Enciclopédia de Salmos 73:11-11

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

sl 73: 11

Versão Versículo
ARA E diz: Como sabe Deus? Acaso, há conhecimento no Altíssimo?
ARC E dizem: Como o sabe Deus? ou há conhecimento no Altíssimo?
TB dizendo: Como sabe Deus?
HSB וְֽאָמְר֗וּ אֵיכָ֥ה יָדַֽע־ אֵ֑ל וְיֵ֖שׁ דֵּעָ֣ה בְעֶלְיֽוֹן׃
BKJ E eles dizem: Como Deus sabe? E há conhecimento no Altíssimo?
LTT E eles dizem: Como o sabe Deus? Há conhecimento no Altíssimo?
BJ2 E dizem: "Acaso Deus conhece? Existe conhecimento no Altíssimo?"
VULG Ut quid avertis manum tuam, et dexteram tuam de medio sinu tuo in finem ?

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Salmos 73:11

Jó 22:13 E dizes: Que sabe Deus disto? Porventura, julgará por entre a escuridão?
Salmos 10:11 Diz em seu coração: Deus esqueceu-se; cobriu o seu rosto e nunca verá isto.
Salmos 44:21 porventura, não conhecerá Deus isso? Pois ele sabe os segredos do coração.
Salmos 73:9 Erguem a sua boca contra os céus, e a sua língua percorre a terra.
Salmos 94:7 E dizem: O Senhor não o verá; nem para isso atentará o Deus de Jacó.
Salmos 139:1 Senhor, tu me sondaste e me conheces.
Ezequiel 8:12 Então, me disse: Viste, filho do homem, o que os anciãos da casa de Israel fazem nas trevas, cada um nas suas câmaras pintadas de imagens? E eles dizem: O Senhor não nos vê, o Senhor abandonou a terra.
Oséias 7:2 E não dizem no seu coração que eu me lembro de toda a sua maldade; agora, pois, os cercam as suas obras; diante da minha face estão.
Sofonias 1:12 E há de ser que, naquele tempo, esquadrinharei Jerusalém com lanternas e castigarei os homens que estão assentados sobre as suas fezes, que dizem no seu coração: O Senhor não faz bem nem faz mal.

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras

Não foram encontradas referências em Outras Obras.

Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Salmos Capítulo 73 do versículo 1 até o 28
SEÇÃO III

LIVRO III: SALMOS DE ASAFE E OUTROS

Salmos 73:89

O Livro III consiste em dezessete salmos. Todos têm títulos indicando nomes pesso-ais: onze são de Asafe, três de Corá, um de Davi, um de Hemã e um de Etã. Todos os tipos de salmos estão representados, com exceção do salmo de penitência (cf. Int.) : seis salmos de lamentação, cinco de culto, adoração, louvor e ações de graça; três de sabedoria, um imprecatório, um litúrgico e um messiânico. Alguns dos salmos mais admiráveis e preci-osos do Saltério estão nessa seção.

SALMO 73: O PROBLEMA DOS ÍMPIOS QUE PROSPERAM 73:1-28

Tipificado como literatura sapiencial, o Salmo 73 é o primeiro de um grupo de onze ligados a Asafe pelo título ou sobrescrito (cf. Int. do Salmo 50). Ele trata do mesmo tema abordado pelos Salmos 37 ; 49: Por que um Deus justo permite que o ímpio prospere e o justo sofra e seja afligido? Uma boa parte da literatura sapiencial no AT reflete essa questão. Os provérbios ressaltam a bênção dos justos e a miséria dos transgressores. Jó examina essa tese do ponto de vista de um homem justo que sofreu muito. Eclesiastes trata desse tema tendo como referência um homem um tanto vaidoso e cínico que não era "demasiadamente justo" (Ec 7:16), mas que, mesmo assim, "tinha tudo" no que diz res-peito à riqueza, cultura, prazer e luxo.

Muitos estudiosos têm comentado acerca da semelhança entre o Salmo 73 e o livro de Jó. Robinson diz: "O autor do Salmo 73, por exemplo, semelhantemente ao grande poeta que escreveu o livro de Jó, deparou com a questão do sofrimento e suas conseqüên-cias, e nos leva a participar da sua própria batalha espiritual".' Oesterley comenta: "Em certo sentido, esse salmo é um resumo e símbolo do livro de Jó [...] ele lida com o mesmo problema, segue a mesma linha de pensamento e oferece um dos poucos esboços do AT acerca da genuína doutrina da imortalidade [...1 Surge um problema no pensamento religioso, assim como ocorre na ciência, por conta de um choque aparente entre teoria e fato. Ou a teoria precisa ser abandonada ou outros aspectos da verdade precisam ser elucidados para alinharem os fatos discordantes no plano universal. A teoria aqui é o caráter de Deus, conforme revelado pelos grandes profetas; o fato conflitante é a aparen-te injustiça e desigualdade da retribuição divina.2

  • O Problema dos Justos (73:1-3)
  • Os primeiros três versículos relatam, de maneira sucinta, o problema espiritual do salmista. Sua fé afirma o fato de que Deus é bom para com Israel [...] para com os limpos de coração (1). Os puros de coração certamente são abençoados (Mt 5:8). O salmista parte dessa fé e retorna a essa mesma fé. Mas antes disso, certos fatos devem ser trazidos para o foco certo. Ele viu seus pés espirituais quase se desviarem (2) e disse: Eu tinha inveja dos soberbos, ao ver a prosperidade dos ímpios (3). Os homens sempre serão levados a lutar com os problemas apresentados pelo sucesso aparente e a prosperidade dos ímpios e de homens sem escrúpulos, e o sofrimento e as privações su-portados por aqueles "dos quais o mundo não era digno" (Hb 11:38). Muitos permitem que suas perguntas se transformem em dúvidas prejudiciais em relação à justiça e bon-dade de Deus.

  • A Prosperidade dos Ímpios (73:4-12)
  • A riqueza, o orgulho e a prosperidade dos ímpios são descritos em termos vívidos. O fato de isso não ocorrer com todos os injustos não obscurece a realidade de ser verdade para muitos. Não há apertos na sua morte, mas firme está a sua força (4) pode ser traduzido como: "Eles não passam por sofrimento e tem um corpo saudável e forte" (NVI). Eles parecem estar livres de "canseiras" (5; ARA), seguros na sua soberba e incontrolados na sua violência ou conduta sem escrúpulos (6). No meio de um povo primitivo que sempre está à beira da fome, os ímpios têm mais do que o seu coração deseja (7). Sua conversa é cínica e perversa, presunçosa e blasfema (8-9). Os versículos 10:11 são tradu-zidos de maneira mais clara por Moffatt: "Por isso o povo se volta para eles e não vê nada de errado neles, pensando: 'Quanto Deus se importa? Acaso, há conhecimento no Altíssimo?" Apesar da sua impiedade, esse povo prospera e os seus habitantes estão sempre em segurança, e se lhes aumentam as riquezas (12).

  • Progresso rumo à Solução (73:13-20)
  • À luz do que havia observado, o salmista foi levado a questionar se ele havia em vão purificado o seu coração e lavado as suas mãos na inocência (13). Se os ímpios "progridem", por que se preocupar em ser bom? Na verdade, castigo e aflição têm sido sua sorte (14). O versículo 15 mostra que, mesmo que tenha pensado essas coisas, ele não expressou suas dúvidas em voz alta — porque ao fazê-lo "teria traído os teus filhos" (NVI). Ele havia guardado as suas dúvidas para si mesmo. Mesmo assim, a sua pondera-ção era dolorosa: Fiquei sobremodo perturbado (16).

    Finalmente a luz invade a escuridão quando ele entra no santuário de Deus (17). Então ele vê que o Senhor não acerta imediatamente as contas com todos. De modo súbito, ele entende que o ímpio que prospera, a quem ele havia insensatamente inveja-do, foi colocado em lugares escorregadios (18) e destinado à destruição (18). Deso-lação e terrores são o seu destino (19). Como tudo muda em um sonho (20) no momen-to em que se acorda, assim ocorrerá quando Deus "acordar" para julgar; tudo será inver-tido, como ocorreu com o rico e Lázaro (cf. Lc 16:19-31). Desprezarás a aparência ("imagens", Berkeley) deles.

    Lawrence Toombs expressou, de modo eloqüente, a seguinte percepção: "Não raras vezes, como no caso do salmista, a situação é vista de uma maneira diferente no santuá-rio do que quando se está no mundo. O salmista sentiu que a dificuldade estava no seu ambiente. No santuário ele percebeu que a dificuldade estava nele mesmo [...] No santu-ário, o centro da vida do salmista foi mudado de si próprio para Deus [...] A mudança de foco possibilitou uma revelação surpreendente. Mesmo na sua pobreza e opressão, ele possuía a única coisa no mundo digna de valor: a presença de Deus em sua vida (23). Estar com Deus, ter sua orientação e conselho e ser o herdeiro das suas promessas (24) é um tesouro que, em comparação com as posses das pessoas do mundo, é de maior valor [...] A prosperidade dos ímpios era um sonho. A presença de Deus era a realidade.3

    4. A Perspectiva da Eternidade (73:21-28)

    A nova percepção trouxe uma confissão imediata e humilde (21-22; cf. 42:3-6). Os rins (21) simbolizavam os sentimentos ou a consciência. Muitas vezes, quando surge uma nova luz, nós nos perguntamos: Por que não vi isso antes? A presença contínua de Deus era o maior tesouro que a vida podia oferecer (23). A orientação aqui e a glória no futuro são a certeza dos santos (24). Quem poderia desejar mais? No céu ou na terra, nada podia ser melhor do que a presença do próprio Senhor (25). Embora o corpo se torne fraco e finalmente desvaneça, Deus será a sua porção para sempre (26). Os comenta-ristas discordam em relação à clareza que o salmista tinha ao visualizar a glória além-túmulo. Certamente o que Oesterley observa é verdadeiro: "Aqui mais uma vez se ex-pressa a condição primária para a vida no futuro: comunhão com Deus. Mas nesse salmo podemos perceber, de forma mais completa, o resultado dessa comunhão. A união com o Deus eterno e imutável não pode ser interrompida pela morte. Como durante a vida nesta terra Deus está com o seu servo, assim no mundo vindouro Deus estará com ele. Na presença de Deus há vida".4

    Os versículos 27:28 apresentam um resumo claro acerca do destino final totalmente diferente dos ímpios e dos justos: Eles perecerão e serão destruídos (27). Mas, para mim, bom é aproximar-me de Deus; pus a minha confiança no SENHOR Deus, para anunciar todas as tuas obras (28). A expressão: apostatando, se desviam de ti (27) descreve a infidelidade espiritual contra o Amante das suas almas.


    Champlin

    Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
    Champlin - Comentários de Salmos Capítulo 73 versículo 11
    22:13-14; Sl 10:4,Sl 10:11; Sl 14:1; Sl 53:1; Is 29:15.

    Genebra

    Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
    Genebra - Comentários de Salmos Capítulo 73 do versículo 1 até o 28
    *

    Sl 73

    Este salmo começa declarando que Deus é bom, uma crença adquirida após longa luta com aquilo que se observa no mundo, especialmente a prosperidade dos iníquos. Esse importante tema também é abordado em Sl 37; 49 e no livro de Jó.

    * 73:1

    Deus é bom. Aquilo que tinha enevoado o coração do salmista e perturbado o seu relacionamento com o Senhor, fora resolvido.

    * 73:2

    quase me resvalaram os pés. Uma vida obediente é, com freqüência, comparada ao ato de andar ao longo de uma vereda reta (Pv 1:9). O salmista descreveu a dúvida e o ceticismo com a figura de linguagem de escorregar de uma vereda.

    * 73:6

    os cinge como um colar. A prosperidade dos ímpios leva-os aos pecados mais profundos do orgulho e da violência.

    * 73:7

    Os olhos saltam-lhes da gordura. A figura de um coração que se tornou insensível devido à permissividade (1Jo 2:16).

    * 73:9

    Contra os céus. Os orgulhosos não temem falar como se eles mesmos tivessem criado o mundo, deixando Deus para trás (At 20:22).

    * 73:10

    que bebe a largos sorvos. Embora os ímpios sejam tão maus, ainda assim o povo "bebe" o que eles têm para dizer.

    * 73:13

    inutilmente. Estes versículos mostram a atitude do poeta, antes dele ter resolvido a questão em sua mente.

    * 73:15

    Se eu pensara em falar. Se tivesse expressado as suas dúvidas e queixas, antes de chegar a uma solução, ele teria instilado a dúvida na comunidade de Deus.

    * 73:16

    isso. Ou seja, a prosperidade dos ímpios e o sofrimentos dos justos.

    * 73:17

    até que entrei no santuário. A mudança ocorreu quando ele entrou na presença de Deus, que se revelava no templo.

    com o fim deles. Embora os ímpios prosperem por algum tempo, sua sorte final é a destruição. Ver "O Juízo Final", índice.

    * 73:20

    Como ao sonho. Deus manifestar-se-á em julgamento contra os ímpios. Quando ele assim fizer, a prosperidade deles parecerá um sonho.

    * 73:22

    eu estava embrutecido e ignorante. As emoções negativas bloqueavam os pensamentos sobre Deus e seus caminhos.

    * 73:23

    tu me seguras pela minha mão direita. Deus está próximo do adorador, a fim de aconselhá-lo e guiá-lo.

    * 73:24

    na glória. Apesar de que alguns estudiosos tomam essas palavras como uma alusão à fama e à reputação terrenas, mais provavelmente trata-se de uma referência à glória eterna. Nada romperia a comunhão íntima que o salmista desfrutava com Deus (Rm 8:38,39).


    Matthew Henry

    Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
    Matthew Henry - Comentários de Salmos Capítulo 73 do versículo 1 até o 28
    73.1ss Asaf era o líder de um dos coros levíticos do Davi. Compilou os Salmos 73:83, mas possivelmente não os escreveu todos. Neste salmo Asaf explica que até que não entrou no santuário de Deus, não compreendeu onde estava a justiça ao permitir que o malvado prosperasse enquanto que o reto passasse penúrias. Entretanto, quando viu que um dia se faria justiça, reconheceu a sabedoria de Deus.

    73.1-20 E dois temas profundos fluem por estes versículos: (1) a prosperidade dos ímpios, deixando às pessoas fiel perguntando-se por que têm que preocupar-se com ser bons, e (2) a riqueza do ímpio parece ser tão tentadora que possivelmente os fiéis queiram estar em seu lugar. Não obstante, estes dois temas finalizam de uma maneira surpreendente já que a riqueza do ímpio perde de repente seu poder no momento da morte e as recompensas do bom sem pensá-lo adquirem um valor eterno. O que parecia riqueza, agora é desperdício, e o que parecia não valer a pena, agora perdura para sempre. Não deseje ocupar o lugar dos ímpios para obter sua riqueza. Algum dia eles desejarão ter o seu e possuir sua riqueza eterna.

    73:20 Asaf se deu conta de que quão ricos depositam sua esperança, gozo e confiança na riqueza, vivem um sonho. Um sonho só existe na mente do sonhador. Não permita que as metas de sua vida sejam tão irreais como um sonho e que desperte muito tarde ante o fato de que perdeu a realidade da verdade de Deus. A felicidade e a esperança podem ser uma realidade, mas solo quando se apóiam em Deus, não nas riquezas. portanto, devemos nos aproximar do tanto como possamos a fim de ser realistas quanto à vida.


    Wesley

    Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
    Wesley - Comentários de Salmos Capítulo 73 do versículo 1 até o 28
    Sl 73:1 ), Sl 73:1 .

    DESVANTAGEM B. O SALMISTA (Sl 73:2)

    A beira do precipício era um composto instável de dois fatores: a presença de uma emoção impura dentro do salmista ea realidade de injustiça na estrutura social de sua época. A emoção que afligiu o salmista era inveja. Buber insiste que era ciúme, embora o termo hebraico qinne'ti pode significar tanto a inveja ou o ciúme. A injustiça foi a prosperidade dos ímpios. Prosperity deve ser a marca do puro, não dos ímpios, que deve ser sumariamente punidos por seus pecados.

    Em vez da pura, foi o mau que tinha liberdade de dores. Se o salmista tinha o conceito de sofrimento em geral em mente, ou especificamente as dores em sua morte , depende de como se divide as consoantes no texto hebraico e, em seguida, adiciona vogais para eles. A KJV e ASV aceitar a leitura do Texto Massorético, lemotam , mas o RSV aceita uma divisão da palavra em duas partes, Lamo e tam . Isto dá a leitura ", pois eles não têm dores; seus corpos são de som e elegante. "O raciocínio é que este é muito cedo no salmo para a morte do ímpio a ser considerado. O local adequado é nos versos Sl 73:18 e Sl 73:19 .

    Os ímpios, aparecem, favoritos sem problemas como saudáveis ​​livres de doenças que estão plenamente conscientes de seu status elevado. A estimativa de si mesmos como alto e poderoso encobre-los. Suas bochechas gordas e olhos inchados são acompanhadas por uma sensação de inchaço de importância. Eles exercem seu poder como tiranos cruéis que assumem que eles são responsáveis ​​por nenhum poder superior. O impulso do versículo 10 parece ser que eles têm o apoio popular do povo, que bebem nas presunções dos ímpios, como se fossem água. O clímax de sua arrogância é uma reivindicação crasso que Deus é estupidamente inconscientes de seus crimes. E a sua facilidade de luxo e riqueza crescentes parece fazer suas palavras verdadeiras.

    D. OS PROBLEMAS QUE ENFRENTOU O SALMISTA (73: 13-16)

    Olhando-os ímpios deixou o salmista com um sentido doentio de desespero e frustração. Qual foi o valor de lutar depois de pureza? Ele não tinha recompensas aparentes. Foi um trabalho duro para nada. Este foi o abismo além do precipício, a falta de sentido da piedade na presença de sofrimento pessoal. Momentaneamente, a tentação de mergulhar no abismo que era quase irresistível.

    Mas o salmista não ceder à tentação de ceder ao desânimo. Um senso de responsabilidade para com os filhos de Deus verificado ele no momento crucial. Para ele, a negar a verdade de que "Deus é bom" poria em perigo a fé de muitos outros em Deus (v. Sl 73:15 ).Ele teria traído os que sofreram sem reclamar, enfrentando corajosamente o pior que a vida poderia derramar sobre eles.

    Junto com as lutas emocionais contra a inveja e consternação, o salmista teve problemas com a lógica da situação. O fato de que os ímpios eram prósperos era uma contradição de uma premissa principal de justiça retributiva, ou seja, o pecado deve ser punido agora. Seu próprio sofrimento era uma contradição de outra premissa, o obediente deve ser recompensado com paz agora. A inversão da lei da retribuição na vida real e o atraso das exigências da justiça não pode ser racionalmente justificada. Para lutar com o problema era muito doloroso (v. Sl 73:16 ). A partir desta perspectiva, o salmista não experimentar a bondade de Deus como a experiência pura lo.

    II. A reviravolta RADICAL (Sl 73:1)

    Por dedução pode-se concluir que o salmista foi atingida com a agonia da indecisão. Ele havia sido tentado a desistir de todo o negócio de piedade (v. Sl 73:13 ), e que tinha sido mantido sob controle por um senso de obrigação de filhos de Deus (v. Sl 73:15 ). Ele havia sido mantido à distância pelas contradições imponderáveis ​​da vida (v. Sl 73:16 ). Mas ele fez tomar uma decisão muito importante um-decisão. Ele voltou seu olhar do abismo do desânimo e prendeu seus olhos e pensamentos sobre Deus. Ele entrou no santuário de Deus. No hebraico, a palavra santuário (miqdeshey) está na forma plural, genitively relacionado com a palavra de Deus ('El ). Assim, não se refere necessariamente ao templo terreno localizado em Jerusalém, mas carrega um sentido profundamente espiritual.João Paterson sugeriu que algo semelhante a frase de Paulo ", nos lugares celestiais" (Ef 1:3 ), ou visão de Isaías (Is 6:1.) se destina. Seja qual for a sua localização física, os pensamentos do salmista foram agora no ambiente dos pensamentos de Deus.

    B. O NOVO ENTENDIMENTO (73: 18-20)

    A fachada de arrogância, saúde e riqueza que o salmista viu pela primeira vez quando ele observou os ímpios (vv. Sl 73:4-11) desapareceu, como a névoa diante do sol nascente. O verdadeiro estado de ser, o status real, o destino certo dos ímpios, agora eram tão visíveis, como se tivessem sido atropelados pelas sondagens de uma máquina de raio-X. Deus estava no trabalho depois de tudo. Os ímpios tinham sido enganados por uma falsa estimativa de sua própria importância, seu próprio poder, a sua própria segurança.Realmente, as fundações sob eles já foram lubrificados, prontos em sinal de enviá-los mergulhar em desastre. E isso foi obra de Deus, Seu julgamento. Os ímpios não tinha controle sobre seu destino; no momento do mandamento de Deus que eles se envolvido em terrores . Quando Deus deixa Sua demora da ação, que se caracteriza como um despertar do sono, a sua segurança desapareceria como um sonho. Na presença do Senhor, que, eles se gabava, não estava preocupado, eles seria desprezado. Deus sabe, e eles se tornarão conscientes de que Ele sabe (v. Sl 73:20 ).

    Os ímpios não foram correlacionados positivamente com Deus, por isso suas vidas pessoais eram instáveis, a sua influência sobre a vida era só físico, e seu futuro culminou na morte. Eles não eram aceitáveis ​​a Deus.

    C. THE NEW AUTO-COMPREENSÃO (73: 21-22)

    Quando o salmista voltou seus olhos de volta sobre si mesmo, ele foi atingido com um sentimento de constrangimento e humilhação. Dúvida da integridade de Deus em relação à justiça o havia levado a abrigar emoções e pensamentos impuros. Dúvida lhe degradada ao nível bestial; que havia corrompido inteligência em estupidez. Cod não era o culpado; ele próprio era o culpado por não confiar em Deus pacientemente enquanto Ele estendeu a misericórdia até mesmo para os ímpios.

    D. A NOVA RELAÇÃO (73: 23-24a)

    Considerando os maus eram inaceitáveis ​​para Deus, ea sua própria dúvida era indigno de um filho de Deus, o salmista tomou consciência de que Deus foi misericordioso com ele também. No entanto , Deus tinha sido e ainda estava com ele. A relação era como a de um pai e uma criança de tropeço; Deus segurou sua mão direita. Agora ele estava com segurança longe do precipício que faz fronteira com o desespero. Ele estava no caminho novamente com o Senhor, ouvindo o bom conselho de Sua sabedoria.

    E. O NOVO FUTURO (Sl 73:24 e 26 , tendo em conta o forte contraste entre eles e versículo 27 . O impulso do versículo 25 é que em nenhum lugar há qualquer ser além do Senhor, que é digno de total compromisso do salmista. Só o Senhor pode satisfazer seus desejos. Quando os recursos físicos falhar, só o Senhor é suficiente para alimentação necessária força para o coração.

    É bom notar a proeminência da palavra coração neste salmo. A bondade de Deus é experimentado pelo puros de coração (v. Sl 73:1 ), mas os ímpios têm mais do que o coração pode desejar (v. Sl 73:7 ). Diante desta contradição, o salmista se desesperou que seus próprios esforços para limpar seu coração foram em vão (v. Sl 73:13 ). No entanto, depois de entrar no santuário e vendo a verdadeira condição dos ímpios, o seu coração perturbado porque ele tinha sido tão estúpido (v. Sl 73:21 ). Agora, em contraste com o fracasso da força puramente humana no coração, o Senhor está presente como a sua força. Desde que a palavra original hebraico pela força é o "rock" (Tsur ), a idéia de uma base sólida também pode ser entendido como presente .

    Força percebeu de Deus é a base para o futuro. Não é por um momento, é para sempre (le'olam ). Esta é a vida sem fim.

    Em contraste, os ímpios não têm nenhuma base para a vida, nem aqui e agora, nem em qualquer momento no futuro, porque eles estão longe de Deus e por isso não têm a vida eterna. Sua imoralidade não é apenas luxúria, mas também um afastamento de Deus. Seu único futuro é a destruição.

    F. THE NEW RESOLVE (Sl 73:28)

    No santuário, o salmista tinha chegado a conhecer o bem. Ele foi se aproximando a Deus que era o bem supremo, e foi realizado pelo "puro de coração". Mas o ato de aproximar foi tampado pela consciência de que Deus era o seu refúgio. Houve descansar bem como quest. Houve também um propósito, uma tarefa de vida, o que pode ser envolvido em imediatamente. A experiência pessoal de Deus não era o fim do momento no santuário. A final foi o desejo premente de contar aos outros sobre o que Deus tinha feito. Eles, também, deve saber que os "puros de coração" pode experimentar a bondade de Deus.

    SALMO 74

    Tema: fé no meio das ruínas tombado

    A lamentação de Asafe, este salmo provavelmente foi baseado na destruição de Jerusalém em 587 AC , uma vez que foi a única vez que a cidade eo templo foram destruídos pelo fogo em tempos pré-cristãos. Antíoco Epifânio abusou terrivelmente o templo, despojando-a de seus móveis e decorações de ouro e prata em 167 BC Oesterley sugeriu o salmo pode ter sido escrito cerca de 540 AC e revisto no tempo de Artaxerxes Ochus (359-338 AC) e novamente em 168 BC


    Russell Shedd

    Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
    Russell Shedd - Comentários de Salmos Capítulo 73 do versículo 1 até o 28
    73.1,2 Por pouco, quase o salmista vacilara na fé, mas no final, venceu; a batalha se menciona no v. 2, e a vitória no v. 1.
    73.3- 6 A saúde física dos malfeitores e sua aparente liberdade das aflições e preocupações levaram-nos a se ensoberbecer, e levaram o salmista à tentação de querer invejá-los.
    73:7-10 Os malfeitores blasfemam de Deus nos céus e falam mal dos homens na terra, pois eles se julgam onipotentes em tudo.
    73:11-14 Visto, que Deus não os pune instantaneamente, imaginam que, ou Deus não o sabe, ou não se importa com o comportamento humano. De outro lado, o salmista está recebendo aflições: daí suas dúvidas.
    73:15-18 Das certezas, é bom falar para outras pessoas, mas das dúvidas não se deve falar muito, pois há problemas que o intelecto humano não pode entender, e que devem ser levados só a Deus em oração.
    73.18- 22 O que conta é o fim da caminhada, pois a vida deve ser examinada à luz da eternidade. Por isso, o salmista já começa a se envergonhar das suas avaliações superficiais da situação (21-22).
    73.21,22 A amargura estraga nossa capacidade de pensar e meditar.
    73:23-26 Quando os ímpios passam para a eterna separação de Deus, os que nele confiam passam para a comunhão plena e eterna com Ele. A religião é a seguinte: ter a Deus como nosso Guia na terra, e como nosso Pai e Chefe de família nos céus (24), é o único desejo dm crentes (25-26).
    73.27 O resultado do pecado é o afastamento perpétuo de Deus.
    73.28 Para os que quiseram a comunhão com Deus terra, haverá a eternidade inteira para estarem na Sua presença; aqui nós já conhecemos Seu amor.

    NVI F. F. Bruce

    Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
    NVI F. F. Bruce - Comentários de Salmos Capítulo 73 do versículo 1 até o 28
    LIVRO TRÊS — Sl 73:0Dt 9:18. v. 14. liberta-, heb. gã’al\ v.comentário de

    69.18. vida-, heb. “sangue”, preciosa-, conforme 1Sm 26:21,2Rs 1:14; Sl 9:12; Sl 116:15. v. 15. Cf. 1Sm 10:24; 2Sm 16:16; 2Rs 11:12. ouro de Sabá-, representa aqui todos os tipos de tributo (conforme v. 10). Que [...] se invoquem bênçãos-, o povo vai abençoar o rei ou invocar as bênçãos de Deus sobre ele (v.comentário de

    26.12). v. 16. alto dos montes-, geralmente a terra menos fértil. Líbano-, v. o NBD. Cresçam...-. o TM é difícil; várias versões em português mantêm “da cidade” (ARA, ARC; assim também Lutero; a NVI e a NTLH transformam “as cidades” em sujeito; conforme BJ). v. 17. Conforme 18:19; Sl 89:36,Sl 89:37; lRs 2.12,45. nome-, v.comentário Dt 20:1. e dure a sua fama-, o TM traz “que o seu nome tenha ramos (floresça)”; mas um manuscrito hebraico e as versões trazem “que o seu nome permaneça” (conforme BJ). que elas o chamem bendito-, ou “feliz” (o verbo é cognato de ’astrê\ v.comentário Dt 1:1). v. 18. Bendito seja-, lit. “Abençoado”; v.comentário Dt 26:12. feitos maravilhosos-, v. comentário Dt 9:1. v. 19. nome-, v.comentário Dt 20:1. Amém e amém-, v.comentário de 41.13. A doxologia é a conclusão do Livro II do Saltério.

    SALMOS 73—89
    experiência de dúvida angustiante da qual ele finalmente emergiu enriquecido espiritualmente.
    Conclusão (v. 1)

    Deus ébom não é um mero clichê, mas uma convicção madura fundamentada na experiência. Na mesma linha, Dostoievski pôde dizer: “Não é como uma criança que eu confio em Cristo e o professo. O meu hosana é fruto de uma fornalha de dúvidas”.

    A exposição do problema (v. 2-14)

    Nem sempre ele teve tanta certeza assim. Há pouco tempo, quase perdeu a fé. A sua volta, ele viu pessoas irreverentes, centradas em Sl mesmas, que mesmo assim desfrutavam de sãlom, paz e prosperidade-, para elas, tudo está bem. Elas possuem saúde e uma alegria incomum. Qual é o segredo do sucesso delas? Não é uma vida espiritual, marcada pela bondade, com certeza. Elas alardeiam sua arrogância de forma escancarada, e é costume delas pisotear sem consideração alguma os direitos dos outros. “Os seus olhos saltam-lhes da gordura” (rodapé da NVI; v. 7) à medida que fazem suas tramas maldosas. Cínicos, com ar de superioridade, envolvem-se em conversas maliciosas e ameaças. Ditam ordens para todos a seu redor e descartam Deus como alguém irrelevante. O Altíssimo (v. 8) é transcendente demais se preocupar com o ser humano, para ser importunado com a humanidade, não é? É uma teologia conveniente, pois na prática eles continuam ateus, livres para fazer o que quiserem. Não é de admirar que consigam atrair apoio popular entre o seu povo, que bebe as suas palavras até saciar-se (v. 10). Até o salmista se sente atraído para essa vida fácil destituída de escrúpulos morais e religiosos. As vantagens são evidentes: eles têm toda a sorte do mundo, riquezas em grande quantidade e nada com que se preocupar. O salmista se pergunta se não está desperdiçando o seu tempo ao obedecer à sua consciência e lavar as mãos na inocência (v. 13). Onde foi que ele errou? Todos os golpes dos quais os outros escapam (v. 5) o atingem. Deus parece ter algo contra ele, pois os problemas o assolam a cada passo.

    O salmista obviamente havia sido formado nas escolas sapienciais que produziram obras como Provérbios, Jó e Eclesiastes. Os mestres da sabedoria tentaram associar a religião com a vida e seus problemas. Tradicionalmente se cria que a riqueza era a bênção de Deus sobre os justos, e os problemas eram o castigo dele sobre a impiedade. Mas de forma crescente havia exceções a essa regra de fé, o que causava agonia e tormento ao crente ortodoxo. E esse problema que o salmista traz à discussão aberta, para o benefício dos seus irmãos de fé e como parte de um ato de adoração. Tanto eles quanto Deus estavam presentes no santuário, e o salmista alterna entre eles e Deus no seu salmo (cf. v. 28). Ele tenta coadunar fatos e fé num mundo confuso em que o Deus moral parece ausente e o mal desenfreado é permitido. “A virtude na aflição e o vício no triunfo tornam os homens ateus” (John Dryden). Como alguém poderia continuar crendo?

    A solução buscada e encontrada (v. 15-20)

    Ele foi salvo da beira do precipício (conforme v. 2) por seus irmãos de fé, a “família de Deus” (NEB). Parece haver uma barreira entre ele e seu Deus na sua atual forma de percepção. Mas a realidade da sua comunhão com os seus irmãos de fé o impede de chegar à conclusão da sua lógica humana. Eles são o gancho de Deus para puxá-lo de volta para o seu Senhor. Mas ele ainda está a uma distância muito grande; há uma montanha intransponível entre eles. Depois de lutar para tentar entender isso, a conclusão é: achei muito difícil para mim (v. 16).

    A certa altura, ele vai a um culto no templo e, durante a adoração, descobre aquela luz “que surpreende o cristão enquanto ele canta” (W. Cooper). Muitos salmos sugerem que no templo as maravilhas da graça de Deus e o pavor (v. 19) dos seus juízos eram celebrados como fatores poderosos. Nesses cultos, Deus se revelava como salvador e juiz soberano, que dava motivos para o louvor do seu povo, que advertia contra a infidelidade e assegurava a vindicação aos oprimidos. É aí que caem as escamas dos olhos do salmista, e ele tem uma experiência com o Deus que “quando os ímpios triunfam, confundindo toda a virtude, faz brilhar a sua luz, espanta os horrores da noite; envolve os santos com sua misericórdia” (J. Neander). Convertido de novo ao ponto de vista de Deus, ele abraça de coração o que recitou no culto no templo, a realidade do poder divino e o juízo sobre os ímpios (conforme 27:13-18). Ele aplica isso a seus contemporâneos irreligiosos e imorais. A vida bem-sucedida das pessoas de quem teve inveja está construída sobre a areia movediça e não tem segurança permanente no mundo de Deus. O Senhor (v. 20) está esperando o momento certo como se estivesse dormindo. O salmista pode confiar em que Deus está alerta e ativo para intervir (conforme 35.23; 78.65). Então as “fantasias da tentação vão fugir”, irreais como num pesadelo. “A efemeridade é o prazer da pessoa mundana [...] Alegrias sólidas e tesouros duradouros / Ninguém conhece, a não ser os filhos de Sião” (J. Newton).

    Tesouro duradouro (v. 21-28)

    Como crente, o salmista confessa sua cegueira anterior concernente a seu relacionamento com Deus. Ele admite que sua avaliação anterior do que vale a pena na vida (v.


    13) era fundamentada em premissas materialistas que não caem bem para quem foi criado à imagem de Deus. Ele pertence a Deus, e é Deus quem o mantém firmemente seguro na sua mão e nunca vai abandoná-lo; é Deus quem tem o conselho certo para ele e lhe promete um destino glorioso. Como poderia um relacionamento pessoal com Deus perecer no Sheol? O salmista se debate com o conceito da vida após a morte na presença de Deus com uma lógica investigativa baseada na fé. Será que conhecer Deus já não é vida eterna (Jo 17:3)? O único vocabulário à sua disposição é receberás (e depois me receberás com honrasv. 24), palavra usada para o traslado de Enoque e Elias (Gn 5:24; 2Rs 2:1).

    Ninguém, a não ser Deus, e nada mais pode satisfazê-lo. A sua fé já não é condicionada por fatores materiais. Embora o seu esqueleto humano perca sua vitalidade, ele vai continuar encontrando em Deus a fonte da sua vida espiritual (conforme 2Co 4:16-47). Sua confissão piedosa é: “eu só tenho a ti” (NTLH). As pessoas alienadas dessa fonte de vida certamente estão condenadas. Mas o salmista encontra satisfação no relacionamento próximo com

    Deus na adoração no templo. Ele chegou até aí como conseqüência do seu compromisso, a fim de proclamar (v. 28) o que Deus fez por ele e anunciar que isso faz parte dos grandes atos salvíficos que ele efetua a favor do seu povo.


    Moody

    Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
    Moody - Comentários de Salmos Capítulo 73 do versículo 2 até o 12

    2-12. Seu Problema. Ao ver a prosperidade dos perversos. Contrastando coma conclusão generalizada do escritor está sua peregrinação pelo vale das dúvidas, introduzida pela enfática expressão quanto a mim. Ele estava em perigo de completa apostasia por causa da inveja que sentia dos ímpios. Ele descreve o comportamento arrogante, a ausência de sofrimento, o orgulho despótico e a zombaria deles para com Deus.


    Francis Davidson

    O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
    Francis Davidson - Comentários de Salmos Capítulo 73 do versículo 4 até o 12
    b) Os fatos declarados objetivamente (4-12)

    As características dos ímpios são descritas, primeiro externamente (condições e conduta), e então internamente (linguagem e motivos). Não há apertos na sua morte (4); isto é, morrem em paz. A sua saúde é boa; sua vida não é perturbada pelas dificuldades (cfr. 5:7); nem são afligidos (5; cfr. vers. 14), isto é, não ficam perplexos. Esse estado de coisas se reflete em sua conduta. Portam-se com insolência e sem escrúpulos, tão regularmente como usam suas adornadas vestes (6). Seu olhar está fixo no proveito próprio e os pensamentos e imaginações de seus corações se tornaram totalmente vãos (7; cfr. Gn 6:5; contrastar com 2Co 10:5). Só se poderia esperar que tal comportamento indique uma exagerada opinião própria, pois, efetivamente, aquela gente fala arrogantemente (8); isto é, consideram que seus pronunciamentos têm a autoridade do céu.

    Esses fatos, por si sós, não constituem um mistério; há outros elementos na situação. Seu povo (a Septuaginta diz "meu povo", cfr. Dt 7:6) volta aqui (10). Aqueles que tinham sido chamados para fora da vida ímpia das nações e tinham sido feitos em um povo que era a própria possessão de Deus, estavam sendo tentados a retornar às práticas más e corruptas, e a filosofia dos ímpios estava sendo absorvida como um homem sedento sorve um copo de água (cfr. 15:16). É justamente a contradição entre os fatos e a fé que cria a perplexidade naqueles que não são atraídos ao ceticismo, e que os leva a fazer as perguntas dos vers. 11 e 12.


    Dicionário

    Altíssimo

    Altíssimo Título de Deus que revela a sua majestade e glória e também a sua superioridade sobre os deuses das nações pagãs (Gn 14:18-20; At 7:48).

    Como

    assim como, do mesmo modo que..., tal qual, de que modo, segundo, conforme. – A maior parte destas palavras podem entrar em mais de uma categoria gramatical. – Como significa – “de que modo, deste modo, desta forma”; e também – “à vista disso”, ou – “do modo que”. Em regra, como exprime relação comparativa; isto é – emprega-se quando se compara o que se vai afirmar com aquilo que já se afirmou; ou aquilo que se quer, que se propõe ou se deseja, com aquilo que em mente se tem. Exemplos valem mais que definições: – Como cumprires o teu dever, assim terás o teu destino. – O verdadeiro Deus tanto se vê de dia, como de noite (Vieira). – Falou como um grande orador. – Irei pela vida como ele foi. – Assim como equivale a – “do mesmo modo, de igual maneira que”... Assim como se vai, voltar-se-á. Assim como o sr. pede não é fácil. Digo-lhe que assim como se perde também se ganha. Destas frases se vê que entre como e assim como não há diferença perceptível, a não ser a maior força com que assim como explica melhor e acentua a comparação. – Nas mesmas condições está a locução – do mesmo modo que... Entre estas duas formas: “Como te portares comigo, assim me portarei eu contigo”; “Do mesmo modo que te portares comigo, assim (ou assim mesmo) me portarei contigo” – só se poderia notar a diferença que consiste na intensidade com que aquele mesmo modo enuncia e frisa, por assim dizer, a comparação. E tanto é assim que em muitos casos 290 Rocha Pombo não se usaria da locução; nestes, por exemplo: “Aqueles olhos brilham como estrelas”; “A menina tem no semblante uma serenidade como a dos anjos”. “Vejo aquela claridade como de um sol que vem”. – Tal qual significa – “de igual modo, exatamente da mesma forma ou maneira”: “Ele procedeu tal qual nós procederíamos” (isto é – procedeu como nós rigorosamente procederíamos). Esta locução pode ser também empregada como adjetiva: “Restituiu-me os livros tais quais os levara”. “Os termos em que me falas são tais quais tenho ouvido a outros”. – De que modo é locução que equivale perfeitamente a como: “De que modo quer o sr. que eu arranje o gabinete?” (ou: Como quer o sr. que eu arranje...). – Segundo e conforme, em muitos casos equivalem também a como: “Farei conforme o sr. mandar” (ou: como o sr. mandar). “Procederei segundo me convier” (ou: como me convier).

    como adv. 1. De que modo. 2. Quanto, quão. 3. A que preço, a quanto. Conj. 1. Do mesmo modo que. 2. Logo que, quando, assim que. 3. Porque. 4. Na qualidade de: Ele veio como emissário. 5. Porquanto, visto que. 6. Se, uma vez que. C. quê, incomparavelmente; em grande quantidade: Tem chovido como quê. C. quer, loc. adv.: possivelmente. C. quer que, loc. conj.: do modo como, tal como.

    Conhecimento

    Esta palavra vem de uma base Indoeuropéia gn-, que gerou, em Grego, gnosis, "conhecimento" e seus derivados. Gnóme significava "razão, entendimento".

    O pensamento espírita, neste ponto, não deixa margem para muita divagação. O conhecimento há de ser limitado, porque somos naturalmente limitados. Mas o Espírito progride em conhecimento e em moralidade, cedo ou tarde, como aprendemos em O Livro dos Espíritos – questão 192. Então, à medida que o Espírito desenvolve todo o seu potencial, não apenas intelectual, mas também moralmente, tem mais possibilidades de avançar no conhecimento. Se não pode chegar à essência absoluta das coisas porque não tem instrumentos adequados a este tipo de inquirição, pelo menos adquire uma visão mais lúcida e cada vez mais profunda e ampliada. O velho problema do conhecimento da coisa em si mesma dividiu muito os círculos filosóficos. Para uns, o conhecimento humano é todo exterior, pois ninguém chega à essência. Para outros, há possibilidades de ir além do aspecto formal. E onde a Doutrina Espírita nos deixa, a este respeito? Ela nos deixa exatamente neste ponto: embora reconhecendo a nossa incapacidade para chegar às últimas causas, temos meios de progredir no conhecimento e ultrapassar as restrições pela matéria. É questão de maturidade e perseverança, pois a verdade não está nos objetos nem tampouco nas fórmulas e nos conceitos: a verdade é luz interior!
    Referencia: AMORIM, Deolindo• Análises espíritas• Compilação de Celso Martins• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 34

    [...] O conhecimento é progressivo, o que significa, em última análise, que se enriquece de experiências do passado e aquisições do presente. Os fatos são os mesmos, como são as mesmas as leis e a matéria-prima da experiência científica. Mas em cada época se aplicam reflexões novas ou se aduzem elementos renovadores. É o enriquecimento, de etapa em etapa.
    Referencia: AMORIM, Deolindo• Análises espíritas• Compilação de Celso Martins• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 35

    [...] é fruto de longa paciência, de ardorosa boa vontade e de profunda meditação.
    Referencia: DEJEAN, Georges• A nova luz• Trad• de Guillon Ribeiro• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• -

    [...] [A aquisição do] conhecimento da verdade e do dever, que é o sustentáculo supremo, a mais necessária arma para as lutas da existência.
    Referencia: DENIS, Léon• Cristianismo e Espiritismo: provas experimentais da sobrevivência• Trad• de Leopoldo Cirne• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 8

    [...] é claridade que deve derruir a ignorância, começando em quem o conduz, e é sombra que se disfarça com certas excrescências morais que atestam a pequena evolução real do ser. [...]
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Loucura e obsessão• Pelo Espírito Manoel P• de Miranda• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - cap• 8

    Asas da evolução, o conhecimento e o amor constituem a força da sabedoria que liberta a criatura.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Loucura e obsessão• Pelo Espírito Manoel P• de Miranda• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - cap• 8

    O conhecimento real não é construção de alguns dias. É obra do tempo.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Agenda cristã• Pelo Espírito André Luiz• 42a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 43


    conhecimento s. .M 1. Ato ou efeito de conhecer. 2. Idéia, noção; informação, notícia. 3. Consciência da própria existência. 4. Ligação entre pessoas que têm algumas relações. 5. Co.M Documento correspondente ao embarque de certa mercadoria. S. .M pl. Saber, instrução, perícia.

    Deus

    Deus O judaísmo apresentava uma visão estritamente monoteísta da divindade. As afirmações a respeito que aparecem no Antigo Testamento não podem ser mais explícitas. Antes e depois dele não houve nem haverá outros deuses (Is 43:10-11). Tudo criou sem ajuda nem presença de ninguém (Is 44:24; 45,12). É o primeiro e o último (Is 44:6), clemente e misericordioso (Sl 111:4), o que cuida dos oprimidos (Sl 113:7), o que cura todas as dores e perdoa todas as iniqüidades (Sl 103:3).

    Foi ele quem entregou a Torá a Moisés no Sinai (Êx 19:20) e que estabeleceu uma Aliança Eterna com Israel como povo seu. Ele que falou através dos profetas, ele que não pode ser representado por nenhum tipo de imagem, desenho ou pintura (Ex 20:4ss.) etc.

    Deste Deus se esperava que enviaria seu messias e que no final dos tempos ressuscitaria os justos e injustos, proporcionando recompensa eterna aos primeiros e castigo vergonhoso e consciente aos segundos (Dn 12:2).

    Nos evangelhos encontramos uma aceitação de todas essas afirmações. Deus é único (Mc 12:29ss.), é o Deus dos patriarcas (Mt 22:32), é o único que pode receber culto e serviço (Mt 6:24; Lc 4:8). Para ele tudo é possível (Mt 19:26; Lc 1:37). Ainda que faça brilhar o sol sobre justos e injustos (Mt 5:45), só é Pai daqueles que recebem Jesus (Jo 1:12). Essa relação de paternidade entre Deus e os seguidores de Jesus explica por que ele é tratado como Pai (Mt 11:25ss.; Mc 14:36; Lc 23:34.46; Jo 11:41; 17, 1.5.11). A ele se deve dirigir no oculto do coração e sem usar contínuas repetições como os pagãos (Mt 6:4.
    18) e nele se deve confiar sem sombra de dúvida (Mt 6:26-32; 10,29-31; Lc 15). E podemos então chegar a conhecê-lo porque se nos revelou em Jesus (Jo 1:18).

    Esse monoteísmo com o qual Deus é contemplado no Novo Testamento encontra-se, não obstante, selecionado através da fé na Trindade, que afirma uma pluralidade de pessoas no âmago da única divindade. Existem precedentes da crença na divindade do messias no judaísmo, assim como da atuação de Deus em várias pessoas. De fato, o judeu-cristianismo posterior — tal como registra o Talmude — apenas se referiu a elas para defender sua essência judaica. Assim, no Antigo Testamento, atribui-se ao Messias o título divino de El-Guibor (Is 9:5-6); Deus se expressa em termos plurais (Gn 1:26-27; Is 6:8); o malak YHVH ou o anjo de YHVH não é senão o próprio YHVH (Jz 13:20-22) etc, expressões que foram interpretadas como sinais da revelação da Trindade.

    Nos evangelhos encontramos de fato afirmações nesse sentido que não podem ser consideradas equívocas. Por exemplo: Jesus é denominado Deus (Jo 1:1; 20-28 etc.); afirma-se que o Filho de Deus é igual a Deus (Jo 5:18); ressalta-se que era adorado pelos primeiros cristãos (Mt 28:19-20 etc.), recebe a designação de “Verbo”, termo procedente dos targuns aramaicos para referir-se ao próprio YHVH (Jo 1:1) etc.

    Tem-se discutido se todos esses enfoques procedem realmente do próprio Jesus ou se, ao contrário, devem ser atribuídos à comunidade primitiva. Também se questiona o seu caráter judaico.

    Atualmente, sabemos que esses pontos de vista não se originaram do helenismo, mas do judaísmo contemporâneo de Jesus (m. Hengel, A. Segal, C. Vidal Manzanares etc.). A característica que difere o cristianismo das outras doutrinas é afirmar essa hipóstase do Deus único, encarnado em Jesus. A este também retrocede todas as interpretações sobre sua pessoa. Para essa interpretação, defendem-se passagens de indiscutível autenticidade histórica, como a de Lc 10:21-22, assim como as de auto-identificação que Jesus atribui a si, como a Jokmah hipostática dos Provérbios (Lc 7:35; 11,49-51) e como o “Kyrios” (Senhor) do Antigo Testamento (Lc 12:35-38; 12,43ss.). Essas passagens de fato fazem parte da fonte Q, o que indica sua antigüidade.

    m. Hengel, El Hijo de Dios, Salamanca 1978; A. Segal, Paul, The Convert, New Haven e Londres 1990; m. Gilbert - J. N. Aletti, La Sabiduría y Jesucristo, Estella; C. Vidal Manzanares, El primer Evangelio...; Idem, El judeo-cristianismo palestino...


    Deus [hebr. El, Elah, Eloah, Elohim; gr. theós]

    O nome mais geral da Divindade (Gn 1:1; Jo 1:1). Deus é o Ser Supremo, único, infinito, criador e sustentador do universo. É espírito pessoal e subsiste em três pessoas ou distinções: Pai, Filho e Espírito Santo (v. TRINDADE). É santo, justo, amoroso e perdoador dos que se arrependem. O ateu diz que Deus não existe; o agnóstico diz que não podemos saber se Deus existe ou não; o crente sabe que Deus existe e afirma: “... nele vivemos, nos movemos e existimos” (At 17:28).

    ==========================

    NOMES DE DEUS

    Nas Escrituras Sagradas Deus é chamado por vários nomes e cognomes (títulos), que seguem alistados na ordem decrescente do número de ocorrências:


    1) SENHOR (hebr. JAVÉ, ???? - Gn 2:4);


    2) DEUS (Gn 1:1);


    3) SENHOR DOS EXÉRCITOS (Jr 33:11);


    4) Pai (Is 63:16; Mt 6:8-9);


    5) SENHOR (propriamente dito - Sl 114:7);


    6) SANTO de ISRAEL (Is 1:4);


    7) ALTÍSSIMO (Gn 14:18);


    8) Todo-poderoso (Gn 49:25; 2Co 6:18);


    9) Deus Vivo (Os 1:10; 1Ts 1:9);


    10) Rei (Sl 24; 1Tm 6:15);


    11) Rocha (Dt 32:18; Is 30:29);


    12) REDENTOR (19:25);


    13) SALVADOR (Sl 106:21; Lc 1:47);


    14) Juiz (Gn 18:25; 2Tm 4:8);


    15) O Poderoso (Gn 49:24, RA; RC, Valente);


    16) O PRIMEIRO E O ÚLTIMO (Ap 22:13);


    17) ETERNO DEUS (Is 40:28);


    18) Pastor (Gn 49:24);


    19) ANCIÃO DE DIAS (Dn 7:9);


    20) O Deus de BETEL (Gn 31:13);


    21) O Deus Que Vê (Gn 16:13).


    Introdução

    (O leitor deve consultar também os seguintes verbetes: Cristo, Espírito Santo, Jesus, Senhor.) O Deus da Bíblia revela-se em sua criação e, acima de tudo, por meio de sua Palavra, as Escrituras Sagradas. De fato, a Bíblia pode ser definida como “a autorevelação de Deus ao seu povo”. É importante lembrar que as Escrituras mostram que o conhecimento que podemos ter de Deus é limitado e finito, enquanto o Senhor é infinito, puro e um Espírito vivo e pessoal, ao qual ninguém jamais viu. Freqüentemente a Bíblia usa antropomorfismos (palavras e ideias extraídas da experiência das atividades humanas, emoções, etc.) numa tentativa de nos ajudar a entender melhor Deus. Esse recurso pode ser realmente muito útil, embora o uso de descrições e termos normalmente aplicados aos seres humanos para referir-se ao Senhor eterno e infinito sempre deixe algo a desejar. Alguém já disse que “conhecer a Deus”, até o limite de que somos capazes por meio de sua Palavra, é o cerne da fé bíblica. De acordo com as Escrituras, todas as pessoas, durante toda a história, estão de alguma maneira relacionadas com o Senhor, seja numa atitude de rebelião e incredulidade, seja de fé e submissão.

    Homens e mulheres existem na Terra graças ao poder criador e sustentador de Deus; a Bíblia ensina que um dia todos estarão face a face com o Senhor, para o julgamento no final dos tempos. A natureza de Deus e seus atributos são, portanto, discutidos de diversas maneiras nas Escrituras Sagradas, de modo que Ele será mais bem conhecido por meio da forma como se relaciona com as pessoas. Por exemplo, aprende-se muito sobre Deus quando age no transcurso da história, em prol do sustento e da defesa de seu povo, e leva juízo sobre os que pecam ou vivem em rebelião contra Ele. Muito sabemos sobre o Senhor por meio dos nomes aplicados a Ele na Bíblia e quando sua criação é examinada e discutida. Acima de tudo, aprendemos de Deus quando estudamos sobre Jesus, o “Emanuel” (Deus conosco).

    As seções seguintes proporcionam apenas um resumo do que a Bíblia revela sobre Deus. Uma vida inteira de estudo, fé e compromisso com o Senhor, por intermédio de Cristo, ainda deixaria o crente ansioso por mais, especialmente pelo retorno de Jesus, pois concordamos com a declaração do apóstolo Paulo: “Agora conheço em parte; então conhecerei como também sou conhecido” (1Co 13:12).

    A existência do único Deus

    A Bíblia subentende a existência de Deus. Não há discussão alguma sobre isso em suas páginas, pois trata-se de um livro onde o Senhor revela a si mesmo. Somente o “tolo”, a pessoa maligna e corrupta, diz “no seu coração: Não há Deus” (Sl 14:1-53.1; veja O tolo e o sábio). A existência de Deus é freqüentemente afirmada nos contextos que advertem contra a idolatria. Sempre é dada uma ênfase especial ao fato de que somente o Senhor é Deus e não existe nenhum outro. Deuteronômio 6:4 declara: “Ouve, ó Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor”. Deuteronômio 32:39 diz: “Vede agora que Eu sou, Eu somente, e não há outro Deus além de mim. Eu causo a morte, e restituo a vida; eu firo, e eu saro, e não há quem possa livrar das minhas mãos”. Por essa razão, a idolatria é considerada um grande pecado (cf. 1 Co 8.4). Envolver-se com ela é viver e acreditar na mentira, numa rejeição direta da revelação do único Deus verdadeiro. Esperava-se que o povo de Israel testemunhasse para as nações ao redor que existia apenas um único Senhor e que não havia nenhum outro deus. Isso seria visto especialmente no poder de Deus para proporcionar a eles os meios para vencerem as batalhas contra inimigos mais fortes, no tempo de paz, na extensão das fronteiras (contra o poder de outros assim chamados deuses) e em sua justiça e juízo sobre todos os que se desviavam dele, ou rejeitavam seus caminhos ou seu povo. As nações ao redor precisavam aprender com Israel que os seus deuses eram falsos e que na verdade adoravam demônios (1Co 10:20).

    Os escritores dos Salmos e os profetas também proclamaram que somente o Senhor é Deus e que Ele pré-existe e auto-subsiste. O Salmo 90:2 diz: “Antes que os montes nascessem, ou que formasses a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus”. Em Isaías, lemos: “Assim diz o Senhor, Rei de Israel, e seu Redentor, o Senhor dos Exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há Deus” (Is 44:6). “Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de mim não há Deus. Eu te fortalecerei, ainda que não me conheças” (Is 45:5; veja também 45.21; etc.). Jeremias disse: “Mas o Senhor Deus é o verdadeiro Deus; ele mesmo é o Deus vivo, o Rei eterno. Do seu furor treme a terra, e as nações não podem suportar a sua indignação” (Jr 10:10).

    No Novo Testamento, novamente a autoexistência eterna de Deus é subentendida: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por meio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens” (Jo 1:14). Paulo argumentou em sua pregação para os atenienses: “Pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos” (At 17:28). O apóstolo fez um apelo aos habitantes de Listra, a fim de que reconhecessem a existência do único Deus verdadeiro, pois “não deixou de dar testemunho de si mesmo. Ele mostrou misericórdia, dando-vos chuvas dos céus, e colheita em sua própria estação, enchendo de mantimento e de alegria os vossos corações” (At 14:17). Em Romanos 1:19-20, há o pressuposto de que mesmo os que são maus e rejeitam a Deus podem ser considerados em débito, “visto que o que de Deus se pode conhecer, neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou. Pois os atributos invisíveis de Deus, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que foram criadas, de modo que eles são inescusáveis”.

    Como em João 1, mencionado anteriormente, é no Novo Testamento que aprendemos sobre Jesus e começamos a entender mais sobre o próprio Deus, sua preexistência e sua auto-existência. Colossenses 1:17 descreve a preexistência de Cristo como “a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação” (Cl 1:15). Tanto Deus, o Pai, como Jesus são considerados eternos em sua existência: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-poderoso” (Ap 1:8-11.15, 17; 2 Pe 3.8). Hebreus 13:8 também fala de Jesus: “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje, e eternamente”.

    O Deus criador

    A autoexistência de Deus, bem como sua eternidade, também são sinalizadas na criação, a qual Ele fez do “ex nihilo” (a partir do nada; veja Gn 1; Rm 4:17; Hb 11:3). A Bíblia não admite a ideia do nada existindo lado a lado com o Senhor através da eternidade. Não há ensino, por exemplo, de que a matéria sempre existiu, ou que o mal sempre permaneceu como uma alternativa ao lado de Deus. O Todo-poderoso sempre existiu e sempre existirá; Ele é o Criador. O que existe traz outras coisas à existência. O racionalismo pode argumentar que, se algo existe, deve ter o poder da auto-existência dentro de si. A Bíblia mostra que o ser que auto-existe é Deus e somente Ele é o Senhor. Porque Deus existe, a vida veio à existência e surgiu a criação. No Senhor há vida e luz. Somente Ele tem a vida em si mesmo e habita na luz e na glória eternamente.

    O ato de Deus na criação é descrito em muitos lugares da Bíblia. De maneira notável, Gênesis 1:2 descrevem a Palavra de Deus que traz tudo o que conhecemos à existência. Esses capítulos demonstram claramente que o Senhor já existia antes da criação e foi por meio de sua palavra e seu poder que o mundo veio à existência. Também revelam que Deus não iniciou simplesmente o processo e o concluiu, ou ainda não o concluiu, com o que conhecemos neste mundo hoje. Ele interferiu ativamente, várias vezes, para criar a luz, o sol, a lua, a água, a vegetação, os peixes, os mamíferos, os pássaros e a humanidade. Em Gênesis 1, essa obra ativa de Deus durante todo o período da criação pode ser notada nas duas frases: “E disse Deus: Haja...” e “E viu Deus que isso era bom”. Em Gênesis 2, a obra e as palavras do “Senhor Deus” são mencionadas repetidamente. O Salmo 33:4-9 personaliza a “palavra de Deus” como a que criou e “é reta e verdadeira; todas as suas obras são fiéis... Pela palavra do Senhor foram feitos os céus... Tema toda a terra ao Senhor... Pois ele falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu”. Jeremias afirma: “Pois ele (o Senhor) é o criador de todas as coisas, e Israel é a tribo da sua herança; Senhor dos Exércitos é o seu nome” (Jr 10:16-51.19; veja também 26:7; Sl 102:25-104.24; Ne 9:6; etc.).

    No NT, o escritor da carta aos Hebreus lembra os crentes que “pela fé entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus, de maneira que o visível não foi feito do que se vê” (Hb 11:3). Louvor e adoração são devidos a Deus, o Pai, e a Jesus, a Palavra de Deus, pela criação e pelo seu contínuo sustento de todas as coisas criadas. Desde que a criação deriva sua vida e existência do próprio Deus, se o Senhor não a sustentasse, ela deixaria de existir (Ap 4:11; Jo 1:1-3; 1 Co 8.6; Cl 1:16-17; Hb 1:2-2 Pe 3.5; etc.).

    Essa obra da criação, a qual necessita do poder sustentador do Senhor, proporciona a evidência da soberania e do poder de Deus sobre todas as coisas. Ele está presente em todos os lugares, a fim de sustentar e vigiar sua criação, realizar sua justiça, amor e misericórdia, trazer à existência e destruir, de acordo com sua vontade e seus propósitos. A doxologia de Romanos 1:1-36 oferece a resposta adequada do crente na presença do Deus criador, sustentador e que existe por si: “Porque dele e por ele e para ele são todas as coisas. Glória, pois, a ele eternamente. Amém” (v.36).

    O Deus pessoal

    O Criador do Universo e de todas as coisas, que sustém o mundo e todas as pessoas, revela-se a si mesmo como um “Deus pessoal”. A palavra “pessoal” não é aplicada a Ele em nenhum outro lugar da Bíblia e é difícil nossas mentes finitas assimilarem o que essa expressão “pessoal” significa, ao referir-se ao Senhor. Ainda assim, é dessa maneira que Ele é consistentemente revelado. Deus é um ser auto-existente e autoconsciente. Qualidades que indicam um ser pessoal podem ser atribuídas a Deus. Ele é apresentado como possuidor de liberdade, vontade e propósitos. Quando colocamos esses fatores na forma negativa, o Senhor nunca é descrito nas Escrituras da maneira que as pessoas o apresentam hoje, como uma energia ou uma força sempre presente. Deus revela a si mesmo como um ser pessoal no relacionamento entre Pai, Filho e Espírito Santo (veja mais sobre a Trindade neste próprio verbete) e em seu desejo de que seu povo tenha um relacionamento real com o “Deus vivo”. Sua “personalidade”, é claro, é Espírito e, portanto, não está limitada da mesma maneira que a humana. Porque é pessoal, entretanto, seu povo pode experimentar um relacionamento genuíno e pessoal com Ele. Deus, por ser bom, “ama” seu povo e “fala” com ele. O Senhor dirige os seus e cuida deles. O Salmo 147:10-11 dá alguns sentimentos de Deus, como um ser pessoal: “Não se deleita na força do cavalo, nem se compraz na agilidade do homem. O Senhor se agrada dos que o temem, e dos que esperam no seu constante amor” (veja também Sl 94:9-10). Efésios 1:9-11 mostra como a vontade e os propósitos de Deus são especialmente colocados à disposição dos que Ele “escolheu”, aos quais ele “ama”. O Senhor é aquele que conhece seu povo (1Co 8:3) e pode ser chamado de “Pai” pelos que vivem por ele (v.6). A revelação de Deus em Jesus novamente mostra como Ele é um Deus “pessoal”, tanto no relacionamento de Cristo e do Pai (como o Filho faz a vontade do Pai e fala as suas palavras), como na maneira pela qual o Pai mostrou seu amor pelo mundo, quando deu “o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16-14:15-31; 15.9,10; etc.).

    O Deus providencial

    Já que Deus é eterno, auto-existente e o Criador do Universo, não é de admirar que um dos temas mais freqüentes na Bíblia refira-se à soberana providência do Senhor. Deus é visto como o rei do Universo, o que fala e tudo acontece, que julga e as pessoas morrem, que mostra seu amor e traz salvação. Ele é o Senhor (veja Senhor) que controla o mundo e exige obediência. Busca os que farão parte de seu povo. É neste cuidado providencial por seu mundo e seu povo que mais freqüentemente descobrimos na Bíblia os grandes atributos divinos de sabedoria, justiça e bondade. Aqui vemos também sua verdade e seu poder. As Escrituras declaram que Deus tem o controle total sobre tudo, ou seja, sobre as pessoas, os governos, etc. Ele é chamado de Rei, pois estabelece reinos sobre a Terra e destrói-os, de acordo com seu desejo. Sua soberania é tão grande, bem como sua providência, em garantir que sua vontade seja realizada, que mesmo o mal pode ser revertido e usado pelo Senhor, para realizar seus bons propósitos.

    Os escritores da Bíblia demonstram com convicção que Deus governa sobre toda a criação; assim, os conceitos do destino e do acaso são banidos. À guisa de exemplo, uma boa colheita não acontece por acaso, mas é providenciada pelo Senhor. É Deus quem promete: “Enquanto a terra durar, não deixará de haver sementeira e ceifa, frio e calor, verão e inverno, dia e noite” (Gn 8:22). Por outro lado, o Senhor mantém tal controle sobre a criação que pode suspender a colheita dos que vivem no pecado ou se rebelam contra Ele (Is 5:10). Nos dias do rei Acabe, de Israel, Deus suspendeu a chuva e o orvalho, por meio de “sua palavra”, como castigo sobre o monarca e o povo (1Rs 17:1). A fome foi extremamente severa, mas a providência particular e amorosa do Senhor por seu povo fez com que suprisse as necessidades do profeta Elias de maneira miraculosa (1Rs 17:18).

    A Bíblia preocupa-se muito em mostrar a providência de Deus, que pode ser vista no seu relacionamento com seu povo (veja 2 Cr 16.9). Paulo fala sobre isso quando diz: “Sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8:28). Aqui vemos que não somente o cuidado soberano do Senhor sempre é feito segundo a sua vontade e seu propósito, mas também que esse desejo preocupa-se especialmente com seu povo, mediante o cuidado e a proteção. O poder de Deus é tão grande que em “todas as coisas” Ele trabalha para atingir seus fins. Tal entendimento da providência do Senhor leva à conclusão inevitável de que mesmo o que começou por meio do mal, ou emanado de nossos próprios desejos pecaminosos, pode ser revertido por Deus, enquanto Ele trabalha incessantemente para completar e realizar sua vontade. Essa fé e confiança no cuidado providencial do Senhor não eram conceitos novos nos dias de Paulo. Quando José foi capturado por seus irmãos e vendido como escravo para o Egito, não foi o acaso que finalmente o levou a ser governador egípcio, num momento em que o povo de Deus precisava ser preservado da fome terrível. Tudo foi parte da vontade do Senhor. Posteriormente, ao discutir o assunto com seus irmãos amedrontados, José disse: “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim, porém Deus o tornou em bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar muita gente com vida” (Gn 50:20). O cuidado providencial de Deus por Jó, quando Satanás desejava atacá-lo e destruí-lo, também é uma prova do poder soberano do Senhor, mesmo sobre o mundo dos espíritos, inclusive Satanás (1:2). Deus até mesmo controlou as ações do rei da Pérsia em favor de seu povo (Is 44:28-45:1-7).

    Em nenhum outro contexto o cuidado providencial de Deus pode ser visto com tanta clareza como na provisão da salvação para o seu povo, por meio da morte expiatória de Jesus Cristo. A ação mais perversa de Satanás e o mais terrível de todos os pecados cometidos pelos seres humanos levaram à crucificação do Filho de Deus. Isso, porém, fora determinado pela vontade de Deus, e Ele reverteu aquele ato terrível para proporcionar expiação a todo aquele que se voltar para o Senhor (At 2:23-24). Esse desejo de Deus foi realizado “segundo as Escrituras”. Certamente o Senhor freqüentemente é visto agindo de maneira providencial e com poder soberano, de acordo com sua Palavra (Rm 5:6-1 Co 15.3; 2 Co 5.15).

    A providência do Senhor também é vista na maneira como chama as pessoas para si. Toda a Trindade está envolvida nesta obra de atrair e cuidar do povo de Deus (Jo 17:11-12, 24; Ef 1:3-14; Cl 1:12-14; etc.). A reflexão sobre a soberania do Senhor sobre tudo, seu poder total de realizar o que sua vontade determina, sua providência na natureza, na humanidade de modo geral e especialmente em relações aos redimidos, nos leva novamente a louvá-lo e bendizê-lo (Sl 13:9-13-16; 145.1, 13 16:1 Pe 5.7; Sl 103).

    O Deus justo

    A Bíblia mostra-nos um Senhor “justo”. Isso faz parte de sua natureza e tem que ver com sua verdade, justiça e bondade. Em termos práticos, o reconhecimento da justiça de Deus nas Escrituras permite que as pessoas confiem em que sua vontade é justa e boa e podem confiar nele para tomar a decisão ou a ação mais justa. Ele é justo como Juiz do mundo e também na demonstração de sua misericórdia. Mais do que isso, sua vontade eterna é inteiramente justa, íntegra e boa. É uma alegria para homens e mulheres pecadores saberem que podem voltar-se para um Deus justo e receber misericórdia. É motivo de temor para os que se rebelam que o justo Juiz julgará e condenará.

    O povo de Deus (“o povo justo”, formado pelos que foram perdoados por Deus) freqüentemente apela para sua justiça. Por exemplo, o salmista orou, para pedir misericórdia ao Senhor, quando parecia que as pessoas más prevaleciam. Achou estranho que os perversos prosperassem quando o “justo” padecia tanto sofrimento. Portanto, apelou para a justiça de Deus, para uma resposta ao seu dilema: “Tenha fim a malícia dos ímpios, mas estabeleça-se o justo. Pois tu, ó justo Deus, sondas as mentes e os corações” (Sl 7:9-11). “Responde-me quando clamo, ó Deus da minha retidão. Na angústia dá-me alívio; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração” (Sl 4:1-129.4; 2 Ts 1.6). É mediante sua justiça que Deus mostra misericórdia ao seu povo (Sl 116:4-6; 37.39).

    Por vezes, entretanto, o povo de Deus tentou questionar o Senhor, quando parecia que Ele não os ajudava, ou estava do lado de outras nações. A resposta de Deus era que, se o Senhor lhes parecia injusto, é porque eles haviam-se entregado à incredulidade e ao pecado. As ações do Senhor são sempre justas, mesmo quando resultam em juízo sobre seu próprio povo. Veja, por exemplo, Ezequiel 18:25 (também
    v. 29): “Dizeis, porém: O caminho do Senhor não é justo. Ouvi agora, ó casa de Israel: Não é o meu caminho justo? Não são os vossos caminhos injustos?”.

    Deus pode ser visto como justo em tudo o que faz. Isso se reflete em sua Lei, a qual é repetidamente definida como “justa” (Sl 119; Rm 7:12). Deuteronômio 32:4 resume a justiça do Senhor desta maneira: “Ele é a Rocha, cuja obra é perfeita, e todos os seus caminhos são justiça. Deus é a verdade, e não há nele injustiça. Ele é justo e reto”.

    Enquanto o povo de Deus ora, vê a justiça divina em seus atos de misericórdia e socorro para com eles e em seu juízo sobre os inimigos; assim, reconhecem que a justiça do Senhor permite que Ele traga disciplina sobre eles, quando pecam. Em II Crônicas 12, o rei Roboão e os líderes de Israel finalmente foram obrigados a admitir que, por causa do pecado e da rebelião deles contra Deus, Faraó Sisaque teve permissão para atacar Judá e chegar até Jerusalém. Deus os poupou da destruição somente quando se humilharam e reconheceram: “O Senhor é justo” (v. 6). Na época do exílio babilônico, os líderes tornaram-se particularmente conscientes deste aspecto da justiça de Deus. Daniel expressou dessa maneira: “Por isso, o Senhor vigiou sobre o mal, e o trouxe sobre nós, porque justo é o Senhor, nosso Deus, em todas as obras que faz; contudo, não obedecemos à sua voz” (Dn 9:14; veja também Ed 9:15).

    Os profetas olhavam adiante para ver a revelação da justiça de Deus no futuro reino do Messias: “Vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo, um rei que reinará e prosperará, e praticará o juízo e a justiça na terra” (Jr 23:5; Is 9:7-11.4; etc. veja Lc 1:75; At 22:14). Paulo falou sobre a obra de Cristo em termos da revelação da justiça de Deus. Na morte de Jesus, pode-se ver o juízo do Senhor sobre o pecado e a manifestação de seu amor e misericórdia sobre os que são perdoados. Deus não comprometeu nem sua justiça que exige a morte pelo pecado, nem sua aliança de amor para com o seu povo, que promete perdão e misericórdia. Desta maneira, o Senhor permanece justo e íntegro na salvação (Rm 1:17-2.5,6; 3.5, 20-26; etc.).

    Ao falar sobre os últimos dias e o retorno de Cristo, quando Deus vindicará seu nome diante de todo o mundo, inclusive os ímpios, será sua justiça que uma vez mais será notada e levará seu povo, que está ansioso por essa revelação, a louvá-lo (Ap 15:3-16.7).

    O Deus amoroso

    É justo que haja uma seção separada sobre este atributo, o mais maravilhoso do Senhor da Bíblia, ainda que tradicionalmente o amor de Deus seja visto como um aspecto de sua “bondade”. Várias vezes as Escrituras dizem que o Senhor “ama” ou mostra “amor” à sua criação, especialmente para o seu povo. É parte da natureza de Deus, pois ele é “bom” e é “amor”. O Senhor faz o que é bom (2Sm 10:12-1 Cr 19.13; Sl 119:68), porém, mais do que isso, ele é bom. Em outras palavras, a bondade é tão parte dele e de seu ser que o salmista disse: “Pois o teu nome é bom” (Sl 52:9-54.6; este vocábulo “nome” refere-se a todo o caráter do próprio Deus). Jesus disse: “Ninguém há bom, senão um, que é Deus” (Lc 18:19). Assim, se alguém deseja saber o que significa bondade e amor, deve olhar para o Senhor. I João 4:8-16 diz: “ Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor... E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor. Quem está em amor está em Deus, e Deus nele”.

    Deus é a fonte da bondade. Tiago 1:17 diz: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito é do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação”. O texto não só mostra que o Senhor é a fonte daquilo que é bom, como ensina que Deus é sempre bom. Não existe um lado “sombrio” no Senhor, nenhuma base para a visão oriental de que o bem e o mal existem lado a lado, e juntos formam algo chamado “deus”.

    A bondade de Deus, tão freqüentemente chamada de seu “amor”, é vista de muitas maneiras neste mundo. É evidente que no universo é algo generalizado, ou na manutenção da própria vida, da justiça, da ordem na criação, ou mesmo na provisão da luz do Sol e da chuva, do tempo de semear e de colher (Sl 33:5; Mt 5:45; At 17:25). Sua bondade, entretanto, é mais evidente em seu amor e fidelidade para com seu povo, a quem Ele protege, cuida e livra do juízo. Seu amor fiel por seu povo às vezes é chamado de “aliança de amor” ou “amor fiel”, pois Deus prometeu amar seu povo para sempre. Os israelitas repetidamente louvavam ao Senhor por seu amor eterno, extraordinário e não merecido, demonstrado através de toda a história de Israel (1Cr 16:34-2 Cr 5.13 7:3; Ed 3:11; Sl 118:1-29; Jr 33:11). É digno de nota como os vocábulos “bom” e “amor” aparecem juntos de maneira tão frequente, quando aplicados a Deus.

    Os que buscam a Deus experimentam sua bondade e amor, pois encontram sua salvação (Lm 3:25). O seu povo o louva acima de tudo pelo amor demonstrado em sua misericórdia e perdão dos pecados. Foi para a bondade do Senhor que o rei Ezequias apelou, quando pediu perdão pelo povo de Israel, que adorava a Deus sem ter passado pelo ritual da purificação. “Ezequias, porém, orou por eles, dizendo: O Senhor, que é bom, perdoe a todo aquele que dispôs o coração para buscar o Senhor...” (2Cr 30:18; Nm 14:19). O próprio Deus, ao falar por meio do profeta Oséias, adverte, a respeito da contínua rebelião do povo: “eu não tornarei mais a compadecer-me da casa de Israel, mas tudo lhe tirarei” (Os 1:6).

    A salvação de Deus para seu povo é sua mais profunda e fantástica demonstração de bondade e amor. Jesus foi oferecido pelo Pai como sacrifício pelo pecado de todo o que crê. Talvez o mais famoso versículo da Bíblia, João 3:16, expresse o sentimento desse dom de Deus: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. O dom é ainda mais extraordinário, pois “Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5:8; Tt 3:4-1 Jo 3:16). O povo de Deus sabe que não merece este sacrifício. A natureza do amor divino, dado a pessoas que não são merecedoras, freqüentemente é expressa por meio do vocábulo “graça”.

    O amor de Deus também é visto por seu povo na maneira como Ele dá o seu Espírito Santo, de tal forma que todos possam conhecê-lo e responder-lhe em amor (Rm 5:5). Eles também experimentam o amor divino em seu cuidado providencial. Isso pode significar que o amor será em forma de disciplina (Ap 3:19), mas também representa o fato de que “todas as coisas” cooperam para o bem do povo de Deus, dos que são chamados segundo o seu propósito. Nada poderá separá-los do amor de Deus e de Cristo (Rm 8:28-35, 39; veja a seção anterior “O Deus providencial”). Ao meditar sobre sua graça a favor de todos, para os levar à salvação, eles o louvam pela maneira como os escolheu e os predestinou para serem filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito da sua vontade (Ef 1:4-6; 1 Jo 3:1). Essa grande obra de salvação é feita “segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo” (v. 9).

    “Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)” (Ef 2:4-5). O problema é como uma mente humana pode assimilar a profundidade desse amor, pois “excede todo o entendimento” (Ef 3:18-19).

    O Deus salvador

    O amor de Deus é visto proeminentemente em sua salvação por meio de Jesus (“Jesus” significa “o Senhor salva”; veja Jesus). O Senhor é corretamente descrito como “Deus salvador”. A Bíblia ensina que toda a humanidade é pecadora e necessita de redenção, que só é efetivada pela ação salvadora de Deus. O AT refere-se ao Senhor como “Libertador”, “Redentor” e “Salvador”, tanto da nação como dos indivíduos. Ambos necessitam de perdão, se não querem receber juízo. Uma lição necessária à compreensão de todas as pessoas é que somente Deus é Todo-poderoso, soberano e justo; portanto, o único que pode salvar: “E não há outro Deus senão eu, Deus justo e Salvador não há além de mim” (Is 45:21-43.11). Às vezes, o povo de Israel voltava-se para outras nações em busca de proteção e salvação; essa atitude, entretanto, invariavelmente falhava, ao passo que o Senhor ensinava que somente Ele era o Salvador (Dt 32:15-24; 1 Cr 16:34-36; Is 17:10).

    A promessa que Deus faz ao seu povo é que “quando clamarem ao Senhor, por causa dos opressores, ele lhes enviará um salvador e um defender, que os livrará” (Is 19:20-43.3; 45.15). Os homens e mulheres fiéis, mencionados no AT, todos conheceram a atividade salvadora e libertadora de Deus, tanto nas batalhas como no perdão dos pecados. O êxodo do Egito tornou-se o grande evento na história de Israel, que ofereceu às gerações futuras um memorial e uma ilustração da salvação e redenção operadas pelo Senhor. Deus redimiu seu povo do Egito porque o amava: “Mas porque o Senhor vos amava, e para guardar o juramento que fizera a vossos pais, o Senhor vos tirou com mão forte, e vos resgatou da casa da servidão, da mão de Faraó, rei do Egito” (Dt 7:8).

    Aquele acontecimento histórico proporcionou às gerações futuras uma evidência de que Deus tem o poder para salvar e libertar; essa verdade tornou-se a base em que podiam apelar para o Senhor salvá-los e livrá-los novamente em outras situações adversas (Êx 6:6; Dt 9:26; Sl 106:10). A libertação do Egito, porém, proporcionou também uma advertência, que mostra os acontecimentos no deserto para os que “esqueceram seu Deus”: “Pondo-os ele à morte, então o procuravam; voltavam, e de madrugada buscavam a Deus. Lembravam-se de que Deus era a sua rocha, de que o Deus Altíssimo era o seu Redentor” (Sl 78:34-35; veja também 1 Cr 10:1-12). O próprio Deus mostrou a sua obra salvadora, ao levá-los do Egito para Canaã, e esperava fidelidade e serviço do seu povo redimido (Dt 13:5-15.15; 24.18; Os 13:4).

    Assim como precisavam de uma redenção física e libertação, os israelitas necessitavam também de perdão dos pecados; nisto também o Senhor provou ser o Salvador e Redentor do seu povo. Louvavam o seu nome pelo seu perdão e sabiam que podiam submeter-se à justiça de Deus e que Ele os salvaria (Dt 21:8; Sl 31:5-34.22; 44.26; Is 54:5-59.20).

    Os profetas olhavam para o futuro, para o dia em que um Salvador e Redentor viria para o povo de Deus: “O Redentor virá a Sião e aos que se desviarem da transgressão em Jacó, diz o Senhor” (Is 59:20). Isaías olhava adiante, para o dia do advento do Messias, quando o povo o louvaria: “Graças te dou, ó Senhor. Ainda que te iraste contra mim, a tua ira se retirou, e tu me consolaste. Certamente Deus é a minha salvação; confiarei e não temerei. O Senhor Deus é a minha força e o meu cântico; ele se tornou a minha salvação. Vós com alegria tirareis águas das fontes da salvação” (Is 12:1-3; veja Jr 23:6; Zc 9:9).

    Jesus foi o cumprimento de tais promessas. Ele era o Deus Salvador que veio à Terra para salvar e redimir. Quando seu nascimento foi anunciado, sua atividade salvadora e redentora imediatamente dominou as palavras dos anjos, de Zacarias e de Maria. As profecias concernentes à salvação do povo de Deus, com o advento do rei da linhagem de Davi, são anexadas às promessas do perdão de pecados e salvação do juízo de Deus. Toda a “história da salvação”, como alguns a têm chamado, chega ao seu grande clímax com o advento daquele que seria chamado de “Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1:21; Lc 1:46-47, 68-75; 2.11, 30-32, 38; etc.).

    O Deus salvador é revelado plenamente em Jesus. Nele, e em ninguém mais, há salvação (Lc 3:6-19.9,10; At 4:12; Hb 2:10). De fato, os vocábulos “salvar” e “salvação” referem-se a toda a obra salvadora de Cristo, desde sua encarnação, morte e ressurreição, até sua glorificação. Sua obra salvadora é considerada como um acontecimento realizado em três tempos: passado (na cruz, quando os crentes foram “justificados”; Rm 5:1-8.24; Ef 2:8-2 Tm 1.9); presente (com a operação progressiva do Espírito Santo na vida do crente, no processo de santificação, 1 Co 1.18; 2 Co 2,15) e futuro (no dia do julgamento, quando os crentes serão salvos da justa ira de Deus e serão glorificados; Rm 5:9-10).

    A meditação sobre quem é o Senhor sempre tem levado à doxologia; assim, Judas 25 expressa o louvor a Deus como Salvador, por meio de Jesus Cristo: “Ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

    O Deus Pai

    Conforme já vimos, Deus é bom e é amor; portanto, é também “Pai”. Ele é a fonte de todas as coisas e, nesse sentido, é Pai. É o Pai da criação de Israel — o povo da sua aliança e dos cristãos. Acima de tudo, ele é o Pai de seu único Filho Jesus Cristo. Numa época em que muitas vezes se pergunta se o Senhor realmente deveria ser chamado de “Pai”, pois isso pode parecer uma postura “machista”, é importante notar novamente que Deus é Espírito. Portanto, é totalmente errado descrevê-lo como masculino ou feminino. De fato, lemos sobre o Pai como o Deus “que te gerou” (Dt 32:18) — o que dificilmente seria considerada como uma ação masculina! A paternidade humana deriva de Deus e não vice-versa. Chamar Deus de “Pai” sem dúvida é correto do ponto de vista bíblico e, devidamente entendido, tem muito a dizer para corrigir os muitos abusos que são presenciados atualmente, cometidos pelos pais humanos.

    Primeiro, Deus é ocasionalmente referido, num sentido genérico, como Pai de todas as pessoas, pois elas são geradas por Ele (Ml 2:10; At 17:28-29; Hb 12:9). Segundo, a paternidade de Deus sobre Israel é mencionada ou subentendida. Como Pai, o Senhor tem o direito de ser obedecido. Deuteronômio 3:2-6 dá alguma indicação desse relacionamento: “Corromperam-se conta ele; já não são seus filhos, e isso é a sua mancha, geração perversa e depravada é. É assim que recompensas ao Senhor, povo louco e ignorante? Não é ele teu Pai, que te adquiriu, que te fez e te estabeleceu?” É o relacionamento pactual com seu povo que está especialmente em destaque aqui. O Senhor toma (cria) Israel, ao fazer dele o seu povo peculiar e ao adotá-lo amorosamente como pai, na esperança de receber de volta amor e obediência (Ml 1:6). Deus adverte Israel de que será rejeitado, se porventura desprezar seu Pai (v. 18). Assim, Israel é o seu “filho primogênito” e, se obedecer, receberá a proteção do Senhor. Por exemplo, Deus exige de Faraó: “Israel é meu filho, meu primogênito. Deixa ir o meu filho” (Êx 4:22-23; Os 11:1).

    O fato de Deus apresentar-se como Pai de Israel significa que tem o direito de esperar em resposta uma sincera comunhão com o filho. Lamentavelmente, na maior parte do tempo, encontrou um povo rebelde. Deus diz em Isaías 1:2: “Criei filhos, e os engrandeci, mas eles estão revoltados contra mim”. Tanto este profeta como Jeremias, entretanto, olham para o futuro, para um tempo em que o Senhor será o Pai de um filho que corresponde. Deus então mostrará a Israel seu cuidado e seu amor: “Guiá-los-ei aos ribeiros de águas, por caminho reto em que não tropeçarão, porque sou um pai para Israel, e Efraim é o meu primogênito” (Jr 31:9). Um filho humilde admitirá que o Pai tem direitos: “Mas agora, ó Senhor, tu és o nosso Pai. Nós somos o barro, tu és o nosso oleiro; somos todos obra das tuas mãos. Não te enfureças tanto, ó Senhor, nem perpetuamente te lembres da iniqüidade. Olha, nós te pedimos, todos nós somos o teu povo” (Is 64:8-9; veja também 45.10,11; 63.16). Como Pai e Deus da Aliança, quando seu filho chamar, ele responderá: “Ele me invocará, dizendo: Tu és meu pai, meu Deus, a rocha da minha salvação... O meu amor lhe manterei para sempre, e a minha aliança lhe será firme” (Sl 89:26-28).

    Deus também é o Pai do rei de Israel, de uma maneira especial, pois ele representa o povo. A aliança que o Senhor fez com o rei Davi estabeleceu que Deus seria o “Pai” dos descendentes dele: “Eu serei seu Pai e ele será meu filho”. O salmista destaca esse tema. Por exemplo, o Salmo 2:7 diz: “Proclamarei o decreto do Senhor: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei” (veja também Sl 89:26-27). Posteriormente, essas passagens sobre o filho assumiram um significado messiânico, quando as pessoas olhavam para o futuro, para o advento do rei ungido da linhagem de Davi. De fato, mais tarde foram aplicadas a Jesus Cristo (At 13:33; Hb 1:5).

    Deus é “Pai” unicamente de Jesus, o qual é descrito como “o Filho unigênito de Deus” (veja Jesus). Esta filiação está relacionada ao seu nascimento virginal (Lc 1:35), mas essa não é a única origem. O Pai anuncia claramente a condição de Jesus, em seu batismo: “Então ouviu-se esta voz dos céus: Tu és o meu Filho amado em quem me comprazo” (Mc 1:11). Isso, porém, serviu apenas para confirmar publicamente o que já era verdade. De fato, o NT indica uma comunhão permanente entre o Deus Pai, como “pai”; e o Deus Filho, como “filho”. Esse relacionamento eterno é indicado em João 1:18: “Ninguém nunca viu a Deus, mas o Deus unigênito, que está ao lado do Pai, é quem o revelou”. Em João 17 Jesus dirige-se a Deus como “Pai” e olha para o futuro, quando receberá novamente “a glória que me deste, porque me amaste antes da criação do mundo” (vv. 24,25; 1 Jo 4:9).

    O acesso a Deus como “Pai” só é possível por meio de Cristo: “Ninguém vem ao Pai, senão por mim”, disse Jesus (Jo 14:6). Isso também aponta o caminho para a filiação a Deus para todos os cristãos.

    Deus como Pai de todos os cristãos é o complemento de sua paternidade a ser mencionada aqui. O Senhor é o Pai de todo o que tem fé em Cristo. Parte da plenitude da salvação, aplicada aos crentes pelo Espírito Santo, é a condição de “adoção” de filhos (Rm 8:23; Ef 1:5), mediante a qual podem utilizar o nome mais pessoal de “Aba” (Papai), ao dirigir-se a Deus (Rm 8:14-17; Gl 4:6). É importante notar que em ambos os textos a “filiação” também está intimamente ligada à herança. Assim como Jesus, o Filho, é herdeiro da glória de Deus, Paulo diz que os filhos adotados são “co-herdeiros de Cristo, se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados” (Rm 8:17). É possível para todo o que crê em Cristo conhecer o Pai (Gl 3:26), pois Jesus lhes revela (Jo 14:6-9). Cristo mostrou o Pai ao mundo: “Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo. Antes, é o Pai que está em mim quem faz as obras” (v.10).

    Novamente, a única resposta apropriada por parte do cristão, diante da ideia de ser feito filho de Deus, é o louvor: “Vede quão grande amor nos concedeu o Pai, que fôssemos chamados filhos de Deus. E somos mesmo seus filhos! O mundo não nos conhece porque não o conheceu. Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque assim como é, o veremos” (1Jo 3:1-2).

    Os nomes de Deus

    Enquanto nas modernas culturas ocidentais o nome realmente só é usado para distinguir uma pessoa de outra, os registrados na Bíblia são utilizados para representar totalmente a pessoa ou indicar aspectos de seu caráter ou de seu objetivo na vida (veja seção Os nomes e seus significados na 1ntrodução). Em nenhum outro lugar isso pode ser visto mais claramente do que na expressão “nome do Senhor”, que ocorre aproximadamente 100 vezes nas Escrituras. É uma frase que sintetiza o que nunca pode ser totalmente resumido — ou seja, o próprio Deus.
    O Nome. Quando Gênesis 4:26 diz: “Foi nesse tempo que os homens começaram a invocar o nome do Senhor”, não quer dizer simplesmente que as pessoas aprenderam a usar o nome “Senhor”. O texto indica que elas começaram a adorar ao Senhor por tudo o que Ele é. Quando a Lei diz: “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão, pois o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão” (Êx 20:7), claramente tem em mente mais do que as ocasionais expressões irreverentes (embora, é claro, sua proibição esteja incluída no mandamento). A lei afirma que o próprio Senhor não deve ser considerado com desdém. Não pode ser tratado da mesma maneira que os ídolos pagãos, mencionados no mandamento anterior. Jamais deve ser invocado como um poder mágico ou ser referido numa adoração que não é centralizada exclusivamente nele.

    Assim, uma referência ao “Nome” do Senhor leva consigo uma indicação da própria natureza de Deus. Em Êxodo 23:20, o “Nome” de Deus está presente no anjo enviado para liderar o povo de Israel. Também é correto concluir que tal ser trata-se de uma “teofania”, por meio da qual o Senhor de alguma maneira era experimentado ou visto na presença do anjo (veja Teofanias).

    Quando a Bíblia fala em “invocar” o nome de Deus, geralmente é num contexto de exortação para se adorar ao Senhor totalmente, em toda a vida e vê-lo como o Deus soberano e transcendente que é: pessoal, amoroso e fiel, que está presente em todas as áreas de seu domínio (2Rs 5:11; Sl 17:7; Jl 2:32; Sf 3:9).

    Fazer alguma coisa no “nome do Senhor” é realizar algo no lugar do próprio Deus ou fazer com todo o endosso de sua presença e em obediência à sua ordem. Dessa maneira, os sacerdotes e levitas ministravam “no nome do Senhor” e os profetas falavam “no nome do Senhor”; não que eles alegassem ser Deus, mas isso significava que falavam e operavam com sua total autoridade e poder por trás deles. Até o mesmo o rei Davi lutou “em nome do Senhor” (Dt 18:17-22; 21.5; 1 Sm 17.45; 1 Rs 18.24; etc.). Quando os israelitas desejavam afirmar a presença de Deus com a Arca da Aliança, faziam isso mediante a invocação do “Nome do Senhor dos Exércitos” (2Sm 6:2). Salomão falava em construir um Templo “ao nome do Senhor” (1Rs 8:20). Dessa maneira, o nome é um meio de descrever a plenitude, a transcendência e a presença do próprio Deus.

    É interessante notar que no NT o “nome” pertence a Jesus, para lembrar os textos do AT que se referiam a tudo o que Deus é. Se o nome é de Deus e Jesus é chamado pelo “nome”, então tudo o que pertence a Deus está em Jesus e tudo o que Deus é, Cristo também é (compare Joel 2:32 com Atos 2:21; Romanos 10:13). Assim como a autoridade e o poder de Deus são vistos em seu “nome”, o mesmo acontece com Jesus. É “no nome de Jesus” que as pessoas são desafiadas ao arrependimento, batismo e a receber perdão. A fé precisa ser “no nome de Jesus” (At 2:38-3.16; 9.21). É “no nome de Jesus” que os apóstolos curavam e a Igreja orava (At 3:6; Tg 5:14).

    Em adição a essa maneira abrangente de referir-se à plenitude de Deus, vários nomes específicos são atribuídos ao Senhor na Bíblia e nos ajudam a entendê-lo melhor. Diferentemente de todos os “nomes”, eles enfatizam aspectos da natureza e do caráter de Deus, a fim de afirmar e enriquecer o que já foi mencionado anteriormente.
    El, Elohim. Um nome comum usado para o Senhor e geralmente traduzido como “Deus” (Elohim é a forma plural). A raiz deste vocábulo provavelmente significa “poder”. Este termo era utilizado em outras culturas e religiões para descrever uma grande divindade. Na Bíblia, porém, o nome é aplicado ao único Deus — “El Elohe Israel”, [Deus, o Deus de Israel] (Gn 33:20). Nas Escrituras, Ele é o “Deus do céu e da terra” (Gn 24:3); “o Deus de Abraão, Isaque e Jacó”; o “Deus dos hebreus” (Êx 3:18); o “Deus dos deuses”; “Deus da verdade” (Sl 31:5) e, é claro, “Deus da glória” (Sl 29:3).

    A forma plural às vezes refere-se a outros deuses, mas também é usada na Bíblia para o único Deus, embora o termo esteja no plural. A forma plural indica a plenitude do Senhor. Ele é totalmente distinto das pessoas criadas, em seu ser (Nm 23:19).

    O vocábulo “El” também aparece em formas como “El Shaddai” (Deus Todo-poderoso”; Gn 17:1; Êx 6:3. Para mais detalhes, veja a seção “O Deus de Abraão”, no artigo sobre Abraão); “El Elyom” (Deus Altíssimo; Dt 32:8; Dn 7:18-22; etc.); “El Betel” (Deus de Betel; Gn 35:7); e “El Olam” (Deus Eterno; Gn 21:33; veja também Sl 90:2).
    Yahweh (o Senhor). O vocábulo Yahweh, que geralmente é traduzido como “Senhor”, em nossas versões da Bíblia em Português, tem sido corretamente chamado de “o nome da aliança de Deus”. Foi por este título que o Deus de Abraão, Isaque e Jacó escolheu revelar-se a Moisés (Êx 6:3). Sem dúvida, os seguidores fiéis do Senhor já o conheciam por este nome antes da revelação da sarça ardente, mas com Moisés há mais revelações da fidelidade de Yahweh à aliança e de sua comunhão íntima com seu povo. O nome em si é derivado do verbo hebraico “ser”. Moisés imaginou pessoas que lhe perguntariam pelo nome do Deus que lhe apareceu, quando voltasse para seu povo. O Senhor lhe respondeu: “EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós” (Êx 3:14; veja
    v. 15). Yahweh, portanto, significa algo como “Ele é” ou talvez “Ele traz à existência”.

    Como o nome revelado de Deus, o título “Yahweh” trazia uma declaração da existência contínua do Senhor e sua presença permanente com seu povo. Foi Ele quem se apresentou a Moisés e ao povo de Israel através das gerações como o Deus da aliança, o que sempre seria fiel às suas promessas em favor de seu povo. Foi sob este nome que o povo da aliança adorou a Deus. No NT, os cristãos entenderam que o Senhor da aliança era Jesus Cristo e, assim, ideias e atributos do AT que pertenciam a Yahweh foram trazidos e aplicados a Jesus. Para uma discussão mais detalhada do grande significado deste nome, veja Senhor.
    Adonai (Senhor). Com o significado de “Senhor” ou “Mestre”, este termo é aplicado a seres humanos em posição de autoridade. Quando relacionado a Deus, entretanto, geralmente é usado junto com o nome Yahweh. Isso apresenta algumas dificuldades na tradução. Não é fácil ler a frase “O senhor senhor”! Assim, geralmente traduz-se como “Senhor Deus” (2Sm 7:28; Is 28:16-56.8; etc.).
    Rocha. A fidelidade, a confiabilidade e a graça salvadora do Deus da aliança são ocasionalmente descritas por meio do epíteto “Rocha” (Dt 32:4-15, 18; 2 Sm 22.3, 47; Sl 62:7; Hc 1:12; etc.).
    Outros nomes. Embora algumas vezes sejam tomados como nomes, muitos outros termos aplicados a Deus são adjetivos. São usados para descrever o Senhor, atribuir louvor ao seu nome e diferenciá-lo dos deuses pagãos. Juízes 6:24 diz que “o Senhor é paz”. Outros textos falam sobre Deus como “o Santo” ou “o Santo de Israel”, a fim de estabelecer um elo no AT entre a sua santidade e a necessidade de que o seu povo seja santo (6:10; Pv 9:10; Is 12:6). Deus também é conhecido como o “Rei” (veja Rei), o “Senhor Todo-poderoso”, “o Senhor é minha Bandeira”, entre outros.
    Jeová. Este termo é pouco citado nas modernas versões da Bíblia. Deve, contudo, ser mencionado aqui como um nome que ainda sobrevive em algumas traduções. É suficiente dizer que, em hebraico, o termo YHWH aparece e, na maioria das vezes, é traduzido como SENHOR, em nossas versões, ou colocam-se vogais e assim lê-se Yahweh (o que alguns colaboradores deste volume têm feito). Jeová deriva de uma leitura equivocada de Yahweh. O pano de fundo do problema com o nome “Jeová” é explicado no verbete Senhor.


    A Trindade

    O cristianismo tradicionalmente argumenta que muitas evidências bíblicas revelam Deus em três pessoas distintas. Para alguns, tal definição do Senhor tem causado sérios problemas. A história da Igreja é permeada pelo surgimento de seitas que não reconheciam Jesus Cristo como Deus ou que se recusavam a aceitar a visão trinitária do Senhor; outras não viam um dos componentes da Trindade como totalmente Deus, ou negavam que houvesse distinções entre as três pessoas. Outros grupos estão totalmente fora do ensino bíblico e entram efetivamente no mundo do triteísmo, uma noção negada explicitamente na Bíblia, como, por exemplo, na oração da “Shema” (Dt 6:4). Embora o termo “trindade” não seja mencionado nas Escrituras, os cristãos sempre creram que somente ele pode fazer justiça à revelação bíblica da “plenitude” de Deus. Começando com o AT, os cristãos apontam indicações que pressagiam um ensino mais detalhado no NT. Muitas passagens conduzem para a pluralidade relacionada com o que é o “único Deus”. Muitos textos sugerem uma identificação do Messias que virá com o próprio Deus. Ele será chamado de Deus Poderoso, governará em completa soberania e será eterno — atributos divinos (Is 9:6-7; Sl 2; etc.). Mas indicações também estão presentes na compreensão da própria criação, no AT. Embora algumas pessoas neguem seu significado, é interessante notar que o Senhor refere-se a si mesmo com o termo plural “elohim” em certas passagens. Em Gênesis 1, é Deus quem cria, por meio de sua Palavra e pelo seu Espírito (Gn 1:1-3). Às vezes essa referência no plural parece ainda mais notável, feita de forma explícita com o uso de verbos e pronomes nas pessoas do plural; por exemplo, “Então disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem...” (Gn 1:26-3.22; 11.7; Is 6:8). Existe também uma personalização da “Palavra de Deus” que criou os céus (Sl 33:6). Algo semelhante ocorre em Provérbios 8, onde a sabedoria do Senhor é personalizada como o próprio Deus que opera no mundo, concede vida e envolve-se com a própria criação (principalmente Pv 8:12-21).

    Alguns sugerem que “o anjo do Senhor” também deve ser identificado com Deus e ainda assim é distinto dele (Êx 3:2-6; veja também Anjo do Senhor). Em Isaías 63:1014, o Espírito Santo é identificado como Agente de Deus. Esse tipo de evidência espera por sua interpretação mais completa no NT (veja também Teofanias).

    No NT, aspectos da doutrina da Trindade surgem primeiro quando os discípulos e seguidores de Jesus reconhecem as obras e as palavras de Deus nas atitudes de Jesus. Realmente, o problema dos líderes religiosos daquela época foi justamente que algumas das coisas que Cristo fazia e dizia só seriam feitas e ditas por Deus; portanto, eles alegavam que Jesus blasfemava, ao tentar passar por Deus. Por exemplo, Cristo perdoou os pecados do paralítico, algo que os escribas acreditavam que somente Deus era capaz de fazer; portanto, era uma blasfêmia. Jesus então demonstrou sua autoridade divina, ao curar o homem completamente (Mt 9:2-6). João 8 é especialmente esclarecedor sobre essa questão e traz uma série de declarações feitas por Jesus. Sua alegação de pertencer a Deus e ser enviado por Ele (vv. 14, 23), de partir para um lugar desconhecido dos líderes religiosos (v. 14), intimamente combinada com o uso da expressão “Eu Sou” e sua declaração de ter existido antes de Abraão (vv. 24, 28, 58, etc.), tudo isso ocasionou uma acusação de blasfêmia e a tentativa de apedrejamento — a punição para aquela transgressão (v. 59). Jesus aceitou a confissão de Pedro de que Ele era o Cristo (Mc 8:29-30) e alegou ter “todo” poder e autoridade antes de fazer uma das principais declarações trinitárias da Bíblia: “Ide... batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28:18).

    Em todo o NT, ambos, o Espírito Santo e Jesus, são apresentados como seres divinos. João 1:1-14 fala de Cristo como preexistente. Romanos 9:5 geralmente é destacado por alguns teólogos, mas provavelmente a leitura deveria ser essa: “Cristo, que é Deus sobre todos, seja louvado...” (veja também Cl 2:9; Hb 1:9-10; etc.). O Espírito Santo também é visto como Deus (veja At 5:3-4; Jo 15:26; Mc 3:29-2 Co 3.17; etc.).

    São também interessantes as passagens do NT onde os escritores apostólicos aplicam a Jesus o nome de Yahweh do AT (Senhor). Veja, por exemplo, Romanos 1:0-13, onde a confissão da fé em Cristo é provada como confissão de fé em Deus, por uma referência que aponta para o AT e menciona Yahweh. Vários textos merecem um exame cuidadoso, pois trazem o entendimento do AT sobre Yahweh ou aplicam declarações concernentes a Yahweh, no AT, e a Jesus, no NT. Por exemplo, veja João 1:2-41 (cf. Is 6:10); Atos 2:34-36; I Coríntios 1:30-31; 12.3; Filipenses 2:9-11 (cf. Is 45:23), etc.

    Em muitas passagens bíblicas, a ideia do Deus trino é no mínimo implícita nos textos do NT, se não explícita. O batismo de Jesus envolveu o Filho, o Pai e o Espírito Santo (Mt 3:13-17). O mencionado em Mateus 28:19 é em nome das três pessoas da Trindade. Jesus referiu-se ao Espírito Santo como “outro Consolador”. Assim como o Pai enviou Cristo, Ele mandaria o Espírito Santo (Jo 14:15-23). Veja também a obra do Pai, do Filho e do Espírito Santo na vida do crente (Ef 3:14-19).

    As Escrituras revelam uma figura de Deus em três pessoas e a isso nós chamamos de “Trindade”. O Pai não é maior do que o Filho e ambos são distintos do Espírito Santo, embora exista um ensino claro tanto no AT como no NT de que Deus é único. Existem três pessoas, mas apenas um Senhor. Tal ensino, quando apresentado em conjunto, implica um modo de existência longe do que nossa mente humana possa entender. É por esta razão que todas as analogias humanas invariavelmente fracassam quando se trata de explicar o que significa a Trindade.

    Os cristãos estão convencidos de que negar essa doutrina é renunciar à clara evidência bíblica sobre o próprio Deus. Um escritor resumiu o ensino bíblico dessa maneira: “A doutrina da Trindade não explica plenamente o misterioso caráter de Deus. Pelo contrário, estabelece as fronteiras, fora das quais não devemos andar... Isso exige que sejamos fiéis à revelação bíblica que em um sentido Deus é um e num sentido diferente ele é três” (R. C. Sproul).

    Conclusão

    O Deus da Bíblia é revelado como Eterno, Majestoso, Transcendente, Onipotente e Onisciente. Também é descrito como o Criador de todo o Universo e das pessoas e, neste contexto, revela a si mesmo em sua Palavra como um Deus pessoal, amoroso e soberano, um Deus justo, verdadeiro e íntegro. Deus é revelado como o Pai, o Filho e o Espírito Santo. É o Deus presente com seu povo (Emanuel, Deus conosco) e atuante em toda a criação, embora de modo algum seja absorvido por ela, como certas religiões orientais ensinam. Embora seja um Deus santo, separado e distinto da criação e das criaturas, não permite que o mundo se perca totalmente em seu pecado, sem nenhuma esperança de redenção; pelo contrário, revela a si mesmo como um Deus de amor que salva e redime todo aquele que o busca. Sua graça salvadora é vista claramente em sua vinda aqui na Terra: Jesus, o Filho de Deus, veio para ser o Salvador e Redentor da humanidade. Esta dádiva é experimentada por meio de sua Palavra (a Bíblia) e da presença do Espírito Santo no coração e na vida daqueles que crêem nele. Quanto mais a Bíblia é lida, fica mais claro que todo o seu povo é exortado repetidamente a cantar louvores ao Deus Todo-poderoso que, embora seja transcendente, está presente, a fim de sustentar, cuidar e salvar. “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos jubilosos e imaculados diante da sua glória, ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

    P.D.G.



    i. os nomes de Deus. A palavra portuguesa Deus, que tem a mesma forma na língua latina, representa alguns nomes da Bíblia, referentes ao Criador.
    (a): o termo de uso mais freqüente é Elohim, que restritamente falando, é uma forma do plural, derivando-se, presumivelmente, da palavra eloah. Mas, embora seja plural, é certo que, quando se refere ao único verdadeiro Deus, o verbo da oração, de que Elohim é o sujeito, e o nome predicativo vão quase invariavelmente para o singular. As principais exceções são quando a pessoa que fala, ou aquela a quem se fala, é um pagão (Gn 20:13 – 1 Sm 4.8).
    (b): El, provavelmente ‘o único que é forte’, também ocorre freqüentemente. E encontra-se este nome com adições: El-Elyon, ‘o Deus Altíssimo’ (Gn 14:18) – El-Shaddai, ‘o Deus Todo-poderoso’ (Gn 17:1) – e entra na composição de muitos vocábulos hebraicos (por exemplo Eliabe, Micael).
    (c): Adonai, Senhor, ou Superior. Esta palavra e as duas precedentes eram empregadas quando se queria significar o Deus da Humanidade, sem especial referência ao povo de israel.
    (d): Todavia, Jeová, ou mais propriamente Jahveh, o Senhor, o Ser que por Si mesmo existe, o Ser absoluto, que é sempre a Providência do Seu povo, designa Aquele que num especial sentido fez o pacto com o povo de israel.
    (e): outro nome, ou antes, titulo, ‘o Santo de israel’ (is 30:11) merece ser aqui mencionado, porque ele nos manifesta o alto ensino moral dos profetas, fazendo ver aos israelitas que o Senhor, a Quem eles adoravam, estava muito afastado dos ordinários caminhos do homem, e portanto era necessário que o Seu povo fosse como Ele, odiando o pecado. É sob este título que o Senhor é reconhecido como uma pedra de toque não só da pureza cerimonial, mas também da pureza ética.
    (f): Pai. Nas primitivas religiões semíticas, este termo, enquanto aplicado aos deuses, tinha uma base natural, pois que os povos acreditavam que eram descendentes de seres divinos. Todavia, no A.T. é Deus considerado como o Pai do povo israelita, porque Ele, por atos da Sua misericórdia, o constituiu em nação (Dt 32:6os 11:1 – *veja Êx 4:22). De um modo semelhante é Ele chamado o Pai da geração davídica de reis, porque Ele a escolheu e a tornou suprema (2 Sm 7.14 – Sl 2:7-12 – 89.27). Mais tarde se diz que Deus Se compadece dos que o temem (isto refere-se particularmente aos israelitas e aos que aceitam a religião de israel), como um pai se compadece dos seus filhos (Sl 103:13Mt 3:17).
    ii. A doutrina de Deus. Certas considerações nos são logo sugeridas sobre este ponto.
    (a): Em nenhuma parte da Bíblia se procura provar a existência de Deus. A crença no Criador é doutrina admitida. Nunca houve qualquer dúvida a respeito da existência da Divindade, ou da raça humana em geral. Entre os argumentos que podemos lembrar para provar a existência do Criador, devem ser notados: a relação entre causa e efeito, conduzindo-nos à grande Causa Primeira – a personalidade, a mais alta forma de existência que se pode conceber, de sorte que uma Causa Primeira, que carecesse de personalidade, seria inferior a nós próprios – a idéia de beleza, de moralidade, de justiça – o desejo insaciável, inato em nós, de plena existência que nunca poderia ser satisfeita, se não houvesse Aquele Supremo Ser, Luz, Vida e Amor, para onde ir.
    (b): Deus é um, e único (Dt 6:4, doutrina inteiramente aceita por Jesus Cristo, Mc 12:29). Porquanto se houvesse mais que uma Divindade, haveria, de certo, conflito entre esses seres todo-onipotentes. Por isso, contrariamente ao dualismo de Zoroastro, segundo o qual há dois seres supremos, um bom e outro mau, a Bíblia ensina que Deus tem a autoridade suprema mesmo sobre o mal (is 45:6-7). Este fato fundamental da Unidade de Deus não está em contradição com a doutrina cristã da Trindade, antes pelo contrário, a salvaguarda.
    (c): Deus é o Criador e o Conservador de tudo (Gn 1:1At 17:24Ap 4:11 – e semelhantemente Jo 1:3 – Col 1.16, onde o imediato Agente é a Segunda Pessoa da Trindade). Todos os dias estamos aprendendo, com clareza de percepção, que a matéria não é coisa morta e sem movimento, que as próprias pedras tremem pela sua energia, sustentando a sua coesão pelas formidáveis e ativas forças que sem interrupção nelas operam. o nosso conhecimento, cada vez mais aperfeiçoado, sobre os métodos de Deus na Criação, leva-nos a um louvor cada vez mais elevado.
    (d): Estamos, também, sabendo mais com respeito à relação de Deus para conosco, como governador e conservador de tudo. Relativamente a este assunto há duas verdades, nenhuma das quais deverá excluir a outra:
    (1). Ele é transcendente, isto é, superior ao universo, ou acima dele (*veja is 40:22 – 42.5 – 1 Tm 6.16).
    (2). É igualmente importante notar que Deus é imanente, isto é, está na matéria, ou com ela. Nesta consideração, nós e todos os seres vivemos Nele (At 17:28 – *veja também Jo 1:3-4) – e Ele em nós está pelo simples fato de que sendo Espírito (Jo 4:24) é dotado de onipresença.
    iii. A adoração a Deus. Se a religião é, na verdade, uma necessidade natural, o culto é sua forma visível. Porquanto, embora possamos supor a priori que nos podemos colocar na presença da Divindade sem qualquer sinal exterior, é isto, contudo, tão incompatível como a natureza humana, e tão contrário às exigências da religião, visto como esta pede a adoração a Deus com toda a nossa complexa personalidade, que não é possível admitir-se tal coisa. É certo que Jesus Cristo disse: ‘Deus é Espirito – e importa que os seus adoradores o adorem em espirito e em verdade’ (Jo 4:24). (*veja Altar, Baal, igreja, Eloí, Espírito Santo, Jewá, Jesus Cristo, Senhor, Senhor dos Exércitos, Tabernáculo, Templo, Trindade, Adoração.)

    Do latim deus, daus, que significa “ser supremo” ou “entidade superior”.

    substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
    Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
    Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
    Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
    Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
    Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
    Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
    Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

    substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
    Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
    Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
    Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
    Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
    Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
    Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
    Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

    Ha

    Símb. Hectare; unidade de medida que corresponde a 10.000 metros quadrados.
    Gramática Símbolo que representa essa unidade de medida.
    (Etm. Forma alte. de hectare).

    Símb. Hectare; unidade de medida que corresponde a 10.000 metros quadrados.
    Gramática Símbolo que representa essa unidade de medida.
    (Etm. Forma alte. de hectare).

    Símb. Hectare; unidade de medida que corresponde a 10.000 metros quadrados.
    Gramática Símbolo que representa essa unidade de medida.
    (Etm. Forma alte. de hectare).

    hebraico: calor, queimado

    Sabe

    substantivo deverbal Ação de saber, de conhecer, de possuir conhecimentos específicos sobre algo: o aluno não sabe a matéria.
    Ação de possuir capacidade ou habilidade para: o funcionário sabe trabalhar bem.
    Ação de pressentir, de se convencer de: ninguém sabe o futuro da empresa.
    Ação de ter certo sabor: a moqueca não sabe a peixe.
    Etimologia (origem da palavra sabe). Forma Der. de saber.

    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    Salmos 73: 11 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

    E eles dizem: Como o sabe Deus? Há conhecimento no Altíssimo?
    Salmos 73: 11 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    H1844
    dêʻâh
    דֵּעָה
    ()
    H3045
    yâdaʻ
    יָדַע
    conhecer
    (does know)
    Verbo
    H3426
    yêsh
    יֵשׁ
    ser, existência, substância, há ou existe
    (there be)
    Substantivo
    H349
    ʼêyk
    אֵיךְ
    como? interj
    (and how)
    Advérbio
    H410
    ʼêl
    אֵל
    deus, semelhante a deus, poderoso
    (unto God)
    Substantivo
    H559
    ʼâmar
    אָמַר
    E disse
    (And said)
    Verbo
    H5945
    ʻelyôwn
    עֶלְיֹון
    superior, de cima
    (Most High)
    Adjetivo


    דֵּעָה


    (H1844)
    dêʻâh (day-aw')

    01844 דעה de ah̀

    procedente de 1843; DITAT - 848b; n f

    1. conhecimento (de Deus)

    יָדַע


    (H3045)
    yâdaʻ (yaw-dah')

    03045 ידע yada ̀

    uma raiz primitiva; DITAT - 848; v

    1. conhecer
      1. (Qal)
        1. conhecer
          1. conhecer, aprender a conhecer
          2. perceber
          3. perceber e ver, descobrir e discernir
          4. discriminar, distinguir
          5. saber por experiência
          6. reconhecer, admitir, confessar, compreender
          7. considerar
        2. conhecer, estar familiarizado com
        3. conhecer (uma pessoa de forma carnal)
        4. saber como, ser habilidoso em
        5. ter conhecimento, ser sábio
      2. (Nifal)
        1. tornar conhecido, ser ou tornar-se conhecido, ser revelado
        2. tornar-se conhecido
        3. ser percebido
        4. ser instruído
      3. (Piel) fazer saber
      4. (Poal) fazer conhecer
      5. (Pual)
        1. ser conhecido
        2. conhecido, pessoa conhecida, conhecimento (particípio)
      6. (Hifil) tornar conhecido, declarar
      7. (Hofal) ser anunciado
      8. (Hitpael) tornar-se conhecido, revelar-se

    יֵשׁ


    (H3426)
    yêsh (yaysh)

    03426 יש yesh

    talvez procedente de uma raiz não utilizada significando sobressair, ou existir; DITAT - 921; subst

    1. ser, existência, substância, há ou existe
      1. substância
      2. existência

    אֵיךְ


    (H349)
    ʼêyk (ake)

    0349 איך ’eyk também איכה ’eykah e איככה ’eykakah

    forma alongada procedente de 335; DITAT - 75 adv interrog

    1. como? interj
    2. como! (em lamentação)
    3. expressão de satisfação

    אֵל


    (H410)
    ʼêl (ale)

    0410 אל ’el

    forma contrata de 352, grego 2241 ηλι e 1664 ελιουδ; DITAT - 93a; n m

    1. deus, semelhante a deus, poderoso
      1. homens poderosos, homens de posição, valentes poderosos
      2. anjos
      3. deus, deus falso, (demônios, imaginações)
      4. Deus, o único Deus verdadeiro, Javé
    2. coisas poderosas na natureza
    3. força, poder

    אָמַר


    (H559)
    ʼâmar (aw-mar')

    0559 אמר ’amar

    uma raiz primitiva; DITAT - 118; v

    1. dizer, falar, proferir
      1. (Qal) dizer, responder, fala ao coração, pensar, ordenar, prometer, intencionar
      2. (Nifal) ser falado, ser dito, ser chamado
      3. (Hitpael) vangloriar-se, agir orgulhosamente
      4. (Hifil) declarar, afirmar

    עֶלְיֹון


    (H5945)
    ʻelyôwn (el-yone')

    05945 עליון ’elyown

    procedente de 5927; DITAT - 1624g,1624h adj

    1. superior, de cima
      1. referindo-se ao rei davídico exaltado sobre outros monarcas n m
    2. O Mais Alto, Altíssimo
      1. nome de Deus
      2. referindo-se a governantes, tanto reis como príncipes mensageiros