Enciclopédia de Romanos 11:25-25

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

rm 11: 25

Versão Versículo
ARA Porque não quero, irmãos, que ignoreis este mistério (para que não sejais presumidos em vós mesmos): que veio endurecimento em parte a Israel, até que haja entrado a plenitude dos gentios.
ARC Porque não quero, irmãos, que ignoreis este segredo (para que não presumais de vós mesmos): que o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado.
TB Pois não quero, irmãos, que ignoreis este mistério, para que não sejais sábios em vós mesmos: que o endurecimento veio em parte a Israel, até que haja entrado a plenitude dos gentios;
BGB Οὐ γὰρ θέλω ὑμᾶς ἀγνοεῖν, ἀδελφοί, τὸ μυστήριον τοῦτο, ἵνα μὴ ⸀ἦτε ἑαυτοῖς φρόνιμοι, ὅτι πώρωσις ἀπὸ μέρους τῷ Ἰσραὴλ γέγονεν ἄχρι οὗ τὸ πλήρωμα τῶν ἐθνῶν εἰσέλθῃ,
BKJ Porque eu não quero irmãos, que ignoreis este mistério, para que não sejais sábios em seus próprios conceitos, que a cegueira aconteceu em parte a Israel, até que tenha entrado a plenitude dos gentios.
LTT Porque não desejo vós desconhecerdes, ó irmãos, este mistério ① (a fim de que não sejais sábios junto às vossas próprias presunções ③): que o endurecimento ② em parte tem vindo sobre Israel, (mas somente) até a plenitude dos gentios entrar.
BJ2 Não quero que ignoreis, irmãos, este mistério, para que não vos tenhais na conta de sábios: o endurecimento atingiu uma parte de Israel até que chegue a plenitude dos gentios,[l]
VULG Nolo enim vos ignorare, fratres, mysterium hoc (ut non sitis vobis ipsis sapientes), quia cæcitas ex parte contigit in Israël, donec plenitudo gentium intraret,

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Romanos 11:25

Salmos 22:27 Todos os limites da terra se lembrarão e se converterão ao Senhor; e todas as gerações das nações adorarão perante a tua face.
Salmos 72:8 Dominará de mar a mar, e desde o rio até às extremidades da terra.
Salmos 72:17 O seu nome permanecerá eternamente; o seu nome se irá propagando de pais a filhos, enquanto o sol durar; e os homens serão abençoados nele; todas as nações lhe chamarão bem-aventurado.
Salmos 107:43 Quem é sábio observe estas coisas e considere atentamente as benignidades do Senhor.
Salmos 127:1 Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela.
Provérbios 3:5 Confia no Senhor de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento.
Provérbios 26:12 Tens visto um homem que é sábio a seus próprios olhos? Maior esperança há no tolo do que nele.
Provérbios 26:16 Mais sábio é o preguiçoso a seus olhos do que sete homens que bem respondem.
Isaías 2:1 Visão que teve Isaías, filho de Amoz, a respeito de Judá e de Jerusalém.
Isaías 5:21 Ai dos que são sábios a seus próprios olhos e prudentes diante de si mesmos!
Isaías 60:1 Levanta-te, resplandece, porque já vem a tua luz, e a glória do Senhor vai nascendo sobre ti.
Isaías 66:18 Porque conheço as suas obras e os seus pensamentos! O tempo vem, em que ajuntarei todas as nações e línguas; e virão e verão a minha glória.
Oséias 14:9 Quem é sábio, para que entenda estas coisas? Prudente, para que as saiba? Porque os caminhos do Senhor são retos, e os justos andarão neles, mas os transgressores neles cairão.
Miquéias 4:1 Mas, nos últimos dias, acontecerá que o monte da Casa do Senhor será estabelecido no cume dos montes e se elevará sobre os outeiros, e concorrerão a ele os povos.
Zacarias 8:20 Assim diz o Senhor dos Exércitos: Ainda sucederá que virão povos e habitantes de muitas cidades;
Zacarias 14:9 E o Senhor será rei sobre toda a terra; naquele dia, um será o Senhor, e um será o seu nome.
Lucas 21:24 E cairão a fio de espada e para todas as nações serão levados cativos; e Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos dos gentios se completem.
Romanos 1:13 Não quero, porém, irmãos, que ignoreis que muitas vezes propus ir ter convosco (mas até agora tenho sido impedido) para também ter entre vós algum fruto, como também entre os demais gentios.
Romanos 11:7 Pois quê? O que Israel buscava não o alcançou; mas os eleitos o alcançaram, e os outros foram endurecidos.
Romanos 12:16 Sede unânimes entre vós; não ambicioneis coisas altas, mas acomodai-vos às humildes; não sejais sábios em vós mesmos.
Romanos 16:25 Ora, àquele que é poderoso para vos confirmar segundo o meu evangelho e a pregação de Jesus Cristo, conforme a revelação do mistério que desde tempos eternos esteve oculto,
I Coríntios 10:1 Ora, irmãos, não quero que ignoreis que nossos pais estiveram todos debaixo da nuvem; e todos passaram pelo mar,
I Coríntios 12:1 Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes.
II Coríntios 3:14 Mas os seus sentidos foram endurecidos; porque até hoje o mesmo véu está por levantar na lição do Velho Testamento, o qual foi por Cristo abolido.
Efésios 3:3 como me foi este mistério manifestado pela revelação como acima, em pouco, vos escrevi,
Efésios 3:9 e demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério, que, desde os séculos, esteve oculto em Deus, que tudo criou;
II Pedro 3:8 Mas, amados, não ignoreis uma coisa: que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos, como um dia.
Apocalipse 7:9 Depois destas coisas, olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas suas mãos;
Apocalipse 10:7 mas nos dias da voz do sétimo anjo, quando tocar a sua trombeta, se cumprirá o segredo de Deus, como anunciou aos profetas, seus servos.
Apocalipse 11:15 E tocou o sétimo anjo a trombeta, e houve no céu grandes vozes, que diziam: Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre.
Apocalipse 20:2 Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o diabo e Satanás, e amarrou-o por mil anos.

Notas de rodapé da LTT

As notas de rodapé presentes na Bíblia versão LTT, Bíblia Literal do Texto Tradicional, são explicações adicionais fornecidas pelos tradutores para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas são baseadas em referências bíblicas, históricas e linguísticas, bem como em outros estudos teológicos e literários, a fim de fornecer um contexto mais preciso e uma interpretação mais fiel ao texto original. As notas de rodapé são uma ferramenta útil para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira compreender melhor o significado e a mensagem das Escrituras Sagradas.
 ①

"musterion": algo que DEUS sempre teve em mente, mas somente agora, neste versículo, é pela 1ª vez revelado aos homens e aos anjos. Mantenhamos consistentemente a diferença entre mistério e segredo.


 ②

ser coberto por calo, não podendo ver.


 ③

KJB.


Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita


Saulo Cesar Ribeiro da Silva

rm 11:25
Evangelho por Emmanuel, O – Comentários às Cartas de Paulo

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 0
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel
Saulo Cesar Ribeiro da Silva

Ao chegarmos ao sexto volume da coleção O Evangelho por Emmanuel, é preciso reconhecer que grandes e pequenas contribuições se somaram neste que é o resultado de muitas mãos e corações. Por isso, queremos deixar grafados aqui nossos agradecimentos.

Em primeiro lugar, queremos registrar nossa gratidão à Federação Espírita Brasileira, particularmente à diretoria da instituição, pelo apoio e incentivo com que nos acolheram; às pessoas responsáveis pela biblioteca e arquivos, que literalmente abriram todas as portas para que tivéssemos acesso aos originais de livros, revistas e materiais de pesquisa, e à equipe de editoração pelo carinho, zelo e competência demonstrados durante o projeto.

Aos nossos companheiros e companheiras da Federação Espírita do Distrito Federal, que nos ofereceram o ambiente propício ao desenvolvimento do estudo e reflexão sobre o Novo Testamento à luz da Doutrina Espírita. Muito do que consta nas introduções aos livros e identificação dos comentários tiveram origem nas reuniões de estudo ali realizadas.

Aos nossos familiares, que souberam compreender-nos as ausências constantes, em especial ao João Vitor e à Ana Clara, que por mais de uma vez tiveram que acompanhar intermináveis reuniões de pesquisa, compilação e conferência de textos. Muito do nosso esforço teve origem no desejo sincero de que os ensinos aqui compilados representem uma oportunidade para que nos mantenhamos cada vez mais unidos em torno do Evangelho.

A Francisco Cândido Xavier, pela vida de abnegação e doação que serviu de estrada luminosa através da qual foram vertidas do alto milhares de páginas de esclarecimento e conforto que permanecerão como luzes eternas a apontar-nos o caminho da redenção.

A Emmanuel, cujas palavras e ensinos representam o contributo de uma alma profundamente comprometida com a essência do Evangelho.

A Jesus que, na qualidade de Mestre e Irmão Maior, soube ajustar-se a nós, trazendo-nos o Seu sublime exemplo de vida e fazendo reverberar em nosso íntimo a sinfonia imortal do amor. Que a semente plantada por esse excelso Semeador cresça e se converta na árvore frondosa da fraternidade, sob cujos galhos possa toda a humanidade se reunir um dia.

A Deus, inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas e Pai misericordioso e bom de todos nós.




Léon Denis

rm 11:25
Cristianismo e Espiritismo

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 7
Léon Denis

O pecado original é o dogma fundamental em que repousa todo o edifício dos dogmas cristãos - ideia verdadeira, no fundo, mas falsa em sua forma e desnaturada pela Igreja - verdadeira, no sentido de que o homem sofre com a intuição que conserva das faltas cometidas em suas vidas anteriores e pelas consequências que acarretam para ele. Esse sofrimento, porém, é pessoal e merecido.


Ninguém é responsável pelas faltas de outrem, se nelas não tomou alguma parte. Apresentado em seu aspecto dogmático, o pecado original, que pune toda a posteridade de Adão, isto é, a Humanidade inteira, pela desobediência do primeiro par, para depois salvá-la por meio de uma iniquidade inda maior - a imolação de um justo - é um ultraje à razão e à moral, consideradas em seus princípios essenciais - a bondade e a justiça. Mais contribuiu para afastar o homem da crença em Deus, que todas as agressões e todas as críticas da Filosofia.


Não é, com efeito, impunemente que se tenta separar, no pensamento e na consciência, a ideia de Deus da de justiça. Com isso, o que se logra é lançar a perturbação nas almas e provocar um trabalho mental que conduz, forçosamente, à exclusão de uma dessas duas ideias. Ora, foi a ideia de Deus que esteve quase a perecer, porque o homem não pode ver em Deus senão a mais alta personificação da justiça, do amor e da sabedoria. Todas as perfeições devem encontrar-se reunidas no Ser eterno.


Do seu passado criminoso perdeu o homem a recordação precisa, mas conservou um vago sentimento. Daí proveio essa concepção do pecado original, que se encontra em muitas religiões, e da expiação que ele requer. Dessa concepção errônea derivam as da queda, do resgate e da redenção pelo sangue do Cristo, os mistérios da encarnação, da virgem-mãe, da imaculada conceição, numa palavra, todo o amontoado do Catolicismo. (Nota lxviii: A queda da humanidade em Adão - diz o abade de Noirlieu em seu Catecismo filosófico para uso dos seculares - e a sua reparação em JesusCristo, são os dois grandes fatos sobre que repousa o Cristianismo. Sem o dogma do pecado original não mais se concebe a necessidade do Redentor. Por isso, nada é ensinado mais explicitamente pela Igreja do que a queda de Adão e as suas funestas conseqüências, para todos os seus descendentes.") Todos esses dogmas constituem verdadeira negação da razão e da justiça divinas, desde que tomados ao pé da letra, como o quer a Igreja, e em seu sentido material.


Não é admissível houvesse Deus criado o homem e a mulher com a condição de não se instruírem. Menos admissível, ainda, é que ele tenha, por uma única desobediência, condenado a sua posteridade e a Humanidade inteira à morte e ao inferno. "Que pensar, diz com razão E. Bellemare, de um juiz que condenasse um homem sob o pretexto de que, há milhares de anos, um seu antepassado cometera um crime?" É, entretanto, esse odioso papel que o Catolicismo atribui ao juiz supremo - Deus!


É por motivos tais que se justificou o afastamento e a ojeriza que certos pensadores conceberam pela ideia de Deus. É o que explica, sem a desculpar, a veemente acusação de um célebre escritor: Deus é o mal!


Se considerarmos o dogma do pecado original e da queda qual o é, realmente, isto é, como um mito, uma lenda oriental, exatamente como se depara em todas as cosmogonias antigas; se destruirmos com um sopro tais quimeras, todo o edifício dos dogmas e mistérios imediatamente se desmorona. Que restará, então, do Cristianismo? pode-se-me perguntar. Restará o que ele em si contém de verdadeiramente grande, de vivo e racional, isto é, tudo o que é suscetível de elevar e fortalecer a Humanidade.


Prossigamos em nosso exame. A soberania de Deus, dizem os teólogos, manifesta-se pela predestinação e pela redenção. Sendo Deus absoluto soberano, sua vontade é a causa final e decisiva de tudo quanto ocorre no Universo. Agostinho é o autor desse dogma, que ele institui em sua luta com os maniqueus, partidários de dois princípios opostos: o bem e o mal, e contra Pelágio, que reivindicava os direitos da liberdade humana. Todavia, Agostinho louva-se, para defender o seu dogma, na autoridade de S. Paulo, verdadeiro criador da doutrina da predestinação, cujo enunciado, pouco concludente ao nosso ver, está no capítulo IX da Epístola aos Romanos.


Segundo S. Paulo, cuja teoria foi adotada sucessivamente por Agostinho, pelos reformadores do século XVI e, mais tarde, por Jansen, Pascal, etc., o homem não pode obter a salvação por suas próprias obras, arrastando-o sua natureza, como invariavelmente o arrasta, ao mal.


Essa inclinação funesta é o resultado da queda do primeiro homem e da corrupção que dela deriva para toda a Humanidade, tendo-se tornado a herança de todos os filhos de Adão. É pela concepção que aos filhos se transmite o pecado dos pais. Esse dogma denomina-se traducianismo e as igrejas cristãs parece não perceberem que, com essa afirmação monstruosa, se fazem aliadas do materialismo, que proclama a mesma teoria sob o nome de lei da hereditariedade.


Todos os homens, perdidos pelo pecado de Adão, seriam votados à condenação eterna, se Deus, em sua misericórdia, não tivesse encontrado um meio de os salvar. Esse meio é a redenção.


O filho de Deus se faz homem. Em sua vida terrestre, cumpriu a vontade do Pai e satisfez sua justiça, oferecendo-se em holocausto para salvação de todos os que se ligam à sua igreja.


Desse dogma resulta que os fiéis não são salvos por um exercício da sua livre vontade, nem por seus próprios merecimentos, porque não há livre-arbítrio em face da soberania de Deus, mas por efeito de uma graça que Deus concede a seus eleitos.


Levando esse argumento a todas as suas consequências lógicas, poder-se-ia dizer: É Deus quem atrai os escolhidos e quem endurece os pecadores. Tudo se faz pela predestinação divina.


Adão, por conseguinte, não pecou por seu livre-arbítrio. Foi Deus, absoluto soberano, que o predestinou à queda.


Esse dogma conduz a tão deploráveis resultados, que o próprio Calvino, que o afirmou com todas as suas consequências, o denomina, falando dos homens predestinados à condenação eterna, um "horrível decreto" (decretum horribile). "Mas Deus falou, acrescenta, e a razão deve submeter-se".


Deus falou! Onde e por quem falou ele? Em obscuros textos, obra de uma imaginação perturbada.


E para impor tais opiniões, para as incutir nos espíritos, Calvino não recuou nem ante o emprego da violência! A fogueira de Servet no-lo atesta.


Lógica terrível que, procedendo de verdades mal compreendidas, como dissemos mais acima, confunde-se em seus próprios sofismas e recorre ao ferro e ao fogo, com o fim de se impor e resolver questões inextricáveis, com o fim de elucidar um imbróglio criado pelas paixões e pela ignorância. "Como - redarguia Pelágio a Agostinho - nos perdoa Deus nossos pecados e imputar-nos-ia os de outrem?"

* "Só há um Deus - diz S. Paulo (Nota lxix: I Epístola a Timóteo, II, 5.) e um só mediador (Nota lxx: Essa expressão "mediador" é, além disso, aplicada três vezes a Jesus pelo autor da "Epístola aos Hebreus".) entre Deus e os homens, que é Jesus Cristo, homem. " Mediador, isto é, intermediário, médium incomparável, traço de união que liga a Humanidade a Deus, eis o que é Jesus! Mediador e não redentor, porque a ideia de redenção não suporta exame. E contrária à justiça divina; é contrária à ordem majestosa do Universo. Entre os mundos que rolam no espaço, a Terra não é o único lugar de dor. Outras estâncias há de sofrimento, em que as almas, cativas na matéria, aprendem, como aqui, a dominar seus vícios e adquirir qualidades que lhes permitirão o acesso a mundos mais felizes.


Se o sacrifício de Jesus fosse necessário para salvar a Humanidade terrestre, Deus deveria o mesmo socorro a outras Humanidades desgraçadas. Sendo, porém, ilimitado o número dos mundos inferiores em que dominam as paixões materiais, o filho de Deus seria, por isso mesmo, condenado a sofrimentos e sacrifícios infinitos. É inadmissível semelhante hipótese.


Com o seu sacrifício, dizem outros teólogos, Jesus "venceu o pecado e a morte, porque a morte é o salário do pecado e uma tremenda desordem na Criação". (Nota lxxi: De Pressensé, Jesus Cristo, seu tempo, sua vida, sua obra, pág. 654. Encontra-se essa opinião em muitos autores católicos.) Entretanto, morre-se depois da vinda de Jesus, como antes dele se morria. A morte, considerada por certos cristãos como consequência do pecado e punição do ser, é, todavia, uma lei natural e uma transformação necessária ao progresso e elevação da alma. Não pode ser elemento de desordem no Universo. Julgá-la por esse modo não é insurgir-se contra a divina sabedoria?


É assim que, partindo de um ponto de vista errôneo, os homens da Igreja chegam às mais estranhas concepções. Quando afirmam que, por sua morte, Jesus se ofereceu a Deus em holocausto, para o resgate da Humanidade, não equivale isso a dizer, na opinião dos que creem na divindade do Cristo, que se ofereceu a si mesmo? E do que terá ele resgatado os homens? Não é das penas do inferno, pois que todos os dias nos repetem que os indivíduos que morrem em estado de pecado mortal são condenados às penas eternas.


A palavra pecado não exprime, em si mesma, senão uma ideia confusa. A violação da lei acarreta a cada ser um amesquinhamento moral, uma reação da consciência, que é uma causa de sofrimento íntimo e uma diminuição das percepções animais. Assim, o ser pune-se a si mesmo. Deus não intervém, porque Deus é infinito; nenhum ser seria capaz de lhe produzir o menor mal.


Se o sacrifício de Jesus resgatou os homens do pecado, porque, então, inda os batizam? Essa redenção, em todo caso, não se pode estender senão unicamente aos cristãos, aos que têm conhecido e aceitado a doutrina do Nazareno. Teria ela, pois, excluído da sua esfera de ação a maior parte da Humanidade? Existem ainda hoje na Terra milhares, milhões de homens que vivem fora das igrejas cristãs, na ignorância das suas leis, privados desse ensino, sem cuja observância, dizem, "não há salvação". Que pensar de opiniões tão opostas aos verdadeiros princípios de amor e justiça que regem os mundos?


Não, a missão do Cristo não era resgatar com o seu sangue os crimes da Humanidade. O sangue, mesmo de um Deus, não seria capaz de resgatar ninguém. Cada qual deve resgatar-se a si mesmo, resgatar-se da ignorância e do mal. Nada de exterior a nós poderia fazê-lo. É o que os Espíritos, aos milhares, afirmam em todos os pontos do mundo. Das esferas de luz, onde tudo é serenidade e paz, desceu o Cristo às nossas obscuras e tormentosas regiões, para mostrar-nos o caminho que conduz a Deus: tal o seu sacrifício. A efusão de amor em que envolve os homens, sua identificação com eles, nas alegrias como nos sofrimentos, constituem a redenção que nos oferece e que somos livres de aceitar. Outros, antes dele, haviam induzido os povos ao caminho do bem e da verdade.


Nenhum o fizera com a singular doçura, com a ternura penetrante que caracteriza o ensino de Jesus. Nenhum soube, como ele, ensinar a amar as virtudes modestas e escondidas. Nisso reside o poder, a grandeza moral do Evangelho, o elemento vital do Cristianismo, que sucumbe ao peso dos estranhos dogmas de que o cumularam.


* * *

O dogma das penas eternas deve prender-nos a atenção. Arma temível nas mãos do padre, nas épocas de fé, ameaça suspensa sobre a cabeça do homem, ele foi para a Igreja um instrumento incomparável de domínio.


Donde procede essa concepção de Satanás e do inferno?


Unicamente das noções falsas que o passado nos legou a respeito de Deus. Toda a Humanidade primitiva acreditou nos deuses do mal, nas potências das trevas, e essa crença traduziu-se em lendas de terror, em imagens pavorosas, que se transmitiram de geração a geração, e inspirando grande número de mitos religiosos. As forças misteriosas da Natureza, em suas manifestações, lançavam o terror no espírito dos homens primitivos.


Em torno de si, na sombra, em toda a parte, julgavam ver formas ameaçadoras, prontas a agarrá-los, a se apoderar deles.


Essas potências malignas foram personificadas, individualizadas pelo homem. Desse modo, criou ele os deuses do mal. E essas remotas tradições, legado das raças desaparecidas, perpetuadas de idade em idade, encontram-se ainda nas atuais religiões.


Daí Satanás, o eterno revoltado, o inimigo eterno do bem, mais poderoso que o próprio Deus, pois que reina como senhor no mundo, e as almas criadas para a felicidade caem, na maior parte, debaixo do seu jugo; - Satanás, a astúcia, a perfídia personificadas; depois, o inferno e suas torturas requintadas, cuja descrição faz desvairarem as imaginações simples.


Assim é que, em todos os domínios do pensamento, o homem terrestre substituiu as claras luzes da razão, que Deus lhe deu como seguro guia, pelas quimeras da sua imaginação desnorteada.


É verdade que nossa época, motejadora e céptica, já não acredita absolutamente no diabo; mas os padres não continuam menos, por esse motivo, a ensinar a sua existência e a do inferno. De tempos a tempos, pode-se ouvir, do alto do púlpito, a descrição dos castigos reservados aos condenados, ou das façanhas de Satanás. E não se trata já de modestas cátedras de aldeia: era sob as abóbadas de Nossa Senhora de Paris, que o padre Janvier, na quaresma de 1907, pronunciava estas palavras: "Imagina muita gente que o demônio não é mais que um símbolo, uma figura literária que não corresponde a coisa alguma na Criação, uma ficção poética, uma palavra que serve para designar o mal e as paixões: é um erro. O demônio, na doutrina católica é um ser perfeitamente real, uma personalidade distinta do resto da Natureza, tendo vida, ação e domínio próprios. O que, porém, é infinitamente mais temível é a ação ordinária, contínua, exercida por Satanás na Criação, a intervenção real e oculta que tem no curso dos sucessos e das estações, na germinação das plantas, no desencadear dos ventos e das tempestades". (Nota lxxii: P Janvier, Explicação da moral católica. O vício e o pecado. - ver também La libre Parole, 3 de novembro de 1907.) Assim se atasca a Igreja nas doutrinas do passado. Continua a proscrever a ciência e o conhecimento, a introduzir em todas as coisas o demônio, até mesmo no domínio da moderna Psicologia.


Ameaça com as chamas eternas todo indivíduo que procura emancipar-se de um Credo que a sua razão e consciência repudiam.


Em suas mãos, o Evangelho do amor se converteu num instrumento de terror.


Justo é, sem dúvida, que a Igreja recomende prudência aos seus fiéis; errada, porém, em lhes proibir as práticas espíritas, a pretexto de que emanam do demônio. É, porventura, demônio o Espírito que se confessa arrependido e pede preces? Demônio o que nos exorta à caridade e ao perdão? Na maioria dos casos, em lugar de ser essa personagem astuciosa e maligna descrita pela Igreja, Satanás seria completamente destituído de bom senso, não percebendo que trabalha contra si.


Se há maus espíritos, aos quais se poderia com razão aplicar esse qualificativo, é preciso também não esquecer que esses demônios são perfectíveis. São, por exemplo, os criminosos que a pena de morte faz passar para a outra vida, com a blasfêmia nos lábios e o ódio no coração. Esses não cessam de dirigir contra os homens sua maléfica influência, que, com mais forte razão, se há de fazer sentir quando se apresentem nas sessões espíritas em que não haja, para os afastar, um conjunto de vontades suficientemente enérgicas.


Mas não basta refletir um momento na obra divina, para repelir toda crença no demônio? Como admitir que o supremo foco do Bem e do Belo, a inesgotável fonte de misericórdia e bondade, tenha podido criar esse ser hediondo e malfazejo? Como acreditar que Deus lhe tenha podido conceder, com a consciência do mal, todo o poder sobre o mundo, e lhe tenha abandonado, como presa fácil, toda a família humana? Não, Deus não podia criar a imensa maioria de seus filhos para os perder, para fazer a sua desgraça eterna; Deus não outorgou o poder a quem mais dele abusaria, ao mais iníquo, ao mais perverso. Isso é inadmissível, indigno de uma alma que crê na justiça e na bondade do Criador. Admitir Satanás e o inferno eterno é insultar a Divindade. De duas uma: ou Deus possui a presciência e soube, de antemão, quais os resultados da sua obra, e, neste caso, executando-a, fez-se o carrasco de suas criaturas; ou não previu esse resultado, não possui a presciência, é falível como a sua própria obra, e então, proclamando a infalibilidade do papa, a Igreja o colocou superior a Deus. É com semelhantes concepções que se induzem os povos ao cepticismo, ao materialismo. A Igreja Romana com um tal princípio incorre nas mais graves responsabilidades.


Quanto aos castigos reservados aos culpados, como sanção penal e para assegurar a execução da lei de justiça, não há necessidade de os criar imaginários.


Se repararmos em torno de nós, veremos que por toda parte, na Terra, a dor nos espreita. Não é necessário sair deste mundo para encontrar sofrimentos proporcionais a todas as faltas, condições expiatórias para todos os culpados. Porque buscar o inferno em regiões quiméricas? O inferno está em torno de nós. Qual o verdadeiro sentido da palavra inferno? Lugar inferior! Ora, a Terra é um dos mundos inferiores do Universo. O destino do homem aqui é muitas vezes cruel, muito grande a soma dos seus males, para que se devam tornar sombrias, por concepções fantásticas, as perspectivas do futuro. Semelhantes ideias são um ultraje lançado a Deus. Não pode haver eternos sofrimentos, mas unicamente sofrimentos temporários, apropriados às necessidades da lei de evolução e de progresso. O princípio das reencarnações sucessivas é mais equitativo que a noção do inferno eterno; torna efetiva a justiça e a harmonia do Universo. É no decurso de novas e penosas existências terrestres que o culpado resgata o seu passado de crimes. A teia do destino é tecida individualmente por nós, na trama das ações boas e más, que todas em nós se refletem através dos tempos, com suas consequências felizes ou funestas. É assim que cada qual prepara o seu céu ou o seu inferno.


A alma, no período inferior de sua evolução, encerrada no círculo das vidas terrestres, hesitante, incerta, oscilante entre diversas atrações, ignorante dos grandiosos destinos que a esperam e do fim da Criação, erra, fraqueja, abandona-se às paixões, às correntes materiais que a arrebatam. Mas, pouco a pouco, pelo desenvolvimento de suas forças psíquicas, de seus conhecimentos, de sua vontade, a alma se eleva, liberta-se das influências inferiores e paira nas regiões divinas.


Tempo virá em que o mal já não será a condição desta existência; em que os seres, purificados pelo sofrimento, depois de haverem recebido a longa educação dos séculos, deixarão a senda obscura para se encaminharem à luz eterna. As Humanidades, vinculadas pelos elos de uma íntima solidariedade e de uma afeição profunda, caminharão de progresso em progresso, de perfeição em perfeição, para o grande foco, para o alvo supremo que é Deus, assim realizando essa obra do Pai, que não quer a perdição, mas a felicidade e a elevação de todos os filhos.


* * *

O argumento principal dos defensores da teoria do inferno é que a ofensa feita pelo homem, ser finito, a Deus, ser infinito, é, por consequência, infinita e merece pena eterna. Ora, qualquer matemático dirá que a relação de uma quantidade finita ao infinito é nula. Poder-se-ia inverter o argumento e dizer que o homem, finito e ignorante, não seria capaz de ofender o infinito, e que a sua ofensa é nula em relação a este. Ele não pode fazer mal senão a si mesmo, retardando a sua elevação e atraindo os sofrimentos que toda ação culposa engendra.


Estarão os chefes da Igreja realmente convencidos da existência do inferno eterno, não verão nele, de preferência, um ilusório espantalho, necessário, porém, à conduta da Humanidade?


É o que se poderia crer, comentando as seguintes palavras de S.


Jerônimo, o tradutor da Vulgata:
... Tais são os motivos em que se apoiam os que querem fazer compreender, que, depois dos suplícios e tormentos, haverá Consolação, o que presentemente se deve ocultar àqueles a quem é útil o temor, a fim de que, receando os suplícios, se abstenham de pecar. (Quae nunc abscondenda sunt ab his quibus timor est utilis, ut, dum suplicia reformidant, peceare desistant). (Nota lxxiii: S. Jerônimo, Obras, edição beneditina de 1704, t. III, col. 514; S. Jerônimo cita os seguintes textos: Romanos, XI, 25, 26, 32; Miquéias, VII, 9, 19, etc.)

É verdade que S. Jerônimo não hesitou em fazer figurar, no texto do Evangelho segundo Mateus, estas expressões: "o fogo eterno, o suplício eterno". Mas as palavras hebraicas que assim foram traduzidas não parece, de modo algum, terem o sentido que os latinos lhes atribuíram. (Nota lxxiv: A palavra eterno, que tão freqüentes vezes se encontra nas Escrituras, parece não dever ser tomada ao pé da letra, mas como uma dessas expressões enfáticas, hiperbólicas, familiares aos orientais. É um erro esquecer que tudo são símbolos e imagens em seus escritos. Quantas promessas, pretensamente eternas, feitas ao povo hebreu ou a seus chefes, não tiveram realização! Onde está essa terra que os israelitas deviam possuir eternamente - in aeternum - (Pentateuco, passim). Onde essas pedras do Jordão, que Deus anunciava deverem ser, para o seu povo, um monumento eterno (Josué, VI, 7)? Onde essa descendência de Salomão, que devia reinar eternamente em Israel (I Paralipom., XXII, 10), e tantas outras, idênticas promessas? Em todos esses casos, a palavra eterno parece simplesmente significar: longa duração. O termo hebraico ôlam, traduzido por eterno, tem como raiz o verbo âlam, ocultar. Exprime um período cujo fim se desconhece. O mesmo acontece à palavra grega aion e à latina aeternitas. Tem esta como raiz aetas, idade, Eternidade, no sentido em que o entendemos hoje, dir-se-ia em grego aidios e em latim sempiternus, de semper, sempre. (Ver abade J. Petit, Résurrection, de abril 1903). As penas eternas significam então: sem duração limitada. Para quem não lhes vê o termo, são eternas. As mesmas formas de linguagem eram empregadas pelos poetas latinos Horácio, Virgílio, Estácio e outros. Todos os monumentos imperiais de que falam devem ser, diziam eles, de eterna duração.) Não pode ser esse o pensamento daquele que disse: "Deus não quer que pereça um só desses pequeninos. " Estas palavras são confirmadas pelos apóstolos: "Deus quer que todos os homens se salvem e cheguem a ter o conhecimento da verdade. " (S. Paulo, I Timóteo, II, 4) "Deus é o salvador de todos os homens. " (S. Paulo, I Timóteo, IV, 10.) "Deus não quer que homem algum pereça, mas que todos se convertam à penitência. " (S. Pedro, II Epístola, III, 9) Muitos, entre os padres da Igreja, opinam no mesmo sentido.


Primeiro é o mestre de Orígenes, S. Clemente de Alexandria, que diz: "O Cristo Salvador opera finalmente a salvação de todos, e não apenas a de alguns privilegiados. O soberano Mestre tudo dispôs, quer em seu conjunto, quer em seus pormenores, para que fosse atingido esse fim definitivo. " Em seguida, é S. Gregório de Nissa que do modo mais formal se pronuncia contra a eternidade das penas. A seu ver: "Há necessidade de que a alma imortal seja purificada das suas máculas e curada de todas as suas enfermidades. As provações terrestres têm por objetivo operar essa cura, que depois da morte se completa, quando não pôde ser concluída nesta vida. Quando Deus faz sofrer o pecador, não é por espírito de ódio ou de vingança; quer reconduzir a alma a ele, que é a fonte de toda felicidade. O fogo da purificação dura mais que um tempo conveniente e o único fim de Deus é fazer definitivamente participar todos os homens dos bens que constituem a sua essência. " (Nota lxxv: Extraído do Exame critico das doutrinas da religião cristã, de Patrício Laroque. As palavras são citadas em grego.) Em nossos dias é monsenhor Méric, diretor do Seminário de S.


Suplício, que longamente expõe em suas obras a teoria da mitigação dos sofrimentos. E a Igreja, sentindo talvez que a ideia de um inferno eterno fez sua época, não se opôs à divulgação dessa tese.


Radica nas mesmas preocupações a noção do purgatório, termo médio adotado pela Igreja, que recuou ante a enormidade das penas eternas aplicadas a ligeiras faltas. A questão do purgatório é da mais alta importância, podendo constituir um vínculo, um traço de união entre as doutrinas católicas e as do moderno Espiritualismo.


No pensamento da Igreja Romana o purgatório é um lugar não definido, indeterminado. Nada impede o católico de conceber os sofrimentos purificadores da alma sob a forma de vidas planetárias ulteriores, ao passo que o protestante ortodoxo, para adotar a noção das vidas sucessivas, é obrigado a abrir mão de suas convicções, em que o purgatório não é admitido.


Na maioria dos casos, o purgatório é a vida terrestre com as provações que a acidentam. Os primeiros cristãos não o ignoravam.


A Igreja da Idade Média repeliu essa explicação, que teria acarretado a afirmação da pluralidade das existências da alma e a ruína da instituição das indulgências - fonte de grandes proventos para os pontífices romanos. Sabe-se quantos abusos daí se originaram.


Realmente, Satanás não passa de alegoria. Satanás é o símbolo do mal. O mal, porém, não é um princípio eterno, coexistente com o bem. Há de passar. O mal é o estado transitório dos seres em via de evolução.


Não há nem lacuna nem imperfeição no Universo. A obra divina é harmônica e perfeita. Dessa obra o homem não vê senão um fragmento e, todavia, pretende julgá-la através de suas acanhadas percepções. O homem, na vida presente, não é mais que um ponto no tempo e no espaço. Para julgar a Criação, ser-lhe-ia preciso abrangê-la inteiramente, medir a escala dos mundos que é chamado a percorrer e a sucessão das existências que o aguardam no seio dos séculos por vir. Esse vasto conjunto escapa às suas concepções; daí os seus erros; daí a deficiência de suas apreciações.


Quase sempre o que chamamos o mal é apenas o sofrimento; mas este é necessário, porque só ele conduz à compreensão. Por ele aprende o homem a diferençar, a analisar suas sensações.


A alma é uma centelha projetada do eterno foco criador. É pelo sofrimento que ela atinge a plenitude do seu brilho, a plena consciência de si mesma. A dor é como a sombra que faz sobressair e apreciar a luz. Sem a noite, acaso contemplaríamos as estrelas? A dor quebra as algemas das fatalidades materiais e franqueia à alma evasões para a vida superior.


Do ponto de vista físico, o mal, o sofrimento, são muitas vezes coisas relativas e de pura convenção. As sensações variam ao infinito, conforme as pessoas; agradáveis para uns, dolorosas para outros. Há mundos muito diferentes do meio terrestre, nos quais tudo seria penoso para nós, ao passo que outros homens podem neles viver comodamente.


Se fizermos abstração do acanhado meio em que vivemos, o mal já nos não aparecerá como causa fixa, princípio imutável, mas como efeitos passageiros variando com os indivíduos, transformando-se e atenuando-se com o seu aperfeiçoamento.


O homem, ignorante no começo de sua jornada, tem que desenvolver a inteligência e a vontade por meio de constantes esforços. Na luta que empenha contra a Natureza, a energia se lhe retempera, o ser moral se afirma e engrandece. Graças a essa luta é que se realiza o progresso e se efetua a ascensão da Humanidade, subindo, de estância em estância, de degrau em degrau, para o bem e o melhor, conquistando ela própria a sua preponderância sobre o mundo material.


Criado feliz e perfeito, o homem teria ficado confundido na perfeição divina; não teria podido individualizar o princípio espiritual nele existente. Não teria havido no Universo nem trabalho, nem esforços, nem progresso; nada, a não ser a imobilidade, a inércia. A evolução dos seres seria substituída por triste e monótona perfeição. Seria o paraíso católico.


Sob o látego da necessidade, sob o aguilhão da dor, o homem caminha, avança, eleva-se e, de existência em existência, de progresso em progresso, chega a imprimir ao mundo o cunho do seu domínio e inteligência.


O mesmo acontece com o mal moral. Como o mal físico, este não é mais que um aspecto passageiro, uma forma transitória da vida universal. O homem pratica o mal por ignorância, por fraqueza, e os seus atos reagem contra ele. O mal é a luta que se trava entre as potências inferiores da matéria e as potências superiores que constituem o ser pensante, o seu verdadeiro "eu".


Do mal, porém, e do sofrimento nascerão, um dia, a felicidade e a virtude. Quando a alma tiver suplantado as influências materiais, será como se para ela o mal nunca houvesse existido.


Não é, pois, o inferno que luta contra Deus; não é Satanás que arma as ciladas pelo mundo, não; é a alma humana que procura, na sombra, o seu roteiro; ela que envida esforços por afirmar sua personalidade progressiva e, depois de muitos desfalecimentos, quedas e reerguimentos, domina os vícios, conquista a força moral e a verdadeira luz. É assim que, lentamente, de idade em idade, através do fluxo e refluxo das paixões, o progresso se acentua, o bem se realiza.


O império do mal são os mundos inferiores, tenebrosos; é a multidão das almas retardatárias que se agitam nas veredas do erro e do crime, torvelinhando no círculo das existências materiais, e que, ao atrito das provações, sob o látego da dor, emergem lentamente desse pelago de sombra, de egoísmo e de miséria, para se iluminarem aos raios da caridade e da ciência. Satanás é a ignorância, a matéria e suas grosseiras influências; Deus é o conhecimento, a sublime claridade, da qual um raio ilumina toda consciência humana.


A marcha da Humanidade se efetuará em demanda dos elevados cimos. O espírito moderno se libertará, cada vez mais, dos preconceitos do passado. A vida perderá o aspecto cruel dos séculos ferrenhos, para tornar-se o campo fecundo e pacífico, no qual o homem trabalhará no desenvolvimento de suas faculdades e qualidades morais.


Lá não chegamos certamente, ainda; o mal na Terra não está extinto; a luta não terminou. Os vícios e as paixões fermentam no fundo da alma humana. Há que temer ainda conflitos terríveis e tempestades sociais. Por toda parte, surdos ruídos, veementes reivindicações se fazem ouvir.


A luta é necessária nos mundos da matéria, para arrancar o homem ao seu torpor, aos seus grosseiros apetites, para preparar o advento de uma nova sociedade. Como a centelha brota do atrito das pedras de fuzil, assim, ao choque das paixões pode surgir um ideal novo, uma forma superior da justiça, pela qual a Humanidade modelará as suas instituições.


O homem moderno já sente aumentar em si a consciência do seu papel e do seu valor. Em breve ele se sentirá vinculado ao Universo, participando da sua vida imensa; reconhecer-se-á para sempre cidadão do céu. Por sua inteligência, por sua alma, o homem saberá intervir, colaborar na obra universal; tornar-se-á criador por sua vez; far-se-á operário de Deus.


A nova revelação ter-lhe-á ensinado a conhecer-se, a conhecer a natureza da alma, o seu mister e os seus destinos. Ela lhe atestará o duplo poder que possui sobre o mundo da matéria e o do espírito.


Todas as incoerências, todas as aparentes contradições da obra divina ser-lhe-ão esclarecidas. O que denominava mal físico e mal moral, tudo o que se lhe figurava negação do bem, do belo, do justo, se unificará nos contornos de uma obra majestosa e sólida, na harmonia de sábias e profundas leis.


* * *

O homem verá desvanecer-se o sonho aterrador, o pesadelo da condenação; elevará a alma até ao espaço em que se expande o divino pensamento, até ao espaço de onde desce o perdão de todas as faltas, o resgate de todos os crimes, a consolação para todas as dores, até ao espaço radiante em que a misericórdia eterna assenta o seu império.


As potências do inferno se dissiparão para sempre; o reino de Satanás terá findado; a alma, liberta dos seus terrores, rir-se-á dos fantasmas que tanto tempo a amedrontaram.


Deveremos falar da ressurreição da carne, dogma segundo o qual os átomos do nosso corpo carnal, disseminados, dispersos por mil novos corpos, devem reunir-se um dia, reconstituir nosso invólucro e figurar no juízo final?


As leis da evolução material, a circulação incessante da vida, o jogo das moléculas que, em inúmeras correntes, passam de forma em forma, de organismo em organismo, tornam inadmissível essa teoria.


O corpo humano constantemente se modifica; os elementos que o compõem renovam-se completamente em alguns anos. Nenhum dos átomos atuais da nossa carne se tornará a achar na ocasião da morte, por pouco que se prolongue nossa vida, e os que então constituírem o nosso invólucro, serão dispersos aos quatro ventos do infinito.


A maior parte dos padres da Igreja o entendiam de outro modo.


Conheciam eles a existência do perispírito, desse corpo fluídico, sutil, imponderável, que é o invólucro permanente da alma, antes, durante e depois da vida terrestre; denominavam-no corpo espiritual. São Paulo, Orígenes e os sacerdotes de Alexandria afirmavam a sua existência. Na sua opinião, os corpos dos anjos e dos escolhidos, formados com esse elemento sutil, eram "incorruptíveis, delgados, tênues e soberanamente ágeis". (lxxvi) Por isso não atribuíam eles a ressurreição senão a esse corpo espiritual, o qual resume, em sua substância quintessenciada, todos os invólucros grosseiros, todos os revestimentos perecíveis que a alma tomou, depois abandonou, em suas peregrinações através dos mundos.


O perispírito, penetrando com a sua energia todas as matérias passageiras da vida terrestre, é de fato o corpo essencial.


A questão achava-se, por esse modo, simplificada. Essa crença dos primeiros padres no corpo espiritual lançava, além disso, luz vivíssima sobre o problema das manifestações ocultas.


Tertuliano diz (De carne Christi, cap. VI): "Os anjos têm um corpo que lhes é próprio e que se pode transfigurar em carne humana; eles podem, por certo tempo, tornarse perceptíveis aos homens e com eles comunicar visivelmente. " Torne-se extensivo aos espíritos dos mortos o poder que Tertuliano atribui aos anjos e aí teremos explicado o fenômeno das materializações e das aparições!


Por outro lado, se consultarmos com atenção as Escrituras, notaremos que o sentido grosseiro atribuído à ressurreição, em nossos dias, pela Igreja, não se justifica absolutamente. Aí não encontraremos a expressão: ressurreição da carne, mas antes: ressuscitar dentre os mortos (a mortuis resurgere) e, num sentido mais geral: a ressurreição dos mortos (resurrectio mortuorum). É grande a diferença.


Segundo os textos, a ressurreição tomada no sentido espiritual é o renascimento na vida de além-túmulo, a espiritualização da forma humana para os que dela são dignos, e não a operação química que reconstituísse elementos materiais; é a purificação da alma e do seu perispírito, esboço fluídico que conforma o corpo material para o tempo de vida terrestre.


É o que o apóstolo se esforçava por fazer compreender: (Nota lxxvii: I Epístola aos Coríntios XV, 42-50 (traduzido do texto grego); ver também XV, 52-56; Epístola aos Filipenses, III, 21; S. João, V, 28 e 29; S. Inácio, Epístola aos Trallianos, Ix.) "Semeia-se o corpo em corrupção, ressuscitará em incorrupção; semeia-se em vileza, ressuscitará em glória; semeia-se em fraqueza, ressuscitará em vigor. E semeado o corpo animal, ressuscitará o corpo espiritual. Eu vo-lo digo, meus irmãos, a carne e o sangue não podem possuir o reino de Deus, nem a corrupção possuirá a incorruptibilidade. " Muitos teólogos adotam essa interpretação, dando aos corpos ressuscitados propriedades desconhecidas da matéria carnal, fazendo-os luminosos, ágeis como Espíritos, sutis como o éter e impassíveis. (Nota lxxviii: Abade Petit, A renovação religiosa, págs. 4 e 53. Ver também nota complementar nº 9.) Tal o verdadeiro sentido da ressurreição dos mortos, como os primeiros cristãos a entendiam. Se vemos, em uma época posterior, aparecer em certos documentos, e em particular no símbolo apócrifo dos apóstolos, a expressão "ressurreição da carne", é isso sempre no sentido da reencarnação (Nota lxxix: Abade Petit, obra citada, pág. 53.)

– isto é, de volta à vida material - ato pelo qual a alma reveste uma nova carne para percorrer o campo de suas existências terrestres.


* * *

O Cristianismo, sob o tríplice aspecto que revestiu em nossos dias - catolicismo romano, protestantismo ortodoxo, ou religião grega –, não se constituiu integralmente em um só momento, como acreditam muitos, mas lentamente, através dos séculos, no meio de hesitações, de lutas encarniçadas e de profundas comoções políticosociais. Cada dogma que se edificava sobre outro vinha afirmar o que os anteriores tempos haviam repelido. O próprio século XIX viu promulgados dois dogmas dos mais contestados e controvertidos: Os da imaculada conceição e da infalibilidade papal, dos quais disse um padre católico de grande merecimento: "inspiram muito pouca veneração, quando se viu como são feitos". (Nota lxxx: Padre Marchal, O Espírito Consolador. pág. 24.) Entretanto, essa obra dos séculos, de que a tradição eclesiástica fez uma doutrina ininteligível, teria podido tornar-se o implemento de uma religião racional, de conformidade com os dados da Ciência e as exigências do senso comum, se, em lugar de tomar cada dogma ao pé da letra, tivessem querido ver uma imagem, um símbolo transparente.


Despojando o dogma cristão do seu caráter sobrenatural, poderse-ia quase sempre encontrar nele uma ideia filosófica, um ensinamento substancial.


A Trindade, por exemplo, definida pela Igreja "um só Deus em três pessoas", não seria, daquele ponto de vista, senão um conceito do espírito representando a Divindade sob três aspectos essenciais: a Lei viva e imutável é o Pai; a Razão ou sabedoria eterna é o Filho; o Amor, potência criadora e fecundante é o Espírito-Santo.


A encarnação do Cristo é a divina sabedoria descendo do céu à Humanidade, nela tomando corpo para constituir um tipo de perfeição moral, oferecido como exemplo aos homens, que ele iniciou na grande lei do sacrifício.


O pecado original, a culpa de que o homem tem a responsabilidade, é a de suas anteriores existências que lhe cumpre extinguir por seus méritos, resignação e intrepidez nas provações.


Assim se poderiam explicar de modo simples, claro, racional, todos os antigos dogmas do Cristianismo, os que procedem da doutrina secreta ensinada nos primeiros séculos, cuja chave se perdeu e cujo sentido ficou desconhecido.


Quanto aos dogmas modernos, neles não se pode ver mais que um produto da ambição sacerdotal. Não foram promulgados senão para tornar mais completa a escravização das almas.


Por profundo, porém, que seja o pensamento filosófico, oculto sob o símbolo, ele não bastaria, doravante, para uma restauração das crenças humanas. As leis superiores e os destinos da alma nos são revelados por vozes muito mais autorizadas que as dos antigos pensadores: são as dos seres que habitam o espaço e vivem dessa vida fluídica, que há de um dia ser a nossa.


Essa revelação há de servir de base às crenças do futuro, porque oferece brilhante demonstração dessa outra vida de que a alma tem sede, desse mundo espiritual a que ela aspira, e que até agora as religiões lhe apresentaram sob formas tão incompletas ou quiméricas.


* * *

A explicação racional dos dogmas pode ser estendida aos sacramentos, instituições respeitáveis, consideradas como figuras simbólicas, como meios de adestramento moral e disciplina religiosa, mas que se não poderiam tomar ao pé da letra, no sentido imposto pela Igreja.


O que dissemos do pecado original nos conduz a considerar o batismo como simples cerimônia iniciática, ou de consagração, porque a água é impotente para limpar de suas máculas a alma.


A confirmação, ou imposição das mãos é o ato de transmissão dos dons fluídicos, do poder do apóstolo a outra pessoa, que ele assim colocava em relação com o invisível. (lxxxi) Esse poder não se justifica senão por merecimentos adquiridos no decurso de anteriores existências.


A penitência e a remissão dos pecados deram origem à confissão, pública a princípio e feita a outros cristãos, ou diretamente a Deus; depois auricular, na Igreja Católica, e dirigida ao padre. Este, constituído árbitro exclusivo, julgou indispensável esse meio para se esclarecerem e discernirem os casos em que era merecida a absolvição. Pode, ele, porém, pronunciar-se jamais com segurança? A contrição do penitente, diz a Igreja, é necessária.


Mas, como assegurar seja suficiente e verdadeira essa contrição? A decisão do padre decorre da confissão das faltas; é sempre certo que essa confissão seja completa?


Se consultarmos todos os textos em que se funda a instituição da confissão (Nota lxxxii: Mateus, III, 6; Lucas, XVIII, 13; Tiago, Epístola, V, 16; João, I Epístola, I, 9; etc.) neles só encontramos uma coisa: é que o homem deve reconhecer as ofensas cometidas contra o próximo; é que ele deve confessar diante de Deus as suas faltas. Desses textos antes resulta esta consideração: a consciência individual é sagrada; só depende de Deus diretamente. Nada aí autoriza a pretensão do padre, de se erigir em julgador.


Que diz S. Paulo, falando da comunhão e dos que dela são dignos? "Examine-se, pois, a si mesmo o homem. " (I Epístola aos Coríntios, XI, 28) Ele guarda silêncio no que respeita à confissão, em nossos dias considerada indispensável em circunstância equivalente. S. João Crisóstomo, em um caso semelhante, diz: "Revelai a Deus vossa vida; confessai vossos pecados a Deus; confessai-os ao vosso juiz, suplicando-lhe, senão com a voz, ao menos mentalmente, e suplicai-lhe de tal sorte que ele vos perdoe. " (Homília. XXXI, sobre a Epístola aos Hebreus.) A confissão auricular nunca foi praticada nos primeiros tempos do Cristianismo; não foi instituída por Jesus, mas pelos homens.


Quanto à remissão dos pecados, deduzida destas palavras do Cristo: "O que for ligado na terra será ligado nos céus", parece que este modo de exprimir se aplica, de preferência, aos hábitos, aos apetites materiais contraídos pelo Espírito durante a vida terrestre, e que o prendem, fluidicamente à Terra depois da morte.


Vem depois a Eucaristia, ou presença real do corpo e do sangue de Jesus Cristo, a hóstia consagrada, o sacrifício da cruz todos os dias renovado sobre os milhares de altares da catolicidade, à voz do padre, e com absorção pelos fiéis, do corpo vivo e sangrento do Cristo, segundo a fórmula do catecismo do concílio de Trento: "Não é somente o corpo de Jesus Cristo que se contém na Eucaristia, com tudo o que constitui um verdadeiro corpo, como os ossos e os nervos; é inteiramente o próprio Jesus Cristo. " Donde provém esse mistério afirmado pela Igreja? De palavras de Jesus, tomadas ao pé da letra, e que tinham caráter puramente simbólico. Esse caráter, ao demais, é claramente indicado na frase por ele acrescentada: "Fazei isto, em memória de mim". (Nota lxxxiii: Lucas, XXII, 19; I Cor., XI, 23-25.) Com isso afasta o Cristo qualquer ideia de presença real. Não pretendeu, evidentemente, falar senão do seu corpo espiritual, personificando o homem regenerado pelo espírito de amor e caridade. A comunhão entre o ser humano e a natureza divina se opera pela união moral com Deus; ela se realiza por enérgicos surtos da alma para seu Pai, por aspirações constantes ao divino foco. Toda cerimônia material é vã, se não corresponde a um estado elevado do coração e do pensamento. Preenchidas essas condições, estabelece ao contrário, como ao começo acontecia, uma relação misteriosa entre o homem fervoroso e o mundo invisível.


Influências magnéticas baixam a esse homem e à assembleia da qual faz parte, e muitos experimentam seus benefícios.


O culto religioso é uma legítima homenagem prestada à Onipotência; é a elevação da alma para o seu Criador, a relação natural e essencial do homem com Deus. As práticas desses cultos são de utilidade; as aspirações que despertam, a poesia consoladora que daí deriva, são um sustentáculo para o homem, uma proteção contra as suas próprias paixões. Para falar, porém, ao espírito e ao coração do crente, deve o culto ser sóbrio em suas manifestações; deve renunciar a qualquer ostentação de riqueza material, sempre prejudicial ao recolhimento e à oração; não deve ceder o menor lugar às superstições pueris. Simples e grande em suas formas, deve dar a impressão da divina majestade.


Nas épocas remotas, o culto exterior quase sempre ultrapassou os limites que lhe assina uma fé pura e elevada. Induzido pelo fanatismo religioso resultante da sua inferioridade moral e da sua ignorância, o homem ofereceu à Divindade sanguinolentos sacrifícios; o padre encerrou o espírito das gerações em trama de terrificantes cerimônias.


Mudaram-se os tempos; a inteligência se desenvolveu; suavizaram-se os costumes; mas a opressão sacerdotal manifesta-se ainda em nossos dias, nesses ritos sob os quais a ideia de Deus se oculta e obscurece, nesse cerimonial cujo esplendor e luxo subjugam os sentidos e desviam o pensamento do elevado fim a que devera encaminhar-se. Não há, sob esse fausto, nessas brilhantes pompas do Catolicismo, um espírito de domínio que tudo procura invadir, enlaçar, e que, sob essas diferentes formas, com tais práticas exteriores se afasta, cada vez mais, do verdadeiro ideal cristão?


É necessário, é urgente que o culto rendido a Deus volte a ser simples e austero em seu princípio, como em suas manifestações.


Quantos progressos se realizariam se o culto, praticado na família, permitisse a todos os seus membros, reunidos e em recolhimento, elevar, num mesmo impulso de fé, pensamentos e corações para o Eterno; se, em determinadas épocas, todos os crentes se reunissem para ouvir, de uma voz autorizada, a palavra da verdade! Então, a doutrina de Jesus, melhor compreendida, seria amada e praticada; o culto, restituído ao seu caráter simples e sincero, exerceria ação eficacíssima nas almas.


A despeito de tudo, o culto romano se obstina em conservar formas adotadas das antigas religiões orientais, formas que nada mais dizem ao coração e são para os fiéis um hábito rotineiro, sem influencia em sua vida moral. Persiste em dirigir-se a Deus, há dois mil anos, em língua que não mais se compreende, com palavras que os lábios murmuram, mas cujo sentido já se não percebe.


Todas essas manifestações tendem a desviar o homem do estudo aprofundado e da reflexão que nele desenvolvessem a vida contemplativa. As longas orações, o cerimonial pomposo, absorvem os sentidos, mantêm a ilusão e habituam o pensamento a funcionar mecanicamente, sem o concurso da razão.


Todas as formas do culto romano são uma herança do passado.


Suas cerimônias, seus vasos de ouro e prata, os cânticos, a água lustral, são legados do Paganismo. Do Bramanismo tomaram o altar, o fogo sagrado que nele arde, o pão e o licor de soma consagrados à Divindade. Do Budismo copiaram o celibato dos padres e a hierarquia sacerdotal.


Uma lenta substituição se produziu, na qual se encontram os vestígios das crenças desaparecidas. Os deuses pagãos tornaram-se demônios. As divindades dos fenícios e dos assírios: Baal-Zebud (Belzebu), Astarot, Lúcifer, foram transformados em potências infernais. Os demônios do Platonismo, que eram Espíritos familiares, tornaram-se diabos. Dos heróis, das personagens veneradas na Gália, na Grécia, na Itália, fizeram santos. Conservaram as festas religiosas dos antigos povos, dandolhes apenas formas diferentes, como a dos Mortos. Por toda parte enxertaram no antigo culto um culto novo, que era a sua reprodução sob outros nomes. Os próprios dogmas cristãos se encontram na Índia e na Pérsia.


O Zendavestá (Nota lxxxiv: Emílio Burnouf, A ciência das religiões, pág. 222.) como a doutrina cristã, contém as teorias da queda e da redenção, a dos anjos bons e maus, a desobediência inicial do homem e a necessidade da salvação mediante a graça.


Sob esse amontoado de formas materiais e concepções envelhecidas, no meio desse incômodo legado de religiões extintas, que constitui o Cristianismo moderno, tem-se dificuldade em reconhecer o pensamento do seu fundador. Os autores do Evangelho não previram, decerto, nem os dogmas, nem o culto, nem o sacerdócio. Nada de semelhante se encontra no pensamento evangélico. Ninguém foi menos imbuído do espírito sacerdotal do que Jesus; ninguém foi menos afeiçoado às formas, às práticas exteriores. Tudo nele é sentimento, elevação do pensamento, pureza do coração, simplicidade.


Nesse ponto, seus sucessores desvirtuaram completamente as suas intenções. Induzidos pelos instintos materiais que na Humanidade predominam, sobrecarregaram a religião cristã de um pomposo aparato, sob o qual foi sufocada a ideia máter. "Mas vós não queirais ser chamados mestres", (Nota lxxxv: Mateus XXIII, 8.) dissera Jesus, e os papas se fazem chamar Santidade e consentem em ser incensados. Esqueceram o exemplo do apóstolo Pedro, quando ao centurião Cornélio, prosternado a seus pés, advertia: "Levanta-te, que eu também sou homem!". (Nota lxxxvi: Atos, X, 26.) Já não consideram que, à semelhança do Mestre, deveriam ter permanecido mansos e humildes de coração; o orgulho os avassalou. Na Igreja se constituiu uma imponente hierarquia, fundada não já nos dons espirituais, como nos primeiros tempos, mas numa autoridade puramente humana. A influência do Alto, única que dirigia a primitiva Igreja, foi sendo pouco a pouco substituída pelo princípio de obediência passiva às regras fixadas. Cedo ou tarde, porém, o pensamento do Mestre, restituído à sua pureza primitiva, fulgirá com um brilho novo. As formas religiosas passarão; as instituições humanas se hão de desmoronar; a palavra do Cristo viverá eternamente para fortalecer as almas e regenerar as sociedades.



Referências em Outras Obras


CARLOS TORRES PASTORINO

rm 11:25
Sabedoria do Evangelho - Volume 4

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 13
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 16:24-28


24. Jesus disse então o seus discípulos: "Se alguém quer vir após mim, neguese a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.


25. Porque aquele que quiser preservar sua alma. a perderá; e quem perder sua alma por minha causa, a achará.


26. Pois que aproveitará ao homem se ganhar o mundo inteiro e perder sua alma? Ou que dará o homem em troca de sua alma?


27. Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai, com seus mensageiros, e então retribuirá a cada um segundo seu comportamento.


28. Em verdade vos digo, que alguns dos aqui presentes absolutamente experimentarão a morte até que o Filho do Homem venha em seu reino. MC 8:34-38 e MC 9:1


34. E chamando a si a multidão, junto com seus discípulos disse-lhes: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.


35. Porque quem quiser preservar sua alma, a perderá; e quem perder sua alma por amor de mim e da Boa-Nova, a preservará.


36. Pois que adianta a um homem ganhar o mundo inteiro e perder sua alma?


37. E que daria um homem em troca de sua alma?


38. Porque se alguém nesta geração adúltera e errada se envergonhar de mim e de minhas doutrinas, também dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na glória de seu Pai com seus santos mensageiros". 9:1 E disse-lhes: "Em verdade em verdade vos digo que há alguns dos aqui presentes, os quais absolutamente experimentarão a morte, até que vejam o reino de Deus já chegado em força".


LC 9:23-27


23. Dizia, então, a todos: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia sua cruz e siga-me.


24. Pois quem quiser preservar sua alma, a perderá; mas quem perder sua alma por amor de mim, esse a preservará.


25. De fato, que aproveita a um homem se ganhar o mundo inteiro, mas arruinar-se ou causar dano a si mesmo?


26. Porque aquele que se envergonhar de mim e de minhas doutrinas, dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na sua glória, na do Pai e na dos santos mensageiros.


27. Mas eu vos digo verdadeiramente, há alguns dos aqui presentes que não experimentarão a morte até que tenham visto o reino de Deus.


Depois do episódio narrado no último capítulo, novamente Jesus apresenta uma lição teórica, embora bem mais curta que as do Evangelho de João.


Segundo Mateus, a conversa foi mantida com Seus discípulos. Marcos, entretanto, revela que Jesu "chamou a multidão" para ouvi-la, como que salientando que a aula era "para todos"; palavras, aliás, textuais em Lucas.


Achava-se a comitiva no território não-israelita ("pagão") de Cesareia de Filipe, e certamente os moradores locais haviam observado aqueles homens e mulheres que perambulavam em grupo homogêneo.


Natural que ficassem curiosos, a "espiar" por perto. A esses, Jesus convida que se aproximem para ouvir os ensinamentos e as exigências impostas a todos os que ambicionavam o DISCIPULATO, o grau mais elevado dos três citados pelo Mestre: justos (bons), profetas (médiuns) e discípulos (ver vol. 3).


As exigências são apenas três, bem distintas entre si, e citadas em sequência gradativa da menor à maior. Observamos que nenhuma delas se prende a saber, nem a dizer, nem a crer, nem a fazer, mas todas se baseiam em SER. O que vale é a evolução interna, sem necessidade de exteriorizações, nem de confissões, nem de ritos.


No entanto, é bem frisada a vontade livre: "se alguém quiser"; ninguém é obrigado; a espontaneidade deve ser absoluta, sem qualquer coação física nem moral. Analisemos.


Vimos, no episódio anterior, o Mestre ordenar a Pedro que "se colocasse atrás Dele". Agora esclarece: " se alguém QUER ser SEU discípulo, siga atrás Dele". E se tem vontade firme e inabalável, se o QUER, realize estas três condições:

1. ª - negue-se a si mesmo (Lc. arnésasthô; Mat. e Mr. aparnésasthô eautón).


2. ª - tome (carregue) sua cruz (Lc. "cada dia": arátô tòn stáurou autoú kath"hêméran);

3. ª - e siga-me (akoloutheítô moi).


Se excetuarmos a negação de si mesmo, já ouvíramos essas palavras em MT 10:38 (vol. 3).


O verbo "negar-se" ou "renunciar-se" (aparnéomai) é empregado por Isaías (Isaías 31:7) para descrever o gesto dos israelitas infiéis que, esclarecidos pela derrota dos assírios, rejeitaram ou negaram ou renunciaram a seus ídolos. E essa é a atitude pedida pelo Mestre aos que QUEREM ser Seus discípulos: rejeitar o ídolo de carne que é o próprio corpo físico, com sua sequela de sensações, emoções e intelectualismo, o que tudo constitui a personagem transitória a pervagar alguns segundos na crosta do planeta.


Quanto ao "carregar a própria cruz", já vimos (vol. 3), o que significava. E os habitantes da Palestina deviam estar habituados a assistir à cena degradante que se vinha repetindo desde o domínio romano, com muita frequência. Para só nos reportarmos a Flávio Josefo, ele cita-nos quatro casos em que as crucificações foram em massa: Varus que fez crucificar 2. 000 judeus, por ocasião da morte, em 4 A. C., de Herodes o Grande (Ant. Jud. 17. 10-4-10); Quadratus, que mandou crucificar todos os judeus que se haviam rebelado (48-52 A. D.) e que tinham sido aprisionados por Cumarus (Bell. Jud. 2. 12. 6); em 66 A. D. até personagens ilustres foram crucificadas por Gessius Florus (Bell. Jud. 2. 14. 9); e Tito que, no assédio de Jerusalém, fez crucificar todos os prisioneiros, tantos que não havia mais nem madeira para as cruzes, nem lugar para plantá-las (Bell. Jud. 5. 11. 1). Por aí se calcula quantos milhares de crucificações foram feitas antes; e o espetáculo do condenado que carregava às costas o instrumento do próprio suplício era corriqueiro. Não se tratava, portanto, de uma comparação vazia de sentido, embora constituindo uma metáfora. E que o era, Lucas encarrega-se de esclarecê-lo, ao acrescentar "carregue cada dia a própria cruz". Vemos a exigência da estrada de sacrifícios heroicamente suportados na luta do dia a dia, contra os próprios pendores ruins e vícios.


A terceira condição, "segui-Lo", revela-nos a chave final ao discipulato de tal Mestre, que não alicia discípulos prometendo-lhes facilidades nem privilégios: ao contrário. Não basta estudar-Lhe a doutrina, aprofundar-Lhe a teologia, decorar-Lhe as palavras, pregar-Lhe os ensinamentos: é mister SEGUILO, acompanhando-O passo a passo, colocando os pés nas pegadas sangrentas que o Rabi foi deixando ao caminhar pelas ásperas veredas de Sua peregrinação terrena. Ele é nosso exemplo e também nosso modelo vivo, para ser seguido até o topo do calvário.


Aqui chegamos a compreender a significação plena da frase dirigida a Pedro: "ainda és meu adversário (porque caminhas na direção oposta a mim, e tentas impedir-me a senda dolorosa e sacrificial): vai para trás de mim e segue-me; se queres ser meu discípulo, terás que renunciar a ti mesmo (não mais pensando nas coisas humanas); que carregar também tua cruz sem que me percas de vista na dura, laboriosa e dorida ascensão ao Reino". Mas isto, "se o QUERES" ... Valerá a pena trilhar esse áspero caminho cheio de pedras e espinheiros?


O versículo seguinte (repetição, com pequena variante de MT 10:39; cfr. vol. 3) responde a essa pergunta.


As palavras dessa lição são praticamente idênticas nos três sinópticos, demonstrando a impress ão que devem ter causado nos discípulos.


Sim, porque quem quiser preservar sua alma (hós eán thélei tên psychên autòn sõsai) a perderá (apolêsei autên). Ainda aqui encontramos o verbo sôzô, cuja tradução "salvar" (veja vol. 3) dá margem a tanta ambiguidade atualmente. Neste passo, a palavra portuguesa "preservar" (conservar, resguardar) corresponde melhor ao sentido do contexto. O verbo apolesô "perder", só poderia ser dado também com a sinonímia de "arruinar" ou "degradar" (no sentido etimológico de "diminuir o grau").


E o inverso é salientado: "mas quem a perder "hós d"án apolésêi tên psychên autoú), por minha causa (héneken emoú) - e Marcos acrescenta "e da Boa Nova" (kaì toú euaggelíou) - esse a preservará (sósei autén, em Marcos e Lucas) ou a achará (heurêsei autén, em Mateus).


A seguir pergunta, como que explicando a antinomia verbal anterior: "que utilidade terá o homem se lucrar todo o mundo físico (kósmos), mas perder - isto é, não evoluir - sua alma? E qual o tesouro da Terra que poderia ser oferecido em troca (antállagma) da evolução espiritual da criatura? Não há dinheiro nem ouro que consiga fazer um mestre, riem que possa dar-se em troca de uma iniciação real.


Bens espirituais não podem ser comprados nem "trocados" por quantias materiais. A matemática possui o axioma válido também aqui: quantidades heterogêneas não podem somar-se.


O versículo seguinte apresenta variantes.


MATEUS traz a afirmação de que o Filho do Homem virá com a glória de seu Pai, em companhia de Seus Mensageiros (anjos), para retribuir a cada um segundo seus atos. Traduzimos aqui dóxa por "glória" (veja vol. 1 e vol. 3), porque é o melhor sentido dentro do contexto. E entendemos essa glória como sinônimo perfeito da "sintonia vibratória" ou a frequência da tônica do Pai (Verbo, Som). A atribui ção a cada um segundo "seus atos" (tên práxin autoú) ou talvez, bem melhor, de acordo com seu comportamento, com a "prática" da vida diária. Não são realmente os atos, sobretudo isolados (mesmo os heroicos) que atestarão a Evolução de uma criatura, mas seu comportamento constante e diuturno.


MARCOS diz que se alguém, desta geração "adúltera", isto é, que se tornou "infiel" a Deus, traindo-O por amar mais a matéria que o espírito, e "errada" na compreensão das grandes verdades, "se envergonhar" (ou seja "desafinar", não-sintonizar), também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier com a glória do Pai, em companhia de Seus mensageiros (anjos).


LUCAS repete as palavras de Marcos (menos a referência à Boa Nova), salientando, porém, que o Filho do Homem virá com Sua própria glória, com a glória do Pai, e com a glória dos santos mensageiros (anjos).


E finalmente o último versículo, em que só Mateus difere dos outros dois, os quais, no entanto, nos parecem mais conformes às palavras originais.


Afirma o Mestre "alguns dos aqui presentes" (eisin tines tõn hõde hestótõn), os quais não experimentar ão (literalmente: "não saborearão, ou mê geúsôntai) a morte, até que vejam o reino de Deus chegar com poder. Mateus em vez de "o reino de Deus", diz "o Filho do Homem", o que deu margem à expectativa da parusia (ver vol. 3), ainda para os indivíduos daquela geração.


Entretanto, não se trata aqui, de modo algum, de uma parusia escatológica (Paulo avisa aos tessalonicenses que não o aguardem "como se já estivesse perto"; cfr. 1. ª Tess. 2: lss), mas da descoberta e conquista do "reino de Deus DENTRO de cada um" (cfr. LC 17:21), prometido para alguns "dos ali presentes" para essa mesma encarnação.


A má interpretação provocou confusões. Os gnósticos (como Teodósio), João Crisóstomo, Teofilacto e outros - e modernamente o cardeal Billot, S. J. (cfr. "La Parousie", pág. 187), interpretam a "vinda na glória do Filho do Homem" como um prenúncio da Transfiguração; Cajetan diz ser a Ressurreição;


Godet acha que foi Pentecostes; todavia, os próprios discípulos de Jesus, contemporâneos dos fatos, não interpretaram assim, já que após a tudo terem assistido, inclusive ao Pentecostes, continuaram esperando, para aqueles próximos anos, essa vinda espetacular. Outros recuaram mais um pouco no tempo, e viram essa "vinda gloriosa" na destruição de Jerusalém, como "vingança" do Filho do Homem; isso, porém, desdiz o perdão que Ele mesmo pedira ao Pai pela ignorância de Seus algozes (D. Calmet, Knabenbauer, Schanz, Fillion, Prat, Huby, Lagrange); e outros a interpretaram como sendo a difusão do cristianismo entre os pagãos (Gregório Magno, Beda, Jansênio, Lamy).


Penetremos mais a fundo o sentido.


Na vida literária e artística, em geral, distinguimos nitidamente o "aluno" do "discípulo". Aluno é quem aprende com um professor; discípulo é quem segue a trilha antes perlustrada por um mestre. Só denominamos "discípulo" aquele que reproduz em suas obras a técnica, a "escola", o estilo, a interpretação, a vivência do mestre. Aristóteles foi aluno de Platão, mas não seu discípulo. Mas Platão, além de ter sido aluno de Sócrates, foi também seu discípulo. Essa distinção já era feita por Jesus há vinte séculos; ser Seu discípulo é segui-Lo, e não apenas "aprender" Suas lições.


Aqui podemos desdobrar os requisitos em quatro, para melhor explicação.


Primeiro: é necessário QUERER. Sem que o livre-arbítrio espontaneamente escolha e decida, não pode haver discipulato. Daí a importância que assume, no progresso espiritual, o aprendizado e o estudo, que não podem limitar-se a ouvir rápidas palavras, mas precisam ser sérios, contínuos e profundos.


Pois, na realidade, embora seja a intuição que ilumina o intelecto, se este não estiver preparado por meio do conhecimento e da compreensão, não poderá esclarecer a vontade, para que esta escolha e resolva pró ou contra.


O segundo é NEGAR-SE a si mesmo. Hoje, com a distinção que conhecemos entre o Espírito (individualidade) e a personagem terrena transitória (personalidade), a frase mais compreensível será: "negar a personagem", ou seja, renunciar aos desejos terrenos, conforme ensinou Sidarta Gotama, o Buddha.


Cientificamente poderíamos dizer: superar ou abafar a consciência atual, para deixar que prevaleça a super-consciência.


Essa linguagem, entretanto, seria incompreensível àquela época. Todavia, as palavras proferidas pelo Mestre são de meridiana clareza: "renunciar a si mesmo". Observando-se que, pelo atraso da humanidade, se acredita que o verdadeiro eu é a personagem, e que a consciência atual é a única, negar essa personagem e essa consciência exprime, no fundo, negar-se "a si mesmo". Diz, portanto, o Mestre: " esse eu, que vocês julgam ser o verdadeiro eu, precisa ser negado". Nada mais esclarece, já que não teria sido entendido pela humanidade de então. No entanto, aqueles que seguissem fielmente Sua lição, negando seu eu pequeno e transitório, descobririam, por si mesmos, automaticamente, em pouco tempo, o outro Eu, o verdadeiro, coisa que de fato ocorreu com muitos cristãos.


Talvez no início possa parecer, ao experimentado: desavisado, que esse Eu verdadeiro seja algo "externo".


Mas quando, por meio da evolução, for atingido o "Encontro Místico", e o Cristo Interno assumir a supremacia e o comando, ele verificará que esse Divino Amigo não é um TU desconhecido, mas antes constitui o EU REAL. Além disso, o Mestre não se satisfez com a explanação teórica verbal: exemplificou, negando o eu personalístico de "Jesus", até deixá-lo ser perseguido, preso, caluniado, torturado e assassinado. Que Lhe importava o eu pequeno? O Cristo era o verdadeiro Eu Profundo de Jesus (como de todos nós) e o Cristo, com a renúncia e negação do eu de Jesus, pode expandir-se e assumir totalmente o comando da personagem humana de Jesus, sendo, às vezes, difícil distinguir quando falava e agia "Jesus" e quando agia e falava "o Cristo". Por isso em vez de Jesus, temos nele O CRISTO, e a história o reconhece como "Jesus", O CRISTO", considerando-o como homem (Jesus) e Deus (Cristo).


Essa anulação do eu pequeno fez que a própria personagem fosse glorificada pela humildade, e o nome humano negado totalmente se elevasse acima de tudo, de tal forma que "ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na Terra e debaixo da terra" (Filp. 2:10).


Tudo isso provocou intermináveis discussões durante séculos, por parte dos que não conseguiram penetrar a realidade dos acontecimentos, caracterizados, então, de "mistério": são duas naturezas ou uma? Como se realizou a união hipostática? Teria a Divindade absorvido a humanidade?


Por que será que uma coisa tão clara terá ficado incompreendida por tantos luminares que trataram deste assunto? O Eu Profundo de todas as criaturas é o Deus Interno, que se manifestará em cada um exatamente na proporção em que este renunciar ao eu pequeno (personagem), para deixar campo livre à expressão do Cristo Interno Divino. Todos somos deuses (cfr. Salmo 81:6 e JO 10:34) se negarmos totalmente nosso eu pequeno (personagem humana), deixando livre expansão à manifestação do Cristo que em todos habita. Isso fez Jesus. Se a negação for absoluta e completa, poderemos dizer com Paulo que, nessa criatura, "habita a plenitude da Divindade" (CL 2:9). E a todos os que o fizerem, ser-lhes-á exaltado o nome acima de toda criação" (cfr. Filp. 2:5-11).


Quando isto tiver sido conseguido, a criatura "tomará sua cruz cada dia" (cada vez que ela se apresentar) e a sustentará galhardamente - quase diríamos triunfalmente - pois não mais será ela fonte de abatimentos e desânimos, mas constituirá o sofrimento-por-amor, a dor-alegria, já que é a "porta estreita" (MT 7:14) que conduzirá à felicidade total e infindável (cfr. Pietro Ubaldi, "Grande Síntese, cap. 81).


No entanto, dado o estágio atual da humanidade, a cruz que temos que carregar ainda é uma preparação para o "negar-se". São as dores físicas, as incompreensões morais, as torturas do resgate de carmas negativos mais ou menos pesados, em vista do emaranhado de situações aflitivas, das "montanhas" de dificuldades que se erguem, atravancando nossos caminhos, do sem-número de moléstias e percalços, do cortejo de calúnias e martírios inomináveis e inenarráveis.


Tudo terá que ser suportado - em qualquer plano - sem malsinar a sorte, sem desesperos, sem angústias, sem desfalecimentos nem revoltas, mas com aceitação plena e resignação ativa, e até com alegria no coração, com a mais sólida, viva e inabalável confiança no Cristo-que-é-nosso-Eu, no Deus-

Imanente, na Força-Universal-Inteligente e Boa, que nos vivifica e prepara, de dentro de nosso âmago mais profundo, a nossa ascensão real, até atingirmos TODOS, a "plena evolução crística" (EF 4:13).


A quarta condição do discipulato é também clara, não permitindo ambiguidade: SEGUI-LO. Observese a palavra escolhida com precisão. Poderia ter sido dito "imitá-Lo". Seria muito mais fraco. A imitação pode ser apenas parcial ou, pior ainda, ser simples macaqueação externa (usar cabelos compridos, barbas respeitáveis, vestes talares, gestos estudados), sem nenhuma ressonância interna.


Não. Não é imitá-Lo apenas, é SEGUI-LO. Segui-Lo passo a passo pela estrada evolutiva até atingir a meta final, o ápice, tal como Ele o FEZ: sem recuos, sem paradas, sem demoras pelo caminho, sem descanso, sem distrações, sem concessões, mas marchando direto ao alvo.


SEGUI-LO no AMOR, na DEDICAÇÃO, no SERVIÇO, no AUTO-SACRIFÍCIO, na HUMILDADE, na RENÚNCIA, para que de nós se possa afirmar como Dele foi feito: "fez bem todas as coisas" (MC 7. 37) e: "passou pela Terra fazendo o bem e curando" (AT 10:38).


Como Mestre de boa didática, não apresenta exigências sem dar as razões. Os versículos seguintes satisfazem a essa condição.


Aqui, como sempre, são empregados os termos filosóficos com absoluta precisão vocabular (elegantia), não deixando margem a qualquer dúvida. A palavra usada é psychê, e não pneuma; é alma e nã "espírito" (em adendo a este capítulo daremos a "constituição do homem" segundo o Novo Testamento).


A alma (psychê) é a personagem humana em seu conjunto de intelecto-emoções, excluído o corpo denso e as sensações do duplo etérico. Daí a definição da resposta 134 do "Livro dos Espíritos": "alma é o espírito encarnado", isto é, a personagem humana que habita no corpo denso.

Aí está, pois, a chave para a interpretação do "negue-se a si mesmo": esse eu, a alma, é a personagem que precisa ser negada, porque, quem não quiser fazê-lo, quem pretender preservar esse eu, essa alma, vai acabar perdendo-a, já que, ao desencarnar, estará com "as mãos vazias". Mas aquele que por causa do Cristo Interno - renunciar e perder essa personagem transitória, esse a encontrará melhorada (Mateus), esse a preservará da ruína (Marcos e Lucas).


E prossegue: que adiantará acumular todas as riquezas materiais do mundo, se a personalidade vai cair no vazio? Nada de material pode ser-lhe comparado. No entanto, se for negada, será exaltada sobre todas as coisas (cfr. o texto acima citado, Filp. 2:5-11).


Todas e qualquer evolução do Espírito é feita exclusivamente durante seu mergulho na carne (veja atrás). Só através das personagens humanas haverá ascensão espiritual, por meio do "ajustamento sintônico". Então, necessidade absoluta de consegui-lo, não "se envergonhando", isto é, não desafinando da tônica do Pai (Som) que tudo cria, governa e mantém. Enfrentar o mundo sem receio, sem" respeitos humanos", e saber recusá-lo também, para poder obter o Encontro Místico com o Cristo Interno. Se a criatura "se envergonha" e se retrai, (não sintoniza) não é possível conseguir o Contato Divino, e o Filho do Homem também a evitará ("se envergonhará" dessa criatura). Só poderá haver a" descida da graça" ou a unificação com o Cristo, "na glória (tônica) do Pai (Som-Verbo), na glória (tônica) do próprio Cristo (Eu Interno), na glória de todos os santos mensageiros", se houver a coragem inquebrantável de romper com tudo o que é material e terreno, apagando as sensações, liquidando as emoções, calando o intelecto, suplantando o próprio "espírito" encarnado, isto é, PERDENDO SUA ALMA: só então "a achará", unificada que estará com o Cristo, Nele mergulhada (batismo), "como a gota no oceano" (Bahá"u"lláh). Realmente, a gota se perde no oceano mas, inegavelmente, ao deixar de ser gota microscópica, ela se infinitiva e se eterniza tornando-se oceano...

Em Mateus é-nos dado outro aviso: ao entrar em contato com a criatura, esta "receberá de acordo com seu comportamento" (pláxin). De modo geral lemos nas traduções correntes "de acordo com suas obras". Mas isso daria muito fortemente a ideia de que o importante seria o que o homem FAZ, quando, na realidade, o que importa é o que o homem É: e a palavra comportamento exprime-o melhor que obras; ora, a palavra do original práxis tem um e outro sentido.


Evidentemente, cada ser só poderá receber de acordo com sua capacidade, embora todos devam ser cheios, replenos, com "medida sacudida e recalcada" (cfr. Lc. 5:38).


Mas há diferença de capacidade entre o cálice, o copo, a garrafa, o litro, o barril, o tonel... De acordo com a própria capacidade, com o nível evolutivo, com o comportamento de cada um, ser-lhe-á dado em abundância, além de toda medida. Figuremos uma corrente imensa, que jorra permanentemente luz e força, energia e calor. O convite é-nos feito para aproximar-nos e recolher quanto quisermos.


Acontece, porém, que cada um só recolherá conforme o tamanho do vasilhame que levar consigo.


Assim o Cristo Imanente e o Verbo Criador e Conservador SE DERRAMAM infinitamente. Mas nós, criaturas finitas, só recolheremos segundo nosso comportamento, segundo a medida de nossa capacidade.


Não há fórmulas mágicas, não há segredos iniciáticos, não peregrinações nem bênçãos de "mestres", não há sacramentos nem sacramentais, que adiantem neste terreno. Poderão, quando muito, servir como incentivo, como animação a progredir, mas por si, nada resolvem, já que não agem ex ópere operantis nem ex opere operatus, mas sim ex opere recipientis: a quantidade de recebimento estará de acordo com a capacidade de quem recebe, não com a grandeza de quem dá, nem com o ato de doação.


E pode obter-se o cálculo de capacidade de cada um, isto é, o degrau evolutivo em que se encontra no discipulato de Cristo, segundo as várias estimativas das condições exigidas:

a) - pela profundidade e sinceridade na renúncia ao eu personalístico, quando tudo é feito sem cogitar de firmar o próprio nome, sem atribuir qualquer êxito ao próprio merecimento (não com palavras, mas interiormente), colaborando com todos os "concorrentes", que estejam em idêntica senda evolutiva, embora nos contrariem as ideias pessoais, mas desde que sigam os ensinos de Cristo;


b) - pela resignação sem queixas, numa aceitação ativa, de todas as cruzes, que exprimam atos e palavras contra nós, maledicências e calúnias, sem respostas nem defesas, nem claras nem veladas (já nem queremos acenar à contra-ataques e vinganças).


c) - pelo acompanhar silencioso dos passos espirituais no caminho do auto-sacrifício por amor aos outros, pela dedicação integral e sem condições; no caminho da humildade real, sem convencimentos nem exterioridades; no caminho do serviço, sem exigências nem distinções; no caminho do amor, sem preferências nem limitações. O grau dessas qualidades, todas juntas, dará uma ideia do grau evolutivo da criatura.


Assim entendemos essas condições: ou tudo, à perfeição; ou pouco a pouco, conquistando uma de cada vez. Mas parado, ninguém ficará. Se não quiser ir espontaneamente, a dor o aguilhoará, empurrandoo para a frente de qualquer forma.


No entanto, uma promessa relativa à possibilidade desse caminho é feita claramente: "alguns dos que aqui estão presentes não experimentarão a morte até conseguirem isso". A promessa tanto vale para aquelas personagens de lá, naquela vida física, quanto para os Espíritos ali presentes, garantindo-selhes que não sofreriam queda espiritual (morte), mas que ascenderiam em linha reta, até atingir a meta final: o Encontro Sublime, na União mística absoluta e total.


Interessante a anotação de Marcos quando acrescenta: O "reino de Deus chegado em poder". Durante séculos se pensou no poder externo, a espetacularidade. Mas a palavra "en dynámei" expressa muito mais a força interna, o "dinamismo" do Espírito, a potencialidade crística a dinamizar a criatura em todos os planos.


O HOMEM NO NOVO TESTAMENTO


O Novo Testamento estabelece, com bastante clareza, a constituição DO HOMEM, dividindo o ser encarnado em seus vários planos vibratórios, concordando com toda a tradição iniciática da Índia e Tibet, da China, da Caldeia e Pérsia, do Egito e da Grécia. Embora não encontremos o assunto didaticamente esquematizado em seus elementos, o sentido filosófico transparece nítido dos vários termos e expressões empregados, ao serem nomeadas as partes constituintes do ser humano, ou seja, os vários níveis em que pode tornar-se consciente.


Algumas das palavras são acolhidas do vocabulário filosófico grego (ainda que, por vezes, com pequenas variações de sentido); outras são trazidas da tradição rabínica e talmúdica, do centro iniciático que era a Palestina, e que já entrevemos usadas no Antigo Testamento, sobretudo em suas obras mais recentes.


A CONCEPÇÃO DA DIVINDADE


Já vimos (vol, 1 e vol. 3 e seguintes), que DEUS, (ho théos) é apresentado, no Novo Testamento, como o ESPÍRITO SANTO (tò pneuma tò hágion), o qual se manifesta através do Pai (patêr) ou Lógos (Som Criador, Verbo), e do Filho Unigênito (ho hyiós monogenês), que é o Cristo Cósmico.


DEUS NO HOMEM


Antes de entrar na descrição da concepção do homem, no Novo Testamento, gostaríamos de deixar tem claro nosso pensamento a respeito da LOCALIZAÇÃO da Centelha Divina ou Mônada NO CORA ÇÃO, expressão que usaremos com frequência.


A Centelha (Partícula ou Mônada) é CONSIDERADA por nós como tal; mas, na realidade, ela não se separa do TODO (cfr. vol. 1); logo, ESTÁ NO TODO, e portanto É O TODO (cfr. JO 1:1).


O "TODO" está TODO em TODAS AS COISAS e em cada átomo de cada coisa (cfr. Agostinho, De Trin. 6, 6 e Tomás de Aquino, Summa Theologica, I, q. 8, art. 2, ad 3um; veja vol. 3, pág. 145).


Entretanto, os seres e as coisas acham-se limitados pela forma, pelo espaço, pelo tempo e pela massa; e por isso afirmamos que em cada ser há uma "centelha" ou "partícula" do TODO. No entanto, sendo o TODO infinito, não tem extensão; sendo eterno, é atemporal; sendo indivisível, não tem dimensão; sendo O ESPÍRITO, não tem volume; então, consequentemente, não pode repartir-se em centelhas nem em partículas, mas é, concomitantemente, TUDO EM TODAS AS COISAS (cfr. l. ª Cor. 12:6).


Concluindo: quando falamos em "Centelha Divina" e quando afirmamos que ela está localizada no coração, estamos usando expressões didáticas, para melhor compreensão do pensamento, dificílimo (quase impossível) de traduzir-se em palavras.


De fato, porém, a Divindade está TODA em cada célula do corpo, como em cada um dos átomos de todos os planos espirituais, astrais, físicos ou quaisquer outros que existam. Em nossos corpos físicos e astral, o coração é o órgão preparado para servir de ponto de contato com as vibrações divinas, através, no físico, do nó de Kait-Flake e His; então, didaticamente, dizemos que "o coração é a sede da Centelha Divina".


A CONCEPÇÃO DO HOMEM


O ser humano (ánthrôpos) é considerado como integrado por dois planos principais: a INDIVIDUALIDADE (pneuma) e a PERSONAGEM ou PERSONALIDADE; esta subdivide-se em dois: ALMA (psychê) e CORPO (sôma).


Mas, à semelhança da Divindade (cfr. GN 1:27), o Espírito humano (individualidade ou pneuma) possui tríplice manifestação: l. ª - a CENTELHA DIVINA, ou Cristo, partícula do pneuma hágion; essa centelha que é a fonte de todo o Espirito, está localizada e representada quase sempre por kardia (coração), a parte mais íntima e invisível, o âmago, o Eu Interno e Profundo, centro vital do homem;


2. ª - a MENTE ESPIRITUAL, parte integrante e inseparável da própria Centelha Divina. A Mente, em sua função criadora, é expressa por noús, e está também sediada no coração, sendo a emissora de pensamentos e intuições: a voz silenciosa da super-consciência;


3. ª - O ESPÍRITO, ou "individualização do Pensamento Universal". O "Espírito" propriamente dito, o pneuma, surge "simples e ignorante" (sem saber), e percorre toda a gama evolutiva através dos milênios, desde os mais remotos planos no Antissistema, até os mais elevados píncaros do Sistema (Pietro Ubaldi); no entanto, só recebe a designação de pneuma (Espírito) quando atinge o estágio hominal.


Esses três aspectos constituem, englobamente, na "Grande Síntese" de Pietro Ubaldi, o "ALPHA", o" espírito".


Realmente verificamos que, de acordo com GN 1:27, há correspondência perfeita nessa tríplice manifesta ção do homem com a de Deus: A - ao pneuma hágion (Espírito Santo) correspondente a invisível Centelha, habitante de kardía (coração), ponto de partida da existência;


B - ao patêr (Pai Criador, Verbo, Som Incriado), que é a Mente Divina, corresponde noús (a mente espiritual) que gera os pensamentos e cria a individualização de um ser;


C - Ao Filho Unigênito (Cristo Cósmico) corresponde o Espírito humano, ou Espírito Individualizado, filho da Partícula divina, (a qual constitui a essência ou EU PROFUNDO do homem); a individualidade é o EU que percorre toda a escala evolutiva, um Eu permanente através de todas as encarnações, que possui um NOME "escrito no livro da Vida", e que terminará UNIFICANDO-SE com o EU PROFUNDO ou Centelha Divina, novamente mergulhando no TODO. (Não cabe, aqui, discutir se nessa unificação esse EU perde a individualidade ou a conserva: isso é coisa que está tão infinitamente distante de nós no futuro, que se torna impossível perceber o que acontecerá).


No entanto, assim como Pneuma-Hágion, Patêr e Hyiós (Espírito-Santo, Pai e Filho) são apenas trê "aspectos" de UM SÓ SER INDIVISÍVEL, assim também Cristo-kardía, noús e pneuma (CristoSABEDORIA DO EVANGELHO coração, mente espiritual e Espírito) são somente três "aspectos" de UM SÓ SER INDIVÍVEL, de uma criatura humana.


ENCARNAÇÃO


Ao descer suas vibrações, a fim de poder apoiar-se na matéria, para novamente evoluir, o pneuma atinge primeiro o nível da energia (o BETA Ubaldiano), quando então a mente se "concretiza" no intelecto, se materializa no cérebro, se horizontaliza na personagem, começando sua "crucificação". Nesse ponto, o pneuma já passa a denominar-se psychê ou ALMA. Esta pode considerar-se sob dois aspectos primordiais: a diánoia (o intelecto) que é o "reflexo" da mente, e a psychê propriamente dita isto é, o CORPO ASTRAL, sede das emoções.


Num último passo em direção à matéria, na descida que lhe ajudará a posterior subida, atinge-se então o GAMA Ubaldiano, o estágio que o Novo Testamento designa com os vocábulos diábolos (adversário) e satanás (antagonista), que é o grande OPOSITOR do Espírito, porque é seu PÓLO NEGATIVO: a matéria, o Antissistema. Aí, na matéria, aparece o sôma (corpo), que também pode subdividir-se em: haima (sangue) que constitui o sistema vital ou duplo etérico e sárx (carne) que é a carapaça de células sólidas, último degrau da materialização do espírito.


COMPARAÇÃO


Vejamos se com um exemplo grosseiro nos faremos entender, não esquecendo que omnis comparatio claudicat.


Observemos o funcionamento do rádio. Há dois sistemas básicos: o transmissor (UM) e os receptores (milhares, separados uns dos outros).


Consideremos o transmissor sob três aspectos: A - a Força Potencial, capaz de transmitir;


B - a Antena Emissora, que produz as centelas;


C - a Onda Hertziana, produzida pelas centelhas.


Mal comparando, aí teríamos:

a) - o Espirito-Santo, Força e Luz dos Universos, o Potencial Infinito de Amor Concreto;


b) - o Pai, Verbo ou SOM, ação ativa de Amante, que produz a Vida


c) - o Filho, produto da ação (do Som), o Amado, ou seja, o Cristo Cósmico que permeia e impregna tudo.


Não esqueçamos que TUDO: atmosfera, matéria, seres e coisas, no raio de ação do transmissor, ficam permeados e impregnados em todos os seus átomos com as vibrações da onda hertziana, embora seja esta invisível e inaudível e insensível, com os sentidos desarmados; e que os três elementos (Força-
Antena e Onda) formam UM SÓ transmissor o Consideremos, agora, um receptor. Observaremos que a recepção é feita em três estágios:

a) - a captação da onda


b) - sua transformação


c) - sua exteriorização Na captação da onda, podemos distinguir - embora a operação seja uma só - os seguintes elementos: A - a onda hertziana, que permeia e impregna todos os átomos do aparelho receptor, mas que é captada realmente apenas pela antena;


B - o condensador variável, que estabelece a sintonia com a onda emitida pelo transmissor. Esses dois elementos constituem, de fato, C - o sistema RECEPTOR INDIVIDUAL de cada aparelho. Embora a onda hertziana seja UMA, emitida pelo transmissor, e impregne tudo (Cristo Cósmico), nós nos referimos a uma onda que entra no aparelho (Cristo Interno) e que, mesmo sendo perfeita; será recebida de acordo com a perfeição relativa da antena (coração) e do condensador variável (mente). Essa parte representaria, então, a individualidade, o EU PERFECTÍVEL (o Espírito).


Observemos, agora, o circuito interno do aparelho, sem entrar em pormenores, porque, como dissemos, a comparação é grosseira. Em linhas gerais vemos que a onda captada pelo sistema receptor propriamente dito, sofre modificações, quando passa pelo circuito retificador (que transforma a corrente alternada em contínua), e que representaria o intelecto que horizontaliza as ideias chegadas da mente), e o circuito amplificador, que aumenta a intensidade dos sinais (que seria o psiquismo ou emoções, próprias do corpo astral ou alma).


Uma vez assim modificada, a onda atinge, com suas vibrações, o alto-falante que vibra, reproduzindo os sinais que chegam do transmissor isto é, sentindo as pulsações da onda (seria o corpo vital ou duplo etérico, que nos dá as sensações); e finalmente a parte que dá sonoridade maior, ou seja, a caixa acústica ou móvel do aparelho (correspondente ao corpo físico de matéria densa).


Ora, quanto mais todos esses elementos forem perfeitos, tanto mais fiel e perfeito será a reprodução da onda original que penetrou no aparelho. E quanto menos perfeitos ou mais defeituosos os elementos, mais distorções sofrerá a onda, por vezes reproduzindo, em guinchos e roncos, uma melodia suave e delicada.


Cremos que, apesar de suas falhas naturais, esse exemplo dá a entender o funcionamento do homem, tal como conhecemos hoje, e tal como o vemos descrito em todas as doutrinas espiritualistas, inclusive

—veremos agora quiçá pela primeira vez - nos textos do Novo Testamento.


Antes das provas que traremos, o mais completas possível, vejamos um quadro sinóptico:
θεός DEUS
πνεϋµα άγιον Espírito Santo
λόγος Pai, Verbo, Som Criador
υίός - Χριστό CRISTO - Filho Unigênito
άνθρωπος HOMEM
иαρδία - Χριστ

ό CRISTO - coração (Centelha)


πνεϋµα νους mente individualidade
πνεϋµα Espírito
φυΧή διάγοια intelecto alma
φυΧή corpo astral personagem
σώµα αίµα sangue (Duplo) corpo
σάρ

ξ carne (Corpo)


A - O EMPREGO DAS PALAVRAS


Se apresentada pela primeira vez, como esta, uma teoria precisa ser amplamente documentada e comprovada, para que os estudiosos possam aprofundar o assunto, verificando sua realidade objetiva. Por isso, começaremos apresentando o emprego e a frequência dos termos supracitados, em todos os locais do Novo Testamento.


KARDÍA


Kardía expressa, desde Homero (Ilíada, 1. 225) até Platão (Timeu, 70 c) a sede das faculdades espirituais, da inteligência (ou mente) e dos sentimentos profundos e violentos (cfr. Ilíada, 21,441) podendo até, por vezes, confundir-se com as emoções (as quais, na realidade, são movimentos da psychê, e não propriamente de kardía). Jesus, porém, reiteradamente afirma que o coração é a fonte primeira em que nascem os pensamentos (diríamos a sede do Eu Profundo).


Com este último sentido, a palavra kardía aparece 112 vezes, sendo que uma vez (MT 12:40) em sentido figurado.


MT 5:8, MT 5:28; 6:21; 9:4; 11:29; 12:34 13-15(2x),19; 15:8,18,19; 18;35; 22;37; 24:48; MC 2:6, MC 2:8; 3:5;


4:15; 6;52; 7;6,19,21; 8:11; 11. 23; 12:30,33; LC 1:17, LC 1:51, LC 1:66; 2;19,35,51; 3:5; 5:22; 6:45; 8:12,15;


9:47; 10:27; 12:34; 16:15; 21:14,34; 24;25,32,38; JO 12:40(2x); 13:2; 14:1,27; 16:6,22 AT 2:26, AT 2:37, AT 2:46; AT 4:32; 5:3(2x); 7:23,39,51,54; 8;21,22; 11;23. 13:22; 14:17; 15:9; 16;14; 21:13; 28:27(2x);


RM 1:21, RM 1:24; 2:5,15,29; 5:5; 6:17; 8:27; 9:2; 10:1,6,8,9,10; 16:16; 1. ª Cor. 2:9; 4:5; 7:37; 14:25; 2. ª Cor. 1:22; 2:4; 3:2,3,15; 4:6; 5:12; 6:11; 7:3; 8:16; 9:7; GL 4:6; EF 1:18; EF 3:17; EF 4:18; EF 5:19; EF 6:5, EF 6:22;


Filp. 1:7; 4:7; CL 2:2; CL 3:15, CL 3:16, CL 3:22; CL 4:8; 1. ª Tess. 2:4,17; 3:13; 2. ª Tess. 2:17; 3:5; 1. ª Tim. 1:5; 2. ª Tim.


2:22; HB 3:8, HB 3:10, HB 3:12, HB 3:15; HB 4:7, HB 4:12; 8:10; 10:16,22; Tiago, 1:26; 3:14; 4:8; 5:5,8; 1. ª Pe. 1:22; 3:4,15; 2. ª Pe. 1:19; 2:15; 1; 1. ª JO 3;19,20(2x),21; AP 2:23; AP 17:17; AP 18:7.


NOÚS


Noús não é a "fonte", mas sim a faculdade de criar pensamentos, que é parte integrante e indivisível de kardía, onde tem sede. Já Anaxágoras (in Diógenes Laércio, livro 2. º, n. º 3) diz que noús (o Pensamento Universal Criador) é o "’princípio do movimento"; equipara, assim, noús a Lógos (Som, Palavra, Verbo): o primeiro impulsionador dos movimentos de rotação e translação da poeira cósmica, com isso dando origem aos átomos, os quais pelo sucessivo englobamento das unidades coletivas cada vez mais complexas, formaram os sistemas atômicos, moleculares e, daí subindo, os sistemas solares, gal áxicos, e os universos (cfr. vol. 3. º).


Noús é empregado 23 vezes com esse sentido: o produto de noús (mente) do pensamento (nóêma), usado 6 vezes (2. ª Cor. 2:11:3:14; 4:4; 10:5; 11:3; Filp. 4:7), e o verbo daí derivado, noeín, empregado

14 vezes (3), sendo que com absoluta clareza em João (João 12:40) quando escreve "compreender com o coração" (noêsôsin têi kardíai).


LC 24. 45; RM 1:28; RM 7:23, RM 7:25; 11:34; 12:2; 14. 5; l. ª Cor. 1. 10; 2:16:14:14,15,19; EF 4:17, EF 4:23; Filp.


4:7; CL 2:18; 2. ª Tess. 2. 2; 1. ª Tim. 6:5; 2. ª Tim. 3:8; TT 1:15;AP 13:18.


PNEUMA


Pneuma, o sopro ou Espírito, usado 354 vezes no N. T., toma diversos sentidos básicos: MT 15:17; MT 16:9, MT 16:11; 24:15; MC 7:18; MC 8:17; MC 13:14; JO 12:40; RM 1:20; EF 3:4, EF 3:20; 1. ª Tim. 1:7;


2. ª Tim. 2:7; HB 11:13

1. Pode tratar-se do ESPÍRITO, caracterizado como O SANTO, designando o Amor-Concreto, base e essência de tudo o que existe; seria o correspondente de Brahman, o Absoluto. Aparece com esse sentido, indiscutivelmente, 6 vezes (MT 12:31, MT 12:32; MC 3:29; LC 12:10; JO 4:24:1. ª Cor. 2:11).


Os outros aspectos de DEUS aparecem com as seguintes denominações:

a) - O PAI (ho patêr), quando exprime o segundo aspecto, de Criador, salientando-se a relação entre Deus e as criaturas, 223 vezes (1); mas, quando se trata do simples aspecto de Criador e Conservador da matéria, é usado 43 vezes (2) o vocábulo herdado da filosofia grega, ho lógos, ou seja, o Verbo, a Palavra que, ao proferir o Som Inaudível, movimenta a poeira cósmica, os átomos, as galáxias.


(1) MT 5:16, MT 5:45, MT 5:48; MT 6:1, MT 6:4, MT 6:6, MT 6:8,9,14,15,26,32; 7:11,21; 10:20,29,32,33; 11:25,27; 12:50; 13:43; 15:13; 16:17,27; 18:10,14,19,35; 20:23; 23:9; 24:36; 25:34:26:29,39,42,53; MC 8:25; MC 11:25, MC 11:32; MC 11:14:36; LC 2:49; LC 2:6:36;9:26;10:21,22;11:2,13;12:30,32;22:29,42;23:34,46;24:49;JO 1:14, JO 1:18; JO 1:2:16;3:35;4:21,23;5:1 7,18,19,20,21,22,23,26,36,37,43,45,46,27,32,37,40,44,45,46,57,65;8:18,19,27,28,38,41,42,49,54;10:1 5,17,18,19,25,29,30,32,35,38;11:41;12:26,27,28,49,50;13:1,3;14:2,6,7,8,9,10,11,13,16,20,21,24,26,28, 31,15:1,8,9,10,15,16,23,24,26;16:3,10,15,17,25,26,27,28,32;17:1,5,11,21,24,25; 18:11; 20:17,21;AT 1:4, AT 1:7; AT 1:2:33;Rom. 1:7;6:4;8:15;15:6;1. º Cor. 8:6; 13:2; 15:24; 2. º Cor. 1:2,3; 6:18; 11:31; Gól. 1:1,3,4; 4:6; EF 1:2, EF 1:3, EF 1:17; EF 2:18; EF 2:3:14; 4:6; 5:20; FP 1:2; FP 2:11; FP 4:20; CL 1:2, CL 1:3, CL 1:12:3:17; 1. 0 Teõs. 1:1,3; 3:11,13; 2° Tess. 1:1 2; : 2:16; 1. º Tim. 1:2; 2. º Tim. 1:2; TT 1:4; Flm. 3; HB 1:5; HB 12:9; Tiago 1:17, Tiago 1:27:3:9; 1° Pe. 1:2,3,17; 2. º Pe. 1:17, 1. º JO 1:2,3; 2:1,14,15,16, 22,23,24; 3:1; 4:14; 2. º JO 3,4,9; Jud. 9; AP 1:6; AP 2:28; AP 3:5, AP 3:21; 14:1. (2) MT 8:8; LC 7:7; JO 1:1, JO 1:14; 5:33; 8:31,37,43,51,52,55; 14:23,24; 15:20; 17:61417; 1. º Cor. 1:13; 2. º Cor. 5:19; GL 6:6; Filp. 2:6; Cor. 1:25; 3:16; 4:3; 1. º Tess. 1:6; 2. º Tess. 3:1; 2. º Tim. 2:9; Heb. : 12; 6:1; 7:28; 12:9; Tiago, 1:21,22,23; 1. ° Pe. 1:23; 2. º Pe. 3:5,7; 1. º JO 1:1,10; 2:5,7,14; AP 19:13.


b) - O FILHO UNIGÊNITO (ho hyiós monogenês), que caracteriza o CRISTO CÓSMICO, isto é, toda a criação englobadamente, que é, na realidade profunda, um dos aspectos da Divindade. Não se trata, como é claro, de panteísmo, já que a criação NÃO constitui a Divindade; mas, ao invés, há imanência (Monismo), pois a criação é UM DOS ASPECTOS, apenas, em que se transforma a Divindade. Esta, além da imanência no relativo, é transcendente como Absoluto; além da imanência no tempo, é transcendente como Eterno; além da imanência no finito, é transcendente como Infinito.


A expressão "Filho Unigênito" só é usada por João (1:14,18; 13:16,18 e 1. a JO 4:9). Em todos os demais passos é empregado o termo ho Christós, "O Ungido", ou melhor, "O Permeado pela Divindade", que pode exprimir tanto o CRISTO CÓSMICO que impregna tudo, quanto o CRISTO INTERNO, se o olhamos sob o ponto de vista da Centelha Divina no âmago da criatura.


Quando não é feita distinção nos aspectos manifestantes, o N. T. emprega o termo genérico ho theós Deus", precedido do artigo definido.


2. Além desse sentido, encontramos a palavra pneuma exprimindo o Espírito humano individualizado; essa individualização, que tem a classificação de pneuma, encontra-se a percorrer a trajetória de sua longa viagem, a construir sua própria evolução consciente, através da ascensão pelos planos vibratórios (energia e matéria) que ele anima em seu intérmino caminhar. Notemos, porém, que só recebe a denominação de pneuma (Espírito), quando atinge a individualização completa no estado hominal (cfr. A. Kardec, "Livro dos Espíritos", resp. 79: "Os Espíritos são a individualização do Princípio Inteligente, isto é, de noús).


Logicamente, portanto, podemos encontrar espíritos em muitos graus evolutivos, desde os mais ignorantes e atrasados (akátharton) e enfermos (ponêrón) até os mais evoluídos e santos (hágion).


Todas essas distinções são encontradas no N. T., sendo de notar-se que esse termo pneuma pode designar tanto o espírito encarnado quanto, ao lado de outros apelativos, o desencarnado.


Eis, na prática, o emprego da palavra pneuma no N. T. :

a) - pneuma como espírito encarnado (individualidade), 193 vezes: MT 1:18, MT 1:20; 3:11; 4:1; 5:3; 10:20; 26:41; 27:50; MC 1:8; MC 2:8; MC 8:12; MC 14:38; LC 1:47, LC 1:80; 3:16, 22; 8:55; 23:46; 24. 37, 39; JO 1:33; JO 3:5, JO 3:6(2x), 8; 4:23; 6:63; 7:39; 11:33; 13:21; 14:17, 26; 15:26; 16:13; 19-30, 20:22; AT 1:5, AT 1:8; 5:3; 32:7:59; 10:38; 11:12,16; 17:16; 18:25; 19:21; 20:22; RM 1:4, RM 1:9; 5:5; 8:2, 4, 5(2x), 6, 9(3x), 10, 11(2x),13, 14, 15(2x), 16(2x), 27; 9:1; 12:11; 14:17; 15:13, 16, 19, 30; 1° Cor. 2:4, 10(2x), 11, 12; 3:16; 5:3,4, 5; 6:11, 17, 19; 7:34, 40; 12:4, 7, 8(2x), 9(2x), 11, 13(2x); 14:2, 12, 14, 15(2x), 16:32; 15:45; 16:18; 2º Cor. 1:22; 2:13; 3:3, 6, 8, 17(2x), 18; 5:5; 6:6; 7:1, 13; 12:18; 13:13; GL 3:2, GL 3:3, GL 3:5; 4:6, 29; 5:5,16,17(2x), 18, 22, 25(2x1); 6:8(2x),18; EF 1:13, EF 1:17; 2:18, 22; 3:5, 16; 4:3, 4:23; 5:18; 6:17, 18; Philp. 1:19, 27; 2:1; 3:3; 4:23; CL 1:8; CL 2:5; 1º Tess. 1:5, 6; 4:8; 5:23; 2. º Tess. 2:13; 1. º Tim. 3:16; 4:22; 2. º Tim. 1:14; TT 3:5; HB 4:12, HB 6:4; HB 9:14; HB 10:29; HB 12:9; Tiago, 2:26:4:4; 1. º Pe. 1:2, 11, 12; 3:4, 18; 4:6,14; 1. º JO 3:24; JO 4:13; JO 5:6(2x),7; Jud. 19:20; AP 1:10; AP 4:2; AP 11:11.


b) - pneuma como espírito desencarnado:


I - evoluído ou puro, 107 vezes:


MT 3:16; MT 12:18, MT 12:28; 22:43; MC 1:10, MC 1:12; 12:36; 13. 11; LC 1:15, LC 1:16, LC 1:41, LC 1:67; 2:25, 27; 4:1, 14, 18; 10:21; 11:13; 12:12; JO 1:32; JO 3:34; AT 1:2, AT 1:16; 2:4(2x), 17, 18, 33(2x), 38; 4:8; 25, 31; 6:3, 10; 7:51, 55; 8:15, 17, 18, 19, 29, 39; 9:17, 31; 10:19, 44, 45, 47; 11:15, 24, 28; 13:2, 4, 9, 52; 15:8, 28; 16:6, 7; 19:1, 2, 6; 20:22, 28; 21:4, 11; 23:8, 9; 28:25; 1. º Cor. 12:3(2x), 10; 1. º Tess. 5:9; 2. º Tess. 2:2; 1. ° Tim. 4:1; HB 1:7, HB 1:14; 2:4; 3:7; 9:8; 10:15; 12:23; 2. º Pe. 1:21; 1. ° JO 4:1(2x), 2, 3, 6; AP 1:4; AP 2:7, AP 2:11, AP 2:17, AP 2:29; 3:1, 6, 13, 22; 4:5; 5:6; 14:13; 17:3:19. 10; 21. 10; 22:6, 17.


II - involuído ou não-purificado, 39 vezes:


MT 8:16; MT 10:1; MT 12:43, MT 12:45; MC 1:23, MC 1:27; 3:11, 30; 5:2, 8, 13; 6:7; 7:25; 9:19; LC 4:36; LC 6:18; LC 7:21; LC 8:2; LC 10:20; LC 11:24, LC 11:26; 13:11; AT 5:16; AT 8:7; AT 16:16, AT 19:12, AT 19:13, AT 19:15, AT 19:16; RM 11:8:1. ° Cor. 2:12; 2. º Cor. 11:4; EF 2:2; 1. º Pe. 3:19; 1. º JO 4:2, 6; AP 13:15; AP 16:13; AP 18:2.


c) - pneuma como "espírito" no sentido abstrato de "caráter", 7 vezes: (JO 6:63; RM 2:29; 1. ª Cor. 2:12:4:21:2. ª Cor. 4:13; GL 6:1 e GL 6:2. ª Tim. 1:7)


d) - pneuma no sentido de "sopro", 1 vez: 2. ª Tess. 2:8 Todavia, devemos acrescentar que o espírito fora da matéria recebia outros apelativo, conforme vimos (vol. 1) e que não é inútil recordar, citando os locais.


PHÁNTASMA, quando o espírito, corpo astral ou perispírito se torna visível; termo que, embora frequente entre os gregos, só aparece, no N. T., duas vezes (MT 14:26 e MC 6:49).

ÁGGELOS (Anjo), empregado 170 vezes, designa um espírito evoluído (embora nem sempre de categoria acima da humana); essa denominação específica que, no momento em que é citada, tal entidade seja de nível humano ou supra-humano - está executando uma tarefa especial, como encarrega de "dar uma mensagem", de "levar um recado" de seus superiores hierárquicos (geralmente dizendo-se "de Deus"): MT 1:20, MT 1:24; 2:9, 10, 13, 15, 19, 21; 4:6, 11; 8:26; 10:3, 7, 22; 11:10, 13; 12:7, 8, 9, 10, 11, 23; 13:39, 41, 49; 16:27; 18:10; 22:30; 24:31, 36; 25:31, 41; 26:53; 27:23; 28:2, 5; MC 1:2, MC 1:13; 8:38; 12:25; 13:27, 32; LC 1:11, LC 1:13, LC 1:18, LC 1:19, 26, 30, 34, 35, 38; 4:10, 11; 7:24, 27; 9:26, 52; 12:8; 16:22; 22:43; 24:23; JO 1:51; JO 12:29; JO 20:12 AT 5:19; AT 6:15; AT 7:30, AT 7:35, AT 7:38, AT 7:52; 12:15; 23:8, 9; RM 8:38; 1. ° Cor. 4:9; 6:3; 11:10; 13:1; 2. º Cor. 11:14; 12:7; GL 1:8; GL 3:19; GL 4:14; CL 2:18; 2. º Tess. 1:7; 1. ° Tim. 3:16; 5:21; HB 1:4, HB 1:5, HB 1:6, HB 1:7, 13; 2:2, 5, 7, 9, 16; 12:22; 13:2; Tiago 2:25; 1. º Pe. 1:4, 11; Jud. 6; AP 1:1, AP 1:20; 2:1, 8, 12, 18; 3:1, 5, 7, 9, 14; 5:2, 11; 7:1, 11; 8:2, 3, 4, 5, 6, 8, 10, 12, 13; 9:1, 11, 13, 14, 15; 10:1, 5, 7, 8, 9, 10; 11:15; 12:7, 9, 17; 14:6, 9, 10, 15, 17, 18, 19; 15:1, 6, 7, 8, 10; 16:1, 5; 17:1, 7; 18:1, 21; 19:17; 20:1; 21:9, 12, 17; 22:6, 8, 16. BEEZEBOUL, usado 7 vezes: (MT 7. 25; 12:24, 27; MC 3:22; LC 11:15, LC 11:18, LC 11:19) só nos Evangelhos, é uma designação de chefe" de falange, "cabeça" de espíritos involuído.


DAIMÔN (uma vez, em MT 8:31) ou DAIMÓNION, 55 vezes, refere-se sempre a um espírito familiar desencarnado, que ainda conserva sua personalidade humana mesmo além túmulo. Entre os gregos, esse termo designava quer o eu interno, quer o "guia". Já no N. T. essa palavra identifica sempre um espírito ainda não-esclarecido, não evoluído, preso à última encarnação terrena, cuja presença prejudica o encarnado ao qual esteja ligado; tanto assim que o termo "demoníaco" é, para Tiago, sinônimo de "personalístico", terreno, psíquico. "não é essa sabedoria que desce do alto, mas a terrena (epígeia), a personalista (psychike), a demoníaca (demoniôdês). (Tiago, 3:15)


MT 7:22; MT 9:33, MT 9:34; 12:24, 27, 28; 10:8; 11:18; 17:18; MC 1:34, MC 1:39; 3:15, 22; 6:13; 7:26, 29, 30; 9:38; 16:9, 17; LC 4:33, LC 4:35, LC 4:41; 7:33; 8:2, 27, 29, 30, 33, 35, 38; 9:1, 42, 49; 10:17; 11:14, 15, 18, 19, 20; 13:32; JO 7:2; JO 8:48, JO 8:49, JO 8:52; 10:20, 21; AT 17:18; 1. ª Cor. 10:20, 21; 1. º Tim. 4:1; Tiago 2:16; Apoc 9:20; 16:24 e 18:2.


Ao falar de desencarnados, aproveitemos para observar como era designado o fenômeno da psicofonia: I - quando se refere a uma obsessão, com o verbo daimonízesthai, que aparece 13 vezes (MT 4:24;


8:16, 28, 33; 9:32; 12:22; 15:22; Marc 1:32; 5:15, 16, 18; LC 8:36; JO 10:21, portanto, só empregado pelos evangelistas).


II - quando se refere a um espírito evoluído, encontramos as expressões:

• "cheio de um espírito (plêrês, LC 4:1; AT 6:3, AT 6:5; 7:55; 11:24 - portanto só empregado por Lucas);


• "encher-se" (pimplánai ou plêthein, LC 1:15, LC 1:41, LC 1:67; AT 2:4; AT 4:8, AT 4:31; 9:17; 13:19 - portanto, só usado por Lucas);


• "conturbar-se" (tarássein), JO 11:33 e JO 13:21).


Já deixamos bem claro (vol 1) que os termos satanás ("antagonista"), diábolos ("adversário") e peirázôn ("tentador") jamais se referem, no N. T., a espíritos desencarnados, mas expressam sempre "a matéria, e por conseguinte também a "personalidade", a personagem humana que, com seu intelecto vaidoso, se opõe, antagoniza e, como adversário natural do espírito, tenta-o (como escreveu Paulo: "a carne (matéria) luta contra o espírito e o espírito contra a carne", GL 5:17).


Esses termos aparecem: satanãs, 33 vezes (MT 4:10; MT 12:26; MT 16:23; MC 1:13; MC 3:23, MC 3:26; 4:15; 8:33; LC 10:18; LC 11:18; LC 13:16; LC 22:3; JO 13:27, JO 13:31; AT 5:3; AT 26:18; RM 16:20; 1. º Cor. 5:5; 7:5; 2. º Cor. 2:11; 11:14; 12:17; 1. ° Tess. 2:18; 2. º Tess. 2:9; 1. º Tim. 1:20; 5:15; AP 2:9, AP 2:13, AP 2:24; 3:9; 12:9; 20:2, 7); diábolos, 35 vezes (MT 4:1, MT 4:5, MT 4:8, MT 4:11; 13:39; 25:41; LC 4:2, LC 4:3, LC 4:6, LC 4:13; 8:12; JO 6:70; JO 8:44; JO 13:2; AT 10:38; AT 13:10; EF 4:27; EF 6:11; 1. º Tim. 3:6, 7, 11; 2. º Tim. 2:26; 3:3 TT 2:3; HB 2:14; Tiago, 4:7; 1. º Pe. 5:8; 1. º JO 3:8, 10; Jud. 9; AP 2:10; AP 12:9, AP 12:12; 20:2,10) e peirázôn, duas vezes (MT 4:3 e MT 4:1. ª Tess. 3:5).


DIÁNOIA


Diánoia exprime a faculdade de refletir (diá+noús), isto é, o raciocínio; é o intelecto que na matéria, reflete a mente espiritual (noús), projetando-se em "várias direções" (diá) no mesmo plano. Usado 12 vezes (MT 22:37; MC 12:30: LC 1:51; LC 10:27: EF 2:3; EF 4:18; CL 1:21; HB 8:10; HB 10:16; 1. ª Pe. 1:13; 2. ª Pe. 3:1; 1. ª JO 5:20) na forma diánoia; e na forma dianóêma (o pensamento) uma vez em LC 11:17. Como sinônimo de diánoia, encontramos, também, synesis (compreensão) 7 vezes (MC 12:33; LC 2:47; 1. ª Cor. 1:19; EF 3:4; CL 1:9 e CL 2:2; e 2. ª Tim. 2:7). Como veremos logo abaixo, diánoia é parte inerente da psychê, (alma).


PSYCHÊ


Psychê é a ALMA, isto é, o "espírito encarnado (cfr. A. Kardec, "Livro dos Espíritos", resp. 134: " alma é o espírito encarnado", resposta dada, evidentemente, por um "espírito" afeito à leitura do Novo Testamento).


A psychê era considerada pelos gregos como o atualmente chamado "corpo astral", já que era sede dos desejos e paixões, isto é, das emoções (cfr. Ésquilo, Persas, 841; Teócrito, 16:24; Xenofonte, Ciropedia, 6. 2. 28 e 33; Xen., Memoráveis de Sócrates, 1. 13:14; Píndaro, Olímpicas, 2. 125; Heródoto, 3. 14; Tucídides, 2. 40, etc.) . Mas psychê também incluía, segundo os gregos, a diánoia ou synesis, isto é, o intelecto (cfr. Heródoto, 5. 124; Sófocles, Édipo em Colona, 1207; Xenofonte, Hieron, 7. 12; Plat ão, Crátilo, 400 a).


No sentido de "espírito" (alma de mortos) foi usada por Homero (cfr. Ilíada 1. 3; 23. 65, 72, 100, 104;


Odisseia, 11. 207,213,222; 24. 14 etc.), mas esse sentido foi depressa abandonado, substituído por outros sinônimos (pnenma, eikôn, phántasma, skiá, daimôn, etc.) .


Psychê é empregado quase sempre no sentido de espírito preso à matéria (encarnado) ou seja, como sede da vida, e até como a própria vida humana, isto é, a personagem terrena (sede do intelecto e das emoções) em 92 passos: Mar. 2:20; 6:25; 10:28, 39; 11:29; 12:18; 16:25, 26; 20:28; 22:37; 26:38; MC 3:4; MC 8:35, MC 8:36, MC 8:37; 10:45; 12:30; 14:34; LC 1:46; LC 2:35; LC 6:9; LC 9:24(2x), 56; 10:27; 12:19, 20, 22, 23; 14:26; 17:33; 21:19; JO 10:11, JO 10:15, JO 10:17, JO 10:18, 24; 12:25, 27; 13:37, 38; 15:13; AT 2:27, AT 2:41, AT 2:43; 3:23; 4:32; 7:14; 14:2, 22; 15:24, 26; 20:10, 24; 27:10, 22, 37, 44; RM 2:9; RM 11:3; RM 13:1; RM 16:4; 1. º Cor. 15:45; 2. º Cor. 1:23; 12:15; EF 6:6; CL 3:23; Flp. 1:27; 2:30; 1. º Tess. 2:8; 5:23; HB 4:12; HB 6:19; HB 10:38, HB 10:39; 12:3; 13:17; Tiago 1:21; Tiago 5:20; 1. º Pe. 1:9, 22; 2:11, 25; 4:19; 2. º Pe. 2:8, 14; 1. º JO 3:16; 3. º JO 2; AP 12:11; AP 16:3; AP 18:13, AP 18:14.


Note-se, todavia, que no Apocalipse (6:9:8:9 e 20:4) o termo é aplicado aos desencarnados por morte violenta, por ainda conservarem, no além-túmulo, as características da última personagem terrena.


O adjetivo psychikós é empregado com o mesmo sentido de personalidade (l. ª Cor. 2:14; 15:44, 46; Tiago, 3:15; Jud. 19).


Os outros termos, que entre os gregos eram usados nesse sentido de "espírito desencarnado", o N. T.


não os emprega com essa interpretação, conforme pode ser verificado:

EIDOS (aparência) - LC 3:22; LC 9:29; JO 5:37; 2. ª Cor. 5:7; 1. ª Tess. 5:22.


EIDÔLON (ídolo) - AT 7:41; AT 15:20; RM 2:22; 1. ª Cor. 8:4, 7; 10:19; 12; 2; 2. ª Cor. 6:16; 1. ª Tess.


1:9; 1. ª JO 5:21; AP 9:20.


EIKÔN (imagem) - MT 22:20; MC 12:16; LC 20:24; RM 1:23; 1. ª Cor. 11:7; 15:49 (2x) ; 2. ª Cor. 3:18; 4:4; CL 1:5; CL 3:10; HB 10:11; AP 13:14; AP 14:2, AP 14:11; 15:2; 19 : 20; 20 : 4.


SKIÁ (sombra) - MT 4:16; MC 4:32; LC 1:79; AT 5:15; CL 2:17; HB 8:5; HB 10:1.


Também entre os gregos, desde Homero, havia a palavra thumós, que era tomada no sentido de alma encarnada". Teve ainda sentidos diversos, exprimindo "coração" quer como sede do intelecto, quer como sede das paixões. Fixou-se, entretanto, mais neste último sentido, e toda, as vezes que a deparamos no Novo Testamento é, parece, com o designativo "força". (Cfr. LC 4:28; AT 19:28; RM 2:8; 2. ª Cor. 12:20; GL 5:20; EF 4:31; CL 3:8; HB 11:27; AP 12:12; AP 14:8, AP 14:10, AP 14:19; 15:1, 7; 16:1, 19; 18:3 e 19:15)


SOMA


Soma exprime o corpo, geralmente o físico denso, que é subdividido em carne (sárx) e sangue (haima), ou seja, que compreende o físico denso e o duplo etérico (e aqui retificamos o que saiu publicado no vol. 1, onde dissemos que "sangue" representava o astral).


Já no N. T. encontramos uma antecipação da moderna qualificação de "corpos", atribuída aos planos ou níveis em que o homem pode tornar-se consciente. Paulo, por exemplo, emprega soma para os planos espirituais; ao distinguir os "corpos" celestes (sómata epouránia) dos "corpos" terrestres (sómata epígeia), ele emprega soma para o físico denso (em lugar de sárx), para o corpo astral (sôma psychikôn) e para o corpo espiritual (sôma pneumatikón) em 1. ª Cor. 15:40 e 44.


No N. T. soma é empregado ao todo 123 vezes, sendo 107 vezes no sentido de corpo físico-denso (material, unido ou não à psychê);


MT 5:29, MT 5:30; 6:22, 25; 10:28(2x); 26:12; 27:58, 59; MC 5:29; MC 14:8; MC 15:43; LC 11:34; LC 12:4, LC 12:22, LC 12:23; 17:37; 23:52, 55; 24:3, 23; JO 2:21; JO 19:31, JO 19:38, JO 19:40; 20:12; Aros. 9:40; RM 1:24; RM 4:19; RM 6:6, RM 6:12; 7:4, 24; 8:10, 11, 13, 23; 12:1, 4; 1. º Cor. 5:13; 6:13(2x), 20; 7:4(2x), 34; 9:27; 12:12(3x),14, 15(2x), 16 (2x), 17, 18, 19, 20, 22, 23, 24, 25; 13:3; 15:37, 38(2x) 40). 2. 0 Cor. 4:40; 5:610; 10:10; 12:2(2x); Gól. 6:17; EF 2:16; EF 5:23, EF 5:28; Ft. 3:21; CL 2:11, CL 2:23; 1. º Tess. 5:23; HB 10:5, HB 10:10, HB 10:22; 13:3, 11; Tiago 2:11, Tiago 2:26; 3:2, 3, 6; 1. º Pe. 2:24; Jud. 9; AP 18:13. Três vezes como "corpo astral" (MT 27:42; 1. ª Cor. 15:14, duas vezes); duas vezes como "corpo espiritual" (1. º Cor. 15:41); e onze vezes com sentido simbólico, referindo-se ao pão, tomado como símbolo do corpo de Cristo (MT 26:26; MC 14:22; LC 22:19; RM 12:5; 1. ª Cor. 6:15; 10:16, 17; 11:24; 12:13, 27; EF 1:23; EF 4:4, EF 4:12, EF 4:16; Filp. 1:20; CL 1:18, CL 1:22; 2:17; 3:15).


HAIMA


Haima, o sangue, exprime, como vimos, o corpo vital, isto é, a parte que dá vitalização à carne (sárx), a qual, sem o sangue, é simples cadáver.


O sangue era considerado uma entidade a parte, representando o que hoje chamamos "duplo etérico" ou "corpo vital". Baste-nos, como confirmação, recordar que o Antigo Testamento define o sangue como "a alma de toda carne" (LV 17:11-14). Suma importância, por isso, é atribuída ao derramamento de sangue, que exprime privação da "vida", e representa quer o sacrifício em resgate de erros e crimes, quer o testemunho de uma verdade.


A palavra é assim usada no N. T. :

a) - sangue de vítimas (HB 9:7, HB 9:12, HB 9:13, HB 9:18, 19, 20, 21, 22, 25; 10:4; 11:28; 13:11). Observe-se que só nessa carta há preocupação com esse aspecto;


b) - sangue de Jesus, quer literalmente (MT 27:4, MT 27:6, MT 27:24, MT 27:25; LC 22:20; JO 19:34; AT 5:28; AT 20:28; RM 5:25; RM 5:9; EF 1:7; EF 2:13; CL 1:20; HB 9:14; HB 10:19, HB 10:29; 12:24; 13:12, 20; 1. ª Pe. 1:2,19; 1. ª JO 1:7; 5:6, 8; AP 1:5; AP 5:9; AP 7:14; AP 12:11); quer simbolicamente, quando se refere ao vinho, como símbolo do sangue de Cristo (MT 26:28; MC 14:24; JO 6:53, JO 6:54, JO 6:55, JO 6:56; 1. ª Cor. 10:16; 11:25, 27).


c) - o sangue derramado como testemunho de uma verdade (MT 23:30, MT 23:35; 27:4; LC 13:1; AT 1:9; AT 18:6; AT 20:26; AT 22:20; RM 3:15; HB 12:4; AP 6:10; 14,: 20; 16:6; 17:6; 19:2, 13).


d) - ou em circunstâncias várias (MC 5:25, MC 5:29; 16:7; LC 22:44; JO 1:13; AT 2:19, AT 2:20; 15:20, 29; 17:26; 21:25; 1. ª Cor. 15:50; GL 1:16; EF 6:12; HB 2:14; AP 6:12; AP 8:7; AP 15:3, AP 15:4; 11:6).


SÁRX


Sárx é a carne, expressão do elemento mais grosseiro do homem, embora essa palavra substitua, muitas vezes, o complexo soma, ou seja, se entenda, com esse termo, ao mesmo tempo "carne" e "sangue".


Apesar de ter sido empregada simbolicamente por Jesus (JO 6:51, JO 6:52, JO 6:53, JO 6:54, 55 e 56), seu uso é mais literal em todo o resto do N. T., em 120 outros locais: MT 19:56; MT 24:22; MT 26:41; MC 10:8; MC 13:20; MC 14:38; LC 3:6; LC 24:39; JO 1:14; JO 3:6(2x); 6:63; 8:15; 17:2; AT 2:7, AT 2:26, AT 2:31; RM 1:3; RM 2:28; RM 3:20; RM 4:1; RM 6:19; RM 7:5, RM 7:18, RM 7:25; 8:3, 4(2x), 5(2x), 6, 7, 8, 9, 13(2x); 9:358; 11:14; 13:14; 1. º Cor. 1:2629; 5:5; 6:16; 7:28;10:18; 15:39(2x),50; 2. º Cor. 1:17; 4:11; 5:16; 7:1,5; 10:2,3(2x); 1:18; 12:7; GL 2:16, GL 2:20; 3:3; 4:13, 14, 23; 5:13, 16, 17, 19, 24; 6:8(2x), 12, 13; EF 2:3, EF 2:11, EF 2:14; 5:29, 30, 31; 6:5; CL 1:22, CL 1:24; 2:1, 5, 11, 13, 18, 23; 3:22, 24; 3:34; 1. º Tim. 3:6; Flm. 16; HB 5:7; HB 9:10, HB 9:13; 10:20; 12:9; Tiago 5:3; 1. º Pe. 1:24; 3;18, 21; 4:1, 2, 6; 2. º Pe. 2:10, 18; 1. º JO 2:16; 4:2; 2. º JO 7; Jud. 7, 8, 23; AP 17:16; AP 19:21.


B - TEXTOS COMPROBATÓRIOS


Respiguemos, agora, alguns trechos do N. T., a fim de comprovar nossas conclusões a respeito desta nova teoria.


Comecemos pela distinção que fazemos entre individualidade (ou Espírito) e a personagem transitória humana.


INDIVIDUALIDADE- PERSONAGEM


Encontramos essa distinção explicitamente ensinada por Paulo (l. ª Cor. 15:35-50) que classifica a individualidade entre os "corpos celestiais" (sómata epouránia), isto é, de origem espiritual; e a personagem terrena entre os "corpos terrenos" (sómata epígeia), ou seja, que têm sua origem no próprio planeta Terra, de onde tiram seus elementos constitutivos (físicos e químicos). Logo a seguir, Paulo torna mais claro seu pensamento, denominando a individualidade de "corpo espiritual" (sôma pneumatikón) e a personagem humana de "corpo psíquico" (sôma psychikón). Com absoluta nitidez, afirma que a individualidade é o "Espírito vivificante" (pneuma zoopioún), porque dá vida; e que a personagem, no plano já da energia, é a "alma que vive" (psychê zôsan), pois recebe vida do Espírito que lhe constitui a essência profunda.


Entretanto, para evitar dúvidas ou más interpretações quanto ao sentido ascensional da evolução, assevera taxativamente que o desenvolvimento começa com a personalidade (alma vivente) e só depois que esta se desenvolve, é que pode atingir-se o desabrochar da individualidade (Espírito vivificante).


Temos, pois, bem estabelecida a diferença fundamental, ensinada no N. T., entre psychê (alma) e pneuma (Espírito).


Mas há outros passos em que esses dois elementos são claramente distinguidos:

1) No Cântico de Maria (LC 1:46) sentimos a diferença nas palavras "Minha alma (psychê) engrandece o Senhor e meu Espírito (pneuma) se alegra em Deus meu Salvador".


2) Paulo (Filp. 1:27) recomenda que os cristãos tenham "um só Espírito (pneuma) e uma só alma (psychê), distinção desnecessária, se não expressassem essas palavras coisas diferentes.


3) Ainda Paulo (l. ª Tess. 5:23) faz votos que os fiéis "sejam santificados e guardados no Espírito (pneuma) na alma (psychê) e no corpo (sôma)", deixando bem estabelecida a tríade que assinalamos desde o início.


4) Mais claro ainda é o autor da Carta dos Hebreus (quer seja Paulo Apolo ou Clemente Romano), ao


. utilizar-se de uma expressão sintomática, que diz: "o Logos Divino é Vivo, Eficaz; e mais penetrante que qualquer espada, atingindo até a divisão entre o Espirito (pneuma) e a alma (psychê)" (HB 4:12); aí não há discussão: existe realmente uma divisão entre espírito e alma.


5) Comparando, ainda, a personagem (psiquismo) com a individualidade Paulo afirma que "fala não palavras aprendidas pela sabedoria humana, mas aprendidas do Espírito (divino), comparando as coisas espirituais com as espirituais"; e acrescenta, como esclarecimento e razão: "o homem psíquico (ho ánthrôpos psychikós, isto é, a personagem intelectualizada) não percebe as coisas do Espírito Divino: são tolices para ele, e não pode compreender o que é discernido espiritualmente; mas o homem espiritual (ho ánthrôpos pneumatikós, ou, seja, a individualidade) discerne tudo, embora não seja discernido por ninguém" (1. ª Cor. 2:13-15).


Portanto, não há dúvida de que o N. T. aceita os dois aspectos do "homem": a parte espiritual, a tríade superior ou individualidade (ánthrôpos pneumatikós) e a parte psíquica, o quaternário inferior ou personalidade ou personagem (ánthrôpos psychikós).


O CORPO


Penetremos, agora, numa especificação maior, observando o emprego da palavra soma (corpo), em seu complexo carne-sangue, já que, em vários passos, não só o termo sárx é usado em lugar de soma, como também o adjetivo sarkikós (ou sarkínos) se refere, como parte externa visível, a toda a personagem, ou seja, ao espírito encarnado e preso à matéria; e isto sobretudo naqueles que, por seu atraso, ainda acreditam que seu verdadeiro eu é o complexo físico, já que nem percebem sua essência espiritual.


Paulo, por exemplo, justifica-se de não escrever aos coríntios lições mais sublimes, porque não pode falar-lhes como a "espirituais" (pnenmatikoí, criaturas que, mesmo encarnadas, já vivem na individualidade), mas só como a "carnais" (sarkínoi, que vivem só na personagem). Como a crianças em Cristo (isto é, como a principiantes no processo do conhecimento crístico), dando-lhes leite a beber, não comida, pois ainda não na podem suportar; "e nem agora o posso, acrescenta ele, pois ainda sois carnais" (1. ª Cor. 3:1-2).


Dessa forma, todos os que se encontram na fase em que domina a personagem terrena são descritos por Paulo como não percebendo o Espírito: "os que são segundo a carne, pensam segundo a carne", em oposição aos "que são segundo o espírito, que pensam segundo o espírito". Logo a seguir define a "sabedoria da carne como morte, enquanto a sabedoria do Espírito é Vida e Paz" (Rom, 8:5-6).


Essa distinção também foi afirmada por Jesus, quando disse que "o espírito está pronto (no sentido de" disposto"), mas a carne é fraca" (MT 26:41; MC 14:38). Talvez por isso o autor da Carta aos Hebreus escreveu, ao lembrar-se quiçá desse episódio, que Jesus "nos dias de sua carne (quando encarnado), oferecendo preces e súplicas com grande clamor e lágrimas Àquele que podia livrá-lo da morte, foi ouvido por causa de sua devoção e, não obstante ser Filho de Deus (o mais elevado grau do adeptado, cfr. vol. 1), aprendeu a obediência por meio das coisas que sofreu" (Heb, 5:7-8).


Ora, sendo assim fraca e medrosa a personagem humana, sempre tendente para o mal como expoente típico do Antissistema, Paulo tem o cuidado de avisar que "não devemos submeter-nos aos desejos da carne", pois esta antagoniza o Espírito (isto é constitui seu adversário ou diábolos). Aconselha, então que não se faça o que ela deseja, e conforta os "que são do Espírito", assegurando-lhes que, embora vivam na personalidade, "não estão sob a lei" (GL 5:16-18). A razão é dada em outro passo: "O Senhor é Espírito: onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade" (2. ª Cor. 3:17).


Segundo o autor da Carta aos Hebreus, esta foi uma das finalidades da encarnação de Jesus: livrar a personagem humana do medo da morte. E neste trecho confirma as palavras do Mestre a Nicodemos: "o que nasce de carne é carne" (JO 3:6), esclarecendo, ao mesmo tempo, no campo da psicobiologia, (o problema da hereditariedade: dos pais, os filhos só herdam a carne e o sangue (corpo físico e duplo etérico), já que a psychê é herdeira do pneuma ("o que nasce de espírito, é espírito", João, ibidem). Escreve, então: "como os filhos têm a mesma natureza (kekoinônêken) na carne e no sangue, assim ele (Jesus) participou da carne e do sangue para que, por sua morte, destruísse o adversário (diábolos, a matéria), o qual possui o império da morte, a fim de libertá-las (as criaturas), já que durante toda a vida elas estavam sujeitas ao medo da morte" (HB 2:14).


Ainda no setor da morte, Jesus confirma, mais uma vez, a oposição corpo-alma: "não temais os que matam o corpo: temei o que pode matar a alma (psychê) e o corpo (sôma)" (MT 10:28). Note-se, mais uma vez, a precisão (elegantia) vocabular de Jesus, que não fala em pneuma, que é indestrutível, mas em psychê, ou seja, o corpo astral sujeito a estragos e até morte.


Interessante observar que alguns capítulos adiante, o mesmo evangelista (MT 27:52) usa o termo soma para designar o corpo astral ou perispírito: "e muitos corpos dos santos que dormiam, despertaram".


Refere-se ao choque terrível da desencarnação de Jesus, que foi tão violento no plano astral, que despertou os desencarnados que se encontravam adormecidos e talvez ainda presos aos seus cadáveres, na hibernação dos que desencarnam despreparados. E como era natural, ao despertarem, dirigiram-se para suas casas, tendo sido percebidos pelos videntes.


Há um texto de Paulo que nos deixa em suspenso, sem distinguirmos se ele se refere ao corpo físico (carne) ou ao psíquico (astral): "conheço um homem em Cristo (uma individualidade já cristificada) que há catorze anos - se no corpo (en sômai) não sei, se fora do corpo (ektòs sômatos) não sei: Deus

sabe foi raptado ao terceiro céu" (l. ª Cor. 12:2). É uma confissão de êxtase (ou talvez de "encontro"?), em que o próprio experimentador se declara inapto a distinguir se se tratava de um movimento puramente espiritual (fora do corpo), ou se tivera a participação do corpo psíquico (astral); nem pode verificar se todo o processo se realizou com pneuma e psychê dentro ou fora do corpo.


Entretanto, de uma coisa ele tem certeza absoluta: a parte inferior do homem, a carne e o sangue, esses não participaram do processo. Essa certeza é tão forte, que ele pode ensinar taxativamente e sem titubeios, que o físico denso e o duplo etérico não se unificam com a Centelha Divina, não "entram no reino dos céus", sendo esta uma faculdade apenas de pneuma, e, no máximo, de psychê. E ele o diz com ênfase: "isto eu vos digo, irmãos, que a carne (sárx) e o sangue (haima) NÃO PODEM possuir o reino de Deus" (l. ª Cor. 15:50). Note-se que essa afirmativa é uma negação violenta do "dogma" da ressurreição da carne.


ALMA


Num plano mais elevado, vejamos o que nos diz o N. T. a respeito da psychê e da diánoia, isto é, da alma e do intelecto a esta inerente como um de seus aspectos.


Como a carne é, na realidade dos fatos, incapaz de vontades e desejos, que provêm do intelecto, Paulo afirma que "outrora andávamos nos desejos de nossa carne", esclarecendo, porém, que fazíamos "a vontade da carne (sárx) e do intelecto (diánoia)" (EF 2:3). De fato "o afastamento e a inimizade entre Espírito e corpo surgem por meio do intelecto" (CL 1. 21).


A distinção entre intelecto (faculdade de refletir, existente na personagem) e mente (faculdade inerente ao coração, que cria os pensamentos) pode parecer sutil, mas já era feita na antiguidade, e Jerem ías escreveu que YHWH "dá suas leis ao intelecto (diánoia), mas as escreve no coração" (JR 31:33, citado certo em HB 8:10, e com os termos invertidos em HB 10:16). Aí bem se diversificam as funções: o intelecto recebe a dádiva, refletindo-a do coração, onde ela está gravada.


Realmente a psychê corresponde ao corpo astral, sede das emoções. Embora alguns textos no N. T.


atribuam emoções a kardía, Jesus deixou claro que só a psychê é atingível pelas angústias e aflições, asseverando: "minha alma (psychê) está perturbada" (MT 26:38; MC 14:34; JO 12:27). Jesus não fala em kardía nem em pneuma.


A MENTE


Noús é a MENTE ESPIRITUAL, a individualizadora de pneuma, e parte integrante ou aspecto de kardía. E Paulo, ao salientar a necessidade de revestir-nos do Homem Novo (de passar a viver na individualidade) ordena que "nos renovemos no Espírito de nossa Mente" (EF 4:23-24), e não do intelecto, que é personalista e divisionário.


E ao destacar a luta entre a individualidade e a personagem encarnada, sublinha que "vê outra lei em seus membros (corpo) que se opõem à lei de sua mente (noús), e o aprisiona na lei do erro que existe em seus membros" (RM 7:23).


A mente espiritual, e só ela, pode entender a sabedoria do Cristo; e este não se dirige ao intelecto para obter a compreensão dos discípulos: "e então abriu-lhes a mente (noún) para que compreendessem as Escrituras" (LC 24:45). Até então, durante a viagem (bastante longa) ia conversando com os "discípulos de Emaús". falando-lhes ao intelecto e provando-lhes que o Filho do Homem tinha que sofrer; mas eles não O reconheceram. Mas quando lhes abriu a MENTE, imediatamente eles perceberam o Cristo.


Essa mente é, sem dúvida, um aspecto de kardía. Isaías escreveu: "então (YHWH) cegou-lhes os olhos (intelecto) e endureceu-lhes o coração, para que não vissem (intelectualmente) nem compreendessem com o coração" (IS 6:9; citado por JO 12:40).


O CORAÇÃO


Que o coração é a fonte dos pensamentos, nós o encontramos repetido à exaustão; por exemplo: MT 12:34; MT 15:18, MT 15:19; Marc 7:18; 18:23; LC 6:45; LC 9:47; etc.


Ora, se o termo CORAÇÃO exprime, límpida e indiscutivelmente, a fonte primeira do SER, o "quarto fechado" onde o "Pai vê no secreto" MT 6:6), logicamente se deduz que aí reside a Centelha Divina, a Partícula de pneuma, o CRISTO (Filho Unigênito), que é UNO com o Pai, que também, consequentemente, aí reside. E portanto, aí também está o Espírito-Santo, o Espírito-Amor, DEUS, de que nosso Eu é uma partícula não desprendida.


Razão nos assiste, então, quando escrevemos (vol. 1 e vol. 3) que o "reino de Deus" ou "reino dos céus" ou "o céu", exprime exatamente o CORAÇÃO; e entrar no reino dos céus é penetrar, é MERGULHAR (batismo) no âmago de nosso próprio EU. É ser UM com o CRISTO, tal como o CRISTO é UM com o PAI (cfr. JO 10. 30; 17:21,22, 23).


Sendo esta parte a mais importante para a nossa tese, dividamo-la em três seções:

a) - Deus ou o Espírito Santo habitam DENTRO DE nós;


b) - CRISTO, o Filho (UNO com o Pai) também está DENTRO de nós, constituindo NOSSA ESSÊNCIA PROFUNDA;


c) - o local exato em que se encontra o Cristo é o CORAÇÃO, e nossa meta, durante a encarnação, é CRISTIFICAR-NOS, alcançando a evolução crística e unificando-nos com Ele.


a) -


A expressão "dentro de" pode ser dada em grego pela preposição ENTOS que encontramos clara em LC (LC 17:21), quando afirma que "o reino de Deus está DENTRO DE VÓS" (entòs humin); mas tamb ém a mesma ideia é expressa pela preposição EN (latim in, português em): se a água está na (EM A) garrafa ou no (EM O) copo, é porque está DENTRO desses recipientes. Não pode haver dúvida. Recordese o que escrevemos (vol. 1): "o Logos se fez carne e fez sua residência DENTRO DE NÓS" (JO 1:14).


Paulo é categórico em suas afirmativas: "Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito Santo habita dentro de vós" (1. ª Cor. 3:16).


Οΰи οίδατε ότι ναός θεοϋ έστε иαί τό πνεϋµα τοϋ θεοϋ έν ϋµϊν οίиεί;

E mais: "E não sabeis que vosso corpo é o templo do Espírito Santo que está dentro de vós, o qual recebestes de Deus, e não pertenceis a vós mesmos? Na verdade, fostes comprados por alto preço. Glorificai e TRAZEI DEUS EM VOSSO CORPO" (1. ª Cor. 6:19-20).


Esse Espírito Santo, que é a Centelha do Espírito Universal, é, por isso mesmo, idêntico em todos: "há muitas operações, mas UM só Deus, que OPERA TUDO DENTRO DE TODAS AS COISAS; ... Todas essas coisas opera o único e mesmo Espírito; ... Então, em UM Espírito todos nós fomos MERGULHADOS en: UMA carne, judeus e gentios, livres ou escravos" (1. ª Cor. 12:6, 11, 13).


Καί διαιρέσεις ένεργηµάτων είσιν, ό δέ αύτός θεός ό ένεργών τα πάντα έν πάσιν... Дάντα δέ ταύτα ένεργεί τό έν иαί τό αύτό πνεύµα... Кαί γάρ έν ένί πνεύµατι ήµείς πάντες είς έν σώµα έβαπτίσθηµεν,
είτε ̉Ιουδαίοι εϊτε έλληνες, είτε δούλοι, εϊτε έλεύθεροι.
Mais ainda: "Então já não sois hóspedes e estrangeiros, mas sois concidadãos dos santos e familiares de Deus, superedificados sobre o fundamento dos Enviados e dos Profetas, sendo a própria pedra angular máxima Cristo Jesus: em Quem toda edificação cresce no templo santo no Senhor, no Qual tamb ém vós estais edificados como HABITAÇÃO DE DEUS NO ESPÍRITO" (EF 2:19-22). " Αρα ούν ούиέτι έστε ζένοι иαί πάροιиοι, άλλά έστε συµπολίται τών άγίων иαί οίиείοι τού θεού,
έποιиοδοµηθέντες έπί τώ θεµελίω τών άποστόλων иαί προφητών, όντος άиρογωνιαίου αύτού Χριστόύ
#cite Іησού, έν ώ πάσα οίиοδοµή συναρµολογουµένη αύζει είς ναόν άγιον έν иυρίώ, έν ώ иαί ύµείς
συνοιиοδοµείσθε είς иατοιиητήεριον τού θεού έν πνεµατ

ι.


Se Deus habita DENTRO do homem e das coisas quem os despreza, despreza a Deus: "quem despreza estas coisas, não despreza homens, mas a Deus, que também deu seu Espírito Santo em vós" (1. ª Tess. 4:8).


Тοιγαρούν ό άθετών ούи άνθρωπον άθετεί, άλλά τόν θεόν τόν иαί διδόντα τό πνεύµα αύτού τό άγιον είς ύµάς.

E a consciência dessa realidade era soberana em Paulo: "Guardei o bom depósito, pelo Espírito Santo que habita DENTRO DE NÓS" (2. ª Tim. 1:14). (20)


Тήν иαλήν παραθήиην φύλαζον διά πνεύµατος άγίου τού ένοιиούντος έν ήµϊ

ν.


João dá seu testemunho: "Ninguém jamais viu Deus. Se nos amarmos reciprocamente, Deus permanecer á DENTRO DE NÓS, e o Amor Dele, dentro de nós, será perfeito (ou completo). Nisto sabemos que permaneceremos Nele e Ele em nós, porque DE SEU ESPÍRITO deu a nós" (1. ª JO 4:12-13).


θεόν ούδείς πώποτε τεθέαται: έάν άγαπώµεν άλλήλους, ό θεός έν ήµϊν µένει, иαί ή άγάπη αύτοϋ τε-
τελειωµένη έν ήµϊν έστιν. Εν τουτω γινώσиοµεν ότι έν αύτώ µένοµεν иαί αύτός έν ήµϊν, ότι έи τοϋ
πνεύµατος αύτοϋ δέδώиεν ήµϊ

ν.


b) -


Vejamos agora os textos que especificam melhor ser o CRISTO (Filho) que, DENTRO DE NÓS. constitui a essência profunda de nosso ser. Não é mais uma indicação de que TEMOS a Divindade em nós, mas um ensino concreto de que SOMOS uma partícula da Divindade. Escreve Paulo: "Não sabeis que CRISTO (Jesus) está DENTRO DE VÓS"? (2. ª Cor. 13:5). E, passando àquela teoria belíssima de que formamos todos um corpo só, cuja cabeça é Cristo, ensina Paulo: "Vós sois o CORPO de Cristo, e membros de seus membros" (l. ª Cor. 12:27). Esse mesmo Cristo precisa manifestar-se em nós, através de nós: "vossa vida está escondida COM CRISTO em Deus; quando Cristo se manifestar, vós também vos manifestareis em substância" (CL 3:3-4).


E logo adiante insiste: "Despojai-vos do velho homem com seus atos (das personagens terrenas com seus divisionismos egoístas) e vesti o novo, aquele que se renova no conhecimento, segundo a imagem de Quem o criou, onde (na individualidade) não há gentio nem judeu, circuncidado ou incircunciso, bárbaro ou cita, escravo ou livre, mas TUDO e EM TODOS, CRISTO" (CL 3:9-11).


A personagem é mortal, vivendo a alma por efeito do Espírito vivificante que nela existe: "Como em Adão (personagem) todos morrem, assim em CRISTO (individualidade, Espírito vivificante) todos são vivificados" (1. ª Cor. 15:22).


A consciência de que Cristo vive nele, faz Paulo traçar linhas imorredouras: "ou procurais uma prova do CRISTO que fala DENTRO DE MIM? o qual (Cristo) DENTRO DE VÓS não é fraco" mas é poderoso DENTRO DE VÓS" (2. ª Cor. 13:3).


E afirma com a ênfase da certeza plena: "já não sou eu (a personagem de Paulo), mas CRISTO QUE VIVE EM MIM" (GL 2:20). Por isso, pode garantir: "Nós temos a mente (noús) de Cristo" (l. ª Cor. 2:16).


Essa convicção traz consequências fortíssimas para quem já vive na individualidade: "não sabeis que vossos CORPOS são membros de Cristo? Tomando, então, os membros de Cristo eu os tornarei corpo de meretriz? Absolutamente. Ou não sabeis que quem adere à meretriz se torna UM CORPO com ela? Está dito: "e serão dois numa carne". Então - conclui Paulo com uma lógica irretorquível - quem adere a Deus é UM ESPÍRITO" com Deus (1. ª Cor. 6:15-17).


Já desde Paulo a união sexual é trazida como o melhor exemplo da unificação do Espírito com a Divindade. Decorrência natural de tudo isso é a instrução dada aos romanos: "vós não estais (não viveis) EM CARNE (na personagem), mas EM ESPÍRITO (na individualidade), se o Espírito de Deus habita DENTRO DE VÓS; se porém não tendes o Espírito de Cristo, não sois Dele. Se CRISTO (está) DENTRO DE VÓS, na verdade o corpo é morte por causa dos erros, mas o Espírito vive pela perfeição. Se o Espírito de Quem despertou Jesus dos mortos HABITA DENTRO DE VÓS, esse, que despertou Jesus dos mortos, vivificará também vossos corpos mortais, por causa do mesmo Espírito EM VÓS" (RM 9:9-11). E logo a seguir prossegue: "O próprio Espírito testifica ao nosso Espírito que somos filhos de Deus; se filhos, (somos) herdeiros: herdeiros de Deus, co-herdeiros de Cristo" (RM 8:16). Provém daí a angústia de todos os que atingiram o Eu Interno para libertar-se: "também tendo em nós as primícias do Espírito, gememos dentro de nós, esperando a adoção de Filhos, a libertação de nosso corpo" (RM 8:23).


c) -


Finalmente, estreitando o círculo dos esclarecimentos, verificamos que o Cristo, dentro de nós, reside NO CORAÇÃO, onde constitui nosso EU Profundo. É ensinamento escriturístico.


Ainda é Paulo que nos esclarece: "Porque sois filhos, Deus enviou o ESPÍRITO DE SEU FILHO, em vosso CORAÇÃO, clamando Abba, ó Pai" (GL 4:6). Compreendemos, então, que o Espírito Santo (Deus) que está em nós, refere-se exatamente ao Espírito do FILHO, ao CRISTO Cósmico, o Filho Unigênito. E ficamos sabendo que seu ponto de fixação em nós é o CORAÇÃO.


Lembrando-se, talvez, da frase de Jeremias, acima-citada, Paulo escreveu aos coríntios: "vós sois a nossa carta, escrita em vossos CORAÇÕES, conhecida e lida por todos os homens, sendo manifesto que sois CARTA DE CRISTO, preparada por nós, e escrita não com tinta, mas com o Espírito de Deus Vivo; não em tábuas de pedra, mas nas tábuas dos CORAÇÕES CARNAIS" (2. ª Cor. 3:2-3). Bastante explícito que realmente se trata dos corações carnais, onde reside o átomo espiritual.


Todavia, ainda mais claro é outro texto, em que se fala no mergulho de nosso eu pequeno, unificandonos ao Grande EU, o CRISTO INTERNO residente no coração: "CRISTO HABITA, pela fé, no VOSSO CORAÇÃO". E assegura com firmeza: "enraizados e fundamentados no AMOR, com todos os santos (os encarnados já espiritualizados na vivência da individualidade) se compreenderá a latitude, a longitude a sublimidade e a profundidade, conhecendo o que está acima do conhecimento, o AMOR DE CRISTO, para que se encham de toda a plenitude de Deus" (EF 3:17).


Кατοιиήσαι τόν Χριστόν διά τής πίστεως έν ταϊς иαρδίαις ύµών, έν άγάπη έρριζωµένοι иαί τεθεµελιωµένοι, ϊνα έζισγύσητε иαταλαβέσθαι σύν πάσιν τοϊςάγίοιςτί τό πλάτος иαί µήиος иαί ύψος
иαί βάθος, γνώσαι τε τήν ύπερβάλλουσαν τής γνώσεως άγάπην τοϋ Χριστοϋ, ίνα πληρωθήτε είς πάν τό πλήρωµα τού θεοϋ.

Quando se dá a unificação, o Espírito se infinitiza e penetra a Sabedoria Cósmica, compreendendo então a amplitude da localização universal do Cristo.


Mas encontramos outro ensino de suma profundidade, quando Paulo nos adverte que temos que CRISTIFICAR-NOS, temos que tornar-nos Cristos, na unificação com Cristo. Para isso, teremos que fazer uma tradução lógica e sensata da frase, em que aparece o verbo CHRIO duas vezes: a primeira, no particípio passado, Christós, o "Ungido", o "permeado da Divindade", particípio que foi transliterado em todas as línguas, com o sentido filosófico e místico de O CRISTO; e a segunda, logo a seguir, no presente do indicativo. Ora, parece de toda evidência que o sentido do verbo tem que ser O MESMO em ambos os empregos. Diz o texto original: ho dè bebaiôn hemãs syn humin eis Christon kaí chrísas hemãs theós (2. ª Cor. 1:21).


#cite Ο δέ βεβαιών ήµάς σύν ύµίν είς Χριστόν иαί χρίσας ήµάς θεό

ς.


Eis a tradução literal: "Deus, fortifica dor nosso e vosso, no Ungido, unge-nos".


E agora a tradução real: "Deus, fortificador nosso e vosso, em CRISTO, CRISTIFICA-NOS".


Essa a chave para compreendermos nossa meta: a cristificação total e absoluta.


Logo após escreve Paulo: "Ele também nos MARCA e nos dá, como penhor, o Espírito em NOSSOS CORAÇÕES" (2. ª Cor. 1:22).


#cite Ο иαί σφραγισάµενος ήµάς иαί δούς τόν άρραβώνα τόν πνεύµατος έν ταϊς иαρδϊαις ήµώ

ν.


Completando, enfim, o ensino - embora ministrado esparsamente - vem o texto mais forte e explícito, informando a finalidade da encarnação, para TÔDAS AS CRIATURAS: "até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, ao Homem Perfeito, à medida da evolução plena de Cristo" (EF 4:13).


Мέρχι иαταντήσωµεν οί πάντες είς τήν ένότητα τής πίστοως. иαί τής έπιγνώσεως τοϋ υίοϋ τοϋ θεοϋ,
είς άνδρα τελειον, είς µέτρον ήλιиίας τοϋ πληρώµατος τοϋ Χριστοϋ.
Por isso Paulo escreveu aos Gálatas: "ó filhinhos, por quem outra vez sofro as dores de parto, até que Cristo SE FORME dentro de vós" (GL 4:19) (Тεиνία µου, ούς πάλιν ώδίνω, µέρχις ού µορφωθή Χριστός έν ύµϊ

ν).


Agostinho (Tract. in Joanne, 21, 8) compreendeu bem isto ao escrever: "agradeçamos e alegremonos, porque nos tornamos não apenas cristãos, mas cristos", (Christus facti sumus); e Metódio de Olimpo ("Banquete das dez virgens", Patrol. Graeca, vol. 18, col. 150) escreveu: "a ekklêsía está grávida e em trabalho de parto até que o Cristo tome forma em nós, até que Cristo nasça em nós, a fim de que cada um dos santos (encarnados) por sua participação com o Cristo, se torne Cristo". Também Cirilo de Jerusalém ("Catechesis mystagogicae" 1. 3. 1 in Patr. Graeca vol. 33, col. 1. 087) asseverou: " Após terdes mergulhado no Cristo e vos terdes revestido do Cristo, fostes colocados em pé de igualdade com o Filho de Deus... pois que entrastes em comunhão com o Cristo, com razão tendes o nome de cristos, isto é, de ungidos".


Todo o que se une ao Cristo, se torna um cristo, participando do Pneuma e da natureza divina (theías koinônoí physeôs) (2. ª Pe. 1:3), pois "Cristo é o Espírito" (2. ª Cor. 3:17) e quem Lhe está unido, tem em si o selo (sphrágis) de Cristo. Na homilia 24,2, sobre 1. ª Cor. 10:16, João Crisóstomo (Patrol.


Graeca vol. 61, col. 200) escreveu: "O pão que partimos não é uma comunhão (com+união, koinônía) ao corpo de Cristo? Porque não disse "participação" (metoché)? Porque quis revelar algo mais, e mostrar uma associação (synápheia) mais íntima. Realmente, estamos unidos (koinônoúmen) não só pela participação (metéchein) e pela recepção (metalambánein), mas também pela UNIFICAÇÃO (enousthai)".


Por isso justifica-se o fragmento de Aristóteles, supra citado, em Sinésio: "os místicos devem não apenas aprender (mathein) mas experimentar" (pathein).


Essa é a razão por que, desde os primeiros séculos do estabelecimento do povo israelita, YHWH, em sua sabedoria, fazia a distinção dos diversos "corpos" da criatura; e no primeiro mandamento revelado a Moisés dizia: " Amarás a Deus de todo o teu coração (kardía), de toda tua alma (psychê), de todo teu intelecto (diánoia), de todas as tuas forças (dynameis)"; kardía é a individualidade, psychê a personagem, dividida em diánoia (intelecto) e dynameis (veículos físicos). (Cfr. LV 19:18; DT 6:5; MT 22:37; MC 12:13; LC 10:27).


A doutrina é uma só em todos os sistemas religiosos pregados pelos Mestres (Enviados e Profetas), embora com o tempo a imperfeição humana os deturpe, pois a personagem é fundamentalmente divisionista e egoísta. Mas sempre chega a ocasião em que a Verdade se restabelece, e então verificamos que todas as revelações são idênticas entre si, em seu conteúdo básico.


ESCOLA INICIÁTICA


Após essa longa digressão a respeito do estudo do "homem" no Novo Testamento, somos ainda obrigados a aprofundar mais o sentido do trecho em que são estipuladas as condições do discipulato.


Há muito desejaríamos ter penetrado neste setor, a fim de poder dar explicação cabal de certas frases e passagens; mas evitamo-lo ao máximo, para não ferir convicções de leitores desacostumados ao assunto.


Diante desse trecho, porém, somos forçados a romper os tabus e a falar abertamente.


Deve ter chamado a atenção de todos os estudiosos perspicazes dos Evangelhos, que Jesus jamais recebeu, dos evangelistas, qualquer título que normalmente seria atribuído a um fundador de religião: Chefe Espiritual, Sacerdote, Guia Espiritual, Pontífice; assim também, aqueles que O seguiam, nunca foram chamados Sequazes, Adeptos, Adoradores, Filiados, nem Fiéis (a não ser nas Epístolas, mas sempre com o sentido de adjetivo: os que mantinham fidelidade a Seus ensinos). Ao contrário disso, os epítetos dados a Jesus foram os de um chefe de escola: MESTRE (Rabbi, Didáskalos, Epistátês) ou de uma autoridade máxima Kyrios (SENHOR dos mistérios). Seus seguidores eram DISCÍPULOS (mathêtês), tudo de acordo com a terminologia típica dos mistérios iniciáticos de Elêusis, Delfos, Crotona, Tebas ou Heliópolis. Após receberem os primeiros graus, os discípulos passaram a ser denominado "emissários" (apóstolos), encarregados de dar a outros as primeiras iniciações.


Além disso, é evidente a preocupação de Jesus de dividir Seus ensinos em dois graus bem distintos: o que era ministrado de público ("a eles só é dado falar em parábolas") e o que era ensinado privadamente aos "escolhidos" ("mas a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus", cfr. MT 13:10-17 ; MC 4:11-12; LC 8:10).


Verificamos, portanto, que Jesus não criou uma "religião", no sentido moderno dessa palavra (conjunto de ritos, dogmas e cultos com sacerdócio hierarquicamente organizado), mas apenas fundou uma ESCOLA INICIÁTICA, na qual preparou e "iniciou" seus DISCÍPULOS, que Ele enviou ("emissários, apóstolos") com a incumbência de "iniciar" outras criaturas. Estas, por sua vez, foram continuando o processo e quando o mundo abriu os olhos e percebeu, estava em grande parte cristianizado. Quando os "homens" o perceberam e estabeleceram a hierarquia e os dogmas, começou a decadência.


A "Escola iniciática" fundada por Jesus foi modelada pela tradição helênica, que colocava como elemento primordial a transmissão viva dos mistérios: e "essa relação entre a parádosis (transmissão) e o mystérion é essencial ao cristianismo", escreveu o monge beneditino D. Odon CaseI (cfr. "Richesse du Mystere du Christ", Les éditions du Cerf. Paris, 1964, pág. 294). Esse autor chega mesmo a afirmar: " O cristianismo não é uma religião nem uma confissão, segundo a acepção moderna dessas palavras" (cfr. "Le Mystere du Culte", ib., pág. 21).


E J. Ranft ("Der Ursprung des Kathoíischen Traditionsprinzips", 1931, citado por D . O. Casel) escreve: " esse contato íntimo (com Cristo) nasce de uma gnose profunda".


Para bem compreender tudo isso, é indispensável uma incursão pelo campo das iniciações, esclarecendo antes alguns termos especializados. Infelizmente teremos que resumir ao máximo, para não prejudicar o andamento da obra. Mas muitos compreenderão.


TERMOS ESPECIAIS


Aiôn (ou eon) - era, época, idade; ou melhor CICLO; cada um dos ciclos evolutivos.


Akoueíu - "ouvir"; akoueín tòn lógon, ouvir o ensino, isto é, receber a revelação dos segredos iniciáticos.


Gnôse - conhecimento espiritual profundo e experimental dos mistérios.


Deíknymi - mostrar; era a explicação prática ou demonstração de objetos ou expressões, que serviam de símbolos, e revelavam significados ocultos.


Dóxa - doutrina; ou melhor, a essência do conhecimento profundo: o brilho; a luz da gnôse; donde "substância divina", e daí a "glória".


Dynamis - força potencial, potência que capacita para o érgon e para a exousía, infundindo o impulso básico de atividade.


Ekklêsía - a comunidade dos "convocados" ou "chamados" (ékklêtos) aos mistérios, os "mystos" que tinham feito ou estavam fazendo o curso da iniciação.


Energeín - agir por dentro ou de dentro (energia), pela atuação da força (dybamis).


Érgon - atividade ou ação; trabalho espiritual realizado pela força (dynamis) da Divindade que habita dentro de cada um e de cada coisa; energia.


Exêgeísthaí - narrar fatos ocultos, revelar (no sentido de "tirar o véu") (cfr. LC 24:35; JO 1:18; AT 10:8:15:12, 14).


Hágios - santo, o que vive no Espírito ou Individualidade; o iniciado (cfr. teleios).


Kyrios - Senhor; o Mestre dos Mistérios; o Mistagogo (professor de mistérios); o Hierofante (o que fala, fans, fantis, coisas santas, hieros); dava-se esse título ao possuidor da dynamis, da exousía e do érgon, com capacidade para transmiti-los.


Exousía - poder, capacidade de realização, ou melhor, autoridade, mas a que provém de dentro, não "dada" de fora.


Leitourgia - Liturgia, serviço do povo: o exercício do culto crístico, na transmissão dos mistérios.


Legómena - palavras reveladoras, ensino oral proferido pelo Mestre, e que se tornava "ensino ouvido" (lógos akoês) pelos discípulos.


Lógos - o "ensino" iniciático, a "palavra" secreta, que dava a chave da interpretação dos mistérios; a" Palavra" (Energia ou Som), segundo aspecto da Divindade.


Monymenta - "monumentos", ou seja, objetos e lembranças, para manter viva a memória.


Mystagogo – o Mestre dos Mystérios, o Hierofante.


Mystérion - a ação ou atividade divina, experimentada pelo iniciado ao receber a iniciação; donde, o ensino revelado apenas aos perfeitos (teleios) e santos (hágios), mas que devia permanecer oculto aos profanos.


Oikonomía - economia, dispensação; literalmente "lei da casa"; a vida intima de cada iniciado e sua capacidade na transmissão iniciática a outros, (de modo geral encargo recebido do Mestre).


Orgê - a atividade ou ação sagrada; o "orgasmo" experimentado na união mística: donde "exaltação espiritual" pela manifestação da Divindade (erradamente interpretado como "ira").


Parábola - ensino profundo sob forma de narrativa popular, com o verdadeiro sentido oculto por metáforas e símbolos.


Paradídômi - o mesmo que o latim trádere; transmitir, "entregar", passar adiante o ensino secreto.


Parádosis - transmissão, entrega de conhecimentos e experiências dos ensinos ocultos (o mesmo que o latim tradítio).


Paralambánein - "receber" o ensino secreto, a "palavra ouvida", tornando-se conhecedor dos mistérios e das instruções.


Patheín - experimentar, "sofrer" uma experiência iniciática pessoalmente, dando o passo decisivo para receber o grau e passar adiante.


Plêrôma - plenitude da Divindade na criatura, plenitude de Vida, de conhecimento, etc.


Redençãoa libertação do ciclo de encarnações na matéria (kyklos anánkê) pela união total e definitiva com Deus.


Santo - o mesmo que perfeito ou "iniciado".


Sêmeíon - "sinal" físico de uma ação espiritual, demonstração de conhecimento (gnose), de força (dynamis), de poder (exousía) e de atividade ou ação (érgon); o "sinal" é sempre produzido por um iniciado, e serve de prova de seu grau.


Sophía - a sabedoria obtida pela gnose; o conhecimento proveniente de dentro, das experiências vividas (que não deve confundir-se com a cultura ou erudição do intelecto).


Sphrágis - selo, marca indelével espiritual, recebida pelo espírito, embora invisível na matéria, que assinala a criatura como pertencente a um Senhor ou Mestre.


Symbolos - símbolos ou expressões de coisas secretas, incompreensíveis aos profanos e só percebidas pelos iniciados (pão, vinho, etc.) .


Sótería - "salvação", isto é, a unificação total e definitiva com a Divindade, que se obtém pela "redenção" plena.


Teleíos - o "finalista", o que chegou ao fim de um ciclo, iniciando outro; o iniciado nos mistérios, o perfeito ou santo.


Teleisthai - ser iniciado; palavra do mesmo radical que teleutan, que significa "morrer", e que exprime" finalizar" alguma coisa, terminar um ciclo evolutivo.


Tradítio - transmissão "tradição" no sentido etimológico (trans + dare, dar além passar adiante), o mesmo que o grego parádosis.


TRADIÇÃO


D. Odon Casel (o. c., pág. 289) escreve: "Ranft estudou de modo preciso a noção da tradítio, não só como era praticada entre os judeus, mas também em sua forma bem diferente entre os gregos. Especialmente entre os adeptos dos dosis é a transmissão secreta feita aos "mvstos" da misteriosa sôtería; é a inimistérios, a noção de tradítio (parádosis) tinha grande importância. A paraciação e a incorporação no círculo dos eleitos (eleitos ou "escolhidos"; a cada passo sentimos a confirmação de que Jesus fundou uma "Escola Iniciática", quando emprega os termos privativos das iniciações heléntcas; cfr. " muitos são chamados, mas poucos são os escolhidos" - MT 22. 14), características das religiões grecoorientais. Tradítio ou parádosis são, pois, palavras que exprimem a iniciação aos mistérios. Tratase, portanto, não de uma iniciação científica, mas religiosa, realizada no culto. Para o "mysto", constitui uma revelação formal, a segurança vivida das realidades sagradas e de uma santa esperança. Graças a tradição, a revelação primitiva passa às gerações ulteriores e é comunicada por ato de iniciação. O mesmo princípio fundamental aplica-se ao cristianismo".


Na página seguinte, o mesmo autor prossegue: "Nos mistérios, quando o Pai Mistagogo comunica ao discípulo o que é necessário ao culto, essa transmissão tem o nome de traditio. E o essencial não é a instrução, mas a contemplação, tal como o conta Apuleio (Metamorphoses, 11, 21-23) ao narrar as experiências culturais do "mysto" Lúcius. Sem dúvida, no início há uma instrução, mas sempre para finalizar numa contemplação, pela qual o discípulo, o "mysto", entra em relação direta com a Divindade.


O mesmo ocorre no cristianismo (pág. 290).


Ouçamos agora as palavras de J. Ranft (o. c., pág. 275): "A parádosis designa a origem divina dos mistérios e a transmissão do conteúdo dos mistérios. Esta, à primeira vista, realiza-se pelo ministério dos homens, mas não é obra de homens; é Deus que ensina. O homem é apenas o intermediário, o Instrumento desse ensino divino. Além disso... desperta o homem interior. Logos é realmente uma palavra intraduzível: designa o próprio conteúdo dos mistérios, a palavra, o discurso, o ENSINO. É a palavra viva, dada por Deus, que enche o âmago do homem".


No Evangelho, a parádosis é constituída pelas palavras ou ensinos (lógoi) de Jesus, mas também simbolicamente pelos fatos narrados, que necessitam de interpretação, que inicialmente era dada, verbalmente, pelos "emissários" e pelos inspirados que os escreveram, com um talento superior de muito ao humano, deixando todos os ensinos profundos "velados", para só serem perfeitamente entendidos pelos que tivessem recebido, nos séculos seguintes, a revelação do sentido oculto, transmitida quer por um iniciado encarnado, quer diretamente manifestada pelo Cristo Interno. Os escritores que conceberam a parádosis no sentido helênico foram, sobretudo, João e Paulo; já os sinópticos a interpretam mais no sentido judaico, excetuando-se, por vezes, o grego Lucas, por sua convivência com Paulo, e os outros, quando reproduziam fielmente as palavras de Jesus.


Se recordarmos os mistérios de Elêusis (palavra que significa "advento, chegada", do verbo eléusomai," chegar"), ou de Delfos (e até mesmo os de Tebas, Ábydos ou Heliópolis), veremos que o Novo Testamento concorda seus termos com os deles. O logos transmitido (paradidômi) por Jesus é recebida (paralambánein) pelos DISCÍPULOS (mathêtês). Só que Jesus apresentou um elemento básico a mais: CRISTO. Leia-se Paulo: "recebi (parélabon) do Kyrios o que vos transmiti (parédote)" (l. ª Cor. 11:23).


O mesmo Paulo, que define a parádosis pagã como "de homens, segundo os elementos do mundo e não segundo Cristo" (CL 2:8), utiliza todas as palavras da iniciação pagã, aplicando-as à iniciação cristã: parádosis, sophía, logo", mystérion, dynamis, érgon, gnose, etc., termos que foram empregados também pelo próprio Jesus: "Nessa hora Jesus fremiu no santo pneuma e disse: abençôo-te, Pai, Senhor do céu e da Terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e hábeis, e as revelaste aos pequenos, Sim, Pai, assim foi de teu agrado. Tudo me foi transmitido (parédote) por meu Pai. E ninguém tem a gnose do que é o Filho senão o Pai, e ninguém tem a gnose do que é o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho quer revelar (apokalypsai = tirar o véu). E voltando-se para seus discípulos, disse: felizes os olhos que vêem o que vedes. Pois digo-vos que muitos profetas e reis quiseram ver o que vedes e não viram, e ouvir o que ouvis, e não ouviram" (LC 10:21-24). Temos a impressão perfeita que se trata de ver e ouvir os mistérios iniciáticos que Jesus transmitia a seus discípulos.


E João afirma: "ninguém jamais viu Deus. O Filho Unigênito que esta no Pai, esse o revelou (exêgêsato, termo específico da língua dos mistérios)" (JO 1:18).


"PALAVRA OUVIDA"


A transmissão dos conhecimentos, da gnose, compreendia a instrução oral e o testemunhar das revelações secretas da Divindade, fazendo que o iniciado participasse de uma vida nova, em nível superior ( "homem novo" de Paulo), conhecendo doutrinas que deveriam ser fielmente guardadas, com a rigorosa observação do silêncio em relação aos não-iniciados (cfr. "não deis as coisas santas aos cães", MT 7:6).


Daí ser a iniciação uma transmissão ORAL - o LOGOS AKOÊS, ou "palavra ouvida" ou "ensino ouvido" - que não podia ser escrito, a não ser sob o véu espesso de metáforas, enigmas, parábolas e símbolos.


Esse logos não deve ser confundido com o Segundo Aspecto da Divindade (veja vol. 1 e vol. 3).


Aqui logos é "o ensino" (vol. 2 e vol. 3).


O Novo Testamento faz-nos conhecer esse modus operandi: Paulo o diz, numa construção toda especial e retorcida (para não falsear a técnica): "eis por que não cessamos de agradecer (eucharistoúmen) a Deus, porque, recebendo (paralabóntes) o ENSINO OUVIDO (lógon akoês) por nosso intermédio, de Deus, vós o recebestes não como ensino de homens (lógon anthrópôn) mas como ele é verdadeiramente: o ensino de Deus (lógon theou), que age (energeítai) em vós que credes" (l. ª Tess. 2:13).


O papel do "mysto" é ouvir, receber pelo ouvido, o ensino (lógos) e depois experimentar, como o diz Aristóteles, já citado por nós: "não apenas aprender (matheín), mas experimentar" (patheín).


Esse trecho mostra como o método cristão, do verdadeiro e primitivo cristianismo de Jesus e de seus emissários, tinha profunda conexão com os mistérios gregos, de cujos termos específicos e característicos Jesus e seus discípulos se aproveitaram, elevando, porém, a técnica da iniciação à perfeição, à plenitude, à realidade máxima do Cristo Cósmico.


Mas continuemos a expor. Usando, como Jesus, a terminologia típica da parádosis grega, Paulo insiste em que temos que assimilá-la interiormente pela gnose, recebendo a parádosis viva, "não mais de um Jesus de Nazaré histórico, mas do Kyrios, do Cristo ressuscitado, o Cristo Pneumatikós, esse mistério que é o Cristo dentro de vós" (CL 1:27).


Esse ensino oral (lógos akoês) constitui a tradição (traditio ou parádosis), que passa de um iniciado a outro ou é recebido diretamente do "Senhor" (Kyrios), como no caso de Paulo (cfr. GL 1:11): "Eu volo afirmo, meus irmãos, que a Boa-Nova que preguei não foi à maneira humana. Pois não na recebi (parélabon) nem a aprendi de homens, mas por uma revelação (apokálypsis) de Jesus Cristo".


Aos coríntios (l. ª Cor. 2:1-5) escreve Paulo: "Irmãos, quando fui a vós, não fui com o prestígio do lógos nem da sophía, mas vos anunciei o mistério de Deus. Decidi, com efeito, nada saber entre vós sen ão Jesus Cristo, e este crucificado. Fui a vós em fraqueza, em temor, e todo trêmulo, e meu logos e minha pregação não consistiram nos discursos persuasivos da ciência, mas numa manifestação do Esp írito (pneuma) e do poder (dynamis), para que vossa fé não repouse na sabedoria (sophía) dos homens, mas no poder (dynamis) de Deus".


A oposição entre o logos e a sophia profanos - como a entende Aristóteles - era salientada por Paulo, que se referia ao sentido dado a esses termos pelos "mistérios antigos". Salienta que à sophia e ao logos profanos, falta, no dizer dele, a verdadeira dynamis e o pnenma, que constituem o mistério cristão que ele revela: Cristo.


Em vários pontos do Novo Testamento aparece a expressão "ensino ouvido" ou "ouvir o ensino"; por exemplo: MT 7:24, MT 7:26; 10:14; 13:19, 20, 21, 22, 23; 15:12; 19:22; MC 4:14, MC 4:15, MC 4:16, MC 4:17, 18, 19, 20; LC 6:47; LC 8:11, LC 8:12, LC 8:13, LC 8:15; 10:39; 11:28; JO 5:24, JO 5:38; 7:40; 8:43; 14:24; AT 4:4; AT 10:44; AT 13:7; AT 15:7; EF 1:13; 1. ª Tess. 2:13; HB 4:2; 1. ª JO 2:7; Ap. 1:3.


DYNAMIS


Em Paulo, sobretudo, percebemos o sentido exato da palavra dynamis, tão usada nos Evangelhos.


Pneuma, o Espírito (DEUS), é a força Potencial ou Potência Infinita (Dynamis) que, quando age (energeín) se torna o PAI (érgon), a atividade, a ação, a "energia"; e o resultado dessa atividade é o Cristo Cósmico, o Kosmos universal, o Filho, que é Unigênito porque a emissão é única, já que espaço e tempo são criações intelectuais do ser finito: o Infinito é uno, inespacial, atemporal.


Então Dynamis é a essência de Deus o Absoluto, a Força, a Potência Infinita, que tudo permeia, cria e governa, desde os universos incomensuráveis até os sub-átomos infra-microscópicos. Numa palavra: Dynamis é a essência de Deus e, portanto, a essência de tudo.


Ora, o Filho é exatamente o PERMEAADO, ou o UNGIDO (Cristo), por essa Dynamis de Deus e pelo Érgon do Pai. Paulo já o dissera: "Cristo... é a dynamis de Deus e a sophía de Deus (Christòn theou dynamin kaí theou sophían, 1. ª Cor. 1:24). Então, manifesta-se em toda a sua plenitude (cfr. CL 2:9) no homem Jesus, a Dynamis do Pneuma (embora pneuma e dynamis exprimam realmente uma só coisa: Deus): essa dynamis do pneuma, atuando através do Pai (érgon) toma o nome de CRISTO, que se manifestou na pessoa Jesus, para introduzir a humanidade deste planeta no novo eon, já que "ele é a imagem (eikôn) do Deus invisível e o primogênito de toda criação" (CL 1:15).


EON


O novo eon foi inaugurado exatamente pelo Cristo, quando de Sua penetração plena em Jesus. Daí a oposição que tanto aparece no Novo Testamento Entre este eon e o eon futuro (cfr., i. a., MT 12:32;


MC 10:30; LC 16:8; LC 20:34; RM 12:2; 1. ª Cor. 1:20; 2:6-8; 3:18:2. ª Cor. 4:4; EF 2:2-7, etc.) . O eon "atual" e a vida da matéria (personalismo); O eon "vindouro" é a vida do Espírito ó individualidade), mas que começa na Terra, agora (não depois de desencarnados), e que reside no âmago do ser.


Por isso, afirmou Jesus que "o reino dos céus está DENTRO DE VÓS" (LC 17:21), já que reside NO ESPÍRITO. E por isso, zôê aiónios é a VIDA IMANENTE (vol, 2 e vol. 3), porque é a vida ESPIRITUAL, a vida do NOVO EON, que Jesus anunciou que viria no futuro (mas, entenda-se, não no futuro depois da morte, e sim no futuro enquanto encarnados). Nesse novo eon a vida seria a da individualidade, a do Espírito: "o meu reino não é deste mundo" (o físico), lemos em JO 18:36. Mas é NESTE mundo que se manifestará, quando o Espírito superar a matéria, quando a individualidade governar a personagem, quando a mente dirigir o intelecto, quando o DE DENTRO dominar o DE FORA, quando Cristo em nós tiver a supremacia sobre o eu transitório.


A criatura que penetra nesse novo eon recebe o selo (sphrágis) do Cristo do Espírito, selo indelével que o condiciona como ingresso no reino dos céus. Quando fala em eon, o Evangelho quer exprimir um CICLO EVOLUTIVO; na evolução da humanidade, em linhas gerais, podemos considerar o eon do animalismo, o eon da personalidade, o eon da individualidade, etc. O mais elevado eon que conhecemos, o da zôê aiónios (vida imanente) é o da vida espiritual plenamente unificada com Deus (pneuma-dynamis), com o Pai (lógos-érgon), e com o Filho (Cristo-kósmos).


DÓXA


Assim como dynamis é a essência de Deus, assim dóxa (geralmente traduzida por "glória") pode apresentar os sentidos que vimos (vol. 1). Mas observaremos que, na linguagem iniciática dos mistérios, além do sentido de "doutrina" ou de "essência da doutrina", pode assumir o sentido específico de" substância divina". Observe-se esse trecho de Paulo (Filp. 2:11): "Jesus Cristo é o Senhor (Kyrios) na substância (dóxa) de Deus Pai"; e mais (RM 6:4): "o Cristo foi despertado dentre os mortos pela substância (dóxa) do Pai" (isto é, pelo érgon, a energia do Som, a vibração sonora da Palavra).


Nesses passos, traduzir dóxa por glória é ilógico, não faz sentido; também "doutrina" aí não cabe. O sentido é mesmo o de "substância".


Vejamos mais este passo (l. ª Cor. 2:6-16): "Falamos, sim da sabedoria (sophia) entre os perfeitos (teleiois, isto é, iniciados), mas de uma sabedoria que não é deste eon, nem dos príncipes deste eon, que são reduzidos a nada: mas da sabedoria dos mistérios de Deus, que estava oculta, e que antes dos eons Deus destinara como nossa doutrina (dóxa), e que os príncipes deste mundo não reconheceram. De fato, se o tivessem reconhecido, não teriam crucificado o Senhor da Doutrina (Kyrios da dóxa, isto é, o Hierofante ou Mistagogo). Mas como está escrito, (anunciamos) o que o olho não viu e o ouvido não ouviu e o que não subiu sobre o coração do homem, mas o que Deus preparou para os que O amam.


Pois foi a nós que Deus revelou (apekalypsen = tirou o véu) pelo pneuma" (ou seja, pelo Espírito, pelo Cristo Interno).


MISTÉRIO


Mistério é uma palavra que modificou totalmente seu sentido através dos séculos, mesmo dentro de seu próprio campo, o religioso. Chamam hoje "mistério" aquilo que é impossível de compreender, ou o que se ignora irremissivelmente, por ser inacessível à inteligência humana.


Mas originariamente, o mistério apresentava dois sentidos básicos:

1. º - um ensinamento só revelado aos iniciados, e que permanecia secreto para os profanos que não podiam sabê-lo (daí proveio o sentido atual: o que não se pode saber; na antiguidade, não se podia por proibição moral, ao passo que hoje é por incapacidade intelectual);


2. º - a própria ação ou atividade divina, experimentada pelo iniciado ao receber a iniciação completa.


Quando falamos em "mistério", transliterando a palavra usada no Novo Testamento, arriscamo-nos a interpretar mal. Aí, mistério não tem o sentido atual, de "coisa ignorada por incapacidade intelectiva", mas é sempre a "ação divina revelada experimentalmente ao homem" (embora continue inacessível ao não-iniciado ou profano).


O mistério não é uma doutrina: exprime o caráter de revelação direta de Deus a seus buscadores; é uma gnose dos mistérios, que se comunica ao "mysto" (aprendiz de mística). O Hierofante conduz o homem à Divindade (mas apenas o conduz, nada podendo fazer em seu lugar). E se o aprendiz corresponde plenamente e atende a todas as exigências, a Divindade "age" (energeín) internamente, no "Esp írito" (pneuma) do homem. que então desperta (egereín), isto é, "ressurge" para a nova vida (cfr. "eu sou a ressurreição da vida", JO 11:25; e "os que produzirem coisas boas (sairão) para a restauração de vida", isto é, os que conseguirem atingir o ponto desejado serão despertados para a vida do espírito, JO 5-29).


O caminho que leva a esses passos, é o sofrimento, que prepara o homem para uma gnose superior: "por isso - conclui O. Casel - a cruz é para o cristão o caminho que conduz à gnose da glória" (o. c., pág. 300).


Paulo diz francamente que o mistério se resume numa palavra: CRISTO "esse mistério, que é o Cristo", (CL 1:27): e "a fim de que conheçam o mistério de Deus, o Cristo" (CL 2:2).


O mistério opera uma união íntima e física com Deus, a qual realiza uma páscoa (passagem) do atual eon, para o eon espiritual (reino dos céus).


O PROCESSO


O postulante (o que pedia para ser iniciado) devia passar por diversos graus, antes de ser admitido ao pórtico, à "porta" por onde só passavam as ovelhas (símbolo das criaturas mansas; cfr. : "eu sou a porta das ovelhas", JO 10:7). Verificada a aptidão do candidato profano, era ele submetido a um período de "provações", em que se exercitava na ORAÇÃO (ou petição) que dirigia à Divindade, apresentando os desejos ardentes ao coração, "mendigando o Espírito" (cfr. "felizes os mendigos de Espírito" MT 5:3) para a ele unir-se; além disso se preparava com jejuns e alimentação vegetariana para o SACRIF ÍCIO, que consistia em fazer a consagração de si mesmo à Divindade (era a DE + VOTIO, voto a Deus), dispondo-se a desprender-se ao mundo profano.


Chegado a esse ponto, eram iniciados os SETE passos da iniciação. Os três primeiros eram chamado "Mistérios menores"; os quatro últimos, "mistérios maiores". Eram eles:

1 - o MERGULHO e as ABLUÇÕES (em Elêusis havia dois lagos salgados artificiais), que mostravam ao postulante a necessidade primordial e essencial da "catarse" da "psiquê". Os candidatos, desnudos, entravam num desses lagos e mergulhavam, a fim de compreender que era necessário "morrer" às coisas materiais para conseguir a "vida" (cfr. : "se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica só; mas se morrer dá muito fruto", JO 12:24). Exprimia a importância do mergulho dentro de si mesmo, superando as dificuldades e vencendo o medo. Ao sair do lago, vestia uma túnica branca e aguardava o segundo passo.


2 - a ACEITAÇÃO de quem havia mergulhado, por parte do Mistagogo, que o confirmava no caminho novo, entre os "capazes". Daí por diante, teria que correr por conta própria todos os riscos inerentes ao curso: só pessoalmente poderia caminhar. Essa confirmação do Mestre simbolizava a "epiphanía" da Divindade, a "descida da graça", e o recem-aceito iniciava nova fase.


3 - a METÂNOIA ou mudança da mente, que vinha após assistir a várias tragédias e dramas de fundo iniciático. Todas ensinavam ao "mysto" novato, que era indispensável, através da dor, modificar seu" modo de pensar" em relação à vida, afastar-se de. todos os vícios e fraquezas do passado, renunciar a prazeres perniciosos e defeitos, tornando-se o mais perfeito (téleios) possível. Era buscada a renovação interna, pelo modo de pensar e de encarar a vida. Grande número dos que começavam a carreira, paravam aí, porque não possuíam a força capaz de operar a transmutação mental. As tentações os empolgavam e novamente se lançavam no mundo profano. No entanto, se dessem provas positivas de modifica ção total, de serem capazes de viver na santidade, resistindo às tentações, podiam continuar a senda.


Havia, então, a "experiência" para provar a realidade da "coragem" do candidato: era introduzido em grutas e câmaras escuras, onde encontrava uma série de engenhos lúgubres e figuras apavorantes, e onde demorava um tempo que parecia interminável. Dali, podia regressar ou prosseguir. Se regressava, saía da fileira; se prosseguia, recebia a recompensa justa: era julgado apto aos "mistérios maiores".


4 - O ENCONTRO e a ILUMINAÇÃO, que ocorria com a volta à luz, no fim da terrível caminhada por entre as trevas. Através de uma porta difícil de ser encontrada, deparava ele campos floridos e perfumados, e neles o Hierofante, em paramentação luxuosa. que os levava a uma refeição simples mas solene constante de pão, mel, castanhas e vinho. Os candidatos eram julgados "transformados", e porSABEDORIA DO EVANGELHO tanto não havia mais as exteriorizações: o segredo era desvelado (apokálypsis), e eles passavam a saber que o mergulho era interno, e que deviam iniciar a meditação e a contemplação diárias para conseguir o "encontro místico" com a Divindade dentro de si. Esses encontros eram de início, raros e breves, mas com o exercício se iam fixando melhor, podendo aspirar ao passo seguinte.


5 - a UNIÃO (não mais apenas o "encontro"), mas união firme e continuada, mesmo durante sua estada entre os profanos. Era simbolizada pelo drama sacro (hierõs gámos) do esponsalício de Zeus e Deméter, do qual nasceria o segundo Dionysos, vencedor da morte. Esse matrimônio simbólico e puro, realizado em exaltação religiosa (orgê) é que foi mal interpretado pelos que não assistiam à sua representação simbólica (os profanos) e que tacharam de "orgias imorais" os mistérios gregos. Essa "união", depois de bem assegurada, quando não mais se arriscava a perdê-la, preparava os melhores para o passo seguinte.


6 - a CONSAGRAÇÃO ou, talvez, a sagração, pela qual era representada a "marcação" do Espírito do iniciado com um "selo" especial da Divindade a quem o "mysto" se consagrava: Apolo, Dyonisos, Isis, Osíris, etc. Era aí que o iniciado obtinha a epoptía, ou "visão direta" da realidade espiritual, a gnose pela vivência da união mística. O epopta era o "vigilante", que o cristianismo denominou "epískopos" ou "inspetor". Realmente epopta é composto de epí ("sobre") e optos ("visível"); e epískopos de epi ("sobre") e skopéô ("ver" ou "observar"). Depois disso, tinha autoridade para ensinar a outros e, achando-se preso à Divindade e às obrigações religiosas, podia dirigir o culto e oficiar a liturgia, e também transmitir as iniciações nos graus menores. Mas faltava o passo decisivo e definitivo, o mais difícil e quase inacessível.


7 - a PLENITUDE da Divindade, quando era conseguida a vivência na "Alma Universal já libertada".


Nos mistérios gregos (em Elêusis) ensinava-se que havia uma Força Absoluta (Deus o "sem nome") que se manifestava através do Logos (a Palavra) Criador, o qual produzia o Filho (Kósmo). Mas o Logos tinha duplo aspecto: o masculino (Zeus) e o feminino (Deméter). Desse casal nascera o Filho, mas também com duplo aspecto: a mente salvadora (Dionysos) e a Alma Universal (Perséfone). Esta, desejando experiências mais fortes, descera à Terra. Mas ao chegar a estes reinos inferiores, tornouse a "Alma Universal" de todas as criaturas, e acabou ficando prisioneira de Plutão (a matéria), que a manteve encarcerada, ministrando-lhe filtros mágicos que a faziam esquecer sua origem divina, embora, no íntimo, sentisse a sede de regressar a seu verdadeiro mundo, mesmo ignorando qual fosse.


Dionysos quis salvá-la, mas foi despedaçado pelos Titãs (a mente fracionada pelo intelecto e estraçalhada pelos desejos). Foi quando surgiu Triptólemo (o tríplice combate das almas que despertam), e com apelos veementes conseguiu despertar Perséfone, revelando lhe sua origem divina, e ao mesmo tempo, com súplicas intensas às Forças Divinas, as comoveu; então Zeus novamente se uniu a Deméter, para fazer renascer Dionysos. Este, assumindo seu papel de "Salvador", desce à Terra, oferecendose em holocausto a Plutão (isto é, encarnando-se na própria matéria) e consegue o resgate de Perséfone, isto é, a libertação da Alma das criaturas do domínio da matéria e sua elevação novamente aos planos divinos. Por esse resumo, verificamos como se tornou fácil a aceitação entre os grego, e romanos da doutrina exposta pelos Emissários de Jesus, um "Filho de Deus" que desceu à Terra para resgatar com sua morte a alma humana.


O iniciado ficava permeado pela Divindade, tornando-se então "adepto" e atingindo o verdadeiro grau de Mestre ou Mistagogo por conhecimento próprio experimental. Já não mais era ele, o homem, que vivia: era "O Senhor", por cujo intermédio operava a Divindade. (Cfr. : "não sou mais eu que vivo, é Cristo que vive em mim", GL 2:20; e ainda: "para mim, viver é Cristo", Filp. 1:21). A tradição grega conservou os nomes de alguns dos que atingiram esse grau supremo: Orfeu... Pitágoras... Apolônio de Tiana... E bem provavelmente Sócrates (embora Schuré opine que o maior foi Platão).


NO CRISTIANISMO


Todos os termos néo-testamentários e cristãos, dos primórdios, foram tirados dos mistérios gregos: nos mistérios de Elêusis, o iniciado se tornava "membro da família do Deus" (Dionysos), sendo chamado.


então, um "santo" (hágios) ou "perfeito" (téleios). E Paulo escreve: "assim, pois, não sois mais estran geiros nem peregrinos, mas sois concidadãos dos santos e familiares de Deus. ’ (EF 2:19). Ainda em Elêusis, mostrava-se aos iniciados uma "espiga de trigo", símbolo da vida que eternamente permanece através das encarnações e que, sob a forma de pão, se tornava participante da vida do homem; assim quando o homem se unia a Deus, "se tornava participante da vida divina" (2. ª Pe. 1:4). E Jesus afirmou: " Eu sou o PÃO da Vida" (JO 6. 35).


No entanto ocorreu modificação básica na instituição do Mistério cristão, que Jesus realizou na "última Ceia", na véspera de sua experiência máxima, o páthos ("paixão").


No Cristianismo, a iniciação toma sentido puramente espiritual, no interior da criatura, seguindo mais a Escola de Alexandria. Lendo Filon, compreendemos isso: ele interpreta todo o Antigo Testamento como alegoria da evolução da alma. Cada evangelista expõe a iniciação cristã de acordo com sua própria capacidade evolutiva, sendo que a mais elevada foi, sem dúvida, a de João, saturado da tradição (parádosis) de Alexandria, como pode ver-se não apenas de seu Evangelho, como também de seu Apocalipse.


Além disso, Jesus arrancou a iniciação dos templos, a portas fechadas, e jogou-a dentro dos corações; era a universalização da "salvação" a todos os que QUISESSEM segui-Lo. Qualquer pessoa pode encontrar o caminho (cfr. "Eu sou o Caminho", JO 14:6), porque Ele corporificou os mistérios em Si mesmo, divulgando-lhes os segredos através de Sua vida. Daí em diante, os homens não mais teriam que procurar encontrar um protótipo divino, para a ele conformar-se: todos poderiam descobrir e utir-se diretamente ao Logos que, através do Cristo, em Jesus se manifestara.


Observamos, pois, uma elevação geral de frequência vibratória, de tonus, em todo o processo iniciático dos mistérios.


E os Pais da Igreja - até o século 3. º o cristianismo foi "iniciático", embora depois perdesse o rumo quando se tornou "dogmático" - compreenderam a realidade do mistério cristão, muito superior, espiritualmente, aos anteriores: tornar o homem UM CRISTO, um ungido, um permeado da Divindade.


A ação divina do mistério, por exemplo, é assim descrita por Agostinho: "rendamos graças e alegremonos, porque nos tornamos não apenas cristãos, mas cristos" (Tract. in Joanne, 21,8); e por Metódio de Olímpio: "a comunidade (a ekklêsía) está grávida e em trabalho de parto, até que o Cristo tenha tomado forma em nós; até que o Cristo nasça em nós, para que cada um dos santos, por sua participação ao Cristo, se torne o cristo" (Patrol. Graeca, vol. 18, ccl. 150).


Temos que tornar-nos cristos, recebendo a última unção, conformando-nos com Ele em nosso próprio ser, já que "a redenção tem que realizar-se EM NÓS" (O. Casel, o. c., pág. 29), porque "o único e verdadeiro holocausto é o que o homem faz de si mesmo".


Cirilo de Jerusalém diz: "Já que entrastes em comunhão com o Cristo com razão sois chamados cristos, isto é, ungidos" (Catechesis Mystagogicae, 3,1; Patrol. Graeca,, 01. 33, col. 1087).


Essa transformação, em que o homem recebe Deus e Nele se transmuda, torna-o membro vivo do Cristo: "aos que O receberam, deu o poder de tornar-se Filhos de Deus" (JO 1:12).


Isso fez que Jesus - ensina-nos o Novo Testamento - que era "sacerdote da ordem de Melquisedec (HB 5:6 e HB 7:17) chegasse, após sua encarnação e todos os passos iniciáticos que QUIS dar, chegasse ao grau máximo de "pontífice da ordem de Melquisedec" (HB 5:10 e HB 6:20), para todo o planeta Terra.


CRISTO, portanto, é o mistério de Deus, o Senhor, o ápice da iniciação a experiência pessoal da Divindade.


através do santo ensino (hierôs lógos), que vem dos "deuses" (Espíritos Superiores), comunicado ao místico. No cristianismo, os emissários ("apóstolos") receberam do Grande Hierofante Jesus (o qual o recebeu do Pai, com Quem era UNO) a iniciação completa. Foi uma verdadeira "transmiss ão" (traditio, parádosis), apoiada na gnose: um despertar do Espírito que vive e experimenta a Verdade, visando ao que diz Paulo: "admoestando todo homem e ensinando todo homem, em toda sabedoria (sophía), para que apresentem todo homem perfeito (téleion, iniciado) em Cristo, para o que eu também me esforço (agõnizómenos) segundo a ação dele (energeían autou), que age (energouménen) em mim, em força (en dynámei)". CL 1:28-29.


Em toda essa iniciação, além disso, precisamos não perder de vista o "enthousiasmós" (como era chamado o "transe" místico entre os gregos) e que foi mesmo sentido pelos hebreus, sobretudo nas" Escolas de Profetas" em que eles se iniciavam (profetas significa "médiuns"); mas há muito se havia perdido esse "entusiasmo", por causa da frieza intelectual da interpretação literal das Escrituras pelos Escribas.


Profeta, em hebraico, é NaVY", de raiz desconhecida, que o Rabino Meyer Sal ("Les Tables de la Loi", éd. La Colombe, Paris, 1962, pág. 216/218) sugere ter sido a sigla das "Escolas de Profetas" (escolas de iniciação, de que havia uma em Belém, de onde saiu David). Cada letra designaria um setor de estudo: N (nun) seriam os sacerdotes (terapeutas do psicossoma), oradores, pensadores, filósofos;

V (beth) os iniciados nos segredos das construções dos templos ("maçons" ou pedreiros), arquitetos, etc. ; Y (yod) os "ativos", isto é, os dirigentes e políticos, os "profetas de ação"; (aleph), que exprime "Planificação", os matemáticos, geômetras, astrônomos, etc.


Isso explica, em grande parte, porque os gregos e romanos aceitaram muito mais facilmente o cristianismo, do que os judeus, que se limitavam a uma tradição que consistia na repetição literal decorada dos ensinos dos professores, num esforço de memória que não chegava ao coração, e que não visavam mais a qualquer experiência mística.


TEXTOS DO N. T.


O termo mystérion aparece várias vezes no Novo Testamento.


A - Nos Evangelhos, apenas num episódio, quando Jesus diz a Seus discípulos: "a vós é dado conhecer os mistérios do reino de Deus" (MT 13:11; MC 4:11; LC 8:10).


B - Por Paulo em diversas epístolas: RM 11:25 - "Não quero, irmãos, que ignoreis este mistério... o endurecimento de Israel, até que hajam entrado todos os gentios".


Rom. 16:15 - "conforme a revelação do mistério oculto durante os eons temporais (terrenos) e agora manifestados".


1. ª Cor. 2:1 – "quando fui ter convosco... anunciando-vos o mistério de Deus".


1. ª Cor. 2:4-7 - "meu ensino (logos) e minha pregação não foram em palavras persuasivas, mas em demonstração (apodeíxei) do pneúmatos e da dynámeôs, para que vossa fé não se fundamente na sophía dos homens, mas na dynámei de Deus. Mas falamos a sophia nos perfeitos (teleiois, iniciados), porém não a sophia deste eon, que chega ao fim; mas falamos a sophia de Deus em mistério, a que esteve oculta, a qual Deus antes dos eons determinou para nossa doutrina". 1. ª Cor. 4:1 - "assim considerem-nos os homens assistentes (hypêrétas) ecônomos (distribuidores, dispensadores) dos mistérios de Deus".


1. ª Cor. 13:2 - "se eu tiver mediunidade (prophéteía) e conhecer todos os mistérios de toda a gnose, e se tiver toda a fé até para transportar montanhas, mas não tiver amor (agápé), nada sou". l. ª Cor. 14:2 - "quem fala em língua (estranha) não fala a homens, mas a Deus, pois ninguém o ouve, mas em espírito fala mistérios". 1. ª Cor. 15:51 - "Atenção! Eu vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados".


EF 1:9 - "tendo-nos feito conhecido o mistério de sua vontade"

EF 3:4 - "segundo me foi manifestado para vós, segundo a revelação que ele me fez conhecer o mistério (como antes vos escrevi brevemente), pelo qual podeis perceber, lendo, minha compreensão no mistério do Cristo".


EF 3:9 - "e iluminar a todos qual a dispensação (oikonomía) do mistério oculto desde os eons, em Deus, que criou tudo".


EF 5:32 - "este mistério é grande: mas eu falo a respeito do Cristo e da ekklésia.


EF 9:19 - "(suplica) por mim, para que me possa ser dado o logos ao abrir minha boca para, em público, fazer conhecer o mistério da boa-nova".


CL 1:24-27 - "agora alegro-me nas experimentações (Pathêmasin) sobre vós e completo o que falta das pressões do Cristo em minha carne, sobre o corpo dele que é a ekklêsía, da qual me tornei servidor, segundo a dispensação (oikonomía) de Deus, que me foi dada para vós, para plenificar o logos de Deus, o mistério oculto nos eons e nas gerações, mas agora manifestado a seus santos (hagioi, iniciados), a quem aprouve a Deus fazer conhecer a riqueza da doutrina (dóxês; ou "da substância") deste mistério nas nações, que é CRISTO EM VÓS, esperança da doutrina (dóxês)".


CL 2:2-3 - "para que sejam consolados seus corações, unificados em amor, para todas as riquezas da plena convicção da compreensão, para a exata gnose (epígnôsin) do mistério de Deus (Cristo), no qual estão ocultos todos os tesouros da sophía e da gnose".


CL 4:3 - "orando ao mesmo tempo também por nós, para que Deus abra a porta do logos para falar o mistério do Cristo, pelo qual estou em cadeias".


2. ª Tess. 2:7 - "pois agora já age o mistério da iniquidade, até que o que o mantém esteja fora do caminho".


1. ª Tim. 3:9 - "(os servidores), conservando o mistério da fé em consciência pura".


1. ª Tim. 2:16 - "sem dúvida é grande o mistério da piedade (eusebeías)".


No Apocalipse (1:20; 10:7 e 17:5, 7) aparece quatro vezes a palavra, quando se revela ao vidente o sentido do que fora dito.


CULTO CRISTÃO


Depois de tudo o que vimos, torna-se evidente que não foi o culto judaico que passou ao cristianismo primitivo. Comparemos: A luxuosa arquitetura suntuosa do Templo grandioso de Jerusalém, com altares maciços a escorrer o sangue quente das vítimas; o cheiro acre da carne queimada dos holocaustos, a misturar-se com o odor do incenso, sombreando com a fumaça espessa o interior repleto; em redor dos altares, em grande número, os sacerdotes a acotovelar-se, munidos cada um de seu machado, que brandiam sem piedade na matança dos animais que berravam, mugiam dolorosamente ou balavam tristemente; o coro a entoar salmos e hinos a todo pulmão, para tentar superar a gritaria do povo e os pregões dos vendedores no ádrio: assim se realizava o culto ao "Deus dos judeus".


Em contraste, no cristianismo nascente, nada disso havia: nem templo, nem altares, nem matanças; modestas reuniões em casas de família, com alguns amigos; todos sentados em torno de mesa simples, sobre a qual se via o pão humilde e copos com o vinho comum. Limitava-se o culto à prece, ao recebimento de mensagens de espíritos, quando havia "profetas" na comunidade, ao ensino dos "emissários", dos "mais velhos" ou dos "inspetores", e à ingestão do pão e do vinho, "em memória da última ceia de Jesus". Era uma ceia que recebera o significativo nome de "amor" (ágape).


Nesse repasto residia a realização do supremo mistério cristão, bem aceito pelos gregos e romanos, acostumados a ver e compreender a transmissão da vida divina, por meio de símbolos religiosos. Os iniciados "pagãos" eram muito mais numerosos do que se possa hoje supor, e todos se sentiam membros do grande Kósmos, pois, como o diz Lucas, acreditavam que "todos os homens eram objeto da benevolência de Deus" (LC 2:14).


Mas, ao difundir-se entre o grande número e com o passar dos tempos, tudo isso se foi enfraquecendo e seguiu o mesmo caminho antes experimentado pelo judaísmo; a força mística, só atingida mais tarde por alguns de seus expoentes, perdeu-se, e o cristianismo "foi incapaz - no dizer de O. Casel - de manterse na continuação, nesse nível pneumático" (o. c. pág. 305). A força da "tradição" humana, embora condenada com veemência por Jesus (cfr. MT 15:1-11 e MT 16:5-12; e MC 7:1-16 e MC 8:14-11; veja atrás), fez-se valer, ameaçando as instituições religiosas que colocam doutrinas humanas ao lado e até acima dos preceitos divinos, dando mais importância às suas vaidosas criações. E D. Odon Casel lamenta: " pode fazer-se a mesma observação na história da liturgia" (o. c., pág. 298). E, entristecido, assevera ainda: "Verificamos igualmente que a concepção cristã mais profunda foi, sob muitos aspectos, preparada muito melhor pelo helenismo que pelo judaísmo. Lamentavelmente a teologia moderna tende a aproximar-se de novo da concepção judaica de tradição, vendo nela, de fato, uma simples transmiss ão de conhecimento, enquanto a verdadeira traditio, apoiada na gnose, é um despertar do espírito que VIVE e EXPERIMENTA a Verdade" (o. c., pág. 299).


OS SACRAMENTOS


O termo latino que traduz a palavra mystérion é sacramentum. Inicialmente conservou o mesmo sentido, mas depois perdeu-os, para transformar-se em "sinal visível de uma ação espiritual invisível".


No entanto, o estabelecimento pelas primeiras comunidades cristãs dos "sacramentos" primitivos, perdura até hoje, embora tendo perdido o sentido simbólico inicial.


Com efeito, a sucessão dos "sacramentos" revela exatamente, no cristianismo, os mesmos passos vividos nos mistérios grego. Vejamos:
1- o MERGULHO (denominado em grego batismo), que era a penetração do catecúmeno em seu eu interno. Simbolizava-se na desnudação ao pretendente, que largava todas as vestes e mergulhava totalmente na água: renunciava de modo absoluto as posses (pompas) exteriores e aos próprios veículos físicos, "vestes" do Espírito, e mergulhava na água, como se tivesse "morrido", para fazer a" catarse" (purificação) de todo o passado. Terminado o mergulho, não era mais o catecúmeno, o profano. Cirilo de Jerusalém escreveu: "no batismo o catecúmeno tinha que ficar totalmente nu, como Deus criou o primeiro Adão, e como morreu o segundo Adão na cruz" (Catechesis Mistagogicae,

2. 2). Ao sair da água, recebia uma túnica branca: ingressava oficialmente na comunidade (ekklêsía), e então passava a receber a segunda parte das instruções. Na vida interna, após o "mergulho" no próprio íntimo, aguardava o segundo passo.


2- a CONFIRMAÇÃO, que interiormente era dada pela descida da "graça" da Força Divina, pela" epifanía" (manifestação), em que o novo membro da ekklêsía se sentia "confirmado" no acerto de sua busca. Entrando em si mesmo a "graça" responde ao apelo: "se alguém me ama, meu Pai o amará, e NÓS viremos a ele e permaneceremos nele" (JO 14:23). O mesmo discípulo escreve em sua epístola: "a Vida manifestou-se, e a vimos, e damos testemunho. e vos anunciamos a Vida Imanente (ou a Vida do Novo Eon), que estava no Pai e nos foi manifestada" (l. ª JO 1:2).


3- a METÁNOIA (modernamente chamada "penitência") era então o terceiro passo. O aprendiz se exercitava na modificação da mentalidade, subsequente ao primeiro contato que tinha tido com a Divindade em si mesmo. Depois de "sentir" em si a força da Vida Divina, há maior compreensão; os pensamentos sobem de nível; torna-se mais fácil e quase automático o discernimento (krísis) entre certo e errado, bem e mal, e portanto a escolha do caminho certo. Essa metánoia é ajudada pelos iniciados de graus mais elevados, que lhe explicam as leis de causa e efeito e outras.


4- a EUCARISTIA é o quarto passo, simbolizando por meio da ingestão do pão e do vinho, a união com o Cristo. Quem mergulhou no íntimo, quem recebeu a confirmação da graça e modificou seu modo de pensar, rapidamenle caminha para o encontro definitivo com o Mestre interno, o Cristo.


Passa a alimentar-se diretamente de seus ensinos, sem mais necessidade de intermediários: alimentase, nutre-se do próprio Cristo, bebe-Lhe as inspirações: "se não comeis a carne do Filho do Homem e não bebeis seu sangue, não tendes a vida em vós. Quem saboreia minha carne e bebe meu sangue tem a Vida Imanente, porque minha carne é verdadeiramente comida e meu sangue é

verdadeiramente bebida. Quem come minha carne e bebe o meu sangue, permanece em mim e eu nele" (JO 6:53 ss).


5- MATRIMÔNIO é o resultado do encontro realizado no passo anterior: e o casamento, a FUSÃO, a união entre a criatura e o Criador, entre o iniciado e Cristo: "esse mistério é grande, quero dizê-lo em relação ao Cristo e à ekklêsia", escreveu Paulo, quando falava do "matrimônio" (EF 5:32). E aqueles que são profanos, que não têm essa união com o Cristo, mas antes se unem ao mundo e a suas ilusões, são chamados "adúlteros" (cfr. vol. 2). E todos os místicos, unanimemente, comparam a união mística com o Cristo ti uma união dos sexos no casamento.


6- a ORDEM é o passo seguinte. Conseguida a união mística a criatura recebe da Divindade a consagra ção, ou melhor, a "sagração", o "sacerdócio" (sacer "sagrado", dos, dotis, "dote"), o "dote sagrado" na distribuição das graças o quinhão especial de deveres e obrigações para com o "rebanho" que o cerca. No judaísmo, o sacerdote era o homem encarregado de sacrificar ritualmente os animais, de examinar as vítimas, de oferecer os holocaustos e de receber as oferendas dirigindo o culto litúrgico. Mais tarde, entre os profanos sempre, passou a ser considerado o "intemediário" entre o homem e o Deus "externo". Nessa oportunidade, surge no Espírito a "marca" indelével, o selo (sphrágis) do Cristo, que jamais se apaga, por todas as vidas que porventura ainda tenha que viver: a união com essa Força Cósmica, de fato, modifica até o âmago, muda a frequência vibratória, imprime novas características e a leva, quase sempre, ao supremo ponto, à Dor-Sacrifício-Amor.


7- a EXTREMA UNÇÃO ("extrema" porque é o último passo, não porque deva ser dada apenas aos moribundos) é a chave final, o último degrau, no qual o homem se torna "cristificado", totalmente ungido pela Divindade, tornando-se realmente um "cristo".


Que esses sacramentos existiram desde os primeiros tempos do cristianismo, não há dúvida. Mas que não figuram nos Evangelhos, também é certo. A conclusão a tirar-se, é que todos eles foram comunicados oralmente pela traditio ou transmissão de conhecimentos secretos. Depois na continuação, foram permanecendo os ritos externos e a fé num resultado interno espiritual, mas já não com o sentido primitivo da iniciação, que acabamos de ver.


Após este escorço rápido, cremos que a afirmativa inicial se vê fortalecida e comprovada: realmente Jesus fundou uma "ESCOLA INICIÁTICA", e a expressão "logos akoês" (ensino ouvido), como outras que ainda aparecerão, precisam ser explicadas à luz desse conhecimento.


* * *

Neste sentido que acabamos de estudar, compreendemos melhor o alcance profundo que tiveram as palavras do Mestre, ao estabelecer as condições do discipulato.


Não podemos deixar de reconhecer que a interpretação dada a Suas palavras é verdadeira e real.


Mas há "mais alguma coisa" além daquilo.


Trata-se das condições exigidas para que um pretendente possa ser admitido na Escola Iniciática na qualidade de DISCÍPULO. Não basta que seja BOM (justo) nem que possua qualidades psíquicas (PROFETA). Não é suficiente um desejo: é mistér QUERER com vontade férrea, porque as provas a que tem que submeter-se são duras e nem todos as suportam.


Para ingressar no caminho das iniciações (e observamos que Jesus levava para as provas apenas três, dentre os doze: Pedro, Tiago e João) o discípulo terá que ser digno SEGUIDOR dos passos do Mestre.


Seguidor DE FATO, não de palavras. E para isso, precisará RENUNCIAR a tudo: dinheiro, bens, família, parentesco, pais, filhos, cônjuges, empregos, e inclusive a si mesmo: à sua vontade, a seu intelecto, a seus conhecimentos do passado, a sua cultura, a suas emoções.


A mais, devia prontificar-se a passar pelas experiências e provações dolorosas, simbolizadas, nas iniciações, pela CRUZ, a mais árdua de todas elas: o suportar com alegria a encarnação, o mergulho pesado no escafandro da carne.


E, enquanto carregava essa cruz, precisava ACOMPANHAR o Mestre, passo a passo, não apenas nos caminhos do mundo, mas nos caminhos do Espírito, difíceis e cheios de dores, estreitos e ladeados de espinhos, íngremes e calçados de pedras pontiagudas.


Não era só. E o que se acrescenta, de forma enigmática em outros planos, torna-se claro no terreno dos mistérios iniciáticos, que existiam dos discípulos A MORTE À VIDA DO FÍSICO. Então compreendemos: quem tiver medo de arriscar-se, e quiser "preservar" ou "salvar" sua alma (isto é, sua vida na matéria), esse a perderá, não só porque não receberá o grau a que aspira, como ainda porque, na condição concreta de encarnado, talvez chegue a perder a vida física, arriscada na prova. O medo não o deixará RESSUSCITAR, depois da morte aparente mas dolorosa, e seu espírito se verá envolvido na conturbação espessa e dementada do plano astral, dos "infernos" (ou umbral) a que terá que descer.


No entanto, aquele que intimorato e convicto da realidade, perder, sua alma, (isto é, "entregar" sua vida do físico) à morte aparente, embora dolorosa, esse a encontrará ou a salvará, escapando das injunções emotivas do astral, e será declarado APTO a receber o grau seguinte que ardentemente ele deseja.


Que adianta, com efeito, a um homem que busca o Espírito, se ganhar o mundo inteiro, ao invés de atingir a SABEDORIA que é seu ideal? Que existirá no mundo, que possa valer a GNOSE dos mistérios, a SALVAÇÃO da alma, a LIBERTAÇÃO das encarnações tristes e cansativas?


Nos trabalhos iniciáticos, o itinerante ou peregrino encontrará o FILHO DO HOMEM na "glória" do Pai, em sua própria "glória", na "glória" de Seus Santos Mensageiros. Estarão reunidos em Espírito, num mesmo plano vibratório mental (dos sem-forma) os antigos Mestres da Sabedoria, Mensageiros da Palavra Divina, Manifestantes da Luz, Irradiadores da Energia, Distribuidores do Som, Focos do Amor.


Mas, nos "mistérios", há ocasiões em que os "iniciantes", também chamados mystos, precisam dar testemunhos públicos de sua qualidade, sem dizerem que possuem essa qualidade. Então está dado o aviso: se nessas oportunidades de "confissão aberta" o discípulo "se envergonhar" do Mestre, e por causa de "respeitos humanos" não realizar o que deve, não se comportar como é da lei, nesses casos, o Senhor dos Mistérios, o Filho do Homem, também se envergonhará dele, considerá-lo-á inepto, incapaz para receber a consagração; não mais o reconhecerá como discípulo seu. Tudo, portanto, dependerá de seu comportamento diante das provas árduas e cruentas a que terá que submeter-se, em que sua própria vida física correrá risco.


Observe-se o que foi dito: "morrer" (teleutan) e "ser iniciado" (teleusthai) são verbos formados do mesmo radical: tele, que significa FIM. Só quem chegar AO FIM, será considerado APTO ou ADEPTO (formado de AD = "para", e APTUM = "apto").


Nesse mesmo sentido entendemos o último versículo: alguns dos aqui presentes (não todos) conseguirão certamente finalizar o ciclo iniciático, podendo entrar no novo EON, no "reino dos céus", antes de experimentar a morte física. Antes disso, eles descobrirão o Filho do Homem em si mesmos, com toda a sua Dynamis, e então poderão dizer, como Paulo disse: "Combati o bom combate, terminei a carreira, mantive a fidelidade: já me está reservada a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia - e não só a mim, como a todos os que amaram sua manifestação" (2. ª Tim. 4:7-8).



Locais

Estes lugares estão apresentados aqui porque foram citados no texto Bíblico, contendo uma breve apresentação desses lugares.

ISRAEL

Atualmente: ISRAEL
País com área atual de 20.770 km2 . Localiza-se no leste do mar Mediterrâneo e apresenta paisagem muito variada: uma planície costeira limitada por colinas ao sul, e o planalto Galileu ao norte; uma grande depressão que margeia o rio Jordão até o mar Morto, e o Neguev, uma região desértica ao sul, que se estende até o golfo de Ácaba. O desenvolvimento econômico em Israel é o mais avançado do Oriente Médio. As indústrias manufatureiras, particularmente de lapidação de diamantes, produtos eletrônicos e mineração são as atividades mais importantes do setor industrial. O país também possui uma próspera agroindústria que exporta frutas, flores e verduras para a Europa Ocidental. Israel está localizado numa posição estratégica, no encontro da Ásia com a África. A criação do Estado de Israel, gerou uma das mais intrincadas disputas territoriais da atualidade. A criação do Estado de Israel em 1948, representou a realização de um sonho, nascido do desejo de um povo, de retornar à sua pátria depois de mil oitocentos e setenta e oito anos de diáspora. Esta terra que serviu de berço aos patriarcas, juízes, reis, profetas, sábios e justos, recebeu, Jesus o Senhor e Salvador da humanidade. O atual Estado de Israel teve sua origem no sionismo- movimento surgido na Europa, no século XIX, que pregava a criação de um país onde os judeus pudessem viver livres de perseguições. Theodor Herzl organizou o primeiro Congresso sionista em Basiléia, na Suíça, que aprovou a formação de um Estado judeu na Palestina. Colonos judeus da Europa Oriental – onde o anti-semitismo era mais intenso, começaram a se instalar na região, de população majoritariamente árabe. Em 1909, foi fundado na Palestina o primeiro Kibutz, fazenda coletiva onde os colonos judeus aplicavam princípios socialistas. Em 1947, a Organização das Nações Unidas (ONU) votou a favor da divisão da Palestina em dois Estados: um para os judeus e outro para os árabes palestinos. Porém, o plano de partilha não foi bem aceito pelos países árabes e pelos líderes palestinos. O Reino Unido que continuava sofrer a oposição armada dos colonos judeus, decidiu então, encerrar seu mandato na Palestina. Em 14 de maio de 1948, véspera do fim do mandato britânico, os líderes judeus proclamaram o Estado de Israel, com David Bem-Gurion como primeiro-ministro. Os países árabes (Egito, Iraque, Síria e Jordânia) enviaram tropas para impedir a criação de Israel, numa guerra que terminou somente em janeiro de 1949, com a vitória de Israel, que ficou com o controle de 75% do território da Palestina, cerca de um terço a mais do que a área destinada ao Estado judeu no plano de partilha da ONU.
Mapa Bíblico de ISRAEL



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Romanos Capítulo 11 do versículo 1 até o 36
4. A Terceira Resposta: A Rejeição de Israel Não é Definitiva (Rm 11:1-32)

Paulo agora volta ao seu problema inicial: Rejeitou Deus o seu povo? (1). Nos capítulos anteriores, o apóstolo tratou do problema da rejeição de Israel, sob dois pontos de vista. Na sua primeira resposta, ele falou da soberania de Deus: Deus escolhe quem Ele quiser, e rejeita quem Ele quiser rejeitar, e o homem não pode fazer qualquer recla-mação a Deus. O povo de Deus é livremente escolhido pela graça por meio da fé (Rm 9:6-29). Na sua segunda resposta, ele mostrou que a rejeição de Israel se dava pela sua própria culpa. As promessas de Deus dependem da fé, mas Israel procura a sua própria justiça pela lei. A rejeição de Israel é a conseqüência da sua própria falta de fé (Rm 9:30-10.21).

Qual seria a situação se Paulo não dissesse mais nada? Pareceria que a rejeição de Israel é definitiva; que Deus queria que fosse assim, e que Israel mereceu isso. Mas esta não é a última palavra sobre o assunto. "De que serviria este procedimento de Deus, com o seu povo especial, se, quando o final dos tempos chegasse, ele simplesmente fosse rejei-tado? Esta é uma pergunta que simplesmente exige uma resposta".' Deus rejeitou aquele povo que como um todo tinha recebido os benefícios especiais listados em Rm 9:4-6? A respos-ta é um ressonante De modo nenhum! A rejeição de Israel não é definitiva: pois
1) mesmo agora, existe um remanescente de Israel na igreja (1-10) ;

2) a queda de Israel tornou-se a salvação dos gentios, e a partir daí vemos um vislumbre da sua aceitação final (11-24) ; e 3), em último lugar, Israel, como um todo, está destinado a receber a salvação messiânica (25-32).

a) Um remanescente agora na igreja (Rm 11:1-10). Ao negar a rejeição de Israel, Paulo basicamente repete aqui a sua primeira resposta, dada em Rm 9:6-13: Deus não rejeitou o seu povo, porque eles estão presentes no remanescente eleito. Mas existe uma diferença de tom aqui. "Anteriormente a expressão era: somente um remanescente. Aqui, é: tam-bém um remanescente!" ."7 Ali, o remanescente se referia somente àqueles que foram eleitos pela graça de Deus; aqui, são as primícias (v. 16) da restauração de Israel.

Digo, pois (1, lego oun) é uma expressão enfática, que assinala um novo estágio na argumentação de Paulo. Porventura, rejeitou Deus o seu povo? A forma da pergun-ta em grego (que começa com me) implica numa resposta negativa. Isto está reforçado pela sobreposição de Deus (ho theos) e seu povo (ton laon autou). Israel é o seu povo, portanto o Senhor não pode rejeitá-los. Além disso, mais de uma vez encontramos no Antigo Testamento (1 Sm 12.22; Sl 94:14) a promessa: "O Senhor não desamparará o seu povo" (ouk aposetai Kyrios ton laon, LXX). Ao usar palavras que eram tão conhecidas, Paulo lembra os seus leitores da promessa que novamente implica em uma resposta negativa à pergunta.'

De modo nenhum? Representa um repúdio veemente à idéia da rejeição de Israel. "Diante de todos os seus sentimentos como um israelita, seria desleal acei-tar isto".549 Porque também eu sou israelita, da descendência de Abraão, da tribo de Benjamim (cf. Fp 3:5). A palavra descendência é usada aqui sem o significado especial que tem em Rm 9:7. Podemos parafrasear "Como alguém pode pen-sar que Deus rejeitou o seu povo? Nenhum israelita poderia acreditar numa coisa como esta, e eu sou um israelita". No entanto, com a referência a Elias que vem a seguir, Paulo poderia estar dizendo: "Mais do que a maioria dos meus companhei-ros israelitas, eu fui vítima daquele zelo pela lei que é cego em relação a Cristo. A graça que me salvou pode salvar qualquer pessoa. "Um remanescente já foi salvo junto comigo".

A existência de cristãos judeus, como Paulo, seria deste modo a prova de que Deus não rejeitou o seu povo, que antes conheceu (hon proegno, 2). Sobre conhecer ante-riormente, veja os comentários sobre Rm 8:29. A referência de Paulo é àquelas passagens que falam da escolha que Deus fez de Israel para ser o seu povo especial (veja 9.4). Deus não irá abrir mão da sua escolha anterior (cf. 29).

Como os cristãos de origem judaica são uma minoria, um grupo tão pequeno na nação como um todo, a sua existência não representa uma resposta completa para o problema. No entanto, este fato sugere uma opinião que é seguida por Paulo. Ou não sabeis (he ouk oidate, "Vocês não sabem?", RSV) o que a Escritura diz de Elias ("...diz na seção das Escrituras que narra a história de Elias") ?,' como fala a Deus contra Israel (entygchanei to theo kata tou Israel, "acusa Israel diante de Deus"),' dizendo: Senhor, mataram os teus profetas e derribaram os teus altares; e só eu fiquei, e buscam a minha alma? (2-3). Com este lamento a respeito de Israel (cf. 9:1-5; 10.1), Paulo parece estar diante de Deus tão solitário quanto Elias no Horebe (cf. 1 Rs 19:9-10). Esta é a postura que ele adota, e esta é a postura na qual ele recebe o conselho iluminador e consolador de Deus, nos versículos 4:5-5"

Mas que lhe diz a resposta divina? Reservei para mim sete mil varões, que não dobraram os joelhos diante de Baal. Assim, pois, também agora neste tempo ficou um resto (leimma, "remanescente"; cf. Is 6:13-10:20-22), segundo a eleição da graça. Juntamente com Paulo, um remanescente já foi salvo. "Israel, nessa época, está na graça de Deus não menos do que na época de Elias".553 "Existe uma analogia, Paulo argumenta, entre esta situação e aquela da sua própria época. A condição espiritual é a mesma. A nação como um todo rejeitou a mensagem de Deus agora, como anteriormente; mas agora, como antes, também existe um remanescente fiel; e se este remanescente existe, não se pode dizer que Deus rejeitou o seu povo".'

No versículo 6, Paulo apresenta um breve parêntesis: se é por graça, já não é pelas obras; de outra maneira, a graça já não é graça. Esta eleição (5) é segundo a graça de Deus — ou seja, é a escolha daqueles que crêem (cf. Rm 9:6-13) e não uma eleição daqueles que a receberam pelas suas obras. Amenos que a escolha seja feita deste modo, a graça já não é graça. O restante da frase, de outra maneira as obras já não são obras, geralmente é interpretada como uma observação de algum copista (cf. NASB, RSV). Alguns pensam que a observação foi provavelmente escrita como uma nota de margem por algum copista que achou que poderia afirmar algo recíproco ao princípio da primeira metade do versículo, e mais tarde foi incorporada ao texto.'

Pois quê (ti oun,
7) é o resultado? De que maneira podemos suavizar a dura suposi-ção feita no versículo 1? É verdade que o que Israel buscava, isto é, a justiça (cf. Rm 9:31-10.
3) não o alcançou; mas ao mesmo tempo os eleitos (he de ekloge) o alcançaram. A forma abstrata he de ekloge significando a forma concreta "os eleitos" (hoi eklektoi) colo-ca a ênfase na idéia da eleição ao invés de a colocar nos indivíduos eleitos. "Paulo já disse que Israel, como um todo, procurando justiça por meio das obras, deixou de atingir o seu objetivo, embora os gentios que, de acordo com a natureza do caso, só podiam atingi-lo pela fé, haviam conseguido. Agora ele acrescenta aos gentios o remanescente eleito, subtraindo-o do povo como um todo, mostrando que este remanescente também o conseguiu, como os gentios, porque eles não tinham (ex hypothesi) tentado conseguir, mas o recebe-ram como uma parte da graça pela qual eram constituídos".'

E os outros foram endurecidos (eporothesan, NASB, RSV). Israel, sem o rema-nescente, ficou excluído da relação da graça e conseqüentemente ficou "endurecido". "O seu entusiasmo religioso se transformou em pecado".' Isto está de acordo com o que está escrito: Deus lhes deu espírito de profundo sono (pneuma katanyxeos, um espírito de torpor ou de insensibilidade atordoada para tudo o que é espiritual, tal como aquele produzido pela embriaguez ou pelo estupor; Is 29:10) : olhos para não verem e ouvidos para não ouvirem (8, Dt 29:4).

Nos versículos 9:10, Paulo cita Salmos 68:23-24 a partir da Septuaginta (69 na ver-são RSV), cujo título é atribuído a Davi. E Davi diz: Torne-se-lhes a sua mesa em laço, e em armadilha, e em tropeço, por sua retribuição; escureçam-se-lhes os olhos para não verem, e encurvem-se-lhes continuamente as costas. "A sua mesa é a mesa da comunhão: a unidade e a correlação criadas pela lei, e tão altamente estimadas no judaísmo já não eram mais do que um engano uma vez que eram uma união no pecado (Rm 3:20), e não na justiça. O encurvar das costas é um símbolo da escravidão. Com-pare com Gálatas
b) A queda de Israel é a salvação dos gentios (Rm 11:11-24). Agora Paulo faz a pergunta derradeira: porventura, tropeçaram, para que caíssem (para sempre) ? (11) O sig-nificado da passagem é dado pela observação do contraste entre tropeçar (ptaiein) e cair (pesein). Um homem que tropeça pode se recuperar, ou pode cair completa-mente. Portanto, pesosin é usado aqui no sentido de uma queda completa e irremediável (Is 24:20; Hb 4:11).

De modo nenhum! Cheio de indignação, o apóstolo rejeita a idéia de que a queda final de Israel foi o resultado da sua transgressão. O resultado já tinha sido o chamado dos gentios, e o objetivo final é também a restauração de Israel. Pela sua queda (toauton paraptomati, "pelo seu passo em falso", continuando a metáfora de eptaisan), veio a salvação aos gentios (cf. Atos 13:45-48; cf. Rm 8:4-11.19; 28:25-28), para os inci-tar à emulação. A expressão para os incitar à emulação (ciúme) é a interpretação que Paulo faz de Deuteronômio 32:21 (já citado em 10.19). "É pela bênção que Ele concede àqueles que antes não eram 'um povo' em relação a Ele, pela salvação que `uma nação tola' recebeu por abraçar prontamente o evangelho, é que Deus irá provo-car Israel ao ciúme"."'

No versículo 12, Paulo raciocina: Se um acontecimento que foi tão desastroso para a nação tinha tido um resultado tão benéfico, quanto mais benéfico seria o resultado da "inclusão plena" (RSV) de Israel no reino messiânico? E, se a sua queda é a riqueza do mundo (ploutos kosmou, o enriquecimento do mundo pela abertura ao reino do Mes-sias; cf. Rm 10:12) e a sua diminuição (to hettema auton, "o seu abatimento", NASB) a riqueza dos gentios, quanto mais a sua plenitude (to pleroma, "o seu número com-pleto", "a sua realização", NASB) !

Porque convosco falo, gentios (13). Paulo lembra que a maioria dos seus leitores se compõe de gentios. Agora o apóstolo chega a um ponto onde o que ele tem a dizer está diretamente relacionado a eles. Ele lembra: sou apóstolo dos gentios (ethnon apostolos, "um apóstolo para os gentios", NASB). Glorificarei (doxazo) o meu ministério; para ver se de alguma maneira posso incitar à emulação os da minha carne e salvar alguns deles (14). "Não pensem", podemos parafrasear, "que o que eu estou dizendo não tem nada a ver com vocês, gentios; isto me faz ainda mais zeloso do meu trabalho com vocês. Eu glorifico o meu ministério com vocês, gentios, (cumprindo-o fielmente) se, de alguma maneira, puder salvar alguns dos meus compatriotas" (cf. 1 Co 9,21) ; sobre esta interpretação de doxazo, veja João 17:4-2 Tes 3.1.

Depois da explicação pessoal dos versículos 13:14, que interrompe o seu argumento, Paulo retoma as idéias do versículo 12. Porque, se a sua rejeição (apobole, a sua rejeição a Deus por causa da sua falta de fé) é a reconciliação do mundo (katallage kosmou, uma reconciliação mundial; cf. Rm 5:11-2 Co 5.19), qual será a sua admissão (he proslempsis, a recepção de Israel na graça de Deus e no reino messiânico), senão a vida dentre os mortos (zoe ek nekron) ? (15) Devido à rejeição de Israel ao Messias e à justiça de Deus, a reconciliação se realizou pela Cruz, e este ato de rejeição levou o evangelho aos gentios (cf. Mt 22:1-10; Mac 12:1-11). Se o mundo foi tão extraordinariamente benefi-ciado por meio da rejeição dos judeus a Cristo e à justiça de Deus, o que seria a sua recepção do Salvador, exceto a vida dentre os mortos? Esta frase foi assumida por muitas autoridades no seu sentido técnico. Tendo em mente que tanto "reconciliação" quanto "vida dentre os mortos" são provavelmente termos escatológicos, podemos enten-der que este versículo significa: "O retorno final de Israel (v. 26) será o sinal para a ressurreição, o último estágio do processo escatológico que se iniciou com a morte e a ressurreição de Jesus. A conversão completa de Israel, portanto, está localizada no limite da história".562 No entanto, outros estudiosos consideram a frase figurativamente, "como uma descrição de uma bênção inimaginável".563

O versículo 16 assinala o começo da argumentação de Paulo de que a salvação de Israel é possível (16-24). E, se as primícias são santas, também a massa o é; se a raiz é santa, também os ramos o são. "Os cristãos gentios... não têm razão para zombar da nação de Israel, prostrada na auto-satisfação farisaica; antes, devem buscar ansiosamente a sua conversão. Mesmo que somente os eleitos sejam a semente da pro-messa e agora uma parte da comunidade redimida (Rm 9:9 e seguintes), ainda assim os filhos naturais de Abraão (pelo menos de acordo com 1 Co 7,14) são santificados (Rm 11:16), ordenados para serem propriedade de Deus".564

A metáfora da primeira parte deste versículo é tomada de Números 15:19-20 — "Acon-tecerá que, quando comerdes do pão da terra, então, oferecereis ao Senhor oferta alçada. Das primícias da vossa massa oferecereis um bolo em oferta alçada; como a oferta da eira, assim o oferecereis". Pela oferta das primícias toda a massa era consagrada; assim, a santidade dos patriarcas de Israel consagrava todo o povo que deles descendia.

A mesma idéia está expressa na segunda imagem, a da raiz (hriza) e dos ramos (kladoi), que é consideravelmente ampliada nos versículos 17:24. A nação de Israel é uma árvore: as suas raízes são os patriarcas e os israelitas são os seus ramos. Como os patriarcas eram santos (isto é, pertenciam a Deus de uma maneira especial, como a raiz da sua comunidade salvadora entre a humanidade), também o são todos os israelitas que pertencem à árvore, e são nutridos pela seiva que flui até eles a partir da raiz.

Paulo continua a expandir a metáfora nos versículos 17:18. E se alguns dos ramos foram quebrados (os israelitas sem fé), e tu (o crente gentio), sendo zambujeiro, foste enxertado em lugar deles (en autois, RSV) e feito participante da raiz e da seiva da oliveira (synkoinonos tes hrizes tes piotetos tes elaias egenou, "a rica raiz da oliveira", NASB; cf. Rm 10:12), não te glories contra os ramos; e, se contra eles te gloriares, não és tu que sustentas a raiz, mas a raiz a ti. "Na melhor hipó-tese, o crente gentio só compartilha com os judeus as virtudes de uma raiz que não é gentílica, mas sim judaica; ele tem a sua participação na consagração dos patriarcas, a única raiz histórica do povo de Deus, e nas bênçãos de Deus ligadas a ela".' Este exem-plo é extraído de Jeremias 11:16 e de Oséias 14:6, e procura expressar a continuidade da atividade redentora de Deus na história; Deus se une aos homens. "Conseqüentemente, a salvação só pode ser encontrada na continuidade histórica pela herança das promessas feitas aos pais: os cristãos gentios são o que são somente porque eles se tornaram 'a descendência (ou a semente) de Abraão'. Conseqüentemente, ainda existe esperança para a nação de Israel, que se mostra incrédula".'

O objetivo do exemplo é evitar qualquer sentimento falso de segurança por parte dos cristãos gentios. Dirás, pois: Os ramos foram quebrados, para que eu fosse enxer-tado. Está bem! Pela sua incredulidade foram quebrados, e tu estás em pé pela fé; então, não te ensoberbeças, mas teme. Porque, se Deus não poupou os ra-mos naturais, teme que te não poupe a ti também (19-21). A continuidade entre Israel e os crentes gentios não é intrínseca; ela se baseia unicamente na fidelidade de Deus e na fé contínua deles. Deus não poupou a nação de Israel quando ela caiu na incredulidade (20), e tampouco preservará os cristãos gentios, a menos que eles perse-verem na fé e permaneçam na sua benignidade (22; cf. Rm 8:17; Cl 1:21-23).

Nos versículos 23:24, Paulo ensina outra lição que é ainda mais significativa. E também eles, se não permanecerem na incredulidade, serão enxertados; por-que poderoso é Deus para os tornar a enxertar. Porque, se tu foste cortado do natural zambujeiro e, contra a natureza, enxertado na boa oliveira, quanto mais esses, que são naturais, serão enxertados na sua própria oliveira! Goppel destaca que a atitude dos cristãos gentios com relação aos israelitas incrédulos é um critério do seu relacionamento com Deus. "Eles não permanecerão na fé, a menos que confessem que a graça que os salvou pode também salvar os mais desesperadamente perdidos, e que são, acima de tudo, os ramos separados do povo do antigo concerto. Eles só permanecerão na fé se 'o desejo do seu coração for a salvação' (Rm 10:1), e se tiverem a certeza de que este pedido, apesar de tudo, ainda tem esperança, e que 'Deus pode enxertá-los novamente' ao trazê-los para a fé"

A força da argumentação de Paulo está no fato de que o processo que ele está descre-vendo é contra a natureza (para physin). É um processo que nunca se realizou na horticultura. O ramo cultivado sempre está enxertado no tronco, nunca é o tronco que é enxertado ao ramo. Paulo desarma os seus críticos reconhecendo que ele está ciente da artificialidade deste tipo particular de enxerto que está descrevendo. Mas se, contra a natureza, Deus enxertou ramos de jambuzeiro na sua árvore cultivada, certamente Ele é capaz de enxertar os ramos naturais novamente. A restauração de Israel é uma possi-bilidade divina. Deus é poderoso para fazer todas as coisas (23).

c) "Todo o Israel será salvo" (Rm 11:25-32). Paulo afirmou a possibilidade da conversão de Israel a Cristo, mas será que esta possibilidade se realizará? Para responder a esta pergunta, Paulo nos revela um segredo, "uma porção do plano da salvação de Deus, anunciado ao apóstolo por revelação, e que se cumprirá nos últimos dias".' Paulo escre-ve que o endurecimento veio em parte (porosis apo merous, "um endurecimento parcial", NASB; "uma cegueira parcial", NEB; "um endurecimento abateu-se sobre uma parte", RSV) sobre Israel, até que a plenitude dos gentios (to pleroma ton ethnon, "o mundo gentílico como um todo, assim como no versículo 12 to pleroma é a nação como um todo") 569 haja entrado (25). "A 'plenitude dos gentios' não significa 'todos os gentios, sem exceção', não os gentios predestinados a serem salvos, mas sim aquele número de gentios comparável às riquezas da graça de Deus".' E, assim — isto é, depois deste endurecimento por parte de Israel e da salvação dos gentios possibilitada desta forma -todo o Israel será salvo (26). "Todo o Israel", analogamente à plenitude dos gentios, não significa a soma de todos os membros do povo judeu, nem o grupo dos predestinados em Israel, mas sim Israel, como um povo".' Todo o Israel será salvo, e depois disso ainda haverá judeus incrédulos, assim como depois que a "plenitude dos gentios" for salva ainda haverá gentios incrédulos.

Como em toda "profecia genuína"' Paulo não explica os detalhes de como esta pre-dição se cumprirá. Parece ser um "acontecimento milagroso, que irá ocorrer pouco tempo antes da iminente Parousia (volta) de Cristo (Rm 13:11ss.), e depois da conversão das nações, talvez até mesmo causado por esta conversão, pois, de acordo com Romanos 11:15, esta conversão se dará nos dias do cumprimento final".'

A última parte do versículo 26, e todo o versículo 27, são uma citação de Isaías 49:20, como encontrada na Septuaginta, com as palavras de conclusão acrescentadas de Isaías 27:9. Como está escrito: De Sião virá o Libertador, e desviará de Jacó as impie-dades. E este será o meu concerto com eles, quando eu tirar os seus pecados (26-27). "A referência é a uma manifestação a Israel por parte do seu divino Redentor -uma manifestação que Paulo pode muito bem identificar em seu pensamento com a parousia (ou volta) de Cristo".'

Quanto ao evangelho (28; trata men to euangelion, "com respeito à ordem do evan-gelho, os princípios pelos quais Deus envia o evangelho ao mundo") 575 (os judeus) são inimigos (echthroi, alienados de Deus pela incredulidade) por causa de vós (di humas, "para que vocês, pela exclusão deles, possam ser trazidos ao reino messiânico").' Mas, quanto à eleição (trata de ten eklogen, "com respeito ao princípio da eleição"; "porque eles pertencem à raça escolhida"),' amados por causa dos pais (dia tous pateras; cf. Rm 9:4-11:16-17; por causa dos patriarcas de quem eles descendem). Paulo quer dizer que as promessas que Deus fez aos patriarcas de Israel estão asseguradas aos seus descenden-tes, não com base em algum mérito, mas com base na fidelidade de Deus à sua palavra. Porque os dons e a vocação de Deus são sem arrependimento (29). Deus não se arrepende de ter escolhido Israel (cf. v. 2).

O plano de Deus é fazer da desobediência uma oportunidade para demonstrar mise-ricórdia — em primeiro lugar aos crentes gentios, e depois a Israel. Porque assim como vós (gentios) também, antigamente, fostes desobedientes a Deus, mas, agora, alcançastes misericórdia pela desobediência deles (judeus), assim também es-tes, agora, foram desobedientes, para também alcançarem misericórdia pela misericórdia a vós demonstrada (30-31). Denney fala de "um propósito divino con-trolando toda a atividade aleatória da vontade humana, um objetivo que é exposto pelo apóstolo no versículo 32: Deus encerrou a todos [synekleisen, 'consignou', RSV] debaixo da desobediência, para com todos usar de misericórdia".' Uma vez que a salvação é gratuita, pela graça, os judeus e os gentios, de igual maneira, foram feitos para sentir a necessidade daquela graça, estando encerrados debaixo da desobediência (cf. Rm 5:18). "Aqui, o significado completo da 'dupla predestinação' de Paulo é revelado. Deus predestinou todos os homens à ira, e também predestinou todos os homens à misericórdia. Se eles não estivessem predestinados à primeira, não poderiam estar predestinados à última... Pau-lo não pretende fazer um pronunciamento definitivo sobre o destino final de cada indiví-duo. Mas a esperança de toda a humanidade é mais — e não menos — segura, porque está arraigada na verdade a respeito de Deus, e não em uma verdade sobre o próprio ho-mem".579 Paulo diz quase a mesma coisa em Gálatas 3:22. Deus encerrou todos os ho-mens sob o pecado e o juízo (cf. Rm 3:19-20), para que Ele possa ter a oportunidade de conce-der a sua misericórdia salvadora a todos.

A tarefa de Paulo como o apóstolo dos gentios era declarar que os gentios em Cristo seriam co-herdeiros da promessa por meio do evangelho (Ef 3:6). Deus, em Cristo, "der-ribou a parede de separação" que separava os judeus dos gentios, e que também separa-va ambos de Deus, e Ele reconciliou ambos consigo mesmo como uma nova criação "em um corpo", a igreja de Jesus Cristo (Ef 2:14-16). A perspectiva desta profecia sublime "da volta de Israel para casa, depois da entrada dos gentios, coroa a deslumbrante visão que Paulo tem da ação redentora que o Espírito do Senhor crucificado lhe revelou".'

5. Doxologia (Rm 11:33-36)

Deus concedeu a Paulo um vislumbre do seu objetivo eterno, e o apóstolo ficou mara-vilhado. ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria (sophia), como da ci-ência (gnosis) de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos! (33) Os pensamentos de Deus não são os nossos pensamentos, nem os seus caminhos são os nossos (cf. Is 55:8-9).

O que Paulo adora é a riqueza inescrutável do amor que permite que Deus mais do que satisfaça as terríveis necessidades do mundo; um amor menos pro-fundo iria se esgotar logo no início da tarefa. Em sophia e em gnosis os recursos intelectuais são trazidos à perspectiva com que Deus ordenou, dispôs e controlou todas as forças do mundo e da história do homem, para fazê-las subservientes ao seu amor. O mundo, com o seu conflito de raças, religiões, paixões e até mesmo maus hábitos, pode parecer ser um campo de caos. Mas quando nós o vemos à luz de Deus, como Paulo o fez, podemos enxergar os sinais da sabedoria e do conheci-mento, a partir de um propósito consciente que transcende o pensamento humano e que requer louvor e adoração."'

Nos versículos 34:36 se seguem duas citações do Antigo Testamento: Porque quem compreendeu o intento do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro? (Is 60:13, Septuaginta). Os intentos do Senhor são profundos e inescrutáveis. Como disse Tersteegen: "Um Deus que pode ser compreendido não é Deus de verdade". A segunda citação assu-me uma posição diferente: Deus age na graça; portanto, é impossível ter méritos diante dele a ponto de podermos reivindicar uma recompensa. O que quer que Ele dê, Ele o dá gratuitamente. "Com Deus, o homem nunca ganha uma recompensa, ele somente pode ser amado e tratado com misericórdia".' Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado? (35; cf. 35:7). Deus é a Fonte de toda a sabedoria e de todo o amor: Porque dele, e por ele, e para ele são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém! (36) "O universo da graça, com tudo o que acontece nele para a salvação tanto dos judeus quanto dos gentios, é de Deus, e por Deus, e para Deus. A Ele seja a glória que requer tal exibição de sabedoria e de amor"."' "A sola gratia e a sola fide destes onze capítulos pode resultar unicamente nesta soli Deo gloria".'"

A boa e perfeita vontade de Deus está delineada em Rm 11:33-12.2.

1) Na criação, Rm 11:36-2) na conversão, 12.1, compaixão;
3) na consagração, Rm 12:1, apresenteis o vosso corpo;
4) na purificação, 12.2, transformai-vos pela renovação;
5) no comprometi-mento, 12.2, experimenteis (W. T. Purkiser).


Champlin

Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
Champlin - Comentários de Romanos Capítulo 11 versículo 25
Este mistério:
(Gr. mystérion) algo antes oculto, mas agora revelado. Ver a Concordância Temática.Rm 11:25 Em parte:
Refere-se ao fato de que só uma parte de Israel se endureceu (conforme v. Rm 11:5).

Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Romanos Capítulo 11 do versículo 1 até o 36
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11.1-10

Mui objetivamente, Paulo pergunta se Deus tinha rejeitado o seu povo. O próprio apóstolo serve de evidência de que Deus não rejeitara seu povo de maneira completa e final, pois neles depositara o seu amor. Assim como um remanescente crente podia ser encontrado em Israel, nos dias de Elias, assim também continua a haver um remanescente formado pela graça de Deus. Pela graça, os eleitos obtiveram a salvação que buscavam. E os demais judeus foram endurecidos.

* 11:1

terá Deus... rejeitado o seu povo? O verbo "rejeitar" transmite o senso de empurrar para longe de si mesmo. A forma da pergunta, em grego, antecipa uma resposta negativa.

eu também sou israelita. Ver Fp 3:5,6. A linhagem impecável de Paulo é retroagida até Abraão, o grande patriarca, mas também a Benjamim, o único filho de Jacó que nasceu em Israel. A tribo de Benjamim era a tribo em cujo território se achava Jerusalém, e também era a tribo de Saul, o primeiro rei do reino unido de Israel.

* 11:2

a quem de antemão conheceu. Paulo deixa entendido que o amor e a escolha especial e graciosa deles, torna inconcebível que Deus os tenha finalmente rejeitado como um povo, embora eles o tivessem ainda recentemente rejeitado, quando rejeitaram o Cristo.

* 11:5

remanescente segundo a eleição da graça. Nos tempos de Elias houve uma apostasia geral do povo de Israel, e, no entanto, a presença de um remanescente de fiéis indicava que Deus não havia plena e finalmente rejeitado o seu povo. Os pensamentos de Paulo acerca do remanescente estão arraigados sobre o ensino de Isaías, pois o nome de seu filho, Sear-Jasube, significa "um-resto-volverá" (Is 7:3 e referência lateral: conforme 9.27; Is 1:9; 6:13; 10.20-22; 11.11-16).

* 11:6

E se é pela graça, já não é pelas obras. Uma vez mais, o caminho da graça divina é contrastado com as obras da lei (3.20,27,28; 4.2,6; 9.12,32).

* 11.8-10

As passagens citadas (Dt 29:4; Is 29:10 e Sl 69:22,23) descrevem um padrão bíblico de atividade divina no endurecimento judicial dos corações — padrão esse que Paulo vê repetido em seus próprios dias.

* 11.11-24

A rejeição do povo judeu nem é total e nem é final. Tal como a rejeição de Cristo, entre os judeus, levou à aceitação do evangelho entre os gentios, assim Deus também pretende usar os gentios para provocar os judeus a invejarem as bênçãos dos gentios, levando-os à salvação e a riquezas correspondentemente maiores.

* 11:11

tropeçaram para que caíssem. Uma vez mais, a forma da pergunta de Paulo antecipa (e recebe) uma resposta negativa. A rejeição de Cristo, por parte dos judeus, não é irreversível. Paulo via um padrão e um propósito divinos por detrás da incredulidade da qual os judeus se fizeram culpados. O padrão de seu pensamento, no v. 11, portanto, é como segue: (a) A transgressão dos judeus levou à justificação dos gentios; (b) a salvação dos gentios levará os judeus a invejá-los; (c) a inveja dos judeus os atrairá à mesma salvação que têm os gentios.

* 11:12

sua plenitude. No contexto do argumento paulino, "plenitude" pode significar somente o recebimento deles de Cristo e sua restauração a Deus. A questão mais difícil é se o termo "plenitude" aponta para uma plena restauração do remanescente ou para a restauração do número completo da nação, em algum sentido. O segundo sentido parece adaptar-se melhor à direção geral da passagem (vs. 25-32).

* 11:13

Dirijo-me a vós outros que sois gentios. A razão pela qual Paulo destaca os gentios na igreja de Roma torna-se claro nos vs. 17-24.

eu sou apóstolo dos gentios. Paulo nos provê aqui um discernimento ímpar em seu pensamento sobre o seu próprio ministério entre os gentios. Esse ministério também tinha o seu próprio povo judeu em vista, em termos de 9.19 e 11.11 (At 9:15; Ef 3:1 e Gl 2:8).

* 11:15

senão vida dentre os mortos. Esta frase pode simplesmente denotar bênção sem precedentes. Embora o fraseado seja levemente diferente do uso normal de Paulo ("ressurreição dos mortos", 1.4; conforme 1Co 15:12,13,21,42), alguns estudiosos tomam essa frase como uma referência à ressurreição geral do último dia, compreendendo a conversão dos judeus como um evento do fim dos tempos, um precursor imediato da ressurreição final.

* 11:16

igualmente o será a sua totalidade. Paulo aplica aqui espiritualmente o princípio de que as primícias servem de garantia da colheita final (conforme Nm 15:17-21).

* 11:17

oliveira brava, foste enxertado em meio deles. Ver Jr 11:16; Os 14:6 quanto a Israel como uma oliveira. Ramos de oliveira brava parecem ter sido enxertados em oliveiras cultivadas, dando-lhes uma nova vitalidade. As palavras de Paulo, entretanto, intencionalmente ultrapassam os limites da horticultura estrita. Os gentios foram enxertados no povo de Deus, de uma maneira "contrária à natureza" (v. 24).

* 11:18

não te glories. Visto que a salvação dos gentios deve-se inteiramente à graça divina, eles não tinham causa alguma de jactância, desprezando os crentes judeus. Essa arrogância gentílica, em relação aos judeus, simplesmente refletiria o mesmo orgulho espiritual que provocara o endurecimento de coração dos judeus (2.17).

* 11:20

Se a observação feita a Paulo, no v. 19, expressa uma verdade formal, a quebra dos ramos judaicos foi um ato de julgamento justo contra a incredulidade, e o enxerto dos gentios é uma questão de graça, e, por conseguinte, de fé. O enxerto dos gentios (v. 19), por conseguinte, não está alicerçado sobre qualquer qualidade superior dos gentios.

teme. Um respeito de espírito terno, e não a arrogância, é a reação apropriada diante da graça de Deus.

* 11:22

Considerai, pois, a bondade e a severidade de Deus. Ver "O Propósito de Deus: Predestinação e Pré-Conhecimento", em Ml 1:2. Os crentes gentílicos são exortados a levar a sério a revelação do caráter de Deus nesses eventos da providência divina. A bondade de Deus só produz fruto quando o seu povo continua nessa bondade (2.4).

* 11:23-24

O fato de Israel ter sido cortado tem por motivo a sua incredulidade, e não porque os gentios estivessem inerentemente melhor qualificados para a vida na oliveira. Ademais, os crentes gentios nunca deveriam esquecer-se de que o evangelho veio primeiramente aos judeus (1.16,17).

* 11.25-32

O raciocínio de Paulo, neste passo, tem sido compreendido de três maneiras principais: (a) ele está mostrando como Deus salva todo o seu povo eleito ("todo o Israel", no v. 26, deve ser tomado como basicamente sinônimo de Igreja, ou seja, o Israel espiritual); (b) ele está mostrando como Deus salva a todos os eleitos de Israel, que deverão ser salvos; (c) ele está mostrando como Deus trará, no futuro, a salvação ao povo judeu, tão amplamente divulgada que, num sentido geral óbvio, pode-se dizer que “todo o Israel será salvo” (v.26). Não obstante às dificuldades, alguma forma deste último ponto-de-vista parece ser o mais provável, e isso pelas seguintes razões. Em primeiro lugar, indícios disso parecem ter aparecido já nos vs. 11, 12, 15, 16 e 24. Em segundo lugar, o v. 25 sugere que o fim do endurecimento parcial de Israel está em vista. Terceiro, "Israel", no v. 26, não é naturalmente interpretado como se fosse uma entidade diferente do Israel em mira nos vs. 1-24 e nos vs. 28-31, onde está em foco o Israel nacional (e não o Israel espiritual). Em quarto lugar, "mistério", no v. 25, pareceria impróprio e exagerado se o ensino de Paulo fosse simplesmente que todos os judeus eleitos seriam salvos. Finalmente, esse ponto de vista concorda bem com as citações nos vs. 26 e 27, de Is 59:20,21; 27:9; Jr 31:33,34, que parecem falar de um banimento compreensivo daquele pecado que tem sido a causa da alienação entre Israel e Deus.

* 11:25

mistério. Tanto nos escritos de Paulo como no pensamento judaico em geral, um segredo divino é algo que somente agora estava sendo revelado. Alguns intérpretes concluem que aquilo que se segue de imediato constitui o mistério (provavelmente a conversão generalizada dos judeus). Outros pensam que o mistério é o padrão da operação de Deus na inter-relação entre os judeus e os gentios, referida no v. 11.

haja entrado. Uma expressão usada raramente nos escritos paulinos, mas comum nos evangelhos para descrever a entrada na vida ou no reino de Deus (p.ex., Mc 9:47).

plenitude. O termo "plenitude", aqui usado, parece ter uma conotação numérica específica.

* 11:26

todo o Israel. Uma expressão crítica dentro deste ponto do argumento de Paulo, e cujo significado tem sido muito debatido. Poderia significar "todo o Israel (espiritual)", ou seja, todas as pessoas eleitas, tanto judeus como gentios. Alternativamente, poderia significar "todo" Israel no sentido de "todos os judeus destinados a serem salvos através da história". Ou então, conforme foi sugerido acima, poderia apontar para um tempo de conversões em massa entre o povo judeu. Ver 11:25-32, nota, pontos (a), (b) e (c). A exegese de "todo o Israel" dependerá da interpretação e do peso de outros fatores existentes na passagem.

Virá de Sião o Libertador. A citação foi extraída de Sl 14:7; Is 27:9 e Is 59:20,21.

* 11:29

os dons... são irrevogáveis. Ver "Dons e Ministérios", em Ef 4:7.

* 11:30

O argumento de Paulo se encerra de uma maneira paralela à de 3:19-21, salientando o fato de que judeus e gentios estão unidos quanto a duas coisas: a desobediência produzida pelo pecado, e o oferecimento da misericórdia divina a eles. A sabedoria e a soberania da graça de Deus são demonstradas na maneira pela qual os propósitos divinos terão cumprimento: a desobediência dos judeus fez a misericórdia de Deus atingir os gentios; e a misericórdia de Deus para com os gentios levará ao recebimento da misericórdia divina por parte dos judeus. Não há qualquer diferença entre eles — todos (judeus e gentios igualmente) cometeram pecado (3.23), e Deus tem misericórdia de ambos (1.16).

* 11.33-36

Tendo exposto os vários pontos que fazem parte de seu argumento, agora Paulo responde de maneira lírica, como um cântico de louvor que atinge alturas correspondentes à profundidade que ele tinha feito soar em 9.2,3. O trato de Deus com judeus e gentios exibe uma interrelação de sua majestade onde sua vontade soberana ("dele"), sua atividade soberana ("por meio dele") e sua glória soberana ("para ele") são ricamente exibidas (v. 36).


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Romanos Capítulo 11 do versículo 1 até o 36
FINALIDADE C. DEUS MISERICORDIOSO (11: 1-36)

1 Digo, porém: Será que Deus rejeitará o seu povo? Deus me livre. Pois eu também sou israelita, da descendência de Abraão, da tribo de Benjamim. 2 Deus não rejeitou ao seu povo que antes conheceu. Ou não sabeis o que a Escritura diz de Elias? como ele pleiteia a Deus contra Israel: 3 Senhor, mataram os teus profetas, cavaram os teus altares; e só eu fiquei, e buscam a minha vida. 4 Mas o que diz a resposta divina? Eu deixei para mim sete mil homens, que não dobraram os joelhos diante de Baal. 5 Assim, pois, também agora neste tempo ficou um remanescente segundo a eleição da graça. 6 Mas se é pela graça, já não é mais de obras: contrário, a graça já não é graça. 7 E então? O que Israel busca a favor, isso não o alcançou; mas os eleitos o alcançaram, e os outros foram endurecidos, 8 como está escrito: Deus lhes deu um espírito de atordoamento, olhos para não verem, e ouvidos para não ouvir, até o dia de hoje. 9 E Davi diz:

Deixe sua mesa em laço, e em armadilha,

E um tropeço, e em retribuição;

10 -lhes os olhos escurecidos, que eles não podem ver,

E tu encurva-lhes sempre as costas.

11 Digo, porém: Porventura tropeçaram que eles podem cair? Deus me livre, mas pela sua queda salvação veio . aos gentios, para os incitar à emulação 12 Agora, se a sua queda é a riqueza do mundo, ea sua diminuição a riqueza dos gentios; quanto mais a sua plenitude! 13 Mas eu falo para vocês que são gentios. E, porquanto sou apóstolo dos gentios, glorifico o meu ministério; 14 , se por algum modo posso incitar à emulação os que estão a minha carne e salvar alguns deles. 15 Porque, se a sua rejeição deles é a reconciliação do do mundo, o que deve o recebimento deles ser , senão a vida dentre os mortos? 16 E, se as primícias são santas, também a massa o é; e se a raiz é santa, também os ramos. 17 Mas, se alguns dos ramos foram quebrados, e tu, sendo zambujeiro, foste enxertado em lugar deles, e te tornar-se participante com eles da raiz da seiva da oliveira, 18 glória, ao longo dos ramos mas, se tu glorias, não é tu . que dás a raiz, mas a raiz a ti 19 Dirás então, ramos foram quebrados, para que eu fosse enxertado. 20 Bem; pela sua incredulidade foram quebrados, e tu estás em pé pela tua fé. Não ser orgulhosos, mas o medo: 21 Porque, se Deus não poupou os ramos naturais, não te poupará a ti. 22 Eis que, em seguida, a bondade ea severidade de Deus: para com os que caíram, severidade; mas para contigo, a bondade de Deus, se tu continuar na sua benignidade; de outra maneira também tu serás cortado. 23 E também eles, se não permanecerem na incredulidade, serão enxertados; porque Deus é poderoso para os enxertar novamente. 24 Porque, se tu foste cortado do que é, por natureza, zambujeiro, e foste enxertado contrário à natureza em boa oliveira; quanto mais esses, que são naturais os ramos , serão enxertados na sua própria oliveira?

25 Porque não quero, irmãos, que ignoreis este mistério, para que não sejais sábios aos vossos olhos, que o endurecimento em parte vos sobreveio em Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado; 26 e assim todo o Israel será salvo, como está escrito:

Virá de Sião o Libertador;

Ele desviará de Jacó as impiedades:

27 E esta é a minha aliança com eles,

Quando eu tirar os seus pecados.

28 E, acerca do evangelho, são inimigos por causa de vós; mas, quanto à eleição, amados por causa do pai. 29 Porque os dons ea vocação de Deus são irretratáveis. 30 Porque, como vós outrora fostes desobedientes a Deus, mas agora alcançastes misericórdia pela desobediência deles, 31 , mesmo assim também estes agora foram desobedientes, pela misericórdia mostrado a você eles também podem agora obter misericórdia. 32 Porque Deus encerrou a todos debaixo da desobediência, para que ele tivesse misericórdia para com todos.

33 Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis ​​são os seus juízos, e os seus caminhos últimos traçando! 34 Porque, quem conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro? 35 ou quem lhe deu primeiro a ele, e ele será recompensado-lhe de novo? 36 Porque dele, e por meio dele e para ele são todas as coisas. Para ele seja a glória para sempre. Amém.

Observações desagradáveis ​​de Paulo sobre o fracasso ea rejeição de Israel são, em grande parte terminou com capítulos Rm 9:1 e Rm 10:1 . A partir deste fundo ele sugere agora que Deus tinha um propósito misericordioso e construtiva em tudo o que Ele permitiu. A apostasia não estava completa e Deus não rejeitou ao seu povo. Também não é a rejeição permanente. Como Paulo pensa em plano e propósito de Deus, ele explode em um hino de louvor no final do capítulo.

Duas idéias em relação aos judeus foram recorrentes ao longo do tempo nas opiniões dos estudantes da Bíblia. Uma delas é que Deus valoriza os judeus tanto e tem tanto respeito por Sua aliança que Ele vai fazer algum arranjo especial para a sua salvação em uma base diferente da de Gentile salvação. Esta é uma tensão de extensão ou renascimento do prejuízo realizada pelos próprios judeus. Agora é mais proeminente na escatologia e tende a assumir a forma de um ato soberano de Deus que iria substituir a relutância e incredulidade dos judeus, de modo que todo o Israel será salvo. O peso total do livro até agora, e especialmente dos capítulos Rm 9:1 e 10 , é contra esse ponto de vista. Deus não se desviará meios adequados a uma ordem moral para salvar todo o homem.Em uma ordem moral não pode haver bem-estar não genuíno sem uma resposta moral de fé e obediência. Deus não violar esta no passado para salvar o seu povo escolhido. Nem ele no futuro instituto a "salvação pela força."

O outro equívoco, por vezes, conheci é que a apostasia de Israel é tão completa e definitiva de que o povo hebreu são agora e para sempre inimigos de Deus. Ao rejeitar e crucificar o Salvador que eles se tornaram uma raça condenada. Isto é igualmente refutada por repetidas declarações no livro e é especialmente mostrado ser falso no capítulo 11 . A rejeição de Israel foi apenas parcial (vv. Rm 11:1-10 ). Judeus ainda vivem em uma ordem moral, onde as suas decisões individuais determinam os seus destinos. É errado generalizar sobre eles. Eles podem ser salvos. Além disso, é revelado que a sua rejeição é apenas temporária (vv. Rm 11:11-32 ). Haverá um retorno no qual propósito salvífico de Deus será cumprida.

1. Rejeição de Israel parcial (11: 1-10 ). A primeira prova dada por Paulo que Deus não rejeitou ao povo judeu é própria conversão de Paulo. Ele diz, por que eu também sou israelita, da descendência de Abraão, da tribo de Benjamim. A certeza de que Deus não rejeitará o seu povo é tão profunda em Paulo como o testemunho do Espírito para sua própria salvação. Se Israel tivesse sido lançado fora, o próprio Paulo teria sido reprovado. Ele expressa a repugnância e impossibilidade da idéia pela forte prazo, Deus me livre.

O versículo 2 é uma negação formal do que o coração já tinha rejeitado no versículo 1 . A razão é adicionado para explicar por que seria impossível para Deus rejeitar completamente o Seu povo. A seleção em primeiro lugar foi baseada em sua própria presciência. Porque Deus quer dizer que Sua escolha foi tudo um grande erro exigiria uma revisão drástica da teologia como base em sua própria auto-revelação de Deus. Paulo assegura o leitor que tal eventualidade está em perspectiva.

A terceira consideração é dada em um apelo à história como registrado nas Escrituras. Lembre-se de Elijah-how ele suplicou a Deus contra Israel. Pareceu-lhe também que Israel foi totalmente rejeitada. Na medida em que o profeta sabia, o remanescente foi reduzida para uma pessoa-o próprio profeta (v. Rm 11:3 ). E o rei ordenou uma caçada com o expresso propósito de matá-lo. Então, infelizmente, o povo de Deus não existiria mais. Mesmo os altares foram derrubadas por Acabe e Jezabel. Não seria nem instituição nem pessoa a testemunhar de Deus e chamar ao arrependimento.

Mas Deus tinha uma resposta. Elias era de 700.000 por cento de desconto em seus cálculos. Havia 7.000 vezes o número de crentes fiéis em Israel como o suposto profeta (v. Rm 11:4 ). É verdade, o controle político estava nas mãos do inimigo e o verdadeiro povo de Deus foram escondidos dos carrascos. Mas eles estavam lá para ser contado. E o seu dia chegaria.

Paulo não deixar o leitor a fazer a sua própria aplicação. Ele diz: Assim, pois, também agora neste tempo ficou um remanescente segundo a eleição da graça (v. Rm 11:5 ). Um resto é o que sobra depois de uma apostasia ou o que é reservado ou mantidos. Para Israel para virar as costas para o tipo de justiça que Deus, para rejeitar o Messias, e para crucificar Jesus foi um terrível apostasia, mas não foi uma apostasia total. Nem tem Deus totalmente rejeitado Israel. Aqueles que são salvos são suficientes para justificar a Deus e dar esperança para Israel.

Aqueles que são salvos, no entanto, são de tal ordem não por qualquer dívida que Deus deve aos israelitas, tendo em conta o seu mérito como um "povo escolhido" ou a sua eficácia em estabelecer a sua própria justiça através das obras da lei. Eles estão de acordo com a eleição da graça -a favor imerecido e amor de Deus, a única maneira de alguém é salvo, de acordo com o argumento consistente do livro todo. A justiça é um dom recebido pela fé. Antes que se pense o eleito judeu uma exceção, Paulo declara: Mas se é pela graça, já não é mais pelas obras; de contrário, a graça já não é graça (v. Rm 11:6 ).

Recapitulando, o que Israel busca a favor, isso não o alcançou; mas os eleitos o alcançaram e os outros foram endurecidos (v. Rm 11:7 ). Como uma nação com base na hereditariedade e os interesses nacionais comuns, Israel ainda não tenha cumprido seu privilégio em graça e eleição. Mas, como uma minoria remanescente que criam em Cristo, que fez receber a salvação, enquanto a maioria descrente foram endurecidos. Liddon aponta que a palavra para "endurecer" aqui (pōroō) sugere "um novo recurso que obscurece como ele endurece por um revestimento externo de hábito mental ..., um novo crescimento de obstinação mental. Essas pessoas ainda são confrontados com fatos, mas eles não são agitados para a ação apropriada. Eles são como um em um estupor(v. Rm 11:8 ). Deus é por vezes apresentado como aquele infligir esta dureza. E, em certo sentido, como juiz da ordem moral Ele deve ser. Quando o pecado torna-se seu próprio castigo terrível, o juiz deve pronunciar ou confirmar o veredicto. Mas voltando de ato de punição de Deus é um ato do homem de obstinada rebelião. Primeiro homem não quis responder. Então, ele não podia. As coisas que foram projetados para o seu bem tornou-se uma armadilha para ele até que nada serviu a um propósito construtivo (v. Rm 11:9 ). Tudo tornou-se escuridão, bondage, e labuta (v. Rm 11:10 ). Esta é uma outra imagem inspirada do que significa estar perdido. Mas, apesar de Paulo ainda reverte para o horrível perdição de Israel descrente, este capítulo reside mais nas gloriosas exceções-o remanescente crente.

2. Rejeição de Israel Temporário (11: 11-32 ) . Esta seção começa com a questão da possibilidade de salvação de Israel: ? Será que eles tropeçam que eles podem cair A resposta é uma negativa desqualificada. Deus não é completamente com Israel; nem é Israel através de Deus. Razão humana não poderia, é claro, ter dado uma resposta definitiva para a questão de saber se deve ou não Israel jamais voltará a ter mais de um remanescente. Mas Paulo fala com a confiança de quem afirma saber. E no final do capítulo, ele refere-se às previsões como um mistério (v. Rm 11:25) -a matéria conhecida apenas por revelação direta de Deus. Haverá um dia mais brilhante para Israel.

A declaração de que Deus teve um imediato e um objetivo final em todas as suas relações. O resultado imediato da rejeição de Israel foi a evangelização dos gentios todo o mundo. Quando os santos em Jerusalém foram perseguidos eles espalharam e levou o evangelho com eles. Quando Paulo encontrou as sinagogas que não responde, ele virou-se para os gentios. Quando centros judaicos recusou-se a absorver o tempo e os esforços da Igreja primitiva eles simplesmente os liberou para testemunhar e estabelecer igrejas nas regiões distantes. Deus fez o mesmo a ira do homem para louvá-Lo. Por sua salvação queda veio aos gentios. Neste Paulo se regozija, para os gentios também são pessoas por quem Cristo morreu. E isso nunca deve ter sido a vontade de Deus para excluí-los.

Mas, novamente, Paulo vai além da luz da história de profecia. Deus tem em mente algo mais do que o benefício para os gentios. Se Deus pode assim anular e enriquecer o mundo através da perda de Israel, quanto mais Ele vai cumprir o Seu propósito pela restauração de Israel (v. Rm 11:12 )? Assim, Paulo tem um incentivo duplo em Gentile evangelismo. Ele glorifica o seu ministério -rejoices na conversão e edificação dos gentios. E ele espera que, por meio das bênçãos que vêm para os gentios, para despertar o seu próprio povo para o que eles perderam. Será uma grande alegria para mim, diz ele, se de alguma maneira posso incitar à emulação os que estão a minha carne e salvar alguns deles (v. Rm 11:14 ). O que poderia ser mais maravilhoso do que uma restauração judaica na sequência de uma salvação Gentile. Para se a sua rejeição deles é a reconciliação do mundo, qual será a sua admissão, senão a vida dentre os mortos (v. Rm 11:15 ).

Há certas precauções e explicações que devem ser expressas para que não judeu ou gentio descansar sobre os remos e escorregar de volta para o abismo. Estes têm a ver com as condições de salvação universal, que se aplicam a ambos judeus e gentios (vv:16-24 ). Primeiro de tudo que seja perfeitamente claro que Deus é capaz de fazer uma restauração como descrito. Como a amostra é, portanto, é o resto. Pelos primeiros frutos de toda a massa foi consagrado ao Senhor (N1. 15: 19-21 ). Como as raízes, os pais, foram escolhidos e consagrados a Deus, assim Deus tem direito sobre os ramos. "Ainda vai tornar-se evidente que eles pertencem a Deus.

Em segundo lugar, deve-se admitir que a árvore foi podada e revisto. Alguns dos ramos foram quebrados, e tu, sendo zambujeiro, foste enxertado em lugar deles, e te tornar-se participante com eles da raiz da gordura da a oliveira (v. Rm 11:17 ). Estes são fatos concretos, e cheio de advertência. É possível haver uma parte da árvore, então a desqualificar, em seguida, para ser separado e destruiu-enquanto a árvore continua. Isso aconteceu com muitos em Israel. Da mesma forma, é possível ter existido fora da árvore, a unir-se com a árvore, e para compartilhar as bênçãos da árvore. Isso aconteceu com os crentes gentios. E esta é a ocasião para a humilde obrigado, mas nunca por orgulho e imprudência. Embora o Gentile é seguro e proveitoso, ele nunca deve olhar para si mesmo como superior ao ramo natural. Nenhuma pessoa deve levar mais naturalmente para a justiça da fé do que um judeu. Nem um, muitas vezes superam o judeu verdadeiramente convertido em sua devoção e eficácia. Milênios de fundo fazem espiritualidade seu habitat nativo. Assim, mesmo o gentio cristão mais frutífera deve tomar cuidado com o exemplo de perda de Israel e não ter concedido a graça de Deus, nem ignorar as condições.

Não era porque os judeus eram essas pessoas de segunda categoria que foram quebrados, nem foram os gentios tomadas porque eles eram tão superior. A resposta é estritamente com base no método de salvação e reprovação de Deus. É puramente uma questão de fé e obediência que o acompanha. Os ramos naturais por sua incredulidade foram quebrados e os novos ramos em pé pela fé (v. Rm 11:20 ). A palavra para a incredulidade é apistia -unfaithfulness, falta de confiança, ou a falta de fé, um termo usado às vezes no contexto de obstinação e de oposição ao Evangelho. A fé é a palavra usual para a confiança, e inclui as idéias de obediência e submissão.

É interessante notar que a figura de Paulo é que na enxertia de um ramo de oliveira selvagem em uma oliveira cultivada. Ambos foram oliveiras, mas não se apresentou para os cuidados necessários para cumprir sua finalidade. Isso está de acordo com o esboço do livro de Gênesis e do Blauw comentário como observado anteriormente. Há uma continuidade de preocupação e ação entre relações de Deus com as nações do mundo (Gênesis 1:11) e seu café para Abraão e seus descendentes. Israel não é tanto um tipo totalmente diferente de árvore. Ela é mais como uma árvore selecionada desde o deserto, cultivado, podadas e adubadas. Tanta valor está embutido no seu por séculos de cultivo que a figura é desenvolvido de miocárdio em ramos silvestres (gentios) em vez de arrancar a árvore velha e substituindo-o por uma nova árvore selvagem. Judaísmo legítimo (escritural e obediente) está profundamente enraizada em Deus e da verdade. Judaísmo pervertida é, então, podado, enquanto a raiz e tronco são guardadas em que para continuar a fé hebraico-cristã, seja por ramos naturais ou enxertadas. Israel pode vir ou ir como indivíduos. A árvore continua. Agora os ramos enxertados parecem dar frutos mais abundantes. Nem sempre precisa ser assim. Os judeus, os ramos naturais, têm pelo menos tão grande potencial como os gentios-e aparentemente maior.

Tudo isso leva a uma conclusão humilhante. Aqui é uma revelação dupla de Deus. Considerai, pois, a bondade ea severidade de Deus: para com os que caíram, severidade; mas para contigo, a bondade de Deus, se tu continuar na sua benignidade; de outra maneira também tu será cortado (v. Rm 11:22 ). A palavra para bondade expressa a idéia de utilidade, a beneficência, ou recompensas. Gravidade é a partir da palavra para "cortar". A bondade é uma visão muito mais popular de Deus, mas a gravidade e julgamento são igualmente verdadeiras. Deus "corta", bem como "enxertos".

Será que isso significa que Deus não pode ser confiável? Não, isso significa o oposto. Ele deve ser confiável! Toda a questão gira em torno de uma palavra, Se. Será a Deus por você , se tu continuar na bondade. Mas, se não também tu serás cortado (v. Rm 11:22 ).Mais uma vez, se não permanecerem na incredulidade, serão enxertados novamente (v. Rm 11:23 ). Daí a grande conclusão desta grande seção três capítulo sobre a eleição é uma contingência real. O destino não é fixado por um decreto arbitrário de Deus. Ele é fixado pela resposta livre do homem à graça maravilhosa ou a disciplina rigorosa de um Deus santo. A palavra-chave é se. Tendo reafirmado a base moral do destino e da responsabilidade de todos os homens, judeus e gentios, Paulo enuncia claramente o mistério da glória futura e da salvação de Israel. Mysterion , mistério , não é aquele que não pode ser conhecido em tudo. É o que não poderia ter sido conhecido se Deus não tivesse revelado. Por isso, é uma palavra para revelar a verdade de Deus. A revelação é duplo: um endurecimento em parte vos sobreveio Israel (v. Rm 11:25 ), e todo o Israel será salvo (v. Rm 11:26 ). A cegueira e insensibilidade é ao mesmo tempo parcial e temporária. Até que indica uma rescisão. Os gentios não estão autorizados a concluir que eles estão em um lugar de privilégio permanente e exclusivo para que os judeus nunca pode ser convertido como um todo. Após a plenitude dos gentios vem haverá uma mudança. Essa "plenitude" não é "um número pré-determinado de antemão, que tem de ser feita, se pretende atender aos espaços em branco em Israel ou para as exigências de um decreto divino, mas os gentios em sua força total ... quando os gentios em seu pleno força vieram, o poder que está a provocar Israel ao ciúme será totalmente sentida, com o resultado descrito no versículo 26 .

E assim introduz a segunda revelação. Denney observa que o modo ou "assim" não é meramente temporal, mas é igual Esta revelação está "sob a impressão produzida sobre os judeus pela visão dos gentios em seu povoamento plenitude do reino".: . Todo o Israel será salvo Este é Israel como um povo histórico-o todo, como o contraste com os gentios shows. O pensamento é: Israel uma nação cristã, Israel como nação uma parte do reino messiânico. Como Godet diz, "Até a realização da conversão dos gentios, haverá entre os judeus apenas conversões individuais; mas esse objetivo alcançado, a sua conversão em massa ocorrerá. "

Este mistério divinamente revelado não é uma adaptação tardia. Proclama-se em Isaías e ainda serão cumpridas. O Libertador desviará de Jacó as impiedades. E o propósito de Deus é expressa em um pacto com eles para tirar os seus pecados. Do ponto de vista do evangelho e sua rejeição de que Deus exerce hostilidade e de oposição contra-los como inimigos, superá-las por causa da propagação do evangelho. Mas do ponto de vista da escolha de Deus que Israel deve ser o Seu povo, eles são objetos do amor de Deus por conta dos pais com quem fez uma aliança eterna. Deus não errou ao fazer o pacto nem Ele vai deixar de mantê-lo. Porque os dons ea vocação de Deus são irretratáveis ​​(v. Rm 11:29 ). Os presentes (charismata) "não são as qualificações morais e intelectuais com os quais 1srael foi dotado para a sua missão no mundo, mas os privilégios de graça enumerados em 9:. 4F "Da mesma forma, a chamada (klesis) de Deus "não é um chamando no sentido moderno de uma vocação ou uma carreira atribuído a ninguém por Ele; é o convite oficial para uma parte no reino messiânico. "De Israel estas coisas nunca pode ser retirada.

Isto não implica qualquer anulação das condições de salvação. O caráter irrevogável do chamado de Deus não é contrário à liberdade humana. Como Godet diz,

Nenhuma restrição será exercido. Deus vai deixar gerações incrédulos se sucedem desde que será necessário, até que a geração vem, que deve pelo comprimento abrir os olhos e voltar livremente a Ele. E até mesmo o movimento em questão só será uma nacional e coletiva, a partir do qual os deve ser capaz de retirar o que se recusam decididamente para tomar parte nela. Só que é impossível que a presciência divina em relação a Israel como um povo deve terminar, exceto em sendo realizado na história.

Nos versículos 30:32 Paulo lembra os gentios, que não têm espaço para se vangloriar. Ainda ontem a situação se invertesse. Os gentios eram, principalmente, que não responde. Uma igreja forte Gentile não foi ouvido. Agora os gentios obtiveram misericórdiapor muito mau uso do judeu dos seus dons e chamando-a rejeitar o evangelho e transformando os evangelistas para os gentios. A cadeia de sequência é que a salvação Gentile tenderá a reabrir a esperança de arrependimento judeu e misericórdia divina sobre sua raça. (V. 31 ). Em última análise, não há diferença. Todos foram desobedientes. Todos precisam de misericórdia. E gracioso propósito de Deus é que ele poderia ter misericórdia para com todos (v. Rm 11:32 ).

3. Hino de Louvor (11: 33-36 ) . Seja qual for a reafirmação Paulo trouxe para seus leitores, seu próprio espírito se elevou acima de "o grande tristeza e incessante dor" de 9: 2 para um hino alegre de louvor. Os problemas complicados e as dores da alma para perecendo compatriotas (capítulos 9-11) com segurança pode ser comprometida com o único capaz de lidar com eles, o próprio Senhor. As atribuições de centro de louvor em torno de três temas: a sabedoria e do conhecimento de Deus (v. Rm 11:33 ), a independência de Deus (vv. Rm 11:34 , Rm 11:35 , e total dependência do homem em Deus) (v. Rm 11:36 ).

Deus é supremamente qualificado para lidar com os assuntos do homem. Depth é uma figura universal do imensurável ou incalculável. Envolvimento emocional de Paulo se reflete na mudança da prosa à poesia. Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria (know-how prático) eo conhecimento (consciência da verdade e da realidade) de Deus. Todas as decisões e escolhas de Deus são com informações completas e justiça absoluta. Ele conhece o fim desde o começo. Para o homem, este é desconcertante e insondável.

A independência de Deus é declarada em três desafios que são projetados para fazer um judeu ou gentio parecer ridículo quando ele discorda do plano e propósito de Deus (vv. Rm 11:34 , Rm 11:35 ). O que o homem pode conhecer o projeto de Deus, antes de ser revelado? Ou quem é confidente de Deus sobre quem Ele dependia de conselho? Ou quem nunca tomou a iniciativa para longe de Deus na religião? Todas as três perguntas são para abafar o crítico-de convencê-lo de que ele deve ser ouvir mais e falar menos. Os caminhos de Deus são totalmente defensável. Pensar o contrário é não ver o quadro inteiro. Até que conhece a mente do Senhor , pode ser seu conselheiro , e são capazes de tomar a iniciativa na nossa própria salvação, o nosso lugar é a ajoelhar-se ao lado de Paulo e adoração. A compreensão homens adoram quando os homens pequenos reclamar.

O apelo final é para o infinito de Deus e à total dependência do homem (v. Rm 11:36 ). Com uma variedade de preposições todas as coisas são atribuídos a ele. Todas as coisas são dele como Criador. Todas as coisas são por ele como governador. Todas as coisas estão -lhe como o objetivo final em que a história encontra o seu cumprimento e significado. Para ele ser atribuída toda a glória para sempre. Que não haja brigas infantis contra ele! Ele faz bem todas as coisas. Angústia e perda do homem pode ser ligada diretamente a uma rejeição da vontade de Deus, não com a vontade do próprio Deus.


Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de Romanos Capítulo 11 do versículo 1 até o 36
Esse capítulo discute o futuro de Is-rael e responde à pergunta: "Deus pôs seu povo de lado em caráter permanente, ou há esperança para Israel?". Paulo responde que Israel tem um futuro e apresenta diversas provas disso.

  • A prova pessoal (11:1)
  • Paulo afirma: "Eu também sou israe-lita [minha conversão prova que Deus não desistiu de Israel]". Em 1Tm 1:16, ele afirma que sua conversão (contada três vezes em Atos) deve ser um padrão para os ou-tros crentes judeus. Com certeza, ela não é um padrão de conversão para o gentio hoje, pois nenhum pecador perdido pode ver o Cristo glorifica- do, ouvir a voz dele e ficar cego por três dias! Todavia, a experiência dele é um retrato de como o povo de Is-rael se converterá na vinda de Cristo em glória. Eles, como Paulo, estarão em rebeldia e em descrença. Eles ve-rão Aquele a quem traspassaram (Zc 12:10 e Ap 1:7) e se arrependerão, e serão salvos. Em 1Co 15:8, Paulo diz que "nasceu fora de tem-po", isto é, ele, como judeu, viu Cris-to e foi salvo muito antes de seu povo ter a mesma experiência.

  • A prova histórica (11:2-10)
  • Paulo volta até I Reis a fim de mos-trar que Deus, mesmo nos períodos de maior descrença, sempre teve um remanescente fiel. Na verdade, ao ler a história do Antigo Testa-mento, não podemos deixar de ficar impressionados com o fato de que Deus sempre usou e abençoou esse remanescente. Como exemplo dis-so, vejaIs 1:9. Um ensino bási-co da Palavra é que o Senhor tem de pegar o remanescente e começar de novo, porque a maioria fracassa em ter fé e não pode ser reformada. O versículo 5 afirma que o Senhor tem um remanescente segundo a graça, isto é, no corpo, o qual é a igreja. Há judeus no corpo, embora não muitos, visto que, é claro, todos os privilégios e todas as distinções na-cionais foram removidos em Cristo. Imagine quanto mais o Senhor fará na era vindoura quando Israel voltar à cena, já que salva judeus mesmo durante esta era da igreja em que a nação está cega. A história teste-munha que Deus nunca abandonou seu povo.

    Lembremo-nos de que Deus não lida com a nação de Israel como tal nesta era da igreja. Efé- sios 2:14-17 e Gl 3:28 afir-mam que somos um em Cristo. Ne-nhum grupo judeu pode afirmar ser o remanescente eleito de Deus. Os versículos 8:10 mostram que Isaí-as 29:10 e Dt 29:4 pro-fetizaram essa "cegueira" de Israel como nação. (Compare com Ma-teus 13 14:15 e comIs 6:9-23.)

    Nos versículos 9:10, ele refere-se aSl 69:22, em que o Senhor prometeu transformar as bênçãos de Israel em maldição, porque esse povo recusou sua Palavra.

  • A prova dispensacional (11:11 -24)
  • Nesses versículos, Paulo discute ju-deus e gentios, não pecadores, ou santos individuais. Nessa seção, ele prova que Deus tinha um propósi-to dispensacional por trás da queda de Israel, a saber, a salvação dos gentios. O Senhor, com a queda de Israel, pôde incluir todos os povos na desobediência e, assim, ter mi-sericórdia de todos! Os gentios não precisam se tornar judeus para se tornarem cristãos.

    Paulo comenta que, se a que-da de Israel já trouxe tantas bên-çãos para o mundo, haverá bênçãos muito maiores quando essa nação for restaurada (v. 15). Em outras pa-lavras, Paulo tinha certeza de que havia um futuro para Israel como nação. O ensino de que a igreja de hoje é o Israel de Deus e a promessa do reino do Antigo Testamento em "sentido espiritual" não é bíblico. Paulo aguarda o dia em que Israel, como nação, será recebido na ple-nitude das bênçãos.
    Devemos examinar com aten-ção a parábola da oliveira. Paulo fala da posição dos judeus e dos gentios, como povo, no projeto de Deus, e não da salvação individu-al de cristãos. Israel é a oliveira que não frutificou para o Senhor. Por isso, o Senhor cortou alguns ramos e enxertou-os na árvore dos gentios, a "oliveira brava". A prática de en-xertar um ramo bom em um tronco mais fraco é "contra a natureza" (v. 24) , todavia o Senhor enxertou os fracos gentios no tronco bom dos privilégios religiosos de Israel! Esse ato mostra a bondade de Deus em salvar os gentios e sua severidade em cortar Israel, a nação rebelde. Mas o Senhor pode cortar também os gentios se ousarem se vangloriar, porque, agora, ocupam o lugar de privilégio espiritual de Israel! O que, no fim desta era, ele fará quando as nações gentias se juntarem em uma coalizão mundial que rejeitará a Pa-lavra e o Filho de Deus. A seguir, ele chamará a igreja verdadeira, julgará as nações gentias, purgará Israel e estabelecerá seu reino prometido para Israel.

    Quero lembrá-lo, mais uma vez, que o tema do capítulo 11 é nacional, não individual. Deus nun-ca "cortará" os verdadeiros cristãos da salvação, pois não há separação entre Cristo e seu povo (Rm 8:35-45. Hoje, a igreja é constituída principalmente de gentios, e nós, os gentios, nos beneficiamos da heran-ça espiritual de Israel (a rica seiva da oliveira). No sentido espiritual, somos filhos de Abraão, o "pai" de todos os crentes (Gl 3:26-48).

  • A prova escriturística (11:25-36)
  • Nesses três capítulos, Paulo usou bastante o Antigo Testamento; no entanto, nessa seção, ele volta-se para Is 59:20-23 e 27:9, e tam-bém paraSl 14:7, a fim de sa-lientar a promessa do Antigo Testa-mento da vinda do Libertador que purificará e purgará Israel. Ele rea-firma o mistério da "cegueira" de Israel, cuja verdade é revelada em sua plenitude no Novo Testamento, apesar de ter permanecido escon-dida em eras passadas. No versí-culo 25, "a plenitude dos gentios" refere-se ao número de gentios que serão salvos nessa era da igreja. O corpo de Cristo será arrebatado ao ar quando estiver completo, e, aqui na terra, terá início o período de sete anos da tribulação, o "tempo de angústia para Jacó" (Jr 30:7). No final desse período, o Libertador virá, e o remanescente crente en-trará em seu reino. "Todo o Israel" quer dizer que, nesse dia, a nação será salva, não cada judeu, e será uma nação redimida e regenerada.

    O versículo 27 cita a promessa de Deus da aliança (Jr 31:31 -34). Essa "nova aliança" se aplicará a Isra-el, quando a nação crer em Cris-to como seu Redentor e se afastar de seus pecados. Deus ainda vê os judeus como seus amados, apesar de hoje eles parecerem inimigos da vontade dele, por causa da aliança que ele fez com os pais da nação. Os homens podem mudar, mas Deus não muda nem cancela suas promessas (v. 29).

    No parágrafo final, Paulo expli-ca que, agora, os gentios são salvos pela fé, embora tenham, um dia, re-jeitado Deus (Rm 1:18ss); portanto, hoje, os judeus estão em descrença, mas, um dia, receberão misericór-dia. O Senhor encerrou os judeus e os gentios na desobediência e no pecado a fim de poder salvá-los pela graça (v. 32).

    Não é de admirar que Paulo entoe um hino de louvor ao Senhor depois de rever a graça e a sabedo-ria do plano de Deus para os judeus e os gentios (vv. 33-36)!


    Russell Shedd

    Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
    Russell Shedd - Comentários de Romanos Capítulo 11 do versículo 1 até o 36
    11.1 Como nos tempos do AT, a obstinada desobediência de Israel não resulta na sua rejeição definitiva. O remanescente fiel, representado por Paulo e outros como ele, é prova disto. Paulo, da tribo de Benjamim (conforme Fp 3:5), tinha o nome de Saulo (primeiro rei de Israel também benjamita, conforme At 8:1, At 8:3; At 9:1, At 9:17 com 13,21) o que é uma coincidência não ponderada entre as epístolas e Atos.

    11.5 Eleição da graça. O amar ativo de Deus que preparou e ofereceu a salvação aos homens é a graça revelada na eleição de Israel. O princípio da graça livre da parte de Deus corresponde à fé pela qual é apropriada. As obras, por sua vez, não têm nada na natureza de Deus que corresponda a elas (v. 6) e a não ser sua ira justa por serem inadequadas.

    11.7 A eleição não é anulada mesmo com a grande maioria dos judeus rejeitando a Cristo. O remanescente continua representando o povo da aliança (conforme v. 25).
    11.8 Entorpecimento. Vem da palavra katanuxis que lit. significa "picada" ou "mordedura" de um inseto que resulta em entorpecimento. Deus nunca deixa os homens seguirem o seu caminho de rebelião sem limites ou restrição. Há uma lei no universo que se eu puser minha mão no fogo, ela se queimará. Posso, então, dizer que Deus a queimou, uma vez que Ele criou as mãos e o fogo. Portanto, Ele permitirá, se eu colocar a minha mão no fogo, que ela se queime.

    11.12 Riqueza. Refere-se à oferta da salvação aos gentios ainda que no plano divino "salvação vem dos judeus” e é para ele primeiramente (conforme Jo 4:22 com Rm 1:16). Plenitude (gr plerõma). Tem o mesmo sentido do v. 25 referindo-se aos gentios. A conversão em grande escala dos gentios será seguida pela conversão em massa dos judeus (v. 26). Isto é uma modificação da ordem natural dos acontecimentos. Já que um número insignificante de apóstolos e evangelistas judeus podia trazer tanta bênção ao mundo (v. 13), o que devemos esperar quando Israel for salvo?

    11.15 Vida dentre os mortos. Significa a ressurreição que coincide com a segunda vinda de Cristo.

    11.16 Santa a raiz. Refere-se à continuidade da solidariedade do povo israelita com os patriarcas, homens de fé (conforme He 11:0).

    11.26 Todo o Israel. É uma expressão freqüente na literatura judaica, onde não significa cada judeu sem exceção mas a maioria ou o povo como um todo. Virá de Sião o Libertador. Indica uma manifestação a Israel do seu Redentor. Pode ser na parousia ou em outra ocasião e de uma forma diferente.

    11.32 Neste trecho Deus revela o seu último propósito que é mostrar misericórdia sobre judeu e gentio de igual forma. Deus encerrou ambos numa posição onde não podem negar sua culpa perante a lei (conforme Gl 3:22, "encerrou tudo sob o pecado") com o único propósito de alcançá-los com a Sua imerecida misericórdia. O universalismo que encontramos aqui é escatológico, não presente, representativo e não absoluto. Com todos sem distinção e não sem exceção.

    11.33 Profundidade. Termo usado no sentido de inexaurível plenitude e não no sentido de mistério que não podemos alcançar. • N. Hom. Estes vv. (33-36) descrevem os atributos e propósitos de Deus numa doxologia apostólica.
    1) Na riqueza da sua sabedoria e conhecimento Ele criou e ofereceu o plano da justificação pela fé, incluindo assim os gentios.
    2) O judeu sem nada de justiça própria para oferecer também pode confiar que Deus não faltará com Sua promessa (v. 35).
    3) Deus é a Fonte ("dEle'), o veículo ("por meio dEle") e o Fim ("para Ele") de todas as coisas.


    NVI F. F. Bruce

    Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
    NVI F. F. Bruce - Comentários de Romanos Capítulo 11 do versículo 1 até o 36

    3) O plano futuro de Deus para judeus e gentios (11:1-32)

    A situação atual dos fatos não seria permanente. Paulo considerava com seriedade a eleição dos judeus por parte de Deus, como também as suas promessas para eles no AT, e não dava espaço para a idéia de que eles como um todo seriam excluídos do cumprimento dessas promessas. Quando a “plenitude dos gentios” (v. 25) tivesse sido incorporada na igreja, então, e somente então, seria a vez de os judeus como um todo — não somente um punhado como agora — reconhecerem Jesus como Senhor e, assim, revelarem o seu caráter escondido de eleitos de Deus. As suas mentes preconceituosas e fechadas seriam abertas para a verdade do evangelho, assim como antes o seu povo havia estado aberto, e então a realização final daquele “um novo homem” em Cristo (Ef 2:15) ocorreria. Essa esperança era a força motriz por trás do evan-gelismo mundial de Paulo, pois no final resultaria em vantagens para os judeus. O evangelismo completo dos gentios conduziria à salvação de Israel. E significativo que Paulo não estava afirmando, como alguns costumam fazer, que as promessas do AT para Israel tinham passado automaticamente como um bloco para a igreja, que era, em grande parte, constituída de gentios, pois uma afirmação dessas zombaria da eleição de Deus. No entanto, ele também não dissociou a igreja das promessas de Israel; isso negaria a unidade da “oliveira” e ignoraria a continuidade do povo de Deus do AT na igreja, que para Paulo, no fim das contas, iria abranger a “plenitude dos gentios” e a grande parte dos judeus. Até então, a igreja seria assimétrica e incompleta, e os propósitos de Deus entre os homens ainda não estariam cumpridos. Para provar que Deus ainda não abandonou Israel, Paulo argumenta que a rejeição que eles estão protagonizando é parcial e temporária. Por enquanto, um remanescente está sendo salvo (v. 1-10). A certa altura, Deus vai salvar o restante deles quando ele tiver terminado de ajuntar os cristãos gentios (v. 11-32).

    v. 1-10. Agora um remanescente de Israel está sendo salvo. v. 1-5. As Escrituras estão repletas do princípio infalível que Paulo está citando: Deus não rejeitou o seu povo depois de ter dedicado a ele com tanta riqueza o seu cuidado (Sl 94:14; 1Sm 12:22; Jr 31:37Jr 33:24ss). 10.20,21 não pode ser a última palavra de Deus, pois ele não é instável. A sua fidelidade para com as promessas da aliança não pode ser explorada por presunções arrogantes, mas é uma fonte confiável de segurança para todo aquele que crê com humildade. Paulo se considera um sinal da fidelidade de Deus ao seu povo. Se Israel fosse rejeitado, ele mesmo não teria sido salvo. Mas Paulo não é um sobrevivente solitário. Ele encontra um paralelo histórico em lRs 19, em que Elias recebeu a certeza de que não estava sozinho, apesar da oposição de tantos israelitas à verdadeira fé. Como naquela época Deus havia preservado 7.000 seguidores, uma fração da nação, assim agora há um remanescente [de cristãos judeus] escolhido pela graça (conforme 9.6,27-29). v. 6. A graça, por definição, é o oposto de obras\ o judeu que se considera judeu por esforço próprio está automaticamente excluído desse pequeno grupo de fiéis. v. 7. Israel como um todo não atingiu a salvação, mas com base nele foi escolhido o pequeno grupo de eleitos, enquanto a maioria foi tornada insensível ao evangelho, por enquanto (conforme 9.18 e comentário), v. 8. As Escrituras têm uma nova aplicação. Deus conduziu a maioria dos judeus a um atordoamento paralisante, de acordo com Is 29:10. O seu presente estado é o de homens cegos e surdos, como Israel havia sido descrito em Dt 29:4. v. 9,10. A maldição do salmista se tornou verdade (Sl 69:23-24 na LXX). São exatamente as suas observâncias religiosas consideradas um substituto de Cristo que afastam os judeus. “O retrato de um homem idoso, cego e caduco, arqueado sob o peso da idade e da enfermidade [...] é uma representação patética de um povo no estado de senilidade religiosa” (E. K. Lee).

    v. 11-32. No final, Israel como um todo vai ser salvo depois de se completar a cota de cristãos gentios, v. 11-15. Os israelitas somente tropeçaram na pedra (9.32,33), não desmoronaram por completo. Deus não desistiu deles. A incredulidade da maioria dos judeus foi o meio temporário de Deus usado para que o evangelho chegasse aos gentios. O termo grego traduzido por transgressão pode ser traduzido também por “lapso” (Weymouth, Moffatt) ou “passo em falso” (Knox). O fato de os gentios terem aceito o evangelho fez os judeus ficarem com ciúme (conforme At 13:44ss) — e isso foi proposital. A razão por que Paulo dava tanto valor ao seu ministério entre os gentios é que cumpria o propósito revelado de Deus (Dt 32:21, citado em 10.19), que era de provocar o seu próprio povo não meramente para indignação e ciúme, mas para estimular alguns à imitação, a um desejo positivo de compartilhar as bênçãos conferidas aos cristãos gentios. A sua obra missionária entre os gentios não era somente por causa dos gentios, Paulo lhes assegura em antecipação do seu ataque posterior à segurança absoluta e o desprezo que os gentios mostravam pelos judeus. O seu apostolado aos gentios não era nada mais do que dar uma volta para alcançar os judeus. Ao argumentar do maior para o menor, como em 5.9,10, Paulo afirma que, se a queda de Israel resultou em tantos benefícios, quanto mais se pode esperar quando esse povo for restaurado! O seu retorno ao favor de Deus vai significar a afluência de novo sangue azul para a igreja a partir de ossos praticamente mortos (conforme Ez 37:1-10). v. 16. Que garantia há de que os judeus terão esse papel tão glorioso? A resposta está na história religiosa antiga de Israel. Há uma santidade natural em Israel, conferida por Deus. Ao se revelar de forma tão significativa ao seus antepassados (conforme v. 28) por meio dos seus atos poderosos e de suas promessas, Deus havia estabelecido um padrão ao qual Israel iria se conformar no momento oportuno. “Quando o primeiro pão for consagrado, a fornada toda será consagrada com ele” (Knox), e os patriarcas de Israel eram como o primeiro filão. Paulo tem em mente Nu 15:20,Nu 15:21. Os ancestrais de Israel deixaram para os seus descendentes um legado de riqueza espiritual que um dia vão reivindicar e usar. Num sentido, os rabinos estavam certos em relação à eleição de Israel; mas eles erraram em defender uma doutrina de obras e em não se submeter à vontade de Deus quando não reconheceram Jesus como o Messias, o único caminho da bênção de Deus.

    v. 17-24. A ilustração da raiz e dos ramos no v. 16 é desenvolvida com uma alegoria da horticultura que descreve o plano de Deus para o presente e o futuro. A idéia vem de Jr 11:16). Deus pode desbastar os galhos novamente. A fé dos judeus não deveria despertar nos cristãos gentios a arrogância, mas a fé humilde e o respeito por um Deus com que não se deve brincar. Ai do cristão “para o qual a graça já não é graça no centésimo ou no milésimo dia como foi no primeiro” (Godet).

    v. 25-32. O plano de Deus é realizado em dois estágios, v. 25. O primeiro estágio é a rejeição por parte da maioria dos judeus para que Deus possa completar a plenitude dos gentios, e só ele sabe quantos gentios convertidos isso significa, v. 26. O segundo estágio, que ele vai colocar em operação assim que o primeiro estiver concluído, é um mistério, um desígnio secreto de Deus que a mente humana não teria descoberto, a não ser por revelação. Aí todo o Israel será salvo: Israel será conduzido às bênçãos cristãs das quais somente um remanescente judeu havia desfrutado até então. A expressão todo o Israel significa os judeus como um coletivo, e não a soma aritmética de todos os judeus individuais. A expressão, é evidentemente, contrastada com parte de Israel, e o termo Israel é referência constante aos judeus nos caps. 9—11. assim significa “por esses meios”, descritos no v. 25b. O termo salvo deve ser compreendido no mesmo sentido espiritual usado nos v. 11,14. (A questão de um futuro.

    político do Israel convertido não surge aqui, mas está ligado à interpretação de outros textos da Bíblia.) Como base bíblica dessa afirmação espantosa, Paulo cita Is 59:20,Is 59:21, principalmente da LXX. “Para Sião”, do texto hebraico, se tornou “a favor de Sião” na LXX; aqui é mudado para de Sião, sob a influência de Sl 14:7. Deus havia se comprometido com Israel para sempre (a continuação não citada do texto do AT, sem dúvida, também está na mente de Paulo; conforme 3.4 e comentário). O seu plano era que Jesus, o redentor (dl. lTs 1.10), partiria com suas testemunhas de Jerusalém para os confins da terra (conforme At 1:8; Mt 28:19,Mt 28:20) e depois voltaria para o seu próprio povo e transformaria sua incredulidade em fé. As palavras finais são de Is 27:9 e 41:11 são testemunhas da transcendência de Deus e da sua iniciativa e bondade. Gomo é fútil qualquer tentativa por parte do homem insignificante, seja judeu, seja gentio, de pensar que Deus considere os homens seus consultores para que lhe digam o que fazer, ou que alguma vez possam obter aceitação da parte de Deus por mérito. Pois Deus é “Fonte, Guia e Alvo de tudo que existe” (NEB).


    Moody

    Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
    Moody - Comentários de Romanos Capítulo 9 do versículo 1 até o 36

    III. Israel e os Gentios no Plano de Deus. 9:1 - 11:36.

    Paulo considera o plano de Deus em relação às duas divisões da humanidade, que ele via, na qualidade de judeu – Israel ou o povo judeu e os gentios.


    Moody - Comentários de Romanos Capítulo 11 do versículo 11 até o 36

    E. A Perspectiva do Futuro de Israel. Rm 11:11-36.

    Aqui Paulo chega à conclusão do seu discurso sobre o lugar de Israel e dos gentios no plano de Deus. O propósito da ação de Deus na história é que Ele quis ter misericórdia de todos – judeus e gentios. O papel de Israel é mais impressionante, quer na rejeição, quer na aceitação. Harmonizando-se em um quadro sublime vemos toda a história, as atitudes e reações de Israel e dos gentios, e a sabedoria de Deus no inter,relacionamento desses dois grupos. Na metáfora da oliveira vemos a impressionante unidade do povo de Deus em ambos os convênios.


    1) A Extensão da Bênção entre a Queda e a Plenitude de Israel. Rm 11:11-15.


    Francis Davidson

    O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
    Francis Davidson - Comentários de Romanos Capítulo 11 do versículo 1 até o 36
    c) O propósito misericordioso de Deus (Rm 11:1-45) -Terá Deus rejeitado seu povo? De modo nenhum (1). O apóstolo calorosamente repudia a idéia de que a desobediência de Israel equivalia a Deus rejeitar seu próprio povo. Pode ter parecido que era esta de fato a conclusão do argumento de Paulo, mas ele a rejeita numa linguagem forte. A própria idéia de uma rejeição total do povo escolhido e favorecido por Deus é tão blasfema para ele como para os judaizantes. Deus não o rejeitara de todo. Esse desfecho de um abandono total, que a situação histórica até parecia corroborar, foi evitado por uma referência ao passado. Paulo escolhe o caso de Elias (1Rs 19:0); isto é, foi-lhes dado um "espírito de entorpecimento" (8; cfr. Is 29:10), espécie de insensibilidade espiritual. Citando o Sl 69:22-19, Paulo coloca-os no mesmo plano dos adversários de Davi (9-10).

    >Rm 11:11

    2. A REJEIÇÃO DOS JUDEUS E SÓ TEMPORÁRIA, NÃO FINAL (Rm 11:11-45) -Outra vez, fazendo pressão sobre a elevada predestinação de Deus, o impugnador parece perguntar: "Foi o propósito de Deus fazer que os judeus tropeçassem para cair? O Onipotente causou essa irreparável tragédia?" (11). Mais uma vez, Paulo protesta: De modo nenhum. A queda não foi um fim em si mesma, porém tinha em vista um resultado maior. A ruína de Israel não foi final. Um grande resultado de sua defecção é a salvação dos gentios, que é, por sua vez, um acicate para os ciúmes dos judeus (11). O apóstolo ainda repudiou qualquer dogmatismo fácil que os seus adversários pudessem extorquir da situação. Recorre ainda a uma última justificação de Deus contra simples aparências. Se a queda de Israel é a riqueza do mundo, e a sua perda é ganho dos gentios, então, a fortiori, uma bênção muito maior pode ser antecipada da recuperação deles. A palavra queda (gr. paraptoma) é um conceito moral, sugerindo transgressão; daí plenitude (gr. pleroma) deve ter também um sentido ético, embora o termo grego seja neutro, significando "perfeição". O contexto sugere uma perfeita consumação da fé, um alvo espiritual que não exclui sucesso material. O que Paulo diz dirige-se aos gentios. Quer, todavia, que compreendam que uma das razões pelas quais ele faz o mais possível de sua comissão especial como apóstolo é que seus irmãos se encham de ciúmes e, por essa forma, encontrem eles mesmos a salvação. Os vers. 13-15 repetem assim o pensamento dos vers. 11 e 12. Esta idéia de ação recíproca, entre judeus e gentios, é ainda mais ampliada por uma ilustração.

    >Rm 11:16

    3. A FIGURA DA OLIVEIRA (Rm 11:16-45) -Paulo começa com duas metáforas em mente: a parte da massa oferecida como oferta alçada (Nu 15:19-4) consagrando a massa inteira, e a raiz santa consagrando os ramos. Deixa de lado, entretanto, a primeira e desenvolve a segunda (cfr. Jr 11:16; Dn 14:6). A figura da oliveira serve ao duplo propósito de avisar os gentios contra a soberba e de fundamentar o otimismo judaico de Paulo. Os gentios inclinam-se a adotar uma atitude arrogante para com os judeus, por causa do dom recebido da justiça de Deus pela fé. Paulo, pois aplica a ilustração primeiro a eles. Acontece que se quebram ramos, e galhos de oliveira brava são enxertados em meio deles. Em conseqüência, as vergônteas enxertadas alimentam-se da seiva das raízes originais. Daí Paulo insistir que os gentios não se "gloriem" como ramos da oliveira (18), visto que os ramos são sustentados pelas raízes, e não vice-versa. A fé não abuse do privilégio. Não te ensoberbeças, mas teme (20). Deus castigou os judeus, os ramos naturais. Portanto o apóstolo adverte os gentios, ramos enxertados, que esta severidade de Deus não tome o lugar da bondade usada para com eles (22). Paulo então aplica sua ilustração aos judeus (23-24). A esperança que nutre pelo futuro deles apresenta-se como perfeitamente natural com o argumento a fortiori de quanto mais (24) podem os ramos naturais, antes cortados, ser de novo enxertados em sua própria oliveira. Se Israel apenas renunciar à sua incredulidade persistente, Deus é poderoso para o enxertar de novo (23). Aqui ele dá a entender uma realidade espiritual, se não hortícola; os ramos originais são mais aparentados da árvore do que as vergônteas da espécie brava e, por conseguinte, mais fáceis de enxertar no tronco do qual foram tiradas.

    >Rm 11:25

    4. A PLENITUDE DE JUDEUS E GENTIOS (Rm 11:25-45) -Assim, continua Paulo, pode-se ver o propósito divino operando para o bem através de uma aparente severidade, a fim de produzir a restauração de todos. Chama atenção para este mistério (25). Na época de Paulo, a era das "religiões de mistérios", o sentido desta palavra era o de segredo só conhecido dos iniciados. Todavia, por esse termo aplicado à fé cristã, Paulo quer dizer um segredo, oculto no passado, mas agora revelado de todo (cfr. Rm 16:25; 1Co 2:7; Ef 6:19; Cl 2:2; 1Tm 3:9). Aqui o sentido particular do mistério é a nova luz projetada na incredulidade dos judeus. A situação histórica devia ser agora encarada com uma interpretação diferente. Esta falta de Israel não devia ser sua última condição, porque sua restauração era da vontade divina. O apóstolo deseja que os judeus tomem nota deste ponto, para que no orgulho de sua própria sabedoria não cheguem a uma conclusão errada. Endurecimento em parte a Israel (25). O grego tem porosis, de poros, pedra, donde "revestir-se de uma calosidade". Não se menciona o agente do endurecimento. É apenas um fato histórico interpretado moralmente. O endurecimento parcial de Israel resultará finalmente em sua salvação, como foi decretado na eternidade. Até que haja entrado a plenitude dos gentios (25); isto é, até que se complete a "grande multidão de Ap 7:9. Sugere-se com isso que haverá pouca correspondência ao evangelho por parte dos judeus enquanto os gentios estão sendo trazidos ao reino. E assim todo o Israel será salvo (26). Esta conclusão, tomada com o vers. 32, a fim de usar de misericórdia para com todos, não raro se interpreta como universalismo paulino. Em que sentido usa o apóstolo esses termos? No vers. 32, a palavra todos refere-se evidentemente aos judeus incrédulos, e aos gentios incrédulos que agora estão chegando ao reino por seu arrependimento e fé. No vers. 26, todo o Israel podia significar ou o verdadeiro Israel espiritual, ou o povo considerado como raça. Alguns comentadores, tendo em mente declarações tais como as de Rm 9:6-45, nas quais Paulo dá ênfase à natureza espiritual do verdadeiro Israel, interpretam a palavra aqui como se referindo à verdadeira e eterna semente de Abraão, a qual inclui, naturalmente, tanto judeus como gentios (cfr. Gl 6:16). Outros acentuam que nos versos seguintes Paulo parece ter claro na mente os judeus como raça, e julgam que "Israel" deve portanto ser interpretado neste sentido no vers. 26. Nesse caso Paulo, colocado "no tempo de hoje" (vers. 5), está mirando um futuro, até que o Israel histórico seja salvo. Outros interpretam isto do povo judaico como um todo. Outros acham que a frase não deve ser considerada assim com tanta elasticidade, e que ela tem o mesmo sentido em relação aos judeus, como o termo "plenitude dos gentios" relativamente aos não judeus; isto é, todos significa "todos aqueles que, no propósito de Deus, se voltem a Cristo pela fé". Interpretar a frase como se referindo a uma salvação universal outorgada aos homens e mulheres, à vista do seu nascimento físico, independente de sua fé, seria contraditar o ensino claro de Paulo em outros lugares (ver v. g. Rm 2:28-45). Os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis (29); isto é, o Deus imutável nunca sente pesar por Suas promessas, nem vacila em Seu propósito, fato este que nos vers. 26 e 27 Paulo corrobora citando Is 59:20-23 e Is 37:9. Do ponto de vista do evangelho, os judeus são objeto da hostilidade de Deus, são inimigos (28); mas, do ponto de vista da "eleição", são amados (28). Ativamente e "no tempo de hoje", os judeus são contrários a Cristo, para vantagem dos gentios; passivamente, isto é, sob considerações históricas, são amados, no sentido do pacto. A desobediência caracteriza judeus e gentios à vista de Deus, e até nisso há um propósito; é assim para que Deus tenha misericórdia de uns e de outros, visto como ninguém pode realmente reclamar preeminência sobre outros. Fora da misericórdia não há nada para judeus ou gentios.

    >Rm 11:33

    5. DOXOLOGIA (Rm 11:33-45) -O apóstolo acabou de argumentar. Vindicou a justiça e a misericórdia de Deus na rejeição dos judeus e na eleição dos gentios sobre a base do propósito misericordioso de Deus. Mostrou como até a incredulidade e o pecado são dirigidos para o bem. Paulo deixa de arrazoar e termina com uma palavra de louvor. Os decretos eternos de Deus estão além da compreensão do homem, contudo são sábios e bons. Os atos divinos são todos misteriosos. Se Deus condena, quem é que discutirá ou anulará o Seu decreto? Contemplamos Suas obras na redenção, todavia são baldados de todo os esforços por descobrir "como" se executam elas; porque, depois de tudo, Deus é insondável, inescrutável. Tudo tem nEle sua origem, mantém-se por Ele, e para Ele chega à consumação, para a Sua glória. Este ato de louvor parte do coração do apóstolo; esta nobre doxologia "ergue-se em singela grandeza como uma das colunas dos patriarcas (cfr. Gn 28:18; Gn 35:14), erigidas em memória de alguma revelação especial da bondade e majestade de Deus."


    John MacArthur

    Comentario de John Fullerton MacArthur Jr, Novo Calvinista, com base batista conservadora
    John MacArthur - Comentários de Romanos Capítulo 11 do versículo 1 até o 36

    43. Deus não Cancelou suas promessas a Israel — parte 1: Sua anulação de Israel é parcial (Romanos 11:1-10 )

    Digo, porém, Deus não rejeitou o seu povo, não é? De maneira nenhuma! Porque também eu sou israelita, da descendência de Abraão, da tribo de Benjamim. Deus não rejeitou o seu povo que antes conheceu. Ou não sabeis o que a Escritura diz na passagem de Elias, como ele fala a Deus contra Israel? "Senhor, mataram os teus profetas, eles rasgaram os teus altares, e só eu fiquei, e eles estão buscando a minha vida." Mas qual é a resposta divina? "Eu tenho guardado para mim sete mil homens, que não dobraram os joelhos diante de Baal." Da mesma forma, em seguida, também passou a ser no tempo presente ficou um remanescente segundo a eleição da graça. Mas se é pela graça, já não com base em obras é, caso contrário, a graça já não é graça. E depois? O que Israel está buscando, não tenha obtido, mas aqueles que foram escolhidos alcançaram, e os outros foram endurecidos; assim como está escrito: "Deus lhes deu um espírito de atordoamento, olhos para não ver e ouvidos para não ouvir, até o dia de hoje." E Davi diz: "Deixe sua mesa se ​​tornar uma armadilha e uma armadilha, e uma pedra de tropeço e uma retribuição para eles. Deixe seus olhos escurecerá a ver não, e dobrar as costas para sempre." ( 11: 1-10 )

    Nenhuma mensagem das Escrituras é mais clara ou repetido com mais freqüência do que a declaração não qualificada que Deus pode ser confiável, de que Ele é a fonte e medida da verdade. Por definição, a Sua Palavra divina é absolutamente confiável. O que quer que ele diz é verdade e tudo o que Ele promete que venha a acontecer.

    Pouco antes de sua morte, Josué testemunhou a Israel: "Ora, eis que hoje eu vou pelo caminho de toda a terra, e você sabe que em todos os vossos corações e em vossas almas que nem uma palavra de todas as boas palavras que o Senhor, o seu Deus falou a respeito de você falhou, todos foram cumpridos para você, nenhum deles falhou "( Js 23:14. ; cf. Js 21:45 ). Davi louvado e exaltado o Senhor como o "Deus da verdade" ( Sl 31:5 ).

    Em Sua oração sacerdotal, Jesus orou ao Pai, em nome de Seus seguidores: "Consagra-os na verdade; a tua palavra é a verdade" ( Jo 17:17 ). Paulo lembrou a Tito que Deus não pode mentir ( Tt 1:2. ; cf. 6: 17-18 ). As promessas de Deus nunca falham porque tudo o que ele diz é totalmente verdadeiro, sem um traço de erro.

    Nenhuma passagem da Escritura articula veracidade e confiabilidade de Deus de maneira mais eloquente do que capítulos 9:11 de Romanos. Como vimos no capítulo anterior, Paulo começa nesta seção notável sobre a nação de Israel com a declaração de que é "israelitas, dos quais é a adoção de filhos, a glória, as alianças ea entrega da Lei e do templo serviço e as promessas "( Rm 9:4 ). Depois de Abraão (então chamado Abram) entraram em Canaã, "O Senhor disse a Abrão, depois que Ló se separou dele:" Ergue os olhos e olha desde o lugar onde estás, para o norte e para o sul e para o leste e para o oeste, por toda a terra que vês, eu a darei a ti e à tua descendência para sempre E farei a tua descendência como o pó da terra;. de modo que se alguém puder contar o pó da terra, então seus descendentes podem também ser numeradas ' "( 13 14:1-13:16'>Gênesis 13:14-16 ). Alguns anos mais tarde, Deus reiterou a promessa, dizendo: "Agora, olhe para o céu, e conta as estrelas, se você é capaz de contá-los. ' E disse-lhe: 'Assim será a tua descendência "( Gn 15:5 ).

    Apesar de que a aliança era para o benefício de Abraão e seus descendentes, e, finalmente, para a bênção de toda a terra, os termos do pacto estavam incondicional, e foi jurado e afirmou por Deus com Ele.Ele fez um juramento inviolável com Ele para manter suas promessas a Abraão. No entanto fiel Abraão ou seus descendentes israelitas poderia ser, Deus iria cumprir o convênio em cada detalhe. Esta foi uma aliança divina fundada sobre a eleição soberana de Deus de Israel como povo escolhido (ver 13 58:6-20'>Heb. 6: 13-20 ).

    Por causa das promessas de Deus a Abraão e à sua descendência através de Isaque, o filho da promessa, a nação de Israel sempre foi e sempre será divinamente preservados. Caso contrário, Deus não poderia cumprir Suas promessas irrevogáveis ​​para ela. Ele levou Israel a durar mais que todas as nações que estavam contemporâneo com ela, e ele ainda preserva-la hoje. Em 1948, ele trouxe-a de volta para a sua terra como um estado independente e reconhecida entre as nações do mundo.
    O caráter de Deus e integridade, confiabilidade e fidelidade Sua dependem Sua preservação continuada de Israel. Deus tem obrigado a Si mesmo para, em última instância redimir a nação de Israel e para estabelecê-la como um reino purificado e gloriosa acima de todos os outros no mundo.

    Deus prometeu abençoar todos os povos do mundo através de Abraão e seus descendentes, e o cumprimento dessa promessa culminou com a vinda do Messias, Jesus Cristo, o Salvador do mundo. Ele surgiu a partir de Israel, mas a redenção Ele ofereceu foi a judeus e gentios. No início de seu ministério, Jesus declarou que "Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" ( Jo 3:16 ). Perto da abertura desta epístola, Paulo assegura aos seus leitores que "o evangelho ... é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego [gentio]" ( Rm 1:16 ) .

    Mas porque os judeus como uma nação rejeitaram o seu Messias, Deus estabeleceu temporariamente aquela nação de lado "até que a plenitude dos gentios haja entrado" ( Rm 11:25 ). Naquela época, com certeza infalível, "todo o Israel será salvo" ( 26 v. ). Além de trazer o seu povo escolhido para a salvação, Deus cumprirá suas promessas para restaurar seu próprio reino em sua própria terra, que se tornará uma terra de bênção eterna e paz.

    Acima de tudo, Deus prometeu

    "Uma nova aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá, e não conforme a aliança que fiz com seus pais no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito, o meu pacto que eles invalidaram , embora eu era um marido para eles ", diz o Senhor. "Mas este é o pacto que farei com a casa de Israel depois daqueles dias", declara o Senhor, "Eu vou colocar a minha lei no seu interior, e no seu coração eu vou escrevê-lo; e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo ". ( Jer. 31: 31-33 )

    Os judeus dos tempos do Velho Testamento entendido que essas promessas divinas seriam cumpridas literalmente. Mas quando o Messias veio, cegueira espiritual impediu de reconhecê-Lo. "Ele veio para os Seus, e aqueles que foram os seus não o receberam" ( Jo 1:11 ). Quando Pilatos ironicamente perguntou à multidão judaica, "Hei de crucificar o vosso rei?" os príncipes dos sacerdotes, falando por todos apóstata Israel, declarou com veemência hipócrita, "Não temos rei, senão César" ( Jo 19:15 ).

    Paulo sabia que a maioria dos judeus estavam confusos sobre o verdadeiro destino de Israel em relação a seu Messias. Eles argumentaram que, porque Israel era a nação escolhida por Deus, seria inconcebível que ela iria rejeitar seu próprio Messias, muito menos colocá-lo à morte. Independentemente de como desobediente, rebelde e cegos espiritualmente Israel pode tornar-se, com certeza ela não poderia deixar de reconhecer e receber seu Libertador muito aguardada. Mesmo que os judeus comuns fracassou em reconhecer e honrá-lo, os líderes religiosos estavam certos de que eles próprios nunca poderia cometer um erro tão flagrante.

    Mas Jesus profetizou que a rejeição na parábola do "um certo nobre [que] foi para um país distante para receber um reino para si mesmo, e depois voltar." Assim como os cidadãos daquele país declarou: "Nós não queremos que este homem reine sobre nós" ( Lucas 19:12-14 ), assim que a nação de Israel recusou o reinado de Jesus Cristo sobre eles. Pouco depois de Pentecostes, Pedro lembrou a seus companheiros judeus de que a rejeição trágico: "Você renegou o Santo e Justo, e pediu um assassino a conceder a você, mas condenado à morte o Príncipe da vida, aquele a quem Deus ressuscitou dentre os mortos, um fato de que nós somos testemunhas "( At 3:15 ).

    Porque Israel "tropeçaram na pedra de tropeço", Jesus Cristo, e não iria acreditar nele ( Rm. 9: 32-33 ), porque Israel não sabia "sobre a justiça de Deus, e [procurou] para estabelecer a sua própria" ( 10 : 3 ), e porque Deus tinha continuamente, "todo o dia, ... estendeu a [sua] mãos a um povo rebelde e obstinado" ( 10:21 ), que rejeitou, que Deus não estaria plenamente justificada em rejeitar para sempre —los?

    Em si mesmo, que a maldade seria mais do que merecem condenação completa e permanente de Deus. Paulo deixa claro, porém, que a rejeição de Cristo de Israel não pegou Deus de surpresa, mas foi, de fato, uma parte integrante do seu plano eterno de redenção. Ele faz igualmente claro que, apesar de sua parte sendo desse plano, a rejeição de Cristo de Israel era por sua própria escolha rebelde, para que o Senhor segura seu totalmente responsável.
    Mais uma vez vemos a associação notável e aparentemente inconciliáveis ​​da soberania de Deus ea responsabilidade do homem. É perfeitamente evidente a partir da história, bem como a partir da Escritura que Israel rejeitou Jesus Cristo e do evangelho da salvação que Ele ofereceu. Escritura também faz certo de que Deus, conseqüentemente, definir o seu povo antigos e queridos de lado.

    Mas Paulo sabia que nem judeu nem Gentil iria colocar a sua confiança em um Deus que não manter suas promessas. E promessas não qualificados de Deus para Israel incluía a garantia de que Ele nunca iria abandonar completamente. Porque a Palavra de Deus é fundamentada na sua integridade e fidelidade divina, mesmo rejeição e crucificação de Seu Filho do Seu povo escolhido não poderia revogar o cumprimento final de Suas promessas a eles. É essa gloriosa verdade que Paulo explica e esclarece em Romanos 11 .

    O apóstolo começa por afirmar a verdade na forma de uma pergunta retórica, um facto que reflecte a confusão e mal-entendidos que ele deve ter lidado com inúmeras vezes: Digo, Deus não rejeitou o seu povo, não é?

    Rejeitado é de apōtheō , o que significa a empurrar para longe. No Novo Testamento, este verbo é sempre utilizado no meio voz, indicando um empurrão longe de si mesmo. Paulo, portanto, não está pedindo ou não a Deus se recusou a receber o Seu povo, mas se ele tem ou não lançam fora de Si mesmo as pessoas que Ele há muito tempo receberam como sua.

    Paulo imediatamente responde sua própria pergunta, declarando o que deveria ter sido óbvio para seus leitores fiéis. Para quem conhece o caráter de Deus e entender Suas promessas a Israel, pode haver apenas uma resposta: De maneira nenhuma! Impossível! Esse é o impulso sucinta de Romanos 11 -Ele é totalmente inconcebível que Deus poderia renegar suas promessas incondicionais a Israel.

    A frase genoito mim ( De modo nenhum! ) foi a negativa mais forte na língua grega, traduzida idiomaticamente na Rei Tiago 5ersion como "Deus me livre." Exceto para o seu uso em uma das parábolas de Jesus ( Lc 20:16 ), a expressão é usada em outros lugares no Novo Testamento apenas por Paulo, que emprega quatorze vezes, dez vezes em Romanos sozinho. Como aqui, ele empregou-se quase exclusivamente para repudiar um mal-entendido antecipado por seus leitores (ver, por exemplo, Rm 3:4 , Rm 3:31 ; Rm 6:2 ; 1Co 6:151Co 6:15 ; . Gl 2:17 ) .

    Apesar de Israel ser "desobediente e obstinado" ( Rm 10:21 ), a Escritura está repleta de promessas do Senhor para nunca abandone o seu povo escolhido. "O Senhor não abandonará o seu povo por causa do seu grande nome, porque o Senhor tem sido o prazer de fazer você um povo para si mesmo" ( 1Sm 12:22 ). É a fidelidade de Deus para Israel que garante sua redenção final e restauração.

    Através do salmista, declarou o Senhor de Israel,
    Se eles violam os meus estatutos, e não guardarem os meus mandamentos, então visitarei a sua transgressão com a vara, ea sua iniqüidade com açoites. Mas eu não vou quebrar minha misericórdia dele, nem falsamente em minha fidelidade. Minha aliança não vou violar, nem vou alterar o que saiu dos meus lábios. Uma vez jurei pela minha santidade; Eu não vou mentir para Davi. Seus descendentes durará para sempre, eo seu trono como o sol diante de mim. Será estabelecido para sempre como a lua, e do testemunho no céu é fiel. ( Sl 89:1 ). Apesar de infidelidade continuação de Israel, Deus "atentou para a sua aflição, quando ouviu o seu clamor, e se lembrou da sua aliança para o bem deles, e cedeu de acordo com a grandeza da sua misericórdia" ( Sl 106:44-45. ). A graça de Deus sempre supera o pecado do Seu povo.

    Salmo 105 é totalmente dedicado agradecendo e louvando a Deus por sua relação de aliança imutável e permanente com Israel. "Lembrou-se da sua aliança para sempre", o escritor declara, "a palavra que ordenou para mil gerações, o pacto que fez com Abraão, e do seu juramento a Isaque. Então, Ele confirmou a Jacó por estatuto, para Israel como uma aliança eterna "( Sl 105:8-10. ).

    Depois de Israel retornou de setenta anos de cativeiro na Babilônia, os levitas falou com o Senhor, em nome de uma nação agora arrependido, reconhecendo diante dEle ciclos repetidos das pessoas de ir de maldade ao arrependimento para o perdão de restauração e, em seguida, voltando novamente para a impiedade;

    Eles se tornaram desobedientes e se rebelaram contra ti, e lançaram a tua lei para trás das costas e mataram os teus profetas que lhes tinha admoestou para que eles possam voltar para Ti, e cometeram grandes provocações. Portanto Tu entregá-los nas mãos dos seus opressores que os oprimidos, mas quando eles clamaram a Ti, no tempo de sua angústia, Tu ouvirei dos céus, e segundo a tua grande compaixão Tu dar-lhes libertadores que os livraram da mão de seus opressores. ( Ne 9:26-27. ; cf. . vv 28-30 )

    "No entanto, em Tua grande compaixão, Tu que não fazer um fim de los ou abandoná-los", os levitas continuou a orar ", pois Tu és um Deus clemente e compassivo" ( 09:31 ). Embora Israel merecia apenas condenação de Deus, Suas próprias promessas para ela não permitiria, porque "o grande, poderoso, mas a Deus, impressionante, ... fazes manter a aliança ea misericórdia" ( v. 32 ).

    Por meio de Jeremias, o Senhor garantiu seu povo:

    "Não temas, ó Jacó, meu servo", diz o Senhor ", e não te espantes, ó Israel;. Porque eis que te livrarei mesmo de longe, ea tua descendência da terra do seu cativeiro E Jacó voltará, e deve ser tranqüilo e sossegado, e ninguém o amedrontam Porque eu estou com você ", diz o Senhor", para salvá-lo;. para eu vou destruir completamente todas as nações onde te espalhei, só que eu não destruirá —lo completamente. "... Aquele que espalhou a Israel o congregará, e mantê-lo como o pastor ao seu rebanho. ( Jeremias 30:10-11. ; Jr 31:10 )

    Por causa de sua aliança promete Israel, essa nação nunca foi, e nunca pode ser completamente posta de lado pelo Senhor.
    À luz do que a verdade, Paulo afirma que o presente de Deus a retirada de Israel é apenas parcial ( 11: 1-10 ). Ele o faz, apontando para si mesmo como um judeu crente ( v. 1 b ), apontando para o remanescente crente que Deus sempre preservou em Israel ( vv. 2-7 a ), e apontando para a revelação de Deus sobre Israel descrente cuja corações estão endurecidos à Sua graça ( vv. 7 b -10).

    A Verdade Sobre o Escritor

    Porque também eu sou israelita, da descendência de Abraão, da tribo de Benjamim ( 11: 1 b)

    A primeira prova de que Deus não rejeitou o seu povo escolhido foi que Paulo, não só um crente em Cristo, mas também um apóstolo ( 1: 1 ), foi ele próprio um israelita.

    Embora Paulo não menciona-lo aqui, a grande maioria dos primeiros cristãos eram judeus. Foi pela simples razão de que muitos de seus compatriotas judeus tinha se transformado em Jesus como o Messias que Paulo, sob o seu antigo nome de Saul, havia uma vez ferozmente perseguido a igreja ( Atos 8:1-3 ; 9: 1-2 ) . Antes de sua conversão, ele tinha sido o mais fanático que odeia Cristo e cristã que odeia judeus em Israel. Se tal um judeu como a si mesmo poderia ser trazido à fé salvadora rejeitando-Cristo, o evangelho tinha poder para salvar qualquer judeu.

    Mais do que isso, no entanto, própria conversão de Paulo tornou óbvio que Deus não poderia ter rejeitado todo o Israel. Ele foi a prova viva de que, assim como as promessas de Deus para Israel não incluem todos os judeus individuais, para seu julgamento e rejeição de Israel não incluem todos os judeus individuais. Paulo dificilmente iria dedicar o resto de sua vida, e muitas vezes arriscar sua vida, para pregar um evangelho do qual ele mesmo foi excluído.
    Paulo não era um adepto ao judaísmo, mas era um judeu por nascimento, um verdadeiro israelita, descendente de Abraão. Provavelmente falando de judaizantes, que estavam entre os "falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, [que foram]-se disfarçando-se em apóstolos de Cristo "Paulo perguntou aos coríntios:" São hebreus? Eu também são israelitas? Então estou I. Eles são descendentes de Abraão? Então, sou eu "( 2Co 11:13. , 2Co 11:22 ).

    Paulo não só era um descendente de Abraão , mas um membro da tribo de Benjamin, "uma das tribos mais favorecidos" de Israel, segundo o teólogo Charles Hodge. "Judá e Benjamin, especialmente depois do exílio, foram os principais representantes do povo theocractical" ( Comentário sobre a Epístola aos Romanos [Grand Rapids:.. Eerdmans, 1950; orig ed revisto de 1886], p 353.).

    Paulo voltou a mencionar essa distinção em sua carta à igreja em Filipos, declarando: "Se alguém tem uma mente que confiar na carne, eu muito mais: circuncidado ao oitavo dia, da nação de Israel, da tribo de Benjamim , hebreu de hebreus; quanto à lei, fariseu; quanto ao zelo, perseguidor da Igreja; quanto à justiça que há na lei, fui irrepreensível "( Fp 3:4-6. ). Mas ser da tribo de Benjamin era apenas uma distinção terrestre, que, como os outros, ele nomes aqui, ele contou como "perda de vista do valor sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas as coisas e considero como lixo, a fim de que eu possa ganhar a Cristo "( v. 8 ).

    A Verdade Sobre o Remnant

    Deus não rejeitou o seu povo que antes conheceu. Ou não sabeis o que a Escritura diz na passagem de Elias, como ele fala a Deus contra Israel? "Senhor, mataram os teus profetas, eles rasgaram os teus altares, e só eu fiquei, e eles estão buscando a minha vida." Mas qual é a resposta divina? "Eu tenho guardado para mim sete mil homens, que não dobraram os joelhos diante de Baal." Da mesma forma, em seguida, também passou a ser no tempo presente ficou um remanescente segundo a eleição da graça. Mas se é pela graça, já não com base em obras é, caso contrário, a graça já não é graça. E depois? O que Israel está buscando, não tenha obtido, mas aqueles que foram escolhidos obteve, ( 11: 2-7 a)

    A segunda prova de que Deus a retirada de Israel é apenas parcial é que o Senhor sempre preservou um remanescente para Si mesmo. A partir de Pentecostes, para os dias de hoje, a igreja de Cristo nunca foi sem acreditar judeus.
    Paulo aqui dá uma resposta direta e enfática para a pergunta retórica com a qual ele abriu o capítulo: . Deus não rejeitou o seu povo, que de antemão conheceu Como mencionado acima em relação aoversículo 1 a , o termo rejeitado não se refere a não receber (como na rejeição de um pedido), mas para não jogar fora de si mesmo (rejeitando o que antes haviam sido recebidos). Não é que Deus nuncarecebeu o Seu povo, mas que Ele nunca lançará completa e permanentemente longe aqueles que de antemão conheceu desde a eternidade passada e que Ele há muito tempo recebeu consigo mesmo por sua aliança com Abraão.

    Paulo não está se referindo aos judeus regenerados individuais ou gentios-embora a promessa básica certamente se aplicam a eles, mas a Israel como uma nação, a entidade coletiva do povo escolhido de Deus, que são o foco de Romanos 9:11 . As pessoas mencionadas Nu 11:2. ). Deus conhecendo de antemão quem será salvo é o mesmo que Sua predestina aqueles que serão salvos. "Para quem [Deus] dantes conheceu", explica Paulo anteriormente neste epístola ", também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, para que ele seja o primogênito entre muitos irmãos; e aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou "( Rm 8:29-30. ).

    Israel é a única nação Deus tem conhecido de antemão e pré-determinado para o seu povo e os destinatários do seu amor e graça. "Porque tu és povo santo ao Senhor, teu Deus", Moisés declarou a Israel. "O Senhor teu Deus te escolheu para ser um povo exclusivamente seu, de todos os povos que há sobre a face da terra. O Senhor não tomou prazer em vós nem vos escolheu porque você estava em maior número do que qualquer dos povos, para que você era o menor de todos os povos, mas porque o SENHOR vos amava e manteve o juramento que fez aos seus antepassados ​​"( Deut. 7: 6-8 ).

    Porque Deus previu e pré-determinado antes da fundação do mundo para definir Seu amor especial sobre Israel para sempre, Ele nunca pode rejeitá-las totalmente. Para fazer isso invalidaria Suas promessas divinas, anularia Sua fidelidade divina, desacreditar a sua integridade divina, e comprometer o seu amor divino. Uma das maiores evidências de que Deus não rejeitou totalmente Israel é o remanescente contínuo de que as pessoas a quem Deus tem graciosamente preservados para Si mesmo. Desde o dia em que Deus chamou Abraão, até o dia de Cristo voltar em glória e julgamento, não houve e nunca haverá um momento em que a terra não poderá contar com os crentes judeus.
    Paulo lembra seus leitores sobre o que a Escritura diz na passagem de Elias, como ele fala a Deus contra Israel? "Teus profetas Senhor, eles mataram, eles rasgaram os teus altares, e só eu fiquei, e eles estão buscando a minha vida" (cf. 1Rs 19:10 ).

    Quando sua vida foi ameaçada por Jezebel, mesmo o Elias piedosa e, normalmente, sem medo tornou-se amedrontado e desanimado, pensando na auto-piedade que ele era o único crente deixou na terra. Masa resposta divina a ele foi: "Eu tenho guardado para mim sete mil homens, que não dobraram os joelhos diante de Baal" (cf. 1Rs 19:18 ).

    Chrēmatismos ( resposta divina ) carrega a idéia de oráculo divino ou revelação. Por meio de Sua palavra direta, o Senhor assegurou Elijah que sete mil outros permaneceram fiéis ao verdadeiro Deus e tinha não dobraram os joelhos para o deus pagão Baal, a quem os maus Jezebel e seus sacerdotes tinham levado a maioria de Israel para adoração (ver I Reis 19:9-18 ).

    Quando o Senhor chamou Isaías para pregar, Ele avisou o profeta que a maioria de seus ouvintes não quis ouvir ou se arrepender e que apenas um pequeno remanescente santo permaneceria, como o tronco para a esquerda quando uma árvore é derrubada ( Isa. 6: 9-13 ) . Essa passagem de Isaías é o texto do Antigo Testamento mais citado no Novo Testamento (ver, por exemplo, 13 14:40-13:15'>Mt 13:14-15. ; Mc 4:12 ;Lc 8:10 ; Jo 12:40 ; At 28:26 ) —usado várias vezes para enfatizar a verdade que Deus judicialmente cegado os de seus escolhidos, que deliberAdãoente cego-se a Ele.

    Enquanto o povo de Deus eram cativos na Babilônia, a maioria deles se recusou a voltar para Deus. Mas alguns, o remanescente piedoso que incluía Daniel, Ezequiel, Sadraque, Mesaque, Abednego, Mordecai e Ester-permaneceu fiel ao Senhor. Malaquias garantiu tais crentes que seus nomes foram escritos no "livro de recordações" do Senhor ( Ml 3:16 ).

    Quando o Messias de Israel, Jesus Cristo, veio à terra, a nação apóstata rejeitado e crucificaram. Mas houve um remanescente piedoso em Israel antes de Jesus nascer, inclusive Zacarias e Isabel, Maria e José. Houve um remanescente incluindo piedoso Simeão, Ana, e os pastores perto de Belém, quem recebeu e adoraram Jesus quando Ele estava, mas uma criança. Durante o seu ministério, um número crescente de judeus voltaram para Ele como Senhor e Salvador. Cerca de 3.000 fiéis, em sua maioria judeus, foram adicionados no dia de Pentecostes ( At 2:41 ), e outra de 5000 um pouco mais tarde ( 4: 4). Até o momento dos eventos mencionados no final de Atos 4 , é provável que havia pelo menos 20:000 cristãos judeus em Jerusalém sozinho.

    Da mesma forma, em seguida, Paulo continua a dizer, há também tem vindo a ser no tempo presente ficou um remanescente segundo a eleição da graça. No momento em que o apóstolo escreveu essas palavras, houve sem dúvida, centenas de milhares de judeus cristãos em todo o Império Romano e, provavelmente, até mesmo além dela.

    Escolha Graça traduz eklogēn charitos e poderia ser traduzido por "eleição pela graça." Como acontece com todos os crentes em todas as idades, a acreditar remanescente de judeus durante Paulo temponão foram eleitos em virtude do seu valor espiritual ou moral boas obras-e, obviamente, não simplesmente com base em sua racial descida, mas de acordo com a de Deus eleição soberana , Sua escolha graciosa. Antes da fundação do mundo, Deus graciosamente predeterminado Sua escolha desses descendentes físicos de Abraão, que também se tornaria sua descendentes espirituais.

    Como membro desse remanescente eleito de judeus, Paulo explica que "Deus nos salvou, e chamou com uma santa vocação, não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos eternidade "( 2Tm 1:9 ; 14: 1-5 ). Em última análise, Paulo assegura-nos mais adiante neste capítulo, "Todo o Israel será salvo" ( Rm 11:26 ).

    O estudioso cristão observou Charles Feinberg, como Paulo um judeu crente, conta a seguinte história que dá evidência contemporânea que Deus nunca ficará sem um remanescente fiel do Seu povo escolhido de Israel.
    Mais de um quarto de século atrás, um judeu de grande aprendizado chamado José Rabbinowitz russo foi enviado para a Palestina pelos judeus para comprar terras para eles. Ele foi para Jerusalém. Um dia, ele subiu ao Monte das Oliveiras para descansar. Alguém lhe disse para tomar um Novo Testamento como o melhor guia sobre Jerusalém. O Cristo que ele havia conhecido era o Cristo do grego e igrejas romanas, que eram seus perseguidores e os perseguidores de seu povo. Mas, como ele ler o Novo Testamento ele se familiarizou com o verdadeiro Cristo, de quem Escrituras do Antigo Testamento havia predito, e seu coração ficou quente. Ele olhou em direção Calvário e pensei: Por que é que o meu povo são perseguidos e expulsos? E sua condenação deu a resposta: . Deve ser porque nós pusemos à morte o nosso Messias Ele ergueu os olhos para que o Messias e disse: " Meu Senhor e meu Deus ". Ele desceu do monte um discípulo do Senhor Jesus Cristo. Ele foi para casa para a Rússia e erigiu uma sinagoga para os judeus, sobre a porta da qual estava escrito: "Que toda a casa de Israel saiba que Deus fez esse mesmo Jesus, a quem vós crucificastes, Senhor e Cristo" [ At 2:36. ). Deuteronômio representa a lei e os profetas Isaías. Tanto a lei e os profetas dão testemunho ao endurecimento soberano e predeterminado de Deus de coração. Mas que o endurecimento não é caprichosa e injusto. Deus endurece apenas os corações que, ao rejeitar sua oferta graciosa de justiça, endurecem-se a Sua graça.

    Coração Deus judicialmente endurecido do faraó (ver, por exemplo, Ex 4:21. ; Ex 9:12 ; Ex 10:20 ), porque Faraó voluntariamente "endureceu o seu coração [própria]" contra Deus ( Ex 8:15. ; cf. Ex 8:32 ; Ex 9:34Ex 10:1 ). Predeterminação justo de Deus da traição de Judas foi inextricavelmente ligado ao próprias intenções injustos de Judas, para o qual foi realizada eternamente responsável. Um dos grandes mistérios da Escritura é a coexistência de preordination soberana de Deus e responsabilidade pessoal do homem. Endurecimento judicial de Deus do coração de um homem nunca está separado de endurecimento que o homem tem de seu próprio coração.

    Citando o Velho Testamento, novamente, Paulo cita Davi, que disse: "Deixe sua mesa se ​​tornar uma armadilha e uma armadilha, e uma pedra de tropeço e uma retribuição para eles. Deixe seus olhos ser escurecido para não ver, e dobrar as costas para sempre" ( cf. Sl. 69: 22-23 .) Salmo 69 é uma das passagens mais maravilhosas messiânicas do Antigo Testamento e um dos salmos mais citado no Novo Testamento. Como o Salmo 22 , é um lamento do sofrimento e da dor do Messias. Também é perseverante, pronunciando uma maldição sobre os inimigos de Deus que causaram que o sofrimento e tristeza.

    Uma pessoa da mesa é geralmente considerado como um lugar de segurança, comilança e sustento. Mas a tabela dos ímpios e hipócrita vai se tornar uma armadilha e uma armadilha. Os judeus consideravam a Palavra de Deus, em particular, a Torah, para ser o seu sustento espiritual-que de fato era. Mas, por causa da incredulidade deles rebelde, que a Palavra tornou-se um juízo sobre eles, uma pedra de tropeço e uma retribuição.

    Um dos comentários mais tristes da história é que tantas pessoas depositam a sua confiança na própria coisa que os condena. Todas as falsas religiões pagãs,-cultuais, o cristianismo não-bíblica, e todos os outros meios de contrafacção amáveis-presente da salvação. Quanto mais os seus adeptos se alimentam das falsidades, mais eles se tornam imunes ao verdadeiro evangelho de Jesus Cristo, o pão vivo da vida.
    Como ela continuou a rejeitar a Deus, Israel tornou-se progressivamente mais cegos espiritualmente tão cego que não podia reconhecer seu próprio Messias e Salvador. Assim como Davi orou em justa indignação contra os pecados de seu povo, de Israel olhos foram escurecidos para não ver. Porque Israel recusou-se a ver as coisas de Deus, Deus judicialmente ratificou sua cegueira voluntária. Dobre as costas sugere a debruçado sobre posição na que as pessoas cegas, por vezes, a pé como eles tatear seu caminho em um caminho que não podem ver que leva a um destino que eles não procuram.

    44. Deus não cancelou suas promessas a Israel — Parte 2: A disciplica de Israel Está acabando (Romanos 11:11-24)

    Digo, porém, eles não tropeçar, de modo a cair, não é? De maneira nenhuma! Mas, pela sua salvação transgressão veio aos gentios, para torná-los com ciúmes. Agora, se a transgressão deles é a riqueza do mundo e seu fracasso é a riqueza dos gentios, quanto mais a sua realização ser! Mas eu estou falando com você que são gentios. E, porquanto sou apóstolo dos gentios, glorifico o meu ministério, se de alguma forma eu poderia passar para emulação os da minha raça e salvar alguns deles. Porque, se a sua rejeição é a reconciliação do mundo, qual será a sua admissão, senão a vida dentre os mortos? E se o primeiro pedaço de massa ser santo, o nódulo é também; e se a raiz é santa, os ramos também o são. Mas se alguns dos ramos foram quebrados, e tu, sendo zambujeiro, foste enxertado em lugar deles e tornou-se participante com eles da rica raiz da oliveira, não seja arrogante contra os ramos; mas se você é arrogante, lembre-se de que não é você que apóia a raiz, mas a raiz a ti. Você vai dizer em seguida ", ramos foram quebrados, para que eu fosse enxertado." Muito bem, foram quebrados por sua incredulidade, mas você está por sua fé. Não seja pretensioso, mas o medo; Porque se Deus não poupou os ramos naturais, não te poupará a você. Pois, a bondade ea severidade de Deus; para aqueles que caíram, severidade, mas para você, a bondade de Deus, se você continuar em Sua bondade; caso contrário, você também será cortado. E também eles, se não permanecerem na incredulidade, serão enxertados; pois Deus é poderoso para os enxertar novamente. Pois se tu foste cortado do que é, por natureza, zambujeiro, e foram enxertados contrário à natureza em uma oliveira cultivada, quanto mais estes que são os ramos naturais serão enxertados na sua própria oliveira? (11: 11-24)

    A segunda verdade importante que Paulo apresenta em Romanos 11 é aquele ato de estabelecer Israel lado de Deus está passando, não é permanente. Esta verdade esperançoso é visto em seu propósito definido, a sua premonição definitiva, e sua promessa definida.

    Ele tem um propósito definido

    Digo, porém, eles não tropeçar, de modo a cair, não é? De maneira nenhuma! Mas, pela sua salvação transgressão veio aos gentios, para torná-los com ciúmes. Agora, se a transgressão deles é a riqueza do mundo e seu fracasso é a riqueza dos gentios, quanto mais a sua realização ser! Mas eu estou falando com você que são gentios. E, porquanto sou apóstolo dos gentios, glorifico o meu ministério, se de alguma forma eu poderia passar para emulação os da minha raça e salvar alguns deles. Porque, se a sua rejeição é a reconciliação do mundo, qual será a sua admissão, senão a vida dentre os mortos? (11: 11-15)

    Em primeiro lugar, a criação temporariamente Israel de Deus de lado não foi uma reflexão tardia ou uma explosão de raiva emocional, mas tinha um propósito definido. Novamente (ver 11:
    1) Paulo apresenta seu ponto com uma pergunta retórica e, em seguida, dar a resposta negativa mais forte possível: eu digo, então, eles não tropeçar, de modo a cair, não é? De maneira nenhuma! Deus não permitiu que seu povo escolhido de Israel a cair em tal incredulidade e desobediência que eles são irrecuperáveis. Ele, de fato, deu-lhes "um espírito de atordoamento", e Ele "deixar que os seus olhos se escurecerá a ver não" (vv. 8, 10). Por um tempo designado por Deus, Ele deixá-los vaguear em cegueira espiritual e escuridão. No entanto, a sua cegueira não é irreversível, e sua escuridão era para nunca mais ser permanente.

    O tropeço grave do qual Paulo fala é, naturalmente, a rejeição de seu Messias, Jesus Cristo de Israel. Mas a rejeição de Israel do próprio Filho de Deus e Seu reino não frustrar o plano de Deus. Pelo contrário ( mas ), o Senhor usou esse terrível transgressão do seu povo para realizar a Sua própria objetivo divino.

    Que grande objectivo é duplo: para trazer a salvação aos gentios e aos judeus.

    Gentil Salvação

    veio a salvação aos gentios (11: 11b)

    Através do tropeço de Israel, gracioso, de longo alcance de Deus a salvação foi estendida aos gentios. perda temporária de Israel foi ganho permanente dos gentios. "Eu digo a você:" Jesus prometeu, "que muitas [gentios] virão do oriente e do ocidente, e reclinar-se à mesa com Abraão, e Isaque, e Jacó, no reino dos céus, mas os filhos do reino [ judeus incrédulos] serão lançados nas trevas exteriores; naquele lugar ali haverá pranto e ranger de dentes "(Mateus 8:11-12.). As mesmas pessoas para quem o reino foi intencional e a quem o reino foi oferecido ficarão de fora do reino. Indivíduos judeus que rejeitam o Messias será banido e enviado de forma permanente "nas trevas exteriores", mas a nação incrédula deve um dia acreditar e ser restaurado. Entretanto, por causa de sua rejeição do reino, Deus ofereceu o reino, ea salvação que ele representa, para um povo chamado dentre os gentios.

    Em uma ocasião posterior, Jesus advertiu Israel descrente através de uma parábola: "Por isso vos digo que o reino de Deus vos será tirado de você, e será dado a uma nação que produza os frutos do que" (Mt 21:43). . Ele começou a contar os príncipes dos sacerdotes e os fariseus enfurecidos ainda outra parábola (22: 1-14) que vividamente retratado sua rejeição dEle e rejeição de Seu Pai deles, convidando para o reino dos gentios desprezados a quem não tinha originalmente foi prometido .

    Apesar da generalizada salvação de gentios surgiu porque Israel como uma nação recusou seu Salvador, que a extensão da graça não era uma reflexão tardia com Deus. Desde a sua primeira vocação de Abraão, que era a intenção de Deus que Seu povo escolhido devem ser os instrumentos de levar a salvação aos gentios. "Em ti", o Senhor disse a Abraão, "todas as famílias da terra serão abençoados" (Gn 12:3)

    Paulo foi chamado exclusivamente para ser apóstolo de Deus para os gentios (Rm 11:13; At 9:15), como aquele a quem ", o mínimo de todos os santos, foi dada esta graça de anunciar aos gentios a insondáveis ​​riquezas de Cristo "(Ef 3:8). Nesse ponto, Paulo iria transformar seu foco para os gentios. A Igreja é o novo povo de Deus, chamados de entre todas as nações.

    Salvação judaica

    para torná-los com ciúmes. Agora, se a transgressão deles é a riqueza do mundo e seu fracasso é a riqueza dos gentios, quanto mais a sua realização ser! Mas eu estou falando com você que são gentios. E, porquanto sou apóstolo dos gentios, glorifico o meu ministério, se de alguma forma eu poderia passar para emulação os da minha raça e salvar alguns deles.Porque, se a sua rejeição é a reconciliação do mundo, qual será a sua admissão, senão a vida dentre os mortos? (11: 11-C-15)

    O segundo objetivo de Deus na criação Israel de lado era para fazê-la com ciúmes de gentios. Para fazer com que traduz um infinitivo grego com uma preposição e carrega a idéia de propósito. E, embora o ciúme é, essencialmente, um termo negativo, a intenção de Deus era que o ciúme de Israel dos gentios para ser um estímulo positivo para desenhar o seu povo de volta a Ele. Mas judeus há muito desprezado gentios, a quem eles considerados fora dos limites da graça de Deus. Para ser informados de que tinha perdido a sua relação especial com Deus foi angustiante o suficiente, mas para ser dito que Deus ofereceu essa relação perdida para os gentios era uma pílula amarga de fato.

    Paulo já tinha lembrou seus leitores judeus da antiga revelação de Deus a respeito de sua Proposito para os gentios. Através de Moisés Ele disse: "Eu vou te deixar com ciúmes por aquilo que não é uma nação, por uma nação sem entender vou irritar você", e por meio de Isaías disse: "Fui achado por aqueles que não Me buscam, tornei-me manifesto para aqueles que não perguntavam por mim "(Rom. 10: 19-20).

    Mas o propósito final de Deus na criação Israel de lado não estava a conduzir o seu povo mais longe, mas para trazê-los de volta a Ele. Ele queria fazê-los enfrentar seu próprio pecado e suas conseqüências, para sentir sua alienação da parte do Senhor e reconhecer sua necessidade para a salvação que Ele agora oferecido aos gentios. Como judeus ver o Senhor derramará o tipo de bênçãos sobre a igreja gentia, que antes eram reservadas para Israel, alguns deles desejam essa bênção para si e para chegar a Jesus Cristo, o Messias rejeitado, em arrependimento e fé. Isso acontece com os judeus individuais ao longo desta idade, e um dia vai acontecer com toda a nação.
    Uma das grandes ironias da história é a relação do povo escolhido de Deus (os judeus) para o resto da humanidade (os gentios). Anti-semitismo por gentios tem sido muitas vezes acompanhada por, e às vezes precipitado por, os sentimentos anti-Gentil de judeus. Era, portanto, e sem dúvida ainda é para muitos judeus-um enorme salto de um desprezo negativo de gentios a um ciúme positiva deles. Contudo, é precisamente o salto que o Senhor pretende para eles fazerem, como primeiro passo para trazê-los de volta a Ele.
    Deve ser o desejo de cada cristão para manifestar as realidades espirituais de uma vida transformada que gostaria de chamar a judeus incrédulos a crença em nosso Senhor e seu Messias, uma testemunha que iria tocar seu ciúme de inspiração divina dos gentios e ser usado para transformá-lo em uma fé divinamente desejada em seu Filho.
    Infelizmente, o cristianismo que os judeus vê em muitos professos, e até mesmo alguns cristãos genuínos, reflete pouco do amor e da justiça de Cristo e da salvação que Ele traz. Quando eles vêem os cristãos gentios que estão desonesto e imoral, e especialmente aqueles que são anti-semitas, em nome de Cristo (que era o judeu supremamente perfeito), eles estão profundamente e compreensivelmente ofendidos e repelidos. Eles são tudo menos ciúmes de tais gentios, e eles se distanciar ainda mais do Senhor em vez de desenhar para mais perto Dele.

    Um tempo futuro virá quando a nação vai reconhecer seu Messias, arrepender-se de matá-lo, e ser salvos (Zc 12:10).

    Deus tem usado até mesmo o grande transgressão de Israel em rejeitar seu Messias para cumprir o Seu propósito último de trazer espirituais riquezas para o mundo, ou seja, os gentios , assim como ele havia declarado a Abraão quando ele chamou Israel para si mesmo: "Em ti todas as famílias da terra serão abençoados "(Gn 12:3). Se um Salvador morto poderia redimir-nos, quanto mais pode um Salvador vivo nos sustentar.

    Pela mesma lógica, se a Israel infiel poderia trazer a salvação para os gentios, quanto maior bênção vai trazer sua fidelidade. O Senhor promete que, quando Israel um dia recebe o Messias ela rejeitou, Ele "Derramarei sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém, o Espírito de graça e de súplicas, para que eles olharão para mim, a quem traspassaram "(Zc 12:10). "Naquele dia haverá uma fonte aberta para a casa de Davi e para os habitantes de Jerusalém, para remover o pecado ea impureza" (13: 1). Depois disso, "o Senhor será rei sobre toda a terra; naquele dia o Senhor será o único, e seu nome o único ... E não haverá mais maldição, ... Então ele virá sobre que qualquer que são deixados de todas as nações ... subirão de ano em ano para adorar o Rei, o Senhor dos Exércitos "(14: 9, 11, 16).

    Naquele dia o Senhor Jesus Cristo estabelecerá o Seu reino na Terra, Israel reinaremos com Ele, e seu povo vai se tornar os fiéis testemunhas e bênção para o mundo que Deus sempre quis que fossem. E no dia em que Israel se volta para Cristo, Satanás será preso, os céus ea terra será renovada, a justiça vai prevalecer sobre a terra, e não haverá justiça em todo o mundo e paz universal. Esse será o muito maisbênção que a fé de Israel vai trazer para o mundo.

    Como este reavivamento espiritual de Israel começa durante a Grande Tribulação, o Senhor irá selar for Himself "144000 ... de todas as tribos dos filhos de Israel" (Ap 7:4; 26: 17-18.; Ef 3:8), e que "o evangelho ... é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego" (Rm 1:16). Além de que o conhecimento, ele tinha grande amor pessoal para seus companheiros judeus e "grande tristeza e contínua dor no [seu] coração" por causa de sua perdição. "Porque eu poderia desejar que eu anátema, separado", ele declarou, "separado de Cristo, por amor de meus irmãos, que são meus parentes segundo a carne, que são israelitas" (Rm. 9: 3-4).Sua constante "desejo do coração e ... oração a Deus [foi] para ... sua salvação" (10: 1). Sua vocação especial e amor para o mundo gentio não salvo em nada diminui sua afeição por companheiros não salva os judeus e para descrente Israel como povo.

    Ele, portanto, não faz nenhum pedido de desculpas por sua própria intenção, o que refletiu a intenção de seu Senhor para trazer ao ciúme [seus] raça e salvar alguns deles. Além de querer trazer gentios para a salvação para seu próprio bem, ele também queria a sua salvação para ser instrumento de Deus para os judeus redentoras. E se a sua rejeição pode levar a reconciliação do mundo, ele continua a dizer, qual será a sua admissão, senão a vida dentre os mortos? A tragédia de sua rejeição será ultrapassado pela glória de sua aceitação.

    Ao falar de vida dentre os mortos, Paulo não estava se referindo à ressurreição corporal. Quanto judeus individuais, ele estava falando de receber vida espiritual como um dom gracioso para deslocar a morte espiritual, o salário de incredulidade. Quanto Israel, ele estava falando de seu renascimento eo renascimento de todo o mundo no reino milenar de Deus glorificado (ver, por exemplo, Isaías 11:1-9; Apocalipse 20.). Nesse dia glorioso, mesmo "a própria criação também será liberta da escravidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus" (Rm 8:21).

    Foi um Premonition Definite

    E se o primeiro pedaço de massa ser santo, o nódulo é também; e se a raiz é santa, os ramos também o são. Mas se alguns dos ramos foram quebrados, e tu, sendo zambujeiro, foste enxertado em lugar deles e tornou-se participante com eles da rica raiz da oliveira, não seja arrogante contra os ramos; mas se você é arrogante, lembre-se de que não é você que apóia a raiz, mas a raiz a ti. Você vai dizer em seguida ", ramos foram quebrados, para que eu fosse enxertado." Muito bem, foram quebrados por sua incredulidade, mas você está por sua fé. Não seja pretensioso, mas o medo; Porque se Deus não poupou os ramos naturais, não te poupará a você. Pois, a bondade ea severidade de Deus; para aqueles que caíram, severidade, mas para você, a bondade de Deus, se você continuar em Sua bondade; caso contrário, você também será cortado. (11: 16-22)

    Em segundo lugar, a criação temporariamente Israel de Deus de lado era uma premonição definitiva. Paulo aqui dá um aviso severo para os gentios sobre ter o mesmo tipo de arrogante, presunçoso orgulho que causou a remoção descrente de Israel da bênção. Deus não julgar Israel e oferecer o evangelho aos gentios porque os judeus são inerentemente mais injusta e indigna ou porque gentios são inerentemente mais justo e digno (conforme Rom. 2: 14-15). Esse é o reverso dos vista judeus haviam tido por muito tempo dos gentios.

    Não demorou muito para que os primeiros cristãos gentios, para ser tentado a desprezar os judeus porque eles haviam desprezado Cristo. Essa noção derramou combustível no fogo de anti-semitismo que tinha existido em muitas nações e culturas gentios por incontáveis ​​séculos. Ele é visto nas Escrituras na inimizade entre Israel e seus vizinhos, tais como vizinhas Síria, Fenícia, Moab, Edom, os filisteus e outros povos cananeus. É visto em conquista e dominação de Israel pela Babilônia, Assíria, Grécia, e depois Roma. E porque muitos crentes gentios na igreja primitiva tinha sido levantada no meio de anti-semitismo pagão, não foi difícil para Satanás para tentá-los ao preconceito contra os judeus continuou por causa da rejeição e crucifixão do seu próprio Messias e Salvador de Israel.
    Alguns modernos cultos "cristãos" são baseadas na noção de Israelism britânico. Eles sustentam a noção totalmente antibíblico e anti-histórica que os anglo-saxões compreendem os dez chamadas tribos perdidas de Israel em um nome para que eles acreditam que os judeus têm muito tempo perdido toda reivindicação, porque Deus eternamente rejeitou e condenou-os para rejeitar e colocar Jesus Cristo morte.O anti-semitismo é a própria sustentação de tais cultos.
    Menos extremo preconceito, muitas vezes escondida e normalmente negado, também se reflete em algumas igrejas e organizações cristãs. Não é impossível, mesmo para os verdadeiros crentes a se infectar com essa doença espiritual milenar que o Senhor detesta tão intensamente.
    Como sempre, a lógica de Paulo é irrefutável. Se o primeiro pedaço de massa ser santo, ele aponta, o nódulo é também. Primeiro pedaço de massa traduz a palavra grega único aparchē , o que significa, literalmente, um primícias (como no KJV ) oferta de qualquer espécie, animal, bem como de grãos. Refere-se à primeira parte de uma oferta que foi reservada especificamente para o Senhor.

    Através de Moisés, Deus instruiu seu povo recém-entregues.: "Quando você come a comida da terra, você levantará uma oferta ao Senhor do primeiro de sua massa de pão você levantará um bolo como oferenda, como o oferta da eira, assim que você deve levantá-lo Desde o primeiro de sua massa que você deve dar ao Senhor uma oferta nas vossas gerações. "(Num. 15: 19-21). Esses bolos ou pães, foram dados para alimentar os sacerdotes, que serviram-e, assim representados: o Senhor no seu ministério único no tabernáculo e mais tarde no templo. Portanto, antes de qualquer pão seria comido por uma família, uma parte especial, o primeiro pedaço de massa, foi consagrado e apresentado ao Senhor em primeiro lugar.

    Apesar de apenas uma parte do que especial pedaço de massa representava o pão inteiro ( a massa ), todos os quais foi reconhecido como sendo do Senhor. Em outras palavras, eles estavam dando volta para o Senhor uma representação de tudo que Ele tinha fornecido por eles. É por essa razão que o caroço também é santo ("separado"). Essa idéia é expressa na encantadora estrofe vezes cantada nos cultos de adoração, pouco antes ou depois da oferta:

    Te damos, mas a tua, 
    Whate'er o presente pode ser.

    Tudo o que temos é a Tua sozinho, 
    uma relação de confiança, ó Senhor, de Ti.

    William W. Como
    Outro, e de certa forma inversa, a analogia é dado usando a figura de uma árvore ou videira. E se a raiz é santa, os ramos também o são. Se a peça fundamental de uma planta ( raiz ) é santo, então o que ele produz ( os ramos ) Da mesma forma deve ( também ) ser santo.

    Mas o uso específico de Paulo da analogia nesta passagem aponta para o fato de que, se as primícias e raiz de Israel, talvez simbolizando os primeiros patriarcas (Abraão, Isaque e Jacó) —foram santo,consagrado ao Senhor, por isso estavam por toda a descendentes, o povo de Israel. Portanto, para que Deus abandonará Israel seria para ele a renegar suas promessas aos patriarcas, algo Seu caráter santo não vai permitir.

    Mesmo João Murray, um amilenarista principal (aquele que não acredita em um literal, de 1.000 anos terrena reino prometido aos judeus e governado por Cristo no trono de Davi em Jerusalém, mas que em geral acredita que Deus está lidando com a nação de Israel terminou com a sua rejeição de Jesus Cristo), não pode resistir ao poder da verdade maravilhosa que Paulo enfatiza aqui. Em seu comentário sobre Romanos, Murray surpreendentemente observa que "não pode haver rejeição irremediável de Israel A santidade da consagração teocrático não é abolida e, um dia, ser vindicada na restauração plenitude e de Israel." ( A Epístola aos Romanos [Grand Rapids: Eerdmans, 1965], p. 85).

    Para ser fiel à Sua própria Palavra, o Senhor deve fornecer uma salvação futura de Israel. Israel ainda não foi completamente cumprido promessa da aliança de Deus a Abraão ou Suas incontáveis ​​reiterações de que a promessa de resgatar e restaurar os descendentes de Abraão. Se a raiz, Abraão e outros patriarcas, é santo, então os ramos, seus descendentes, são santo também. Eles foram divinamente chamados e designados antes da fundação do mundo e a obra de Deus com esses ramos não estará completa até que o fruto espiritual que Ele tem a intenção de produzir neles e através deles, até o fim dos tempos, quando eles realmente tornar-se o povo santo eles estavam destinados a ser.

    "Ouça-me, você que segue a justiça," disse Deus a Israel por meio de Isaías ", que buscam o Senhor:. Olhe para a rocha de que fostes cortados, e para a pedreira de onde foram extraídos Olhai para Abraão, vosso pai, e para Sara, que te deu à luz na dor, quando ele era um que eu o chamava, então eu abençoou e multiplicou-lo "(Is 51:1-2.). Deus estabeleceu a Sua relação permanente com Israel através de sua aliança com o seu antepassado, Abraão. Eles foram consagrados como um povo na consagração de Abraão.

    Paulo continua com a figura de uma árvore: Mas se alguns dos ramos foram quebrados, e tu, sendo zambujeiro, foste enxertado em lugar deles e tornou-se participante com eles da rica raiz da oliveira.

    Aqui, o apóstolo faz seu ponto, referindo-se a prática familiar de enxertia. Oliveiras foram um esteio agrícola e comercial na antiga Palestina e grande parte do Oriente Médio e regiões mediterrânicas, e ainda apoiar uma indústria valioso na maioria dessas regiões hoje. Oliveiras podem viver por centenas de anos, mas à medida que envelhecem, eles se tornam cada vez menos produtiva, e, a fim de restaurar a produtividade, galhos de árvores mais jovens são enxertados para os antigos. Quando uma filial deixou de produzir azeitonas, um jovem foi enxertado em seu lugar.
    Essa é a figura que Paulo usa aqui. Os velhos, improdutivos ramos de Israel foram quebrados. Séculos antes Deus tinha avisado Seu povo do que sua incredulidade continuada e idolatria traria. "O Senhor chamou o seu nome, 'A oliveira verde, bonita em frutas e forma.» Com o ruído de um grande tumulto, acendeu fogo nela, e seus ramos são inúteis E o Senhor dos exércitos, que você plantou, pronunciou mal contra vós por causa da maldade da casa de Israel e da casa de Judá, que fizeram para me provocarem, oferecendo sacrifícios a Baal "(Jer. 11: 16-17). O próprio Jesus advertiu Seu povo Israel, "[Por isso eu digo a você, o reino de Deus vos será tirado de você, e será dado a uma nação melhor," um povo " NVI ] produzindo o fruto do it "(Mt 21:43).

    No lugar dos infiéis, ramos improdutivos de Israel, aqueles de uma oliveira brava, os gentios crentes, foram enxertados no meio deles. Essas sucursais gentios, pessoas de todas as nações que acreditam no Messias, o Senhor Jesus Cristo, em seguida, tornou-se co-participante de eles, os descendentes de Abraão crentes, em ricos raiz da oliveira, a raiz da bênção divina e da relação eterna com Deus através da salvação.

    No início deste versículo, Paulo deixa claro que alguns, mas não todos, dos ramos foram quebrados. Isso também é indicado pela frase entre eles. Sempre houve um remanescente crente em Israel, e muitos judeus acreditavam em Cristo durante Seu ministério terreno e no tempo da igreja primitiva. Provavelmente até o final do primeiro século, a maioria dos cristãos, incluindo todos os apóstolos, eram judeus. Essas sucursais judeus originais permaneceu ligado para a rica raiz de Deus oliveira, como têm filiais judeus de então até agora. Crentes gentios são co-herdeiros com eles e de Abraão, "o pai de todos os que crêem sem ser circuncidado [sem ser ou tornar-se judeus], ​​que a justiça pode ser contada a eles" (Rm 4:11).

    Agora vem um comando para os gentios com base em que a verdade: Não seja arrogante para com os ramos, ou seja, os judeus incrédulos que foram cortados; mas se você é arrogante, lembre-se de que não é você que apóia a raiz (a promessa a Abraão que "em ti serão benditas todas as famílias da terra", Gn 12:3)

    Alguns versículos adiante no mesmo capítulo de Gálatas, o apóstolo explica ainda que "Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no tree'— a fim de que em Cristo Jesus a bênção de Abraão chegasse aos gentios, para que recebêssemos a promessa do Espírito mediante a fé "(vv 13-14.). Que ridículo e pretensioso, então, para os crentes gentios para ser arrogante para com os naturais ramos, até mesmo aqueles que foram cortados na incredulidade. Lembre-se, continua ele, que não é você que apóia a raiz, mas a raiz a ti. A bênção de tanto crentes judeus e gentios vem através da raiz das promessas da aliança de Deus e poder.

    É trágico e lamentável que, em grande parte da história da igreja, judeus convertidos a Cristo têm sido muitas vezes sujeito a atitudes de superioridade e Gentil sido evitado ou relutantemente aceito na comunhão cristã.
    Paulo antecipou que, apesar de esta verdade evidente, alguns de seus leitores gentios iria continuar a argumentar contra ele. Você vai dizer em seguida ", ramos foram quebrados, para que eu fosse enxertado." Muito bem, ele admite, foram quebrados por sua incredulidade, mas você está por sua fé. Em outras palavras, o rompimento e do miocárdio em basearam-se em crença, não em qualquer inferioridade racial ou nacional inerente ou superioridade. A questão não é merecimento e não é racial, étnica, social, intelectual, ou mesmo moral. O único problema é a fé. Os judeus foram quebrados por causa dessa incredulidade, e gentios que acreditavam foram enxertados, ou seja, feito para ficar de pé, com base em sua  no Senhor Jesus Cristo.

    É, portanto, não tem nenhuma razão para ser vaidoso, mas muito boa razão para temer, Paulo adverte. Ele deu um aviso semelhante à igreja de Corinto: (1Co 10:12). "Portanto, quem pensa estar de pé veja que não caia" Porque se Deus não poupou os ramos naturais, seu povo da aliança Israel, nem Ele vai poupá-lo gentios, que não fazem parte desse pacto. Se chamado especial de Israel e bênção do Senhor não podia protegê-los de serem quebrados, então, certamente, que a falta de vocação e bênção não pode protegê-los dos gentios "sendo quebrados por sua incredulidade. Portanto, você faria bem, Paulo aconselha seus leitores gentios, para ter um justo medo e resistir fortemente a qualquer tentação de arrogância (v. 18) e presunção (v. 20).

    Paulo lembrou os crentes em Éfeso, "lembre-se, portanto, que antes de você, os gentios na carne, que são chamados" incircuncisão "pela chamada" Circuncisão ", que é realizada na carne por humanos hands-lembre-se que você estava em esse tempo separado de Cristo, excluídos da comunidade de Israel, e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo "(Ef. 2: 11-12). Se Deus cortou um apóstata Israel por causa de sua incredulidade, quanto mais certa Ele vai cortar uma igreja apóstata por causa da incredulidade.

    A igreja visível hoje é principalmente Gentil, e que igreja abrange uma grande porcentagem de apóstatas, hereges e outros que rejeitam a autoridade absoluta e inerrante das Escrituras e negam suas verdades cardeais, incluindo a divindade de Cristo. E o julgamento do Senhor cairá sobre o apóstata Gentil igreja com a mesma certeza e rapidamente, como o fez em Israel apóstata. Jesus advertiu a igreja de Pérgamo, "Você também tem alguns que da mesma forma sustentam a doutrina dos nicolaítas Arrependei-vos, portanto,., Ou então eu vou para junto de ti em breve, e eu vou fazer a guerra contra eles com a espada da minha boca" (Apocalipse 2:15-16). E para a igreja de Laodicéia, Ele prometeu que cristãos nominais e incrédulos será cuspir fora da boca de Deus em desgosto (Ap 3:16). Coletivamente, eles são mais tarde conhecida como a prostituta da Babilônia do fim dos tempos que o Senhor vai fazer com que seja brutalmente devastada pelo Anticristo e sua confederação de dez nações (Ap 17:16).

    O apóstolo tinha deixado claro anteriormente nesta passagem sobre Israel: "Que diremos, pois Que os gentios, que não buscavam a justiça, alcançaram a justiça, mas a justiça que é pela fé (capítulos 9:11.); Mas Israel, que buscava a lei da justiça, não chegou a essa lei Por Porque não foi pela fé, mas como se fosse por obras e tropeçaram na pedra de tropeço "(9: 30-32).?.. Desde o início e durante toda a epístola, Paulo repete que a verdade fundacional mais e mais. Na medida em que parte do homem está em causa, a salvação sempre foi e sempre será pela fé e fé. É, claro, a graça soberana de Deus que faz fé possível, aceitável, e eficaz, mas a Sua graça não vai salvar parte da fé.

    Pois, a bondade ea severidade de Deus; para aqueles que caíram, severidade, mas para você, a bondade de Deus, se você continuar em Sua bondade; caso contrário, você também será cortado.Gravidade traduz apotomia , que tem o significado de raiz de corte para a direita fora, ou cortar rapidamente, e corresponde ao verbo ekkoptō ( cortado ), com o qual este versículo termina. E, neste contexto, piptō ( caiu ) significa a cair para baixo, de modo a ser completamente arruinado. Paulo é, portanto, a falar de uma condição espiritual extremamente grave, em que as pessoas caíram de oportunidade espiritual em juízo.

    Que olha para o passado. Paulo, então, adverte que no presente que se identificaram com o evangelho salvador que eles devem continuar em Sua bondade ou eles também serão julgadas severamente como os do passado que estavam perto a bênção e caiu. Essa é uma idéia Novo Testamento familiar, que afirma a realidade da verdade, a fé salvadora pela sua continuidade. Essa é a perseverança dos santos que evidencia a sua conversão genuína (ver Jo 8:31; 15: 5-6; Colossenses 1:22-23; Heb. 3: 12-14; He 4:11; 1Jo 2:191Jo 2:19 ).

    Por causa da bênção de Deus do antigo Israel como uma nação, muitos incrédulos judeus compartilhada em que a bênção. Da mesma forma, por causa da bênção de Deus sobre a igreja, muitos incrédulos dentro da igreja provar essa bênção. Mas se cair, a paciência de Deus será esgotado e Sua oferta de graça retirado, essa bênção por associação será de nenhum valor quando incrédulos enfrentar o Deus vivo em julgamento e estão eternamente cortar Dele. Aqueles que se recusam na incredulidade de Deus bondade na oferta de salvação estão destinados a ser cortada por Sua gravidade.

    Ele tem uma promessa definida

    E também eles, se não permanecerem na incredulidade, serão enxertados; pois Deus é poderoso para os enxertar novamente. Pois se tu foste cortado do que é, por natureza, zambujeiro, e foram enxertados contrário à natureza em uma oliveira cultivada, quanto mais estes que são os ramos naturais serão enxertados na sua própria oliveira? (11: 23-24)

    Em terceiro lugar, a criação temporariamente Israel de Deus de lado tem uma promessa maravilhosa e definitiva. Embora a promessa é feita aqui com uma condição (em paralelo com a condição de ser julgado por não continuar na crença) — se não permanecerem na incredulidade -Deus havia muito tempo de antemão assegurado o seu povo que a condição seria atingido. Israel vai finalmente ver Jesus como seu Messias e vai se arrepender de sua incredulidade e lamentar sua rejeição dEle. Através de Zacarias, o Senhor declarou: "Derramarei sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém, o Espírito de graça e de súplicas, para que eles olharão para mim, a quem traspassaram; e eles vão chorar por ele, como quem chora por um filho único, e chorarão amargamente por ele, como o choro amargo ao longo de um primogênito "(Zc 12:10). Deus é poderoso para os enxertar de novo, e Ele o fará.

    No fim dos tempos, durante a Grande Tribulação, o apóstata Gentil igreja que havia sido cortada a partir do que é, por natureza, zambujeiro, e [foi] enxertado contrário à natureza em uma oliveira plantada -Será próprio ser cortado, assim como Israel era uma vez. E naquele tempo Israel, os ramos naturais, irá então ser enxertado [voltar] em sua própria oliveira. Os descendentes naturais de Abraão também se tornará seus descendentes espirituais e mais uma vez ser o povo escolhido do Senhor de bênção.

    Um dos textos mais interessantes que promete a futura restauração de Israel é encontrada em Apocalipse 11.

    E foi-me dada uma vara de medir como uma equipe; e alguém disse: "Levanta-te e mede o santuário de Deus, eo altar, e os que nele adoram E deixa o átrio que está fora do templo, e não medi-la, pois foi dado às nações.; e eles vão pisar aos pés a cidade santa por quarenta e dois meses. E eu vou conceder a autoridade às minhas duas testemunhas, e profetizarão por mil duzentos e sessenta dias, vestidas de saco. Estas são as duas oliveiras e os dois castiçais que diante do Senhor da terra. " (Vv. 1-4)

    Nessa visão, o apóstolo João é dito para tomar uma vareta de medição (conforme Ez 40:5). Em outras palavras, Deus ordena João para marcar Sua possessão divina para a preservação.

    . Embora no momento João escreveu que não havia mais um templo, os profetas haviam falado muitas vezes de um templo nos últimos dias (Dn 9:27; Am 9:11; Mq 4:1; 2Ts 2:42Ts 2:4; 13 1:38-13:2'>13 1:2.) E ser marcados fora por Deus como Seu próprio para proteção durante o Dia do Senhor.

    Medição do templo de João, portanto, parece simbolizar que os judeus serão o seu povo que virão para a salvação e reino bênção. A cena Apocalipse é semelhante ao descrito em Zacarias 2:1-5, em que Jerusalém é medida para a proteção pela "muralha de fogo ao seu redor" divina e experiências "glória no meio dela" de Deus (v. 5). Como a cidade é medida para marcá-lo como possessão de Deus, para ser reconstruída em glória milenar, de modo que o templo é medido a afirmar que a salvação está vindo para Israel.

    Os gentios neste momento são deixados de fora (Ap 11:2.)

    O profeta então descreve uma disposição espontânea, automática, que está para além de qualquer ação humana: "Então eu respondi e disse ao anjo que falava comigo, dizendo: 'O que são estes, meu senhor?'Então o anjo que falava comigo, respondendo, disse-me: 'Você não sabe o que é isso?' E eu disse: 'Não, meu senhor. " Então ele respondeu, e disse-me: "Esta é a palavra do Senhor a Zorobabel, dizendo: Não por força nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos" (4: 4-6).
    Somente o Espírito Santo tem o poder de restaurar Israel, mas que a energia irá fluir através de "duas oliveiras".
    O que é você, ó grande monte? Diante de Zorobabel você se tornará uma planície; e ele trará a pedra angular com aclamações de "Graça, graça a ela!" Além disso, a palavra do Senhor veio a mim, dizendo: "As mãos de Zorobabel têm lançado os alicerces desta casa, e suas mãos vai terminá-lo. Então, você vai saber que o Senhor dos Exércitos me enviou a você. Para quem despreza ? o dia das coisas pequenas Mas estes sete estaremos contentes quando vêem o prumo na mão de Zorobabel-estes são os olhos do Senhor, que vão para lá e para cá em toda a terra (4: 7-10).
    Como visto anteriormente, Zorobabel, juntamente com Josué, é uma das duas oliveiras Deus vai usar. Juntos, um padre e um príncipe (governador), eram as ferramentas humanas do Espírito Santo usados ​​para restaurar a nação.
    Mas havia um componente final do plano de Deus.

    Então eu respondi e disse-lhe: "O que são estas duas oliveiras à direita do castiçal e à sua esquerda?" E eu respondi a segunda vez e disse-lhe: "O que são os dois ramos de oliveira, que estão junto aos dois tubos de ouro, que esvaziar o óleo dourado de si mesmos?" Então ele respondeu-me dizendo: "Você não sabe o que é isso?" E eu disse: "Não, meu senhor." Então ele disse: "Estes são os dois ungidos, que estão em pé diante do Senhor de toda a terra." (Zacarias 4:11-14.)

    Deus usou esses dois "ungidos" para reconstruir e restaurar o antigo Israel. Portanto, quando lemos no Apocalipse que Deus tem duas testemunhas que são "oliveiras" e "castiçais" (11: 3-4), nós sabemos o que significa visão de Zacarias. Deus está no meio de renovação e restauração, só que desta vez o novo templo será milenar, o novo trabalho será a salvação nacional, eo novo culto será do Senhor Jesus Cristo.

    Josué e Zorobabel foram instrumentos de Deus para a antiga restauração física da-Israel "tubos de ouro" por meio do qual o Espírito Santo fluiu. De forma semelhante as duas testemunhas de Apocalipse 11 será futuros instrumentos de salvação de Israel. Eles estão pregando em Jerusalém (v. 8) no momento em que eles estão mortos, e sua ressurreição três dias e meio depois leva à salvação daquela cidade (v. 13). A frase "deram glória ao Deus do céu" é melhor tomar para se referir a salvação (conforme 14: 6-7; 16: 9; 19: 7). Depois que a salvação, a última trombeta será soada, e "o reino do mundo tornou-se o reino de nosso Senhor e do seu Cristo, e Ele reinará para todo o sempre" (Ap 11:15).

    O destino de Israel pode e vai ser revertida. Seu retorno ao Senhor, não só é possível, mas certo. Para ser fiel à sua própria promessa, seu povo escolhido não pode continuar para sempre na incredulidade.Citando Isaías, Paulo declara com Proposito absoluta de que "todo o Israel será salvo, como está escrito:" O Libertador virá de Sião, Ele irá remover a impiedade de Jacó E esta é a minha aliança com eles, quando eu tirar. os seus pecados "(. vv 26-27, grifo do autor; conforme Is 59:20-21.).

    45. Deus não Cancelou suas promessas a Israel — Parte 3: Sua disciplina a Israel tem um proposito: glorificar a Deus ( Romanos 11:25-36 )

    Porque eu não quero que você, irmãos, que ignoreis este mistério, para que não sejais sábios em vós mesmos: que o endurecimento parcial que aconteceu com Israel até que a plenitude dos gentios haja entrado; e, assim, todo o Israel será salvo; assim como está escrito: "O Libertador virá de Sião, Ele irá remover a impiedade de Jacó." "E esta é a minha aliança com eles, quando eu tirar os seus pecados." Do ponto de vista do evangelho, são inimigos por causa de vós, mas do ponto de vista da escolha de Deus que eles são amados por causa dos pais; Porque os dons ea vocação de Deus são irrevogáveis. Pois, assim como você uma vez que foram desobedientes a Deus, mas agora alcançastes misericórdia pela desobediência deles, assim também estes agora foram desobedientes, a fim de que por causa da misericórdia mostrado a você eles também podem agora ser mostrado misericórdia.Porque Deus encerrou a todos na desobediência para que pudesse mostrar misericórdia para com todos. Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis ​​são os seus juízos e inescrutáveis ​​os seus caminhos! Para quem conheceu a mente do Senhor, ou quem se tornou seu conselheiro? Ou quem lhe deu primeiro a ele que ele pode ser pago de volta com ele novamente? Porque dele, e por meio dele e para ele são todas as coisas. A ele seja a glória para sempre. Amém. ( 11: 25-36 )

    Definindo Israel de Deus de lado não só é parcial e passageira, mas também proposital. Deus colocou temporariamente de lado o seu povo escolhido, a fim de trazer a salvação para os gentios ( 11:11 b ), para fazer Israel inveja deles ( v. 11 c ) para que eles anseiam para receber as bênçãos do Messias que eles haviam rejeitado, e assim, ser utilizado para trazer benção para o resto do mundo ( vv. 12-15 ). Mas final, o propósito primordial de Deus é glorificar a Si mesmo.

    A doxologia no final da presente passagem clímax seção doutrinária da epístola e enfoca o propósito supremo de tudo o que Deus faz-de glorificar a Si mesmo.
    O benefício supremo do plano redentor de Deus, tanto para os judeus e para os gentios, é trazer-lhes a salvação ea vida eterna. Mas o supremo objetivo desse plano é glorificar a Si mesmo. Mesmo Seu propósito em julgar os injustos é glorificar a Si mesmo. Sua preparação do céu para os salvos e do inferno para os perdidos é para mostrar a Sua glória. O objetivo superação de todos os seres criados e coisa no universo é glorificar a Deus (cf. Sl 19:1. ; 1Co 10:311Co 10:31. ). Todas as outras intenções divinas são subservientes a esse objetivo supremo e final. Nas palavras do Breve Catecismo de Westminster: "O fim principal do homem é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre."

    Há dois aspectos da glória de Deus. O primeiro é o que poderia ser chamado de Sua glória intrínseca, a glória que é uma parte de seu próprio ser e natureza. Glória é a própria essência de Deus, a manifestação de quem Ele é. É o que Ele possui em si mesmo e que não pode ser dado a ele ou tirado. É que radiante, glória essencial que Moisés desejava ver. "Rogo-te", suplicou ele, "me mostrar Tua glória!" ( Ex 33:18 ). "Revelar-te a mim", ele dizia. É que a glória que um dos serafins declarou para outro diante do Senhor em visão celestial de Isaías: "Santo, Santo, Santo, é o Senhor dos exércitos, toda a terra está cheia da sua glória" ( Is 6:3 ), e que foi exibido na transfiguração ( Mt 17:2. , 13 16:29'>28 —29 ).

    Porque propósito supremo do homem é reconhecer e honrar a Deus para a Sua glória e majestade, a falta de glorificá-Lo é a certa marca de rebelião espiritual e impiedade. Como Paulo explica no início desta carta, não há desculpa para qualquer pessoa, viva a qualquer momento ou em qualquer lugar, a falhar ou recusar-se a glorificar a Deus. "A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça, porque o que se sabe sobre Deus é evidente entre eles, porque Deus tornou evidente para eles Pois desde a criação do. mundo os atributos invisíveis, o seu eterno poder e sua natureza divina, têm sido vistos claramente, sendo percebidos por meio do que tem sido feito, de modo que eles fiquem inescusáveis. Pois, embora tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus "( Rom. 1: 18-21 ).

    Deus escolheu o povo de Israel "que eles poderiam ser para mim um povo, de renome, para louvor e glória" ( Jr 13:11 ). Por isso, o profeta implora seus irmãos israelitas "dar glória ao Senhor vosso Deus, antes que Ele traz a escuridão e antes que tropecem vossos pés das montanhas escuras, e enquanto você está esperando para a luz Ele deixa para a escuridão profunda, e transforma-lo em gloom "( v. 16 ).

    Por um ano inteiro, Nabucodonosor, recusou-se a acatar a ordem de Deus para se arrepender de seu grande orgulho e arrogância ( Dan. 4: 19-29 ). Então, um dia, quando ele estava caminhando em torno do teto de seu magnífico palácio, deleitando-se com o seu próprio poder e glória ", enquanto estava a palavra na boca do rei, uma voz veio do céu, dizendo: 'O rei Nabucodonosor, para você, é declarou: soberania foi removido você .'... imediatamente a palavra a respeito Nabucodonosor foi cumprida, e ele foi expulso de humanidade e começou a comer erva como os bois, e seu corpo foi molhado do orvalho do céu, até que seu cabelo tinha crescido como as penas e as suas unhas como as das aves águias garras "( vv. 31 , 33 ). Quando esse tempo de humilhação acabou, o rei penitente testemunhou: "Eu, Nabucodonosor, levantei os olhos para o céu, e minha razão voltou para mim, e eu bendisse o Altíssimo, e louvei e glorifiquei ao que vive para sempre" ( v. 34 ).

    Quando o povo de Tiro e Sidon lisonjeado rei Herodes Agripa, dizendo: "'A voz de um deus e não de um homem!' ... Imediatamente um anjo do Senhor o feriu, porque não deu glória a Deus, e ele foi comido pelos vermes e morreu "( Atos 12:22-23 ). Em contraste, quando Cornelius conheceu Pedro "e caiu a seus pés eo adoraram", o apóstolo rapidamente "levantou-o, dizendo:" Levanta-te, que eu também sou apenas um homem '"( Atos 10:25-26 ). Da mesma forma, após os pagãos de Listra ouviu falar Paulo, e testemunhou a cura do aleijado ", levantaram a sua voz, dizendo em língua licaônica, 'Os deuses tornaram-se como homens e chegaram até nós." E eles começaram a chamar Barnabé, Zeus, e Paulo, Hermes, porque ele era o orador principal ... Mas quando os apóstolos, Barnabé e Paulo ouviram isto, rasgaram as suas vestes e saiu correndo no meio da multidão, gritando e dizendo: , '? Homens, por que você está fazendo essas coisas Nós também somos homens da mesma natureza, como você' "( Atos 14:11-12 , 14-15 ).

    Ao longo da história da redenção, Deus chamou homens e mulheres para dar louvor, honra, adoração e glória somente a Ele e atribuir-lhe o seu valor como o Criador só infinitamente santo e majestoso, Salvador e Senhor. O objetivo de todas as coisas-anjos, homens, outras criaturas, vida, morte, céu, inferno, a terra e os mares, céus, todo o universo-é exibir a majestade do santo, soberano Criador que os fez e levar tudo criaturas para glorificá-Lo.

    Com uma muito maior obrigação e privilégio que outros homens, os crentes podem e devem glorificar a Deus, porque eles têm testemunhado a glória da Sua graça salvadora. Portanto, devemos proclamar continuamente com Paulo: "A ele seja a glória na igreja e em Cristo Jesus por todas as gerações para todo o sempre. Amém" ( Ef 3:21 ).

    O mais certa razão que Deus acabará redimir Israel é que a Sua palavra de promessa deve ser cumprida para o louvor da Sua glória. Assim como Ele soberanamente ordenado: "O povo [Israel] que formei para mim, vai [um dia] declarar o meu louvor" ( Is 43:21 ).

    No presente passagem-que culmina foco de Paulo sobre graciosas lidar com Israel de Deus ( caps. 9-11 ) —que ver Deus glorificado em sua soberania ( vv. 25-26 um ), em sua integridade ( vv. 26 b -29) , em sua generosidade ( vv. 30-32 ), e na sua incompreensibilidade ( vv. 33-36 ).

    Glorificar a soberania de Deus

    Porque eu não quero que você, irmãos, que ignoreis este mistério, para que não sejais sábios em vós mesmos: que o endurecimento parcial que aconteceu com Israel até que a plenitude dos gentios haja entrado; e, assim, todo o Israel será salvo; ( 11: 25-26 a)

    Paulo tinha apenas advertiu os crentes gentios sobre como se tornar orgulhoso e vaidoso porque descrente Israel foi cortado da bênção, a fim de que poderia ser oferecido aos gentios, explicando que "se Deus não poupou os ramos naturais [Israel], nem Ele vai poupá-lo [ a igreja Gentil] "( Rom. 11: 20-21 ). Se em Sua graça soberana Ele agora está concedendo a salvação aos gentios crentes, "quanto mais" vai Ele trazer Sua nação da aliança Israel volta a Si mesmo na crença e para a bênção e cortou a apóstata Gentil igreja ( v. 24 ). Deus não terminou com Seus antigos povo escolhido, e mesmo durante este tempo em que os judeus como uma nação são destacáveis ​​da bênção especial de Deus por causa da incredulidade, anti-semitismo em qualquer forma é um anátema para o Senhor. Quem quer que prejudica o povo escolhido de Deus "toca na menina [aluno] do Seu olho" ( Zc 2:8. ; cf. Ef 3:5-7. ).

    Antes Paulo identifica e explica o particular mistério do qual ele está falando aqui, mais uma vez ele adverte gentios contra o orgulho, alertando-os para evitar interpretar as verdades desse mistério como razões para ser sábio na sua própria estimativa.

    O primeiro componente deste mistério é que uma parcial espiritual endurecimento que aconteceu com Israel. Parcial não modifica mistério , mas Israel. Ou seja, aqueles que estão endurecidos pela grande maioria são totalmente-endurecido, mas não todos os judeus tem sido ou venham a ser endurecido. Como sempre através dos séculos de história da redenção, Deus soberanamente preservou para si um remanescente crente. Essa é a verdade gracioso Paulo sublinha, na primeira parte deste capítulo ( 11: 1-10 ).

    O segundo componente deste mistério é que o endurecimento só vai permanecer até que a plenitude dos gentios haja entrado. Até que se refere ao tempo, plenitude indica a conclusão, e juntos esses termos denotam impermanência. O endurecimento vai durar apenas para duração divinamente determinada de Deus. Tudo começou quando Israel rejeitou Jesus como seu Messias e Salvador, e isso vai acabar quando a plenitude dos gentios haja entrado.

    Chegou-in é de eiserchomai , um verbo que Jesus usou com freqüência. Usou-o de entrar no reino dos céus / Deus ( Mt 5:20. ; Mc 9:47 ; Jo 3:5 ) e de entrar na vida eterna ( Mc 9:43 , Mc 9:45 ), ambos dos quais se referem a receber a salvação. Incredulidade de Israel vai durar apenas até o número completo dos gentios escolhidos por Deus ter vindo para a salvação. Chamado especial de Paulo era "para ser ministro de Cristo Jesus entre os gentios, ministrando como sacerdote o Evangelho de Deus, que a minha oferta dos gentios pode se tornar aceitável, santificada pelo Espírito Santo" (Rm 15:16 ). Em sua carta a Tito, Paulo refere-se a si mesmo como "um apóstolo de Jesus Cristo, para a fé dos escolhidos de Deus" ( 1: 1 ). O mistério termina quando a reunião dos eleitos está completa.

    Isso, é claro, é também o chamado da igreja. Embora muitos judeus foram salvos, mediante o testemunho da igreja, a grande maioria dos convertidos têm sido, e continuará a ser, gentios -até o seu número é completa. Isso vai sinalizar o início de eventos que levam à redenção de Israel, quando todo o Israel será salvo -a verdade que deve ter enchido o coração de Paulo com grande alegria (cf. Rom. 9: 1-3 ; Rm 10:1 , grifo do autor; cf. Dan 0:10. ; 13 8:38-13:9'>Zc 13:8-9. )

    Aqueles que ouvem a pregação dos 144:000Apocalipse 7:1-8 ; 14: 1-5 ), de outros convertidos ( 7: 9 ), das duas testemunhas ( 11: 3-13 ), e do anjo ( 14: 6 ), e passar, assim, com segurança sob vara do juízo de Deus, então, compreender todo o Israel, que, em cumprimento da de Deus soberana e irrevogável promessa será completamente uma nação de crentes que estão prontos para o reino do Messias Jesus.

    "Eis que vêm dias", declara o Senhor, "quando farei uma nova aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá, e não conforme a aliança que fiz com seus pais no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito, o meu pacto que eles invalidaram, apesar de eu era um marido para eles ", diz o Senhor. "Mas este é o pacto que farei com a casa de Israel depois daqueles dias", declara o Senhor, "Eu vou colocar a minha lei no seu interior, e no seu coração eu vou escrevê-lo; e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. E não ensinará jamais cada um ao seu próximo, nem cada um a seu irmão, dizendo: Conhece ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor até o maior deles ", diz o Senhor, "porque lhes perdoarei a sua maldade, e seus pecados não me lembrarei mais." ( Jer. 31: 31-34 ; cf. Jr 32:38 )

    Controle da história de Deus é prova irrefutável de sua soberania. E tão certo como Ele cortou Israel descrente de sua árvore de salvação, assim como certamente Ele vai enxerto acreditando Israel de volta em uma nação completamente restaurado e completamente salvo.
    É útil observar uma verdade adicional que Paulo não menciona neste momento, ou seja, que, assim como a plenitude dos gentios irá iniciar a salvação de Israel, de modo a salvação de Israel iniciará o reino milenar de Jesus Cristo.
    Esse plano de três estágios de Deus foi predito no Antigo Testamento e proclamada no Novo. Em cerca de UM . D . 50, um conselho de "os apóstolos e os anciãos vieram juntos" em Jerusalém para discutir se deve ou não os gentios tinham de submeter-se a lei mosaica, incluindo a circuncisão, a fim de ser salvo ( Atos 15:1-6 ). Após amplo debate, incluindo declarações de Pedro, Paulo, e Barnabé,

    Tiago respondeu, dizendo: "Irmãos, ouvi-me. Simeon [Pedro] relatou como primeiramente Deus sobre a tomada de entre os gentios um povo para o seu nome. E com este as palavras dos profetas concordam, assim como está escrito "Depois destas coisas, vai voltar, e vou reconstruir o tabernáculo de Davi, que caiu, e eu vou reconstruir suas ruínas, e eu vou restaurá-lo, a fim de que o resto da humanidade pode buscar ao Senhor, e todos os gentios que se chama pelo meu nome, diz o Senhor, que faz estas coisas conhecidas desde a antiguidade "( vv 12-18. ).

    Depois de Israel está definido temporariamente de lado, Deus vai reunir os crentes gentios para si mesmo, então ("Depois destas coisas") Ele vai restaurar e recuperar seu antigo povo de Israel (em sentido figurado, "o tabernáculo de Davi"), e, finalmente, Ele estabelecerá Seu glorioso reino na Terra.

    Glorificar Integridade de Deus

    assim como está escrito: "O Libertador virá de Sião, Ele irá remover a impiedade de Jacó." "E esta é a minha aliança com eles, quando eu tirar os seus pecados." Do ponto de vista do evangelho, são inimigos por causa de vós, mas do ponto de vista da escolha de Deus que eles são amados por causa dos pais; Porque os dons ea vocação de Deus são irrevogáveis.( 11:26 b-29)

    Escritura está repleta de afirmações de veracidade e confiabilidade absoluta de Deus. "Deus não é homem, para que minta," Balaão informado Balak ", nem filho do homem, para que se arrependa; que Ele disse, e ele não vai fazer isso Ou, tendo falado, não o fará? é bom? " ( Nu 23:19 ). O escritor de Hebreus dá a certeza encorajador "Guardemos firme a confissão da esperança, sem vacilar, pois quem fez a promessa é fiel" ( He 10:23 ). De Pedro temos uma afirmação semelhante: "O Senhor não retarda a sua promessa, como alguns a julgam demorada, mas é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento" ( 2Pe 3:9. ). Citando novamente a partir de Isaías, ele então diz: "E esta é a minha aliança com eles, quando eu tirar os seus pecados" (cf. Is 27:9 ).

    A derradeira salvação de Israel também é assegurada por certeza divina. A fim de que "todo o Israel [para] ser salvo", todo o seu pecado deve ser perdoado e removido. E isso é expressamente o que Deus promete fazer: remover a impiedade de Jacó e . tirar os seus pecados A promessa é incondicional. Ele não vai depender de Israel de decidir sobre o seu próprio para voltar para o Senhor, mas em soberanamente trazendo Israel do Senhor de volta a Ele.

    Talvez o mais dramático promessa de negociação final, incondicional com o povo eleito de Deus Israel é visto no pacto misterioso e único Ele fez com Abraão, que é descrito em Gênesis 15 . Em resposta à pergunta do patriarca: "Ó Senhor Deus, como posso saber que hei de possuir [a terra]? " Deus o orientou a tomar "uma novilha de três anos, e uma criança de três anos cabra e um carneiro de três anos" e que cortá-los ao meio ( vv. 8-9 ). As partes de cada animal foram então dispostos opostos um ao outro, juntamente com uma rola e um pombo. Depois de causar Abraão cair em um sono profundo, só Deus passou entre as peças, selando assim várias promessas divinas. Abraão iria morrer em paz na velhice; depois de 400 anos de opressão e escravidão, seus descendentes seriam entregues a partir de uma nação estrangeira; e promessa da terra de Deus foi reiterada ( vv. 10-21 ). Mas ao contrário de outros convênios, não só os seus termos, mas a sua ratificação eram totalmente obra de Deus. Apesar de ser adormecido, Abraão estava ciente de que Deus estava fazendo e dizendo, mas apenas como um espectador silencioso. Abraão não era necessária tanto como a reconhecer, muito menos aceitar, este pacto.As promessas eram sem condição. Este pacto equivalia a uma declaração divina e imutável, ao qual Deus ligou-Se no ato único descrito nesta passagem.

    Paulo continua a explicar que, do ponto de vista do evangelho eles [Israel] são inimigos por vossa causa [da Gentil], mas do ponto de vista da escolha de Deus que eles são amados por causa dos pais. Como ele já explicou em algum comprimento ( vv. 11-24 ), por causa da transgressão de Israel na rejeição de seu Messias, ela foi posta de lado, tornando-se de Deus inimigos, como se fosse-a fim de que a salvação pode vir para os gentios. Essa era a sua situação temporária do ponto de vista do evangelho. Mas a partir do permanente, eterno ponto de vista de Deus soberana escolha, Israel é ainda agora ( são ) e será para sempre amados por causa dos pais Abraão, Isaque e Jacó .

    Quando o Senhor eleito (por divina escolha ) a nação de Israel para ser o seu próprio povo, Ele ligou-se por suas promessas de levar os judeus para a salvação e ser para sempre Seus amados pessoas e santos. Durante a presente época, Israel poderia ser chamado de "inimigos" amados de Deus. Por causa da incredulidade, eles são, como todos os incrédulos, em inimizade com Deus ( Rm 5:10 ; Rm 8:7. ).

    Glorificar a generosidade de Deus

    Pois, assim como você uma vez que foram desobedientes a Deus, mas agora alcançastes misericórdia pela desobediência deles, assim também estes agora foram desobedientes, a fim de que por causa da misericórdia mostrado a você eles também podem agora ser mostrado misericórdia. Porque Deus encerrou a todos na desobediência para que pudesse mostrar misericórdia para com todos. ( 11: 30-32 )

    Misericordia é de eleeō , que carrega a idéia básica de ter uma compaixão pelos necessitados que leva ao encontro de suas necessidades. Porque a maior necessidade do homem é ter seus pecados removida e ser dado a vida espiritual, de Deus misericórdia generosamente oferece exatamente isso.

    Os salmistas declarou: "Tu, Senhor, és bom, e pronto a perdoar, e abundante em benignidade [misericórdia] para todos os que te invocam" ( Sl 86:5 , grifo do autor). Em sua primeira carta, Pedro escreveu: "Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que segundo a sua grande misericórdia, nos fez nascer de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos "( 1 . Pv 1:3. ). Assim como Ele concede o perdão, que é não merecia, ao mesmo tempo Ele rescinde Sua punição, o que é merecido.

    A explicação de Paulo passou círculo completo, por assim dizer. Por causa da incredulidade de Israel, a nação foi parcial e temporariamente posta de lado e o evangelho da salvação foi estendida aos gentios.E se Deus estendeu a Sua graça para os gentios pagãos, mesmo enquanto eles estavam na incredulidade, quanto mais Ele certamente irá estender sua graça novamente para o seu povo escolhido de Israel, enquanto eles estão em incredulidade? Especificamente, diz ele, se você, como os gentios, eram desobedientes a Deus, mas agora alcançastes misericórdia por causa da desobediência de Israel, quanto mais 1srael, por causa da misericórdia mostrado a você gentios, mercê também ... agora ser mostrado .

    Seja para Gentil ou para judeu, a salvação é baseada em misericórdia, e não o mérito. É uma expressão da graça soberana e generoso de Deus. Sobre sua própria salvação gracioso, Paulo testificou: "Agradeço a Cristo Jesus nosso Senhor, que me fortaleceu, porque Ele me considerou fiel, pondo-me em serviço; mesmo que eu era anteriormente um blasfemo, perseguidor e injuriador E, no entanto. Eu alcancei misericórdia, porque o fiz por ignorância, na incredulidade; ea graça de nosso Senhor foi mais do que abundante, com a fé e amor que há em Cristo Jesus "( 1 Tm 1: 12-14. ). Em sua segunda carta a Corinto, o apóstolo chama o Senhor "o Pai das misericórdias" ( 2Co 1:3 ). O pecado entrou a toda a humanidade através da Queda, e conhecimento e prestação de contas para o pecado veio "para todo o mundo" através da Lei. "Mas agora, sem lei, a justiça de Deus se manifestou", continua ele, "tendo o testemunho da lei e dos profetas, mas a justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo para todos os que crêem; porque não há distinção , pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus, sendo justificados como um presente, por sua graça [expressa em Sua misericórdia] por meio da redenção que há em Cristo Jesus "( vv 21-24. ).

    Glorificar a incompreensibilidade de Deus

    Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis ​​são os seus juízos e inescrutáveis ​​os seus caminhos! Para quem conheceu a mente do Senhor, ou quem se tornou seu conselheiro? Ou quem lhe deu primeiro a ele que ele pode ser pago de volta com ele novamente? Porque dele, e por meio dele e para ele são todas as coisas. A ele seja a glória para sempre. Amém. ( 11: 33-36 )

    Paulo explode com uma doxologia maravilhosa, em que ele se alegra que a criação temporariamente Israel de Deus de lado glorifica sua incompreensibilidade. A maravilha cheia de onipotência graciosa de Deus é totalmente além da compreensão humana. Ele cambaleia até mesmo a mente cristão mais maduro, incluindo a mente do próprio apóstolo.
    Depois de terminar o argumento e afirmou a soberania de Deus, integridade e generosidade, Paulo tem mais nada a acrescentar, mas um hino de louvor a profundidade das riquezas de Deus sabedoria e conhecimento. Além disso descrição e explicação são completamente além do reino da expressão humana e compreensão. Como um alpinista que chegou ao cume do Monte Everest, o apóstolo só pode ficar com a beleza e majestade de Deus horrorizada. Incapaz de explicar mais um Deus infinito e santo para homens finitos e pecadores, ele só pode reconhecer que de Deus juízos são insondáveis ​​e seus caminhos são insondáveis!

    Incomensurável traduz anexichniastos , que literalmente se refere a pegadas que são impossível de rastrear, tais como os de um animal que um caçador é incapaz de seguir. É a idéia exata expressa pelo salmista em declarar de Deus: "O teu caminho estava no mar, e as tuas veredas nas águas poderosas, e as tuas pegadas não pode ser conhecido" ( Sl 77:19. ). Apenas do próprio Deus "Espírito sonda todas as coisas, até mesmo as profundezas de Deus" ( 1Co 2:10 ).

    Escritura é a revelação divina do próprio Deus e da sua vontade, e Ele não tem dado a zombar e confundir os homens, mas para iluminá-los e trazê-los a Si mesmo. O Senhor tem a certeza de que qualquer pessoa que realmente procura Ele pode saber o suficiente da Sua verdade para serem salvos. Apesar de "o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura, e ele não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente" ( 1Co 2:14 ), Deus, no entanto, dá a certeza gracioso que "você vai procurar-me e encontrar-me, quando você procura por mim de todo o vosso coração" ( Jr 29:13 ).

    Crentes que fielmente estudar a Palavra de Deus pode aprender e ter uma certa compreensão da Sua verdade, tudo o que for necessário "para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça," para que nós "ser perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra "( 2 Tim. 3: 16-17 ). Nosso Deus misericordioso nos dá mais do que toda a verdade, precisamos conhecê-lo, confiar nele, e servi-Lo. Mas não importa o quão diligentemente podemos ter estudado a Sua Palavra, devemos confessar com Davi que "tal conhecimento é maravilhoso demais para mim, é muito alto, eu não o posso atingir" ( Sl 139:6. ). Os shows muito pedindo ambas as perguntas para ter apenas uma resposta: ninguém. Os homens podem refletir sobre a mente do Senhor, mas somente o Senhor Ele mesmo pode conhecê-lo. Entre os homens, "na multidão de conselheiros há vitória", ou de segurança ( Pv 11:14 ), mas apenas de Deus conselheiro é ele mesmo.

    Não são as inúmeras não reveladas coisas sobre Deus de que Paulo está falando, mas as profundezas das coisas que nós não sabemos por meio de Sua auto-revelação. No entanto, mesmo estas verdades parcialmente cognoscíveis esconder elementos que estão muito além de nossa compreensão (cf. Dt 29:29 ).

    Terceira pergunta de Paulo é também tirados do Antigo Testamento. Citando Job, ele pergunta: Ou quem lhe deu primeiro a ele que ele pode ser pago de volta com ele novamente? (cf. 41:11 ). Porque ninguém estava diante de Deus e ninguém pode dar a Deus o que primeiro não foi recebida a partir dele, a resposta aqui também deve ser: Ninguém. Deus é soberano, auto-suficiente, e livre de qualquer obrigação, exceto aqueles que Ele coloca sobre si mesmo. Ele deve a nada judeu e nada Gentil.

    Estamos em êxtase diante do nosso Senhor misericordioso e se alegrar que a partir dele e por ele e para ele são todas as coisas. Com os vinte e quatro anciãos, que "vai cair diante daquele que se assenta no trono, e adoravam ao que vive para sempre e sempre, e vai lançar suas coroas diante do trono, "nós proclamamos:" Digno és, nosso Senhor e nosso Deus, de receber a glória, a honra eo poder, porque criaste todas as coisas, e por tua vontade vieram a existir, e foram criadas "( Apocalipse 4:10-11 ; cf. 1 Cor 15: 24-28. ).

    A ele seja a glória para sempre. Amém.

    Isso é culminante comentário do apóstolo inspirado nos primeiros onze capítulos deste magnífico epístola. Depois de atravessar todas as grandes realidades da salvação, Paulo termina com uma atribuição de glória para o seu Senhor. Este simples doxologia traça uma linha clara entre a parte doutrinal e os cinco últimos capítulos sobre dever cristão.


    Barclay

    O NOVO TESTAMENTO Comentado por William Barclay, pastor da Igreja da Escócia
    Barclay - Comentários de Romanos Capítulo 11 do versículo 1 até o 36

    Romanos 11

    A dureza de coração — Rm 11:1-12

    Cabe agora uma pergunta, uma pergunta que todo judeu está compelido a fazer. Significa tudo isto que Deus rechaçou e repudiou a seu povo? Esta é uma pergunta que o coração de Paulo não podia suportar. Depois de tudo, ele mesmo era membro desse povo. De maneira que se retroage a uma idéia que se repete no Antigo Testamento: Nos dias de Elias, este estava desesperado (I Reis 19:10-14). Tinha chegado à conclusão de que era o único que sobrou como fiel a Deus.

    Mas Deus lhe disse que não só não era assim, mas também ficavam em Israel sete mil que não tinham dobrado os joelhos perante Baal. Surgiu assim no pensamento judeu a idéia do Remanescente.

    Os profetas começaram a ver que nunca tinha havido tempo, nem jamais o haveria, em que toda a nação fosse fiel a Deus; mas, ao mesmo tempo, sempre houve dentro da nação um remanescente que nunca abandonou sua lealdade ou compromisso de sua fé. Um profeta após outro começou a ver isso.
    Amós (Rm 9:8-10; Is 29:10). Cita o Salmo 69:22-23: “Sua mesa torne-se-lhes diante deles em laço.” A idéia é que os homens estão sentados confortavelmente desfrutando de um banquete; e sua mesma tranqüilidade, sua própria segurança, seu próprio sentido da segurança se converteu em sua ruína. Estão tão tranqüilos, tão cômodos, tão seguros em sua imaginária segurança, que o inimigo vem e toma de surpresa. Assim eram os judeus. Estavam tão seguros, tão satisfeitos de si mesmos, tão tranqüilos em sua confiança de que eram o povo escolhido, que a própria idéia de ser o povo escolhido se converteu naquilo que os arruinou. Chegará o dia em que já não possam ver, e em que andem tateando, encurvados, como homens que tropeçam às cegas na escuridão.

    No versículo 7, endurecidos, pertence ao verbo poroun. O nome porosis nos dará o significado mais claramente. É uma palavra médica que significa calo. Aplicava-se especialmente ao calo que se forma ao redor de uma fratura quando se quebrou um osso, a formação dura que ajuda a curar a fratura. Um calo cresceu sobre o coração das pessoas. Quando um calo cresce em qualquer parte do corpo, tal parte perde sua sensibilidade. transforma-se em insensível. As mentes da massa das pessoas se tornaram insensíveis; já não podem ouvir nem sentir o chamado de Deus.

    Isto pode acontecer a qualquer um. Se um homem insistir por bastante tempo em seguir seu próprio caminho, termina ficando insensível ao chamado de Deus. Se viver egoisticamente durante o tempo suficiente, ficará-se insensível à atração das coisas boas. Se vive pecando, no final se voltará insensível ao horror do pecado e à fascinação da bondade. Se um homem viver longamente em péssimas condições, enfim se torna 1nsensível a elas.
    Assim como um calo pode crescer em uma mão, pode crescer no coração. Isto é o que aconteceu à massa de Israel. Deus nos livre disso!
    Mas Paulo tem algo mais a dizer. Isto é trágico, mas desta tragédia, Deus jogou bem, pois essa mesma insensibilidade de Israel foi a que abriu o caminho para que entrassem os gentios. Porque Israel não aceitou a mensagem das boas novas, este passou a pessoas que estavam prontas para recebê-lo e aceitá-lo. Se o rechaço de Israel enriqueceu ao mundo abrindo a porta aos gentios, como serão as riquezas enfim do dia, quando o plano de Deus se cumprir e entrem Israel e os gentios?

    Assim, no final, depois da tragédia vem a esperança. Israel se tornou insensível, uma nação com o coração calejado; os gentios vieram por fé e confiando no amor de Deus; mas chegará o dia em que o amor de Deus agirá como um solvente, até sobre o calo do coração e quando gentios e judeus serão reunidos. Paulo está convencido de que no final, nada pode derrotar ao amor de Deus.

    A OLIVEIRA BRAVA — PRIVILÉGIO E ADVERTÊNCIA 13 45:11-24'>Romanos 11:13-24

    Até agora Paulo esteve falando com os judeus, e agora se volta para os gentios. Ele é o apóstolo dos gentios, mas não pode esquecer o seu próprio povo. Em realidade, chega a dizer que um de seus principais objetivos é provocar a ciúmes os judeus, mostrando o que a cristandade tem feito pelos gentios. Um dos modos mais seguros de fazer com que alguém deseje o cristianismo é fazê-lo ver na vida real, o que aquele pode fazer.
    Houve uma vez um soldado que foi ferido em combate. O capelão se arrastou até ele e fez o que pôde por ajudá-lo. Permaneceu ali quando o resto das tropas se retirou. No calor do dia lhe deu água de sua própria bolsa, enquanto ele mesmo estava sedento. De noite, quando descia o frio da geada, cobriu o ferido com seu próprio casaco, e finalmente o envolveu com outros de seus objetos para protegê-lo do frio. No final, o ferido olhou ao capelão e lhe disse: "Pai, é você um cristão?" "Tento ser", respondeu-lhe o pai. "Então", disse o ferido, "se o cristianismo pode fazer a um homem o que você fez por mim, me fale dele, porque quero tê-lo." Foi a cristandade em ação a que o moveu a invejar uma fé que podia produzir uma vida como essa.
    Paulo esperava e orava e ambicionava que um dia os judeus vissem o que o cristianismo tinha feito pelos gentios, e que isso os movesse a desejá-lo.
    Para Paulo, seria o paraíso se os judeus respondessem prontamente. Se o rechaço dos judeus tinha feito tanto; se, por ele os gentios se reconciliaram com Deus, quão superlativa glória será quando entrarem os judeus! Se a tragédia do rechaço tinha dado tão maravilhosos resultados, como será o final feliz, quando a tragédia do repúdio se transforme na glória da aceitação? Paulo só pode dizer que será como os mortos voltando à vida.

    Logo Paulo usa duas figuras para mostrar que os judeus não podem ser total e finalmente rechaçados. Toda comida devia ser consagrada a Deus. Antes de ser ingerida devia ser oferecida a Deus. Assim a Lei estabelecia (Números 15:19-20) que, se fosse preparada uma massa, a primeira parte dela devia ser ofertada a Deus; feito isto a totalidade da massa se tornava sagrada. Não era necessário, por exemplo, oferecer cada bocado separadamente a Deus. A oferta da primeira parte, santificava o todo.

    Era muito comum plantar árvores sagradas em lugares consagrados aos deuses. Quando se plantava a pequena árvore, o renovo era dedicado a Deus e, dali em adiante, cada novo ramo que brotava, era sagrado. Não era necessário dedicar cada ramo separadamente; a oferta da arvorezinha fazia com que toda a árvore fosse sagrada. O que Paulo deduz disto é que os patriarcas estavam consagrados a Deus; eles tinham ouvido a Deus de uma maneira muito especial e tinham obedecido a palavra de Deus; tinham sido escolhidos e selecionados de uma maneira especial; e consagrados e dedicados por Deus. Deles surgiu toda a nação e, assim como o primeiro punhado de massa que foi consagrado, tornava sagrada toda a massa, e assim como a oferta da arvorezinha faz com que a árvore inteira seja sagrada, assim a especial consagração dos fundadores da nação fazia com que a nação inteira estivesse de certo modo consagrada a Deus. Aqui há verdade. Não foi por si mesmos que os remanescentes de Israel vieram a ser o que eram; herdaram a fé e a crença de seus antepassados. Cada um de nós vive, até certo ponto, do capital espiritual do passado. Nenhum de nós se fez a si mesmo completamente. Somos o que nossos piedosos pais e antecessores fizeram de nós; e, embora nos tenhamos extraviado e tenhamos ofendido nossa herança, não podemos nos separar totalmente da bondade e da fidelidade que nos fizeram o que somos.

    Logo Paulo passa a usar uma longa alegoria. Mais de uma vez os profetas descreveram a nação de Israel como a oliveira de Deus. Isto era natural, já que a oliveira era a árvore mais comum e útil no mundo do Mediterrâneo. “O SENHOR te chamou de oliveira verde, formosa por seus deliciosos frutos” (Jr 11:16). “Estender-se-ão os seus ramos, o seu esplendor será como o da oliveira, e sua fragrância, como a do Líbano” (Os 14:6). Paulo, pois, considera aqui os gentios como se fossem ramos de oliveira brava enxertadas na oliveira doméstica que era Israel.

    É certo que do ponto de vista da horticultura, a figura que usa Paulo é impossível. Em horticultura a oliveira boa é aquela que se enxerta em um pé silvestre para produzir uma oliveira frutífero. O processo que Paulo descreve de fato nunca se usou, porque não teria sido útil. Mas isso não vem ao caso. O que Paulo quer mostrar é muito claro. Os gentios tinham estado no deserto e na solidão e em meio das sarças selvagens; e agora, por um ato da graça de Deus, foram enxertados na riqueza e fertilidade da oliveira doméstica.
    Disto Paulo tem que dizer duas palavras:

    1. A primeira é uma palavra de advertência. Teria sido fácil para os gentios desenvolver uma atitude de desprezo. Não foram os judeus rechaçados para que eles entrassem? Em um mundo onde os judeus eram universalmente odiados, tal atitude teria sido muito fácil. A advertência de Paulo é ainda necessária. Com efeito, o que diz é isto: não teria havido cristianismo sem que primeiro existisse o judaísmo. O judaísmo é a raiz da qual cresceu o cristianismo. Será um mau dia aquele em que a Igreja cristã esqueça a raiz da qual cresceu. A Igreja cristã tem uma dívida com o judaísmo que só pode ser paga ganhando os judeus para o cristianismo. Paulo alerta, pois, os gentios contra o desprezo. Tristemente, diz que se os verdadeiros ramos foram truncados por causa de sua incredulidade, pior ainda é o que pode ocorrer aos ramos que só foram enxertados.
    2. A segunda é uma palavra de esperança. Os gentios experimentaram a bondade de Deus; e os judeus experimentaram a severidade de Deus. Se os gentios permanecerem fiéis a Deus, permanecerão nessa bondade; mas, se os judeus deixarem sua incredulidade e a transformam em fé, eles também serão novamente enxertados; porque, diz Paulo, se um estranho, uma oliveira brava, pôde ser enxertada na oliveira doméstica quanto mais possível é que os próprios ramos da mesma possam ser enxertadas novamente entre si? Mais uma vez, Paulo sonha com o dia em que os judeus devem voltar.

    Há muitas coisas nesta passagem que são recônditas e difíceis de entender. Pensa em figuras que estão completamente fora de nosso mundo; mas uma coisa está clara como cristal — a conexão entre

    judaísmo e cristianismo, a conexão entre o velho e o novo. Aqui está a resposta daqueles que desejam descartar o Antigo Testamento como um livro simplesmente judeu sem pertinência para o cristianismo. É um parvo que chuta a escada que o elevou à altura que alcançou. Seria um ramo tolo aquele que se amputasse de seu tronco. A nova fé cresceu da velha. A fé judia é a raiz da qual surgiu o cristianismo. A consumação só chegará quando a oliveira brava e a doméstica sejam uma só, e quando não ficarem mais ramos sem enxertar do tronco paterno.

    QUE TUDO SEJA POR MISERICÓRDIA

    Romanos 11:25-32

    Paulo já está chegando ao final de sua argumentação. Enfrentou uma situação confusa e, para um judeu, dolorosa. De algum modo, devia achar uma explicação de por que o povo de Deus rechaçou o Filho de Deus quando veio a este mundo. Paulo nunca fechou os olhos a este trágico fato, mas achou um meio pelo qual toda essa trágica situação podia encaixar no plano de Deus. É verdade que os judeus rechaçaram a Cristo; mas, segundo Paulo, esse rechaço fez possível que Cristo fosse devotado aos gentios. Para manter a soberania do propósito de Deus, Paulo inclusive chega a dizer que foi o próprio Deus quem endureceu o coração dos judeus, para, dessa maneira, abrir o caminho aos gentios, mas até então, por mais contraditório que possa soar, Paulo insiste ainda na responsabilidade pessoal que cabe aos judeus, por não terem aceito a oferta de Deus. Paulo ateve-se firmemente, tanto à soberania divina, como à responsabilidade humana. Mas agora, sobre o final, vem a nota de esperança. Seu argumento é um pouco complicado, e será mais fácil se tentarmos identificar e separar suas diversas partes.

    1. Paulo estava seguro de que esse endurecimento do coração dos judeus não era nem total nem permanente. Era para servir a um propósito, e quando esse propósito fosse completo, então desapareceria.

    Operou-se só para abrir o caminho aos gentios e quando este estivesse aberto, seria superado.

    1. Paulo parte do paradoxo do lugar dos judeus no plano de Deus. Para possibilitar que os gentios entrassem, e para que pudesse cumprir o propósito universal do evangelho, os judeus tinham chegado a uma situação em que eram inimigos de Deus. A palavra que Paulo usa é echthroi. É uma palavra difícil de traduzir, e de dar-lhe um significado, porque tem um significado ativo e um passivo. Pode significar, hostil a, ou odiado por. Pode significar ódio ou é odiado. E pode ser muito bem que nesta passagem seja empregada em ambos os sentidos. Os judeus eram hostis a Deus, tinham rechaçado a oferta de Deus e, portanto estavam sob o descontentamento de Deus. Esta era a realidade presente com relação aos judeus.

    Mas havia outro fato. Nada podia alterar o fato de que eram o povo escolhido de Deus e de que tinham um lugar especial nos planos de Deus. Não importa o que tivessem feito, Deus não podia retratar-se de sua palavra e de suas promessas. A promessa de Deus tinha sido feita a seus pais. E essa promessa devia ser cumprida. Portanto, para Paulo era evidente, e cita Isaías 59:20-21 para provar que o rechaço de Deus pelos judeus não podia ser permanente. Para ele estava claro que, no final, eles também se chegariam. No momento, era pela desobediência deles que os gentios tinham recebido a oferta de Cristo e tinham obtido misericórdia; mas, finalmente, eles também obteriam a mesma misericórdia.

    1. Logo Paulo tem um estranho pensamento. Ele diz: “Deus encerrou a todos na desobediência, para usar com todos de misericórdia” (v. Rm 11:32, TB) O que não pode conceber é que uma pessoa, de qualquer nação, possa alcançar ou merecer sua própria salvação. Agora, se os judeus tivessem seguido um processo de completa obediência à vontade de Deus, poderiam muito bem alegar e pretender que tinham merecido e ganho a salvação de Deus e que a tinham alcançado como um direito e uma recompensa. De maneira que, o que Paulo está dizendo é que Deus fez incorrer os judeus em desobediência a fim de que quando sua salvação chegasse a eles, fosse sem possibilidade de engano um ato de misericórdia e não devido a seus méritos de maneira alguma. Todo o processo era concebido para mostrar que nem os judeus nem os gentios poderiam ser salvos mas sim pela misericórdia de Deus.

    Quando tudo está dito e feito, vemos algo tremendo neste argumento de Paulo. Em muitas formas pode parecer-nos estranho. Em muitos casos as "provas" que ele põe ao alcance da mão podem parecer inconvincentes. Em alguns momentos nossas mentes e corações podem até estremecer-se com repulsão perante algumas coisas que ele diz. Mas o argumento não deixa de ser pertinente, já que uma coisa que o escora tremendamente é uma filosofia da história. Para Paulo, Deus tinha o domínio. Não existia nada que se movesse em forma anárquica. Nem sequer os mais tremendos acontecimentos ou séries de acontecimentos estavam fora do alcance da vontade e do propósito de Deus. Os acontecimentos nunca se produzem por acaso. Os propósitos de Deus nunca podem ser frustrados.

    Conta-se de um menino que uma noite permaneceu parado em frente da janela, enquanto o vento rugia sobre a face da Terra, e quando o temporal alcançava uma aterradora e selvagem velocidade, disse: "Esta noite os ventos devem ter escapado de Deus." Para Paulo isso era precisamente o que nunca havia acontecido. Em sua opinião, homens e coisas, processos e nações, nunca tinham estado fora de controle. Tudo servia ao propósito de Deus. E a isto, Paulo deveria ter agregado outra tremenda convicção. Deveria ter insistido em que nisso e através disso, o propósito de Deus era um propósito de salvação e não de destruição. Muito bem pode ser que Paulo chegasse a dizer que o acerto das coisas que Deus fizesse, estava destinado a salvar os homens, até contra sua vontade. Em última análise, não é a fúria de Deus que persegue os homens, mas é o amor de Deus que os segue.

    Israel manteve uma longa batalha contra Deus. Ainda a está mantendo. Mas o persistente amor de Deus está atrás deles. De qualquer outra maneira que se possa interpretar Romanos 9;11, é, em última instância, a história da ainda incompleta perseguição do amor.

    O PRANTO DO CORAÇÃO QUE ADORA Romanos 11:33-36

    Paulo nunca escreveu uma passagem mais característica que esta. Aqui a teologia se torna poesia. Aqui a busca da mente se transforma em adoração do coração. No final, tudo ocorre misteriosamente e o homem não pode compreender, mas é um mistério em cujo coração se encontra o amor. Se podemos dizer que todas as coisas provêm de Deus, que todas as coisas têm seu ser em Deus e que todas as coisas terminam em Deus, que mais podemos dizer? Há um certo paradoxo na situação humana. Deus entregou ao homem uma mente, e é um dever do homem usar essa mente, para pensar até o limite do pensamento humano. Mas também é verdade que há certas circunstâncias nas quais a mente só pode alcançar um ponto, e, quando o faz, tudo o que subtração é aceitar e adorar.

    Paulo lutou com um problema desanimador, com todos os recursos que lhe proporciona sua mente privilegiada. Não diz que haja resolvido, como alguém poderia resolver categoricamente um problema geométrico; mas o que diz é que, fazendo todo o possível se contenta em deixar entregue ao amor e ao poder de Deus. Muitas vezes na vida só resta dizer: "Meditei, e não posso ver a razão e o caminho. Não posso captar sua intenção, mas creio em seu amor com todo meu coração. Seja feita sua vontade!"


    Dicionário

    Endurecimento

    endurecimento s. .M 1. Ato ou efeito de endurecer. 2. Dureza de coração. 3. Obstinação, teimosia.

    Entrado

    adjetivo Que entrou.
    Adiantado (em anos).
    Bem-visto, bem-aceito, bem acolhido.
    Um tanto embriagado.
    [Regionalismo: Sul] Diz-se do indivíduo confiado, que toma liberdade facilmente com outrem.
    Etimologia (origem da palavra entrado). Particípio de entrar.

    Gentios

    substantivo masculino plural Quem não é judeu nem professa o judaísmo.
    Religião Quem não professa o cristianismo, a religião cristã; pagão, idólatra.
    Pessoa incivilizada; selvagem: os gentios vivem isolados da sociedade.
    adjetivo Que não é cristão; próprio dos pagãos: rituais gentios.
    Que não é civilizado; selvagem: comportamentos gentios.
    Etimologia (origem da palavra gentios). Plural de gentio, do latim genitivu "nativo".

    Emprega-se esta palavra para significar aqueles povos que não eram da família hebraica (Lv 25:44 – 1 Cr 16.24, etc.). E usa-se o mesmo termo para descrever os incrédulos, como em Jr 10:25. Dum modo geral os gentios eram todos aqueles que não aceitavam que Deus se tivesse revelado aos judeus, permanecendo eles então na idolatria. Tinha sido divinamente anunciado que na descendência de Abraão seriam abençoadas todas as nações – que as gentes se uniriam ao Salvador, e ficariam sendo o povo de Deus (Gn 22:18 – 49.10 – Sl 2:8 – 72 – is 42:6 – 60). Quando veio Jesus Cristo, a sua resposta aos gregos implicava que grandes multidões de gentios haviam de entrar na igreja (Jo 12:20-24). Tanto na antiga, como na nova dispensação, não podia o povo de Deus aliar-se pelo casamento com os gentios. E nos seus primitivos tempos os judeus constituíam essencialmente uma nação separada das outras (Lv 20:23), e eram obrigados a conservar, para não se confundirem com os outros povos, o seu caráter moral, político e religioso, sob pena de duras sentenças (Lv 26:14-38 – Dt 28). Era mesmo proibido unirem-se pelo casamento com a parte remanescente das gentes conquistadas, e que tinham ficado na Palestina (Js 23:7), para que não fossem castigados como o tinham sido os seus antecessores (Lv 18:24-25). Um amonita ou moabita era excluído da congregação do Senhor, sendo essa medida tomada até à décima geração (Dt 23:3), embora um idumeu ou egípcio tenha sido admitido na terceira. A tendência que se notava nos israelitas para caírem na idolatria mostra a necessidade que havia da severidade empregada.

    Este conceito aparece freqüentemente na Bíblia. No AT, é muitas vezes traduzido como “gentio” e significa simplesmente “pagão”, “povo” ou “nação”. Também é a maneira de referir-se a todos os que não são israelitas e, assim, torna-se um termo que designa “os de fora”. No AT, as relações com os gentios às vezes eram hostis (de acordo com os residentes em Canaã: Ex 34:10-16; Js 4:24), ou amigáveis (como na história de Rute). Para Israel, era proibido qualquer envolvimento com a religião dos gentios e, quando isso ocorria, acarretava castigo e repreensão. Os profetas faziam paralelos com esse quadro. Às vezes, prediziam juízo severo sobre as nações, por causa da idolatria (Is 17:12-14; Is 34:1-14), enquanto anunciavam também a esperança de que um dia as nações participariam da adoração ao Senhor (Is 2:1-4). Até mesmo predisseram a futura honra da Galiléia dos gentios (Is 9:1), um texto que Mateus 4:15 cita com referência ao ministério de Jesus.

    No NT, o conceito também tem uma ampla utilização. Em muitos casos, o termo traduzido como “gentio” pode também ser compreendido como “nação”. Em geral, este vocábulo refere-se aos não israelitas, da mesma maneira que no A.T. Às vezes refere-se a uma região que não faz parte de Israel (Mt 4:15). Freqüentemente é usado como um termo de contraste étnico e cultural. Se os gentios fazem algo, é uma maneira de dizer que o mundo realiza aquilo também (Mt 5:47; Mt 6:7-32; Lc 12:30). Muitas vezes, quando este vocábulo é usado dessa maneira, é como exemplo negativo ou uma observação de que tal comportamento não é comum nem recomendável. O termo pode ter também a força de designar alguém que não faz parte da Igreja (Mt 18:17). Às vezes descreve os que ajudaram na execução de Jesus ou opuseram-se ao seu ministério (Mt 20:19; Lc 18:32; At 4:25-27). Às vezes também os gentios se uniram aos judeus em oposição à Igreja (At 14:5).

    Além disso, como um termo de contraste, é usado de maneira positiva, para mostrar a abrangência do Evangelho, que claramente inclui todas as nações (Mt 28:19; At 10:35-45). Paulo foi um apóstolo chamado especificamente para incluir os gentios em seu ministério (At 13:46-48; At 18:6; At 22:21; At 26:23; At 28:28; Rm 1:5-13; Rm 11:13; Gl 1:16-1Tm 2:7; Tm 4:17). Cristo, como o Messias, é chamado para governar as nações e ministrar a elas (Rm 15:11-12). Assim, os gentios têm acesso à presença de Jesus entre eles (Cl 1:27) e igualmente são herdeiros da provisão de Deus para a salvação (Ef 3:6). Assim, não são mais estrangeiros, mas iguais em Cristo (Ef 2:11-22). Como tais, os gentios ilustram a reconciliação que Jesus traz à criação. Dessa maneira, a promessa que o Senhor fez a Abraão, de que ele seria pai de muitas nações, é cumprida (Rm 4:18). Assim Deus é tanto o Senhor dos judeus como dos gentios (Rm 3:29). Na verdade, a inclusão dos povos torna-se o meio pelo qual Deus fará com que Israel fique com ciúmes e seja trazido de volta à bênção (Rm 11:11-32).

    Cornélio é uma figura que ilustra o relacionamento dos gentios com Deus (At 10:11). Esse centurião é apresentado como a pessoa escolhida para revelar a verdade de que o Senhor agora alcança pessoas de todas as nações e que as barreiras étnicas foram derrubadas, por meio de Jesus. Assim, a quebra dos obstáculos culturais é a ação à qual Lucas constantemente se refere em Atos, ou seja, a maneira como a Igreja trata da incorporação dos judeus e gentios na nova comunidade que Cristo tinha formado (At 15:7-12). Ao trazer a salvação aos gentios, Deus levou sua mensagem até os confins da Terra (At 13:47). D.B.


    [...] Gentios eram todos os que não professavam a fé dos judeus.
    Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 2

    Os gentios, de quem aqui se fala como tendo vindo para adorar o dia da festa, eram estrangeiros recém-convertidos ao Judaísmo. Chamavam-lhes gentios por serem ainda tidos como infiéis, idólatras. Mesmo passados séculos, os convertidos eram considerados abaixo dos legítimos filhos de Israel, que não percebiam haver mais mérito em fazer a escolha do bem, do que em adotá-lo inconscientemente.
    Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 4


    Gentios Termo com o qual os judeus se referiam aos “goyim”, isto é, aos não-judeus. Tanto o ministério de Jesus como a missão dos apóstolos excluíam, inicialmente, a pregação do Evangelho aos gentios (Mt 10:5-6). Mesmo assim, os evangelhos narram alguns casos em que Jesus atendeu às súplicas de gentios (Mt 8:28-34; 14,34-36; 15,21-28) e, em uma das ocasiões, proclamou publicamente que a fé de um gentio era superior à que encontrara em Israel (Mt 8:5-13).

    É inegável que Jesus — possivelmente por considerar-se o servo de YHVH — contemplou a entrada dos gentios no Reino (Mt 8:10-12). E, evidentemente, a Grande Missão é dirigida às pessoas de todas as nações (Mt 28:19-20; Mc 16:15-16).

    m. Gourgues, El Evangelio a los paganos, Estella 21992; J. Jeremias, La promesa de Jesús a los paganos, Madri 1974; C. Vidal Manzanares, El judeo-cristianismo...


    Haja

    substantivo deverbal Ação de haver, de existir, de possuir uma existência real ou abstrata: que haja esperança para vencermos os obstáculos da vida.
    Gramática Na acepção acima citada, o verbo haver é impessoal e não possui sujeito.
    Etimologia (origem da palavra haja). Forma regressiva de haver.

    Ignorar

    verbo transitivo direto Não saber; não ter conhecimento sobre; desconhecer: a ninguém é permitido ignorar a lei; ignorar avisos constantes.
    Não ouvir; não querer saber nem conhecer: ignorar avisos.
    Não conhecer por experiência nem pela prática: ignoro a vida religiosa.
    Não ter determinada qualidade; ser desprovido de: ignora a criatividade.
    Não possuir capacidade de: ignora outros idiomas.
    verbo pronominal Desconhecer-se a si próprio: ele se ignora em muitos âmbitos.
    Etimologia (origem da palavra ignorar). Do latim ignorare.

    Ignorar Não saber; não conhecer (Jr 5:15; Rm 1:13).

    Irmãos

    -

    Israel

    Israel Nome que Jacó recebeu após lutar com Deus — como hipóstase — em Jaboc (Gn 32:29). Derivado da raiz “sará” (lutar, governar), contém o significado de vitória e pode ser traduzido como “aquele que lutou com Deus” ou “o adversário de Deus”. Mais tarde o nome se estenderia aos descendentes de Jacó (Ex 1:9) e, com a divisão do povo de Israel após a morte de Salomão, passou a designar a monarquia do Reino do Norte, formada pela totalidade das tribos exceto a de Judá e Levi, e destruída pela Assíria em 721 a.C. A palavra designa também o território que Deus prometeu aos patriarcas e aos seus descendentes (Gn 13:14-17; 15,18; 17,18; 26,3-4; 28,13 35:12-48,3-4; 1Sm 13:19).

    Após a derrota de Bar Kojba em 135 d.C., os romanos passaram a chamar esse território de Palestina, com a intenção de ridicularizar os judeus, recordando-lhes os filisteus, desaparecidos há muito tempo. Pelos evangelhos, compreende-se que a Igreja, formada por judeus e gentios que creram em Jesus, é o Novo Israel.

    Y. Kaufmann, o. c.; m. Noth, Historia...; J. Bright, o. c.; S. Hermann, o. c.; f. f. Bruce, Israel y las naciones, Madri 1979; C. Vidal Manzanares, El judeo-cristianismo...


    Israel [O Que Luta com Deus] -

    1) Nome dado por Deus a Jacó (Gn 32:28)

    2) Nome do povo composto das 12 tribos descendentes de Jacó (Ex 3:16).

    3) Nome das dez tribos que compuseram o Reino do Norte, em contraposição ao Reino do Sul, chamado de Judá (1Rs 14:19);
    v. o mapa OS REINOS DE ISRAEL E DE JUDÁ).

    4) Designação de todo o povo de Deus, a Igreja (Gl 6:16).

    Nome dado a Jacó depois que “lutou com Deus” em Peniel (Gn 32:28-31). Veja Jacó.


    Luta com Deus. Foi este o novo nome dado a Jacó, quando ele pedia uma bênção depois de ter lutado com o Anjo do Senhor em Maanaim (Gn 32:28os 12:4). Depois é usado alternadamente com Jacó, embora menos freqüentemente. o nome era, primeiramente, empregado para designar a família deste patriarca, mas depois, libertando-se os hebreus da escravidão egípcia, aplicava-se de modo genérico ao povo das doze tribos (Êx 3:16). Mais tarde, porém, achamos a tribo de Judá excluída da nação de israel (1 Sm 11.8 – 1 Rs 12,16) a qual, desde que as tribos se revoltaram contra Roboão, se tornou o reino do Norte, constituindo o reino do Sul as tribos de Judá e Benjamim, com partes de Dã e Simeão. E isto foi assim até à volta do cativeiro. os que voltaram à sua pátria tomaram de novo o nome de israel, embora fosse um fato serem judeus a maior parte deles. Nos tempos do N.T. o povo de todas as tribos era geralmente conhecido pelo nome de judeus.

    substantivo masculino Designação do Estado de Israel, localizado no Oriente Médio, reconhecido oficialmente em 1948, sendo também conhecido como Estado Judeu e Democrático.
    Por Extensão Significado do nome em hebraico: "o homem que vê Deus".
    Etimologia (origem da palavra Israel). Do latim Isráél; do grego Israêl; pelo hebraico Yisraél.

    substantivo masculino Designação do Estado de Israel, localizado no Oriente Médio, reconhecido oficialmente em 1948, sendo também conhecido como Estado Judeu e Democrático.
    Por Extensão Significado do nome em hebraico: "o homem que vê Deus".
    Etimologia (origem da palavra Israel). Do latim Isráél; do grego Israêl; pelo hebraico Yisraél.

    Não

    advérbio Modo de negar; maneira de expressar uma negação ou recusa: -- Precisam de ajuda? -- Não.
    Expressão de oposição; contestação: -- Seus pais se divorciaram? -- Não, continuam casados.
    Gramática Numa interrogação, pode expressar certeza ou dúvida: -- você vai à festa, não?
    Gramática Inicia uma interrogação com a intenção de receber uma resposta positiva: Não deveria ter chegado antes?
    Gramática Usado repetidamente para enfatizar a negação: não quero não!
    substantivo masculino Ação de recusar, de não aceitar; negativa: conseguiu um não como conselho.
    Etimologia (origem da palavra não). Do latim non.

    advérbio Modo de negar; maneira de expressar uma negação ou recusa: -- Precisam de ajuda? -- Não.
    Expressão de oposição; contestação: -- Seus pais se divorciaram? -- Não, continuam casados.
    Gramática Numa interrogação, pode expressar certeza ou dúvida: -- você vai à festa, não?
    Gramática Inicia uma interrogação com a intenção de receber uma resposta positiva: Não deveria ter chegado antes?
    Gramática Usado repetidamente para enfatizar a negação: não quero não!
    substantivo masculino Ação de recusar, de não aceitar; negativa: conseguiu um não como conselho.
    Etimologia (origem da palavra não). Do latim non.

    Parte

    substantivo feminino Porção; qualquer parcela de um todo: parte poluída da floresta.
    Quinhão; porção atribuída a cada pessoa na divisão de algo: dividiu a herança em duas partes.
    Local; território não determinado: gosta de caminhar em toda parte.
    Lado; região ou área demarcada: a criminalidade está na parte afastada da cidade.
    Responsabilidade; tarefa a cumprir: a parte do chefe é pagar os salários.
    Cada um dos lados de um acordo ou litígio: não houve acordo entre as partes; as partes formaram uma empresa.
    Aviso; anúncio feito oral ou verbalmente: deram parte da sociedade aos familiares.
    Queixa; delação de um crime ou irregularidade: deram parte da empresa à polícia.
    [Música] Cada elemento que compõe a estrutura de uma composição: parte de uma melodia.
    Não confundir com: aparte.
    Etimologia (origem da palavra parte). Do latim pars.tis.

    Plenitude

    substantivo feminino Condição de pleno, daquilo que está completo, inteiro, sem espaço.
    Estado do que se apresenta total ou integralmente; completude.
    expressão Em plenitude. No grau máximo de: expressava sua fé em plenitude.
    Etimologia (origem da palavra plenitude). A palavra plenitude deriva do latim plenitudinis, inis, com o sentido de robustez, espessura, grossura.

    Qualidade ou estado de pleno.

    Plenitude
    1) Abundância (Sl 16:11, RA; Jo 1:16).


    2) Presença completa (Fp 1:23; 3.19).


    3) Estatura completa (Fp 4:13, RA).


    4) Do
    (s): tempo(s): o tempo certo para Deus agir, libertando as pessoas do peso da LEI 2, e da escravidão do pecado (Gl 4:4).


    Presumir

    verbo transitivo direto Julgar segundo certas probabilidades; considerar como provável; conjeturar: presumir um acontecimento.
    Supor por antecipação; implicar, pressupor: presumir uma gravidez.
    Ter suspeitas acerca de; suspeitar: presumir uma traição.
    Compor uma ideia sem fundamento; imaginar: presumir uma vitória.
    verbo transitivo indireto e pronominal Ter presunção; vangloriar-se: os que presumem de sábios.
    Etimologia (origem da palavra presumir). Do latim praesumere, "julgar por antecipação".

    Presumir
    1) Ter ARROGÂNCIA (Dt 18:20).


    2) Pensar; imaginar (Mt 6:7, RA).


    Quero

    1ª pess. sing. pres. ind. de querer

    que·rer |ê| |ê| -
    (latim quaero, -ere, procurar, buscar, perguntar, informar-se, procurar obter, pedir)
    verbo transitivo

    1. Ter a vontade ou a intenção de.

    2. Anuir ao desejo de outrem.

    3. Ordenar, exigir.

    4. Procurar.

    5. Poder (falando de coisas).

    6. Requerer, ter necessidade de.

    7. Fazer o possível para, dar motivos para.

    8. Permitir, tolerar (principalmente quando acompanhado de negação).

    9. Admitir, supor.

    verbo intransitivo

    10. Exprimir terminantemente a vontade.

    11. Amar, estimar.

    verbo pronominal

    12. Desejar estar, desejar ver-se.

    13. Amar-se.

    nome masculino

    14. Desejo, vontade.


    queira Deus!
    Designativa de ameaça ou intimação para que alguém não pratique qualquer acto.

    Expressão que traduz um desejo, uma ansiedade, uma súplica.

    querer bem
    Amar.

    querer mal
    Odiar.

    queira
    Usa-se, seguido de verbo no infinitivo, em fórmulas de cortesia; faça o favor de (ex.: queira dizer ao que vem).

    sem querer
    Não de propósito.


    Ver também dúvida linguística: regência dos verbos gostar e querer.

    Segredo

    Segredo
    1) O que não é para ser contado (4:12).


    2) O que é conhecido apenas de poucas pessoas (11:6).


    3) O que está escondido no íntimo de alguém (Sl 44:21; Rm 2:16).


    4) MISTÉRIO 1, (Am 3:7).


    Veio

    substantivo masculino Ducto, canal, fresta ou ramificação das mais variadas cores, formas ou tamanhos que são encontradas em pedras, madeiras ou em mármore.
    Por Extensão Sinal que se assemelha a uma estria, riscas irregulares; estria.
    Corrente de água que provém de rios; riacho.
    Mineralogia Camada que pode ser explorada; filão: veio de ouro.
    Figurado O que pode ser utilizado como fundamento para; o ponto central de; essência: o veio de uma teoria.
    Canal natural de água que se localiza abaixo da terra.
    Peça que move uma roda, eixo de ativação manual; manivela.
    Etimologia (origem da palavra veio). Veia + o.

    Veio
    1) Parte da mina onde se encontra o mineral; filão (28:1, RC).


    2) Riacho (28:11, RA).


    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    Romanos 11: 25 - Texto em Grego - (BGB) - Bíblia Grega Bereana

    Porque não desejo vós desconhecerdes, ó irmãos, este mistério ① (a fim de que não sejais sábios junto às vossas próprias presunções ③): que o endurecimento ② em parte tem vindo sobre Israel, (mas somente) até a plenitude dos gentios entrar.
    Romanos 11: 25 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    57 d.C.
    G1063
    gár
    γάρ
    primícias da figueira, figo temporão
    (as the earliest)
    Substantivo
    G1096
    gínomai
    γίνομαι
    o quarto dos profetas maiores, tomado como refém na primeira deportação para a
    (Belteshazzar)
    Substantivo
    G1438
    heautoû
    ἑαυτοῦ
    cortar, talhar, picar, derrubar, separar, cortar em dois, raspar
    (cut down)
    Verbo
    G1484
    éthnos
    ἔθνος
    multidão (seja de homens ou de animais) associados ou vivendo em conjunto
    (Gentiles)
    Substantivo - neutro genitivo plural
    G1510
    eimí
    εἰμί
    ser
    (being)
    Verbo - Presente do indicativo Ativo - Masculino no Singular nominativo
    G1525
    eisérchomai
    εἰσέρχομαι
    veio
    (came)
    Verbo - Aoristo (pretérito não qualificado de um verbo sem referência à duração ou conclusão da ação) indicativo ativo - 3ª pessoa do singular
    G1722
    en
    ἐν
    ouro
    (gold)
    Substantivo
    G2309
    thélō
    θέλω
    querer, ter em mente, pretender
    (willing)
    Verbo - Presente do indicativo Ativo - Masculino no Singular nominativo
    G2443
    hína
    ἵνα
    para que
    (that)
    Conjunção
    G2474
    Israḗl
    Ἰσραήλ
    nome dado ao patriarca Jacó (e mantido por ele em adição ao seu nome anterior)
    (Israel)
    Substantivo - acusativo masculino singular
    G3313
    méros
    μέρος
    brilhar, resplandecer, fazer brilhar, enviar raios de luz
    (he shined forth)
    Verbo
    G3361
    mḗ
    μή
    não
    (not)
    Advérbio
    G3466
    mystḗrion
    μυστήριον
    algo escondido, secreto, mistério
    (mysteries)
    Substantivo - neutro acusativo plural
    G3588
    ho
    para que
    (that)
    Conjunção
    G3739
    hós
    ὅς
    que
    (which)
    Pronome pessoal / relativo - neutro neutro no Singular
    G3754
    hóti
    ὅτι
    para que
    (that)
    Conjunção
    G3756
    ou
    οὐ
    o 4o. filho de Rúben e progenitor dos carmitas
    (and Carmi)
    Substantivo
    G3778
    hoûtos
    οὗτος
    um território na baixa Mesopotâmia fazendo fronteira com o Golfo Pérsico n pr m
    (of the Chaldeans)
    Substantivo
    G4138
    plḗrōma
    πλήρωμα
    parentesco, nascimento, filho, parentes
    (of his birth)
    Substantivo
    G4457
    pṓrōsis
    πώρωσις
    espevitadeira, tenaz
    (and the tongs)
    Substantivo
    G4771
    σύ
    de você
    (of you)
    Pronome pessoal / possessivo - 2ª pessoa genitiva singular
    G50
    agnoéō
    ἀγνοέω
    ser ignorante, não conhecer
    (they understood not)
    Verbo - Indicativo Imperfeito Ativo - 3ª pessoa do plural
    G5429
    phrónimos
    φρόνιμος
    uma medida de farinha ou cereal
    (measures)
    Substantivo
    G575
    apó
    ἀπό
    onde?, para onde? (referindo-se a lugar)
    (and where)
    Advérbio
    G80
    adelphós
    ἀδελφός
    O Nifal é o “passivo” do Qal - ver 8851
    (small dust)
    Substantivo
    G891
    áchri
    ἄχρι
    até
    (until)
    Preposição


    γάρ


    (G1063)
    gár (gar)

    1063 γαρ gar

    partícula primária; conj

    1. porque, pois, visto que, então

    γίνομαι


    (G1096)
    gínomai (ghin'-om-ahee)

    1096 γινομαι ginomai

    prolongação e forma da voz média de um verbo primário TDNT - 1:681,117; v

    1. tornar-se, i.e. vir à existência, começar a ser, receber a vida
    2. tornar-se, i.e. acontecer
      1. de eventos
    3. erguer-se, aparecer na história, aparecer no cenário
      1. de homens que se apresentam em público
    4. ser feito, ocorrer
      1. de milagres, acontecer, realizar-se
    5. tornar-se, ser feito

    ἑαυτοῦ


    (G1438)
    heautoû (heh-ow-too')

    1438 εαυτου heautou

    (incluindo todos os outros casos)

    de um pronome reflexivo que caiu em desuso e o caso genitivo (caso dativo ou acusativo) de 846; pron

    1. ele mesmo, ela mesma, a si mesmo, eles ou elas mesmos, a si próprios

    ἔθνος


    (G1484)
    éthnos (eth'-nos)

    1484 εθνος ethnos

    provavelmente de 1486; TDNT - 2:364,201; n n

    1. multidão (seja de homens ou de animais) associados ou vivendo em conjunto
      1. companhia, tropa, multidão
    2. multidão de indivíduos da mesma natureza ou gênero
      1. a família humana
    3. tribo, nação, grupo de pessoas
    4. no AT, nações estrangeiras que não adoravam o Deus verdadeiro, pagãos, gentis
    5. Paulo usa o termo para cristãos gentis

    Sinônimos ver verbete 5927


    εἰμί


    (G1510)
    eimí (i-mee')

    1510 ειμι eimi

    primeira pessoa do singular do presente indicativo; uma forma prolongada de um verbo primário e defectivo; TDNT - 2:398,206; v

    1. ser, exitir, acontecer, estar presente

    εἰσέρχομαι


    (G1525)
    eisérchomai (ice-er'-khom-ahee)

    1525 εισερχομαι eiserchomai

    de 1519 e 2064; TDNT - 2:676,257; v

    1. ir para fora ou vir para dentro: entrar
      1. de homens ou animais, quando se dirigem para uma casa ou uma cidade
      2. de Satanás tomando posse do corpo de uma pessoa
      3. de coisas: como comida, que entra na boca de quem come
    2. metáf.
      1. de ingresso em alguma condição, estado das coisas, sociedade, emprego
        1. aparecer, vir à existência, começar a ser
        2. de homens, vir perante o público
        3. vir à vida
      2. de pensamentos que vêm a mente

    ἐν


    (G1722)
    en (en)

    1722 εν en

    preposição primária denotando posição (fixa) (de lugar, tempo ou estado), e (por implicação) instrumentalidade (mediana ou construtivamente), i.e. uma relação do descanso (intermédia entre 1519 e 1537); TDNT - 2:537,233; prep

    1. em, por, com etc.

    θέλω


    (G2309)
    thélō (thel'-o)

    2309 θελω thelo ou εθελω ethelo

    em tempos certos θελεω theleo thel-eh’-o e εθελεω etheleo eth-el-eh’-o que são normalmente absoletos aparentemente reforçada pela forma alternativa de 138; TDNT - 3:44,318; v

    1. querer, ter em mente, pretender
      1. estar resolvido ou determinado, propor-se
      2. desejar, ter vontade de
      3. gostar
        1. gostar de fazer algo, gostar muito de fazer
      4. ter prazer em, ter satisfação

    Sinônimos ver verbete 5915


    ἵνα


    (G2443)
    hína (hin'-ah)

    2443 ινα hina

    provavelmente do mesmo que a primeira parte de 1438 (pela idéia demonstrativa, cf 3588); TDNT - 3:323,366; conj

    1. que, a fim de que, para que

    Ἰσραήλ


    (G2474)
    Israḗl (is-rah-ale')

    2474 Ισραηλ Israel

    de origem hebraica 3478 ישראל; TDNT - 3:356,372; adj

    Israel = “ele será um príncipe de Deus”

    nome dado ao patriarca Jacó (e mantido por ele em adição ao seu nome anterior)

    família ou descendentes de israel, a nação de Israel

    cristãos, o Israel de Deus (Gl 6:16), pois nem todos aqueles que são descendentes de sangue de Israel são verdadeiros israelitas, i.e., aqueles a quem Deus declara ser israelitas e escolhidos para salvação


    μέρος


    (G3313)
    méros (mer'-os)

    3313 μερος meros

    de um absoleto, mas uma forma mais primária de meiromai (obter uma seção ou divisão); TDNT - 4:594,585; n n

    1. parte
      1. parte devida ou designada a alguém
      2. sorte, destino
    2. uma das partes constituintes de um todo
      1. em parte, até certo grau, em certa medida, até certo ponto, com respeito a uma parte, severamente, individualmente
      2. algum particular, com referência a isto, a este respeito

    μή


    (G3361)
    mḗ (may)

    3361 μη me

    partícula de negação qualificada (enquanto que 3756 expressa um negação absoluta); partícula

    1. não, que... (não)

    μυστήριον


    (G3466)
    mystḗrion (moos-tay'-ree-on)

    3466 μυστηριον musterion

    de um derivado de muo (fechar a boca); TDNT - 4:802,615; n n

    1. algo escondido, secreto, mistério
      1. geralmente mistérios, segredos religiosos, confiado somente ao instruído e não a meros mortais
      2. algo escondido ou secreto, não óbvio ao entendimento
      3. propósito ou conselho oculto
        1. vontade secreta
          1. dos homens
          2. de Deus: os conselhos secretos com os quais Deus lida com os justos, ocultos aos descrentes e perversos, mas manifestos aos crentes
    2. nos escritos rabínicos, denota o sentido oculto ou místico
      1. de um dito do AT
      2. de uma imagem ou forma vista numa visão
      3. de um sonho


    (G3588)
    ho (ho)

    3588 ο ho

    que inclue o feminino η he, e o neutro το to

    em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo

    1. este, aquela, estes, etc.

      Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.


    ὅς


    (G3739)
    hós (hos)

    3739 ος hos incluindo feminino η he, e neutro ο ho

    provavelmente, palavra primária (ou talvez uma forma do artigo 3588); pron

    1. quem, que, o qual

    ὅτι


    (G3754)
    hóti (hot'-ee)

    3754 οτι hoti

    neutro de 3748 como conjunção; demonst. aquele (algumas vezes redundante); conj

    1. que, porque, desde que

    οὐ


    (G3756)
    ou (oo)

    3756 ου ou também (diante de vogal) ουκ ouk e (diante de uma aspirada) ουχ ouch

    palavra primária, negativo absoluto [cf 3361] advérbio; partícula

    1. não; se usa em perguntas diretas que esperam uma resposta afirmativa

    οὗτος


    (G3778)
    hoûtos (hoo'-tos)

    3778 ουτος houtos incluindo masculino plural nominativo ουτοι houtoi , feminino singular nominativo αυτη haute e feminino plural nominativo αυται hautai

    do artigo 3588 e 846; pron

    1. este, estes, etc.

    πλήρωμα


    (G4138)
    plḗrōma (play'-ro-mah)

    4138 πληρωμα pleroma

    de 4137; TDNT - 6:298,867; n n

    1. aquilo que é (tem sido) preenchido
      1. um navio, na medida em que está cheio (i.e. tripulado) com marinheiros, remadores, e soldados
      2. no NT, o corpo dos crentes, que está cheio da presença, poder, ação, riquezas de Deus e de Cristo
    2. aquilo que enche ou com o qual algo é preenchido
      1. aquelas coisas com as quais um navio está cheio, bens e mercadorias, marinheiros, remadores, soldados
      2. consumação ou plenitude do tempo

        plenitude, abundância

        cumprimento, realização


    πώρωσις


    (G4457)
    pṓrōsis (po'-ro-sis)

    4457 πωρωσις porosis

    de 4456; TDNT - 5:1025,816; n f

    1. o que se cobre com um calo
    2. bloqueio na capacidade de discernimento mental, percepção obstruída
    3. de um estado de mente insensível
      1. de obstinação, obduração

    σύ


    (G4771)
    (soo)

    4771 συ su

    pronome pessoal da segunda pessoa do singular; pron

    1. tu

    ἀγνοέω


    (G50)
    agnoéō (ag-no-eh'-o)

    50 αγνοεω agnoeo

    de 1 (como partícula negativa) e 3539; TDNT 1:115,18; v

    1. ser ignorante, não conhecer
    2. não entender, desconhecer
    3. errar ou pecar por ignorância, estar errado.

    φρόνιμος


    (G5429)
    phrónimos (fron'-ee-mos)

    5429 φρονιμος phronimos

    de 5424; TDNT - 9:220,1277; adj

    inteligente, sábio

    prudente, i.e., atento aos próprios interesses

    Sinônimos ver verbete 5872


    ἀπό


    (G575)
    apó (apo')

    575 απο apo apo’

    partícula primária; preposição

    1. de separação
      1. de separação local, depois de verbos de movimento de um lugar i.e. de partir, de fugir
      2. de separação de uma parte do todo
        1. quando de um todo alguma parte é tomada
      3. de qualquer tipo de separação de uma coisa de outra pelo qual a união ou comunhão dos dois é destruída
      4. de um estado de separação. Distância
        1. física, de distância de lugar
        2. tempo, de distância de tempo
    2. de origem
      1. do lugar de onde algo está, vem, acontece, é tomado
      2. de origem de uma causa

    ἀδελφός


    (G80)
    adelphós (ad-el-fos')

    80 αδελφος adelphos

    de 1 (como uma partícula conectiva) e delphus (o ventre);

    TDNT 1:144,22; n m

    1. um irmão, quer nascido dos mesmos pais ou apenas do mesmo pai ou da mesma mãe
    2. tendo o mesmo antepassado nacional, pertencendo ao mesmo povo ou compatriota
    3. qualquer companheiro ou homem
    4. um fiel companheiro, unido ao outro pelo vínculo da afeição
    5. um associado no emprego ou escritório
    6. irmãos em Cristo
      1. seus irmãos pelo sangue
      2. todos os homens
      3. apóstolos
      4. Cristãos, como aqueles que são elevados para o mesmo lugar celestial

    ἄχρι


    (G891)
    áchri (akh'-ree)

    891 αχρι achri αχρις achris

    semelhante a 206 (pela idéia de término, ponto final); prep/conj

    1. até, até que, etc.