Enciclopédia de Marcos 8:36-36

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

mc 8: 36

Versão Versículo
ARA Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?
ARC Pois que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma?
TB Que aproveita a um homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua vida?
BGB τί γὰρ ⸀ὠφελεῖ ⸀ἄνθρωπον ⸂κερδῆσαι τὸν κόσμον ὅλον καὶ ζημιωθῆναι⸃ τὴν ψυχὴν αὐτοῦ;
HD Porquanto, que benefício tem o homem se ganhar o mundo inteiro, e sua alma sofrer perda?
BKJ Porquanto, que lucro tem o homem em ganhar o mundo inteiro, se perder a sua própria alma?
LTT Pois, que lucrará um homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua própria alma?
BJ2 Com efeito, que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e arruinar a sua vida?
VULG Quid enim proderit homini, si lucretur mundum totum et detrimentum animæ suæ faciat ?

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Marcos 8:36

Jó 2:4 Então, Satanás respondeu ao Senhor e disse: Pele por pele, e tudo quanto o homem tem dará pela sua vida.
Jó 22:2 Porventura, o homem será de algum proveito a Deus? Antes, a si mesmo o prudente será proveitoso.
Salmos 49:17 Porque, quando morrer, nada levará consigo, nem a sua glória o acompanhará.
Salmos 73:18 Certamente, tu os puseste em lugares escorregadios; tu os lanças em destruição.
Malaquias 3:14 Vós dizeis: Inútil é servir a Deus; que nos aproveitou termos cuidado em guardar os seus preceitos e em andar de luto diante do Senhor dos Exércitos?
Mateus 4:8 Novamente, o transportou o diabo a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles.
Mateus 16:26 Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma? Ou que dará o homem em recompensa da sua alma?
Lucas 9:25 Porque que aproveita ao homem granjear o mundo todo, perdendo-se ou prejudicando-se a si mesmo?
Lucas 12:19 e direi à minha alma: alma, tens em depósito muitos bens, para muitos anos; descansa, come, bebe e folga.
Lucas 16:19 Ora, havia um homem rico, e vestia-se de púrpura e de linho finíssimo, e vivia todos os dias regalada e esplendidamente.
Romanos 6:21 E que fruto tínheis, então, das coisas de que agora vos envergonhais? Porque o fim delas é a morte.
Filipenses 3:7 Mas o que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo.
Hebreus 11:24 Pela fé, Moisés, sendo já grande, recusou ser chamado filho da filha de Faraó,
Tiago 1:9 Mas glorie-se o irmão abatido na sua exaltação,
Apocalipse 18:7 Quanto ela se glorificou e em delícias esteve, foi-lhe outro tanto de tormento e pranto, porque diz em seu coração: Estou assentada como rainha, não sou viúva e não verei o pranto.


Notas de rodapé da Bíblia (HD) - Haroldo Dutra

As notas de rodapé presentes na Bíblia versão Haroldo Dutra são comentários e explicações adicionais fornecidos pelo tradutor para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas de rodapé são baseadas em pesquisas, análises históricas, culturais e linguísticas, bem como em outras referências bíblicas, a fim de fornecer um contexto mais profundo e uma interpretação mais precisa do significado original do texto. As notas de rodapé são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.
Marcos 8 : 36
ganhar
Lit. “tirar proveito, lucrar, poupar, ganhar”.

Marcos 8 : 36
alma
Lit. “alma; vida”.

Marcos 8 : 36
sofrer
Lit. “sofrer perda, dano, prejuízo; receber uma multa”.

Mapas Históricos

Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados ​​para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.

Região da Sefalá

VALE DO RIFTE DO JORDÃO
As forças geológicas dominantes que esculpiram as características mais proeminentes do Levante são mais visíveis no Vale do Rifte do Jordão. Estendendo-se para além do Levante, a fissura geológica é conhecida como Vale do Rifte Afro-Árabe. Um bloco rebaixado confinado por duas falhas geológicas paralelas começa no sudeste da Turquia e se estende para o sul, atravessando o Levante e chegando até o golfo de Ácaba. A partir daí, a fratura avança para o sul, numa linha que corre paralela ao mar Vermelho, até a Etiópia, resultando na separação entre a península Árabe e a África. Na base do mar Vermelho, a própria falha geológica se divide: um braço oriental faz separação entre, de um lado, a placa Árabe e, de outro, a placa Somali e o "Chifre da África" e se estende até as profundezas do oceano Indico; um braço ocidental começa a penetrar diagonalmente na Etiópia, Quênia, Uganda, Tanzânia, Malaui e Moçambique. Conhecida naqueles segmentos como o "Grande Vale do Rifte Africano", essa rachadura geológica é a responsável pela criação dos lagos mais alongados da África Oriental (Turkana, Alberto, Eduardo, Kivu, Tanganica, Malaui), pela formação do lago Vitória e por fazer a ilha de Madagascar se separar do continente africano, Aqui, entalhada na crosta terrestre, há uma falha geológica que, sozinha, estende-se continuamente por mais de 6.400 quilômetros - 60 graus de latitude ou cerca de um sexto da circunferência da Terra. Pelo que se sabe, essa falha representa também a mais profunda fissura na superfície da Terra, e o ponto mais profundo ao longo do corte continental fica às margens do mar Morto. Aí, ao lado da margem ocidental, uma sucessão de falhas secundárias, bem próximas umas das outras e que correm em paralelo com a falha principal, tem dado aos cientistas oportunidade de estudar e avaliar a profundidade de deslocamento. Perfurações demonstraram ocorrência de deslocamentos verticais que chegam 3:580 metros e testes geofísicos realizados na região têm levado a estimativas de até 7 mil metros de espessura. A região ao redor do mar Morto iá fica numa altitude extremamente baixa (420 metros abaixo do nível do mar), o que leva a se estimar que depósitos não consolidados sobre o leito cheguem abaixo do nível do Mediterrâneo, alcançando quase 7.600 metros. Em outras palavras, se alguém escavasse em certos lugares ao longo do mar Morto, encontraria apenas aluvião sedimentar descendo até aproximadamente 7.560 metros, antes de, finalmente, encontrar estratificação rochosa." Espalhando-se em todas as direções a partir desta "fissura-mãe", existem dezenas de fraturas secundárias que tornam a região ao redor um mosaico geológico; algumas dessas ramificações criaram, elas mesmas, vales laterais (Harode, Far'ah, Jezreel). De acordo com registros sismográficos, cerca de 200 a 300 "microterremotos" são atualmente registrados todos os dias em Israel. É claro que a imensa maioria desses abalos é humanamente indetectável. Às vezes, no entanto, um terremoto devastador atinge essa terra, como é o caso de alguns mencionados a seguir.


1) Há relatos de que, em 7 e 8 de dezembro de 1267, um abalo desmoronou o rochedo íngreme existente ao lado do rio Jordão, em Damiya, o que causou o represamento do Jordão durante cerca de 10 horas.

2) Por volta do meio-dia de 14 de janeiro de 1546, ocorreu um terremoto cujo epicentro foi perto da cidade samaritana de Nablus (Siquém), de novo interrompendo a vazão do rio Jordão - desta vez durante cerca de dois dias.

3) Em 1.° de janeiro de 1837, um forte terremoto, com múltiplos epicentros, atingiu Israel e Jordânia. Na Galileia, quatro mil moradores da cidade de Safed foram mortos, bem como outros mil nas regiões ao redor. Toda a aldeia de Gush Halav foi destruída. No centro de Israel, duas ruas residenciais desapareceram completamente em Nablus, e um hotel desabou em Jericó, provocando ainda mais mortes. Os dois lados do que atualmente é conhecido como ponte Allenby foram deslocados.

Até mesmo em Amã, a mais de 160 quilômetros de distância, há registros de muitos danos causados por esse tremor.
4) Em 11 de julho de 1927, houve um terremoto no início da tarde, seu epicentro parece ter sido em algum ponto do lado norte do mar MortoS Há informações de que esse tremor provocou o desabamento de um paredão de terra de 45 metros, próximo de Damiya. Esse desabamento destruiu uma estrada e represou o Jordão durante 21 horas e meia (embora esta seja uma informação de segunda mão que, em anos recentes, tem sido questionada). Não se pode excluir a possibilidade de que um acontecimento semelhante tenha ocorrido quando Israel atravessou o Jordão "a seco" (Js 3:7-17).
Depois de fazer um levantamento do Vale do Rifte do Jordão como um todo, examinemos suas várias partes.
Primeiro, a uma altitude de 2.814 metros, o monte Hermom tem uma precipitação anual de 1.520 milímetros de chuva e permanece coberto de neve o ano todo (cp. Jr 18:14).
Descendo pelas encostas ou borbulhando em seu sopé, existem centenas de fontes e regatos que se juntam para formar os quatro principais cursos d'água que dão origem ao Jordão. O curso d'água mais a oeste - Ayun (n. Bareighit) - surge perto da moderna Metulla, cidade fronteiriça israelense, e segue quase diretamente para o sul. Não longe dali, fica o curso maior, o rio Senir (n. Habani), que tem origem no lado ocidental do Hermom, em frente à aldeia libanesa de Hasbiyya. O rio Da/Leda nasce no sopé do sítio bíblico de Dá (n. Qadi), e o rio Hermom (n. Banias) aflora das cavernas próximas ao local da moderna Banyas. Quando, por fim, juntam-se para formar um único curso d'água perto do lago Hula, as águas já desceram a uma altitude aproximada de apenas 90 metros acima do nível do mar.
Prosseguindo seu fluxo descendente, as águas chegam ao mar da Galileia (Mt 4:18-15.29; Mc 1:16-7.31; Jo 6:1), que também é conhecido por outros nomes: Quinerete (Nm 34:11; Dt 3:17; Js 12:3-13.27), Genesaré (Lc 5:1), Tiberíades (Jo 6:1-21.
1) ou simplesmente "o mar" (Mt 9:1; Jo 6:16). O mar da Galileia é um lago interior de água doce com medidas aproximadas de 21 quilômetros de norte a sul, 13 quilômetros de leste a oeste e cerca de 46 metros de profundidade. A superfície desse lago fica aproximadamente 212 metros abaixo do nível do mar, o que faz com ele seja a mais baixa massa de água doce no planeta.
Flanqueado pela região montanhosa da Baixa Galileia a oeste e pelo Gola a leste, no mar da Galileia deve ter havido intensa atividade ao longo de todo o período bíblico.
Cafarnaum, próxima de onde passa a Grande Estrada Principal, revela indícios de ocupação já em 8000 a.C. e pelo menos 25 outros locais na Baixa Galileia foram ocupados já na 1dade do Bronze Inicial. Mas foi no período romano que a atividade humana na região alcançou o ápice. Os rabinos afirmavam: "O Senhor criou sete mares, mas o mar de Genesaré é seu deleite.
O mar da Galileia também deleitou Herodes Antipas, que, as suas margens, construiu a cidade de Tiberíades, com seus inúmeros adornos arquitetônicos de grandeza romana.
Nas proximidades, foram construídos banhos romanos em Hamate, um hipódromo em Magdala (Tariqueia), bem como muitas aldeias, casas suntuosas, muitas ruas pavimentadas e numerosas arcadas. Desse modo, na época do Novo Testamento, o mar estava experimentando tempos de relativa prosperidade, em grande parte relacionada com uma florescente indústria pesqueira que, estima-se, chegava a apanhar 2 mil toneladas de peixe. Em meados da década de 1980, quando o nível da água ficou bem baixo, descobriu-se mais de uma dúzia de portos romanos circundando o mar da Galileia. Essa prosperidade se reflete em vários incidentes narrados nos Evangelhos e que aconteceram perto do Mar. Por exemplo, a parábola de Jesus sobre um rico tolo que achou recomendável derrubar seus celeiros e construir outros ainda maiores foi proferida às margens do Mar (Lc 12:16-21). Sua parábola sobre o joio e o trigo gira em torno da prosperidade de um chefe de família que possuía celeiros e servos (Mt 13:24- 43). Como parte do Sermão do Monte - que, de acordo com a tradição, foi pregado na área logo ao norte de Tabga -, Jesus tratou dos assuntos: dar esmolas e acumular bens terrenos (Mt 6:1-4,19-34). E sua famosa pergunta nas proximidades de Cesareia de Filipe - "Que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua vida?" - foi dirigida a ouvintes galileus, alguns dos quais, sem dúvida alguma, possuíam grandes riquezas ou conheciam alguém que possuía (Mc 8:27-37; Lc 9:23-25).
Há uma distância em linha reta de apenas 120 quilômetros separando o mar da Galileia e o mar Morto. No entanto, entre um e outro, o rio Jordão serpenteia por cerca de 240 quilômetros (observe-se, que é possível que, da Antiguidade bíblica para cá, tenha ocorrido uma mudanca no ponto em que o Jordão entra no mar da Galileia e no ponto em que dele sai). Aí o rebaixado Vale do Rifte, às vezes chamado de "o Ghor" ("depressão"), varia de largura, entre 3,2 e 6,4 quilômetros, embora alargue nas bacias de Bete-Sea e Jericó. O próprio Jordão corre ao longo do leito sinuoso mais baixo do Ghor - atravessando uma mata fechada, baixa e emaranhada de tamargueiras, álamos e oleandros, espinheiros pontudos e toras espalhadas e podres trazidas pela água (2Rs 6:2-7). Esse leito às vezes é chamado de "floresta do Jordão" (Jr 12:5-49.19; 50.44; Zc 11:3).
Alguns textos bíblicos dão a entender que, na Antiguidade, animais selvagens habitavam essa mata fechada (1Sm 17:34-36 (implicitamente]; 2Rs 2:24; Mc 1:13). Restos de esqueletos de várias espécies de animais selvagens foram exumados do leito do vale e, em tempos modernos, viajantes relataram terem avistado, na região, leões, ursos, leopardos, lobos, chacais, hienas e uma ampla variedade de aves aquáticas.? Além disso, muitas cidades árabes modernas no vale ou nas proximidades parecem ter o nome de animais selvagens e o mapa de Medeba (um mosaico de chão, do sexto século d.C., com o desenho de um mapa - a mais antiga representação conhecida da região) mostra um leão rondando, à espreita, no vale.2 Não há nenhum indício de que, antes do sexto século d.C., tenham existido pontes cruzando o Jordão, de modo que é preciso imaginar que, durante o período bíblico, a maneira normal de atravessar o rio era a nado, algo que exigia grande esforço e era potencialmente perigoso (Jz6.33; 1Sm 13:7-31:11-13; 2Sm 2:29-10.17; 17.22; 24.5), o que provavelmente acontecia com mais frequência nos inúmeros vaus ao longo do rio (Js 2:7; Jz 3:28-12.5,6).
No fim de seu curso, o rio Jordão desaguava no mar Morto ou, tal como é chamado na Bíblia, mar Salgado (Gn 14:3; Nm 34:3-12; Dt 3:17; Js 3:16-12.3; 15.2,5; 18.9), mar da Arabá (Dt 3:17-4.49; Js 3:16-12.3; 2Rs 14:25) ou mar do Oriente (Ez 47:18: I1 2.20; Zc 14:8). O nome "mar Morto" aparece em textos gregos a partir do início do século primeiro,3 e aparentemente foi introduzido na tradição crista por meio da obra de São Jerônimo." Com a superfície da água a 420 metros abaixo do nível do mar (e baixando ainda mais ano a ano!), o mar Morto é, de longe, a depressão continental mais baixa do planeta. À guisa de comparação, a grande depressão de Turfan - que, com exceção do mar Morto, é o ponto mais baixo da Ásia continental - fica 150 metros abaixo do nível do mar. Na África, o ponto mais baixo (a depressão de Qattara, situada no Saara) está 156 metros abaixo do nível do mar. O ponto mais baixo da América do Norte (o vale da Morte, na Califórnia) se encontra 86 metros abaixo do nível do mar.
O mar Morto é um lago sem saída (sem acesso para os oceanos) que mede cerca de 16 quilômetros de largura, aproximadamente 80 quilômetros de comprimento e alcança uma profundidade de pouco mais de 300 metros em um ponto de sua bacia norte. Contrastando fortemente com isso, nos dias atuais a bacia rasa no sul não tem água, mas é quase certo que teve um mínimo de 3 a 9 metros de água durante toda a era bíblica. A altitude extremamente baixa do mar Morto cria uma imensa e extensa bacia de captação de aproximadamente 70 mil quilômetros quadrados, o que faz dele o maior sistema hidrológico do Levante em área. Antes da construção de açudes e da escavação de canais de drenagem nessa área de captação, durante o século 20.9 calcula-se que o mar Morto recebia um total de 2,757 bilhões de metros cúbicos anuais de água, o que teria exigido uma média diária de evaporação na ordem de 5,47 milhões de metros cúbicos a fim de manter um equilíbrio no nível da água. Antes que houvesse esses modernos esforços de conservação, o despejo de água apenas do sistema do rio Jordão era de cerca de 1,335 bilhão de metros cúbicos por ano, o que significa que, durante a maior parte da Antiguidade bíblica, o Baixo Jordão deve ter tido uma vazão com o volume aproximado de rios como o Colorado ou o Susquehanna, ao passo que, hoje, sua vazão é de apenas uma fração disso. O mar Morto também é o lago mais hipersalino do mundo.
A salinidade média dos oceanos é de 3,5%. O Grande Lago Salgado, nos Estados Unidos, tem aproximadamente 18% de sal, e a baía Shark, na Austrália, tem um índice de salinidade pouco superior a 20%. Mas vários fatores combinam para criar, no mar Morto, uma salinidade hídrica que vai de 26 a 35%: (1) ele é alimentado por alguns cursos d'água que têm uma salinidade incomum, passando por solo nitroso e fontes sulfurosas; (2) é contaminado pela adição de sais químicos encontrados na falha geológica que existe embaixo dele (cloreto de sódio, cloreto de cálcio. cloreto de potássio. brometo de magnésio); (3) é exposto à contaminação resultante da erosão do monte Sedom, que é um plugue de rocha salina muito profundo e massivamente poroso que se estende por 8 quilômetros ao longo de sua margem sudoeste. O elevado teor de sal impede a vida aquática no mar Morto.com exceção de uns poucos micro-organismos (bactérias simples, algas verdes e vermelhas, protozoários) descobertos recentemente  Contudo, ao longo da história, os minerais do mar Morto às vezes levaram a um aumento do valor das propriedades ao redor. Pelo menos desde o período neolítico um produto primário bastante valorizado é o betume. uma forma de petróleo endurecido por meio da evaporação e oxidação. utilizado para vedar e colar, confeccionar cestos, na medicina e na fabricação de tijolos de barro. Betume do mar Morto foi empregado como conservante em múmias do Egito antigo. Durante o período do Novo Testamento, os nabateus controlavam o comércio do betume do mar Morto, e há uma teoria de que a ânsia de Cleópatra em controlar o comércio de betume estimulou seu desejo de governar a região ao redor do mar Morto.
Também havia grande procura pelo bálsamo do mar Morto, o perfume e medicamento mais apreciado no mundo clássico.  Dizem que Galeno, o eminente médico do segundo século d.C. ligado ao famoso Asclépio, em Pérgamo, viajou de sua cidade na Ásia Menor até o mar Morto com o propósito específico de voltar com o "bálsamo verdadeiro" O cloreto de potássio, outro mineral do mar Morto, tornou-se popular no século 20 devido ao emprego na fabricação de fertilizantes químicos. Ao mesmo tempo, banhos nas fontes termominerais ao longo das margens do mar Morto tornaram-se um tratamento popular para vários problemas de pele, especialmente a psoríase. Com isso, talvez se possa dizer que, em tempos recentes, o mar Morto passou a viver. Na Antiguidade, porém, a descrição sinistra do precipício do mar Morto se reflete nas páginas das Escrituras. A destruição de Sodoma e Gomorra (Gn
19) ocorreu bem próximo desse mar. Embora haja interpretações diferentes sobre a natureza exata da destruição que caiu sobre as duas cidades, seja como erupção vulcânica seja como explosão espontânea de bolsões de betume abaixo da superfície do solo, colunas cársticas de sal (conhecidas como "mulher de L6") são um fenômeno frequente na região do mar Morto. Pode-se quase adivinhar que o deserto uivante ao redor do mar Morto deve ter proporcionado um refúgio apropriado para o fugitivo Davi (1Sm 21:31), bem como para os essênios de Qumran e os marginalizados judeus insurgentes da Primeira Revolta Judaica. Foi num lugar estéril e árido assim que Jesus enfrentou suas tentações (Mt 4:1-11); talvez esse tipo de ambiente sombrio tenha contribuído para a angústia que sofreu.
Por outro lado, o profeta Ezequiel (47.1-12; Zc
148) vislumbrou um tempo quando até mesmo as águas salgadas do mar Morto passarão por uma recriação total e não serão mais sombrias e sem vida, mas estarão plenas de vitalidade. Começando com o Sebkha (pântanos salgados) ao sul do mar Morto, o Grande Vale do Rifte forma uma espécie de vala arredondada que se estreita até chegar ao golfo de Ácaba. Ali começa a se alargar de novo, na direção do mar Vermelho, e o golfo é flanqueado por encostas escarpadas e penhascos altos que superam os 750 metros de altura. Por sua vez, no golfo de Ácaba, a apenas 1,6 quilômetro de distância desses penhascos, há abismos cuja profundidade da água ultrapassa os 1:800 metros.

PLANALTO DA TRANSJORDÂNIA
A quarta zona fisiográfica, a que fica mais a leste, é conhecida como Planalto da Transjordânia. A região do planalto ladeia imediatamente a Arabá, e é chamada na Bíblia de "além do Jordão" (Gn 50:10; Nm 22:1; Dt 1:5; Js 1:14-1Sm 31.7; 1Cr 12:37). No geral, a topografia da Transjordânia é de natureza mais uniforme do que a da Cisjordânia. A elevada chapada da Transjordânia tem cerca de 400 quilômetros de comprimento (do monte Hermom até o mar Vermelho), de 50 a 130 quilômetros de largura e alcança altitudes de 1.500 metros acima do nível do mar. A sua significativa precipitação escavou quatro desfiladeiros profundos e, em grande parte, laterais, ao longo dos quais correm os rios Yarmuk, Jaboque, Arnom e Zerede. Cobrindo uma base de arenito que fica exposta nessas quatro ravinas cavernosas e em uns poucos segmentos no sul, no norte a superfície da Transjordânia é composta basicamente de calcário, com uma fina camada de basalto cobrindo a área ao norte do Yarmuk. A região elevada prossegue na direção sul com afloramentos de granito que formam o muro oriental da Arabá. Por esse motivo, na época de atividade agrícola, as regiões do norte da Transjordânia são férteis, pois o solo mais bem irrigado consegue produzir grandes quantidades de diferentes cereais, especialmente trigo (cp. Am 4:1-3). Durante o periodo romano. essa região produziu e forneceu cereais para toda a província siro-palestina. A leste do principal divisor de águas, que fica a uma altitude de cerca de 1.800 metros e a uma distância entre 25 e 65 quilômetros do Rifte do Jordão, há uma transicão repentina da estepe para o deserto Oriental. Por exemplo, muitas partes do domo de Gileade têm grande quantidade de fontes e ribeiros com boa; agua potável, ao passo que a leste do divisor de águas há necessidade de cisternas. A abundância sazonal das plantações de cereais cede lugar para a pastagem superficial e intermitente de que se alimentam os animais pertencentes aos nomades migrantes.

UMA TERRA SEM RECURSOS
A terra designada para o Israel bíblico possui bem poucos recursos físicos e econômicos. Ela não contem praticamente nenhum metal precioso (pequenas quantidades de minério de cobre de baixo valor e um pouco de ferro e manganês) e uma gama bem limitada de minerais (alguns da área do mar Morto tendem a evaporar). Descobriu-se gás natural no Neguebe. Apesar de repetidas afirmações em contrário, ali não foram encontrados campos significativos de petróleo. A terra tem escassos recursos de madeira de lei e não tem suprimento suficiente de água doce (v. seções seguintes sobre hidrologia e arborização).
Região da Defalá
Região da Defalá
A falha Geológica afro-árabe
A falha Geológica afro-árabe
O Mar da Galileia
O Mar da Galileia
O Mar Morto
O Mar Morto

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita


Allan Kardec

mc 8:36
O Evangelho Segundo o Espiritismo

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 24
Página: 370
Allan Kardec
Ninguém acende uma candeia para pô-la debaixo do alqueire; põe-na, ao contrário, sobre o candeeiro, a fim de que ilumine a todos os que estão na casa. (Mateus 5:15)

Emmanuel

mc 8:36
Caminho, Verdade e Vida

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 58
Página: 131
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel

“Pois que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma?” — JESUS (Mc 8:36)


As criaturas terrestres, de modo geral, ainda não aprenderam a ganhar. Entretanto, o espírito humano permanece no planeta em busca de alguma coisa. É indispensável alcançar valores de aperfeiçoamento para a vida eterna.

Recomendou Jesus aos seus tutelados procurassem, insistissem…

Significa isso que o homem se demora na Terra para ganhar na luta enobrecedora. Toda perturbação, nesse sentido, provém da mente viciada das almas em desvio.

O homem está sempre decidido a conquistar o mundo, mas nunca disposto a conquistar-se para uma esfera mais elevada. Nesse falso conceito, subverte a ordem, nas oportunidades de cada dia. Se Deus lhe concede bastante saúde física, costuma usá-la na aquisição da doença destruidora; se consegue amealhar possibilidades financeiras, tenta açambarcar os interesses alheios.

O Mestre Divino não recomendou que a alma humana deva movimentar-se despida de objetivos e aspirações de ganho; salientou apenas que o homem necessita conhecer o que procura, que espécie de lucros almeja, a que fins se propõe em suas atividades terrestres.

Se teus desejos repousam nas aquisições factícias, relativamente a situações passageiras ou a patrimônios fadados ao apodrecimento, renova, enquanto é tempo, a visão espiritual, porque de nada vale ganhar o mundo que te não pertence e perderes a ti mesmo, indefinidamente, para a vida imortal.



mc 8:36
Palavras de Vida Eterna

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 6
Página: 25
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel

“Pois que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma?” — JESUS, (Mc 8:36)


Lembra-te de viver, conquistando a glória eterna do espírito.

Diariamente retiram-se da Terra criaturas cujo passo se imobiliza nos angustiosos tormentos da frustração…

Estendem os braços para o ouro que amontoaram, contudo… esse ouro apenas lhes assegura o mausoléu em que se lhes guardam as cinzas.

Alongam a lembrança para o nome em que se ilustraram nos eventos humanos, todavia, quase sempre a fulguração pessoal de que se viram objeto apenas lhes acorda o coração para a dor do arrependimento tardio.

Contemplam o campo de luta em que desenvolveram transitório domínio, mas não enxergam senão a poeira da desilusão que lhes soterra os sonhos mortos.

Sim, em verdade, passaram no mundo em carros de triunfo na política, na fortuna, na ciência, na religião, no poder…

No entanto, incapazes do verdadeiro serviço aos semelhantes, enganaram tão somente a si próprios, no culto ao egoísmo e ao orgulho, à intemperança e à vaidade que lhes devastaram a vida. E despertam, além da morte, sem recolher-lhe a renovadora luz.

Recorda os que padecem na derrota de si mesmos, depois de se acreditarem vencedores, dos que choram as horas perdidas, e procura, enquanto é hoje, enriquecer o próprio espírito para o amanhã que te aguarda, porque, consoante o ensino do Senhor, nada vale reter por fora o esplendor de todos os impérios do mundo, conservando a treva por dentro do coração.




(Reformador, fevereiro 1957, p. 28)


mc 8:36
Evangelho por Emmanuel, O – Comentários ao Evangelho Segundo Marcos

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 55
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel

“Pois que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma?” — JESUS (Mc 8:36)


As criaturas terrestres, de modo geral, ainda não aprenderam a ganhar. Entretanto, o espírito humano permanece no planeta em busca de alguma coisa. É indispensável alcançar valores de aperfeiçoamento para a vida eterna.

Recomendou Jesus aos seus tutelados procurassem, insistissem…

Significa isso que o homem se demora na Terra para ganhar na luta enobrecedora. Toda perturbação, nesse sentido, provém da mente viciada das almas em desvio.

O homem está sempre decidido a conquistar o mundo, mas nunca disposto a conquistar-se para uma esfera mais elevada. Nesse falso conceito, subverte a ordem, nas oportunidades de cada dia. Se Deus lhe concede bastante saúde física, costuma usá-la na aquisição da doença destruidora; se consegue amealhar possibilidades financeiras, tenta açambarcar os interesses alheios.

O Mestre Divino não recomendou que a alma humana deva movimentar-se despida de objetivos e aspirações de ganho; salientou apenas que o homem necessita conhecer o que procura, que espécie de lucros almeja, a que fins se propõe em suas atividades terrestres.

Se teus desejos repousam nas aquisições factícias, relativamente a situações passageiras ou a patrimônios fadados ao apodrecimento, renova, enquanto é tempo, a visão espiritual, porque de nada vale ganhar o mundo que te não pertence e perderes a ti mesmo, indefinidamente, para a vida imortal.




Espíritos Diversos

mc 8:36
O Espírito da Verdade

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 55
Francisco Cândido Xavier
Espíritos Diversos

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO —


Disse o Mestre: “buscai e achareis.” (Lc 11:9)

Mesmo nos céus, você pode fixar a atenção na sombra da nuvem ou no brilho da estrela.


Afirmou o Senhor: “cada árvore é conhecida pelos frutos.” (Mt 7:20)

Alimentar-se com laranja ou intoxicar-se com pimenta é problema seu.


Proclamou o Cristo: “orai e vigiai para não entrardes em tentação, porque o espírito, em verdade, está pronto, mas a carne é fraca.” (Mc 14:38)

O Espírito é o futuro e a vitória final, mas a carne é o nosso próprio passado, repleto de compromissos e tentações.


Ensinou o Mentor Divino: “não condeneis e não sereis condenados.” (Lc 6:37)

Não critique o próximo, para que o próximo não critique a você.


Falou Jesus: “quem se proponha conservar a própria vida, perdê-la-á.” (Lc 9:24)

Quando o arado descansa, além do tempo justo, encontra a ferrugem que o desgasta.


Disse o Mestre: “não vale para o homem ganhar o mundo inteiro, se perder sua alma.” (Mc 8:36)

A criatura faminta de posses e riquezas materiais, sem trabalho e sem proveito, assemelha-se, de algum modo, a pulga que desejasse reter um cão para si só.


Afirmou o Senhor: “não é o que entra pela boca que contamina o espírito.” (Mt 15:11)

A pessoa de juízo são, come o razoável para rendimento da vida, mas os loucos ingerem substâncias desnecessárias para rendimento da morte.


Ensinou o Mentor Divino: “andai enquanto tendes luz.” (Jo 12:35)

O corpo é a máquina para a viagem do progresso e todo relaxamento corre por conta do maquinista.


Proclamou o Cristo: “orai pelos que vos perseguem e caluniam.” (Mt 5:44)

Interessar-se pelo material dos caluniadores é o mesmo que se adornar você, deliberadamente, com uma lata de lixo.


Falou Jesus: “a cada um será concedido segundo as próprias obras.” (Mt 16:27)

Não se preocupe com os outros, a não ser para ajudá-los; pois a lei de Deus não conhece você pelo que você observa, mas simplesmente através daquilo que você faz.




(Psicografia de Francisco C. Xavier)



Referências em Outras Obras


Huberto Rohden

mc 8:36
Nosso Mestre

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 86
Huberto Rohden
Nenhum discípulo de Jesus pode pretender sorte melhor do que teve o Mestre. Só pode ser amigo de Jesus e salvar-se quem está disposto a segui-lo caminho do Calvário.
Disse Jesus a seus discípulos: "Quem quiser ser meu discípulo renuncie a si mesmo, carregue a sua cruz e siga-me. Quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; mas quem perder a sua vida por minha causa encontrá-la-á. Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se chegar a sofrer prejuízo em sua alma? Com que preço há de o homem resgatar a sua alma? Porque o Filho do homem virá na glória de seu Pai, em companhia de seus anjos, e retribuirá a cada um segundo as suas obras. Em verdade, vos digo, entre os presentes há alguns que não provarão a morte sem que presenciem o advento do Filho do homem no seu reino" (Mt.16, 24-28).

CARLOS TORRES PASTORINO

mc 8:36
Sabedoria do Evangelho - Volume 4

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 13
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 16:24-28


24. Jesus disse então o seus discípulos: "Se alguém quer vir após mim, neguese a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.


25. Porque aquele que quiser preservar sua alma. a perderá; e quem perder sua alma por minha causa, a achará.


26. Pois que aproveitará ao homem se ganhar o mundo inteiro e perder sua alma? Ou que dará o homem em troca de sua alma?


27. Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai, com seus mensageiros, e então retribuirá a cada um segundo seu comportamento.


28. Em verdade vos digo, que alguns dos aqui presentes absolutamente experimentarão a morte até que o Filho do Homem venha em seu reino. MC 8:34-38 e MC 9:1


34. E chamando a si a multidão, junto com seus discípulos disse-lhes: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.


35. Porque quem quiser preservar sua alma, a perderá; e quem perder sua alma por amor de mim e da Boa-Nova, a preservará.


36. Pois que adianta a um homem ganhar o mundo inteiro e perder sua alma?


37. E que daria um homem em troca de sua alma?


38. Porque se alguém nesta geração adúltera e errada se envergonhar de mim e de minhas doutrinas, também dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na glória de seu Pai com seus santos mensageiros". 9:1 E disse-lhes: "Em verdade em verdade vos digo que há alguns dos aqui presentes, os quais absolutamente experimentarão a morte, até que vejam o reino de Deus já chegado em força".


LC 9:23-27


23. Dizia, então, a todos: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia sua cruz e siga-me.


24. Pois quem quiser preservar sua alma, a perderá; mas quem perder sua alma por amor de mim, esse a preservará.


25. De fato, que aproveita a um homem se ganhar o mundo inteiro, mas arruinar-se ou causar dano a si mesmo?


26. Porque aquele que se envergonhar de mim e de minhas doutrinas, dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na sua glória, na do Pai e na dos santos mensageiros.


27. Mas eu vos digo verdadeiramente, há alguns dos aqui presentes que não experimentarão a morte até que tenham visto o reino de Deus.


Depois do episódio narrado no último capítulo, novamente Jesus apresenta uma lição teórica, embora bem mais curta que as do Evangelho de João.


Segundo Mateus, a conversa foi mantida com Seus discípulos. Marcos, entretanto, revela que Jesu "chamou a multidão" para ouvi-la, como que salientando que a aula era "para todos"; palavras, aliás, textuais em Lucas.


Achava-se a comitiva no território não-israelita ("pagão") de Cesareia de Filipe, e certamente os moradores locais haviam observado aqueles homens e mulheres que perambulavam em grupo homogêneo.


Natural que ficassem curiosos, a "espiar" por perto. A esses, Jesus convida que se aproximem para ouvir os ensinamentos e as exigências impostas a todos os que ambicionavam o DISCIPULATO, o grau mais elevado dos três citados pelo Mestre: justos (bons), profetas (médiuns) e discípulos (ver vol. 3).


As exigências são apenas três, bem distintas entre si, e citadas em sequência gradativa da menor à maior. Observamos que nenhuma delas se prende a saber, nem a dizer, nem a crer, nem a fazer, mas todas se baseiam em SER. O que vale é a evolução interna, sem necessidade de exteriorizações, nem de confissões, nem de ritos.


No entanto, é bem frisada a vontade livre: "se alguém quiser"; ninguém é obrigado; a espontaneidade deve ser absoluta, sem qualquer coação física nem moral. Analisemos.


Vimos, no episódio anterior, o Mestre ordenar a Pedro que "se colocasse atrás Dele". Agora esclarece: " se alguém QUER ser SEU discípulo, siga atrás Dele". E se tem vontade firme e inabalável, se o QUER, realize estas três condições:

1. ª - negue-se a si mesmo (Lc. arnésasthô; Mat. e Mr. aparnésasthô eautón).


2. ª - tome (carregue) sua cruz (Lc. "cada dia": arátô tòn stáurou autoú kath"hêméran);

3. ª - e siga-me (akoloutheítô moi).


Se excetuarmos a negação de si mesmo, já ouvíramos essas palavras em MT 10:38 (vol. 3).


O verbo "negar-se" ou "renunciar-se" (aparnéomai) é empregado por Isaías (Isaías 31:7) para descrever o gesto dos israelitas infiéis que, esclarecidos pela derrota dos assírios, rejeitaram ou negaram ou renunciaram a seus ídolos. E essa é a atitude pedida pelo Mestre aos que QUEREM ser Seus discípulos: rejeitar o ídolo de carne que é o próprio corpo físico, com sua sequela de sensações, emoções e intelectualismo, o que tudo constitui a personagem transitória a pervagar alguns segundos na crosta do planeta.


Quanto ao "carregar a própria cruz", já vimos (vol. 3), o que significava. E os habitantes da Palestina deviam estar habituados a assistir à cena degradante que se vinha repetindo desde o domínio romano, com muita frequência. Para só nos reportarmos a Flávio Josefo, ele cita-nos quatro casos em que as crucificações foram em massa: Varus que fez crucificar 2. 000 judeus, por ocasião da morte, em 4 A. C., de Herodes o Grande (Ant. Jud. 17. 10-4-10); Quadratus, que mandou crucificar todos os judeus que se haviam rebelado (48-52 A. D.) e que tinham sido aprisionados por Cumarus (Bell. Jud. 2. 12. 6); em 66 A. D. até personagens ilustres foram crucificadas por Gessius Florus (Bell. Jud. 2. 14. 9); e Tito que, no assédio de Jerusalém, fez crucificar todos os prisioneiros, tantos que não havia mais nem madeira para as cruzes, nem lugar para plantá-las (Bell. Jud. 5. 11. 1). Por aí se calcula quantos milhares de crucificações foram feitas antes; e o espetáculo do condenado que carregava às costas o instrumento do próprio suplício era corriqueiro. Não se tratava, portanto, de uma comparação vazia de sentido, embora constituindo uma metáfora. E que o era, Lucas encarrega-se de esclarecê-lo, ao acrescentar "carregue cada dia a própria cruz". Vemos a exigência da estrada de sacrifícios heroicamente suportados na luta do dia a dia, contra os próprios pendores ruins e vícios.


A terceira condição, "segui-Lo", revela-nos a chave final ao discipulato de tal Mestre, que não alicia discípulos prometendo-lhes facilidades nem privilégios: ao contrário. Não basta estudar-Lhe a doutrina, aprofundar-Lhe a teologia, decorar-Lhe as palavras, pregar-Lhe os ensinamentos: é mister SEGUILO, acompanhando-O passo a passo, colocando os pés nas pegadas sangrentas que o Rabi foi deixando ao caminhar pelas ásperas veredas de Sua peregrinação terrena. Ele é nosso exemplo e também nosso modelo vivo, para ser seguido até o topo do calvário.


Aqui chegamos a compreender a significação plena da frase dirigida a Pedro: "ainda és meu adversário (porque caminhas na direção oposta a mim, e tentas impedir-me a senda dolorosa e sacrificial): vai para trás de mim e segue-me; se queres ser meu discípulo, terás que renunciar a ti mesmo (não mais pensando nas coisas humanas); que carregar também tua cruz sem que me percas de vista na dura, laboriosa e dorida ascensão ao Reino". Mas isto, "se o QUERES" ... Valerá a pena trilhar esse áspero caminho cheio de pedras e espinheiros?


O versículo seguinte (repetição, com pequena variante de MT 10:39; cfr. vol. 3) responde a essa pergunta.


As palavras dessa lição são praticamente idênticas nos três sinópticos, demonstrando a impress ão que devem ter causado nos discípulos.


Sim, porque quem quiser preservar sua alma (hós eán thélei tên psychên autòn sõsai) a perderá (apolêsei autên). Ainda aqui encontramos o verbo sôzô, cuja tradução "salvar" (veja vol. 3) dá margem a tanta ambiguidade atualmente. Neste passo, a palavra portuguesa "preservar" (conservar, resguardar) corresponde melhor ao sentido do contexto. O verbo apolesô "perder", só poderia ser dado também com a sinonímia de "arruinar" ou "degradar" (no sentido etimológico de "diminuir o grau").


E o inverso é salientado: "mas quem a perder "hós d"án apolésêi tên psychên autoú), por minha causa (héneken emoú) - e Marcos acrescenta "e da Boa Nova" (kaì toú euaggelíou) - esse a preservará (sósei autén, em Marcos e Lucas) ou a achará (heurêsei autén, em Mateus).


A seguir pergunta, como que explicando a antinomia verbal anterior: "que utilidade terá o homem se lucrar todo o mundo físico (kósmos), mas perder - isto é, não evoluir - sua alma? E qual o tesouro da Terra que poderia ser oferecido em troca (antállagma) da evolução espiritual da criatura? Não há dinheiro nem ouro que consiga fazer um mestre, riem que possa dar-se em troca de uma iniciação real.


Bens espirituais não podem ser comprados nem "trocados" por quantias materiais. A matemática possui o axioma válido também aqui: quantidades heterogêneas não podem somar-se.


O versículo seguinte apresenta variantes.


MATEUS traz a afirmação de que o Filho do Homem virá com a glória de seu Pai, em companhia de Seus Mensageiros (anjos), para retribuir a cada um segundo seus atos. Traduzimos aqui dóxa por "glória" (veja vol. 1 e vol. 3), porque é o melhor sentido dentro do contexto. E entendemos essa glória como sinônimo perfeito da "sintonia vibratória" ou a frequência da tônica do Pai (Verbo, Som). A atribui ção a cada um segundo "seus atos" (tên práxin autoú) ou talvez, bem melhor, de acordo com seu comportamento, com a "prática" da vida diária. Não são realmente os atos, sobretudo isolados (mesmo os heroicos) que atestarão a Evolução de uma criatura, mas seu comportamento constante e diuturno.


MARCOS diz que se alguém, desta geração "adúltera", isto é, que se tornou "infiel" a Deus, traindo-O por amar mais a matéria que o espírito, e "errada" na compreensão das grandes verdades, "se envergonhar" (ou seja "desafinar", não-sintonizar), também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier com a glória do Pai, em companhia de Seus mensageiros (anjos).


LUCAS repete as palavras de Marcos (menos a referência à Boa Nova), salientando, porém, que o Filho do Homem virá com Sua própria glória, com a glória do Pai, e com a glória dos santos mensageiros (anjos).


E finalmente o último versículo, em que só Mateus difere dos outros dois, os quais, no entanto, nos parecem mais conformes às palavras originais.


Afirma o Mestre "alguns dos aqui presentes" (eisin tines tõn hõde hestótõn), os quais não experimentar ão (literalmente: "não saborearão, ou mê geúsôntai) a morte, até que vejam o reino de Deus chegar com poder. Mateus em vez de "o reino de Deus", diz "o Filho do Homem", o que deu margem à expectativa da parusia (ver vol. 3), ainda para os indivíduos daquela geração.


Entretanto, não se trata aqui, de modo algum, de uma parusia escatológica (Paulo avisa aos tessalonicenses que não o aguardem "como se já estivesse perto"; cfr. 1. ª Tess. 2: lss), mas da descoberta e conquista do "reino de Deus DENTRO de cada um" (cfr. LC 17:21), prometido para alguns "dos ali presentes" para essa mesma encarnação.


A má interpretação provocou confusões. Os gnósticos (como Teodósio), João Crisóstomo, Teofilacto e outros - e modernamente o cardeal Billot, S. J. (cfr. "La Parousie", pág. 187), interpretam a "vinda na glória do Filho do Homem" como um prenúncio da Transfiguração; Cajetan diz ser a Ressurreição;


Godet acha que foi Pentecostes; todavia, os próprios discípulos de Jesus, contemporâneos dos fatos, não interpretaram assim, já que após a tudo terem assistido, inclusive ao Pentecostes, continuaram esperando, para aqueles próximos anos, essa vinda espetacular. Outros recuaram mais um pouco no tempo, e viram essa "vinda gloriosa" na destruição de Jerusalém, como "vingança" do Filho do Homem; isso, porém, desdiz o perdão que Ele mesmo pedira ao Pai pela ignorância de Seus algozes (D. Calmet, Knabenbauer, Schanz, Fillion, Prat, Huby, Lagrange); e outros a interpretaram como sendo a difusão do cristianismo entre os pagãos (Gregório Magno, Beda, Jansênio, Lamy).


Penetremos mais a fundo o sentido.


Na vida literária e artística, em geral, distinguimos nitidamente o "aluno" do "discípulo". Aluno é quem aprende com um professor; discípulo é quem segue a trilha antes perlustrada por um mestre. Só denominamos "discípulo" aquele que reproduz em suas obras a técnica, a "escola", o estilo, a interpretação, a vivência do mestre. Aristóteles foi aluno de Platão, mas não seu discípulo. Mas Platão, além de ter sido aluno de Sócrates, foi também seu discípulo. Essa distinção já era feita por Jesus há vinte séculos; ser Seu discípulo é segui-Lo, e não apenas "aprender" Suas lições.


Aqui podemos desdobrar os requisitos em quatro, para melhor explicação.


Primeiro: é necessário QUERER. Sem que o livre-arbítrio espontaneamente escolha e decida, não pode haver discipulato. Daí a importância que assume, no progresso espiritual, o aprendizado e o estudo, que não podem limitar-se a ouvir rápidas palavras, mas precisam ser sérios, contínuos e profundos.


Pois, na realidade, embora seja a intuição que ilumina o intelecto, se este não estiver preparado por meio do conhecimento e da compreensão, não poderá esclarecer a vontade, para que esta escolha e resolva pró ou contra.


O segundo é NEGAR-SE a si mesmo. Hoje, com a distinção que conhecemos entre o Espírito (individualidade) e a personagem terrena transitória (personalidade), a frase mais compreensível será: "negar a personagem", ou seja, renunciar aos desejos terrenos, conforme ensinou Sidarta Gotama, o Buddha.


Cientificamente poderíamos dizer: superar ou abafar a consciência atual, para deixar que prevaleça a super-consciência.


Essa linguagem, entretanto, seria incompreensível àquela época. Todavia, as palavras proferidas pelo Mestre são de meridiana clareza: "renunciar a si mesmo". Observando-se que, pelo atraso da humanidade, se acredita que o verdadeiro eu é a personagem, e que a consciência atual é a única, negar essa personagem e essa consciência exprime, no fundo, negar-se "a si mesmo". Diz, portanto, o Mestre: " esse eu, que vocês julgam ser o verdadeiro eu, precisa ser negado". Nada mais esclarece, já que não teria sido entendido pela humanidade de então. No entanto, aqueles que seguissem fielmente Sua lição, negando seu eu pequeno e transitório, descobririam, por si mesmos, automaticamente, em pouco tempo, o outro Eu, o verdadeiro, coisa que de fato ocorreu com muitos cristãos.


Talvez no início possa parecer, ao experimentado: desavisado, que esse Eu verdadeiro seja algo "externo".


Mas quando, por meio da evolução, for atingido o "Encontro Místico", e o Cristo Interno assumir a supremacia e o comando, ele verificará que esse Divino Amigo não é um TU desconhecido, mas antes constitui o EU REAL. Além disso, o Mestre não se satisfez com a explanação teórica verbal: exemplificou, negando o eu personalístico de "Jesus", até deixá-lo ser perseguido, preso, caluniado, torturado e assassinado. Que Lhe importava o eu pequeno? O Cristo era o verdadeiro Eu Profundo de Jesus (como de todos nós) e o Cristo, com a renúncia e negação do eu de Jesus, pode expandir-se e assumir totalmente o comando da personagem humana de Jesus, sendo, às vezes, difícil distinguir quando falava e agia "Jesus" e quando agia e falava "o Cristo". Por isso em vez de Jesus, temos nele O CRISTO, e a história o reconhece como "Jesus", O CRISTO", considerando-o como homem (Jesus) e Deus (Cristo).


Essa anulação do eu pequeno fez que a própria personagem fosse glorificada pela humildade, e o nome humano negado totalmente se elevasse acima de tudo, de tal forma que "ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na Terra e debaixo da terra" (Filp. 2:10).


Tudo isso provocou intermináveis discussões durante séculos, por parte dos que não conseguiram penetrar a realidade dos acontecimentos, caracterizados, então, de "mistério": são duas naturezas ou uma? Como se realizou a união hipostática? Teria a Divindade absorvido a humanidade?


Por que será que uma coisa tão clara terá ficado incompreendida por tantos luminares que trataram deste assunto? O Eu Profundo de todas as criaturas é o Deus Interno, que se manifestará em cada um exatamente na proporção em que este renunciar ao eu pequeno (personagem), para deixar campo livre à expressão do Cristo Interno Divino. Todos somos deuses (cfr. Salmo 81:6 e JO 10:34) se negarmos totalmente nosso eu pequeno (personagem humana), deixando livre expansão à manifestação do Cristo que em todos habita. Isso fez Jesus. Se a negação for absoluta e completa, poderemos dizer com Paulo que, nessa criatura, "habita a plenitude da Divindade" (CL 2:9). E a todos os que o fizerem, ser-lhes-á exaltado o nome acima de toda criação" (cfr. Filp. 2:5-11).


Quando isto tiver sido conseguido, a criatura "tomará sua cruz cada dia" (cada vez que ela se apresentar) e a sustentará galhardamente - quase diríamos triunfalmente - pois não mais será ela fonte de abatimentos e desânimos, mas constituirá o sofrimento-por-amor, a dor-alegria, já que é a "porta estreita" (MT 7:14) que conduzirá à felicidade total e infindável (cfr. Pietro Ubaldi, "Grande Síntese, cap. 81).


No entanto, dado o estágio atual da humanidade, a cruz que temos que carregar ainda é uma preparação para o "negar-se". São as dores físicas, as incompreensões morais, as torturas do resgate de carmas negativos mais ou menos pesados, em vista do emaranhado de situações aflitivas, das "montanhas" de dificuldades que se erguem, atravancando nossos caminhos, do sem-número de moléstias e percalços, do cortejo de calúnias e martírios inomináveis e inenarráveis.


Tudo terá que ser suportado - em qualquer plano - sem malsinar a sorte, sem desesperos, sem angústias, sem desfalecimentos nem revoltas, mas com aceitação plena e resignação ativa, e até com alegria no coração, com a mais sólida, viva e inabalável confiança no Cristo-que-é-nosso-Eu, no Deus-

Imanente, na Força-Universal-Inteligente e Boa, que nos vivifica e prepara, de dentro de nosso âmago mais profundo, a nossa ascensão real, até atingirmos TODOS, a "plena evolução crística" (EF 4:13).


A quarta condição do discipulato é também clara, não permitindo ambiguidade: SEGUI-LO. Observese a palavra escolhida com precisão. Poderia ter sido dito "imitá-Lo". Seria muito mais fraco. A imitação pode ser apenas parcial ou, pior ainda, ser simples macaqueação externa (usar cabelos compridos, barbas respeitáveis, vestes talares, gestos estudados), sem nenhuma ressonância interna.


Não. Não é imitá-Lo apenas, é SEGUI-LO. Segui-Lo passo a passo pela estrada evolutiva até atingir a meta final, o ápice, tal como Ele o FEZ: sem recuos, sem paradas, sem demoras pelo caminho, sem descanso, sem distrações, sem concessões, mas marchando direto ao alvo.


SEGUI-LO no AMOR, na DEDICAÇÃO, no SERVIÇO, no AUTO-SACRIFÍCIO, na HUMILDADE, na RENÚNCIA, para que de nós se possa afirmar como Dele foi feito: "fez bem todas as coisas" (MC 7. 37) e: "passou pela Terra fazendo o bem e curando" (AT 10:38).


Como Mestre de boa didática, não apresenta exigências sem dar as razões. Os versículos seguintes satisfazem a essa condição.


Aqui, como sempre, são empregados os termos filosóficos com absoluta precisão vocabular (elegantia), não deixando margem a qualquer dúvida. A palavra usada é psychê, e não pneuma; é alma e nã "espírito" (em adendo a este capítulo daremos a "constituição do homem" segundo o Novo Testamento).


A alma (psychê) é a personagem humana em seu conjunto de intelecto-emoções, excluído o corpo denso e as sensações do duplo etérico. Daí a definição da resposta 134 do "Livro dos Espíritos": "alma é o espírito encarnado", isto é, a personagem humana que habita no corpo denso.

Aí está, pois, a chave para a interpretação do "negue-se a si mesmo": esse eu, a alma, é a personagem que precisa ser negada, porque, quem não quiser fazê-lo, quem pretender preservar esse eu, essa alma, vai acabar perdendo-a, já que, ao desencarnar, estará com "as mãos vazias". Mas aquele que por causa do Cristo Interno - renunciar e perder essa personagem transitória, esse a encontrará melhorada (Mateus), esse a preservará da ruína (Marcos e Lucas).


E prossegue: que adiantará acumular todas as riquezas materiais do mundo, se a personalidade vai cair no vazio? Nada de material pode ser-lhe comparado. No entanto, se for negada, será exaltada sobre todas as coisas (cfr. o texto acima citado, Filp. 2:5-11).


Todas e qualquer evolução do Espírito é feita exclusivamente durante seu mergulho na carne (veja atrás). Só através das personagens humanas haverá ascensão espiritual, por meio do "ajustamento sintônico". Então, necessidade absoluta de consegui-lo, não "se envergonhando", isto é, não desafinando da tônica do Pai (Som) que tudo cria, governa e mantém. Enfrentar o mundo sem receio, sem" respeitos humanos", e saber recusá-lo também, para poder obter o Encontro Místico com o Cristo Interno. Se a criatura "se envergonha" e se retrai, (não sintoniza) não é possível conseguir o Contato Divino, e o Filho do Homem também a evitará ("se envergonhará" dessa criatura). Só poderá haver a" descida da graça" ou a unificação com o Cristo, "na glória (tônica) do Pai (Som-Verbo), na glória (tônica) do próprio Cristo (Eu Interno), na glória de todos os santos mensageiros", se houver a coragem inquebrantável de romper com tudo o que é material e terreno, apagando as sensações, liquidando as emoções, calando o intelecto, suplantando o próprio "espírito" encarnado, isto é, PERDENDO SUA ALMA: só então "a achará", unificada que estará com o Cristo, Nele mergulhada (batismo), "como a gota no oceano" (Bahá"u"lláh). Realmente, a gota se perde no oceano mas, inegavelmente, ao deixar de ser gota microscópica, ela se infinitiva e se eterniza tornando-se oceano...

Em Mateus é-nos dado outro aviso: ao entrar em contato com a criatura, esta "receberá de acordo com seu comportamento" (pláxin). De modo geral lemos nas traduções correntes "de acordo com suas obras". Mas isso daria muito fortemente a ideia de que o importante seria o que o homem FAZ, quando, na realidade, o que importa é o que o homem É: e a palavra comportamento exprime-o melhor que obras; ora, a palavra do original práxis tem um e outro sentido.


Evidentemente, cada ser só poderá receber de acordo com sua capacidade, embora todos devam ser cheios, replenos, com "medida sacudida e recalcada" (cfr. Lc. 5:38).


Mas há diferença de capacidade entre o cálice, o copo, a garrafa, o litro, o barril, o tonel... De acordo com a própria capacidade, com o nível evolutivo, com o comportamento de cada um, ser-lhe-á dado em abundância, além de toda medida. Figuremos uma corrente imensa, que jorra permanentemente luz e força, energia e calor. O convite é-nos feito para aproximar-nos e recolher quanto quisermos.


Acontece, porém, que cada um só recolherá conforme o tamanho do vasilhame que levar consigo.


Assim o Cristo Imanente e o Verbo Criador e Conservador SE DERRAMAM infinitamente. Mas nós, criaturas finitas, só recolheremos segundo nosso comportamento, segundo a medida de nossa capacidade.


Não há fórmulas mágicas, não há segredos iniciáticos, não peregrinações nem bênçãos de "mestres", não há sacramentos nem sacramentais, que adiantem neste terreno. Poderão, quando muito, servir como incentivo, como animação a progredir, mas por si, nada resolvem, já que não agem ex ópere operantis nem ex opere operatus, mas sim ex opere recipientis: a quantidade de recebimento estará de acordo com a capacidade de quem recebe, não com a grandeza de quem dá, nem com o ato de doação.


E pode obter-se o cálculo de capacidade de cada um, isto é, o degrau evolutivo em que se encontra no discipulato de Cristo, segundo as várias estimativas das condições exigidas:

a) - pela profundidade e sinceridade na renúncia ao eu personalístico, quando tudo é feito sem cogitar de firmar o próprio nome, sem atribuir qualquer êxito ao próprio merecimento (não com palavras, mas interiormente), colaborando com todos os "concorrentes", que estejam em idêntica senda evolutiva, embora nos contrariem as ideias pessoais, mas desde que sigam os ensinos de Cristo;


b) - pela resignação sem queixas, numa aceitação ativa, de todas as cruzes, que exprimam atos e palavras contra nós, maledicências e calúnias, sem respostas nem defesas, nem claras nem veladas (já nem queremos acenar à contra-ataques e vinganças).


c) - pelo acompanhar silencioso dos passos espirituais no caminho do auto-sacrifício por amor aos outros, pela dedicação integral e sem condições; no caminho da humildade real, sem convencimentos nem exterioridades; no caminho do serviço, sem exigências nem distinções; no caminho do amor, sem preferências nem limitações. O grau dessas qualidades, todas juntas, dará uma ideia do grau evolutivo da criatura.


Assim entendemos essas condições: ou tudo, à perfeição; ou pouco a pouco, conquistando uma de cada vez. Mas parado, ninguém ficará. Se não quiser ir espontaneamente, a dor o aguilhoará, empurrandoo para a frente de qualquer forma.


No entanto, uma promessa relativa à possibilidade desse caminho é feita claramente: "alguns dos que aqui estão presentes não experimentarão a morte até conseguirem isso". A promessa tanto vale para aquelas personagens de lá, naquela vida física, quanto para os Espíritos ali presentes, garantindo-selhes que não sofreriam queda espiritual (morte), mas que ascenderiam em linha reta, até atingir a meta final: o Encontro Sublime, na União mística absoluta e total.


Interessante a anotação de Marcos quando acrescenta: O "reino de Deus chegado em poder". Durante séculos se pensou no poder externo, a espetacularidade. Mas a palavra "en dynámei" expressa muito mais a força interna, o "dinamismo" do Espírito, a potencialidade crística a dinamizar a criatura em todos os planos.


O HOMEM NO NOVO TESTAMENTO


O Novo Testamento estabelece, com bastante clareza, a constituição DO HOMEM, dividindo o ser encarnado em seus vários planos vibratórios, concordando com toda a tradição iniciática da Índia e Tibet, da China, da Caldeia e Pérsia, do Egito e da Grécia. Embora não encontremos o assunto didaticamente esquematizado em seus elementos, o sentido filosófico transparece nítido dos vários termos e expressões empregados, ao serem nomeadas as partes constituintes do ser humano, ou seja, os vários níveis em que pode tornar-se consciente.


Algumas das palavras são acolhidas do vocabulário filosófico grego (ainda que, por vezes, com pequenas variações de sentido); outras são trazidas da tradição rabínica e talmúdica, do centro iniciático que era a Palestina, e que já entrevemos usadas no Antigo Testamento, sobretudo em suas obras mais recentes.


A CONCEPÇÃO DA DIVINDADE


Já vimos (vol, 1 e vol. 3 e seguintes), que DEUS, (ho théos) é apresentado, no Novo Testamento, como o ESPÍRITO SANTO (tò pneuma tò hágion), o qual se manifesta através do Pai (patêr) ou Lógos (Som Criador, Verbo), e do Filho Unigênito (ho hyiós monogenês), que é o Cristo Cósmico.


DEUS NO HOMEM


Antes de entrar na descrição da concepção do homem, no Novo Testamento, gostaríamos de deixar tem claro nosso pensamento a respeito da LOCALIZAÇÃO da Centelha Divina ou Mônada NO CORA ÇÃO, expressão que usaremos com frequência.


A Centelha (Partícula ou Mônada) é CONSIDERADA por nós como tal; mas, na realidade, ela não se separa do TODO (cfr. vol. 1); logo, ESTÁ NO TODO, e portanto É O TODO (cfr. JO 1:1).


O "TODO" está TODO em TODAS AS COISAS e em cada átomo de cada coisa (cfr. Agostinho, De Trin. 6, 6 e Tomás de Aquino, Summa Theologica, I, q. 8, art. 2, ad 3um; veja vol. 3, pág. 145).


Entretanto, os seres e as coisas acham-se limitados pela forma, pelo espaço, pelo tempo e pela massa; e por isso afirmamos que em cada ser há uma "centelha" ou "partícula" do TODO. No entanto, sendo o TODO infinito, não tem extensão; sendo eterno, é atemporal; sendo indivisível, não tem dimensão; sendo O ESPÍRITO, não tem volume; então, consequentemente, não pode repartir-se em centelhas nem em partículas, mas é, concomitantemente, TUDO EM TODAS AS COISAS (cfr. l. ª Cor. 12:6).


Concluindo: quando falamos em "Centelha Divina" e quando afirmamos que ela está localizada no coração, estamos usando expressões didáticas, para melhor compreensão do pensamento, dificílimo (quase impossível) de traduzir-se em palavras.


De fato, porém, a Divindade está TODA em cada célula do corpo, como em cada um dos átomos de todos os planos espirituais, astrais, físicos ou quaisquer outros que existam. Em nossos corpos físicos e astral, o coração é o órgão preparado para servir de ponto de contato com as vibrações divinas, através, no físico, do nó de Kait-Flake e His; então, didaticamente, dizemos que "o coração é a sede da Centelha Divina".


A CONCEPÇÃO DO HOMEM


O ser humano (ánthrôpos) é considerado como integrado por dois planos principais: a INDIVIDUALIDADE (pneuma) e a PERSONAGEM ou PERSONALIDADE; esta subdivide-se em dois: ALMA (psychê) e CORPO (sôma).


Mas, à semelhança da Divindade (cfr. GN 1:27), o Espírito humano (individualidade ou pneuma) possui tríplice manifestação: l. ª - a CENTELHA DIVINA, ou Cristo, partícula do pneuma hágion; essa centelha que é a fonte de todo o Espirito, está localizada e representada quase sempre por kardia (coração), a parte mais íntima e invisível, o âmago, o Eu Interno e Profundo, centro vital do homem;


2. ª - a MENTE ESPIRITUAL, parte integrante e inseparável da própria Centelha Divina. A Mente, em sua função criadora, é expressa por noús, e está também sediada no coração, sendo a emissora de pensamentos e intuições: a voz silenciosa da super-consciência;


3. ª - O ESPÍRITO, ou "individualização do Pensamento Universal". O "Espírito" propriamente dito, o pneuma, surge "simples e ignorante" (sem saber), e percorre toda a gama evolutiva através dos milênios, desde os mais remotos planos no Antissistema, até os mais elevados píncaros do Sistema (Pietro Ubaldi); no entanto, só recebe a designação de pneuma (Espírito) quando atinge o estágio hominal.


Esses três aspectos constituem, englobamente, na "Grande Síntese" de Pietro Ubaldi, o "ALPHA", o" espírito".


Realmente verificamos que, de acordo com GN 1:27, há correspondência perfeita nessa tríplice manifesta ção do homem com a de Deus: A - ao pneuma hágion (Espírito Santo) correspondente a invisível Centelha, habitante de kardía (coração), ponto de partida da existência;


B - ao patêr (Pai Criador, Verbo, Som Incriado), que é a Mente Divina, corresponde noús (a mente espiritual) que gera os pensamentos e cria a individualização de um ser;


C - Ao Filho Unigênito (Cristo Cósmico) corresponde o Espírito humano, ou Espírito Individualizado, filho da Partícula divina, (a qual constitui a essência ou EU PROFUNDO do homem); a individualidade é o EU que percorre toda a escala evolutiva, um Eu permanente através de todas as encarnações, que possui um NOME "escrito no livro da Vida", e que terminará UNIFICANDO-SE com o EU PROFUNDO ou Centelha Divina, novamente mergulhando no TODO. (Não cabe, aqui, discutir se nessa unificação esse EU perde a individualidade ou a conserva: isso é coisa que está tão infinitamente distante de nós no futuro, que se torna impossível perceber o que acontecerá).


No entanto, assim como Pneuma-Hágion, Patêr e Hyiós (Espírito-Santo, Pai e Filho) são apenas trê "aspectos" de UM SÓ SER INDIVISÍVEL, assim também Cristo-kardía, noús e pneuma (CristoSABEDORIA DO EVANGELHO coração, mente espiritual e Espírito) são somente três "aspectos" de UM SÓ SER INDIVÍVEL, de uma criatura humana.


ENCARNAÇÃO


Ao descer suas vibrações, a fim de poder apoiar-se na matéria, para novamente evoluir, o pneuma atinge primeiro o nível da energia (o BETA Ubaldiano), quando então a mente se "concretiza" no intelecto, se materializa no cérebro, se horizontaliza na personagem, começando sua "crucificação". Nesse ponto, o pneuma já passa a denominar-se psychê ou ALMA. Esta pode considerar-se sob dois aspectos primordiais: a diánoia (o intelecto) que é o "reflexo" da mente, e a psychê propriamente dita isto é, o CORPO ASTRAL, sede das emoções.


Num último passo em direção à matéria, na descida que lhe ajudará a posterior subida, atinge-se então o GAMA Ubaldiano, o estágio que o Novo Testamento designa com os vocábulos diábolos (adversário) e satanás (antagonista), que é o grande OPOSITOR do Espírito, porque é seu PÓLO NEGATIVO: a matéria, o Antissistema. Aí, na matéria, aparece o sôma (corpo), que também pode subdividir-se em: haima (sangue) que constitui o sistema vital ou duplo etérico e sárx (carne) que é a carapaça de células sólidas, último degrau da materialização do espírito.


COMPARAÇÃO


Vejamos se com um exemplo grosseiro nos faremos entender, não esquecendo que omnis comparatio claudicat.


Observemos o funcionamento do rádio. Há dois sistemas básicos: o transmissor (UM) e os receptores (milhares, separados uns dos outros).


Consideremos o transmissor sob três aspectos: A - a Força Potencial, capaz de transmitir;


B - a Antena Emissora, que produz as centelas;


C - a Onda Hertziana, produzida pelas centelhas.


Mal comparando, aí teríamos:

a) - o Espirito-Santo, Força e Luz dos Universos, o Potencial Infinito de Amor Concreto;


b) - o Pai, Verbo ou SOM, ação ativa de Amante, que produz a Vida


c) - o Filho, produto da ação (do Som), o Amado, ou seja, o Cristo Cósmico que permeia e impregna tudo.


Não esqueçamos que TUDO: atmosfera, matéria, seres e coisas, no raio de ação do transmissor, ficam permeados e impregnados em todos os seus átomos com as vibrações da onda hertziana, embora seja esta invisível e inaudível e insensível, com os sentidos desarmados; e que os três elementos (Força-
Antena e Onda) formam UM SÓ transmissor o Consideremos, agora, um receptor. Observaremos que a recepção é feita em três estágios:

a) - a captação da onda


b) - sua transformação


c) - sua exteriorização Na captação da onda, podemos distinguir - embora a operação seja uma só - os seguintes elementos: A - a onda hertziana, que permeia e impregna todos os átomos do aparelho receptor, mas que é captada realmente apenas pela antena;


B - o condensador variável, que estabelece a sintonia com a onda emitida pelo transmissor. Esses dois elementos constituem, de fato, C - o sistema RECEPTOR INDIVIDUAL de cada aparelho. Embora a onda hertziana seja UMA, emitida pelo transmissor, e impregne tudo (Cristo Cósmico), nós nos referimos a uma onda que entra no aparelho (Cristo Interno) e que, mesmo sendo perfeita; será recebida de acordo com a perfeição relativa da antena (coração) e do condensador variável (mente). Essa parte representaria, então, a individualidade, o EU PERFECTÍVEL (o Espírito).


Observemos, agora, o circuito interno do aparelho, sem entrar em pormenores, porque, como dissemos, a comparação é grosseira. Em linhas gerais vemos que a onda captada pelo sistema receptor propriamente dito, sofre modificações, quando passa pelo circuito retificador (que transforma a corrente alternada em contínua), e que representaria o intelecto que horizontaliza as ideias chegadas da mente), e o circuito amplificador, que aumenta a intensidade dos sinais (que seria o psiquismo ou emoções, próprias do corpo astral ou alma).


Uma vez assim modificada, a onda atinge, com suas vibrações, o alto-falante que vibra, reproduzindo os sinais que chegam do transmissor isto é, sentindo as pulsações da onda (seria o corpo vital ou duplo etérico, que nos dá as sensações); e finalmente a parte que dá sonoridade maior, ou seja, a caixa acústica ou móvel do aparelho (correspondente ao corpo físico de matéria densa).


Ora, quanto mais todos esses elementos forem perfeitos, tanto mais fiel e perfeito será a reprodução da onda original que penetrou no aparelho. E quanto menos perfeitos ou mais defeituosos os elementos, mais distorções sofrerá a onda, por vezes reproduzindo, em guinchos e roncos, uma melodia suave e delicada.


Cremos que, apesar de suas falhas naturais, esse exemplo dá a entender o funcionamento do homem, tal como conhecemos hoje, e tal como o vemos descrito em todas as doutrinas espiritualistas, inclusive

—veremos agora quiçá pela primeira vez - nos textos do Novo Testamento.


Antes das provas que traremos, o mais completas possível, vejamos um quadro sinóptico:
θεός DEUS
πνεϋµα άγιον Espírito Santo
λόγος Pai, Verbo, Som Criador
υίός - Χριστό CRISTO - Filho Unigênito
άνθρωπος HOMEM
иαρδία - Χριστ

ό CRISTO - coração (Centelha)


πνεϋµα νους mente individualidade
πνεϋµα Espírito
φυΧή διάγοια intelecto alma
φυΧή corpo astral personagem
σώµα αίµα sangue (Duplo) corpo
σάρ

ξ carne (Corpo)


A - O EMPREGO DAS PALAVRAS


Se apresentada pela primeira vez, como esta, uma teoria precisa ser amplamente documentada e comprovada, para que os estudiosos possam aprofundar o assunto, verificando sua realidade objetiva. Por isso, começaremos apresentando o emprego e a frequência dos termos supracitados, em todos os locais do Novo Testamento.


KARDÍA


Kardía expressa, desde Homero (Ilíada, 1. 225) até Platão (Timeu, 70 c) a sede das faculdades espirituais, da inteligência (ou mente) e dos sentimentos profundos e violentos (cfr. Ilíada, 21,441) podendo até, por vezes, confundir-se com as emoções (as quais, na realidade, são movimentos da psychê, e não propriamente de kardía). Jesus, porém, reiteradamente afirma que o coração é a fonte primeira em que nascem os pensamentos (diríamos a sede do Eu Profundo).


Com este último sentido, a palavra kardía aparece 112 vezes, sendo que uma vez (MT 12:40) em sentido figurado.


MT 5:8, MT 5:28; 6:21; 9:4; 11:29; 12:34 13-15(2x),19; 15:8,18,19; 18;35; 22;37; 24:48; MC 2:6, MC 2:8; 3:5;


4:15; 6;52; 7;6,19,21; 8:11; 11. 23; 12:30,33; LC 1:17, LC 1:51, LC 1:66; 2;19,35,51; 3:5; 5:22; 6:45; 8:12,15;


9:47; 10:27; 12:34; 16:15; 21:14,34; 24;25,32,38; JO 12:40(2x); 13:2; 14:1,27; 16:6,22 AT 2:26, AT 2:37, AT 2:46; AT 4:32; 5:3(2x); 7:23,39,51,54; 8;21,22; 11;23. 13:22; 14:17; 15:9; 16;14; 21:13; 28:27(2x);


RM 1:21, RM 1:24; 2:5,15,29; 5:5; 6:17; 8:27; 9:2; 10:1,6,8,9,10; 16:16; 1. ª Cor. 2:9; 4:5; 7:37; 14:25; 2. ª Cor. 1:22; 2:4; 3:2,3,15; 4:6; 5:12; 6:11; 7:3; 8:16; 9:7; GL 4:6; EF 1:18; EF 3:17; EF 4:18; EF 5:19; EF 6:5, EF 6:22;


Filp. 1:7; 4:7; CL 2:2; CL 3:15, CL 3:16, CL 3:22; CL 4:8; 1. ª Tess. 2:4,17; 3:13; 2. ª Tess. 2:17; 3:5; 1. ª Tim. 1:5; 2. ª Tim.


2:22; HB 3:8, HB 3:10, HB 3:12, HB 3:15; HB 4:7, HB 4:12; 8:10; 10:16,22; Tiago, 1:26; 3:14; 4:8; 5:5,8; 1. ª Pe. 1:22; 3:4,15; 2. ª Pe. 1:19; 2:15; 1; 1. ª JO 3;19,20(2x),21; AP 2:23; AP 17:17; AP 18:7.


NOÚS


Noús não é a "fonte", mas sim a faculdade de criar pensamentos, que é parte integrante e indivisível de kardía, onde tem sede. Já Anaxágoras (in Diógenes Laércio, livro 2. º, n. º 3) diz que noús (o Pensamento Universal Criador) é o "’princípio do movimento"; equipara, assim, noús a Lógos (Som, Palavra, Verbo): o primeiro impulsionador dos movimentos de rotação e translação da poeira cósmica, com isso dando origem aos átomos, os quais pelo sucessivo englobamento das unidades coletivas cada vez mais complexas, formaram os sistemas atômicos, moleculares e, daí subindo, os sistemas solares, gal áxicos, e os universos (cfr. vol. 3. º).


Noús é empregado 23 vezes com esse sentido: o produto de noús (mente) do pensamento (nóêma), usado 6 vezes (2. ª Cor. 2:11:3:14; 4:4; 10:5; 11:3; Filp. 4:7), e o verbo daí derivado, noeín, empregado

14 vezes (3), sendo que com absoluta clareza em João (João 12:40) quando escreve "compreender com o coração" (noêsôsin têi kardíai).


LC 24. 45; RM 1:28; RM 7:23, RM 7:25; 11:34; 12:2; 14. 5; l. ª Cor. 1. 10; 2:16:14:14,15,19; EF 4:17, EF 4:23; Filp.


4:7; CL 2:18; 2. ª Tess. 2. 2; 1. ª Tim. 6:5; 2. ª Tim. 3:8; TT 1:15;AP 13:18.


PNEUMA


Pneuma, o sopro ou Espírito, usado 354 vezes no N. T., toma diversos sentidos básicos: MT 15:17; MT 16:9, MT 16:11; 24:15; MC 7:18; MC 8:17; MC 13:14; JO 12:40; RM 1:20; EF 3:4, EF 3:20; 1. ª Tim. 1:7;


2. ª Tim. 2:7; HB 11:13

1. Pode tratar-se do ESPÍRITO, caracterizado como O SANTO, designando o Amor-Concreto, base e essência de tudo o que existe; seria o correspondente de Brahman, o Absoluto. Aparece com esse sentido, indiscutivelmente, 6 vezes (MT 12:31, MT 12:32; MC 3:29; LC 12:10; JO 4:24:1. ª Cor. 2:11).


Os outros aspectos de DEUS aparecem com as seguintes denominações:

a) - O PAI (ho patêr), quando exprime o segundo aspecto, de Criador, salientando-se a relação entre Deus e as criaturas, 223 vezes (1); mas, quando se trata do simples aspecto de Criador e Conservador da matéria, é usado 43 vezes (2) o vocábulo herdado da filosofia grega, ho lógos, ou seja, o Verbo, a Palavra que, ao proferir o Som Inaudível, movimenta a poeira cósmica, os átomos, as galáxias.


(1) MT 5:16, MT 5:45, MT 5:48; MT 6:1, MT 6:4, MT 6:6, MT 6:8,9,14,15,26,32; 7:11,21; 10:20,29,32,33; 11:25,27; 12:50; 13:43; 15:13; 16:17,27; 18:10,14,19,35; 20:23; 23:9; 24:36; 25:34:26:29,39,42,53; MC 8:25; MC 11:25, MC 11:32; MC 11:14:36; LC 2:49; LC 2:6:36;9:26;10:21,22;11:2,13;12:30,32;22:29,42;23:34,46;24:49;JO 1:14, JO 1:18; JO 1:2:16;3:35;4:21,23;5:1 7,18,19,20,21,22,23,26,36,37,43,45,46,27,32,37,40,44,45,46,57,65;8:18,19,27,28,38,41,42,49,54;10:1 5,17,18,19,25,29,30,32,35,38;11:41;12:26,27,28,49,50;13:1,3;14:2,6,7,8,9,10,11,13,16,20,21,24,26,28, 31,15:1,8,9,10,15,16,23,24,26;16:3,10,15,17,25,26,27,28,32;17:1,5,11,21,24,25; 18:11; 20:17,21;AT 1:4, AT 1:7; AT 1:2:33;Rom. 1:7;6:4;8:15;15:6;1. º Cor. 8:6; 13:2; 15:24; 2. º Cor. 1:2,3; 6:18; 11:31; Gól. 1:1,3,4; 4:6; EF 1:2, EF 1:3, EF 1:17; EF 2:18; EF 2:3:14; 4:6; 5:20; FP 1:2; FP 2:11; FP 4:20; CL 1:2, CL 1:3, CL 1:12:3:17; 1. 0 Teõs. 1:1,3; 3:11,13; 2° Tess. 1:1 2; : 2:16; 1. º Tim. 1:2; 2. º Tim. 1:2; TT 1:4; Flm. 3; HB 1:5; HB 12:9; Tiago 1:17, Tiago 1:27:3:9; 1° Pe. 1:2,3,17; 2. º Pe. 1:17, 1. º JO 1:2,3; 2:1,14,15,16, 22,23,24; 3:1; 4:14; 2. º JO 3,4,9; Jud. 9; AP 1:6; AP 2:28; AP 3:5, AP 3:21; 14:1. (2) MT 8:8; LC 7:7; JO 1:1, JO 1:14; 5:33; 8:31,37,43,51,52,55; 14:23,24; 15:20; 17:61417; 1. º Cor. 1:13; 2. º Cor. 5:19; GL 6:6; Filp. 2:6; Cor. 1:25; 3:16; 4:3; 1. º Tess. 1:6; 2. º Tess. 3:1; 2. º Tim. 2:9; Heb. : 12; 6:1; 7:28; 12:9; Tiago, 1:21,22,23; 1. ° Pe. 1:23; 2. º Pe. 3:5,7; 1. º JO 1:1,10; 2:5,7,14; AP 19:13.


b) - O FILHO UNIGÊNITO (ho hyiós monogenês), que caracteriza o CRISTO CÓSMICO, isto é, toda a criação englobadamente, que é, na realidade profunda, um dos aspectos da Divindade. Não se trata, como é claro, de panteísmo, já que a criação NÃO constitui a Divindade; mas, ao invés, há imanência (Monismo), pois a criação é UM DOS ASPECTOS, apenas, em que se transforma a Divindade. Esta, além da imanência no relativo, é transcendente como Absoluto; além da imanência no tempo, é transcendente como Eterno; além da imanência no finito, é transcendente como Infinito.


A expressão "Filho Unigênito" só é usada por João (1:14,18; 13:16,18 e 1. a JO 4:9). Em todos os demais passos é empregado o termo ho Christós, "O Ungido", ou melhor, "O Permeado pela Divindade", que pode exprimir tanto o CRISTO CÓSMICO que impregna tudo, quanto o CRISTO INTERNO, se o olhamos sob o ponto de vista da Centelha Divina no âmago da criatura.


Quando não é feita distinção nos aspectos manifestantes, o N. T. emprega o termo genérico ho theós Deus", precedido do artigo definido.


2. Além desse sentido, encontramos a palavra pneuma exprimindo o Espírito humano individualizado; essa individualização, que tem a classificação de pneuma, encontra-se a percorrer a trajetória de sua longa viagem, a construir sua própria evolução consciente, através da ascensão pelos planos vibratórios (energia e matéria) que ele anima em seu intérmino caminhar. Notemos, porém, que só recebe a denominação de pneuma (Espírito), quando atinge a individualização completa no estado hominal (cfr. A. Kardec, "Livro dos Espíritos", resp. 79: "Os Espíritos são a individualização do Princípio Inteligente, isto é, de noús).


Logicamente, portanto, podemos encontrar espíritos em muitos graus evolutivos, desde os mais ignorantes e atrasados (akátharton) e enfermos (ponêrón) até os mais evoluídos e santos (hágion).


Todas essas distinções são encontradas no N. T., sendo de notar-se que esse termo pneuma pode designar tanto o espírito encarnado quanto, ao lado de outros apelativos, o desencarnado.


Eis, na prática, o emprego da palavra pneuma no N. T. :

a) - pneuma como espírito encarnado (individualidade), 193 vezes: MT 1:18, MT 1:20; 3:11; 4:1; 5:3; 10:20; 26:41; 27:50; MC 1:8; MC 2:8; MC 8:12; MC 14:38; LC 1:47, LC 1:80; 3:16, 22; 8:55; 23:46; 24. 37, 39; JO 1:33; JO 3:5, JO 3:6(2x), 8; 4:23; 6:63; 7:39; 11:33; 13:21; 14:17, 26; 15:26; 16:13; 19-30, 20:22; AT 1:5, AT 1:8; 5:3; 32:7:59; 10:38; 11:12,16; 17:16; 18:25; 19:21; 20:22; RM 1:4, RM 1:9; 5:5; 8:2, 4, 5(2x), 6, 9(3x), 10, 11(2x),13, 14, 15(2x), 16(2x), 27; 9:1; 12:11; 14:17; 15:13, 16, 19, 30; 1° Cor. 2:4, 10(2x), 11, 12; 3:16; 5:3,4, 5; 6:11, 17, 19; 7:34, 40; 12:4, 7, 8(2x), 9(2x), 11, 13(2x); 14:2, 12, 14, 15(2x), 16:32; 15:45; 16:18; 2º Cor. 1:22; 2:13; 3:3, 6, 8, 17(2x), 18; 5:5; 6:6; 7:1, 13; 12:18; 13:13; GL 3:2, GL 3:3, GL 3:5; 4:6, 29; 5:5,16,17(2x), 18, 22, 25(2x1); 6:8(2x),18; EF 1:13, EF 1:17; 2:18, 22; 3:5, 16; 4:3, 4:23; 5:18; 6:17, 18; Philp. 1:19, 27; 2:1; 3:3; 4:23; CL 1:8; CL 2:5; 1º Tess. 1:5, 6; 4:8; 5:23; 2. º Tess. 2:13; 1. º Tim. 3:16; 4:22; 2. º Tim. 1:14; TT 3:5; HB 4:12, HB 6:4; HB 9:14; HB 10:29; HB 12:9; Tiago, 2:26:4:4; 1. º Pe. 1:2, 11, 12; 3:4, 18; 4:6,14; 1. º JO 3:24; JO 4:13; JO 5:6(2x),7; Jud. 19:20; AP 1:10; AP 4:2; AP 11:11.


b) - pneuma como espírito desencarnado:


I - evoluído ou puro, 107 vezes:


MT 3:16; MT 12:18, MT 12:28; 22:43; MC 1:10, MC 1:12; 12:36; 13. 11; LC 1:15, LC 1:16, LC 1:41, LC 1:67; 2:25, 27; 4:1, 14, 18; 10:21; 11:13; 12:12; JO 1:32; JO 3:34; AT 1:2, AT 1:16; 2:4(2x), 17, 18, 33(2x), 38; 4:8; 25, 31; 6:3, 10; 7:51, 55; 8:15, 17, 18, 19, 29, 39; 9:17, 31; 10:19, 44, 45, 47; 11:15, 24, 28; 13:2, 4, 9, 52; 15:8, 28; 16:6, 7; 19:1, 2, 6; 20:22, 28; 21:4, 11; 23:8, 9; 28:25; 1. º Cor. 12:3(2x), 10; 1. º Tess. 5:9; 2. º Tess. 2:2; 1. ° Tim. 4:1; HB 1:7, HB 1:14; 2:4; 3:7; 9:8; 10:15; 12:23; 2. º Pe. 1:21; 1. ° JO 4:1(2x), 2, 3, 6; AP 1:4; AP 2:7, AP 2:11, AP 2:17, AP 2:29; 3:1, 6, 13, 22; 4:5; 5:6; 14:13; 17:3:19. 10; 21. 10; 22:6, 17.


II - involuído ou não-purificado, 39 vezes:


MT 8:16; MT 10:1; MT 12:43, MT 12:45; MC 1:23, MC 1:27; 3:11, 30; 5:2, 8, 13; 6:7; 7:25; 9:19; LC 4:36; LC 6:18; LC 7:21; LC 8:2; LC 10:20; LC 11:24, LC 11:26; 13:11; AT 5:16; AT 8:7; AT 16:16, AT 19:12, AT 19:13, AT 19:15, AT 19:16; RM 11:8:1. ° Cor. 2:12; 2. º Cor. 11:4; EF 2:2; 1. º Pe. 3:19; 1. º JO 4:2, 6; AP 13:15; AP 16:13; AP 18:2.


c) - pneuma como "espírito" no sentido abstrato de "caráter", 7 vezes: (JO 6:63; RM 2:29; 1. ª Cor. 2:12:4:21:2. ª Cor. 4:13; GL 6:1 e GL 6:2. ª Tim. 1:7)


d) - pneuma no sentido de "sopro", 1 vez: 2. ª Tess. 2:8 Todavia, devemos acrescentar que o espírito fora da matéria recebia outros apelativo, conforme vimos (vol. 1) e que não é inútil recordar, citando os locais.


PHÁNTASMA, quando o espírito, corpo astral ou perispírito se torna visível; termo que, embora frequente entre os gregos, só aparece, no N. T., duas vezes (MT 14:26 e MC 6:49).

ÁGGELOS (Anjo), empregado 170 vezes, designa um espírito evoluído (embora nem sempre de categoria acima da humana); essa denominação específica que, no momento em que é citada, tal entidade seja de nível humano ou supra-humano - está executando uma tarefa especial, como encarrega de "dar uma mensagem", de "levar um recado" de seus superiores hierárquicos (geralmente dizendo-se "de Deus"): MT 1:20, MT 1:24; 2:9, 10, 13, 15, 19, 21; 4:6, 11; 8:26; 10:3, 7, 22; 11:10, 13; 12:7, 8, 9, 10, 11, 23; 13:39, 41, 49; 16:27; 18:10; 22:30; 24:31, 36; 25:31, 41; 26:53; 27:23; 28:2, 5; MC 1:2, MC 1:13; 8:38; 12:25; 13:27, 32; LC 1:11, LC 1:13, LC 1:18, LC 1:19, 26, 30, 34, 35, 38; 4:10, 11; 7:24, 27; 9:26, 52; 12:8; 16:22; 22:43; 24:23; JO 1:51; JO 12:29; JO 20:12 AT 5:19; AT 6:15; AT 7:30, AT 7:35, AT 7:38, AT 7:52; 12:15; 23:8, 9; RM 8:38; 1. ° Cor. 4:9; 6:3; 11:10; 13:1; 2. º Cor. 11:14; 12:7; GL 1:8; GL 3:19; GL 4:14; CL 2:18; 2. º Tess. 1:7; 1. ° Tim. 3:16; 5:21; HB 1:4, HB 1:5, HB 1:6, HB 1:7, 13; 2:2, 5, 7, 9, 16; 12:22; 13:2; Tiago 2:25; 1. º Pe. 1:4, 11; Jud. 6; AP 1:1, AP 1:20; 2:1, 8, 12, 18; 3:1, 5, 7, 9, 14; 5:2, 11; 7:1, 11; 8:2, 3, 4, 5, 6, 8, 10, 12, 13; 9:1, 11, 13, 14, 15; 10:1, 5, 7, 8, 9, 10; 11:15; 12:7, 9, 17; 14:6, 9, 10, 15, 17, 18, 19; 15:1, 6, 7, 8, 10; 16:1, 5; 17:1, 7; 18:1, 21; 19:17; 20:1; 21:9, 12, 17; 22:6, 8, 16. BEEZEBOUL, usado 7 vezes: (MT 7. 25; 12:24, 27; MC 3:22; LC 11:15, LC 11:18, LC 11:19) só nos Evangelhos, é uma designação de chefe" de falange, "cabeça" de espíritos involuído.


DAIMÔN (uma vez, em MT 8:31) ou DAIMÓNION, 55 vezes, refere-se sempre a um espírito familiar desencarnado, que ainda conserva sua personalidade humana mesmo além túmulo. Entre os gregos, esse termo designava quer o eu interno, quer o "guia". Já no N. T. essa palavra identifica sempre um espírito ainda não-esclarecido, não evoluído, preso à última encarnação terrena, cuja presença prejudica o encarnado ao qual esteja ligado; tanto assim que o termo "demoníaco" é, para Tiago, sinônimo de "personalístico", terreno, psíquico. "não é essa sabedoria que desce do alto, mas a terrena (epígeia), a personalista (psychike), a demoníaca (demoniôdês). (Tiago, 3:15)


MT 7:22; MT 9:33, MT 9:34; 12:24, 27, 28; 10:8; 11:18; 17:18; MC 1:34, MC 1:39; 3:15, 22; 6:13; 7:26, 29, 30; 9:38; 16:9, 17; LC 4:33, LC 4:35, LC 4:41; 7:33; 8:2, 27, 29, 30, 33, 35, 38; 9:1, 42, 49; 10:17; 11:14, 15, 18, 19, 20; 13:32; JO 7:2; JO 8:48, JO 8:49, JO 8:52; 10:20, 21; AT 17:18; 1. ª Cor. 10:20, 21; 1. º Tim. 4:1; Tiago 2:16; Apoc 9:20; 16:24 e 18:2.


Ao falar de desencarnados, aproveitemos para observar como era designado o fenômeno da psicofonia: I - quando se refere a uma obsessão, com o verbo daimonízesthai, que aparece 13 vezes (MT 4:24;


8:16, 28, 33; 9:32; 12:22; 15:22; Marc 1:32; 5:15, 16, 18; LC 8:36; JO 10:21, portanto, só empregado pelos evangelistas).


II - quando se refere a um espírito evoluído, encontramos as expressões:

• "cheio de um espírito (plêrês, LC 4:1; AT 6:3, AT 6:5; 7:55; 11:24 - portanto só empregado por Lucas);


• "encher-se" (pimplánai ou plêthein, LC 1:15, LC 1:41, LC 1:67; AT 2:4; AT 4:8, AT 4:31; 9:17; 13:19 - portanto, só usado por Lucas);


• "conturbar-se" (tarássein), JO 11:33 e JO 13:21).


Já deixamos bem claro (vol 1) que os termos satanás ("antagonista"), diábolos ("adversário") e peirázôn ("tentador") jamais se referem, no N. T., a espíritos desencarnados, mas expressam sempre "a matéria, e por conseguinte também a "personalidade", a personagem humana que, com seu intelecto vaidoso, se opõe, antagoniza e, como adversário natural do espírito, tenta-o (como escreveu Paulo: "a carne (matéria) luta contra o espírito e o espírito contra a carne", GL 5:17).


Esses termos aparecem: satanãs, 33 vezes (MT 4:10; MT 12:26; MT 16:23; MC 1:13; MC 3:23, MC 3:26; 4:15; 8:33; LC 10:18; LC 11:18; LC 13:16; LC 22:3; JO 13:27, JO 13:31; AT 5:3; AT 26:18; RM 16:20; 1. º Cor. 5:5; 7:5; 2. º Cor. 2:11; 11:14; 12:17; 1. ° Tess. 2:18; 2. º Tess. 2:9; 1. º Tim. 1:20; 5:15; AP 2:9, AP 2:13, AP 2:24; 3:9; 12:9; 20:2, 7); diábolos, 35 vezes (MT 4:1, MT 4:5, MT 4:8, MT 4:11; 13:39; 25:41; LC 4:2, LC 4:3, LC 4:6, LC 4:13; 8:12; JO 6:70; JO 8:44; JO 13:2; AT 10:38; AT 13:10; EF 4:27; EF 6:11; 1. º Tim. 3:6, 7, 11; 2. º Tim. 2:26; 3:3 TT 2:3; HB 2:14; Tiago, 4:7; 1. º Pe. 5:8; 1. º JO 3:8, 10; Jud. 9; AP 2:10; AP 12:9, AP 12:12; 20:2,10) e peirázôn, duas vezes (MT 4:3 e MT 4:1. ª Tess. 3:5).


DIÁNOIA


Diánoia exprime a faculdade de refletir (diá+noús), isto é, o raciocínio; é o intelecto que na matéria, reflete a mente espiritual (noús), projetando-se em "várias direções" (diá) no mesmo plano. Usado 12 vezes (MT 22:37; MC 12:30: LC 1:51; LC 10:27: EF 2:3; EF 4:18; CL 1:21; HB 8:10; HB 10:16; 1. ª Pe. 1:13; 2. ª Pe. 3:1; 1. ª JO 5:20) na forma diánoia; e na forma dianóêma (o pensamento) uma vez em LC 11:17. Como sinônimo de diánoia, encontramos, também, synesis (compreensão) 7 vezes (MC 12:33; LC 2:47; 1. ª Cor. 1:19; EF 3:4; CL 1:9 e CL 2:2; e 2. ª Tim. 2:7). Como veremos logo abaixo, diánoia é parte inerente da psychê, (alma).


PSYCHÊ


Psychê é a ALMA, isto é, o "espírito encarnado (cfr. A. Kardec, "Livro dos Espíritos", resp. 134: " alma é o espírito encarnado", resposta dada, evidentemente, por um "espírito" afeito à leitura do Novo Testamento).


A psychê era considerada pelos gregos como o atualmente chamado "corpo astral", já que era sede dos desejos e paixões, isto é, das emoções (cfr. Ésquilo, Persas, 841; Teócrito, 16:24; Xenofonte, Ciropedia, 6. 2. 28 e 33; Xen., Memoráveis de Sócrates, 1. 13:14; Píndaro, Olímpicas, 2. 125; Heródoto, 3. 14; Tucídides, 2. 40, etc.) . Mas psychê também incluía, segundo os gregos, a diánoia ou synesis, isto é, o intelecto (cfr. Heródoto, 5. 124; Sófocles, Édipo em Colona, 1207; Xenofonte, Hieron, 7. 12; Plat ão, Crátilo, 400 a).


No sentido de "espírito" (alma de mortos) foi usada por Homero (cfr. Ilíada 1. 3; 23. 65, 72, 100, 104;


Odisseia, 11. 207,213,222; 24. 14 etc.), mas esse sentido foi depressa abandonado, substituído por outros sinônimos (pnenma, eikôn, phántasma, skiá, daimôn, etc.) .


Psychê é empregado quase sempre no sentido de espírito preso à matéria (encarnado) ou seja, como sede da vida, e até como a própria vida humana, isto é, a personagem terrena (sede do intelecto e das emoções) em 92 passos: Mar. 2:20; 6:25; 10:28, 39; 11:29; 12:18; 16:25, 26; 20:28; 22:37; 26:38; MC 3:4; MC 8:35, MC 8:36, MC 8:37; 10:45; 12:30; 14:34; LC 1:46; LC 2:35; LC 6:9; LC 9:24(2x), 56; 10:27; 12:19, 20, 22, 23; 14:26; 17:33; 21:19; JO 10:11, JO 10:15, JO 10:17, JO 10:18, 24; 12:25, 27; 13:37, 38; 15:13; AT 2:27, AT 2:41, AT 2:43; 3:23; 4:32; 7:14; 14:2, 22; 15:24, 26; 20:10, 24; 27:10, 22, 37, 44; RM 2:9; RM 11:3; RM 13:1; RM 16:4; 1. º Cor. 15:45; 2. º Cor. 1:23; 12:15; EF 6:6; CL 3:23; Flp. 1:27; 2:30; 1. º Tess. 2:8; 5:23; HB 4:12; HB 6:19; HB 10:38, HB 10:39; 12:3; 13:17; Tiago 1:21; Tiago 5:20; 1. º Pe. 1:9, 22; 2:11, 25; 4:19; 2. º Pe. 2:8, 14; 1. º JO 3:16; 3. º JO 2; AP 12:11; AP 16:3; AP 18:13, AP 18:14.


Note-se, todavia, que no Apocalipse (6:9:8:9 e 20:4) o termo é aplicado aos desencarnados por morte violenta, por ainda conservarem, no além-túmulo, as características da última personagem terrena.


O adjetivo psychikós é empregado com o mesmo sentido de personalidade (l. ª Cor. 2:14; 15:44, 46; Tiago, 3:15; Jud. 19).


Os outros termos, que entre os gregos eram usados nesse sentido de "espírito desencarnado", o N. T.


não os emprega com essa interpretação, conforme pode ser verificado:

EIDOS (aparência) - LC 3:22; LC 9:29; JO 5:37; 2. ª Cor. 5:7; 1. ª Tess. 5:22.


EIDÔLON (ídolo) - AT 7:41; AT 15:20; RM 2:22; 1. ª Cor. 8:4, 7; 10:19; 12; 2; 2. ª Cor. 6:16; 1. ª Tess.


1:9; 1. ª JO 5:21; AP 9:20.


EIKÔN (imagem) - MT 22:20; MC 12:16; LC 20:24; RM 1:23; 1. ª Cor. 11:7; 15:49 (2x) ; 2. ª Cor. 3:18; 4:4; CL 1:5; CL 3:10; HB 10:11; AP 13:14; AP 14:2, AP 14:11; 15:2; 19 : 20; 20 : 4.


SKIÁ (sombra) - MT 4:16; MC 4:32; LC 1:79; AT 5:15; CL 2:17; HB 8:5; HB 10:1.


Também entre os gregos, desde Homero, havia a palavra thumós, que era tomada no sentido de alma encarnada". Teve ainda sentidos diversos, exprimindo "coração" quer como sede do intelecto, quer como sede das paixões. Fixou-se, entretanto, mais neste último sentido, e toda, as vezes que a deparamos no Novo Testamento é, parece, com o designativo "força". (Cfr. LC 4:28; AT 19:28; RM 2:8; 2. ª Cor. 12:20; GL 5:20; EF 4:31; CL 3:8; HB 11:27; AP 12:12; AP 14:8, AP 14:10, AP 14:19; 15:1, 7; 16:1, 19; 18:3 e 19:15)


SOMA


Soma exprime o corpo, geralmente o físico denso, que é subdividido em carne (sárx) e sangue (haima), ou seja, que compreende o físico denso e o duplo etérico (e aqui retificamos o que saiu publicado no vol. 1, onde dissemos que "sangue" representava o astral).


Já no N. T. encontramos uma antecipação da moderna qualificação de "corpos", atribuída aos planos ou níveis em que o homem pode tornar-se consciente. Paulo, por exemplo, emprega soma para os planos espirituais; ao distinguir os "corpos" celestes (sómata epouránia) dos "corpos" terrestres (sómata epígeia), ele emprega soma para o físico denso (em lugar de sárx), para o corpo astral (sôma psychikôn) e para o corpo espiritual (sôma pneumatikón) em 1. ª Cor. 15:40 e 44.


No N. T. soma é empregado ao todo 123 vezes, sendo 107 vezes no sentido de corpo físico-denso (material, unido ou não à psychê);


MT 5:29, MT 5:30; 6:22, 25; 10:28(2x); 26:12; 27:58, 59; MC 5:29; MC 14:8; MC 15:43; LC 11:34; LC 12:4, LC 12:22, LC 12:23; 17:37; 23:52, 55; 24:3, 23; JO 2:21; JO 19:31, JO 19:38, JO 19:40; 20:12; Aros. 9:40; RM 1:24; RM 4:19; RM 6:6, RM 6:12; 7:4, 24; 8:10, 11, 13, 23; 12:1, 4; 1. º Cor. 5:13; 6:13(2x), 20; 7:4(2x), 34; 9:27; 12:12(3x),14, 15(2x), 16 (2x), 17, 18, 19, 20, 22, 23, 24, 25; 13:3; 15:37, 38(2x) 40). 2. 0 Cor. 4:40; 5:610; 10:10; 12:2(2x); Gól. 6:17; EF 2:16; EF 5:23, EF 5:28; Ft. 3:21; CL 2:11, CL 2:23; 1. º Tess. 5:23; HB 10:5, HB 10:10, HB 10:22; 13:3, 11; Tiago 2:11, Tiago 2:26; 3:2, 3, 6; 1. º Pe. 2:24; Jud. 9; AP 18:13. Três vezes como "corpo astral" (MT 27:42; 1. ª Cor. 15:14, duas vezes); duas vezes como "corpo espiritual" (1. º Cor. 15:41); e onze vezes com sentido simbólico, referindo-se ao pão, tomado como símbolo do corpo de Cristo (MT 26:26; MC 14:22; LC 22:19; RM 12:5; 1. ª Cor. 6:15; 10:16, 17; 11:24; 12:13, 27; EF 1:23; EF 4:4, EF 4:12, EF 4:16; Filp. 1:20; CL 1:18, CL 1:22; 2:17; 3:15).


HAIMA


Haima, o sangue, exprime, como vimos, o corpo vital, isto é, a parte que dá vitalização à carne (sárx), a qual, sem o sangue, é simples cadáver.


O sangue era considerado uma entidade a parte, representando o que hoje chamamos "duplo etérico" ou "corpo vital". Baste-nos, como confirmação, recordar que o Antigo Testamento define o sangue como "a alma de toda carne" (LV 17:11-14). Suma importância, por isso, é atribuída ao derramamento de sangue, que exprime privação da "vida", e representa quer o sacrifício em resgate de erros e crimes, quer o testemunho de uma verdade.


A palavra é assim usada no N. T. :

a) - sangue de vítimas (HB 9:7, HB 9:12, HB 9:13, HB 9:18, 19, 20, 21, 22, 25; 10:4; 11:28; 13:11). Observe-se que só nessa carta há preocupação com esse aspecto;


b) - sangue de Jesus, quer literalmente (MT 27:4, MT 27:6, MT 27:24, MT 27:25; LC 22:20; JO 19:34; AT 5:28; AT 20:28; RM 5:25; RM 5:9; EF 1:7; EF 2:13; CL 1:20; HB 9:14; HB 10:19, HB 10:29; 12:24; 13:12, 20; 1. ª Pe. 1:2,19; 1. ª JO 1:7; 5:6, 8; AP 1:5; AP 5:9; AP 7:14; AP 12:11); quer simbolicamente, quando se refere ao vinho, como símbolo do sangue de Cristo (MT 26:28; MC 14:24; JO 6:53, JO 6:54, JO 6:55, JO 6:56; 1. ª Cor. 10:16; 11:25, 27).


c) - o sangue derramado como testemunho de uma verdade (MT 23:30, MT 23:35; 27:4; LC 13:1; AT 1:9; AT 18:6; AT 20:26; AT 22:20; RM 3:15; HB 12:4; AP 6:10; 14,: 20; 16:6; 17:6; 19:2, 13).


d) - ou em circunstâncias várias (MC 5:25, MC 5:29; 16:7; LC 22:44; JO 1:13; AT 2:19, AT 2:20; 15:20, 29; 17:26; 21:25; 1. ª Cor. 15:50; GL 1:16; EF 6:12; HB 2:14; AP 6:12; AP 8:7; AP 15:3, AP 15:4; 11:6).


SÁRX


Sárx é a carne, expressão do elemento mais grosseiro do homem, embora essa palavra substitua, muitas vezes, o complexo soma, ou seja, se entenda, com esse termo, ao mesmo tempo "carne" e "sangue".


Apesar de ter sido empregada simbolicamente por Jesus (JO 6:51, JO 6:52, JO 6:53, JO 6:54, 55 e 56), seu uso é mais literal em todo o resto do N. T., em 120 outros locais: MT 19:56; MT 24:22; MT 26:41; MC 10:8; MC 13:20; MC 14:38; LC 3:6; LC 24:39; JO 1:14; JO 3:6(2x); 6:63; 8:15; 17:2; AT 2:7, AT 2:26, AT 2:31; RM 1:3; RM 2:28; RM 3:20; RM 4:1; RM 6:19; RM 7:5, RM 7:18, RM 7:25; 8:3, 4(2x), 5(2x), 6, 7, 8, 9, 13(2x); 9:358; 11:14; 13:14; 1. º Cor. 1:2629; 5:5; 6:16; 7:28;10:18; 15:39(2x),50; 2. º Cor. 1:17; 4:11; 5:16; 7:1,5; 10:2,3(2x); 1:18; 12:7; GL 2:16, GL 2:20; 3:3; 4:13, 14, 23; 5:13, 16, 17, 19, 24; 6:8(2x), 12, 13; EF 2:3, EF 2:11, EF 2:14; 5:29, 30, 31; 6:5; CL 1:22, CL 1:24; 2:1, 5, 11, 13, 18, 23; 3:22, 24; 3:34; 1. º Tim. 3:6; Flm. 16; HB 5:7; HB 9:10, HB 9:13; 10:20; 12:9; Tiago 5:3; 1. º Pe. 1:24; 3;18, 21; 4:1, 2, 6; 2. º Pe. 2:10, 18; 1. º JO 2:16; 4:2; 2. º JO 7; Jud. 7, 8, 23; AP 17:16; AP 19:21.


B - TEXTOS COMPROBATÓRIOS


Respiguemos, agora, alguns trechos do N. T., a fim de comprovar nossas conclusões a respeito desta nova teoria.


Comecemos pela distinção que fazemos entre individualidade (ou Espírito) e a personagem transitória humana.


INDIVIDUALIDADE- PERSONAGEM


Encontramos essa distinção explicitamente ensinada por Paulo (l. ª Cor. 15:35-50) que classifica a individualidade entre os "corpos celestiais" (sómata epouránia), isto é, de origem espiritual; e a personagem terrena entre os "corpos terrenos" (sómata epígeia), ou seja, que têm sua origem no próprio planeta Terra, de onde tiram seus elementos constitutivos (físicos e químicos). Logo a seguir, Paulo torna mais claro seu pensamento, denominando a individualidade de "corpo espiritual" (sôma pneumatikón) e a personagem humana de "corpo psíquico" (sôma psychikón). Com absoluta nitidez, afirma que a individualidade é o "Espírito vivificante" (pneuma zoopioún), porque dá vida; e que a personagem, no plano já da energia, é a "alma que vive" (psychê zôsan), pois recebe vida do Espírito que lhe constitui a essência profunda.


Entretanto, para evitar dúvidas ou más interpretações quanto ao sentido ascensional da evolução, assevera taxativamente que o desenvolvimento começa com a personalidade (alma vivente) e só depois que esta se desenvolve, é que pode atingir-se o desabrochar da individualidade (Espírito vivificante).


Temos, pois, bem estabelecida a diferença fundamental, ensinada no N. T., entre psychê (alma) e pneuma (Espírito).


Mas há outros passos em que esses dois elementos são claramente distinguidos:

1) No Cântico de Maria (LC 1:46) sentimos a diferença nas palavras "Minha alma (psychê) engrandece o Senhor e meu Espírito (pneuma) se alegra em Deus meu Salvador".


2) Paulo (Filp. 1:27) recomenda que os cristãos tenham "um só Espírito (pneuma) e uma só alma (psychê), distinção desnecessária, se não expressassem essas palavras coisas diferentes.


3) Ainda Paulo (l. ª Tess. 5:23) faz votos que os fiéis "sejam santificados e guardados no Espírito (pneuma) na alma (psychê) e no corpo (sôma)", deixando bem estabelecida a tríade que assinalamos desde o início.


4) Mais claro ainda é o autor da Carta dos Hebreus (quer seja Paulo Apolo ou Clemente Romano), ao


. utilizar-se de uma expressão sintomática, que diz: "o Logos Divino é Vivo, Eficaz; e mais penetrante que qualquer espada, atingindo até a divisão entre o Espirito (pneuma) e a alma (psychê)" (HB 4:12); aí não há discussão: existe realmente uma divisão entre espírito e alma.


5) Comparando, ainda, a personagem (psiquismo) com a individualidade Paulo afirma que "fala não palavras aprendidas pela sabedoria humana, mas aprendidas do Espírito (divino), comparando as coisas espirituais com as espirituais"; e acrescenta, como esclarecimento e razão: "o homem psíquico (ho ánthrôpos psychikós, isto é, a personagem intelectualizada) não percebe as coisas do Espírito Divino: são tolices para ele, e não pode compreender o que é discernido espiritualmente; mas o homem espiritual (ho ánthrôpos pneumatikós, ou, seja, a individualidade) discerne tudo, embora não seja discernido por ninguém" (1. ª Cor. 2:13-15).


Portanto, não há dúvida de que o N. T. aceita os dois aspectos do "homem": a parte espiritual, a tríade superior ou individualidade (ánthrôpos pneumatikós) e a parte psíquica, o quaternário inferior ou personalidade ou personagem (ánthrôpos psychikós).


O CORPO


Penetremos, agora, numa especificação maior, observando o emprego da palavra soma (corpo), em seu complexo carne-sangue, já que, em vários passos, não só o termo sárx é usado em lugar de soma, como também o adjetivo sarkikós (ou sarkínos) se refere, como parte externa visível, a toda a personagem, ou seja, ao espírito encarnado e preso à matéria; e isto sobretudo naqueles que, por seu atraso, ainda acreditam que seu verdadeiro eu é o complexo físico, já que nem percebem sua essência espiritual.


Paulo, por exemplo, justifica-se de não escrever aos coríntios lições mais sublimes, porque não pode falar-lhes como a "espirituais" (pnenmatikoí, criaturas que, mesmo encarnadas, já vivem na individualidade), mas só como a "carnais" (sarkínoi, que vivem só na personagem). Como a crianças em Cristo (isto é, como a principiantes no processo do conhecimento crístico), dando-lhes leite a beber, não comida, pois ainda não na podem suportar; "e nem agora o posso, acrescenta ele, pois ainda sois carnais" (1. ª Cor. 3:1-2).


Dessa forma, todos os que se encontram na fase em que domina a personagem terrena são descritos por Paulo como não percebendo o Espírito: "os que são segundo a carne, pensam segundo a carne", em oposição aos "que são segundo o espírito, que pensam segundo o espírito". Logo a seguir define a "sabedoria da carne como morte, enquanto a sabedoria do Espírito é Vida e Paz" (Rom, 8:5-6).


Essa distinção também foi afirmada por Jesus, quando disse que "o espírito está pronto (no sentido de" disposto"), mas a carne é fraca" (MT 26:41; MC 14:38). Talvez por isso o autor da Carta aos Hebreus escreveu, ao lembrar-se quiçá desse episódio, que Jesus "nos dias de sua carne (quando encarnado), oferecendo preces e súplicas com grande clamor e lágrimas Àquele que podia livrá-lo da morte, foi ouvido por causa de sua devoção e, não obstante ser Filho de Deus (o mais elevado grau do adeptado, cfr. vol. 1), aprendeu a obediência por meio das coisas que sofreu" (Heb, 5:7-8).


Ora, sendo assim fraca e medrosa a personagem humana, sempre tendente para o mal como expoente típico do Antissistema, Paulo tem o cuidado de avisar que "não devemos submeter-nos aos desejos da carne", pois esta antagoniza o Espírito (isto é constitui seu adversário ou diábolos). Aconselha, então que não se faça o que ela deseja, e conforta os "que são do Espírito", assegurando-lhes que, embora vivam na personalidade, "não estão sob a lei" (GL 5:16-18). A razão é dada em outro passo: "O Senhor é Espírito: onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade" (2. ª Cor. 3:17).


Segundo o autor da Carta aos Hebreus, esta foi uma das finalidades da encarnação de Jesus: livrar a personagem humana do medo da morte. E neste trecho confirma as palavras do Mestre a Nicodemos: "o que nasce de carne é carne" (JO 3:6), esclarecendo, ao mesmo tempo, no campo da psicobiologia, (o problema da hereditariedade: dos pais, os filhos só herdam a carne e o sangue (corpo físico e duplo etérico), já que a psychê é herdeira do pneuma ("o que nasce de espírito, é espírito", João, ibidem). Escreve, então: "como os filhos têm a mesma natureza (kekoinônêken) na carne e no sangue, assim ele (Jesus) participou da carne e do sangue para que, por sua morte, destruísse o adversário (diábolos, a matéria), o qual possui o império da morte, a fim de libertá-las (as criaturas), já que durante toda a vida elas estavam sujeitas ao medo da morte" (HB 2:14).


Ainda no setor da morte, Jesus confirma, mais uma vez, a oposição corpo-alma: "não temais os que matam o corpo: temei o que pode matar a alma (psychê) e o corpo (sôma)" (MT 10:28). Note-se, mais uma vez, a precisão (elegantia) vocabular de Jesus, que não fala em pneuma, que é indestrutível, mas em psychê, ou seja, o corpo astral sujeito a estragos e até morte.


Interessante observar que alguns capítulos adiante, o mesmo evangelista (MT 27:52) usa o termo soma para designar o corpo astral ou perispírito: "e muitos corpos dos santos que dormiam, despertaram".


Refere-se ao choque terrível da desencarnação de Jesus, que foi tão violento no plano astral, que despertou os desencarnados que se encontravam adormecidos e talvez ainda presos aos seus cadáveres, na hibernação dos que desencarnam despreparados. E como era natural, ao despertarem, dirigiram-se para suas casas, tendo sido percebidos pelos videntes.


Há um texto de Paulo que nos deixa em suspenso, sem distinguirmos se ele se refere ao corpo físico (carne) ou ao psíquico (astral): "conheço um homem em Cristo (uma individualidade já cristificada) que há catorze anos - se no corpo (en sômai) não sei, se fora do corpo (ektòs sômatos) não sei: Deus

sabe foi raptado ao terceiro céu" (l. ª Cor. 12:2). É uma confissão de êxtase (ou talvez de "encontro"?), em que o próprio experimentador se declara inapto a distinguir se se tratava de um movimento puramente espiritual (fora do corpo), ou se tivera a participação do corpo psíquico (astral); nem pode verificar se todo o processo se realizou com pneuma e psychê dentro ou fora do corpo.


Entretanto, de uma coisa ele tem certeza absoluta: a parte inferior do homem, a carne e o sangue, esses não participaram do processo. Essa certeza é tão forte, que ele pode ensinar taxativamente e sem titubeios, que o físico denso e o duplo etérico não se unificam com a Centelha Divina, não "entram no reino dos céus", sendo esta uma faculdade apenas de pneuma, e, no máximo, de psychê. E ele o diz com ênfase: "isto eu vos digo, irmãos, que a carne (sárx) e o sangue (haima) NÃO PODEM possuir o reino de Deus" (l. ª Cor. 15:50). Note-se que essa afirmativa é uma negação violenta do "dogma" da ressurreição da carne.


ALMA


Num plano mais elevado, vejamos o que nos diz o N. T. a respeito da psychê e da diánoia, isto é, da alma e do intelecto a esta inerente como um de seus aspectos.


Como a carne é, na realidade dos fatos, incapaz de vontades e desejos, que provêm do intelecto, Paulo afirma que "outrora andávamos nos desejos de nossa carne", esclarecendo, porém, que fazíamos "a vontade da carne (sárx) e do intelecto (diánoia)" (EF 2:3). De fato "o afastamento e a inimizade entre Espírito e corpo surgem por meio do intelecto" (CL 1. 21).


A distinção entre intelecto (faculdade de refletir, existente na personagem) e mente (faculdade inerente ao coração, que cria os pensamentos) pode parecer sutil, mas já era feita na antiguidade, e Jerem ías escreveu que YHWH "dá suas leis ao intelecto (diánoia), mas as escreve no coração" (JR 31:33, citado certo em HB 8:10, e com os termos invertidos em HB 10:16). Aí bem se diversificam as funções: o intelecto recebe a dádiva, refletindo-a do coração, onde ela está gravada.


Realmente a psychê corresponde ao corpo astral, sede das emoções. Embora alguns textos no N. T.


atribuam emoções a kardía, Jesus deixou claro que só a psychê é atingível pelas angústias e aflições, asseverando: "minha alma (psychê) está perturbada" (MT 26:38; MC 14:34; JO 12:27). Jesus não fala em kardía nem em pneuma.


A MENTE


Noús é a MENTE ESPIRITUAL, a individualizadora de pneuma, e parte integrante ou aspecto de kardía. E Paulo, ao salientar a necessidade de revestir-nos do Homem Novo (de passar a viver na individualidade) ordena que "nos renovemos no Espírito de nossa Mente" (EF 4:23-24), e não do intelecto, que é personalista e divisionário.


E ao destacar a luta entre a individualidade e a personagem encarnada, sublinha que "vê outra lei em seus membros (corpo) que se opõem à lei de sua mente (noús), e o aprisiona na lei do erro que existe em seus membros" (RM 7:23).


A mente espiritual, e só ela, pode entender a sabedoria do Cristo; e este não se dirige ao intelecto para obter a compreensão dos discípulos: "e então abriu-lhes a mente (noún) para que compreendessem as Escrituras" (LC 24:45). Até então, durante a viagem (bastante longa) ia conversando com os "discípulos de Emaús". falando-lhes ao intelecto e provando-lhes que o Filho do Homem tinha que sofrer; mas eles não O reconheceram. Mas quando lhes abriu a MENTE, imediatamente eles perceberam o Cristo.


Essa mente é, sem dúvida, um aspecto de kardía. Isaías escreveu: "então (YHWH) cegou-lhes os olhos (intelecto) e endureceu-lhes o coração, para que não vissem (intelectualmente) nem compreendessem com o coração" (IS 6:9; citado por JO 12:40).


O CORAÇÃO


Que o coração é a fonte dos pensamentos, nós o encontramos repetido à exaustão; por exemplo: MT 12:34; MT 15:18, MT 15:19; Marc 7:18; 18:23; LC 6:45; LC 9:47; etc.


Ora, se o termo CORAÇÃO exprime, límpida e indiscutivelmente, a fonte primeira do SER, o "quarto fechado" onde o "Pai vê no secreto" MT 6:6), logicamente se deduz que aí reside a Centelha Divina, a Partícula de pneuma, o CRISTO (Filho Unigênito), que é UNO com o Pai, que também, consequentemente, aí reside. E portanto, aí também está o Espírito-Santo, o Espírito-Amor, DEUS, de que nosso Eu é uma partícula não desprendida.


Razão nos assiste, então, quando escrevemos (vol. 1 e vol. 3) que o "reino de Deus" ou "reino dos céus" ou "o céu", exprime exatamente o CORAÇÃO; e entrar no reino dos céus é penetrar, é MERGULHAR (batismo) no âmago de nosso próprio EU. É ser UM com o CRISTO, tal como o CRISTO é UM com o PAI (cfr. JO 10. 30; 17:21,22, 23).


Sendo esta parte a mais importante para a nossa tese, dividamo-la em três seções:

a) - Deus ou o Espírito Santo habitam DENTRO DE nós;


b) - CRISTO, o Filho (UNO com o Pai) também está DENTRO de nós, constituindo NOSSA ESSÊNCIA PROFUNDA;


c) - o local exato em que se encontra o Cristo é o CORAÇÃO, e nossa meta, durante a encarnação, é CRISTIFICAR-NOS, alcançando a evolução crística e unificando-nos com Ele.


a) -


A expressão "dentro de" pode ser dada em grego pela preposição ENTOS que encontramos clara em LC (LC 17:21), quando afirma que "o reino de Deus está DENTRO DE VÓS" (entòs humin); mas tamb ém a mesma ideia é expressa pela preposição EN (latim in, português em): se a água está na (EM A) garrafa ou no (EM O) copo, é porque está DENTRO desses recipientes. Não pode haver dúvida. Recordese o que escrevemos (vol. 1): "o Logos se fez carne e fez sua residência DENTRO DE NÓS" (JO 1:14).


Paulo é categórico em suas afirmativas: "Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito Santo habita dentro de vós" (1. ª Cor. 3:16).


Οΰи οίδατε ότι ναός θεοϋ έστε иαί τό πνεϋµα τοϋ θεοϋ έν ϋµϊν οίиεί;

E mais: "E não sabeis que vosso corpo é o templo do Espírito Santo que está dentro de vós, o qual recebestes de Deus, e não pertenceis a vós mesmos? Na verdade, fostes comprados por alto preço. Glorificai e TRAZEI DEUS EM VOSSO CORPO" (1. ª Cor. 6:19-20).


Esse Espírito Santo, que é a Centelha do Espírito Universal, é, por isso mesmo, idêntico em todos: "há muitas operações, mas UM só Deus, que OPERA TUDO DENTRO DE TODAS AS COISAS; ... Todas essas coisas opera o único e mesmo Espírito; ... Então, em UM Espírito todos nós fomos MERGULHADOS en: UMA carne, judeus e gentios, livres ou escravos" (1. ª Cor. 12:6, 11, 13).


Καί διαιρέσεις ένεργηµάτων είσιν, ό δέ αύτός θεός ό ένεργών τα πάντα έν πάσιν... Дάντα δέ ταύτα ένεργεί τό έν иαί τό αύτό πνεύµα... Кαί γάρ έν ένί πνεύµατι ήµείς πάντες είς έν σώµα έβαπτίσθηµεν,
είτε ̉Ιουδαίοι εϊτε έλληνες, είτε δούλοι, εϊτε έλεύθεροι.
Mais ainda: "Então já não sois hóspedes e estrangeiros, mas sois concidadãos dos santos e familiares de Deus, superedificados sobre o fundamento dos Enviados e dos Profetas, sendo a própria pedra angular máxima Cristo Jesus: em Quem toda edificação cresce no templo santo no Senhor, no Qual tamb ém vós estais edificados como HABITAÇÃO DE DEUS NO ESPÍRITO" (EF 2:19-22). " Αρα ούν ούиέτι έστε ζένοι иαί πάροιиοι, άλλά έστε συµπολίται τών άγίων иαί οίиείοι τού θεού,
έποιиοδοµηθέντες έπί τώ θεµελίω τών άποστόλων иαί προφητών, όντος άиρογωνιαίου αύτού Χριστόύ
#cite Іησού, έν ώ πάσα οίиοδοµή συναρµολογουµένη αύζει είς ναόν άγιον έν иυρίώ, έν ώ иαί ύµείς
συνοιиοδοµείσθε είς иατοιиητήεριον τού θεού έν πνεµατ

ι.


Se Deus habita DENTRO do homem e das coisas quem os despreza, despreza a Deus: "quem despreza estas coisas, não despreza homens, mas a Deus, que também deu seu Espírito Santo em vós" (1. ª Tess. 4:8).


Тοιγαρούν ό άθετών ούи άνθρωπον άθετεί, άλλά τόν θεόν τόν иαί διδόντα τό πνεύµα αύτού τό άγιον είς ύµάς.

E a consciência dessa realidade era soberana em Paulo: "Guardei o bom depósito, pelo Espírito Santo que habita DENTRO DE NÓS" (2. ª Tim. 1:14). (20)


Тήν иαλήν παραθήиην φύλαζον διά πνεύµατος άγίου τού ένοιиούντος έν ήµϊ

ν.


João dá seu testemunho: "Ninguém jamais viu Deus. Se nos amarmos reciprocamente, Deus permanecer á DENTRO DE NÓS, e o Amor Dele, dentro de nós, será perfeito (ou completo). Nisto sabemos que permaneceremos Nele e Ele em nós, porque DE SEU ESPÍRITO deu a nós" (1. ª JO 4:12-13).


θεόν ούδείς πώποτε τεθέαται: έάν άγαπώµεν άλλήλους, ό θεός έν ήµϊν µένει, иαί ή άγάπη αύτοϋ τε-
τελειωµένη έν ήµϊν έστιν. Εν τουτω γινώσиοµεν ότι έν αύτώ µένοµεν иαί αύτός έν ήµϊν, ότι έи τοϋ
πνεύµατος αύτοϋ δέδώиεν ήµϊ

ν.


b) -


Vejamos agora os textos que especificam melhor ser o CRISTO (Filho) que, DENTRO DE NÓS. constitui a essência profunda de nosso ser. Não é mais uma indicação de que TEMOS a Divindade em nós, mas um ensino concreto de que SOMOS uma partícula da Divindade. Escreve Paulo: "Não sabeis que CRISTO (Jesus) está DENTRO DE VÓS"? (2. ª Cor. 13:5). E, passando àquela teoria belíssima de que formamos todos um corpo só, cuja cabeça é Cristo, ensina Paulo: "Vós sois o CORPO de Cristo, e membros de seus membros" (l. ª Cor. 12:27). Esse mesmo Cristo precisa manifestar-se em nós, através de nós: "vossa vida está escondida COM CRISTO em Deus; quando Cristo se manifestar, vós também vos manifestareis em substância" (CL 3:3-4).


E logo adiante insiste: "Despojai-vos do velho homem com seus atos (das personagens terrenas com seus divisionismos egoístas) e vesti o novo, aquele que se renova no conhecimento, segundo a imagem de Quem o criou, onde (na individualidade) não há gentio nem judeu, circuncidado ou incircunciso, bárbaro ou cita, escravo ou livre, mas TUDO e EM TODOS, CRISTO" (CL 3:9-11).


A personagem é mortal, vivendo a alma por efeito do Espírito vivificante que nela existe: "Como em Adão (personagem) todos morrem, assim em CRISTO (individualidade, Espírito vivificante) todos são vivificados" (1. ª Cor. 15:22).


A consciência de que Cristo vive nele, faz Paulo traçar linhas imorredouras: "ou procurais uma prova do CRISTO que fala DENTRO DE MIM? o qual (Cristo) DENTRO DE VÓS não é fraco" mas é poderoso DENTRO DE VÓS" (2. ª Cor. 13:3).


E afirma com a ênfase da certeza plena: "já não sou eu (a personagem de Paulo), mas CRISTO QUE VIVE EM MIM" (GL 2:20). Por isso, pode garantir: "Nós temos a mente (noús) de Cristo" (l. ª Cor. 2:16).


Essa convicção traz consequências fortíssimas para quem já vive na individualidade: "não sabeis que vossos CORPOS são membros de Cristo? Tomando, então, os membros de Cristo eu os tornarei corpo de meretriz? Absolutamente. Ou não sabeis que quem adere à meretriz se torna UM CORPO com ela? Está dito: "e serão dois numa carne". Então - conclui Paulo com uma lógica irretorquível - quem adere a Deus é UM ESPÍRITO" com Deus (1. ª Cor. 6:15-17).


Já desde Paulo a união sexual é trazida como o melhor exemplo da unificação do Espírito com a Divindade. Decorrência natural de tudo isso é a instrução dada aos romanos: "vós não estais (não viveis) EM CARNE (na personagem), mas EM ESPÍRITO (na individualidade), se o Espírito de Deus habita DENTRO DE VÓS; se porém não tendes o Espírito de Cristo, não sois Dele. Se CRISTO (está) DENTRO DE VÓS, na verdade o corpo é morte por causa dos erros, mas o Espírito vive pela perfeição. Se o Espírito de Quem despertou Jesus dos mortos HABITA DENTRO DE VÓS, esse, que despertou Jesus dos mortos, vivificará também vossos corpos mortais, por causa do mesmo Espírito EM VÓS" (RM 9:9-11). E logo a seguir prossegue: "O próprio Espírito testifica ao nosso Espírito que somos filhos de Deus; se filhos, (somos) herdeiros: herdeiros de Deus, co-herdeiros de Cristo" (RM 8:16). Provém daí a angústia de todos os que atingiram o Eu Interno para libertar-se: "também tendo em nós as primícias do Espírito, gememos dentro de nós, esperando a adoção de Filhos, a libertação de nosso corpo" (RM 8:23).


c) -


Finalmente, estreitando o círculo dos esclarecimentos, verificamos que o Cristo, dentro de nós, reside NO CORAÇÃO, onde constitui nosso EU Profundo. É ensinamento escriturístico.


Ainda é Paulo que nos esclarece: "Porque sois filhos, Deus enviou o ESPÍRITO DE SEU FILHO, em vosso CORAÇÃO, clamando Abba, ó Pai" (GL 4:6). Compreendemos, então, que o Espírito Santo (Deus) que está em nós, refere-se exatamente ao Espírito do FILHO, ao CRISTO Cósmico, o Filho Unigênito. E ficamos sabendo que seu ponto de fixação em nós é o CORAÇÃO.


Lembrando-se, talvez, da frase de Jeremias, acima-citada, Paulo escreveu aos coríntios: "vós sois a nossa carta, escrita em vossos CORAÇÕES, conhecida e lida por todos os homens, sendo manifesto que sois CARTA DE CRISTO, preparada por nós, e escrita não com tinta, mas com o Espírito de Deus Vivo; não em tábuas de pedra, mas nas tábuas dos CORAÇÕES CARNAIS" (2. ª Cor. 3:2-3). Bastante explícito que realmente se trata dos corações carnais, onde reside o átomo espiritual.


Todavia, ainda mais claro é outro texto, em que se fala no mergulho de nosso eu pequeno, unificandonos ao Grande EU, o CRISTO INTERNO residente no coração: "CRISTO HABITA, pela fé, no VOSSO CORAÇÃO". E assegura com firmeza: "enraizados e fundamentados no AMOR, com todos os santos (os encarnados já espiritualizados na vivência da individualidade) se compreenderá a latitude, a longitude a sublimidade e a profundidade, conhecendo o que está acima do conhecimento, o AMOR DE CRISTO, para que se encham de toda a plenitude de Deus" (EF 3:17).


Кατοιиήσαι τόν Χριστόν διά τής πίστεως έν ταϊς иαρδίαις ύµών, έν άγάπη έρριζωµένοι иαί τεθεµελιωµένοι, ϊνα έζισγύσητε иαταλαβέσθαι σύν πάσιν τοϊςάγίοιςτί τό πλάτος иαί µήиος иαί ύψος
иαί βάθος, γνώσαι τε τήν ύπερβάλλουσαν τής γνώσεως άγάπην τοϋ Χριστοϋ, ίνα πληρωθήτε είς πάν τό πλήρωµα τού θεοϋ.

Quando se dá a unificação, o Espírito se infinitiza e penetra a Sabedoria Cósmica, compreendendo então a amplitude da localização universal do Cristo.


Mas encontramos outro ensino de suma profundidade, quando Paulo nos adverte que temos que CRISTIFICAR-NOS, temos que tornar-nos Cristos, na unificação com Cristo. Para isso, teremos que fazer uma tradução lógica e sensata da frase, em que aparece o verbo CHRIO duas vezes: a primeira, no particípio passado, Christós, o "Ungido", o "permeado da Divindade", particípio que foi transliterado em todas as línguas, com o sentido filosófico e místico de O CRISTO; e a segunda, logo a seguir, no presente do indicativo. Ora, parece de toda evidência que o sentido do verbo tem que ser O MESMO em ambos os empregos. Diz o texto original: ho dè bebaiôn hemãs syn humin eis Christon kaí chrísas hemãs theós (2. ª Cor. 1:21).


#cite Ο δέ βεβαιών ήµάς σύν ύµίν είς Χριστόν иαί χρίσας ήµάς θεό

ς.


Eis a tradução literal: "Deus, fortifica dor nosso e vosso, no Ungido, unge-nos".


E agora a tradução real: "Deus, fortificador nosso e vosso, em CRISTO, CRISTIFICA-NOS".


Essa a chave para compreendermos nossa meta: a cristificação total e absoluta.


Logo após escreve Paulo: "Ele também nos MARCA e nos dá, como penhor, o Espírito em NOSSOS CORAÇÕES" (2. ª Cor. 1:22).


#cite Ο иαί σφραγισάµενος ήµάς иαί δούς τόν άρραβώνα τόν πνεύµατος έν ταϊς иαρδϊαις ήµώ

ν.


Completando, enfim, o ensino - embora ministrado esparsamente - vem o texto mais forte e explícito, informando a finalidade da encarnação, para TÔDAS AS CRIATURAS: "até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, ao Homem Perfeito, à medida da evolução plena de Cristo" (EF 4:13).


Мέρχι иαταντήσωµεν οί πάντες είς τήν ένότητα τής πίστοως. иαί τής έπιγνώσεως τοϋ υίοϋ τοϋ θεοϋ,
είς άνδρα τελειον, είς µέτρον ήλιиίας τοϋ πληρώµατος τοϋ Χριστοϋ.
Por isso Paulo escreveu aos Gálatas: "ó filhinhos, por quem outra vez sofro as dores de parto, até que Cristo SE FORME dentro de vós" (GL 4:19) (Тεиνία µου, ούς πάλιν ώδίνω, µέρχις ού µορφωθή Χριστός έν ύµϊ

ν).


Agostinho (Tract. in Joanne, 21, 8) compreendeu bem isto ao escrever: "agradeçamos e alegremonos, porque nos tornamos não apenas cristãos, mas cristos", (Christus facti sumus); e Metódio de Olimpo ("Banquete das dez virgens", Patrol. Graeca, vol. 18, col. 150) escreveu: "a ekklêsía está grávida e em trabalho de parto até que o Cristo tome forma em nós, até que Cristo nasça em nós, a fim de que cada um dos santos (encarnados) por sua participação com o Cristo, se torne Cristo". Também Cirilo de Jerusalém ("Catechesis mystagogicae" 1. 3. 1 in Patr. Graeca vol. 33, col. 1. 087) asseverou: " Após terdes mergulhado no Cristo e vos terdes revestido do Cristo, fostes colocados em pé de igualdade com o Filho de Deus... pois que entrastes em comunhão com o Cristo, com razão tendes o nome de cristos, isto é, de ungidos".


Todo o que se une ao Cristo, se torna um cristo, participando do Pneuma e da natureza divina (theías koinônoí physeôs) (2. ª Pe. 1:3), pois "Cristo é o Espírito" (2. ª Cor. 3:17) e quem Lhe está unido, tem em si o selo (sphrágis) de Cristo. Na homilia 24,2, sobre 1. ª Cor. 10:16, João Crisóstomo (Patrol.


Graeca vol. 61, col. 200) escreveu: "O pão que partimos não é uma comunhão (com+união, koinônía) ao corpo de Cristo? Porque não disse "participação" (metoché)? Porque quis revelar algo mais, e mostrar uma associação (synápheia) mais íntima. Realmente, estamos unidos (koinônoúmen) não só pela participação (metéchein) e pela recepção (metalambánein), mas também pela UNIFICAÇÃO (enousthai)".


Por isso justifica-se o fragmento de Aristóteles, supra citado, em Sinésio: "os místicos devem não apenas aprender (mathein) mas experimentar" (pathein).


Essa é a razão por que, desde os primeiros séculos do estabelecimento do povo israelita, YHWH, em sua sabedoria, fazia a distinção dos diversos "corpos" da criatura; e no primeiro mandamento revelado a Moisés dizia: " Amarás a Deus de todo o teu coração (kardía), de toda tua alma (psychê), de todo teu intelecto (diánoia), de todas as tuas forças (dynameis)"; kardía é a individualidade, psychê a personagem, dividida em diánoia (intelecto) e dynameis (veículos físicos). (Cfr. LV 19:18; DT 6:5; MT 22:37; MC 12:13; LC 10:27).


A doutrina é uma só em todos os sistemas religiosos pregados pelos Mestres (Enviados e Profetas), embora com o tempo a imperfeição humana os deturpe, pois a personagem é fundamentalmente divisionista e egoísta. Mas sempre chega a ocasião em que a Verdade se restabelece, e então verificamos que todas as revelações são idênticas entre si, em seu conteúdo básico.


ESCOLA INICIÁTICA


Após essa longa digressão a respeito do estudo do "homem" no Novo Testamento, somos ainda obrigados a aprofundar mais o sentido do trecho em que são estipuladas as condições do discipulato.


Há muito desejaríamos ter penetrado neste setor, a fim de poder dar explicação cabal de certas frases e passagens; mas evitamo-lo ao máximo, para não ferir convicções de leitores desacostumados ao assunto.


Diante desse trecho, porém, somos forçados a romper os tabus e a falar abertamente.


Deve ter chamado a atenção de todos os estudiosos perspicazes dos Evangelhos, que Jesus jamais recebeu, dos evangelistas, qualquer título que normalmente seria atribuído a um fundador de religião: Chefe Espiritual, Sacerdote, Guia Espiritual, Pontífice; assim também, aqueles que O seguiam, nunca foram chamados Sequazes, Adeptos, Adoradores, Filiados, nem Fiéis (a não ser nas Epístolas, mas sempre com o sentido de adjetivo: os que mantinham fidelidade a Seus ensinos). Ao contrário disso, os epítetos dados a Jesus foram os de um chefe de escola: MESTRE (Rabbi, Didáskalos, Epistátês) ou de uma autoridade máxima Kyrios (SENHOR dos mistérios). Seus seguidores eram DISCÍPULOS (mathêtês), tudo de acordo com a terminologia típica dos mistérios iniciáticos de Elêusis, Delfos, Crotona, Tebas ou Heliópolis. Após receberem os primeiros graus, os discípulos passaram a ser denominado "emissários" (apóstolos), encarregados de dar a outros as primeiras iniciações.


Além disso, é evidente a preocupação de Jesus de dividir Seus ensinos em dois graus bem distintos: o que era ministrado de público ("a eles só é dado falar em parábolas") e o que era ensinado privadamente aos "escolhidos" ("mas a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus", cfr. MT 13:10-17 ; MC 4:11-12; LC 8:10).


Verificamos, portanto, que Jesus não criou uma "religião", no sentido moderno dessa palavra (conjunto de ritos, dogmas e cultos com sacerdócio hierarquicamente organizado), mas apenas fundou uma ESCOLA INICIÁTICA, na qual preparou e "iniciou" seus DISCÍPULOS, que Ele enviou ("emissários, apóstolos") com a incumbência de "iniciar" outras criaturas. Estas, por sua vez, foram continuando o processo e quando o mundo abriu os olhos e percebeu, estava em grande parte cristianizado. Quando os "homens" o perceberam e estabeleceram a hierarquia e os dogmas, começou a decadência.


A "Escola iniciática" fundada por Jesus foi modelada pela tradição helênica, que colocava como elemento primordial a transmissão viva dos mistérios: e "essa relação entre a parádosis (transmissão) e o mystérion é essencial ao cristianismo", escreveu o monge beneditino D. Odon CaseI (cfr. "Richesse du Mystere du Christ", Les éditions du Cerf. Paris, 1964, pág. 294). Esse autor chega mesmo a afirmar: " O cristianismo não é uma religião nem uma confissão, segundo a acepção moderna dessas palavras" (cfr. "Le Mystere du Culte", ib., pág. 21).


E J. Ranft ("Der Ursprung des Kathoíischen Traditionsprinzips", 1931, citado por D . O. Casel) escreve: " esse contato íntimo (com Cristo) nasce de uma gnose profunda".


Para bem compreender tudo isso, é indispensável uma incursão pelo campo das iniciações, esclarecendo antes alguns termos especializados. Infelizmente teremos que resumir ao máximo, para não prejudicar o andamento da obra. Mas muitos compreenderão.


TERMOS ESPECIAIS


Aiôn (ou eon) - era, época, idade; ou melhor CICLO; cada um dos ciclos evolutivos.


Akoueíu - "ouvir"; akoueín tòn lógon, ouvir o ensino, isto é, receber a revelação dos segredos iniciáticos.


Gnôse - conhecimento espiritual profundo e experimental dos mistérios.


Deíknymi - mostrar; era a explicação prática ou demonstração de objetos ou expressões, que serviam de símbolos, e revelavam significados ocultos.


Dóxa - doutrina; ou melhor, a essência do conhecimento profundo: o brilho; a luz da gnôse; donde "substância divina", e daí a "glória".


Dynamis - força potencial, potência que capacita para o érgon e para a exousía, infundindo o impulso básico de atividade.


Ekklêsía - a comunidade dos "convocados" ou "chamados" (ékklêtos) aos mistérios, os "mystos" que tinham feito ou estavam fazendo o curso da iniciação.


Energeín - agir por dentro ou de dentro (energia), pela atuação da força (dybamis).


Érgon - atividade ou ação; trabalho espiritual realizado pela força (dynamis) da Divindade que habita dentro de cada um e de cada coisa; energia.


Exêgeísthaí - narrar fatos ocultos, revelar (no sentido de "tirar o véu") (cfr. LC 24:35; JO 1:18; AT 10:8:15:12, 14).


Hágios - santo, o que vive no Espírito ou Individualidade; o iniciado (cfr. teleios).


Kyrios - Senhor; o Mestre dos Mistérios; o Mistagogo (professor de mistérios); o Hierofante (o que fala, fans, fantis, coisas santas, hieros); dava-se esse título ao possuidor da dynamis, da exousía e do érgon, com capacidade para transmiti-los.


Exousía - poder, capacidade de realização, ou melhor, autoridade, mas a que provém de dentro, não "dada" de fora.


Leitourgia - Liturgia, serviço do povo: o exercício do culto crístico, na transmissão dos mistérios.


Legómena - palavras reveladoras, ensino oral proferido pelo Mestre, e que se tornava "ensino ouvido" (lógos akoês) pelos discípulos.


Lógos - o "ensino" iniciático, a "palavra" secreta, que dava a chave da interpretação dos mistérios; a" Palavra" (Energia ou Som), segundo aspecto da Divindade.


Monymenta - "monumentos", ou seja, objetos e lembranças, para manter viva a memória.


Mystagogo – o Mestre dos Mystérios, o Hierofante.


Mystérion - a ação ou atividade divina, experimentada pelo iniciado ao receber a iniciação; donde, o ensino revelado apenas aos perfeitos (teleios) e santos (hágios), mas que devia permanecer oculto aos profanos.


Oikonomía - economia, dispensação; literalmente "lei da casa"; a vida intima de cada iniciado e sua capacidade na transmissão iniciática a outros, (de modo geral encargo recebido do Mestre).


Orgê - a atividade ou ação sagrada; o "orgasmo" experimentado na união mística: donde "exaltação espiritual" pela manifestação da Divindade (erradamente interpretado como "ira").


Parábola - ensino profundo sob forma de narrativa popular, com o verdadeiro sentido oculto por metáforas e símbolos.


Paradídômi - o mesmo que o latim trádere; transmitir, "entregar", passar adiante o ensino secreto.


Parádosis - transmissão, entrega de conhecimentos e experiências dos ensinos ocultos (o mesmo que o latim tradítio).


Paralambánein - "receber" o ensino secreto, a "palavra ouvida", tornando-se conhecedor dos mistérios e das instruções.


Patheín - experimentar, "sofrer" uma experiência iniciática pessoalmente, dando o passo decisivo para receber o grau e passar adiante.


Plêrôma - plenitude da Divindade na criatura, plenitude de Vida, de conhecimento, etc.


Redençãoa libertação do ciclo de encarnações na matéria (kyklos anánkê) pela união total e definitiva com Deus.


Santo - o mesmo que perfeito ou "iniciado".


Sêmeíon - "sinal" físico de uma ação espiritual, demonstração de conhecimento (gnose), de força (dynamis), de poder (exousía) e de atividade ou ação (érgon); o "sinal" é sempre produzido por um iniciado, e serve de prova de seu grau.


Sophía - a sabedoria obtida pela gnose; o conhecimento proveniente de dentro, das experiências vividas (que não deve confundir-se com a cultura ou erudição do intelecto).


Sphrágis - selo, marca indelével espiritual, recebida pelo espírito, embora invisível na matéria, que assinala a criatura como pertencente a um Senhor ou Mestre.


Symbolos - símbolos ou expressões de coisas secretas, incompreensíveis aos profanos e só percebidas pelos iniciados (pão, vinho, etc.) .


Sótería - "salvação", isto é, a unificação total e definitiva com a Divindade, que se obtém pela "redenção" plena.


Teleíos - o "finalista", o que chegou ao fim de um ciclo, iniciando outro; o iniciado nos mistérios, o perfeito ou santo.


Teleisthai - ser iniciado; palavra do mesmo radical que teleutan, que significa "morrer", e que exprime" finalizar" alguma coisa, terminar um ciclo evolutivo.


Tradítio - transmissão "tradição" no sentido etimológico (trans + dare, dar além passar adiante), o mesmo que o grego parádosis.


TRADIÇÃO


D. Odon Casel (o. c., pág. 289) escreve: "Ranft estudou de modo preciso a noção da tradítio, não só como era praticada entre os judeus, mas também em sua forma bem diferente entre os gregos. Especialmente entre os adeptos dos dosis é a transmissão secreta feita aos "mvstos" da misteriosa sôtería; é a inimistérios, a noção de tradítio (parádosis) tinha grande importância. A paraciação e a incorporação no círculo dos eleitos (eleitos ou "escolhidos"; a cada passo sentimos a confirmação de que Jesus fundou uma "Escola Iniciática", quando emprega os termos privativos das iniciações heléntcas; cfr. " muitos são chamados, mas poucos são os escolhidos" - MT 22. 14), características das religiões grecoorientais. Tradítio ou parádosis são, pois, palavras que exprimem a iniciação aos mistérios. Tratase, portanto, não de uma iniciação científica, mas religiosa, realizada no culto. Para o "mysto", constitui uma revelação formal, a segurança vivida das realidades sagradas e de uma santa esperança. Graças a tradição, a revelação primitiva passa às gerações ulteriores e é comunicada por ato de iniciação. O mesmo princípio fundamental aplica-se ao cristianismo".


Na página seguinte, o mesmo autor prossegue: "Nos mistérios, quando o Pai Mistagogo comunica ao discípulo o que é necessário ao culto, essa transmissão tem o nome de traditio. E o essencial não é a instrução, mas a contemplação, tal como o conta Apuleio (Metamorphoses, 11, 21-23) ao narrar as experiências culturais do "mysto" Lúcius. Sem dúvida, no início há uma instrução, mas sempre para finalizar numa contemplação, pela qual o discípulo, o "mysto", entra em relação direta com a Divindade.


O mesmo ocorre no cristianismo (pág. 290).


Ouçamos agora as palavras de J. Ranft (o. c., pág. 275): "A parádosis designa a origem divina dos mistérios e a transmissão do conteúdo dos mistérios. Esta, à primeira vista, realiza-se pelo ministério dos homens, mas não é obra de homens; é Deus que ensina. O homem é apenas o intermediário, o Instrumento desse ensino divino. Além disso... desperta o homem interior. Logos é realmente uma palavra intraduzível: designa o próprio conteúdo dos mistérios, a palavra, o discurso, o ENSINO. É a palavra viva, dada por Deus, que enche o âmago do homem".


No Evangelho, a parádosis é constituída pelas palavras ou ensinos (lógoi) de Jesus, mas também simbolicamente pelos fatos narrados, que necessitam de interpretação, que inicialmente era dada, verbalmente, pelos "emissários" e pelos inspirados que os escreveram, com um talento superior de muito ao humano, deixando todos os ensinos profundos "velados", para só serem perfeitamente entendidos pelos que tivessem recebido, nos séculos seguintes, a revelação do sentido oculto, transmitida quer por um iniciado encarnado, quer diretamente manifestada pelo Cristo Interno. Os escritores que conceberam a parádosis no sentido helênico foram, sobretudo, João e Paulo; já os sinópticos a interpretam mais no sentido judaico, excetuando-se, por vezes, o grego Lucas, por sua convivência com Paulo, e os outros, quando reproduziam fielmente as palavras de Jesus.


Se recordarmos os mistérios de Elêusis (palavra que significa "advento, chegada", do verbo eléusomai," chegar"), ou de Delfos (e até mesmo os de Tebas, Ábydos ou Heliópolis), veremos que o Novo Testamento concorda seus termos com os deles. O logos transmitido (paradidômi) por Jesus é recebida (paralambánein) pelos DISCÍPULOS (mathêtês). Só que Jesus apresentou um elemento básico a mais: CRISTO. Leia-se Paulo: "recebi (parélabon) do Kyrios o que vos transmiti (parédote)" (l. ª Cor. 11:23).


O mesmo Paulo, que define a parádosis pagã como "de homens, segundo os elementos do mundo e não segundo Cristo" (CL 2:8), utiliza todas as palavras da iniciação pagã, aplicando-as à iniciação cristã: parádosis, sophía, logo", mystérion, dynamis, érgon, gnose, etc., termos que foram empregados também pelo próprio Jesus: "Nessa hora Jesus fremiu no santo pneuma e disse: abençôo-te, Pai, Senhor do céu e da Terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e hábeis, e as revelaste aos pequenos, Sim, Pai, assim foi de teu agrado. Tudo me foi transmitido (parédote) por meu Pai. E ninguém tem a gnose do que é o Filho senão o Pai, e ninguém tem a gnose do que é o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho quer revelar (apokalypsai = tirar o véu). E voltando-se para seus discípulos, disse: felizes os olhos que vêem o que vedes. Pois digo-vos que muitos profetas e reis quiseram ver o que vedes e não viram, e ouvir o que ouvis, e não ouviram" (LC 10:21-24). Temos a impressão perfeita que se trata de ver e ouvir os mistérios iniciáticos que Jesus transmitia a seus discípulos.


E João afirma: "ninguém jamais viu Deus. O Filho Unigênito que esta no Pai, esse o revelou (exêgêsato, termo específico da língua dos mistérios)" (JO 1:18).


"PALAVRA OUVIDA"


A transmissão dos conhecimentos, da gnose, compreendia a instrução oral e o testemunhar das revelações secretas da Divindade, fazendo que o iniciado participasse de uma vida nova, em nível superior ( "homem novo" de Paulo), conhecendo doutrinas que deveriam ser fielmente guardadas, com a rigorosa observação do silêncio em relação aos não-iniciados (cfr. "não deis as coisas santas aos cães", MT 7:6).


Daí ser a iniciação uma transmissão ORAL - o LOGOS AKOÊS, ou "palavra ouvida" ou "ensino ouvido" - que não podia ser escrito, a não ser sob o véu espesso de metáforas, enigmas, parábolas e símbolos.


Esse logos não deve ser confundido com o Segundo Aspecto da Divindade (veja vol. 1 e vol. 3).


Aqui logos é "o ensino" (vol. 2 e vol. 3).


O Novo Testamento faz-nos conhecer esse modus operandi: Paulo o diz, numa construção toda especial e retorcida (para não falsear a técnica): "eis por que não cessamos de agradecer (eucharistoúmen) a Deus, porque, recebendo (paralabóntes) o ENSINO OUVIDO (lógon akoês) por nosso intermédio, de Deus, vós o recebestes não como ensino de homens (lógon anthrópôn) mas como ele é verdadeiramente: o ensino de Deus (lógon theou), que age (energeítai) em vós que credes" (l. ª Tess. 2:13).


O papel do "mysto" é ouvir, receber pelo ouvido, o ensino (lógos) e depois experimentar, como o diz Aristóteles, já citado por nós: "não apenas aprender (matheín), mas experimentar" (patheín).


Esse trecho mostra como o método cristão, do verdadeiro e primitivo cristianismo de Jesus e de seus emissários, tinha profunda conexão com os mistérios gregos, de cujos termos específicos e característicos Jesus e seus discípulos se aproveitaram, elevando, porém, a técnica da iniciação à perfeição, à plenitude, à realidade máxima do Cristo Cósmico.


Mas continuemos a expor. Usando, como Jesus, a terminologia típica da parádosis grega, Paulo insiste em que temos que assimilá-la interiormente pela gnose, recebendo a parádosis viva, "não mais de um Jesus de Nazaré histórico, mas do Kyrios, do Cristo ressuscitado, o Cristo Pneumatikós, esse mistério que é o Cristo dentro de vós" (CL 1:27).


Esse ensino oral (lógos akoês) constitui a tradição (traditio ou parádosis), que passa de um iniciado a outro ou é recebido diretamente do "Senhor" (Kyrios), como no caso de Paulo (cfr. GL 1:11): "Eu volo afirmo, meus irmãos, que a Boa-Nova que preguei não foi à maneira humana. Pois não na recebi (parélabon) nem a aprendi de homens, mas por uma revelação (apokálypsis) de Jesus Cristo".


Aos coríntios (l. ª Cor. 2:1-5) escreve Paulo: "Irmãos, quando fui a vós, não fui com o prestígio do lógos nem da sophía, mas vos anunciei o mistério de Deus. Decidi, com efeito, nada saber entre vós sen ão Jesus Cristo, e este crucificado. Fui a vós em fraqueza, em temor, e todo trêmulo, e meu logos e minha pregação não consistiram nos discursos persuasivos da ciência, mas numa manifestação do Esp írito (pneuma) e do poder (dynamis), para que vossa fé não repouse na sabedoria (sophía) dos homens, mas no poder (dynamis) de Deus".


A oposição entre o logos e a sophia profanos - como a entende Aristóteles - era salientada por Paulo, que se referia ao sentido dado a esses termos pelos "mistérios antigos". Salienta que à sophia e ao logos profanos, falta, no dizer dele, a verdadeira dynamis e o pnenma, que constituem o mistério cristão que ele revela: Cristo.


Em vários pontos do Novo Testamento aparece a expressão "ensino ouvido" ou "ouvir o ensino"; por exemplo: MT 7:24, MT 7:26; 10:14; 13:19, 20, 21, 22, 23; 15:12; 19:22; MC 4:14, MC 4:15, MC 4:16, MC 4:17, 18, 19, 20; LC 6:47; LC 8:11, LC 8:12, LC 8:13, LC 8:15; 10:39; 11:28; JO 5:24, JO 5:38; 7:40; 8:43; 14:24; AT 4:4; AT 10:44; AT 13:7; AT 15:7; EF 1:13; 1. ª Tess. 2:13; HB 4:2; 1. ª JO 2:7; Ap. 1:3.


DYNAMIS


Em Paulo, sobretudo, percebemos o sentido exato da palavra dynamis, tão usada nos Evangelhos.


Pneuma, o Espírito (DEUS), é a força Potencial ou Potência Infinita (Dynamis) que, quando age (energeín) se torna o PAI (érgon), a atividade, a ação, a "energia"; e o resultado dessa atividade é o Cristo Cósmico, o Kosmos universal, o Filho, que é Unigênito porque a emissão é única, já que espaço e tempo são criações intelectuais do ser finito: o Infinito é uno, inespacial, atemporal.


Então Dynamis é a essência de Deus o Absoluto, a Força, a Potência Infinita, que tudo permeia, cria e governa, desde os universos incomensuráveis até os sub-átomos infra-microscópicos. Numa palavra: Dynamis é a essência de Deus e, portanto, a essência de tudo.


Ora, o Filho é exatamente o PERMEAADO, ou o UNGIDO (Cristo), por essa Dynamis de Deus e pelo Érgon do Pai. Paulo já o dissera: "Cristo... é a dynamis de Deus e a sophía de Deus (Christòn theou dynamin kaí theou sophían, 1. ª Cor. 1:24). Então, manifesta-se em toda a sua plenitude (cfr. CL 2:9) no homem Jesus, a Dynamis do Pneuma (embora pneuma e dynamis exprimam realmente uma só coisa: Deus): essa dynamis do pneuma, atuando através do Pai (érgon) toma o nome de CRISTO, que se manifestou na pessoa Jesus, para introduzir a humanidade deste planeta no novo eon, já que "ele é a imagem (eikôn) do Deus invisível e o primogênito de toda criação" (CL 1:15).


EON


O novo eon foi inaugurado exatamente pelo Cristo, quando de Sua penetração plena em Jesus. Daí a oposição que tanto aparece no Novo Testamento Entre este eon e o eon futuro (cfr., i. a., MT 12:32;


MC 10:30; LC 16:8; LC 20:34; RM 12:2; 1. ª Cor. 1:20; 2:6-8; 3:18:2. ª Cor. 4:4; EF 2:2-7, etc.) . O eon "atual" e a vida da matéria (personalismo); O eon "vindouro" é a vida do Espírito ó individualidade), mas que começa na Terra, agora (não depois de desencarnados), e que reside no âmago do ser.


Por isso, afirmou Jesus que "o reino dos céus está DENTRO DE VÓS" (LC 17:21), já que reside NO ESPÍRITO. E por isso, zôê aiónios é a VIDA IMANENTE (vol, 2 e vol. 3), porque é a vida ESPIRITUAL, a vida do NOVO EON, que Jesus anunciou que viria no futuro (mas, entenda-se, não no futuro depois da morte, e sim no futuro enquanto encarnados). Nesse novo eon a vida seria a da individualidade, a do Espírito: "o meu reino não é deste mundo" (o físico), lemos em JO 18:36. Mas é NESTE mundo que se manifestará, quando o Espírito superar a matéria, quando a individualidade governar a personagem, quando a mente dirigir o intelecto, quando o DE DENTRO dominar o DE FORA, quando Cristo em nós tiver a supremacia sobre o eu transitório.


A criatura que penetra nesse novo eon recebe o selo (sphrágis) do Cristo do Espírito, selo indelével que o condiciona como ingresso no reino dos céus. Quando fala em eon, o Evangelho quer exprimir um CICLO EVOLUTIVO; na evolução da humanidade, em linhas gerais, podemos considerar o eon do animalismo, o eon da personalidade, o eon da individualidade, etc. O mais elevado eon que conhecemos, o da zôê aiónios (vida imanente) é o da vida espiritual plenamente unificada com Deus (pneuma-dynamis), com o Pai (lógos-érgon), e com o Filho (Cristo-kósmos).


DÓXA


Assim como dynamis é a essência de Deus, assim dóxa (geralmente traduzida por "glória") pode apresentar os sentidos que vimos (vol. 1). Mas observaremos que, na linguagem iniciática dos mistérios, além do sentido de "doutrina" ou de "essência da doutrina", pode assumir o sentido específico de" substância divina". Observe-se esse trecho de Paulo (Filp. 2:11): "Jesus Cristo é o Senhor (Kyrios) na substância (dóxa) de Deus Pai"; e mais (RM 6:4): "o Cristo foi despertado dentre os mortos pela substância (dóxa) do Pai" (isto é, pelo érgon, a energia do Som, a vibração sonora da Palavra).


Nesses passos, traduzir dóxa por glória é ilógico, não faz sentido; também "doutrina" aí não cabe. O sentido é mesmo o de "substância".


Vejamos mais este passo (l. ª Cor. 2:6-16): "Falamos, sim da sabedoria (sophia) entre os perfeitos (teleiois, isto é, iniciados), mas de uma sabedoria que não é deste eon, nem dos príncipes deste eon, que são reduzidos a nada: mas da sabedoria dos mistérios de Deus, que estava oculta, e que antes dos eons Deus destinara como nossa doutrina (dóxa), e que os príncipes deste mundo não reconheceram. De fato, se o tivessem reconhecido, não teriam crucificado o Senhor da Doutrina (Kyrios da dóxa, isto é, o Hierofante ou Mistagogo). Mas como está escrito, (anunciamos) o que o olho não viu e o ouvido não ouviu e o que não subiu sobre o coração do homem, mas o que Deus preparou para os que O amam.


Pois foi a nós que Deus revelou (apekalypsen = tirou o véu) pelo pneuma" (ou seja, pelo Espírito, pelo Cristo Interno).


MISTÉRIO


Mistério é uma palavra que modificou totalmente seu sentido através dos séculos, mesmo dentro de seu próprio campo, o religioso. Chamam hoje "mistério" aquilo que é impossível de compreender, ou o que se ignora irremissivelmente, por ser inacessível à inteligência humana.


Mas originariamente, o mistério apresentava dois sentidos básicos:

1. º - um ensinamento só revelado aos iniciados, e que permanecia secreto para os profanos que não podiam sabê-lo (daí proveio o sentido atual: o que não se pode saber; na antiguidade, não se podia por proibição moral, ao passo que hoje é por incapacidade intelectual);


2. º - a própria ação ou atividade divina, experimentada pelo iniciado ao receber a iniciação completa.


Quando falamos em "mistério", transliterando a palavra usada no Novo Testamento, arriscamo-nos a interpretar mal. Aí, mistério não tem o sentido atual, de "coisa ignorada por incapacidade intelectiva", mas é sempre a "ação divina revelada experimentalmente ao homem" (embora continue inacessível ao não-iniciado ou profano).


O mistério não é uma doutrina: exprime o caráter de revelação direta de Deus a seus buscadores; é uma gnose dos mistérios, que se comunica ao "mysto" (aprendiz de mística). O Hierofante conduz o homem à Divindade (mas apenas o conduz, nada podendo fazer em seu lugar). E se o aprendiz corresponde plenamente e atende a todas as exigências, a Divindade "age" (energeín) internamente, no "Esp írito" (pneuma) do homem. que então desperta (egereín), isto é, "ressurge" para a nova vida (cfr. "eu sou a ressurreição da vida", JO 11:25; e "os que produzirem coisas boas (sairão) para a restauração de vida", isto é, os que conseguirem atingir o ponto desejado serão despertados para a vida do espírito, JO 5-29).


O caminho que leva a esses passos, é o sofrimento, que prepara o homem para uma gnose superior: "por isso - conclui O. Casel - a cruz é para o cristão o caminho que conduz à gnose da glória" (o. c., pág. 300).


Paulo diz francamente que o mistério se resume numa palavra: CRISTO "esse mistério, que é o Cristo", (CL 1:27): e "a fim de que conheçam o mistério de Deus, o Cristo" (CL 2:2).


O mistério opera uma união íntima e física com Deus, a qual realiza uma páscoa (passagem) do atual eon, para o eon espiritual (reino dos céus).


O PROCESSO


O postulante (o que pedia para ser iniciado) devia passar por diversos graus, antes de ser admitido ao pórtico, à "porta" por onde só passavam as ovelhas (símbolo das criaturas mansas; cfr. : "eu sou a porta das ovelhas", JO 10:7). Verificada a aptidão do candidato profano, era ele submetido a um período de "provações", em que se exercitava na ORAÇÃO (ou petição) que dirigia à Divindade, apresentando os desejos ardentes ao coração, "mendigando o Espírito" (cfr. "felizes os mendigos de Espírito" MT 5:3) para a ele unir-se; além disso se preparava com jejuns e alimentação vegetariana para o SACRIF ÍCIO, que consistia em fazer a consagração de si mesmo à Divindade (era a DE + VOTIO, voto a Deus), dispondo-se a desprender-se ao mundo profano.


Chegado a esse ponto, eram iniciados os SETE passos da iniciação. Os três primeiros eram chamado "Mistérios menores"; os quatro últimos, "mistérios maiores". Eram eles:

1 - o MERGULHO e as ABLUÇÕES (em Elêusis havia dois lagos salgados artificiais), que mostravam ao postulante a necessidade primordial e essencial da "catarse" da "psiquê". Os candidatos, desnudos, entravam num desses lagos e mergulhavam, a fim de compreender que era necessário "morrer" às coisas materiais para conseguir a "vida" (cfr. : "se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica só; mas se morrer dá muito fruto", JO 12:24). Exprimia a importância do mergulho dentro de si mesmo, superando as dificuldades e vencendo o medo. Ao sair do lago, vestia uma túnica branca e aguardava o segundo passo.


2 - a ACEITAÇÃO de quem havia mergulhado, por parte do Mistagogo, que o confirmava no caminho novo, entre os "capazes". Daí por diante, teria que correr por conta própria todos os riscos inerentes ao curso: só pessoalmente poderia caminhar. Essa confirmação do Mestre simbolizava a "epiphanía" da Divindade, a "descida da graça", e o recem-aceito iniciava nova fase.


3 - a METÂNOIA ou mudança da mente, que vinha após assistir a várias tragédias e dramas de fundo iniciático. Todas ensinavam ao "mysto" novato, que era indispensável, através da dor, modificar seu" modo de pensar" em relação à vida, afastar-se de. todos os vícios e fraquezas do passado, renunciar a prazeres perniciosos e defeitos, tornando-se o mais perfeito (téleios) possível. Era buscada a renovação interna, pelo modo de pensar e de encarar a vida. Grande número dos que começavam a carreira, paravam aí, porque não possuíam a força capaz de operar a transmutação mental. As tentações os empolgavam e novamente se lançavam no mundo profano. No entanto, se dessem provas positivas de modifica ção total, de serem capazes de viver na santidade, resistindo às tentações, podiam continuar a senda.


Havia, então, a "experiência" para provar a realidade da "coragem" do candidato: era introduzido em grutas e câmaras escuras, onde encontrava uma série de engenhos lúgubres e figuras apavorantes, e onde demorava um tempo que parecia interminável. Dali, podia regressar ou prosseguir. Se regressava, saía da fileira; se prosseguia, recebia a recompensa justa: era julgado apto aos "mistérios maiores".


4 - O ENCONTRO e a ILUMINAÇÃO, que ocorria com a volta à luz, no fim da terrível caminhada por entre as trevas. Através de uma porta difícil de ser encontrada, deparava ele campos floridos e perfumados, e neles o Hierofante, em paramentação luxuosa. que os levava a uma refeição simples mas solene constante de pão, mel, castanhas e vinho. Os candidatos eram julgados "transformados", e porSABEDORIA DO EVANGELHO tanto não havia mais as exteriorizações: o segredo era desvelado (apokálypsis), e eles passavam a saber que o mergulho era interno, e que deviam iniciar a meditação e a contemplação diárias para conseguir o "encontro místico" com a Divindade dentro de si. Esses encontros eram de início, raros e breves, mas com o exercício se iam fixando melhor, podendo aspirar ao passo seguinte.


5 - a UNIÃO (não mais apenas o "encontro"), mas união firme e continuada, mesmo durante sua estada entre os profanos. Era simbolizada pelo drama sacro (hierõs gámos) do esponsalício de Zeus e Deméter, do qual nasceria o segundo Dionysos, vencedor da morte. Esse matrimônio simbólico e puro, realizado em exaltação religiosa (orgê) é que foi mal interpretado pelos que não assistiam à sua representação simbólica (os profanos) e que tacharam de "orgias imorais" os mistérios gregos. Essa "união", depois de bem assegurada, quando não mais se arriscava a perdê-la, preparava os melhores para o passo seguinte.


6 - a CONSAGRAÇÃO ou, talvez, a sagração, pela qual era representada a "marcação" do Espírito do iniciado com um "selo" especial da Divindade a quem o "mysto" se consagrava: Apolo, Dyonisos, Isis, Osíris, etc. Era aí que o iniciado obtinha a epoptía, ou "visão direta" da realidade espiritual, a gnose pela vivência da união mística. O epopta era o "vigilante", que o cristianismo denominou "epískopos" ou "inspetor". Realmente epopta é composto de epí ("sobre") e optos ("visível"); e epískopos de epi ("sobre") e skopéô ("ver" ou "observar"). Depois disso, tinha autoridade para ensinar a outros e, achando-se preso à Divindade e às obrigações religiosas, podia dirigir o culto e oficiar a liturgia, e também transmitir as iniciações nos graus menores. Mas faltava o passo decisivo e definitivo, o mais difícil e quase inacessível.


7 - a PLENITUDE da Divindade, quando era conseguida a vivência na "Alma Universal já libertada".


Nos mistérios gregos (em Elêusis) ensinava-se que havia uma Força Absoluta (Deus o "sem nome") que se manifestava através do Logos (a Palavra) Criador, o qual produzia o Filho (Kósmo). Mas o Logos tinha duplo aspecto: o masculino (Zeus) e o feminino (Deméter). Desse casal nascera o Filho, mas também com duplo aspecto: a mente salvadora (Dionysos) e a Alma Universal (Perséfone). Esta, desejando experiências mais fortes, descera à Terra. Mas ao chegar a estes reinos inferiores, tornouse a "Alma Universal" de todas as criaturas, e acabou ficando prisioneira de Plutão (a matéria), que a manteve encarcerada, ministrando-lhe filtros mágicos que a faziam esquecer sua origem divina, embora, no íntimo, sentisse a sede de regressar a seu verdadeiro mundo, mesmo ignorando qual fosse.


Dionysos quis salvá-la, mas foi despedaçado pelos Titãs (a mente fracionada pelo intelecto e estraçalhada pelos desejos). Foi quando surgiu Triptólemo (o tríplice combate das almas que despertam), e com apelos veementes conseguiu despertar Perséfone, revelando lhe sua origem divina, e ao mesmo tempo, com súplicas intensas às Forças Divinas, as comoveu; então Zeus novamente se uniu a Deméter, para fazer renascer Dionysos. Este, assumindo seu papel de "Salvador", desce à Terra, oferecendose em holocausto a Plutão (isto é, encarnando-se na própria matéria) e consegue o resgate de Perséfone, isto é, a libertação da Alma das criaturas do domínio da matéria e sua elevação novamente aos planos divinos. Por esse resumo, verificamos como se tornou fácil a aceitação entre os grego, e romanos da doutrina exposta pelos Emissários de Jesus, um "Filho de Deus" que desceu à Terra para resgatar com sua morte a alma humana.


O iniciado ficava permeado pela Divindade, tornando-se então "adepto" e atingindo o verdadeiro grau de Mestre ou Mistagogo por conhecimento próprio experimental. Já não mais era ele, o homem, que vivia: era "O Senhor", por cujo intermédio operava a Divindade. (Cfr. : "não sou mais eu que vivo, é Cristo que vive em mim", GL 2:20; e ainda: "para mim, viver é Cristo", Filp. 1:21). A tradição grega conservou os nomes de alguns dos que atingiram esse grau supremo: Orfeu... Pitágoras... Apolônio de Tiana... E bem provavelmente Sócrates (embora Schuré opine que o maior foi Platão).


NO CRISTIANISMO


Todos os termos néo-testamentários e cristãos, dos primórdios, foram tirados dos mistérios gregos: nos mistérios de Elêusis, o iniciado se tornava "membro da família do Deus" (Dionysos), sendo chamado.


então, um "santo" (hágios) ou "perfeito" (téleios). E Paulo escreve: "assim, pois, não sois mais estran geiros nem peregrinos, mas sois concidadãos dos santos e familiares de Deus. ’ (EF 2:19). Ainda em Elêusis, mostrava-se aos iniciados uma "espiga de trigo", símbolo da vida que eternamente permanece através das encarnações e que, sob a forma de pão, se tornava participante da vida do homem; assim quando o homem se unia a Deus, "se tornava participante da vida divina" (2. ª Pe. 1:4). E Jesus afirmou: " Eu sou o PÃO da Vida" (JO 6. 35).


No entanto ocorreu modificação básica na instituição do Mistério cristão, que Jesus realizou na "última Ceia", na véspera de sua experiência máxima, o páthos ("paixão").


No Cristianismo, a iniciação toma sentido puramente espiritual, no interior da criatura, seguindo mais a Escola de Alexandria. Lendo Filon, compreendemos isso: ele interpreta todo o Antigo Testamento como alegoria da evolução da alma. Cada evangelista expõe a iniciação cristã de acordo com sua própria capacidade evolutiva, sendo que a mais elevada foi, sem dúvida, a de João, saturado da tradição (parádosis) de Alexandria, como pode ver-se não apenas de seu Evangelho, como também de seu Apocalipse.


Além disso, Jesus arrancou a iniciação dos templos, a portas fechadas, e jogou-a dentro dos corações; era a universalização da "salvação" a todos os que QUISESSEM segui-Lo. Qualquer pessoa pode encontrar o caminho (cfr. "Eu sou o Caminho", JO 14:6), porque Ele corporificou os mistérios em Si mesmo, divulgando-lhes os segredos através de Sua vida. Daí em diante, os homens não mais teriam que procurar encontrar um protótipo divino, para a ele conformar-se: todos poderiam descobrir e utir-se diretamente ao Logos que, através do Cristo, em Jesus se manifestara.


Observamos, pois, uma elevação geral de frequência vibratória, de tonus, em todo o processo iniciático dos mistérios.


E os Pais da Igreja - até o século 3. º o cristianismo foi "iniciático", embora depois perdesse o rumo quando se tornou "dogmático" - compreenderam a realidade do mistério cristão, muito superior, espiritualmente, aos anteriores: tornar o homem UM CRISTO, um ungido, um permeado da Divindade.


A ação divina do mistério, por exemplo, é assim descrita por Agostinho: "rendamos graças e alegremonos, porque nos tornamos não apenas cristãos, mas cristos" (Tract. in Joanne, 21,8); e por Metódio de Olímpio: "a comunidade (a ekklêsía) está grávida e em trabalho de parto, até que o Cristo tenha tomado forma em nós; até que o Cristo nasça em nós, para que cada um dos santos, por sua participação ao Cristo, se torne o cristo" (Patrol. Graeca, vol. 18, ccl. 150).


Temos que tornar-nos cristos, recebendo a última unção, conformando-nos com Ele em nosso próprio ser, já que "a redenção tem que realizar-se EM NÓS" (O. Casel, o. c., pág. 29), porque "o único e verdadeiro holocausto é o que o homem faz de si mesmo".


Cirilo de Jerusalém diz: "Já que entrastes em comunhão com o Cristo com razão sois chamados cristos, isto é, ungidos" (Catechesis Mystagogicae, 3,1; Patrol. Graeca,, 01. 33, col. 1087).


Essa transformação, em que o homem recebe Deus e Nele se transmuda, torna-o membro vivo do Cristo: "aos que O receberam, deu o poder de tornar-se Filhos de Deus" (JO 1:12).


Isso fez que Jesus - ensina-nos o Novo Testamento - que era "sacerdote da ordem de Melquisedec (HB 5:6 e HB 7:17) chegasse, após sua encarnação e todos os passos iniciáticos que QUIS dar, chegasse ao grau máximo de "pontífice da ordem de Melquisedec" (HB 5:10 e HB 6:20), para todo o planeta Terra.


CRISTO, portanto, é o mistério de Deus, o Senhor, o ápice da iniciação a experiência pessoal da Divindade.


através do santo ensino (hierôs lógos), que vem dos "deuses" (Espíritos Superiores), comunicado ao místico. No cristianismo, os emissários ("apóstolos") receberam do Grande Hierofante Jesus (o qual o recebeu do Pai, com Quem era UNO) a iniciação completa. Foi uma verdadeira "transmiss ão" (traditio, parádosis), apoiada na gnose: um despertar do Espírito que vive e experimenta a Verdade, visando ao que diz Paulo: "admoestando todo homem e ensinando todo homem, em toda sabedoria (sophía), para que apresentem todo homem perfeito (téleion, iniciado) em Cristo, para o que eu também me esforço (agõnizómenos) segundo a ação dele (energeían autou), que age (energouménen) em mim, em força (en dynámei)". CL 1:28-29.


Em toda essa iniciação, além disso, precisamos não perder de vista o "enthousiasmós" (como era chamado o "transe" místico entre os gregos) e que foi mesmo sentido pelos hebreus, sobretudo nas" Escolas de Profetas" em que eles se iniciavam (profetas significa "médiuns"); mas há muito se havia perdido esse "entusiasmo", por causa da frieza intelectual da interpretação literal das Escrituras pelos Escribas.


Profeta, em hebraico, é NaVY", de raiz desconhecida, que o Rabino Meyer Sal ("Les Tables de la Loi", éd. La Colombe, Paris, 1962, pág. 216/218) sugere ter sido a sigla das "Escolas de Profetas" (escolas de iniciação, de que havia uma em Belém, de onde saiu David). Cada letra designaria um setor de estudo: N (nun) seriam os sacerdotes (terapeutas do psicossoma), oradores, pensadores, filósofos;

V (beth) os iniciados nos segredos das construções dos templos ("maçons" ou pedreiros), arquitetos, etc. ; Y (yod) os "ativos", isto é, os dirigentes e políticos, os "profetas de ação"; (aleph), que exprime "Planificação", os matemáticos, geômetras, astrônomos, etc.


Isso explica, em grande parte, porque os gregos e romanos aceitaram muito mais facilmente o cristianismo, do que os judeus, que se limitavam a uma tradição que consistia na repetição literal decorada dos ensinos dos professores, num esforço de memória que não chegava ao coração, e que não visavam mais a qualquer experiência mística.


TEXTOS DO N. T.


O termo mystérion aparece várias vezes no Novo Testamento.


A - Nos Evangelhos, apenas num episódio, quando Jesus diz a Seus discípulos: "a vós é dado conhecer os mistérios do reino de Deus" (MT 13:11; MC 4:11; LC 8:10).


B - Por Paulo em diversas epístolas: RM 11:25 - "Não quero, irmãos, que ignoreis este mistério... o endurecimento de Israel, até que hajam entrado todos os gentios".


Rom. 16:15 - "conforme a revelação do mistério oculto durante os eons temporais (terrenos) e agora manifestados".


1. ª Cor. 2:1 – "quando fui ter convosco... anunciando-vos o mistério de Deus".


1. ª Cor. 2:4-7 - "meu ensino (logos) e minha pregação não foram em palavras persuasivas, mas em demonstração (apodeíxei) do pneúmatos e da dynámeôs, para que vossa fé não se fundamente na sophía dos homens, mas na dynámei de Deus. Mas falamos a sophia nos perfeitos (teleiois, iniciados), porém não a sophia deste eon, que chega ao fim; mas falamos a sophia de Deus em mistério, a que esteve oculta, a qual Deus antes dos eons determinou para nossa doutrina". 1. ª Cor. 4:1 - "assim considerem-nos os homens assistentes (hypêrétas) ecônomos (distribuidores, dispensadores) dos mistérios de Deus".


1. ª Cor. 13:2 - "se eu tiver mediunidade (prophéteía) e conhecer todos os mistérios de toda a gnose, e se tiver toda a fé até para transportar montanhas, mas não tiver amor (agápé), nada sou". l. ª Cor. 14:2 - "quem fala em língua (estranha) não fala a homens, mas a Deus, pois ninguém o ouve, mas em espírito fala mistérios". 1. ª Cor. 15:51 - "Atenção! Eu vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados".


EF 1:9 - "tendo-nos feito conhecido o mistério de sua vontade"

EF 3:4 - "segundo me foi manifestado para vós, segundo a revelação que ele me fez conhecer o mistério (como antes vos escrevi brevemente), pelo qual podeis perceber, lendo, minha compreensão no mistério do Cristo".


EF 3:9 - "e iluminar a todos qual a dispensação (oikonomía) do mistério oculto desde os eons, em Deus, que criou tudo".


EF 5:32 - "este mistério é grande: mas eu falo a respeito do Cristo e da ekklésia.


EF 9:19 - "(suplica) por mim, para que me possa ser dado o logos ao abrir minha boca para, em público, fazer conhecer o mistério da boa-nova".


CL 1:24-27 - "agora alegro-me nas experimentações (Pathêmasin) sobre vós e completo o que falta das pressões do Cristo em minha carne, sobre o corpo dele que é a ekklêsía, da qual me tornei servidor, segundo a dispensação (oikonomía) de Deus, que me foi dada para vós, para plenificar o logos de Deus, o mistério oculto nos eons e nas gerações, mas agora manifestado a seus santos (hagioi, iniciados), a quem aprouve a Deus fazer conhecer a riqueza da doutrina (dóxês; ou "da substância") deste mistério nas nações, que é CRISTO EM VÓS, esperança da doutrina (dóxês)".


CL 2:2-3 - "para que sejam consolados seus corações, unificados em amor, para todas as riquezas da plena convicção da compreensão, para a exata gnose (epígnôsin) do mistério de Deus (Cristo), no qual estão ocultos todos os tesouros da sophía e da gnose".


CL 4:3 - "orando ao mesmo tempo também por nós, para que Deus abra a porta do logos para falar o mistério do Cristo, pelo qual estou em cadeias".


2. ª Tess. 2:7 - "pois agora já age o mistério da iniquidade, até que o que o mantém esteja fora do caminho".


1. ª Tim. 3:9 - "(os servidores), conservando o mistério da fé em consciência pura".


1. ª Tim. 2:16 - "sem dúvida é grande o mistério da piedade (eusebeías)".


No Apocalipse (1:20; 10:7 e 17:5, 7) aparece quatro vezes a palavra, quando se revela ao vidente o sentido do que fora dito.


CULTO CRISTÃO


Depois de tudo o que vimos, torna-se evidente que não foi o culto judaico que passou ao cristianismo primitivo. Comparemos: A luxuosa arquitetura suntuosa do Templo grandioso de Jerusalém, com altares maciços a escorrer o sangue quente das vítimas; o cheiro acre da carne queimada dos holocaustos, a misturar-se com o odor do incenso, sombreando com a fumaça espessa o interior repleto; em redor dos altares, em grande número, os sacerdotes a acotovelar-se, munidos cada um de seu machado, que brandiam sem piedade na matança dos animais que berravam, mugiam dolorosamente ou balavam tristemente; o coro a entoar salmos e hinos a todo pulmão, para tentar superar a gritaria do povo e os pregões dos vendedores no ádrio: assim se realizava o culto ao "Deus dos judeus".


Em contraste, no cristianismo nascente, nada disso havia: nem templo, nem altares, nem matanças; modestas reuniões em casas de família, com alguns amigos; todos sentados em torno de mesa simples, sobre a qual se via o pão humilde e copos com o vinho comum. Limitava-se o culto à prece, ao recebimento de mensagens de espíritos, quando havia "profetas" na comunidade, ao ensino dos "emissários", dos "mais velhos" ou dos "inspetores", e à ingestão do pão e do vinho, "em memória da última ceia de Jesus". Era uma ceia que recebera o significativo nome de "amor" (ágape).


Nesse repasto residia a realização do supremo mistério cristão, bem aceito pelos gregos e romanos, acostumados a ver e compreender a transmissão da vida divina, por meio de símbolos religiosos. Os iniciados "pagãos" eram muito mais numerosos do que se possa hoje supor, e todos se sentiam membros do grande Kósmos, pois, como o diz Lucas, acreditavam que "todos os homens eram objeto da benevolência de Deus" (LC 2:14).


Mas, ao difundir-se entre o grande número e com o passar dos tempos, tudo isso se foi enfraquecendo e seguiu o mesmo caminho antes experimentado pelo judaísmo; a força mística, só atingida mais tarde por alguns de seus expoentes, perdeu-se, e o cristianismo "foi incapaz - no dizer de O. Casel - de manterse na continuação, nesse nível pneumático" (o. c. pág. 305). A força da "tradição" humana, embora condenada com veemência por Jesus (cfr. MT 15:1-11 e MT 16:5-12; e MC 7:1-16 e MC 8:14-11; veja atrás), fez-se valer, ameaçando as instituições religiosas que colocam doutrinas humanas ao lado e até acima dos preceitos divinos, dando mais importância às suas vaidosas criações. E D. Odon Casel lamenta: " pode fazer-se a mesma observação na história da liturgia" (o. c., pág. 298). E, entristecido, assevera ainda: "Verificamos igualmente que a concepção cristã mais profunda foi, sob muitos aspectos, preparada muito melhor pelo helenismo que pelo judaísmo. Lamentavelmente a teologia moderna tende a aproximar-se de novo da concepção judaica de tradição, vendo nela, de fato, uma simples transmiss ão de conhecimento, enquanto a verdadeira traditio, apoiada na gnose, é um despertar do espírito que VIVE e EXPERIMENTA a Verdade" (o. c., pág. 299).


OS SACRAMENTOS


O termo latino que traduz a palavra mystérion é sacramentum. Inicialmente conservou o mesmo sentido, mas depois perdeu-os, para transformar-se em "sinal visível de uma ação espiritual invisível".


No entanto, o estabelecimento pelas primeiras comunidades cristãs dos "sacramentos" primitivos, perdura até hoje, embora tendo perdido o sentido simbólico inicial.


Com efeito, a sucessão dos "sacramentos" revela exatamente, no cristianismo, os mesmos passos vividos nos mistérios grego. Vejamos:
1- o MERGULHO (denominado em grego batismo), que era a penetração do catecúmeno em seu eu interno. Simbolizava-se na desnudação ao pretendente, que largava todas as vestes e mergulhava totalmente na água: renunciava de modo absoluto as posses (pompas) exteriores e aos próprios veículos físicos, "vestes" do Espírito, e mergulhava na água, como se tivesse "morrido", para fazer a" catarse" (purificação) de todo o passado. Terminado o mergulho, não era mais o catecúmeno, o profano. Cirilo de Jerusalém escreveu: "no batismo o catecúmeno tinha que ficar totalmente nu, como Deus criou o primeiro Adão, e como morreu o segundo Adão na cruz" (Catechesis Mistagogicae,

2. 2). Ao sair da água, recebia uma túnica branca: ingressava oficialmente na comunidade (ekklêsía), e então passava a receber a segunda parte das instruções. Na vida interna, após o "mergulho" no próprio íntimo, aguardava o segundo passo.


2- a CONFIRMAÇÃO, que interiormente era dada pela descida da "graça" da Força Divina, pela" epifanía" (manifestação), em que o novo membro da ekklêsía se sentia "confirmado" no acerto de sua busca. Entrando em si mesmo a "graça" responde ao apelo: "se alguém me ama, meu Pai o amará, e NÓS viremos a ele e permaneceremos nele" (JO 14:23). O mesmo discípulo escreve em sua epístola: "a Vida manifestou-se, e a vimos, e damos testemunho. e vos anunciamos a Vida Imanente (ou a Vida do Novo Eon), que estava no Pai e nos foi manifestada" (l. ª JO 1:2).


3- a METÁNOIA (modernamente chamada "penitência") era então o terceiro passo. O aprendiz se exercitava na modificação da mentalidade, subsequente ao primeiro contato que tinha tido com a Divindade em si mesmo. Depois de "sentir" em si a força da Vida Divina, há maior compreensão; os pensamentos sobem de nível; torna-se mais fácil e quase automático o discernimento (krísis) entre certo e errado, bem e mal, e portanto a escolha do caminho certo. Essa metánoia é ajudada pelos iniciados de graus mais elevados, que lhe explicam as leis de causa e efeito e outras.


4- a EUCARISTIA é o quarto passo, simbolizando por meio da ingestão do pão e do vinho, a união com o Cristo. Quem mergulhou no íntimo, quem recebeu a confirmação da graça e modificou seu modo de pensar, rapidamenle caminha para o encontro definitivo com o Mestre interno, o Cristo.


Passa a alimentar-se diretamente de seus ensinos, sem mais necessidade de intermediários: alimentase, nutre-se do próprio Cristo, bebe-Lhe as inspirações: "se não comeis a carne do Filho do Homem e não bebeis seu sangue, não tendes a vida em vós. Quem saboreia minha carne e bebe meu sangue tem a Vida Imanente, porque minha carne é verdadeiramente comida e meu sangue é

verdadeiramente bebida. Quem come minha carne e bebe o meu sangue, permanece em mim e eu nele" (JO 6:53 ss).


5- MATRIMÔNIO é o resultado do encontro realizado no passo anterior: e o casamento, a FUSÃO, a união entre a criatura e o Criador, entre o iniciado e Cristo: "esse mistério é grande, quero dizê-lo em relação ao Cristo e à ekklêsia", escreveu Paulo, quando falava do "matrimônio" (EF 5:32). E aqueles que são profanos, que não têm essa união com o Cristo, mas antes se unem ao mundo e a suas ilusões, são chamados "adúlteros" (cfr. vol. 2). E todos os místicos, unanimemente, comparam a união mística com o Cristo ti uma união dos sexos no casamento.


6- a ORDEM é o passo seguinte. Conseguida a união mística a criatura recebe da Divindade a consagra ção, ou melhor, a "sagração", o "sacerdócio" (sacer "sagrado", dos, dotis, "dote"), o "dote sagrado" na distribuição das graças o quinhão especial de deveres e obrigações para com o "rebanho" que o cerca. No judaísmo, o sacerdote era o homem encarregado de sacrificar ritualmente os animais, de examinar as vítimas, de oferecer os holocaustos e de receber as oferendas dirigindo o culto litúrgico. Mais tarde, entre os profanos sempre, passou a ser considerado o "intemediário" entre o homem e o Deus "externo". Nessa oportunidade, surge no Espírito a "marca" indelével, o selo (sphrágis) do Cristo, que jamais se apaga, por todas as vidas que porventura ainda tenha que viver: a união com essa Força Cósmica, de fato, modifica até o âmago, muda a frequência vibratória, imprime novas características e a leva, quase sempre, ao supremo ponto, à Dor-Sacrifício-Amor.


7- a EXTREMA UNÇÃO ("extrema" porque é o último passo, não porque deva ser dada apenas aos moribundos) é a chave final, o último degrau, no qual o homem se torna "cristificado", totalmente ungido pela Divindade, tornando-se realmente um "cristo".


Que esses sacramentos existiram desde os primeiros tempos do cristianismo, não há dúvida. Mas que não figuram nos Evangelhos, também é certo. A conclusão a tirar-se, é que todos eles foram comunicados oralmente pela traditio ou transmissão de conhecimentos secretos. Depois na continuação, foram permanecendo os ritos externos e a fé num resultado interno espiritual, mas já não com o sentido primitivo da iniciação, que acabamos de ver.


Após este escorço rápido, cremos que a afirmativa inicial se vê fortalecida e comprovada: realmente Jesus fundou uma "ESCOLA INICIÁTICA", e a expressão "logos akoês" (ensino ouvido), como outras que ainda aparecerão, precisam ser explicadas à luz desse conhecimento.


* * *

Neste sentido que acabamos de estudar, compreendemos melhor o alcance profundo que tiveram as palavras do Mestre, ao estabelecer as condições do discipulato.


Não podemos deixar de reconhecer que a interpretação dada a Suas palavras é verdadeira e real.


Mas há "mais alguma coisa" além daquilo.


Trata-se das condições exigidas para que um pretendente possa ser admitido na Escola Iniciática na qualidade de DISCÍPULO. Não basta que seja BOM (justo) nem que possua qualidades psíquicas (PROFETA). Não é suficiente um desejo: é mistér QUERER com vontade férrea, porque as provas a que tem que submeter-se são duras e nem todos as suportam.


Para ingressar no caminho das iniciações (e observamos que Jesus levava para as provas apenas três, dentre os doze: Pedro, Tiago e João) o discípulo terá que ser digno SEGUIDOR dos passos do Mestre.


Seguidor DE FATO, não de palavras. E para isso, precisará RENUNCIAR a tudo: dinheiro, bens, família, parentesco, pais, filhos, cônjuges, empregos, e inclusive a si mesmo: à sua vontade, a seu intelecto, a seus conhecimentos do passado, a sua cultura, a suas emoções.


A mais, devia prontificar-se a passar pelas experiências e provações dolorosas, simbolizadas, nas iniciações, pela CRUZ, a mais árdua de todas elas: o suportar com alegria a encarnação, o mergulho pesado no escafandro da carne.


E, enquanto carregava essa cruz, precisava ACOMPANHAR o Mestre, passo a passo, não apenas nos caminhos do mundo, mas nos caminhos do Espírito, difíceis e cheios de dores, estreitos e ladeados de espinhos, íngremes e calçados de pedras pontiagudas.


Não era só. E o que se acrescenta, de forma enigmática em outros planos, torna-se claro no terreno dos mistérios iniciáticos, que existiam dos discípulos A MORTE À VIDA DO FÍSICO. Então compreendemos: quem tiver medo de arriscar-se, e quiser "preservar" ou "salvar" sua alma (isto é, sua vida na matéria), esse a perderá, não só porque não receberá o grau a que aspira, como ainda porque, na condição concreta de encarnado, talvez chegue a perder a vida física, arriscada na prova. O medo não o deixará RESSUSCITAR, depois da morte aparente mas dolorosa, e seu espírito se verá envolvido na conturbação espessa e dementada do plano astral, dos "infernos" (ou umbral) a que terá que descer.


No entanto, aquele que intimorato e convicto da realidade, perder, sua alma, (isto é, "entregar" sua vida do físico) à morte aparente, embora dolorosa, esse a encontrará ou a salvará, escapando das injunções emotivas do astral, e será declarado APTO a receber o grau seguinte que ardentemente ele deseja.


Que adianta, com efeito, a um homem que busca o Espírito, se ganhar o mundo inteiro, ao invés de atingir a SABEDORIA que é seu ideal? Que existirá no mundo, que possa valer a GNOSE dos mistérios, a SALVAÇÃO da alma, a LIBERTAÇÃO das encarnações tristes e cansativas?


Nos trabalhos iniciáticos, o itinerante ou peregrino encontrará o FILHO DO HOMEM na "glória" do Pai, em sua própria "glória", na "glória" de Seus Santos Mensageiros. Estarão reunidos em Espírito, num mesmo plano vibratório mental (dos sem-forma) os antigos Mestres da Sabedoria, Mensageiros da Palavra Divina, Manifestantes da Luz, Irradiadores da Energia, Distribuidores do Som, Focos do Amor.


Mas, nos "mistérios", há ocasiões em que os "iniciantes", também chamados mystos, precisam dar testemunhos públicos de sua qualidade, sem dizerem que possuem essa qualidade. Então está dado o aviso: se nessas oportunidades de "confissão aberta" o discípulo "se envergonhar" do Mestre, e por causa de "respeitos humanos" não realizar o que deve, não se comportar como é da lei, nesses casos, o Senhor dos Mistérios, o Filho do Homem, também se envergonhará dele, considerá-lo-á inepto, incapaz para receber a consagração; não mais o reconhecerá como discípulo seu. Tudo, portanto, dependerá de seu comportamento diante das provas árduas e cruentas a que terá que submeter-se, em que sua própria vida física correrá risco.


Observe-se o que foi dito: "morrer" (teleutan) e "ser iniciado" (teleusthai) são verbos formados do mesmo radical: tele, que significa FIM. Só quem chegar AO FIM, será considerado APTO ou ADEPTO (formado de AD = "para", e APTUM = "apto").


Nesse mesmo sentido entendemos o último versículo: alguns dos aqui presentes (não todos) conseguirão certamente finalizar o ciclo iniciático, podendo entrar no novo EON, no "reino dos céus", antes de experimentar a morte física. Antes disso, eles descobrirão o Filho do Homem em si mesmos, com toda a sua Dynamis, e então poderão dizer, como Paulo disse: "Combati o bom combate, terminei a carreira, mantive a fidelidade: já me está reservada a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia - e não só a mim, como a todos os que amaram sua manifestação" (2. ª Tim. 4:7-8).


mc 8:36
Sabedoria do Evangelho - Volume 6

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 1
CARLOS TORRES PASTORINO

LC 14:25-33


25. Saía com ele grande multidão e, voltando-se disse (Jesus) a eles:

26. "Se alguém vem a mim e não odeia seu pai, e a mãe, e a esposa, e os filhos, e os irmãos, e as irmãs, e até também a própria alma, não pode ser meu discípulo;

27. quem não carrega sua cruz e vem atrás de mim, não pode ser meu discípulo.

28. Quem de vós, pois, querendo edificar uma torre, primeiro não se senta a calcular o gasto, se tem para acabar?

29. Para que não suceda que, pondo o alicerce e não podendo terminar, os que vêem comecem a caçoar dele,

30. dizendo: "este homem começou a edificar e não pode terminar".

31. Ou que rei, saindo a lançar-se em guerra com outro rei, primeiro não senta, deliberando se é forte com dez mil, para enfrentar ao que vem com vinte mil contra ele?

32. Se não, estando ele ainda longe, envia uma legação, pedindo as (condições) para a paz 33. Assim, pois, qualquer de vós que não se destaca de todas as suas posses, não pode ser meu discípulo".



As "multidões" saíam, acompanhando Jesus, correndo atrás de Sua fascinante personalidade humana, maravilhadas com Seus poderes psíquicos, com Suas "palavras de amor" (LC 4:22; vol. 2), de sabedoria e autoridade. O Mestre observa os componentes do grupo: quantos ali estão a Ele se prendem somente por causa dos benefícios recebidos ou a receber... Não. Não é isso o que importa, não é isso que interessa. Não é imitá-Lo externamente, nas palavras e gestos. E algo mais profundo e misterioso.


Volta-Se, então, e mais uma vez fala, repisando temas já versados outras ocasiões, a fim de fixar responsabilidades e alertar contra entusiasmos fáceis e efêmeros. Já expusera longamente, certa feita, as condições essenciais para ser Seu discípulo (cfr. MT 16:24-28; MC 8:34-38; LC 9:23: -27; vol. 4).


Novamente frisa, com outras palavras, as condições indispensáveis para que possa alguém ingressar na senda do discipulado.


1. ª - "odiar" (míseô) os parentes, por mais próximos e queridos que sejam, e cita: "pai, mãe, esposa, filhos (em geral, dos dois sexos, tékna), irmãos, irmãs. Em MT 10:37 (vol. 3), são citados: pai, mãe, filho, nora e filha. E pelas palavras aí registradas por esse evangelista, compreendemos o sentido deste "odiar". Lá encontra-se: ho philôn patéra è mêtéra hyper emé, isto é, "o que ama o pai ou a mãe acima de mim" (mais que a mim). Trata-se, portanto, de dois termos de comparação entre dois amores, levada ao extremo exagero por metáfora, devido à exuberância do linguajar oriental.


2. ª - Não apenas os seres queridos "externos", mas até a própria alma (psyché), ou seja, sua personagem terrena. Em outro passo (MT 16:24; MC 8:34; LC 9:23; vol. 4) essa exigência é dita com a expressão "negue-se a si mesmo". Então, desligamento total de amores personativos externos e internos.


3. ª - Carregar sua cruz, já explicado no vol. 4.


4. ª - Caminhar após Ele (idem, ibidem).


5. ª - Calcular sua capacidade. Exigência que pela vez primeira aparece. Ou seja, fazer o indispensável balanço no que possua de compreensão, de cultura, intelectual, de conhecimento, para ver se tem possibilidade de iniciar e terminar o estudo e a "construção da torre".


6. ª - Calcular suas possibilidades, isto é, as forças de que dispõe para enfrentar um adversário numeroso e ferrenho.


7. ª - E última: destacar-se (o verbo grego apotássô é composto de tásso, "por no lugar devido", e apó, longe de"), ou seja, saber colocar nos devidos lugares, bem longe um do outro, o Espírito e os bens materiais (hypárchousin) ...


Para esclarecer de vez o sentido do vers. 26, vamos reler o Bhagavad-Gita. Arjuna vê, formados no exército que devia combater, "seus avós, sogros, tios, irmãos e primos com seus respectivos filhos e netos, seus camaradas, professores e amigos" (I,26 - por coincidência o mesmo número do artigo!) e assim fala: " Ó Krishna, ao ver estes meus parentes reunidos aqui, desejosos de lutar, meus membros cedem. arde-me a boca, meu corpo tirita, meus cabelos arrepiam-se, o arco me escorrega das mãos, a pele se me abrasa. Ó Krishna, não sou capaz de manter-me, os pensamentos se me confundem, vejo maus presságios. Não aspiro a vitória, nem a reino, nem a prazeres.


Mestres, tios, filhos e netos, avós, sogros, além de outros parentes - que inspiravam o desejo de império, alegria e prazeres - eles próprios estão aí, em ordem de batalha, renunciando à vida e à fortuna. Que valem, pois, reino, alegria, e mesmo a existência, ó Govinda’?


A esses guerreiros não quero matar, embora por eles seja eu morto, nem pelo domínio dos três mundos, quanto mais por causa desta Terra, ó matador de Madhu. ó Janárdana, que prazer pode advir a nós do assassínio dos filhos de Dhritarashtra? Só o erro se apossará de nós, por termos massacrado esses malfeitores. Portanto, não devemos matar esses filhos de Dhritarashtra, que são nossos parentes; como podemos nós, ó Madhava, ter felicidade, destruindo nossos próprios parentes? Embora eles, dominados pela ambição, não vejam mal em destruir a família, nem erro em hostilizar amigos. Mas, ó Janárdana, por que não recuarmos deste erro, já que percebemos claramente o mal em destruir a família"? (I, 28-

39).


No capítulo segundo, Krishna esclarece Arjuna de que todos esses "entes caros" são as exterioridades transitórias e ilusórias, os veículos inferiores da personagem terrena, com seus vícios (e, por isso, destruindo-os, realmente não há prazer em reinos nem em alegrias terrenas) mas que precisamos combater para atingir a essência íntima, o Eu verdadeiro: "esses corpos são perecíveis, (II,18). Mas o Eu é "eterno, onipresente, imutável, permanente, perpétuo" (II, 39), pois é no linguajar evangélico, o" reino dos céus ". A explicação é bastante clara. " O sábio, dotado de conhecimento, abandonando o fruto de suas ações, torna-se livre dos grilhões do berço e alcança o estado que está além de todo mal. Quando teu intelecto houver atravessado o pântano da ilusão, então, e só então atingirás a indiferença em relação às coisas ouvidas e por ouvir. Quando teu intelecto, agindo pelas várias opiniões antagônicas das Escrituras, se firma inabalavelmente no Eu, então atingirás a Yoga (auto-realização ou união com Deus)" (II, 51-53).


E continua: "Ó Partha, quando um homem chega a satisfazer-se apenas com o Eu pelo Eu, e baniu completamente todos os desejos da alma, então se diz que ele possui firme sabedoria.


Aquele cuja alma não se agita em calamidades, e que não aspira ao poder, e que está liberto do apego, do medo e da cólera é em verdade tido como um santo de firme sabedoria.


Aquele que é liberto de todo apego, e que não se rejubila ao receber o bem, nem se perturba ao receber o mal, tem sua sabedoria bem confirmada. Sua sabedoria começou a ficar bem filmada, quando ele retirou inteiramente seus sentidos dos objetos dos sentidos, como a tartaruga renuncia aos membros. O encarnado, pela prática da abstinência (não dando alimento aos sentidos), pode amortecer os sentimentos dos sentidos, mas os anseios ainda permanecem em seu coração; todos os anseios se abatem, quando tiver visto o Supremo. Ó filho de Kunti, os sentidos (parentes) são perigosos, chegam mesmo a arrastar à força o esp írito de um homem sensato que está lutando pela perfeição. O homem de firme sabedoria, tendo-o subjugado a todos eles (os sentidos, seus "parentes" mais caros) fica fixado em Mim, o Supremo, Aquele que tem os sentidos sob controle, tem a sabedoria bem firmada.


Cuidando dos objetos dos sentidos, o homem e torna apegado a eles. Do apego nasce o anseio, e do anseio a cólera. Da cólera nasce o delírio, e este causa a perda de memória. Com esta arruina-se a faculdade de escolha, e com a ruína desta faculdade o homem perece. Mas aquele que se domina alcança a paz e circula por entre os objetos com os sentidos controlados, isento de qualquer anseio ou aversão. Na paz, cessa a infelicidade e o espírito cheio de paz em breve se firma na sabedoria. Não há sabedoria para o instável nem para o que não medita. E como poderá haver ventura para quem não tem paz? O espírito que condescende com os sentidos indisciplinados e errantes, arrasta consigo sua sabedoria, exatamente como um barco na água é arrastado pelo vento. Portanto, ó poderosamente-armado, sabedoria firme é a daquele cujos sentidos estão bem afastados de todos os objetivos dos sentidos".


O ensinamento do Espírito, do Cristo, é um em todas as épocas e em todos os quadrantes, porque "há um só corpo e um só Espírito... um só Senhor, uma só fé, um só mergulho, um só Deus e Pai de todos, que está acima de todos, e é por todos e está em todos" (EF 4:3-6).


Fica, pois definitivamente explicado o sentido profundo e simbólico do verbo "odiar" neste trecho evangélico, tão incompreendido até hoje.


Mas passemos à interpretação do texto no campo iniciático.


Ainda uma vez encontramos preciosas lições de como deve preparar-se aquele que pretende ingressar na "Assembleia do Caminho", essa criação sublime de Mestre e Hierofante Divino, que veio pessoalmente instruir-nos. Vejamos as condições requeridas:

1 - Compreensão absoluta do desligamento total de tudo o que é terreno, como seu corpo, suas sensações, suas emoções, seu intelectualismo humano, com todos os seus agregados "animais", que a ele se colaram durante o percurso evolutivo pelos reinos inferiores: preguiça, sensualismo, paixões, vaidade e orgulho; de tão arraigados, com ele mesmo confundidos, são considerados "parentes consanguíneos: pai, mãe, esposa, filhos, irmãos, irmãs. Tudo o que constitui matéria, duplo etérico (sangue) e astral deve ser abandonado e como que "odiado", voltando-se o candidato na direção oposta: o "Espírito Puro". Como, de modo geral, o ambiente familiar é contrário a qualquer elevação espiritual do iniciado (e Jesus tinha experiência pessoal disso, cfr. MC 3:21 e MC 3:33-35), o candidato deve estar convicto de que, também, seu progresso espiritual está desligado de qualquer laço familiar, se for indispensável cortar os afetos (emoções) para dedicar-se integralmente ao Espírito. Muito mais fortes são as ligações espirituais, que as consanguíneas. A fraternidade espiritual é REAL E ETERNA, já que somos filhos do mesmo PAI ETERNO; ao passo que o parentesco sanguíneo é passageiro, de uma só encarnação, podendo, na seguinte, ser realizado em outro grupo, em outra terra, em outra raça.


2 - Entretanto, não são apenas os apegos externos que precisam ser cortados, mas até o do próprio eu pequeno, da personagem terrena transitória - o filho único tão querido - a própria "alma", com suas idiossincrasias, seus gostos, suas características temperamentais. Esse é o maior apego nosso. E não basta convencer-se disso, mas é preciso realizar (ou seja, páthein) experimentar, "sofrer" destaque total e passar a viver no Eu verdadeiro. Só realizando esses dois desligamentos é que o candidato poderá tornar-se discípulo. E aqui mais uma vez comprovamos o emprego da terminologia técnica das escolas iniciáticas: discípulo o que põe o pé na senda para iniciar a caminhada. Só após perlustrar o discipulado em seus graus primeiros (discípulo em provação e discípulo aceito) é que pode pretender o ingresso na iniciação. E dificilmente se obtém isso numa só existência terrena. Os próprios "Mestres de Sabedoria" continuam até hoje a denominar-se a Si mesmos. "Discípulos". Daí não acreditarmos em quem se chama a si próprio de "iniciado": quem o diz, não o é; porque quem verdadeiramente é iniciado, não o diz 3 - A terceira condição para ser discípulo-aceito, é receber com alegria o peso da própria cruz, que tem vários aspectos. Inicialmente, é a própria encarnação, quando a criatura se torna consciente de que se acha "pregado" na cruz de carne, limitado em suas possibilidades, grudado ao chão de matéria.


Mas, além desse peso, outros podem superpor-se: pobreza, falta de meios e de ambiente, aderentes incompreensivos, exploradores e abusadores, dores e sofrimentos, deficiências físicas humilhações e desprezos, perseguições e até morte. E, não obstante tudo isso, continuar firme o trajeto, sem abaterse nem desanimar.


4 - O passo seguinte é o de palmilhar a estrada que o Mestre exemplificou, com Sua humildade, Seu espírito de sacrifício, Sua dedicação integral ao serviço à humanidade, Sua união com o Pai, Seu amor sem condições a todos. "Vem atrás de mim" ou "segui-Lo", quando são frases proferidas pelo Cristo, significa realmente unir-se a Ele, buscá-lo por todos os meios, "mendigar o Espírito" com lágrimas, procurando "ajustar-se" com a sintonia crística, até unificação final.


5 - Para ingressar no discipulado, faz-se ainda mister capacidade cultural, a fim de bem compreender os ensaios, sem limitações nem distorções. Muitos há que desejam ardentemente ingressar como discípulosaceitos ou, até mesmo, atingir a iniciação. Inegavelmente, são, muitas vezes pessoas ardorosas de amor e ansiosas de perfeição. Mas não possuem as condições essenciais para isso, não têm conhecimento. Para iniciação são essenciais três condições pessoais: amor, amadurecimento e sabedoria (cfr. vol. 5) "Jesus crescia em sabedoria, amadurecimento e amor" (LC 2:5; vol. 1). Então, os que não conquistarem o conhecimento, e ainda precisarem dedicar-se ao estudo, não são cortados do espiritualismo: podem seguir a via devocional ou a via mística. Mas não a senda iniciática. A via devocional e a mística são linhas evolutivas pessoais, ao passo que a senda iniciática é grupal, e prepara a criatura para o magistério sacerdotal. Ora, sem cultura e conhecimento, como se poderá ensinar?


Há enorme perigo não apenas de desviar-se, mas, pior ainda, de afastar do rumo certo aqueles que neles confiam. Daí serem tão rigorosas as escolas que preparam discípulos para a iniciação na admissão de candidatos. Jesus, em diversas ocasiões - como esta agora - alerta quanto às condições indispensáveis para ingressar no discipulado: examine-se se tem capacidade intelectual desenvolvida, para que não inicie uma obra e se veja obrigado a parar na metade do caminho.


6 - Outro requisito para entrar na Escola é saber se conseguiu vitória, ou se está capacitado para obtê-la, contra os inimigos internos e externos. Em outras palavras, se seus instintos inferiores animais não estão mais fortes que sua capacidade de luta. O "rei" (o Espírito) precisa calcular suas forças, a fim de ver se são superiores às do "outro rei" (a personagem). Se forem inferiores as forças do Espírito, este "pede as condições de paz". Isto é (por exemplo) se a sensualidade predominar e o Espírito não tiver condições de sublimá-la, obedeça à força de sua personagem e se dedique à família, sem pensar em desapegar-se; se a violência do temperamento não pode ser dominada, afaste-se da senda nessa vida, e volte quando puder contar com o domínio de suas energias exuberantes. E assim por diante. Então, calcule bem suas possibilidades de luta e de vitória, antes de lançar-se ao combate, a fim de não arriscar-se a derrotas espetaculares que, além de descoroçoá-lo, podem trazer sérios prejuízos à instituição a que se filia. Daí o rigor que os instrutores manifestam, antes de receber alguém, e o longo período probacional a que são submetidos: comprovar que superaram todos os vícios.


Aqueles que ingressam na senda por sua alta recreação, de modo geral caem fragorosamente, quer desviando-se para a magia negra, quer aniquilando-se até na parte humana: corrúptio óptimi, péssima, ou seja, a corrupção do melhor, é a pior.


7 - Finalmente é mister destacar-se de todos os bens materiais, de todas as "posses" para que não seja por elas "possuído". Deverá ser capaz de dar tudo, e passar o resto da existência a mendigar seu sustento.


Ainda que isso não lhe seja exigido, no entanto deve ser capaz de fazê-lo sem sofrimento moral.


Portanto, desapego total...


Essas são as regras para todas as épocas e regiões do globo, sem exceção. Como vemos, encontramos no ensino crístico a orientação completa e integral. A única necessidade é saber interpretar Suas palavras de sabedoria, e não apenas fixar-se na letra fria e morta.



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Marcos Capítulo 8 do versículo 1 até o 38
DÁDIVAS DE ALIMENTO E VISÃO (Marcos 8:1-26)

1. Alimentando Mais de 4.000 Pessoas (Marcos 8:1-10)

Muitas vezes tem sido discutido se esta história não seria simplesmente um outro relato da mesma circunstância anterior em que mais de 5.000 pessoas foram alimenta-das (6:30-44). Mas as diferenças significativas no propósito e nos detalhes tornam essa conclusão bastante improvável. Marcos "deliberadamente registrou os dois Milagres da Alimentação tendo em vista o desenvolvimento do tema principal da primeira metade de seu Evangelho, a abertura dos olhos cegos dos discípulos"."

Enquanto Jesus e seus discípulos ainda estavam na terra de Decápolis (Marcos 7:31-37), uma grande multidão se reuniu novamente. Deve-se observar mais uma vez que essa era uma área na qual o endemoninhado gadareno (ou geraseno), depois da sua libertação, havia sido encarregado de contar todas as grandes coisas que o Senhor havia feito por ele (5.19). Podemos ter aqui uma "breve visão daquilo que o testemunho de um ho-mem pode fazer para Cristo".

Levado pela compaixão, porque a multidão não tinha o que comer (2), Jesus não estava disposto a deixá-la partir em jejum para casa (3), para que não desfalecessem no caminho. Eles haviam estado em sua companhia durante três dias e seus alimentos tinham finalmente acabado. Alguns deles tinham vindo de longe (veja os comentários sobre Marcos 3:8, como exemplo das distâncias que as pessoas viajavam para ouvir Jesus).

A compaixão de Jesus fez com que Ele desafiasse a indecisão dos discípulos.' Sua pergunta pode parecer singularmente sem sentido: Donde poderá alguém satisfazê-los de pão aqui no deserto? (4). Será que não se lembravam do milagre dos pães e dos peixes quando mais de cinco mil pessoas foram alimentadas? Em sua defesa poderíamos dizer que até os cristãos mais maduros às vezes sentem dúvidas, mesmo depois de terem tido uma grande experiência com Deus. Além disso, um tempo considerável deve ter decorrido desde o milagre anterior. Talvez sua atitude não era agora de desrespeito, mas de embaraço pessoal, porque não podiam ajudar e nem tinham qualquer expectativa a respeito daquilo que Jesus poderia fazer."

Dessa vez, com sete pães (6) e uns poucos peixinhos (7) à sua disposição, Jesus novamente ordenou à multidão que se reclinasse no chão, enquanto Ele, tomando os sete pães, dava graças." Nada é mencionado desta vez sobre as pessoas se reclinan-do em grupos, nem de grama sobre a qual deveriam se sentar. Mais uma vez os discípu-los tomaram os pedaços de pão das mãos de Jesus e puseram-nos diante da multidão. Da mesma forma, Jesus abençoou os peixinhos e ordenou que os discípulos os distribuíssem.

E comeram e saciaram-se (8). A tradução "eles comeram até se saciar" (NEB) trans-mite a idéia da linguagem original. Os preciosos pedaços da carne partida que sobraram foram guardados em sete cestos. A palavra usada aqui significa provavelmente que sobrou mais alimento do que na ocasião anterior quando eles "levantaram doze cestos cheios de pedaços" (Marcos 6:43). No presente caso, o cesto (sphuris) era maior que a cesta de vime usada antes (kophinos). O recipiente menor, com a forma aproximada de um jarro de água, era usado pelos judeus para carregar o alimento e, assim, evitar a contamina-ção. O recipiente maior era feito de cordas ou bambús e tinha o aspecto de um balaio grande. Foi em um desses que o apóstolo Paulo escapou pelo muro de Damasco (Atos 9:25).

Os quatro mil (9) a quem Jesus dispensou totalmente saciados representavam o mundo dos não-judeus (Decápolis tinha uma grande população de gentios).

Os cinco mil a quem Jesus havia previamente alimentado representavam o mundo judeu. O "pão que vem do céu" era suficiente e adequado para alimentar e satisfazer a ambos

Logo (10) depois desse episódio, Jesus e seus discípulos entraram no barco e foram para as regiões de Dalmanuta, um lugar não identificado situado na margem ociden-tal do mar da Galiléia. Outros escritos dizem Magadã ou Magdala, de onde Maria Madalena poderia ter vindo.

  1. Uma Capciosa Exigência de Provas (Marcos 8:11-13)

Como em outras ocasiões, os fariseus (11), reunidos dessa vez com os saduceus (Mt 16:1), vieram para debater e disputar com ele. Eles pediam, para o tentarem, um sinal do céu, isto é, queriam testar a Sua afirmação de que vinha de Deus. Ignorando os sinais silenciosos, mas preciosos, que já haviam sido exibidos, os críticos exigiam alguma coisa espetacular, talvez um repentino relâmpago ou uma voz vinda diretamente do céu.

Jesus já havia rejeitado a tentação de deslumbrar os homens em relação ao Reino (Mt 4:6-7). Sob tais condições, a fé como decisão pessoal é impossível . Deus tem os seus sinais, mas eles não são aqueles exigidos pela incredulidade. Com grande sentimento, Jesus, suspirando profundamente' em seu espírito (12), respondeu: A esta gera-ção não se dará sinal algum. A linguagem do original implica: "Se eu fizer tal coisa, que Deus me castigue!""

O que vem a seguir sugere como a incredulidade afasta os homens de Cristo. E Ele deixando-os (13), entrou em um barco e foi para o outro lado. A religião espiritual também fica ameaçada em nossos tempos por aqueles que "pedem sinais" 1Co 1:22). Jesus prometeu apenas um sinal, o sinal do profeta Jonas (Lc 11:29), isto é, o próprio Cristo crucificado e ressuscitado. "Uma vida santificada, e a manifestação do perfeito amor, são os sinais mais seguros de que alguém está cheio do Espírito Santo",' e isto supera qualquer prova física.

  1. O Fermento dos Fariseus (Marcos 8:14-21)

Para entender o ensino de Jesus contido nesses versículos, é preciso fazer referência ao material precedente (11-13) e ler a referência paralela em Mateus 16:5-12. Dois pen-samentos estão entrelaçados aqui. Os discípulos se esqueceram de levar pão (14) suficiente, e no barco não tinham consigo senão um pão. Como isso estava trazendo alguma ansiedade, Jesus os repreendeu pela pouca fé e a curta memória deles. Ele os lembrou que quando Ele repartiu os cinco pães entre os cinco mil (19), eles haviam enchido doze cestos de pedaços, e também haviam enchido sete cestos quando Ele deu de comer aos quatro mil (20). Eles não deveriam se preocupar por suas provisões serem insuficientes. Alguns meses mais tarde, quando Jesus perguntou se lhes faltara alguma coisa quando os enviou em uma missão sem levar nenhum recurso, "eles responderam: Nada" (Lc 22:35). Nesse momento, entretanto, eles ainda não haviam entendido plena-mente que Deus iria suprir todas as suas necessidades (Fp 4:19).

Entretanto, um outro pensamento domina essa seção e leva alguém a perguntar-se por que Jesus ainda está dizendo: Como não entendeis ainda? (21) Como os discípulos estavam discutindo sobre o pão, Jesus usou a ocasião para adverti-los contra alguma coisa sugerida pelo pão, isto é, o fermento, o poder penetrante do pecado.

Guardai-vos ("Cuidem-se", 15, NEB) do fermento dos fariseus e... de Herodes. No processo de fabricação do pão separa-se um pouco da massa de farinha a fim de promover a fermentação e obter o fermento necessário para fazer novos pães. Na men-te dos hebreus, esse fermento passou a simbolizar a influência sinistra e crescente do pecado no coração humano.

O fermento dos fariseus era a hipocrisia propagada através dos ensinos daqueles homens (Mt 16:12; Lc 12:1). De forma ríspida, crítica e ignorante, eles exigiram de Jesus um sinal do céu, mesmo depois desses sinais terem sido amplamente mostrados. O fer-mento de Herodes era o mundanismo ateu de um governante de terceira classe que havia silenciado João e teria destruído Jesus. "Aquela raposa" (Lc 13:32) foi o nome que Jesus lhe deu certa vez.

Ansiosos pela falta de pão, e confusos pelo assunto que Jesus estava tentando expor, os discípulos pareciam ter olhos que não viam e ouvidos que não ouviam (cf. Jr 5:21; Ez 12:2). Entretanto, eles estavam dispostos a aprender, portanto Jesus continuou pacien-temente com a sua explicação. Mas, fazendo um contraste, Ele deixou os fariseus imersos em sua obstinada cegueira e partiu para outro lugar.

A força desse parágrafo deve permanecer entre nós. Que todos os crentes possam estar prevenidos contra o fermento do pecado, seja ele a hipocrisia ou o mundanismo, e fugir destas coisas como se foge de uma praga.

4. O Cego de Betsaida (Marcos 8:22-26)

Caminhando vagarosamente desde a margem ocidental do Mar da Galiléia (10, 13), através das aldeias de Cesaréia de Filipe (27), para o norte (ver o mapa), Jesus e os discípulos chegaram naturalmente a Betsaida, uma considerável cidade localizada há um quilômetro e meio da margem nordeste do lago.' "Originariamente, era uma peque-na aldeia, porém Filipe, o tetrarca da Galiléia, elevou-a à posição de cidade e deu-lhe o nome de Julias, em homenagem a Júlia, a filha do imperador."'

Algumas pessoas que tinham fé em Jesus e compaixão pelos necessitados levaram um cego (22) até o Mestre e rogaram-lhe que fizesse o que fazia normalmente -tocasse o enfermo. Caracteristicamente, Marcos registra os detalhes como se tivesse sido uma testemunha ocular. Jesus tomando o cego pela mão, levou-o para fora da aldeia (23), procurando "privacidade e silêncio para o tratamento".' Colocando saliva sobre os olhos do homem (que todos acreditavam ter poderes curativos), Jesus realmente o tocou (impondo-lhe as mãos) e depois perguntou-lhe se via alguma coisa. Passo a passo, como no caso do surdo e gago de Decápolis (Marcos 7:31-37), Jesus enco-rajou e fortaleceu a fé do cego.

A linguagem da resposta do homem, no original, expressa a sua excitação. "Podería-mos traduzi-la da seguinte forma: Posso realmente ver as pessoas, pois elas me parecem árvores — a diferença é que elas andam!."" O fato é que o homem podia simplesmente ver, mas indistintamente. Cole, um inglês, observa que "qualquer um que tenha sido levado a pedir desculpas a um poste, depois de uma colisão, por causa da neblina de Londres, irá estimar... 'imediatamente' a 'colunar semelhança' que existe entre o 'tronco' de uma árvore e um homem!".65

O Senhor colocou suas mãos (25) uma segunda vez sobre aqueles olhos enfermos. "O homem olhou firmemente... ficou restabelecido, e via tudo distintamente — mesmo o que estava à distância" (NT Amplificado).' O milagre foi completo e total. O homem não ficou nem com miopia nem com hipermetropia! Não está claro nas Escrituras porque Jesus realizou esse milagre em duas etapas, embora muitas explicações tenham sido oferecidas pelos estudiosos da Bíblia. Pode ser que Marcos tenha introduzido essa histó-ria como uma espécie de parábola relacionada com os discípulos que somente então havi-am começado a entender Jesus. "Em breve, depois do segundo toque do Seu Espírito no Pentecostes, eles passariam a ver as coisas claramente.""

Como no caso do paralítico (Marcos 2:11), Jesus mandou-o (26) embora para sua casa, aparentemente no campo, onde sua família seria a primeira a tomar conhecimento da alegre notícia. Ele recebeu a ordem de não entres na aldeia, e de não transmitir as boas-novas a ninguém, para que a publicidade não impedisse a viagem de Jesus a Cesaréia de Filipe. Jesus se recusava a ceder à tentação de ser conhecido como um grande opera-dor de milagres.

SEÇÃO V

A CAMINHO DE JERUSALÉM

Marcos 8:27-10.52

A. A GRANDE CONFISSÃO E A TRANSFIGURAÇÃO, Marcos 8:27-9.29

Geralmente os comentaristas consideram esses versículos como o ponto intermediá-rio do Evangelho de Marcos e o início de uma importante divisão. A Cruz estava apenas a seis meses de distância e muita coisa ainda restava a ser feita na preparação dos discípulos para aquele acontecimento tão traumático. Até então, o ministério de Jesus havia se desenvolvido principalmente junto às multidões, mas daí em diante ele seria dedicado especialmente aos seus seguidores imediatos.

1. A Confissão de Pedro (Marcos 8:27-30)

Era imperativo que Jesus afastasse das multidões o seu pequeno grupo e o levasse para longe da jurisdição do pouco amistoso Antipas. Dessa forma saiu Jesus e os seus discípulos para as aldeias de Cesaréia de Filipe (27). Herodes Filipe, reconhecido como o melhor filho de Herodes, o Grande, havia reconstruído e remodelado essa cidade em honra ao seu imperador, Tibério. Era uma bela cidade, situada aos pés do imponente monte Hermom e próxima às principais fontes do rio Jordão. A adoração ao deus Pã da Grécia era muito popular, como também a adoração ao imperador romano. A cidade era um centro de religião pagã e um lugar dramático para a Grande Confissão.

Para experimentar o entendimento espiritual deles, Jesus perguntou aos seus discí-pulos: Quem dizem os homens que eu sou? Deve-se observar que eles não responde-ram que algum homem acreditava ser Ele o Cristo, ou o Messias. As pessoas respondiam João Batista, Elias (28), Jeremias (Mt 16:14), um dos profetas, mas não o Cristo. Porém, por mais estranho que possa parecer, isso foi muito auspicioso. O conceito popu-lar do Messias era tal que Jesus precisou de muito esforço para evitar que as multidões o aclamassem rei.

Depois, seguiu-se uma pergunta exploradora que nenhum homem pode evitar quan-do entra em contato com Cristo: Mas vós quem dizeis que eu sou? (29). Em um lampejo de revelação Pedro respondeu: Tu és o Cristo. Jesus de Nazaré era realmente o Cristo, o longamente esperado Messias; mas Seu povo estava esperando um líder polí-tico, cuja glória iria se assemelhar, a grosso modo, ao entendimento cristão do Segundo Advento.' Tais esperanças vãs só poderiam levar a um holocausto – e sob pretensos Mes-sias as tragédias aconteceram. Embora por mais alegre que Jesus possa ter-se sentido com essa resposta de Pedro (Mt 16:17), isso era compreensível porque Ele admoestou-os, para que a ninguém dissessem aquilo dele (30). A própria capacidade de Pedro havia excedido sua compreensão, como os versículos seguintes deixam bem claro.

  1. A Primeira Previsão da Paixão (Marcos 8:31-33)

Pedro havia acabado de confessar que Jesus era o Cristo, o longamente esperado Messias (29). Como os discípulos partilhavam do errôneo conceito sobre um Messias que iria subjugar os inimigos do judaísmo com uma vingança apocalíptica, Jesus começou imediatamente a ensinar-lhes (31) que Seus sofrimentos logo chegariam. Essa era a primeira previsão da Sua paixão; e outras iriam segui-la (Marcos 9:31-10:32-24). Importava que o Filho do Homem' padecesse muito. Como alguém que tinha vindo para fazer a vontade do Pai, era necessário (como os sinópticos afirmam) que Ele sofresse.

Embora os profetas tivessem falado a respeito de um Servo Sofredor (cf. Is 52:13-53.12), a idéia de que um Cristo invencível seria rejeitado' pelo Supremo Sinédrio (for-mado pelos três grupos mencionados no versículo 31), e seria morto, era incompreensí-vel para Pedro e seus companheiros. A garantia de que depois de três dias' Ele iria ressuscitar não despertou atenção. Provavelmente, com um ar condescendente, Pedro o tomou à parte (32) e começou a repreendê-lo.

A resposta de Jesus deve ter assustado o grupo. Afastando-se de Pedro e olhando para os seus discípulos (33) Ele repreendeu a Pedro na frente de todos. Retira-te de diante de mim, Satanás.

Mas, por que essa repreensão tão forte? Porque, tendo em mente a opinião popular sobre o Messias, Jesus ouviu novamente a voz de Satanás para afastá-lo da Cruz (Mt 4:3-10). "O tentador não pode fazer um ataque mais terrível do que quando ataca na voz daqueles que nos amam pensando que estão apenas procurando o nosso bem."' Pedro não tinha o divino entendimento, era apenas humano. "Não compreendes as coisas que são de Deus, mas as que são dos homens" (33).

Encontramos aqui:

1) A confusão das pessoas, 27-28;

2) A confissão de Pedro, 29-30;

3) A consagração de Cristo, 31;

4) A contradição da Cruz, 32-35.

  1. O Custo de Encorajar o Discipulado (Marcos 8:34-9.
    1)

E chamando a si a multidão, que nunca parecia estar distante, Jesus deixou bem claro a todos e também aos seus discípulos, que o servo não está acima do seu senhor (Mt 10:24). Se o Filho do Homem devia sofrer a rejeição e a morte (31), se alguém guises‑se vir após Ele, devia primeiro negar a si mesmo e tomar a sua cruz a fim de segui-lo. Nas ocasiões decisivas o pretenso seguidor deveria dizer "não" a si mesmo e carregar a sua cruz. Isso iria levar a um contínuo relacionamento do seguidor com o Líder. Era como se Jesus estivesse dizendo: "Se você quer ser meu discípulo deve começar a viver como um homem a caminho do patibulo".6

Para aqueles que possam ter sentido que o custo do discipulado era demasiado alto, Jesus tinha mais uma palavra sobre o custo de encorajar os pretendentes: "Quem quiser preservar sua própria vida irá perdê-la" (35, Goodspeed). Aqui a alma e a vida estão interligadas porque são traduções da mesma palavra (psyche), mas um segundo sentido está subentendido. Um apóstata poderia salvar a sua vida (35) negando o Filho do Homem nessa geração... pecadora (38), mas iria perder a sua alma (36). Se, nesse processo, ele ganhasse todo o mundo, qual seria o seu proveito... que apro-veitaria? A parábola do rico insensato é um caso semelhante (Lc 12:16-21). Se alguém juntou muitos tesouros nesta vida, mas perdeu a sua alma, o que poderia dar em troca (37) pelo resgate da sua alma? Por maiores que tenham sido suas posses, ele não terá com que comprá-la de volta.

Fazendo um contraste, aqueles mártires que perdem a vida por amor de Cristo e do evangelho, irão salvá-la (35). Ridícula é a arma que matou os seus milhares, mas o que acontecerá com aquele que se envergonhar do Filho do Homem quando Ele vol-tar na glória do Pai, cercado pelos santos anjos? (38) Aqui a palavra adúltera signifi-ca espiritualmente desleal.


Champlin

Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
Champlin - Comentários de Marcos Capítulo 8 versículo 36
A sua alma:
A palavra grega significa alma, vida ou a pessoa mesma. Ver Mt 16:25-26,

Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Marcos Capítulo 8 do versículo 1 até o 38
*

8.1-10

Uma segunda multiplicação miraculosa de pães. Jesus depois indica o profundo significado teológico desses dois milagres (8.18-21).

* 8:2

Tenho compaixão. Posto que esta multiplicação aconteceu provavelmente em Decápolis (7.31), é evidente que Jesus estende sua compaixão das ovelhas perdidas da casa de Israel (6,34) aos gentios, quando cura a filha da mulher siro-fenícia (7.24-30) e quando realiza seu ministério em território gentio (7.31-37). Por suas ações Jesus anuncia a futura missão mundial da igreja.

* 8:4

neste deserto. Ver nota em 1.4. A pergunta dos discípulos, diante do que Jesus já tinha feito anteriormente — em circunstâncias semelhantes — justifica a repreensão dada por Jesus nos vs. 17-18.

* 8:10

Dalmanuta. Presumivelmente à margem ocidental do Mar da Galiléia, embora sua localização exata não seja conhecida.

* 8:11

fariseus. Ver nota em 2.16.

sinal do céu. Jesus não realiza sinais a pedido, especialmente àqueles que estão “tentando-o” (conforme 1.13; Mt 4:1-11). Os fariseus queriam um sinal para confirmar que Jesus era um Messias político, como eles estavam esperando (v. 15, nota).

* 8:14

senão um só. Este detalhe da narrativa liga esta passagem aos dois milagres das multiplicações de pães.

* 8:15

fermento dos fariseus... de Herodes. Jesus emprega o assunto cotidiano do pão, como uma metáfora (Lc 12:1, nota). Aquilo que parece um pedido inocente e legítimo de um sinal (quanto ao desejo de Herodes por milagres ver Lc 23:8), é, na verdade, uma rejeição do seu ministério e de todos os seus sinais anteriores. Jesus está advertindo seus discípulos contra concepções superficiais de seu papel, e os está preparando para o seu ensino com relação ao verdadeiro sentido de sua vinda e de sua cruz (vs. 27, 31). Tal ensino permaneceu incompreensível para muitos judeus (1Co 1:22, 23).

* 8:17

o não terdes pão. Os pensamentos dos discípulos são ainda dominados por preocupações de ordem material, preocupações que os deixam cegos para a verdadeira vocação de seu Mestre e abertos para serem tentados pelo “fermento” dos fariseus.

* 8:21

Não compreendeis ainda. Aqui, o papel de Jesus no ensino e no treinamento dos Doze está implícito na narrativa (3.14, nota). Sua pergunta a eles é uma censura por deixarem de perceber que o Senhor — que providenciou alimento miraculosamente para cinco mil e para quatro mil homens e suas famílias — é capaz de cuidar das necessidades físicas de doze pessoas. Na verdade, eles deviam saber que Jesus é digno de sua fé total, em tudo aquilo que lhes revelará nos dias futuros.

* 8:22

Betsaida. Uma cidade pesqueira à margem norte do Mar da Galiléia e terra natal de Filipe, André e Pedro.

* 8:23

saliva aos olhos. Ver nota em 7.33.

* 8:24

como árvores... andando. A restauração da visão, neste caso, é gradual.

* 8:26

Não entres na aldeia. Jesus tinha levado o cego para fora da cidade (v. 23), assim é plausível que a mensagem deste milagre fosse dirigida a Seus discípulos. Eles devem entender que Jesus está curando gradualmente sua cegueira espiritual. Enquanto no v. 21, eles ainda não tinham entendido quem é Jesus, eles também, como o homem cego (v. 25), estão quase para ver “claramente” o mistério de sua pessoa (vs. 27-30).

* 8:27

Cesaréia de Filipe. Uma cidade ao sopé do monte Hermon e próxima da nascente do rio Jordão. Herodes, o Grande, construiu ali um templo de mármore a Cesar Augusto e seu filho Filipe mudou o nome da cidade de Paneas para Cesaréia. Para distingui-la de outra Cesaréia — o bem conhecido porto mediterrâneo — ela foi conhecida como Cesaréia de Filipe.

* 8:29

Mas vós, quem dizeis que eu sou. Outra vez é enfatizada a preeminência dos Doze, na revelação da pessoa de Jesus (v. 21; 3.14). Jesus desconsidera aquilo que o povo diz (v. 27), mas retém como verdade divinamente revelada a confissão dos Doze (Mt 16:16, 17 e notas).

Tu és o Cristo. Lit. “o Ungido” (1Sm 2:10; Mt 1:1 e notas). Esta é a primeira vez, na narrativa de Marcos, que o nome “Cristo” aparece (aparece também no título do seu Evangelho, 1.1). A confissão de Pedro (como aquele que fala pelos Doze) junto com a Transfiguração que se segue (9.2-13) são o ponto alto na revelação da pessoa de Jesus e uma reviravolta no seu ministério terreno. De agora em diante, o seu ensino se concentrará sobre sua morte iminente, e ele logo começará sua viagem para Jerusalém.

* 8:30

a ninguém dissessem. Ver notas em 1.34; 5.19, conforme 9.9. Estranhamente, neste ponto alto da revelação vem a ordem para conservá-la em sigilo. Mas, olhando para trás, a razão fica clara. Jesus não permite que noções políticas de sua obra Messiânica comprometam sua verdadeira vocação de Messias Sofredor, cuja obra essencialmente moral e espiritual da redenção será total.

* 8.31—10.52. Esta seção conta minuciosamente a convergência do ministério terreno de Jesus em direção ao seu clímax (8.29, nota). Contém três predições da morte e ressurreição de Jesus (8.31; 9.31; 10:33-34); relata o começo de sua viagem a Jerusalém e dá ensino substancial sobre a verdadeira messianidade e discipulado.

* 8:31

necessário. Por trás desta palavra está todo o peso das profecias bíblicas e da necessidade divinamente ordenada (9.31; Lc 22:37; 24:7, 26, 44). As predições de Jesus concernentes à sua morte e ressurreição procedem de seu modo de entender as Escrituras do Antigo Testamento.

Filho do homem. Ver nota em 2.10.

sofresse muitas coisas. A predição do Messias Sofredor vem particularmente de 13 23:53-12'>Is 52:13—53.12. Ver também Zc 9:9; 12:10; 13:7; e todo o Antigo Testamento sobre o tema geral do justo sofredor.

anciãos. Membros leigos do Sinédrio, a corte que governava os negócios judeus. A corte era composta dos anciãos, principais sacerdotes e mestres da lei (os escribas).

principais sacerdotes. Jesus prediz que as ricas famílias do sumo sacerdócio, que eram aliadas dos saduceus, se envolverão na sua morte.

depois de três dias. Ver Os 6:2. Esta é também expressão convencional de um curto período.

ressuscitasse. Ver Is 52:13; 53:10; conforme Sl 110:1; Dn 13:14.

* 8:32

expunha claramente. Em contraste com o seu ensino público através das parábolas (4.10-11), os Doze recebem privativamente plena instrução (conforme Jo 16:25, 29). O claro ensino particular de Jesus se tornará a base da pregação pública de seus discípulos, depois da Páscoa (At 2:29-4.13 29:31-28.31).

Pedro...começou a reprová-lo. Quando o próprio Pedro, líder entre os Doze, falha em aceitar que o Messias precisa sofrer, pode-se apreciar a sabedoria do segredo de Jesus com relação ao seu ofício messiânico. Note-se a observação de Paulo que, para muitos, “a palavra da cruz é loucura” (1Co 1:18, conforme Gl 3:13).

* 8:33

Arreda, Satanás. Satanás agora está operando até mesmo entre os próprios discípulos de Jesus, não somente em Judas, mas também em Pedro, cuja intervenção teria anulado o plano da redenção e realizado o objetivo de Satanás.

* 8:34

tome a sua cruz. Prisioneiros condenados eram geralmente obrigados a carregar o madeiro de sua cruz até o lugar de execução (conforme 15.21).

* 8:37

em troca de sua alma. A mesma palavra grega é traduzida aqui por “alma” e, no v. 35, por “vida”. Nenhum valor monetário ou material pode ser pago por isto (Sl 49:7-9, ao qual Jesus talvez se refira).

* 8:38

na glória de seu Pai. Ainda que no presente tempo de humilhação o “Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça” (Mt 8:20), um dia ele será revelado com esplendor divino como o Filho de Deus (12.6-11; 14.62, conforme Dn 7:13).



Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de Marcos Capítulo 8 do versículo 1 até o 38
8.1ss Este é um milagre distinto ao da alimentação dos cinco mil descrito no capítulo 6. Naquela ocasião, quase todos eram judeus. Esta vez, Jesus ministraba a uma multidão de gentis na região do Decápolis. As obras e a mensagem do Jesus começavam a ter impacto em um grande número de gentis. O fato de que Jesus ministrase com muita compaixão aos não judeus, dava grande confiança ao público do Marcos, que era em sua maioria romano.

8.1-3 Alguma vez lhe pareceu que Deus esteve tão ocupado com assuntos mais importantes que não lhe foi possível ocupar-se de suas necessidades? Assim como Jesus se ocupou daquela gente e sua necessidade, O se ocupa das nosso cada dia. Em outra ocasião Jesus disse: "Não lhes trabalhem em excesso, pois, dizendo: O que comeremos, ou o que beberemos, ou o que vestiremos?[...] seu pai celestial sabe que têm necessidade de todas estas coisas" (Mt 6:31-32). Tem preocupações que, segundo seu parecer, não interessam a Deus? Para O não há assunto muito grande nem tão pequeno que escape a seu interesse.

8:11 Os fariseus tratavam de explicar os milagres anteriores do Jesus dizendo que foram obras da sorte, a coincidência ou o poder de Satanás. Demandavam um sinal no céu, algo que só Deus poderia fazer. Jesus rechaçou tal demanda porque sabia que nem um milagre como esse bastaria para convencê-los. Já tinham resolvido não acreditar. Os corações podem chegar a ser tão duros que nem sequer os acontecimentos e demonstrações mais convincentes os fazem trocar.

8:15 Marcos menciona a levedura do rei Herodes e dos fariseus, enquanto que Mateus fala da levedura dos fariseus e dos saduceos". A audiência do Marcos, em sua maioria de gentis, tem que ter ouvido falar do rei Herodes, mas não necessariamente da seita judia conhecida como os saduceos. Assim, Marcos descreve a parte da declaração do Jesus que muitos de seus leitores podiam entender. Quando Marcos se refere ao rei Herodes, fala dos herodianos, grupo de judeus que respaldavam a dito rei. Muitos deles eram também saduceos.

8.15ss Nesta passagem a levedura simboliza o mau. Como uma pequena quantidade de levedura é suficiente para fazer uma fornada de pão, do mesmo modo, os corações endurecidos dos líderes judeus podiam penetrar e poluir a sociedade inteira e obter que se levantasse contra Jesus.

8:17, 18 Como é possível que os discípulos depois de ser testemunhas de tantos dos milagres do Jesus, foram tão lentos em descobrir sua verdadeira identidade? Viram-no alimentar a mais de cinco mil pessoas com cinco pães e dois peixes (6.35-44), mas voltam a duvidar que pudesse alimentar a outro grupo grande.

Muitas vezes somos também terrivelmente lentos em compreender. Embora Cristo nos ajudou a sair graciosos de tentações no passado, custa-nos acreditar que possa fazê-lo ainda no futuro. Está seu coração muito fechado para receber tudo o que Deus pode fazer por você? Não seja como os discípulos. Recorde que Cristo o tem feito e tenha fé para acreditar que o voltará a fazer.

8:25 por que Jesus tocou ao homem duas vezes antes que pudesse ver? Este milagre não era difícil para o Jesus, mas quis fazê-lo por etapas, possivelmente para mostrar aos discípulos que algumas sanidades seriam graduais e não fotos instantâneas, ou para demonstrar que a verdade espiritual não sempre se percebe com claridade desde o começo. Entretanto, antes que Jesus se fora, o homem se sanou por completo.

8:27 Cesarea do Filipo era uma cidade bem pagã, conhecida porque adoravam deuses gregos e tinham templos dedicados à adoração do antigo deus Baal. Herodes Felipe, mencionado em Mc 6:17, trocou o nome da cidade da Cesarea a Cesarea do Filipo, para que não a confundissem com a costeira cidade da Cesarea (At 8:40), capital do território governado por seu irmão, Herodes Antipas. Esta cidade pagã, onde reconheciam a muitos deuses, foi um lugar apropriado para que Jesus pedisse aos discípulos que reconhecessem sua identidade como Filho de Deus.

8:28 Para ler a história do João o Batista, veja-se Mc 1:1-11 e 6:14-29. Para ler a história do Elías, veja-se 2 Rsseis 17:20-2 Rseis 1:2.

8:29 Jesus consultou aos discípulos sobre quem acreditava a gente que era O; logo lhes perguntou: "Quem dizem que sou?" Não é suficiente saber o que outros pensam do Jesus. Você deve saber, entender e aceitar que Jesus é o Messías. Deve passar da simples curiosidade ao compromisso, da admiração à adoração.

8.29-31 O nome Filho do Homem é o que Jesus utiliza mais para referir-se ao mesmo. Provém de Dn 7:13 onde filho de homem é uma figura celestial, a que ao final dos tempos tem autoridade e poder. O nome se refere ao Jesus o Messías, o homem representativo, o agente humano de origem divina vindicado Por Deus. Nesta passagem, Filho do Homem está estreitamente vinculado à confissão do Pedro sobre o Jesus como Cristo e confirma seu significado messiânico.

A partir deste momento, Jesus falou claramente a respeito de sua morte e ressurreição. Começou a prepará-los para o que lhe aconteceria lhes dizendo em três oportunidades que logo morreria (Dn 8:31; Dn 9:31; Dn 10:33-34).

8:30 por que Jesus pediu a seus discípulos que não dissessem a ninguém a verdade a respeito Do? Jesus sabia que necessitavam mais instrução a respeito da obra que realizaria com sua morte e ressurreição. Sem mais ensino, os discípulos só teriam o quadro pela metade. Quando confessaram que Jesus era o Cristo, ainda não sabiam tudo o que significava.

8:31 Daí em adiante, Jesus falou clara e diretamente a seus discípulos a respeito de sua morte e ressurreição. A fim de começar a prepará-los para o que lhe aconteceria, disse-lhes em três oportunidades que logo morreria (8.31; 9.31; 10.33, 34).

8:32, 33 Nesse momento, Pedro não considerava os propósitos de Deus, a não ser solo seus desejos e sentimentos naturais. Queria que Cristo fora o Rei e não o servo sufriente profetizado no Isaías 53. Estava preparado para receber a glória de ser seguidor do Messías, mas não a perseguição.

A vida cristã não é um caminho pavimentado para as riquezas e o ócio. Freqüentemente significa duro trabalho, perseguição, privações e sofrimento profundo. Pedro viu sozinho uma parte do quadro. Não repitamos o mesmo engano; em troca, notemos em quão bom Deus pode produzir do aparentemente mau e na ressurreição que segue à crucificação.

8:33 Freqüentemente Pedro era o que falava com nome dos discípulos. Ao dirigir-se a ele, Jesus sem dúvida falava com todos em forma indireta. É estranho, mas os discípulos tratavam de evitar que Jesus fora à cruz, sua verdadeira missão sobre a terra. Satanás tentou ao Jesus no mesmo sentido (Mateus 4). Enquanto que os motivos de Satanás eram diabólicos, aos discípulos os motivava o amor e a admiração que sentiam pelo Jesus. Entretanto, a tarefa dos discípulos não era guiar e protegê-lo, a não ser lhe seguir. Solo depois de sua morte e ressurreição chegariam a entender cabalmente por que Jesus tinha que morrer.

8:34 Os romanos, a audiência original do Marcos, sabiam o que significa carregar com uma cruz. A crucificação era uma forma de execução usada pelos romanos nos casos de criminosos perigosos. O prisioneiro carregava sua cruz até o lugar da execução, com o qual demonstrava submissão ao poder de Roma.

Ao falar de levar a cruz, Jesus quis ilustrar o sentido do que se requer para lhe seguir. Não está em contra do prazer; tampouco quer dizer que devemos procurar dor innecesariamente. O que quis dizer foi que lhe seguir, momento detrás momento, requer de esforço heróico e de fazer sua vontade até nos momentos difíceis, quando o futuro se apresenta incerto.

8:35 nos gastar pela causa das boas novas não significa em maneira alguma que nossas vidas careçam de valor. Significa que nada, nem sequer a vida mesma, é comparável com o que podemos ganhar com Cristo. Jesus quer que decidamos lhe seguir em lugar de levar uma vida de pecado e autosatisfacción. Quer que deixemos de tratar de controlar nossas vidas e deixar que O as controle. Isto tem sentido porque solo O, como Criador, sabe o que é viver na verdade. Pede-nos submissão, não automóvel desprezo; pede-nos nos despojar do egocentrismo que nos diz que sabemos melhor que Deus como conduzir nossas vidas.

8.36, 37 Muitas pessoas se passam a vida procurando prazer. Jesus disse, entretanto, que o prazer centrado nas posses, a posição ou o poder, ao fim e ao cabo não valem nada. Tudo o que possua na terra é temporária; não deve obter-se em troca de sua alma. Se trabalhar arduamente para conseguir o que quer, é possível que chegue a ter uma vida "prazenteira", mas ao final verá que é oca e vazia. Está disposto a fazer da busca de Deus um pouco mais importante que a egoísta busca do prazer? Siga ao Jesus e saberá o que significa realmente desfrutar da vida e de uma vez ter vida eterna.

8:38 Jesus constantemente investe a perspectiva do mundo ao falar de salvação e perdição, de perda e achado. Aqui nos confronta com uma eleição. Quem se envergonhe do Jesus e o rechacem nesta vida, verão-o com claridade no dia do julgamento, mas já será muito tarde. Quem o veja assim agora e o aceitam, escaparão da vergonha do rechaço no julgamento final.


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Marcos Capítulo 8 do versículo 1 até o 38
c. Alimentação dos quatro mil (8: 1-10)

1 Naqueles dias, quando havia novamente uma grande multidão, e eles não tinham nada para comer, ele chamou a si os seus discípulos e disse-lhes: 2 Tenho compaixão da multidão, porque já está comigo há três dias, e não tem nada para comer: 3 e se eu mandar em jejum para suas casas, desfalecerão no caminho; e alguns deles vieram de longe. 4 E os seus discípulos lhe responderam: Donde poderá alguém para preencher esses homens de pão aqui no deserto? 5 E perguntou-lhes: Quantos pães tendes? E eles disseram: Sete. 6 E ele manda o povo que se sentasse no chão; e tomando os sete pães, e tendo dado graças, o partiu e deu a seus discípulos, para que os distribuíssem; e colocá-las diante da multidão. 7 Tinham também alguns peixinhos; e tendo os abençoou, ele mandou que estes também fossem distribuídos. 8 E comeram, e se fartaram; e tomaram-se, de pedaços que sobejaram, sete cestos. 9 E eles eram cerca de quatro mil e mandou-os de distância. 10 E, entrando logo no barco com seus discípulos, foi para as regiões de Dalmanuta.

Considerando que a alimentação dos cinco mil estão registrados nos quatro Evangelhos, a alimentação dos quatro mil está relacionada apenas por Mateus e Marcos. Neste caso, as contas de Marcos e de Mateus são quase exatamente o mesmo (ver Mt 15:32 ). Marcos acrescenta um pequeno detalhe no versículo 3 , quando ele diz que muitas das pessoas tinham de vir de longe, e assim ia desmaiar pelo caminho, se eles tiveram que voltar para casa para alimentar. Caracteristicamente Marcos usa a mais vívida presente histórico tenso no versículo 6 , onde Mateus tem o particípio aoristo.

No final do incidente ele diz que Jesus atravessou o lago para Dalmanutha. Mateus tem "Magadan". Nem localização é conhecida hoje. Mas presumivelmente ambos os termos referem-se a planície densamente povoada de Genesaré (conforme Mc 6:53 ), que estava no lado oeste do lago.

A crítica muitas vezes questionou como os discípulos poderia ter perguntado o que está registrado no versículo 4 , depois de terem testemunhado o milagre de alimentar cinco mil pessoas com cinco pães e dois peixes. Mas ele é gravado em Mc 6:52 que eles não entenderam o significado do incidente anterior. Um longo tempo decorrido entre os dois eventos, e é característica da natureza humana para esquecer as bênçãos de Deus no passado. Além disso, a questão dos discípulos pode ser interpretada como a expressão de uma pitada de antecipação, ao invés de incredulidade completa. Quando Jesus colocou o problema do que fazer com uma multidão faminta (vv. Mc 8:1-3 ), os apóstolos responderam que, enquanto eles não foram capazes de fazer nada sobre isso, talvez Jesus faria algo. Allen escreveu: "As palavras significam exatamente o que eles colocam para eles, e que pode muito bem ter sido uma nota de expectativa," De onde ... a menos que você oferece? ' "

d. Pedido de sinal (8: 11-13)

11 E saíram os fariseus e começaram a discutir com ele, pedindo-lhe um sinal do céu, tentando-o. 12 E, suspirando profundamente em seu espírito, disse: Por que pede esta geração um sinal? em verdade vos digo que, não se dará sinal ser dado a esta geração. 13 E deixando-os, e, novamente, entrar em o barco partiu para o outro lado.

Os rabinos disse que quando o Messias veio Ele iria mostrar uma luz do céu como prova de que ele realmente era o Messias. Aparentemente, isso foi o que os fariseus estavam exigindo aqui.

Isto irá explicar a aparente discrepância entre essa conta e Mateus. Este último diz que nenhum sinal seria dado, mas que de Jonas (Mt 16:4)

14 E eles se esqueceram de levar pão; e eles não tinham no barco com eles mais do que um pão. 15 E ordenou-lhes, dizendo: Olhai, guardai-vos do fermento dos fariseus e do fermento de Herodes. 16 E eles discorriam entre si, dizendo: Nós temos nem pão. 17 E Jesus, percebendo isso disse-lhes: Por que arrazoais, que não tendes pão? não vos ainda não percebem, nem entender? tendes o vosso coração endurecido? 18 Tendo olhos, não vedes? e tendo ouvidos, não ouvis? e não vos lembrais? 19 Quando parti os cinco pães para os cinco mil, quantos cestos cheios de pedaços recolhestes? Eles disseram-lhe: Doze. 20 E quando os sete entre os quatro mil, quantos cestos cheios de pedaços recolhestes? E eles disseram-lhe: Sete. 21 E disse-lhes: Não vos ainda não entendeu?

Em seu caminho através do lago Jesus solenemente advertiu Seus discípulos para vos do fermento dos fariseus e de Herodes . Mateus em sua conta paralela diz que "o fermento dos fariseus e saduceus" (Mt 16:6 . Que patético é pergunta de fechamento de Jesus no versículo 21 !

b. Cego de Betsaida (8: 22-26)

22 Então chegaram a Betsaida. E trouxeram-lhe um cego, e rogaram-lhe que o tocasse. 23 E ele pegou o cego pela mão, e levou-o para fora da aldeia; e, cuspindo-lhe nos olhos, pôs as mãos sobre ele, perguntou-lhe: Vês tu devia? 24 E ele olhou para cima e disse: Vejo os homens; para eu contemplo -los .como árvores que andam 25 Então, novamente ele impôs as mãos sobre os olhos; e ele com os olhos fitos, e foi restaurado, e viu todas as coisas claramente. 26 E mandou-o para sua casa, dizendo: Nem entres na aldeia.

Betsaida Julias foi localizado na margem leste do rio Jordão, perto de onde ele deságua no extremo norte do lago da Galiléia. Anteriormente uma aldeia, que tinha sido reconstruído e ampliado por Filipe, o tetrarca (filho de Herodes, o Grande) como sua capital de Golã. Ele o chamou de Julias em homenagem a Júlia, a filha do imperador Augusto.

O milagre registrado aqui é encontrado somente no Evangelho de Marcos. O amor conta evidências de Marcos para detalhes vívidos, baseado provavelmente nas observações afiadas de Pedro. Dizem-nos que Jesus tomou o cego pela mão e levou-o para fora da aldeia. Aqui vemos a reflexão proposta do grande Médico. O cego iria se distrair com o clamor das multidões ao redor dele. Então Jesus levou-o para um local tranquilo, onde Ele poderia ter toda a atenção do homem. Provavelmente Ele queria que isso seja uma experiência espiritual para o companheiro aflito, bem como a cura física. Então, também, Ele queria evitar a publicidade indevida.

Este incidente e a cura do surdo-mudo da Decápole (7: 31-37) são os dois únicos milagres que são registradas por Marcos sozinho. Eles têm muito em Ct 1:1)

27 E Jesus, saindo, e os seus discípulos para as aldeias de Cesaréia de Filipe, e no caminho perguntou aos seus discípulos, dizendo-lhes: Quem dizem os homens que eu sou? 28 E disseram-lhe, dizendo: João Batista; outros, Elias; mas outros: Um dos profetas. 29 e perguntou-lhes, quem dizeis que eu sou? Pedro respondeu e disse-lhe: Tu és o Cristo. 30 E ordenou-lhes que a ninguém dissessem aquilo dele.

A confissão de Pedro em Cesareia de Filipe é registrado em todos os três Evangelhos sinópticos (conforme Mt 16:13. ; Lc 9:18 ). Neste caso, o relato de Mateus é de longe o mais completo (veja as notas lá). Marcos tem apenas dois, muito pequenas, detalhes únicos. Ele diz que Jesus e os discípulos saíram para as aldeias de Cesaréia de Filipe, ou seja, os subúrbios-passo que Mateus usa a palavra "partes." Marcos também indica que ele foi enquanto eles estavam no caminho que o questionamento ocorreu. Ele dá uma forma mais curta da confissão: Tu és o Cristo ; isto é, o Messias.

Jesus cobrados os discípulos não dar publicidade ao seu messianismo. O verbo, utilizado em todas as três contas deste incidente, é um composto forte, ocorrendo vinte e nove vezes no Novo Testamento. Todos menos cinco dessas vezes ela é traduzida como "censura" na ReiTiago 5ersion (conforme vv. Mc 8:32 , 32 ). Ele é usado de repreender demônios e natureza de Cristo. Aqui ele deve ser processado "cobrado de forma estrita." Jesus não queria que uma proclamação pública de Sua messianidade que poderia precipitar uma revolução contra o domínio romano. As condições políticas na Palestina estavam tensos no primeiro século, e não teria tomado muito de uma faísca para inflamar a estopa inflamável do nacionalismo. Este foi exatamente o que Jesus tentou evitar.

O significado deste incidente é bem expressa por Stamm: "A viagem de Jesus e os seus discípulos a Cesaréia de Filipe é o ponto médio do Evangelho de Marcos, bem como o ponto de viragem do ministério de Jesus ... Agora, um novo tema é introduzido.: O Filho do o homem deve sofrer e morrer. "

d. Prediction of Passion (8: 31-9: 1)

31 E começou a ensinar-lhes que o Filho do homem padecesse muitas coisas, que fosse rejeitado pelos anciãos, e os príncipes dos sacerdotes, e os escribas, e ser morto, e depois de três dias ressuscitaria. 32 E falou o dizendo abertamente. . E Pedro, tomando-o, começou a repreendê-lo 33 Mas ele, virando-se e olhando para seus discípulos, repreendeu a Pedro, e disse: Para trás de mim, Satanás; pois tu mindest não as coisas de Deus, mas as que são dos homens. 34 E, chamando a si a multidão com os seus discípulos, e disse-lhes: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz , e siga-me. 35 Pois quem quiser salvar a sua vida, perdê-la; e quem perder a sua vida por minha causa e do evangelho a salvará. 36 Pois de que vale a um homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua vida? 37 Pois o que diria o homem em troca da sua vida? 38 Porque, quem se envergonhar de mim e das minhas palavras nesta geração adúltera e pecadora, o Filho do homem também deve se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai, com os santos anjos. I E disse-lhes: Em verdade vos digo que, há alguns aqui dos que estão por , cargo que em nenhum provarão a morte até que vejam o reino de Deus com poder.

A palavra começou (v. Mc 8:31) é significativo. Ele marca um novo ponto de partida no ministério de Jesus. Até agora, o Mestre tinha sido principalmente lidando com a multidões-cura, ensinando, pregando. A partir de agora ele passava a maior parte do seu tempo instruindo os seus discípulos, preparando-os para o momento em que Ele deve deixá-los e eles teriam de continuar o trabalho do Reino.

Um tópico principal nesse ensino privado foi vinda de Sua morte e ressurreição. Em comum com todos os judeus, os apóstolos esperavam um Messias que viria em glória para reinar sobre um reino terreno. Era necessário que o Mestre deve corrigir este equívoco na mente dos Seus discípulos. Eles devem ser ensinados que o Filho do homem (o Messias) iria sofrer e morrer, mas depois de três dias ressuscitaria. Para os detalhes da previsão, veja as notas sobre Mt 16:21 .

Este foi o primeiro de três previsões da Paixão (ver Mc 9:31 ; 10: 32-34 ). Todos os três sinóticos enfatizar essa fase do ministério privado de Jesus aos Seus discípulos. Marcos acrescenta uma observação aqui: E ele falou esta dizendo abertamente (ou, "claramente"). Como resultado Pedro levou . O particípio meio aorista significa literalmente "tomando-o para si mesmo." Parece querer dizer que o apóstolo procurou tirar o Mestre para um lado, para reprová-lo para falar assim. Mas quando Pedro começou arepreendê -lo, Jesus repreendeu o discípulo, por sua vez. Voltando sobre provavelmente significa que Cristo transformou, de modo a enfrentar tanto Pedro e os discípulos.

Jesus declarou que alguns de seus ouvintes não morreria até que eles tinham visto o reino de Deus vindo com poder . Esta última frase é encontrada somente em Marcos.

Por uma estranha incoerência este versículo é colocado no início do capítulo nove em Marcos, como se refere à Transfiguração (ver em Mt 16:28. ), enquanto que em Mateus vai com o capítulo anterior. Esta última é a divisão correta. Marcos 9:1 pertence ao capítulo oito.

Sobre o significado deste versículo Alexander tem um comentário muito útil. Ele escreve:

As soluções desta questão que tenham sido propostos são censuráveis, principalmente porque também exclusiva e restritiva da promessa de um único ponto do tempo, ao passo que ele realmente tem referência a uma mudança gradual ou progressiva, a instituição do Reino de Cristo no coração dos homens e na sociedade em geral, de que processos demorados os dois pontos mais importantes são a efusão do Espírito no dia de Pentecostes, e da destruição de Jerusalém mais de um quarto de século mais tarde, entre o que aponta, como os de sua criação e sua consumação, encontra-se a morte lenta da dispensação mosaica, ea construção gradual do reino do Messias.

Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de Marcos Capítulo 8 do versículo 1 até o 38
Decapólis (palavra grega para "dez cidades") era uma liga de dez ci-dades que funcionavam como um país dentro de outro. Essas cidades tinham exército, sistema judiciário, moeda corrente próprios e desfru-tavam de um alto nível de cultura gentia. Esse capítulo descreve os eventos que aconteceram na região de Decápolis, enquanto Jesus minis-trava para os gentios.

  1. Compaixão (Mc 8:1-41)

Sempre que Jesus via as multidões necessitadas, sentia-se movido pela compaixão e queria ajudá-las (Mt 9:36; Mt 14:14; Mc 6:34). Não deve-mos confundir esse milagre com o relatado em 6:32-44, pois cada um tem suas características próprias:

Mc 6:32-41

  1. Cinco mil pessoas, maioria de judeus
  2. Estavam com Jesus havia um dia (Mc 6:35)
  3. Aconteceu na Galiléia
  4. Cinco pães e dois peixes
  5. Doze cestos de sobras (cestos pequenos)

Mc 8:1-41

  1. Quatro mil pessoas, maioria de gentios
  2. Estavam com Jesus havia três dias (Mc 8:2)
  3. Aconteceu perto de Decápolis
  4. Sete pães e alguns peixes
  5. Sete cestos de sobras (cestos grandes)

É difícil entender por que os Doze ficaram perplexos a respeito de alimentar a multidão, uma vez que Jesus já alimentara uma grande mul-tidão. Contudo, eles, como nós, eram propensos a esquecer todos os bene-fícios que ele lhes fizera (SI 103:1-2)!

  1. Preocupação (Mc 8:10-41)

Jesus e seus discípulos retornam à Galiléia e encontram-se com os fa-riseus, e estes querem um sinal do céu. A alimentação Dt 5:0; Gl 5:1-48; 1Co 5:0; Jo 3:14), essa é a primeira vez que Jesus fala abertamente a seus dis-cípulos que ele morrerá e ressusci-tará. (Veja 9:30-32; 10:32-34.) Os Doze, como a maioria dos judeus ortodoxos, criam que seu Messias viria em poder e glória e derro-taria os inimigos deles, não para ser derrotado por seus inimigos. A confissão de fé de Pedro vem do Pai (Mt 16:17), não da tagarelice da multidão; todavia, a confusão de Pedro originou-se no demônio, que não quer que compreendamos a doutrina da cruz. Pedro queria a glória, mas não o sofrimento que leva à glória! Leia as duas epís-tolas de Pedro e veja quanto ele menciona a respeito de sofrimento e de glória.

  1. Consagração (Mc 8:34-41)

Tornamo-nos filhos de Deus ao crer em Cristo e confessá-lo como o Filho do Senhor (1Jo 4:1-62) que morreu por nós na cruz e ressus-citou (Rm 10:9-45). Tornamo-nos discípulos de Jesus Cristo ao nos entregar totalmente a ele, ao tomar nossa cruz e segui-lo. Se vivemos para nós mesmos, perdemos nossa vida, e ele sente vergonha de nós; contudo, se vivemos para Cristo, salvamos nossa vida e o glorifica-mos (Jo 12:23-43). O discipulado salva-nos da tragédia de desper-diçar nossa vida. Embora haja so-frimento em tomar a cruz e seguir Jesus, esse sofrimento sempre leva à glória.


Russell Shedd

Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
Russell Shedd - Comentários de Marcos Capítulo 8 do versículo 1 até o 38
8:1-9 Conforme Mt 15:32n. Mt 16:9 afirma claramente que houve dois milagres em que Jesus multiplicou pães.

8.2,3 Compaixão. Jesus mostra o amor (agape) divino que se interessa profundamente pelos famintos. Interesse na justiça social, que parte de um amor verdadeiro e espiritual, glorifica a Deus (1Jo 3:17). Três dias. A importância do ensino do Mestre foi reconhecida pelo povo. Oxalá os crentes contemporâneos tivessem um desejo igualmente ardente de conhecer a verdade bíblica. De longe. Se este milagre foi realizado perto de Decápolis (7.31), é provável que o povo participante fosse, na sua maioria, gentio (conforme 7.27).

8.10 Dalmanuta. Mateus diz Magadã (conforme Mt 15:39n). Este nome ainda não foi, encontrado fora dessa citação aqui.

8.11,12 Sinal do céu. Como Elias demonstrou no monte Carmelo (1Rs 18:20-11). Para Jesus, um sinal ainda mais valioso havia acabado de manifestar-se no pão partido e multiplicado que representa Seu corpo morto na cruz em nosso lugar (Mt 12:38n). Esta geração. Refere-se aos fariseus que, em sua hipocrisia, tipificavam a todos os judeus que rejeitaram Jesus, buscando a salvação por meios próprios (obras religiosas).

8.15 Fermento. Os judeus, seguindo o mandamento de Deus (Êx 13:7,), evitam o uso de toda levedura na semana imediatamente após a Páscoa. Na época de Cristo, a levedura simbolizava a má inclinação do homem. Jesus aplica o símbolo de levedura à corrupção espiritual daqueles que procuram derrotar seu Messias.

8.19,20 Cestos... cestos. Palavras distintas, no grego. o primeiro era um cesto feito de junco, e o segundo era um cesto de tecido que serviu como "elevador" para Paulo (At 9:25) foi reconstruída por Filipe, tetrarca que a chamou de "Júlia" em honra à filha de Augusto, que também se chamava Júlia.

8.23 Vês alguma coisa. Neste único milagre de Jesus operado em duas etapas, a primeira ("recobrando a visão", gr anablepein, Conforme 10,51) talvez tivesse apenas restaurado a função dos olhos, e a segunda, a ação no cérebro que lhe dava percepção mental daquilo que os globos oculares captavam.

8.25 Claramente. Restabelecida a boa focalizarão visual, ele viu perfeitamente.

8.26 Não entres. Variantes dos antigos manuscritas dão outra possibilidade: "Não fales a ninguém, na aldeia" (conforme 5.20).

8.27 Com a confissão de Pedro começa a segunda metade de Marcos, Não mais Jesus dirige ensinamentos para as multidões, mas aos discípulos. Começam a ser dados avisos referentes a Sua morte, como também à ressurreição. • N. Hom. Quem é Cristo?
1) Para os fariseus e religiosos satisfeitos - Ele é um perigoso enganador;
2) Para o povo indiferente - Ele é um guia religioso (v. 28);
3) Para o discípulo com Ele comprometido - é o Messias, o "ungido" sumo Sacerdote que oferece Sua vida em sacrifício vicário (Is 53:0). Filho do homem. Conforme Lc 9:22n. Rejeitado. (Conforme Sl 118:22- Mc 12:10). A sugestão satânica que levaria os inimigos de Jesus a crucificá-lO, aqui consegue levar um discípulo como Pedro a reprová-lO. Em ambos os casos é rejeitada a salvação tão convidativa, oferecida por meio da morte do Messias. Anciãos. São os membros leigos, do Sinédrio (conforme 11.27, etc.).

8.33 Os seus discípulos. Jesus sabia que os discípulos pensavam como Pedro. Coisas de Deus. A frase significa "adotar o lado de Deus", "comprometer-se com a causa de Deus", Só Deus compreende realmente a profundidade do problema do pecado, como também a única solução.

8.34 A multidão. O convite que Jesus apresenta nesta passagem, não apenas se estende aos doze, mas a todo homem. Negue. Dizer "não" (conforme 14.30ss, 72), não apenas ao pecado, mas principalmente a si mesmo, ao ego, que é a fonte da vontade, oposta à de Deus. Vir após mim, e siga-me, são expressões que significam a mesma coisa. Tome a sua cruz. Como o criminoso, que era forçado a carregar sua própria cruz para o local da execução. • N. Hom. (Conforme Lc 9:18). Aqui, Jesus tem em vista a segunda morte (Ap 21:8) Deus não aceita gorjetas, nem subornos (conforme He 9:27).

8.38 O destino final da pessoa depende da realidade do discipulado, i.e., do fato de não se envergonhar de Cristo nesta vida. Mim e das minhas palavras. Não há possibilidade de separarmos Jesus de Suas palavras eternas.


NVI F. F. Bruce

Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
NVI F. F. Bruce - Comentários de Marcos Capítulo 8 do versículo 1 até o 38
A multiplicação dos pães para 4 mil homens (8:1-10). (Texto paralelo: Mt 15:32-40.)

Por semelhante que essa narrativa seja em muitos aspectos àquela em que Cristo alimentou 5 mil homens (6:30-44), há, no entanto, algumas diferenças interessantes entre os dois relatos. Este milagre foi realizado no território dos gentios, i.e., na “região de Decápolis” (7.31), a sudeste do mar da Ga-liléia; por isso, tem sido sugerido plausivel-mente que, enquanto na multiplicação dos pães para 5 mil homens Jesus estava simbolizando sua capacidade de conceder o pão i da vida aos judeus, na multiplicação dos pães 1 para 4 mil homens ele estava simbolizando I a sua capacidade de conceder o pão da vida J    aos gentios (v. p. 1.078). O tipo de cesto usado para recolher os pedaços de pão parece ter sido diferente nos dois milagres, pois no primeiro o cesto é denotado pelo substantivo grego kophinos (6.43), enquanto no segundo ! é denotado pelo substantivo grego spyris (v. i 8), sendo este (de acordo com alguns estu-I diosos) um tipo maior de cesto do que o pri-{ meiro e suficientemente grande para que um | adulto pudesse sentar dentro dele (At 9:25).

A região de Dalmanuta (v. 10) para a qual | Jesus partiu depois de realizar o milagre não foi identificada ainda, e Mateus substituiu i essa expressão por “região de Magadã” (Mt 15:39), os fariseus agora pediram-lhe um sinal do céu, dando a entender, provavelmente, um tipo de visão apocalíptica. Jesus, no entanto, se recusou a atender à exigência deles, percebendo que, se esse tipo de espetáculo fosse concedido, a lealdade dos homens para com ele seria forçada, e a necessidade de exercer a fé por parte deles, que ele sabia ser tão vital, seria omitida.

A falta de pão dos discípulos (8:14-21). (Texto paralelo: Mt 16:5-40.)

Enquanto estavam no barco (v. 13) cruzando o mar de Dalmanuta (v. 10) para Betsaida (v. 22), Jesus advertiu os seus discípulos acerca do fermento dos fariseus (i.e., a falsa religião) e acerca do fermento de Herodes (i.e., a falta de religião) (v. 15). Os discípulos, supondo que Jesus estava falando de fermento literal, em vez de usar a palavra metaforicamente para denotar o mal moral de natureza corruptora, entenderam que Jesus estava se queixando de eles não terem levado pão suficiente para as suas necessidades comunitárias na travessia que estavam fazendo (v. 16). Jesus ficou aborrecido com os seus discípulos por conta disso; não tanto por terem entendido mal a sua figura de linguagem, mas por terem imaginado que a escassez de pão pudesse ter sido uma preocupação para ele. Lembrando-os de como, com as provisões mais insignificantes, ele tinha duas vezes alimentado grandes multidões (v. 19,20), os censurou por terem o coração [...] endurecido (v. 17; v.comentário de

3.5), e aplicou a eles a palavra de Is 6:0,Jo 1:45 etc.) e quando, pouco depois, sacrificaram suas casas e seu meio de vida para estarem na companhia dele (Mc 1:16-41; Mc 2:14). Decidido a indagá-los acerca disso, Jesus os conduziu aos povoados nas proximidades de Cesaréia de Filipe (v. 27), i.e., os arredores dessa cidade que estava situada nas encostas mais baixas do monte Hermom, perto da nascente do rio Jordão. Paneas foi o seu nome originário; mas, depois de ser reconstruída pelo tetrarca Filipe, foi renomeada “Cesaréia”, em honra ao imperador romano; porém, para distingui-la da cidade com o mesmo nome na costa do Mediterrâneo, o seu nome completo se tornou “Cesaréia de Filipe”, também em reconhecimento ao seu fundador. Jesus iniciou a sua investigação ao perguntar aos discípulos acerca da opinião que os homens em geral tinham dele. A resposta deles (v. 28) foi semelhante à registrada em 6.14,15 (v.comentário ad loc.). Ao testar os próprios discípulos a respeito disso, Pedro, sem dúvida o porta-voz do grupo inteiro, respondeu: “Tu és o Cristo” (v. 29), querendo dizer, com isso, “Tu és o Messias, o Salvador apontado por Deus para o seu povo, cujo advento foi predito nas nossas Escrituras Sagradas”. A razão de Jesus proibi-los de difundir essa verdade (v. 30) foi que ele não quis que as pessoas integrassem essa identificação no conceito “político” da sua posição de Messias que muitos deles defendiam e imaginassem, por conseqüência, que Jesus estava destinado a expulsar as legiões romanas da Palestina.

A primeira predição da Paixão (8:31-33). (Textos paralelos: Mt 16:21-40; Lc 9:22.)

Com os discípulos unanimemente convictos de que Jesus era o Messias, ele finalmente pôde lhes dar instruções explícitas acerca da sua morte que estava próxima (embora alusões incidentais a ela tenham sido feitas anteriormente, e.g., 2.20). Ele lhes disse que era necessário que o Filho do homem sofresse (v. 31), sendo a causa dessa necessidade considerada por ele, sem dúvida, como a vontade de Deus, visto que essa vontade estava expressa em textos bíblicos como Is 53:0): “Para trás de mim\ Satanás” (v. 33).

O ensino de Jesus acerca do preço do discipulado (8.34—9,1) (Textos paralelos: Mt 16:24-40; Lc 9:23-42.)

Jesus, tendo indicado o que a incumbência de ser o Messias significava para ele, prosseguiu e se pôs a explicar o que o discipulado significaria para os apóstolos e seus outros ouvintes. A pessoa que se alistava para a sua causa, ele ensinou, teria de negar-se a si mesma (v. 34), i.e., abandonar a atitude dè egocentrismo, e tomar a sua cruz, i.e.f éstar preparada para enfrentar o martírio, cont a humilhação de ter de carregar a viga tratts* versai da sua cruz para o local da execução que era a prática sob o domínio dos rómaábs (Jo 19:17). Ele teria de estar disposto, portanto. a perder a sua vida mortal; e tudo isso por causa de Cristo e pelo evangelho (v. 35)( i.e., pela causa de espalhar as boas novas do Reino de Deus; pois somente dessa forma essa pessoa iria obter a verdadeira vida, a vida da era por vir. Aqueles, ao contrário, que colocassem como objetivo salvar a sua vida (mortal), especialmente os que tentavam enriquecer, e ganhar o mundo inteiro (v. 36), seriam desamparados espirituais na ordem eterna das coisas, e o próprio Cristo lhes manifestaria o seu desprezo (v. 38).


Moody

Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
Moody - Comentários de Marcos Capítulo 6 do versículo 31 até o 50

IV. As Retiradas de Cristo da Galiléia. 6:31 - 9:50.

O Senhor cobriu a Galiléia tão completamente com a sua mensagem que os galileus, em cada setor da vida, estavam cônscios do seu ministério. Entre pessoas simples a sua popularidade estava num ponto tão alto que queriam coroá-lo seu rei pela força. A antipatia dos líderes religiosos dos judeus estava perigosamente atingindo o ponto de saturação. E o próprio Herodes estava agora ficando preocupado com a popularidade de Cristo. A situação estava se desenvolvendo na direção de uma crise prematura, enquanto o ministério de Cristo ainda não estava completo. O resultado foi que Jesus fez quatro retiradas sistemáticas da Galiléia, uma para o litoral ocidental do mar (Mc 6:31-56), uma para a região de Tiro e Sidom (Mc 7:24-30), uma para Decápolis (7:31 - 8:9), e a quarta para Cesaréia de Filipe (8:10 - 9:50). Durante esse tempo Cristo estava ocupado com o treinamento dos doze discípulos em preparação para o momento de sua morte.


Moody - Comentários de Marcos Capítulo 8 do versículo 10 até o 50

E. Retirada para Cesaréia de Filipe. 8:10 - 9:50.

A quarta e última retirada da Galiléia foi para o norte na região de Cesaréia de Filipe. Vindo de Decápolis, Jesus atravessou o Mar da Galiléia na direção da costa oriental, onde os fariseus o encontraram pedindo-lhe um sinal (Mc 8:10-12). Depois ele viajou de barco dirigindo-se para o nordeste na direção de Betsaida Julias (Mc 8:13-21), onde curou um cego (Mc 8:22-26). Dali sua viagem o levou por terra até às vizinhanças de Cesaréia de Filipe. Aqui novamente, a principal atividade de Cristo foi instruir os discípulos com referência a temas tais como a sua pessoa, sua morte e ressurreição, o discipulado deles e a sua vinda em glória prefigurada na Transfiguração (8:27 - 9:13). Aqui também ele curou outro endemoninhado (Mc 9:14-29). Depois disso, Cristo retornou à Galiléia, prosseguindo com a instrução dos Doze (Mc 9:30-50).


Francis Davidson

O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
Francis Davidson - Comentários de Marcos Capítulo 8 do versículo 27 até o 38
l) O Messias e Seus sofrimentos (Mc 8:27-41) -Veja notas sobre Mt 16:13-40; Lc 9:18-42. Cesaréia de Filipe é a cidade mais setentrional alcançada por Cristo. Distingue-se de Cesaréia Stratonis na costa mediterrânea, a sede do governo romano mencionada diversas vezes nos Atos. Jesus apresentou aos discípulos duas perguntas. A primeira (27), de caráter geral, obteve a informação de que os homens reconheciam nEle uma pessoa destacada somente. A segunda foi repto para eles pessoalmente, e Pedro como porta-voz do colégio apostólico, faz a tremenda declaração que Ele é o Messias, prometido desde a antigüidade. É sugestivo que a bem-aventurança do Senhor sobre Pedro é omitida aqui. Sem dúvida, Pedro guardou o silêncio sobre isto. Compare o trecho paralelo em Mt 16:13-40. Depois da cegueira dos fariseus e a obtusão dos discípulos, Jesus se regozija em ver que a luz começa a penetrar. A vista deles ainda está na fase inicial, pois é patente que, como o homem recentemente curado, sua vista espiritual não era perfeita. Todavia, os que conheciam Jesus melhor, O reverenciavam mais. Nossa experiência com seres humanos não é assim. Muitas vezes a familiaridade produz desprezo; o fulgor da santidade se desvanece, quando a vida de alguém é examinada de perto. É justamente o contrário com Cristo.

A confissão de Pedro constitui o ponto crítico, tanto no ensino de Jesus, como na narrativa evangélica. Jesus mesmo era cônscio da sua missão messiânica pelo menos desde o início do Seu ministério público, senão antes. Cfr. Lc 2:49. Ele compreendeu, desde o início, o lugar de sofrimento e a indispensabilidade da cruz no Seu caminho redentor (Jo 2:19; Jo 3:14). Mas é somente nesta hora decisiva que Ele fala abertamente (32). Daqui em diante, a narrativa de Marcos é dominada pelo único propósito de estabelecer a verdade de que Jesus não foi surpreendido pelos acontecimentos, cujo desdobramento já fora vaticinado desde os séculos, como parte do conselho divino anteriormente determinado (At 4:28).

Os discípulos tinham razão quanto ao fato da identidade de Cristo, mas erraram na sua maneira de compreendê-lo. Os profetas do Velho Testamento anteciparam dois aspectos da vinda do Messias, o triunfante (Is 11:0; 1Pe 1:10-60. Os judeus nutriam esperanças das implicações materiais e políticas do primeiro, e convenientemente deixavam de lado, ou rejeitavam, a sugestão espiritual do segundo. Neste tempo, os próprios discípulos partilhavam os conceitos gerais quanto ao Messias. Portanto, Jesus começou a ensinar-lhes que era necessário que o Filho do homem sofresse muitas cousas (31). Os discípulos foram assombrados por esta divulgação, e Pedro, talvez depois de deliberar o assunto, chamou o Senhor à parte, e começou a reprová-lo (32). Nas palavras de Pedro, Jesus identificou uma voz conhecida (Lc 4:5-42). É solene contemplar o fato que um discípulo bem intencionado pode pela sua falta de espiritualidade, tomar-se instrumento de Satanás. O objetivo do genuíno discipulado é a absoluta conformidade com a mente divina, como se revelava em Jesus, que compreendia as coisas de Deus (33). Paulo usa uma frase semelhante em Cl 3:2. O seu significado se estende pelos ensinos subseqüentes.

>Mc 8:34

2. CONDIÇÕES DO DISCIPULADO (Mc 8:34-41; Lc 9:23-42. Marcos menciona aqui, pela primeira vez, a cruz (34), cuja notória associação romana criou um efeito espantador entre os apóstolos, que não se regista no leitor moderno. Para o discípulo, a cruz há de significar exatamente o que significou para o Senhor; não tão somente inconveniência e desassossego, mas a morte.

Define-se a atitude do discípulo em relação ao mundo neste contexto. Ele experimentará hostilidade ferrenha que resultará em perseguição, à qual não há de resistir. (Jo 15:19; Gl 6:14). Ele há de aceitar as últimas conseqüências da obediência, e se for necessário, há de arriscar tudo. Sua atitude para consigo é de autonegação, abdicando o trono ocupado por seu ego, a fim de que Cristo seja entronizado e a vida dominada por Ele. Em relação ao seu Senhor, ele há de se submeter inteiramente à vontade divina (34). Paradoxalmente, tal autonegação e tal submissão é o ganho mais seguro e duradouro, enquanto a vida egocêntrica de auto-expressão, tão estimada pelos filósofos modernos, leva o homem a perder sua alma. E uma vez perdida, que dará o homem em troca, para remi-la? (37) Tal perda é irrevogável.

Depois de uma doutrina tão severa, Jesus anima os discípulos falando da Sua vinda (8,38)


John MacArthur

Comentario de John Fullerton MacArthur Jr, Novo Calvinista, com base batista conservadora
John MacArthur - Comentários de Marcos Capítulo 8 do versículo 1 até o 38

28. O Provedor Compassivo (Marcos 8:1-10)

Naqueles dias, quando havia novamente uma grande multidão e eles não tinham nada para comer, Jesus chamou os seus discípulos e disse-lhes: "Eu me sinto compaixão para com as pessoas, porque eles têm permanecido comigo há três dias, e não têm nada para comer. Se eu mandá-los embora com fome para suas casas, desfalecerão no caminho; e alguns deles vieram de muito longe. "E seus discípulos lhe responderam:" Onde ninguém vai ser capaz de encontrar pão suficiente aqui neste lugar desolado para satisfazer essas pessoas? "E Ele estava pedindo-lhes:" Quantos pães você tem "E eles disseram," Seven "E Ele dirigiu as pessoas a sentar-se no chão?.; e tomando os sete pães, deu graças, partiu-os, e começou a dar-lhes a seus discípulos para servir a eles, e eles serviram-los para as pessoas. Eles também tinham alguns peixinhos; E depois que ele os havia abençoado, Ele ordenou que estes para ser servido bem. E eles comeram e ficaram saciados; e eles apanharam sete grandes cestos cheios do que sobrou dos pedaços. Cerca de quatro mil estavam lá; Ele e os despediu. E imediatamente ele entrou no barco com seus discípulos e veio para o distrito de Dalmanutha. (8: 1-10)

Logo após a alimentação dos cinco mil (Marcos 6:35-44) e o sermão sobre o pão da vida (conforme Jo 6:35, Jo 6:51), o Senhor deixou a Galiléia por um tempo prolongado de treinamento particular com os Doze. Ele e seus discípulos foram primeiro para a região de Tiro, onde Jesus ministrou a uma mulher siro-fenícia que exibiu muita fé nele (7: 24-30). Em seguida, eles viajaram para o norte através de Sidon, e depois para o leste e para o sul para a região da Decápole no lado sudeste do Mar da Galiléia (v. 31). Ao todo, a sua jornada circular pelo território Gentil provável durou dois ou três meses, desde que o Doze com instrução pessoal focado do seu Senhor.

Durante esse tempo, os discípulos teria sido perfeitamente ciente de que eles não estavam na terra de Israel, uma realidade que se encaixam os fins de ensino de Jesus como Ele começou a prepará-los para a Grande Comissão: para ir a todo o mundo e pregai o evangelho a pessoas de todas as nações (Mt 28:19-20.; At 1:8). Esse preconceito profundamente enraizado foi em frente ao coração de Deus, que a partir de decreto original de eternidade destina a mensagem de salvação para espalhar a partir de seu povo escolhido para todas as nações (conforme Gn 12:3), que limitou as praias do sudeste do mar da Galiléia. As pessoas lá tinha ouvido falar de Jesus (conforme Mc 5:20), de modo que quando ele chegou, enormes multidões saíram para encontrá-Lo em uma montanha perto do lago (conforme Mt 15:29). Não, Ele curou os doentes que foram trazidos a ele, incluindo o coxo, aleijados, cegos, surdos, mudos e muitos outros (v 30; conforme Mc 7:1).

O evento registrado em Marcos 8:1-10 culmina viagem de Jesus através dessas áreas gentios. Esta passagem pode ser dividido em quatro segmentos: a compaixão misericordioso do Senhor, a consternação míope dos discípulos, a criação milagrosa de uma refeição, eo cultivo ministério dos Doze.

A Compaixão Misericordioso do Senhor

Naqueles dias, quando havia novamente uma grande multidão e eles não tinham nada para comer, Jesus chamou os seus discípulos e disse-lhes: "Eu me sinto compaixão para com as pessoas, porque eles têm permanecido comigo há três dias, e não têm nada para comer. Se eu mandá-los embora com fome para suas casas, desfalecerão no caminho; e alguns deles vieram de muito longe "(8: 1-3).

A primeira alimentação de milhares (Marcos 6:35-44) teve lugar no lado nordeste do Mar da Galiléia, perto da hora da festa da Páscoa (Jo 6:4;. Jo 6:10). Vários meses se passaram desde que provavelmente evento milagroso, um ponto sugerido pela descrição das encostas como mera "terra" nesta ocasião (Mt 15:35; Mc 8:6; Mc 7:1;. Mt 14:14; Mt 15:32; Mt 20:34 , Mc 1:41; Mc 6:34;. Lc 7:13), só aqui e na passagem paralela (Mt 15:32) fez Jesus, falando na primeira pessoa, declarar esta sobre si mesmo. O verbo traduzido sentir compaixão (da palavra grega splanchnizomai ) significa literalmente "a ser movido em um de intestino", os órgãos viscerais, onde os sentimentos de dor são sentidas, de forma que os antigos os consideravam a sede das emoções. A ideia era semelhante ao expressões modernas como uma "angustiante" emoção ou um sentimento "no poço de sua barriga." A palavra Inglês compaixão vem de uma palavra latina que significa "sofrer com", e transmite sentimentos de profunda simpatia , compaixão e bondade para com aqueles que estão sofrendo.

Em todo o Antigo Testamento, Deus revelou-se repetidamente como o Deus de compaixão. Em Ex 34:6: "Porque o Senhor teu Deus" misericordioso e piedoso, tardio em irar-se, e grande em benignidade e em verdade. " é um Deus compassivo; . Ele não te deixará, nem te destruir nem se esquecerá do pacto com vossos pais que jurou a eles "O livro de Salmos ecoa essa verdade:" O Senhor é misericordioso e piedoso, tardio em irar-se e grande em benignidade "(Sl 103:8; conforme 2Cr 36:142Cr 36:14;. Ne 9:17;. Jl 2:13). Como o profeta Jeremias declarou, mesmo após a queda de Jerusalém, "misericórdias do Senhor, na verdade nunca cessam, porque as suas misericórdias não desfaleça" (Lm 3:22;.. Conforme Mq 7:19).

Porque Ele é Deus, compaixão divina marcou a vida de Cristo. Jesus expressou misericordioso cuidado tanto para as necessidades espirituais das pessoas; (. Mt 14:14) (conforme Mt 9:36. Mc 6:34) e para as suas aflições físicas; Ele estendeu esse cuidado para judeus e gentios (conforme Mt 8:5-13; 15:. 22-31; Marcos 7:31-37). Nesta ocasião, o Senhor sentiu compaixão desta multidão especificamente porque tinhapermanecido com Ele por três dias com nada para comer. Na ânsia de ouvir o ensinamento de Jesus e testemunhar seus milagres, o povo se recusou a ir para casa, mesmo que isso significasse dormir fora e perdendo algumas refeições. Oprimido com o Senhor Jesus, eles colocaram a fome de lado. Ele reconheceu que talvez eles mesmos nem sequer percebem. Falando aos Seus discípulos, o Senhor disse: Se eu mandá-los embora com fome para suas casas, desfalecerão no caminho; e alguns deles vieram de muito longe. A palavra fraca (do verbo grego ekluō ) significa "enfraquecer" ou "entrar em colapso", como uma corda que fica mole quando unstrung. Sabendo que o povo não tinha comido por três dias, e que alguns deles estariam viajando longas distâncias para voltar para casa, Jesus respondeu com compaixão.

A consternação Míope dos Discípulos

E seus discípulos lhe responderam: "Onde ninguém vai ser capaz de encontrar pão suficiente aqui neste lugar desolado para satisfazer essas pessoas?" E Ele estava pedindo-lhes: "Quantos pães tendes?" E eles disseram: "Sete". (8: 4-5)

Os discípulos responderam Jesus, perguntando: "Onde é que ninguém será capaz de encontrar pão suficiente aqui neste lugar desolado para satisfazer essas pessoas?" À primeira vista, os Doze parecem reagir em quase da mesma forma que antes, durante a alimentação do milhares perto de Betsaida (6: 35-37). Certamente, eles não tinham esquecido o que Jesus tinha feito alguns meses antes. Então, por que eles pedem quase a mesma pergunta de antes? Será que eles não conhecem o Senhor Jesus poderia fornecer como havia feito antes? A resposta é que eles fizeram. A pergunta é melhor entendida como uma espécie de reconhecimento Lingua-in-cheek do milagre mais cedo, e sua própria admissão de que eles tinham novamente não adequação ou recursos para uma grande necessidade tal. Ele não tinha a intenção de pôr em dúvida o poder milagroso de Jesus, mas, em vez de enfatizar o fato de que, se uma multidão deste grande ia ser alimentado naquele local remoto, seria necessário uma outra criação de alimentos. A palavra traduzida para satisfazer, do verbo grego chortazō , deriva seu significado no mundo da criação de animais onde ele descreveu comer o gado até que estivessem completamente cheio.É a mesma palavra usada para descrever a multidão satisfeita em Mc 6:42.

Se os discípulos tinha alguma dúvida sobre o que estava prestes a acontecer, não era o poder de Jesus questionaram mas seu propósito. Esta multidão consistiu de gentios, pessoas de fora da aliança com Abraão a quem os judeus considerados impuros. Era uma coisa por Jesus para curá-los, mas a criação de uma refeição foi um passo adiante. Para o povo judeu para comer com os gentios foi proibido pelos regulamentos rabínicos (conforme At 10:28; At 11:3.). Compreensivelmente, essa idéia teria provavelmente causou consternação entre os discípulos. No entanto, Jesus estava ensinando-lhes uma lição importante sobre o quão longe o evangelho se estenderia. Assim, este milagre serviu como um clímax apropriado para o tempo que Ele e os Doze passou a viajar pelo território Gentil.

A fim de destacar a natureza milagrosa do que Ele estava prestes a fazer e, talvez, para lembrar os discípulos de que Ele havia feito antes, Jesus estava pedindo-lhes: "Quantos pães tendes?" E eles disseram: "Sete". Em versículo 7, Marcos explica que "eles também tinham alguns peixinhos." Antes da criação anterior de alimentos para milhares, os discípulos encontraram cinco pães e dois peixes (Mc 6:41). Nesta ocasião, eles conseguiram coletar sete pães e alguns peixes. Pão e peixes compreendeu a refeição típica para aqueles que viviam ao redor do lago. Obviamente, tais suprimentos escassos eram inúteis na alimentação de uma multidão tão grande. Os apóstolos sabia disso, mas eles também conhecia o poder do seu Senhor Criador.

A criação miraculosa de uma refeição

E Ele dirigiu as pessoas para sentar-se no chão; e tomando os sete pães, deu graças, partiu-os, e começou a dar-lhes a seus discípulos para servir a eles, e eles serviram-los para as pessoas. Eles também tinham alguns peixinhos; E depois que ele os havia abençoado, Ele ordenou que estes para ser servido bem. E eles comeram e ficaram saciados; e eles apanharam sete grandes cestos cheios do que sobrou dos pedaços. Cerca de quatro mil estavam lá; Ele e os despediu. (8: 6-9)

Como Jesus tinha feito antes, Ele dirigiu as pessoas a sentar-se no chão, talvez em grupos de cem e de cinqüenta (conforme Mc 6:40), a fim de separá-los para a distribuição da refeição. Tomando os sete pães, uma forma de massa fina e crocante, deu graças, partiu-os. Ao dar graças ao Pai, Jesus não só como modelo o que significa depender de Deus para provisões diárias (conforme Mt 6:11), Ele também significou para a multidão de curiosos que o poder por trás do milagre era divino.

Sem qualquer esforço ou tensão aparente, Jesus começou a dar pedaços de pão aos seus discípulos para servir a eles, e eles serviram-los para as pessoas. Eles também tinham alguns peixinhos; E depois que ele os havia abençoado, Ele ordenou que estes para ser servido bem. Tal como acontece com a prestação milagrosa anterior, nenhuma explicação natural é possível. Esta foi a criação espontânea e contínua do pão e do peixe pelo Criador de todas as coisas a si mesmo (conforme Jo 1:1; Cl 1:16; He 1:3). Estas cestas foram diferentes do que os pequenos cestos (do grego kophinos ) que os discípulos utilizados na ocasião anterior. Jesus mais tarde a distinção entre as duas refeições milagrosas, lembrando os discípulos dos diferentes cestas que haviam usado. Em Marcos 8:18-20, Jesus perguntou-lhes:

"Você não se lembra, quando parti os cinco pães para os cinco mil, quantos cestos [de kophinos ] cheios de pedaços que você pegou? "Eles disseram-lhe:" Doze "." Quando parti os sete para o quatro mil, quantos cestos [de spuris ] cheios de pedaços levantastes? "E eles disseram-lhe:" Sete ".

Os diferentes tipos de cestas não são a única distinção entre esta alimentação miraculosa e aquela que ocorreu mais cedo (em Marcos 6:35-44). Os locais (Betsaida vs. Decápole); o público (judeus contra os gentios); o número de homens presentes (5.000 vs. 4.000); o comprimento de tempo demorou a multidão de antemão (um dia vs três dias); e o número de pães (cinco versus sete) foram todos diferentes. Além disso, Jesus se distinguiu entre os dois eventos (Marcos 8:18-20); Mateus e Marcos registrou ambas as ocasiões como sendo dois milagres separados. Embora alguns céticos modernos sugerem que estes dois eventos devem ser confundidos, essa noção é claramente não suportado pelo texto bíblico.

O comentário de Marcos que cerca de quatro mil estavam lá apenas se refere ao número total de homens. A passagem paralela em Mt 15:38 que faz ponto explícito: "Aqueles que comeram eram quatro mil homens, além de mulheres e crianças." Com quatro mil famílias representadas, a multidão poderia facilmente ter numeradas entre quinze e vinte mil. Nem Mateus nem Marcos gravar a resposta das pessoas, apesar de serem, sem dúvida, exultante. Talvez alguns deles quis fazer Jesus rei, assim como a multidão tinha tentado fazer perto de Betsaida (conforme Jo 6:15). Como naquela ocasião, após a refeição,ele terminou o evento surpreendente e os despediu.

O cultivo Ministério dos Doze

E imediatamente ele entrou no barco com seus discípulos e veio para o distrito de Dalmanutha. (8:10)

Após os três dias do ministério intenso, cheio de curas milagrosas e culminando em uma refeição sobrenatural, Jesus deixou a região da Decápole para retornar à Galiléia para um curto período de tempo.Imediatamente ele entrou no barco com seus discípulos e veio para o distrito de Dalmanutha. A passagem paralela, Mt 15:39, identifica o seu destino como "a região de Magadan." Os dois relatos não são contraditórias, mas usar dois nomes diferentes para se referir à mesma área entre as cidades de Magdala e Cafarnaum. A volta de Jesus para a Galiléia trouxe Sua excursão em território Gentil círculo-do pleno Tiro Sidon para a Decápole e de volta para a Galiléia. A cruz era agora menos de um ano de distância, e que não seria muito antes de Jesus transitou Seu foco do ministério para a Judéia e Jerusalém.

Como mencionado acima, a viagem de Jesus em terras gentios desde os Doze com um tempo prolongado de formação pessoal e instrução crítica. No processo, eles receberam preparação inestimável em pelo menos quatro áreas. Primeiro, eles foram expostos a pessoa divina de Jesus. Eles testemunharam Sua autoridade sobre os demônios (Marcos 7:29-30), o Seu poder sobre a doença (7: 31-37), e sua capacidade de criar alimentos espontaneamente (8: 1-9). Eles observaram que as pessoas com doenças incuráveis ​​e deficiências físicas, da cegueira à paralisia à surdez-foram trazidos para Jesus e curou imediatamente e completamente por ele. Os discípulos compreenderam que só Deus poderia ser a fonte de tal poder, que é por isso que eles confessaram Jesus para ser o Filho de Deus (conforme Mt 14:33;. Mt 16:16).

Em segundo lugar, eles aprenderam que a eventual prioridade na vida é a adoração. Como Jesus já havia explicado a uma mulher em Samaria, "Está chegando a hora, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; para estes que o Pai procura para seus adoradores. Deus é espírito, e os que o adoram o adorem em espírito e em verdade "(João 4:23-24). Durante sua jornada fora da Galileia, os discípulos viram que o princípio concretizados em um contexto Gentil. Foi uma siro-fenícia quem Jesus elogiado por sua grande fé (Mt 15:28). E foi a Gentil multidões na região da Decápole que testemunharam os milagres de Jesus e "glorificaram ao Deus de Israel" (v. 31). Por outro lado, os líderes religiosos de Israel tinha substituído religião coldhearted cheio de regras rabínicas e restrições para a verdadeira adoração (Marcos 7:1-13). É essencial reconhecer que a diferença.

Em terceiro lugar, depois de ter estado lá, para ambas as refeições Jesus milagrosamente criados, os discípulos começaram a entender os recursos divinos disponíveis para eles. Apesar de sua fé ainda era fraco neste sentido (conforme 8: 16-21), era necessário que eles abraçam a promessa de Mateus 6:31-33,

Não se preocupe, então, dizer, ou "O que vamos beber?" Ou "Que vamos vestir a roupa?" Pois os gentios procuram avidamente todas estas coisas "O que vamos comer?"; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas estas coisas. Mas buscai primeiro o seu reino ea sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.

Os discípulos não tinham capacidade em si mesmos para alimentar multidões famintas ou dar vida espiritual às almas perdidas. Mas Jesus fez. Seus recursos eram infinitos, Seu ilimitado poder, e Sua precisão perfeita providencial. Eles simplesmente precisava depender dele (conforme 13 5:58-13:6'>Heb. 13 5:6). Ao envolvê-los na distribuição de alimentos para as multidões, o Senhor proporcionou-lhes uma ilustração vívida de cuidados inesgotável de Deus que foi especialmente projetado não para o corpo, mas a alma.

Em quarto lugar, os discípulos testemunharam a compaixão do Senhor exibido drasticamente em relação às pessoas a quem judeus do primeiro século, geralmente tratados com desprezo e desdém. Fazia sentido para eles que o Messias iria fazer milagres para o povo de Israel. Mas pensar que Ele também iria expulsar demônios, curar doenças, e criar refeições para os gentios representou uma grande mudança de paradigma. No entanto, foi uma lição que os discípulos precisavam desesperAdãoente de aprender, como Jesus preparou-os para levar a mensagem de salvação até os confins do mundo. Como disse um comentarista explica:

Dos pais da igreja em diante a igreja tem justamente percebido que na alimentação dos quatro mil Jesus traz economia de pão para os gentios, como ele trouxe mais cedo para os judeus na alimentação dos cinco mil. A viagem para os gentios em 7: 24-8: 9 se evidenciando que eles não são nem fora do alcance da salvação, nem acostumados a ele. Como o livro de Jonas, os três vinhetas em Marcos 7:24-8: 9 revelam que supostos outsiders gentios são de fato surpreendentemente receptivos à palavra de Deus em Jesus. A viagem de Jesus a Tiro, Sidon, ea Decápole prova que embora os gentios são ostracizados pelos judeus, eles não são ostracizados por Deus. Invectiva judaica contra os gentios não reflete uma invectiva divina. Há aqui uma lição para o povo de Deus em todas as épocas, que os seus inimigos não são nem abandonado por Deus nem além da compaixão de Jesus. (Tiago R. Edwards, O Evangelho segundo Marcos [Grand Rapids: Eerdmans, 2002], 232)

Pouco tempo antes, o ministério galileu Jesus havia culminado com milhares de judeus sendo milagrosamente alimentado. Sua incursão no território Gentil semelhante terminou com a criação de uma refeição sobrenatural. Ambas as ocasiões foram previews dos próximos glórias do reino messiânico, em que todos os remidos, judeus e gentios, vão participar no banquete comemorativo do Cordeiro (conforme Ap 19:9;. Conforme He 2:17; 1Jo 3:161Jo 3:16 ). Para satisfazer a fome física da multidão depois de três dias necessários compaixão e poder sobrenatural, mas para salvar suas almas para a eternidade necessário algo sacrifício muito mais sobrenatural. Jesus voluntariamente foi à cruz para carregar todo o peso da punição divina pelos pecados de todos os que já crêem n'Ele (conforme 2Co 5:21).

29. A cegueira espiritual (Marcos 8:11-26)

Saíram os fariseus e começaram a discutir com ele, pedindo-lhe um sinal do céu, para testá-lo. Suspirando profundamente em seu espírito, Ele disse: "Por que pede esta geração um sinal? Em verdade vos digo que, nenhum sinal lhe será dado a esta geração. "Deixá-los, Ele embarcou novamente e foi para o outro lado. E eles se esqueceram de levar pão, e não tem mais do que um pão no barco com eles. E Ele estava dando ordens a eles, dizendo: "Cuidado! Cuidado com o fermento dos fariseus e do fermento de Herodes. "Eles começaram a discutir entre si o fato de que eles não tinham pão. E Jesus, consciente disto, disse-lhes: "Por que você discutir o fato de que você não tem pão? Você ainda não ver ou entender? Você tem um coração endurecido? Tendo olhos, não vedes? E tendo ouvidos, não ouvis? E você não se lembra, quando parti os cinco pães para os cinco mil, quantos cestos cheios de pedaços que você pegou? "Eles disseram-lhe:" Doze "." Quando parti os sete para os quatro mil, quantos muitas grandes cestos cheios de pedaços de pão fez você pegar? "E eles disseram-lhe:" Sete ". E Ele estava dizendo a eles:" Você ainda não entendeu? "E eles chegaram a Betsaida. E trouxeram um cego a Jesus e implorou-lhe que o tocasse. Tomando o cego pela mão, levou-o para fora da aldeia; e depois cuspindo-lhe nos olhos e colocando-lhe as mãos, perguntou-lhe: "Você vê alguma coisa?" E ele olhou para cima e disse: "Vejo os homens, pois os vejo como árvores que andam por aí." Em seguida, novamente ele impôs as mãos sobre os olhos; e ele olhou intensamente e foi restaurado, e começou a ver tudo com clareza. E Ele mandou-o para sua casa, dizendo: (8: 11-26) "Nem sequer entrar na aldeia."

Desde a queda de Adão e Eva no pecado (Gn 3:6-19), todo ser humano nasceu cego espiritualmente (conforme Rm 1:21; Rm 3:23.). Os olhos de seus corações são obscurecidas pelo pecado (conforme Ef 4:17-18.) E escurecido por Satanás (conforme 2 Cor. 4: 3-4), de modo que eles naturalmente amam as trevas e odeiam a luz (João 3:19-20). Incapaz de compreender a verdade (1Co 2:14), eles arrastam a sua vida tateando em busca de respostas (conforme At 17:27) como vagueiam em confusão moral e espiritual (Sl 82:5..).

Para alguns, esta cegueira é temporário. Pela graça de Deus, suas mentes são iluminados pelo Espírito Santo para ver a luz do evangelho e abraçar o Senhor Jesus Cristo na fé salvadora (conforme At 26:18; 1Jo 2:81Jo 2:8; conforme Jo 1:9; Jo 9:5). O apóstolo Paulo comparou-o com o milagre da criação: "Porque Deus, que disse: 'luz brilhará para fora das trevas", é quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus na rosto de Cristo "(2Co 4:6), os crentes têm a mente de Cristo, através da qual eles possam compreender e verdade espiritual apropriada (1 Cor. 2: 10-16; Ef 5:1; 1Ts 5:51Ts 5:5).

Para muitos outros, a sua cegueira é permanente e eterna. Recusando-se a aceitar o Senhor Jesus na fé salvadora, eles permanecem na escuridão total de rebelião pecaminosa e incredulidade (conforme Jo 1:4-5; 1Jo 2:91Jo 2:9). Os líderes religiosos judeus da época de Jesus, por exemplo, se consideravam os mais esclarecidos de todos os povos (conforme Jo 9:41). No entanto, o Senhor condenou-os como "líderes cegos" (Mt 15:14 NVI). Apesar de terem sido dada Escrituras do Antigo Testamento e as alianças bíblicas, sua cegueira espiritual era tão aguda que eles se recusaram a receber seu próprio Messias (Jo 1:11).

Quando os pecadores persistem em rejeitar a verdade, chega um ponto em que Deus dá-los para as consequências de sua incredulidade (Rm 1:24, 28-32). Eles são, portanto, confirmou em sua cegueira como um ato de julgamento divino, ea verdade é escondido deles (conforme Mc 4:12). Jesus referiu-se a esta forma de cegueira quando Ele chorou sobre Jerusalém ", dizendo:" Se você tivesse conhecido neste dia, mesmo que você, as coisas que servem para a paz! Mas agora eles foram escondidos de seus olhos "(Lucas 19:41-42). Como os líderes religiosos não se arrependerem, mas continuamente endureceram o coração em vez disso, eles cruzaram a linha passado que eles não poderiam se arrepender (conforme Marcos 3:28-30). Assim, o julgamento tornou-se inevitável (conforme Lucas 19:43-44; Jo 3:18).

Esta seção (Marcos 8:11-26) ilustra a diferença entre aqueles que estão permanentemente cegos e aqueles cuja cegueira é apenas temporária. Por um lado, falta de vontade dos fariseus para receber a verdade significava uma condição terminal, com consequências devastadoras para sempre. Por outro lado, os discípulos de Jesus ansiosamente desejada para abraçar a verdade. Embora, por vezes, se esforçou para compreender as realidades espirituais, a sua falta de clareza era apenas temporário. Finalmente, ao curar um homem cego, Jesus proporcionou uma ilustração vívida de cegueira temporária e visão espiritual.

A cegueira permanente dos fariseus

Saíram os fariseus e começaram a discutir com ele, pedindo-lhe um sinal do céu, para testá-lo. Suspirando profundamente em seu espírito, Ele disse: "Por que pede esta geração um sinal? Em verdade vos digo que, nenhum sinal lhe será dado a esta geração "(8: 11-12).

Depois de passar um longo tempo com seus discípulos em território Gentil, viajando de Tiro (7: 24-30) para Sidon (07:
31) para a Decápole (7: 31-8: 9), Jesus voltou para a região judeu da Galiléia (8:10).Tendo chegado a Dalmanutha na região de Magadan (Mt 15:39), localizado em algum lugar ao longo da costa ocidental do lago não muito longe de Cafarnaum, o Senhor foi logo confrontado por um grupo hostil de fariseus. Motivado por despeito e malícia, seu único interesse em Jesus foi para desacreditá-lo e traçar seu assassinato. A sua atitude ameaçadora estava em contraste com a dos gentios, que acolheu Jesus e louvou a Deus por causa de Deus (Mt 15:31;. Mc 7:37).

Em seu confronto com Jesus, os fariseus exibiu três características das pessoas com cegueira espiritual permanente. Primeiro, eles encontraram um terreno comum em seu ódio para a Light. De acordo com a passagem paralela em Mt 16:1). Os fariseus eram legalistas exigentes que buscaram separar-se de qualquer forma de contaminação moral ou cultural. Zeloso para proteger o judaísmo institucional da influência grega, elevaram as tradições rabínicas a um lugar de autoridade igual com as Escrituras (conforme Mc 7:8). (Para mais informações sobre os fariseus, consulte o capítulo 7 deste volume.) Os saduceus, por outro lado, não teve em conta as tradições orais dos fariseus. Embora eles pagaram serviço de bordo para a Torah, eles negaram as doutrinas fundamentais, como a existência de anjos, a ressurreição do corpo, e da imortalidade da alma (conforme Mc 12:18; Atos 4:1-2; At 23:8) foram os responsáveis ​​das políticas e operações do templo, incluindo práticas lucrativas (e corruptos) como dinheiro em mudança e a venda de animais para o sacrifício (cf . Marcos 11:15-19; João 2:14-17). Apesar de sua animosidade significativa para o outro, os fariseus e saduceus estavam unidos pela sua rejeição comum do Salvador.

Alimentada por um ódio mútuo para Jesus, os representantes de ambas as partes começaram a discutir com ele, pedindo-lhe um sinal do céu. A superstição popular judaica alegou que demônios poderia imitar terrena milagres (como os sinais realizados pelos magos na corte do Faraó; Ex . 7: 11-12, 22), mas só Deus poderia fazer maravilhas no céu. Os líderes religiosos não podia negar que Jesus realizou milagres na terra, mas eles insistiram em que Ele o fez através do poder de Satanás (conforme Mc 3:22). Assim, se Jesus foram incapazes de realizar um milagre nos céus, seria reforçar sua reivindicação ao povo que Ele não estava habilitada por Deus.

Claramente, tornando a procura de um sinal do céu não era nada mais do que a criação de uma armadilha, destinado a testar Jesus na esperança de que ele iria falhar e ser desacreditadas. Como era, Jesus já tinha fornecido ampla evidência para demonstrar Seu poder divino (incluindo celeste sinais-cf Mc 1:9-11; 4:. 39-41), mas se recusou a crer nEle. Os líderes religiosos claramente não precisam receber mais provas por ver mais um milagre; mesmo que Jesus acomodados seu pedido, sua incredulidade teria permanecido inalterada (conforme João 12:37-40). Entre os fariseus, que interagiram com Jesus, Nicodemos é o único exemplo registrado de alguém cuja fé salvação começou a ganhar vida quando ele reconheceu a verdade auto-evidente que o poder de Jesus era divino. Como ele disse a Cristo: "Rabi, sabemos que Você veio de Deus como um professor; pois ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não estiver com ele "(Jo 3:2).

Por esta e outras ocasiões, os líderes religiosos apresentaram uma segunda característica da cegueira espiritual permanente: eles responderam a luz adicional com a rejeição mais intensa. Os fariseus e saduceus não eram diferentes do que Faraó, que, com cada sinal de que Moisés realizou, endureceu o seu coração ainda mais (Ex 8:32;. Ex 9:12, etc.). Ao invés de responder com fé para a luz do Salvador, eles recuaram ainda mais longe na escuridão. Jesus respondeu emocionalmente a sua falta de fé resoluta por suspirando profundamente em seu espírito. Uma forma simples de este mesmo verbo é encontrado em Mc 7:34, onde Jesus suspirou em resposta ao sofrimento de um homem surdo. Aqui, a forma composto expressa emoção ainda mais forte. A cegueira voluntária dos líderes religiosos quebrou o coração do Senhor, mais tarde, causando-lhe a chorar sobre o povo de Jerusalém (Lc 19:41).

Jesus repreendeu sua incredulidade indesculpável com uma pergunta condenando. Ele disse: "Por que pede esta geração um sinal?" Olhando para além de apenas os fariseus e saduceus, que estavam diante dele, o Senhor indiciado toda a geração de israelitas que seguiram seus ensinamentos apóstata (conforme Mt 16:4; Jz 2:1), os judeus da época de Jesus se mostrou semelhante infiel. Sua rejeição voluntária era tal que nenhum sinal seria convencê-los a acreditar. Quando confrontado com a luz, eles correram mais fundo na escuridão envolta de suas tradições farisaicas. Houve, portanto, nenhuma razão para Jesus para realizar um outro milagre, uma vez que teria apenas agravado a sua culpa. A permanência de sua cegueira era tal que Jesus emitiu um veredicto inalterável: Em verdade vos digo que, nenhum sinal lhe será dado a esta geração. O Senhor não obrigaria as exigências perversas dos incrédulos de coração duro.

A passagem paralela em Mateus 16:1-5 se expande sobre o relato de Marcos:

Os fariseus e saduceus, e testar Jesus, pediram-lhe que lhes mostrasse algum sinal do céu. Mas Ele respondeu-lhes: "Ao cair da tarde, você diz:" Vai ser bom tempo, porque o céu está rubro. E pela manhã, "Haverá uma tempestade de hoje, porque o céu está de um vermelho sombrio." Você sabe como discernir o aspecto do céu, mas não pode discernir os sinais dos tempos? Uma geração má e adúltera pede um sinal; e um sinal não será dado, senão o sinal do profeta Jonas. "E Ele os deixou e foi embora.

Porque os fariseus e saduceus insistiu em ver um sinal no céu, Jesus usou uma ilustração envolvendo os céus para expor a sua loucura. Seu método de previsão do tempo, olhando para a cor do céu era primitivo e grosseiro. No entanto, ironicamente, eles foram melhores do que os meteorologistas teólogos. Eles poderiam reconhecer uma tempestade que se aproxima de algo tão sutil como uma tonalidade avermelhada manhã, mas eles falharam em reconhecer a vinda do Messias, apesar da abundante evidência de que estava bem na frente deles. Se os inúmeros milagres que Jesus já tinha realizado não poderia convencê-los, nada mais faria (conforme Jo 5:36; 10: 37-38). A referência de Jesus para o sinal de Jonas que se refere à Sua morte e ressurreição (conforme Mt 12:1).

Em sua teimosia de coração duro, os líderes religiosos ilustrou uma terceira característica da cegueira espiritual permanente: a rejeição persistente da luz inevitavelmente traz escuridão eterna. O início do versículo 13 explicita as consequências terminais da sua incredulidade deliberada: Jesus deixou-os (conforme Mt 16:4, Rm 1:26, Rm 1:28). Eles eram cegos (Mt 23:17, Mt 23:19) e guias de cegos (24 v.), Levando seus seguidores para o inferno por conhecimento de causa se recusar a acreditar (conforme Mt 23:15). As consequências de sua cegueira do terminal foram para sempre irreversível. Eles tinham muito tempo que rejeitaram o Messias (conforme Mc 3:6), e, consequentemente, tinha rejeitado-los. A Bíblia descreve adequAdãoente o inferno como "trevas exteriores" (Mt 8:12;. Mt 22:13; Mt 25:30), porque é um lugar de cegueira espiritual eterna. A trágica realidade é que o mundo inteiro está cheio de pessoas que, como esses líderes religiosos apóstatas, rejeitaram a luz. Porque eles amam as trevas do pecado (Jo 3:19), que um dia serão lançados nas trevas de castigo eterno.

Que Jesus deixou os fariseus e saduceus significou mais do que uma separação temporária. Este intercâmbio constituiu conflito final de Jesus com os líderes religiosos da Galiléia. Mais uma vez, eles tentaram colocá-Lo a um teste Ele seria um fracasso (conforme Dt 6:16). E mais uma vez, eles não conseguiram e Ele os repreendeu por sua incredulidade de coração duro. Deste ponto em diante, os milagres do Senhor, como Suas parábolas, serão essencialmente destinado a seus discípulos, e não para os líderes religiosos ou mesmo as multidões. Além disso, o Seu ministério público na Galiléia tinha chegado a seu fim. Quando mais tarde ele fez uma viagem pela região, Ele fez isso em segredo (conforme Mc 9:30). A população da Galiléia tinha sido dada ampla oportunidade de se arrepender e crer, mas não o fizeram (conforme Mt 11:20-24.). Tendo sido definitivamente rejeitado por eles, Jesus mudou seu foco para a Judeia e de Jerusalém, e, finalmente, a cruz.

A cegueira temporária dos Discípulos

Deixá-los, Ele embarcou novamente e foi para o outro lado. E eles se esqueceram de levar pão, e não tem mais do que um pão no barco com eles. E Ele estava dando ordens a eles, dizendo: "Cuidado! Cuidado com o fermento dos fariseus e do fermento de Herodes. "Eles começaram a discutir entre si o fato de que eles não tinham pão. E Jesus, consciente disto, disse-lhes: "Por que você discutir o fato de que você não tem pão? Você ainda não ver ou entender? Você tem um coração endurecido? Tendo olhos, não vedes? E tendo ouvidos, não ouvis? E você não se lembra, quando parti os cinco pães para os cinco mil, quantos cestos cheios de pedaços que você pegou? "Eles disseram-lhe:" Doze "." Quando parti os sete para os quatro mil, quantos muitas grandes cestos cheios de pedaços de pão que você pegar "E eles disseram-lhe:" Seven "e ele estava dizendo a eles:" Você ainda não compreender "(8: 13-21)?.?

Em contraste com os líderes religiosos judeus e geração apóstata eles representavam, um pequeno remanescente de verdadeiros crentes viu a luz e segui-lo (conforme Jo 1:12). Esse grupo, conhecido como os discípulos (da palavra grega Mathetes , significando "aprendizes"), incluídos os doze apóstolos e outros fiéis seguidores de Jesus. Ao contrário dos fariseus, que amavam a escuridão, os discípulos amados a luz e procurou a verdade. Eles voluntariamente rejeitou os líderes religiosos cegos, a fim de seguir a Jesus (conforme Mc 10:28), porque eles sabiam que Ele seja a luz do mundo (conforme Mc 8:29; Jo 6:69).

Deixando os fariseus e saduceus incorrigíveis atrás, Jesus e seus discípulos outra vez embarcou e foi para o outro lado do mar da Galileia, atravessando o lago à sua costa nordeste. A partida de Jesus simbolizava uma trágica realidade: os líderes religiosos da Galiléia haviam rejeitado a luz e as trevas se estabeleceram em porque a luz foi embora. Mas o Senhor foi acompanhado por seus discípulos, os que tinham abraçado a Ele na fé salvadora. Apesar de terem sido uma vez espiritualmente cegos como os fariseus, o véu sobre os seus corações tinha sido levantada pela regeneração divina para que pudessem acreditar (conforme 2 Cor. 3: 15-18). Mesmo assim, ainda havia momentos em que os discípulos não conseguiram entender as coisas que Jesus ensinou-los (conforme Mc 9:32; Lc 2:50; Lc 9:45; Lc 12:16 João 14:9-20: 9). Ao contrário dos líderes religiosos, a sua falta de clareza sobre as questões espirituais foi apenas temporária.

Nesta ocasião, os discípulos demonstraram sua obtusidade, quando, apesar do significativo intercâmbio que acabara de acontecer, eles ficaram preocupados com o mundano. Enquanto viajavam através do lago, crescendo cada vez mais com fome, eles perceberam que eles se esqueceram de levar pão, e não tem mais do que um pão no barco com eles. As costas do nordeste perto de Betsaida eram menos povoada e bastante remota (conforme Mc 6:35; Lc 13:21; Mc 3:6), e cada um representava uma ameaça espiritual grave aos discípulos. O fermento dos fariseus incluídos tanto os seus erros doutrinários e hipocrisia pessoal (conforme Lc 12:1). O fermento dos saduceus consistiu de pragmatismo, o racionalismo e materialismo. Sua negação de verdades doutrinárias-chave, como a ressurreição do corpo e da imortalidade da alma, e sua vontade de usar o templo para explorar as pessoas financeiramente, fez seus ensinamentos tão perigosos como os dos fariseus (conforme Mt 16:12 .) O fermento de Herodes que se refere ao comportamento depravado, imoral que caracteriza Herodes Antipas e todos os que o emulado (conforme Mc 6:21-28). Os herodianos eram secularistas que acolheram abertamente as influências imorais da cultura romana. Mas esse tipo de mundanismo não tinha lugar entre os seguidores de Cristo (conforme I João 2:15-17). Assim, a admoestação de Jesus desde uma advertência sombria contra as sempre presentes tentações do legalismo, a hipocrisia, o racionalismo, o materialismo, a imoralidade, e mundanismo.

Por incrível que pareça, os discípulos responderam a instrução de Jesus, pensando apenas cerca de alimento físico. O Senhor estava usando linguagem figurada para avisá-los sobre as influências espirituais destrutivas, mas eles achavam que Ele estava falando sobre levedura literal (conforme Mt 16:12). Com jantar em suas mentes, eles começaram a discutir entre si o fato de que eles não tinham pão. Embora a cruz era menos de um ano de distância, os seguidores de Jesus ainda estavam mais preocupados com realidades físicas do que as verdades espirituais. Consequentemente, eles perderam completamente o significado da instrução do Senhor. Como em outras ocasiões, a sua resposta demonstrou a fraqueza de sua fé (conforme Mt 6:30;. Mt 8:26; Mt 14:31). Embora seus olhos tinham sido abertos para abraçar a verdade do evangelho, alguns elementos da frieza espiritual manteve-se claramente. Ciente disso, o Senhor exibiu paciência em sua resposta aos discípulos, embora Ele foi, sem dúvida, entristecido pela sua thickheadedness. Jesus disse-lhes: "Por que você discutir o fato de que você não tem pão?" A natureza de sua conversa evidenciou um nível de imaturidade, falta de compreensão, e uma fé fraca.

Mais cedo, quando Jesus explicou que Ele iria ensinar as multidões em parábolas, disse a seus discípulos: "A vós foi dado o mistério do Reino de Deus, mas os que estão fora colocar tudo em parábolas, para que, enquanto vendo, podem ver e não perceber, e, ouvindo, ouçam e não entendam, caso contrário, eles podem voltar e ser perdoado "(Marcos 4:11-12). Nesta ocasião, Jesus virou dessas demonstrações para perguntas retóricas que formavam uma leve repreensão para os discípulos: Você ainda não ver ou entender? Você tem um coração endurecido? Tendo olhos, não vedes? E tendo ouvidos, não ouvis? Os discípulos não estavam na mesma categoria que as multidões descrentes. Eles haviam sido dada compreensão espiritual e seus corações não eram difíceis. Assim, não havia desculpa para a sua total falta de percepção.

A última coisa que os discípulos precisavam se preocupar com a era onde encontrar comida. Em duas ocasiões recentes, que tinham testemunhado Jesus milagrosamente criar refeições para milhares de pessoas (Marcos 6:33-44; 8: 1-10). À luz do seu poder, que não tinha motivos para estar muito preocupados com o que iriam comer. Jesus lembrou-lhes esta verdade, pedindo-lhes ainda mais, "E você não se lembra, quando parti os cinco pães para os cinco mil, quantos cestos cheios de pedaços que você pegou?" Eles disseram-lhe: "Doze". "Quando parti os sete para os quatro mil, quantos cestos cheios de pedaços levantastes?" E eles disseram-lhe: "Sete." Porque eles estavam na presença do Criador, não era, obviamente, não há necessidade para se distrair com a falta de alimentos. Seu foco necessário para ser sobre as lições espirituais vitais Jesus estava ensinando. Ainda graciosamente com firmeza, o Senhor moveu Seus discípulos em direção à verdade divina. Depois de deixar claro que ele não estava falando sobre o fermento literal, Ele estava dizendo a eles: "Você ainda não entendeu?" Mt 16:12 indica que eles finalmente fez.

Embora os discípulos exibiu confusão nesta ocasião, sua falta de entendimento espiritual não era permanente, como a dos fariseus e dos saduceus. Um claro contraste pode ser visto entre os dois. Os líderes religiosos encontraram terreno comum em seu ódio por Jesus; os discípulos estavam unidos em seu amor por Ele. Os fariseus e saduceus reagiu a luz adicional com maior rejeição; os discípulos responderam com um desejo mais profundo para saber mais. Os líderes 'escuridão se aprofundou, os discípulos' escuridão se dissipou. Ao persistir em sua incredulidade, os líderes religiosos foram abandonados por Ele e, finalmente, lançado no inferno eterno. Ao abraçar o Senhor Jesus na fé salvadora, os discípulos foram abraçados por Ele e, finalmente, congratulou-se com o céu eterno.

Assim, apesar dos problemas e deficiências dos discípulos, o Senhor estava feliz por ensiná-los. Considerando que os líderes religiosos foram desligados da revelação divina, devido à sua incredulidade, os seguidores de Jesus (especialmente os doze) foram os destinatários privilegiados de sua instrução constante. Mesmo depois de sua morte e ressurreição, o Senhor continuou a ensinar durante quarenta dias até que Ele subiu ao céu (At 1:3).

Essa revelação, dada por Cristo aos apóstolos através do Espírito Santo (por exemplo, "o ensinamento dos apóstolos" em At 2:42), é mantida para cada geração de crentes nos escritos do Novo Testamento.

Embora o Senhor não tem dado nova revelação desde o encerramento do cânon do Novo Testamento e da passagem da era apostólica, os crentes têm sido dada a Escritura completo, a Palavra de Cristo (Cl 3:16), com poderes e iluminada pelo Espírito Espírito (I Coríntios 2:14-16; conforme Sl 119:1:.. Sl 119:18). A revelação divina na Escritura é tudo o que eles precisam para a vida e santidade (conforme 2 Tim. 3: 16-17; 2 Pedro 1: 2-3). Como crentes imergir-se na verdade da Escritura, eles inevitavelmente crescer em santidade (I Pedro 2:1-3) e Cristo (2Co 3:18.). Foi o Espírito que inicialmente abriu seus olhos para a verdade, e é o Espírito que continua a elucidar essa mesma verdade da Palavra de Deus em seus corações (1Jo 2:27). Para aqueles que conhecem o Senhor Jesus, qualquer confusão que pode ter nesta vida é apenas temporária. Um dia eles vão entrar a luz eterna do céu (conforme Ap 21:23-25). Como Paulo expressou aos Coríntios: "Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei plenamente, assim como eu também foram totalmente conhecido "(1Co 13:12).

Uma ilustração de cegueira temporária

E chegaram a Betsaida. E trouxeram um cego a Jesus e implorou-lhe que o tocasse. Tomando o cego pela mão, levou-o para fora da aldeia; e depois cuspindo-lhe nos olhos e colocando-lhe as mãos, perguntou-lhe: "Você vê alguma coisa?" E ele olhou para cima e disse: "Vejo os homens, pois os vejo como árvores que andam por aí." Em seguida, novamente ele impôs as mãos sobre os olhos; e ele olhou intensamente e foi restaurado, e começou a ver tudo com clareza. E Ele mandou-o para sua casa, dizendo: (8: 22-26) "Nem sequer entrar na aldeia."

Depois de navegar através do lago, Jesus e os discípulos chegaram ao seu destino na costa nordestina. Chegaram a Betsaida, a cidade natal de Pedro, André, Filipe, e, possivelmente, Nathanael (conforme Jo 1:44-45). A cidade de Betsaida era perto do lugar onde Jesus alimentou cinco mil homens, além de mulheres e crianças (Marcos 6:41-44), e é provável que muitos dos moradores locais foram alimentados nessa refeição. (Para mais informações sobre Betsaida, consulte o capítulo 22 do volume atual.)

Palavra, sem dúvida, se espalhou rapidamente, quando Jesus chegou, e as pessoas começaram a vir para ser curado por Ele. Entre eles estavam os amigos ou parentes que trouxeram um cego a Jesus. De acordo com fontes judaicas, a cegueira era difundida no mundo antigo (conforme Lv 19:14;. Lv 21:18; Dt 27:18;. Dt 28:29; 2Sm 5:62Sm 5:6; 29:15), e Jesus curou um número de cegos em todo o Seu ministério (Mateus 9:27-31; 11:. Mt 11:5; Mt 12:22; 15: 30-31; 20 : 30-34; Mt 21:14; Marcos 10:46-52; Lc 4:18; 18: 35-42; João 9:1-12.; conforme Is 42:7). Além disso, como os outros com deficiências ou doenças debilitantes, eles eram considerados amaldiçoados por Deus (conforme Jo 9:1-2). Esse tipo de estigma fez viver com a cegueira duplamente doloroso.

Os amigos ou parentes que trouxeram este homem Jesus implorou-lhe que o tocasse. As pessoas Senhor muitas vezes curadas, mesmo aqueles a quem a instituição religiosa judaica considerado intocável, por tocá-los. Quando a mãe-de-lei de Pedro estava doente, com febre, Jesus tomou-a pela mão e levantou-a (Mc 1:31). Quando um leproso caiu diante dEle, o Senhor "estendeu a mão, tocou-o" a fim de curá-lo (v 40).. De acordo com Mc 3:10: "Ele tinha curado a muitos, de modo que todos os que tinham aflições prensadas em torno dele, a fim de tocá-Lo." Em Mc 5:23, Jairo suplica por sua filha que estava morrendo, pedindo a Jesus para entrar leigos Suas mãos sobre ela. Ao longo do caminho, uma mulher com uma hemorragia incurável foi curada simplesmente por tocar a orla do manto de Jesus (vv. 27-29). Mesmo em descrente Nazaré, Jesus "pôs as mãos sobre alguns doentes e os curou" (6: 5). Marcos mais tarde relata que "onde quer que Ele entrou em aldeias, cidades ou campos, eles estavam colocando os enfermos nas praças, e implorando-lhe que os deixasse tocar a orla do seu manto; e todos quantos o tocavam ficavam sendo curado "(06:56). A vontade do Senhor para tocar os doentes e sofredores demonstra Sua infinita bondade amorosa. Ao contrário dos líderes religiosos arisco de Israel, que evitou qualquer coisa ou pessoa que possa causar contaminação cerimonial, Jesus não manter distância de pessoas feridas. Ele refletiu a compaixão de Deus e demonstrou que tenderheartedness misericordioso através do toque pessoal.

Jesus respondeu com a misericórdia divina para situação deste homem. Tomando o cego pela mão, levou-o para fora da aldeia. graciosamente e com ternura, o Senhor acompanhou-o para um lugar onde eles poderiam ter mais privacidade. Este é um dos dois milagres (juntamente com a cura do surdo em 7: 32-37) que são registrados apenas por Marcos. Assim como havia feito anteriormente para o homem surdo (07:33; conforme Jo 9:6; Jo 9:11, Jo 9:15). O fato de que o homem viu homens olhando como árvores que andam em torno implica que as coisas que ele viu foram mal fora de foco. Ele entendeu que ele poderia ver as outras pessoas, mas eles eram tão distorcido que eram indistinguíveis das árvores. (Os homens a quem ele viu foram provavelmente os discípulos, que tinham acompanhado Jesus eo cego de Betsaida.) Então, novamente, impondo-lhe as mãos sobre os olhos; e ele olhou intensamente e foi restaurado, e começou a ver tudo com clareza. Pela segunda vez, Jesus tocou os olhos do homem. Desta vez, o homem olhou intensamente (do verbo gregodiaplebō , que significa "ver através" ou "para ver com um olhar penetrante"). A névoa se foi. Sua visão estava em foco perfeito, de modo que ele foi capaz de ver tudo com clareza afiada.

Curandeiros modernos às vezes alegam que este versículo suporta a noção de curas incompletos, mas é evidente que não. Nenhuma das curas do Senhor já resultou na restauração parcial, imperfeito, ou gradual, nem nunca existiu um período de reabilitação necessário. Este milagre não foi excepção. Em questão de segundos, o cego passou de debilitante cegueira a visão perfeita. Essa é, obviamente, muito longe de o fraudulência e fracasso que caracteriza curandeiros auto-proclamados hoje. (Para uma crítica cheia de cura pela fé moderna, ver o capítulo 8 da John Macarthur, Fogo estranho [Nashville: Tomé Nelson, de 2013].)

Jesus instruiu muitas vezes aqueles que Ele curou não contar a ninguém sobre sua experiência. (Para mais informações sobre por que o Senhor fez isso, veja o capítulo 18 do volume atual.) Ele fez o mesmo aqui. Depois de restaurar a visão do homem, Jesus mandou-o para sua casa, dizendo: "Nem sequer entrar na aldeia." Neste caso, a proibição do Senhor serviu como uma confirmação do julgamento divino. Como os líderes religiosos apóstatas, os moradores de Betsaida não tinha nenhuma desculpa para a sua incredulidade. Eles haviam testemunhado muitos milagres, mas eles se recusaram a se arrepender (Matt. 11: 20-24). Conseqüentemente, o Senhor iria emitir uma dura repreensão contra eles:

"Ai de vós, Betsaida! Porque, se os milagres tinham sido realizados em Tiro e Sidon, que ocorreu em você, elas se teriam arrependido há muito tempo, sentado em saco e cinza. . Mas vai ser mais rigor para Tiro e Sidom, no juízo do que para vós "(13 42:10-14'>Lucas 10:13-14)

Por escoltando o homem fora da cidade, e ao negar-lhe a oportunidade de voltar e proclamar o que aconteceu, Jesus confirmou a permanência de incredulidade de Betsaida e seu próprio julgamento. Como os fariseus a quem Jesus confrontados anteriormente (Marcos 8:11-13), os moradores de Betsaida foram condenados a cegueira espiritual eterna.

O relato desse milagre é simples o suficiente para uma criança de compreender. No entanto, a configuração em que ela é colocada dá um significado importante. Não é por acaso que a cura de um homem fisicamente cego seguido imediatamente a demonstração de cegueira espiritual permanente pelos líderes religiosos (8: 11-13) e cegueira espiritual temporária pelos discípulos (8: 14-21).

Este foi um milagre realizado por Jesus privada para os seus discípulos, e destacou uma série de verdades importantes para eles. Em primeiro lugar, ele serviu como uma confirmação da divindade de Jesus, uma vez que apenas o poder divino poderia abrir os olhos dos cegos (146 conforme Ps: 8.). No próximo seção de Marcos, talvez pensando sobre esse milagre, Pedro justamente confessou: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo" (Mt 16:16;. Conforme Mc 8:29). Em segundo lugar, desde que os discípulos com um vislumbre do futuro reino messiânico, quando Cristo reinará de Jerusalém por mil anos (conforme Ap 20:1-6).Durante esse tempo, a morte ea doença será bastante reduzido, incluindo doenças como a cegueira (conforme Is 29:18; Is 35:5; Mc 9:31; Mc 10:32).

Finalmente, este milagre serviu como uma ilustração para os discípulos de cegueira espiritual temporária. Espiritualmente falando, uma vez que tinham sido como que o homem cego. Tendo sido criado no judaísmo tradicional, eles tinham sido ensinados a seguir a orientação dos fariseus e escribas cegos (Mt 23:16). Mesmo com a luz da Escritura do Antigo Testamento (conforme Sl 119:105.), E as vantagens inerentes em fazer parte da nação escolhida de Deus (conforme Rm 3:2.), Sua compreensão da verdade espiritual tinha sido irremediavelmente embaçada por séculos de tradição rabínica e hipocrisia religiosa. Tudo isso mudou quando conheceu o Salvador. Seu toque salvar removido o véu da escuridão que uma vez envolta seus corações incrédulos (conforme 2 Cor. 3: 14-15). Em um ato de compaixão infinita, o Senhor Jesus milagrosamente deu-lhes os olhos da fé, como ele faz para cada pecador que Ele salva, para que eles pudessem apreender claramente a verdade pela primeira vez. Ele é, como o apóstolo João descreve ele, "a luz verdadeira que, vindo ao mundo, ilumina todo homem" (Jo 1:9)

Jesus saiu, junto com os seus discípulos para as aldeias de Cesaréia de Filipe; e no caminho Ele questionou os Seus discípulos, dizendo-lhes: "Quem dizem os homens que eu sou?" Disseram-lhe, dizendo: "João Batista; e os outros, que é Elias; mas outros, um dos profetas. "E ele continuou questionando-os:" Mas quem dizeis que eu sou? "Pedro respondeu, e disse-lhe:" Tu és o Cristo ". E Ele os alertou para não contar a ninguém sobre Ele. E começou a ensinar-lhes que o Filho do Homem deve sofrer muito e ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e os escribas, e ser morto, e depois de três dias ressuscitaria. E Ele estava afirmando o assunto abertamente. E Pedro, tomando-o à parte, começou a repreendê-lo. Mas se virando e olhando para seus discípulos, repreendeu a Pedro e disse: "Para trás de mim, Satanás; para que você não está definindo sua mente os interesses de Deus, mas do homem "(8: 27-33).

Nenhuma pergunta é mais importante do que: "Quem é Jesus Cristo?" É de importância suprema, porque como as pessoas reagem ao Senhor Jesus determina o seu destino eterno (Jo 3:36; conforme Jo 14:6). Aqueles que erroneamente responder a essa pergunta vai enfrentar o julgamento divino (conforme Jo 3:18; 1Co 16:221Co 16:22.). Eles podem ver Jesus como um bom professor, um exemplo moral, ou mesmo um profeta humano. Como esta passagem demonstra, essas designações são manifestamente insuficientes e incompletos.

A Bíblia revela que Jesus era muito mais do que um professor benevolente ou líder inspirador. Como Marcos afirma no início do seu evangelho, Ele é o "Cristo, o Filho de Deus" (Mc 1:1, Jo 1:14)

Repetidamente e de forma clara, os quatro Evangelhos reiterar o tema que Jesus é o Messias (por exemplo, Mt 1:18; Mt 16:16; Mt 23:10; 26:. 63-64; Mc 1:1; Lc 2:11, Lc 2:26; Lc 4:41; Lc 24:46; Jo 1:17, Jo 1:41; 4: 25-26; Jo 11:27; Jo 17:3; Mt 27:43, Mt 27:54; Mc 3:11; Mc 15:39; Lc 1:35; 3: 21-22; Lc 4:41; Lc 9:35; Lc 22:70; Lc 1:34 João 49:05-18; 10 : 30, 36; 11: 4; 14: 9-10; 19: 7). A razão os relatos evangélicos foram escritas foi demonstrar as verdades duplas. Como João explicou, falando para si mesmo e os outros evangelistas, "Estes foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus; e para que, crendo, tenhais vida em seu nome "(Jo 20:31; conforme 1Jo 5:201Jo 5:20).

A questão fundamental de quem é Jesus constitui o cerne desta passagem (Marcos 8:27-33). Neste ponto o ministério do Senhor, os Doze tinham estado com ele por mais de dois anos. Sua expectativa esperançosa desde o início foi a de que Ele era o Messias e Filho de Deus. Como André disse Pedro, após a primeira reunião de Jesus, "Encontramos o Messias" (Jo 1:41); Nathanael semelhante exclamou: "Rabi, Tu és o Filho de Deus; Tu és o Rei de Israel "(Jo 1:49). Os discípulos foram igualmente familiarizado com o testemunho de João Batista, que declarou que Jesus era o Filho de Deus (Jo 1:34) e o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1:29). Durante o curso do ministério de Jesus, os apóstolos tinham sido surpreendido com o seu ensino autoritário (conforme Mc 1:22, Mc 1:27; Jo 6:68), impressionado com seu poder divino (conforme Mc 2:12; Mc 4:41) e conscientes de sua própria pecaminosidade em contraste com sua perfeição divina (Lc 5:8). Apenas alguns meses antes, depois de Jesus milagrosamente andou sobre a água e acalmou instantaneamente uma violenta tempestade (Marcos 6:45-52), eles responderam por adorá-Lo e dizendo: (Mt 14:33 "Tu és o Filho de Deus!". ). No dia seguinte, quando muitos dos seguidores de Jesus o abandonaram (conforme Jo 6:66), Pedro disse em nome de seus companheiros apóstolos, "Nós acreditamos e vim a saber que tu és o Santo de Deus" (Jo 6:69; conforme Mt 16:16;. Lc 9:20) que os apóstolos, por meio de seu porta-voz Pedro, afirmou que a verdade com maior convicção e confiança do que nunca, fazer isso contra o cenário de confusão generalizada entre as multidões e crescente hostilidade dos líderes religiosos de Israel. Aquilo que começou como uma expectativa cheia de esperança tornou-se uma certeza fixo de coração. ApropriAdãoente, essa passagem marca o clímax do evangelho de Marcos e o culminar de formação dos Doze de Jesus. Seu discipulado havia sido intensificado nos últimos meses, como o Senhor retirou-se cada vez mais as multidões da Galiléia para se concentrar em mentoring Seus apóstolos. Depois de semanas de instrução concentrada, esta essencialmente constituída seu exame final.

Do ponto de vista de Pedro e os outros discípulos, esta passagem também representa o trauma emocional final: a alta mais elevada, seguido pela menor baixa. A confissão de Pedro sobre Jesus marca o ápice cristológica do evangelho de Marcos, enquanto seu confronto posterior de Jesus foi recebido pelo reprimenda mais pungente qualquer crente poderia receber.

A boa notícia: a confissão de Pedro

Jesus saiu, junto com os seus discípulos para as aldeias de Cesaréia de Filipe; e no caminho Ele questionou os Seus discípulos, dizendo-lhes: "Quem dizem os homens que eu sou?" Disseram-lhe, dizendo: "João Batista; e os outros, que é Elias; mas outros, um dos profetas. "E ele continuou questionando-os:" Mas quem dizeis que eu sou? "Pedro respondeu, e disse-lhe:" Tu és o Cristo ". E Ele os alertou para não contar a ninguém sobre Ele. (8: 27-30)

Depois de Sua milagre final em Betsaida, a cura do cego (8: 22-26), Jesus saiu, junto com seus discípulos. Eles viajaram ao norte do Mar da Galiléia, andando alguns 25 milhas para as aldeias de Cesaréia Filipepi, localizado perto da antiga cidade israelita de Dan (conforme Jz 20:1 ). Marcos explica que foi enquanto eles ainda estavam no caminho para a região circundante de Cesareia de Filipe que a conversa gravada nestes versos ocorreu.

De acordo com Lc 9:18, Jesus estava orando, como era seu costume (conforme Mt 14:23; Mt 19:13; Mt 26:36, Mt 26:39, Mt 26:42, Mt 26:44; Mc 1:35; Mc 6:46; Mc 14:32, Mc 14:39; Lc 3:21; Lc 5:16; Lc 6:12; 9: 28-29; Lc 11:1, 41-45).Após retornar aos discípulos, Ele presenteou-os com um "exame final" que consiste em apenas duas perguntas. A opinião humana primeiro entrevistados sobre a identidade de Jesus; o segundo zerado com a verdade divina sobre quem ele realmente é.

Em primeiro lugar, Ele questionou Seus discípulos, dizendo-lhes: "Quem dizem os homens que eu sou?" por pessoas (uma forma plural da palavra grega Anthropos , um termo geral para "homem" ou "pessoa"), Jesus não estava referindo— aos líderes religiosos, mas para as multidões não confirmadas de pessoas que se reuniram para ouvi-Lo ensinar e, especialmente, para testemunhar Seus milagres (conforme Jo 6:2 usa a palavra ochlos ". multidões", que significa "multidões" ou Claro, o Senhor já sabia o que as massas pensava nele (conforme Jo 2:24-25). Mas Ele queria que os apóstolos para apreciar plenamente o contraste entre a percepção ea verdade.

Respondendo à sua pergunta, os discípulos contaram as opiniões populares variados. Disseram-lhe que alguns, como Herodes Antipas, considerada Jesus para ser João Batista ressuscitou dos mortos (Marcos 6:14-16). Outros assumiu Jesus era Elias, a quem Deus prometeu enviar "antes que venha o grande e terrível dia do Senhor" (Ml 4:5; João 10:37-38), as pessoas ainda não acreditam Nele. Eles sabiam que Ele tinha poder divino e, portanto, o considerava um profeta como Elias, Jeremias, ou João. No entanto, porque eles esperavam agenda do Messias para incluir a ser um libertador militar que derrubaria os ocupantes pagãs de Roma e estabelecer um reino temporal e autônoma em Israel (conforme João 6:14-15), eles não estavam dispostos a abraçar-Lo como o Messias.

Depois de ouvir-los a responder, Jesus seguiu com uma segunda consulta, muito importante. Ele continuou questionando-os: "Mas vós, quem dizeis que eu sou?" Em todos os três relatos evangélicos deste evento, a palavra que você é enfático (conforme Mt 16:15;. Lc 9:20). Examinando a opinião das multidões pode ter sido um exercício educativo para os discípulos, mas follow-up pergunta de Jesus chegou ao cerne da questão. Nada era mais importante do que como eles responderam.

Como todos os judeus do primeiro século, os discípulos tinham sido levantadas esperando que o Messias para derrotar os inimigos de Israel e estabelecer Seu reino em Jerusalém. Quando se tornou claro que os líderes religiosos rejeitaram Jesus (por exemplo, Mc 3:6), e que Ele não iria usar o seu poder milagroso para derrubar Roma (conforme Jo 6:15), os discípulos devem ter se perguntado se Ele realmente era o Messias. Estas mesmas considerações causado João Batista para expressar reservas semelhantes. Como relata Mateus: "Quando João, enquanto estava preso, ouviu falar das obras de Cristo, mandou dizer por seus discípulos, e disse-lhe: 'Você é o esperado, ou devemos esperar outro?" (Mat. 11: 2-3). O Senhor respondeu a João, apontando para seus milagres, o que claramente estabelecidos Suas credenciais messiânicos (conforme vv. 4-6). Mas, como o exemplo de João demonstra, mesmo os israelitas mais fiéis se esforçou para superar suas noções preconcebidas do que o Messias iria ser e fazer.

No entanto, em contraste com a opinião popular de seus conterrâneos, os discípulos expressa o que cada crente sabe ser verdade (conforme Jo 20:31;. Mt 19:27; Jo 6:68), Pedro, respondendo, disse-lhe: "Tu és o Cristo".declaração completa de Pedro é registrada em Mt 16:16: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo." Significativamente, esta é apenas a segunda vez no evangelho de Marcos que o título Cristo ( Christos, a palavra grega para "Messias") tem sido utilizado; sendo a primeira no verso de abertura (1: 1). O termo "Messias", a partir da palavra hebraica mashiach , significa "ungido" (conforme Lc 4:18; At 10:38; He 1:9; 2Sm 22:512Sm 22:51.) E mais tarde passou a se referir especificamente ao grande libertador escatológico e régua cuja vinda foi ansiosamente aguardado pelos judeus (conforme Dan 9: 25-26; conforme Is. 9: 1-7; 11: 1-5.; Is 61:1). Mas eles tinham vindo a saber que Jesus era de fato o Messias, o Filho de Deus.

A convicção firme que enchia seu coração não era de seu próprio fazer. Como Jesus disse a Pedro, em resposta: "Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque a carne eo sangue não revelou isso para você, mas meu Pai que está nos céus" (Mt 16:17). Os discípulos poderia tomar nenhum crédito para este avanço teológico da fé. Eles acreditavam que só porque o Pai (Jo 6:44) tinha desenhado, o Filho revelou-Se a eles (Mt 11:27.), E do Espírito tinha aberto os olhos para a verdade (I Coríntios 2:10-14. ; 2 Cor 3: 15-18)..

Com mentes cheias de fé e da segurança, os apóstolos foram, sem dúvida ansiosos para espalhar a notícia sobre Jesus que Pedro tinha acabado articulada. Mas o Senhor os advertiu que a ninguém contassem sobre Ele. A palavra avisado (do verbo grego epitimaō ) refere-se a uma advertência forte ou repreensão severa (conforme Mc 1:25; Mc 3:12; Mc 4:39; Mc 9:25; Mc 10:13, Mc 10:48). Neste caso, a insistência de Jesus sobre o seu silêncio foi motivado por mais do que um desejo de acabar com o entusiasmo desenfreado das multidões (conforme Jo 6:14-15). O Senhor sabia que sua obra ainda não foi concluída, e, portanto, a mensagem do evangelho ainda estava incompleto (conforme 1 Cor. 15: 1-4). Seria prematuro para os apóstolos para ir para o mundo e pregai o evangelho até depois de sua morte e ressurreição (Mat. 28:;: 8 19-20 Atos 1). Para demonstrar que esta foi a principal motivação por trás Sua advertência, o Senhor imediatamente começaram a discutir os acontecimentos de sua paixão (Mc 8:31; conforme Mt 16:20-23; Lucas 9:21-22.). (Para uma discussão mais aprofundada sobre a razão Jesus emitido esses tipos de avisos, ver o capítulo 18 deste volume.)

O Bad News: Confrontation de Pedro

E começou a ensinar-lhes que o Filho do Homem deve sofrer muito e ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e os escribas, e ser morto, e depois de três dias ressuscitaria. E Ele estava afirmando o assunto abertamente. E Pedro, tomando-o à parte, começou a repreendê-lo. Mas se virando e olhando para seus discípulos, repreendeu a Pedro e disse: "Para trás de mim, Satanás; para que você não está definindo sua mente os interesses de Deus, mas do homem "(8: 31-33).

A última coisa que os discípulos esperava ouvir nos saltos de este grande momento de revelação e clareza foi um anúncio da morte de Jesus. Compreensivelmente, a declaração devastada eles. Eles sabiam que Jesus era o Messias, mas não conseguia entender o pensamento de que Ele iria sofrer e ser morto.
Marcos observa que Jesus começou a ensiná-los sobre a sua morte, o que indica que a partir deste ponto em diante Sua morte seria um tema repetido de Sua instrução para eles (conforme Mt 17:9, 22-23; Mc 9:31; Mc 10:33, Mc 10:45; Jo 12:7; At 7:56.) e sua humanidade (conforme Fm 1:2. Fm 1:8; He 2:17).

Como o Senhor previu o que aconteceria, ele explicou que deve sofrer muitas coisas. Ao usar a palavra deve , Jesus indicou que os tormentos Ele iria suportar eram a parte imutável propósito do Pai para Ele. Embora Pedro não conseguiu captar essa verdade nesta ocasião (conforme v. 32), que mais tarde veio a entender de forma clara e proclamar que Jesus foi "entregue por [para ser crucificado] pelo plano pré-determinado e pré-conhecimento de Deus" (At 2:23, Lc 22:37; At 3:18; 4: 27-28; 13 27:44-13:29'>13 27:29). A cruz não foi um acidente; era parte do plano divino de salvação desde a eternidade passada. Como o próprio Jesus explicou a respeito do propósito de Sua missão terrena: "Porque o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos" (Mc 10:45).

O sofrimento Jesus enfrentaria significava que ele iria ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e os escribas, e ser morto, e depois de três dias ressuscitaria. Os líderes religiosos de Israel rejeitaria seu próprio Messias, colocando-o através de um julgamento simulado , entregando-o aos romanos, e injustamente e hatefully orquestrar Sua execução. Embora Jesus já havia falado sobre a Sua morte, Ele tinha feito isso de forma velada. Em Mt 12:40, Ele disse aos fariseus: "Pois assim como Jonas esteve três dias e três noites no ventre do monstro marinho, assim será também o Filho do Homem estará três dias e três noites no seio da terra." Ele semelhante declarou às autoridades do templo: "Destruí este templo, e em três dias eu o levantarei" (Jo 2:19). Agora Ele estava afirmando o assunto claramente aos Seus discípulos, com um nível de clareza que nem mesmo eles poderiam interpretar mal (conforme Marcos 8:14-21).

A notícia enviou os apóstolos cambaleando. Eles estavam convencidos de sua pessoa divina, mas agora eles lutaram com o plano divino. Em sua perplexidade, que quer completamente perdida ou mal compreendida a parte sobre a ressurreição (conforme Jo 20:9). Os discípulos não tinham paradigma em que o Messias, o Ungido de Deus, que traria a salvação e bênção para Israel e para o mundo, seria rejeitado e morto pelas próprias pessoas que Ele veio salvar (Jo 1:11). Como a maioria de seus compatriotas judeus, tinham herdado más interpretações das passagens familiares do Antigo Testamento, que predisseram que o Messias deve sofrer (conforme Sl 16:10; Sl 22:1; Is 50:1; Zc 11:12-13; Zc 12:10). Como Isaías profetizou sete séculos antes em relação a Cristo:

 

Era desprezado, eo mais rejeitado entre os homens,
Um homem de dores, e experimentado nos sofrimentos;
E, como um de quem os homens escondiam o rosto
Era desprezado, e nós não fizemos dele caso algum.
Certamente nossas tristezas Ele mesmo levou,
E as nossas dores Ele carregou;
No entanto, nós mesmos o reputávamos por aflito,
Ferido de Deus, e oprimido.
Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões,
Ele foi moído pelas nossas iniqüidades;
O castigo que nos traz a paz estava sobre Ele,
E por sua pisaduras fomos sarados.
Todos nós como ovelhas, nos desviamos,
Cada um de nós se voltou para o seu próprio caminho;
Mas o Senhor fez com que a iniqüidade de nós todos
Para cair sobre ele.
Ele foi oprimido e ele foi afligido,
No entanto, Ele não abriu a sua boca;
Como um cordeiro que é levado ao matadouro,
E como a ovelha muda perante os seus tosquiadores,
Então, Ele não abriu a sua boca.
Da opressão e do juízo foi tirado;
E, como para a sua geração, que considerou
Que Ele foi cortado da terra dos viventes
Pela transgressão do meu povo, a quem o curso era devido?
Seu túmulo foi atribuído com homens ímpios,
No entanto, Ele estava com um homem rico na sua morte,
Porque Ele nunca fez injustiça,
Também não houve engano na sua boca.
Mas o Senhor estava satisfeito
Esmagá-lo, fazendo-o enfermar;
Se Ele tornaria-se como uma oferta pela culpa,
Ele verá a sua posteridade,
Ele prolongará os seus dias;
E o bom prazer do Senhor prosperará na sua mão.
Como resultado do trabalho da sua alma,
Ele verá, e ficará satisfeito;
Com o seu conhecimento o Justo,
O meu Servo, justificará a muitos,
Como ele vai suportar as suas iniqüidades.
Por isso, vou colocar-Lhe uma parte com os grandes,
E Ele vai dividir o espólio com o forte;
Porquanto derramou a sua alma na morte,
E foi contado com os transgressores;
No entanto, ele levou sobre si o pecado de muitos,

E intercedeu pelos transgressores. (Is. 53: 3-12)

 

Apesar de que a passagem, eles ficaram chocados com o D.C Jesus. Em sua resistência às palavras de seu Senhor, Pedro deixou de ser um porta-voz de Deus (Mt 16:17) para ser o porta-voz de Satanás. Como Marcos narra, Pedro tomou Jesus à parte, começou a repreendê-lo. Por incrível que pareça, um ex-pescador teve a audácia de contradizer o próprio Criador, o que ele tinha acabado identificado como Messias e Filho de Deus. Ao invés de submeter-se a seu Senhor soberano, Pedro enfrentou Jesus com uma réplica abrasivo, "Deus me livre, Senhor! Isso deve acontecer nunca to You "(Mt 16:22). Repreensão traduz a mesma palavra Marcos usado anteriormente para falar de severa advertência de Jesus para os discípulos (v. 30). A palavra implica um nível de juízo de autoridade de um superior a alguém sob seu comando ou supervisão. Não só tinha Pedro presunçosamente elevado sua própria autoridade acima de Jesus, ele contradisse diretamente os propósitos redentores de Deus. O que Jesus disse que deve ter lugar, Pedro impetuosa insistiu que "nunca aconteceu."

Se Pedro ficara chocado com anteriores palavras de Jesus sobre si mesmo em relação a Sua morte que vem, ele deve ter sido totalmente abalada por que o Senhor disse a respeito dele. Virando-se e olhando para seus discípulos, repreendeu a Pedro e disse: "Para trás de mim, Satanás ; para que você não está definindo sua mente os interesses de Deus, mas do homem. " Mt 16:23 notas que Jesus também acrescentou: "Você é uma pedra de tropeço para mim." O fato de que Jesus virou-se para todos os Doze para ouvir sugere que Pedro estava articulando o que todos eles estavam pensando. Eles recuou ao pensar que seu Senhor iria sofrer e morrer, embora apenas Pedro teve a ousadia rash para realmente confrontar Jesus sobre ele. Assim, tudo o que precisava ouvir a repreensão de Jesus. A palavrarepreendeu traduz a mesma palavra que Marcos usou da confrontação de Cristo de Pedro no versículo 32.

Intenções de Pedro pode aparecer nobre na superfície. Ele naturalmente reagiu ao pensamento de que o Senhor e Messias a quem ele amava seria rejeitado e assassinado. Além disso, ele e os outros apóstolos tinham sacrificado muito para seguir a Jesus (conforme Mt 19:27.). Além de suas esperanças de glória reino no futuro, eles tinham vindo a depender dele completamente no presente. Parecia impossível que pudesse ser tirado deles. Mas por repreender Jesus, Pedro, além de esquecer seu lugar, colocar os seus próprios desejos egoístas acima dos planos e propósitos de Deus. O apóstolo míope precisava ser lembrado de que os planos de Deus transcender o raciocínio humano (conforme 1 Cor. 1: 18-31). Como explica o próprio Deus: "Os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor. Porque assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos do que seus pensamentos '"(Is. 55: 8-9; conforme Sl 92:1). Os discípulos ainda não entendeu o plano de Deus, mas Jesus estava operando em perfeita conformidade com a vontade do Pai (conforme Mc 14:36; Jo 4:34; Jo 5:30; Jo 6:38).

Em resposta, Jesus empatou uma repreensão devastador que deve ter batido Pedro como um golpe mortal, "Arreda, Satanás." Por se opor os propósitos de Deus e exigente Jesus evitar a cruz, Pedro tinha realmente tornar-se um porta-voz para o diabo. O Senhor entendeu que o plano da redenção e do caminho para a glória necessário sofrimento e morte (Fm 1:2.). Ele se recusou a colocar um desejo de conforto pessoal acima de Sua submissão ao Pai celeste (conforme Lucas 22:42-44). Embora o diabo tentou Jesus intensamente no deserto (Mc 1:13), os ataques de Satanás não terminou aí. De acordo com Lc 4:13 (NVI), após os 40 dias terminou, Satanás "afastou-se dele até um momento oportuno", o que significa que ele estava sempre à procura de maneiras de seduzir Jesus (conforme He 2:18;. He 4:15 ). Transgressão grave de Pedro desde que oportunidade nesta ocasião. Sabendo que a cruz significaria sua queda e derrota (conforme Gn 3:15; Jo 12:31; Colossenses 2:14-15.; He 2:14), Satanás tentou vigorosamente para inviabilizar plano de redenção de Deus. Jesus nunca sucumbiu às tentações (conforme He 2:18;. He 4:15).

Pedro errou muito naquele dia, perto de Cesareia de Filipe, mas ele logo viria a compreender e valorizar a cruz profundamente. Menos de um ano depois, no dia de Pentecostes, ele corajosamente ficar em Jerusalém com os outros apóstolos e proclamar o evangelho de um crucificado e ressuscitado Messias (Atos 2:22-24). Perto do fim de sua vida, escrevendo aos crentes na Ásia Menor, Pedro explicou o significado glorioso da crucificação: "Porque também Cristo morreu pelos pecados de uma vez por todas, o justo pelos injustos, para que Ele possa nos levar a Deus, tendo foi condenado à morte na carne, mas vivificado no espírito "(1Pe 3:18; conforme 1Pe 2:24). O que os discípulos consideradas a última palavra má notícia no mesmo dia perto de Cesareia de Filipe foi, na realidade, a melhor notícia que o mundo já recebeu. Foi o próprio coração do Evangelho. Por morte e ressurreição, Jesus Cristo, o Filho de Deus, pagou a penalidade do pecado e da morte conquistou, de forma que todos os que crêem n'Ele tenha a vida eterna (conforme Jo 3:16; Jo 6:40; Rm 10.: 9-10; 2 Cor 5: 20-21; 1Tm 1:151Tm 1:15)...

31. Perdendo a vida para salvá-la (Marcos 8:34-38)

E Ele convocou a multidão com os discípulos, e disse-lhes: "Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me. Pois quem quiser salvar a sua vida a perderá, e quem perder a sua vida por causa de mim e do evangelho, esse a salvará. Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Pois o que dará o homem em troca da sua alma? Para quem se envergonhar de mim e das minhas palavras nesta geração adúltera e pecadora, o Filho do homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai, com os santos anjos ". (8: 34-38)

Após grande confissão de Pedro de Jesus como o Messias e Filho de Deus (8:29;. Conforme Mt 16:16), esta passagem brilha como uma jóia da coroa para que o resto do Marcos oferece o cenário dourado. É neste ponto que o próprio Jesus, o evangelista divina, convida todos os pecadores para abraçá-lo na fé salvadora e tornar-se seus discípulos.

Em contraste com as platitudes, sentir-se bem centrados no homem que permeiam a cristandade contemporânea, o evangelho pregado por Jesus foi uma chamada decepcionante para a abnegação, sofrimento e entrega absoluta. Evangelhos falsos seduzir seus ouvintes com promessas de prosperidade material, a cura física, sucesso terreno, auto-estima, e uma vida fácil. O verdadeiro evangelho desfere um golpe mortal para essas falsificações. O Senhor Jesus chama Seus seguidores a quebrantamento humilde, uma vida de auto-sacrifício, e uma vontade de suportar as dificuldades por amor a Ele.

Esta breve mas sermão fundamentais de Jesus está registrada em todos os três Evangelhos sinópticos (conforme Mt 16:1), e reflete ensino consistente do Senhor sobre o caráter da fé salvadora e do custo do discipulado (conforme Mt 10:32-33; Mc 10:1; Lucas 9:57-62; 12: 51-53; 13 23:42-13:24'>13 23:24; Lc 17:33; Jo 8:31; 12: 24-25). Como Jesus já havia dito Doze quando os enviou por toda a Galiléia (conforme Marcos 6:7-13),

"Quem ama seu pai ou sua mãe mais que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim. E quem não toma a sua cruz e siga após mim, não é digno de mim.Quem acha a sua vida a perderá, e quem perder a sua vida por minha causa a encontrará "(Mt 10:37-39.).

Em uma ocasião posterior, o Senhor igualmente contestada uma grande multidão que considerar o custo de segui-Lo: "Quem não carrega sua cruz e não me segue não pode ser meu discípulo. Para que um de vós, quando ele quer construir uma torre, não se senta primeiro a calcular o custo para ver se tem com que a acabar "(Lucas 14:27-28)?. O evangelho que Jesus pregou foi nem um apelo ao povo de necessidades sentidas, nem uma mensagem de salvação fácil. Ele ligou para submissão total e compromisso sem reservas a Ele.

Esta parte concisa, poderosa da Escritura podem ser classificados em três categorias: o princípio do verdadeiro discipulado, o paradoxo do verdadeiro discipulado, ea punição para falso discipulado.

O Princípio

E Ele convocou a multidão com os discípulos, e disse-lhes: "Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me." (8:34)

O reconhecimento de que Jesus era o Messias divino, como articulado pela confissão de Pedro (8:29), representou um momento de euforia de realização e clareza para os apóstolos. Sua alegria foi rapidamente ofuscada pela notícia de que Jesus tem de sofrer e morrer (v. 31). O Doze tiveram dificuldade em aceitar a noção de um Messias sofredor, como evidenciado pela reação impetuosa de Pedro (v. 32). Na realidade, eles estavam montando suas mentes sobre os interesses do homem (v. 33), pensando apenas em glória e bênçãos para si no reino messiânico. O que eles não compreendia, era que o plano de redenção de Deus exigia um sacrifício pelo pecado (conforme Is 53:1).

Depois de ter explicado aos apóstolos que ele ia morrer, Jesus chamou a multidão com seus discípulos e começou a divulgar que o sofrimento e perseguição seria o lote para qualquer pessoa que desejasegui-Lo. A natureza sóbria de palavras de Jesus afirmou a realidade dos apóstolos 'fé. Eles já tinham experimentado o custo de deixar famílias, casas e ocupações para trás para seguir Jesus (Marcos 10:28-30). Seu ensinamento nesta passagem reforçou seu compromisso absoluto com Ele. Para os descrentes no meio da multidão, as palavras de Jesus vir após mim composta um convite aberto para colocar a sua fé n'Ele e se juntar a seus discípulos. Para fazê-lo iria custar-lhes tudo. Como o Senhor fez transparente, verdadeira fé salvadora é caracterizada por auto-negação, carregar a cruz, e obediência submissa.

A abnegação. A pessoa que deseja seguir a Cristo em primeiro lugar deve negar a si mesmo. O verbo negar (do grego aparneomai ) é um termo forte, que significa "não ter qualquer associação com" ou "repudiar completamente." A mesma palavra é usada para descrever negação de Pedro de Jesus (Marcos 14:30-31, Mc 14:72) e negação de Cristo no céu dos que negam diante dos homens (Lc 12:9). Não era o fariseu auto-confiante que Jesus declarou ser justos, mas os pecadores indignos indignos e confesso que clamou por misericórdia (Lc 18:14).

Os ouvintes de Jesus necessário reconhecer que eles não poderiam merecer o favor de Deus por meio de conformidade exterior para os rituais e tradições do judaísmo. Incapaz de manter a lei perfeitamente (Jc 2:10), eles caíram com tristeza curta de padrão de perfeição santa (03:23 Rom.) De Deus, e, portanto, merecia condenação divina e da morte eterna (Rm 6:23). Só ao rejeitar os seus esforços de auto-justos como inútil e agarrando-se a dom gratuito de Deus da justiça, mediante a fé em Cristo podiam ser salvos (conforme Rom. 3: 24-28). Quando o apóstolo Paulo foi regenerado por Deus, ele denunciou seus ex boas obras como fariseu, chamando-os de inúteis (Fp 3:3-8.). Segundo explicou, a verdadeira justiça não é uma "justiça de [sua] próprias derivada da Lei, mas a que vem pela fé em Cristo, a justiça que vem de Deus com base na fé" (v. 9). O pecador nega a si mesmo quando ele abandona a auto-confiança e auto-confiança, em vez dependendo da potência e da misericórdia de Cristo para a salvação.

O chamado do evangelho para a auto-negação, é necessário também o arrependimento do pecado e da ambição egoísta (Lc 5:32; Lc 14:26; Lc 24:47). Aqueles que seguem a Cristo devem fazê-lo em Seus termos, não deles. Eles devem estar dispostos a romper completamente com o seu antigo modo de vida (conforme Is 55:6-7.), Voltando-se para Deus da falsidade (1Ts 1:9; Ef 4:22; Cl 3:5), tendo sido substituído por amor indiviso para o seu Mestre (Mt 10:37; Jo 8:42; Jo 14:15).

Assim, para perseguir Cristo exige não só abraçar Jesus Cristo como Salvador, mas também de todo o coração submeter-se a Ele como Senhor. No momento da salvação, aqueles que anteriormente eram escravos do pecado são transformados em escravos da justiça (Rom 6: 17-18.) (1Co 7:22; 1Pe 2:161Pe 2:16) e servos de Cristo, para que Sua desejos, propósitos, e vai se tornar dominante em suas vidas. Sua Palavra torna-se o seu mandato e Sua glória a sua maior ambição (2Co 5:9.); e em outros lugares, "Já estou crucificado com Cristo; e já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; ea vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim "(Gl 2:20;. conforme Gl 6:14).

Rolamento Cruz. A pessoa que quer vir após Cristo deve, em segundo lugar, tome a sua cruz. A cruz nos dias de Jesus não era o, símbolo sentimental icônico que tornou-se mais de dois milênios de história.Para aqueles que vivem no primeiro século, uma cruz foi universalmente entendido como um instrumento de execução, semelhante à maneira como uma cadeira elétrica pode ser visto nos tempos modernos.Ao contrário de formas contemporâneas de execução, cruzes foram projetados para prolongar a agonia de morte para o maior tempo possível. Como instrumentos de tortura, vergonha, e execução, que foram reservados para os piores criminosos e inimigos do Estado. Os romanos crucificaram suas vítimas em público, ao longo das estradas, como um lembrete terrível do que aconteceu com aqueles que provocaram a autoridade imperial de César. As estimativas sugerem que mais de trinta mil judeus foram crucificados durante a vida de Jesus. Assim, quando o Senhor usou uma cruz para explicar o custo do discipulado, Sua audiência sabia exatamente o que ele quis dizer.

A lição de Jesus foi que aqueles que desejavam ser Seus discípulos, ao invés de buscar a prosperidade e facilidade, deve estar disposto a suportar a perseguição, rejeição, sofrimento e até mesmo o martírio por amor a Ele. Para seguir a Cristo foi a embarcar em um caminho de adversidade e maus-tratos. Como o Senhor explicou mais tarde aos seus discípulos:

Se o mundo vos odeia, você sabe que ele tem odiado Me antes de odiar você. Se fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; mas, porque não sois do mundo, mas eu vos escolhi do mundo, por isso o mundo vos odeia. Lembre-se da palavra que eu disse a você, "O escravo não é maior que seu senhor." Se a mim me perseguiram, também vos perseguirão a vós; se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa. Mas todas estas coisas que eles vão fazer com você por causa do meu nome, porque não conhecem aquele que me enviou. (João 15:18-21; conforme Mt 10:24-25).

Nem todo crente vai morrer como um mártir, mas cada fiel seguidor de Jesus vai adorar Cristo tão completamente que mesmo a morte não é um preço alto demais para a alegria eterna. Todos os crentes, inevitavelmente, sofrem em algum grau, porque o mundo odeia aqueles que pertencem a Ele (2Tm 3:12). Assim, para tomar a cruz é uma metáfora para estar disposto a pagar qualquer preço para a gloriosa dádiva da vida Ele dá (conforme I Pedro 4:12-14). A verdadeira conversão leva uma pessoa a ver o Senhor Jesus e a esperança do céu como tão precioso que nenhum sacrifício pessoal é demais. Como o apóstolo Paulo explicou aos crentes de Corinto ", para momentânea, leve tribulação produz para nós um peso eterno de glória muito além de toda comparação, não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas coisas que não são vistas ; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas "(2 Cor. 4: 17-18).

Aqueles que inicialmente professam a Cristo, mas não estão dispostos a sofrer por amor a Ele, expor o fato de que eles não são verdadeiramente Seus discípulos. Como o próprio Senhor explicou na parábola dos solos, "Estes são aqueles em que foi semeado em solo rochoso, que, quando ouvem a palavra, logo a recebem com alegria; e eles não têm raízes firmes em si mesmos, mas são apenas temporários; então, quando sobrevindo tribulação ou perseguição por causa da palavra, logo se escandalizam "(Marcos 4:16-17). Por outro lado, aqueles que suportar as provações e dificuldades para a honra de Cristo provar a veracidade de sua fé (I Pedro 1:6-7).

Obediência leal. Em terceiro lugar, como as palavras de Jesus siga-me indicar, discipulado exige obediência leal e constante com Ele. O verbo follow (a forma da palavra grega akoloutheō ) é o mesmo verbo encontrado em Jo 10:27, onde Jesus descreveu os crentes como o seu rebanho, "As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu as conheço, e elas me seguem." Como ovelha submeter-se a voz de seu pastor, os verdadeiros seguidores de Cristo são caracterizados por amorosa obediência a Ele e à Sua Palavra. Como o Senhor explicou a um grupo de "judeus que haviam crido nele:" Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos "(Jo 8:31)

No final de seu ministério, Jesus reiterou a verdade que a fé nEle implica submissão a Ele. Usando imagens semelhante a esta passagem (Marcos 8:34-38), o Senhor declarou: "Quem ama a sua vida perdê-la, e aquele que odeia a sua vida neste mundo, conservá-la para a vida eterna. Se alguém me servir, siga-me; e onde eu estou, estejais meu servo será também; se alguém me servir, meu Pai o honrará "(Jo 12:25-26). Na noite antes da Sua morte, no cenáculo com os seus discípulos, o Senhor lembrou-lhes: "Se me amais, guardareis os meus mandamentos" (Jo 14:15), e "Se alguém me ama, guardará a minha palavra "(v. 23), e novamente," Vós sois meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando "(Jo 15:14; conforme Jo 14:21, Jo 14:24; Jo 15:10). Claramente, Jesus considerou uma vida de obediência a ser uma realidade inegociável do discipulado genuíno.

O resto do Novo Testamento ecoa essa mesma realidade. Embora os crentes não são salvos com base em suas boas obras (Ef. 2: 8-9; Tito 3:5-7), aqueles que foram salvos, inevitavelmente demonstrar o fruto de uma vida digna (conforme Mt 3:1; Gl 5:22-23). Assim, a obediência torna-se uma prova de fogo para a regeneração (conforme Lc 6:43-45). Como o apóstolo João explicou,

Nisto conhecemos o que temos vindo a conhecê-Lo, se guardarmos os seus mandamentos. Aquele que diz: "Eu vim a conhecê-lo", e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, ea verdade não está nele;mas qualquer que guarda a sua palavra, nele o amor de Deus tem realmente sido aperfeiçoado. Nisto conhecemos que estamos nele: aquele que diz que permanece nele, esse deve-se a caminhar na mesma maneira como Ele andou. (I João 2:3-6; conforme 1Jo 3:24; 1Jo 5:3).

É importante notar que a auto-negação, carregar a cruz, e obediência não são obras meritórias que de alguma forma ganhar a salvação. Nem eles compreendem uma lista de passos seqüenciais que devem ser seguidos para ser salvos do pecado. Pelo contrário, são as características inerentes da fé arrependido e do novo nascimento, que é o dom de Deus (Ef 2:8.). Transmitida pelo Seu Espírito, no momento da salvação. Aqueles a quem Deus salva Ele se transforma, dando-lhes um novo coração (conforme Ez 36:25-27.), De modo que por amor a Salvador, eles ansiosamente negar-se, suportar o sofrimento, e submeter obedientemente à Sua Palavra.

A Paradox

Pois quem quiser salvar a sua vida a perderá, e quem perder a sua vida por causa de mim e do evangelho, esse a salvará. Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Pois o que dará o homem em troca da sua alma? (8: 35-37)

O Senhor expôs sobre a natureza do verdadeiro discipulado usando um paradoxo. Como Jesus explicou, Pois quem quiser salvar a sua vida a perderá, e quem perder a sua vida por causa de mim e do evangelho, esse a salvará. Aqueles dispostos a entregar suas vidas a Cristo, preferindo se apegar ao pecado, ambição egoísta, e aceitação por parte do mundo, um dia vai perder suas almas para a morte eterna. Mas quem está disposto a abandonar tudo por amor de Cristo receberão a vida eterna. Jesus, é claro, não estava sugerindo que todas as formas de auto-sacrifício tem valor espiritual ou eterna, mas apenas aquilo que é feito para o Seu amor e do Evangelho.

Em Mateus 13, o Senhor ilustrou este princípio paradoxal com duas parábolas sobre o reino da salvação:

O reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido no campo, que um homem achou e escondeu novamente; e de gozo, vai, vende tudo o que tem e compra aquele campo. Mais uma vez, o reino dos céus é semelhante a um negociante que buscava boas pérolas, e em cima de encontrar uma pérola de grande valor, foi, vendeu tudo o que tinha e comprou-a. (13 44:40-13:46'>Mat. 13 44:46)

Da mesma forma que se pode vender tudo o que possui para ganhar algo de muito maior valor, de modo que os fiéis estão ansiosos para desistir de tudo para ganhar a Cristo e à salvação sozinho Ele fornece.Como o apóstolo Paulo explicou, falando das obras de justiça própria, ele abandonou por causa de Cristo, "Eu considero tudo como perda, tendo em vista o valor de excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas as coisas e considero como lixo, para que eu possa ganhar a Cristo "(Fm 1:3), que em breve será consumido pelo fogo (II Pedro 3:10-12). Mas a alma de cada pessoa vai viver para sempre. Para aqueles que alegremente abraçar essa realidade, é incrível pensar que alguém iria perder a eternidade no céu por algumas décadas fugazes de auto-indulgência nesta vida. No entanto, isso é o que a maioria das pessoas (Mt 7:13). Tal é o poder do pecado humano (conforme João 8:42-47).

Em uma ocasião diferente, o Senhor Jesus ilustrou esta verdade com uma parábola sobre um idiota rico que só pensava no presente e não fazer planos para a eternidade. Como Lucas relata:

E Ele lhes disse uma parábola, dizendo: "A terra de um homem rico foi muito produtivo. E ele começou a raciocinar para si mesmo, dizendo: Que farei, pois não tenho lugar para guardar minhas colheitas? 'Então ele disse: 'Isto é o que vou fazer: vou derrubar os meus celeiros e construir outros maiores, e ali recolherei todos os meus cereais e os meus bens. E direi à minha alma: "Alma, tens em depósito muitos bens para muitos anos; levar a sua vontade, comer, beber e ser feliz. "" Mas Deus lhe disse: 'Insensato! Esta mesma noite a sua alma é exigido de você; e agora quem será o proprietário o que você preparou? '. Então, é o homem que armazena um tesouro para si mesmo, e não é rico para com Deus "(Lucas 12:16-21)

Para ganhar o mundo inteiro, mas rejeitam a Cristo é perder a alma para o inferno. Mas a desistir de tudo que o mundo oferece para o bem de segui-Lo é ganhar riquezas eternas (conforme Mt 6:19-21.).

A punição

Para quem se envergonhar de mim e das minhas palavras nesta geração adúltera e pecadora, o Filho do homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai, com os santos anjos. (08:38)

O objetivo da primeira vinda de Jesus era para sofrer e morrer como o único sacrifício pelo pecado aceitável a Deus (Mc 10:45). Mas, como lembrou seu público, um dia futuro está chegando quando Ele voltará como único soberano em triunfo e julgamento (conforme Ap 19:11-16). Como o Juiz divino (Jo 5:22), Jesus Cristo é o determinador do destino eterno de cada pessoa. Quem rejeita a Cristo nesta vida, sendo envergonhar Dele e Suas palavras, será rejeitado por ele no juízo (conforme Matt. 10: 32-33). Neste contexto, vergonha (do verbo grego epaischunomai ) significa desprezar, rejeitar ou recusar-se a aceitar.As únicas pessoas que serão salvos são aqueles que têm vergonha de si mesmos, mas não se envergonha de Lo.

Todo pecador deveria ser totalmente envergonhado sobre seus próprios maus pensamentos, palavras e ações, mesmo sobre o orgulho farisaico e hipocrisia. Como observado anteriormente, o evangelho chama os pecadores, ao negar-se, abandonando o pecado ea justiça própria. Os verdadeiros crentes são caracterizados por quebrantamento, humildade e uma tristeza que leva ao arrependimento. Em contrapartida, os incrédulos têm vergonha, não de si mesmos, mas de Cristo. Eles amam seu pecado, para que a sua "glória é para confusão deles" (Fp 3:19;. Conforme Jr 6:15.); eles prezam a aprovação deste mundo (Jo 12:43), e são, portanto, dispostos a abraçar o sofrimento inerente no seguimento de Cristo. Além disso, eles não vêem necessidade de o evangelho, achando que pode ganhar o céu através de uma justiça de sua própria criação (conforme Rm 10:3, 1Co 1:23).

Embora o Senhor Jesus merecia honra, glória e louvor, Ele foi rejeitado por seu próprio povo (Jo 1:11). A nação de Israel havia aguardado Sua chegada por séculos. Mas quando Ele veio, os líderes religiosos e as pessoas tinham vergonha de seu próprio Messias. O Senhor se referiu a eles (e todas as pessoas como eles), como esta geração adúltera e pecadora. Ao usar essa descrição, Jesus não estava se referindo ao adultério literal, mas a prostituição espiritual (conforme Is 57:1;. Os 2:13). Do primeiro século judaísmo tinha substituído a verdadeira religião com tradições mortas e legalismo superficial. Embora a nação já não adoravam ídolos físicas, religião farisaica havia criado um grande ídolo do sistema rabínico de cerimônias, tradições e rituais externos (Marcos 7:6-13; conforme 13 40:23-36'>Mt 23:13-36.).

Se alguém se envergonhar de Cristo nesta vida, como os líderes apóstatas de Israel, o Filho do Homem também se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai, com os santos anjos. Usando Antigo Testamento imagens que foi prontamente familiarizados aos seus ouvintes, Jesus declarou o fim terrível que aguarda a todos que O rejeitam (conforme Mt 25:1, o profeta contou uma poderosa visão de que o julgamento futuro:

 

Eu ficava olhando
Até tronos foram criadas,
E um ancião de dias se assentou;
Sua veste era branca como a neve
E o cabelo da sua cabeça como a pura lã.
Seu trono estava em chamas com chamas,
As rodas eram um fogo ardente.
Um rio de fogo manava
E saía de diante dele;
Milhares e milhares de pessoas foram assistir a Ele,
E miríades de miríades estavam diante dele;
O tribunal se sentou,
E os livros foram abertos ...
Eu continuei olhando nas visões da noite,
E eis que, com as nuvens do céu
Um como um Filho do Homem estava chegando,
E Ele veio até o Ancião dos Dias
E foi apresentado diante dele.
E foi-lhe dado o domínio,
Glória e um reino,
Que todos os povos, nações e homens de todas as línguas
Pode servi-Lo.
Seu domínio é um domínio eterno
Que não passará;
E o Seu reino é um
O que não será destruído.

 

Ao usar o título Filho do Homem (a designação Ele aplicou a Si mesmo mais do que qualquer outro nos Evangelhos), Jesus diretamente ligado a Si mesmo para a visão de Daniel. Um dia, no cumprimento dessa profecia, o Senhor Jesus voltará como Rei e Juiz (Mc 14:62). Ele voltará à Terra em glória para estabelecer Seu reinado sobre o mundo inteiro. A cruz áspera será substituído por um trono real. Quando esse dia de ajuste de contas vem, o Senhor vai destruir seus inimigos (II Tessalonicenses 1:7-10.), E eles serão lançados no inferno eterno (conforme Ap 14:10-11).

Para os crentes, o retorno de Cristo é o seu bem-aventurada esperança, uma promessa reconfortante que eles esperam ansiosamente para ver cumprida (Tito 2:11-14; Ap 22:20). Entretanto, eles não têm vergonha de Cristo ou a Sua Palavra (Rm 1:16;.. Fp 1:20;. 2Tm 1:122Tm 1:12; 1Pe 4:161Pe 4:16). Tendo abandonado o seu pecado e do esforço próprio, e totalmente abraçado ao Senhor Jesus com fé, eles descansar com a certeza de que eles estão perdoados e redimidos. A realidade é que o seu maravilhoso Salvador não se envergonha deles também. Como o livro de Hebreus revela, Jesus "não se envergonha de lhes chamar irmãos" (He 2:11), e "Deus não se envergonha de ser chamado o seu Deus" (He 11:16).

Para os descrentes, a certeza do julgamento final é uma realidade aterradora (Heb. 10: 29-31). Como as Escrituras declaram: "É aos homens está ordenado morrerem uma só vez e depois disso o juízo" (He 9:27). Naquele dia, aqueles que se recusaram a abandonar seu pecado ou que confiavam em seus esforços de auto-justos serão em caráter irrevogável e eternamente condenado ao inferno (conforme Mt 7:1). Mas aqueles que obedeceram a convite do abrangente evangelho do Senhor Jesus Cristo em humilde, arrependido fé, não será confundido (Rm 9:33). Tendo abandonado este mundo para a causa de Cristo, eles vão viver com Ele para sempre no mundo vindouro. Como o próprio Senhor prometeu, falando das glórias da nova terra, "Aquele que vencer herdará estas coisas, e eu serei seu Deus, e ele será meu filho" (Ap 21:7).



Barclay

O NOVO TESTAMENTO Comentado por William Barclay, pastor da Igreja da Escócia
Barclay - Comentários de Marcos Capítulo 8 do versículo 1 até o 38

Marcos 8

Compaixão e desafio — Mar. 8:1-10 A cegueira que deseja um sinal — Mar. 8:11-13 A experiência não aproveitada — Mar. 8:14-21 Um cego aprende a ver — Mar. 8:22-26 A grande descoberta — Mar. 8:27-30 O tentador fala na voz de um amigo — Mar. 8:31-33 Mc 8:34 Mc 8:35 O valor supremo da vida — Mar. 8:36-37 Mc 8:38Mc 9:1

COMPAIXÃO E DESAFIO

Marcos 8:1-10

Neste incidente há duas coisas intimamente entrelaçadas.

(1) Há a compaixão de Jesus. Uma e outra vez vemos Jesus movido pela compaixão para com os homens. O mais notável a respeito de Jesus é sua consideração. Agora, a consideração é uma virtude que nunca descuida os detalhes da vida. Jesus olhou à multidão; tinham estado com ele três dias; e agora recordou que estavam longe de seus lares. Podia haver-se pensado que a mente de quem tinha vindo mostrar aos homens o esplendor e a majestade da verdade e o amor de Deus, estaria acima da preocupação pelo que ia acontecer a sua congregação em sua viagem de volta a seus lares. Mas Jesus não era assim. Confrontado com uma alma perdida ou um corpo doente, seu primeiro instinto era ajudar. A verdade é que o primeiro instinto de muitas pessoas é não ajudar.

Em uma conferência me encontrei com um homem com o qual estávamos comentando os perigos de certo trecho do caminho para chegar ao povo em que nos encontrávamos. "Sim", disse. "É um trecho bastante ruim. Ao passar hoje por aí vi um acidente". "Deteve-se você a ajudar?" perguntei-lhe. "Claro que não", disse. "Não ia perder tempo me misturando em uma coisa assim". É humano querer evitar a moléstia de ajudar; é divino ser movidos por tal compaixão e piedade que nos vejamos compelidos a ajudar.
(2) Há o desafio de Jesus. Quando Jesus teve compaixão da multidão e quis lhe dar algo de comer, os discípulos imediatamente assinalaram a dificuldade prática de que estavam em um lugar deserto, e que em quilômetros quadrados não havia onde obter mantimentos. Aí Jesus lhes devolveu a pergunta: "O que vocês têm, com o que poderiam ajudar?" A compaixão se converteu em desafio. De fato, Jesus lhes estava dizendo: "Não tratem de passar a responsabilidade a outra pessoa. Não digam que ajudariam se tivessem algo que dar. Não digam que nestas circunstâncias é impossível ajudar. Tomem o que têm e dêem e vejamos o que acontece".

Uma das festas judaicas mais prazerosas é a do Purim. Cai em 14 de março, e comemora a libertação que o livro de Ester apresenta. É, acima de tudo, uma ocasião para fazer obséquios; e uma de suas regras é que, não importa quão pobre alguém seja, deve procurar alguém mais pobre que ele e lhe dar um obséquio. Jesus não tem tempo para o espírito que aguarda até que todas as circunstâncias sejam perfeitas antes de pensar em ajudar. Diz: "Se vir alguém em dificuldade, ajude com o que tem. Você nunca sabe o que pode significar sua ação".
No pano de fundo deste relato há duas coisas interessantes.

A primeira é esta. Este incidente aconteceu na margem afastada do Mar da Galiléia no distrito chamado Decápolis. A que se deveu essa tremenda congregação de quatro mil pessoas? Não há dúvida de que a cura do surdo com o impedimento para falar deve ter despertado interesse e reunido a multidão. Mas um comentarista fez uma sugestão mais interessante. Em Marcos 5:1-20 já lemos sobre a cura do endemoninhado gadareno. Este incidente também teve lugar em Decápolis. Nesse momento o resultado imediato foi que rogaram a Jesus que fosse embora. Mas recordamos que o endemoninhado curado quis seguir ao Jesus e este o enviou a sua parental, para que lhes dissesse que grandes coisas o Senhor tinha feito por ele. Seria possível que parte dessa grande multidão era devido à atividade missionária do endemoninhado curado? Teremos aqui uma vislumbre do que pode fazer por Cristo o testemunho de um homem? Terá havido aquele dia na multidão pessoas que se juntaram a Cristo e acharam suas almas devido ao relato de um homem do que Cristo tinha feito por sua alma?

João Bunyan conta que sua conversão foi devida ao fato de ter ouvido a três ou quatro anciãs que, sentadas ao Sol, falavam "a respeito de um novo nascimento, a obra de Deus em seus corações". Estavam falando do que Deus tinha feito por elas. Bem pode ser que naquele dia houvesse na multidão em Decápolis muitos que ali estavam porque ouviram um homem falar a respeito do que Jesus fizera por ele.

A segundo coisa por trás deste relato é isto. É estranho que a palavra que aqui se emprega para cesta é diferente da que se usa no relato similar de Marcos 6. No Mc 6:44, a palavra é kofinos, que descreve a cesta em que os judeus levavam sua comida, uma cesta estreita no pescoço e larga na parte de abaixo, parecida em sua forma a um cântaro para água. A palavra que se usa aqui é sfuris, que descreve uma cesta conhecida tecnicamente como cesta; foi em uma dessas cestas em que Paulo foi descido da muralha de Damasco (At 9:25); e era o tipo de cestas que os gentios usavam.

Como já dissemos, este incidente ocorreu em Decápolis, que estava do outro lado do lago e que tinha uma grande população gentílica. É possível que devamos ver na alimentação da multidão em Mc 6:1; Is 11:1; Jr 22:4; Jr 23:5; Jr 30:9). Mas à medida que passava o tempo se fazia infelizmente evidente que essa sonhada grandeza nunca se obteria por meios naturais. As dez tribos foram levadas a Assíria e se perderam para sempre. Os babilônios conquistaram e arrasaram a Jerusalém e levaram cativos os judeus.

Logo vieram a ser seus amos os persas; depois os gregos e finalmente os romanos. Longe de alcançar domínio algum, durante séculos os judeus não souberam o que era ser completamente livres e independentes. De modo que surgiu outra linha de pensamento. É verdade que nunca se desvaneceu completamente a idéia de um grande rei da estirpe de Davi, que esteve sempre entrelaçada de algum modo com seus pensamentos; mas começaram a sonhar mais e mais com um dia em que Deus interviria na história e obteria por meios sobrenaturais o que nunca poderia obter-se por meios naturais. O poder divino faria o que o poder humano era impotente para fazer.
Entre os dois Testamentos se escreveu toda uma avalanche de livros que eram sonhos e prognósticos dessa nova era e essa intervenção de Deus. Este gênero de obras é chamado apocalipse, palavra que significa literalmente revelação. Estes livros pretendiam ser revelações do futuro. A eles devemos ir para descobrir o que creiam as judeus nos dias de Jesus sobre o Messias e a obra do Messias e a nova era. Contra seus sonhos e visões e esperanças é que devemos colocar o sonho de Jesus.

Nos mencionados livros aparecem certas idéias básicas. Seguiremos aqui a classificação de tais idéias que dá Schürer, autor de uma grande obra sobre a história do povo judeu nos dias de Jesus.

  1. Antes da vinda do Messias haveria uma época de terrível tribulação. Um verdadeiro "parto" messiânico. Seriam os dores de parto de uma nova era. Estalariam sobre o mundo todos os terrores concebíveis: seriam pisoteadas todas as normas de honra e decência; o mundo se tornaria um caos físico e moral.

"E a honra será tornada em vergonha,
E a fortaleza humilhada em menos aprecio,
E destruída a probidade,
E a formosura se tornará em fealdade...

E se levantará a inveja naqueles que não tinham pensado nada de si mesmos.

E a paixão se apoderará de quem é pacífico,
E muitos serão arrastados pela ira para ferir a muitos,
E se levantarão exércitos para derramar sangue,
E ao final eles perecerão junto com eles."
(2 Baruc 27)

Haveria "terremotos nos lugares, tumulto de povos, intrigas de nações, confusão dos chefes, inquietação dos príncipes" (4 Ed 9:3).

"Do céu cairão à Terra espadas ardentes. Aparecerão luzes, grandes e brilhantes, cintilando em meio dos homens; e a Terra, a mãe universal, sacudirá-se naqueles dias na mão do Eterno. E os peixes do mar e os animais da terra e as incontáveis tribos de coisas que voam e todas as almas dos homens e todos os mares tremerão diante da presença do Eterno e haverá pânico. E os altos picos das montanhas e as colinas dos gigantes serão derrubados, e o lôbrego abismo será visível a todos. E os altos barrancos nas majestosas montanhas estarão cheios de cadáveres, e das pedras emanará sangue e cada corrente alagará o plano... E Deus julgará a todos com a guerra e a espada, e descerá enxofre do céu, sim, pedras e chuva e granizo incessantes e aflitivas. E a morte será sobre os animais quadrúpedes... Sim, a mesma terra beberá o sangue dos que perecem e os animais se fartarão de carne" (Oráculos sibilinos 3:363 ss.).

A Mishnah enumera como sinais de que o advento do Messias está próximo:

"Que a arrogância aumenta, a ambição brota, a vida dá fruto mas o vinho é caro. O governo se entrega à heresia. Não há instrução. A sinagoga está entregue à luxúria. Galiléia é destruída, Gablan assolada. Os habitantes da região vão de cidade em cidade sem achar compaixão. A sabedoria dos entendidos é aborrecida, os piedosos desprezados, a verdade está ausente. Os moços insultam aos anciãos, os anciãos comparecem ante os meninos. O filho despreza o pai, a filha se rebela contra a mãe, a nora contra a sogra. Os inimigos do homem são seus parentes."

O tempo anterior à vinda do Messias seria uma época em que o mundo se faria em pedaços e todos os vínculos se relaxariam. A ordem física e o moral se desabariam.

  1. Em meio deste caos, viria Elias como precursor e arauto do Messias. Ele sanaria as rupturas e poria ordem no caos para preparar o caminho ao Messias. Em particular consertaria as disputas. De fato, a lei oral judaica estabelecia que as disputas sobre a propriedade de dinheiro e bens raízes, ou algo cujo dono fora desconhecido, deveriam aguardar "até que Elias venha". Quando viesse Elias, o Messias não demoraria muito em chegar.
  2. Então entraria o Messias. A palavra Messias e a palavra Cristo significam a mesma coisa. Messias é a palavra hebraica que significa Ungido e Cristo a palavra grega. A unção se empregava para consagrar a um rei, e o Messias era o Rei Ungido de Deus. É importante recordar que Cristo não é um nome, é um título. Às vezes era imaginado como um rei da estirpe de Davi, porém mais freqüentemente como um grande personagem divino, sobre-humano, que irrompia na história para refazer o mundo e no final vindicar o povo de Deus.
  3. As nações se aliariam e congregariam contra o campeão de Deus.

"Os reis das nações se lançarão contra esta terra trazendo retribuição

sobre si mesmos. Tratarão de assolar o santuário do Deus poderoso e dos homens mais nobres, quando chegarem à terra. Os reis malditos colocarão cada um seu trono em um anel ao redor da cidade com seu povo junto a eles. E então, com voz potente, Deus falará com todas as nações indisciplinadas, de mentes vazias e virá sobre elas juízo do Deus poderoso, e tudo perecerá à mãos do Eterno" (Oráculos Sibilinos 3:363-372).

"Será que quando todas as nações ouvirem a sua voz (a do Messias), cada um deixará sua própria terra e as guerras que têm uns contra outros, e se congregará uma inumerável multidão ansiosa de lutar contra ele" (4 Esdras Mc 13:33-35

Com o pano de fundo que acabamos de ver sobre a concepção comum do Messias é que devemos ler esta parte.
Quando Jesus relacionava o messianismo com o sofrimento e a morte, estava fazendo o que para os discípulos eram manifestações tão incríveis como incompreensíveis. Durante toda a sua vida tinham pensado no Messias como um conquistador irresistível, e agora se encontravam frente a uma idéia que os deixava confundidos. Por isso Pedro protestou tão violentamente. Para ele todo isso era uma impossibilidade total.
Por que Jesus repreendeu tão severamente ao Pedro? Porque Pedro estava expressando em palavras as mesmas tentações que nesse momento acossavam a Ele. Jesus não queria morrer. Sabia que possuía poderes que podia empregar para vencer. Nesse momento estava sendo repetida a batalha das tentações do deserto. Era o diabo que voltava a tentá-lo a prostrar-se e adorá-lo, a tomar seu caminho em lugar do caminho de Deus.

É coisa estranha, e às vezes terrível, que o tentador nos fale na voz de um amigo bem intencionado. Decidimo-nos por um proceder que indevidamente nos trará moléstias, perdas, impopularidade, sacrifício. E nesse momento pode vir algum amigo bem intencionado e com a melhor das intenções, tentar deter-nos.
Conheci um homem que decidiu tomar uma atitude que quase indevidamente lhe provocaria dificuldades. Um amigo se aproximou e buscou dissuadi-lo. "Lembre-se", disse-lhe, "que você tem esposa e uma família. Não pode fazer isso".

É muito possível que alguém nos ame tanto que queira nos evitar dificuldades e insipidezes. O tentador não pode nos levar um ataque mais terrível que quando nos ataca na voz daqueles que nos amam e que querem buscar só nosso bem. Isto foi o que aconteceu a Jesus naquele dia; por isso reagiu tão severamente. Nem mesmo a voz imperatória do amor deve silenciar a imperiosa voz de Deus.

O CAMINHO DO DISCÍPULO

Mc 8:34

Quando chegamos a esta parte do Evangelho de Marcos estamos tão perto do coração e centro da fé cristã, que devemos estudá-lo quase frase por frase. Se a gente pudesse sair cada dia com uma só destas orações presa no coração e dominando a vida, séria muito mais que suficiente para guiá-lo.
À primeira vista aqui se destacam duas coisas:

  1. A honestidade quase assustadora de Jesus. Ninguém poderia dizer jamais que tinha seguido a Jesus sob falsos atrativos. Ele nunca buscou subornar aos homens, oferecendo um caminho fácil. Não lhes ofereceu paz; ofereceu-lhes glória. Dizer a alguém que devia estar para tomar uma cruz era dizer-lhe que devia estar disposto a ser considerado como um criminoso e a morrer. A honestidade dos grandes líderes foi sempre uma de suas principais características.

Nos dias da Segunda guerra mundial, quando Sir Winston Churchill assumiu a direção de Grã-Bretanha, tudo o que ofereceu aos ingleses foi "sangue, suor e lágrimas". Depois do cerco de Roma, em 1849, Garibaldi, o grande patriota italiano, lançou sua famosa proclama: "Soldados, todos nossos esforços contra forças superiores foram inúteis.

Não tenho nada que lhes oferecer, mais que fome e sede, dificuldades e morte; mas convoco a todos os que amam a sua pátria a que se unam a mim." Jesus nunca buscou atrair a si aos homens oferecendo um caminho fácil; buscou desafiá-los, despertar o cavalheirismo dormido em suas almas, oferecendo-lhes um caminho mais elevado e mais difícil que outro qualquer. Ele não veio para tornar a fácil a vida, e sim para tornar grandes aos homens.

  1. O fato de que Jesus nunca chamou os homens a fazer ou enfrentar nada que Ele mesmo não estivesse preparado para fazer ou enfrentar. Esta é por certo a característica do líder que os homens seguirão. Quando Alexandre Magno se lançou em perseguição de Darío, realizou uma das marchas mais assombrosas da história. Em onze dias percorreram três mil e trezentos estádios. Seus homens estavam a ponto de render-se, principalmente por causa da sede, pois não havia água.

Plutarco relata a história.

"Enquanto estavam neste apuro, aconteceu que alguns macedônios que tinham carregado água em odres sobre suas mulas, de um rio que tinham encontrado, chegaram por volta do meio-dia ao lugar onde estava Alexandre, e vendo-o quase exausto de sede, encheram de água um elmo e o ofereceram. Ele perguntou a quem levavam a água, e eles lhe disseram que a seus filhos, acrescentando que se só se salvava a vida dele, eles bem poderiam reparar essa perda e não lhes importava embora todos perecessem. Então ele tomou o elmo em suas mãos, e ao olhar a seu redor viu todos os que estavam perto que estiravam as cabeças para ele e olhavam ansiosamente a bebida; então a devolveu sem provar uma gota. 'Porque', disse, 'se beber eu sozinho, outros se desalentariam.' Os soldados, nem bem tomaram conhecimento desta temperança e magnanimidade na ocasião, clamaram todos a uma que os conduzisse adiante ousadamente, e começaram a açoitar seus cavalos. Porque disseram que enquanto tivessem semelhante rei desafiariam o cansaço e a sede, e se considerariam pouco menos que imortais."

Era fácil seguir a um líder que nunca exigia de seus homens o que ele mesmo não estava disposto a suportar. Um famoso general romano, Quinto Fábio Cunctator, estava discutindo com seu estado maior como apoderar-se de uma posição difícil. Alguém sugeriu determinada manobra para capturá-la. "Só custará as vistas de uns poucos homens", disse o conselheiro. Fábio o olhou e disse: "Está você disposto a ser um desses poucos?"
Jesus não era o tipo de condutor que se sentia longe e brinca com a vida dos homens como se fossem pedras de xadrez. O que exigia que enfrentassem, Ele mesmo estava disposto a enfrentar. Jesus tem direito a nos pedir que carreguemos uma cruz, porque Ele a carregou primeiro.

  1. Jesus disse de quem queria ser seu discípulo: "Negue-se a si mesmo." Entenderemos melhor o sentido desta exigência se tomarmos muito simples e literalmente: "Diga não a si mesmo." Quem quiser seguir a Cristo deve dizer sempre não a si mesmo e sim a Cristo. Deve dizer não a seu natural amor à comodidade e o conforto. Deve dizer não a tudo proceder apoiado no egoísmo e o egotismo. Deve dizer não aos instintos e desejos que o impulsionam a tocar e gostar e dirigir as coisas proibidas. Deve dizer sim, sem vacilação, à voz e o mandato de Jesus Cristo. Deve ser capaz de dizer com o Paulo que já não é ele quem vive, mas sim Cristo vive nele. Não vive já para seguir sua própria vontade, e sim para seguir a vontade de Cristo, e, nesse serviço, acha sua perfeita liberdade.

ACHAR A VIDA PELO ATO DE PERDÊ-LA

Mc 8:35

Há certas coisas que se perdem guardando-as e se salvam usando— as. Assim ocorre com os talentos que alguém possa ter. Se os usa, desenvolvem-se em algo ainda maior. Se não os usa, termina-se por perdê-los. Sobretudo, a vida é assim.
A história está cheia de exemplos de homens que, perdendo sua vida, obtiveram a vida eterna.

A fins do século IV havia em alguma parte do Oriente um monge chamado Telêmaco, que tinha decidido abandonar o mundo e viver sozinho, em oração e meditação e jejum, para salvar sua alma. De modo que em sua vida solitária não procurava outra coisa senão o contato com Deus. Mas de repente sentiu que estava equivocado. Um dia se levantou de seus joelhos e repentinamente advertiu que essa vida que estava vivendo não se baseava na negação do eu, e sim em um amor egoísta de Deus. Compreendeu que para servir a Deus devia servir aos homens, que o deserto não era lugar para que vivesse um cristão, estando as cidades cheias de homens e mulheres, e cheias de pecado e portanto de necessidade. Determinou, pois, despedir-se do deserto e dirigir-se à maior cidade do mundo, Roma, que ficava do outro lado do mundo. Viajou mendigando pelo caminho através de terras e mares até chegar a Roma. Nesse então Roma tinha adotado oficialmente o cristianismo. Chegou um momento em que Stílico, o general romano, tinha obtido uma importante vitória sobre os godos. A Stílico lhe concedeu um triunfo romano. A diferença dos dias antigos era que agora as multidões iam às Iglesias cristãs e não aos templos pagãos. Fizeram-se as procissões e as celebrações e Stílico cavalgou em triunfo com o jovem imperador Honório a seu lado. Mas uma coisa tinha subsistido na Roma cristã. Ainda existia o circo e as lutas de gladiadores.

Já não se lançavam os cristãos aos leões; mas ainda os prisioneiros capturados na guerra tinham que lutar e matar-se entre si para diversão do povo romano. Ainda os homens rugiam com o desejo de sangue ao presenciar as lutas. Telêmaco se dirigiu ao circo. Havia oitenta mil pessoas. Estavam terminando as carreiras de carros e a multidão, tensa, aguardava que saíssem os gladiadores. Quando saíram à arena, lançaram sua habitual saudação: "Ave, César, os que vão morrer te saúdam!" Começou a luta, e Telêmaco se escandalizou. Homens por quem Cristo tinha morrido se estavam matando entre si para divertir a um povo supostamente cristão. Saltou a barreira, e se encontrou entre os gladiadores e, por um momento, eles se detiveram. "Que continue o jogo", rugiu a multidão. Eles empurraram a um lado o ancião, vestido ainda com suas roupas de ermitão. Mas voltou a interpor-se entre eles. A multidão começou a jogar-lhe pedras; insistiam aos gladiadores para que o matassem e o tirassem do meio. O comandante dos jogos deu uma ordem; a espada de um gladiador se levantou, relampejou e deu o golpe; e Telêmaco caiu morto. E repentinamente se fez silêncio na turba. Foram compungidos porque um santo precisou morrer dessa maneira. Repentinamente a massa compreendeu o que era realmente essa morte. Naquele dia os jogos terminaram abruptamente e nunca se reataram.

Telêmaco, morrendo, tinha-lhes posto fim. Como diz Gibbon: "Sua morte foi mais útil à humanidade que sua vida." Perdendo a vida tinha feito muito mais do que jamais teria feito se a tivesse poupado em sua devoção solitária no deserto.
Deus nos deu a vida para usá-la, não para guardá-la. Se vivermos cuidadosamente, poupando a vida, pensando sempre primeiro em nosso proveito, comodidade, conforto, segurança; se nossa única meta é fazer a vida tão longa e livre de cuidados como podemos, se não fizermos esforço algum salvo para nós mesmos, estamos perdendo a vida todo o tempo. Mas se gastarmos nossa vida por outros, se esquecermos a saúde e o tempo e a riqueza e a comodidade em nosso desejo de fazer algo por Jesus e pelos homens por quem Ele morreu, estamos todo o tempo ganhando a vida.
O que teria sido do mundo se médicos, homens de ciência e inventores não tivessem estado dispostos a fazer arriscados experimentos freqüentemente em seus próprios corpos? O que teria sido da vida se todos tivessem querido somente permanecer tranqüilos e cômodos em seus lares, e não tivesse havido. tal coisa como exploradores e pioneiros? O que ocorreria se todas as mães se negassem a correr o risco de conceber um filho? O que aconteceria se todos os homens gastassem em si mesmos tudo o que têm?
A própria essência da vida consiste em arriscá-la e gastá-la, não em poupá-la e acumulá-la. Certamente, é o caminho do cansaço, o esgotamento, o dar até o supremo, mas é melhor queimar-se cada dia que enferrujar-se, porque esse é o caminho à felicidade e a Deus.

O VALOR SUPREMO DA VIDA

Marcos 8:36-37

Um homem pode viver uma vida que, em um sentido, seja um êxito e em outro sentido não valha a pena ser vivida. A intenção real deste dito de Jesus é perguntar: "Onde vocês põem seus valores na vida?" É possível pôr nossos valores no que não corresponde e descobrir que é assim quando já é muito tarde.

  1. Pode-se sacrificar a honra à utilidade. Pode desejar coisas materiais e não ser muito escrupuloso quanto à maneira de obtê-las. O mundo está cheio de tentações a uma desonestidade produtiva. George Macdonald fala em um de seus livros de um dono de loja de tecidos que sempre usava o polegar para medir um pouquinho menos de pano. "Tirava de sua alma", diz, "para pôr em seu moedeiro." A verdadeira pergunta, a pergunta que mais cedo ou mais tarde terá que ser respondida é: "Como aparecerá aos olhos de Deus o balanço de nossa vida?" Depois de tudo, Deus é o auditor que, no fim, todos devemos enfrentar.
  2. Pode-se sacrificar os princípios à popularidade. Pode ser que o homem bonachão, agradável, dócil se poupe de muitas moléstias. Pode que o homem inflexivelmente dedicado a um princípio se torne antipático. A verdadeira questão que todos teremos que enfrentar no final, não é "o que pensam disto os homens?", e sim "o que pensa Deus?" O que decide o destino não é o veredicto da opinião pública, e sim o veredicto de Deus.
  3. Pode-se sacrificar as coisas perduráveis pelas coisas fúteis. Sempre é mais fácil ter um êxito barato. Um escritor pode sacrificar o que seria realmente grande pelo êxito barato de um momento. Um músico pode produzir frivolidades efêmeras quando poderia estar produzindo algo que fora real e duradouro. A gente pode escolher um trabalho que produza mais dinheiro e comodidade, e voltar as costas a um trabalho no qual poderia prestar mais serviço a seus semelhantes. A gente pode desperdiçar a vida em pequenezas e perder as coisas verdadeiramente importantes. Uma mulher pode preferir uma vida de prazer e de pretendida liberdade, em vez do serviço de seu lar e a criação de uma família. Mas a vida tem uma maneira de revelar os valores verdadeiros e condenar os falsos à medida que passam os anos. Uma coisa barata não é duradoura.
  4. Podemos resumir tudo dizendo que é possível sacrificar a eternidade no momento presente. Libertar-nos-íamos de todo tipo de enganos se sempre olhássemos as coisas à luz da eternidade. Muitas coisas são agradáveis no momento, mas ruinosas depois. A prova da eternidade, a prova de buscar ver as coisas como Deus as vê, é a prova mais real de todas.

O homem que vê as coisas como Deus as vê nunca gastará sua vida nas coisas que perdem sua alma.

QUANDO O REI VIER AOS SEUS

Mc 8:38; Mc 9:1.

Uma coisa nos sai ao encontro nesta passagem: a confiança de Jesus. Acaba de falar sobre sua morte; não tem dúvida alguma de que lhe espera a cruz; mas, não obstante, está absolutamente seguro de que no final o triunfo será dele. A primeira parte desta passagem expressa uma verdade muito natural e singela. Quando o Rei vier em seu Reino, será fiel a aqueles os que foram fiéis. Ninguém pode esperar evitar todas as dificuldades e moléstias de alguma grande empresa e logo recolher os benefícios dela. Ninguém pode recusar-se a participar de uma campanha e esperar participar da partilha de condecorações quando a campanha termina com êxito. Jesus está dizendo aqui: "Em um mundo hostil e difícil, o cristianismo está em apuros nestes dias. Se em tais circunstâncias alguém se envergonha de mostrar que é cristão, se tiver medo de revelar de que lado está, não pode esperar alcançar um lugar de honra quando o Reino vier."
A última parte deste texto tem feito muitos a pensar seriamente. Jesus diz que muitos dos que estavam com Ele não morreriam até ver a vinda do Reino em poder. O que causa a dificuldade é que tomam isto como uma referência à Segunda Vinda; e se for assim, Jesus estava equivocado, porque não retornou em poder e glória durante a vida daqueles que se encontravam ali. Mas não é uma referência à Segunda Vinda. Considere-a situação em que Jesus estava falando. Até então, só uma vez tinha saído da Palestina, e logo que tinha cruzado a fronteira de Tiro e Sidom.
Só uns poucos tinham ouvido dele, e isso em um país muito pequeno. Palestina tinha só uns duzentos quilômetros de Norte a Sul, e uns sessenta e cinco deste a Oeste: sua população era aproximadamente de uns quatro milhões. Falar em termos de conquista do mundo quando não tinha saído do mais pequeno dos países, era algo estranho. Para piorar as coisas, até nesse pequeno país tinha provocado a inimizade dos líderes ortodoxos, e daqueles em cujas mãos estava o poder, a ponto de que o certo era que não podia esperar outra coisa senão a morte como um herege e foragido. Diante de uma situação como essa deve ter havido muitos que se desesperavam para que o cristianismo tivesse algum futuro; que sentiam que em pouco tempo seria completamente varrido e eliminado do mundo. E, humanamente falando, esses pessimistas tinham razão. Vejamos agora o que aconteceu. Pouco mais de trinta anos depois, o cristianismo se estendeu pela Ásia Menor. Na Antioquia se constituiu uma grande Igreja cristã. Tinha penetrado no Egito. Os cristãos eram fortes na Alexandria. Tinha atravessado o mar e chegado até Roma, depois de haver-se estendido pela Grécia.
Como uma maré impossível de deter, difundiu-se pelo mundo. Era literal e assombrosamente certo que em vida de muitos dos que ali estavam, o cristianismo tinha vindo em poder. Longe de estar errado, Jesus tinha toda a razão.

O assombroso a respeito de Jesus é que jamais conheceu o desespero. Diante da estupidez da mente dos homens, diante da oposição, diante da crucificação e a morte, nunca duvidou de seu triunfo final, porque nunca duvidou de Deus. Teve sempre a certeza de que o que é impossível ao homem, é possível para Deus.


Notas de Estudos jw.org

Disponível no site oficial das Testemunhas de Jeová
Notas de Estudos jw.org - Comentários de Marcos Capítulo 8 versículo 36
vida: Ou: “alma”. — Veja o Glossário, “Alma”.


Dicionário

Alma

substantivo feminino Princípio espiritual do homem que se opõe ao corpo.
Religião Composição imaterial de uma pessoa que perdura após sua morte; espírito.
Qualidades morais, boas ou más: alma nobre.
Consciência, caráter, sentimento: grandeza de alma.
Figurado Quem habita algum lugar; habitante: cidade de 20.000 almas.
Figurado Origem principal: esse homem era a alma do movimento.
Expressão de animação; vida: cantar com alma.
Condição essencial de: o segredo é a alma do negócio.
[Artilharia] O vazio interior de uma boca de fogo: a alma do canhão.
[Música] Pequeno pedaço de madeira que, colocado no interior de um instrumento de cordas, comunica as vibrações a todas as partes do instrumento: a alma de um violino.
Armação de ferro, de uma escultura modelada.
Etimologia (origem da palavra alma). Do latim anima.ae, sopro, ar, origem da vida.

O termo “alma” é a tradução do hebraico nephesh. Em Gênesis 2:7, o termo denota o homem como um ser vivente depois que o fôlego de vida penetrou no corpo físico, formado com os elementos da terra.  Nephesh enfatiza a individualidade existente em cada ser vivente e não representa parte de uma pessoa; é a própria pessoa, sendo, em muitos casos, traduzido exatamente como ‘pessoa’ (Gn 14:21; Nm 5:6; Dt 10:22; cf. Sl 3:2) ou “eu” (a própria pessoa) (Lv 11:43-1Rs 19:4; Is 46:2). O uso do termo grego psuche em o Novo Testamento é similar àquele de nephesh no Antigo. O corpo e a alma existem em conjunto; ambos formam uma união indivisível. A alma não tem existência consciente separada do corpo. Não existe qualquer texto que indique a possibilidade de a alma sobreviver ao corpo, mantendo-se como entidade consciente.

espírito, ânimo, eu, coração. – Segundo Roq., “alma, no entender de alguns etimologistas, vem de anima, termo latino que vem do grego anemos, “ar, sopro, alento”; outros, e talvez com mais razão, derivam a palavra alma do verbo latino alo... alere, “vivificar, nutrir”. Seja qual for sua etimologia, representa esta palavra, em sua significação mais lata, o princípio, a causa oculta da vida, do sentimento, do movimento de todos os seres viventes”. – Espírito é a palavra latina spiritus, de spiro... are, “respirar”, e vale o mesmo que sopro ou hálito, ar que se respira. Espírito difere de alma, primeiro em encerrar a ideia de princípio subtil, invisível que não é essencial ao outro vocábulo; segundo, em denotar inteligência, faculdades intelectuais ativas que àquele só são acessórias. Os filósofos materialistas têm querido negar à alma humana a qualidade de espiritual, mas nenhum se lembrou ainda de dizer que o espírito era matéria. Alma desperta ideia de substância simples, que anima ou animou o corpo, sendo que espírito só indica substância imaterial, inteligente e livre, sem relação nenhuma com o corpo. Deus, os anjos, os demônios são espíritos, mas não são almas; as substâncias espirituais que animaram os corpos humanos, ainda depois de separadas deles, chamam-se almas; e assim dizemos: as almas do Purgatório; almas do outro mundo, a que os franceses chamam revenants. Vieira disse, falando do demônio: “É espírito: vê as almas”. Os gregos designavam a alma pela palavra psyche, “que quer dizer respiração”, “sopro”; e davam-lhe a mesma extensão que nós damos à palavra alma... Daí vem chamar-se psicologia à parte da filosofia que trata da alma. No sentido figurado, alma refere-se aos atos, aos sentimentos, aos afetos; espírito, ao pensamento, à inteligência. Diz-se que um homem tem a alma grande, nobre, briosa; e que tem o espírito penetrante, profundo, vasto. Falando do homem, alma e espírito nem sempre são sinônimos perfeitos; isto é, nem em todos os casos se podem empregar indiferentemente, senão em alguns; tal é aquele de Vieira em que, querendo encarecer o valor da alma sobre o corpo, diz: “Tudo isto que vemos (no 166 Rocha Pombo homem) com os próprios olhos é aquele espírito sublime, ardente, grande, imenso – a alma (II, 71). – Ânimo é a mesma palavra latina animus, de anemos, grego, do mesmo modo que anima. Na sua significação primitiva vale o mesmo que alma, espírito; porém o uso tem preferido este vocábulo para designar a faculdade sensitiva e seus atos: representa, pois, quase sempre valor, esforço, ou intenção, vontade; e nisto se distingue de alma e espírito (se bem que nem sempre essencialmente). Segundo os afetos que o ânimo experimenta, pode ele ser baixo, abatido, humilde, vil, ou altivo, elevado, soberbo, nobre, esforçado: o que com propriedade (em muitos casos) não se poderia dizer de alma, e ainda menos de espírito”. Como notamos entre parênteses, nem sempre é de rigor a distinção que faz Roq. Também dizemos: espírito baixo ou altivo; alma esforçada ou abatida, vil ou soberba. – Em linguagem filosófica, eu é a alma, é o conjunto das faculdades que formam a individualidade psicológica. Particularmente, quando se considera a alma como ser pensante, ou quando nela se vê apenas a faculdade intelectual, chamamo-la espírito. – Coração só pode ser tido como sinônimo de alma e de espírito: de alma, quando exprime, como esta, “órgão dos afetos”; de espírito, quando é tomado como sede da fortaleza moral, da coragem etc.

[...] ser imaterial e individual que em nós reside e sobrevive ao corpo. [...]
Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita• Trad• de Guillon Ribeiro• 86a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Introd•

A alma é um Espírito encarnado, sendo o corpo apenas o seu envoltório. [...]
Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita• Trad• de Guillon Ribeiro• 86a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Introd•

[...] a alma, Espírito encarnado que tem no corpo a sua habitação [...].
Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita• Trad• de Guillon Ribeiro• 86a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - q• 135

[...] o Espiritismo nos apresenta a alma, como um ser circunscrito, semelhante a nós, menos o envoltório material de que se despojou, mas revestido de um invólucro fluídico, o que já é mais compreensível e faz que se conceba melhor a sua individualidade. [...] As relações da alma com a Terra não cessam com a vida; a alma, no estado de Espírito, constitui uma das engrenagens, uma das forças vivas da Natureza; não é mais um ser inútil, que não pensa e já não age senão para si durante a eternidade; é sempre e por toda parte um agente ativo da vontade de Deus. [...]
Referencia: KARDEC, Allan• Viagem espírita em 1862 e outras viagens de Kardec• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Discursos•••, 2

O principal agente da saúde, que a restitui quando perdida e a preserva, impedindo o desenvolvimento de qualquer enfermidade [...] é a alma.
Referencia: AGUAROD, Angel• Grandes e pequenos problemas• Obra ditada a Angel Aguarod pelo seu Guia Espiritual• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 9

[...] A alma, no curso da sua existência terrena e ainda por muito tempo após a morte do corpo, está bem revestida de uma forma, guarda bem uma identidade pessoal (e neste sentido é limitada), mas isso não impede que sua atividade seja, apesar de tudo, radiante e que esse estado de incessante irradiação se estenda desmedidamente na existência espiritual. [...]
Referencia: BOECHAT, Newton• Ide e pregai• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1989• -

[...] a alma, tal como o átomo, longe de ser uma estrutura simples, é um sistema dinâmico, formado por múltiplos elementos que, por assim dizer, gravitam em torno de um núcleo central (Aksakof).
Referencia: CERVIÑO, Jayme• Além do inconsciente• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 2

[...] ser concreto, dono de um organismo físico perfeitamente delimitado.
Referencia: DELANNE, Gabriel• A evolução anímica: estudo sobre psicologia fisiológica segundo o Espiritismo• Trad• de Manuel Quintão da 2a ed• francesa• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Introd•

[...] é una, e cada essência espiritual é individual, é pessoal. Nenhuma alma pode transmutar-se noutra, substituir outra. Portanto, uma unidade irredutível, que tem a existência em si.
Referencia: DELANNE, Gabriel• A evolução anímica: estudo sobre psicologia fisiológica segundo o Espiritismo• Trad• de Manuel Quintão da 2a ed• francesa• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 6

A alma é um ser transcendental.
Referencia: DELANNE, Gabriel• A Reencarnação• Trad• de Carlos 1mbassahy• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1994• - cap• 13

[...] um ser concreto, com individualidade, porque, mesmo durante a vida, é esse ser ao qual se deu o nome de alma ou de espírito, que pode separar-se do corpo e manifestar sua realidade objetiva nos fenômenos de desdobramento.
Referencia: DELANNE, Gabriel• A Reencarnação• Trad• de Carlos 1mbassahy• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1994• - cap• 13

[...] princípio independente da matéria, que dirige o corpo, e a que chamamos alma.
Referencia: DELANNE, Gabriel• O Espiritismo perante a Ciência• Trad• de Carlos 1mbassahy• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - pt• 1, cap• 1

[...] é uma realidade que se afirma pelo estudo dos fenômenos do pensamento; que jamais se a poderia confundir com o corpo, que ela domina; e que, quanto mais se penetra nas profundezas da fisiologia, tanto mais se revela, luminosa e clara, aos olhos do pesquisador imparcial, a existência de um princípio pensante.
Referencia: DELANNE, Gabriel• O Espiritismo perante a Ciência• Trad• de Carlos 1mbassahy• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - pt• 1, cap• 1

[...] a esta força que vela sobre o corpo e o conduz, chamamos alma.
Referencia: DELANNE, Gabriel• O Espiritismo perante a Ciência• Trad• de Carlos 1mbassahy• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - pt• 2, cap• 2

É o eu consciente que adquire, por sua vontade, todas as ciências e todas as virtudes, que lhe são indispensáveis para elevar-se na escala dos seres. [...]
Referencia: DELANNE, Gabriel• O Espiritismo perante a Ciência• Trad• de Carlos 1mbassahy• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - pt• 3, cap• 3

[...] A alma do homem é que é o seu eu pensante e consciente.
Referencia: DENIS, Léon• Cristianismo e Espiritismo: provas experimentais da sobrevivência• Trad• de Leopoldo Cirne• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 10

A alma é o princípio da vida, a causa da sensação; é a força invisível, indissolúvel que rege o nosso organismo e mantém o acordo entre todas as partes do nosso ser. [...]
Referencia: DENIS, Léon• Depois da morte: exposição da Doutrina dos Espíritos• Trad• de João Lourenço de Souza• 25a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 2, cap• 10

A alma, princípio inteligente, centro da força, foco da consciência e da personalidade.
Referencia: DENIS, Léon• Depois da morte: exposição da Doutrina dos Espíritos• Trad• de João Lourenço de Souza• 25a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 4, cap• 29

A [...] [é] um centro imperecível de força e de vida, inseparável de sua forma sutilíssima. [...]
Referencia: DENIS, Léon• Joana d’Arc médium• Trad• de Guillon Ribeiro• 22a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - pt• 1, cap• 4

A alma [...] vem de Deus; é, em nós, o princípio da inteligência e da vida. Essência misteriosa, escapa à análise, como tudo quanto dimana do Absoluto. Criada por amor, criada para amar, tão mesquinha que pode ser encerrada numa forma acanhada e frágil, tão grande que, com um impulso do seu pensamento, abrange o Infinito, a alma é uma partícula da essência divina projetada no mundo material.
Referencia: DENIS, Léon• O problema do ser, do destino e da dor: os testemunhos, os fatos, as leis• 28a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 9

Cada alma é um foco de vibrações que a vontade põe em movimento. [...]
Referencia: DENIS, Léon• O problema do ser, do destino e da dor: os testemunhos, os fatos, as leis• 28a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 3, cap• 20

A palavra alma e seus equivalentes em nossas línguas modernas (espírito, por exemplo) ou nas línguas antigas, como anima, animus (transcrição latina do grego), spiritus, atma, alma (vocábulo sânscrito ligado ao grego, vapor), etc. implicam todas a idéia de sopro; e não há dúvida de que a idéia de alma e de espírito exprimiu primitivamente a idéia de sopro nos psicólogos da primeira época. Psyche, mesmo, provém do grego, soprar.
Referencia: FLAMMARION, Camille• A morte e o seu mistério• Rio de Janeiro: FEB, 2004• 3 v•: v• 1, 6a ed•; v• 2, 5a ed•; v• 3, 5a ed• - v• 1, cap• 3

[...] a alma não é um sopro; é uma entidade intelectual.
Referencia: FLAMMARION, Camille• A morte e o seu mistério• Rio de Janeiro: FEB, 2004• 3 v•: v• 1, 6a ed•; v• 2, 5a ed•; v• 3, 5a ed• - v• 1, cap• 3

[...] a alma é uma substância que existe por si mesma.
Referencia: FLAMMARION, Camille• A morte e o seu mistério• Rio de Janeiro: FEB, 2004• 3 v•: v• 1, 6a ed•; v• 2, 5a ed•; v• 3, 5a ed• - v• 1, cap• 9

A alma é uma substância invisível, impalpável, imponderável, fora das nossas condições de observação física. Nossas medidas de espaço não lhe podem ser aplicadas do mesmo modo que as do tempo. Ela pode manifestar-se a centenas e milhares de quilômetros de distância. [...]
Referencia: FLAMMARION, Camille• A morte e o seu mistério• Rio de Janeiro: FEB, 2004• 3 v•: v• 1, 6a ed•; v• 2, 5a ed•; v• 3, 5a ed• - v• 3, cap• 12

[...] a alma não é uma sucessão de pensamentos, uma série de manifestações mentais e, sim, um ser pessoal com a consciência de sua permanência.
Referencia: FLAMMARION, Camille• Deus na Natureza• Trad• de M• Quintão• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - t• 3, cap• 2

Nossas almas não são puros Espíritos. São substâncias fluídicas. Agem e se comunicam entre si por meios materiais, porém matéria sutil, invisível, imponderável.
Referencia: FLAMMARION, Camille• Estela• Trad• de Almerindo Martins de Castro• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - No domínio do desconhecido

A alma é um ser intelectual, pensante, imaterial na essência. [...]
Referencia: FLAMMARION, Camille• Narrações do infinito: lúmen• Trad• de Almerindo Martins de Castro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• - 1a narrativa

[...] imaterial, imensurável, intransmissível, consciente. [...]
Referencia: FLAMMARION, Camille• Narrações do infinito: lúmen• Trad• de Almerindo Martins de Castro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• - 1a narrativa

[...] a alma é uma entidade individual, [...] é ela quem rege as moléculas para organizar a forma vivente do corpo humano.
Referencia: FLAMMARION, Camille• Urânia• Trad• de Almerindo Martins de Castro• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 3, cap• 1

[...] A alma é uma chama velada. Quando lhe colocamos os santos olhos do amor, ela esplende e ilumina. Quando a descuidamos, ela se entibia e morre...
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Impermanência e imortalidade• Pelo Espírito Carlos Torres Pastorino• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Auto-iluminação

É a faculdade que Deus deu ao homem de se perpetuar pelo tempo afora e pelo Universo.
Referencia: LACERDA, Fernando de• Do país da luz• Por diversos Espíritos• Rio de Janeiro: FEB, 2003• 4 v•: v• 1, 8a ed•; v• 2, 7a ed•; v• 3, 6a ed•; v• 4, 5a ed• - v• 2, cap• 8

[...] a alma é atributo divino, criado por Deus, e espalhado, fragmentado, pelo Universo, tendo cada fragmento individualidade própria, ação independente, função definida, trajetória certa, e missão determinada [...].
Referencia: LACERDA, Fernando de• Do país da luz• Por diversos Espíritos• Rio de Janeiro: FEB, 2003• 4 v•: v• 1, 8a ed•; v• 2, 7a ed•; v• 3, 6a ed•; v• 4, 5a ed• - v• 2, cap• 28

A alma é que sente, que recebe, que quer, segundo as impressões que recebe do exterior, e mesmo independente delas, pois que também recebe impressões morais, e tem idéias e pensamentos sem a intervenção dos sentidos corporais.
Referencia: MENEZES, Adolfo Bezerra de• A loucura sob novo prisma: estudo psíquico-fisiológico• 12a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 2

A alma é o princípio causal do pensamento; ou, antes, é ela quem pensa e o transmite pelo cérebro, seu instrumento.
Referencia: MENEZES, Adolfo Bezerra de• A loucura sob novo prisma: estudo psíquico-fisiológico• 12a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 3

[...] a alma, o princípio inteligente que subsiste à morte da carne, que zomba das investigações materialistas, que escapa ao trabalho grosseiro das necropsias, que se não deixa encerrar nas quatro paredes negras do caixão funerário.
Referencia: Ó, Fernando do• Marta• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1991• - cap• 15

A Alma ou Essência, parcela do Poder Absoluto, e, como este, eterna, imortal; sede de potências máximas, ou faculdades, que exatamente denunciam a sua origem, funções tais como a Inteligência, a Consciência, o Pensamento, a Memória, a Vontade, o Sentimento, e demais atributos que sobrevivem através da Eternidade e que da criatura hu mana fazem a imagem e a semelhança do seu Criador, pois Deus, o Ser Absoluto, possui estes mesmos atributos (além de muitos outros que ainda ignoramos), em grau supremo, enquanto que a criatura os possui em grau relativo, visto que é essência sua, sendo, portanto, a Alma, sede de tais atributos, o verdadeiro ser!
Referencia: PEREIRA, Yvonne A• Ressurreição e vida• Pelo Espírito Léon Tolstoi• 2a ed• esp• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 8

[...] a alma é luz que se eleva à grandeza divina.
Referencia: SANT’ANNA, Hernani T• Amar e servir• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Mensagem

[...] A alma não é uma entidade metafísica, mas, sim, um centro imperecível de força e de vida, inseparável de sua forma sutilíssima. Preexistia ao nosso nascimento e a morte carece de ação sobre ela. [...]
Referencia: SOARES, Sílvio Brito• Páginas de Léon Denis• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1991• - Joana D’arc

Nossa alma é um universo de sombras e claridades. Seu destino é a perfeição. [...]
Referencia: SOUZA, Juvanir Borges de• Tempo de renovação• Prefácio de Lauro S• Thiago• Rio de Janeiro: FEB, 1989• - cap• 8

A alma é a sede da vida. É ela que pensa, que sente, que imprime à matéria esta ou aquela forma, que dá ao rosto esta ou aquela expressão.
Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• Nas pegadas do Mestre: folhas esparsas dedicadas aos que têm fome e sede de justiça• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - A letra e o espírito

[...] a alma humana é uma consciência formada, retratando em si as leis que governam a vida e, por isso, já dispõe, até certo ponto, de faculdades com que influir na genética, modificando-lhe a estrutura, porque a consciência responsável herda sempre de si mesma, ajustada às consciências que lhe são afins. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Ação e reação• Pelo Espírito André Luiz• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 7

A Toda alma é templo vivo, que guarda ilimitada reserva de sabedoria e amor.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Falando à Terra• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - O tempo

A alma humana, nestes vinte séculos de Cristianismo, é uma consciência esclarecida pela razão, em plena batalha pela conquista dos valores iluminativos.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Fonte viva• Pelo Espírito Emmanuel• 33a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 25

[...] a alma é a sede viva do sentimento [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Lázaro redivivo• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 9

[...] Intimamente justaposta ao campo celular, a alma é a feliz prisioneira do equipamento físico, no qual influencia o mundo atômico e é por ele influenciada, sofrendo os atritos que lhe objetivam a recuperação.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Nos domínios da mediunidade• Pelo Espírito André Luiz• 32a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 25


Alma A parte não-material e imortal do ser humano (Mt 10:28), sede da consciência própria, da razão, dos sentimentos e das emoções (Gn 42:21;
v. IMORTALIDADE). Os dicotomistas entendem que o ser humano é corpo e alma, sendo espírito sinônimo de alma. Os tricotomistas acreditam que o ser humano é corpo, alma e espírito. “Alma vivente” quer dizer “ser vivo” (Gn 2:7). Na Bíblia muitas vezes a palavra “alma” é empregada em lugar do pronome pessoal: “Livra a minha alma da espada” quer dizer “salva-me da espada” (Sl 22:20, NTLH). Outras vezes “alma” em hebraico, quer dizer “pessoa” em português (Nu 9:13).

Alma Parte espiritual do homem, distinta de seu corpo. Embora o conceito bíblico esteja longe da rígida dicotomia entre corpo e alma que caracteriza, por exemplo, o hinduísmo ou o platonismo, o certo é que também existia a crença de uma categoria distinta do corpo que se identificava com o mais íntimo do ser. Assim aparece no Antigo Testamento como um “eu” espiritual que sobrevive consciente depois da morte (Is 14:9ss.; Ez 32:21ss.). Ainda que se insista que o pecado causa a morte da alma (Ez 18:4), isso não implica, em caso algum, a inconsciência ou aniquilação do sujeito. A morte física elimina seu corpo e destrói os planos que fizera (Sl 146:4), porém seu espírito volta-se para Deus (Ec 12:7), persistindo. A idéia da imortalidade da alma ainda era evidente durante o período intertestamentário e refletida, entre outros, pelo historiador judeu Flávio Josefo em seu “Discurso aos gregos acerca do Hades”. Os rabinos contemporâneos de Jesus — assim como o Talmude judeu posterior — insistiram também no conceito da imortalidade da alma e da sua sobrevivência consciente (para ser atormentada conscientemente na geena ou feliz no seio de Abraão) após a morte física. Em nossos dias, considera-se que a crença na imortalidade da alma é uma das doutrinas básicas do judaísmo, especialmente no seu setor reformado. Em um de seus ensinamentos mais conhecidos (Lc 16:19ss.), Jesus ressaltou que, no momento da morte, a alma da pessoa recebe um castigo ou uma recompensa consciente, e descreveu o primeiro em termos sensíveis como o fogo (Mc 9:47-48; Lc 16:21b-24), choro e ranger de dentes (Mt 8:12; 13 42:24-51 etc.) etc. Apesar de tudo, no ensinamento de Jesus não se considera a consumação escatológica concluída na resssurreição (Jo 5:28-29; Mt 25:46). Ao recusar a idéia do sono inconsciente das almas, da mortalidade da alma e da aniquilação, ao mesmo tempo que ressaltava a esperança da ressurreição, Jesus conservava a visão já manifestada no Antigo Testamento e, muito especialmente, no judaísmo do Segundo Templo, com exceções como a dos saduceus.

A. Cohen, o. c.; J. Grau, Escatología...; J. L. Ruiz de la Peña, La otra dimensión, Santander 1986; C. Vidal Manzanares, El judeo-cristianismo...; Idem, Diccionario de las tres..; m. Gourges, El más allá en el Nuevo Testamento, Estella 41993.


Aproveitar

verbo transitivo e intransitivo Tirar vantagem: aproveitar o tempo.
Trazer lucro: a quem aproveita o crime?
Ter aproveitamento; ser proveitoso.
verbo pronominal Utilizar-se; prevalecer-se: aproveitou-se da fraqueza do amigo para explorá-lo.

Ganhar

verbo transitivo Adquirir, obter lucro, tirar como proveito: ganhar dinheiro.
Vencer, alcançar vantagem, sucesso, numa competição ou debate: ganhar a batalha, ganhar o processo.
Conquistar, granjear, captar: ganhar a confiança.
Obter por acaso: ganhar o grande prêmio da loteria.
Estender-se, propagar-se: o fogo ganhou o edifício.
Perceber (ordenado, salário): o que ganha, mal dá para viver.
Atingir, chegar a: ganhou a porta de casa.
Recuperar: ganhar o tempo perdido.
Figurado Progredir: ideias que ganham terreno.
Ganhar caminho, avançar.
verbo intransitivo Melhorar: o livro ganhou com a tradução.
Crescer em consideração, obter vantagem: muitos ganham em ser vaidosos e impostores.

Homem

Homem
1) Qualquer indivíduo pertencente à espécie animal racional (Gn 2:15). O ser humano é composto de corpo e alma. Foi criado à imagem e semelhança de Deus, podendo, por isso, ter comunhão com ele (Gn 1:26);
v. IMAGEM DE DEUS).

2) Os seres humanos; a humanidade (Gn 1:26), hebraico adham; (Ef 6:6). 3 Ser humano do sexo masculino (Pv 30:19).

4) Ser humano na idade adulta (1Co 13:11).

5) “Velho homem” é a nossa velha natureza humana pecadora (Rm 6:6) em contraste com o “novo homem”, que é a natureza espiritual do regenerado (Ef 2:15).

6) “Homem interior” é o eu mais profundo (Rm 7:22) em contraste com o “homem exterior”

O homem é um pequeno mundo, que tem como diretor o Espírito e como dirigido o corpo. [...]
Referencia: KARDEC, Allan• A Gênese: os milagres e as predições segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 5a ed• francesa• 48a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 2, it• 27

O homem compõe-se de corpo e espírito [...].
Referencia: KARDEC, Allan• O céu e o inferno ou A Justiça divina segundo o Espiritismo• Trad• de Manuel Justiniano Quintão• 57a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 3

H [...] é o filho de suas obras, durante esta vida e depois da morte, nada devendo ao favoritismo: Deus o recompensa pelos esforços e pune pela negligência, isto por tanto tempo quanto nela persistir.
Referencia: KARDEC, Allan• O céu e o inferno ou A Justiça divina segundo o Espiritismo• Trad• de Manuel Justiniano Quintão• 57a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 6

O homem é uma alma encarnada. Antes da sua encarnação, existia unida aos tipos primordiais, às idéias do verdadeiro, do bem e do belo; separa-se deles, encarnando, e, recordando o seu passado, é mais ou menos atormentada pelo desejo de voltar a ele.
Referencia: KARDEC, Allan• O Evangelho segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 3a ed• francesa rev•, corrig• e modif• pelo autor em 1866• 124a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - Introd•

Há no homem três coisas: 1º – o corpo ou ser material análogo aos animais e animado pelo mesmo princípio vital; 2º – a alma ou ser imaterial, Espírito encarnado no corpo; 3º – o laço que prende a alma ao corpo, princípio intermediário entre a matéria e o Espírito.
Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita• Trad• de Guillon Ribeiro• 86a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Introd•

O homem é filho de suas próprias obras; e as diferenças humanas são filhas do uso que cada um faz da sua liberdade.
Referencia: AMIGÓ Y PELLÍCER, José• Roma e o Evangelho: estudos filosófico-religiosos e teórico-práticos• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 18

[...] é uma obra que glorifica seu incompreensível Autor.
Referencia: AMIGÓ Y PELLÍCER, José• Roma e o Evangelho: estudos filosófico-religiosos e teórico-práticos• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 2

[...] é, desde o princípio, o Verbo fora de Deus, a sucessão eterna, a mutabilidade sem término.
Referencia: AMIGÓ Y PELLÍCER, José• Roma e o Evangelho: estudos filosófico-religiosos e teórico-práticos• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 2

[...] é um ser progressivo e perfectível que sempre girará dentro da instabilidade. [...]
Referencia: AMIGÓ Y PELLÍCER, José• Roma e o Evangelho: estudos filosófico-religiosos e teórico-práticos• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 3, cap• 1

O homem é, essencialmente, um Espírito imortal, que não desaparece, portanto, com a morte orgânica, com o perecimento do corpo físico. [...] O homem é um Espírito, que se utiliza de vários corpos materiais, os corpos físicos, e de um semimaterial, fluídico, o corpo astral ou perispírito, para realizar, em várias etapas, chamadas encarnações, a evolução, a que está sujeito, por sua própria natureza.
Referencia: BARBOSA, Pedro Franco• Espiritismo básico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - pt• 2

Sabemos hoje que o homem é um anjo nascente e que séculos correrão sobre séculos antes de finda a empresa de seu apuro.
Referencia: BÉRNI, Duílio Lena• Brasil, mais além! 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• - cap• 21

[...] é o homem um ser imortal, evolvendo incessantemente através das gerações de um determinado mundo, e, em seguida, de mundo em mundo, até a perfeição, sem solução de continuidade!
Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• As leis morais: segundo a filosofia espírita• 12a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - A progressividade da revelação divina 4

Urge compreendamos que, qualquer que seja a posição em que se achem situados, todos os homens são proletários da evolução e que a diversidade de funções no complexo social é tão indispensável à sua harmonia quanto às variadas finalidades dos órgãos o são ao equilíbrio de nosso organismo.
Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• As leis morais: segundo a filosofia espírita• 12a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - A lei de igualdade

Contrariando a Teologia tradicional, a Doutrina Espírita nos ensina (no que, aliás, é apoiada pela Ciência) que o homem surgiu neste mundo, não como H H uma criatura perfeita, que veio a decair depois por obra de Satanás, mas como um ser rude e ignorante, guardando traços fortes de sua passagem pela animalidade. Criado, entretanto, à imagem e semelhança de Deus, possui, latentes, todos os atributos da perfeição, inclusive o Amor, carecendo tão-somente que os desenvolva.
Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• Páginas de Espiritismo cristão• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1993• - cap• 12

[...] cada indivíduo é, espiritualmente, filho de si mesmo, ou melhor, traz, ao nascer, uma bagagem de boas ou más aquisições feitas em outras existências, que lhe constituem o caráter, o modo de ser todo pessoal [...].
Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• Páginas de Espiritismo cristão• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1993• - cap• 15

Afirma Esquiros que cada um de nós é o autor e por assim dizer o obreiro de seus destinos futuros. [...]
Referencia: DELANNE, Gabriel• A Reencarnação• Trad• de Carlos 1mbassahy• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1994• - cap• 1

[...] O homem é o universo reduzido. Se cada um pudesse deixar-se narrar, teríamos a mais maravilhosa história do mundo.
Referencia: DELGADO, América• Os funerais da Santa Sé• Pelo Espírito Guerra Junqueiro• Prefácio de Manuel Quintão• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 2, Guerra Junqueiro

O homem possui dois corpos: um de matéria grosseira, que o põe em relação com o mundo físico; outro fluídico, por meio do qual entra em relação com o mundo invisível.
Referencia: DENIS, Léon• Cristianismo e Espiritismo: provas experimentais da sobrevivência• Trad• de Leopoldo Cirne• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 10

[...] O homem é [...] o seu próprio juiz, porque, segundo o uso ou o abuso de sua liberdade, torna-se feliz ou desditoso. [...]
Referencia: DENIS, Léon• Depois da morte: exposição da Doutrina dos Espíritos• Trad• de João Lourenço de Souza• 25a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 4, cap• 39

Deus é o Espírito Universal que se exprime e se manifesta na Natureza, da qual o homem é a expressão mais alta.
Referencia: DENIS, Léon• O grande enigma• 13a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 9

Todo homem é um espelho particular do Universo e do seu Criador. [...]
Referencia: DENIS, Léon• O porquê da vida: solução racional do problema da existência• 22a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• -

[...] é a síntese de todas as formas vivas que o precederam, o último elo da longa cadeia de vidas inferiores que se desenrola através dos tempos. [...]
Referencia: DENIS, Léon• O problema do ser, do destino e da dor: os testemunhos, os fatos, as leis• 28a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 9

[...] a observação dos fatos e a experiência provam que o ser humano não é somente um corpo material dotado de várias propriedades, mas também um ser psíquico, dotado de propriedades diferentes das do organismo animal.
Referencia: FLAMMARION, Camille• A morte e o seu mistério• Rio de Janeiro: FEB, 2004• 3 v•: v• 1, 6a ed•; v• 2, 5a ed•; v• 3, 5a ed• - v• 1, cap• 2

Preferimos a definição de Bonald: “O homem é uma inteligência servida por órgãos”. Declaremo-lo: o homem é essencialmente espírito, quer o saiba quer o ignore. [...]
Referencia: FLAMMARION, Camille• A morte e o seu mistério• Rio de Janeiro: FEB, 2004• 3 v•: v• 1, 6a ed•; v• 2, 5a ed•; v• 3, 5a ed• - v• 1, cap• 3

[...] Sois constituídos por uma verdadeira multidão de seres grupados e submetidos pela atração plástica da vossa alma pessoal, a qual, do centro do ser, formou o corpo, desde o embrião, e reuniu em torno dele, no respectivo microcosmo, todo um mundo de seres destituídos ainda de consciência da sua individualidade.
Referencia: FLAMMARION, Camille• Narrações do infinito: lúmen• Trad• de Almerindo Martins de Castro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• - 5a narrativa

[...] é mordomo, usufrutuário dos talentos de que se encontra temporariamente investido na condição de H donatário, mas dos quais prestará contas. [...]
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Estudos espíritas• Pelo Espírito Joanna de Ângelis• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• - cap• 17

Os homens são espíritos em provas, como os vês, como os encontras.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Lampadário espírita• Pelo Espírito Joanna de Ângelis• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 20

O homem não deve ser considerado como a máquina para o prazer, mas o ser eterno em contínuo processo de crescimento. O corpo é-lhe instrumento por ele mesmo – o Espírito que o habita – modelado conforme as necessidades que o promovem e libertam. A visão global do ser – Espírito, perispírito e matéria – é a que pode dar sentido à vida humana, facultando o entendimento das leis que a regem.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Loucura e obsessão• Pelo Espírito Manoel P• de Miranda• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - cap• 16

O grande e superior investimento da Divindade é o homem, na inexorável marcha da ascensão libertadora.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Loucura e obsessão• Pelo Espírito Manoel P• de Miranda• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - cap• 22

[...] o homem é o que pensa, o que faz e deseja.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Párias em redenção• Pelo Espírito Victor Hugo• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - L• 1, cap• 7

[...] todos somos a soma dos próprios atos, na contabilidade das experiências acumuladas desde priscas eras que não lobrigamos tão cedo conhecer. [...]
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Párias em redenção• Pelo Espírito Victor Hugo• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - L• 3, cap• 1

O homem é, na verdade, a mais alta realização do pensamento divino, na Terra, caminhando para a glória total, mediante as lutas e os sacrifícios do dia-a-dia.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Temas da vida e da morte• Pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Suicídio – solução insolvável

[...] O homem é um projetista de si mesmo com plena liberdade de, assim, autoprojetar-se. [...]
Referencia: LOBO, Ney• Filosofia espírita da educação e suas conseqüências pedagógicas e administrativas• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1993• 5 v• - v• 2

[...] é o que ele mesmo pode ou quer ser; por isso, o homem é sempre um problema em si mesmo e também encerra em si a solução. [...]
Referencia: LOBO, Ney• Filosofia espírita da educação e suas conseqüências pedagógicas e administrativas• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1993• 5 v• - v• 2

[...] O homem nasce imperfeito: chega a este mundo trazendo um duplo capital, o de suas faltas anteriores, que lhe cumpre expiar, ou de suas más tendências, que lhe cumpre reprimir; e o das virtudes adquiridas ou de aspirações generosas, que lhe cabe desenvolver. [...]
Referencia: MARCHAL, V (Padre)• O Espírito Consolador, ou os nossos destinos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - 21a efusão

Todos os homens são filhos de Deus, todos estão destinados a tornar-se anjos [...].
Referencia: MARCHAL, V (Padre)• O Espírito Consolador, ou os nossos destinos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - 29a efusão

[...] O homem, como dínamo psíquico, a que os complexos celulares se ajustam em obediência às leis que governam a matéria perispiritual, ainda é de compreensão muito difícil.
Referencia: MICHAELUS• Magnetismo Espiritual• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 32

[...] o homem é aquilo que pensa. É a força do seu pensamento que modela os seus atos e, por conseguinte, o seu estado de espírito, sua posição evolutiva, e a melhor ou pior situação humana nas vidas que se encadeiam. [...]
Referencia: MIRANDA, Hermínio C• Reencarnação e imortalidade• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - cap• 21

[...] o homem é, na essência, um Espírito imortal, cuja experiência e sabedoria se acumulam ao cabo de um rosário imenso de vidas, desde que começam a raiar nele os primeiros clarões da consH H ciência até que alcance os mais elevados graus de conhecimento e moral. [...]
Referencia: MIRANDA, Hermínio C• Reencarnação e imortalidade• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - cap• 23

[...] Será bom não esquecer que somos essência de Deus [...].
Referencia: PEREIRA, Yvonne A• Devassando o invisível• Sob a orientação dos Espíritos-guias da médium• 1a ed• esp• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 8

[...] Será necessário que o homem compreenda que, como parcela divina que é, veio ao mundo também para colaborar na obra de aperfeiçoamento do planeta em que vive, e essa colaboração certamente subentenderá auxílio às almas mais frágeis do que a dele, que gravitam ao seu lado nas peripécias da evolução. [...]
Referencia: PEREIRA, Yvonne A• Devassando o invisível• Sob a orientação dos Espíritos-guias da médium• 1a ed• esp• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 10

[...] somos o resultado das atividades do nosso passado, como hoje plantamos as sementes do nosso futuro.
Referencia: SANTOS, Jorge Andréa dos• Visão espírita nas distonias mentais• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 3

O homem, regra geral, é um ser milenarmente viciado em atitudes negativas, assimilando, assim, com lamentável freqüência, vibrações tóxicas que o desajustam espiritualmente, da mesma forma que sofre constantes distúrbios digestivos quem não faz uso de alimentação adequada.
Referencia: SIMONETTI, Richard• Para viver a grande mensagem• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1991• - Sintonia da atitude

[...] o homem, apesar de sua aparência material, é essencialmente um ser espiritual e, como tal, seu destino não está jungido para sempre à matéria, mas apenas temporariamente.
Referencia: SOUZA, Juvanir Borges de• Tempo de renovação• Prefácio de Lauro S• Thiago• Rio de Janeiro: FEB, 1989• - cap• 37

Cada criatura humana é uma irradiação da Força Divina, independentemente de seu estágio evolutivo. [...]
Referencia: SOUZA, Juvanir Borges de• Tempo de transição• Prefácio de Francisco Thiesen• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1990• - cap• 7

[...] é um Espírito eterno, continuando sua trajetória após o túmulo e voltando a viver neste mesmo mundo de aprendizado e resgates, onde os papéis individuais podem ser invertidos [...].
Referencia: SOUZA, Juvanir Borges de• Tempo de transição• Prefácio de Francisco Thiesen• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1990• - cap• 12

[...] O homem é co-autor dessa entidade misteriosa que é ele mesmo. Nascemos de Deus, fonte inexaurível da vida, e renascemos todos os dias, em nós mesmos, através das transformações por que passamos mediante a influência da auto-educação, cumprindo-se assim aquele célebre imperativo de Jesus: Sede perfeitos como o vosso Pai celestial é perfeito.
Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• O Mestre na educação• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2005• - cap• 2

[...] O homem é obra viva, inteligente e consciente de si própria. [...]
Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• O Mestre na educação• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2005• - cap• 15

O homem renovado para o bem é a garantia substancial da felicidade humana. [...] O homem, herdeiro do Céu, refletirá sempre a Paternidade Divina, no nível em que se encontra.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Agenda cristã• Pelo Espírito André Luiz• 42a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Informando o leitor

No mundo assim também é: / O homem, na Humanidade, / É o viajor demandando / As luzes da eternidade.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Cartilha da Natureza• Pelo Espírito Casimiro Cunha• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - O carro

Todos nós somos dínamos viventes, nos mais remotos ângulos da vida, com o infinito por clima de progresso e com a eternidade por meta sublime. Geramos H raios, emitimo-los e recebemo-los constantemente.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

O homem não é um acidente biológico na Criação. É o herdeiro divino do Pai Compassivo e Todo Sábio que lhe confere no mundo a escola ativa de elevação e aprimoramento para a imortalidade.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

[...] é o legislador da própria existência e o dispensador da paz ou da desesperação, da alegria ou da dor de si mesmo.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

[...] o homem, acima de tudo, é espírito, alma, vibração, e esse espírito, salvo em casos excepcionais, se conserva o mesmo após a morte do corpo, com idênticos defeitos e as mesmas inclinações que o caracterizavam à face do mundo.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Emmanuel: dissertações mediúnicas sobre importantes questões que preocupam a Humanidade• Pelo Espírito Emmanuel• 25a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 30

[...] Todos somos, por enquanto, espíritos imperfeitos, nos quadros evolutivos do trabalho que nos compete desenvolver e complementar.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Encontro Marcado• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 4

Cada um de nós é um mundo por si, porque o Criador nos dotou a cada um de características individuais, inconfundíveis.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Encontro Marcado• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 9

O homem é inquilino da carne, com obrigações naturais de preservação e defesa do patrimônio que temporariamente usufrui.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Falando à Terra• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Saúde

Lembre-se que você mesmo é: o melhor secretário de sua tarefa, o mais eficiente propagandista de seusideais,a mais clara demonstração de seusprincípios,o mais alto padrão do ensino superiorque seu espírito abraça,e a mensagem viva das elevadas noçõesque você transmite aos outros.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Idéias e ilustrações• Por diversos Espíritos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1993• - cap• 29

Expurguemos a mente, apagando recordações indesejáveis e elevando o nível de nossas esperanças, porque, na realidade, somos arquitetos de nossa ascensão.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Instruções psicofônicas• Recebidas de vários Espíritos, no “Grupo Meimei”, e organizadas por Arnaldo Rocha• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 12

Toda pessoa humana é aprendiz na escola da evolução, sob o uniforme da carne, constrangida ao cumprimento de certas obrigações [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Justiça Divina• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Lugar depois da morte

O homem encarnado na Terra [...] é uma alma eterna usando um corpo perecível, alma que procede de milenários caminhos para a integração com a verdade divina [...]. Somos, todos, atores do drama sublime da evolução universal, através do amor e da dor [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Libertação• Pelo Espírito André Luiz• 29a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 13

Depois da morte física, o que há de mais surpreendente para nós é o reencontro da vida. Aqui [no plano espiritual] aprendemos que o organismo perispirítico que nos condiciona em matéria leve e mais plástica, após o sepulcro, é fruto igualmente do processo evolutivo. Não somos criações milagrosas, destinadas ao H H adorno de um paraíso de papelão. Somos filhos de Deus e herdeiros dos séculos, conquistando valores, de experiência em experiência de milênio a milênio. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• No mundo maior• Pelo Espírito André Luiz• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2005• - cap• 3

O homem terrestre não é um deserdado. É filho de Deus, em trabalho construtivo, envergando a roupagem da carne; aluno de escola benemérita, onde precisa aprender a elevar-se. A luta humana é sua oportunidade, a sua ferramenta, o seu livro.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Nosso Lar• Pelo Espírito André Luiz• 56a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2006• - Novo amigo

Cada homem é uma casa espiritual que deve estar, por deliberação e esforço do morador, em contínua modificação para melhor.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Vinha de luz• Pelo Espírito Emmanuel• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 133

[...] é um anjo decaído, em conseqüência do mau uso que fez de seu livre-arbítrio [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Volta Bocage• Sonetos do Espírito de Manuel Maria de Barbosa du Bocage; com apreciação, comentários e glossário pelo prof• L• C• Porto Carreiro Neto• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• -

Filhos do Eterno, todos somos cidadãos da eternidade e somente elevamos a nós mesmos, a golpes de esforço e trabalho, na hierarquia das reencarnações.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• O Espírito da Verdade: estudos e dissertações em torno de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec• Por diversos Espíritos• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 46


As principais palavras traduzidas por ‘homem’ no A.T. são :
(1). Adam (Gn 1:26, etc.) É, também, um termo coletivo, que se emprega ‘por humanidade’, e que se distingue de Deus.
(2). ish (Gn 2:24, etc.), um indivíduo do sexo masculino.
(3). Enosh (Gn 6:4, etc.), a raça humana, como seres mortais.
(4). Geber (Êx 10:11, etc.), homem na sua robustez. No N.T. as principais palavras são
(1). Aner (Lc 1:27, etc.), homem da idade madura –
(2). Anthropos (Mt 4:4, etc.), homem em oposição a animal.

substantivo masculino Indivíduo dotado de inteligência e linguagem articulada, bípede, bímano, classificado como mamífero da família dos primatas, com a característica da posição ereta e da considerável dimensão e peso do crânio.
Espécie humana; humanidade: a evolução social do homem.
Pessoa do sexo masculino.
Esposo, marido, companheiro.
A criatura humana sob o ponto de vista moral: todo homem é passível de aperfeiçoamento.
Etimologia (origem da palavra homem). Do latim homo.inis.

substantivo masculino Indivíduo dotado de inteligência e linguagem articulada, bípede, bímano, classificado como mamífero da família dos primatas, com a característica da posição ereta e da considerável dimensão e peso do crânio.
Espécie humana; humanidade: a evolução social do homem.
Pessoa do sexo masculino.
Esposo, marido, companheiro.
A criatura humana sob o ponto de vista moral: todo homem é passível de aperfeiçoamento.
Etimologia (origem da palavra homem). Do latim homo.inis.

Mundo

substantivo masculino Conjunto de tudo que existe, os astros e planetas; universo.
Planeta Terra e tudo o que nele existe; lugar onde vive o homem.
Conjunto de indivíduos que formam um agrupamento humano determinado; designação da espécie humana.
Figurado Organização, companhia, instituição ou empresa de tamanho notável; em que há abundância: esta loja é um mundo!
Seção restrita de um âmbito do conhecimento ou atividade: mundo da música.
Religião A vida que não se relaciona aos preceitos religiosos; vida mundana: deixou o mundo pela fé.
Figurado Número indefinido de pessoas: um mundo de gente!
Conjunto de pessoas notáveis pela sua origem, pela fortuna, pela situação social; classe social: não fazem parte do mesmo mundo.
adjetivo Excessivamente limpo; asseado.
Etimologia (origem da palavra mundo). Do latim mundus.i.

substantivo masculino Conjunto de tudo que existe, os astros e planetas; universo.
Planeta Terra e tudo o que nele existe; lugar onde vive o homem.
Conjunto de indivíduos que formam um agrupamento humano determinado; designação da espécie humana.
Figurado Organização, companhia, instituição ou empresa de tamanho notável; em que há abundância: esta loja é um mundo!
Seção restrita de um âmbito do conhecimento ou atividade: mundo da música.
Religião A vida que não se relaciona aos preceitos religiosos; vida mundana: deixou o mundo pela fé.
Figurado Número indefinido de pessoas: um mundo de gente!
Conjunto de pessoas notáveis pela sua origem, pela fortuna, pela situação social; classe social: não fazem parte do mesmo mundo.
adjetivo Excessivamente limpo; asseado.
Etimologia (origem da palavra mundo). Do latim mundus.i.

Cinco palavras se traduzem por ‘mundo’ no A. T., e quatro no N. T. No A. T. a mais usada, ‘tebel’, implica uma terra fértil e habitada (como no Sl 33:8is 27:6). Eretz, usualmente ‘terra’ (como em Gn 1:1), quatro vezes aparece vertida na palavra ‘mundo’. No N. T. o termo que se vê com mais freqüência é Koamoa. Esta palavra implicava primitivamente a ‘ordem’ e foi posta em uso na filosofia de Pitágoras para significar o mundo ou o Universo, no seu maravilhoso modo de ser em oposição ao caos. No evangelho de S. João quer dizer ‘mundo’ nos seus vários aspectos, isto é: a parte dos entes, ainda separados de Deus, a Humanidade como objeto dos cuidados de Deus, e a Humanidade em oposição a Deus (*veja, por exemplo, Jo 1:9 – 3.16 – 14.17 – 1 Jo 2:2-15 – 5.19). Depois de kosmos, a palavra mais usada é aiõn, que originariamente significava a duração da vida, e também eternidade, uma época, ou mesmo certo período de tempo. Emprega-se no sentido de ‘fim do mundo’ (Mt 13:49), ‘Este mundo’ (idade), e o ‘Século vindouro’ (Mt 12:32Mc 4:19Lc 18:30 – Rm 1L
2) – e em Hebreus 1:2-11.3, é o ‘mundo’, como feito pelo Filho. oikoumene, significando o mundo habitado, especialmente o império Romano, ocorre em Mt 24:14Lc 2:1At 17:6Ap 12:9, etc. Gê, a terra, aparece somente em Ap 13:3.

universo, orbe. – Tratando de mundo e universo é Roq. mais completo que S. Luiz. “Chama-se mundo e universo” – diz ele – “o céu e a terra considerados como um todo. A palavra universo conserva sempre esta significação; porém a palavra mundo tem muitas acepções diferentes. – Universo é uma palavra necessária para indicar positivamente este conjunto de céu e terra, sem relação com as outras acepções de mundo. – Mundo toma-se particularmente pela terra com suas diferentes partes, pelo globo terrestre; e neste sentido se diz: ‘dar volta ao mundo’: o que não significa dar – volta ao universo. – Mundo toma-se também pela totalidade dos homens, por um número considerável deles, etc.; e em todas estas acepções não se compreende mais que uma parte do universo. – Universo, ao contrário, é uma palavra que encerra, debaixo da ideia de um só ser, todas as partes do mundo, e representa o agregado de todas as coisas criadas, com especial relação à natureza física. Diz-se que Jesus Cristo remiu o mundo; mas não – que remiu o universo; o velho e o novo mundo, e não – o velho e o novo universo; neste mundo, isto é, na terra, nesta vida, e não – neste universo, porque não há senão um e mesmo universo”. – Só figuradamente pode aplicar-se a palavra universo fora dessa rigorosa significação, ou sem atenção a ela. – Dizemos, por exemplo: – o universo moral; em psicologia estamos em presença de um universo novo, para significar, no primeiro caso – a totalidade das leis morais; e no segundo – as novas noções a que ascende a consciência humana à medida que vai desvendando no universo coisas que nos têm parecido misteriosas. – Orbe toma-se pelo mundo, e refere-se mais particularmente à superfície do globo, dando ideia da sua amplitude. Em todo o orbe não se encontrou nunca uma alma em cujo fundo não estivesse a ideia de uma justiça eterna, isto é, superior às contingências do mundo. – Mundo, neste exemplo, significa portanto – a comunhão dos homens, a consciência humana – móvel no tempo e no espaço; enquanto que orbe diz toda a superfície do nosso globo.

[...] todos esses mundos são as moradas de outras sociedades de almas. [...]
Referencia: DENIS, Léon• O grande enigma• 13a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 2, cap• 14

[...] O mundo é escola, e na sua condição de educandário desempenha papel primacial para a evolução, em cujo bojo encontra-se o objetivo de tornar o Cristo interno o verdadeiro comandante das ações e dos objetivos inarredáveis da reencarnação.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Impermanência e imortalidade• Pelo Espírito Carlos Torres Pastorino• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Frustração

[...] cada mundo é um vasto anfiteatro composto de inúmeras arquibancadas, ocupadas por outras tantas séries de seres mais ou menos perfeitos. E, por sua vez, cada mundo não é mais do que uma arquibancada desse anfiteatro imenso, infinito, que se chama Universo. Nesses mundos, nascem, vivem, morrem seres que, pela sua relativa perfeição, correspondem à estância mais ou menos feliz que lhes é destinada. [...]
Referencia: MARCHAL, V (Padre)• O Espírito Consolador, ou os nossos destinos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - 8a efusão

[...] mundos incontáveis são, como disse Jesus, as muitas moradas da Casa do Eterno Pai. É neles que nascem, crescem, vivem e se aperfeiçoam os filhos do criador, a grande família universal... São eles as grandes escolas das almas, as grandes oficinas do Espírito, as grandes universidades e os grandes laboratórios do Infinito... E são também – Deus seja louvado – os berços da Vida.
Referencia: SANT’ANNA, Hernani T• Universo e vida• Pelo Espírito Áureo• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 2

[...] vasta escola de regeneração, onde todas as criaturas se reabilitam da trai ção aos seus próprios deveres. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Boa nova• Pelo Espírito Humberto de Campos• 1a ed• especial• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 13

O mundo é uma associação de poderes espirituais.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

[...] os mundos [são] laboratórios da vida no Universo [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

O mundo, em todo tempo, é uma casa em reforma, com a lei da mudança a lhe presidir todos os movimentos, através de metamorfoses e dificuldades educativas.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Rumo certo• Pelo Espírito Emmanuel• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 40


Mundo
1) A terra (Sl 24:1).


2) O conjunto das nações conhecidas (1Rs 10:23, RA).


3) A raça humana (Sl 9:8; Jo 3:16; At 17:31).


4) O universo (Rm 1:20).


5) Os ímpios e maus, que se opõem a Deus (Jo 15:18) e têm o Diabo como seu chefe (Jo 12:31).


6) Os habitantes do Império Romano (Lc 2:1).


Mundo 1. O universo, o cosmo (Jo 1:10; 17,5; 21,25).

2. O lugar onde o ser humano habita (Mt 4:8; 16,26; 26,13; Lc 12:30).

3. O gênero humano que está perdido e é mau (Jo 12:31; 14,30), mas a quem Deus ama e manifesta seu amor ao enviar seu Filho, para que todo aquele que nele crê não se perca, mas tenha vida eterna (Jo 3:16; 1,29; 6,51). Jesus vence o mundo entendido como humanidade má e decaída, oposta a Deus e a seus desígnios (Jo 3:17; 4,42; 12,47; 16,11.33). Os discípulos estão neste mundo, todavia não participam dele (Jo 8:23; 9,5; 17,11.15ss.). Sinal disso é que se negam a combater (Jo 18:36).

4. O mundo vindouro é o Olam havah hebraico, o novo tempo, a nova era que se inaugurará após o triunfo definitivo do messias (Mt 12:32; Mc 10:30; Lc 20:35).


Perder

verbo transitivo direto Deixar de possuir algo concreto ou abstrato: perdeu a herança; perdeu o amor.
Fracassar; não obter a vitória; ser derrotado: o time perdeu o campeonato.
Esquecer alguma coisa em algum lugar: perdeu o dinheiro no ônibus.
Desperdiçar; utilizar algo erradamente: perdeu tempo no banco.
Passar a possuir menos do que tinha anteriormente: perdeu peso.
Deixar para trás: perdeu uma chance incrível.
Chegar atrasado e não conseguir alcançar o pretendido: perdeu o avião.
Deixar de ver ou de ouvir alguém porque essa pessoa morreu: perdeu o pai.
Deixar de gostar ou de sentir: perdeu a alegria de viver.
Arruinar; causar destruição em: o temporal perdeu os vegetais.
verbo transitivo direto e intransitivo Deixar de aproveitar ou de desfrutar de: perdeu os benefícios do emprego; o comunismo perdeu a guerra.
verbo pronominal Sumir; não ser mais visível aos olhos: o sol perdeu-se no mar.
Confundir-se; deixar de saber; estar atrapalhado: perdeu-se na rodoviária.
Ficar completamente absorvido por: perdia-se em devaneios.
verbo transitivo direto e pronominal Cair em sofrimento; guiar-se em direção ao que é ruim: o álcool a perdeu eternamente; perdeu-se com as próprias escolhas.
Etimologia (origem da palavra perder). Do latim perdere.

Strongs

Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
γάρ τίς ὠφελέω ἄνθρωπος ἐάν κερδαίνω κόσμος ὅλος καί ζημιόω αὑτοῦ ψυχή
Marcos 8: 36 - Texto em Grego - (BGB) - Bíblia Grega Bereana

Porquanto, que lucro tem o homem em ganhar o mundo inteiro, se perder a sua própria alma?
Marcos 8: 36 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

Agosto de 29
G1063
gár
γάρ
primícias da figueira, figo temporão
(as the earliest)
Substantivo
G2210
zēmióō
ζημιόω
afetar com prejuízo, dar prejuízo a
(loses)
Verbo - aorista (pretérito não qualificado de um verbo sem referência à duração ou conclusão da ação) Subjuntivo Passivo - 3ª pessoa do singular
G2532
kaí
καί
desejo, aquilo que é desejável adj
(goodly)
Substantivo
G2770
kerdaínō
κερδαίνω
ganhar, adquirir, obter ganho
(he gains)
Verbo - aorista (pretérito não qualificado de um verbo sem referência à duração ou conclusão da ação) Subjuntivo Active - 3ª pessoa do singular
G2889
kósmos
κόσμος
puro, limpo
(clean)
Adjetivo
G3588
ho
para que
(that)
Conjunção
G3650
hólos
ὅλος
tudo
(all)
Adjetivo - dativo feminino no singular
G444
ánthrōpos
ἄνθρωπος
homem
(man)
Substantivo - Masculino no Singular nominativo
G5101
tís
τίς
Como?, Onde?, Quem?, O Que?, Por que?
(who)
Pronome interrogativo / indefinido - nominativo masculino singular
G5590
psychḗ
ψυχή
ficar tempestuoso, enfurecer
(and was very troubled)
Verbo
G5623
ōpheléō
ὠφελέω
rei da Assíria, filho de Salmaneser, e pai de Senaqueribe; governou de 721 - 702 a.C.;
(when Sargon)
Substantivo
G846
autós
αὐτός
dele
(of him)
Pronome Pessoal / Possessivo - Genitivo Masculino 3ª pessoa do singular


γάρ


(G1063)
gár (gar)

1063 γαρ gar

partícula primária; conj

  1. porque, pois, visto que, então

ζημιόω


(G2210)
zēmióō (dzay-mee-o'-o)

2210 ζημιοω zemioo

de 2209; TDNT - 2:888,299; v

afetar com prejuízo, dar prejuízo a

manter um prejuízo, receber injúria, sofrer perda


καί


(G2532)
kaí (kahee)

2532 και kai

aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj

  1. e, também, até mesmo, realmente, mas

κερδαίνω


(G2770)
kerdaínō (ker-dah'-ee-no)

2770 κερδαινω kerdaino

de 2771; TDNT - 3:672,428; v

  1. ganhar, adquirir, obter ganho
  2. metáf.
    1. de ganho provindo de evitar ou escapar do mal ( “não envolver-se”, resguardar-se”. Daí, “ser poupado”)
    2. ganhar alguém, i.e, conquistá-lo para o reino de Deus, ganhar alguém para a fé em Cristo
    3. ganhar o favor e a comunhão com Cristo

κόσμος


(G2889)
kósmos (kos'-mos)

2889 κοσμος kosmos

provavelmente da raiz de 2865; TDNT - 3:868,459; n m

  1. uma organização ou constituição apta e harmoniosa, ordem, governo
  2. ornamento, decoração, adorno, i.e., o arranjo das estrelas, ’as hostes celestiais’ como o ornamento dos céus. 1Pe 3:3
  3. mundo, universo
  4. o círculo da terra, a terra
  5. os habitantes da terra, homens, a família humana
  6. a multidão incrédula; a massa inteira de homens alienados de Deus, e por isso hostil a causa de Cristo
  7. afazeres mundanos, conjunto das coisas terrenas
    1. totalidade dos bens terrestres, dotes, riquezas, vantagens, prazeres, etc, que apesar de vazios, frágeis e passageiros, provocam desejos, desencaminham de Deus e são obstáculos para a causa de Cristo
  8. qualquer conjunto ou coleção geral de particulares de qualquer tipo
    1. os gentios em contraste com os judeus (Rm 11:12 etc)
    2. dos crentes unicamente, Jo 1:29; 3.16; 3.17; 6.33; 12.47; 1Co 4:9; 2Co 5:19

Sinônimos ver verbete 5921



(G3588)
ho (ho)

3588 ο ho

que inclue o feminino η he, e o neutro το to

em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo

  1. este, aquela, estes, etc.

    Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.


ὅλος


(G3650)
hólos (hol'-os)

3650 ολος holos

palavra primária; TDNT - 5:174,682; adj

  1. tudo, inteiro, completamente

ἄνθρωπος


(G444)
ánthrōpos (anth'-ro-pos)

444 ανθρωπος anthropos

de 435 e ops (o semblante, de 3700); com cara de homem, i.e. um ser humano; TDNT - 1:364,59; n m

  1. um ser humano, seja homem ou mulher
    1. genericamente, inclui todos os indivíduos humanos
    2. para distinguir humanos de seres de outra espécie
      1. de animais e plantas
      2. de Deus e Cristo
      3. dos anjos
    3. com a noção adicionada de fraqueza, pela qual o homem é conduzido ao erro ou induzido a pecar
    4. com a noção adjunta de desprezo ou piedade desdenhosa
    5. com referência às duas natureza do homem, corpo e alma
    6. com referência à dupla natureza do homem, o ser corrupto e o homem verdadeiramente cristão, que se conforma à natureza de Deus
    7. com referência ao sexo, um homem
  2. de forma indefinida, alguém, um homem, um indivíduo
  3. no plural, povo
  4. associada com outras palavras, ex. homem de negócios

τίς


(G5101)
tís (tis)

5101 τις tis

τíς (Strong G5101) Com acento, é um pronome interrogativo. Praticamente todos os pronomes interrogativos das línguas latinas (quis? quid? cur?): Como?, Onde?, Quem?, O Que?, Por que?

Possui relação com τις (Strong G5100) Sem acento, é um pronome indefinido, correspondente ao latin (aliquis, quis, quidam)

Fonte: Miudinho - Mateus 16:8 {Aluizio Elias}

ψυχή


(G5590)
psychḗ (psoo-khay')

5590 ψυχη psuche

de 5594; TDNT - 9:608,1342; n f

  1. respiração
    1. fôlego da vida
      1. força vital que anima o corpo e é reconhecida pela respiração
        1. de animais
        2. de pessoas
    2. vida
    3. aquilo no qual há vida
      1. ser vivo, alma vivente
  2. alma
    1. o lugar dos sentimentos, desejos, afeições, aversões (nosso coração, alma etc.)
    2. a alma (humana) na medida em que é constituída por Deus; pelo uso correto da ajuda oferecida por Deus, pode alcançar seu o seu mais alto fim e eterna e segura bemaventurança. A alma considerada como um ser moral designado para vida eterna
    3. a alma como uma essência que difere do corpo e não é dissolvida pela morte (distinta de outras partes do corpo)

ὠφελέω


(G5623)
ōpheléō (o-fel-eh'-o)

5623 ωφελεω opheleo

do mesmo que 5622; v

  1. assistir, ser útil ou vantajoso, ser eficaz

αὐτός


(G846)
autós (ow-tos')

846 αυτος autos

da partícula au [talvez semelhante a raiz de 109 pela idéia de um vento instável] (para trás); pron

  1. ele próprio, ela mesma, eles mesmos, de si mesmo
  2. ele, ela, isto
  3. o mesmo