Enciclopédia de Hebreus 5:7-7

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

hb 5: 7

Versão Versículo
ARA Ele, Jesus, nos dias da sua carne, tendo oferecido, com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas a quem o podia livrar da morte e tendo sido ouvido por causa da sua piedade,
ARC O qual, nos dias da sua carne, oferecendo, com grande clamor e lágrimas, orações e súplicas ao que o podia livrar da morte, foi ouvido quanto ao que temia.
TB Ele, nos dias da sua carne, tendo oferecido preces, e súplicas com forte clamor, e lágrimas ao que podia salvá-lo da morte e tendo sido ouvido pela sua reverência,
BGB ὃς ἐν ταῖς ἡμέραις τῆς σαρκὸς αὐτοῦ δεήσεις τε καὶ ἱκετηρίας πρὸς τὸν δυνάμενον σῴζειν αὐτὸν ἐκ θανάτου μετὰ κραυγῆς ἰσχυρᾶς καὶ δακρύων προσενέγκας καὶ εἰσακουσθεὶς ἀπὸ τῆς εὐλαβείας,
BKJ O qual nos dias da sua carne, após ele ter oferecido orações e súplicas com grande clamor e lágrimas àquele que podia livrá-lo da morte, e foi ouvido quanto ao que temia;
LTT O Qual (o Cristo), nos dias da Sua carne (quando tanto orações como súplicas, com grande clamor e lágrimas, havendo Ele oferecido Àquele que está podendo livrá-lO para- fora- da morte, e havendo sido ouvido por causa da 1538 Sua reverente- devoção),
BJ2 É ele que, nos dias de sua vida terrestre,[h] apresentou pedidos e súplicas, com veemente clamor e lágrimas, àquele que o podia salvar da morte; e foi atendido[i] por causa da sua submissão.[j]
VULG Qui in diebus carnis suæ preces, supplicationesque ad eum qui possit illum salvum facere a morte cum clamore valido, et lacrimis offerens, exauditus est pro sua reverentia.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Hebreus 5:7

Levítico 2:2 E a trará aos filhos de Arão, os sacerdotes, um dos quais tomará dela um punhado da flor de farinha e do seu azeite com todo o seu incenso; e o sacerdote queimará este memorial sobre o altar; oferta queimada é, de cheiro suave ao Senhor.
Levítico 4:4 E trará o novilho à porta da tenda da congregação, perante o Senhor, e porá a sua mão sobre a cabeça do novilho, e degolará o novilho perante o Senhor.
Salmos 18:19 Trouxe-me para um lugar espaçoso; livrou-me, porque tinha prazer em mim.
Salmos 22:1 Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? Por que te alongas das palavras do meu bramido e não me auxilias?
Salmos 22:24 Porque não desprezou nem abominou a aflição do aflito, nem escondeu dele o seu rosto; antes, quando ele clamou, o ouviu.
Salmos 40:1 Esperei com paciência no Senhor, e ele se inclinou para mim, e ouviu o meu clamor.
Salmos 69:1 Livra-me, ó Deus, pois as águas entraram até à minha alma.
Salmos 69:13 Eu, porém, faço a minha oração a ti, Senhor, num tempo aceitável; ó Deus, ouve-me segundo a grandeza da tua misericórdia, segundo a verdade da tua salvação.
Salmos 88:1 Senhor, Deus da minha salvação, diante de ti tenho clamado de dia e de noite.
Isaías 49:8 Assim diz o Senhor: No tempo favorável, te ouvi e, no dia da salvação, te ajudei, e te guardarei, e te darei por concerto do povo, para restaurares a terra e lhe dares em herança as herdades assoladas;
Isaías 53:3 Era desprezado e o mais indigno entre os homens, homem de dores, experimentado nos trabalhos e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum.
Isaías 53:11 O trabalho da sua alma ele verá e ficará satisfeito; com o seu conhecimento, o meu servo, o justo, justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre si.
Mateus 26:28 Porque isto é o meu sangue, o sangue do Novo Testamento, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados.
Mateus 26:52 Então, Jesus disse-lhe: Mete no seu lugar a tua espada, porque todos os que lançarem mão da espada à espada morrerão.
Mateus 27:46 E, perto da hora nona, exclamou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lemá sabactâni, isto é, Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?
Mateus 27:50 E Jesus, clamando outra vez com grande voz, entregou o espírito.
Marcos 14:32 E foram a um lugar chamado Getsêmani, e disse aos seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto eu oro.
Marcos 15:34 E, à hora nona, Jesus exclamou com grande voz, dizendo: Eloí, Eloí, lemá sabactâni? Isso, traduzido, é: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?
Marcos 15:37 E Jesus, dando um grande brado, expirou.
Lucas 22:41 E apartou-se deles cerca de um tiro de pedra; e, pondo-se de joelhos, orava,
Lucas 23:46 E, clamando Jesus com grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E, havendo dito isso, expirou.
João 1:14 E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.
João 11:35 Jesus chorou.
João 11:42 Eu bem sei que sempre me ouves, mas eu disse isso por causa da multidão que está ao redor, para que creiam que tu me enviaste.
João 12:27 Agora, a minha alma está perturbada; e que direi eu? Pai, salva-me desta hora; mas para isso vim a esta hora.
João 17:1 Jesus falou essas coisas e, levantando os olhos ao céu, disse: Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que também o teu Filho te glorifique a ti,
João 17:4 Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra que me deste a fazer.
Romanos 8:3 Porquanto, o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne, Deus, enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne,
Gálatas 4:4 mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei,
I Timóteo 3:16 E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: Aquele que se manifestou em carne foi justificado em espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo e recebido acima, na glória.
Hebreus 2:14 E, visto como os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas, para que, pela morte, aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo,
Hebreus 12:28 Pelo que, tendo recebido um Reino que não pode ser abalado, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus agradavelmente com reverência e piedade;
Hebreus 13:20 Ora, o Deus de paz, que pelo sangue do concerto eterno tornou a trazer dos mortos a nosso Senhor Jesus Cristo, grande Pastor das ovelhas,
I João 4:3 e todo espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que está já no mundo.
II João 1:7 Porque já muitos enganadores entraram no mundo, os quais não confessam que Jesus Cristo veio em carne. Este tal é o enganador e o anticristo.

Notas de rodapé da LTT

As notas de rodapé presentes na Bíblia versão LTT, Bíblia Literal do Texto Tradicional, são explicações adicionais fornecidas pelos tradutores para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas são baseadas em referências bíblicas, históricas e linguísticas, bem como em outros estudos teológicos e literários, a fim de fornecer um contexto mais preciso e uma interpretação mais fiel ao texto original. As notas de rodapé são uma ferramenta útil para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira compreender melhor o significado e a mensagem das Escrituras Sagradas.
 1538

Hb 5:7 "POR CAUSA DA": Seguimos léxicos, Tyndale ("because he had God in reverence"), Reina-Valera ("por"), Darby em inglês ("because of"), Darby em francês ("à cause de"), Diodati ("per"), etc. Ver http://solascriptura-tt.org/Cristologia/Heb5.7-JesusNUNCATemeuMorteSofrimentoNoGetsemaniOuCruz.htm


Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras


CARLOS TORRES PASTORINO

hb 5:7
Sabedoria do Evangelho - Volume 4

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 13
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 16:24-28


24. Jesus disse então o seus discípulos: "Se alguém quer vir após mim, neguese a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.


25. Porque aquele que quiser preservar sua alma. a perderá; e quem perder sua alma por minha causa, a achará.


26. Pois que aproveitará ao homem se ganhar o mundo inteiro e perder sua alma? Ou que dará o homem em troca de sua alma?


27. Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai, com seus mensageiros, e então retribuirá a cada um segundo seu comportamento.


28. Em verdade vos digo, que alguns dos aqui presentes absolutamente experimentarão a morte até que o Filho do Homem venha em seu reino. MC 8:34-38 e MC 9:1


34. E chamando a si a multidão, junto com seus discípulos disse-lhes: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.


35. Porque quem quiser preservar sua alma, a perderá; e quem perder sua alma por amor de mim e da Boa-Nova, a preservará.


36. Pois que adianta a um homem ganhar o mundo inteiro e perder sua alma?


37. E que daria um homem em troca de sua alma?


38. Porque se alguém nesta geração adúltera e errada se envergonhar de mim e de minhas doutrinas, também dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na glória de seu Pai com seus santos mensageiros". 9:1 E disse-lhes: "Em verdade em verdade vos digo que há alguns dos aqui presentes, os quais absolutamente experimentarão a morte, até que vejam o reino de Deus já chegado em força".


LC 9:23-27


23. Dizia, então, a todos: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia sua cruz e siga-me.


24. Pois quem quiser preservar sua alma, a perderá; mas quem perder sua alma por amor de mim, esse a preservará.


25. De fato, que aproveita a um homem se ganhar o mundo inteiro, mas arruinar-se ou causar dano a si mesmo?


26. Porque aquele que se envergonhar de mim e de minhas doutrinas, dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na sua glória, na do Pai e na dos santos mensageiros.


27. Mas eu vos digo verdadeiramente, há alguns dos aqui presentes que não experimentarão a morte até que tenham visto o reino de Deus.


Depois do episódio narrado no último capítulo, novamente Jesus apresenta uma lição teórica, embora bem mais curta que as do Evangelho de João.


Segundo Mateus, a conversa foi mantida com Seus discípulos. Marcos, entretanto, revela que Jesu "chamou a multidão" para ouvi-la, como que salientando que a aula era "para todos"; palavras, aliás, textuais em Lucas.


Achava-se a comitiva no território não-israelita ("pagão") de Cesareia de Filipe, e certamente os moradores locais haviam observado aqueles homens e mulheres que perambulavam em grupo homogêneo.


Natural que ficassem curiosos, a "espiar" por perto. A esses, Jesus convida que se aproximem para ouvir os ensinamentos e as exigências impostas a todos os que ambicionavam o DISCIPULATO, o grau mais elevado dos três citados pelo Mestre: justos (bons), profetas (médiuns) e discípulos (ver vol. 3).


As exigências são apenas três, bem distintas entre si, e citadas em sequência gradativa da menor à maior. Observamos que nenhuma delas se prende a saber, nem a dizer, nem a crer, nem a fazer, mas todas se baseiam em SER. O que vale é a evolução interna, sem necessidade de exteriorizações, nem de confissões, nem de ritos.


No entanto, é bem frisada a vontade livre: "se alguém quiser"; ninguém é obrigado; a espontaneidade deve ser absoluta, sem qualquer coação física nem moral. Analisemos.


Vimos, no episódio anterior, o Mestre ordenar a Pedro que "se colocasse atrás Dele". Agora esclarece: " se alguém QUER ser SEU discípulo, siga atrás Dele". E se tem vontade firme e inabalável, se o QUER, realize estas três condições:

1. ª - negue-se a si mesmo (Lc. arnésasthô; Mat. e Mr. aparnésasthô eautón).


2. ª - tome (carregue) sua cruz (Lc. "cada dia": arátô tòn stáurou autoú kath"hêméran);

3. ª - e siga-me (akoloutheítô moi).


Se excetuarmos a negação de si mesmo, já ouvíramos essas palavras em MT 10:38 (vol. 3).


O verbo "negar-se" ou "renunciar-se" (aparnéomai) é empregado por Isaías (Isaías 31:7) para descrever o gesto dos israelitas infiéis que, esclarecidos pela derrota dos assírios, rejeitaram ou negaram ou renunciaram a seus ídolos. E essa é a atitude pedida pelo Mestre aos que QUEREM ser Seus discípulos: rejeitar o ídolo de carne que é o próprio corpo físico, com sua sequela de sensações, emoções e intelectualismo, o que tudo constitui a personagem transitória a pervagar alguns segundos na crosta do planeta.


Quanto ao "carregar a própria cruz", já vimos (vol. 3), o que significava. E os habitantes da Palestina deviam estar habituados a assistir à cena degradante que se vinha repetindo desde o domínio romano, com muita frequência. Para só nos reportarmos a Flávio Josefo, ele cita-nos quatro casos em que as crucificações foram em massa: Varus que fez crucificar 2. 000 judeus, por ocasião da morte, em 4 A. C., de Herodes o Grande (Ant. Jud. 17. 10-4-10); Quadratus, que mandou crucificar todos os judeus que se haviam rebelado (48-52 A. D.) e que tinham sido aprisionados por Cumarus (Bell. Jud. 2. 12. 6); em 66 A. D. até personagens ilustres foram crucificadas por Gessius Florus (Bell. Jud. 2. 14. 9); e Tito que, no assédio de Jerusalém, fez crucificar todos os prisioneiros, tantos que não havia mais nem madeira para as cruzes, nem lugar para plantá-las (Bell. Jud. 5. 11. 1). Por aí se calcula quantos milhares de crucificações foram feitas antes; e o espetáculo do condenado que carregava às costas o instrumento do próprio suplício era corriqueiro. Não se tratava, portanto, de uma comparação vazia de sentido, embora constituindo uma metáfora. E que o era, Lucas encarrega-se de esclarecê-lo, ao acrescentar "carregue cada dia a própria cruz". Vemos a exigência da estrada de sacrifícios heroicamente suportados na luta do dia a dia, contra os próprios pendores ruins e vícios.


A terceira condição, "segui-Lo", revela-nos a chave final ao discipulato de tal Mestre, que não alicia discípulos prometendo-lhes facilidades nem privilégios: ao contrário. Não basta estudar-Lhe a doutrina, aprofundar-Lhe a teologia, decorar-Lhe as palavras, pregar-Lhe os ensinamentos: é mister SEGUILO, acompanhando-O passo a passo, colocando os pés nas pegadas sangrentas que o Rabi foi deixando ao caminhar pelas ásperas veredas de Sua peregrinação terrena. Ele é nosso exemplo e também nosso modelo vivo, para ser seguido até o topo do calvário.


Aqui chegamos a compreender a significação plena da frase dirigida a Pedro: "ainda és meu adversário (porque caminhas na direção oposta a mim, e tentas impedir-me a senda dolorosa e sacrificial): vai para trás de mim e segue-me; se queres ser meu discípulo, terás que renunciar a ti mesmo (não mais pensando nas coisas humanas); que carregar também tua cruz sem que me percas de vista na dura, laboriosa e dorida ascensão ao Reino". Mas isto, "se o QUERES" ... Valerá a pena trilhar esse áspero caminho cheio de pedras e espinheiros?


O versículo seguinte (repetição, com pequena variante de MT 10:39; cfr. vol. 3) responde a essa pergunta.


As palavras dessa lição são praticamente idênticas nos três sinópticos, demonstrando a impress ão que devem ter causado nos discípulos.


Sim, porque quem quiser preservar sua alma (hós eán thélei tên psychên autòn sõsai) a perderá (apolêsei autên). Ainda aqui encontramos o verbo sôzô, cuja tradução "salvar" (veja vol. 3) dá margem a tanta ambiguidade atualmente. Neste passo, a palavra portuguesa "preservar" (conservar, resguardar) corresponde melhor ao sentido do contexto. O verbo apolesô "perder", só poderia ser dado também com a sinonímia de "arruinar" ou "degradar" (no sentido etimológico de "diminuir o grau").


E o inverso é salientado: "mas quem a perder "hós d"án apolésêi tên psychên autoú), por minha causa (héneken emoú) - e Marcos acrescenta "e da Boa Nova" (kaì toú euaggelíou) - esse a preservará (sósei autén, em Marcos e Lucas) ou a achará (heurêsei autén, em Mateus).


A seguir pergunta, como que explicando a antinomia verbal anterior: "que utilidade terá o homem se lucrar todo o mundo físico (kósmos), mas perder - isto é, não evoluir - sua alma? E qual o tesouro da Terra que poderia ser oferecido em troca (antállagma) da evolução espiritual da criatura? Não há dinheiro nem ouro que consiga fazer um mestre, riem que possa dar-se em troca de uma iniciação real.


Bens espirituais não podem ser comprados nem "trocados" por quantias materiais. A matemática possui o axioma válido também aqui: quantidades heterogêneas não podem somar-se.


O versículo seguinte apresenta variantes.


MATEUS traz a afirmação de que o Filho do Homem virá com a glória de seu Pai, em companhia de Seus Mensageiros (anjos), para retribuir a cada um segundo seus atos. Traduzimos aqui dóxa por "glória" (veja vol. 1 e vol. 3), porque é o melhor sentido dentro do contexto. E entendemos essa glória como sinônimo perfeito da "sintonia vibratória" ou a frequência da tônica do Pai (Verbo, Som). A atribui ção a cada um segundo "seus atos" (tên práxin autoú) ou talvez, bem melhor, de acordo com seu comportamento, com a "prática" da vida diária. Não são realmente os atos, sobretudo isolados (mesmo os heroicos) que atestarão a Evolução de uma criatura, mas seu comportamento constante e diuturno.


MARCOS diz que se alguém, desta geração "adúltera", isto é, que se tornou "infiel" a Deus, traindo-O por amar mais a matéria que o espírito, e "errada" na compreensão das grandes verdades, "se envergonhar" (ou seja "desafinar", não-sintonizar), também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier com a glória do Pai, em companhia de Seus mensageiros (anjos).


LUCAS repete as palavras de Marcos (menos a referência à Boa Nova), salientando, porém, que o Filho do Homem virá com Sua própria glória, com a glória do Pai, e com a glória dos santos mensageiros (anjos).


E finalmente o último versículo, em que só Mateus difere dos outros dois, os quais, no entanto, nos parecem mais conformes às palavras originais.


Afirma o Mestre "alguns dos aqui presentes" (eisin tines tõn hõde hestótõn), os quais não experimentar ão (literalmente: "não saborearão, ou mê geúsôntai) a morte, até que vejam o reino de Deus chegar com poder. Mateus em vez de "o reino de Deus", diz "o Filho do Homem", o que deu margem à expectativa da parusia (ver vol. 3), ainda para os indivíduos daquela geração.


Entretanto, não se trata aqui, de modo algum, de uma parusia escatológica (Paulo avisa aos tessalonicenses que não o aguardem "como se já estivesse perto"; cfr. 1. ª Tess. 2: lss), mas da descoberta e conquista do "reino de Deus DENTRO de cada um" (cfr. LC 17:21), prometido para alguns "dos ali presentes" para essa mesma encarnação.


A má interpretação provocou confusões. Os gnósticos (como Teodósio), João Crisóstomo, Teofilacto e outros - e modernamente o cardeal Billot, S. J. (cfr. "La Parousie", pág. 187), interpretam a "vinda na glória do Filho do Homem" como um prenúncio da Transfiguração; Cajetan diz ser a Ressurreição;


Godet acha que foi Pentecostes; todavia, os próprios discípulos de Jesus, contemporâneos dos fatos, não interpretaram assim, já que após a tudo terem assistido, inclusive ao Pentecostes, continuaram esperando, para aqueles próximos anos, essa vinda espetacular. Outros recuaram mais um pouco no tempo, e viram essa "vinda gloriosa" na destruição de Jerusalém, como "vingança" do Filho do Homem; isso, porém, desdiz o perdão que Ele mesmo pedira ao Pai pela ignorância de Seus algozes (D. Calmet, Knabenbauer, Schanz, Fillion, Prat, Huby, Lagrange); e outros a interpretaram como sendo a difusão do cristianismo entre os pagãos (Gregório Magno, Beda, Jansênio, Lamy).


Penetremos mais a fundo o sentido.


Na vida literária e artística, em geral, distinguimos nitidamente o "aluno" do "discípulo". Aluno é quem aprende com um professor; discípulo é quem segue a trilha antes perlustrada por um mestre. Só denominamos "discípulo" aquele que reproduz em suas obras a técnica, a "escola", o estilo, a interpretação, a vivência do mestre. Aristóteles foi aluno de Platão, mas não seu discípulo. Mas Platão, além de ter sido aluno de Sócrates, foi também seu discípulo. Essa distinção já era feita por Jesus há vinte séculos; ser Seu discípulo é segui-Lo, e não apenas "aprender" Suas lições.


Aqui podemos desdobrar os requisitos em quatro, para melhor explicação.


Primeiro: é necessário QUERER. Sem que o livre-arbítrio espontaneamente escolha e decida, não pode haver discipulato. Daí a importância que assume, no progresso espiritual, o aprendizado e o estudo, que não podem limitar-se a ouvir rápidas palavras, mas precisam ser sérios, contínuos e profundos.


Pois, na realidade, embora seja a intuição que ilumina o intelecto, se este não estiver preparado por meio do conhecimento e da compreensão, não poderá esclarecer a vontade, para que esta escolha e resolva pró ou contra.


O segundo é NEGAR-SE a si mesmo. Hoje, com a distinção que conhecemos entre o Espírito (individualidade) e a personagem terrena transitória (personalidade), a frase mais compreensível será: "negar a personagem", ou seja, renunciar aos desejos terrenos, conforme ensinou Sidarta Gotama, o Buddha.


Cientificamente poderíamos dizer: superar ou abafar a consciência atual, para deixar que prevaleça a super-consciência.


Essa linguagem, entretanto, seria incompreensível àquela época. Todavia, as palavras proferidas pelo Mestre são de meridiana clareza: "renunciar a si mesmo". Observando-se que, pelo atraso da humanidade, se acredita que o verdadeiro eu é a personagem, e que a consciência atual é a única, negar essa personagem e essa consciência exprime, no fundo, negar-se "a si mesmo". Diz, portanto, o Mestre: " esse eu, que vocês julgam ser o verdadeiro eu, precisa ser negado". Nada mais esclarece, já que não teria sido entendido pela humanidade de então. No entanto, aqueles que seguissem fielmente Sua lição, negando seu eu pequeno e transitório, descobririam, por si mesmos, automaticamente, em pouco tempo, o outro Eu, o verdadeiro, coisa que de fato ocorreu com muitos cristãos.


Talvez no início possa parecer, ao experimentado: desavisado, que esse Eu verdadeiro seja algo "externo".


Mas quando, por meio da evolução, for atingido o "Encontro Místico", e o Cristo Interno assumir a supremacia e o comando, ele verificará que esse Divino Amigo não é um TU desconhecido, mas antes constitui o EU REAL. Além disso, o Mestre não se satisfez com a explanação teórica verbal: exemplificou, negando o eu personalístico de "Jesus", até deixá-lo ser perseguido, preso, caluniado, torturado e assassinado. Que Lhe importava o eu pequeno? O Cristo era o verdadeiro Eu Profundo de Jesus (como de todos nós) e o Cristo, com a renúncia e negação do eu de Jesus, pode expandir-se e assumir totalmente o comando da personagem humana de Jesus, sendo, às vezes, difícil distinguir quando falava e agia "Jesus" e quando agia e falava "o Cristo". Por isso em vez de Jesus, temos nele O CRISTO, e a história o reconhece como "Jesus", O CRISTO", considerando-o como homem (Jesus) e Deus (Cristo).


Essa anulação do eu pequeno fez que a própria personagem fosse glorificada pela humildade, e o nome humano negado totalmente se elevasse acima de tudo, de tal forma que "ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na Terra e debaixo da terra" (Filp. 2:10).


Tudo isso provocou intermináveis discussões durante séculos, por parte dos que não conseguiram penetrar a realidade dos acontecimentos, caracterizados, então, de "mistério": são duas naturezas ou uma? Como se realizou a união hipostática? Teria a Divindade absorvido a humanidade?


Por que será que uma coisa tão clara terá ficado incompreendida por tantos luminares que trataram deste assunto? O Eu Profundo de todas as criaturas é o Deus Interno, que se manifestará em cada um exatamente na proporção em que este renunciar ao eu pequeno (personagem), para deixar campo livre à expressão do Cristo Interno Divino. Todos somos deuses (cfr. Salmo 81:6 e JO 10:34) se negarmos totalmente nosso eu pequeno (personagem humana), deixando livre expansão à manifestação do Cristo que em todos habita. Isso fez Jesus. Se a negação for absoluta e completa, poderemos dizer com Paulo que, nessa criatura, "habita a plenitude da Divindade" (CL 2:9). E a todos os que o fizerem, ser-lhes-á exaltado o nome acima de toda criação" (cfr. Filp. 2:5-11).


Quando isto tiver sido conseguido, a criatura "tomará sua cruz cada dia" (cada vez que ela se apresentar) e a sustentará galhardamente - quase diríamos triunfalmente - pois não mais será ela fonte de abatimentos e desânimos, mas constituirá o sofrimento-por-amor, a dor-alegria, já que é a "porta estreita" (MT 7:14) que conduzirá à felicidade total e infindável (cfr. Pietro Ubaldi, "Grande Síntese, cap. 81).


No entanto, dado o estágio atual da humanidade, a cruz que temos que carregar ainda é uma preparação para o "negar-se". São as dores físicas, as incompreensões morais, as torturas do resgate de carmas negativos mais ou menos pesados, em vista do emaranhado de situações aflitivas, das "montanhas" de dificuldades que se erguem, atravancando nossos caminhos, do sem-número de moléstias e percalços, do cortejo de calúnias e martírios inomináveis e inenarráveis.


Tudo terá que ser suportado - em qualquer plano - sem malsinar a sorte, sem desesperos, sem angústias, sem desfalecimentos nem revoltas, mas com aceitação plena e resignação ativa, e até com alegria no coração, com a mais sólida, viva e inabalável confiança no Cristo-que-é-nosso-Eu, no Deus-

Imanente, na Força-Universal-Inteligente e Boa, que nos vivifica e prepara, de dentro de nosso âmago mais profundo, a nossa ascensão real, até atingirmos TODOS, a "plena evolução crística" (EF 4:13).


A quarta condição do discipulato é também clara, não permitindo ambiguidade: SEGUI-LO. Observese a palavra escolhida com precisão. Poderia ter sido dito "imitá-Lo". Seria muito mais fraco. A imitação pode ser apenas parcial ou, pior ainda, ser simples macaqueação externa (usar cabelos compridos, barbas respeitáveis, vestes talares, gestos estudados), sem nenhuma ressonância interna.


Não. Não é imitá-Lo apenas, é SEGUI-LO. Segui-Lo passo a passo pela estrada evolutiva até atingir a meta final, o ápice, tal como Ele o FEZ: sem recuos, sem paradas, sem demoras pelo caminho, sem descanso, sem distrações, sem concessões, mas marchando direto ao alvo.


SEGUI-LO no AMOR, na DEDICAÇÃO, no SERVIÇO, no AUTO-SACRIFÍCIO, na HUMILDADE, na RENÚNCIA, para que de nós se possa afirmar como Dele foi feito: "fez bem todas as coisas" (MC 7. 37) e: "passou pela Terra fazendo o bem e curando" (AT 10:38).


Como Mestre de boa didática, não apresenta exigências sem dar as razões. Os versículos seguintes satisfazem a essa condição.


Aqui, como sempre, são empregados os termos filosóficos com absoluta precisão vocabular (elegantia), não deixando margem a qualquer dúvida. A palavra usada é psychê, e não pneuma; é alma e nã "espírito" (em adendo a este capítulo daremos a "constituição do homem" segundo o Novo Testamento).


A alma (psychê) é a personagem humana em seu conjunto de intelecto-emoções, excluído o corpo denso e as sensações do duplo etérico. Daí a definição da resposta 134 do "Livro dos Espíritos": "alma é o espírito encarnado", isto é, a personagem humana que habita no corpo denso.

Aí está, pois, a chave para a interpretação do "negue-se a si mesmo": esse eu, a alma, é a personagem que precisa ser negada, porque, quem não quiser fazê-lo, quem pretender preservar esse eu, essa alma, vai acabar perdendo-a, já que, ao desencarnar, estará com "as mãos vazias". Mas aquele que por causa do Cristo Interno - renunciar e perder essa personagem transitória, esse a encontrará melhorada (Mateus), esse a preservará da ruína (Marcos e Lucas).


E prossegue: que adiantará acumular todas as riquezas materiais do mundo, se a personalidade vai cair no vazio? Nada de material pode ser-lhe comparado. No entanto, se for negada, será exaltada sobre todas as coisas (cfr. o texto acima citado, Filp. 2:5-11).


Todas e qualquer evolução do Espírito é feita exclusivamente durante seu mergulho na carne (veja atrás). Só através das personagens humanas haverá ascensão espiritual, por meio do "ajustamento sintônico". Então, necessidade absoluta de consegui-lo, não "se envergonhando", isto é, não desafinando da tônica do Pai (Som) que tudo cria, governa e mantém. Enfrentar o mundo sem receio, sem" respeitos humanos", e saber recusá-lo também, para poder obter o Encontro Místico com o Cristo Interno. Se a criatura "se envergonha" e se retrai, (não sintoniza) não é possível conseguir o Contato Divino, e o Filho do Homem também a evitará ("se envergonhará" dessa criatura). Só poderá haver a" descida da graça" ou a unificação com o Cristo, "na glória (tônica) do Pai (Som-Verbo), na glória (tônica) do próprio Cristo (Eu Interno), na glória de todos os santos mensageiros", se houver a coragem inquebrantável de romper com tudo o que é material e terreno, apagando as sensações, liquidando as emoções, calando o intelecto, suplantando o próprio "espírito" encarnado, isto é, PERDENDO SUA ALMA: só então "a achará", unificada que estará com o Cristo, Nele mergulhada (batismo), "como a gota no oceano" (Bahá"u"lláh). Realmente, a gota se perde no oceano mas, inegavelmente, ao deixar de ser gota microscópica, ela se infinitiva e se eterniza tornando-se oceano...

Em Mateus é-nos dado outro aviso: ao entrar em contato com a criatura, esta "receberá de acordo com seu comportamento" (pláxin). De modo geral lemos nas traduções correntes "de acordo com suas obras". Mas isso daria muito fortemente a ideia de que o importante seria o que o homem FAZ, quando, na realidade, o que importa é o que o homem É: e a palavra comportamento exprime-o melhor que obras; ora, a palavra do original práxis tem um e outro sentido.


Evidentemente, cada ser só poderá receber de acordo com sua capacidade, embora todos devam ser cheios, replenos, com "medida sacudida e recalcada" (cfr. Lc. 5:38).


Mas há diferença de capacidade entre o cálice, o copo, a garrafa, o litro, o barril, o tonel... De acordo com a própria capacidade, com o nível evolutivo, com o comportamento de cada um, ser-lhe-á dado em abundância, além de toda medida. Figuremos uma corrente imensa, que jorra permanentemente luz e força, energia e calor. O convite é-nos feito para aproximar-nos e recolher quanto quisermos.


Acontece, porém, que cada um só recolherá conforme o tamanho do vasilhame que levar consigo.


Assim o Cristo Imanente e o Verbo Criador e Conservador SE DERRAMAM infinitamente. Mas nós, criaturas finitas, só recolheremos segundo nosso comportamento, segundo a medida de nossa capacidade.


Não há fórmulas mágicas, não há segredos iniciáticos, não peregrinações nem bênçãos de "mestres", não há sacramentos nem sacramentais, que adiantem neste terreno. Poderão, quando muito, servir como incentivo, como animação a progredir, mas por si, nada resolvem, já que não agem ex ópere operantis nem ex opere operatus, mas sim ex opere recipientis: a quantidade de recebimento estará de acordo com a capacidade de quem recebe, não com a grandeza de quem dá, nem com o ato de doação.


E pode obter-se o cálculo de capacidade de cada um, isto é, o degrau evolutivo em que se encontra no discipulato de Cristo, segundo as várias estimativas das condições exigidas:

a) - pela profundidade e sinceridade na renúncia ao eu personalístico, quando tudo é feito sem cogitar de firmar o próprio nome, sem atribuir qualquer êxito ao próprio merecimento (não com palavras, mas interiormente), colaborando com todos os "concorrentes", que estejam em idêntica senda evolutiva, embora nos contrariem as ideias pessoais, mas desde que sigam os ensinos de Cristo;


b) - pela resignação sem queixas, numa aceitação ativa, de todas as cruzes, que exprimam atos e palavras contra nós, maledicências e calúnias, sem respostas nem defesas, nem claras nem veladas (já nem queremos acenar à contra-ataques e vinganças).


c) - pelo acompanhar silencioso dos passos espirituais no caminho do auto-sacrifício por amor aos outros, pela dedicação integral e sem condições; no caminho da humildade real, sem convencimentos nem exterioridades; no caminho do serviço, sem exigências nem distinções; no caminho do amor, sem preferências nem limitações. O grau dessas qualidades, todas juntas, dará uma ideia do grau evolutivo da criatura.


Assim entendemos essas condições: ou tudo, à perfeição; ou pouco a pouco, conquistando uma de cada vez. Mas parado, ninguém ficará. Se não quiser ir espontaneamente, a dor o aguilhoará, empurrandoo para a frente de qualquer forma.


No entanto, uma promessa relativa à possibilidade desse caminho é feita claramente: "alguns dos que aqui estão presentes não experimentarão a morte até conseguirem isso". A promessa tanto vale para aquelas personagens de lá, naquela vida física, quanto para os Espíritos ali presentes, garantindo-selhes que não sofreriam queda espiritual (morte), mas que ascenderiam em linha reta, até atingir a meta final: o Encontro Sublime, na União mística absoluta e total.


Interessante a anotação de Marcos quando acrescenta: O "reino de Deus chegado em poder". Durante séculos se pensou no poder externo, a espetacularidade. Mas a palavra "en dynámei" expressa muito mais a força interna, o "dinamismo" do Espírito, a potencialidade crística a dinamizar a criatura em todos os planos.


O HOMEM NO NOVO TESTAMENTO


O Novo Testamento estabelece, com bastante clareza, a constituição DO HOMEM, dividindo o ser encarnado em seus vários planos vibratórios, concordando com toda a tradição iniciática da Índia e Tibet, da China, da Caldeia e Pérsia, do Egito e da Grécia. Embora não encontremos o assunto didaticamente esquematizado em seus elementos, o sentido filosófico transparece nítido dos vários termos e expressões empregados, ao serem nomeadas as partes constituintes do ser humano, ou seja, os vários níveis em que pode tornar-se consciente.


Algumas das palavras são acolhidas do vocabulário filosófico grego (ainda que, por vezes, com pequenas variações de sentido); outras são trazidas da tradição rabínica e talmúdica, do centro iniciático que era a Palestina, e que já entrevemos usadas no Antigo Testamento, sobretudo em suas obras mais recentes.


A CONCEPÇÃO DA DIVINDADE


Já vimos (vol, 1 e vol. 3 e seguintes), que DEUS, (ho théos) é apresentado, no Novo Testamento, como o ESPÍRITO SANTO (tò pneuma tò hágion), o qual se manifesta através do Pai (patêr) ou Lógos (Som Criador, Verbo), e do Filho Unigênito (ho hyiós monogenês), que é o Cristo Cósmico.


DEUS NO HOMEM


Antes de entrar na descrição da concepção do homem, no Novo Testamento, gostaríamos de deixar tem claro nosso pensamento a respeito da LOCALIZAÇÃO da Centelha Divina ou Mônada NO CORA ÇÃO, expressão que usaremos com frequência.


A Centelha (Partícula ou Mônada) é CONSIDERADA por nós como tal; mas, na realidade, ela não se separa do TODO (cfr. vol. 1); logo, ESTÁ NO TODO, e portanto É O TODO (cfr. JO 1:1).


O "TODO" está TODO em TODAS AS COISAS e em cada átomo de cada coisa (cfr. Agostinho, De Trin. 6, 6 e Tomás de Aquino, Summa Theologica, I, q. 8, art. 2, ad 3um; veja vol. 3, pág. 145).


Entretanto, os seres e as coisas acham-se limitados pela forma, pelo espaço, pelo tempo e pela massa; e por isso afirmamos que em cada ser há uma "centelha" ou "partícula" do TODO. No entanto, sendo o TODO infinito, não tem extensão; sendo eterno, é atemporal; sendo indivisível, não tem dimensão; sendo O ESPÍRITO, não tem volume; então, consequentemente, não pode repartir-se em centelhas nem em partículas, mas é, concomitantemente, TUDO EM TODAS AS COISAS (cfr. l. ª Cor. 12:6).


Concluindo: quando falamos em "Centelha Divina" e quando afirmamos que ela está localizada no coração, estamos usando expressões didáticas, para melhor compreensão do pensamento, dificílimo (quase impossível) de traduzir-se em palavras.


De fato, porém, a Divindade está TODA em cada célula do corpo, como em cada um dos átomos de todos os planos espirituais, astrais, físicos ou quaisquer outros que existam. Em nossos corpos físicos e astral, o coração é o órgão preparado para servir de ponto de contato com as vibrações divinas, através, no físico, do nó de Kait-Flake e His; então, didaticamente, dizemos que "o coração é a sede da Centelha Divina".


A CONCEPÇÃO DO HOMEM


O ser humano (ánthrôpos) é considerado como integrado por dois planos principais: a INDIVIDUALIDADE (pneuma) e a PERSONAGEM ou PERSONALIDADE; esta subdivide-se em dois: ALMA (psychê) e CORPO (sôma).


Mas, à semelhança da Divindade (cfr. GN 1:27), o Espírito humano (individualidade ou pneuma) possui tríplice manifestação: l. ª - a CENTELHA DIVINA, ou Cristo, partícula do pneuma hágion; essa centelha que é a fonte de todo o Espirito, está localizada e representada quase sempre por kardia (coração), a parte mais íntima e invisível, o âmago, o Eu Interno e Profundo, centro vital do homem;


2. ª - a MENTE ESPIRITUAL, parte integrante e inseparável da própria Centelha Divina. A Mente, em sua função criadora, é expressa por noús, e está também sediada no coração, sendo a emissora de pensamentos e intuições: a voz silenciosa da super-consciência;


3. ª - O ESPÍRITO, ou "individualização do Pensamento Universal". O "Espírito" propriamente dito, o pneuma, surge "simples e ignorante" (sem saber), e percorre toda a gama evolutiva através dos milênios, desde os mais remotos planos no Antissistema, até os mais elevados píncaros do Sistema (Pietro Ubaldi); no entanto, só recebe a designação de pneuma (Espírito) quando atinge o estágio hominal.


Esses três aspectos constituem, englobamente, na "Grande Síntese" de Pietro Ubaldi, o "ALPHA", o" espírito".


Realmente verificamos que, de acordo com GN 1:27, há correspondência perfeita nessa tríplice manifesta ção do homem com a de Deus: A - ao pneuma hágion (Espírito Santo) correspondente a invisível Centelha, habitante de kardía (coração), ponto de partida da existência;


B - ao patêr (Pai Criador, Verbo, Som Incriado), que é a Mente Divina, corresponde noús (a mente espiritual) que gera os pensamentos e cria a individualização de um ser;


C - Ao Filho Unigênito (Cristo Cósmico) corresponde o Espírito humano, ou Espírito Individualizado, filho da Partícula divina, (a qual constitui a essência ou EU PROFUNDO do homem); a individualidade é o EU que percorre toda a escala evolutiva, um Eu permanente através de todas as encarnações, que possui um NOME "escrito no livro da Vida", e que terminará UNIFICANDO-SE com o EU PROFUNDO ou Centelha Divina, novamente mergulhando no TODO. (Não cabe, aqui, discutir se nessa unificação esse EU perde a individualidade ou a conserva: isso é coisa que está tão infinitamente distante de nós no futuro, que se torna impossível perceber o que acontecerá).


No entanto, assim como Pneuma-Hágion, Patêr e Hyiós (Espírito-Santo, Pai e Filho) são apenas trê "aspectos" de UM SÓ SER INDIVISÍVEL, assim também Cristo-kardía, noús e pneuma (CristoSABEDORIA DO EVANGELHO coração, mente espiritual e Espírito) são somente três "aspectos" de UM SÓ SER INDIVÍVEL, de uma criatura humana.


ENCARNAÇÃO


Ao descer suas vibrações, a fim de poder apoiar-se na matéria, para novamente evoluir, o pneuma atinge primeiro o nível da energia (o BETA Ubaldiano), quando então a mente se "concretiza" no intelecto, se materializa no cérebro, se horizontaliza na personagem, começando sua "crucificação". Nesse ponto, o pneuma já passa a denominar-se psychê ou ALMA. Esta pode considerar-se sob dois aspectos primordiais: a diánoia (o intelecto) que é o "reflexo" da mente, e a psychê propriamente dita isto é, o CORPO ASTRAL, sede das emoções.


Num último passo em direção à matéria, na descida que lhe ajudará a posterior subida, atinge-se então o GAMA Ubaldiano, o estágio que o Novo Testamento designa com os vocábulos diábolos (adversário) e satanás (antagonista), que é o grande OPOSITOR do Espírito, porque é seu PÓLO NEGATIVO: a matéria, o Antissistema. Aí, na matéria, aparece o sôma (corpo), que também pode subdividir-se em: haima (sangue) que constitui o sistema vital ou duplo etérico e sárx (carne) que é a carapaça de células sólidas, último degrau da materialização do espírito.


COMPARAÇÃO


Vejamos se com um exemplo grosseiro nos faremos entender, não esquecendo que omnis comparatio claudicat.


Observemos o funcionamento do rádio. Há dois sistemas básicos: o transmissor (UM) e os receptores (milhares, separados uns dos outros).


Consideremos o transmissor sob três aspectos: A - a Força Potencial, capaz de transmitir;


B - a Antena Emissora, que produz as centelas;


C - a Onda Hertziana, produzida pelas centelhas.


Mal comparando, aí teríamos:

a) - o Espirito-Santo, Força e Luz dos Universos, o Potencial Infinito de Amor Concreto;


b) - o Pai, Verbo ou SOM, ação ativa de Amante, que produz a Vida


c) - o Filho, produto da ação (do Som), o Amado, ou seja, o Cristo Cósmico que permeia e impregna tudo.


Não esqueçamos que TUDO: atmosfera, matéria, seres e coisas, no raio de ação do transmissor, ficam permeados e impregnados em todos os seus átomos com as vibrações da onda hertziana, embora seja esta invisível e inaudível e insensível, com os sentidos desarmados; e que os três elementos (Força-
Antena e Onda) formam UM SÓ transmissor o Consideremos, agora, um receptor. Observaremos que a recepção é feita em três estágios:

a) - a captação da onda


b) - sua transformação


c) - sua exteriorização Na captação da onda, podemos distinguir - embora a operação seja uma só - os seguintes elementos: A - a onda hertziana, que permeia e impregna todos os átomos do aparelho receptor, mas que é captada realmente apenas pela antena;


B - o condensador variável, que estabelece a sintonia com a onda emitida pelo transmissor. Esses dois elementos constituem, de fato, C - o sistema RECEPTOR INDIVIDUAL de cada aparelho. Embora a onda hertziana seja UMA, emitida pelo transmissor, e impregne tudo (Cristo Cósmico), nós nos referimos a uma onda que entra no aparelho (Cristo Interno) e que, mesmo sendo perfeita; será recebida de acordo com a perfeição relativa da antena (coração) e do condensador variável (mente). Essa parte representaria, então, a individualidade, o EU PERFECTÍVEL (o Espírito).


Observemos, agora, o circuito interno do aparelho, sem entrar em pormenores, porque, como dissemos, a comparação é grosseira. Em linhas gerais vemos que a onda captada pelo sistema receptor propriamente dito, sofre modificações, quando passa pelo circuito retificador (que transforma a corrente alternada em contínua), e que representaria o intelecto que horizontaliza as ideias chegadas da mente), e o circuito amplificador, que aumenta a intensidade dos sinais (que seria o psiquismo ou emoções, próprias do corpo astral ou alma).


Uma vez assim modificada, a onda atinge, com suas vibrações, o alto-falante que vibra, reproduzindo os sinais que chegam do transmissor isto é, sentindo as pulsações da onda (seria o corpo vital ou duplo etérico, que nos dá as sensações); e finalmente a parte que dá sonoridade maior, ou seja, a caixa acústica ou móvel do aparelho (correspondente ao corpo físico de matéria densa).


Ora, quanto mais todos esses elementos forem perfeitos, tanto mais fiel e perfeito será a reprodução da onda original que penetrou no aparelho. E quanto menos perfeitos ou mais defeituosos os elementos, mais distorções sofrerá a onda, por vezes reproduzindo, em guinchos e roncos, uma melodia suave e delicada.


Cremos que, apesar de suas falhas naturais, esse exemplo dá a entender o funcionamento do homem, tal como conhecemos hoje, e tal como o vemos descrito em todas as doutrinas espiritualistas, inclusive

—veremos agora quiçá pela primeira vez - nos textos do Novo Testamento.


Antes das provas que traremos, o mais completas possível, vejamos um quadro sinóptico:
θεός DEUS
πνεϋµα άγιον Espírito Santo
λόγος Pai, Verbo, Som Criador
υίός - Χριστό CRISTO - Filho Unigênito
άνθρωπος HOMEM
иαρδία - Χριστ

ό CRISTO - coração (Centelha)


πνεϋµα νους mente individualidade
πνεϋµα Espírito
φυΧή διάγοια intelecto alma
φυΧή corpo astral personagem
σώµα αίµα sangue (Duplo) corpo
σάρ

ξ carne (Corpo)


A - O EMPREGO DAS PALAVRAS


Se apresentada pela primeira vez, como esta, uma teoria precisa ser amplamente documentada e comprovada, para que os estudiosos possam aprofundar o assunto, verificando sua realidade objetiva. Por isso, começaremos apresentando o emprego e a frequência dos termos supracitados, em todos os locais do Novo Testamento.


KARDÍA


Kardía expressa, desde Homero (Ilíada, 1. 225) até Platão (Timeu, 70 c) a sede das faculdades espirituais, da inteligência (ou mente) e dos sentimentos profundos e violentos (cfr. Ilíada, 21,441) podendo até, por vezes, confundir-se com as emoções (as quais, na realidade, são movimentos da psychê, e não propriamente de kardía). Jesus, porém, reiteradamente afirma que o coração é a fonte primeira em que nascem os pensamentos (diríamos a sede do Eu Profundo).


Com este último sentido, a palavra kardía aparece 112 vezes, sendo que uma vez (MT 12:40) em sentido figurado.


MT 5:8, MT 5:28; 6:21; 9:4; 11:29; 12:34 13-15(2x),19; 15:8,18,19; 18;35; 22;37; 24:48; MC 2:6, MC 2:8; 3:5;


4:15; 6;52; 7;6,19,21; 8:11; 11. 23; 12:30,33; LC 1:17, LC 1:51, LC 1:66; 2;19,35,51; 3:5; 5:22; 6:45; 8:12,15;


9:47; 10:27; 12:34; 16:15; 21:14,34; 24;25,32,38; JO 12:40(2x); 13:2; 14:1,27; 16:6,22 AT 2:26, AT 2:37, AT 2:46; AT 4:32; 5:3(2x); 7:23,39,51,54; 8;21,22; 11;23. 13:22; 14:17; 15:9; 16;14; 21:13; 28:27(2x);


RM 1:21, RM 1:24; 2:5,15,29; 5:5; 6:17; 8:27; 9:2; 10:1,6,8,9,10; 16:16; 1. ª Cor. 2:9; 4:5; 7:37; 14:25; 2. ª Cor. 1:22; 2:4; 3:2,3,15; 4:6; 5:12; 6:11; 7:3; 8:16; 9:7; GL 4:6; EF 1:18; EF 3:17; EF 4:18; EF 5:19; EF 6:5, EF 6:22;


Filp. 1:7; 4:7; CL 2:2; CL 3:15, CL 3:16, CL 3:22; CL 4:8; 1. ª Tess. 2:4,17; 3:13; 2. ª Tess. 2:17; 3:5; 1. ª Tim. 1:5; 2. ª Tim.


2:22; HB 3:8, HB 3:10, HB 3:12, HB 3:15; HB 4:7, HB 4:12; 8:10; 10:16,22; Tiago, 1:26; 3:14; 4:8; 5:5,8; 1. ª Pe. 1:22; 3:4,15; 2. ª Pe. 1:19; 2:15; 1; 1. ª JO 3;19,20(2x),21; AP 2:23; AP 17:17; AP 18:7.


NOÚS


Noús não é a "fonte", mas sim a faculdade de criar pensamentos, que é parte integrante e indivisível de kardía, onde tem sede. Já Anaxágoras (in Diógenes Laércio, livro 2. º, n. º 3) diz que noús (o Pensamento Universal Criador) é o "’princípio do movimento"; equipara, assim, noús a Lógos (Som, Palavra, Verbo): o primeiro impulsionador dos movimentos de rotação e translação da poeira cósmica, com isso dando origem aos átomos, os quais pelo sucessivo englobamento das unidades coletivas cada vez mais complexas, formaram os sistemas atômicos, moleculares e, daí subindo, os sistemas solares, gal áxicos, e os universos (cfr. vol. 3. º).


Noús é empregado 23 vezes com esse sentido: o produto de noús (mente) do pensamento (nóêma), usado 6 vezes (2. ª Cor. 2:11:3:14; 4:4; 10:5; 11:3; Filp. 4:7), e o verbo daí derivado, noeín, empregado

14 vezes (3), sendo que com absoluta clareza em João (João 12:40) quando escreve "compreender com o coração" (noêsôsin têi kardíai).


LC 24. 45; RM 1:28; RM 7:23, RM 7:25; 11:34; 12:2; 14. 5; l. ª Cor. 1. 10; 2:16:14:14,15,19; EF 4:17, EF 4:23; Filp.


4:7; CL 2:18; 2. ª Tess. 2. 2; 1. ª Tim. 6:5; 2. ª Tim. 3:8; TT 1:15;AP 13:18.


PNEUMA


Pneuma, o sopro ou Espírito, usado 354 vezes no N. T., toma diversos sentidos básicos: MT 15:17; MT 16:9, MT 16:11; 24:15; MC 7:18; MC 8:17; MC 13:14; JO 12:40; RM 1:20; EF 3:4, EF 3:20; 1. ª Tim. 1:7;


2. ª Tim. 2:7; HB 11:13

1. Pode tratar-se do ESPÍRITO, caracterizado como O SANTO, designando o Amor-Concreto, base e essência de tudo o que existe; seria o correspondente de Brahman, o Absoluto. Aparece com esse sentido, indiscutivelmente, 6 vezes (MT 12:31, MT 12:32; MC 3:29; LC 12:10; JO 4:24:1. ª Cor. 2:11).


Os outros aspectos de DEUS aparecem com as seguintes denominações:

a) - O PAI (ho patêr), quando exprime o segundo aspecto, de Criador, salientando-se a relação entre Deus e as criaturas, 223 vezes (1); mas, quando se trata do simples aspecto de Criador e Conservador da matéria, é usado 43 vezes (2) o vocábulo herdado da filosofia grega, ho lógos, ou seja, o Verbo, a Palavra que, ao proferir o Som Inaudível, movimenta a poeira cósmica, os átomos, as galáxias.


(1) MT 5:16, MT 5:45, MT 5:48; MT 6:1, MT 6:4, MT 6:6, MT 6:8,9,14,15,26,32; 7:11,21; 10:20,29,32,33; 11:25,27; 12:50; 13:43; 15:13; 16:17,27; 18:10,14,19,35; 20:23; 23:9; 24:36; 25:34:26:29,39,42,53; MC 8:25; MC 11:25, MC 11:32; MC 11:14:36; LC 2:49; LC 2:6:36;9:26;10:21,22;11:2,13;12:30,32;22:29,42;23:34,46;24:49;JO 1:14, JO 1:18; JO 1:2:16;3:35;4:21,23;5:1 7,18,19,20,21,22,23,26,36,37,43,45,46,27,32,37,40,44,45,46,57,65;8:18,19,27,28,38,41,42,49,54;10:1 5,17,18,19,25,29,30,32,35,38;11:41;12:26,27,28,49,50;13:1,3;14:2,6,7,8,9,10,11,13,16,20,21,24,26,28, 31,15:1,8,9,10,15,16,23,24,26;16:3,10,15,17,25,26,27,28,32;17:1,5,11,21,24,25; 18:11; 20:17,21;AT 1:4, AT 1:7; AT 1:2:33;Rom. 1:7;6:4;8:15;15:6;1. º Cor. 8:6; 13:2; 15:24; 2. º Cor. 1:2,3; 6:18; 11:31; Gól. 1:1,3,4; 4:6; EF 1:2, EF 1:3, EF 1:17; EF 2:18; EF 2:3:14; 4:6; 5:20; FP 1:2; FP 2:11; FP 4:20; CL 1:2, CL 1:3, CL 1:12:3:17; 1. 0 Teõs. 1:1,3; 3:11,13; 2° Tess. 1:1 2; : 2:16; 1. º Tim. 1:2; 2. º Tim. 1:2; TT 1:4; Flm. 3; HB 1:5; HB 12:9; Tiago 1:17, Tiago 1:27:3:9; 1° Pe. 1:2,3,17; 2. º Pe. 1:17, 1. º JO 1:2,3; 2:1,14,15,16, 22,23,24; 3:1; 4:14; 2. º JO 3,4,9; Jud. 9; AP 1:6; AP 2:28; AP 3:5, AP 3:21; 14:1. (2) MT 8:8; LC 7:7; JO 1:1, JO 1:14; 5:33; 8:31,37,43,51,52,55; 14:23,24; 15:20; 17:61417; 1. º Cor. 1:13; 2. º Cor. 5:19; GL 6:6; Filp. 2:6; Cor. 1:25; 3:16; 4:3; 1. º Tess. 1:6; 2. º Tess. 3:1; 2. º Tim. 2:9; Heb. : 12; 6:1; 7:28; 12:9; Tiago, 1:21,22,23; 1. ° Pe. 1:23; 2. º Pe. 3:5,7; 1. º JO 1:1,10; 2:5,7,14; AP 19:13.


b) - O FILHO UNIGÊNITO (ho hyiós monogenês), que caracteriza o CRISTO CÓSMICO, isto é, toda a criação englobadamente, que é, na realidade profunda, um dos aspectos da Divindade. Não se trata, como é claro, de panteísmo, já que a criação NÃO constitui a Divindade; mas, ao invés, há imanência (Monismo), pois a criação é UM DOS ASPECTOS, apenas, em que se transforma a Divindade. Esta, além da imanência no relativo, é transcendente como Absoluto; além da imanência no tempo, é transcendente como Eterno; além da imanência no finito, é transcendente como Infinito.


A expressão "Filho Unigênito" só é usada por João (1:14,18; 13:16,18 e 1. a JO 4:9). Em todos os demais passos é empregado o termo ho Christós, "O Ungido", ou melhor, "O Permeado pela Divindade", que pode exprimir tanto o CRISTO CÓSMICO que impregna tudo, quanto o CRISTO INTERNO, se o olhamos sob o ponto de vista da Centelha Divina no âmago da criatura.


Quando não é feita distinção nos aspectos manifestantes, o N. T. emprega o termo genérico ho theós Deus", precedido do artigo definido.


2. Além desse sentido, encontramos a palavra pneuma exprimindo o Espírito humano individualizado; essa individualização, que tem a classificação de pneuma, encontra-se a percorrer a trajetória de sua longa viagem, a construir sua própria evolução consciente, através da ascensão pelos planos vibratórios (energia e matéria) que ele anima em seu intérmino caminhar. Notemos, porém, que só recebe a denominação de pneuma (Espírito), quando atinge a individualização completa no estado hominal (cfr. A. Kardec, "Livro dos Espíritos", resp. 79: "Os Espíritos são a individualização do Princípio Inteligente, isto é, de noús).


Logicamente, portanto, podemos encontrar espíritos em muitos graus evolutivos, desde os mais ignorantes e atrasados (akátharton) e enfermos (ponêrón) até os mais evoluídos e santos (hágion).


Todas essas distinções são encontradas no N. T., sendo de notar-se que esse termo pneuma pode designar tanto o espírito encarnado quanto, ao lado de outros apelativos, o desencarnado.


Eis, na prática, o emprego da palavra pneuma no N. T. :

a) - pneuma como espírito encarnado (individualidade), 193 vezes: MT 1:18, MT 1:20; 3:11; 4:1; 5:3; 10:20; 26:41; 27:50; MC 1:8; MC 2:8; MC 8:12; MC 14:38; LC 1:47, LC 1:80; 3:16, 22; 8:55; 23:46; 24. 37, 39; JO 1:33; JO 3:5, JO 3:6(2x), 8; 4:23; 6:63; 7:39; 11:33; 13:21; 14:17, 26; 15:26; 16:13; 19-30, 20:22; AT 1:5, AT 1:8; 5:3; 32:7:59; 10:38; 11:12,16; 17:16; 18:25; 19:21; 20:22; RM 1:4, RM 1:9; 5:5; 8:2, 4, 5(2x), 6, 9(3x), 10, 11(2x),13, 14, 15(2x), 16(2x), 27; 9:1; 12:11; 14:17; 15:13, 16, 19, 30; 1° Cor. 2:4, 10(2x), 11, 12; 3:16; 5:3,4, 5; 6:11, 17, 19; 7:34, 40; 12:4, 7, 8(2x), 9(2x), 11, 13(2x); 14:2, 12, 14, 15(2x), 16:32; 15:45; 16:18; 2º Cor. 1:22; 2:13; 3:3, 6, 8, 17(2x), 18; 5:5; 6:6; 7:1, 13; 12:18; 13:13; GL 3:2, GL 3:3, GL 3:5; 4:6, 29; 5:5,16,17(2x), 18, 22, 25(2x1); 6:8(2x),18; EF 1:13, EF 1:17; 2:18, 22; 3:5, 16; 4:3, 4:23; 5:18; 6:17, 18; Philp. 1:19, 27; 2:1; 3:3; 4:23; CL 1:8; CL 2:5; 1º Tess. 1:5, 6; 4:8; 5:23; 2. º Tess. 2:13; 1. º Tim. 3:16; 4:22; 2. º Tim. 1:14; TT 3:5; HB 4:12, HB 6:4; HB 9:14; HB 10:29; HB 12:9; Tiago, 2:26:4:4; 1. º Pe. 1:2, 11, 12; 3:4, 18; 4:6,14; 1. º JO 3:24; JO 4:13; JO 5:6(2x),7; Jud. 19:20; AP 1:10; AP 4:2; AP 11:11.


b) - pneuma como espírito desencarnado:


I - evoluído ou puro, 107 vezes:


MT 3:16; MT 12:18, MT 12:28; 22:43; MC 1:10, MC 1:12; 12:36; 13. 11; LC 1:15, LC 1:16, LC 1:41, LC 1:67; 2:25, 27; 4:1, 14, 18; 10:21; 11:13; 12:12; JO 1:32; JO 3:34; AT 1:2, AT 1:16; 2:4(2x), 17, 18, 33(2x), 38; 4:8; 25, 31; 6:3, 10; 7:51, 55; 8:15, 17, 18, 19, 29, 39; 9:17, 31; 10:19, 44, 45, 47; 11:15, 24, 28; 13:2, 4, 9, 52; 15:8, 28; 16:6, 7; 19:1, 2, 6; 20:22, 28; 21:4, 11; 23:8, 9; 28:25; 1. º Cor. 12:3(2x), 10; 1. º Tess. 5:9; 2. º Tess. 2:2; 1. ° Tim. 4:1; HB 1:7, HB 1:14; 2:4; 3:7; 9:8; 10:15; 12:23; 2. º Pe. 1:21; 1. ° JO 4:1(2x), 2, 3, 6; AP 1:4; AP 2:7, AP 2:11, AP 2:17, AP 2:29; 3:1, 6, 13, 22; 4:5; 5:6; 14:13; 17:3:19. 10; 21. 10; 22:6, 17.


II - involuído ou não-purificado, 39 vezes:


MT 8:16; MT 10:1; MT 12:43, MT 12:45; MC 1:23, MC 1:27; 3:11, 30; 5:2, 8, 13; 6:7; 7:25; 9:19; LC 4:36; LC 6:18; LC 7:21; LC 8:2; LC 10:20; LC 11:24, LC 11:26; 13:11; AT 5:16; AT 8:7; AT 16:16, AT 19:12, AT 19:13, AT 19:15, AT 19:16; RM 11:8:1. ° Cor. 2:12; 2. º Cor. 11:4; EF 2:2; 1. º Pe. 3:19; 1. º JO 4:2, 6; AP 13:15; AP 16:13; AP 18:2.


c) - pneuma como "espírito" no sentido abstrato de "caráter", 7 vezes: (JO 6:63; RM 2:29; 1. ª Cor. 2:12:4:21:2. ª Cor. 4:13; GL 6:1 e GL 6:2. ª Tim. 1:7)


d) - pneuma no sentido de "sopro", 1 vez: 2. ª Tess. 2:8 Todavia, devemos acrescentar que o espírito fora da matéria recebia outros apelativo, conforme vimos (vol. 1) e que não é inútil recordar, citando os locais.


PHÁNTASMA, quando o espírito, corpo astral ou perispírito se torna visível; termo que, embora frequente entre os gregos, só aparece, no N. T., duas vezes (MT 14:26 e MC 6:49).

ÁGGELOS (Anjo), empregado 170 vezes, designa um espírito evoluído (embora nem sempre de categoria acima da humana); essa denominação específica que, no momento em que é citada, tal entidade seja de nível humano ou supra-humano - está executando uma tarefa especial, como encarrega de "dar uma mensagem", de "levar um recado" de seus superiores hierárquicos (geralmente dizendo-se "de Deus"): MT 1:20, MT 1:24; 2:9, 10, 13, 15, 19, 21; 4:6, 11; 8:26; 10:3, 7, 22; 11:10, 13; 12:7, 8, 9, 10, 11, 23; 13:39, 41, 49; 16:27; 18:10; 22:30; 24:31, 36; 25:31, 41; 26:53; 27:23; 28:2, 5; MC 1:2, MC 1:13; 8:38; 12:25; 13:27, 32; LC 1:11, LC 1:13, LC 1:18, LC 1:19, 26, 30, 34, 35, 38; 4:10, 11; 7:24, 27; 9:26, 52; 12:8; 16:22; 22:43; 24:23; JO 1:51; JO 12:29; JO 20:12 AT 5:19; AT 6:15; AT 7:30, AT 7:35, AT 7:38, AT 7:52; 12:15; 23:8, 9; RM 8:38; 1. ° Cor. 4:9; 6:3; 11:10; 13:1; 2. º Cor. 11:14; 12:7; GL 1:8; GL 3:19; GL 4:14; CL 2:18; 2. º Tess. 1:7; 1. ° Tim. 3:16; 5:21; HB 1:4, HB 1:5, HB 1:6, HB 1:7, 13; 2:2, 5, 7, 9, 16; 12:22; 13:2; Tiago 2:25; 1. º Pe. 1:4, 11; Jud. 6; AP 1:1, AP 1:20; 2:1, 8, 12, 18; 3:1, 5, 7, 9, 14; 5:2, 11; 7:1, 11; 8:2, 3, 4, 5, 6, 8, 10, 12, 13; 9:1, 11, 13, 14, 15; 10:1, 5, 7, 8, 9, 10; 11:15; 12:7, 9, 17; 14:6, 9, 10, 15, 17, 18, 19; 15:1, 6, 7, 8, 10; 16:1, 5; 17:1, 7; 18:1, 21; 19:17; 20:1; 21:9, 12, 17; 22:6, 8, 16. BEEZEBOUL, usado 7 vezes: (MT 7. 25; 12:24, 27; MC 3:22; LC 11:15, LC 11:18, LC 11:19) só nos Evangelhos, é uma designação de chefe" de falange, "cabeça" de espíritos involuído.


DAIMÔN (uma vez, em MT 8:31) ou DAIMÓNION, 55 vezes, refere-se sempre a um espírito familiar desencarnado, que ainda conserva sua personalidade humana mesmo além túmulo. Entre os gregos, esse termo designava quer o eu interno, quer o "guia". Já no N. T. essa palavra identifica sempre um espírito ainda não-esclarecido, não evoluído, preso à última encarnação terrena, cuja presença prejudica o encarnado ao qual esteja ligado; tanto assim que o termo "demoníaco" é, para Tiago, sinônimo de "personalístico", terreno, psíquico. "não é essa sabedoria que desce do alto, mas a terrena (epígeia), a personalista (psychike), a demoníaca (demoniôdês). (Tiago, 3:15)


MT 7:22; MT 9:33, MT 9:34; 12:24, 27, 28; 10:8; 11:18; 17:18; MC 1:34, MC 1:39; 3:15, 22; 6:13; 7:26, 29, 30; 9:38; 16:9, 17; LC 4:33, LC 4:35, LC 4:41; 7:33; 8:2, 27, 29, 30, 33, 35, 38; 9:1, 42, 49; 10:17; 11:14, 15, 18, 19, 20; 13:32; JO 7:2; JO 8:48, JO 8:49, JO 8:52; 10:20, 21; AT 17:18; 1. ª Cor. 10:20, 21; 1. º Tim. 4:1; Tiago 2:16; Apoc 9:20; 16:24 e 18:2.


Ao falar de desencarnados, aproveitemos para observar como era designado o fenômeno da psicofonia: I - quando se refere a uma obsessão, com o verbo daimonízesthai, que aparece 13 vezes (MT 4:24;


8:16, 28, 33; 9:32; 12:22; 15:22; Marc 1:32; 5:15, 16, 18; LC 8:36; JO 10:21, portanto, só empregado pelos evangelistas).


II - quando se refere a um espírito evoluído, encontramos as expressões:

• "cheio de um espírito (plêrês, LC 4:1; AT 6:3, AT 6:5; 7:55; 11:24 - portanto só empregado por Lucas);


• "encher-se" (pimplánai ou plêthein, LC 1:15, LC 1:41, LC 1:67; AT 2:4; AT 4:8, AT 4:31; 9:17; 13:19 - portanto, só usado por Lucas);


• "conturbar-se" (tarássein), JO 11:33 e JO 13:21).


Já deixamos bem claro (vol 1) que os termos satanás ("antagonista"), diábolos ("adversário") e peirázôn ("tentador") jamais se referem, no N. T., a espíritos desencarnados, mas expressam sempre "a matéria, e por conseguinte também a "personalidade", a personagem humana que, com seu intelecto vaidoso, se opõe, antagoniza e, como adversário natural do espírito, tenta-o (como escreveu Paulo: "a carne (matéria) luta contra o espírito e o espírito contra a carne", GL 5:17).


Esses termos aparecem: satanãs, 33 vezes (MT 4:10; MT 12:26; MT 16:23; MC 1:13; MC 3:23, MC 3:26; 4:15; 8:33; LC 10:18; LC 11:18; LC 13:16; LC 22:3; JO 13:27, JO 13:31; AT 5:3; AT 26:18; RM 16:20; 1. º Cor. 5:5; 7:5; 2. º Cor. 2:11; 11:14; 12:17; 1. ° Tess. 2:18; 2. º Tess. 2:9; 1. º Tim. 1:20; 5:15; AP 2:9, AP 2:13, AP 2:24; 3:9; 12:9; 20:2, 7); diábolos, 35 vezes (MT 4:1, MT 4:5, MT 4:8, MT 4:11; 13:39; 25:41; LC 4:2, LC 4:3, LC 4:6, LC 4:13; 8:12; JO 6:70; JO 8:44; JO 13:2; AT 10:38; AT 13:10; EF 4:27; EF 6:11; 1. º Tim. 3:6, 7, 11; 2. º Tim. 2:26; 3:3 TT 2:3; HB 2:14; Tiago, 4:7; 1. º Pe. 5:8; 1. º JO 3:8, 10; Jud. 9; AP 2:10; AP 12:9, AP 12:12; 20:2,10) e peirázôn, duas vezes (MT 4:3 e MT 4:1. ª Tess. 3:5).


DIÁNOIA


Diánoia exprime a faculdade de refletir (diá+noús), isto é, o raciocínio; é o intelecto que na matéria, reflete a mente espiritual (noús), projetando-se em "várias direções" (diá) no mesmo plano. Usado 12 vezes (MT 22:37; MC 12:30: LC 1:51; LC 10:27: EF 2:3; EF 4:18; CL 1:21; HB 8:10; HB 10:16; 1. ª Pe. 1:13; 2. ª Pe. 3:1; 1. ª JO 5:20) na forma diánoia; e na forma dianóêma (o pensamento) uma vez em LC 11:17. Como sinônimo de diánoia, encontramos, também, synesis (compreensão) 7 vezes (MC 12:33; LC 2:47; 1. ª Cor. 1:19; EF 3:4; CL 1:9 e CL 2:2; e 2. ª Tim. 2:7). Como veremos logo abaixo, diánoia é parte inerente da psychê, (alma).


PSYCHÊ


Psychê é a ALMA, isto é, o "espírito encarnado (cfr. A. Kardec, "Livro dos Espíritos", resp. 134: " alma é o espírito encarnado", resposta dada, evidentemente, por um "espírito" afeito à leitura do Novo Testamento).


A psychê era considerada pelos gregos como o atualmente chamado "corpo astral", já que era sede dos desejos e paixões, isto é, das emoções (cfr. Ésquilo, Persas, 841; Teócrito, 16:24; Xenofonte, Ciropedia, 6. 2. 28 e 33; Xen., Memoráveis de Sócrates, 1. 13:14; Píndaro, Olímpicas, 2. 125; Heródoto, 3. 14; Tucídides, 2. 40, etc.) . Mas psychê também incluía, segundo os gregos, a diánoia ou synesis, isto é, o intelecto (cfr. Heródoto, 5. 124; Sófocles, Édipo em Colona, 1207; Xenofonte, Hieron, 7. 12; Plat ão, Crátilo, 400 a).


No sentido de "espírito" (alma de mortos) foi usada por Homero (cfr. Ilíada 1. 3; 23. 65, 72, 100, 104;


Odisseia, 11. 207,213,222; 24. 14 etc.), mas esse sentido foi depressa abandonado, substituído por outros sinônimos (pnenma, eikôn, phántasma, skiá, daimôn, etc.) .


Psychê é empregado quase sempre no sentido de espírito preso à matéria (encarnado) ou seja, como sede da vida, e até como a própria vida humana, isto é, a personagem terrena (sede do intelecto e das emoções) em 92 passos: Mar. 2:20; 6:25; 10:28, 39; 11:29; 12:18; 16:25, 26; 20:28; 22:37; 26:38; MC 3:4; MC 8:35, MC 8:36, MC 8:37; 10:45; 12:30; 14:34; LC 1:46; LC 2:35; LC 6:9; LC 9:24(2x), 56; 10:27; 12:19, 20, 22, 23; 14:26; 17:33; 21:19; JO 10:11, JO 10:15, JO 10:17, JO 10:18, 24; 12:25, 27; 13:37, 38; 15:13; AT 2:27, AT 2:41, AT 2:43; 3:23; 4:32; 7:14; 14:2, 22; 15:24, 26; 20:10, 24; 27:10, 22, 37, 44; RM 2:9; RM 11:3; RM 13:1; RM 16:4; 1. º Cor. 15:45; 2. º Cor. 1:23; 12:15; EF 6:6; CL 3:23; Flp. 1:27; 2:30; 1. º Tess. 2:8; 5:23; HB 4:12; HB 6:19; HB 10:38, HB 10:39; 12:3; 13:17; Tiago 1:21; Tiago 5:20; 1. º Pe. 1:9, 22; 2:11, 25; 4:19; 2. º Pe. 2:8, 14; 1. º JO 3:16; 3. º JO 2; AP 12:11; AP 16:3; AP 18:13, AP 18:14.


Note-se, todavia, que no Apocalipse (6:9:8:9 e 20:4) o termo é aplicado aos desencarnados por morte violenta, por ainda conservarem, no além-túmulo, as características da última personagem terrena.


O adjetivo psychikós é empregado com o mesmo sentido de personalidade (l. ª Cor. 2:14; 15:44, 46; Tiago, 3:15; Jud. 19).


Os outros termos, que entre os gregos eram usados nesse sentido de "espírito desencarnado", o N. T.


não os emprega com essa interpretação, conforme pode ser verificado:

EIDOS (aparência) - LC 3:22; LC 9:29; JO 5:37; 2. ª Cor. 5:7; 1. ª Tess. 5:22.


EIDÔLON (ídolo) - AT 7:41; AT 15:20; RM 2:22; 1. ª Cor. 8:4, 7; 10:19; 12; 2; 2. ª Cor. 6:16; 1. ª Tess.


1:9; 1. ª JO 5:21; AP 9:20.


EIKÔN (imagem) - MT 22:20; MC 12:16; LC 20:24; RM 1:23; 1. ª Cor. 11:7; 15:49 (2x) ; 2. ª Cor. 3:18; 4:4; CL 1:5; CL 3:10; HB 10:11; AP 13:14; AP 14:2, AP 14:11; 15:2; 19 : 20; 20 : 4.


SKIÁ (sombra) - MT 4:16; MC 4:32; LC 1:79; AT 5:15; CL 2:17; HB 8:5; HB 10:1.


Também entre os gregos, desde Homero, havia a palavra thumós, que era tomada no sentido de alma encarnada". Teve ainda sentidos diversos, exprimindo "coração" quer como sede do intelecto, quer como sede das paixões. Fixou-se, entretanto, mais neste último sentido, e toda, as vezes que a deparamos no Novo Testamento é, parece, com o designativo "força". (Cfr. LC 4:28; AT 19:28; RM 2:8; 2. ª Cor. 12:20; GL 5:20; EF 4:31; CL 3:8; HB 11:27; AP 12:12; AP 14:8, AP 14:10, AP 14:19; 15:1, 7; 16:1, 19; 18:3 e 19:15)


SOMA


Soma exprime o corpo, geralmente o físico denso, que é subdividido em carne (sárx) e sangue (haima), ou seja, que compreende o físico denso e o duplo etérico (e aqui retificamos o que saiu publicado no vol. 1, onde dissemos que "sangue" representava o astral).


Já no N. T. encontramos uma antecipação da moderna qualificação de "corpos", atribuída aos planos ou níveis em que o homem pode tornar-se consciente. Paulo, por exemplo, emprega soma para os planos espirituais; ao distinguir os "corpos" celestes (sómata epouránia) dos "corpos" terrestres (sómata epígeia), ele emprega soma para o físico denso (em lugar de sárx), para o corpo astral (sôma psychikôn) e para o corpo espiritual (sôma pneumatikón) em 1. ª Cor. 15:40 e 44.


No N. T. soma é empregado ao todo 123 vezes, sendo 107 vezes no sentido de corpo físico-denso (material, unido ou não à psychê);


MT 5:29, MT 5:30; 6:22, 25; 10:28(2x); 26:12; 27:58, 59; MC 5:29; MC 14:8; MC 15:43; LC 11:34; LC 12:4, LC 12:22, LC 12:23; 17:37; 23:52, 55; 24:3, 23; JO 2:21; JO 19:31, JO 19:38, JO 19:40; 20:12; Aros. 9:40; RM 1:24; RM 4:19; RM 6:6, RM 6:12; 7:4, 24; 8:10, 11, 13, 23; 12:1, 4; 1. º Cor. 5:13; 6:13(2x), 20; 7:4(2x), 34; 9:27; 12:12(3x),14, 15(2x), 16 (2x), 17, 18, 19, 20, 22, 23, 24, 25; 13:3; 15:37, 38(2x) 40). 2. 0 Cor. 4:40; 5:610; 10:10; 12:2(2x); Gól. 6:17; EF 2:16; EF 5:23, EF 5:28; Ft. 3:21; CL 2:11, CL 2:23; 1. º Tess. 5:23; HB 10:5, HB 10:10, HB 10:22; 13:3, 11; Tiago 2:11, Tiago 2:26; 3:2, 3, 6; 1. º Pe. 2:24; Jud. 9; AP 18:13. Três vezes como "corpo astral" (MT 27:42; 1. ª Cor. 15:14, duas vezes); duas vezes como "corpo espiritual" (1. º Cor. 15:41); e onze vezes com sentido simbólico, referindo-se ao pão, tomado como símbolo do corpo de Cristo (MT 26:26; MC 14:22; LC 22:19; RM 12:5; 1. ª Cor. 6:15; 10:16, 17; 11:24; 12:13, 27; EF 1:23; EF 4:4, EF 4:12, EF 4:16; Filp. 1:20; CL 1:18, CL 1:22; 2:17; 3:15).


HAIMA


Haima, o sangue, exprime, como vimos, o corpo vital, isto é, a parte que dá vitalização à carne (sárx), a qual, sem o sangue, é simples cadáver.


O sangue era considerado uma entidade a parte, representando o que hoje chamamos "duplo etérico" ou "corpo vital". Baste-nos, como confirmação, recordar que o Antigo Testamento define o sangue como "a alma de toda carne" (LV 17:11-14). Suma importância, por isso, é atribuída ao derramamento de sangue, que exprime privação da "vida", e representa quer o sacrifício em resgate de erros e crimes, quer o testemunho de uma verdade.


A palavra é assim usada no N. T. :

a) - sangue de vítimas (HB 9:7, HB 9:12, HB 9:13, HB 9:18, 19, 20, 21, 22, 25; 10:4; 11:28; 13:11). Observe-se que só nessa carta há preocupação com esse aspecto;


b) - sangue de Jesus, quer literalmente (MT 27:4, MT 27:6, MT 27:24, MT 27:25; LC 22:20; JO 19:34; AT 5:28; AT 20:28; RM 5:25; RM 5:9; EF 1:7; EF 2:13; CL 1:20; HB 9:14; HB 10:19, HB 10:29; 12:24; 13:12, 20; 1. ª Pe. 1:2,19; 1. ª JO 1:7; 5:6, 8; AP 1:5; AP 5:9; AP 7:14; AP 12:11); quer simbolicamente, quando se refere ao vinho, como símbolo do sangue de Cristo (MT 26:28; MC 14:24; JO 6:53, JO 6:54, JO 6:55, JO 6:56; 1. ª Cor. 10:16; 11:25, 27).


c) - o sangue derramado como testemunho de uma verdade (MT 23:30, MT 23:35; 27:4; LC 13:1; AT 1:9; AT 18:6; AT 20:26; AT 22:20; RM 3:15; HB 12:4; AP 6:10; 14,: 20; 16:6; 17:6; 19:2, 13).


d) - ou em circunstâncias várias (MC 5:25, MC 5:29; 16:7; LC 22:44; JO 1:13; AT 2:19, AT 2:20; 15:20, 29; 17:26; 21:25; 1. ª Cor. 15:50; GL 1:16; EF 6:12; HB 2:14; AP 6:12; AP 8:7; AP 15:3, AP 15:4; 11:6).


SÁRX


Sárx é a carne, expressão do elemento mais grosseiro do homem, embora essa palavra substitua, muitas vezes, o complexo soma, ou seja, se entenda, com esse termo, ao mesmo tempo "carne" e "sangue".


Apesar de ter sido empregada simbolicamente por Jesus (JO 6:51, JO 6:52, JO 6:53, JO 6:54, 55 e 56), seu uso é mais literal em todo o resto do N. T., em 120 outros locais: MT 19:56; MT 24:22; MT 26:41; MC 10:8; MC 13:20; MC 14:38; LC 3:6; LC 24:39; JO 1:14; JO 3:6(2x); 6:63; 8:15; 17:2; AT 2:7, AT 2:26, AT 2:31; RM 1:3; RM 2:28; RM 3:20; RM 4:1; RM 6:19; RM 7:5, RM 7:18, RM 7:25; 8:3, 4(2x), 5(2x), 6, 7, 8, 9, 13(2x); 9:358; 11:14; 13:14; 1. º Cor. 1:2629; 5:5; 6:16; 7:28;10:18; 15:39(2x),50; 2. º Cor. 1:17; 4:11; 5:16; 7:1,5; 10:2,3(2x); 1:18; 12:7; GL 2:16, GL 2:20; 3:3; 4:13, 14, 23; 5:13, 16, 17, 19, 24; 6:8(2x), 12, 13; EF 2:3, EF 2:11, EF 2:14; 5:29, 30, 31; 6:5; CL 1:22, CL 1:24; 2:1, 5, 11, 13, 18, 23; 3:22, 24; 3:34; 1. º Tim. 3:6; Flm. 16; HB 5:7; HB 9:10, HB 9:13; 10:20; 12:9; Tiago 5:3; 1. º Pe. 1:24; 3;18, 21; 4:1, 2, 6; 2. º Pe. 2:10, 18; 1. º JO 2:16; 4:2; 2. º JO 7; Jud. 7, 8, 23; AP 17:16; AP 19:21.


B - TEXTOS COMPROBATÓRIOS


Respiguemos, agora, alguns trechos do N. T., a fim de comprovar nossas conclusões a respeito desta nova teoria.


Comecemos pela distinção que fazemos entre individualidade (ou Espírito) e a personagem transitória humana.


INDIVIDUALIDADE- PERSONAGEM


Encontramos essa distinção explicitamente ensinada por Paulo (l. ª Cor. 15:35-50) que classifica a individualidade entre os "corpos celestiais" (sómata epouránia), isto é, de origem espiritual; e a personagem terrena entre os "corpos terrenos" (sómata epígeia), ou seja, que têm sua origem no próprio planeta Terra, de onde tiram seus elementos constitutivos (físicos e químicos). Logo a seguir, Paulo torna mais claro seu pensamento, denominando a individualidade de "corpo espiritual" (sôma pneumatikón) e a personagem humana de "corpo psíquico" (sôma psychikón). Com absoluta nitidez, afirma que a individualidade é o "Espírito vivificante" (pneuma zoopioún), porque dá vida; e que a personagem, no plano já da energia, é a "alma que vive" (psychê zôsan), pois recebe vida do Espírito que lhe constitui a essência profunda.


Entretanto, para evitar dúvidas ou más interpretações quanto ao sentido ascensional da evolução, assevera taxativamente que o desenvolvimento começa com a personalidade (alma vivente) e só depois que esta se desenvolve, é que pode atingir-se o desabrochar da individualidade (Espírito vivificante).


Temos, pois, bem estabelecida a diferença fundamental, ensinada no N. T., entre psychê (alma) e pneuma (Espírito).


Mas há outros passos em que esses dois elementos são claramente distinguidos:

1) No Cântico de Maria (LC 1:46) sentimos a diferença nas palavras "Minha alma (psychê) engrandece o Senhor e meu Espírito (pneuma) se alegra em Deus meu Salvador".


2) Paulo (Filp. 1:27) recomenda que os cristãos tenham "um só Espírito (pneuma) e uma só alma (psychê), distinção desnecessária, se não expressassem essas palavras coisas diferentes.


3) Ainda Paulo (l. ª Tess. 5:23) faz votos que os fiéis "sejam santificados e guardados no Espírito (pneuma) na alma (psychê) e no corpo (sôma)", deixando bem estabelecida a tríade que assinalamos desde o início.


4) Mais claro ainda é o autor da Carta dos Hebreus (quer seja Paulo Apolo ou Clemente Romano), ao


. utilizar-se de uma expressão sintomática, que diz: "o Logos Divino é Vivo, Eficaz; e mais penetrante que qualquer espada, atingindo até a divisão entre o Espirito (pneuma) e a alma (psychê)" (HB 4:12); aí não há discussão: existe realmente uma divisão entre espírito e alma.


5) Comparando, ainda, a personagem (psiquismo) com a individualidade Paulo afirma que "fala não palavras aprendidas pela sabedoria humana, mas aprendidas do Espírito (divino), comparando as coisas espirituais com as espirituais"; e acrescenta, como esclarecimento e razão: "o homem psíquico (ho ánthrôpos psychikós, isto é, a personagem intelectualizada) não percebe as coisas do Espírito Divino: são tolices para ele, e não pode compreender o que é discernido espiritualmente; mas o homem espiritual (ho ánthrôpos pneumatikós, ou, seja, a individualidade) discerne tudo, embora não seja discernido por ninguém" (1. ª Cor. 2:13-15).


Portanto, não há dúvida de que o N. T. aceita os dois aspectos do "homem": a parte espiritual, a tríade superior ou individualidade (ánthrôpos pneumatikós) e a parte psíquica, o quaternário inferior ou personalidade ou personagem (ánthrôpos psychikós).


O CORPO


Penetremos, agora, numa especificação maior, observando o emprego da palavra soma (corpo), em seu complexo carne-sangue, já que, em vários passos, não só o termo sárx é usado em lugar de soma, como também o adjetivo sarkikós (ou sarkínos) se refere, como parte externa visível, a toda a personagem, ou seja, ao espírito encarnado e preso à matéria; e isto sobretudo naqueles que, por seu atraso, ainda acreditam que seu verdadeiro eu é o complexo físico, já que nem percebem sua essência espiritual.


Paulo, por exemplo, justifica-se de não escrever aos coríntios lições mais sublimes, porque não pode falar-lhes como a "espirituais" (pnenmatikoí, criaturas que, mesmo encarnadas, já vivem na individualidade), mas só como a "carnais" (sarkínoi, que vivem só na personagem). Como a crianças em Cristo (isto é, como a principiantes no processo do conhecimento crístico), dando-lhes leite a beber, não comida, pois ainda não na podem suportar; "e nem agora o posso, acrescenta ele, pois ainda sois carnais" (1. ª Cor. 3:1-2).


Dessa forma, todos os que se encontram na fase em que domina a personagem terrena são descritos por Paulo como não percebendo o Espírito: "os que são segundo a carne, pensam segundo a carne", em oposição aos "que são segundo o espírito, que pensam segundo o espírito". Logo a seguir define a "sabedoria da carne como morte, enquanto a sabedoria do Espírito é Vida e Paz" (Rom, 8:5-6).


Essa distinção também foi afirmada por Jesus, quando disse que "o espírito está pronto (no sentido de" disposto"), mas a carne é fraca" (MT 26:41; MC 14:38). Talvez por isso o autor da Carta aos Hebreus escreveu, ao lembrar-se quiçá desse episódio, que Jesus "nos dias de sua carne (quando encarnado), oferecendo preces e súplicas com grande clamor e lágrimas Àquele que podia livrá-lo da morte, foi ouvido por causa de sua devoção e, não obstante ser Filho de Deus (o mais elevado grau do adeptado, cfr. vol. 1), aprendeu a obediência por meio das coisas que sofreu" (Heb, 5:7-8).


Ora, sendo assim fraca e medrosa a personagem humana, sempre tendente para o mal como expoente típico do Antissistema, Paulo tem o cuidado de avisar que "não devemos submeter-nos aos desejos da carne", pois esta antagoniza o Espírito (isto é constitui seu adversário ou diábolos). Aconselha, então que não se faça o que ela deseja, e conforta os "que são do Espírito", assegurando-lhes que, embora vivam na personalidade, "não estão sob a lei" (GL 5:16-18). A razão é dada em outro passo: "O Senhor é Espírito: onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade" (2. ª Cor. 3:17).


Segundo o autor da Carta aos Hebreus, esta foi uma das finalidades da encarnação de Jesus: livrar a personagem humana do medo da morte. E neste trecho confirma as palavras do Mestre a Nicodemos: "o que nasce de carne é carne" (JO 3:6), esclarecendo, ao mesmo tempo, no campo da psicobiologia, (o problema da hereditariedade: dos pais, os filhos só herdam a carne e o sangue (corpo físico e duplo etérico), já que a psychê é herdeira do pneuma ("o que nasce de espírito, é espírito", João, ibidem). Escreve, então: "como os filhos têm a mesma natureza (kekoinônêken) na carne e no sangue, assim ele (Jesus) participou da carne e do sangue para que, por sua morte, destruísse o adversário (diábolos, a matéria), o qual possui o império da morte, a fim de libertá-las (as criaturas), já que durante toda a vida elas estavam sujeitas ao medo da morte" (HB 2:14).


Ainda no setor da morte, Jesus confirma, mais uma vez, a oposição corpo-alma: "não temais os que matam o corpo: temei o que pode matar a alma (psychê) e o corpo (sôma)" (MT 10:28). Note-se, mais uma vez, a precisão (elegantia) vocabular de Jesus, que não fala em pneuma, que é indestrutível, mas em psychê, ou seja, o corpo astral sujeito a estragos e até morte.


Interessante observar que alguns capítulos adiante, o mesmo evangelista (MT 27:52) usa o termo soma para designar o corpo astral ou perispírito: "e muitos corpos dos santos que dormiam, despertaram".


Refere-se ao choque terrível da desencarnação de Jesus, que foi tão violento no plano astral, que despertou os desencarnados que se encontravam adormecidos e talvez ainda presos aos seus cadáveres, na hibernação dos que desencarnam despreparados. E como era natural, ao despertarem, dirigiram-se para suas casas, tendo sido percebidos pelos videntes.


Há um texto de Paulo que nos deixa em suspenso, sem distinguirmos se ele se refere ao corpo físico (carne) ou ao psíquico (astral): "conheço um homem em Cristo (uma individualidade já cristificada) que há catorze anos - se no corpo (en sômai) não sei, se fora do corpo (ektòs sômatos) não sei: Deus

sabe foi raptado ao terceiro céu" (l. ª Cor. 12:2). É uma confissão de êxtase (ou talvez de "encontro"?), em que o próprio experimentador se declara inapto a distinguir se se tratava de um movimento puramente espiritual (fora do corpo), ou se tivera a participação do corpo psíquico (astral); nem pode verificar se todo o processo se realizou com pneuma e psychê dentro ou fora do corpo.


Entretanto, de uma coisa ele tem certeza absoluta: a parte inferior do homem, a carne e o sangue, esses não participaram do processo. Essa certeza é tão forte, que ele pode ensinar taxativamente e sem titubeios, que o físico denso e o duplo etérico não se unificam com a Centelha Divina, não "entram no reino dos céus", sendo esta uma faculdade apenas de pneuma, e, no máximo, de psychê. E ele o diz com ênfase: "isto eu vos digo, irmãos, que a carne (sárx) e o sangue (haima) NÃO PODEM possuir o reino de Deus" (l. ª Cor. 15:50). Note-se que essa afirmativa é uma negação violenta do "dogma" da ressurreição da carne.


ALMA


Num plano mais elevado, vejamos o que nos diz o N. T. a respeito da psychê e da diánoia, isto é, da alma e do intelecto a esta inerente como um de seus aspectos.


Como a carne é, na realidade dos fatos, incapaz de vontades e desejos, que provêm do intelecto, Paulo afirma que "outrora andávamos nos desejos de nossa carne", esclarecendo, porém, que fazíamos "a vontade da carne (sárx) e do intelecto (diánoia)" (EF 2:3). De fato "o afastamento e a inimizade entre Espírito e corpo surgem por meio do intelecto" (CL 1. 21).


A distinção entre intelecto (faculdade de refletir, existente na personagem) e mente (faculdade inerente ao coração, que cria os pensamentos) pode parecer sutil, mas já era feita na antiguidade, e Jerem ías escreveu que YHWH "dá suas leis ao intelecto (diánoia), mas as escreve no coração" (JR 31:33, citado certo em HB 8:10, e com os termos invertidos em HB 10:16). Aí bem se diversificam as funções: o intelecto recebe a dádiva, refletindo-a do coração, onde ela está gravada.


Realmente a psychê corresponde ao corpo astral, sede das emoções. Embora alguns textos no N. T.


atribuam emoções a kardía, Jesus deixou claro que só a psychê é atingível pelas angústias e aflições, asseverando: "minha alma (psychê) está perturbada" (MT 26:38; MC 14:34; JO 12:27). Jesus não fala em kardía nem em pneuma.


A MENTE


Noús é a MENTE ESPIRITUAL, a individualizadora de pneuma, e parte integrante ou aspecto de kardía. E Paulo, ao salientar a necessidade de revestir-nos do Homem Novo (de passar a viver na individualidade) ordena que "nos renovemos no Espírito de nossa Mente" (EF 4:23-24), e não do intelecto, que é personalista e divisionário.


E ao destacar a luta entre a individualidade e a personagem encarnada, sublinha que "vê outra lei em seus membros (corpo) que se opõem à lei de sua mente (noús), e o aprisiona na lei do erro que existe em seus membros" (RM 7:23).


A mente espiritual, e só ela, pode entender a sabedoria do Cristo; e este não se dirige ao intelecto para obter a compreensão dos discípulos: "e então abriu-lhes a mente (noún) para que compreendessem as Escrituras" (LC 24:45). Até então, durante a viagem (bastante longa) ia conversando com os "discípulos de Emaús". falando-lhes ao intelecto e provando-lhes que o Filho do Homem tinha que sofrer; mas eles não O reconheceram. Mas quando lhes abriu a MENTE, imediatamente eles perceberam o Cristo.


Essa mente é, sem dúvida, um aspecto de kardía. Isaías escreveu: "então (YHWH) cegou-lhes os olhos (intelecto) e endureceu-lhes o coração, para que não vissem (intelectualmente) nem compreendessem com o coração" (IS 6:9; citado por JO 12:40).


O CORAÇÃO


Que o coração é a fonte dos pensamentos, nós o encontramos repetido à exaustão; por exemplo: MT 12:34; MT 15:18, MT 15:19; Marc 7:18; 18:23; LC 6:45; LC 9:47; etc.


Ora, se o termo CORAÇÃO exprime, límpida e indiscutivelmente, a fonte primeira do SER, o "quarto fechado" onde o "Pai vê no secreto" MT 6:6), logicamente se deduz que aí reside a Centelha Divina, a Partícula de pneuma, o CRISTO (Filho Unigênito), que é UNO com o Pai, que também, consequentemente, aí reside. E portanto, aí também está o Espírito-Santo, o Espírito-Amor, DEUS, de que nosso Eu é uma partícula não desprendida.


Razão nos assiste, então, quando escrevemos (vol. 1 e vol. 3) que o "reino de Deus" ou "reino dos céus" ou "o céu", exprime exatamente o CORAÇÃO; e entrar no reino dos céus é penetrar, é MERGULHAR (batismo) no âmago de nosso próprio EU. É ser UM com o CRISTO, tal como o CRISTO é UM com o PAI (cfr. JO 10. 30; 17:21,22, 23).


Sendo esta parte a mais importante para a nossa tese, dividamo-la em três seções:

a) - Deus ou o Espírito Santo habitam DENTRO DE nós;


b) - CRISTO, o Filho (UNO com o Pai) também está DENTRO de nós, constituindo NOSSA ESSÊNCIA PROFUNDA;


c) - o local exato em que se encontra o Cristo é o CORAÇÃO, e nossa meta, durante a encarnação, é CRISTIFICAR-NOS, alcançando a evolução crística e unificando-nos com Ele.


a) -


A expressão "dentro de" pode ser dada em grego pela preposição ENTOS que encontramos clara em LC (LC 17:21), quando afirma que "o reino de Deus está DENTRO DE VÓS" (entòs humin); mas tamb ém a mesma ideia é expressa pela preposição EN (latim in, português em): se a água está na (EM A) garrafa ou no (EM O) copo, é porque está DENTRO desses recipientes. Não pode haver dúvida. Recordese o que escrevemos (vol. 1): "o Logos se fez carne e fez sua residência DENTRO DE NÓS" (JO 1:14).


Paulo é categórico em suas afirmativas: "Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito Santo habita dentro de vós" (1. ª Cor. 3:16).


Οΰи οίδατε ότι ναός θεοϋ έστε иαί τό πνεϋµα τοϋ θεοϋ έν ϋµϊν οίиεί;

E mais: "E não sabeis que vosso corpo é o templo do Espírito Santo que está dentro de vós, o qual recebestes de Deus, e não pertenceis a vós mesmos? Na verdade, fostes comprados por alto preço. Glorificai e TRAZEI DEUS EM VOSSO CORPO" (1. ª Cor. 6:19-20).


Esse Espírito Santo, que é a Centelha do Espírito Universal, é, por isso mesmo, idêntico em todos: "há muitas operações, mas UM só Deus, que OPERA TUDO DENTRO DE TODAS AS COISAS; ... Todas essas coisas opera o único e mesmo Espírito; ... Então, em UM Espírito todos nós fomos MERGULHADOS en: UMA carne, judeus e gentios, livres ou escravos" (1. ª Cor. 12:6, 11, 13).


Καί διαιρέσεις ένεργηµάτων είσιν, ό δέ αύτός θεός ό ένεργών τα πάντα έν πάσιν... Дάντα δέ ταύτα ένεργεί τό έν иαί τό αύτό πνεύµα... Кαί γάρ έν ένί πνεύµατι ήµείς πάντες είς έν σώµα έβαπτίσθηµεν,
είτε ̉Ιουδαίοι εϊτε έλληνες, είτε δούλοι, εϊτε έλεύθεροι.
Mais ainda: "Então já não sois hóspedes e estrangeiros, mas sois concidadãos dos santos e familiares de Deus, superedificados sobre o fundamento dos Enviados e dos Profetas, sendo a própria pedra angular máxima Cristo Jesus: em Quem toda edificação cresce no templo santo no Senhor, no Qual tamb ém vós estais edificados como HABITAÇÃO DE DEUS NO ESPÍRITO" (EF 2:19-22). " Αρα ούν ούиέτι έστε ζένοι иαί πάροιиοι, άλλά έστε συµπολίται τών άγίων иαί οίиείοι τού θεού,
έποιиοδοµηθέντες έπί τώ θεµελίω τών άποστόλων иαί προφητών, όντος άиρογωνιαίου αύτού Χριστόύ
#cite Іησού, έν ώ πάσα οίиοδοµή συναρµολογουµένη αύζει είς ναόν άγιον έν иυρίώ, έν ώ иαί ύµείς
συνοιиοδοµείσθε είς иατοιиητήεριον τού θεού έν πνεµατ

ι.


Se Deus habita DENTRO do homem e das coisas quem os despreza, despreza a Deus: "quem despreza estas coisas, não despreza homens, mas a Deus, que também deu seu Espírito Santo em vós" (1. ª Tess. 4:8).


Тοιγαρούν ό άθετών ούи άνθρωπον άθετεί, άλλά τόν θεόν τόν иαί διδόντα τό πνεύµα αύτού τό άγιον είς ύµάς.

E a consciência dessa realidade era soberana em Paulo: "Guardei o bom depósito, pelo Espírito Santo que habita DENTRO DE NÓS" (2. ª Tim. 1:14). (20)


Тήν иαλήν παραθήиην φύλαζον διά πνεύµατος άγίου τού ένοιиούντος έν ήµϊ

ν.


João dá seu testemunho: "Ninguém jamais viu Deus. Se nos amarmos reciprocamente, Deus permanecer á DENTRO DE NÓS, e o Amor Dele, dentro de nós, será perfeito (ou completo). Nisto sabemos que permaneceremos Nele e Ele em nós, porque DE SEU ESPÍRITO deu a nós" (1. ª JO 4:12-13).


θεόν ούδείς πώποτε τεθέαται: έάν άγαπώµεν άλλήλους, ό θεός έν ήµϊν µένει, иαί ή άγάπη αύτοϋ τε-
τελειωµένη έν ήµϊν έστιν. Εν τουτω γινώσиοµεν ότι έν αύτώ µένοµεν иαί αύτός έν ήµϊν, ότι έи τοϋ
πνεύµατος αύτοϋ δέδώиεν ήµϊ

ν.


b) -


Vejamos agora os textos que especificam melhor ser o CRISTO (Filho) que, DENTRO DE NÓS. constitui a essência profunda de nosso ser. Não é mais uma indicação de que TEMOS a Divindade em nós, mas um ensino concreto de que SOMOS uma partícula da Divindade. Escreve Paulo: "Não sabeis que CRISTO (Jesus) está DENTRO DE VÓS"? (2. ª Cor. 13:5). E, passando àquela teoria belíssima de que formamos todos um corpo só, cuja cabeça é Cristo, ensina Paulo: "Vós sois o CORPO de Cristo, e membros de seus membros" (l. ª Cor. 12:27). Esse mesmo Cristo precisa manifestar-se em nós, através de nós: "vossa vida está escondida COM CRISTO em Deus; quando Cristo se manifestar, vós também vos manifestareis em substância" (CL 3:3-4).


E logo adiante insiste: "Despojai-vos do velho homem com seus atos (das personagens terrenas com seus divisionismos egoístas) e vesti o novo, aquele que se renova no conhecimento, segundo a imagem de Quem o criou, onde (na individualidade) não há gentio nem judeu, circuncidado ou incircunciso, bárbaro ou cita, escravo ou livre, mas TUDO e EM TODOS, CRISTO" (CL 3:9-11).


A personagem é mortal, vivendo a alma por efeito do Espírito vivificante que nela existe: "Como em Adão (personagem) todos morrem, assim em CRISTO (individualidade, Espírito vivificante) todos são vivificados" (1. ª Cor. 15:22).


A consciência de que Cristo vive nele, faz Paulo traçar linhas imorredouras: "ou procurais uma prova do CRISTO que fala DENTRO DE MIM? o qual (Cristo) DENTRO DE VÓS não é fraco" mas é poderoso DENTRO DE VÓS" (2. ª Cor. 13:3).


E afirma com a ênfase da certeza plena: "já não sou eu (a personagem de Paulo), mas CRISTO QUE VIVE EM MIM" (GL 2:20). Por isso, pode garantir: "Nós temos a mente (noús) de Cristo" (l. ª Cor. 2:16).


Essa convicção traz consequências fortíssimas para quem já vive na individualidade: "não sabeis que vossos CORPOS são membros de Cristo? Tomando, então, os membros de Cristo eu os tornarei corpo de meretriz? Absolutamente. Ou não sabeis que quem adere à meretriz se torna UM CORPO com ela? Está dito: "e serão dois numa carne". Então - conclui Paulo com uma lógica irretorquível - quem adere a Deus é UM ESPÍRITO" com Deus (1. ª Cor. 6:15-17).


Já desde Paulo a união sexual é trazida como o melhor exemplo da unificação do Espírito com a Divindade. Decorrência natural de tudo isso é a instrução dada aos romanos: "vós não estais (não viveis) EM CARNE (na personagem), mas EM ESPÍRITO (na individualidade), se o Espírito de Deus habita DENTRO DE VÓS; se porém não tendes o Espírito de Cristo, não sois Dele. Se CRISTO (está) DENTRO DE VÓS, na verdade o corpo é morte por causa dos erros, mas o Espírito vive pela perfeição. Se o Espírito de Quem despertou Jesus dos mortos HABITA DENTRO DE VÓS, esse, que despertou Jesus dos mortos, vivificará também vossos corpos mortais, por causa do mesmo Espírito EM VÓS" (RM 9:9-11). E logo a seguir prossegue: "O próprio Espírito testifica ao nosso Espírito que somos filhos de Deus; se filhos, (somos) herdeiros: herdeiros de Deus, co-herdeiros de Cristo" (RM 8:16). Provém daí a angústia de todos os que atingiram o Eu Interno para libertar-se: "também tendo em nós as primícias do Espírito, gememos dentro de nós, esperando a adoção de Filhos, a libertação de nosso corpo" (RM 8:23).


c) -


Finalmente, estreitando o círculo dos esclarecimentos, verificamos que o Cristo, dentro de nós, reside NO CORAÇÃO, onde constitui nosso EU Profundo. É ensinamento escriturístico.


Ainda é Paulo que nos esclarece: "Porque sois filhos, Deus enviou o ESPÍRITO DE SEU FILHO, em vosso CORAÇÃO, clamando Abba, ó Pai" (GL 4:6). Compreendemos, então, que o Espírito Santo (Deus) que está em nós, refere-se exatamente ao Espírito do FILHO, ao CRISTO Cósmico, o Filho Unigênito. E ficamos sabendo que seu ponto de fixação em nós é o CORAÇÃO.


Lembrando-se, talvez, da frase de Jeremias, acima-citada, Paulo escreveu aos coríntios: "vós sois a nossa carta, escrita em vossos CORAÇÕES, conhecida e lida por todos os homens, sendo manifesto que sois CARTA DE CRISTO, preparada por nós, e escrita não com tinta, mas com o Espírito de Deus Vivo; não em tábuas de pedra, mas nas tábuas dos CORAÇÕES CARNAIS" (2. ª Cor. 3:2-3). Bastante explícito que realmente se trata dos corações carnais, onde reside o átomo espiritual.


Todavia, ainda mais claro é outro texto, em que se fala no mergulho de nosso eu pequeno, unificandonos ao Grande EU, o CRISTO INTERNO residente no coração: "CRISTO HABITA, pela fé, no VOSSO CORAÇÃO". E assegura com firmeza: "enraizados e fundamentados no AMOR, com todos os santos (os encarnados já espiritualizados na vivência da individualidade) se compreenderá a latitude, a longitude a sublimidade e a profundidade, conhecendo o que está acima do conhecimento, o AMOR DE CRISTO, para que se encham de toda a plenitude de Deus" (EF 3:17).


Кατοιиήσαι τόν Χριστόν διά τής πίστεως έν ταϊς иαρδίαις ύµών, έν άγάπη έρριζωµένοι иαί τεθεµελιωµένοι, ϊνα έζισγύσητε иαταλαβέσθαι σύν πάσιν τοϊςάγίοιςτί τό πλάτος иαί µήиος иαί ύψος
иαί βάθος, γνώσαι τε τήν ύπερβάλλουσαν τής γνώσεως άγάπην τοϋ Χριστοϋ, ίνα πληρωθήτε είς πάν τό πλήρωµα τού θεοϋ.

Quando se dá a unificação, o Espírito se infinitiza e penetra a Sabedoria Cósmica, compreendendo então a amplitude da localização universal do Cristo.


Mas encontramos outro ensino de suma profundidade, quando Paulo nos adverte que temos que CRISTIFICAR-NOS, temos que tornar-nos Cristos, na unificação com Cristo. Para isso, teremos que fazer uma tradução lógica e sensata da frase, em que aparece o verbo CHRIO duas vezes: a primeira, no particípio passado, Christós, o "Ungido", o "permeado da Divindade", particípio que foi transliterado em todas as línguas, com o sentido filosófico e místico de O CRISTO; e a segunda, logo a seguir, no presente do indicativo. Ora, parece de toda evidência que o sentido do verbo tem que ser O MESMO em ambos os empregos. Diz o texto original: ho dè bebaiôn hemãs syn humin eis Christon kaí chrísas hemãs theós (2. ª Cor. 1:21).


#cite Ο δέ βεβαιών ήµάς σύν ύµίν είς Χριστόν иαί χρίσας ήµάς θεό

ς.


Eis a tradução literal: "Deus, fortifica dor nosso e vosso, no Ungido, unge-nos".


E agora a tradução real: "Deus, fortificador nosso e vosso, em CRISTO, CRISTIFICA-NOS".


Essa a chave para compreendermos nossa meta: a cristificação total e absoluta.


Logo após escreve Paulo: "Ele também nos MARCA e nos dá, como penhor, o Espírito em NOSSOS CORAÇÕES" (2. ª Cor. 1:22).


#cite Ο иαί σφραγισάµενος ήµάς иαί δούς τόν άρραβώνα τόν πνεύµατος έν ταϊς иαρδϊαις ήµώ

ν.


Completando, enfim, o ensino - embora ministrado esparsamente - vem o texto mais forte e explícito, informando a finalidade da encarnação, para TÔDAS AS CRIATURAS: "até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, ao Homem Perfeito, à medida da evolução plena de Cristo" (EF 4:13).


Мέρχι иαταντήσωµεν οί πάντες είς τήν ένότητα τής πίστοως. иαί τής έπιγνώσεως τοϋ υίοϋ τοϋ θεοϋ,
είς άνδρα τελειον, είς µέτρον ήλιиίας τοϋ πληρώµατος τοϋ Χριστοϋ.
Por isso Paulo escreveu aos Gálatas: "ó filhinhos, por quem outra vez sofro as dores de parto, até que Cristo SE FORME dentro de vós" (GL 4:19) (Тεиνία µου, ούς πάλιν ώδίνω, µέρχις ού µορφωθή Χριστός έν ύµϊ

ν).


Agostinho (Tract. in Joanne, 21, 8) compreendeu bem isto ao escrever: "agradeçamos e alegremonos, porque nos tornamos não apenas cristãos, mas cristos", (Christus facti sumus); e Metódio de Olimpo ("Banquete das dez virgens", Patrol. Graeca, vol. 18, col. 150) escreveu: "a ekklêsía está grávida e em trabalho de parto até que o Cristo tome forma em nós, até que Cristo nasça em nós, a fim de que cada um dos santos (encarnados) por sua participação com o Cristo, se torne Cristo". Também Cirilo de Jerusalém ("Catechesis mystagogicae" 1. 3. 1 in Patr. Graeca vol. 33, col. 1. 087) asseverou: " Após terdes mergulhado no Cristo e vos terdes revestido do Cristo, fostes colocados em pé de igualdade com o Filho de Deus... pois que entrastes em comunhão com o Cristo, com razão tendes o nome de cristos, isto é, de ungidos".


Todo o que se une ao Cristo, se torna um cristo, participando do Pneuma e da natureza divina (theías koinônoí physeôs) (2. ª Pe. 1:3), pois "Cristo é o Espírito" (2. ª Cor. 3:17) e quem Lhe está unido, tem em si o selo (sphrágis) de Cristo. Na homilia 24,2, sobre 1. ª Cor. 10:16, João Crisóstomo (Patrol.


Graeca vol. 61, col. 200) escreveu: "O pão que partimos não é uma comunhão (com+união, koinônía) ao corpo de Cristo? Porque não disse "participação" (metoché)? Porque quis revelar algo mais, e mostrar uma associação (synápheia) mais íntima. Realmente, estamos unidos (koinônoúmen) não só pela participação (metéchein) e pela recepção (metalambánein), mas também pela UNIFICAÇÃO (enousthai)".


Por isso justifica-se o fragmento de Aristóteles, supra citado, em Sinésio: "os místicos devem não apenas aprender (mathein) mas experimentar" (pathein).


Essa é a razão por que, desde os primeiros séculos do estabelecimento do povo israelita, YHWH, em sua sabedoria, fazia a distinção dos diversos "corpos" da criatura; e no primeiro mandamento revelado a Moisés dizia: " Amarás a Deus de todo o teu coração (kardía), de toda tua alma (psychê), de todo teu intelecto (diánoia), de todas as tuas forças (dynameis)"; kardía é a individualidade, psychê a personagem, dividida em diánoia (intelecto) e dynameis (veículos físicos). (Cfr. LV 19:18; DT 6:5; MT 22:37; MC 12:13; LC 10:27).


A doutrina é uma só em todos os sistemas religiosos pregados pelos Mestres (Enviados e Profetas), embora com o tempo a imperfeição humana os deturpe, pois a personagem é fundamentalmente divisionista e egoísta. Mas sempre chega a ocasião em que a Verdade se restabelece, e então verificamos que todas as revelações são idênticas entre si, em seu conteúdo básico.


ESCOLA INICIÁTICA


Após essa longa digressão a respeito do estudo do "homem" no Novo Testamento, somos ainda obrigados a aprofundar mais o sentido do trecho em que são estipuladas as condições do discipulato.


Há muito desejaríamos ter penetrado neste setor, a fim de poder dar explicação cabal de certas frases e passagens; mas evitamo-lo ao máximo, para não ferir convicções de leitores desacostumados ao assunto.


Diante desse trecho, porém, somos forçados a romper os tabus e a falar abertamente.


Deve ter chamado a atenção de todos os estudiosos perspicazes dos Evangelhos, que Jesus jamais recebeu, dos evangelistas, qualquer título que normalmente seria atribuído a um fundador de religião: Chefe Espiritual, Sacerdote, Guia Espiritual, Pontífice; assim também, aqueles que O seguiam, nunca foram chamados Sequazes, Adeptos, Adoradores, Filiados, nem Fiéis (a não ser nas Epístolas, mas sempre com o sentido de adjetivo: os que mantinham fidelidade a Seus ensinos). Ao contrário disso, os epítetos dados a Jesus foram os de um chefe de escola: MESTRE (Rabbi, Didáskalos, Epistátês) ou de uma autoridade máxima Kyrios (SENHOR dos mistérios). Seus seguidores eram DISCÍPULOS (mathêtês), tudo de acordo com a terminologia típica dos mistérios iniciáticos de Elêusis, Delfos, Crotona, Tebas ou Heliópolis. Após receberem os primeiros graus, os discípulos passaram a ser denominado "emissários" (apóstolos), encarregados de dar a outros as primeiras iniciações.


Além disso, é evidente a preocupação de Jesus de dividir Seus ensinos em dois graus bem distintos: o que era ministrado de público ("a eles só é dado falar em parábolas") e o que era ensinado privadamente aos "escolhidos" ("mas a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus", cfr. MT 13:10-17 ; MC 4:11-12; LC 8:10).


Verificamos, portanto, que Jesus não criou uma "religião", no sentido moderno dessa palavra (conjunto de ritos, dogmas e cultos com sacerdócio hierarquicamente organizado), mas apenas fundou uma ESCOLA INICIÁTICA, na qual preparou e "iniciou" seus DISCÍPULOS, que Ele enviou ("emissários, apóstolos") com a incumbência de "iniciar" outras criaturas. Estas, por sua vez, foram continuando o processo e quando o mundo abriu os olhos e percebeu, estava em grande parte cristianizado. Quando os "homens" o perceberam e estabeleceram a hierarquia e os dogmas, começou a decadência.


A "Escola iniciática" fundada por Jesus foi modelada pela tradição helênica, que colocava como elemento primordial a transmissão viva dos mistérios: e "essa relação entre a parádosis (transmissão) e o mystérion é essencial ao cristianismo", escreveu o monge beneditino D. Odon CaseI (cfr. "Richesse du Mystere du Christ", Les éditions du Cerf. Paris, 1964, pág. 294). Esse autor chega mesmo a afirmar: " O cristianismo não é uma religião nem uma confissão, segundo a acepção moderna dessas palavras" (cfr. "Le Mystere du Culte", ib., pág. 21).


E J. Ranft ("Der Ursprung des Kathoíischen Traditionsprinzips", 1931, citado por D . O. Casel) escreve: " esse contato íntimo (com Cristo) nasce de uma gnose profunda".


Para bem compreender tudo isso, é indispensável uma incursão pelo campo das iniciações, esclarecendo antes alguns termos especializados. Infelizmente teremos que resumir ao máximo, para não prejudicar o andamento da obra. Mas muitos compreenderão.


TERMOS ESPECIAIS


Aiôn (ou eon) - era, época, idade; ou melhor CICLO; cada um dos ciclos evolutivos.


Akoueíu - "ouvir"; akoueín tòn lógon, ouvir o ensino, isto é, receber a revelação dos segredos iniciáticos.


Gnôse - conhecimento espiritual profundo e experimental dos mistérios.


Deíknymi - mostrar; era a explicação prática ou demonstração de objetos ou expressões, que serviam de símbolos, e revelavam significados ocultos.


Dóxa - doutrina; ou melhor, a essência do conhecimento profundo: o brilho; a luz da gnôse; donde "substância divina", e daí a "glória".


Dynamis - força potencial, potência que capacita para o érgon e para a exousía, infundindo o impulso básico de atividade.


Ekklêsía - a comunidade dos "convocados" ou "chamados" (ékklêtos) aos mistérios, os "mystos" que tinham feito ou estavam fazendo o curso da iniciação.


Energeín - agir por dentro ou de dentro (energia), pela atuação da força (dybamis).


Érgon - atividade ou ação; trabalho espiritual realizado pela força (dynamis) da Divindade que habita dentro de cada um e de cada coisa; energia.


Exêgeísthaí - narrar fatos ocultos, revelar (no sentido de "tirar o véu") (cfr. LC 24:35; JO 1:18; AT 10:8:15:12, 14).


Hágios - santo, o que vive no Espírito ou Individualidade; o iniciado (cfr. teleios).


Kyrios - Senhor; o Mestre dos Mistérios; o Mistagogo (professor de mistérios); o Hierofante (o que fala, fans, fantis, coisas santas, hieros); dava-se esse título ao possuidor da dynamis, da exousía e do érgon, com capacidade para transmiti-los.


Exousía - poder, capacidade de realização, ou melhor, autoridade, mas a que provém de dentro, não "dada" de fora.


Leitourgia - Liturgia, serviço do povo: o exercício do culto crístico, na transmissão dos mistérios.


Legómena - palavras reveladoras, ensino oral proferido pelo Mestre, e que se tornava "ensino ouvido" (lógos akoês) pelos discípulos.


Lógos - o "ensino" iniciático, a "palavra" secreta, que dava a chave da interpretação dos mistérios; a" Palavra" (Energia ou Som), segundo aspecto da Divindade.


Monymenta - "monumentos", ou seja, objetos e lembranças, para manter viva a memória.


Mystagogo – o Mestre dos Mystérios, o Hierofante.


Mystérion - a ação ou atividade divina, experimentada pelo iniciado ao receber a iniciação; donde, o ensino revelado apenas aos perfeitos (teleios) e santos (hágios), mas que devia permanecer oculto aos profanos.


Oikonomía - economia, dispensação; literalmente "lei da casa"; a vida intima de cada iniciado e sua capacidade na transmissão iniciática a outros, (de modo geral encargo recebido do Mestre).


Orgê - a atividade ou ação sagrada; o "orgasmo" experimentado na união mística: donde "exaltação espiritual" pela manifestação da Divindade (erradamente interpretado como "ira").


Parábola - ensino profundo sob forma de narrativa popular, com o verdadeiro sentido oculto por metáforas e símbolos.


Paradídômi - o mesmo que o latim trádere; transmitir, "entregar", passar adiante o ensino secreto.


Parádosis - transmissão, entrega de conhecimentos e experiências dos ensinos ocultos (o mesmo que o latim tradítio).


Paralambánein - "receber" o ensino secreto, a "palavra ouvida", tornando-se conhecedor dos mistérios e das instruções.


Patheín - experimentar, "sofrer" uma experiência iniciática pessoalmente, dando o passo decisivo para receber o grau e passar adiante.


Plêrôma - plenitude da Divindade na criatura, plenitude de Vida, de conhecimento, etc.


Redençãoa libertação do ciclo de encarnações na matéria (kyklos anánkê) pela união total e definitiva com Deus.


Santo - o mesmo que perfeito ou "iniciado".


Sêmeíon - "sinal" físico de uma ação espiritual, demonstração de conhecimento (gnose), de força (dynamis), de poder (exousía) e de atividade ou ação (érgon); o "sinal" é sempre produzido por um iniciado, e serve de prova de seu grau.


Sophía - a sabedoria obtida pela gnose; o conhecimento proveniente de dentro, das experiências vividas (que não deve confundir-se com a cultura ou erudição do intelecto).


Sphrágis - selo, marca indelével espiritual, recebida pelo espírito, embora invisível na matéria, que assinala a criatura como pertencente a um Senhor ou Mestre.


Symbolos - símbolos ou expressões de coisas secretas, incompreensíveis aos profanos e só percebidas pelos iniciados (pão, vinho, etc.) .


Sótería - "salvação", isto é, a unificação total e definitiva com a Divindade, que se obtém pela "redenção" plena.


Teleíos - o "finalista", o que chegou ao fim de um ciclo, iniciando outro; o iniciado nos mistérios, o perfeito ou santo.


Teleisthai - ser iniciado; palavra do mesmo radical que teleutan, que significa "morrer", e que exprime" finalizar" alguma coisa, terminar um ciclo evolutivo.


Tradítio - transmissão "tradição" no sentido etimológico (trans + dare, dar além passar adiante), o mesmo que o grego parádosis.


TRADIÇÃO


D. Odon Casel (o. c., pág. 289) escreve: "Ranft estudou de modo preciso a noção da tradítio, não só como era praticada entre os judeus, mas também em sua forma bem diferente entre os gregos. Especialmente entre os adeptos dos dosis é a transmissão secreta feita aos "mvstos" da misteriosa sôtería; é a inimistérios, a noção de tradítio (parádosis) tinha grande importância. A paraciação e a incorporação no círculo dos eleitos (eleitos ou "escolhidos"; a cada passo sentimos a confirmação de que Jesus fundou uma "Escola Iniciática", quando emprega os termos privativos das iniciações heléntcas; cfr. " muitos são chamados, mas poucos são os escolhidos" - MT 22. 14), características das religiões grecoorientais. Tradítio ou parádosis são, pois, palavras que exprimem a iniciação aos mistérios. Tratase, portanto, não de uma iniciação científica, mas religiosa, realizada no culto. Para o "mysto", constitui uma revelação formal, a segurança vivida das realidades sagradas e de uma santa esperança. Graças a tradição, a revelação primitiva passa às gerações ulteriores e é comunicada por ato de iniciação. O mesmo princípio fundamental aplica-se ao cristianismo".


Na página seguinte, o mesmo autor prossegue: "Nos mistérios, quando o Pai Mistagogo comunica ao discípulo o que é necessário ao culto, essa transmissão tem o nome de traditio. E o essencial não é a instrução, mas a contemplação, tal como o conta Apuleio (Metamorphoses, 11, 21-23) ao narrar as experiências culturais do "mysto" Lúcius. Sem dúvida, no início há uma instrução, mas sempre para finalizar numa contemplação, pela qual o discípulo, o "mysto", entra em relação direta com a Divindade.


O mesmo ocorre no cristianismo (pág. 290).


Ouçamos agora as palavras de J. Ranft (o. c., pág. 275): "A parádosis designa a origem divina dos mistérios e a transmissão do conteúdo dos mistérios. Esta, à primeira vista, realiza-se pelo ministério dos homens, mas não é obra de homens; é Deus que ensina. O homem é apenas o intermediário, o Instrumento desse ensino divino. Além disso... desperta o homem interior. Logos é realmente uma palavra intraduzível: designa o próprio conteúdo dos mistérios, a palavra, o discurso, o ENSINO. É a palavra viva, dada por Deus, que enche o âmago do homem".


No Evangelho, a parádosis é constituída pelas palavras ou ensinos (lógoi) de Jesus, mas também simbolicamente pelos fatos narrados, que necessitam de interpretação, que inicialmente era dada, verbalmente, pelos "emissários" e pelos inspirados que os escreveram, com um talento superior de muito ao humano, deixando todos os ensinos profundos "velados", para só serem perfeitamente entendidos pelos que tivessem recebido, nos séculos seguintes, a revelação do sentido oculto, transmitida quer por um iniciado encarnado, quer diretamente manifestada pelo Cristo Interno. Os escritores que conceberam a parádosis no sentido helênico foram, sobretudo, João e Paulo; já os sinópticos a interpretam mais no sentido judaico, excetuando-se, por vezes, o grego Lucas, por sua convivência com Paulo, e os outros, quando reproduziam fielmente as palavras de Jesus.


Se recordarmos os mistérios de Elêusis (palavra que significa "advento, chegada", do verbo eléusomai," chegar"), ou de Delfos (e até mesmo os de Tebas, Ábydos ou Heliópolis), veremos que o Novo Testamento concorda seus termos com os deles. O logos transmitido (paradidômi) por Jesus é recebida (paralambánein) pelos DISCÍPULOS (mathêtês). Só que Jesus apresentou um elemento básico a mais: CRISTO. Leia-se Paulo: "recebi (parélabon) do Kyrios o que vos transmiti (parédote)" (l. ª Cor. 11:23).


O mesmo Paulo, que define a parádosis pagã como "de homens, segundo os elementos do mundo e não segundo Cristo" (CL 2:8), utiliza todas as palavras da iniciação pagã, aplicando-as à iniciação cristã: parádosis, sophía, logo", mystérion, dynamis, érgon, gnose, etc., termos que foram empregados também pelo próprio Jesus: "Nessa hora Jesus fremiu no santo pneuma e disse: abençôo-te, Pai, Senhor do céu e da Terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e hábeis, e as revelaste aos pequenos, Sim, Pai, assim foi de teu agrado. Tudo me foi transmitido (parédote) por meu Pai. E ninguém tem a gnose do que é o Filho senão o Pai, e ninguém tem a gnose do que é o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho quer revelar (apokalypsai = tirar o véu). E voltando-se para seus discípulos, disse: felizes os olhos que vêem o que vedes. Pois digo-vos que muitos profetas e reis quiseram ver o que vedes e não viram, e ouvir o que ouvis, e não ouviram" (LC 10:21-24). Temos a impressão perfeita que se trata de ver e ouvir os mistérios iniciáticos que Jesus transmitia a seus discípulos.


E João afirma: "ninguém jamais viu Deus. O Filho Unigênito que esta no Pai, esse o revelou (exêgêsato, termo específico da língua dos mistérios)" (JO 1:18).


"PALAVRA OUVIDA"


A transmissão dos conhecimentos, da gnose, compreendia a instrução oral e o testemunhar das revelações secretas da Divindade, fazendo que o iniciado participasse de uma vida nova, em nível superior ( "homem novo" de Paulo), conhecendo doutrinas que deveriam ser fielmente guardadas, com a rigorosa observação do silêncio em relação aos não-iniciados (cfr. "não deis as coisas santas aos cães", MT 7:6).


Daí ser a iniciação uma transmissão ORAL - o LOGOS AKOÊS, ou "palavra ouvida" ou "ensino ouvido" - que não podia ser escrito, a não ser sob o véu espesso de metáforas, enigmas, parábolas e símbolos.


Esse logos não deve ser confundido com o Segundo Aspecto da Divindade (veja vol. 1 e vol. 3).


Aqui logos é "o ensino" (vol. 2 e vol. 3).


O Novo Testamento faz-nos conhecer esse modus operandi: Paulo o diz, numa construção toda especial e retorcida (para não falsear a técnica): "eis por que não cessamos de agradecer (eucharistoúmen) a Deus, porque, recebendo (paralabóntes) o ENSINO OUVIDO (lógon akoês) por nosso intermédio, de Deus, vós o recebestes não como ensino de homens (lógon anthrópôn) mas como ele é verdadeiramente: o ensino de Deus (lógon theou), que age (energeítai) em vós que credes" (l. ª Tess. 2:13).


O papel do "mysto" é ouvir, receber pelo ouvido, o ensino (lógos) e depois experimentar, como o diz Aristóteles, já citado por nós: "não apenas aprender (matheín), mas experimentar" (patheín).


Esse trecho mostra como o método cristão, do verdadeiro e primitivo cristianismo de Jesus e de seus emissários, tinha profunda conexão com os mistérios gregos, de cujos termos específicos e característicos Jesus e seus discípulos se aproveitaram, elevando, porém, a técnica da iniciação à perfeição, à plenitude, à realidade máxima do Cristo Cósmico.


Mas continuemos a expor. Usando, como Jesus, a terminologia típica da parádosis grega, Paulo insiste em que temos que assimilá-la interiormente pela gnose, recebendo a parádosis viva, "não mais de um Jesus de Nazaré histórico, mas do Kyrios, do Cristo ressuscitado, o Cristo Pneumatikós, esse mistério que é o Cristo dentro de vós" (CL 1:27).


Esse ensino oral (lógos akoês) constitui a tradição (traditio ou parádosis), que passa de um iniciado a outro ou é recebido diretamente do "Senhor" (Kyrios), como no caso de Paulo (cfr. GL 1:11): "Eu volo afirmo, meus irmãos, que a Boa-Nova que preguei não foi à maneira humana. Pois não na recebi (parélabon) nem a aprendi de homens, mas por uma revelação (apokálypsis) de Jesus Cristo".


Aos coríntios (l. ª Cor. 2:1-5) escreve Paulo: "Irmãos, quando fui a vós, não fui com o prestígio do lógos nem da sophía, mas vos anunciei o mistério de Deus. Decidi, com efeito, nada saber entre vós sen ão Jesus Cristo, e este crucificado. Fui a vós em fraqueza, em temor, e todo trêmulo, e meu logos e minha pregação não consistiram nos discursos persuasivos da ciência, mas numa manifestação do Esp írito (pneuma) e do poder (dynamis), para que vossa fé não repouse na sabedoria (sophía) dos homens, mas no poder (dynamis) de Deus".


A oposição entre o logos e a sophia profanos - como a entende Aristóteles - era salientada por Paulo, que se referia ao sentido dado a esses termos pelos "mistérios antigos". Salienta que à sophia e ao logos profanos, falta, no dizer dele, a verdadeira dynamis e o pnenma, que constituem o mistério cristão que ele revela: Cristo.


Em vários pontos do Novo Testamento aparece a expressão "ensino ouvido" ou "ouvir o ensino"; por exemplo: MT 7:24, MT 7:26; 10:14; 13:19, 20, 21, 22, 23; 15:12; 19:22; MC 4:14, MC 4:15, MC 4:16, MC 4:17, 18, 19, 20; LC 6:47; LC 8:11, LC 8:12, LC 8:13, LC 8:15; 10:39; 11:28; JO 5:24, JO 5:38; 7:40; 8:43; 14:24; AT 4:4; AT 10:44; AT 13:7; AT 15:7; EF 1:13; 1. ª Tess. 2:13; HB 4:2; 1. ª JO 2:7; Ap. 1:3.


DYNAMIS


Em Paulo, sobretudo, percebemos o sentido exato da palavra dynamis, tão usada nos Evangelhos.


Pneuma, o Espírito (DEUS), é a força Potencial ou Potência Infinita (Dynamis) que, quando age (energeín) se torna o PAI (érgon), a atividade, a ação, a "energia"; e o resultado dessa atividade é o Cristo Cósmico, o Kosmos universal, o Filho, que é Unigênito porque a emissão é única, já que espaço e tempo são criações intelectuais do ser finito: o Infinito é uno, inespacial, atemporal.


Então Dynamis é a essência de Deus o Absoluto, a Força, a Potência Infinita, que tudo permeia, cria e governa, desde os universos incomensuráveis até os sub-átomos infra-microscópicos. Numa palavra: Dynamis é a essência de Deus e, portanto, a essência de tudo.


Ora, o Filho é exatamente o PERMEAADO, ou o UNGIDO (Cristo), por essa Dynamis de Deus e pelo Érgon do Pai. Paulo já o dissera: "Cristo... é a dynamis de Deus e a sophía de Deus (Christòn theou dynamin kaí theou sophían, 1. ª Cor. 1:24). Então, manifesta-se em toda a sua plenitude (cfr. CL 2:9) no homem Jesus, a Dynamis do Pneuma (embora pneuma e dynamis exprimam realmente uma só coisa: Deus): essa dynamis do pneuma, atuando através do Pai (érgon) toma o nome de CRISTO, que se manifestou na pessoa Jesus, para introduzir a humanidade deste planeta no novo eon, já que "ele é a imagem (eikôn) do Deus invisível e o primogênito de toda criação" (CL 1:15).


EON


O novo eon foi inaugurado exatamente pelo Cristo, quando de Sua penetração plena em Jesus. Daí a oposição que tanto aparece no Novo Testamento Entre este eon e o eon futuro (cfr., i. a., MT 12:32;


MC 10:30; LC 16:8; LC 20:34; RM 12:2; 1. ª Cor. 1:20; 2:6-8; 3:18:2. ª Cor. 4:4; EF 2:2-7, etc.) . O eon "atual" e a vida da matéria (personalismo); O eon "vindouro" é a vida do Espírito ó individualidade), mas que começa na Terra, agora (não depois de desencarnados), e que reside no âmago do ser.


Por isso, afirmou Jesus que "o reino dos céus está DENTRO DE VÓS" (LC 17:21), já que reside NO ESPÍRITO. E por isso, zôê aiónios é a VIDA IMANENTE (vol, 2 e vol. 3), porque é a vida ESPIRITUAL, a vida do NOVO EON, que Jesus anunciou que viria no futuro (mas, entenda-se, não no futuro depois da morte, e sim no futuro enquanto encarnados). Nesse novo eon a vida seria a da individualidade, a do Espírito: "o meu reino não é deste mundo" (o físico), lemos em JO 18:36. Mas é NESTE mundo que se manifestará, quando o Espírito superar a matéria, quando a individualidade governar a personagem, quando a mente dirigir o intelecto, quando o DE DENTRO dominar o DE FORA, quando Cristo em nós tiver a supremacia sobre o eu transitório.


A criatura que penetra nesse novo eon recebe o selo (sphrágis) do Cristo do Espírito, selo indelével que o condiciona como ingresso no reino dos céus. Quando fala em eon, o Evangelho quer exprimir um CICLO EVOLUTIVO; na evolução da humanidade, em linhas gerais, podemos considerar o eon do animalismo, o eon da personalidade, o eon da individualidade, etc. O mais elevado eon que conhecemos, o da zôê aiónios (vida imanente) é o da vida espiritual plenamente unificada com Deus (pneuma-dynamis), com o Pai (lógos-érgon), e com o Filho (Cristo-kósmos).


DÓXA


Assim como dynamis é a essência de Deus, assim dóxa (geralmente traduzida por "glória") pode apresentar os sentidos que vimos (vol. 1). Mas observaremos que, na linguagem iniciática dos mistérios, além do sentido de "doutrina" ou de "essência da doutrina", pode assumir o sentido específico de" substância divina". Observe-se esse trecho de Paulo (Filp. 2:11): "Jesus Cristo é o Senhor (Kyrios) na substância (dóxa) de Deus Pai"; e mais (RM 6:4): "o Cristo foi despertado dentre os mortos pela substância (dóxa) do Pai" (isto é, pelo érgon, a energia do Som, a vibração sonora da Palavra).


Nesses passos, traduzir dóxa por glória é ilógico, não faz sentido; também "doutrina" aí não cabe. O sentido é mesmo o de "substância".


Vejamos mais este passo (l. ª Cor. 2:6-16): "Falamos, sim da sabedoria (sophia) entre os perfeitos (teleiois, isto é, iniciados), mas de uma sabedoria que não é deste eon, nem dos príncipes deste eon, que são reduzidos a nada: mas da sabedoria dos mistérios de Deus, que estava oculta, e que antes dos eons Deus destinara como nossa doutrina (dóxa), e que os príncipes deste mundo não reconheceram. De fato, se o tivessem reconhecido, não teriam crucificado o Senhor da Doutrina (Kyrios da dóxa, isto é, o Hierofante ou Mistagogo). Mas como está escrito, (anunciamos) o que o olho não viu e o ouvido não ouviu e o que não subiu sobre o coração do homem, mas o que Deus preparou para os que O amam.


Pois foi a nós que Deus revelou (apekalypsen = tirou o véu) pelo pneuma" (ou seja, pelo Espírito, pelo Cristo Interno).


MISTÉRIO


Mistério é uma palavra que modificou totalmente seu sentido através dos séculos, mesmo dentro de seu próprio campo, o religioso. Chamam hoje "mistério" aquilo que é impossível de compreender, ou o que se ignora irremissivelmente, por ser inacessível à inteligência humana.


Mas originariamente, o mistério apresentava dois sentidos básicos:

1. º - um ensinamento só revelado aos iniciados, e que permanecia secreto para os profanos que não podiam sabê-lo (daí proveio o sentido atual: o que não se pode saber; na antiguidade, não se podia por proibição moral, ao passo que hoje é por incapacidade intelectual);


2. º - a própria ação ou atividade divina, experimentada pelo iniciado ao receber a iniciação completa.


Quando falamos em "mistério", transliterando a palavra usada no Novo Testamento, arriscamo-nos a interpretar mal. Aí, mistério não tem o sentido atual, de "coisa ignorada por incapacidade intelectiva", mas é sempre a "ação divina revelada experimentalmente ao homem" (embora continue inacessível ao não-iniciado ou profano).


O mistério não é uma doutrina: exprime o caráter de revelação direta de Deus a seus buscadores; é uma gnose dos mistérios, que se comunica ao "mysto" (aprendiz de mística). O Hierofante conduz o homem à Divindade (mas apenas o conduz, nada podendo fazer em seu lugar). E se o aprendiz corresponde plenamente e atende a todas as exigências, a Divindade "age" (energeín) internamente, no "Esp írito" (pneuma) do homem. que então desperta (egereín), isto é, "ressurge" para a nova vida (cfr. "eu sou a ressurreição da vida", JO 11:25; e "os que produzirem coisas boas (sairão) para a restauração de vida", isto é, os que conseguirem atingir o ponto desejado serão despertados para a vida do espírito, JO 5-29).


O caminho que leva a esses passos, é o sofrimento, que prepara o homem para uma gnose superior: "por isso - conclui O. Casel - a cruz é para o cristão o caminho que conduz à gnose da glória" (o. c., pág. 300).


Paulo diz francamente que o mistério se resume numa palavra: CRISTO "esse mistério, que é o Cristo", (CL 1:27): e "a fim de que conheçam o mistério de Deus, o Cristo" (CL 2:2).


O mistério opera uma união íntima e física com Deus, a qual realiza uma páscoa (passagem) do atual eon, para o eon espiritual (reino dos céus).


O PROCESSO


O postulante (o que pedia para ser iniciado) devia passar por diversos graus, antes de ser admitido ao pórtico, à "porta" por onde só passavam as ovelhas (símbolo das criaturas mansas; cfr. : "eu sou a porta das ovelhas", JO 10:7). Verificada a aptidão do candidato profano, era ele submetido a um período de "provações", em que se exercitava na ORAÇÃO (ou petição) que dirigia à Divindade, apresentando os desejos ardentes ao coração, "mendigando o Espírito" (cfr. "felizes os mendigos de Espírito" MT 5:3) para a ele unir-se; além disso se preparava com jejuns e alimentação vegetariana para o SACRIF ÍCIO, que consistia em fazer a consagração de si mesmo à Divindade (era a DE + VOTIO, voto a Deus), dispondo-se a desprender-se ao mundo profano.


Chegado a esse ponto, eram iniciados os SETE passos da iniciação. Os três primeiros eram chamado "Mistérios menores"; os quatro últimos, "mistérios maiores". Eram eles:

1 - o MERGULHO e as ABLUÇÕES (em Elêusis havia dois lagos salgados artificiais), que mostravam ao postulante a necessidade primordial e essencial da "catarse" da "psiquê". Os candidatos, desnudos, entravam num desses lagos e mergulhavam, a fim de compreender que era necessário "morrer" às coisas materiais para conseguir a "vida" (cfr. : "se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica só; mas se morrer dá muito fruto", JO 12:24). Exprimia a importância do mergulho dentro de si mesmo, superando as dificuldades e vencendo o medo. Ao sair do lago, vestia uma túnica branca e aguardava o segundo passo.


2 - a ACEITAÇÃO de quem havia mergulhado, por parte do Mistagogo, que o confirmava no caminho novo, entre os "capazes". Daí por diante, teria que correr por conta própria todos os riscos inerentes ao curso: só pessoalmente poderia caminhar. Essa confirmação do Mestre simbolizava a "epiphanía" da Divindade, a "descida da graça", e o recem-aceito iniciava nova fase.


3 - a METÂNOIA ou mudança da mente, que vinha após assistir a várias tragédias e dramas de fundo iniciático. Todas ensinavam ao "mysto" novato, que era indispensável, através da dor, modificar seu" modo de pensar" em relação à vida, afastar-se de. todos os vícios e fraquezas do passado, renunciar a prazeres perniciosos e defeitos, tornando-se o mais perfeito (téleios) possível. Era buscada a renovação interna, pelo modo de pensar e de encarar a vida. Grande número dos que começavam a carreira, paravam aí, porque não possuíam a força capaz de operar a transmutação mental. As tentações os empolgavam e novamente se lançavam no mundo profano. No entanto, se dessem provas positivas de modifica ção total, de serem capazes de viver na santidade, resistindo às tentações, podiam continuar a senda.


Havia, então, a "experiência" para provar a realidade da "coragem" do candidato: era introduzido em grutas e câmaras escuras, onde encontrava uma série de engenhos lúgubres e figuras apavorantes, e onde demorava um tempo que parecia interminável. Dali, podia regressar ou prosseguir. Se regressava, saía da fileira; se prosseguia, recebia a recompensa justa: era julgado apto aos "mistérios maiores".


4 - O ENCONTRO e a ILUMINAÇÃO, que ocorria com a volta à luz, no fim da terrível caminhada por entre as trevas. Através de uma porta difícil de ser encontrada, deparava ele campos floridos e perfumados, e neles o Hierofante, em paramentação luxuosa. que os levava a uma refeição simples mas solene constante de pão, mel, castanhas e vinho. Os candidatos eram julgados "transformados", e porSABEDORIA DO EVANGELHO tanto não havia mais as exteriorizações: o segredo era desvelado (apokálypsis), e eles passavam a saber que o mergulho era interno, e que deviam iniciar a meditação e a contemplação diárias para conseguir o "encontro místico" com a Divindade dentro de si. Esses encontros eram de início, raros e breves, mas com o exercício se iam fixando melhor, podendo aspirar ao passo seguinte.


5 - a UNIÃO (não mais apenas o "encontro"), mas união firme e continuada, mesmo durante sua estada entre os profanos. Era simbolizada pelo drama sacro (hierõs gámos) do esponsalício de Zeus e Deméter, do qual nasceria o segundo Dionysos, vencedor da morte. Esse matrimônio simbólico e puro, realizado em exaltação religiosa (orgê) é que foi mal interpretado pelos que não assistiam à sua representação simbólica (os profanos) e que tacharam de "orgias imorais" os mistérios gregos. Essa "união", depois de bem assegurada, quando não mais se arriscava a perdê-la, preparava os melhores para o passo seguinte.


6 - a CONSAGRAÇÃO ou, talvez, a sagração, pela qual era representada a "marcação" do Espírito do iniciado com um "selo" especial da Divindade a quem o "mysto" se consagrava: Apolo, Dyonisos, Isis, Osíris, etc. Era aí que o iniciado obtinha a epoptía, ou "visão direta" da realidade espiritual, a gnose pela vivência da união mística. O epopta era o "vigilante", que o cristianismo denominou "epískopos" ou "inspetor". Realmente epopta é composto de epí ("sobre") e optos ("visível"); e epískopos de epi ("sobre") e skopéô ("ver" ou "observar"). Depois disso, tinha autoridade para ensinar a outros e, achando-se preso à Divindade e às obrigações religiosas, podia dirigir o culto e oficiar a liturgia, e também transmitir as iniciações nos graus menores. Mas faltava o passo decisivo e definitivo, o mais difícil e quase inacessível.


7 - a PLENITUDE da Divindade, quando era conseguida a vivência na "Alma Universal já libertada".


Nos mistérios gregos (em Elêusis) ensinava-se que havia uma Força Absoluta (Deus o "sem nome") que se manifestava através do Logos (a Palavra) Criador, o qual produzia o Filho (Kósmo). Mas o Logos tinha duplo aspecto: o masculino (Zeus) e o feminino (Deméter). Desse casal nascera o Filho, mas também com duplo aspecto: a mente salvadora (Dionysos) e a Alma Universal (Perséfone). Esta, desejando experiências mais fortes, descera à Terra. Mas ao chegar a estes reinos inferiores, tornouse a "Alma Universal" de todas as criaturas, e acabou ficando prisioneira de Plutão (a matéria), que a manteve encarcerada, ministrando-lhe filtros mágicos que a faziam esquecer sua origem divina, embora, no íntimo, sentisse a sede de regressar a seu verdadeiro mundo, mesmo ignorando qual fosse.


Dionysos quis salvá-la, mas foi despedaçado pelos Titãs (a mente fracionada pelo intelecto e estraçalhada pelos desejos). Foi quando surgiu Triptólemo (o tríplice combate das almas que despertam), e com apelos veementes conseguiu despertar Perséfone, revelando lhe sua origem divina, e ao mesmo tempo, com súplicas intensas às Forças Divinas, as comoveu; então Zeus novamente se uniu a Deméter, para fazer renascer Dionysos. Este, assumindo seu papel de "Salvador", desce à Terra, oferecendose em holocausto a Plutão (isto é, encarnando-se na própria matéria) e consegue o resgate de Perséfone, isto é, a libertação da Alma das criaturas do domínio da matéria e sua elevação novamente aos planos divinos. Por esse resumo, verificamos como se tornou fácil a aceitação entre os grego, e romanos da doutrina exposta pelos Emissários de Jesus, um "Filho de Deus" que desceu à Terra para resgatar com sua morte a alma humana.


O iniciado ficava permeado pela Divindade, tornando-se então "adepto" e atingindo o verdadeiro grau de Mestre ou Mistagogo por conhecimento próprio experimental. Já não mais era ele, o homem, que vivia: era "O Senhor", por cujo intermédio operava a Divindade. (Cfr. : "não sou mais eu que vivo, é Cristo que vive em mim", GL 2:20; e ainda: "para mim, viver é Cristo", Filp. 1:21). A tradição grega conservou os nomes de alguns dos que atingiram esse grau supremo: Orfeu... Pitágoras... Apolônio de Tiana... E bem provavelmente Sócrates (embora Schuré opine que o maior foi Platão).


NO CRISTIANISMO


Todos os termos néo-testamentários e cristãos, dos primórdios, foram tirados dos mistérios gregos: nos mistérios de Elêusis, o iniciado se tornava "membro da família do Deus" (Dionysos), sendo chamado.


então, um "santo" (hágios) ou "perfeito" (téleios). E Paulo escreve: "assim, pois, não sois mais estran geiros nem peregrinos, mas sois concidadãos dos santos e familiares de Deus. ’ (EF 2:19). Ainda em Elêusis, mostrava-se aos iniciados uma "espiga de trigo", símbolo da vida que eternamente permanece através das encarnações e que, sob a forma de pão, se tornava participante da vida do homem; assim quando o homem se unia a Deus, "se tornava participante da vida divina" (2. ª Pe. 1:4). E Jesus afirmou: " Eu sou o PÃO da Vida" (JO 6. 35).


No entanto ocorreu modificação básica na instituição do Mistério cristão, que Jesus realizou na "última Ceia", na véspera de sua experiência máxima, o páthos ("paixão").


No Cristianismo, a iniciação toma sentido puramente espiritual, no interior da criatura, seguindo mais a Escola de Alexandria. Lendo Filon, compreendemos isso: ele interpreta todo o Antigo Testamento como alegoria da evolução da alma. Cada evangelista expõe a iniciação cristã de acordo com sua própria capacidade evolutiva, sendo que a mais elevada foi, sem dúvida, a de João, saturado da tradição (parádosis) de Alexandria, como pode ver-se não apenas de seu Evangelho, como também de seu Apocalipse.


Além disso, Jesus arrancou a iniciação dos templos, a portas fechadas, e jogou-a dentro dos corações; era a universalização da "salvação" a todos os que QUISESSEM segui-Lo. Qualquer pessoa pode encontrar o caminho (cfr. "Eu sou o Caminho", JO 14:6), porque Ele corporificou os mistérios em Si mesmo, divulgando-lhes os segredos através de Sua vida. Daí em diante, os homens não mais teriam que procurar encontrar um protótipo divino, para a ele conformar-se: todos poderiam descobrir e utir-se diretamente ao Logos que, através do Cristo, em Jesus se manifestara.


Observamos, pois, uma elevação geral de frequência vibratória, de tonus, em todo o processo iniciático dos mistérios.


E os Pais da Igreja - até o século 3. º o cristianismo foi "iniciático", embora depois perdesse o rumo quando se tornou "dogmático" - compreenderam a realidade do mistério cristão, muito superior, espiritualmente, aos anteriores: tornar o homem UM CRISTO, um ungido, um permeado da Divindade.


A ação divina do mistério, por exemplo, é assim descrita por Agostinho: "rendamos graças e alegremonos, porque nos tornamos não apenas cristãos, mas cristos" (Tract. in Joanne, 21,8); e por Metódio de Olímpio: "a comunidade (a ekklêsía) está grávida e em trabalho de parto, até que o Cristo tenha tomado forma em nós; até que o Cristo nasça em nós, para que cada um dos santos, por sua participação ao Cristo, se torne o cristo" (Patrol. Graeca, vol. 18, ccl. 150).


Temos que tornar-nos cristos, recebendo a última unção, conformando-nos com Ele em nosso próprio ser, já que "a redenção tem que realizar-se EM NÓS" (O. Casel, o. c., pág. 29), porque "o único e verdadeiro holocausto é o que o homem faz de si mesmo".


Cirilo de Jerusalém diz: "Já que entrastes em comunhão com o Cristo com razão sois chamados cristos, isto é, ungidos" (Catechesis Mystagogicae, 3,1; Patrol. Graeca,, 01. 33, col. 1087).


Essa transformação, em que o homem recebe Deus e Nele se transmuda, torna-o membro vivo do Cristo: "aos que O receberam, deu o poder de tornar-se Filhos de Deus" (JO 1:12).


Isso fez que Jesus - ensina-nos o Novo Testamento - que era "sacerdote da ordem de Melquisedec (HB 5:6 e HB 7:17) chegasse, após sua encarnação e todos os passos iniciáticos que QUIS dar, chegasse ao grau máximo de "pontífice da ordem de Melquisedec" (HB 5:10 e HB 6:20), para todo o planeta Terra.


CRISTO, portanto, é o mistério de Deus, o Senhor, o ápice da iniciação a experiência pessoal da Divindade.


através do santo ensino (hierôs lógos), que vem dos "deuses" (Espíritos Superiores), comunicado ao místico. No cristianismo, os emissários ("apóstolos") receberam do Grande Hierofante Jesus (o qual o recebeu do Pai, com Quem era UNO) a iniciação completa. Foi uma verdadeira "transmiss ão" (traditio, parádosis), apoiada na gnose: um despertar do Espírito que vive e experimenta a Verdade, visando ao que diz Paulo: "admoestando todo homem e ensinando todo homem, em toda sabedoria (sophía), para que apresentem todo homem perfeito (téleion, iniciado) em Cristo, para o que eu também me esforço (agõnizómenos) segundo a ação dele (energeían autou), que age (energouménen) em mim, em força (en dynámei)". CL 1:28-29.


Em toda essa iniciação, além disso, precisamos não perder de vista o "enthousiasmós" (como era chamado o "transe" místico entre os gregos) e que foi mesmo sentido pelos hebreus, sobretudo nas" Escolas de Profetas" em que eles se iniciavam (profetas significa "médiuns"); mas há muito se havia perdido esse "entusiasmo", por causa da frieza intelectual da interpretação literal das Escrituras pelos Escribas.


Profeta, em hebraico, é NaVY", de raiz desconhecida, que o Rabino Meyer Sal ("Les Tables de la Loi", éd. La Colombe, Paris, 1962, pág. 216/218) sugere ter sido a sigla das "Escolas de Profetas" (escolas de iniciação, de que havia uma em Belém, de onde saiu David). Cada letra designaria um setor de estudo: N (nun) seriam os sacerdotes (terapeutas do psicossoma), oradores, pensadores, filósofos;

V (beth) os iniciados nos segredos das construções dos templos ("maçons" ou pedreiros), arquitetos, etc. ; Y (yod) os "ativos", isto é, os dirigentes e políticos, os "profetas de ação"; (aleph), que exprime "Planificação", os matemáticos, geômetras, astrônomos, etc.


Isso explica, em grande parte, porque os gregos e romanos aceitaram muito mais facilmente o cristianismo, do que os judeus, que se limitavam a uma tradição que consistia na repetição literal decorada dos ensinos dos professores, num esforço de memória que não chegava ao coração, e que não visavam mais a qualquer experiência mística.


TEXTOS DO N. T.


O termo mystérion aparece várias vezes no Novo Testamento.


A - Nos Evangelhos, apenas num episódio, quando Jesus diz a Seus discípulos: "a vós é dado conhecer os mistérios do reino de Deus" (MT 13:11; MC 4:11; LC 8:10).


B - Por Paulo em diversas epístolas: RM 11:25 - "Não quero, irmãos, que ignoreis este mistério... o endurecimento de Israel, até que hajam entrado todos os gentios".


Rom. 16:15 - "conforme a revelação do mistério oculto durante os eons temporais (terrenos) e agora manifestados".


1. ª Cor. 2:1 – "quando fui ter convosco... anunciando-vos o mistério de Deus".


1. ª Cor. 2:4-7 - "meu ensino (logos) e minha pregação não foram em palavras persuasivas, mas em demonstração (apodeíxei) do pneúmatos e da dynámeôs, para que vossa fé não se fundamente na sophía dos homens, mas na dynámei de Deus. Mas falamos a sophia nos perfeitos (teleiois, iniciados), porém não a sophia deste eon, que chega ao fim; mas falamos a sophia de Deus em mistério, a que esteve oculta, a qual Deus antes dos eons determinou para nossa doutrina". 1. ª Cor. 4:1 - "assim considerem-nos os homens assistentes (hypêrétas) ecônomos (distribuidores, dispensadores) dos mistérios de Deus".


1. ª Cor. 13:2 - "se eu tiver mediunidade (prophéteía) e conhecer todos os mistérios de toda a gnose, e se tiver toda a fé até para transportar montanhas, mas não tiver amor (agápé), nada sou". l. ª Cor. 14:2 - "quem fala em língua (estranha) não fala a homens, mas a Deus, pois ninguém o ouve, mas em espírito fala mistérios". 1. ª Cor. 15:51 - "Atenção! Eu vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados".


EF 1:9 - "tendo-nos feito conhecido o mistério de sua vontade"

EF 3:4 - "segundo me foi manifestado para vós, segundo a revelação que ele me fez conhecer o mistério (como antes vos escrevi brevemente), pelo qual podeis perceber, lendo, minha compreensão no mistério do Cristo".


EF 3:9 - "e iluminar a todos qual a dispensação (oikonomía) do mistério oculto desde os eons, em Deus, que criou tudo".


EF 5:32 - "este mistério é grande: mas eu falo a respeito do Cristo e da ekklésia.


EF 9:19 - "(suplica) por mim, para que me possa ser dado o logos ao abrir minha boca para, em público, fazer conhecer o mistério da boa-nova".


CL 1:24-27 - "agora alegro-me nas experimentações (Pathêmasin) sobre vós e completo o que falta das pressões do Cristo em minha carne, sobre o corpo dele que é a ekklêsía, da qual me tornei servidor, segundo a dispensação (oikonomía) de Deus, que me foi dada para vós, para plenificar o logos de Deus, o mistério oculto nos eons e nas gerações, mas agora manifestado a seus santos (hagioi, iniciados), a quem aprouve a Deus fazer conhecer a riqueza da doutrina (dóxês; ou "da substância") deste mistério nas nações, que é CRISTO EM VÓS, esperança da doutrina (dóxês)".


CL 2:2-3 - "para que sejam consolados seus corações, unificados em amor, para todas as riquezas da plena convicção da compreensão, para a exata gnose (epígnôsin) do mistério de Deus (Cristo), no qual estão ocultos todos os tesouros da sophía e da gnose".


CL 4:3 - "orando ao mesmo tempo também por nós, para que Deus abra a porta do logos para falar o mistério do Cristo, pelo qual estou em cadeias".


2. ª Tess. 2:7 - "pois agora já age o mistério da iniquidade, até que o que o mantém esteja fora do caminho".


1. ª Tim. 3:9 - "(os servidores), conservando o mistério da fé em consciência pura".


1. ª Tim. 2:16 - "sem dúvida é grande o mistério da piedade (eusebeías)".


No Apocalipse (1:20; 10:7 e 17:5, 7) aparece quatro vezes a palavra, quando se revela ao vidente o sentido do que fora dito.


CULTO CRISTÃO


Depois de tudo o que vimos, torna-se evidente que não foi o culto judaico que passou ao cristianismo primitivo. Comparemos: A luxuosa arquitetura suntuosa do Templo grandioso de Jerusalém, com altares maciços a escorrer o sangue quente das vítimas; o cheiro acre da carne queimada dos holocaustos, a misturar-se com o odor do incenso, sombreando com a fumaça espessa o interior repleto; em redor dos altares, em grande número, os sacerdotes a acotovelar-se, munidos cada um de seu machado, que brandiam sem piedade na matança dos animais que berravam, mugiam dolorosamente ou balavam tristemente; o coro a entoar salmos e hinos a todo pulmão, para tentar superar a gritaria do povo e os pregões dos vendedores no ádrio: assim se realizava o culto ao "Deus dos judeus".


Em contraste, no cristianismo nascente, nada disso havia: nem templo, nem altares, nem matanças; modestas reuniões em casas de família, com alguns amigos; todos sentados em torno de mesa simples, sobre a qual se via o pão humilde e copos com o vinho comum. Limitava-se o culto à prece, ao recebimento de mensagens de espíritos, quando havia "profetas" na comunidade, ao ensino dos "emissários", dos "mais velhos" ou dos "inspetores", e à ingestão do pão e do vinho, "em memória da última ceia de Jesus". Era uma ceia que recebera o significativo nome de "amor" (ágape).


Nesse repasto residia a realização do supremo mistério cristão, bem aceito pelos gregos e romanos, acostumados a ver e compreender a transmissão da vida divina, por meio de símbolos religiosos. Os iniciados "pagãos" eram muito mais numerosos do que se possa hoje supor, e todos se sentiam membros do grande Kósmos, pois, como o diz Lucas, acreditavam que "todos os homens eram objeto da benevolência de Deus" (LC 2:14).


Mas, ao difundir-se entre o grande número e com o passar dos tempos, tudo isso se foi enfraquecendo e seguiu o mesmo caminho antes experimentado pelo judaísmo; a força mística, só atingida mais tarde por alguns de seus expoentes, perdeu-se, e o cristianismo "foi incapaz - no dizer de O. Casel - de manterse na continuação, nesse nível pneumático" (o. c. pág. 305). A força da "tradição" humana, embora condenada com veemência por Jesus (cfr. MT 15:1-11 e MT 16:5-12; e MC 7:1-16 e MC 8:14-11; veja atrás), fez-se valer, ameaçando as instituições religiosas que colocam doutrinas humanas ao lado e até acima dos preceitos divinos, dando mais importância às suas vaidosas criações. E D. Odon Casel lamenta: " pode fazer-se a mesma observação na história da liturgia" (o. c., pág. 298). E, entristecido, assevera ainda: "Verificamos igualmente que a concepção cristã mais profunda foi, sob muitos aspectos, preparada muito melhor pelo helenismo que pelo judaísmo. Lamentavelmente a teologia moderna tende a aproximar-se de novo da concepção judaica de tradição, vendo nela, de fato, uma simples transmiss ão de conhecimento, enquanto a verdadeira traditio, apoiada na gnose, é um despertar do espírito que VIVE e EXPERIMENTA a Verdade" (o. c., pág. 299).


OS SACRAMENTOS


O termo latino que traduz a palavra mystérion é sacramentum. Inicialmente conservou o mesmo sentido, mas depois perdeu-os, para transformar-se em "sinal visível de uma ação espiritual invisível".


No entanto, o estabelecimento pelas primeiras comunidades cristãs dos "sacramentos" primitivos, perdura até hoje, embora tendo perdido o sentido simbólico inicial.


Com efeito, a sucessão dos "sacramentos" revela exatamente, no cristianismo, os mesmos passos vividos nos mistérios grego. Vejamos:
1- o MERGULHO (denominado em grego batismo), que era a penetração do catecúmeno em seu eu interno. Simbolizava-se na desnudação ao pretendente, que largava todas as vestes e mergulhava totalmente na água: renunciava de modo absoluto as posses (pompas) exteriores e aos próprios veículos físicos, "vestes" do Espírito, e mergulhava na água, como se tivesse "morrido", para fazer a" catarse" (purificação) de todo o passado. Terminado o mergulho, não era mais o catecúmeno, o profano. Cirilo de Jerusalém escreveu: "no batismo o catecúmeno tinha que ficar totalmente nu, como Deus criou o primeiro Adão, e como morreu o segundo Adão na cruz" (Catechesis Mistagogicae,

2. 2). Ao sair da água, recebia uma túnica branca: ingressava oficialmente na comunidade (ekklêsía), e então passava a receber a segunda parte das instruções. Na vida interna, após o "mergulho" no próprio íntimo, aguardava o segundo passo.


2- a CONFIRMAÇÃO, que interiormente era dada pela descida da "graça" da Força Divina, pela" epifanía" (manifestação), em que o novo membro da ekklêsía se sentia "confirmado" no acerto de sua busca. Entrando em si mesmo a "graça" responde ao apelo: "se alguém me ama, meu Pai o amará, e NÓS viremos a ele e permaneceremos nele" (JO 14:23). O mesmo discípulo escreve em sua epístola: "a Vida manifestou-se, e a vimos, e damos testemunho. e vos anunciamos a Vida Imanente (ou a Vida do Novo Eon), que estava no Pai e nos foi manifestada" (l. ª JO 1:2).


3- a METÁNOIA (modernamente chamada "penitência") era então o terceiro passo. O aprendiz se exercitava na modificação da mentalidade, subsequente ao primeiro contato que tinha tido com a Divindade em si mesmo. Depois de "sentir" em si a força da Vida Divina, há maior compreensão; os pensamentos sobem de nível; torna-se mais fácil e quase automático o discernimento (krísis) entre certo e errado, bem e mal, e portanto a escolha do caminho certo. Essa metánoia é ajudada pelos iniciados de graus mais elevados, que lhe explicam as leis de causa e efeito e outras.


4- a EUCARISTIA é o quarto passo, simbolizando por meio da ingestão do pão e do vinho, a união com o Cristo. Quem mergulhou no íntimo, quem recebeu a confirmação da graça e modificou seu modo de pensar, rapidamenle caminha para o encontro definitivo com o Mestre interno, o Cristo.


Passa a alimentar-se diretamente de seus ensinos, sem mais necessidade de intermediários: alimentase, nutre-se do próprio Cristo, bebe-Lhe as inspirações: "se não comeis a carne do Filho do Homem e não bebeis seu sangue, não tendes a vida em vós. Quem saboreia minha carne e bebe meu sangue tem a Vida Imanente, porque minha carne é verdadeiramente comida e meu sangue é

verdadeiramente bebida. Quem come minha carne e bebe o meu sangue, permanece em mim e eu nele" (JO 6:53 ss).


5- MATRIMÔNIO é o resultado do encontro realizado no passo anterior: e o casamento, a FUSÃO, a união entre a criatura e o Criador, entre o iniciado e Cristo: "esse mistério é grande, quero dizê-lo em relação ao Cristo e à ekklêsia", escreveu Paulo, quando falava do "matrimônio" (EF 5:32). E aqueles que são profanos, que não têm essa união com o Cristo, mas antes se unem ao mundo e a suas ilusões, são chamados "adúlteros" (cfr. vol. 2). E todos os místicos, unanimemente, comparam a união mística com o Cristo ti uma união dos sexos no casamento.


6- a ORDEM é o passo seguinte. Conseguida a união mística a criatura recebe da Divindade a consagra ção, ou melhor, a "sagração", o "sacerdócio" (sacer "sagrado", dos, dotis, "dote"), o "dote sagrado" na distribuição das graças o quinhão especial de deveres e obrigações para com o "rebanho" que o cerca. No judaísmo, o sacerdote era o homem encarregado de sacrificar ritualmente os animais, de examinar as vítimas, de oferecer os holocaustos e de receber as oferendas dirigindo o culto litúrgico. Mais tarde, entre os profanos sempre, passou a ser considerado o "intemediário" entre o homem e o Deus "externo". Nessa oportunidade, surge no Espírito a "marca" indelével, o selo (sphrágis) do Cristo, que jamais se apaga, por todas as vidas que porventura ainda tenha que viver: a união com essa Força Cósmica, de fato, modifica até o âmago, muda a frequência vibratória, imprime novas características e a leva, quase sempre, ao supremo ponto, à Dor-Sacrifício-Amor.


7- a EXTREMA UNÇÃO ("extrema" porque é o último passo, não porque deva ser dada apenas aos moribundos) é a chave final, o último degrau, no qual o homem se torna "cristificado", totalmente ungido pela Divindade, tornando-se realmente um "cristo".


Que esses sacramentos existiram desde os primeiros tempos do cristianismo, não há dúvida. Mas que não figuram nos Evangelhos, também é certo. A conclusão a tirar-se, é que todos eles foram comunicados oralmente pela traditio ou transmissão de conhecimentos secretos. Depois na continuação, foram permanecendo os ritos externos e a fé num resultado interno espiritual, mas já não com o sentido primitivo da iniciação, que acabamos de ver.


Após este escorço rápido, cremos que a afirmativa inicial se vê fortalecida e comprovada: realmente Jesus fundou uma "ESCOLA INICIÁTICA", e a expressão "logos akoês" (ensino ouvido), como outras que ainda aparecerão, precisam ser explicadas à luz desse conhecimento.


* * *

Neste sentido que acabamos de estudar, compreendemos melhor o alcance profundo que tiveram as palavras do Mestre, ao estabelecer as condições do discipulato.


Não podemos deixar de reconhecer que a interpretação dada a Suas palavras é verdadeira e real.


Mas há "mais alguma coisa" além daquilo.


Trata-se das condições exigidas para que um pretendente possa ser admitido na Escola Iniciática na qualidade de DISCÍPULO. Não basta que seja BOM (justo) nem que possua qualidades psíquicas (PROFETA). Não é suficiente um desejo: é mistér QUERER com vontade férrea, porque as provas a que tem que submeter-se são duras e nem todos as suportam.


Para ingressar no caminho das iniciações (e observamos que Jesus levava para as provas apenas três, dentre os doze: Pedro, Tiago e João) o discípulo terá que ser digno SEGUIDOR dos passos do Mestre.


Seguidor DE FATO, não de palavras. E para isso, precisará RENUNCIAR a tudo: dinheiro, bens, família, parentesco, pais, filhos, cônjuges, empregos, e inclusive a si mesmo: à sua vontade, a seu intelecto, a seus conhecimentos do passado, a sua cultura, a suas emoções.


A mais, devia prontificar-se a passar pelas experiências e provações dolorosas, simbolizadas, nas iniciações, pela CRUZ, a mais árdua de todas elas: o suportar com alegria a encarnação, o mergulho pesado no escafandro da carne.


E, enquanto carregava essa cruz, precisava ACOMPANHAR o Mestre, passo a passo, não apenas nos caminhos do mundo, mas nos caminhos do Espírito, difíceis e cheios de dores, estreitos e ladeados de espinhos, íngremes e calçados de pedras pontiagudas.


Não era só. E o que se acrescenta, de forma enigmática em outros planos, torna-se claro no terreno dos mistérios iniciáticos, que existiam dos discípulos A MORTE À VIDA DO FÍSICO. Então compreendemos: quem tiver medo de arriscar-se, e quiser "preservar" ou "salvar" sua alma (isto é, sua vida na matéria), esse a perderá, não só porque não receberá o grau a que aspira, como ainda porque, na condição concreta de encarnado, talvez chegue a perder a vida física, arriscada na prova. O medo não o deixará RESSUSCITAR, depois da morte aparente mas dolorosa, e seu espírito se verá envolvido na conturbação espessa e dementada do plano astral, dos "infernos" (ou umbral) a que terá que descer.


No entanto, aquele que intimorato e convicto da realidade, perder, sua alma, (isto é, "entregar" sua vida do físico) à morte aparente, embora dolorosa, esse a encontrará ou a salvará, escapando das injunções emotivas do astral, e será declarado APTO a receber o grau seguinte que ardentemente ele deseja.


Que adianta, com efeito, a um homem que busca o Espírito, se ganhar o mundo inteiro, ao invés de atingir a SABEDORIA que é seu ideal? Que existirá no mundo, que possa valer a GNOSE dos mistérios, a SALVAÇÃO da alma, a LIBERTAÇÃO das encarnações tristes e cansativas?


Nos trabalhos iniciáticos, o itinerante ou peregrino encontrará o FILHO DO HOMEM na "glória" do Pai, em sua própria "glória", na "glória" de Seus Santos Mensageiros. Estarão reunidos em Espírito, num mesmo plano vibratório mental (dos sem-forma) os antigos Mestres da Sabedoria, Mensageiros da Palavra Divina, Manifestantes da Luz, Irradiadores da Energia, Distribuidores do Som, Focos do Amor.


Mas, nos "mistérios", há ocasiões em que os "iniciantes", também chamados mystos, precisam dar testemunhos públicos de sua qualidade, sem dizerem que possuem essa qualidade. Então está dado o aviso: se nessas oportunidades de "confissão aberta" o discípulo "se envergonhar" do Mestre, e por causa de "respeitos humanos" não realizar o que deve, não se comportar como é da lei, nesses casos, o Senhor dos Mistérios, o Filho do Homem, também se envergonhará dele, considerá-lo-á inepto, incapaz para receber a consagração; não mais o reconhecerá como discípulo seu. Tudo, portanto, dependerá de seu comportamento diante das provas árduas e cruentas a que terá que submeter-se, em que sua própria vida física correrá risco.


Observe-se o que foi dito: "morrer" (teleutan) e "ser iniciado" (teleusthai) são verbos formados do mesmo radical: tele, que significa FIM. Só quem chegar AO FIM, será considerado APTO ou ADEPTO (formado de AD = "para", e APTUM = "apto").


Nesse mesmo sentido entendemos o último versículo: alguns dos aqui presentes (não todos) conseguirão certamente finalizar o ciclo iniciático, podendo entrar no novo EON, no "reino dos céus", antes de experimentar a morte física. Antes disso, eles descobrirão o Filho do Homem em si mesmos, com toda a sua Dynamis, e então poderão dizer, como Paulo disse: "Combati o bom combate, terminei a carreira, mantive a fidelidade: já me está reservada a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia - e não só a mim, como a todos os que amaram sua manifestação" (2. ª Tim. 4:7-8).


hb 5:7
Sabedoria do Evangelho - Volume 5

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 18
CARLOS TORRES PASTORINO

JO 10:1-9


1. "Em verdade, em verdade vos digo: o que não entra pela porta do aprisco das ovelhas, mas sobe vindo de outro lugar, é ladrão e assaltante.

2. Mas o entra pelo porta, esse é pastor das ovelhas.

3. A este abre o porteiro e as ovelhas ouvem sua voz, e ele chama pelo nome suas ovelhas e as conduz para fora.

4. Cada vez que conduz para fora todas as suas, vai adiante delas e as ovelhas o seguem porque conhecem a voz dele.

5. Mas de modo algum seguirão o estranho, antes, fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos".

6. Jesus disse esse provérbio, mas eles não compreenderam o que era que lhes falava.

7. Disse, então, Jesus de novo: "Em verdade, em verdade vos digo: eu sou a porta das ovelhas.

8. Todos quantos vieram em meu lugar são ladrões e assaltantes, mas as ovelhas não os ouviram.

9. Eu sou a porta: se alguém entrar por mim, será salvo, e entrará, sairá e achará pastagem".



O trecho que acabamos de ler, bem como o próximo, parecem ser a continuação da conversa de Jesus com o ex-cego e com seus discípulos. Após a simbologia dos cegos e videntes, vem o ensino que João resumiu, de como penetrar na Escola de Jesus, a "Assembleia do Caminho", e conseguir o ambicionado objetivo.


Inicia com uma parábola a que João chama um "provérbio" (paroimía) palavra que aparece aqui e mais duas vezes (JO 16:25 e JO 16:29). O termo "parábola" só é empregado nos três sinópticos (47 vezes) e na epístola aos hebreus (2 vezes), e nunca em João nem em Paulo.


Interessante observar que essa parábola é iniciada com a fórmula solene das grandes verdades: "amén, amén", o que levanta logo a suspeita de que se trata de profundíssimo ensino que João esquematizou em forma de parábola.


É uma comparação pastoril que opõe a situação do pastor num redil à do ladrão que vem roubar. Segundo o costume palestiniano da época, o rebanho era recolhido à noitinha num aprisco, cercado de muro baixo de pedras, enquanto os pastores iam dormir, só ficando de atalaia um porteiro. Pela manhãzinha vinham os pastores buscar suas ovelhas, o que faziam emitindo cada um seu grito gutural próprio. As ovelhas conheciam a voz de seu pastor e o seguiam para as pastagens frescas, grudadas a seus calcanhares. Era comum dar nomes aos principais animais do rebanho, as guias ou "madrinhas".


Já se qualquer estranho quisesse penetrar no cercado, tinha que pulá-lo, porque o porteiro não o deixaria entrar; e se o conseguisse, não adiantaria procurar imitar o grito do pastor, porque as ovelhas, não lhe reconhecendo a voz, não o seguiam e até fugiam, amedrontadas.


A palavra empregada, que acompanhando a tradição utilizamos na tradução como "ovelhas", é próbaton, que exprime qualquer animal de quatro patas (ou melhor, que caminhe para a frente), mas designa mais especialmente o gado lanígero (ovelhas, cordeiros, carneiros). Nada impede que se utilize a palavra "ovelhas".


Os discípulos não percebem a lição dessa parábola. Jesus a explica: "eu sou a porta das ovelhas"; só quem entrar por mim será salvo. A expressão "entrar e sair" é semítica, e manifesta a liberdade de ir e vir (cfr. NM 27:17; DT 31:2 e DT 31:1SM 17:15).


O vers. 8 é violento: pántes hósoi êlthon, "todos quantos vieram", prò einoú, "em meu lugar", kléptai eisin kaì lêptaí, (observemos a assonância, tanto mais que o kai era popularmente elidido na conversação) "são ladrões e assaltantes". A locução prò emoú pode ser interpretada como adjunto temporal, "antes de mim", ou como locativo, "em meu lugar", isto é, fazendo-se passar pelo Cristo. Talvez houvesse uma alusão aos que, havia pouco, se haviam dito "messias": JUDAS, o galileu (cfr. AT 5:37), natural de Gamala, que é chamado por Flávio Josefo ora Gaulonita (Ant. JD 18, 1, 1) ora o galileu (Ant. JD 18, 1, 6; 20, 5, 2; Bell. JD 2, 8, 1; 17, 8, 9; 7, 8, 1). Segundo esse historiador, foi ele o fundador da seita dos zelotes (designativo de Simão, um dos doze discípulos de Jesus, LC 6:15 e AT 1:13). Morreu em 6 A. D. em combate com os romanos; e TEUDAS (cfr. AT 5:36) só conhecido por essa citação, e que talvez seja o Simão citado por Flávio Josefo (Bell. JD 2, 4, 2; Ant. JD 17, 10, 6), assassinado pelas autoridades. Ambos combatiam o domínio romano, atribuindo-se as qualidades do messias.


Mas se a interpretação aceitar o "antes de mim", essa frase englobaria todos os profetas e avatares anteriores a Jesus o que não seria fácil de explicar. Donde talvez o melhor sentido seja "em meu lugar", o que seria confirmado por Mateus (24:24) e Marcos (Marcos 13:22), quando falam que outros pseudo-cristos aparecerão na Terra, os quais "enganariam até os escolhidos, se fosse possível".


Aqui se nos depara mais um ensinamento simbólico e iniciático.


Vejamos, primeiro, o simbolismo. Observemos que os elementos citados são: a porta, o aprisco, o pastor, o ladrão, as ovelhas, o porteiro, a voz e a pastagem.


Num plano restrito encontramos:

  • ovelhas - as células do corpo humano
  • aprisco - o corpo humano

  • ladrão - a matéria, as sensações, as emoções

  • porteiro - a intuição

  • pastor - o Pai

  • voz - a consciência

  • porta - o Cristo Interno

  • pastagens - a espiritualidade


A ação assim se desenrola: as ovelhas ou células do corpo humano, individuações conscientes que trabalham ativamente e sem descanso para ajudar a evolução do Espirito, vivem no aprisco do corpo das criaturas. Mas acontece que, por vezes, surgem os ladrões e assaltantes, que são as sensações, emoções e até o intelecto, que sobem vindo de outro lugar, isto é, do polo negativo do Antissistema, metaforicamente situado "em baixo". Daí ter sido usado o termo "sobem". Não podem entrar quando o porteiro, a intuição, lhes percebe as más intenções e proíbe o avanço. Às vezes, porém assaltam com violência atraindo-nos com desejos incontrolados (soberba, avareza, sensualidade, inveja, gula, ira e preguiça) que nos roubam a paz, turbam a visão e atrasam na caminhada evolutiva. Mas as ovelhas (células) ouvem a voz do Pastor, a voz silenciosa da consciência, o SOM do Pai que é o Bom Pastor, e que penetra em nós pela porta, que é o Cristo Interno. Essa porta não apenas serve de entrada para a orientação superior, como também é utilizada para a saída, a fim de que as células (e o homem) evoluam.


Só através do Cristo Interno, essa PORTA divina em nós, poderemos evoluir, alcançando as pastagens, a espiritualidade, e a liberdade de ir e vir, sem estar sujeitos ao ciclo fatal das reencarna ções compulsórias. Só por meio do Cristo Interno a criatura poderá elevar-se do astral ao mental e a outros planos superiores.


Num plano mais amplo, temos:

  • ovelhas - as criaturas humanas, células do corpo de Jesus;

  • aprisco - a humanidade do planeta Terra;

  • ladrão - elementos inferiores rebeldes, intelecto;

  • porteiro - intuição;

  • pastor - o Pai;

  • voz - Jesus;

  • porta - o Cristo;

  • pastagem - o planeta espiritualizado.


Já vimos que as células, individuações conscientes, evoluem gradativamente, passando pelo estágio animal até chegar, após milênios sem conta, ao estágio hominal. Firmemos bem o princípio de que as células são constituídas da parte física (corpo material), do etérico, do astral, do mental (concreto e abstrato), do psiquismo (ainda não é pneuma, Espírito, grau que o psiquismo atingirá somente quando chegar ao estágio hominal) e da Centelha Divina.


Aqui cabe mais um passo na explicação a respeito da Centelha Divina e da Mente, que dissemos estar.


no homem, "localizada" no coração. Como então, existe em cada célula? A Centelha divina, já o dissemos, (vol. 4) não se localiza, pois é infinita e não se destaca do Todo. O que existe no coração é o PONTO DE CONTATO, a "antena" que entra em sintonia com o Cristo. Na célula, como em tudo está toda a Divindade, a Centelha e a Mente, ou seja, cada célula tem seu PONTO DE CONTATO. Afirmamos que o homem é uma condensação da Centelha e da Mente: ora, "condensar" é reduzir, e não ampliar. A Centelha com sua Mente, infinitas ambas, se reduzem a um ponto material, mas permanecendo infinitas como a Divindade de que fazem parte e da qual não se destacam (nada se pode tirar nem acrescentar ao que é infinito). Portanto, a Centelha com sua Mente, no homem, permanecem infinitas, embora no "coração" haja um "ponto capaz de entrar em sintonia, de vibrar em uníssono, com a Divindade. Então, nossa Centelha e nossa Mente são infinitamente maiores que nosso próprio corpo, e o envolvem e se estendem ilimitadamente. Nós constituímos uma condensação material delas. Talvez um exemplo, dado por Sérgio Mondaíni, faça compreender bem a coisa. No Oceano Atlântico, formase, em determinado ponto, pequeno cristal de sal. É a condensação da água salgada, mas continua mergulhado no Oceano que o envolve e interpenetra. Nesse pequeno cristal de sal, existe um "ponto de contato" com o Oceano, e por isso dizemos que naquele ponto" se localiza, no cristal, o Oceano.


Assim acontece conosco. E tal como nesse pequeno cristal, endurecido, cristalizado, a água não pode movimentar-se à vontade, porque está "condensada em sólido", assim, em nós, a Centelha e a Mente não podem agir livremente, porque estão "condensadas" na matéria, e só podem agir através do cérebro físico material com seus neurônios. No entanto, nossa Mente continua infinita, UNA com o Cristo, apesar de nosso cérebro físico não ter conhecimento disso porque se "destacou" ou "se isolou" do conjunto, mesmo continuando mergulhado nele, tal como a cristalzinho de sal no Oceano Atlântico. O objetivo que procuramos é fazer que esse cristal novamente se desfaça e se perca no Oceano, ou seja, que aprendamos a superar nossa personagem física, para (através do ponto de contato do coração mas não nele) podermos novamente infinitizar-nos no Todo Infinito. Acreditamos que ficou tudo claro.


As células são, pois, seres verdadeiramente completos, a caminhar na escala evolutiva. As células físicas, que vemos em nosso corpo, são a materialização ou condensação (encarnação) de seres vivos, já animais, embora monocelulares, que se encontram nos primórdios da evolução.


Ora, desde que chegamos pelo menos, ao estágio hominal, as células que nos acompanham e ajudam na evolução, são AS MESMAS, até o final de nosso progresso. Não as mesmas fisicamente (a duração máxima da vida físico-material de uma célula é de sete anos, excetuadas as do sistema nervoso), mas mentalmente, pois quando perdem o corpo físico (desencarnam) adquirem outro (reencarnam) imedi ata e automaticamente, no mesmo local e com as mesmas funções. Poderão mudar de funções entre um desencarne nosso e outro (se largamos o corpo astral) a fim de irem treinando as diversas tarefas que lhes forem cometidas.


Daí termos aventado a hipótese (vol 1) de que a atual humanidade do planeta Terra é constituída das células já evoluídas ao estágio hominal, do corpo que serviu a Jesus em sua evolução há milhões de séculos ou milênios, e por isso foi ele o encarregado de construir este planeta como habitat de SUAS antigas células, para ajudar e dirigir a evolução dos que também O ajudaram a evoluir a seu tempo, e isso sob a orientação de Espíritos superiores a Ele (por exemplo, Melquisedec, cfr. HB 4:14; HB 5:6-10; 6:20 e cap. 7). Então, o planeta Terra é o aprisco em que se reúnem todas as suas ovelhas; mas os elementos inferiores, provenientes do Anti-sistema, com o intelecto ainda rebelde e não iluminado, procuram roubar essas ovelhas para outros caminhos tortuosos, apesar dos esforços do porteiro (intuição) que ouve a VOZ (SOM) do Pai, através dos avatares que nos mostram o caminho.


Ora, falando o Cristo Interno, diz-nos que é a PORT A. através da qual nos chega a Voz do Pastor (o Pai), e através da qual, pela união atingiremos a unificação e infinitização com o Pai, a perfeita SINTONIA com o SOM. Só com esse trabalho evolutivo, através do Cristo, conseguiremos a liberdade de ação espiritual e as pastagens, isto é, a vida liberta no planeta espiritualizado. Sem essa união através do Cristo, nada se conseguirá.


No campo da iniciação sabemos que há uma passagem estreita e difícil, que os Espíritos têm que atravessar para atingir o estágio superior. Há um ponto-chave, uma angustura, que é a passagem da personagem à individualidade, a perfeita metánoia ou mudança da mente ou pensamento, que deixa de agir através da mente concreta (intelecto) para fazê-lo diretamente por meio da mente abstrata (ou Mente), com o indispensável desapego total (ou o abandono, se necessário, na vida monacal) de todos os contatos inferiores (matéria, sensações, emoções, intelectualismo) que são definitivamente superados.


E só um meio existe de atravessar essa passagem estreita, conforme foi ensinado: "entrai pela porta estreita... poucos são os que a encontram" (MT 7:13-14) e "forcejai por entrar pela porta estreita, porque vos digo que muitos procurarão entrar e não serão capazes" (LC 13:24. cfr. vol. 2), Pois o Cristo é essa PORTA ESTREITA, mas segura e garantida. Se conseguirmos atravessá-la, teremos liberdade de entrar e sair e pastagens maravilhosas.


Realmente, a passagem através do Encontro com o Cristo Interno (que é também externo e infinito) é das mais difíceis de conseguir na senda evolutiva. Mas há que atravessar essa porta, para alcançar "o outro lado" das pastagens, para conseguirmos passar da matéria ao Espirito. E esse passo só o conseguiremos dar enquanto mergulhados na carne (o cuspo, misturado com a terra, é que possibilita a visão). Tentemos com todas as nossas forças e não desanimemos de tentá-lo, ainda que levemos nessa luta dez, vinte ou cinquenta encarnações.


hb 5:7
Sabedoria do Evangelho - Volume 7

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 33
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 26:26-29


26. Estando eles a comer, tomando Jesus um pão e tendo abençoado, partiu e deu aos discípulos, dizendo: "Tomai, comei, isto é o meu corpo".

27. E, tomando uma taça e tendo dado graças, deu-lhes, dizendo: "Dela bebei todos,

28. pois isto é meu sangue do testamento, derramado em relação a muitos para abandono dos erros.

29. Digo-vos, porém, que não beberei desde agora deste produto da videira, até aquele dia quando o beberei convosco no reino de meu Pai".

MC 14:22-25


22. Estando eles a comer, tomando um pão e tendo abençoado, partiu e deu a eles, dizendo: "Tomai, isto é o meu corpo".

23. E tomando uma taça, tendo dado graças, deu a eles e todos beberam dela.

24. E disse-lhes: "Isto é o meu sangue do testamento derramado sobre muitos.

25. Em verdade digo-vos que não mais beberei do produto da videira até aquele dia quando o beberei convosco no reino de Deus".

LC 22:15-20


15. E disse a eles: "Desejei ardentemente comer esta páscoa convosco, antes de eu sofrer,

16. pois vos digo que de modo algum a comerei até que se plenifique no reino de Deus".

17. E tendo apanhado uma taça e tendo dado graças, disse: "Tomai isto e distribui a vós mesmos,

18. pois vos digo que, desde agora, não beberei do produto da videira até que venha o reino de Deus".

19. E tomando um pão, tendo dado graças, partiu e deu a eles, dizendo: "Isto é o meu corpo que é dado para vós: fazei isto para lembrar-vos de mim"

20. E do mesmo modo a taça, depois do jantar, dizendo: "Esta taça é o novo testamento no meu sangue, que é derramado por vós".



Vejamos o texto literal, estudando-o quanto aos termos.


A expressão "desejei ardentemente" corresponde ao grego: epíthymía epethymêsa, literalmente: "desejei com grande desejo", tal como se lê em GN 31:30, versão dos LXX. " Até que se plenifique " (héôs hótou plêrôthêí) ou seja, até que atinja sua plenitude, sua amplitude total. " Tomando um pão" (labôn ártan) sem artigo, do mesmo modo que mais adiante "tomando uma taça" (labôn potêrion), onde Lucas (vs. 17) usa "tendo apanhado" (dexámenas, de déchomai). " Tendo abençoado " (em Mateus e Marcos, eulogêsas) ou "tendo dado graças" (eucharistêsas) nos três narradores. Na realidade são quase sinônimos, pois a bênção consistia num agradecimento a Deus pelo alimento que ia ser ingerido, suplicando-se que fosse purificado pela Bênção divina (cfr. EX 23:25). " Partiu o pão" (éklase tòn árton): era o hábito generalizado entre os judeus, quando à mesa o anfitrião tirava pedaços de pão e os distribuía aos convivas em sinal de amizade e deferência.


"Tomai, comei" (lábete, phágete) sem copulativa "e" (kaì). " Isto é o meu corpo" e "isto é o meu sangue" (toúto estin tò sômá mou e toúto estin tò haímá mou). O pronome toúto é neutro e significa "isto". No entanto, surge a dúvida: não será neutro apenas para concordar com os substantivo sôma e haíma que também são neutros? Pela construção, mais adiante (JO 22:38) onde se lê: "este é o grande mandamento" (autê estin ho megálê entolê), pode interpretarse que o pronome venha em concordância com os substantivos. Deveria então preferir-se a tradução: " este é meu corpo " e "este é meu sangue". Teologicamente, tanto "este" quanto "isto" exprimem a mesma ideia, embora "isto" seja mais explícito para exprimir a transubstanciação. " Sangue do testamento " (em Lucas: "do novo testamento") lembra Moisés (EX 24:8) quando esparziu o sangue dos bois sobre o povo, em que fala do "sangue do testamento" que muitos traduzem como" sangue da aliança " (cfr. Jean Rouffiac, "Recherches sur les Caracteres du Grec dans le Nouveau Testament d"après les Inscriptions de Priène", Paris, 1911, pág. 42). Lucas exprimiu a ideia de outra forma: " esta taça é o novo testamento em meu sangue" (toúto tò potêrion hê kainê diathêkê en tôi haímati mou). A palavra grega diathêkê exprime literalmente as "disposições testamentárias", tanto no linguajar clássico quanto no popular (koinê), como vemos nas inscrições funerárias e nos "grafitti" da época.


De qualquer forma, vemos, nessa frase, a abolição total dos sacrifícios sangrentos, pois as "disposições testamentárias" são feitas através do simbolismo do vinho transubstanciado no sangue.


O sangue "que é derramado" (tò ekchynnómenon), no particípio presente; portanto, simbolismo do vinho na taça, representando o que seria mais tarde derramado quando o sacrifício se realizasse no Cal vário. O sangue que é derramado "em relação a muitos" (perì pollôn, Mat.) ou "sobre muitos" (hypèr pollôn, Marc.) ou "sobre vós" (hypèr hymõn, Luc). Também o pão, em Lucas, é dito "que é dado sobre vós" (tò hypèr hymõn didómenon).


A taça (potêrion) utilizada era a comum destinada ao vinho, e o uso de agradecer a Deus e fazê-la passar por todos os convivas, já é assinalado quanto à "taça do Qiddoush" na Michna (Pesachim, 10).


A expressão "não mais beberei do produto da videira até o dia em que o beberei convosco no reino de Deus", se compreendêssemos como alguns fazem, o "reino de Deus" como sendo "o céu", nós teríamos irrespondivelmente um "céu" semelhante ao dos maometanos, com bons vinhos (lógico, os vinhos do céu não poderiam jamais ser ruins!) e talvez até com as célebres "huris".


No entanto, Loisy ("Les Evangiles Synoptiques, 1907/8, vol. 29, pág. 522) reconhece que o sentido literal das palavras desse trecho justificam plenamente o comportamento das igrejas cristãs desde os primeiros séculos.


Os teólogos muito se preocupam se Jesus também comeu e bebeu o pão e o vinho, que deu e fez passar entre os discípulos: querem saber se Ele comeu o próprio corpo e bebeu o próprio sangue... Vejamos.


Jerônimo (Patr. Lat. vol. 22 col 386) diz que sim: ipse conviva et convivium, ipse cómedens et qui coméditur, ou seja: "ele-mesmo conviva e alimento, ele mesmo que come e é comido". Agostinho (Patr. Lat. vol. 34 col. 37) é da mesma opinião: sacramento córporis et sánguinis sui praegustato, significavit quod voluit, isto é: "tendo saboreado o sacramento de seu corpo e de seu sangue, exprimiu o que quis". João Crisóstomo (Patr. Gr. vol. 58, cal. 739) diz que para evitar a repulsa dos discípulos em comer carne humana e beber sangue, ele mesmo comeu e bebeu primeiro.


Mas os imperativos são por demais categóricos e estão todos na segunda pessoa do plural, o que exclui a participação da primeira.


Mateus e Marcos colocam a transubstanciação depois da saída de Judas.


Lucas, que confessa (1:3) ter tido todo o cuidado com a cronologia histórica dos fatos, coloca a transubstanciação antes da saída de Judas, versão que é aceita por João Crisóstomo (Patr. Gr. vol. 58, col. 737).


Ainda estavam comendo (esthióntôn autôn) quando Jesus lhes anuncia que "desejou ardentemente" comer com Seu colégio iniciático aquela refeição pascal, antes de sofrer (páthein), ou seta, antes de submeter-se experimentalmente aos transes dolorosos daquele grau iniciático (cfr. vol. 4, nota).


Nesse "jantar pascal" Ele lhes deixará Suas "disposições testamentárias" (diathêkê), que consistem no ensino da transmutação da matéria ou transubstanciação; na ordem de realizar sempre as refeições em memória Dele; e nas últimas revelações e ensinos, promessas e profecias para o futuro da humanidade.


A razão é que, depois desse jantar, o Filho do Homem não terá outra oportunidade até que se plenifique o "reino de Deus", atingindo seu sentido pleno e total. Já vimos que essa expressão "reino de Deus" ou "reino divino" ou "reino dos céus" ou "reino celeste" é equivalente às outras que tanto empregamos: reino mineral (matéria inorgânica), reino vegetal (matéria orgânica), reino animal (psiquismo), reino hominal (racionalismo), reino divino (Espírito). Então, o sentido exato das palavras pode ser: até que o Espírito esteta plenamente vigorando nas criaturas, estando superadas definitivamente todos os outros reinos inferiores. Enquanto não tenha sido atingido esse objetivo na Terra, não mais provará o Filho do Homem nem o jantar pascal, nem o produto (genémata) da videira.


Após essas palavras, mais uma vez o Cristo passa a agir e a falar através de Jesus, utilizando Seu instrumento humano visível, mas diretamente proferindo as palavras. Não são as frases ditas pelo homem Jesus, mas são ditas pelo Cristo de Deus pela boca de Jesus.


Pega então um pão, um dos que estavam sobre a mesa, e abençoa-o, como se deve fazer a qualquer alimento antes de ingeri-lo: agradecer ao Pai a graça de tê-lo obtido, e sobre ele suplicar as bênçãos divinas.


De acordo com o uso judaico, o chefe da casa parte pedaços do pão e dá a cada conviva um pedaço.


O essencial da lição, a novidade, portanto, é a frase: "ISTO É O MEU CORPO". Há um ensino magistral nesse gesto e nessas palavras: o pão é o corpo crístico que serve de alimento à parte espiritual do homem, pois lhe sustenta os veículos inferiores durante a romagem terrena. Representação perfeita, sem que se precise chegar ao exagero de dizer que o "pão eucarístico" é, de fato, "o corpo, o sangue, a alma e a divindade, e os ossos de Jesus".


Deu-se a confusão porque não houve suficiente compreensão da distinção entre Jesus, o ser humano excepcionalmente evoluído, e o Cristo divino que Lhe era a essência última, como o é de todas as coisas criadas, visíveis e invisíveis. Assim como podemos dizer que Jesus é "o corpo do Cristo", porque o Cristo está nele, assim também pode dizer-se do pão (como de qualquer outra substância) que se trata, em verdade do "corpo do Cristo". Não foi o fato de ser abençoado que assim o tornou (não é a" consagração" na missa que transubstancia o pão em alimento divino), mas qualquer pedaço de pão, qualquer alimento, tem como essência última a Essência Divina, já que a Divindade É, enquanto tudo o mais EXISTE, ou seja, é a manifestação dessa mesma essência divina: tudo é a expressão exteriorizada dessa Divindade que está em tudo, porque está em toda a parte sem exceção.


Por que terá o Cristo de Deus escolhido o pão? Mesmo não considerando que era (e é) o alimento mais difundido na humanidade, temos que procurar alcançar algo mais profundo.


Nas Escolas iniciáticas egípcias e gregas, o simbolismo é ensinado sob a forma da ESPIGA DE TRIGO; nas Escolas palestinenses dá-se um passo à frente, apresentando-se o PÃO, que constitui a transubstanciação do trigo, após ter sido moído e cozido, símbolo já definido quando Melquisedec oferece pão ao Deus Altíssimo (GN 14:18). Assim como o trigo, produto da natureza, criação do Verbo, é transmudado em pão pelo sofrimento de ser moído e cozido, assim o pão se transmuda em nosso corpo após o sofrimento de ser mastigado e digerido. Então o pão se torna, pelo metabolismo, corpo humano, da mesma maneira que o corpo humano, após ser açoitado e crucificado, se transmudará em Espírito.


Daí, pois, a expressão toúto estin tò sômá mou ter sido traduzida por nós em "ISTO é o meu corpo, no sentido de ser aquilo que estava em Suas mãos não ser mais "pão": não era mais" este pão", mas" ISTO", pois sua substância fora transmudada simbolicamente.


Logo a seguir temos que considerar o vinho. Apanhando de sobre a mesa uma taça de vinho (no original sem artigo) novamente agradece ao Pai a preciosa dádiva, e afirma igualmente: "ISTO é meu sangue do Novo testamento". Tal como Moisés utilizou o sangue de bois como símbolo das disposições testamentárias de YHWH com o povo israelita, assim o Cristo apresenta, por meio de Jesus; o vinho como símbolo das disposições testamentárias novas que são feitas pelo Pai à humanidade.


Assim como o pão, também o vinho está mais avançado que a uva, símbolo utilizado nas Escolas iniciáticas egípcias e gregas. Ao invés do produto da videira (tal como a espiga produto do trigo) representava a transubstanciação da terra-mãe, que se transmudava em alimento. Mas na Palestina, um passo à frente, empregava-se o vinho, símbolo da sabedoria (vol. 1 e vol. 4) obtido também, como o pão, através da dor: a uva é pisada no lagar e depois o líquido é decantado por meio da fermentação.


Quanto à oferenda do pão e do vinho, como substitutos dos holocaustos sangrentos de vítimas animais, já a vemos executada como sublime ensinamento por Melquisedec, conforme lemos na Torah (GN 14:18): vemalki-tsadec meleq salem hotsia lehem vaiiam vehu kohen leel hheleion; e nos LXX: Melchisedek, basileús salêm, exênegke ártous kaì oínon, hên dè hiereús toú theoú hypsístou, ou seja: Melquisedec, rei de Salém, ofereceu pão e vinho, pois era sacerdote do Deus altíssimo".


Aí, pois, encontramos a origem dos símbolos escolhidos pelo Cristo, por meio de Jesus, que era precisament "sacerdote da Ordem de Melquisedec" (HB 6:20) e que, com o passo iniciático que deu no Drama sacro do Calvário, se tornou "sumo sacerdote da mesma ordem" (HB 5:7-10; cfr. vol. 6). A indicação de uma Escola sacerdotal, portanto, é mais que evidenciada: o sacerdócio do Deus Altíssimo (não de YHWH) é exercido por Melquisedec, Hierofante máximo da ordem que tem seu nome, da qual fazem parte Jesus e outros grandes avatares. Essa Ordem de Melquisedec é conhecida atualmente como a Fraternidade Branca, continuando com o mesmo Hierofante, o "Ancião dos Dias", o Deus da Terra, o Pai místico de Jesus, o único que, na realidade, neste planeta, tem o direito de ser chamado "pai" (MT 23:9).


Então entendemos em grande parte qual a meta a que somos destinados: onde está o Pai, de onde Jesus proveio e para onde estava regressando (JO 13:1 e JO 13:3), pois o desejo maior de Jesus é que vamos para onde foi: "que onde eu estou, vós estejais também" (JO 17:24). Mas tudo isso será estudado com Suas próprias palavras nos próximos capítulos.


Essa interpretação explica a expressão: "não mais beberei o produto da videira" ou "comerei a páscoa", até quando convosco o faça no reino (na casa) do Pai: compreende-se, porque se trata da Terra, e não do "céu".


O sangue, foi dito em Mateus, é derramado em relação a muitos para "abandono dos erros" (eis áphesin tôn hamartiôn). Inaceitável a tradução "remissão dos pecados", pois até hoje, quase dois mil anos depois, continuam os "pecados" cada vez mais abundantes na humanidade. Que redenção é essa que nada redimiu?


Lucas tem uma frase de suma importância, que é repetição de Paulo (1CO 11:24 e 1CO 11:25), tanto em relação ao pão, quanto em relação ao vinho: "fazei isto em recordação de mim, todas as vezes que o beberdes" (toúto poieíte eis tên esmên anámnêsin hosákis ean pínete). Quem fala é O CRISTO. Daí podermos traduzir com pleno acerto: "fazei isto para lembrar-vos do EU" que, em última análise, é o CRISTO INTERNO.


Nem o grego nem o latim podiam admitir a construção permitida nas línguas novilatinas, que podem considerar o pronome pessoal como substantivo, antepondo-lhe o artigo: o eu, do eu, para o eu; em virtude das flexões da declinação, eram forçados a colocar o pronome nos casos gramaticais requeridos pela regência. Daí as traduções possíveis nas línguas mais flexíveis: "em minha memória", ou "em memória de mim" ou mesmo, em vista do conjunto do ensino crístico, "em memória DO EU". Confessamos preferir a última: "para lembrar-vos DO EU" que se refere ao Cristo Interno que individua o ser. Sendo porém o Cristo que falava, nada impede que se traduza: em minha memória, ou "para lembrarvos de mim".


Portanto, pão e vinho representam, simbolicamente, o corpo e o sangue do Eu profundo, do Cristo; a matéria de que Se reveste para a jornada evolutiva no planeta.


Pedimos encarecidamente que o leitor releia, antes de prosseguir, o que está escrito no vol. 39, páginas 143 a 155.


* * *

Há mais um ponto importante a focalizar: é quando diz: "fazei isto em memória de mim, TODAS AS VEZES QUE O BEBERDES".


Então não se trata apenas de uma cerimônia religiosa com dia e hora marcados: mas todas as vezes que nos sentarmos a uma mesa, para tomar qualquer alimento, todas as vezes que comermos pão ou que bebermos vinho, devemos fazê-lo com a certeza de que a essência divina (que constitui a essência desse alimento sob as formas visíveis e tangíveis transitórias) penetra em nós para sustentar-nos, transubstanciando-nos em Sua própria essência, transformando nosso pequeno "eu" personativo em Seu Eu profundo, no Cristo interno que nos sustenta a vida.


Por isso devemos tornar instintivo em nós o hábito de orar todas as vezes que nos sentarmos" à mesa: uma prece de agradecimento (eucharistía), de tal forma que qualquer bocado deglutido se torne uma comunhão nossa com a Essência Divina contida em todos os alimentos e em todas as bebidas, quaisquer que sejam, inclusive no ar que respiramos, pois "em Deus vivemos, nos movemos e existimos" (AT 17:28).

Temos que considerar (e já foi objeto de estudos desde a mais alta antiguidade) que havia duas partes totalmente destacadas e distintas na prática dessa "ação de graças" em relação à comida e à bebida: uma era ensinada aos fiéis comuns, para neles despertar o sentimento de fraternidade real; a outra era reservada aos componentes da Escola iniciática Assembleia do Caminho.


Tratemos inicialmente da primeira. Vejamos apenas alguns textos que confirmem o que afirmamos, para que o leitor forme um juízo. Quem desejar aprofundar-se, consulte a obra de Joseph Turmel Histoire des Dogmes", Paris, 1936, páginas 203 a 525 (são 322 páginas tratando deste assunto).


A cerimônia destinada aos fiéis em geral consistia num jantar (o termo grego deípnon designava a refeição principal do dia, realizada geralmente à noite, tanto que muitos traduzem como "banquete" e outros como "ceia"). Em diversos autores encontramos referências a esse jantar, que Paulo denomina deípnon kyríakon ("jantar do Senhor").


Esse tipo de refeição em comum, de periodicidade semanal, já se tornara habitual entre os judeus devotos.


Iniciava-se com a passagem por todos os presentes da "Taça do Qiddoush", que continha o vinho da amizade pura. Era uma cerimônia de sociedades reservadas, mantenedoras das tradições orais (parádôsis) dos ensinos ocultos, de origem secular, que com suas transformações e modificações resultou naquilo que hoje tem o nome de Maçonaria. Nessa refeição comia-se e bebia-se à vontade, só sendo rituais a taça de vinho inicial com sua fórmula secreta de bênção, o pão também abençoado e depois partido e distribuído pelo que presidia, e a taça final de vinho; cada um desses rituais era precedido e seguido de uma prece, de cujos termos exotéricos a Didachê conservou-nos um resquíci "cristianizado" posteriormente. Mas a base é totalmente judaica. A ordem desse cerimonial foi-nos conservada inclusive pelo evangelho de Lucas (ver acima vers. 17, 19 e 20).


PAULO DE TARSO (1CO 11:20-27) afirma que recebeu o ritual diretamente do Senhor. E neste ponto repete as palavras com a seguinte redação: "O Senhor Jesus, na noite em que foi entregue, tomou um pão e, tendo dado graças (eucharistêsas) partiu e disse: Isto é o meu corpo em vosso favor (toúto moú estin tò sôma tò hypèr hymôn); fazei isto em memória de mim. Igualmente também a taça depois do jantar, dizendo: Esta taça é o novo testamento no meu sangue; fazei isto todas as vezes que beberdes, em memória de mim. "

Ora, esse texto da carta aos coríntios é anterior, de dez a vinte anos, à redação escrita de qualquer dos Evangelhos. E isso é de suma importância, pois foi Lucas quem escreveu essa epístola sob ditado de Paulo, que só grafou a saudação final (cfr. 1CO 16:21). Logo, aí se baseou ele na redação de seu Evangelho.


Nessa mesma carta Paulo avisa que, no jantar, devem esperar uns pelos outros, pois se trata de uma comemoração: quem tem fome, coma em casa (ib. 11:34) e não coma nem beba demais, como estava ocorrendo entre os destinatários da missiva, pois enquanto uns ficavam com fome, outros já estavam embriagados.


PEDRO (2PE 2:13) ataca fortemente o desregramento e a devassidão dos sensuais ao banquetear-se com os fiéis.


JUDAS, o irmão do Senhor (epist. 12), queixa-se dos que abusam dos jantares cristãos.


A DIDAQUÊ ("Doutrina dos Doze Apóstolos"), escrita no século I, fala no "jantar de ação de graças"; diz como deve ser realizado, quais as preces que precedem e quais as que devem ser recitada "depois de fartos" (metà de tò emplêsthênai oútôs eucharistêsete, 10,1). No final desse capítulo, em que se registra o texto da prece, há um acréscimo interessante: "aos profetas (médiuns) é permitido darem as graças como quiserem (toís de prophêtais epitrépete eucharístein hósa thélousin).


PLÍNIO O JOVEM, no ano 112, fala que os cristãos se reuniam ad capiendum cibum promiscuum tamen et innoxium, "para tomar alimento coletivo, mas frugal" (Carta a Trajano, 10,97).


TERTULIANO, no ano 197, escreve que os jantares cristãos têm o nome de agápê, que signific "amor" e jamais ferem a modéstia e a boa educação; e prossegue (Patr. Lat. vol. 1, col. 477): non prius discúmbitur quam oratio ad Deum praegustetur; éditur quantum esurientes capiunt, bíbitur quantum pudícis útilis est. Ita saturantur, ut qui memínerint etiam per noctem adorandum Deum sibi esse; ita fabulantur, ut qui sciant Dominum audire. Post aquam manualem et lúmina, ut quisque de Scripturis sanctis vel de proprio ingenio potest, provocatur in medium Deo cánere; hinc probatur quómodo bíberit. Aeque oratio convívium dírimit ("De Ágapis", 39,21); eis a tradução: "Ninguém se põe à mesa antes de saborear-se uma oração a Deus. Come-se quanto tomam os que têm fome; bebe-se quanto é útil a homens sóbrios. De tal forma se fartam, como quem se lembra de que deve adorar a Deus durante a noite; conversam como quem sabe que o Senhor ouve. Depois da água para as mãos e das lanternas, cada um é convidado a cantar a Deus no meio, ou tirando das Santas Escrituras ou de seu próprio engenho; por aí se julga como tenha bebido. Igualmente uma oração encerra a refeição".


Aí temos, pois, claramente exposto o ágape cristão dos primeiros tempos, destinado aos fiéis que amigável e amorosamente se reuniam uma vez por semana, no die solis, que passou a denominar-se dies domínica.


* * *

Outro sentido, entretanto, era dado à modesta ceia de pão e vinho, realizada pelos iniciados, que emprestavam significado todo especial ao rito que lhes era reservado. Vejamos alguns testemunhos.


JUSTINO MÁRTIR, no ano 160 (quarenta anos depois de Plínio e quarenta anos antes de Tertuliano) já escrevia ("De Conventu Eucharístico", 65, 2-5): allêlous philêmati, etc., ou seja: "Saudamo-nos mutuamente com um beijo, quando terminamos de orar. Depois é trazido pão e vasilhas com vinho e com água ao que preside aos irmãos. Recebendo-os dá louvor e glória ao Pai de todas as coisas em nome do Filho e do Espírito Santo, e ação de graças (eucharistía) pelas dádivas Dele recebidas em abundância... Depois que quem preside fez preces e todo o povo aclamou (com o Amén), aqueles que são chamados servidores (diáconoi) distribuem o pão e o vinho e a água sobre os quais foram dadas graças, a todos os presentes, e os levam aos ausentes".


E na 1. ª Apologia (66,1-4) escreve mais: kaì hê trophê hautê kaleítai par"hemín, etc. isto é: "E esse alimento é chamado entre nós ação de graças... Mas não tomamos essas coisas como um pão comum nem como bebida comum. Mas do mesmo modo que Jesus Cristo, nosso libertador, se fez carne (encarnou) pelo Lógos de Deus, e teve carne e sangue para nossa libertação, assim também, pela oração do ensino dele, aprendemos que o alimento sobre o qual foram dadas graças, do qual se alimentam nosso sangue e nossa carne pelo metabolismo (katà metabolên), são a carne e o sangue daquele Jesus que se fez carne (encarnou). Pois os apóstolos, nas Memórias que escreveram, chamadas Evangelhos, transmitiram que assim lhes foi ordenado, quando Jesus, tomando o pão e tendo dado graças, disse: Fazei isto em memória de mim, isto é o meu corpo. E tomando a taça, igualmente dando graças, disse: Isto é o meu sangue. E só a eles distribuiu. Certamente sabeis ou podeis informar-vos de que, tornando-se imitadores, os maus espíritos ensinaram (isso) nos mistérios de Mitra; pois são dados um pão e um copo de água aos iniciados do Forte (Mitra) com certas explicações complementares". (Não percamos de vista que os mistérios de Mitra antecederam de seis séculos a instituição dos mistérios cristãos.) No "Diálogo com Trifon o Judeu" (70,4) Justino escreveu: hóti mèn oún kaì légei, etc ., ou seja: "Ora, é evidente que também fala o profeta (IS 33:13-19) nessa profecia sobre o pão que nosso Cristo nos mandou comemorar, para lembrar sua encarnação por amor dos que lhe são fiéis, pelos quais também sofreu, e sobre a taça, que aparece em recordação de seu sangue, nos mandou render ação de graças".

Vemos, pois, a interpretação de algo mais profundo que o simples "jantar"; e isso é mais explicitamente comentado por IRINEU, no ano 180 ("De Sacrificio Eucharistiae", 4, 17, 5), onde escreve: Sed et suis discípulis dans consilium primitias Deo offerre ex suis creaturis, non quasi indigenti sed ut ipsi nec infructuosi nec ingrati sint, eum qui ex creatura panis est, accepit et gratias egit, dicens: Hoc est meum corpus. Et cálicem simíliter, qui est ex ea creatura, quae est secundum nos suum sánguinem confessus est, et novi testamenti novam docuit oblationem, quam ecclesia ab apóstolis accípiens, in universo mundo offert Deo, ei qui alimenta nobis praestat, primitias suorum múnerum in novo testamento, isto é: "Mas, danSABEDORIA DO EVANGELHO do também a seus discípulos o conselho de oferecer a Deus as primícias de suas criaturas, não como a um indigente, mas para que eles mesmos não fossem infrutíferos nem ingratos, tomou da criação aquele que é o pão, dizendo: Isto é o meu corpo. E igualmente a taça que é daquela criatura que, segundo nós, confessou ser seu sangue, e ensinou a nova oblação do novo testamento; recebendo-a dos apóstolos, a igreja oferece, no mundo inteiro, a Deus, àquele que nos fornece os alimentos, primícias de suas dádicas no novo testamento".


Aí, portanto, temos uma interpretação bastante ampla: o alimento ingerido com ação de graças é um atestado vivo de gratidão a Deus, pelo sustento que Dele recebemos; os quais alimentos, sendo criações Suas, representam Seu corpo, isto é, são a manifestação externa de Sua essência que subestá em tudo.


Mas outro autor vai mais longe: CLEMENTE DE ALEXANDRIA, no ano 200, escreve (Strommateis, 5,10; Patr. Gr. vol. 9, col. 100/101): "Segundo os apóstolos, o leite é a nutrição das crianças, e o alimento sólido é a nutrição dos perfeitos (teleisthai, "iniciados"). Entendamos que o leite é a catequese, a primeira nutrição da alma, que a nutrição sólida é a contemplação (epoptía) que vê os mistérios. A carne e o sangue do Verbo (sárkes autaì kaì haíma toú Lógou) é a compreensão do poder e da essência divina... Comer e beber (brôsis gàr kaì posis) o Verbo divino, é ter a gnose da essência divina (hê gnôsis estí tês theías ousías)".


Clemente de Alexandria compreendia bem os mistérios cristãos porque fora iniciado em Elêusis antes de ingressar na Igreja. Por isso explica melhor, com os termos típicos da Escola Eleusina.


Dele ainda temos (Pedagogia, 1, 6; Patr. Gr. vol. 8, col. 308): "O Cristo, que nos regenerou, nutrenos com Seu próprio leite, que é o Verbo... A um renascimento espiritual corresponde, para o homem, uma nutrição espiritual. Estamos unidos, em tudo, ao Cristo o Somos de sua família pelo sangue, por meio do qual nos libertou. Temos sua amizade pelo alimento derivado do Verbo (dià tên anatrôphên tên ek toù Lógou) ... O sangue e o leite do Senhor é o símbolo de sua paixão (páthein) e de seu ensino".


E mais adiante (Pedag. 2, 2; Patr. Gr. vol. 8 col. 409): "O sangue do Senhor é dúplice: há o sangue carnal com o qual nos libertou da corrupção; e há o sangue espiritual (tò dè pneumatikós) do qual recebemos a cristificação. Beber o sangue de Jesus significa participar da imortalidade do Senhor".


Aí temos o pensamento e a interpretação desse episódio, cujo símbolo já fora dado também no protótipo de Noé, citado pelo próprio Jesus (cfr. vol. 6), quando o patriarca se inebriou com o vinho da sabedoria. Na ingestão do vinho oferecido em ação de graças, nosso Espírito se inebria na união crística, participando da "imortalidade do Senhor".


Trata-se, pois, da instituição de um símbolo profundo e altíssimo, que aqueles que dizem REVIVER O CRISTIANISMO PRIMITIVO não podem omitir em suas reuniões, sob pena de falharem num dos pontos básicos do ensino prático do Mestre: não é possível "reviver o cristianismo primitivo" sem realizar essa comemoração. Evidentemente não se trata de descambar para os rituais de Mitra, como ocorreu outrora pela invigilância dos homens que "paganizaram" o cristianismo. Mas é fundamental que se realize aquilo que o Mestre Jesus ordenou fizéssemos: TODAS AS VEZES que comêssemos pão ou bebêssemos vinho, devemos fazê-lo em oração de ação de graças, para lembrar-nos Dele e do Eu, do Cristo Interno que está em nós, que está em todos, que está em todas as coisas visíveis e invisíveis; do Qual Cristo, o pão simboliza o corpo, e o vinho simboliza o sangue, por serem os alimentos básicos do homem: o pão plasmando seu corpo, o vinho plasmando seu sangue (1).


(1) Esdrúxulo deduzir daí que o corpo de Jesus não era de carne. Contra isso já se erguera a voz autorizada de João o evangelista em seu Evangelho (1:14) e em suas epístolas (l. ª JO 4:2 e JO 4:2. ª João,

7) e todas as autoridades cristãs desde os primeiros séculos (cfr. Tertuliano, De Pudicicia, 9 e Adversus Marcionem, 4:40, onde escreve: "Tendo (o Cristo) tomado o pão e distribuído a seus discípulos, Ele fez seu corpo (corpus suum illum fecit) dizendo: Isto é o meu corpo, isto é a figura de meu corpo (hoc est corpus meum dicendo, id est figura córporis mei). Ora, não haveria figura, se Cristo não tivesse um corpo verdadeiro. Um objeto vazio de realidade, como é um fantasma, não comportaria uma figura. Ou então, se Ele imaginasse fazer passar o pão como sendo seu corpo, porque não tinha corpo verdadeiro, teria devido entregar o pão para nos salvar: teria sido bom negócio, para a tese de Marcion, se tivessem crucificado um pão"!


hb 5:7
Sabedoria do Evangelho - Volume 8

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 12
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 26:36-46


36. Então foi Jesus com eles para um sítio chamado Getsêmani, e disse aos discípulos: "Sentai-vos aqui, enquanto vou ali orar".

37. E tomando Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a inquietarse.

38. Então lhes disse: "Triste está minha alma até a morte: ficai aqui e ficai acordados comigo".

39. E adiantando-se um pouco, caiu sobre seu rosto orando e disse: "Meu Pai, se é possível, afasta de mim esta taça: porém não como quero, mas como tu (queres)".

40. E volta aos discípulos e encontra-os dormindo; e disse a Pedro: "Assim não tivestes força de ficar acordados comigo uma hora?

41. Ficai acordados e orai, para que não entreis na provação; pois o espírito (tem) boavontade, mas a carne (é) fraca".

42. De novo, pela segunda (vez) retirando-se, orou, dizendo: "Meu Pai, se isto não pode passar sem que o beba, faça-se tua vontade".

43. E vindo de novo, encontrou-os dormindo, pois os olhos deles estavam pesados.

44. E tendo-os deixado novamente, afastandose, orou pela terceira (vez) dizendo de novo as mesmas palavras.

45. Então veio aos discípulos e disse-lhes: "Dormis agora e repousais? Eis que chegou a hora, e o filho do homem é entregue nas mãos dos profanos.

46. Levantai-vos, vamos! Eis que chegou o que me entrega".

MC 14:32-42


32. E foram a um sítio chamado Getsêmani e disse a seus discípulos: "Sentai-vos aqui enquanto oro".

33. E toma a Pedro, Tiago e João com ele, e começou a atemorizar-se e a inquietar-se,

34. e disse-lhes: "Triste está minha alma até a morte; ficai aqui e despertai".

35. E adiantando-se um pouco, caiu sobre a terra e orou para que, se fora possível, fosse afastada dele aquela hora,

36. e disse: "Abba, ó Pai, tudo te é possível: afasta de mim esta taça; todavia, não o que quero, mas o que tu (queres)".

37. E volta e encontra-os dormindo, e disse a Pedro: "Simão, dormes? Não tiveste força de ficar acordado uma hora?

38. Despertai e orai para que não entreis na provação, pois o espírito (tem) boa-vontade, mas a carne é fraca".

39. E afastando-se de novo, orou dizendo as mesmas palavras.

40. E vindo novamente, encontrou-os dormindo, pois seus olhos estavam pesados e não sabiam o que responder-lhe.

41. E foi pela terceira (vez) e disse-lhes: "Dormis agora e repousais? Basta: chegou a hora, eis que é entregue o filho do homem nas mãos dos profanos.

42. Levantai-vos, vamos! Eis que chegou o que me entrega".

LC 22:40-46


40. Chegado, porém, ao lugar, disse-lhes: "Orai para não entrardes na provação".

41. E foi afastado deles cerca de um arremesso de pedra, e pôs-se de joelhos e orou

42. dizendo: "Pai, se queres, afasta de mim esta taça; faça-se porém não minha vontade, mas a tua".

43. Apareceu-lhe um mensageiro do céu, confortando-o.

44. E começando a agonia, orou mais fervorosamente, e tornou-se o suor dele como coágulos de sangue, caindo no chão.

45. E levantando-se da oração, veio aos discípulos e achou-os adormecidos pela tristeza,

46. e disse-lhes: "Por que dormis? Levantai-vos, orai, para que não entreis na provação".

JO 18:1


1... onde havia um jardim, no qual entraram ele e seus discípulos.



Aqui temos o primeiro ato do drama, ao levantar-se o sipário: o candidato, a sós, enfrenta intelectualmente as provas que são mostradas à personagem, pois só a individualidade tivera delas conhecimento total antes da reencarnação. A personagem conhecia o que a esperava, mas não em seus pormenores.


O termo kôríon é diversamente traduzido: como "lugar" (Loisy Lagrange), como "domínio" (Crampon, Durand, Jouon) como "propriedade" (Buzy, Denis) como "sítio" (Pirot); mas João, que conhecia bem o local, em vez do genérico kôríon, especifica que se trata de um kêpos, isto é, um "jardim".


Ficava a cerca de cem metros ao norte, devendo tratar-se de uma propriedade particular, pertencente a um amigo do Mestre, pelo que tinha Ele ali livre acesso. Mateus e Marcos citam o nome, Getsemani (hebr. gath shemanim) que significa "lagar de azeite". Jerônimo (Patrol. Lat. vol. 26 col. 197), julgando que o original era gê’shemani, traduz como "vale fertilíssima" (vallis pinguissima).


O local devia ser solitário e ficava em frente à porta dourada do templo, situando-se para lá (perán) do Cedron, ou seja, na margem oriental, no ponto do vale em que a torrente, virando para sudoeste, cava um precipício nos flancos do Ophel.


Pirot (vol. 9 pág. 576) escreve: "Descobertas arqueológicas recentes, em confronto com antigos peregrinos, permitiram reencontrar com toda a certeza o lugar exato da agonia e o da traição de Judas (cfr. Vincent et Abel, "Jérusalem Nouvelle", pág. 301-327; 1006-1013, Orfali. "Gethsemani"). É necessário distinguir nitidamente com os mais antigos autores (Eusébio de Cesareia, o Peregrino de Bordeaux, S.


Cirilo de Jerusalém e, mais tarde, o diâcono Pedro, 1037, o higúmeno Daniel. Ernoul, 1228) o lugar em que Jesus orou e o em que foi preso. A gruta, erradamente chamada da agonia, deve chamar-se agora "gruta da traição"; ficava separada do jardim de Getsemani pelo caminho em escada, intacto ainda no século IX, que permitia, por 537 degraus talhados na rocha, ir do fundo do Cedron ao cimo do monte das Oliveiras. A gruta da traição, de forma oval bastante irregular, tem no conjunto 17 m de comprimento, 9 m de largura e 3,50 m de altura. A abóbada rochosa é sustentada por seis colunas, das quais três são de alvenaria. O próprio rochedo foi encontrado por ocasião das escavações empreendidas para encontrar os alicerces da basílica erigida entre 380 e 390. Esse rochedo, que se pretendeu encaixar na basílica primitiva por causa de seu caráter eminentemente sagrado, já que foi consagrado pela oração do Mestre divino e regado com seu adorável sangue, impusera a esta (basílica) uma orienta ção sensivelmente diferente da que foi adotada nas últimas restaurações. Nesse rochedo, pois, - onde desde o final do século IV os sacerdotes oferecem o cálice do Senhor, aí mesmo onde seu sangue, misturado ao suor, caiu gota a gota (LC 22:43-44). Graças a esse mole rochoso, situado a cem metros ao sul da gruta da traição e a 15 m acima da torrente de Cedron, numa distância de mais ou menos 8 m e numa largura de 3,80 m - é que se encontra o lugar exato da oração de Jesus, e pôde conservar-se nos três primeiros séculos sem nenhum monumento comemorativo, apesar do desbastamento da madeira do monte das Oliveiras, em 70, e dos reviramentos de toda espécie, que tornaram essa colina, a acreditarse no historiador Josefo, totalmente irreconhecível. Se a lembrança do lugar da agonia tivesse ficado ligada a esta ou àquela oliveira, teríamos tido um ponto de referência absolutamente precário.


Mas o bloco que fazia parte integral da montanha, podia transmitir através dos séculos essa recordação sagrada, não obstante as mais selvagens devastações. A restauração da basílica da agonia, cuja primeira pedra foi colocada a 17-10-1919 pelo cardeal Giustini, foi acabada em 1926.


O fato desenrola-se com naturalidade. Jesus manda-os sentar-se (kathísate) em grupo, a fim de isolarse na prece, e leva consigo os mesmo três discípulos que o acompanhavam nos momentos solenes: Pedro, Tiago e João.


A frase do vers. 45 em Mateus é apresentada interrogativamente em grego. Muito melhor que imperativos afirmativos, que teriam sentido irônico, não concebível em circunstâncias de tamanha apreensão.


A indagação, ao contrário, é séria: "estais dormindo agora, quando o Filho do Homem vai ser entregue" ? E logo a seguir apressa-os: "Levantai-vos, vamos, pois chegou o que me vai entregar. "

Os versículos 43 e 44 de Lucas faltam no papiro 75, em aleph (1. ª cópia), em A, T, W, 1071 e nos pais: Marcion, Clemente, Orígenes (segundo Hilário), Atanásio, Ambrósio (segundo Epifânio e Jerônimo), Cirilo e João Damasceno.


São assinalados com asterisco nos códices delta (3. ª cópia), pi (3. ª cópia) e outros menos importantes.


Mas aparecem nos códices aleph (1. ª mão), D, K, L, X, delta (1. ª mão), theta (1. ª mão), pi, psi (1. ª mão), família 1 e nos pais: Justino, Irineu, Hipólito, Dionísio, Ario (segundo Epifânio), Eusébio, Hilário, Cesário Nazianzeno, Gregório Nazianzeno, Dídimo, Pseudo-Dionísio, Epifânio, Critóstomo, Agostinho, Teodoreto, Leôncio, Cosmos e Fecundo.


Compreende-se a omissão, em vista das críticas que provocava, pois constituía uma prova da fraqueza humana natural, na pessoa de Jesus, além de também atestar sua não-divindade: não seria concebível um Deus Absoluto temeroso ante o sacrifício físico.


Outra anotação a fazer é que a palavra grega thrómboi (donde provém nossa "trombose") não exprime absolutamente "gotas", como aparece nas traduções vulgares, e sim "coágulos, grumos". O suor não era constituído de sangue, que gotejava, mas era uma substância que a pele de Jesus exsudava através dos poros e que, COMO se fossem pequenos coágulos de sangue, caíam por terra. O advérbio hôsei não é, como afirmam os hermeneutas, "indicativo", mas simples "comparativo": era COMO SE FORAM coágulos de sangue. "pareciam ser" coágulos de sangue, mas não eram.


No entanto, Irineu (Haer. 3. 22. 2, Patrol. Graeca vol. 7, vol. 957) e Agostinho (In SL 140. 4, Patrol, Lat.


vol. 37. vol. 1817) afirmam que se tratava de verdadeiro sangue.


Seja sangue, ou apenas coágulos, como diremos, trata-se de irrespondível prova contra os docetas, que afirmavam que Jesus não tinha corpo nem sangue físicos, mas era apenas um "fantasma", que fingia estar encarnado, mas não estava. Na epístola aos hebreus (hebreus 5:7) está claro: "nos dias de sua carne", confirmando João (João 1:4) que diz que "o verbo se fez carne", e que afirma em sua Epístola (1. ª, 4:2) que se conhecerá o espírito que vem de Deus, quando disser que Jesus veio em carne. E na 2. ª epístola, v. 7, insiste: "muitos sedutores tem aparecido no mundo, que não confessam que Jesus Cristo veio em carne: esse é sedutor e anticristo. "
Esse estudo foi feito em amplitude por Azpeitia-Gutierrez, "Estudio Apologetico y Médico", Zaragoza,

1944; por L. Picchini, "La Sudorazione di Cristo", Roma, 1953; e Riquelme Salazar. "Examen Médico de la Vida y Pasión de Jesucristo", Madrid, 1953.


Anotemos ainda a palavra agônía, empregada por Lucas no original, mas não na interpretemos como a nossa "agonia" em português, ou seja, o estado típico daqueles que entram em coma. Em grego, esse termo exprime "luta". Aqui, portanto, o "entrar em agonia" significa iniciar a luta da personagem fraca contra a própria fraqueza. Sustentado pela individualidade, o homem. nos grandes momentos trágicos, entra em luta titânica e sem tréguas contra a covardia da personagem, que quer evitar a todo custo o sofrimento moral ou físico. Nessa agonia, isto é, nessa luta, que produz ansiedade e angústia, é que se decide qual o mais forte, qual das duas sairá vencedora: se a individualidade, haverá avanço evolutivo; se a personagem, a derrota está à vista.


Não é sem razão que Mateus e Marcos dão o nome de Getsemani ao jardim a que Jesus se recolheu para orar. Todos os indícios da interpretação foram deixados sabiamente consignados por escrito, para que a humanidade pudesse, quando disso fosse capaz, descobrir a realidade e compreender o significado profundo dos atos do Mestre inconfundível.


Observamos que Jesus não estava no "jardim fechado", ou seja, na Galileia, e sim na Judeia. Mas vai para um "jardim". E o nome desse jardim significa "lagar de azeite", ou seja, o instrumento que esmaga as azeitonas, para delas cavar o azeite, tal como o corpo de Jesus seria esmagado pela dor, para que se produzisse o azeite, o líquido com que se sagravam os sumos-sacerdotes e os reis.


E esse sofrimento, segundo testifica a epístola aos hebreus 5:7-3 O elevou ao grau de sumosacerdote da Ordem de Melquisedec, tornando-o o CRISTO, isto é, "UNGIDO", exatamente com o azeite sagrado da unção sacerdotal. Não poderia haver indicação mais clara da ação espiritual que se estava realizando no globo terráqueo.


Da mesma forma que na Transfiguração havia sido dado um passo iniciático, aqui se iniciava o processo para o passo seguinte. Então havia mister de "duas ou três testemunhas" (cfr. DT 19:15; MT 18:16 e MT 18:2CO 13:1). Foram escolhidas as mesmas testemunhas que haviam presenciado sua transfiguração gloriosa, Pedro, Tiago e João, a fim de que agora vissem sua luta (agonia). Eles que haviam testemunhado a manifestação da Individualidade no Tabor, precisavam ver, e comparar com aquela, a manifestação de Sua personagem transitória, diante do programa de provas por que deveria passar heroicamente.


Para preveni-los do a que assistiriam, avisa-os desde o início que "Sua alma" (psychê) - portanto Sua personagem que não deve absolutamente confundir-se com a individualidade (pneuma) - "está triste até a morte". O que exprime o alcance indizível da ânsia por que foi tomada. Pode-lhes, pois, que fiquem "despertos", a fim de ajudar Seu eu menor a firmar Sua personagem conturbada pelos grandes sofrimentos que terá que suportar sem um gemido.


No entanto, os olhos dos discípulos estavam "pesados", e os evangelistas esclarecem "por causa da tristeza". Hoje a expressão empregada seria outra: fisicamente achavam-se exaustos pela perda de fluidos magnéticos.


O mesmo ocorrera por ocasião da Transfiguração, quando diz Lucas: "Pedro e seus companheiros estavam oprimidos de sono, mas conservavam-se despertos" (LC 9:32: vol. 4. º, pág. 111).


Aqui, a grande perda de substância ectoplasmática, unida à tristeza apreensiva da hora, à tensão opressiva e à expectativa dolorosa, não deixaram que resistissem fisicamente.


Jesus recomenda-lhes que permaneçam despertos (gregoreíte) para que "não entrem na provação", ou seja, para que não sejam apanhados desprevenidos pelas provas a que seriam submetidos. Nesses momentos, é indispensável haver dinamismo ativo, e não estaticismo passivo e muito menos relaxamento no sono, pois se o Espírito (pneuma, individualidade) tem boa-vontade (prós thymos), a carne (sarx, o corpo da personagem) é frágil e pode sucumbir.


Jesus afasta-se dele. Lucas diz textualmente "é arrancado deles (apespáthê ap’autôn): trata-se do Espírito que força o corpo a isolar-se, para que sozinho suporte o impacto, embora a criatura goste sempre de sofrer acompanhada. Já à distância, o corpo rui por terra, na posição do desânimo e da súplica: ajoelha-se (theis tà gónata) e curva o rosto até o chão (épiptein epi tês gês, em Marcos: ou épesen epì prósôpon autoú, em Mateus), e começa a orar.


Mateus cita-lhe as palavras das três vezes que orou, pois nas três exprimiu o mesmo pensamento: "Se é possível, afasta de mim esta taça": é a ânsia da personagem que teme arrostar a dor física. Mas logo a seguir acrescenta: "Mas não como quero eu, e sim como queres tu: faça-se a Tua vontade, não a minha".


Aqui verificamos nitidamente a dualidade de vontades, entre a personagem e a individualidade, entre o Filho e o Pai, entre Jesus e Deus (Melquisedec). Como pode explicar-se isto, de quem dissera: "Eu e o Pai somos um"? e "faço apenas a vontade do Pai"?


As duas frases, e outras semelhantes, nós o vimos a seu tempo, foram proferidas pelo CRISTO, através de Jesus, com o qual estava identificada Sua individualidade. Não pela personagem terrena de Jesus, não por Seus veículos físicos. Seu Espírito (pneuma) já identificara, mas não Sua personagem (psychê) de fato, "a carne e o sangue não podem possuir o reino dos céus" (1CO 15:50). Tudo é claro e luminoso, e não há contradições nos Evangelhos.


Apesar de tudo isso, fortemente influenciada e dominada pelo Espírito a personagem se conforma e aceita que a vontade do Pai, que era também a de Seu Eu profundo, seja realizada, e que prevaleça sobre a vontade fraca e temerosa. Então essa prece, proferida três vezes pelo homem Jesus, demonstra o esforço que Sua personagem física fazia para sintonizar e concordar com a vontade do Espírito e, por conseguinte, com a vontade do Pai. Ao falar com os discípulos, cujo físico se achava enfraquecido pela perda de energia, Ele também esclarece esse mesmo ponto: "O Espírito tem boa-vontade, mas a carne é fraca.


Isso se passava com Ele nesses momentos e Ele o verificava em experiência pessoal ali mesmo vivida e sentida.


* * *

Lucas, na qualidade de médico, e portanto mais conhecedor dos fenômenos que se passavam no corpo físico e no astral, e mais afastado do drama, tendo-se informado de tudo com pormenores, anota dois fatos de que os outros não falam.


O primeiro e a aparição de um espírito desencarnado, que se materializa para "confortá-lo". Lucas di-lo ággelos (mensageiro). Como explicar essa materialização?


Já havíamos assinalado que Pedro, Tiago e João foram os chamados para acompanhar a Transfiguração e, dissemo-lo a seu tempo (cfr. vol. 4), deviam ser médiuns de efeitos físicos, escolhidos exatamente para proporcionarem ectoplasma. O que ocorreu lá, ocorre agora aqui e ocorrerá na "ascensão".


O ectoplasma abundantemente fornecido possibilitou a materialização do espírito.


Mas não foi só: houve também o segundo fenômeno assinalado por Lucas.


Aqui entra o tão citado e estudado "suor de sangue" a que a medicina chama hematidrose: vimos que thrómboi não exprime "gotas", e sim "coágulos" ou "grumos", quer de sangue, de leite, gordura, etc.


Muitos esforçam-se em provar que, nas grandes angústias, é possível que as capilares do derma possam, por exosmose, exteriorizar gotículas de sangue. Mas não nos convence essa explicação, em primeiro lugar porque a luta e a angústia de Jesus não devem ter sido tão apavorantes que causassem esse efeito violento e raro; em segundo lugar, porque, onde há explicação mais simples e plausível, não deve buscar-se outra mais complicada e difícil.


Compreendemos que esses coágulos formados por Seu suor, ou seja, pelo que parecia ser "suor", eram pequenas cristalizações de ectoplasma.


Sabemos, sem qualquer dúvida, que ectoplasma é proveniente do sangue, e melhor que nós devia sabêlo Lucas. Sabemos ainda que o ectoplasma se exterioriza, na mediunidade de efeitos físicos, por todos os orifícios do corpo: boca, narinas, ouvidos, anus, vagina, meato urinário e ainda pelo umbigo e pelos poros de todo o corpo, sendo tanto mais abundante, quanto maiores forem os orifícios, como é lógico.


Que o ectoplasma dos discípulos foi abundante, comprova-o o sono irresistível (e anotemos de passagem que realizaram uma sessão de materialização após bebido vinho). Mas também do corpo de Jesus deve ter-se exteriorizado, como o demostra o fato de ter sido interpretado como "suor". Mas não se afastou do corpo, antes, envolveu-o, sendo que, porém alguns coágulos caíram ao chão.


Outro argumento que nos induz a crer que se trata de ectoplasma, é que todos sabemos que se apresenta, na escuridão, com fraca luminescência fosfórea, coisa que não ocorre com o suor aquoso, nem mesmo com a hematidrose. E para ter sido anotado, nessa noite escura, observando-se que "caía por terra", era preciso que houvesse algo a iluminá-lo: sua própria fosforescência.


Mas por que e para que se teria produzido tal fenômeno?


Não cremos que tenha sido pelo pavor, mas sim pelo merecimento da personagem de Jesus, sempre pronta a obedecer e que, nesse mesmo instante, soubera aceitar com resignação a prova dolorosa.


Esse merecimento fez que o espírito materializado o confortasse e ajudasse de duas maneiras eficientes:
1. ª) recobrindo a superfície do corpo de Jesus com aqueles pequenos cristais de ectoplasma, localizados provavelmente sob a pele, a fim de embotar os terminais nervosos, com o objetivo de diminuir a violência das dores e contusões, preparando rápida recuperação dos tecidos epiteliais;
2. ª) cauterizando por antecipação os capilares da epiderma e do derma, a fim de que o sangue não esvaísse com demasiada abundância, mas logo coagulasse.

Com efeito, pelas narrativas não se fala em sangue abundante: houve algum sangue com a intromissão dos cravos nos pés e nos pulsos, e correu "um pouco de sangue com água" na chaga do lado; mas pelo que verificamos no "Sudário de Turim", o sangue não teve a abundância que seria de esperar, não tendo tido caráter hemorrágico, o que teria causado esvaimento total, dificultando-lhe a recuperação de Seu corpo.


Verificamos, pois, que em todo o trecho continuam as lições através dos fatos, dando-nos oportunidade de aprender novas propriedades do ectoplasma, até agora por nós insuspeitadas. O inciso de Lucas "orou mais fervorosamente e tornou-se o suor dele como coágulos de sangue, caindo ao chão" é que nos revelou não se tratar de hematidrose, ou suor de sangue provocado pela angústia, e sim um fenômeno benéfico, como resultado imediato da prece.


O fato de Lucas falar em thrómboi, "coágulos", alertou-nos para a circunstância específica da cristalização do ectoplasma, coisa que ainda não lemos nas obras técnicas do Espiritismo moderno. Essa cristalização talvez provoque efeitos medicinais ainda desconhecidos, que supusemos ser o embotamento dos terminais nervosos e mais rápida coagulação do sangue, para evitar o esvaimento hemor rágico. Pareceu-nos lógica essa explicação, restando agora apenas ser comprovada nos laboratórios dos pesquisadores que se dedicam ao estudo nas sessões de efeitos físicos.


* * *

Assim fortalecido e fisicamente preparado, regressa definitivamente aos discípulos, e pergunta-lhes por que ainda estão a dormir, se já está chegando o discípulo que vai entregá-lo nas mãos dos profanos para o sacrifício: Ele já estava pronto para iniciar a prova.


Mas que eles orassem, porque também a provação deles estava para chegar: que permanecessem despertos (acordados) e em oração, a fim de não sucumbirem.


Cabe a nós todos o mesmo aviso, em qualquer situação, mas sobretudo quando assoberbados por ataques que visam a experimentar nossas forças.


Não percamos de vista, outrossim, a energia do Espírito a dominar a personagem, e a necessidade absoluta de aceitação por parte de nosso eu pequeno de TUDO QUANTO VENHA SOBRE NÓS: tudo é necessário e "tudo coopera para o bem daqueles que amam a Deus" (RM 8:28). Quantas vezes aquilo que nos revolta, seria um passo à frente em nossa evolução, e perdemos a oportunidade! Estejamos despertos, atentos, bem acordados, e permaneçamos em oração, para aproveitar todas as ocasiões de subir.



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Hebreus Capítulo 5 do versículo 1 até o 14
SEÇÃO II

O SACERDÓCIO DE CRISTO É DEFINITIVO

Hebreus 5:1-7.28

A. UM SUMO SACERDOTE PERFEITO, 5:1-10

Embora o sacerdócio de Jesus já tenha sido confirmado, a ênfase maior tem sido na identidade da pessoa de Jesus. Agora, o peso da ênfase muda completamente, quase que abruptamente, para o seu papel de sumo sacerdote.

O ministério mediador de Jesus como sacerdote e sacrifício serve de base para a epístola aos Romanos e aparece também em I Timóteo 2:5-6, 1 Jo 2:1-2 e está implícito em I Pedro e em outros livros do NT. Mas em nenhum outro lugar o significado da obra do Senhor é tão cuidadosamente revelado como em Hebreus. A verdade seria especial-mente importante para os judeus, cuja vida, não apenas religiosa, mas (na ausência de um rei) cívica e nacional, girava em torno do seu sumo sacerdote. Ele era o símbolo da sua unidade nacional e da sua esperança.' Para Jesus ser tudo isso no pensar e sentir deles, uma mudança radical era necessária. Uma conversão a Jesus que substituiria tão completamente o sumo sacerdote em Jerusalém, no sentido de que o que acontecia lá já não era mais relevante ou importante, era, de fato, muito drástica e radical para eles. Mas o livro de Hebreus insiste em que nada menos do que isto é aceito por Deus ou coerente com os fatos atuais do caso. A não ser que estes cristãos hebreus enxerguem este sacerdócio divinamente conferido a Jesus na sua plenitude, com suas implicações revolucionárias, e se proponham a separar-se completamente dos laços araônicos, seu cristianismo será inadequado. No fim, acabarão sendo completamente recapturados pe-los longos tentáculos do judaísmo.

É compreensível que os cristãos hebreus fossem inicialmente atraídos pelo papel messiânico de Jesus como Profeta e Rei. Ele era o Filho de Davi, cujo retorno à terra em poder era esperado a todo momento. Também é necessário que entendam seu ofício como Sacerdote, e percebam que este aspecto provê a chave que destrancará o mistério da sua estranha morte — na verdade, tudo que estava envolvido com a sua primeira vinda. Sua vida e morte terrena não foram um fracasso, mas cumpriram exatamente a sua função predestinada.

Ao compreender a natureza sacerdotal do ministério de Cristo eles também acaba-rão vendo a natureza essencialmente espiritual da salvação. Jesus veio, não para ex-pulsar o exército romano da ocupação, mas "para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo" (9.26). Esta é a grande necessidade que precisa ser suprida antes de qual-quer outra.
Além do mais, este conceito de Jesus como Sacerdote provará ser a chave do AT. O significado e propósito do sistema sacrificial mosaico-araônico podem agora ser revela-dos. O enigma do "Santo dos Santos" pode agora ser esclarecido.

Mas nesta revelação o autor aos Hebreus mostra cuidadosamente que Jesus, como sumo sacerdote novo e final, inaugurou em sua própria pessoa e obra uma nova aliança (concerto). No seu âmago, isso incluía uma nova profundidade de redenção experimen-tal: um privilégio pessoal de santidade pessoal abordado simbolicamente debaixo do an-tigo regime, mas agora acessado por aqueles que vêem Jesus na cruz não como vítima romana, mas como o sacrifício pelo pecado do homem.

Tudo isto deve ser visto como constituindo o coração do cristianismo. Sem isto não há santidade de coração nem esperança do céu. Sem isto a visão de Jesus como Profeta e Rei está vazia do conteúdo eficaz. Como Profeta, Ele não se elevaria acima dos seus predecessores do AT nem escaparia do esquecimento venerável da história. Como Rei, ele desapareceria gradualmente em um simbolismo poético e etéreo. Portanto, a exposi-ção de Jesus como sumo sacerdote não é opcional; é imperativa.

1. Os Requisitos do Sacerdócio (5:1-4)

A função de um sumo sacerdote é clara. Aquele tomado dentre os homens na ordem araônica é constituído a favor dos homens; separado para este chamado divi-no, para ministrar coisas concernentes a Deus (1). O propósito principal desta orde-nação é que alguém esteja habilitado para oficialmente oferecer dons e sacrifícios pelos (em favor dos) pecados. Pecado é aquilo que separa as pessoas de Deus e torna um tipo de mediação sacerdotal necessária.'

Para ser devidamente qualificado para esta importante função de mediação e lide-rança religiosa, o sumo sacerdote precisa apresentar um caráter pessoal tal que possa compadecer-se ternamente dos ignorantes e errados (2). Sowers diz que compa-decer-se (metriopathein) "era um termo filosófico referindo-se ao meio termo entre pai-xão excessiva e apatia.' O sacerdote não deve ser severo e impaciente, nem indiferente ou desinteressado. Deve haver uma preocupação moral profunda e atenta combinada com uma simpatia compreensível. Deste equilíbrio no verdadeiro juiz virá um discernimento mais claro dos diferentes graus de culpa, em distinguir entre ignorância responsável e involuntária, entre aqueles que estão errados ("enganados", Mueller) devido ao seu próprio descuido e aqueles que foram desencaminhados por causa da sua ingenuidade. A retidão desta moderação no julgamento sacerdotal encontra-se no fato óbvio de que ele mesmo está rodeado de fraqueza (cf. 4.15).

Por causa desta fraqueza moral em si mesmo, o sumo sacerdote araônico deve ele, tanto pelo povo como também por si mesmo, fazer oferta pelos pecados (3). Ele próprio precisava da ajuda mediadora. Fica claro que a ordem tradicional dos sumos sacerdotes tinha uma superioridade oficial, mas não necessariamente uma superiorida-de moral significativa. Em função eles estavam acima do povo; no aspecto espiritual eles eram homens pecadores como todos os outros. Esta semelhança em relação à pecaminosidade do seu povo pode ter inspirado sua compaixão, mas também limitava seu poder em elevar o povo a quem ministravam.

Mais uma qualificação de um sacerdócio legítimo é agora expressa (v. 4). O sumo sacerdote não era um funcionário autodesignado. Deus havia especificado que so-mente Arão e seus descendentes deveriam servir neste ofício (Êx 28:1; Nm 16:39-40; 17:1-13 18:1), no que tange ao Tabernáculo terreno e à adoração de Israel. Mas neste versículo o autor cuidadosamente ignora a linhagem araônica; somente o que é cha-mado por Deus, como Arão, pode ter um sacerdócio reconhecido. Em outras pala-vras, Arão era um exemplo de uma ordem sacerdotal divinamente autorizada; mas, embora os israelitas estivessem amarrados a esta ordem araônica, Deus não estava. O autor está agora prestes a ratificar uma ordem nova e superior de sumo sacerdó-cio, igualmente ordenada por Deus.

2. As Qualificações de Cristo (5:5-10)

  1. Uma ordenação divina (5:5-6). Na única coisa que contava, o sacerdócio de Cristo era tão válido quanto o de Arão: também era verdadeiramente uma designação divina. Assim, também Cristo não se glorificou a si mesmo, para se fazer sumo sacer-dote (5). O intento na explanação da cláusula seguinte no versículo 5 não está claro na KJV, mas o sentido é dado pelo NT Amplificado: Ele "foi designado e glorificado por Aquele que lhe disse: Tu és o meu Filho; hoje te gerei".

Mas filiação não significa necessariamente sacerdócio. Então mais um texto é apre-sentado: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque (6). Isto servirá de base para os próximos três capítulos, da mesma forma que o texto: "Hoje, se ouvirdes a sua voz" é o tema principal dos capítulos 3:4. O mesmo Deus que nas Escrituras, por meio do Espírito Santo, confirmou o Messias como Filho também apre-goou o seu sacerdócio.

  1. Uma aptidão pessoal (5:7-10). O propósito da encarnação foi expresso de maneira concisa em 2.9 e explicado de maneira mais detalhada nos versículos seguintes. Assim, a aptidão completa de Cristo como sumo sacerdote é resumida e, em seguida, desenvolvida em detalhes nos capítulos seguintes. A idéia predominante aqui é a importância que o sofrimento do nosso Senhor teve para qualificá-lo como Autor de nossa salvação. Os sacerdotes araônicos podiam compadecer-se porque também estavam propensos ao pe-cado. Os sofrimentos de Jesus serviram a um propósito semelhante, mas de maneira mais eficaz, porque o sofrimento evoca um sentimento de compaixão e construção de companheirismo muito mais eficiente do que a pecaminosidade, que é intrinsecamente debilitante, insensível e limitadora — de forma alguma redentora. No entanto, muito mais significativo do que uma simpatia simplesmente persuasiva, os sofrimentos de Cristo eram essenciais para a sua perfeição como sumo sacerdote. Esta perfeição o capacitou a tornar-se a causa de eterna salvação, alvo que os sacerdotes araônicos não podiam atingir. Veja os fatores da sua perfeição.
  2. As orações que Ele ofereceu (5.7). Os dias da sua carne foram os dias da sua humilhação, quando em sua humanidade sentiu fraqueza e dependência de uma manei-ra muito real, como é evidenciado pela sua vida costumeira de oração. Este hábito de oração alcançou seu clímax durante a luta no jardim do Getsêmani, quando ofereceu orações e súplicas. Visto que era o dever do sumo sacerdote oferecer "dons e sacrifíci-os" (v. 1), Jesus também fez uma oferta. Esta não era uma apresentação formal no Tem-plo, mas uma oferta de oração amarga no jardim quando suou gotas de sangue, e isto, com grande clamor e lágrimas. Ficamos perplexos diante desta angústia que reflete a intensidade da sua aflição. O conteúdo da sua petição se encontra na cláusula seguin-te: ao que o podia livrar da morte. Ele estava lutando com seu Pai por libertação pessoal. A natureza exata desta morte tem há muito tempo desconcertado os comenta-ristas, como também ocorre com a cláusula seguinte: foi ouvido quanto ao que temia. Claramente, uma compreensão apropriada desta última declaração vai nos ajudar a elucidar a anterior. Portanto, vamos primeiro esclarecer a anterior. De forma mais lite-ral, Jesus "foi ouvido por causa da sua devoção", i.e., reverência e submissão devota ("reverente submissão", NVI).4 Ouvido (eisakouo) geralmente implica uma resposta afir-mativa (Mt 6:7; Lc 1:13; At 10:34-1 Co 14.21). Mas este não é o significado aqui, exceto no sentido de que o Pai ouviu com compaixão e enviou anjos para ministrar a Ele. O cálice da morte não foi removido, pelo que podemos ser eternamente gratos.

O que era esta morte da qual buscou livramento com tanta angústia? Alguns têm encontrado um significado na preposição ek que poderia sugerir que Ele temia a morte permanente. Isto dificilmente é o caso devido às repetidas predições de Jesus acerca da sua ressurreição. Certamente, ele conhecia as Escrituras que prometiam: "nem permiti-rás que o teu Santo veja corrupção" (Si 16.10; At 2:25-31). Além do mais, temos dificulda-des em supor que o nosso Senhor, depois de encaminhar-se firmemente para Jerusalém e dar passos diários e decisivos rumo à sua paixão com equilíbrio e deliberação, deveria agora orar com tanta agonia para escapar da morte física na cruz.

É mais provável que a sua alma tenha se encolhido por causa dos aspectos dessa morte, sua identificação com o pecado e sua solidão, quando o Pai escondeu a sua face. Em um certo sentido profundamente misterioso, Jesus deve ter sofrido, embora que brevemente, a angústia da alma perdida. Aquele que nunca havia conhecido a mancha do pecado, ou a sombra do franzir das sobrancelhas do Pai, ou a menor alienação da comunhão com o Pai, estava agora, ao tornar-se pecado em nosso lugar, prestes a sofrer tudo isso como elementos integrais da sua morte. Seria impossível para uma alma san-ta enfrentar tamanha dificuldade com serenidade.'

  1. A obediência que aprendeu (5.8). Por aquilo que padeceu Ele aprendeu a obediência. No entanto, nosso Senhor nunca havia sido desobediente, nem teve ne-nhum tipo de inclinação para isso. Como então poderia aprender obediência? Somente no sentido de que a obediência que causa tremenda angústia assume uma nova dimen-são. Em relação a Jesus, o amor pelo Pai era tamanho que a obediência sempre tinha sido um prazer. Nunca houve qualquer hesitação ou o sentimento de um preço doloro-so. Mas aqui se exigia uma obediência num aspecto que tocava o próprio relacionamen-to do Pai com o Filho, uma exigência que na sua essência não podia ser um prazer, mas um castigo. Quando a obediência é fácil precisa estar sob suspeita. Talvez não passe de um egoísmo disfarçado ou simplesmente uma política de conveniência. Mas quando a obediência custa um coração quebrantado é porque a lição foi aprendida e a sua genuinidade autenticada.

O nosso Senhor teve de aprender este aspecto pela experiência pessoal, bebendo o copo até a última gota, ainda que era Filho. Se o Filho quisesse tornar-se o sumo sacerdote salvador, adequado para todas as necessidades dos homens, precisava ir até o fim e ser aprovado em todos os sentidos. Somente um sumo sacerdote completamente submisso a Deus poderia representar Deus perante o homem e o homem perante Deus. A dignidade da pessoa de Cristo como Filho não poderia isentá-lo da humilhação do sofri-mento, se ele fosse cumprir seu chamado como servo sofredor de Deus (Is 53). A perfeição da obediência e a extremidade do sofrimento implicada neste versículo tenderia a apoiar a exposição do versículo 7 de que sua oração não foi "ouvida" no sentido de que ele não foi isentado de tomar o "copo".

Gramaticalmente, tudo até aqui nos versículos 7:8 está subordinado ao sujeito prin-cipal e ao predicado aprendeu a obediência. O sentido, portanto, é que, apesar do "grande clamor e lágrimas" do nosso Senhor, e apesar do fato de que o Pai os viu e ouviu, e apesar do fato de Jesus ser o Filho, era necessário que sofresse para aprender pela experiência a plena inteireza da obediência.'

(3) A perfeição que Ele alcançou (5.9,10). E, sendo ele consumado (ou "aperfeiçoa-do"; cf. nota da ARC), ou quando suas qualificações como sumo sacerdote foram plena-mente completadas (teleiotheis, particípio do aoristo passivo de teleioo, "executar plena-mente"), veio a ser a causa de eterna salvação para todos os que lhe obedecem. Esta é a segunda cláusula principal deste longo período (vv. 7-19). Embora gramaticamente coordenada, em essência ela é o ápice da passagem, na verdade, a tese de toda a epístola. O autor elaborará os detalhes mais tarde, mas em suas conexões aqui a proposição está clara. A condição para Cristo tornar-se o Salvador perfeito era que fosse perfeito por meio da obediência. Tornar-se Filho era a escolha coletiva do Deus Trino e Uno. Tornar-se Salvador era a realização do Filho, ao enfrentar corajosa e triunfantemente todas as exigências da sua humilhação.

É provavelmente seguro, com base no contexto, bem como no particípio aoristo (sendo ele consumado, "aperfeiçoado"), rejeitar a noção de que a perfeição de Cristo incluía sua morte. Isto significaria, de modo prático, que, tendo morrido na cruz, veio a ser a causa de eterna salvação. Antes, deveríamos dizer que a sua perfeição correspondia à consagração de Arão como uma qualificação prévia necessária para o cumprimento da sua função sacerdotal.' A perfeição de Cristo foi consumada no jardim quando disse: "Não se faça a minha vontade, mas a tua" (Lc 22:42). Este era o ato final da sua consa-gração, e cada consagração subseqüente dos crentes inclui uma submissão semelhante. Tendo, pois, sido qualificado livremente, Ele prosseguiu em direção à cruz, onde veio a ser (aoristo — pontiliar) a causa de eterna salvação. No sentido mais profundo, Cris-to não foi o Salvador até que morresse e ressuscitasse. Sua salvação, embora baseada na sua identidade como Filho, é inexistente à parte do Calvário e da ressurreição.

Como causa ("Autor", ARA), Jesus é Criador e Fonte de eterna salvação, o mesmo tipo que o sacerdócio araônico não podia mediar, muito menos criar. Enfraquecer o papel de Cristo com o artigo indefinido ("um autor" ou "uma causa"),8 só porque o artigo definido está faltando no grego, é imperdoável. Sua ausência indica neste caso uma força qualitativa (cf. 1.2), como poderia ser a intenção das palavras: "Ele tornou-se pai de toda vizinhança".

A ordem de palavras no grego é diferente da KJV, que com isso perde um aspecto enfático. Literalmente, Cristo "tornou-se para todos os que lhe obedecem, Autor de eter-na salvação". Para aqueles que deixam de crer ou se tornam desobedientes, Cristo torna-se, na cruz, não Salvador, mas Juiz. O elemento condicional de salvação e da expiação de Cristo é ressaltado ao longo desta epístola. Embora a iniciação e a provisão da salvação venham somente por meio de Deus, seu cumprimento pessoal certamente requer a coo-peração do homem.
É este Filho aperfeiçoado que tem sido chamado por Deus sumo sacerdote, se-gundo a ordem de Melquisedeque (10). O chamado profético de Deus é uma prova de que a ação poderosa de Cristo como sumo sacerdote foi válida, no sentido de que ocorreu em perfeito cumprimento com as Escrituras e de acordo com o plano preciso de Deus.

B. A NECESSIDADE DE PERFEIÇÃO, Hb 5:11-6.20

O autor deseja agora expor em maiores detalhes a natureza bíblica de uma ordem sacerdotal conhecida pelo nome de Melquisedeque, mas hesita, porque não tem certeza se seus leitores têm maturidade suficiente para compreender este assunto reconhecidamente difícil. Pela segunda vez, portanto, ele se afasta da sua linha principal de argumentação para devotar sua atenção ao perigoso estado espiritual deles. Nesta passagem exortativa, encontramos repreensão, exortação, advertência e encorajamento, nesta ordem.

1. A Negligência dos 1maturos (Hb 5:11-14)

O autor tem muitas coisas a dizer acerca deste pouco conhecido personagem do AT, Melquisedeque, porque é uma figura-chave na compreensão do sumo sacerdócio de Cris-to. No entanto, elas são de difícil interpretação, i.e., difíceis de explicar, porque estes cristãos são negligentes para ouvir (11). Eles não estão se tornando preguiçosos no seu apetite e compreensão espiritual; eles já se tornaram preguiçosos (tempo perfeito do verbo), e seu estado presente é o resultado de alguma falha no passado. Ele os envergo-nha: devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar (12). Provavelmente, muitos deles consideravam-se mestres, mas não estavam qualificados para tal (cf. 1 Tm 1:5-7). Eles tinham perdido o controle da realidade da fé cristã de tal forma que precisavam de uma atualização no ABC do evangelho, os primei-ros rudimentos das palavras de Deus.' Eles voltaram ao estado primitivo de infân-cia espiritual, em vez de tornarem-se pessoas maduras, a ponto de precisarem de leite e não de sólido mantimento ("alimento sólido", Mueller). Este estado vergonhoso não é devido à falta de tempo, porque evidentemente não eram recém-convertidos, mas por causa da falta de aplicação prática.

As marcas contrastantes da primeira infância e da fase adulta são resumidas de maneira precisa nos versículos 13:14. Aquele cuja dieta está confinada ao leite naturalmente não está experimentado na palavra da justiça, pela razão óbvia de ser um menino (13) ; e espera-se que meninos ("crianças") espirituais sejam alunos e não mes-tres. Apalavra da justiça pode significar o próprio evangelho ou o ensino do evangelho, provavelmente o que foi mencionado em segundo lugar, visto que o versículo 12 já deixa claro que deveriam ter alcançado o estágio de mestres. Mas o mantimento sólido é para os perfeitos (14). As verdades cristãs — principalmente a perspectiva cristológica do AT, que não pode ser encontrada na superfície — podem ser compreendidas e ensina-das somente por cristãos maduros. Estas pessoas maduras são agora definidas como aquelas que em razão do costume, têm os sentidos exercitados (plenamente trei-nados) para discernir tanto o bem como o mal. Sentidos aqui refere-se à sua "per-cepção interior" (Mueller). A habilidade no discernimento é, portanto, a marca da matu-ridade. Bem e mal podem ser tanto éticos quanto doutrinários; provavelmente as duas idéias estejam incluídas, embora o contexto sugira uma ênfase imediata na verdade e erro em relação a Cristo e às Escrituras. Mas, duas coisas estão claras:

1) a perfeição neste texto pode ser definida como maturidade; e

2) a "maturidade" confessada em que não há percepção confiável entre o bem e o mal não é genuína."

A frase em razão do costume (dia ten hexin) implica que maturidade é um conhe-cimento gradual por meio da prática. Mas isto não está totalmente correto. Hexin como substantivo significa "hábito" ou uma condição do corpo ou da mente. O significado pode-ria ser: Os plenamente maduros são aqueles que, por causa do seu estado espiritual avançado têm suas faculdades espirituais plenamente treinadas. Em outras palavras, um nível mínimo de maturidade espiritual é um pré-requisito para a prática habitual. A prática por sua vez evidencia a maturidade e a aumenta.


Champlin

Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
Champlin - Comentários de Hebreus Capítulo 5 versículo 7
Referência à agonia de Jesus no Getsêmani (Mt 26:36-46 e paralelos).

Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Hebreus Capítulo 5 do versículo 1 até o 14
*

5.1-10. Como os sacerdotes do Antigo Testamento foram identificados com as pessoas fracas e errantes que eles representaram (vs. 1-3) e cumpriram o chamado de Deus (v. 4), assim também Cristo tornou-se sumo sacerdote por nomeação do Pai (vs. 5,6) e foi identificado com seu povo por meio de sofrimentos (vs. 7-10).

* 5.1 oferecer tanto dons como sacrifícios pelos pecados. A frase "dons como sacrifícios" abrange tipos diferentes de ofertas que constituíram o trabalho dos sacerdotes do Antigo Testamento (8.3; Lv 1:7). Porém, o interesse principal aqui recai sobre as ofertas pelo pecado.

* 5.2 capaz de condoer-se. Por causa de suas próprias tentações e fraquezas, o sumo sacerdote do Antigo Testamento ficou constrangido a moderar a sua indignação contra os pecados de outros e, condoer-se deles. A compreensão de Jesus é também fortemente motivada, porque ele identifica-se inteiramente com as lutas de seu povo. Contudo, Jesus nunca se entregou à tentação (4.15).

ignorantes... que erram. A lei (Nm 15:27-31) faz distinção entre os pecados praticados por causa da fraqueza ou da ignorância, e os pecados praticados por rebelião contra a autoridade do Senhor (10.26,27).

* 5:3 O próprio sumo sacerdote do Antigo Testamento necessitava da expiação e do perdão (7.27; 9.7; Lv 16:11); porém, o nosso imaculado sumo sacerdote não tem tais necessidades (4.15; 7.26).

*

5.4 chamado por Deus, como aconteceu com Arão. A chamada inicial de Arão (Êx 28:1) foi confirmada como resposta à rebelião de Coré, Datã e Abirão (Nm 16), através do florescimento da sua vara (9.4; Nm 17:1-10). O privilégio sacerdotal de aproximar-se a Deus, é somente por convite — pela mediação de um descendente físico dos sacerdotes levíticos do Antigo Testamento, mas estabelecida definitivamente através do juramento divino feito a Jesus, o Filho (7.11-28).

* 5.5 Tu és meu Filho. Sl 2:7 é citado duas vezes em Hebreus (1.5), ambas as vezes em posição de destaque. Aqui, é a primeira parte de uma longa e detalhada consideração sobre Melquisedeque.

* 5.6 Melquisedeque. Esta pessoa misteriosa é mencionada apenas duas vezes no Antigo Testamento (Gn 14:18; Sl 110:4). Mas aqui, a associação do título, "sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque" com as palavras, "meu Filho" (v. 5) revela o caráter exaltado deste sacerdócio, e justifica a explanação maior oferecida pelo autor no Cap. 7.

* 5.7 forte clamor e lágrimas. A angústia que Jesus sentiu quando contemplou a cruz (Mc 14:33-36; Jo 12:27) mostra que ele não está alheio às fraquezas e terrores que nos ameaçam.

tendo sido ouvido. Os salmistas louvaram a Deus, porque ele ouvia seus gritos por socorro (Sl 22:24; 30.23; 116:1). Os clamores de Jesus, pedindo livramento da morte, foram respondidos, não através de um livramento do horror da cruz, antes, através de sua ressurreição dentre os mortos.

*

5.8 aprendeu a obediência. Embora fosse totalmente livre do pecado (4,15) a luta de Jesus contra a tentação foi verdadeira (2.18). Como aquele que veio para o mundo a fim de fazer a vontade do Pai (10.7), os desafios à integridade de Jesus, que ficaram cada vez mais difíceis, foram todos quebrados vitoriosamente, culminando na sua vergonhosa e penosa morte sobre a cruz (Fl 2.8). Esta vida de obediência que ele aprendeu, desfaz a desobediência de Adão (Rm 5:19) e qualifica Jesus para servir como o nosso eterno sumo sacerdote (2.17,18; 4.5).

* 5.9 tendo sido aperfeiçoado. Isto não significa que Jesus finalmente tornou-se sem pecados, porque ele já não os tinha (4.15). Significa que ele cumpriu a carreira de sofrimento que lhe foi confiada, inclusive a morte sacrificial. Tendo feito tudo isso, ele foi "aperfeiçoado" ou perfeitamente qualificado para servir como sumo sacerdote, singularmente eficaz. A linguagem aqui pode ser uma alusão ao conceito da consagração sacerdotal.

salvação eterna. Jesus vive para sempre a fim de interceder como o nosso sumo sacerdote (7.24,25).

* 5.10 Melquisedeque. Ver cap. 7.

* 5.11—6.12 O ministério sacerdotal de Cristo, segundo a ordem de Melquisedeque, é "difícil de explicar" (5.11), por causa da imaturidade dos leitores. A exortação nesta seção focaliza-se sobre os perigos que surgem quando a pessoa não prossegue "para o que é perfeito" (6.1, referência lateral).

*

5.11 tardios em ouvir. A palavra grega traduzida "tardio" reaparece em 6.12 ("indolentes", referência lateral), sugerindo que o perigo de preguiça espiritual se destaca nesta seção toda.

* 5.12 princípios elementares dos oráculos de Deus. Tais verdades são enumeradas em 6.1,2.

* 5.13 leite. Embora leite seja nutriente para crianças (1Pe 2:2), o autor deseja que seus leitores se tornem cristãos maduros, capazes de receber alimento sólido (1Co 3:1,2).

*

5:14 A maturidade necessária para compreender o ministério sacerdotal de Cristo não é uma sofisticação intelectual, antes, é um discernimento espiritual que surge de uma prática consistente da vontade de Deus (Fp 1:9-11).


Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de Hebreus Capítulo 5 do versículo 1 até o 14
5.4-6 Este capítulo se ocupa tanto da eleição divina de Cristo como de sua humanidade. O escritor cita dois versículos do Antigo Testamento para provar a eleição divina de Cristo: Sl 2:7 e 110.4. Na época em que se escreveu este livro, os romanos escolhiam ao supremo sacerdote em Jerusalém. No Antigo Testamento, entretanto, Deus escolheu ao Arão, e só seus descendentes puderam ser supremos sacerdotes. Cristo, como Arão, foi eleito e chamado Por Deus.

5:6 Melquisedec foi um sacerdote de Salem (agora chamada Jerusalém). Lhe menciona em Gênese 16. A posição do Melquisedec se explica em Hebreus 7.

5:7 Jesus estava em grande agonia quando se preparava para enfrentar a morte (Lc 22:41-44). Embora Jesus clamou a Deus, pedindo ser liberado, O estava preparado para sofrer a humilhação, a separação de seu Pai e a morte a fim de fazer a vontade de Deus. Haverá momentos em que confrontaremos dificuldades, não por querer sofrer mas sim porque desejamos obedecer a Deus. Permita que a obediência ao Jesucristo o sustente e o anime nos momentos de prova. Você poderá enfrentar-se a algo quando está consciente de que Jesucristo o acompanha.

5:7 Há sentido alguma vez que Deus não escuta suas orações? Assegure-se de orar com um espírito dócil, desejando fazer o que Deus quer. Deus responde a seus filhos obedientes.

5:8 A vida do Jesus não foi um guia que O seguiu passivamente. Foi uma vida que escolheu livremente (Jo 10:17-18). Foi um processo contínuo de fazer sua a vontade do Pai. Jesucristo optou por obedecer apesar de que essa obediência o conduziu ao sofrimento e à morte. Por ter obedecido à perfeição, até em meio de grande prova, O nos pode ajudar a obedecer por muito difícil que pareça.

5:9 Cristo foi sempre moralmente perfeito. Mediante a obediência nos mostrou sua perfeição, não a Deus nem a si mesmo. Na Bíblia, pelo geral perfeição significa consumação ou maturidade. Ao manifestar nossa experiência de sofrimento, Cristo teve a mesma experiência humana que nós. O agora está em condições de oferecer salvação eterna a quem obedece. Veja-se Fp 2:5-11 para a atitude de Cristo quando tomou forma humana.

5:12, 13 Estes cristãos judeus eram imaturos. Alguns deles deviam ter ensinado a outros, mas ainda não tinham aplicado o fundamental a sua vida. resistiam a deixar suas antigas tradições, suas doutrinas estabelecidas e as discussões de aspectos fundamentais. Não seriam capazes de compreender a razão pela que o escritor ensinava a respeito da função de Cristo como Supremo Sacerdote, a menos que deixassem sua posição cômoda, abandonassem algumas de seus costumes judias e deixassem de fazer mesclas com sua cultura. A consagração a Cristo motiva às pessoas a deixar as tradições.

5.12-14 A fim de crescer até ser cristãos adultos, devemos aprender o que é o discernimento. Devemos adestrar nossa consciência, nossos sentidos, nossa mente e nosso corpo a fim de poder distinguir o bom do mau. É você capaz de reconhecer a tentação antes de cair em sua armadilha? Pode distinguir entre o correto uso das Escrituras e o errado?

5:14 Nossa capacidade de deleite nas coisas profundas de Deus ("alimento sólido") está determinada por nosso crescimento espiritual. Com freqüência desejamos o banquete de Deus antes de estar em condições espirituais para digeri-lo. À medida que você cresce no Senhor e põe em prática o que aprendeu, também aumentará sua capacidade de compreensão.

AS OPÇÕES DA MATURIDADE

Uma maneira de avaliar a maturidade espiritual se obtém ao observar as decisões que tomamos. O escritor de Hebreus nota muitas das formas em que essas decisões trocam com o crescimento pessoal.

Ensinar a outros: em lugar de... ser sozinho ensinado.

Desenvolvimento profundo do entendimento: em lugar de... lutar com o fundamental.

Autoevaluación: em lugar de... autocrítica.

Busca de unidade: em lugar de... fomentar desunião.

Desejo de provocações espirituais: em lugar de... desejos de entretenimento.

Estudo cuidadoso e observação: em lugar de... opiniões e esforços medíocres.

Fé ativa: em lugar de... apatia e dúvida cautelosa.

Confiança: em lugar de... temor.

Experiências e sentimentos avaliados à luz da Palavra de Deus: em lugar de... experiências avaliadas segundo os sentimentos.


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Hebreus Capítulo 5 do versículo 1 até o 14
IX. CRISTO JESUS ​​SUPERIOR PARA ARÃO (He 5:1 ).

Tomé observa que existem duas qualificações essenciais para o sacerdócio, a saber: "comunhão com o homem" (vv. He 5:1-3 ), e "autoridade de Deus" (v. He 5:4 ). Em ambos os aspectos, Jesus qualificou-se para o seu escritório e trabalho como o Grande Sumo Sacerdote de Deus e do homem. Como o Filho de Deus, o Messias, Ele se classificou para a segunda; como o Filho do homem, Deus encarnado, Ele se classificou para a primeira.

A. JESUS ​​'SACERDÓCIO SUPERIOR PARA ARÃO NA ORIGEM E NATUREZA (5: 1-6)

1 Porque todo sumo sacerdote, tomado dentre os homens é constituído a favor dos homens nas coisas concernentes a Deus, para que ofereça dons e sacrifícios pelos pecados: 2 que podem suportar delicadamente com os ignorantes e errados, porquanto também ele mesmo é rodeado de fraqueza; 3 e por esta razão deve ele, tanto pelo povo, como também por si mesmo, oferecer sacrifício pelos pecados. 4 Ora, ninguém toma para si esta honra, mas quando ele é chamado por Deus, como o foi Arão. 5 Assim também Cristo glorificado não a si mesmo, para se fazer sumo sacerdote, mas aquele que lhe falou;

Tu és meu Filho,

Este dia te gerei:

6 Como também diz em outro lugar ,

Tu és sacerdote para sempre

Após a ordem de Melquisedeque.

Três fatores relativos ao sacerdócio em apresentar-se uma vez nesta declaração. O primeiro é que o sacerdote é essencialmente humano. Ele é tomado dentre os homens. Uma vez que ele é para representar a causa do homem diante de Deus, é essencial que ele entender completamente e identificar-se com a causa do homem. Ele deve ser capaz de dizer com alguém de um ex-dia ", eu morava onde eles moravam" (Ez. 03:15 , KJV). Um velho ministro muito eficaz que ministrou extensivamente para os agricultores, muitas vezes comentou: "Você nunca pode compreender a posição do outro homem até que você tenha hoed sua fila por um tempo." Talvez esta pode ser a razão por que Deus permitiu que alguns de seus maiores servos de sofrer tão intensamente. Bedford experiência prisão de João Bunyan pode tê-lo qualificado para ver com mais clareza e entender mais a fundo as experiências esgotante e bondage irritante do pecado humano, e para apreciar mais plenamente a libertação do homem com essas experiências, como descrita em seu O Peregrino , do que se ele não tivesse sofrido que Bedford calvário prisão. A cegueira física de George Matheson e Fanny Crosby pode muito bem ter sido nomeações de Deus, qualificando-os para uma maior compreensão humana e serviço sacerdotal mais rica e eficaz no ministério de música por Deus ao homem que teve que possuíam sua visão física. Experiência da prisão de Madame Guyon por sua fé em Cristo permitiu-lhe dar um exemplo de coragem humana e confiança no meio dos sofrimentos impostos injustamente que fez sua vida e experimentar um incentivo e coragem para muitos que sofreram o mesmo. Assim, ela era uma sacerdotisa espiritual designado por Deus para os homens.

Com vista à criação do sumo sacerdócio de Cristo em uma relação incomparável ao do Aarônico, o autor procede a delinear algumas das qualificações e funções de Arão como sacerdote em que ele era um tipo de sumo sacerdócio de Cristo. Seja por declaração ou implicitamente, a superioridade do sumo sacerdócio de Cristo de Arão do disposto em cada instância. A nomeação de Arão para o sacerdócio israelita era da tribo levítico. Assim, ele foi tomado dentre os homens (v. He 5:1 ). Ele era um homem que trazia a humanidade de seus companheiros. Ele sabia que os homens, porque ele era um homem. A nomeação de Arão foi um compromisso divino, um compromisso específico por Deus, para representar os interesses e necessidades dos homens diante de Deus, especialmente em assuntos espirituais.

A nomeação de Cristo ao seu escritório de Grande Sumo Sacerdote era de fato um compromisso divino, como era Arão, mas era maior que Arão em que Ele era o Filho de Deus e, portanto, muito a Deus. Cristo era Deus mesmo tendo a plena autoridade de Sua própria divindade em seu alto cargo Priestly (conforme Mc 1:22 ), enquanto Arão era apenas um homem escolhido por Deus para representá-Lo como um servo com a autoridade delegada e limitado. A nomeação de Arão era um entre muitos sumos sacerdotes, e foi temporária. A nomeação de Cristo foi único em que Sua alta nomeação Priestly era um de um tipo, para não ser repetida, e era perpétua.

Da mesma forma que Cristo veio ao seu grande sumo sacerdócio de entre os homens. No entanto, enquanto Arão era apenas um homem, Cristo foi engolido humanidade na divindade através de sua encarnação. Assim, Ele era Deus desceu à humanidade, e depois levado da humanidade através do nascimento virginal de se tornar o Grande Sumo Sacerdote de Deus para o homem.

Como Arão, Cristo sabia que os homens, porque Ele próprio era um homem, e Ele experimentou todas as fraquezas dos homens. Mas, na superioridade de seu sacerdócio para o sacerdócio de Cristo Arão combinado Sua onisciência divina com sua humanidade e, portanto, sabia perfeitamente todos os homens e tudo sobre os homens (conforme Jo 2:24 ), enquanto Arão nas limitações da sua humanidade sabia que o seu companheiros, mas imperfeitamente. Mais uma vez, enquanto Arão foi tentado e experimentado as fraquezas do homem em sua humanidade, mas não era sem pecado, Cristo em Sua natureza divino-humana experimentou todas as fraquezas e enfermidades da família humana, foi tentado em todos os pontos como o homem experimenta tentações, mas era sem pecado (conforme He 4:15 ). Assim, a este respeito Seu sumo sacerdócio é superior ao de Arão.

A função do sacerdócio de Arão era dupla em que ele foi projetado para oferecer dons e sacrifícios pelos pecados (v. He 5:1 e Ef 5:2 , Jo 10:17 ). Isso foi possível em razão do fato de que Cristo era tanto o sacerdote humano fazer o sacrifício da sua própria pessoa para Deus e Deus a quem Ele estava fazendo o sacrifício de si mesmo. Aqui reside um dos maiores paradoxos de toda a revelação divina. De Cristo foi, em seguida, a verdadeira e adequada sacrifício a Deus, pelos pecados do homem, que satisfez a justiça divina (conforme Is 53:1-A ), e ao mesmo tempo obteve para si mesmo uma vida maior em Sua identidade com Seus remidos comunidade cristã (conforme Cl 1:27 ; He 2:10. ). Portanto, em dons e sacrifícios sumo sacerdócio de Cristo era incomparavelmente superior ao de Arão.

Quanto à função de sacerdote em relação ao pecado do homem, Barclay discute com provas convincentes de que os pecados pelos quais sacrifício poderia expiar, no sistema Israelita, foram os pecados de ignorância. Ele ressalta que os deliberados, pecados intencionais dos homens não estavam previstos nos sacrifícios israelitas. Assim, em seu ponto de vista, enquanto o pecado da ignorância é perdoável, o pecado da presunção não é perdoável (ver He 10:26. ; Lv 4:2 ; N1. 15: 22-31 ; Dt 17:12.) . Em seguida, no entanto, Barclay prossegue para definir essas duas classes de pecados e para distingui-las.

No entanto, devemos notar que os judeus significava pelo pecado de ignorância. Eles significava mais do que simplesmente a falta de conhecimento. Eles incluíram os pecados cometidos quando um homem foi arrastado em um momento de raiva ou paixão ou impulso, quando um homem foi dominado por alguns dominante tentação, quando um homem se arrependeu em tristeza por algo que ele tinha feito. Até o pecado da presunção que significavam o frio deliberada pecado, calculada para que o homem não tinha o menor Lamentamos, a desobediência de olhos abertos a Deus, o momento em que um homem, e não em um momento de paixão ou impulso, mas em distanciamento frio tomou o seu próprio caminho e desobedeceram a Deus. Assim, então, o sacerdote existia para abrir o caminho para o pecador de volta para Deus, desde que o pecador queria voltar.

Aqui, novamente, é necessário notar que os sacrifícios arônicos típicas para o pecado não poderia fazer mais do que apontar para o verdadeiro sacrifício que era para ser feito na Cruz para a expiação do pecado pela oferta de Si mesmo de Cristo (conforme He 9:11 ). Deve-se ainda que o padre Aarônico necessária para oferecer um sacrifício pelo seu próprio pecado antes que ele pudesse sacrifício pelos pecados do povo (v. He 5:3 ), enquanto que Cristo não necessitaram de tal sacrifício. Seu sacrifício é maior do que na de Arão, que Ele é o verdadeiro, enquanto Arão estava, mas o tipo de sacrifício.

A superioridade da capacidade de Cristo, como homem Sumo Sacerdote, para ter cuidado com os ignorantes e errante (v. He 5:2) sobre o do sacerdócio de Arão é interessante e instrutiva. Esta expressão, ter cuidado , parece implicar "moderação" do sentimento e da disposição em que não é nem "suavidade", nem "gravidade". Por causa de suas próprias fraquezas humanas, fraquezas e pecados, o sacerdote humano entendido aqueles que ele representava. Ele exerceu apenas tanta disciplina sobre eles como era para seu bem mais elevado moral, mas não tanto como seria de desencorajá-los de mais fé ou esforço por parte do estabelecimento de normas impossíveis de alcançar. O padre não seria nem um ditador espiritual e moral dura e cruel, nem um pai indulgente e mimos. Ou é tão ruinoso para a fé e de desenvolvimento dos membros da família de Deus, pois é para a criança humana. O sacerdote era para ser um verdadeiro representante de Deus, que é ao mesmo tempo o Deus da lei e do amor. Estes são os dois ingredientes essenciais da natureza de Deus e Sua revelação ao homem. Da mesma forma, devem sempre caracterizar o verdadeiro sacerdote de Deus, como também o sacerdócio dos fiéis. No entanto, Arão não tinha nem a onisciência de entender seus companheiros perfeitamente nem autoridade divina ilimitada para discipliná-los corretamente. Assim, ele não poderia fazer mais do que prenunciam o perfeitamente real sumo sacerdócio de Cristo, que possuía tanto onisciência de compreensão de seus companheiros e onipotência da autoridade divina para discipliná-los corretamente. Neste perfeição do equilíbrio entre a lei eo amor que ele poderia suportar delicadamente com os seus semelhantes no seu sacerdócio alta superior (conforme He 12:6 ).

No capítulo 1 a eterna filiação divina de Cristo estava estressado. Nos versículos 4:6 do presente capítulo, que a filiação é feita com base na superioridade de sua nomeação para o sumo sacerdócio sobre a nomeação de Arão para o seu escritório. Arão foi de fato escolhido de Deus, de entre os seus companheiros, e nomeado para o cargo de sumo sacerdote. No entanto, a nomeação de Arão, por causa da sua humanidade, foi limitado, tanto em duração e autoridade. Nomeação divina de Cristo à Sua sumo sacerdócio ultrapassado Arão está no fato de que Ele era a encarnação do Deus-homem, Filho de Deus e Filho do homem, e que, como tal, defronte pura humanidade de Arão, sumo sacerdócio de Cristo era ilimitado, tanto em sua duração e sua autoridade (conforme He 13:8)

7 O qual nos dias da sua carne, tendo oferecido, orações e súplicas, com forte clamor e lágrimas, àquele que tinha sido capaz de salvá-lo da morte, e tendo sido ouvido por causa da sua reverência, 8 ainda que era Filho, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu; 9 e, tendo sido aperfeiçoado, tornou-se a todos os que o autor da salvação eterna obedecer; 10 chamado de Deus sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque.

Qualificação de Cristo por seu ofício sacerdotal alta é atestada pelo fato de que Ele tinha comunhão com os homens durante os dias de sua carne (v. He 5:7-A ). Estas palavras evidenciar sua humanidade e sua vida terrena. Suas orações e súplicas, com forte clamor e lágrimas, (v. He 5:7) são uma clara evidência de Seu perturbado, humana, a natureza emocional em si expressar intensamente em medos, ansiedades, e uma sensação de impotência pessoal diante de Deus em petições por livramento na hora da morte. Essas emoções angustiantes não foram misturadas com a fé na experiência do Cristo petição, para, o autor acrescenta: Ele foi ouvido pela sua piedade (v. He 5:7 ). Pedro é um bom exemplo de "tristeza segundo Deus", que produz a salvação pela fé em Deus, como é evidenciado em seu choro amargo e posterior restauração. Judas é um exemplo igualmente apt da tristeza mortífero descrito por Paulo, como resultado de sua fé dissipada e morto. Sem tristeza é tão escuro ou sombrio como o que é permeado por uma total ausência de fé. Descrença total é o inferno começou na alma do homem. Enquanto há fé, há esperança. Quando toda a fé está morta, toda a esperança se foi.

Fé-misturado a tristeza e sofrimento de Cristo adquiridos Sua salvação na hora da morte. A frase salvá-lo da morte (v. He 5:7) é mais bem entendida como salvá-lo "da morte". Neste renderização há uma clara implicação da ressurreição de Cristo, como também uma promessa profética de acreditar libertação final do homem da morte. Isso dificilmente pode ser corretamente entendida como uma oração para a libertação da morte no Getsêmani. Alguns pensaram que o inimigo não atacou a fragilidade da sua natureza humana, com vista a impedir a sua missão redentora na cruz, como alguns supõem. Pelo contrário, ela olha através e além da morte, com todos os seus significados hediondos, para a emissão de uma ressurreição vitoriosa e gloriosa dos mortos, juntamente com o seu significado redentor para o homem perdido.

Em termos práticos, nenhum lugar Deus prometeu ao homem a libertação da morte, como ele também não prometeu a libertação de ensaios. Aqui deve ser claramente notado que provações e tentações não são uma ea mesma coisa. Um ensaio é o teste de fidelidade ou lealdade de um indivíduo a uma pessoa ou causa. Por outro lado, a tentação é uma tentação para fazer o mal. Deus é o autor de muitos dos ensaios do homem, como Ele sabe que eles fortalecer e desenvolver as fibras morais e espirituais da personalidade do homem quando resistiu com êxito. Deus nunca é o autor da tentação em que o homem é atraído para o exterior para fazer o mal. Nem Deus pode ser tentado pelo mal (conforme Jc 1:13 ). Que Deus faz autorização homem, para ser tentado mal, como também a ser julgado, parece perfeitamente óbvio a partir das Escrituras, experiência e observação. Mesmo Cristo foi "levado pelo Espírito [Espírito de Deus] ao deserto, para ser tentado pelo diabo" (Mt 4:1 ). Deus não livrá-los da fornalha, mas Ele o fez entregá-los dentro dela. O rei testemunhou a forma de um quarto "como um filho dos deuses" na fornalha com eles. Atravessaram as chamas da fornalha ardente e sair ilesa porque Deus os entregou nele pela Sua presença onipotente (Ez 3:24 ). Da mesma forma Daniel não foi entregue a partir da cova dos leões, mas ele foi entregue de danos nele (Ez 6:16 ). Davi não professam a fé em Deus para a libertação da experiência da morte, mas ele afirmar sua fé em Deus para acompanhar e sustentá-lo com a sua presença quando ele passou "pelo vale da sombra da morte" (Sl 23:4 ), a partir de toda a eternidade. Significa simplesmente que sua devoção para com a vontade do Pai tinha encontrado seu teste supremo e obediência ativa nestas experiências de sofrimento. Assim, Ele não estava aprendendo a obediência por meio de instrução, mas sim pela ação. Neste for encontrado, diz Tomé, "a diferença entre inocência e virtude. Inocência é a vida não foi testado, mas a virtude é inocência testado e triunfante ".

Em Sua conduta perfeita e conquista, nas experiências anteriores, Cristo cumpriu a dupla exigência de comunhão com o homem e autoridade de Deus que o qualificou para o seu alto cargo sacerdotal, que estava em todos os aspectos, superiores ao de Arão.Através de suas experiências de sofrimento Ele virou ensaio para a vitória, derrotou propósito e poder de Satanás, sondado a profundidade do sofrimento humano, aprendeu por experiência a obediência à vontade do Pai, conquistou a morte, e como homem grande sumo sacerdote, oferece-lhe a vitória sobre o pecado ea vida fora de morte. Então, muito superior ao sacerdócio de Arão é o sumo sacerdócio de Cristo!

O amadurecimento e com vencimento efeitos da perfeição de Cristo, conseguida através de Seu sofrimento, equipados e qualificou-o a tornar-se o criador e executor da salvação universal e eterna para a humanidade. Certamente não há nenhum indício de, ou disposição para, a doutrina da "expiação limitada" neste delimitação da função sacerdotal alta e função de Cristo, como dado pelo autor de Hebreus. No entanto, deve-se notar que Suas realizações para a salvação do homem são provisórios e não determinante. Ele é o autor [ou causa] da salvação eterna [apenas] para todos os que lhe obedecem (v. He 5:9 ). Cristo providenciou salvação universal, mas é deixado para o homem apropriar-se pela fé que a salvação para o bem-estar de sua alma. Que as disposições da salvação eterna são os claros ensinamentos da Palavra de Deus não pode ser negado. Que o homem deve se apropriar dessas disposições, mediante a fé para beneficiar espiritualmente a partir deles é igualmente claro. Mais uma vez, nesta passagem encontra-se a clara distinção entre condicional e segurança eterna incondicional . A primeira é claramente ensinado, e gira em torno de fé obediente do homem em Cristo. Este último não encontra uma dica nesta passagem para apoiá-lo.

Em Sua provisão de salvação eterna (v. He 5:9) por acreditar e os homens obedientes Cristo é superior a Arão, que poderia, mas o ponto de grande sumo sacerdócio de Cristo para vir. Em resumo, Cristo freqüentou a escola do sofrimento (v. He 5:7 ), aprendeu a lição da obediência e disciplina (v. He 5:8 ), e formou-se como o qualificado Grande Sumo Sacerdote da salvação eterna do homem, e Ele foi nomeado por Deus para a liderança sacerdotal da única ordem de Melquisedeque (v. He 5:10 ).

É de se observar aqui, como anteriormente nesta epístola, que a salvação da qual o autor escreve preocupações do crente, principalmente, ao invés de os não convertidos. Aqui é a salvação do crente através do sumo sacerdócio de Cristo , enquanto que os não convertidos encontra sua salvação no Saviorship de Cristo . Mais uma vez, enquanto a salvação do não convertido depende de sua fé na expiação meritória de Cristo, aqui Cristo no Seu sumo sacerdócio torna-se o autor [ou Capitão] da salvação eterna ... para todos os que lhe obedecem (v. He 5:9 ). Para o crente arrependido, Cristo como Salvador é a porta da salvação (conforme Jo 10:9 ). Ele está se movendo em direção a culminação e clímax desta grande tema a ser apresentado no capítulo He 7:1 . Na verdade, há explicações complicadas e argumentos envolvidos para elucidar em seu tratamento deste assunto. No entanto, os problemas de leigos em grande medida o embotamento espiritual de leitores e não apenas no sujeito em tratamento. Isso embotamento tinha resultado de sua falta de crescimento e desenvolvimento espiritual. À luz deste fato, o autor divaga de seu tratamento do sumo sacerdócio de Cristo para entregar uma de suas várias exortações graves e avisos, com vista à reactivação seus ouvintes espiritualmente em preparação para a retomada de seu tratamento da Grã sumo sacerdócio de Cristo .

Como é trágico que o homem é incapaz de audiência em que Deus iria falar com ele Sua maravilhosa mensagem de amor pela natureza, por meio de Suas providências, através de uma bela música, através de Sua Palavra, ou por meio de seus mensageiros vocais. De espiritualmente insensíveis 1srael, o profeta declarou: "Ouvi de fato, mas não entendo; e vedes, em verdade, mas não percebeis "( Is 6:9 ).

B. morte espiritual retarda o desenvolvimento espiritual NORMAL (5: 12-14)

12 Pois, quando em razão do tempo, devíeis ser mestres, tendes necessidade de novo que alguém lhe ensinar os rudimentos de os primeiros rudimentos das palavras de Deus; e vos haveis feito tais que necessitais de leite, e não de alimento sólido. 13 Porque todo aquele que se alimenta de leite é inexperiente na palavra da justiça; pois ele é menino. 14 Mas o alimento sólido é para os homens fullgrown, mesmo aqueles que em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir o bem eo mal.

Severamente o autor repreende seus leitores dizendo-lhes que eles estão no jardim de infância da vida e da experiência cristã, quando deveriam ser professores maduros de outros. Eles são bebês no berço exigentes comida pré-digeridas quando eles devem ser capazes de comer e digerir o alimento sólido projetado para a vida adulta madura. Claramente ele envergonha-los, dizendo-lhes que eles são bebês espirituais, quando deveriam estar adultos espirituais maduros. O tempo desde a sua conversão tinha sido por muito tempo, e eles devem ser instrutores de outras pessoas em vez de exigir instrução para si próprios.

No entanto, a infância espiritual destes cristãos hebreus não é tanto o resultado de sua incapacidade de ter crescido e se desenvolvido, pois é uma condição resultante de crescimento espiritual preso em um estágio mais avançado, com atrofia e degeneração resultante. Entre certos povos primitivos, mesmo como em algumas culturas mais avançadas, não é incomum para alimentar os membros doentes e muito velho e doente de sua sociedade o mesmo tipo de comida preparada para bebês ou crianças muito pequenas. Este é considerado necessário por causa de seus sistemas digestivos defeituosos. Assim, degeneração pode fazer bebês imaturos das pessoas, bem como o nascimento recente pode fazer. Alguém disse: "Duas vezes uma criança, uma vez que um homem." A infância pode ser em ambas as extremidades da vida. Foi bem dito que "ninguém é velho (ou entra em sua segunda infância) até que ele pára de crescer."

Esses crentes eram moralmente repreensível porque sua decadência espiritual que os privaram de sua experiência de palavra da justiça (v. He 5:13 ), pois eram bebês. Infância espiritual, como a física, é natural e bonito em seu tempo e lugar adequado (conforme 1Pe 2:1 ). No entanto, além deste tempo de infância natural, ela perde a sua beleza e se torna natural e pouco atraente (conforme 1Co 2:6 ; 1Co 4:13 Ef. , 14 ).

A maturidade espiritual é sempre caracterizada pela percepção espiritual ou discernimento e compreensão. Condição dos leitores não era irremediável. Embora eles estavam em um estado degenerado, eles podem ainda ser revivido, restaurado, e reativadaem razão do uso de suas faculdades exercitadas para discernir o bem eo mal (v. He 5:14 ).


Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de Hebreus Capítulo 5 do versículo 1 até o 14
Nos dois primeiros capítulos, o autor mostrou que Cristo é maior que os profetas e os anjos; nos ca-pítulos 3—4, demonstrou que ele é maior até que Moisés. Agora ele aponta para Arão, o primeiro sumo sacerdote de Israel, e prova que Cris-to é um sacerdote melhor que ele foi. Se seus leitores abandonassem Cristo pelo judaísmo, estariam tro-cando um grande Sumo Sacerdote por um menor. O autor mostra que Cristo é maior que Arão de, pelo menos, três formas.

I. Cristo tem uma ordenação superior (5:1,4-6)

Arão foi tirado de entre os homens e elevado à posição de sumo sacerdo-te. Ele passou essa honra a seu filho mais velho, e, assim, sucedeu-se nas gerações seguintes. Arão pertencia à tribo de Levi. Essa linhagem foi se-parada para ser a tribo sacerdotal da nação de Israel.

No entanto, a ordenação de Cristo foi superior. Pois ele não é apenas um homem; ele é Deus em carne, o Filho de Deus e do Homem. Ele não tomou, de forma egoísta, essa honra do sacerdócio para si mesmo. Os filhos de Corá tentaram fazer isso pensando apenas em si mesmos (Nu 16:0, do ver-sículo 5, porque o ministério sacer-dotal de Cristo relaciona-se com sua ressurreição, e Sl 2:7 refere-se à ressurreição dele (At 13:33).

Em Hebreus 7—10, o tema prin-cipal é o sacerdócio de Melqui- sedeque, por isso não precisamos entrar em detalhes nesse momento. É interessante ler Gênesis 14:17-20 para conhecer o histórico. Todo o argumento de Hebreus 7—10 é que Cristo é um Sumo Sacerdote su-perior porque seu sacerdócio é de uma ordem superior — a de Mel- quisedeque, não a de Arão. O nome "Melquisedeque" significa "rei da justiça". Ele também foi sacerdote de Salém, que significa "paz". Arão nunca foi um sacerdote-rei, porém Jesus é tanto Sacerdote como Rei. Ele é um Sacerdote sentado em um trono! E seu ministério é de paz, o "descanso" discutido nos capítu-los 3—4.

Cristo descende de Judá, a tri-bo real, não da levítica, a sacerdo-tal. Em Gênesis 14, Melquisedeque aparece de repente e, a seguir, de-saparece da história; não há registro de seu início e de seu fim. Por isso, comparam-no à filiação eterna de Cristo, pois o Senhor também "não teve princípio de dias, nem fim de existência". Arão morreu e foi subs-tituído; Cristo nunca morrerá — o sacerdócio dele é eterno. Arão era sacerdote da família terrena; Cristo é Sacerdote do povo celestial.

II. Cristo tem mais complacência (5:2-3,7-8)

O sumo sacerdote tem de ser com-placente com o povo e capaz de ajudá-lo, além de ser escolhido por Deus. Sem dúvida, Arão era apenas um homem e conhecia pessoalmen-te as fraquezas de seu povo. Na ver-dade, ele teve de oferecer sacrifícios por si mesmo e por sua família.

Todavia, Cristo é mais capaz de penetrar nas necessidades e nos problemas do povo de Deus. Os ver-sículos 7:8 relatam o "treinamento" que Cristo recebeu enquanto esteve na terra com os sofrimentos que su-portou. Lembre-se que, conforme discutido em 2:10-11, Cristo, como Deus, não precisava de nada, mas como homem tinha de experimen-tar provações e sofrimentos, pois, um dia, se tornaria Sumo Sacerdote. Os judeus menosprezavam Cristo e questionavam sua divindade por causa dos sofrimentos por que pas-sou. Entretanto, esses sofrimentos são a marca de sua divindade. Deus preparava seu Filho para ser o soli-dário Sumo Sacerdote de seu povo. O versículo 7 refere-se à oração que ele fez no Getsêmani (Mt 26:36-40). Observe que Cristo não ora para ser salvo "da morte", mas "para ser ti-rado da morte". Não ora para que o Pai o salve da cruz, mas para que o ressuscite dos mortos; e essa oração foi respondida. Cristo desejava e es-tava pronto para enfrentar a cruz e beber o cálice que Deus preparara para ele Oo 12:23-24).

Alguém poderia perguntar: "Mas o Filho de Deus pode conhecer nossas provações melhor que ou-tro homem, como, por exemplo, Arão?". Sim, pode! Cristo era perfei-to e experimentou totalmente cada provação. Ele foi testado por inteiro e experimentou cada tentação que tanto o homem como Satanás têm a oferecer. Isso quer dizer que ele foi além do que qualquer mortal pode suportar, já que a maioria de nós desiste antes que a provação fi-que realmente difícil. A ponte que suportou 50 toneladas de peso foi mais testada que a que teve apenas duas toneladas em cima dela.

  1. Cristo ofereceu o sacrifício supremo (5:3,9-14)

O ministério principal de Arão era oferecer sacrifícios pela nação, prin-cipalmente no Dia da Expiação (Lv 16). Os sacerdotes e os levitas ministravam para o povo durante o ano, mas, no Dia da Expiação, todos os olhos se voltavam para o sumo sacerdote, porque era o único que podia entrar no Santo dos San-tos com o sangue. Entretanto, acima de tudo, ele tinha de oferecer sacri-fícios por si mesmo.

Isso não acontece com Jesus Cristo! Ele é o Cordeiro de Deus sem pecados e não precisava ofe-recer sacrifícios por pecado. Con-tudo, ele ofereceu a si mesmo, e não um animal, como sacrifício pelas pessoas. Além disso, ele não precisava repetir o sacrifício; ele precisou oferecer a si mesmo de uma vez por todas, e o assunto foi resolvido. Veja como ele é muito maior que Arão e seus sucessores! Ele é "Autor da salvação eterna" (v.

  1. . Arão nunca poderia fazer isso. O sangue de Cristo afastou os pe-cados de uma vez por todas; o "de touros e de bodes" apenas cobriam os pecados.

O autor viu-se em dificulda-des ao tentar aprofundar o estudo sobre o sacerdócio celestial de Cristo. O problema não era que ele fosse um pregador ou escritor embotado, mas que tinha ouvin-tes moucos. Ele quis ir do leite (as coisas básicas da vida cristã enu-meradas em 6:1-2) à carne (o sa-cerdócio celestial de Cristo), mas isso só seria possível se seus lei-tores acordassem e crescessem. Há muitos cristãos que vivem de leite — conhecem os rudimentos do evangelho e da missão de Cris-to na terra —, mas não se nutrem com carne, as coisas que Cristo faz agora no céu. Eles reconhecem

Cristo como Salvador, mas não sa-bem o que este pode fazer por eles como Sumo Sacerdote.

Essas pessoas foram salvas ha-via tempo suficiente para que esti-vessem ensinando outros, todavia voltaram a uma "segunda infância" espiritual. Alguém tinha de ensinar- lhes de novo o que tinham esqueci-do. Elas eram "inexperientes" na Pa-lavra (v. 13). Mais uma vez, vemos o papel crucial da Palavra do Senhor! Nosso relacionamento com a Pa-lavra determina nossa maturidade espiritual. Elas tinham se desviado (2:1-3) e duvidado da Palavra (caps. 3—4); assim, tornaram-se surdas em relação a ela. Elas não combinaram a Palavra com a fé (4:
2) e não prati-caram isso em sua vida diária (5:14). Elas se tornaram surdas e ineficien-tes em sua vida espiritual, porque não exercitaram suas faculdades es-pirituais (5:14). Elas regrediam, em vez de seguir em frente (6:1).

Crescer em graça depende do crescimento em conhecimento (2Pe 3:18). Sob o aspecto espiritual, somos mais capazes de ir adian-te quanto mais conhecemos a nós mesmos e a Cristo. Em que ponto você está em seu desenvolvimento espiritual? Você é um bebê que ain-da vive de leite e vagueia no deserto de incredulidade? Ou você está ma-duro e alimenta-se da carne da Pa-lavra, transformando a prática dela em hábito?


Russell Shedd

Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
Russell Shedd - Comentários de Hebreus Capítulo 5 do versículo 1 até o 14
5.1 As exigências do sacerdócio judaico incluíam:
1) humanidade;
2) ser escolhido por
Deus;
3) ser representante dos homens;
4) oferecer dons e sacrifícios. Cristo cumpriu plenamente todas elas.
5.2 Condoer-se (gr metriopathein). Era um termo usado na filosofia para indicar o meio termo entre apatia excessiva e a explosão de ira impaciente. Ignorantes. Deus tem compaixão com os que carecem de instrução (conforme Lc 12:46).

5.4 Tomar esta honra. As tristes conseqüências de apoderar-se da honra do sacerdócio ficaram patentes no caso de Corá (conforme Nu 16:0), submissão esta que garante a resposta à oração (1Jo 5:14).

5.8 Aprendeu a obediência. Não implica em que Cristo fosse pecador (conforme 4.15), mas que Sua submissão na fornalha da cruz foi íntegra e evidente. Sofrimento é o preço da obediência do Filho.

5.9 Aperfeiçoado. Pela ressurreição da morte é que Cristo aperfeiçoa a muitos (2.10; 12.2; conforme Rm 4:25). Salvação eterna. É concedida pela obediência que a fé em Cristo produz (Rm 10:9, Jc 2:14-59).

5.11 Aqui se inicia a terceira admonição (conforme 2.1ss e 3.7ss)
5.12 Leite significa as verdades básicas do evangelho; veja 6.1, 2. O alimento sólido que o autor quer apresentar é o sacerdócio de Cristo.

5.13 Inexperiente. Quem pratica a Palavra de Deus cresce.


NVI F. F. Bruce

Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
NVI F. F. Bruce - Comentários de Hebreus Capítulo 5 do versículo 1 até o 14

2) As qualificações do sacerdote (5:1-10)

Agora o autor se propõe a discutir as qualificações do sumo sacerdote (v. 1-4). Ele acha que só duas são importantes para serem mencionadas: (a) que o sacerdote seja humano, escolhido dentre os homens (v. 1), e (b) que seja designado para seu posto por Deus (v. 4). Deus ordenou que o sacerdote seja um homem (não um anjo ou outro ser celestial) porque a função principal do sacerdote é representar os homens em questões relacionadas a Deus (v. 1) , isto é, ficar “do lado divino” dos homens (A. Nairne, The Epistle of Priesthood, 1913, p. 146). Somente o homem está sujeito à fraqueza (v. 2). Daí, somente o homem pode compreender a fraqueza humana de tal forma que saiba se compadecer dos que não têm conhecimento e se desviam (v. 2). Assim, somente quando o sacerdote é um homem pode o homem ter certeza de que ele é perfeitamente capacitado para se compadecer de sua fragilidade e assim representá-lo de forma adequada diante de Deus. [Observação: Nos dias do sacerdócio aaraônico, o sacerdote era constantemente lembrado de sua própria inade-quabilidade moral (não inadequabilidade física, pois não podia ter nenhum defeito físico) pela necessidade de constantemente oferecer sacrifício por seus próprios pecados, bem como pelos pecados do povo (v. 3). A atenção nunca é chamada para essa parte da analogia quando aplicada a Cristo, pois, como o autor já afirmou, ele era sem pecado.] O verbo “compadecer-se” (v. 2) traduz um verbo {metriopathein) que descreve o meio-termo entre a indiferença e a hipersensibilidade. Entendido dessa forma, o sacerdote é alguém que não pode ser apático aos problemas de quem ele representa nem afetado muito facilmente por eles. Em outros contextos, no entanto, o verbo estava associado a tais idéias como magnanimidade e clemência. Assim, também possui os significados de condescendência, indulgência e generosidade, tornando-o quase sinônimo de comiseração ou solidariedade (gr. sympathein). Nesse sentido, o sacerdote é descrito como compassivo, uma característica que pertence à sua natureza (Spicq, Comm., v. II, p. 108-9). Observe que os sacrifícios a serem oferecidos são para pecados de ignorância e instabilidade (v. 1,2) , e não para pecados intencionais (conforme Nu 15:22-4).

O sacerdote não deve ser somente humano, mas precisa ser ordenado por Deus (v. 4). Esse é um ofício tão importante que nenhum homem tem o direito de tomar a honra para si mesmo (v. 4) — somente Deus possui a prerrogativa da nomeação de sacerdotes. O precedente foi colocado quando Arão foi estabelecido no seu ofício.
Tendo chamado a atenção para as qualificações para o sacerdócio em geral, o autor agora as aplica especificamente a Cristo de maneira tal que mostra a natureza elaborada do seu estilo retórico. Ele trata essas qualificações sacerdotais em ordem invertida (v. 510). Em primeiro lugar, trata do chamado divino um tanto apressadamente. Há só a afirmação da nomeação divina como sumo sacerdote (v. 5), e a prova das Escrituras: Exatamente o mesmo que antes havia dito a Cristo “Tu és meu Filho” (Sf 2:7; conforme He 1:5) agora disse a ele “Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque” (Sl 110:4).

Em segundo lugar, o autor discute a humanidade do sacerdote, mas em muito mais detalhes, pois no seu pensamento é um tópico que requer destaque especial. Ele deseja mostrar muito claramente que Cristo foi verdadeiramente humano, que ele verdadeiramente sabia o que era sofrer como ser humano, que ele verdadeiramente aprendeu por meio da experiência o que significava a submissão total a Deus, de modo que, como resultado, ele tem total consciência dos nossos problemas e é totalmente capaz de se compadecer de nós nos problemas. O autor faz isso com uma linguagem incomparável no NT em termos de intensidade (v. 7,8). Durante os seus dias de vida na terra, Jesus... (v. 7) “não deve ser forçado a sugerir que o autor pensou que Jesus já não estava encarnado depois de sua morte e exaltação” (F. F. Bruce, “Hebrews”, Peake's Commentary on the Bible, rev., 1962, ad loc.). Não nos é dito o que Cristo pediu nas orações e súplicas que fez em alta voz (lit. “gritos”) e com lágrimas (v. 7), mas a linguagem sugere uma alusão ao Get-sêmani, ou a momentos parecidos aos registrados em Jo 12:27: “Pai, salva-me desta (lit. “para fora desta”, ou “tira-me desta”) hora”. Pode-se deduzir, portanto, que era uma oração de libertação apresentada, não obstante, em submissão à vontade do Pai. E ele foi ouvido por causa da sua reverente submissão (v.

7). Aquele que poderia salvá-lo da (lit. “para fora da”) morte de fato livrou-o de dentro da morte por meio da ressurreição, embora não fosse o seu propósito impedi-lo de morrer.

Embora sendo Filho (v. 8): Conforme comentário Dt 1:2. Por meio da expressão ele aprendeu a obedecer por meio daquilo que sofreu, o autor está dizendo que ele, agora na esfera da humanidade, precisa, assim como precisam todos os “filhos” (conforme 12.7ss), aprender o que significa obedecer a Deus quando cercado de sofrimentos e tentações humanos. Se os seus sofrimentos e tentações foram genuínos (conforme o comentário ao final do cap. 4), então sua obediência poderia ser obtida somente por meio de lutas. Assim, a perfeição (v. 9) que ele atingiu deve necessariamente ser uma perfeição moral, cujos benefícios se estendem muito além de si mesmo para abraçar de maneira redentora todos os que por sua vez lhe obedecem (v. 9).

Com base nas palavras que o autor escolheu nessa seção, parece claro que ele tem a intenção de descrever esse “Filho de Deus” em contraste forte com o primeiro “filho de Deus” (Adão; conforme Lc 3:38), que, quando posto à prova, escolheu desobedecer à ordem divina em vez de se submeter a ela, e que, por conseqüência, se tornou a causa universal da morte, e não da vida (conforme Rm 5:18,Rm 5:19; conforme tb. He 10:4-58). Jesus, por outro lado, tendo obedecido completamente, tornou-se a fonte da salvação eterna (v. 9) — uma salvação mediada pela sua função de sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque (v. 10).

V ADVERTÊNCIA ACERCA DAS CONSEQÜÊNCIAS FATAIS DA IMATURIDADE (5.11—6.20a)

1) A possibilidade de a imaturidade conduzir ao rompimento final com Cristo (5.11—6.8)

É o propósito do autor explorar profundamente agora o significado do sacerdócio de Cristo. Mas visto que essa parte do seu sermão (gr. logos, v. 11) é constituída de coisas difíceis de explicar àqueles que se tomaram lentos para aprender (v. 11) e infantis no seu entendimento do ensino da justiça (v. 13), ele se sente compelido a adiá-la até que primeiro os tenha tirado da sua letargia. Com base nisso, fica claro que o problema que Hebreus está tentando resolver é o da inatividade, da falta de perseverança, do embotamento e da imaturidade espiritual. E esse tipo de atitude, por insignificante que pareça, que se a pessoa insiste nela, lentamente, quase im-perceptivelmente, se afasta e é conduzida finalmente a romper com Cristo. Como precaução contra esse tipo de tragédia, o autor insta seus leitores a que se exercitem {pelo exercício constante) para que estejam aptos a discernir tanto o bem quanto o mal (v. 14), que se engajem em exercícios morais, no desenvolvimento dos hábitos mentais pelos quais possam se tornar maduros (gr. “perfeitos”), i.e., aptos para ingerir alimento sólido — o significado do papel de Cristo como sacerdote, por exemplo — e assim já não precisem de leite, ou seja, dos princípios elementares da palavra de Deus (v. 12), ou o á-bê-cê da salvação (conforme ICo 2.1—3.2).

Posto, então, que a maturidade espiritual (ou a imaturidade) é em grande parte uma questão da vontade, o autor os estimula a deixarem os ensinos elementares a respeito de Cristo e a avançarem para a maturidade (6.1). E possível que o verbo traduzido por “avancemos para” devesse receber um sentido passivo — “que sejamos levados para”, pois há uma ambigüidade de significado na forma do verbo grego {pherõmetha). Se o sentido passivo é o correto, “a idéia [não seria] primariamente de esforço pessoal, mas de entrega pessoal a uma influência ativa. O poder está em ação; nós só precisamos ceder a ele” (Westcott, Comm., p. 145; conforme 2Pe 1:21). Aidéia de maturidade está em concordância com o uso da palavra em 5.14. E uma referência aos que estão aptos a compreender, apreciar e ser afetados pela “exposição da verdade cristã com seu desenvolvimento mais elevado”.

O resumo que o autor faz dos ensinos elementares a partir dos quais os cristãos devem avançar, no sentido de construírem sobre um fundamento, pode ser dividido em três grupos de dois elementos cada. O primeiro é o arrependimento e a fé, e está relacionado ao “caráter pessoal” do cristão.


Moody

Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
Moody - Comentários de Hebreus Capítulo 1 do versículo 5 até o 18

II. Os Argumentos Principais São Apresentados e Explicados. 1:5 - 10:18.

A. Cristo "Maior que"; O Argumento da Superioridade. 1:5 - 7:28.

O pensamento introduzido em He 1:4 estende-se agora através de uma sede de sete citações do V.T. Destas, cinco provam a superioridade de Cristo.


Moody - Comentários de Hebreus Capítulo 5 do versículo 1 até o 10

Hebreus 5

He 5:1-10. A seguir apresentam-se as qualificações para o ofício de sumo sacerdote. Arão serve de modelo, uma vez que ele foi o primeiro a servir no ofício de sumo sacerdote.


Moody - Comentários de Hebreus Capítulo 5 do versículo 7 até o 10

7-10. A experiência humana de Cristo é a que está descrita aqui. Foi uma experiência de aprendizado e imitações. Esta humilhação (Fp 2:7) foi a Sua hora de aprender a obedecer dentro da esfera do homem. Com isto Ele tornou-se completo. Foi a Sua hora de estar na carne. A referência específica em He 5:7,He 5:8 é às horas de agonia no Getsêmani. A passagem descreve angústia nas palavras forte clamor e lágrimas, orações e súplicas. O inimigo que Ele enfrentava era a morte - tanto a física como a espiritual, porque Ele foi o substituto que assumiu toda a ira de Deus reservada para os pecadores. Seu pedido de livramento foi plenamente garantido na ressurreição, com Sua proclamação de vitória sobre a morte. Por meio desta experiência Cristo aprendeu a obedecer, o que de outro modo não aprenderia. Literalmente, Ele aprendeu das coisas que sofreu (v. He 5:8), que é um jogo de palavras extraído do provérbio grego emathen – epathen.

Agora perfeitamente qualificado como sumo sacerdote, Cristo fornece a salvação eterna (soterias aioniou, v. He 5:9), cujo aspecto eterno relaciona-se com o sacerdócio de Melquisedeque. Contrastando com Arão, Melquisedeque é um sacerdote de Deus para sempre, assunto inteiramente desenvolvido no capítulo 7.


Dúvidas

Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e Contradições da Bíblia, por Norman Geisler e Thomas Howe
Dúvidas - Comentários de Hebreus Capítulo 5 versículo 7
He 5:7), e o Credo dos Apóstolos confessa a "ressurreição da carne".

SOLUÇÃO: A frase "dias da sua carne" simplesmente refere-se a permanência temporária de Jesus neste mundo. Nada tem que ver com a natureza do seu corpo ressurreto. Está claro em muitas passagens que Jesus ressuscitou com um corpo literalmente de carne, um corpo físico e humano (veja os comentários de Lc 24:39; 1Jo 4:2-3).

He 5:7). Ele disse: "Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice!" (Mt 26:39). Por outro lado, somos levados a acreditai que em obediência Cristo corajosamente enfrentou a morte, pois "manifestou, no semblante, a intrépida resolução de ir para Jerusalém" (L( 9:51), e com calma enfrentou a sua prisão, o seu julgamento, a sua crucificação, tendo muitas vezes assegurado aos seus discípulos que rei suscitaria de entre os mortos (Mt 12:40-42; Jo 10:18).

SOLUÇÃO: Cristo enfrentou a morte com coragem, mas não com ansiedade. Ele a encontrou desejando-a, não com indiferença. Cristo foi "obediente até à morte e morte de cruz" (Fp 2:8). Ele se aproximou dela com coragem e destemor, declarando: "Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la" (Jo 10:18). Ele se submeteu voluntariamente ao Pai, dizendo: "não seja como eu quero, e sim como tu queres" (Mt 26:39).

Apesar de toda a disposição e coragem que tinha, Cristo sentiu na carne todo o impacto emocional de sua morte iminente. De fato ele orou "com forte clamor e lágrimas", mas o escritor de Hebreus acrescenta que ele foi "ouvido por causa da sua piedade" (He 5:7).

Como homem, Jesus desejava que aquele cálice (a morte) passasse de si (Mt 26:39), mas ele queria, tal como o Pai, que aquilo se realizasse para a salvação do mundo. Mesmo quando sua alma estava "angustiado" com a perspectiva da morte, ele não orou para que o Pai o salvasse daquela hora. Ele apenas disse: "que direi eu? Pai, salva-me desta hora?" E ele mesmo respondeu: "Mas precisamente com este propósito vim para esta hora. Pai, glorifica o teu nome" (Jo 12:27-28).

Ele nunca temeu a morte como tal, mas temeu ser expulso da presença do Pai (Mt 27:46). Com efeito, por sua morte Jesus venceu o poder e o temor da morte, sendo vitorioso sobre o diabo (He 2:14).


Francis Davidson

O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
Francis Davidson - Comentários de Hebreus Capítulo 5 do versículo 1 até o 10
b) Qualificação e obra de nosso Senhor como o Sumo Sacerdote descrito (He 5:1-58). Porém, ainda que sua natureza humana tivesse procurado evitar tal possibilidade (Mt 26:38-40), Ele orou em espírito de reverente submissão e de obediência à vontade de Deus, como alguém preparado a aprender-tal era a sua piedade (7) -o fato que cada circunstância e experiência tinha seu próprio lugar no plano do Pai. E Sua oração foi ouvida; e, pela experiência de tal disciplina, Ele aprendeu pessoalmente o pleno significado da obediência humana, sendo assim aperfeiçoado em Seu caráter humano e em Sua idoneidade para ser a causa da salvação humana, uma salvação eterna em sua qualidade. Os homens podem desfrutar o total beneficio de Sua obra salvadora somente se eles igualmente, forem batizados no mesmo espírito, e se tornem tais que a obediência ativa a Cristo seja sua prática contínua.

John MacArthur

Comentario de John Fullerton MacArthur Jr, Novo Calvinista, com base batista conservadora
John MacArthur - Comentários de Hebreus Capítulo 5 do versículo 1 até o 14

11. Cristo o Sacerdote Perfeito (Hebreus 5:1-10)

Porque todo sumo sacerdote tomado dentre os homens está ordenado em favor dos homens nas coisas concernentes a Deus, para oferecer dons e sacrifícios pelos pecados; ele pode lidar cuidadosamente com os ignorantes e equivocada, uma vez que também ele mesmo está cercado de fraqueza; e por causa disso ele é obrigado a oferecer sacrifícios pelos pecados, como para as pessoas, para que também por si mesmo. E ninguém tem a honra de si mesmo, mas ele recebe quando ele é chamado por Deus, assim como Aaron era. Assim também Cristo não se glorificou a si mesmo, de modo a tornar-se um sumo sacerdote, mas aquele que lhe disse: "Tu és meu Filho, hoje te gerei"; assim como também diz em outra passagem: "Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque." Nos dias de Sua carne, Ele ofereceu-se ambas as orações e súplicas, com forte clamor e lágrimas, Àquele capaz de salvá-lo da morte, e foi atendido por causa da sua piedade. Embora sendo Filho, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu. E, tendo sido aperfeiçoado, tornou-se a todos aqueles que Lhe obedecem fonte de salvação eterna, sendo designado por Deus como um sumo sacerdote, segundo a ordem de Melchizekek. (5: 1-10)

Entre as primeiras coisas que um judeu poderia ter pedido uma outra pessoa sobre a sua religião foram: "Quem é o seu sumo sacerdote? Quem faz a mediação entre você e Deus? Quem oferece os sacrifícios para expiar seus pecados?" Um judeu durante o tempo da igreja primitiva pode muito bem ter pedido um cristão, "Como são os seus pecados vai ser perdoado quando você não tem ninguém oferecendo sacrifícios e ninguém intercedendo por você? Como você pode afirmar que esse novo pacto substitui e é superior ao da Antiga Aliança feita por meio de Moisés, quando ele te deixa sem um sumo sacerdote? "
O cristão teria respondido: "Mas nós fazer temos um sumo sacerdote, um Sumo Sacerdote perfeito. Ele tem oferecido sacrifício pelos nossos pecados. Ele não limitar-se a um templo terreno, nem Ele tem que sacrificar por ano, muito menos diariamente. Ele fez um sacrifício que expia todos os pecados já cometidos, desde o início até o fim dos tempos. É como um grande sumo sacerdote Ele é e como é grande o Seu sacrifício foi. Não só isso, mas o nosso Sumo Sacerdote está sentado à direita mão de Deus e continuamente intercede por aqueles de nós que pertencemos a Ele. "

O coração do livro de Hebreus (caps. 5-9) concentra-se em sumo sacerdócio de Jesus. Seu sacerdócio superior, mais do que qualquer outra coisa, faz com que a Nova Aliança melhor do que o velho. Ele fez o que todos os sacerdotes junto da velha economia não fez e nunca poderia ter feito.
Os sacerdotes sob a Antiga Aliança eram construtores de pontes a Deus. Os homens não poderiam vir diretamente na presença de Deus, e, portanto, Deus designou certos homens para ser contínuos, por assim dizer, para trazer os homens à Sua presença. A maneira de Deus foi aberto somente como os sacerdotes ofereciam sacrifícios dia após dia, ano após ano, apresentando o sangue dos animais a Deus. Os sacerdotes eram mediadores de Deus.

A One, Perfect Grande Sumo Sacerdote

Mas, com o sacrifício de Jesus Cristo na cruz, a necessidade de o Templo e para o sacerdócio levítico foi encerrada. Não havia mais uma exigência para um sumo sacerdote, como aqueles que conseguiram Aaron, ou por qualquer sacerdote humano em tudo. Jesus era tanto sumo sacerdote e sacrifício, e desde eternamente para o homem uma abertura na presença de Deus. Na sua crucificação, a cortina do templo se rasgou em dois, expondo o Santo dos Santos para quem quisesse vir a Deus através do Filho. Em um ato perfeito de sacrifício, Jesus Cristo realizou o que milhares e milhares de sacrifícios por uma multidão de sacerdotes nunca realizados. Ele abriu o caminho para Deus permanentemente, de modo que qualquer homem, em qualquer momento, pela fé em Cristo pode entrar na presença de Deus.

As qualificações para Sacerdocio

Porque todo sumo sacerdote tomado dentre os homens está ordenado em favor dos homens nas coisas concernentes a Deus, para oferecer dons e sacrifícios pelos pecados; ele pode lidar cuidadosamente com os ignorantes e equivocada, uma vez que também ele mesmo está cercado de fraqueza; e por causa disso ele é obrigado a oferecer sacrifícios pelos pecados, como para as pessoas, para que também por si mesmo. E ninguém tem a honra de si mesmo, mas ele recebe quando ele é chamado por Deus, assim como Aaron era. (5: 1-4)

Estes quatro versículos afirmam os três qualificações básicas para um judeu sumo sacerdote . Ele foi nomeado por Deus, era simpático com aqueles a quem ele ministrava, e ofereciam sacrifícios em seu nome. Os seis versos a seguir mostram como Jesus Cristo cumpre essas qualificações.

Designado por Deus entre os homens

Ele tinha que ser um homem

Um padre tem que participar da natureza das pessoas para quem ele oficia. Um verdadeiro sumo sacerdote , portanto, teve de ser tomado dentre os homens ; ou seja, ele tinha que ser um homem. Deus não escolheu anjos para serem sacerdotes. Os anjos não têm a natureza dos homens. Eles não podem realmente entender os homens e eles não têm uma comunicação aberta com os homens. Apenas um homem poderia estar sujeito às tentações de homens, poderia experimentar o sofrimento como os homens, e, assim, ser capaz de ministrar aos homens em um entendimento e uma maneira misericordioso. Apenas um homem poderia, com razão, o ministro em favor dos homens.

Lembrando a quem esta carta foi escrita, podemos ver mais facilmente a importância do ponto que está sendo feito aqui sobre Jesus Cristo. Para ser o Sumo Sacerdote perfeito, na verdade, ser um sumo sacerdote em tudo, Ele tinha que ser um homem. Esta muito, é claro, estava completamente clara e aceitável para os judeus. Seu problema foi com o incarnation- Deus se tornar um homem. O Espírito Santo muito simplesmente responde ao problema da encarnação com um ponto básico: o Messias, que é Deus, não poderia ser um verdadeiro sumo sacerdote, a menos que ele fosse um homem. A menos que Deus podia sentir o que os homens sentem e passar por aquilo que os homens passam por, Ele não teria nenhum entendimento experiencial daqueles que Ele representava.

Sob a velha economia, mesmo depois que os convênios com Abraão e com Moisés, Deus era inacessível. Na queda, Deus expulsou Adão e Eva do jardim e do homem já não tinha acesso à presença do Senhor. No deserto, o povo foi avisado para não chegar muito perto de Sinai, onde Deus escolheu para manifestar-Se a Moisés ao dar o pacto da lei. No Tabernáculo e no Templo de Deus estava por trás de um véu e poderia ser abordado apenas por meio do sumo sacerdote.
Mas em enviar seu Filho, Jesus Cristo, Deus já não se manteve distante, transcendente, e separada de homens. Ele entrou no mundo humano e sentiu tudo o que os homens nunca vai se sentir, a fim de que ele seja um simpático, misericordioso e fiel sumo sacerdote. Se Deus nunca havia se tornado o homem, Ele nunca poderia ter sido um sumo sacerdote, um mediador, ou um intercessor. Ele nunca poderia ter oferecido o sacrifício perfeito e absoluto pelos pecados de Seu povo, que a justiça divina necessários. A encarnação não era uma opção; era uma necessidade absoluta. Era um imperativo se os homens fossem salvos.
João Calvin disse: "Era necessário que Cristo para se tornar um homem de verdade. Porque, como estamos muito longe de Deus, nós estamos de uma forma diante dele, na pessoa do nosso padre, que não poderia ser se não fosse um de nós. Assim, para que o Filho de Deus tem uma natureza em comum com a gente, não diminui sua dignidade, mas louva-lo a mais para nós porque ele é equipada para nos reconciliar com Deus, porque ele é o homem. " Deus teve que descer até onde estamos, a fim de nos pegar e nos trazer de volta a Ele.

Ele teve que ser homem de Deus

Mas um verdadeiro sacerdote não poderia ser um homem qualquer. Ele teve que ser nomeado por Deus. Não era um escritório que um homem poderia preencher simplesmente por causa de seus próprios planos ou ambição. Ele tinha que ser de Deus o homem-não apenas no sentido de ser fiel e obediente a Deus, mas no sentido de ser selecionado por Deus. Ele foi nomeado em favor dos homens , mas por Deus. "Ninguém tira a honra de si mesmo, mas o recebe quando é chamado por Deus, assim como Aaron era" (v 4; conforme 8: 3.).

Quando o sacerdócio foi estabelecida pela primeira vez, Moisés foi instruído ", Em seguida, trazer para si mesmo perto de Arão, teu irmão, e seus filhos com ele, dentre os filhos de Israel, para ministrar como sacerdote para Me-Arão, Nadabe e Abiú, Eleazar e Itamar , filhos de Aarão "(Ex 28:1.). O sacerdote ministrava apenas em nome daqueles que pecaram na ignorância e, assim, se extraviaram. Em toda a economia do Antigo Testamento, não há absolutamente nenhuma provisão feita para o transgressor impenitente, deliberada, e desafiador. Não há nenhum. "Mas a pessoa que fizer alguma coisa desafiadoramente, quer seja natural ou um alienígena, que um é blasfemar contra o Senhor, e essa pessoa será extirpada do seu povo" (. Nu 15:30).

Assim, a ênfase aqui é na simpatia. O sumo sacerdote era para ter simpatia para com aqueles que por ignorância se extraviaram. Desde o próprio sacerdote judeu era um pecador, ele teve a capacidade natural, e ele deveria ter tido a sensibilidade, a sentir-se um pouco mais do que os outros estavam sentindo.

Sacrificar por Homens

Em seu trabalho de mediação, o sumo sacerdote fez dois tipos básicos de ofertas: dons e sacrifícios (v 1; conforme 8:. 3; 9: 9).

Presentes Oferecendo

No sentido mais amplo, presentes incluído todo o dinheiro, jóias ou outros objetos de valor essas pessoas deram ao Senhor por meio dos sacerdotes. Mas eu acredito que as referências em Hebreus para presentes se referem especificamente ao grão, ou refeição, oferecendo-a única oferta sem sangue prescrita sob a Antiga Aliança. Foi uma ação de graças e dedicação oferta (ver Lev. 2).

A oferta de cereais consistiu de farinha e óleo, misturado com incenso para dar um aroma agradável, e, por vezes, cozido ou frito em um bolo. Parte da oferta foi queimado sobre o altar, eo restante pertencia aos sacerdotes para comer. Nenhuma limão ou mel poderia ser utilizado, porque estes fermentado. A medida pequena de sal foi necessária, porque preservados. Restringindo o que iria estragar e exigindo que o que preservaria simbolizava uma dedicação que foi duradoura. A oferta representou a dedicação de uma pessoa e todos os seus bens a Deus em agradecimento completas para o que Deus tinha feito.

Oferecer sacrifícios

E por causa disso, ele é obrigado a oferecer sacrifícios pelos pecados, como para as pessoas, por isso, também por si mesmo. (5: 3)

Os sacrifícios , no entanto, foram para a expiação dos pecados. Eles não podiam tirar a tendência pecado ou a capacidade pecado, mas que foram feitos para o perdão dos pecados particulares. Consequentemente, eles tinham que ser continuamente repetido dia após dia, ano após ano.Oferecendo sacrifícios foi o principal trabalho do sacerdote. E uma vez que ele próprio pecado, ele teve que fazer sacrifícios para si mesmo , bem como para as pessoas .

O Sacerdote Perfeitamente Qualificado

Assim também Cristo não se glorificou a si mesmo, de modo a tornar-se um sumo sacerdote, mas aquele que lhe disse: "Tu és meu Filho, hoje te gerei"; assim como também diz em outra passagem: "Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque." (5: 5-6)

Os versículos 5:10 mostram como Jesus reuniu todas as qualificações para sumo sacerdote mencionadas nos versículos 1:4, e muito mais.

Designado por Deus

Em primeiro lugar, Jesus foi escolhido, enviado, e honrado por Deus Pai. Mais uma vez o escritor escolhe citações do Antigo Testament- Tu és meu Filho, hoje te gerei (Sl 2:7). Deus investiu Jesus com a autoridade e honra do sumo sacerdote , segundo a ordem de Melquisedeque.

Melquisedeque será discutido em algum detalhe sob Hebreus 7, mas uma breve palavra aqui é necessário. Ele era um rei-sacerdote que viveu na época de Abraão, e cuja ascendência é completamente desconhecido. Ele era o rei de Salém (antigo nome de Jerusalém) e era um sacerdote do verdadeiro Deus (Gn 14:18). Ele viveu muitos séculos antes do sacerdócio de Arão foi estabelecido e seu sacerdócio era interminável (He 7:3). A tradução mais precisa de He 5:7).

Jesus foi ouvido pelo Pai por causa de Sua piedade. A palavra grega eulabeia , traduzida por "piedade", pode significar temor reverencial ou temor, como refletido na Rei Tiago. Ele carrega a idéia de ser devotamente submissa. Jesus reconheceu Deus como soberano e cometeu-se ao Pai.

Embora sendo Filho, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu. (5: 8)

Muitas vezes, o melhor, e às vezes a única, maneira de aprender a simpatia é pelo sofrimento a nós mesmos o que o outro está sofrendo. O sofrimento é um professor muito hábil. Podemos ler e ouvir sobre a dor de ser queimado. Nós podemos até mesmo ver as pessoas sendo queimadas. Mas até que foram queimados nós mesmos, não podemos completamente simpatizar com uma vítima de queimadura. Eu tinha lido sobre, e até mesmo visto, muitos acidentes automobilísticos; mas somente depois que eu estava envolvido em um que quase levou a minha vida me fez perceber o quão horrível que pode ser.
Jesus teve que aprender certas coisas pelo sofrimento. Ele recebeu nenhuma isenção de sofrimento e dor. Mesmo que Ele era o Filho de Deus, Deus em carne humana, Ele foi chamado para sofrer. Ele aprendeu o sentido pleno do custo de obediência , todo o caminho até a morte, a partir das coisas que sofreu e, portanto, Deus afirmou Lo como um perfeito Sumo Sacerdote.

Esse é o tipo de sumo sacerdote que precisamos e um que conhece e entende o que estamos passando. Quando vamos para o Senhor em oração e cair de joelhos diante dele e dizer: "Deus, esse problema, essa perda, essa dor está quebrando meu coração", como é maravilhoso sentir seus braços em torno de nós e sentir em nossos corações que Ele está dizendo: "Eu sei. Eu sei."

Sacrificar por Homens

E, tendo sido aperfeiçoado, tornou-se a todos aqueles que Lhe obedecem fonte de salvação eterna ". (5: 9)

Em seu sofrimento e morte, Jesus cumpriu o terceiro requisito para sumo sacerdote. Ele ofereceu o sacrifício de si mesmo e, assim, tornou-se o perfeito Sumo Sacerdote e a fonte da salvação eterna. Jesus passou por tudo o que Ele tinha que passar, e realizou tudo o que precisava, para que pudesse ser um Sumo Sacerdote perfeito tal. Ele não estava, é claro, se aperfeiçoa , no sentido de ter a Sua natureza melhorada. Ele é eternamente perfeito em justiça, santidade, sabedoria, conhecimento, verdade, poder, e em todas as outras virtudes e capacidade. Nem sua natureza, nem Sua pessoa mudou. Ele tornou-se perfeito no sentido de que ele completou o seu curso de qualificação para se tornar o eterno Sumo Sacerdote.

Ao oferecer seu sacrifício, no entanto, Jesus diferia de duas maneiras muito importantes de outros sacerdotes. Primeiro, Ele não tinha que fazer um sacrifício para si mesmo antes que Ele pudesse oferecê-lo para os outros. Em segundo lugar, o Seu sacrifício foi uma vez e para todos.Ele não tem que ser repetido todos os dias, ou até mesmo a cada ano ou a cada século.
Pela Sua morte, Jesus abriu o caminho da salvação eterna. Todos os padres de todos os tempos não poderia fornecer a salvação eterna. Eles só podiam fornecer perdão momentâneo. Mas por um ato, uma oferenda, um sacrifício, Jesus Cristo aperfeiçoou para sempre os que são seus. O Sumo Sacerdote perfeito torna perfeito aqueles que aceitam o sacrifício perfeito, aqueles que lhe obedecem .

obediência mencionado aqui de os que lhe obedecem não é que em matéria de preceitos, regras e regulamentos. Não é a obediência à lei. É a "obediência da fé" (Rm 1:5). A confiança em Jesus Cristo é o trabalho da fé e da obediência da fé.

Infelizmente e tragicamente, todas as pessoas não acreditam. E quem não crê verdadeiramente não obedecer, não importa o quão moral, bem-intencionadas, religiosas, e sincero. Na Primeira e Segunda Tessalonicenses, Paulo fala das duas respostas ao evangelho-os apenas duas respostas possíveis. Na segunda carta, ele conta a história de vingança de Deus sobre aqueles que "não conhecem a Deus" e que "não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus" (1: 8). Na primeira carta, pelo contrário, ele elogia o trabalho missionário dos fiéis cristãos de Tessalônica na Macedônia e Acaia (1: 8). Sua obediência na fé os levou outros a obediência à fé e ao dom da salvação eterna .

12. A Tragédia de rejeitar a completa revelação — parte 1 (Hebreus 5:11-14)

No que diz respeito a ele que tenho muito a dizer, e é difícil de explicar, uma vez que você se tornou maçante da audição. Embora a esta altura já devessem ser mestres, você tem necessidade de novo por alguém para lhe ensinar os princípios elementares dos oráculos de Deus, e que têm vindo a precisar de leite e não de alimento sólido. Para todos que se alimenta de leite não está habituado a palavra da justiça, porque ele é um bebê. Mas o alimento sólido é para os adultos, que por causa da prática, têm os sentidos treinados para discernir o bem eo mal. (5: 11-14)

Viemos para uma seção de Hebreus de que existem inúmeras e muitas vezes conflitantes interpretações, até mesmo entre os evangélicos. A passagem em geral é de 5: 11-6: 12, e lida com maturidade espiritual. As duas primeiras partes (5: 11-14 e 6: 1-8) são, creio, dirigida aos incrédulos, ao passo que o terceiro (6: 9-12) é para os crentes.

O contraste entre o cristianismo eo judaísmo

Ao longo do livro de Hebreus, as muitas comparações e contrastes são basicamente entre o cristianismo eo judaísmo. Esta verdade é essencial para uma interpretação correta da epístola.
A maioria dos livros da Bíblia tem um tema principal, ou um grupo de temas estreitamente relacionados. Uma das primeiras regras de hermenêutica bíblica de som (interpretação) é descobrir esse tema central e tornar todas as outras interpretações à luz do mesmo. O evangelho de João, por exemplo, contém muitas verdades profundas e maravilhosas sobre Deus e Seu plano para o homem. Mas a mensagem central, primordial desse evangelho é a divindade de Jesus Cristo. Uma pessoa que perde essa verdade não pode completa e adequada a entender as outras verdades que João apresenta no livro.
O tema central e mensagem do livro de Hebreus é a superioridade da Nova Aliança para o Velho, isto é, do cristianismo ao judaísmo. Dentro deste tema são os subtemas da superioridade do sacerdócio novo para o velho, o novo sacrifício para os antigos, o novo mediador para os antigos, e assim por diante. Esta é a chave que abre todas as seções de Hebreus, e de usar qualquer outra tecla é, creio eu, para fazer a entrada forçada.
No livro de Hebreus o Espírito Santo não está contrastando dois tipos de cristianismo. Ele não está contrastando imaturos cristãos e pessoas maduras. Ele está contrastando o judaísmo eo cristianismo, o judeu não salvo no judaísmo eo judeu resgatados no cristianismo. Ele está contrastando da substância e da sombra, o padrão ea realidade, o visível eo invisível, o fax e a coisa real, o tipo e o anti-tipo, a imagem eo real.
O Antigo Testamento, essencialmente, é a revelação de fotos e tipos, que são cumpridas em Cristo, no Novo Testamento de Deus. O livro de Hebreus, portanto, compara e contrasta as duas partes da revelação de Deus que a nossa divisão da Bíblia reflete.

A terceira advertência

No que diz respeito a ele que tenho muito a dizer, e é difícil de explicar, uma vez que você se tornou maçante da audição. (05:11)

Ele , é claro, refere-se a Melquisedeque, que acaba de ser mencionado (vv. 6, 10). Antes que ele explica a ordem de Melquisedeque (no cap. 7), no entanto, o escritor dá a sua terceira advertência parêntesis. Como já observamos, intercalados em todo Hebreus várias advertências aos judeus intelectualmente convencido que estavam na beira da decisão, mas ainda não havia chegado à fé em Cristo. Estes avisos também poderia funcionar no contexto de incentivo e conselhos aos judeus que haviam crido em Cristo, mas estavam sendo tentados a voltar ao judaísmo por causa de dúvidas, críticas, e, para alguns, até mesmo perseguição. Mas o impulso principal foi para os incrédulos. O primeiro aviso (2: 1-4) foi sobre a sua negligenciando o evangelho, ea segunda (3: 7-19) foi de cerca de endurecer o coração para ele.

A terceira advertência refere-maturidade espiritual perigo de ficar com as verdades elementares e promessas da Antiga Aliança, agora que ela foi substituída pela Nova. Este aviso é também, creio eu, para o mesmo grupo que são os outros dois para judeus incrédulos que sabiam muito sobre o evangelho, mas que não tinha ido todo o caminho para aceitá-la por si mesmos. Alguns podem ter feito uma profissão de fé superficial, mas na verdade não acreditava. Eles são informados sobre o perigo de não reivindicar a bênção da Nova Aliança, além de que eles não podem ter a vida eterna. Eles estão perto, mas tão longe.

Babes incrédulos

Há, é claro, muitas exortações no Novo Testamento para os cristãos imaturos para crescer. Ao longo da história da igreja tem havido necessidade de tal conselho, mas eu não acho que é o que é dado aqui. Ele está dizendo aos judeus hesitantes ainda paira sobre o Judaísmo, "Venha à integridade, à maturidade, na Nova Aliança." Esta interpretação não é o mais tradicional, mas eu acho que é coerente com o contexto de todo o livro e é defensável. O aviso eo apelo, como antes, são evangelística. O vencimento de ser chamado para não é a de um cristão cresce na fé, mas de um incrédulo entrando na fé nas verdades maduros adultas e bênçãos da Nova Aliança. É a mesma maturidade ou perfeição (a partir teleioō ) como em 10: 1 e 14, que só pode se referir à salvação, não o crescimento cristão.

A Antiga Aliança foi o alfabeto espiritual. A Antiga Aliança foi a conversa de bebê, as letras e os sons do primeiro vocabulário de uma criança. Você não usa uma enciclopédia para começar a ensinar uma criança a ler. Você pode usar imagens e outros objetos visuais. Você aponta para a imagem ou o objeto e dizer: "Esta é uma bola. Isso é um cavalo. Este é um peixe." Mais tarde você começar a explicar essas coisas. Diga-lhe que as bolas são redondas, cavalos comem feno, e que os peixes "respirar" água. A revelação de Deus para o homem evoluiu de uma forma similar. O Antigo Testamento era a Sua fundamental, ensino fundamental. Tudo começou com "imagens". Deus estava dizendo, com efeito, "Esta é uma festa que você é para comemorar. Este é um sacrifício que você deve fazer. Estas são as roupas de um sumo sacerdote deve usar, e esta é uma lavagem cerimonial que é necessário para certas ocasiões." Cada um tinha objetivos e benefícios para os tempos para o qual foi dado. Mas principalmente eles eram fotos de coisas que estão por vir, que as pessoas não eram, então, pronto para entender. Eles eram símbolos e sombras de realidades em Cristo e da Nova Aliança (Cl 2:17).

Agora que a Nova Aliança tinha chegado em Jesus Cristo, o autor de Hebreus está dizendo a seus companheiros judeus, "Deixe suas fotos, o leite e comida de bebê, do Antigo Testamento. Venha para as realidades cumpridas e os alimentos sólidos do Novo Testamento. Deixar o judaísmo e vir a Cristo ".

Apatia impede o Entendimento

Portanto, antes que eles poderiam entender o significado do sacerdócio de Jesus ser como Melquisedeque do, os leitores precisava chegar além de sua limitada compreensão, imaturo de Deus. A marca da tecla de que a imaturidade era simplesmente embotamento da audição, letargia espiritual. A relação de Melquisedeque e seu sacerdócio a Cristo é rico e significativo e importante para o fluxo do livro, mas não pode ser entendido pelos incrédulos, mesmo os que intelectualmente aceitar o evangelho. "O homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus ... porque eles são avaliados espiritualmente" (1Co 2:14). Esses crentes fronteiriços foram sendo informados de que não houve utilização de ir para as coisas mais profundas da Nova Aliança, nesse momento, porque eles haviam se tornado tardios em ouvir.

Dull vem do grego nōthros , que é composta das palavras para "não" e "push". Literalmente, portanto, significa "não push" Slow, lento. Quando usado de uma pessoa que geralmente significava intelectualmente entorpecido ou grossa. No contexto desta passagem, no entanto, que indica principalmente embotamento espiritual.

Quando uma pessoa está espiritualmente maçante, ele é difícil de ensinar. Esses judeus tinham sido embalado em sono por causa da negligência e da dureza de coração, e eles teriam que acordar e ficar alerta se eles estavam a apreciar a verdade, a importância ea necessidade da Nova Aliança. Eles não podiam compreender verdadeiramente o evangelho, é claro, até que eles depositam sua confiança no portador do evangelho. Para ser capaz de ver a sua importância, eles tiveram que espiritualmente "acordar e prestar atenção."
Estes descrentes letárgicos têm muitas homólogos hoje. As pessoas ouvem o evangelho e são agitados e animado. A compreensão espiritual parece começar, mas quanto mais eles ouvi-lo sem aceitá-lo, o mais lento tornam-se espiritualmente. Eles negligenciam a agir sobre a verdade que conhecem e se tornam mais e mais endurecido a ele, muitas vezes, ao reivindicar a admirar e respeitar. Eles se tornam mais e mais isolado da verdade espiritual e compreensão, e da própria vida espiritual.

Embora, como já observamos, esta passagem não é dirigida aos crentes, o mesmo princípio se aplica. Quando não confiamos e agir em qualquer parte da verdade de Deus que sabemos, se tornam endurecidos a ele e cada vez menos provável de se beneficiar dele. Ou quando evitamos se aprofundar nas partes mais profundas da Palavra de Deus, estar satisfeito com o "básico", que isolar-nos do Espírito Santo a esse ponto. A partir de uma perspectiva um pouco diferente, um professor ou um pregador pode sofrer espiritualmente quando ele não se preocupa em ensinar e pregar a mais profunda, e às vezes mais difícil, verdades da Escritura, ou tem medo de fazê-lo. Quanto mais ele resiste ou negligenciar a ensiná-los, a menos que eles vão dizer a ele. Paulo foi capaz de dizer que ele não deixou de declarar todo o conselho, ou a Proposito, de Deus (At 20:27). Ele não iria ignorar ou negligenciar qualquer parte da Palavra de Deus. Nenhum servo fiel de Deus vai acomodar os seus ensinamentos para o maçante, Cristão preguiçoso.

Estupidez é gradual

A implicação Dt 5:11 é que aqueles que foram tardios em ouvir uma vez tinha sido atento e interessado, talvez mesmo ansioso, para aprender mais sobre o evangelho. Eles não começou maçante; tornaram-se dessa forma gradual. Estas foram, sem dúvida, entre os que tinham "uma vez foram iluminados" e "provaram o dom celestial" (6: 4). Houve uma época em que tinham sido agitada e se mudou e aberto. Eles foram uma vez à beira da salvação. Até agora, no entanto, tinham afundado em um estado bastante firme de estupor espiritual.

Estupidez é improdutivo

Embora a esta altura já devessem ser mestres, você tem necessidade de novo por alguém para lhe ensinar os princípios elementares dos oráculos de Deus, e que têm vindo a precisar de leite e não de alimento sólido. (5:12)

Devido ao período de tempo que tinham estado sob instrução do Novo Testamento verdade, eles deveriam ter conhecido o suficiente para estar ensinando-lo eles mesmos. Mas porque nunca tinha realmente o aceitou, eles não tinham crescido nela e não podia crescer nele. Eles tinham sido expostos a uma grande dose de verdade de Deus, na maioria dos quais eles provavelmente poderia ter passado um exame. Eles tinham a verdade de uma certa maneira factual e superficial, mas a verdade não tê-los.

Paulo cobrado em Romanos: "Mas, se você levar o nome" judeu ", e contar com a lei, e te glorias em Deus, e conhece a Sua vontade e aprovas as coisas excelentes, sendo instruído na lei, e estamos confiantes que você mesmo é um guia dos cegos, luz dos que estão em trevas, um dos néscios, mestre de o imaturo, tendo na lei a forma da ciência e da verdade, você, portanto, que ensinam outro, não te ensinas a ti mesmo? " (2: 17-21). Em outras palavras, eles se orgulhavam na idéia de que eram grandes mestres religiosos. Mas em Hebreus o Espírito Santo diz explicitamente o que está implícito na passagem de Romanos: esses judeus não só foram desqualificados para ensinar, mas precisava voltar ao jardim de infância. Eles não entendiam o ABC de sua própria fé. Isso ficou evidente por sua relutância em reconhecer a sua realização clara.
Tenho conhecido muitos cristãos professos como essa, alguns deles teólogos de renome. Eles sabem Escritura e as línguas bíblicas bem. Eles sabem o que a Bíblia diz. Mas eles não sabem, ou aceitar, o que significa. Para o tempo de estudo e que se colocou, eles devem ser mestres da Palavra de Deus. Mas eles nem sequer compreender seus fundamentos. Eles têm sido estudantes "avançados" da Escritura há décadas, e eles ainda não sabem mesmo Jesus Cristo. Eles podem ensinar, mas não é a pura Palavra de Cristo que eles ensinam.
Alguns anos atrás, em uma conferência de jovens cristãos que falei sobre como escolher o companheiro de vida certo. Depois de uma sessão uma jovem veio até mim e pediu para falar. Enquanto estávamos sentados nos degraus da capela, ela começou a dizer-me que o namorado dela disse que tudo o que uma pessoa faz, no sexo ou em qualquer outra coisa, está tudo bem, desde que ninguém mais está machucado. Depois de um pouco de questionamento que eu descobri que seu namorado tinha 21 anos e ela tinha apenas 14 anos quando me brevemente a fez lembrar de que Deus diz sobre o sexo fora do casamento, ela abaixou a cabeça e disse: "Eu sei disso. Você sabe o que eu preciso? Eu preciso ser salvo. " Ela explicou que não só tinha sido levantada em uma igreja, mas que seu pai era um pastor. Eu respondi: "Então você sabe como ser salvo." "Não", ela disse, "eu não. Eu ouvi meu pai pregar sobre isso, mas eu não entendo isso."
Aqui era uma ilustração perfeita da lentidão espiritual. Esta menina tinha ouvido o evangelho toda a sua vida, mas ela havia rejeitado Jesus Cristo por tanto tempo que o evangelho agora estava nebuloso para ela. Ela não conseguia entender isso. Ela pensou sermões de seu pai eram chatos e não fazia sentido. Ela tinha se tornado totalmente indiferente à Palavra de Deus. Depois que eu cuidadosamente delineado o evangelho a ela, oramos juntos e ela confessou a Cristo como seu Senhor e Salvador.

Apatia exige ser Ministrado Novamente

Porque eles tinham se tornado espiritualmente apático, o informado, mas judeus incrédulos tinha precisa novamente de alguém para ensiná -los. Como o jovem mencionado acima, eles precisavam para começar tudo de nos princípios elementares dos oráculos de Deus .

Os primeiros princípios do Oráculos de Deus

Quais são os princípios elementares dos oráculos de Deus ? stoicheia ("princípios elementares") significa que o que vem primeiro. Em referência à língua, significava as letras do alfabeto como as partes básicas de palavras-o ABC. Na ciência foi utilizada dos elementos físicos básicos, e em matemática dos princípios básicos da prova.

Oráculos de Deus não se refere ao evangelho. Aqueles que estão sendo abordados eram judeus, e com eles os oráculos de Deus significava que o Antigo Testamento. As palavras de Deus foram as leis de Deus, a mente de Deus revelado no Antigo Testamento. Tendo sido confiada oráculos de Deus foi uma grande vantagem para os judeus (Rom. 3: 1-2). Era os rudimentos da revelação do Antigo Testamento, a lei, que precisavam ser ensinados novamente. Eles tinham tido exposição considerável para a Nova Aliança, mas eles nem sequer compreender o Velho, como evidenciado por sua falta de habilidade para lidar com a verdade mais profunda sobre Melquisedeque.

Esses judeus nem sequer compreender o significado de sua própria lei. Eles precisavam de alguém para voltar e mostrar-lhes as imagens novamente. Eles não estavam preparados para ler um livro; eles tinham que voltar para o ABC-os elementares de imagem-verdades de ordenanças, cerimônias, sacrifícios e dias santos, lavagens. Estes prenunciado Cristo, e eles não podiam reconhecê-lo, a menos que eles entenderam as imagens.

A necessidade de se tornar maduro

O Velho Testamento é o alfabeto; o Novo Testamento é a, maduro mensagem completa. "Antes que viesse a fé, estávamos guardados debaixo da lei, fazendo calar a boca para a fé, que mais tarde viria a ser revelado. Por isso, a lei se tornou nosso aio, para nos conduzir a Cristo, para que fôssemos justificados pela fé" (Gal . 3: 23-24). A lei foi um tutor, um treinador de criança, que ensinou os primeiros e fundamentais verdades sobre Deus. Na Nova Aliança que não estão sob o tutor mais. Temos crescido. Esse é o ponto que está sendo feito aqui. Cristo chegou, as sombras são substituídos com a substância, o picturebook é substituído com grandes escritos que podemos ler. O alfabeto é substituída com a composição completa. Os tipos deram lugar à verdade.

Progresso ou regresso

Mais uma vez eles dizem, você veio (conforme v. 11, " você se tornou "). Um bebê não vem a precisar de leite. Ele nasce com essa necessidade. A única pessoa que vem a precisar de leite, a precisar de comida para bebé, é aquele que tem ido de volta à infância. Em vez de se tornar mais maduro, esses judeus foram se tornando menos. Eles estavam voltando para a primeira infância espiritual.

Se você não progride você regredir. Por negligência e dureza eles tinham vindo para o lugar onde eles só poderia lidar com o leite de novo. É fácil para as pessoas a ouvir o evangelho, e, em seguida, ouvi-lo e ouvi-lo e ouvi-lo até que ele se torna banal e sem sentido para eles. Em vez de perseguir a verdade de Cristo e dando suas vidas a Ele, tornam-se espiritualmente lento e estagnado. Eles se tornar maçante de audição e de compreensão lenta, espiritualmente retardado. Eles devem ser alimentados novamente como bebês.

Estes judeus que tinham tanto tempo desprezados Cristo, alguns deles enquanto professando seu nome, não foram capazes de tirar a comida pesada de Melchizedek sacerdócio verdade. Eles teriam que começar de novo de baixo para cima, aumentando gradualmente a sua percepção e entendimento espiritual.

Para todos que se alimenta de leite não está habituado a palavra da justiça, porque ele é um bebê. (5:13)

Um infante espiritual é não acostumados ( apeiros ) às verdades mais profundas. Ele não pode digeri-los, mais do que uma criança física pode digerir um bife. A idéia é a de ser inexperiente, inábil, e, portanto, despreparados e incapazes. O sistema espiritual, como o físico, tem de crescer, a fim de lidar com o que é mais difícil. Uma criança pode tirar algo de olhar para um picturebook mas nada de olhar para um livro didático. Uma criança espiritual poderia obter algum significado para fora das fotos e tipos do Antigo Testamento, mas não fora da palavra da justiça do evangelho.

Mas o alimento sólido é para os adultos, que por causa da prática, têm os sentidos treinados para discernir o bem eo mal. (5:14)

O contraste aqui é simples. O único que continua a alimentar apenas em revelações elementares de Deus não vai crescer, não vai ter nenhum discernimento. Uma criança pequena vai ficar quase tudo em sua boca, tocar em qualquer coisa que ele pode chegar, ir a qualquer lugar que ele pode gerenciar a rastejar-sem noção do que é bom para ele e para o que é ruim, o que é útil eo que é perigoso. O adulto maduro, por outro lado, tem desenvolvido discernimento considerável. Ele é cuidadoso sobre o que ele come, o que ele faz, onde vai.

O mesmo princípio opera no reino espiritual. O maduro crente tem discernimento sobre o que é certo e errado, verdadeiro e falso, útil e prejudicial, justos e injustos.

Mas porque o escritor faz , no capítulo 7, vão explicar o significado da ordem de Melquisedeque, parece que ele espera que seus leitores a amadurecer espiritualmente antes de ler esta parte de sua mensagem. Isto é, ele parece acreditar que em breve será salvo, pois é a única salvação, o novo nascimento, que pode imediatamente colocá-los no nível de maturidade espiritual necessário compreender a palavra de justiça . Ele parece dizer: "Deixe o judaísmo e, no instante da salvação, crescer." O judaísmo é a infância devem sair, a fim de ir para a maturidade de masculinidade pela fé na Nova Aliança Messias.


Barclay

O NOVO TESTAMENTO Comentado por William Barclay, pastor da Igreja da Escócia
Barclay - Comentários de Hebreus Capítulo 5 do versículo 1 até o 14

Hebreus 5

Em paz com o homem e com Deus — He 5:1-10

Recusar crescer - He 5:11-14

EM PAZ COM O HOMEM E COM DEUS

Hebreus 5:1-10

Agora o autor de Hebreus elabora a doutrina que constitui sua contribuição particular ao pensamento cristão: a doutrina do sumo

sacerdócio de Jesus Cristo. Nesta passagem há três pensamentos básicos de importância sobre o ofício de um sacerdote. Estas três qualidades fundamentais não têm o menor sabor local e temporário: são as

qualidades essenciais do sacerdote de qualquer tempo e geração.

  1. O sacerdote está destinado a tratar as coisas que correspondem a Deus em interesse do homem.

A. J. Gossip costumava contar a seus alunos o que havia sentido quando tinha sido ordenado pastor. É como se o povo lhe tivesse dito: "Nós estamos permanentemente envoltos no pó e no calor do dia; devemos investir nosso tempo ganhando e gastando; devemos servir no

mostrador, trabalhar no escritório, fazer girar as rodas da indústria. Queremos que você fique à parte a fim de que possa entrar no lugar secreto de Deus para voltar cada domingo com uma palavra divina para

nós".

O verdadeiro sacerdote é o elo entre Deus e o mundo. Agora, em Israel o sacerdote tinha uma função especial: era a pessoa que tinha a

tarefa de oferecer sacrifícios pelos pecados do povo. O pecado entorpece a relação que deve existir entre o homem e Deus; levanta uma barreira entre eles; produz o afastamento entre o homem e Deus. O sacrifício tem

a finalidade de restabelecer as relações que devem existir e eliminar as barreiras e o afastamento. Mas novamente devemos nos deter aqui para notar algo. Para o judeu estava sempre muito claro, quando pensava com

elevação, que os pecados que o sacrifício podia expiar eram os pecados de ignorância.

O pecado deliberado, com teimosia, não era expiado pelo sacrifício. O mesmo autor de Hebreus diz: “Porque, se vivermos deliberadamente

em pecado, depois de termos recebido o pleno conhecimento da verdade,

já não resta sacrifício pelos pecados” (He 10:26). Esta é a crença e convicção que surge várias vezes nas leis sacrificiais do Antigo Testamento. O começo que continuamente se repete é o seguinte: “Quando alguém pecar por ignorância contra qualquer dos mandamentos do SENHOR...” (Lv 4:2, Lv 4:13). Números 15:22-31 é uma passagem chave. Ali se estabelecem os sacrifícios requeridos: "Se foi cometido erro com ignorância". Mas no final estabelece-se: “Mas a pessoa que fizer alguma coisa atrevidamente [RC: à mão levantada; Reina 5alera: com soberba] ... tal pessoa será eliminada do meio do seu povo, pois desprezou a palavra do SENHOR ... será eliminada essa pessoa”. Dt 17:12 estabelece o seguinte: “O homem, pois, que se houver soberbamente ... esse morrerá”. O pecado de ignorância é perdoável, não assim o pecado de soberba.

Entretanto, devemos advertir o que os judeus entendiam por pecado de ignorância. Pensavam em algo mais que na simples falta de

conhecimento. Incluíam os pecados cometidos quando o homem era miserável pela ira ou pela paixão num momento de arrebatamento,

quando era dominado por uma tentação que o subjugava, quando se arrependia pesaroso por algo que tinha feito. Pelo pecado de soberba deve-se entender o pecado frio, deliberado e calculado pelo qual a pessoa

não sentia a mais mínima aflição; a desobediência a Deus a olhos abertos; quando alguém, não num momento de paixão ou arrebatamento, mas com toda frieza, dispunha-se a desobedecer a Deus. O sacerdote estava ali para abrir ao pecador o caminho de volta a Deus, sempre que

se arrependesse.

  1. O sacerdote deve ser um com os homens. Deve ter passado pelas experiências do homem para colocar nele toda sua simpatia. A esta

altura o autor de Hebreus detém-se para advertir — mais adiante mostrará que esta é uma modalidade pela qual Cristo é superior a todo sacerdote terreno — que o sacerdote terreno é um com os homens a tal

ponto que está sob a necessidade de oferecer sacrifícios por seu próprio pecado antes de oferecê-lo pelos pecados do povo. O sacerdote deve ser

um homem; deve estar completamente comprometido com a situação humana; deve estar ligado com os homens pelo vínculo da vida; deve viver com eles e sentir com eles conhecendo suas alturas e seus abismos. Com relação a isto usa um termo maravilhoso: metriopathein. Traduzimo-lo que se mostre paciente (NVI: capaz de se compadecer) mas trata-se em realidade de um desses termos gregos intraduzíveis. O grego definia sempre a virtude como o meio termo entre dois extremos. O homem podia cair em qualquer dos dois extremos; no meio estava o justo e o caminho reto. A virtude para o grego era um equilíbrio, um ponto médio e eqüidistante entre dois extremos. Desta maneira os gregos definiam a metriopatheia (que é o substantivo correspondente) como o meio termo entre a tristeza extravagante e a indiferença absoluta; como a virtude pela que o homem sente da maneira devida.

W. M. Macgregor a definiu como "o curso médio entre as explosões de ira e a indolência condescendente".

Plutarco fala da paciência filha da metriopatheia e se refere a esta como o sentimento de simpatia que o capacita a alguém a tomar a

iniciativa de salvar, perdoar e ouvir. Outro grego reprova a alguém por não ter metriopatheia, e portanto, não querer reconciliar-se com alguém com quem teve uma diferença. Trata-se de uma palavra extraordinária.

Significa a capacidade de suportar a outros sem irritação nem chateio; de não deixar-se arrastar pelo temperamento quando outros procedem neciamente, não aprendem ou caem sempre de novo no mesmo ou parecem ser insensatamente cegos. Descreve a atitude para com outra

pessoa que não estala em cólera por suas falta nem o condena, mas sim no fim do dia responde com uma simpatia amável e ao mesmo tempo eficaz e consegue com sua paciência reconduzir o homem ao caminho

reto. É a atitude que jamais considera o homem néscio sem chance de resgate, mas com freqüência como um filho rebelde de Deus que de algum modo deve ser reconduzido com bondade ao caminho reto.

Ninguém pode tratar com seus semelhantes sem possuir esta

metriopatheia firme, paciente e concedida por Deus.

  1. A terceira qualidade essencial do sacerdote é a seguinte: ninguém se destina a si mesmo ao sacerdócio; sua nomeação provém de Deus. O sacerdócio não é um ofício que o homem assume, mas sim um privilégio e uma glória ao que é chamado. O ministério de Deus entre os homens não é um ofício ou uma carreira, mas sim uma vocação e um chamado. A pessoa deveria ser capaz de olhar para trás e dizer, não "eu escolho este trabalho", mas antes, "Deus me escolheu e me concedeu desempenhar este trabalho".

E agora o autor de Hebreus passa a demonstrar como cumpre Jesus Cristo as grandes condições do sacerdócio.

  1. Em primeiro termo considera que Jesus não escolheu sua

missão. Deus o escolheu para ela. No batismo, Jesus ouviu a voz que lhe dizia: “Tu és meu Filho, eu, hoje, te gerei.” (Sl 2:7).

  1. Jesus atravessou pelas experiências mais amargas dos homens e

entende a humanidade em toda sua fortaleza e sua fraqueza. O autor de Hebreus tem quatro grandes pensamentos sobre Jesus.

  1. Lembra a Jesus no Getsêmani. Pensa nisto quando fala de suas

preces e súplicas, de suas lágrimas e seu clamor. A palavra usada para clamor tem muito significado. O termo grego krauge designa esse clamor que o homem não tenta expressar, mas sim que arranca quase involuntariamente de seu ser pela angústia e agonia de alguma tremenda tensão ou alguma dor dilaceradora. De modo que, o autor de Hebreus diz que não existe agonia do espírito humano pela qual Jesus não tenha passado. Os rabinos tinham o dito: "Há três tipos de súplica uma mais elevada que a precedente: oração, clamor e lágrimas. A oração faz-se em silêncio; o clamor em alta voz; mas as lágrimas superam tudo". Não há porta através da qual as lágrimas não passem. Jesus Cristo conheceu até a oração desesperada das lágrimas.

  1. Jesus aprendeu de todas as experiências humanas pelas que aconteceu as enfrentou a todas com reverência. A frase grega traduzida

"por isso padeceu aprendeu..." é um trocadilho: emathen afjon epathen. Este é um pensamento corrente entre os escritores gregos: sempre ligam

mathein, aprender, e pathein, sofrer. Tosquio, o mais antigo dos grandes dramaturgos

gregos, tem incessantemente o texto: "a aprendizagem vem do sofrimento" (pathei mathos). Chama o sofrimento uma sorte de graça brutal dos deuses. Heródoto declarava que estes sofrimentos eram acarista mathemata, um modo desgraçado de aprender. Um poeta moderno diz dos poetas: "Aprendemos sofrendo o que ensinamos cantando."

Deus fala com homem nas múltiplas experiências da vida e não menos nas que põem à prova o íntimo do coração e da alma. Mas só

podemos escutar esta voz de Deus quando com reverência aceitamos o que nos ocorre. Se o aceitarmos com ressentimento, então os gritos

rebeldes de nosso próprio coração nos fazem surdos à voz de Deus.

  1. Através das experiências pelas quais passou (teleioun). O verbo

teleioun dá lugar ao adjetivo teleios que certamente pode traduzir-se por perfeito sempre que lembremos o que o grego pensava desta perfeição.

Para o grego algo era teleios se levava perfeitamente a cabo o propósito para o qual tinha sido feito e destinado. Quando usava o termo não

pensava numa perfeição abstrata ou metafísica, mas em termos de função. O que diz o autor de Hebreus é que as experiências e sofrimentos pelos que Jesus passou o capacitaram perfeitamente para chegar a ser o

Salvador e Redentor dos homens. Foi capaz de salvar os homens porque passou por todos os vales tenebrosos da vida pelos quais deve passar o espírito humano.

  1. Finalmente o autor de Hebreus diz que a salvação que Jesus

brinda é uma salvação eterna. É algo que salva o homem no tempo e na eternidade; algo que assegura ao homem na vida presente e em toda vida possível. Com Cristo o homem está salvo para sempre jamais. Não há circunstância concebível ou inconcebível que possa arrancar o homem da mão de Cristo.

RECUSAR CRESCER

Hebreus 5:11-14

Aqui o autor de Hebreus trata as dificuldades que o confrontam ao tentar

apresentar

a

seus

leitores

uma

concepção

adaptada

do

cristianismo.

Encontra-se frente a duas dificuldades. Em primeiro lugar não é fácil captar todo o âmbito da fé cristã, nem o pode aprender num só dia.

Requer-se tempo para ensinar e esforço para aprender. Em segundo lugar o ouvido de seus ouvintes é torpe. A palavra que usa aqui é muito expressiva: nothoros significa tardio de mente, torpe em entender, duro

de ouvido, néscia e insensatamente esquecido. Aplica-se ao membro entorpecido de um animal doente, a uma pessoa que tem a natureza de pedra, insensível e letárgica. Agora, aqui se encerra uma mensagem para todo aquele que tem algo a dizer porque sua ocupação e dever é pregar,

ensinar e pensar; para aquele que tem que transmitir algo a outra pessoa. Ocorre com freqüência que evitamos ensinar algo porque é difícil que jamais chegamos a encarar alguma explicação porque a exposição resulta

árdua. Com freqüência nos justificamos dizendo que nossos ouvintes ou nossa congregação ou nossos alunos jamais chegarão a entendê-lo ou captá-lo. De fato uma das tragédias da Igreja é que tente tão pouco

brindar ao povo novos conhecimentos, novos enfoques, novas concepções. É verdade que a tarefa de tal ensino resulta difícil. É verdade que freqüentemente tentar ensinar dessa maneira significa topar-

se com a letargia de mentes indolentes ou com preconceitos combatentes de mentes fechadas. Mas a tarefa permanece. O autor de Hebreus não evitava brindar sua mensagem aos homens mesmo quando a mensagem

fosse difícil e a mente de seus ouvintes lerda para a aprendizagem. Considerava sua responsabilidade suprema transmitir a verdade que conhecia.

Queixa-se de que seus ouvintes, que foram cristãos durante muitos

anos, sigam sendo meninos e estejam longe da maturidade. O contraste

entre o cristão imaturo e o menino, entre o leite e o alimento sólido, ocorre com freqüência no Novo Testamento (1Pe 2:21Pe 2:2; 1Co 2:61Co 2:6; 1Co 3:2; 1Co 14:20; Ef 4:13 ss.). Diz-lhes que no tempo eles deveriam ser mestres. Não é necessário que tomemos isto ao pé da letra. Dizer que um homem era capaz de ensinar significava em grego que possuía uma verdadeira e amadurecida compreensão de um assunto. Diz-lhes que ainda

necessitam ser ensinados nos primeiros rudimentos do cristianismo. A palavra usada para rudimentos é stoiqueia. O termo tem uma variedade de significados. Em gramática significa as letras do alfabeto, o A B C; em física os quatro elementos básicos dos quais se compõe o mundo; em geometria os elementos de prova como o ponto e a linha reta; em filosofia os primeiros princípios com os quais começam os estudantes. O autor lamenta que depois de muitos anos de cristianismo seus fiéis não tenham superado o elementar; são como os meninos que não conhecem a diferença entre o bem e o mal.

Aqui o autor se depara com um problema que acossa a Igreja de todas as gerações: o problema do cristão que recusa crescer.

  1. O cristão pode recusar crescer em conhecimento. Pode ser culpado do que alguém chamou "a incapacidade culpável resultante de descuidar a oportunidade". Há gente que insiste em dizer que o que era

suficientemente bom para seus pais é suficientemente bom para eles. Há cristãos cuja fé não cresceu durante trinta, quarenta, cinqüenta ou sessenta anos. Há cristãos que deliberadamente se negaram a tratar de compreender os progressos que têm feito as ciências bíblicas e

teológicas. São homens e mulheres amadurecidos que, entretanto, insistem em ficar satisfeitos com o progresso religioso de um menino. São semelhantes a um cirurgião que rejeitasse o uso das novas técnicas

de cirurgia, os novos e maravilhosos anestésicos, as novas equipes de instrumentação e que dissesse: "o que era suficientemente bom para Lister é suficientemente bom para mim". São semelhantes a médicos que

ao rechaçar o uso da penicilina, das sulfamidas ou alguma das novas drogas, dissessem: "O que aprendi como estudante faz cinqüenta anos é

suficientemente bom para mim." Em assuntos religiosos isto é ainda pior. Deus é infinito; as riquezas de Cristo são inescrutáveis; e deveríamos seguir progredindo até o final de nossa vida.

  1. Há gente que jamais experimentou um crescimento em sua conduta. Pode perdoar-se que um menino esteja de mau humor, que seja

propenso a acessos incontrolados de temperamento e recuse jogar a não ser seguindo seus próprios impulsos. E há muitos adultos — até na 1greja — que são tão pueris em sua conduta como qualquer menino.

Fisicamente são já homens e mulheres, mas em matéria de conduta não se desenvolveram.

Um caso de detenção no crescimento é sempre algo patético; e o

mundo está cheio de gente cujo desenvolvimento religioso se deteve. negam-se a crescer. Faz anos que se detiveram no crescimento; seus pensamentos são ainda os de um menino; sua conduta é ainda a de um menino. É verdade que Jesus disse que a maior coisa do mundo é fazer— se semelhante a um menino; mas há um mundo de diferença entre ser semelhante a um menino e ter um espírito pueril.

Peter Pan, o menino que não cresceu, é uma encantadora peça no cenário; mas na vida real Peter Pan, o homem e a mulher que não crescem, constituem uma tragédia. Tenhamos cuidado de não viver ainda na religião da infância quando deveríamos ter obtido a fé da maturidade. Tenhamos cuidado de não nos comportar ainda como meninos quando nossa conduta deveria corresponder à de homens e mulheres amadurecidos.


Dicionário

Carne

substantivo feminino O tecido muscular do homem e dos animais, e principalmente a parte vermelha dos músculos.
Particularmente, o tecido muscular dos animais terrestres que serve de alimento ao homem.
Carne viva, o derma ou o tecido muscular posto a descoberto depois de arrancada ou cortada a epiderme.
Figurado A natureza humana: a carne é fraca.
O corpo humano: mortificar a carne.
A polpa das frutas.
Cor de carne, branco rosado.
Nem peixe nem carne, diz-se de uma pessoa de caráter indeciso, que não tem opinião definida, ou de uma coisa insípida.
São unha com carne, ou unha e carne, ou osso e carne, diz-se de duas pessoas que vivem em muita intimidade, que mutuamente comunicam seus pensamentos secretos.

A palavra hebraica do A.T., basar, tem freqüentemente o sentido literal de carne, ou seja do homem ou de animal (Gn 2:21 – 9.4 – Lv 6:10Nm 11:13), e também significa todas as criaturas vivas (Gn 6:13-17) – além disso tem a significação especial de Humanidade, sugerindo algumas vezes quanto é grande a fraqueza do homem, posta em confronto com o poder de Deus (Sl 65:2 – 78.39). No N. T. a palavra sarx é empregada da mesma maneira (Mc 13:20 – 26.41 – Hb 2:14 – 1 Pe 1.24 – Ap 17:16) S. Paulo põe habitualmente em contraste a carne e o espírito – e faz a comparação entre aquela vida de inclinação à natureza carnal e a vida do crente guiado pelo Espírito (Rm 7:5-25, 8.9 – Gl 5:17 – etc.). A frase ‘Carne e sangue’ (Mt 16:17Gl 1:16) é para fazer distinção entre Deus e o homem (*veja Alimento).

A carne é veículo transitório e abençoado instrumento para o espírito aprender na Academia terrestre através do processo incessante da evolução.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Lampadário espírita• Pelo Espírito Joanna de Ângelis• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 10

A carne, de certo modo, em muitas circunstâncias não é apenas um vaso divino para o crescimento de nossas potencialidades, mas também uma espécie de carvão milagroso, absorvendo -nos os tóxicos e resíduos de sombra que trazemos no corpo substancial.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Entre a terra e o céu• Pelo Espírito André Luiz• 23a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 10

[...] A carne, em muitos casos, é assim como um filtro que retém as impurezas do corpo perispiritual, liberando-o de certos males nela adquiridos.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Entre a terra e o céu• Pelo Espírito André Luiz• 23a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 33

A carne é a sagrada retorta em que nos demoramos nos processos de alquimia santificadora, transubstanciando paixões e sentimentos ao calor das circunstâncias que o tempo gera e desfaz.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Falando à Terra• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Evangelho

A carne terrestre, onde abusamos, é também o campo bendito onde conseguimos realizar frutuosos labores de cura radical, quando permanecemos atentos ao dever justo.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Nosso Lar• Pelo Espírito André Luiz• 56a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2006• - cap• 5


Carne
1) O tecido muscular do corpo dos seres humanos e dos animais (Gn 2:21)

2) O corpo humano inteiro (Ex 4:7).

3) O ser humano fraco e mortal (Sl 78:39).

4) A natureza humana deixada à vontade e dominada pelos seus desejos e impulsos (Gl 5:19); 6.8;
v. CARNAL).

Carne O termo carne não tem uma significação unívoca nos evangelhos. A expressão “toda carne” refere-se ao conjunto de todos os seres humanos (Mt 24:22); “carne e sangue” designa o ser humano em suas limitações (Mt 16:17; 26,41) e “carne” também se refere — em contraposição a espírito — ao homem em seu estado de pecado (Jo 3:6). Finalmente “comer a carne e beber o sangue” de Jesus, longe de ser uma referência eucarística, significa identificar-se totalmente com Jesus, custe o que custar, pelo Espírito que dá a vida. A exigência dessa condição explica por que muitos que seguiam Jesus até esse momento abandonaram-no a partir de sua afirmação (Jo 6:53-58:63).

substantivo feminino O tecido muscular do homem e dos animais, e principalmente a parte vermelha dos músculos.
Particularmente, o tecido muscular dos animais terrestres que serve de alimento ao homem.
Carne viva, o derma ou o tecido muscular posto a descoberto depois de arrancada ou cortada a epiderme.
Figurado A natureza humana: a carne é fraca.
O corpo humano: mortificar a carne.
A polpa das frutas.
Cor de carne, branco rosado.
Nem peixe nem carne, diz-se de uma pessoa de caráter indeciso, que não tem opinião definida, ou de uma coisa insípida.
São unha com carne, ou unha e carne, ou osso e carne, diz-se de duas pessoas que vivem em muita intimidade, que mutuamente comunicam seus pensamentos secretos.

Clamor

substantivo masculino Ação ou efeito de clamar.
Discurso, geralmente aos gritos, de quem faz um suplício, um protesto, uma reclamação etc.
A gritaria tumultuosa de reprovação que expressa descontentamento: os clamores de uma multidão.
Ação de reclamar ou pedir gritando; queixa.
Religião Procissão em que os fiéis caminham (em conjunto) fazendo orações em voz alta.
Etimologia (origem da palavra clamor). Do latim clamor.oris.

Dias

substantivo masculino plural Tempo de vida, de existência, dias de vida, vida.
Etimologia (origem da palavra dias). Pl de dia.

Grande

adjetivo De tamanho maior ou fora do normal: cabeça grande.
Comprido, extenso ou longo: uma corda grande.
Sem medida; excessivo: grandes vantagens.
Numeroso; que possui excesso de pessoas ou coisas: uma grande manifestação; uma grande quantia de dinheiro.
Que transcende certos parâmetros: grande profundeza.
Que obteve fortes consequências: grande briga; grandes discussões.
Forte; em que há intensidade: grande pesar.
Com muita eficiência: a água é um grande medicamento natural.
Importante; em que há importância: uma grande instituição financeira.
Adulto; que não é mais criança: o menino já está grande.
Notável; que é eficiente naquilo que realiza: um grande músico.
Cujos atributos morais e/ou intelectuais estão excesso: grande senhor.
Magnânimo; que exprime um comportamento nobre.
Fundamental; que é primordial: de grande honestidade.
Que caracteriza algo como sendo bom; positivo: uma grande qualidade.
Que é austero; rígido: um grande problema.
Território circundado por outras áreas adjacentes: a Grande Brasília.
substantivo masculino Pessoa que se encontra em idade adulta.
Quem tem muito poder ou influência: os grandes estavam do seu lado.
Etimologia (origem da palavra grande). Do latim grandis.e.

Livrar

verbo transitivo direto , bitransitivo e pronominal Pôr em liberdade; soltar, libertar: livrar os alunos; livrar alguém da cadeia; livrou-se da pena com uma boa advogada.
verbo bitransitivo Defender, preservar, pôr ao abrigo de mal ou perigo: ninguém livrará o criminoso da culpa.
verbo bitransitivo e pronominal Retirar de alguém algo que o aborrece ou constrange; desembaraçar-se: ninguém me livrou do constrangimento de ter sido traído; livrou-se da vergonha e deu a volta por cima.
Safar-se de uma circunstância vergonhosa, perigosa, ruim, difícil: livrar o filho do bullying; livrou-se da demissão com o apoio do pai.
verbo transitivo direto Religião Pedir proteção a Deus ou a outras entidades espirituais, para que algum ruim não aconteça: Deus me livre de ficar doente!
verbo pronominal Tornar-se livre, libertar-se; desobrigar-se, eximir-se: livrou-se dos importunos.
locução interjeição Deus te livre! Usada para dissuadir alguém de uma ação ou para desejar que nada lhe aconteça.
Etimologia (origem da palavra livrar). Do latim liberare.

Lágrimas

lágrima | s. f. | s. f. pl.
Será que queria dizer lágrimas?

lá·gri·ma
(latim lacrima, -ae)
nome feminino

1. Gota líquida que sai dos olhos, por efeito físico ou por causa moral.

2. Suco de várias plantas.

3. [Por extensão] Pingo; gota (de qualquer líquido).

4. Botânica Planta da família das onagráceas, cujas flores pendem em forma de campânulas. (Mais usado no plural.) = BRINCOS-DE-PRINCESA, FÚCSIA

5. Botânica Flor dessa planta. = BRINCO-DE-PRINCESA, FÚCSIA


lágrimas
nome feminino plural

6. Choro; pranto.


lágrimas como punhos
Lágrimas grossas.

lágrimas de crocodilo
Lágrimas fingidas.


Morte

Morte
1) O fim da vida natural, que resultou da QUEDA em pecado (Gn 2:17; Rm 5:12). É a separação entre o espírito ou a alma e o corpo (Ec 12:7). Para os salvos, a morte é a passagem para a vida eterna com Cristo (2Co 5:1; Fp 1:23).


2) No sentido espiritual, morte é estar separado de Deus (Mt 13:49-50; 25.41; Lc 16:26; Rm 9:3), e a segunda morte é estar separado de Deus para sempre (Ap 20:6-14).


Morte Ver Alma, Céu, Geena, Hades, Juízo final, Ressurreição.

vem diretamente do Latim mors. Em épocas mais recuadas, quando ela se fazia presente de modo mais visível, o Indo-Europeu criou a raiz mor-, "morrer", da qual descendem as palavras atuais sobre a matéria. Dentre elas, mortandade, "número elevado de mortes, massacre", que veio do Latim mortalitas, "mortalidade". Dessa mesma palavra em Latim veio mortalidade, "condição do que é passível de morrer".

A extinção da vida orgânica acarreta a separação da alma em conseqüência do rompimento do laço fluídico que a une ao corpo, mas essa separação nunca é brusca. O fluido perispiritual só pouco a pouco se desprende de todos os órgãos, de sorte que a separação só é completa e absoluta quando não mais reste um átomo do perispírito ligado a uma molécula do corpo. “A sensação dolorosa da alma, por ocasião da morte, está na razão direta da soma dos pontos de contados existentes entre o corpo e o perispírito, e, por conseguinte, também da maior ou menor dificuldade que apresenta o rompimento. Não é preciso portanto dizer que, conforme as circunstâncias, a morte pode ser mais ou menos penosa. [...] O último alento quase nunca é doloroso, uma vez que ordinariamente ocorre em momento de inconsciência, mas a alma sofre antes dele a desagregação da matéria, nos estertores da agonia, e, depois, as angústias da perturbação. [...]
Referencia: KARDEC, Allan• O céu e o inferno ou A Justiça divina segundo o Espiritismo• Trad• de Manuel Justiniano Quintão• 57a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 2, cap• 1, it• 4 e 7

[...] transformação, segundo os desígnios insondáveis de Deus, mas sempre útil ao fim que Ele se propõe. [...]
Referencia: KARDEC, Allan• O céu e o inferno ou A Justiça divina segundo o Espiritismo• Trad• de Manuel Justiniano Quintão• 57a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 2, cap• 2

A morte, para os homens, mais não é do que uma separação material de alguns instantes.
Referencia: KARDEC, Allan• O Evangelho segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 3a ed• francesa rev•, corrig• e modif• pelo autor em 1866• 124a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 28, it• 60

[...] é a libertação dos cuidados terrenos [...].
Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos médiuns ou Guia dos médiuns e dos evocadores• Trad• de Guillon Ribeiro da 49a ed• francesa• 76a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - it• 291

A morte é apenas a destruição do envoltório corporal, que a alma abandona, como o faz a borboleta com a crisálida, conservando, porém, seu corpo fluídico ou perispírito.
Referencia: KARDEC, Allan• O que é o Espiritismo: noções elementares do mundo invisível, pelas manifestações dos Espíritos• 52a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 2, it• 12

[...] começo de outra vida mais feliz. [...]
Referencia: AMIGÓ Y PELLÍCER, José• Roma e o Evangelho: estudos filosófico-religiosos e teórico-práticos• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Conclusão

[...] a morte, conseqüentemente, não pode ser o término, porém simplesmente a junção, isto é, o umbral pelo qual passamos da vida corpórea para a vida espiritual, donde volveremos ao proscênio da Terra, a fim de representarmos os inúmeros atos do drama grandioso e sublime que se chama evolução.
Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• As leis morais: segundo a filosofia espírita• 12a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Heliotropismo espiritual

[...] é um estágio entre duas vidas. [...]
Referencia: DEJEAN, Georges• A nova luz• Trad• de Guillon Ribeiro• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• -

[...] uma lei natural e uma transformação necessária ao progresso e elevação da alma. [...]
Referencia: DENIS, Léon• Cristianismo e Espiritismo: provas experimentais da sobrevivência• Trad• de Leopoldo Cirne• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 7

[...] A morte mais não é que uma transformação necessária e uma renovação, pois nada perece realmente. [...]
Referencia: DENIS, Léon• Depois da morte: exposição da Doutrina dos Espíritos• Trad• de João Lourenço de Souza• 25a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 2, cap• 13

[...] uma porta aberta para formas impalpáveis, imponderáveis da existência [...].
Referencia: DENIS, Léon• O Além e a sobrevivência do ser• Trad• de Guillon Ribeiro• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1987• -

A morte é uma simples mudança de estado, a destruição de uma forma frágil que já não proporciona à vida as condições necessárias ao seu funcionamento e à sua evolução. [...] A morte é apenas um eclipse momentâneo na grande revolução das nossas existências; mas, basta esse instante para revelar-nos o sentido grave e profundo da vida. [...] Toda morte é um parto, um renascimento; é a manifestação de uma vida até aí latente em nós, vida invisível da Terra, que vai reunir-se à vida invisível do Espaço. [...]
Referencia: DENIS, Léon• O problema do ser, do destino e da dor: os testemunhos, os fatos, as leis• 28a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 10

[...] é o estado de exteriorização total e de liberação do “eu” sensível e consciente. [...] é simplesmente o retorno da alma à liberdade, enriquecida com as aquisições que pode fazer durante a vida terrestre; e vimos que os diferentes estados do sono são outros tantos regressos momentâneos à vida do Espaço. [...]
Referencia: DENIS, Léon• O problema do ser, do destino e da dor: os testemunhos, os fatos, as leis• 28a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 11

O nada não existe; a morte é um novo nascimento, um encaminhar para novas tarefas, novos trabalhos, novas colheitas; a vida é uma comunhão universal e eterna que liga Deus a todos os seus filhos.
Referencia: DENIS, Léon• O problema do ser, do destino e da dor: os testemunhos, os fatos, as leis• 28a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 3, cap• 20

A morte é uma modificação – não da personalidade, porém da constituição dos princípios elevados do ser humano. [...]
Referencia: ERNY, Alfred• O psiquismo experimental: estudo dos fenômenos psíquicos• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1982• - pt• 2, cap• 2

[...] A morte é o maior problema que jamais tem ocupado o pensamento dos homens, o problema supremo de todos os tempos e de todos os povos. Ela é fim inevitável para o qual nos dirigimos todos; faz parte da lei das nossas existências sob o mesmo título que o do nascimento. Tanto uma como outro são duas transições fatais na evolução geral, e entretanto a morte, tão natural como o nascimento, parece-nos contra a Natureza.
Referencia: FLAMMARION, Camille• A morte e o seu mistério• Rio de Janeiro: FEB, 2004• 3 v•: v• 1, 6a ed•; v• 2, 5a ed•; v• 3, 5a ed• - v• 1, cap• 1

[...] Quer a encaremos de frente ou quer afastemos a sua imagem, a morte é o desenlace supremo da Vida. [...]
Referencia: FLAMMARION, Camille• A morte e o seu mistério• Rio de Janeiro: FEB, 2004• 3 v•: v• 1, 6a ed•; v• 2, 5a ed•; v• 3, 5a ed• - v• 1, cap• 1

[...] Fenômeno de transformação, mediante o qual se modificam as estruturas constitutivas dos corpos que sofrem ação de natureza química, física e microbiana determinantes dos processos cadavéricos e abióticos, a morte é o veículo condutor encarregado de transferir a mecânica da vida de uma para outra vibração. No homem representa a libertação dos implementos orgânicos, facultando ao espírito, responsável pela aglutinação das moléculas constitutivas dos órgãos, a livre ação fora da constrição restritiva do seu campo magnético.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Estudos espíritas• Pelo Espírito Joanna de Ângelis• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• - cap• 7

A morte é sempre responsabilidade pelos sofrimentos que ferem as multidões. Isto porque há uma preferência geral pela ilusão. Todos, porém, quantos nascem encontram-se imediatamente condenados à morte, não havendo razões para surpresas quando a mesma ocorre. No entanto, sempre se acusa que a famigerada destruidora de enganos visita este e não aquele lar, arrebata tal pessoa e M não aquela outra, conduz saudáveis e deixa doentes...
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Impermanência e imortalidade• Pelo Espírito Carlos Torres Pastorino• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Culto ao sofrimento

A tradição védica informa que o nascimento orgânico é morte, porque é uma viagem no mundo de sombras e de limites, quanto que a morte é vida, por ensejar a libertação do presídio da matéria para facultar os vôos nos rios do Infinito. Possivelmente, por essa razão, o sábio chinês Confúcio, escreveu: Quando nasceste todos riam e tu choravas. Vive, porém, de tal forma que, quando morras, todos chores, mas tu sorrias. [...] Concordando com essa perspectiva – reencarnação é morte e desencarnação é vida! [...]
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Impermanência e imortalidade• Pelo Espírito Carlos Torres Pastorino• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Iluminação para a ação

A morte se traduz como uma mudança vibratória que ocorre entre dois estados da vida: físico e fluídico. Através dela se prossegue como se é. Nem deslumbramento cerúleo nem estarrecimento infernal de surpresa. [...]
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Lampadário espírita• Pelo Espírito Joanna de Ângelis• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 11

A morte, examinada do ponto de vista terrestre, prossegue sendo a grande destruidora da alegria e da esperança, que gera dissabores e infortúnios entre os homens. [...] do ponto de vista espiritual, a morte significa o retorno para o lar, donde se procede, antes de iniciada a viagem para o aprendizado na escola terrena, sempre de breve duração, considerando-se a perenidade da vida em si mesma.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Loucura e obsessão• Pelo Espírito Manoel P• de Miranda• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - cap• 21

[...] Morrer é renascer, volver o espírito à sua verdadeira pátria, que é a espiritual. [...]
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Sublime expiação• Pelo Espírito Victor Hugo• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1998• - L• 1, cap• 5

[...] A morte, à semelhança da semente que se despedaça para germinar, é vida que se desenlaça, compensadora. [...]
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Sublime expiação• Pelo Espírito Victor Hugo• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1998• - L• 2, cap• 9

Etimologicamente, morte significa “cessação completa da vida do homem, do animal, do vegetal”. Genericamente, porém, morte é transformação. Morrer, do ponto de vista espiritual, nem sempre é desencarnar, isto é, liberar-se da matéria e das suas implicações. A desencarnação é o fenômeno de libertação do corpo somático por parte do Espírito, que, por sua vez, se desimanta dos condicionamentos e atavismos materiais, facultando a si mesmo liberdade de ação e de consciência. A morte é o fenômeno biológico, término natural da etapa física, que dá início a novo estado de transformação molecular. A desencarnação real ocorre depois do processo da morte orgânica, diferindo em tempo e circunstância, de indivíduo para indivíduo. A morte é ocorrência inevitável, em relação ao corpo, que, em face dos acontecimentos de vária ordem, tem interrompidos os veículos de preservação e de sustentação do equilíbrio celular, normalmente em conseqüência da ruptura do fluxo vital que se origina no ser espiritual, anterior, portanto, à forma física. A desencarnação pode ser rápida, logo após a morte, ou se alonga em estado de perturbação, conforme as disposições psíquicas e emocionais do ser espiritual.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Temas da vida e da morte• Pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Morte e desencarnação

[...] morrer é prosseguir vivendo, apesar da diferença vibratória na qual se expressará a realidade.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Temas da vida e da morte• Pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Morrendo para viver

Morrer é desnudar-se diante da vida, é verdadeira bênção que traz o Espírito de volta ao convívio da família de onde partiu...
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Temas da vida e da morte• Pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Processo desencarnatório

A morte é a desveladora da vida.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Temas da vida e da morte• Pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Identificação dos Espíritos

[...] a morte traduz, em última análise, o ponto de partida do estágio terrestre para, assim, a alma, liberta dos liames carnais, ascender a mundos superiores numa mesma linha de continuidade moral, intelectual e cultural, integralmente individualizada nos seus vícios e virtudes, nas suas aspirações e ideais, para melhor poder realizar a assimilação das experiências colhidas durante a sua encarnação na matéria física e planetária. [...]
Referencia: FREIRE, Antônio J• Ciência e Espiritismo: da sabedoria antiga à época contemporânea• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Da evolução e da Divindade

[...] a morte não é o remate dos padecimentos morais ou físicos, e sim uma transição na vida imortal. [...] A morte é o despertar de todas as faculdades do espírito entorpecidas no túmulo da carne e, então, liberto das sombras terrenas.
Referencia: GAMA, Zilda• Almas crucificadas• Pelo Espírito Victor Hugo• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - L• 3

A morte não é, como dizem geralmente, o sono eterno; é, antes, o despertar da alma – que se acha em letargia enquanto constrangida no estojo carnal – despertar que, às vezes, dura tempo bem limitado, porque lhe cumpre retornar à Terra, a desempenhar nova missão; não é o esvaimento de nenhum dos atributos anímicos; é o revigoramento e o ressurgimento de todos eles, pois é quando a inteligência se torna iluminada como por uma projeção elétrica, para se lhe desvendarem todas as heroicidades e todos os delitos perpetrados no decorrer de uma existência. [...]
Referencia: GAMA, Zilda• Na sombra e na luz• Pelo Espírito Victor Hugo• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - L• 1, cap• 7

[...] é um ponto-e-vírgula, não um ponto final. [...]
Referencia: GUARINO, Gilberto Campista• Centelhas de sabedoria• Por diversos autores espirituais• Rio de Janeiro: FEB, 1976• - Um gênero e duas épocas

[...] a morte é uma passagem para outra vida nova. [...]
Referencia: KRIJANOWSKI, Wera• A vingança do judeu Pelo Espírito Conde J• W• Rochester• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1991• - pt• 2, o homem propõe e Deus dispõe

[...] prelúdio de uma nova vida, de um novo progresso.
Referencia: MENEZES, Adolfo Bezerra de• Uma carta de Bezerra de Menezes• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1994• -

[...] a morte – ou seja, libertação do Espírito – é tão simples e natural que a grande maioria, por um espaço de tempo maior ou menor, nem mesmo sabe o que aconteceu e continua presa aos ambientes onde viveu na carne, numa atmosfera de pesadelo que não entende e da qual não consegue sair. [...]
Referencia: MIRANDA, Hermínio C• Reencarnação e imortalidade• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - cap• 15

M [...] a extinção da vida física não é uma tragédia que se possa imputar a Deus, mas um processo pelo qual a própria vida se renova. [...]
Referencia: MIRANDA, Hermínio C• Reencarnação e imortalidade• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - cap• 23

A morte é oportunidade para que pensemos na existência da alma, na sua sobrevivência e comunicabilidade com os vivos da Terra, através dos médiuns, da intuição, ou durante o sono. A morte é, ainda, ensejo para que glorifiquemos a Indefectível Justiça, que preside a vida em todas as suas manifestações. Na linguagem espírita, a morte é, tão-somente, transição de uma para outra forma de vida. Mudança de plano simplesmente. [...] a morte não é ocorrência aniquiladora da vida, mas, isto sim, glorioso cântico de imortalidade, em suas radiosas e sublimes manifestações.
Referencia: PERALVA, Martins• O pensamento de Emmanuel• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1994• - cap• 34

[...] nada mais é do que a transição de um estado anormal – o de encarnação para o estado normal e verdadeiro – o espiritual!
Referencia: PEREIRA, Yvonne A• Ressurreição e vida• Pelo Espírito Léon Tolstoi• 2a ed• esp• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Apres•

[...] a morte não é mais do que o prosseguimento da vida transportada para ambientes diferentes [...].
Referencia: PEREIRA, Yvonne A• Ressurreição e vida• Pelo Espírito Léon Tolstoi• 2a ed• esp• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 6

Morte que é vida admirável e feliz, ou tormentosa; vida exuberante, à luz do Cristo ou nas sombras do remorso e do mal. Mas vida eterna prometida por Jesus, que é, agora, mais bem compreendida. [...]
Referencia: RAMOS, Clóvis• 50 anos de Parnaso• Prefácio de Francisco Thiesen; apresentação de Hernani T• Sant’Anna• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - cap• 6

[...] a morte é, na realidade, o processo renovador da vida.
Referencia: SANT’ANNA, Hernani T• Amar e servir• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 42

Não te amedronte, filha minha, a morte, / Que ela é qual simples troca de vestido: / Damos de mão a um corpo já puído, / Por outro mais esplêndido e mais forte. [...] A morte, filha minha, é a liberdade! / É o vôo augusto para a luz divina, / Sob as bênçãos de paz da Eternidade! / É bem começo de uma nova idade: / Ante-manhã formosa e peregrina / Da nossa vera e grã felicidade.
Referencia: SANT’ANNA, Hernani T• Canções do alvorecer• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - A morte

[...] A morte não existe; e aquilo a que damos esse nome não é mais que a perda sofrida pela alma de parte das mônadas, que constituem o mecanismo de seu corpo terreno, dos elementos vívidos que voltam a uma condição semelhante àquela em que se achavam, antes de entrarem no cenário do mundo. [...]
Referencia: SARGENT, Epes• Bases científicas do Espiritismo• Traduzido da 6a ed• inglesa por F• R• Ewerton Quadros• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - cap• 1

[...] é simplesmente o nosso libertamento de um organismo pelo qual, apesar da grosseria dos sentidos, a nossa alma, invisível e perfectível, se nobilita [...].
Referencia: SARGENT, Epes• Bases científicas do Espiritismo• Traduzido da 6a ed• inglesa por F• R• Ewerton Quadros• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - cap• 2

A morte é ponto de interrogação entre nós incessantemente colocado, o primeiro tema a que se ligam questões sem-número, cujo exame faz a preocupação, o desespero dos séculos, a razão de ser de imensa cópia de sistemas filosóficos. [...]
Referencia: SOARES, Sílvio Brito• Páginas de Léon Denis• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1991• - Depois da morte

[...] é o remate da vida. [...]
Referencia: VIEIRA, Waldo• Seareiros de volta• Diversos autores espirituais• Prefácio de Elias Barbosa• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Convive com ele

[...] é a ressuscitadora das culpas mais disfarçadas pelas aparências do homem ou mais absconsas nas profundezas do espírito.
Referencia: VIEIRA, Waldo• Seareiros de volta• Diversos autores espirituais• Prefácio de Elias Barbosa• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Em paz e paciência

A morte não é noite sem alvorada nem dia sem amanhã; é a própria vida que segue sempre.
Referencia: VIEIRA, Waldo• Seareiros de volta• Diversos autores espirituais• Prefácio de Elias Barbosa• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - A lei da morte

[...] Morrer é passar de um estado a outro, é despir uma forma para revestir outra, subindo sempre de uma escala inferior para outra, imediatamente superior.
Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• Nas pegadas do Mestre: folhas esparsas dedicadas aos que têm fome e sede de justiça• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Evolução

[...] a morte só é simples mergulho na vida espiritual, para quem soube ser realmente simples na experiência terrestre.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Cartas e crônicas• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1991• - cap• 20

A morte do corpo constitui abençoada porta de libertação, para o trabalho maior.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

[...] a morte transforma, profundamente, o nosso modo de apreciar e de ser, acendendo claridades ocultas, onde nossa visão não alcançaria os objetivos a atingir.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

É a morte um simples túnel, através do qual a carruagem de nossos problemas se transfere de uma vida para outra. Não há surpresas nem saltos. Cada viajante traz a sua bagagem.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

A morte é o passado que, quase sempre, reclama esquecimento.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

A morte é somente uma longa viagem.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

A morte é a grande niveladora do mundo [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

Toda morte é ressurreição na verdade.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

A morte é uma ilusão, entre duas expressões da nossa vida.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

[...] A morte significa apenas uma nova modalidade de existência, que continua, sem milagres e sem saltos.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Emmanuel: dissertações mediúnicas sobre importantes questões que preocupam a Humanidade• Pelo Espírito Emmanuel• 25a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 1

Indubitavelmente, a morte do corpo é uma caixa de surpresas, que nem sempre são as mais agradáveis à nossa formação. [...] A morte, porém, é processo revelador de caracteres e corações [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Falando à Terra• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Do Além

[...] é sempre um caminho surpreendente.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Falando à Terra• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - De retorno

A morte é o banho revelador da verdade, porque a vida espiritual é a demonstração positiva da alma eterna.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Falando à Terra• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Tudo claro

[...] a hora da morte é diferente de todas as outras que o destino concede à nossa existência à face deste mundo [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Há dois mil anos: episódios da história do Cristianismo no século I• Romance de Emmanuel• 45a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 2, cap• 8

M A morte não provocada / É bênção que Deus envia, / Lembrando noite estrelada / Quando chega o fim do dia.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Idéias e ilustrações• Por diversos Espíritos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1993• - cap• 38

A morte é renovação, investindo a alma na posse do bem ou do mal que cultivou em si mesma durante a existência.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Instruções psicofônicas• Recebidas de vários Espíritos, no “Grupo Meimei”, e organizadas por Arnaldo Rocha• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Em saudação

Então, a morte é isto? uma porta que se fecha ao passado e outra que se abre ao futuro?
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Instruções psicofônicas• Recebidas de vários Espíritos, no “Grupo Meimei”, e organizadas por Arnaldo Rocha• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 28

A morte é simplesmente um passo além da experiência física, simplesmente um passo. Nada de deslumbramento espetacular, nada de transformação imediata, nada de milagre e, sim, nós mesmos, com as nossas deficiências e defecções, esperanças e sonhos.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Instruções psicofônicas• Recebidas de vários Espíritos, no “Grupo Meimei”, e organizadas por Arnaldo Rocha• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 31

[...] a morte, por mais triste e desconcertante, é sempre o toque de ressurgir.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Justiça Divina• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Jornada acima

[...] a morte é chave de emancipação para quantos esperam a liberdade construtiva. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Lázaro redivivo• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 41

A morte é simples mudança de veste [...] somos o que somos. Depois do sepulcro, não encontramos senão o paraíso ou o inferno criados por nós mesmos.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Libertação• Pelo Espírito André Luiz• 29a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 12

A morte física não é o fim. É pura mudança de capítulo no livro da evolução e do aperfeiçoamento. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Missionários da luz• Pelo Espírito André Luiz• 39a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - Ante os tempos novos

A morte não é uma fonte miraculosa de virtude e sabedoria. É, porém, uma asa luminosa de liberdade para os que pagaram os mais pesados tributos de dor e de esperança, nas esteiras do tempo.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Novas mensagens• Pelo Espírito Humberto de Campos• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2005• - Marte

[...] a morte representa para nós outros um banho prodigioso de sabedoria [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Novas mensagens• Pelo Espírito Humberto de Campos• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2005• - Carta a Gastão Penalva

O repouso absoluto no túmulo é a mais enganosa de todas as imagens que o homem inventou para a sua imaginação atormentada.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Novas mensagens• Pelo Espírito Humberto de Campos• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2005• - Carta a Gastão Penalva

[...] é campo de seqüência, sem ser fonte milagreira, que aqui ou além o homem é fruto de si mesmo. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Obreiros da vida eterna• Pelo Espírito André Luiz• 31a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2006• - Rasgando véus

A morte física não é salto do desequilíbrio, é passo da evolução, simplesmente.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Os Mensageiros• Pelo Espírito André Luiz• 41a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - Os mensageiros

A morte é simplesmente o lúcido processo / Desassimilador das formas acessíveis / À luz do vosso olhar, empobrecido e incerto.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Parnaso de Além-túmulo: poesias mediúnicas• Por diversos Espíritos• 17a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - O mistério da morte

[...] A morte física, em qualquer circunstância, deve ser interpretada como elemento transformador, que nos cabe aproveitar, intensificando o conhecimento de nós mesmos e a sublimação de nossas qualidades individuais, a fim de atendermos, com mais segurança, aos desígnios de Deus. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Pontos e contos• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• - cap• 30

[...] A morte mais terrível é a da queda, mas a Terra nos oferece a medicação justa, proporcionando-nos a santa possibilidade de nos reerguermos. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Renúncia• Pelo Espírito Emmanuel• 34a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - pt• 1, cap• 1

[...] o instante da morte do corpo físico é dia de juízo no mundo de cada homem.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Vinha de luz• Pelo Espírito Emmanuel• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 23

A morte para todos nós, que ainda não atingimos os mais altos padrões de humanidade, é uma pausa bendita na qual é possível abrir-nos à prosperidade nos princípios mais nobres. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Voltei• Pelo Espírito Irmão Jacob• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 16

[...] A morte é lição para todos. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• Almas em desfile• Pelo Espírito Hilário Silva• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - cap• 22


Fim da vida física. A morte espiritual significa separação em relação a Deus (Ef 2:1-5). A palavra é também empregada nos seguintes sentidos:
1) o fim de um modo pecaminoso de viver (Rm 6:4-8) e
2) a derradeira irreversível separação em relação a Deus após o juízo (Ap 20:11-15).

substantivo feminino Óbito ou falecimento; cessação completa da vida, da existência.
Extinção; falta de existência ou ausência definitiva de alguma coisa: morte de uma espécie; morte da esperança; morte de uma planta.
Figurado Sofrimento excessivo; pesar ou angústia: a perda do filho foi a morte para ele.
Figurado Ruína; destruição completa e definitiva de: a corrupção é, muitas vezes, o motivo da morte da esperança.
Por Extensão Representação da morte, caracterizada por um esqueleto humano que traz consigo uma foice.
Entre a vida e a morte. Estar sob a ameaça de morrer.
Morte aparente. Estado em que há redução das funções vitais do corpo.
Etimologia (origem da palavra morte). Do latim mors.mortis.

Ouvido

substantivo masculino Sentido pelo qual se percebem os sons; sentido da audição.
[Anatomia] Antigo órgão da audição, atualmente denominado por orelha.
[Música] Abertura no tampo dos instrumentos de corda ou orifício nos instrumentos de palheta.
[Música] Facilidade de fixar na memória peças musicais, ou de distinguir qualquer falta de afinação.
[Militar] Orifício usado para colocar pólvora em armas de fogo e de artilharia.
adjetivo Que se conseguiu ouvir, perceber pela audição: som ouvido.
locução adverbial De ouvido. Sem ter estudado, só por ter ouvido: aprender música de ouvido.
expressão Duro de ouvido. Diz-se de quem não ouve bem.
Entrar por um ouvido e sair pelo outro. Não dar importância ao que ouve, não levar em conta, especialmente um conselho, advertência.
Fazer ouvidos de mercador. Fingir que não ouve; não atender ao que se pede ou pergunta.
Ser todo ouvidos. Prestar toda a atenção, ouvir atentamente.
Etimologia (origem da palavra ouvido). Do latim auditum.

Em diversos casos esta palavra é usada figuradamente como em Jr 6:10, onde ouvidos incircuncisos são ouvidos desatentos à Palavra de Deus. os ‘ouvidos abertos’ do salmo 34.15 significam que Deus presta constante atenção às orações do Seu povo, ao passo que a expressão ‘endurece-lhe os ouvidos’ (is 6:10) refere-se às almas desobedientes que não querem ouvir. Entre os judeus, o escravo que renunciava ao privilégio de poder libertar-se no ano sabático, tinha de sujeitar-se a ser a sua orelha furada com uma sovela pelo seu senhor, como sinal de perpétua escravidão. A cerimônia era realizada na presença de algum juiz, ou magistrado, e era um ato voluntário (Êx 21:5-6).

Os ouvidos são sentinelas do conhecimento.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Instruções psicofônicas• Recebidas de vários Espíritos, no “Grupo Meimei”, e organizadas por Arnaldo Rocha• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 7


Ouvido Ver Escutar.

Suplicar

verbo bitransitivo e intransitivo Pedir humildemente ou com insistência; rogar, implorar: suplicar uma ajuda; nas suas orações, suplicava.
[Jurídico] Requerer em juízo; impetrar.
verbo transitivo direto e transitivo indireto Solicitar empenhada e insistentemente; implorar: suplicava auxílio; suplicava por melhorias na escola.
Etimologia (origem da palavra suplicar). Do latim supplicare.

suplicar
v. 1. tr. dir. Pedir com humildade e instância. 2. tr. ind. e Intr. Fazer súplicas.

Temer

verbo transitivo direto , transitivo indireto, intransitivo e pronominal Ter ou expressar muito medo, fobia, temor; recear: tememos um desastre ecológico; não se deve temer das medidas de austeridade; o corajoso não teme; não se teme as injustiças da vida.
verbo transitivo indireto Expressar receios, preocupação; preocupar-se: temia pela morte da mãe.
verbo transitivo direto Por Extensão Demonstrar muito respeito, obediência ou reverência por: temia dogmas religiosos.
Etimologia (origem da palavra temer). Do latim timerere.

recear, suspeitar, desconfiar. – Temer, aqui, é “crer na probabilidade de um mal ou contratempo qualquer: temo que ele se desdiga; temo que me censurem”. – Recear é temer o engano, a falsidade, o mal que outrem nos pode fazer, ou o prejuízo que nos pode causar, sem que, porém, tenhamos grandes fundamentos que justifiquem o nosso receio: receamos que não venha; os escarmentados receiam tudo de todos. – Suspeitar é formar um mau juízo em virtude de indícios ou antecedentes: “suspeito que ele me engana”. (Bruns.) – Parece haver, do último para o primeiro, uma perfeita gradação na força expressiva destes verbos: suspeitamos desconfiando, isto é, inquietando-nos ligeiramente; receamos preocupando-nos; tememos pondo-nos em guarda, quase afligindo-nos. – Desconfiar é menos que recear e temer, mas é mais que suspeitar. Desconfia aquele que tem já algum motivo um tanto sério para, conquanto, esse motivo não atinja diretamente a pessoa ou coisa de que se desconfia. No meio de bandidos desconfiaríamos de um santo. Desconfiaríamos de um homem de bem que convivesse com velhacos. O marechal confiava desconfiando.

Strongs

Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
Hebreus 5: 7 - Texto em Grego - (BGB) - Bíblia Grega Bereana

Ele, JesusG3739 ὅςG3739, nosG1722 ἔνG1722 diasG2250 ἡμέραG2250 da suaG848 αὑτοῦG848 carneG4561 σάρξG4561, tendo oferecidoG4374 προσφέρωG4374 G5660, comG3326 μετάG3326 forteG2478 ἰσχυρόςG2478 clamorG2906 κραυγήG2906 eG2532 καίG2532 lágrimasG1144 δάκρυG1144, oraçõesG1162 δέησιςG1162 eG2532 καίG2532 súplicasG2428 ἱκετηρίαG2428 aG4314 πρόςG4314 quem o podiaG1410 δύναμαιG1410 G5740 G846 αὐτόςG846 livrarG4982 σώζωG4982 G5721 daG1537 ἐκG1537 morteG2288 θάνατοςG2288 eG2532 καίG2532 tendo sido ouvidoG1522 εἰσακούωG1522 G5685 por causa daG575 ἀπόG575 sua piedadeG2124 εὐλάβειαG2124,
Hebreus 5: 7 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

68 d.C.
G1144
dákry
δάκρυ
filho mais novo de Raquel e Jacó, irmão legítimo de José
(Benjamin)
Substantivo
G1162
déēsis
δέησις
antepassado de Davi, parente resgatador de Rute, nora de Noemi
(Boaz)
Substantivo
G1410
dýnamai
δύναμαι
sétimo filho de Jacó através de Zilpa, serva de Lia, e irmão legítimo de Aser
(Gad)
Substantivo
G1522
eisakoúō
εἰσακούω
dar atênção a, aceitar admoestação, obedecer
(they will be heard)
Verbo - futuro do indicativo Passivo - 3ª pessoa do plural
G1537
ek
ἐκ
o primeiro local de um acampamento israelita a oeste do Jordão, também a leste de
(Gilgal)
Substantivo
G1722
en
ἐν
ouro
(gold)
Substantivo
G2124
eulábeia
εὐλάβεια
filho de Sifi, um líder dos simeonitas no reinado de Ezequias
(And Ziza)
Substantivo
G2250
hēméra
ἡμέρα
[os] dias
([the] days)
Substantivo - Dativo Feminino no Plural
G2288
thánatos
θάνατος
a morte do corpo
(of death)
Substantivo - Masculino no Singular genitivo
G2428
hiketēría
ἱκετηρία
força, poder, eficiência, fartura, exército
(their wealth)
Substantivo
G2478
ischyrós
ἰσχυρός
uma cidade num monte nas montanhas de Judá à esquerda da estrada de Jerusalém para
(Halhul)
Substantivo
G2532
kaí
καί
desejo, aquilo que é desejável adj
(goodly)
Substantivo
G2906
kraugḗ
κραυγή
um choro
(a cry)
Substantivo - Feminino no Singular nominativo
G3326
metá
μετά
.. .. ..
(.. .. ..)
Substantivo
G3588
ho
para que
(that)
Conjunção
G3739
hós
ὅς
que
(which)
Pronome pessoal / relativo - neutro neutro no Singular
G4314
prós
πρός
pai de Matrede e avô de Meetabel, a esposa de Hadade, o último rei mencionado de
(of Mezahab)
Substantivo
G4374
prosphérō
προσφέρω
levar a, conduzir a
(they offered)
Verbo - Aoristo (pretérito não qualificado de um verbo sem referência à duração ou conclusão da ação) Indicativo Ativo - 3ª pessoa do plural
G4561
sárx
σάρξ
carne
(flesh)
Substantivo - Feminino no Singular nominativo
G4982
sṓzō
σώζω
um sacerdote, filho de Joiaribe, na época de Joiaquim
(Mattenai)
Substantivo
G5037
τέ
um homem do Carmelo que rejeitou os mensageiros de Davi, e morreu de choque quando
(Nabal)
Substantivo
G575
apó
ἀπό
onde?, para onde? (referindo-se a lugar)
(and where)
Advérbio
G846
autós
αὐτός
dele
(of him)
Pronome Pessoal / Possessivo - Genitivo Masculino 3ª pessoa do singular


δάκρυ


(G1144)
dákry (dak'-roo)

1144 δακρυ dakru ou δακρυον dakruon

de afinidade incerta; n n

  1. lágrima

δέησις


(G1162)
déēsis (deh'-ay-sis)

1162 δεησις deesis

de 1189; TDNT - 2:40,144; n f

  1. necessidade, indigência, falta, privação penúria
  2. o ato de pedir, petição, súplica, pedido a Deus ou a um ser humano

Sinônimos ver verbete 5828 e 5883


δύναμαι


(G1410)
dýnamai (doo'-nam-ahee)

1410 δυναμαι dunamai

de afinidade incerta; TDNT - 2:284,186; v

  1. ser capaz, ter poder quer pela virtude da habilidade e recursos próprios de alguém, ou de um estado de mente, ou através de circunstâncias favoráveis, ou pela permissão de lei ou costume
  2. ser apto para fazer alguma coisa
  3. ser competente, forte e poderoso

εἰσακούω


(G1522)
eisakoúō (ice-ak-oo'-o)

1522 εισακουω eisakouo

de 1519 e 191; TDNT - 1:222,34; v

  1. dar atênção a, aceitar admoestação, obedecer
  2. ouvir, consentir, requerer, ser ouvido, ter um pedido atendido
    1. de pessoas que apresentam suas orações a Deus
    2. de orações oferecidas

ἐκ


(G1537)
ek (ek)

1537 εκ ek ou εξ ex

preposição primária denotando origem (o ponto de onde ação ou movimento procede), de, de dentro de (de lugar, tempo, ou causa; literal ou figurativo); prep

  1. de dentro de, de, por, fora de

ἐν


(G1722)
en (en)

1722 εν en

preposição primária denotando posição (fixa) (de lugar, tempo ou estado), e (por implicação) instrumentalidade (mediana ou construtivamente), i.e. uma relação do descanso (intermédia entre 1519 e 1537); TDNT - 2:537,233; prep

  1. em, por, com etc.

εὐλάβεια


(G2124)
eulábeia (yoo-lab'-i-ah)

2124 ευλαβεια eulabeia

de 2126; TDNT - 2:751,275; n f

  1. precaução, circunspeção, prudência, discrição
    1. fuga
    2. distância prudente
  2. reverência, veneração
    1. reverência a Deus, temor divino, piedade

      medo, ansiedade, temor

Sinônimos ver verbete 5835


ἡμέρα


(G2250)
hēméra (hay-mer'-ah)

2250 ημερα hemera

de (com 5610 implicado) um derivado de hemai (descansar, semelhante a raíz de 1476) significando manso, i.e. dócil; TDNT - 2:943,309; n f

  1. o dia, usado do dia natural, ou do intervalo entre o nascer e o pôr-do-sol, como diferenciado e contrastado com a noite
    1. durante o dia
    2. metáf., “o dia” é considerado como o tempo para abster-se de indulgência, vício, crime, por serem atos cometidos de noite e na escuridão
  2. do dia civil, ou do espaço de vinte e quatro horas (que também inclui a noite)
    1. o uso oriental deste termo difere do nosso uso ocidental. Qualquer parte de um dia é contado como um dia inteiro. Por isso a expressão “três dias e três noites” não significa literalmente três dias inteiros, mas ao menos um dia inteiro, mais partes de dois outros dias.

      do último dia desta presente era, o dia em que Cristo voltará do céu, ressuscitará os mortos, levará a cabo o julgamento final, e estabelecerá o seu reino de forma plena.

      usado do tempo de modo geral, i.e., os dias da sua vida.


θάνατος


(G2288)
thánatos (than'-at-os)

2288 θανατος thanatos

de 2348; TDNT - 3:7,312; n m

  1. a morte do corpo
    1. aquela separação (seja natural ou violenta) da alma e do corpo pela qual a vida na terra termina
    2. com a idéia implícita de miséria futura no inferno
      1. o poder da morte
    3. como o mundo inferior, a habitação dos mortos era concebida como sendo muito escura, equivalente à região da mais densa treva, i.e., figuradamente, uma região envolvida em trevas de ignorância e pecado
  2. metáf., a perda daquela única vida digna do nome,
    1. a miséria da alma que se origina do pecado, que começa na terra, mas continua e aumenta, depois da morte do corpo, no inferno

      o estado miserável do ímpio no inferno

      no sentido mais amplo, a morte, incluindo toda as misérias que se originam do pecado, e inclui a morte física como a perda de um vida consagrada a Deus e abênçoada por ele na terra, é seguida pela desdita no inferno


ἱκετηρία


(G2428)
hiketēría (hik-et-ay-ree'-ah)

2428 ικετηρια hiketeria

de um derivado da raiz de 2425 (pela idéia de aproximar-se para um benefício); TDNT -

3:296,362; n f

  1. ramo de oliva
    1. pessoas em necessidade aproximavam-se de quem iriam implorar ajuda segurando um ramo de oliva entrelaçado com lã branca e fitas para dar a entender que vieram como suplicantes

      súplica

Sinônimos ver verbete 5883


ἰσχυρός


(G2478)
ischyrós (is-khoo-ros')

2478 ισχυρος ischuros

de 2479; TDNT - 3:397,378; adj

  1. forte, poderoso
    1. de seres vivos
      1. forte, física ou mentalmente
      2. de alguém que tem um espírito forte para resistir os ataques de Satanás, e desta fortaleza procedem muitas excelências
    2. sobre coisas inanimadas
      1. forte, violento, firme, seguro

καί


(G2532)
kaí (kahee)

2532 και kai

aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj

  1. e, também, até mesmo, realmente, mas

κραυγή


(G2906)
kraugḗ (krow-gay')

2906 κραυγη krauge

de 2896; TDNT - 3:898,465; n f

  1. grito, gritaria, clamor

μετά


(G3326)
metá (met-ah')

3326 μετα meta

preposição primária (com freqüencia usada adverbialmente); TDNT - 7:766,1102; prep

  1. com, depois, atrás


(G3588)
ho (ho)

3588 ο ho

que inclue o feminino η he, e o neutro το to

em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo

  1. este, aquela, estes, etc.

    Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.


ὅς


(G3739)
hós (hos)

3739 ος hos incluindo feminino η he, e neutro ο ho

provavelmente, palavra primária (ou talvez uma forma do artigo 3588); pron

  1. quem, que, o qual

πρός


(G4314)
prós (pros)

4314 προς pros

forma fortalecida de 4253; TDNT - 6:720,942; prep

em benefício de

em, perto, por

para, em direção a, com, com respeito a


προσφέρω


(G4374)
prosphérō (pros-fer'-o)

4374 προσφερω prosphero

de 4314 e 5342 (que inclue seu substituto); TDNT - 9:65,1252; v

  1. levar a, conduzir a
    1. alguém que pode curar uma pessoa ou estar pronto a mostrá-la alguma gentileza, alguém que pode julgar uma pessoa
    2. trazer um presente ou algo, alcançar ou pegar algo para alguém
    3. juntar
  2. ser impelido em direção a alguém, atacar, assaltar
    1. conduzir-se em direção a alguém, tratar ou lidar com alguém

σάρξ


(G4561)
sárx (sarx)

4561 σαρξ sarx

provavelmente da mesma raiz de 4563; TDNT - 7:98,1000; n f

  1. carne (substância terna do corpo vivo, que cobre os ossos e é permeada com sangue) tanto de seres humanos como de animais
  2. corpo
    1. corpo de uma pessoa
    2. usado da origem natural ou física, geração ou afinidade
      1. nascido por geração natural
    3. natureza sensual do homem, “a natureza animal”
      1. sem nenhuma sugestão de depravação
      2. natureza animal com desejo ardente que incita a pecar
      3. natureza física das pessoas, sujeita ao sofrimento

        criatura viva (por possuir um corpo de carne), seja ser humano ou animal

        a carne, denotando simplesmente a natureza humana, a natureza terrena dos seres humanos separada da influência divina, e por esta razão inclinada ao pecado e oposta a Deus


σώζω


(G4982)
sṓzō (sode'-zo)

4982 σωζω sozo

de uma palavra primária sos (contração da forma arcaica saos, “seguro”); TDNT - 7:965,1132; v

  1. salvar, manter são e salvo, resgatar do perigo ou destruição
    1. alguém (de dano ou perigo)
      1. poupar alguém de sofrer (de perecer), i.e., alguém sofrendo de uma enfermidade, fazer bem, curar, restaurar a saúde
      2. preservar alguém que está em perigo de destruição, salvar ou resgatar
    2. salvar no sentido técnico usado na Bíblia
      1. negativamente
        1. livrar das penalidade do julgamento messiânico
        2. livrar dos males que dificultam a recepção do livramento messiânico

τέ


(G5037)
(teh)

5037 τε te

partícula primária (enclítica) de conecção ou adição; partícula

não apenas ... mas também

tanto ... como

tal ... tal


ἀπό


(G575)
apó (apo')

575 απο apo apo’

partícula primária; preposição

  1. de separação
    1. de separação local, depois de verbos de movimento de um lugar i.e. de partir, de fugir
    2. de separação de uma parte do todo
      1. quando de um todo alguma parte é tomada
    3. de qualquer tipo de separação de uma coisa de outra pelo qual a união ou comunhão dos dois é destruída
    4. de um estado de separação. Distância
      1. física, de distância de lugar
      2. tempo, de distância de tempo
  2. de origem
    1. do lugar de onde algo está, vem, acontece, é tomado
    2. de origem de uma causa

αὐτός


(G846)
autós (ow-tos')

846 αυτος autos

da partícula au [talvez semelhante a raiz de 109 pela idéia de um vento instável] (para trás); pron

  1. ele próprio, ela mesma, eles mesmos, de si mesmo
  2. ele, ela, isto
  3. o mesmo