Enciclopédia de Obadias 1:11-11

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

ob 1: 11

Versão Versículo
ARA No dia em que, estando tu presente, estranhos lhe levaram os bens, e estrangeiros lhe entraram pelas portas e deitaram sortes sobre Jerusalém, tu mesmo eras um deles.
ARC No dia em que estiveste em frente dele, no dia em que os forasteiros levavam cativo o seu exército, e os estranhos entravam pelas suas portas, e lançavam sortes sobre Jerusalém, tu mesmo eras um deles.
TB No dia em que estiveste do lado oposto, no dia em que estrangeiros lhe levaram os bens, e forasteiros lhe entraram nas portas e deitaram sortes sobre Jerusalém, tu também eras como um deles.
HSB בְּיוֹם֙ עֲמָֽדְךָ֣ מִנֶּ֔גֶד בְּי֛וֹם שְׁב֥וֹת זָרִ֖ים חֵיל֑וֹ וְנָכְרִ֞ים בָּ֣אוּ [שערו] (שְׁעָרָ֗יו) וְעַל־ יְרוּשָׁלִַ֙ם֙ יַדּ֣וּ גוֹרָ֔ל גַּם־ אַתָּ֖ה כְּאַחַ֥ד מֵהֶֽם׃
BKJ No dia em que ficaste do outro lado, quando estranhos levaram cativo suas forças, e estrangeiros entraram por seus portões, e lançaram sorte sobre Jerusalém, tu eras também como um deles.
LTT No dia em que permaneceste de pé (desinteressado), no dia em que estrangeiros levaram cativo o seu exército, e os estrangeiros entravam pelas suas portas, e lançaram sortes sobre Jerusalém, tu eras também como um deles.
BJ2 No dia em que estavas longe, no dia em que estrangeiros[p] levavam suas riquezas, quando os bárbaros entravam por sua porta e lançavam sorte sobre Jerusalém, tu também eras como um deles!
VULG In die cum stares adversus eum, quando capiebant alieni exercitum ejus, et extranei ingrediebantur portas ejus, et super Jerusalem mittebant sortem, tu quoque eras quasi unus ex eis.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Obadias 1:11

II Reis 24:10 Naquele tempo, subiram os servos de Nabucodonosor, rei de Babilônia, a Jerusalém, e a cidade foi cercada.
II Reis 25:11 E o mais do povo que deixaram ficar na cidade, e os rebeldes que se renderam ao rei de Babilônia, e o mais da multidão, Nebuzaradã, o capitão da guarda, levou presos.
Salmos 50:18 Quando vês o ladrão, consentes com ele; e tens a tua parte com adúlteros.
Salmos 137:7 Lembra-te, Senhor, dos filhos de Edom no dia de Jerusalém, porque diziam: Arrasai-a, arrasai-a, até aos seus alicerces.
Jeremias 52:28 Este é o povo que Nabucodonosor levou cativo no sétimo ano: três mil e vinte e três judeus.
Joel 3:3 E lançaram a sorte sobre o meu povo, e deram um menino por uma meretriz, e venderam uma menina por vinho, para beberem.
Naum 3:10 Todavia, ela foi levada, foi para o cativeiro; também os seus filhos foram despedaçados no topo de todas as ruas, e sobre os seus nobres lançaram sortes, e todos os seus grandes foram presos com grilhões.

Mapas Históricos

Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados ​​para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.

CIDADES DO MUNDO BÍBLICO

FATORES QUE INFLUENCIARAM A LOCALIZAÇÃO
Várias condições geográficas influenciaram a localização de assentamentos urbanos no mundo bíblico. Em termos gerais, nesse aspecto, eram cinco os principais fatores que podiam ser determinantes:


(1) acesso à água;
(2) disponibilidade de recursos naturais;
(3) topografia da região;
(4) topografia do lugar;
(5) linhas naturais de comunicação. Esses fatores não eram mutuamente excludentes, de sorte que às vezes era possível que mais de um influenciasse na escolha do lugar exato de uma cidade específica.


O mais importante desses fatores era a ponderação sobre o acesso à água, em especial antes da introdução de aquedutos, sifões e reservatórios. Embora seja correto afirmar que a água era um aspecto central de todos os assentamentos num ambiente normalmente árido, parece que a localização de algumas cidades dependeu exclusivamente disso. Dois exemplos são: Damasco (situada no sopé oriental dos montes Antilíbano, num vasto oásis alimentado pelos caudalosos rios Abana e Farfar (2Rs 5:12) e Tadmor (localizada num oásis luxuriante e fértil no meio do deserto Oriental). Devido à disponibilidade de água doce nesses lugares, aí foram encontrados assentamentos bem anteriores à aurora da história bíblica, e esses dois estão entre alguns dos assentamentos mais antigos ocupados ininterruptamente no mundo bíblico. Outras cidades foram estabelecidas de modo a estarem bem perto de recursos naturais. A localização de Jericó, um dos assentamentos mais velhos da antiga Canaã, é uma excelente ilustração. A Jericó do Antigo Testamento foi construída ao lado de uma fonte excepcionalmente grande, mas também é provável que a cidade tenha sido estabelecida ali porque aquela fonte ficava perto do mar Morto e de seus recursos de betume. O betume era um produto primário de grande valor, com inúmeros usos. Na Antiguidade remota, o mar Morto era uma das poucas fontes conhecidas desse produto, de sorte que o betume dali era recolhido e transportado por todo o Egito e boa parte do Crescente Fértil. Como consequência, uma motivação econômica inicialmente levou à região uma colônia de operários e logo resultou na fundação de uma povoação nas proximidades. De modo análogo, a localização da antiga cidade de Sardes, situada próxima da base do monte Tmolo e junto do ribeiro Pactolo, foi com certeza determinada pela descoberta de ouro naquele lugar, o que criou sua renomada riqueza.
Sabe-se de moedas feitas com uma liga de ouro e prata que foram cunhadas em Sardes já no sétimo século a.C.
A localização de algumas cidades se deveu à topografia da região. Já vimos como a posição de Megido foi determinada para controlar um cruzamento de estradas num desfiladeiro na serra do monte Carmelo. Da mesma maneira, a cidade de Bete-Horom foi posicionada para controlar a principal via de acesso para quem vai do oeste para o interior das montanhas de Judá e Jerusalém. A topografia regional também explica a posição de Corinto, cidade portuária de localizacão estratégica que se estendeu desordenadamente no estreito istmo de 5,5 quilômetros de terra que separa o mar Egeu do mar Adriático e forma a única ligação entre a Grécia continental e a península do Peloponeso.
Outras cidades estavam situadas de acordo com o princípio de topografia local. Com exceção do lado norte, em todos os lados Jerusalém estava rodeada por vales profundos com escarpas superiores a 60 metros. Massada era uma mesa elevada e isolada, cercada por penhascos rochosos e escarpados de mais de 180 metros de altura em alguns lugares.
A cidade de Samaria estava em cima de uma colina isolada de 90 metros de altura e cercada por dois vales com encostas íngremes. Como consequência da topografia local, essas cidades comumente resistiam melhor a ataques ou então eram conquistadas só depois de um longo período de cerco. Por fim, linhas naturais de comunicação podem ter determinado a localização de alguns assentamentos urbanos. Uma ilustracão clássica desse critério é Hazor - uma plataforma bastante fortificada, uma capital de província (Is 11:10) e um tell de 0,8 quilômetros quadrados que era um dos maiores de Canaã. A localização da cidade foi ditada pela posição e trajeto da Grande Estrada Principal. Durante toda a Antiguidade, Hazor serviu de porta de entrada para a Palestina e pontos mais ao sul, e com frequência textos seculares se referem a ela associando-a ao comércio e ao transporte. Da mesma forma, é muito provável que linhas de comunicação tenham sido o fator determinante na escolha do lugar onde as cidades de Gaza e Rabá/Ama vieram a ser estabelecidas.
Também é muito improvável que várias cidades menores iunto à via Inácia, a oeste de Pela (Heracleia, Lychnidos e Clodiana), tivessem se desenvolvido não fosse a existência e a localização dessa artéria de grande importância. E existem localidades ao longo da Estrada Real da Pérsia (tais como Ciyarbekir e Ptéria) cuja proeminência, se não a própria existência, deve-se à localizacão daquela antiga estrada. Como os fatores que determinavam sua localização permaneciam bem constantes. no mundo bíblico cidades tanto pequenas quanto grandes experimentavam, em geral, um grau surpreendente de continuidade de povoação. Mesmo quando um local era destruído ou abandonado por um longo período, ocupantes posteriores eram quase sempre atraídos pelo(s) mesmo(s) fator(es) que havia(m) sido determinante(s) na escolha inicial do lugar. Os colonos subsequentes tinham a satisfação de poder usar baluartes de tijolos cozidos, segmentos de muros ainda de pé, pisos de terra batida, fortificações, silos de armazenagem e poços. À medida que assentamentos sucessivos surgiam e caíam, e com frequência as cidades eram muitas vezes construídas literalmente umas em cima das outras, a colina plataforma (tell) em cima da qual se assentavam (Js 11:13; Jr 30:18-49.
2) ia ficando cada vez mais alta, com encostas mais íngremes em seu perímetro, o que tornava o local gradativamente mais defensável. Quando esse padrão se repetia com frequência, como é o caso de Laquis, Megido, Hazor e Bete-Sea, o entulho de ocupação podia alcançar 20 a 30 metros de altura.

A CORRETA IDENTIFICAÇÃO DE CIDADES ANTIGAS
Isso leva à questão da identificação de locais, o que é crucial para os objetivos de um atlas bíblico. A continuidade de ocupação é útil, mas a identificação segura de lugares bíblicos não é possível em todos os casos devido a dados documentais insuficientes e/ou a um conhecimento limitado da geografia. Muitos nomes não foram preservados e, mesmo quando um topônimo sobreviveu ou, em tempos modernos, foi ressuscitado e aplicado a determinado local, tentativas de identificação podem estar repletas de problemas. Existem casos em que um nome específico experimentou mudança de local. A Jericó do Antigo Testamento não ficava no mesmo lugar da Jericó do Novo Testamento, e nenhum dos dois. lugares corresponde à moderna Jericó. Sabe-se que mudanças semelhantes ocorreram com Siquém, Arade, Berseba, Bete-Sea, Bete-Semes, Tiberíades etc. Mudanças de nomes também acontecem de uma cultura para outra ou de um período para outro. A Rabá do Antigo Testamento se tornou a Filadélfia do Novo Testamento, que, por sua vez, transformou-se na moderna Amã. A Aco do Antigo Testamento se tornou a Ptolemaida do Novo Testamento, que, por sua vez, tornou-se a Acre dos cruzados.
A Siquém do Antigo Testamento se tornou a Neápolis do Novo Testamento, a qual passou a ser a moderna Nablus. E em alguns casos uma mudança de nome aconteceu dentro de um Testamento (e.g., Luz/Betel, Quiriate-Arba/Hebrom, Quiriate-Sefer/Debir e Laís/Dá). Frequentemente a análise desses casos exige uma familiaridade bastante grande com a sucessão cultural e as inter-relações linguísticas entre várias épocas da história da Palestina. Mesmo assim, muitas vezes a identificação do lugar continua difícil. Existe também o problema de homonímia: mais de um lugar pode ter o mesmo nome. As Escrituras falam de Afeque ("fortaleza") 143 no Líbano (Js 13:4), na planície de Sarom (1Sm 4:1), na Galileia (Js 19:30) e em Gola (1Rs 20:26-30). I Existe Socó ("lugar espinhoso") 45 na Sefelá (1Sm 17:1), em Judá (Is 15:48) e na planície de Sarom (1Rs 4:10). 16 Conforme ilustrado aqui, normalmente a homonímia acontece devido ao fato de os nomes dos lugares serem de sentido genérico: Hazor significa "terreno cercado", Belém significa "celeiro", Migdal significa "torre", Abel significa "campina", Gibeá significa "colina'", Cades significa "santuário cultual", Aim significa "fonte", Mispá significa "torre de vigia", Rimom significa "romã/ romázeira" e Carmelo significa "vinha de Deus". Por isso não é surpresa que, na Bíblia, mais de um lugar seja associado com cada um desses nomes. Saber exatamente quando postular outro caso de homonímia sempre pode ser problemático na criação de um atlas bíblico. Outra dimensão da mesma questão complexa acontece quando um mesmo nome pode ser aplicado alternadamente a uma cidade e a uma província ou território ao redor, como no caso de Samaria (1Rs 16:24, mas 1Rs 13:32), Jezreel (1Rs 18:45-46, mas Js 17:16), Damasco (Gn 14:15, mas Ez 27:18) ou Tiro (1Rs 7:13, mas 2Sm 24:7).
A despeito dessas dificuldades, em geral três considerações pautam a identificação científica de lugares bíblicos: atestação arqueológica, tradição ininterrupta e análise literária/ topográfica."7 A primeira delas, que é a mais direta e conclusiva, identifica determinada cidade por meio de uma inscrição desenterrada no lugar. Embora vários exemplos desse tipo ocorram na Síria-Mesopotâmia, são relativamente escassos na Palestina. Documentação assim foi encontrada nas cidades de Gezer, Arade, Bete-Sea, Hazor, Ecrom, Laquis, Taanaque, Gibeão, Dá e Mefaate.


Lamentavelmente a maioria dos topônimos não pode ser identificada mediante provas epigráficas, de modo que é necessário recorrer a uma das outras duas considerações. E possivel utilizar a primeira delas, a saber, a sobrevivência do nome, quando, do ponto de vista léxico, o nome permaneceu o mesmo e nunca se perdeu a identidade do local. Esse critério é suficientemente conclusivo, embora se aplique a bem poucos casos: Jerusalém, Hebrom, Belém e Nazaré. Muitos lugares modernos com nomes bíblicos são incapazes de oferecer esse tipo de apoio de tradição ininterrupta. Como consequência, tendo em vista as mudanças de nome e de lugar, isso suscita a questão óbvia - que continua sendo debatida em vários contextos - de até que ponto essas associações são de fato válidas. Aparentemente essas transferências não aconteceram de forma aleatória e impensada. Mudanças de localização parecem estar confinadas a um raio pequeno. Por exemplo, a Jericó do Antigo Testamento, a Jericó do Novo Testamento e a moderna Jericó estão todas dentro de uma área de apenas 8 quilômetros, e em geral o mesmo se aplica a outras mudanças de localização.
Ocasionalmente, quando acontece uma mudança de nome, o nome original do lugar é preservado num aspecto geográfico das proximidades. O nome Bete-Semes (T. er-Rumeilah) se reflete numa fonte contígua (Ain Shems); da mesma forma, Yabis, o nome moderno do uádi, é provavelmente uma forma que reflete o nome do local bíblico de Jabes(-Gileade], ao lado do qual ficava, na Antiguidade. Quando os dados arqueológicos proporcionam provas irrefutáveis do nome bíblico de um local, é bem comum que aquele nome se reflita em seu nome moderno. Por exemplo, a Gibeão da Bíblia é hoje em dia conhecida pelo nome de el-Jib; o nome Taanaque, que aparece na Bíblia, reflete-se em seu nome moderno de T. Tilinnik; a Gezer bíblica tem o nome refletido no nome moderno T. Jezer. Conquanto a associação de nomes implique alguns riscos, com frequência pode propiciar uma identificação altamente provável.
Um terceiro critério usado na identificação de lugares consiste em análise literária e topográfica. Textos bíblicos frequentemente oferecem uma pista razoavelmente confiável quanto à localização aproximada de determinado lugar. Um exemplo é a localização da Ecrom bíblica, uma das principais cidades da planície filisteia. As Escrituras situam Ecrom junto à fronteira norte da herança de Judá, entre Timna e Siquerom (Is 15:11), embora, na verdade, o local tenha sido designado para a tribo de Da (Is 19:43). Nesse aspecto, a sequência das cidades neste último texto é significativa: Ecrom está situada entre as cidades da Sefelá (Zorá, Estaol, Bete-Semes e Aijalom) e outras situadas nas vizinhanças de Jope, no litoral (Bene-Beraque e Gate-Rimom), o que fortalece a suposição de que se deve procurar Ecrom perto da fronteira ocidental da Sefelá (Js 19:41-42,45). Além do mais, Ecrom era a cidade mais ao norte dentro da área controlada pelos filisteus (Js 13:3) e era fortificada (1Sm 6:17-18). Por fim, Ecrom estava ligada, por uma estrada, diretamente a Bete-Semes e, ao que se presume, separada desta última por uma distância de um dia de viagem ou menos (1Sm 6:12-16). Desse modo, mesmo sem o testemunho posterior de registros neoassírios,149 Ecrom foi procurada na moderna T. Migne, um tell situado onde a planície Filisteia e a Sefelá se encontram, na extremidade do vale de Soreque, no lado oposto a Bete-Semes.
Ali, a descoberta de uma inscrição que menciona o nome do lugar bíblico confirmou a identificação.150 Contudo, existem ocasiões em que a Bíblia não fornece dados suficientes para identificar um lugar. Nesses casos, o geógrafo histórico tem de recorrer a uma análise de fontes literárias extrabíblicas, do antigo Egito, Mesopotâmia, Síria ou Ásia Menor. Alternativamente, a identificação de lugares é com frequência reforçada por comentários encontrados em várias fontes:


De qualquer maneira, mesmo quando todas essas exigências são atendidas, não se deve apresentar como definitiva a identificação de lugares feita apenas com base em análise topográfica. Tais identificações só devem ser aceitas tendo-se em mente que são resultado de uma avaliação probabilística.

Principais cidades da Palestina
Principais cidades da Palestina
Principais cidades da Palestina
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Principais sítios arqueológicos no mundo bíblico
Principais sítios arqueológicos no mundo bíblico
Principais sítios arqueológicos da Palestina
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ESTRADAS E TRANSPORTE NO MUNDO BÍBLICO

UMA QUESTÃO DE RECONSTRUÇÃO
Uma questão legítima que poderá ser levantada é sobre a possibilidade de se chegar a uma ideia relativamente confiável dos sistemas de transportes existentes desde os tempos bíblicos mais antigos. Antes do período romano, praticamente se desconhece a existência de até mesmo um pequeno trecho de um caminho ou estrada pavimentado ligando cidades antigas. E não há atestação de que, antes desse período, tenham existido quaisquer mapas de estradas no Crescente Fértil. No entanto, apesar das questões extremamente variadas e complexas que precisam ser levadas em conta quando se aborda esse assunto de forma abrangente, estudiosos que têm procurado delinear estradas antigas tendem a seguir uma combinação de quatro tipos de indícios: (1) determinismo geográfico; (2) documentação escrita; (3) testemunho arqueológico; (4) marcos miliários romanos. Determinismo geográfico se refere aos fatores fisiográficos e/ou hidrológicos em grande parte imutáveis existentes no antigo mundo bíblico e que determinavam as rotas seguidas por caravanas, migrantes ou exércitos. Esses caminhos permaneceram relativamente inalterados durante longos períodos (exceto onde a geopolítica os impedia ou em casos isolados de circulação ilegal). Parece que, em geral, as regiões de baixada ou planície ofereciam menores obstáculos ao movimento humano e maior oportunidade para o desenvolvimento de redes de transporte ou movimentação de tropas. Em contraste, cânions profundos, cavados por rios que às vezes se transformavam em corredeiras, eram um obstáculo a ser evitado em viagens. Caso fossem inevitáveis, deviam ser atravessados a vau em lugares que oferecessem dificuldade mínima. As barreiras representadas por pântanos infestados de doenças, a esterilidade e o calor escaldante de zonas desérticas e as áreas estéreis de lava endurecida eram obstáculos descomunais, a serem evitados a qualquer custo.
Encostas de montanhas com florestas densas, muitas vezes com desfiladeiros sinuosos, eram regularmente cruzados em canais, por mais estreitos ou perigosos que eles fossem. Por sua vez, os trechos em que as serras podiam ser percorridas por grandes distâncias sem a interrupção de desfiladeiros ou vales tendiam a ser usados em viagens durante todos os períodos. A necessidade de se deslocar de uma fonte de água doce abundante a outra foi, durante todas as eras, um pré-requísito para viagens. De maneira que, muito embora não disponhamos de um mapa antigo do mundo bíblico, ainda assim é possível inferir logicamente e com alto grau de probabilidade a localização das principais estradas, em especial quando o princípio do determinismo geográfico pode ser suplementado por outros tipos de indício.
A documentação escrita ajuda com frequência a delinear uma estrada com maior precisão. Esse tipo de indício pode estar na Bíblia, em fontes extrabíblicas antigas, escritores clássicos, antigos itinerários de viagem, geógrafos medievais ou viajantes pioneiros mais recentes. Algumas fontes escritas buscam fazer um levantamento de uma área de terra ou traçar um itinerário e, para isso, empregam tanto medidas de distância quanto direções; citam a distância entre dois ou mais pontos conhecidos de uma forma que pode ser reconstruída apenas mediante a pressuposição de uma rota específica entre esses pontos. Às vezes, essas fontes podem descrever uma rota em termos do tipo de terreno no meio do caminho (ao longo de uma determinada margem de um rio; perto de um cânion, vau, poco de betume ou oásis; ao lado de um determinado canal, ilha ou montanha etc.) ou um ponto de interesse situado ao longo do caminho e digno de menção. Cidades ao longo de uma rota podem ser descritas como parte de um distrito em particular ou como contíguas a uma determinada província, partilhando pastagens comuns, enviando mensagens por meio de sinais de fogo ou ficando simultaneamente sob o controle de certo rei. Distâncias aproximadas entre cidades, junto com uma rota presumida, podem ser inferidas a partir de textos que falam de um rei ou de um mensageiro que toma sua ração diária no ponto A no primeiro dia, no ponto B no dia seguinte, no ponto C no terceiro dia e assim por diante. Um exército ou caravana pode receber certo número de rações diárias a fim de percorrer um determinado trajeto, ou o texto pode dizer que uma viagem específica levou determinado número de dias para terminar.

No conjunto, fontes textuais não foram escritas com o propósito de ajudar alguém a delinear com absoluta certeza o trajeto de estradas. São fontes que tratam de assuntos extremamente diversos. Os detalhes geográficos oferecidos são muitos, variados e às vezes incorretos. Elas não oferecem o mesmo grau de detalhamento para todas as regiões dentro do mundo bíblico. Mesmo assim, seu valor cumulativo é fundamental, pois, com frequência, dão detalhes precisos que permitem deduzir com bastante plausibilidade o curso de uma estrada ou oferecem nuanças que podem ser usadas com proveito quando combinadas com outros tipos de indícios. Além do determinismo geográfico e da documentação escrita, o testemunho arqueológico pode ajudar a determinar o curso de antigas estradas. Identificar uma cidade antiga mediante a descoberta de seu nome em dados arqueológicos escavados no lugar ajuda a esclarecer textos que mencionam o local e proporciona um ponto geográfico fixo. Porque Laís/Da (T. el-Qadi) foi identificada positivamente a partir de uma inscrição encontrada em escavações no local, uma especificidade maior foi automaticamente dada a viagens como as empreendidas por Abraão (Gn
14) ou Ben-Hadade (1Rs 15:2Cr 16). Mesmo nas vezes em que o nome de uma cidade antiga permanece desconhecido, é útil quando vestígios arqueológicos revelam o tipo de ocupação que pode ter havido no lugar. Por exemplo, um palácio desenterrado permite a inferência de que ali existiu a capital de um reino ou província, ao passo que um local pequeno, mas muito fortificado, pode indicar um posto militar ou uma cidade-fortaleza. Quando se consegue discernir uma sequência de lugares semelhantes, tal como a série de fortalezas egípcias da época do Reino Novo descobertas no sudoeste de Gaza, é possível traçar o provável curso de uma estrada na região. Numa escala maior, a arqueologia pode revelar padrões de ocupação durante períodos específicos. Por exemplo, na 1dade do Bronze Médio, muitos sítios em Canaã parecem ter ficado junto a vias de transporte consolidadas, ao passo que, aparentemente, isso não aconteceu com povoados da Idade do Bronze Inicial. Da mesma forma, um ajuntamento de povoados da Idade do Bronze Médio alinhou-se ao longo das margens do Alto Habur, na Síria, ao passo que não se tem conhecimento de um agrupamento assim nem imediatamente antes nem depois dessa era.
Esse tipo de informação é útil caso seja possível ligar esses padrões de ocupação às causas para ter havido movimentos humanos na área. De forma que, se for possível atribuir a migrações a existência desses sítios da Idade do Bronze Médio, e os locais de migração são conhecidos, os dados arqueológicos permitem pressupor certas rotas que tinham condições de oferecer pastagens para animais domesticados e alimentos para os migrantes, ao mesmo tempo que praticamente eliminam outras rotas. É claro que havia muitos fatores climatológicos e sociológicos que levavam a migrações na Antiguidade, mas o fato é que, enquanto viajavam, pessoas e animais tinham de se alimentar com aquilo que a terra disponibilizava.
Às vezes a arqueologia permite ligar o movimento de pessoas ao comércio. A arqueologia pode recuperar obietos estranhos ao local onde foram encontrados (escaravelhos egípcios, sinetes cilíndricos mesopotâmicos etc.) ou descobrir produtos primários não nativos do Crescente Fértil (estanho, âmbar, cravo, seda, canela etc.). Para deduzir o percurso de estradas, seria então necessário levar em conta o lugar de onde procedem esses objetos ou produtos primários, a época em que foram comercializados e a localização de mercados e pontos intermediários de armazenagem. Onde houve tal comércio, durante um longo período (por exemplo, a rota báltica do âmbar vindo da Europa, a rota da seda proveniente do sudeste asiático ou a rota de especiarias do oeste da Arábia Saudita), é possível determinar rotas de produtos primários razoavelmente estabelecidas. Com frequência essa informação arqueológica pode ser ligeiramente alterada por documentos escritos, como no caso de textos que tratam do itinerário de estanho e indicam claramente os locais de parada nesse itinerário através do Crescente Fértil, durante a Idade do Bronze Médio.
Outra possibilidade é, por meio da arqueologia, ligar a uma invasão militar movimentos humanos para novos lugares. Isso pode ocorrer talvez com a descoberta de uma grande estela comemorativa de vitória ou de uma camada de destruição que pode ser sincronizada com uma antemuralha de tijolos cozidos, construída encostada no lado externo do muro de uma cidade. As exigências da estratégia militar, a manutenção das tropas e a obtenção de suprimentos eram de tal monta que algumas regiões seriam quase invulneráveis a qualquer exército. Em tempos recentes, estudiosos que buscam delinear vias e estradas antigas passaram a se beneficiar da possibilidade de complementar seus achados arqueológicos com fotografias aéreas e imagens de satélite, podendo assim detectar vestígios ou até mesmo pequenos trechos de estradas que não foram totalmente apagados. Um quarto tipo de indício usado na identificacão de estradas antigas são os marcos miliários romanos, embora erigir marcos ao longo das estradas antedate ao período romano (Jr 31:21).153 Até hoie iá foram encontrados entre 450 e 500 marcos miliários romanos no Israel moderno. e quase 1.000 foram descobertos pela Ásia Menor 154 No Israel moderno, existem marcos miliários construídos já em 69 d.C.; no Líbano moderno, conhecem-se exemplares de uma data tão remota como 56 d.C. Por sua vez, marcos miliários da Ásia Menor tendem a ser datados de um período romano posterior, e não parece que a maioria das estradas dali tenha sido pavimentada antes da "dinastia flaviana", que comecou com Vespasiano em 69 d.C. - uma dura realidade que é bom levar em conta quando se consideram as dificuldades de viagem pela Ásia Menor durante a época do apóstolo Paulo.
Em geral, esses marcos miliários assinalam exatamente a localizacão de estradas romanas, que frequentemente seguiam o curso de estradas muito mais antigas. A localização e as inscricões dos marcos miliários podem fornecer provas de que certas cidades eram interligadas na mesma sequência registrada em textos mais antigos. Por exemplo, cerca de 25 marcos miliários localizados junto a 20 diferentes paradas foram descobertos ao longo de um trecho de uma estrada litorânea romana entre Antioquia da Síria e a Ptolemaida do Novo Testamento. Tendo em conta que algumas das mesmos cidades localizadas ao longo daquela estrada foram do acordo com textos assírios, visitadas pelo rei Salmaneser II 20 voltar de sua campanha militar em Istael (841 a.C.)
, os marcos miliários indicam a provável estrada usada pelo monarca assírio. Nesse caso, essa inferência s explicitamente confirmada pela descoberta do monumento a vitória de Salmaneser, esculpido num penhasco junto a co do rio Dos, logo ao sul da cidade libanesa de Biblos. De modo semelhante, esses mesmos marcos miliários permitem determinar as fases iniciais da famosa terceira campanha militar de Senaqueribe (701 a.C.), em que o monarca assírio se gaba de que "trancou Ezequias em ¡erusalém como a um pássaro numa gaiola". Igualmente, esses marcos de pedra permitem delinear o trajeto que Ramsés II, Ticlate-Pileser III, Esar-Hadom, Alexandre, o Grande, Cambises II, Céstio Galo, Vespasiano e o Peregrino de Bordéus percorreram em Canaã.

DIFICULDADES DE VIAGEM NA ANTIGUIDADE
Os norte-americanos, acostumados a um sistema de estradas interestaduais, ou os europeus, que percorrem velozmente suas autoestradas, talvez achem difícil entender a noção de viagem na Bíblia. Hoje, as viagens implicam uma "Jura realidade", com bancos estofados em couro, suspensão de braço duplo, revestimento de nogueira no interior do automóvel e sistemas de som e de controle de temperatura.
Uma vasta gama de facilidades e serviços está prontamente acessível a distâncias razoáveis. A maioria das estradas de longa distância tem asfalto de boa qualidade, boa iluminação, sinalização clara e patrulhamento constante. Centenas de cavalos de forca nos transportam com conforto e velocidade. Quando paramos de noite, podemos, com bastante facilidade, conseguir um quarto privativo com cama, TV a cabo, servico de internet. banheiro privativo com água quente e fria e outras facilidades. Em poucos instantes, podemos encontrar um grande número de restaurantes e lanchonetes, com variados alimentos que iá estarão preparados para nós. Podemos levar conosco música e leitura prediletas, fotografias de parentes, cartões de crédito e mudas de roupa limpa. Podemos nos comunicar quase que instantaneamente com os amigos que ficaram - temos ao nosso dispor fax, SMS, e-mail e telefone. E não prestamos muita atenção ao perigo de doenças transmissíveis ou à falta de acesso a medicamentos.
Como as viagens eram profundamente diferentes na época da Bíblia! Na Antiguidade, às vezes até as principais estradas internacionais não passavam de meros caminhos sinuosos que, depois das chuvas de inverno. ficavam obstruídos pelo barro ou não passavam de um lodacal e. durante os muitos meses de calor abafado e escaldante, ficavam repletos de buracos.
Em certos pontos daquelas estradas, os viajantes precisavam atravessar terreno difícil, quase intransponível. Quem viajava podia ter de enfrentar os riscos de falta de água, clima pouco seguro, animais selvagens ou bandoleiros.
Tais dificuldades e perigos ajudam a explicar por que, na Antiguidade, a maior parte das viagens internacionais acontecia em caravanas Viaiar em grupo oferecia alguma protecão contra intempéries e agentes estrangeiros. Um considerável volume de dados provenientes da Mesopotâmia e da Ásia Menor indica que, em geral, as caravanas eram grandes e quase sempre escoltadas por guardas de segurança armados para essa tarefa. Exigia-se que os caravanistas permanecessem estritamente na rota predeterminada. Não era incomum caravanas incluírem até 100 ou 200 jumentos, alguns carregando produtos preciosíssimos (cp. Gn 37:25; Jz 5:6-7; 1Rs 10:2; J6 6:18-20; Is 21:13-30.6; Lc 2:41-45). 156 Caravanas particulares são atestadas raras vezes na Antiguidade.
Viajantes ricos tinham condições de comprar escravos para servirem de guardas armados (Gn 14:14-15), mas pessoas mais pobres andavam em grupos ou então se incorporavam a um grupo governamental ou comercial, que se dirigia a um destino específico. Os dados também mostram que muitas viagens aconteciam sob a proteção da escuridão: viajar à noite livrava do calor sufocante do sol do meio-dia e diminuía a probabilidade de ser detectado por salteadores e bandoleiros.
Aliás, pode ser que a viagem à noite tenha contribuído diretamente para a ampla difusão do culto à Lua, a forma mais comum de religião em todo o Crescente Fértil.
Outro fator a se considerar sobre viagens por terra durante o período bíblico é a distância limitada que era possível percorrer num dia. Na realidade, as distâncias podiam variar devido a uma série de fatores: diferentes tipos de terreno, número e tipo de pessoas num determinado grupo de viajantes, tipo de equipamento transportado e alternância das estações do ano. Em função disso, o mundo antigo tinha conhecimento de distâncias excepcionais cobertas num único dia. Heródoto fez uma afirmação famosa sobre mensageiros viajando a grande velocidade pela Estrada Real da Pérsia Tibério percorreu a cavalo cerca de 800 quilômetros em 72 horas, para estar junto ao leito de seu irmão Druso, que estava prestes a morrer. 58 E alguns textos antigos contam que, durante o período romano, correios do império chegavam a percorrer, em média, quase 160 quilômetros por dia. Mas essas foram excecões raras no mundo bíblico e devem ser assim reconhecidas.
Os dados são, em geral, uniformes, corroborando que, no mundo bíblico, a iornada de um dia correspondia a uma distância de 27 a 37 quilômetros, com médias ligeiramente mais altas quando se viajava de barco rio abaixo. 16 Médias diárias semelhantes continuaram sendo, mais tarde, a norma em itinerários dos períodos clássico, árabe e medieval, do Egito até a Turquia e mesmo até o Irá. Mesmo cem anos atrás, relatos de alguns itinerários e viagens documentam médias diárias semelhantemente baixas. Vários episódios da Bíblia descrevem o mesmo deslocamento limitado em viagens:


Por outro lado, caso tivessem seguido o trajeto mais longo, acompanhando o rio Eufrates até Imar e, dali, prosseguido pela Grande Estrada Principal adiante de Damasco (a rota normal), teriam conseguido uma média diária mais típica. Distâncias diárias semelhantes também são válidas para o Novo Testamento. 163 Em certa ocasião, Pedro viajou 65 quilômetros de Jope a Cesareia e chegou no segundo dia ao destino (At 10:23-24). A urgência da missão do apóstolo permite inferir que ele pegou um caminho direto e não fez nenhuma parada intermediária (mais tarde, Cornélio disse que seus enviados levaram quatro dias para fazer a viagem de ida e volta entre Jope e Cesareia [At 10:30.) Em outra oportunidade, uma escolta militar levou dois dias de viagem para transportar Paulo às pressas para Cesareia (At 23:23-32), passando por Antipátride, uma distância de cerca de 105 quilômetros, considerando-se as estradas que os soldados mais provavelmente tomaram. Segundo Josefo, era possível viajar em três dias da Galileia a Jerusalém, passando pela Samaria (uma distância de cerca de 110 quilômetros).

A LOCALIZAÇÃO DAS PRINCIPAIS ESTRADAS
A GRANDE ESTRADA PRINCIPAL
Aqui chamamos de Grande Estrada Principal aquela que, no mundo bíblico, era, sem qualquer dúvida, a estrada mais importante. 165 Essa estrada ia do Egito à Babilônia e a regiões além, e, em todas as épocas, interligava de forma vital todas as partes do Crescente Fértil. A estrada começava em Mênfis (Nofe), perto do início do delta do Nilo, e passava pelas cidades egípcias de Ramessés e Sile, antes de chegar a Gaza, um posto fortificado na fronteira de Canaã. Gaza era uma capital provincial egípcia de extrema importância e, com frequência, servia de ponto de partida para campanhas militares egípcias em todo o Levante. Esse trecho sudoeste da estrada, conhecido pelos egípcios como "caminho(s) de Hórus", era de importância fundamental para a segurança do Egito. De Gaza, a estrada se estendia até Afeque/ Antipátride, situada junto às nascentes do rio Jarcom; essa efusão era um sério obstáculo ao deslocamento e forçava a maior parte do tráfego a se desviar continente adentro, isto é, para o leste. Prosseguindo rumo ao norte, a estrada se desviava das ameaçadoras dunas de areia e do pântano sazonal da planície de Sarom até que se deparava inevitavelmente com a barreira que era a serra do monte Carmelo. Gargantas que atravessavam a serra permitiam passar da planície de Sarom para o vale de Jezreel. A mais curta delas, hoje conhecida como estreito de Aruna (n. 'Iron), era a mais utilizada. O lado norte dessa garganta estreita dava para o vale de lezreel e era controlado pela cidade militar de Megido.
Em Megido, a estrada se dividia em pelo menos três ramais. Um levava para Aco, no litoral, e então seguia para o norte, acompanhando o mar até chegar a Antioquia da Síria. Um segundo ramal começava em Megido e se estendia na diagonal, cruzando o vale de Jezreel numa linha criada por uma trilha elevada de origem vulcânica. Passava entre os montes Moré e Tabor e chegava às proximidades dos Cornos de Hattin, onde virava para o leste, percorria o estreito de Arbela, com seus penhascos íngremes, e finalmente irrompia na planície ao longo da margem noroeste do mar da Galileia. Uma terceira opção saía de Megido, virava para o leste, seguia o contorno dos flancos do norte das serras do monte Carmelo e monte Gilboa, antes de chegar a Bete-Sea, uma cidade-guarnição extremamente fortificada. É provável que, durante a estação seca, esse trecho margeasse o vale, mas, nos meses de inverno, seguisse por um caminho mais elevado, para evitar as condições pantanosas. Em Bete-Sea, a Grande Estrada Principal dava uma guinada para o norte e seguia ao longo do vale do Jordão até chegar à extremidade sul do mar da Galileia, onde ladeava o mar pelo lado oeste, até chegar a Genesaré, perto de Cafarnaum. Durante a época do Novo Testamento, muitos viajantes devem ter cruzado o lordão logo ao norte de Bete-Seã e atravessado o vale do Yarmuk e o planalto de Gola, até chegar a Damasco.
De Genesaré, a Grande Estrada Principal subia a margem ocidental do Alto Jordão e chegava perto da preeminente cidade-fortaleza de Hazor, que protegia as áreas mais setentrionais de Canaã. Perto de Hazor, a estrada virava para o nordeste, na direção de Damasco, ficando próxima às saliências da serra do Antilíbano e tentando evitar as superfícies basálticas da alta Golã e do Haurã.
De Damasco, seguia um caminho para o norte que contornava as encostas orientais do Antilibano até chegar à cidade de Hamate, às margens do rio Orontes. Aí começava a seguir um curso mais reto para o norte, passando por Ebla e chegando a Alepo, onde fazia uma curva acentuada para o leste, na direção do Eufrates. Chegando ao rio, em Emar, a estrada então, basicamente, acompanhava o curso da planície inundável do Eufrates até um ponto logo ao norte da cidade de Babilônia, onde o rio podia ser atravessado a vau com mais facilidade.
Avançando daí para o sul, a estrada atravessava a região da Babilônia, passando por Uruque e Ur e, finalmente, chegando à foz do golfo Pérsico.

A ESTRADA REAL
Outra rodovia importante que atravessava as terras bíblicas era conhecida, no Antigo Testamento, como Estrada Real (Nm 20:17-21.
22) e, fora da Bíblia, como estrada de Trajano (via Nova Traiana). Foi o imperador Trajano que transformou essa rota numa estrada de verdade, no segundo século d.C. A estrada começava no golfo de Ácaba, perto de Eziom-Geber, e, em essência, seguia pelo alto do divisor de águas de Edom e Moabe, passado pelas cidades de Petra, Bora, Quir-Haresete, Dibom e Hesbom, antes de chegar a Amã
Saindo de Ama, atravessava os planaltos de Gileade e Basã para chegar até Damasco, onde se juntava à Grande Estrada Principal.

A ANTIGA ESTRADA ASSÍRIA DE CARAVANAS
Usada para o transporte comercial e militar de interesse assírio até a Ásia Menor, a Antiga Estrada Assíria de Caravanas é conhecida desde o início do segundo milênio a.C. A partir de quaisquer das cidades que serviram sucessivamente de capitais da Assíria, o mais provável é que a estrada avançasse para o oeste até chegar às vizinhanças do jebel Sinjar, de onde seguia bem na direção oeste e chegava à base do triângulo do rio Habur. A estrada então acompanhava o curso de um dos braços do Habur até além de T. Halaf, chegando a um lugar próximo da moderna Samsat, onde era possível atravessar mais facilmente o Eufrates a vau. Dali, a estrada seguia por um importante desfiladeiro nos montes Taurus (exatamente a oeste de Malatya), atravessava a planície Elbistan e, por fim, chegava à estratégica cidade hitita de Kanish. Uma extensão da estrada então prosseguia, atravessando o planalto Central da Anatólia e passando por aqueles lugares que, mais tarde, tornaram-se: Derbe, Listra, Icônio e Antioquia da Pisídia. Em sua descida para o litoral egeu, a estrada cruzava lugares que, posteriormente, vieram a ser: Laodiceia, Filadélfia, Sardes e Pérgamo. De Pérgamo, a estrada corria basicamente paralela ao litoral egeu e chegava à cidade de Troia, localizada na entrada da Europa.

VIAGEM POR MAR
As viagens marítimas no Mediterrâneo parecem não ter sofrido muita variação durante o período do Antigo Testamento. Com base em textos de Ugarit e T. el-Amarna, temos conhecimento de que, na 1dade do Bronze Final, existiram navios com capacidade superior a 200 toneladas. E, no início da Idade do Ferro, embarcações fenícias atravessavam o Mediterrâneo de ponta a ponta. Inicialmente, boa parte da atividade náutica deve ter ocorrido perto de terra firme ou entre uma ilha e outra, e, aparentemente, os marinheiros lançavam âncora à noite. A distância diária entre pontos de ancoragem era de cerca de 65 quilômetros (e.g., At 16:11-20,6,14,15). Frequentemente os primeiros navegadores preferiam ancorar em promontórios ou ilhotas próximas do litoral (Tiro, Sidom, Biblos, Arvade, Atlit, Beirute, Ugarit, Cartago etc.); ilhas podiam ser usadas como quebra-mares naturais e a enseada como ancoradouro. O advento do Império Romano trouxe consigo uma imensa expansão nos tipos, tamanhos e quantidade de naus, e desenvolveram-se rotas por todo o mundo mediterrâneo e além. Antes do final do primeiro século da era cristã, a combinação de uma força legionária empregada em lugares remotos, uma frota imperial naval permanente e a necessidade de transportar enormes quantidades de bens a lugares que, às vezes, ficavam em pontos bem distantes dentro do império significava que um grande número de naus, tanto mercantes quanto militares, estava singrando águas distantes. Desse modo, as rotas de longa distância criavam a necessidade de construir um sistema imperial de faróis e de ancoradouros maiores, com enormes instalações de armazenagem.

Rotas de Transporte do mundo bíblico
Rotas de Transporte do mundo bíblico
Rotas Marítimas do mundo Greco-Romano
Rotas Marítimas do mundo Greco-Romano
As estradas da Palestina
As estradas da Palestina

As condições climáticas de Canaã

CHUVA
No tempo de Moisés e Josué, como nos dias de hoje, a chuva era de suma importância para o clima de Canaã "Porque a terra que passais a possuir não é como a terra do Egito, donde saístes, em que semeáveis a vossa semente e, com o pé, a regáveis como a uma horta; mas a terra que passais a possuir é terra de montes e de vales; da chuva dos céus beberá as águas" (Dt 11:10-11).
Os ventos prevalecentes vindos do mar Mediterrâneo que trazem consigo umidade são forçados a subir quando se deparam com os montes da região oeste e perdem essa umidade na forma de chuva. Passada essa barreira natural, os índices pluviométricos caem drasticamente e, alguns quilômetros depois, a terra se transforma em deserto. Esse fenômeno é exemplificado de forma clara pela comparação entre os índices pluviométricos anuais da cidade moderna de Jerusalém (cerca de 600 mm) com os de Jericó, apenas 20 km de distância (cerca de 160 mm).
O índice pluviométrico anual de Jerusalém é quase o mesmo de Londres, mas em Jerusalém concentra-se em cerca de cinquenta dias de chuva por ano, enquanto em Londres se distribui ao longo de mais ou menos trezentos dias. Em geral, esse índice aumenta em direção ao norte; assim, nos montes ao norte da Galileia a chuva pode chegar a 1.000 mm por ano. Por outro lado, nas regiões sul e leste da Palestina fica abaixo de 300 mm, condições nas quais a agricultura geralmente se torna impraticável.

MUDANÇAS CLIMÁTICAS
A terra de Canaã descrita no Antigo Testamento parece mais fértil do que hoje. A pastagem excessiva, especialmente por rebanhos caprinos, provocou a erosão e perda de fertilidade do solo. Sem dúvida, a terra está mais desmatada devido ao uso de madeira para a construção e combustível e à devastação provocada por inúmeras guerras e cercos.' No entanto, não há nenhuma evidência de que os índices pluviométricos atuais apresentem diferenças consideráveis em relação as dos tempos bíblicos. A erosão das encostas dos montes simplesmente aumentou o escoamento de água e, portanto, as tornou menos férteis.

O CALENDÁRIO DE CANAÃ
Normalmente, não ocorrem chuvas entre a segunda quinzena de maio e a primeira quinzena de outubro. Da segunda quinzena de junho à primeira quinzena de setembro, a vegetação seca sob o calor abafado do verão. A temperatura mais alta registrada na região foi de 51° C no extremo sul do mar Morto. As primeiras chuvas que normalmente começam a metade de outubro, mas podem atrasar até janeiro, amolecem o solo, permitindo o início da aragem. As principais culturas - o trigo e a cevada - eram semeadas nessa época. A chuva continua a cair periodicamente ao longo de todo o inverno, culminando com as chuvas serôdias em abril ou início de maio, que fazem os grãos dos cereais incharem pouco antes da colheita. A cevada era menos valorizada do que o trigo, mas tinha a vantagem de crescer em solos mais pobres e ser colhida mais cedo. A colheita da cevada Coincidia com a festa da Páscoa, no final de março ou em abril e a do trigo com a festa de Pentecoste, sete semanas depois. Uvas, azeitonas, figos e outras frutas eram colhidos no outono. O inverno pode ser frio e úmido, chegando a nevar. Uma quantidade considerável de neve cai sobre Jerusalém mais ou menos a cada quinze anos. A neve é mencionada várias vezes no Antigo Testamento. Por exemplo, um homem chamado Benaia entrou numa cova e matou um leão "no tempo da neve". Numa ocorrência extraordinária, uma chuva de granizo matou mais cananeus do que os israelitas com suas espadas. A chuva no nono mês (dezembro) causou grande aflição ao povo assentado na praça em Jerusalém.° No mesmo mês, o rei Jeoaquim estava assentado em sua casa de inverno diante de um braseiro aceso.• Era necessário usar o fogo para se aquecer até o início de abril, como se pode ver claramente no relato da negação de Pedro. Um problema associado à estação das chuvas, especialmente na região costeira e junto ao lago da Galileia, era o míldio, que na tradução portuguesa por vezes é chamado de "ferrugem". O termo se refere ao mofo em roupas e casas, um mal que devia ser erradicado, e também a uma doença que afetava as plantações.

SECAS
Em algumas ocasiões, o ciclo de chuvas era interrompido e a terra sofria grandes secas. A mais conhecida ocorreu no tempo de Elias e, sem dúvida, teve efeitos devastadores, como a grave escassez de alimentos.° Esse tipo de ocorrência havia sido predito pelo autor de Deuteronômio. A desobediência ao Senhor traria sua maldição sobre a terra: "Os teus céus sobre a tua cabeça serão de bronze; e a terra debaixo de ti será de ferro. Por chuva da tua terra, o Senhor te dará pó e cinza; dos céus, descerá sobre ti, até que sejas destruído" (Dt 28:23-24).

terra cultivável no vale de Dota
terra cultivável no vale de Dota
chuvas
chuvas
Temperaturas na Palestina
Temperaturas na Palestina
Temperaturas na Palestina
Temperaturas na Palestina

A Agricultura de Canaã

A VEGETAÇÃO NATURAL
A. Palestina apresenta diversos tipos de clima desde o alpino até o tropical e o desértico. Em decorrência disso, possui uma vegetação extremamente variada, sendo que foram registradas 2.780 espécies de plantas. Mais de vinte espécies de árvores são mencionadas na Bíblia, desde as palmeiras da região tropical de Jericó até os cedros e florestas de coníferas do Líbano. Nem todas as árvores podem ser identificadas com precisão botânica; alguns termos talvez abrangessem várias espécies diferentes. Por exemplo, o termo hebraico usado para maçá também pode incluir o damasco.' As alfarrobeiras, de cujos frutos o filho pródigo comeu, são conhecidas apenas na bacia do Mediterrâneo. Nem todas as árvores mencionadas na Bíblia eram encontradas em Canaã. O olíbano (o termo hebraico é traduzido na Bíblia como "incenso") e a mirra do sul da Arábia e o cedro do Líbano são exemplos típicos, mas o sândalo, talvez uma espécie de junípero, também era importado do Líbano." Outras árvores provenientes de terras distantes foram introduzidas em Canaã, como no caso da amoreira - a amoreira-branca é originária da China e a amoreira-preta, do Irá. Nos meses de primavera, os campos ficam cobertos de flores, os "lírios do campo" "aos quais Jesus se referiu no sermão do monte (Mt 6:28).

O REINO ANIMAL
A Palestina abriga 113 espécies de mamíferos, 348 espécies de aves e 68 espécies de peixes. Possui 4.700 espécies de insetos, dos quais cerca de dois mil são besouros e mil são borboletas No Antigo Testamento, chama a atenção a grande variedade de animais, aves e insetos com a qual os habitantes de Canaã tinham contato. Davi matou um leão e um urso, dois animais que, para alívio da população atual, não são mais encontrados na região. Outros animais, como os bugios, eram importados de terras distantes." Um grande número de aves "mundas" não podia ser consumido como alimento. Mas quem, em sã consciência, comeria um abutre? Algumas dessas aves "imundas" talvez fossem migratórias, não tendo Canaã como seu hábitat. Os padres de migração dessas aves talvez não fossem compreendidos, mas certamente eram conhecidos. Alguns insetos voadores eram "limpos" e, portanto, podiam ser consumidos. João Batista parece ter aprendido a apreciar o sabor de "gafanhotos e mel silvestre" (Mic 1.6).

CULTURAS
O trigo e a cevada eram usados para fazer pão. Também se cultivavam lentilhas e feijões. Ervas como a hortelã, o endro e o cominho, das quais os fariseus separavam os dízimos zelosamente, eram usados para temperar alimentos de sabor mais suave. Os espias enviados por Moisés a Canaã voltaram trazendo um cacho de uvas enorme, e também romãs e figos. As uvas eram transformadas em vinho "que alegra o coração do homem" (SI 104,15) e em "bolos de passas" (Os 3:1). Do fruto das oliveiras extraía-se o azeite que, além de ser queimado em lamparinas para iluminar as casas, também era usado para fins alimentícios e medicinais e na unção de reis e sacerdotes. O linho era cultivado para a confecção de roupas. Também havia árvores de amêndoa, pistácia e outras nozes.

A CRIAÇÃO DE ANIMAIS
Canaã era considerada uma "terra que mana leite e mel" (Ex 3:8) e descrita desse modo cerca de quinze vezes no Antigo Testamento antes dos israelitas entrarem na terra. O leite era proveniente de ovelhas, cabras e também de vacas. Estes animais também forneciam lã, pelos e couro, respectivamente. Sua carne era consumida, mas, no caso da maioria do povo, somente em festas especiais, como a Páscoa, na qual cada família israelita devia sacrificar um cordeiro.! Caso fossem seguidas à risca, as prescrições do sistema sacrifical para toda a comunidade israelita exigiam a oferta anual de mais de duas toneladas de farina, mais de 1.300 l de azeite e vinho, 113 bois, 32 carneiros 1:086 cordeiros e 97 cabritos. O tamanho dos rebanhos e sua necessidade de pastagem adequada limitavam as regiões onde podiam ser criados. O território montanhoso no norte da Galileia era particularmente apropriado. Os touros de Basá, uma região fértil a leste do lago da Galileia, eram conhecidos por sua força. Além de bois e carneiros, o suprimento diário de alimentos para o palácio de Salomão incluía veados, gazelas, corços e aves cevadas.'* Não se sabe ao certo a natureza exata destas últimas; talvez fossem galinhas, conhecidas no Egito desde o século XV a.C.Os camelos, coelhos e porcos eram considerados "imundos" e, portanto, não deviam ser consumidos.

Uma descrição de Canaã
"Tu fazes rebentar fontes no vale, cujas áquas correm entre os montes; dão de beber a todos os animais do campo; os jumentos selvagens matam a sua sede. Junto delas têm as aves do céu o seu pouso e, por entre a ramagem, desferem o seu canto. Do alto de tua morada, regas os montes; a terra farta-se do fruto de tuas obras. Fazes crescer a relva para os animais e as plantas, para o serviço do homem, de sorte que da terra tire o seu pão, o vinho, que alegra o coração do homem, o azeite, que lhe dá brilho ao rosto, e o alimento, que lhe sustém as forças. Avigoram-se as árvores do SENHOR e os cedros do Líbano que ele plantou, em que as aves fazem seus ninhos; quanto à cegonha, a sua casa é nos ciprestes. Os altos montes são das cabras montesinhas, e as rochas, o refúgio dos arganazes. SALMO 104:10-18

ciclo agrícola do antigo Israel e suas festas principais.
ciclo agrícola do antigo Israel e suas festas principais.
Principais produtos agrícolas da Palestina e da Transjordânia
Principais produtos agrícolas da Palestina e da Transjordânia

GEOLOGIA DA PALESTINA

GEOLOGIA
Pelas formações rochosas que afloram basicamente na área que fica ao sul do mar Morto, no leste do Sinai, nos muros da Arabá e nos cânions escavados pelos rios da Transjordânia e também a partir de rochas encontradas nos modernos trabalhos de perfuração, é possível reconstruir, em linhas gerais, a história geológica da terra. Esses indícios sugerem a existência de extensa atividade, de enormes proporções e complexidade, demais complicada para permitir um exame completo aqui. Apesar disso, como a narrativa da maneira como Deus preparou essa terra para seu povo está intimamente ligada à criação de montes e vales (Dt 8:7-11.11; SI 65.6; 90.2; cp. Ap 6:14), segue um esboço resumido e simplificado dos processos que, ao que parece, levaram à formação desse cenário.


Toda essa região fica ao longo da borda fragmentada de uma antiga massa de terra sobre a qual repousam, hoje, a Arábia e o nordeste da África. Sucessivas camadas de formações de arenito foram depositadas em cima de uma plataforma de rochas ígneas (vulcânicas), que sofreram transformações - granito, pórfiro, diorito e outras tais. Ao que parece, as áreas no sul e no leste dessa terra foram expostas a essa deposição por períodos mais longos e mais frequentes. Na Transjordânia, as formações de arenito medem uns mil metros, ao passo que, no norte e na Cisjordânia, elas são bem mais finas. Mais tarde, durante aquilo que os geólogos chamam de "grande transgressão cretácea", toda a região foi gradual e repetidamente submersa na água de um oceano, do qual o atual mar Mediterrâneo é apenas resquício. Na verdade, " grande transgressão" foi uma série de transgressões recorrentes, provocadas por lentos movimentos na superfície da terra. Esse evento levou à sedimentação de muitas variedades de formação calcária. Um dos resultados disso, na Cisjordânia, foi a exposição da maior parte das rochas atualmente, incluindo os depósitos cenomaniano, turoniano, senoniano e eoceno.
Como regra geral, depósitos cenomanianos são os mais duros, porque contêm as concentrações mais elevadas de sílica e de cálcio. Por isso, são mais resistentes à erosão (e, desse modo, permanecem nas elevações mais altas), mas se desfazem em solos erosivos de qualidade superior (e.g., terra-roxa). São mais impermeáveis, o que os torna um componente básico de fontes e cisternas e são mais úteis em construções. Ao contrário, os depósitos senonianos são os mais macios e, por isso, sofrem erosão comparativamente rápida. Desfazem-se em solos de constituição química mais pobre e são encontrados em elevacões mais baixas e mais planas. Formações eocenas são mais calcárias e misturadas com camadas escuras e duras de pederneira, às vezes entremeadas com uma camada bem fina de quartzo de sílica quase pura. No entanto, nos lugares onde eles contêm um elevado teor de cálcio, como acontece na Sefelá, calcários eocenos se desintegram e formam solos aluvianos marrons. Em teoria, o aluvião marrom é menos rico do que a terra-roxa, porém favorece uma gama maior de plantações e árvores, é mais fácil de arar, é menos afetado por encharcamento e, assim, tem depósitos mais profundos e com textura mais acentuada.
Em resumo, de formações cenomanianas (e também turonianas) surgem montanhas, às vezes elevadas e escarpadas, atraentes para pedreiros e para pessoas que querem morar em cidades mais seguras. Formações eocenas podem sofrer erosão de modo a formar planícies férteis, tornando-as desejáveis a agricultores e a vinhateiros, e depósitos senonianos se desfazem em vales planos, que os viajantes apreciam. Uma comparação entre os mapas mostra o grande número de estreitas valas senonianas que serviram de estradas no Levante (e.g., do oeste do lago Hula para o mar da Galileia; a subida de Bete-Horom; os desfiladeiros do Jocneão, Megido e Taanaque no monte Carmelo; o fosso que separa a Sefelá da cadeia central; e o valo diagonal de Siquém para Bete-Sea). O último ato do grande drama cretáceo incluiu a criação de um grande lago, denominado Lisan. Ele inundou, no vale do Jordão, uma área cuja altitude é inferior a 198 metros abaixo do nível do mar - a área que vai da extremidade norte do mar da Galileia até um ponto mais ou menos 40 quilômetros ao sul do atual mar Morto. Formado durante um período pluvial em que havia precipitação extremamente pesada e demorada, esse lago salobro foi responsável por depositar até 150 metros de estratos sedimentares encontrados no terreno coberto por ele.
Durante a mesma época, cursos d'água também escavaram, na Transjordânia, desfiladeiros profundos e espetaculares. À medida que as chuvas foram gradualmente diminuindo e a evaporação fez baixar o nível do lago Lisan, pouco a pouco foram sendo expostas nele milhares de camadas de marga, todas elas bem finas e carregadas de sal. Misturados ora com gesso ora com calcita negra, esses estratos finos como papel são hoje em dia a característica predominante do rifte do sul e da parte norte da Arabá. Esse período pluvial também depositou uma grande quantidade de xisto na planície Costeira e criou as dunas de Kurkar, que se alinham com a costa mediterrânea. Depósitos mais recentes incluem camadas de aluvião arenoso (resultante da erosão pela água) e de loesse (da erosão pelo vento), características comuns da planície Costeira nos dias atuais.

A Geologia da Palestina
A Geologia da Palestina

HIDROLOGIA, SOLO E CHUVAS NA PALESTINA

HIDROLOGIA
Não é nenhuma coincidência que o principal deus do Egito (Amom-Rá) era uma divindade solar, o que também era o caso do líder do panteão mesopotâmico (Marduque) 108 Em contraste, o grande deus de Canaã (Baal) era um deus da chuva/fertilidade. Aí está um mito com consequências profundas e de longo alcance para quem quisesse viver em Canaã, mito que controlava boa parte da cosmovisão cananeia e, às vezes, até o pensamento israelita. O mito é um reflexo direto de certas realidades hidrológicas dessa terra. Dito de modo simples, nunca é preciso chover no Egito nem na Mesopotâmia. Cada uma dessas terras antigas recebeu uma rica herança: um grande rio. Do Nilo e do Eufrates, respectivamente, as civilizações egípcia e mesopotâmica tiravam seus meios de subsistência, irrigavam suas plantações e davam água a seus rebanhos e manadas. Cada um desses rios fornecia um enorme suprimento de água doce, mais do que poderia ser consumido pelas sociedades que eles alimentavam e sustentavam. Enquanto houvesse chuva suficiente a centenas e centenas de quilômetros de distância, nas montanhas da Etiópia e Uganda (no caso do Nilo) e nas regiões montanhosas e acidentadas do leste da Turquia (no caso do Eufrates).
não seria necessário chover no Egito nem em boa parte da Mesopotâmia. E, na verdade, raramente chovia! Naquelas regiões, a sobrevivência dependia do sustento proporcionado por rios que podiam ser usados com proveito no ambiente parecido com o de uma estufa, criado pelo calor do sol ao longo de suas margens.
Num contraste gritante com isso, em Canaã a sobrevivência dependia justamente da chuva. Nessa terra não havia nenhum grande rio, e os parcos recursos fluviais eram incapazes de atender às necessidades dos habitantes. É certo que o rio Jordão atravessava essa terra, mas, do mar da Galileia para o sul. ele ficava numa altitude tão baixa e estava sempre tão cheio de substâncias químicas que, em essência, a sociedade cananeia estava privada do eventual sustento que o lordão poderia lhe proporcionar. Em meio à têndência histórica de civilizações surgirem ao longo das margens de rios, o Jordão aparece como evidente exceção Fora o lordão. em Canaã havia apenas um pequeno volume de água doce subterrânea. Na Antiguidade, o rio Jarcom, que se forma nas fontes perto de Afeque e deságua no Mediterrâneo logo ao norte de Jope, produzia umidade suficiente para forcar viajantes a se deslocarem mais para dentro do continente, mas só no século 20 seus recursos foram finalmente aproveitados. O rio Ouisom, que drena parte do vale de Jezreel antes de desaguar no Mediterrâneo, na altura da planície de Aco, na maior parte do ano é pouco mais do que um riacho. E o rio Harode, que deságua no lordão em frente de Bete-Sea, mana de uma única fonte situada no sopé do monte Gilboa. De modo que os cananeus e até mesmo a comunidade da aliança de Deus experimentariam, nessa terra, a sobrevivência ou a morte, colheitas boas ou más, a fertilidade ou a seca, justamente como consequência de tempestades que podiam lançar sua chuva numa terra que, de outra forma, era incapaz de suster a existência humana. Para os autores das Escrituras, um padrão recorrente, até mesmo estereotipado, é pregar que a fé produz bênçãos enquanto a falta de fé resulta em condenação. Talvez nada mais ressaltasse esse padrão com tanta força do que a dependência da chuva. Por exemplo, perto do momento de Israel se tornar nação, o povo foi instruído sobre as consequências da fé: "Se [.] guardardes os meus mandamentos [..) eu vos darei chuvas no tempo certo, a terra dará seu produto [...] Mas, se não me ouvirdes [...] farei que o céu seja para vós como ferro, e a terra, como bronze [...] a vossa terra não dará seu produto" (Lv 26:3-20). Mais tarde, quando estava na iminência de se lancar em sua missão de ocupar Canaã, o povo recebeu as descrições mais vívidas e completas das características hidrológicas daquela terra. "Pois a terra na qual estais entrando para tomar posse não é como a terra do Egito, de onde saístes, em que semeáveis a semente e a regáveis a pé [referência ou a um tipo de dispositivo usado para puxar água que era movimentado com os pés ou a comportas de irrigação que podiam ser erguidas com os pés para permitir que as águas entrassem em canais secundários], como se faz a uma horta; a terra em que estais entrando para dela tomar posse é terra de montes e de vales, que bebe as águas da chuva do céu; terra cuidada pelo SENHOR, teu Deus, cujos olhos estão continuamente sobre ela, desde o princípio até o fim do ano" (Dt 11:10-12).
O autor bíblico passa então a fazer um contraste entre a fé e a fertilidade (v. 13-17). Na prática, sua mensagem era a de que, se os israelitas obedecessem aos mandamentos de Deus, ele lhes enviaria tanto as primeiras como as últimas chuvas, a fim de que o povo pudesse armazenar cereais, vinho e azeite. Mas, caso seus corações manifestassem falta de fé, na sua ira Deus trancaria os céus e não haveria nenhuma chuva. Então, parece claro que naquela terra a fertilidade dependia da fé e a própria vida estava em risco devido à falta de chuva, o que resultava em seca e fome. Ademais, os dois textos acima apresentam uma mensagem que é repetida em muitas outras passagens, em cada seção e gênero de literatura biblica: é Deus que, na sua benevolência - mediante a dádiva da bênção da chuva - sustenta a vida na terra da promessa (e.g., Dt 28:12-2Cr 7.13,14; J6 5.10; 28.25,26; 36.27,28; SI 65:9-13 135:7-147.8,18; Is 30:23-25; Ez 34:26; Os 6:3; Am 9:6; Zc 10:1; MI 3.10; Mt 5:45; At 14:17; Hb 6:7). De modo análogo, Deus tem a prerrogativa soberana de reter a chuva como sinal de sua insatisfação e juízo (e.g., Dt 28:22-24; 1Rs 8:35-36; 17.1; 2Cr 6:26-27; Jó 12.15; Is 5:6; Jr 3:3-14:1-6; Am 4:7-8; Zc 14:17). 110 Parece que os autores das Escrituras empregaram essa realidade teológica justamente por causa das implicações hidrológicas dinâmicas que teriam sido por demais óbvias para quem quer que tentasse sobreviver em Canaã. Para o israelita antigo, a chuva era um fator providencialmente condicionado.
As vezes, na história de Israel, Deus ficou tão descontente com o comportamento de seu povo que não lhes deu nem a chuva nem o orvalho (e.g., 1Rs 17:1; Ag 1:10-11; cp. Gn 27:39-25m 1.21; Is 26:19; Os 14:5; Jó 29.19). 112 Com certeza, poucos agricultores na América do Norte ou Europa tiveram boas colheitas principalmente como resultado de orvalho.
Entretanto, no Israel antigo, onde a água era escassa e inacessível, exceto aquela proveniente do céu, em certas estações do ano o crescimento das plantações dependia totalmente da formação do orvalho. Isso era ainda mais válido quando uvas e figos estavam amadurecendo no início do outono, logo antes das "primeiras chuvas" 13 Em circunstâncias normais, a cada ano, a planície Costeira ao sul de Gaza, o vale de lezreel no centro (Iz 6:36-40), o elevado monte Carmelo e o Neguebe Ocidental experimentam - todos eles - cerca de 250 noites de orvalho. Alguns estudiosos têm, com bons motivos, chegado a afirmar que a conexão entre chuva, fé e vida pode ser a melhor explicação por que, depois de atravessarem o Jordão e passarem a residir em Canaã, os israelitas puderam apostatar com tanta rapidez e de modo tão completo. Talvez nenhuma geração de israelitas que viveu antes da época de Cristo tenha experimentado de forma mais convincente o elemento do milagre divino do que aqueles que participaram da ocupação de sua terra. Contudo, seus filhos e netos ficaram rápida e completamente fascinados pelo deus Baal e pelo baalismo cananeu (z 6:25-32; 15m 4:5-8; 1Rs 16:32-33; 19:10-14), e o sincretismo deles se tornou o tema triste e recorrente do livro de Juízes. Aqueles dessa geração posterior não deram ouvidos às exortações proféticas e logo descobriram que, na prática, eram cananeus - pessoas que, por meio do culto da fertilidade, procuravam garantir que houvesse chuva suficiente. O baalismo cananeu estava envolvido com uma cosmovisão cíclica (e não com uma linear), em que o mundo fenomênico, a saber, as forças da natureza, era personificado. Dessa maneira, os adeptos do baalismo eram incapazes de perceber que as estações do ano eram de uma periodicidade regular e mecânica. A variação e a recorrência das estações eram vistas em termos de lutas cósmicas. Quando a estação seca da primavera começava com a consequente cessação de chuva e a morte da vegetação, inferiam erroneamente que o deus da esterilidade (Mot) havia assassinado seu adversário, Baal. Por sua vez, quando as primeiras chuvas do outono começavam a cair, tornando possível a semeadura e, mais tarde, a colheita, de novo o baalismo cometia o erro de inferir que o deus da fertilidade (Baal) havia ressuscitado e retornado à sua posição proeminente.
Ademais, o fracasso do baalismo cananeu em perceber que a variação das estações era governada pela inevitabilidade das leis da Natureza levou à crença de que o resultado das lutas cósmicas era incerto e que os seres humanos podiam manipulá-lo. Como consequência, quando desejavam que suas divindades realizassem certas ações, os cananeus acreditavam que podiam persuadi-las a isso, realizando eles próprios as mesmas ações num contexto cultual, uma prática conhecida hoje em dia como "magia imitativa ou simpática". Para eles, o triunfo contínuo de Baal equivalia à garantia de fertilidade duradoura. Esse desejo deu origem à prostituição cultual, em que, conforme acreditavam, as ações de um homem ou uma mulher consagrados a essa atividade ativamente antecipavam e causavam o intercurso de Baal com a terra e dele participavam (entendiam que a chuva era o sêmen de Baal). De acordo com a adoração da fertilidade em Canaã, quando Baal triunfava, as mulheres ficavam férteis, os rebanhos e manadas reproduziam em abundância e a lavoura era repleta de cereais. Os profetas, a começar por Moisés, atacaram fortemente a adoção indiscriminada dessa abominação (Dt 4:26; cp. Jr 2:7-8,22,23; 11.13; Os 4:12-14; Mq 1:7). Mas, apesar de todas as advertências, ao que parece a realidade hidrológica da terra levou os israelitas a suporem que também necessitavam de rituais cananeus para sobreviver num lugar que dependia tanto da chuva (1Sm 12:2-18; 1Rs 14:22-24; 2Rs 23:6-7; 2Cr 15:16: Jr 3:2-5; Ez 8:14-15; 23:37-45). Israel logo começou a atribuir a Baal, e não a lahweh, as boas dádivas da terra (Is 1:3-9; Jr 2:7; Os 2:5-13) e, por fim, os israelitas chegaram ao ponto de chamar lahweh de "Baal" (Os 2:16). O tema bíblico recorrente de "prostituir-se" tinha um sentido muito mais profundo do que uma mera metáfora teológica (Jz 2:17-8.27,33; 1Cr 5:25; Ez 6:9; Os 4:12-9.1; cp. Dt 31:16-1Rs 14.24; 2Rs 23:7). Além do mais, no fim, a adoção dessa degeneração contribuiu para a derrota e o exílio de Israel (e.g., 1Cr 5:26-9.1; SI 106:34-43; Jr 5:18-28; 9:12-16; 44:5-30; Ez 6:1-7; 33:23-29).
É muito provável que a expressão característica e mais comum que a Bíblia usa para descrever a herança de Israel - "terra que dá leite e mel" - trate igualmente dessa questão de dependência da chuva. Os ocidentais de hoje em dia conseguem ver, nessa metáfora, uma conotação de fertilidade e abundância exuberantes, de um paraíso autêntico ou de um jardim do Éden luxuriante. Mas a expressão pinta um quadro bem diferente. Para começar, o "princípio da primeira referência pode ser relevante para essa metáfora: quando a expressão surge pela primeira vez no cânon e na história de Israel, é especificamente usada para contrastar a vida de Israel no Egito com a vida tal como seria em Canaã (Êx 3.8,17). E, embora também se empregue a metáfora para descrever a terra da aliança de Deus com Israel (Dt 6:3-31.20; Is 5:6; Jr 11:5), de igual forma as Escrituras, mais tarde, utilizam a metáfora para tornar a apresentar esse forte contraste entre o Egito e Cana (e.g., Dt 11:9-12; 26.8,9; Jr 32:21-23; Ez 20:6). Nesse aspecto, o texto de Deuteronômio 11:8-17 é especialmente revelador: aí a terra de leite e mel será um lugar em que a fertilidade estará condicionada à fé em contraste com a fertilidade garantida do Egito.
Os produtos primários envolvidos também parecem não apontar para a noção de fertilidade exuberante (cp. Is 7:15-25). A palavra para "leite" (halab) é usada com frequência para designar o leite de cabra e ovelha (Êx 23.19; Dt 14:21-1Sm 7.9; Pv 27:26-27), raramente para se referir ao leite de vaca (Dt 32:14) e nunca ao de camela. Ocasionalmente a palavra para "mel" (debash) é interpretada como referência a uma calda ou geleia feita de uvas ou tâmaras ou secretada por certas árvores, mas é quase certo que, nesse contexto, deve se referir ao mel de abelha. A palavra é usada especificamente com abelhas (d°bórá, cp. Jz 14:8-9) e aparece com vários vocábulos diferentes que designam favo (Pv 24:13; Ct 4:11; cp. 1Sm 14:25-27; SI 19.10; Pv 16:24; Ct 5:1). Na descrição encontrada em textos egípcios mais antigos, Canaã tinha seu próprio suprimento de mel,16 uma observação importante à luz do fato bem estabelecido de que a apicultura doméstica era conhecida no Egito desde tempos remotos. Escavações arqueológicas realizadas em 2007 na moderna Rehov/Reobe, logo ao sul de Bete-Sea, encontraram vestígios inconfundíveis de apicultura doméstica em Canaã, datada radiometricamente do período da monarquia unida. Além de mel, restos tanto de cera de abelha quanto de partes de corpos de abelha foram tirados do apiário, e acredita-se que as fileiras de colmeias achadas ali até agora eram capazes de produzir até 450 quilos de mel todos os anos.
Os produtos primários indicados na metáfora que descreve a terra têm de ser leite de cabra e mel de abelha: os dois itens são produtos de condições topográficas e econômicas idênticas (Is 7:15-25; J6 20,17) e de áreas de pastagem não cultivadas. Nenhum é produto de terra cultivada. Diante disso, deve-se concluir que os produtos primários de leite e mel são de natureza pastoril e não agrícola. Portanto, a terra é descrita como uma esfera pastoril.
É possível perceber o peso dessa última observacão quando se contrastam o leite e o mel com os produtos primários do Egito, citados na Bíblia (Nm 11:4-9). Enquanto andava pelo deserto, o povo de Israel se desiludiu com a dieta diária e monótona de maná e passou a desejar a antiga dieta no Egito (peixe, pepino, melão, alho-poró, cebola e alho). Além de peixe, os alimentos pelos quais ansiavam eram aqueles que podiam ser plantados e colhidos. Em outras palavras. enquanto estavam no Egito, a dieta básica dos israelitas era à base de produtos agrícolas e nada há nesse texto sobre a ideia de pastoralismo. O Egito parece ser apresentado basicamente como o lugar para o lavrador trabalhar a terra, ao passo que a terra da heranca de Israel é basicamente apresentada como o lugar para o pastor criar animais. Isso não quer dizer que não houvesse pastores no Egito (ep. Gn 46:34) nem que não houvesse lavradores em Canaã (cp. Mt 22:5); mas dá a entender que o Egito era predominantemente um ambiente agrícola, ao passo que Canaã era predominantemente de natureza pastoril. Ao se mudar do Egito para uma "terra que dá leite e mel", Israel iria experimentar uma mudanca impressionante de ambiente e estilo de vida É provável que isso também explique por que a Bíblia quase não menciona lavradores, vacas e manadas e, no entanto, está repleta de referências pastoris:


Desse modo, dizer que a terra dava "leite e mel" servia a três propósitos básicos. A expressão: (1) descrevia a natureza distintamente pastoril do novo ambiente de Israel; (2) fazia um contraste entre aquele ambiente e o estilo de vida que Israel havia tido no Egito; (3) ensinava o povo que a fertilidade/ sobrevivência em sua nova terra seria resultado da fé e consequência da obediência. Os israelitas não seriam mais súditos egípcios vivendo no Egito, mas também não deveriam se tornar súditos cananeus vivendo em Canaã. Deviam ser o povo de Deus, povo que teria de viver uma vida de fé nesse lugar que Deus escolhera e que dependia tanto de chuva (as vezes denominada geopiedade). À luz dos difíceis condições hidrológicas da terra, a necessidade de conservar os escassos suprimentos de água devia ser determinante. Por esse motivo, a Bíblia está repleta de referências à água e a itens relacionados, com aplicações tanto positivas quanto negativas. Encontramos menção a:


Na época do Novo Testamento, tecnologias hídricas gregas e romanas aliviaram em parte a dificílima situação de abastecimento de água para algumas cidades principais.
O Império Romano foi particularmente bem-sucedido em transportar água, às vezes por muitos quilômetros, desde sua(s) fonte(s) até as principais áreas urbanas. Uma tecnologia sofisticada criou aquedutos tanto abertos quanto fechados - canais de água que podiam ter várias formas de canalização (pedra, terracota, chumbo, bronze e até madeira). Alguns dos canais foram construídos acima da superfície e outros, abaixo.
Além do enorme trabalho exigido pelas imensas construções, esses sistemas também requeriam considerável capacidade e sofisticação de planejamento. Os romanos tiraram vantagem da força da gravidade, mesmo durante longas distâncias, em terreno irregular ou montanhoso. Em certos intervalos, colocaram respiradouros para reduzir problemas de pressão da água ou do ar e para possibilitar que os trabalhadores fizessem o desassoreamento. Também utilizaram sifões para permitir que a água subisse até recipientes acima de um vale adjacente, mas abaixo do nível da fonte da água. Junto com uma rede de aquedutos, os romanos criaram muitos canais abertos, comportas, redes de esgoto, diques e reservatórios de água.
Como resultado, a maioria da população urbana do Império Romano desfrutava de banhos públicos, latrinas e fontes. Alguns tinham acesso a piscinas e até mesmo lavagem de louça. Na Palestina em particular, introduziu-se o banho ritual (mikveh).

Os solos da Palestina
Os solos da Palestina
Montanhas e rios da Palestina
Montanhas e rios da Palestina
Índice pluviométrico na Palestina
Índice pluviométrico na Palestina

O CLIMA NA PALESTINA

CLIMA
À semelhança de outros lugares no mundo, a realidade climática dessa terra era e é, em grande parte, determinada por uma combinação de quatro fatores: (1) configuração do terreno, incluindo altitude, cobertura do solo, ângulo de elevação e assim por diante; (2) localização em relação a grandes massas de água ou massas de terra continental; (3) direção e efeito das principais correntes de ar; (4) latitude, que determina a duração do dia e da noite. Situada entre os graus 29 e 33 latitude norte e dominada principalmente por ventos ocidentais (oceânicos), a terra tem um clima marcado por duas estações bem definidas e nitidamente separadas. O verão é um período quente/seco que vai de aproximadamente meados de junho a meados de setembro; o inverno é um período tépido/úmido que se estende de outubro a meados de junho. É um lugar de brisas marítimas, ventos do deserto, terreno semidesértico, radiação solar máxima durante a maior parte do ano e variações sazonais de temperatura e umidade relativa do ar. Dessa forma, seu clima é bem parecido com certas regiões do estado da Califórnia, nos Estados Unidos, conforme mostrado no gráfico da página seguinte.
A palavra que melhor caracteriza a estação do verão nessa terra é "estabilidade" Durante o verão, o movimento equatorial do Sol na direção do hemisfério norte força a corrente de jato (que permite a depressão e a convecção de massas de ar e produz tempestades) para o norte até as vizinhanças dos Alpes. Como consequência, uma célula estacionária de alta pressão se desenvolve sobre os Açores, junto com outra de baixa pressão, típica de monção, sobre Irã e Paquistão, o que resulta em isóbares (linhas de pressão barométrica) basicamente norte-sul sobre a Palestina. O resultado é uma barreira térmica que produz dias claros uniformes e impede a formação de nuvens de chuva, apesar da umidade relativa extremamente elevada. O verão apresenta o tempo todo um ótimo clima, brisas regulares do oeste, calor durante o dia e uma seca quase total. No verão, as massas de ar, ligeiramente resfriadas e umedecidas enquanto passam sobre o Mediterrâneo, condensam-se para criar um pouco de orvalho, que pode estimular o crescimento de plantas de verão. Mas as tempestades de verão são, em sua maioria, inesperadas (1Sm 12:17-18). Por outro lado, o inverno se caracteriza pela palavra "instabilidade". Nessa estação, massas de ar mais elevadas se aproveitam do caminho equatorial do Sol na direção do hemisfério sul e ficam tomadas de ar polar extremamente frio. A mistura dessas massas de ar pode criar várias correntes dominantes de alta pressão, e qualquer uma pode, imprevisivelmente, se chocar com o ar que serpenteia pela depressão mediterrânea.

1. A área de alta pressão atmosférica da Ásia é uma corrente direta de ar polar que pode chegar a 1.036 milibares. As vezes atravessa todo o deserto da Síria e atinge a terra de Israel, vindo do leste, com uma rajada de ar congelante e geada (Jó 1.19).
2. A área de alta pressão atmosférica dos Bálcãs, na esteira de uma forte depressão mediterrânea, consegue capturar a umidade de uma tempestade ciclônica e, vindo do oeste, atingir Israel com chuva, neve e granizo. Em geral esse tipo de sistema é responsável pela queda de chuva e neve no Levante (2Sm 23:20-1Cr 11:22; Jó 37:6; SL 68:14; Pv 26:1).
3. Uma área de alta pressão atmosférica um pouco menos intensa do Líbano pode ser atraída na direção do Neguebe e transportar tempestades de poeira que se transformam em chuva.


A própria vala do Mediterrâneo é uma zona de depressão relativamente estacionária, pela qual passam em média cerca de 25 tempestades ciclônicas durante o inverno. Uma corrente de ar mais quente leva cerca de quatro a seis dias para atravessar o Mediterrâneo e se chocar com uma dessas frentes. Caso essas depressões sigam um caminho mais ao sul, tendem a se desviar ao norte de Chipre e fazer chover pela Europa Oriental. Esse caminho deixa o Levante sem sua considerável umidade [mapa 21] e produz seca, que às vezes causa fome. 121 Contudo, quando seguem um caminho ao norte - e bem mais favorável - tendem a ser empurradas mais para o sul por uma área secundária de baixa pressão sobre o mar Egeu e atingem o Levante com tempestades que podem durar de dois a quatro dias (Dt 11:11-1Rs 18:43-45; Lc 12:54). O inverno é, então, a estação chuvosa (SI 29:1-11; Ct 2:11; At 27:12-28.2), que inclui igualmente "as primeiras e as últimas chuvas" (Dt 11:14; Jó 29.23; SI 84.6; Pv 16:15; )r 5.24; Os 6:3; Jl 2:23; Zc 10:1; Tg 5:7) .125 Os dias de chuva mais pesada coincidem com o período do clima mais frio, de dezembro a fevereiro (Ed 10:9-13; Jr 36:22), quando é frequente a precipitação incluir neve e granizo.
Em termos gerais, a precipitação aumenta à medida que se avança para o norte. Elate, junto ao mar Vermelho, recebe 25 milímetros ou menos por ano; Berseba, no Neguebe, cerca de 200 milímetros; Nazaré, na região montanhosa da Baixa Galileia, cerca de 680 milímetros; o jebel Jarmuk, na Alta Galileia, cerca de 1.100 milímetros; e o monte Hermom, cerca de 1.500 milímetros de precipitação (v. no mapa 19 as médias de Tel Aviv, Jerusalém e Jericó]. A precipitação também tende a crescer na direção oeste.
Períodos curtos de transição ocorrem na virada das estações: um entre o final de abril e o início de maio, e outro entre meados de setembro e meados de outubro. Nesses dias, uma massa de ar quente e abrasador, hoje conhecida popularmente pelo nome de "siroco" ou "hamsin", pode atingir a Palestina vinda do deserto da Arábia.127 Essa situação produz um calor tórrido e uma sequidão total, algo parecido com os ventos de Santa Ana, na Califórnia. Conhecida na Bíblia pelas expressões "vento oriental" (Ex 10:13; Is 27:8; Ir 18.17; Ez 19:12; Os 12:1-13.
15) e "vento sul" (Lc 12:55), às vezes um vento siroco pode durar mais de uma semana, ressecando vegetação mais frágil e causando mais do que uma ligeira irritação em seres humanos e animais. Os ventos orientais da Bíblia podiam fazer secar espigas (Gn 41:6), secar o mar (Ex 14:21), causar morte e destruição (Jó 1.19), carregar pessoas (Jó 27.21), naufragar navios (SI 48.7; Ez 27:26) e fazer as pessoas desfalecerem e perderem os sentidos (In 4.8). Em contraste, um "vento norte" favorecia e revigorava a vida (Jó 37.22; Pv 25:23). A palavra suméria para "vento norte" significa literalmente "vento favorável".

ARBORIZAÇÃO
Nos lugares onde a terra recebia chuva suficiente, a arborização da Palestina antiga incluía matas perenes de variedades de carvalho, pinheiro, terebinto, amendoeira e alfarrobeira (Dt 19:5-2Sm 18.6; 2Rs 2:24; Ec 2:6; Is 10:17-19). Mas o mais comum era a terra coberta pelo mato fechado e plantas arbustivas (maquis) típicas da bacia do Mediterrâneo (1s 17.15; 1Sm 22:5; Os 2:14). Com base em análises de uma ampla amostra de pólen e também de restos de plantas e sementes tirados do interior de sedimentos, o mais provável é que, na Antiguidade remota, a arborização original da Palestina fosse bem densa e às vezes impenetrável, exceto nas regiões sul e sudeste, que margeavam o deserto, Os dados atuais apontam, porém, para uma destruição cada vez maior daquelas florestas e vegetação, destruição provocada pelo ser humano, o que começou já por volta de 3000 a.C. Mas três períodos se destacam como particularmente danosos:

(1) o início da Idade do Ferro (1200-900 a.C.);
(2) o final dos períodos helenístico e romano (aprox. 200 a.C.-300 d.C.);
(3) os últimos 200 anos.


O primeiro desses ciclos de destruição é o que mais afeta o relato bíblico que envolve arborização e uso da terra. No início da Idade do Ferro, a terra da Palestina experimentou, em sua paisagem, uma invasão massiva e duradoura de seres humanos, a qual foi, em grande parte, desencadeada por uma leva significativa de novos imigrantes e pela introdução de equipamentos de ferro. As matas da Palestina começaram a desaparecer diante das necessidades familiares, industriais e imperialistas da sociedade. Na esfera doméstica, por exemplo, grandes glebas de terra tiveram de ser desmatadas para abrir espaço para a ocupação humana e a produção de alimentos (Js 17:14-18).
Enormes quantidades de madeira devem ter sido necessárias na construção e na decoração das casas (2Rs 6:1-7; Jr 10:3). Calcula-se que cada família necessitava de uma a duas toneladas de lenha por ano (Js 9:21-27; Is 44:14-17; Ez 15:1-8; Mc 14:54). E o pastoreio de rebanhos temporários de ovelhas e cabras teria arrancado plantas sazonais que eram suculentas, mas sem raiz profunda. Por sua vez, a ocupação da terra teria requerido o apoio de certas indústrias, muitas das quais exigiam enormes recursos de madeira que, com certeza, danificaram o delicado equilíbrio ecológico da Palestina. A madeira era queimada em fornos de cozimento e em fornalhas industriais. Era necessária para a produção e vitrificação de vidro e na manufatura de cal, gesso, tijolos, canos e tubos de terracota, utensílios de cozimento, ferramentas de ferro e tábuas de escrever (alguns textos eram, na realidade, gravados sobre tábuas de madeira). Certos subprodutos de madeira tinham utilidade industrial, como solventes de água, no curtimento e tingimento e na medicina.
Muita madeira era empregada na extração de pedras nas encostas de montanhas e no represamento de cursos d'água. Mais madeira era transformada em carvão para o trabalho de mineração, fundição e forja de metais 130 Grandes quantidades também eram consumidas em sacrifícios nos templos palestinos.
Por fim, ainda outras áreas de floresta eram devastadas como resultado do imperialismo antigo, fosse na produção de instrumentos militares (Dt 20:19-20), fosse em injustificadas atividades de guerra (2Rs 3:25; SI 83.14,15; Is 10:15-19; Jr 6:4-8), fosse no pagamento de tributo compulsório.131 Os efeitos do desmatamento foram marcantes e permanentes. Existem consideráveis indícios de que a concomitante perturbação das camadas superiores do solo da Palestina provocou uma erosão pelo vento e pela água bastante acelerada, com subsequente perda da fertilidade das camadas finas de solo nas encostas. Alguns conservacionistas do solo calculam que, como resultado do desmatamento ocorrido na 1dade do Ferro, mais de 90 centímetros de solo e subsolo foram irrecuperavelmente perdidos da Cadeia Montanhosa Central, o que fez com que a base rochosa de áreas significativas daquele terreno ficasse visível. Uma vez que as camadas superiores do solo foram seriamente comprometidas ou destruídas, os subsolos predominantemente improdutivos não conseguiram regenerar a arborização. Existem indícios convincentes de oscilações climáticas durante o período do Israel bíblico, mas praticamente nenhuma evidência de mudança significativa ou radical do clima. O desflorestamento desenfreado da região, com a consequente deterioração e deslocamento da camada superior fértil, provocou um desgaste gradual e inexorável do meio ambiente. O cenário mudou para pior e até mesmo os modernos esforços de reflorestamento ainda não se mostraram completamente bem-sucedidos.
É bem irônico que as atividades desenvolvidas pelos próprios israelitas tenham contribuído de forma significativa para essa diminuição do potencial dos recursos da terra, na Palestina da Idade do Ferro Antiga. O retrato da arborização da Palestina pintado pela Bíblia parece estar de acordo com esses dados. Embora haja menção frequente a certas árvores tradicionais que mais favorecem o comprometimento e a erosão do solo (oliveira, figueira, sicômoro, acácia, amendoeira, romázeira, terebinto, murta, bálsamo), a Bíblia não faz quase nenhuma referência a árvores que fornecem madeira de lei para uso em edificações (carvalho, cedro, cipreste e algumas espécies de pinheiro). E inúmeras vezes a mencão a estas últimas variedades tinha a ver com outros lugares - frequentemente Basã, monte Hermom ou Líbano (Iz 9.15; 1Rs 4:33; SI 92.12; Is 40:16; Ez 27:5-6; Zc 11:2). Aliás, o abastecimento aparentemente inesgotável de madeira pelo Líbano era famoso no mundo antigo; o Egito começou a importá-la já à época do Reino Antigo.133 Vários reis mesopotâmicos e assírios viajaram para o Líbano para conseguir cedro. Em particular, os reis assírios costumavam se vangloriar de que uma de suas maiores façanhas era terem escalado os cumes do Líbano e derrubado suas imensas árvores (Is 14:8).
Pelo fato de a Palestina praticamente não ter reservas de madeira de lei, Davi, quando se lançou a seus projetos de construção em Jerusalém, achou necessário fazer um tratado com Hirão, rei de Tiro (e.g., 25m 5.11; 1Cr 14:1). Quando deu início a seus inúmeros empreendimentos de construção, Salomão foi forçado a ratificar aquele tratado (1Rs 5:1-18; 7:2-12; 2Cr 2:1-16; 9:10-28). Fenícios de Tiro forneceram a Salomão tanto a matéria-prima quanto a tecnologia para construir sua frota de navios mercantes (1Rs 10:22; cf. Ez 27:5-9, 25-36). Durante todo o período da monarquia, a construção, mesmo em pequena escala, implicava conseguir no exterior a madeira de lei necessária, conforme Jeoás e Josias descobriram (2Rs 12:12-22.6). Certa vez, a madeira que estava sendo usada para construir uma cidade no Reino do Norte foi levada, como um ato de agressão, para construir cidades em Judá (2Cr 16:6).
A disponibilidade de madeira de lei nativa não melhorou no período pós-exílico. Como parte do decreto de Ciro, que permitiu aos judeus voltarem à sua terra para reconstruir o templo, o monarca persa lhes deu uma quantia em dinheiro com a qual deveriam comprar madeira no Líbano (Ed 3:7). Mas suspeita-se que, quando aquela madeira chegou a Jerusalém, foi desperdiçada em residências particulares, em vez de ser usada no templo (Ag 1:8, cp. v. 4). Mais tarde, quando Neemias foi ao rei Artaxerxes pedindo dispensa do cargo na corte para trabalhar para melhorar as condições de vida ao redor de Jerusalém, recebeu do rei cartas que lhe permitiram obter madeira para a reconstrução dos muros e portas da cidade (Ne 2:4-8). Ainda mais tarde, madeira necessária para a imensa empreitada de construção realizada por Herodes em Cesareia Marítima teve de ser importada, provavelmente da Itália. E até mesmo no século 19, quando Charles Warren precisou de tábuas de madeira para dar continuidade a seu trabalho arqueológico em Jerusalém, ele descobriu que madeira ainda estava entre os produtos mais escassos e mais caros da Palestina.

O Clima no Oriente Médio no Verão
O Clima no Oriente Médio no Verão
O Clima no Oriente Médio no Inverno
O Clima no Oriente Médio no Inverno
Tabela do clima da Palestina
Tabela do clima da Palestina

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras

Não foram encontradas referências em Outras Obras.

Locais

Estes lugares estão apresentados aqui porque foram citados no texto Bíblico, contendo uma breve apresentação desses lugares.

JERUSALÉM

Clique aqui e abra o mapa no Google (Latitude:31.783, Longitude:35.217)
Nome Atual: Jerusalém
Nome Grego: Ἱεροσόλυμα
Atualmente: Israel
Jerusalém – 760 metros de altitude (Bronze Antigo) Invasões: cercada por Senequaribe em 710 a.C.; dominada pelo Faraó Neco em 610, foi destruída por Nabucodonosor em 587. Depois do Cativeiro na Babilônia, seguido pela restauração do templo e da cidade, Jerusalém foi capturada por Ptolomeu Soter em 320 a.C., e em 170 suas muralhas foram arrasadas por Antíoco Epifânio. Em 63 a.C. foi tomada por Pompeu, e finalmente no ano 70 de nossa era foi totalmente destruída pelos romanos.

Localizada em um planalto nas montanhas da Judeia entre o Mar Mediterrâneo e o mar Morto, é uma das cidades mais antigas do mundo. De acordo com a tradição bíblica, o rei Davi conquistou a cidade dos jebuseus e estabeleceu-a como a capital do Reino Unido de Israel, enquanto seu filho, o rei Salomão, encomendou a construção do Primeiro Templo.
Mapa Bíblico de JERUSALÉM



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Obadias Capítulo 1 do versículo 1 até o 21
SEÇÃO I

O JULGAMENTO DE EDOM

Obadias 1:9

O livro começa com o título: Visão de Obadias (1). O termo traduzido por visão é a palavra comumente usada para descrever o teor de uma revelação divina dada a um dos profetas (Is 1:1; Jr 14:14; Ez 7:26; Na 1.1). Ao se referir à pregação ("novas", ARA; "notícia", BV) do SENHOR, talvez Obadias afirme que cita algum dos profetas de Deus — palavras as quais percebia que na ocasião eram particularmente pertinentes (cf. Jr 49:14). O embaixador (ou "mensageiro", ARA) que foi enviado às nações pode ter sido uma pessoa ou pessoas subversivas enviadas por um rei para incitar as nações circunvizinhas contra Edom. Também é possível que o profeta se refira a um espírito instigador do desassossego geral, inveja e má vontade para com Edom (ver mapa

1) entre as nações vizinhas, que fora resultado de causas políticas. Qualquer que tenha sido a situação serviu como mensageiro do Senhor, pois Deus a usou para dar início ao seu propósito de julgar os edomitas.

Deus não interfe nos assuntos edomitas, de certa maneira notavelmente milagrosa, mas elaborava a conspiração e deslealdade das nações circunvizinhas. Estes fatos nos lembram que "há no mundo forças históricas em operação que tornam precária a posição de qualquer nação, por mais forte que pareça. A mensagem de Obadias é peculiarmente apropriada como declaração profética que toda nação poderosa, rica e bem estabelecida faz bem em ouvir"!

Eis que te fiz pequeno... tu és mui desprezado (2) é mais bem traduzido pelo modo profético: "Eis que te farei pequeno [...]; tu serás totalmente desprezado" (ECA). O texto hebraico diz respeito a algo já determinado na mente de Deus, mas que ainda está no futuro humano (cf. ATA; NTLH; NVI; VBB).

A terra de Edom se estendia ao longo das encostas da cadeia de montanhas rocho-sas do monte Seir, em direção do golfo de Áqaba e chegava quase ao mar Morto. O território variava de regiões férteis, que produziam trigo, uva, figo, romã e azeitona, a altos picos montanhosos separados por desfiladeiros profundos. A meio caminho na principal cadeia montanhosa, elevava-se o monte Hor, alto e sombrio acima do terreno circunvizinho e a curta distância da capital Sela ou Petra, que se situava em um pro-fundo vale cercado por 60 metros de precipício, acessível somente por uma abertura estreita de uns 3,5 metros de largura.

Assim, os edomitas habitavam literalmente nas fendas das rochas (3), cuja posi-ção era praticamente impenetrável e inconquistável. Por muitas gerações tinham vivido seguros. Nenhum inimigo conseguira entrar pelos caminhos estreitos dos desfiladeiros que conduziam às principais cidades talhadas nas paredes rochosas das montanhas. Nessas posições, uma pequena companhia militar de edomitas podia facilmente defen-der a passagem entre as montanhas contra um exército inteiro de invasores. Essa posi-ção elevada permitia que observassem as atividades dos povos em redor. Como o leão pronto para se lançar sobre a presa, os edomitas sempre estavam alertas para se dedicar ao saque de seus vizinhos sempre que a ocasião fosse oportuna.

Por ser um povo inteligente, os edomitas desenvolveram uma civilização muito su-perior às tribos que vagavam pelos desertos circunvizinhos. De suas casas no alto, con-trolavam as rotas comerciais de Áqaba e do Egito (ver mapa 1). Este comércio lhes dava acesso a mercadorias e riquezas desconhecidas por seus vizinhos. Em conseqüência dis-so, ficaram orgulhosos, arrogantes e hostis (3).

Viviam isolados e sozinhos como a águia, com suas casas no alto da solidez monta-nhosa — por assim dizer, entre as estrelas (4). Mas por seu orgulho eles seriam derru-bados, de acordo com o princípio de vida expressado em Provérbios 16:18: "A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda". A bravata de Edom também é condenada em Ezequiel 35:13.

Os julgamentos de Deus tinham de ser severos. O profeta lembra os edomitas que quando um grupo de ladrões faz uma invasão noturna, ou quando colhedores de uva passam por um vinhedo, sempre deixam algo. Mas não será assim com os espoliadores que virão contra Edom. A nação será totalmente devastada. Edom, o descendente de Esaú. (6), será reduzido a nada. Seus bens e riquezas entesourados, escondidos nas ca-vernas mais secretas, inacessíveis e armazenados nas fortalezas mais espetaculares, serão vasculhados e confiscados (cf. Jr 49:10). A tradução que George Adam Smith2 faz dos versículos 5:6 é proveitosa:

Como tu estás completamente arruinado!

Se ladrões noturnos tivessem entrado em tua casa,
Eles teriam roubado mais do que precisassem?
Se colhedores de uva tivessem entrado em teu terreno,
Eles não teriam deixado os respigos?
Como Esaú foi pilhado,
Como foram roubados seus tesouros!

Os edomitas buscavam abrigo e segurança nas fendas das rochas. Ao rirem talvez da profecia de Obadias, mostravam-se confiantes em sua pátria rochosa, nunca antes invadida. Estavam certos de que ali estariam protegidos até da vingança de Deus profetizada pelo profeta. Mas, sua esperança de refúgio era vã, como é a esperança de todos os que resistem a Deus. Só nele há segurança. Existe alguém acerca de quem Isaías escre-veu que é "como um esconderijo contra o vento, e como um refúgio contra a tempestade, [...] e como a sombra de uma grande rocha em terra sedenta" (Is 32:2). Deus é único. Em nosso Senhor Jesus Cristo todos que quiserem acham refúgio seguro de toda deflagração de julgamento que vier. W. O. Cushing alegrou-se com essa realidade e escreveu:

Oh, firme na Rocha que é mais alta que eu,

Minha alma fugiria de seus conflitos e tristezas.
Sou tão pecador, estou tão cansado, Teu somente serei.

Tu és a bendita "Rocha dos Séculos", em Ti me refugio. (N. do T.)

Os edomitas orgulhavam-se de seus tesouros, como os povos e nações de hoje. Mas a Bíblia contém muitos avisos para não pormos a confiança nas riquezas terrenas. Leia Salmo 62:10; Provérbios 23:5; I Timóteo 6:5-11 e comprove a verdade destes ensinamentos divinos.

A destruição de Edom seria muito mais amarga, porque viria das mãos de amigos: Todos os teus confederados... os que gozam da tua paz (7). Nações que foram alia-das enganarão os edomitas. Aqueles que na qualidade de amigos íntimos comeram de sua comida usarão esta falsa amizade para conspirar contra eles. Os edomitas, há muito eminentes por sua sabedoria e prudência (4:1; Jr 49:7), aferraram-se tolamente à segurança de sua posição geográfica, com vastos compartimentos de riquezas e sua situ-ação política. Não perceberiam o desenrolar dos acontecimentos enquanto seus supostos amigos armassem armadilhas para apanhá-los. Estes mesmos amigos e aliados expulsa-riam os edomitas de suas terras, ao lançá-los para fora dos teus limites.

Não se pode confiar na sabedoria mundana 1Co 1:18-19,27). "O orgulho e a autoconfiança seduzem o homem à queda. Quando ele está caído, a autoconfiança traída passa imediatamente para o desespero. [...] Os homens não usam os recursos que lhe restam, porque o que eles valorizam, os deixa na mão. A confiança indevida é o pai do medo indevido". 3

Armadilha (7) ou "ciladas" (BV; NVI).

A situação trágica descrita por Obadias desenvolveu-se em Edom logo após esta profecia. Nos séculos 6 e V a.C. os registros históricos mostram que, sob força de coação árabe, os edomitas foram expulsos do país e instalaram-se no sul da Palestina.
A montanha de Esaú (8) era a principal fortaleza de Edom, que consistia nos altos pontos proeminentes da região de Sela ou Petra. Temã (9) era importante cidade edomita distante cerca de oito quilômetros da capital. Os teus valentes... estarão atemoriza-dos — o desânimo destes guerreiros é descrito com mais detalhes em Jeremias 49:22.

A atitude de Edom é excelente ilustração de "os trágicos frutos do orgulho":

1) O orgulho de coração é enganoso, 3a: no comércio, nos assuntos intelectuais e nos valores morais;

2) O orgulho de coração é atrevido, 3c, pois se atreve a contar com as vantagens materiais e a própria habilidade humana sem pensar na intervenção divina;

3) O orgu-lho de coração é destrutivo, 4 (cf. Pv 16:18; Lc 14:11), já que Deus pode usar vários meios de abater os orgulhosos: dificuldades econômicas, incapacidade física, perda, conflito doméstico, difamação ou até a morte.

SEÇÃO II

RAZÕES PARA O JULGAMENTO

Obadias 10:14

Deus nunca age em julgamento sem uma boa razão. Nessa seção, o Senhor revela para os edomitas por que julgará destrutivamente. O principal pecado contra Jeová foi o tratamento cruel que deram aos próprios irmãos no tempo da tragédia e sofrimento. A expressão teu irmão Jacó (10) é usada para realçar a relação que existia entre os edomitas, por serem filhos de Esaú, e os homens de Judá, que eram filhos de seu irmão gêmeo Jacó.

Neste ponto, o Antigo Testamento prenuncia as declarações solenes do Novo Testa-mento concernentes à nossa atitude para com todos os homens, pois cada um deles deve ser considerado como irmão. Tudo que fazemos a favor ou contra nosso irmão realizamos a favor ou contra o próprio Deus (Mt 25:31-46; 1 Jo 3:10-15; 4.20,21). Não há dúvida de que muitas das aflições sociais que sofremos hoje em dia, como as questões raciais, são em grande parte colheita que fazemos das sementes ruins que as gerações passadas semearam. Ninguém pode escapar da lei inalterável: "Tudo o que o homem semear, isso também ceifará" (Gl 6:7).

Os atos de antagonismo pelos quais Edom seria julgado remontavam à recusa em conceder passagem para Israel viajar por suas fronteiras durante o êxodo do Egito à Palestina (Nm 20:14-21). Este procedimento alcançou um ponto culminante no modo em que Edom tratou Judá, quando Nabucodonosor saqueou Jerusalém em 586 a.C. Nessa ocasião, os edomitas fiaram indiferentes e não ofereceram ajuda até que se certificasse para qual lado dirigia-se a maré da batalha. Mas este procedimento os tornou parte do exército invasor (11). Nesta versão bíblica a acusação fica bem clara: "No dia em que foste indiferente com teu irmão Jacó, no dia em que os estranhos levaram cativo o seu exército e carregaram a sua riqueza, e os estrangeiros entraram pelas suas portas e lançaram sortes sobre Jerusalém, tu mesmo eras um deles" (ATA; cf. BV).

Pelos versículos 12:14, entendemos que os edomitas na verdade ajudaram os babilônios quando viram que Nabucodonosor seria o vencedor. O profeta detalha grafica-mente alguns procedimentos utilizados por eles para esse fim. Não devias olhar para o dia (12), ou seja, "não devias ter olhado com prazer para o dia" (ARA). Olhar, satisfei-to, para o seu mal (13) seria "olhar com prazer para o sofrimento deles" (ATA; cf. BV; ECA). Não temos informação histórica sobre os métodos exatos que os edomitas usaram para colaborar com os invasores. Talvez tivessem se unido ao saque da nação ferida (estender as tuas mãos contra o seu exército seria "ter lançado mão nos seus bens", ARA; cf. NTLH; NVI) e bloqueado a fuga dos refugiados (parar nas encruzilhadas, para exterminares os que escapassem,
14) e até entregue traiçoeiramente os judeus fugitivos às mãos babilônicas (entregar os que lhe restassem). Por estes procedimen-tos, Edom procurava colocar-se sob as boas graças diante dos invasores babilônicos vito-riosos, mas estas ações eram indesculpáveis para Deus. Jeremias 49:7-22 e II Reis 25 são provavelmente escrituras paralelas a esta porção de Obadias.

SEÇÃO III

O DIA DO SENHOR

Obadias 15:21

Obadias dá a entender que o julgamento de Edom não terminará apenas com a expulsão dos edomitas de sua pátria amada. Ele faz referência ao dia do SENHOR (15), um dos grandes temas do Antigo Testamento (Jl 1:15-3.14; Sf 1:7). Esta profecia, como muitas outras, anuncia que o dia está perto, ou seja, decididamente próximo e iminente, mas nenhum texto profético declara o tempo exato de sua ocorrência. Nem sabemos o modo e métodos do dia. Mas entendemos algo do seu caráter. Naquele dia, só

  • Senhor será exaltado (Is 2:11), e todas as nações que se esquecem de Deus serão castigadas (Sl 9:17).
  • Edom estará entre essas nações ímpias que finalmente serão julgadas. Obadias lhes anuncia: Como tu fizeste, assim se fará contigo (15). Esta profecia sugere o ensino do Novo Testamento em passagens como Mateus 6:14-15; 18:21-35; Lucas 6:31; Tiago 2:13.

    O profeta lembra aos edomitas a orgia e bebedeira que fizeram em Jerusalém na ocasião em que a cidade foi pilhada por Nabucodonosor. Obadias diz que, semelhan-temente, todas as nações (16) que vivem sem Deus beberão da sua ira e a destruição será como se nunca tivessem sido (cf. Jr 25:15-28).

    Em contraste com essa cena, no monte Sião (17), em Jerusalém, o local do Templo santo, haverá livramento (escape, cf. NTLH) da ira divina. E o monte será santo. Aqui, esta santidade está relacionada apenas parcialmente com a qualidade moral tão destacada no Novo Testamento. Obadias se refere à liberdade da contaminação de na-ções ímpias e, assim, indica proteção contra o do ataque (Jl 2:32-3.17). A casa de Jacó, ou seja, Judá, recuperará os territórios que Deus outrora lhe dera. A Septuaginta traduz o versículo de forma interessante: "A casa de Jacó receberá por herança aqueles que os tomaram por herança" (17).

    A casa de José (18) refere-se ao Reino do Norte, que, em 721 a.C., fora destruído por Sargão. Em concordância com as profecias de Oséias 1:11 e Ezequiel 37:16-22, Israel se unirá a Judá, o Reino do Sul, e juntos, como a chama queima a palha, destruirão Edom (cf. Is 11:13-14).

    Os versículos 19:20 falam da extensão da herança de Israel. A história narra que durante o exílio de Israel os edomitas ocuparam as cidades do Sul (19) de Judá, o Neguebe (cf. ARA), a região ao sul de Hebrom em direção ao deserto de Parã. Depois do exílio, os do Sul, ou seja, os homens de Judá que voltarem do exílio, possuirão Edom, a monta-nha de Esaú. As planícies são a região que fica a oeste de Hebrom em direção ao mar. Os que possuirão Efraim e Samaria são, provavelmente, os homens de Israel que anti-gamente tinham possuído a região montanhosa da Palestina. Estas conquistas foram realizadas no século II a.C., quando os judeus, sob a liderança dos macabeus, atacaram e ocuparam as áreas indicadas.

    Os cativos (20) se referem aos exilados. Este exército dos filhos de Israel seria os moradores do Reino do Norte que, em 721 a.C., foram deportados por Sargão depois da queda de Samaria. Os cananeus eram os fenícios. Zarefate era uma cidade que ficava entre Tiro e Sidom (ver mapa
    1) ; é a Sarepta de Lucas 4:26. Os cativos de Jeru-salém eram os habitantes do Reino do Sul que, em 586 a.C., foram levados por Nabucodonosor para Sefarade, provavelmente Sardes, na Ásia Menor.

    Os dois temas principais do livro de Obadias estão resumidos no último versículo. O profeta anuncia que os salvadores israelitas, homens sábios de perspicácia espiritual e fé, reinarão em Edom, o território outrora ocupado pelos ímpios e mundanos filhos de Esaú. O plano de Deus é que, no fim, o espiritual se eleve sobre o profano. E o reino será do SENHOR: Deus reinará sobre tudo e sobre todos (Sl 22:28-103.19; Zc 14:9; Ap 11:15).


    Champlin

    Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
    Champlin - Comentários de Obadias Capítulo 1 versículo 11
    Uma provável alusão à conquista e destruição de Jerusalém no ano 587 a.C. Conforme 2Rs 25:1-17; Jr 39:1-10; Jr 52:3-23.11 Deitaram sortes sobre Jerusalém:
    Esta era a forma como os vencedores repartiam o despojo de guerra e os territórios conquistados. Conforme Jl 3:3.

    Genebra

    Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
    Genebra - Comentários de Obadias Capítulo 1 do versículo 1 até o 21
    *

    1 Visão. Uma revelação sobrenatural declarada à visão ou audição interior do profeta. Obadias introduz a mensagem que ele recebeu do Senhor sobre Edom.

    Assim diz o SENHOR Deus. Deus revelou o conteúdo da profecia (conforme 2Pe 1:21). Isto eleva a qualidade moral de sua severidade acima da vontade vingativa do homem até a pureza da justiça divina.

    Edom. O rancor entre Edom e Israel começou no período patriarcal. Deus abençoou Isaque e Rebeca com filhos gêmeos, Esaú e Jacó (Gn 25:21-26; conforme Ml 1:2, 3; Rm 9:10-13). A rivalidade pessoal entre Jacó e Esaú (Gn 27), de quem as nações de Israel e Edom descenderam, se transformou num conflito de dimensões nacionais (13 2:15-15'>Ex 15:13-15; Nm 20:14-21; 1Sm 14:47; 2Sm 8:13, 14; 1Rs 11:14, 15; 2Rs 8:20-22; 14:7). Edom também representa simbolicamente os inimigos do povo de Deus (Is 63:1-6).

    levantemo-nos contra Edom, para a guerra. Falando para o seu povo, o profeta vê significado divino nas notícias de uma conspiração contra Edom. Por detrás da trama humana, o Senhor Soberano está operando. O fato de que essas notícias chegaram aos ouvidos de Obadias em conexão com esta visão não era coincidência; era um sinal do cumprimento da profecia.

    * 2-14 Deus declara guerra contra Edom, resolvendo humilhar (vs. 2-4) e saquear (vs. 5-7) aquela nação. Nenhum sábio governante ou bravo guerreiro em Edom resistirá ao ataque divino (vs. 8-10). Edom, que havia sido cruelmente indiferente para com as angústias de Judá (vs. 11-14), irá cair.

    * 3 fendas das rochas. A palavra em hebraico para “rochas” (sela‘) também era o nome de uma cidade fortificada nas altas regiões rochosas de Edom. O acidentado terreno da montanha de Edom desencorajava a invasão de fora e encorajava a complacência em seu interior.

    * 3, 4 A pergunta arrogante de Edom (“Quem me deitará por terra?”) é respondida com a solene resolução de Deus (“de lá te derrubarei”).

    *

    4 remontares como águia... entre as estrelas. Uma descrição hiperbólica do falso sentimento de segurança dos edomitas. Apesar da aparente segurança de Edom, ninguém pode se elevar acima de Deus. Embora Edom parecesse invencível, Deus chamou Israel para compreender que nenhum poder terreno pode escapar à sua justiça soberana.

    * 7 As nações conspiradoras do v. 1 revelam ser os próprios aliados de Edom. É uma questão de justiça que Edom fosse traída pelos amigos, tendo apunhalado o “irmão Jacó” (v. 10) pelas costas.

    * 8-10 Embora sábio e poderoso, Edom não será páreo para o Senhor.

    * 9 Temã. O nome pessoal de um descendente de Esaú (Gn 36:11), que também era usado para a nação edomita.

    *

    11, 12 Edom é condenado por ter violado a lei de compaixão fraternal ao se unir, como divertimento malicioso, aos inimigos de Deus enquanto esses destruíam Judá. A interação entre “teu irmão” no v. 10 e os “estrangeiros” invasores aqui é poderosa. A exploração da adversidade de um irmão demonstrou que o verdadeiro propósito de Edom estava em conseguir ficar em posição elevada no mundo, sem levar em conta os absolutos morais e espirituais. As sementes do caráter moral de Edom foram semeadas pelo seu ancestral Esaú que mostrou que se importava mais com os prazeres terrenos do que com o reino de Deus ao desprezar as bênçãos decorrentes de seu direito como primogênito e casando-se com mulheres hititas (Gn 25:29-34; 26:34, 35; conforme 27.46—28.1). Traduzido nos termos do Novo Testamento, Edom personifica o espírito “do mundo” (1Jo 2:15-17).

    * 15-18 O dia da retribuição divina destruirá todos os inimigos de Deus e vindicará seu povo, através de quem ele executará seu julgamento.

    * 15

    o Dia do SENHOR... sobre todas as nações. Para o dia do Senhor, ver Is 2:11,12. Agora o profeta coloca o julgamento de Edom contra o pano de fundo global da prestação de contas moral que Deus faz com todas as nações. Este episódio com Edom é somente uma pequena amostra do julgamento da parte de Deus; ele não irá parar enquanto não tiver limpado seu mundo de todos os seus inimigos. A conexão entre Edom e o resto das nações é a sua rebelião contra Deus, que todas elas têm em comum.

    * 16 A orgia dos ébrios edomitas no monte do templo sagrado em Jerusalém é respondida à altura com a taça da ira de Deus sendo forçada pelos lábios de Edom e todas as nações que profanaram as coisas de Deus.

    *

    17 o monte será santo. Não mais vítima da pilhagem de exércitos, o Monte Sião será novamente santo, limpo, purificado por Deus.

    * 18 ninguém mais restará. Aqueles “que restaram” (v. 14) de Judá irão se reerguer como um fogo ardente de ira divina para consumir Edom, não deixando um único sobrevivente sequer. Embora Edom fosse poderoso nos dias de Obadias, na perspectiva de Deus essa nação não é nada.

    * o Senhor o falou. Assim como uma assinatura, esta oração enfatiza a imutabilidade das intenções de Deus. Ele já se comprometeu.

    * 19, 20 O povo exilado de Deus voltará a ocupar a terra de sua herança, as fronteiras que serão restauradas e expandidas.

    *

    19

    Deus promete ao seu povo que as fronteiras do reino davídico serão restauradas ao sul (“o monte de Esaú”), ao oeste (Filístia), ao norte (“os campos de Efraim e... de Samaria”), e ao leste (“Gileade”).

    * 20 As fronteiras do reino davídico não serão apenas restauradas (v. 19), mas também estendidas até alcançar o Sarepta ao norte, entre Tiro e Sidom.

    Sefarade. A localização é incerta. As suposições incluem Sardes na Ásia Menor, Espanha, e Média. Deus leva o seu povo exilado a crer que nenhuma deportação terrena poderá removê-los além do alcance do seu amor.

    *

    21 Salvadores. O povo de Deus, transformado de fugitivo (v. 14) em libertador, irá reinar sobre aquele que foi certa vez um território inimigo.

    o reino será do SENHOR. Embora toda a realidade criada pertença ao Senhor já agora (Sl 47:2; 145:13), Obadias está ressaltando um aspecto diferente aqui — que o reino será do Senhor quando ele julgar seus inimigos e libertar seu povo definitivamente. Deus será tudo em todos, e seu povo, triunfante, glorioso, reinará para sempre com ele. Nessa promessa, Judá encontrou esperança para um futuro sem mais perseguição edomita; aqui também a igreja encontra esperança para o futuro, quando o reino deste mundo tiver se tornado no reino do nosso Senhor e de seu Cristo (Ap 11:15).


    Matthew Henry

    Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
    Matthew Henry - Comentários de Obadias Capítulo 1 do versículo 1 até o 21
    ABDIAS foi profeta no Judá ao redor de 853 a.C.

    Ambiente da época: Edom sempre era um espinho no flanco do Judá. Freqüentemente participaram dos taques que outros inimigos iniciaram.

    Mensagem principal: Deus julgará ao Edom por suas más ações em contra do povo de Deus.

    Importância da mensagem: Ao igual a Edom foi destruída e desapareceu como nação, assim Deus destruirá aos soberbos e malvados.

    Profetas contemporâneos: Elías (875-848) Miqueas (865-853) e Jehú (855-840?)

    1 Abdías foi um profeta do Judá que falou do julgamento de Deus contra a nação do Edom. Há duas datas que usualmente se dão a esta profecia: (1) entre os anos 848:841 a.C., quando ao rei Joram e Jerusalém os atacaram a coalizão filisteu-árabe (2Cr 21:16ss), ou (2) em 586 a.C., quando os babilonios destruíram por completo a Jerusalém (2 Rseis 25; II Crônicas 36). Edom se regozijou pelas desgraças do Israel e Judá, mesmo que os edomitas e judeus descendiam de dois irmãos, Esaú e Jacó (Gn 25:19-26). Mas do mesmo modo que estes dois irmãos estavam em constante conflito, Israel e Edom raramente estavam em paz. Deus pronunciou julgamento sobre o Edom por suas ações insensíveis e maliciosas para seu povo.

    3 Edom era o vizinho do Judá se localizado ao sul e compartilhavam uma fronteira comum. Os vizinhos não sempre são amigos e Edom não queria ter nada que ver com o Judá. Seu capital nesse tempo era Sela (talvez tenha sido logo a cidade da Petra). Sela se considerava uma cidade impenetrável porque estava em um escarpado e perto de um canhão ao que solo chegava por um caminho estreito. As coisas que Edom considerava como fortaleza desta cidade constituíram sua ruína: (1) a segurança na cidade (vv. 3, 4), Deus os faria baixar das alturas; (2) a soberba por sua auto-suficiência (Gn 5:4), Deus os humilharia; (3) a riqueza (vv. 5, 6), os ladrões roubariam tudo o que tivessem; (4) os aliados (Gn 5:7), Deus faria que se voltassem contra Edom; (5) a sabedoria (vv. 8, 9), tudo seria destruído.

    3 Os edomitas se sentiam seguros e orgulhosos de sua auto-suficiência. Mas se enganavam devido a que não há segurança perdurável se separados de Deus. Está sua segurança em objetos ou em pessoas? Pergunte-se quanta segurança perdurável lhe oferecem realmente. As posses e a gente pode desaparecer em um momento, mas Deus não troca. Solo O pode nos oferecer verdadeira segurança.

    4 Os edomitas estavam orgulhosos de sua cidade cravada na rocha. Na atualidade é considerada como uma das maravilhas do mundo antigo, mas solo como atração turística. A Bíblia adverte que a soberba é a rota mais segura para a autodestruição (Pv 16:18). Ao igual a Sela (Petra) e Edom caíram, a gente soberba cairá. Uma pessoa humilde está mais segura que uma pessoa soberba, já que a humildade nos dá uma perspectiva mais adequada da gente mesmo e do mundo.

    4-9 Deus não pronunciou estes julgamentos severos contra Edom por vingança a não ser para exercer justiça. Deus é moralmente perfeito e demanda justiça e retidão perfeitas. Os edomitas simplesmente estavam obtendo o que se mereciam. devido a que assassinaram, seriam assassinados. devido a que roubaram, sofreriam roubos. devido a que se aproveitaram de outros, aproveitariam-se deles. Não peque pensando que "ninguém se inteirará" ou "que não o apanharão". Deus conhece todos nossos pecados, e O será justo.

    8 Edom se caracterizava por seus sábios. Existe uma diferença, entretanto, entre a sabedoria do homem e a sabedoria de Deus. Os edomitas puderam ter sido sábios nos caminhos do mundo, mas foram parvos porque ignoraram e se burlaram de Deus.

    9 Elifaz, um dos três amigos do Jó (Jó_2:11), era do Temán, oito quilômetros ao leste da Petra. Temán foi chamado assim pelo neto do Esaú (Gn 36:10-12).

    10, 11 Os israelitas descendiam do Jacó, e os edomitas de seu irmão, Esaú (Gn 25:19-26). Em vez de ajudar ao Israel e ao Judá quando o necessitavam, Edom permitiu que fossem destruídos e inclusive saquearam o que ficava. Edom se constituiu em seu inimigo, e seria destruído. Qualquer que não ajude ao povo de Deus é inimigo de Deus. Se você não ajudou a alguém em tempos de necessidade, pecou. O pecado não inclui sozinho o que fazemos, mas também o que nos negamos a fazer. Não despreze nem negue ajuda aos necessitados.

    12 Edom estava contente de ver o Judá em problemas. Seu rancor os levou a querer ver destruída à nação. Por esta má ação, Deus apagou ao Edom. Quão freqüentemente se alegra pelas desgraças de outros? devido a que unicamente Deus é o juiz, nunca devemos nos alegrar das desgraças de outros, inclusive se pensarmos que as merecem (veja-se Pv 24:17).

    12-14 De todos os vizinhos do Judá e Israel, Edom era o único ao que não lhe prometeu nenhuma misericórdia por parte de Deus. Isto foi devido a que saquearam Jerusalém, e se alegraram por suas desgraças. Traíram a seus irmãos de sangue em momentos de crise e ajudaram a seus inimigos. (Vejam-se também Sl 137:7; Jr 49:7-22; Ez 25:12-14; Am 1:11-12.)

    15 por que a vingança de Deus cairia sobre as nações gentis? Edom não era a única nação que se alegrou com a queda do Judá. Todas as nações e os indivíduos serão julgados pela forma em que tratam ao povo de Deus. Algumas nações da atualidade tratam ao povo de Deus em forma favorável, enquanto que outras são hostis para eles. Deus julgará a todas as pessoas de acordo com a forma em que tratem a outros, especialmente aos crentes (Ap 20:12-13). Jesus falou disto em Mt 25:31-46.

    17-21 Judas Macabeo derrotou aos edomitas em 185 a.C. A nação já não existia no primeiro século D.C. No tempo da profecia do Abdías, pôde ter parecido que Edom sobreviveria mais que Judá. Mas Edom se desvaneceu e Judá segue existindo. Isto demonstra a absoluta certeza da Palavra de Deus e do castigo que aguarda todos os que maltrataram a

    19 Neguev era a região mais ao sul no Judá. Era uma região árida e quente. As colinas estavam no leste do Judá.

    20 As fronteiras do reino poderiam haver-se estendido até a Sefela (campos filisteus) e Sarepta, ao sul, entre Tiro e Sidón na costa mediterránea. Sefarad deve ter sido a cidade do Sardis.

    21 Abdías levou a mensagem de Deus sobre o castigo do Edom. Deus estava molesto tanto por sua rebelião interna como pela externa. A gente da atualidade se parece muito a dos tempos do Abdías. Vemos a arrogância, a inveja e a falsidade e nos perguntamos quando terminará tudo isto. Apesar dos efeitos do pecado, entretanto, Deus tem o controle. Quando em frente luta, não se desespere, nem renuncie a toda esperança. Saiba que quando tudo esteja dito e feito, o Senhor seguirá sendo o Rei, e a confiança que você deposite no não será em vão.

    21 Edom é um exemplo de todas as nações que são hostis com Deus. Nada pode romper a promessa de Deus de proteger a seu povo da destruição total. No livro do Abdías vemos quatro aspectos da mensagem de Deus sobre o julgamento: (1) o mal certamente será castigado; (2) os que são fiéis a Deus têm a esperança de um novo futuro; (3) Deus é soberano na história da humanidade; (4) o propósito final de Deus é estabelecer seu reino eternal. Os edomitas tinham sido cruéis com o povo de Deus. Eram arrogantes e soberbos, e se aproveitavam das desgraças alheias. Qualquer nação que maltrate às pessoas que obedecem a Deus será castigada, apesar do invencível que pareça. De maneira similar nós, como indivíduos, não devemos permitir nos sentir tão "cômodos" com nossa riqueza ou segurança que não possamos ajudar ao povo de Deus em necessidade. Isto é pecado. E devido a que Deus é justo, as pessoas que semeiam pecado colherão castigo.

    HISTÓRIA DO CONFLITO ENTRE o Israel E EDOM

    A nação do Israel descendia do Jacó; a nação do Edom descendia do Esaú.: Gn 25:23

    Jacó e Esaú lutaram no ventre de sua mãe.: Gn 25:19-26

    Esaú vendeu sua primogenitura e a bênção passou ao Jacó.: Gn 25:29-34

    Edom não quis deixar passar aos israelitas por sua terra.: Nu 20:14-22

    Os reis do Israel tiveram conflitos constantes com o Edom.:

    -- Saul: 1Sm 14:47-48

    -- Davi: 2Sm 8:13-14

    -- Salomão: 1Rs 11:14-22

    -- Joram: 2Rs 8:20-22; 2Cr 21:8ss

    -- Acaz: 2Cr 28:16

    Edom respirou a Babilônia para que destruíra Jerusalém.: Sl 137:7


    Wesley

    Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
    Wesley - Comentários de Obadias Capítulo 1 do versículo 1 até o 21
    Situação I. EDOM'S: os progressos em sua situação (. Obad 1-9)

    1 Visão de Obadias.

    Assim diz o Senhor Deus a respeito de Edom: Temos ouvido novas da parte do Senhor, que um embaixador é enviado por entre as nações, dizendo : Levantai-vos, e levantemo-nos contra ela para a guerra. 2 Eis que te fiz pequeno entre as nações .: tu és muito desprezado 3 A soberba do teu coração te enganou, ó tu que habitas nas fendas das rochas, cuja habitação é alta; que dizes no teu coração: Quem me derrubará em terra? 4 Embora subas ao alto como águia, e embora o teu ninho ser definido entre as estrelas, eu te trará dali, diz Jeová.

    5 Se viessem a ti ladrões, ou assaltantes de noite (como estás destruído!), não furtariam somente o que lhes bastasse? Se vindimadores viessem a ti, não deixariam alguns rabiscos? 6 Como são as coisas de Esaú procurou! como são os seus tesouros ocultos! 7 Todos os homens de teu confederação te trouxe em teu caminho até à fronteira: os homens que estavam em paz contigo te enganaram, e prevaleceram contra ti; os que comem o teu pão lay uma armadilha debaixo de ti.: não há nele entendimento8 Acaso não acontecerá naquele dia, diz o Senhor, destruir os sábios de Edom, eo entendimento do monte de Esaú? 9 E os teus valentes, ó Temã, te espantes, a fim de que cada um pode ser cortado a partir do monte de Esaú pela matança.

    Obadias afirma claramente os passos para baixo da situação de Edom. Eles são os seguintes: (1) Jeová agita as nações contra Edom (v. Ob 1:1 ;) (2) Edom, portanto, é desprezada pelas nações (v. Ob 1:2 ); (3) coração enganado de Edom é descoberto (vv. Ob 1:3 , Ob 1:4 ); (4) conquistadores de Edom será pior do que ladrões (vv. Ob 1:5 , Ob 1:6 ); (5) as nações confiança de Edom, homens de teu confederação (homens, Enos , ou seja, os homens fracos), vai traí-los (v. Ob 1:7 ); (6) Jeová vai tirar sabedoria de conselheiros e coragem dos soldados (vv. Ob 1:8, Ob 1:9 ).

    O título deste livro é A Visão de Obadias . Em seguida, as palavras a respeito de Edom siga imediatamente, ligando a sua visão com o seu Revelador, Jeová. O livro é, na forma de uma cena de tribunal. Os participantes são os edomitas que estão sendo arraigned, os israelitas, que são os acusadores, e Jeová que é o Juiz. O nome do profeta significa "servo ou adorador de Jeová." Nada mais se sabe de Obadias. Os edomitas eram descendentes de Esaú e ocuparam uma região montanhosa cerca de cem quilômetros de comprimento e 20 milhas de largura, considerada por eles como inexpugnável.

    Três vezes neste breve capítulo Obadias lembra ao leitor que estas não são as suas palavras, mas de Jeová (vv. Ob 1:1 , Ob 1:8 , Ob 1:18 ). Por iniciativa do Senhor, nações vizinhas sobre Edom são despertadas contra ela: Levantai-vos, e levantemo-nos contra ela para a guerra . A palavra eis que dá especial ênfase à mensagem. Jeová fala com os edomitas como eles enfrentam o juiz: "O orgulho é a sua queda. Você tem uma falsa segurança. Você será humilhado "(vv. Ob 1:1-4 ).

    O assaltante agarrando seu saque pela força leva apenas o que ele deseja, principalmente. O ladrão que rouba secretamente e sem força leva apenas aquilo que parece de valor. Vindimadores deixar gleanings (conforme Jr 49:9 ; Dt 23:7 ). Versículo Ob 1:12 : A partir de indiferença Edom passa a se alegrar ... sobre os filhos de Judá, no dia da sua ruína, progredindo, assim, ao prazer positivo na humilhação de Israel. Ela se sente compelido a falar orgulhosamente (ou seja, hebraico, "amplia a boca" com o riso; conforme Sl 35:21. ; Is 57:4 ; Os 2:1 ; Sf 1:7 , Sf 1:14 ; Ez 25:1 ).

    Tal como vós bebestes no meu santo monte (v. Ob 1:16 ). Santo monte de Jeová, Monte Sião, foi o local do templo do Senhor em Jerusalém (conforme Is 11:9 . Os ímpios de Edom, Judá, Israel, e todas as nações "este cálice do vinho da ira" de Jeová, "estar embriagado, e vomitar, e cairá, e não mais se levantar" (Jr 25:15 , Jr 25:27) .

    IV. RESTAURAÇÃO DE ISRAEL (Am 1:17 ).

    Na primeira parte da visão de Obadias as diversas nações são chamados a executar o julgamento contra Edom. Aqui (v. Ob 1:18) Israel e Judá se tornam os instrumentos, Jacó e José representando as doze tribos. Edom será completamente aniquilada, mesmo como o fogo consome completamente arrasadas. Esta profecia encontrou sua realização nas mãos dos judeus, pela primeira vez por Judas Macabeu (166 AC) e completamente sob João Hircano (135 AC ). A restauração do reino davídico, no sul é prevista e foi cumprida em nossos dias. Mesmo na Faixa de Gaza foi capturada dos árabes por Israel em junho de 1967. Para cumprir a profecia, no norte do campo de Efraim eo campo de Samaria seria restaurada para Israel, e no leste do Rio Jordão Benjamin possuiria Gilead . A partir de Sarepta (entre Sidon e Tiro) ao longo do Mar Mediterrâneo em direção ao sul, a fronteira ocidental é esticar, incluindo as cidades do Sul, ou seja, Negueb, como estudiosos acreditam. Estas fronteiras ampliadas passam a ser os bens (v. Ob 1:17) do remanescente fiel de Israel e Judá por determinação divina, porque o Senhor o disse (v. Ob 1:18 ).

    Jeová triunfos (v. Ob 1:21 ). Neste trecho final do livro, o autor passa do temporal para o eterno, do Mt. física Zion julgar o monte de Esaú ao reinado espiritual do Rei dos reis no poder supremo sobre toda a terra. Obadias junta pela visão "a voz de uma grande multidão, ... dizendo: Aleluia, porque o Senhor nosso Deus, o Todo-Poderoso, reina" (Ap 19:6 ).

    Bibliografia

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    Wade, GW "O Livro de Obadias," Westminster Comentários . London: Methuen de 1925.

    Wiersbe

    Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
    Wiersbe - Comentários de Obadias Capítulo 1 do versículo 1 até o 21
    Obadias

    O período: 586 a.C.; o lugar: Je-rusalém; o evento: a destruição de Jerusalém pelo exército babilônio. Percebemos a fúria dos soldados quando destroem os muros, ma-tam as pessoas e queimam a ci-dade. Mas também vemos mais uma coisa. Um grupo de cidadãos da nação vizinha — os edomitas — quando se levanta do outro lado e encoraja o exército babi-lônio: "Arrasai, arrasai-a. [...] Fe-liz aquele que pegar teus filhos e esmagá-los contra a pedra" (SI 137:7-9). Quem são essas pesso-as que desejam que essas coisas terríveis aconteçam com seus vizi-nhos? Eles são irmãos dos judeus. Os edomitas eram descendentes de Esaú, irmão mais velho de Jacó (Gn 25:21-26). No exterior, Esaú parecia um homem muito melhor que Jacó, cheio de esquemas; no entanto, Deus escolheu Jacó e re-jeitou Esaú. Esaú mudou-se para as montanhas, do sul, e estabe-leceu o reino edomita (Iduméia), contudo seus descendentes per-manecem inimigos.

    Esse pequeno relato de Oba-dias (o menor do Antigo Testamen-to) lida com esses dois irmãos: Esaú e Jacó — Edom e Israel. O profeta apresenta uma mensagem dupla:

    I. A vingança de Deus sobre Esaú (vv. 1-16)

    Jr 49:7-24 já anunciara a des-truição de Edom; na verdade, Oba-dias apresenta algumas citações de Jeremias. Esse é o "rumor" ou "rela-to" que Obadias ouviu. Deus vinga-ria Israel e destruiría Edom. Por quê? Por causa de seus pecados. Quais eram esses pecados?

  • Orgulho (vv. 3-4)
  • Edom era uma nação pequena que se gabava de suas realizações. Na verdade, Edom foi entalhada na ro-cha, realmente o povo estava "ani-nhado" na rocha (v. 4). A principal cidade de Edom, Petra, foi escavada nos lados das montanhas, e a forta-leza parece inexpugnável. Compare comIs 14:12-23.

  • Alianças (v. 7)
  • Os edomitas aliaram-se com as na-ções circunvizinhas para oprimir Je-rusalém, em vez de compartilhar o fardo de seus irmãos de Israel.

  • Violência (v. 10)
  • Os edomitas ajudaram na destruição de Jerusalém. Como? Ao não fazer nada para impedi-la e ao encorajar os que, de fato, fizeram o estrago. Eles estavam presentes (v. 11) e não ficaram do lado dos judeus. Isso nos faz lembrar do sacerdote e do levita na parábola que Cristo contou so-bre o bom samaritano (Lc 10:31-42).

    Podemos não levantar realmente a mão para ferir alguém, mas ao assis-tir e não fazer nada somos cúmpli-ces do crime.

  • Alegria (v. 12)
  • Edom deveria chorar pela calami-dade que aconteceu com seu ir-mão; contudo, em vez disso, ale-grou-se e sentiu prazer. Veja Pro-vérbios 24:1-7-1 8.

  • Saque (v. 13)
  • Eles tiraram vantagem da situação dos judeus e roubaram as riquezas do povo e da cidade. Deus viu essa pilhagem, embora os ladrões te-nham escapado.

  • Obstrução da fuga de judeus (v. 14)
  • Alguns judeus tentaram fugir e prote-ger suas famílias, todavia os edomitas bloquearam o caminho deles. Eles até ajudaram a capturar os que fugiram e os levaram para os babilônios.

  • Celebrações com bebida (v. 16)
  • Os edomitas pegaram os suprimen-tos de vinho e fizeram uma grande celebração. Por fim, o inimigo deles fora derrotado.

    Observe que o versículo 15, no entanto, informa que Deus os tratará da mesma forma que trataram os ju-deus. Veja tambémSl 137:8-19. Eles traíram os judeus, por isso seus aliados também os traíram (v. 7).

    Eles pilharam e saquearam; assim, a nação deles também seria roubada (vv. 5-6). Edom foi violenta e seria totalmente exterminada (vv. 9-10). Edom queria a destruição dos ju-deus, no entanto foi destruída pelos babilônios (v. 10,18). Edom colheu o que plantou. Veja também Isaí- as 34:5-15; Ezequiel 25:12-14; 35:1- 15; Jl 1:11-30.

    II. Deus dá vitória a Jacó (w. 17-21)

    "Mas", essa pequena partícula que inicia o versículo 17 marca o ponto de virada. Deus promete livramen-to e purificação para o monte Sião. Sim, Israel pecou, e o templo foi destruído por causa do pecado dele, todavia o Senhor restaura e purifica "a casa de Jacó", mas não a de Esaú (os edomitas). No versículo 18, ob-serve que há reunião e restauração, pois a casa de José (as tribos do sul) e a casa de Jacó são como fogo con-tra Edom. Chegará o dia em que os judeus "possuirão as suas herdades" — sua terra, seu templo, sua cidade e seu reino. Nos versículos 1:7-20, a palavra-chave é "possuir". Sem dúvida, a terra pertence a Israel por causa da promessa do Senhor a Abraão. Ele também possui sua cidade. Contudo, não tem a posse total dessas coisas, pois as nações gentias têm dominado sua terra há séculos. Todavia, aproxima-se o dia em que Jesus Cristo retornará para devolver a Israel suas posses a fim de que as usufrua e use-as para a glória de Deus.

    "E o reino será do Senhor." Que forma maravilhosa de terminar esse breve livro! Hoje, o Rei é rejeitado, e o trono de Davi está vazio, em Jeru-salém. Os judeus estão na triste situa-ção descrita emDn 3:4-28 — sem rei, sem sacerdote, sem sacrifício e sem sacerdócio. No entanto, quando Cristo retornar, a nação levantará os olhos para o Traspassado e será pu-rificada e perdoada, e o reino será estabelecido. Daniel viu Cristo, a Pe-dra, descer e esmagar todos os reinos do mundo (Ez 2:44-27). Não impor-ta o que aconteça com os interesses de Israel enquanto as nações gentias tentam controlá-lo ou capturá-lo, te-nha certeza de que Deus cuida de seu povo e, um dia, lhe dará o reino prometido.

    Todavia, devemos nos apro-fundar se quisermos apreender toda a mensagem espiritual que esse livro transmite, pois "Esaú" e "Jacó" representam mais que dois irmãos e duas nações. Eles repre-sentam duas forças que se opõem — a carne e o Espírito. Esaú era um homem bem-apessoado, ativo, sau-dável, sociável, atlético; Jacó era caseiro e cheio de truques e de pla-nos egoístas. Se tivéssemos de es-colher entre esses dois jovens, sem dúvida, escolheriamos Esaú. Deus, porém, escolheu Jacó. Ao longo da Bíblia, o Senhor é conhecido como "o Deus de Jacó". Isso é a graça do Senhor. A salvação é mérito, é gra-ça, e graça apenas. Deus usou Jacó como pai das tribos de Israel. O Se-nhor deu suas alianças e promessas a Jacó, não a Esaú.

    Assim, Jacó representa o filho de Deus, escolhido pela graça do Se-nhor, aquele que muitas vezes peca e fracassa, porém, no fim, ganha sua herança. Ele representa a luta entre a carne e o Espírito (Gl 5:16-48). Esaú representa a carne — atraente, poderoso, orgulhoso, ávido e rebel-de, além de sempre parecer estar do lado vencedor. Entretanto, Deus pronunciou o julgamento sobre a carne, e, um dia, esse julgamento virá. Edom era orgulhoso e rebelde e riu quando Jerusalém caiu. Con-tudo, depois de cinco anos, Edom também caiu ante os babilônios — e onde está Edom hoje? Este mundo vangloria-se da carne, do que ela realiza, de como ela é forte, contu-do chegará o dia em que toda a car-ne cairá diante da vitória de Cristo. Leia Ap 19:11-66 e observe com cuidado os versículos 17:18 que mencionam a "carne" repetidas vezes.

    A batalha entre Esaú e Jacó, car-ne e Espírito, acontece ao longo de toda a Bíblia. Os Herodes do Novo Testamento eram edomitas. Um de-les matou os bebês judeus na espe-rança de destruir a Cristo (Mt 2:16-40. Car-ne versus Espírito, orgulho versus submissão, os caminhos do homem versus os de Deus: a batalha con-tinuará até o retorno de Cristo e o estabelecimento do reino.

    A história tem uma lei de retri-buição: as nações recebem das ou-tras exatamente o que lhes deram (v. 15). VejaJr 50:29. As nações gentias, especificamente, serão cha-madas a prestar contas pela forma como trataram os judeus. Pode levar muito tempo, mas o julgamento de Deus cairá sobre todos os que se re-cusaram a fazer a vontade dele.


    Russell Shedd

    Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
    Russell Shedd - Comentários de Obadias Capítulo 1 do versículo 1 até o 21
    1 Obadias. Quer dizer "servo do Senhor", nome comum na Bíblia. Assim diz o Senhor Deus. Esta é uma expressão que indica a autoridade divina da profecia inteira. Edom. Esta nação, composta dos descendentes de Esaú, irmão de Jacó (que veio a ser chamado Israel), repetidas vezes estava em guerra contra a nação irmã, Israel. O caso mais terrível desta inimizade, entretanto, revelou-se quando os babilônios destruíram a cidade de Jerusalém juntamente com o templo em 586 a.C., oportunidade aproveitada pelos edomitas para depredar o que restava da cidade e das fazendas abandonadas.

    2 A mensagem para Edom começa neste versículo, depois da introdução que descreve o assunto e a situação.
    3 Habitas nas fendas das rochas. Refere-se à capital de Edom, a grande cidade de pedra esculpida, na rocha sólida e por isso mesmo chamada Sela ("rocha" em hebraico) e Petra ("rocha" em latim). Alta morada. A maior parte de Edom era rochosa e alta; o que resta de Sela mostra quão seguros os edomitas podiam se sentir. Aliás, os vv. 6 e 7 dão a entender que só uma traição podia abrir o caminho àquela fortaleza.

    6 Esaú. Pai de todos os edomitas, e irmão gêmeo de Jacó, ao qual odiava por causa da profecia de que Esaú serviria a Jacó (Gn 25:23, 30). Esta rivalidade contra Israel foi herdada pelos edomitas (2Cr 21:8-14; Nu 20:14-4). Esquadrinhados. Talvez haja aqui uma dupla referência:
    1) Obra de um espião a revelar os segredos da fortaleza; e
    2) Obra dos soldados invasores, nada deixando de valor na cidade assaltada.

    7 Na época de Obadias, a infiltração dos árabes na direção de Edom já havia começado, mas foi apenas no século V a.C. que a capital caiu em suas mãos, da maneira aqui profetizada. Por outro lado, porém, parece que o mesmo Nabucodonosor que destruiu a Jerusalém, invadiu a Edom alguns anos mais tarde, isto é, no ano 581 a.C.
    11-14 Este trecho relembra o que os edomitas tinham feito depois da destruição de Jerusalém, fazendo por merecer, assim, posteriormente, um fim semelhante.
    15 O Dia do Senhor. Heb yôm yehõwâh, o dia no qual Deus julga abertamente, publicamente, sem haver escape (Sf 1:14-36). Todos os "dias do Senhor" são apenas prelúdios do grande período final do julgamento, preeminentemente o Dia do Senhor descrito em Apocalipse, caps. 6 até 20, que começa com o derramamento dos julgamentos sobre a terra, e tem por clímax a volta pessoal de Cristo, a destruição dos inimigos de Deus (Ap 19:11-66) e o estabelecimento do Seu reino (Ap 20:1-66).

    16 Bebestes. Refere-se à ira de Deus.

    17 Livramento. Um meio de escape. É possível que aqui se profetize a vinda do Salvador que, no monte Sião, em Jerusalém, viria a oferecer-se como libertação do pecado e das suas conseqüências eternas.

    18 Ninguém mais restará. Não existe mais nenhum edomita no mundo de hoje.

    20 Sefarade. Uma cidade que ficava, entre Tiro e Sidom, mencionada em 1Rs 17:9 e Lc

    4.26 sob o nome de Sarepta.
    21 Salvadores. Os próprios judeus aplicam esta palavra ao Messias e aos Seus servos.


    NVI F. F. Bruce

    Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
    NVI F. F. Bruce - Comentários de Obadias Capítulo 1 do versículo 1 até o 21
    Am 1:1

    Título (v. la)
    A profecia de Obadias é chamada de Visão (heb. hãzôn), um termo usado para falar da natureza revelatória da compreensão profética do significado de eventos históricos específicos. A visão do profeta é idêntica à palavra de Javé (conforme v. lb).

    I. O JUÍZO DE DEUS SOBRE EDOM (V. 1B-10)
    v. 1. O título o Sobe?'ano, o Senhor (heb. 'Adõnãi Yahweh) destaca a honra e a majestade do Deus de Israel: só ele é “Senhor (heb. ’ãdôn) de toda a terra” (Sl 97:5; Mq 4:13Zc 4:14); ele é o Senhor soberano da história. a respeito de Edom\ os edomitas habitavam a região montanhosa a sudeste de Judá, entre o mar Morto e o golfo de Acaba. Nós ouvimos: Obadias fala como líder de uma comunidade de profetas. “Rumores” na 5A no lugar de mensagem (“notícias” ou “uma revelação”) é enganoso. Um mensageiro (“arauto”; anjo?)/o/ enviado às nações para chamá-las à guerra contra Edom. v. 2-4. A palavra de Deus vem contra uma nação orgulhosa. O povo que pensa que é tão grande e elevado vai ser rebaixado, nas cavidades das rochas (heb. sela‘): o hebraico faz eco com a fortaleza de Selá nas montanhas de Edom (conforme 2Rs 14:7), que controlava a bacia em que mais tarde os nabateus construíram a famosa cidade de Petra. Mas a autoconfiança de Edom é falsa; mesmo que fosse capaz de subir tão alto como a águia e conseguisse fazer o seu ninho nas estrelas, não seria capaz de fugir do juízo de Deus. v. 5. A condenação que está para cair sobre Edom é retratada por figuras de linguagem muito nítidas. Os saqueadores de Edom são comparados a ladrões que vêm de noite como colhedores de uvas; ladrões normalmente só pegam o que eles querem, e colhedores de uvas deixam um resto para os pobres (Lv

    19.10); mas os que saquearem Edom não deixarão nada. v. 6,7. O profeta lamenta a morte de Edom como se já fosse um evento do passado. O estilo é o de um canto fúnebre. Esaú\ observe o uso do nome de um indivíduo para representar um grupo maior, uma forma de pensamento tipicamente semítica que os estudiosos chamam “personalidade coletiva”. Conforme também o uso de “Edom” (Esaú) e “Jacó” para personificar os edomitas e israelitas em todo o livro. (Acerca dessa idéia tão importante do ATOS, conforme E. Jacob, Theology of the OT, 1958, p. 153-6; e esp. H. W. Robinson, Corporate Personality in Ancient Israel, 1964.) v. 8. Os montes de Esaú representam a região montanhosa habitada pelos edomitas em contraste com o “monte Sião” (Jerusalém; conforme v. 17). v. 9. Temã era a cidade principal de Edom e era protegida pela cidade-fortaleza próxima de Selá; os seus habitantes eram famosos pela sua sabedoria (conforme Jr 49:7; Is 51:17; Jr 25:15,Jr 25:16; Hc 2:15,Hc 2:16; Zc 12:2Ez 23:32-34; Lm 4:21). v. 17,18. Mas um remanescente de Israel será firmado no monte Sião reconsagrado (conforme Os 3:17); a descendên-áa de Jacó (i.e., Judá, o Reino do Sul) e a de José (i.e., Israel, o Reino do Norte; conforme Jl 5:6Zc 10:6) serão reunidas (conforme Is 11:13,Is 11:14; Jr 3:18Jr 23:5,Jr 23:6; Jr 31:1; Ez 37:15-27; Dn 2:2; Mq 2:12Zc 9:10), e a descendência de Esaú (Edom) será destruída, v. 19,20. A restauração de Judá vai incluir uma expansão do seu território; os israelitas do Neguebe vão receber a terra de Edom (os montes de Esaú); os israelitas da Sefelá vão ocupar a planície costeira conhecida como terra dos filisteus; o território do antigo Reino do Norte (Efraim e Samaria) será novamente ocupado pelos israelitas, como também Gileade e a Transjordânia; os exilados vão voltar a possuir a terra até o extremo norte em Sarepta e até o extremo sul no Neguebe. V. um mapa para entender melhor os locais geográficos mencionados, v. 20. A localização exata de Sefarade é desconhecida; a identificação mais provável é com Sardis na Asia Menor (conhecida entre os persas como Sfarda). v. 21. vencedores', líderes levantados pelo Senhor entre o povo como nos dias dos juízes (conforme Jz 2:16; Jz 3:9,Jz 3:15 etc.) serão estabelecidos em Jerusalém para governar a terra de Edom (e as outras nações). O reino que será estabelecido não será simplesmente um reino humano, mas será do Senhor (conforme “Reino”, DTE).

    BIBLIOGRAFIA
    Allen, L. C. The Books of Joel, Obadiah, Jonah and Micah. NICOT. Grand Rapids, 1976.

    Bevver, J. A. Obadiah, in: A Critical and Exegetical Commentary on Micah, Zephaniah, Nahum, Obadiah and Joel. J. M. P. Smith et al. ICC. Edinburgh e New York, 1911.

    Eaton, J. H. Obadiah, Nahum, Habakkuk and Zephaniah. TC. London, 1961.

    Meyers, J. Hosea to Jonah. Layman’s Bible Commentary. London e Richmond, 1959. Wade, G. W. The Books of the Prophets Micah, Obadiah, Joel and Jonah. WC. London, 1925.

    Watts, J. D. W. Obadiah: A Critical Exegetical Commentary. Grand Rapids, 1970.


    Dúvidas

    Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e Contradições da Bíblia, por Norman Geisler e Thomas Howe
    Dúvidas - Comentários de Obadias Capítulo 1 versículo 11
    OBADIAS - Se o livro de Obadias é uma escritura inspirada, por que então ele não é citado no NT?

    (Esta questão é abordada no comentário de Ec 1:1.)

    OBADIAS - A profecia de Obadias é simplesmente uma expressão do nacionalismo judeu?

    PROBLEMA:
    A profecia de Obadias é essencialmente uma mensagem de juízo moral e divino sobre as nações. Dos 21 versículos que compõem este livro, 16 são dirigidos como pronunciamentos de juízos que estavam para vir contra Edom e 5 versículos são dedicados ao futuro triunfo de Israel sobre Edom. Mas isso não é apenas uma afirmação do nacionalismo judeu, e não uma revelação de Deus?

    SOLUÇÃO: O livro de Obadias é uma revelação da soberania de Deus apresentada em meio à uma desgraça e derrota da nação. A impotência do povo de Deus contra os seus inimigos era um reflexo do poder do Deus de Israel. Yahveh não era um Deus derrotado? Não estava Ele sem poder para resistir aos inimigos do seu povo? "Não!", foi a retumbante resposta de Obadias! O Deus de Israel manterá as suas promessas mesmo que o futuro não pareça bom. As nações não entenderam que sua vitória temporária sobre o povo de Israel era uma obra do próprio Deus. A mensagem de Obadias é que o Deus de Israel sempre possui o controle total da situação e cumprirá seu propósito. É uma mensagem de fé, esperança e de vitória sobre os inimigos de Deus.

    Mas o triunfo de Israel será uma bênção para todas as nações. A apostasia de Israel trouxe juízo. Mas, "se o fato de terem sido eles rejeitados trouxe reconciliação ao mundo, que será o seu restabelecimento, senão vida dentre os mortos?" (Rm 11:15). O livro de Obadias não é simplesmente uma expressão do nacionalismo judeu. É uma declaração da fidelidade de Deus e um testemunho de sua justiça moral, pela qual ele por fim estabelecerá a justiça na terra.


    Francis Davidson

    O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
    Francis Davidson - Comentários de Obadias Capítulo 1 do versículo 10 até o 14
    II. COMPORTAMENTO DE EDOM PARA COM JUDÁ. Ob 10:14

    Por que tudo isso teria de cair sobre Edom? O motivo é dado nos versículos 10:11: Por causa da violência feita a teu irmão Jacó. "O nome Jacó é expressamente usado (em lugar de Israel ou Judá) a fim de relembrar a relação entre as duas nações. Em Dt 23:7, as reivindicações de parentesco entre os dois povos são relembradas a Israel; Edom, porém, não demonstrara qualquer senso recíproco de relação fraternal" (G. W. Wade). Não apenas esse secular antagonismo recuava até os tempos no deserto, quando Edom se recusou a permitir passagem a Israel por seu território (Nu 20:20 e segs.), mas, conforme mostra o versículo 11, atingiu seu clímax por ocasião do saque de Jerusalém, por Nabucodonosor, em 586 A. C. A participação de Edom, nessa ocasião, foi longa e amargamente relembrada pelos judeus. No exílio, ao longo dos rios da Babilônia, eles clamavam: "Lembra-te, Senhor, dos filhos de Edom no dia de Jerusalém, porque diziam: Arrasai-a, arrasai-a até aos seus alicerces" (Sl 137:7).

    >Ob 1:11

    O versículo 11 claramente é um retrospecto da destruição de Jerusalém, quando Edom era um deles (um dos estranhos assaltantes). Essa expressão pode significar indiferença; isto é, o não prestar ajuda, o que deveria ter feito (tal como o sacerdote e o levita "passaram de largo", na história do bom samaritano), ou então, segundo é mais provável, subentende oposição ativa, o que é dado a entender nesta versão.

    >Ob 1:12

    Algumas versões, como esta, traduzem os versículos 12:14 como uma série de repreensões, tu não devias olhar... nem alegrar-te... etc., enquanto que outras traduzem-nos como se fossem proibições, "não olhes... não te regozijes... etc. Este último caso representa a verdadeira construção no hebraico, mas no original, trata-se de um artifício retórico e aquelas primeiras versões têm razão, discernindo o fato que as frases têm uma referência ao passado. Esses versículos, pois, podem ser considerados como descrições da participação real dos edomitas no saque contra Jerusalém. Em primeiro lugar eles exultaram insolentemente e sem mostrar piedade em vista da queda de Jerusalém (12); em seguida, entraram pela porta da cidade e se aliaram aos atacantes (13); finalmente, se postaram em posições de onde podiam impedir que judeus em fuga escapassem, e até mesmo aprisionaram quaisquer que encontraram livres (14).

    Note-se o emprego da palavra "dia", especialmente em tais frases como o dia de teu irmão (12). Cfr. "o dia de Jerusalém", já citado na passagem de Sl 137:7. "A expressão dia é freqüentemente usada dessa maneira para denotar a ocorrência de sorte boa ou má, em conexão com algum lugar ou pessoa" (Wade). Jerusalém deveria ter um outro "dia" (Lc 19:42), o tempo de sua visitação, mas não o percebeu. O dia do Senhor, por outro lado, que a próxima seção que Obadias introduz, é o dia da vindicação final e sem inibições da parte de Jeová, em favor de Sua própria justiça.


    Dicionário

    Cativo

    Prisioneiro

    cativo adj. 1. Que não goza de liberdade; preso, prisioneiro. 2. Prisioneiro de guerra. 3. Obrigado à escravidão. 4. Atraído, seduzido. S. .M 1. Indivíduo cativo. 2. Escravo.

    cativeiro; escravo, escravidão; servo, servidão; prisioneiro, prisão. – Cativo é propriamente “o que foi capturado, o que se deixou prender na guerra, e que, portanto, perdeu a sua liberdade, ficando sob a dependência de outrem”. O cativo pode conservar ainda a sua dignidade, a sua condição pessoal. O judeu em Babilônia foi cativo, e não escravo, nem mesmo servo. O cativeiro não humilha, pelo menos nem sempre. – Escravo é “o que passou a ser propriedade de outrem; pode ser vendido, passar por herança ou legado”. A escravidão não só humilha, como despoja a criatura de quase todas as suas qualidades humanas. – Servo é “o que está sujeito a outrem”. A servidão é muito diferente da escravidão. O servo é considerado como pessoa, pode possuir bens, auferir lucros do serviço que presta a seu amo, etc. De tudo isto é privado o escravo. – Prisioneiro aproxima-se de cativo: é “o que fica em poder do seu vencedor”. Hoje, na guerra não se fazem cativos, mas prisioneiros, supondo-se que estes esperam sempre o seu resgate. Do mesmo modo difere prisão de cativeiro; pois o primeiro designa apenas o fato de “achar-se alguém privado por algum tempo de agir livremente, de usar da sua liberdade”.

    Dia

    substantivo masculino Período de tempo que vai do nascer ao pôr do sol.
    Claridade, luz do sol: o dia começa a despontar.
    As horas em que o trabalhador tem obrigação de trabalhar: perder o dia.
    Situação que caracteriza algo; circunstância: aguardemos o dia propício.
    Época atual; atualidade: as notícias do dia.
    Condição climática; estado da atmosfera: dia claro.
    Duração de vinte e quatro horas que corresponde ao movimento de rotação da Terra sobre si mesma.
    Etimologia (origem da palavra dia). Do latim dies.ei.

    substantivo masculino Período de tempo que vai do nascer ao pôr do sol.
    Claridade, luz do sol: o dia começa a despontar.
    As horas em que o trabalhador tem obrigação de trabalhar: perder o dia.
    Situação que caracteriza algo; circunstância: aguardemos o dia propício.
    Época atual; atualidade: as notícias do dia.
    Condição climática; estado da atmosfera: dia claro.
    Duração de vinte e quatro horas que corresponde ao movimento de rotação da Terra sobre si mesma.
    Etimologia (origem da palavra dia). Do latim dies.ei.

    substantivo masculino Período de tempo que vai do nascer ao pôr do sol.
    Claridade, luz do sol: o dia começa a despontar.
    As horas em que o trabalhador tem obrigação de trabalhar: perder o dia.
    Situação que caracteriza algo; circunstância: aguardemos o dia propício.
    Época atual; atualidade: as notícias do dia.
    Condição climática; estado da atmosfera: dia claro.
    Duração de vinte e quatro horas que corresponde ao movimento de rotação da Terra sobre si mesma.
    Etimologia (origem da palavra dia). Do latim dies.ei.

    substantivo masculino Período de tempo que vai do nascer ao pôr do sol.
    Claridade, luz do sol: o dia começa a despontar.
    As horas em que o trabalhador tem obrigação de trabalhar: perder o dia.
    Situação que caracteriza algo; circunstância: aguardemos o dia propício.
    Época atual; atualidade: as notícias do dia.
    Condição climática; estado da atmosfera: dia claro.
    Duração de vinte e quatro horas que corresponde ao movimento de rotação da Terra sobre si mesma.
    Etimologia (origem da palavra dia). Do latim dies.ei.

    o ‘calor do dia’ (Mt 20:12) significa o tempo das nove horas, quando no oriente o sol resplandece vivamente no Céu. ‘Pela viração do dia’ (Gn 3:8) é justamente antes do sol posto. Antes do cativeiro, os judeus dividiam a noite em três vigílias: a primeira vigília durava até à meia-noite (Lm 2:19), a média ia da meia-noite até ao cantar do galo (Jz 7:19), e a da manhã prolongava-se até ao nascer do sol (Êx 14:24). No N.T., porém, há referências a quatro vigílias, divisão que os judeus receberam dos gregos e romanos: a primeira desde o crepúsculo até às nove horas (Mc 11:11Jo 20:19) – a segunda, desde as nove horas até à meia-noite (Mc 13:35) – a terceira, desde a meia-noite até às três da manhã (Mc 13:35) – e a quarta, desde as três horas até ao romper do dia (Jo 18:28). o dia achava-se dividido em doze partes (Jo 11:9). A hora terceira, a sexta, e a nona, eram consagradas à oração (Dn 6:10, At 2:15, e 3.1). Parte de um dia era equivalente nos cálculos ao dia todo (Mt 12:40). os judeus não tinham nomes especiais para os dias da semana, mas contavam-nos desde o sábado. Usa-se, também, a palavra ‘dia’, como significando dia de festa (os 7:5), e dia de ruína (18:20, e os 1:11). Deve ser notado que no cálculo da duração de um reinado, por exemplo, conta-se uma pequena parte do ano por um ano completo. E assim se um rei subia ao trono no último dia do ano, o dia seguinte era o princípio do segundo ano do seu reinado. (*veja Cronologia, Tempo, Ano.)

    Entre os índios e em geral no Oriente, a palavra que trasladamos por dia tem uma significação primitiva, que corresponde exatamente ao termo caldeu sare, revolução.
    Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - O Velho Testamento

    [...] todo dia é também oportunidade de recomeçar, reaprender, instruir ou reerguer.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Ceifa de luz• Pelo Espírito Emmanuel• 1a ed• especial• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 22

    Cada dia é oportunidade de ascensão ao melhor.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Correio fraterno• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 58

    [...] cada dia é um ramo de bênçãos que o Senhor nos concede para nosso aperfeiçoamento.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    No livro da existência, cada dia é uma página em branco que confiarás ao tempo, gravada com teus atos, palavras e pensamentos.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    Cada dia é nova oportunidade de orar, de servir e semear. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    Cada dia é desafio sereno da Natureza, constrangendo-nos docemente à procura de amor e sabedoria, paz e elevação.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    Cada dia é a oportunidade desvendada à vitória pessoal, em cuja preparação falamos seguidamente de nós, perdendo-lhe o valor.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    Cada dia é um país de vinte e quatro províncias. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    Cada dia é oportunidade de realizar o melhor. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    [...] o dia que deixas passar, vazio e inútil, é, realmente, um tesouro perdido que não mais voltará.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Justiça Divina• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Diante do tempo

    O dia e a noite constituem, para o homem, uma folha do livro da vida. A maior parte das vezes, a criatura escreve sozinha a página diária, com a tinta dos sentimentos que lhe são próprios, nas palavras, pensamentos, intenções e atos, e no verso, isto é, na reflexão noturna, ajudamo-la a retificar as lições e acertar as experiências, quando o Senhor no-lo permite.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Os Mensageiros• Pelo Espírito André Luiz• 41a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 41

    [...] Cada dia é uma página que preencherás com as próprias mãos, no aprendizado imprescindível. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Pontos e contos• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• - cap• 31

    [...] O dia constitui o ensejo de concretizar as intenções que a matinal vigília nos sugere e que à noite balanceamos.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Renúncia• Pelo Espírito Emmanuel• 34a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - pt• 1, cap• 6


    Dia
    1) Período de 24 horas (Rm 8:36;
    v. HORAS).


    2) Tempo em que a terra está clara (Rm 13:12).


    3) O tempo de vida (Ex 20:12).


    4) Tempos (Fp 5:16, plural).


    Dia O oposto à noite, à qual segue (Lc 21:37; Jo 9:4). Também espaço temporal de 24 horas. Os romanos contavam o dia de meia-noite a meia-noite — prática que perdura entre nós —, enquanto os judeus contemporâneos de Jesus iniciavam o dia com o surgimento da lua, concluindo-o no dia seguinte pela tarde. Para designar um dia completo, costumava-se empregar a expressão “noite e dia” (Mc 4:27; 5,5; Lc 2:37).

    Entrar

    verbo intransitivo Passar para dentro, introduzir-se, penetrar: entrar sem convite.
    Recolher-se à casa.
    Intrometer-se, intervir, interferir: não entre em briga de marido e mulher.
    Invadir.
    Encaixar-se, ajustar-se: a chave não entra na fechadura.
    Ser admitido, adotar uma profissão, fazer parte de: entrar para a Academia, o magistério, um partido.
    Ser um dos elementos constituintes de: entra muito orgulho no seu procedimento.
    Iniciar: entrar em negociações, entrar na matéria.

    Erar

    -

    Exército

    Exército
    1) Tropa organizada para combater (Dt 23:9)

    2) Os astros (Jr 33:22). 3 Os anjos (Sl 103:21); (Lc 2:13), RC).

    substantivo masculino Conjunto das forças militares de uma nação: o exército brasileiro.
    Reunião de grande número de tropas sob as ordens de um comandante.
    Figurado Grande quantidade, multidão: um exército de empregados.
    Exército da Salvação, organização protestante fundada em 1865 com fins caritativos.

    Durante o Êxodo, todo homem, de idade superior a vinte anos era soldado (Nm 1:3), sendo isentos do serviço militar somente os sacerdotes e os levitas (Nm 2:33). Cada tribo formava um regimento, com a sua própria bandeira e o seu próprio chefe (Nm 2:2 – 10.14). Quando estava próximo o inimigo, era feito o alistamento de todos os combatentes. Alguns destes podiam ser dispensados do serviço em determinados casos (Dt 20:5-8). o exército era, então, dividido em milhares e centenas, sob o comando dos seus respectivos capitães (Nm 31:14 – 1 Sm 8.12 – 2 Rs 1.9). Depois da entrada dos israelitas na terra de Canaã e depois de disperso o povo por todo o país, podiam os combatentes ser chamados na excitação do momento por uma trombeta (Jz 3:27), ou por mensageiros (Jz 6:35), ou por algum significativo sinal (1 Sm 11.7), ou, como em tempos posteriores, pelo arvorar de um estandarte (is 18:3Jr 4:21 – 51.27), ou ainda por meio de uma fogueira sobre algum lugar eminente (Jr 6:1). Escoltava o rei um certo número de guerreiros, que formavam o núcleo do exército. A guarda de Saul era de 3.000 guerreiros escolhidos (1 Sm 13.2 – 14.52 – 24,2) – e Davi tinha 600, que ele, com o correr do tempo foi aumentando (2 Sm 15.18). Mais tarde organizou uma milícia nacional, dividida em doze regimentos, tendo cada um destes o nome dos diferentes meses do ano (1 Cr 27.1). À frente do exército, quando estava em serviço ativo, punha o rei um comandante chefe (1 Sm 14.50). Até esta ocasião o exército constava inteiramente de infantaria, mas como as relações com os povos estranhos aumentavam, muita importância foi dada aos carros de guerra. Estes não eram de grande utilidade na própria Palestina, devido a ser muito acidentado o país, mas podiam ser empregados com vantagem nas fronteiras, tanto do lado do Egito, como da banda da Síria. Davi pôs de reserva cem carros, do despojo dos sírios (2 Sm 8,4) – Salomão tornou muito maior esse armamento, e aplicou-o à proteção das povoações da raia, sendo para esse fim estabelecidas estações em diferentes localidades (1 Rs 9.19). Essa força foi aumentada até ao número de 1.400 carros 12:000 cavaleiros. Para cada carro eram destinados três cavalos, ficando o terceiro de reserva (1 Rs 10.26 – 2 Cr 1.14). os diversos postos do exército eram os soldados (homens de guerra), os tenentes (servidores), os capitães (príncipes), os oficiais do estado-maior, e os oficiais de cavalaria (1 Rs 9.22). As operações de guerra começavam geralmente na primavera, depois de solenemente se pedir a Deus a Sua proteção. (*veja Urim e Tumim.) os sacerdotes levavam a arca e acompanhavam os combatentes com o fim de infundir coragem e prestar qualquer auxílio. Eles também influiam na qualidade de arautos e de diplomatas, tanto antes como depois da guerra (Nm 10:8Dt 20:2-4 – 1 Sm 7.9). os judeus, como guerreiros, eram terríveis combatentes, gostando de aproximar-se do inimigo, e levá-lo à luta de corpo a corpo. Precipitavam-se sobre o adversário, dando altos gritos e tocando trombetas. Mostravam, também, grande astúcia na guerra, preparando emboscadas e efetuando ataques noturnos. (*veja Davi, Jonatas.) os feitos de valor eram generosamente recompensados. Antes do estabelecimento de um exército permanente, tinha o soldado de prover a sua própria armadura, e pela força ou outros meios devia obter o seu alimento. Mais tarde tornou-se o exército um encargo nacional, embora os soldados não recebessem soldo. o exército romano pode ser descrito nesta maneira esquemática: Uma centúria = 50 a 100 homens, Duas centúrias = 1 manípulo, Três manípulos = 1 coorte, Dez coortes = 1 legião. Segue-se que havia sessenta centúrias numa legião, cada uma das quais era comandada por um centurião. Primitivamente constava a centúria, como o nome dá a conhecer, de cem homens, mas depois variava o número segundo a força da legião. No Novo Testamento acha-se mencionada ‘a legião’ (Mt 26:53Mc 5:9) – e a ‘coorte’ (Mt 27:27Mc 15:16Jo 18:3-12At 10:1 – 21.31 – 27.1). o comandante de uma coorte (Lat. tribunus, gr. chiliarck, isto é, comandante de 1
    000) é mencionado em João 18:12, e várias vezes em Atos 21:24. Neste último caso a coorte era a guarnição romana de Jerusalém, com o seu quartel no Forte Antônia, contíguo ao templo. Além dessas coortes legionárias, havia também coortes de voluntários, servindo ao abrigo dos estandartes romanos. Uma destas chamava-se coorte italiana (At 10:1), porque era formada de voluntários da itália. o quartel general das forças romanas, na Judéia, era Cesaréia. A ‘coorte imperial’ (ou ‘Augusta’), a que se faz referência em At 27:1, pode ter sido alguma das espalhadas pelas províncias, talvez a de Samaria, pois que a esta cidade tinha Herodes dado o nome de Sebasta (Lat. Augusta). E pode também essa coorte ter derivado o seu nome de alguma honra especial, concedida pelo imperador a esse corpo do exército. Referências ao oficial ‘centurião’ acham-se em Mt 8:5-27. 54, e freqüentemente no livro dos Atos. Quatro soldados constituíam a ordinária guarda militar, e como esta havia quatro, correspondentes às quatro vigílias da noite, e que se rendiam de três em três horas (Jo 19:23At 12:4). Quando uma guarda tinha a seu cuidado um prisioneiro, acontecia então que dois soldados vigiavam fora das portas da prisão, enquanto os outros dois estavam na parte de dentro (At 12:6). os arqueiros mencionados em Atos 23:23, parece terem sido tropas irregulares, que eram armados à ligeira.

    Forasteiros

    Que é de fora; estrangeiro, peregrino, estranho, alheio.

    Frente

    substantivo feminino Lugar situado na parte dianteira de: os lugares da frente são melhores.
    A parte anterior de; que se opõe à traseira: a frente do carro.
    Frontaria; a parte dianteira, anterior de um edifício: pintava a frente da casa.
    Figurado Grupo de quem defende uma causa: frente contra o governo.
    Face; o rosto, a cara, a parte anterior do corpo de uma pessoa.
    Presença; o alcance da vista: a manifestação passou à nossa frente.
    [Militar] Linha de militares que avança, antes dos demais; local em que acontece os combates e conflitos.
    Meteorologia. Superfície que delimita a união entre duas massas de ar ou de temperaturas distintas: frente quente.
    Etimologia (origem da palavra frente). Do espanhol frente; do latim frons.frontis.

    Jerusalém

    -

    Existia, com o nome de Uruslim, isto é, Cidade de Salim ou Cidade da Paz, uma cidade no mesmo sítio de Jerusalém, antes de terem os israelitas atravessado o rio Jordão ao entrarem na Palestina. inscrições da coleção de Tel el-Amarna mostram que naquele tempo (cerca de 1400 a.C.) era aquela povoação um lugar de alguma importância, cujo governador estava subordinado ao Egito. o nome aparece já com a forma de Jerusalém em Js 10:1. os judeus identificavam-na com Salém, de que Melquisedeque foi rei (Gn 14:18 – *veja também Sl 76. 2). os atuais habitantes, judeus e cristãos, conservam o nome de Yerusalim, embora sob o poder dos romanos fosse conhecida pelo nome de Aelia Capitolina, e seja pelos maometanos chamada El-Kuds, o Santuário, tendo ainda outros títulos, segundo as suas conexões. Quanto à sua situação estava Jerusalém entre as tribos de Judá e Benjamim, distante do Mediterrâneo 51 km, do rio Jordão 30 km, de Hebrom 32 km, e 58 km de Samaria. Acha-se edificada no alto de uma larga crista montanhosa, que atravessa o país de norte a sul, e está sobre duas elevações, que se salientam do platô para o sul, e são acessíveis apenas por estradas dificultosas. Esta proeminência está entre dois desfiladeiros, que tornam a aproximação difícil, a não ser pelo norte, e por isso constitui uma defesa natural. Do lado oriental está o vale de Cedrom, que também é chamado vale de Josafá. Ao sudoeste e pelo sul se vê outro desfiladeiro, o vale de Hinom. Estas duas ravinas unem-se no Poço de Jacó (Bir Eyab), numa profundidade de 200 metros, medida desde a parte superior do platô. A cidade, possuindo tais defesas naturais, as montanhas circunjacentes, e os profundos desfiladeiros, forma, assim, uma compacta fortaleza montanhosa (Sl 87:1 – 122.3 – 125.1,2). Com respeito à história de Jerusalém, começa no A.T.com o aparecimento de Melquisedeque, rei de Salém, que abençoou Abraão (Gn 14:18-20 – *veja Hb 7:1). No cap. 10 de Josué, fala-se de Adoni-Zedeque, rei de Jerusalém, o qual formou uma liga contra o povo de Gibeom, que tinha feito um acordo com Josué e os israelitas invasores. Josué prendeu e mandou executar os cinco reis confederados, incluindo o rei de Jerusalém – mas, embora as cidades pertencentes aos outros quatro fossem atacadas, é certo ter escapado naquela ocasião a cidade de Jerusalém. Ela é nomeada entre ‘as cidades no extremo sul da tribo dos filhos de Judá’ (Js 15:21-63) – e é notada a circunstância de não terem podido os filhos de Judá expulsar. os jebuseus, habitantes daquela cidade, habitando juntamente os invasores com o povo invadido. A sua conquista definitiva está indicada em Jz 1:8. Mais tarde os jebuseus parece que fizeram reviver a sua confiança na fortaleza da sua cidade. Quando Davi, cuja capital era então Hebrom, atacou Jerusalém (2 Sm 5), os habitantes mofaram dele (2 Sm 5.6). A réplica de Davi foi fazer uma fala aos seus homens, que resultou na tomada da ‘fortaleza de Sião’. E então foi a capital transferida para Jerusalém, aproximadamente no ano 1000 a.C., vindo ela a ser ‘a cidade de Davi’. Para aqui trouxe este rei a arca, que saiu da casa de obede-Edom (2 Sm 6.12). Sendo ferido o povo por causa da sua numeração, foi poupada a cidade de Jerusalém (2 Sm 24,16) – e na sua gratidão comprou Davi a eira de Araúna, o jebuseu, e levantou ali um altar (2 Sm 24.25), preparando-se para construir naquele sítio um templo (1 Cr 22.1 a
    4) – mas isso só foi levado a efeito por Salomão (1 Rs 6.1 a 38). Quando o reino se dividiu, ficou sendo Jerusalém a capita! das duas tribos, fiéis a Roboão (1 Rs 14.21). No seu reinado foi tomada por Sisaque, rei do Egito (1 Rs 14,25) – e no tempo do rei Jeorão pelos filisteus e árabes (2 Cr 21.16,17) – e por Joás, rei de israel, quando o seu rei era Amazias (2 Cr 25.23,24). No reinado de Acaz foi atacada pelo rei Rezim, da Síria, e por Peca, rei de israel, mas sem resultado (2 Rs 16.5). Semelhantemente, foi a tentativa de Senaqueribe no reinado de Ezequias (2 Rs 18.19 – 2 Cr 32 – is 36:37). Quando governava Manassés, os seus pecados e os do povo foram a causa da prisão do rei e da sua deportação para Babilônia (2 Cr 33.9 a 11). Josias realizou em Jerusalém uma reforma moral e religiosa (2 Cr 34.3 a 5). Quando, no período de maior decadência, reinava Joaquim, foi a cidade cercada e tomada pelas forças de Nabucodonosor, rei da Babilônia, que deportou para aquele império o rei e o povo, à exceção dos mais pobres dos seus súditos (2 Rs 24.12 a 16). Zedequias foi colocado no trono, mas revoltou-se. Vieram outra vez as tropas de Nabucodonosor, e então Jerusalém suportou um prolongado cerco – mas, por fim, foi tomada, sendo destruído o templo e os melhores edifícios, e derribadas as suas muralhas (2 Rs 25). No tempo de Ciro, como se acha narrado em Esdras, voltou o povo do seu cativeiro, sendo o templo reedificado, e restaurada a Lei. As muralhas foram levantadas por Neemias (Ne 3). Alexandre Magno visitou a cidade, quando o sumo sacerdócio era exercido por Jadua, que é mencionado em Ne 12:11-22. Morto Alexandre, e feita a divisão das suas conquistas, ficou a Judéia nos limites dos dois Estados rivais, o Egito e a Síria. Como efeito dessa situação raras vezes tinham os judeus uma paz duradoura. Ptolomeu Soter tomou a cidade pelo ano 320 a.C., a qual foi fortificada e embelezada no tempo de Simão, o Justo, no ano 300 a.C., mais ou menos (Ecclus. 50). Antíoco, o Grande, conquistou-a em 203 (a.C.) – mas em 199 foi retomada por Scopas, o general alexandrino. Após a derrota dos egípcios, infligida por Antíoco, caiu novamente Jerusalém sob o seu domínio em 19S. Foi depois tomada por Antíoco Epifanes, que profanou o templo, e ergueu um altar pagão no lugar do altar do Senhor (Dn 11:31) – mas no ano 165 foi a cidade reconquistada por Judas Macabeu. Pompeu apoderou-se dela em 65 a.C., e foi saqueada pelos partos no ano 40. Retomou-a Herodes, o Grande, no ano 37 a.C. : foi ele quem restaurou o templo, levantando o edifício que foi visitado por Jesus Cristo. Com respeito ao lugar que ocupava Jerusalém na alma dos hebreus, *veja Sl 122:6 – 137.5,6 – is 62:1-7 – cp.com 1 Rs 8.38 – Dn 6:10 e Mt 5:35. A Jerusalém do N.

    Jerusalém [Lugar de Paz] - Cidade situada a uns 50 km do mar Mediterrâneo e a 22 km do mar Morto, a uma altitude de 765 m. O vale do Cedrom fica a leste dela, e o vale de Hinom, a oeste e ao sul. A leste do vale de Cedrom está o Getsêmani e o monte das Oliveiras. Davi tornou Jerusalém a capital do reino unido (2Sm 5:6-10). Salomão construiu nela o Templo e um palácio. Quando o reino se dividiu, Jerusalém continuou como capital do reino do Sul. Em 587 a.C. a cidade e o Templo foram destruídos por Nabucodonosor (2Rs 25:1-26). Zorobabel, Neemias e Esdras reconstruíram as muralhas e o Templo, que depois foram mais uma vez destruídos. Depois um novo Templo foi construído por Herodes, o Grande. Tito, general romano, destruiu a cidade e o Templo em 70 d.C. O nome primitivo da cidade era JEBUS. Na Bíblia é também chamada de Salém (Gn 14:18), cidade de Davi (1Rs 2:10), Sião (1Rs 8:1), cidade de Deus (Sl 46:4) e cidade do grande Rei (Sl 48:2). V. os mapas JERUSALÉM NO AT e JERUSALÉM NOS TEM

    Jerusalém Tem-se interpretado o nome dessa cidade como “cidade da paz”. Na Bíblia, aparece pela primeira vez como Salém (Gn 14:18), com a qual costuma ser identificada. A cidade foi tomada pelos israelitas que conquistaram Canaã após a saída do Egito, mas não a mantiveram em seu poder. Pelo ano 1000 a.C., Davi tomou-a das mãos dos jebuseus, transformando-a em capital (2Sm 5:6ss.; 1Cr 11:4ss.), pois ocupava um lugar central na geografia do seu reino. Salomão construiu nela o primeiro Templo, convertendo-a em centro religioso e local de peregrinação anual de todos os fiéis para as festas da Páscoa, das Semanas e das Tendas. Em 587-586 a.C., houve o primeiro Jurban ou destruição do Templo pelas tropas de Nabucodonosor. Ao regressarem do exílio em 537 a.C., os judeus empreenderam a reconstrução do Templo sob o incentivo dos profetas Ageu, Zacarias e Malaquias; mas a grande restauração do Templo só aconteceu, realmente, com Herodes e seus sucessores, que o ampliaram e o engrandeceram. Deve-se a Herodes a construção das muralhas e dos palácios-fortalezas Antônia e do Palácio, a ampliação do Templo com a nova esplanada, um teatro, um anfiteatro, um hipódromo e numerosas moradias. O fato de ser o centro da vida religiosa dos judeus levou os romanos a fixarem a residência dos governadores em Cesaréia, dirigindo-se a Jerusalém somente por ocasião de reuniões populares como nas festas.

    No ano 70 d.C., aconteceu o segundo Jurban ou destruição do Templo, desta vez pelas mãos das legiões romanas de Tito. Expulsos de Jerusalém após a rebelião de Bar Kojba (132-135 d.C.), os judeus do mundo inteiro jamais deixaram de esperar o regresso à cidade, de forma que, em meados do séc. XIX, a maioria da população hierosolimita era judia. Após a Guerra da Independência (1948-1949), a cidade foi proclamada capital do Estado de Israel, embora dividida em zonas árabe e judia até 1967.

    Jesus visitou Jerusalém com freqüência. Lucas narra que, aos doze anos, Jesus se perdeu no Templo (Lc 2:41ss.) e várias foram as visitas que ele realizou a essa cidade durante seu ministério público (Lc 13:34ss.; Jo 2:13). A rejeição dos habitantes à sua mensagem fez Jesus chorar por Jerusalém, destinada à destruição junto com o Templo (Lc 13:31-35). Longe de ser um “vaticinium ex eventu”, essa visão aparece em Q e deve ser anterior ao próprio Jesus. Em Jerusalém, Jesus foi preso e crucificado, depois de purificar o Templo.

    O fato de esses episódios terem Jerusalém por cenário e de nela acontecerem algumas aparições do Ressuscitado e igualmente a experiência do Espírito Santo em Pentecostes pesou muito na hora de os apóstolos e a primeira comunidade judeu-cristã fixarem residência (At 1:11).

    J. Jeremías, Jerusalén en tiempos de Jesús, Madri 1985; C. Vidal Manzanares, El Judeo-cristianismo...; Idem, El Primer Evangelio...; A. Edersheim, Jerusalén...; E. Hoare, o. c.; f. Díez, o. c.


    Lançar

    verbo transitivo Atirar com força, arremessar: lançar uma pedra.
    Fazer cair: lançar alguém ao chão.
    Dirigir: lançar os olhos pelos lados.
    Afastar; separar; expulsar.
    Figurado Fazer renascer; infundir, gerar: aquilo me lançou no coração um grande temor.
    Espalhar, semear: lançar a semente à terra.
    Derramar, verter, despejar, entornar: lançar água num jarro.
    Fazer brotar: as árvores lançavam seus rebentos.
    Proferir, exclamar: lançar pragas.
    Atribuir, imputar: lançar a responsabilidade sobre alguém.
    Enterrar, sepultar: lançaram-no numa cova rasa.
    Fazer cair: aquilo me lançou numa grande tristeza.
    Estender, pôr em volta: lancei-lhe um braço ao pescoço.
    Escrever, traçar: lançou algumas linhas no papel.
    Escriturar nos livros competentes: lançar uma quantia no livro-caixa.
    Iniciar, dar princípio: lançar os alicerces de um prédio.
    Promover, tornar conhecido: meu programa já lançou muitos artistas.
    Lançar à conta de, atribuir, dar como causa.
    Lançar a âncora, fundear.

    Mesmo

    adjetivo Exprime semelhança, identidade, paridade: eles têm o mesmo gosto.
    O próprio, não outro (colocado imediatamente depois de substantivo ou pronome pessoal): Ricardo mesmo me abriu a porta; uma poesia de Fernando Pessoa, ele mesmo.
    Utilizado de modo reflexivo; nominalmente: na maioria das vezes analisava, criticava-se a si mesmo.
    Que possui a mesma origem: nasceram na mesma região.
    Imediatamente referido: começou a trabalhar em 2000, e nesse mesmo ano foi expulso de casa.
    substantivo masculino Que ocorre da mesma forma; a mesma coisa e/ou pessoa: naquele lugar sempre acontece o mesmo; ela nunca vai mudar, vai sempre ser a mesma.
    conjunção Apesar de; embora: mesmo sendo pobre, nunca desistiu de sonhar.
    advérbio De modo exato; exatamente, justamente: pusemos o livro mesmo aqui.
    De maneira segura; em que há certeza: sem sombra de dúvida: os pastores tiveram mesmo a visão de Nossa Senhora!
    Ainda, até: chegaram mesmo a negar-me o cumprimento.
    locução conjuntiva Mesmo que, ainda que, conquanto: sairei, mesmo que não queiram.
    locução adverbial Na mesma, sem mudança de situação apesar da ocorrência de fato novo: sua explicação me deixou na mesma.
    Etimologia (origem da palavra mesmo). Do latim metipsimus.

    Portas

    fem. pl. de porta
    2ª pess. sing. pres. ind. de portar

    por·ta
    (latim porta, -ae)
    nome feminino

    1. Abertura para entrar ou sair.

    2. Peça que fecha essa abertura.

    3. Peça idêntica em janela, armário, etc.

    4. Figurado Entrada; acesso; admissão.

    5. Solução, expediente.

    6. Espaço estreito e cavado por onde passa um rio.

    7. Ponto onde se passa e que serve como de chave a outro mais distante.

    8. [Informática] Ponto de ligação físico ou virtual usado na transmissão de dados.

    9. [Tecnologia] Parte de um equipamento onde se liga um cabo ou uma ficha.

    10. [Jogos] No jogo do monte, o desconto a favor do banqueiro quando os pontos ganham com a primeira carta que sai ao voltar o baralho.

    adjectivo feminino e nome feminino
    adjetivo feminino e nome feminino

    11. [Anatomia] Diz-se de ou veia grossa que recebe o sangue do estômago, do baço, do pâncreas e dos intestinos, e que se distribui no fígado.


    bater à porta de
    Pedir auxílio a alguém.

    Acontecer, surgir (ex.: infelizmente, a doença bateu-lhe à porta).

    porta traseira
    A que está na parede oposta à fachada.

    fora de portas
    Fora da cidade, ou vila, nos arrabaldes.

    pela porta dianteira
    Sem vergonha; francamente; usando de meios lícitos.

    pela porta do cavalo
    Usando de meios pouco lícitos.

    porta de homem
    Porta pequena inserida num portão ou numa porta grande, para dar passagem a pessoas, sem abrir esse portão ou porta grande.

    porta de inspecção
    O mesmo que porta de visita.

    porta de visita
    Abertura utilizada geralmente para permitir o acesso a sistemas de saneamento, de drenagem de águas ou esgotos, mas também de sistemas hidráulicos, eléctricos ou de telecomunicações. = CAIXA DE VISITA, PORTA DE INSPECÇÃO

    porta do cavalo
    Porta traseira de um edifício.

    porta falsa
    A que está disfarçada na parede.


    por·tar 1 -
    (latim porto, -are, levar, transportar)
    verbo transitivo

    1. Trazer consigo. = LEVAR, TRANSPORTAR

    2. Estar vestido com. = TRAJAR, USAR, VESTIR

    verbo pronominal

    3. Ter determinado comportamento. = COMPORTAR-SE


    por·tar 2 -
    (porto + -ar)
    verbo intransitivo

    O mesmo que aportar.


    Sortes

    Sortes V. LANÇAR SORTES e URIM E TUMIM.

    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    (desinteressado)
    Obadias 1: 11 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

    No dia em que permaneceste de pé (desinteressado), no dia em que estrangeiros levaram cativo o seu exército, e os estrangeiros entravam pelas suas portas, e lançaram sortes sobre Jerusalém, tu eras também como um deles.
    Obadias 1: 11 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    853 a.C.
    H1486
    gôwrâl
    גֹּורָל
    sorte
    (lots)
    Substantivo
    H1571
    gam
    גַּם
    também / além de
    (also)
    Advérbio
    H1992
    hêm
    הֵם
    eles / elas
    (they)
    Pronome
    H2114
    zûwr
    זוּר
    ser estranho, ser um forasteiro
    (but a stranger)
    Verbo
    H2428
    chayil
    חַיִל
    força, poder, eficiência, fartura, exército
    (their wealth)
    Substantivo
    H259
    ʼechâd
    אֶחָד
    um (número)
    (the first)
    Adjetivo
    H3032
    yâdad
    יָדַד
    (Qal) lançar sortes, deitar sortes n
    (they have cast)
    Verbo
    H3117
    yôwm
    יֹום
    dia
    (Day)
    Substantivo
    H3389
    Yᵉrûwshâlaim
    יְרוּשָׁלַ͏ִם
    de Jerusalém.
    (of Jerusalem)
    Substantivo
    H5048
    neged
    נֶגֶד
    o que é notável, o que está na frente de adv
    (suitable)
    Substantivo
    H5237
    nokrîy
    נׇכְרִי
    estrangeiro, alheio
    (foreigners)
    Adjetivo
    H5921
    ʻal
    עַל
    sobre, com base em, de acordo com, por causa de, em favor de, concernente a, ao lado de,
    ([was] on)
    Prepostos
    H5975
    ʻâmad
    עָמַד
    ficou
    (stood)
    Verbo
    H7617
    shâbâh
    שָׁבָה
    levar cativo
    (was taken captive)
    Verbo
    H8179
    shaʻar
    שַׁעַר
    porta
    (in the gate)
    Substantivo
    H859
    ʼattâh
    אַתָּה
    você / vocês
    (you)
    Pronome
    H935
    bôwʼ
    בֹּוא
    ir para dentro, entrar, chegar, ir, vir para dentro
    (and brought [them])
    Verbo


    גֹּורָל


    (H1486)
    gôwrâl (go-rawl')

    01486 גורל gowral ou (forma contrata) גרל goral

    procedente de uma raiz não utilizada significando ser áspero (como pedra); DITAT - 381a; n m

    1. sorte
      1. sorte - pedras usadas regularmente para tomar decisões
    2. porção
      1. sorte, porção (algum objeto utilizado para lançar sortes)
      2. recompensa, retribuição

    גַּם


    (H1571)
    gam (gam)

    01571 גם gam

    por contração de uma raiz não utilizada; DITAT - 361a; adv

    1. também, ainda que, de fato, ainda mais, pois
      1. também, ainda mais (dando ênfase)
      2. nem, nem...nem (sentido negativo)
      3. até mesmo (dando ênfase)
      4. de fato, realmente (introduzindo o clímax)
      5. também (de correspondência ou retribuição)
      6. mas, ainda, embora (adversativo)
      7. mesmo, realmente, mesmo se (com ’quando’ em caso hipotético)
    2. (DITAT) novamente, igualmente

    הֵם


    (H1992)
    hêm (haym)

    01992 הם hem ou (forma alongada) המה hemmah

    procedente de 1981; DITAT - 504; pron 3p m pl

    1. eles, estes, os mesmos, quem

    זוּר


    (H2114)
    zûwr (zoor)

    02114 זור zuwr

    uma raiz primitiva; DITAT - 541; v

    1. ser estranho, ser um forasteiro
      1. (Qal)
        1. tornar-se alienado
        2. estranho, outro, forasteiro, estrangeiro, inimigo (particípio)
        3. repugnante (referindo-se ao hálito) (particípio)
        4. mulher estranha, prostituta, meretriz (meton)
      2. (Nifal) ser alienado
      3. (Hofal) ser um estrangeiro, ser alguém alienado

    חַיִל


    (H2428)
    chayil (khah'-yil)

    02428 חיל chayil

    procedente de 2342; DITAT - 624a; n m

    1. força, poder, eficiência, fartura, exército
      1. força
      2. habilidade, eficiência
      3. fartura
      4. força, exército

    אֶחָד


    (H259)
    ʼechâd (ekh-awd')

    0259 אחד ’echad

    um numeral procedente de 258; DITAT - 61; adj

    1. um (número)
      1. um (número)
      2. cada, cada um
      3. um certo
      4. um (artigo indefinido)
      5. somente, uma vez, uma vez por todas
      6. um...outro, aquele...o outro, um depois do outro, um por um
      7. primeiro
      8. onze (em combinação), décimo-primeiro (ordinal)

    יָדַד


    (H3032)
    yâdad (yaw-dad')

    03032 ידד yadad

    uma raiz primitiva; DITAT - 845,846 v

    1. (Qal) lançar sortes, deitar sortes n
    2. amor, amado, amigo

    יֹום


    (H3117)
    yôwm (yome)

    03117 יום yowm

    procedente de uma raiz não utilizada significando ser quente; DITAT - 852; n m

    1. dia, tempo, ano
      1. dia (em oposição a noite)
      2. dia (período de 24 horas)
        1. como determinado pela tarde e pela manhã em Gênesis 1
        2. como uma divisão de tempo
          1. um dia de trabalho, jornada de um dia
      3. dias, período de vida (pl.)
      4. tempo, período (geral)
      5. ano
      6. referências temporais
        1. hoje
        2. ontem
        3. amanhã

    יְרוּשָׁלַ͏ִם


    (H3389)
    Yᵉrûwshâlaim (yer-oo-shaw-lah'-im)

    03389 שלםירו Y eruwshalaim raramentê ירושׂלים Y eruwshalayim̂

    um dual (em alusão aos seus dois montes principais [a pontuação verdadeira, ao menos conforme a leitura antiga, parece ser aquele de 3390]), provavelmente procedente de (o particípio passivo de) 3384 e 7999, grego 2414 Ιεροσολυμα e 2419 Ιερουσαλημ; n pr loc Jerusalém = “ensino de paz”

    1. a cidade principal da Palestina e capital do reino unido e, depois da divisão, capital de

      Judá


    נֶגֶד


    (H5048)
    neged (neh'-ghed)

    05048 נגד neged

    procedente de 5046; DITAT - 1289a; subst

    1. o que é notável, o que está na frente de adv
    2. na frente de, direto em frente, diante, na vista de
    3. na frente de alguém, direto
    4. diante da sua face, à sua vista ou propósito com prep
    5. o que está na frente de, correspondente a
    6. na frente de, diante
    7. à vista ou na presença de
    8. paralelo a
    9. sobre, para
    10. em frente, no lado oposto
    11. a uma certa distância prep
    12. da frente de, distante de
    13. de diante dos olhos de, oposto a, a uma certa distância de
    14. defronte, em frente de
    15. tão longe quanto a distância de

    נׇכְרִי


    (H5237)
    nokrîy (nok-ree')

    05237 נכרי nokriy

    procedente de 5235 (segunda forma); DITAT - 1368c; adj

    1. estrangeiro, alheio
      1. estrangeiro
      2. estrangeiro (substantivo)
      3. mulher estrangeira, meretriz
      4. desconhecido, não familiar (fig.)

    עַל


    (H5921)
    ʻal (al)

    05921 על ̀al

    via de regra, o mesmo que 5920 usado como uma preposição (no sing. ou pl. freqüentemente com prefixo, ou como conjunção com uma partícula que lhe segue); DITAT - 1624p; prep

    1. sobre, com base em, de acordo com, por causa de, em favor de, concernente a, ao lado de, em adição a, junto com, além de, acima, por cima, por, em direção a, para, contra
      1. sobre, com base em, pela razão de, por causa de, de acordo com, portanto, em favor de, por isso, a respeito de, para, com, a despeito de, em oposição a, concernente a, quanto a, considerando
      2. acima, além, por cima (referindo-se a excesso)
      3. acima, por cima (referindo-se a elevação ou preeminência)
      4. sobre, para, acima de, em, em adição a, junto com, com (referindo-se a adição)
      5. sobre (referindo-se a suspensão ou extensão)
      6. por, adjacente, próximo, perto, sobre, ao redor (referindo-se a contiguidade ou proximidade)
      7. abaixo sobre, sobre, por cima, de, acima de, pronto a, em relacão a, para, contra (com verbos de movimento)
      8. para (como um dativo) conj
    2. por causa de, porque, enquanto não, embora

    עָמַד


    (H5975)
    ʻâmad (aw-mad')

    05975 עמד ̀amad

    uma raiz primitiva; DITAT - 1637; v

    1. estar de pé, permanecer, resistir, tomar o lugar de alguém
      1. (Qal)
        1. ficar de pé, tomar o lugar de alguém, estar em atitude de permanência, manter-se, tomar posição, apresentar-se, atender, ser ou tornar-se servo de
        2. permanecer parado, parar (de mover ou agir), cessar
        3. demorar, atrasar, permanecer, continuar, morar, resistir, persistir, estar firme
        4. tomar posição, manter a posição de alguém
        5. manter-se de pé, permanecer de pé, ficar de pé, levantar-se, estar ereto, estar de pé
        6. surgir, aparecer, entrar em cena, mostrar-se, erguer-se contra
        7. permanecer com, tomar a posição de alguém, ser designado, tornar-se liso, tornar-se insípido
      2. (Hifil)
        1. posicionar, estabelecer
        2. fazer permanecer firme, manter
        3. levar a ficar de pé, fazer estabelecer-se, erigir
        4. apresentar (alguém) diante (do rei)
        5. designar, ordenar, estabelecer
      3. (Hofal) ser apresentado, ser levado a ficar de pé, ser colocado diante

    שָׁבָה


    (H7617)
    shâbâh (shaw-baw')

    07617 שבה shabah

    uma raiz primitiva; DITAT - 2311; v.

    1. levar cativo
      1. (Qal)
        1. levar cativo
        2. cativo (particípio)
        3. levar cativo
      2. (Niphal) ser levado cativo

    שַׁעַר


    (H8179)
    shaʻar (shah'-ar)

    08179 שער sha ar̀

    procedente de 8176 no sentido original; DITAT - 2437a; n. m.

    1. porta
      1. porta (de entrada)
      2. porta (referindo-se ao espaço interno da porta, isto é, o mercado, marketplace, o lugar de reuniões públicas)
        1. cidade, aldeia
      3. porta (de palácio, castelo real, templo, átrio do tabernáculo)
      4. céus

    אַתָּה


    (H859)
    ʼattâh (at-taw')

    0859 אתה ’attah ou (forma contrata) את ’atta ou את ’ath feminino (irregular) algumas vezes אתי ’attiy plural masculino אתם ’attem feminino אתן ’atten ou אתנה ’attenah ou אתנה ’attennah

    um pronome primitivo da segunda pessoa; DITAT - 189; pron pess

    1. tu (segunda pess. sing. masc.)

    בֹּוא


    (H935)
    bôwʼ (bo)

    0935 בוא bow’

    uma raiz primitiva; DITAT - 212; v

    1. ir para dentro, entrar, chegar, ir, vir para dentro
      1. (Qal)
        1. entrar, vir para dentro
        2. vir
          1. vir com
          2. vir sobre, cair sobre, atacar (inimigo)
          3. suceder
        3. alcançar
        4. ser enumerado
        5. ir
      2. (Hifil)
        1. guiar
        2. carregar
        3. trazer, fazer vir, juntar, causar vir, aproximar, trazer contra, trazer sobre
        4. fazer suceder
      3. (Hofal)
        1. ser trazido, trazido para dentro
        2. ser introduzido, ser colocado