Enciclopédia de Obadias 1:19-19

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

ob 1: 19

Versão Versículo
ARA Os de Neguebe possuirão o monte de Esaú, e os da planície, aos filisteus; possuirão também os campos de Efraim e os campos de Samaria; e Benjamim possuirá a Gileade.
ARC E os do sul possuirão a montanha de Esaú, e os das planícies os filisteus; possuirão também os campos de Efraim, e os campos de Samaria; e Benjamim e Gileade.
TB Os do Neguebe possuirão o monte de Esaú; os da planície, os filisteus; possuirão o campo de Efraim e o campo de Samaria; e Benjamim possuirá a Gileade.
HSB וְיָרְשׁ֨וּ הַנֶּ֜גֶב אֶת־ הַ֣ר עֵשָׂ֗ו וְהַשְּׁפֵלָה֙ אֶת־ פְּלִשְׁתִּ֔ים וְיָרְשׁוּ֙ אֶת־ שְׂדֵ֣ה אֶפְרַ֔יִם וְאֵ֖ת שְׂדֵ֣ה שֹׁמְר֑וֹן וּבִנְיָמִ֖ן אֶת־ הַגִּלְעָֽד׃
BKJ E os do sul possuirão o monte de Esaú, e os das planícies, os filisteus; e eles possuirão os campos de Efraim, e os campos de Samaria; e Benjamim possuirá Gileade.
LTT E os do sul possuirão o monte de Esaú, e os das terras baixas, possuirão os filisteus; possuirão também os campos de Efraim, e os campos de Samaria; e Benjamim possuirá a Gileade.
BJ2 Os do Negueb tomarão posse da montanha de Esaú, os da Planície, da Filistéia[x] eles tomarão posse do campo de Efraim e do campo da Samaria, e Benjamim tomará posse de Galaad.
VULG Et hæreditabunt hi, qui ad austrum sunt, montem Esau, et qui in campestribus, Philisthiim : et possidebunt regionem Ephraim et regionem Samariæ, et Benjamin possidebit Galaad.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Obadias 1:19

Números 24:18 E Edom será uma possessão, e Seir também será uma possessão hereditária para os seus inimigos; pois Israel fará proezas.
Josué 13:2 A terra que fica de resto é esta: todos os termos dos filisteus e toda a Gesur;
Josué 13:25 e foi o seu termo Jazer, e todas as cidades de Gileade, e metade da terra dos filhos de Amom, até Aroer, que está defronte de Rabá;
Josué 13:31 e metade de Gileade, e Astarote, e Edrei, cidades do reino de Ogue, em Basã, foram dadas aos filhos de Maquir, filho de Manassés, a saber, à metade dos filhos de Maquir, segundo as suas famílias.
Josué 15:21 São, pois, as cidades da extremidade da tribo dos filhos de Judá até ao termo de Edom para o sul: Cabzeel, e Éder, e Jagur,
Josué 15:33 Nas planícies: Estaol, e Zorá, e Asná,
Josué 15:45 Ecrom, e os lugares da sua jurisdição, e as suas aldeias;
Josué 18:21 E as cidades da tribo dos filhos de Benjamim, segundo as suas famílias, eram: Jericó, e Bete-Hogla, e Emeque-Quesis,
Juízes 1:18 Tomou mais Judá a Gaza com o seu termo, e a Asquelom com o seu termo, e a Ecrom com o seu termo.
II Reis 17:24 E o rei da Assíria trouxe gente de Babel, e de Cuta, e de Ava, e de Hamate, e de Sefarvaim e a fez habitar nas cidades de Samaria, em lugar dos filhos de Israel; e tomaram a Samaria em herança e habitaram nas suas cidades.
I Crônicas 5:26 Pelo que o Deus de Israel suscitou o espírito de Pul, rei da Assíria, e o espírito de Tiglate-Pileser, rei da Assíria, que os levaram presos, a saber: os rubenitas, e os gaditas, e a meia tribo de Manassés; e os trouxeram a Hala, e a Habor, e a Hara, e ao rio Gozã, até ao dia de hoje.
Esdras 4:2 chegaram-se a Zorobabel e aos chefes dos pais e disseram-lhes: Deixai-nos edificar convosco, porque, como vós, buscaremos a vosso Deus; como também já lhe sacrificamos desde os dias de Esar-Hadom, rei da Assíria, que nos mandou vir para aqui.
Esdras 4:7 E, nos dias de Artaxerxes, escreveu Bislão, Mitredate, Tabeel e os outros da sua companhia a Artaxerxes, rei da Pérsia; e a carta estava escrita em caracteres aramaicos e na língua siríaca.
Esdras 4:17 E o rei enviou esta resposta a Reum, o chanceler, e a Sinsai, o escrivão, e aos mais da sua companhia, que habitavam em Samaria; como também ao resto dos que estavam dalém do rio: Paz! E em tal tempo.
Salmos 69:35 Porque Deus salvará a Sião e edificará as cidades de Judá, para que habitem ali e a possuam.
Isaías 11:13 E desterrar-se-á a inveja de Efraim, e os adversários de Judá serão desarraigados; Efraim não invejará a Judá, e Judá não oprimirá a Efraim.
Jeremias 31:4 Ainda te edificarei, e serás edificada, ó virgem de Israel! Ainda serás adornada com os teus adufes e sairás com o coro dos que dançam.
Jeremias 32:44 Comprarão campos por dinheiro, e subscreverão os autos, e os selarão, e farão que os atestem testemunhas na terra de Benjamim, e nos contornos de Jerusalém, e nas cidades de Judá, e nas cidades das montanhas, e nas cidades das planícies, e nas cidades do Sul; porque os farei voltar do seu cativeiro, diz o Senhor.
Jeremias 49:1 Contra os filhos de Amom. Assim diz o Senhor: Acaso, não tem filhos Israel, nem tem herdeiros? Por que, pois, herdou Malcã a Gade, e o seu povo habitou nas suas cidades?
Ezequiel 25:16 portanto, assim diz o Senhor Jeová: Eis que eu estendo a mão contra os filisteus, e arrancarei os quereteus, e destruirei o resto da costa do mar.
Ezequiel 36:6 Portanto, profetiza sobre a terra de Israel e dize aos montes, e aos outeiros, e às correntes, e aos vales: Assim diz o Senhor Jeová: Eis que falei no meu zelo e no meu furor, porque levastes sobre vós o opróbrio dos gentios.
Ezequiel 36:28 E habitareis na terra que eu dei a vossos pais, e vós me sereis por povo, e eu vos serei por Deus.
Ezequiel 37:21 Dize-lhes, pois: Assim diz o Senhor Jeová: Eis que eu tomarei os filhos de Israel de entre as nações para onde eles foram, e os congregarei de todas as partes, e os levarei à sua terra.
Ezequiel 47:13 Assim diz o Senhor Jeová: Este será o termo conforme o qual tomareis a terra em herança, segundo as doze tribos de Israel. José terá duas partes.
Ezequiel 48:1 E estes são os nomes das tribos: desde a parte extrema do norte, da banda do caminho de Hetlom, vindo para Hamate, Hazer-Enom, no termo de Damasco, para o norte, ao pé de Hamate; e terão a banda do oriente e do ocidente; Dã, uma porção.
Amós 1:8 E exterminarei o morador de Asdode e o que tem o cetro de Asquelom e tornarei a minha mão contra Ecrom; e o resto dos filisteus perecerá, diz o Senhor Jeová.
Amós 1:13 Assim diz o Senhor: Por três transgressões dos filhos de Amom e por quatro, não retirarei o castigo, porque fenderam as grávidas de Gileade, para dilatarem os seus termos.
Amós 9:12 para que possuam o restante de Edom e todas as nações que são chamadas pelo meu nome, diz o Senhor, que faz estas coisas.
Miquéias 7:14 Apascenta o teu povo com a tua vara, o rebanho da tua herança, que mora só no bosque, no meio da terra fértil; apascentem-se em Basã e Gileade, como nos dias da antiguidade.
Sofonias 2:4 Porque Gaza será desamparada, e Asquelom, assolada; Asdode ao meio-dia será expelida, e Ecrom, desarraigada.
Zacarias 9:5 Asquelom o verá e temerá, também Gaza e terá grande dor, igualmente Ecrom, porque a sua esperança será iludida; e o rei de Gaza perecerá, e Asquelom não será habitada.
Malaquias 1:4 Ainda que Edom diga: Empobrecidos somos, porém tornaremos a edificar os lugares desertos, assim diz o Senhor dos Exércitos: Eles edificarão, e eu destruirei, e lhes chamarão Termo-de-Impiedade e Povo-Contra-Quem-O-Senhor-Está-Irado-Para-Sempre.

Mapas Históricos

Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados ​​para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.

OS PATRIARCAS: AS EVIDÊNCIAS BÍBLICAS

Início do segundo milênio a.C.

UM CONTEXTO CRONOLÓGICO

Gênesis 12:50 trata da relação de Deus com um homem, Abraão, e seus descendentes: Isaque, Jacó (Israel) e seus doze filhos, dos quais José é o mais destacado. É difícil situar os "patriarcas", como costumam ser chamados, num período histórico exato. Para isso, é preciso considerar, em grande medida, a data fornecida para um acontecimento posterior da história bíblica, a saber, o êxodo, para o qual são definidas duas datas (como veremos em detalhes mais adiante).
Uma das datas para o êxodo é 1447 a.C.' Considerando-se que os israelitas permaneceram no Egito durante 430 anos, pode-se concluir que Jacó e seus filhos chegaram ao Egito em 1877 a.C. Assim, Abraão deve ter nascido na metade do século XXII a.C.
A outra data para o êxodo é c. 1270 a.C. Aceitando-se os mesmos dados mencionados acima, Abraão deve ter nascido por volta de 2000 a.C.
Alguns estudiosos também consideram que a estadia de Israel no Egito foi mais curta e situam os patriarcas num período posterior (mais próximo de nossa época), entre os séculos 20 e XVI a.C., a Média Idade do Bronze II.

ABRÃO VIAJA DE UR PARA HARÀ Tera, o pai de Abrão (como ele era conhecido naquele tempo), deixou "Ur dos caldeus"* e se assentou em Harà, na fronteira norte da Mesopotâmia, 32 km a sudeste da atual cidade turca de Urfa. Para alguns, Ur e Urfa se referem ao mesmo lugar, mas, nesse caso, Abrão teria voltado pelo mesmo caminho de onde veio antes de partir para Canaâ. Na verdade, a designação "Ur dos caldeus" resolve a questão. Os caldeus foram um povo que viveu no sul do Iraque do final do segundo milênio em diante.
Assim, Ur dos caldeus deve ser identificada com a cidade famosa de Ur, no sul do Iraque, conhecida hoje como Tell el- Muqayyar. Ur era um dos centros de uma civilização sofisticada vários séculos antes de Abraão, como indicam o Cemitério Real de Ur e o zigurate (templo em forma de torre) de Ur-Nammu, datados respectivamente de c. 2500 a.C. e 2113-2096 a.C.

ABRÃO VIAJA DE CANAÁ PARA O EGITO

Quando Abrão estava com cerca de 75 anos de idade, ele respondeu ao chamado de Deus para deixar seu país, seu povo e a casa de seu pai e se dirigir à terra que o Senhor lhe mostraria.* Abrão foi para Canaã, a terra prometida, mas uma grave escassez de alimento o levou a buscar refúgio no Egito. Lá, sua esposa Sarai (chamada posteriormente de Sara) chamou a atenção do Faraó.

EM CANAÃ

Ao voltar a Canaã, Abrão se tornou extremamente rico em rebanhos, prata e ouro. Tinha tantos rebanhos que precisou se separar de seu sobrinho, Ló, o qual escolheu armar suas tendas próximo a Sodoma, cujos habitantes eram conhecidos por sua grande perversidade. De acordo com Gênesis 19:24-25, "fez o Senhor chover enxofre e fogo, da parte do Senhor, sobre Sodoma e Gomorra. E subverteu aquelas cidades, e toda a campina". Não há dúvidas que Sodoma e Gomorra ficavam próximas, ou talvez debaixo, do atual mar Morto, mas é impossível determinar a localização exata das duas cidades proporção extraordinária de sal (25 por cento) do mar Morto pode ser evidência dessa calamidade.
Abrão (Pai exaltado) se tornaria Abraão (Pai de muitos)." ¡ Agar, a serva de Sara, lhe deu à luz Ismael e a própria Sara lhe deu à luz Isaque (o filho da promessa).° Quando Sara faleceu em Quiriate-Arba (atual Hebrom), Abraão comprou de Efrom, o heteu, um campo com uma caverna e ali sepultou a esposa. Posteriormente, Abraão, seu filho Isaque, Rebeca, esposa de Isaque, seu filho Jacó e Lia, a esposa de Jacó, também foram sepultados nesse local.
Isaque reabriu os poços que haviam sido cavados por Abraão no vale de Gerar e, de acordo com João 4:5-6, Jacó cavou um poço em Sicar, próximo a Siquém.
Fica evidente que os patriarcas eram homens de grande riqueza e influência em Canaã. Abrão tinha trezentos e dezoito "homens dos mais capazes" à sua disposição.' Aliás, a expressão "homens dos mais capazes" é bastante antiga, pois também aparece em textos egípcios de execração (maldição) do final do século XIX a.C. Os patriarcas se casaram com parentas: Isaque se casou com Rebeca, sobrinha neta de seu pai, e Jacó se casou com suas primas Lia e Raquel. Essas três mulheres eram da região de Harã, também chamada Harâ- Naharaim e Pada-Arã.

 

 

Por Paul Lawrence


Árvore genealógica dos patriarcas
Árvore genealógica dos patriarcas
Viagem de Abraão: Saiu de Ur, no sul do Iraque em direção a Harã.
Viagem de Abraão: Saiu de Ur, no sul do Iraque em direção a Harã.

A AMEAÇA FILISTÉIA

séculos XII a XI a.C.
QUEM ERAM OS FILISTEUS
Sem dúvida, os filisteus representavam a ameaça mais séria à nação de Israel. Em seu quinto ano de reinado - 1180 a.C. Ramsés Ill, rei do Egito, derrotou os "povos do mar" numa batalha naval corrida, provavelmente, na foz do Nilo. Seus atos foram registrados em relevos entalhados nas paredes do templo consagrado a Amon em Medinet Habu, na margem ocidental do Nilo, próximo a Tebas. Esses relevos mostram os povos do mar chegando no Egito em carroções e embarcações .com suas famílias e pertences (parte do povo se deslocou por terra, acompanhando a costa do Levante). Um dos grupos dos povos do mar, chamado de pereset, é retratado usando adornos para a cabeça feitos com penas ou pedaços de junco alinhados perpendicularmente a uma faixa horizontal. Esse grupo corresponde as filisteus do Antign Testamento.
Um dos símbolos pictográficos encontrados num disco de argila em Festo, Creta, datado do século XVII a.C., mostra um adorno para a cabeça bastante parecido com os de Medinet Habu. Esta semelhança e a referência de Amós a Caftor' como local de procedência dos filisteus indicam que eram um grupo de origem cretense. A designação Caftor é equiparada com o nome egípcio Keftyw ("Creta"). E provável que os filisteus tenham sido expulsos de Creta por outros povos do mar, cuja identidade não vem ao caso aqui. Porém, estudos de anéis anuais de árvores europeias e mudanças de nível em turfeiras e lagos sugerem a ocorrência de uma crise no clima da Europa c. 1200 a.C., fato que pode ter desencadeado as migrações.
Os egípcios afirmavam ter conquistado uma grande vitória em sua batalha contra os povos do mar. O Papiro de Harris de Ramsés IV (1153-1147 a.C.) - um papiro com 40 m de comprimento no qual se encontram registrados os acontecimentos do reinado de Ramsés III - declara: "Derrotei todos aqueles que ultrapassaram os fronteiras do Egito, vindos de suas terras. Aniquilei o povo danuna vindo de suas ilhas, os tiekker e os pereset (filisteus)... os sherden e os weshwesh do mar foram exterminados". Os filisteus derrotados se assentaram na planície costeira do sul da Palestina, daí o nome dessa região.

A CULTURA FILISTÉIA
À chegada dos filisteus na Palestina é marcada em termos arqueológicos por suas cerâmicas peculiares (Período Micênico HIC1b), bastante semelhantes a exemplares egeus. Os filisteus foram o primeiro povo a usar o ferro na Palestina e, portanto, arqueologicamente, sua chegada também é marcada pela transição da Idade do Bronze para a Idade do Ferro. Devido ao monopólio desse metal pelos filisteus, os israelitas se tornarem dependentes de seus ferreiros para afar ferramentas. Cinco cidades filistéias importantes foram fundadas na costa do Mediterrâneo ou próximo a esta: Gaza, Asquelom, Asdode, Ecrom e Gate. O governante da cidade era chamado, em hebraico, de seren, um termo usado apenas para governantes filisteus e associado, por meio da língua grega, à palavra "tirano".

SANSÃO
O juiz Sangar libertou Israel dos filisteus, mas quem recebe destaque é Sansão, o juiz com forças sobre-humanas demonstradas quando ele matou mil homens com a queixada de um jumento e carregou a porta da cidade de Gaza até o alto de um monte? que julgou sobre Israel durante doze anos.* Seu ponto fraco, a atração por mulheres estrangeiras, o levou a perder os cabelos, a força e a visão. Apesar de seus atos de heroísmo dramáticos, Sansão não livrou Israel da opressão filistéia.

SAMUEL
Os filisteus representavam uma ameaça inigualável.' Eram soldados disciplinados possuíam armas superiores às dos israelitas. Cansados de invadir e saquear periodicamente o território de Israel, procuraram conquistá-lo em caráter definitivo. Deslocando-se do litoral para o interior, ocuparam grande parte dos montes da região central. Foi nesse contexto que Samuel cresceu na cidade de Siló, na região montanhosa de Efraim. Ali ficava o tabernáculo, ao qual haviam sido acrescentadas algumas construções permanentes," formando um complexo chamado de "templo do Senhor"." Durante sua juventude, Samuel foi instruído pelo sacerdote idoso Eli. Ao atingir a idade adulta, Samuel foi reconhecido como profeta do Senhor em todo o Israel, desde Da até Berseba. Também atuou como juiz, percorrendo um circuito que incluía Betel, Gilgal, Mispa e Ramá, a cidade onde morava.

OS FILISTEUS TOMAM A ARCA
De acordo com o livro de Samuel, depois que os filisteus mataram quatro mil israelitas no campo de batalha em Afeca, o povo pediu que a arca da Aliança fosse trazida de Siló para o acampamento israelita em Ebenézer (possivelmente Izbet Sarteh). Quando os filisteus ouviram os gritos de júbilo dos israelitas, pensaram que um deus havia chegado ao acampamento de Israel. Na batalha subsequente, os israelitas foram massacrados: trinta mil soldados, inclusive os dois filhos rebeldes de Eli, morreram e a arca da aliança foi tomada. Ao receber essa notícia, Eli caiu da cadeira onde estava assentado, quebrou o pescoço e morreu. Sua nora também morreu durante o parto, exclamando: "Foi-se a glória de Israel" (1Sm 4:22).
jarro de cerveja filisteu, com coador embutido para remover as cascas da cevada. Asdode, século XIl a.C
jarro de cerveja filisteu, com coador embutido para remover as cascas da cevada. Asdode, século XIl a.C
O mapa mostra o circuito percorrido por Samuel nos montes ao norte de Jerusalém ao exercer a função de juiz.
O mapa mostra o circuito percorrido por Samuel nos montes ao norte de Jerusalém ao exercer a função de juiz.
A chegada dos filisteus A chegada dos filisteus na costa da Palestina foi parte de uma migração mais ampla de um grupo chamado de Povos do Mar, os quais o rei egipcio Ramsés Ill derrotou numa batalha naval na foz do rio Nilo, em 1180 a.C.
A chegada dos filisteus A chegada dos filisteus na costa da Palestina foi parte de uma migração mais ampla de um grupo chamado de Povos do Mar, os quais o rei egipcio Ramsés Ill derrotou numa batalha naval na foz do rio Nilo, em 1180 a.C.
esquife antropóide feito de argila, encontrado em Bete-Seá; século XIl a XI a.C.
esquife antropóide feito de argila, encontrado em Bete-Seá; século XIl a XI a.C.
batalha naval entre Ramsés Ill e os Povos do Mar (1180 a.C.). Relevo do templo de Amon em Medinet Habu, Egito. Os guerreiros filisteus são representados usando seus ornamentos característicos a cabeça.
batalha naval entre Ramsés Ill e os Povos do Mar (1180 a.C.). Relevo do templo de Amon em Medinet Habu, Egito. Os guerreiros filisteus são representados usando seus ornamentos característicos a cabeça.

OS VIZINHOS DE ISRAEL E JUDÁ

O LEGADO DE DAVI E SALOMÃO
Durante o reinado de Davi, Israel conquistou vários povos vizinhos, mas não todos. Ao norte, Hirão de Tiro e outros reis fenícios governavam uma faixa ao longo da costa do Mediterrâneo correspondente de forma aproximada a atual Líbano. Mais ao sul, também junto ao Mediterrâneo, os filisteus mantiveram sua independência. Do lado leste do rio Jordão e a leste e sul do mar Morto, Davi conquistou Amom, Moabe e Edom. Depois de derrotar Hadadezer de Zobá, Davi parece ter conseguido controlar parte da Síria até o rio Eufrates. Nos anos depois da morte de Salomão, essas regiões readquiriram sua independência.

AMOM
O centro do reino de Amom era a grande cidadela de Rabá- Amom (atual Amã, capital da Jordânia). Os amonitas eram descendentes de Ben-Ami, filho de Ló (sobrinho de Abraão) (com sua filha mais nova) A região a oeste que se estendia até o vale do Jordão entre os ribeiros Jaboque e Arnom era ocupada pelos amorreus.

MOABE
O reino de Moabe se concentrava no planalto entre o ribeiro de Arnom, que corria por um vale de até 500 m de profundidade, e o ribeiro de Zerede, a leste do mar Morto. Sua cidade mais importante era Quir-Haresete, a magnífica fortaleza de Kerak. A região ao norte do rio Arnom era chamada de Misor, ou campinas de Moabe. Os moabitas eram descendentes de Ló com sua filha mais vela. Rute, a bisavó de Davi, era moabita. Moabe era uma região conhecida pela criação de ovinos e, por algum tempo, teve de pagar a Israel um tributo anual de cem mil cordeiros e a lã de cem mil carneiros.

EDOM
Os edomitas eram descendentes de Esaú, o irmão mais velho de Jacó. Ocupavam o território ao sul do mar Morto e a sudeste do ribeiro de Zerede. Essa região montanhosa também era chamada de monte Seir, que significa "peludo", pois era coberta de uma vegetação densa constituída, em sua maior parte, de arbustos. Abrangia a Arabá, ou deserto de Edom, a grande depressão que liga o mar Morto ao mar Vermelho. Sua capital, Sela, pode ser identificada com Petra, a cidade que viria a ser conhecida como a espetacular capital rosada dos árabes nabateus.

A REGIÃO AO SUL DO MAR MORTO
Ao sul de uma linha imaginária entre Gaza e Berseba, estendendo-se para o leste até o sul do mar Morto, fica o deserto de Zim. Essa área extensa que constitui a parte norte do deserto do Sinai apresenta um índice pluviométrico anual inferior a 200 mm e, portanto, não pode ser usada para a agricultura. Judá procurou exercer controle sobre Edom e essa região. Os portos de Eziom-Geber (possivelmente Tell el-Kheleifeh) e Elate no norte do golfo de Ácaba permitiam que Judá tivesse acesso ao mar Vermelho e seu comércio valioso.

OS FILISTEUS
Quatro cidades filistéias, Ecrom, Asdode, Asquelom e Gaza, permaneceram independentes do controle de Israel e Judá. Apenas Gate foi controlada pelo reino de Judá.

O LÍBANO
Os montes da região norte da Galileia são separados das cadeias de montanhas do Líbano ao norte pelo vale profundo do rio Litani que desemboca no Mediterrâneo alguns quilômetros ao norte de Tiro. As montanhas de até 3.088 m de altura que passam cerca da metade do ano cobertas de neve explicam o nome "Líbano", que significa "branco". As coníferas e cedros do Líbano forneciam a madeira de melhor qualidade do Antigo Oriente Próximo, cobiçadas por reis da Mesopotâmia e do Egito, e também por Salomão, que adquiriu dessa região a madeira para o templo do Senhor em Jerusalém. A leste da cadeia de montanhas do Líbano encontra-se o vale de Becá. As montanhas formam uma barreira natural, impedindo que as chuvas cheguem ao vale onde o índice pluviométrico anual não passa de 250 mm. Os rios Orontes e Litani correm, respectivamente, ao longo do norte e do sul do vale para o mar Mediterrâneo. A leste de Becá fica a cadeia de montanhas do Antilíbano, cujo pico mais alto é o do monte Hermom (também chamado de Sirion ou Senir) com 2.814 m de altura. A costa mediterrânea do Libano possui

DO OUTRO LADO DO MAR
Os fenícios da costa do Líbano eram exímios marinheiros. Salomão contratou marujos de Hirão, rei de Tiro, para seus empreendimentos comerciais no mar Vermelho. Os israelitas, por sua vez, eram um povo ligado à terra que mostrava pouco entusiasmo pelo mar, como o salmista deixa claro: "Subiram até aos céus, desceram até aos abismos; no meio destas angústias, desfalecia-lhes a alma. Andaram, e cambalearam como ébrios, e perderam todo tino. Então, na sua angústia, clamaram ao Senhor, e ele os livrou das suas tribulações" (SI 107:26-28).

A SÍRIA
A leste da cadeia do Antilíbano fica o país chamado hoje de Síria. Este foi o nome que os romanos deram à região, que incluía a Palestina, quando Pompeu a conquistou em 63 .C. e a transformou numa província romana. No tempo do Antigo Testamento, a região ao redor de Damasco e mais ao norte era chamada de Hara. Davi firmou alianças com os reis arameus de Gesur (a leste do mar da Galileia) e Hamate. Conquistou Zoba (ao norte de Damasco), estendendo seu domínio até o rio Eufrates. Damasco recobrou sua independência durante o reinado de Salomão quando um certo Rezom passou a controlar a região. Ben-Hadade II, Hazael e Ben-Hadade IlI, reis posteriores de Damasco, entraram em conflito repetidamente com Israel, o reino do norte.

A LESTE DO JORDÃO
Basã e Gileade, a leste do rio Jordão, faziam parte da terra prometida, e, portanto, não eram vizinhos de Israel. Entretanto, a fim de fornecer uma descrição mais abrangente, devemos tratar dessas terras do outro lado do rio. Nessa região, os ventos frios do deserto que, no inverno, sopram sobre os montes orientais impedem o cultivo de oliveiras e, em alguns lugares, também de vinhas.

Vizinhos de Israel e Judá
Muitas nações vizinhas de Israel e Judá haviam. em algum momento, feito parte do reino de Davi.
Cidade de Petra, na Jordânia, escavada na rocha; talvez identificável com a cidade de Sela no Antigo Testamento. Aqui, uma vista do templo ou tumba nabatéia de el-Khazne.
Cedros nas montanhas do Líbano.

Vizinhos de Israel e Judá Muitas nações vizinhas de Israel e Judá haviam em algum momento, feito parte do reino de Davi.
Vizinhos de Israel e Judá Muitas nações vizinhas de Israel e Judá haviam em algum momento, feito parte do reino de Davi.
Cidade de Petra, na Jordânia, escavada na rocha; talvez identificável com a cidade de Sela no Antigo Testamento. Aqui, uma vista do templo ou tumba nabatéia de el-Khazne.
Cidade de Petra, na Jordânia, escavada na rocha; talvez identificável com a cidade de Sela no Antigo Testamento. Aqui, uma vista do templo ou tumba nabatéia de el-Khazne.
Cedros nas montanhas do Líbano.
Cedros nas montanhas do Líbano.

ASSÍRIA: A AMEAÇA VINDA DO NORTE

metade do século IX a 722 a.C.
A ASCENSÃO DA ASSÍRIA
O território da Assíria ficava cerca de 900 km a nordeste de Israel, na região correspondente ao atual Iraque, uma terra montanhosa, regada pelo rio Tigre que nasce na região montanhosa do leste da Turquia. No início do século IX a.C., o exército assírio realizou campanhas para proteger suas fronteiras e exigir tributos de estados vizinhos. O rei assírio Assurbanipal I (884-859 a.C.) é conhecido porter realizado quatorze grandes expedições durante os 25 ands do seu reinado. Em suas inscrições, ele se gaba com freqüência da sua própria crueldade (ver página 87). Para celebrar a construção do seu novo palácio em Kalhu (Calá em hebraico, a atual Nimrud), cerca de 35 km ao sul de Mosul, Assurbanipal otereceu um banquete suntuoso durante dez dias para 64.574 convidados.
Em 853 a.C., Salmaneser III (859-824 a.C.), o sucessor de Assurbanipal, enfrentou uma coalizão da qual fazia parte o rei israelita Acabe. Isto se deu em Qarqar, junto ao Orontes, na Síria. De acordo com os registros assírios, Acabe usou dois mil carros na batalha. Numa ocasião posterior durante seu reinado, em 841 a.C., Salmaneser encontrou outro rei israelita. O famoso Obelisco Negro de Nimrud (atualmente no Museu Britânico) mostra leú, ou seu embaixador, pagando tributo a Salmaneser. Cortesãos formam uma longa fila para entregar seus tributos: ouro, prata e frutas. Representantes de outros estados trazem elefantes, camelos, bactrianos e macacos.

O DECLÍNIO DA ASSÍRIA
Trinta e um dos 35 anos de reinado de Salmaneser III foram dedicados à guerra. Depois de sua morte, em 824 a.C., monarcas assírios mais fracos permitiram que grande parte da Síria passasse ao controle do reino arameu de Damasco que, por sua vez, também reduziu o território de leú Na primeira metade do século VIII a.C, governadores de províncias já exerciam grande autoridade sobre vastas extensões de terra em detrimento da monarquia central assíria. E nesse período que o livro de Reis situa o profeta israelita Jonas que predisse a expansão do reino do norte sob Jeroboão II (781-753 a.C.).

JONAS
O livro de Jonas narra como, a princípio, esse profeta resistiu ao chamado de Deus para ir a Nínive, uma das principais cidades da Assíria, proclamar o iminente julgamento do Senhor contra a cidade.° Sem dúvida, Jonas tinha ouvido falar da crueldade dos assirios e acreditava que um povo como esse merecia o castigo de Deus. O profeta tentou fugir tomando um navio que ia para Társis, talvez o vale Guadalquivir, no sul da Espanha ou Sardenha, na direção contrária de Nínive. Depois de uma tempestade violenta, Jonas foi lançado ao mar, engolido e vomitado por um "peixe grande". Talvez de forma surpreendente, o povo de Nínive aceitou a mensagem de Jonas. O livro termina mostrando o profeta aborrecido com a morte de uma planta, provavelmente uma espécie de mamona, ao invés de se alegrar com o livramento de cento e vinte mil pessoas. Em Tonas 3.6 o rei é chamado de "rei de Nínive", e não o título assírio comum no Antigo Testamento, "rei da Assíria". O decreto registrado em 3.7 foi publicado "por mandado do rei e seus grandes (seus nobres). É possível que, de fato, esse governante fosse rei de Nínive, mas dificilmente exercia poder sobre uma região mais ampla; dai o seu titulo no livro de Jonas. Talvez tivesse sido obrigado a entregar o controle de parte considerável do seu reino a governadores provinciais poderosos, cuja autoridade e influência ele reconheceu ao publicar seu decreto.

TIGLATE-PILESER III
A Assíria voltou a ganhar força durante o reinado de Tiglate-Pileser III (746-727 a.C.). Menaém, rei de Israel (752-741 a.C.), teve de pagar um tributo pesado de mil talentos de prata (c. 34 toneladas) a Tiglate- Pileser, ou seja, cinquenta silos de prata (600 g) cobrados de cada homem rico. Em 734 a.C, uma coalizão de resistência à Assíria havia se formado na região da Síria. Rezim, rei de Damasco, e Peca, rei de Israel (739-731 a.C.), tentaram forcar Acaz, rei de Judá, a se aliar a eles e fazer frente aos assírios. Rezim e Peca invadiram Judá com a intenção de depor Acaz e colocar no trono o "filho de Tabeal". 5 Isaías profetizou o fim de Damasco e Efraim (Israel): "Isto não subsistirá, nem tampouco acontecerá. Mas a capital da Síria será Damasco, e o cabeça de Damasco, Rezim, e dentro de 65 anos Efraim será destruído e deixará de ser povo" (Is 7:7-8).
A solução encontrada por Acaz foi usar ouro e prata do templo e do palácio real para pagar Tiglate-Pileser para atacar Damasco. Quando Tiglate-Pileser aceitou a proposta e capturou Damasco, Acaz foi visitá-lo na cidade síria. Ali, viu um altar e ordenou que o sacerdote Urias desenhasse uma planta detalhada para construir um altar em Jerusalém." A substituição do altar de bronze no templo de Jerusalém por esse altar pagão foi considerada um sinal de apostasia da parte de Acaz.
Damasco caiu em 732 a.C.e o exército assírio marchou para o sul, em direcão a Israel, tomando do reino do norte a maior parte do seu território, inclusive toda região de Gileade e da Galiléia e deportando seus habitantes para a Assíria. Uma camada de cinzas de 1 m de profundidade em Hazor comprova os atos de Tiglate-Pileser. Em seus registros, o rei da Assíria afirma ter deposto Peca e colocado Oséias em seu lugar. De acordo com o livro de Reis, Oséias assassinou Peca, e é possível conjeturar que Tiglate-Pileser conspirou com Oséias, de modo a garantir um governante de confiança no trono de Israel.
Oséias (731-722 a.C.) foi o último rei de Israel. Os reis assírios subseqüentes, Salmaneser V e Sargão Il, conquistaram Samaria e exilaram os israelitas restantes em terras longínquas do Império Assírio que, na época, ainda estava em expansão. A crueldade de Assurbanipal "Capturei vários soldados com vida. Cortei braços e mãos de alguns; de outros cortei o nariz, orelhas e extremidades. Arranguei os olhos de muitos soldados. Fiz uma pilha de vivos e outra de cabeças. Pendurei as cabeças nas árvores ao redor da cidade. Queimei os meninos e meninas adolescentes"
O que foi servido no banquete suntuoso de Assurbanipal:
1.000 bois 1:000 novilhos 14:000 ovelhas, 500 cervos.
1.000 patos, 500 gansos 10:000 pombos 10:000 peixes,
10.000 ovos 10:000 pães, 10.000 jarras de cerveja, 10.000 odes de vinho, 300 jarros de azeite...
"Durante dez dias, ofereci banquetes, vinho, banhos, óleos e honrarias a 69.574 pessoas, inclusive as que foram convocadas de todas as terras c o povo de Calah e depois os mandei de volta às suas terras em paz e alegria
O rei Jeú de Israel (ou seu embaixador) curva-se diante de Salmaneser III (841 a.C), rei da Assíria. Obelisco negro de Salmaneser Ill, de Calá (Nimrud), Iraque
O rei Jeú de Israel (ou seu embaixador) curva-se diante de Salmaneser III (841 a.C), rei da Assíria. Obelisco negro de Salmaneser Ill, de Calá (Nimrud), Iraque
Campanha dos assírios contra a Síria e Palestina Os assírios, provenientes da região correspondente hoie ao norte do Iraque, empreenderam diversas campanhas militares contra a Síria e Palestina. O mapa mostra as principais incursões no perí odo
Campanha dos assírios contra a Síria e Palestina Os assírios, provenientes da região correspondente hoie ao norte do Iraque, empreenderam diversas campanhas militares contra a Síria e Palestina. O mapa mostra as principais incursões no perí odo
O exército assírio em campanha militar durante o reinado de Salmaneser III (859-824 a.C.). Relevo dos portões de bronze de Balawat, Iraque.
O exército assírio em campanha militar durante o reinado de Salmaneser III (859-824 a.C.). Relevo dos portões de bronze de Balawat, Iraque.
A Assiria no início da seculo VIll a.C. No começo do século VIll a.C., os governadores de províncias assírias Shamshi-ilu e Nergal-eresh controlavam extensas áreas de terra. Foi nesse período que o profeta Jonas visitou a cidade assíria de Ninive.
A Assiria no início da seculo VIll a.C. No começo do século VIll a.C., os governadores de províncias assírias Shamshi-ilu e Nergal-eresh controlavam extensas áreas de terra. Foi nesse período que o profeta Jonas visitou a cidade assíria de Ninive.

PALESTINA - DISTRITOS GEOPOLÍTICOS

Antes de nos envolvermos numa análise mais aprofundada dos aspectos topográficos naturais da Palestina, é necessário definir e, em poucas palavras, delinear certos termos que as Escrituras usam para designar as várias subdivisões geográficas e/ou geopolíticas da terra. Mas, para isso, será proveitoso introduzir, primeiro, dois vocábulos geográficos modernos que, às vezes, são empregados para designar essa terra: Cisjordânia ("deste lado o lado ocidental do rio Jordão") e Transjordânia ("do outro lado [o lado oriental] do rio Jordão"). Já vimos como, em várias épocas, o rio Jordão serviu de fronteira tanto geográfica quanto política. E, antes de prosseguir, é fundamental entender a natureza temporária dessas subdivisões. As fronteiras de um distrito específico podem ter variado ao longo dos séculos, e não é possível estabelecê-las com precisão em cada período. Esse problema é especialmente agravado quando se tenta determinar as fronteiras de um distrito que existiu durante um longo período da história bíblica, talvez durante mais de um milênio. Além do mais, é necessário levar em conta que uma mesma área geográfica frequentemente tinha nomes diferentes em períodos diferentes.

CISJORDÂNIA
De uma perspectiva geopolítica, pode-se dizer que a Cisiordânia esteve dividida em quatro distritos durante a maior parte da história bíblica. Indo do norte para o sul, essas quatro secções foram: Fenícia, Galileia, Samaria e Judá/Judeia.

FENÍCIA
No Antigo Testamento, a Fenícia é em geral definida como uma área litorânea estreita, que se estendia por cerca de 200 quilômetros, desde o rio el-Kabir até o monte Carmelo, e, no lado oriental, era flanqueada pelas montanhas do Líbano e da Galileia. Na época do Novo Testamento, o monte Carmelo já havia caído nas mãos de monarcas de Tiro,62 de sorte que, para o lado sul, a Fenícia chegava até a planície de Dor. A Fenícia foi o cenário de dois milagres da Bíblia: em Sarepta, Eliseu ressuscitou o filho de uma viúva, o qual havia parado de respirar (1Rs 17:8-24), e, na região de Tiro e Sidom, Jesus curou a filha de uma mulher siro-fenícia (Mc 7:24-30). A Fenícia também recebeu várias das primeiras viagens apostólicas.

GALILEIA
Imediatamente a leste da região sul da Fenícia, ficava o distrito da Galileia, o território mais setentrional que o Israel antigo chegou a ocupar. A área central da Galileia se estendia do rio Litani e da região de Dá, no norte, até o vale de Jezreel, no sul, medindo cerca de 80 quilômetros de norte a sul e uns 40 quilômetros de leste a oeste. Em todas as épocas, o distrito esteve dividido por um estreito vale lateral que acompanhava uma falha geológica que saía de Aco/Ptolemaida, rumava para o leste e chegava até a moderna Rosh Pinna (apenas cerca de 16 quilômetros ao norte do mar da Galileia). Esse vale de Beth Kerem divide a Galileia em duas subdivisões: Alta Galileia e Baixa Galileia.3 A distinção é geográfica e não administrativa. O terreno acidentado e praticamente intransponível da Alta Galileia chega a mais de 1.000 metros de altitude, e parte de sua região central é a mais elevada de toda a Cisiordânia (o iebel Jarmuk fica mais de 1.200 metros acima do nível do mar). Na Baixa Galileia, os cumes ficam abaixo de 600 metros de altura. A maioria das referências à Galileia, inclusive todas as do Novo Testamento, é à Baixa Galileia. Por causa de sua localização no norte, a Galileia talvez fosse mais vulnerável à assimilação cultural e ao domínio militar (Is 9:1; Mt 4:15-16; 2Rs 15:29). Embora a Galileia tenha sido habitada pelas tribos de Naftali, Issacar, Zebulom e talvez parte de Aser durante o período da ocupação, a partir do cativeiro babilônico (1Rs 9:10-14) a sua população gentílica passou a ser majoritária. Por isso, o distrito era suspeito tanto do ponto de vista ideológico (Jo 1:46; cp. 7.41,52) quanto do linguístico (Mt 26:73b). Apesar disso, a Galileia se tornou muito importante, igualmente, para judeus e cristãos. Para os judeus, após a destruição de Jerusalém em 70 d.C., a cidade de Tiberíades se converteu, pouco a pouco, no centro da erudição talmúdica; ali o Sinédrio se reuniu pela última vez e a Mishná foi editada; ali se concentraram as famílias de Ben Asher e Ben Naphtali, da tradição massorética; ali também o venerado Códice Aleppo (a mais antiga e mais completa Bíblia hebraica existente) foi criado e é onde se encontram os túmulos dos sábios judeus Maimônides, rabino Akiva e Johanan ben Zekkai. Para os cristãos, a Galileia foi um centro das atividades de Jesus. Ele passou a infância no pacato vilarejo de Nazaré, baseou seu ministério no importante centro de Cafarnaum e, o que talvez seja o mais interessante, ali realizou a maioria de seus milagres públicos.

SAMARIA
Ao sul da Galileia, fica a terceira subdivisão: Samaria. Anteriormente era conhecida como região montanhosa de Efraim (Is 17:15-19.50; Jz 3:27-4.5; 1Sm 1:1-9.4; 1Rs 4:8-2Rs 5,22) e não deve ser confundida com a região montanhosa de Judá (v. a seguir). Por fim, o distrito de Samaria ganhou esse nome devido à terceira e última capital do Reino do Norte (1Rs 16:24). A região central de Samaria se estendia da borda do vale de Jezreel, rumo ao sul, chegando até as proximidades de uma linha topográfica natural que, saindo de Jericó para o oeste, passava pelo uádi Makkuk e ia até Ofra. A partir dali, a fronteira avancava além de Betel e Bete-Horom Superior, onde começava sua descida até Aijalom (cp. ]s 10.11,12) para, então, terminar na planície Costeira, em frente de Gezer. Assim, a Samaria abrangia uma área aproximada de 65 quilômetros de norte a sul e uns 50 quilômetros de leste a oeste (com base na descrição feita por Josefo, infere-se que a Samaria do Novo Testamento foi ligeiramente reduzida em sua área ao sul) 64 O centro geográfico natural de Samaria era a cidade de Siquém, situada no vale entre o monte Ebal e o monte Gerizim, e adjacente à atual cidade de Nablus. Ali a principal estrada rumo ao norte procedente de Jerusalém (estrada da Serra Central) se conectava com uma estrada secundária (estrada lateral de Efraim), que ligava Samaria tanto ao Mediterrâneo quanto ao rio Jordão. Por isso, não é de surpreender que Siquém tenha testemunhado períodos de ocupação prolongada que remontam a 4000 a.C. Durante boa parte do segundo milênio a.C., Siquém competiu com Jerusalém pela supremacia sobre a Palestina central. Esse local foi o primeiro lugar onde Abraão erigiu um altar e adorou ao Senhor em Canaã (Gn 12:6); onde os ossos de José finalmente encontraram descanso (Is 24:32; cp. Gn 50:25-26: Êx 13.19): onde, pela primeira vez 1srael tentou instituir a monarquia (Iz 9); onde aconteceu a divisão da monarquia unida de Israel (1Rs 12:1-16): onde esteve localizada a primeira capital do reino setentrional de Israel (1Rs 12:25) e onde lesus confrontou uma mulher iunto ao poco (Jo 4:5). Embora ofuscada pela cidade de Samaria durante a maior parte do período da monarquia dividida, a ascendência de Siquém foi reafirmada depois que os assírios deram fim ao Reino do Norte, em 722 a.C. Cativos estrangeiros foram estabelecidos em cidades samaritanas (2Rs 17:24-34). Alguns dos refugiados adotaram vários elementos da fé judaica e, com o tempo, passaram a se considerar judeus (e.g., Ed 4:2). Mas sua tentativa de se tornarem membros da comunidade judaica foi em grande medida repudiada pelos judeus pós-exílicos, o que gerou uma hostilidade religiosa que durou todo o restante do período bíblico (Lc 9:52-53; Jo 4:9-8.48). Assim mesmo, o samaritanismo sobreviveu aos séculos. Um relato medieval localizou em Damasco cerca de 400 samaritanos. Estimativas atuais sobre a população samaritana em Israel vão de 550 a 800 pessoas que, todos os anos, continuam a celebrar a Páscoa no alto do monte Gerizim, o monte sagrado deles (Jo 4:20).

JUDÁ
A quarta principal subdivisão geopolítica da Cisiordânia era Judá, que relatos históricos mais antigos chamavam de região montanhosa de Judá (Js 11:21-15.48; 20.7; 21.11; cp. 2C 21.11; 27.4; Lc 1:65). De acordo com II Reis 23:8, Judá ia de Geba, uma cidade estratégica localizada cerca de 8 quilômetros ao norte de Jerusalém, até tão ao sul quanto Berseba (Zc 14:10). Assim, quando compreendido também no contexto do limite norte de Israel na cidade de Da, isso está de acordo com a fórmula recorrente no Antigo Testamento ("de Da até Berseba"), que denota as fronteiras efetivas da região central de Israel (Jz 20:1-1Sm 3.20 2Sm 3:10-17.11; 24.2,15; 1Rs 4:25). Ainda é possível delinear especificamente a região central de Judá a partir de seu eixo lateral, indo para o leste até a descida abrupta para o deserto de Judá (Jesimom [Nm 21:20; cp. 1Sm 26:1 - Haquila, em frente de Jesimom]) e para o oeste até a descida íngreme e rochosa que termina num valado estreito que a separa da Sefelá (v. a seguir). A região central de ludá media não mais de 80 quilômetros de norte a sul e apenas uns 30 quilômetros de leste a oeste. Só raramente Judá atraiu o interesse dos construtores de impérios, pois era um território bem pequeno, em grande parte constituído de amplas áreas de terra incultivável, que ficava bastante isolado das rotas internacionais e nunca experimentou prosperidade material independente. Um estudioso descreveu Judá como uma terra isolada que promovia um estilo de vida pastoril e era o ambiente para fortalezas, altares e vilarejos.

IDUMEIA
Além das quatro principais entidades geopolíticas da Cisjordânia, a província da Idumeia desempenhou um papel secundário na política do período pós-exílico e do Novo Testamento. Idumeia é o nome grego aplicado especificamente a refugiados edomitas que fugiram para o noroeste para evitar a crescente pressão feita por seus vizinhos nabateus. Embora oscilasse bastante, ora separado da Judeia, ora a ela reanexado, o território idumeu chegou a cobrir a região que vai de Bete-Zur, perto de Hebrom, até Berseba, sua extremidade sul, e do mar Morto até os limites da planície da Filístia. Por fim, governantes macabeus subjugaram a Idumeia. Um deles (Alexandre laneu) nomeou Antipatro, um chefe local, para governar a região. É irônico que Herodes, o Grande, no devido tempo descendesse de Antípatro. Na condição de "rei dos judeus" (Mt 2:1), Herodes não se dispôs muito a descentralizar sua autoridade.

TRANSJORDÂNIA
A Transjordânia do Antigo Testamento é constituída de cinco entidades geopolíticas. Do norte para o sul, elas são. Basa, Gileade, Mishor, Moabe e Edom. O termo "Transjordânia" define especificamente a área que vai do monte Hermom até o golfo de Ácaba (cerca de 400 quilômetros de distância) e do vale do Jordão até as margens do deserto Oriental (entre 50 e 130 quilômetros). A natureza geopolítica dessa região é, na realidade, muito mais complicada do que a da vizinha Cisjordánia. Tentar, numa única análise, tratar da Transiordânia tanto do Antigo quanto do Novo Testamento é possível apenas em parte e, com certeza, trata-se de uma tarefa suscetível a imprecisão. Mas também aqui o propósito básico é fornecer a localização aproximada de entidades geopolíticas mencionadas nas Escrituras.

BASÃ
Basà significa "terra frutífera/plana" (Js 9:10-1Rs 4.13; 2Rs 10:33) e é o nome do território que as forças de Israel tomaram do controle de Ogue (Nm 21:33-35). Incluía 60 cidades muradas (Dt 3:4-5) e foi designado para Manassés Oriental (Dt 3:13). Do norte para o sul, Basa se estendia por aproximadamente 55 quilômetros, do monte Hermom (Js 12:45) até o rio Yarmuk,67 e, para o leste, chegava até Quente (Nm 32:42) e Salca (Dt 3:10), cidades situadas no monte Haura. Na época do Novo Testamento, a região ao norte do Yarmuk consistia basicamente nas províncias que formavam a tetrarquia de Herodes Filipe, filho de Herodes, o Grande.

GILEADE
A segunda entidade básica da Transjordânia é Gileade. Embora pareça que a Bíblia às vezes empregue essa palavra num sentido genérico, referindo-se a toda a Transiordânia ocupada (Dt 34:1-4; Js 22:9), a entidade geopolítica Gileade designa especificamente o domo elevado, montanhoso e ovalado que, do ponto de vista topográfico, é uma extensão oriental da elevação de Samaria (Jz 10:4-1Sm 13 7:25m 2.9; 2Rs 10:33). Esse domo começa a se elevar a apenas uns poucos quilômetros ao sul do Yarmuk e se estende na direção sul, chegando aproximadamente até o uádi Husban. que deságua no Jordão em frente a Jericó.
Longitudinalmente, o domo de Gileade era dividido por um desfiladeiro profundo, escavado pelo rio Jaboque, que separou Gileade em duas metades (cp. Js 12:5-13.31, a metade norte; Dt 3:12; Is 12:2, a metade sul). Na fronteira oriental, é possível delimitar Gileade apenas negativamente: não incluía a terra de Amom (Nm 21:23-24; Jz 11:13; cp. 1Sm 11:1-4), de modo que, em seu quadrante sudeste, não alcançava o deserto Oriental.
Em contraste com o significado do nome de seus vizinhos ao norte (Basa significa "terra plana") e ao sul (Mishor significa "planalto/chapada*), o provável significado do nome Gileade (terra acidentada") pode ajudar a esclarecer suas fronteiras.
Assim delineada, a região montanhosa de Gileade (Gn 31:21-23,25; Dt 3:12) cobria uma área de aproximadamente 55 quilômetros de norte a sul e não mais de uns 50 quilômetros de leste a oeste. Quase todo o norte de Gileade se tornou parte da herança de Manassés Oriental, ao passo que o sul foi entregue à tribo de Gade . A totalidade do domo foi de fato colonizada por Israel, provavelmente porque a altitude elevada permitia chover o suficiente para criar condições para um pouco de florestamento, agricultura e criação de animais (2Sm 18:6; Nm 32:1-4, 16,26; Js 22:8). Embora não saibamos sua exata natureza, o "bálsamo de Gileade", que tinha propriedades medicinais, era muito valorizado na Antiguidade (Jr 8:22-46.11; cp. Gn 37:25). Muitas cidades gregas que haviam sido estabelecidas durante o período alexandrino formaram um núcleo transjordaniano de oposição (em grande parte malsucedida) à independência judaica obtida pelos asmoneus. Mas, quando as legiões de Pompeu deram fim ao domínio asmoneu, muitas daquelas cidades foram devolvidas a seus compatriotas helênicos. Em alguns casos, certas cidades consideraram necessário constituir ligas para proteção mútua contra os vizinhos não gregos, assim como também estavam unidas em termos econômicos e sociais. Uma dessas confederações, conhecida como Decápolis ("dez cidades"), era constituída de localidades situadas principalmente ao longo das estradas comerciais do centro e do norte da Transiordânia.
Esse grupo é mencionado tanto na Bíblia (Mt 4:25: Mc 5:20-7.
31) quanto em fontes clássicas. No período do Novo Testamento, as cidades provavelmente incluíam, do norte para o sul, Damasco, Rafana, Canata, Hipos, Gadara, Citópolis, Pela, Diom, Gerasa e Filadélfia? Embora o propósito de uma confederação helenística assim tão pouco estruturada se choque com qualquer tentativa de definir fronteiras geográficas claras, é possível concluir que a região central da Decápolis se estendia transversalmente à região montanhosa de Gileade.

MISHOR
Ao sul da Gileade do Antigo Testamento, ficava o Mishor ("planalto", p. ex., Dt 3:10-4.43; Js 20:8), que se estendia por cerca de 40 quilômetros, desde Hesbom (Is 13:10) e Medeba (Is 13:16), no norte, até as cidades de Aroer (Is 13:9) e Dibom (Jr 48:22), situadas no sul, logo ao norte do cânion do Arnom e perto da Estrada Real. Outras cidades localizadas no Mishor eram Nebo (Ir 48.22). Sitim (onde os israelitas tiveram relações sexuais ilícitas com mulheres moabitas INm 25:1s.|).
Bete-Peor (perto de onde Moisés foi sepultado [Is 13:20; Dt 34:6] e onde Balaão pronunciou suas bêncãos desfavoráveis [Nm 22:41-23.13,141) e Bezer, uma das cidades israelitas de refúgio (Dt 4:43). O Mishor se tornou a heranca da tribo de Rúben. No entanto, como do ponto de vista geográfico o Mishor ficava a meio caminho entre a região central de Israel e a região central de Moabe, a luta para controlá-lo teve início ainda no período dos juízes (Jz 3:12-30, implícito). prosseguindo na época da monarquia unida (1Sm 14:47;25m 8.2,12) e chegando até os dias de Acabe e do rei moabita Messa. Mas, no pensamento dos profetas, o controle israelita da região do Mishor havia sido cedido aos mobitas (Is 15:1-9; 16.8,9; Jr 48:1-5,21-25,34-36,45-47; Ez 25:8-11). E provável que esse vaivém político ajude a explicar por que, apesar de descenderem do primogênito de Jacó (Gn 29:32-49.3,4), os rubenitas aparentemente foram incapazes de desempenhar um papel importante na história posterior de Israel.

MOABE/PEREIA
O planalto mais elevado que, partindo do Arnom, estendia-se para o sul, chegando até o ribeiro de Zerede, era a região mais importante e central do território moabita, tendo como capital a cidade de Quir-Haresete (2Rs 3:25; Is 16:7; cp. Nm 22:36; Is 15:1 ['Quir de Moabe", que é a forma encontrada na ARA, significa "cidade de Moabe"|). Durante o período do Novo Testamento, o distrito da Pereia? ocupava a região ocidental daquilo que havia sido o Mishor e Moabe. O historiador Josefo escreveu que, no norte, o distrito de Pereia chegava até a cidade de Pela e, no sul, até Maqueronte (uma cidade-fortaleza de onde se avistava o mar Morto e onde Herodes Antipas decapitou João Batista). Além disso, Josefo relata que Pereia começava no rio Jordão e ia para o leste, chegando até Filadélfia, e informa que a capital da Pereia era Gadara (T. Gadur, que não se deve confundir com a Gadara da Decápolis [Umm Qeis]) 73 Causam perplexidade as fronteiras norte e leste informadas por Josefo, pois tanto Pela quanto Filadélfia faziam parte da região da Decápolis. Talvez sua descrição signifique que as fronteiras das cidades-estados de Pela e Filadélfia encostavam na Pereia. De qualquer maneira, os geógrafos bíblicos justificadamente seguem critérios arqueológicos e topográficos, estabelecendo a fronteira oriental basicamente numa linha norte-sul que começa no norte, nas vizinhanças do jebel Munif, no alto Arnom. Parece que, dali, a fronteira norte acompanhou os contornos a jusante do uádi Yabis até sua foz no rio Jordão, em frente a Enom.

EDOM
O último distrito transiordaniano a ser listado é Edom, às vezes conhecido como Seir (Gn 32:3; Nm 24:18: Jz. 5.4; Is 21:11) ou monte Seir (Gn 14:6; Dt 1:2-2.5). Edom designa a terra e o reino situados no alto da estreita e longa cadeia de montanhas imponentes que, partindo do ribeiro de Zerede, dirige-se para o sul, quase até o golfo de Ácaba. No entanto, as terras centrais de Edom, saindo do ribeiro de Zerede, estendiam-se para o sul por cerca de 110 quilômetros até um planalto de onde se avista o uádi Hasma, parte de uma enorme dissecação no solo recoberta de areia, a qual se estendia na direção sudeste e era a porta de entrada para o sul da Arábia. A maioria dos cumes de Edom ultrapassa os 1:200 metros acima do nível do mar e, em mais da metade de sua extensão longitudinal, o terreno elevado fica acima dos 1:500 metros. E esse cenário assustador ficava claramente limitado, a oeste, pela Arabá e, a leste, pelas planícies do deserto Oriental. O resultado é que Edom propriamente dito media apenas 16 a 24 quilômetros num eixo leste-oeste, tendo, ao longo da serra altaneira, uma série de fortalezas e cidades que basicamente acompanhavam a Estrada Real. A combinação de fortificações tanto naturais quanto feitas pelo homem tornava Edom uma barreira intransponível para tráfego lateral. Cerca de 40 quilômetros ao sul de Zerede, uma falha geológica criou um cánion que, partindo da A rabá, abre-se em leque para o leste por mais ou menos 14 quilômetros. No fim desse uádi notável, ficava a antiga Punom, um centro importante de mineração de cobre e onde, de acordo com a Biblia (Nm 33:42), os israelitas acamparam durante a viagem de Cades-Barneia para as planícies de Moabe. Moisés solicitou ao rei de Edom permissão para que Israel atravessasse o território edomita para chegar à Estrada Real (Nm 20:14-21). Mas o rei rejeitou o pedido, o que exigiu que o grupo israelita vigiasse cerca de 160 quilômetros a mais por terreno árido e num calor escaldante, apenas para desviar de Edom (Dt2.1-8).
Sem dúvida, essa derrota psicológica foi relacionada com o incidente das "serpentes ardentes" (Nm 21:4-9; 33:42-49), em que Moisés foi forçado a erguer uma serpente de cobre nesse deserto. Com base no contexto geográfico, é possível entender por que a recusa do rei edomita não foi desafiada, apesar de ser improvável que os edomitas fossem numericamente superiores aos israelitas. Os penhascos imensos e as gargantas íngremes de Edom, mesmo nas encostas menos escarpadas do desfiladeiro de Punom, eram um alvo inacessível que, por capricho edomita, continuaria em esplêndido isolamento (Ob3). Situado junto às montanhas edomitas ocidentais e cerca de 32 quilômetros ao sul de Punom, há um cânion que se parece com uma cratera e contém as impressionantes ruínas de Petra, a fabulosa capital do Reino Nabateu, mais tarde ocupada pelos romanos.? Embora não se saiba quais foram seus ancestrais, os nabateus vieram a ocupar Edom no terceiro século a.C. e, já no primeiro século a.C., sua influência era sentida desde Damasco até Gaza e também até o interior da Arábia. Boa parte de seu poder era resultado do controle que exerciam sobre parte de uma lucrativa rede comercial que, àquela época, estendia-se do interior da atual Arábia Saudita até o Mediterrâneo Ocidental Chegava-se a Petra através de um estreito corredor de cerca de 1.600 metros, flanqueado em ambos os lados por elevados penhascos perpendiculares que, em alguns lugares, quase se tocavam. A bacia onde se situava a cidade propriamente dita era cercada de desfiladeiros de arenito, nos quais foram escavados estruturas e túmulos daquilo que, na Antiguidade, foi uma cidade de grande riqueza.
Por cerca de 65 quilômetros para o sul a partir da região central de Edom, descendo do uádi Hasma para o uádi Yutm, próximo ao golfo de Ácaba, fica uma cadeia bem estreita de intransitáveis montanhas de granito. Essas montanhas de Midia elevam-se a alturas que chegam perto de 1.750 metros acima do nível do mar. Nessa região, vestígios arqueológicos revelam uma cultura totalmente distinta de sua contraparte palestina e que é, às vezes, descrita como midianita. É nesta "cultura midianita que alguns estudiosos acreditam que Moisés talvez tenha se refugiado quando fugiu do faraó e ali serviu a seu sogro, um sacerdote de Midia (Ex 2:15-17:3.1).

Distritos do Antigo Testamento
Distritos do Antigo Testamento
Distritos do Novo Testamento
Distritos do Novo Testamento

VISÃO PANORÂMICA DA GEOGRAFIA DO TERRITÓRIO HERDADO PELO ISRAEL BÍBLICO

TOPOGRAFIA FÍSICA
UMA TERRA PEQUENA
No estudo da terra de Israel, uma das primeiras descobertas que se faz é o reconhecimento de seu pequeno tamanho.
De acordo com a definição dada acima, a área central da herança do Israel bíblico na Cisjordânia cobre cerca de 17.600 quilômetros quadrados e sua herança na Transjordânia incorpora mais 10:100 quilômetros quadrados, o que perfaz uma área total de aproximadamente 27.700 quilômetros quadrados. Desse modo, a área total do território é quase a mesma do estado de Alagoas, da Bélgica ou de Ruanda, ou ainda do lago Erie, nos Estados Unidos.
Os leitores atuais da Bíblia tendem a pensar em termos de territórios imensos e com frequência ficam bastante surpresos quando percebem, por exemplo, que a distância entre o mar da Galileia e a costa mediterrânea, em linha reta, é de 55 quilômetros. Há uma distância de apenas 148 a 185 quilômetros entre a margem ocidental do deserto Oriental (no leste da Jordânia) e o Mediterrâneo. E a distância entre o mar da Galileia e Jerusalém é só cerca de 120 quilômetros. Conforme dito anteriormente, as extremidades tradicionais norte e sul da região central de Israel são, com frequência, descritas na Bíblia como "desde Da até Berseba" Na verdade, esses dois pontos extremos estão separados por uma distância da ordem de apenas 280 quilômetros. Em termos de Brasil, o equivalente aproximado seria de São Paulo a Poços de Caldas" ou "de Natal a Recife" Nos Estados Unidos, a distância aproximada seria "de Los Angeles a San Diego" e, na Europa, "de Milão a Veneza". O tamanho do território envolvido é surpreendentemente pequeno.

UMA TERRA DE LOCALIZAÇÃO ESTRATÉGICA
Apesar do tamanho diminuto, essa terra está estrategicamente situada em um contexto tanto intercontinental quanto interoceânico. Como ponte terrestre intercontinental, na Antiguidade era a única opção para qualquer viagem por terra entre a África, de um lado, e a Ásia ou a Europa, de outro. Como ponte terrestre interoceânica, fica ao lado da única massa de terra que separa o mundo do oceano Índico e o mundo do oceano Atlântico. Neste último aspecto, desde a Antiguidade remota uma vasta rede de comércio e comunicação tem levado para o Crescente Fértil bens provenientes de mundos bem longínquos (cravo vindo da Tailândia; canela, da Malásia; cássia, seda, cálamo, espicanardo, índigo, painço e gergelim, da Índia; lápis-lazúli e estanho, do Afeganistão; prata, da Espanha).
Por ser, na Antiguidade, ponto de contato tanto terrestre quanto marítimo, essa terra também se tornou uma ponte cultural internacional. Sua localização estratégica faz com que seja o lugar em que o Oriente se encontra com o Ocidente e o Norte com o Sul. Desde a Antiguidade remota, grandes potências com aspirações políticas e econômicas internacionais estiveram junto a suas fronteiras. Em termos históricos, o que acontecia nessa terra era quase sempre resultado do que estava ocorrendo ou havia recentemente ocorrido nos domínios de um de seus vizinhos. Foram, de fato, raros os momentos em que cidadãos dessa terra foram donos do próprio destino.
Durante o período bíblico a sorte dessa terra minúscula, mas estratégica, foi em grande parte determinada por gente de fora, fossem egípcios, assírios, babilônios, persas, partos, gregos, selêucidas, ptolomaicos ou romanos. Nesse aspecto, os filisteus e até mesmo os próprios israelitas têm de ser considerados estrangeiros que migraram para ali. A mesma tendência continuou existindo na história pós-bíblica, com os califas muçulmanos, os cruzados cristãos, os mamelucos egípcios, os turcos otomanos e os mandatários britânicos.
Por essa "ponte" marcharam os exércitos de Tutmés III, Amenhotep II, Seti I, Ramsés II, Merneptah, Sisaque I, Neco II, Salmaneser III, Tiglate-Pileser III, Salmaneser V, Sargão II, Senaqueribe, Esar-Hadom, Assurbanipal, Nabucodonosor II, Cambises II, Xerxes 1, Artaxerxes III, Alexandre III (o Grande), Ptolomeu I, Antíoco III, Antíoco IV, Herodes, o Grande, Pompeu, Vespasiano, Tito, Saladino, Ricardo Coração de Leão, Napoleão e Edmund Allenby, além de um número enorme de generais menos conhecidos.
Essa terra continua sendo uma das áreas mais instáveis e estratégicas do mundo.

UMA TERRA VARIADA
Apesar da pequena extensão, essa terra reflete uma variedade surpreendente, quase como a de um mosaico. Do ponto de vista sociológico, a variedade é evidente na menção aos vários "eus" na terra: girgaseus, cananeus, heveus, heteus, amorreus, perizeus, jebuseus, quenezeus, cadmoneus, queneus, refains etc. (Gn 10:16-18; 15:19-21; Ex 3:8-13.5; Nm 13:29; Dt 7:1-20.17; Js 3:10-12.8; 24.11; Jz 3:5-1Rs 9.20; cp. At 13:19). Na perspectiva da história colonialista, a terra foi conhecida por diversos nomes: Canaã, Palestina, Hatti, Djahy, Hurru, Retenu etc. Mas a ideia de variedade apresentada a seguir tem a ver com a topografia multiforme e diversificada da terra. Em seu eixo lateral, ela está dividida em pelo menos quatro zonas fisiográficas distintas.

PLANÍCIE COSTEIRA
A designação "planície Costeira" se refere à faixa marítima longitudinal que começa na extremidade sul da planície filisteia (no uádi el-Arish) e vai para o norte, chegando até a extremidade norte da planície de Aser (perto da atual Rosh HaNigra, que corresponde ao final da "Linha Verde", a fronteira atual entre Israel e Líbano). Essa planície é internamente segmentada por três obstáculos naturais - o monte Carmelo, o rio Crocodilo e o rio larcom - criando quatro planícies distintas. Além do mais, por motivos geográficos que serão explicados adiante, é conveniente subdividir a planície mais ao norte. Assim, a planície Costeira é constituída de cinco partes, que, do norte para o sul, são conhecidas como: (1) a planície de Aser (de Rosh HaNigra até as proximidades de Aco; cp. Is 17:10-11; 19:24-26); (2) a planície de Aco (a baía que tem forma de crescente e se estende ao redor do monte Carmelo; cp. Jz 4:13-16; 5.21); (3) a planície de Dor (uma faixa de terra bem estreita e situada entre o monte Carmelo e o rio Crocodilo; cp. Js 17:15-18); (4) a planície de Sarom (a área de terras baixas que vai do pântano do rio Crocodilo para o sul, até o Jarcom; cp. 1Rs 4:10-1Cr 5.16; 27.29; Is 33:9-35.2; 65.10; Ct 2:1); (5) a planície Filisteia (a região ao sul do larcom).
A planície costeira pode ser caracterizada com três palavras: "baixa" (uma referência à sua altitude relativa), "aberta" (uma referência à topografia plana) e "fértil (uma referência à produtividade agrícola da planície em tempos modernos).
Com exceção de umas poucas elevações situadas mais para dentro do continente, na extremidade oriental da Filístia, que chegam a quase 200 metros acima do nível do mar, a altitude da maior parte da planície Costeira é inferior a 100 metros, e boa parte dela tem uma altitude inferior a 45 metros acima do nível do mar.75 Uma análise do mapa revela que, nessa planície, as cidades bíblicas tendiam a se localizar não no seu centro, mas sim ao longo da costa (Aco, Cesareia, Jope, Asquelom e Gaza) ou em direção à sua margem oriental (Socó, Afeque, Gezer, Ecrom, Gate e Ziclague). De igual maneira, o mapa mostra que a artéria de transporte internacional (a chamada Grande Estrada Principal) corria ao longo da margem oriental dessa planície e não pelo centro. O mais provável é que a baixa altitude e a natureza relativamente nivelada da planície, combinadas com as serras de arenito calcário ao longo de grande parte da costa mediterrânea, que impediam uma drenagem natural, criavam uma área pantanosa bastante grande na planície durante toda a Antiguidade.
Esse obstáculo geográfico é a provável razão para o fato de a planície Costeira ter desempenhado um papel insignificante, quase nulo, na história bíblica. Exceto dois breves relatos sobre Gerar (Gn 20:26), nas narrativas patriarcais não há nenhuma referência a essa planície . Nenhuma das batalhas da ocupação israelita aconteceu ali, nenhuma área da planície foi habitada por Israel no início de sua ocupação , ali não havia cidades de refúgio e quase nenhuma das cidades levíticas, dali nenhum juiz nem profeta de Israel fez convocação ao povo, e nada aconteceu ali referente ao ministério registrado de Jesus.
Além de ser baixa, a planície também é aberta. Ao contrário da Cadeia Montanhosa Central da Galileia-Samaria-Judá, que, do ponto de vista geográfico, tendia a permanecer mais fechada e isolada devido à sua topografia elevada e sinuosa, a planície Costeira oferecia um terreno favorável à circulação, sem nenhum obstáculo Embora a terra, no geral, tenha sido descrita pouco antes neste texto como ponte terrestre internacional, era especialmente a planície Costeira, ao sul do monte Carmelo, que constituía essa ponte. Essa abertura também implicava mobilidade.
Durante o início do período bíblico, conflitos militares envolveram uso de carros de guerra (e.g., Ex 14:6; Dt 20:1; Js 11:4; Jz 1:19-4.3; 2Sm 1:6; observe-se também a proibição em Dt 17:16). Em contraste com as montanhas vizinhas, essa planície oferecia um terreno favorável ao uso de carros, inclusive a ataques-relâmpago, que não seriam barrados por grandes rochas ou terreno montanhoso. Aliás, há uma notável correspondência entre a área em que os cananeus conseguiam rodar seus carros e a área que Israel não conquistou durante o período de ocupação (Js 17:16-18). Ao mesmo tempo, essa abertura pode ajudar a explicar por que, depois do período bíblico, os filisteus não conseguiram sobreviver como entidade política nativa, ao passo que os israelitas, mais isolados, foram capazes de manter um sentimento duradouro de identidade nacional.
Por fim, essa planície é fértil; ou pelo menos se tornou fértil em tempos recentes. Uma olhada num mapa do Israel moderno mostra que a maior parte da região ocidental que o Plano da ONU para partição da Palestina, de 1947, designou para Israel está situada na planície Costeira, que, naquela época, era extremamente pantanosa e até mesmo infestada de malária. Entretanto, depois que a área foi devidamente drenada na década de 1950, houve grande prosperidade agrícola, pois se descobriram camadas profundas de riquíssimo solo arável resultante da erosão das montanhas ao lado e, como consequência, houve um grande e bem-sucedido esforço agrícola.

CADEIA MONTANHOSA CENTRAL
Constituída das regiões montanhosas da Galileia, Samaria, Judá e Neguebe, em sua natureza e topografia a Cadeia Montanhosa Central é exatamente o oposto da planície Costeira. A planície é "baixa, aberta e fértil"; a cadeia montanhosa é "alta, fechada e estéril". Enquanto, em seu ponto mais elevado, a planície chega a apenas uns 200 metros acima do nível do mar, em seu ponto mais baixo a Cadeia Montanhosa Central fica cerca de 450 metros acima do nível do mar, com muitos trechos superando os 900 metros. Onde as duas zonas se encontram, esse contraste de altitude pode ser bem pronunciado. É possível subir cerca de 800 metros viajando apenas de cinco a sete quilômetros do Mediterrâneo para o interior. Além do mais, a cadeia central é fechada. Essa cadeia, que na realidade é uma série de serras sinuosas e conectadas, funciona como barreira natural à circulação lateral.com exceção do ponto onde é interrompida pelo vale de lezreel/ Esdraelom. Em alguns lugares, para ir de um lado para o outro, além de ter de superar a ondulação difícil, era necessário atravessar até quatro ou cinco serras diferentes, separadas umas das outras por leitos profundos de uádis. Devido a seu terreno elevado e revolvido, a cadeia central é mais isolada e menos suscetível a aventureirismo internacional ou a ataques estrangeiros. Só raramente essa zona se revelou atraente para aqueles que construíam impérios. Por fim, a cadeia central é estéril e improdutiva. Constituída de calcário duro, sem minerais preciosos ou outros recursos naturais, e com grandes áreas que sofreram erosão e ficaram apenas com a pedra nua, parece improvável que alguma vez essa área montanhosa estéril, com somente 15 a 50 quilômetros de largura, tenha sido considerada capital político. No entanto, é justamente nessa região montanhosa que se desenrola boa parte da história bíblica. E aí que os patriarcas viveram, construíram altares e se comunicaram com seu Deus. É onde aconteceram as batalhas da conquista , onde Israel ocupou sua terra e foram fundadas muitas de suas instituições nacionais . É também onde, em seu devido momento, estiveram localizadas as capitais do Reino do Norte (Siquém, mais tarde Tirza e finalmente Samaria) e do Reino do Sul (Jerusalém). É aí que o judaísmo pós-exílico se estabeleceu e onde aconteceu boa parte do ministério registrado de Cristo . Galileia. Embora seja uma extensão das montanhas mais altas do Líbano, ainda assim a região elevada da Alta Galileia apresenta uma topografia bem complexa. O jebel Jarmuk (monte Merom) é o ponto mais alto de toda a Cisjordânia, mas é cercado por outros cumes que chegam a alturas superiores a 900 metros. Apesar de a Alta Galileia ter uma precipitação pluviométrica maior, seu terreno elevado e sua topografia fragmentada a tornam menos adequada para ocupação intensa. Na região nunca se estabeleceu aquilo que se pode chamar de cidade grande. No lado leste, a Baixa Galileia mantém o contorno irregular de sua vizinha no norte. Vê-se ali um enorme e alto afloramento de calcário, que, no flanco oriental, despenca no mar da Galileia. Nessa região se incluem o monte Tabor, os penhascos de Arbela e os vulcânicos Cornos de Hattin. Em contraste, as áreas central e oeste da Baixa Galileia apresentam o terreno mais plano de todo a cadeia central. A região é composta de várias serras paralelas que estão num eixo mais ou menos leste-oeste, entre as quais existem bacias relativamente abertas que são quase contíguas no lado ocidental. Vale de Jezreel/Esdraelom. Entre a região montanhosa da Baixa Galileia e a da Samaria, estende-se um vale que, em última instância, liga o vale do Jordão à planície Costeira, em Aco. Esse vale, que tem a forma de uma flecha apontada para o Mediterrâneo, é conhecido no Antigo Testamento hebraico como o vale de lezreel ("Deus semeou" ou "que Deus semeie"; e.g., Js 17:16; Jz 6:33; Os 1:5-2.
22) e, na época do Novo Testamento, por seu equivalente grego, Esdraelom.7 A estreita haste da flecha, em alguns pontos com não mais de três quilômetros de largura, estende-se de Bete-Sea até a cidade de Jezreel, margeada, no norte, pelo monte Moré e, no sul, pelo monte Gilboa, e drenada pelo rio Harode. Perto desse território ocorreu a triunfante vitória de Gideão sobre os midianitas (Jz
7) e a humilhante derrota de Saul nas mãos dos filisteus (1Sm 29:31). A base da ponta da flecha se estende por cerca de 28 quilômetros, a partir dos arredores, ao norte de Jenin, até o monte Tabor e, desses dois pontos, estende-se por cerca de 32 quilômetros até seu vértice, logo a oeste de Jocneão e perto do rio Quisom, em cujo pântano o carro de Sísera ficou atolado (Jz 5:21; cf. SI 83.9). A ponta dessa flecha, às vezes chamada de planície de Megido (2Cr 35:22; Zc 12:11), é baixa e plana. A planície é coberta por uma camada extremamente grossa de terra preta, em alguns lugares com mais de 90 metros de profundidade, e que se formou com a decomposição e erosão de basaltos da Galileia. Enquanto a planície de Jezreel tinha muitos acessos, o acesso para a principal artéria de transporte, conhecida como Grande Estrada Principal era em Megido. Os vinte estratos arqueológicos dessa cidade refletem uma ocupação quase contínua até o início do período romano. Na verdade, a cidade de Megido, uma base militar permanente, teve enorme importância durante cada período de sua história, sem exceção; não é exagero afirmar que, do ponto de vista militar, foi um dos pontos mais estratégicos de todo o sudoeste do Crescente Fértil. A partir do final do quarto milênio a.C. até o próprio século 20, Megido tem sido palco de repetidos confrontos militares. Samaria. Ao sul de Jezreel fica o distrito montanhoso de Samaria - que, em termos de altitude, vegetação e clima, é uma área intermediária e de transição entre a Galileia e Judá. No extremo noroeste, devido à sua beleza (Ct 7:5) e fertilidade (Is 35:2; Jr 50:19), o monte Carmelo ("vinha/jardim de Deus") era proverbial na Bíblia. Nos textos antigos está amplamente atestado que o monte era lugar de um santuário? Foi talvez nesse contexto que o monte Carmelo serviu de cenário para a disputa religiosa de Elias com os profetas de Baal (1Rs 18:17-40) e, em outra ocasião, como lugar de retiro espiritual para Eliseu (2Rs 2:25-4.25). No extremo nordeste, a região montanhosa de Samaria também é conhecida como as montanhas de calcário de Gilboa. Outros montes de Samaria, o monte Ebal e o monte Gerizim, cercam o vale em que Siquém, a principal cidade, está localizada. Samaria é toda montanhosa, e os cumes de j. el-Qurein, j. 'Ayrukabba, j. 'en-'Ena e j. el-'Asur (Baal-Hazor, cp. 2Sm 13:23) dominam o horizonte.
Embora montanhosa, Samaria também é entremeada por várias planícies pequenas e vales abertos, uma das quais está situada perto do ponto em que as encostas do Carmelo e do Gilboa se encontram, nas proximidades da cidade de Dotã . Entre as bacias de Samaria, essa planície de Dota é a maior e a mais intensamente cultivada, e é onde José foi vendido como escravo (Gn 37:12-28). Outra depressão, a planície comprida e estreita de Mikhmetat, vai de Siquém para o sul, até ser interrompida pelo j. Rahwat.
Ela é cortada pelo divisor de águas ao longo do qual a estrada da Serra Central ruma na direção de Jerusalém. Indo de Socó até Siquém e dividindo lateralmente o oeste de Samaria, fica o vale baixo conhecido como u. Shekhem. De modo parecido, indo de Tirza até o vale do Jordão e dividindo o leste de Samaria, encontra-se a fratura acentuada, conhecida como u. Far'ah. Juntos, esses dois vales são o ponto mais baixo de toda Samaria. Constituíam os caminhos mais fáceis e mais utilizados para atravessar a serra central de Samaria, o que ajuda a explicar por que determinados locais foram escolhidos para capitais de Israel durante o período do reino dividido (Siquém, Tirza, Samaria). Judá. Conquanto não haja uma fronteira geológica definida separando Samaria e Judá, existe uma acentuada diferença na topografia das duas regiões. A precipitação maior de chuva em Samaria contribuiu para a ocorrência de muito mais erosão e para a formação de uádis com leitos mais profundos. Judá é mais um planalto, menos seccionado devido a seu clima mais seco. À medida que se caminha para o sul de Judá, o terreno se torna mais adverso, mais irregular e mais estéril. A principal característica da superfície de Judá são rochas nuas e amplas áreas de pedras quebradas e soltas, sem nenhuma terra por causa da ação da chuva. Só ao longo da bacia hidrográfica, nas vizinhanças de Ramá e entre Belém e Hebrom, é que o solo de Judá permite o cultivo. Nas demais áreas, o solo superficial, que sofre erosão nas chuvas torrenciais de inverno, tem impedido em grande parte o cultivo da terra.
A apenas cerca de oito quilômetros a sudeste de Jerusalém, começa o deserto de Judá (Nm 21:20-1Sm 26.1,2; cp. Mc 1:4). Espetáculo assustador de desolação, o deserto de Judá, também conhecido como lesimom, é um deserto verdadeiro E uma terra despovoada, deprimente, selvagem, rochosa e improdutiva, e praticamente sem nenhuma ocorrência de chuva (SI 63.1). Até mesmo os nômades beduínos dos dias de hoje tendem a evitar a aridez e o terreno irregular desse deserto. Em sua margem oriental, o deserto de Judá mergulha quase verticalmente até o vale do Jordão abaixo e em alguns lugares a descida chega a 1.350 metros. Entre Jericó e a ponta sul do mar Morto, existem mais de 20 desfiladeiros profundos que foram cavados por uádis. Contudo, no período bíblico, esses uádis eram estreitos e sinuosos demais para permitirem estradas importantes e, por esse motivo, Judá estava naturalmente isolada no lado oriental. O profeta Isaías anunciou, porém, um tempo em que até a topografia contorcida e acidentada do deserto de Judá será endireitada e nivelada e todos os lugares escarpados serão aplanados (Is 40:3-4; ср. 41:18-20; 51.3).
No lado oeste, o final da cadeia central de Judá é apenas um pouco menos abrupto. Uma vala estreita e rasa (uádi Ghurab, uádi Sar) faz divisão entre a região montanhosa e uma região com topografia distinta, conhecida como Sefelá ("contraforte". cp. Dt 1:7; Js 9:1-10.40; 12.8; Iz 1.9; 1Rs 10:27-1C 27.28; 2Cr 9:27-26.10; 28.18; Jr 17:26-32.44; 33.13; Ob 19).
A Sefelá começa no vale de Aijalom e se estende para o sul por cerca de 55 quilômetros até a área de T. Beit Mirsim. Esses contrafortes cobrem uma área de aproximadamente 13 a 16 quilometros de largura e, o que e importante, estendem-se para o oeste até a vizinhança do que foram as cidades filisteias de Gezer, Ecrom e Gate . Composta principalmente de calcário macio, com uma superfície ondulante inclinando suavemente para o lado oeste, entrecortada por alguns uádis importantes e férteis, a Sefelá era uma zona intermediária entre a cadeia central de Judá (ocupada pelos israelitas) e o sul da planície Costeira (ocupada pelos filisteus).
Não é surpresa que, na Bíblia, a área tenha sido cenário de vários episódios de guerra motivada por razões econômicas entre os israelitas e os filisteus (Jz 15:4-5; 2Sm 23:11-12). Aliás, é possível que as disputas entre filisteus e israelitas fossem provocadas justamente pelo desejo de ambos os povos de dominar e explorar os ricos vales agrícolas da Sefelá.
Inicialmente, o Neguebe ("terra seca"; e.g., Gn 24:62; Nm 13:29; Js 15:19; Jz 1:15) designava o deserto estéril ao sul de Judá (e.g. Is 15:2-4; 18.19; 1Sm 27:10-2Sm 24.7; cp. os leques aluvianos que se estendem de Berseba até Arade). Ao longo do tempo, o sentido da palavra evoluiu e, pelo fato de essa região estéril ficar no sul, passou a ter o sentido de um ponto cardeal e, assim, designar o sul de quase qualquer lugar (Is 11:2; Zc 14:10-1Sm 30.14).
Hoje o Neguebe inclui aquilo que a Bíblia chama de deserto de Zim (Nm 20:1-34.3; Js 15:1) e o deserto de Para (Nm 10:12; Dt 1:1). A região do moderno Neguebe apresenta um ambiente adverso à atividade humana ou à sua povoação por um grande número de pessoas. A área depende totalmente de chuva, sempre escassa e incerta, embora o território tenha alguns poços nas vizinhanças de Berseba (Gn 26:18-22) e Cades-Barneia.
A localização estratégica da Palestina
A localização estratégica da Palestina
As regiões geográficas da Palestina
As regiões geográficas da Palestina
Altitude da Palestina
Altitude da Palestina
Samaria
Samaria
O vale de Jezreel
O vale de Jezreel

Apêndices

Os apêndices bíblicos são seções adicionais presentes em algumas edições da Bíblia que fornecem informações complementares sobre o texto bíblico. Esses apêndices podem incluir uma variedade de recursos, como tabelas cronológicas, listas de personagens, informações históricas e culturais, explicações de termos e conceitos, entre outros. Eles são projetados para ajudar os leitores a entender melhor o contexto e o significado das narrativas bíblicas, tornando-as mais acessíveis e compreensíveis.

Gênesis e as viagens dos patriarcas

Informações no mapa

Carquemis

Alepo

Ebla

Hamate

Tadmor (Palmira)

Hobá

Sídon

Damasco

GRANDE MAR

Tiro

Asterote-Carnaim

Megido

Dotã

Siquém

Sucote

Penuel

Betel

Gileade

Belém

CANAÃ

Gaza

Hebrom

MOABE

Torrente do Egito

Gerar

Berseba

Poço de Reobote

Bozra

Sur

Poço de Beer-Laai-Roi

Gósen

Ramessés

Om

Mênfis

EGITO

Rio Nilo

Cades, En-Mispate

Deserto de Parã

EDOM, SEIR

Temã

Avite

El-Parã (Elate)

Harã

PADÃ-ARÃ

Rio Eufrates

Mari

ASSÍRIA

Nínive

Calá

Assur

Rio Hídequel (Tigre)

MESOPOTÂMIA

ELÃO

Babel (Babilônia)

SINEAR (BABILÔNIA)

CALDEIA

Ereque

Ur

Siquém

Sucote

Maanaim

Penuel, Peniel

Vale do Jaboque

Rio Jordão

Betel, Luz

Ai

Mte. Moriá

Salém (Jerusalém)

Belém, Efrate

Timná

Aczibe

Manre

Hebrom, Quiriate-Arba

Caverna de Macpela

Mar Salgado

Planície de Savé-Quiriataim

Berseba

Vale de Sidim

Neguebe

Zoar, Bela

?Sodoma

?Gomorra

?Admá

?Zeboim


Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

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Referências em Outras Obras

Não foram encontradas referências em Outras Obras.

Locais

Estes lugares estão apresentados aqui porque foram citados no texto Bíblico, contendo uma breve apresentação desses lugares.

EFRAIM

Atualmente: ISRAEL
Região da Tribo de Israel. João 11:5
Mapa Bíblico de EFRAIM


GALAAD

Atualmente: JORDÂNIA
Território israelita a leste do Rio Jordão. Região de altitudes elevadas. Lugar de origem dos Juizes Jair e Jefté e do profeta Elias. Foi em Galaad que o povo de ISRAEL se reuniu antes de cruzar o rio Jordão em direção a Jericó. Mais tarde, as tribos de Rúben e de Gad se estabeleceram ali.
Mapa Bíblico de GALAAD


GILEADE

Atualmente: JORDÂNIA
Região que se estende por cerca de 112 km paralela ao Jordão entre os rios Hieromax ao norte e Arnom ao sul.

Na Bíblia, "Gileade" significa o "monte de testemunho" ou "monte de testemunha", (Gênesis 31:21), uma região montanhosa a leste do rio Jordão, situado no Reino da Jordânia. Também é referido pelo nome aramaico Jegar-Saaduta, que carrega o mesmo significado que o hebraico (Gênesis 31:47). Devido a sua característica montanhosa é chamada de "o monte de Gileade" (Gênesis 31:25). É também chamada de "a terra de Gileade" (Números 32:1), e às vezes simplesmente de "Gileade" (Salmos 60:7, Gênesis 37:25). Como um todo, incluiu os territórios da tribo de Gade, Rúben e a metade oriental de Manassés (Deuteronômio 3:13; Números 32:40). Foi delimitada a norte por Basã e ao sul por Moabe e Amom (Gênesis 31:21; Deuteronômio 3:12-17). Na Bíblia, Gileade é citada no Livro de Jeremias como uma cidade que comercializava ervas medicinais.

Mapa Bíblico de GILEADE


SAMARIA

Clique aqui e abra o mapa no Google (Latitude:32.283, Longitude:35.2)
Nome Grego: Σαμάρεια
Atualmente: Palestina
Capital do reino de Israel, no reino dividido. Região em que localizava-se a Galiléia e Nazaré, no início da Era Cristã. Cerca de 48 km distante de Jerusalém. A nova cidade encontra-se próximo às ruinas.

Samaria é o nome histórico e bíblico de uma região montanhosa do Oriente Médio, constituída pelo antigo reino de Israel, situado em torno de sua antiga capital, Samaria, e rival do vizinho reino do sul, o reino de Judá. Atualmente situa-se entre os territórios da Cisjordânia e de Israel.

Samaria é um termo construído pelo hebraico shomron, nome da tribo shemer, que era proprietária do local e o vendeu ao Omri, que teria sido o sexto rei de Israel.

Mapa Bíblico de SAMARIA



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Obadias Capítulo 1 do versículo 1 até o 21
SEÇÃO I

O JULGAMENTO DE EDOM

Obadias 1:9

O livro começa com o título: Visão de Obadias (1). O termo traduzido por visão é a palavra comumente usada para descrever o teor de uma revelação divina dada a um dos profetas (Is 1:1; Jr 14:14; Ez 7:26; Na 1.1). Ao se referir à pregação ("novas", ARA; "notícia", BV) do SENHOR, talvez Obadias afirme que cita algum dos profetas de Deus — palavras as quais percebia que na ocasião eram particularmente pertinentes (cf. Jr 49:14). O embaixador (ou "mensageiro", ARA) que foi enviado às nações pode ter sido uma pessoa ou pessoas subversivas enviadas por um rei para incitar as nações circunvizinhas contra Edom. Também é possível que o profeta se refira a um espírito instigador do desassossego geral, inveja e má vontade para com Edom (ver mapa

1) entre as nações vizinhas, que fora resultado de causas políticas. Qualquer que tenha sido a situação serviu como mensageiro do Senhor, pois Deus a usou para dar início ao seu propósito de julgar os edomitas.

Deus não interfe nos assuntos edomitas, de certa maneira notavelmente milagrosa, mas elaborava a conspiração e deslealdade das nações circunvizinhas. Estes fatos nos lembram que "há no mundo forças históricas em operação que tornam precária a posição de qualquer nação, por mais forte que pareça. A mensagem de Obadias é peculiarmente apropriada como declaração profética que toda nação poderosa, rica e bem estabelecida faz bem em ouvir"!

Eis que te fiz pequeno... tu és mui desprezado (2) é mais bem traduzido pelo modo profético: "Eis que te farei pequeno [...]; tu serás totalmente desprezado" (ECA). O texto hebraico diz respeito a algo já determinado na mente de Deus, mas que ainda está no futuro humano (cf. ATA; NTLH; NVI; VBB).

A terra de Edom se estendia ao longo das encostas da cadeia de montanhas rocho-sas do monte Seir, em direção do golfo de Áqaba e chegava quase ao mar Morto. O território variava de regiões férteis, que produziam trigo, uva, figo, romã e azeitona, a altos picos montanhosos separados por desfiladeiros profundos. A meio caminho na principal cadeia montanhosa, elevava-se o monte Hor, alto e sombrio acima do terreno circunvizinho e a curta distância da capital Sela ou Petra, que se situava em um pro-fundo vale cercado por 60 metros de precipício, acessível somente por uma abertura estreita de uns 3,5 metros de largura.

Assim, os edomitas habitavam literalmente nas fendas das rochas (3), cuja posi-ção era praticamente impenetrável e inconquistável. Por muitas gerações tinham vivido seguros. Nenhum inimigo conseguira entrar pelos caminhos estreitos dos desfiladeiros que conduziam às principais cidades talhadas nas paredes rochosas das montanhas. Nessas posições, uma pequena companhia militar de edomitas podia facilmente defen-der a passagem entre as montanhas contra um exército inteiro de invasores. Essa posi-ção elevada permitia que observassem as atividades dos povos em redor. Como o leão pronto para se lançar sobre a presa, os edomitas sempre estavam alertas para se dedicar ao saque de seus vizinhos sempre que a ocasião fosse oportuna.

Por ser um povo inteligente, os edomitas desenvolveram uma civilização muito su-perior às tribos que vagavam pelos desertos circunvizinhos. De suas casas no alto, con-trolavam as rotas comerciais de Áqaba e do Egito (ver mapa 1). Este comércio lhes dava acesso a mercadorias e riquezas desconhecidas por seus vizinhos. Em conseqüência dis-so, ficaram orgulhosos, arrogantes e hostis (3).

Viviam isolados e sozinhos como a águia, com suas casas no alto da solidez monta-nhosa — por assim dizer, entre as estrelas (4). Mas por seu orgulho eles seriam derru-bados, de acordo com o princípio de vida expressado em Provérbios 16:18: "A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda". A bravata de Edom também é condenada em Ezequiel 35:13.

Os julgamentos de Deus tinham de ser severos. O profeta lembra os edomitas que quando um grupo de ladrões faz uma invasão noturna, ou quando colhedores de uva passam por um vinhedo, sempre deixam algo. Mas não será assim com os espoliadores que virão contra Edom. A nação será totalmente devastada. Edom, o descendente de Esaú. (6), será reduzido a nada. Seus bens e riquezas entesourados, escondidos nas ca-vernas mais secretas, inacessíveis e armazenados nas fortalezas mais espetaculares, serão vasculhados e confiscados (cf. Jr 49:10). A tradução que George Adam Smith2 faz dos versículos 5:6 é proveitosa:

Como tu estás completamente arruinado!

Se ladrões noturnos tivessem entrado em tua casa,
Eles teriam roubado mais do que precisassem?
Se colhedores de uva tivessem entrado em teu terreno,
Eles não teriam deixado os respigos?
Como Esaú foi pilhado,
Como foram roubados seus tesouros!

Os edomitas buscavam abrigo e segurança nas fendas das rochas. Ao rirem talvez da profecia de Obadias, mostravam-se confiantes em sua pátria rochosa, nunca antes invadida. Estavam certos de que ali estariam protegidos até da vingança de Deus profetizada pelo profeta. Mas, sua esperança de refúgio era vã, como é a esperança de todos os que resistem a Deus. Só nele há segurança. Existe alguém acerca de quem Isaías escre-veu que é "como um esconderijo contra o vento, e como um refúgio contra a tempestade, [...] e como a sombra de uma grande rocha em terra sedenta" (Is 32:2). Deus é único. Em nosso Senhor Jesus Cristo todos que quiserem acham refúgio seguro de toda deflagração de julgamento que vier. W. O. Cushing alegrou-se com essa realidade e escreveu:

Oh, firme na Rocha que é mais alta que eu,

Minha alma fugiria de seus conflitos e tristezas.
Sou tão pecador, estou tão cansado, Teu somente serei.

Tu és a bendita "Rocha dos Séculos", em Ti me refugio. (N. do T.)

Os edomitas orgulhavam-se de seus tesouros, como os povos e nações de hoje. Mas a Bíblia contém muitos avisos para não pormos a confiança nas riquezas terrenas. Leia Salmo 62:10; Provérbios 23:5; I Timóteo 6:5-11 e comprove a verdade destes ensinamentos divinos.

A destruição de Edom seria muito mais amarga, porque viria das mãos de amigos: Todos os teus confederados... os que gozam da tua paz (7). Nações que foram alia-das enganarão os edomitas. Aqueles que na qualidade de amigos íntimos comeram de sua comida usarão esta falsa amizade para conspirar contra eles. Os edomitas, há muito eminentes por sua sabedoria e prudência (4:1; Jr 49:7), aferraram-se tolamente à segurança de sua posição geográfica, com vastos compartimentos de riquezas e sua situ-ação política. Não perceberiam o desenrolar dos acontecimentos enquanto seus supostos amigos armassem armadilhas para apanhá-los. Estes mesmos amigos e aliados expulsa-riam os edomitas de suas terras, ao lançá-los para fora dos teus limites.

Não se pode confiar na sabedoria mundana 1Co 1:18-19,27). "O orgulho e a autoconfiança seduzem o homem à queda. Quando ele está caído, a autoconfiança traída passa imediatamente para o desespero. [...] Os homens não usam os recursos que lhe restam, porque o que eles valorizam, os deixa na mão. A confiança indevida é o pai do medo indevido". 3

Armadilha (7) ou "ciladas" (BV; NVI).

A situação trágica descrita por Obadias desenvolveu-se em Edom logo após esta profecia. Nos séculos 6 e V a.C. os registros históricos mostram que, sob força de coação árabe, os edomitas foram expulsos do país e instalaram-se no sul da Palestina.
A montanha de Esaú (8) era a principal fortaleza de Edom, que consistia nos altos pontos proeminentes da região de Sela ou Petra. Temã (9) era importante cidade edomita distante cerca de oito quilômetros da capital. Os teus valentes... estarão atemoriza-dos — o desânimo destes guerreiros é descrito com mais detalhes em Jeremias 49:22.

A atitude de Edom é excelente ilustração de "os trágicos frutos do orgulho":

1) O orgulho de coração é enganoso, 3a: no comércio, nos assuntos intelectuais e nos valores morais;

2) O orgulho de coração é atrevido, 3c, pois se atreve a contar com as vantagens materiais e a própria habilidade humana sem pensar na intervenção divina;

3) O orgu-lho de coração é destrutivo, 4 (cf. Pv 16:18; Lc 14:11), já que Deus pode usar vários meios de abater os orgulhosos: dificuldades econômicas, incapacidade física, perda, conflito doméstico, difamação ou até a morte.

SEÇÃO II

RAZÕES PARA O JULGAMENTO

Obadias 10:14

Deus nunca age em julgamento sem uma boa razão. Nessa seção, o Senhor revela para os edomitas por que julgará destrutivamente. O principal pecado contra Jeová foi o tratamento cruel que deram aos próprios irmãos no tempo da tragédia e sofrimento. A expressão teu irmão Jacó (10) é usada para realçar a relação que existia entre os edomitas, por serem filhos de Esaú, e os homens de Judá, que eram filhos de seu irmão gêmeo Jacó.

Neste ponto, o Antigo Testamento prenuncia as declarações solenes do Novo Testa-mento concernentes à nossa atitude para com todos os homens, pois cada um deles deve ser considerado como irmão. Tudo que fazemos a favor ou contra nosso irmão realizamos a favor ou contra o próprio Deus (Mt 25:31-46; 1 Jo 3:10-15; 4.20,21). Não há dúvida de que muitas das aflições sociais que sofremos hoje em dia, como as questões raciais, são em grande parte colheita que fazemos das sementes ruins que as gerações passadas semearam. Ninguém pode escapar da lei inalterável: "Tudo o que o homem semear, isso também ceifará" (Gl 6:7).

Os atos de antagonismo pelos quais Edom seria julgado remontavam à recusa em conceder passagem para Israel viajar por suas fronteiras durante o êxodo do Egito à Palestina (Nm 20:14-21). Este procedimento alcançou um ponto culminante no modo em que Edom tratou Judá, quando Nabucodonosor saqueou Jerusalém em 586 a.C. Nessa ocasião, os edomitas fiaram indiferentes e não ofereceram ajuda até que se certificasse para qual lado dirigia-se a maré da batalha. Mas este procedimento os tornou parte do exército invasor (11). Nesta versão bíblica a acusação fica bem clara: "No dia em que foste indiferente com teu irmão Jacó, no dia em que os estranhos levaram cativo o seu exército e carregaram a sua riqueza, e os estrangeiros entraram pelas suas portas e lançaram sortes sobre Jerusalém, tu mesmo eras um deles" (ATA; cf. BV).

Pelos versículos 12:14, entendemos que os edomitas na verdade ajudaram os babilônios quando viram que Nabucodonosor seria o vencedor. O profeta detalha grafica-mente alguns procedimentos utilizados por eles para esse fim. Não devias olhar para o dia (12), ou seja, "não devias ter olhado com prazer para o dia" (ARA). Olhar, satisfei-to, para o seu mal (13) seria "olhar com prazer para o sofrimento deles" (ATA; cf. BV; ECA). Não temos informação histórica sobre os métodos exatos que os edomitas usaram para colaborar com os invasores. Talvez tivessem se unido ao saque da nação ferida (estender as tuas mãos contra o seu exército seria "ter lançado mão nos seus bens", ARA; cf. NTLH; NVI) e bloqueado a fuga dos refugiados (parar nas encruzilhadas, para exterminares os que escapassem,
14) e até entregue traiçoeiramente os judeus fugitivos às mãos babilônicas (entregar os que lhe restassem). Por estes procedimen-tos, Edom procurava colocar-se sob as boas graças diante dos invasores babilônicos vito-riosos, mas estas ações eram indesculpáveis para Deus. Jeremias 49:7-22 e II Reis 25 são provavelmente escrituras paralelas a esta porção de Obadias.

SEÇÃO III

O DIA DO SENHOR

Obadias 15:21

Obadias dá a entender que o julgamento de Edom não terminará apenas com a expulsão dos edomitas de sua pátria amada. Ele faz referência ao dia do SENHOR (15), um dos grandes temas do Antigo Testamento (Jl 1:15-3.14; Sf 1:7). Esta profecia, como muitas outras, anuncia que o dia está perto, ou seja, decididamente próximo e iminente, mas nenhum texto profético declara o tempo exato de sua ocorrência. Nem sabemos o modo e métodos do dia. Mas entendemos algo do seu caráter. Naquele dia, só

  • Senhor será exaltado (Is 2:11), e todas as nações que se esquecem de Deus serão castigadas (Sl 9:17).
  • Edom estará entre essas nações ímpias que finalmente serão julgadas. Obadias lhes anuncia: Como tu fizeste, assim se fará contigo (15). Esta profecia sugere o ensino do Novo Testamento em passagens como Mateus 6:14-15; 18:21-35; Lucas 6:31; Tiago 2:13.

    O profeta lembra aos edomitas a orgia e bebedeira que fizeram em Jerusalém na ocasião em que a cidade foi pilhada por Nabucodonosor. Obadias diz que, semelhan-temente, todas as nações (16) que vivem sem Deus beberão da sua ira e a destruição será como se nunca tivessem sido (cf. Jr 25:15-28).

    Em contraste com essa cena, no monte Sião (17), em Jerusalém, o local do Templo santo, haverá livramento (escape, cf. NTLH) da ira divina. E o monte será santo. Aqui, esta santidade está relacionada apenas parcialmente com a qualidade moral tão destacada no Novo Testamento. Obadias se refere à liberdade da contaminação de na-ções ímpias e, assim, indica proteção contra o do ataque (Jl 2:32-3.17). A casa de Jacó, ou seja, Judá, recuperará os territórios que Deus outrora lhe dera. A Septuaginta traduz o versículo de forma interessante: "A casa de Jacó receberá por herança aqueles que os tomaram por herança" (17).

    A casa de José (18) refere-se ao Reino do Norte, que, em 721 a.C., fora destruído por Sargão. Em concordância com as profecias de Oséias 1:11 e Ezequiel 37:16-22, Israel se unirá a Judá, o Reino do Sul, e juntos, como a chama queima a palha, destruirão Edom (cf. Is 11:13-14).

    Os versículos 19:20 falam da extensão da herança de Israel. A história narra que durante o exílio de Israel os edomitas ocuparam as cidades do Sul (19) de Judá, o Neguebe (cf. ARA), a região ao sul de Hebrom em direção ao deserto de Parã. Depois do exílio, os do Sul, ou seja, os homens de Judá que voltarem do exílio, possuirão Edom, a monta-nha de Esaú. As planícies são a região que fica a oeste de Hebrom em direção ao mar. Os que possuirão Efraim e Samaria são, provavelmente, os homens de Israel que anti-gamente tinham possuído a região montanhosa da Palestina. Estas conquistas foram realizadas no século II a.C., quando os judeus, sob a liderança dos macabeus, atacaram e ocuparam as áreas indicadas.

    Os cativos (20) se referem aos exilados. Este exército dos filhos de Israel seria os moradores do Reino do Norte que, em 721 a.C., foram deportados por Sargão depois da queda de Samaria. Os cananeus eram os fenícios. Zarefate era uma cidade que ficava entre Tiro e Sidom (ver mapa
    1) ; é a Sarepta de Lucas 4:26. Os cativos de Jeru-salém eram os habitantes do Reino do Sul que, em 586 a.C., foram levados por Nabucodonosor para Sefarade, provavelmente Sardes, na Ásia Menor.

    Os dois temas principais do livro de Obadias estão resumidos no último versículo. O profeta anuncia que os salvadores israelitas, homens sábios de perspicácia espiritual e fé, reinarão em Edom, o território outrora ocupado pelos ímpios e mundanos filhos de Esaú. O plano de Deus é que, no fim, o espiritual se eleve sobre o profano. E o reino será do SENHOR: Deus reinará sobre tudo e sobre todos (Sl 22:28-103.19; Zc 14:9; Ap 11:15).


    Champlin

    Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
    Champlin - Comentários de Obadias Capítulo 1 versículo 19
    O Neguebe é a região desértica situada ao sul de Judá (conforme Gn 12:9; ver o Índice de Mapas), ocupada pelos edomitas depois da destruição de Jerusalém e da deportação de muitos israelitas para a Babilônia (587 a.C.).

    Genebra

    Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
    Genebra - Comentários de Obadias Capítulo 1 do versículo 1 até o 21
    *

    1 Visão. Uma revelação sobrenatural declarada à visão ou audição interior do profeta. Obadias introduz a mensagem que ele recebeu do Senhor sobre Edom.

    Assim diz o SENHOR Deus. Deus revelou o conteúdo da profecia (conforme 2Pe 1:21). Isto eleva a qualidade moral de sua severidade acima da vontade vingativa do homem até a pureza da justiça divina.

    Edom. O rancor entre Edom e Israel começou no período patriarcal. Deus abençoou Isaque e Rebeca com filhos gêmeos, Esaú e Jacó (Gn 25:21-26; conforme Ml 1:2, 3; Rm 9:10-13). A rivalidade pessoal entre Jacó e Esaú (Gn 27), de quem as nações de Israel e Edom descenderam, se transformou num conflito de dimensões nacionais (13 2:15-15'>Ex 15:13-15; Nm 20:14-21; 1Sm 14:47; 2Sm 8:13, 14; 1Rs 11:14, 15; 2Rs 8:20-22; 14:7). Edom também representa simbolicamente os inimigos do povo de Deus (Is 63:1-6).

    levantemo-nos contra Edom, para a guerra. Falando para o seu povo, o profeta vê significado divino nas notícias de uma conspiração contra Edom. Por detrás da trama humana, o Senhor Soberano está operando. O fato de que essas notícias chegaram aos ouvidos de Obadias em conexão com esta visão não era coincidência; era um sinal do cumprimento da profecia.

    * 2-14 Deus declara guerra contra Edom, resolvendo humilhar (vs. 2-4) e saquear (vs. 5-7) aquela nação. Nenhum sábio governante ou bravo guerreiro em Edom resistirá ao ataque divino (vs. 8-10). Edom, que havia sido cruelmente indiferente para com as angústias de Judá (vs. 11-14), irá cair.

    * 3 fendas das rochas. A palavra em hebraico para “rochas” (sela‘) também era o nome de uma cidade fortificada nas altas regiões rochosas de Edom. O acidentado terreno da montanha de Edom desencorajava a invasão de fora e encorajava a complacência em seu interior.

    * 3, 4 A pergunta arrogante de Edom (“Quem me deitará por terra?”) é respondida com a solene resolução de Deus (“de lá te derrubarei”).

    *

    4 remontares como águia... entre as estrelas. Uma descrição hiperbólica do falso sentimento de segurança dos edomitas. Apesar da aparente segurança de Edom, ninguém pode se elevar acima de Deus. Embora Edom parecesse invencível, Deus chamou Israel para compreender que nenhum poder terreno pode escapar à sua justiça soberana.

    * 7 As nações conspiradoras do v. 1 revelam ser os próprios aliados de Edom. É uma questão de justiça que Edom fosse traída pelos amigos, tendo apunhalado o “irmão Jacó” (v. 10) pelas costas.

    * 8-10 Embora sábio e poderoso, Edom não será páreo para o Senhor.

    * 9 Temã. O nome pessoal de um descendente de Esaú (Gn 36:11), que também era usado para a nação edomita.

    *

    11, 12 Edom é condenado por ter violado a lei de compaixão fraternal ao se unir, como divertimento malicioso, aos inimigos de Deus enquanto esses destruíam Judá. A interação entre “teu irmão” no v. 10 e os “estrangeiros” invasores aqui é poderosa. A exploração da adversidade de um irmão demonstrou que o verdadeiro propósito de Edom estava em conseguir ficar em posição elevada no mundo, sem levar em conta os absolutos morais e espirituais. As sementes do caráter moral de Edom foram semeadas pelo seu ancestral Esaú que mostrou que se importava mais com os prazeres terrenos do que com o reino de Deus ao desprezar as bênçãos decorrentes de seu direito como primogênito e casando-se com mulheres hititas (Gn 25:29-34; 26:34, 35; conforme 27.46—28.1). Traduzido nos termos do Novo Testamento, Edom personifica o espírito “do mundo” (1Jo 2:15-17).

    * 15-18 O dia da retribuição divina destruirá todos os inimigos de Deus e vindicará seu povo, através de quem ele executará seu julgamento.

    * 15

    o Dia do SENHOR... sobre todas as nações. Para o dia do Senhor, ver Is 2:11,12. Agora o profeta coloca o julgamento de Edom contra o pano de fundo global da prestação de contas moral que Deus faz com todas as nações. Este episódio com Edom é somente uma pequena amostra do julgamento da parte de Deus; ele não irá parar enquanto não tiver limpado seu mundo de todos os seus inimigos. A conexão entre Edom e o resto das nações é a sua rebelião contra Deus, que todas elas têm em comum.

    * 16 A orgia dos ébrios edomitas no monte do templo sagrado em Jerusalém é respondida à altura com a taça da ira de Deus sendo forçada pelos lábios de Edom e todas as nações que profanaram as coisas de Deus.

    *

    17 o monte será santo. Não mais vítima da pilhagem de exércitos, o Monte Sião será novamente santo, limpo, purificado por Deus.

    * 18 ninguém mais restará. Aqueles “que restaram” (v. 14) de Judá irão se reerguer como um fogo ardente de ira divina para consumir Edom, não deixando um único sobrevivente sequer. Embora Edom fosse poderoso nos dias de Obadias, na perspectiva de Deus essa nação não é nada.

    * o Senhor o falou. Assim como uma assinatura, esta oração enfatiza a imutabilidade das intenções de Deus. Ele já se comprometeu.

    * 19, 20 O povo exilado de Deus voltará a ocupar a terra de sua herança, as fronteiras que serão restauradas e expandidas.

    *

    19

    Deus promete ao seu povo que as fronteiras do reino davídico serão restauradas ao sul (“o monte de Esaú”), ao oeste (Filístia), ao norte (“os campos de Efraim e... de Samaria”), e ao leste (“Gileade”).

    * 20 As fronteiras do reino davídico não serão apenas restauradas (v. 19), mas também estendidas até alcançar o Sarepta ao norte, entre Tiro e Sidom.

    Sefarade. A localização é incerta. As suposições incluem Sardes na Ásia Menor, Espanha, e Média. Deus leva o seu povo exilado a crer que nenhuma deportação terrena poderá removê-los além do alcance do seu amor.

    *

    21 Salvadores. O povo de Deus, transformado de fugitivo (v. 14) em libertador, irá reinar sobre aquele que foi certa vez um território inimigo.

    o reino será do SENHOR. Embora toda a realidade criada pertença ao Senhor já agora (Sl 47:2; 145:13), Obadias está ressaltando um aspecto diferente aqui — que o reino será do Senhor quando ele julgar seus inimigos e libertar seu povo definitivamente. Deus será tudo em todos, e seu povo, triunfante, glorioso, reinará para sempre com ele. Nessa promessa, Judá encontrou esperança para um futuro sem mais perseguição edomita; aqui também a igreja encontra esperança para o futuro, quando o reino deste mundo tiver se tornado no reino do nosso Senhor e de seu Cristo (Ap 11:15).


    Matthew Henry

    Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
    Matthew Henry - Comentários de Obadias Capítulo 1 do versículo 1 até o 21
    ABDIAS foi profeta no Judá ao redor de 853 a.C.

    Ambiente da época: Edom sempre era um espinho no flanco do Judá. Freqüentemente participaram dos taques que outros inimigos iniciaram.

    Mensagem principal: Deus julgará ao Edom por suas más ações em contra do povo de Deus.

    Importância da mensagem: Ao igual a Edom foi destruída e desapareceu como nação, assim Deus destruirá aos soberbos e malvados.

    Profetas contemporâneos: Elías (875-848) Miqueas (865-853) e Jehú (855-840?)

    1 Abdías foi um profeta do Judá que falou do julgamento de Deus contra a nação do Edom. Há duas datas que usualmente se dão a esta profecia: (1) entre os anos 848:841 a.C., quando ao rei Joram e Jerusalém os atacaram a coalizão filisteu-árabe (2Cr 21:16ss), ou (2) em 586 a.C., quando os babilonios destruíram por completo a Jerusalém (2 Rseis 25; II Crônicas 36). Edom se regozijou pelas desgraças do Israel e Judá, mesmo que os edomitas e judeus descendiam de dois irmãos, Esaú e Jacó (Gn 25:19-26). Mas do mesmo modo que estes dois irmãos estavam em constante conflito, Israel e Edom raramente estavam em paz. Deus pronunciou julgamento sobre o Edom por suas ações insensíveis e maliciosas para seu povo.

    3 Edom era o vizinho do Judá se localizado ao sul e compartilhavam uma fronteira comum. Os vizinhos não sempre são amigos e Edom não queria ter nada que ver com o Judá. Seu capital nesse tempo era Sela (talvez tenha sido logo a cidade da Petra). Sela se considerava uma cidade impenetrável porque estava em um escarpado e perto de um canhão ao que solo chegava por um caminho estreito. As coisas que Edom considerava como fortaleza desta cidade constituíram sua ruína: (1) a segurança na cidade (vv. 3, 4), Deus os faria baixar das alturas; (2) a soberba por sua auto-suficiência (Gn 5:4), Deus os humilharia; (3) a riqueza (vv. 5, 6), os ladrões roubariam tudo o que tivessem; (4) os aliados (Gn 5:7), Deus faria que se voltassem contra Edom; (5) a sabedoria (vv. 8, 9), tudo seria destruído.

    3 Os edomitas se sentiam seguros e orgulhosos de sua auto-suficiência. Mas se enganavam devido a que não há segurança perdurável se separados de Deus. Está sua segurança em objetos ou em pessoas? Pergunte-se quanta segurança perdurável lhe oferecem realmente. As posses e a gente pode desaparecer em um momento, mas Deus não troca. Solo O pode nos oferecer verdadeira segurança.

    4 Os edomitas estavam orgulhosos de sua cidade cravada na rocha. Na atualidade é considerada como uma das maravilhas do mundo antigo, mas solo como atração turística. A Bíblia adverte que a soberba é a rota mais segura para a autodestruição (Pv 16:18). Ao igual a Sela (Petra) e Edom caíram, a gente soberba cairá. Uma pessoa humilde está mais segura que uma pessoa soberba, já que a humildade nos dá uma perspectiva mais adequada da gente mesmo e do mundo.

    4-9 Deus não pronunciou estes julgamentos severos contra Edom por vingança a não ser para exercer justiça. Deus é moralmente perfeito e demanda justiça e retidão perfeitas. Os edomitas simplesmente estavam obtendo o que se mereciam. devido a que assassinaram, seriam assassinados. devido a que roubaram, sofreriam roubos. devido a que se aproveitaram de outros, aproveitariam-se deles. Não peque pensando que "ninguém se inteirará" ou "que não o apanharão". Deus conhece todos nossos pecados, e O será justo.

    8 Edom se caracterizava por seus sábios. Existe uma diferença, entretanto, entre a sabedoria do homem e a sabedoria de Deus. Os edomitas puderam ter sido sábios nos caminhos do mundo, mas foram parvos porque ignoraram e se burlaram de Deus.

    9 Elifaz, um dos três amigos do Jó (Jó_2:11), era do Temán, oito quilômetros ao leste da Petra. Temán foi chamado assim pelo neto do Esaú (Gn 36:10-12).

    10, 11 Os israelitas descendiam do Jacó, e os edomitas de seu irmão, Esaú (Gn 25:19-26). Em vez de ajudar ao Israel e ao Judá quando o necessitavam, Edom permitiu que fossem destruídos e inclusive saquearam o que ficava. Edom se constituiu em seu inimigo, e seria destruído. Qualquer que não ajude ao povo de Deus é inimigo de Deus. Se você não ajudou a alguém em tempos de necessidade, pecou. O pecado não inclui sozinho o que fazemos, mas também o que nos negamos a fazer. Não despreze nem negue ajuda aos necessitados.

    12 Edom estava contente de ver o Judá em problemas. Seu rancor os levou a querer ver destruída à nação. Por esta má ação, Deus apagou ao Edom. Quão freqüentemente se alegra pelas desgraças de outros? devido a que unicamente Deus é o juiz, nunca devemos nos alegrar das desgraças de outros, inclusive se pensarmos que as merecem (veja-se Pv 24:17).

    12-14 De todos os vizinhos do Judá e Israel, Edom era o único ao que não lhe prometeu nenhuma misericórdia por parte de Deus. Isto foi devido a que saquearam Jerusalém, e se alegraram por suas desgraças. Traíram a seus irmãos de sangue em momentos de crise e ajudaram a seus inimigos. (Vejam-se também Sl 137:7; Jr 49:7-22; Ez 25:12-14; Am 1:11-12.)

    15 por que a vingança de Deus cairia sobre as nações gentis? Edom não era a única nação que se alegrou com a queda do Judá. Todas as nações e os indivíduos serão julgados pela forma em que tratam ao povo de Deus. Algumas nações da atualidade tratam ao povo de Deus em forma favorável, enquanto que outras são hostis para eles. Deus julgará a todas as pessoas de acordo com a forma em que tratem a outros, especialmente aos crentes (Ap 20:12-13). Jesus falou disto em Mt 25:31-46.

    17-21 Judas Macabeo derrotou aos edomitas em 185 a.C. A nação já não existia no primeiro século D.C. No tempo da profecia do Abdías, pôde ter parecido que Edom sobreviveria mais que Judá. Mas Edom se desvaneceu e Judá segue existindo. Isto demonstra a absoluta certeza da Palavra de Deus e do castigo que aguarda todos os que maltrataram a

    19 Neguev era a região mais ao sul no Judá. Era uma região árida e quente. As colinas estavam no leste do Judá.

    20 As fronteiras do reino poderiam haver-se estendido até a Sefela (campos filisteus) e Sarepta, ao sul, entre Tiro e Sidón na costa mediterránea. Sefarad deve ter sido a cidade do Sardis.

    21 Abdías levou a mensagem de Deus sobre o castigo do Edom. Deus estava molesto tanto por sua rebelião interna como pela externa. A gente da atualidade se parece muito a dos tempos do Abdías. Vemos a arrogância, a inveja e a falsidade e nos perguntamos quando terminará tudo isto. Apesar dos efeitos do pecado, entretanto, Deus tem o controle. Quando em frente luta, não se desespere, nem renuncie a toda esperança. Saiba que quando tudo esteja dito e feito, o Senhor seguirá sendo o Rei, e a confiança que você deposite no não será em vão.

    21 Edom é um exemplo de todas as nações que são hostis com Deus. Nada pode romper a promessa de Deus de proteger a seu povo da destruição total. No livro do Abdías vemos quatro aspectos da mensagem de Deus sobre o julgamento: (1) o mal certamente será castigado; (2) os que são fiéis a Deus têm a esperança de um novo futuro; (3) Deus é soberano na história da humanidade; (4) o propósito final de Deus é estabelecer seu reino eternal. Os edomitas tinham sido cruéis com o povo de Deus. Eram arrogantes e soberbos, e se aproveitavam das desgraças alheias. Qualquer nação que maltrate às pessoas que obedecem a Deus será castigada, apesar do invencível que pareça. De maneira similar nós, como indivíduos, não devemos permitir nos sentir tão "cômodos" com nossa riqueza ou segurança que não possamos ajudar ao povo de Deus em necessidade. Isto é pecado. E devido a que Deus é justo, as pessoas que semeiam pecado colherão castigo.

    HISTÓRIA DO CONFLITO ENTRE o Israel E EDOM

    A nação do Israel descendia do Jacó; a nação do Edom descendia do Esaú.: Gn 25:23

    Jacó e Esaú lutaram no ventre de sua mãe.: Gn 25:19-26

    Esaú vendeu sua primogenitura e a bênção passou ao Jacó.: Gn 25:29-34

    Edom não quis deixar passar aos israelitas por sua terra.: Nu 20:14-22

    Os reis do Israel tiveram conflitos constantes com o Edom.:

    -- Saul: 1Sm 14:47-48

    -- Davi: 2Sm 8:13-14

    -- Salomão: 1Rs 11:14-22

    -- Joram: 2Rs 8:20-22; 2Cr 21:8ss

    -- Acaz: 2Cr 28:16

    Edom respirou a Babilônia para que destruíra Jerusalém.: Sl 137:7


    Wesley

    Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
    Wesley - Comentários de Obadias Capítulo 1 do versículo 1 até o 21
    Situação I. EDOM'S: os progressos em sua situação (. Obad 1-9)

    1 Visão de Obadias.

    Assim diz o Senhor Deus a respeito de Edom: Temos ouvido novas da parte do Senhor, que um embaixador é enviado por entre as nações, dizendo : Levantai-vos, e levantemo-nos contra ela para a guerra. 2 Eis que te fiz pequeno entre as nações .: tu és muito desprezado 3 A soberba do teu coração te enganou, ó tu que habitas nas fendas das rochas, cuja habitação é alta; que dizes no teu coração: Quem me derrubará em terra? 4 Embora subas ao alto como águia, e embora o teu ninho ser definido entre as estrelas, eu te trará dali, diz Jeová.

    5 Se viessem a ti ladrões, ou assaltantes de noite (como estás destruído!), não furtariam somente o que lhes bastasse? Se vindimadores viessem a ti, não deixariam alguns rabiscos? 6 Como são as coisas de Esaú procurou! como são os seus tesouros ocultos! 7 Todos os homens de teu confederação te trouxe em teu caminho até à fronteira: os homens que estavam em paz contigo te enganaram, e prevaleceram contra ti; os que comem o teu pão lay uma armadilha debaixo de ti.: não há nele entendimento8 Acaso não acontecerá naquele dia, diz o Senhor, destruir os sábios de Edom, eo entendimento do monte de Esaú? 9 E os teus valentes, ó Temã, te espantes, a fim de que cada um pode ser cortado a partir do monte de Esaú pela matança.

    Obadias afirma claramente os passos para baixo da situação de Edom. Eles são os seguintes: (1) Jeová agita as nações contra Edom (v. Ob 1:1 ;) (2) Edom, portanto, é desprezada pelas nações (v. Ob 1:2 ); (3) coração enganado de Edom é descoberto (vv. Ob 1:3 , Ob 1:4 ); (4) conquistadores de Edom será pior do que ladrões (vv. Ob 1:5 , Ob 1:6 ); (5) as nações confiança de Edom, homens de teu confederação (homens, Enos , ou seja, os homens fracos), vai traí-los (v. Ob 1:7 ); (6) Jeová vai tirar sabedoria de conselheiros e coragem dos soldados (vv. Ob 1:8, Ob 1:9 ).

    O título deste livro é A Visão de Obadias . Em seguida, as palavras a respeito de Edom siga imediatamente, ligando a sua visão com o seu Revelador, Jeová. O livro é, na forma de uma cena de tribunal. Os participantes são os edomitas que estão sendo arraigned, os israelitas, que são os acusadores, e Jeová que é o Juiz. O nome do profeta significa "servo ou adorador de Jeová." Nada mais se sabe de Obadias. Os edomitas eram descendentes de Esaú e ocuparam uma região montanhosa cerca de cem quilômetros de comprimento e 20 milhas de largura, considerada por eles como inexpugnável.

    Três vezes neste breve capítulo Obadias lembra ao leitor que estas não são as suas palavras, mas de Jeová (vv. Ob 1:1 , Ob 1:8 , Ob 1:18 ). Por iniciativa do Senhor, nações vizinhas sobre Edom são despertadas contra ela: Levantai-vos, e levantemo-nos contra ela para a guerra . A palavra eis que dá especial ênfase à mensagem. Jeová fala com os edomitas como eles enfrentam o juiz: "O orgulho é a sua queda. Você tem uma falsa segurança. Você será humilhado "(vv. Ob 1:1-4 ).

    O assaltante agarrando seu saque pela força leva apenas o que ele deseja, principalmente. O ladrão que rouba secretamente e sem força leva apenas aquilo que parece de valor. Vindimadores deixar gleanings (conforme Jr 49:9 ; Dt 23:7 ). Versículo Ob 1:12 : A partir de indiferença Edom passa a se alegrar ... sobre os filhos de Judá, no dia da sua ruína, progredindo, assim, ao prazer positivo na humilhação de Israel. Ela se sente compelido a falar orgulhosamente (ou seja, hebraico, "amplia a boca" com o riso; conforme Sl 35:21. ; Is 57:4 ; Os 2:1 ; Sf 1:7 , Sf 1:14 ; Ez 25:1 ).

    Tal como vós bebestes no meu santo monte (v. Ob 1:16 ). Santo monte de Jeová, Monte Sião, foi o local do templo do Senhor em Jerusalém (conforme Is 11:9 . Os ímpios de Edom, Judá, Israel, e todas as nações "este cálice do vinho da ira" de Jeová, "estar embriagado, e vomitar, e cairá, e não mais se levantar" (Jr 25:15 , Jr 25:27) .

    IV. RESTAURAÇÃO DE ISRAEL (Am 1:17 ).

    Na primeira parte da visão de Obadias as diversas nações são chamados a executar o julgamento contra Edom. Aqui (v. Ob 1:18) Israel e Judá se tornam os instrumentos, Jacó e José representando as doze tribos. Edom será completamente aniquilada, mesmo como o fogo consome completamente arrasadas. Esta profecia encontrou sua realização nas mãos dos judeus, pela primeira vez por Judas Macabeu (166 AC) e completamente sob João Hircano (135 AC ). A restauração do reino davídico, no sul é prevista e foi cumprida em nossos dias. Mesmo na Faixa de Gaza foi capturada dos árabes por Israel em junho de 1967. Para cumprir a profecia, no norte do campo de Efraim eo campo de Samaria seria restaurada para Israel, e no leste do Rio Jordão Benjamin possuiria Gilead . A partir de Sarepta (entre Sidon e Tiro) ao longo do Mar Mediterrâneo em direção ao sul, a fronteira ocidental é esticar, incluindo as cidades do Sul, ou seja, Negueb, como estudiosos acreditam. Estas fronteiras ampliadas passam a ser os bens (v. Ob 1:17) do remanescente fiel de Israel e Judá por determinação divina, porque o Senhor o disse (v. Ob 1:18 ).

    Jeová triunfos (v. Ob 1:21 ). Neste trecho final do livro, o autor passa do temporal para o eterno, do Mt. física Zion julgar o monte de Esaú ao reinado espiritual do Rei dos reis no poder supremo sobre toda a terra. Obadias junta pela visão "a voz de uma grande multidão, ... dizendo: Aleluia, porque o Senhor nosso Deus, o Todo-Poderoso, reina" (Ap 19:6 ).

    Bibliografia

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    Wade, GW "O Livro de Obadias," Westminster Comentários . London: Methuen de 1925.

    Wiersbe

    Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
    Wiersbe - Comentários de Obadias Capítulo 1 do versículo 1 até o 21
    Obadias

    O período: 586 a.C.; o lugar: Je-rusalém; o evento: a destruição de Jerusalém pelo exército babilônio. Percebemos a fúria dos soldados quando destroem os muros, ma-tam as pessoas e queimam a ci-dade. Mas também vemos mais uma coisa. Um grupo de cidadãos da nação vizinha — os edomitas — quando se levanta do outro lado e encoraja o exército babi-lônio: "Arrasai, arrasai-a. [...] Fe-liz aquele que pegar teus filhos e esmagá-los contra a pedra" (SI 137:7-9). Quem são essas pesso-as que desejam que essas coisas terríveis aconteçam com seus vizi-nhos? Eles são irmãos dos judeus. Os edomitas eram descendentes de Esaú, irmão mais velho de Jacó (Gn 25:21-26). No exterior, Esaú parecia um homem muito melhor que Jacó, cheio de esquemas; no entanto, Deus escolheu Jacó e re-jeitou Esaú. Esaú mudou-se para as montanhas, do sul, e estabe-leceu o reino edomita (Iduméia), contudo seus descendentes per-manecem inimigos.

    Esse pequeno relato de Oba-dias (o menor do Antigo Testamen-to) lida com esses dois irmãos: Esaú e Jacó — Edom e Israel. O profeta apresenta uma mensagem dupla:

    I. A vingança de Deus sobre Esaú (vv. 1-16)

    Jr 49:7-24 já anunciara a des-truição de Edom; na verdade, Oba-dias apresenta algumas citações de Jeremias. Esse é o "rumor" ou "rela-to" que Obadias ouviu. Deus vinga-ria Israel e destruiría Edom. Por quê? Por causa de seus pecados. Quais eram esses pecados?

  • Orgulho (vv. 3-4)
  • Edom era uma nação pequena que se gabava de suas realizações. Na verdade, Edom foi entalhada na ro-cha, realmente o povo estava "ani-nhado" na rocha (v. 4). A principal cidade de Edom, Petra, foi escavada nos lados das montanhas, e a forta-leza parece inexpugnável. Compare comIs 14:12-23.

  • Alianças (v. 7)
  • Os edomitas aliaram-se com as na-ções circunvizinhas para oprimir Je-rusalém, em vez de compartilhar o fardo de seus irmãos de Israel.

  • Violência (v. 10)
  • Os edomitas ajudaram na destruição de Jerusalém. Como? Ao não fazer nada para impedi-la e ao encorajar os que, de fato, fizeram o estrago. Eles estavam presentes (v. 11) e não ficaram do lado dos judeus. Isso nos faz lembrar do sacerdote e do levita na parábola que Cristo contou so-bre o bom samaritano (Lc 10:31-42).

    Podemos não levantar realmente a mão para ferir alguém, mas ao assis-tir e não fazer nada somos cúmpli-ces do crime.

  • Alegria (v. 12)
  • Edom deveria chorar pela calami-dade que aconteceu com seu ir-mão; contudo, em vez disso, ale-grou-se e sentiu prazer. Veja Pro-vérbios 24:1-7-1 8.

  • Saque (v. 13)
  • Eles tiraram vantagem da situação dos judeus e roubaram as riquezas do povo e da cidade. Deus viu essa pilhagem, embora os ladrões te-nham escapado.

  • Obstrução da fuga de judeus (v. 14)
  • Alguns judeus tentaram fugir e prote-ger suas famílias, todavia os edomitas bloquearam o caminho deles. Eles até ajudaram a capturar os que fugiram e os levaram para os babilônios.

  • Celebrações com bebida (v. 16)
  • Os edomitas pegaram os suprimen-tos de vinho e fizeram uma grande celebração. Por fim, o inimigo deles fora derrotado.

    Observe que o versículo 15, no entanto, informa que Deus os tratará da mesma forma que trataram os ju-deus. Veja tambémSl 137:8-19. Eles traíram os judeus, por isso seus aliados também os traíram (v. 7).

    Eles pilharam e saquearam; assim, a nação deles também seria roubada (vv. 5-6). Edom foi violenta e seria totalmente exterminada (vv. 9-10). Edom queria a destruição dos ju-deus, no entanto foi destruída pelos babilônios (v. 10,18). Edom colheu o que plantou. Veja também Isaí- as 34:5-15; Ezequiel 25:12-14; 35:1- 15; Jl 1:11-30.

    II. Deus dá vitória a Jacó (w. 17-21)

    "Mas", essa pequena partícula que inicia o versículo 17 marca o ponto de virada. Deus promete livramen-to e purificação para o monte Sião. Sim, Israel pecou, e o templo foi destruído por causa do pecado dele, todavia o Senhor restaura e purifica "a casa de Jacó", mas não a de Esaú (os edomitas). No versículo 18, ob-serve que há reunião e restauração, pois a casa de José (as tribos do sul) e a casa de Jacó são como fogo con-tra Edom. Chegará o dia em que os judeus "possuirão as suas herdades" — sua terra, seu templo, sua cidade e seu reino. Nos versículos 1:7-20, a palavra-chave é "possuir". Sem dúvida, a terra pertence a Israel por causa da promessa do Senhor a Abraão. Ele também possui sua cidade. Contudo, não tem a posse total dessas coisas, pois as nações gentias têm dominado sua terra há séculos. Todavia, aproxima-se o dia em que Jesus Cristo retornará para devolver a Israel suas posses a fim de que as usufrua e use-as para a glória de Deus.

    "E o reino será do Senhor." Que forma maravilhosa de terminar esse breve livro! Hoje, o Rei é rejeitado, e o trono de Davi está vazio, em Jeru-salém. Os judeus estão na triste situa-ção descrita emDn 3:4-28 — sem rei, sem sacerdote, sem sacrifício e sem sacerdócio. No entanto, quando Cristo retornar, a nação levantará os olhos para o Traspassado e será pu-rificada e perdoada, e o reino será estabelecido. Daniel viu Cristo, a Pe-dra, descer e esmagar todos os reinos do mundo (Ez 2:44-27). Não impor-ta o que aconteça com os interesses de Israel enquanto as nações gentias tentam controlá-lo ou capturá-lo, te-nha certeza de que Deus cuida de seu povo e, um dia, lhe dará o reino prometido.

    Todavia, devemos nos apro-fundar se quisermos apreender toda a mensagem espiritual que esse livro transmite, pois "Esaú" e "Jacó" representam mais que dois irmãos e duas nações. Eles repre-sentam duas forças que se opõem — a carne e o Espírito. Esaú era um homem bem-apessoado, ativo, sau-dável, sociável, atlético; Jacó era caseiro e cheio de truques e de pla-nos egoístas. Se tivéssemos de es-colher entre esses dois jovens, sem dúvida, escolheriamos Esaú. Deus, porém, escolheu Jacó. Ao longo da Bíblia, o Senhor é conhecido como "o Deus de Jacó". Isso é a graça do Senhor. A salvação é mérito, é gra-ça, e graça apenas. Deus usou Jacó como pai das tribos de Israel. O Se-nhor deu suas alianças e promessas a Jacó, não a Esaú.

    Assim, Jacó representa o filho de Deus, escolhido pela graça do Se-nhor, aquele que muitas vezes peca e fracassa, porém, no fim, ganha sua herança. Ele representa a luta entre a carne e o Espírito (Gl 5:16-48). Esaú representa a carne — atraente, poderoso, orgulhoso, ávido e rebel-de, além de sempre parecer estar do lado vencedor. Entretanto, Deus pronunciou o julgamento sobre a carne, e, um dia, esse julgamento virá. Edom era orgulhoso e rebelde e riu quando Jerusalém caiu. Con-tudo, depois de cinco anos, Edom também caiu ante os babilônios — e onde está Edom hoje? Este mundo vangloria-se da carne, do que ela realiza, de como ela é forte, contu-do chegará o dia em que toda a car-ne cairá diante da vitória de Cristo. Leia Ap 19:11-66 e observe com cuidado os versículos 17:18 que mencionam a "carne" repetidas vezes.

    A batalha entre Esaú e Jacó, car-ne e Espírito, acontece ao longo de toda a Bíblia. Os Herodes do Novo Testamento eram edomitas. Um de-les matou os bebês judeus na espe-rança de destruir a Cristo (Mt 2:16-40. Car-ne versus Espírito, orgulho versus submissão, os caminhos do homem versus os de Deus: a batalha con-tinuará até o retorno de Cristo e o estabelecimento do reino.

    A história tem uma lei de retri-buição: as nações recebem das ou-tras exatamente o que lhes deram (v. 15). VejaJr 50:29. As nações gentias, especificamente, serão cha-madas a prestar contas pela forma como trataram os judeus. Pode levar muito tempo, mas o julgamento de Deus cairá sobre todos os que se re-cusaram a fazer a vontade dele.


    Russell Shedd

    Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
    Russell Shedd - Comentários de Obadias Capítulo 1 do versículo 1 até o 21
    1 Obadias. Quer dizer "servo do Senhor", nome comum na Bíblia. Assim diz o Senhor Deus. Esta é uma expressão que indica a autoridade divina da profecia inteira. Edom. Esta nação, composta dos descendentes de Esaú, irmão de Jacó (que veio a ser chamado Israel), repetidas vezes estava em guerra contra a nação irmã, Israel. O caso mais terrível desta inimizade, entretanto, revelou-se quando os babilônios destruíram a cidade de Jerusalém juntamente com o templo em 586 a.C., oportunidade aproveitada pelos edomitas para depredar o que restava da cidade e das fazendas abandonadas.

    2 A mensagem para Edom começa neste versículo, depois da introdução que descreve o assunto e a situação.
    3 Habitas nas fendas das rochas. Refere-se à capital de Edom, a grande cidade de pedra esculpida, na rocha sólida e por isso mesmo chamada Sela ("rocha" em hebraico) e Petra ("rocha" em latim). Alta morada. A maior parte de Edom era rochosa e alta; o que resta de Sela mostra quão seguros os edomitas podiam se sentir. Aliás, os vv. 6 e 7 dão a entender que só uma traição podia abrir o caminho àquela fortaleza.

    6 Esaú. Pai de todos os edomitas, e irmão gêmeo de Jacó, ao qual odiava por causa da profecia de que Esaú serviria a Jacó (Gn 25:23, 30). Esta rivalidade contra Israel foi herdada pelos edomitas (2Cr 21:8-14; Nu 20:14-4). Esquadrinhados. Talvez haja aqui uma dupla referência:
    1) Obra de um espião a revelar os segredos da fortaleza; e
    2) Obra dos soldados invasores, nada deixando de valor na cidade assaltada.

    7 Na época de Obadias, a infiltração dos árabes na direção de Edom já havia começado, mas foi apenas no século V a.C. que a capital caiu em suas mãos, da maneira aqui profetizada. Por outro lado, porém, parece que o mesmo Nabucodonosor que destruiu a Jerusalém, invadiu a Edom alguns anos mais tarde, isto é, no ano 581 a.C.
    11-14 Este trecho relembra o que os edomitas tinham feito depois da destruição de Jerusalém, fazendo por merecer, assim, posteriormente, um fim semelhante.
    15 O Dia do Senhor. Heb yôm yehõwâh, o dia no qual Deus julga abertamente, publicamente, sem haver escape (Sf 1:14-36). Todos os "dias do Senhor" são apenas prelúdios do grande período final do julgamento, preeminentemente o Dia do Senhor descrito em Apocalipse, caps. 6 até 20, que começa com o derramamento dos julgamentos sobre a terra, e tem por clímax a volta pessoal de Cristo, a destruição dos inimigos de Deus (Ap 19:11-66) e o estabelecimento do Seu reino (Ap 20:1-66).

    16 Bebestes. Refere-se à ira de Deus.

    17 Livramento. Um meio de escape. É possível que aqui se profetize a vinda do Salvador que, no monte Sião, em Jerusalém, viria a oferecer-se como libertação do pecado e das suas conseqüências eternas.

    18 Ninguém mais restará. Não existe mais nenhum edomita no mundo de hoje.

    20 Sefarade. Uma cidade que ficava, entre Tiro e Sidom, mencionada em 1Rs 17:9 e Lc

    4.26 sob o nome de Sarepta.
    21 Salvadores. Os próprios judeus aplicam esta palavra ao Messias e aos Seus servos.


    NVI F. F. Bruce

    Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
    NVI F. F. Bruce - Comentários de Obadias Capítulo 1 do versículo 1 até o 21
    Am 1:1

    Título (v. la)
    A profecia de Obadias é chamada de Visão (heb. hãzôn), um termo usado para falar da natureza revelatória da compreensão profética do significado de eventos históricos específicos. A visão do profeta é idêntica à palavra de Javé (conforme v. lb).

    I. O JUÍZO DE DEUS SOBRE EDOM (V. 1B-10)
    v. 1. O título o Sobe?'ano, o Senhor (heb. 'Adõnãi Yahweh) destaca a honra e a majestade do Deus de Israel: só ele é “Senhor (heb. ’ãdôn) de toda a terra” (Sl 97:5; Mq 4:13Zc 4:14); ele é o Senhor soberano da história. a respeito de Edom\ os edomitas habitavam a região montanhosa a sudeste de Judá, entre o mar Morto e o golfo de Acaba. Nós ouvimos: Obadias fala como líder de uma comunidade de profetas. “Rumores” na 5A no lugar de mensagem (“notícias” ou “uma revelação”) é enganoso. Um mensageiro (“arauto”; anjo?)/o/ enviado às nações para chamá-las à guerra contra Edom. v. 2-4. A palavra de Deus vem contra uma nação orgulhosa. O povo que pensa que é tão grande e elevado vai ser rebaixado, nas cavidades das rochas (heb. sela‘): o hebraico faz eco com a fortaleza de Selá nas montanhas de Edom (conforme 2Rs 14:7), que controlava a bacia em que mais tarde os nabateus construíram a famosa cidade de Petra. Mas a autoconfiança de Edom é falsa; mesmo que fosse capaz de subir tão alto como a águia e conseguisse fazer o seu ninho nas estrelas, não seria capaz de fugir do juízo de Deus. v. 5. A condenação que está para cair sobre Edom é retratada por figuras de linguagem muito nítidas. Os saqueadores de Edom são comparados a ladrões que vêm de noite como colhedores de uvas; ladrões normalmente só pegam o que eles querem, e colhedores de uvas deixam um resto para os pobres (Lv

    19.10); mas os que saquearem Edom não deixarão nada. v. 6,7. O profeta lamenta a morte de Edom como se já fosse um evento do passado. O estilo é o de um canto fúnebre. Esaú\ observe o uso do nome de um indivíduo para representar um grupo maior, uma forma de pensamento tipicamente semítica que os estudiosos chamam “personalidade coletiva”. Conforme também o uso de “Edom” (Esaú) e “Jacó” para personificar os edomitas e israelitas em todo o livro. (Acerca dessa idéia tão importante do ATOS, conforme E. Jacob, Theology of the OT, 1958, p. 153-6; e esp. H. W. Robinson, Corporate Personality in Ancient Israel, 1964.) v. 8. Os montes de Esaú representam a região montanhosa habitada pelos edomitas em contraste com o “monte Sião” (Jerusalém; conforme v. 17). v. 9. Temã era a cidade principal de Edom e era protegida pela cidade-fortaleza próxima de Selá; os seus habitantes eram famosos pela sua sabedoria (conforme Jr 49:7; Is 51:17; Jr 25:15,Jr 25:16; Hc 2:15,Hc 2:16; Zc 12:2Ez 23:32-34; Lm 4:21). v. 17,18. Mas um remanescente de Israel será firmado no monte Sião reconsagrado (conforme Os 3:17); a descendên-áa de Jacó (i.e., Judá, o Reino do Sul) e a de José (i.e., Israel, o Reino do Norte; conforme Jl 5:6Zc 10:6) serão reunidas (conforme Is 11:13,Is 11:14; Jr 3:18Jr 23:5,Jr 23:6; Jr 31:1; Ez 37:15-27; Dn 2:2; Mq 2:12Zc 9:10), e a descendência de Esaú (Edom) será destruída, v. 19,20. A restauração de Judá vai incluir uma expansão do seu território; os israelitas do Neguebe vão receber a terra de Edom (os montes de Esaú); os israelitas da Sefelá vão ocupar a planície costeira conhecida como terra dos filisteus; o território do antigo Reino do Norte (Efraim e Samaria) será novamente ocupado pelos israelitas, como também Gileade e a Transjordânia; os exilados vão voltar a possuir a terra até o extremo norte em Sarepta e até o extremo sul no Neguebe. V. um mapa para entender melhor os locais geográficos mencionados, v. 20. A localização exata de Sefarade é desconhecida; a identificação mais provável é com Sardis na Asia Menor (conhecida entre os persas como Sfarda). v. 21. vencedores', líderes levantados pelo Senhor entre o povo como nos dias dos juízes (conforme Jz 2:16; Jz 3:9,Jz 3:15 etc.) serão estabelecidos em Jerusalém para governar a terra de Edom (e as outras nações). O reino que será estabelecido não será simplesmente um reino humano, mas será do Senhor (conforme “Reino”, DTE).

    BIBLIOGRAFIA
    Allen, L. C. The Books of Joel, Obadiah, Jonah and Micah. NICOT. Grand Rapids, 1976.

    Bevver, J. A. Obadiah, in: A Critical and Exegetical Commentary on Micah, Zephaniah, Nahum, Obadiah and Joel. J. M. P. Smith et al. ICC. Edinburgh e New York, 1911.

    Eaton, J. H. Obadiah, Nahum, Habakkuk and Zephaniah. TC. London, 1961.

    Meyers, J. Hosea to Jonah. Layman’s Bible Commentary. London e Richmond, 1959. Wade, G. W. The Books of the Prophets Micah, Obadiah, Joel and Jonah. WC. London, 1925.

    Watts, J. D. W. Obadiah: A Critical Exegetical Commentary. Grand Rapids, 1970.


    Moody

    Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
    Moody - Comentários de Obadias Capítulo 1 do versículo 17 até o 20

    B. Vindicação. Versículos Ob 1:17-20. Deus não castigada simplesmente os perversos; Ele também libertaria os oprimidos de sua miséria.


    Dúvidas

    Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e Contradições da Bíblia, por Norman Geisler e Thomas Howe
    Dúvidas - Comentários de Obadias Capítulo 1 versículo 19
    OBADIAS - Se o livro de Obadias é uma escritura inspirada, por que então ele não é citado no NT?

    (Esta questão é abordada no comentário de Ec 1:1.)

    OBADIAS - A profecia de Obadias é simplesmente uma expressão do nacionalismo judeu?

    PROBLEMA:
    A profecia de Obadias é essencialmente uma mensagem de juízo moral e divino sobre as nações. Dos 21 versículos que compõem este livro, 16 são dirigidos como pronunciamentos de juízos que estavam para vir contra Edom e 5 versículos são dedicados ao futuro triunfo de Israel sobre Edom. Mas isso não é apenas uma afirmação do nacionalismo judeu, e não uma revelação de Deus?

    SOLUÇÃO: O livro de Obadias é uma revelação da soberania de Deus apresentada em meio à uma desgraça e derrota da nação. A impotência do povo de Deus contra os seus inimigos era um reflexo do poder do Deus de Israel. Yahveh não era um Deus derrotado? Não estava Ele sem poder para resistir aos inimigos do seu povo? "Não!", foi a retumbante resposta de Obadias! O Deus de Israel manterá as suas promessas mesmo que o futuro não pareça bom. As nações não entenderam que sua vitória temporária sobre o povo de Israel era uma obra do próprio Deus. A mensagem de Obadias é que o Deus de Israel sempre possui o controle total da situação e cumprirá seu propósito. É uma mensagem de fé, esperança e de vitória sobre os inimigos de Deus.

    Mas o triunfo de Israel será uma bênção para todas as nações. A apostasia de Israel trouxe juízo. Mas, "se o fato de terem sido eles rejeitados trouxe reconciliação ao mundo, que será o seu restabelecimento, senão vida dentre os mortos?" (Rm 11:15). O livro de Obadias não é simplesmente uma expressão do nacionalismo judeu. É uma declaração da fidelidade de Deus e um testemunho de sua justiça moral, pela qual ele por fim estabelecerá a justiça na terra.


    Francis Davidson

    O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
    Francis Davidson - Comentários de Obadias Capítulo 1 do versículo 15 até o 21
    III. JULGAMENTO DE EDOM E DE TODAS AS NAÇÕES NO DIA DO SENHOR; RESTAURAÇÃO DE JUDÁ. Ob 15:21

    O dia do Senhor (15) é um dos grandes temas do Antigo Testamento. Seu caráter é salientado e não tanto sua ocasião exata, embora se trate do desenlace final da história, e geralmente seja referido como iminente. Visto que "só o Senhor será exaltado naquele dia" (Is 2:11), trata-se de um dia de justa retribuição contra "todas as gentes que se esquecem de Deus" (Sl 9:17). Entre esses povos, Edom também haveria de sofrer: como tu fizeste, assim se fará contigo (15).

    >Ob 1:16

    Parece que o versículo 16 é um golpe de ironia. O profeta, relembrando-se do modo pelo qual os edomitas folgaram e beberam em Jerusalém, depois da pilhagem da cidade, declara que as nações pagãs realmente beberam, mas de uma tal bebida e engolindo de tal maneira, que serão como se nunca tivessem sido.

    >Ob 1:17

    No julgamento de Jeová contra as nações, entretanto, haverá um lugar seguro: no monte de Sião haverá livramentos (17). Ali, "os da casa de Jacó" se congregarão. A frase: e ele será santo, não se refere à qualidade moral, mas à segurança contra a contaminação, e assim, contra o assalto dos pagãos, tal como em Os 3:17. O mais importante de tudo é que o remanescente salvo da casa de Jacó seria reinstalado nos territórios que desde os dias antigos lhe tinham sido dados por Deus.

    É interessante notar que, no versículo seguinte, a casa de José é mencionada paralelamente à casa de Jacó. Isso significa que haverá uma restauração do reino do norte, Israel, além da restauração do reino do sul, Judá.

    Historicamente falando, foi somente através de um único israelita fiel, Jesus Cristo, "o Leão da tribo de Judá" (Ap 5:5) -que os propósitos salvadores de Deus foram realizados. Por Sua morte, porém, o Cristo de Deus haveria de "reunir em um corpo os filhos de Deus, que andavam dispersos" (Jo 11:52); e, nos propósitos de Deus, o Israel espiritual, Seu povo escolhido, estará afinal completo em todas as suas tribos. Será a nação plenamente restaurada dos filhos de Israel que, como fogo, consumirão a casa inteira de Esaú.

    >Ob 1:19

    A completa extensão das "herdades" de Israel, é dada nos versículos 19:20. Nem todos os detalhes são claros, e essa passagem pode ter sido um tanto corrompida no hebraico; porém, uma vista de olhos sobre as principais divisões físicas do reino, em um mapa e um exame numa passagem como Jr 33:13, ajudarão a transmitir de modo satisfatório o sentido geral. Até os dias modernos o sul é conhecido pelo termo hebraico, o "Negebe", e é a área que fica ao sul de Hebrom, em direção ao deserto de Parã. A segunda divisão, chamada aqui de as planícies, é composta das terras baixas que em termos gerais ficam ao oeste de Hebrom, em direção ao mar. A faixa litorânea propriamente dita era ocupada pelos filisteus, que ali haviam chegado no século XII A. C., após os israelitas terem entrado na terra de Canaã. A terceira divisão, de Judá, deveria ser chamada de região montanhosa e se tem conjecturado que a sentença seguinte, do versículo 19, perdeu seu sujeito original e que (neste particular com algum apoio da Septuaginta) deveria ser restaurada para que lesse: "os da região montanhosa possuirão também os campos de Efraim e as colinas de Samaria".

    O texto do versículo seguinte é ainda mais incerto, mas, na sua totalidade, parece melhor considerá-lo como uma referência ao futuro dos dois principais grupos de exilados hebreus: primeiro, aqueles que foram deportados por Sargem, após a queda de Samaria, em 721 A. C. (deste exército dos filhos de Israel); e segundo, os cativos de Jerusalém, isto é, aqueles que foram levados por Nabucodonosor, em 586 A. C. O primeiro grupo ocupará a terra dos cananitas, (isto é, os fenícios; cfr. Mt 15:22 e Mc 7:26), visto que sua área original está atualmente ocupada por judeus do reino do sul. O último grupo ocupará as cidades do Negebe, que os judeus que ocupavam Edom, tinham vagas (19). Zarefate, que é apresentado como o lugar deste último cativeiro, não pode ser atualmente identificado. Têm sido sugeridas localizações na Mesopotâmia, na Ásia Menor e na Espanha. Mas, sem dúvida alguma, tratava-se de um grupo de judeus exilados que Obadias e seus ouvintes consideravam com especial interesse.

    O versículo final da profecia de Obadias reúne os temas principais do livro em duas notáveis afirmações. Primeiramente, temos a execução, de fato, do julgamento contra Edom, por meio de salvadores, cuja sede fica em Jerusalém. Para com os judeus, tais salvadores serão libertadores ou defensores (cfr. Jz 2:16 e Is 19:20), e para com os edomitas, serão executores da justiça.

    Finalmente, o reino será do Senhor. O povo de Deus nunca duvidou que Jeová estava controlando os acontecimentos como Rei, pois, como diz a Versão do Livro de Oração, "nunca esteja a terra tão inquieta", Sl 99:1. Porém, o povo de Deus sempre aguardou a plena expressão e reconhecimento de Seu governo soberano. Ver Ez 2:44 e Ez 7:27, e, especialmente, Ap 11:15, onde vemos que o povo de Deus continua regozijando-se na certeza "de que os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre".

    D. W. B. Robinson.


    Dicionário

    Benjamim

    substantivo masculino O filho mais amado, em geral o caçula.
    [Brasil] Dispositivo que serve para ligar vários aparelhos elétricos em uma só tomada.

    Benjamim [Filho da Mão Direita] -

    1) Filho mais novo de JACÓ (Gn 35:18)

    2) Tribo dos descendentes de BENJAMIM 1, (Js 21:17).

    Filho da mão direita. 1. Nomeque lhe foi dado por seu pai Jacó. A sua mãe moribunda tinha dado à recém-nascida criança o nome de Benoni, filho da minha aflição (Gn 35:18). Benjamim era dos doze filhos do patriarca Jacó o mais novo, e teve com o seu irmão José, filho da mesma mãe, a mais afetuosa estima da parte de seu pai. Benjamim era a grande consolação do seu idoso pai, e correspondia com igual afeto à grande amizade que lhe tinha o seu irmão José, mais velho do que ele (Gn 45:14). Nasceu na Palestina, entre Betel e Belém, e a sua vida, quando foi dado à luz, custou a vida de sua mãe (Gn 35:16 e seguintes). Nada mais se sabe de Benjamim até àquela ocasião em que seus irmãos tiveram de ir ao Egito para comprar trigo. Revela-se, então, o seu caráter como bem amado filho e querido irmão. É ele o favorito de toda a família, e ainda que pai de numerosa descendência, foi sempre considerado como aquele de quem o resto da família devia ter especial cuidado (Gn 46:21 – 44.20). A partir de então a sua vida se extingue na da tribo, a que deu o seu nome. Ele, que parece ter sido o menos varonil dos doze, foi o fundador de uma tribo de guerreiros temíveis. Mas a fortaleza e as qualidades guerreiras desta gente provinham do seu escabroso país que estava também exposto aos ataques dos seus inimigos de fora. Que isto havia de ser assim, foi anunciado por Jacó à hora da sua morte (Gn 49:27). 2. Um descendente de Harim (Ed 10:32). 3. Um daqueles que tomaram parte na reedificação dos muros de Jerusalém (Ne 3:23). Provavelmente o mesmo que o dos números 4:5. 4. (Ne 12:34). 5. (1 Cr 7.10).

    1. Décimo segundo filho de Jacó. Sua mãe, Raquel, morreu logo após seu nascimento. Por isso, deu-lhe o nome de Benoni, que significa “filho da minha tristeza” (Gn 35:18-24; 1Cr 2:2), o qual Israel mais tarde mudou para Benjamim (“filho da minha mão direita”). Embora Jacó tivesse doze filhos, somente dois deles eram de Raquel — José e Benjamim. Isso, somado ao fato de que a mãe morrera enquanto ainda eram bem pequenos, ajudou a fortalecer a afeição especial que havia entre os dois irmãos. Após José ser vendido e levado como escravo para o Egito, Benjamim experimentou o favor especial do pai; numa época de grande fome em Canaã (Gn 42:4), Jacó hesitou em enviá-lo junto com os outros em busca de ajuda egípcia. Na segunda viagem deles ao Egito, José —promovido a governador por Faraó — os ajudou, embora sem se identificar. Ele fez de tudo para mostrar generosidade, principalmente para com o irmão Benjamim, a princípio sem permitir que soubessem quem era (Gn 45:22). A atitude peculiar de José, ao ordenar que seus servos escondessem presentes nas bagagens dos irmãos, deixou-os turbados e temerosos, até que finalmente ele se deu a conhecer e trouxe toda a família para o Egito. Essa mudança provou ser significativa para a futura realização dos planos redentores de Deus para seu povo (Gn 46:3s).

    Em sua velhice, Jacó (Israel) abençoou todos os seus filhos, e profetizou que no futuro voltariam para Canaã. A Benjamim, progenitor dos benjamitas (veja adiante) Jacó pronunciou: “Benjamim é lobo que despedaça; pela manhã devorará a presa, e à tarde repartirá o despojo” (Gn 49:27). Uma bênção mista, que marcaria os benjamitas como uma tribo impetuosa, mas, às vezes, também impiedosa. Benjamim teve dez filhos (veja Gn 46:21).

    A tribo de Benjamim tinha reputação de bravura e muita habilidade militar. Eram adeptos do manuseio das armas com a mão esquerda, o que, no caso de Eúde, resultou no livramento de Israel das mãos dos moabitas (Jz 3:15ss; 1Sm 9:1), em cumprimento da profecia de Jacó. Moisés predisse que Deus abençoaria Benjamim e “descansaria em seus braços” (Dt 33:12). A presa seria devorada e o espólio, repartido.

    Os benjamitas estabeleceram-se na faixa oriental de terra abaixo das colinas da Judéia — entre Efraim e Judá; incluía cidades importantes, como Jerusalém, Gibeá e Mizpa. Como a história da tribo, entretanto, isso também era uma bênção mista. Gibeá ficou conhecida pelo seu alto índice de homossexualismo (Jz 19:22), e as constantes batalhas sobre Jerusalém marcaram sua história. Durante o reinado de Saul, os benjamitas tiveram sua maior preeminência e a maior parte da tribo permaneceu leal ao rei (veja 1Cr 12:2-7).

    As tribos de Benjamim e Judá mantiveram grande influência entre o povo de Israel depois do retorno da Babilônia, em 537 a.C. (veja Esdras 1:2). De acordo com Jeremias 33:12-26, Benjamim e Judá tiveram destaque particular como recipientes das “promessas da graça” de restauração e retorno feitas pelo Senhor.

    O apóstolo Paulo era benjamita e usava a si mesmo como exemplo da teologia do “remanescente” (veja Romanos 11:1ss). Apesar da rejeição quase total ao Senhor, por parte de Israel, sempre haveria um remanescente; não por causa da justiça deles, mas porque foram escolhidos pela graça (Rm 11:5) e, como no caso do próprio Paulo, deviam sua continuidade à obra da graça de um Deus salvador (veja Fp 3:4s).

    Para nós, hoje, a lição é que mesmo um grande passado, como o da tribo de Benjamim, não garante um excelente futuro, exceto pela misericórdia de Deus. A linhagem de Paulo não tinha nenhum valor para ele, a não ser para entender a maneira pela qual o Senhor conservou um remanescente e enxertou outros ramos (os cristãos gentios; veja Rm 11). Não foi, entretanto, sua herança que o salvou, mas sim a misericórdia de Deus e sua fidelidade em guardar as promessas da aliança (Gn 12:1-3). Em sua defesa diante do rei Agripa, Paulo explicou que Deus o resgatara do seu próprio povo e dos gentios, para depois enviá-lo de volta para abrir os olhos deles (At 26:15ss). Como a tribo de Benjamim, o apóstolo reconheceu que era a atividade redentora do Senhor, o próprio Deus que conservaria um testemunho para si, no meio de um mundo hostil.


    2. Nome dado ao bisneto de Benjamim, filho de Bilã (1Cr 7:10).


    3. Membro da tribo de Benjamim que se arrependeu de ter-se casado com uma mulher estrangeira (Ed 10:32). Esdras exortou os judeus que fizeram isso a se apresentar publicamente diante de toda a cidade, para demonstrar arrependimento pelo pecado. Esse pode ser o mesmo Benjamim citado em Neemias 3:23; ias 12:34, que ajudou na reconstrução do Templo.

    S.V.


    Campos

    masc. pl. de campo

    cam·po
    (latim campus, -i)
    nome masculino

    1. Terreno de semeadura.

    2. [Por extensão] Qualquer terreno em que não há povoado importante.

    3. Espaço, terreno.

    4. Arena.

    5. Lugar de um duelo, batalha, luta.

    6. O que se discute; ponto de vista. = ASSUNTO, TEMA

    7. Ocasião, azo.

    8. Conjunto de trabalhos agrícolas.

    9. Vida rústica, por oposição à vida na cidade (ex.: ele prefere o campo à cidade).

    10. [Cinema, Fotografia, Televisão] Área que pode ser coberta por uma câmara.

    11. [Encadernação] Material de revestimento da capa do livro, devidamente delineado, que cobre os planos, nas áreas que não foram cobertas pela lombada e pelos cantos.

    12. [Heráldica] Parte lisa do fundo dos tecidos lavrados, dos quadros, de escudo, etc.

    13. [Medicina] Cada um dos tecidos usado para proteger e delimitar a área a ser operada (ex.: campo de ginecologia; campo operatório).


    campo de concentração
    Lugar cercado e dotado de vigilância policial ou militar onde, geralmente em tempo de guerra, se encontram detidas pessoas, privadas dos seus direitos e das suas liberdades, por motivos étnicos, ideológicos, políticos ou religiosos (ex.: no final da Segunda Guerra Mundial, as tropas aliadas libertaram milhares de prisioneiros dos campos de concentração nazis).

    campo de manobra
    Capacidade de acção para resolver ou sair de uma situação complicada (ex.: o campo de manobra do governo é muito limitado). = ESPAÇO DE MANOBRA, MARGEM DE MANOBRA

    campo de visão
    [Brasil] Campo de uma luneta, espaço que se pode abranger olhando por um óculo.

    campo dobrado
    Terreno acidentado de cerros e lombas.

    campo magnético
    [Electricidade] [Eletricidade] Zona submetida à influência de um magnete, de uma corrente eléctrica.

    campo operatório
    [Medicina] Região em que se faz uma operação cirúrgica.

    campo parelho
    Terreno plano, sem ondulações.

    campos gerais
    Vastas campinas entre certos planaltos.

    ir a campo
    Evacuar, dejectar, defecar.


    Efraim

    -

    Fértil. Segundo filho de José, nascido no Egito (Gn 41. 52). Quando foi levado à presença do patriarca Jacó com Manassés, Jacó pôs a sua mão direita sobre ele. Quis José mudar as posições dos seus dois filhos, mas Jacó recusou (Gn 48:8-20).

    (Heb. “frutífero”). Embora seja o progenitor de uma das tribos de Israel, ele não era filho de Jacó, mas seu neto. José levou seus filhos Manassés e Efraim diante do patriarca, a fim de que fossem abençoados (Gn 48). Posteriormente, isso resultou na subdivisão de José em duas linhagens que compuseram as doze tribos de Israel (Gn 49:22-26; cf. Dt 33:13-17).

    Na narrativa do nascimento dos filhos de José (Gn 41:50-52), o mais velho, Manassés, recebeu esse nome porque, conforme o pai disse, o Senhor fizera com que esquecesse todos os seus problemas. O filho mais novo foi chamado Efraim, porque Deus o tinha feito prosperar na terra do Egito. Mais tarde, quando apresentou seus filhos a Jacó, para a bênção, José esperava que o mais velho recebesse a bênção de filho primogênito (Gn 48:13), mas, irônica e inesperadamente, o patriarca inverteu os braços, colocou a mão direita na cabeça de Efraim e, dessa maneira, assegurou a ele os direitos da primogenitura (vv. 14,19,20).

    Embora Efraim não seja mencionado especificamente na bênção de Gênesis 49, fica claro que Jacó o tinha em mente quando abençoou seu filho amado: “José é um ramo frutífero” (v. 22). “Frutífero” é um jogo de palavras com o próprio nome de Efraim, “o frutífero”. Na bênção de Deuteronômio, a ideia da frutificação é novamente destacada, embora não exista nenhuma forma da palavra, exceto o próprio nome Efraim (Dt 33:17). Essas bênçãos proféticas se cumpriram tanto no tamanho como no poderio da tribo de Efraim e também em sua localização privilegiada na região montanhosa, no centro de Canaã. Sua liderança tornou-se evidente no arranjo do acampamento de Israel na marcha do Egito para a Terra Prometida: ela liderava as três tribos que ficavam no lado oeste (Nm 2:18-24). Josué era dessa tribo (Nm 13:8) e sob seu comando ela recebeu e ocupou uma das maiores porções da terra, depois da conquista de Canaã (Js 16:5-10). O Tabernáculo foi erguido no centro religioso de Silo, cidade localizada em Efraim, onde a Arca da Aliança foi colocada no tempo de Josué (Js 18:1; Js 22:12). O próprio Josué foi sepultado no coração desse território (Js 24:30).

    Depois da divisão do reino, Jeroboão colocou um de seus santuários idólatras na cidade de Betel (1Rs 12:29), em Efraim, e estabeleceu sua capital em Siquém, que, naquela época, estava no distrito administrativo dessa tribo, conforme foi definido por Salomão (v. 25). O próprio Jeroboão, na verdade, era efraimita (1Rs 11:26), e a partir dessa época o centro da vida política e religiosa do reino do Norte foi Efraim. Isso se tornou tão forte que Israel geralmente era chamado de Efraim, até o tempo de sua queda e deportação pelos assírios em 722 a.C. (cf. Is 7:8-9,17; Jr 7:15; Jr 31:9; Os 4:17; Os 5:3-5). E.M.


    Efraim Local para onde Jesus se retirou (Jo 11:54). É possível que se identifique com Et-Taiyebeh, localidade próxima ao deserto e situada a noroeste de Jerusalém.

    Efraim [Fruta em Dobro] -

    1) Filho de José (Gn 41:50-52).

    2) Tribo que ocupava a parte central de Canaã (Js 16:5-10).

    Esaú

    -

    Cabeludo. Filho de isaque e Rebeca, e irmão gêmeo de Jacó. Atribui-se o seu nome ao fato de ter aparecido no seu nascimento ‘ruivo, todo revestido de pelo’ (Gn 25:2ó). o seu outro nome, Edom (vermelho), usado pelos seus descendentes, foi derivado da sopa de lentilhas, de cor avermelhada, que ele obteve de Jacó, quando, vindo da caça, estava esfomeado (Gn 25:30). Esaú era caçador, homem do campo, ao mesmo tempo impetuoso e valente, contrastando, assim, de modo notável com o pacífico, meigo e prudente Jacó. Ele era generoso e considerado ‘homem do mundo’. o procedimento de Esaú, vendendo o seu direito de primogênito, foi caprichoso e profano. Foi um ato profano porque as bênçãos que acompanhavam a primogenitura eram não só de caráter civil, mas também espirituais: as promessas feitas por Deus a Abraão tinham a sua realização na linha dos primogênitos. Estes altos privilégios foram desprezados por Esaú, que é, por isso, citado pelo autor da epístola aos Hebreus como tipo de todos aqueles que se afastam de Cristo (Hb 12:16-17). Quando tinha quarenta anos de idade, casou Esaú com duas mulheres cananéias, sendo este ato causa de grande desgosto para isaque e Rebeca (Gn 26:34). Esaú, pelo fato da transferência das bênçãos, sendo extraordinariamente lesado por seu irmão Jacó, prometeu vingar-se dele (Gn 27:41). Mas Rebeca tratou de mandar Jacó para a casa de seus parentes, na Mesopotâmia (Gn 27:43). Quando Jacó estava de volta para a terra de Canaã, veio encontrar o seu irmão, próspero na vida e muito rico – e sendo Esaú dotado de caráter generoso, não só perdoou a seu irmão, mas ofereceu-se para escoltá-lo até à sua casa, no monte Seir. Jacó aceitou, mas acusado por sua consciência, evidentemente receava servir-se da oferecida escolta (Gn 32:6-8). o próximo encontro de Esaú e Jacó foi no funeral de isaque, quase 20 anos depois. Desta vez tomou Esaú a sua parte, que tinha na herança, e, afastando quaisquer pensamentos de inimizade que lhe viessem a respeito da bênção, voltou para o monte Seir. E desejando fazer daquela região a sua pátria, expulsou os primitivos habitantes (Gn 36:8). (*veja Jacó e Edom.)

    Era o que hoje chamaríamos de uma pessoa “acomodada”. Adorava a liberdade da vida ao ar livre (Gn 25:27) e não levava nada a sério. Suas atitudes rudes e a maneira como fugia das dificuldades da vida foram a causa de sua trágica queda. Era o filho primogênito dos gêmeos de Isaque e Rebeca (Gn 25:25) e tornou-se o favorito do pai (vv. 27,28). A disputa entre os dois ficou mais inflamada quando o patriarca percebeu que estava às portas da morte (Gn 27:1) e, portanto, era a hora de passar a bênção da família para seu filho primogênito; entretanto, Rebeca e Jacó o enganaram, ao aproveitar o fato de que não podia mais enxergar, de maneira que o mais novo recebeu a bênção no lugar do primeiro (vv. 5-19). Esaú teve uma explosão de genuína tristeza e fúria (Gn 27:34-41), mas sua natureza de pessoa “acomodada” não permitiu que sustentasse muito tempo a animosidade. Assim, quando Jacó retornou temeroso de Padã-Arã, o irmão o recebeu como se nada tivesse acontecido (Gn 32:3-7; Gn 33:1-4).

    Infelizmente, seus descendentes edomitas mostraram ser muito mais intratáveis, e a pequena pedra que os dois irmãos atiraram no lago da história fez círculos cada vez maiores (Sl 137:7; Am 1:11; Ob 9:14). Esaú, entretanto, nada levava a sério. Quando seus pais reprovaram as esposas que escolhera (Gn 26:34), saiu e casou-se com outra mulher, filha de Ismael (Gn 28:6-9). Para ele, os problemas da vida podiam ser resolvidos facilmente! De fato, só foi capaz de ficar zangado com a fraude de Jacó porque não levou a sério a transação que fizeram anteriormente, na qual vendeu seu direito de primogenitura. Ao voltar de uma caçada, cansado e faminto, Esaú encontrou o irmão ocupado na cozinha. O aroma era tentador demais e, numa atitude típica dele, viu tudo de uma maneira exagerada: qual seria a utilidade do direito de primogenitura se morresse de fome? Essa decisão frívola, entretanto, teve conseqüências irreversíveis. O que Esaú considerava como “ter um ponto de vista complacente”, a Bíblia chama de “devasso” e “profano” (Hb 12:16) — a atitude de viver como se não existisse vida eterna nem valores absolutos. Para ele, não houve oportunidade para arrependimento (Hb 12:17). J.A.M.


    Esaú [Peludo]

    Irmão gêmeo de Jacó (Gn 25:25). Vendeu o direito de PRIMOGENITURA ao seu irmão por um cozido de lentilhas (Gn 25:30-34). Perseguiu Jacó para matá-lo (Gn 27), porém mais tarde fez as pazes com ele (Gn 32:3—33.17).


    Filisteus

    É desconhecida a significação, talvez querendo dizer imigrantes – os filisteus habitavam as terras baixas de Judá ao longo da costa, desde Jope até ao deserto de Gaza. o território tinha cinco divisões, cada uma das quais com a sua capital – Asdode ou Azoto, Gaza, Ascalom, Gate e Ecrom, sendo as duas últimas cidades situadas no interior. Estes cinco distritos formavam uma confederação de que Asdode era a capital federal (1 Sm 6,17) – e por isso foi para ali levada a arca (1 Sm 5.1). É muito incerta a DATA do estabelecimento deste povo em Canaã, mas eles venceram o Avim, tendo vindo de Caftor (Dt 2:23Jr 47:4Am 9:7). Quando os israelitas entraram no país, bem depressa estiveram em conflito com os filisteus, que obstinadamente resistiram aos invasores, obrigando uma parte da tribo de Dã a emigrar para as proximidades do monte Hermom (Jz 18). o poder dos filisteus aumentou durante o governo dos juizes e de Saul – foi Davi, que depois da morte do seu antecessor, de um modo notável uniu as tribos e os derrotou. (*veja Sansão.) A parte superior do território dos filisteus foi reclamada pelos descendentes de Efraim (1 Rs 15.27 – 16.15), que, contudo, não puderam expulsar os habitantes. A Filístia em nenhum tempo fez parte do Reino de israel (2 Rs 1.3 – 8,2) – jamais o seu povo deixou de atacar os israelitas, praticando terrivelmente a pilhagem, e prendendo os habitantes para vendê-los como escravos (1 Sm 10.5 – 13 3:17 – 14.21 – 23.1 – 28.1 – 29.11 – 31.1 a 12). Esta situação durou até que Tiglate-Pileser (734 a.C.) invadiu todo o país, subjugando os filisteus até Gaza. Alguns anos depois revoltaram-se contra Sargom (is
    20) e Senaqueribe. Ezequias foi envolvido na luta, por ter recebido o rei de Ecrom, que antes tinha estado em boas relações com a Assíria. o rei Ezequias havia restabelecido sobre a Filístia, o poder que Salomão tinha adquirido (2 Rs 18.8). Nesta ação foi o rei de Judá auxiliado pelos egípcios que se apoderaram dos lugares baixos do país (is 19:18). Mas Senaqueribe, na guerra com os egípcios, tomou Ascalom. outras cidades se submeteram aos assírios, perdendo Ezequias, também, certas porções do seu território. Por muito tempo os assírios tiveram a cidade de Asdode em seu poder, até que os egípcios, sob Psamético i, a subjugou (Jr 25:20). Neco, o seguinte egípcio, quando voltava da batalha de Megido, conquistou Gaza. Ainda outra vez os filisteus ficaram esmagados entre as duas potências em luta, o Egito e a Caldéia, pois Nabucodonosor, percorrendo o país levou cativa, depois de grande mortandade, quase toda a população (Jr 47). o velho ódio dos filisteus para com os judeus se patenteou durante o cativeiro (Ez 25:15-17). Todavia, desde a volta do cativeiro, a história dos filisteus é absorvida nas lutas dos reinos vizinhos.

    Filisteus Povo que habitava a planície da costa do mar Mediterrâneo em Canaã, desde Jope até o Sul de Gaza. Tinham cinco grandes cidades: Asdode, Gaza, Asquelom, Gate e Ecrom (Js 13:3). Os israelitas viviam sempre em luta contra eles.

    =====================

    MAR DOS FILISTEUS

    V. MEDITERRÂNEO, MAR (Ex 23:31).


    Gileade

    Gileade Região montanhosa e florestal que ficava a leste do Jordão (Gn 31:21), famosa pelo bálsamo que produzia (Jr 8:22; Mq 7:14; Js 10:8—12.7).

    Região pedregosa. 1. Território montanhoso ao oriente do Jordão, ocupado por Gade, Rúben, e a meia tribo de Manassés – por vezes a palavra significa toda a região que fica ao oriente do rio Jordão (Dt 34:1Js 22:9Jz 20:1). o país era acidentado, rico de florestas, com ricas pastagens (Nm 32:1), e produzia especiarias e gomas aromáticas (Gn 37:25Jr 8:22 – 46.11). Ali acampou Jacó quando foi alcançado por Labão (Gn 31:21-25) – foi tomado pelos israelitas (Nm 21:24-25, 32 a 35 – Dt 2:32-36 – 3.1 a
    10) – era a terra de Jair (Jz 10:3) – de Jefté (Jz 11:1-7 a 11), e de Elias (1 Rs 17,1) – foi refúgio dos israelitas, quando se livravam dos filisteus (1 Sm 13.7), refugiando-se ali também os filhos de Saul (2 Sm 2.8, 9), e mais tarde Davi quando fugia de Absalão, que o seguiu até aqueles sítios (2 Sm 17.24,26) – e no reinado de Jeú foi o país de Gileade conquistado por Hazael, rei da Síria (2 Rs 10.33). o ‘bálsamo de Gileade’ era a seiva de uma árvore que cresce naquela região. É uma substância branca, viscosa, que depressa se coagula, e é de valor para cura de inflamações. No tempo de Alexandre Magno valia duas vezes o seu peso em prata. Maanaim, a capital meridional de Gileade, ainda hoje existe com o nome de Mukhmah. Ao norte havia o lugar de Jabes-Gileade, que hoje se chama Wadi-Yabir. Ao noroeste de Rabate-Amom, na parte sul, as ruínas de Jubeiá indicam o sítio de Jogbeá, sendo até este lugar que os midianitas foram perseguidos por Gideão (Jz 8:11). Sucote, para onde se dirigiu Jacó depois que Esaú se apartou dele, acha-se hoje identificado com Tell Der”ala, ao norte de Jaboque, e Mispa com Sufe. 2. A palavra Gileade também se encontra como nome de pessoa (Nm 26:29Jz 11:1 – 1 Cr 5.14).

    (Heb. “banco de rochas”). 1. Neto de Manassés e filho de Maquir, tornou-se o líder do clã dos gileaditas (Nm 26:29-30; Nm 27:1-1Cr 2:21-23). Seu nome foi dado a uma região a leste do rio Jordão. A distribuição dessa terra é registrada em Josué 17.


    2. Pai de Jefté, um dos juízes de Israel: “O seu pai era Giileade; a sua mãe era uma prostituta” (Jz 11:1). Os filhos de Gileade com sua esposa legítima mais tarde expulsaram Jefté de casa, a fim de que não recebesse nenhuma herança do pai. O fato de ele também ser descrito como gileadita (ou seja, vivia na região de Gileade) tem levado alguns teólogos a questionar se Gileade era realmente um nome ou simplesmente um patronímico. O contexto, entretanto, sugere que realmente trata-se de um nome próprio.


    3. Pai de Jaroa e filho de Micael, era um gadita que vivia em Basã, na região de Gileade. Novamente é possível que, em razão de sua família viver em Gileade, possa se considerar outro patronímico. O contexto do nome, entretanto, que aparece bem no meio de uma genealogia, torna essa possibilidade mais improvável (1Cr 5:14-16). P.D.G.


    Montanha

    substantivo feminino Geologia Elevação relativamente elevada caracterizada pelo desnivelamento entre o cume e os vales que a cercam.
    Série composta por vales, montes, penedos; serra: prefiro montanhas do que praia.
    Figurado Amontoado de coisa, grande conjunto de objetos: tenho uma montanha de problemas para tratar.
    Etimologia (origem da palavra montanha). Do latim montanea.

    monte, serra; serrania, cordilheira; colina, cerro (cerrote), outeiro, morro, lomba, lombada. – Têm de comum estes vocábulos a significação de porção de terra mais ou menos elevada, sendo monte o gênero e os outros as diferenciações. – Monte é, pois, toda elevação de terra que se destaca do solo circunjacente, “com declive mais ou menos rápido, mas sempre bastante sensível”. – Montanha é “o monte de grandeza considerável”, e que se distingue tanto pela amplitude como pela elevação. – Serra, como define Lac., é “uma montanha prolongada, com vários cabeços e picos, que semelham de algum modo e fazem lembrar a serra do carpinteiro, circunstância da qual parece ter-lhe vindo o nome”. Se a serra se ramifica muito, e tem extensão descomunal, toma o nome de serrania. – Cordilheira (ou cadeia de montanhas) é “uma vastíssima extensão de serras que parecem encadeadas umas nas outras”. – Morro é “um monte não muito alto e de suave declive”. – Outeiro (ou oiteiro) é um pequeno monte, ou um monte de elevação ainda menor que a do morro. – Colina distingue-se de oiteiro por sugerir a ideia de terra fecunda e lavrada. – Cerro é “um pequeno monte penhascoso e abruto”. – Lomba é colina de menor elevação, porém de mais amplitude e mais suave. É também o dorso ondeado da colina. – Lombada é “uma série de lombas, ou uma lomba que se estende demais”. – Exemplos: – as montanhas da Suíça; – o monte Atos, o Ararat; – a serra da Prata, a serra da Estrela; as serranias que formam a cordilheira dos Andes; – a colina de Sião; – o oiteiro da Glória; – o morro do Pinto; o cerro, ou o cerrote do Dedo de Deus, em Copacabana; – as lombas da savana.

    Planícies

    -

    Possuir

    verbo transitivo direto Estar na posse de; ter algo como seu: possuía três casas.
    Ter; ser definido ou qualificado por: Ouro Preto possui muitas igrejas.
    Encerrar; carregar consigo; expressar uma característica específica: o cantor possui talento.
    Por Extensão Estar dominado por algum espírito ou divindade.
    Ter uma relação sexual ou intensa com alguém.
    verbo transitivo direto e pronominal Dominar; submeter-se a: a violência possuiu o policial; possuiu-se de violência.
    verbo pronominal Ser convencido por: o aluno se possuiu de seus direitos.
    Etimologia (origem da palavra possuir). Do latim possidere.

    ter. – Temos aquilo que nos pertence; possuímos o que é nosso e de que estamos de posse. Para ter, segundo Alv. Pas., não é necessário poder dispor de uma coisa, nem mesmo que ela esteja atualmente entre nossas mãos ou sob a nossa guarda direta; basta que essa coisa seja nossa. Para possuir é necessário, se não rigorosamente que a coisa esteja em nossas mãos, pelo menos que tenhamos o poder atual de dispor dela. Um homem pode ter muito dinheiro, e não o possuir propriamente, se o tiver emprestado: este homem não é senhor do seu dinheiro, não pode dispor dele, porque o não possui, apesar de o ter. Em suma: ter é ser dono, proprietário, senhor; possuir é estar de posse ou na posse.

    Samaria

    -

    -

    Samaria [Torre de Guarda] -

    1) Monte situado 12 km a nordeste de Siquém (Am 6:1)

    2) Capital do reino do Norte, construída nesse monte por Onri (1Rs 16:24); (Jr 23:13); Ez 23; (Os 7:1-7); 8:5-6; (Am 4:1). Seu nome atual é Sebastieh.
    3) Região central da Terra Santa, abrangendo as tribos de Efraim e Manassés do Oeste. Ao norte ficava a Galiléia; a leste, o Jordão; ao sul, a Judéia; e, a oeste, o Mediterrâneo (2Rs 17:24-26;)

    Samaria Capital do Reino do Norte de Israel fundada pelo rei Amri em 880 a.C. Com o tempo, o nome estendeu-se à região dos arredores (Lc 17:11; Jo 4:4ss.).

    Sul

    substantivo masculino Um dos quatro pontos cardeais, diretamente oposto ao norte.
    Pólo astral.
    Países ou regiões situadas na parte sul de um continente.
    Vento que sopra do sul.
    [Brasil] A parte do país que compreende os Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
    adjetivo Relativo ao sul: vento sul.

    substantivo masculino Um dos quatro pontos cardeais, diretamente oposto ao norte.
    Pólo astral.
    Países ou regiões situadas na parte sul de um continente.
    Vento que sopra do sul.
    [Brasil] A parte do país que compreende os Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
    adjetivo Relativo ao sul: vento sul.

    substantivo masculino Um dos quatro pontos cardeais, diretamente oposto ao norte.
    Pólo astral.
    Países ou regiões situadas na parte sul de um continente.
    Vento que sopra do sul.
    [Brasil] A parte do país que compreende os Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
    adjetivo Relativo ao sul: vento sul.

    Sul
    1) Ponto cardeal (At 8:26).


    2) O NEGUEBE (Sl 126:4).


    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    Obadias 1: 19 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

    E os do sul possuirão o monte de Esaú, e os das terras baixas, possuirão os filisteus; possuirão também os campos de Efraim, e os campos de Samaria; e Benjamim possuirá a Gileade.
    Obadias 1: 19 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    853 a.C.
    H1144
    Binyâmîyn
    בִּנְיָמִין
    filho mais novo de Raquel e Jacó, irmão legítimo de José
    (Benjamin)
    Substantivo
    H1568
    Gilʻâd
    גִּלְעָד
    Gileade / monte de testemunho
    (Gilead)
    Substantivo
    H2022
    har
    הַר
    as montanhas
    (the mountains)
    Substantivo
    H3423
    yârash
    יָרַשׁ
    tomar, desapropriar, tomar posse de, herdar, deserdar, ocupar, empobrecer, ser um
    (is heir)
    Verbo
    H5045
    negeb
    נֶגֶב
    território do sul, Neguebe, sul
    (toward the south)
    Substantivo
    H6215
    ʻÊsâv
    עֵשָׂו
    Esaú
    (Esau)
    Substantivo
    H6430
    Pᵉlishtîy
    פְּלִשְׁתִּי
    habitante da Filístia; descendentes de Mizraim que imigraram de Caftor (Creta?) para a
    (Philistim)
    Adjetivo
    H669
    ʼEphrayim
    אֶפְרַיִם
    Efraim
    (Ephraim)
    Substantivo
    H7704
    sâdeh
    שָׂדֶה
    do campo
    (of the field)
    Substantivo
    H8111
    Shômᵉrôwn
    שֹׁמְרֹון
    ()
    H8219
    shᵉphêlâh
    שְׁפֵלָה
    terra baixa, vale
    (and in the valley)
    Substantivo
    H853
    ʼêth
    אֵת
    -
    ( - )
    Acusativo


    בִּנְיָמִין


    (H1144)
    Binyâmîyn (bin-yaw-mene')

    01144 בנימין Binyamiyn

    procedente de 1121 e 3225, grego 958 βενιαμιν; DITAT - 254a; n pr m

    Benjamim = “filho da mão direita”

    1. filho mais novo de Raquel e Jacó, irmão legítimo de José
    2. filho de Bilã, bisneto de Benjamim
    3. um benjamita, um dos filhos de Harim, na época de Esdras que casara com esposa estrangeira
    4. a tribo descendente de Benjamim, o filho de Jacó

    גִּלְעָד


    (H1568)
    Gilʻâd (ghil-awd')

    01568 דגלע Gil ad̀

    provavelmente procedente de 1567; DITAT - 356 n pr loc

    Gileade ou gileaditas = “região rochosa”

    1. uma região montanhosa limitada a oeste pelo Jordão, ao norte por Basã, ao leste pelo planalto árabe, e ao sul por Moabe e Amom; algumas vezes chamado de ’monte Gileade’ ou ’terra de Gileade’ ou somente ’Gileade’. Dividida em Gileade do norte e do sul
    2. uma cidade (com o prefixo ’Jabes’)
    3. o povo da região n pr m
    4. filho de Maquir e neto de Manassés
    5. pai de Jefté
    6. um gadita

    הַר


    (H2022)
    har (har)

    02022 הר har

    uma forma contrata de 2042, grego 717 Αρμαγεδων; DITAT - 517a; n m

    1. outeiro, montanha, território montanhoso, monte

    יָרַשׁ


    (H3423)
    yârash (yaw-rash')

    03423 ירש yarash ou ירשׂ yaresh

    uma raiz primitiva; DITAT - 920; v

    1. tomar, desapropriar, tomar posse de, herdar, deserdar, ocupar, empobrecer, ser um herdeiro
      1. (Qal)
        1. tomar posse de
        2. herdar
        3. empobrecer, ficar pobre, ser pobre
      2. (Nifal) ser desapossado, ser empobrecido, vir a ficar pobre
      3. (Piel) devorar
      4. (Hifil)
        1. levar a possuir ou herdar
        2. levar outros a possuir ou herdar
        3. empobrecer
        4. desapossar
        5. destruir, levar a ruína, deserdar

    נֶגֶב


    (H5045)
    negeb (neh'-gheb)

    05045 נגב negeb

    procedente de uma raiz não utilizada significando ser ressecado; DITAT - 1288a; n m

    1. território do sul, Neguebe, sul
      1. território do sul
        1. região do sul de Judá, fronteiras não especificadas
      2. sul

    עֵשָׂו


    (H6215)
    ʻÊsâv (ay-sawv')

    06215 עשו Èsav

    aparentemente uma forma do part. pass. de 6213 no sentido original de manipular, grego 2269 Ησαυ; n. pr. m.

    Esaú = “peludo”

    1. o filho mais velho de Isaque e Rebeca e irmão gêmeo de Jacó; vendeu o direito de primogenitura por comida quando estava faminto e a bênção divina ficou com Jacó; progenitor dos povos árabes

    פְּלִשְׁתִּי


    (H6430)
    Pᵉlishtîy (pel-ish-tee')

    06430 פלשתי P elishtiŷ

    gentílico procedente de 6429; adj.

    filisteu = “imigrantes”

    1. habitante da Filístia; descendentes de Mizraim que imigraram de Caftor (Creta?) para a costa marítima de Canaã

    אֶפְרַיִם


    (H669)
    ʼEphrayim (ef-rah'-yim)

    0669 אפרים ’Ephrayim

    dual de 672, grego 2187 Εφραιμ; n pr m

    Efraim = “duplo monte de cinzas: Eu serei duplamente frutífero”

    1. segundo filho de José, abençoado por ele e tendo preferência sobre o primogênito Manassés
    2. a tribo, Efraim
    3. o território montanhoso de Efraim
    4. algumas vezes usado para nomear o reino do norte (Oséias ou Isaías)
    5. uma cidade próxima a Baal-Hazor
    6. uma porta principal de Jerusalém

    שָׂדֶה


    (H7704)
    sâdeh (saw-deh')

    07704 שדה sadeh ou שׁדי saday

    procedente de uma raiz não utilizada significando estender; DITAT - 2236a,2236b; n. m.

    1. campo, terra
      1. campo cultivado
      2. referindo-se ao habitat de animais selvagens
      3. planície (em oposição à montanha)
      4. terra (em oposição a mar)

    שֹׁמְרֹון


    (H8111)
    Shômᵉrôwn (sho-mer-one')

    08111 שמרון Shom erown̂

    procedente do part. ativo de 8104, grego 4540 σαμαρεια; DITAT - 2414d; n. pr. l. Samaria = “montanha para vigilância”

    1. a região na parte norte da Palestina pertencente ao reino do Norte, que era formado pelas 10 tribos de Israel que se separaram do reino do Sul depois da morte de Salomão durante o reinado de seu filho Roboão, sendo inicialmente governadas por Jeroboão
    2. a capital do reino do Norte ou Israel localizada 50 km (30 milhas) ao norte de Jerusalém e 10 km (6 milhas) a noroeste de Siquém

    שְׁפֵלָה


    (H8219)
    shᵉphêlâh (shef-ay-law')

    08219 שפלה sh ephelaĥ

    procedente de 8213; DITAT - 2445d; n. f.

    1. terra baixa, vale
      1. terra baixa
        1. faixa a oeste das montanhas da Judéia (termo técnico)
          1. Sefelá
        2. faixa próxima à costa norte do Carmelo

    אֵת


    (H853)
    ʼêth (ayth)

    0853 את ’eth

    aparentemente uma forma contrata de 226 no sentido demonstrativo de entidade; DITAT - 186; partícula não traduzida

    1. sinal do objeto direto definido, não traduzido em português mas geralmente precedendo e indicando o acusativo