Enciclopédia de Êxodo 32:16-16

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

ex 32: 16

Versão Versículo
ARA As tábuas eram obra de Deus; também a escritura era a mesma escritura de Deus, esculpida nas tábuas.
ARC E aquelas tábuas eram obra de Deus; também a escritura era a mesma escritura de Deus, esculpida nas tábuas.
TB As tábuas eram obra de Deus, e a escritura era a mesma escritura de Deus, gravada nas tábuas.
HSB וְהַ֨לֻּחֹ֔ת מַעֲשֵׂ֥ה אֱלֹהִ֖ים הֵ֑מָּה וְהַמִּכְתָּ֗ב מִכְתַּ֤ב אֱלֹהִים֙ ה֔וּא חָר֖וּת עַל־ הַלֻּחֹֽת׃
BKJ E as tábuas eram a obra de Deus, e a escrita era a escrita de Deus, gravada nas tábuas.
LTT E aquelas tábuas eram obra de Deus; também a escritura era a mesma escritura de Deus, esculpida nas tábuas.
BJ2 As tábuas eram obra de Deus, e a escritura era obra de Deus, gravada nas tábuas.
VULG et factas opere Dei : scriptura quoque Dei erat sculpta in tabulis.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Êxodo 32:16

Êxodo 31:18 E deu a Moisés (quando acabou de falar com ele no monte Sinai) as duas tábuas do Testemunho, tábuas de pedra, escritas pelo dedo de Deus.
Êxodo 34:1 Então, disse o Senhor a Moisés: Lavra-te duas tábuas de pedra, como as primeiras; e eu escreverei nas tábuas as mesmas palavras que estavam nas primeiras tábuas, que tu quebraste.
Êxodo 34:4 Então, ele lavrou duas tábuas de pedra, como as primeiras; e levantou-se Moisés pela manhã de madrugada e subiu ao monte Sinai, como o Senhor lhe tinha ordenado; e tomou as duas tábuas de pedra na sua mão.
Deuteronômio 9:9 Subindo eu ao monte a receber as tábuas de pedra, as tábuas do concerto que o Senhor fizera convosco, então fiquei no monte quarenta dias e quarenta noites; pão não comi e água não bebi.
Deuteronômio 9:15 Então, virei-me e desci do monte; e o monte ardia em fogo, e as duas tábuas do concerto estavam em ambas as minhas mãos.
Deuteronômio 10:1 Naquele mesmo tempo, me disse o Senhor: Alisa duas tábuas de pedra, como as primeiras, e sobe a mim a este monte, e faze uma arca de madeira.
II Coríntios 3:3 porque já é manifesto que vós sois a carta de Cristo, ministrada por nós e escrita não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas nas tábuas de carne do coração.
II Coríntios 3:7 E, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, veio em glória, de maneira que os filhos de Israel não podiam fitar os olhos na face de Moisés, por causa da glória do seu rosto, a qual era transitória,
Hebreus 8:10 Porque este é o concerto que, depois daqueles dias, farei com a casa de Israel, diz o Senhor: porei as minhas leis no seu entendimento e em seu coração as escreverei; e eu lhes serei por Deus, e eles me serão por povo.

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras

Não foram encontradas referências em Outras Obras.

Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Êxodo Capítulo 32 do versículo 1 até o 35
B. A QUEBRA E A RESTAURAÇÃO DO CONCERTO, 32:1-34.35

Os capítulos 32:34 registram a apostasia de Israel enquanto Moisés estava no monte; também narram o resultante castigo e a subseqüente restauração. O relato tem seqüência natural neste momento crítico do registro e só pode ser entendido neste con-texto. Considerar este trecho inserção posterior cria mais problemas que resolve.

1. A Idolatria de Israel (32:1-6)

O povo ficou inquieto quando o líder visível permaneceu no monte durante os qua-renta dias (1; cf. 24.18). A insatisfação a esse respeito levou os israelitas a se juntarem em grupo para fazer um pedido especial a Arão, em cujas mãos foram deixados. Levan-ta-te, disseram, faze-nos deuses que vão adiante de nós. A palavra deuses é normalmente traduzida por Deus. O pedido não significava necessariamente que estes indi-víduos estivessem rejeitando Jeová; queriam uma forma visível entre eles que represen-tasse Deus. Moisés, que fora como Deus para eles, desaparecera e a paciência para espe-rar a volta do líder acabara.

A reação de Arão ao pedido sugere esforço em evitar a calamidade. Ao pedir que arrancassem os pendentes de ouro (2) e lhos trouxesse, talvez Arão contasse com a recusa deles.' Não é fácil mulheres e crianças abrirem mão de seus ornamentos, e essa resistência teria protelado o pedido que fizeram.

Se Arão esperava oposição ao pedido, logo ficou desapontado, porque todo o povo arrancou os pendentes de ouro que estavam nas suas orelhas (3) e lhos deu. O coração carnal não mede sacrifícios para satisfazer seus desejos pecaminosos.

Levando em conta que Arão começara concordando com este pedido perverso, não havia mais como parar. Tomou os presentes de ouro e formou um deus para o povo (4). Na situação em que poderia ter se mostrado líder capaz, Arão falhou miseravelmente.

A maioria das imagens antigas era feita de madeira e banhada a ouro.' Este ídolo tinha forma de bezerro, ou touro de pouca idade, formato comum entre os egípcios, que representava fertilidade e força. Ou, como sugere Rawlinson, Arão retrocedeu aos "deu-ses [...] dalém do rio" (Js 24:14), encontrados na Babilônia, pensando que esta seria re-presentação mais segura do Deus de Israel.' Quando o bezerro ficou pronto, as pessoas disseram: Estes são teus deuses, ó Israel, que te tiraram da terra do Egito (4). Como é fácil o coração carnal se afastar da verdadeira adoração de Deus!

Quando Arão notou a que ponto as pessoas estavam indo, parece que tentou controlá-las erigindo um altar diante da imagem e proclamando uma festa ao SENHOR (5). Talvez quisesse conservar alguma semelhança com a adoração de Deus mantendo o nome Yahweh no festival. Este ato lembra os esforços de conservar uma forma de piedade sem ter seu poder (2 Tm 3,5) e o sincretismo que há em grande parte do cristianismo nominal.

Qualquer que tenha sido a intenção de Arão, fracassou lamentavelmente em reter a adoração aceitável a Deus. O povo se entregou a um excesso emocional que o levou à idola-tria e apostasia. Levantou-se de madrugada e assentou-se a comer e a beber; e depois a folgar (6). Embora comer e beber na adoração fizessem parte do plano de Deus, neste caso não havia adoração espiritual — somente a satisfação dos desejos pecaminosos da carne. "Deram rédeas às paixões no 'folgar', a subseqüente dança orgíaca que quase sem-pre acompanhava os ritos idólatras. Ver também o versículo 25 e I Coríntios

Identificamos "Os Passos para a Apostasia" em:

1) A impaciência com a providência de Deus, la;

2) O desejo de sinais visíveis na adoração, lb-4;

3) A transigência com as verdadeiras formas de adoração, 5;

4) A entrega a paixões carnais, 6.

2. Moisés fica sabendo do Pecado de Israel (32:7-14)

a) A avaliação e ameaça de Deus (32:7-10). Moisés teria voltado ao acampamento :otalmente desinformado da idolatria de Israel não tivesse Deus lhe falado. Foi ato de misericórdia revelar esta tragédia a Moisés antes de descer do monte. Deus também usou esta oportunidade para provar a fé e a coragem do seu servo.

Deus disse a Moisés: Vai, desce; porque o teu povo, que fizeste subir do Egito, pecou (7). Este linguajar dá a impressão que Deus renuncia a este povo e reputa Moisés líder e libertador dessa gente. O pecado sempre nos separa de Deus, embora o Senhor nunca esteja disposto a nos deixar de pronto. Na posição de Moisés, a atitude mais fácil a tomar era negar maiores responsabilidades por este povo, mas as experiências nos últimos meses fizeram algo neste homem. Ele não era líder de Israel por escolha própria e muitas vezes se sentira impotente diante de seguidores rebeldes. Só por Deus ele che-gara a este ponto, e o Deus que o levara até ali não ia falhar nesse momento crucial.

A avaliação que Deus fez desta multidão perversa é clara: o povo se corrompeu (7) ; depressa se desviou e colocou um bezerro no lugar de Deus (8) ; era obstinado (9; "de dura cerviz", ARA) ; Ele estava muito irado com o povo (10). "De dura cerviz" (9, ARA) é expres-são aplicada a cavalo ou boi rebelde que não se deixa ser controlado por rédeas. Israel se recusara a obedecer ao concerto que fizera com Deus.
Este provavelmente foi o maior teste que Moisés teve que suportar. Deixa-me, Deus disse, que eu os consuma; e eu farei de ti uma grande nação (10). Não há como negar que seria justo Deus tomar esta providência; é óbvio que Ele teria cumprido a ameaça se Moisés não tivesse intercedido. Deus conhecia seu servo, sabia que ele passa-ria no teste e que se tornaria mediador. Moisés viu a realidade da ira de Deus, rejeitou a oportunidade de glória egoísta e suplicou pelo povo e pela glória de Deus.

b) A oração prevalecente (32:11-14). Moisés respondeu às palavras de Deus insistin-do que este era o povo que Deus tirara da terra do Egito (11). O servo do Senhor estava disposto a aceitar sua parcela pessoal na libertação do Egito, mas ele sabia que fora Deus quem realmente exercera grande força e mão forte. Destruir este povo agora desgraçaria Deus aos olhos dos egípcios (12), dando a entender que ele agira com má intenção. Toda a glória passada que fora obtida no conceito dos egípcios seria perdida, se Deus, num acesso de raiva, consumisse o povo.

Com coragem que só poderia vir de uma fé robusta, Moisés rogou: Torna-te da ira do teu furor e arrepende-te deste mal contra o teu povo. Pediu, também, que Deus se lembrasse das promessas feitas aos patriarcas, a quem, pelo seu nome, jurara dar a terra da promessa eternamente (13). Nesta defesa perante Deus, há três argu-mentos para o Senhor não exterminar o povo. Este procedimento:

1) Anularia as vitórias anteriores;

2) daria aos egípcios ocasião para se gloriarem;

3) quebraria a promessa feita a Abraão. Todos estes argumentos foram apelos fundamentados na glória de Deus -com certeza um verdadeiro exemplo de oração intercessora.

Deus se agradou da intercessão de Moisés; Ele pôs de lado a ameaça. O verbo arre-pendeu-se (14) é usado como expressão antropomorfa para descrever a mudança de ação de Deus em relação aos israelitas, visto que ocorreria uma mudança neles. O propó-sito eterno de Deus nunca muda, mas Ele se digna em trabalhar com os homens em suas maneiras inconstantes de ação, e este trabalho é descrito na linguagem dos procedimen-tos humanos. O arrependimento também transmite a idéia de dor no coração de Deus nc, caso da destruição do seu povo.' Quando ira santa se manifesta junto com amor santo, a combinação da ira com o sofrimento do amor ocasiona a oferta de misericórdia. Este seria o tipo de arrependimento segundo Deus especialmente revelado na expiação em Cristo. Esta mesma qualidade pode ser sentida por pais cristãos quando descobrem o amor dolorido vencendo a raiva e mostrando misericórdia a um filho que se rebela contra eles e comete pecado voluntarioso.

Os versículos 7:14 pincelam um retrato de "O Verdadeiro Intercessor".

1) Reconhe-ce a ameaça da ira de Deus, 7-11a;

2) Roga pela glória de Deus, 11b-13;

3) Recebe respos-ta do coração de Deus, 14.

3. Moisés Confronta os 1sraelitas Pecadores (32:15-24)

a) As tábuas do testemunho são quebradas (32:15-19). Neste momento, há um foco nas tábuas (15) de pedra que dá significação ao ato de Moisés quebrá-las. Por conterem os Dez Mandamentos, as tábuas representavam o cerne da lei; por haverem sido escritas na pedra, de ambas as bandas, retratam a permanência e completude; por serem obra de Deus e a escritura ser a mesma escritura de Deus (16), emprestavam-lhes autoridade e perfeição. As tábuas eram a essência do concerto entre Israel e Deus e seriam colocadas no santuário mais sagrado. Foram lavradas de modo sobrenatural e dadas a Moisés para apresentá-las a Israel.

Josué (17) deve ter ficado em um lugar no monte onde esperava o retorno de Moisés. Nada sabia sobre o pecado de Israel, mas ouvira o barulho do acampamento e pensara se tratar de alarido de guerra. Moisés respondeu que não era alarido dos vitoriosos (vitória) ou alarido dos vencidos (derrota). Era alarido dos que cantam (18), talvez um clamor de vozes ou gritaria que a essa distância era ambíguo." Neste momento, Moisés não disse a Josué que sabia o que se passava no acampamento.

Quando Moisés chegou ao arraial e viu pessoalmente o pecado do povo — o bezer-ro e as danças — sua raiva acendeu-se (19) e ele quebrou as tábuas ao pé do mon-te. Quando o relato deste mal foi indireto, Moisés teve compaixão e suplicou pela mo-deração da ira de Deus (11). Quando viu pessoalmente o mal do povo, sentiu a mesma ira que Deus expressara (10). Não devemos supor que a raiva de Moisés era paixão desenfreada. Para aquele cujo coração é puro, sempre há a consciência da infâmia terrível que o pecado ocasiona em Deus. Os santos têm emoções profundas da ira santa contra a perversidade.

Mas a ira santa tem de ser abrandada com compaixão amorosa. Moisés tinha em mãos a própria lei que condenava à morte este povo rebelde. Se a punição da lei fosse implementada imediatamente, Israel teria de morrer. O povo quebrara a lei. Enquanto estava diante dos israelitas e observava a lascívia que faziam, Moisés ergueu a lei acima da cabeça e, provavelmente à vista de todos, lançou as tábuas ao chão com força e ímpe-to. Ele lhes trouxera algo de que eram indignos. Estavam totalmente desqualificados para receber este dom de Deus.' Ou as tábuas tinham de ser quebradas ou o povo tinha de ser destruído. Moisés quebrou as tábuas.

Não há indicação neste trecho ou em outro lugar da Bíblia que Moisés tenha sido censurado por praticar este ato. O que ele fez aqui em um momento deve ter deixado impressão duradoura. Sua ação declarava a ira e a misericórdia de Deus. O concerto de Israel fora quebrado; a prova jazia aos pés de Moisés, como também estava no procedi-mento das pessoas. Se Deus fosse continuar presente com Israel, tinha de ser por mise-ricórdia e pela renovação do concerto.

b) A imagem e Arão (32:20-24). Moisés deu cabo do ídolo rapidamente; queimou-o no fogo, moendo-o até que se tornou em pó, depois espalhou as cinzas e o pó sobre a água potável, e forçou o povo a beber (20). O interior do ídolo era de madeira que queimou e a placa de ouro foi reduzida a pó." Assim o povo teve de sofrer pelo pecado cometido.

Em seguida, Moisés pediu explicações a Arão (21). Este colocou a culpa no povo, dizendo: Este povo é inclinado ao mal (22, "maldade, ruindade"). Os israelitas esta-vam determinados a fazer as coisas a seu modo e Arão concordou com eles. Falou que pegou o ouro que recebeu deles, colocou-o no fogo e saiu este bezerro (24). Dá a impres-são de que Arão estava querendo dizer que houvera um milagre.'

Como é fácil os líderes religiosos procederem como Arão! Antes de agirem, sondam meticulosamente a opinião pública. Pensam que é imprudente ser muito rígidos. Julgam necessário tolerar as fraquezas carnais e concordar com as tendências atuais. Acreditam que não se pode ter sucesso, a menos que se acompanhe a multidão; para eles, é melhor abrir mão da verdade exarada na Bíblia do que perder a influência sobre as pessoas. Assim, consentem tacitamente com a introdução lenta do mundanismo na esperança de que permaneça alguma semelhança com os princípios cristãos. O que dirão no dia do acerto de contas?

  • O Castigo dos 1dólatras (32:25-29)
  • Embora Deus tivesse misericórdia do povo por causa da intercessão de Moisés (14), esta graça só seria concedida a quem se arrependesse. Alguns ainda permaneciam rebel-des. Despido (25) é mais bem traduzido por "desenfreado" (ARA) ou "completamente sem controle" (NTLH). Eles estavam desonrando Deus aos olhos dos inimigos de Israel — provavelmente ainda havia amalequitas pelas redondezas. Assim, Moisés fez a pro-clamação: Quem é do SENHOR, venha a mim (26). Em resposta, muitos dos filhos de Levi (a palavra hb. traduzida por todos não significa necessariamente todos os levitas sem exceção) se reuniram em volta de Moisés. Mais tarde, esta tribo foi separada como família sacerdotal; sua devoção a Deus se evidenciou publicamente neste ato.

    Moisés ordenou que estes levitas empunhassem as espadas, passassem pelo arrai-al de porta em porta e matassem, se necessário, irmãos, amigos e vizinhos (27). Pelo visto, alguns levitas também tiveram de ser mortos. Entendemos que estas investidas se abateram sobre os rebeldes que se recusaram a se submeter a Moisés e ao Senhor." Três mil homens (28) morreram até que a ordem foi restaurada.

    Este ato de obediência por parte dos levitas os consagrou a Deus. "Hoje vocês se consagraram ao [serviço do] SENHOR" (29, NVI). A bênção que receberam foi o fato de terem sido escolhidos como a tribo dedicada ao serviço de Deus (Nm 3:6-13)." Nesta ocasião, Deus usou esses escolhidos para cumprir a tarefa sacerdotal de executar os julgamentos divinos. Seus ministros devem ser resolutos na justiça bem como abastados na misericórdia. Arão fracassara neste ponto.

  • A Intercessão de Moisés pelo Israel Pecador (32:30-35)
  • A primeira intercessão de Moisés por Israel (11-14) foi uma súplica a Deus para poupar os israelitas da destruição imediata, por causa da ardente ira divina contra eles. Ele fora bem-sucedido no intento; Israel como nação fora poupado, e a idolatria, destruída. Os rebeldes foram mortos ou vencidos, mas as tábuas contendo a lei foram quebradas; o concerto já não existia. Moisés tinha de achar um meio de voltar a uma relação de con-certo com Deus.

    Com um Israel penitente esperando o veredicto de Deus, Moisés lembrou o povo do grande pecado cometido (30). Depois, prometeu subir ao SENHOR para ver se have-ria um meio de fazer propiciação pelo pecado. Moisés, na presença de Deus, confessou o pecado de Israel fazer deuses de ouro (31). Seu desejo era que o povo fosse restaura-do ao favor de Deus pelo perdão divino: Agora, pois, perdoa o seu pecado (32)." Se Deus não perdoasse o seu povo, Moisés pediu que ele fosse riscado do teu livro, que tens escrito. Neste versículo, riscar significa "cortar da comunhão com o Deus vivo, ou do reino daqueles que vivem na presença de Deus e entregar para a morte"." O amor de Moisés pelos israelitas era tão grande que ele não se importava em viver, a menos que Deus os perdoasse. A expiação pelo pecado era o processo mais precioso que Moisés co-nhecia. Só Deus poderia realizar esse evento, e a base para o perdão universal estaria somente no dom de Deus manifestado em seu Filho Jesus. Mas no coração de Moisés havia o amor que promove tal expiação, como também havia em Paulo (Rm 9:2-3).

    A resposta de Deus a Moisés foi que o indivíduo que pecar terá o nome riscado do livro (33). Moisés não poderia fazer expiação por Israel, mas o perdão está implícito no fato de Deus aprovar a permanência de Moisés na liderança do povo rumo à Terra Pro-metida (34). Deus fez a Moisés a mesma promessa de que o Anjo do Senhor iria diante do povo (23.20,23), com a diferença revelada em 33.2,3 de que o próprio Deus não os acom-panharia. A pena pela quebra da lei não foi totalmente indultada, embora tenha sido modificada para Israel continuar existindo.

    Identificamos nos versículos 31:34 "O Verdadeiro Intercessor".

    1) Confessa os pe-cados do povo, 31;

    2) Busca perdão para o povo, 31a;

    3) Oferece-se a favor do povo, 32b,

    4) Recebe a resposta de Deus em prol do povo (33,34).
    Embora Israel fosse perdoado e tivesse a permissão de permanecer como povo de Deus, certas penas permaneceram. A presença de Deus com eles seria mediada pelo Anjo, mesmo que houvesse um dia final de ajuste de contas. Quando feriu o SENHOR o povo (35), alguns sofreram imediatamente pelos pecados cometidos, talvez com cala-midades entre eles. Quando pecamos, Deus nos perdoa por Cristo e nos restaura ao seu favor, mas certas conseqüências advêm como lembranças da lei quebrada. Devemos ob-servar também que corações impenitentes não podem ser perdoados. Ainda que o castigo não venha de imediato, o dia do ajuste de contas virá.

    "Intercessão" é o tema dos versículos 30:34.
    1) A necessidade de intercessão, 30;

    2) O exemplo de intercessão, 31-33;
    3) A recompensa da intercessão, 34 (G. B. Williamson).


    Champlin

    Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
    Champlin - Comentários de Êxodo Capítulo 32 versículo 16
    Conforme Ex 31:18. O texto faz um nítido contraste entre as tábuas escritas pelo próprio Deus e o ídolo que o povo havia fabricado por sua própria conta.

    Genebra

    Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
    Genebra - Comentários de Êxodo Capítulo 32 do versículo 1 até o 35
    *

    32.1-34.35 A misericórdia contínua de Deus, revelada ao povo de Israel nestes capítulos, é espantosa. Mesmo depois de sua poderosa libertação pelo êxodo e de suas providências milagrosas no deserto, eles respondem com reclamações, recriminações e a adoração idólatra ao bezerro de ouro (16.2,3; 17:1-3; 32:1-6). Devemos notar, no entanto, que este trecho demonstra não só a traição de Israel e a bondade do seu Deus, mas também o papel central de Moisés como mediador. Já que o Senhor estava contente com o seu mediador, ele não esqueceu o povo e não optou por começar de novo e fazer uma grande nação por intermédio de Moisés (32.10-14).

    Não devemos concluir que a continuação de Israel no favor de Deus era conseqüência única do mérito de Moisés como mediador de Deus. Ao contrário, a base da petição de Moisés por misericórdia era a sua preocupação com a glória de Deus e seu apelo às promessas graciosas da aliança que Deus tinha feito com os patriarcas (32.11-14). A crise da deslealdade de Israel, e a ameaça de Deus em destruí-los, se resolve na fidelidade de Deus revelada através do apelo bem sucedido do homem Moisés, que conhecia e alcançava o coração de Deus.

    *

    32.1

    acercou-se. A expressão é ameaçadora (usada em relação à rebelião de Coré em Nm 16:3; 20:2). O problema não é com a liderança passada de Moisés, e sim com sua presente ausência.

    *

    32:4

    bezerro. O bezerro como símbolo de divindade era muito comum no mundo antigo. Talvez fosse um símbolo de Apis, o deus-touro egípcio da fertilidade. O próprio Arão pode ter apresentado o bezerro como um símbolo do Deus verdadeiro, e ele aparentemente tentou abrandar a apostasia construindo um altar e anunciando uma festa ao Senhor (v. 5). Observando-se que o termo hebraico traduzido "deuses" e "deus" nos versos 1:4 ('elohim) pode ser usado como singular ou plural (v. 1, referência lateral), alguns têm proposto que o povo estava adorando ao bezerro como um símbolo do Senhor (ainda seriam culpados de idolatria, 20.4, nota). Mas o grito do povo é relatado aqui usando o verbo plural ("tiraram") com 'elohim. A forma singular é sempre usada com este substantivo quando se refere ao Deus verdadeiro. O povo estava se dirigindo ao deus-touro para liderá-lo, numa bruta violação de 20.2 (conforme At 7:39-41).

    *

    32.5

    festa. O primeiro, segundo, terceiro, e provavelmente o sétimo mandamento foram violados nesta festa (v.6, nota; 20:2-7,14).

    *

    32.6

    levantou-se para divertir-se. Eles se levantaram de suas refeições para se envolverem no que provavelmente era uma orgia de culto à fertilidade (o deus-touro Apis era o deus egípcio da fertilidade). Outra indicação de que este festival incluía imoralidade sexual é a referência posterior à vergonhosa falta de controle (v. 25).

    *

    32.7

    teu povo. Em ira justa contra a idolatria de Israel, Deus não reconhece o povo como sendo seu. Ao contrário, ele os designa como sendo o povo de Moisés.

    *

    32.10

    deixa-me. Antecipando a intercessão de Moisés, Deus se propõe a destruir os apóstatas endurecidos e a começar uma nova nação a partir de Moisés. Se fizesse isto, Deus teria deixado de lado suas promessas a Abraão, Isaque, e Jacó (Gn 12:2; 26:4; 28:14).

    *

    32:11 Moisés rejeita a proposta de Deus do v. 10. Ao invés dela, argumentando sobre a base da honra do nome de Deus (v. 12) e apelando à fidelidade de Deus às suas promessas de aliança feitas aos patriarcas (v.13), Moisés pede que Deus continue a reconhecer a Israel como seu povo.

    *

    32.13

    Israel. A seqüência normal requereria "Jacó" (conforme 2.24; 3.6; Dt 1:8), mas a substituição é feita por Moisés para adaptá-la a ocasião.

    *

    32.14

    se arrependeu o SENHOR. Ver nota em Gn 6:6. A oração intercessória de Moisés também era parte da vontade de Deus e do seu propósito, o de mostrar a sua graça. Mas a eficácia da intercessão de Moisés só pode ser descrita por uma caracterização de Deus em termos humanos: Ele se arrepende e desiste do julgamento total que tinha ameaçado. Ver "A Natureza Espiritual de Deus", índice.

    *

    32.16

    obra de Deus... escritura de Deus. A atenção é dirigida enfaticamente à origem divina das tábuas a serem despedaçadas. Ver nota teológica "A Palavra de Deus: A Escritura como Revelação", índice.

    *

    32.18

    alarido. Moisés responde com um pequeno poema gráfico que usa a palavra "cantar" de três formas diferentes, que literalmente significa: "Não é o som do canto da vitória, nem o som do canto da derrota, e sim o som de cânticos que ouço."

    *

    32.19

    quebrou-as. As tábuas quebradas da lei da aliança representam fortemente a aliança quebrada (20.1, nota).

    *

    32.20

    queimou-o. Talvez o bezerro tenha sido de madeira folheada à ouro. Israel foi forçado a beber este símbolo do seu pecado para demonstrar que aceitaria a responsabilidade que lhe sobrecaía (conforme a água amarga que depois deveria ser bebida por uma mulher adúltera, Nm 5:18-22).

    *

    32.21-24 Na defesa patética de Arão ele culpa o povo pela sua própria infidelidade, e até sugere uma origem milagrosa para o bezerro (v. 24). A conduta de Arão ao longo deste episódio sugere que o sacerdócio levítico estava destinado a falhar desde o seu início (Hb 5:2,3; 9:7). O julgamento divino sobre Arão só foi evitado em virtude da intercessão de Moisés (Dt 9:20; 10.6-9 e nota em 10.6).

    *

    32.26

    Quem é do SENHOR. Só os levitas, a própria tribo de Moisés, responderam ao chamado de Deus para que, armados, acabassem com a rebelião. Eles estavam preparados para usar a espada julgadora de Deus contra os seus vizinhos ou até contra membros de suas próprias famílias (v. 29; conforme Nm 25:1-9).

    *

    32.29

    Consagrai-vos. Ver nota em 29.9.

    *

    32.30

    subirei ao SENHOR. Ainda que a rebelião tivesse sido dissipada, a culpa de Israel perante Deus ainda permanecia. Novamente Moisés teve que deixar Israel e subir a montanha para encontrar-se com o Senhor.

    *

    32.32

    risca-me... do livro que escreveste. Da mesma forma em que existia um registro de Israel (conforme Nm 1:4), assim o próprio Deus tem um registro do seu povo (Sl 56:8; Is 4:3; Ml 3:16). Se Deus não perdoasse o seu povo, Moisés queria ser deserdado com eles (conforme vs. 10, 11). Note a atitude similar de Paulo em Rm 9:3.

    *

    32.33

    todo aquele que pecar contra mim. A intercessão de Moisés é, em parte, bem sucedida: Deus não rejeita o seu povo definitivamente, mas os indivíduos pecaminosos serão julgados. As limitações do cargo e do ministério mediador de Moisés apontam a necessidade de um Mediador maior que apresente uma expiação plena e eficaz para o pecado (Hb 3:1-6; 10.11-18). Ver "Cristo — o Mediador", índice.

    *

    32.34

    vingarei. O castigo de Israel é apresentado como sendo certo mas indefinido. Aparentemente, uma praga logo surgiu entre o povo como um castigo temporário (v. 35). Finalmente, toda aquela geração, exceto um pequeno remanescente, morreu no deserto (Nm 14:27-34).


    Matthew Henry

    Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
    Matthew Henry - Comentários de Êxodo Capítulo 32 do versículo 1 até o 35
    32.1-10 Outra vez ídolos! Embora o Israel tinha visto atuar ao Deus invisível, ainda queriam aos deuses que lhes eram familiares, os que podiam ver e moldar em qualquer imagem que quisessem. Quanto nos parecemos com eles! Nossa tentação maior segue sendo querer moldar a Deus a nosso parecer, para fazer que nos convenha obedecê-lo ou evitá-lo. Deus responde com grande ira quando sua misericórdia é pisoteada. Os ídolos nos voltam cegos ao amor que O preferiria nos dar em abundância. Deus não pode obrar em nós quando pomos algo ou alguém por cima do. Existe algum ídolo em sua vida que límpida que o verdadeiro Deus viva em você?

    32:4, 5 Os dois deuses egípcios mais populares, APIs e Hator, eram imaginados como um touro e uma vitela. Os cananeos a seu redor adoravam ao Baal, imaginado como um touro. Este era seu símbolo sagrado de poder e fertilidade e estava relacionado intimamente com práticas de imoralidade sexual. Sem dúvida, aos israelitas, recém saídos do Egito, pareceu-lhes muito natural fazer um bezerro de ouro para representar ao Deus que acabava de liberar os de seus opressores. Estavam cansados de um deus sem rosto. Mas ao fazê-lo estavam desconhecendo o mandamento que logo tinham recebido: "Não te fará imagem, nem nenhuma semelhança do que esteja acima no céu, nem abaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra" (20.4). Pode que inclusive pensassem que estavam adorando a Deus. Sua aparente sinceridade não era nenhum substituto para a obediência ou desculpa para a desobediência.

    Embora não nos façamos ídolos, com freqüência somos culpados de tratar de fazer a Deus a nossa imagem, moldando-o para encaixar com nossas expectativas, desejos e circunstâncias. Quando fazemos isto, terminamos nos adorando a nós mesmos em vez de adorar ao Deus que nos criou, e a autoadoración, tão hoje como nos tempos dos israelitas, leva a toda classe de imoralidade. Qual é sua imagem favorita de Deus? É bíblica? É adequada? Precisa destrui-la para poder adorar ao Deus imensamente capitalista que nos liberou da atadura do pecado?

    32.9-14 Deus estava preparado para destruir à nação inteira por seu pecado. Mas Moisés implorou misericórdia, e Deus os perdoou. Este é um dos exemplos inumeráveis que há nas Escrituras da misericórdia divina. Embora mereçamos sua ira, O está disposto a nos perdoar e restaurar nossa relação com O. Podemos receber o perdão dos pecados ao pedir-lhe Ao igual a Moisés, podemos orar que Deus perdoe a outros e nos use para lhes levar a mensagem de sua misericórdia.

    AARON

    pode-se fazer um trabalho de equipe efetiva quando cada membro utiliza suas habilidades especiais. O ideal é que as virtudes de cada membro contribuam com algo importante ao esforço da equipe. Desta forma, os membros cobrirão as debilidades de uns e outros. Arão fez boa equipe com o Moisés. Proveu ao Moisés uma das habilidades que lhe faltava, falar eficazmente em público. Mas embora Moisés necessitava ao Arão, este também necessitava daquele. Sem uma guia Arão tinha pouca direção de si mesmo. Nunca houve dúvida da quem Deus tinha escolhido e treinado como líder. A docilidade que fez do Arão um bom seguidor o fez um líder débil. Os maiores enganos de sua vida foram causados por sua incapacidade de sustentar-se por si só. Sua condescendência ante a pressão pública de fazer um ídolo foi um bom exemplo desta debilidade.

    A maioria de nós temos algo mais de seguidores que de líderes. Possivelmente estejamos seguindo a um bom líder, mas nenhum líder é perfeito e nenhum humano merece nossa completa lealdade. Só Deus é digno disso e de nossa obediência. Precisamos ser membros de uma equipe eficaz ao usar as habilidades e dons que Deus nos deu. Mas se a equipe ou o líder vão contra a Palavra de Deus, devemos estar dispostos a nos sustentar por nós mesmos.

    Pontos fortes e lucros:

    -- Primeiro supremo sacerdote de Deus no Israel

    -- Comunicador efetivo; foi a boca do Moisés

    Debilidades e enganos:

    -- Personalidade dócil; cedeu ante as demandas do povo de um bezerro de ouro

    -- Uniu-se ao Moisés ao desobedecer as ordens de Deus com respeito à rocha que dava água

    -- Uniu-se a sua irmã María para queixar-se do Moisés

    Lições de sua vida:

    -- Deus dá habilidades especiais aos indivíduos a quem reúne para seu uso

    -- As habilidades especiais que fazem a um bom jogador de equipe, algumas vezes o convertem em um pobre líder

    Dados gerais:

    -- Onde: Egito, deserto do Sinaí

    -- Ocupação: Sacerdote, segundo (logo depois de Moisés) no mando

    -- Familiares: Irmão: Moisés. Irmã: María. Filhos: Nadab, Abiú, Eleazar e Itamar.

    Versículos chave:

    "Então Jeová se zangou contra Moisés, e disse: Não conheço eu a seu irmão Arão, levita, e que ele fala bem? E hei aqui que ele sairá a te receber, e ao verte se alegrará em seu coração[...] E ele falará por ti ao povo; ele será a ti em lugar de boca, e você será para ele em lugar de Deus" (Ex 4:14, Ex 4:16).

    A história do Arão se relata no Exodo-Dt 10:6. Também lhe menciona em Hb 7:11.

    32:14 Como pôde Deus trocar de parecer? Deus não trocou de parecer na mesma forma em que um pai decide não disciplinar a seu filho. Deus trocou seu comportamento para permanecer congruente com sua natureza. Quando quis destruir ao povo, estava atuando em coerência com sua justiça. Quando Moisés intercedeu pelo povo, Deus "trocou" para atuar em forma lógica com sua misericórdia. Deus lhe havia dito ao povo várias vezes que se trocavam seus caminhos, O não os condenaria. Eles trocaram e Deus fez o que tinha prometido.

    32:19, 20 Afligido pelo espetáculo da ruidosa idolatria e as orgias Moisés rompeu as pranchas que continham os mandamentos, os quais já tinham sido quebrantados nos corações e nos atos da gente. A ira justa tem seu lugar. Por zangado que estivesse Moisés, Deus o estava ainda mais, desejava matar a todo o povo. A ira ante o pecado é um sinal de vitalidade espiritual. Não apague este tipo de irritação. Mas quando se encontrar justificadamente irado ante o pecado, cuide-se de não fazer algo que mais tarde possa lamentar.

    32.21-24 A decisão do Arão quase lhe custou a vida. Sua desculpa absurda evidencia o declínio espiritual de sua liderança e do povo. Aqueles que cumprem a função de porta-vozes e ajudantes devem ter plena certeza de que sua teologia e sua moralidade estão sintonizadas com Deus de maneira que não influa neles a pressão exercida pelo povo. se desejar mais informação sobre o Arão, veja-se seu

    perfil no capítulo 32.


    Wesley

    Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
    Wesley - Comentários de Êxodo Capítulo 32 do versículo 1 até o 35
    D. formação através CORREÇÃO-ALIANÇA QUEBRADA e restaurada (32: 1-34: 35)

    1. A recorrência do problema do pecado (32: 1-33: 23)

    1. Sin Humana e Intercessão (32: 1-14)

    1 E o povo, vendo que Moisés tardava em descer do monte, o povo se ajuntou a Arão, e disse-lhe, para cima, fazer-nos deuses, que vão adiante de nós; porque quanto a este Moisés, o homem que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que é que lhe aconteceu. 2 E Arão lhes disse: Quebre os anéis de ouro que estão nas orelhas de vossas mulheres, de vossos filhos e de vossas filhas, e trazei- Mc 3:1 E todo o povo, tirando os pendentes de ouro que estavam nas suas orelhas, e os trouxeram a Arão. 4 E ele recebeu de suas mãos, e moldou-o com um buril, e fez dele um bezerro de fundição, e disseram: Estes são os teus deuses, ó Israel, que te fizeram subir da terra do Egito. 5 E Arão, vendo isto , edificou um altar diante dele; e apregoou Arão, e disse: Amanhã haverá festa ao Senhor. 6 E levantaram-se cedo no dia seguinte, e ofereceram holocaustos, e trouxeram ofertas pacíficas; eo povo sentou-se para comer e beber, e levantou-se para jogar.

    7 E o Senhor disse a Moisés: Vai, desce; porque o teu povo, que fizeste subir da terra do Egito, já se corrompeu: 8 eles depressa se ​​desviou do caminho que eu lhe ordenei; eles fizeram para si um bezerro de fundição, e adoraram-no, e foram sacrificados até ele, e disse: Estes são os teus deuses, ó Israel, que te fizeram subir da terra do Egito. 9 E disse o SENHOR a Moisés: Eu vi este povo, e, eis que é povo de dura cerviz: 10 agora pois, deixa-me em paz, que a minha ira se acenda contra eles, e que eu possa consumi-los:. e eu farei de ti uma grande nação 11 E Moisés suplicou ao Senhor seu Deus, e disse: Senhor, por que á tua ira cera quente contra o teu povo, que tens tirei da terra do Egito com grande poder e com mão forte? 12 Por que hão de falar os egípcios, dizendo: Para que o mal que ele trouxe-os para fora, para matá-los nos montes, e para consumi-los da face da terra? Vire da tua ira feroz, e arrepende-te deste mal contra o teu Pv 13:1 Lembre-se Abraão, Isaque e de Israel, teus servos, aos quais juraste por ti mesmo, e lhes disseste: Eu multiplicarei a tua descendência como as estrelas do céu, e toda esta terra de que tenho falado da vontade que eu lhes darei, e eles herdarão a terra para sempre. 14 E o Senhor se arrependeu do mal que dissera que havia de fazer ao seu povo.

    Quando Deus fez o homem à sua imagem, ele projetou-o como um companheiro para si mesmo, o objeto do amor divino e companheirismo. Mas inerente à liberdade de escolha dada ao homem com a imagem divina foi o risco de sua rejeição de Deus. E esse risco se tornou uma realidade com a queda de Adão e Eva no Jardim do Éden (Gn 3:1 ; . Ez 20:8 ). Eles não o fez no momento tem até o tabernáculo elaborado e seu mobiliário, ou Moisés, o representante de Deus. Então clamaram ao Arão, Faze-nos deuses , ou talvez melhor, "um deus". Arão podem ter pensado que seria facilmente dissuadido, pois ele disse que eles devem dar a seus brincos de ouro, a fim de ter um ídolo. Mas se é assim, ele não tinha correctamente avaliada a intensidade do seu desejo. Eles responderam rapidamente. E o surpreendentemente fraco Arão cedeu à sua demanda. O bezerroque ele fez teria sido uma visão familiar a todos aqueles saindo do Egito, para os touros eram sagrados lá, e uma das divindades do Egito foi simbolizado pelo touro. A imagem provavelmente não era uma de ouro sólido, mas uma de madeira sobre a qual Arão derramou o fundido ouro. Ele então usou um buril para dar os últimos retoques na imagem. Então o povo proclamou um ao outro que este era o deus que os havia trazido para fora do Egito. Arão aparentemente ainda queria ficar o mais próximo para a direita quanto pôde, então ele construiu um altar diante da imagem e anunciou que no dia seguinte haveria ali uma festa em honra do Senhor. Assim, o bezerro foi destinado, no mínimo, pelo Arão relutante, como uma representação do próprio Senhor. No dia seguinte, as pessoas vinham para comer e beber, provavelmente referindo-se a uma refeição sacrificial na presença da imagem, e em seguida, levantou-se para jogar , um termo que sugere algum da devassa, abandonado, dança imoral e deboche conectado com os ritos de fertilidade dos antigos povos pagãos.

    Foi neste momento que o Senhor concluiu Suas instruções para Moisés. Ele ordenou a Moisés que ir para baixo, dizendo que o povo de Moisés quem Moisés tinha tirado do Egito havia se corrompeu . Ele informou Moisés o que tinha acontecido, lembrando-o das disposições do pacto que eles tinham, assim, quebrado. Ele observou que eles eram um povo de dura cerviz , uma expressão usada muitas vezes no Antigo Testamento de Israel, e que representa um animal endurecer os músculos de seu pescoço contra girando em sentido seu mestre quer que ele vá. Ele pediu que Moisés deixá-lo sozinho para que pudesse aniquilar Israel. E Ele proposto para substituir Israel nos seus planos com uma nova nação para ser descendente do próprio Moisés.

    Em todos os casos anteriores em que a natureza rebelde de Israel tinham sido manifesto, que tinha sido Moisés, que tinha sido impaciente com eles. Agora, em face de seu pior crime, de longe, o Senhor oferece para aliviar Moisés da sua carga frustrante e para elevá-lo ainda mais no propósito divino. É um duro teste do caráter de Moisés, mas ele vem através com distinção. Ele se recusou a aceitar a rejeição do Senhor implícita em fazer as pessoas Israel Moisés. Em sua resposta, ele os chama o teu povo , e na sua intercessão apaixonada, o primeiro de três tais intercessões nos capítulos Ex 32:1 e Ex 33:1 , Baseia o seu fundamento em três pontos: (1) a destruição de Israel que anularia a poderosa obra de libertação, assim, já alcançados, (2) os egípcios iria cobrar Jeová com motivos fúteis em entregá-los em primeiro lugar, e (3) a aliança com os três patriarcas seria quebrado-que convênio que o Senhor tinha jurado por Si mesmo para manter.

    Oração de intercessão de Moisés conseguiu, embora aparentemente ele sentiu de acção subsequente que ele só tinha ganho um alívio temporário. Senhor se arrependeu do mal que ele disse que iria fazer ao seu povo . Connell foi bem interpretado esta declaração.

    Uma expressão antropomórfica adaptar as infinitas maneiras de Deus para as mentes finitas dos homens. Deus não se arrepende como os homens fazem, como se tivesse cometido um erro ou foi muito fraco de espírito para realizar Seus propósitos. Quando "se arrepende" Deus ele muda, e não seus propósitos eternos, mas o curso dos acontecimentos que Ele havia dito anteriormente, porque as orações ou comportamento alterado de Seu povo alterar as condições em que Ele tinha originalmente fez a declaração.

    b. O julgamento humano e Intercessão (32: 15-35)

    15 E virou-se Moisés, e desceu do monte com as duas tábuas do testemunho na mão; tabelas que foram escritas de ambos os lados; de um lado e, por outro eles foram escritos. 16 E as tábuas eram obra de Deus, e a escritura era a mesma escritura de Deus, esculpida nas tábuas. 17 E quando Josué a voz do povo como eles gritaram: ele disse a Moisés: Há um barulho de guerra no acampamento. 18 E ele disse: Não é a voz dos que mensagem para o domínio, nem é a voz dos que alarido dos vencidos; mas o ruído dos que cantam que eu ouço. 19 E sucedeu que, assim que chegou perto ao arraial, que viu o bezerro e as danças e raiva de Moisés se acendeu, e ele arremessou as tábuas de suas mãos, e quebrou-los sob o. mount 20 E tomou o bezerro que tinham feito, e queimou-o com fogo, e, triturando-o em pó, o espargiu sobre a água, e fizeram os filhos de Israel bebida dele .

    21 E disse Moisés a Arão, que fez este povo ti, para que tu fizeste um grande pecado sobre eles? 22 E Arão disse: Não diga a ira do meu senhor cera quente: tu conheces o povo, que estão definido para o mal . 23 Para que eles me disseram: Faze-nos deuses que vão adiante de nós; . Porque, quanto a este Moisés, o homem que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que é feito dele 24 E eu lhes disse: Quem tem ouro, deixá-los quebrá-lo fora: assim que deu me; e lancei-o no fogo, e saiu este bezerro.

    25 E, quando Moisés viu que o povo estava desenfreado (porque Arão tinha deixá-los soltos para um objeto de escárnio entre os seus inimigos), 26 , em seguida, Moisés permaneceu na porta do arraial e disse: Quem está do lado do Senhor, venha até me.E todos os filhos de Levi se ajuntaram a ele. 27 E disse-lhes: Assim diz o Senhor, o Deus de Israel, revesti-vos cada um a sua espada sobre a coxa, e ir para lá e para cá de porta em porta por todo o arraial , e mate cada um a seu irmão, e cada um a seu amigo, e cada um a seu vizinho. 28 E os filhos de Levi fizeram conforme a palavra de Moisés;. e caíram do povo naquele dia cerca de três mil homens 29 E Moisés disse: Consagrai-vos hoje ao Senhor, sim, todo o homem contra seu filho, e contra o seu irmão; que ele vos conceda hoje uma bênção.

    30 E sucedeu que, no dia seguinte, que Moisés disse ao povo: Vós cometeu um grande pecado: e agora vou subir ao Senhor; porventura farei expiação por vosso pecado. 31 E Moisés voltou ao Senhor, e disse: Ora, este povo cometeu um grande pecado, fazendo para si deuses de ouro. 32 No entanto, agora, pois, perdoa o seu pecado; e se não, risca-me, peço-te, do teu livro, que tens escrito. 33 E disse o SENHOR a Moisés: Aquele que pecar contra mim, a este riscarei do meu livro. 34 E agora vão, levar o povo até o lugar do qual eu tenho falado a ti; eis que o meu anjo irá adiante de ti; no entanto, no dia em que eu visito, vou visitar neles o seu pecado. 35 E o Senhor feriu o povo, por ter feito o bezerro que Arão formara.

    Moisés começou a descer a montanha, carregando as duas tábuas de pedra, escritas de ambos os lados com a mão de Deus. Quando chegou ao lugar onde Josué ainda esperou, Josué estava alarmado. Ele estava ouvindo gritos do acampamento e temia que eles haviam sido atacados. Moisés, porém, ressaltou que não era nem um grito de vitória nem de terror. Em seguida, eles aparentemente fez uma curva na trilha e podia ver o campo abaixo deles. Não era o ídolo com uma multidão abandonado dançando sobre ele. Moisés havia tentado transformar a ira de Jeová, mas a visão foi demais para ele. Ele jogou as tábuas do testemunho ao chão, quebrando as pedras sagradas em fragmentos. Israel já havia quebrado a aliança de fato, e tais objetos sagrados como estes não tinham lugar em um acampamento tão cheio de pecado. Então Moisés desceu correndo para o campo, e com nenhum dos timidez que tinha impedido a sua aceitação do chamado de Jeová na sarça ardente, lançou o ídolo, queimou-o, pulverizou-lo, e espargiu sobre o ribeiro que correu para fora do Sinai (Dt 9:21 ), de modo que eles foram forçados a beber a poeira de seu pecado. Sob calor suficiente, o núcleo de madeira do ídolo teria facilmente sido consumido, deixando apenas o escudo de ouro a ser batido em pó. Sem dúvida, Moisés chamou os outros a sua assistência na execução efectiva desta destruição.

    Então ele se virou em Arão, perguntando o que as pessoas poderiam ter feito para ele que ele levou-os para tal pecado. Desculpa de Arão foi tão pateticamente fraco como era Adão no Éden: o povo pressionou ele, e quando ele colocou o ouro no fogo o bezerro saiu de tudo isso, por si só! Moisés revelou mais tarde que o Senhor destruiu quase Arão neste momento, mas ele foi salvo pela intercessão de Moisés (Dt 9:20 ).

    Retorno de Moisés, a sua ira, e até mesmo a destruição da imagem, não tinha parado completamente a orgia selvagem das pessoas. Eles estavam se soltado ou foram completamente desinibida. Então Moisés chamou para fora o que em hebraico é apenas três palavras: que por Jeová? A mim! Os que se moveu rapidamente para ajudá-lo eram seus parentes tribais, os levitas. Alguns deles também tinha sido envolvido no pecado nacional e, aparentemente, estavam ainda (v. Ex 32:29 ). Mas muitos deles absteve-se de que, desde o início, ou, pelo menos, desde o retorno de Moisés. Ele ordenou a tomar as suas espadas e marchar por todo o acampamento, matando aqueles que aparentemente ainda estavam levando a celebração selvagem, mesmo que ao fazê-lo eles tinham que matar irmãos, companheiros e vizinhos. Os levitas obedeceu, matando 3.000 foliões. Por meio de tal ação radical o tumulto terminou. Obediência dos levitas tinham consagrado ou "encheram suas mãos" ao Senhor, e logo em seguida eles receberam uma posição semi-sacerdotal como ajudantes para a casa de Arão (N1. 3:. 5ss ).

    No dia seguinte, Moisés disse ao povo que eles tinham cometeu um grande pecado , mas que ele iria voltar a subir a montanha para ver se ele poderia fazer expiação pelos seus pecados. O sistema sacrificial israelita ainda não estava em operação, e apesar de seu fundo anterior e instrução recente sobre o novo sistema de adoração, Moisés não parece ter pensado que qualquer sacrifício de animais seria suficiente para um pecado tão básico e tão flagrante. Em sua oração de intercessão que se seguiu no lado da montanha, Moisés pediu ao Senhor para perdoar seu povo, mas se não for para riscarei também. O livro de Moisés referido provavelmente não era "o livro da vida" mencionado no Ap 20:12 , e é duvidoso se ele tinha um conceito claro de vida após a morte, ou de si mesmo sendo amaldiçoado lá. Ao contrário, esta é, provavelmente, um conceito metafórico, pensando em homens como aqueles a quem o Senhor havia "escrito" em seu livro como sendo ainda vivo vivo (ver também Sl 69:28. ; Is 4:3.). Parece como se Moisés pensou que talvez um sacrifício humano, que de si mesmo, pode expiar. Mas isso não foi o suficiente. Só Cristo pode fornecer expiação perfeita, e que a maior revelação deve esperar um dia mais tarde. O Senhor disse-lhe que somente aqueles que tinham pecado seriam apagados ou morrer. Moisés foi voltar para levar Israel para a terra prometida. A nação iria sobreviver e a aliança com os patriarcas seria cumprida. De Jeová anjo iria liderar o caminho. Mas a culpa não escaparia. O Senhor quervisitar neles o seu pecado , e, consequentemente, Ele feriu as pessoas , aparentemente com uma peste. Segunda intercessão de Moisés havia assegurado a sobrevivência da nação, mas não de todos os indivíduos envolvidos.


    Wiersbe

    Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
    Wiersbe - Comentários de Êxodo Capítulo 32 do versículo 1 até o 35
    O

    povo, enquanto Moisés tinha uma com o Senhor, pecava no vale abai-xo. Não há apenas bênçãos na lide-rança espiritual. Também há obriga-ções incômodas.

    1. Moisés, o intercessor (Ex 32:1-35)
    2. O povo de Deus peca (vv. 1-6)

    Não importa como você veja esse pecado, ele foi uma grande ofensa a Deus. Os judeus eram o povo de Deus, escolhidos por meio da graça dele e redimidos do Egito pelo po-der dele. Ele guiou-os, alimentou- os, protegeu-os do inimigo e os fez parte de sua aliança. Ele deu-lhes suas leis sagradas, e o povo con-cordou em obedecer a elas (19:8; 24:3-7). Aqui, no Sinai, o povo viu a espantosa demonstração da gló-ria de Deus e tremeu sob o poder dele. Contudo, apesar de todas es-sas experiências maravilhosas, ele imprudentemente desobedeceu ao Senhor e caiu em idolatria e imora-lidade.

    Moisés concordou em que Deus lhe desse Arão como ajudante (4.T 0-17), mas agora Arão transfor-mava-se em um líder que ajudava o povo a pecar. Quando Arão des-ceu da montanha? Por que ele não repreendeu o povo e pediu ajuda a Deus? Dizer que Arão fez o bezerro como um símbolo de Jeová, um altar à fraqueza do povo, não o desculpa, pois Arão sabia o que o Senhor dis-

    A causa básica desse pecado foi a descrença: o povo impacien-tou-se enquanto esperava por Moi-sés e, como não tinha fé verdadeira, decidiu que precisava de algo que pudesse ver. A impaciência e a des-crença levam à idolatria, e a ido-latria leva à imoralidade (veja Rm 1:18-45).

    1. O servo de Deus intercede (vv. 7-14)

    Claro que o Senhor sabia o que acontecia no acampamento de Is-rael. VejaHe 4:13; Jr 18:7-24; Jl 7:1-30). Duas vezes, durante a vida de Moisés, Deus propôs destruir Israel e usar Moisés para achar uma nova nação (v. 10; Nu 14:12), mas ele se recusou a fa-zer isso. Os judeus nunca souberam o preço que Moisés pagou para ser líder deles. Eles deviam muito a ele, contudo demonstraram muito pou-ca gratidão! Deus pretendia até ma-tar Arão, mas Moisés intercedeu por ele (Dt 9:20).

    1. A ira julgadora de Deus (w. 15-35)

    Deus, em sua graça, perdoou o pe-cado deles, mas, em seu governo, tinha de discipliná-los. Quantas lágrimas foram derramadas pelas conseqüências dolorosas de peca-dos perdoados! Moisés tinha o di-reito de estar irado e de humilhar Arão e o povo. Moisés, ao quebrar as duas tábuas da Lei escrita por Deus, mostrou dramaticamente ao povo a grandiosidade do pecado dele. Arão, em vez de confessar seu pecado, deu desculpas. Ele culpou o povo por aquela depravação (v. 22), Moisés pela demora (v. 23) e o fogo por ter produzido um bezerro! Moisés, depois de lidar com o povo, retornou ao Senhor na montanha e ofereceu-se para dar sua vida para que o povo fosse poupado. VejaRm 9:3. Quando uma pessoa morre, tira-se seu nome do livro da vida (Sl 69:28; Ez 13:9). Não deve-mos confundir o livro da vida (ou "dos vivos") com o Livro da Vida do Cordeiro, em que se registra o nome dos salvos (Ap 21:27; Lc 10:20).


    Russell Shedd

    Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
    Russell Shedd - Comentários de Êxodo Capítulo 32 do versículo 1 até o 35
    32.1 Faze-nos deuses. O hábito de idolatria aprendido no Egito era tão forte, que poucos dias sem ouvir a voz do profeta e líder dinâmico, eram suficientes para o povo voltar à lama idolátrica (2Pe 2:20-61), uma descrição dos que voltam à vida mundana, após terem conhecido a Jesus Cristo.

    32.4 Que te tiraram. Não se podia negar que houve grandes milagres quando os israelitas foram salvos da escravidão, embora o povo não quisesse atribuí-los a um Deus soberano e invisível, porque amavam a deuses convenientes, portáteis, que não viessem interferir na sua consciência.

    32.10 De ti. Deus não depende do ser humano; se o povo não quisesse seguir nos Seus caminhos, Moisés e sua descendência herdariam a Terra Prometida.

    32.11 Suplicou. É uma súplica no espírito de Cristo que achou uma desculpa para Seus algozes (Lc 23:34).

    32.14 Se arrependeu. Mostrou Seu perdão, revelando que não ia destruir ao povo; do ponto de vista de Moisés, era como um voltar atrás da parte de Deus, e é uma demonstração do poder da oração.

    32.16 Obra de Deus. A Bíblia é bem clara em atribuir às tábuas a obra direta de Deus.

    32.17 Josué. Talvez o fiel Josué estivesse entre o arraial e o cume do monte, esperando a volta do seu líder.

    32.18 Dos que cantam. Moisés já sabia que haveria ali uma festança pagã, pois Deus lhe havia prevenido (32:7-10).

    32.19 Acendendo-se-lhe a ira. Mais fácil era para Moisés interceder pelos pecados do povo, que ser testemunha dos mesmos (32:11-14), Quando contemplou tudo de perto, perdeu o controle de si mesmo, ao ponto de lançar fora as tábuas. Pensava que o povo tinha, irrevogavelmente, rejeitado a religião. Não era Moisés que tinha de suscitar a misericórdia a Deus (14), mas sim, o próprio Deus que, graciosamente, dera a Moisés a oportunidade de tomar parte na bem-aventurada obra da intercessão, em condições ideais, nas quais não estava, irado e fora de si.

    32.22 Propenso para o mal. A responsabilidade pelo pecado é individual, embora haja os tentadores. Desde o tempo de Adão procura-se desculpas para o pecado, acusando-se a terceiros (Gn 3:12).

    32.24 Saiu este bezerro. Era uma desculpa ridícula, como se o bezerro se tivesse fabricado a si mesmo. Mas, pelo contrário, no mundo espiritual, quem dá ouvidos às dúvidas, às tentações e às forças que destróem sua consciência, verá, com espanto, que seu pecado, pesado e bem forjado, já se tornou uma realidade concreta e esmagadora em sua vida,

    32.31 Disse. Deus não precisa de informações, mas devemos expor-lhe nossa situação em oração. Devemos ser bem específicos em nossos pedidos, especialmente quando pleiteamos a graça divina, numa situação de desgraça ou num caso de propiciação (30).

    32.32 Risca-me. Moisés se identificou de tal maneira com o povo que Deus havia confiado aos seus cuidados pastorais, que se tomou semelhante a Cristo (He 2:17; Jo 15:12-15; Sl 77:20). Livro. O relatório dos que pertencem a Deus por toda a eternidade. Moisés, pois, era um bom pastor que não receava dar a vida pelas suas ovelhas.

    32.34 Anjo. Provavelmente, a presença real de Cristo antes de sua encarnação (conforme 33:2-3 1Co 10:4. Vingarei. A palavra, aqui, simplesmente quer dizer, aplicar a justa punição.


    NVI F. F. Bruce

    Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
    NVI F. F. Bruce - Comentários de Êxodo Capítulo 32 do versículo 1 até o 35
    VI. REBELIÃO E RECONCILIAÇÃO (32.1—34.35)
    O bezerro de ouro (32:1-10)
    v. 1. A exigência do povo e o consentimento de Arão significam que já antes de as estipulações da aliança terem sido entregues a eles de forma escrita, já haviam quebrado o primeiro, o segundo e, provavelmente, o sétimo (conforme comentário do v. 6) mandamentos, e também agido contra o preâmbulo da aliança (cp. o v. 4 com 20.2). Como história de um povo que “muito depressa se [desviou]” (v. 8), ela tem o seu correlato no NT (v. G1
    1.6). ao redor de Arão seria melhor traduzido por “contra Arão” (conforme NEB, “confrontaram”), v. 2,3. Assim como houve contribuições de posses pessoais para a construção e embelezamento do tabernáculo (25:1-7; conforme 38.8), agora foi feita uma coleta para um propósito bem diferente e totalmente indigno (conforme Jz 8:24-7. para se entregar à farra pode ter uma conotação sexual (conforme a mesma palavra traduzida por “acariciando” em Gn 26:8). Normalmente, no entanto, o verbo é usado sem alusão a isso, como em Gn 21:9. Em lCo 10.8, outra situação bem diferente de imoralidade sexual por parte dos israelitas é citada (i.e., Nu 25:1-4), embora o pecado da idolatria tenha há pouco sido ilustrado com base na ocasião descrita nesses versículos de Ex 32. (Childs discorda nesse ponto, considerando os 23 mil de lCo 10.8 uma variação dos 3 mil do v. 28 desse capítulo.)

    A licenciosidade sexual certamente era uma característica dos cultos nos santuários de touros dos cananeus. E difícil determinar se Arão e os israelitas consideravam o seu bezerro uma representação de Javé ou um trono em que repousava a sua presença invisível; de qualquer forma, o seu pecado era extremamente grave. v. 7. Como no v. 1, embora lá por outra razão, a associação do êxodo com a liderança de Moisés tem uma conotação negativa, o seu povo [de Moisés\ implica que Deus já não o reconhecia como povo dele. v. 8. curvaram-se diante dele, ofereceram-lhe sacrifícios: não importa que Arão tenha tentado sincretizar o culto da fertilidade animal com a adoração a Javé, a sua “festa dedicada ao Senhor” (v. 5) é rejeitada como simples e pura adoração, v. 10. farei de você uma grande nação: conforme Gn 12:2. Para Moisés, havia sido um grande sacrifício colocar-se do lado dos israelitas (conforme He 11:24ss); agora ele estava ouvindo acerca da possível extinção do seu povo e recebendo a oferta de se tornar o segundo Abraão, v. 11. o teu povo é a resposta de Moisés a seu povo no v. 7. A libertação do povo da escravidão egípcia era a medida do compromisso de Deus com a causa deles. Por que Deus iria destruí-los agora?

    v. 12. O que também estava em jogo era a reputação de Deus. Até mesmo os egípcios reconheciam a mão de Deus no êxodo; se Israel fosse destruído, os seus antigos escravizadores concluiriam que Deus prefere usar o seu poder para propósitos destruidores. v. 13. Em terceiro lugar, havia as promessas feitas aos patriarcas. Mas essas não poderiam ser cumpridas por meio de Moisés, que também era filho de Abraão? Nenhum desses pensamentos vem à mente de Moisés, quando ele lembra a Deus sua promessa inicial feita a Abraão; e essa promessa tinha sido reforçada por juramento (conforme Gn 22:16ss). Será que agora o cumprimento estava em jogo apesar da incondicionalidade da promessa? O judaísmo tem em alta consideração os méritos dos patriarcas na explanação da lealdade de Deus na sua aliança; a coerência de Deus é a sua verdadeira origem, v. 14. arrependeu-se: isso não implica que os propósitos de Deus são menos do que perfeitos (conforme Nu 23:19). E uma descrição da atitude de Deus vista do ângulo humano. Jo 6:6 ajuda a vermos todo o diálogo da perspectiva correta. As tábuas são quebradas (32:15-20) v. 15. escritas em ambos os lados: isso era algo bem comum em tábuas escritas. As tábuas devem ter sido bem pequenas e eram provavelmente iguais; sobre isso, v. M. G. Kline, 'Westminster Theological Journal (XXII, 1960, p. 133-46). v. 16. As expressões feitas por Deus e escrito por Deus podem significar que as tábuas e suas inscrições eram o produto direto da criatividade divina, ou, visto que o termo hebraico ’elõhim é usado com fre-qüência com força de superlativo, que foram feitas de forma primorosa e perfeita. V.comentário Dt 31:17. v. 17. Josué havia acompanhado Moisés em parte do caminho como seu auxiliar (conforme 24.13). v. 18. A resposta de Moisés é dada em forma de verso; há aí certa medida de jogo de palavras, v. 19. Moisés quebrou as tábuas como uma expressão da sua ira, mas a sua ação teve um significado mais profundo no aspecto de que anunciou a anulação da aliança que acabara de ser feita, v. 20. destruiu no fogo sugere a alguns estudiosos que o bezerro de ouro tinha um núcleo de madeira. O verbo não é de todo inadequado para um objeto de metal sólido. Foi sugerido — com base num texto cananeu — que a colocação dos três verbos “destruir no fogo”, “moer” e “espalhar” é uma forma convencional de expressar destruição completa, fez com que os israelitas a bebessem: esse elemento lembra o que aconteceu em Nu 5:11-4 e o julgamento e teste de uma mulher da qual se suspeitava que tivesse sido infiel ao marido. O v. 35 talvez tenha alguma relação com essa imposição. Deus é o marido ciumento de Israel (cp. Nu 5:14 com Êx 20:5).

    v. 22. propenso para o mal é preferível a “profundamente atribulado” da NEB, embora a palavra em questão possa às vezes ter o significado de “tribulação”, v. 24. Moisés havia colocado a culpa pela aberração do povo de forma justa e clara em Arão. A defesa deste — o bezerro autógeno — pode ter sido um caso de “maneiras requintadas orientais” (Cole), mas são maneiras requintadas a ponto de virarem trapaça; isso não é nada melhor do que a resposta de Geazi (2Rs 5:25).

    A grande matança (32:25-29)
    v. 25.
    fora de controle: ou: “desenfreado” (BJ). v. 26. os levitas eram companheiros de tribo de Moisés e haviam permanecido leais a Deus na ausência de Moisés, v. 28. três mih não temos indicação alguma do motivo de esses terem sido mortos à espada e os outros não. Talvez tenham sido pegos no ato da idolatria ou tenham sido os líderes na adoração do bezerro, v. 29. vocês se consagraram, o sentido necessário pode ser obtido do TM sem recorrer a emendas, com a permissão das notas de rodapé da RSV e da NEB; v. a explicação de Cassuto do TM. nenhum de vocês poupou o seu filho: os relacionamentos familiares estavam subordinados ao serviço a Deus (cf. Dt 33:8,Dt 33:9). A bênção consistia no direito de oficiar no tabernáculo (conforme Dt 33:10,Dt 33:11; Nu 25:10-4. v. 34,35. meu anjo: conforme 23.20,23; 33.2. eu os punirei: uma ameaça de julgamento no futuro distante, ao qual o v. 35 pode estar se referindo ou não.

    O v. 35 talvez tenha o propósito de resumir tudo que o precedeu: E o Senhor feriu o povo com uma praga {feriu com uma praga traduz uma única palavra em hebraico).


    Moody

    Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
    Moody - Comentários de Êxodo Capítulo 19 do versículo 1 até o 38

    II. Israel no Sinai. 19:1 - 40:38.

    O ano da peregrinação ao Sinai teve dois resultados:
    1) Israel recebeu a Lei de Deus e foi instruída nos caminhos de Deus; e
    2) a multidão que escapou do Egito foi unificada, dando começo a uma nação. Este período é da maior importância para compreendermos a vontade e o propósito de Deus conforme revelado no restante do V.T. Este é o ponto central do que tão freqüentemente as Escrituras chamam de "a Lei". O registro da viagem ao Sinai e a doação da Lei ali, ocupam não só o restante do Êxodo, mas também o livro do Levítico e os primeiros capítulos de Números.

    A hipótese de Graf-Wellhausen, promulgada no século dezenove, que negou até mesmo a existência de um Tabernáculo, fez destas leis um simples reflexo dos costumes de séculos posteriores. Na primeira metade deste século temos um reverso desta filosofia, de modo que agora praticamente todos os mestres estão prontos a admitir que a estrutura e o coração da Lei são mosaicos. Críticos ainda insistem que a Lei, como nós a conhecemos aqui, foi modificada a partir do original e consideravelmente criticada em séculos posteriores. Embora não seja de todo impossível que conceitos e ordenanças fossem incluídos mais tarde, aqueles que consideram a Lei como uma revelação de Deus, aceitam-na na sua forma presente como sendo substancialmente aquilo que Moisés recebeu. Mesmo os críticos que negam isto teoricamente, acham que é difícil decidir qual das ordenanças teriam sido posteriormente acrescentadas.


    Francis Davidson

    O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
    Francis Davidson - Comentários de Êxodo Capítulo 32 do versículo 15 até o 29
    c) O povo é castigado (Êx 32:15-29)

    Obra de Deus (16). Tanto a construção das tábuas de pedra como a inscrição nelas, foram feitas por direta agência divina. Josué (17). Ele estivera esperando na montanha, mais abaixo (Êx 24:13) mas agora Moisés reunira-se a ele. Alarido... alarido... alarido... (18). No heb. o verbo é o mesmo em cada caso, e não um alarido de vitória ou de derrota, mas um alarido indefinido. Furor (19). Não uma paixão incontrolável, como esta palavra parece dar a entender, mas uma justa indignação. Arremessou as tábuas... e quebrou-as (19). A maior punição que um povo pode sofrer é a perda da lei de Deus. Conf. Jl 8:11-30.

    >Êx 32:21

    Que te tem feito este povo...? (21) Moisés teve discernimento para ver que o pecado se originara entre o povo, mas que igualmente Aarão, que estava encarregado deles, por seu consentimento, também se tornara responsável pelo pecado. Semelhante foi o caso de Adão, o cabeça de sua mulher, ao consentir na sugestão de Eva, foi responsabilizado por trazer o pecado sobre toda a raça humana. Rm 5:12 diz corretamente que "por um só homem entrou o pecado no mundo", e não "por uma só mulher". Sabes que este povo é inclinado ao mal (22). À semelhança de Adão, Aarão lançou a culpa sobre os ombros de outrem, e adicionou a absurda desculpa que o bezerro surgiu automaticamente (24). Constrangimento e acidente são freqüentemente desculpas apresentadas pelo pecado.

    >Êx 32:25

    Despido (25). Algumas versões dizem "desenfreado", mas esta tradução está de acordo com o sentido original. Ver versículo 6 nota. Seus inimigos (25). Possivelmente amalequitas, escondidos nos recessos das montanhas, que veriam tudo quanto transpirasse. Mate cada um a seu irmão (27). Deveriam matar instantaneamente quem quer que ainda encontrassem no ato da idolatria. A despeito da ação de Moisés (20), muitos dentre o povo persistiram em seu ritual orgíaco. Aqueles que se apresentassem como voluntários para aquela matança não deveriam poupar nem irmãos nem filhos (29). Consagrai hoje (29). Em heb., "Enchei vossas mãos"; conf. Êx 28:41; Êx 29:24. O uso, aqui, deste termo técnico para a instalação de um sacerdote em seu ofício, indica que, por causa de seu zelo pelo Senhor, a tribo de Levi naquela ocasião se colocava numa posição em que estavam a caminho de se tornar uma tribo de sacerdotes. Conf. Nu 25:11-4.


    Dicionário

    Deus

    substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
    Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
    Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
    Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
    Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
    Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
    Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
    Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

    Do latim deus, daus, que significa “ser supremo” ou “entidade superior”.


    i. os nomes de Deus. A palavra portuguesa Deus, que tem a mesma forma na língua latina, representa alguns nomes da Bíblia, referentes ao Criador.
    (a): o termo de uso mais freqüente é Elohim, que restritamente falando, é uma forma do plural, derivando-se, presumivelmente, da palavra eloah. Mas, embora seja plural, é certo que, quando se refere ao único verdadeiro Deus, o verbo da oração, de que Elohim é o sujeito, e o nome predicativo vão quase invariavelmente para o singular. As principais exceções são quando a pessoa que fala, ou aquela a quem se fala, é um pagão (Gn 20:13 – 1 Sm 4.8).
    (b): El, provavelmente ‘o único que é forte’, também ocorre freqüentemente. E encontra-se este nome com adições: El-Elyon, ‘o Deus Altíssimo’ (Gn 14:18) – El-Shaddai, ‘o Deus Todo-poderoso’ (Gn 17:1) – e entra na composição de muitos vocábulos hebraicos (por exemplo Eliabe, Micael).
    (c): Adonai, Senhor, ou Superior. Esta palavra e as duas precedentes eram empregadas quando se queria significar o Deus da Humanidade, sem especial referência ao povo de israel.
    (d): Todavia, Jeová, ou mais propriamente Jahveh, o Senhor, o Ser que por Si mesmo existe, o Ser absoluto, que é sempre a Providência do Seu povo, designa Aquele que num especial sentido fez o pacto com o povo de israel.
    (e): outro nome, ou antes, titulo, ‘o Santo de israel’ (is 30:11) merece ser aqui mencionado, porque ele nos manifesta o alto ensino moral dos profetas, fazendo ver aos israelitas que o Senhor, a Quem eles adoravam, estava muito afastado dos ordinários caminhos do homem, e portanto era necessário que o Seu povo fosse como Ele, odiando o pecado. É sob este título que o Senhor é reconhecido como uma pedra de toque não só da pureza cerimonial, mas também da pureza ética.
    (f): Pai. Nas primitivas religiões semíticas, este termo, enquanto aplicado aos deuses, tinha uma base natural, pois que os povos acreditavam que eram descendentes de seres divinos. Todavia, no A.T. é Deus considerado como o Pai do povo israelita, porque Ele, por atos da Sua misericórdia, o constituiu em nação (Dt 32:6os 11:1 – *veja Êx 4:22). De um modo semelhante é Ele chamado o Pai da geração davídica de reis, porque Ele a escolheu e a tornou suprema (2 Sm 7.14 – Sl 2:7-12 – 89.27). Mais tarde se diz que Deus Se compadece dos que o temem (isto refere-se particularmente aos israelitas e aos que aceitam a religião de israel), como um pai se compadece dos seus filhos (Sl 103:13Mt 3:17).
    ii. A doutrina de Deus. Certas considerações nos são logo sugeridas sobre este ponto.
    (a): Em nenhuma parte da Bíblia se procura provar a existência de Deus. A crença no Criador é doutrina admitida. Nunca houve qualquer dúvida a respeito da existência da Divindade, ou da raça humana em geral. Entre os argumentos que podemos lembrar para provar a existência do Criador, devem ser notados: a relação entre causa e efeito, conduzindo-nos à grande Causa Primeira – a personalidade, a mais alta forma de existência que se pode conceber, de sorte que uma Causa Primeira, que carecesse de personalidade, seria inferior a nós próprios – a idéia de beleza, de moralidade, de justiça – o desejo insaciável, inato em nós, de plena existência que nunca poderia ser satisfeita, se não houvesse Aquele Supremo Ser, Luz, Vida e Amor, para onde ir.
    (b): Deus é um, e único (Dt 6:4, doutrina inteiramente aceita por Jesus Cristo, Mc 12:29). Porquanto se houvesse mais que uma Divindade, haveria, de certo, conflito entre esses seres todo-onipotentes. Por isso, contrariamente ao dualismo de Zoroastro, segundo o qual há dois seres supremos, um bom e outro mau, a Bíblia ensina que Deus tem a autoridade suprema mesmo sobre o mal (is 45:6-7). Este fato fundamental da Unidade de Deus não está em contradição com a doutrina cristã da Trindade, antes pelo contrário, a salvaguarda.
    (c): Deus é o Criador e o Conservador de tudo (Gn 1:1At 17:24Ap 4:11 – e semelhantemente Jo 1:3 – Col 1.16, onde o imediato Agente é a Segunda Pessoa da Trindade). Todos os dias estamos aprendendo, com clareza de percepção, que a matéria não é coisa morta e sem movimento, que as próprias pedras tremem pela sua energia, sustentando a sua coesão pelas formidáveis e ativas forças que sem interrupção nelas operam. o nosso conhecimento, cada vez mais aperfeiçoado, sobre os métodos de Deus na Criação, leva-nos a um louvor cada vez mais elevado.
    (d): Estamos, também, sabendo mais com respeito à relação de Deus para conosco, como governador e conservador de tudo. Relativamente a este assunto há duas verdades, nenhuma das quais deverá excluir a outra:
    (1). Ele é transcendente, isto é, superior ao universo, ou acima dele (*veja is 40:22 – 42.5 – 1 Tm 6.16).
    (2). É igualmente importante notar que Deus é imanente, isto é, está na matéria, ou com ela. Nesta consideração, nós e todos os seres vivemos Nele (At 17:28 – *veja também Jo 1:3-4) – e Ele em nós está pelo simples fato de que sendo Espírito (Jo 4:24) é dotado de onipresença.
    iii. A adoração a Deus. Se a religião é, na verdade, uma necessidade natural, o culto é sua forma visível. Porquanto, embora possamos supor a priori que nos podemos colocar na presença da Divindade sem qualquer sinal exterior, é isto, contudo, tão incompatível como a natureza humana, e tão contrário às exigências da religião, visto como esta pede a adoração a Deus com toda a nossa complexa personalidade, que não é possível admitir-se tal coisa. É certo que Jesus Cristo disse: ‘Deus é Espirito – e importa que os seus adoradores o adorem em espirito e em verdade’ (Jo 4:24). (*veja Altar, Baal, igreja, Eloí, Espírito Santo, Jewá, Jesus Cristo, Senhor, Senhor dos Exércitos, Tabernáculo, Templo, Trindade, Adoração.)

    Introdução

    (O leitor deve consultar também os seguintes verbetes: Cristo, Espírito Santo, Jesus, Senhor.) O Deus da Bíblia revela-se em sua criação e, acima de tudo, por meio de sua Palavra, as Escrituras Sagradas. De fato, a Bíblia pode ser definida como “a autorevelação de Deus ao seu povo”. É importante lembrar que as Escrituras mostram que o conhecimento que podemos ter de Deus é limitado e finito, enquanto o Senhor é infinito, puro e um Espírito vivo e pessoal, ao qual ninguém jamais viu. Freqüentemente a Bíblia usa antropomorfismos (palavras e ideias extraídas da experiência das atividades humanas, emoções, etc.) numa tentativa de nos ajudar a entender melhor Deus. Esse recurso pode ser realmente muito útil, embora o uso de descrições e termos normalmente aplicados aos seres humanos para referir-se ao Senhor eterno e infinito sempre deixe algo a desejar. Alguém já disse que “conhecer a Deus”, até o limite de que somos capazes por meio de sua Palavra, é o cerne da fé bíblica. De acordo com as Escrituras, todas as pessoas, durante toda a história, estão de alguma maneira relacionadas com o Senhor, seja numa atitude de rebelião e incredulidade, seja de fé e submissão.

    Homens e mulheres existem na Terra graças ao poder criador e sustentador de Deus; a Bíblia ensina que um dia todos estarão face a face com o Senhor, para o julgamento no final dos tempos. A natureza de Deus e seus atributos são, portanto, discutidos de diversas maneiras nas Escrituras Sagradas, de modo que Ele será mais bem conhecido por meio da forma como se relaciona com as pessoas. Por exemplo, aprende-se muito sobre Deus quando age no transcurso da história, em prol do sustento e da defesa de seu povo, e leva juízo sobre os que pecam ou vivem em rebelião contra Ele. Muito sabemos sobre o Senhor por meio dos nomes aplicados a Ele na Bíblia e quando sua criação é examinada e discutida. Acima de tudo, aprendemos de Deus quando estudamos sobre Jesus, o “Emanuel” (Deus conosco).

    As seções seguintes proporcionam apenas um resumo do que a Bíblia revela sobre Deus. Uma vida inteira de estudo, fé e compromisso com o Senhor, por intermédio de Cristo, ainda deixaria o crente ansioso por mais, especialmente pelo retorno de Jesus, pois concordamos com a declaração do apóstolo Paulo: “Agora conheço em parte; então conhecerei como também sou conhecido” (1Co 13:12).

    A existência do único Deus

    A Bíblia subentende a existência de Deus. Não há discussão alguma sobre isso em suas páginas, pois trata-se de um livro onde o Senhor revela a si mesmo. Somente o “tolo”, a pessoa maligna e corrupta, diz “no seu coração: Não há Deus” (Sl 14:1-53.1; veja O tolo e o sábio). A existência de Deus é freqüentemente afirmada nos contextos que advertem contra a idolatria. Sempre é dada uma ênfase especial ao fato de que somente o Senhor é Deus e não existe nenhum outro. Deuteronômio 6:4 declara: “Ouve, ó Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor”. Deuteronômio 32:39 diz: “Vede agora que Eu sou, Eu somente, e não há outro Deus além de mim. Eu causo a morte, e restituo a vida; eu firo, e eu saro, e não há quem possa livrar das minhas mãos”. Por essa razão, a idolatria é considerada um grande pecado (cf. 1 Co 8.4). Envolver-se com ela é viver e acreditar na mentira, numa rejeição direta da revelação do único Deus verdadeiro. Esperava-se que o povo de Israel testemunhasse para as nações ao redor que existia apenas um único Senhor e que não havia nenhum outro deus. Isso seria visto especialmente no poder de Deus para proporcionar a eles os meios para vencerem as batalhas contra inimigos mais fortes, no tempo de paz, na extensão das fronteiras (contra o poder de outros assim chamados deuses) e em sua justiça e juízo sobre todos os que se desviavam dele, ou rejeitavam seus caminhos ou seu povo. As nações ao redor precisavam aprender com Israel que os seus deuses eram falsos e que na verdade adoravam demônios (1Co 10:20).

    Os escritores dos Salmos e os profetas também proclamaram que somente o Senhor é Deus e que Ele pré-existe e auto-subsiste. O Salmo 90:2 diz: “Antes que os montes nascessem, ou que formasses a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus”. Em Isaías, lemos: “Assim diz o Senhor, Rei de Israel, e seu Redentor, o Senhor dos Exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há Deus” (Is 44:6). “Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de mim não há Deus. Eu te fortalecerei, ainda que não me conheças” (Is 45:5; veja também 45.21; etc.). Jeremias disse: “Mas o Senhor Deus é o verdadeiro Deus; ele mesmo é o Deus vivo, o Rei eterno. Do seu furor treme a terra, e as nações não podem suportar a sua indignação” (Jr 10:10).

    No Novo Testamento, novamente a autoexistência eterna de Deus é subentendida: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por meio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens” (Jo 1:14). Paulo argumentou em sua pregação para os atenienses: “Pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos” (At 17:28). O apóstolo fez um apelo aos habitantes de Listra, a fim de que reconhecessem a existência do único Deus verdadeiro, pois “não deixou de dar testemunho de si mesmo. Ele mostrou misericórdia, dando-vos chuvas dos céus, e colheita em sua própria estação, enchendo de mantimento e de alegria os vossos corações” (At 14:17). Em Romanos 1:19-20, há o pressuposto de que mesmo os que são maus e rejeitam a Deus podem ser considerados em débito, “visto que o que de Deus se pode conhecer, neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou. Pois os atributos invisíveis de Deus, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que foram criadas, de modo que eles são inescusáveis”.

    Como em João 1, mencionado anteriormente, é no Novo Testamento que aprendemos sobre Jesus e começamos a entender mais sobre o próprio Deus, sua preexistência e sua auto-existência. Colossenses 1:17 descreve a preexistência de Cristo como “a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação” (Cl 1:15). Tanto Deus, o Pai, como Jesus são considerados eternos em sua existência: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-poderoso” (Ap 1:8-11.15, 17; 2 Pe 3.8). Hebreus 13:8 também fala de Jesus: “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje, e eternamente”.

    O Deus criador

    A autoexistência de Deus, bem como sua eternidade, também são sinalizadas na criação, a qual Ele fez do “ex nihilo” (a partir do nada; veja Gn 1; Rm 4:17; Hb 11:3). A Bíblia não admite a ideia do nada existindo lado a lado com o Senhor através da eternidade. Não há ensino, por exemplo, de que a matéria sempre existiu, ou que o mal sempre permaneceu como uma alternativa ao lado de Deus. O Todo-poderoso sempre existiu e sempre existirá; Ele é o Criador. O que existe traz outras coisas à existência. O racionalismo pode argumentar que, se algo existe, deve ter o poder da auto-existência dentro de si. A Bíblia mostra que o ser que auto-existe é Deus e somente Ele é o Senhor. Porque Deus existe, a vida veio à existência e surgiu a criação. No Senhor há vida e luz. Somente Ele tem a vida em si mesmo e habita na luz e na glória eternamente.

    O ato de Deus na criação é descrito em muitos lugares da Bíblia. De maneira notável, Gênesis 1:2 descrevem a Palavra de Deus que traz tudo o que conhecemos à existência. Esses capítulos demonstram claramente que o Senhor já existia antes da criação e foi por meio de sua palavra e seu poder que o mundo veio à existência. Também revelam que Deus não iniciou simplesmente o processo e o concluiu, ou ainda não o concluiu, com o que conhecemos neste mundo hoje. Ele interferiu ativamente, várias vezes, para criar a luz, o sol, a lua, a água, a vegetação, os peixes, os mamíferos, os pássaros e a humanidade. Em Gênesis 1, essa obra ativa de Deus durante todo o período da criação pode ser notada nas duas frases: “E disse Deus: Haja...” e “E viu Deus que isso era bom”. Em Gênesis 2, a obra e as palavras do “Senhor Deus” são mencionadas repetidamente. O Salmo 33:4-9 personaliza a “palavra de Deus” como a que criou e “é reta e verdadeira; todas as suas obras são fiéis... Pela palavra do Senhor foram feitos os céus... Tema toda a terra ao Senhor... Pois ele falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu”. Jeremias afirma: “Pois ele (o Senhor) é o criador de todas as coisas, e Israel é a tribo da sua herança; Senhor dos Exércitos é o seu nome” (Jr 10:16-51.19; veja também 26:7; Sl 102:25-104.24; Ne 9:6; etc.).

    No NT, o escritor da carta aos Hebreus lembra os crentes que “pela fé entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus, de maneira que o visível não foi feito do que se vê” (Hb 11:3). Louvor e adoração são devidos a Deus, o Pai, e a Jesus, a Palavra de Deus, pela criação e pelo seu contínuo sustento de todas as coisas criadas. Desde que a criação deriva sua vida e existência do próprio Deus, se o Senhor não a sustentasse, ela deixaria de existir (Ap 4:11; Jo 1:1-3; 1 Co 8.6; Cl 1:16-17; Hb 1:2-2 Pe 3.5; etc.).

    Essa obra da criação, a qual necessita do poder sustentador do Senhor, proporciona a evidência da soberania e do poder de Deus sobre todas as coisas. Ele está presente em todos os lugares, a fim de sustentar e vigiar sua criação, realizar sua justiça, amor e misericórdia, trazer à existência e destruir, de acordo com sua vontade e seus propósitos. A doxologia de Romanos 1:1-36 oferece a resposta adequada do crente na presença do Deus criador, sustentador e que existe por si: “Porque dele e por ele e para ele são todas as coisas. Glória, pois, a ele eternamente. Amém” (v.36).

    O Deus pessoal

    O Criador do Universo e de todas as coisas, que sustém o mundo e todas as pessoas, revela-se a si mesmo como um “Deus pessoal”. A palavra “pessoal” não é aplicada a Ele em nenhum outro lugar da Bíblia e é difícil nossas mentes finitas assimilarem o que essa expressão “pessoal” significa, ao referir-se ao Senhor. Ainda assim, é dessa maneira que Ele é consistentemente revelado. Deus é um ser auto-existente e autoconsciente. Qualidades que indicam um ser pessoal podem ser atribuídas a Deus. Ele é apresentado como possuidor de liberdade, vontade e propósitos. Quando colocamos esses fatores na forma negativa, o Senhor nunca é descrito nas Escrituras da maneira que as pessoas o apresentam hoje, como uma energia ou uma força sempre presente. Deus revela a si mesmo como um ser pessoal no relacionamento entre Pai, Filho e Espírito Santo (veja mais sobre a Trindade neste próprio verbete) e em seu desejo de que seu povo tenha um relacionamento real com o “Deus vivo”. Sua “personalidade”, é claro, é Espírito e, portanto, não está limitada da mesma maneira que a humana. Porque é pessoal, entretanto, seu povo pode experimentar um relacionamento genuíno e pessoal com Ele. Deus, por ser bom, “ama” seu povo e “fala” com ele. O Senhor dirige os seus e cuida deles. O Salmo 147:10-11 dá alguns sentimentos de Deus, como um ser pessoal: “Não se deleita na força do cavalo, nem se compraz na agilidade do homem. O Senhor se agrada dos que o temem, e dos que esperam no seu constante amor” (veja também Sl 94:9-10). Efésios 1:9-11 mostra como a vontade e os propósitos de Deus são especialmente colocados à disposição dos que Ele “escolheu”, aos quais ele “ama”. O Senhor é aquele que conhece seu povo (1Co 8:3) e pode ser chamado de “Pai” pelos que vivem por ele (v.6). A revelação de Deus em Jesus novamente mostra como Ele é um Deus “pessoal”, tanto no relacionamento de Cristo e do Pai (como o Filho faz a vontade do Pai e fala as suas palavras), como na maneira pela qual o Pai mostrou seu amor pelo mundo, quando deu “o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16-14:15-31; 15.9,10; etc.).

    O Deus providencial

    Já que Deus é eterno, auto-existente e o Criador do Universo, não é de admirar que um dos temas mais freqüentes na Bíblia refira-se à soberana providência do Senhor. Deus é visto como o rei do Universo, o que fala e tudo acontece, que julga e as pessoas morrem, que mostra seu amor e traz salvação. Ele é o Senhor (veja Senhor) que controla o mundo e exige obediência. Busca os que farão parte de seu povo. É neste cuidado providencial por seu mundo e seu povo que mais freqüentemente descobrimos na Bíblia os grandes atributos divinos de sabedoria, justiça e bondade. Aqui vemos também sua verdade e seu poder. As Escrituras declaram que Deus tem o controle total sobre tudo, ou seja, sobre as pessoas, os governos, etc. Ele é chamado de Rei, pois estabelece reinos sobre a Terra e destrói-os, de acordo com seu desejo. Sua soberania é tão grande, bem como sua providência, em garantir que sua vontade seja realizada, que mesmo o mal pode ser revertido e usado pelo Senhor, para realizar seus bons propósitos.

    Os escritores da Bíblia demonstram com convicção que Deus governa sobre toda a criação; assim, os conceitos do destino e do acaso são banidos. À guisa de exemplo, uma boa colheita não acontece por acaso, mas é providenciada pelo Senhor. É Deus quem promete: “Enquanto a terra durar, não deixará de haver sementeira e ceifa, frio e calor, verão e inverno, dia e noite” (Gn 8:22). Por outro lado, o Senhor mantém tal controle sobre a criação que pode suspender a colheita dos que vivem no pecado ou se rebelam contra Ele (Is 5:10). Nos dias do rei Acabe, de Israel, Deus suspendeu a chuva e o orvalho, por meio de “sua palavra”, como castigo sobre o monarca e o povo (1Rs 17:1). A fome foi extremamente severa, mas a providência particular e amorosa do Senhor por seu povo fez com que suprisse as necessidades do profeta Elias de maneira miraculosa (1Rs 17:18).

    A Bíblia preocupa-se muito em mostrar a providência de Deus, que pode ser vista no seu relacionamento com seu povo (veja 2 Cr 16.9). Paulo fala sobre isso quando diz: “Sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8:28). Aqui vemos que não somente o cuidado soberano do Senhor sempre é feito segundo a sua vontade e seu propósito, mas também que esse desejo preocupa-se especialmente com seu povo, mediante o cuidado e a proteção. O poder de Deus é tão grande que em “todas as coisas” Ele trabalha para atingir seus fins. Tal entendimento da providência do Senhor leva à conclusão inevitável de que mesmo o que começou por meio do mal, ou emanado de nossos próprios desejos pecaminosos, pode ser revertido por Deus, enquanto Ele trabalha incessantemente para completar e realizar sua vontade. Essa fé e confiança no cuidado providencial do Senhor não eram conceitos novos nos dias de Paulo. Quando José foi capturado por seus irmãos e vendido como escravo para o Egito, não foi o acaso que finalmente o levou a ser governador egípcio, num momento em que o povo de Deus precisava ser preservado da fome terrível. Tudo foi parte da vontade do Senhor. Posteriormente, ao discutir o assunto com seus irmãos amedrontados, José disse: “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim, porém Deus o tornou em bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar muita gente com vida” (Gn 50:20). O cuidado providencial de Deus por Jó, quando Satanás desejava atacá-lo e destruí-lo, também é uma prova do poder soberano do Senhor, mesmo sobre o mundo dos espíritos, inclusive Satanás (1:2). Deus até mesmo controlou as ações do rei da Pérsia em favor de seu povo (Is 44:28-45:1-7).

    Em nenhum outro contexto o cuidado providencial de Deus pode ser visto com tanta clareza como na provisão da salvação para o seu povo, por meio da morte expiatória de Jesus Cristo. A ação mais perversa de Satanás e o mais terrível de todos os pecados cometidos pelos seres humanos levaram à crucificação do Filho de Deus. Isso, porém, fora determinado pela vontade de Deus, e Ele reverteu aquele ato terrível para proporcionar expiação a todo aquele que se voltar para o Senhor (At 2:23-24). Esse desejo de Deus foi realizado “segundo as Escrituras”. Certamente o Senhor freqüentemente é visto agindo de maneira providencial e com poder soberano, de acordo com sua Palavra (Rm 5:6-1 Co 15.3; 2 Co 5.15).

    A providência do Senhor também é vista na maneira como chama as pessoas para si. Toda a Trindade está envolvida nesta obra de atrair e cuidar do povo de Deus (Jo 17:11-12, 24; Ef 1:3-14; Cl 1:12-14; etc.). A reflexão sobre a soberania do Senhor sobre tudo, seu poder total de realizar o que sua vontade determina, sua providência na natureza, na humanidade de modo geral e especialmente em relações aos redimidos, nos leva novamente a louvá-lo e bendizê-lo (Sl 13:9-13-16; 145.1, 13 16:1 Pe 5.7; Sl 103).

    O Deus justo

    A Bíblia mostra-nos um Senhor “justo”. Isso faz parte de sua natureza e tem que ver com sua verdade, justiça e bondade. Em termos práticos, o reconhecimento da justiça de Deus nas Escrituras permite que as pessoas confiem em que sua vontade é justa e boa e podem confiar nele para tomar a decisão ou a ação mais justa. Ele é justo como Juiz do mundo e também na demonstração de sua misericórdia. Mais do que isso, sua vontade eterna é inteiramente justa, íntegra e boa. É uma alegria para homens e mulheres pecadores saberem que podem voltar-se para um Deus justo e receber misericórdia. É motivo de temor para os que se rebelam que o justo Juiz julgará e condenará.

    O povo de Deus (“o povo justo”, formado pelos que foram perdoados por Deus) freqüentemente apela para sua justiça. Por exemplo, o salmista orou, para pedir misericórdia ao Senhor, quando parecia que as pessoas más prevaleciam. Achou estranho que os perversos prosperassem quando o “justo” padecia tanto sofrimento. Portanto, apelou para a justiça de Deus, para uma resposta ao seu dilema: “Tenha fim a malícia dos ímpios, mas estabeleça-se o justo. Pois tu, ó justo Deus, sondas as mentes e os corações” (Sl 7:9-11). “Responde-me quando clamo, ó Deus da minha retidão. Na angústia dá-me alívio; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração” (Sl 4:1-129.4; 2 Ts 1.6). É mediante sua justiça que Deus mostra misericórdia ao seu povo (Sl 116:4-6; 37.39).

    Por vezes, entretanto, o povo de Deus tentou questionar o Senhor, quando parecia que Ele não os ajudava, ou estava do lado de outras nações. A resposta de Deus era que, se o Senhor lhes parecia injusto, é porque eles haviam-se entregado à incredulidade e ao pecado. As ações do Senhor são sempre justas, mesmo quando resultam em juízo sobre seu próprio povo. Veja, por exemplo, Ezequiel 18:25 (também
    v. 29): “Dizeis, porém: O caminho do Senhor não é justo. Ouvi agora, ó casa de Israel: Não é o meu caminho justo? Não são os vossos caminhos injustos?”.

    Deus pode ser visto como justo em tudo o que faz. Isso se reflete em sua Lei, a qual é repetidamente definida como “justa” (Sl 119; Rm 7:12). Deuteronômio 32:4 resume a justiça do Senhor desta maneira: “Ele é a Rocha, cuja obra é perfeita, e todos os seus caminhos são justiça. Deus é a verdade, e não há nele injustiça. Ele é justo e reto”.

    Enquanto o povo de Deus ora, vê a justiça divina em seus atos de misericórdia e socorro para com eles e em seu juízo sobre os inimigos; assim, reconhecem que a justiça do Senhor permite que Ele traga disciplina sobre eles, quando pecam. Em II Crônicas 12, o rei Roboão e os líderes de Israel finalmente foram obrigados a admitir que, por causa do pecado e da rebelião deles contra Deus, Faraó Sisaque teve permissão para atacar Judá e chegar até Jerusalém. Deus os poupou da destruição somente quando se humilharam e reconheceram: “O Senhor é justo” (v. 6). Na época do exílio babilônico, os líderes tornaram-se particularmente conscientes deste aspecto da justiça de Deus. Daniel expressou dessa maneira: “Por isso, o Senhor vigiou sobre o mal, e o trouxe sobre nós, porque justo é o Senhor, nosso Deus, em todas as obras que faz; contudo, não obedecemos à sua voz” (Dn 9:14; veja também Ed 9:15).

    Os profetas olhavam adiante para ver a revelação da justiça de Deus no futuro reino do Messias: “Vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo, um rei que reinará e prosperará, e praticará o juízo e a justiça na terra” (Jr 23:5; Is 9:7-11.4; etc. veja Lc 1:75; At 22:14). Paulo falou sobre a obra de Cristo em termos da revelação da justiça de Deus. Na morte de Jesus, pode-se ver o juízo do Senhor sobre o pecado e a manifestação de seu amor e misericórdia sobre os que são perdoados. Deus não comprometeu nem sua justiça que exige a morte pelo pecado, nem sua aliança de amor para com o seu povo, que promete perdão e misericórdia. Desta maneira, o Senhor permanece justo e íntegro na salvação (Rm 1:17-2.5,6; 3.5, 20-26; etc.).

    Ao falar sobre os últimos dias e o retorno de Cristo, quando Deus vindicará seu nome diante de todo o mundo, inclusive os ímpios, será sua justiça que uma vez mais será notada e levará seu povo, que está ansioso por essa revelação, a louvá-lo (Ap 15:3-16.7).

    O Deus amoroso

    É justo que haja uma seção separada sobre este atributo, o mais maravilhoso do Senhor da Bíblia, ainda que tradicionalmente o amor de Deus seja visto como um aspecto de sua “bondade”. Várias vezes as Escrituras dizem que o Senhor “ama” ou mostra “amor” à sua criação, especialmente para o seu povo. É parte da natureza de Deus, pois ele é “bom” e é “amor”. O Senhor faz o que é bom (2Sm 10:12-1 Cr 19.13; Sl 119:68), porém, mais do que isso, ele é bom. Em outras palavras, a bondade é tão parte dele e de seu ser que o salmista disse: “Pois o teu nome é bom” (Sl 52:9-54.6; este vocábulo “nome” refere-se a todo o caráter do próprio Deus). Jesus disse: “Ninguém há bom, senão um, que é Deus” (Lc 18:19). Assim, se alguém deseja saber o que significa bondade e amor, deve olhar para o Senhor. I João 4:8-16 diz: “ Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor... E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor. Quem está em amor está em Deus, e Deus nele”.

    Deus é a fonte da bondade. Tiago 1:17 diz: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito é do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação”. O texto não só mostra que o Senhor é a fonte daquilo que é bom, como ensina que Deus é sempre bom. Não existe um lado “sombrio” no Senhor, nenhuma base para a visão oriental de que o bem e o mal existem lado a lado, e juntos formam algo chamado “deus”.

    A bondade de Deus, tão freqüentemente chamada de seu “amor”, é vista de muitas maneiras neste mundo. É evidente que no universo é algo generalizado, ou na manutenção da própria vida, da justiça, da ordem na criação, ou mesmo na provisão da luz do Sol e da chuva, do tempo de semear e de colher (Sl 33:5; Mt 5:45; At 17:25). Sua bondade, entretanto, é mais evidente em seu amor e fidelidade para com seu povo, a quem Ele protege, cuida e livra do juízo. Seu amor fiel por seu povo às vezes é chamado de “aliança de amor” ou “amor fiel”, pois Deus prometeu amar seu povo para sempre. Os israelitas repetidamente louvavam ao Senhor por seu amor eterno, extraordinário e não merecido, demonstrado através de toda a história de Israel (1Cr 16:34-2 Cr 5.13 7:3; Ed 3:11; Sl 118:1-29; Jr 33:11). É digno de nota como os vocábulos “bom” e “amor” aparecem juntos de maneira tão frequente, quando aplicados a Deus.

    Os que buscam a Deus experimentam sua bondade e amor, pois encontram sua salvação (Lm 3:25). O seu povo o louva acima de tudo pelo amor demonstrado em sua misericórdia e perdão dos pecados. Foi para a bondade do Senhor que o rei Ezequias apelou, quando pediu perdão pelo povo de Israel, que adorava a Deus sem ter passado pelo ritual da purificação. “Ezequias, porém, orou por eles, dizendo: O Senhor, que é bom, perdoe a todo aquele que dispôs o coração para buscar o Senhor...” (2Cr 30:18; Nm 14:19). O próprio Deus, ao falar por meio do profeta Oséias, adverte, a respeito da contínua rebelião do povo: “eu não tornarei mais a compadecer-me da casa de Israel, mas tudo lhe tirarei” (Os 1:6).

    A salvação de Deus para seu povo é sua mais profunda e fantástica demonstração de bondade e amor. Jesus foi oferecido pelo Pai como sacrifício pelo pecado de todo o que crê. Talvez o mais famoso versículo da Bíblia, João 3:16, expresse o sentimento desse dom de Deus: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. O dom é ainda mais extraordinário, pois “Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5:8; Tt 3:4-1 Jo 3:16). O povo de Deus sabe que não merece este sacrifício. A natureza do amor divino, dado a pessoas que não são merecedoras, freqüentemente é expressa por meio do vocábulo “graça”.

    O amor de Deus também é visto por seu povo na maneira como Ele dá o seu Espírito Santo, de tal forma que todos possam conhecê-lo e responder-lhe em amor (Rm 5:5). Eles também experimentam o amor divino em seu cuidado providencial. Isso pode significar que o amor será em forma de disciplina (Ap 3:19), mas também representa o fato de que “todas as coisas” cooperam para o bem do povo de Deus, dos que são chamados segundo o seu propósito. Nada poderá separá-los do amor de Deus e de Cristo (Rm 8:28-35, 39; veja a seção anterior “O Deus providencial”). Ao meditar sobre sua graça a favor de todos, para os levar à salvação, eles o louvam pela maneira como os escolheu e os predestinou para serem filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito da sua vontade (Ef 1:4-6; 1 Jo 3:1). Essa grande obra de salvação é feita “segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo” (v. 9).

    “Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)” (Ef 2:4-5). O problema é como uma mente humana pode assimilar a profundidade desse amor, pois “excede todo o entendimento” (Ef 3:18-19).

    O Deus salvador

    O amor de Deus é visto proeminentemente em sua salvação por meio de Jesus (“Jesus” significa “o Senhor salva”; veja Jesus). O Senhor é corretamente descrito como “Deus salvador”. A Bíblia ensina que toda a humanidade é pecadora e necessita de redenção, que só é efetivada pela ação salvadora de Deus. O AT refere-se ao Senhor como “Libertador”, “Redentor” e “Salvador”, tanto da nação como dos indivíduos. Ambos necessitam de perdão, se não querem receber juízo. Uma lição necessária à compreensão de todas as pessoas é que somente Deus é Todo-poderoso, soberano e justo; portanto, o único que pode salvar: “E não há outro Deus senão eu, Deus justo e Salvador não há além de mim” (Is 45:21-43.11). Às vezes, o povo de Israel voltava-se para outras nações em busca de proteção e salvação; essa atitude, entretanto, invariavelmente falhava, ao passo que o Senhor ensinava que somente Ele era o Salvador (Dt 32:15-24; 1 Cr 16:34-36; Is 17:10).

    A promessa que Deus faz ao seu povo é que “quando clamarem ao Senhor, por causa dos opressores, ele lhes enviará um salvador e um defender, que os livrará” (Is 19:20-43.3; 45.15). Os homens e mulheres fiéis, mencionados no AT, todos conheceram a atividade salvadora e libertadora de Deus, tanto nas batalhas como no perdão dos pecados. O êxodo do Egito tornou-se o grande evento na história de Israel, que ofereceu às gerações futuras um memorial e uma ilustração da salvação e redenção operadas pelo Senhor. Deus redimiu seu povo do Egito porque o amava: “Mas porque o Senhor vos amava, e para guardar o juramento que fizera a vossos pais, o Senhor vos tirou com mão forte, e vos resgatou da casa da servidão, da mão de Faraó, rei do Egito” (Dt 7:8).

    Aquele acontecimento histórico proporcionou às gerações futuras uma evidência de que Deus tem o poder para salvar e libertar; essa verdade tornou-se a base em que podiam apelar para o Senhor salvá-los e livrá-los novamente em outras situações adversas (Êx 6:6; Dt 9:26; Sl 106:10). A libertação do Egito, porém, proporcionou também uma advertência, que mostra os acontecimentos no deserto para os que “esqueceram seu Deus”: “Pondo-os ele à morte, então o procuravam; voltavam, e de madrugada buscavam a Deus. Lembravam-se de que Deus era a sua rocha, de que o Deus Altíssimo era o seu Redentor” (Sl 78:34-35; veja também 1 Cr 10:1-12). O próprio Deus mostrou a sua obra salvadora, ao levá-los do Egito para Canaã, e esperava fidelidade e serviço do seu povo redimido (Dt 13:5-15.15; 24.18; Os 13:4).

    Assim como precisavam de uma redenção física e libertação, os israelitas necessitavam também de perdão dos pecados; nisto também o Senhor provou ser o Salvador e Redentor do seu povo. Louvavam o seu nome pelo seu perdão e sabiam que podiam submeter-se à justiça de Deus e que Ele os salvaria (Dt 21:8; Sl 31:5-34.22; 44.26; Is 54:5-59.20).

    Os profetas olhavam para o futuro, para o dia em que um Salvador e Redentor viria para o povo de Deus: “O Redentor virá a Sião e aos que se desviarem da transgressão em Jacó, diz o Senhor” (Is 59:20). Isaías olhava adiante, para o dia do advento do Messias, quando o povo o louvaria: “Graças te dou, ó Senhor. Ainda que te iraste contra mim, a tua ira se retirou, e tu me consolaste. Certamente Deus é a minha salvação; confiarei e não temerei. O Senhor Deus é a minha força e o meu cântico; ele se tornou a minha salvação. Vós com alegria tirareis águas das fontes da salvação” (Is 12:1-3; veja Jr 23:6; Zc 9:9).

    Jesus foi o cumprimento de tais promessas. Ele era o Deus Salvador que veio à Terra para salvar e redimir. Quando seu nascimento foi anunciado, sua atividade salvadora e redentora imediatamente dominou as palavras dos anjos, de Zacarias e de Maria. As profecias concernentes à salvação do povo de Deus, com o advento do rei da linhagem de Davi, são anexadas às promessas do perdão de pecados e salvação do juízo de Deus. Toda a “história da salvação”, como alguns a têm chamado, chega ao seu grande clímax com o advento daquele que seria chamado de “Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1:21; Lc 1:46-47, 68-75; 2.11, 30-32, 38; etc.).

    O Deus salvador é revelado plenamente em Jesus. Nele, e em ninguém mais, há salvação (Lc 3:6-19.9,10; At 4:12; Hb 2:10). De fato, os vocábulos “salvar” e “salvação” referem-se a toda a obra salvadora de Cristo, desde sua encarnação, morte e ressurreição, até sua glorificação. Sua obra salvadora é considerada como um acontecimento realizado em três tempos: passado (na cruz, quando os crentes foram “justificados”; Rm 5:1-8.24; Ef 2:8-2 Tm 1.9); presente (com a operação progressiva do Espírito Santo na vida do crente, no processo de santificação, 1 Co 1.18; 2 Co 2,15) e futuro (no dia do julgamento, quando os crentes serão salvos da justa ira de Deus e serão glorificados; Rm 5:9-10).

    A meditação sobre quem é o Senhor sempre tem levado à doxologia; assim, Judas 25 expressa o louvor a Deus como Salvador, por meio de Jesus Cristo: “Ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

    O Deus Pai

    Conforme já vimos, Deus é bom e é amor; portanto, é também “Pai”. Ele é a fonte de todas as coisas e, nesse sentido, é Pai. É o Pai da criação de Israel — o povo da sua aliança e dos cristãos. Acima de tudo, ele é o Pai de seu único Filho Jesus Cristo. Numa época em que muitas vezes se pergunta se o Senhor realmente deveria ser chamado de “Pai”, pois isso pode parecer uma postura “machista”, é importante notar novamente que Deus é Espírito. Portanto, é totalmente errado descrevê-lo como masculino ou feminino. De fato, lemos sobre o Pai como o Deus “que te gerou” (Dt 32:18) — o que dificilmente seria considerada como uma ação masculina! A paternidade humana deriva de Deus e não vice-versa. Chamar Deus de “Pai” sem dúvida é correto do ponto de vista bíblico e, devidamente entendido, tem muito a dizer para corrigir os muitos abusos que são presenciados atualmente, cometidos pelos pais humanos.

    Primeiro, Deus é ocasionalmente referido, num sentido genérico, como Pai de todas as pessoas, pois elas são geradas por Ele (Ml 2:10; At 17:28-29; Hb 12:9). Segundo, a paternidade de Deus sobre Israel é mencionada ou subentendida. Como Pai, o Senhor tem o direito de ser obedecido. Deuteronômio 3:2-6 dá alguma indicação desse relacionamento: “Corromperam-se conta ele; já não são seus filhos, e isso é a sua mancha, geração perversa e depravada é. É assim que recompensas ao Senhor, povo louco e ignorante? Não é ele teu Pai, que te adquiriu, que te fez e te estabeleceu?” É o relacionamento pactual com seu povo que está especialmente em destaque aqui. O Senhor toma (cria) Israel, ao fazer dele o seu povo peculiar e ao adotá-lo amorosamente como pai, na esperança de receber de volta amor e obediência (Ml 1:6). Deus adverte Israel de que será rejeitado, se porventura desprezar seu Pai (v. 18). Assim, Israel é o seu “filho primogênito” e, se obedecer, receberá a proteção do Senhor. Por exemplo, Deus exige de Faraó: “Israel é meu filho, meu primogênito. Deixa ir o meu filho” (Êx 4:22-23; Os 11:1).

    O fato de Deus apresentar-se como Pai de Israel significa que tem o direito de esperar em resposta uma sincera comunhão com o filho. Lamentavelmente, na maior parte do tempo, encontrou um povo rebelde. Deus diz em Isaías 1:2: “Criei filhos, e os engrandeci, mas eles estão revoltados contra mim”. Tanto este profeta como Jeremias, entretanto, olham para o futuro, para um tempo em que o Senhor será o Pai de um filho que corresponde. Deus então mostrará a Israel seu cuidado e seu amor: “Guiá-los-ei aos ribeiros de águas, por caminho reto em que não tropeçarão, porque sou um pai para Israel, e Efraim é o meu primogênito” (Jr 31:9). Um filho humilde admitirá que o Pai tem direitos: “Mas agora, ó Senhor, tu és o nosso Pai. Nós somos o barro, tu és o nosso oleiro; somos todos obra das tuas mãos. Não te enfureças tanto, ó Senhor, nem perpetuamente te lembres da iniqüidade. Olha, nós te pedimos, todos nós somos o teu povo” (Is 64:8-9; veja também 45.10,11; 63.16). Como Pai e Deus da Aliança, quando seu filho chamar, ele responderá: “Ele me invocará, dizendo: Tu és meu pai, meu Deus, a rocha da minha salvação... O meu amor lhe manterei para sempre, e a minha aliança lhe será firme” (Sl 89:26-28).

    Deus também é o Pai do rei de Israel, de uma maneira especial, pois ele representa o povo. A aliança que o Senhor fez com o rei Davi estabeleceu que Deus seria o “Pai” dos descendentes dele: “Eu serei seu Pai e ele será meu filho”. O salmista destaca esse tema. Por exemplo, o Salmo 2:7 diz: “Proclamarei o decreto do Senhor: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei” (veja também Sl 89:26-27). Posteriormente, essas passagens sobre o filho assumiram um significado messiânico, quando as pessoas olhavam para o futuro, para o advento do rei ungido da linhagem de Davi. De fato, mais tarde foram aplicadas a Jesus Cristo (At 13:33; Hb 1:5).

    Deus é “Pai” unicamente de Jesus, o qual é descrito como “o Filho unigênito de Deus” (veja Jesus). Esta filiação está relacionada ao seu nascimento virginal (Lc 1:35), mas essa não é a única origem. O Pai anuncia claramente a condição de Jesus, em seu batismo: “Então ouviu-se esta voz dos céus: Tu és o meu Filho amado em quem me comprazo” (Mc 1:11). Isso, porém, serviu apenas para confirmar publicamente o que já era verdade. De fato, o NT indica uma comunhão permanente entre o Deus Pai, como “pai”; e o Deus Filho, como “filho”. Esse relacionamento eterno é indicado em João 1:18: “Ninguém nunca viu a Deus, mas o Deus unigênito, que está ao lado do Pai, é quem o revelou”. Em João 17 Jesus dirige-se a Deus como “Pai” e olha para o futuro, quando receberá novamente “a glória que me deste, porque me amaste antes da criação do mundo” (vv. 24,25; 1 Jo 4:9).

    O acesso a Deus como “Pai” só é possível por meio de Cristo: “Ninguém vem ao Pai, senão por mim”, disse Jesus (Jo 14:6). Isso também aponta o caminho para a filiação a Deus para todos os cristãos.

    Deus como Pai de todos os cristãos é o complemento de sua paternidade a ser mencionada aqui. O Senhor é o Pai de todo o que tem fé em Cristo. Parte da plenitude da salvação, aplicada aos crentes pelo Espírito Santo, é a condição de “adoção” de filhos (Rm 8:23; Ef 1:5), mediante a qual podem utilizar o nome mais pessoal de “Aba” (Papai), ao dirigir-se a Deus (Rm 8:14-17; Gl 4:6). É importante notar que em ambos os textos a “filiação” também está intimamente ligada à herança. Assim como Jesus, o Filho, é herdeiro da glória de Deus, Paulo diz que os filhos adotados são “co-herdeiros de Cristo, se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados” (Rm 8:17). É possível para todo o que crê em Cristo conhecer o Pai (Gl 3:26), pois Jesus lhes revela (Jo 14:6-9). Cristo mostrou o Pai ao mundo: “Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo. Antes, é o Pai que está em mim quem faz as obras” (v.10).

    Novamente, a única resposta apropriada por parte do cristão, diante da ideia de ser feito filho de Deus, é o louvor: “Vede quão grande amor nos concedeu o Pai, que fôssemos chamados filhos de Deus. E somos mesmo seus filhos! O mundo não nos conhece porque não o conheceu. Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque assim como é, o veremos” (1Jo 3:1-2).

    Os nomes de Deus

    Enquanto nas modernas culturas ocidentais o nome realmente só é usado para distinguir uma pessoa de outra, os registrados na Bíblia são utilizados para representar totalmente a pessoa ou indicar aspectos de seu caráter ou de seu objetivo na vida (veja seção Os nomes e seus significados na 1ntrodução). Em nenhum outro lugar isso pode ser visto mais claramente do que na expressão “nome do Senhor”, que ocorre aproximadamente 100 vezes nas Escrituras. É uma frase que sintetiza o que nunca pode ser totalmente resumido — ou seja, o próprio Deus.
    O Nome. Quando Gênesis 4:26 diz: “Foi nesse tempo que os homens começaram a invocar o nome do Senhor”, não quer dizer simplesmente que as pessoas aprenderam a usar o nome “Senhor”. O texto indica que elas começaram a adorar ao Senhor por tudo o que Ele é. Quando a Lei diz: “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão, pois o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão” (Êx 20:7), claramente tem em mente mais do que as ocasionais expressões irreverentes (embora, é claro, sua proibição esteja incluída no mandamento). A lei afirma que o próprio Senhor não deve ser considerado com desdém. Não pode ser tratado da mesma maneira que os ídolos pagãos, mencionados no mandamento anterior. Jamais deve ser invocado como um poder mágico ou ser referido numa adoração que não é centralizada exclusivamente nele.

    Assim, uma referência ao “Nome” do Senhor leva consigo uma indicação da própria natureza de Deus. Em Êxodo 23:20, o “Nome” de Deus está presente no anjo enviado para liderar o povo de Israel. Também é correto concluir que tal ser trata-se de uma “teofania”, por meio da qual o Senhor de alguma maneira era experimentado ou visto na presença do anjo (veja Teofanias).

    Quando a Bíblia fala em “invocar” o nome de Deus, geralmente é num contexto de exortação para se adorar ao Senhor totalmente, em toda a vida e vê-lo como o Deus soberano e transcendente que é: pessoal, amoroso e fiel, que está presente em todas as áreas de seu domínio (2Rs 5:11; Sl 17:7; Jl 2:32; Sf 3:9).

    Fazer alguma coisa no “nome do Senhor” é realizar algo no lugar do próprio Deus ou fazer com todo o endosso de sua presença e em obediência à sua ordem. Dessa maneira, os sacerdotes e levitas ministravam “no nome do Senhor” e os profetas falavam “no nome do Senhor”; não que eles alegassem ser Deus, mas isso significava que falavam e operavam com sua total autoridade e poder por trás deles. Até o mesmo o rei Davi lutou “em nome do Senhor” (Dt 18:17-22; 21.5; 1 Sm 17.45; 1 Rs 18.24; etc.). Quando os israelitas desejavam afirmar a presença de Deus com a Arca da Aliança, faziam isso mediante a invocação do “Nome do Senhor dos Exércitos” (2Sm 6:2). Salomão falava em construir um Templo “ao nome do Senhor” (1Rs 8:20). Dessa maneira, o nome é um meio de descrever a plenitude, a transcendência e a presença do próprio Deus.

    É interessante notar que no NT o “nome” pertence a Jesus, para lembrar os textos do AT que se referiam a tudo o que Deus é. Se o nome é de Deus e Jesus é chamado pelo “nome”, então tudo o que pertence a Deus está em Jesus e tudo o que Deus é, Cristo também é (compare Joel 2:32 com Atos 2:21; Romanos 10:13). Assim como a autoridade e o poder de Deus são vistos em seu “nome”, o mesmo acontece com Jesus. É “no nome de Jesus” que as pessoas são desafiadas ao arrependimento, batismo e a receber perdão. A fé precisa ser “no nome de Jesus” (At 2:38-3.16; 9.21). É “no nome de Jesus” que os apóstolos curavam e a Igreja orava (At 3:6; Tg 5:14).

    Em adição a essa maneira abrangente de referir-se à plenitude de Deus, vários nomes específicos são atribuídos ao Senhor na Bíblia e nos ajudam a entendê-lo melhor. Diferentemente de todos os “nomes”, eles enfatizam aspectos da natureza e do caráter de Deus, a fim de afirmar e enriquecer o que já foi mencionado anteriormente.
    El, Elohim. Um nome comum usado para o Senhor e geralmente traduzido como “Deus” (Elohim é a forma plural). A raiz deste vocábulo provavelmente significa “poder”. Este termo era utilizado em outras culturas e religiões para descrever uma grande divindade. Na Bíblia, porém, o nome é aplicado ao único Deus — “El Elohe Israel”, [Deus, o Deus de Israel] (Gn 33:20). Nas Escrituras, Ele é o “Deus do céu e da terra” (Gn 24:3); “o Deus de Abraão, Isaque e Jacó”; o “Deus dos hebreus” (Êx 3:18); o “Deus dos deuses”; “Deus da verdade” (Sl 31:5) e, é claro, “Deus da glória” (Sl 29:3).

    A forma plural às vezes refere-se a outros deuses, mas também é usada na Bíblia para o único Deus, embora o termo esteja no plural. A forma plural indica a plenitude do Senhor. Ele é totalmente distinto das pessoas criadas, em seu ser (Nm 23:19).

    O vocábulo “El” também aparece em formas como “El Shaddai” (Deus Todo-poderoso”; Gn 17:1; Êx 6:3. Para mais detalhes, veja a seção “O Deus de Abraão”, no artigo sobre Abraão); “El Elyom” (Deus Altíssimo; Dt 32:8; Dn 7:18-22; etc.); “El Betel” (Deus de Betel; Gn 35:7); e “El Olam” (Deus Eterno; Gn 21:33; veja também Sl 90:2).
    Yahweh (o Senhor). O vocábulo Yahweh, que geralmente é traduzido como “Senhor”, em nossas versões da Bíblia em Português, tem sido corretamente chamado de “o nome da aliança de Deus”. Foi por este título que o Deus de Abraão, Isaque e Jacó escolheu revelar-se a Moisés (Êx 6:3). Sem dúvida, os seguidores fiéis do Senhor já o conheciam por este nome antes da revelação da sarça ardente, mas com Moisés há mais revelações da fidelidade de Yahweh à aliança e de sua comunhão íntima com seu povo. O nome em si é derivado do verbo hebraico “ser”. Moisés imaginou pessoas que lhe perguntariam pelo nome do Deus que lhe apareceu, quando voltasse para seu povo. O Senhor lhe respondeu: “EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós” (Êx 3:14; veja
    v. 15). Yahweh, portanto, significa algo como “Ele é” ou talvez “Ele traz à existência”.

    Como o nome revelado de Deus, o título “Yahweh” trazia uma declaração da existência contínua do Senhor e sua presença permanente com seu povo. Foi Ele quem se apresentou a Moisés e ao povo de Israel através das gerações como o Deus da aliança, o que sempre seria fiel às suas promessas em favor de seu povo. Foi sob este nome que o povo da aliança adorou a Deus. No NT, os cristãos entenderam que o Senhor da aliança era Jesus Cristo e, assim, ideias e atributos do AT que pertenciam a Yahweh foram trazidos e aplicados a Jesus. Para uma discussão mais detalhada do grande significado deste nome, veja Senhor.
    Adonai (Senhor). Com o significado de “Senhor” ou “Mestre”, este termo é aplicado a seres humanos em posição de autoridade. Quando relacionado a Deus, entretanto, geralmente é usado junto com o nome Yahweh. Isso apresenta algumas dificuldades na tradução. Não é fácil ler a frase “O senhor senhor”! Assim, geralmente traduz-se como “Senhor Deus” (2Sm 7:28; Is 28:16-56.8; etc.).
    Rocha. A fidelidade, a confiabilidade e a graça salvadora do Deus da aliança são ocasionalmente descritas por meio do epíteto “Rocha” (Dt 32:4-15, 18; 2 Sm 22.3, 47; Sl 62:7; Hc 1:12; etc.).
    Outros nomes. Embora algumas vezes sejam tomados como nomes, muitos outros termos aplicados a Deus são adjetivos. São usados para descrever o Senhor, atribuir louvor ao seu nome e diferenciá-lo dos deuses pagãos. Juízes 6:24 diz que “o Senhor é paz”. Outros textos falam sobre Deus como “o Santo” ou “o Santo de Israel”, a fim de estabelecer um elo no AT entre a sua santidade e a necessidade de que o seu povo seja santo (6:10; Pv 9:10; Is 12:6). Deus também é conhecido como o “Rei” (veja Rei), o “Senhor Todo-poderoso”, “o Senhor é minha Bandeira”, entre outros.
    Jeová. Este termo é pouco citado nas modernas versões da Bíblia. Deve, contudo, ser mencionado aqui como um nome que ainda sobrevive em algumas traduções. É suficiente dizer que, em hebraico, o termo YHWH aparece e, na maioria das vezes, é traduzido como SENHOR, em nossas versões, ou colocam-se vogais e assim lê-se Yahweh (o que alguns colaboradores deste volume têm feito). Jeová deriva de uma leitura equivocada de Yahweh. O pano de fundo do problema com o nome “Jeová” é explicado no verbete Senhor.


    A Trindade

    O cristianismo tradicionalmente argumenta que muitas evidências bíblicas revelam Deus em três pessoas distintas. Para alguns, tal definição do Senhor tem causado sérios problemas. A história da Igreja é permeada pelo surgimento de seitas que não reconheciam Jesus Cristo como Deus ou que se recusavam a aceitar a visão trinitária do Senhor; outras não viam um dos componentes da Trindade como totalmente Deus, ou negavam que houvesse distinções entre as três pessoas. Outros grupos estão totalmente fora do ensino bíblico e entram efetivamente no mundo do triteísmo, uma noção negada explicitamente na Bíblia, como, por exemplo, na oração da “Shema” (Dt 6:4). Embora o termo “trindade” não seja mencionado nas Escrituras, os cristãos sempre creram que somente ele pode fazer justiça à revelação bíblica da “plenitude” de Deus. Começando com o AT, os cristãos apontam indicações que pressagiam um ensino mais detalhado no NT. Muitas passagens conduzem para a pluralidade relacionada com o que é o “único Deus”. Muitos textos sugerem uma identificação do Messias que virá com o próprio Deus. Ele será chamado de Deus Poderoso, governará em completa soberania e será eterno — atributos divinos (Is 9:6-7; Sl 2; etc.). Mas indicações também estão presentes na compreensão da própria criação, no AT. Embora algumas pessoas neguem seu significado, é interessante notar que o Senhor refere-se a si mesmo com o termo plural “elohim” em certas passagens. Em Gênesis 1, é Deus quem cria, por meio de sua Palavra e pelo seu Espírito (Gn 1:1-3). Às vezes essa referência no plural parece ainda mais notável, feita de forma explícita com o uso de verbos e pronomes nas pessoas do plural; por exemplo, “Então disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem...” (Gn 1:26-3.22; 11.7; Is 6:8). Existe também uma personalização da “Palavra de Deus” que criou os céus (Sl 33:6). Algo semelhante ocorre em Provérbios 8, onde a sabedoria do Senhor é personalizada como o próprio Deus que opera no mundo, concede vida e envolve-se com a própria criação (principalmente Pv 8:12-21).

    Alguns sugerem que “o anjo do Senhor” também deve ser identificado com Deus e ainda assim é distinto dele (Êx 3:2-6; veja também Anjo do Senhor). Em Isaías 63:1014, o Espírito Santo é identificado como Agente de Deus. Esse tipo de evidência espera por sua interpretação mais completa no NT (veja também Teofanias).

    No NT, aspectos da doutrina da Trindade surgem primeiro quando os discípulos e seguidores de Jesus reconhecem as obras e as palavras de Deus nas atitudes de Jesus. Realmente, o problema dos líderes religiosos daquela época foi justamente que algumas das coisas que Cristo fazia e dizia só seriam feitas e ditas por Deus; portanto, eles alegavam que Jesus blasfemava, ao tentar passar por Deus. Por exemplo, Cristo perdoou os pecados do paralítico, algo que os escribas acreditavam que somente Deus era capaz de fazer; portanto, era uma blasfêmia. Jesus então demonstrou sua autoridade divina, ao curar o homem completamente (Mt 9:2-6). João 8 é especialmente esclarecedor sobre essa questão e traz uma série de declarações feitas por Jesus. Sua alegação de pertencer a Deus e ser enviado por Ele (vv. 14, 23), de partir para um lugar desconhecido dos líderes religiosos (v. 14), intimamente combinada com o uso da expressão “Eu Sou” e sua declaração de ter existido antes de Abraão (vv. 24, 28, 58, etc.), tudo isso ocasionou uma acusação de blasfêmia e a tentativa de apedrejamento — a punição para aquela transgressão (v. 59). Jesus aceitou a confissão de Pedro de que Ele era o Cristo (Mc 8:29-30) e alegou ter “todo” poder e autoridade antes de fazer uma das principais declarações trinitárias da Bíblia: “Ide... batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28:18).

    Em todo o NT, ambos, o Espírito Santo e Jesus, são apresentados como seres divinos. João 1:1-14 fala de Cristo como preexistente. Romanos 9:5 geralmente é destacado por alguns teólogos, mas provavelmente a leitura deveria ser essa: “Cristo, que é Deus sobre todos, seja louvado...” (veja também Cl 2:9; Hb 1:9-10; etc.). O Espírito Santo também é visto como Deus (veja At 5:3-4; Jo 15:26; Mc 3:29-2 Co 3.17; etc.).

    São também interessantes as passagens do NT onde os escritores apostólicos aplicam a Jesus o nome de Yahweh do AT (Senhor). Veja, por exemplo, Romanos 1:0-13, onde a confissão da fé em Cristo é provada como confissão de fé em Deus, por uma referência que aponta para o AT e menciona Yahweh. Vários textos merecem um exame cuidadoso, pois trazem o entendimento do AT sobre Yahweh ou aplicam declarações concernentes a Yahweh, no AT, e a Jesus, no NT. Por exemplo, veja João 1:2-41 (cf. Is 6:10); Atos 2:34-36; I Coríntios 1:30-31; 12.3; Filipenses 2:9-11 (cf. Is 45:23), etc.

    Em muitas passagens bíblicas, a ideia do Deus trino é no mínimo implícita nos textos do NT, se não explícita. O batismo de Jesus envolveu o Filho, o Pai e o Espírito Santo (Mt 3:13-17). O mencionado em Mateus 28:19 é em nome das três pessoas da Trindade. Jesus referiu-se ao Espírito Santo como “outro Consolador”. Assim como o Pai enviou Cristo, Ele mandaria o Espírito Santo (Jo 14:15-23). Veja também a obra do Pai, do Filho e do Espírito Santo na vida do crente (Ef 3:14-19).

    As Escrituras revelam uma figura de Deus em três pessoas e a isso nós chamamos de “Trindade”. O Pai não é maior do que o Filho e ambos são distintos do Espírito Santo, embora exista um ensino claro tanto no AT como no NT de que Deus é único. Existem três pessoas, mas apenas um Senhor. Tal ensino, quando apresentado em conjunto, implica um modo de existência longe do que nossa mente humana possa entender. É por esta razão que todas as analogias humanas invariavelmente fracassam quando se trata de explicar o que significa a Trindade.

    Os cristãos estão convencidos de que negar essa doutrina é renunciar à clara evidência bíblica sobre o próprio Deus. Um escritor resumiu o ensino bíblico dessa maneira: “A doutrina da Trindade não explica plenamente o misterioso caráter de Deus. Pelo contrário, estabelece as fronteiras, fora das quais não devemos andar... Isso exige que sejamos fiéis à revelação bíblica que em um sentido Deus é um e num sentido diferente ele é três” (R. C. Sproul).

    Conclusão

    O Deus da Bíblia é revelado como Eterno, Majestoso, Transcendente, Onipotente e Onisciente. Também é descrito como o Criador de todo o Universo e das pessoas e, neste contexto, revela a si mesmo em sua Palavra como um Deus pessoal, amoroso e soberano, um Deus justo, verdadeiro e íntegro. Deus é revelado como o Pai, o Filho e o Espírito Santo. É o Deus presente com seu povo (Emanuel, Deus conosco) e atuante em toda a criação, embora de modo algum seja absorvido por ela, como certas religiões orientais ensinam. Embora seja um Deus santo, separado e distinto da criação e das criaturas, não permite que o mundo se perca totalmente em seu pecado, sem nenhuma esperança de redenção; pelo contrário, revela a si mesmo como um Deus de amor que salva e redime todo aquele que o busca. Sua graça salvadora é vista claramente em sua vinda aqui na Terra: Jesus, o Filho de Deus, veio para ser o Salvador e Redentor da humanidade. Esta dádiva é experimentada por meio de sua Palavra (a Bíblia) e da presença do Espírito Santo no coração e na vida daqueles que crêem nele. Quanto mais a Bíblia é lida, fica mais claro que todo o seu povo é exortado repetidamente a cantar louvores ao Deus Todo-poderoso que, embora seja transcendente, está presente, a fim de sustentar, cuidar e salvar. “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos jubilosos e imaculados diante da sua glória, ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

    P.D.G.


    Deus [hebr. El, Elah, Eloah, Elohim; gr. theós]

    O nome mais geral da Divindade (Gn 1:1; Jo 1:1). Deus é o Ser Supremo, único, infinito, criador e sustentador do universo. É espírito pessoal e subsiste em três pessoas ou distinções: Pai, Filho e Espírito Santo (v. TRINDADE). É santo, justo, amoroso e perdoador dos que se arrependem. O ateu diz que Deus não existe; o agnóstico diz que não podemos saber se Deus existe ou não; o crente sabe que Deus existe e afirma: “... nele vivemos, nos movemos e existimos” (At 17:28).

    ==========================

    NOMES DE DEUS

    Nas Escrituras Sagradas Deus é chamado por vários nomes e cognomes (títulos), que seguem alistados na ordem decrescente do número de ocorrências:


    1) SENHOR (hebr. JAVÉ, ???? - Gn 2:4);


    2) DEUS (Gn 1:1);


    3) SENHOR DOS EXÉRCITOS (Jr 33:11);


    4) Pai (Is 63:16; Mt 6:8-9);


    5) SENHOR (propriamente dito - Sl 114:7);


    6) SANTO de ISRAEL (Is 1:4);


    7) ALTÍSSIMO (Gn 14:18);


    8) Todo-poderoso (Gn 49:25; 2Co 6:18);


    9) Deus Vivo (Os 1:10; 1Ts 1:9);


    10) Rei (Sl 24; 1Tm 6:15);


    11) Rocha (Dt 32:18; Is 30:29);


    12) REDENTOR (19:25);


    13) SALVADOR (Sl 106:21; Lc 1:47);


    14) Juiz (Gn 18:25; 2Tm 4:8);


    15) O Poderoso (Gn 49:24, RA; RC, Valente);


    16) O PRIMEIRO E O ÚLTIMO (Ap 22:13);


    17) ETERNO DEUS (Is 40:28);


    18) Pastor (Gn 49:24);


    19) ANCIÃO DE DIAS (Dn 7:9);


    20) O Deus de BETEL (Gn 31:13);


    21) O Deus Que Vê (Gn 16:13).


    Deus O judaísmo apresentava uma visão estritamente monoteísta da divindade. As afirmações a respeito que aparecem no Antigo Testamento não podem ser mais explícitas. Antes e depois dele não houve nem haverá outros deuses (Is 43:10-11). Tudo criou sem ajuda nem presença de ninguém (Is 44:24; 45,12). É o primeiro e o último (Is 44:6), clemente e misericordioso (Sl 111:4), o que cuida dos oprimidos (Sl 113:7), o que cura todas as dores e perdoa todas as iniqüidades (Sl 103:3).

    Foi ele quem entregou a Torá a Moisés no Sinai (Êx 19:20) e que estabeleceu uma Aliança Eterna com Israel como povo seu. Ele que falou através dos profetas, ele que não pode ser representado por nenhum tipo de imagem, desenho ou pintura (Ex 20:4ss.) etc.

    Deste Deus se esperava que enviaria seu messias e que no final dos tempos ressuscitaria os justos e injustos, proporcionando recompensa eterna aos primeiros e castigo vergonhoso e consciente aos segundos (Dn 12:2).

    Nos evangelhos encontramos uma aceitação de todas essas afirmações. Deus é único (Mc 12:29ss.), é o Deus dos patriarcas (Mt 22:32), é o único que pode receber culto e serviço (Mt 6:24; Lc 4:8). Para ele tudo é possível (Mt 19:26; Lc 1:37). Ainda que faça brilhar o sol sobre justos e injustos (Mt 5:45), só é Pai daqueles que recebem Jesus (Jo 1:12). Essa relação de paternidade entre Deus e os seguidores de Jesus explica por que ele é tratado como Pai (Mt 11:25ss.; Mc 14:36; Lc 23:34.46; Jo 11:41; 17, 1.5.11). A ele se deve dirigir no oculto do coração e sem usar contínuas repetições como os pagãos (Mt 6:4.
    18) e nele se deve confiar sem sombra de dúvida (Mt 6:26-32; 10,29-31; Lc 15). E podemos então chegar a conhecê-lo porque se nos revelou em Jesus (Jo 1:18).

    Esse monoteísmo com o qual Deus é contemplado no Novo Testamento encontra-se, não obstante, selecionado através da fé na Trindade, que afirma uma pluralidade de pessoas no âmago da única divindade. Existem precedentes da crença na divindade do messias no judaísmo, assim como da atuação de Deus em várias pessoas. De fato, o judeu-cristianismo posterior — tal como registra o Talmude — apenas se referiu a elas para defender sua essência judaica. Assim, no Antigo Testamento, atribui-se ao Messias o título divino de El-Guibor (Is 9:5-6); Deus se expressa em termos plurais (Gn 1:26-27; Is 6:8); o malak YHVH ou o anjo de YHVH não é senão o próprio YHVH (Jz 13:20-22) etc, expressões que foram interpretadas como sinais da revelação da Trindade.

    Nos evangelhos encontramos de fato afirmações nesse sentido que não podem ser consideradas equívocas. Por exemplo: Jesus é denominado Deus (Jo 1:1; 20-28 etc.); afirma-se que o Filho de Deus é igual a Deus (Jo 5:18); ressalta-se que era adorado pelos primeiros cristãos (Mt 28:19-20 etc.), recebe a designação de “Verbo”, termo procedente dos targuns aramaicos para referir-se ao próprio YHVH (Jo 1:1) etc.

    Tem-se discutido se todos esses enfoques procedem realmente do próprio Jesus ou se, ao contrário, devem ser atribuídos à comunidade primitiva. Também se questiona o seu caráter judaico.

    Atualmente, sabemos que esses pontos de vista não se originaram do helenismo, mas do judaísmo contemporâneo de Jesus (m. Hengel, A. Segal, C. Vidal Manzanares etc.). A característica que difere o cristianismo das outras doutrinas é afirmar essa hipóstase do Deus único, encarnado em Jesus. A este também retrocede todas as interpretações sobre sua pessoa. Para essa interpretação, defendem-se passagens de indiscutível autenticidade histórica, como a de Lc 10:21-22, assim como as de auto-identificação que Jesus atribui a si, como a Jokmah hipostática dos Provérbios (Lc 7:35; 11,49-51) e como o “Kyrios” (Senhor) do Antigo Testamento (Lc 12:35-38; 12,43ss.). Essas passagens de fato fazem parte da fonte Q, o que indica sua antigüidade.

    m. Hengel, El Hijo de Dios, Salamanca 1978; A. Segal, Paul, The Convert, New Haven e Londres 1990; m. Gilbert - J. N. Aletti, La Sabiduría y Jesucristo, Estella; C. Vidal Manzanares, El primer Evangelio...; Idem, El judeo-cristianismo palestino...


    substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
    Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
    Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
    Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
    Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
    Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
    Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
    Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

    Era

    Era Período longo de tempo que começa com uma nova ordem de coisas (Lc 20:35, RA).

    substantivo feminino Época fixa a partir da qual se começam a contar os anos.
    Figurado Época notável em que se estabelece uma nova ordem de coisas: a era romântica; a era espacial.
    Período histórico que se sobressai por suas características próprias, por situações e acontecimentos importantes.
    Qualquer intervalo ou período de tempo; século, ano, época.
    expressão Era Cristã. Tempo que se inicia a partir do nascimento de Jesus Cristo.
    Era Geológica. Cada uma das cinco grandes divisões da história da Terra.
    Etimologia (origem da palavra era). Do latim aera.

    outro

    Eram

    3ª pess. pl. pret. imperf. ind. de ser

    ser |ê| |ê| -
    (latim sedeo, -ere, estar sentado)
    verbo copulativo

    1. Serve para ligar o sujeito ao predicado, por vezes sem significado pleno ou preciso (ex.: o dicionário é útil).

    2. Corresponder a determinada identificação ou qualificação (ex.: ele era muito alto; ela é diplomata).

    3. Consistir em.

    4. Apresentar como qualidade ou característica habitual (ex.: ele é de manias; ela não é de fazer essas coisas).

    5. Estar, ficar, tornar-se.

    6. Exprime a realidade.

    7. Acontecer, ocorrer, suceder.

    8. Equivaler a determinado valor, custo ou preço (ex.: este relógio é 60€).

    verbo transitivo

    9. Pertencer a (ex.: o carro é do pai dele).

    10. Ter como proveniência (ex.: o tapete é de Marrocos).

    11. Preferir ou defender (ex.: eu sou pela abolição da pena de morte).

    verbo intransitivo

    12. Exprime a existência.

    13. Acontecer, suceder (ex.: não sei o que seria, se vocês se fossem embora).

    14. Indica o momento, o dia, a estação, o ano, a época (ex.: já é noite; são 18h00).

    verbo auxiliar

    15. Usa-se seguido do particípio passado, para formar a voz passiva (ex.: foram ultrapassados, tinha sido comido, fora pensado, será espalhado, seríamos enganados).

    nome masculino

    16. Aquilo que é, que existe. = ENTE

    17. O ente humano.

    18. Existência, vida.

    19. O organismo, a pessoa física e moral.

    20. Forma, figura.


    a não ser que
    Seguido de conjuntivo, introduz a condição para que algo se verifique (ex.: o atleta não pretende mudar de clube, a não ser que a proposta seja mesmo muito boa).

    não poder deixar de ser
    Ser necessário; ter forçosamente de ser.

    não poder ser
    Não ser possível.

    não ser para graças
    Não gostar de brincadeiras; ser valente.

    o Ser dos Seres
    Deus.

    qual é
    [Brasil, Informal] Expresão usada para se dirigir a alguém, geralmente como provocação (ex.: qual é, vai sair da frente ou não?).

    ser alguém
    Ser pessoa importante e de valia.

    ser com
    Proteger.

    ser dado a
    Ter inclinação para.

    ser da gema
    Ser genuíno.

    ser de crer
    Ser crível; merecer fé.

    ser humano
    O homem. = HUMANO

    ser pensante
    O homem.


    Erã

    Um dos netos de Efraim e filho de Sutela. Tornou-se líder do clã dos eranitas.


    Escritura

    Lê-se esta palavra uma vez somente no A.T. (Dn 10:21). No N.T. usa-se o plural, geralmente referindo-se aos escritos do A.T. (Mt 21:42Mc 12:24Jo 5:39At 17:11, etc.) – o singular é usualmente empregado, tratando-se no contexto de uma passagem particular (Mc 12:10Jo 7:38, etc.)(*veja Cânon das Santas Escrituras, Novo Testamento, Apócrifos (Livros), e Antigo Testamento.)

    [...] A Escritura é um laço que liga sempre o passado, o presente e o futuro, quanto ao ensino progressivo e gradual da verdade, sempre relativa aos tempos e as necessidades de cada época e dada sempre na medida do que o homem pode suportar e compreender, debaixo do véu que a cobre e que se vai rasgando à proporção que o Espírito se eleva.
    Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 4


    Escritura
    1) ESCRITA (Ex 32:16).


    2) Documento de registro de um contrato (Jr 32:10, RA).


    3) Aquilo que está escrito (Dn 5:8).


    4) Parte do texto inspirado (Mc 12:10).


    escritura s. f. 1. Caligrafia. 2. Documento autêntico, feito por oficial público, especialmente título de propriedade imóvel. S. f. pl. Conjunto dos livros do Antigo e do Novo Testamento.

    Escritura Nos evangelhos, com essa expressão fa-Zse referência tanto a algumas passagens do Antigo Testamento, segundo o cânon judaico (Mt 21:42; 22,29; Mc 12:10; Lc 4:21; Jo 2:22), como ao Antigo Testamento em sua totalidade (Mt 26:54; Lc 24:32.45; Jo 5:39). A mesma expressão alude também às profecias relacionadas com o messias e cumpridas em Jesus (Lc 16:16; 24,25ss.). É este que proporciona o cumprimento e interpretação profundos da Escritura (Mt 5:18; Jo 10:35).

    Obra

    substantivo feminino O resultado da ação, ou do trabalho.
    Edifício em construção.
    [Popular] Excremento humano.
    substantivo feminino plural Ações, atos humanos.
    Reparos de certo vulto, em prédio, pontes, viadutos, estradas etc.

    ESPÍRITA ver LIVRO ESPÍRITA, OBRA DE JESUS e EVANGELHO
    Referencia:


    Obra
    1) Feito realizado por Deus ou por uma pessoa; trabalho (Gn 2:2; Ex 20:9; Mt 5:16).


    2) Trabalho de ARTÍFICE (Ex 27:16).


    Tabuas

    tábua | s. f. | s. f. pl.
    Será que queria dizer tábuas?

    tá·bu·a
    (latim tabula, -ae, tábua, mesa)
    nome feminino

    1. Peça de madeira serrada ao comprido, de largura variável e pouco grossa; prancha.

    2. Peça de mármore plana e lisa.

    3. Superfície sobre que assenta a pintura em madeira.

    4. Mesa, geralmente para jogo ou refeições. = TÁBULA

    5. Mapa; quadro.

    6. Índice; tabela.

    7. Nomenclatura disposta e distribuída de modo a ser facilmente compreendida.

    8. [Anatomia] Lâmina interna e externa dos ossos do crânio.

    9. [Veterinária] Cada um dos lados do pescoço do cavalo.

    10. [Brasil, Informal] Acto para enganar alguém. = ARDIL, LOGRO, TRAPAÇA

    11. [Brasil, Informal] Recusa feita a um pedido para dançar.


    tábuas
    nome feminino plural

    12. Documento registado em pedra, madeira ou material afim.

    13. [Tauromaquia] Muro ou barreira que circunda a arena da praça de touros. = TRINCHEIRA


    fazer tábua rasa
    Começar como se não houvesse ideias ou conhecimentos anteriores.

    Ignorar ou desprezar (ex.: fez tábua rasa dos conselhos dos mais velhos).

    tábua de salvação
    Meio de se livrar de um embaraço ou de situação difícil. = ESCAPATÓRIA

    tábua esperta
    A que foi endireitada.

    tábua rasa
    Superfície pronta para receber escrita, desenho, pintura, etc.

    Mente vazia, sem ideias ou conhecimentos.

    tábuas de resbordo
    [Náutica] As que formam o princípio do costado do navio e encaixam nos entalhes da quilha.

    tábuas loxodrómicas
    [Náutica] As que resolvem facilmente os problemas de navegação.

    Confrontar: tabua.

    Tábuas

    tábua | s. f. | s. f. pl.
    Será que queria dizer tábuas?

    tá·bu·a
    (latim tabula, -ae, tábua, mesa)
    nome feminino

    1. Peça de madeira serrada ao comprido, de largura variável e pouco grossa; prancha.

    2. Peça de mármore plana e lisa.

    3. Superfície sobre que assenta a pintura em madeira.

    4. Mesa, geralmente para jogo ou refeições. = TÁBULA

    5. Mapa; quadro.

    6. Índice; tabela.

    7. Nomenclatura disposta e distribuída de modo a ser facilmente compreendida.

    8. [Anatomia] Lâmina interna e externa dos ossos do crânio.

    9. [Veterinária] Cada um dos lados do pescoço do cavalo.

    10. [Brasil, Informal] Acto para enganar alguém. = ARDIL, LOGRO, TRAPAÇA

    11. [Brasil, Informal] Recusa feita a um pedido para dançar.


    tábuas
    nome feminino plural

    12. Documento registado em pedra, madeira ou material afim.

    13. [Tauromaquia] Muro ou barreira que circunda a arena da praça de touros. = TRINCHEIRA


    fazer tábua rasa
    Começar como se não houvesse ideias ou conhecimentos anteriores.

    Ignorar ou desprezar (ex.: fez tábua rasa dos conselhos dos mais velhos).

    tábua de salvação
    Meio de se livrar de um embaraço ou de situação difícil. = ESCAPATÓRIA

    tábua esperta
    A que foi endireitada.

    tábua rasa
    Superfície pronta para receber escrita, desenho, pintura, etc.

    Mente vazia, sem ideias ou conhecimentos.

    tábuas de resbordo
    [Náutica] As que formam o princípio do costado do navio e encaixam nos entalhes da quilha.

    tábuas loxodrómicas
    [Náutica] As que resolvem facilmente os problemas de navegação.

    Confrontar: tabua.

    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    Êxodo 32: 16 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

    E aquelas tábuas eram obra de Deus; também a escritura era a mesma escritura de Deus, esculpida nas tábuas.
    Êxodo 32: 16 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    1446 a.C.
    H1931
    hûwʼ
    הוּא
    ele / ela / o / a
    (it)
    Pronome
    H1992
    hêm
    הֵם
    eles / elas
    (they)
    Pronome
    H2801
    chârath
    חָרַת
    fragmento, pedaço quebrado
    (fragments)
    Substantivo - neutro genitivo plural
    H3871
    lûwach
    לוּחַ
    tábua, chapa, placa, prancha
    (tablets)
    Substantivo
    H430
    ʼĕlôhîym
    אֱלֹהִים
    Deus
    (God)
    Substantivo
    H4385
    miktâb
    מִכְתָּב
    escritura, algo escrito
    (and the writing [was])
    Substantivo
    H4639
    maʻăseh
    מַעֲשֶׂה
    feito, trabalho
    (from our work)
    Substantivo
    H5921
    ʻal
    עַל
    sobre, com base em, de acordo com, por causa de, em favor de, concernente a, ao lado de,
    ([was] on)
    Prepostos


    הוּא


    (H1931)
    hûwʼ (hoo)

    01931 הוא huw’ do qual o fem. (além do Pentateuco) é היא hiy’

    uma palavra primitiva; DITAT - 480 pron 3p s

    1. ele, ela
      1. ele mesmo, ela mesma (com ênfase)
      2. retomando o suj com ênfase
      3. (com pouca ênfase seguindo o predicado)
      4. (antecipando o suj)
      5. (enfatizando o predicado)
      6. aquilo, isso (neutro) pron demons
    2. aquele, aquela (com artigo)

    הֵם


    (H1992)
    hêm (haym)

    01992 הם hem ou (forma alongada) המה hemmah

    procedente de 1981; DITAT - 504; pron 3p m pl

    1. eles, estes, os mesmos, quem

    חָרַת


    (H2801)
    chârath (khaw-rath')

    02801 חרת charath

    uma raiz primitiva; DITAT - 764; v

    1. (Qal) entalhar, gravar

    לוּחַ


    (H3871)
    lûwach (loo'-akh)

    03871 לוח luwach ou לח luach

    procedente de uma raiz primitiva; DITAT - 1091a; n m

    1. tábua, chapa, placa, prancha
      1. placas (de pedra)
      2. quadros (de madeira)
      3. prato (de metal)

    אֱלֹהִים


    (H430)
    ʼĕlôhîym (el-o-heem')

    0430 אלהים ’elohiym

    plural de 433; DITAT - 93c; n m p

    1. (plural)
      1. governantes, juízes
      2. seres divinos
      3. anjos
      4. deuses
    2. (plural intensivo - sentido singular)
      1. deus, deusa
      2. divino
      3. obras ou possessões especiais de Deus
      4. o (verdadeiro) Deus
      5. Deus

    מִכְתָּב


    (H4385)
    miktâb (mik-tawb')

    04385 מכתב miktab

    procedente de 3789; DITAT - 1053c; n m

    1. escritura, algo escrito
      1. escrita à mão
      2. algo escrito
      3. escritura

    מַעֲשֶׂה


    (H4639)
    maʻăseh (mah-as-eh')

    04639 מעשה ma aseh̀

    procedente de 6213; DITAT - 1708a; n m

    1. feito, trabalho
      1. feito, coisa pronta, ato
      2. trabalho, obra
      3. negócio, ocupação
      4. empreendimento, empresa
      5. realização
      6. feitos, obras (de libertação e julgamento)
      7. trabalho, algo realizado
      8. obra (de Deus)
      9. produto

    עַל


    (H5921)
    ʻal (al)

    05921 על ̀al

    via de regra, o mesmo que 5920 usado como uma preposição (no sing. ou pl. freqüentemente com prefixo, ou como conjunção com uma partícula que lhe segue); DITAT - 1624p; prep

    1. sobre, com base em, de acordo com, por causa de, em favor de, concernente a, ao lado de, em adição a, junto com, além de, acima, por cima, por, em direção a, para, contra
      1. sobre, com base em, pela razão de, por causa de, de acordo com, portanto, em favor de, por isso, a respeito de, para, com, a despeito de, em oposição a, concernente a, quanto a, considerando
      2. acima, além, por cima (referindo-se a excesso)
      3. acima, por cima (referindo-se a elevação ou preeminência)
      4. sobre, para, acima de, em, em adição a, junto com, com (referindo-se a adição)
      5. sobre (referindo-se a suspensão ou extensão)
      6. por, adjacente, próximo, perto, sobre, ao redor (referindo-se a contiguidade ou proximidade)
      7. abaixo sobre, sobre, por cima, de, acima de, pronto a, em relacão a, para, contra (com verbos de movimento)
      8. para (como um dativo) conj
    2. por causa de, porque, enquanto não, embora