aniversariante.


Os crótalos cantam; as citaras e os Kinnor [10] enchem o ar de estranhas e lânguidas melodias, enquanto os timbales marcam o febril compasso.


Os lampadários estão em todo o seu esplendor e os candelabros, com almotolias de prata e ouro, derramam luz sobre os tapetes da Babilônia, de Tiro, de Sidon e os panos coloridos de Damasco a escorrerem pelas paredes de pedra lavrada.


Jacintos, dálias, rosas e jasmins formam festões coloridos e perfumados em volta, por detrás das mesas de ébano e mogno trabalhadas.


Saduceus e fariseus discutem animadamente, enquanto os suculentos manjares desfilam e atendem aos convivas.


Uma escrava canta estranha e ignota melodia.


Num intervalo, os velários são descerrados.


E subitamente, ante o espanto geral, Salomé, menina-moça, põe-se a dançar. . .


O vinho louro escorria abundante e o bailado de loucura inebriava os príncipes, os fariseus, os convidados em geral.


A dança, uma mistura de ritmos religiosos e pagãos, era também lasciva.


Quando a música se interrompeu e imenso silêncio penetrou triunfante, a bailarina tombou em atitude insólita e luxuriosa.


Antipas, entorpecido pelo vinho e pela sensualidade, exclamou em febre, enlaçando a jovem menina:

— Pede! Pede-me metade do meu reino e eu te darei! Pela mente ambiciosa da garota excitada perpassam as paixões e ansiedades da sua época.


Atordoada, busca a genitora para aconselhar-se, e esta, achando propícia a ocasião, segreda: pede-lhe a cabeça de João. A menina empalidece.


A mãe, autoritária, insiste: pede-lhe! E eu te darei o que quiseres.


Esse João ousou desmoralizar-me diante da ralé e perante o próprio rei, que, acovardado, idumeu supersticioso, não teve altivez de o punir, degolando-o com severidade para servir de exemplo. Limpa-me o nome, filha! Não apenas peço: eu exijo!


O ar pesava, e a expectativa se fez geral.


Alguém gritou: pede-lhe! E rei, e após prometer não poderá recusar. Somos testemunhas. Pede!


Com a voz rouca a menina propôs:

— Dá-me a cabeça de João para que eu possa bailar! Antipas, respeitava e temia o Batista.


Ao ouvir o singular pedido, estremeceu, e quedou-se lívido.


Gargalhada geral explodiu no ar e as vozes, em coro, reclamaram:

— Dá-lhe a cabeça do Batista ou temes ofertá-la?! Atoleimado, o rei chamou um sicário e mandou-o decepara cabeça de João, encarcerado.


No alto, a Lua, em minguante, ocultou-se entre nuvens escuras e um silêncio tétrico se encheu de expectação. . .


(. . .) A lâmina prateada cortou o ar e num baque surdo a cabeça do precursor rolou no piso de pedra. . .


A música voltou a soar e, rodopiando, com uma bandeja de prata na mão espalmada, Salomé entregou a Herodíades o troféu: a cabeça decepada do Batista, que fitava com olhos sem luz a consciência ultrajada dos seus algozes.


Semidesvairada a infeliz mulher pôs-se a gargalhar. . .


Elias resgatava o crime cometido às margens do rio Quizom, quando mandara decepara cabeça dos adoradores de Baal e, livre, tarefa cumprida, ascendia, agora, nos Cimos.


Seus discípulos rogaram a Antipas o cadáver e o sepultaram com carinho.


Em colina longínqua, auscultando a noite silente, Jesus orava.


Dias depois, abandonou as terras de Herodes Antipas e foi semear a Boa-nova em outras terras. . .


Cumpriam-se as Escrituras.


O silêncio que o Precursor fizera ensejava a audição do Messias por toda a Terra, numa nova Era.







Referências em Outras Obras


CARLOS TORRES PASTORINO

jo 3:29
Sabedoria do Evangelho - Volume 2

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 25
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 9:14-17


14. Depois foram a ele os discípulos de João, dizendo: "por que é que nós e os fariseus jejuamos, mas teus discípulos não jejuam"?


15. Respondeu-lhes Jesus: "Podem acaso estar tristes os convidados do casamento, enquanto o esposo está com eles? mas dias virão em que lhes será tirado o esposo, e nesses dias jejuarão.


16. Ninguém põe remendo de pano novo em manto velho, porque o remendo, repuxa parte do manto e fica maior o rasgão.


17. Nem se põe vinho novo em odres velhos; senão arrebentam os odres, e derramase o vinho e estragamse os odres; mas vinho novo é posto em odres novos, e ambos se conservam".


MC 2:18-22


18. Ora, os discípulos João e os fariseus estavam jejuando.


E eles vieram perguntarlhe: "por que jejuam os discípulos de João e os dos fariseus, mas os teus discípulos não jejuam"?


19. Respondeu-lhes Jesus: "Podem acaso jejuar os convidados do casamento, enquanto o esposo está com eles? Durante o tempo em que têm consigo o esposo, não podem jejuar.


20. Dias virão, porém, em que lhes será tirado o esposo, e então nesses dias jejuarão.


21. Ninguém cose remendo de pano novo em manto velho: senão o remendo novo repuxa parte do velho, e tornase maior o rasgão.


22. E ninguém põe vinho novo em odres velhos; senão o vinho fará arrebentar os odres e derramar-se-á o vinho e também perder-se-ão os odres; ao invés, vinho novo é posto em odres novos".


LC 5:33-39


33. Disseram-lhe eles: "os discípulos de João jejuam frequentemente e fazem orações, assim como os dos fariseus; mas os teus comem e bebem".


34. Mas Jesus disse-lhes: "Podeis fazer jejuar os convidados do casamento, enquanto o esposo está com eles?


35. Dias, porém, virão em que lhes será tirado o esposo, então nesses dias jejuarão".


36. Propôs-lhes também uma parábola: "Ninguém tira remendo de manto novo e o põe em manto velho; senão rasgará o novo, e o remendo do novo não combinará com o velho.


37. E ninguém põe vinho novo em odres velhos; senão o vinho novo arrebentará os odres, e ele se derramará, e estragar-se-ão os odres:


38. Ao invés, vinho novo deve ser posto em odres novos.


39. Ninguém que já bebeu o vinho velho, ao ver o novo, pois diz: "o velho é melhor".


Ainda durante o banquete é apresentada a Jesus outra objeção, desta feita ritualística. Os joanitas (disc ípulos de João Batista) observam que, num dia de jejum (conforme noticia Marcos), Jesus se banqueteia com seus discípulos. A anotação de Marcos de que os fariseus e joanitas "estavam jejuando"

(êsan nesteúontes) assinala o contraste entre a alegria do banquete e a tristeza "formal" dos que jejuavam.


Não é crível, todavia, que Jesus estivesse afrontando, logo no início de seu ministério, um jejum prescrito por lei (como, por exemplo, o "da expiação", a 10 de tishri). Mas havia outras datas, já cita das por Zacarias (Zacarias 8:19) e que, segundo esse profeta deveriam ser abolidas; não obstante, continuavam a ser rigorosamente observadas pelos ortodoxos rigoristas.


Jesus responde com uma comparação: os "filhos da câmara nupcial" (hoi huioi tou numphônos, tradução do hebraico benê hupâh) expressam os "convidados", que não podem manifestar luto e tristeza na presença do esposo. Essa comparação é dirigida especialmente aos joanitas, que deviam bem lembrarse das palavras do Batista, quando comparou Jesus ao "esposo" e ele mesmo ao "amigo do esposo" (JO 3:29). E, ainda mais, vem ligar Jesus ao Antigo Testamento, onde se afirma que o esposo por excelência do povo judaico era YHWH (JR 2:2; Os. 1:3), confirmando o que escrevemos na pág. 4 do

1° vol., ou seja, de que Jesus é a encarnação de YHWH. No entanto, breve chegará o tempo em que o esposo "será arrebatado (aparthê), conforme também escreveu Isaías (Isaías 53:8), ou seja, aparthê aíretais apó tês gês hê zóe autou (será arrebatada da Terra a vida dela).


Vem depois uma frase sentenciosa, em forma de aforismo: "ninguém sobrepõe remendo (epíblêma) de pano novo (ágnaphos) , literalmente "não molhado", que portanto encolherá muito ao ser lavado, em roupa velha, pois a peça (plérôma) repuxará, e o rasgão (schisma) ficará maior. A comparação é nova e bela. Lucas, porém, a apresenta de forma algo diferente: "ninguém arranca um pedaço da roupa nova para remendar outra velha", pois as duas ficariam inutilizadas.


Segue-se outra comparação do mesmo teor, a respeito do vinho. O odre (ainda hoje usado no oriente) consiste numa pele de, animal, sobretudo bode, devidamente macerada, cosida nas extremidades e fechada na boca com uma fivela de osso, conservando mais ou menos a forma do animal. Nesses odres eram transportados líquidos (água, leite, vinho, óleo ou leben, isto é, leite coalhado). Ora, o vinho novo, ao fermentar, arrebentaria a pele já velha e desgastada de ser carregada às costas de um lado para outro, e tanto o vinho se derramaria, como a pele se perderia.


Aqui Lucas acrescenta, também, um versículo novo: quem bebe o vinho velho, não quer saber do novo, pois o velho é melhor (chrêstóteros, ou, em outros manuscritos, "é bom", chréstos, sem o comparativo).


Os exegetas interpretam essas comparações, como a impossibilidade de adaptar-se a "Boa-Nova" às velhas doutrinas israelitas, e portanto, como afirmação de que a nova doutrina deverá arrebanhar homens libertos de preconceitos e dogmas. No entanto, pela última frase de Lucas, quem já experimentou o vinho (a doutrina israelita) nem quererá saber da nova (o Evangelho), porque julgará sempre que o antigo é o melhor.


Daí concluem que o candidato à nova doutrina de Jesus deverá abandonar totalmente, delas fazendo tábula rasa, todas as suas crenças antigas, sem o que jamais poderá compreender todo o alcance do que Jesus ensinou.


Outras lições mais vamos aprendendo, aprofundando assim o conhecimento do ensino de Jesus.


Se os fariseus caracterizam, os tipos hipócritas (atores) que representam uma cena sem que os sentimentos expressados correspondam ao que lhes vai no íntimo, os joanitas já são exemplo de outra categoria: os rigoristas sinceros, que julgam residir a perfeição no rígido cumprimento dos preceitos morais: é intelectualismo, ainda, já um pouco esclarecido, embora não bem equilibrado.


Preocupam-se, então, com o lado exterior da vida, dando importância ao jejum, isto é, à ausência da alegria. Porque o jejum, mais do que a abstenção do alimento, valia pela expressão facial de tristeza, pelo óleo que derramavam no cabelo, deixando que escorresse pela barba, pela cinza com que pulverizavam a cabeça e as roupas, velhas e sujas, a fim de dar aos outros (embora não a si mesmos) a impressão de grandes penitentes.


Ora, enquanto o "esposo" (o CRISTO INTERNO) está unido à sua criatura, esta fatalmente terá que demonstrar alegria. Todos os grandes místicos, que realizaram a unificação, ou pelo menos quando conseguem a união, sempre foram alegres, bastando-nos recordar o exemplo de Teresa de Ávila.


Entretanto, quando a união se desfaz, nos "intervalos de separação", a tristeza é grande, e a criatura chega a perder o apetite e o sono, jejuando então espontaneamente; essa fase é denominada período de secura ou de trevas, como a "noite sem estreias".


Os ensinamentos feitos sob forma de parábolas são profundos.


A interpretação dada por todos os exegetas é de que o Evangelho não pode adaptar-se às crenças judaicas; a Boa-Nova se perderia se pretendesse brotar e produzir no terreno já cultivado por outra crença. Esta é, com efeito, a interpretação personalista que joga, quase sempre, com fatos exteriores, a fim de não precisar tocar em seu próprio íntimo, "reformando sua mente", e modificando seus hábitos e sua crença.


Mas a interpretação real é mais profunda.


O "homem novo" não pode ser sobreposto ao "homem velho", senão ambos se estragam. A individualidade não pode aplicar-se sobre a personalidade, porque senão, quando a individualidade se encolhe na humildade verdadeira, para ficar de seu tamanho próprio, a personalidade, que a não pode acompanhar, se rebela e o rasgão (em grego, o "cisma") entre as duas se torna maior.


E ainda, não há possibilidade de a individualidade que cresce por dentro (fermenta) não poder adaptarse à personalidade mesquinha: o fermento desse crescimento ao infinito arrebentaria a pequenez da pessoa, e teríamos total estrago. De fato, quando certas pessoas penetram, apenas intelectualmente, nessa compreensão, mas sem conseguir a vivência, observa-se que representam uma coisa que não são; tornam-se extremamente vaidosas, sob a capa da humildade exterior; não admitem ninguém superior a elas, porque se julgam plenos de sapiência, conhecedores únicos da "verdade"; olham a todos" de cima", como seres superiores que se sentem: perdeu-se o vinho e arrebentou o odre.


Então, a adaptação tem que ser perfeita: primeiramente é mister que a criatura se torne "homem novo", libertando-se de preconceitos e dogmatismos, com a mente livre de teorias escravizantes, para então poder receber o vinho novo, ou seja, realizar a união com o Cristo Interno.


Mas tudo isso é difícil, porque, quem experimentou o vinho velho, recusa o novo. Quem, durante séculos, plasmou sua mente em moldes preestabelecidos e a eles se adaptou plenamente, recusa abandonar TUDO (cfr. LC 14:16 e LC 14:33) para tornar-se novamente criança (cfr. LC 18:17) e então "entrar no reino dos céus", isto é, na Consciência Cósmica, encontrando o CRISTO INTERNO".


jo 3:29
Sabedoria do Evangelho - Volume 3

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 4
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 11:2-19


2. Como João, no cárcere, tivesse ouvido falar das obras de cristo, mandou dois de seus discípulos perguntar-lhe:


3. "És tu o que vem, ou devemos esperar outro"?


4. Respondeu-lhes Jesus: "Ide contar a João o que estais ouvindo e observando:


5. os cegos vêem de novo; os coxos andam; os leprosos ficam limpos; os surdos estão ouvindo; os mortos se levantam e aos mendigos é dirigida a boa-nova;


6. e feliz aquele que não tropeça em mim".


7. Ao partirem eles, começou Jesus a falar ao povo a respeito de João: "Que saístes a ver no deserto? Uma cana sacudida pelo vento?


8. Mas que saístes a ver? Um homem vestido de roupas finas? Os que vestem roupas finas residem nos palácios dos reis.


9. Mas que saístes a ver? Um profeta? Sim, digo-vos, e muito mais que um profeta.


10. É dele que está escrito: "Eis que envio ante tua face meu mensageiro, que preparará teu caminho diante de ti".


11. Em verdade vos digo que não apareceu entre os nascidos de mulher outro maior que João, o Batista (o que mergulha); mas o reino dos céus é maior que ele.


12. Desde os dias de João, o Batista, até agora, o reino dos céus é assaltado, e os assaltantes o conquistam,


13. porque todos os profetas e a lei profetizaram até João.


14. E se quereis aceitar (isto), ele mesmo é Elias que estava destinado a vir.


15. O que tem ouvidos, ouça.


16. Mas a que hei de comparar esta geração? É semelhante a meninos sentados nas praças, que gritam aos companheiros:


17. "nós vos tocamos flauta, e não dançastes; entoamos lamentações e não chorastes".


18. Porque veio João não comendo nem bebendo, e dizem: "ele recebeu um espírito desencarnado".


19. Veio o filho do homem comendo e bebendo, e dizem: "eis um homem glutão e bebedor de vinho, amigo de cobradores de impostos e pecadores"! E contudo, a sabedoria é justificada por seus filhos". zaram a vontade de Deus quanto a eles, não tendo sido mergulhados por ele.


LC 7:19-35


19. Chamando dois deles (de seus discípulos), João enviou-os a Jesus, para perguntar: "És tu o que deve vir, ou esperaremos outro"?


20. Quando esses homens chegaram a ele, disseram: "João, o Batista, enviou-nos para te perguntar: "és tu o que vem, ou esperaremos outro"?


21. Na mesma hora curou Jesus a muitos de moléstias, de flagelos, e de obsessores, e concedeu vista a muitos cegos.


22. Então respondeu-lhes: "Indo embora, relatai a João o que vistes e ouvistes: os cegos vêem de novo, os coxos andam, os leprosos ficam limpos, os surdos estão ouvindo, os mortos se levantam, e aos mendigos é dirigida a boa-nova.


23. E feliz é o que não tropeça em mim".


24. Tendo ido os mensageiros de João, começou a falar ao povo a respeito de João: "Que saístes a ver no deserto? Uma cana sacudida pelo vento?


25. Mas que saístes a ver? Um homem vestido com roupas finas? Os que se vestem ricamente e vivem no luxo, estão nos palácios dos reis.


26. Mas que saístes a ver? Um profeta? Sim, digo-vos, e muito mais que profeta.


27. É dele que está escrito: "eis que envio ante tua face meu mensageiro, que preparará teu caminho diante de ti".


28. Eu vos digo: entre os nascidos de mulher, não há nenhum maior que João; mas o menor no reino de Deus, é maior que ele".


29. Ao ouvir isto, todo o povo e até os cobradores de impostos reconheceram a justiça de Deus, sendo mergulhados com o mergulho de João;


30. mas os fariseus e 0s doutores da lei desprezaram a vontade de Deus quanto a eles, não tendo sido mergulhados por ele.


31. "A que, pois, compararei os homens desta geração, e a que são eles semelhantes?


32. São semelhantes a meninos que se sentam na praça e gritam uns para os outros: "nós tocamos flauta e não dançastes; entoamos lamentações e não chorastes".


33. Pois veio João, o Batista, não comendo pão nem bebendo vinho e dizeis: "ele recebeu um espírito desencarnado".


34. Veio o filho do homem comendo e bebendo, e dizeis: "eis um homem glutão e bebedor de vinho, amigo de cobradores de impostos e pecadores!"


35. Entretanto, a sabedoria é justificada por todos os seus filhos.


João estava na prisão de Maquérus (veja vol. 2). Daí acompanhava com grande interesse todo o desenvolvimento do ministério de Jesus, sobre o qual é constantemente informado por seus discípulos, que o visitam com frequência. O que mais lhe contam são os prodígios operados pelo novo taumaturgo de Nazaré. João jamais perdeu de vista sua tarefa de precursor e todos os seus atos destinam-se a "preparar o caminho diante dele" (vol. 1).


Que Jesus era o Messias, não havia dúvida para João, que O reconhecera desde o ventre materno (LC 1. 41. vol. 1); era consciente de ser ele o precursor (MT 3:1-6; vol. 1); declarou mesmo que não era digno de desatar-lhe as correias das sandálias (MT 3:11-12; vol 1); declarou até peremptoriamente ser o precursor predito (JO 1:19-28; vol. 1); não queria, mergulhar Jesus, porque se julgava indigno (MT 3:13-15; vol. 1); durante o ato do mergulho viu o sinal do Espírito (MT 3:16-17; vol 1); designou Jesus como o "cordeiro que resgata o carma do mundo " (JO 1:29-33) e taxativamente declara" eu vi e testifiquei que Ele é o escolhido de Deus" (JO 1:34; vol. 1); além de tudo isso, influi nos discípulos que sigam Jesus, declarando-o "o messias" (JO 1:35-37; vol. 1); e quando seus discípulos se queixam de que Jesus está atraindo multidões, João lhes dá a entender que Jesus é o Messias e acrescenta "é necessário que ele cresça e que EU diminua" (JO 3:25-30; vol. 2).


No entanto, apesar de tudo isso, os discípulos de João não viam Jesus com bons olhos e, por ciúmes escandalizavam-se dele". Observe-se que o verbo grego skandalízô en significa literalmente "tropeçar em". Assim o substantivo skándalon era, na armadilha, a peça-chave (o alçapão ou trava), que a fazia detonar. Então, escandalizar era tropeçar na trava, ficando preso na armadilha.


Mas, dizíamos, os discípulos de João tinham ciúmes do êxito crescente de Jesus (coisa tão comum entre espiritualistas!), especialmente quando viram seu próprio mestre na prisão. Observamos que eles criticaram Jesus na questão do jejum (MT 9:14) unindo-se aos piores inimigos de Jesus; vimos que eles foram queixar-se de Jesus ao próprio João, quando então o Batista se limita a recordar-lhes o que lhes havia afirmado a respeito de Jesus (vol. 2).


Na prisão, João percebia que seu fim estava próximo e preocupava-se, em primeiro lugar, em conseguir mais uma oportunidade de exercer oficialmente sua tarefa de precursor; mas além disso, queria aproximar de Jesus seus discípulos, a fim de que estes não prosseguissem, após seu desencarne, no culto de um precursor, ao invés de seguir o verdadeiro Mestre. Para isso, era indispensável uma definição pública de Jesus. E João resolve provocá-la, mas com delicadeza, deixando-lhe o caminho aberto para que Jesus respondesse como julgasse mais oportuno.


Daí a pergunta confiada aos dois mensageiros : "és tu o que vem (ho erchómenos, no particípio presente) ou deverá ser esperado outro"?


Anote-se, para fixar o sentido em que era usada a palavra "anjo" naquela época, que Lucas dá, aos dois discípulos de João que foram mandados a Jesus, o título de "anjos", isto é, mensageiros.


Jesus responde-lhes com fatos, e, na presença deles, realiza as obras preditas pelos antigos profetas de Israel como típicas "daquele que viria"; e depois de fazer, passa a citar as realizações por eles antevistas: quanto aos mortos, IS 26:19; quanto aos surdos e mendigos, IS 29:18; quanto aos cegos e surdos, IS 35:5 e quanto aos infelizes, IS 61:1.


Após as obras e citações, Jesus conclui "feliz o que não tropeça em mim" (makários hoi eàn mé skandaIisth êi), ou seja, o que não se recusar a aceitá-lo, por não compreender Sua missão. A advertência dirige-se abertamente aos discípulos de João que criticavam Jesus. Eles, de mentalidade estreita, fazendo questão fechada de ser vegetarianos e abstêmios de vinho e sexo, "tropeçaram" num Missionário verdadeiro (Jesus), e não no quiseram aceitar, por ser Ele "comilão e beberrão de vinho" (cfr. MT 11:18-19 e LC 7 : 33-34).


Quanto a Jesus, sempre preferiu confirmar Sua missão por meio de Suas obras e de Seus exemplos.


Jesus espera que os discípulos de João se retirem, e então tece o panegírico do precursor, talvez para que os apóstolos e outros seguidores Seus não viessem a pensar que a pergunta de João fora provoca da por alguma dúvida real do precursor. Tanto que a primeira pergunta se refere à falta de fé, à vacilação nas atitudes: a cana sacudida pelo vento. João não é um homem qualquer sem convicções, não é um "grande do mundo", rico e poderoso; e nessa série de perguntas repetidas, a eloquência se exalta: um profeta? sim, diz Jesus, e muito mais do que profeta: o precursor do Messias. Isso é afirmado através da citação de Malaquias (Malaquias 3:11).


Subindo mais ainda, Jesus chega ao clímax, afirmando categoricamente com solenidade: "em verdade vos digo, entre os nascidos de mulher ninguém é maior que João". Já explicamos (vol. 1) o sentido da expressão "filho do homem". Recordemos.


Os gnósticos distinguiam dois graus de evolução: os "nascidos de mulher" ou "filhos de mulher" e os" filhos do homem".


Os "filhos de mulher" são os que ainda estão sujeitos à reencarnação cármica, obrigados a renascer através da mulher, sejam eles involuídos ou evoluídos. Neste passo declara Jesus que dentre todos os que estão ainda sujeitos inevitavelmente ao kyklos anánke (ciclo fatal) da reencarnação, o Batista é o maior de todos.


Já os "filhos do homem" (dos quais Jesus se cita como exemplo logo abaixo, versículo 19) são os que não estão mais sujeitos à reencarnação, só reencarnando quando o querem para determinada missão; e são assim chamados como significando aqueles que já superaram o estágio hominal, sendo, o resultado ou "filho" da evolução humana. Na realidade, Jesus era um dos "filhos do homem", como também outros avatares que vieram à Terra espontaneamente para ajudar à humanidade (tais Krishna, Buda, etc.) .


João, o Batista, cujo Espírito animara, na encarnação anterior a personalidade de Elias o Tesbita, estava sujeito à reencarnação para resgatar o assassinato dos sacerdotes de Baal, junto à torrente de Kishon (cfr. 1RS 18:40 e 1RS 18:19:1), mortos à espada por ordem dele; e por isso a personalidade de João também teve a cabeça decepada à espada (cfr. MT 14:10-11). A Lei de Causa e Efeito é inapelável.


João, portanto, ainda pertencia ao grau evolutivo dos "nascidos de mulher", embora fosse o maior de todos naquela época.


Entretanto, todos aqueles que tenham conquistado o "reino dos céus", isto é, que hajam obtido a união hipostática com o Cristo Interno, são maiores do que ele, no sentido de terem superado essa fase do ciclo reencarnatório: e portanto de haverem atingido o grau de "filhos do homem". Tão importante se revela essa união definitiva com a Divindade!


Surgem depois dois versículos que os comentadores ansiosamente buscam penetrar quanto ao sentido profundo, mas, de modo geral, permanecem na periferia, dizendo que "só os que se esforçam violen tamente conseguem o reino dos céus"; e, na segunda parte, que Jesus colocou aqui João como "marco divisório a encerrar o Antigo Testamento ("toda a Lei e os Profetas até João", como diz Agostinho: videtur Joannes interjectus quidam limes Testamentorum duorum, Patrol. Lat. vol. 38, col. 1328).


E finalmente a grande revelação, irrecusável sob qualquer aspecto: "se quereis aceitar isso (se fordes capazes de compreendê-lo) ele mesmo é Elias, o que devia vir... quem tem ouvidos, ouça (quem puder, compreenda!).


A tradução do vers. 14 não coincide com as comuns. Mas o grego é bem claro: kai (e) ei (se) thélete (quereis) decsásthai (aceitar, inf. pres. ) autós (ele mesmo) estin (é) Hêlías (Elias) ho méllôn (part.


presente de mellô, destinado", "o que estava destinado") érchesthai (inf. pres. : a vir).


A Vulgata traduziu: "et si vultis recipere, ipse est Elias qui venturus est", em que o particípio futuro na conjunção perifrástica dá o sentido de obrigação ou destino do presente do particípio méllôn; acontece que o latim ligou num só tempo de verbo (venturus est) o sentido dos dois verbos gregos (ho méllôn érchesthai). Com essa tradução, porém, o sentido preciso do original ficou algo "arranhado". Se a tradução fora literal, deveríamos ler, na Vulgata (embora com um latim menos ortodoxo): "ipse est Elias debens venire", o que corresponde exatamente à nossa tradução: "ele mesmo é Elias que devia (estava destinado) a vir". Levados pela tradução da Vulgata, os tradutores colocam o futuro do presente (que deverá vir), quando a ação é nitidamente construída no futuro do pretérito.


A previsão do regresso de Elias à Terra (cfr. MT 3:23-24) "eis que vos envio Elias, o profeta, antes que chegue o dia de YHWH grande e terrível: ele reconduzirá o coração dos pais para os filhos e dos filhos para os pais" ... é confirmada no Eclesiástico (48:10) ao elogiar Elias "tu, que foste designado para os tempos futuros como apaziguador da cólera, antes que ela se inflame, conduzindo o coração do pai para o filho".


Alguns pensam tratar-se "do último dia do juízo final", mas Jesus mesmo dá a interpretação autêntica, quando diz: "eu vos declaro que Elias já veio mas não foi reconhecido" ... "e os discípulos entenderam que Ele lhes falava de João Batista" (MT 17:12-13).


Então, não pode restar a mínima dúvida de que Jesus confirma, autoritária e inapelavelmente, que João Batista é a reencarnação de Elias. Embora sejam duas personalidades diferentes, o Espírito (ou individualidade)


é o mesmo. Gregório Magno compreendeu bem o mecanismo quando, ao comentar o passo em que João nega ser Elias (JO 1:21) escreveu: "em outro passo o Senhor, interrogado pelos discípulos sobre a vinda de Elias, respondeu: Elias já veio (MT 17:12) e, se quereis aceitá-lo, é João que é Elias (MT 11:14). João, interrogado, diz o contrário: eu não sou Elias... É que João era Elias pelo Espírito (individualidade) que o animava, mas não era Elias em pessoa (na personalidade). O que o Senhor diz do Espírito de Elias, João o nega da pessoa" (Greg. Magno, Hom. 7 in Evang., Patrol. Lat. vol. 76, col. 1100).


Jesus não precisava entrar em pormenores sobre a reencarnação, pois era essa uma crença aceita normalmente entre os israelitas dessa época, sobretudo pelos fariseus, só sendo recusada pelos saduceus.


Em Lucas há dois versículos próprios a ele, distinguindo amassa e os publicanos, que aceitaram o mergulho de João, e os fariseus e doutores da lei, que não aceitaram a oportunidade da mudança de vida, que Deus lhes oferecia por intermédio de João.


E Jesus prossegue propondo uma parábola, na qual ilustra a contradição de Seus contemporâneos ("desta geração"), que não aceitam a austeridade da pregação de João nem a bondade alegre dos ensinos de Jesus. Ao verem a penitência e abstinência do Batista,, disseram que "estava obsidiado", que" tinha espírito desencarnado"; e ao observarem a leveza de atitudes do Nazareno, taxaram-no de comilão e beberão.


Cabe notar en passant que a obsessão é sempre atribuída em o Novo Testamento a um daímon (espírito desencarnado), em hebraico dibbuck, e jamais ao diábolos (cfr. vol. 1).


Definida a posição de dúvidas e hesitações da humanidade daquela época, (da qual pouco difere a atual) o Mestre conclui com um aforismo: a sabedoria é justificada por seus filhos, ou seja, por seus resultados. Com efeito, o que é produzido pelo sábio é que lhe justifica a sabedoria.


Há fatos que trazem lições preciosas. Aqui temos um.


O intelecto (João) no "cárcere" da carne, ouve as teorias a respeito da individualidade (Jesus) mas, como é de seu feitio raciocinador, quer provas. Não se contenta em ouvir afirmativas de outrem: exige confirmação do próprio. E o meio mais rápido é pedir à própria individualidade que se defina, que apareça, que se declare de origem divina.


Evidentemente, de nada adiantaria mais uma assertiva, embora proveniente da própria individualidade: o intelecto continuaria na dúvida. Inteligentemente a individualidade não responde com palavras, mas com fatos. O intelecto manda dois de seus discípulos, (faculdades de percepção e de observação) para apurar. E a resposta consiste em fatos: "veja, diz a individualidade, como se te modificam as coisas: a cegueira intelectual se abriu para a luz; os ouvidos da compreensão, antes surdos, estão atentos à voz interior; os passos incertos na caminhada evolutiva se tornaram firmes; os resgates cármicos que enfeavam a personalidade vão sendo limpos; a morte da indiferença às coisas espirituais se torna vida entusiástica e, apesar de toda a pobreza dos veículos físicos e do "espírito" é a ele que se dirige a ótima notícia do "reino" ... mas, coitado daquele que, apesar de todas as evidências, não crê e tropeça no conhecimento da individualidade... feliz, porém, aquele que compreende e aceita".


O intelecto recebe as lições e os testemunhos, que lhe comprovam a realidade dos fatos, e retira-se para meditação.


Entretanto, além da lição extraída dos fatos, temos outra, surgida com a Palavra: o Verbo de Deus que se manifesta dentro de nós (JO 1:14).


Em primeiro lugar, com as perguntas insistentes, temos avisos repetidos do que procura o Espírito: nem coisas fúteis (uma cana sacudida pelo vento), nem luxo (homem vestido de roupa, finas) nem mesmo um profeta (médiuns e videntes), mas algo maior que isso: o Espírito quer descobrir o caminho para encontrar seu único Mestre, o Cristo Interno. Para isso, está sempre alerta, a fim de entrar em contato com o "mensageiro" (pequeno mestre) que vem mostrar o caminho e aplainá-lo, para facilitar a busca e o Encontro. A tarefa desse "precursor" e mestre humano (intelecto =, João) é "aplainar as veredas", abaixar os outeiros e elevar os vales e levar o coração dos pais aos filhos e vice-versa (ou seja, harmonizar a mente com todos os veículos que a carregam na jornada evolutiva). O intelecto, portanto, PREPARA o caminho da personalidade, para que ela possa encontrar o Cristo Interno. Ent ão, o intelecto iluminado é o precursor do Cristo Interno, seja esse intelecto o da própria criatura, seja o de criaturas outras que se disponham a "servir" à humanidade. E esses precursores tem vindo várias vezes à Terra, sendo alguns reconhecidos como avatares de lídima estirpe.


Ocorre, entretanto, que muitos dos discípulos desses precursores do Cristo Interno tomam a si, tamb ém, a tarefa de indicar a senda, quer falando, quer escrevendo, quer sobretudo exemplificando.


E aqui temos o exemplo que Jesus dá, de João, o intelecto que preparou realmente o caminho para o Cristo, e que, por isso, foi destacado como "o maior" dentre os que vivem ainda na personalidade.


Não obstante, aquele que tiver dado o Mergulho em profundidade na Consciência Cósmica, dentro de si mesmo, esse será, em sua individualidade, como "filho do homem", maior que qualquer das maiores personalidades. E por isso João é apresentado como "o mergulhador" (o Batista), "o que mergulha", isto é, "o que prepara, através" do mergulho que ele ensina, o caminho para o Encontro com o Cristo Interno".


Jesus, a individualidade, não podia deixar de elogiar esse intelecto iluminado, a fim de chamar nossa atenção a respeito de como processar a aproximação da meta gloriosa. E o evangelista, que aprendera o mergulho de João e por isso encontrara Jesus (a individualidade), comenta que os humildes (povo e publicanos) haviam correspondido ao ensino de João e haviam mergulhado, descobrindo o Cristo em si, mas os orgulhosos (fariseus e doutores) haviam rejeitado esse ensino, desprezando a oportunidade que a Vida (Deus) lhes oferecera, e não tinham aceito o mergulho.


Jesus confirma ainda que a representação do intelecto iluminado (Buddha) em o Novo Testamento é a mesma que fora apresentada, como protótipo no Antigo: Elias.


Depois, numa parábola, avisa a quem possa compreender, que jamais haja decepção, porque a geração que está na Terra ainda não sabe o que quer, por imaturidade mental. Se um dirigente vem com penitências, é rejeitado; e se vem com alegria, também o é. Desde que não concordem com seus pontosde-vista terrenos, os "profetas" ou "precursores" são recusados e levados ao ridículo por qualquer das facções já existentes.


Todavia, são os resultados obtidos que justificam a sabedoria, e não as palavras proferidas, nem as aparências, nem o êxito entre as criaturas, nem o poder, nem a força, nem a santificação externa, proveniente dos outros. O que vale é o resultado íntimo, ou seja, o Encontro Místico, oculto, que se dá n "quarto a portas fechadas", atuando assim "nos céus que estão no secreto, onde habita o Pai".



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de João Capítulo 3 do versículo 1 até o 36
1. Uma Vida Nova Para um Homem Morto — Nicodemos (Jo 3:1-21)

Uma das infelicidades ocasionais nas divisões de capítulos da Bíblia é uma aparente ruptura no pensamento onde não deveria haver ruptura. O início do capítulo 3 é um excelente exemplo disto. João escreveu que Jesus "sabia o que havia no homem" (Jo 2:25). Mas João prosseguiu dizendo, sem qualquer quebra de linha nem ruptura de pensamen-to, que havia entre os fariseus um homem chamado Nicodemos, príncipe dos judeus (1). É como se João estivesse dizendo: "Jesus tinha o conhecimento perfeito das necessidades mais profundas dos homens. Vamos citar alguns exemplos, começando com um homem, o fariseu Nicodemos". Assim, Nicodemos se torna a "evidência A" para ilus-trar o que Jesus conhece sobre os homens.

A palavra para homem tanto em Jo 2:25 quanto em Jo 3:1 é anthropos, que basicamente se refere aos homens como uma classe. É uma palavra genérica. Assim, o que se diz aqui a respeito de Nicodemos, um indivíduo, é dito sobre todos os homens. Esta é uma das muitas universalizações do Evangelho de João. A salvação é para "todos" (16), mas tam-bém é verdade que todos os homens precisam do nascimento que vem do céu (cf. Rm 3:23).

O cuidado com que se descreve a situação de Nicodemos na vida religiosa judaica não é uma coincidência. Ele era um homem entre os fariseus, um príncipe dos ju-deus. Se algum homem, na ordem antiga, conheceu o significado de Deus e dos seus planos e propósitos para o homem, esse foi Nicodemos — ele era profundamente entra-nhado na tradição monoteísta, além dos ensinos da lei, da história de Israel e das procla-mações dos profetas. Mas em algum lugar, de alguma maneira, ele se perdera no cami-nho, e de alguma maneira exemplificava o que havia acontecido com o judaísmo. Assim, uma vez mais, João estabelece um vívido contraste entre a antiga aliança, com todos os seus mal-entendidos, as suas inadequações e suas falhas, e a nova aliança, que assegura a abundância da vida, que tem o Deus vivo e verdadeiro como a sua Fonte.

Este foi ter de noite com Jesus (2). Há uma grande dose de especulação quanto ao motivo pelo qual Nicodemos veio de noite. Alguns dizem ter sido por medo das opini-ões alheias, especialmente de seus colegas. Há algo a ser dito a este respeito, à luz de outras duas ocasiões nas quais ele aparece neste Evangelho. A sua defesa de Jesus em 7.50 parece ser um pouco impessoal, e foi José de Arimatéia quem iniciou o pedido do corpo de Jesus (Jo 19:39). Talvez Nicodemos quisesse uma reunião tranqüila, à noite. Mas uma pergunta melhor sobre esta visita seria: "Por que ele veio, afinal?" A resposta pode explicar por que ele veio de noite. Devido à profunda necessidade da sua alma, ele veio até o Senhor saindo da escuridão na qual ele e os seus companheiros estavam imersos. Compare isto com o ato de Judas. Quando ele deixou Jesus para ir fazer o acordo com os judeus, ele saiu "e era já noite" (13.30). O contraste vívido entre a luz e as trevas aparece regularmente ao longo de todo o Evangelho (cf. Jo 1:5-9; 3.19; 8.12; 9:4-5; 12.35).

Nicodemos disse: Rabi, bem sabemos que és mestre vindo de Deus, porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele (2). Os milagres que Jesus realizara (2,23) indicavam o caminho para Nicodemos e para aqueles que este representava (observe a forma plural sabemos). Por causa desses milagres, eles pensavam que Jesus era um professor especial enviado por Deus. Rabi... és... vindo de Deus. Mas isto não significava que Jesus estava sendo reconhecido como o Messias.'

Jesus respondeu e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus (3). Com um discernimento claro, Jesus foi direto ao centro do problema de Nicodemos. Era necessário um novo tipo de vida, se alguém quisesse ver a presença de Deus, o seu plano e o seu objetivo para o homem. Westcott diz:

Sem este novo nascimento — esta apresentação a uma conexão vital com uma nova ordem de ser, com a correspondente doação de capacidades — nenhum homem consegue ver — consegue perceber exteriormente — o Reino de Deus. Os nossos poderes naturais não conseguem perceber o que é essencialmente espiritual. É necessária uma nova visão para os assuntos da nova aliança."

Mas essa nova visão é impossível, se a pessoa não tiver a nova vida. Jesus é cuidado-so ao indicar a fonte dessa nova vida. A expressão aquele que não nascer de novo tem, na verdade, um duplo sentido. A palavra traduzida como "de novo" é anothen, que tem vários significados: "de cima", "novamente" e "sob uma nova forma".14 Essa palavra é usada por João com o óbvio significado de "do céu" em Jo 3:31 e Jo 19:11. Esta poderia ter sido a intenção de Jesus aqui. Se o homem espera ter vida no sentido eterno e real, ela deve vir do céu. A vida biológica se recebe dos pais, mas a vida que vem de Deus somente Ele pode dar (1.13), e esta vem de cima. Acredita-se no significado de novo porque a resposta de Nicodemos usa a palavra tornar, ou seja, outra vez, uma segunda vez. Evi-dentemente, isto foi o que Nicodemos entendeu daquilo que Jesus disse. O significado "sob outra forma" fornece uma tradução feliz aqui, porque combina a idéia de alguma coisa nova e diferente — "de cima" — com a idéia de de novo.

Perguntou-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? pode, porventura, entrar novamente no ventre de sua mãe e nascer? Respon-deu Jesus: Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus (4-5). As perguntas de Nicodemos refletem mais do que simplesmente uma má interpretação da declaração de Jesus. Ele pode ter entendido perfeitamente bem! Como ele poderia acreditar que um homem sen-do velho seria transformado em uma nova criatura? As perguntas podem refletir os seus próprios sentimentos de estar perdido na noite do pecado e da morte, para onde nem mesmo a mais elevada forma de religião foi capaz de trazer luz e vida. Realmente, é inadequada e falsa a religião que não transforma um homem em alguma coisa nova, sem oferecer-lhe um novo nascimento!

A resposta de Jesus a Nicodemos fortalece de uma vez a sua declaração anterior e resume, em uma frase sugestiva, todo o plano de redenção do homem. Aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus (5). A palavra aqui traduzida como aquele é o pronome indefinido tis, que pode significar "qualquer homem". Aqui se faz uma universalização. O que lemos nesta passagem é verdadeiro para qualquer homem, e não apenas para Nicodemos. Mas, por que a mudança de nas-cer de novo (3) para nascer da água e do Espírito (5) ? Um rápido exame do uso da palavra água nesses contextos (Jo 1:33-2:6-7; 4:6-7; 5:2-3; 7:38-39) revela que, neste Evan-gelho, ela é um símbolo da ordem antiga da lei com os seus rituais de batismos, purifica-ções e limpezas. É necessário ter em mente que: 1. Jesus declarou que Ele veio para cumprir, e não para destruir a lei (Mt 5:17) ; 2. Em cada um dos exemplos mencionados acima, a ordem representada pela água não foi destruída — por exemplo, as seis talhas não foram quebradas, mas sim enchidas; 3. Em cada um deles, a água está inserida em um contexto que trata de uma nova ordem — por exemplo, o Espírito (Jo 1:33), o vinho novo (Jo 2:10), "uma fonte de água a jorrar para a vida eterna" (Jo 4:14), a perfeita saúde (5.9), o Espírito (Jo 7:39) ; 4. Neste exemplo (Jo 3:10), Jesus está falando com o "professor de Israel". À vista disso, é fácil entender por que Ele disse nascer da água e do Espírito. É como se Ele dissesse: "Nicodemos, comece onde você está. Mas a realização, a vida e a solução do seu problema mais íntimo só virão através de um nascimento de cima, o nascimento do Espírito!" Compare Jo 3:5 com Jo 19:34 e com I João 5:6-8.

O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito (6). O gerado sempre é semelhante ao que o gerou. A aliança antiga só pode produzir a vida antiga. A escuridão gera a escuridão. A lei, que é para aqueles que estão sem lei, não pode gerar uma vida boa. Se alguém quer ter vida, a fonte deve ser o Espírito. A preposi-ção usada nesta última frase é muito clara. Uma tradução literal seria "O que é nascido a partir do Espírito é espírito".

Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo. O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito (7-8). Aqui o argumento, por analogia, é particularmente potente, porque se baseia em um jogo com a palavra pneuma, que significa tanto "vento" quanto "espírito". O fato do vento ninguém pode negar: o seu comportamento — de onde e para onde — nenhum humano, nem mesmo um professor, conhece em sua totalidade. Existe um elemento de mistério. Então, por que alguém de-veria ser "interrompido" pelo elemento do mistério no novo nascimento? "O grande mis-tério da religião não é a punição, mas o perdão do pecado: não é a permanência natural de caráter, mas a regeneração espiritual".15

Nicodemos respondeu e disse-lhe: Como pode ser isso? Jesus respondeu e disse-lhe: Tu és mestre de Israel e não sabes isso? (9-10). A declaração três vezes repetida por Jesus sobre o tema "é necessário nascer de novo" (3,5,7), juntamente com o seu exemplo do fenômeno natural do vento, deixou Nicodemos maravilhado e surpreso. Da mesma maneira, Jesus não pareceu comovido pela falta de compreensão espiritual por parte daquele "professor de Israel". O uso do artigo definido com "professor", que aparece no texto grego, não é acidental. Como Nicodemos representava o melhor do juda-ísmo, uma falha neste ponto mostra a morte espiritual, a escuridão e a ignorância que caracterizavam a antiga aliança. Foi a esta aliança, assim como a Nicodemos, que Jesus veio para dar vida, a vida abundante (Jo 10:10).

Na verdade, na verdade te digo que nós dizemos o que sabemos e testificamos o que vimos, e não aceitais o nosso testemunho. Se vos falei de coisas terrestres, e não crestes, como crereis, se vos falar das celestiais? (11‑12). O uso das formas no plural, como dizemos e aceitais, causa alguns problemas para o exegeta. Sabemos... testificamos, segundo Westcott, esta frase se refere a Jesus e àqueles que Ele reunira a sua volta.' Bernard rejeita esta hipótese com base no fato de que esta conexão entre o testemunho de Jesus e o de seus discípulos não é característica do registro de João. Ele argumenta que este uso da forma nós é editorial.17 De qualquer forma, é instrutivo observar que o nós está em vívido contraste com o vós. Dar testemunho é um paralelo à rejeição do testemunho. Assim, a totalidade do testemunho (ou seja, a Encarnação e aqueles que acreditam) está contrastando com a rejeição do testemunho pelos judeus (cf. Jo 1:10-11).

Existem muitos que dividem a experiência do mundo e a espiritual. Coisas terres-tres, para eles, significam a certeza e a realidade. As celestiais significam mistério, o irreal e as superstições. Mas, como Jesus tão claramente indicou para Nicodemos, tudo na vida envolve algum mistério. Até mesmo os cientistas que possuem os maiores conhe-cimentos se intimidam quando enfrentam a questão do significado do universo. Nenhum homem pode viver sem algum tipo de fé em alguém ou em alguma coisa.

Ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o Filho do Homem, que está no céu (13). A última parte, que está no céu, não aparece em vários manuscritos antigos. O versículo fala da Encarnação como a única testemunha dotada de autoridade sobre as coisas celestiais (ou seja, as coisas do Espírito). A expressão o que desceu do céu é peculiar a João e se refere claramente à Encarnação (Jo 6:33-38, 41-42, 50-51,58). O uso do título Filho do Homem simplesmente reforça esta afirmação.

E, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (14-15). Como alguns dentre o povo de Israel falaram "contra Deus e contra Moisés... o Senhor mandou entre o povo serpentes ardentes" (Nm 21:5-6). Os sobreviventes arrependidos, ameaçados pela morte, apelaram a Moisés. Seguindo as instruções do Senhor, Moisés fez uma serpente de metal e a colocou sobre uma haste que ficava erguida para que os feridos a vissem. Os que olhavam para ela, permaneciam vivos. Assim importa que o Filho do Homem seja levantado; Jesus sabia disto. A necessidade da cruz é dupla. A primeira é o tipo de mundo a que Cristo veio. "A Encarnação, sob as circunstâncias da humanidade, traz consigo a necessidade da Paixão".18 A segun-da é o amor que enviou Jesus. Esse amor é a expressão da natureza divina, um supremo esforço para alcançar e redimir os homens perdidos que estão sob o aguilhão e a sentença de morte. O exemplo como um todo é um tipo de paradoxo que diz: embora a cruz seja um instrumento de morte, nela há vida.

Todo aquele que crê é uma expressão que se refere ao evangelho universal, ou seja, às Boas Novas para todos os homens. Não existem barreiras de nação, de raça ou de tempo. O sacrifício perfeito foi realizado. O homem deve reagir, deve ter fé. O texto grego usa a preposição eis — que significa "em", "dentro", "para dentro" — com o verbo crer. Uma tradução literal seria "todo aquele que deposita a sua fé nele". A fé é a resposta perfeita do homem ao chamado e à reivindicação de Deus a seu respeito.

Esta é a primeira menção à vida eterna, a dádiva que recebem aqueles que têm fé. Que clímax tão adequado para a conversa entre Jesus e Nicodemos, que tinha vindo da escuridão e da morte para aquele que é a Luz e a Vida! A recompensa é a vida eterna.

As autoridades divergem quanto ao ponto onde termina a conversa entre Jesus e Nicodemos. Uns julgam que o fim está no versículo 13, outros no 15, e ainda há outros indicam o versículo 21. No entanto, a maioria dos estudiosos pensa que no versículo 16 têm início a reflexão e o comentário de João sobre o que Jesus disse.

A partir da história de Nicodemos (Jo 3:1-15), Alexander Maclaren levanta a questão "Professor ou Salvador?" 1. A confissão imperfeita (1-2) ; 2. Jesus Cristo lida com a confis-são imperfeita (3-15) ; 3. O corajoso confessor (Jo 7:50-52; 19:38-39).

Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (16). Esta é a primeira menção ao amor de Deus neste Evangelho. É um tema dominante no livro, embora pouco se fale até o capítulo 13. Deus amou o mundo de tal maneira. Aqui, novamente, está a idéia do alcance universal. O evangelho é para todos os homens. Ne-nhum deles está excluído. Isto descreve por que Deus fez o que fez. Ele amou! A palavra em grego é egapesen. Este é o amor que se move pelos interesses do outro, sem pensar nos próprios interesses. E um amor que deseja arriscar tudo por alguma vantagem para outra pessoa, que não considera nenhum preço muito alto se outra pessoa puder receber algum benefício. O tempo aoristo do verbo indica que o ato de amor de Deus não é limita-do pelo tempo e simultaneamente é único e completo. É o amor absoluto!

Deu o seu Filho unigênito. Embora este ato seja muito mais freqüentemente des-crito pelo verbo "enviar" (e.g., Jo 3:17-34; 6.29,38-40), aqui a idéia enfatizada é a do presente de Deus para o homem (cf. Jo 4:10). Outra vez, o tempo do verbo dar se refere a um ato absoluto e completo (cf. Hb 10.14). Ele deu o seu Filho unigênito, ou seja, a Dádiva que era mais preciosa, e "o título 'unigênito' é acrescentado para destacar este conceito".'

... Todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. As alterna-tivas estão definidas. Elas são a vida e a morte! A Dádiva de Deus tornou possível que o homem faça a escolha, a resposta da fé. Os verbos perecer e ter estão em tempos dife-rentes no original. O primeiro está em aoristo e significa "de uma vez por todas", expulso para a escuridão exterior. O último está no presente, indicando uma vida eterna presen-te e duradoura.

Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo não para que condenasse o mun-do, mas para que o mundo fosse salvo por ele (17). A palavra condenar pode ser traduzida como "julgar", e isto se aplica ao seu uso nos dois versículos seguintes. O propósito da Dádiva de Deus não era levar os homens a um julgamento, mas sim à salvação. Apesar disso, o julgamento é inevitável, e é o próprio homem que o causa, quando se recusa a aceitar a Dádiva mediadora e expiatória de Deus. "O homem é livre para esco-lher o tormento sem Deus ao invés da felicidade em Deus; é como se ele tivesse o direito de ir para o inferno"."

O julgamento e a condenação não vêm para o homem que tem fé, porque quem crê nele não é condenado (18). A tradução literal seria: "Aquele que põe a sua fé nele [i.e., em Jesus Cristo] não está sendo julgado". Quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus. Esta afirmação forte por si mesma adquire um novo peso de advertência quando consideramos o tempo dos dois verbos: está condenado e não crê. No grego, ambos estão em tempo passado perfeito, apresentando um estado presente que é o resultado de uma ação passada. Assim, nesta vida, a condenação é um fato porque quem não crê já foi julgado. A condenação é um estado presente porque o que não crê se recusou a crer.

Existe uma "porta aberta para a vida", a vida de Deus para os homens. Ela tem três características: 1. É o presente de Deus que vem de cima (3,16) ; 2. Só vem para aqueles que têm fé (15-16) ; 3. A alternativa para a vida é o julgamento de Deus (18).
Com o versículo 19, o exemplo passa da vida para a luz, e da falta de fé para as trevas. A razão pela qual os homens passam pelo julgamento e pela condenação é: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más (19; cf. Jo 1:4-9-11; 8.12; 9:4-5).

A descrença e a fé têm as suas conseqüências naturais e inevitáveis, que estão cui-dadosamente descritas nos versículos 20:21. A falta de fé resulta em atos iníquos.

Porque todo aquele que faz o mal aborrece a luz e não vem para a luz para que as suas obras não sejam reprovadas (20). A seqüência está clara — falta de fé, escu-ridão, atos iníquos. A falta de fé e uma existência ligada à iniqüidade andam de mãos dadas. O homem que afirma que não faz diferença em que ele acredita também está dizendo que as ações não têm valor ou significado moral. Por outro lado, e em vívido contraste, está o homem de fé. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus (21). Observe a seqüência — fé, vida, luz, boas obras. Para ter uma vida santa é necessário ser um homem santificado (cf. Mt 7:16-20). As duas coisas são inseparáveis. Uma das palavras-chave no Evangelho de João é verdade. A verdade é sempre pessoal; está sempre baseada na natureza e no caráter de Deus, e é a maneira pela qual o homem deve viver em seu relacionamento tanto com Deus quanto com os demais homens. A verdade deve ser dita e também praticada — quem pratica a verdade.

2. O Novo Mestre (Jo 3:22-36)

Os três primeiros versículos desta seção assinalam uma transição tanto de lugar quanto de pessoas. Jesus tinha estado em Jerusalém, onde realizou muitos milagres, e então conversou com Nicodemos. Depois disso, foi Jesus com os seus discípulos para a terra da Judéia; e estava ali com eles e batizava (22). A expressão para a terra da Judéia, no Novo Testamento, só ocorre aqui e provavelmente se refere "aos distritos do interior da Judéia... algum lugar próximo aos rios rasos nas proximidades de Jerico" (ver o mapa 1).21

Uma vez que toda esta seção está dedicada a uma explicação ampliada do relaciona-mento entre João Batista e Jesus, os dois ocupam o centro da cena, enquanto os judeus, os discípulos de João e os discípulos de Jesus só aparecem em segundo plano. Ora, João batizava também em Enom, junto a Salim, porque havia ali muitas águas; e vinham ali e eram batizados. Porque ainda João não tinha sido lançado na prisão (23-24). Não se sabe onde ficava este local em que João batizava, e que é menci-onado aqui, mas provavelmente não estava situado no Jordão. Normalmente, julga-se que Salim ficava de "seis a oito quilômetros a leste de Siquém, onde hoje existe uma pequena aldeia com o mesmo nome".22 Duas ou três possíveis localizações de Enom fo-ram sugeridas, mas não há certeza sobre nenhuma delas. Talvez a palavra signifique "abundante em fontes" (cf. "havia ali muitas águas").

A época da conversa que se segue fica clara pela seguinte afirmação: João ainda não tinha sido lançado na prisão (24; cf. Mt 4:12; Mac 1.14).

O testemunho que João Batista estava prestes a dar é contrastado com o cenário de uma questão relativa à purificação. Houve, então, uma questão entre os discí-pulos de João e um judeu, acerca da purificação. E foram ter com João e disseram-lhe: Rabi, aquele que estava contigo além do Jordão, do qual tu des-te testemunho, ei-lo batizando, e todos vão ter com ele (25-26). O velho procedi-mento da religião ritualista, mas vazia e sem poder, é representado aqui pelos judeus (cf. Jo 2:6). Eles colocavam muita ênfase na purificação (lavagem cerimonial) do corpo. O amanhecer de um novo dia, um caminho melhor, uma proclamação profética é repre-sentada por João (cf. Jo 1:33). A consumação é encontrada na pessoa daquele que estava com João além do Jordão.

A resposta de João aos judeus indica que ele soube imediatamente o que eles real-mente queriam saber. "Qual é a sua opinião sobre este homem que está competindo com você, um Homem a quem você batizou, um Homem que está arrebatando a sua multidão?" A resposta de João teve quatro partes. Na primeira, ele lembrou-lhes que todos os homens estão, em última análise, sujeitos à soberania de Deus. O homem não pode receber coisa alguma, se lhe não for dada do céu (27; cf. 3.3). Na segunda, ele deixou claro o seu verdadeiro relacionamento com o Cristo, lembrando aos seus inquisidores uma afirmação anterior: Eu não sou o Cristo (28; cf. Jo 1:20). Como veremos

posteriormente (ver o comentário sobre 4.26), o autor usa as afirmações do tipo "Eu sou" como afirmações diretas da divindade de Jesus. Da mesma maneira, aqui, a forma nega-tiva da frase de João, eu não sou, é uma renúncia clara e firme, mostrando que João não era o Messias. Contudo, ele reconhece e afirma o seu próprio papel como alguém que está relacionado a Cristo: Sou enviado adiante dele (28). Na terceira parte de sua respos-ta, ele usou o exemplo do noivo, da noiva e do amigo. Devido ao noivo ser quem de fato é, existe uma verdadeira alegria e deleite no coração do amigo. O completo cumprimento e a plenitude da alegria pertencem àqueles que reconhecem Jesus como quem Ele real-mente é, e àqueles que encontram em sua voz a fonte de puro prazer. O amigo... alegra-se muito com a voz do esposo. Assim, pois, já essa minha alegria está cumprida (29; cf. Jo 16:24).

Finalmente, todo o relacionamento é resumido na declaração de auto-anulação de João, feita no verdadeiro espírito de uma vida santificada: É necessário que ele cres-ça e que eu diminua (30).

Alguns estudiosos concordam que o versículo 31 dá início aos comentários do autor sobre aquilo que havia acabado de ocorrer, ao passo que outros argumentam que esta seção (31-36) está fora de lugar e deveria ser colocada imediatamente depois do versículo 21. Lightfoot defende a atual localização desta passagem. Ele declara que ela é "um apêndice adequado para Jo 3:22-30"." Um bom exame do conteúdo desta seção dá sustenta-ção a este ponto de vista. Aquele que vem de cima é sobre todos, e Aquele que vem do céu é sobre todos (31). Estas são frases que obviamente se referem a Jesus, ao passo que aquele que vem da terra é da terra e fala da terra claramente se refere a João. Então se segue uma descrição daquele do céu que é sobre todos.

Ele é, em primeiro lugar, uma Testemunha daquilo que ele viu e ouviu (32). "A mudança do tempo do verbo parece marcar um contraste entre aquilo que pertence à existência (viu, ++raken) e a missão (ouviu, +kousen, e não tinha ouvido) do Filho".' O testemunho, rejeitado por alguns (32), foi recebido por outros (33). Qualquer pessoa que receba o "testemunho o sela, declarando que Deus é verdadeiro" (33, na versão NASB em inglês), "sentindo que aquele cuja Palavra é a verdade é completamente confiável e irá manter as suas promessas, por mais impossíveis que elas pareçam; testemunhando pos-teriormente que as experimentam, e que elas se mostraram verdadeiras na prática, de-claram que Deus realmente expressa os seus planos e cumpre o que diz"."

Aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus (34). Este é a Palavra viva (1.14), trazendo uma completa revelação de Deus (Jo 1:18). Existe uma tríplice razão para isto. 1. Quando Deus dá, Ele o faz espontaneamente e sem limites. "Pois não lhe dá Deus o Espírito por medida" (34; cf. Jo 1:16-4.10; 7:38-39). 2. O Pai ama o Filho (35). O dom espontâneo e completo daquele que encarnou é dado por amor (cf. Jo 3:16). 3. A missão completa de redimir o homem tornou-se responsabilidade do Filho. Não foi estabelecido nenhum outro modo de salvação. O Pai... todas as coisas en-tregou nas suas mãos (35).

Finalmente, o autor deixa a alternativa clara ao comparar a fé e a incredulidade com as suas conseqüências inevitáveis: a vida eterna e a ira de Deus. Aquele que crê no Filho tem a vida eterna, mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece (36). A fé resulta na vida eterna, que é a possessão atual daquele que acredita, pois o verbo tem está no presente (cf. Jo 5:24-6.47, 54; Rm 8:2-4). A expressão aquele que não crê pode ser traduzida como "aquele que não obedece", ou ainda "quem desobedece". O oposto da fé é, na verdade, a recusa a obedecer. Quando a fé é fraca ou defeituosa, é bom que se dê atenção à obediência. Quan-do uma pessoa obedece, a fé se torna uma conseqüência natural. Para aqueles que se recusam a obedecer, ou o fazem de forma negligente, existe a inevitável ira de Deus. Esta linguagem é um tanto surpreendente depois das elevadas expressões do amor de Deus pelo homem. Mas ela ressalta o fato de que o pecado mais grave do homem é a falta de fé, que é uma desobediência. O amor de Deus não seria mais do que uma fraca indul-gência se Ele não fosse fiel à sua palavra e à sua santa natureza. Gossip se expressa bem, ao dizer:

... Cristo nunca é mais bondoso do que quando os seus olhos — quando Ele olha para nós — se mostram como chamas de fogo e Ele nos fala palavras terríveis; quando Ele não se mostra disposto a ser transigente para conosco, mas exige a obediência instantânea, aqui e agora, sob a pena de nos separarmos dele. Se não nos tivesse amado o suficiente para ser severo conosco, Ele teria perdido a nossa alma. Com temor e humildade precisamos agradecer a Deus, tanto pela sua ira quanto pela sua misericórdia.'


Champlin

Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
Champlin - Comentários de João Capítulo 3 versículo 29
João compara-se com o amigo do esposo. Conforme Mc 2:19, onde os amigos do esposo são os discípulos. Tanto no AT como no NT o relacionamento matrimonial aparece como símbolo dos relacionamentos de Deus com o seu povo (conforme Os 2) ou de Cristo com a Igreja (Ef 5:25-27).

Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de João Capítulo 3 do versículo 1 até o 36
*

3.1-21

Este é o primeiro dos muitos discursos para instrução registrados por João. De modo típico, ao ser questionado Jesus responde de maneira a conduzir o debate para uma área mais profunda, freqüentemente por meio de equívocos que são esclarecidos para os que se tornam verdadeiros discípulos. A nova compreensão revela Jesus mais plenamente.

* 3:2

de noite. Isso pode denunciar o temor de ser visto, ou poderia ser um sinal de deferência a Jesus, um mestre que não devia ser incomodado durante o dia. Entendido simbolicamente, Nicodemos era uma pessoa que vivia nas trevas deste mundo, e que agora encontra a luz (8.12 conforme 9.4; 11.10;13.30).

Mestre... da parte de Deus. Nicodemos entende que Deus credencia os seus mensageiros, concedendo-lhes poder para realizar milagres, mas este modo de entender está longe de alcançar a verdadeira identidade de Jesus.

* 3:3

não nascer de novo. Ver referência lateral. A tradução "mas nascer de cima" concorda bem com o debate das coisas "da terra" e "do céu", no v. 12, e com a discussão do subir e descer, no v. 13. Este é o sentido do advérbio grego em outros lugares neste Evangelho (Lc 9:11,23). Nicodemos, aparentemente, entendeu que ele significava nascer "uma segunda vez". É possível que ambos os sentidos sejam pretendidos — um novo nascimento, que é um nascimento de cima. Ver nota teológica "Regeneração: O Novo Nascimento", índice.

* 3:5

nascer da água e do Espírito. Alguns entendem que a "água" é a liberação do flúido que acompanha o nascimento físico, mas considerações linguísticas apontam para o entendimento de que "água" e "Espírito" se referem a um único nascimento espiritual. Muitos intérpretes entendem "água " aqui, como água do batismo, mas uma tal referência — antes que o batismo cristão fosse instituído — teria sido sem sentido para Nicodemos. Outros acham que é uma referência ao batismo de João, mas Jesus, em parte alguma, faz do batismo de João uma exigência para a salvação. Provavelmente, a afirmação se refere a passagens do Antigo Testamento nas quais "água" e "espírito" estão ligadas para expressar o derramamento do Espírito de Deus no fim dos tempos (Is 32:15; 44:3; Ez 36:25-27). A presença de uma imagem tão rica do Antigo Testamento, serve de fundo à reprovação que Jesus faz a Nicodemos (v. 10): como “mestre em Israel", ele deveria ter entendido.

* 3.6-8

Esta passagem dá ênfase à prioridade e à soberania de Deus na obra da redenção, e isto não exclui a realidade da resposta humana através do arrependimento e da fé.

* 3:11

te digo... não aceitais o nosso testemunho. O "te" é singular (e se refere a Nicodemos); o "vós" é plural (e se refere a Nicodemos e àqueles que ele representa).

* 3:13

o Filho do homem. Ver nota em Mt 8:20.

que está no céu. Poderia ser dito que Cristo, em sua natureza divina, continuava a habitar no céu, mesmo durante a sua vida na terra. O ponto é que ele tem autoridade para falar das coisas celestiais. Posteriormente, no Evangelho, a origem "celestial" de Jesus se torna a principal matéria de disputa (6.41-42).

* 3:14

Moisés. Nm 21:4-9 registra a história dos 1sraelitas rebeldes que murmuravam e queixavam-se. Deus enviou serpentes abrasadoras para o meio deles, para puni-los. Então Deus disse a Moisés para colocar uma serpente de bronze numa haste com a promessa de que os que olhassem para ela, viveriam.

importa... seja levantado. Aqui está um termo chave neste Evangelho (8.28; 12.32,34), que traz um duplo sentido: o da crucificação e o da exaltação. A morte de Cristo na cruz, sua ressurreição e sua glorificação, juntas revelam a glória de Deus. A palavra "importa" leva-nos a atentar para o soberano propósito de Deus. A crucificação foi a chave do eterno plano de Deus para salvar o seu povo (At 4:27-28).

* 3:16

Porque Deus amou ao mundo de tal maneira. Alguns insistem na idéia de que Deus enviou Jesus com o propósito de conceder salvação a todos, sem exceção, mas somente como uma possibilidade. Contudo, Jesus deixa bem claro que a salvação daqueles que "o Pai lhe dá" — e somente destes — não é uma mera possibilidade, mas certeza absoluta. E "o que vêm a mim" (6.37-40; 10:14-18; 17,19) "de modo nenhum o lançarei fora". A verdade expressa pela palavra "mundo" é que a obra salvífica de Cristo não é limitada a tempo e lugar, porém aplica-se aos eleitos de todas as partes do mundo. Os que não recebem o remédio que Deus providenciou em Cristo, perecerão. Permanece como verdadeiro que aquele que crê não morrerá (não será separado de Deus), mas viverá na presença de Deus para sempre. Ver "Deus é Amor: Bondade e Fidelidade", no Sl 136:1.

* 3:17

não para que julgasse o mundo. Jesus, em outra parte, diz que o julgamento acompanha a sua vinda ao mundo (9.39). Seu ponto não é que ele não julgará, mas que o tempo do juízo ainda não é chegado. O mundo esteve sempre sob ameaça de juízo, antes que ele viesse, mas, com a sua vinda, a salvação tornou-se uma realidade oferecida a um mundo hostil (Mt 23:37; Rm 5:8).

* 3:18

A descrença não é a única base para a condenação, mas constitui o climax da rebelião que resiste mesmo a graciosa oferta divina da salvação em Cristo. Jesus veio a um mundo que já está condenado por causa de sua rejeição da auto-revelação de Deus (Rm 1:18-32).

* 3:19

os homens amaram mais as trevas do que a luz. Jesus dá a razão para a sua rejeição por parte do mundo: Ele é a luz que revela se a pessoa é justa ou não.

* 3:21

Quem pratica a verdade aproxima-se da luz. Jesus fala em "praticar" a verdade e isto significa que a verdade é matéria tanto de pensamento quanto de prática. Viver pela verdade contrasta-se com fazer o que é mau (v. 20).

* 3.22-36

Há três seções aqui: Nos vs. 22-24 somos informados de que Jesus e seus discípulos foram para a Judéia, onde João Batista estava; nos vs. 25-30, o Batista afirma uma vez mais que todo o seu papel era o de preparar o caminho para Cristo; os vs. 31-36 parecem ser a continuação das palavras do Batista, ou possívelmente, um comentário do autor do Evangelho.

* 3:24

João ainda não tinha sido encarcerado. Ver Mt 14:3-12; Mc 6:17-29.

* 3:26

batizando. Ver "Batismo", em Rm 6:3.

* 3:27

O homem não pode receber. Deus é o Autor de tudo aquilo que recebemos (1Co 4:7)

* 3:31

Quem vem das alturas. Jesus se distingue de todos os seres humanos, que são da terra (v. 13, nota).

* 3:32

ninguém aceita o seu testemunho. João repete a idéia de 1:10-11, idéia de que nem a sua própria nação nem o mundo em geral estavam prontos para receber a Cristo. A barreira é o pecado e a cegueira que só Deus pode penetrar (v. 3; 1.5).

* 3.33 Quem... aceita o testemunho. O mundo recusou a luz, porém, João, imediatamente, menciona aqueles que estão vindo para a luz, especialmente ele próprio como o primeiro expoente da verdade. A pregação de João é a culminância do Antigo Testamento e o começo do Novo Testamento (1.15; Mt 11:11).

* 3:34

Deus não dá o Espírito por medida. Estas palavras podiam certamente ser aplicados ao Espírito que dotou de poder o ministério terreno de Jesus (Lc 3:22; 4:1). Mas é também possível que esses versículos se refiram à plenitude do Espírito, que Jesus dá àqueles que o servem, e alguns estudiosos antigos e modernos têm entendido o texto deste modo. Posteriormente, Jesus é o agente que envia o Espírito (15.26).

* 3:35

O Pai ama ao Filho. Ver 5.20.



Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de João Capítulo 3 do versículo 1 até o 36
3:1 Nicodemo era fariseu e membro do concílio (chamado Sanedrín), um grupo de líderes religiosos que Jesus e João o Batista criticaram freqüentemente por sua hipocrisia. (se desejar mais informação sobre os fariseus, veja-a nota a Mt 3:7.) Muitos fariseus estavam ciumentos do Jesus porque escavava sua autoridade e rebatia seus pontos de vista. Mas Nicodemo indagava e acreditava que Jesus tinha respostas. Embora era um erudito, foi ao Jesus para instruir-se. Não importa quão inteligente ou educado um seja, deve aproximar-se de Cristo com um coração aberto e disposto a fim de que lhe ensine a verdade a respeito de Deus.

3.1ss Nicodemo foi ao Jesus em que pese a que pôde ter enviado a um de seus assistentes. Quis examinar ao Jesus pessoalmente para distinguir entre feito e rumor. Possivelmente temia que seus colegas, os fariseus, criticassem sua visita, e por isso foi quando já era de noite. Mais tarde, quando entendeu que Jesus era em realidade o Messías, falou abertamente em sua defesa (7.50, 51). Como Nicodemo, devemos examinar ao Jesus pessoalmente; outros não o podem fazer em nosso lugar. Logo, se acreditarem que é o que O diz ser, quereremos falar em público a seu favor.

3:3 O que sabia Nicodemo sobre o Reino? Pelas Escrituras sabia que Deus o regeria, que o restauraria na terra e que pertenceria ao povo de Deus. Jesus revelou a seu devoto fariseu que o Reino seria para todo mundo (3.16), não só para os judeus, e que Nicodemo podia pertencer a ele se pessoalmente nascia de novo (3.5). Este era um conceito revolucionário: o Reino é algo pessoal, não nacional nem étnico, e para entrar nele se requer arrependimento e renascimento espiritual. Jesus mais tarde anunciou que o reino de Deus está no coração dos crentes mediante a presença do Espírito Santo (Lc 17:21). Seu pleno cumprimento será quando Jesus retorne a julgar ao mundo e destrua para sempre ao maligno. (veja-se Apocalipse 21:22).

3:5, 6 "De água e do Espírito" possivelmente se refira (1) ao contraste entre o nascimento físico (água) e o nascimento espiritual (Espírito), ou (2) a ser regenerados pelo Espírito e renascidos pelo batismo. A água também poderia representar a ação faxineira do Espírito Santo de Deus (Tt_3:5). Sem dúvida, Nicodemo deve ter estado familiarizado com as promessas de Deus em Ez 36:25-26. Jesus explica a importância do novo nascimento espiritual, manifestando que não entraremos em Reino por ser bons, mas sim por experimentar esse novo nascimento.

NICODEMO

Deus é especialista em achar e trocar a pessoas que consideramos difíceis de alcançar. No caso do Nicodemo, tomou um pouco de tempo sair da escuridão, mas Deus foi paciente com seu crente "encoberto".

Temeroso de ser descoberto, Nicodemo procurou ver o Jesus de noite. As conversações diurnas entre os fariseus e Jesus tendiam a ser antagônicas, mas Nicodemo na verdade queria aprender. Talvez conseguiu muito mais do esperado: um desafio a uma nova vida! Sabemos muito pouco do Nicodemo, mas sim sabemos que desse encontro noturno saiu um homem trocado. partiu com uma compreensão nova de Deus e de si mesmo.

Nicodemo aparece mais tarde como parte do concílio. Em meio da discussão em que se buscava formas de eliminar ao Jesus, expôs o assunto da justiça. Falou em seu favor apesar de que rechaçaram sua objeção. Começava a trocar.

A última biografia do Nicodemo nos mostra que se une ao José da Arimatea no trâmite de solicitar o corpo do Jesus para sepultá-lo. Tomando em conta o risco que isto significava, Nicodemo dava um passo audaz. Seu crescimento espiritual não se detinha.

Deus procura um crescimento paulatino não uma perfeição foto instantânea. De que maneira seu atual crescimento espiritual concorda com o tempo que leva de conhecer o Jesus?

Pontos fortes e lucros:

-- Um dos poucos líderes religiosos que acreditou no Jesus

-- Um membro do poderoso concílio judeu

-- Um fariseu ao que seduziram o caráter e os milagres do Jesus

-- Com o José da Arimatea, sepulta ao Jesus

Debilidades e enganos:

-- Limitado por seu temor a mostrar-se em público como seguidor do Jesus

Lições de sua vida:

-- A menos que nasçamos outra vez, nunca entraremos no Reino de Deus

-- Deus pode trocar a quem considero inalcançáveis

-- Deus é paciente, mas persistente

-- Se estivermos dispostos, Deus pode nos usar

Dados gerais:

-- Onde: Jerusalém

-- Ocupação: Líder religioso

-- Contemporâneos: Jesus, Anás, Caifás, Pilato, José da Arimatea

Versículo chave:

"Nicodemo lhe disse: Como pode um homem nascer sendo velho? Pode acaso entrar pela segunda vez no ventre de sua mãe, e nascer?" (Jo 3:4).

A história do Nicodemo se narra em Jo 3:1-21; Jo 7:50-52 e 19.39, 40.

3:6 Quem é o Espírito Santo? Deus é três pessoas em uma: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Deus se fez homem no Jesus a fim de morrer por nossos pecados. Ressuscitou da morte para oferecer salvação a todos mediante a renovação espiritual e o novo nascimento. Quando Jesus subiu ao céu, sua presença física deixou a terra, mas prometeu enviar ao Espírito Santo ao grau que sua presença espiritual continuaria entre os seres humanos (veja-se Lc 24:49). O Espírito Santo pela primeira vez veio para estar a disposição de todos os crentes no Pentecostés (Feitos 2). Nos tempos do Antigo Testamento o Espírito Santo dotava de poder a certas pessoas e só por assuntos determinados, mas agora todos os crentes têm o poder do Espírito Santo ao seu dispor. se desejar mais informação sobre o Espírito Santo, leiam-se 14:16-28; Rm 8:9; 1Co 12:13 e 2Co 1:22.

3:8 Jesus explicou que não podemos controlar a obra do Espírito Santo. O obra de maneiras imprevisíveis ou incompreensíveis. Assim como a gente não pôde controlar seu nascimento físico, tampouco poderá controlar seu nascimento espiritual. É um presente de Deus, dado pelo Espírito Santo (Rm 8:16; 1Co 2:10-12; 1Ts 1:5-6).

3.10, 11 Este professor judeu conhecia muito bem o Antigo Testamento, mas não tinha entendido o que dizia do Messías. Conhecimento não é salvação. Devesse você conhecer a Bíblia, mas algo muito mais importante é entender ao Deus que revela e a salvação que oferece.

3:14, 15 Quando os israelitas vagavam pelo deserto, Deus enviou uma praga de serpentes para castigá-los por sua atitude rebelde. Sentenciado-los a morte por causa da mordida de serpentes podiam curar-se ao obedecer a Deus e olhar à serpente de bronze que se levantou, acreditando que O poderia saná-los se o faziam (veja-se Nu 21:8-9). Olhar ao Jesus em busca de salvação tem os mesmos efeitos. Deus nos preparou este modo de ser salvos dos efeitos mortíferos da "mordida" do pecado.

3:16 Todo o evangelho se centra neste versículo. O amor de Deus não é estático nem egoísta, mas sim se estende e atrai a outros a si. Deus estabelece aqui o verdadeiro molde do amor, a base de toda relação de amor. Se um ama a alguém profundamente, está disposto a lhe dar amor a qualquer preço. Deus pagou, com a vida de seu Filho, o mais alto preço que se pode pagar. Jesus aceitou nosso castigo, pagou o preço de nossos pecados, e logo nos ofereceu uma nova vida que nos comprou com sua morte. Quando pregamos o evangelho a outros, nosso amor deve ser como o seu, e estar dispostos a renunciar a nossa comodidade e segurança para que outros recebam o amor de Deus como nós.

3:16 Muitas pessoas rechaçam a idéia de viver para sempre porque vivem vistas tristes. Mas a vida eterna não é a extensão da miserável vida mortal do homem; vida eterna é a vida de Deus encarnada em Cristo que se dá a todos os que acreditam como garantia de que viverão para sempre. Nessa vida não há morte, enfermidade, inimigo, demônios nem pecado. Quando não conhecemos cristo, tomamos decisões pensando que esta vida é tudo o que temos. Em realidade, esta vida é sozinho o começo da eternidade. Comece, portanto, a avaliar tudo o que lhe acontece de uma perspectiva eterna.

3:16 "Acreditar" é mais que uma reflexão intelectual de que Jesus é Deus. Significa depositar nossa confiança no, que é o único que nos pode salvar. É pôr a Cristo à frente de nossos planos pressente e nosso destino eterno. Acreditar é confiar em sua palavra e depender do para trocar. Se nunca confiou em Cristo, faça sua esta promessa de vida eterna e cria.

3:18 Muitas vezes a gente trata de salvar-se do temente pondo sua fé em coisas que têm ou fazem: boas obras, capacidade ou inteligência, dinheiro ou posses. Mas só Deus pode nos salvar do que na verdade devemos temer: a condenação eterna. Confiamos em Deus reconhecendo a insuficiência de nossos esforços por alcançar a salvação e lhe pedindo que faça sua obra em nosso favor. Quando Jesus fala sobre o "que não crie", refere-se a quem lhe rechaça por completo ou faz caso omisso do, não ao que tem dúvidas momentâneas.

3.19-21 Muitas pessoas não querem que suas vidas fiquem expostas à luz de Deus porque temem o que esta possa revelar. Não querem trocar. Não se surpreenda de que pessoas assim se sintam ameaçadas por seu desejo de obedecer a Deus e fazer o que é bom. Temem que a luz que há em você ponha ao descoberto algo escuro em suas vidas. Não se desanime. Mantenha-se em oração por elas para que compreendam que é melhor viver na luz que na escuridão.

3.25ss Algumas pessoas procuram pontos discrepantes para semear sementes de discórdia, descontente e dúvida. João o Batista terminou esta discussão teológica falando de sua devoção a Cristo. É contraproducente forçar a outros a que criam como nós. É melhor lhes falar de nossa entrega pessoal a Cristo e o que O fez por nós. depois de tudo, quem pode nos refutar isso?

3:26 Os discípulos do João o Batista estavam confundidos porque a gente seguia ao Jesus e não ao João. É fácil que nosso ciúmes germinem quando aumenta a popularidade do ministério de outra pessoa. Entretanto, devemos recordar que nossa verdadeira missão é obter que as pessoas sigam a Cristo e não a nós.

3:27 por que João o Batista seguiu batizando depois que Jesus entrou em cena? por que não se converteu também em discípulo? João explicou que como Deus foi o que lhe deu este trabalho, devia continuá-lo até que o chamasse a fazer outra coisa. O propósito principal do João era conduzir a gente a Cristo. Embora Jesus já tinha começado seu ministério, João podia seguir guiando a gente ao Jesus.

3:30 A disposição do João a minguar em importância mostra sua humildade. Os pastores e outros cristãos podem sentir-se tentados a enfatizar mais o êxito de seu ministério que a Cristo. Cuide-se dos que põem mais ênfase em seus lucros que no Reino de Deus.

3.31-35 O testemunho do Jesus era confiável porque veio do céu e falava do que viu ali. Suas palavras eram as mesmas de Deus. Toda sua vida espiritual depende de como responde a uma só pergunta: "Quem é Jesucristo?" Se aceitar ao Jesus unicamente como um profeta ou um professor, terá que rechaçar seu ensino, posto que O declarou que era o Filho de Deus, inclusive que era Deus mesmo. A essência do Evangelho do João é a verdade dinâmica de que Jesucristo é o Filho de Deus, o Messías, El Salvador, que foi desde o começo e seguirá vivendo para sempre. Este mesmo Jesus nos convidou a aceitá-lo e viver com O eternamente. Quando entendemos quem é Jesus, sentimo-nos compelidos a acreditar o que disse.

3:34 O Espírito de Deus estava sobre o Jesus sem limite e sem medida. portanto, Jesus foi a suprema revelação de Deus à humanidade (Hb_1:2).

3:36 Jesus diz que tudo o que acredita no tem (não diz que terá) vida eterna. A vida eterna se recebe quando um se une à vida de Deus, a qual por natureza é eterna. Assim que a vida eterna começa no momento do nascimento espiritual.

3:36 João, o escritor deste Evangelho, demonstrou que Jesus é o verdadeiro Filho de Deus. Estabelece ante nós a grande alternativa na vida. nos toca escolher hoje a quem obedeceremos (Js 24:15) e Deus quer que o escolhamos ao (Dt 30:15-20). Adiar nossa eleição é decidir não seguir a Cristo. A indecisão é uma decisão fatal.


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de João Capítulo 3 do versículo 1 até o 36
B. O NASCIMENTO NOVO (3: 1-15)

1 Ora, havia um homem dos fariseus, chamado Nicodemos, príncipe dos judeus; 2 o mesmo veio a ele de noite, e disse-lhe: Rabi, sabemos que és Mestre, vindo de Deus; pois ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com Ec 3:1 Jesus respondeu, e disse-lhe: Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Dt 4:1. ): também a de Ezequiel, que prometeu um novo espírito para ser dado o coração de pedra e substituído por um coração de carne (Ez. 11:19 ).

Nicodemos tinha chegado a Jesus como um oficial da Igreja para ir ao seu pastor-conselheiro em nossos dias, em busca de orientação espiritual. Isso nos ajuda a entender por que ele veio sozinho de noite. Perguntas por seus colegas sobre tais ações poderia ter tido um efeito adverso, porque ele era um homem maduro, se não de idade, que por costume judaico deve ter nenhuma necessidade de buscar novas dimensões em sua religião, tendo sido mergulhada no judaísmo desde a sua juventude . E "de acordo com a visão rabínica, ao contrário do ensino NT, a moral renovação dos homens pertence apenas para o futuro, a única que pode trazer o novo espírito da promessa, ou o novo coração."

No entanto, o seu coração não estava satisfeito. Nicodemus provou ser a exceção à regra entre os líderes religiosos do seu tempo, e ele pode muito bem servir como um exemplo para aqueles que todos os dias que desprezam a humilhar-se pela admissão de pessoal necessidades, os que parecem pensar que a posição eclesiástica é prova suficiente da graça interior e garantia; que às vezes se tornam grandes demais para ser humilde. Tu és mestre em Israel, e não entendes estas coisas? disse Jesus. A atitude de Nicodemos implícita, "Sim, Senhor, mas devo ter uma resposta." Ele tornou-se conhecido como o "discípulo secreto", e nós sabemos que ele não deixar o cargo religioso para se tornar um companheiro de viagem do Mestre. No entanto, ele era um discípulo. Sua era uma voz levantada em sinal de protesto contra as táticas do fariseus (Jo 7:50 ), e ele forneceu as especiarias conservantes com que o corpo de Jesus foi tratado após a crucificação (Jo 19:39 ).

Mas o que Jesus quis dizer com a nascer de novo (ou "de cima", que é a tradução mais literal do grego anothen )? O conceito do novo nascimento era uma analogia para a doação ao homem de uma nova vida, que constitui o tema final do Evangelho de João e do ministério de Cristo, o nascimento de pé para a vida nova, da mesma forma que Jesus está a ser dito pão e luz. Estes termos sugerem uma ordem de coisas mais elevadas do que o temporal. Ao referir-se a eles deve-se evitar substituindo o termo para a experiência. Em particular, isto é um perigo no que diz respeito ao novo nascimento. É uma realidade, uma experiência espiritual de realização, mas todas as propriedades do nascimento físico não deve ser atribuída a ele. Para dizer que a renascer um filho de Deus significa sempre ser um, porque é impossível ser por nascer (como no reino natural), é perder completamente a importância do que Jesus está dizendo. Enquanto há, sem dúvida, são semelhanças na experiência do novo nascimento ao nascimento físico (senão Jesus não teria usado o termo), as diferenças entre eles são igualmente evidentes. O que é nascido da carne é carne; e aquele que é nascido do Espírito é espírito (v. Jo 3:6 ). As diferenças não devem ser usados ​​para ensinar coisas sobre a vida cristã que não estão em conformidade com o seu personagem.

Jesus descreveu a experiência como sendo nascer da água e do Espírito. A bela analogia do novo nascimento não precisa ser oneradas com interpretações forçadas, como ver na água uma referência a um fenômeno do processo físico de nascimento. A água que se refere ao rito do batismo. A conversão foi muito intimamente associado com o batismo naqueles primeiros dias, sendo sinônimo de tempo. Batismo, que era um ritual de purificação, tornou-se associado com a conversão cristã como a evidência de ter aceito o Evangelho. A contraparte moderna pode ser visto no trabalho de missões estrangeiras. Entre algumas das pessoas mais primitivas, é costume colocar convertidos em liberdade condicional. A confissão dos pecados e da aceitação do Evangelho deve ser seguido por um período de testes, e não até que os líderes estão convencidos da sinceridade e autenticidade dos candidatos são eles aceitaram para o batismo cristão. Conversão data do batismo, e eles são, então, levado em membros da igreja.

É estranho que necessidade popular só primitiva a ser feita a certeza de seu compromisso e para produzir "frutos dignos de arrependimento." Será que a nossa civilização moderna se tornar um obstáculo para a evangelização eficaz? Tem respeitabilidade se tornar um substituto para viver piedoso? Tem conversão tão pregada por mesmo os evangélicos mais rigorosas foram feitas muito fácil, até que tudo que se precisa fazer é fazer um assentimento verbal ao Evangelho, a fim de ser anunciado como um outro converso? Dr. E. Stanley Jones falou a este ponto quando disse em um sermão New England: "As pessoas que nascem em Boston são susceptíveis de pensar que eles não precisam de nascer de novo."

O novo nascimento é também pelo Espírito-de cima, de natureza espiritual e procedimento. O novo nascimento é a transmissão da vida de Cristo: a vida eterna através de-a agência do Seu Espírito. Um vem em uma vida que tem novas dimensões e qualidades como diferente de, a vida física natural como espírito é de carne e osso. Jesus disse que esta nova vida é como o vento (do grego pneuma significa tanto vento e espírito), que pode ser experimentado, mas não totalmente explicado, quer na sua origem ou, na sua extremidade final. Se não se pode compreender os mistérios do nascimento físico, ou mesmo o phenomeon comum do vento soprando, ambos os quais ele aceita com base em ter experimentado e observados os seus efeitos, é pedir muito que um homem receber o novo nascimento em igualdade de condições? Este argumento de Jesus é uma boa. No entanto, Ele percebeu que nem todos tinham sido explicou-verbal testemunho deve ter uma fundação. E assim Ele carregou Sua reivindicação por falar a verdade de Deus de volta para sua encarnação. É verdade, nenhum homem tinha ido para o céu para obter esta verdade de Deus; mas Ele, o Divino Logos carne tornar-se, tinha vindo de Deus com esta boa notícia. As palavras que Ele falou, um dia, ser justificados por seu ser levantado em morte na cruz. Sua morte tornaria o novo nascimento uma realidade para todos que acreditaram. Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado; que todo aquele que crê pode nele tenha a vida eterna (vv. Jo 3:14-15 ). Jesus estava buscando despertar Nicodemus à verdade-verdade, que um dia se tornaria uma experiência de vida se ele só vai acreditar agora.

AMOR DE DEUS C. REDENTORA (3: 16-21)

16 Porque Deus amou o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. 17 Pois Deus não enviou o Filho ao mundo para condenar o mundo; mas para que o mundo fosse salvo por ele. 18 Quem crê nele não é julgado; mas quem não crê tem já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Dt 19:1) João deu a sua filosofia de criação; neste parágrafo temos sua filosofia de salvação. À primeira vista, é difícil saber se essas palavras representam comentários de João sobre a conversa com Nicodemos, ou se Jesus continua a falar. Muito provavelmente, estas são as palavras de João. Ele disse simplesmente que o plano de salvação está enraizada no amor de Deus para o mundo de Sua criação, especialmente o homem. A Encarnação surgiu do amor de Deus, em vez de fora da queda do homem, este último fornecendo apenas a ocasião para a Encarnação e as circunstâncias em que isso ocorreu. O pai se esforça para salvar o filho desobediente, não só porque ele é rebelde, mas porque ele ama-lo como filho. A Encarnação, incluindo sacrifício expiatório de Cristo, demonstrou o amor de Deus para o homem; pecado do homem exigiu a morte de Cristo na Cruz. Afirmação de João é positiva e forte; voltar para o início da necessidade de salvação do homem que ele encontra o amor de Deus já operatório. Ele poderia ter escrito: "No princípio era o amor-o Amor de Deus."

Cristo, o Filho encarnado não veio para condenar o mundo dos homens, por causa do pecado do homem já tinha condenado ele. Isso pode ser observado em todos aqueles que não crêem em Cristo. A incredulidade é pecado. Cristo veio para salvar o homem.Sua vinda trouxe luz, e porque os homens optam por continuar na escuridão do pecado, em vez de andar na luz da justiça, sua condenação é aumentada até o ponto de julgamento. Seus próprios corações pecaminosos condená-los; a luz que há em Cristo os julga.Eles permanecem na escuridão, porque eles odeiam a luz que revela o pecado deles, que eles adoram. Mas aqueles que irão para ser honesto consigo mesmo e com Deus vem para a luz. João poderia ter dito que vir para a luz revela o pecado, que é levado pela luz. Ele diz que a luz expulsa a escuridão, a escuridão não poderia colocá-lo para fora. A muito se voltando para Cristo na fé traz um para a luz e, assim, para uma nova vida.

Deus amou ... que deu o seu Filho unigênito está intimamente relacionado com Necessário vos é nascer de novo, falou a Nicodemos. Todas as manifestações da vida resultam desde o nascimento, a perpetuação da vida já existentes. João não fala do nascimento virginal como tal, mas, no presente contexto, é razoável afirmar que ele tinha em mente. Para ele, a Encarnação foi uma realidade abençoada. Ao dar seu Filho, Deus deu a si mesmo para salvar o homem, e João encontra acordo com esta verdade na declaração de Paulo de que "Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo a si mesmo" (2Co 5:19 ). A verdade maravilhosa é que Deus tomou a iniciativa, fez todas as disposições necessárias, pagou a dívida, e espera, como o pai do filho pródigo, para o homem pecador para voltar a Ele com fé. Há lugares e horários para falar da necessidade de arrependimento e outros pré-requisitos condicionais para a experiência da salvação, mas João recolheu tudo em fé; acredito que Deus tem dito, o parecer favorável para que Ele tem feito, dar-lhe uma chance, venha para a luz. "Há vida para um olhar."

João acreditava que o amor de Deus em Cristo foi uma força magnética, especialmente no que é visto na crucificação. Para gregos interessados ​​Jesus disse: "E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos os homens a mim" (00:32 ). Uma analogia para isso pode ser encontrada em grande música e arte. Homens são atraídos para eles e persegui-los com grande paixão e dedicação. Nem todos os homens, no entanto, responder desta maneira, porque nem todos foram "despertados para a arte." Nenhuma forma de arte pode ser criado para apelar às sensibilidades internas de todos os homens, e por isso nem todos podem ser despertados para ele. Há uma história sobre um fazendeiro que passava o tempo aplicadas a sinfonia especular quantas toneladas de feno o salão iria realizar. Mas o Evangelho tem um apelo que corresponde a um, insatisfeito saudade nativa interior para cada homem. Todos os homens são nativamente capaz de aceitar o Evangelho e amar a Cristo. O homem que rejeita Ele é como um homem com gostos musicais pervertida por preconceito ou ignorância deliberada, ou porque ele nunca nutriu seus gostos artísticos, ao invés de como um homem que não teve capacidade de apreciação musical. Além disso, a vontade do homem está envolvido. Ele pode decidir deixar-se exposta ao poder magnético de Cristo, mesmo que ele possa fazê-lo com dúvida. Para os judeus que duvidavam afirmações de Cristo com base na sua falta de treinamento formal Ele disse: "Se alguém quiser fazer a vontade dele, conhecerá a respeito da doutrina, se ela é de Deus, ou se eu falo de mim mesmo" (Jo 7:17 ). Um homem pode se permitir ser desenhado por e para Cristo. Não existem barreiras que não possam ser superadas pela fé. O Evangelho de Cristo tem tanto de desenho e despertar poderes.

D. TESTEMUNHO AINDA de João Batista (3: 22-30)

22 Depois disto foi Jesus com seus discípulos para a terra da Judéia; e estava ali com eles, e batizava. 23 , João também estava batizando em Enom, perto de Salim, porque havia ali muitas águas:. e eles vieram, e foram batizados 24 . Pois João ainda não tinha sido lançado na prisão Dt 25:1 ), onde ele é falado no passado. Aparentemente, ele foi decapitado por Herodes, logo após o início do ministério de Jesus.

E. A COMENTÁRIO SOBRE UMA TESTEMUNHA DE JOÃO (3: 31-36)

31 Aquele que vem de cima é sobre todos; aquele que vem da terra é da terra, e da terra, ele fala: Aquele que vem do céu é sobre todos. 32 O que ele tem visto e ouvido, de que dá testemunho ; e ninguém aceita o seu testemunho. 33 Aquele que aceitou o seu testemunho pôs seu selo para este , que Deus é verdadeiro. 34 Pois aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus:. para que ele não deu o Espírito por medida 35 A Pai ama o Filho, e todas as coisas entregou nas suas mãos. 36 Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas ele que não obedeceu o Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece.

Esta breve seção é composta de uma série de pensamentos do apóstolo João sobre as palavras finais de João Batista, e estes servem como um comentário sobre o testemunho de Batista. Cristo é a partir de cima, onde o novo nascimento é originário. Ele é soberano sobre todas Seu universo criado. O homem, em contraste (incluindo João Batista) é da terra e fala a língua de terra. Homem é preso à terra; ele é carne. Cristo desceu e tomou o corpo de um homem, a fim de revelar o plano de salvação de Deus. Quando o homem está disposto a aceitar o testemunho de Cristo, ele pode ter a certeza da verdade de Deus. O testemunho de Cristo para que Deus estava fazendo, deve ser perpetuada por seus discípulos, a Igreja. Assim como Cristo foi dotado com o Espírito Santo no início do seu ministério, para que Deus dá o Espírito para aqueles que se tornam testemunhas de Cristo. Deus não está poupando no dom do Espírito. É pelo Espírito que os homens são capazes de testemunhar. Talvez haja uma referência oblíqua aqui para João ser cheio do Espírito de João Batista (conforme Lc 1:15 ).

Assim como Cristo foi supremo na criação Ele é supremo na redenção. Todas as coisas têm sido postas em Suas mãos do Pai. Remanescente de diálogo de Cristo com Nicodemos, João fechado estas reflexões com a promessa de vida eterna a todos os que crêem em Cristo, de fato, a acreditar é que ele seja. A vida eterna é retido a partir do incrédulo, e da ira de Deus torna-se o seu quinhão.


Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de João Capítulo 3 do versículo 1 até o 36
Talvez esse seja o capítulo mais im-portante do evangelho de João, pois trata do novo nascimento. Alguns grupos religiosos fazem tanta con-fusão a respeito desse assunto que muitos membros da igreja abando-nam os líderes religiosos que, como Nicodemos, não têm idéia do que significa nascer de novo.

  1. A necessidade de nascer de novo (3:1-51)
  2. É necessário ver (vivenciar) o reino de Deus (v. 3)

Nicodemos era um homem de mo-ral e religioso, um dos principais mestres dos judeus, contudo não entendia a verdade a respeito do novo nascimento. A mente carnal do pecador não apreende as verda-des espirituais (veja 1Co 2:10-46). Nicodemos foi "de noite", um sím-bolo do homem não-salvo; este está "obscurecido" espiritualmente (veja Ef 4:18 e 2Co 4:3-47). O homem não se apronta para o céu apenas ao ser religioso e ter moral; ele deve nas-cer de novo, isto é, nascer do alto.

Nicodemos confundiu o espi-ritual com o físico (veja v. 4). Ele pensava em termos de nascimento físico, e Cristo falava de nascimento espiritual. Todos nós nascemos em pecado. Nosso "primeiro nascimen-to" nos fez filhos de Adão, e isso significa que somos filhos da ira e da desobediência (Ef 2:1-49). Não há educação, religião ou disciplina que possa mudar a natureza antiga; temos de receber uma nova nature-za de Deus.

  1. É necessário entrar no reino de Deus (v. 5)

Jesus não se referia a um reino terre-no e político com o termo "reino de Deus". EmRm 14:17, Paulo descreve o reino de Deus. O peca-dor entra no reino e na família do Senhor quando crê em Cristo. Ni-codemos, como a maioria de seus amigos judeus, pensava que nascer judeu e viver de acordo com a Lei satisfaziam a Deus (veja Mt 3:7-40; Jo 8:33-43). Todos os homens nas-cem fora do paraíso desde o pecado de Adão descrito em Gênesis 3. Nós só podemos entrar no reino do Se-nhor ao nascer de novo.

  1. A natureza do novo nascimento (3:6-13)
  2. O novo nascimento é um nascimento espiritual (vv. 6-7)

O que nasce da carne (a natureza antiga) é carne e sempre será carne e estará sob a ira do Senhor. O que nasce do Espírito (a nova natureza discutida em 2Pe 1:4) é Espírito e é eterno. Você não pode nascer do Espírito pelos meios físicos. Por isso que, no versículo 5, "nascer da água" não significa a água lite-ral, pois batismo significa aplicar uma substância física (água) em um ser físico. Esse ato jamais realizaria nascimento espiritual (Leia de novo Jo 1:11-43 e 6:63.) "Nascer da água" não se refere à água do batis-mo, pois, na Bíblia, o batismo fala de morte, não de nascimento (Rm 6:1 ss). Ninguém do Antigo Testa-mento seria salvo se o batismo fosse essencial para a salvação, pois não havia batismo sob a Lei. Em He- breus 11, todos os santos citados fo-ram salvos pela fé. Não somos sal-vos pelas obras (Ef 2:8-49), e o batis-mo é uma obra humana. Cristo veio para salvar, mas ele não batizou (Jo 4:2). Por que Paulo se regozija por não ter batizado mais pessoas, se o batismo é necessário para a vida eterna (1Co 1:13)?

Apenas os meios espirituais produzem o novo nascimento. Que meios são esses? O Espírito de Deus Oo 3:6 e 6:
63) e a Pala-vra do Senhor (1Pe 1:23; Jc 1:18). No versículo 5, a água refere-se ao nascimento físico (todo bebê "nas-ce da água"), o fato a que, no ver-sículo 4, Nicodemos se referiu. A pessoa nasce de novo quando o Es-pírito de Deus usa sua Palavra para criar fé e conceder a nova natureza à medida que a pessoa crê. Em ge-ral, o Espírito usa um crente para dar a Palavra a outra pessoa (veja 1Co 4:15), mas apenas o Espírito pode conceder vida.

  1. Ele é um nascimento misterioso (vv. 8-10)

Ninguém pode explicar o vento nem a obra do Espírito. O Espírito e o crente são como o vento. Ni-codemos, instruído na Lei, poderia conhecer a verdade da obra renova-dora do Espírito. Veja Ezequiel 37.

  1. Ele é um nascimento real (w. 11-13)

Muitas coisas são misteriosas, mas não deixam de ser reais. Jesus asse-gura a Nicodemos que o novo nas-cimento não é uma fantasia, é uma realidade. A pessoa, se apenas crer nas palavras de Cristo e recebê-lo, descobre como é real e maravilhoso o novo nascimento.

  1. O fundamento para o novo nascimento (3:14-21)
  2. Cristo teve de morrer (vv. 14-17)

De novo, Cristo reporta Nicodemos ao Antigo Testamento, dessa vez ao relato da serpente de bronze deNu 21:0-l 3. O pecador não ape-nas vive nas trevas, mas também as ama e recusa-se a sair à luz em que seus pecados serão expostos e pode-rão ser perdoados.

  1. A confusão sobre o novo nascimento (3:22-36)

O versículo 25 declara: "Ora, entre os discípulos de João e um judeu suscitou-se uma contenda com respeito à purificação" (grifos do autor). Esse judeu poderia ser Ni- codemos ainda em busca da ver-dade? Nicodemos, como muitas pessoas de hoje, estava confuso em relação ao batismo e às ceri-mônias religiosas. Talvez ele pen-sasse que "nascer da água" sig-nificasse batismo, ou alguns ritos judaicos de purificação. Observe como João Batista encaminha esse judeu a Cristo. A Bíblia usaria esse momento para dizer que o batis-mo é necessário para a salvação, se esse fosse o caso, mas não o faz. Em vez disso, a ênfase recai sobre o crer (v. 36).

É evidente que Nicodemos saiu das trevas e, no fim, tornou-se um cristão que nasceu de novo. Em João 3, vemos Nicodemos nas tre-vas da confusão; emJo 7:45-43, o vemos no aurora da convicção, disposto a dar-lhe uma audiência justa; e em Jo 19:38-43, Nico-demos está na plena luz da con-fissão e identifica-se abertamente com Cristo.


Russell Shedd

Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
Russell Shedd - Comentários de João Capítulo 3 do versículo 1 até o 36
3.1 Fariseus. Conforme Mc 3:0);
3) "de novo" (Ct 4:9). "De cima" é melhor aqui.

3.4,5 Nicodemos, sendo filho de Abraão, observador meticuloso da lei e na opinião sua, súdito do Reino, não entendeu. Cristo declara que sem a implantação da vida do Espírito não há salvação. Água e do Espírito. Conforme Ez 36:25-27 onde Deus promete transformar o coração por água pura e pelo Seu Espírito. Água pode significar a confissão de Cristo e arrependimento realizados normalmente no batismo baseado na fé (At 2:38).

3.6 Jesus ensina que o homem natural não herdará a vida sobrenatural sem a conversão vinda pelo arrependimento e o Espírito (1.12, 13).
3.7 Importa-vos. O plural, (vos) declara a necessidade de todos.

3.8 Vento (gr pneuma "espírito", "vento"). Tal como o vento atua imprevisível e invisivelmente, mas é percebido em seus efeitos, do mesmo modo o Espírito opera na vida dos filhos de Deus e a controla (Rm 8:14).

3:9-11 Nicodemos não passa de ser um materialista religioso. Nunca experimentara a união interior com Deus (11). Conforme 1.12, 13.

3.13 A revelação da verdade salvadora não depende do homem subir até às alturas, mas da descida (encarnação) do Filho de Deus 8.23, 28; Fp 2:5-50).

3.14 Levantou (gr hupsõsen "elevar", "exaltar"). O Cristo crucificado tem de ser visto pela fé (tipificado na elevação da serpente no deserto). Ao reconhecer a Jesus como substituto sacrificial, o crente recebe a vida celestial dele (conforme 8.28; 12.32).

3.16 O mundo dos homens, alienado e condenado recebe no dom do amor (agape) de Deus a opção da vida eterna. • N. Hom. Salvação,
1) Sua força motriz - o amor;
2) Seu iniciador - Deus;
3) Seu mediador - o Filho unigênito;
4) Seu destinatário - o mundo;
5) Seu beneficiário - todo aquele que crê;
6) Seu galardão - a vida eterna.

3.17 Ainda que o propósito principal da vinda de Cristo ao mundo era trazer a salvação (conforme Ez 33:11), não é possível escapar ao fato que a vinda da luz (Cristo) julga e condena os homens que mais amam o pecado do que a justiça (19).

3.19 As trevas. Metáfora comum no NT para apontar a vida pecaminosa humana, separada de Deus (1Jo 1:6).

3.20,21 Quem escolhe a vida sem Deus abafa a convicção de culpa que o pecado traz. Quem se entrega a Cristo aceita de bom grado a revelação de sua própria pecarninosidade. Pela confissão (isto é praticar a verdade) o pecador se aproxima da luz onde alcança a purificação de "todo pecado" (1Jo 1:9).

3.27 João confirma a verdade que Jesus revelou a Nicodemos. O novo nascimento vem de cima (3n); João foi comissionado por Deus.
3.29 Noivo. Denota os crentes em Cristo (conforme 2Co 11:2; Ef 5:22-49). Noivo. É Cristo. Amigo do noivo. João Batista. No casamento oriental o "amigo" cuidou dos arranjos da festa e presidiu-a. Chegando o noivo ao quarto nupcial, ele se 'retirava alegremente.

3.31 Quem... alturas. Refere-se a Cristo (13). Da terra. João.

3.34 O enviado corresponde ao "Filho unigênito" que Deus "deu" para salvar o mundo (16). Espírito por medida. Veja vv. 5 e 8.

3.35 Confiado.. coisas. Cf. 1 7.2; Mt 28:1 Mt 28:8.

3.36 Se mantém rebelde (gr apeithõn). Esta palavra está colocada em oposição a "crê" indicando que fé em Cristo inclui obediência (2.23n).


NVI F. F. Bruce

Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
NVI F. F. Bruce - Comentários de João Capítulo 3 do versículo 1 até o 36

2) Jesus e Nicodemos (3:1-21)
O elo com o que precedeu esse incidente parece ser que o nosso Senhor agora demonstra aquela compreensão divina dos homens por meio da sua entrevista com Nicodemos. Mas a mensagem que Jesus leva a ele, embora dirigida ao bem pessoal dele, tem aplicação universal. Os comentários do evangelista (v. 16-21), que colocam a obra de Cristo no seu contexto universal, têm o propósito de ser uma continuação desse desafio apresentado ao indivíduo,
v. 1. Havia um fariseu (v. artigo “Pano de fundo religioso do NT” e verbete “Fariseu” em NBD): Os fariseus estavam representados no Sinédrio. Como um todo, eles não eram tão hipócritas como as pessoas pensam, visto que muitos deles preservaram grande parte do que era o melhor do judaísmo a partir do tempo dos macabeus. 

v. 2. à noite-. Que isso foi para manter a conversa em segredo, está quase além de qualquer dúvida. Isso é lembrado mais tarde (cf. 19,49) quando Nicodemos embalsama o corpo do Senhor. E suas observações cautelosas no Sinédrio (conforme 7.50ss) são dignas de reflexão. Mestre. Conforme 1.49. sabemos-. Parece referir-se àqueles que tinham visto os “sinais” de Jesus (conforme 2.23). Por isso, Nicodemos representa os judeus que são confrontados pela singularidade inescapável do ministério de Jesus, ensinas da parte de Deus: Nicodemos ao menos crê que a pregação de Jesus é de origem divina, se Deus não estiver com ele-. Embora verdadeira, essa expressão é insuficiente como uma declaração de fé (conforme At 10:38; Ex 3:12).

v. 3. Digo-lhe a verdade. Essa fórmula, com freqüência repetida por Jesus (conforme 1.51; 3.5,11; 5.19,24,25; 6.26,32,47,53; 8.34,51,58; 10.1,7; 12.24; 13 16:20-21,38; 14.12; 16.20,23; 21.18), é uma forma do hebraico amm, amm, de uma raiz que significa “ser verdadeiro”, “estar fundamentado”. O amém duplo nos lábios de Jesus é peculiar a João. Por isso, acrescenta contundência às palavras que seguem em cada caso; embora devesse ser observado também que Jesus usou essas palavras em referência a algo que ocorreu antes, sugerindo: “Na verdade, há nisso um significado muito mais profundo do que vocês imaginam”. Se não nascer de novo, ou “de cima” (gr. genmthê anõthen')-. A experiência cristã começa com o nascimento, pois é uma nova existência — uma nova criação (conforme 2Co 5:17; 1Pe 2:25ss, em que água e Espírito denotam purificação e regeneração respectivamente. Uma aplicação de água pode ser, de fato, o ato do batismo de João para o arrependimento, embora o batismo cristão não esteja totalmente excluído, visto que no NT está estreitamente ligado com a concessão do Espírito ao indivíduo (conforme At 2:38). v. 6. carne [...] Espírito'. Há um abismo entre o que é básico para toda natureza humana, a carne, e o que é especialmente divino em sua origem, o espírito. Ambos produzem os seus respectivos frutos (conforme 6:52-55).

v. 7. E necessário que vocês nasçam de novo: A resposta de Jesus, endereçada agora não a uma pessoa mas a muitas, abarca todos os que precisam do novo nascimento, v. 8. 0 vento (gr. pneumá) sopra onde quer. Jesus quer se referir aqui a ambos, ao vento e ao espírito. Assim como o vento é imprevisível, assim no mundo espiritual o homem não pode prever a obra do Espírito. Você o escuta-, Pode ser uma referência tanto ao “barulho” quanto à “voz”, assim levando adiante a analogia, v. 11. nós falamos do que conhecemos'. Nicodemos, embora sendo representante dos estudados e piedosos em Israel, não tinha conseguido compreender o significado da obra de Deus. Jesus agora se identifica {nós) com todos aqueles (não importa se judeus como um todo ou os seus discípulos) que de alguma forma tinham compreendido a ação do Espírito. Eles o haviam visto, isto é, ele lhes tinha sido mediado por experiência pela fé. E o plural (vocês) novamente reflete a generosidade quando falou, por meio de Nicodemos, a todos aqueles judeus que, por qualquer razão, tinham rejeitado o ministério dele.

v. 12. coisas terrenas [...] coisas celestiais'. O primeiro termo (gr. ta epigeia) significa o ensino de Cristo na terra acerca do novo nascimento. As “coisas terrenas” são, portanto, aquelas que de fato se originam em Deus mas têm o seu lugar na terra, algumas vezes compreendidas por meio de analogia humana. As “coisas celestiais” (gr. ta epouranid) não são compreendias por nenhuma analogia terrena. Elas dizem respeito à suprema revelação de Deus em Cristo, e nisso ao mistério do relacionamento do Filho com o Pai. Isso é ampliado no versículo seguinte, v. 13. Ninguém jamais subiu ao céu, a não ser aquele que veio do céw. O Filho do homem (conforme 1,51) é o elo entre o céu e a terra. Por meio da encarnação, são mostradas as coisas celestiais. O que, no entanto, é somente parte da história. Ele ainda está para ser exaltado em poder, embora isso (conforme versículo seguinte) vá ocorrer por meio do sofrimento. (A expressão “que está no céu” [nota textual da NVI], embora omitida por uma série de manuscritos antigos, provavelmente deveria ser deixada no texto. Jesus revelou a vida de Deus, que existe no céu, enquanto estava na terra. O seu lugar de moradia permanente é lá; ele somente “viveu entre nós” (conforme 1.14).) v. 14. Da mesma forma que Moisés levantou a serpente-, Conforme 8.28; 12.32,34. Nessas referências a “levantar”, com a possível exceção de 8.28, duas idéias são conjugadas: Em primeiro lugar, a morte do Senhor na cruz é levantada; mas depois, em João, o Filho do homem retorna ao Pai para ser levantado em exaltação, quando ele vai atrair todas as pessoas para si (conforme versículo seguinte). O levantar é no seu todo uma grande obra dramática; é a obra do Pai quando, desde o momento do levantar na cruz, recebe o Filho de volta para si. v. 15. vida eterna-, Conforme 3.16,36; 4.14,36; 5.24,39; 6.27,40,47,54,68; 10.28; 12.25,50;

17.2,3. Essa vida traz consigo a qualidade da era nova de Deus (conforme Ez 12:2); mas é um presente atual de Deus. A duração não é a idéia principal, embota esteja presente. Cristo é ele mesmo tanto a personificação quanto a garantia dessa vida (conforme ljo 5:12), e o Pai, ao levantar o Filho, concede a ele a autoridade de garantir essa vida a outros (conforme 5.26,27; 17.2,3).

v. 16. Porque Deus tanto amou o mundo-. Passamos agora ao comentário inspirado do autor do evangelho. A obra de Cristo tem a sua origem no amor do Pai; essa é a única “razão” por trás da sua auto-revelação. O amor não é meramente uma ação contínua de Deus. Ele agiu. Em Cristo, ele deu o seu único Filho, a exata imagem de si mesmo. Seu amor é recíproco. Somente aqueles que respondem e recebem o presente de Deus em Cristo podem desfrutá-lo. E, quando o recebem, sua resposta inevitavelmente é a de retribuir com o seu amor a Deus (conforme 14.21,24,25). Isso é novo para os ouvintes judeus. Suas idéias particulares da preferência de Deus por Israel agora abrem caminho para o amor dele revelado por toda a humanidade, o seu Filho Unigê-nito: Conforme 1.18. não pereça (gr. mê apolêtai): Outra palavra característica em João (conforme 6.12,27,39; 10.28; 11.50). Aqui o verbo é usado de forma intransitiva, na voz média, para significar

“estar perdido” ou “sofrer destruição”. Essa é a única alternativa para a vida eterna, pois é separação de Cristo e de Deus. Não há sentido concreto de julgamento ainda (conforme versículo seguinte). Isso segue ipso facto, pois a condenação cai sobre todos os que negam a vida em Cristo (conforme v. 18). v. 17. Deus enviou o seu Filho [...] não para condenar. Conforme 5.27; 9.39ss. O nosso texto traduz de forma sábia o grego krinô por “condenar” (Conforme 12.47,48). v. 19. Cristo, como a verdadeira luz do mundo, mostra aos homens quem eles são na sua essência, v. 21. quem pratica a verdade sabe que não pode haver bondade à parte da Fonte de todo o bem. A fé precisa ser acompanhada de uma nova qualidade de vida que certamente dará crédito a ela (conforme Jc 2:14, Jc 2:17,Jc 2:24).  


3) O testemunho final de João Batista (3:22-36)
v. 22. terra da Judéia-, Essas palavras não ocorrem em nenhum outro lugar no NT. v. 23. João também estava batizando-, Pode parecer conflitante com a tradição sinóptica (conforme Mc 1:14). Mas João deixa claro que João Batista ainda não estava na prisão, enquanto Marcos (1,14) mostra que Jesus não começou o seu ministério na Galiléia antes de João ser preso. O evangelista está registrando aqui um ministério anterior de Jesus na Judéia e em Samaria, entre o seu batismo e sua aparição na Galiléia, dos quais os Sinópticos não têm nada a dizer. Enom e Salim estavam situados no território samaritano (conforme W. F. Albright, Archaeologj of Palestine, 1960, p. 247; NBD, p. 1.125). Nesse estágio, João e Jesus trabalham juntos. O contexto serve para destacar o significado do v. 30. v. 25. urna discussão [...] a respeito da purificação cerimonial-, Isso é (intencionalmente) não especificado. O trecho conduz para a remoção de João como o predecessor de Jesus e como o último representante do judaísmo expectante, v. 27. Uma pessoa só pode receber o que lhe é dado-, Não há um mínimo sinal de amargura diante da notícia do sucesso de Jesus. Que essa autoridade foi divinamente concedida, João crê que seja algo auto-evidente,

v. 29. O amigo que presta serviço ao noivo-, Uma parábola ilustrativa que mostra o lugar central a ser ocupado por Cristo e, mesmo assim, a posição singular que é concedida a João Batista como “amigo do noivo”, como seu amigo íntimo. A “noiva” pode ser uma referência a Israel (conforme Is 62:4Ez 16:8; Dn 2:19,Dn 2:20) e à Igreja como o novo Israel (2Co 11:2; Ef 5:25ss; Ap 21:2; Ap 22:17), mas essa interpretação não pode ser forçada. Poderia haver aqui alguma alusão à festa de casamento em Caná (conforme v. 25; 2:1-11). Esta é a minha alegria: O cumprimento é associado à alegria diversas vezes em João (conforme 15.11; 16.24; 17.13). A alegria de João Batista é a que vem com a conclusão de sua missão, v. 30. E necessário que ele cresça e eu diminua:.O significado do ministério de João só durou enquanto ele abriu o caminho para a obra mais ampla e eterna de Cristo. Os v. 31-36 quase certamente não foram pronunciados por João Batista. O tema da entrevista com Nicodemos e o da confissão de João Batista são fundidos em um pelo evangelista para resumir a verdade manifesta até aqui em Jesus. v. 31. Aquele que vem do alto (gr. anõtheri) é a designação de Cristo que confirma a natureza da sua obra (conforme 13.1). Nos Sinópticos, “aquele que vem” (conforme Mc 11:9; Mt 11:3 etc.) é um título messiânico, v. 34. sem limitações: A plenitude do Espírito caracterizou o ministério do Senhor na terra, ao passo que os profetas da época do AT receberam o Espírito sob medida, v. 36. a ira de Deus: No NT, em sua maior parte, a ira de Deus é tratada em termos escatológicos. Somente aqui em João, como a vida eterna, ela é colocada no presente à medida que os homens se encontram aí para serem julgados aqui e agora de acordo com o seu relacionamento com Cristo, e, assim, como em Rm 1:18, são colocados numa posição escatológica.


Moody

Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
Moody - Comentários de João Capítulo 3 do versículo 22 até o 30


5) Outro Testemunho de João Batista. Jo 3:22-30.

O fato de que Jesus e seus discípulos executaram uma obra de pregação e batismo na Judéia, enquanto João e seus discípulos conduziram obra semelhante em outro setor, despertou suspeitas de que os dois estivessem em competição. João o nega enfaticamente, assumindo alegremente um papel de subordinação junto a Jesus.


Moody - Comentários de João Capítulo 3 do versículo 27 até o 30

27-30. O Batista deplorou qualquer pensamento de rivalidade entre ele e Jesus. Seu lugar, o qual lhe fora dado por Deus (do céu... dada) não era o de Cristo, mas o do precursor (v. Jo 3:28). Sua posição não era a do Esposo, o qual atrairia a si o povo de Deus. Isto estava reservado para outro. Antes, ele era o amigo do Esposo. Tal homem tinha a função de medianeiro nos arranjos do casamento. Sua alegria era vicária participação da felicidade do noivo ao se formar uma nova família. O trabalho de João fora feito apresentando o trabalho de Jesus. Ele só podia batizar com água, não com o Espírito. Ele podia anunciar a vinda do reino, mas não entrar nele. Sua causa tinha de enfraquecer pela ordem natural das coisas, conforme a de Jesus se desenvolvesse (v. Jo 3:30). Era o plano de Deus. E assim Jesus, além de ser superior ao Judaísmo, era também superior ao movimento que se centralizou em João (cons. At 19:1-3).


Francis Davidson

O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
Francis Davidson - Comentários de João Capítulo 3 do versículo 22 até o 36
b) O testemunho final de João Batista (Jo 3:22-43). João é apenas o amigo do noivo, a quem compete procurar a noiva para o noivo, e preparar todas as coisas necessárias para o casamento.

>Jo 3:29

A responsabilidade inclui a preparação do contrato de casamento e, mais ainda, obriga-o a permanecer diante da câmara nupcial até ouvir a voz do noivo. Foi motivo de alegria para João que o povo se uniu em torno de Jesus, pois isto constituiu o selo do seu próprio ministério (29). "A alegria do precursor na cena evangélica não é diminuída pelo fato de a obra de Jesus ser culminada num ato de sacrifício" (Jo 1:29). (Hoskyns, The Fourth Gospel). Convém que ele cresça e que eu diminua (30). A estrela da manhã entra em ocaso quando nasce o sol na sua glória. E assim que o porta-voz João cede lugar para o Cristo. Nos vers. 31-36, o pensamento torna-se mais abstrato. Com toda probabilidade, estes versos representam as meditações do escritor. O Messias é de origem divina, portanto, único e supremo. O evangelista compara o caráter da obra messiânica com a do Batista, "quem vem da terra" (31). Os ensinos de Cristo dão relevo à Sua origem celestial. Jesus Cristo testificava o que havia visto e ouvido do Pai, e nenhum homem destituído da iluminação divina pode receber este testemunho (32). O homem nascido do Espírito põe à prova a Palavra de Deus, autenticando-a na sua própria experiência (33). Cristo é embaixador de Deus aos homens; portanto, confiar nEle é certificar-se da verdade de Deus. Deus ungiu a Jesus com a plenitude do seu Espírito, em contraste com o revestimento parcial concedido aos profetas antigos (34). Outrossim, Deus deu ao Filho suprema autoridade. Este fato se explica só no seu amor para com Ele (35). O testemunho do evangelista conclui com a mensagem de vida e de juízo. Cristo torna-se relevante aos homens, e a atitude deles em relação à sua pessoa determinará o destino final. Fé no Filho assegura para o homem a posse da vida eterna. Porém, aquele que não crê (ARC), e que se mantém rebelde (ARA), não verá a vida; mas a ira de Deus permanece sobre ele (36). "Pesa sobre ele a Ira de Deus" (Rohden).


John Gill

Adicionados os Comentário Bíblico de John Gill, Ministro Batista
John Gill - Comentários de João Capítulo 3 versículo 29

Aquele que tem a esposa;... Por quem as pessoas em particular parecem aqui ser o significado, que foram chamados, foram convertidos, e foram trazidos a Cristo, e foram feitos os seus discípulos, e batizado, e assim foi aderido abertamente a ele; embora às vezes projete uma igreja particular de Cristo, e até mesmo a assembléia geral e inteira, e a igreja do primogênito, cujos nomes estão escritos nos céus; todo o eleito de Deus; quer entre Judeus, ou Gentios; veja 2Co 11:2. Estes que o Cristo tem em uma relação conjugal; e ele veio, e vem para tê-los desta maneira: ele os viu nos propósitos do seu Pai, e decretos, em toda a glória que ele pretendeu os trazer; e os amou, e os desejou do seu Pai, como o seu cônjuge que os deu a ele como tal; e Ele o deu para eles como noivo para sempre; e no tempo devido, enviou-os como servos para auxílio dele para com o seu Evangelho, feitos noiva para ele; e pelo poder da sua graça, ele os dá condições de abrirem mão se si mesmos para ele; que é a abertura para a adoção deles; e ao último dia, quando o número dos eleitos estiver completado, o matrimônio do Cordeiro for solenizado publicamente, e uma ceia de matrimônio for feita; e todos os que forem chamados, e estiverem pronto, entrarão na câmara do matrimônio, e compartilharão nas alegrias, e prazeres daquele dia: assim, em virtude do presente do Pai, Cristo os tem agora como a sua própria propriedade, como a sua porção, as suas jóias, a sua noiva e esposa; e por, e pelo grande amor dele para com eles, ele os tem não só nos seus braços, de onde eles nunca podem ser arrancados; mas no seu coração, onde eles são fixos como um selo; e em virtude deste amor, eles são unidos a ele, se torne uma só pessoa com ele, os sócios do seu corpo, carne e osso; e eles são um espírito com ele, e não há nenhum poder que possa os separar; e ele os terá por completo por toda a eternidade, para estarem onde ele estiver, e para que vejam a sua glória: e agora, aquele que tem a noiva neste sentido...

É o esposo;... E tal é o Cristo; veja Mt 9:15; e ele age, e se comporta como tal; ele ama os santos, como um noivo ama a sua noiva, com um amor próprio a eles; com um amor de desvanecimento e que é único, puro, e inviolável; livre, e soberano, maravilhoso, inalterável, e de eternidade a eternidade: ele simpatiza com eles em todas as suas adversidades, e aflições; ele os nutre, e os aprecia, e provê tudo para eles, comida, e vestimenta, para seu refrescor e proteção; e se interessa por tudo que eles têm: e um exemplo surpreendente de graça é esta, de tais que não são nada melhor do que outros, filhos da ira por natureza; grandes pecadores, culpados, e imundos; falidos, e mendigos em sentido espiritual; e ainda é levado em tão próxima relação com ele; que está na forma de Deus, e igual a ele, o brilho da sua glória, e a imagem expressa da sua pessoa,[1] o Filho de Deus, em quem habita toda a plenitude da sua Divindade; o Rei dos reis, e Senhor dos senhores. E este é o caso, João sugere, que por estas coisas, Cristo se entregando por eles, mostrou que ele era o noivo; e a quem deveriam recorrer eles, a não ser a ele? Nem se tornou ele, ou qualquer outro, ávido em tirá-los dele; nem deve haver alguma inveja ou prazer neles, visto que eles eram dele em tal sentindo peculiar, e em tão próxima relação:

Mas o amigo do esposo;... Querendo dizer ele mesmo: e tal é o verdadeiro ministro do Evangelho; ele é uma amante de Cristo, um amigo de seus interesses, e busca por todos os meios promover isso, e traz as almas a ele. A alusão é a um costume dos Judeus que, em seus casamentos, costumavam ter pessoas em ambos os lados da noiva e do noivo, como companhia para auxiliar os dois, e eram chamados seus amigos; veja Jz 14:20. Tal pessoa é chamada pelos Rabbis, שושבין, e tal palavra é interpretada por, אוהב, “amante”, ou “amigo” a mesma palavra usada aqui e por, רעהו, “seu (do noivo) amigo” no tempo de seu casamento.[2] Havia dois desses, um para a noiva e outra para o noivo; porque assim é dito[3], a princípio eles apontam dois שושבינין “amigos”, um para ele (o noivo) e outro para ela (a noiva), para que eles pudessem ministrar o noivo, e fazer todas as coisas em sua entrada na câmara nupcial. – E a princípio, esses amigos dormiam onde o noivo e noiva dormia.”

E assim como João é representado aqui como amigo de Cristo, o noivo da igreja; os Judeus falam de Moisés como amigo de Deus, o noivo do povo de Israel. Assim alguns de seus escritores,[4] tendo dito uma parábola a cerca de um rei indo para um país muito distante, e deixando sua esposa e suas servas, que levantaram um mau relato sobre ela, seu amigo rasgou em pedaços o contrato de matrimônio, assim aplica a isso:

“O rei, esse é o santo e bendito Deus; as moças, essas são as multidões misturadas; e השושבין, “o amigo”, esse é Moisés; e o cônjuge do Deus santo e bendito é Israel.”

Os judeus dizem[5] que Miguel e Gabriel eram os “amigos nupciais” do primeiro Adão.

Que lhe assiste;... A frase pode ser vista na parábola acima do escrito judaico[6] se refere a עמד שושבינה, “seu amigo em pé”: essa era a postura dos servos, e é apropriadamente aplicado a João, que era o precursor de Cristo e jugou a si mesmo indigno de tirar as suas sandálias; e o que concorda bem com os ministros do Evangelho, que assistem a Cristo, o servem e ministram em seu nome, e são servos das igrejas em seu benefício:

E o ouve;... Ouvindo as suas palavras; observam e obedecem a elas; ouvem a sua voz, a ponto de entendê-la, e distingui-la de outra; e ouve-na com prazer e deleite, como verdadeiro amigo de Cristo faz ao seu Evangelho, que é sua voz e um som alegre; e assim

Alegra-se muito com a voz do esposo. Tal pessoa regozija na vista de sua pessoa, em sua comunhão com ele; ele regozija-se com o som de sua voz; e é animado em ouvir a ele no ministério da palavra, chamando de um em um, e fazendo-os acreditar nele, e se entregando a ele.

Assim, pois, este meu gozo está cumprido. Em Cristo, ele tendo vindo em pessoa, e sua voz tendo sido ouvida na Judéia, e as multidões das almas vindas a ele acreditavam nele, e eram batizadas; então nada poderia ser de maior alegria e prazer para João, ou para qualquer outro ministro do Evangelho. Esse era o cumprimento e perfeição de sua alegria, que foi levado a sua alegria plena: isso era o que ele tanto desejava; e agora ele tinha o desejo de seu coração completo. Era comum para o amigo do noivo levar provisões a ele, e comia e bebia com o noivo, e se alegrava com ele; e essa alegria era mútua. Portanto essas palavras:

“Dê-me, שושביני, “meu amigo”, para que eu possa regozijar com ele.”

Também:

“E coma em seu casamento, assim como também regozija, e comia em seu casamento.”[7]

A essa alegria é que é feita a alusão aqui.



Fonte: John Gill's Exposition of the Entire Bible

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Notas:
[1] Conforme He 1:3. N do T.
[2] Misn. Sanhedrin, c. 3. seç. 5. & Bartenora em ib.
[3] T. Bab. Cetubot, fol. 12. 1.
[4] Jarchi em Exod. xxxiv. 1. Vid. Shemot Rabba, seç. 46. fol. 142. 2.
[5] Bereshit Rabba, seç. 8. fol. 8. 2.
[6] Jarchi em ib.
[7] T. Bab. Bava Bathra, fol. 144. 2. & 145. 1.




John MacArthur

Comentario de John Fullerton MacArthur Jr, Novo Calvinista, com base batista conservadora
John MacArthur - Comentários de João Capítulo 3 do versículo 1 até o 36

8. O novo nascimento (João 3:1-10)

Ora, havia um homem dos fariseus, chamado Nicodemos, príncipe dos judeus; este homem veio ter com Jesus de noite e disse-lhe: "Rabi, sabemos que Você veio de Deus como um professor, porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não estiver com ele." Jesus respondeu, e disse-lhe: «Em verdade, em verdade vos digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus." Perguntou-lhe Nicodemos: "Como pode um homem nascer, sendo velho? Ele não pode entrar pela segunda vez no ventre de sua mãe, e nascer, pode?" Jesus respondeu: "Em verdade, em verdade vos digo que, se alguém não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, eo que é nascido do Espírito é: espírito. Não se surpreender que eu vos disse: 'Você precisa nascer de novo. " O vento sopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sei de onde vem e para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito ". Perguntou-lhe Nicodemos: "Como pode ser isso?" Jesus respondeu, e disse-lhe: "Tu és mestre de Israel e não entende essas coisas?" (3: 1-10)

"Todo mundo falando sobre o céu não está indo lá." Esta linha, a partir de um velho espiritual, descreve com precisão muitos na igreja. Exteriormente eles se identificam com Cristo, mas, interiormente, nunca foram verdadeiramente convertido. Porque eles se apegam a uma falsa profissão de fé, eles se enganam em pensar que eles estão no caminho estreito que leva à vida, quando na realidade eles estão no caminho largo que leva à destruição. Para piorar a situação, a sua auto-engano é muitas vezes reforçado por bem intencionados, mas cristãos sem discernimento que, ingenuamente, abraçá-los como verdadeiros crentes. Tal confusão decorre das pseudo-evangelhos aguado que se propagam a partir de demasiadas púlpitos. A graça barata, o ministério orientado para o mercado, emocionalismo, o subjetivismo, e um inclusivismo indiscriminado tudo se infiltrou na igreja, com consequências devastadoras. Como resultado, quase todas as profissões de fé se afirma como verdadeira, mesmo daqueles cujas vidas se manifestar nenhum sinal de verdadeiro fruto (por exemplo, Lucas 6:43-44). Para muitos, a fé de ninguém deve ser questionada. Enquanto isso, passagens-chave do Novo Testamento a respeito do perigo da falsa fé (eg, Tiago 2:14-26) e da necessidade de auto-exame (13 por exemplo, 2 Cor: 5.) Passar despercebida.

O ministério de nosso Senhor oferece um contraste gritante com a confusão evangélico contemporâneo. Cristo não estava interessado nas respostas rasas ou rápidas pseudo-conversões. Ele se recusou a comprometer a verdade ou dar qualquer falsa esperança. Em vez de tornar mais fácil para as pessoas a acreditar, Jesus virou-se mais perspectivas do que ele recebeu. O jovem rico, por exemplo, ansiosamente procurado Jesus e perguntou-lhe com sinceridade: "Mestre, que coisa boa que eu devo fazer para que eu possa alcançar a vida eterna?" (Mt 19:16). No entanto, a Bíblia diz que ele foi embora de luto e não salvo (v. 22). Para Seus discípulos chocados Jesus explicou mais tarde,

"Em verdade vos digo que, é difícil para um rico entrar no reino dos céus. Mais uma vez eu digo a você, é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino de Deus. "Quando os discípulos ouviram isto, eles foram muito surpreso e disse: "Então, quem pode ser salvo?" E, olhando para eles, Jesus disse-lhes: "Com pessoas isso é impossível, mas a Deus tudo é possível."(Vv. 23-26)

Como resultado da demanda intransigente de Cristo para o compromisso total ", muitos dos seus discípulos se retiraram e não andavam mais com ele" (Jo 6:66). Ele repetidamente advertiu Seus seguidores do perigo da fé espúria, mesmo por parte daqueles que ministrou em Seu nome:

Nem todo o que me diz: "Senhor, Senhor ', entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai que está no céu vai entrar. Muitos me dirão naquele dia: 'Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E em teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos muitos milagres? " E então eu lhes direi: "Nunca vos conheci; partem de mim, vós que praticais a iniquidade." (Mateus 7:21-23.)

Jesus explicou também que ser Seu discípulo significava morrer para si mesmo, declarando: "Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me" (Lc 9:23). Tal custo elevado foi muitas vezes demasiado para candidatos a discípulos:

Como eles estavam indo ao longo da estrada, alguém lhe disse: "Eu te seguirei aonde quer que vá." E Jesus disse-lhe: "As raposas têm suas tocas e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça." E ele disse a outro: "Segue-Me." Mas ele disse: "Senhor, permita-me ir primeiro enterrar meu pai." Mas Ele disse-lhe: "Permitir que os mortos sepultem os seus próprios mortos;. Mas como para você, vá em todos os lugares e proclamar o reino de Deus" Outro também disse: "Eu te seguirei, Senhor, mas em primeiro lugar, permita-me dizer adeus para os que estão em casa." Mas Jesus disse-lhe: "Ninguém, depois de colocar a mão no arado e olha para trás é apto para o reino de Deus." (Lucas 9:57-62)

Claramente, uma ênfase em abandonar auto e submetendo a Ele permeado abordagem evangelística de Jesus, tanto em seu ministério público e em suas conversas privadas. João 3:1-10 narra uma dessas interações particulares, uma reunião noturna com o proeminente fariseu Nicodemos. Durante toda a conversa, Jesus se recusou a suavizar a verdade apenas para ganhar a aprovação deste líder religioso influente. Em vez disso, ele falou com clareza e equívocos de Nicodemus e dizer-lhe exatamente o que ele precisava ouvir-confrontando precisão. Diálogo de Cristo com Nicodemos pode ser discutido em três temas: "pergunta de Jesus, Jesus 'Nicodemos visão sobre Nicodemos, e indiciamento de Nicodemos Jesus.

O Inquérito

Ora, havia um homem dos fariseus, chamado Nicodemos, príncipe dos judeus; este homem veio ter com Jesus de noite e disse-lhe: "Rabi, sabemos que Você veio de Deus como um professor, porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não estiver com ele." Jesus respondeu, e disse-lhe: «Em verdade, em verdade vos digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus." (3: 1-3)

A colocação da pausa capítulo aqui é lamentável, já que a história da interação de Jesus com Nicodemos é logicamente ligada à seção anterior (2: 23-25). Como observado no capítulo 7 deste volume, João 2:23-25 ​​descrito recusa de Jesus a aceitar raso fé, baseada em assinar, já que em sua onisciência, Ele entendeu o coração das pessoas. A história de Nicodemos é um caso em apreço, uma vez que o próprio Nicodemos era um daqueles crentes superficiais cujo coração ele lê como um livro aberto. Em vez de afirmar a sua profissão, o Senhor se recusou a aceitar a fé de Nicodemos, que foi apenas a partir dos sinais que ele tinha testemunhado (v. 2). Jesus apontou-lhe a natureza de transformação da vida de verdadeira fé salvadora.

Nicodemus ("vitória sobre o povo") era um nome grego comum entre os judeus da época de Jesus. Alguns identificaram Nicodemus com um homem rico de que mesmo nome mencionado no Talmud. Mas desde que Nicodemos ainda estava vivo quando Jerusalém foi destruída no ano 70 dC, ele provavelmente teria sido muito jovem para ter sido um membro do Sinédrio, durante o ministério de Jesus quatro décadas antes (conforme 7: 50-51). A implicação do versículo 4, que Nicodemos já era um homem velho, quando ele se encontrou com Jesus argumenta ainda contra essa identificação.

Nicodemos era um membro do partido religioso elite dos fariseus. Seu nome provavelmente deriva de um verbo hebraico que significa "separar"; eles eram os "separados", no sentido de ser zelosos da lei mosaica (e suas próprias tradições orais, que adicionados a ele [conforme Mat. 15: 2-6; Marcos 7:8-13]). Os fariseus se originou durante o período intertestamental, provavelmente como um desdobramento do hassídicos ("piedosos"), que se opôs à helenizante da cultura judaica sob o ímpio rei selêucida Antíoco Epifânio. Ao contrário de seus arqui-rivais os saduceus, que tendiam a ser sacerdotes ou levitas ricos, os fariseus geralmente veio da classe média. Portanto, embora em número reduzido (havia cerca de 6.000 na época de Herodes, o Grande, de acordo com o historiador judeu do primeiro século Josephus), eles tinham grande influência sobre as pessoas comuns (embora, ironicamente, os fariseus muitas vezes visto alguns com desprezo [conforme 07:49]). Apesar de ser o partido da minoria, a sua popularidade com o povo deu-lhes uma influência significativa no Sinédrio (conforme Atos 5:34-40).

Com o desaparecimento dos saduceus em 70 dC (depois que o templo foi destruído) e os zelotes, em 135 dC (depois da revolta de Bar Kochba foi esmagada), os fariseus se tornou a força dominante no judaísmo. Na verdade, até o final do século II dC, com a conclusão da Mishná (a compilação escrita da lei oral, rituais e tradições), o ensino do fariseu tornou-se virtualmente sinônimo de judaísmo.

Ironicamente, foi a sua muito zelo pela lei que fez com que os fariseus se tornar ritualizada e externa. Tendo corações inalteradas, eles só iria substituir a verdadeira religião com a mera modificação de comportamento e ritual. Em resposta a sua pseudo-espiritualidade, Jesus apontou scathingly out: "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, e têm negligenciado os preceitos mais importantes da lei: a justiça, a misericórdia ea fidelidade; mas estas são as coisas que você deveria ter feito, sem omitir aquelas "(Mt 23:23; cf.. 6: 1-5; Mt 9:14; Mt 12:2). Pior ainda, a grande diferença entre o seu ensino e sua prática levou a hipocrisia, que tanto Jesus (por exemplo, 23 de Matt 2:3.) E, surpreendentemente, o Talmud (que lista sete classes de fariseus, dos quais seis são hipócritas) denunciou. Como resultado, apesar de seu zelo pela lei de Deus, eles eram "guias cegos" (Mt 15:14), que fizeram seus prosélitos duplamente digno do inferno para que eles mesmos se dirigiam (Mt 23:15) . Mesmo se eles não tivessem sido hipócritas, mantendo a lei nunca poderia tê-los salvo ", porque pelas obras da lei nenhuma carne será justificada" (Rm 3:20;. Conforme 3:28;. Gl 2:16; Gl 3:11, Gl 3:24; Gl 5:4). Ezra, também de acordo com a tradição, que reorganizou corpo depois do exílio (conforme Ed 5:5; 6: 7-8, Ed 6:14; Ed 10:8; Atos 4:1-3; 5: 17-18) e para a realização de ensaios (Mt 26:57; At 22:5), a autoridade direta do Sinédrio, parece ter-se limitado a Judéia (que, aparentemente, exercia nenhum poder sobre Jesus enquanto Ele estava na Galiléia; conforme Jo 7:1), é um começo necessário.

Ao usar o termo respeitoso Rabi, Nicodemos, embora um membro do Sinédrio e um eminente professor (v. 10), se dirigiu a Jesus como um igual. Ele não compartilha a suspeita e hostilidade que muitos de seus colegas líderes religiosos tinham para com Cristo (conforme 7:15, 47-52). Nicodemos, e outros como ele (conforme o plural, nós sabemos), aceitou que Jesus tinha vindo de Deus como um professor -Apesar Ele não tinha recebido treinamento rabínico adequada (7:15). Como Nicodemos reconheceu, "ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não estiver com ele." Como as pessoas na seção anterior (2:23), que ficou impressionado com e acreditava que o poder inegável manifesta em milagres de Jesus foi divino. Sem dúvida, ele também tinha conhecimento do testemunho de João Batista sobre Cristo.Isso, juntamente com a prova deles, pode ter causado a Nicodemos a se perguntar se Jesus era o Messias.

Mas Jesus não estava interessado em discutir Seus sinais, que resultaram apenas na fé superficial. Em vez disso, ele foi direto para o real problema, a transformação do coração de Nicodemos pelo novo nascimento. Jesus respondeu à pergunta não formulada de Nicodemos (conforme Mt 19:16e disse-lhe: "Em verdade, em verdade vos digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus." A frase AMEN AMEN ( verdadeiramente, verdadeiramente ) aparece no Novo Testamento apenas no evangelho de João. Ele afirma solenemente a veracidade e importância do que se segue. Neste caso, Jesus usou a frase para apresentar a verdade de vital importância que não há entrada no reino de Deus se alguém não nascer de novo. O novo nascimento, ou regeneração, é o ato de Deus pelo qual Ele concede a vida eterna para aqueles que estão "mortos em nossos delitos e pecados ..." (Ef 2:12Co 5:17; Fm 1:3; Jc 1:18; 1Pe 1:31Pe 1:3; 1Jo 2:291Jo 2:29; 1Jo 3:9: 7; 1Jo 5:1, 1Jo 5:18), tornando-os Seus filhos (João 1, assim: 12-13).

O reino de Deus em seu aspecto universal refere-se ao governo soberano de Deus sobre toda a Sua criação. Nesse sentido mais amplo do termo, todos são parte do reino de Deus, uma vez que "o Senhor estabeleceu o seu trono nos céus, e seu reino domina sobre tudo" (Sl 103:19; Sl 29:10 ; Sl 145:13.; Jr 10:10; Lm 5:19; Dn 4:17, Dn 4:25, Dn 4:32)....

Mas Jesus não está se referindo aqui ao reino universal. Em vez disso, Ele está falando especificamente do reino da salvação, o reino espiritual, onde aqueles que nasceram de novo pelo poder divino por meio da fé agora vivem sob a regência de Deus mediada através do Seu Filho. Nicodemos, como o resto de seus companheiros judeus, ansiosamente aguardado que glorioso reino. Infelizmente, eles pensavam que ser descendentes de Abraão, observando a lei, e realizando rituais religiosos externos (designAdãoente a circuncisão) ganharia deles entrada naquela reino. Mas ao pensar isso, ficaram gravemente enganado, como Jesus deixou claro. Não importa o quão religiosamente ativo alguém pode ser, ninguém pode entrar no reino sem experimentar a regeneração pessoal do novo nascimento (conforme Mt 19:28).

As implicações das palavras de Jesus para Nicodemos foram surpreendentes. Toda a sua vida ele tinha diligentemente observada a lei (conforme Mc 10:20) e os rituais do judaísmo (conforme Gl 1:14). Ele juntou-se aos fariseus ultrareligious, e até mesmo se tornar um membro do Sinédrio. Agora Jesus chamou-o a abandonar tudo isso e começar de novo; a abandonar todo o sistema de justiça obras em que ele tinha colocado a sua esperança; para perceber que o esforço humano foi impotente para salvar. Descrevendo a consternação Nicodemos deve ter sentido, RCH Lenski escreve:

A palavra de Jesus sobre o novo nascimento estilhaça uma vez por todas a cada suposta excelência da realização do homem, todo o mérito dos atos humanos, todas as prerrogativas de parto natural ou estação. O nascimento espiritual é algo que se passa, não é algo que ele produz. À medida que nossos esforços não tinha nada a ver com a nossa concepção natural e nascimento, por isso, de forma análoga, mas em um plano muito maior, a regeneração não é uma obra de nossos. O que um golpe para Nicodemos! Sua sendo um judeu lhe deu nenhuma parte no reino; ele ser um fariseu, estimado mais santo do que outras pessoas, aproveitados ele nada; sua condição de membro do Sinédrio e sua fama como um dos seus escribas foi em vão. Este Rabi da Galiléia calmamente diz que ele ainda não está no reino! Tudo em que ele havia construído suas esperanças em toda uma vida árdua longa aqui afundou em ruína e se tornou um pequeno monte inútil de cinzas. ( A Interpretação dos Evangelho de São João [Reprint; Peabody Mass .: Hendrickson, 1998], 234-35)

A Perspicácia

Perguntou-lhe Nicodemos: "Como pode um homem nascer, sendo velho? Ele não pode entrar pela segunda vez no ventre de sua mãe, e nascer, pode?" Jesus respondeu: "Em verdade, em verdade vos digo que, se alguém não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, eo que é nascido do Espírito é: espírito. Não se surpreender que eu vos disse: 'Você precisa nascer de novo. " O vento sopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sei de onde vem e para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito ". (3: 4-8)

Declaração chocante de Jesus foi muito mais do que Nicodemos tinha esperado. Incrédulo, Nicodemos disse-lhe: "Como pode um homem nascer, sendo velho? Ele não pode entrar pela segunda vez no ventre de sua mãe, e nascer, pode?" Certamente, este fariseu altamente educado não era tão obtuso como ter mal interpretado as palavras de Jesus em um sentido literal de forma simplista. Ele sabia que nosso Senhor não estava falando sobre ser fisicamente renascer, mas ele respondeu no contexto da analogia do Senhor. Como ele poderia começar tudo de novo, voltar para o começo? Jesus estava dizendo a ele que a entrada para a salvação de Deus não era uma questão de adicionar algo para todos os seus esforços, não cobrindo fora de sua devoção religiosa, mas sim cancelar tudo e começar tudo de novo. Ao mesmo tempo, ele claramente não conseguia entender o significado completo do que isso significava. Suas perguntas transmitir a sua confusão, como ele abertamente admirou-se da impossibilidade de declaração de Cristo. Jesus estava pedindo algo que não era humanamente possível (para nascer de novo); Ele estava fazendo a entrada no reino contingente em algo que não poderia ser obtida através do esforço humano. Mas, se isso fosse verdade, o que significava para o sistema de obras baseadas do Nicodemus? Se o renascimento espiritual, como renascimento físico, era impossível do ponto de vista humano, então onde é que isso deixe este fariseu hipócrita?

Longe de minimizar as exigências do Evangelho, Jesus confrontou Nicodemos com o desafio mais difícil que ele poderia fazer. Não admira que Cristo diria mais tarde aos seus discípulos: "Filhos, como é difícil entrar no Reino de Deus!" (Mc 10:24). Chamando-o de nascer de novo, Jesus desafiou este judeu mais religioso que admitir sua falência espiritual e abandonar tudo o que ele estava confiando em para a salvação. Isso é precisamente o que Paulo fez, como ele declarou em Filipenses 3:8-9:

Mais do que isso, considero tudo como perda, tendo em vista o valor de excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas as coisas, e as considero como lixo, para que eu possa ganhar a Cristo, e pode ser achado nele, não tendo a minha justiça que vem da lei, mas a que vem pela fé em Cristo, a justiça que vem de Deus, na base da fé.

Jesus respondeu a confusão de Nicodemus, concebendo a verdade Ele introduziu no versículo 3: "Em verdade, em verdade vos digo que, se alguém não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus." Uma série de interpretações têm sido oferecidos para explicar a frase nascer da água. Alguns vêem dois nascimentos aqui, um natural, e outro espiritual. Os defensores deste ponto de vista interpretar a água como o líquido amniótico que flui desde o ventre um pouco antes do parto. Mas não está claro que os antigos descrito nascimento natural dessa forma. Além disso, a frase não nascer da água e do Espírito é paralelo a frase "nascido de novo" no versículo 3; assim, apenas um nascimento está em vista. Outros vêem na frase nascer da água uma referência ao batismo, quer que o de João Batista, ou o batismo cristão. Mas Nicodemos não teria entendido o batismo cristão (que ainda não existia), nem mal interpretado batismo de João Batista. Nem Jesus abstiveram-se de batizando pessoas (4:
2) se o batismo eram necessárias para a salvação. Outros, ainda, ver a frase como uma referência para as lavagens cerimoniais judaicas, que nascem do Espírito transcende. No entanto, os dois termos não são, em contraste com o outro, mas se combinam para formar um paralelo com a frase "nascido de novo" no versículo 3. (Para um exame cuidadoso das diversas interpretações do nascer da água, ver DA Carson, O Evangelho Segundo para João, O Pillar New Testament Commentary. [Grand Rapids: Eerdmans, 1991], 191-96)

(V. 10). Uma vez que Jesus espera Nicodemus para entender esta verdade, ele deve ter sido algo com o qual ele estava familiarizado Água e Espírito muitas vezes se referem simbolicamente no Antigo Testamento para renovação e purificação espiritual (conforme Nm 19:17-19. ; Is 4:4; 44:. Is 44:3; Is 55:1.; Zc 13:1.)

Foi certamente esta passagem que Jesus tinha em mente, mostrando a regeneração ser uma verdade Antigo Testamento (conforme Dt 30:6) com o qual Nicodemos teria sido familiarizado.Face a este cenário Antigo Testamento, ponto de Cristo era inconfundível: Sem a lavagem espiritual da alma, uma limpeza realizada somente pelo Espírito Santo (Tt 3:5), ninguém pode entrar o reino de Deus.

Jesus continuou, enfatizando, ainda, que esta limpeza espiritual é totalmente uma obra de Deus, e não o resultado do esforço humano: "O que é nascido da carne é carne, eo que é nascido do Espírito é espírito." Assim como só a natureza humana pode gerar a natureza humana, assim também só o Espírito Santo pode efetuar a transformação espiritual. O termo carne ( sarx ) aqui se refere apenas à natureza humana (como acontece em 1: 13-14); Neste contexto, ele não tem a conotação moral negativa que freqüentemente faz nos escritos de Paulo (por exemplo, Rom. 8: 1-8, 12-13). Mesmo se um renascimento físico fosse possível, iria produzir só carne. Assim, somente o Espírito pode produzir o nascimento espiritual necessária para a entrada no reino de Deus. A regeneração é inteiramente Sua obra, sem a ajuda de qualquer esforço humano (conforme Rm 3:25).

Embora as palavras de Jesus foram baseados em revelação do Antigo Testamento, eles correram totalmente contrário a tudo Nicodemos tinha sido ensinado. Por toda a sua vida ele tinha acreditado que a salvação veio através de seu próprio mérito externo. Agora ele achou extremamente difícil pensar o contrário. Ciente de seu espanto, Jesus continuou, "Não se surpreender que eu disse a você:" Você precisa nascer de novo. " O verbo traduzido must é um termo forte; João usou em outro lugar no seu evangelho para se referir à necessidade da crucificação (03:14; 12:34), de João inferioridade do Batista de Cristo (03:30), do método adequado de adorar a Deus (4:
24) , de Jesus que leva o seu ministério (4: 4; 9: 4; 10:16), e da necessidade da ressurreição (20: 9). Era absolutamente necessário para Nicodemus para superar o seu espanto por ser tão errado sobre como um é aceito no reino de Deus e procuram ser nascido de novo se ele estava para entrar. E ele nunca poderia fazê-lo com base em suas próprias obras de justiça.

Então o Senhor ilustrado Seu ponto com um exemplo familiar da natureza: "O vento sopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sei de onde vem e para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito ". O vento não pode ser controlada; sopra onde quer. E, embora sua direção geral pode ser conhecido, de onde vem e para onde vai não pode ser determinada com precisão. No entanto, os efeitos do vento pode ser observada. O mesmo é válido para a obra do Espírito. Sua obra soberana de regeneração no coração humano não pode nem ser controlado nem previsto. No entanto, os seus efeitos podem ser vistos nas vidas transformadas daqueles que são nascidos do Espírito.

A acusação

Perguntou-lhe Nicodemos: "Como pode ser isso?" Jesus respondeu, e disse-lhe: "Tu és mestre de Israel e não entende essas coisas?" (3: 9-10)

Embora ele era um professor renomado, Nicodemos provou ser um aluno pobre. Sua pergunta, "Como pode ser isso?" indica que ele tinha feito pouco progresso desde o versículo 4. Apesar de uma maior clarificação de Jesus nos versículos 5:8, Nicodemos ainda não podia aceitar o que estava ouvindo. Ele não podia deixar de ir a seu sistema religioso legalista e perceber que a salvação era um soberano trabalho, graciosa do Espírito de Deus.

Por causa de sua posição como o professor de Israel, Nicodemos poderia ter sido esperado para entender as coisas Jesus tinha dito. Sua falta de entendimento foi imperdoável considerando sua exposição ao Antigo Testamento. O uso do artigo definido antes de professor indica que Nicodemos foi um reconhecido, estabelecido professor em Israel. Jesus encontrou-imperdoável que este estudioso proeminente não estava familiarizado com o novo ensino fundamental aliança do Antigo Testamento sobre a única forma de salvação (conforme 2Tm 3:15). Infelizmente, Nicodemus serve como um exemplo claro do efeito anestesiante que externo, religião legalista tem na percepção espiritual, até mesmo ao ponto de obscurecer a revelação de Deus de uma pessoa.

Sua ignorância também exemplificado falência espiritual de Israel (conforme Rom. 10: 2-3). Nas palavras de Paulo, os judeus, deixando de reconhecer "a justiça de Deus e procurando estabelecer a sua própria ... não se sujeitaram à justiça de Deus" (Rm 10:3)

"Em verdade, em verdade vos digo que, falamos do que sabemos e testemunhamos o que vimos, e você não aceitar o nosso testemunho. Se eu te dissesse coisas terrestres, e não credes, como você vai acreditar se eu dizer-lhe coisas celestiais, ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu: o Filho do Homem, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado, para que todo aquele que crê será?. Nele tenha a vida eterna. Porque Deus amou o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus não enviou o Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele Quem nele crê não é julgado;.. mas quem não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus Este é o julgamento, que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más. Para todo aquele que faz o mal odeia a luz e não vem para a luz para que as suas obras sejam manifestas. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, para que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus "(3: 11-21).

Ao longo dos últimos séculos, a expectativa de vida foram prorrogadas, as condições de vida melhoraram, e do trabalho feito mais seguro e fácil. Temidas doenças que antes eram generalizadas, como a varíola, poliomielite, e várias pragas, têm sido controladas ou eliminadas. Mecanização (pelo menos nos países desenvolvidos) tomou a labuta e perigo de muitos postos de trabalho, e alguns dos mais tarefas trabalhosas agora são realizadas exclusivamente por máquinas. Naturalmente, os problemas não resolvidos ainda permanecem, incluindo a guerra, a pobreza, a certas doenças incuráveis, as preocupações ambientais, e os novos problemas levantados pela própria tecnologia que ajudou a resolver os antigos. Mas a fé da humanidade no progresso continua em grande parte inabalável. Muitos acreditam ardentemente que, dado tempo suficiente, ciência e tecnologia, um dia, superar todos os demais problemas da humanidade.

Mas, embora o homem tem feito grandes progressos na melhoria da suas condições de vida, o seu problema, o mais premente um ao lado do qual todos os outros pálido em comparação-permanece para sempre além de sua capacidade de resolver. É o mesmo problema intransponível que confrontou Adão e Eva após a queda, ou seja, que todas as pessoas, sem exceção (Rm 3:10.), São pecadores culpados (Rm 5:8; 2Tm 4:82Tm 4:8) por violar sua santa lei (Gl 3:10)...

Desde que a desobediência de Adão mergulhou a raça humana em pecado (Rom. 5: 12-21), Satanás tem incessantemente promovida a mentira de que as pessoas podem vir a Deus em seus próprios termos.Essa mentira, abraçado por todos os que seguem o caminho largo que leva à destruição (Mt 7:13), está no coração de cada religião falsa. Mas a Bíblia é claro que as pessoas não regeneradas não pode salvar a si mesmos; sua condição é absolutamente impossível, humanamente falando (Matt. 19: 25-26). Eles são "mortos em [suas] delitos e pecados" (Ef 2:1), porque "o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos para que não vejam a luz do evangelho da glória de Cristo" (2Co 4:4).. Eles são inimigos de Deus (Rm 5:10; Jc 4:4; Cl 1:21; conforme Sl 58:3); ignorante Dele (Sl 10:4; Sl 53:1); hostil a ele (Rm 8:7); sem amor para com Ele (2Tm 3:4;.. Rm 1:30); rebelde em direção a Ele (Sl 5:10; 1Tm 1:91Tm 1:9; Rm 1:18; Ef 5:6;. Fp 3:19.), Porque eles odeiam a luz da verdade espiritual (Jo 3:20) e, portanto, são cegos a ele (Mt 15:14.). Como filhos de Satanás (Mt 13:38; Jo 8:44; 1Jo 3:101Jo 3:10), eles vivem sob seu controle. (Ef 2:2) e "por natureza filhos da ira" (Ef 2:3; Rm 6:17, Rm 6:20) e corrupção (2Pe 2:19), "vasos da ira, preparados para a perdição" (Rm 9:22.).

À luz disso, rituais religiosos, as boas obras, e auto-reforma não pode resolver o problema da morte espiritual (Ef. 2: 8-9; 2Tm 1:92Tm 1:9) operada por Deus na regeneração pode dar vida espiritual aos mortos espiritualmente. Essa era a verdade chocante com que Jesus enfrentou o zeloso fariseu Nicodemos (3: 1-10). Embora o ensinamento do Senhor sobre o novo nascimento estava solidamente fundamentada no Antigo Testamento, Nicodemos estava incrédulo. Ele lutou para aceitar que seus esforços eram inúteis religiosos e precisava ser completamente abandonado como um meio para ganhar o reino de Deus.

Porque Nicodemos respondeu na incredulidade, ele aparentemente se afastou de sua conversa com Jesus convertidos. (Ele se tornou um crente depois, no entanto, como foi observado no capítulo 8 deste volume.) Sua resposta inicial tipifica aqueles que rejeitam o evangelho. Descrença Unrepentant é o pecado que, em última análise condena todos os pecadores perdidos (conforme Mt 12:31-32.), Por menos que confessar o senhorio de Cristo, e se arrepender de todo o pecado, incluindo o pecado de tentar ganhar o céu, eles não podem ser salvos. Neste discurso sobre o significado da salvação, Jesus dirigiu-se ao problema da descrença, desde que a resposta para a incredulidade, e alertou para os resultados de incredulidade.

O Problema da Incredulidade

"Em verdade, em verdade vos digo que, falamos do que sabemos e testemunhamos o que vimos, e você não aceitar o nosso testemunho. Se eu te dissesse coisas terrestres, e não credes, como você vai acreditar se eu dizer-lhe coisas celestiais? " (3: 11-12)

Capítulo 3 começou por contar entrevista noturna de Nicodemos com Jesus. Mas depois de sua pergunta no versículo 9, o renomado fariseu mais nada para a conversa (pelo menos nada que é gravada) adicionado, como o diálogo entre os dois homens se mudou para um discurso de Jesus. Embora Nicodemos duas vezes professou a ignorância do ensinamento de Jesus (3: 4, 9), o seu verdadeiro problema, como mencionado acima, não foi a falta de revelação divina. Ele foi muito educado no Antigo Testamento (3:
10) e tinha acabado de dialogou com o Mestre que foi a fonte da verdade. Nicodemos nãoaceitar a verdade que Jesus testemunhou, porque ele se recusou a acreditar nele. Paulo escreveu: "o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente" (1Co 2:14).. Mesmo aqueles que nunca ouviram o evangelho ainda são culpados por sua ignorância, porque rejeitam a verdade que eles têm (Rom. 1: 18-21).

Em um comunicado introduzida pela declaração solene verdade, em verdade vos digo que (conforme a discussão Dt 3:3.).

O uso que o Senhor do pronome plural você indica que sua repreensão foi além Nicodemus para incluir a nação de Israel, de que Nicodemos era um representante. O povo judeu que não aceita otestemunho de Jesus e Seus verdadeiros seguidores (conforme 01:11); sua incredulidade era o que perpetuou sua ignorância espiritual.

Repreensão pontas de Jesus, "Se eu te dissesse coisas terrestres, e não credes, como crereis, se vos falar das celestiais?" abalada auto-justiça de Nicodemos. Sua profissão superficial da fé em Jesus como um mestre enviado de Deus (v. 2) foi sem sentido, como era seu entendimento mal interpretado da salvação (conforme v. 10). Por causa de sua recusa a acreditar, ele não podia sequer imaginar o terreno verdade do novo nascimento, para não mencionar profundas celestiais realidades como a relação do Pai ao Filho (Jo 1:1), ou Seu plano eterno de redenção (Ef 1:1; 2Ts 2:132Ts 2:13; 2Tm 1:92Tm 1:9). Estas raras exceções confirmam a regra. O outro evento único foi a visita do apóstolo Paulo ao "terceiro céu" (2Co 12:2; conforme Jo 6:51). "Eu desci do céu", declarou em Jo 6:38, "não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou." Em Jo 6:62 Ele perguntou: "O que então se você vir o Filho do Homem subir para onde estava antes?" Em Jo 8:42 Jesus disse aos seus acusadores: "Se Deus fosse o vosso Pai, você me ama, porque eu saí e vim de Deus, por que eu não vim mesmo por mim mesmo, mas ele me enviou." João prefaciou seu relato de "lavar os pés dos discípulos de Jesus, com a afirmação de que Jesus" tinha vindo de Deus e ia para Deus "(Jo 13:3). Em Sua oração sacerdotal de Jesus orou: "Agora, Pai, glorifica-me junto de ti mesmo, com aquela glória que eu tinha contigo antes que o mundo existisse" (Jo 17:5.).

Começando no versículo 14, Jesus recorreu a uma ilustração do Antigo Testamento para fazer esse ponto, enfatizando ainda que não havia desculpa para Nicodemos, um perito nas Escrituras, ser ignorante do caminho da salvação. Como um tipo de Sua morte sacrificial na cruz, o Senhor se refere a um incidente registrado em Números 21:5-9:

O povo falou contra Deus e contra Moisés: "Por que você nos tirou do Egito para morrermos no deserto? Pois não há comida e sem água, e nós detestamos este alimento miserável." O Senhor enviou serpentes venenosas entre as pessoas e elas morderam o povo, de modo que muitas pessoas de Israel morreu. Assim, o povo veio a Moisés, e disse: "Pecamos, porquanto temos falado contra o Senhor e você; interceder junto ao Senhor, para que Ele possa remover as serpentes de nós." E Moisés intercedeu pelo povo. Então o Senhor disse a Moisés: "Faça uma serpente de bronze, e configurá-lo em um padrão;. E virá sobre, que todo aquele que for mordido, quando ele olha para ela, viverá" E Moisés fez uma serpente de bronze e defini-lo no padrão; E sucedeu que, se uma serpente mordeu qualquer homem, quando ele olhou para a serpente de bronze, vivia.
O evento aconteceu durante quarenta anos de peregrinação no deserto antes de entrar na Terra Prometida de Israel. Como um julgamento sobre incessante das pessoas reclamando, o Senhor enviou serpentes venenosas para infestar seu acampamento. Em desespero, os israelitas pediu a Moisés para interceder em seu nome. E Pedido oração de Moisés foi respondida com uma exibição da graça divina, como Deus usou de misericórdia para o seu povo rebelde. Ele instruiu Moisés a fazer uma réplica de bronze de uma cobra e elevá-la acima do acampamento em um poste. Aqueles que foram mordidos seriam curados se eles, mas olhei para ele, reconhecendo, assim, sua culpa e expressar a fé no perdão de Deus e poder de cura.
O ponto de analogia de Jesus foi que, assim como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado (crucificado; conforme 8:28; 0:32, 34). O termo must enfatiza que a morte de Cristo era uma parte necessária do plano de salvação (conforme Mt de Deus 16:21; Mc 8:31; Lc 9:22; Lc 17:25; Lc 24:7; At 2:23; 4: 27-28; At 17:3), e "sem derramamento de sangue não há remissão" (He 9:22). Por isso, Deus, "sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou" (Ef 2:4). Os israelitas atingidas foram curados por obedientemente olhando para além de quaisquer obras ou justiça própria em esperança e dependência sobre a palavra de Deus para a serpente de bronze elevada. Da mesma forma, quem olha na fé só para o Cristo crucificado será curado de mordida mortal do pecado e vai nele tenha a vida eterna.

Este é o primeiro de quinze referências no Evangelho de João para o importante termo vida eterna. Em sua essência, a vida eterna é a participação do crente na vida abençoada, eterna de Cristo (conforme 1:
4) através de sua união com Ele (Rm 5:21; 6:. Rm 6:4, Rm 6:11, Rm 6:23; 1Co 15:221Co 15:22; 2Co 5:172Co 5:17; Gl 2:20; Cl 3:1.): 19-23., 29; 1Co 15:49; Fp 3:20-21.; 1Jo 3:21Jo 3:2) era de que Ele amou o mal, pecaminoso mundo da humanidade caída. Como observado anteriormente neste capítulo, toda a humanidade é totalmente pecaminosa, completamente perdido, e incapaz de salvar a si mesma por qualquer cerimônia ou esforço. Assim, não havia nada no homem que atraiu o amor de Deus. Ao contrário, ele amou, porque Ele soberanamente determinado a fazê-lo. O plano de salvação fluiu de "a bondade de Deus, nosso Salvador e Seu amor pelos homens" (Tt 3:4, 1Jo 4:19). Esse amor é tão grande, maravilhoso, e incompreensível que João, evitando todos os adjetivos, só poderia escrever que Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu próprio Filho Amado (conforme 1Jo 3:1 usou o termo mundo de uma maneira similar: "Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo consigo mesmo, sem contar os pecados dos homens, e Ele nos confiou a palavra da reconciliação." Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo consigo mesmo, não no sentido da salvação universal, mas no sentido de que o mundo não tem outra reconciliador. Que nem todos vão acreditar e se reconciliar resulta do articulado no versículo 20: "Portanto, somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus estivesse fazendo um apelo através de nós, nós te peço, em nome de Cristo, se reconciliarem com Deus." (Para uma discussão mais aprofundada desses versos, ver II Coríntios , o comentário MacArthur Novo Testamento [Chicago: Moody, 2003]).

Não há palavras na linguagem humana que podem expressar adequAdãoente a magnitude do dom salvífico de Deus para o mundo. Até mesmo o apóstolo Paulo se recusou a tentar, declarando que o dom de ser "indescritível" (2Co 9:15). O Pai deu Seu unigênito (único, um de um tipo; conforme a discussão Dt 1:14 no capítulo 3 deste volume) Son -o Aquele de quem Ele declarou: "Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo —pleased "(Mt 3:17; conforme Mt 12:18; Mt 17:5); Aquele a quem ele "ama ... e todas as coisas entregou nas suas mãos" (Jo 3:35; conforme Jo 5:20; Jo 15:9, Jo 17:26); Aquele a quem Ele "altamente exaltado ... e lhe deu o nome que está acima de todo nome" (Fp 2:9). Em seu majestoso profecia do Servo Sofredor Isaías declarou,

 

Ele foi ferido por causa das nossas transgressões,
Ele foi moído pelas nossas iniqüidades;
O castigo que nos traz a paz estava sobre Ele,
E por sua pisaduras fomos sarados.
Todos nós como ovelhas, nos desviamos,
Cada um de nós se voltou para o seu próprio caminho;
Mas o Senhor fez com que a iniqüidade de nós todos

Para cair sobre ele. (Isaías 53:5-6.)

 

Por "enviando o seu próprio Filho em semelhança da carne do pecado e como oferta pelo pecado, [Deus] condenou o pecado na carne" (Rm 8:3). Assim como a prova suprema do amor de Abraão por Deus era a sua vontade de sacrificar seu filho (conforme Gn 22:12, 16-18), assim também, mas em uma escala muito maior, a oferta do Pai o Seu Filho unigênito foi a manifestação suprema do amor salvífico para os pecadores.

Dom da graça da salvação de Deus é livre e só está disponível (Rm 5:15-16; Rm 6:23; 1Jo 5:111Jo 5:11; conforme Is 55:1) para aquele que crê em Cristo (Lc 8:12; Jo 1:12; Jo 5:24; Jo 6:40, Jo 6:47; Jo 8:24; 11: 25-26; 0:46; 20:31; At 2:44; At 4:4; At 9:42; At 13:39, At 13:48; At 16:31; At 18:8; 4: 3-5; Rm 10:4; Gl 3:22; 1Jo 3:231Jo 3:23; 5:. 1Jo 5:1, 1Jo 5:13). A oferta gratuita do evangelho é ampla o suficiente para abarcar o mais vil pecador (1Tm 1:15), ainda estreito o suficiente para excluir todos os que rejeitam Cristo (Jo 3:18). Mas para aqueles que vêm a Ele em Seus termos Jesus deu a maravilhosa promessa: "O que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora" (Jo 6:37).

A garantia dada para aqueles que possuem a vida eterna é que eles nunca vão perecer. salvação Genuina nunca pode ser perdido; verdadeiros crentes serão divinamente preservada e fielmente perseverar (Mt 10:22; Mt 24:13; Lc 8:15; 1 Cor 1:... 1Co 1:8; He 3:6; He 10:39), porque eles são mantidos por O poder de Deus (Jo 5:24; 6: 37-40; 10: 27-29; Rm 5:9; Ef 4:30; He 7:25; Jd 1:24: "Eu não vim para julgar o mundo, mas para salvar o mundo." Em Lc 19:10 Ele disse: "O Filho do Homem veio buscar e salvar o que estava perdido", e Jesus fez uma declaração semelhante em Lucas 5:31-32: "Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os que estão doentes. Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento ". Deus julgará aqueles que rejeitam o Seu Filho (conforme a discussão de v 18 abaixo.); Nesse acórdão, no entanto, não foi a missão do Filho na Sua primeira vinda, mas a consequência dos pecadores rejeitá-lo (João 1:10-12; Jo 5:24, Jo 5:40).

A declaração de Jesus no versículo 17 também repudiou a crença popular de que quando o Messias veio, ele iria julgar as nações e os gentios, mas não os judeus. O profeta Amós já havia advertido contra essa má interpretação tola do Dia do Senhor:

 

Ai de mim, vocês que estão torcendo para o dia do Senhor,
Com que propósito é que o dia do Senhor esteja com você?
Será trevas e não luz;
Como quando um homem foge de um leão
E um urso encontra-lo,
Ou vai para casa, inclina-se a mão contra a parede
E uma cobra morde.
Não vai o dia do Senhor são trevas em vez da luz,

Mesmo melancolia sem brilho nele? (Amós 5:18-20)

 

O ponto da vinda de Jesus não foi para redimir Israel e condenam os gentios, mas para que o mundo fosse salvo por Ele. graciosa oferta de salvação de Deus estendida para além Israel a toda a humanidade.Mais uma vez, Nicodemus (e, por extensão, a nação judaica ele representava) deveria saber que, para no pacto abraâmico Deus declarou: "Abençoarei os que te abençoarem, e aquele que te amaldiçoarem amaldiçoarei. E em todos vós as famílias da terra serão abençoados "(Gn 12:3; Gn 22:18; At 3:25). Gentil salvação foi sempre o propósito de Deus (Is. 42: 6-8; Is 55:1).

Mas aquele que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus. Enquanto a sentença final daqueles que rejeitam a Cristo ainda está no futuro (conforme 5: 28-29), o seu julgamento será meramente consumar o que já começou. Os perdidos são condenados porque não acreditava na (lit., "Acredita em") o nome do unigênito Filho de Deus. A fé salvadora vai além da mera aceitação intelectual para os fatos do evangelho e inclui abnegado confiança e submissão ao Senhor Jesus Cristo (Rm 10:9.). Só uma fé genuína produz o novo nascimento (Jo 3:7), e há apenas "um só Mediador entre Deus e os ... os homens, Cristo Jesus, homem "(1Tm 2:5) . A Luz (Cristo; conforme 1: 4-9; 8:12; 9: 5; 12:35) veio ao mundo e ao fazê-lo "todo o homem ilumina" (1: 9). Mas as pessoas se recusaram a vir para a Luz , porque eles amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más. Como observado anteriormente neste capítulo, os incrédulos não são ignorantes, mas voluntariamente rejeitam a verdade. Portanto todo aquele que faz o mal odeia a luz e não vem para a luz para que as suas obras sejam manifestas. incrédulos odeiam (conforme 7:. 7; Pv 1:29) da Luz, sabendo que vai revelar o seu pecado (conforme Ef 5:13; 1 Tessalonicenses 5:.. 1Ts 5:7). Como resultado, eles selam sua própria condenação porque rejeitam o único que pode salvá-los de sua espiritual escuridão.

Aquele que pratica a verdade, no entanto, de bom grado . vem para a luz, para que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus Crentes odiar o pecado e amar a justiça (I João 2:3-6, 1Jo 2:9; 3: 6 —10). Eles não têm nada a esconder, e, portanto, não há razão para temer o que a luz vai revelar. Jesus definiu o crente genuíno como um que pratica a verdade, porque a verdadeira fé salvadora, invariavelmente, se manifesta em atos ... feitas em Deus. "Pois somos feitura dele," Paulo lembrou aos Efésios ", criados em Cristo Jesus para boas obras, quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas "(Ef 2:10;. conforme Mc 4:20). Os remidos sempre "frutos dignos de arrependimento" (Mt 3:8).

Embora nenhuma resposta poupança é indicado aqui, Nicodemos evidentemente levou séria advertência de Jesus ao coração, uma vez que as referências posteriores de João para ele implica que ele se tornou um verdadeiro seguidor de Cristo (7: 50-51; 19:39). Mas aqueles que provar "dispostos a vir para [Jesus], para que [eles] tenham vida" (5:
40) enfrentam a certeza do julgamento divino, como o escritor de Hebreus adverte solenemente: "Como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação? ... Veja por que você não negamos o que está falando. Porque, se não escaparam aqueles quando rejeitaram o que na terra os advertia, muito menos escaparemos nós, que se afastam daquele que nos adverte do céu .... Porque o nosso Deus é um fogo consumidor "(He 2:3, He 12:29).

10. De João a Jesus (João 3:22-36)

Depois destas coisas, Jesus e seus discípulos para a terra da Judéia, e lá ele foi passar um tempo com eles e batizava. João também estava batizando em Enom, perto de Salim, porque havia ali muitas águas; e as pessoas foram chegando e foram sendo batizado-de João ainda não tinha sido lançado na prisão. Por isso, surgiu uma discussão por parte dos discípulos de João e um judeu acerca da purificação. E foram ter com João e disseram-lhe: "Rabi, aquele que estava contigo além do Jordão, do qual tens dado testemunho, eis que está batizando, e todos vão ter com ele." João respondeu e disse: "Um homem não pode receber nada menos que tenha sido dado a ele do céu. Vós mesmos sois testemunhas de que eu disse: 'Eu não sou o Cristo', mas, 'Eu fui enviado na frente dele." Aquele que tem a esposa é o esposo;. Mas o amigo do noivo, que está presente eo ouve, regozija-se muito com a voz do esposo Então, este meu gozo foi feito completo que ele cresça e que eu diminua Ele.. que vem de cima é sobre todos, aquele que vem da terra é da terra e fala da terra Aquele que vem do céu é sobre todos o que tem visto e ouvido, isso testifica;.. e ninguém aceita o seu . testemunho Aquele que recebeu o seu testemunho, o seu selo a isso, que Deus é verdadeiro Pois aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus;. para Ele dá o Espírito sem medida O Pai ama o Filho e entregou todas as coisas. . nas suas mãos Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece ". (3: 22-36)

Durante séculos, os filhos de Israel vivia sob a aliança onerosa Deus fez com seus pais no Monte Sinai. Para além de ser lei absoluta da justiça de Deus, refletindo a Sua própria natureza santa, continha também as marcas originais de sua identidade nacional como povo escolhido de Deus (Dt 7:6). Mas pelo tempo de Jesus, a adesão de Israel de que a aliança tinha degenerado em uma forma externa da moralidade superficial, cerimônia mecânica, ritualismo legalista, e tradição estranha.

Israel também errou ao assumir que a antiga aliança era o meio para a salvação, quando essa nunca foi a intenção de Deus. Seu propósito era confrontar os pecadores com um reflexo de Sua santidade absoluta, a demanda que eles mantenham a lei perfeitamente, e deixá-los de frente para a sua incapacidade para mantê-lo. Isso iria apontá-los a qualquer juízo divino ou a oportunidade de arrepender-se, confiar Sua graça, e receber o perdão Ele ofereceu, desde na nova aliança (Jr 31:34), a ser ratificado pela morte de Cristo. Nas palavras do apóstolo Paulo, "A Lei se tornou nosso aio, para nos conduzir a Cristo, para que fôssemos justificados pela fé" (Gl 3:24). A antiga aliança não foi capaz de justificar a ninguém. No entanto, ele apontou para a vinda do Salvador, por meio do qual os pecadores podem ser "reconciliados com Deus" (Rm 5:10).

Cerca de 600 anos antes de o Salvador veio, Deus disse ao Seu povo sobre o novo convênio por meio do profeta Jeremias.

"Eis que vêm dias", declara o Senhor, "quando farei uma nova aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá, e não conforme a aliança que fiz com seus pais no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito, o meu pacto que eles invalidaram, apesar de eu era um marido para eles ", diz o Senhor. "Mas este é o pacto que farei com a casa de Israel depois daqueles dias", declara o Senhor, "Eu vou colocar a minha lei no seu interior e no seu coração eu vou escrevê-lo; e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. Eles não vão ensinar novamente, cada um a seu próximo, e cada um a seu irmão, dizendo: Conhece o Senhor ', porque todos eles me conhecerão, desde o menor até o maior deles ", diz o Senhor ", pois lhes perdoarei a sua maldade, e seus pecados não me lembrarei mais." (Jer. 31: 31-34)

Em prometendo a salvação no novo pacto, Deus indicou que a antiga aliança nunca poderia ser a última esperança. Assim, o autor de Hebreus explica: "Quando ele disse, um novo pacto," Ele fez o primeiro obsoleto. Mas o que está se tornando obsoleto e envelhece, perto está de desaparecer "(He 8:13).

A antiga aliança tinha uma certa glória inerente a ela. Isaías escreveu: "O Senhor estava satisfeito por Sua causa da justiça para fazer a lei grande e glorioso" (Is 42:21). E Paulo lembrou aos Coríntios,

Mas, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, veio em glória, de maneira que os filhos de Israel não podiam fitar o rosto de Moisés, por causa da glória do seu rosto, desaparecendo como era, como é que o Ministério da o Espírito não conseguem ser ainda mais com a glória? Porque, se o ministério da condenação tinha glória, muito mais é que o ministério da justiça abundam em glória. Porque, na verdade o que tinha glória, neste caso, não tem nenhuma glória por causa da glória que supera-lo. Porque, se aquilo que se desvanecia era glorioso, muito mais é o que permanece em glória. (2 Cor. 3: 7-11)

No entanto, como o apóstolo observou nos versículos 7:11, a glória da antiga aliança não era permanente, mas desaparecendo; pretendeu-se dar lugar ao novo.
As Escrituras deixam claro que a nova aliança não é apenas uma revisão da idade. Pelo contrário, é algo novo e completamente diferente, porque só ela fornece salvação. Não há salvação em outros convênios mencionados no Antigo Testamento (Noé, Abraão, Priestly, de Davi, ou Mosaic). O escritor de Hebreus enfatizou o seu carácter distintivo, descrevendo-o com a palavra grega kainos , que refere-se a algo novo em espécie, não posterior no tempo (He 8:13).

Como uma demonstração única de divina graça salvadora, a superioridade da nova aliança para o velho se manifesta de várias maneiras. Por exemplo, tem um mediador melhor, o Senhor Jesus Cristo (He 8:6; conforme He 10:4]); é interno, não está escrito em tábuas de pedra (2Co 3:7) (.. Jr 31:33; He 8:10), mas sobre o coração; ele traz vida espiritual, não a morte espiritual (2Co 3:6.); resulta em justiça, não de condenação (2Co 3:9). (Para uma explicação de Paulo sobre a singularidade da nova aliança, consulte 2 Corinthians, O Comentário MacArthur Novo Testamento. [Chicago: Moody, 2003], rachaduras 7-8.)

A transição entre o ministério de João Batista à de Jesus Cristo, que é o tema desta seção (30 conforme v.), Simbolizava a transição do velho para o novo pacto. Seu pai, Zacarias, entendeu o significado da vinda do Messias relação com a nova aliança, como ele deixa claro em sua profecia cheio do Espírito Santo, em Lucas 1:67-79:

Zacarias, seu pai, foi cheio do Espírito Santo, e profetizou, dizendo:

 

"Bendito seja o Senhor Deus de Israel,
Porque Ele nos visitou e realizou a redenção para o seu povo,
E levantou-se um chifre de salvação para nós
Na casa de Davi, seu servil
Como falou pela boca dos seus santos profetas, desde de-Velho
A salvação dos nossos inimigos,
E da mão de todos os que nos odeiam;
Para mostrar misericórdia para com nossos pais,
E lembre-se da sua santa aliança,
O juramento que fez a Abraão, nosso pai,
Para conceder-nos que, a ser resgatado da mão de nossos inimigos,
O servíssemos sem temor,
Em santidade e justiça perante ele, todos os nossos dias.
E você, menino, serás chamado profeta do Altíssimo;
Para você irá adiante do Senhor para preparar os seus caminhos;
Para dar ao seu povo conhecimento da salvação
Até o perdão dos seus pecados,
Por causa da misericórdia do nosso Deus,
Com qual o Sunrise do alto nos visitará,
Para brilhar sobre os que jazem nas trevas e na sombra da morte,
Para guiar os nossos passos no caminho da paz ".

Como sacerdote que conhecia a Escritura, Zacharias entendido o Messias estava vindo para cumprir a promessa da nova aliança. Ele estava dizendo que todas as promessas feitas a Davi (v. 69) e Abraão (v. 73) dependia para o seu cumprimento com a chegada do Messias (vv. 77-79). Toda esta profecia é baseada em textos do Antigo Testamento a respeito da linhagem de Davi, Abraão, e novos convênios (60 por exemplo, Isa:. 1-5, 19-21; 61: 1-2, 10; 62: 11-12).

João Batista foi o último profeta sob a antiga aliança (Lc 16:16); Jesus veio como o mediador da Nova Aliança (He 8:6), que Ele ratificado por Sua morte sacrificial (Lc 22:20; 1Co 11:251Co 11:25.).Até este ponto, João tinha desfrutado de uma enorme popularidade (Matt 3:4-6; Marcos 1:4-5), enquanto Jesus permaneceu na obscuridade. Embora Sua purificação do templo (13 43:2-22'>João 2:13-22) tinha quebrado o removeram do anonimato e criou uma sensação, Jesus ainda tinha apenas um punhado de seguidores. Mas isso estava prestes a mudar, como as multidões que tinham sido seguintes João deixou e reuniram-se a Jesus. Assim, Cristo iria passar para a frente, e João iria desaparecer da cena, dando o seu testemunho final para o Messias.

No plano soberano de Deus, o ministério de João sobreposta a de Jesus. Se não tivesse, não teria havido nenhum precursor para apontar a nação para o Messias (40 Isa:. 3; conforme Ml 3:1.). Não se deve imaginar, no entanto, que João e Jesus nunca foram rivais; João claramente compreendida e aceita seu papel subserviente (conforme a discussão deste ponto no capítulo 4 deste volume). No entanto, apesar de João popularidade geral (Mt 14:5) entre as pessoas comuns (Mat. 3: 5-6; Lc 7:29)., Israel-sob a influência de seus líderes religiosos (Mateus 3:7-10; Lc 7:30) —ultimately rejeitou seu testemunho acerca de Jesus (Mateus 27:20-25)..

A frase , depois destas coisas indica que os eventos registrados nesta seção seguido (após um intervalo não especificada) os eventos descritos em 2: 13 3:21 (limpeza de Jesus do templo, seus sinais miraculosos, e seu diálogo com Nicodemos). Depois da Páscoa, Jesus e seus discípulos para a terra da Judéia, o que significa que eles deixaram Jerusalém (que é na Judéia) para a região da Judéia circundante (o texto grego diz literalmente "a terra da Judéia" ou "região").

O propósito de Jesus em Jerusalém, deixando era duplo: passar tempo com seus discípulos, e inaugurando sua pregação que levaram ao seu batismo ministério (embora Jesus não batizou pessoalmente, somente os Seus discípulos; conforme 4: 2). Passar tempo traduz uma forma do verbo diatribō , o que implica que um considerável período de tempo decorrido (conforme seu uso em At 12:19; At 14:3; At 15:35; At 25:14), provavelmente vários meses. Durante este intervalo, os discípulos de Jesus estavam batizando aqueles que vieram para ouvi-lo pregar e atendeu seu chamado para se arrepender (conforme Mt 4:17). Seus batismos prenunciou o batismo cristão, que não foi instituído até depois da morte e ressurreição de Jesus (do qual o batismo cristão é um retrato; conforme Rm 6:3-4.).

Ao mesmo tempo, João também continuou seu batismo ministério em Enom, perto de Salim. Dois locais foram propostos para esse site, um perto de Siquém, na região montanhosa e outro perto de Beth Shean no vale do rio Jordão. Ambos os sites estavam em Samaria, deixando Judéia para Jesus, enquanto João estava ministrando ao norte. Há água abundante em ambos os locais, de acordo tanto com o significado de Aenon (a aramaico transliterado ou palavra hebraica que significa "molas") e a afirmação de que havia muita água lá. Mesmo quando o ministério de Jesus foi ganhando força, grandes multidões de pessoas foram ainda vindo a João e ser batizado.

A nota entre parênteses que João Batista ainda não tinha sido lançado na prisão faz mais do que afirmar o que é auto-evidente; obviamente, João não estava na prisão, ou ele não poderia ter sido abertamente pregando e batizando. O comunicado informa os leitores que este incidente ocorreu entre a tentação de Jesus e a prisão de João, um período de tempo sobre o qual os evangelhos sinópticos (Mateus, Marcos e Lucas) são silenciosos. Os Sinópticos começar a seu relato do ministério público de Jesus na Galiléia, depois que João já está na prisão (Mt 4:12; Mc 1:14; Lc. 3: 19-20 Ct 4:14).O evangelho de João complementa-los gravando esses eventos anteriores do ministério de Jesus, eventos que foram simultâneas com o ministério de João Batista, em Samaria. O apóstolo João esclarece o tempo aqui para que seus leitores não será confundido. No momento em que João escreveu seu evangelho, os Sinópticos já tinha estado em circulação por muitos anos. Esta nota explicativa deixa claro que o tempo quadro de João não está em conflito com o de Mateus, Marcos, Lucas ou.

Esta passagem pode ser dividido em duas seções: João Batista e o fim da velha idade, seguido por Jesus e o início da nova era.

João Batista e do Fim do Old Age

Por isso, surgiu uma discussão por parte dos discípulos de João e um judeu acerca da purificação. E foram ter com João e disseram-lhe: "Rabi, aquele que estava contigo além do Jordão, do qual tens dado testemunho, eis que está batizando, e todos vão ter com ele." João respondeu e disse: "Um homem não pode receber nada menos que tenha sido dado a ele do céu. Vós mesmos sois testemunhas de que eu disse: 'Eu não sou o Cristo', mas, eu fui enviado na frente dele." Aquele que tem a esposa é o esposo;. Mas o amigo do noivo, que está presente eo ouve, regozija-se muito com a voz do esposo Então, este meu gozo foi feito completo que ele cresça e que eu diminua ".. (3: 25-30)

Em algum momento durante os ministérios simultâneas, mas separadas de João e Jesus surgiu uma discussão entre os discípulos de João e um judeu (o singular "judeu" é a leitura preferida, em vez de os plurais "judeus", como na KJV e NVI ) sobre ritual judaico de purificação (conforme 2: 6). Quer ou não o judeu era um seguidor de Jesus não é clara. A reação dos discípulos de João, no entanto, revela que eles sentiram uma questão mais profunda estava em jogo, ou seja, os méritos relativos do ministério de João batismo em comparação com a de Jesus.

A disputa à tona uma questão que tinha sido, sem dúvida, perturbar os discípulos de João por algum tempo. Durante o período de tempo prolongado (conforme a discussão do v. 22, supra) que João ministrado na proximidade de Jesus, os seguidores de João tinha diminuído gradualmente. Incomodado por de seu mestre a diminuir popularidade (conforme 4: 1), que o seu diferendo com o judeu em destaque, os discípulos de João vieram a João e disseram-lhe: "Rabi, aquele que estava contigo além do Jordão, do qual tens dado testemunho, Eis que ele está batizando, e todos vão ter com ele. " Aparentemente sem vontade até mesmo para citar Jesus, os discípulos invejosos de João viu Jesus como um concorrente, que foi ganhando popularidade em detrimento de seu mestre (o seu uso exagerado de todos revela a extensão de seu viés) . Por incrível que pareça, eles também perderam o propósito do ministério de João, que era apontar a nação para o Messias (conforme 1:. 19ss).

Ao contrário de seus seguidores excessivamente zelosos, no entanto, João não foi incomodado no mínimo, por seu declínio popularidade. Apesar de sua influência inicial enorme, ele sempre manteve-se focada no propósito do seu ministério que ele tinha, provavelmente, conhecido desde a infância, para dar testemunho de Cristo (conforme 1:27, 30). Agora, como seu ministério começou a desacelerar, o propósito de João não vacilou. Seu humilde resposta deve ter assustado os seus discípulos: "Um homem não pode receber coisa a menos que tenha sido dado a ele do céu." Desta forma, ele afirmou e abraçou seu papel subordinado como o arauto do Messias. Deus tinha soberanamente lhe concedeu o seu ministério (conforme Rm 1:5, Lc 1:76; 3: 4-6; At 19:4). No entanto, em se concentrar em sua fidelidade aos líderes, eles não estavam seguindo plenamente o Senhor (mesmo a chamada facção Cristo não estava seguindo-o com uma atitude correta, mas sim a partir de uma falsa sensação de superioridade espiritual). "Cristo está dividido?" Paulo scathingly lhes perguntou: "Paulo não foi crucificado para você, não é? Ou fostes batizados em nome de Paulo?" (V. 13). Mais tarde, na mesma epístola que ele exigiu: "Quando alguém diz:" Eu sou de Paulo ", e outro, 'Eu sou de Apolo,' você não meros homens? Quem é Apolo? E o que é Paulo? Servos por meio de quem você Acredita, assim como o Senhor deu a oportunidade de cada um que eu plantei, Apolo regou, mas Deus estava causando o crescimento "(3: 4-6).. Assim, todo o ministério genuíno é centrada em Cristo ", pois ninguém pode lançar outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo" (v. 11).

João Batista ilustrou seu papel subserviente usando a imagem familiar de um casamento (conforme Mateus 22:2-14; 25:. 1-13; Marcos 2:19-20; Lc 12:36; 14: 8-10; Rev . 19: 7-9). Ele lançou-se não no papel donoivo, mas sim como o Mend do noivo, uma posição semelhante ao padrinho em um casamento moderno. O amigo do noivo supervisionou muitos dos detalhes do casamento, servindo como o mestre de cerimônias (em um casamento da Judeia; casamentos na Galiléia eram um pouco diferentes [DA Carson, O Evangelho Segundo João , o pilar New Testament Commentary (Grand Rapids : Eerdmans, 1991), 211]). Ele foi ainda responsável por trazer a noiva para o noivo para começar a cerimônia de casamento. Tendo feito isso, sua tarefa foi concluída; o foco agora legitimamente mudou dele para o noivo.

Há boas evidências de que, de acordo com a lei da Mesopotâmia antiga o amigo do noivo foi proibido em qualquer circunstância para se casar com a noiva, mesmo que o noivo a rejeitou (Carson, 212; Homer A. Kent Jr. luz na escuridão: Estudos no Evangelho de João [Grand Rapids: Baker, 1974]., 67; JD Douglas, ed, O Dicionário da Bíblia New [Grand Rapids: Eerdmans, 1979], sv, "amigo do noivo").Isso explica a indignação de Samson quando sua noiva foi dada ao seu companheiro (Jz. 14: 20-15: 3). Se isso ainda fosse o caso na época de João, sua descrição de si mesmo como o amigo do noivo reforçou o fato de que ele não vê a si mesmo e Jesus como rivais. Trazendo o remanescente fiel de Israel (retratado no Antigo Testamento como a noiva do Senhor; conforme Is. 54: 5-6; 62: 4-5; Jr 2:2; Jr 2:16 Hos.. —
20) a Cristo foi o ponto culminante do ministério de João como seu precursor.

Ao contrário de seus discípulos ciumentos, João encontrou grande alegria em phasing out para que o ministério de Jesus poderia receber toda a atenção de Israel. Tendo o levou a noiva, o fiel amigo do noivo ... se alegra muito porque ele ouve a voz do esposo que expressa a alegria da noiva. Então, de João alegria foi feito completo , enquanto observava a multidão deixá-lo para Jesus: "Esta é a alegria que João reivindica para si mesmo, a alegria do amigo do noivo, que trata da união, e essa alegria é atingido no de Cristo de boas-vindas para si a pessoas com quem João preparou para ele e dirigido a Ele "(Marcus Dods," João "em W. Robertson Nicoll, ed. Commentary os expositores 'Bíblia [Reprint; Peabody, Mass .: Hendrickson, 2002], 1: 720).

João resumiu sua visão de si mesmo em relação a Jesus no que talvez seja o mais humilde declaração proferida por ninguém nas Escrituras: que ele cresça e que eu diminua. Leon Morris observa: "Ele não é particularmente fácil neste mundo para reunir seguidores sobre uma para um propósito sério. Mas quando eles estão reunidos é infinitamente mais difícil de destacá-las e firmemente insistem que eles vão atrás do outro. É a medida da grandeza de João que ele fez exatamente isso "( O Evangelho Segundo João, O Novo Comentário Internacional sobre o Novo Testamento [Grand Rapids: Eerdmans, 1979], 242).

Deve fala da necessidade divina. Foi a vontade de Deus por João para dar lugar a Jesus; não havia nenhuma razão para que as multidões se pendurar em torno do arauto uma vez que o rei tinha chegado.Porque ele entendeu isso, João Batista aceitou alegremente o plano de Deus para o seu ministério.

Jesus eo início da Nova Era

"Aquele que vem de cima é sobre todos, aquele que vem da terra é da terra e fala da terra Aquele que vem do céu é sobre todos O que ele tem visto e ouvido, isso testifica;.. E ninguém .. aceita o seu testemunho Aquele que recebeu o seu testemunho, o seu selo a isso, que Deus é verdadeiro Pois aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus, pois Ele dá o Espírito sem medida O Pai ama o Filho e entregou. . todas as coisas em sua mão, quem crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece ". (3: 31-36)

Comentaristas discordam sobre se João Batista continua a falar nestes versos, ou se são um comentário editorial pelo apóstolo João (escritores do primeiro século não usar aspas). Mas já que não há nenhuma indicação no texto de uma ruptura no pensamento ou na continuidade, o melhor é ver esses versos como uma continuação do palavras de João Batista para os seus discípulos. Em seu último discurso gravado neste evangelho, João listou cinco razões para seus discípulos (e, por extensão, todo mundo) para aceitar a supremacia absoluta de Jesus Cristo.

Cristo tinha uma origem divina

"Aquele que vem de cima é sobre todos, aquele que vem da terra é da terra e fala da terra. Aquele que vem do céu é sobre todos." (03:31)

O advérbio Anothen ( de cima ) é a mesma palavra traduzida como "nascido de novo" em 3: 3, 7, onde se reflete a origem divina do novo nascimento. Aqui se refere a Cristo como Aquele "que desceu do céu" (3:13; conforme 06:33, 38, 50-51, 58; 08:42; 13 3:16-28; 17: 8; 1Co 15:47;.. Ef 4:10). Como tal, Ele é , acima de tudo, Cristo é soberano sobre o universo em geral, e o mundo dos homens, em particular.

Em contraste, João Batista declarou-se da terra, da terra, e aquele que fala da terra. Ao contrário kosmos ("mundo"),  ( terra ) não traz implicações morais negativos; ele apenas se refere aqui para limitações humanas. A pregação de João era ousada, poderosa e persuasiva, mas ele era apenas um "homem enviado de Deus" (1: 6). Jesus, ao contrário, era Deus encarnado (1: 1, 14), e Seu testemunho da verdade era infinitamente maior do que de João (conforme 5: 33-36). Por causa da origem celestial de Jesus, Ele teve que aumentar, enquanto João teve de diminuir.

Cristo sabia a verdade em primeira mão

"O que ele tem visto e ouvido, isso testifica; e ninguém aceita o seu testemunho." (03:32)

Na Antiga Aliança: "Deus ... falou há muito tempo para os pais, pelos profetas" (He 1:1., Mc 1:22, Mc 1:27). "Em verdade, em verdade vos digo a você", disse Jesus a Nicodemos: "falamos do que sabemos e testemunhamos o que vimos" (03:11). Mais tarde, Ele ensinou: "Aquele que me enviou é verdadeiro; e as coisas que eu ouvi dele, estes eu falar para o mundo" (8:26). Para Seus discípulos, Ele declarou: "Todas as coisas que eu ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer" (15:15; conforme 08:40). Mesmo os inimigos de Jesus reconheceu, "Nunca um homem fala a maneira que este homem fala" (Jo 7:46).

Tragicamente, João lamentou, apesar de Jesus poderoso, autoritário proclamação da verdade, ninguém aceita o seu testemunho. Ecoando as palavras de Jesus a esse mesmo efeito (03:11; conforme 05:43; 12:37), declaração hiperbólica de João Batista enfatizou que o mundo em geral rejeita Jesus e seus ensinamentos. O apóstolo João observou que a rejeição no prólogo do seu Evangelho: "[Jesus] era a luz verdadeira que, vindo ao mundo, ilumina a todo homem, Ele estava no mundo, eo mundo foi feito por ele, eo mundo fez. O conhecem Ele veio para os Seus, e os que estavam os seus não o receberam "(1: 9-11).. "O homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus", escreveu Paulo aos Coríntios, "pois lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente" (1Co 2:14). . É porque eles estão mortos em seus delitos e pecados (Ef 2:1; Et 3:10, Et 3:12; 8:.. Et 8:2, Et 8:8, Et 8:10; Dn 6:17) como um sinal de completa aceitação e aprovação. No jargão de hoje, eles assinaram fora nele. Aqueles que têm recebido de Cristo testemunho assim certificar a sua crença de que Deus é verdadeiro quando Ele fala através de Seu Filho, como sempre (conforme Jo 17:17; Rm 3:4), e perecer eternamente (Jo 8:24).

Cristo experimentou o poder do Espírito Santo Sem Limite

"Pois aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus, pois Ele dá o Espírito sem medida." (03:34)

Os profetas antigos que falavam de Deus foram levados, com poderes, e inspirado pelo Espírito Santo; O próprio João Batista foi "cheio do Espírito Santo, enquanto ainda no ventre de sua mãe" (Lc 1:15).No entanto, a capacidade do Espírito para capacitá-los foi limitado por suas naturezas pecaminosas, humanos caídos. Mas Jesus Cristo, Aquele que Deus enviou (3:17, 4:34, 5:24, 30, 36-38; 6:29, 38, 39, 44, 57; 07:16, 28-29, 33; 08:16, 18, ​​26, 29, 42; 9: 4; 10:36; 11:42; 12: 44-45, 49; 13 20:14-24; 15:21; 16: 5; 17: 3, 8, 18, ​​21, 23, 25; 20:21;. Mt 10:40; Mc 9:37; Lc 4:18; Lc 10:16), infalivelmente falou as palavras de Deus , porque Deus deu o Espírito para Ele sem medida (1: 32-33; conforme Is 11:2; Is 61:1), o Pai deu a Ele autoridade suprema sobre todas as coisas na terra e no céu (Mt 11:27; 1Co 15:271Co 15:27; Ef 1:22; Fp 2:1). Essa supremacia é um indicador claro da divindade do Filho.

Afirmação da autoridade absoluta de Jesus de João demonstrou sua atitude humilde, mesmo que o seu ministério proclamação desvanecido no fundo. Tendo cumprido a sua missão nesta terra, João percebeu que seu trabalho seria logo terminou. Na verdade, não muito tempo depois, ele foi preso e decapitado por Herodes Antipas, governador da Galiléia (Mt 14:3-11.).

Mas antes que ele desapareceu de cena, João Batista deu um convite e um aviso de que formar um clímax apropriado, não só para este capítulo, mas também para todo o seu ministério. Como Moisés (Dt 11:26-28; 30: 15-20.), Josué (. Js 24:15), Elias (1Rs 18:21) e Jesus (Jo 3:18), antes dele, ele estabelecido as duas únicas opções disponíveis para os pecadores perdidos: "Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece."

A bendita verdade da salvação é que aquele que crê no Filho tem a vida eterna como uma possessão presente, não apenas como uma esperança no futuro. Jesus disse: "Em verdade, em verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida" (5:24 ; conforme 1:12; 3: 15-16; 6:47; I João 5:10-13).

Mas, por outro lado, a única que não crê no Filho não verá a vida. A justaposição de crença e desobediência é um lembrete de que o Novo Testamento retrata a crença no evangelho como obediência a Deus, um elemento essencial da fé salvadora (cf . At 6:7). Mas foi para salvar os pecadores, desamparados condenado desde que o destino terrível que Deus enviou Seu Filho para ser o Salvador do mundo (1:29; 3:17; 4:42; Mt 1:21; Rm 5:1; 1Ts 1:101Ts 1:10;. 1Jo 4:141Jo 4:14).

Desta forma, João Batista declarou claramente a soberania e supremacia de Jesus Cristo, enfatizando que somente Ele é capaz de salvar pecadores das conseqüências de sua desobediência. E o que João proclamada com os lábios, ele exemplificou com a sua vida, promovendo ativamente o ministério de Jesus, mesmo à custa de sua própria. Assim, o peso do testemunho de João ainda pode ser sentida hoje, como um aviso para os incrédulos, que eles devem se arrepender e seguir a Cristo, e como um exemplo para os crentes, que eles devem buscar a glória do Salvador, em vez de seu próprio.


Barclay

O NOVO TESTAMENTO Comentado por William Barclay, pastor da Igreja da Escócia
Barclay - Comentários de João Capítulo 3 do versículo 1 até o 36

João 3

O homem que veio de noite — Jo 3:1-6

Em geral vemos a Jesus rodeado de gente comum, mas neste caso o vemos em contato com um membro da aristocracia de Jerusalém. Sabemos algumas coisas a respeito de Nicodemos.

  1. Nicodemos deve ter sido rico. Ao Jesus morrer, Nicodemos levou para seu corpo, “cem libras de um composto de mirra e aloés” (Jo 19:39), e só um homem rico pôde ter levado isso.
  2. Nicodemos era um fariseu. Em mais de um sentido os fariseus eram a melhor gente de todo o país. Nunca havia mais de seis mil fariseus; compunham o que se conhecia com o nome de chaburah, ou irmandade. Entravam nesta irmandade fazendo um juramento diante de três testemunhas no qual prometiam passar toda sua vida observando cada um dos detalhes da Lei dos escribas.

O que significava isto exatamente? Para o judeu a Lei era a coisa mais sagrada do mundo. A Lei eram os primeiros cinco livros do Antigo Testamento. Criam que a Lei era a mais perfeita palavra de Deus. Acrescentar-lhe ou lhe tirar uma só palavra era um pecado mortal. Agora, se a Lei for a mais completa e perfeita palavra de Deus, isso significa que contém tudo o que um homem necessita para levar uma vida boa. Se não o contiver em forma explícita, deve contê-lo de maneira implícita. Se não está expresso em palavras, deve ser possível deduzi-lo.
Agora, a Lei, tal como está consta de grandes, nobres e amplos princípios que o homem deve elaborar por si mesmo. Mas para os judeus posteriores isto não era suficiente. Diziam: "A Lei é completa; contém todo o necessário para levar uma vida boa; de maneira que na Lei deve haver uma regra e uma regulação para governar todo incidente possível em todo momento possível da vida de todo homem possível". De maneira que se dedicaram a extrair dos grandes princípios da Lei um número infinito de normas e regulamentos para governar toda situação concebível da vida. Em outras palavras, mudaram a Lei dos grandes princípios pelo legalismo de leis e regulamentos laterais.
O melhor exemplo do que faziam se vê na Lei do sábado. A própria Bíblia nos diz simplesmente que devemos lembrar do sábado para santificá-lo, e que esse dia não se deve fazer nenhum trabalho, seja pelos homens, seus serventes ou seus animais. Não contentes com isso, os judeus passaram hora após hora e geração após geração definindo o que era o trabalho e fazendo listas do que se pode e não se pode fazer no dia sábado. O Mishnah é a Lei dos escribas codificada. Os escribas eram os que passavam suas vidas elaborando estas regras e regulamentos. Na Mishnah a seção dedicada ao sábado se estende em não menos de vinte e quatro capítulos. O Talmud é o comentário explicativo sobre a Mishnah, e no Talmud de Jerusalém a seção que explica a Lei do sábado ocupa sessenta e quatro colunas e meia; e no Talmud de Babilônia se estende a cento e cinqüenta e seis fólios duplos. E conta-se que um rabino passou dois anos e meio estudando um só dos vinte e quatro capítulos da Mishnah.

Faziam este tipo de coisas: atar um nó no dia de sábado era trabalhar. Mas precisamos definir o que é um nó. "Estes são os nós que tornam culpado o homem que os faz; o nó de quem conduz camelos e o dos marinheiros; e assim como se é culpado por atá-los, também é faltoso ao desatá-los". Por outro lado, os nós que podiam atar-se e desatar-se com uma só mão eram legais. Mais ainda, uma mulher pode fazer um nó em sua blusa e as cintas de seu chapéu, e as de sua faixa, os cordões dos sapatos ou sandálias, os dos couros para o vinho e o azeite".
Agora vejamos o que sucede. Suponhamos que um homem quisesse baixar um balde num poço para tirar água durante o dia sábado. Não podia lhe atar uma corda, porque fazer um nó em uma corda durante o sábado era ilegal; mas podia atá-lo à faixa de uma mulher e baixá-lo, porque um nó em uma faixa era algo legal. Esse era o tipo de coisas que para os escribas e fariseus eram questões de vida ou morte. Isso era religião; para eles isso era servir e agradar a Deus.

Tomemos o caso de alguém que viajava no sábado. Ex 16:29 diz: “Cada um fique onde está, ninguém saia do seu lugar no sétimo dia”. De maneira que as viagens no sábado se limitavam a dois mil côvados, quer dizer, 900 metros. Mas, se fosse atada uma soga que cruzasse o extremo de uma rua, toda essa rua se convertia em uma casa e qualquer homem podia caminhar uma centena de passos mais à frente do extremo dessa rua. Ou, se um homem depositava a quantidade de alimento suficiente para uma refeição na tarde da sexta-feira em um lugar determinado, tal lugar se tornava tecnicamente em sua casa e no sábado podia caminhar dois mil côvados a partir desse lugar. As regras e regulamentos e as evasões se amontoavam da centenas e milhares.

Tomemos o caso de alguém que carrega um pacote. Jeremias 17:21— 24 dizia: “Guardai-vos por amor da vossa alma, não carregueis cargas no dia de sábado”. De maneira que se fazia necessário definir o que era uma carga. Era definida como refeição que equivalha ao peso de um figo seco, a suficiente quantidade de vinho para misturar em um copo, leite suficiente para um gole, mel suficiente para pôr sobre uma ferida, a suficiente quantidade de azeite para lubrificar um membro pequeno, a suficiente quantidade de água para umedecer um curativo em um olho, e assim por diante. De maneira que era preciso decidir se uma mulher podia levar um alfinete, se um homem podia levar uma perna de pau ou dentadura postiça durante o sábado; ou fazê-lo equivaleria a levar uma carga? Podia-se levantar uma cadeira, ou até uma criatura? E assim continuavam as discussões e as regras.

Os escribas eram os que elaboravam estes regulamentos; e os fariseus eram os que dedicavam suas vidas a obedecê-los. É evidente que, por mais errado que pudesse estar um homem, deve ter sido sincero em extremo se estava disposto a prometer obediência a cada uma das milhares de regras. Isso era exatamente o que os fariseus faziam. O nome fariseu significa o separado; e os fariseus eram aqueles que se separaram de toda a vida comum para poder observar cada detalhe da Lei dos escribas.

Nicodemos era fariseu, e se vê claramente quão surpreendente é que um homem que via assim a bondade e se entregou a esse tipo de vida, convencido de que agradava a Deus, tivesse algum desejo de falar com Jesus.

  1. Nicodemos era um principal entre os judeus. A palavra é archon. Quer dizer o que era membro do Sinédrio. O Sinédrio era um tribunal de setenta membros e era a suprema corte dos judeus. Claro que, sob os romanos, seus poderes eram mais limitados do que tinham sido antes; mas apesar disso, eram extensos. O Sinédrio exercia particularmente a jurisdição religiosa sobre todos os judeus do mundo; e um de seus deveres era o de examinar e julgar a qualquer de quem se suspeitasse que era um falso profeta. Uma vez mais, resulta evidente que é algo surpreendente que Nicodemos se aproximou de Jesus.
  2. Pode ser que Nicodemos pertencesse a uma das mais distinguidas famílias judaicas. Já no ano 63 A. C, quando romanos e judeus estavam em guerra, Aristóbulo, o chefe judeu, tinha enviado a um certo Nicodemos como embaixador a Pompeu, o imperador romano. Muito tempo depois, nos espantosos últimos dias de Jerusalém, o homem que negociou a rendição do forte, foi um tal Gorion, filho do Nicomedes ou Nicodemos. Pode ser que ambos pertencessem à mesma família de nosso Nicodemos, e que fosse uma das famílias mais distintas de Jerusalém. Se isto for certo, é surpreendente que este aristocrata judeu se aproximasse desse profeta errante que tinha sido o carpinteiro de Nazaré para lhe falar sobre sua alma.

Era de noite quando Nicodemos se aproximou de Jesus. É provável que houvesse duas razões para que ocorresse dessa maneira.

  1. Pode ter sido uma medida de precaução. Pode ser que Nicodemos sinceramente não tenha querido comprometer-se e comprometer a seus companheiros do Sinédrio aproximando-se de Jesus à luz do dia. Não devemos condená-lo. O surpreendente é que Nicodemos, com seus antecedentes, aproximou-se de Jesus; era imensamente melhor ir de noite que nunca ir. É um milagre da graça que Nicodemos tenha superado seus preconceitos e sua educação e todo seu conceito da vida para aproximar-se de Jesus.
  2. Mas pode haver outra razão. Os rabinos afirmavam que o melhor momento para estudar a Lei era de noite, quando nada perturbava os homens. Durante o dia Jesus estava rodeado todo o tempo por uma multidão de gente. Pode ser que Nicodemos se aproximou de Jesus de noite porque queria estar completamente a sós com Ele e sem nenhuma interrupção. Pode ter ido de noite porque queria ter a Jesus para si mesmo em forma tal que lhe tivesse sido impossível durante as ocupadas horas do dia.

Nicodemos era um homem confundido, um homem que desfrutava de todas as honras e que, entretanto, notava que algo lhe faltava. Aproximou-se de Jesus para conversar com Ele durante a noite para que, de algum modo, na escuridão da noite, achasse luz.

O HOMEM QUE VEIO DE NOITE

João 3:1-6 (continuação)

Quando João relata as conversações que Jesus mantinha com seus interrogadores, segue certo esquema. Aqui vemos esse esquema com toda clareza. O interrogador diz algo (versículo 2). Jesus responde com uma declaração que é difícil de entender (versículo 3). O interrogador compreende mal a frase (versículo 4). Jesus responde com uma declaração que é ainda mais difícil de compreender (versículo 5). E logo seguem um discurso e uma explicação. João emprega este método ao relatar-nos as conversações que Jesus mantinha com aqueles que iam perguntar-lhe coisas, a fim de que vejamos homens que pensam as coisas e as descobrem por si mesmos e para que nós façamos o mesmo.
Quando Nicodemos se aproximou de Jesus, disse-lhe que ninguém podia evitar sentir-se impressionado pelos sinais e maravilhas que fazia. A resposta de Jesus é que o que importava verdadeiramente não eram os sinais e maravilhas; o que importava era que na vida interior de um homem se produzisse uma mudança tal que só pudesse considerar-se como um novo nascimento.
Quando Jesus disse que um homem deve nascer de novo, Nicodemos o interpretou mal, e essa interpretação errônea surge do fato de que a palavra traduzida por de novo, a palavra grega anothen, tem três significados diferentes. (1) Pode querer dizer desde o começo, por completo, radicalmente. (2) Pode significar de novo, no sentido de pela segunda vez. (3) Pode significar de acima, e, portanto, de Deus. É-nos impossível expressar estes três significados em uma só palavra; e entretanto, os três estão presentes na frase nascer de novo. Nascer de novo significa experimentar uma mudança tão radical que é como um novo nascimento; é como se à alma acontecesse algo que só pode descrever-se como voltar a nascer de novo por completo; e todo esse processo não é um lucro humano, porque provém da graça e o poder de Deus.

Quando lemos o relato e as palavras de Nicodemos, à primeira vista pareceria ter tomado o termo de novo na segunda acepção, e no mais estrito sentido literal. Como pode um homem —disse— voltar a entrar no ventre de sua mãe e nascer pela segunda vez quando já é velho? Mas há algo mais que isso na resposta do Nicodemos. Em seu coração havia um grande desejo insatisfeito. É como se Nicodemos tivesse dito, com um desejo infinito, ansioso: "Você fala de nascer de novo; fala a respeito desta mudança radical, fundamental, que é tão necessário. Eu sei que é necessário: mas em minha experiência é não menos impossível. Não há nada que queria obter mais que isso; mas é o mesmo que você me dissesse, um homem adulto, que entrasse no ventre de minha mãe e nascesse de novo." Não era o caráter desejável desta mudança o que Nicodemos questionava; isso o sabia muito bem; o que questionava era sua possibilidade. Nicodemos se encontra diante do eterno problema: o problema do homem que quer mudar e que não pode efetuar essa mudança por si mesmo.

Esta frase nascer de novo, esta idéia do renascimento, aparece ao longo de todo o Novo Testamento. Pedro fala do Deus que nos fez renascer a uma viva esperança (1Pe 1:3); fala de renascer não de semente corruptível, mas incorruptível (1 Ped. 1:22-23). Tiago fala de Deus que nos faz renascer pela palavra da verdade (Jc 1:18). A Epístola a Tito fala do lavar regenerador (Tt 3:5). Às vezes se faz referência a esta mesma idéia como a uma morte, seguida por uma ressurreição ou recriação. Paulo fala do cristão como alguém que morre com Cristo e ressuscita para a nova vida (Rom. 6:1-11). Refere-se àqueles que logo entraram na 1greja como meninos em Cristo (I Coríntios 3:1-2). Se alguém estiver em Cristo é como se tivesse sido criado de novo (2Co 5:17). Em Cristo há uma nova criação (Gl 6:15). O novo homem é criado segundo Deus na justiça (Efésios 4:22-24). A pessoa que está nos primeiros rudimentos da fé cristã é um menino (Hebreus 5:12-14). Ao longo de todo o Novo Testamento aparece esta idéia de renascimento, recriação.

Agora, de nenhum ponto de vista se trata de uma idéia que fosse estranha a quem a escutasse na época do Novo Testamento. Os judeus sabiam tudo sobre o renascimento. Quando um prosélito se incorporava ao judaísmo, quando um homem de outra fé se tornava judeu, uma vez que fosse aceito dentro do judaísmo, mediante a oração, o sacrifício e o batismo, considerava-se que tinha renascido. "Um prosélito que abraça o judaísmo", diziam os rabinos, "é como um menino recém-nascido". A mudança era tão radical que desapareciam todos os pecados que tinha cometido antes de sua recepção, visto que agora era outra pessoa. Até se sustentava, em um nível teórico, que esse homem podia casar-se com sua própria mãe ou irmã porque era uma pessoa completamente nova e todas as relações anteriores ficavam destruídas.

O judeu conhecia a idéia do renascimento. O grego conhecia a idéia do renascimento e a conhecia muito bem. A manifestação religiosa mais autêntica dos gregos nesta época eram as religiões dos mistérios. Todas as religiões dos mistérios se apoiavam no relato de algum deus que sofria, morria e ressuscitava. Este relato era representado como uma peça de teatro da paixão. O iniciado tinha que passar por um longo curso de preparação, instrução, ascetismo e jejum. Logo se representava o drama com música voluptuosa, um ritual maravilhoso, incenso e tudo o que pudesse exercer alguma influência sobre os sentidos. À medida que avançava a representação, o objetivo do adorador era fazer-se um com o deus, identificar-se com ele, de maneira tal que pudesse passar por todos os sofrimentos do deus e pudesse compartilhar sua vitória e sua vida divina. As religiões dos mistérios ofereciam uma união mística com algum deus. Quando se alcançava essa união, o iniciado era, segundo a linguagem dos mistérios um nascido de novo. Os mistérios fechados contavam entre suas crenças fundamentais: "Não pode haver salvação sem regeneração". Apuleyo, que passou pelo rito de iniciação, disse que tinha experimentado uma "morte voluntária", e que assim alcançou seu "nascimento espiritual" e era como se "tivesse renascido".

Muitas das iniciações dos mistérios se celebravam à meia-noite quando o dia morre e volta a nascer. Na Frígia, depois da iniciação, alimentava-se o iniciado com leite como se fosse um menino recém— nascido. O mundo antigo conhecia muito bem o renascimento e a regeneração. Desejava-o e o buscava em todas as partes. A mais famosa das cerimônias dos mistérios era o taurabolium. O candidato ficava em um poço. Sobre a boca do poço ficava uma tampa gradeada. Sobre esta tampa se matava um touro, degolando-o. O sangue caía e o iniciado levantava a cabeça e se banhava no sangue: lavava-se em sangue; e quando saía do poço era um renatus ad aeternum, renascido para toda a eternidade. Quando o cristianismo veio ao mundo com uma mensagem de renascimento, trazia justamente o que todo mundo estava procurando.

O que significa, então, este renascimento para nós? No Novo Testamento, e em especial no quarto Evangelho, há quatro idéias muito relacionadas entre si. Existe a idéia do renascimento; existe a idéia do Reino de Deus, ao qual o homem não pode entrar a menos que tenha renascido; existe a idéia de ser filhos de Deus: e existe a idéia da vida eterna. Esta idéia de renascer não é privativa do pensamento do quarto Evangelho. Em Mateus temos a mesma verdade fundamental expressa em forma mais simples e vivida: “Se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus” (Mt 18:3). Estas três idéias estão sustentadas por um pensamento comum.

NASCIDO DE NOVO

João 3:1-6 (continuação)

Comecemos com a idéia do Reino de Deus. O que significa o Reino de Deus? A melhor definição nós a encontramos no Pai Nosso. Há duas petições, uma junto à outra:

Venha o teu reino;

Faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu.

Agora, é próprio do estilo judeu repetir as coisas duas vezes, e a segunda forma de dizer uma coisa explica, amplia, repete de maneira distinta o que foi dito primeiro. Qualquer versículo dos Salmos nos mostra este costume judaico que se conhece com o nome técnico de paralelismo:

O SENHOR dos exércitos está conosco;

o Deus de Jacó é o nosso refúgio (Sl 46:7).

Porque eu conheço minhas transgressões,

E o meu pecado está sempre diante de mim (Sl 51:3).

Ele me faz repousar em pastos verdejantes.

Leva-me para junto das águas de descanso (Sl 23:2).

Agora apliquemos esse principio a estas duas petições do Pai Nosso; a segunda petição amplia, explica, desenvolve a primeira; logo chegamos à definição: O Reino de Deus é uma sociedade onde a vontade de Deus se cumpre com tanta perfeição na terra como o é no céu. Portanto, estar no Reino dos céus significa levar uma vida em que submetemos tudo, completa e voluntariamente, à vontade de Deus. Significa ter chegado a um ponto em que aceitamos a vontade de Deus total, completa e perfeitamente.

Agora vamos à idéia de ser filhos de Deus. Em um sentido, ser filhos de Deus é um enorme privilégio. Àqueles que crêem lhes dá o poder de se tornarem filhos (Jo 1:12). Mas a essência do fato de ser filhos é necessariamente a obediência. “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama” (Jo 14:21). A essência do ser filhos de Deus é o amor; e a essência do amor é a obediência. Não podemos dizer com sinceridade que amamos a alguém, e logo fazer coisas que ferem e machucam o coração dessa pessoa. O ser filhos de Deus é um privilégio, mas um privilégio ao que se tem acesso só quando se oferece uma obediência total. Assim chegamos a compreender que o ser filhos de Deus e estar no Reino são uma e a mesma coisa. O filho de Deus e o habitante do Reino são pessoas que aceitaram a vontade de Deus de maneira total, completa, voluntária e definitiva.

Vejamos agora a idéia da vida eterna. A idéia central que está por trás da vida eterna não é a de duração. É muito evidente que uma vida que durasse para sempre poderia ser tanto um céu como um inferno. A idéia que está por trás da vida eterna é a de uma certa qualidade, um tipo determinado de vida. Que tipo de vida? Só há uma pessoa a quem se pode descrever com justiça com o adjetivo eterno (aionios) e essa única pessoa é Deus. A vida eterna é o tipo de vida que Deus vive; é a vida de Deus. Penetrar na vida eterna significa entrar em posse desse tipo de vida que é a vida de Deus. Significa elevar-se por cima das coisas meramente humanas, temporários, passageiras, fugazes, para essa alegria e essa paz que pertencem unicamente a Deus. E é evidente que um homem só pode alcançar esta comunhão e relação íntima com Deus quando lhe entrega esse amor, essa reverência, essa devoção, essa obediência que o põem verdadeiramente em comunhão com Deus.

De maneira que aqui temos três grandes concepções que estão relacionadas entre si: a concepção da entrada ao Reino de Deus, a concepção do caráter de filhos de Deus e a concepção da vida eterna. E todas dependem e resultam da aceitação e a obediência perfeitas à vontade de Deus. É justamente aqui onde aparece a idéia de renascer. O que une estas três concepções é a idéia do renascimento. É indubitável que, tal como somos e com nossas próprias forças, somos incapazes de oferecer esta obediência perfeita a Deus; só quando a graça de Deus nos invade e toma posse de nós e nos muda é que podemos brindar a Deus a reverência e a devoção que devemos lhe oferecer. Jesus Cristo é quem pode operar a mudança em nós; através dele é como renascemos; quando Ele toma posse de nossos coração e de nossa vida se produz a mudança.

Quando isso acontece nascemos da água e do Espírito. Aqui há dois pensamentos. A água é o símbolo da purificação. Quando Jesus toma posse de nossa vida, quando o amamos com todo o coração, os pecados passados são perdoados e esquecidos. O Espírito é o símbolo do poder. Quando Jesus toma posse de nossa vida não se trata somente de que se esqueça e perdoe o passado; se isso fosse tudo, poderíamos voltar outra vez a arruinar nossa vida; mas entra neste vida um poder novo que nos permite ser o que jamais poderíamos ser por nossos próprios meios, e fazer o que não poderíamos fazer por nós mesmos. A água e o Espírito simbolizam o poder purificador e fortalecedor de Cristo, que poda o passado e nos concede a vitória no futuro.

Por último, João nesta passagem estabelece uma lei fundamental. O que nasce da carne é carne e o que nasce do Espírito é Espírito. O homem por si mesmo é carne, e com seu poder está limitado ao que pode fazer a carne. Por si mesmo não pode sentir-se mais que vencido e frustrado; isso nós sabemos muito bem; é o fato universal da experiência humana. Mas a própria essência do Espírito é o poder e a vida que estão além de todo poder e vida humanos; e quando o Espírito se apodera de nós faz o que só ele pode fazer e a vida vencida da natureza humana se transforma na vida triunfante de Deus.
Voltar a nascer significa mudar de tal maneira que só pode descrever-se como um renascimento e uma recriação. A mudança se produz quando amamos a Cristo e lhe damos entrada em nossos corações. Nesse momento nos perdoa o passado e nos prepara para o futuro. A partir de então podemos aceitar autenticamente a vontade de

Deus. E então nos convertemos em cidadãos do Reino; nos tornamos filhos de Deus; entramos na vida eterna, que é a própria vida de Deus.

O DEVER DE SABER E O DIREITO DE FALAR

João 3:7-13

Há dois tipos de incompreensão. Existe a incompreensão do homem que não compreende porque ainda não chegou ao nível de conhecimento e experiência em que pode compreender a verdade. E há a incapacidade genuína para entender, incapacidade que é o resultado inevitável da falta de conhecimento. Quando um homem está neste estado é nosso dever lhe explicar as coisas de tal maneira que seja capaz de compreender o conhecimento que lhe oferece. Mas há uma incapacidade para compreender que obedece ao não querer fazê-lo; há uma incapacidade de ver que provém da negativa de ver.
Um homem pode fechar voluntariamente sua mente a alguma verdade que não deseja ver; pode ser resistente a propósito a um ensino que não quer aceitar. Nicodemos pertencia a este tipo de homens. O ensino a respeito de um novo nascimento proveniente de Deus não devia lhe parecer estranho.

Ezequiel, por exemplo, falou muitas vezes sobre o novo coração que deve criar-se no homem. “Lançai de vós todas as vossas transgressões com que transgredistes e criai em vós coração novo e espírito novo; pois, por que morreríeis, ó casa de Israel?” (Ez 18:31). “Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo” (Ez 36:26). Nicodemos era conhecedor das Escrituras e os profetas tinham falado qui e ali a respeito da mesma experiência a que Jesus se referia.

Alguém que não deseja renascer, interpretará mal, voluntariamente, o que significa o renascimento. Alguém que não deseja mudar fechará seus olhos, sua mente e seu coração ao poder que pode mudá-lo. Em última instância, o que acontece com a maioria de nós é que, quando

Jesus vem com seu oferecimento de nos mudar e recriar-nos, se fôssemos honestos, responderíamos: "Não, obrigado; estou muito satisfeito comigo mesmo tal qual sou, e não quero que me mudem".

Mas Nicodemos encontrou outra defesa. Disse, em efeito: "Este renascimento ao qual te referes talvez seja possível, mas não posso compreender como acontece, e o que ocorre depois". A resposta de Jesus se explica pelos dois significados da palavra grega pneuma, que se traduz por espírito. Pneuma é a palavra que significa espírito, mas também se emprega para designar o vento. O mesmo acontece com a palavra hebréia ruach; também significa espírito e vento.

De maneira que Jesus disse a Nicodemos: "Você pode ouvir, ver e sentir o vento (pneuma); mas não você sabe de onde vem nem para onde vai; você pode não entender como e por que sopra o vento; mas você pode ver o que ele faz. Você pode não compreender de onde veio um furacão e para onde vai, mas você pode ver a seqüela de campos arrasados e de árvores caídas que deixa para trás. Há muitas coisas sobre o vento que possivelmente você não entenda; mas todos podemos ver o efeito do vento. Da mesma maneira", prosseguiu Jesus, "o Espírito (pneuma) é exatamente igual. Você pode não saber como trabalha o Espírito; mas você pode ver seu efeito nas vidas dos homens". Jesus disse: "Não estamos falando de uma questão acadêmica, teórica. Estamos falando de coisas que conhecemos e que vimos. Podemos apontar um homem após outro que foi recriado, que renasceu pelo poder, pelo efeito e pela obra do Espírito".

O Dr. John Hutton estava acostumado a falar de um operário que tinha sido um ébrio consuetudinário e se converteu. Seus colegas de trabalho fizeram todo o possível por fazê-lo sentir como um tolo. Sem dúvida, diziam-lhe, "você não pode crer em milagres e coisas por estilo. Certamente você não crê, por exemplo, que Jesus converteu a água em vinho". "Não sei", respondeu o homem, "se converteu à água em vinho quando estava na Palestina, mas o que sim sei é que em minha própria casa Ele converteu a cerveja em móveis".
Há neste mundo quantidade de coisas que usamos todos os dias sem saber como funcionam. Muito poucos entre nós sabem como funciona a eletricidade, a rádio ou o televisor; mas nem por isso negamos sua existência. Muitos de nós dirigimos um carro com um mínimo de conhecimentos a respeito do que ocorre debaixo do capô; mas nossa falta de conhecimento não nos impede de usar e gozar dos benefícios que nos proporciona o carro. Podemos não compreender como trabalha o Espírito; mas qualquer um pode comprovar o efeito do Espírito na vida dos homens; e o único argumento incontestável do cristianismo é uma vida cristã. Nenhum homem pode negar uma religião, uma fé e um poder que podem converter homens maus em justos.
De maneira que Jesus disse a Nicodemos: "Procurei simplificar as coisas para você; empreguei imagens humanas singelas, tiradas da vida cotidiana; e você não compreendeu. Como pode você compreender as coisas mais profundas, se até as mais singelas estão fora de seu alcance?"
Aqui há uma advertência para cada um de nós É fácil sentar-se em grupos de discussão, sentar-se em uma biblioteca e ler livros, é fácil discutir a verdade intelectual do cristianismo; mas o essencial é experimentar o poder do cristianismo. E é fatalmente fácil começar pelo extremo equivocado. É tragicamente fácil ver o cristianismo como algo que se deve discutir e não como algo que é necessário experimentar. Sem dúvida é importante ter uma compreensão intelectual dos pontos gerais da verdade cristã; mas é muito mais importante ter uma experiência vital, viva, do poder de Jesus Cristo.
Quando um homem segue um tratamento indicado por um médico, quando tem que operar-se, quando lhe dá algum remédio, não precisa conhecer a anatomia do corpo humano, o efeito científico da anestesia, a forma em que opera a droga em seu corpo para curá-lo. Noventa e nove por cento dos homens aceitam a cura sem ser capazes de dizer como aconteceu. Em um sentido, o cristianismo também é assim. No coração do cristianismo há um mistério, mas não é o mistério da compreensão intelectual; é o mistério da redenção.

Ao ler o quarto Evangelho se apresenta uma dificuldade. É a dificuldade de discernir quando terminam as palavras de Jesus e quando começam as do autor. João pensou nas palavras de Jesus durante tanto tempo que, em forma insensível, passa delas a seus próprios pensamentos sobre essas palavras. É quase certo que as últimas palavras desta passagem pertencem a João. É como se alguém perguntasse: "Tudo isto que Jesus está dizendo pode ser certo ou não; mas que direito tem de dizê-lo? Que garantia temos de que seja certo?" A resposta de João é simples e profunda. "Jesus", diz, "baixou do céu para nos dizer a verdade de Deus. E, quando viveu com os homens e morreu por eles, voltou para sua glória". João sustentava que o direito que Jesus tinha de falar provinha do fato de que conhecia pessoalmente a Deus, que Jesus tinha vindo diretamente do oculto do céu à Terra, que o que dizia aos homens era literalmente a verdade divina. O direito de Jesus de falar vem diretamente do que Jesus foi e é: a mente de Deus encarnada.

O CRISTO LEVANTADO

João 3:14-15

Aqui João se remonta a uma curiosa história do Antigo Testamento que relatada em Números 21:4-9. Durante sua viagem através do deserto, o povo de Israel murmurava e se queixava de ter saído do Egito. Para castigá-los, Deus lhes mandou uma praga de serpentes ardentes e letais. O povo se arrependeu e clamou por misericórdia, e Deus ordenou ao Moisés que fizesse uma serpente de bronze e a pusesse no meio do lugar onde estavam, sobre um haste; qualquer que olhasse à serpente se salvaria e viveria. Esse relato impressionava muito aos israelitas. Contavam como, em tempos posteriores, essa serpente de bronze se converteu numa imagem e num ídolo, e como nos tempos de Ezequias precisou ser destruída porque o povo a adorada (2Rs 18:4). Os judeus sempre se sentiram um pouco intrigados e perplexos com este incidente, visto que eles tinham absolutamente proibido fazer imagens. Os rabinos lhe davam a seguinte explicação: "Não era a serpente que matava e dava vida. Israel olhava, e enquanto Moisés mantinha a serpente no alto, criam naquele que lhe tinha ordenado agir dessa maneira. Era Deus quem os curava." O poder curador não estava na serpente de bronze. Esta não era mais do que um símbolo e um indicador que os fazia voltar a dirigir seu pensamento para Deus; e quando voltavam seus pensamentos para Deus, ficavam curados.

De maneira que João tomou essa velha história e a usou como tipo, como profecia e como uma espécie de parábola a respeito de Jesus. Diz: "A serpente foi levantada; os homens a olharam; e seus pensamentos se dirigiram a Deus; e, mediante o poder desse Deus em quem confiavam, foram curados. Assim Cristo deve ser levantar; e quando os homens dirijam seus pensamentos para Ele e creiam nele, eles também encontrarão a vida eterna e a salvação".
Há algo maravilhosamente sugestivo nisto. O verbo levantar ou elevar é hupsoun. O estranho a respeito desta palavra é que é usada em dois sentidos a respeito de Jesus. É usada quando se fala de que foi elevado à cruz. E é usada quando se diz que no momento de sua ascensão ao céu foi elevado à glória. É usada com referência à cruz em Jo 8:28; Jo 12:32. A respeito de sua ascensão à glória é usada em At 2:30; At 5:31; Fp 2:9. Houve uma dupla elevação na vida de Jesus: a elevação à cruz, e a elevação à glória. E ambas estão estreitamente relacionadas. Uma não pôde ter acontecido sem a outra. Para Jesus, a cruz era o caminho à glória; se tivesse rechaçado a cruz, se a tivesse evitado, se tivesse tomado alguma medida para escapar dela, como bem poderia tê-lo feito, não teria recebido nenhuma glória. O mesmo acontece conosco. Se quisermos, podemos escolher o caminho fácil; se quisermos, podemos rechaçar a cruz que todo cristão deve carregar; mas se o fazemos, perdemos a glória. É uma das leis inalteráveis da vida que se não há cruz, não há coroa.

Nesta passagem temos duas expressões cujos significados devemos analisar. Não podemos extrair todo o significado que encerram porque ambas significam mais do que jamais poderemos descobrir; mas devemos tentar compreender ao menos uma parte do que significam.

  1. A primeira frase é a que fala de crer em Jesus. O que significa essa frase? Quer dizer pelo menos três coisas.
  2. Significa crer de todo o nosso coração que Deus é como Jesus disse que era. Significa crer que Deus nos ama, crer que se importa conosco, crer que não há nada que Deus deseje mais que nos perdoar, crer que Deus é amor. Para um judeu não resultava fácil crer nisso.

O judeu via Deus fundamentalmente como um Deus que impunha suas leis sobre seu povo e que os castigava se as desobedeciam. O judeu via Deus como o Juiz e o homem como o réu no tribunal de Deus. O judeu via Deus como um ser exigente. Tratava-se de um Deus que exigia sacrifícios e ofertas. Para ter acesso à presença de Deus, o homem devia pagar o preço estipulado por Ele. Era difícil pensar em Deus, não como um juiz que estava esperando impor um castigo, nem como um capataz à espreita, mas sim como um Pai cujo desejo mais íntimo era obter que seus filhos errantes voltassem para seu seio. Custou a vida e morte de Jesus dizer isso aos homens. E não podemos nem sequer começar a ser cristãos se não cremos nisso de todo o coração.

  1. Jesus disse isso, mas que direito tinha para dizê-lo? Como podemos estar certos de que sabia do que estava falando? Que garantia temos de que essa maravilhosa boa nova é verdade? Soa muito bonito para ser verdade. Que prova temos de que é verdade? Aqui chegamos ao segundo articulo de fé. Devemos acreditar que em Jesus está a mente de Deus, Devemos crer que Jesus conhecia tão bem a Deus, que estava tão perto de Deus, que era até tal ponto um com Deus, que podia nos dizer a verdade absoluta sobre seu Pai. Devemos ter certeza de que Jesus sabia do que estava falando, e que disse a verdade sobre Deus, porque a mente de Deus estava nele.
  2. Mas a crença tem um terceiro elemento. Cremos que Deus é um Pai amante. Cremos que isto é verdade porque cremos que Jesus não é outro que Aquele a quem unicamente se pode chamar Filho de Deus, e que portanto o que diz a respeito de Deus é verdade. Então intervém este terceiro elemento. Devemos apostar tudo no fato de que o que Jesus diz é verdade. Seja o que disser, devemos fazê-lo; quando ordena algo, devemos obedecer. Quando nos diz que nos entreguemos sem reservas à misericórdia de Deus, devemos fazê-lo. No que se refere à ação, devemos tomar a Jesus ao pé da letra. Até a mais ínfima ação da vida deve ser realizada em obediência indisputável a Jesus. De maneira que a crença consta destes três elementos: crença em que Deus é o pai amoroso, a crença em que Jesus é o Filho de Deus e que portanto diz a verdade a respeito de Deus e da vida, obediência indisputável e sem hesitações a Jesus, uma vida vivida na certeza de que o que Jesus diz é verdade.
  3. A segunda frase importante é vida eterna. Já vimos que a vida eterna é a vida do próprio Deus. Mas nos perguntemos: se temos a vida eterna, o que é o que temos em nosso poder? Ter a vida eterna muda todas as relações da vida. Todas as relações da vida se vêem envoltas em paz.
  4. Dá-nos paz com Deus. Já não trememos diante de um rei tirânico nem buscamos nos esconder de um juiz severo. Sentimo-nos cômodos com nosso Pai.
  5. Dá-nos paz com os homens. Se fomos perdoados, devemos perdoar. Permite-nos ver os homens como Deus os vê. Converte-nos e a todos os homens em uma grande família unida no amor.
  6. Dá-nos paz com a vida. Se Deus for Pai, está reunindo todas as coisas para o bem. Lessing acostumava dizer que se pudesse formular uma só pergunta à Esfinge, que sabe tudo, seria: "É este um universo amigável?" Quando crêem que Deus é Pai, também crêem que a mão de um pai jamais causará uma lágrima desnecessária a seu filho. Possivelmente não consigamos compreender melhor a vida, mas já não estaremos ressentidos.
  7. Proporciona-nos paz conosco mesmos. Em última instância, um homem teme mais a si que a qualquer outra coisa. Conhece sua própria debilidade; conhece a força de suas tentações; conhece suas tarefas e as exigências da vida. Mas agora sabe que enfrenta tudo isto junto a Deus. Não é ele quem vive, mas sim é Cristo quem vive nele. Há em sua vida uma paz apoiada na fortaleza.
  8. Dá-lhe a segurança de que a maior das alegrias da Terra não é mais que um adiantamento da alegria que virá; que a paz mais profunda que existe sobre a Terra não é mais que uma sombra da paz última que virá. Dá-lhe uma esperança, uma meta, um fim, para o qual se dirige. Dá-lhe uma vida de glorioso assombro na Terra e, entretanto, ao mesmo tempo, uma vida em que o melhor ainda está por chegar.

O AMOR DE DEUS

Jo 3:16

Todos os grandes homens tiveram seus textos favoritos; mas este texto foi denominado "O texto de todos". Aqui está, para todos os corações simples, a própria essência do evangelho.
Este texto nos diz certas coisas muito importantes.
(1) Diz-nos que a origem e a iniciativa de toda salvação se encontram em Deus. Às vezes se apresenta o cristianismo de maneira tal que pareceria que tem que apaziguar a Deus, como se tivéssemos que convencê-lo a perdoar. Em algumas ocasiões os homens falam como se quisessem pintar uma imagem de um Deus severo, iracundo, que não perdoa, legalista; e um Jesus amoroso, gentil, que perdoa tudo. Às vezes alguns apresentam a mensagem cristã de tal maneira que soa como se Jesus tivesse feito algo que mudou a atitude de Deus para com os homens, da condenação ao perdão. Mas este texto nos diz que tudo começou em Deus. Foi Deus quem enviou a seu Filho, e o enviou porque amava os homens. Por trás de todas tas coisas está o amor de Deus.

  1. Diz-nos que a essência do ser de Deus é o amor. É fácil pensar que Deus olha os homens em sua desobediência e rebeldia e diz: "Vou destroçá-los, humilhá-los, flagelá-los, discipliná-los, castigá-los e os açoitarei até que retornem."

É fácil pensar que Deus procura a submissão dos homens para satisfazer seu desejo de poder, ou seu desejo do que poderiamos chamar um universo completamente submisso. Mas o tremendo deste texto é que mostra a Deus agindo, não para seu próprio benefício, e sim para o nosso. Deus não agiu para satisfazer seu desejo de poder. Não agiu para criar um universo submisso. Ele o fez para satisfazer seu amor. Deus não é como um monarca absoluto que trata cada homem como um súdito ao que se deve reduzir a uma abjeta obediência. Deus é o Pai que não pode sentir-se feliz enquanto seus filhos extraviados não tenham voltado para casa. Deus não submete os homens pela força; suspira por eles e os conquista apaixonando-os.

  1. Fala-nos da amplitude do amor de Deus. O que Deus amou tanto foi o mundo. Não se tratava de um país nem da gente boa; não eram somente aqueles que o amavam, mas o mundo. Os que não eram amados e os não amáveis; os solitários que não têm a ninguém que os ame; o homem que ama a Deus e o que jamais pensa nele; o homem que descansa no amor de Deus e o homem que zomba dele: todos estão incluídos neste vasto amor inclusivo, o amor de Deus. Como disse Agostinho: "Deus ama cada um de nós como se não houvesse nenhum outro a quem amar".

AMOR E JUÍZO

João 3:17-21

Aqui nos deparamos com um dos aparentes paradoxos do quarto Evangelho: a paradoxo do amor e o juízo. Acabamos de pensar no amor de Deus, e de repente nos deparamos com o juízo, a condenação e a convicção. João acaba de dizer que foi porque Deus amou tanto o mundo que enviou seu Filho a esse mundo. Mais adiante mostrará a Jesus dizendo: “Eu vim a este mundo para juízo” (Jo 9:39).

Como podem as duas coisas ser verdade?
É possível oferecer a um homem uma experiência que só consta de amor, e que essa experiência resulte em juízo. É possível oferecer a um homem uma experiência cujo único objetivo é produzir alegria e bem— estar, e entretanto, que essa experiência se torne em juízo e condenação.
Suponhamos que amamos a música séria; suponhamos que nos aproximamos mais a Deus no trovejar de uma grande sinfonia que em qualquer outra circunstância. Suponhamos que temos um amigo que não sabe nada a respeito dessa música. Suponhamos que queremos introduzir este amigo nessa experiência fundamental; queremos compartilhá-la com ele; queremos oferecer-lhe este contato com a beleza invisível que nós experimentamos. Nosso único fim é dar a esse amigo a felicidade de uma experiência nova. Levamo-lo a um concerto onde se executa uma sinfonia; e em pouco tempo começa a mover-se e a olhar a seu redor, dando sinais de uma absoluta falta de interesse e, além disso, de aborrecimento. Esse amigo emitiu um juízo sobre si mesmo; não tem nenhuma musicalidade na alma. A experiência que estava destinada a produzir-lhe uma felicidade nova se converteu em um juízo. Isto sempre acontece quando pomos um homem diante da grandeza.
Podemos levar alguém a ver uma obra de arte; podemos levá-lo a ouvir um príncipe dos pregadores; podemos dar-lhe um livro que é um alimento espiritual; podemos levá-lo a contemplar alguma beleza. Sua reação é um juízo. Se não vê nenhuma beleza e não experimenta nenhuma emoção, sabemos que tem um ponto cego em sua alma.
Conta-se que um empregado estava mostrando uma galeria de arte a um visitante. Nessa galeria havia algumas obras de arte que estavam além de qualquer preço, obras de beleza eterna e de gênio indisputável. No fim da visita, o visitante disse: "Bom, suas velhas pinturas não merecem que eu dê uma opinião muito alta". O empregado respondeu com calma: "Senhor, queria lembrar-lhe que estes quadros já não estão em tela de juízo, mas sim o estão os que os olham". Tudo o que tinha feito a reação do homem era demonstrar sua própria lamentável cegueira.
O mesmo ocorre com Jesus. Se, quando um homem se depara com Jesus, sua alma se eleva como em um torvelinho a essa maravilha e beleza, está no caminho da salvação. Mas se ao defrontar-se com Jesus não vê nada belo, está condenado. Sua reação o condenou. Deus enviou a Jesus com amor. Enviou-o para a salvação desse homem. Mas não é Deus quem condenou a esse homem; ele se condenou a si mesmo.
O homem que reage frente Jesus de maneira hostil, preferiu as trevas à luz. O que resulta terrível em uma pessoa realmente boa é que sempre tem em seu interior algum elemento inconsciente de condenação. Quando nos defrontamos com Jesus nos vemos tal qual somos.
Alcibíades, o gênio malcriado de Atenas, era companheiro do Sócrates, mas de vez em quando costumava reprová-lo: "Sócrates, eu o odeio, porque cada vez que o encontro, faz-me ver o que sou". O homem que embarcou em uma tarefa má não quer que se derrame luz sobre essa tarefa nem sobre si mesmo. Mas o homem que está comprometido em algo honorável não se preocupa nem teme a luz.
Conta-se que uma vez um arquiteto se aproximou de Platão e se ofereceu para construir uma casa, por uma determinada soma de dinheiro, e em nenhuma das habitações seria possível ver. Platão lhe disse: "Eu lhe darei o dobro de dinheiro para que construa uma casa em cujas habitações todos possam ver". Só quem age mal não quer ver-se a si mesmo, nem quer que nenhum outro o veja. Esse tipo de homem odiará inevitavelmente a Jesus Cristo, porque Cristo lhe mostrará o que é, e isso é a última coisa que quer ver. O que ama é a escuridão que oculta, não a luz que revela.
Através de sua reação frente Cristo, o homem se revela. Sua reação ante o Jesus Cristo deixa sua alma ao descoberto. S olhe a Cristo com amor, até com ansiedade, há esperanças, mas se não ver nada formoso em Cristo, condenou-se a si mesmo. Aquele que foi enviado em amor se converteu para ele em juízo.

UM HOMEM SEM INVEJA

João 3:22-30

Já vimos que parte do propósito do autor do quarto Evangelho era assegurar-se de que João Batista recebesse o seu lugar exato como precursor de Jesus, mas não um lugar que fosse além disso. Havia ainda aqueles que estavam dispostos a chamar João de mestre e senhor; o autor do quarto Evangelho quer mostrar que João ocupava um lugar elevado, mas que o lugar superior estava reservado só para Jesus. E também quer mostrar que o próprio João jamais alimentou nenhuma outra idéia senão a de que Jesus ocupava o lugar supremo. É por isso que o autor do quarto Evangelho nos mostra a superposição do ministério de João e o de Jesus. Os Evangelhos sinóticos são diferentes: Mc 1:14 nos diz que depois que João foi encarcerado, Jesus começou o seu ministério. Não há necessidade de discutir qual dos relatos está coreto do ponto de vista histórico. O mais provável é que o quarto Evangelho faça sobrepor os dois ministérios para mostrar com toda clareza, mediante o contraste, a supremacia de Jesus.

Há algo que é indubitável: esta passagem nos mostra a beleza da humildade de João Batista Era evidente que o povo estava abandonando a João para seguir a Jesus. Os discípulos de João se sentiam preocupados com este fato. Não lhes agradava ver seu mestre sentar-se no último assento e ocupar um segundo lugar. Não lhes agradava ver que ficava abandonado, enquanto as multidões foram ver e ouvir o novo mestre.
Para João teria sido fácil, em resposta a suas queixas, sentir-se ferido, abandonado e injustamente esquecido. Em algumas ocasiões, a compaixão de um amigo pode ser o pior que nos pode acontecer. Pode nos fazer sentir pena de nós mesmos e nos estimular a crer que não nos tratou com justiça. Mas João estava acima disso. Disse três coisas a seus discípulos.

  1. Disse-lhes que jamais tinha esperado outra coisa. Disse-lhes que, de fato, tinha-lhes assegurado que ele não ocupava a primeira posição mas sim o tinha enviado como um mero arauto, alguém que anuncia, o precursor e preparador do caminho para o maior que havia que vir. A vida seria muito mais fácil se houvesse mais gente disposta a desempenhar o papel secundário e subordinado.

Há tanta gente que procura coisas importantes para fazer... João não era assim. Sabia muito bem que Deus lhe tinha atribuído um lugar secundário e uma tarefa subordinada. Nos evitaríamos muitos ressentimentos e desgostos se nos déssemos conta de que há certas coisas que não são para nós, e se aceitássemos de todo coração, e fizéssemos com todas nossas forças, a tarefa que Deus nos atribuiu.
Fazer uma tarefa secundária para Deus, converte-a em uma grande tarefa. Como o expressou Mrs. Browning: "Todo serviço tem o mesmo valor para Deus". Qualquer trabalho feito para Deus é, necessariamente, um grande trabalho.

  1. Disse-lhes que ninguém pode receber mais que o que Deus lhe deu. Se o novo mestre estava ganhando mais discípulos e seguidores não era porque os estivesse roubando de João, mas sim porque Deus os estava dando a ele.

Havia um ministro americano chamado Spence; em uma época foi popular e sua Igreja estava sempre cheia, mas à medida que os anos passavam povo gente começou a ir embora. Tinha chegado um novo ministro à Igreja da frente, que atraía multidões. Uma tarde houve uma reunião muito pequena na 1greja do Dr. Spence. O ministro olhou a seu pequeno rebanho. "Onde foram todas as pessoas?" perguntou. Houve um silêncio embaraçoso; depois um de seus auxiliares disse: "Creio que foram à Igreja da frente para ouvir o novo pastor". O Dr. novo ficou em silencio durante um momento; depois sorriu. "Bom", disse, "então creio que devemos segui-los". E desceu do púlpito e conduziu os seus paroquianos à outra Igreja.
Quantas invejas, quantas desgostos, quanto ressentimento poderíamos evitar se nos limitássemos a recordar que o êxito de nosso próximo é dado por Deus, e se aceitássemos o veredicto e a escolha de Deus.

  1. Por último, João emprega uma imagem muito viva que qualquer judeu podia reconhecer, porque pertencia à tradição do pensamento judaico. Jesus chamou-se a si mesmo o marido e o amigo do marido. Uma das grandes imagens do Antigo Testamento é a representação de Israel como a noiva de Deus, e de Deus como o noivo de Israel. A união entre Deus e Israel era algo tão íntimo que só podia ser comparado a um casamento. Quando Israel seguia a deuses estranhos era como se fosse culpado de infidelidade ao vínculo conjugal (Ex 34:15, Dt 31:16; Sl 73:27; Is 54:5). O Novo Testamento retomou esta imagem e se referiu à Igreja como a Esposa de Cristo (2Co 11:2; Efésios 5:22-32). Esta era a imagem que João tinha em mente. Jesus viera de Deus; era o Filho de Deus; Israel era sua esposa legítima, e ele era o marido de Israel.

Mas João exigiu para si mesmo um lugar, o lugar de amigo do marido. O amigo do marido, o shoshben, ocupava um lugar de privilégio em uma festa de bodas judaica. Atuava como vínculo entre a esposa e o marido; organizava as bodas; repartia os convites; presidia na festa de bodas. Unia os maridos. E tinha um dever especial. Tinha a obrigação de cuidar o dormitório conjugal e não permitir a entrada de nenhum amante falso. Só abriria a porta quando ouvisse a voz do marido na escuridão e a reconhecesse. Quando ouvia a voz do marido se sentia contente e o deixava entrar, e ia embora feliz porque tinha cumprido sua tarefa e os amantes estavam juntos. Não invejava sentia inveja da esposa nem do marido. Sabia que sua única tarefa tinha sido a de uni-los. E uma vez que tinha completo a tarefa se retirava voluntariamente e com alegria. A tarefa de João foi a de unir a Jesus e Israel; arranjar o casamento entre Cristo, o marido, e Israel, a esposa. Cumprida a tarefa, sentia-se feliz de desaparecer na escuridão porque tinha feito sua obra. Não foi com inveja que disse que Jesus devia crescer e ele devia minguar; disse-o com alegria. Seria bom que algumas vezes lembrássemos que não devemos atrair às pessoas para nós, mas para Jesus Cristo. Não procuramos a lealdade dos homens para nós, e sim para Ele.

AQUELE QUE VEM DO CÉU

João 3:31-36

Como já vimos, uma das dificuldades com que nos encontramos no quarto Evangelho é saber distinguir quando falam os protagonistas e quando adiciona João seu próprio comentário. Estes versículos podem ser palavras pronunciadas por João Batista, mas é mais provável que. trate-se do próprio testemunho e comentário de João, o autor do Evangelho.
João começa por afirmar a supremacia de Jesus. Se quisermos uma informação, devemos nos dirigir à pessoa que possui essa informação. Se queremos receber informação a respeito de uma família, só a obteremos de primeira mão se a solicitarmos de um membro dessa família. Se queremos receber informação sobre uma cidade, só a teremos de primeira mão se dirigirmos a alguém que vem dessa cidade. Do mesmo modo, então, se queremos receber informação sobre Deus, só a obteremos do Filho de Deus. E se quisermos informação sobre o céu e a vida que se leva ali, só a obteremos daquele que vem do céu. Quando Jesus fala do céu e das coisas celestiais, diz João, não se trata de uma versão de segunda mão, não é uma informação que provém de uma fonte secundária, nem de um conto ouvido por aí. Diz-nos o que ele mesmo viu e ouviu. Para dizê-lo com a maior simplicidade, porque Jesus é o único que conhece a Deus, é o único que pode nos dizer algo a respeito dele, e o que nos diz é conforme o evangelho.
A dor de João consiste em que há tão poucos que aceitam a mensagem que Jesus trouxe; mas quando um homem o aceita dá testemunho de que crê que a palavra de Deus é verdadeira. No mundo antigo, se um homem queria dar sua aprovação total de um documento, tal como um contrato, um testamento ou uma constituição, punha seu selo no rodapé. O selo era o sinal de que estava de acordo com o conteúdo e era considerado legal, obrigatório e verdadeiro. Do mesmo modo, quando alguém aceita a mensagem de Jesus, afirma, testemunha e concorda que crê que o que Deus diz é verdadeiro.

João continua: podemos crer o que Jesus diz, porque nele Deus derramou o Espírito em toda sua medida, sem regatear nada. Inclusive os judeus diziam que os profetas recebiam de Deus uma certa medida do Espírito. A medida total do Espírito Deus reservava para seu escolhido. Agora, dentro do pensamento hebraico, o Espírito tinha duas funções a cumprir: em primeiro lugar, revelava a verdade de Deus aos homens; e, em segundo lugar, permitia aos homens reconhecer e compreender essa verdade quando a recebiam. De maneira que dizer que o Espírito estava em Jesus era a forma mais completa possível de dizer que conhece e compreende em forma perfeita a verdade de Deus. Para dizê-lo com outras palavras: ouvir a Jesus é ouvir a própria voz de Deus.

Por último, João volta a pôr os homens frente à opção eterna. Essa opção é a vida ou a morte. Esta opção se apresentou ao Israel ao longo de toda a história. Deuteronômio registra as palavras do Moisés: “Vê que proponho, hoje, a vida e o bem, a morte e o mal ... Os céus e a terra tomo, hoje, por testemunhas contra ti, que te propus a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência” (Deuteronômio 30:15-20). Josué reiterou o desafio: “Escolhei, hoje, a quem sirvais” (Js 24:15).

Tem-se dito que toda a vida de um homem se concentra quando chega a uma encruzilhada. Mais uma vez João volta para seu pensamento preferido. O que importa é a reação que o homem tenha frente a Jesus. Se essa reação for o amor e o desejo, esse homem conhecerá a vida. Se for a indiferença e a hostilidade, esse homem conhecerá a morte. Deus lhe ofereceu amor; ao rechaçá-lo, ele se condenou. Não se trata de que Deus tenha feito descer sua ira sobre ele; é que ele atraiu essa ira sobre si.


Notas de Estudos jw.org

Disponível no site oficial das Testemunhas de Jeová
Notas de Estudos jw.org - Comentários de João Capítulo 3 versículo 29
o amigo do noivo: Nos tempos bíblicos, um amigo achegado do noivo agia como seu representante legal e tinha um papel importante nos preparativos para o casamento. Por isso, ele era visto como a pessoa que unia a noiva e o noivo. No dia do casamento, um cortejo levava a noiva da casa de seu pai até a casa do noivo ou do pai do noivo, e ali era realizada a festa de casamento. Durante a festa, o amigo do noivo ficava contente quando ouvia a voz do noivo falando com a noiva, porque ele sentia que tinha cumprido bem o seu papel. João Batista se comparou ao “amigo do noivo”. Nesse caso, Jesus era o noivo, e seus discípulos como grupo eram a noiva. João Batista preparou o caminho para o Messias apresentando a Jesus Cristo os primeiros membros da “noiva” dele. (Jo 1:29-35; 2Co 11:2; Ef 5:22-27; Ap 21:2-9) Assim, ele realizou seu trabalho como “o amigo do noivo”. Depois disso, seu papel já não seria tão importante. Foi por isso que ele disse: “Ele [Jesus] tem de continuar aumentando, mas eu tenho de continuar diminuindo.” — Jo 3:30.


Dicionário

Alegra

3ª pess. sing. pres. ind. de alegrar
2ª pess. sing. imp. de alegrar

a·le·grar -
verbo transitivo

1. Causar alegria a; tornar alegre.

2. [Técnica] Abrir, limpar.

3. [Cirurgia] Legrar.

verbo pronominal

4. Sentir alegria.

5. Entrar no primeiro grau da embriaguez.


Alegria

Do latim alacritas ou alacer, que significa “animado”, “vivaz”, “contente” ou “ânimo leve”.

ledice, júbilo, exultação, regozijo, contentamento, jovialidade, alacridade, satisfação; alegre, ledo, jubiloso, exultante, contente, jovial, álacre, satisfeito. – Diz Roq. que “o contentamento é uma situação agradável do ânimo, causada, ou pelo bem que se possui, ou pelo gosto que se logra, ou pela satisfação de que se goza. Quando o contentamento se manifesta exteriormente nas ações ou nas palavras, é alegria. Pode, pois, uma pessoa estar contente, sem parecer alegre. Pode fingir-se a alegria, porque é demonstração exterior, e pertence à imaginação; não assim o contentamento, que é afeto interior, e pertence principalmente ao juízo e à reflexão. Diríamos que o contentamento é filosófico; a alegria, poética; aquele supõe igualdade e sossego de ânimo, tranquilidade de consciência; conduz à felicidade, e sempre a acompanha. Ao contrário, a alegria é desigual, buliçosa, e até imoderada, quiçá louca em seus transportes; muitas vezes prescinde da consciência, ou é surda a seus gritos, porque na embriaguez do espírito se deixa arrastar da força do prazer; não é a felicidade, nem a ela conduz, nem a acompanha. O homem alegre nem sempre é feliz; muitos há que sem mostrarem alegria gozam de felicidade. Um fausto sucesso, que interessa a toda uma nação, celebra-se com festas e regozijos, alegra ao público, e produz contentamento no ânimo dos que foram causa dele. Antes que o ardente licor, que dá alegria, fizesse seu efeito no moiro de Moçambique, já ele estava mui contente pelo acolhimento que lhe fazia o Gama, e muito mais pelo regalo com que o tratava, como diz o nosso poeta... – Fixada a diferença entre alegria e contentamento, não será difícil fixá-la entre outros dos vocábulos deste grupo; pois representando todos um estado agradável no espírito do homem, exprime cada um deles seu diferente grau ou circunstâncias”. – Ledice, ou ledica como diziam os antigos, é corrupção da palavra latina lœtitia, e eles a usavam em lugar de alegria: em Camões ainda é frequente o adjetivo ledo em lugar de alegre. Hoje, a palavra ledo é desusada, e só em poesia terá cabimento. Seria para desejar que o uso lhe desse a significação modificada que lhe atribui D. Fr. de S. Luiz, dizendo que é menos viva, mais suave, tranquila e serena que a alegria; mas não lhe achamos autoridade suficiente para a estimar como tal. – O júbilo é mais animado que a alegria, e mostra-se por sons, vozes, gritos de aclamação. A pessoa jubilosa mostra-se alvoroçada de alegria. – Exultação é o último grau da alegria, que, não cabendo no coração, rompe em saltos, danças, etc., segundo a força do verbo exultar, que é saltar de gozo, de alegria. Está exultante a criatura que parece ufana da sua felicidade ou da satisfação que tem. – Regozijo, como está dizendo a palavra, formada da partícula reduplicativa re e gozo, é alegria, ou gozo repetido ou prolongado; e quase sempre se aplica às demonstrações públicas de gosto e alegria, celebradas com festas, bailes, etc., em memória de faustos acontecimentos. – Jovialidade significa “disposição natural para a alegria ruidosa mais inocente, temperamento irrequieto, festivo, quase ufano da vida”. Há velhos joviais; mas a jovialidade só assenta nos moços. – Alacridade é a Dicionário de Sinônimos da Língua Portuguesa 157 “alegria aberta e serena, discreta e segura”. – Satisfação é “o estado de alma em que ficamos quando alguma coisa vem corresponder aos nossos desejos, aos nossos sentimentos”, etc.

[...] Alegria é saúde espiritual [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Correio fraterno• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 41

Não te mergulhes na ilusória taça / Em que o vinho da carne se avoluma. / A alegria da Terra é cinza e bruma, / Mentirosa visão que brilha e passa.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

Não arruínes o bom humor de quem segue ao teu lado, porque a alegria é sempre um medicamento de Deus.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Falando à Terra• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Reflexões

[...] a alegria é o nosso dever primordial, no desempenho de todos os deveres que a vida nos assinala.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Relicário de luz• Autores diversos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Alegria

[...] a alegria e a esperança, expressando créditos infinitos de Deus, são os motivos básicos da vida a erguer-se, cada momento, por sinfonia maravilhosa.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• O Espírito da Verdade: estudos e dissertações em torno de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec• Por diversos Espíritos• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 66

Alegria serena, em marcha uniforme, é a norma ideal para atingir-se a meta colimada.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• O Espírito da Verdade: estudos e dissertações em torno de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec• Por diversos Espíritos• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 92

Jesus foi otimista nas suas pregações, ensinando as criaturas a se alegrarem com a vida, reconciliando-se com DEUS através da prática de ações puras e da emissão de pensamentos nobres e renovadores. A alegria é índice de boa saúde espiritual. Quem ama a Deus não se entrega à tristeza, ao desânimo, à desesperança, porque estes três estados d’alma denunciam falta de fé, ausência de confiança nos desígnios do Pai que está nos Céus. O apóstolo Paulo afirmou que “os frutos do Espírito são amor, alegria e paz”. Na verdade, sem amor, sem alegria, sem paz, o Espírito não pode evoluir. [...] A sã alegria não espouca em gargalhadas perturbadoras e escandalosas. É discreta, deixa o coração confortado e o Espírito pode fruir suave tranqüilidade. Embeleza-se com sorrisos bondosos, onde brincam a tolerância e o amor. O Espiritismo, que é o Paracleto, o Consolador prometido por Jesus, é a religião do amor, da caridade, da paz, da justiça, da humildade, e, conseqüentemente, da alegria, porque, onde imperem sentimentos tão delicados, a alegria domina, visto estabelecer-se, aí, a vontade de Deus. [...] Jesus era alegre com dignidade. Possuía a alegria pura e santa que identificava Sua grandeza espiritual. A alegria é um estado que aproxima de Deus as criaturas, quando alicerçada na pureza de pensamento. É alegre, não aquele que gargalha por nonadas, mas o que, naturalmente, traz Deus no coração. Todos nós fomos criados para sermos felizes, embora a felicidade não seja, as mais das vezes, o que supomos. As dores que nos afligem são reflexos do mau emprego que temos feito do nosso livre-arbítrio. A tristeza pode ser conseqüente do vazio dos corações sem amor e sem fé. A alegria vive no íntimo do ser humano que ama o bem, com ele respondendo ao mal. [...]
Referencia: MENDES, Indalício• Rumos Doutrinários• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Amemos a vida


Alegria Emoção e estado de satisfação e felicidade (Sl 16:11); (Rm 14:17).

substantivo feminino Estado de satisfação extrema; sentimento de contentamento ou de prazer excessivo: a alegria de ser feliz.
Circunstância ou situação feliz: é uma alegria tê-los em casa.
Condição de satisfação da pessoa que está contente, alegre.
Aquilo que causa contentamento ou prazer: seu projeto foi uma grande alegria para ele.
Ação de se divertir, de se entreter ou de alegrar alguém; divertimento.
Botânica Designação comum de gergelim (erva).
Botânica Aspecto comum de certas plantas, da família das amarantáceas, geralmente utilizadas como ornamentais ou para o consumo de suas folhas.
substantivo feminino plural [Popular] Alegrias. Designação comum atribuída aos testículos de animais.
Etimologia (origem da palavra alegria). Alegre + ia.

Amigo

substantivo masculino Indivíduo com quem se tem uma relação de amizade, de afeto, de companheirismo: tem muitos amigos.
Quem defende determinado ponto de vista ou tem admiração por algo ou alguém: amigo do meio ambiente.
País, povo ou nação, que mantém relações cordiais com outro(s).
Por Extensão Quem tem certo hábito, costume, vício: amigo do chocolate.
Por Extensão Amante; aquele que tem relações sexuais com alguém, mas não é casado com essa pessoa.
adjetivo Que expressa afeto: irmãos amigo.
Que demonstra amizade, sentimento de afeição: ato amigo.
Benigno; que tende a ser bom ou favorável: situação amiga.
Gramática Pode ser usado como interlocutório pessoal: amigo! Um salgado, por favor.
Etimologia (origem da palavra amigo). Do latim amicus.i.

do latim amicu, amigo, confidente, querido, favorável. O primeiro registro da palavra amigo em português foi feito pelo rei e poeta dom Dinis, o Lavrador (1261: 1325), fundador da primeira universidade portuguesa.

Do Latim amicu.
O que quer bem; favorável; partidário; aliado; afeiçoado; que tem amizade.

Um amigo chega e socorre, antes de sentir pena do outro. Um amigo esforça-se para entender a verdade que se oculta no que o companheiro não disse. Um amigo não constrange o parceiro nem se esforça por lhe arrancar confissões dolorosas; apenas espera, porque o tempo de uma relação fraterna é infinito, e a pressa pode afastar a oportunidade de novas e profundas descobertas.
Referencia: ABRANCHES, Carlos Augusto• Vozes do Espírito• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - O amigo é meu companheiro

[...] o amigo é dádiva de que nos devemos utilizar com respeito e elevação
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Sublime expiação• Pelo Espírito Victor Hugo• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1998• - L• 1, cap• 3

Amigo – é o que ampara em silêncio.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Agenda cristã• Pelo Espírito André Luiz• 42a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 16


Assim

advérbio Deste modo, desta forma: assim caminha a humanidade.
Igual a, semelhante a; do mesmo porte ou tamanho de: não me lembro de nenhum terremoto assim.
Em que há excesso; em grande quantidade: havia gente assim!
Do mesmo tamanho; desta altura: o meu filho já está assim.
conjunção Portanto; em suma, assim sendo: você não estudou, assim não conseguiu passar no vestibular.
Gramática Utilizado para dar continuidade ao discurso ou na mudança de pensamento: vou ao cinema amanhã; assim, se você quiser, podemos ir juntos.
locução adverbial De valor concessivo-adversativo. Assim mesmo, mesmo assim ou ainda assim; apesar disso, todavia, entretanto: advertiram-no várias vezes, mesmo assim reincidiu.
locução interjeição Assim seja. Queira Deus, amém; oxalá.
expressão Assim ou assado. De uma maneira ou de outra.
Assim que. Logo que: assim que ele chegar vamos embora!
Assim como. Bem como; da mesma maneira que: os pais, assim como os filhos, também já foram crianças.
Etimologia (origem da palavra assim). Do latim ad sic.

E

conjunção Conjunção que liga palavras e orações com mesma função.
Indica adição: pai e mãe extremosos.
Indica oposição: falou muito, e não disse nada.
Expressa consequência: ele não quis me ouvir e se deu mal.
Denota inclusão: trouxe meus filhos e seus amigos.
Gramática Repetida entre os membros de uma série, dá mais vivacidade à enumeração: a alta, e nobre, e musical prosa de Vieira.
Gramática Indica a variação de sentidos com que nos referimos a pessoas ou coisas do mesmo nome: há amigos e amigos, interesses e interesses.
Gramática Apresenta números compostos: mil oitocentos e vinte e dois.
Gramática Inicia frases bíblicas sem ligação imediata com frase antecedente: E era a hora terceira quando O crucificaram.
Gramática Atribui enfase na frase (sobretudo em interrogações e exclamações): e tu não sabias?
substantivo masculino A quinta letra que compõe o alfabeto e sua segunda vogal: meu nome se inicia com e.
Maneira de representar essa letra (e).
numeral [Matemática] Número e, que corresponde ao quinto número numa série.
Etimologia (origem da palavra e). Do latim et.

conjunção Conjunção que liga palavras e orações com mesma função.
Indica adição: pai e mãe extremosos.
Indica oposição: falou muito, e não disse nada.
Expressa consequência: ele não quis me ouvir e se deu mal.
Denota inclusão: trouxe meus filhos e seus amigos.
Gramática Repetida entre os membros de uma série, dá mais vivacidade à enumeração: a alta, e nobre, e musical prosa de Vieira.
Gramática Indica a variação de sentidos com que nos referimos a pessoas ou coisas do mesmo nome: há amigos e amigos, interesses e interesses.
Gramática Apresenta números compostos: mil oitocentos e vinte e dois.
Gramática Inicia frases bíblicas sem ligação imediata com frase antecedente: E era a hora terceira quando O crucificaram.
Gramática Atribui enfase na frase (sobretudo em interrogações e exclamações): e tu não sabias?
substantivo masculino A quinta letra que compõe o alfabeto e sua segunda vogal: meu nome se inicia com e.
Maneira de representar essa letra (e).
numeral [Matemática] Número e, que corresponde ao quinto número numa série.
Etimologia (origem da palavra e). Do latim et.

Esposa

Esposa
1) Mulher casada em relação ao marido (Jr 16:9, RC; Cl 3:18, RA). V. CONCUBINA.


2) Figuradamente, a Igreja em relação a Cristo, o esposo (Fp 5:22-33).


Esposo

Do latim, sponsus = esposo. A palavra deriva do verbo spondeo (spopondi, sponsum, spondere) = prometer formalmente. Curiosidade: O verbo spondeo/spondere é a forma latina do verbo grego spendo = fazer libação, oferendas, augúrios... por ocasião de alianças, compromissos...

O termo – esposo – pelo qual o Mestre se designava a si próprio, era tomado às idéias, às tradições e aos costumes hebraicos, pela consideração dispensada aos hebreus que se casavam. Ora, sendo o chefe dessa doutrina, que vos tem amparado apesar de todos os vossos desvios, Jesus era considerado como o mancebo puro que depõe a coroa nupcial, a fim de assumir o governo da família que constituiu para si.
Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 2

[...] João [Batista] empregava figurada-mente a expressão o esposo para designar Jesus. [...]
Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 4


Esposo MARIDO (Ex 4:25).

Esposo No Antigo Testamento, um dos nomes com o qual se designava Deus (Is 54:4-8; 62,5; Os 1:3; Jr 2; Ez 16). Nos evangelhos, essa imagem é transferida para Jesus (Mt 9:15; Mc 2:19; Lc 5:34; 25,6; Jo 3:29).

substantivo masculino Homem casado, em relação à pessoa com quem se casou; marido, cônjuge: meu esposo prefere sair aos domingos.
Aquele que estabeleceu com alguém uma relação matrimonial ou semelhante ao casamento, ainda que não esteja formalmente casado.
Antigo Quem prometeu se casar com a pessoa com quem namora; noivo.
Etimologia (origem da palavra esposo). Do latim sponsus.i.

Tem

substantivo deverbal Ação de ter; ato de receber ou de passar a possuir alguma coisa: ele tem uma casa; a empresa tem muitos funcionários.
Gramática A grafia têm, com acento, refere-se à forma plural: eles têm uma casa; as empresas têm muitos funcionários.
Etimologia (origem da palavra tem). Forma Der. de ter.

Voz

substantivo feminino [Anatomia] Vibração nas pregas vocais que produz sons e resulta da pressão do ar ao percorrer a laringe.
Capacidade de falar; fala: perdeu a voz durante o discurso.
[Música] Parte vocal de uma composição musical: melodia em três vozes.
[Música] Emissão vocal durante o canto: voz soprano, contralto etc.
Figurado Conselho que se dá a alguém; advertência, apelo: escutar a voz dos mais velhos.
[Jurídico] Intimação oral em tom alto: voz de prisão.
Boato generalizado; rumores: é voz corrente a sua nomeação.
Direito de falar numa assembleia, reunião etc.: tem voz, mas sem direito a voto.
Maneira de pensar; opinião própria; ponto de vista: nunca tive voz na minha casa.
Avaliação que se pauta numa previsão; prognóstico: presidente que não ouvia a voz do mercado.
Sugestão que alguém dá a si próprio: nunca escutou a voz do coração.
Gramática Categoria verbal caracterizada pela sua relação com o sujeito (com a categoria gramatical que concorda com o verbo), indicando o modo: voz ativa, voz passiva.
Gramática Expressão verbal; palavra.
[Zoologia] Som próprio de alguns animais.
Frase ou palavra que expressa uma ordem: voz de comando.
Etimologia (origem da palavra voz). Do latim vox.

substantivo feminino [Anatomia] Vibração nas pregas vocais que produz sons e resulta da pressão do ar ao percorrer a laringe.
Capacidade de falar; fala: perdeu a voz durante o discurso.
[Música] Parte vocal de uma composição musical: melodia em três vozes.
[Música] Emissão vocal durante o canto: voz soprano, contralto etc.
Figurado Conselho que se dá a alguém; advertência, apelo: escutar a voz dos mais velhos.
[Jurídico] Intimação oral em tom alto: voz de prisão.
Boato generalizado; rumores: é voz corrente a sua nomeação.
Direito de falar numa assembleia, reunião etc.: tem voz, mas sem direito a voto.
Maneira de pensar; opinião própria; ponto de vista: nunca tive voz na minha casa.
Avaliação que se pauta numa previsão; prognóstico: presidente que não ouvia a voz do mercado.
Sugestão que alguém dá a si próprio: nunca escutou a voz do coração.
Gramática Categoria verbal caracterizada pela sua relação com o sujeito (com a categoria gramatical que concorda com o verbo), indicando o modo: voz ativa, voz passiva.
Gramática Expressão verbal; palavra.
[Zoologia] Som próprio de alguns animais.
Frase ou palavra que expressa uma ordem: voz de comando.
Etimologia (origem da palavra voz). Do latim vox.

voz s. f. 1. Produção de sons na laringe dos animais, especialmente na laringe humana, com auxílio do ar emitido pelos pulmões. 2. A faculdade de emitir esses sons. 3. A faculdade de falar. 4. Linguage.M 5. Grito, clamor. 6. Ordem dada em voz alta. 7. Boato, fama. 8. Palavra, dicção, frase. 9. Fon. Som que uma vogal representa na escrita. 10. Mús. Parte vocal de uma peça de música. 11. Mús. Nas fugas para piano e para órgão, cada uma das diferentes alturas em que o tema é desenvolvido. 12. Gra.M Aspecto ou forma com que um verbo indica a ação. 13. Opinião. 14. Sugestão íntima.

Strongs

Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
ἔχω νύμφη ἐστί νυμφίος φίλος νυμφίος ὁ ἵστημι καί αὐτός ἀκούω χαρά χαίρω διά φωνή νυμφίος οὗτος χαρά οὖν πληρόω ἐμός
João 3: 29 - Texto em Grego - (BGB) - Bíblia Grega Bereana

Aquele que tem a noiva é o noivo, mas o amigo do noivo, que está presente e o ouve, alegra-se muito com a voz do noivo. Esta minha alegria está cumprida.
João 3: 29 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

Março e Abril de 28
G1161
δέ
e / mas / alem do mais / além disso
(moreover)
Conjunção
G1223
diá
διά
Através dos
(through)
Preposição
G1510
eimí
εἰμί
ser
(being)
Verbo - Presente do indicativo Ativo - Masculino no Singular nominativo
G1699
emós
ἐμός
pastagem
(as in their pasture)
Substantivo
G191
akoúō
ἀκούω
ser idiota, louco
(the foolish)
Adjetivo
G2192
échō
ἔχω
ter, i.e. segurar
(holding)
Verbo - Presente do indicativo ativo - nominina feminino no singular
G2476
hístēmi
ἵστημι
causar ou fazer ficar de pé, colocar, pôr, estabelecer
(it stood)
Verbo - aorista (pretérito não qualificado de um verbo sem referência à duração ou conclusão da ação) Indicativo Passivo - 3ª pessoa do singular
G2532
kaí
καί
desejo, aquilo que é desejável adj
(goodly)
Substantivo
G3565
nýmphē
νύμφη
uma nora
(a daughter-in-law)
Substantivo - feminino acusativo singular
G3566
nymphíos
νυμφίος
o rei da Pérsia e conquistador da Babilônia; primeiro governador da Pérsia a fazer um
(of Cyrus)
Substantivo
G3588
ho
para que
(that)
Conjunção
G3767
oûn
οὖν
portanto / por isso
(therefore)
Conjunção
G3778
hoûtos
οὗτος
um território na baixa Mesopotâmia fazendo fronteira com o Golfo Pérsico n pr m
(of the Chaldeans)
Substantivo
G4137
plēróō
πληρόω
tornar cheio, completar,i.e., preencher até o máximo
(might be fulfilled)
Verbo - aorista (pretérito não qualificado de um verbo sem referência à duração ou conclusão da ação) Subjuntivo Passivo - 3ª pessoa do singular
G5384
phílos
φίλος
amigo, ser amigável a alguém, desejar a ele tudo de bom
(a friend)
Adjetivo - Masculino no Singular nominativo
G5456
phōnḗ
φωνή
Uma voz
(A voice)
Substantivo - Feminino no Singular nominativo
G5463
chaírō
χαίρω
(Peal) fechar
(and has shut)
Verbo
G5479
chará
χαρά
alegria
(joy)
Substantivo - feminino acusativo singular
G846
autós
αὐτός
dele
(of him)
Pronome Pessoal / Possessivo - Genitivo Masculino 3ª pessoa do singular


δέ


(G1161)
(deh)

1161 δε de

partícula primária (adversativa ou aditiva); conj

  1. mas, além do mais, e, etc.

διά


(G1223)
diá (dee-ah')

1223 δια dia

preposição primária que denota o canal de um ato; TDNT - 2:65,149; prep

  1. através de
    1. de lugar
      1. com
      2. em, para
    2. de tempo
      1. por tudo, do começo ao fim
      2. durante
    3. de meios
      1. atrave/s, pelo
      2. por meio de
  2. por causa de
    1. o motivo ou razão pela qual algo é ou não é feito
      1. por razão de
      2. por causa de
      3. por esta razão
      4. consequentemente, portanto
      5. por este motivo

εἰμί


(G1510)
eimí (i-mee')

1510 ειμι eimi

primeira pessoa do singular do presente indicativo; uma forma prolongada de um verbo primário e defectivo; TDNT - 2:398,206; v

  1. ser, exitir, acontecer, estar presente

ἐμός


(G1699)
emós (em-os')

1699 εμος emos

do caso oblíquo de 1473 (1698, 1700, 1691); pron

  1. meu, etc.

ἀκούω


(G191)
akoúō (ak-oo'-o)

191 ακουω akouo

uma raiz; TDNT - 1:216,34; v

  1. estar dotado com a faculdade de ouvir, não surdo
  2. ouvir
    1. prestar atenção, considerar o que está ou tem sido dito
    2. entender, perceber o sentido do que é dito
  3. ouvir alguma coisa
    1. perceber pelo ouvido o que é dito na presença de alguém
    2. conseguir aprender pela audição
    3. algo que chega aos ouvidos de alguém, descobrir, aprender
    4. dar ouvido a um ensino ou a um professor
    5. compreender, entender

ἔχω


(G2192)
échō (ekh'-o)

2192 εχω echo

incluindo uma forma alternativa σχεω scheo, usado apenas em determinados tempos), verbo primário; TDNT - 2:816,286; v

  1. ter, i.e. segurar
    1. ter (segurar) na mão, no sentido de utilizar; ter (controlar) possessão da mente (refere-se a alarme, agitação, emoção, etc.); segurar com firmeza; ter ou incluir ou envolver; considerar ou manter como
  2. ter, i.e., possuir
    1. coisas externas, tal com possuir uma propriedade ou riquezas ou móveis ou utensílios ou bens ou comida, etc.
    2. usado daqueles unidos a alguém pelos laços de sangue ou casamento ou amizade ou dever ou lei etc, de atênção ou companhia
  3. julgar-se ou achar-se o fulano-de-tal, estar em certa situação
  4. segurar mesmo algo, agarrar algo, prender-se ou apegar-se
    1. estar estreitamente unido a uma pessoa ou uma coisa

ἵστημι


(G2476)
hístēmi (his'-tay-mee)

2476 ιστημι histemi

uma forma prolongada de uma palavra primária σταω stao stah’-o (do mesmo significado, e usado para este em determinados tempos); TDNT - 7:638,1082; v

  1. causar ou fazer ficar de pé, colocar, pôr, estabelecer
    1. ordenar ficar de pé, [levantar-se]
      1. na presença de outros, no meio, diante de juízes, diante dos membros do Sinédrio;
      2. colocar
    2. tornar firme, fixar, estabelecer
      1. fazer uma pessoa ou algo manter o seu lugar
      2. permanecer, ser mantido íntegro (de família, um reino), escapar em segurança
      3. estabelecer algo, fazê-lo permanecer
      4. segurar ou sustentar a autoridade ou a força de algo
    3. colocar ou pôr numa balança
      1. pesar: dinheiro para alguém (porque antigamente, antes da introdução da moeda, era costume pesar os metais)
  2. permanecer
    1. ficar de pé ou próximo
      1. parar, permanecer tranqüilo, permanecer imóvel, permanecer firme
        1. da fundação de uma construção
    2. permanecer
      1. continuar seguro e são, permanecer ileso, permanecer pronto ou preparado
      2. ser de uma mente firme
      3. de qualidade, alguém que não hesita, que não desiste

καί


(G2532)
kaí (kahee)

2532 και kai

aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj

  1. e, também, até mesmo, realmente, mas

νύμφη


(G3565)
nýmphē (noom-fay')

3565 νυμφη numphe

de uma palavra primária, mas arcaica do verbo nupto (cobrir com um véu como uma noiva, cf latim “nupto,” casar); TDNT - 4:1099,657; n f

noiva

mulher casada recentemente, jovem esposa

jovem mulher

nora


νυμφίος


(G3566)
nymphíos (noom-fee'-os)

3566 νυμφιος numphios

de 3565; TDNT - 4:1099,657; n m

  1. noivo


(G3588)
ho (ho)

3588 ο ho

que inclue o feminino η he, e o neutro το to

em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo

  1. este, aquela, estes, etc.

    Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.


οὖν


(G3767)
oûn (oon)

3767 ουν oun

aparentemente, palavra raiz; partícula

  1. então, por esta razão, conseqüentemente, conformemente, sendo assim

οὗτος


(G3778)
hoûtos (hoo'-tos)

3778 ουτος houtos incluindo masculino plural nominativo ουτοι houtoi , feminino singular nominativo αυτη haute e feminino plural nominativo αυται hautai

do artigo 3588 e 846; pron

  1. este, estes, etc.

πληρόω


(G4137)
plēróō (play-ro'-o)

4137 πληροω pleroo

de 4134; TDNT - 6:286,867; v

  1. tornar cheio, completar,i.e., preencher até o máximo
    1. fazer abundar, fornecer ou suprir liberalmente
      1. Tenho em abundância, estou plenamente abastecido
  2. tornar pleno, i.e., completar
    1. preencher até o topo: assim que nada faltará para completar a medida, preencher até borda
    2. consumar: um número
      1. fazer completo em cada particular, tornar perfeito
      2. levar até o fim, realizar, levar a cabo, (algum empreendimento)
    3. efetuar, trazer à realização, realizar
      1. relativo a deveres: realizar, executar
      2. de ditos, promessas, profecias, fazer passar, ratificar, realizar
      3. cumprir, i.e., fazer a vontade de Deus (tal como conhecida na lei) ser obedecida como deve ser, e as promessas de Deus (dadas pelos profetas) receber o cumprimento

φίλος


(G5384)
phílos (fee'-los)

5384 φιλος philos

palavra primitiva; TDNT - 9:146,1262; adj

  1. amigo, ser amigável a alguém, desejar a ele tudo de bom
    1. amigo
    2. sócio
    3. aquele se associa amigavelmente com alguém, companheiro
    4. um dos amigos do noivo que em seu favor pediu a mão da noiva e prestou a ele vários serviços na realização do casamento e celebração das núpcias

φωνή


(G5456)
phōnḗ (fo-nay')

5456 φωνη phone

provavelmente semelhante a 5316 pela idéia de revelação; TDNT - 9:278,1287; n f

  1. som, tom
    1. de algo inanimado, com instrumentos musicais
  2. voz
    1. do som de palavras expressas
  3. discurso
    1. de uma linguagem, língua

χαίρω


(G5463)
chaírō (khah'-ee-ro)

5463 χαιρω chairo

verbo primário; TDNT - 9:359,1298; v

regozijar-se, estar contente

ficar extremamente alegre

  1. estar bem, ter sucesso
  2. em cumprimentos, saudação!
  3. no começo das cartas: fazer saudação, saudar

χαρά


(G5479)
chará (khar-ah')

5479 χαρα chara

de 5463; TDNT - 9:359,1298; n f

  1. alegria, satisfação
    1. a alegria recebida de você
    2. causa ou ocasião de alegria
      1. de pessoas que são o prazer de alguém

αὐτός


(G846)
autós (ow-tos')

846 αυτος autos

da partícula au [talvez semelhante a raiz de 109 pela idéia de um vento instável] (para trás); pron

  1. ele próprio, ela mesma, eles mesmos, de si mesmo
  2. ele, ela, isto
  3. o mesmo