Enciclopédia de Rute 3:10-10

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

rt 3: 10

Versão Versículo
ARA Disse ele: Bendita sejas tu do Senhor, minha filha; melhor fizeste a tua última benevolência que a primeira, pois não foste após jovens, quer pobres, quer ricos.
ARC E disse ele: Bendita sejas tu do Senhor, minha filha; melhor fizeste esta tua última beneficência do que a primeira, pois após nenhuns mancebos foste, quer pobres quer ricos.
TB Ele disse: Bendita sejas de Jeová, minha filha. Mostraste mais bondade agora do que em outro tempo, visto que não escolheste mancebos pobres ou ricos.
HSB וַיֹּ֗אמֶר בְּרוּכָ֨ה אַ֤תְּ לַֽיהוָה֙ בִּתִּ֔י הֵיטַ֛בְתְּ חַסְדֵּ֥ךְ הָאַחֲר֖וֹן מִן־ הָרִאשׁ֑וֹן לְבִלְתִּי־ לֶ֗כֶת אַחֲרֵי֙ הַבַּ֣חוּרִ֔ים אִם־ דַּ֖ל וְאִם־ עָשִֽׁיר׃
BKJ E ele disse: Bendita sejas tu do SENHOR, minha filha; pois demonstraste mais benevolência no final do que no começo, porquanto não seguiste os moços, quer pobres ou ricos.
LTT E disse ele: Bendita sejas tu do SENHOR, minha filha; melhor fizeste esta tua última benevolência do que a primeira, pois após nenhum dos jovens foste, quer pobre quer rico.
BJ2 E disse ele: "Bendita sejas por Deus, minha filha; este teu novo ato de piedade[t] excede o primeiro, pois não procuraste jovens, pobres ou ricos.
VULG Et ille : Benedicta, inquit, es a Domino, filia, et priorem misericordiam posteriore superasti : quia non est secuta juvenes, pauperes sive divites.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Rute 3:10

Rute 1:8 disse Noemi às suas duas noras: Ide, voltai cada uma à casa de sua mãe; e o Senhor use convosco de benevolência, como vós usastes com os falecidos e comigo.
Rute 2:4 E eis que Boaz veio de Belém e disse aos segadores: O Senhor seja convosco. E disseram-lhe eles: O Senhor te abençoe.
Rute 2:20 Então, Noemi disse à sua nora: Bendito seja do Senhor, que ainda não tem deixado a sua beneficência nem para com os vivos nem para com os mortos. Disse-lhe mais Noemi: Este homem é nosso parente chegado e um dentre os nossos remidores.
I Coríntios 13:4 O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece,

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras

Não foram encontradas referências em Outras Obras.

Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Rute Capítulo 3 do versículo 1 até o 18
SEÇÃO III

O ESTRANHO PEDIDO DE RUTE

Rute 3:1-18

  • NOEMI ACONSELHA RUTE 3:1-5
  • Com o término da colheita, Noemi coloca em prática seu plano em relação a Rute. Cheia da intuição feminina, ela talvez tenha percebido a possibilidade do interesse de Boaz por sua nora. Ela expressou o desejo de buscar descanso (1) para aquela mulher moabita, um termo que significa segurança no casamento,ou encontrar um lar (cf. 1.9). Rute foi instruída para tomar um banho, ungir-se, colocar uma roupa ("um manto" ou um tipo de xale ou véu, normalmente uma peça quadrada de tecido que servia como vestimenta exterior, mas que era usada de diversos modos — Gn 9:23; Êx 12:34; Dt 22:17; Jz 8:25-1 Sm 21.9 — provavelmente "os teus melhores vestidos" — ARA) e que fosse ao lugar onde Boaz estaria para limpar a cevada na eira.

    Quando Boaz tivesse terminado de comer e beber e fosse se deitar, Rute deveria marcar bem o lugar. Então, ela deveria entrar, descobrir os pés dele e deitar-se. Boaz lhe diria o que fazer em seguida. Com um espírito de obediência ao conselho de Noemi e com a disposição de uma mulher que busca o casamento e um lar, Rute concordou em seguir suas instruções: Tudo quanto me disseres farei (5).

  • BOAZ FAZ UM VOTO, 3:6-13
  • Rute fez conforme lhe foi dito. Boaz fez sua cama ao lado de um monte de grãos, provavelmente para guardá-los dos ladrões. Depois de pegar no sono, Rute veio de man-sinho, e lhe descobriu os pés, e se deitou (7). À meia-noite, Boaz estremeceu -melhor "assustou-se" (ARA) — e, quando se virou, encontrou uma mulher aos seus pés.

    "Quem é você", perguntou ele. "Sou Rute, a sua serva", respondeu ela. Estende, pois, tua aba sobre a tua serva, porque tu és o remidor (9). O pedido seria compreendido como um desejo de que Boaz cumprisse a tarefa de remidor em relação à viúva de seu parente falecido.'

    Boaz indicou sua disposição. Após nenhum jovem foste (10) deixa mais uma vez implícito que Boaz era mais velho que Rute. Ele já tivera abundante testemunho do caráter virtuoso daquela jovem. Toda a cidade do meu povo (11), literalmente "todo o portão do meu povo", ou seja, o conselho de anciãos que se encontrava nos portões da cidade. Só haveria uma possível complicação. Havia um parente mais próximo que deve-ria ser consultado em primeiro lugar. Boaz prometeu vê-lo pela manhã, e comprometeu-se por meio de um voto: vive o Senhor (13).

    C. RUTE 5OLTA A NOEMI COM UM PRESENTE, 3:14-18

    Rute deita-se calmamente até a manhã, conforme Boaz orientou. Embora os proce-dimentos estivessem de acordo com as práticas sociais da época, Boaz sabiamente prote-geu a reputação tanto de Rute como a sua própria por meio da ordem dada aos seus servos: Não se saiba que alguma mulher veio à eira (14). Então, enquanto ainda estava muito escuro para que alguém fosse reconhecido, Boaz derramou seis medidas (15) de cevada no véu de,Rute e a despediu. Não há indicação da medida usada, tanto no texto hebraico como na DOC. Se fosse um ômer, seria o equivalente a quase quatro litros. Rute foi até Noemi e esta lhe perguntou: Como se te passaram as coisas? Depois de contar o que acontecera, Noemi disse: "Apenas seja paciente, minha filha. Este homem não descansará até que resolva esta questão ainda hoje".


    Champlin

    Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
    Champlin - Comentários de Rute Capítulo 3 do versículo 6 até o 15

    Boaz Resolve Ser o Parente-remidor (Rt 3:6-15)

    Rt 3:6
    Então foi para a eira.
    As eiras eram sempre lugares altos, para permitir o máximo de exposição ao vento, o que ajudava no ato de padejar o cereal. E o chão era ligeiramente escavado, para ficar abaixo do nível do terreno em redor, a fim de ali ficar contido o grão. Nesse nível ligeiramente rebaixado é que Rute encontraria o alvo de seus esquemas. Ela se havia preparado bem, tendo feito tudo quanto fomenta a força de atração feminina. Limpa, perfumada e vestida em uma camisola reveladora. O sucesso parecia inevitável.

    Rt 3:7

    E se deitou. Uma vez mais, a mente cristã sente-se chocada. Tinha havido uma grande festividade. Boaz estava ligeiramente estonteado. A colheita já estava chegando no fim. Havia grandes quantidades de grãos já padejados na eira. Assim sendo, por que não celebrar? Havia grande abundância de alimentos, vinho e muitas mulheres que dançavam. Os homens também poderiam dançar, se quisessem. Pelo menos, meio embriagado, Boaz ajeitou-se perto de um montão de grãos, a fim de descansar e dormir. Os olhos de Rute seguiram-no. Ela estava ansiosa para levar adiante aquele plano agradável.

    Devemos lembrar, uma vez mais, que a cultura dos hebreus caracterizava-se pelas canções, pelas danças e pelo vinho. Naturalmente, em nossos dias, a terrível música “rock” e suas danças imorais têm corrompido a própria Igreja organizada. Mas pelo menos os hebreus não corrompiam o seu lugar de adoração!

    “Ele tinha comido e bebido: um pouco de conhecimento acerca da natureza humana. Ester também esperou que o rei tivesse festejado e bebido (ver Et 7:2)” (Louise P. Smith, to toc).

    Por conseguinte, ali estava Boaz, a guardar seu montão de grãos, sua mente ainda balançando por causa da música, enquanto o vinho lhe alegrava o cérebro. Poderia ele resistir à bela Rute, que se aproximava do lugar onde ele jazia a dormir? John Gill fala sobre “a alegria inocente" que era permitida na eira, naquele tempo. Mas dificilmente isso amortiza aquilo que sabemos sobre a história, especialmente, aquilo que sabemos a respeito do tempo dos juizes de Israel e da grande liberalidade que predominava no tempo da colheita do cereal.

    Rt 3:8
    Sucedeu que...
    “O plano de Noemi é tão estranho aos nossos costumes sexuais que seria mais sábio rejeitar todo o incidente com propósitos homiléticos” (Louise P. Smith, to toc). Naturalmente, os pregadores e os mestres sempre usaram esta passagem (e o livro inteiro de Rute) para apresentarem sermões e lições intermináveis. Por outra parte, muitas passagens de moral duvidosa (como aquelas repletas de matanças) sempre foram usadas como base de sermões e lições.

    Pela meia-noite. Quando os efeitos do vinho já haviam passado um pouco, de súbito Boaz tomou consciência de uma presença. Grande deve ter sido a sua surpresa ao descobrir uma bela mulher deitada ao seu lado! Os Targuns apresentam aqui um breve mas excelente comentário. A carne de Boaz “ficou fraca como um nabo", tão intenso foi o medo que o invadiu de súbito. Jarchi asseverou que ele ficou com medo por ter pensado que algum espirito ou demônio teria vindo deitar-se a seu lado. Ele referia àqueles demônios que, segundo algumas crenças, se aproximam das pessoas à noite! Mas era apenas Rute, a bela moabita. Em algumas ocasiões, todavia, não há grande diferença entre uma bela mulher e um demônio.
    E como foi que Boaz descobriu o que ou quem estava deitado ao seu lado? Aben Ezra explicou que a lua estaria clara o bastante para revelar o fato. E Jarch experimenta que Boaz estendeu a mão e tateou os longos cabelos daquela pessoa, reconhecendo assim que se tratava de uma mulher.

    Rt 3:9

    Sou Rute, tua serva. A jovem moabita identificou-se e, sem perda de tempo, fez uma proposta de casamento. Pelo menos o pedido de ele estender a capa dele sobre eia teve esse significado. Conforme Rt 2:12 quanto à metáfora da galinha ou da ave e seus filhotes. Podemos estar certos de que a “asa” de proteção, nesse caso, era o casamento. Rute não estava esperando de Boaz menos do que isso E nem estava ela, meramente, pedindo que Boaz a cobrisse com algum pano. Os Targuns interpretam este versículo como uma proposta de matrimônio, embora ela também pudesse estar com frio e quisesse cobrir-se com alguma coisa. Mas as palavras dela deram a entender mais do que isso.

    Porque tu és resgatador. Ela pediu a proteção dele; mas, para que houvesse uma proteção verdadeira, era mister que Boaz se casasse com Rute. A referência ao resgatador, neste mesmo versículo, não pode indicar outro sentido à capa, senão o casamento.

    Alguns estudiosos supõem que a referência à capa (no original hebraico foi usada a palavra kanaph, “asa”) indique o ato sexual no mesmo instante, como uma garantia do intuito de casamento. Mas parece que essa interpretação exagera o significado do texto.

    Rt 3:10
    Disse ele. Boaz ficou muito satisfeito com o que tinha acontecido. Em primeiro lugar, sendo ele um homem um tanto idoso, sentiu-se lisonjeado diante da atenção dada por Rute. Ela não tinha procurado homens mais jovens e ricos. E, longe de ficar ofendido com o que ela tinha feito, Boaz considerou que era um ato de benevolência. Ela sempre se mostrara atenciosa e bondosa para com ele; mas naquela noite, lhe dera uma atenção pessoal muito especial. Devemos compreender que a figura feminina de Rute era tal que ela poderia conseguir homens jovens, fossem eles endinheirados ou não. Assim sendo, Boaz ficou muito feliz diante do fato de que ela o tinha escolhido, embora, verdadeiramente, tivesse feito com um modus operandi deveras ousado.

    Boaz, Modelo de Comportamento Sexual. O texto sagrado tem o cuidado de informar-nos (vs. Rt 3:11) que Rute era uma mulher virtuosa, um fato que todos reconheciam. Provavelmente, isso inclui a idéia de que se Boaz dominou diante de qualquer tentação que tenha sentido, e não tocou em Rute naquela noite. Esses acontecimentos são raros, embora saibamos de casos bem conhecidos através da história.

    “Boaz subjugou a sua concupiscência, e agiu para com Rute conforme José fizera no caso da esposa egípcia de seu senhor; ou como Pelatiel. filho de Laís, o piedoso, fez no caso de Mical, a filha de Saul e esposa de Davi, que punha uma espada entre Mical e ele mesmo porquanto não queria aproximar-se dela” (assim comentam os Targuns acerca deste versículo).
    Também temos a história de Tomás de Aquino, outro gigante moral. Ele tinha resolvido que se tornaria padre, mas seus pais queriam que ele fosse advogado. A fim de debilitarem a sua força de vontade, enviaram uma bela e jovem mulher, para visitá-lo em seu quarto. E logo ela deixou claro com qual propósito tinha vindo ali. Irado, ele apanhou um ferro quente, tirado da lareira, e foi atrás dela. Ela fugiu do quarto e bateu a porta no rosto dele. E, assim sendo, ele fez a marca da cruz pelo lado de dentro do quarto, com o ferro em brasa.
    Os homens gostam de contar e escrever histórias assim porque, na verdade, não há muitas dessas histórias que possam ser registradas, e aqueles que contam essas vitórias morais obtêm uma espécie de aura moral ao seu derredor. Mas os cínicos explicam essas histórias sugenndo que esses gigantes morais eram, na realidade, homossexuais ou homens geneticamente defeituosos. A verdade da questão, entretanto, é que realmente existem alguns poucos gigantes morais; e não deveriamos desacreditar de tais relatos somente por causa de alguns maliciosos.

    Epicteto foi outro desses heróis morais. No caso dele, foi-lhe possível até mesmo zombar de uma jovem que se despira diante dele, porque ele não tinha a mínima intenção de atender à solicitação dela. Em contraste com isso, houve o comandante militar, Menandro, que observou: “Uma jovem indigna fez de mim um escravo, embora nenhum adversário jamais me tivesse subjugado”. Epicteto chegou a indagar: “Quando a jovem bonita foi demais para você, você saiu sem ser punido?”.

    Rt 3:11
    Tudo quanto disseste eu te farei. Rute tinha proposto casamento a Boaz.
    Afinal, ela tinha o direito legal de fazer tal proposta, visto que Boaz era um parente-remidor qualificado. E Boaz, que já vinha pensando sobre o assunto, concordou imediatamente com ela, depois daquele chocante ato da meia-noite. Tanto Noemi quanto Rute estavam com pressa, mas talvez Boaz acabaria chegando à decisão que tomou, afinal. Foi ótimo que Boaz se tenha mostrado tão favorável, embora estivesse resolvido, o tempo todo, a casar-se com Rute. Ele casar-se-ia com ela de acordo com a maneira legal, e assim sua reputação seria resguardada. E Rute seria considerada uma mulher virtuosa por todos. Boaz, como homem, simplesmente mostrou ser muito superior ao resto da matilha.
    Toda a cidade. Na verdade, portão, o lugar onde os oficiais se assentavam e ditavam julgamento. Uma decisão favorável seria tomada; os oficiais julgariam Rute aigna de casar-se com Boaz; a operação do goel (parente-remidor) entraria em ação. A herança seria legalmente preservada; um herdeiro manteria viva a linhagem de Elimeleque, e o seu nome não seria esquecido em Israel. Quanto ao portão, cf. Gn 19:1; Gn 34:20,Gn 34:24; Dt 16:18 ; Dt 21:19. Os oficiais da cidade reconheceríam a virtude de Rute, e assim também todo o povo da cidade, que passava constantemente por aqueles portões. As coisas seriam feitas de forma decente e em boa ordem, de tal modo que nada teria de ser censurado por quem quer que fosse.

    Virtuosa. No hebraico temos o vocábulo hayil, que significa “valor", “dignidade”, “habilidade" “virtude”. Essa mesma palavra hebraica foi usada para descrever o próprio Boaz (2,1). Ver também Pv 12:4; Pv 31:10,Pv 31:29. Nobre, algumas vezes, é uma boa tradução para essa palavra.

    Rt 3:12
    Outro resgatador há mais chegado do que eu. O parente mais chegado de todos tinha primazia, de acordo com a lei do levírato, e teria a primeira chance de redimir a mulher e a herança. Se ele declinasse, então chegaria a oportunidade do segundo, Boaz. O quarto capitulo conta a história dessa questão. Isso apresentou outra complicação; mas quando o destino está em jogo, todas as complicações são finalmente resolvidas. Boaz faria tudo quanto fosse possível para garantir Rute para si mesmo, embora houvesse um pequeno período de demora. É de presumir, de acordo com as fontes informativas judaicas que Boaz e o falecido marido de Noemi fossem primos. E, nesse caso, o outro parente-remidor em potencial seria um irmão do falecido marido de Noemi, ou seja, um tio de Boaz (ver Midrash, Ruth, foi. 31-4; 34.2). Ver também Rt 4:3 quanto a outras idéias. É possível que todas essas informações sejam meras conjecturas; mas essa é toda a informação de que se dispõe sobre o assunto.

    Rt 3:13,Rt 3:14
    Tão certo como vive o Senhor. Boaz jurou por Yahweh que ele cumpriria o seu papel de parente-remidor, se o outro parente-remidor não quisesse cumprir o dever. Entrementes, tudo quanto restava fazer naquela noite era dormir e esperar que acontecesse o melhor. Boaz manteve Rute ali pelo resto da noite; mas ainda de madrugada, quando ainda estava escuro, ela deslizou para fora, a fim de não causar maledicência e escândalo (vs. Rt 3:14). Ademais, Boaz baixou ordens estritas de que não se deveria saber que uma mulher dormira ao lado dele a noite inteira, pois talvez tivesse havido testemunhas oculares, e ele agiu assim como medida preventiva.
    O texto hebraico é assinalado com um símbolo especial, o mesmo que também se encontra na história do incesto de Ló com suas duas filhas. Esse símbolo, pois, vincula as duas passagens. Portanto, temos o ponto admirável que os moabitas, que eram resultados de um incesto, acabaram no regaço de Boaz, através de Rute. O incidente que ora comentamos teve lugar com uma descendente distante de Ló. Mas eis que nos lembramos de que essa descendente distante também ocupa um lugar nas genealogias do rei Davi e do Rei Messias. Assim sendo, o propósito de Deus opera na direção da redenção e da restauração universal; e é precisamente isso que esperamos da parte do amor de Deus. Os livros de Rute e de Jonas são uma espécie de Jo 3:16 do Antigo Testamento.

    “... ambas essas histórias (de Ló e de Boaz) apontam para a grande providência de Deus, por fazer a luz brilhar dentre as trevas. Rute, uma antepassada de Cristo, foi resultado do incesto de Ló” (John Gill, in loc.). Ver no Dicionário o artigo intitulado Providência de Deus.

    “Coisa alguma tinha acontecido que fosse imprópria; mas os que usam de maledicência não têm cuidado para fazer o levantamento dos fatos” (John W. Reed, in loc.).

    Rt 3:15

    Manto. Nenhuma mulher hebréia de respeito jamais pensaria em sair em público sem o manto que lhe cobria os cabelos. Preparei um artigo detalhado na Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia, intitulado Véu da Mulher. Mas nesse caso, o manto não iria servir para cobrir Rute. A madrugada escura era adequada para isso. Antes, o manto serviria para ela transportar um bom suprimento de cereal, que Boaz lhe deu. Mui provavelmente, uma medida (no hebraico, seah) equivalia a um terço de um efa, ou seja, cerca de quatro quilogramas e meio. Isso posto, ela levou para casa cerca de vinte e sete quilogramas de cereal. Rute precisava ser uma mulher forte para transportar esse tanto até sua casa; mas ela se sentiu inspirada a fazê-lo, por causa dos acontecimentos recentes. Boaz depositou o peso em suas costas, e lá se foi ela, arfando debaixo da carga, mas feliz. Alguns estudiosos dizem que a carga foi posta em sua cabeça; mas podería uma mulher levar tanto peso sobre a cabeça? Os Targuns e a Vulgata Latina dizem ambos seah, mas John Gill, não confiando muito na força física das mulheres, pensava que era peso demasiado. Os Targuns também ajuntam que Yahweh ajudou Rute a carregar todo aquele peso, fazendo assim o sobrenatural entrar na questão e transformando-a em um pequeno milagre. John Gill sugeriu que talvez Rute tivesse recebido o cereal pesado em ômeres, que era a décima parte de um efa. Nesse caso, a carga teria seu peso diminuído em cerca de uma terça parte, e Rute teria carregado apenas cerca de dezoito quilogramas. Todavia, sem importar qual o peso da carga transportada, o fato é que se tratava de um excelente presente, que a fazia lembrar constantemente do triunfo daquela noite, obtido mediante o plano ousado de Noemi, e executado à risca por Rute. Ver no Dicionário o artigo chamado Pesos e Medidas.

    Metáforas e Símbolos Fantasiosos. Os Targuns empregaram muita imaginação, vendo nas “seis medidas” uma mensagem profética que prometia que, através de Rute, havería seis pessoas extraordinárias; Davi, Daniel, Sadraque, Mesaque, Abede-Nego e o Rei Messias. Seja como for, é significativo que os Targuns tenham posto o Messias na linhagem de Rute, o que, sem dúvida, foi inspirado pelo fato conhecido pelo autor do comentário de que o rei Davi era descendente de Rute.

    Entrou ela na cidade. A cidade era Belém. Alguns manuscritos, contudo, dizem aqui “ele”, como se o sujeito da ação fosse Boaz. Na verdade, ambos entraram na cidade, pois Rt 4:1 diz que Boaz também entrou na cidade. Mas neste versículo é melhor a palavra “ela”.


    Genebra

    Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
    Genebra - Comentários de Rute Capítulo 3 do versículo 1 até o 18
    *

    3.1-18

    Agora a narrativa avança em direção à solução. Numa visita à meia-noite, Rute implementa e expande o plano de Noemi, jogando em risco sua própria reputação e todas as suas expectativas. Reivindica a proteção de Boaz como “resgatador” (v. 9, referência lateral). A confiança que ela tinha no caráter dele é vindicada, e ela não é molestada. A atividade de Deus por detrás do cenário continua sem interrupção. Mas mesmo nesse momento, o noivado deve ser adiado; há um parente ainda mais próximo (3.12), e Boaz, um homem de notável honradez, não descansará antes de remover esse obstáculo.

    * 3:1

    Assim como as duas filhas de Ló (Gn 19:31-32), Noemi e Rute tinham perdido os respectivos maridos e filhos. Novamente, Noemi agiu para preservar a linhagem da sua família, mas de modo bem diferente das filhas de Ló.

    buscar-te um lar. Lit. “repouso.” Isso significa o casamento de Rute, necessidade esta que sempre preocupara Noemi (1.9).

    * 3.3, 4 As instruções, apresentadas a Rute com tanta exatidão, aparentemente sugerem uma armadilha.

    à eira. Essa era uma área limpa onde os grãos eram esmagados ou partidos a fim de fazer separação entre a palha e as sementes. A colheita passava, então, a ser joeirada – lançada no ar a fim de deixar o vento soprar a palha para longe, ao passo que os grãos cairiam diretamente ao chão. Tudo isso acontecia na primavera, na ocasião das festas da colheita. O profeta Oséias refere-se à eira como um local comum de imoralidade sexual (Os 9:1).

    * 3:4

    e lhe descobrirás os pés. Uma comparação entre essa cena e a história das filhas de Ló (Gn 19:30-38) é instrutiva. Diante da sugestão de Noemi, Rute deveria se aproximar de Boaz com certa coragem. Mas seu propósito era o de ficar noiva. Sua resposta (v. 9) demonstra que ela não estava pensando em engravidar-se fora do casamento.

    e te deitarás. Rute espera com paciência aos pés de Boaz até ele acordar (vs. 8-9); nada de impróprio acontece entre eles durante a noite (v. 11).

    * 3.7 alegre. Boaz tinha bebido, mas sem ficar bêbado. Depois de todo o trabalho e festividades do dia, Boaz foi até “ao pé de um monte de cereais”, lugar onde Rute podia encontrar-se com ele em particular. A providência de Deus estava preparando um caminho para ela.

    *

    3:9

    estenda a tua capa sobre a tua serva. Ver referência lateral. Ez 16:8 explica a expressão idiomática. Rute pede diretamente o favor do casamento, embora as instruções de Noemi não fossem tão explícitas assim (v. 4).

    resgatador. Ver referência lateral. A lei não especifica o casamento como a responsabilidade de semelhante pessoa, embora se possa considerar uma extensão de Lv 25. O nome e as propriedades de Malom serão preservados (4.10), o que sugere um casamento de levirato, mas é difícil ver como Dt 25:5-6 seria aplicável a rigor. Ver Introdução: Dificuldades de Interpretação e nota em 2.20. Novamente, Rute vai muito além do plano especificado por Noemi.

    * 3:10

    benevolência. Lit. “amor segundo a aliança.” Em todas as partes do livro, o próprio amor de Deus segundo a aliança (1.8; 2,20) é refletido por aquele de Rute (1.8, 16-17). Agora, sua fidelidade é comprovada quando (a) invoca os deveres do parente chegado, e (b) não quis seguir nenhum dos jovens. A “benevolência” à qual Boaz se refere é, segundo parece, a proposta de Rute de seguir o costume que forneceria um herdeiro para Noemi.

    a primeira. Isto é, quando optou por acompanhar Noemi.

    * 3.11 mulher virtuosa. Essa expressão é equivalente, na forma feminina, à expressão hebraica traduzida por “senhor de muitos bens” em 2.1. Rute ascendeu da condição de ser uma moabita e uma serva, ao se tornar atraente para Boaz como possível cônjuge.

    * 3:12

    resgatador... mais chegado do que eu. Boaz menciona, de repente, um fator complicante. Se Noemi estava pensando num parente, porque esse parente mais chegado não foi mencionado antes? O costume da redenção parecia estar alcançando uma solução, mas agora surge um problema ao longo do caminho. O noivado precisa ser adiado.

    * 3.15 seis medidas de cevada. Esse presente demonstra a magnaminidade de Boaz para com Rute (v. 17), e simboliza a mudança na situação de Noemi (1.21). Rute recebe grãos da parte de Boaz como símbolo da sua frutificação futura.

    *

    3.16 Como se te passaram as coisas. As mesmas palavras hebraicas são traduzidas por “Quem és tu?” no v. 9.

    * 3:18

    Espera. Essa é uma expressão irônica, pois o tempo de espera será muito breve. Noemi não acha que a conclusão do assunto demorará muito.


    Matthew Henry

    Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
    Matthew Henry - Comentários de Rute Capítulo 3 do versículo 1 até o 18
    3.1-9 Como viúvas, Rut e Noemí só podiam esperar tempos difíceis. (se desejar mais informação sobre a vida de uma viúva, veja-a nota a 1.8, 9.) Entretanto, quando Noemí escutou as novas a respeito do Booz, renovou sua esperança para o futuro (2.20). Típico de seu caráter, pensou primeiro no Rut, animando-a a ver se Booz assumia a responsabilidade de "parente redentor" para ela.

    Um redentor era um parente varão que voluntariamente assumia a responsabilidade de sua família estendida. Quando o marido de uma mulher falecia, a Lei (Dt 25:5-10) estabelecia que ela podia casar-se com um irmão do marido morto. Mas Noemí não tinha mais filhos. Nesse caso, o familiar mais próximo ao marido podia ser o parente redentor e podia casar-se com a viúva. O familiar mais próximo não tinha que casar-se com a viúva. Se elegia não fazê-lo, o seguinte parente mais próximo podia ocupar seu lugar. Se ninguém decidia ajudar à viúva, esta possivelmente viveria na miséria o resto de sua vida porque na sociedade israelita a herança se transferia ao filho ou ao parente varão mais próximo, não à esposa. Para tirar o espinho destas leis de herança, estavam as leis da ceifa e dos parentes redentores.

    No Jesucristo temos um parente redentor, quem apesar de ser Deus, veio à terra como homem para nos salvar. Por sua morte na cruz nos redimiu que pecado e portanto nos comprou para ser sua propriedade (1Pe 1:18-19). Isto garante nossa herança eterna.

    BOOZ

    Os heróis são mais fáceis de admirar que de definir. Têm muito pouca consciência de seu heroísmo e outros possivelmente não reconheçam o heroísmo de seus atos. Os heróis simplesmente fazem o bom no momento oportuno, seja que se dêem conta ou não do impacto que sua ação terá. Possivelmente a única qualidade que possuem é uma tendência a pensar em outros antes que neles. Booz foi um herói.

    Em seus entendimentos com outras pessoas, sempre pensava em suas necessidades. As palavras a seus empregados, familiares e outros sempre estavam impregnadas de bondade. Brindava ajuda com franqueza, não a contra gosto. Quando descobriu quem era Rut, tomou várias medidas para ajudá-la devido a que foi fiel com o Noemí. Quando esta lhe aconselhou que procurasse seu amparo, Booz esteve disposto a casar-se com ela se se superavam os obstáculos legais.

    Booz não só fez o que era bom, mas sim além o fez em seguida. É obvio, não pôde ver o alcance do que suas ações obteriam. Não podia saber que o menino que teria com o Rut seria um antepassado do rei Davi e do Jesus. Somente enfrentou a provocação de fazer o bom ante essa situação.

    Em nossas decisões diárias também encaramos esta provocação. Como o parente mais próximo do Noemí, freqüentemente nos preocupa mais tomar a decisão fácil que a boa. Esta, entretanto, muito freqüentemente está clara. Peça a Deus que lhe dê um discernimento especial em suas decisões atuais, assim como um compromisso renovado para tomar as boas decisões.

    Pontos fortes e lucros:

    -- Um homem de palavra

    -- Comove-se pelos necessitados, interessado em seus trabalhadores

    -- Um grande sentido de responsabilidade, integridade

    -- Um triunfador e ardiloso homem de negócios.

    Lições de sua vida:

    -- Pode resultar heróico fazer o que devemos e fazê-lo bem

    -- Freqüentemente Deus usa decisões pequenas para realizar seu grande plano

    Dados gerais:

    -- Onde: Presépio

    -- Ocupação: Rico fazendeiro

    -- Familiares: Elimelec, Noemí, Rut

    Versículo chave:

    "E que também tomo por minha mulher ao Rut a moabita, mulher do Mahlón, para restaurar o nome do defunto sobre sua herdade, para que o nome do morto não se apague de entre seus irmãos e da porta de seu lugar. Vós são testemunhas hoje" (Rt 4:10).

    Sua história se relata no livro do Rut. Além disso se menciona em Mt 1:5.

    3:4 O conselho do Noemí parece estranho, mas não sugeria um ato de sedução. Em realidade, Noemí instruía ao Rut para que atuasse de acordo com o costume e a lei israelitas. Era comum que os serventes se deitassem ao pé de seu amo e que inclusive compartilhassem uma parte de suas mantas. Rut ia aplicar este costume à lei do parente redentor e portanto recordaria ao Booz a responsabilidade que tinha de procurar a alguém ou que ele mesmo se casasse com ela. Era um assunto de família, nada romântico. Mas mais tarde, a história chegou a ser maravilhosamente romântica quando Rut e Booz desenvolveram um amor desinteressado e um profundo respeito mútuo.

    3:5 Como estrangeira, Rut pôde ter pensado que o conselho do Noemí era estranho. Entretanto, seguiu seu conselho porque sabia que Noemí era bondosa, confiável e cheia de integridade moral. Todos conhecemos um pai, a um amigo adulto ou parente que sempre vela por nossos melhores interesses. Esteja disposto a escutar os conselhos dos mais anciões e sábios. A experiência e o conhecimento de tais pessoas podem ser valiosos. Imagine como tivesse sido a vida do Rut se tivesse desatendido a sua sogra.

    3:6 A era consistia em um lugar descoberto onde se debulhavam as colheitas. As espigas de trigo se esmiuçavam, já seja com a mão ou mediante bóie e se separava o valioso grão (semente) da palha inútil (casca). O piso era de rocha ou terra e se localizava fora da aldeia, pelo general em um lugar elevado onde os ventos sopravam e separavam a palha ligeira quando o trigo golpeado se lançava ao ar (ou ventilava). Booz passou a noite junto à era por duas razões: (1) evitar o roubo, e (2) esperar seu turno para debulhar o grão. (Freqüentemente, debulhava-se na noite porque o dia se ocupava na ceifa.)

    3:12 Possivelmente Rut e Noemí pensavam que Booz era seu parente mais próximo. Ao melhor Booz também considerou casar-se com o Rut porque sua resposta mostra que já o tinha pensado. Deve ter descartado a idéia de casar-se com o Noemí porque esta possivelmente era muito major para ter mais filhos (1.11-12). Na cidade vivia um homem que era um parente ainda mais próximo que Booz e este homem tinha o primeiro direito de tomar ao Rut como esposa. Se decidia que não, Booz podia casar-se com ela (3.13).

    3:18 Noemí sugeriu que Booz cumpriria sua promessa imediatamente. É óbvio que ele tinha a reputação de cumprir com sua palavra e não descansaria até finalizar a tarefa. Este tipo de gente confiável se sobressai em qualquer época ou cultura. Consideram-no outros como alguém que cumpre o que diz? A prioridade mais alta na lista de qualquer pessoa deve ser cumprir com sua palavra e terminar os trabalhos. A construção de uma reputação íntegra, entretanto, deve fazer-se tijolo sobre tijolo.


    Wesley

    Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
    Wesley - Comentários de Rute Capítulo 3 do versículo 1 até o 18

    IV. RUTE AT eira BOAZ'S (Rt 3:1)

    1 E Naomi sua mãe-de-lei, disse-lhe: Minha filha, não hei de buscar descanso, para ti, para que te vá bem? 2 E agora não é nosso parente Boaz, com cujas moças foste? Eis que ele vai joeirar a cevada esta noite na eira. 3 Wash-te pois, unge-te, e colocar teu vestido sobre ti, e desce para a eira; mas não te fazer conhecido ao homem, até que ele deve ter feito comer e beber. 4 E será que, quando ele se deita, que tu marcar o lugar onde ele se deitará, e tu entrar, e descobrir seus pés , e lança para baixo; e ele te direi o que hás de fazer. 5 E ela disse-lhe: Tudo o que dizes que vou fazer.

    Naomi perguntou Rute, minha filha, não hei de buscar descanso, para ti, para que te vá bem? (v.


    Wiersbe

    Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
    Wiersbe - Comentários de Rute Capítulo 3 do versículo 1 até o 18
  • A entrega de Rute (3)
  • Em Moabe, Noemi dissera a Rute que ela encontraria felicidade em meio ao seu povo (1:9), mas ago-ra Noemi percebe que há felici-dade apenas em meio ao povo de Deus e na vontade dele. Chega o momento de Rute apresentar suas reivindicações a Boaz e dar-lhe a oportunidade de ser seu resgatador. A Lei do Antigo Testamento permi-te que um parente próximo compre de volta uma propriedade que fora perdida em virtude da pobreza (Lv 25:23-55). Isso mantém a posse da terra com o próprio povo. É claro que o parente próximo tem de estar disposto e ter disponibilidade para resgatar. Rute seguiu o costume da época e apresentou seu caso a Boaz: se ele resgatasse a proprie-dade de seu marido morto tam-bém deveria casar-se com Rute, a viúva. Com frequência, os homens dormiam na eira para proteger o cereal. "Estende a tua capa sobre a tua serva" (v. 9), essa era a de-claração legal de Rute para Boaz, em que lhe pedia que fosse seu resgatador e a reivindicasse como esposa. Com certeza, ela precisou de fé e de coragem para dar esse passo. Boaz alegrou-se por essa jovem não o rejeitar por causa de sua idade e prometeu que, no dia seguinte, cumpriría a obrigação de resgatador. Observe que ele não a manda embora de mãos vazias!

    Vemos nos atos de Rute uma bela imagem do relacionamento do crente com Cristo. Certamente, se queremos ter um relacionamento com Cristo, precisamos ser lavados, ungidos (o Es-pírito Santo) e vestidos (v. 3). O lugar adequado para nós é aos pés dele. É "noite" agora, contudo comungamos com ele até que a manhã venha (v. 13), e ele requeira a noiva para si mesmo! Como resultado de nossa comunhão com ele, temos alimento para compar-tilhar com os outros (w. 15-17).


    Russell Shedd

    Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
    Russell Shedd - Comentários de Rute Capítulo 3 do versículo 1 até o 18
    3.1 Buscar-te um lar. Lit. "procurar descanso". Sejas feliz. No hebraico, "Para que te sucedas bem na vida". A segurança e a proteção só seriam alcançadas através do casamento. As providências (costumeiras?) para conseguir o casamento entre a viúva e um parente goel são desconhecidas fora desta passagem.

    3.3 Desce à eira. Normalmente, a eira se encontrava em lugar alto. Mas, acontece que Belém se encontra no ponto mais alto da região, razão pela qual é obrigatória a descida.

    3.4 Então. Só algum tempo depois de ter notado onde Boaz se deitara, é que Rute deveria se chegar e lhe descobrir os pés, possivelmente para acordá-lo, fazendo-lhe sentir o frio nas pernas; ou então, poderia ser um caso de eufemismo.

    3.7 Alegre. É o mesmo usado em 3.1 para traduzir "sejas feliz". De mansinho, não secreta, mas silenciosamente, para não despertá-lo antes da hora.

    3.9 Rute, tua serva. A humildade de Rute se destaca neste livro (conforme 2.13). Estende a tua capa sobre a tua serva. Uma metáfora, talvez para sugerir o casamento. Capa. É bem possível que a palavra hebraica, com outras vogais, passando-a para o plural, (conforme Dt 22:30; 1Sm 24:4, 1Sm 24:5) a mudaria para "asas". Boaz recomendara que Rute se abrigasse sob as "asas" do Senhor (2.12). Agora ela pede a Boaz que a abrigue por ele ser o parente resgatador (2.20n).

    3.10 Última benevolência. A primeira seria a decisão de não abandonar a Noemi. Rute deu mais atenção à responsabilidade de sua família adotiva do que para suas inclinações naturais, de procurar casar-se com um jovem rico. Virtuosa (11), isto é, de valor. A mesma palavra descreve a mulher ideal em Pv 31:10.

    3.13 Havendo outro parente mais chegado do que Boaz, aquele teria o direito de casar-se com ela.
    3.15 Seis medidas. O tamanho da medida não se define, no hebraico. Seis efas seria demais para ela carregar. Devem ser seas, dando um peso total de 40 kg.

    3.17 Sem nada. Lit. "vazia". A mesma palavra traduzida por "pobre" em 1.21. Os dias de escassez, então, se findaram.


    NVI F. F. Bruce

    Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
    NVI F. F. Bruce - Comentários de Rute Capítulo 3 do versículo 1 até o 18
    III. RUTE REIVINDICA A PROTEÇÃO DO PARENTE PRÓXIMO (3:1-18)


    1) O conselho de Noemi (3:1-5)

    v. 1. Noemi, falando de forma característica com uma pergunta retórica, levanta a questão de procurar um lar seguro (“encontrar descanso”, nota de rodapé, NVI); heb. mãnôah (v. 1.9 acerca da palavra quase idêntica nfnühãh). Não é simplesmente um lar.

    É o fim das incertezas associadas à vida de uma jovem mulher solteira ou viúva naquela sociedade e um relacionamento com um marido que possibilite o nascimento de filhos, a realização pessoal e a segurança financeira, v. 2. O sentido da sua segunda pergunta retórica está relacionado à função do gõ ’êl, “parente próximo”. A raiz verbal significa “servir como parente próximo” cuja responsabilidade era restaurar à propriedade familiar aquilo que havia sido desapossado, zelar pelos direitos familiares e vingar qualquer injustiça. O termo era bem comum na lei civil. Daí significava “resgatar” ou “comprar de volta”, “vingar”, “defender”. Javé mantinha o direito de posse sobre a terra (Lv 25:23); por isso não era possível comprar propriedades livres. Os israelitas receberam o uso e os produtos da terra por sorteio e por herança. Em épocas difíceis, o direito de arrendamento podia ser vendido, mas era tarefa legal do parente próximo resgatar a propriedade ao comprá-la e reavê-la para os seus proprietários originais ou seus descendentes. Se isso não fosse feito, a propriedade era devolvida sem compensação no ano do jubileu seguinte (v. Lv 25:10,13-16,24-28). Era tarefa do gõ ’êl casar com a viúva do seu irmão, se ele tivesse morrido sem deixar filhos, para que o nome do seu irmão (ou do seu parente) não fosse eliminado de Israel. Embora essas duas instituições não estivessem ligadas à Lei mosaica, elas combinavam com naturalidade, e, de acordo Ct 4:5, era então prática tradicional exigir que o gõ’êl que resgatasse a propriedade também casasse com a viúva (ou com a herdeira da viúva, como é o caso aqui) para que a família não se extinguisse mas continuasse com a posse daquela propriedade, v. 2b-4. Noemi afirma que Boaz estaria na eira naquela noite e instruiu Rute a se tornar bem apresentável e colocar-se diante dele na hora correta e de forma apropriada, v. 5. Rute concordou em fazer isso.


    2) Rute na eira (3:6-13) 
    v. 6,7. Depois de esperar que Boaz tivesse terminado a sua refeição e tivesse deitado

    perto do monte de grãos, Rute veio silenciosamente e deitou-se aos pés dele. v. 8,9. No meio da noite, Boaz percebeu a presença dela e perguntou: Quem é você? Rute contou-lhe e, usando o eufemismo Estenda a sua capa sobre a sua serva, pediu-lhe que casasse com ela, acrescentando ainda: pois o senhor é o resgata-dor. A palavra traduzida por sua capa pode ser traduzida também por “asas” em 2.12, mas são figuras de linguagem diferentes, v. 10. Boaz invoca sobre ela a bênção do Senhor e elogia a devoção dela dizendo, na verdade, que a lealdade dela ao seu falecido marido ao casar com um gõ’êl de meia-idade para perpetuar o nome e a herança dele, em vez de procurar um marido entre os mais jovens (lit. “mais desejável”), era evidência maior de sua dedicação do que a demonstrada por ter voltado com Noemi. v. 11. Ao se dirigir a ela mais uma vez com minha filha, ele prometeu cumprir com as suas obrigações, acrescentando ainda: Todos os meus concidadãos respeitam você, lit. “toda a porta do meu povo” (v. Gn 34:24; Dt 17:2), ou seja, todos sabem que você é mulher virtuosa, v. 12. Boaz enfaticamente reconhece que ele é o resgatador (parente próximo), mas diz que há um parente mais próximo do que eu. v. 13. Ele pede a Rute que passe a noite ali e promete com juramento resgatar a propriedade se o gõ’êl com o primeiro direito não quiser fazê-lo.


    3) Rute volta para Noemi (3:14-18) v. 14. Para salvaguardar a reputação deles, Rute saiu antes que houvesse luz suficiente para ser reconhecida, v. 15. Boaz despejou seis medidas de cevada no manto dela. A medida não é especificada, mas, de acordo com o Targum, eram seis seás, um fardo de aproximadamente 40 quilos, v. 16,17. Ao retornar para Noemi, Rute contou-lhe o que aconteceu, acrescentando que Boaz tinha enviado a cevada dizendo que não deveria voltar de mãos vazias para Noemi, que certamente lembraria a sua própria queixa (1.21). v. 18. Noemi tinha certeza de que Boaz trataria do assunto naquele dia e disse a Rute que descansasse.


    Francis Davidson

    O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
    Francis Davidson - Comentários de Rute Capítulo 3 do versículo 1 até o 18
    V. NOBRE RESOLUÇÃO. Rt 3:1-18.

    Descanso (1). Cfr. 1.9 n. Noemi teve os primeiros direitos sobre Boaz, aos quais abdicou em favor de Rute. Seria então Boaz o "remidor" para levantar a família de seu filho Malom, talvez por não conhecer um goel mais próximo ou ver em Boaz uma acentuada inclinação ou benevolência para com os vivos e defuntos. O principal objetivo de Noemi era fazer compreender a Boaz que sobre ele caíam todas as suas preferências, sempre com os olhos postos em Rute. Esta noite padejará a cevada (2). Havia por certo de soprar uma ligeira brisa noturna para se conseguir tal objetivo. Lava-te... unge-te, e veste os teus vestidos (3). Era sinal que o luto já terminara. Fez conforme a tudo quanto sua sogra lhe tinha ordenado (6). Rute sabia perfeitamente o papel que estava a desempenhar e os objetivos que pretendia. Saliente-se que não são de censurar esses costumes regionais duma época longínqua e dum país quase desconhecido, comparando-os com os costumes ocidentais e as convenções do século XX. Estende, pois, tua aba (9). Literalmente: "Tua asa". O Targum considera esta expressão como um pedido de casamento (cfr. Ez 16:8; Dt 22:30).

    >Rt 3:10


    Dicionário

    Bendita

    Aquela que é abençoada

    Beneficência

    substantivo feminino Ação de quem faz o bem; comportamento da pessoa que busca ajudar ou fazer bem ao próximo; bondade: dinheiro destinado à beneficência.
    Ato de beneficiar outrem; filantropia: obras de beneficência.
    Tendência para o bem: tendência natural para beneficência.
    Etimologia (origem da palavra beneficência). Do latim beneficentia.ae.

    caridade, filantropia, humanidade, amor ao próximo, altruísmo. – Todos estes vocábulos têm de comum a propriedade de sugerir a ideia de abnegação que leva um homem a interessar-se pelo seu semelhante. – Beneficência é “a virtude de fazer o bem espontaneamente, como que obedecendo aos impulsos da própria natureza moral, e sem ideia alguma de dever”. – Caridade é propriamente “o amor do nosso próximo, como sendo nosso irmão”. Podese dizer que é mais uma virtude interior, uma qualidade da alma do que virtude social. Um homem que não dá esmolas pode ter em alto grau a virtude da caridade. Por outro lado, nem sempre aquele que mais esmolas dá será o mais caritativo. – Filantropia é a mesma caridade, talvez sem sugestão de ideia religiosa: é mais, no entanto, por isso mesmo, uma virtude social. – Humanidade é apenas o conjunto de qualidades que levam a criatura a ter sentimentos simpáticos, tanto com os outros homens todos como com os próprios animais. – Amor ao próximo (ou do próximo) é também uma virtude evangélica: é a que mais se aproxima de caridade; devendo notar-se que, por isso mesmo que é mais do que a própria caridade exterior ou praticante, o amor ao próximo é uma locução que vale muito pouco porque não fixa sentimento nenhum... – Altruísmo está quase nas mesmas condições: é o “amor dos outros”; é o nome positivista do amor ao próximo.

    [...] A beneficência coletiva tem vantagens incontestáveis e, bem longe de desestimulá-la, nós a encorajamos. Nada mais fácil do que praticá-la em grupos, recolhendo por meio de cotizações regulares ou de donativos facultativos os elementos de um fundo de socorro. [...]
    Referencia: KARDEC, Allan• Instruções de Allan Kardec ao Movimento Espírita• Org• por Evandro Noleto Bezerra• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 21

    A beneficência praticada sem ostentação tem duplo mérito. Além de ser ca ridade material, é caridade moral, vistoque resguarda a suscetibilidade do be-neficiado, faz-lhe aceitar o benefício, semque seu amor-próprio se ressinta e sal-vaguardando-lhe a dignidade de ho-mem, porquanto aceitar um serviço écoisa bem diversa de receber uma es-mola. [...]
    Referencia: KARDEC, Allan• O Evangelho segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 3a ed• francesa rev•, corrig• e modif• pelo autor em 1866• 124a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 13, it• 3

    A beneficência é auxiliar da filantropia,sua irmã gêmea. [...]A beneficência é outra fada ao serviçoda caridade, a qual se compraz em con-verter em obra viva e visível os senti-mentos das pessoas piedosas.
    Referencia: AGUAROD, Angel• Grandes e pequenos problemas• Obra ditada a Angel Aguarod pelo seu Guia Espiritual• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 7

    [...] simples faceta da caridade que, emsi mesma, é o sol do Divino Amor, asustentar o Universo.
    Referencia: VIEIRA, Waldo• Seareiros de volta• Diversos autores espirituais• Prefácio de Elias Barbosa• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - A caridadee o porvir

    [...] é o cofre que devolve patrimôniostemporariamente guardados a distânciadas necessidades alheias [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Religião dos Espíritos: estudos e dissertações em torno da substância religiosa de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec• Pelo Espírito Emmanuel• 18a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Dizes-te

    Beneficência não é tão-só o dispensário de solução aos problemas de ordem material; é também e muito mais, o pronto socorro à penúria de espírito.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Rumo certo• Pelo Espírito Emmanuel• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 50


    Beneficência
    1) Bondade (Gn 47:29).


    2) Atos de bondade (Ne 13:14).


    Dissê

    1ª pess. sing. pret. perf. ind. de dizer
    3ª pess. sing. pret. perf. ind. de dizer

    di·zer |ê| |ê| -
    (latim dico, -ere)
    verbo transitivo

    1. Exprimir por meio de palavra, por escrito ou por sinais (ex.: dizer olá).

    2. Referir, contar.

    3. Depor.

    4. Recitar; declamar (ex.: dizer poemas).

    5. Afirmar (ex.: eu digo que isso é mentira).

    6. Ser voz pública (ex.: dizem que ele é muito honesto).

    7. Exprimir por música, tocando ou cantando.

    verbo intransitivo

    8. Condizer, corresponder.

    9. Explicar-se; falar.

    10. Estar (bem ou mal) à feição ou ao corpo (ex.: essa cor não diz bem). = CONVIR, QUADRAR

    verbo pronominal

    11. Intitular-se; afirmar ser.

    12. Chamar-se.

    13. Declarar o jogo que se tem ou se faz.

    nome masculino

    14. Expressão, dito (ex.: leu os dizeres do muro).

    15. Estilo.

    16. Maneira de se exprimir.

    17. Rifão.

    18. Alegação, razão.


    quer dizer
    Expressão usada para iniciar uma explicação adicional em relação a algo que foi dito anteriormente. = ISTO É, OU SEJA

    tenho dito
    Fórmula com que se dá por concluído um discurso, um arrazoado, etc.


    Filha

    substantivo feminino Pessoa do sexo feminino, considerada em relação a seu pai ou a sua mãe.
    Figurado Nascida, descendente, natural.

    A palavra, segundo o uso que temna Escritura, quer algumas vezes dizer neta, ou outra descendente. ‘Filha de Belial’ (1 Sm 1,16) simplesmente significa ‘Filha da indignidade’, isto é, mulher indigna. A palavra ‘filha’ é, também, freqüentemente usada a respeito das cidades. Sobre a herança das filhas, *veja Nm 27:6-11.

    Filha
    1) Pessoa do sexo feminino em relação aos pais (At 21:9).


    2) Descendente (Lc 1:5).


    3) Mulher (Gn 28:6; Lc 23:28).


    4) O povo, representado por uma jovem (Is 22:4; Jr 4:31; Lm 2:2).


    Melhor

    adjetivo Que está acima de bom; numa comparação, aquilo que é superior: este ano a agricultura foi melhor; dias melhores virão.
    Que contém o mais alto grau de qualidade para atender as exigências pessoais de: o melhor filme; melhor amigo.
    advérbio Que apresenta um ótimo estado de saúde física ou psicológica: está melhor.
    De um modo que satisfaça: preciso estudar melhor.
    De um modo mais correto: esta casa ficaria melhor com grades.
    substantivo feminino Vida que está após a morte: partiu para uma melhor.
    Prêmio; situação vantajosa: levou a melhor!
    substantivo masculino Algo ou alguém que está acima de todas as coisas ou pessoas: os melhores ficaram; o melhor virá.
    O que é mais correto e adequado: o melhor é voltar depois.
    Etimologia (origem da palavra melhor). Do latim melor.oris.

    Pobres

    Pobres Embora de diferentes necessidades, era considerável o número de pobres na Palestina do tempo de Jesus.

    Em primeiro lugar os diaristas, que ganhavam cerca de um denário por dia (Mt 20:2.9; Tb 5:15), incluindo-se as refeições (B. M, 7,1).

    Em segundo lugar, estavam os que viviam do auxílio alheio e compreendiam: os escribas (Ec 38:24; 39,11; P. A. 4,5; 1,13; Yoma 35b bar; Mt 10:8-10; Mc 6:8; Lc 8:1-3; 9,3; 1Co 9:14); os rabinos como Shamai (Shab 31a), Hilel (Yoma 35b bar), Yojanan ben Zakkay (Sanh 41a; Sifré Dt 34:7; Gen R 100:11 sobre 50:14), R. Eleazar bem Sadoc (Tos. Besa 3:8), Abbá Shaul ben Batnit (Tos. Besa 3:8; Besa 29a bar) e Paulo (At 18:3).

    É possível que essa precariedade econômica explique, pelo menos em parte, que houvesse fariseus que aceitavam subornos (Guerra Jud., I, 29,2) e que os evangelhos às vezes os acusem de avareza (Lc 16:14) e ladroagem (Mc 12:40; Lc 20:47). Na base da pobreza, estavam os mendigos, que não eram poucos. Os doentes — como os enfermos de lepra — que mendigavam nas cidades ou nas suas imediações eram consideravelmente numerosos (Pes 85b; San 98a).

    Alguns milagres de Jesus aconteceram em lugares típicos de mendicância (Mt 21:14; Jo 9:1.8; 8,58-59; 5,2-3). Sem dúvida, muitas vezes tratava-se de espertalhões fingindo invalidez para obterem esmola (Pea 8:9; Ket 67b-
    - 68a) ou que viviam aproveitando-se das bodas e das circuncisões (Sem 12; Tos Meg 4:15).

    Jesus teve seguidores desta parte da população. Tendo-se em conta que o sacrifício de purificação de sua mãe era o dos pobres (Lc 2:24; Lv 12:8), sabe-se que Jesus procedia de uma família pobre, não tinha recursos (Mt 8:20; Lc 9:58), não levava dinheiro consigo (Mt 17:24-27; Mc 12:13-17; Mt 22:15-22; Lc 20:24) e vivia de ajuda (Lc 8:1-3). É importante observar que nem Jesus nem seus seguidores valorizaram a pobreza material, mas sim uma cosmovisão que indicava sua pertença à categoria escatológica dos “anawin”, os pobres espirituais ou pobres humildes que esperavam a libertação proveniente de Deus e unicamente de Deus. Certamente Jesus e seus discípulos desfrutaram de um grande poder de atração sobre os indigentes; não bastava, porém, ser pobre para associar-se a eles e tampouco parece que essa indigência fosse uma recomendação especial. Integrar-se ao número dos seguidores de Jesus dependia da conversão, de uma decisão vital, seguida de uma mudança profunda de vida, não relacionada ao “status” social.

    O círculo dos mais próximos a Jesus possuía uma bolsa comum (Jo 13:29); disso não se deduz, porém, uma idéia de pobreza, pois esses fundos eram empregados não só para cobrir os gastos como também destinados a dar esmolas aos pobres. A “pobreza” preconizada por Jesus não se identificava, portanto, com a miséria e sim com uma simplicidade de vida e uma humildade de espírito que não questionava as posses de cada um, mas alimentava a solidariedade e a ajuda aos demais, colocando toda sua fé na intervenção de Deus. Os discípulos não eram pobres no sentido material, mas no de “humildade”: tratava-se mais da pobreza espiritual do que da econômica e social. Essa idéia contava com profundas raízes na teologia judaica. Nesse sentido, encontramos referências em Is 61:1: os de coração abatido, que buscam a Deus (Sl 22:27; 69,33 etc.), cujo direito é violado (Am 2:7), mas a quem Deus escuta (Sl 10:17), ensina o caminho (Sl 25:9), salva (Sl 76:10) etc. Tudo isso faz que os “anawim” louvem a Deus (Sl 22:27), alegrem-se nele (Is 29:19; Sl 34:3; 69,33) e recebam seus dons (Sl 22:27; 37,11) etc.

    Os “anawim” não são, pois, os pobres simplesmente, mas os pobres de Deus (Sf 2:3ss.). (Ver nesse sentido: R. Martin-Achard, “Yahwé et les ânawim:” ThZ 21, 1965, pp. 349-357.) A Bíblia dos LXX assume tanto essa interpretação que pobre é traduzido não somente como “ptojós” e “pénes”, mas também por “tapeinós” (humilde) e “prays” (manso) e seus derivados. Realmente, a palavra “anaw” no Antigo Testamento tem um significado ambivalente. Enquanto em alguns casos só se refere ao necessitado (Is 29:19; 61,1; Am 2:7 etc.), em outros equivale a “humilde” (Nu 12:3; Sl 25:9; 34,3; 37,11; 69,32 etc.). O mesmo pode dizer-se de “ebion” (Jr 20:13) e de “dal” (Sf 3:12), cujo significado pode ser tanto necessitado como humilde.

    Dentro desse quadro de referências, os “pobresanawim” não são senão todos os que esperam a libertação de Deus porque sabem que não podem esperá-la de mais ninguém. A eles, especialmente, é anunciado o evangelho (Mt 11:5; Lc 4:18).

    E. Jenni e C. Westermann, “3Aebyon” e “Dal” em Diccionario Teológico manual del Antiguo Testamento, Madri 1978, I, e Idem, “`Nh” em Ibidem, II; W. E. Vine, “Poor” em Expository Dictionary of Old and New Testament Words, Old Tappan 1981; C. Vidal Manzanares, “Pobres” em Diccionario de las Tres Religiones, Madri 1993; Idem, El judeo-cristianismo...; Idem, El Primer Evangelio...


    masc. e fem. pl. de pobre

    po·bre
    (latim pauper, -eris)
    adjectivo de dois géneros
    adjetivo de dois géneros

    1. Que aparenta ou revela pobreza (ex.: ambiente pobre). = HUMILDELUXUOSO, RICO

    2. Que é mal dotado, pouco favorecido.

    3. Que tem pouca quantidade (ex.: dieta pobre em gorduras).RICO

    4. Que produz pouco (ex.: solos pobres).RICO

    5. Figurado Que revela pouca qualidade (ex.: graficamente, o filme é muito pobre).RICO

    adjectivo de dois géneros e nome de dois géneros
    adjetivo de dois géneros e nome de dois géneros

    6. Que ou quem não tem ou tem pouco do que é considerado necessário, vital. = NECESSITADO

    7. Que ou quem tem poucos bens ou pouco dinheiro.RICO

    8. Que ou quem desperta compaixão, pena (ex.: pobres crianças; nem sei como é que aquela pobre aguenta a situação). = COITADO, INFELIZ

    nome de dois géneros

    9. Pessoa que pede esmola (ex.: ainda há muitos pobres na rua). = MENDIGO, PEDINTE


    pobre de espírito
    Simplório, ingénuo, tolo.

    Superlativo: paupérrimo ou pobríssimo.

    Primeira

    substantivo feminino Autom. Marcha mais potente do motor, usada na arrancada do veículo e nas subidas e descidas de aclive ou declive muito forte.
    Primeira classe: só viajo na primeira.
    De primeira, de boa qualidade, de primeira ordem: é uma mercadoria de primeira.

    substantivo feminino Autom. Marcha mais potente do motor, usada na arrancada do veículo e nas subidas e descidas de aclive ou declive muito forte.
    Primeira classe: só viajo na primeira.
    De primeira, de boa qualidade, de primeira ordem: é uma mercadoria de primeira.

    Ricos

    masc. pl. de rico
    Será que queria dizer riços?

    ri·co
    (gótico reiks, poderoso)
    adjectivo e nome masculino
    adjetivo e nome masculino

    1. Que ou quem tem muitos bens ou muito dinheiro.POBRE

    adjectivo
    adjetivo

    2. Que tem riquezas.

    3. Que tem grande quantidade (alimentos ricos em cálcio). = ABUNDANTEPOBRE

    4. Que tem grande qualidade ou que é dispendioso. = CUSTOSO, OPULENTO, PRECIOSO

    5. Que traz consigo riquezas ou vantagens.

    6. Que produz muito. = FECUNDO, FÉRTIL, PRODUTIVOPOBRE

    7. Que agrada. = AGRADÁVEL, BOM

    8. Que é alvo de afecto (ex.: os meus ricos netos). = QUERIDO

    9. Raro; valioso.


    rico como Creso
    Riquíssimo.

    Confrontar: riso.

    ri·ço
    (origem duvidosa)
    adjectivo
    adjetivo

    1. Que apresenta superfície áspera. = CRESPO, ENRIÇADO, RIÇADO

    nome masculino

    3. Feixe ou pasta de cabelo ou de lã sobre a qual as senhoras elevavam ou adaptavam o penteado.

    4. Tecido de lã com o pêlo encrespado e curto.

    Confrontar: rico.

    Ricos O conjunto das classes altas era relativamente amplo na época de Jesus. Em primeiro lugar, encontrava-se a corte real — seguida de cortes menores —, vivendo tão suntuosamente que, em muitas ocasiões, não pôde ser mantida por causa da participação de muitos membros da dinastia de Herodes. Em seguida, a classe dos ricos, cujo ingresso estava relacionado com as possessões agrícolas. Os membros dessa classe rivalizavam-se tanto na escolha do cozinheiro (Lam. R. sobre 4:
    2) como na beleza e no número de suas esposas. Suas exigências de bens eram verdadeiramente escandalosas (Ket
    - 66b) como os gastos luxuosos dão a conhecer (Yoma 39b; Yoma 25; Shab 6:5; Ket 66b; Lam. R. 1,51 sobre 1:16). A esse mesmo setor da população pertenciam os grandes negociantes, os grandes cobradores de impostos, os agiotas e a corrupta nobreza sacerdotal (Comp.com Mt 21:13).

    O valor teológico que o judaísmo contemporâneo de Jesus tinha da riqueza era muito equilibrado — salvo exceções como a dos essênios e dos sectários de Qumrán — e emanava diretamente do pensamento que o Antigo Testamento apresentava a respeito. Neste, entre as promessas feitas por Deus ao povo de Israel, caso obedecesse a seus mandamentos, estava a abundância de bens materiais (Dt 8). Nele também são correntes as referências a personagens próximos de Deus (Abraão, Jacó, Jó etc.) que desfrutaram de uma considerável abundância material atribuída ao Senhor (1Cr 29:12). Paralelamente a esses aspectos, encontramos severas advertências sobre colocar o coração nas riquezas (Sl 49:6; 52,7; 62,10; Pv 11:28) e sobre a opressão cuja finalidade é obter riqueza (Jr 17:11 etc.). Considera-se, pois, desejável não ter riqueza nem pobreza para que nenhuma delas afaste o homem de Deus (Pv 30:8).

    Foi restrito o impacto da pregação de Jesus entre os ricos. Nicodemos (Jo 7:50; 3,1) manteve certo vínculo com Jesus e levou para a sua sepultura cem libras romanas de mirra e aloé (Jo 19:39). Não sabemos, porém, que mantivesse depois relacionamento com os discípulos. José de Arimatéia foi qualificado de “eysjemon”, um termo que os papiros usam para designar os fazendeiros ricos. Era-o, sem dúvida, já que possuía (Mt 27:57), ao norte de Jerusalém, um horto com um sepulcro familiar escavado na rocha (Jo 19:41; 20,15). Tampouco temos certeza de que este personagem continuou relacionado com os discípulos. Zaqueu foi um chefe de publicanos (Lc 19:2ss.) que, frente a Jesus, decidiu-se pela conversão; contudo, mais uma vez, carecemos de dados sobre posterior relacionamento dele com os discípulos. Quanto a Maria, a mãe de João Marcos, tinha uma casa em Jerusalém (At 12:12), o que não indica que fosse rica.

    O ensinamento de Jesus acerca dos ricos não foi excessivamente radical nem caiu em um pauperismo que privilegiasse “per se” os pobres de bens materiais. Jesus enfatizou que é impossível servir a Deus e às riquezas (Mt 6:24), que estas podem ser enganosas e sufocar a mensagem do Reino (Mt 13:22ss.) e que é difícil entrar no Reino aqueles que as possuem (Lc 18:24 e par.). Mas também ressaltou que o Reino estava aberto para eles (Lc 19:2) e manteve amizade com alguns deles, conforme já citamos. Em primeira e última instância, o importante é buscar primeiro o Reino de Deus e sua justiça (Mt 6:25-34), na certeza de que tudo o mais virá por acréscimo. Assim, Jesus evitou tanto uma visão justificadora da riqueza quanto o pauperismo que — historicamente — tem caracterizado alguns movimentos cristãos.

    R. Gnuse, Comunidad y propiedad en la tradición bíblica, Estella 1987; J. Driver, o. c.; m. Hengel, Property and Riches in the Early Church, Filadélfia 1976.


    Senhor

    substantivo masculino Proprietário, dono absoluto, possuidor de algum Estado, território ou objeto.
    História Aquele que tinha autoridade feudal sobre certas pessoas ou propriedades; proprietário feudal.
    Pessoa nobre, de alta consideração.
    Gramática Forma de tratamento cerimoniosa entre pessoas que não têm intimidade e não se tratam por você.
    Soberano, chefe; título honorífico de alguns monarcas.
    Figurado Quem domina algo, alguém ou si mesmo: senhor de si.
    Dono de casa; proprietário: nenhum senhor manda aqui.
    Pessoa distinta: senhor da sociedade.
    Antigo Título conferido a pessoas distintas, por posição ou dignidade de que estavam investidas.
    Antigo Título de nobreza de alguns fidalgos.
    Antigo O marido em relação à esposa.
    adjetivo Sugere a ideia de grande, perfeito, admirável: ele tem um senhor automóvel!
    Etimologia (origem da palavra senhor). Do latim senior.onis.

    o termo ‘Senhor’, no A.T., paraexprimir Jeová, está suficientemente compreendido nesta última palavra – e, como tradução de ãdôn, não precisa de explicação. Em Js 13:3, e freqüentemente em Juizes e Samuel, representa um título nativo dos governadores dos filisteus, não se sabendo coisa alguma a respeito do seu poder. o uso de ‘Senhor’ (kurios), no N.T., é interessante, embora seja muitas vezes de caráter ambíguo. Nas citações do A.T., significa geralmente Jeová, e é também clara a significaçãoem outros lugares (*vejag. Mt 1:20). Mas, fora estas citações, há muitas vezes dúvidas sobre se a referência é a Deus como tal (certamente Mc 5:19), ou ao Salvador, como Senhor e Mestre. Neste último caso há exemplos do seu emprego, passando por todas as gradações: porquanto é reconhecido Jesus, ou como Senhor e Mestre no mais alto sentido (Mt 15:22 – e geralmente nas epístolas – *veja 1 Co 12.3), ou como doutrinador de grande distinção (Mt 8:21 – 21.3), ou ainda como pessoa digna de todo o respeito (Mt 8:6). Deve-se observar que kurios, termo grego equivalente ao latim “dominus”, era o título dado ao imperador romano em todas as terras orientais, em volta do Mediterrâneo. E isto serve para explicar o fato de aplicarem os cristãos ao Salvador esse título, querendo eles, com isso, acentuar na sua mente e na das pessoas que os rodeavam a existência de um império maior mesmo que o de César. Com efeito, o contraste entre o chefe supremo do império romano e Aquele que é o Senhor de todos, parece apoiar muitos dos ensinamentos do N.T. Algumas vezes se usa o termo ‘Senhor’ (Lc 2:29At 4:24, etc.) como tradução de despõtes, que significa ‘dono, amo’, sugerindo, quando se emprega a respeito dos homens, que ao absoluto direito de propriedade no mundo antigo estava inerente uma verdadeira irresponsabilidade. (*veja Escravidão.)

    [...] o Senhor é a luz do mundo e a misericórdia para todos os corações.
    Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Pelo Evangelho


    Senhor
    1) (Propriamente dito: hebr. ADON; gr. KYRIOS.) Título de Deus como dono de tudo o que existe, especialmente daqueles que são seus servos ou escravos (Sl 97:5; Rm 14:4-8). No NT, “Senhor” é usado tanto para Deus, o Pai, como para Deus, o Filho, sendo às vezes impossível afirmar com certeza de qual dos dois se está falando.


    2) (hebr. ????, YHVH, JAVÉ.) Nome de Deus, cuja tradução mais provável é “o Eterno” ou “o Deus Eterno”. Javé é o Deus que existe por si mesmo, que não tem princípio nem fim (Ex 3:14; 6.3). Seguindo o costume que começou com a SEPTUAGINTA, a grande maioria das traduções modernas usa “Senhor” como equivalente de ????, YHVH (JAVÉ). A RA e a NTLH hoje escrevem “SENHOR”. A forma JAVÉ é a mais aceita entre os eruditos. A forma JEOVÁ (JEHOVAH), que só aparece a partir de 1518, não é recomendável por ser híbrida, isto é, consta da mistura das consoantes de ????, YHVH, (o Eterno) com as vogais de ???????, ADONAI (Senhor).


    Senhor Termo para referir-se a YHVH que, vários séculos antes do nascimento de Jesus, havia substituído este nome. Sua forma aramaica “mar” já aparecia aplicada a Deus nas partes do Antigo Testamento redigidas nesta língua (Dn 2:47; 5,23). Em ambos os casos, a Septuaginta traduziu “mar” por “kyrios” (Senhor, em grego). Nos textos de Elefantina, “mar” volta a aparecer como título divino (pp. 30 e 37). A. Vincent ressaltou que este conteúdo conceitual já se verificava no séc. IX a.C. Em escritos mais tardios, “mar” continua sendo uma designação de Deus, como se vê em Rosh ha-shanah 4a; Ber 6a; Git 88a; Sanh 38a; Eruv 75a; Sab 22a; Ket 2a; Baba Bat 134a etc.

    Em algumas ocasiões, Jesus foi chamado de “senhor”, como simples fórmula de cortesia. Ao atribuir a si mesmo esse título, Jesus vai além (Mt 7:21-23; Jo 13:13) e nele insere referências à sua preexistência e divindade (Mt 22:43-45; Mc 12:35-37; Lc 20:41-44 com o Sl 110:1). Assim foi também no cristianismo posterior, em que o título “Kyrios” (Senhor) aplicado a Jesus é idêntico ao empregado para referir-se a Deus (At 2:39; 3,22; 4,26 etc.); vai além de um simples título honorífico (At 4:33; 8,16; 10,36; 11,16-17; Jc 1:1 etc.); supõe uma fórmula cúltica própria da divindade (At 7:59-60; Jc 2:1); assim Estêvão se dirige ao Senhor Jesus no momento de sua morte, o autor do Apocalipse dirige a ele suas súplicas e Tiago acrescenta-lhe o qualificativo “de glória” que, na verdade, era aplicado somente ao próprio YHVH (Is 42:8). Tudo isso permite ver como se atribuíam sistematicamente a Jesus citações veterotestamentárias que originalmente se referiam a YHVH (At 2:20ss.com Jl 3:1-5).

    Finalmente, a fórmula composta “Senhor dos Senhores” (tomada de Dt 10:17 e referente a YHVH) é aplicada a Jesus e implica uma clara identificação do mesmo com o Deus do Antigo Testamento (Ap 7:14; 19,16). Tanto as fontes judeu-cristãs (1Pe 1:25; 2Pe 1:1; 3,10; Hc 1:10 etc.) como as paulinas (Rm 5:1; 8,39; 14,4-8; 1Co 4:5; 8,5-6; 1Ts 4:5; 2Ts 2:1ss. etc.) confirmam essas assertivas.

    W. Bousset, Kyrios Christos, Nashville 1970; J. A. Fitzmyer, “New Testament Kyrios and Maranatha and Their Aramaic Background” em To Advance the Gospel, Nova York 1981, pp. 218-235; L. W. Hurtado, One God, One Lord: Early Christian Devotion and Ancient Jewish Monotheism, Filadélfia 1988; B. Witherington III, “Lord” em DJG, pp. 484-492; O. Cullmann, o. c.; C. Vidal Manzanares, “Nombres de Dios” en Diccionario de las tres...; Idem, El judeo-cristianismo...; Idem, El Primer Evangelio...


    Ultimar

    verbo transitivo Terminar; pôr fim ou termo a; concluir; rematar; completar.
    verbo pronominal Completar-se.

    ultimar
    v. 1. tr. dir. Terminar, acabar; arrematar, concluir. 2. pron. Chegar ao termo; completar-se.

    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    Rute 3: 10 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

    E disse ele: Bendita sejas tu do SENHOR, minha filha; melhor fizeste esta tua última benevolência do que a primeira, pois após nenhum dos jovens foste, quer pobre quer rico.
    Rute 3: 10 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    1140 a.C.
    H1115
    biltîy
    בִּלְתִּי
    não, exceto adv
    (not to)
    Substantivo
    H1288
    bârak
    בָרַךְ
    abençoar, ajoelhar
    (and blessed)
    Verbo
    H1323
    bath
    בַּת
    filha
    (and daughers)
    Substantivo
    H1800
    dal
    דַּל
    ()
    H1980
    hâlak
    הָלַךְ
    ir, andar, vir
    (goes)
    Verbo
    H2617
    chêçêd
    חֵסֵד
    bondade, benignidade, fidelidade
    (your goodness)
    Substantivo
    H3069
    Yᵉhôvih
    יְהֹוִה
    Deus
    (GOD)
    Substantivo
    H310
    ʼachar
    אַחַר
    depois de / após
    (after)
    Advérbio
    H314
    ʼachărôwn
    אַחֲרֹון
    atrás, seguinte, subseqüente, ocidental
    (after)
    Adjetivo
    H3190
    yâṭab
    יָטַב
    ser bom, ser agradável, estar bem, estar satisfeito
    (you do well)
    Verbo
    H4480
    min
    מִן
    de / a partir de / de / para
    (from)
    Prepostos
    H518
    ʼim
    אִם
    se
    (If)
    Conjunção
    H559
    ʼâmar
    אָמַר
    E disse
    (And said)
    Verbo
    H6223
    ʻâshîyr
    עָשִׁיר
    rico, abastado n.
    (The rich)
    Adjetivo
    H7223
    riʼshôwn
    רִאשֹׁון
    primeiro, primário, anterior
    (in the first)
    Adjetivo
    H859
    ʼattâh
    אַתָּה
    você / vocês
    (you)
    Pronome
    H970
    bâchûwr
    בָּחוּר
    novo
    (young)
    Substantivo


    בִּלְתִּי


    (H1115)
    biltîy (bil-tee')

    01115 בלתי biltiy

    construto fem. de 1086 (equivalente a 1097); DITAT - 246i subst

    1. não, exceto adv
    2. não
    3. exceto (depois de preceder uma negação) conj
    4. exceto (depois de uma negação implícita ou expressa) com prep
    5. assim que não, a fim de que não
    6. não por causa de, porque...não
    7. até que não

    בָרַךְ


    (H1288)
    bârak (baw-rak')

    01288 ברך barak

    uma raiz primitiva; DITAT - 285; v

    1. abençoar, ajoelhar
      1. (Qal)
        1. ajoelhar
        2. abençoar
      2. (Nifal) ser abençoado, abençoar-se
      3. (Piel) abençoar
      4. (Pual) ser abençoado, ser adorado
      5. (Hifil) fazer ajoelhar
      6. (Hitpael) abençoar-se
    2. (DITAT) louvar, saudar, amaldiçoar

    בַּת


    (H1323)
    bath (bath)

    01323 בת bath

    procedente de 1129 e 1121; DITAT - 254b n f

    1. filha
      1. filha, menina, filha adotiva, nora, irmã, netas, prima, criança do sexo feminino
        1. como forma educada de referir-se a alguém n pr f
        2. como designação de mulheres de um determinado lugar
    2. moças, mulheres
      1. referindo-se a personificação
      2. vilas (como filhas procedentes de cidades)
      3. descrição de caráter

    דַּל


    (H1800)
    dal (dal)

    01800 דל dal

    procedente de 1809; DITAT - 433a; adj

    1. inferior, pobre, fraco, magro, pessoa inferior

    הָלַךְ


    (H1980)
    hâlak (haw-lak')

    01980 הלך halak

    ligado a 3212, uma raiz primitiva; DITAT - 498; v

    1. ir, andar, vir
      1. (Qal)
        1. ir, andar, vir, partir, proceder, mover, ir embora
        2. morrer, viver, modo de vida (fig.)
      2. (Piel)
        1. andar
        2. andar (fig.)
      3. (Hitpael)
        1. percorrer
        2. andar ao redor
      4. (Nifal) liderar, trazer, levar embora, carregar, fazer andar

    חֵסֵד


    (H2617)
    chêçêd (kheh'-sed)

    02617 חסד checed

    procedente de 2616, grego 964 βηθεσδα; DITAT - 698a,699a; n m

    1. bondade, benignidade, fidelidade
    2. reprovação, vergonha

    יְהֹוִה


    (H3069)
    Yᵉhôvih (yeh-ho-vee')

    03069 יהוה Y ehoviĥ

    uma variação de 3068 [usado depois de 136, e pronunciado pelos judeus

    como 430, para prevenir a repetição do mesmo som, assim como em outros lugares

    3068 é pronunciado como 136]; n pr de divindade

    1. Javé - usado basicamente na combinação ‘Senhor Javé’
      1. igual a 3068 mas pontuado com as vogais de 430

    אַחַר


    (H310)
    ʼachar (akh-ar')

    0310 אחר ’achar

    procedente de 309; DITAT - 68b, 68c; adv prep conj subst

    1. depois de, atrás (referindo-se a lugar), posterior,

      depois (referindo-se ao tempo)

      1. como um advérbio
        1. atrás (referindo-se a lugar)
        2. depois (referindo-se a tempo)
      2. como uma preposição
        1. atrás, depois (referindo-se a lugar)
        2. depois (referindo-se ao tempo)
        3. além de
      3. como uma conjunção
      4. depois disso
      5. como um substantivo
        1. parte posterior
      6. com outras preposições
        1. detrás
        2. do que segue

    אַחֲרֹון


    (H314)
    ʼachărôwn (akh-ar-one')

    0314 אחרון ’acharown ou (forma contrata) אחרן ’acharon

    procedente de 309; DITAT - 68e; adj

    1. atrás, seguinte, subseqüente, ocidental
      1. atrás, extremidade posterior, ocidental (referindo-se a localização)
      2. mais tarde, subseqüente, o último, último (referindo-se a tempo)

    יָטַב


    (H3190)
    yâṭab (yaw-tab')

    03190 יטב yatab

    uma raiz primitiva; DITAT - 863; v

    1. ser bom, ser agradável, estar bem, estar satisfeito
      1. (Qal)
        1. estar satisfeito, estar alegre
        2. estar bem colocado
        3. ser bom para, estar bem com, ir bem com
        4. ser agradável, ser agradável a
      2. (Hifil)
        1. tornar contente, jubilar
        2. fazer o bem para, agir bondosamente com
        3. fazer bem, fazer completamente
        4. fazer algo bom, correto ou belo
        5. fazer bem, agir corretamente

    מִן


    (H4480)
    min (min)

    04480 מן min

    ou מני minniy ou מני minney (construto pl.) (Is 30:11)

    procedente de 4482; DITAT - 1212,1213e prep

    1. de, fora de, por causa de, fora, ao lado de, desde, acima, do que, para que não, mais que
      1. de (expressando separação), fora, ao lado de
      2. fora de
        1. (com verbos de procedência, remoção, expulção)
        2. (referindo-se ao material de qual algo é feito)
        3. (referindo-se à fonte ou origem)
      3. fora de, alguns de, de (partitivo)
      4. de, desde, depois (referindo-se ao tempo)
      5. do que, mais do que (em comparação)
      6. de...até o, ambos...e, ou...ou
      7. do que, mais que, demais para (em comparações)
      8. de, por causa de, através, porque (com infinitivo) conj
    2. que

    אִם


    (H518)
    ʼim (eem)

    0518 אם ’im

    uma partícula primitiva; DITAT - 111; part condicional

    1. se
      1. cláusula condicional
        1. referindo-se a situações possíveis
        2. referindo-se a situações impossíveis
      2. em juramentos
        1. não
      3. se...se, se...ou, se..ou...ou
      4. quando, em qualquer tempo
      5. desde
      6. partícula interrogativa
      7. mas antes

    אָמַר


    (H559)
    ʼâmar (aw-mar')

    0559 אמר ’amar

    uma raiz primitiva; DITAT - 118; v

    1. dizer, falar, proferir
      1. (Qal) dizer, responder, fala ao coração, pensar, ordenar, prometer, intencionar
      2. (Nifal) ser falado, ser dito, ser chamado
      3. (Hitpael) vangloriar-se, agir orgulhosamente
      4. (Hifil) declarar, afirmar

    עָשִׁיר


    (H6223)
    ʻâshîyr (aw-sheer')

    06223 עשיר ̀ashiyr

    procedente de 6238; DITAT - 1714b adj.

    1. rico, abastado n.
    2. o rico, o abastado, homem rico

    רִאשֹׁון


    (H7223)
    riʼshôwn (ree-shone')

    07223 ראשון ri’shown ou ראשׂן ri’shon

    procedente de 7221; DITAT - 2097c adj.

    1. primeiro, primário, anterior
      1. anterior (referindo-se ao tempo)
        1. ancestrais
        2. coisas antigas
      2. o mais à frente (referindo-se à localização)
      3. primeiro (no tempo)
      4. primeiro, principal (segundo o grau) adv.
    2. primeiro, antes, antigamente, no princípio

    אַתָּה


    (H859)
    ʼattâh (at-taw')

    0859 אתה ’attah ou (forma contrata) את ’atta ou את ’ath feminino (irregular) algumas vezes אתי ’attiy plural masculino אתם ’attem feminino אתן ’atten ou אתנה ’attenah ou אתנה ’attennah

    um pronome primitivo da segunda pessoa; DITAT - 189; pron pess

    1. tu (segunda pess. sing. masc.)

    בָּחוּר


    (H970)
    bâchûwr (baw-khoor')

    0970 בחור bachuwr ou בחר bachur

    particípio passivo de 977; DITAT - 231a; n m

    1. jovem, homem jovem