Enciclopédia de João 3:15-15

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

jo 3: 15

Versão Versículo
ARA para que todo o que nele crê tenha a vida eterna.
ARC Para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
TB para que todo o que nele crê tenha a vida eterna.
BGB ἵνα πᾶς ὁ πιστεύων ⸂ἐν αὐτῷ⸃ ἔχῃ ζωὴν αἰώνιον.
HD a fim de que todo aquele que nele crê tenha a vida eterna .
BKJ para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
LTT Para que todo aquele (homem) que está crendo 756 para dentro dEle não se faça perecer 757, mas tenha a vida eterna.
BJ2 a fim de que todo aquele que crer tenha nele vida eterna.[g]
VULG ut omnis qui credit in ipsum, non pereat, sed habeat vitam æternam.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de João 3:15

Isaías 45:22 Olhai para mim e sereis salvos, vós, todos os termos da terra; porque eu sou Deus, e não há outro.
Mateus 18:10 Vede, não desprezeis algum destes pequeninos, porque eu vos digo que os seus anjos nos céus sempre veem a face de meu Pai que está nos céus.
Marcos 16:16 Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.
Lucas 19:10 Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido.
João 1:12 Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus: aos que creem no seu nome,
João 3:16 Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
João 3:36 Aquele que crê no Filho tem a vida eterna, mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece.
João 5:24 Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.
João 6:40 Porquanto a vontade daquele que me enviou é esta: que todo aquele que vê o Filho e crê nele tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último Dia.
João 6:47 Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim tem a vida eterna.
João 10:28 e dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará das minhas mãos.
João 11:25 Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá;
João 12:44 E Jesus clamou e disse: Quem crê em mim crê não em mim, mas naquele que me enviou.
João 16:33 Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo.
João 17:2 assim como lhe deste poder sobre toda carne, para que dê a vida eterna a todos quantos lhe deste.
João 20:31 Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome.
Atos 8:36 E, indo eles caminhando, chegaram ao pé de alguma água, e disse o eunuco: Eis aqui água; que impede que eu seja batizado?
Atos 13:41 Vede, ó desprezadores, e espantai-vos e desaparecei; porque opero uma obra em vossos dias, obra tal que não crereis se alguém vo-la contar.
Atos 16:30 E, tirando-os para fora, disse: Senhores, que é necessário que eu faça para me salvar?
Romanos 5:1 Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo;
Romanos 5:21 para que, assim como o pecado reinou na morte, também a graça reinasse pela justiça para a vida eterna, por Jesus Cristo, nosso Senhor.
Romanos 6:22 Mas, agora, libertados do pecado e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação, e por fim a vida eterna.
Romanos 10:9 a saber: Se, com a tua boca, confessares ao Senhor Jesus e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo.
I Coríntios 1:18 Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus.
II Coríntios 4:3 Mas, se ainda o nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto,
Gálatas 2:16 Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé de Cristo e não pelas obras da lei, porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada.
Gálatas 2:20 Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou e se entregou a si mesmo por mim.
Hebreus 7:25 Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles.
Hebreus 10:39 Nós, porém, não somos daqueles que se retiram para a perdição, mas daqueles que creem para a conservação da alma.
I João 2:25 E esta é a promessa que ele nos fez: a vida eterna.
I João 5:1 Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo é nascido de Deus; e todo aquele que ama ao que o gerou também ama ao que dele é nascido.
I João 5:11 E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está em seu Filho.
I João 5:20 E sabemos que já o Filho de Deus é vindo e nos deu entendimento para conhecermos o que é verdadeiro; e no que é verdadeiro estamos, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna.


Notas de rodapé da Bíblia (HD) - Haroldo Dutra

As notas de rodapé presentes na Bíblia versão Haroldo Dutra são comentários e explicações adicionais fornecidos pelo tradutor para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas de rodapé são baseadas em pesquisas, análises históricas, culturais e linguísticas, bem como em outras referências bíblicas, a fim de fornecer um contexto mais profundo e uma interpretação mais precisa do significado original do texto. As notas de rodapé são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.
João 3 : 15
eterna
Lit. “de duração indeterminada; eterno, sem fim”.


Notas de rodapé da LTT

As notas de rodapé presentes na Bíblia versão LTT, Bíblia Literal do Texto Tradicional, são explicações adicionais fornecidas pelos tradutores para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas são baseadas em referências bíblicas, históricas e linguísticas, bem como em outros estudos teológicos e literários, a fim de fornecer um contexto mais preciso e uma interpretação mais fiel ao texto original. As notas de rodapé são uma ferramenta útil para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira compreender melhor o significado e a mensagem das Escrituras Sagradas.
 756

Jo 3:15 Quem REALMENTE creu e foi salvo em um certo instante desta dispensação das assembleias locais, então SEMPRE, CONTINUAMENTE, estará crendo e estará salvo, haja o que houver, porque é a Trindade (e não ele mesmo) Quem lhe está garantindo sempre crer e sempre ser um salvo. Na Bíblia, não há 1 só verso (você conhece?) insinuando ou abrindo a menor margem para a menor possibilidade de um santo anjo de Deus, hoje e por toda a eternidade futura, mudar para o lado de Satanás; nem de um demônio ou o Diabo se arrependerem e voltarem a amar e quererem seguir a Deu; nem de um homem perdido e já lá dentro do inferno ou do Lago de Fogo se arrepender e crer, nem de um salvo que já está dentro do céu ou no seu corpo glorificado jamais deixar de crer e de amar e de obedecer a Deus. Do mesmo modo que, também não há na Bíblia 1 só verso (você conhece?) insinuando ou abrindo a menor margem para a menor possibilidade de um VERDADEIRO salvo desta dispensação das assembleias locais, mesmo que ainda esteja neste corpo, jamais deixar de crer e de amar e querer obedecer a Deus, jamais poder deixar de ser um salvo. Ver http://solascriptura-tt.org/SoteriologiaESantificacao/22-ImperdibSalvac-PROVAS-Helio.htm.


 757

Jo 3:15 "NÃO PEREÇA, MAS": Mss Alexandrinos/ TC/ bíblias moderninhas aqui extirpam/ destroem (por nota/ [colchetes]) que o descrente perecerá (irá para eterno e consciente sofrimento terrível, mas merecido)!


Apêndices

Os apêndices bíblicos são seções adicionais presentes em algumas edições da Bíblia que fornecem informações complementares sobre o texto bíblico. Esses apêndices podem incluir uma variedade de recursos, como tabelas cronológicas, listas de personagens, informações históricas e culturais, explicações de termos e conceitos, entre outros. Eles são projetados para ajudar os leitores a entender melhor o contexto e o significado das narrativas bíblicas, tornando-as mais acessíveis e compreensíveis.

Principais acontecimentos da vida terrestre de Jesus

O começo do ministério de Jesus

DATA

LUGAR

ACONTECIMENTO

MATEUS

MARCOS

LUCAS

JOÃO

29 d.C., c. outubro

Rio Jordão, talvez em Betânia do outro lado do Jordão, ou perto dela

Jesus é batizado e ungido; Jeová o reconhece como seu Filho e lhe dá sua aprovação

Mt 3:13-17

Mc 1:9-11

Lc 3:21-38

Jo 1:32-34

Deserto da Judeia

É tentado pelo Diabo

Mt 4:1-11

Mc 1:12-13

Lc 4:1-13

 

Betânia do outro lado do Jordão

João Batista identifica Jesus como o Cordeiro de Deus; os primeiros discípulos se juntam a Jesus

     

Jo 1:15-29-51

Caná da Galileia; Cafarnaum

Primeiro milagre, água transformada em vinho; visita Cafarnaum

     

Jo 2:1-12

30 d.C., Páscoa

Jerusalém

Purifica o templo

     

Jo 2:13-25

Conversa com Nicodemos

     

Jo 3:1-21

Judeia; Enom

Vai à zona rural da Judeia, seus discípulos batizam; João dá seu último testemunho sobre Jesus

     

Jo 3:22-36

Tiberíades; Judeia

João é preso; Jesus viaja para a Galileia

Mt 4:12-14:3-5

Mc 6:17-20

Lc 3:19-20

Jo 4:1-3

Sicar, em Samaria

Ensina samaritanos no caminho para a Galileia

     

Jo 4:4-43


Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita


Cairbar Schutel

jo 3:15
Parábolas e Ensinos de Jesus

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 83
Página: -
Cairbar Schutel

“Chegou um dos escribas e, tendo ouvido a discussão e vendo que Jesus lhes havia respondido bem, fez-lhe esta pergunta: Qual é o primeiro de todos os mandamentos? Respondeu Jesus: O primeiro é; Ouve, ó Israel: O Senhor é nosso Deus, o Senhor é um só; e amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força. O segundo é: amarás ao teu próximo como a ti mesmo.


Não há outro mandamento maior que estes. Disse-lhe o escriba: Na verdade, Mestre, disseste bem que Ele é um; e não há outro senão Ele; e que o amá-lo de todo o coração, de todo o entendimento e de toda a força, e amar ao próximo como a si mesmo, excede a todos os holocaustos e sacrifícios. Vendo Jesus que ele havia falado sabiamente, disse-lhe: Não estás longe do Reino de Deus. “E ninguém mais ousava interrogá-lo.


(Marcos, XII, 28-34.)


Três são os deveres indispensáveis à criatura humana: 1º para com Deus; 2º para consigo mesmo; 3º para com seu próximo. Nisto resumiu Jesus a lei e os Profetas.


Sendo Deus o autor de nossa existência, o nosso verdadeiro Pai, devemos dedicar, primeiramente a Deus, todos os nossos haveres, a nossa própria Vida.


Os deveres do homem estão em relação com o seu grau de adiantamento, com as suas aptidões físicas, intelectuais e psíquicas.


Ninguém pode dar senão o que tem, mas é fora de dúvida que devemos dar a Deus tudo o que temos. E como os haveres que dedicamos a Deus são retribuídos com centuplicados juros, cumpre-nos aproveitar todas essas dádivas para proveito próprio e em proveito do próximo.


É do cumprimento desses deveres que começa a felicidade.


Satisfeitos os deveres que temos para com Deus, ocorre-nos tratar daqueles que se relacionam com a nossa própria individualidade. É claro que essas obrigações são de natureza material, intelectual e espiritual.


O homem veio à Terra para progredir e esse progresso depende do bom emprego que faça do tempo para zelar do seu corpo, proporcionandolhe a natural manutenção, e cultivar o espírito, oferecendo-lhe luzes: luzes de Vida Eterna; luzes de sabedoria verdadeira; luzes de moral perfeita.


O corpo é um intermediário para as recepções e manifestações exteriores; é preciso que o tratemos e nos utilizemos dele como quem trata e se utiliza de uma máquina para executar o trabalho de que está encarregado.


O Espiritismo abrange a parte material e a parte psíquica do indivíduo;


exige tratamento do corpo e cultivo do Espírito, sem detrimento um do outro.


Pela mesma maneira nos cumpre fazer para com o nosso próximo.


Próximo é aquele que se aproxima de nós, seja em corpo, seja em Espírito: Há próximos que estão longe de nós e próximos que estão perto.


Na esfera do Espírito prevalece a lei da similaridade. No terreno da matéria a lei da atração.


Os principais próximos são os que nos estão ligados pela lei da afinidade psíquica.


Os próximos secundários são os que se valem de nós para suprir a sua necessidade; necessidade de ordem material ou de ordem espiritual, porque os nossos deveres para com o próximo, para com nós mesmos e para com Deus são de ordem material e espiritual.


O homem que cumpre o seu dever, a nada mais fica obrigado. Quando o homem faz o que pode. Deus faz por ele o que ele por si mesmo não pode fazer.


Feliz daquele que faz tudo o que pode e deve fazer, pois esse é o bom emprego do talento para aquisição de outros tantos talentos.


Três são os deveres indispensáveis do homem: para com Deus, para consigo mesmo, para com o seu próximo.


O preceito é este: ama a Deus; ama a ti mesmo; ama ao teu próximo;


instrui-te e procura instruir teu próximo. Faze tudo isso de todo o teu entendimento, de todo o teu coração, de toda a tua alma, com todas as tuas forças.


Não há outro mandamento.



Referências em Outras Obras


CARLOS TORRES PASTORINO

jo 3:15
Sabedoria do Evangelho - Volume 2

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 1
CARLOS TORRES PASTORINO

JO 3:1-15


1. Havia um homem dentre os fariseus, chamado Nicodemos, chefe dos judeus.


2. Este veio ter com Jesus, de noite, e disse-lhe: "Rabbi. sabemos que és mestre vindo da parte de Deus, pois ninguém pode fazer essas demonstrações que fazes se Deus não estiver com ele".


3. Jesus respondeu-lhe: "Em verdade, em verdade te digo. que se alguém não nascer de novo (do alto) não pode ver o Reino dos céus".


4. Perguntou-lhe Nicodemos: "Como pode um homem nascer sendo velho? Pode porventura entrar pela segunda vez no ventre de sua mãe e nascer"?


5. Respondeu Jesus: "Em verdade, em verdade te digo, que se alguém não nascer de água e de espírito não pode entrar no Reino de Deus;


6. o que nasceu da carne é carne, o que nasceu do espirito é espírito.


7. Não te maravilhes de eu te dizer: é-vos necessário nascer de novo (do alto):


8. o espírito age onde quer, e ouves sua voz, mas não sabes donde vem nem para onde vai: assim é todo aquele que nasceu do espírito".


9. "Como pode ser isto"?, perguntou-lhe Nicodemos.


10. Respondeu-lhe Jesus: "Tu és o mestre de Israel e não entendes estas coisas?


11. Em verdade, em verdade te digo, que falamos o que sabemos e testificamos o que vimos, e não recebeis nosso testemunho?


12. Se vos falei de coisas terrenas e não me credes, como crereis se vos falar de coisas celestiais?


13. Ninguém subiu ao céu senão aquele que desceu do céu, a saber, o Filho do Homem


14. Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado,


15. para que todo aquele que nele crê, tenha a vida futura".


Um dos episódios mais instrutivos, em qualquer plano que se consiga compreendê-lo: no literal, no alegórico, no simbólico ou no espiritual. Vamos inicialmente fazer os comentários exegéticos, passando depois aos hermenêuticos.


Passa-se o fato com um fariseu de nome grego, Nicodemos ("vencedor do povo"). Seu nome aparece mais duas vezes apenas, sempre em João (7-5 e 19:39). Era Doutor da Lei e chefe dos judeus, o que indica pertencer ao Sinédrio. Procura Jesus à noite, hora mais propícia para uma conversa particular, acrescendo a circunstância da prudência de não ser visto.


Nicodemos dá a Jesus o título de Rabbi, tratando-o como igual. e explica as razões por que o considera também Doutor da Lei: as demonstrações de obras e palavras, Jesus fala em nascer "de novo" ou "do alto". A palavra grega ανουεν pode ter os dois sentidos. João o emprega geralmente no segundo sentido (em 3:31, em 19:11 e em 19:23). Os, ’Pais" da igreja grega (Orígenes, João Crisóstomo, Cirilo de Alexandria, etc.) e alguns modernos (Calmes, Lagrange, Loisy, Bernard, Joüon, Pirot, Tillmann e o nosso José de Oiticica) preferem "do alto". Os "Pais" da igreja latina (Agostinho, Jerônimo, Ambrósio, etc.) e outros modernos (d’Alâs, Durand, Knabenbauer, Plummer, Zahn, etc.) opinam por ’de novo". Um e outro sentido cabem perfeitamente no contexto.
Jesus inicia a conversa afirmando que ninguém pode VER (ιδειν) no sentido de conhecer, ver com a Mente, identificar-se, e portanto viver) o Reino dos céus (mais abaixo é usado "Reino de Deus" como sinônimo perfeito) se não nascer de novo, ou do alto. Nicodemos indaga "como pode nascer pela segunda vez um homem velho se poderá voltar para o ventre materno". Esta pergunta revela que o mestre de Israel entendeu "de novo" sem a menor dúvida.

O Rabbi não retira o que disse: ao contrário, confirma-o, especificando que o nascimento deverá se "de água e de espírito" (em grego sem artigo); e dizendo mais: "que o que é carne nasce da carne e o que é espírito provém do espírito" (em grego com artigo). E repete: e necessário nascer de novo (ou do alto).


Depois acrescenta: "o espírito age onde quer". As traduções vulgares trazem "o vento sopra onde quer". Ora, a palavra πνευµα (pneuma) é repetida no original cinco vezes nos quatro versículos (5, 6, 7 e 8). Por que traduzir quatro vezes por "espírito" e uma vez por "vento"? Estranho... Mas há razões para isso. Veremos.

Jesus muda de tom, torna-se mais solene, eleva os conceitos e penetra assuntos mais profundos. Admirase que Nicodemos não o entenda. Salienta que entre os dois há uma diferença: Nicodemos é "o doutor de Israel", enquanto ele, Jesus, não havia feito os cursos oficiais (daí aparecer em grego o artigo diante da palavra "doutor"). Salienta, então, que até aqui falou de coisas terrenas, e não foi entendido.


Que sucederá se falar das celestiais (espirituais) ?


Depois cita a serpente de bronze, que foi elevada por Moisés (NM 21:4-9), dizendo que o mesmo deverá acontecer ao Filho do Homem. No livro da Sabedoria de Salomão 16:6-3 essa serpente é citada como "símbolo de salvação".


Passemos, agora, à hermenêutica.


1. ª Interpretação: LITERAL


É a adotada pela igreja Católico-Romana. Jesus diz a Nicodemos que a criatura só pode obter o Reino de Deus (salvar-se) se renascer pela água (que é mesmo a água física do batismo) e pelo espírito (que é a infusão do Espírito Santo). Daí ser traduzido o versículo 8 por "o vento sopra onde quer", como um simples exemplo da liberdade do Espírito. O batismo é um rito de iniciação que se tornou um "sacramento".


A palavra latina sacramentum é a tradução do grego µυστεριον, e corresponde aos mistérios gregos que se aplicavam aos catecúmenos (profanos que haviam recebido a instrução oral e estavam prontos para ser "iniciados" nos mistérios). Nesse sentido era usada a palavra sacramento. No século

4. º, Ambrósio introduziu no latim a palavra grega mysterium, com o sentido de "coisa oculta", segredo não revelável a estranhos. O sacramento do batismo é a junção da água e das palavras que dão o Espírito, e se define: "sinal sensível que exprime e produz a graça santificante, permanentemente instituído por Jesus Cristo" (Tanquerey, Theologia Dogmatica, vol. III, n. 248). E Agostinho (Tratado 80, in Johanne n. 3) confirma: "No batismo há palavra e água...Tira a palavra, que fica? água pura. Se a palavra é unida ao elemento, temos o sacramento. Que força teria a água de lavar o coração, se não fossem as palavras"? (Patrol. Lat., vol. 35, col. 1810).


Essa é a única interpretação lícita, segundo o Concílio de Trento (sessão 7, cânon 2): "Si quis dixerit aquam veram et naturalem non esse de necessitate baptismi, atque ideo verba illa Domini nostri Jesu Christi: "nisi quis renatus fuerit ex aqua et Spiritu Sancto" ad metaphoram aliquam detorserit, anathema sit". " Se alguém disser que não há necessidade de água verdadeira e natural para o batismo, e igualmente que devem ser interpretadas como metáfora as palavras de nosso Senhor Jesus Cristo: "se alguém não renascer da água e do Espírito Santo", seja anátema".


Há, pois, uma interpretação fixada como dogma.


2. ª Interpretação: ALEGÓRICA


Foi justamente a condenada pelo Concílio de Trento, cujo artigo se dirigia contra Calvino e Grotius.


Essa interpretação ainda é seguida pela maioria dos evangélicos (protestantes).


A explicação da "água" corresponde ao rito do batismo. Mas o "espírito" tem novo significado: é o renascimento moral, a vida nova ou o novo teor de vida no caminho de Cristo. O sentido do renascimento espiritual, com a morte do "homem velho" e o nascimento do "homem novo" é muitas vezes ensinado nas Escrituras, desde o Antigo Testamento: "Lançai de vós todas as vossas transgressões, com que errastes, e fazei-vos um coração novo e um espírito novo" (Ez. 18:31); "Também vos darei um coração novo e dentro de vós porei um espírito novo" (Ez. 36:26); "Se alguém está em Cristo, é uma nova criação: passou o que era velho, eis que se fez novo" (2CO 5:17); "Não mintais uns aos outros, tendo-vos despido do homem velho com seus feitos e tendo-vos revestido do homem novo" (CL 3:9); e ainda 2CO 2:11-13 ou EF 4:20-24 e Rom. 6:3-11.


A tradução adotada no versículo 8 é também "vento", defendendo-se a tradução com a frase do Eclesiastes (11:5): "Tu não sabes o caminho do vento". Entretanto, aí a palavra usada não é πνευµα, mas
ανεµος . Quanto ao verbo pnei, se é usado com sentido de "soprar" com referência ao vento, também pode significar "agir, exteriorizar-se, manifestar-se" em relação ao espírito. O latim traduz πνευµα por" spiritus" e πνει por spirare, dentro do sentido grego. Mas também em português usamos o mesmo radical, quer se trate do espírito (inspiração) quer se trate do vento (respiração), que se divide em inspira ção e expiração; e quando o espírito se retira, dizemos que a pessoa "expirou".

3. ª Interpretação: FISIO-REALISTA


Aceita pelos espiritistas, como ensino da realidade fisiológica do que ocorre com as criaturas. A tradução de " ανουεν " é "de novo", tal como a entendeu Nicodemos, que pergunta como pode "o homem, depois de velho, entrar pela segunda vez (δευτερον) no ventre materno".

A essa indagação, longe de protestar que não era isso o que queria dizer, Jesus insiste e confirma suas palavras: "é o que te disse: indispensável se torna que o homem nasça de água (isto é, materialmente, com o corpo denso, dado que o nascimento físico é feito através da bolsa d ’água do liquido amniótico) e de espírito (ou sej a, que adquira nova personalidade no mundo terreno, em cada nova existência, a fim de progredir). Se Nicodemos entendeu à letra as palavras ãe Jesus, o Mestre as confirma à letra e reforça seu ensino. Com efeito, o espírito, ao reentrar na vida física, pode ser considerado novo espírito que reinicia suas experiências esquecido de todo o passado.


Em grego não há artigo diante das palavras "água" e "espírito". Não é portanto nascer da água do batismo, nem do espírito, mas de água (por meio da água) e de espírito (pela reencarnação do espírito).


Daí a explicação que se segue: "o que nasce da carne (com artigo em grego) é carne", isto é, é o corpo físico, com toda a hereditariedade física herdada do corpo dos pais; e o que nasce do espírito é espírito" ou seja, o espírito que reencarna provém do espírito da última encarnação, com toda a hereditariedade pessoal que traz do passado". E Jesus prossegue: "por isso não te admires de eu te dizer: é-vos necessário nascer de novo". Observe-se a diferença de tratamento: "dizer-TE" no singular, e "é-VOS" no plural, porque o renascimento é para todos, não apenas para Nicodemos. E mais: "o espírito sopra (isto é, age, reencarna, se manifesta) onde quer, e não sabes donde veio (ou seja, sua última encarnação), nem para onde vai (qual será a próxima).


As palavras de Jesus foram de molde a embaraçar Nicodemos, que indaga: "como pode ser isso"? E Jesus: "Tu que (entre nós dois) és o Mestre de Israel, te perturbas com estas coisas terrenas? Que te não acontecerá, então, se te falar das coisas celestiais (espirituais)"?


Logicamente Jesus não podia esperar que Nicodemos entendesse as outras interpretações mais profundas desse ensinamento (como dificilmente poderia ter querido ensinar o rito do batismo, que não havia ainda sido instituído nem ordenado por ele, a essa época, quando só havia o "batismo" de João).


Depois exemplifica: "como Moisés ergueu a serpente no deserto, assim o Filho do Homem será erguido da Terra ".


Paulo interpreta assim esse ensinamento de Jesus: "Mas quando apareceu a bondade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com os homens, não por obras de justiça que tivéssemos feito, mas segundo sua misericórdia nos salvou pelo lavatório da reencarnação, e pelo renascimento de um espírito santo" (TT 3:4-5). As palavras utilizadas são bastante claras e insofismáveis: lavatório (lavar com água; λουτρον da reencarnação: παλιγγενεσια que é o termo técnico da reencarnação entre os gregos; pelo renascimento (anaxinóseos) isto é, um novo nascimento). Paulo, pois, diz que Deus nos salvou não porque o tivéssemos merecido, mas por Sua misericórdia, servindo-se da palingenésia (isto é, da reencarnação) a qual é um "lavatório" (de água) e um "renascimento" do espírito.

Que o renascimento é feito através da água, já o diz o Genesis (cfr. 1:1-2; 1:6-7 e 2:4-7).


4. ª Interpretação: SIMBÓLICA


Para compreendê-la, estudemos algumas palavras: NICODEMOS - significa "vencedor" do povo" e exprime alguém que já venceu a inércia da massa popular por seus conhecimentos das Escrituras, já se destacou do "vulgo profano" superando sua natureza inferior.


DE NOITE - talvez signifique que Nicodemos procurou o Mestre em corpo astral (ou mental) durante o sono físico. Nessa condição ser-Ihe-ia possível manter conversações mais íntimas. E João poderia ter assistido a ela, pois algumas cenas dos Evangelhos foram assistidas nessa condição (por exemplo, a "transfiguração": "Pedro e seus companheiros (Tiago e João) estavam oprimidos de sono, mas conservavamse acordados", LC 9:32).


Nesta interpretação, descobrimos um sentido diferente do diálogo literal entre os dois, o Rabbi e o Doutor da Lei, o Mestre Espiritual e o Mestre Intelectual. Antes de qualquer pergunta, Jesus dá a frase chave do novo ensinamento que vai ministrar: "é necessário nascer de novo para ver o Reino dos céus" - Nicodemos entende que Jesus lhe fala da reencarnação, fato já conhecido por ele, pois, sendo fariseu, aceitava normalmente a reencarnação, e não podia de modo algum estranhar o fato nem ignorar sua realidade.


Para confirmar esta assertiva, leia-se apenas esse trecho de Flávio Josefo: "Ensinam os fariseus que as almas são imortais e que as almas dos justos passam, depois desta vida, a OUTROS CORPOS" ... (Bell. Jud. 2, 5, 11).


Como, pois, Nicodemos podia ignorar esta doutrina, a ponto de admirar-se tanto e fazer uma objeção pueril? Compreendamos sua frase, quando pergunta a Jesus: "Como poderá (bastar) um homem renascer depois de velho? Acaso poderá (bastar) que ele entre pela segunda vez no ventre materno, para (só com isso) ver o reino dos céus"?


Jesus então reafirma sua tese, mas ampliando-a, elevando-a de nível tornando-a universal: Não é do nascimento físico na matéria que ele fala. Não é do microcosmo: é do macrocosmo, de que falara em Mateus (Mateus 19:28): "Em verdade vos digo que vós, que me seguistes, quando na reencarnação (palingenesia) o Filho do Homem se assentar no trono de sua glória, sentar-vos-eis também em doze tronos, para julgardes as doze tribos de Israel". Trata-se, aqui, da reencarnação ou renascimento do planeta.


Explica então: o que nasce da carne é carne, é matéria corruptível, mas a que nasce do "espírito" é o Espírito eterno, que não necessitará mais da carne para progredir. Só nasce na carne o que está sujeito às leis do Carma (individual, grupal, coletivo ou planetário): esse ainda é carne, ainda terá que nascer da água, porque está preso à baixa densidade. Mas o que nasce do espírito se liberta, ascende a outros planos. O ensinamento foi desenvolvido por Paulo na Epístola 1 aos Coríntios, capítulo 15, versículos 35 a 54, quando compara o homem terreno (psíquico) simbolizado em Adão, coma alma vivente (que vive), ao passo que o segundo Adão (Cristo) e portanto o Espírito, o Filho do Homem, é o espírito vivificante (que dá vida). Passou, então, do estado humano ao espiritual, deixou de ser "nascido de carne" para tornar-se "nascido de espírito"; e Paulo prossegue: "o primeiro é da Terra (nascido de carne) o segundo é do céu (nascido do espírito)". E isto porque, prossegue ele, "a carne e o sangue não podem herdar o Reino dos Céus". Jesus falara das "coisas terrenas" e Nicodemos não o percebia bem. Como adiantar-se mais? Como explicar-lhe que o Espírito prossegue na evolução, até chegar a ser "o resultado" do Homem, "o produto" da Humanidade, ou Filho do Homem (como já era o caso de Jesus)? Ele fala do que "viu", porque estava no céu (no reino espiritual) e de lá "desceu".


Os "apocalipses" ou "revelações" dos judeus narram histórias de santos varões que haviam subido a mundos "mentais" conscientemente: esses homens eram denominados "serpentes". Nesse sentido é que Moisés "elevou a serpente" no deserto. De fato, a serpente simboliza a inteligência racional ou o intelecto (veja episódio de Adão, quando conquistou o intelecto por meio da serpente), mas quando a serpente é "elevada" verticalmente, significa a Mente Espiritual. Sua elevação se dá na "cruz da matéria" (horizontal sobre vertical), e só depois de elevada na cruz, pode essa serpente conquistar o Reino dos Céus. Todos os que acreditaram nele (que cumprirem seus ensinos) conseguirão a "vida futura", isto é, a vida Espiritual Superior.


Então, para "vermos" ou vivermos o Reino dos Céus, o Reino Divino, temos que "nascer de novo" como Filhos de Deus ("Tu és meu Filho, eu HOJE te gerei", Salmo 2:7).


5. ª Interpretação: MÍSTICA


Jesus, a individualidade, ensina ao homem "que venceu o povo" comum, isto é, à personalidade já evoluída acima do normal, que para conseguir o Encontro Místico é mister "nascer do alto", no Espírito. A personalidade é pura carne, é matéria, mas a individualidade é celeste, é espiritual.


Se renunciarmos ao nosso pequeno "eu", renasceremos "do alto" " viveremos no Reino Divino, não mais no Reino Humano: seremos Filhos do Homem e, além disso, Filhos de Deus.


Nesse ponto, estaremos (embora crucificados na carne) unidos à Divindade, num Esponsalício místico, perdidos em Deus, "como a gota no Oceano" (Bahá’u’lláh): seremos UM com o Todo, porque "eu e o Pai somos um" (JO 10:30).


Para consegui-lo, é preciso ter sido "suspenso" na cruz, como a serpente de Moisés: é indispensável passar por todas as crucificações da Terra, por todas as iniciações duras e difíceis, dando testemunho da Fé em Cristo, ao VIVER seus ensinamentos.


jo 3:15
Sabedoria do Evangelho - Volume 7

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 17
CARLOS TORRES PASTORINO

JO 12:44-50


44. Jesus, pois, clamou e disse: "Quem me tem fidelidade, não é a mim que a tem, mas a quem me enviou,

45. e quem me contempla, contempla aquele que me enviou.

46. Eu, a Luz, vim ao mundo para que todo o que me tem fidelidade não permaneça nas trevas.

47. E se alguém me ouvir as palavras e não as praticar, eu não o julgo, porque não vim para julgar o mundo, mas para salvar o mundo.

48. Quem me põe de lado e não recebe minhas palavras tem seu julgador; o Logos que falei o julgará,

49. porque não falei por mim mesmo, mas o Pai que me enviou deu ordem do que preceituo e do que falo,

50. e sei que sua ordem é vida imanente. O que falo, pois, falo como o Pai me disse". 36b Jesus disse estas coisas e, indo, ocultou-se deles.



Conforme pode verificar-se, colocamos os versículos 44-50 antes de 37-43 o que também é feito por Bernard - "Gospel according to St. John" (Edinburg, 1928) - Isso, porque constituem, na realidade, uma continuação das palavras que dirigiu aos gregos. Segundo esse autor, aliás, deveríamos colocar o vers. 36 b depois do 50, como fizemos neste capítulo.


Nestes versículos é salientada, mais uma vez, a necessidade de manter fidelidade de sintonia com o Cristo, conforme fora dito e repisado em várias oportunidades (cfr. JO 3:15; JO 6:29, JO 6:35, JO 6:40, JO 6:47; 8:24,

45, 46, 9:35; 10:37-38; 11:25-26).


Reafirma que foi enviado pelo Pai e que aceitá-Lo é aceitar o Pai, ou seja, o Ancião dos Dias (cfr. 3:11; 5:36ss; 7:16-18, 28; 8:19, 26, 38, 42 e 47) porque Sua união é tão íntima que chega a ser real unificação com o Pai (cfr. 5:18 ss; 8:19; 10:30, 38 etc.) .


Quanto à tradução dos termos, aqui ainda encontramos krínô, que pode ser "julgar" ou "discriminar" (cfr. vol. 3). Recordemos que o sentido preciso e técnico desse verbo é "peneirar" ou "passar pelo crivo", ou "joeirar", atos todos que eram realizados na vida agrícola de então para separar o trigo da palha, guardando-se o primeiro nos depósitos e queimando-se a segunda.


Aí temos, também, o verbo athetéô, com o sentido de "pôr de lado". As traduções vulgares o interpretam como "desprezar". Vemos nele, salvo erro, o oposto de homologéô (cfr. vol. 5). Parece-nos que, assim como homologéô é "sintonizar" (e não apenas "confessar"), assim athetéô é "dissintonizar", isto é, "pôr de lado" a estação emissora.


Outra consideração básica refere-se ao "Pai que envia". Na crença de um deus antropomórfico, podemos atribuir esse envio comissionado por esse deus. Mas, na realidade, sendo Deus o Absoluto, a Inteligência Onipotente, Onipresente e Onisciente - e não uma "pessoa" - Sua manifestação é intrínseca, no âmago mais profundo de cada criatura, podendo alguém dizer-se "impelido" por Deus, "inspirado por Deus, ou qualquer outro sinônimo, mas não "enviado". Quem envia, fica, e manda alguém: há, pois, uma separação. Se vai junto, se acompanha, não há "envio". Ora, quem jamais pode dizer-se "separado" de Deus, se Deus é a essência última de todas as coisas, se está "dentro de todos" (EF 4:6) e "den tro de tudo" (1CO 15:28)? Como poderia "enviar", se está junto, intimamente unido, constituindo a Vida e o Sustento de Suas criaturas?


Evidente que quem envia, fica, e manda alguém. Então, Esse que ficou e mandou, foi O Pai, a quem as Escrituras chamam o "Ancião dos Dias" (cfr. DN 7:9, DN 7:13, DN 7:22) e também Melquisedec (cfr. GN 14:18; SL 109:4; HB 5:6, HB 5:10; 6:20; 7:1, 10, 11, 15 e 17; veja atrás).


De todo este contexto, ("o Pai deu ordem do que preceituo e do que falo" e "o que falo, falo como o Pai me disse") se depreende a dualidade personativa, apesar da unicidade individual. E de muitos outros textos se apreende o mesmo (veja vol. 6).


Fidelidade é SINTONIA. Se alguém sintoniza fielmente com o Cristo interno, automaticamente está sintonizado com o Pai - Melquisedec, "Deus" do planeta - que enviou o Messias. E se alguém sintoniza com o Cristo cósmico, fonte incriada, individuada no Cristo interno, automaticamente está sintonizado com o PAI ou VERBO, com o SOM cósmico ou Palavra Criadora que, sendo Palavra, cria, preceitua e sustenta Suas criações.


Da mesma forma, quem consegue contemplar o Cristo, atinge em sua contemplação a Força suprema que O enviou. Anotemos que aqui não se trata de "ver" com os olhos físicos (tradução das edições vulgares) a personagem terrena encarnada, e sim de "contemplar", na verdadeira contemplação mística, com os olhos do Espírito: o verbo empregado não é eídô, "ver", mas theôréô, que tem o sentido específico de "consultar um oráculo", isto é, atingir ou ver, pela contemplação mística, a vontade espiritual (cfr. Liddell

& Scott, 1966, pág, 796).


Nessa contemplação atingimos a LUZ: "Eu, a LUZ (o Cristo), vim ao mundo (exteriorizado em Jesus) para que todos os que comigo sintonizarem, possam receber e refletir essa Luz, fazendo-a luz própria, a fim de não permanecerem nas trevas". Basta a fidelidade de, sintonia, para que a Luz permaneça em nós, tal como basta a fidelidade de sintonia do aparelho de rádio ou de televisão, para que eles recebam, com perfeição, as estações emissoras.


Sendo idêntica a sintonia entre Pai e Filho, entre o Produtor do Som (Verbo) e o Som produzido (Cristo), quem sintoniza com um, obtém a sintonia com o outro; quem contempla um, contempla o outro; quem ouve (akoúô) um, ouve o outro.


No entanto, não cabe ao Cristo o julgamento ou discriminação ou triagem (cfr. vol. 3) de ninguém, por estar ou não vivendo os ensinos trazidos. A missão do Cristo é libertar ou salvar o mundo de sua prisão na matéria, e não de verificar quem age desta ou daquela maneira. Sua missão é impelir e compelir as criaturas à evolução, ajudando-as a obter a perfeita sintonia. Quem não no consegue, arca com as consequências. Tanto assim que, quem "põe de lado" o Cristo, isto é, quem não consegue a sintonia (athetéô), será discriminado e julgado pelo próprio Verbo ou Pai.


Não teremos, porém, um Pai "pessoal", sentado em trono dourado, a pesar as almas numa balança: o julgamento será por sintonia. Quem não estiver com seu Espírito em sintonia com o Cristo (e com o Pai), não Lhe, poderá receber a irradiação. Assim um aparelho de rádio ou de televisão que esteja sintonizado fora da onda da estação transmissora não lhe recebe, os sons e a imagem, sendo ipso facto "julgado" ou "discriminado" pela própria estação transmissora. As ondas emitidas continuam a passar pelo aparelho, mas não são captadas por culpa do aparelho receptor que ficou "fora da estação": então, o julgamento ou discriminação é feito automaticamente pelo próprio Verbo, pelo próprio ensino que não foi vivido. Quem "me põe do lado", quem não sintoniza comigo, já está julgado pelas próprias obras: não recebe a luz, embora a luz esteja a vibrar intensamente no ambiente em que está o aparelho.


Tudo o que nos é transmitido pelo Cristo vem do Pai, que determina os preceitos a serem dados. E Sua ordem é vida imanente, ou seja, é vida íntima, proveniente do âmago mais profundo de cada ser, donde provém a vida divina que em nós palpita, transformando-se e exteriorizando-se através dos veículos físicos.


Como vemos, trata-se de um prosseguimento das palavras reveladas aos gregos que procuraram o Mestre em Jerusalém. E as explicações estão conformes aos ensinos ministrados nas Escolas Iniciáticas gregas, de que são usados os próprios termos: pisteúô, theóréô, akoúô, rhêma distinguido de lógos, krínô, etc.


jo 3:15
Sabedoria do Evangelho - Volume 8

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 5
CARLOS TORRES PASTORINO

JO 16:1-15


1. "Isso vos revelei, para que não sejais enganados.

2. Tomar-vos-ão excomungados, mas vem a hora em que todo o que vos mata, julgará oferecer culto a Deus.

3. E farão isso a vós, porque não conheceram o Pai nem a mim.

4. Mas eu vos disse essas coisas para que, todas as vezes que vier a hora deles, vos lembreis delas, pois eu vo-lo disse. Não vos revelei desde o princípio, porque estava convosco.

5. Agora, porém, vou para quem me enviou, e nenhum de vós me pergunta: Aonde vais?

6. Mas porque vos disse isso, a tristeza encheu vosso coração.

7. Mas eu vos digo a verdade: convém a vós que eu vá, porque se não for, o Advogado não virá a vós; se porém, eu for, o enviarei a vós.

8. E, tendo ele vindo, provará ao mundo a respeito do erro, a respeito do ajustamento, a respeito do discernimento:

9. a respeito do erro, porque não me foram fiéis;

10. a respeito do ajustamento, porque vou para o Pai e já não me vedes;

11. a respeito do discernimento, porque o dominador deste mundo foi reconhecido.

12. Ainda muitas coisas tendo que vos dizer, mas não podeis compreender agora.

13. Mas todas as vezes que vier aquele, o Espírito verdadeiro, ele vos conduzirá a toda verdade, pois não falará por si mesmo, mas falará tudo o que ouvir e vos anunciará o (que está) por vir.

14. Ele transubstanciará o Eu, porque tomará do que é meu e vos anunciará.

15. Tudo quanto tem o Pai é do Eu; por isso eu disse que recebe do que é meu e vos anunciará".



Os ensinos (lógoi) ditados pelo Cristo nesse último encontro, antes do grande passo iniciático que ia dar, traz revelações precisas e sérias a respeito da Vida Maior, com recomendações para o comportamento da Individualidade e dos cuidados que deve ter com a personagem. Diz o Mestre que o fez para evitar que fossem enganados pelo modo de agir do mundo, na sucessão dos séculos.


O único ponto a lamentar é que, embora claramente avisados, justamente os que se diziam discípulos do Cristo ou cristãos, passaram a agir eles à maneira do mundo. E a advertência de que os cristãos "seriam excomungados" foi posta em prática pelos que assumiram as rédeas do poder eclesiástico, que começaram, eles, a excomungar os verdadeiros discípulos do Mestre.


E a advertência de que "todo o que vos mata julgará oferecer culto a Deus" cumpriu-se à risca. Seu início está nos Atos dos Apóstolos, quando o Sinédrio, em Jerusalém, começa a perseguição religiosa (Ato 6:8 até 8:2; 9:1-2; 22:3ss e 26:9ss), e continuou depois com os romanos (cfr. Tácito, Annales, 15,44) e ainda prosseguiu durante mais de mil anos por obra da igreja de Roma (cfr. a História da Inquisição). E já no Middrash, ao comentar NM 25:3, está escrito: "quem derrama o sangue de um ímpio, deve considerar-se como se tivesse oferecido um sacrifício" (cfr. Strack e Billerberck, o. c., tomo 2, pág. 565).


O aviso é dado para que em todas as ocasiões em que se levantarem as perseguições, nos recordemos dessa advertência, que também já fora dada no "Sermão do Monte" (MT 5:10-12): "Felizes os que forem perseguidos por causa da perfeição, porque deles é o reino dos céus. Felizes sois quando vos injuriarem, vos perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa: alegrai-vos e exultai, porque é grande vosso prêmio nos céus, pois assim perseguiram os profetas que existiram antes de vós" (Cfr. vol. 29, pág. 117).


Depois, para esclarecer melhor a lição, motiva a curiosidade deles: "nenhum de vós me pergunta aonde vou"? Ora, essa pergunta já fora anteriormente feita por duas vezes (por Pedro, em JO 13:36, e por Felipe, em JO 14:5). Aqui é uma insistência didática, para alertá-los quanto ao prosseguimento do ensino.


A partida corporalmente visível do Mestre entristece-os, pois não conseguem fazer substituir em seus corações o Cristo vivo, em lugar da matéria humana de Jesus. Mas é do interesse deles a partida.


Por que não poderia vir o Espírito verdadeiro, enquanto Jesus ali estivesse? Tomás de Aquino (S. Th. IIIa, q. 57, a. l, ad 3um) diz que se trata de uma condição de fé.


Mas lembremos de um pormenor: Cristo ali estava presente, na humanidade de Jesus Como O buscariam eles em si mesmos, se O tinham ali pertinho a conversar com eles? Daí as grandes realizações místicas, uma vez treinadas aos pés de um Mestre, deverem prosseguir com o discípulo afastado dele, a fim de experimentar sua força íntima.


O verbo elegein apresenta dois sentidos primordiais, sendo o primeiro mais amplamente empregado: "provar uma verdade"; deste decorre o segundo, como consequência inevitável: "provocar uma convic ção na mente do interlocutor" (o que não deixa de ser provar uma verdade que convença").


Aqui entramos em três pontos que precisam ser discutidos. As provas dadas referem-se a três assuntos que serão lançados ao longo dos séculos diante do "mundo", a fim de provar-lhe o erro tremendo em que labora.


As provas dirão respeito:
1. ao erro (perì hamartías), porque os próprios homens que se dizem cristãos não Lhe foram fiéis;

2. ao ajustamento (peri dikaiosynês) porque, indo para o Pai, já não será visto o Cristo através de Jesus, sendo indispensável o encontro com o Cristo interno de cada um, ajustando-se a criatura à Sua sintonia vibratória;

3. ao discernimento (perì kríseôs) porque o dominador (ho archôn) deste mundo foi discriminado, ou seja, reconhecido (kékretai de kríô), e apesar disso, os cristãos ainda o seguem totalmente enganados, sem discernir o caminho certo do errado. E então o Cristo, apesar de sacrificado, é o vitorioso (cfr. JO 3:15 e JO 12:31-32) e esmagará o dominador deste mundo (cfr. JO 12:31; JO 14:30; JO 16:11; 1JO, 2:13,14; 4:9 e 5:19).

Em relação aos verdadeiros discípulos, o Cristo lhes revelara tudo o que podiam suportar e compreender naquela ocasião (cfr. JO 15:15) mas "ainda tinha muitas coisas que dizer" (éti pollà échô humín légeín) que eles não entenderiam.


Essas coisas, eles as obteriam do Espírito verdadeiro, do Eu profundo, quando atingissem pessoalmente esse estágio evolutivo, pois o Eu, o Espírito, os guiaria a toda a Verdade" (eis tên alêtheían pâsan).


Essa é a construção que aparece nos códices A, B, K, Delta, Pi, Psi, e se encontra em Tertuliano, Basílio, Epifânio, Crisóstomo, Teodoro, Teodoreto, Eusébio, Cirilo de Jerusalém, Novaciano e Hilário, e mais testemunhos que trazem o acusativo, embora o verbo hodêgéô reja o dativo; e isso é o que explica a frase corrigida em áleph, D, I, W e theta, que trazem en têi alêtheíai pásei.


A afirmativa de 16:13 (confirmando 14:26) é a promessa de que toda a Verdade lhes será revelada pelo Eu profundo ou Espírito verdadeiro, que lembrará tudo o que já foi dito e ampliará essas verdades com conhecimentos mais profundos.


Aí temos, pois, a certeza de que a revelação não terminaria jamais, contrariando, portanto, frontalmente, o decreto do Concílio Vaticano I (cfr. E. D. n. º 1. 836) e o Decreto Lamentabili (cfr. E. D. n. º2. 021) que ensinaram, contra a afirmativa do Mestre, que "a revelação parou com a morte do último apóstolo". Ao contrário, diz o Cristo que "verdades novas" aparecerão, que não destruirão Seu ensino, antes, o confirmarão plenamente, pois tudo vem da mesma fonte, o Pai, quer o que nos foi dito pelo Cristo pela boca de Jesus (JO 7:17; 8. 26-40; 12:49 e 14:10), quer o que nos dirá o Espírito verdadeiro (JO 15:26).


Continuamos com a sublime lição, que cada vez mais aprofunda o assunto, explicando pormenores, penetrando profundidades místicas, elevando-se a altitudes divinas: só vão vê que não no queira.


O próprio Cristo, por meio de Jesus, e o próprio Eu de cada um de nós, pela voz silenciosa que em nosso âmago ressoa vibrante em ondas inaudíveis, avisa abertamente que todas as revelações que está fazendo têm a finalidade de evitar que sejamos enganados pelas vozes das sereias que nos convocam a unificar-nos com as coisas externas: uma igreja, uma imagem, uma bíblia, um médium, um Mestre.


Muitos engodos levantam-se ao longo de nossa caminhada, desviando-nos de nosso objetivo único: "uma só coisa é necessária" (LC 10:42), a interiorização que Maria de Betânia estava fazendo, buscando encontrar o Cristo dentro de si, enquanto permanecia sentada aos pés de Jesus.


Mas vem o aviso oportuníssimo: "sereis excomungados". Todo aquele que não quiser aderir "externamente" a uma igreja "externa", será excomungado por não conformar-se com as ordens emanadas das "autoridades", seguindo a maioria do rebanho. E mais que isso: será torturado e assassinado, buscando-se número de adeptos (quantidade) ao invés de elementos de alto valor intrínseco (qualidade).


Realmente, estes fariam sombra às autoridades com lindas vestes talares de seda e púrpura, cobrindo o vazio interior, quais "sepulcros caiados" (MT 23:27). E eles temem sempre perder as posições tão árdua e maquiavelicamente conseguidas.


Então, matem-se os verdadeiros cristãos "para maior glória de Deus", esse Deus que é propriedade deles, e que eles manobram a seu bel-prazer, decretando quem deve ir ou não para o "céu".


Tudo isto é feito, entretanto, porque eles desconhecem (não tem a gnose) do Pai nem do Filho, que falava através de Jesus e que poderia falar através deles, se Os conhecessem e se não estivessem tão absorvidos pelo barulho externo dos elogios mútuos, dos tambores da vaidade, das trombetas do orgulho e dos timbales do conhecimento.


O Cristo, para eles, ESTÁ MORTO. Tanto que só O representam, e só O mostram exânime e morto, pregado numa cruz, imóvel e calado, para que eles, "Seus representantes", possam manter-se nas cátedras, ditando normas, gozando a vida e recebendo as homenagens do povo e sobretudo dos governos.


Têm medo de deixar e propagar, entre o povo, o CRISTO VIVO, porque temem que, estando vivo, o Cristo fale diretamente às almas e eles percam o prestígio e sua "receita" diminua.


Mas eis que fomos avisados. E cada vez que olhamos esse comportamento esdrúxulo, devemos lembrarnos das palavras de advertência do Cristo em pessoa. Se ouvíssemos apenas nossa voz interna a esse respeito, poderíamos ter dúvidas se acaso não proviria ela do inimigo. Proferidas, porém, pelo Mestre dos mestres, temos a certeza de que vem do Pai.


* * *

Novamente recorda o Cristo que, com o sacrifício de Jesus na cruz, ao dar o quinto passo iniciático, Ele - o Cristo Cósmico, que Se revelava como Cristo Interno de Jesus - Se recolheria junto ao Pai; e instiga a atenção deles com a indagação: "E nenhum de vós me pergunta: aonde vais"? Depois assinala a tristeza que está morando no coração deles, pois não confiavam ainda no Cristo interno de cada um, e que Se manifestaria neles, o Espírito Verdadeiro, o Eu profundo. De fato, só teriam consciência plena dessa presença sublime, quando se retirasse da cena o intermediário visível e externo.


Portanto, é necessário e a eles convém que assim ocorra, pois se assim não acontecesse, nenhum deles conseguiria elevação pessoal, já que todos se encostariam em Jesus e Dele esperariam tudo.


Era preciso que Jesus saísse da presença física deles, como a ave que, ao ver os filhotes aptos a voar, se afasta do ninho, a fim de que, aguilhoados pela fome, eles levantem voo sozinhos na busca de alimento.


Saindo Jesus, cada um deles sentiria o aguilhão da fome espiritual, e então poderiam perceber em si mesmos a presença do Verdadeiro Espírito, o Advogado, que aprenderiam a chamar em seu socorro.


E quando tivessem alcançado esse ápice, em sua evolução humana, muita coisa seria compreendida, muita coisa que então não podia ainda ser dita, por falta de capacidade perceptora da parte deles e de experiência pessoal vivida.


Três coisas principais cita o Cristo, que acontecerão àqueles que tiverem obtido essa unificação crística: três coisas que realmente experimentaram todos os místicos, mesmo cristãos, mas que, ou se abstiveram de dizê-lo, ou tiveram a imprudência de revelá-lo. No primeiro caso, descobrimos que eles compreenderam essas três "provas" por meio de seu comportamento; no segundo, receberam o castigo do que falaram: foram sacrificados como hereges ou como apóstatas, pois jamais as autoridades eclesiásticas admitiram que alguém lhes dissesse que estavam laborando em erro.


Analisemos as provas que serão dadas:

1. ª - PROVARÁ AO MUNDO A RESPEITO DO ERRO, PORQUE NÃO FORAM FIÉIS AO CRISTO.


Essa revelação estarrecedora, que começaria a cumprir-se três séculos depois da ausência física de Jesus, é um dos pontos importantes e de maior eficiência se for compreendido, pois mostra ao cristão o caminho pelo qual pode libertar-se da escravidão a outros homens: "tereis a gnose da verdade, e a verdade vos libertará" (JO 8:32), deixando que o verdadeiro cristão experimente a "gloriosa liberdade dos Filhos de Deus" (RM 8:21), pois "Onde está o Espírito divino, aí está a liberdade" (2. ª Cor. 3:17). Qualquer jugo, de qualquer organização humana, eclesiástica, religiosa ou de qualquer natureza, cerceia a liberdade do cristão. Cada um tem que caminhar por si, livre, independente, absoluto, dentro da relatividade de seu plano evolutivo.


Ao encontrarmos, pois, o Cristo Cósmico, através de nosso Eu profundo ou Espírito verdadeiro, descobrimos o erro em que laboramos durante séculos ou milênios, em que vivemos mergulhados nas trevas da escravidão: vemos, em luz meridiana, que os que mais alto falam do Cristo, apregoando-se "cristãos" e "representantes do Cristo", não Lhe foram nem são fiéis, pois palmilham uma estrada falsa, que leva para longe da meta, pois carreia todos para fora de si mesmos, em atos externos, cultuando imagens, beijando os pés de "Santidades", extasiando-se diante de pompas coloridas e altissonantes, e esquecendo o local em que podemos encontrar facilmente o Cristo: no estábulo de nosso coração, cercado pelos animais de nossas paixões, ainda vivas e animalizadas.


Erro fatal, mas que tem a incomensurável virtude de fazer que os espíritos ainda não maduros, se vão acostumando aos atos de piedade, até que, pela experiência (pathê) viva em si mesmos, sintam no âmago de ser, qual o caminho certo da fidelidade total ao Cristo interno.


2. ª - PROVARA AO MUNDO A RESPEITO DO AJUSTAMENTO, POIS VOU PARA O PAI E JÁ NÃO ME VEDES


No vol. 29, pág. 122, demonstramos que o sentido de dikaiosyne não é apenas justiça, mas, nas lições iniciáticas de Jesus, é sobretudo AJUSTAMENTO. Modernamente, está generalizada a compreensão desta nossa afirmativa: uma sintonização bem JUSTA de nosso rádio receptor é aquela que se AJUSTA perfeitamente à frequência da onda da estação emissora, produzindo uma recepção em alta fidelidade. Assim, o ajustamento ao Cristo interno, pois a Ele devemos ajustar-nos como a mão na luva, como uma dentadura ao palato, como um parafuso à porca, como o êmbolo à seringa.


Esse ajustamento nosso ao Cristo interno é essencial, indispensável, insubstituível: porque, afastandose Jesus fisicamente e indo para o Pai o Cristo Nele manifestado, só com esse ajustamento perfeito podemos manter-nos na faixa vibratória certa, que nos revela a Verdade.


Embota durante milênios a humanidade, mesmo a dita "cristã", não tenha entendido isso, a verdade está clara e taxativa nas palavras do Mestre: bastaria atentar para o sentido místico dos termos empregados, ao invés de prender-se à letra gramatical usual no povo profano. Mas isso só é dado com a experiência vivida, como já o foi por tantos cristãos que, todavia, não tiveram a preocupação de explicálo, satisfazendo-se em viver o ensino para si mesmos. E com isso atingiram eles o ápice, mas o mundo profano continuou ignorando o sentido exato das palavras evangélicas.


3. ª - PROVARA AO MUNDO A RESPEITO DO DISCERNIMENTO, PORQUE O DOMINADOR


DÊSTE MUNDO FOI RECONHECIDO (ou discriminado). Ora, uma vez reconhecido o ditador do mundo, e discriminado o caminho certo do errado, não há desculpa para o lamentável engano que ainda predomina entre os cristãos. Sabem que o reino do antagonista é o mundo com suas vaidades e exterioridades; sabem que o corpo físico, ou melhor, a personagem intelectiva é o adversário mais ferrenho e rebelde do Espírito e, não obstante, deixam-se ludibriar pelos engodos do "Espírito mentiroso", e não seguem o "Espírito verdadeiro" que está no imo de cada um de nós. Mais: que é nosso verdadeiro EU.


Quando, pois, unificados com o Eu profundo, tivermos a certeza plena da Realidade do Todo, teremos a prova irrecusável de que só poderemos evoluir quando renunciarmos, até o âmago, às influências e encantos do "dominador deste mundo", que por nós já terá sido perfeitamente reconhecido: negaremos, então, a personagem transitória, tomaremos nossa cruz, e por ela elevaremos nossa consciência "atuar até a Individualidade eterna, aniquilando nosso eu pequeno e deixando que nosso verdadeiro Eu assuma o controle de tudo, sob a orientação do Cristo Interno. E então, mas só então, poderemos dizer que não é nosso eu pequeno que vive, mas é o Cristo que vive em nós (Cfr. GL 2:20).


Quanta coisa poderia ter sido ainda ensinada a nós pelo Cristo de Deus através de Jesus! Mas como pretendê-lo, se o atraso da humanidade era tão grande, que tudo foi interpretado mal pela maioria?


Daí ter que esperar o Espírito que as criaturas progredissem por meio do conhecimento científico, para então a elas novamente revelar-se em conceitos mais profundos e sólidos, como ocorreu, por exemplo, através da revelação que nos veio por meio de Pietro Ubaldi, na "Grande Síntese". Que teriam compreendido os discípulos de então, dessas verdades elevadas, baseadas numa ciência que só agora está sendo conquistada, vinte séculos depois deles?


Muitas coisas, sim, teria o Cristo que dizer através de Jesus. Mas não desanimemos: Ele no-las dirá por meio do Espírito verdadeiro, que é nosso Eu profundo, que "nos levará a toda a Verdade".


E isso, porque nosso Eu profundo "jamais falará por si mesmo - característica vaidosa do eu pequeno intelectualizado e cheio de empáfia - mas repetirá o que ouvir, revelando-nos o que virá".


O Cristo operará, em todos aqueles que a Ele se unificarem, uma transformação radical, uma troca de substância (transubstanciação) e o Eu profundo será unificado ao Cristo interno, e o Eu será transubstanciado na Divindade, e nos dirá o que tiver obtido diretamente do Cristo Cósmico e do Pai ou Verbo (o Som que dá a tônica para a existência dos universos no Todo e em suas partes infinitesimais. "Tudo o que o Pai tem, pertence também ao Eu". Essa revelação é uma das mais profundas e elevadas que nos foi até agora dada a conhecer. Mas pode compreender-se bem.


Sendo o Pai Aquele SOM que nos deu origem e ainda constitui a vibração que sustenta nossa vida, e sendo nós também uma vibração em processo de elevação lenta mas irresistível de subida de frequência, nós somos o Pai, porque somos Sua essência individuada e exteriorizada em nossa existência. E nada temos, que não seja o Pai em nós; e nada possui o Pai em Si, que não transmita a nós. E tudo isso, através do Cristo Cósmico, o Filho Unigênito, que constitui nossa essência profunda, já que o Cristo é, precisamente, o resultado vivo da vibração da Vida.


Então, tudo o que o Eu profundo trouxer à nossa mente, é recebido da tônica do Pai, através da vibração cristônica.


Que podemos ambicionar mais, na vida, do que atingir esse ápice divino?



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de João Capítulo 3 do versículo 1 até o 36
1. Uma Vida Nova Para um Homem Morto — Nicodemos (Jo 3:1-21)

Uma das infelicidades ocasionais nas divisões de capítulos da Bíblia é uma aparente ruptura no pensamento onde não deveria haver ruptura. O início do capítulo 3 é um excelente exemplo disto. João escreveu que Jesus "sabia o que havia no homem" (Jo 2:25). Mas João prosseguiu dizendo, sem qualquer quebra de linha nem ruptura de pensamen-to, que havia entre os fariseus um homem chamado Nicodemos, príncipe dos judeus (1). É como se João estivesse dizendo: "Jesus tinha o conhecimento perfeito das necessidades mais profundas dos homens. Vamos citar alguns exemplos, começando com um homem, o fariseu Nicodemos". Assim, Nicodemos se torna a "evidência A" para ilus-trar o que Jesus conhece sobre os homens.

A palavra para homem tanto em Jo 2:25 quanto em Jo 3:1 é anthropos, que basicamente se refere aos homens como uma classe. É uma palavra genérica. Assim, o que se diz aqui a respeito de Nicodemos, um indivíduo, é dito sobre todos os homens. Esta é uma das muitas universalizações do Evangelho de João. A salvação é para "todos" (16), mas tam-bém é verdade que todos os homens precisam do nascimento que vem do céu (cf. Rm 3:23).

O cuidado com que se descreve a situação de Nicodemos na vida religiosa judaica não é uma coincidência. Ele era um homem entre os fariseus, um príncipe dos ju-deus. Se algum homem, na ordem antiga, conheceu o significado de Deus e dos seus planos e propósitos para o homem, esse foi Nicodemos — ele era profundamente entra-nhado na tradição monoteísta, além dos ensinos da lei, da história de Israel e das procla-mações dos profetas. Mas em algum lugar, de alguma maneira, ele se perdera no cami-nho, e de alguma maneira exemplificava o que havia acontecido com o judaísmo. Assim, uma vez mais, João estabelece um vívido contraste entre a antiga aliança, com todos os seus mal-entendidos, as suas inadequações e suas falhas, e a nova aliança, que assegura a abundância da vida, que tem o Deus vivo e verdadeiro como a sua Fonte.

Este foi ter de noite com Jesus (2). Há uma grande dose de especulação quanto ao motivo pelo qual Nicodemos veio de noite. Alguns dizem ter sido por medo das opini-ões alheias, especialmente de seus colegas. Há algo a ser dito a este respeito, à luz de outras duas ocasiões nas quais ele aparece neste Evangelho. A sua defesa de Jesus em 7.50 parece ser um pouco impessoal, e foi José de Arimatéia quem iniciou o pedido do corpo de Jesus (Jo 19:39). Talvez Nicodemos quisesse uma reunião tranqüila, à noite. Mas uma pergunta melhor sobre esta visita seria: "Por que ele veio, afinal?" A resposta pode explicar por que ele veio de noite. Devido à profunda necessidade da sua alma, ele veio até o Senhor saindo da escuridão na qual ele e os seus companheiros estavam imersos. Compare isto com o ato de Judas. Quando ele deixou Jesus para ir fazer o acordo com os judeus, ele saiu "e era já noite" (13.30). O contraste vívido entre a luz e as trevas aparece regularmente ao longo de todo o Evangelho (cf. Jo 1:5-9; 3.19; 8.12; 9:4-5; 12.35).

Nicodemos disse: Rabi, bem sabemos que és mestre vindo de Deus, porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele (2). Os milagres que Jesus realizara (2,23) indicavam o caminho para Nicodemos e para aqueles que este representava (observe a forma plural sabemos). Por causa desses milagres, eles pensavam que Jesus era um professor especial enviado por Deus. Rabi... és... vindo de Deus. Mas isto não significava que Jesus estava sendo reconhecido como o Messias.'

Jesus respondeu e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus (3). Com um discernimento claro, Jesus foi direto ao centro do problema de Nicodemos. Era necessário um novo tipo de vida, se alguém quisesse ver a presença de Deus, o seu plano e o seu objetivo para o homem. Westcott diz:

Sem este novo nascimento — esta apresentação a uma conexão vital com uma nova ordem de ser, com a correspondente doação de capacidades — nenhum homem consegue ver — consegue perceber exteriormente — o Reino de Deus. Os nossos poderes naturais não conseguem perceber o que é essencialmente espiritual. É necessária uma nova visão para os assuntos da nova aliança."

Mas essa nova visão é impossível, se a pessoa não tiver a nova vida. Jesus é cuidado-so ao indicar a fonte dessa nova vida. A expressão aquele que não nascer de novo tem, na verdade, um duplo sentido. A palavra traduzida como "de novo" é anothen, que tem vários significados: "de cima", "novamente" e "sob uma nova forma".14 Essa palavra é usada por João com o óbvio significado de "do céu" em Jo 3:31 e Jo 19:11. Esta poderia ter sido a intenção de Jesus aqui. Se o homem espera ter vida no sentido eterno e real, ela deve vir do céu. A vida biológica se recebe dos pais, mas a vida que vem de Deus somente Ele pode dar (1.13), e esta vem de cima. Acredita-se no significado de novo porque a resposta de Nicodemos usa a palavra tornar, ou seja, outra vez, uma segunda vez. Evi-dentemente, isto foi o que Nicodemos entendeu daquilo que Jesus disse. O significado "sob outra forma" fornece uma tradução feliz aqui, porque combina a idéia de alguma coisa nova e diferente — "de cima" — com a idéia de de novo.

Perguntou-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? pode, porventura, entrar novamente no ventre de sua mãe e nascer? Respon-deu Jesus: Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus (4-5). As perguntas de Nicodemos refletem mais do que simplesmente uma má interpretação da declaração de Jesus. Ele pode ter entendido perfeitamente bem! Como ele poderia acreditar que um homem sen-do velho seria transformado em uma nova criatura? As perguntas podem refletir os seus próprios sentimentos de estar perdido na noite do pecado e da morte, para onde nem mesmo a mais elevada forma de religião foi capaz de trazer luz e vida. Realmente, é inadequada e falsa a religião que não transforma um homem em alguma coisa nova, sem oferecer-lhe um novo nascimento!

A resposta de Jesus a Nicodemos fortalece de uma vez a sua declaração anterior e resume, em uma frase sugestiva, todo o plano de redenção do homem. Aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus (5). A palavra aqui traduzida como aquele é o pronome indefinido tis, que pode significar "qualquer homem". Aqui se faz uma universalização. O que lemos nesta passagem é verdadeiro para qualquer homem, e não apenas para Nicodemos. Mas, por que a mudança de nas-cer de novo (3) para nascer da água e do Espírito (5) ? Um rápido exame do uso da palavra água nesses contextos (Jo 1:33-2:6-7; 4:6-7; 5:2-3; 7:38-39) revela que, neste Evan-gelho, ela é um símbolo da ordem antiga da lei com os seus rituais de batismos, purifica-ções e limpezas. É necessário ter em mente que: 1. Jesus declarou que Ele veio para cumprir, e não para destruir a lei (Mt 5:17) ; 2. Em cada um dos exemplos mencionados acima, a ordem representada pela água não foi destruída — por exemplo, as seis talhas não foram quebradas, mas sim enchidas; 3. Em cada um deles, a água está inserida em um contexto que trata de uma nova ordem — por exemplo, o Espírito (Jo 1:33), o vinho novo (Jo 2:10), "uma fonte de água a jorrar para a vida eterna" (Jo 4:14), a perfeita saúde (5.9), o Espírito (Jo 7:39) ; 4. Neste exemplo (Jo 3:10), Jesus está falando com o "professor de Israel". À vista disso, é fácil entender por que Ele disse nascer da água e do Espírito. É como se Ele dissesse: "Nicodemos, comece onde você está. Mas a realização, a vida e a solução do seu problema mais íntimo só virão através de um nascimento de cima, o nascimento do Espírito!" Compare Jo 3:5 com Jo 19:34 e com I João 5:6-8.

O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito (6). O gerado sempre é semelhante ao que o gerou. A aliança antiga só pode produzir a vida antiga. A escuridão gera a escuridão. A lei, que é para aqueles que estão sem lei, não pode gerar uma vida boa. Se alguém quer ter vida, a fonte deve ser o Espírito. A preposi-ção usada nesta última frase é muito clara. Uma tradução literal seria "O que é nascido a partir do Espírito é espírito".

Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo. O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito (7-8). Aqui o argumento, por analogia, é particularmente potente, porque se baseia em um jogo com a palavra pneuma, que significa tanto "vento" quanto "espírito". O fato do vento ninguém pode negar: o seu comportamento — de onde e para onde — nenhum humano, nem mesmo um professor, conhece em sua totalidade. Existe um elemento de mistério. Então, por que alguém de-veria ser "interrompido" pelo elemento do mistério no novo nascimento? "O grande mis-tério da religião não é a punição, mas o perdão do pecado: não é a permanência natural de caráter, mas a regeneração espiritual".15

Nicodemos respondeu e disse-lhe: Como pode ser isso? Jesus respondeu e disse-lhe: Tu és mestre de Israel e não sabes isso? (9-10). A declaração três vezes repetida por Jesus sobre o tema "é necessário nascer de novo" (3,5,7), juntamente com o seu exemplo do fenômeno natural do vento, deixou Nicodemos maravilhado e surpreso. Da mesma maneira, Jesus não pareceu comovido pela falta de compreensão espiritual por parte daquele "professor de Israel". O uso do artigo definido com "professor", que aparece no texto grego, não é acidental. Como Nicodemos representava o melhor do juda-ísmo, uma falha neste ponto mostra a morte espiritual, a escuridão e a ignorância que caracterizavam a antiga aliança. Foi a esta aliança, assim como a Nicodemos, que Jesus veio para dar vida, a vida abundante (Jo 10:10).

Na verdade, na verdade te digo que nós dizemos o que sabemos e testificamos o que vimos, e não aceitais o nosso testemunho. Se vos falei de coisas terrestres, e não crestes, como crereis, se vos falar das celestiais? (11‑12). O uso das formas no plural, como dizemos e aceitais, causa alguns problemas para o exegeta. Sabemos... testificamos, segundo Westcott, esta frase se refere a Jesus e àqueles que Ele reunira a sua volta.' Bernard rejeita esta hipótese com base no fato de que esta conexão entre o testemunho de Jesus e o de seus discípulos não é característica do registro de João. Ele argumenta que este uso da forma nós é editorial.17 De qualquer forma, é instrutivo observar que o nós está em vívido contraste com o vós. Dar testemunho é um paralelo à rejeição do testemunho. Assim, a totalidade do testemunho (ou seja, a Encarnação e aqueles que acreditam) está contrastando com a rejeição do testemunho pelos judeus (cf. Jo 1:10-11).

Existem muitos que dividem a experiência do mundo e a espiritual. Coisas terres-tres, para eles, significam a certeza e a realidade. As celestiais significam mistério, o irreal e as superstições. Mas, como Jesus tão claramente indicou para Nicodemos, tudo na vida envolve algum mistério. Até mesmo os cientistas que possuem os maiores conhe-cimentos se intimidam quando enfrentam a questão do significado do universo. Nenhum homem pode viver sem algum tipo de fé em alguém ou em alguma coisa.

Ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o Filho do Homem, que está no céu (13). A última parte, que está no céu, não aparece em vários manuscritos antigos. O versículo fala da Encarnação como a única testemunha dotada de autoridade sobre as coisas celestiais (ou seja, as coisas do Espírito). A expressão o que desceu do céu é peculiar a João e se refere claramente à Encarnação (Jo 6:33-38, 41-42, 50-51,58). O uso do título Filho do Homem simplesmente reforça esta afirmação.

E, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (14-15). Como alguns dentre o povo de Israel falaram "contra Deus e contra Moisés... o Senhor mandou entre o povo serpentes ardentes" (Nm 21:5-6). Os sobreviventes arrependidos, ameaçados pela morte, apelaram a Moisés. Seguindo as instruções do Senhor, Moisés fez uma serpente de metal e a colocou sobre uma haste que ficava erguida para que os feridos a vissem. Os que olhavam para ela, permaneciam vivos. Assim importa que o Filho do Homem seja levantado; Jesus sabia disto. A necessidade da cruz é dupla. A primeira é o tipo de mundo a que Cristo veio. "A Encarnação, sob as circunstâncias da humanidade, traz consigo a necessidade da Paixão".18 A segun-da é o amor que enviou Jesus. Esse amor é a expressão da natureza divina, um supremo esforço para alcançar e redimir os homens perdidos que estão sob o aguilhão e a sentença de morte. O exemplo como um todo é um tipo de paradoxo que diz: embora a cruz seja um instrumento de morte, nela há vida.

Todo aquele que crê é uma expressão que se refere ao evangelho universal, ou seja, às Boas Novas para todos os homens. Não existem barreiras de nação, de raça ou de tempo. O sacrifício perfeito foi realizado. O homem deve reagir, deve ter fé. O texto grego usa a preposição eis — que significa "em", "dentro", "para dentro" — com o verbo crer. Uma tradução literal seria "todo aquele que deposita a sua fé nele". A fé é a resposta perfeita do homem ao chamado e à reivindicação de Deus a seu respeito.

Esta é a primeira menção à vida eterna, a dádiva que recebem aqueles que têm fé. Que clímax tão adequado para a conversa entre Jesus e Nicodemos, que tinha vindo da escuridão e da morte para aquele que é a Luz e a Vida! A recompensa é a vida eterna.

As autoridades divergem quanto ao ponto onde termina a conversa entre Jesus e Nicodemos. Uns julgam que o fim está no versículo 13, outros no 15, e ainda há outros indicam o versículo 21. No entanto, a maioria dos estudiosos pensa que no versículo 16 têm início a reflexão e o comentário de João sobre o que Jesus disse.

A partir da história de Nicodemos (Jo 3:1-15), Alexander Maclaren levanta a questão "Professor ou Salvador?" 1. A confissão imperfeita (1-2) ; 2. Jesus Cristo lida com a confis-são imperfeita (3-15) ; 3. O corajoso confessor (Jo 7:50-52; 19:38-39).

Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (16). Esta é a primeira menção ao amor de Deus neste Evangelho. É um tema dominante no livro, embora pouco se fale até o capítulo 13. Deus amou o mundo de tal maneira. Aqui, novamente, está a idéia do alcance universal. O evangelho é para todos os homens. Ne-nhum deles está excluído. Isto descreve por que Deus fez o que fez. Ele amou! A palavra em grego é egapesen. Este é o amor que se move pelos interesses do outro, sem pensar nos próprios interesses. E um amor que deseja arriscar tudo por alguma vantagem para outra pessoa, que não considera nenhum preço muito alto se outra pessoa puder receber algum benefício. O tempo aoristo do verbo indica que o ato de amor de Deus não é limita-do pelo tempo e simultaneamente é único e completo. É o amor absoluto!

Deu o seu Filho unigênito. Embora este ato seja muito mais freqüentemente des-crito pelo verbo "enviar" (e.g., Jo 3:17-34; 6.29,38-40), aqui a idéia enfatizada é a do presente de Deus para o homem (cf. Jo 4:10). Outra vez, o tempo do verbo dar se refere a um ato absoluto e completo (cf. Hb 10.14). Ele deu o seu Filho unigênito, ou seja, a Dádiva que era mais preciosa, e "o título 'unigênito' é acrescentado para destacar este conceito".'

... Todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. As alterna-tivas estão definidas. Elas são a vida e a morte! A Dádiva de Deus tornou possível que o homem faça a escolha, a resposta da fé. Os verbos perecer e ter estão em tempos dife-rentes no original. O primeiro está em aoristo e significa "de uma vez por todas", expulso para a escuridão exterior. O último está no presente, indicando uma vida eterna presen-te e duradoura.

Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo não para que condenasse o mun-do, mas para que o mundo fosse salvo por ele (17). A palavra condenar pode ser traduzida como "julgar", e isto se aplica ao seu uso nos dois versículos seguintes. O propósito da Dádiva de Deus não era levar os homens a um julgamento, mas sim à salvação. Apesar disso, o julgamento é inevitável, e é o próprio homem que o causa, quando se recusa a aceitar a Dádiva mediadora e expiatória de Deus. "O homem é livre para esco-lher o tormento sem Deus ao invés da felicidade em Deus; é como se ele tivesse o direito de ir para o inferno"."

O julgamento e a condenação não vêm para o homem que tem fé, porque quem crê nele não é condenado (18). A tradução literal seria: "Aquele que põe a sua fé nele [i.e., em Jesus Cristo] não está sendo julgado". Quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus. Esta afirmação forte por si mesma adquire um novo peso de advertência quando consideramos o tempo dos dois verbos: está condenado e não crê. No grego, ambos estão em tempo passado perfeito, apresentando um estado presente que é o resultado de uma ação passada. Assim, nesta vida, a condenação é um fato porque quem não crê já foi julgado. A condenação é um estado presente porque o que não crê se recusou a crer.

Existe uma "porta aberta para a vida", a vida de Deus para os homens. Ela tem três características: 1. É o presente de Deus que vem de cima (3,16) ; 2. Só vem para aqueles que têm fé (15-16) ; 3. A alternativa para a vida é o julgamento de Deus (18).
Com o versículo 19, o exemplo passa da vida para a luz, e da falta de fé para as trevas. A razão pela qual os homens passam pelo julgamento e pela condenação é: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más (19; cf. Jo 1:4-9-11; 8.12; 9:4-5).

A descrença e a fé têm as suas conseqüências naturais e inevitáveis, que estão cui-dadosamente descritas nos versículos 20:21. A falta de fé resulta em atos iníquos.

Porque todo aquele que faz o mal aborrece a luz e não vem para a luz para que as suas obras não sejam reprovadas (20). A seqüência está clara — falta de fé, escu-ridão, atos iníquos. A falta de fé e uma existência ligada à iniqüidade andam de mãos dadas. O homem que afirma que não faz diferença em que ele acredita também está dizendo que as ações não têm valor ou significado moral. Por outro lado, e em vívido contraste, está o homem de fé. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus (21). Observe a seqüência — fé, vida, luz, boas obras. Para ter uma vida santa é necessário ser um homem santificado (cf. Mt 7:16-20). As duas coisas são inseparáveis. Uma das palavras-chave no Evangelho de João é verdade. A verdade é sempre pessoal; está sempre baseada na natureza e no caráter de Deus, e é a maneira pela qual o homem deve viver em seu relacionamento tanto com Deus quanto com os demais homens. A verdade deve ser dita e também praticada — quem pratica a verdade.

2. O Novo Mestre (Jo 3:22-36)

Os três primeiros versículos desta seção assinalam uma transição tanto de lugar quanto de pessoas. Jesus tinha estado em Jerusalém, onde realizou muitos milagres, e então conversou com Nicodemos. Depois disso, foi Jesus com os seus discípulos para a terra da Judéia; e estava ali com eles e batizava (22). A expressão para a terra da Judéia, no Novo Testamento, só ocorre aqui e provavelmente se refere "aos distritos do interior da Judéia... algum lugar próximo aos rios rasos nas proximidades de Jerico" (ver o mapa 1).21

Uma vez que toda esta seção está dedicada a uma explicação ampliada do relaciona-mento entre João Batista e Jesus, os dois ocupam o centro da cena, enquanto os judeus, os discípulos de João e os discípulos de Jesus só aparecem em segundo plano. Ora, João batizava também em Enom, junto a Salim, porque havia ali muitas águas; e vinham ali e eram batizados. Porque ainda João não tinha sido lançado na prisão (23-24). Não se sabe onde ficava este local em que João batizava, e que é menci-onado aqui, mas provavelmente não estava situado no Jordão. Normalmente, julga-se que Salim ficava de "seis a oito quilômetros a leste de Siquém, onde hoje existe uma pequena aldeia com o mesmo nome".22 Duas ou três possíveis localizações de Enom fo-ram sugeridas, mas não há certeza sobre nenhuma delas. Talvez a palavra signifique "abundante em fontes" (cf. "havia ali muitas águas").

A época da conversa que se segue fica clara pela seguinte afirmação: João ainda não tinha sido lançado na prisão (24; cf. Mt 4:12; Mac 1.14).

O testemunho que João Batista estava prestes a dar é contrastado com o cenário de uma questão relativa à purificação. Houve, então, uma questão entre os discí-pulos de João e um judeu, acerca da purificação. E foram ter com João e disseram-lhe: Rabi, aquele que estava contigo além do Jordão, do qual tu des-te testemunho, ei-lo batizando, e todos vão ter com ele (25-26). O velho procedi-mento da religião ritualista, mas vazia e sem poder, é representado aqui pelos judeus (cf. Jo 2:6). Eles colocavam muita ênfase na purificação (lavagem cerimonial) do corpo. O amanhecer de um novo dia, um caminho melhor, uma proclamação profética é repre-sentada por João (cf. Jo 1:33). A consumação é encontrada na pessoa daquele que estava com João além do Jordão.

A resposta de João aos judeus indica que ele soube imediatamente o que eles real-mente queriam saber. "Qual é a sua opinião sobre este homem que está competindo com você, um Homem a quem você batizou, um Homem que está arrebatando a sua multidão?" A resposta de João teve quatro partes. Na primeira, ele lembrou-lhes que todos os homens estão, em última análise, sujeitos à soberania de Deus. O homem não pode receber coisa alguma, se lhe não for dada do céu (27; cf. 3.3). Na segunda, ele deixou claro o seu verdadeiro relacionamento com o Cristo, lembrando aos seus inquisidores uma afirmação anterior: Eu não sou o Cristo (28; cf. Jo 1:20). Como veremos

posteriormente (ver o comentário sobre 4.26), o autor usa as afirmações do tipo "Eu sou" como afirmações diretas da divindade de Jesus. Da mesma maneira, aqui, a forma nega-tiva da frase de João, eu não sou, é uma renúncia clara e firme, mostrando que João não era o Messias. Contudo, ele reconhece e afirma o seu próprio papel como alguém que está relacionado a Cristo: Sou enviado adiante dele (28). Na terceira parte de sua respos-ta, ele usou o exemplo do noivo, da noiva e do amigo. Devido ao noivo ser quem de fato é, existe uma verdadeira alegria e deleite no coração do amigo. O completo cumprimento e a plenitude da alegria pertencem àqueles que reconhecem Jesus como quem Ele real-mente é, e àqueles que encontram em sua voz a fonte de puro prazer. O amigo... alegra-se muito com a voz do esposo. Assim, pois, já essa minha alegria está cumprida (29; cf. Jo 16:24).

Finalmente, todo o relacionamento é resumido na declaração de auto-anulação de João, feita no verdadeiro espírito de uma vida santificada: É necessário que ele cres-ça e que eu diminua (30).

Alguns estudiosos concordam que o versículo 31 dá início aos comentários do autor sobre aquilo que havia acabado de ocorrer, ao passo que outros argumentam que esta seção (31-36) está fora de lugar e deveria ser colocada imediatamente depois do versículo 21. Lightfoot defende a atual localização desta passagem. Ele declara que ela é "um apêndice adequado para Jo 3:22-30"." Um bom exame do conteúdo desta seção dá sustenta-ção a este ponto de vista. Aquele que vem de cima é sobre todos, e Aquele que vem do céu é sobre todos (31). Estas são frases que obviamente se referem a Jesus, ao passo que aquele que vem da terra é da terra e fala da terra claramente se refere a João. Então se segue uma descrição daquele do céu que é sobre todos.

Ele é, em primeiro lugar, uma Testemunha daquilo que ele viu e ouviu (32). "A mudança do tempo do verbo parece marcar um contraste entre aquilo que pertence à existência (viu, ++raken) e a missão (ouviu, +kousen, e não tinha ouvido) do Filho".' O testemunho, rejeitado por alguns (32), foi recebido por outros (33). Qualquer pessoa que receba o "testemunho o sela, declarando que Deus é verdadeiro" (33, na versão NASB em inglês), "sentindo que aquele cuja Palavra é a verdade é completamente confiável e irá manter as suas promessas, por mais impossíveis que elas pareçam; testemunhando pos-teriormente que as experimentam, e que elas se mostraram verdadeiras na prática, de-claram que Deus realmente expressa os seus planos e cumpre o que diz"."

Aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus (34). Este é a Palavra viva (1.14), trazendo uma completa revelação de Deus (Jo 1:18). Existe uma tríplice razão para isto. 1. Quando Deus dá, Ele o faz espontaneamente e sem limites. "Pois não lhe dá Deus o Espírito por medida" (34; cf. Jo 1:16-4.10; 7:38-39). 2. O Pai ama o Filho (35). O dom espontâneo e completo daquele que encarnou é dado por amor (cf. Jo 3:16). 3. A missão completa de redimir o homem tornou-se responsabilidade do Filho. Não foi estabelecido nenhum outro modo de salvação. O Pai... todas as coisas en-tregou nas suas mãos (35).

Finalmente, o autor deixa a alternativa clara ao comparar a fé e a incredulidade com as suas conseqüências inevitáveis: a vida eterna e a ira de Deus. Aquele que crê no Filho tem a vida eterna, mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece (36). A fé resulta na vida eterna, que é a possessão atual daquele que acredita, pois o verbo tem está no presente (cf. Jo 5:24-6.47, 54; Rm 8:2-4). A expressão aquele que não crê pode ser traduzida como "aquele que não obedece", ou ainda "quem desobedece". O oposto da fé é, na verdade, a recusa a obedecer. Quando a fé é fraca ou defeituosa, é bom que se dê atenção à obediência. Quan-do uma pessoa obedece, a fé se torna uma conseqüência natural. Para aqueles que se recusam a obedecer, ou o fazem de forma negligente, existe a inevitável ira de Deus. Esta linguagem é um tanto surpreendente depois das elevadas expressões do amor de Deus pelo homem. Mas ela ressalta o fato de que o pecado mais grave do homem é a falta de fé, que é uma desobediência. O amor de Deus não seria mais do que uma fraca indul-gência se Ele não fosse fiel à sua palavra e à sua santa natureza. Gossip se expressa bem, ao dizer:

... Cristo nunca é mais bondoso do que quando os seus olhos — quando Ele olha para nós — se mostram como chamas de fogo e Ele nos fala palavras terríveis; quando Ele não se mostra disposto a ser transigente para conosco, mas exige a obediência instantânea, aqui e agora, sob a pena de nos separarmos dele. Se não nos tivesse amado o suficiente para ser severo conosco, Ele teria perdido a nossa alma. Com temor e humildade precisamos agradecer a Deus, tanto pela sua ira quanto pela sua misericórdia.'


Champlin

Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
Champlin - Comentários de João Capítulo 3 versículo 15
A vida é o dom por excelência que Deus oferece aos seres humanos. Essa vida não termina com a morte (Jo 11:25); por isso, é geralmente chamada de “vida eterna”. Essa vida se obtém desde já pela fé em Jesus Cristo (Jo 3:16,Jo 3:36; Jo 5:24). A importância deste conceito em Jo é comparável ao de “reino de Deus” nos Evangelhos sinóticos (conforme Jo 5:24; Jo 6:33-54; Jo 20:31).

Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de João Capítulo 3 do versículo 1 até o 36
*

3.1-21

Este é o primeiro dos muitos discursos para instrução registrados por João. De modo típico, ao ser questionado Jesus responde de maneira a conduzir o debate para uma área mais profunda, freqüentemente por meio de equívocos que são esclarecidos para os que se tornam verdadeiros discípulos. A nova compreensão revela Jesus mais plenamente.

* 3:2

de noite. Isso pode denunciar o temor de ser visto, ou poderia ser um sinal de deferência a Jesus, um mestre que não devia ser incomodado durante o dia. Entendido simbolicamente, Nicodemos era uma pessoa que vivia nas trevas deste mundo, e que agora encontra a luz (8.12 conforme 9.4; 11.10;13.30).

Mestre... da parte de Deus. Nicodemos entende que Deus credencia os seus mensageiros, concedendo-lhes poder para realizar milagres, mas este modo de entender está longe de alcançar a verdadeira identidade de Jesus.

* 3:3

não nascer de novo. Ver referência lateral. A tradução "mas nascer de cima" concorda bem com o debate das coisas "da terra" e "do céu", no v. 12, e com a discussão do subir e descer, no v. 13. Este é o sentido do advérbio grego em outros lugares neste Evangelho (Lc 9:11,23). Nicodemos, aparentemente, entendeu que ele significava nascer "uma segunda vez". É possível que ambos os sentidos sejam pretendidos — um novo nascimento, que é um nascimento de cima. Ver nota teológica "Regeneração: O Novo Nascimento", índice.

* 3:5

nascer da água e do Espírito. Alguns entendem que a "água" é a liberação do flúido que acompanha o nascimento físico, mas considerações linguísticas apontam para o entendimento de que "água" e "Espírito" se referem a um único nascimento espiritual. Muitos intérpretes entendem "água " aqui, como água do batismo, mas uma tal referência — antes que o batismo cristão fosse instituído — teria sido sem sentido para Nicodemos. Outros acham que é uma referência ao batismo de João, mas Jesus, em parte alguma, faz do batismo de João uma exigência para a salvação. Provavelmente, a afirmação se refere a passagens do Antigo Testamento nas quais "água" e "espírito" estão ligadas para expressar o derramamento do Espírito de Deus no fim dos tempos (Is 32:15; 44:3; Ez 36:25-27). A presença de uma imagem tão rica do Antigo Testamento, serve de fundo à reprovação que Jesus faz a Nicodemos (v. 10): como “mestre em Israel", ele deveria ter entendido.

* 3.6-8

Esta passagem dá ênfase à prioridade e à soberania de Deus na obra da redenção, e isto não exclui a realidade da resposta humana através do arrependimento e da fé.

* 3:11

te digo... não aceitais o nosso testemunho. O "te" é singular (e se refere a Nicodemos); o "vós" é plural (e se refere a Nicodemos e àqueles que ele representa).

* 3:13

o Filho do homem. Ver nota em Mt 8:20.

que está no céu. Poderia ser dito que Cristo, em sua natureza divina, continuava a habitar no céu, mesmo durante a sua vida na terra. O ponto é que ele tem autoridade para falar das coisas celestiais. Posteriormente, no Evangelho, a origem "celestial" de Jesus se torna a principal matéria de disputa (6.41-42).

* 3:14

Moisés. Nm 21:4-9 registra a história dos 1sraelitas rebeldes que murmuravam e queixavam-se. Deus enviou serpentes abrasadoras para o meio deles, para puni-los. Então Deus disse a Moisés para colocar uma serpente de bronze numa haste com a promessa de que os que olhassem para ela, viveriam.

importa... seja levantado. Aqui está um termo chave neste Evangelho (8.28; 12.32,34), que traz um duplo sentido: o da crucificação e o da exaltação. A morte de Cristo na cruz, sua ressurreição e sua glorificação, juntas revelam a glória de Deus. A palavra "importa" leva-nos a atentar para o soberano propósito de Deus. A crucificação foi a chave do eterno plano de Deus para salvar o seu povo (At 4:27-28).

* 3:16

Porque Deus amou ao mundo de tal maneira. Alguns insistem na idéia de que Deus enviou Jesus com o propósito de conceder salvação a todos, sem exceção, mas somente como uma possibilidade. Contudo, Jesus deixa bem claro que a salvação daqueles que "o Pai lhe dá" — e somente destes — não é uma mera possibilidade, mas certeza absoluta. E "o que vêm a mim" (6.37-40; 10:14-18; 17,19) "de modo nenhum o lançarei fora". A verdade expressa pela palavra "mundo" é que a obra salvífica de Cristo não é limitada a tempo e lugar, porém aplica-se aos eleitos de todas as partes do mundo. Os que não recebem o remédio que Deus providenciou em Cristo, perecerão. Permanece como verdadeiro que aquele que crê não morrerá (não será separado de Deus), mas viverá na presença de Deus para sempre. Ver "Deus é Amor: Bondade e Fidelidade", no Sl 136:1.

* 3:17

não para que julgasse o mundo. Jesus, em outra parte, diz que o julgamento acompanha a sua vinda ao mundo (9.39). Seu ponto não é que ele não julgará, mas que o tempo do juízo ainda não é chegado. O mundo esteve sempre sob ameaça de juízo, antes que ele viesse, mas, com a sua vinda, a salvação tornou-se uma realidade oferecida a um mundo hostil (Mt 23:37; Rm 5:8).

* 3:18

A descrença não é a única base para a condenação, mas constitui o climax da rebelião que resiste mesmo a graciosa oferta divina da salvação em Cristo. Jesus veio a um mundo que já está condenado por causa de sua rejeição da auto-revelação de Deus (Rm 1:18-32).

* 3:19

os homens amaram mais as trevas do que a luz. Jesus dá a razão para a sua rejeição por parte do mundo: Ele é a luz que revela se a pessoa é justa ou não.

* 3:21

Quem pratica a verdade aproxima-se da luz. Jesus fala em "praticar" a verdade e isto significa que a verdade é matéria tanto de pensamento quanto de prática. Viver pela verdade contrasta-se com fazer o que é mau (v. 20).

* 3.22-36

Há três seções aqui: Nos vs. 22-24 somos informados de que Jesus e seus discípulos foram para a Judéia, onde João Batista estava; nos vs. 25-30, o Batista afirma uma vez mais que todo o seu papel era o de preparar o caminho para Cristo; os vs. 31-36 parecem ser a continuação das palavras do Batista, ou possívelmente, um comentário do autor do Evangelho.

* 3:24

João ainda não tinha sido encarcerado. Ver Mt 14:3-12; Mc 6:17-29.

* 3:26

batizando. Ver "Batismo", em Rm 6:3.

* 3:27

O homem não pode receber. Deus é o Autor de tudo aquilo que recebemos (1Co 4:7)

* 3:31

Quem vem das alturas. Jesus se distingue de todos os seres humanos, que são da terra (v. 13, nota).

* 3:32

ninguém aceita o seu testemunho. João repete a idéia de 1:10-11, idéia de que nem a sua própria nação nem o mundo em geral estavam prontos para receber a Cristo. A barreira é o pecado e a cegueira que só Deus pode penetrar (v. 3; 1.5).

* 3.33 Quem... aceita o testemunho. O mundo recusou a luz, porém, João, imediatamente, menciona aqueles que estão vindo para a luz, especialmente ele próprio como o primeiro expoente da verdade. A pregação de João é a culminância do Antigo Testamento e o começo do Novo Testamento (1.15; Mt 11:11).

* 3:34

Deus não dá o Espírito por medida. Estas palavras podiam certamente ser aplicados ao Espírito que dotou de poder o ministério terreno de Jesus (Lc 3:22; 4:1). Mas é também possível que esses versículos se refiram à plenitude do Espírito, que Jesus dá àqueles que o servem, e alguns estudiosos antigos e modernos têm entendido o texto deste modo. Posteriormente, Jesus é o agente que envia o Espírito (15.26).

* 3:35

O Pai ama ao Filho. Ver 5.20.



Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de João Capítulo 3 do versículo 1 até o 36
3:1 Nicodemo era fariseu e membro do concílio (chamado Sanedrín), um grupo de líderes religiosos que Jesus e João o Batista criticaram freqüentemente por sua hipocrisia. (se desejar mais informação sobre os fariseus, veja-a nota a Mt 3:7.) Muitos fariseus estavam ciumentos do Jesus porque escavava sua autoridade e rebatia seus pontos de vista. Mas Nicodemo indagava e acreditava que Jesus tinha respostas. Embora era um erudito, foi ao Jesus para instruir-se. Não importa quão inteligente ou educado um seja, deve aproximar-se de Cristo com um coração aberto e disposto a fim de que lhe ensine a verdade a respeito de Deus.

3.1ss Nicodemo foi ao Jesus em que pese a que pôde ter enviado a um de seus assistentes. Quis examinar ao Jesus pessoalmente para distinguir entre feito e rumor. Possivelmente temia que seus colegas, os fariseus, criticassem sua visita, e por isso foi quando já era de noite. Mais tarde, quando entendeu que Jesus era em realidade o Messías, falou abertamente em sua defesa (7.50, 51). Como Nicodemo, devemos examinar ao Jesus pessoalmente; outros não o podem fazer em nosso lugar. Logo, se acreditarem que é o que O diz ser, quereremos falar em público a seu favor.

3:3 O que sabia Nicodemo sobre o Reino? Pelas Escrituras sabia que Deus o regeria, que o restauraria na terra e que pertenceria ao povo de Deus. Jesus revelou a seu devoto fariseu que o Reino seria para todo mundo (3.16), não só para os judeus, e que Nicodemo podia pertencer a ele se pessoalmente nascia de novo (3.5). Este era um conceito revolucionário: o Reino é algo pessoal, não nacional nem étnico, e para entrar nele se requer arrependimento e renascimento espiritual. Jesus mais tarde anunciou que o reino de Deus está no coração dos crentes mediante a presença do Espírito Santo (Lc 17:21). Seu pleno cumprimento será quando Jesus retorne a julgar ao mundo e destrua para sempre ao maligno. (veja-se Apocalipse 21:22).

3:5, 6 "De água e do Espírito" possivelmente se refira (1) ao contraste entre o nascimento físico (água) e o nascimento espiritual (Espírito), ou (2) a ser regenerados pelo Espírito e renascidos pelo batismo. A água também poderia representar a ação faxineira do Espírito Santo de Deus (Tt_3:5). Sem dúvida, Nicodemo deve ter estado familiarizado com as promessas de Deus em Ez 36:25-26. Jesus explica a importância do novo nascimento espiritual, manifestando que não entraremos em Reino por ser bons, mas sim por experimentar esse novo nascimento.

NICODEMO

Deus é especialista em achar e trocar a pessoas que consideramos difíceis de alcançar. No caso do Nicodemo, tomou um pouco de tempo sair da escuridão, mas Deus foi paciente com seu crente "encoberto".

Temeroso de ser descoberto, Nicodemo procurou ver o Jesus de noite. As conversações diurnas entre os fariseus e Jesus tendiam a ser antagônicas, mas Nicodemo na verdade queria aprender. Talvez conseguiu muito mais do esperado: um desafio a uma nova vida! Sabemos muito pouco do Nicodemo, mas sim sabemos que desse encontro noturno saiu um homem trocado. partiu com uma compreensão nova de Deus e de si mesmo.

Nicodemo aparece mais tarde como parte do concílio. Em meio da discussão em que se buscava formas de eliminar ao Jesus, expôs o assunto da justiça. Falou em seu favor apesar de que rechaçaram sua objeção. Começava a trocar.

A última biografia do Nicodemo nos mostra que se une ao José da Arimatea no trâmite de solicitar o corpo do Jesus para sepultá-lo. Tomando em conta o risco que isto significava, Nicodemo dava um passo audaz. Seu crescimento espiritual não se detinha.

Deus procura um crescimento paulatino não uma perfeição foto instantânea. De que maneira seu atual crescimento espiritual concorda com o tempo que leva de conhecer o Jesus?

Pontos fortes e lucros:

-- Um dos poucos líderes religiosos que acreditou no Jesus

-- Um membro do poderoso concílio judeu

-- Um fariseu ao que seduziram o caráter e os milagres do Jesus

-- Com o José da Arimatea, sepulta ao Jesus

Debilidades e enganos:

-- Limitado por seu temor a mostrar-se em público como seguidor do Jesus

Lições de sua vida:

-- A menos que nasçamos outra vez, nunca entraremos no Reino de Deus

-- Deus pode trocar a quem considero inalcançáveis

-- Deus é paciente, mas persistente

-- Se estivermos dispostos, Deus pode nos usar

Dados gerais:

-- Onde: Jerusalém

-- Ocupação: Líder religioso

-- Contemporâneos: Jesus, Anás, Caifás, Pilato, José da Arimatea

Versículo chave:

"Nicodemo lhe disse: Como pode um homem nascer sendo velho? Pode acaso entrar pela segunda vez no ventre de sua mãe, e nascer?" (Jo 3:4).

A história do Nicodemo se narra em Jo 3:1-21; Jo 7:50-52 e 19.39, 40.

3:6 Quem é o Espírito Santo? Deus é três pessoas em uma: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Deus se fez homem no Jesus a fim de morrer por nossos pecados. Ressuscitou da morte para oferecer salvação a todos mediante a renovação espiritual e o novo nascimento. Quando Jesus subiu ao céu, sua presença física deixou a terra, mas prometeu enviar ao Espírito Santo ao grau que sua presença espiritual continuaria entre os seres humanos (veja-se Lc 24:49). O Espírito Santo pela primeira vez veio para estar a disposição de todos os crentes no Pentecostés (Feitos 2). Nos tempos do Antigo Testamento o Espírito Santo dotava de poder a certas pessoas e só por assuntos determinados, mas agora todos os crentes têm o poder do Espírito Santo ao seu dispor. se desejar mais informação sobre o Espírito Santo, leiam-se 14:16-28; Rm 8:9; 1Co 12:13 e 2Co 1:22.

3:8 Jesus explicou que não podemos controlar a obra do Espírito Santo. O obra de maneiras imprevisíveis ou incompreensíveis. Assim como a gente não pôde controlar seu nascimento físico, tampouco poderá controlar seu nascimento espiritual. É um presente de Deus, dado pelo Espírito Santo (Rm 8:16; 1Co 2:10-12; 1Ts 1:5-6).

3.10, 11 Este professor judeu conhecia muito bem o Antigo Testamento, mas não tinha entendido o que dizia do Messías. Conhecimento não é salvação. Devesse você conhecer a Bíblia, mas algo muito mais importante é entender ao Deus que revela e a salvação que oferece.

3:14, 15 Quando os israelitas vagavam pelo deserto, Deus enviou uma praga de serpentes para castigá-los por sua atitude rebelde. Sentenciado-los a morte por causa da mordida de serpentes podiam curar-se ao obedecer a Deus e olhar à serpente de bronze que se levantou, acreditando que O poderia saná-los se o faziam (veja-se Nu 21:8-9). Olhar ao Jesus em busca de salvação tem os mesmos efeitos. Deus nos preparou este modo de ser salvos dos efeitos mortíferos da "mordida" do pecado.

3:16 Todo o evangelho se centra neste versículo. O amor de Deus não é estático nem egoísta, mas sim se estende e atrai a outros a si. Deus estabelece aqui o verdadeiro molde do amor, a base de toda relação de amor. Se um ama a alguém profundamente, está disposto a lhe dar amor a qualquer preço. Deus pagou, com a vida de seu Filho, o mais alto preço que se pode pagar. Jesus aceitou nosso castigo, pagou o preço de nossos pecados, e logo nos ofereceu uma nova vida que nos comprou com sua morte. Quando pregamos o evangelho a outros, nosso amor deve ser como o seu, e estar dispostos a renunciar a nossa comodidade e segurança para que outros recebam o amor de Deus como nós.

3:16 Muitas pessoas rechaçam a idéia de viver para sempre porque vivem vistas tristes. Mas a vida eterna não é a extensão da miserável vida mortal do homem; vida eterna é a vida de Deus encarnada em Cristo que se dá a todos os que acreditam como garantia de que viverão para sempre. Nessa vida não há morte, enfermidade, inimigo, demônios nem pecado. Quando não conhecemos cristo, tomamos decisões pensando que esta vida é tudo o que temos. Em realidade, esta vida é sozinho o começo da eternidade. Comece, portanto, a avaliar tudo o que lhe acontece de uma perspectiva eterna.

3:16 "Acreditar" é mais que uma reflexão intelectual de que Jesus é Deus. Significa depositar nossa confiança no, que é o único que nos pode salvar. É pôr a Cristo à frente de nossos planos pressente e nosso destino eterno. Acreditar é confiar em sua palavra e depender do para trocar. Se nunca confiou em Cristo, faça sua esta promessa de vida eterna e cria.

3:18 Muitas vezes a gente trata de salvar-se do temente pondo sua fé em coisas que têm ou fazem: boas obras, capacidade ou inteligência, dinheiro ou posses. Mas só Deus pode nos salvar do que na verdade devemos temer: a condenação eterna. Confiamos em Deus reconhecendo a insuficiência de nossos esforços por alcançar a salvação e lhe pedindo que faça sua obra em nosso favor. Quando Jesus fala sobre o "que não crie", refere-se a quem lhe rechaça por completo ou faz caso omisso do, não ao que tem dúvidas momentâneas.

3.19-21 Muitas pessoas não querem que suas vidas fiquem expostas à luz de Deus porque temem o que esta possa revelar. Não querem trocar. Não se surpreenda de que pessoas assim se sintam ameaçadas por seu desejo de obedecer a Deus e fazer o que é bom. Temem que a luz que há em você ponha ao descoberto algo escuro em suas vidas. Não se desanime. Mantenha-se em oração por elas para que compreendam que é melhor viver na luz que na escuridão.

3.25ss Algumas pessoas procuram pontos discrepantes para semear sementes de discórdia, descontente e dúvida. João o Batista terminou esta discussão teológica falando de sua devoção a Cristo. É contraproducente forçar a outros a que criam como nós. É melhor lhes falar de nossa entrega pessoal a Cristo e o que O fez por nós. depois de tudo, quem pode nos refutar isso?

3:26 Os discípulos do João o Batista estavam confundidos porque a gente seguia ao Jesus e não ao João. É fácil que nosso ciúmes germinem quando aumenta a popularidade do ministério de outra pessoa. Entretanto, devemos recordar que nossa verdadeira missão é obter que as pessoas sigam a Cristo e não a nós.

3:27 por que João o Batista seguiu batizando depois que Jesus entrou em cena? por que não se converteu também em discípulo? João explicou que como Deus foi o que lhe deu este trabalho, devia continuá-lo até que o chamasse a fazer outra coisa. O propósito principal do João era conduzir a gente a Cristo. Embora Jesus já tinha começado seu ministério, João podia seguir guiando a gente ao Jesus.

3:30 A disposição do João a minguar em importância mostra sua humildade. Os pastores e outros cristãos podem sentir-se tentados a enfatizar mais o êxito de seu ministério que a Cristo. Cuide-se dos que põem mais ênfase em seus lucros que no Reino de Deus.

3.31-35 O testemunho do Jesus era confiável porque veio do céu e falava do que viu ali. Suas palavras eram as mesmas de Deus. Toda sua vida espiritual depende de como responde a uma só pergunta: "Quem é Jesucristo?" Se aceitar ao Jesus unicamente como um profeta ou um professor, terá que rechaçar seu ensino, posto que O declarou que era o Filho de Deus, inclusive que era Deus mesmo. A essência do Evangelho do João é a verdade dinâmica de que Jesucristo é o Filho de Deus, o Messías, El Salvador, que foi desde o começo e seguirá vivendo para sempre. Este mesmo Jesus nos convidou a aceitá-lo e viver com O eternamente. Quando entendemos quem é Jesus, sentimo-nos compelidos a acreditar o que disse.

3:34 O Espírito de Deus estava sobre o Jesus sem limite e sem medida. portanto, Jesus foi a suprema revelação de Deus à humanidade (Hb_1:2).

3:36 Jesus diz que tudo o que acredita no tem (não diz que terá) vida eterna. A vida eterna se recebe quando um se une à vida de Deus, a qual por natureza é eterna. Assim que a vida eterna começa no momento do nascimento espiritual.

3:36 João, o escritor deste Evangelho, demonstrou que Jesus é o verdadeiro Filho de Deus. Estabelece ante nós a grande alternativa na vida. nos toca escolher hoje a quem obedeceremos (Js 24:15) e Deus quer que o escolhamos ao (Dt 30:15-20). Adiar nossa eleição é decidir não seguir a Cristo. A indecisão é uma decisão fatal.


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de João Capítulo 3 do versículo 1 até o 36
B. O NASCIMENTO NOVO (3: 1-15)

1 Ora, havia um homem dos fariseus, chamado Nicodemos, príncipe dos judeus; 2 o mesmo veio a ele de noite, e disse-lhe: Rabi, sabemos que és Mestre, vindo de Deus; pois ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com Ec 3:1 Jesus respondeu, e disse-lhe: Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Dt 4:1. ): também a de Ezequiel, que prometeu um novo espírito para ser dado o coração de pedra e substituído por um coração de carne (Ez. 11:19 ).

Nicodemos tinha chegado a Jesus como um oficial da Igreja para ir ao seu pastor-conselheiro em nossos dias, em busca de orientação espiritual. Isso nos ajuda a entender por que ele veio sozinho de noite. Perguntas por seus colegas sobre tais ações poderia ter tido um efeito adverso, porque ele era um homem maduro, se não de idade, que por costume judaico deve ter nenhuma necessidade de buscar novas dimensões em sua religião, tendo sido mergulhada no judaísmo desde a sua juventude . E "de acordo com a visão rabínica, ao contrário do ensino NT, a moral renovação dos homens pertence apenas para o futuro, a única que pode trazer o novo espírito da promessa, ou o novo coração."

No entanto, o seu coração não estava satisfeito. Nicodemus provou ser a exceção à regra entre os líderes religiosos do seu tempo, e ele pode muito bem servir como um exemplo para aqueles que todos os dias que desprezam a humilhar-se pela admissão de pessoal necessidades, os que parecem pensar que a posição eclesiástica é prova suficiente da graça interior e garantia; que às vezes se tornam grandes demais para ser humilde. Tu és mestre em Israel, e não entendes estas coisas? disse Jesus. A atitude de Nicodemos implícita, "Sim, Senhor, mas devo ter uma resposta." Ele tornou-se conhecido como o "discípulo secreto", e nós sabemos que ele não deixar o cargo religioso para se tornar um companheiro de viagem do Mestre. No entanto, ele era um discípulo. Sua era uma voz levantada em sinal de protesto contra as táticas do fariseus (Jo 7:50 ), e ele forneceu as especiarias conservantes com que o corpo de Jesus foi tratado após a crucificação (Jo 19:39 ).

Mas o que Jesus quis dizer com a nascer de novo (ou "de cima", que é a tradução mais literal do grego anothen )? O conceito do novo nascimento era uma analogia para a doação ao homem de uma nova vida, que constitui o tema final do Evangelho de João e do ministério de Cristo, o nascimento de pé para a vida nova, da mesma forma que Jesus está a ser dito pão e luz. Estes termos sugerem uma ordem de coisas mais elevadas do que o temporal. Ao referir-se a eles deve-se evitar substituindo o termo para a experiência. Em particular, isto é um perigo no que diz respeito ao novo nascimento. É uma realidade, uma experiência espiritual de realização, mas todas as propriedades do nascimento físico não deve ser atribuída a ele. Para dizer que a renascer um filho de Deus significa sempre ser um, porque é impossível ser por nascer (como no reino natural), é perder completamente a importância do que Jesus está dizendo. Enquanto há, sem dúvida, são semelhanças na experiência do novo nascimento ao nascimento físico (senão Jesus não teria usado o termo), as diferenças entre eles são igualmente evidentes. O que é nascido da carne é carne; e aquele que é nascido do Espírito é espírito (v. Jo 3:6 ). As diferenças não devem ser usados ​​para ensinar coisas sobre a vida cristã que não estão em conformidade com o seu personagem.

Jesus descreveu a experiência como sendo nascer da água e do Espírito. A bela analogia do novo nascimento não precisa ser oneradas com interpretações forçadas, como ver na água uma referência a um fenômeno do processo físico de nascimento. A água que se refere ao rito do batismo. A conversão foi muito intimamente associado com o batismo naqueles primeiros dias, sendo sinônimo de tempo. Batismo, que era um ritual de purificação, tornou-se associado com a conversão cristã como a evidência de ter aceito o Evangelho. A contraparte moderna pode ser visto no trabalho de missões estrangeiras. Entre algumas das pessoas mais primitivas, é costume colocar convertidos em liberdade condicional. A confissão dos pecados e da aceitação do Evangelho deve ser seguido por um período de testes, e não até que os líderes estão convencidos da sinceridade e autenticidade dos candidatos são eles aceitaram para o batismo cristão. Conversão data do batismo, e eles são, então, levado em membros da igreja.

É estranho que necessidade popular só primitiva a ser feita a certeza de seu compromisso e para produzir "frutos dignos de arrependimento." Será que a nossa civilização moderna se tornar um obstáculo para a evangelização eficaz? Tem respeitabilidade se tornar um substituto para viver piedoso? Tem conversão tão pregada por mesmo os evangélicos mais rigorosas foram feitas muito fácil, até que tudo que se precisa fazer é fazer um assentimento verbal ao Evangelho, a fim de ser anunciado como um outro converso? Dr. E. Stanley Jones falou a este ponto quando disse em um sermão New England: "As pessoas que nascem em Boston são susceptíveis de pensar que eles não precisam de nascer de novo."

O novo nascimento é também pelo Espírito-de cima, de natureza espiritual e procedimento. O novo nascimento é a transmissão da vida de Cristo: a vida eterna através de-a agência do Seu Espírito. Um vem em uma vida que tem novas dimensões e qualidades como diferente de, a vida física natural como espírito é de carne e osso. Jesus disse que esta nova vida é como o vento (do grego pneuma significa tanto vento e espírito), que pode ser experimentado, mas não totalmente explicado, quer na sua origem ou, na sua extremidade final. Se não se pode compreender os mistérios do nascimento físico, ou mesmo o phenomeon comum do vento soprando, ambos os quais ele aceita com base em ter experimentado e observados os seus efeitos, é pedir muito que um homem receber o novo nascimento em igualdade de condições? Este argumento de Jesus é uma boa. No entanto, Ele percebeu que nem todos tinham sido explicou-verbal testemunho deve ter uma fundação. E assim Ele carregou Sua reivindicação por falar a verdade de Deus de volta para sua encarnação. É verdade, nenhum homem tinha ido para o céu para obter esta verdade de Deus; mas Ele, o Divino Logos carne tornar-se, tinha vindo de Deus com esta boa notícia. As palavras que Ele falou, um dia, ser justificados por seu ser levantado em morte na cruz. Sua morte tornaria o novo nascimento uma realidade para todos que acreditaram. Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado; que todo aquele que crê pode nele tenha a vida eterna (vv. Jo 3:14-15 ). Jesus estava buscando despertar Nicodemus à verdade-verdade, que um dia se tornaria uma experiência de vida se ele só vai acreditar agora.

AMOR DE DEUS C. REDENTORA (3: 16-21)

16 Porque Deus amou o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. 17 Pois Deus não enviou o Filho ao mundo para condenar o mundo; mas para que o mundo fosse salvo por ele. 18 Quem crê nele não é julgado; mas quem não crê tem já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Dt 19:1) João deu a sua filosofia de criação; neste parágrafo temos sua filosofia de salvação. À primeira vista, é difícil saber se essas palavras representam comentários de João sobre a conversa com Nicodemos, ou se Jesus continua a falar. Muito provavelmente, estas são as palavras de João. Ele disse simplesmente que o plano de salvação está enraizada no amor de Deus para o mundo de Sua criação, especialmente o homem. A Encarnação surgiu do amor de Deus, em vez de fora da queda do homem, este último fornecendo apenas a ocasião para a Encarnação e as circunstâncias em que isso ocorreu. O pai se esforça para salvar o filho desobediente, não só porque ele é rebelde, mas porque ele ama-lo como filho. A Encarnação, incluindo sacrifício expiatório de Cristo, demonstrou o amor de Deus para o homem; pecado do homem exigiu a morte de Cristo na Cruz. Afirmação de João é positiva e forte; voltar para o início da necessidade de salvação do homem que ele encontra o amor de Deus já operatório. Ele poderia ter escrito: "No princípio era o amor-o Amor de Deus."

Cristo, o Filho encarnado não veio para condenar o mundo dos homens, por causa do pecado do homem já tinha condenado ele. Isso pode ser observado em todos aqueles que não crêem em Cristo. A incredulidade é pecado. Cristo veio para salvar o homem.Sua vinda trouxe luz, e porque os homens optam por continuar na escuridão do pecado, em vez de andar na luz da justiça, sua condenação é aumentada até o ponto de julgamento. Seus próprios corações pecaminosos condená-los; a luz que há em Cristo os julga.Eles permanecem na escuridão, porque eles odeiam a luz que revela o pecado deles, que eles adoram. Mas aqueles que irão para ser honesto consigo mesmo e com Deus vem para a luz. João poderia ter dito que vir para a luz revela o pecado, que é levado pela luz. Ele diz que a luz expulsa a escuridão, a escuridão não poderia colocá-lo para fora. A muito se voltando para Cristo na fé traz um para a luz e, assim, para uma nova vida.

Deus amou ... que deu o seu Filho unigênito está intimamente relacionado com Necessário vos é nascer de novo, falou a Nicodemos. Todas as manifestações da vida resultam desde o nascimento, a perpetuação da vida já existentes. João não fala do nascimento virginal como tal, mas, no presente contexto, é razoável afirmar que ele tinha em mente. Para ele, a Encarnação foi uma realidade abençoada. Ao dar seu Filho, Deus deu a si mesmo para salvar o homem, e João encontra acordo com esta verdade na declaração de Paulo de que "Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo a si mesmo" (2Co 5:19 ). A verdade maravilhosa é que Deus tomou a iniciativa, fez todas as disposições necessárias, pagou a dívida, e espera, como o pai do filho pródigo, para o homem pecador para voltar a Ele com fé. Há lugares e horários para falar da necessidade de arrependimento e outros pré-requisitos condicionais para a experiência da salvação, mas João recolheu tudo em fé; acredito que Deus tem dito, o parecer favorável para que Ele tem feito, dar-lhe uma chance, venha para a luz. "Há vida para um olhar."

João acreditava que o amor de Deus em Cristo foi uma força magnética, especialmente no que é visto na crucificação. Para gregos interessados ​​Jesus disse: "E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos os homens a mim" (00:32 ). Uma analogia para isso pode ser encontrada em grande música e arte. Homens são atraídos para eles e persegui-los com grande paixão e dedicação. Nem todos os homens, no entanto, responder desta maneira, porque nem todos foram "despertados para a arte." Nenhuma forma de arte pode ser criado para apelar às sensibilidades internas de todos os homens, e por isso nem todos podem ser despertados para ele. Há uma história sobre um fazendeiro que passava o tempo aplicadas a sinfonia especular quantas toneladas de feno o salão iria realizar. Mas o Evangelho tem um apelo que corresponde a um, insatisfeito saudade nativa interior para cada homem. Todos os homens são nativamente capaz de aceitar o Evangelho e amar a Cristo. O homem que rejeita Ele é como um homem com gostos musicais pervertida por preconceito ou ignorância deliberada, ou porque ele nunca nutriu seus gostos artísticos, ao invés de como um homem que não teve capacidade de apreciação musical. Além disso, a vontade do homem está envolvido. Ele pode decidir deixar-se exposta ao poder magnético de Cristo, mesmo que ele possa fazê-lo com dúvida. Para os judeus que duvidavam afirmações de Cristo com base na sua falta de treinamento formal Ele disse: "Se alguém quiser fazer a vontade dele, conhecerá a respeito da doutrina, se ela é de Deus, ou se eu falo de mim mesmo" (Jo 7:17 ). Um homem pode se permitir ser desenhado por e para Cristo. Não existem barreiras que não possam ser superadas pela fé. O Evangelho de Cristo tem tanto de desenho e despertar poderes.

D. TESTEMUNHO AINDA de João Batista (3: 22-30)

22 Depois disto foi Jesus com seus discípulos para a terra da Judéia; e estava ali com eles, e batizava. 23 , João também estava batizando em Enom, perto de Salim, porque havia ali muitas águas:. e eles vieram, e foram batizados 24 . Pois João ainda não tinha sido lançado na prisão Dt 25:1 ), onde ele é falado no passado. Aparentemente, ele foi decapitado por Herodes, logo após o início do ministério de Jesus.

E. A COMENTÁRIO SOBRE UMA TESTEMUNHA DE JOÃO (3: 31-36)

31 Aquele que vem de cima é sobre todos; aquele que vem da terra é da terra, e da terra, ele fala: Aquele que vem do céu é sobre todos. 32 O que ele tem visto e ouvido, de que dá testemunho ; e ninguém aceita o seu testemunho. 33 Aquele que aceitou o seu testemunho pôs seu selo para este , que Deus é verdadeiro. 34 Pois aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus:. para que ele não deu o Espírito por medida 35 A Pai ama o Filho, e todas as coisas entregou nas suas mãos. 36 Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas ele que não obedeceu o Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece.

Esta breve seção é composta de uma série de pensamentos do apóstolo João sobre as palavras finais de João Batista, e estes servem como um comentário sobre o testemunho de Batista. Cristo é a partir de cima, onde o novo nascimento é originário. Ele é soberano sobre todas Seu universo criado. O homem, em contraste (incluindo João Batista) é da terra e fala a língua de terra. Homem é preso à terra; ele é carne. Cristo desceu e tomou o corpo de um homem, a fim de revelar o plano de salvação de Deus. Quando o homem está disposto a aceitar o testemunho de Cristo, ele pode ter a certeza da verdade de Deus. O testemunho de Cristo para que Deus estava fazendo, deve ser perpetuada por seus discípulos, a Igreja. Assim como Cristo foi dotado com o Espírito Santo no início do seu ministério, para que Deus dá o Espírito para aqueles que se tornam testemunhas de Cristo. Deus não está poupando no dom do Espírito. É pelo Espírito que os homens são capazes de testemunhar. Talvez haja uma referência oblíqua aqui para João ser cheio do Espírito de João Batista (conforme Lc 1:15 ).

Assim como Cristo foi supremo na criação Ele é supremo na redenção. Todas as coisas têm sido postas em Suas mãos do Pai. Remanescente de diálogo de Cristo com Nicodemos, João fechado estas reflexões com a promessa de vida eterna a todos os que crêem em Cristo, de fato, a acreditar é que ele seja. A vida eterna é retido a partir do incrédulo, e da ira de Deus torna-se o seu quinhão.


Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de João Capítulo 3 do versículo 1 até o 36
Talvez esse seja o capítulo mais im-portante do evangelho de João, pois trata do novo nascimento. Alguns grupos religiosos fazem tanta con-fusão a respeito desse assunto que muitos membros da igreja abando-nam os líderes religiosos que, como Nicodemos, não têm idéia do que significa nascer de novo.

  1. A necessidade de nascer de novo (3:1-51)
  2. É necessário ver (vivenciar) o reino de Deus (v. 3)

Nicodemos era um homem de mo-ral e religioso, um dos principais mestres dos judeus, contudo não entendia a verdade a respeito do novo nascimento. A mente carnal do pecador não apreende as verda-des espirituais (veja 1Co 2:10-46). Nicodemos foi "de noite", um sím-bolo do homem não-salvo; este está "obscurecido" espiritualmente (veja Ef 4:18 e 2Co 4:3-47). O homem não se apronta para o céu apenas ao ser religioso e ter moral; ele deve nas-cer de novo, isto é, nascer do alto.

Nicodemos confundiu o espi-ritual com o físico (veja v. 4). Ele pensava em termos de nascimento físico, e Cristo falava de nascimento espiritual. Todos nós nascemos em pecado. Nosso "primeiro nascimen-to" nos fez filhos de Adão, e isso significa que somos filhos da ira e da desobediência (Ef 2:1-49). Não há educação, religião ou disciplina que possa mudar a natureza antiga; temos de receber uma nova nature-za de Deus.

  1. É necessário entrar no reino de Deus (v. 5)

Jesus não se referia a um reino terre-no e político com o termo "reino de Deus". EmRm 14:17, Paulo descreve o reino de Deus. O peca-dor entra no reino e na família do Senhor quando crê em Cristo. Ni-codemos, como a maioria de seus amigos judeus, pensava que nascer judeu e viver de acordo com a Lei satisfaziam a Deus (veja Mt 3:7-40; Jo 8:33-43). Todos os homens nas-cem fora do paraíso desde o pecado de Adão descrito em Gênesis 3. Nós só podemos entrar no reino do Se-nhor ao nascer de novo.

  1. A natureza do novo nascimento (3:6-13)
  2. O novo nascimento é um nascimento espiritual (vv. 6-7)

O que nasce da carne (a natureza antiga) é carne e sempre será carne e estará sob a ira do Senhor. O que nasce do Espírito (a nova natureza discutida em 2Pe 1:4) é Espírito e é eterno. Você não pode nascer do Espírito pelos meios físicos. Por isso que, no versículo 5, "nascer da água" não significa a água lite-ral, pois batismo significa aplicar uma substância física (água) em um ser físico. Esse ato jamais realizaria nascimento espiritual (Leia de novo Jo 1:11-43 e 6:63.) "Nascer da água" não se refere à água do batis-mo, pois, na Bíblia, o batismo fala de morte, não de nascimento (Rm 6:1 ss). Ninguém do Antigo Testa-mento seria salvo se o batismo fosse essencial para a salvação, pois não havia batismo sob a Lei. Em He- breus 11, todos os santos citados fo-ram salvos pela fé. Não somos sal-vos pelas obras (Ef 2:8-49), e o batis-mo é uma obra humana. Cristo veio para salvar, mas ele não batizou (Jo 4:2). Por que Paulo se regozija por não ter batizado mais pessoas, se o batismo é necessário para a vida eterna (1Co 1:13)?

Apenas os meios espirituais produzem o novo nascimento. Que meios são esses? O Espírito de Deus Oo 3:6 e 6:
63) e a Pala-vra do Senhor (1Pe 1:23; Jc 1:18). No versículo 5, a água refere-se ao nascimento físico (todo bebê "nas-ce da água"), o fato a que, no ver-sículo 4, Nicodemos se referiu. A pessoa nasce de novo quando o Es-pírito de Deus usa sua Palavra para criar fé e conceder a nova natureza à medida que a pessoa crê. Em ge-ral, o Espírito usa um crente para dar a Palavra a outra pessoa (veja 1Co 4:15), mas apenas o Espírito pode conceder vida.

  1. Ele é um nascimento misterioso (vv. 8-10)

Ninguém pode explicar o vento nem a obra do Espírito. O Espírito e o crente são como o vento. Ni-codemos, instruído na Lei, poderia conhecer a verdade da obra renova-dora do Espírito. Veja Ezequiel 37.

  1. Ele é um nascimento real (w. 11-13)

Muitas coisas são misteriosas, mas não deixam de ser reais. Jesus asse-gura a Nicodemos que o novo nas-cimento não é uma fantasia, é uma realidade. A pessoa, se apenas crer nas palavras de Cristo e recebê-lo, descobre como é real e maravilhoso o novo nascimento.

  1. O fundamento para o novo nascimento (3:14-21)
  2. Cristo teve de morrer (vv. 14-17)

De novo, Cristo reporta Nicodemos ao Antigo Testamento, dessa vez ao relato da serpente de bronze deNu 21:0-l 3. O pecador não ape-nas vive nas trevas, mas também as ama e recusa-se a sair à luz em que seus pecados serão expostos e pode-rão ser perdoados.

  1. A confusão sobre o novo nascimento (3:22-36)

O versículo 25 declara: "Ora, entre os discípulos de João e um judeu suscitou-se uma contenda com respeito à purificação" (grifos do autor). Esse judeu poderia ser Ni- codemos ainda em busca da ver-dade? Nicodemos, como muitas pessoas de hoje, estava confuso em relação ao batismo e às ceri-mônias religiosas. Talvez ele pen-sasse que "nascer da água" sig-nificasse batismo, ou alguns ritos judaicos de purificação. Observe como João Batista encaminha esse judeu a Cristo. A Bíblia usaria esse momento para dizer que o batis-mo é necessário para a salvação, se esse fosse o caso, mas não o faz. Em vez disso, a ênfase recai sobre o crer (v. 36).

É evidente que Nicodemos saiu das trevas e, no fim, tornou-se um cristão que nasceu de novo. Em João 3, vemos Nicodemos nas tre-vas da confusão; emJo 7:45-43, o vemos no aurora da convicção, disposto a dar-lhe uma audiência justa; e em Jo 19:38-43, Nico-demos está na plena luz da con-fissão e identifica-se abertamente com Cristo.


Russell Shedd

Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
Russell Shedd - Comentários de João Capítulo 3 do versículo 1 até o 36
3.1 Fariseus. Conforme Mc 3:0);
3) "de novo" (Ct 4:9). "De cima" é melhor aqui.

3.4,5 Nicodemos, sendo filho de Abraão, observador meticuloso da lei e na opinião sua, súdito do Reino, não entendeu. Cristo declara que sem a implantação da vida do Espírito não há salvação. Água e do Espírito. Conforme Ez 36:25-27 onde Deus promete transformar o coração por água pura e pelo Seu Espírito. Água pode significar a confissão de Cristo e arrependimento realizados normalmente no batismo baseado na fé (At 2:38).

3.6 Jesus ensina que o homem natural não herdará a vida sobrenatural sem a conversão vinda pelo arrependimento e o Espírito (1.12, 13).
3.7 Importa-vos. O plural, (vos) declara a necessidade de todos.

3.8 Vento (gr pneuma "espírito", "vento"). Tal como o vento atua imprevisível e invisivelmente, mas é percebido em seus efeitos, do mesmo modo o Espírito opera na vida dos filhos de Deus e a controla (Rm 8:14).

3:9-11 Nicodemos não passa de ser um materialista religioso. Nunca experimentara a união interior com Deus (11). Conforme 1.12, 13.

3.13 A revelação da verdade salvadora não depende do homem subir até às alturas, mas da descida (encarnação) do Filho de Deus 8.23, 28; Fp 2:5-50).

3.14 Levantou (gr hupsõsen "elevar", "exaltar"). O Cristo crucificado tem de ser visto pela fé (tipificado na elevação da serpente no deserto). Ao reconhecer a Jesus como substituto sacrificial, o crente recebe a vida celestial dele (conforme 8.28; 12.32).

3.16 O mundo dos homens, alienado e condenado recebe no dom do amor (agape) de Deus a opção da vida eterna. • N. Hom. Salvação,
1) Sua força motriz - o amor;
2) Seu iniciador - Deus;
3) Seu mediador - o Filho unigênito;
4) Seu destinatário - o mundo;
5) Seu beneficiário - todo aquele que crê;
6) Seu galardão - a vida eterna.

3.17 Ainda que o propósito principal da vinda de Cristo ao mundo era trazer a salvação (conforme Ez 33:11), não é possível escapar ao fato que a vinda da luz (Cristo) julga e condena os homens que mais amam o pecado do que a justiça (19).

3.19 As trevas. Metáfora comum no NT para apontar a vida pecaminosa humana, separada de Deus (1Jo 1:6).

3.20,21 Quem escolhe a vida sem Deus abafa a convicção de culpa que o pecado traz. Quem se entrega a Cristo aceita de bom grado a revelação de sua própria pecarninosidade. Pela confissão (isto é praticar a verdade) o pecador se aproxima da luz onde alcança a purificação de "todo pecado" (1Jo 1:9).

3.27 João confirma a verdade que Jesus revelou a Nicodemos. O novo nascimento vem de cima (3n); João foi comissionado por Deus.
3.29 Noivo. Denota os crentes em Cristo (conforme 2Co 11:2; Ef 5:22-49). Noivo. É Cristo. Amigo do noivo. João Batista. No casamento oriental o "amigo" cuidou dos arranjos da festa e presidiu-a. Chegando o noivo ao quarto nupcial, ele se 'retirava alegremente.

3.31 Quem... alturas. Refere-se a Cristo (13). Da terra. João.

3.34 O enviado corresponde ao "Filho unigênito" que Deus "deu" para salvar o mundo (16). Espírito por medida. Veja vv. 5 e 8.

3.35 Confiado.. coisas. Cf. 1 7.2; Mt 28:1 Mt 28:8.

3.36 Se mantém rebelde (gr apeithõn). Esta palavra está colocada em oposição a "crê" indicando que fé em Cristo inclui obediência (2.23n).


NVI F. F. Bruce

Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
NVI F. F. Bruce - Comentários de João Capítulo 3 do versículo 1 até o 36

2) Jesus e Nicodemos (3:1-21)
O elo com o que precedeu esse incidente parece ser que o nosso Senhor agora demonstra aquela compreensão divina dos homens por meio da sua entrevista com Nicodemos. Mas a mensagem que Jesus leva a ele, embora dirigida ao bem pessoal dele, tem aplicação universal. Os comentários do evangelista (v. 16-21), que colocam a obra de Cristo no seu contexto universal, têm o propósito de ser uma continuação desse desafio apresentado ao indivíduo,
v. 1. Havia um fariseu (v. artigo “Pano de fundo religioso do NT” e verbete “Fariseu” em NBD): Os fariseus estavam representados no Sinédrio. Como um todo, eles não eram tão hipócritas como as pessoas pensam, visto que muitos deles preservaram grande parte do que era o melhor do judaísmo a partir do tempo dos macabeus. 

v. 2. à noite-. Que isso foi para manter a conversa em segredo, está quase além de qualquer dúvida. Isso é lembrado mais tarde (cf. 19,49) quando Nicodemos embalsama o corpo do Senhor. E suas observações cautelosas no Sinédrio (conforme 7.50ss) são dignas de reflexão. Mestre. Conforme 1.49. sabemos-. Parece referir-se àqueles que tinham visto os “sinais” de Jesus (conforme 2.23). Por isso, Nicodemos representa os judeus que são confrontados pela singularidade inescapável do ministério de Jesus, ensinas da parte de Deus: Nicodemos ao menos crê que a pregação de Jesus é de origem divina, se Deus não estiver com ele-. Embora verdadeira, essa expressão é insuficiente como uma declaração de fé (conforme At 10:38; Ex 3:12).

v. 3. Digo-lhe a verdade. Essa fórmula, com freqüência repetida por Jesus (conforme 1.51; 3.5,11; 5.19,24,25; 6.26,32,47,53; 8.34,51,58; 10.1,7; 12.24; 13 16:20-21,38; 14.12; 16.20,23; 21.18), é uma forma do hebraico amm, amm, de uma raiz que significa “ser verdadeiro”, “estar fundamentado”. O amém duplo nos lábios de Jesus é peculiar a João. Por isso, acrescenta contundência às palavras que seguem em cada caso; embora devesse ser observado também que Jesus usou essas palavras em referência a algo que ocorreu antes, sugerindo: “Na verdade, há nisso um significado muito mais profundo do que vocês imaginam”. Se não nascer de novo, ou “de cima” (gr. genmthê anõthen')-. A experiência cristã começa com o nascimento, pois é uma nova existência — uma nova criação (conforme 2Co 5:17; 1Pe 2:25ss, em que água e Espírito denotam purificação e regeneração respectivamente. Uma aplicação de água pode ser, de fato, o ato do batismo de João para o arrependimento, embora o batismo cristão não esteja totalmente excluído, visto que no NT está estreitamente ligado com a concessão do Espírito ao indivíduo (conforme At 2:38). v. 6. carne [...] Espírito'. Há um abismo entre o que é básico para toda natureza humana, a carne, e o que é especialmente divino em sua origem, o espírito. Ambos produzem os seus respectivos frutos (conforme 6:52-55).

v. 7. E necessário que vocês nasçam de novo: A resposta de Jesus, endereçada agora não a uma pessoa mas a muitas, abarca todos os que precisam do novo nascimento, v. 8. 0 vento (gr. pneumá) sopra onde quer. Jesus quer se referir aqui a ambos, ao vento e ao espírito. Assim como o vento é imprevisível, assim no mundo espiritual o homem não pode prever a obra do Espírito. Você o escuta-, Pode ser uma referência tanto ao “barulho” quanto à “voz”, assim levando adiante a analogia, v. 11. nós falamos do que conhecemos'. Nicodemos, embora sendo representante dos estudados e piedosos em Israel, não tinha conseguido compreender o significado da obra de Deus. Jesus agora se identifica {nós) com todos aqueles (não importa se judeus como um todo ou os seus discípulos) que de alguma forma tinham compreendido a ação do Espírito. Eles o haviam visto, isto é, ele lhes tinha sido mediado por experiência pela fé. E o plural (vocês) novamente reflete a generosidade quando falou, por meio de Nicodemos, a todos aqueles judeus que, por qualquer razão, tinham rejeitado o ministério dele.

v. 12. coisas terrenas [...] coisas celestiais'. O primeiro termo (gr. ta epigeia) significa o ensino de Cristo na terra acerca do novo nascimento. As “coisas terrenas” são, portanto, aquelas que de fato se originam em Deus mas têm o seu lugar na terra, algumas vezes compreendidas por meio de analogia humana. As “coisas celestiais” (gr. ta epouranid) não são compreendias por nenhuma analogia terrena. Elas dizem respeito à suprema revelação de Deus em Cristo, e nisso ao mistério do relacionamento do Filho com o Pai. Isso é ampliado no versículo seguinte, v. 13. Ninguém jamais subiu ao céu, a não ser aquele que veio do céw. O Filho do homem (conforme 1,51) é o elo entre o céu e a terra. Por meio da encarnação, são mostradas as coisas celestiais. O que, no entanto, é somente parte da história. Ele ainda está para ser exaltado em poder, embora isso (conforme versículo seguinte) vá ocorrer por meio do sofrimento. (A expressão “que está no céu” [nota textual da NVI], embora omitida por uma série de manuscritos antigos, provavelmente deveria ser deixada no texto. Jesus revelou a vida de Deus, que existe no céu, enquanto estava na terra. O seu lugar de moradia permanente é lá; ele somente “viveu entre nós” (conforme 1.14).) v. 14. Da mesma forma que Moisés levantou a serpente-, Conforme 8.28; 12.32,34. Nessas referências a “levantar”, com a possível exceção de 8.28, duas idéias são conjugadas: Em primeiro lugar, a morte do Senhor na cruz é levantada; mas depois, em João, o Filho do homem retorna ao Pai para ser levantado em exaltação, quando ele vai atrair todas as pessoas para si (conforme versículo seguinte). O levantar é no seu todo uma grande obra dramática; é a obra do Pai quando, desde o momento do levantar na cruz, recebe o Filho de volta para si. v. 15. vida eterna-, Conforme 3.16,36; 4.14,36; 5.24,39; 6.27,40,47,54,68; 10.28; 12.25,50;

17.2,3. Essa vida traz consigo a qualidade da era nova de Deus (conforme Ez 12:2); mas é um presente atual de Deus. A duração não é a idéia principal, embota esteja presente. Cristo é ele mesmo tanto a personificação quanto a garantia dessa vida (conforme ljo 5:12), e o Pai, ao levantar o Filho, concede a ele a autoridade de garantir essa vida a outros (conforme 5.26,27; 17.2,3).

v. 16. Porque Deus tanto amou o mundo-. Passamos agora ao comentário inspirado do autor do evangelho. A obra de Cristo tem a sua origem no amor do Pai; essa é a única “razão” por trás da sua auto-revelação. O amor não é meramente uma ação contínua de Deus. Ele agiu. Em Cristo, ele deu o seu único Filho, a exata imagem de si mesmo. Seu amor é recíproco. Somente aqueles que respondem e recebem o presente de Deus em Cristo podem desfrutá-lo. E, quando o recebem, sua resposta inevitavelmente é a de retribuir com o seu amor a Deus (conforme 14.21,24,25). Isso é novo para os ouvintes judeus. Suas idéias particulares da preferência de Deus por Israel agora abrem caminho para o amor dele revelado por toda a humanidade, o seu Filho Unigê-nito: Conforme 1.18. não pereça (gr. mê apolêtai): Outra palavra característica em João (conforme 6.12,27,39; 10.28; 11.50). Aqui o verbo é usado de forma intransitiva, na voz média, para significar

“estar perdido” ou “sofrer destruição”. Essa é a única alternativa para a vida eterna, pois é separação de Cristo e de Deus. Não há sentido concreto de julgamento ainda (conforme versículo seguinte). Isso segue ipso facto, pois a condenação cai sobre todos os que negam a vida em Cristo (conforme v. 18). v. 17. Deus enviou o seu Filho [...] não para condenar. Conforme 5.27; 9.39ss. O nosso texto traduz de forma sábia o grego krinô por “condenar” (Conforme 12.47,48). v. 19. Cristo, como a verdadeira luz do mundo, mostra aos homens quem eles são na sua essência, v. 21. quem pratica a verdade sabe que não pode haver bondade à parte da Fonte de todo o bem. A fé precisa ser acompanhada de uma nova qualidade de vida que certamente dará crédito a ela (conforme Jc 2:14, Jc 2:17,Jc 2:24).  


3) O testemunho final de João Batista (3:22-36)
v. 22. terra da Judéia-, Essas palavras não ocorrem em nenhum outro lugar no NT. v. 23. João também estava batizando-, Pode parecer conflitante com a tradição sinóptica (conforme Mc 1:14). Mas João deixa claro que João Batista ainda não estava na prisão, enquanto Marcos (1,14) mostra que Jesus não começou o seu ministério na Galiléia antes de João ser preso. O evangelista está registrando aqui um ministério anterior de Jesus na Judéia e em Samaria, entre o seu batismo e sua aparição na Galiléia, dos quais os Sinópticos não têm nada a dizer. Enom e Salim estavam situados no território samaritano (conforme W. F. Albright, Archaeologj of Palestine, 1960, p. 247; NBD, p. 1.125). Nesse estágio, João e Jesus trabalham juntos. O contexto serve para destacar o significado do v. 30. v. 25. urna discussão [...] a respeito da purificação cerimonial-, Isso é (intencionalmente) não especificado. O trecho conduz para a remoção de João como o predecessor de Jesus e como o último representante do judaísmo expectante, v. 27. Uma pessoa só pode receber o que lhe é dado-, Não há um mínimo sinal de amargura diante da notícia do sucesso de Jesus. Que essa autoridade foi divinamente concedida, João crê que seja algo auto-evidente,

v. 29. O amigo que presta serviço ao noivo-, Uma parábola ilustrativa que mostra o lugar central a ser ocupado por Cristo e, mesmo assim, a posição singular que é concedida a João Batista como “amigo do noivo”, como seu amigo íntimo. A “noiva” pode ser uma referência a Israel (conforme Is 62:4Ez 16:8; Dn 2:19,Dn 2:20) e à Igreja como o novo Israel (2Co 11:2; Ef 5:25ss; Ap 21:2; Ap 22:17), mas essa interpretação não pode ser forçada. Poderia haver aqui alguma alusão à festa de casamento em Caná (conforme v. 25; 2:1-11). Esta é a minha alegria: O cumprimento é associado à alegria diversas vezes em João (conforme 15.11; 16.24; 17.13). A alegria de João Batista é a que vem com a conclusão de sua missão, v. 30. E necessário que ele cresça e eu diminua:.O significado do ministério de João só durou enquanto ele abriu o caminho para a obra mais ampla e eterna de Cristo. Os v. 31-36 quase certamente não foram pronunciados por João Batista. O tema da entrevista com Nicodemos e o da confissão de João Batista são fundidos em um pelo evangelista para resumir a verdade manifesta até aqui em Jesus. v. 31. Aquele que vem do alto (gr. anõtheri) é a designação de Cristo que confirma a natureza da sua obra (conforme 13.1). Nos Sinópticos, “aquele que vem” (conforme Mc 11:9; Mt 11:3 etc.) é um título messiânico, v. 34. sem limitações: A plenitude do Espírito caracterizou o ministério do Senhor na terra, ao passo que os profetas da época do AT receberam o Espírito sob medida, v. 36. a ira de Deus: No NT, em sua maior parte, a ira de Deus é tratada em termos escatológicos. Somente aqui em João, como a vida eterna, ela é colocada no presente à medida que os homens se encontram aí para serem julgados aqui e agora de acordo com o seu relacionamento com Cristo, e, assim, como em Rm 1:18, são colocados numa posição escatológica.


Moody

Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
Moody - Comentários de João Capítulo 3 do versículo 1 até o 15

João 3


3) O Incidente com Nicodemos. Jo 3:1-15.

Contrastando com os muitos em Jerusalém que "creram", mas nos quais Jesus não confiava, Nicodemos avulta como alguém a quem o Senhor abriu o seu coração, alguém que se transformou em um verdadeiro discípulo. Ao mesmo tempo a passagem enfatiza um tema anterior as limitações do judaísmo corrente – mostrando a incapacidade deste líder de compreender a verdade espiritual enunciada por Jesus.


Moody - Comentários de João Capítulo 3 do versículo 14 até o 15

14, 15. Há uma resposta necessária ao imperativo do novo nascimento (cons. Jo 3:7). O levantamento do Filho do homem não pode se referir à Ascensão, à vista da elevação da serpente de bronze sobre o poste (Nu 21:8), com a qual foi aqui comparado. A alusão é à cruz (Jo 12:32, Jo 12:33). Assim como os homens atingidos pelas picadas das mortais serpentes olhavam com expectativa e esperanças para aquilo que era a semelhança do réptil que injetara o vírus da morte em suas veias, assim os pecadores deviam olhar pela fé para Cristo, seu Substituto, que veio em semelhança da carne do pecado e em lugar do pecado (Rm 8:3). O resultado de tal fé é a vida eterna. Sem essa fé o homem tem de perecer. Não é aniquilação, mas a tragédia de ser eternamente separado de Deus. Aparentemente Nicodemos levou a sério a advertência e o desafio (Jo 7:50, Jo 7:51; Jo 19:39, Jo 19:40). Nesse ponto, parece, as palavras de Jesus termina e as de João continuam, a julgar pela fraseologia, a qual tem diversas analogias com outras porções do Evangelho, onde João indubitavelmente é o responsável pelo material.


Francis Davidson

O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
Francis Davidson - Comentários de João Capítulo 3 do versículo 1 até o 21
Jo 3:1

Nicodemos, membro do Sinédrio (um dos principais dos judeus 1, ARA) visita Jesus às caladas da noite, possivelmente para não comprometer a sua posição. Contudo, ele reconhece em Jesus um Mestre vindo da parte de Deus (2). Esta expressão enfática o distingue dos demais mestres formados nas escolas de ensino religioso. Nicodemos mostra-se impressionado com os sinais que Jesus faz (2). Então pede ao Senhor que esclareça seu ensino, especialmente em relação ao reino de Deus. Jesus dá-lhe a resposta: se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus (3). A palavra grega anothen traduzida de novo, pode ser traduzida de cima. A resposta de Jesus contém a pura essência do tema do capítulo. Uma mudança radical do coração é imprescindível e essa mudança se descreve em termos de um nascimento vindo do alto. Uma crença baseada em milagres não é adequada, pois deixa o âmago da personalidade humana intátil. Somente a renovação interior permite ao homem sua participação no Reino de Deus. Nicodemos maravilha-se pelo fato de alguém poder experimentar todo o processo de desenvolvimento na vida, e depois renascer (4). Jesus, então, revela a verdadeira natureza do novo nascimento, e apresenta as condições pelas quais se pode alcançá-lo (5-6). Não fala do nascimento físico, porém de um ato criativo de Deus, no homem interior. As condições de entrada no Reino são cumpridas quando alguém se arrepende e é purificado no coração. Da água e do Espírito (5). Parece que o Senhor Jesus se refere aqui primeiro ao batismo de João (água); porém, o resto da Sua declaração adverte-nos contra o perigo de um ritualismo oco, sem a eficácia do Espírito Santo, o Único que pode vivificar o homem interior. Alguns comentaristas vêem aqui uma clara referência ao batismo cristão. Entretanto, não há certeza que esta seja a interpretação correta das palavras do Senhor. De qualquer maneira, este verso não sustenta a regeneração batismal. Por outro lado, mais outros comentaristas recusam ver qualquer alusão ao batismo na palavra água e afirmam que o Senhor estava falando acerca dos efeitos purificadores da Palavra de Deus (cfr. Ef 5:26).

A interpretação mais provável é que Nosso Senhor Jesus Cristo está fazendo uma alusão à necessidade de arrependimento (representado pelo batismo de João em água) e a necessidade de fé (representada pelo seu próprio batismo no Espírito, o qual traz a fé). O que é nascido da carne, é carne (6). A vida espiritual não se transmite por processo natural, nem se identifica com qualquer existência carnal. Não há tal coisa como um processo evolutivo da carne para o espírito. Não se admire, portanto, que o nascimento espiritual seja a primeira condição necessária para entrada no Reino de Deus (7). O vento sopra (8). A mesma palavra se usa no grego para "Espírito" e "vento". Assim, como a presença do vento é reconhecida pelos seus efeitos, também o Espírito torna-se manifesto pela sua operação. Os movimentos do Espírito são soberanos. A origem e destino da vida do cristão, em quem o Espírito de Deus tem forjado sua obra criativa, são desconhecidos pelo mundo (8).

>Jo 3:9

Nicodemos não entende tal ensino (9). Jesus expressa-se surpreso pela sua ignorância (10). Associando-se com seus discípulos e a totalidade do testemunho profético do passado, Jesus afirma que eles têm visto e conhecido a obra do Espírito e, portanto, são idôneos para dar testemunho da sua atividade (11). Se os judeus rejeitam o seu testemunho concernente às coisas terrestres, ainda que sua origem esteja nos céus (note-se a referência ao novo nascimento), como poderão receber as bênçãos celestiais a respeito da máxima revelação de Seus eternos conselhos? (12). Ninguém subiu ao céu, entretanto, Deus quis que alguém descesse do céu ao mundo (13). Jesus veio do céu, com perfeito conhecimento de Deus, a fim de revelá-Lo aos homens. Que está no céu (13). Esta cláusula, entre parênteses na ARA, é omitida nos mais antigos manuscritos.

>Jo 3:12

Jesus prossegue, então, ensinando a Nicodemos as coisas celestiais (12). Assim como Moisés levantou a serpente no deserto... (14). Jesus ilustra o grandioso tema concernente à vinda do Filho do Homem em carne, por meio de um acontecimento registrado no Velho Testamento (Nu 21:8-4). Quando os israelitas, fatalmente mordidos pelas serpentes, fitaram os olhos na serpente de bronze, logo receberam vida. Do mesmo modo, os homens sujeitos à condenação por causa do pecado poderão receber vida eterna e restauração, olhando para o Senhor levantado entre os céus e a terra. Não resta dúvida que esta é uma referência à morte de Jesus. A divina necessidade da morte foi aceita por Jesus como único meio da redenção do mundo (15). Sua morte foi determinada, não pela vontade humana, mas pelo amor de Deus que deu seu Filho unigênito, como sacrifício pelo mundo, sacrifício este ao alcance de todos na sua universalidade (16-17). O mundo (16) é o palco em que Deus cumpre os seus propósitos de redenção.

>Jo 3:16

É-nos dada nos vers. 16-21 a logia, ou autêntica palavra de Jesus, ou se trata de uma interpretação joanina da missão de Jesus Cristo? Não restam dúvidas de que o evangelista se compenetra profundamente da mente de Jesus e, se estas não são suas próprias palavras, ipsissima verba, certamente contêm a quinta-essência do glorioso Evangelho. Não temos, entretanto, justificativas para concluirmos que estes versos não são as próprias palavras de Cristo, no contexto dado. Crer no nome do ... filho de Deus (18) quer dizer colocar confiança pessoal no Seu ato redentor (18). Aqueles que assim não fazem já estão condenados (18). A verdadeira missão divina é revelada como obra redentora. O Filho do homem veio salvar o mundo, todavia o mundo foi julgado pela sua vinda (17,19). Salvação e julgamento se coadunam na pessoa de Cristo. Então, Nicodemos recebe uma nova interpretação do incidente do Velho Testamento, que ilustra o amor de Deus aos homens, esse amor expresso na morte do Seu Filho. Outrossim, há uma nova ênfase na escatologia realizada: salvação e julgamento são realidades atuais. A luz veio ao mundo e os homens amaram mais as trevas do que a luz (19). Todo aquele que pratica o mal aborrece a luz (20). A incredulidade é fruto de uma disposição má que evita a luz. A fé é a prática da verdade; ela obedece e procura a luz. Ela folga com a perscrutação divina (21). A obra de Cristo discerne o bem do mal. Eis o verdadeiro julgamento (19), (gr. krisis) que Jesus trouxe ao mundo. A vinda de Jesus ao mundo constitui uma crise na história mundial, obrigando os homens, pelos fatos apresentados, ou a virem para a luz, ou a permanecerem nas trevas.


John Gill

Adicionados os Comentário Bíblico de John Gill, Ministro Batista
John Gill - Comentários de João Capítulo 3 versículo 15

Pra que, quem quer que nele creia,... Quer Judeu ou Pagão, um pecador maior, ou um menor, e de qualquer estado e condição, idade ou sexo; e embora tão fraco crente, provou que sua fé nele é do tipo certo: não uma histórica ou temporária, um mero consentimento para a verdade de coisas que dizem respeito a sua pessoa, ofício, e trabalho; mas uma fé pela qual uma alma vê a glória, plenitude nele como um Salvador; vai a ele, se arrisca por ele, se entrega a ele, se apega a ele, e o recebe, confia nele, e tem todas as suas confianças nele, e sua vida nele; e que é a fé do eleito de Deus; um presente da graça de Deus, e a operação do seu Espírito; e que opera por amor, e é assistido com os frutos da retidão: agora a finalidade da crucificação de Cristo e morte é para que aquele que nele creia...

Não pereça;... Embora esteja perdido e morto na condição de Adão, mas veja e venha a Cristo como tal; embora seus confortos estejam perecendo, e ele ás vezes tema que ele, por final, pereça; e embora ele seja sujeito a escoregar e cair, e grandes decadências espirituais possam lhe sobrevir; pode perecer assim como o homem externo pela morte; ainda assim, ele nunca perecerá eternamente, ou será punido com a destruição eterna, como será o iníquo:

Mas tenha vida eterna;... Não por meio de obras, mas como uma dádiva de Deus: e que ele verazmente crê; já tem na aliança da graça, em Cristo sua cabeça, na fé e esperança; e tem o penho do Espírito de Deus; e o início disso, que é o conhecimento de Deus e Cristo; e possuirá plenamente, em pessoa, por toda a eternidade: uma vida de perfeita santidade e conhecimento; uma vida de prazer que nunca acaba; uma árvore da vida que nos livra de toda tristeza, clamores, e imperfeiçõs, e que irá sempre continuar




John MacArthur

Comentario de John Fullerton MacArthur Jr, Novo Calvinista, com base batista conservadora
John MacArthur - Comentários de João Capítulo 3 do versículo 1 até o 36

8. O novo nascimento (João 3:1-10)

Ora, havia um homem dos fariseus, chamado Nicodemos, príncipe dos judeus; este homem veio ter com Jesus de noite e disse-lhe: "Rabi, sabemos que Você veio de Deus como um professor, porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não estiver com ele." Jesus respondeu, e disse-lhe: «Em verdade, em verdade vos digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus." Perguntou-lhe Nicodemos: "Como pode um homem nascer, sendo velho? Ele não pode entrar pela segunda vez no ventre de sua mãe, e nascer, pode?" Jesus respondeu: "Em verdade, em verdade vos digo que, se alguém não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, eo que é nascido do Espírito é: espírito. Não se surpreender que eu vos disse: 'Você precisa nascer de novo. " O vento sopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sei de onde vem e para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito ". Perguntou-lhe Nicodemos: "Como pode ser isso?" Jesus respondeu, e disse-lhe: "Tu és mestre de Israel e não entende essas coisas?" (3: 1-10)

"Todo mundo falando sobre o céu não está indo lá." Esta linha, a partir de um velho espiritual, descreve com precisão muitos na igreja. Exteriormente eles se identificam com Cristo, mas, interiormente, nunca foram verdadeiramente convertido. Porque eles se apegam a uma falsa profissão de fé, eles se enganam em pensar que eles estão no caminho estreito que leva à vida, quando na realidade eles estão no caminho largo que leva à destruição. Para piorar a situação, a sua auto-engano é muitas vezes reforçado por bem intencionados, mas cristãos sem discernimento que, ingenuamente, abraçá-los como verdadeiros crentes. Tal confusão decorre das pseudo-evangelhos aguado que se propagam a partir de demasiadas púlpitos. A graça barata, o ministério orientado para o mercado, emocionalismo, o subjetivismo, e um inclusivismo indiscriminado tudo se infiltrou na igreja, com consequências devastadoras. Como resultado, quase todas as profissões de fé se afirma como verdadeira, mesmo daqueles cujas vidas se manifestar nenhum sinal de verdadeiro fruto (por exemplo, Lucas 6:43-44). Para muitos, a fé de ninguém deve ser questionada. Enquanto isso, passagens-chave do Novo Testamento a respeito do perigo da falsa fé (eg, Tiago 2:14-26) e da necessidade de auto-exame (13 por exemplo, 2 Cor: 5.) Passar despercebida.

O ministério de nosso Senhor oferece um contraste gritante com a confusão evangélico contemporâneo. Cristo não estava interessado nas respostas rasas ou rápidas pseudo-conversões. Ele se recusou a comprometer a verdade ou dar qualquer falsa esperança. Em vez de tornar mais fácil para as pessoas a acreditar, Jesus virou-se mais perspectivas do que ele recebeu. O jovem rico, por exemplo, ansiosamente procurado Jesus e perguntou-lhe com sinceridade: "Mestre, que coisa boa que eu devo fazer para que eu possa alcançar a vida eterna?" (Mt 19:16). No entanto, a Bíblia diz que ele foi embora de luto e não salvo (v. 22). Para Seus discípulos chocados Jesus explicou mais tarde,

"Em verdade vos digo que, é difícil para um rico entrar no reino dos céus. Mais uma vez eu digo a você, é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino de Deus. "Quando os discípulos ouviram isto, eles foram muito surpreso e disse: "Então, quem pode ser salvo?" E, olhando para eles, Jesus disse-lhes: "Com pessoas isso é impossível, mas a Deus tudo é possível."(Vv. 23-26)

Como resultado da demanda intransigente de Cristo para o compromisso total ", muitos dos seus discípulos se retiraram e não andavam mais com ele" (Jo 6:66). Ele repetidamente advertiu Seus seguidores do perigo da fé espúria, mesmo por parte daqueles que ministrou em Seu nome:

Nem todo o que me diz: "Senhor, Senhor ', entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai que está no céu vai entrar. Muitos me dirão naquele dia: 'Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E em teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos muitos milagres? " E então eu lhes direi: "Nunca vos conheci; partem de mim, vós que praticais a iniquidade." (Mateus 7:21-23.)

Jesus explicou também que ser Seu discípulo significava morrer para si mesmo, declarando: "Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me" (Lc 9:23). Tal custo elevado foi muitas vezes demasiado para candidatos a discípulos:

Como eles estavam indo ao longo da estrada, alguém lhe disse: "Eu te seguirei aonde quer que vá." E Jesus disse-lhe: "As raposas têm suas tocas e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça." E ele disse a outro: "Segue-Me." Mas ele disse: "Senhor, permita-me ir primeiro enterrar meu pai." Mas Ele disse-lhe: "Permitir que os mortos sepultem os seus próprios mortos;. Mas como para você, vá em todos os lugares e proclamar o reino de Deus" Outro também disse: "Eu te seguirei, Senhor, mas em primeiro lugar, permita-me dizer adeus para os que estão em casa." Mas Jesus disse-lhe: "Ninguém, depois de colocar a mão no arado e olha para trás é apto para o reino de Deus." (Lucas 9:57-62)

Claramente, uma ênfase em abandonar auto e submetendo a Ele permeado abordagem evangelística de Jesus, tanto em seu ministério público e em suas conversas privadas. João 3:1-10 narra uma dessas interações particulares, uma reunião noturna com o proeminente fariseu Nicodemos. Durante toda a conversa, Jesus se recusou a suavizar a verdade apenas para ganhar a aprovação deste líder religioso influente. Em vez disso, ele falou com clareza e equívocos de Nicodemus e dizer-lhe exatamente o que ele precisava ouvir-confrontando precisão. Diálogo de Cristo com Nicodemos pode ser discutido em três temas: "pergunta de Jesus, Jesus 'Nicodemos visão sobre Nicodemos, e indiciamento de Nicodemos Jesus.

O Inquérito

Ora, havia um homem dos fariseus, chamado Nicodemos, príncipe dos judeus; este homem veio ter com Jesus de noite e disse-lhe: "Rabi, sabemos que Você veio de Deus como um professor, porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não estiver com ele." Jesus respondeu, e disse-lhe: «Em verdade, em verdade vos digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus." (3: 1-3)

A colocação da pausa capítulo aqui é lamentável, já que a história da interação de Jesus com Nicodemos é logicamente ligada à seção anterior (2: 23-25). Como observado no capítulo 7 deste volume, João 2:23-25 ​​descrito recusa de Jesus a aceitar raso fé, baseada em assinar, já que em sua onisciência, Ele entendeu o coração das pessoas. A história de Nicodemos é um caso em apreço, uma vez que o próprio Nicodemos era um daqueles crentes superficiais cujo coração ele lê como um livro aberto. Em vez de afirmar a sua profissão, o Senhor se recusou a aceitar a fé de Nicodemos, que foi apenas a partir dos sinais que ele tinha testemunhado (v. 2). Jesus apontou-lhe a natureza de transformação da vida de verdadeira fé salvadora.

Nicodemus ("vitória sobre o povo") era um nome grego comum entre os judeus da época de Jesus. Alguns identificaram Nicodemus com um homem rico de que mesmo nome mencionado no Talmud. Mas desde que Nicodemos ainda estava vivo quando Jerusalém foi destruída no ano 70 dC, ele provavelmente teria sido muito jovem para ter sido um membro do Sinédrio, durante o ministério de Jesus quatro décadas antes (conforme 7: 50-51). A implicação do versículo 4, que Nicodemos já era um homem velho, quando ele se encontrou com Jesus argumenta ainda contra essa identificação.

Nicodemos era um membro do partido religioso elite dos fariseus. Seu nome provavelmente deriva de um verbo hebraico que significa "separar"; eles eram os "separados", no sentido de ser zelosos da lei mosaica (e suas próprias tradições orais, que adicionados a ele [conforme Mat. 15: 2-6; Marcos 7:8-13]). Os fariseus se originou durante o período intertestamental, provavelmente como um desdobramento do hassídicos ("piedosos"), que se opôs à helenizante da cultura judaica sob o ímpio rei selêucida Antíoco Epifânio. Ao contrário de seus arqui-rivais os saduceus, que tendiam a ser sacerdotes ou levitas ricos, os fariseus geralmente veio da classe média. Portanto, embora em número reduzido (havia cerca de 6.000 na época de Herodes, o Grande, de acordo com o historiador judeu do primeiro século Josephus), eles tinham grande influência sobre as pessoas comuns (embora, ironicamente, os fariseus muitas vezes visto alguns com desprezo [conforme 07:49]). Apesar de ser o partido da minoria, a sua popularidade com o povo deu-lhes uma influência significativa no Sinédrio (conforme Atos 5:34-40).

Com o desaparecimento dos saduceus em 70 dC (depois que o templo foi destruído) e os zelotes, em 135 dC (depois da revolta de Bar Kochba foi esmagada), os fariseus se tornou a força dominante no judaísmo. Na verdade, até o final do século II dC, com a conclusão da Mishná (a compilação escrita da lei oral, rituais e tradições), o ensino do fariseu tornou-se virtualmente sinônimo de judaísmo.

Ironicamente, foi a sua muito zelo pela lei que fez com que os fariseus se tornar ritualizada e externa. Tendo corações inalteradas, eles só iria substituir a verdadeira religião com a mera modificação de comportamento e ritual. Em resposta a sua pseudo-espiritualidade, Jesus apontou scathingly out: "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, e têm negligenciado os preceitos mais importantes da lei: a justiça, a misericórdia ea fidelidade; mas estas são as coisas que você deveria ter feito, sem omitir aquelas "(Mt 23:23; cf.. 6: 1-5; Mt 9:14; Mt 12:2). Pior ainda, a grande diferença entre o seu ensino e sua prática levou a hipocrisia, que tanto Jesus (por exemplo, 23 de Matt 2:3.) E, surpreendentemente, o Talmud (que lista sete classes de fariseus, dos quais seis são hipócritas) denunciou. Como resultado, apesar de seu zelo pela lei de Deus, eles eram "guias cegos" (Mt 15:14), que fizeram seus prosélitos duplamente digno do inferno para que eles mesmos se dirigiam (Mt 23:15) . Mesmo se eles não tivessem sido hipócritas, mantendo a lei nunca poderia tê-los salvo ", porque pelas obras da lei nenhuma carne será justificada" (Rm 3:20;. Conforme 3:28;. Gl 2:16; Gl 3:11, Gl 3:24; Gl 5:4). Ezra, também de acordo com a tradição, que reorganizou corpo depois do exílio (conforme Ed 5:5; 6: 7-8, Ed 6:14; Ed 10:8; Atos 4:1-3; 5: 17-18) e para a realização de ensaios (Mt 26:57; At 22:5), a autoridade direta do Sinédrio, parece ter-se limitado a Judéia (que, aparentemente, exercia nenhum poder sobre Jesus enquanto Ele estava na Galiléia; conforme Jo 7:1), é um começo necessário.

Ao usar o termo respeitoso Rabi, Nicodemos, embora um membro do Sinédrio e um eminente professor (v. 10), se dirigiu a Jesus como um igual. Ele não compartilha a suspeita e hostilidade que muitos de seus colegas líderes religiosos tinham para com Cristo (conforme 7:15, 47-52). Nicodemos, e outros como ele (conforme o plural, nós sabemos), aceitou que Jesus tinha vindo de Deus como um professor -Apesar Ele não tinha recebido treinamento rabínico adequada (7:15). Como Nicodemos reconheceu, "ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não estiver com ele." Como as pessoas na seção anterior (2:23), que ficou impressionado com e acreditava que o poder inegável manifesta em milagres de Jesus foi divino. Sem dúvida, ele também tinha conhecimento do testemunho de João Batista sobre Cristo.Isso, juntamente com a prova deles, pode ter causado a Nicodemos a se perguntar se Jesus era o Messias.

Mas Jesus não estava interessado em discutir Seus sinais, que resultaram apenas na fé superficial. Em vez disso, ele foi direto para o real problema, a transformação do coração de Nicodemos pelo novo nascimento. Jesus respondeu à pergunta não formulada de Nicodemos (conforme Mt 19:16e disse-lhe: "Em verdade, em verdade vos digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus." A frase AMEN AMEN ( verdadeiramente, verdadeiramente ) aparece no Novo Testamento apenas no evangelho de João. Ele afirma solenemente a veracidade e importância do que se segue. Neste caso, Jesus usou a frase para apresentar a verdade de vital importância que não há entrada no reino de Deus se alguém não nascer de novo. O novo nascimento, ou regeneração, é o ato de Deus pelo qual Ele concede a vida eterna para aqueles que estão "mortos em nossos delitos e pecados ..." (Ef 2:12Co 5:17; Fm 1:3; Jc 1:18; 1Pe 1:31Pe 1:3; 1Jo 2:291Jo 2:29; 1Jo 3:9: 7; 1Jo 5:1, 1Jo 5:18), tornando-os Seus filhos (João 1, assim: 12-13).

O reino de Deus em seu aspecto universal refere-se ao governo soberano de Deus sobre toda a Sua criação. Nesse sentido mais amplo do termo, todos são parte do reino de Deus, uma vez que "o Senhor estabeleceu o seu trono nos céus, e seu reino domina sobre tudo" (Sl 103:19; Sl 29:10 ; Sl 145:13.; Jr 10:10; Lm 5:19; Dn 4:17, Dn 4:25, Dn 4:32)....

Mas Jesus não está se referindo aqui ao reino universal. Em vez disso, Ele está falando especificamente do reino da salvação, o reino espiritual, onde aqueles que nasceram de novo pelo poder divino por meio da fé agora vivem sob a regência de Deus mediada através do Seu Filho. Nicodemos, como o resto de seus companheiros judeus, ansiosamente aguardado que glorioso reino. Infelizmente, eles pensavam que ser descendentes de Abraão, observando a lei, e realizando rituais religiosos externos (designAdãoente a circuncisão) ganharia deles entrada naquela reino. Mas ao pensar isso, ficaram gravemente enganado, como Jesus deixou claro. Não importa o quão religiosamente ativo alguém pode ser, ninguém pode entrar no reino sem experimentar a regeneração pessoal do novo nascimento (conforme Mt 19:28).

As implicações das palavras de Jesus para Nicodemos foram surpreendentes. Toda a sua vida ele tinha diligentemente observada a lei (conforme Mc 10:20) e os rituais do judaísmo (conforme Gl 1:14). Ele juntou-se aos fariseus ultrareligious, e até mesmo se tornar um membro do Sinédrio. Agora Jesus chamou-o a abandonar tudo isso e começar de novo; a abandonar todo o sistema de justiça obras em que ele tinha colocado a sua esperança; para perceber que o esforço humano foi impotente para salvar. Descrevendo a consternação Nicodemos deve ter sentido, RCH Lenski escreve:

A palavra de Jesus sobre o novo nascimento estilhaça uma vez por todas a cada suposta excelência da realização do homem, todo o mérito dos atos humanos, todas as prerrogativas de parto natural ou estação. O nascimento espiritual é algo que se passa, não é algo que ele produz. À medida que nossos esforços não tinha nada a ver com a nossa concepção natural e nascimento, por isso, de forma análoga, mas em um plano muito maior, a regeneração não é uma obra de nossos. O que um golpe para Nicodemos! Sua sendo um judeu lhe deu nenhuma parte no reino; ele ser um fariseu, estimado mais santo do que outras pessoas, aproveitados ele nada; sua condição de membro do Sinédrio e sua fama como um dos seus escribas foi em vão. Este Rabi da Galiléia calmamente diz que ele ainda não está no reino! Tudo em que ele havia construído suas esperanças em toda uma vida árdua longa aqui afundou em ruína e se tornou um pequeno monte inútil de cinzas. ( A Interpretação dos Evangelho de São João [Reprint; Peabody Mass .: Hendrickson, 1998], 234-35)

A Perspicácia

Perguntou-lhe Nicodemos: "Como pode um homem nascer, sendo velho? Ele não pode entrar pela segunda vez no ventre de sua mãe, e nascer, pode?" Jesus respondeu: "Em verdade, em verdade vos digo que, se alguém não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, eo que é nascido do Espírito é: espírito. Não se surpreender que eu vos disse: 'Você precisa nascer de novo. " O vento sopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sei de onde vem e para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito ". (3: 4-8)

Declaração chocante de Jesus foi muito mais do que Nicodemos tinha esperado. Incrédulo, Nicodemos disse-lhe: "Como pode um homem nascer, sendo velho? Ele não pode entrar pela segunda vez no ventre de sua mãe, e nascer, pode?" Certamente, este fariseu altamente educado não era tão obtuso como ter mal interpretado as palavras de Jesus em um sentido literal de forma simplista. Ele sabia que nosso Senhor não estava falando sobre ser fisicamente renascer, mas ele respondeu no contexto da analogia do Senhor. Como ele poderia começar tudo de novo, voltar para o começo? Jesus estava dizendo a ele que a entrada para a salvação de Deus não era uma questão de adicionar algo para todos os seus esforços, não cobrindo fora de sua devoção religiosa, mas sim cancelar tudo e começar tudo de novo. Ao mesmo tempo, ele claramente não conseguia entender o significado completo do que isso significava. Suas perguntas transmitir a sua confusão, como ele abertamente admirou-se da impossibilidade de declaração de Cristo. Jesus estava pedindo algo que não era humanamente possível (para nascer de novo); Ele estava fazendo a entrada no reino contingente em algo que não poderia ser obtida através do esforço humano. Mas, se isso fosse verdade, o que significava para o sistema de obras baseadas do Nicodemus? Se o renascimento espiritual, como renascimento físico, era impossível do ponto de vista humano, então onde é que isso deixe este fariseu hipócrita?

Longe de minimizar as exigências do Evangelho, Jesus confrontou Nicodemos com o desafio mais difícil que ele poderia fazer. Não admira que Cristo diria mais tarde aos seus discípulos: "Filhos, como é difícil entrar no Reino de Deus!" (Mc 10:24). Chamando-o de nascer de novo, Jesus desafiou este judeu mais religioso que admitir sua falência espiritual e abandonar tudo o que ele estava confiando em para a salvação. Isso é precisamente o que Paulo fez, como ele declarou em Filipenses 3:8-9:

Mais do que isso, considero tudo como perda, tendo em vista o valor de excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas as coisas, e as considero como lixo, para que eu possa ganhar a Cristo, e pode ser achado nele, não tendo a minha justiça que vem da lei, mas a que vem pela fé em Cristo, a justiça que vem de Deus, na base da fé.

Jesus respondeu a confusão de Nicodemus, concebendo a verdade Ele introduziu no versículo 3: "Em verdade, em verdade vos digo que, se alguém não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus." Uma série de interpretações têm sido oferecidos para explicar a frase nascer da água. Alguns vêem dois nascimentos aqui, um natural, e outro espiritual. Os defensores deste ponto de vista interpretar a água como o líquido amniótico que flui desde o ventre um pouco antes do parto. Mas não está claro que os antigos descrito nascimento natural dessa forma. Além disso, a frase não nascer da água e do Espírito é paralelo a frase "nascido de novo" no versículo 3; assim, apenas um nascimento está em vista. Outros vêem na frase nascer da água uma referência ao batismo, quer que o de João Batista, ou o batismo cristão. Mas Nicodemos não teria entendido o batismo cristão (que ainda não existia), nem mal interpretado batismo de João Batista. Nem Jesus abstiveram-se de batizando pessoas (4:
2) se o batismo eram necessárias para a salvação. Outros, ainda, ver a frase como uma referência para as lavagens cerimoniais judaicas, que nascem do Espírito transcende. No entanto, os dois termos não são, em contraste com o outro, mas se combinam para formar um paralelo com a frase "nascido de novo" no versículo 3. (Para um exame cuidadoso das diversas interpretações do nascer da água, ver DA Carson, O Evangelho Segundo para João, O Pillar New Testament Commentary. [Grand Rapids: Eerdmans, 1991], 191-96)

(V. 10). Uma vez que Jesus espera Nicodemus para entender esta verdade, ele deve ter sido algo com o qual ele estava familiarizado Água e Espírito muitas vezes se referem simbolicamente no Antigo Testamento para renovação e purificação espiritual (conforme Nm 19:17-19. ; Is 4:4; 44:. Is 44:3; Is 55:1.; Zc 13:1.)

Foi certamente esta passagem que Jesus tinha em mente, mostrando a regeneração ser uma verdade Antigo Testamento (conforme Dt 30:6) com o qual Nicodemos teria sido familiarizado.Face a este cenário Antigo Testamento, ponto de Cristo era inconfundível: Sem a lavagem espiritual da alma, uma limpeza realizada somente pelo Espírito Santo (Tt 3:5), ninguém pode entrar o reino de Deus.

Jesus continuou, enfatizando, ainda, que esta limpeza espiritual é totalmente uma obra de Deus, e não o resultado do esforço humano: "O que é nascido da carne é carne, eo que é nascido do Espírito é espírito." Assim como só a natureza humana pode gerar a natureza humana, assim também só o Espírito Santo pode efetuar a transformação espiritual. O termo carne ( sarx ) aqui se refere apenas à natureza humana (como acontece em 1: 13-14); Neste contexto, ele não tem a conotação moral negativa que freqüentemente faz nos escritos de Paulo (por exemplo, Rom. 8: 1-8, 12-13). Mesmo se um renascimento físico fosse possível, iria produzir só carne. Assim, somente o Espírito pode produzir o nascimento espiritual necessária para a entrada no reino de Deus. A regeneração é inteiramente Sua obra, sem a ajuda de qualquer esforço humano (conforme Rm 3:25).

Embora as palavras de Jesus foram baseados em revelação do Antigo Testamento, eles correram totalmente contrário a tudo Nicodemos tinha sido ensinado. Por toda a sua vida ele tinha acreditado que a salvação veio através de seu próprio mérito externo. Agora ele achou extremamente difícil pensar o contrário. Ciente de seu espanto, Jesus continuou, "Não se surpreender que eu disse a você:" Você precisa nascer de novo. " O verbo traduzido must é um termo forte; João usou em outro lugar no seu evangelho para se referir à necessidade da crucificação (03:14; 12:34), de João inferioridade do Batista de Cristo (03:30), do método adequado de adorar a Deus (4:
24) , de Jesus que leva o seu ministério (4: 4; 9: 4; 10:16), e da necessidade da ressurreição (20: 9). Era absolutamente necessário para Nicodemus para superar o seu espanto por ser tão errado sobre como um é aceito no reino de Deus e procuram ser nascido de novo se ele estava para entrar. E ele nunca poderia fazê-lo com base em suas próprias obras de justiça.

Então o Senhor ilustrado Seu ponto com um exemplo familiar da natureza: "O vento sopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sei de onde vem e para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito ". O vento não pode ser controlada; sopra onde quer. E, embora sua direção geral pode ser conhecido, de onde vem e para onde vai não pode ser determinada com precisão. No entanto, os efeitos do vento pode ser observada. O mesmo é válido para a obra do Espírito. Sua obra soberana de regeneração no coração humano não pode nem ser controlado nem previsto. No entanto, os seus efeitos podem ser vistos nas vidas transformadas daqueles que são nascidos do Espírito.

A acusação

Perguntou-lhe Nicodemos: "Como pode ser isso?" Jesus respondeu, e disse-lhe: "Tu és mestre de Israel e não entende essas coisas?" (3: 9-10)

Embora ele era um professor renomado, Nicodemos provou ser um aluno pobre. Sua pergunta, "Como pode ser isso?" indica que ele tinha feito pouco progresso desde o versículo 4. Apesar de uma maior clarificação de Jesus nos versículos 5:8, Nicodemos ainda não podia aceitar o que estava ouvindo. Ele não podia deixar de ir a seu sistema religioso legalista e perceber que a salvação era um soberano trabalho, graciosa do Espírito de Deus.

Por causa de sua posição como o professor de Israel, Nicodemos poderia ter sido esperado para entender as coisas Jesus tinha dito. Sua falta de entendimento foi imperdoável considerando sua exposição ao Antigo Testamento. O uso do artigo definido antes de professor indica que Nicodemos foi um reconhecido, estabelecido professor em Israel. Jesus encontrou-imperdoável que este estudioso proeminente não estava familiarizado com o novo ensino fundamental aliança do Antigo Testamento sobre a única forma de salvação (conforme 2Tm 3:15). Infelizmente, Nicodemus serve como um exemplo claro do efeito anestesiante que externo, religião legalista tem na percepção espiritual, até mesmo ao ponto de obscurecer a revelação de Deus de uma pessoa.

Sua ignorância também exemplificado falência espiritual de Israel (conforme Rom. 10: 2-3). Nas palavras de Paulo, os judeus, deixando de reconhecer "a justiça de Deus e procurando estabelecer a sua própria ... não se sujeitaram à justiça de Deus" (Rm 10:3)

"Em verdade, em verdade vos digo que, falamos do que sabemos e testemunhamos o que vimos, e você não aceitar o nosso testemunho. Se eu te dissesse coisas terrestres, e não credes, como você vai acreditar se eu dizer-lhe coisas celestiais, ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu: o Filho do Homem, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado, para que todo aquele que crê será?. Nele tenha a vida eterna. Porque Deus amou o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus não enviou o Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele Quem nele crê não é julgado;.. mas quem não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus Este é o julgamento, que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más. Para todo aquele que faz o mal odeia a luz e não vem para a luz para que as suas obras sejam manifestas. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, para que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus "(3: 11-21).

Ao longo dos últimos séculos, a expectativa de vida foram prorrogadas, as condições de vida melhoraram, e do trabalho feito mais seguro e fácil. Temidas doenças que antes eram generalizadas, como a varíola, poliomielite, e várias pragas, têm sido controladas ou eliminadas. Mecanização (pelo menos nos países desenvolvidos) tomou a labuta e perigo de muitos postos de trabalho, e alguns dos mais tarefas trabalhosas agora são realizadas exclusivamente por máquinas. Naturalmente, os problemas não resolvidos ainda permanecem, incluindo a guerra, a pobreza, a certas doenças incuráveis, as preocupações ambientais, e os novos problemas levantados pela própria tecnologia que ajudou a resolver os antigos. Mas a fé da humanidade no progresso continua em grande parte inabalável. Muitos acreditam ardentemente que, dado tempo suficiente, ciência e tecnologia, um dia, superar todos os demais problemas da humanidade.

Mas, embora o homem tem feito grandes progressos na melhoria da suas condições de vida, o seu problema, o mais premente um ao lado do qual todos os outros pálido em comparação-permanece para sempre além de sua capacidade de resolver. É o mesmo problema intransponível que confrontou Adão e Eva após a queda, ou seja, que todas as pessoas, sem exceção (Rm 3:10.), São pecadores culpados (Rm 5:8; 2Tm 4:82Tm 4:8) por violar sua santa lei (Gl 3:10)...

Desde que a desobediência de Adão mergulhou a raça humana em pecado (Rom. 5: 12-21), Satanás tem incessantemente promovida a mentira de que as pessoas podem vir a Deus em seus próprios termos.Essa mentira, abraçado por todos os que seguem o caminho largo que leva à destruição (Mt 7:13), está no coração de cada religião falsa. Mas a Bíblia é claro que as pessoas não regeneradas não pode salvar a si mesmos; sua condição é absolutamente impossível, humanamente falando (Matt. 19: 25-26). Eles são "mortos em [suas] delitos e pecados" (Ef 2:1), porque "o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos para que não vejam a luz do evangelho da glória de Cristo" (2Co 4:4).. Eles são inimigos de Deus (Rm 5:10; Jc 4:4; Cl 1:21; conforme Sl 58:3); ignorante Dele (Sl 10:4; Sl 53:1); hostil a ele (Rm 8:7); sem amor para com Ele (2Tm 3:4;.. Rm 1:30); rebelde em direção a Ele (Sl 5:10; 1Tm 1:91Tm 1:9; Rm 1:18; Ef 5:6;. Fp 3:19.), Porque eles odeiam a luz da verdade espiritual (Jo 3:20) e, portanto, são cegos a ele (Mt 15:14.). Como filhos de Satanás (Mt 13:38; Jo 8:44; 1Jo 3:101Jo 3:10), eles vivem sob seu controle. (Ef 2:2) e "por natureza filhos da ira" (Ef 2:3; Rm 6:17, Rm 6:20) e corrupção (2Pe 2:19), "vasos da ira, preparados para a perdição" (Rm 9:22.).

À luz disso, rituais religiosos, as boas obras, e auto-reforma não pode resolver o problema da morte espiritual (Ef. 2: 8-9; 2Tm 1:92Tm 1:9) operada por Deus na regeneração pode dar vida espiritual aos mortos espiritualmente. Essa era a verdade chocante com que Jesus enfrentou o zeloso fariseu Nicodemos (3: 1-10). Embora o ensinamento do Senhor sobre o novo nascimento estava solidamente fundamentada no Antigo Testamento, Nicodemos estava incrédulo. Ele lutou para aceitar que seus esforços eram inúteis religiosos e precisava ser completamente abandonado como um meio para ganhar o reino de Deus.

Porque Nicodemos respondeu na incredulidade, ele aparentemente se afastou de sua conversa com Jesus convertidos. (Ele se tornou um crente depois, no entanto, como foi observado no capítulo 8 deste volume.) Sua resposta inicial tipifica aqueles que rejeitam o evangelho. Descrença Unrepentant é o pecado que, em última análise condena todos os pecadores perdidos (conforme Mt 12:31-32.), Por menos que confessar o senhorio de Cristo, e se arrepender de todo o pecado, incluindo o pecado de tentar ganhar o céu, eles não podem ser salvos. Neste discurso sobre o significado da salvação, Jesus dirigiu-se ao problema da descrença, desde que a resposta para a incredulidade, e alertou para os resultados de incredulidade.

O Problema da Incredulidade

"Em verdade, em verdade vos digo que, falamos do que sabemos e testemunhamos o que vimos, e você não aceitar o nosso testemunho. Se eu te dissesse coisas terrestres, e não credes, como você vai acreditar se eu dizer-lhe coisas celestiais? " (3: 11-12)

Capítulo 3 começou por contar entrevista noturna de Nicodemos com Jesus. Mas depois de sua pergunta no versículo 9, o renomado fariseu mais nada para a conversa (pelo menos nada que é gravada) adicionado, como o diálogo entre os dois homens se mudou para um discurso de Jesus. Embora Nicodemos duas vezes professou a ignorância do ensinamento de Jesus (3: 4, 9), o seu verdadeiro problema, como mencionado acima, não foi a falta de revelação divina. Ele foi muito educado no Antigo Testamento (3:
10) e tinha acabado de dialogou com o Mestre que foi a fonte da verdade. Nicodemos nãoaceitar a verdade que Jesus testemunhou, porque ele se recusou a acreditar nele. Paulo escreveu: "o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente" (1Co 2:14).. Mesmo aqueles que nunca ouviram o evangelho ainda são culpados por sua ignorância, porque rejeitam a verdade que eles têm (Rom. 1: 18-21).

Em um comunicado introduzida pela declaração solene verdade, em verdade vos digo que (conforme a discussão Dt 3:3.).

O uso que o Senhor do pronome plural você indica que sua repreensão foi além Nicodemus para incluir a nação de Israel, de que Nicodemos era um representante. O povo judeu que não aceita otestemunho de Jesus e Seus verdadeiros seguidores (conforme 01:11); sua incredulidade era o que perpetuou sua ignorância espiritual.

Repreensão pontas de Jesus, "Se eu te dissesse coisas terrestres, e não credes, como crereis, se vos falar das celestiais?" abalada auto-justiça de Nicodemos. Sua profissão superficial da fé em Jesus como um mestre enviado de Deus (v. 2) foi sem sentido, como era seu entendimento mal interpretado da salvação (conforme v. 10). Por causa de sua recusa a acreditar, ele não podia sequer imaginar o terreno verdade do novo nascimento, para não mencionar profundas celestiais realidades como a relação do Pai ao Filho (Jo 1:1), ou Seu plano eterno de redenção (Ef 1:1; 2Ts 2:132Ts 2:13; 2Tm 1:92Tm 1:9). Estas raras exceções confirmam a regra. O outro evento único foi a visita do apóstolo Paulo ao "terceiro céu" (2Co 12:2; conforme Jo 6:51). "Eu desci do céu", declarou em Jo 6:38, "não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou." Em Jo 6:62 Ele perguntou: "O que então se você vir o Filho do Homem subir para onde estava antes?" Em Jo 8:42 Jesus disse aos seus acusadores: "Se Deus fosse o vosso Pai, você me ama, porque eu saí e vim de Deus, por que eu não vim mesmo por mim mesmo, mas ele me enviou." João prefaciou seu relato de "lavar os pés dos discípulos de Jesus, com a afirmação de que Jesus" tinha vindo de Deus e ia para Deus "(Jo 13:3). Em Sua oração sacerdotal de Jesus orou: "Agora, Pai, glorifica-me junto de ti mesmo, com aquela glória que eu tinha contigo antes que o mundo existisse" (Jo 17:5.).

Começando no versículo 14, Jesus recorreu a uma ilustração do Antigo Testamento para fazer esse ponto, enfatizando ainda que não havia desculpa para Nicodemos, um perito nas Escrituras, ser ignorante do caminho da salvação. Como um tipo de Sua morte sacrificial na cruz, o Senhor se refere a um incidente registrado em Números 21:5-9:

O povo falou contra Deus e contra Moisés: "Por que você nos tirou do Egito para morrermos no deserto? Pois não há comida e sem água, e nós detestamos este alimento miserável." O Senhor enviou serpentes venenosas entre as pessoas e elas morderam o povo, de modo que muitas pessoas de Israel morreu. Assim, o povo veio a Moisés, e disse: "Pecamos, porquanto temos falado contra o Senhor e você; interceder junto ao Senhor, para que Ele possa remover as serpentes de nós." E Moisés intercedeu pelo povo. Então o Senhor disse a Moisés: "Faça uma serpente de bronze, e configurá-lo em um padrão;. E virá sobre, que todo aquele que for mordido, quando ele olha para ela, viverá" E Moisés fez uma serpente de bronze e defini-lo no padrão; E sucedeu que, se uma serpente mordeu qualquer homem, quando ele olhou para a serpente de bronze, vivia.
O evento aconteceu durante quarenta anos de peregrinação no deserto antes de entrar na Terra Prometida de Israel. Como um julgamento sobre incessante das pessoas reclamando, o Senhor enviou serpentes venenosas para infestar seu acampamento. Em desespero, os israelitas pediu a Moisés para interceder em seu nome. E Pedido oração de Moisés foi respondida com uma exibição da graça divina, como Deus usou de misericórdia para o seu povo rebelde. Ele instruiu Moisés a fazer uma réplica de bronze de uma cobra e elevá-la acima do acampamento em um poste. Aqueles que foram mordidos seriam curados se eles, mas olhei para ele, reconhecendo, assim, sua culpa e expressar a fé no perdão de Deus e poder de cura.
O ponto de analogia de Jesus foi que, assim como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado (crucificado; conforme 8:28; 0:32, 34). O termo must enfatiza que a morte de Cristo era uma parte necessária do plano de salvação (conforme Mt de Deus 16:21; Mc 8:31; Lc 9:22; Lc 17:25; Lc 24:7; At 2:23; 4: 27-28; At 17:3), e "sem derramamento de sangue não há remissão" (He 9:22). Por isso, Deus, "sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou" (Ef 2:4). Os israelitas atingidas foram curados por obedientemente olhando para além de quaisquer obras ou justiça própria em esperança e dependência sobre a palavra de Deus para a serpente de bronze elevada. Da mesma forma, quem olha na fé só para o Cristo crucificado será curado de mordida mortal do pecado e vai nele tenha a vida eterna.

Este é o primeiro de quinze referências no Evangelho de João para o importante termo vida eterna. Em sua essência, a vida eterna é a participação do crente na vida abençoada, eterna de Cristo (conforme 1:
4) através de sua união com Ele (Rm 5:21; 6:. Rm 6:4, Rm 6:11, Rm 6:23; 1Co 15:221Co 15:22; 2Co 5:172Co 5:17; Gl 2:20; Cl 3:1.): 19-23., 29; 1Co 15:49; Fp 3:20-21.; 1Jo 3:21Jo 3:2) era de que Ele amou o mal, pecaminoso mundo da humanidade caída. Como observado anteriormente neste capítulo, toda a humanidade é totalmente pecaminosa, completamente perdido, e incapaz de salvar a si mesma por qualquer cerimônia ou esforço. Assim, não havia nada no homem que atraiu o amor de Deus. Ao contrário, ele amou, porque Ele soberanamente determinado a fazê-lo. O plano de salvação fluiu de "a bondade de Deus, nosso Salvador e Seu amor pelos homens" (Tt 3:4, 1Jo 4:19). Esse amor é tão grande, maravilhoso, e incompreensível que João, evitando todos os adjetivos, só poderia escrever que Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu próprio Filho Amado (conforme 1Jo 3:1 usou o termo mundo de uma maneira similar: "Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo consigo mesmo, sem contar os pecados dos homens, e Ele nos confiou a palavra da reconciliação." Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo consigo mesmo, não no sentido da salvação universal, mas no sentido de que o mundo não tem outra reconciliador. Que nem todos vão acreditar e se reconciliar resulta do articulado no versículo 20: "Portanto, somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus estivesse fazendo um apelo através de nós, nós te peço, em nome de Cristo, se reconciliarem com Deus." (Para uma discussão mais aprofundada desses versos, ver II Coríntios , o comentário MacArthur Novo Testamento [Chicago: Moody, 2003]).

Não há palavras na linguagem humana que podem expressar adequAdãoente a magnitude do dom salvífico de Deus para o mundo. Até mesmo o apóstolo Paulo se recusou a tentar, declarando que o dom de ser "indescritível" (2Co 9:15). O Pai deu Seu unigênito (único, um de um tipo; conforme a discussão Dt 1:14 no capítulo 3 deste volume) Son -o Aquele de quem Ele declarou: "Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo —pleased "(Mt 3:17; conforme Mt 12:18; Mt 17:5); Aquele a quem ele "ama ... e todas as coisas entregou nas suas mãos" (Jo 3:35; conforme Jo 5:20; Jo 15:9, Jo 17:26); Aquele a quem Ele "altamente exaltado ... e lhe deu o nome que está acima de todo nome" (Fp 2:9). Em seu majestoso profecia do Servo Sofredor Isaías declarou,

 

Ele foi ferido por causa das nossas transgressões,
Ele foi moído pelas nossas iniqüidades;
O castigo que nos traz a paz estava sobre Ele,
E por sua pisaduras fomos sarados.
Todos nós como ovelhas, nos desviamos,
Cada um de nós se voltou para o seu próprio caminho;
Mas o Senhor fez com que a iniqüidade de nós todos

Para cair sobre ele. (Isaías 53:5-6.)

 

Por "enviando o seu próprio Filho em semelhança da carne do pecado e como oferta pelo pecado, [Deus] condenou o pecado na carne" (Rm 8:3). Assim como a prova suprema do amor de Abraão por Deus era a sua vontade de sacrificar seu filho (conforme Gn 22:12, 16-18), assim também, mas em uma escala muito maior, a oferta do Pai o Seu Filho unigênito foi a manifestação suprema do amor salvífico para os pecadores.

Dom da graça da salvação de Deus é livre e só está disponível (Rm 5:15-16; Rm 6:23; 1Jo 5:111Jo 5:11; conforme Is 55:1) para aquele que crê em Cristo (Lc 8:12; Jo 1:12; Jo 5:24; Jo 6:40, Jo 6:47; Jo 8:24; 11: 25-26; 0:46; 20:31; At 2:44; At 4:4; At 9:42; At 13:39, At 13:48; At 16:31; At 18:8; 4: 3-5; Rm 10:4; Gl 3:22; 1Jo 3:231Jo 3:23; 5:. 1Jo 5:1, 1Jo 5:13). A oferta gratuita do evangelho é ampla o suficiente para abarcar o mais vil pecador (1Tm 1:15), ainda estreito o suficiente para excluir todos os que rejeitam Cristo (Jo 3:18). Mas para aqueles que vêm a Ele em Seus termos Jesus deu a maravilhosa promessa: "O que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora" (Jo 6:37).

A garantia dada para aqueles que possuem a vida eterna é que eles nunca vão perecer. salvação Genuina nunca pode ser perdido; verdadeiros crentes serão divinamente preservada e fielmente perseverar (Mt 10:22; Mt 24:13; Lc 8:15; 1 Cor 1:... 1Co 1:8; He 3:6; He 10:39), porque eles são mantidos por O poder de Deus (Jo 5:24; 6: 37-40; 10: 27-29; Rm 5:9; Ef 4:30; He 7:25; Jd 1:24: "Eu não vim para julgar o mundo, mas para salvar o mundo." Em Lc 19:10 Ele disse: "O Filho do Homem veio buscar e salvar o que estava perdido", e Jesus fez uma declaração semelhante em Lucas 5:31-32: "Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os que estão doentes. Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento ". Deus julgará aqueles que rejeitam o Seu Filho (conforme a discussão de v 18 abaixo.); Nesse acórdão, no entanto, não foi a missão do Filho na Sua primeira vinda, mas a consequência dos pecadores rejeitá-lo (João 1:10-12; Jo 5:24, Jo 5:40).

A declaração de Jesus no versículo 17 também repudiou a crença popular de que quando o Messias veio, ele iria julgar as nações e os gentios, mas não os judeus. O profeta Amós já havia advertido contra essa má interpretação tola do Dia do Senhor:

 

Ai de mim, vocês que estão torcendo para o dia do Senhor,
Com que propósito é que o dia do Senhor esteja com você?
Será trevas e não luz;
Como quando um homem foge de um leão
E um urso encontra-lo,
Ou vai para casa, inclina-se a mão contra a parede
E uma cobra morde.
Não vai o dia do Senhor são trevas em vez da luz,

Mesmo melancolia sem brilho nele? (Amós 5:18-20)

 

O ponto da vinda de Jesus não foi para redimir Israel e condenam os gentios, mas para que o mundo fosse salvo por Ele. graciosa oferta de salvação de Deus estendida para além Israel a toda a humanidade.Mais uma vez, Nicodemus (e, por extensão, a nação judaica ele representava) deveria saber que, para no pacto abraâmico Deus declarou: "Abençoarei os que te abençoarem, e aquele que te amaldiçoarem amaldiçoarei. E em todos vós as famílias da terra serão abençoados "(Gn 12:3; Gn 22:18; At 3:25). Gentil salvação foi sempre o propósito de Deus (Is. 42: 6-8; Is 55:1).

Mas aquele que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus. Enquanto a sentença final daqueles que rejeitam a Cristo ainda está no futuro (conforme 5: 28-29), o seu julgamento será meramente consumar o que já começou. Os perdidos são condenados porque não acreditava na (lit., "Acredita em") o nome do unigênito Filho de Deus. A fé salvadora vai além da mera aceitação intelectual para os fatos do evangelho e inclui abnegado confiança e submissão ao Senhor Jesus Cristo (Rm 10:9.). Só uma fé genuína produz o novo nascimento (Jo 3:7), e há apenas "um só Mediador entre Deus e os ... os homens, Cristo Jesus, homem "(1Tm 2:5) . A Luz (Cristo; conforme 1: 4-9; 8:12; 9: 5; 12:35) veio ao mundo e ao fazê-lo "todo o homem ilumina" (1: 9). Mas as pessoas se recusaram a vir para a Luz , porque eles amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más. Como observado anteriormente neste capítulo, os incrédulos não são ignorantes, mas voluntariamente rejeitam a verdade. Portanto todo aquele que faz o mal odeia a luz e não vem para a luz para que as suas obras sejam manifestas. incrédulos odeiam (conforme 7:. 7; Pv 1:29) da Luz, sabendo que vai revelar o seu pecado (conforme Ef 5:13; 1 Tessalonicenses 5:.. 1Ts 5:7). Como resultado, eles selam sua própria condenação porque rejeitam o único que pode salvá-los de sua espiritual escuridão.

Aquele que pratica a verdade, no entanto, de bom grado . vem para a luz, para que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus Crentes odiar o pecado e amar a justiça (I João 2:3-6, 1Jo 2:9; 3: 6 —10). Eles não têm nada a esconder, e, portanto, não há razão para temer o que a luz vai revelar. Jesus definiu o crente genuíno como um que pratica a verdade, porque a verdadeira fé salvadora, invariavelmente, se manifesta em atos ... feitas em Deus. "Pois somos feitura dele," Paulo lembrou aos Efésios ", criados em Cristo Jesus para boas obras, quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas "(Ef 2:10;. conforme Mc 4:20). Os remidos sempre "frutos dignos de arrependimento" (Mt 3:8).

Embora nenhuma resposta poupança é indicado aqui, Nicodemos evidentemente levou séria advertência de Jesus ao coração, uma vez que as referências posteriores de João para ele implica que ele se tornou um verdadeiro seguidor de Cristo (7: 50-51; 19:39). Mas aqueles que provar "dispostos a vir para [Jesus], para que [eles] tenham vida" (5:
40) enfrentam a certeza do julgamento divino, como o escritor de Hebreus adverte solenemente: "Como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação? ... Veja por que você não negamos o que está falando. Porque, se não escaparam aqueles quando rejeitaram o que na terra os advertia, muito menos escaparemos nós, que se afastam daquele que nos adverte do céu .... Porque o nosso Deus é um fogo consumidor "(He 2:3, He 12:29).

10. De João a Jesus (João 3:22-36)

Depois destas coisas, Jesus e seus discípulos para a terra da Judéia, e lá ele foi passar um tempo com eles e batizava. João também estava batizando em Enom, perto de Salim, porque havia ali muitas águas; e as pessoas foram chegando e foram sendo batizado-de João ainda não tinha sido lançado na prisão. Por isso, surgiu uma discussão por parte dos discípulos de João e um judeu acerca da purificação. E foram ter com João e disseram-lhe: "Rabi, aquele que estava contigo além do Jordão, do qual tens dado testemunho, eis que está batizando, e todos vão ter com ele." João respondeu e disse: "Um homem não pode receber nada menos que tenha sido dado a ele do céu. Vós mesmos sois testemunhas de que eu disse: 'Eu não sou o Cristo', mas, 'Eu fui enviado na frente dele." Aquele que tem a esposa é o esposo;. Mas o amigo do noivo, que está presente eo ouve, regozija-se muito com a voz do esposo Então, este meu gozo foi feito completo que ele cresça e que eu diminua Ele.. que vem de cima é sobre todos, aquele que vem da terra é da terra e fala da terra Aquele que vem do céu é sobre todos o que tem visto e ouvido, isso testifica;.. e ninguém aceita o seu . testemunho Aquele que recebeu o seu testemunho, o seu selo a isso, que Deus é verdadeiro Pois aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus;. para Ele dá o Espírito sem medida O Pai ama o Filho e entregou todas as coisas. . nas suas mãos Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece ". (3: 22-36)

Durante séculos, os filhos de Israel vivia sob a aliança onerosa Deus fez com seus pais no Monte Sinai. Para além de ser lei absoluta da justiça de Deus, refletindo a Sua própria natureza santa, continha também as marcas originais de sua identidade nacional como povo escolhido de Deus (Dt 7:6). Mas pelo tempo de Jesus, a adesão de Israel de que a aliança tinha degenerado em uma forma externa da moralidade superficial, cerimônia mecânica, ritualismo legalista, e tradição estranha.

Israel também errou ao assumir que a antiga aliança era o meio para a salvação, quando essa nunca foi a intenção de Deus. Seu propósito era confrontar os pecadores com um reflexo de Sua santidade absoluta, a demanda que eles mantenham a lei perfeitamente, e deixá-los de frente para a sua incapacidade para mantê-lo. Isso iria apontá-los a qualquer juízo divino ou a oportunidade de arrepender-se, confiar Sua graça, e receber o perdão Ele ofereceu, desde na nova aliança (Jr 31:34), a ser ratificado pela morte de Cristo. Nas palavras do apóstolo Paulo, "A Lei se tornou nosso aio, para nos conduzir a Cristo, para que fôssemos justificados pela fé" (Gl 3:24). A antiga aliança não foi capaz de justificar a ninguém. No entanto, ele apontou para a vinda do Salvador, por meio do qual os pecadores podem ser "reconciliados com Deus" (Rm 5:10).

Cerca de 600 anos antes de o Salvador veio, Deus disse ao Seu povo sobre o novo convênio por meio do profeta Jeremias.

"Eis que vêm dias", declara o Senhor, "quando farei uma nova aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá, e não conforme a aliança que fiz com seus pais no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito, o meu pacto que eles invalidaram, apesar de eu era um marido para eles ", diz o Senhor. "Mas este é o pacto que farei com a casa de Israel depois daqueles dias", declara o Senhor, "Eu vou colocar a minha lei no seu interior e no seu coração eu vou escrevê-lo; e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. Eles não vão ensinar novamente, cada um a seu próximo, e cada um a seu irmão, dizendo: Conhece o Senhor ', porque todos eles me conhecerão, desde o menor até o maior deles ", diz o Senhor ", pois lhes perdoarei a sua maldade, e seus pecados não me lembrarei mais." (Jer. 31: 31-34)

Em prometendo a salvação no novo pacto, Deus indicou que a antiga aliança nunca poderia ser a última esperança. Assim, o autor de Hebreus explica: "Quando ele disse, um novo pacto," Ele fez o primeiro obsoleto. Mas o que está se tornando obsoleto e envelhece, perto está de desaparecer "(He 8:13).

A antiga aliança tinha uma certa glória inerente a ela. Isaías escreveu: "O Senhor estava satisfeito por Sua causa da justiça para fazer a lei grande e glorioso" (Is 42:21). E Paulo lembrou aos Coríntios,

Mas, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, veio em glória, de maneira que os filhos de Israel não podiam fitar o rosto de Moisés, por causa da glória do seu rosto, desaparecendo como era, como é que o Ministério da o Espírito não conseguem ser ainda mais com a glória? Porque, se o ministério da condenação tinha glória, muito mais é que o ministério da justiça abundam em glória. Porque, na verdade o que tinha glória, neste caso, não tem nenhuma glória por causa da glória que supera-lo. Porque, se aquilo que se desvanecia era glorioso, muito mais é o que permanece em glória. (2 Cor. 3: 7-11)

No entanto, como o apóstolo observou nos versículos 7:11, a glória da antiga aliança não era permanente, mas desaparecendo; pretendeu-se dar lugar ao novo.
As Escrituras deixam claro que a nova aliança não é apenas uma revisão da idade. Pelo contrário, é algo novo e completamente diferente, porque só ela fornece salvação. Não há salvação em outros convênios mencionados no Antigo Testamento (Noé, Abraão, Priestly, de Davi, ou Mosaic). O escritor de Hebreus enfatizou o seu carácter distintivo, descrevendo-o com a palavra grega kainos , que refere-se a algo novo em espécie, não posterior no tempo (He 8:13).

Como uma demonstração única de divina graça salvadora, a superioridade da nova aliança para o velho se manifesta de várias maneiras. Por exemplo, tem um mediador melhor, o Senhor Jesus Cristo (He 8:6; conforme He 10:4]); é interno, não está escrito em tábuas de pedra (2Co 3:7) (.. Jr 31:33; He 8:10), mas sobre o coração; ele traz vida espiritual, não a morte espiritual (2Co 3:6.); resulta em justiça, não de condenação (2Co 3:9). (Para uma explicação de Paulo sobre a singularidade da nova aliança, consulte 2 Corinthians, O Comentário MacArthur Novo Testamento. [Chicago: Moody, 2003], rachaduras 7-8.)

A transição entre o ministério de João Batista à de Jesus Cristo, que é o tema desta seção (30 conforme v.), Simbolizava a transição do velho para o novo pacto. Seu pai, Zacarias, entendeu o significado da vinda do Messias relação com a nova aliança, como ele deixa claro em sua profecia cheio do Espírito Santo, em Lucas 1:67-79:

Zacarias, seu pai, foi cheio do Espírito Santo, e profetizou, dizendo:

 

"Bendito seja o Senhor Deus de Israel,
Porque Ele nos visitou e realizou a redenção para o seu povo,
E levantou-se um chifre de salvação para nós
Na casa de Davi, seu servil
Como falou pela boca dos seus santos profetas, desde de-Velho
A salvação dos nossos inimigos,
E da mão de todos os que nos odeiam;
Para mostrar misericórdia para com nossos pais,
E lembre-se da sua santa aliança,
O juramento que fez a Abraão, nosso pai,
Para conceder-nos que, a ser resgatado da mão de nossos inimigos,
O servíssemos sem temor,
Em santidade e justiça perante ele, todos os nossos dias.
E você, menino, serás chamado profeta do Altíssimo;
Para você irá adiante do Senhor para preparar os seus caminhos;
Para dar ao seu povo conhecimento da salvação
Até o perdão dos seus pecados,
Por causa da misericórdia do nosso Deus,
Com qual o Sunrise do alto nos visitará,
Para brilhar sobre os que jazem nas trevas e na sombra da morte,
Para guiar os nossos passos no caminho da paz ".

Como sacerdote que conhecia a Escritura, Zacharias entendido o Messias estava vindo para cumprir a promessa da nova aliança. Ele estava dizendo que todas as promessas feitas a Davi (v. 69) e Abraão (v. 73) dependia para o seu cumprimento com a chegada do Messias (vv. 77-79). Toda esta profecia é baseada em textos do Antigo Testamento a respeito da linhagem de Davi, Abraão, e novos convênios (60 por exemplo, Isa:. 1-5, 19-21; 61: 1-2, 10; 62: 11-12).

João Batista foi o último profeta sob a antiga aliança (Lc 16:16); Jesus veio como o mediador da Nova Aliança (He 8:6), que Ele ratificado por Sua morte sacrificial (Lc 22:20; 1Co 11:251Co 11:25.).Até este ponto, João tinha desfrutado de uma enorme popularidade (Matt 3:4-6; Marcos 1:4-5), enquanto Jesus permaneceu na obscuridade. Embora Sua purificação do templo (13 43:2-22'>João 2:13-22) tinha quebrado o removeram do anonimato e criou uma sensação, Jesus ainda tinha apenas um punhado de seguidores. Mas isso estava prestes a mudar, como as multidões que tinham sido seguintes João deixou e reuniram-se a Jesus. Assim, Cristo iria passar para a frente, e João iria desaparecer da cena, dando o seu testemunho final para o Messias.

No plano soberano de Deus, o ministério de João sobreposta a de Jesus. Se não tivesse, não teria havido nenhum precursor para apontar a nação para o Messias (40 Isa:. 3; conforme Ml 3:1.). Não se deve imaginar, no entanto, que João e Jesus nunca foram rivais; João claramente compreendida e aceita seu papel subserviente (conforme a discussão deste ponto no capítulo 4 deste volume). No entanto, apesar de João popularidade geral (Mt 14:5) entre as pessoas comuns (Mat. 3: 5-6; Lc 7:29)., Israel-sob a influência de seus líderes religiosos (Mateus 3:7-10; Lc 7:30) —ultimately rejeitou seu testemunho acerca de Jesus (Mateus 27:20-25)..

A frase , depois destas coisas indica que os eventos registrados nesta seção seguido (após um intervalo não especificada) os eventos descritos em 2: 13 3:21 (limpeza de Jesus do templo, seus sinais miraculosos, e seu diálogo com Nicodemos). Depois da Páscoa, Jesus e seus discípulos para a terra da Judéia, o que significa que eles deixaram Jerusalém (que é na Judéia) para a região da Judéia circundante (o texto grego diz literalmente "a terra da Judéia" ou "região").

O propósito de Jesus em Jerusalém, deixando era duplo: passar tempo com seus discípulos, e inaugurando sua pregação que levaram ao seu batismo ministério (embora Jesus não batizou pessoalmente, somente os Seus discípulos; conforme 4: 2). Passar tempo traduz uma forma do verbo diatribō , o que implica que um considerável período de tempo decorrido (conforme seu uso em At 12:19; At 14:3; At 15:35; At 25:14), provavelmente vários meses. Durante este intervalo, os discípulos de Jesus estavam batizando aqueles que vieram para ouvi-lo pregar e atendeu seu chamado para se arrepender (conforme Mt 4:17). Seus batismos prenunciou o batismo cristão, que não foi instituído até depois da morte e ressurreição de Jesus (do qual o batismo cristão é um retrato; conforme Rm 6:3-4.).

Ao mesmo tempo, João também continuou seu batismo ministério em Enom, perto de Salim. Dois locais foram propostos para esse site, um perto de Siquém, na região montanhosa e outro perto de Beth Shean no vale do rio Jordão. Ambos os sites estavam em Samaria, deixando Judéia para Jesus, enquanto João estava ministrando ao norte. Há água abundante em ambos os locais, de acordo tanto com o significado de Aenon (a aramaico transliterado ou palavra hebraica que significa "molas") e a afirmação de que havia muita água lá. Mesmo quando o ministério de Jesus foi ganhando força, grandes multidões de pessoas foram ainda vindo a João e ser batizado.

A nota entre parênteses que João Batista ainda não tinha sido lançado na prisão faz mais do que afirmar o que é auto-evidente; obviamente, João não estava na prisão, ou ele não poderia ter sido abertamente pregando e batizando. O comunicado informa os leitores que este incidente ocorreu entre a tentação de Jesus e a prisão de João, um período de tempo sobre o qual os evangelhos sinópticos (Mateus, Marcos e Lucas) são silenciosos. Os Sinópticos começar a seu relato do ministério público de Jesus na Galiléia, depois que João já está na prisão (Mt 4:12; Mc 1:14; Lc. 3: 19-20 Ct 4:14).O evangelho de João complementa-los gravando esses eventos anteriores do ministério de Jesus, eventos que foram simultâneas com o ministério de João Batista, em Samaria. O apóstolo João esclarece o tempo aqui para que seus leitores não será confundido. No momento em que João escreveu seu evangelho, os Sinópticos já tinha estado em circulação por muitos anos. Esta nota explicativa deixa claro que o tempo quadro de João não está em conflito com o de Mateus, Marcos, Lucas ou.

Esta passagem pode ser dividido em duas seções: João Batista e o fim da velha idade, seguido por Jesus e o início da nova era.

João Batista e do Fim do Old Age

Por isso, surgiu uma discussão por parte dos discípulos de João e um judeu acerca da purificação. E foram ter com João e disseram-lhe: "Rabi, aquele que estava contigo além do Jordão, do qual tens dado testemunho, eis que está batizando, e todos vão ter com ele." João respondeu e disse: "Um homem não pode receber nada menos que tenha sido dado a ele do céu. Vós mesmos sois testemunhas de que eu disse: 'Eu não sou o Cristo', mas, eu fui enviado na frente dele." Aquele que tem a esposa é o esposo;. Mas o amigo do noivo, que está presente eo ouve, regozija-se muito com a voz do esposo Então, este meu gozo foi feito completo que ele cresça e que eu diminua ".. (3: 25-30)

Em algum momento durante os ministérios simultâneas, mas separadas de João e Jesus surgiu uma discussão entre os discípulos de João e um judeu (o singular "judeu" é a leitura preferida, em vez de os plurais "judeus", como na KJV e NVI ) sobre ritual judaico de purificação (conforme 2: 6). Quer ou não o judeu era um seguidor de Jesus não é clara. A reação dos discípulos de João, no entanto, revela que eles sentiram uma questão mais profunda estava em jogo, ou seja, os méritos relativos do ministério de João batismo em comparação com a de Jesus.

A disputa à tona uma questão que tinha sido, sem dúvida, perturbar os discípulos de João por algum tempo. Durante o período de tempo prolongado (conforme a discussão do v. 22, supra) que João ministrado na proximidade de Jesus, os seguidores de João tinha diminuído gradualmente. Incomodado por de seu mestre a diminuir popularidade (conforme 4: 1), que o seu diferendo com o judeu em destaque, os discípulos de João vieram a João e disseram-lhe: "Rabi, aquele que estava contigo além do Jordão, do qual tens dado testemunho, Eis que ele está batizando, e todos vão ter com ele. " Aparentemente sem vontade até mesmo para citar Jesus, os discípulos invejosos de João viu Jesus como um concorrente, que foi ganhando popularidade em detrimento de seu mestre (o seu uso exagerado de todos revela a extensão de seu viés) . Por incrível que pareça, eles também perderam o propósito do ministério de João, que era apontar a nação para o Messias (conforme 1:. 19ss).

Ao contrário de seus seguidores excessivamente zelosos, no entanto, João não foi incomodado no mínimo, por seu declínio popularidade. Apesar de sua influência inicial enorme, ele sempre manteve-se focada no propósito do seu ministério que ele tinha, provavelmente, conhecido desde a infância, para dar testemunho de Cristo (conforme 1:27, 30). Agora, como seu ministério começou a desacelerar, o propósito de João não vacilou. Seu humilde resposta deve ter assustado os seus discípulos: "Um homem não pode receber coisa a menos que tenha sido dado a ele do céu." Desta forma, ele afirmou e abraçou seu papel subordinado como o arauto do Messias. Deus tinha soberanamente lhe concedeu o seu ministério (conforme Rm 1:5, Lc 1:76; 3: 4-6; At 19:4). No entanto, em se concentrar em sua fidelidade aos líderes, eles não estavam seguindo plenamente o Senhor (mesmo a chamada facção Cristo não estava seguindo-o com uma atitude correta, mas sim a partir de uma falsa sensação de superioridade espiritual). "Cristo está dividido?" Paulo scathingly lhes perguntou: "Paulo não foi crucificado para você, não é? Ou fostes batizados em nome de Paulo?" (V. 13). Mais tarde, na mesma epístola que ele exigiu: "Quando alguém diz:" Eu sou de Paulo ", e outro, 'Eu sou de Apolo,' você não meros homens? Quem é Apolo? E o que é Paulo? Servos por meio de quem você Acredita, assim como o Senhor deu a oportunidade de cada um que eu plantei, Apolo regou, mas Deus estava causando o crescimento "(3: 4-6).. Assim, todo o ministério genuíno é centrada em Cristo ", pois ninguém pode lançar outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo" (v. 11).

João Batista ilustrou seu papel subserviente usando a imagem familiar de um casamento (conforme Mateus 22:2-14; 25:. 1-13; Marcos 2:19-20; Lc 12:36; 14: 8-10; Rev . 19: 7-9). Ele lançou-se não no papel donoivo, mas sim como o Mend do noivo, uma posição semelhante ao padrinho em um casamento moderno. O amigo do noivo supervisionou muitos dos detalhes do casamento, servindo como o mestre de cerimônias (em um casamento da Judeia; casamentos na Galiléia eram um pouco diferentes [DA Carson, O Evangelho Segundo João , o pilar New Testament Commentary (Grand Rapids : Eerdmans, 1991), 211]). Ele foi ainda responsável por trazer a noiva para o noivo para começar a cerimônia de casamento. Tendo feito isso, sua tarefa foi concluída; o foco agora legitimamente mudou dele para o noivo.

Há boas evidências de que, de acordo com a lei da Mesopotâmia antiga o amigo do noivo foi proibido em qualquer circunstância para se casar com a noiva, mesmo que o noivo a rejeitou (Carson, 212; Homer A. Kent Jr. luz na escuridão: Estudos no Evangelho de João [Grand Rapids: Baker, 1974]., 67; JD Douglas, ed, O Dicionário da Bíblia New [Grand Rapids: Eerdmans, 1979], sv, "amigo do noivo").Isso explica a indignação de Samson quando sua noiva foi dada ao seu companheiro (Jz. 14: 20-15: 3). Se isso ainda fosse o caso na época de João, sua descrição de si mesmo como o amigo do noivo reforçou o fato de que ele não vê a si mesmo e Jesus como rivais. Trazendo o remanescente fiel de Israel (retratado no Antigo Testamento como a noiva do Senhor; conforme Is. 54: 5-6; 62: 4-5; Jr 2:2; Jr 2:16 Hos.. —
20) a Cristo foi o ponto culminante do ministério de João como seu precursor.

Ao contrário de seus discípulos ciumentos, João encontrou grande alegria em phasing out para que o ministério de Jesus poderia receber toda a atenção de Israel. Tendo o levou a noiva, o fiel amigo do noivo ... se alegra muito porque ele ouve a voz do esposo que expressa a alegria da noiva. Então, de João alegria foi feito completo , enquanto observava a multidão deixá-lo para Jesus: "Esta é a alegria que João reivindica para si mesmo, a alegria do amigo do noivo, que trata da união, e essa alegria é atingido no de Cristo de boas-vindas para si a pessoas com quem João preparou para ele e dirigido a Ele "(Marcus Dods," João "em W. Robertson Nicoll, ed. Commentary os expositores 'Bíblia [Reprint; Peabody, Mass .: Hendrickson, 2002], 1: 720).

João resumiu sua visão de si mesmo em relação a Jesus no que talvez seja o mais humilde declaração proferida por ninguém nas Escrituras: que ele cresça e que eu diminua. Leon Morris observa: "Ele não é particularmente fácil neste mundo para reunir seguidores sobre uma para um propósito sério. Mas quando eles estão reunidos é infinitamente mais difícil de destacá-las e firmemente insistem que eles vão atrás do outro. É a medida da grandeza de João que ele fez exatamente isso "( O Evangelho Segundo João, O Novo Comentário Internacional sobre o Novo Testamento [Grand Rapids: Eerdmans, 1979], 242).

Deve fala da necessidade divina. Foi a vontade de Deus por João para dar lugar a Jesus; não havia nenhuma razão para que as multidões se pendurar em torno do arauto uma vez que o rei tinha chegado.Porque ele entendeu isso, João Batista aceitou alegremente o plano de Deus para o seu ministério.

Jesus eo início da Nova Era

"Aquele que vem de cima é sobre todos, aquele que vem da terra é da terra e fala da terra Aquele que vem do céu é sobre todos O que ele tem visto e ouvido, isso testifica;.. E ninguém .. aceita o seu testemunho Aquele que recebeu o seu testemunho, o seu selo a isso, que Deus é verdadeiro Pois aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus, pois Ele dá o Espírito sem medida O Pai ama o Filho e entregou. . todas as coisas em sua mão, quem crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece ". (3: 31-36)

Comentaristas discordam sobre se João Batista continua a falar nestes versos, ou se são um comentário editorial pelo apóstolo João (escritores do primeiro século não usar aspas). Mas já que não há nenhuma indicação no texto de uma ruptura no pensamento ou na continuidade, o melhor é ver esses versos como uma continuação do palavras de João Batista para os seus discípulos. Em seu último discurso gravado neste evangelho, João listou cinco razões para seus discípulos (e, por extensão, todo mundo) para aceitar a supremacia absoluta de Jesus Cristo.

Cristo tinha uma origem divina

"Aquele que vem de cima é sobre todos, aquele que vem da terra é da terra e fala da terra. Aquele que vem do céu é sobre todos." (03:31)

O advérbio Anothen ( de cima ) é a mesma palavra traduzida como "nascido de novo" em 3: 3, 7, onde se reflete a origem divina do novo nascimento. Aqui se refere a Cristo como Aquele "que desceu do céu" (3:13; conforme 06:33, 38, 50-51, 58; 08:42; 13 3:16-28; 17: 8; 1Co 15:47;.. Ef 4:10). Como tal, Ele é , acima de tudo, Cristo é soberano sobre o universo em geral, e o mundo dos homens, em particular.

Em contraste, João Batista declarou-se da terra, da terra, e aquele que fala da terra. Ao contrário kosmos ("mundo"),  ( terra ) não traz implicações morais negativos; ele apenas se refere aqui para limitações humanas. A pregação de João era ousada, poderosa e persuasiva, mas ele era apenas um "homem enviado de Deus" (1: 6). Jesus, ao contrário, era Deus encarnado (1: 1, 14), e Seu testemunho da verdade era infinitamente maior do que de João (conforme 5: 33-36). Por causa da origem celestial de Jesus, Ele teve que aumentar, enquanto João teve de diminuir.

Cristo sabia a verdade em primeira mão

"O que ele tem visto e ouvido, isso testifica; e ninguém aceita o seu testemunho." (03:32)

Na Antiga Aliança: "Deus ... falou há muito tempo para os pais, pelos profetas" (He 1:1., Mc 1:22, Mc 1:27). "Em verdade, em verdade vos digo a você", disse Jesus a Nicodemos: "falamos do que sabemos e testemunhamos o que vimos" (03:11). Mais tarde, Ele ensinou: "Aquele que me enviou é verdadeiro; e as coisas que eu ouvi dele, estes eu falar para o mundo" (8:26). Para Seus discípulos, Ele declarou: "Todas as coisas que eu ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer" (15:15; conforme 08:40). Mesmo os inimigos de Jesus reconheceu, "Nunca um homem fala a maneira que este homem fala" (Jo 7:46).

Tragicamente, João lamentou, apesar de Jesus poderoso, autoritário proclamação da verdade, ninguém aceita o seu testemunho. Ecoando as palavras de Jesus a esse mesmo efeito (03:11; conforme 05:43; 12:37), declaração hiperbólica de João Batista enfatizou que o mundo em geral rejeita Jesus e seus ensinamentos. O apóstolo João observou que a rejeição no prólogo do seu Evangelho: "[Jesus] era a luz verdadeira que, vindo ao mundo, ilumina a todo homem, Ele estava no mundo, eo mundo foi feito por ele, eo mundo fez. O conhecem Ele veio para os Seus, e os que estavam os seus não o receberam "(1: 9-11).. "O homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus", escreveu Paulo aos Coríntios, "pois lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente" (1Co 2:14). . É porque eles estão mortos em seus delitos e pecados (Ef 2:1; Et 3:10, Et 3:12; 8:.. Et 8:2, Et 8:8, Et 8:10; Dn 6:17) como um sinal de completa aceitação e aprovação. No jargão de hoje, eles assinaram fora nele. Aqueles que têm recebido de Cristo testemunho assim certificar a sua crença de que Deus é verdadeiro quando Ele fala através de Seu Filho, como sempre (conforme Jo 17:17; Rm 3:4), e perecer eternamente (Jo 8:24).

Cristo experimentou o poder do Espírito Santo Sem Limite

"Pois aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus, pois Ele dá o Espírito sem medida." (03:34)

Os profetas antigos que falavam de Deus foram levados, com poderes, e inspirado pelo Espírito Santo; O próprio João Batista foi "cheio do Espírito Santo, enquanto ainda no ventre de sua mãe" (Lc 1:15).No entanto, a capacidade do Espírito para capacitá-los foi limitado por suas naturezas pecaminosas, humanos caídos. Mas Jesus Cristo, Aquele que Deus enviou (3:17, 4:34, 5:24, 30, 36-38; 6:29, 38, 39, 44, 57; 07:16, 28-29, 33; 08:16, 18, ​​26, 29, 42; 9: 4; 10:36; 11:42; 12: 44-45, 49; 13 20:14-24; 15:21; 16: 5; 17: 3, 8, 18, ​​21, 23, 25; 20:21;. Mt 10:40; Mc 9:37; Lc 4:18; Lc 10:16), infalivelmente falou as palavras de Deus , porque Deus deu o Espírito para Ele sem medida (1: 32-33; conforme Is 11:2; Is 61:1), o Pai deu a Ele autoridade suprema sobre todas as coisas na terra e no céu (Mt 11:27; 1Co 15:271Co 15:27; Ef 1:22; Fp 2:1). Essa supremacia é um indicador claro da divindade do Filho.

Afirmação da autoridade absoluta de Jesus de João demonstrou sua atitude humilde, mesmo que o seu ministério proclamação desvanecido no fundo. Tendo cumprido a sua missão nesta terra, João percebeu que seu trabalho seria logo terminou. Na verdade, não muito tempo depois, ele foi preso e decapitado por Herodes Antipas, governador da Galiléia (Mt 14:3-11.).

Mas antes que ele desapareceu de cena, João Batista deu um convite e um aviso de que formar um clímax apropriado, não só para este capítulo, mas também para todo o seu ministério. Como Moisés (Dt 11:26-28; 30: 15-20.), Josué (. Js 24:15), Elias (1Rs 18:21) e Jesus (Jo 3:18), antes dele, ele estabelecido as duas únicas opções disponíveis para os pecadores perdidos: "Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece."

A bendita verdade da salvação é que aquele que crê no Filho tem a vida eterna como uma possessão presente, não apenas como uma esperança no futuro. Jesus disse: "Em verdade, em verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida" (5:24 ; conforme 1:12; 3: 15-16; 6:47; I João 5:10-13).

Mas, por outro lado, a única que não crê no Filho não verá a vida. A justaposição de crença e desobediência é um lembrete de que o Novo Testamento retrata a crença no evangelho como obediência a Deus, um elemento essencial da fé salvadora (cf . At 6:7). Mas foi para salvar os pecadores, desamparados condenado desde que o destino terrível que Deus enviou Seu Filho para ser o Salvador do mundo (1:29; 3:17; 4:42; Mt 1:21; Rm 5:1; 1Ts 1:101Ts 1:10;. 1Jo 4:141Jo 4:14).

Desta forma, João Batista declarou claramente a soberania e supremacia de Jesus Cristo, enfatizando que somente Ele é capaz de salvar pecadores das conseqüências de sua desobediência. E o que João proclamada com os lábios, ele exemplificou com a sua vida, promovendo ativamente o ministério de Jesus, mesmo à custa de sua própria. Assim, o peso do testemunho de João ainda pode ser sentida hoje, como um aviso para os incrédulos, que eles devem se arrepender e seguir a Cristo, e como um exemplo para os crentes, que eles devem buscar a glória do Salvador, em vez de seu próprio.


Barclay

O NOVO TESTAMENTO Comentado por William Barclay, pastor da Igreja da Escócia
Barclay - Comentários de João Capítulo 3 do versículo 1 até o 36

João 3

O homem que veio de noite — Jo 3:1-6

Em geral vemos a Jesus rodeado de gente comum, mas neste caso o vemos em contato com um membro da aristocracia de Jerusalém. Sabemos algumas coisas a respeito de Nicodemos.

  1. Nicodemos deve ter sido rico. Ao Jesus morrer, Nicodemos levou para seu corpo, “cem libras de um composto de mirra e aloés” (Jo 19:39), e só um homem rico pôde ter levado isso.
  2. Nicodemos era um fariseu. Em mais de um sentido os fariseus eram a melhor gente de todo o país. Nunca havia mais de seis mil fariseus; compunham o que se conhecia com o nome de chaburah, ou irmandade. Entravam nesta irmandade fazendo um juramento diante de três testemunhas no qual prometiam passar toda sua vida observando cada um dos detalhes da Lei dos escribas.

O que significava isto exatamente? Para o judeu a Lei era a coisa mais sagrada do mundo. A Lei eram os primeiros cinco livros do Antigo Testamento. Criam que a Lei era a mais perfeita palavra de Deus. Acrescentar-lhe ou lhe tirar uma só palavra era um pecado mortal. Agora, se a Lei for a mais completa e perfeita palavra de Deus, isso significa que contém tudo o que um homem necessita para levar uma vida boa. Se não o contiver em forma explícita, deve contê-lo de maneira implícita. Se não está expresso em palavras, deve ser possível deduzi-lo.
Agora, a Lei, tal como está consta de grandes, nobres e amplos princípios que o homem deve elaborar por si mesmo. Mas para os judeus posteriores isto não era suficiente. Diziam: "A Lei é completa; contém todo o necessário para levar uma vida boa; de maneira que na Lei deve haver uma regra e uma regulação para governar todo incidente possível em todo momento possível da vida de todo homem possível". De maneira que se dedicaram a extrair dos grandes princípios da Lei um número infinito de normas e regulamentos para governar toda situação concebível da vida. Em outras palavras, mudaram a Lei dos grandes princípios pelo legalismo de leis e regulamentos laterais.
O melhor exemplo do que faziam se vê na Lei do sábado. A própria Bíblia nos diz simplesmente que devemos lembrar do sábado para santificá-lo, e que esse dia não se deve fazer nenhum trabalho, seja pelos homens, seus serventes ou seus animais. Não contentes com isso, os judeus passaram hora após hora e geração após geração definindo o que era o trabalho e fazendo listas do que se pode e não se pode fazer no dia sábado. O Mishnah é a Lei dos escribas codificada. Os escribas eram os que passavam suas vidas elaborando estas regras e regulamentos. Na Mishnah a seção dedicada ao sábado se estende em não menos de vinte e quatro capítulos. O Talmud é o comentário explicativo sobre a Mishnah, e no Talmud de Jerusalém a seção que explica a Lei do sábado ocupa sessenta e quatro colunas e meia; e no Talmud de Babilônia se estende a cento e cinqüenta e seis fólios duplos. E conta-se que um rabino passou dois anos e meio estudando um só dos vinte e quatro capítulos da Mishnah.

Faziam este tipo de coisas: atar um nó no dia de sábado era trabalhar. Mas precisamos definir o que é um nó. "Estes são os nós que tornam culpado o homem que os faz; o nó de quem conduz camelos e o dos marinheiros; e assim como se é culpado por atá-los, também é faltoso ao desatá-los". Por outro lado, os nós que podiam atar-se e desatar-se com uma só mão eram legais. Mais ainda, uma mulher pode fazer um nó em sua blusa e as cintas de seu chapéu, e as de sua faixa, os cordões dos sapatos ou sandálias, os dos couros para o vinho e o azeite".
Agora vejamos o que sucede. Suponhamos que um homem quisesse baixar um balde num poço para tirar água durante o dia sábado. Não podia lhe atar uma corda, porque fazer um nó em uma corda durante o sábado era ilegal; mas podia atá-lo à faixa de uma mulher e baixá-lo, porque um nó em uma faixa era algo legal. Esse era o tipo de coisas que para os escribas e fariseus eram questões de vida ou morte. Isso era religião; para eles isso era servir e agradar a Deus.

Tomemos o caso de alguém que viajava no sábado. Ex 16:29 diz: “Cada um fique onde está, ninguém saia do seu lugar no sétimo dia”. De maneira que as viagens no sábado se limitavam a dois mil côvados, quer dizer, 900 metros. Mas, se fosse atada uma soga que cruzasse o extremo de uma rua, toda essa rua se convertia em uma casa e qualquer homem podia caminhar uma centena de passos mais à frente do extremo dessa rua. Ou, se um homem depositava a quantidade de alimento suficiente para uma refeição na tarde da sexta-feira em um lugar determinado, tal lugar se tornava tecnicamente em sua casa e no sábado podia caminhar dois mil côvados a partir desse lugar. As regras e regulamentos e as evasões se amontoavam da centenas e milhares.

Tomemos o caso de alguém que carrega um pacote. Jeremias 17:21— 24 dizia: “Guardai-vos por amor da vossa alma, não carregueis cargas no dia de sábado”. De maneira que se fazia necessário definir o que era uma carga. Era definida como refeição que equivalha ao peso de um figo seco, a suficiente quantidade de vinho para misturar em um copo, leite suficiente para um gole, mel suficiente para pôr sobre uma ferida, a suficiente quantidade de azeite para lubrificar um membro pequeno, a suficiente quantidade de água para umedecer um curativo em um olho, e assim por diante. De maneira que era preciso decidir se uma mulher podia levar um alfinete, se um homem podia levar uma perna de pau ou dentadura postiça durante o sábado; ou fazê-lo equivaleria a levar uma carga? Podia-se levantar uma cadeira, ou até uma criatura? E assim continuavam as discussões e as regras.

Os escribas eram os que elaboravam estes regulamentos; e os fariseus eram os que dedicavam suas vidas a obedecê-los. É evidente que, por mais errado que pudesse estar um homem, deve ter sido sincero em extremo se estava disposto a prometer obediência a cada uma das milhares de regras. Isso era exatamente o que os fariseus faziam. O nome fariseu significa o separado; e os fariseus eram aqueles que se separaram de toda a vida comum para poder observar cada detalhe da Lei dos escribas.

Nicodemos era fariseu, e se vê claramente quão surpreendente é que um homem que via assim a bondade e se entregou a esse tipo de vida, convencido de que agradava a Deus, tivesse algum desejo de falar com Jesus.

  1. Nicodemos era um principal entre os judeus. A palavra é archon. Quer dizer o que era membro do Sinédrio. O Sinédrio era um tribunal de setenta membros e era a suprema corte dos judeus. Claro que, sob os romanos, seus poderes eram mais limitados do que tinham sido antes; mas apesar disso, eram extensos. O Sinédrio exercia particularmente a jurisdição religiosa sobre todos os judeus do mundo; e um de seus deveres era o de examinar e julgar a qualquer de quem se suspeitasse que era um falso profeta. Uma vez mais, resulta evidente que é algo surpreendente que Nicodemos se aproximou de Jesus.
  2. Pode ser que Nicodemos pertencesse a uma das mais distinguidas famílias judaicas. Já no ano 63 A. C, quando romanos e judeus estavam em guerra, Aristóbulo, o chefe judeu, tinha enviado a um certo Nicodemos como embaixador a Pompeu, o imperador romano. Muito tempo depois, nos espantosos últimos dias de Jerusalém, o homem que negociou a rendição do forte, foi um tal Gorion, filho do Nicomedes ou Nicodemos. Pode ser que ambos pertencessem à mesma família de nosso Nicodemos, e que fosse uma das famílias mais distintas de Jerusalém. Se isto for certo, é surpreendente que este aristocrata judeu se aproximasse desse profeta errante que tinha sido o carpinteiro de Nazaré para lhe falar sobre sua alma.

Era de noite quando Nicodemos se aproximou de Jesus. É provável que houvesse duas razões para que ocorresse dessa maneira.

  1. Pode ter sido uma medida de precaução. Pode ser que Nicodemos sinceramente não tenha querido comprometer-se e comprometer a seus companheiros do Sinédrio aproximando-se de Jesus à luz do dia. Não devemos condená-lo. O surpreendente é que Nicodemos, com seus antecedentes, aproximou-se de Jesus; era imensamente melhor ir de noite que nunca ir. É um milagre da graça que Nicodemos tenha superado seus preconceitos e sua educação e todo seu conceito da vida para aproximar-se de Jesus.
  2. Mas pode haver outra razão. Os rabinos afirmavam que o melhor momento para estudar a Lei era de noite, quando nada perturbava os homens. Durante o dia Jesus estava rodeado todo o tempo por uma multidão de gente. Pode ser que Nicodemos se aproximou de Jesus de noite porque queria estar completamente a sós com Ele e sem nenhuma interrupção. Pode ter ido de noite porque queria ter a Jesus para si mesmo em forma tal que lhe tivesse sido impossível durante as ocupadas horas do dia.

Nicodemos era um homem confundido, um homem que desfrutava de todas as honras e que, entretanto, notava que algo lhe faltava. Aproximou-se de Jesus para conversar com Ele durante a noite para que, de algum modo, na escuridão da noite, achasse luz.

O HOMEM QUE VEIO DE NOITE

João 3:1-6 (continuação)

Quando João relata as conversações que Jesus mantinha com seus interrogadores, segue certo esquema. Aqui vemos esse esquema com toda clareza. O interrogador diz algo (versículo 2). Jesus responde com uma declaração que é difícil de entender (versículo 3). O interrogador compreende mal a frase (versículo 4). Jesus responde com uma declaração que é ainda mais difícil de compreender (versículo 5). E logo seguem um discurso e uma explicação. João emprega este método ao relatar-nos as conversações que Jesus mantinha com aqueles que iam perguntar-lhe coisas, a fim de que vejamos homens que pensam as coisas e as descobrem por si mesmos e para que nós façamos o mesmo.
Quando Nicodemos se aproximou de Jesus, disse-lhe que ninguém podia evitar sentir-se impressionado pelos sinais e maravilhas que fazia. A resposta de Jesus é que o que importava verdadeiramente não eram os sinais e maravilhas; o que importava era que na vida interior de um homem se produzisse uma mudança tal que só pudesse considerar-se como um novo nascimento.
Quando Jesus disse que um homem deve nascer de novo, Nicodemos o interpretou mal, e essa interpretação errônea surge do fato de que a palavra traduzida por de novo, a palavra grega anothen, tem três significados diferentes. (1) Pode querer dizer desde o começo, por completo, radicalmente. (2) Pode significar de novo, no sentido de pela segunda vez. (3) Pode significar de acima, e, portanto, de Deus. É-nos impossível expressar estes três significados em uma só palavra; e entretanto, os três estão presentes na frase nascer de novo. Nascer de novo significa experimentar uma mudança tão radical que é como um novo nascimento; é como se à alma acontecesse algo que só pode descrever-se como voltar a nascer de novo por completo; e todo esse processo não é um lucro humano, porque provém da graça e o poder de Deus.

Quando lemos o relato e as palavras de Nicodemos, à primeira vista pareceria ter tomado o termo de novo na segunda acepção, e no mais estrito sentido literal. Como pode um homem —disse— voltar a entrar no ventre de sua mãe e nascer pela segunda vez quando já é velho? Mas há algo mais que isso na resposta do Nicodemos. Em seu coração havia um grande desejo insatisfeito. É como se Nicodemos tivesse dito, com um desejo infinito, ansioso: "Você fala de nascer de novo; fala a respeito desta mudança radical, fundamental, que é tão necessário. Eu sei que é necessário: mas em minha experiência é não menos impossível. Não há nada que queria obter mais que isso; mas é o mesmo que você me dissesse, um homem adulto, que entrasse no ventre de minha mãe e nascesse de novo." Não era o caráter desejável desta mudança o que Nicodemos questionava; isso o sabia muito bem; o que questionava era sua possibilidade. Nicodemos se encontra diante do eterno problema: o problema do homem que quer mudar e que não pode efetuar essa mudança por si mesmo.

Esta frase nascer de novo, esta idéia do renascimento, aparece ao longo de todo o Novo Testamento. Pedro fala do Deus que nos fez renascer a uma viva esperança (1Pe 1:3); fala de renascer não de semente corruptível, mas incorruptível (1 Ped. 1:22-23). Tiago fala de Deus que nos faz renascer pela palavra da verdade (Jc 1:18). A Epístola a Tito fala do lavar regenerador (Tt 3:5). Às vezes se faz referência a esta mesma idéia como a uma morte, seguida por uma ressurreição ou recriação. Paulo fala do cristão como alguém que morre com Cristo e ressuscita para a nova vida (Rom. 6:1-11). Refere-se àqueles que logo entraram na 1greja como meninos em Cristo (I Coríntios 3:1-2). Se alguém estiver em Cristo é como se tivesse sido criado de novo (2Co 5:17). Em Cristo há uma nova criação (Gl 6:15). O novo homem é criado segundo Deus na justiça (Efésios 4:22-24). A pessoa que está nos primeiros rudimentos da fé cristã é um menino (Hebreus 5:12-14). Ao longo de todo o Novo Testamento aparece esta idéia de renascimento, recriação.

Agora, de nenhum ponto de vista se trata de uma idéia que fosse estranha a quem a escutasse na época do Novo Testamento. Os judeus sabiam tudo sobre o renascimento. Quando um prosélito se incorporava ao judaísmo, quando um homem de outra fé se tornava judeu, uma vez que fosse aceito dentro do judaísmo, mediante a oração, o sacrifício e o batismo, considerava-se que tinha renascido. "Um prosélito que abraça o judaísmo", diziam os rabinos, "é como um menino recém-nascido". A mudança era tão radical que desapareciam todos os pecados que tinha cometido antes de sua recepção, visto que agora era outra pessoa. Até se sustentava, em um nível teórico, que esse homem podia casar-se com sua própria mãe ou irmã porque era uma pessoa completamente nova e todas as relações anteriores ficavam destruídas.

O judeu conhecia a idéia do renascimento. O grego conhecia a idéia do renascimento e a conhecia muito bem. A manifestação religiosa mais autêntica dos gregos nesta época eram as religiões dos mistérios. Todas as religiões dos mistérios se apoiavam no relato de algum deus que sofria, morria e ressuscitava. Este relato era representado como uma peça de teatro da paixão. O iniciado tinha que passar por um longo curso de preparação, instrução, ascetismo e jejum. Logo se representava o drama com música voluptuosa, um ritual maravilhoso, incenso e tudo o que pudesse exercer alguma influência sobre os sentidos. À medida que avançava a representação, o objetivo do adorador era fazer-se um com o deus, identificar-se com ele, de maneira tal que pudesse passar por todos os sofrimentos do deus e pudesse compartilhar sua vitória e sua vida divina. As religiões dos mistérios ofereciam uma união mística com algum deus. Quando se alcançava essa união, o iniciado era, segundo a linguagem dos mistérios um nascido de novo. Os mistérios fechados contavam entre suas crenças fundamentais: "Não pode haver salvação sem regeneração". Apuleyo, que passou pelo rito de iniciação, disse que tinha experimentado uma "morte voluntária", e que assim alcançou seu "nascimento espiritual" e era como se "tivesse renascido".

Muitas das iniciações dos mistérios se celebravam à meia-noite quando o dia morre e volta a nascer. Na Frígia, depois da iniciação, alimentava-se o iniciado com leite como se fosse um menino recém— nascido. O mundo antigo conhecia muito bem o renascimento e a regeneração. Desejava-o e o buscava em todas as partes. A mais famosa das cerimônias dos mistérios era o taurabolium. O candidato ficava em um poço. Sobre a boca do poço ficava uma tampa gradeada. Sobre esta tampa se matava um touro, degolando-o. O sangue caía e o iniciado levantava a cabeça e se banhava no sangue: lavava-se em sangue; e quando saía do poço era um renatus ad aeternum, renascido para toda a eternidade. Quando o cristianismo veio ao mundo com uma mensagem de renascimento, trazia justamente o que todo mundo estava procurando.

O que significa, então, este renascimento para nós? No Novo Testamento, e em especial no quarto Evangelho, há quatro idéias muito relacionadas entre si. Existe a idéia do renascimento; existe a idéia do Reino de Deus, ao qual o homem não pode entrar a menos que tenha renascido; existe a idéia de ser filhos de Deus: e existe a idéia da vida eterna. Esta idéia de renascer não é privativa do pensamento do quarto Evangelho. Em Mateus temos a mesma verdade fundamental expressa em forma mais simples e vivida: “Se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus” (Mt 18:3). Estas três idéias estão sustentadas por um pensamento comum.

NASCIDO DE NOVO

João 3:1-6 (continuação)

Comecemos com a idéia do Reino de Deus. O que significa o Reino de Deus? A melhor definição nós a encontramos no Pai Nosso. Há duas petições, uma junto à outra:

Venha o teu reino;

Faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu.

Agora, é próprio do estilo judeu repetir as coisas duas vezes, e a segunda forma de dizer uma coisa explica, amplia, repete de maneira distinta o que foi dito primeiro. Qualquer versículo dos Salmos nos mostra este costume judaico que se conhece com o nome técnico de paralelismo:

O SENHOR dos exércitos está conosco;

o Deus de Jacó é o nosso refúgio (Sl 46:7).

Porque eu conheço minhas transgressões,

E o meu pecado está sempre diante de mim (Sl 51:3).

Ele me faz repousar em pastos verdejantes.

Leva-me para junto das águas de descanso (Sl 23:2).

Agora apliquemos esse principio a estas duas petições do Pai Nosso; a segunda petição amplia, explica, desenvolve a primeira; logo chegamos à definição: O Reino de Deus é uma sociedade onde a vontade de Deus se cumpre com tanta perfeição na terra como o é no céu. Portanto, estar no Reino dos céus significa levar uma vida em que submetemos tudo, completa e voluntariamente, à vontade de Deus. Significa ter chegado a um ponto em que aceitamos a vontade de Deus total, completa e perfeitamente.

Agora vamos à idéia de ser filhos de Deus. Em um sentido, ser filhos de Deus é um enorme privilégio. Àqueles que crêem lhes dá o poder de se tornarem filhos (Jo 1:12). Mas a essência do fato de ser filhos é necessariamente a obediência. “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama” (Jo 14:21). A essência do ser filhos de Deus é o amor; e a essência do amor é a obediência. Não podemos dizer com sinceridade que amamos a alguém, e logo fazer coisas que ferem e machucam o coração dessa pessoa. O ser filhos de Deus é um privilégio, mas um privilégio ao que se tem acesso só quando se oferece uma obediência total. Assim chegamos a compreender que o ser filhos de Deus e estar no Reino são uma e a mesma coisa. O filho de Deus e o habitante do Reino são pessoas que aceitaram a vontade de Deus de maneira total, completa, voluntária e definitiva.

Vejamos agora a idéia da vida eterna. A idéia central que está por trás da vida eterna não é a de duração. É muito evidente que uma vida que durasse para sempre poderia ser tanto um céu como um inferno. A idéia que está por trás da vida eterna é a de uma certa qualidade, um tipo determinado de vida. Que tipo de vida? Só há uma pessoa a quem se pode descrever com justiça com o adjetivo eterno (aionios) e essa única pessoa é Deus. A vida eterna é o tipo de vida que Deus vive; é a vida de Deus. Penetrar na vida eterna significa entrar em posse desse tipo de vida que é a vida de Deus. Significa elevar-se por cima das coisas meramente humanas, temporários, passageiras, fugazes, para essa alegria e essa paz que pertencem unicamente a Deus. E é evidente que um homem só pode alcançar esta comunhão e relação íntima com Deus quando lhe entrega esse amor, essa reverência, essa devoção, essa obediência que o põem verdadeiramente em comunhão com Deus.

De maneira que aqui temos três grandes concepções que estão relacionadas entre si: a concepção da entrada ao Reino de Deus, a concepção do caráter de filhos de Deus e a concepção da vida eterna. E todas dependem e resultam da aceitação e a obediência perfeitas à vontade de Deus. É justamente aqui onde aparece a idéia de renascer. O que une estas três concepções é a idéia do renascimento. É indubitável que, tal como somos e com nossas próprias forças, somos incapazes de oferecer esta obediência perfeita a Deus; só quando a graça de Deus nos invade e toma posse de nós e nos muda é que podemos brindar a Deus a reverência e a devoção que devemos lhe oferecer. Jesus Cristo é quem pode operar a mudança em nós; através dele é como renascemos; quando Ele toma posse de nossos coração e de nossa vida se produz a mudança.

Quando isso acontece nascemos da água e do Espírito. Aqui há dois pensamentos. A água é o símbolo da purificação. Quando Jesus toma posse de nossa vida, quando o amamos com todo o coração, os pecados passados são perdoados e esquecidos. O Espírito é o símbolo do poder. Quando Jesus toma posse de nossa vida não se trata somente de que se esqueça e perdoe o passado; se isso fosse tudo, poderíamos voltar outra vez a arruinar nossa vida; mas entra neste vida um poder novo que nos permite ser o que jamais poderíamos ser por nossos próprios meios, e fazer o que não poderíamos fazer por nós mesmos. A água e o Espírito simbolizam o poder purificador e fortalecedor de Cristo, que poda o passado e nos concede a vitória no futuro.

Por último, João nesta passagem estabelece uma lei fundamental. O que nasce da carne é carne e o que nasce do Espírito é Espírito. O homem por si mesmo é carne, e com seu poder está limitado ao que pode fazer a carne. Por si mesmo não pode sentir-se mais que vencido e frustrado; isso nós sabemos muito bem; é o fato universal da experiência humana. Mas a própria essência do Espírito é o poder e a vida que estão além de todo poder e vida humanos; e quando o Espírito se apodera de nós faz o que só ele pode fazer e a vida vencida da natureza humana se transforma na vida triunfante de Deus.
Voltar a nascer significa mudar de tal maneira que só pode descrever-se como um renascimento e uma recriação. A mudança se produz quando amamos a Cristo e lhe damos entrada em nossos corações. Nesse momento nos perdoa o passado e nos prepara para o futuro. A partir de então podemos aceitar autenticamente a vontade de

Deus. E então nos convertemos em cidadãos do Reino; nos tornamos filhos de Deus; entramos na vida eterna, que é a própria vida de Deus.

O DEVER DE SABER E O DIREITO DE FALAR

João 3:7-13

Há dois tipos de incompreensão. Existe a incompreensão do homem que não compreende porque ainda não chegou ao nível de conhecimento e experiência em que pode compreender a verdade. E há a incapacidade genuína para entender, incapacidade que é o resultado inevitável da falta de conhecimento. Quando um homem está neste estado é nosso dever lhe explicar as coisas de tal maneira que seja capaz de compreender o conhecimento que lhe oferece. Mas há uma incapacidade para compreender que obedece ao não querer fazê-lo; há uma incapacidade de ver que provém da negativa de ver.
Um homem pode fechar voluntariamente sua mente a alguma verdade que não deseja ver; pode ser resistente a propósito a um ensino que não quer aceitar. Nicodemos pertencia a este tipo de homens. O ensino a respeito de um novo nascimento proveniente de Deus não devia lhe parecer estranho.

Ezequiel, por exemplo, falou muitas vezes sobre o novo coração que deve criar-se no homem. “Lançai de vós todas as vossas transgressões com que transgredistes e criai em vós coração novo e espírito novo; pois, por que morreríeis, ó casa de Israel?” (Ez 18:31). “Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo” (Ez 36:26). Nicodemos era conhecedor das Escrituras e os profetas tinham falado qui e ali a respeito da mesma experiência a que Jesus se referia.

Alguém que não deseja renascer, interpretará mal, voluntariamente, o que significa o renascimento. Alguém que não deseja mudar fechará seus olhos, sua mente e seu coração ao poder que pode mudá-lo. Em última instância, o que acontece com a maioria de nós é que, quando

Jesus vem com seu oferecimento de nos mudar e recriar-nos, se fôssemos honestos, responderíamos: "Não, obrigado; estou muito satisfeito comigo mesmo tal qual sou, e não quero que me mudem".

Mas Nicodemos encontrou outra defesa. Disse, em efeito: "Este renascimento ao qual te referes talvez seja possível, mas não posso compreender como acontece, e o que ocorre depois". A resposta de Jesus se explica pelos dois significados da palavra grega pneuma, que se traduz por espírito. Pneuma é a palavra que significa espírito, mas também se emprega para designar o vento. O mesmo acontece com a palavra hebréia ruach; também significa espírito e vento.

De maneira que Jesus disse a Nicodemos: "Você pode ouvir, ver e sentir o vento (pneuma); mas não você sabe de onde vem nem para onde vai; você pode não entender como e por que sopra o vento; mas você pode ver o que ele faz. Você pode não compreender de onde veio um furacão e para onde vai, mas você pode ver a seqüela de campos arrasados e de árvores caídas que deixa para trás. Há muitas coisas sobre o vento que possivelmente você não entenda; mas todos podemos ver o efeito do vento. Da mesma maneira", prosseguiu Jesus, "o Espírito (pneuma) é exatamente igual. Você pode não saber como trabalha o Espírito; mas você pode ver seu efeito nas vidas dos homens". Jesus disse: "Não estamos falando de uma questão acadêmica, teórica. Estamos falando de coisas que conhecemos e que vimos. Podemos apontar um homem após outro que foi recriado, que renasceu pelo poder, pelo efeito e pela obra do Espírito".

O Dr. John Hutton estava acostumado a falar de um operário que tinha sido um ébrio consuetudinário e se converteu. Seus colegas de trabalho fizeram todo o possível por fazê-lo sentir como um tolo. Sem dúvida, diziam-lhe, "você não pode crer em milagres e coisas por estilo. Certamente você não crê, por exemplo, que Jesus converteu a água em vinho". "Não sei", respondeu o homem, "se converteu à água em vinho quando estava na Palestina, mas o que sim sei é que em minha própria casa Ele converteu a cerveja em móveis".
Há neste mundo quantidade de coisas que usamos todos os dias sem saber como funcionam. Muito poucos entre nós sabem como funciona a eletricidade, a rádio ou o televisor; mas nem por isso negamos sua existência. Muitos de nós dirigimos um carro com um mínimo de conhecimentos a respeito do que ocorre debaixo do capô; mas nossa falta de conhecimento não nos impede de usar e gozar dos benefícios que nos proporciona o carro. Podemos não compreender como trabalha o Espírito; mas qualquer um pode comprovar o efeito do Espírito na vida dos homens; e o único argumento incontestável do cristianismo é uma vida cristã. Nenhum homem pode negar uma religião, uma fé e um poder que podem converter homens maus em justos.
De maneira que Jesus disse a Nicodemos: "Procurei simplificar as coisas para você; empreguei imagens humanas singelas, tiradas da vida cotidiana; e você não compreendeu. Como pode você compreender as coisas mais profundas, se até as mais singelas estão fora de seu alcance?"
Aqui há uma advertência para cada um de nós É fácil sentar-se em grupos de discussão, sentar-se em uma biblioteca e ler livros, é fácil discutir a verdade intelectual do cristianismo; mas o essencial é experimentar o poder do cristianismo. E é fatalmente fácil começar pelo extremo equivocado. É tragicamente fácil ver o cristianismo como algo que se deve discutir e não como algo que é necessário experimentar. Sem dúvida é importante ter uma compreensão intelectual dos pontos gerais da verdade cristã; mas é muito mais importante ter uma experiência vital, viva, do poder de Jesus Cristo.
Quando um homem segue um tratamento indicado por um médico, quando tem que operar-se, quando lhe dá algum remédio, não precisa conhecer a anatomia do corpo humano, o efeito científico da anestesia, a forma em que opera a droga em seu corpo para curá-lo. Noventa e nove por cento dos homens aceitam a cura sem ser capazes de dizer como aconteceu. Em um sentido, o cristianismo também é assim. No coração do cristianismo há um mistério, mas não é o mistério da compreensão intelectual; é o mistério da redenção.

Ao ler o quarto Evangelho se apresenta uma dificuldade. É a dificuldade de discernir quando terminam as palavras de Jesus e quando começam as do autor. João pensou nas palavras de Jesus durante tanto tempo que, em forma insensível, passa delas a seus próprios pensamentos sobre essas palavras. É quase certo que as últimas palavras desta passagem pertencem a João. É como se alguém perguntasse: "Tudo isto que Jesus está dizendo pode ser certo ou não; mas que direito tem de dizê-lo? Que garantia temos de que seja certo?" A resposta de João é simples e profunda. "Jesus", diz, "baixou do céu para nos dizer a verdade de Deus. E, quando viveu com os homens e morreu por eles, voltou para sua glória". João sustentava que o direito que Jesus tinha de falar provinha do fato de que conhecia pessoalmente a Deus, que Jesus tinha vindo diretamente do oculto do céu à Terra, que o que dizia aos homens era literalmente a verdade divina. O direito de Jesus de falar vem diretamente do que Jesus foi e é: a mente de Deus encarnada.

O CRISTO LEVANTADO

João 3:14-15

Aqui João se remonta a uma curiosa história do Antigo Testamento que relatada em Números 21:4-9. Durante sua viagem através do deserto, o povo de Israel murmurava e se queixava de ter saído do Egito. Para castigá-los, Deus lhes mandou uma praga de serpentes ardentes e letais. O povo se arrependeu e clamou por misericórdia, e Deus ordenou ao Moisés que fizesse uma serpente de bronze e a pusesse no meio do lugar onde estavam, sobre um haste; qualquer que olhasse à serpente se salvaria e viveria. Esse relato impressionava muito aos israelitas. Contavam como, em tempos posteriores, essa serpente de bronze se converteu numa imagem e num ídolo, e como nos tempos de Ezequias precisou ser destruída porque o povo a adorada (2Rs 18:4). Os judeus sempre se sentiram um pouco intrigados e perplexos com este incidente, visto que eles tinham absolutamente proibido fazer imagens. Os rabinos lhe davam a seguinte explicação: "Não era a serpente que matava e dava vida. Israel olhava, e enquanto Moisés mantinha a serpente no alto, criam naquele que lhe tinha ordenado agir dessa maneira. Era Deus quem os curava." O poder curador não estava na serpente de bronze. Esta não era mais do que um símbolo e um indicador que os fazia voltar a dirigir seu pensamento para Deus; e quando voltavam seus pensamentos para Deus, ficavam curados.

De maneira que João tomou essa velha história e a usou como tipo, como profecia e como uma espécie de parábola a respeito de Jesus. Diz: "A serpente foi levantada; os homens a olharam; e seus pensamentos se dirigiram a Deus; e, mediante o poder desse Deus em quem confiavam, foram curados. Assim Cristo deve ser levantar; e quando os homens dirijam seus pensamentos para Ele e creiam nele, eles também encontrarão a vida eterna e a salvação".
Há algo maravilhosamente sugestivo nisto. O verbo levantar ou elevar é hupsoun. O estranho a respeito desta palavra é que é usada em dois sentidos a respeito de Jesus. É usada quando se fala de que foi elevado à cruz. E é usada quando se diz que no momento de sua ascensão ao céu foi elevado à glória. É usada com referência à cruz em Jo 8:28; Jo 12:32. A respeito de sua ascensão à glória é usada em At 2:30; At 5:31; Fp 2:9. Houve uma dupla elevação na vida de Jesus: a elevação à cruz, e a elevação à glória. E ambas estão estreitamente relacionadas. Uma não pôde ter acontecido sem a outra. Para Jesus, a cruz era o caminho à glória; se tivesse rechaçado a cruz, se a tivesse evitado, se tivesse tomado alguma medida para escapar dela, como bem poderia tê-lo feito, não teria recebido nenhuma glória. O mesmo acontece conosco. Se quisermos, podemos escolher o caminho fácil; se quisermos, podemos rechaçar a cruz que todo cristão deve carregar; mas se o fazemos, perdemos a glória. É uma das leis inalteráveis da vida que se não há cruz, não há coroa.

Nesta passagem temos duas expressões cujos significados devemos analisar. Não podemos extrair todo o significado que encerram porque ambas significam mais do que jamais poderemos descobrir; mas devemos tentar compreender ao menos uma parte do que significam.

  1. A primeira frase é a que fala de crer em Jesus. O que significa essa frase? Quer dizer pelo menos três coisas.
  2. Significa crer de todo o nosso coração que Deus é como Jesus disse que era. Significa crer que Deus nos ama, crer que se importa conosco, crer que não há nada que Deus deseje mais que nos perdoar, crer que Deus é amor. Para um judeu não resultava fácil crer nisso.

O judeu via Deus fundamentalmente como um Deus que impunha suas leis sobre seu povo e que os castigava se as desobedeciam. O judeu via Deus como o Juiz e o homem como o réu no tribunal de Deus. O judeu via Deus como um ser exigente. Tratava-se de um Deus que exigia sacrifícios e ofertas. Para ter acesso à presença de Deus, o homem devia pagar o preço estipulado por Ele. Era difícil pensar em Deus, não como um juiz que estava esperando impor um castigo, nem como um capataz à espreita, mas sim como um Pai cujo desejo mais íntimo era obter que seus filhos errantes voltassem para seu seio. Custou a vida e morte de Jesus dizer isso aos homens. E não podemos nem sequer começar a ser cristãos se não cremos nisso de todo o coração.

  1. Jesus disse isso, mas que direito tinha para dizê-lo? Como podemos estar certos de que sabia do que estava falando? Que garantia temos de que essa maravilhosa boa nova é verdade? Soa muito bonito para ser verdade. Que prova temos de que é verdade? Aqui chegamos ao segundo articulo de fé. Devemos acreditar que em Jesus está a mente de Deus, Devemos crer que Jesus conhecia tão bem a Deus, que estava tão perto de Deus, que era até tal ponto um com Deus, que podia nos dizer a verdade absoluta sobre seu Pai. Devemos ter certeza de que Jesus sabia do que estava falando, e que disse a verdade sobre Deus, porque a mente de Deus estava nele.
  2. Mas a crença tem um terceiro elemento. Cremos que Deus é um Pai amante. Cremos que isto é verdade porque cremos que Jesus não é outro que Aquele a quem unicamente se pode chamar Filho de Deus, e que portanto o que diz a respeito de Deus é verdade. Então intervém este terceiro elemento. Devemos apostar tudo no fato de que o que Jesus diz é verdade. Seja o que disser, devemos fazê-lo; quando ordena algo, devemos obedecer. Quando nos diz que nos entreguemos sem reservas à misericórdia de Deus, devemos fazê-lo. No que se refere à ação, devemos tomar a Jesus ao pé da letra. Até a mais ínfima ação da vida deve ser realizada em obediência indisputável a Jesus. De maneira que a crença consta destes três elementos: crença em que Deus é o pai amoroso, a crença em que Jesus é o Filho de Deus e que portanto diz a verdade a respeito de Deus e da vida, obediência indisputável e sem hesitações a Jesus, uma vida vivida na certeza de que o que Jesus diz é verdade.
  3. A segunda frase importante é vida eterna. Já vimos que a vida eterna é a vida do próprio Deus. Mas nos perguntemos: se temos a vida eterna, o que é o que temos em nosso poder? Ter a vida eterna muda todas as relações da vida. Todas as relações da vida se vêem envoltas em paz.
  4. Dá-nos paz com Deus. Já não trememos diante de um rei tirânico nem buscamos nos esconder de um juiz severo. Sentimo-nos cômodos com nosso Pai.
  5. Dá-nos paz com os homens. Se fomos perdoados, devemos perdoar. Permite-nos ver os homens como Deus os vê. Converte-nos e a todos os homens em uma grande família unida no amor.
  6. Dá-nos paz com a vida. Se Deus for Pai, está reunindo todas as coisas para o bem. Lessing acostumava dizer que se pudesse formular uma só pergunta à Esfinge, que sabe tudo, seria: "É este um universo amigável?" Quando crêem que Deus é Pai, também crêem que a mão de um pai jamais causará uma lágrima desnecessária a seu filho. Possivelmente não consigamos compreender melhor a vida, mas já não estaremos ressentidos.
  7. Proporciona-nos paz conosco mesmos. Em última instância, um homem teme mais a si que a qualquer outra coisa. Conhece sua própria debilidade; conhece a força de suas tentações; conhece suas tarefas e as exigências da vida. Mas agora sabe que enfrenta tudo isto junto a Deus. Não é ele quem vive, mas sim é Cristo quem vive nele. Há em sua vida uma paz apoiada na fortaleza.
  8. Dá-lhe a segurança de que a maior das alegrias da Terra não é mais que um adiantamento da alegria que virá; que a paz mais profunda que existe sobre a Terra não é mais que uma sombra da paz última que virá. Dá-lhe uma esperança, uma meta, um fim, para o qual se dirige. Dá-lhe uma vida de glorioso assombro na Terra e, entretanto, ao mesmo tempo, uma vida em que o melhor ainda está por chegar.

O AMOR DE DEUS

Jo 3:16

Todos os grandes homens tiveram seus textos favoritos; mas este texto foi denominado "O texto de todos". Aqui está, para todos os corações simples, a própria essência do evangelho.
Este texto nos diz certas coisas muito importantes.
(1) Diz-nos que a origem e a iniciativa de toda salvação se encontram em Deus. Às vezes se apresenta o cristianismo de maneira tal que pareceria que tem que apaziguar a Deus, como se tivéssemos que convencê-lo a perdoar. Em algumas ocasiões os homens falam como se quisessem pintar uma imagem de um Deus severo, iracundo, que não perdoa, legalista; e um Jesus amoroso, gentil, que perdoa tudo. Às vezes alguns apresentam a mensagem cristã de tal maneira que soa como se Jesus tivesse feito algo que mudou a atitude de Deus para com os homens, da condenação ao perdão. Mas este texto nos diz que tudo começou em Deus. Foi Deus quem enviou a seu Filho, e o enviou porque amava os homens. Por trás de todas tas coisas está o amor de Deus.

  1. Diz-nos que a essência do ser de Deus é o amor. É fácil pensar que Deus olha os homens em sua desobediência e rebeldia e diz: "Vou destroçá-los, humilhá-los, flagelá-los, discipliná-los, castigá-los e os açoitarei até que retornem."

É fácil pensar que Deus procura a submissão dos homens para satisfazer seu desejo de poder, ou seu desejo do que poderiamos chamar um universo completamente submisso. Mas o tremendo deste texto é que mostra a Deus agindo, não para seu próprio benefício, e sim para o nosso. Deus não agiu para satisfazer seu desejo de poder. Não agiu para criar um universo submisso. Ele o fez para satisfazer seu amor. Deus não é como um monarca absoluto que trata cada homem como um súdito ao que se deve reduzir a uma abjeta obediência. Deus é o Pai que não pode sentir-se feliz enquanto seus filhos extraviados não tenham voltado para casa. Deus não submete os homens pela força; suspira por eles e os conquista apaixonando-os.

  1. Fala-nos da amplitude do amor de Deus. O que Deus amou tanto foi o mundo. Não se tratava de um país nem da gente boa; não eram somente aqueles que o amavam, mas o mundo. Os que não eram amados e os não amáveis; os solitários que não têm a ninguém que os ame; o homem que ama a Deus e o que jamais pensa nele; o homem que descansa no amor de Deus e o homem que zomba dele: todos estão incluídos neste vasto amor inclusivo, o amor de Deus. Como disse Agostinho: "Deus ama cada um de nós como se não houvesse nenhum outro a quem amar".

AMOR E JUÍZO

João 3:17-21

Aqui nos deparamos com um dos aparentes paradoxos do quarto Evangelho: a paradoxo do amor e o juízo. Acabamos de pensar no amor de Deus, e de repente nos deparamos com o juízo, a condenação e a convicção. João acaba de dizer que foi porque Deus amou tanto o mundo que enviou seu Filho a esse mundo. Mais adiante mostrará a Jesus dizendo: “Eu vim a este mundo para juízo” (Jo 9:39).

Como podem as duas coisas ser verdade?
É possível oferecer a um homem uma experiência que só consta de amor, e que essa experiência resulte em juízo. É possível oferecer a um homem uma experiência cujo único objetivo é produzir alegria e bem— estar, e entretanto, que essa experiência se torne em juízo e condenação.
Suponhamos que amamos a música séria; suponhamos que nos aproximamos mais a Deus no trovejar de uma grande sinfonia que em qualquer outra circunstância. Suponhamos que temos um amigo que não sabe nada a respeito dessa música. Suponhamos que queremos introduzir este amigo nessa experiência fundamental; queremos compartilhá-la com ele; queremos oferecer-lhe este contato com a beleza invisível que nós experimentamos. Nosso único fim é dar a esse amigo a felicidade de uma experiência nova. Levamo-lo a um concerto onde se executa uma sinfonia; e em pouco tempo começa a mover-se e a olhar a seu redor, dando sinais de uma absoluta falta de interesse e, além disso, de aborrecimento. Esse amigo emitiu um juízo sobre si mesmo; não tem nenhuma musicalidade na alma. A experiência que estava destinada a produzir-lhe uma felicidade nova se converteu em um juízo. Isto sempre acontece quando pomos um homem diante da grandeza.
Podemos levar alguém a ver uma obra de arte; podemos levá-lo a ouvir um príncipe dos pregadores; podemos dar-lhe um livro que é um alimento espiritual; podemos levá-lo a contemplar alguma beleza. Sua reação é um juízo. Se não vê nenhuma beleza e não experimenta nenhuma emoção, sabemos que tem um ponto cego em sua alma.
Conta-se que um empregado estava mostrando uma galeria de arte a um visitante. Nessa galeria havia algumas obras de arte que estavam além de qualquer preço, obras de beleza eterna e de gênio indisputável. No fim da visita, o visitante disse: "Bom, suas velhas pinturas não merecem que eu dê uma opinião muito alta". O empregado respondeu com calma: "Senhor, queria lembrar-lhe que estes quadros já não estão em tela de juízo, mas sim o estão os que os olham". Tudo o que tinha feito a reação do homem era demonstrar sua própria lamentável cegueira.
O mesmo ocorre com Jesus. Se, quando um homem se depara com Jesus, sua alma se eleva como em um torvelinho a essa maravilha e beleza, está no caminho da salvação. Mas se ao defrontar-se com Jesus não vê nada belo, está condenado. Sua reação o condenou. Deus enviou a Jesus com amor. Enviou-o para a salvação desse homem. Mas não é Deus quem condenou a esse homem; ele se condenou a si mesmo.
O homem que reage frente Jesus de maneira hostil, preferiu as trevas à luz. O que resulta terrível em uma pessoa realmente boa é que sempre tem em seu interior algum elemento inconsciente de condenação. Quando nos defrontamos com Jesus nos vemos tal qual somos.
Alcibíades, o gênio malcriado de Atenas, era companheiro do Sócrates, mas de vez em quando costumava reprová-lo: "Sócrates, eu o odeio, porque cada vez que o encontro, faz-me ver o que sou". O homem que embarcou em uma tarefa má não quer que se derrame luz sobre essa tarefa nem sobre si mesmo. Mas o homem que está comprometido em algo honorável não se preocupa nem teme a luz.
Conta-se que uma vez um arquiteto se aproximou de Platão e se ofereceu para construir uma casa, por uma determinada soma de dinheiro, e em nenhuma das habitações seria possível ver. Platão lhe disse: "Eu lhe darei o dobro de dinheiro para que construa uma casa em cujas habitações todos possam ver". Só quem age mal não quer ver-se a si mesmo, nem quer que nenhum outro o veja. Esse tipo de homem odiará inevitavelmente a Jesus Cristo, porque Cristo lhe mostrará o que é, e isso é a última coisa que quer ver. O que ama é a escuridão que oculta, não a luz que revela.
Através de sua reação frente Cristo, o homem se revela. Sua reação ante o Jesus Cristo deixa sua alma ao descoberto. S olhe a Cristo com amor, até com ansiedade, há esperanças, mas se não ver nada formoso em Cristo, condenou-se a si mesmo. Aquele que foi enviado em amor se converteu para ele em juízo.

UM HOMEM SEM INVEJA

João 3:22-30

Já vimos que parte do propósito do autor do quarto Evangelho era assegurar-se de que João Batista recebesse o seu lugar exato como precursor de Jesus, mas não um lugar que fosse além disso. Havia ainda aqueles que estavam dispostos a chamar João de mestre e senhor; o autor do quarto Evangelho quer mostrar que João ocupava um lugar elevado, mas que o lugar superior estava reservado só para Jesus. E também quer mostrar que o próprio João jamais alimentou nenhuma outra idéia senão a de que Jesus ocupava o lugar supremo. É por isso que o autor do quarto Evangelho nos mostra a superposição do ministério de João e o de Jesus. Os Evangelhos sinóticos são diferentes: Mc 1:14 nos diz que depois que João foi encarcerado, Jesus começou o seu ministério. Não há necessidade de discutir qual dos relatos está coreto do ponto de vista histórico. O mais provável é que o quarto Evangelho faça sobrepor os dois ministérios para mostrar com toda clareza, mediante o contraste, a supremacia de Jesus.

Há algo que é indubitável: esta passagem nos mostra a beleza da humildade de João Batista Era evidente que o povo estava abandonando a João para seguir a Jesus. Os discípulos de João se sentiam preocupados com este fato. Não lhes agradava ver seu mestre sentar-se no último assento e ocupar um segundo lugar. Não lhes agradava ver que ficava abandonado, enquanto as multidões foram ver e ouvir o novo mestre.
Para João teria sido fácil, em resposta a suas queixas, sentir-se ferido, abandonado e injustamente esquecido. Em algumas ocasiões, a compaixão de um amigo pode ser o pior que nos pode acontecer. Pode nos fazer sentir pena de nós mesmos e nos estimular a crer que não nos tratou com justiça. Mas João estava acima disso. Disse três coisas a seus discípulos.

  1. Disse-lhes que jamais tinha esperado outra coisa. Disse-lhes que, de fato, tinha-lhes assegurado que ele não ocupava a primeira posição mas sim o tinha enviado como um mero arauto, alguém que anuncia, o precursor e preparador do caminho para o maior que havia que vir. A vida seria muito mais fácil se houvesse mais gente disposta a desempenhar o papel secundário e subordinado.

Há tanta gente que procura coisas importantes para fazer... João não era assim. Sabia muito bem que Deus lhe tinha atribuído um lugar secundário e uma tarefa subordinada. Nos evitaríamos muitos ressentimentos e desgostos se nos déssemos conta de que há certas coisas que não são para nós, e se aceitássemos de todo coração, e fizéssemos com todas nossas forças, a tarefa que Deus nos atribuiu.
Fazer uma tarefa secundária para Deus, converte-a em uma grande tarefa. Como o expressou Mrs. Browning: "Todo serviço tem o mesmo valor para Deus". Qualquer trabalho feito para Deus é, necessariamente, um grande trabalho.

  1. Disse-lhes que ninguém pode receber mais que o que Deus lhe deu. Se o novo mestre estava ganhando mais discípulos e seguidores não era porque os estivesse roubando de João, mas sim porque Deus os estava dando a ele.

Havia um ministro americano chamado Spence; em uma época foi popular e sua Igreja estava sempre cheia, mas à medida que os anos passavam povo gente começou a ir embora. Tinha chegado um novo ministro à Igreja da frente, que atraía multidões. Uma tarde houve uma reunião muito pequena na 1greja do Dr. Spence. O ministro olhou a seu pequeno rebanho. "Onde foram todas as pessoas?" perguntou. Houve um silêncio embaraçoso; depois um de seus auxiliares disse: "Creio que foram à Igreja da frente para ouvir o novo pastor". O Dr. novo ficou em silencio durante um momento; depois sorriu. "Bom", disse, "então creio que devemos segui-los". E desceu do púlpito e conduziu os seus paroquianos à outra Igreja.
Quantas invejas, quantas desgostos, quanto ressentimento poderíamos evitar se nos limitássemos a recordar que o êxito de nosso próximo é dado por Deus, e se aceitássemos o veredicto e a escolha de Deus.

  1. Por último, João emprega uma imagem muito viva que qualquer judeu podia reconhecer, porque pertencia à tradição do pensamento judaico. Jesus chamou-se a si mesmo o marido e o amigo do marido. Uma das grandes imagens do Antigo Testamento é a representação de Israel como a noiva de Deus, e de Deus como o noivo de Israel. A união entre Deus e Israel era algo tão íntimo que só podia ser comparado a um casamento. Quando Israel seguia a deuses estranhos era como se fosse culpado de infidelidade ao vínculo conjugal (Ex 34:15, Dt 31:16; Sl 73:27; Is 54:5). O Novo Testamento retomou esta imagem e se referiu à Igreja como a Esposa de Cristo (2Co 11:2; Efésios 5:22-32). Esta era a imagem que João tinha em mente. Jesus viera de Deus; era o Filho de Deus; Israel era sua esposa legítima, e ele era o marido de Israel.

Mas João exigiu para si mesmo um lugar, o lugar de amigo do marido. O amigo do marido, o shoshben, ocupava um lugar de privilégio em uma festa de bodas judaica. Atuava como vínculo entre a esposa e o marido; organizava as bodas; repartia os convites; presidia na festa de bodas. Unia os maridos. E tinha um dever especial. Tinha a obrigação de cuidar o dormitório conjugal e não permitir a entrada de nenhum amante falso. Só abriria a porta quando ouvisse a voz do marido na escuridão e a reconhecesse. Quando ouvia a voz do marido se sentia contente e o deixava entrar, e ia embora feliz porque tinha cumprido sua tarefa e os amantes estavam juntos. Não invejava sentia inveja da esposa nem do marido. Sabia que sua única tarefa tinha sido a de uni-los. E uma vez que tinha completo a tarefa se retirava voluntariamente e com alegria. A tarefa de João foi a de unir a Jesus e Israel; arranjar o casamento entre Cristo, o marido, e Israel, a esposa. Cumprida a tarefa, sentia-se feliz de desaparecer na escuridão porque tinha feito sua obra. Não foi com inveja que disse que Jesus devia crescer e ele devia minguar; disse-o com alegria. Seria bom que algumas vezes lembrássemos que não devemos atrair às pessoas para nós, mas para Jesus Cristo. Não procuramos a lealdade dos homens para nós, e sim para Ele.

AQUELE QUE VEM DO CÉU

João 3:31-36

Como já vimos, uma das dificuldades com que nos encontramos no quarto Evangelho é saber distinguir quando falam os protagonistas e quando adiciona João seu próprio comentário. Estes versículos podem ser palavras pronunciadas por João Batista, mas é mais provável que. trate-se do próprio testemunho e comentário de João, o autor do Evangelho.
João começa por afirmar a supremacia de Jesus. Se quisermos uma informação, devemos nos dirigir à pessoa que possui essa informação. Se queremos receber informação a respeito de uma família, só a obteremos de primeira mão se a solicitarmos de um membro dessa família. Se queremos receber informação sobre uma cidade, só a teremos de primeira mão se dirigirmos a alguém que vem dessa cidade. Do mesmo modo, então, se queremos receber informação sobre Deus, só a obteremos do Filho de Deus. E se quisermos informação sobre o céu e a vida que se leva ali, só a obteremos daquele que vem do céu. Quando Jesus fala do céu e das coisas celestiais, diz João, não se trata de uma versão de segunda mão, não é uma informação que provém de uma fonte secundária, nem de um conto ouvido por aí. Diz-nos o que ele mesmo viu e ouviu. Para dizê-lo com a maior simplicidade, porque Jesus é o único que conhece a Deus, é o único que pode nos dizer algo a respeito dele, e o que nos diz é conforme o evangelho.
A dor de João consiste em que há tão poucos que aceitam a mensagem que Jesus trouxe; mas quando um homem o aceita dá testemunho de que crê que a palavra de Deus é verdadeira. No mundo antigo, se um homem queria dar sua aprovação total de um documento, tal como um contrato, um testamento ou uma constituição, punha seu selo no rodapé. O selo era o sinal de que estava de acordo com o conteúdo e era considerado legal, obrigatório e verdadeiro. Do mesmo modo, quando alguém aceita a mensagem de Jesus, afirma, testemunha e concorda que crê que o que Deus diz é verdadeiro.

João continua: podemos crer o que Jesus diz, porque nele Deus derramou o Espírito em toda sua medida, sem regatear nada. Inclusive os judeus diziam que os profetas recebiam de Deus uma certa medida do Espírito. A medida total do Espírito Deus reservava para seu escolhido. Agora, dentro do pensamento hebraico, o Espírito tinha duas funções a cumprir: em primeiro lugar, revelava a verdade de Deus aos homens; e, em segundo lugar, permitia aos homens reconhecer e compreender essa verdade quando a recebiam. De maneira que dizer que o Espírito estava em Jesus era a forma mais completa possível de dizer que conhece e compreende em forma perfeita a verdade de Deus. Para dizê-lo com outras palavras: ouvir a Jesus é ouvir a própria voz de Deus.

Por último, João volta a pôr os homens frente à opção eterna. Essa opção é a vida ou a morte. Esta opção se apresentou ao Israel ao longo de toda a história. Deuteronômio registra as palavras do Moisés: “Vê que proponho, hoje, a vida e o bem, a morte e o mal ... Os céus e a terra tomo, hoje, por testemunhas contra ti, que te propus a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência” (Deuteronômio 30:15-20). Josué reiterou o desafio: “Escolhei, hoje, a quem sirvais” (Js 24:15).

Tem-se dito que toda a vida de um homem se concentra quando chega a uma encruzilhada. Mais uma vez João volta para seu pensamento preferido. O que importa é a reação que o homem tenha frente a Jesus. Se essa reação for o amor e o desejo, esse homem conhecerá a vida. Se for a indiferença e a hostilidade, esse homem conhecerá a morte. Deus lhe ofereceu amor; ao rechaçá-lo, ele se condenou. Não se trata de que Deus tenha feito descer sua ira sobre ele; é que ele atraiu essa ira sobre si.


Dicionário

Cré

cré | s. m.
Será que queria dizer crê ou cré?

cré
(francês craie, do latim creta, -ae, giz, argila, greda)
nome masculino

1. Mineralogia Variedade de calcário, de cor esbranquiçada, amarelada ou acinzentada, que se desfaz facilmente; carbonato de cal amorfo. = GREDA BRANCA


cré com cré, lé com lé
Cada qual com os da sua igualha ou da mesma condição social ou moral; lé com lé, cré com cré.


Eternar

O mesmo que eternizar.
Etimologia (origem da palavra eternar). Do latim aeternare.

Não

advérbio Modo de negar; maneira de expressar uma negação ou recusa: -- Precisam de ajuda? -- Não.
Expressão de oposição; contestação: -- Seus pais se divorciaram? -- Não, continuam casados.
Gramática Numa interrogação, pode expressar certeza ou dúvida: -- você vai à festa, não?
Gramática Inicia uma interrogação com a intenção de receber uma resposta positiva: Não deveria ter chegado antes?
Gramática Usado repetidamente para enfatizar a negação: não quero não!
substantivo masculino Ação de recusar, de não aceitar; negativa: conseguiu um não como conselho.
Etimologia (origem da palavra não). Do latim non.

advérbio Modo de negar; maneira de expressar uma negação ou recusa: -- Precisam de ajuda? -- Não.
Expressão de oposição; contestação: -- Seus pais se divorciaram? -- Não, continuam casados.
Gramática Numa interrogação, pode expressar certeza ou dúvida: -- você vai à festa, não?
Gramática Inicia uma interrogação com a intenção de receber uma resposta positiva: Não deveria ter chegado antes?
Gramática Usado repetidamente para enfatizar a negação: não quero não!
substantivo masculino Ação de recusar, de não aceitar; negativa: conseguiu um não como conselho.
Etimologia (origem da palavra não). Do latim non.

Perecer

verbo intransitivo Perder da vida; morrer de maneira repentina ou violenta; falecer: pela vida, as esperanças perecem.
Chegar ao fim ou acabar; extinguir-se: seus sonhos pereceram.
Etimologia (origem da palavra perecer). A palavra perecer deriva do latim periscere, talvez pelo espanhol “perecer”.

Perecer
1) Morrer (Sl 2:12; Jo 3:16).


2) Acabar (8:13).


3) Ser destruído (2Pe 3:6).


Vida

substantivo feminino Conjunto dos hábitos e costumes de alguém; maneira de viver: tinha uma vida de milionário.
Reunião daquilo que diferencia um corpo vivo do morto: encontrou o acidentado sem vida; a planta amanheceu sem vida.
O que define um organismo do seu nascimento até a morte: a vida dos animais.
Por Extensão Tempo que um ser existe, entre o seu nascimento e a sua morte; existência: já tinha alguns anos de vida.
Por Extensão Fase específica dentro dessa existência: vida adulta.
Figurado Tempo de duração de alguma coisa: a vida de um carro.
Por Extensão Reunião dos seres caracterizados tendo em conta sua espécie, ambiente, época: vida terrestre; vida marítima.
Figurado Aquilo que dá vigor ou sentido à existência de alguém; espírito: a música é minha vida!
Reunião dos fatos e acontecimentos mais relevantes na existência de alguém; biografia: descrevia a vida do cantor.
O que uma pessoa faz para sobreviver: precisava trabalhar para ganhar a vida.
Figurado O que se realiza; prática: vida rural.
Etimologia (origem da palavra vida). Do latim vita.ae.

[...] A vida humana é, pois, cópia davida espiritual; nela se nos deparam emponto pequeno todas as peripécias daoutra. Ora, se na vida terrena muitasvezes escolhemos duras provas, visandoa posição mais elevada, porque não ha-veria o Espírito, que enxerga mais lon-ge que o corpo e para quem a vidacorporal é apenas incidente de curtaduração, de escolher uma existênciaárdua e laboriosa, desde que o conduzaà felicidade eterna? [...]
Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita• Trad• de Guillon Ribeiro• 86a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - q• 266

A vida vem de Deus e pertence a Deus,pois a vida é a presença de Deus emtoda parte.Deus criou a vida de tal forma que tudonela caminhará dentro da Lei deEvolução.O Pai não criou nada para ficar na es-tagnação eterna.A vida, em essência, é evolução. [...
Referencia: BARCELOS, Walter• Sexo e evolução• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 22

V A vida é uma demonstração palmar de que o homem vem ao mundo com responsabilidades inatas; logo, a alma humana em quem se faz efetiva tal responsabilidade é preexistente à sua união com o corpo.
Referencia: AMIGÓ Y PELLÍCER, José• Roma e o Evangelho: estudos filosófico-religiosos e teórico-práticos• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 17

[...] é um dom da bondade infinita [...].
Referencia: AMIGÓ Y PELLÍCER, José• Roma e o Evangelho: estudos filosófico-religiosos e teórico-práticos• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Conclusão

[...] é uma aventura maravilhosa, através de muitas existências aqui e alhures.
Referencia: ANJOS, Luciano dos e MIRANDA, Hermínio C•• Crônicas de um e de outro: de Kennedy ao homem artificial• Prefácio de Abelardo Idalgo Magalhães• Rio de Janeiro: FEB, 1975• - cap• 16

[...] É o conjunto de princípios que resistem à morte.
Referencia: BARBOSA, Pedro Franco• Espiritismo básico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - pt• 2, Postulados e ensinamentos

A vida é uma grande realização de solidariedade humana.
Referencia: CASTRO, Almerindo Martins de• O martírio dos suicidas: seus sofrimentos inenarráveis• 17a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• -

[...] o conjunto das funções que distinguem os corpos organizados dos corpos inorgânicos. [...]
Referencia: DELANNE, Gabriel• O Espiritismo perante a Ciência• Trad• de Carlos 1mbassahy• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - pt• 1, cap• 1

[...] É a Criação... [...]
Referencia: DELANNE, Gabriel• A Reencarnação• Trad• de Carlos 1mbassahy• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1994• - cap• 2

A vida é uma idéia; é a idéia do resultado comum, ao qual estão associados e disciplinados todos os elementos anatômicos; é a idéia da harmonia que resulta do seu concerto, da ordem que reina em suas ações.
Referencia: DELANNE, Gabriel• A Reencarnação• Trad• de Carlos 1mbassahy• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1994• - cap• 2

A vida terrestre é uma escola, um meio de educação e de aperfeiçoamento pelo trabalho, pelo estudo e pelo sofrimento.
Referencia: DENIS, Léon• Depois da morte: exposição da Doutrina dos Espíritos• Trad• de João Lourenço de Souza• 25a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Resumo

Cada vida terrena [...] é a resultante de um imenso passado de trabalho e de provações.
Referencia: DENIS, Léon• Joana d’Arc médium• Trad• de Guillon Ribeiro• 22a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 18

[...] é um cadinho fecundo, de onde deves [o Espírito] sair purificado, pronto para as missões futuras, maduro para tarefas sempre mais nobres e maiores.
Referencia: DENIS, Léon• O grande enigma• 13a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 14

[...] é uma vibração imensa que enche o Universo e cujo foco está em Deus.
Referencia: DENIS, Léon• O problema do ser, do destino e da dor: os testemunhos, os fatos, as leis• 28a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 8

A vida é o bem maior que nos concede o Criador para o auto-aperfeiçoamento espiritual e somente o risco desse bem pode tornar admissível o sacrifício de uma vida que se inicia em favor de outra já plenamente adaptada à dimensão material e, por isso mesmo, em plena vigência da assunção dos seus compromissos para com a família e com a sociedade.
Referencia: DIZEM os Espíritos sobre o aborto (O que)• Compilado sob orientação de Juvanir Borges de Souza• Rio de Janeiro: FEB, 2001• - cap• 6

[...] é um depósito sagrado e nós não podemos dispor de bens que nos não pertencem.
Referencia: DOMINGO SÓLER, Amália• Fragmentos das memórias do Padre Germano• Pelo Espírito Padre Germano• Trad• de Manuel Quintão• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 8

A vida sem virtudes é lento suicídio, ao passo que, enobrecida pelo cumprimento do dever, santificada pelo amor universal, é o instrumento mais precioso do Espírito para o seu aperfeiçoamento indefinido.
Referencia: DOMINGO SÓLER, Amália• Fragmentos das memórias do Padre Germano• Pelo Espírito Padre Germano• Trad• de Manuel Quintão• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 22

A vida é um sonho penoso, / Do qual nos desperta a morte.
Referencia: ERNY, Alfred• O psiquismo experimental: estudo dos fenômenos psíquicos• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1982• - cap• 2

[...] é uma força organizadora, que pode contrariar a tendência da matéria à V V desorganização. É uma força organizadora e pensante, que integra a matéria e a organiza, visto que, sem ela, toda matéria fica desorganizada.
Referencia: FINDLAY, J• Arthur• No limiar do etéreo, ou, Sobrevivência à morte cientificamente explicada• Traduzido do inglês por Luiz O• Guillon Ribeiro• Prefácio de Sir William Barret• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1981• - cap• 2

[...] é um turbilhão contínuo, cuja diretiva, por mais complexa que seja, permanece constante. [...] (66, t. 2, cap.
1) [...] é uma força física inconsciente, organizadora e conservadora do corpo.
Referencia: FRANCINI, Walter• Doutor Esperanto: o romance de Lázaro Luís Zamenhof, criador da língua internacional• Com cartaprefácio do Dr• Mário Graciotti, da Academia Paulista de Letras• Rio de Janeiro: FEB, 1984• - 1a narrativa

Considerada a vida uma sublime concessão de Deus, que se apresenta no corpo e fora dele, preexistindo-o e sobrevivendo-o, poder-se-á melhor enfrentar os desafios existenciais e as dificuldades que surgem, quando na busca da auto-iluminação. [...]
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Impermanência e imortalidade• Pelo Espírito Carlos Torres Pastorino• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Impedimentos à iluminação

[...] é uma sinfonia de bênçãos aguardando teus apontamentos e comentários.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Tramas do destino• Pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda• 12a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 46

[...] é uma grande tecelã e nas suas malhas ajusta os sentimentos ao império da ordem, para que o equilíbrio governe todas as ações entre as criaturas.
Referencia: GAMA, Zilda• Do calvário ao infinito• Pelo Espírito Victor Hugo• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1987• - L• 2, cap• 9

[...] é grande fortuna para quem deve progredir.
Referencia: GAMA, Zilda• Do calvário ao infinito• Pelo Espírito Victor Hugo• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1987• - L• 3, cap• 7

Vidas são experiências que se aglutinam, formando páginas de realidade.
Referencia: GAMA, Zilda• Dor suprema• Pelo Espírito Victor Hugo• 15a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - Pról•

A vida física é oportunidade purificadora, da qual, em regra, ninguém consegue eximir-se. Bênção divina, flui e reflui, facultando aprimoramento e libertação.
Referencia: GAMA, Zilda• Dor suprema• Pelo Espírito Victor Hugo• 15a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - L• 1, cap• 1

[...] é o hálito do Pai Celeste que a tudo vitaliza e sustenta...
Referencia: GAMA, Zilda• Dor suprema• Pelo Espírito Victor Hugo• 15a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - L• 3, cap• 5

A vida terrena é um relâmpago que brilha por momentos no ambiente proceloso deste orbe, e logo se extingue para se reacender perenemente nas paragens siderais.
Referencia: GIBIER, Paul• O Espiritismo: faquirismo ocidental: estudo histórico crítico, experimental• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - L• 1, Na pista da verdade

[...] a nossa vida é um tesouro divino, que nos foi confiado para cumprir uma missão terrena [...].
Referencia: GURJÃO, Areolino• Expiação• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1984• - L• 9, cap• 1

[...] a vida humana é uma série ininterrupta de refregas e de desilusões...
Referencia: GURJÃO, Areolino• Expiação• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1984• - L• 9, cap• 22

[...] a vida humana é uma intérmina cadeia, uma corrente que se compõe de muitos elos, cada qual terminando no sepulcro, para de novo se soldar em ulterior encarnação até que o Espírito adquira elevadas faculdades, ou atinja a perfeição.
Referencia: GAMA, Zilda• Na sombra e na luz• Pelo Espírito Victor Hugo• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - L• 1, cap• 7

Vida e morte, uma só coisa, / Verdade de toda gente: / A vida é a flor que desponta / Onde a morte é uma semente.
Referencia: GUARINO, Gilberto Campista• Centelhas de sabedoria• Por diversos autores espirituais• Rio de Janeiro: FEB, 1976• - cap• 173

[...] Em suas evoluções, a vida nada mais é que a manifestação cada vez mais completa do Espírito. [...]
Referencia: MARCHAL, V (Padre)• O Espírito Consolador, ou os nossos destinos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - 28a efusão

A vida, portanto, como efeito decorrente de um agente (princípio vital) sobre a matéria (fluido cósmico), tem, por V sustentação, a matéria e o princípio vital em estado de interação ativa, de forma contínua. Decorrente da mesma fonte original – pois reside no fluido magnético animal, que, por sua vez, não é outro senão o fluido vital – tem, contudo, a condição peculiar de veicular o contato com o princípio espiritual.
Referencia: MELO, Jacob• O passe: seu estudo, suas técnicas, sua prática• 15a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 4

[...] é amor e serviço, com Deus. [...]
Referencia: Ó, Fernando do• A dor do meu destino• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 2

A vida é a mais bela sinfonia de amor e luz que o Divino Poder organizou.
Referencia: PERALVA, Martins• Estudando a mediunidade• 23a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 13

Não vivi, pois a vida é o sentimento / De tudo o que nos toca em sofrimento / Ou exalta no prazer. [...] (185, Nova[...] é um combate insano e dolorido / Que temos de vencer. [...]
Referencia: SANT’ANNA, Hernani T• Canções do alvorecer• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Sursum

[...] A vida é mesmo ingente aprendizado, / Onde o aluno, por vez desavisado, / Tem sempre ensanchas de recomeçar [...].
Referencia: SANT’ANNA, Hernani T• Canções do alvorecer• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Renovação

A vida humana não é um conjunto de artifícios. É escola da alma para a realidade maior.
Referencia: VIEIRA, Waldo• Seareiros de volta• Diversos autores espirituais• Prefácio de Elias Barbosa• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Mostremos o Mestre em nós

[...] é a manifestação da vontade de Deus: vida é amor.
Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• Nas pegadas do Mestre: folhas esparsas dedicadas aos que têm fome e sede de justiça• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Sigamo-lo

[...] A vida, na sua expressão terrestre, é como uma árvore grandiosa. A infância é a sua ramagem verdejante. A mocidade se constitui de suas flores perfumadas e formosas. A velhice é o fruto da experiência e da sabedoria. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Boa nova• Pelo Espírito Humberto de Campos• 1a ed• especial• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 9

[...] é a harmonia dos movimentos, resultante das trocas incessantes no seio da natureza visível e invisível. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• A caminho da luz• História da civilização à luz do Espiritismo• Pelo Espírito Emmanuel, de 17 de agosto a 21 de setembro de 1938• 33a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 8

A vida em si é conjunto divino de experiências. Cada existência isolada oferece ao homem o proveito de novos conhecimentos. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Caminho, verdade e vida• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 22

[...] é trabalho, júbilo e criação na eternidade.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Caminho, verdade e vida• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 68

A vida é sempre a iluminada escola.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Correio fraterno• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 16

A vida é essência divina [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Correio fraterno• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 17

A vida por toda parte / É todo um hino de amor, / Serve a nuvem, serve o vale, / Serve o monte, serve a flor.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Correio fraterno• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 18

Lembrai-vos de que a vida é a eternidade em ascensão [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Correio fraterno• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 53

A oportunidade sagrada é a vida. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

A vida é um campo divino, onde a infância é a germinação da Humanidade.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

[...] é a gloriosa manifestação de Deus. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

V V A vida é máquina divina da qual todos os seres são peças importantes e a cooperação é o fator essencial na produção da harmonia e do bem para todos.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

A vida é um câmbio divino do amor, em que nos alimentamos, uns aos outros, na ternura e na dedicação.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

Patrimônio da criação e divindade de todas as coisas, é a vida a vibração luminosa que se estende pelo infinito, dentro de sua grandeza e de seu sublime mistério.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

[...] é caminho em que nos cabe marchar para a frente, é sobretudo traçada pela Divina Sabedoria.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

A vida é uma escola e cada criatura, dentro dela, deve dar a própria lição. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 26

[...] é um grande livro sem letras, em que as lições são as nossas próprias experiências.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Evangelho em casa• Pelo Espírito Meimei• 12a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - 3a reunião

A vida é uma corrente sagrada de elos perfeitos que vai do campo subatômico até Deus [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Falando à Terra• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Notícias

A vida não é trepidação de nervos, a corrida armamentista ou a tortura de contínua defesa. É expansão da alma e crescimento do homem interior, que se não coadunam com a arte de matar.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Falando à Terra• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Apreciações

A vida é curso avançado de aprimoramento, através do esforço e da luta. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Fonte viva• Pelo Espírito Emmanuel• 33a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 54

A vida é processo de crescimento da alma ao encontro da Grandeza Divina.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Fonte viva• Pelo Espírito Emmanuel• 33a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 71

E perceber o sentido da vida é crescer em serviço e burilamento constantes.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Fonte viva• Pelo Espírito Emmanuel• 33a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 173

[...] é um jogo de circunstâncias que todo espírito deve entrosar para o bem, no mecanismo do seu destino. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Há dois mil anos: episódios da história do Cristianismo no século I• Romance de Emmanuel• 45a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 1

Lembre-se de que a vida e o tempo são concessões de Deus diretamente a você, e, acima de qualquer angústia ou provação, a vida e o tempo responderão a você com a bênção da luz ou com a experiência da sombra, como você quiser.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Idéias e ilustrações• Por diversos Espíritos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1993• - cap• 39

[...] é o carro triunfante do progresso, avançando sobre as rodas do tempo [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Instruções psicofônicas• Recebidas de vários Espíritos, no “Grupo Meimei”, e organizadas por Arnaldo Rocha• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 13

Enquanto no corpo físico, desfrutas o poder de controlar o pensamento, aparentando o que deves ser; no entanto, após a morte, eis que a vida é a verdade, mostrando-te como és.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Justiça Divina• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Espíritos transviados

A vida humana, pois, apesar de transitória, é a chama que vos coloca em contato com o serviço de que necessitais para ascensão justa. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Pão Nosso• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 6

[...] afirmação de imortalidade gloriosa com Jesus Cristo!
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Paulo e Estevão: episódios históricos do Cristianismo primitivo• Pelo Espírito Emmanuel• 41a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - pt• 2, cap• 8

[...] é uma longa caminhada para a vitória que hoje não podemos compreender. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Relicário de luz• Autores diversos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Bilhete filial

V Todavia, é preciso lembrar que a vida é permanente renovação, propelindo-nos a entender que o cultivo da bondade incessante é o recurso eficaz contra o assédio de toda influência perniciosa.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Religião dos Espíritos: estudos e dissertações em torno da substância religiosa de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec• Pelo Espírito Emmanuel• 18a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Tentação e remédio

[...] é um cântico de trabalho e criação incessantes. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Reportagens de Além-túmulo• Pelo Espírito Humberto de Campos• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 24

[...] é aprimoramento incessante, até o dia da perfeição [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Rumo certo• Pelo Espírito Emmanuel• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 60

[...] toda a vida, no fundo, é processo mental em manifestação.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Vozes do grande além• Por diversos Espíritos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - cap• 23

A vida constitui encadeamento lógico de manifestações, e encontramos em toda parte a sucessão contínua de suas atividades, com a influenciação recípro ca entre todos os seres, salientando-se que cada coisa e cada criatura procede e depende de outras coisas e de outras criaturas.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• Estude e viva• Pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 24


Strongs

Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
πᾶς εἰς αὐτός πιστεύω ἔχω ζωή αἰώνιος
João 3: 15 - Texto em Grego - (BGB) - Bíblia Grega Bereana

para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
João 3: 15 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

Março e Abril de 28
G166
aiṓnios
αἰώνιος
sem começo e nem fim, aquilo que sempre tem sido e sempre será
(eternal)
Adjetivo - neutro acusativo singular
G1722
en
ἐν
ouro
(gold)
Substantivo
G2192
échō
ἔχω
ter, i.e. segurar
(holding)
Verbo - Presente do indicativo ativo - nominina feminino no singular
G2222
zōḗ
ζωή
pingar
([that] water)
Verbo
G2443
hína
ἵνα
para que
(that)
Conjunção
G3588
ho
para que
(that)
Conjunção
G3956
pâs
πᾶς
língua
(according to his language)
Substantivo
G4100
pisteúō
πιστεύω
o que / aquilo
(what)
Pronome
G846
autós
αὐτός
dele
(of him)
Pronome Pessoal / Possessivo - Genitivo Masculino 3ª pessoa do singular


αἰώνιος


(G166)
aiṓnios (ahee-o'-nee-os)

166 αιωνιος aionios

de 165; TDNT - 1:208,31; adj

  1. sem começo e nem fim, aquilo que sempre tem sido e sempre será
  2. sem começo
  3. sem fim, nunca termina, eterno

Sinônimos ver verbete 5801


ἐν


(G1722)
en (en)

1722 εν en

preposição primária denotando posição (fixa) (de lugar, tempo ou estado), e (por implicação) instrumentalidade (mediana ou construtivamente), i.e. uma relação do descanso (intermédia entre 1519 e 1537); TDNT - 2:537,233; prep

  1. em, por, com etc.

ἔχω


(G2192)
échō (ekh'-o)

2192 εχω echo

incluindo uma forma alternativa σχεω scheo, usado apenas em determinados tempos), verbo primário; TDNT - 2:816,286; v

  1. ter, i.e. segurar
    1. ter (segurar) na mão, no sentido de utilizar; ter (controlar) possessão da mente (refere-se a alarme, agitação, emoção, etc.); segurar com firmeza; ter ou incluir ou envolver; considerar ou manter como
  2. ter, i.e., possuir
    1. coisas externas, tal com possuir uma propriedade ou riquezas ou móveis ou utensílios ou bens ou comida, etc.
    2. usado daqueles unidos a alguém pelos laços de sangue ou casamento ou amizade ou dever ou lei etc, de atênção ou companhia
  3. julgar-se ou achar-se o fulano-de-tal, estar em certa situação
  4. segurar mesmo algo, agarrar algo, prender-se ou apegar-se
    1. estar estreitamente unido a uma pessoa ou uma coisa

ζωή


(G2222)
zōḗ (dzo-ay')

2222 ζωη zoe

de 2198; TDNT - 2:832,290; n f

  1. vida
    1. o estado de alguém que está cheio de vitalidade ou é animado
    2. toda alma viva
  2. vida
    1. da absoluta plenitude da vida, tanto em essência como eticamente, que pertence a Deus e, por meio dele, ao “logos” hipostático e a Cristo, em quem o “logos” assumiu a natureza humana
    2. vida real e genuína, vida ativa e vigorosa, devota a Deus, abençoada, em parte já aqui neste mundo para aqueles que colocam sua confiança em Cristo, e depois da ressurreição a ser consumada por novas bênçãos (entre elas, um corpo mais perfeito) que permanecerão para sempre.

Sinônimos ver verbete 5821


ἵνα


(G2443)
hína (hin'-ah)

2443 ινα hina

provavelmente do mesmo que a primeira parte de 1438 (pela idéia demonstrativa, cf 3588); TDNT - 3:323,366; conj

  1. que, a fim de que, para que


(G3588)
ho (ho)

3588 ο ho

que inclue o feminino η he, e o neutro το to

em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo

  1. este, aquela, estes, etc.

    Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.


πᾶς


(G3956)
pâs (pas)

3956 πας pas

que inclue todas as formas de declinação; TDNT - 5:886,795; adj

  1. individualmente
    1. cada, todo, algum, tudo, o todo, qualquer um, todas as coisas, qualquer coisa
  2. coletivamente
    1. algo de todos os tipos

      ... “todos o seguiam” Todos seguiam a Cristo? “Então, saíam a ter com ele Jerusalém e toda a Judéia”. Foi toda a Judéia ou toda a Jerusalém batizada no Jordão? “Filhinhos, vós sois de Deus”. “O mundo inteiro jaz no Maligno”. O mundo inteiro aqui significa todos? As palavras “mundo” e “todo” são usadas em vários sentidos na Escritura, e raramente a palavra “todos” significa todas as pessoas, tomadas individualmente. As palavras são geralmente usadas para significar que Cristo redimiu alguns de todas as classes — alguns judeus, alguns gentis, alguns ricos, alguns pobres, e não restringiu sua redenção a judeus ou gentios ... (C.H. Spurgeon de um sermão sobre a Redenção Particular)


πιστεύω


(G4100)
pisteúō (pist-yoo'-o)

4100 πιστευω pisteuo

de 4102; TDNT - 6:174,849; v

  1. pensar que é verdade, estar persuadido de, acreditar, depositar confiança em
    1. de algo que se crê
      1. acreditar, ter confiança
    2. numa relação moral ou religiosa
      1. usado no NT para convicção e verdade para a qual um homem é impelido por uma certa prerrogativa interna e superior e lei da alma
      2. confiar em Jesus ou Deus como capaz de ajudar, seja para obter ou para fazer algo: fé salvadora
    3. mero conhecimento de algum fato ou evento: fé intelectual
  2. confiar algo a alguém, i.e., sua fidelidade
    1. ser incumbido com algo

αὐτός


(G846)
autós (ow-tos')

846 αυτος autos

da partícula au [talvez semelhante a raiz de 109 pela idéia de um vento instável] (para trás); pron

  1. ele próprio, ela mesma, eles mesmos, de si mesmo
  2. ele, ela, isto
  3. o mesmo