Enciclopédia de Hebreus 1:4-4

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

hb 1: 4

Versão Versículo
ARA tendo-se tornado tão superior aos anjos quanto herdou mais excelente nome do que eles.
ARC Feito tanto mais excelente do que os anjos, quanto herdou mais excelente nome do que eles.
TB feito tanto mais excelente que os anjos quanto tem herdado nome mais excelente que eles.
BGB τοσούτῳ κρείττων γενόμενος τῶν ἀγγέλων ὅσῳ διαφορώτερον παρ’ αὐτοὺς κεκληρονόμηκεν ὄνομα.
BKJ tendo sido feito tanto melhor do que os anjos, assim obteve por herança um nome mais excelente do que eles.
LTT Tanto mais excelente havendo Ele (o Filho) sido feito ① do que os anjos, quanto mais excelente nome do que eles tem Ele herdado.
BJ2 tão superior aos anjos quanto o nome que herdou excede o deles.
VULG tanto melior angelis effectus, quanto differentius præ illis nomen hæreditavit.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Hebreus 1:4

Salmos 2:7 Recitarei o decreto: O Senhor me disse: Tu és meu Filho; eu hoje te gerei.
Efésios 1:21 acima de todo principado, e poder, e potestade, e domínio, e de todo nome que se nomeia, não só neste século, mas também no vindouro.
Filipenses 2:9 Pelo que também Deus o exaltou soberanamente e lhe deu um nome que é sobre todo o nome,
Colossenses 1:18 E ele é a cabeça do corpo da igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência,
Colossenses 2:10 E estais perfeitos nele, que é a cabeça de todo principado e potestade;
II Tessalonicenses 1:7 e a vós, que sois atribulados, descanso conosco, quando se manifestar o Senhor Jesus desde o céu, com os anjos do seu poder,
Hebreus 1:9 Amaste a justiça e aborreceste a iniquidade; por isso, Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de alegria, mais do que a teus companheiros.
Hebreus 2:9 vemos, porém, coroado de glória e de honra aquele Jesus que fora feito um pouco menor do que os anjos, por causa da paixão da morte, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todos.
I Pedro 3:22 o qual está à destra de Deus, tendo subido ao céu, havendo-se-lhe sujeitado os anjos, e as autoridades, e as potências.
Apocalipse 5:11 E olhei e ouvi a voz de muitos anjos ao redor do trono, e dos animais, e dos anciãos; e era o número deles milhões de milhões e milhares de milhares,

Notas de rodapé da LTT

As notas de rodapé presentes na Bíblia versão LTT, Bíblia Literal do Texto Tradicional, são explicações adicionais fornecidas pelos tradutores para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas são baseadas em referências bíblicas, históricas e linguísticas, bem como em outros estudos teológicos e literários, a fim de fornecer um contexto mais preciso e uma interpretação mais fiel ao texto original. As notas de rodapé são uma ferramenta útil para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira compreender melhor o significado e a mensagem das Escrituras Sagradas.
 ①

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita


Saulo Cesar Ribeiro da Silva

hb 1:4
Evangelho por Emmanuel, O – Comentários às Cartas de Paulo

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 0
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel
Saulo Cesar Ribeiro da Silva

Ao chegarmos ao sexto volume da coleção O Evangelho por Emmanuel, é preciso reconhecer que grandes e pequenas contribuições se somaram neste que é o resultado de muitas mãos e corações. Por isso, queremos deixar grafados aqui nossos agradecimentos.

Em primeiro lugar, queremos registrar nossa gratidão à Federação Espírita Brasileira, particularmente à diretoria da instituição, pelo apoio e incentivo com que nos acolheram; às pessoas responsáveis pela biblioteca e arquivos, que literalmente abriram todas as portas para que tivéssemos acesso aos originais de livros, revistas e materiais de pesquisa, e à equipe de editoração pelo carinho, zelo e competência demonstrados durante o projeto.

Aos nossos companheiros e companheiras da Federação Espírita do Distrito Federal, que nos ofereceram o ambiente propício ao desenvolvimento do estudo e reflexão sobre o Novo Testamento à luz da Doutrina Espírita. Muito do que consta nas introduções aos livros e identificação dos comentários tiveram origem nas reuniões de estudo ali realizadas.

Aos nossos familiares, que souberam compreender-nos as ausências constantes, em especial ao João Vitor e à Ana Clara, que por mais de uma vez tiveram que acompanhar intermináveis reuniões de pesquisa, compilação e conferência de textos. Muito do nosso esforço teve origem no desejo sincero de que os ensinos aqui compilados representem uma oportunidade para que nos mantenhamos cada vez mais unidos em torno do Evangelho.

A Francisco Cândido Xavier, pela vida de abnegação e doação que serviu de estrada luminosa através da qual foram vertidas do alto milhares de páginas de esclarecimento e conforto que permanecerão como luzes eternas a apontar-nos o caminho da redenção.

A Emmanuel, cujas palavras e ensinos representam o contributo de uma alma profundamente comprometida com a essência do Evangelho.

A Jesus que, na qualidade de Mestre e Irmão Maior, soube ajustar-se a nós, trazendo-nos o Seu sublime exemplo de vida e fazendo reverberar em nosso íntimo a sinfonia imortal do amor. Que a semente plantada por esse excelso Semeador cresça e se converta na árvore frondosa da fraternidade, sob cujos galhos possa toda a humanidade se reunir um dia.

A Deus, inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas e Pai misericordioso e bom de todos nós.




Referências em Outras Obras


CARLOS TORRES PASTORINO

hb 1:4
Sabedoria do Evangelho - Volume 4

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 13
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 16:24-28


24. Jesus disse então o seus discípulos: "Se alguém quer vir após mim, neguese a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.


25. Porque aquele que quiser preservar sua alma. a perderá; e quem perder sua alma por minha causa, a achará.


26. Pois que aproveitará ao homem se ganhar o mundo inteiro e perder sua alma? Ou que dará o homem em troca de sua alma?


27. Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai, com seus mensageiros, e então retribuirá a cada um segundo seu comportamento.


28. Em verdade vos digo, que alguns dos aqui presentes absolutamente experimentarão a morte até que o Filho do Homem venha em seu reino. MC 8:34-38 e MC 9:1


34. E chamando a si a multidão, junto com seus discípulos disse-lhes: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.


35. Porque quem quiser preservar sua alma, a perderá; e quem perder sua alma por amor de mim e da Boa-Nova, a preservará.


36. Pois que adianta a um homem ganhar o mundo inteiro e perder sua alma?


37. E que daria um homem em troca de sua alma?


38. Porque se alguém nesta geração adúltera e errada se envergonhar de mim e de minhas doutrinas, também dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na glória de seu Pai com seus santos mensageiros". 9:1 E disse-lhes: "Em verdade em verdade vos digo que há alguns dos aqui presentes, os quais absolutamente experimentarão a morte, até que vejam o reino de Deus já chegado em força".


LC 9:23-27


23. Dizia, então, a todos: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia sua cruz e siga-me.


24. Pois quem quiser preservar sua alma, a perderá; mas quem perder sua alma por amor de mim, esse a preservará.


25. De fato, que aproveita a um homem se ganhar o mundo inteiro, mas arruinar-se ou causar dano a si mesmo?


26. Porque aquele que se envergonhar de mim e de minhas doutrinas, dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na sua glória, na do Pai e na dos santos mensageiros.


27. Mas eu vos digo verdadeiramente, há alguns dos aqui presentes que não experimentarão a morte até que tenham visto o reino de Deus.


Depois do episódio narrado no último capítulo, novamente Jesus apresenta uma lição teórica, embora bem mais curta que as do Evangelho de João.


Segundo Mateus, a conversa foi mantida com Seus discípulos. Marcos, entretanto, revela que Jesu "chamou a multidão" para ouvi-la, como que salientando que a aula era "para todos"; palavras, aliás, textuais em Lucas.


Achava-se a comitiva no território não-israelita ("pagão") de Cesareia de Filipe, e certamente os moradores locais haviam observado aqueles homens e mulheres que perambulavam em grupo homogêneo.


Natural que ficassem curiosos, a "espiar" por perto. A esses, Jesus convida que se aproximem para ouvir os ensinamentos e as exigências impostas a todos os que ambicionavam o DISCIPULATO, o grau mais elevado dos três citados pelo Mestre: justos (bons), profetas (médiuns) e discípulos (ver vol. 3).


As exigências são apenas três, bem distintas entre si, e citadas em sequência gradativa da menor à maior. Observamos que nenhuma delas se prende a saber, nem a dizer, nem a crer, nem a fazer, mas todas se baseiam em SER. O que vale é a evolução interna, sem necessidade de exteriorizações, nem de confissões, nem de ritos.


No entanto, é bem frisada a vontade livre: "se alguém quiser"; ninguém é obrigado; a espontaneidade deve ser absoluta, sem qualquer coação física nem moral. Analisemos.


Vimos, no episódio anterior, o Mestre ordenar a Pedro que "se colocasse atrás Dele". Agora esclarece: " se alguém QUER ser SEU discípulo, siga atrás Dele". E se tem vontade firme e inabalável, se o QUER, realize estas três condições:

1. ª - negue-se a si mesmo (Lc. arnésasthô; Mat. e Mr. aparnésasthô eautón).


2. ª - tome (carregue) sua cruz (Lc. "cada dia": arátô tòn stáurou autoú kath"hêméran);

3. ª - e siga-me (akoloutheítô moi).


Se excetuarmos a negação de si mesmo, já ouvíramos essas palavras em MT 10:38 (vol. 3).


O verbo "negar-se" ou "renunciar-se" (aparnéomai) é empregado por Isaías (Isaías 31:7) para descrever o gesto dos israelitas infiéis que, esclarecidos pela derrota dos assírios, rejeitaram ou negaram ou renunciaram a seus ídolos. E essa é a atitude pedida pelo Mestre aos que QUEREM ser Seus discípulos: rejeitar o ídolo de carne que é o próprio corpo físico, com sua sequela de sensações, emoções e intelectualismo, o que tudo constitui a personagem transitória a pervagar alguns segundos na crosta do planeta.


Quanto ao "carregar a própria cruz", já vimos (vol. 3), o que significava. E os habitantes da Palestina deviam estar habituados a assistir à cena degradante que se vinha repetindo desde o domínio romano, com muita frequência. Para só nos reportarmos a Flávio Josefo, ele cita-nos quatro casos em que as crucificações foram em massa: Varus que fez crucificar 2. 000 judeus, por ocasião da morte, em 4 A. C., de Herodes o Grande (Ant. Jud. 17. 10-4-10); Quadratus, que mandou crucificar todos os judeus que se haviam rebelado (48-52 A. D.) e que tinham sido aprisionados por Cumarus (Bell. Jud. 2. 12. 6); em 66 A. D. até personagens ilustres foram crucificadas por Gessius Florus (Bell. Jud. 2. 14. 9); e Tito que, no assédio de Jerusalém, fez crucificar todos os prisioneiros, tantos que não havia mais nem madeira para as cruzes, nem lugar para plantá-las (Bell. Jud. 5. 11. 1). Por aí se calcula quantos milhares de crucificações foram feitas antes; e o espetáculo do condenado que carregava às costas o instrumento do próprio suplício era corriqueiro. Não se tratava, portanto, de uma comparação vazia de sentido, embora constituindo uma metáfora. E que o era, Lucas encarrega-se de esclarecê-lo, ao acrescentar "carregue cada dia a própria cruz". Vemos a exigência da estrada de sacrifícios heroicamente suportados na luta do dia a dia, contra os próprios pendores ruins e vícios.


A terceira condição, "segui-Lo", revela-nos a chave final ao discipulato de tal Mestre, que não alicia discípulos prometendo-lhes facilidades nem privilégios: ao contrário. Não basta estudar-Lhe a doutrina, aprofundar-Lhe a teologia, decorar-Lhe as palavras, pregar-Lhe os ensinamentos: é mister SEGUILO, acompanhando-O passo a passo, colocando os pés nas pegadas sangrentas que o Rabi foi deixando ao caminhar pelas ásperas veredas de Sua peregrinação terrena. Ele é nosso exemplo e também nosso modelo vivo, para ser seguido até o topo do calvário.


Aqui chegamos a compreender a significação plena da frase dirigida a Pedro: "ainda és meu adversário (porque caminhas na direção oposta a mim, e tentas impedir-me a senda dolorosa e sacrificial): vai para trás de mim e segue-me; se queres ser meu discípulo, terás que renunciar a ti mesmo (não mais pensando nas coisas humanas); que carregar também tua cruz sem que me percas de vista na dura, laboriosa e dorida ascensão ao Reino". Mas isto, "se o QUERES" ... Valerá a pena trilhar esse áspero caminho cheio de pedras e espinheiros?


O versículo seguinte (repetição, com pequena variante de MT 10:39; cfr. vol. 3) responde a essa pergunta.


As palavras dessa lição são praticamente idênticas nos três sinópticos, demonstrando a impress ão que devem ter causado nos discípulos.


Sim, porque quem quiser preservar sua alma (hós eán thélei tên psychên autòn sõsai) a perderá (apolêsei autên). Ainda aqui encontramos o verbo sôzô, cuja tradução "salvar" (veja vol. 3) dá margem a tanta ambiguidade atualmente. Neste passo, a palavra portuguesa "preservar" (conservar, resguardar) corresponde melhor ao sentido do contexto. O verbo apolesô "perder", só poderia ser dado também com a sinonímia de "arruinar" ou "degradar" (no sentido etimológico de "diminuir o grau").


E o inverso é salientado: "mas quem a perder "hós d"án apolésêi tên psychên autoú), por minha causa (héneken emoú) - e Marcos acrescenta "e da Boa Nova" (kaì toú euaggelíou) - esse a preservará (sósei autén, em Marcos e Lucas) ou a achará (heurêsei autén, em Mateus).


A seguir pergunta, como que explicando a antinomia verbal anterior: "que utilidade terá o homem se lucrar todo o mundo físico (kósmos), mas perder - isto é, não evoluir - sua alma? E qual o tesouro da Terra que poderia ser oferecido em troca (antállagma) da evolução espiritual da criatura? Não há dinheiro nem ouro que consiga fazer um mestre, riem que possa dar-se em troca de uma iniciação real.


Bens espirituais não podem ser comprados nem "trocados" por quantias materiais. A matemática possui o axioma válido também aqui: quantidades heterogêneas não podem somar-se.


O versículo seguinte apresenta variantes.


MATEUS traz a afirmação de que o Filho do Homem virá com a glória de seu Pai, em companhia de Seus Mensageiros (anjos), para retribuir a cada um segundo seus atos. Traduzimos aqui dóxa por "glória" (veja vol. 1 e vol. 3), porque é o melhor sentido dentro do contexto. E entendemos essa glória como sinônimo perfeito da "sintonia vibratória" ou a frequência da tônica do Pai (Verbo, Som). A atribui ção a cada um segundo "seus atos" (tên práxin autoú) ou talvez, bem melhor, de acordo com seu comportamento, com a "prática" da vida diária. Não são realmente os atos, sobretudo isolados (mesmo os heroicos) que atestarão a Evolução de uma criatura, mas seu comportamento constante e diuturno.


MARCOS diz que se alguém, desta geração "adúltera", isto é, que se tornou "infiel" a Deus, traindo-O por amar mais a matéria que o espírito, e "errada" na compreensão das grandes verdades, "se envergonhar" (ou seja "desafinar", não-sintonizar), também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier com a glória do Pai, em companhia de Seus mensageiros (anjos).


LUCAS repete as palavras de Marcos (menos a referência à Boa Nova), salientando, porém, que o Filho do Homem virá com Sua própria glória, com a glória do Pai, e com a glória dos santos mensageiros (anjos).


E finalmente o último versículo, em que só Mateus difere dos outros dois, os quais, no entanto, nos parecem mais conformes às palavras originais.


Afirma o Mestre "alguns dos aqui presentes" (eisin tines tõn hõde hestótõn), os quais não experimentar ão (literalmente: "não saborearão, ou mê geúsôntai) a morte, até que vejam o reino de Deus chegar com poder. Mateus em vez de "o reino de Deus", diz "o Filho do Homem", o que deu margem à expectativa da parusia (ver vol. 3), ainda para os indivíduos daquela geração.


Entretanto, não se trata aqui, de modo algum, de uma parusia escatológica (Paulo avisa aos tessalonicenses que não o aguardem "como se já estivesse perto"; cfr. 1. ª Tess. 2: lss), mas da descoberta e conquista do "reino de Deus DENTRO de cada um" (cfr. LC 17:21), prometido para alguns "dos ali presentes" para essa mesma encarnação.


A má interpretação provocou confusões. Os gnósticos (como Teodósio), João Crisóstomo, Teofilacto e outros - e modernamente o cardeal Billot, S. J. (cfr. "La Parousie", pág. 187), interpretam a "vinda na glória do Filho do Homem" como um prenúncio da Transfiguração; Cajetan diz ser a Ressurreição;


Godet acha que foi Pentecostes; todavia, os próprios discípulos de Jesus, contemporâneos dos fatos, não interpretaram assim, já que após a tudo terem assistido, inclusive ao Pentecostes, continuaram esperando, para aqueles próximos anos, essa vinda espetacular. Outros recuaram mais um pouco no tempo, e viram essa "vinda gloriosa" na destruição de Jerusalém, como "vingança" do Filho do Homem; isso, porém, desdiz o perdão que Ele mesmo pedira ao Pai pela ignorância de Seus algozes (D. Calmet, Knabenbauer, Schanz, Fillion, Prat, Huby, Lagrange); e outros a interpretaram como sendo a difusão do cristianismo entre os pagãos (Gregório Magno, Beda, Jansênio, Lamy).


Penetremos mais a fundo o sentido.


Na vida literária e artística, em geral, distinguimos nitidamente o "aluno" do "discípulo". Aluno é quem aprende com um professor; discípulo é quem segue a trilha antes perlustrada por um mestre. Só denominamos "discípulo" aquele que reproduz em suas obras a técnica, a "escola", o estilo, a interpretação, a vivência do mestre. Aristóteles foi aluno de Platão, mas não seu discípulo. Mas Platão, além de ter sido aluno de Sócrates, foi também seu discípulo. Essa distinção já era feita por Jesus há vinte séculos; ser Seu discípulo é segui-Lo, e não apenas "aprender" Suas lições.


Aqui podemos desdobrar os requisitos em quatro, para melhor explicação.


Primeiro: é necessário QUERER. Sem que o livre-arbítrio espontaneamente escolha e decida, não pode haver discipulato. Daí a importância que assume, no progresso espiritual, o aprendizado e o estudo, que não podem limitar-se a ouvir rápidas palavras, mas precisam ser sérios, contínuos e profundos.


Pois, na realidade, embora seja a intuição que ilumina o intelecto, se este não estiver preparado por meio do conhecimento e da compreensão, não poderá esclarecer a vontade, para que esta escolha e resolva pró ou contra.


O segundo é NEGAR-SE a si mesmo. Hoje, com a distinção que conhecemos entre o Espírito (individualidade) e a personagem terrena transitória (personalidade), a frase mais compreensível será: "negar a personagem", ou seja, renunciar aos desejos terrenos, conforme ensinou Sidarta Gotama, o Buddha.


Cientificamente poderíamos dizer: superar ou abafar a consciência atual, para deixar que prevaleça a super-consciência.


Essa linguagem, entretanto, seria incompreensível àquela época. Todavia, as palavras proferidas pelo Mestre são de meridiana clareza: "renunciar a si mesmo". Observando-se que, pelo atraso da humanidade, se acredita que o verdadeiro eu é a personagem, e que a consciência atual é a única, negar essa personagem e essa consciência exprime, no fundo, negar-se "a si mesmo". Diz, portanto, o Mestre: " esse eu, que vocês julgam ser o verdadeiro eu, precisa ser negado". Nada mais esclarece, já que não teria sido entendido pela humanidade de então. No entanto, aqueles que seguissem fielmente Sua lição, negando seu eu pequeno e transitório, descobririam, por si mesmos, automaticamente, em pouco tempo, o outro Eu, o verdadeiro, coisa que de fato ocorreu com muitos cristãos.


Talvez no início possa parecer, ao experimentado: desavisado, que esse Eu verdadeiro seja algo "externo".


Mas quando, por meio da evolução, for atingido o "Encontro Místico", e o Cristo Interno assumir a supremacia e o comando, ele verificará que esse Divino Amigo não é um TU desconhecido, mas antes constitui o EU REAL. Além disso, o Mestre não se satisfez com a explanação teórica verbal: exemplificou, negando o eu personalístico de "Jesus", até deixá-lo ser perseguido, preso, caluniado, torturado e assassinado. Que Lhe importava o eu pequeno? O Cristo era o verdadeiro Eu Profundo de Jesus (como de todos nós) e o Cristo, com a renúncia e negação do eu de Jesus, pode expandir-se e assumir totalmente o comando da personagem humana de Jesus, sendo, às vezes, difícil distinguir quando falava e agia "Jesus" e quando agia e falava "o Cristo". Por isso em vez de Jesus, temos nele O CRISTO, e a história o reconhece como "Jesus", O CRISTO", considerando-o como homem (Jesus) e Deus (Cristo).


Essa anulação do eu pequeno fez que a própria personagem fosse glorificada pela humildade, e o nome humano negado totalmente se elevasse acima de tudo, de tal forma que "ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na Terra e debaixo da terra" (Filp. 2:10).


Tudo isso provocou intermináveis discussões durante séculos, por parte dos que não conseguiram penetrar a realidade dos acontecimentos, caracterizados, então, de "mistério": são duas naturezas ou uma? Como se realizou a união hipostática? Teria a Divindade absorvido a humanidade?


Por que será que uma coisa tão clara terá ficado incompreendida por tantos luminares que trataram deste assunto? O Eu Profundo de todas as criaturas é o Deus Interno, que se manifestará em cada um exatamente na proporção em que este renunciar ao eu pequeno (personagem), para deixar campo livre à expressão do Cristo Interno Divino. Todos somos deuses (cfr. Salmo 81:6 e JO 10:34) se negarmos totalmente nosso eu pequeno (personagem humana), deixando livre expansão à manifestação do Cristo que em todos habita. Isso fez Jesus. Se a negação for absoluta e completa, poderemos dizer com Paulo que, nessa criatura, "habita a plenitude da Divindade" (CL 2:9). E a todos os que o fizerem, ser-lhes-á exaltado o nome acima de toda criação" (cfr. Filp. 2:5-11).


Quando isto tiver sido conseguido, a criatura "tomará sua cruz cada dia" (cada vez que ela se apresentar) e a sustentará galhardamente - quase diríamos triunfalmente - pois não mais será ela fonte de abatimentos e desânimos, mas constituirá o sofrimento-por-amor, a dor-alegria, já que é a "porta estreita" (MT 7:14) que conduzirá à felicidade total e infindável (cfr. Pietro Ubaldi, "Grande Síntese, cap. 81).


No entanto, dado o estágio atual da humanidade, a cruz que temos que carregar ainda é uma preparação para o "negar-se". São as dores físicas, as incompreensões morais, as torturas do resgate de carmas negativos mais ou menos pesados, em vista do emaranhado de situações aflitivas, das "montanhas" de dificuldades que se erguem, atravancando nossos caminhos, do sem-número de moléstias e percalços, do cortejo de calúnias e martírios inomináveis e inenarráveis.


Tudo terá que ser suportado - em qualquer plano - sem malsinar a sorte, sem desesperos, sem angústias, sem desfalecimentos nem revoltas, mas com aceitação plena e resignação ativa, e até com alegria no coração, com a mais sólida, viva e inabalável confiança no Cristo-que-é-nosso-Eu, no Deus-

Imanente, na Força-Universal-Inteligente e Boa, que nos vivifica e prepara, de dentro de nosso âmago mais profundo, a nossa ascensão real, até atingirmos TODOS, a "plena evolução crística" (EF 4:13).


A quarta condição do discipulato é também clara, não permitindo ambiguidade: SEGUI-LO. Observese a palavra escolhida com precisão. Poderia ter sido dito "imitá-Lo". Seria muito mais fraco. A imitação pode ser apenas parcial ou, pior ainda, ser simples macaqueação externa (usar cabelos compridos, barbas respeitáveis, vestes talares, gestos estudados), sem nenhuma ressonância interna.


Não. Não é imitá-Lo apenas, é SEGUI-LO. Segui-Lo passo a passo pela estrada evolutiva até atingir a meta final, o ápice, tal como Ele o FEZ: sem recuos, sem paradas, sem demoras pelo caminho, sem descanso, sem distrações, sem concessões, mas marchando direto ao alvo.


SEGUI-LO no AMOR, na DEDICAÇÃO, no SERVIÇO, no AUTO-SACRIFÍCIO, na HUMILDADE, na RENÚNCIA, para que de nós se possa afirmar como Dele foi feito: "fez bem todas as coisas" (MC 7. 37) e: "passou pela Terra fazendo o bem e curando" (AT 10:38).


Como Mestre de boa didática, não apresenta exigências sem dar as razões. Os versículos seguintes satisfazem a essa condição.


Aqui, como sempre, são empregados os termos filosóficos com absoluta precisão vocabular (elegantia), não deixando margem a qualquer dúvida. A palavra usada é psychê, e não pneuma; é alma e nã "espírito" (em adendo a este capítulo daremos a "constituição do homem" segundo o Novo Testamento).


A alma (psychê) é a personagem humana em seu conjunto de intelecto-emoções, excluído o corpo denso e as sensações do duplo etérico. Daí a definição da resposta 134 do "Livro dos Espíritos": "alma é o espírito encarnado", isto é, a personagem humana que habita no corpo denso.

Aí está, pois, a chave para a interpretação do "negue-se a si mesmo": esse eu, a alma, é a personagem que precisa ser negada, porque, quem não quiser fazê-lo, quem pretender preservar esse eu, essa alma, vai acabar perdendo-a, já que, ao desencarnar, estará com "as mãos vazias". Mas aquele que por causa do Cristo Interno - renunciar e perder essa personagem transitória, esse a encontrará melhorada (Mateus), esse a preservará da ruína (Marcos e Lucas).


E prossegue: que adiantará acumular todas as riquezas materiais do mundo, se a personalidade vai cair no vazio? Nada de material pode ser-lhe comparado. No entanto, se for negada, será exaltada sobre todas as coisas (cfr. o texto acima citado, Filp. 2:5-11).


Todas e qualquer evolução do Espírito é feita exclusivamente durante seu mergulho na carne (veja atrás). Só através das personagens humanas haverá ascensão espiritual, por meio do "ajustamento sintônico". Então, necessidade absoluta de consegui-lo, não "se envergonhando", isto é, não desafinando da tônica do Pai (Som) que tudo cria, governa e mantém. Enfrentar o mundo sem receio, sem" respeitos humanos", e saber recusá-lo também, para poder obter o Encontro Místico com o Cristo Interno. Se a criatura "se envergonha" e se retrai, (não sintoniza) não é possível conseguir o Contato Divino, e o Filho do Homem também a evitará ("se envergonhará" dessa criatura). Só poderá haver a" descida da graça" ou a unificação com o Cristo, "na glória (tônica) do Pai (Som-Verbo), na glória (tônica) do próprio Cristo (Eu Interno), na glória de todos os santos mensageiros", se houver a coragem inquebrantável de romper com tudo o que é material e terreno, apagando as sensações, liquidando as emoções, calando o intelecto, suplantando o próprio "espírito" encarnado, isto é, PERDENDO SUA ALMA: só então "a achará", unificada que estará com o Cristo, Nele mergulhada (batismo), "como a gota no oceano" (Bahá"u"lláh). Realmente, a gota se perde no oceano mas, inegavelmente, ao deixar de ser gota microscópica, ela se infinitiva e se eterniza tornando-se oceano...

Em Mateus é-nos dado outro aviso: ao entrar em contato com a criatura, esta "receberá de acordo com seu comportamento" (pláxin). De modo geral lemos nas traduções correntes "de acordo com suas obras". Mas isso daria muito fortemente a ideia de que o importante seria o que o homem FAZ, quando, na realidade, o que importa é o que o homem É: e a palavra comportamento exprime-o melhor que obras; ora, a palavra do original práxis tem um e outro sentido.


Evidentemente, cada ser só poderá receber de acordo com sua capacidade, embora todos devam ser cheios, replenos, com "medida sacudida e recalcada" (cfr. Lc. 5:38).


Mas há diferença de capacidade entre o cálice, o copo, a garrafa, o litro, o barril, o tonel... De acordo com a própria capacidade, com o nível evolutivo, com o comportamento de cada um, ser-lhe-á dado em abundância, além de toda medida. Figuremos uma corrente imensa, que jorra permanentemente luz e força, energia e calor. O convite é-nos feito para aproximar-nos e recolher quanto quisermos.


Acontece, porém, que cada um só recolherá conforme o tamanho do vasilhame que levar consigo.


Assim o Cristo Imanente e o Verbo Criador e Conservador SE DERRAMAM infinitamente. Mas nós, criaturas finitas, só recolheremos segundo nosso comportamento, segundo a medida de nossa capacidade.


Não há fórmulas mágicas, não há segredos iniciáticos, não peregrinações nem bênçãos de "mestres", não há sacramentos nem sacramentais, que adiantem neste terreno. Poderão, quando muito, servir como incentivo, como animação a progredir, mas por si, nada resolvem, já que não agem ex ópere operantis nem ex opere operatus, mas sim ex opere recipientis: a quantidade de recebimento estará de acordo com a capacidade de quem recebe, não com a grandeza de quem dá, nem com o ato de doação.


E pode obter-se o cálculo de capacidade de cada um, isto é, o degrau evolutivo em que se encontra no discipulato de Cristo, segundo as várias estimativas das condições exigidas:

a) - pela profundidade e sinceridade na renúncia ao eu personalístico, quando tudo é feito sem cogitar de firmar o próprio nome, sem atribuir qualquer êxito ao próprio merecimento (não com palavras, mas interiormente), colaborando com todos os "concorrentes", que estejam em idêntica senda evolutiva, embora nos contrariem as ideias pessoais, mas desde que sigam os ensinos de Cristo;


b) - pela resignação sem queixas, numa aceitação ativa, de todas as cruzes, que exprimam atos e palavras contra nós, maledicências e calúnias, sem respostas nem defesas, nem claras nem veladas (já nem queremos acenar à contra-ataques e vinganças).


c) - pelo acompanhar silencioso dos passos espirituais no caminho do auto-sacrifício por amor aos outros, pela dedicação integral e sem condições; no caminho da humildade real, sem convencimentos nem exterioridades; no caminho do serviço, sem exigências nem distinções; no caminho do amor, sem preferências nem limitações. O grau dessas qualidades, todas juntas, dará uma ideia do grau evolutivo da criatura.


Assim entendemos essas condições: ou tudo, à perfeição; ou pouco a pouco, conquistando uma de cada vez. Mas parado, ninguém ficará. Se não quiser ir espontaneamente, a dor o aguilhoará, empurrandoo para a frente de qualquer forma.


No entanto, uma promessa relativa à possibilidade desse caminho é feita claramente: "alguns dos que aqui estão presentes não experimentarão a morte até conseguirem isso". A promessa tanto vale para aquelas personagens de lá, naquela vida física, quanto para os Espíritos ali presentes, garantindo-selhes que não sofreriam queda espiritual (morte), mas que ascenderiam em linha reta, até atingir a meta final: o Encontro Sublime, na União mística absoluta e total.


Interessante a anotação de Marcos quando acrescenta: O "reino de Deus chegado em poder". Durante séculos se pensou no poder externo, a espetacularidade. Mas a palavra "en dynámei" expressa muito mais a força interna, o "dinamismo" do Espírito, a potencialidade crística a dinamizar a criatura em todos os planos.


O HOMEM NO NOVO TESTAMENTO


O Novo Testamento estabelece, com bastante clareza, a constituição DO HOMEM, dividindo o ser encarnado em seus vários planos vibratórios, concordando com toda a tradição iniciática da Índia e Tibet, da China, da Caldeia e Pérsia, do Egito e da Grécia. Embora não encontremos o assunto didaticamente esquematizado em seus elementos, o sentido filosófico transparece nítido dos vários termos e expressões empregados, ao serem nomeadas as partes constituintes do ser humano, ou seja, os vários níveis em que pode tornar-se consciente.


Algumas das palavras são acolhidas do vocabulário filosófico grego (ainda que, por vezes, com pequenas variações de sentido); outras são trazidas da tradição rabínica e talmúdica, do centro iniciático que era a Palestina, e que já entrevemos usadas no Antigo Testamento, sobretudo em suas obras mais recentes.


A CONCEPÇÃO DA DIVINDADE


Já vimos (vol, 1 e vol. 3 e seguintes), que DEUS, (ho théos) é apresentado, no Novo Testamento, como o ESPÍRITO SANTO (tò pneuma tò hágion), o qual se manifesta através do Pai (patêr) ou Lógos (Som Criador, Verbo), e do Filho Unigênito (ho hyiós monogenês), que é o Cristo Cósmico.


DEUS NO HOMEM


Antes de entrar na descrição da concepção do homem, no Novo Testamento, gostaríamos de deixar tem claro nosso pensamento a respeito da LOCALIZAÇÃO da Centelha Divina ou Mônada NO CORA ÇÃO, expressão que usaremos com frequência.


A Centelha (Partícula ou Mônada) é CONSIDERADA por nós como tal; mas, na realidade, ela não se separa do TODO (cfr. vol. 1); logo, ESTÁ NO TODO, e portanto É O TODO (cfr. JO 1:1).


O "TODO" está TODO em TODAS AS COISAS e em cada átomo de cada coisa (cfr. Agostinho, De Trin. 6, 6 e Tomás de Aquino, Summa Theologica, I, q. 8, art. 2, ad 3um; veja vol. 3, pág. 145).


Entretanto, os seres e as coisas acham-se limitados pela forma, pelo espaço, pelo tempo e pela massa; e por isso afirmamos que em cada ser há uma "centelha" ou "partícula" do TODO. No entanto, sendo o TODO infinito, não tem extensão; sendo eterno, é atemporal; sendo indivisível, não tem dimensão; sendo O ESPÍRITO, não tem volume; então, consequentemente, não pode repartir-se em centelhas nem em partículas, mas é, concomitantemente, TUDO EM TODAS AS COISAS (cfr. l. ª Cor. 12:6).


Concluindo: quando falamos em "Centelha Divina" e quando afirmamos que ela está localizada no coração, estamos usando expressões didáticas, para melhor compreensão do pensamento, dificílimo (quase impossível) de traduzir-se em palavras.


De fato, porém, a Divindade está TODA em cada célula do corpo, como em cada um dos átomos de todos os planos espirituais, astrais, físicos ou quaisquer outros que existam. Em nossos corpos físicos e astral, o coração é o órgão preparado para servir de ponto de contato com as vibrações divinas, através, no físico, do nó de Kait-Flake e His; então, didaticamente, dizemos que "o coração é a sede da Centelha Divina".


A CONCEPÇÃO DO HOMEM


O ser humano (ánthrôpos) é considerado como integrado por dois planos principais: a INDIVIDUALIDADE (pneuma) e a PERSONAGEM ou PERSONALIDADE; esta subdivide-se em dois: ALMA (psychê) e CORPO (sôma).


Mas, à semelhança da Divindade (cfr. GN 1:27), o Espírito humano (individualidade ou pneuma) possui tríplice manifestação: l. ª - a CENTELHA DIVINA, ou Cristo, partícula do pneuma hágion; essa centelha que é a fonte de todo o Espirito, está localizada e representada quase sempre por kardia (coração), a parte mais íntima e invisível, o âmago, o Eu Interno e Profundo, centro vital do homem;


2. ª - a MENTE ESPIRITUAL, parte integrante e inseparável da própria Centelha Divina. A Mente, em sua função criadora, é expressa por noús, e está também sediada no coração, sendo a emissora de pensamentos e intuições: a voz silenciosa da super-consciência;


3. ª - O ESPÍRITO, ou "individualização do Pensamento Universal". O "Espírito" propriamente dito, o pneuma, surge "simples e ignorante" (sem saber), e percorre toda a gama evolutiva através dos milênios, desde os mais remotos planos no Antissistema, até os mais elevados píncaros do Sistema (Pietro Ubaldi); no entanto, só recebe a designação de pneuma (Espírito) quando atinge o estágio hominal.


Esses três aspectos constituem, englobamente, na "Grande Síntese" de Pietro Ubaldi, o "ALPHA", o" espírito".


Realmente verificamos que, de acordo com GN 1:27, há correspondência perfeita nessa tríplice manifesta ção do homem com a de Deus: A - ao pneuma hágion (Espírito Santo) correspondente a invisível Centelha, habitante de kardía (coração), ponto de partida da existência;


B - ao patêr (Pai Criador, Verbo, Som Incriado), que é a Mente Divina, corresponde noús (a mente espiritual) que gera os pensamentos e cria a individualização de um ser;


C - Ao Filho Unigênito (Cristo Cósmico) corresponde o Espírito humano, ou Espírito Individualizado, filho da Partícula divina, (a qual constitui a essência ou EU PROFUNDO do homem); a individualidade é o EU que percorre toda a escala evolutiva, um Eu permanente através de todas as encarnações, que possui um NOME "escrito no livro da Vida", e que terminará UNIFICANDO-SE com o EU PROFUNDO ou Centelha Divina, novamente mergulhando no TODO. (Não cabe, aqui, discutir se nessa unificação esse EU perde a individualidade ou a conserva: isso é coisa que está tão infinitamente distante de nós no futuro, que se torna impossível perceber o que acontecerá).


No entanto, assim como Pneuma-Hágion, Patêr e Hyiós (Espírito-Santo, Pai e Filho) são apenas trê "aspectos" de UM SÓ SER INDIVISÍVEL, assim também Cristo-kardía, noús e pneuma (CristoSABEDORIA DO EVANGELHO coração, mente espiritual e Espírito) são somente três "aspectos" de UM SÓ SER INDIVÍVEL, de uma criatura humana.


ENCARNAÇÃO


Ao descer suas vibrações, a fim de poder apoiar-se na matéria, para novamente evoluir, o pneuma atinge primeiro o nível da energia (o BETA Ubaldiano), quando então a mente se "concretiza" no intelecto, se materializa no cérebro, se horizontaliza na personagem, começando sua "crucificação". Nesse ponto, o pneuma já passa a denominar-se psychê ou ALMA. Esta pode considerar-se sob dois aspectos primordiais: a diánoia (o intelecto) que é o "reflexo" da mente, e a psychê propriamente dita isto é, o CORPO ASTRAL, sede das emoções.


Num último passo em direção à matéria, na descida que lhe ajudará a posterior subida, atinge-se então o GAMA Ubaldiano, o estágio que o Novo Testamento designa com os vocábulos diábolos (adversário) e satanás (antagonista), que é o grande OPOSITOR do Espírito, porque é seu PÓLO NEGATIVO: a matéria, o Antissistema. Aí, na matéria, aparece o sôma (corpo), que também pode subdividir-se em: haima (sangue) que constitui o sistema vital ou duplo etérico e sárx (carne) que é a carapaça de células sólidas, último degrau da materialização do espírito.


COMPARAÇÃO


Vejamos se com um exemplo grosseiro nos faremos entender, não esquecendo que omnis comparatio claudicat.


Observemos o funcionamento do rádio. Há dois sistemas básicos: o transmissor (UM) e os receptores (milhares, separados uns dos outros).


Consideremos o transmissor sob três aspectos: A - a Força Potencial, capaz de transmitir;


B - a Antena Emissora, que produz as centelas;


C - a Onda Hertziana, produzida pelas centelhas.


Mal comparando, aí teríamos:

a) - o Espirito-Santo, Força e Luz dos Universos, o Potencial Infinito de Amor Concreto;


b) - o Pai, Verbo ou SOM, ação ativa de Amante, que produz a Vida


c) - o Filho, produto da ação (do Som), o Amado, ou seja, o Cristo Cósmico que permeia e impregna tudo.


Não esqueçamos que TUDO: atmosfera, matéria, seres e coisas, no raio de ação do transmissor, ficam permeados e impregnados em todos os seus átomos com as vibrações da onda hertziana, embora seja esta invisível e inaudível e insensível, com os sentidos desarmados; e que os três elementos (Força-
Antena e Onda) formam UM SÓ transmissor o Consideremos, agora, um receptor. Observaremos que a recepção é feita em três estágios:

a) - a captação da onda


b) - sua transformação


c) - sua exteriorização Na captação da onda, podemos distinguir - embora a operação seja uma só - os seguintes elementos: A - a onda hertziana, que permeia e impregna todos os átomos do aparelho receptor, mas que é captada realmente apenas pela antena;


B - o condensador variável, que estabelece a sintonia com a onda emitida pelo transmissor. Esses dois elementos constituem, de fato, C - o sistema RECEPTOR INDIVIDUAL de cada aparelho. Embora a onda hertziana seja UMA, emitida pelo transmissor, e impregne tudo (Cristo Cósmico), nós nos referimos a uma onda que entra no aparelho (Cristo Interno) e que, mesmo sendo perfeita; será recebida de acordo com a perfeição relativa da antena (coração) e do condensador variável (mente). Essa parte representaria, então, a individualidade, o EU PERFECTÍVEL (o Espírito).


Observemos, agora, o circuito interno do aparelho, sem entrar em pormenores, porque, como dissemos, a comparação é grosseira. Em linhas gerais vemos que a onda captada pelo sistema receptor propriamente dito, sofre modificações, quando passa pelo circuito retificador (que transforma a corrente alternada em contínua), e que representaria o intelecto que horizontaliza as ideias chegadas da mente), e o circuito amplificador, que aumenta a intensidade dos sinais (que seria o psiquismo ou emoções, próprias do corpo astral ou alma).


Uma vez assim modificada, a onda atinge, com suas vibrações, o alto-falante que vibra, reproduzindo os sinais que chegam do transmissor isto é, sentindo as pulsações da onda (seria o corpo vital ou duplo etérico, que nos dá as sensações); e finalmente a parte que dá sonoridade maior, ou seja, a caixa acústica ou móvel do aparelho (correspondente ao corpo físico de matéria densa).


Ora, quanto mais todos esses elementos forem perfeitos, tanto mais fiel e perfeito será a reprodução da onda original que penetrou no aparelho. E quanto menos perfeitos ou mais defeituosos os elementos, mais distorções sofrerá a onda, por vezes reproduzindo, em guinchos e roncos, uma melodia suave e delicada.


Cremos que, apesar de suas falhas naturais, esse exemplo dá a entender o funcionamento do homem, tal como conhecemos hoje, e tal como o vemos descrito em todas as doutrinas espiritualistas, inclusive

—veremos agora quiçá pela primeira vez - nos textos do Novo Testamento.


Antes das provas que traremos, o mais completas possível, vejamos um quadro sinóptico:
θεός DEUS
πνεϋµα άγιον Espírito Santo
λόγος Pai, Verbo, Som Criador
υίός - Χριστό CRISTO - Filho Unigênito
άνθρωπος HOMEM
иαρδία - Χριστ

ό CRISTO - coração (Centelha)


πνεϋµα νους mente individualidade
πνεϋµα Espírito
φυΧή διάγοια intelecto alma
φυΧή corpo astral personagem
σώµα αίµα sangue (Duplo) corpo
σάρ

ξ carne (Corpo)


A - O EMPREGO DAS PALAVRAS


Se apresentada pela primeira vez, como esta, uma teoria precisa ser amplamente documentada e comprovada, para que os estudiosos possam aprofundar o assunto, verificando sua realidade objetiva. Por isso, começaremos apresentando o emprego e a frequência dos termos supracitados, em todos os locais do Novo Testamento.


KARDÍA


Kardía expressa, desde Homero (Ilíada, 1. 225) até Platão (Timeu, 70 c) a sede das faculdades espirituais, da inteligência (ou mente) e dos sentimentos profundos e violentos (cfr. Ilíada, 21,441) podendo até, por vezes, confundir-se com as emoções (as quais, na realidade, são movimentos da psychê, e não propriamente de kardía). Jesus, porém, reiteradamente afirma que o coração é a fonte primeira em que nascem os pensamentos (diríamos a sede do Eu Profundo).


Com este último sentido, a palavra kardía aparece 112 vezes, sendo que uma vez (MT 12:40) em sentido figurado.


MT 5:8, MT 5:28; 6:21; 9:4; 11:29; 12:34 13-15(2x),19; 15:8,18,19; 18;35; 22;37; 24:48; MC 2:6, MC 2:8; 3:5;


4:15; 6;52; 7;6,19,21; 8:11; 11. 23; 12:30,33; LC 1:17, LC 1:51, LC 1:66; 2;19,35,51; 3:5; 5:22; 6:45; 8:12,15;


9:47; 10:27; 12:34; 16:15; 21:14,34; 24;25,32,38; JO 12:40(2x); 13:2; 14:1,27; 16:6,22 AT 2:26, AT 2:37, AT 2:46; AT 4:32; 5:3(2x); 7:23,39,51,54; 8;21,22; 11;23. 13:22; 14:17; 15:9; 16;14; 21:13; 28:27(2x);


RM 1:21, RM 1:24; 2:5,15,29; 5:5; 6:17; 8:27; 9:2; 10:1,6,8,9,10; 16:16; 1. ª Cor. 2:9; 4:5; 7:37; 14:25; 2. ª Cor. 1:22; 2:4; 3:2,3,15; 4:6; 5:12; 6:11; 7:3; 8:16; 9:7; GL 4:6; EF 1:18; EF 3:17; EF 4:18; EF 5:19; EF 6:5, EF 6:22;


Filp. 1:7; 4:7; CL 2:2; CL 3:15, CL 3:16, CL 3:22; CL 4:8; 1. ª Tess. 2:4,17; 3:13; 2. ª Tess. 2:17; 3:5; 1. ª Tim. 1:5; 2. ª Tim.


2:22; HB 3:8, HB 3:10, HB 3:12, HB 3:15; HB 4:7, HB 4:12; 8:10; 10:16,22; Tiago, 1:26; 3:14; 4:8; 5:5,8; 1. ª Pe. 1:22; 3:4,15; 2. ª Pe. 1:19; 2:15; 1; 1. ª JO 3;19,20(2x),21; AP 2:23; AP 17:17; AP 18:7.


NOÚS


Noús não é a "fonte", mas sim a faculdade de criar pensamentos, que é parte integrante e indivisível de kardía, onde tem sede. Já Anaxágoras (in Diógenes Laércio, livro 2. º, n. º 3) diz que noús (o Pensamento Universal Criador) é o "’princípio do movimento"; equipara, assim, noús a Lógos (Som, Palavra, Verbo): o primeiro impulsionador dos movimentos de rotação e translação da poeira cósmica, com isso dando origem aos átomos, os quais pelo sucessivo englobamento das unidades coletivas cada vez mais complexas, formaram os sistemas atômicos, moleculares e, daí subindo, os sistemas solares, gal áxicos, e os universos (cfr. vol. 3. º).


Noús é empregado 23 vezes com esse sentido: o produto de noús (mente) do pensamento (nóêma), usado 6 vezes (2. ª Cor. 2:11:3:14; 4:4; 10:5; 11:3; Filp. 4:7), e o verbo daí derivado, noeín, empregado

14 vezes (3), sendo que com absoluta clareza em João (João 12:40) quando escreve "compreender com o coração" (noêsôsin têi kardíai).


LC 24. 45; RM 1:28; RM 7:23, RM 7:25; 11:34; 12:2; 14. 5; l. ª Cor. 1. 10; 2:16:14:14,15,19; EF 4:17, EF 4:23; Filp.


4:7; CL 2:18; 2. ª Tess. 2. 2; 1. ª Tim. 6:5; 2. ª Tim. 3:8; TT 1:15;AP 13:18.


PNEUMA


Pneuma, o sopro ou Espírito, usado 354 vezes no N. T., toma diversos sentidos básicos: MT 15:17; MT 16:9, MT 16:11; 24:15; MC 7:18; MC 8:17; MC 13:14; JO 12:40; RM 1:20; EF 3:4, EF 3:20; 1. ª Tim. 1:7;


2. ª Tim. 2:7; HB 11:13

1. Pode tratar-se do ESPÍRITO, caracterizado como O SANTO, designando o Amor-Concreto, base e essência de tudo o que existe; seria o correspondente de Brahman, o Absoluto. Aparece com esse sentido, indiscutivelmente, 6 vezes (MT 12:31, MT 12:32; MC 3:29; LC 12:10; JO 4:24:1. ª Cor. 2:11).


Os outros aspectos de DEUS aparecem com as seguintes denominações:

a) - O PAI (ho patêr), quando exprime o segundo aspecto, de Criador, salientando-se a relação entre Deus e as criaturas, 223 vezes (1); mas, quando se trata do simples aspecto de Criador e Conservador da matéria, é usado 43 vezes (2) o vocábulo herdado da filosofia grega, ho lógos, ou seja, o Verbo, a Palavra que, ao proferir o Som Inaudível, movimenta a poeira cósmica, os átomos, as galáxias.


(1) MT 5:16, MT 5:45, MT 5:48; MT 6:1, MT 6:4, MT 6:6, MT 6:8,9,14,15,26,32; 7:11,21; 10:20,29,32,33; 11:25,27; 12:50; 13:43; 15:13; 16:17,27; 18:10,14,19,35; 20:23; 23:9; 24:36; 25:34:26:29,39,42,53; MC 8:25; MC 11:25, MC 11:32; MC 11:14:36; LC 2:49; LC 2:6:36;9:26;10:21,22;11:2,13;12:30,32;22:29,42;23:34,46;24:49;JO 1:14, JO 1:18; JO 1:2:16;3:35;4:21,23;5:1 7,18,19,20,21,22,23,26,36,37,43,45,46,27,32,37,40,44,45,46,57,65;8:18,19,27,28,38,41,42,49,54;10:1 5,17,18,19,25,29,30,32,35,38;11:41;12:26,27,28,49,50;13:1,3;14:2,6,7,8,9,10,11,13,16,20,21,24,26,28, 31,15:1,8,9,10,15,16,23,24,26;16:3,10,15,17,25,26,27,28,32;17:1,5,11,21,24,25; 18:11; 20:17,21;AT 1:4, AT 1:7; AT 1:2:33;Rom. 1:7;6:4;8:15;15:6;1. º Cor. 8:6; 13:2; 15:24; 2. º Cor. 1:2,3; 6:18; 11:31; Gól. 1:1,3,4; 4:6; EF 1:2, EF 1:3, EF 1:17; EF 2:18; EF 2:3:14; 4:6; 5:20; FP 1:2; FP 2:11; FP 4:20; CL 1:2, CL 1:3, CL 1:12:3:17; 1. 0 Teõs. 1:1,3; 3:11,13; 2° Tess. 1:1 2; : 2:16; 1. º Tim. 1:2; 2. º Tim. 1:2; TT 1:4; Flm. 3; HB 1:5; HB 12:9; Tiago 1:17, Tiago 1:27:3:9; 1° Pe. 1:2,3,17; 2. º Pe. 1:17, 1. º JO 1:2,3; 2:1,14,15,16, 22,23,24; 3:1; 4:14; 2. º JO 3,4,9; Jud. 9; AP 1:6; AP 2:28; AP 3:5, AP 3:21; 14:1. (2) MT 8:8; LC 7:7; JO 1:1, JO 1:14; 5:33; 8:31,37,43,51,52,55; 14:23,24; 15:20; 17:61417; 1. º Cor. 1:13; 2. º Cor. 5:19; GL 6:6; Filp. 2:6; Cor. 1:25; 3:16; 4:3; 1. º Tess. 1:6; 2. º Tess. 3:1; 2. º Tim. 2:9; Heb. : 12; 6:1; 7:28; 12:9; Tiago, 1:21,22,23; 1. ° Pe. 1:23; 2. º Pe. 3:5,7; 1. º JO 1:1,10; 2:5,7,14; AP 19:13.


b) - O FILHO UNIGÊNITO (ho hyiós monogenês), que caracteriza o CRISTO CÓSMICO, isto é, toda a criação englobadamente, que é, na realidade profunda, um dos aspectos da Divindade. Não se trata, como é claro, de panteísmo, já que a criação NÃO constitui a Divindade; mas, ao invés, há imanência (Monismo), pois a criação é UM DOS ASPECTOS, apenas, em que se transforma a Divindade. Esta, além da imanência no relativo, é transcendente como Absoluto; além da imanência no tempo, é transcendente como Eterno; além da imanência no finito, é transcendente como Infinito.


A expressão "Filho Unigênito" só é usada por João (1:14,18; 13:16,18 e 1. a JO 4:9). Em todos os demais passos é empregado o termo ho Christós, "O Ungido", ou melhor, "O Permeado pela Divindade", que pode exprimir tanto o CRISTO CÓSMICO que impregna tudo, quanto o CRISTO INTERNO, se o olhamos sob o ponto de vista da Centelha Divina no âmago da criatura.


Quando não é feita distinção nos aspectos manifestantes, o N. T. emprega o termo genérico ho theós Deus", precedido do artigo definido.


2. Além desse sentido, encontramos a palavra pneuma exprimindo o Espírito humano individualizado; essa individualização, que tem a classificação de pneuma, encontra-se a percorrer a trajetória de sua longa viagem, a construir sua própria evolução consciente, através da ascensão pelos planos vibratórios (energia e matéria) que ele anima em seu intérmino caminhar. Notemos, porém, que só recebe a denominação de pneuma (Espírito), quando atinge a individualização completa no estado hominal (cfr. A. Kardec, "Livro dos Espíritos", resp. 79: "Os Espíritos são a individualização do Princípio Inteligente, isto é, de noús).


Logicamente, portanto, podemos encontrar espíritos em muitos graus evolutivos, desde os mais ignorantes e atrasados (akátharton) e enfermos (ponêrón) até os mais evoluídos e santos (hágion).


Todas essas distinções são encontradas no N. T., sendo de notar-se que esse termo pneuma pode designar tanto o espírito encarnado quanto, ao lado de outros apelativos, o desencarnado.


Eis, na prática, o emprego da palavra pneuma no N. T. :

a) - pneuma como espírito encarnado (individualidade), 193 vezes: MT 1:18, MT 1:20; 3:11; 4:1; 5:3; 10:20; 26:41; 27:50; MC 1:8; MC 2:8; MC 8:12; MC 14:38; LC 1:47, LC 1:80; 3:16, 22; 8:55; 23:46; 24. 37, 39; JO 1:33; JO 3:5, JO 3:6(2x), 8; 4:23; 6:63; 7:39; 11:33; 13:21; 14:17, 26; 15:26; 16:13; 19-30, 20:22; AT 1:5, AT 1:8; 5:3; 32:7:59; 10:38; 11:12,16; 17:16; 18:25; 19:21; 20:22; RM 1:4, RM 1:9; 5:5; 8:2, 4, 5(2x), 6, 9(3x), 10, 11(2x),13, 14, 15(2x), 16(2x), 27; 9:1; 12:11; 14:17; 15:13, 16, 19, 30; 1° Cor. 2:4, 10(2x), 11, 12; 3:16; 5:3,4, 5; 6:11, 17, 19; 7:34, 40; 12:4, 7, 8(2x), 9(2x), 11, 13(2x); 14:2, 12, 14, 15(2x), 16:32; 15:45; 16:18; 2º Cor. 1:22; 2:13; 3:3, 6, 8, 17(2x), 18; 5:5; 6:6; 7:1, 13; 12:18; 13:13; GL 3:2, GL 3:3, GL 3:5; 4:6, 29; 5:5,16,17(2x), 18, 22, 25(2x1); 6:8(2x),18; EF 1:13, EF 1:17; 2:18, 22; 3:5, 16; 4:3, 4:23; 5:18; 6:17, 18; Philp. 1:19, 27; 2:1; 3:3; 4:23; CL 1:8; CL 2:5; 1º Tess. 1:5, 6; 4:8; 5:23; 2. º Tess. 2:13; 1. º Tim. 3:16; 4:22; 2. º Tim. 1:14; TT 3:5; HB 4:12, HB 6:4; HB 9:14; HB 10:29; HB 12:9; Tiago, 2:26:4:4; 1. º Pe. 1:2, 11, 12; 3:4, 18; 4:6,14; 1. º JO 3:24; JO 4:13; JO 5:6(2x),7; Jud. 19:20; AP 1:10; AP 4:2; AP 11:11.


b) - pneuma como espírito desencarnado:


I - evoluído ou puro, 107 vezes:


MT 3:16; MT 12:18, MT 12:28; 22:43; MC 1:10, MC 1:12; 12:36; 13. 11; LC 1:15, LC 1:16, LC 1:41, LC 1:67; 2:25, 27; 4:1, 14, 18; 10:21; 11:13; 12:12; JO 1:32; JO 3:34; AT 1:2, AT 1:16; 2:4(2x), 17, 18, 33(2x), 38; 4:8; 25, 31; 6:3, 10; 7:51, 55; 8:15, 17, 18, 19, 29, 39; 9:17, 31; 10:19, 44, 45, 47; 11:15, 24, 28; 13:2, 4, 9, 52; 15:8, 28; 16:6, 7; 19:1, 2, 6; 20:22, 28; 21:4, 11; 23:8, 9; 28:25; 1. º Cor. 12:3(2x), 10; 1. º Tess. 5:9; 2. º Tess. 2:2; 1. ° Tim. 4:1; HB 1:7, HB 1:14; 2:4; 3:7; 9:8; 10:15; 12:23; 2. º Pe. 1:21; 1. ° JO 4:1(2x), 2, 3, 6; AP 1:4; AP 2:7, AP 2:11, AP 2:17, AP 2:29; 3:1, 6, 13, 22; 4:5; 5:6; 14:13; 17:3:19. 10; 21. 10; 22:6, 17.


II - involuído ou não-purificado, 39 vezes:


MT 8:16; MT 10:1; MT 12:43, MT 12:45; MC 1:23, MC 1:27; 3:11, 30; 5:2, 8, 13; 6:7; 7:25; 9:19; LC 4:36; LC 6:18; LC 7:21; LC 8:2; LC 10:20; LC 11:24, LC 11:26; 13:11; AT 5:16; AT 8:7; AT 16:16, AT 19:12, AT 19:13, AT 19:15, AT 19:16; RM 11:8:1. ° Cor. 2:12; 2. º Cor. 11:4; EF 2:2; 1. º Pe. 3:19; 1. º JO 4:2, 6; AP 13:15; AP 16:13; AP 18:2.


c) - pneuma como "espírito" no sentido abstrato de "caráter", 7 vezes: (JO 6:63; RM 2:29; 1. ª Cor. 2:12:4:21:2. ª Cor. 4:13; GL 6:1 e GL 6:2. ª Tim. 1:7)


d) - pneuma no sentido de "sopro", 1 vez: 2. ª Tess. 2:8 Todavia, devemos acrescentar que o espírito fora da matéria recebia outros apelativo, conforme vimos (vol. 1) e que não é inútil recordar, citando os locais.


PHÁNTASMA, quando o espírito, corpo astral ou perispírito se torna visível; termo que, embora frequente entre os gregos, só aparece, no N. T., duas vezes (MT 14:26 e MC 6:49).

ÁGGELOS (Anjo), empregado 170 vezes, designa um espírito evoluído (embora nem sempre de categoria acima da humana); essa denominação específica que, no momento em que é citada, tal entidade seja de nível humano ou supra-humano - está executando uma tarefa especial, como encarrega de "dar uma mensagem", de "levar um recado" de seus superiores hierárquicos (geralmente dizendo-se "de Deus"): MT 1:20, MT 1:24; 2:9, 10, 13, 15, 19, 21; 4:6, 11; 8:26; 10:3, 7, 22; 11:10, 13; 12:7, 8, 9, 10, 11, 23; 13:39, 41, 49; 16:27; 18:10; 22:30; 24:31, 36; 25:31, 41; 26:53; 27:23; 28:2, 5; MC 1:2, MC 1:13; 8:38; 12:25; 13:27, 32; LC 1:11, LC 1:13, LC 1:18, LC 1:19, 26, 30, 34, 35, 38; 4:10, 11; 7:24, 27; 9:26, 52; 12:8; 16:22; 22:43; 24:23; JO 1:51; JO 12:29; JO 20:12 AT 5:19; AT 6:15; AT 7:30, AT 7:35, AT 7:38, AT 7:52; 12:15; 23:8, 9; RM 8:38; 1. ° Cor. 4:9; 6:3; 11:10; 13:1; 2. º Cor. 11:14; 12:7; GL 1:8; GL 3:19; GL 4:14; CL 2:18; 2. º Tess. 1:7; 1. ° Tim. 3:16; 5:21; HB 1:4, HB 1:5, HB 1:6, HB 1:7, 13; 2:2, 5, 7, 9, 16; 12:22; 13:2; Tiago 2:25; 1. º Pe. 1:4, 11; Jud. 6; AP 1:1, AP 1:20; 2:1, 8, 12, 18; 3:1, 5, 7, 9, 14; 5:2, 11; 7:1, 11; 8:2, 3, 4, 5, 6, 8, 10, 12, 13; 9:1, 11, 13, 14, 15; 10:1, 5, 7, 8, 9, 10; 11:15; 12:7, 9, 17; 14:6, 9, 10, 15, 17, 18, 19; 15:1, 6, 7, 8, 10; 16:1, 5; 17:1, 7; 18:1, 21; 19:17; 20:1; 21:9, 12, 17; 22:6, 8, 16. BEEZEBOUL, usado 7 vezes: (MT 7. 25; 12:24, 27; MC 3:22; LC 11:15, LC 11:18, LC 11:19) só nos Evangelhos, é uma designação de chefe" de falange, "cabeça" de espíritos involuído.


DAIMÔN (uma vez, em MT 8:31) ou DAIMÓNION, 55 vezes, refere-se sempre a um espírito familiar desencarnado, que ainda conserva sua personalidade humana mesmo além túmulo. Entre os gregos, esse termo designava quer o eu interno, quer o "guia". Já no N. T. essa palavra identifica sempre um espírito ainda não-esclarecido, não evoluído, preso à última encarnação terrena, cuja presença prejudica o encarnado ao qual esteja ligado; tanto assim que o termo "demoníaco" é, para Tiago, sinônimo de "personalístico", terreno, psíquico. "não é essa sabedoria que desce do alto, mas a terrena (epígeia), a personalista (psychike), a demoníaca (demoniôdês). (Tiago, 3:15)


MT 7:22; MT 9:33, MT 9:34; 12:24, 27, 28; 10:8; 11:18; 17:18; MC 1:34, MC 1:39; 3:15, 22; 6:13; 7:26, 29, 30; 9:38; 16:9, 17; LC 4:33, LC 4:35, LC 4:41; 7:33; 8:2, 27, 29, 30, 33, 35, 38; 9:1, 42, 49; 10:17; 11:14, 15, 18, 19, 20; 13:32; JO 7:2; JO 8:48, JO 8:49, JO 8:52; 10:20, 21; AT 17:18; 1. ª Cor. 10:20, 21; 1. º Tim. 4:1; Tiago 2:16; Apoc 9:20; 16:24 e 18:2.


Ao falar de desencarnados, aproveitemos para observar como era designado o fenômeno da psicofonia: I - quando se refere a uma obsessão, com o verbo daimonízesthai, que aparece 13 vezes (MT 4:24;


8:16, 28, 33; 9:32; 12:22; 15:22; Marc 1:32; 5:15, 16, 18; LC 8:36; JO 10:21, portanto, só empregado pelos evangelistas).


II - quando se refere a um espírito evoluído, encontramos as expressões:

• "cheio de um espírito (plêrês, LC 4:1; AT 6:3, AT 6:5; 7:55; 11:24 - portanto só empregado por Lucas);


• "encher-se" (pimplánai ou plêthein, LC 1:15, LC 1:41, LC 1:67; AT 2:4; AT 4:8, AT 4:31; 9:17; 13:19 - portanto, só usado por Lucas);


• "conturbar-se" (tarássein), JO 11:33 e JO 13:21).


Já deixamos bem claro (vol 1) que os termos satanás ("antagonista"), diábolos ("adversário") e peirázôn ("tentador") jamais se referem, no N. T., a espíritos desencarnados, mas expressam sempre "a matéria, e por conseguinte também a "personalidade", a personagem humana que, com seu intelecto vaidoso, se opõe, antagoniza e, como adversário natural do espírito, tenta-o (como escreveu Paulo: "a carne (matéria) luta contra o espírito e o espírito contra a carne", GL 5:17).


Esses termos aparecem: satanãs, 33 vezes (MT 4:10; MT 12:26; MT 16:23; MC 1:13; MC 3:23, MC 3:26; 4:15; 8:33; LC 10:18; LC 11:18; LC 13:16; LC 22:3; JO 13:27, JO 13:31; AT 5:3; AT 26:18; RM 16:20; 1. º Cor. 5:5; 7:5; 2. º Cor. 2:11; 11:14; 12:17; 1. ° Tess. 2:18; 2. º Tess. 2:9; 1. º Tim. 1:20; 5:15; AP 2:9, AP 2:13, AP 2:24; 3:9; 12:9; 20:2, 7); diábolos, 35 vezes (MT 4:1, MT 4:5, MT 4:8, MT 4:11; 13:39; 25:41; LC 4:2, LC 4:3, LC 4:6, LC 4:13; 8:12; JO 6:70; JO 8:44; JO 13:2; AT 10:38; AT 13:10; EF 4:27; EF 6:11; 1. º Tim. 3:6, 7, 11; 2. º Tim. 2:26; 3:3 TT 2:3; HB 2:14; Tiago, 4:7; 1. º Pe. 5:8; 1. º JO 3:8, 10; Jud. 9; AP 2:10; AP 12:9, AP 12:12; 20:2,10) e peirázôn, duas vezes (MT 4:3 e MT 4:1. ª Tess. 3:5).


DIÁNOIA


Diánoia exprime a faculdade de refletir (diá+noús), isto é, o raciocínio; é o intelecto que na matéria, reflete a mente espiritual (noús), projetando-se em "várias direções" (diá) no mesmo plano. Usado 12 vezes (MT 22:37; MC 12:30: LC 1:51; LC 10:27: EF 2:3; EF 4:18; CL 1:21; HB 8:10; HB 10:16; 1. ª Pe. 1:13; 2. ª Pe. 3:1; 1. ª JO 5:20) na forma diánoia; e na forma dianóêma (o pensamento) uma vez em LC 11:17. Como sinônimo de diánoia, encontramos, também, synesis (compreensão) 7 vezes (MC 12:33; LC 2:47; 1. ª Cor. 1:19; EF 3:4; CL 1:9 e CL 2:2; e 2. ª Tim. 2:7). Como veremos logo abaixo, diánoia é parte inerente da psychê, (alma).


PSYCHÊ


Psychê é a ALMA, isto é, o "espírito encarnado (cfr. A. Kardec, "Livro dos Espíritos", resp. 134: " alma é o espírito encarnado", resposta dada, evidentemente, por um "espírito" afeito à leitura do Novo Testamento).


A psychê era considerada pelos gregos como o atualmente chamado "corpo astral", já que era sede dos desejos e paixões, isto é, das emoções (cfr. Ésquilo, Persas, 841; Teócrito, 16:24; Xenofonte, Ciropedia, 6. 2. 28 e 33; Xen., Memoráveis de Sócrates, 1. 13:14; Píndaro, Olímpicas, 2. 125; Heródoto, 3. 14; Tucídides, 2. 40, etc.) . Mas psychê também incluía, segundo os gregos, a diánoia ou synesis, isto é, o intelecto (cfr. Heródoto, 5. 124; Sófocles, Édipo em Colona, 1207; Xenofonte, Hieron, 7. 12; Plat ão, Crátilo, 400 a).


No sentido de "espírito" (alma de mortos) foi usada por Homero (cfr. Ilíada 1. 3; 23. 65, 72, 100, 104;


Odisseia, 11. 207,213,222; 24. 14 etc.), mas esse sentido foi depressa abandonado, substituído por outros sinônimos (pnenma, eikôn, phántasma, skiá, daimôn, etc.) .


Psychê é empregado quase sempre no sentido de espírito preso à matéria (encarnado) ou seja, como sede da vida, e até como a própria vida humana, isto é, a personagem terrena (sede do intelecto e das emoções) em 92 passos: Mar. 2:20; 6:25; 10:28, 39; 11:29; 12:18; 16:25, 26; 20:28; 22:37; 26:38; MC 3:4; MC 8:35, MC 8:36, MC 8:37; 10:45; 12:30; 14:34; LC 1:46; LC 2:35; LC 6:9; LC 9:24(2x), 56; 10:27; 12:19, 20, 22, 23; 14:26; 17:33; 21:19; JO 10:11, JO 10:15, JO 10:17, JO 10:18, 24; 12:25, 27; 13:37, 38; 15:13; AT 2:27, AT 2:41, AT 2:43; 3:23; 4:32; 7:14; 14:2, 22; 15:24, 26; 20:10, 24; 27:10, 22, 37, 44; RM 2:9; RM 11:3; RM 13:1; RM 16:4; 1. º Cor. 15:45; 2. º Cor. 1:23; 12:15; EF 6:6; CL 3:23; Flp. 1:27; 2:30; 1. º Tess. 2:8; 5:23; HB 4:12; HB 6:19; HB 10:38, HB 10:39; 12:3; 13:17; Tiago 1:21; Tiago 5:20; 1. º Pe. 1:9, 22; 2:11, 25; 4:19; 2. º Pe. 2:8, 14; 1. º JO 3:16; 3. º JO 2; AP 12:11; AP 16:3; AP 18:13, AP 18:14.


Note-se, todavia, que no Apocalipse (6:9:8:9 e 20:4) o termo é aplicado aos desencarnados por morte violenta, por ainda conservarem, no além-túmulo, as características da última personagem terrena.


O adjetivo psychikós é empregado com o mesmo sentido de personalidade (l. ª Cor. 2:14; 15:44, 46; Tiago, 3:15; Jud. 19).


Os outros termos, que entre os gregos eram usados nesse sentido de "espírito desencarnado", o N. T.


não os emprega com essa interpretação, conforme pode ser verificado:

EIDOS (aparência) - LC 3:22; LC 9:29; JO 5:37; 2. ª Cor. 5:7; 1. ª Tess. 5:22.


EIDÔLON (ídolo) - AT 7:41; AT 15:20; RM 2:22; 1. ª Cor. 8:4, 7; 10:19; 12; 2; 2. ª Cor. 6:16; 1. ª Tess.


1:9; 1. ª JO 5:21; AP 9:20.


EIKÔN (imagem) - MT 22:20; MC 12:16; LC 20:24; RM 1:23; 1. ª Cor. 11:7; 15:49 (2x) ; 2. ª Cor. 3:18; 4:4; CL 1:5; CL 3:10; HB 10:11; AP 13:14; AP 14:2, AP 14:11; 15:2; 19 : 20; 20 : 4.


SKIÁ (sombra) - MT 4:16; MC 4:32; LC 1:79; AT 5:15; CL 2:17; HB 8:5; HB 10:1.


Também entre os gregos, desde Homero, havia a palavra thumós, que era tomada no sentido de alma encarnada". Teve ainda sentidos diversos, exprimindo "coração" quer como sede do intelecto, quer como sede das paixões. Fixou-se, entretanto, mais neste último sentido, e toda, as vezes que a deparamos no Novo Testamento é, parece, com o designativo "força". (Cfr. LC 4:28; AT 19:28; RM 2:8; 2. ª Cor. 12:20; GL 5:20; EF 4:31; CL 3:8; HB 11:27; AP 12:12; AP 14:8, AP 14:10, AP 14:19; 15:1, 7; 16:1, 19; 18:3 e 19:15)


SOMA


Soma exprime o corpo, geralmente o físico denso, que é subdividido em carne (sárx) e sangue (haima), ou seja, que compreende o físico denso e o duplo etérico (e aqui retificamos o que saiu publicado no vol. 1, onde dissemos que "sangue" representava o astral).


Já no N. T. encontramos uma antecipação da moderna qualificação de "corpos", atribuída aos planos ou níveis em que o homem pode tornar-se consciente. Paulo, por exemplo, emprega soma para os planos espirituais; ao distinguir os "corpos" celestes (sómata epouránia) dos "corpos" terrestres (sómata epígeia), ele emprega soma para o físico denso (em lugar de sárx), para o corpo astral (sôma psychikôn) e para o corpo espiritual (sôma pneumatikón) em 1. ª Cor. 15:40 e 44.


No N. T. soma é empregado ao todo 123 vezes, sendo 107 vezes no sentido de corpo físico-denso (material, unido ou não à psychê);


MT 5:29, MT 5:30; 6:22, 25; 10:28(2x); 26:12; 27:58, 59; MC 5:29; MC 14:8; MC 15:43; LC 11:34; LC 12:4, LC 12:22, LC 12:23; 17:37; 23:52, 55; 24:3, 23; JO 2:21; JO 19:31, JO 19:38, JO 19:40; 20:12; Aros. 9:40; RM 1:24; RM 4:19; RM 6:6, RM 6:12; 7:4, 24; 8:10, 11, 13, 23; 12:1, 4; 1. º Cor. 5:13; 6:13(2x), 20; 7:4(2x), 34; 9:27; 12:12(3x),14, 15(2x), 16 (2x), 17, 18, 19, 20, 22, 23, 24, 25; 13:3; 15:37, 38(2x) 40). 2. 0 Cor. 4:40; 5:610; 10:10; 12:2(2x); Gól. 6:17; EF 2:16; EF 5:23, EF 5:28; Ft. 3:21; CL 2:11, CL 2:23; 1. º Tess. 5:23; HB 10:5, HB 10:10, HB 10:22; 13:3, 11; Tiago 2:11, Tiago 2:26; 3:2, 3, 6; 1. º Pe. 2:24; Jud. 9; AP 18:13. Três vezes como "corpo astral" (MT 27:42; 1. ª Cor. 15:14, duas vezes); duas vezes como "corpo espiritual" (1. º Cor. 15:41); e onze vezes com sentido simbólico, referindo-se ao pão, tomado como símbolo do corpo de Cristo (MT 26:26; MC 14:22; LC 22:19; RM 12:5; 1. ª Cor. 6:15; 10:16, 17; 11:24; 12:13, 27; EF 1:23; EF 4:4, EF 4:12, EF 4:16; Filp. 1:20; CL 1:18, CL 1:22; 2:17; 3:15).


HAIMA


Haima, o sangue, exprime, como vimos, o corpo vital, isto é, a parte que dá vitalização à carne (sárx), a qual, sem o sangue, é simples cadáver.


O sangue era considerado uma entidade a parte, representando o que hoje chamamos "duplo etérico" ou "corpo vital". Baste-nos, como confirmação, recordar que o Antigo Testamento define o sangue como "a alma de toda carne" (LV 17:11-14). Suma importância, por isso, é atribuída ao derramamento de sangue, que exprime privação da "vida", e representa quer o sacrifício em resgate de erros e crimes, quer o testemunho de uma verdade.


A palavra é assim usada no N. T. :

a) - sangue de vítimas (HB 9:7, HB 9:12, HB 9:13, HB 9:18, 19, 20, 21, 22, 25; 10:4; 11:28; 13:11). Observe-se que só nessa carta há preocupação com esse aspecto;


b) - sangue de Jesus, quer literalmente (MT 27:4, MT 27:6, MT 27:24, MT 27:25; LC 22:20; JO 19:34; AT 5:28; AT 20:28; RM 5:25; RM 5:9; EF 1:7; EF 2:13; CL 1:20; HB 9:14; HB 10:19, HB 10:29; 12:24; 13:12, 20; 1. ª Pe. 1:2,19; 1. ª JO 1:7; 5:6, 8; AP 1:5; AP 5:9; AP 7:14; AP 12:11); quer simbolicamente, quando se refere ao vinho, como símbolo do sangue de Cristo (MT 26:28; MC 14:24; JO 6:53, JO 6:54, JO 6:55, JO 6:56; 1. ª Cor. 10:16; 11:25, 27).


c) - o sangue derramado como testemunho de uma verdade (MT 23:30, MT 23:35; 27:4; LC 13:1; AT 1:9; AT 18:6; AT 20:26; AT 22:20; RM 3:15; HB 12:4; AP 6:10; 14,: 20; 16:6; 17:6; 19:2, 13).


d) - ou em circunstâncias várias (MC 5:25, MC 5:29; 16:7; LC 22:44; JO 1:13; AT 2:19, AT 2:20; 15:20, 29; 17:26; 21:25; 1. ª Cor. 15:50; GL 1:16; EF 6:12; HB 2:14; AP 6:12; AP 8:7; AP 15:3, AP 15:4; 11:6).


SÁRX


Sárx é a carne, expressão do elemento mais grosseiro do homem, embora essa palavra substitua, muitas vezes, o complexo soma, ou seja, se entenda, com esse termo, ao mesmo tempo "carne" e "sangue".


Apesar de ter sido empregada simbolicamente por Jesus (JO 6:51, JO 6:52, JO 6:53, JO 6:54, 55 e 56), seu uso é mais literal em todo o resto do N. T., em 120 outros locais: MT 19:56; MT 24:22; MT 26:41; MC 10:8; MC 13:20; MC 14:38; LC 3:6; LC 24:39; JO 1:14; JO 3:6(2x); 6:63; 8:15; 17:2; AT 2:7, AT 2:26, AT 2:31; RM 1:3; RM 2:28; RM 3:20; RM 4:1; RM 6:19; RM 7:5, RM 7:18, RM 7:25; 8:3, 4(2x), 5(2x), 6, 7, 8, 9, 13(2x); 9:358; 11:14; 13:14; 1. º Cor. 1:2629; 5:5; 6:16; 7:28;10:18; 15:39(2x),50; 2. º Cor. 1:17; 4:11; 5:16; 7:1,5; 10:2,3(2x); 1:18; 12:7; GL 2:16, GL 2:20; 3:3; 4:13, 14, 23; 5:13, 16, 17, 19, 24; 6:8(2x), 12, 13; EF 2:3, EF 2:11, EF 2:14; 5:29, 30, 31; 6:5; CL 1:22, CL 1:24; 2:1, 5, 11, 13, 18, 23; 3:22, 24; 3:34; 1. º Tim. 3:6; Flm. 16; HB 5:7; HB 9:10, HB 9:13; 10:20; 12:9; Tiago 5:3; 1. º Pe. 1:24; 3;18, 21; 4:1, 2, 6; 2. º Pe. 2:10, 18; 1. º JO 2:16; 4:2; 2. º JO 7; Jud. 7, 8, 23; AP 17:16; AP 19:21.


B - TEXTOS COMPROBATÓRIOS


Respiguemos, agora, alguns trechos do N. T., a fim de comprovar nossas conclusões a respeito desta nova teoria.


Comecemos pela distinção que fazemos entre individualidade (ou Espírito) e a personagem transitória humana.


INDIVIDUALIDADE- PERSONAGEM


Encontramos essa distinção explicitamente ensinada por Paulo (l. ª Cor. 15:35-50) que classifica a individualidade entre os "corpos celestiais" (sómata epouránia), isto é, de origem espiritual; e a personagem terrena entre os "corpos terrenos" (sómata epígeia), ou seja, que têm sua origem no próprio planeta Terra, de onde tiram seus elementos constitutivos (físicos e químicos). Logo a seguir, Paulo torna mais claro seu pensamento, denominando a individualidade de "corpo espiritual" (sôma pneumatikón) e a personagem humana de "corpo psíquico" (sôma psychikón). Com absoluta nitidez, afirma que a individualidade é o "Espírito vivificante" (pneuma zoopioún), porque dá vida; e que a personagem, no plano já da energia, é a "alma que vive" (psychê zôsan), pois recebe vida do Espírito que lhe constitui a essência profunda.


Entretanto, para evitar dúvidas ou más interpretações quanto ao sentido ascensional da evolução, assevera taxativamente que o desenvolvimento começa com a personalidade (alma vivente) e só depois que esta se desenvolve, é que pode atingir-se o desabrochar da individualidade (Espírito vivificante).


Temos, pois, bem estabelecida a diferença fundamental, ensinada no N. T., entre psychê (alma) e pneuma (Espírito).


Mas há outros passos em que esses dois elementos são claramente distinguidos:

1) No Cântico de Maria (LC 1:46) sentimos a diferença nas palavras "Minha alma (psychê) engrandece o Senhor e meu Espírito (pneuma) se alegra em Deus meu Salvador".


2) Paulo (Filp. 1:27) recomenda que os cristãos tenham "um só Espírito (pneuma) e uma só alma (psychê), distinção desnecessária, se não expressassem essas palavras coisas diferentes.


3) Ainda Paulo (l. ª Tess. 5:23) faz votos que os fiéis "sejam santificados e guardados no Espírito (pneuma) na alma (psychê) e no corpo (sôma)", deixando bem estabelecida a tríade que assinalamos desde o início.


4) Mais claro ainda é o autor da Carta dos Hebreus (quer seja Paulo Apolo ou Clemente Romano), ao


. utilizar-se de uma expressão sintomática, que diz: "o Logos Divino é Vivo, Eficaz; e mais penetrante que qualquer espada, atingindo até a divisão entre o Espirito (pneuma) e a alma (psychê)" (HB 4:12); aí não há discussão: existe realmente uma divisão entre espírito e alma.


5) Comparando, ainda, a personagem (psiquismo) com a individualidade Paulo afirma que "fala não palavras aprendidas pela sabedoria humana, mas aprendidas do Espírito (divino), comparando as coisas espirituais com as espirituais"; e acrescenta, como esclarecimento e razão: "o homem psíquico (ho ánthrôpos psychikós, isto é, a personagem intelectualizada) não percebe as coisas do Espírito Divino: são tolices para ele, e não pode compreender o que é discernido espiritualmente; mas o homem espiritual (ho ánthrôpos pneumatikós, ou, seja, a individualidade) discerne tudo, embora não seja discernido por ninguém" (1. ª Cor. 2:13-15).


Portanto, não há dúvida de que o N. T. aceita os dois aspectos do "homem": a parte espiritual, a tríade superior ou individualidade (ánthrôpos pneumatikós) e a parte psíquica, o quaternário inferior ou personalidade ou personagem (ánthrôpos psychikós).


O CORPO


Penetremos, agora, numa especificação maior, observando o emprego da palavra soma (corpo), em seu complexo carne-sangue, já que, em vários passos, não só o termo sárx é usado em lugar de soma, como também o adjetivo sarkikós (ou sarkínos) se refere, como parte externa visível, a toda a personagem, ou seja, ao espírito encarnado e preso à matéria; e isto sobretudo naqueles que, por seu atraso, ainda acreditam que seu verdadeiro eu é o complexo físico, já que nem percebem sua essência espiritual.


Paulo, por exemplo, justifica-se de não escrever aos coríntios lições mais sublimes, porque não pode falar-lhes como a "espirituais" (pnenmatikoí, criaturas que, mesmo encarnadas, já vivem na individualidade), mas só como a "carnais" (sarkínoi, que vivem só na personagem). Como a crianças em Cristo (isto é, como a principiantes no processo do conhecimento crístico), dando-lhes leite a beber, não comida, pois ainda não na podem suportar; "e nem agora o posso, acrescenta ele, pois ainda sois carnais" (1. ª Cor. 3:1-2).


Dessa forma, todos os que se encontram na fase em que domina a personagem terrena são descritos por Paulo como não percebendo o Espírito: "os que são segundo a carne, pensam segundo a carne", em oposição aos "que são segundo o espírito, que pensam segundo o espírito". Logo a seguir define a "sabedoria da carne como morte, enquanto a sabedoria do Espírito é Vida e Paz" (Rom, 8:5-6).


Essa distinção também foi afirmada por Jesus, quando disse que "o espírito está pronto (no sentido de" disposto"), mas a carne é fraca" (MT 26:41; MC 14:38). Talvez por isso o autor da Carta aos Hebreus escreveu, ao lembrar-se quiçá desse episódio, que Jesus "nos dias de sua carne (quando encarnado), oferecendo preces e súplicas com grande clamor e lágrimas Àquele que podia livrá-lo da morte, foi ouvido por causa de sua devoção e, não obstante ser Filho de Deus (o mais elevado grau do adeptado, cfr. vol. 1), aprendeu a obediência por meio das coisas que sofreu" (Heb, 5:7-8).


Ora, sendo assim fraca e medrosa a personagem humana, sempre tendente para o mal como expoente típico do Antissistema, Paulo tem o cuidado de avisar que "não devemos submeter-nos aos desejos da carne", pois esta antagoniza o Espírito (isto é constitui seu adversário ou diábolos). Aconselha, então que não se faça o que ela deseja, e conforta os "que são do Espírito", assegurando-lhes que, embora vivam na personalidade, "não estão sob a lei" (GL 5:16-18). A razão é dada em outro passo: "O Senhor é Espírito: onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade" (2. ª Cor. 3:17).


Segundo o autor da Carta aos Hebreus, esta foi uma das finalidades da encarnação de Jesus: livrar a personagem humana do medo da morte. E neste trecho confirma as palavras do Mestre a Nicodemos: "o que nasce de carne é carne" (JO 3:6), esclarecendo, ao mesmo tempo, no campo da psicobiologia, (o problema da hereditariedade: dos pais, os filhos só herdam a carne e o sangue (corpo físico e duplo etérico), já que a psychê é herdeira do pneuma ("o que nasce de espírito, é espírito", João, ibidem). Escreve, então: "como os filhos têm a mesma natureza (kekoinônêken) na carne e no sangue, assim ele (Jesus) participou da carne e do sangue para que, por sua morte, destruísse o adversário (diábolos, a matéria), o qual possui o império da morte, a fim de libertá-las (as criaturas), já que durante toda a vida elas estavam sujeitas ao medo da morte" (HB 2:14).


Ainda no setor da morte, Jesus confirma, mais uma vez, a oposição corpo-alma: "não temais os que matam o corpo: temei o que pode matar a alma (psychê) e o corpo (sôma)" (MT 10:28). Note-se, mais uma vez, a precisão (elegantia) vocabular de Jesus, que não fala em pneuma, que é indestrutível, mas em psychê, ou seja, o corpo astral sujeito a estragos e até morte.


Interessante observar que alguns capítulos adiante, o mesmo evangelista (MT 27:52) usa o termo soma para designar o corpo astral ou perispírito: "e muitos corpos dos santos que dormiam, despertaram".


Refere-se ao choque terrível da desencarnação de Jesus, que foi tão violento no plano astral, que despertou os desencarnados que se encontravam adormecidos e talvez ainda presos aos seus cadáveres, na hibernação dos que desencarnam despreparados. E como era natural, ao despertarem, dirigiram-se para suas casas, tendo sido percebidos pelos videntes.


Há um texto de Paulo que nos deixa em suspenso, sem distinguirmos se ele se refere ao corpo físico (carne) ou ao psíquico (astral): "conheço um homem em Cristo (uma individualidade já cristificada) que há catorze anos - se no corpo (en sômai) não sei, se fora do corpo (ektòs sômatos) não sei: Deus

sabe foi raptado ao terceiro céu" (l. ª Cor. 12:2). É uma confissão de êxtase (ou talvez de "encontro"?), em que o próprio experimentador se declara inapto a distinguir se se tratava de um movimento puramente espiritual (fora do corpo), ou se tivera a participação do corpo psíquico (astral); nem pode verificar se todo o processo se realizou com pneuma e psychê dentro ou fora do corpo.


Entretanto, de uma coisa ele tem certeza absoluta: a parte inferior do homem, a carne e o sangue, esses não participaram do processo. Essa certeza é tão forte, que ele pode ensinar taxativamente e sem titubeios, que o físico denso e o duplo etérico não se unificam com a Centelha Divina, não "entram no reino dos céus", sendo esta uma faculdade apenas de pneuma, e, no máximo, de psychê. E ele o diz com ênfase: "isto eu vos digo, irmãos, que a carne (sárx) e o sangue (haima) NÃO PODEM possuir o reino de Deus" (l. ª Cor. 15:50). Note-se que essa afirmativa é uma negação violenta do "dogma" da ressurreição da carne.


ALMA


Num plano mais elevado, vejamos o que nos diz o N. T. a respeito da psychê e da diánoia, isto é, da alma e do intelecto a esta inerente como um de seus aspectos.


Como a carne é, na realidade dos fatos, incapaz de vontades e desejos, que provêm do intelecto, Paulo afirma que "outrora andávamos nos desejos de nossa carne", esclarecendo, porém, que fazíamos "a vontade da carne (sárx) e do intelecto (diánoia)" (EF 2:3). De fato "o afastamento e a inimizade entre Espírito e corpo surgem por meio do intelecto" (CL 1. 21).


A distinção entre intelecto (faculdade de refletir, existente na personagem) e mente (faculdade inerente ao coração, que cria os pensamentos) pode parecer sutil, mas já era feita na antiguidade, e Jerem ías escreveu que YHWH "dá suas leis ao intelecto (diánoia), mas as escreve no coração" (JR 31:33, citado certo em HB 8:10, e com os termos invertidos em HB 10:16). Aí bem se diversificam as funções: o intelecto recebe a dádiva, refletindo-a do coração, onde ela está gravada.


Realmente a psychê corresponde ao corpo astral, sede das emoções. Embora alguns textos no N. T.


atribuam emoções a kardía, Jesus deixou claro que só a psychê é atingível pelas angústias e aflições, asseverando: "minha alma (psychê) está perturbada" (MT 26:38; MC 14:34; JO 12:27). Jesus não fala em kardía nem em pneuma.


A MENTE


Noús é a MENTE ESPIRITUAL, a individualizadora de pneuma, e parte integrante ou aspecto de kardía. E Paulo, ao salientar a necessidade de revestir-nos do Homem Novo (de passar a viver na individualidade) ordena que "nos renovemos no Espírito de nossa Mente" (EF 4:23-24), e não do intelecto, que é personalista e divisionário.


E ao destacar a luta entre a individualidade e a personagem encarnada, sublinha que "vê outra lei em seus membros (corpo) que se opõem à lei de sua mente (noús), e o aprisiona na lei do erro que existe em seus membros" (RM 7:23).


A mente espiritual, e só ela, pode entender a sabedoria do Cristo; e este não se dirige ao intelecto para obter a compreensão dos discípulos: "e então abriu-lhes a mente (noún) para que compreendessem as Escrituras" (LC 24:45). Até então, durante a viagem (bastante longa) ia conversando com os "discípulos de Emaús". falando-lhes ao intelecto e provando-lhes que o Filho do Homem tinha que sofrer; mas eles não O reconheceram. Mas quando lhes abriu a MENTE, imediatamente eles perceberam o Cristo.


Essa mente é, sem dúvida, um aspecto de kardía. Isaías escreveu: "então (YHWH) cegou-lhes os olhos (intelecto) e endureceu-lhes o coração, para que não vissem (intelectualmente) nem compreendessem com o coração" (IS 6:9; citado por JO 12:40).


O CORAÇÃO


Que o coração é a fonte dos pensamentos, nós o encontramos repetido à exaustão; por exemplo: MT 12:34; MT 15:18, MT 15:19; Marc 7:18; 18:23; LC 6:45; LC 9:47; etc.


Ora, se o termo CORAÇÃO exprime, límpida e indiscutivelmente, a fonte primeira do SER, o "quarto fechado" onde o "Pai vê no secreto" MT 6:6), logicamente se deduz que aí reside a Centelha Divina, a Partícula de pneuma, o CRISTO (Filho Unigênito), que é UNO com o Pai, que também, consequentemente, aí reside. E portanto, aí também está o Espírito-Santo, o Espírito-Amor, DEUS, de que nosso Eu é uma partícula não desprendida.


Razão nos assiste, então, quando escrevemos (vol. 1 e vol. 3) que o "reino de Deus" ou "reino dos céus" ou "o céu", exprime exatamente o CORAÇÃO; e entrar no reino dos céus é penetrar, é MERGULHAR (batismo) no âmago de nosso próprio EU. É ser UM com o CRISTO, tal como o CRISTO é UM com o PAI (cfr. JO 10. 30; 17:21,22, 23).


Sendo esta parte a mais importante para a nossa tese, dividamo-la em três seções:

a) - Deus ou o Espírito Santo habitam DENTRO DE nós;


b) - CRISTO, o Filho (UNO com o Pai) também está DENTRO de nós, constituindo NOSSA ESSÊNCIA PROFUNDA;


c) - o local exato em que se encontra o Cristo é o CORAÇÃO, e nossa meta, durante a encarnação, é CRISTIFICAR-NOS, alcançando a evolução crística e unificando-nos com Ele.


a) -


A expressão "dentro de" pode ser dada em grego pela preposição ENTOS que encontramos clara em LC (LC 17:21), quando afirma que "o reino de Deus está DENTRO DE VÓS" (entòs humin); mas tamb ém a mesma ideia é expressa pela preposição EN (latim in, português em): se a água está na (EM A) garrafa ou no (EM O) copo, é porque está DENTRO desses recipientes. Não pode haver dúvida. Recordese o que escrevemos (vol. 1): "o Logos se fez carne e fez sua residência DENTRO DE NÓS" (JO 1:14).


Paulo é categórico em suas afirmativas: "Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito Santo habita dentro de vós" (1. ª Cor. 3:16).


Οΰи οίδατε ότι ναός θεοϋ έστε иαί τό πνεϋµα τοϋ θεοϋ έν ϋµϊν οίиεί;

E mais: "E não sabeis que vosso corpo é o templo do Espírito Santo que está dentro de vós, o qual recebestes de Deus, e não pertenceis a vós mesmos? Na verdade, fostes comprados por alto preço. Glorificai e TRAZEI DEUS EM VOSSO CORPO" (1. ª Cor. 6:19-20).


Esse Espírito Santo, que é a Centelha do Espírito Universal, é, por isso mesmo, idêntico em todos: "há muitas operações, mas UM só Deus, que OPERA TUDO DENTRO DE TODAS AS COISAS; ... Todas essas coisas opera o único e mesmo Espírito; ... Então, em UM Espírito todos nós fomos MERGULHADOS en: UMA carne, judeus e gentios, livres ou escravos" (1. ª Cor. 12:6, 11, 13).


Καί διαιρέσεις ένεργηµάτων είσιν, ό δέ αύτός θεός ό ένεργών τα πάντα έν πάσιν... Дάντα δέ ταύτα ένεργεί τό έν иαί τό αύτό πνεύµα... Кαί γάρ έν ένί πνεύµατι ήµείς πάντες είς έν σώµα έβαπτίσθηµεν,
είτε ̉Ιουδαίοι εϊτε έλληνες, είτε δούλοι, εϊτε έλεύθεροι.
Mais ainda: "Então já não sois hóspedes e estrangeiros, mas sois concidadãos dos santos e familiares de Deus, superedificados sobre o fundamento dos Enviados e dos Profetas, sendo a própria pedra angular máxima Cristo Jesus: em Quem toda edificação cresce no templo santo no Senhor, no Qual tamb ém vós estais edificados como HABITAÇÃO DE DEUS NO ESPÍRITO" (EF 2:19-22). " Αρα ούν ούиέτι έστε ζένοι иαί πάροιиοι, άλλά έστε συµπολίται τών άγίων иαί οίиείοι τού θεού,
έποιиοδοµηθέντες έπί τώ θεµελίω τών άποστόλων иαί προφητών, όντος άиρογωνιαίου αύτού Χριστόύ
#cite Іησού, έν ώ πάσα οίиοδοµή συναρµολογουµένη αύζει είς ναόν άγιον έν иυρίώ, έν ώ иαί ύµείς
συνοιиοδοµείσθε είς иατοιиητήεριον τού θεού έν πνεµατ

ι.


Se Deus habita DENTRO do homem e das coisas quem os despreza, despreza a Deus: "quem despreza estas coisas, não despreza homens, mas a Deus, que também deu seu Espírito Santo em vós" (1. ª Tess. 4:8).


Тοιγαρούν ό άθετών ούи άνθρωπον άθετεί, άλλά τόν θεόν τόν иαί διδόντα τό πνεύµα αύτού τό άγιον είς ύµάς.

E a consciência dessa realidade era soberana em Paulo: "Guardei o bom depósito, pelo Espírito Santo que habita DENTRO DE NÓS" (2. ª Tim. 1:14). (20)


Тήν иαλήν παραθήиην φύλαζον διά πνεύµατος άγίου τού ένοιиούντος έν ήµϊ

ν.


João dá seu testemunho: "Ninguém jamais viu Deus. Se nos amarmos reciprocamente, Deus permanecer á DENTRO DE NÓS, e o Amor Dele, dentro de nós, será perfeito (ou completo). Nisto sabemos que permaneceremos Nele e Ele em nós, porque DE SEU ESPÍRITO deu a nós" (1. ª JO 4:12-13).


θεόν ούδείς πώποτε τεθέαται: έάν άγαπώµεν άλλήλους, ό θεός έν ήµϊν µένει, иαί ή άγάπη αύτοϋ τε-
τελειωµένη έν ήµϊν έστιν. Εν τουτω γινώσиοµεν ότι έν αύτώ µένοµεν иαί αύτός έν ήµϊν, ότι έи τοϋ
πνεύµατος αύτοϋ δέδώиεν ήµϊ

ν.


b) -


Vejamos agora os textos que especificam melhor ser o CRISTO (Filho) que, DENTRO DE NÓS. constitui a essência profunda de nosso ser. Não é mais uma indicação de que TEMOS a Divindade em nós, mas um ensino concreto de que SOMOS uma partícula da Divindade. Escreve Paulo: "Não sabeis que CRISTO (Jesus) está DENTRO DE VÓS"? (2. ª Cor. 13:5). E, passando àquela teoria belíssima de que formamos todos um corpo só, cuja cabeça é Cristo, ensina Paulo: "Vós sois o CORPO de Cristo, e membros de seus membros" (l. ª Cor. 12:27). Esse mesmo Cristo precisa manifestar-se em nós, através de nós: "vossa vida está escondida COM CRISTO em Deus; quando Cristo se manifestar, vós também vos manifestareis em substância" (CL 3:3-4).


E logo adiante insiste: "Despojai-vos do velho homem com seus atos (das personagens terrenas com seus divisionismos egoístas) e vesti o novo, aquele que se renova no conhecimento, segundo a imagem de Quem o criou, onde (na individualidade) não há gentio nem judeu, circuncidado ou incircunciso, bárbaro ou cita, escravo ou livre, mas TUDO e EM TODOS, CRISTO" (CL 3:9-11).


A personagem é mortal, vivendo a alma por efeito do Espírito vivificante que nela existe: "Como em Adão (personagem) todos morrem, assim em CRISTO (individualidade, Espírito vivificante) todos são vivificados" (1. ª Cor. 15:22).


A consciência de que Cristo vive nele, faz Paulo traçar linhas imorredouras: "ou procurais uma prova do CRISTO que fala DENTRO DE MIM? o qual (Cristo) DENTRO DE VÓS não é fraco" mas é poderoso DENTRO DE VÓS" (2. ª Cor. 13:3).


E afirma com a ênfase da certeza plena: "já não sou eu (a personagem de Paulo), mas CRISTO QUE VIVE EM MIM" (GL 2:20). Por isso, pode garantir: "Nós temos a mente (noús) de Cristo" (l. ª Cor. 2:16).


Essa convicção traz consequências fortíssimas para quem já vive na individualidade: "não sabeis que vossos CORPOS são membros de Cristo? Tomando, então, os membros de Cristo eu os tornarei corpo de meretriz? Absolutamente. Ou não sabeis que quem adere à meretriz se torna UM CORPO com ela? Está dito: "e serão dois numa carne". Então - conclui Paulo com uma lógica irretorquível - quem adere a Deus é UM ESPÍRITO" com Deus (1. ª Cor. 6:15-17).


Já desde Paulo a união sexual é trazida como o melhor exemplo da unificação do Espírito com a Divindade. Decorrência natural de tudo isso é a instrução dada aos romanos: "vós não estais (não viveis) EM CARNE (na personagem), mas EM ESPÍRITO (na individualidade), se o Espírito de Deus habita DENTRO DE VÓS; se porém não tendes o Espírito de Cristo, não sois Dele. Se CRISTO (está) DENTRO DE VÓS, na verdade o corpo é morte por causa dos erros, mas o Espírito vive pela perfeição. Se o Espírito de Quem despertou Jesus dos mortos HABITA DENTRO DE VÓS, esse, que despertou Jesus dos mortos, vivificará também vossos corpos mortais, por causa do mesmo Espírito EM VÓS" (RM 9:9-11). E logo a seguir prossegue: "O próprio Espírito testifica ao nosso Espírito que somos filhos de Deus; se filhos, (somos) herdeiros: herdeiros de Deus, co-herdeiros de Cristo" (RM 8:16). Provém daí a angústia de todos os que atingiram o Eu Interno para libertar-se: "também tendo em nós as primícias do Espírito, gememos dentro de nós, esperando a adoção de Filhos, a libertação de nosso corpo" (RM 8:23).


c) -


Finalmente, estreitando o círculo dos esclarecimentos, verificamos que o Cristo, dentro de nós, reside NO CORAÇÃO, onde constitui nosso EU Profundo. É ensinamento escriturístico.


Ainda é Paulo que nos esclarece: "Porque sois filhos, Deus enviou o ESPÍRITO DE SEU FILHO, em vosso CORAÇÃO, clamando Abba, ó Pai" (GL 4:6). Compreendemos, então, que o Espírito Santo (Deus) que está em nós, refere-se exatamente ao Espírito do FILHO, ao CRISTO Cósmico, o Filho Unigênito. E ficamos sabendo que seu ponto de fixação em nós é o CORAÇÃO.


Lembrando-se, talvez, da frase de Jeremias, acima-citada, Paulo escreveu aos coríntios: "vós sois a nossa carta, escrita em vossos CORAÇÕES, conhecida e lida por todos os homens, sendo manifesto que sois CARTA DE CRISTO, preparada por nós, e escrita não com tinta, mas com o Espírito de Deus Vivo; não em tábuas de pedra, mas nas tábuas dos CORAÇÕES CARNAIS" (2. ª Cor. 3:2-3). Bastante explícito que realmente se trata dos corações carnais, onde reside o átomo espiritual.


Todavia, ainda mais claro é outro texto, em que se fala no mergulho de nosso eu pequeno, unificandonos ao Grande EU, o CRISTO INTERNO residente no coração: "CRISTO HABITA, pela fé, no VOSSO CORAÇÃO". E assegura com firmeza: "enraizados e fundamentados no AMOR, com todos os santos (os encarnados já espiritualizados na vivência da individualidade) se compreenderá a latitude, a longitude a sublimidade e a profundidade, conhecendo o que está acima do conhecimento, o AMOR DE CRISTO, para que se encham de toda a plenitude de Deus" (EF 3:17).


Кατοιиήσαι τόν Χριστόν διά τής πίστεως έν ταϊς иαρδίαις ύµών, έν άγάπη έρριζωµένοι иαί τεθεµελιωµένοι, ϊνα έζισγύσητε иαταλαβέσθαι σύν πάσιν τοϊςάγίοιςτί τό πλάτος иαί µήиος иαί ύψος
иαί βάθος, γνώσαι τε τήν ύπερβάλλουσαν τής γνώσεως άγάπην τοϋ Χριστοϋ, ίνα πληρωθήτε είς πάν τό πλήρωµα τού θεοϋ.

Quando se dá a unificação, o Espírito se infinitiza e penetra a Sabedoria Cósmica, compreendendo então a amplitude da localização universal do Cristo.


Mas encontramos outro ensino de suma profundidade, quando Paulo nos adverte que temos que CRISTIFICAR-NOS, temos que tornar-nos Cristos, na unificação com Cristo. Para isso, teremos que fazer uma tradução lógica e sensata da frase, em que aparece o verbo CHRIO duas vezes: a primeira, no particípio passado, Christós, o "Ungido", o "permeado da Divindade", particípio que foi transliterado em todas as línguas, com o sentido filosófico e místico de O CRISTO; e a segunda, logo a seguir, no presente do indicativo. Ora, parece de toda evidência que o sentido do verbo tem que ser O MESMO em ambos os empregos. Diz o texto original: ho dè bebaiôn hemãs syn humin eis Christon kaí chrísas hemãs theós (2. ª Cor. 1:21).


#cite Ο δέ βεβαιών ήµάς σύν ύµίν είς Χριστόν иαί χρίσας ήµάς θεό

ς.


Eis a tradução literal: "Deus, fortifica dor nosso e vosso, no Ungido, unge-nos".


E agora a tradução real: "Deus, fortificador nosso e vosso, em CRISTO, CRISTIFICA-NOS".


Essa a chave para compreendermos nossa meta: a cristificação total e absoluta.


Logo após escreve Paulo: "Ele também nos MARCA e nos dá, como penhor, o Espírito em NOSSOS CORAÇÕES" (2. ª Cor. 1:22).


#cite Ο иαί σφραγισάµενος ήµάς иαί δούς τόν άρραβώνα τόν πνεύµατος έν ταϊς иαρδϊαις ήµώ

ν.


Completando, enfim, o ensino - embora ministrado esparsamente - vem o texto mais forte e explícito, informando a finalidade da encarnação, para TÔDAS AS CRIATURAS: "até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, ao Homem Perfeito, à medida da evolução plena de Cristo" (EF 4:13).


Мέρχι иαταντήσωµεν οί πάντες είς τήν ένότητα τής πίστοως. иαί τής έπιγνώσεως τοϋ υίοϋ τοϋ θεοϋ,
είς άνδρα τελειον, είς µέτρον ήλιиίας τοϋ πληρώµατος τοϋ Χριστοϋ.
Por isso Paulo escreveu aos Gálatas: "ó filhinhos, por quem outra vez sofro as dores de parto, até que Cristo SE FORME dentro de vós" (GL 4:19) (Тεиνία µου, ούς πάλιν ώδίνω, µέρχις ού µορφωθή Χριστός έν ύµϊ

ν).


Agostinho (Tract. in Joanne, 21, 8) compreendeu bem isto ao escrever: "agradeçamos e alegremonos, porque nos tornamos não apenas cristãos, mas cristos", (Christus facti sumus); e Metódio de Olimpo ("Banquete das dez virgens", Patrol. Graeca, vol. 18, col. 150) escreveu: "a ekklêsía está grávida e em trabalho de parto até que o Cristo tome forma em nós, até que Cristo nasça em nós, a fim de que cada um dos santos (encarnados) por sua participação com o Cristo, se torne Cristo". Também Cirilo de Jerusalém ("Catechesis mystagogicae" 1. 3. 1 in Patr. Graeca vol. 33, col. 1. 087) asseverou: " Após terdes mergulhado no Cristo e vos terdes revestido do Cristo, fostes colocados em pé de igualdade com o Filho de Deus... pois que entrastes em comunhão com o Cristo, com razão tendes o nome de cristos, isto é, de ungidos".


Todo o que se une ao Cristo, se torna um cristo, participando do Pneuma e da natureza divina (theías koinônoí physeôs) (2. ª Pe. 1:3), pois "Cristo é o Espírito" (2. ª Cor. 3:17) e quem Lhe está unido, tem em si o selo (sphrágis) de Cristo. Na homilia 24,2, sobre 1. ª Cor. 10:16, João Crisóstomo (Patrol.


Graeca vol. 61, col. 200) escreveu: "O pão que partimos não é uma comunhão (com+união, koinônía) ao corpo de Cristo? Porque não disse "participação" (metoché)? Porque quis revelar algo mais, e mostrar uma associação (synápheia) mais íntima. Realmente, estamos unidos (koinônoúmen) não só pela participação (metéchein) e pela recepção (metalambánein), mas também pela UNIFICAÇÃO (enousthai)".


Por isso justifica-se o fragmento de Aristóteles, supra citado, em Sinésio: "os místicos devem não apenas aprender (mathein) mas experimentar" (pathein).


Essa é a razão por que, desde os primeiros séculos do estabelecimento do povo israelita, YHWH, em sua sabedoria, fazia a distinção dos diversos "corpos" da criatura; e no primeiro mandamento revelado a Moisés dizia: " Amarás a Deus de todo o teu coração (kardía), de toda tua alma (psychê), de todo teu intelecto (diánoia), de todas as tuas forças (dynameis)"; kardía é a individualidade, psychê a personagem, dividida em diánoia (intelecto) e dynameis (veículos físicos). (Cfr. LV 19:18; DT 6:5; MT 22:37; MC 12:13; LC 10:27).


A doutrina é uma só em todos os sistemas religiosos pregados pelos Mestres (Enviados e Profetas), embora com o tempo a imperfeição humana os deturpe, pois a personagem é fundamentalmente divisionista e egoísta. Mas sempre chega a ocasião em que a Verdade se restabelece, e então verificamos que todas as revelações são idênticas entre si, em seu conteúdo básico.


ESCOLA INICIÁTICA


Após essa longa digressão a respeito do estudo do "homem" no Novo Testamento, somos ainda obrigados a aprofundar mais o sentido do trecho em que são estipuladas as condições do discipulato.


Há muito desejaríamos ter penetrado neste setor, a fim de poder dar explicação cabal de certas frases e passagens; mas evitamo-lo ao máximo, para não ferir convicções de leitores desacostumados ao assunto.


Diante desse trecho, porém, somos forçados a romper os tabus e a falar abertamente.


Deve ter chamado a atenção de todos os estudiosos perspicazes dos Evangelhos, que Jesus jamais recebeu, dos evangelistas, qualquer título que normalmente seria atribuído a um fundador de religião: Chefe Espiritual, Sacerdote, Guia Espiritual, Pontífice; assim também, aqueles que O seguiam, nunca foram chamados Sequazes, Adeptos, Adoradores, Filiados, nem Fiéis (a não ser nas Epístolas, mas sempre com o sentido de adjetivo: os que mantinham fidelidade a Seus ensinos). Ao contrário disso, os epítetos dados a Jesus foram os de um chefe de escola: MESTRE (Rabbi, Didáskalos, Epistátês) ou de uma autoridade máxima Kyrios (SENHOR dos mistérios). Seus seguidores eram DISCÍPULOS (mathêtês), tudo de acordo com a terminologia típica dos mistérios iniciáticos de Elêusis, Delfos, Crotona, Tebas ou Heliópolis. Após receberem os primeiros graus, os discípulos passaram a ser denominado "emissários" (apóstolos), encarregados de dar a outros as primeiras iniciações.


Além disso, é evidente a preocupação de Jesus de dividir Seus ensinos em dois graus bem distintos: o que era ministrado de público ("a eles só é dado falar em parábolas") e o que era ensinado privadamente aos "escolhidos" ("mas a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus", cfr. MT 13:10-17 ; MC 4:11-12; LC 8:10).


Verificamos, portanto, que Jesus não criou uma "religião", no sentido moderno dessa palavra (conjunto de ritos, dogmas e cultos com sacerdócio hierarquicamente organizado), mas apenas fundou uma ESCOLA INICIÁTICA, na qual preparou e "iniciou" seus DISCÍPULOS, que Ele enviou ("emissários, apóstolos") com a incumbência de "iniciar" outras criaturas. Estas, por sua vez, foram continuando o processo e quando o mundo abriu os olhos e percebeu, estava em grande parte cristianizado. Quando os "homens" o perceberam e estabeleceram a hierarquia e os dogmas, começou a decadência.


A "Escola iniciática" fundada por Jesus foi modelada pela tradição helênica, que colocava como elemento primordial a transmissão viva dos mistérios: e "essa relação entre a parádosis (transmissão) e o mystérion é essencial ao cristianismo", escreveu o monge beneditino D. Odon CaseI (cfr. "Richesse du Mystere du Christ", Les éditions du Cerf. Paris, 1964, pág. 294). Esse autor chega mesmo a afirmar: " O cristianismo não é uma religião nem uma confissão, segundo a acepção moderna dessas palavras" (cfr. "Le Mystere du Culte", ib., pág. 21).


E J. Ranft ("Der Ursprung des Kathoíischen Traditionsprinzips", 1931, citado por D . O. Casel) escreve: " esse contato íntimo (com Cristo) nasce de uma gnose profunda".


Para bem compreender tudo isso, é indispensável uma incursão pelo campo das iniciações, esclarecendo antes alguns termos especializados. Infelizmente teremos que resumir ao máximo, para não prejudicar o andamento da obra. Mas muitos compreenderão.


TERMOS ESPECIAIS


Aiôn (ou eon) - era, época, idade; ou melhor CICLO; cada um dos ciclos evolutivos.


Akoueíu - "ouvir"; akoueín tòn lógon, ouvir o ensino, isto é, receber a revelação dos segredos iniciáticos.


Gnôse - conhecimento espiritual profundo e experimental dos mistérios.


Deíknymi - mostrar; era a explicação prática ou demonstração de objetos ou expressões, que serviam de símbolos, e revelavam significados ocultos.


Dóxa - doutrina; ou melhor, a essência do conhecimento profundo: o brilho; a luz da gnôse; donde "substância divina", e daí a "glória".


Dynamis - força potencial, potência que capacita para o érgon e para a exousía, infundindo o impulso básico de atividade.


Ekklêsía - a comunidade dos "convocados" ou "chamados" (ékklêtos) aos mistérios, os "mystos" que tinham feito ou estavam fazendo o curso da iniciação.


Energeín - agir por dentro ou de dentro (energia), pela atuação da força (dybamis).


Érgon - atividade ou ação; trabalho espiritual realizado pela força (dynamis) da Divindade que habita dentro de cada um e de cada coisa; energia.


Exêgeísthaí - narrar fatos ocultos, revelar (no sentido de "tirar o véu") (cfr. LC 24:35; JO 1:18; AT 10:8:15:12, 14).


Hágios - santo, o que vive no Espírito ou Individualidade; o iniciado (cfr. teleios).


Kyrios - Senhor; o Mestre dos Mistérios; o Mistagogo (professor de mistérios); o Hierofante (o que fala, fans, fantis, coisas santas, hieros); dava-se esse título ao possuidor da dynamis, da exousía e do érgon, com capacidade para transmiti-los.


Exousía - poder, capacidade de realização, ou melhor, autoridade, mas a que provém de dentro, não "dada" de fora.


Leitourgia - Liturgia, serviço do povo: o exercício do culto crístico, na transmissão dos mistérios.


Legómena - palavras reveladoras, ensino oral proferido pelo Mestre, e que se tornava "ensino ouvido" (lógos akoês) pelos discípulos.


Lógos - o "ensino" iniciático, a "palavra" secreta, que dava a chave da interpretação dos mistérios; a" Palavra" (Energia ou Som), segundo aspecto da Divindade.


Monymenta - "monumentos", ou seja, objetos e lembranças, para manter viva a memória.


Mystagogo – o Mestre dos Mystérios, o Hierofante.


Mystérion - a ação ou atividade divina, experimentada pelo iniciado ao receber a iniciação; donde, o ensino revelado apenas aos perfeitos (teleios) e santos (hágios), mas que devia permanecer oculto aos profanos.


Oikonomía - economia, dispensação; literalmente "lei da casa"; a vida intima de cada iniciado e sua capacidade na transmissão iniciática a outros, (de modo geral encargo recebido do Mestre).


Orgê - a atividade ou ação sagrada; o "orgasmo" experimentado na união mística: donde "exaltação espiritual" pela manifestação da Divindade (erradamente interpretado como "ira").


Parábola - ensino profundo sob forma de narrativa popular, com o verdadeiro sentido oculto por metáforas e símbolos.


Paradídômi - o mesmo que o latim trádere; transmitir, "entregar", passar adiante o ensino secreto.


Parádosis - transmissão, entrega de conhecimentos e experiências dos ensinos ocultos (o mesmo que o latim tradítio).


Paralambánein - "receber" o ensino secreto, a "palavra ouvida", tornando-se conhecedor dos mistérios e das instruções.


Patheín - experimentar, "sofrer" uma experiência iniciática pessoalmente, dando o passo decisivo para receber o grau e passar adiante.


Plêrôma - plenitude da Divindade na criatura, plenitude de Vida, de conhecimento, etc.


Redençãoa libertação do ciclo de encarnações na matéria (kyklos anánkê) pela união total e definitiva com Deus.


Santo - o mesmo que perfeito ou "iniciado".


Sêmeíon - "sinal" físico de uma ação espiritual, demonstração de conhecimento (gnose), de força (dynamis), de poder (exousía) e de atividade ou ação (érgon); o "sinal" é sempre produzido por um iniciado, e serve de prova de seu grau.


Sophía - a sabedoria obtida pela gnose; o conhecimento proveniente de dentro, das experiências vividas (que não deve confundir-se com a cultura ou erudição do intelecto).


Sphrágis - selo, marca indelével espiritual, recebida pelo espírito, embora invisível na matéria, que assinala a criatura como pertencente a um Senhor ou Mestre.


Symbolos - símbolos ou expressões de coisas secretas, incompreensíveis aos profanos e só percebidas pelos iniciados (pão, vinho, etc.) .


Sótería - "salvação", isto é, a unificação total e definitiva com a Divindade, que se obtém pela "redenção" plena.


Teleíos - o "finalista", o que chegou ao fim de um ciclo, iniciando outro; o iniciado nos mistérios, o perfeito ou santo.


Teleisthai - ser iniciado; palavra do mesmo radical que teleutan, que significa "morrer", e que exprime" finalizar" alguma coisa, terminar um ciclo evolutivo.


Tradítio - transmissão "tradição" no sentido etimológico (trans + dare, dar além passar adiante), o mesmo que o grego parádosis.


TRADIÇÃO


D. Odon Casel (o. c., pág. 289) escreve: "Ranft estudou de modo preciso a noção da tradítio, não só como era praticada entre os judeus, mas também em sua forma bem diferente entre os gregos. Especialmente entre os adeptos dos dosis é a transmissão secreta feita aos "mvstos" da misteriosa sôtería; é a inimistérios, a noção de tradítio (parádosis) tinha grande importância. A paraciação e a incorporação no círculo dos eleitos (eleitos ou "escolhidos"; a cada passo sentimos a confirmação de que Jesus fundou uma "Escola Iniciática", quando emprega os termos privativos das iniciações heléntcas; cfr. " muitos são chamados, mas poucos são os escolhidos" - MT 22. 14), características das religiões grecoorientais. Tradítio ou parádosis são, pois, palavras que exprimem a iniciação aos mistérios. Tratase, portanto, não de uma iniciação científica, mas religiosa, realizada no culto. Para o "mysto", constitui uma revelação formal, a segurança vivida das realidades sagradas e de uma santa esperança. Graças a tradição, a revelação primitiva passa às gerações ulteriores e é comunicada por ato de iniciação. O mesmo princípio fundamental aplica-se ao cristianismo".


Na página seguinte, o mesmo autor prossegue: "Nos mistérios, quando o Pai Mistagogo comunica ao discípulo o que é necessário ao culto, essa transmissão tem o nome de traditio. E o essencial não é a instrução, mas a contemplação, tal como o conta Apuleio (Metamorphoses, 11, 21-23) ao narrar as experiências culturais do "mysto" Lúcius. Sem dúvida, no início há uma instrução, mas sempre para finalizar numa contemplação, pela qual o discípulo, o "mysto", entra em relação direta com a Divindade.


O mesmo ocorre no cristianismo (pág. 290).


Ouçamos agora as palavras de J. Ranft (o. c., pág. 275): "A parádosis designa a origem divina dos mistérios e a transmissão do conteúdo dos mistérios. Esta, à primeira vista, realiza-se pelo ministério dos homens, mas não é obra de homens; é Deus que ensina. O homem é apenas o intermediário, o Instrumento desse ensino divino. Além disso... desperta o homem interior. Logos é realmente uma palavra intraduzível: designa o próprio conteúdo dos mistérios, a palavra, o discurso, o ENSINO. É a palavra viva, dada por Deus, que enche o âmago do homem".


No Evangelho, a parádosis é constituída pelas palavras ou ensinos (lógoi) de Jesus, mas também simbolicamente pelos fatos narrados, que necessitam de interpretação, que inicialmente era dada, verbalmente, pelos "emissários" e pelos inspirados que os escreveram, com um talento superior de muito ao humano, deixando todos os ensinos profundos "velados", para só serem perfeitamente entendidos pelos que tivessem recebido, nos séculos seguintes, a revelação do sentido oculto, transmitida quer por um iniciado encarnado, quer diretamente manifestada pelo Cristo Interno. Os escritores que conceberam a parádosis no sentido helênico foram, sobretudo, João e Paulo; já os sinópticos a interpretam mais no sentido judaico, excetuando-se, por vezes, o grego Lucas, por sua convivência com Paulo, e os outros, quando reproduziam fielmente as palavras de Jesus.


Se recordarmos os mistérios de Elêusis (palavra que significa "advento, chegada", do verbo eléusomai," chegar"), ou de Delfos (e até mesmo os de Tebas, Ábydos ou Heliópolis), veremos que o Novo Testamento concorda seus termos com os deles. O logos transmitido (paradidômi) por Jesus é recebida (paralambánein) pelos DISCÍPULOS (mathêtês). Só que Jesus apresentou um elemento básico a mais: CRISTO. Leia-se Paulo: "recebi (parélabon) do Kyrios o que vos transmiti (parédote)" (l. ª Cor. 11:23).


O mesmo Paulo, que define a parádosis pagã como "de homens, segundo os elementos do mundo e não segundo Cristo" (CL 2:8), utiliza todas as palavras da iniciação pagã, aplicando-as à iniciação cristã: parádosis, sophía, logo", mystérion, dynamis, érgon, gnose, etc., termos que foram empregados também pelo próprio Jesus: "Nessa hora Jesus fremiu no santo pneuma e disse: abençôo-te, Pai, Senhor do céu e da Terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e hábeis, e as revelaste aos pequenos, Sim, Pai, assim foi de teu agrado. Tudo me foi transmitido (parédote) por meu Pai. E ninguém tem a gnose do que é o Filho senão o Pai, e ninguém tem a gnose do que é o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho quer revelar (apokalypsai = tirar o véu). E voltando-se para seus discípulos, disse: felizes os olhos que vêem o que vedes. Pois digo-vos que muitos profetas e reis quiseram ver o que vedes e não viram, e ouvir o que ouvis, e não ouviram" (LC 10:21-24). Temos a impressão perfeita que se trata de ver e ouvir os mistérios iniciáticos que Jesus transmitia a seus discípulos.


E João afirma: "ninguém jamais viu Deus. O Filho Unigênito que esta no Pai, esse o revelou (exêgêsato, termo específico da língua dos mistérios)" (JO 1:18).


"PALAVRA OUVIDA"


A transmissão dos conhecimentos, da gnose, compreendia a instrução oral e o testemunhar das revelações secretas da Divindade, fazendo que o iniciado participasse de uma vida nova, em nível superior ( "homem novo" de Paulo), conhecendo doutrinas que deveriam ser fielmente guardadas, com a rigorosa observação do silêncio em relação aos não-iniciados (cfr. "não deis as coisas santas aos cães", MT 7:6).


Daí ser a iniciação uma transmissão ORAL - o LOGOS AKOÊS, ou "palavra ouvida" ou "ensino ouvido" - que não podia ser escrito, a não ser sob o véu espesso de metáforas, enigmas, parábolas e símbolos.


Esse logos não deve ser confundido com o Segundo Aspecto da Divindade (veja vol. 1 e vol. 3).


Aqui logos é "o ensino" (vol. 2 e vol. 3).


O Novo Testamento faz-nos conhecer esse modus operandi: Paulo o diz, numa construção toda especial e retorcida (para não falsear a técnica): "eis por que não cessamos de agradecer (eucharistoúmen) a Deus, porque, recebendo (paralabóntes) o ENSINO OUVIDO (lógon akoês) por nosso intermédio, de Deus, vós o recebestes não como ensino de homens (lógon anthrópôn) mas como ele é verdadeiramente: o ensino de Deus (lógon theou), que age (energeítai) em vós que credes" (l. ª Tess. 2:13).


O papel do "mysto" é ouvir, receber pelo ouvido, o ensino (lógos) e depois experimentar, como o diz Aristóteles, já citado por nós: "não apenas aprender (matheín), mas experimentar" (patheín).


Esse trecho mostra como o método cristão, do verdadeiro e primitivo cristianismo de Jesus e de seus emissários, tinha profunda conexão com os mistérios gregos, de cujos termos específicos e característicos Jesus e seus discípulos se aproveitaram, elevando, porém, a técnica da iniciação à perfeição, à plenitude, à realidade máxima do Cristo Cósmico.


Mas continuemos a expor. Usando, como Jesus, a terminologia típica da parádosis grega, Paulo insiste em que temos que assimilá-la interiormente pela gnose, recebendo a parádosis viva, "não mais de um Jesus de Nazaré histórico, mas do Kyrios, do Cristo ressuscitado, o Cristo Pneumatikós, esse mistério que é o Cristo dentro de vós" (CL 1:27).


Esse ensino oral (lógos akoês) constitui a tradição (traditio ou parádosis), que passa de um iniciado a outro ou é recebido diretamente do "Senhor" (Kyrios), como no caso de Paulo (cfr. GL 1:11): "Eu volo afirmo, meus irmãos, que a Boa-Nova que preguei não foi à maneira humana. Pois não na recebi (parélabon) nem a aprendi de homens, mas por uma revelação (apokálypsis) de Jesus Cristo".


Aos coríntios (l. ª Cor. 2:1-5) escreve Paulo: "Irmãos, quando fui a vós, não fui com o prestígio do lógos nem da sophía, mas vos anunciei o mistério de Deus. Decidi, com efeito, nada saber entre vós sen ão Jesus Cristo, e este crucificado. Fui a vós em fraqueza, em temor, e todo trêmulo, e meu logos e minha pregação não consistiram nos discursos persuasivos da ciência, mas numa manifestação do Esp írito (pneuma) e do poder (dynamis), para que vossa fé não repouse na sabedoria (sophía) dos homens, mas no poder (dynamis) de Deus".


A oposição entre o logos e a sophia profanos - como a entende Aristóteles - era salientada por Paulo, que se referia ao sentido dado a esses termos pelos "mistérios antigos". Salienta que à sophia e ao logos profanos, falta, no dizer dele, a verdadeira dynamis e o pnenma, que constituem o mistério cristão que ele revela: Cristo.


Em vários pontos do Novo Testamento aparece a expressão "ensino ouvido" ou "ouvir o ensino"; por exemplo: MT 7:24, MT 7:26; 10:14; 13:19, 20, 21, 22, 23; 15:12; 19:22; MC 4:14, MC 4:15, MC 4:16, MC 4:17, 18, 19, 20; LC 6:47; LC 8:11, LC 8:12, LC 8:13, LC 8:15; 10:39; 11:28; JO 5:24, JO 5:38; 7:40; 8:43; 14:24; AT 4:4; AT 10:44; AT 13:7; AT 15:7; EF 1:13; 1. ª Tess. 2:13; HB 4:2; 1. ª JO 2:7; Ap. 1:3.


DYNAMIS


Em Paulo, sobretudo, percebemos o sentido exato da palavra dynamis, tão usada nos Evangelhos.


Pneuma, o Espírito (DEUS), é a força Potencial ou Potência Infinita (Dynamis) que, quando age (energeín) se torna o PAI (érgon), a atividade, a ação, a "energia"; e o resultado dessa atividade é o Cristo Cósmico, o Kosmos universal, o Filho, que é Unigênito porque a emissão é única, já que espaço e tempo são criações intelectuais do ser finito: o Infinito é uno, inespacial, atemporal.


Então Dynamis é a essência de Deus o Absoluto, a Força, a Potência Infinita, que tudo permeia, cria e governa, desde os universos incomensuráveis até os sub-átomos infra-microscópicos. Numa palavra: Dynamis é a essência de Deus e, portanto, a essência de tudo.


Ora, o Filho é exatamente o PERMEAADO, ou o UNGIDO (Cristo), por essa Dynamis de Deus e pelo Érgon do Pai. Paulo já o dissera: "Cristo... é a dynamis de Deus e a sophía de Deus (Christòn theou dynamin kaí theou sophían, 1. ª Cor. 1:24). Então, manifesta-se em toda a sua plenitude (cfr. CL 2:9) no homem Jesus, a Dynamis do Pneuma (embora pneuma e dynamis exprimam realmente uma só coisa: Deus): essa dynamis do pneuma, atuando através do Pai (érgon) toma o nome de CRISTO, que se manifestou na pessoa Jesus, para introduzir a humanidade deste planeta no novo eon, já que "ele é a imagem (eikôn) do Deus invisível e o primogênito de toda criação" (CL 1:15).


EON


O novo eon foi inaugurado exatamente pelo Cristo, quando de Sua penetração plena em Jesus. Daí a oposição que tanto aparece no Novo Testamento Entre este eon e o eon futuro (cfr., i. a., MT 12:32;


MC 10:30; LC 16:8; LC 20:34; RM 12:2; 1. ª Cor. 1:20; 2:6-8; 3:18:2. ª Cor. 4:4; EF 2:2-7, etc.) . O eon "atual" e a vida da matéria (personalismo); O eon "vindouro" é a vida do Espírito ó individualidade), mas que começa na Terra, agora (não depois de desencarnados), e que reside no âmago do ser.


Por isso, afirmou Jesus que "o reino dos céus está DENTRO DE VÓS" (LC 17:21), já que reside NO ESPÍRITO. E por isso, zôê aiónios é a VIDA IMANENTE (vol, 2 e vol. 3), porque é a vida ESPIRITUAL, a vida do NOVO EON, que Jesus anunciou que viria no futuro (mas, entenda-se, não no futuro depois da morte, e sim no futuro enquanto encarnados). Nesse novo eon a vida seria a da individualidade, a do Espírito: "o meu reino não é deste mundo" (o físico), lemos em JO 18:36. Mas é NESTE mundo que se manifestará, quando o Espírito superar a matéria, quando a individualidade governar a personagem, quando a mente dirigir o intelecto, quando o DE DENTRO dominar o DE FORA, quando Cristo em nós tiver a supremacia sobre o eu transitório.


A criatura que penetra nesse novo eon recebe o selo (sphrágis) do Cristo do Espírito, selo indelével que o condiciona como ingresso no reino dos céus. Quando fala em eon, o Evangelho quer exprimir um CICLO EVOLUTIVO; na evolução da humanidade, em linhas gerais, podemos considerar o eon do animalismo, o eon da personalidade, o eon da individualidade, etc. O mais elevado eon que conhecemos, o da zôê aiónios (vida imanente) é o da vida espiritual plenamente unificada com Deus (pneuma-dynamis), com o Pai (lógos-érgon), e com o Filho (Cristo-kósmos).


DÓXA


Assim como dynamis é a essência de Deus, assim dóxa (geralmente traduzida por "glória") pode apresentar os sentidos que vimos (vol. 1). Mas observaremos que, na linguagem iniciática dos mistérios, além do sentido de "doutrina" ou de "essência da doutrina", pode assumir o sentido específico de" substância divina". Observe-se esse trecho de Paulo (Filp. 2:11): "Jesus Cristo é o Senhor (Kyrios) na substância (dóxa) de Deus Pai"; e mais (RM 6:4): "o Cristo foi despertado dentre os mortos pela substância (dóxa) do Pai" (isto é, pelo érgon, a energia do Som, a vibração sonora da Palavra).


Nesses passos, traduzir dóxa por glória é ilógico, não faz sentido; também "doutrina" aí não cabe. O sentido é mesmo o de "substância".


Vejamos mais este passo (l. ª Cor. 2:6-16): "Falamos, sim da sabedoria (sophia) entre os perfeitos (teleiois, isto é, iniciados), mas de uma sabedoria que não é deste eon, nem dos príncipes deste eon, que são reduzidos a nada: mas da sabedoria dos mistérios de Deus, que estava oculta, e que antes dos eons Deus destinara como nossa doutrina (dóxa), e que os príncipes deste mundo não reconheceram. De fato, se o tivessem reconhecido, não teriam crucificado o Senhor da Doutrina (Kyrios da dóxa, isto é, o Hierofante ou Mistagogo). Mas como está escrito, (anunciamos) o que o olho não viu e o ouvido não ouviu e o que não subiu sobre o coração do homem, mas o que Deus preparou para os que O amam.


Pois foi a nós que Deus revelou (apekalypsen = tirou o véu) pelo pneuma" (ou seja, pelo Espírito, pelo Cristo Interno).


MISTÉRIO


Mistério é uma palavra que modificou totalmente seu sentido através dos séculos, mesmo dentro de seu próprio campo, o religioso. Chamam hoje "mistério" aquilo que é impossível de compreender, ou o que se ignora irremissivelmente, por ser inacessível à inteligência humana.


Mas originariamente, o mistério apresentava dois sentidos básicos:

1. º - um ensinamento só revelado aos iniciados, e que permanecia secreto para os profanos que não podiam sabê-lo (daí proveio o sentido atual: o que não se pode saber; na antiguidade, não se podia por proibição moral, ao passo que hoje é por incapacidade intelectual);


2. º - a própria ação ou atividade divina, experimentada pelo iniciado ao receber a iniciação completa.


Quando falamos em "mistério", transliterando a palavra usada no Novo Testamento, arriscamo-nos a interpretar mal. Aí, mistério não tem o sentido atual, de "coisa ignorada por incapacidade intelectiva", mas é sempre a "ação divina revelada experimentalmente ao homem" (embora continue inacessível ao não-iniciado ou profano).


O mistério não é uma doutrina: exprime o caráter de revelação direta de Deus a seus buscadores; é uma gnose dos mistérios, que se comunica ao "mysto" (aprendiz de mística). O Hierofante conduz o homem à Divindade (mas apenas o conduz, nada podendo fazer em seu lugar). E se o aprendiz corresponde plenamente e atende a todas as exigências, a Divindade "age" (energeín) internamente, no "Esp írito" (pneuma) do homem. que então desperta (egereín), isto é, "ressurge" para a nova vida (cfr. "eu sou a ressurreição da vida", JO 11:25; e "os que produzirem coisas boas (sairão) para a restauração de vida", isto é, os que conseguirem atingir o ponto desejado serão despertados para a vida do espírito, JO 5-29).


O caminho que leva a esses passos, é o sofrimento, que prepara o homem para uma gnose superior: "por isso - conclui O. Casel - a cruz é para o cristão o caminho que conduz à gnose da glória" (o. c., pág. 300).


Paulo diz francamente que o mistério se resume numa palavra: CRISTO "esse mistério, que é o Cristo", (CL 1:27): e "a fim de que conheçam o mistério de Deus, o Cristo" (CL 2:2).


O mistério opera uma união íntima e física com Deus, a qual realiza uma páscoa (passagem) do atual eon, para o eon espiritual (reino dos céus).


O PROCESSO


O postulante (o que pedia para ser iniciado) devia passar por diversos graus, antes de ser admitido ao pórtico, à "porta" por onde só passavam as ovelhas (símbolo das criaturas mansas; cfr. : "eu sou a porta das ovelhas", JO 10:7). Verificada a aptidão do candidato profano, era ele submetido a um período de "provações", em que se exercitava na ORAÇÃO (ou petição) que dirigia à Divindade, apresentando os desejos ardentes ao coração, "mendigando o Espírito" (cfr. "felizes os mendigos de Espírito" MT 5:3) para a ele unir-se; além disso se preparava com jejuns e alimentação vegetariana para o SACRIF ÍCIO, que consistia em fazer a consagração de si mesmo à Divindade (era a DE + VOTIO, voto a Deus), dispondo-se a desprender-se ao mundo profano.


Chegado a esse ponto, eram iniciados os SETE passos da iniciação. Os três primeiros eram chamado "Mistérios menores"; os quatro últimos, "mistérios maiores". Eram eles:

1 - o MERGULHO e as ABLUÇÕES (em Elêusis havia dois lagos salgados artificiais), que mostravam ao postulante a necessidade primordial e essencial da "catarse" da "psiquê". Os candidatos, desnudos, entravam num desses lagos e mergulhavam, a fim de compreender que era necessário "morrer" às coisas materiais para conseguir a "vida" (cfr. : "se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica só; mas se morrer dá muito fruto", JO 12:24). Exprimia a importância do mergulho dentro de si mesmo, superando as dificuldades e vencendo o medo. Ao sair do lago, vestia uma túnica branca e aguardava o segundo passo.


2 - a ACEITAÇÃO de quem havia mergulhado, por parte do Mistagogo, que o confirmava no caminho novo, entre os "capazes". Daí por diante, teria que correr por conta própria todos os riscos inerentes ao curso: só pessoalmente poderia caminhar. Essa confirmação do Mestre simbolizava a "epiphanía" da Divindade, a "descida da graça", e o recem-aceito iniciava nova fase.


3 - a METÂNOIA ou mudança da mente, que vinha após assistir a várias tragédias e dramas de fundo iniciático. Todas ensinavam ao "mysto" novato, que era indispensável, através da dor, modificar seu" modo de pensar" em relação à vida, afastar-se de. todos os vícios e fraquezas do passado, renunciar a prazeres perniciosos e defeitos, tornando-se o mais perfeito (téleios) possível. Era buscada a renovação interna, pelo modo de pensar e de encarar a vida. Grande número dos que começavam a carreira, paravam aí, porque não possuíam a força capaz de operar a transmutação mental. As tentações os empolgavam e novamente se lançavam no mundo profano. No entanto, se dessem provas positivas de modifica ção total, de serem capazes de viver na santidade, resistindo às tentações, podiam continuar a senda.


Havia, então, a "experiência" para provar a realidade da "coragem" do candidato: era introduzido em grutas e câmaras escuras, onde encontrava uma série de engenhos lúgubres e figuras apavorantes, e onde demorava um tempo que parecia interminável. Dali, podia regressar ou prosseguir. Se regressava, saía da fileira; se prosseguia, recebia a recompensa justa: era julgado apto aos "mistérios maiores".


4 - O ENCONTRO e a ILUMINAÇÃO, que ocorria com a volta à luz, no fim da terrível caminhada por entre as trevas. Através de uma porta difícil de ser encontrada, deparava ele campos floridos e perfumados, e neles o Hierofante, em paramentação luxuosa. que os levava a uma refeição simples mas solene constante de pão, mel, castanhas e vinho. Os candidatos eram julgados "transformados", e porSABEDORIA DO EVANGELHO tanto não havia mais as exteriorizações: o segredo era desvelado (apokálypsis), e eles passavam a saber que o mergulho era interno, e que deviam iniciar a meditação e a contemplação diárias para conseguir o "encontro místico" com a Divindade dentro de si. Esses encontros eram de início, raros e breves, mas com o exercício se iam fixando melhor, podendo aspirar ao passo seguinte.


5 - a UNIÃO (não mais apenas o "encontro"), mas união firme e continuada, mesmo durante sua estada entre os profanos. Era simbolizada pelo drama sacro (hierõs gámos) do esponsalício de Zeus e Deméter, do qual nasceria o segundo Dionysos, vencedor da morte. Esse matrimônio simbólico e puro, realizado em exaltação religiosa (orgê) é que foi mal interpretado pelos que não assistiam à sua representação simbólica (os profanos) e que tacharam de "orgias imorais" os mistérios gregos. Essa "união", depois de bem assegurada, quando não mais se arriscava a perdê-la, preparava os melhores para o passo seguinte.


6 - a CONSAGRAÇÃO ou, talvez, a sagração, pela qual era representada a "marcação" do Espírito do iniciado com um "selo" especial da Divindade a quem o "mysto" se consagrava: Apolo, Dyonisos, Isis, Osíris, etc. Era aí que o iniciado obtinha a epoptía, ou "visão direta" da realidade espiritual, a gnose pela vivência da união mística. O epopta era o "vigilante", que o cristianismo denominou "epískopos" ou "inspetor". Realmente epopta é composto de epí ("sobre") e optos ("visível"); e epískopos de epi ("sobre") e skopéô ("ver" ou "observar"). Depois disso, tinha autoridade para ensinar a outros e, achando-se preso à Divindade e às obrigações religiosas, podia dirigir o culto e oficiar a liturgia, e também transmitir as iniciações nos graus menores. Mas faltava o passo decisivo e definitivo, o mais difícil e quase inacessível.


7 - a PLENITUDE da Divindade, quando era conseguida a vivência na "Alma Universal já libertada".


Nos mistérios gregos (em Elêusis) ensinava-se que havia uma Força Absoluta (Deus o "sem nome") que se manifestava através do Logos (a Palavra) Criador, o qual produzia o Filho (Kósmo). Mas o Logos tinha duplo aspecto: o masculino (Zeus) e o feminino (Deméter). Desse casal nascera o Filho, mas também com duplo aspecto: a mente salvadora (Dionysos) e a Alma Universal (Perséfone). Esta, desejando experiências mais fortes, descera à Terra. Mas ao chegar a estes reinos inferiores, tornouse a "Alma Universal" de todas as criaturas, e acabou ficando prisioneira de Plutão (a matéria), que a manteve encarcerada, ministrando-lhe filtros mágicos que a faziam esquecer sua origem divina, embora, no íntimo, sentisse a sede de regressar a seu verdadeiro mundo, mesmo ignorando qual fosse.


Dionysos quis salvá-la, mas foi despedaçado pelos Titãs (a mente fracionada pelo intelecto e estraçalhada pelos desejos). Foi quando surgiu Triptólemo (o tríplice combate das almas que despertam), e com apelos veementes conseguiu despertar Perséfone, revelando lhe sua origem divina, e ao mesmo tempo, com súplicas intensas às Forças Divinas, as comoveu; então Zeus novamente se uniu a Deméter, para fazer renascer Dionysos. Este, assumindo seu papel de "Salvador", desce à Terra, oferecendose em holocausto a Plutão (isto é, encarnando-se na própria matéria) e consegue o resgate de Perséfone, isto é, a libertação da Alma das criaturas do domínio da matéria e sua elevação novamente aos planos divinos. Por esse resumo, verificamos como se tornou fácil a aceitação entre os grego, e romanos da doutrina exposta pelos Emissários de Jesus, um "Filho de Deus" que desceu à Terra para resgatar com sua morte a alma humana.


O iniciado ficava permeado pela Divindade, tornando-se então "adepto" e atingindo o verdadeiro grau de Mestre ou Mistagogo por conhecimento próprio experimental. Já não mais era ele, o homem, que vivia: era "O Senhor", por cujo intermédio operava a Divindade. (Cfr. : "não sou mais eu que vivo, é Cristo que vive em mim", GL 2:20; e ainda: "para mim, viver é Cristo", Filp. 1:21). A tradição grega conservou os nomes de alguns dos que atingiram esse grau supremo: Orfeu... Pitágoras... Apolônio de Tiana... E bem provavelmente Sócrates (embora Schuré opine que o maior foi Platão).


NO CRISTIANISMO


Todos os termos néo-testamentários e cristãos, dos primórdios, foram tirados dos mistérios gregos: nos mistérios de Elêusis, o iniciado se tornava "membro da família do Deus" (Dionysos), sendo chamado.


então, um "santo" (hágios) ou "perfeito" (téleios). E Paulo escreve: "assim, pois, não sois mais estran geiros nem peregrinos, mas sois concidadãos dos santos e familiares de Deus. ’ (EF 2:19). Ainda em Elêusis, mostrava-se aos iniciados uma "espiga de trigo", símbolo da vida que eternamente permanece através das encarnações e que, sob a forma de pão, se tornava participante da vida do homem; assim quando o homem se unia a Deus, "se tornava participante da vida divina" (2. ª Pe. 1:4). E Jesus afirmou: " Eu sou o PÃO da Vida" (JO 6. 35).


No entanto ocorreu modificação básica na instituição do Mistério cristão, que Jesus realizou na "última Ceia", na véspera de sua experiência máxima, o páthos ("paixão").


No Cristianismo, a iniciação toma sentido puramente espiritual, no interior da criatura, seguindo mais a Escola de Alexandria. Lendo Filon, compreendemos isso: ele interpreta todo o Antigo Testamento como alegoria da evolução da alma. Cada evangelista expõe a iniciação cristã de acordo com sua própria capacidade evolutiva, sendo que a mais elevada foi, sem dúvida, a de João, saturado da tradição (parádosis) de Alexandria, como pode ver-se não apenas de seu Evangelho, como também de seu Apocalipse.


Além disso, Jesus arrancou a iniciação dos templos, a portas fechadas, e jogou-a dentro dos corações; era a universalização da "salvação" a todos os que QUISESSEM segui-Lo. Qualquer pessoa pode encontrar o caminho (cfr. "Eu sou o Caminho", JO 14:6), porque Ele corporificou os mistérios em Si mesmo, divulgando-lhes os segredos através de Sua vida. Daí em diante, os homens não mais teriam que procurar encontrar um protótipo divino, para a ele conformar-se: todos poderiam descobrir e utir-se diretamente ao Logos que, através do Cristo, em Jesus se manifestara.


Observamos, pois, uma elevação geral de frequência vibratória, de tonus, em todo o processo iniciático dos mistérios.


E os Pais da Igreja - até o século 3. º o cristianismo foi "iniciático", embora depois perdesse o rumo quando se tornou "dogmático" - compreenderam a realidade do mistério cristão, muito superior, espiritualmente, aos anteriores: tornar o homem UM CRISTO, um ungido, um permeado da Divindade.


A ação divina do mistério, por exemplo, é assim descrita por Agostinho: "rendamos graças e alegremonos, porque nos tornamos não apenas cristãos, mas cristos" (Tract. in Joanne, 21,8); e por Metódio de Olímpio: "a comunidade (a ekklêsía) está grávida e em trabalho de parto, até que o Cristo tenha tomado forma em nós; até que o Cristo nasça em nós, para que cada um dos santos, por sua participação ao Cristo, se torne o cristo" (Patrol. Graeca, vol. 18, ccl. 150).


Temos que tornar-nos cristos, recebendo a última unção, conformando-nos com Ele em nosso próprio ser, já que "a redenção tem que realizar-se EM NÓS" (O. Casel, o. c., pág. 29), porque "o único e verdadeiro holocausto é o que o homem faz de si mesmo".


Cirilo de Jerusalém diz: "Já que entrastes em comunhão com o Cristo com razão sois chamados cristos, isto é, ungidos" (Catechesis Mystagogicae, 3,1; Patrol. Graeca,, 01. 33, col. 1087).


Essa transformação, em que o homem recebe Deus e Nele se transmuda, torna-o membro vivo do Cristo: "aos que O receberam, deu o poder de tornar-se Filhos de Deus" (JO 1:12).


Isso fez que Jesus - ensina-nos o Novo Testamento - que era "sacerdote da ordem de Melquisedec (HB 5:6 e HB 7:17) chegasse, após sua encarnação e todos os passos iniciáticos que QUIS dar, chegasse ao grau máximo de "pontífice da ordem de Melquisedec" (HB 5:10 e HB 6:20), para todo o planeta Terra.


CRISTO, portanto, é o mistério de Deus, o Senhor, o ápice da iniciação a experiência pessoal da Divindade.


através do santo ensino (hierôs lógos), que vem dos "deuses" (Espíritos Superiores), comunicado ao místico. No cristianismo, os emissários ("apóstolos") receberam do Grande Hierofante Jesus (o qual o recebeu do Pai, com Quem era UNO) a iniciação completa. Foi uma verdadeira "transmiss ão" (traditio, parádosis), apoiada na gnose: um despertar do Espírito que vive e experimenta a Verdade, visando ao que diz Paulo: "admoestando todo homem e ensinando todo homem, em toda sabedoria (sophía), para que apresentem todo homem perfeito (téleion, iniciado) em Cristo, para o que eu também me esforço (agõnizómenos) segundo a ação dele (energeían autou), que age (energouménen) em mim, em força (en dynámei)". CL 1:28-29.


Em toda essa iniciação, além disso, precisamos não perder de vista o "enthousiasmós" (como era chamado o "transe" místico entre os gregos) e que foi mesmo sentido pelos hebreus, sobretudo nas" Escolas de Profetas" em que eles se iniciavam (profetas significa "médiuns"); mas há muito se havia perdido esse "entusiasmo", por causa da frieza intelectual da interpretação literal das Escrituras pelos Escribas.


Profeta, em hebraico, é NaVY", de raiz desconhecida, que o Rabino Meyer Sal ("Les Tables de la Loi", éd. La Colombe, Paris, 1962, pág. 216/218) sugere ter sido a sigla das "Escolas de Profetas" (escolas de iniciação, de que havia uma em Belém, de onde saiu David). Cada letra designaria um setor de estudo: N (nun) seriam os sacerdotes (terapeutas do psicossoma), oradores, pensadores, filósofos;

V (beth) os iniciados nos segredos das construções dos templos ("maçons" ou pedreiros), arquitetos, etc. ; Y (yod) os "ativos", isto é, os dirigentes e políticos, os "profetas de ação"; (aleph), que exprime "Planificação", os matemáticos, geômetras, astrônomos, etc.


Isso explica, em grande parte, porque os gregos e romanos aceitaram muito mais facilmente o cristianismo, do que os judeus, que se limitavam a uma tradição que consistia na repetição literal decorada dos ensinos dos professores, num esforço de memória que não chegava ao coração, e que não visavam mais a qualquer experiência mística.


TEXTOS DO N. T.


O termo mystérion aparece várias vezes no Novo Testamento.


A - Nos Evangelhos, apenas num episódio, quando Jesus diz a Seus discípulos: "a vós é dado conhecer os mistérios do reino de Deus" (MT 13:11; MC 4:11; LC 8:10).


B - Por Paulo em diversas epístolas: RM 11:25 - "Não quero, irmãos, que ignoreis este mistério... o endurecimento de Israel, até que hajam entrado todos os gentios".


Rom. 16:15 - "conforme a revelação do mistério oculto durante os eons temporais (terrenos) e agora manifestados".


1. ª Cor. 2:1 – "quando fui ter convosco... anunciando-vos o mistério de Deus".


1. ª Cor. 2:4-7 - "meu ensino (logos) e minha pregação não foram em palavras persuasivas, mas em demonstração (apodeíxei) do pneúmatos e da dynámeôs, para que vossa fé não se fundamente na sophía dos homens, mas na dynámei de Deus. Mas falamos a sophia nos perfeitos (teleiois, iniciados), porém não a sophia deste eon, que chega ao fim; mas falamos a sophia de Deus em mistério, a que esteve oculta, a qual Deus antes dos eons determinou para nossa doutrina". 1. ª Cor. 4:1 - "assim considerem-nos os homens assistentes (hypêrétas) ecônomos (distribuidores, dispensadores) dos mistérios de Deus".


1. ª Cor. 13:2 - "se eu tiver mediunidade (prophéteía) e conhecer todos os mistérios de toda a gnose, e se tiver toda a fé até para transportar montanhas, mas não tiver amor (agápé), nada sou". l. ª Cor. 14:2 - "quem fala em língua (estranha) não fala a homens, mas a Deus, pois ninguém o ouve, mas em espírito fala mistérios". 1. ª Cor. 15:51 - "Atenção! Eu vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados".


EF 1:9 - "tendo-nos feito conhecido o mistério de sua vontade"

EF 3:4 - "segundo me foi manifestado para vós, segundo a revelação que ele me fez conhecer o mistério (como antes vos escrevi brevemente), pelo qual podeis perceber, lendo, minha compreensão no mistério do Cristo".


EF 3:9 - "e iluminar a todos qual a dispensação (oikonomía) do mistério oculto desde os eons, em Deus, que criou tudo".


EF 5:32 - "este mistério é grande: mas eu falo a respeito do Cristo e da ekklésia.


EF 9:19 - "(suplica) por mim, para que me possa ser dado o logos ao abrir minha boca para, em público, fazer conhecer o mistério da boa-nova".


CL 1:24-27 - "agora alegro-me nas experimentações (Pathêmasin) sobre vós e completo o que falta das pressões do Cristo em minha carne, sobre o corpo dele que é a ekklêsía, da qual me tornei servidor, segundo a dispensação (oikonomía) de Deus, que me foi dada para vós, para plenificar o logos de Deus, o mistério oculto nos eons e nas gerações, mas agora manifestado a seus santos (hagioi, iniciados), a quem aprouve a Deus fazer conhecer a riqueza da doutrina (dóxês; ou "da substância") deste mistério nas nações, que é CRISTO EM VÓS, esperança da doutrina (dóxês)".


CL 2:2-3 - "para que sejam consolados seus corações, unificados em amor, para todas as riquezas da plena convicção da compreensão, para a exata gnose (epígnôsin) do mistério de Deus (Cristo), no qual estão ocultos todos os tesouros da sophía e da gnose".


CL 4:3 - "orando ao mesmo tempo também por nós, para que Deus abra a porta do logos para falar o mistério do Cristo, pelo qual estou em cadeias".


2. ª Tess. 2:7 - "pois agora já age o mistério da iniquidade, até que o que o mantém esteja fora do caminho".


1. ª Tim. 3:9 - "(os servidores), conservando o mistério da fé em consciência pura".


1. ª Tim. 2:16 - "sem dúvida é grande o mistério da piedade (eusebeías)".


No Apocalipse (1:20; 10:7 e 17:5, 7) aparece quatro vezes a palavra, quando se revela ao vidente o sentido do que fora dito.


CULTO CRISTÃO


Depois de tudo o que vimos, torna-se evidente que não foi o culto judaico que passou ao cristianismo primitivo. Comparemos: A luxuosa arquitetura suntuosa do Templo grandioso de Jerusalém, com altares maciços a escorrer o sangue quente das vítimas; o cheiro acre da carne queimada dos holocaustos, a misturar-se com o odor do incenso, sombreando com a fumaça espessa o interior repleto; em redor dos altares, em grande número, os sacerdotes a acotovelar-se, munidos cada um de seu machado, que brandiam sem piedade na matança dos animais que berravam, mugiam dolorosamente ou balavam tristemente; o coro a entoar salmos e hinos a todo pulmão, para tentar superar a gritaria do povo e os pregões dos vendedores no ádrio: assim se realizava o culto ao "Deus dos judeus".


Em contraste, no cristianismo nascente, nada disso havia: nem templo, nem altares, nem matanças; modestas reuniões em casas de família, com alguns amigos; todos sentados em torno de mesa simples, sobre a qual se via o pão humilde e copos com o vinho comum. Limitava-se o culto à prece, ao recebimento de mensagens de espíritos, quando havia "profetas" na comunidade, ao ensino dos "emissários", dos "mais velhos" ou dos "inspetores", e à ingestão do pão e do vinho, "em memória da última ceia de Jesus". Era uma ceia que recebera o significativo nome de "amor" (ágape).


Nesse repasto residia a realização do supremo mistério cristão, bem aceito pelos gregos e romanos, acostumados a ver e compreender a transmissão da vida divina, por meio de símbolos religiosos. Os iniciados "pagãos" eram muito mais numerosos do que se possa hoje supor, e todos se sentiam membros do grande Kósmos, pois, como o diz Lucas, acreditavam que "todos os homens eram objeto da benevolência de Deus" (LC 2:14).


Mas, ao difundir-se entre o grande número e com o passar dos tempos, tudo isso se foi enfraquecendo e seguiu o mesmo caminho antes experimentado pelo judaísmo; a força mística, só atingida mais tarde por alguns de seus expoentes, perdeu-se, e o cristianismo "foi incapaz - no dizer de O. Casel - de manterse na continuação, nesse nível pneumático" (o. c. pág. 305). A força da "tradição" humana, embora condenada com veemência por Jesus (cfr. MT 15:1-11 e MT 16:5-12; e MC 7:1-16 e MC 8:14-11; veja atrás), fez-se valer, ameaçando as instituições religiosas que colocam doutrinas humanas ao lado e até acima dos preceitos divinos, dando mais importância às suas vaidosas criações. E D. Odon Casel lamenta: " pode fazer-se a mesma observação na história da liturgia" (o. c., pág. 298). E, entristecido, assevera ainda: "Verificamos igualmente que a concepção cristã mais profunda foi, sob muitos aspectos, preparada muito melhor pelo helenismo que pelo judaísmo. Lamentavelmente a teologia moderna tende a aproximar-se de novo da concepção judaica de tradição, vendo nela, de fato, uma simples transmiss ão de conhecimento, enquanto a verdadeira traditio, apoiada na gnose, é um despertar do espírito que VIVE e EXPERIMENTA a Verdade" (o. c., pág. 299).


OS SACRAMENTOS


O termo latino que traduz a palavra mystérion é sacramentum. Inicialmente conservou o mesmo sentido, mas depois perdeu-os, para transformar-se em "sinal visível de uma ação espiritual invisível".


No entanto, o estabelecimento pelas primeiras comunidades cristãs dos "sacramentos" primitivos, perdura até hoje, embora tendo perdido o sentido simbólico inicial.


Com efeito, a sucessão dos "sacramentos" revela exatamente, no cristianismo, os mesmos passos vividos nos mistérios grego. Vejamos:
1- o MERGULHO (denominado em grego batismo), que era a penetração do catecúmeno em seu eu interno. Simbolizava-se na desnudação ao pretendente, que largava todas as vestes e mergulhava totalmente na água: renunciava de modo absoluto as posses (pompas) exteriores e aos próprios veículos físicos, "vestes" do Espírito, e mergulhava na água, como se tivesse "morrido", para fazer a" catarse" (purificação) de todo o passado. Terminado o mergulho, não era mais o catecúmeno, o profano. Cirilo de Jerusalém escreveu: "no batismo o catecúmeno tinha que ficar totalmente nu, como Deus criou o primeiro Adão, e como morreu o segundo Adão na cruz" (Catechesis Mistagogicae,

2. 2). Ao sair da água, recebia uma túnica branca: ingressava oficialmente na comunidade (ekklêsía), e então passava a receber a segunda parte das instruções. Na vida interna, após o "mergulho" no próprio íntimo, aguardava o segundo passo.


2- a CONFIRMAÇÃO, que interiormente era dada pela descida da "graça" da Força Divina, pela" epifanía" (manifestação), em que o novo membro da ekklêsía se sentia "confirmado" no acerto de sua busca. Entrando em si mesmo a "graça" responde ao apelo: "se alguém me ama, meu Pai o amará, e NÓS viremos a ele e permaneceremos nele" (JO 14:23). O mesmo discípulo escreve em sua epístola: "a Vida manifestou-se, e a vimos, e damos testemunho. e vos anunciamos a Vida Imanente (ou a Vida do Novo Eon), que estava no Pai e nos foi manifestada" (l. ª JO 1:2).


3- a METÁNOIA (modernamente chamada "penitência") era então o terceiro passo. O aprendiz se exercitava na modificação da mentalidade, subsequente ao primeiro contato que tinha tido com a Divindade em si mesmo. Depois de "sentir" em si a força da Vida Divina, há maior compreensão; os pensamentos sobem de nível; torna-se mais fácil e quase automático o discernimento (krísis) entre certo e errado, bem e mal, e portanto a escolha do caminho certo. Essa metánoia é ajudada pelos iniciados de graus mais elevados, que lhe explicam as leis de causa e efeito e outras.


4- a EUCARISTIA é o quarto passo, simbolizando por meio da ingestão do pão e do vinho, a união com o Cristo. Quem mergulhou no íntimo, quem recebeu a confirmação da graça e modificou seu modo de pensar, rapidamenle caminha para o encontro definitivo com o Mestre interno, o Cristo.


Passa a alimentar-se diretamente de seus ensinos, sem mais necessidade de intermediários: alimentase, nutre-se do próprio Cristo, bebe-Lhe as inspirações: "se não comeis a carne do Filho do Homem e não bebeis seu sangue, não tendes a vida em vós. Quem saboreia minha carne e bebe meu sangue tem a Vida Imanente, porque minha carne é verdadeiramente comida e meu sangue é

verdadeiramente bebida. Quem come minha carne e bebe o meu sangue, permanece em mim e eu nele" (JO 6:53 ss).


5- MATRIMÔNIO é o resultado do encontro realizado no passo anterior: e o casamento, a FUSÃO, a união entre a criatura e o Criador, entre o iniciado e Cristo: "esse mistério é grande, quero dizê-lo em relação ao Cristo e à ekklêsia", escreveu Paulo, quando falava do "matrimônio" (EF 5:32). E aqueles que são profanos, que não têm essa união com o Cristo, mas antes se unem ao mundo e a suas ilusões, são chamados "adúlteros" (cfr. vol. 2). E todos os místicos, unanimemente, comparam a união mística com o Cristo ti uma união dos sexos no casamento.


6- a ORDEM é o passo seguinte. Conseguida a união mística a criatura recebe da Divindade a consagra ção, ou melhor, a "sagração", o "sacerdócio" (sacer "sagrado", dos, dotis, "dote"), o "dote sagrado" na distribuição das graças o quinhão especial de deveres e obrigações para com o "rebanho" que o cerca. No judaísmo, o sacerdote era o homem encarregado de sacrificar ritualmente os animais, de examinar as vítimas, de oferecer os holocaustos e de receber as oferendas dirigindo o culto litúrgico. Mais tarde, entre os profanos sempre, passou a ser considerado o "intemediário" entre o homem e o Deus "externo". Nessa oportunidade, surge no Espírito a "marca" indelével, o selo (sphrágis) do Cristo, que jamais se apaga, por todas as vidas que porventura ainda tenha que viver: a união com essa Força Cósmica, de fato, modifica até o âmago, muda a frequência vibratória, imprime novas características e a leva, quase sempre, ao supremo ponto, à Dor-Sacrifício-Amor.


7- a EXTREMA UNÇÃO ("extrema" porque é o último passo, não porque deva ser dada apenas aos moribundos) é a chave final, o último degrau, no qual o homem se torna "cristificado", totalmente ungido pela Divindade, tornando-se realmente um "cristo".


Que esses sacramentos existiram desde os primeiros tempos do cristianismo, não há dúvida. Mas que não figuram nos Evangelhos, também é certo. A conclusão a tirar-se, é que todos eles foram comunicados oralmente pela traditio ou transmissão de conhecimentos secretos. Depois na continuação, foram permanecendo os ritos externos e a fé num resultado interno espiritual, mas já não com o sentido primitivo da iniciação, que acabamos de ver.


Após este escorço rápido, cremos que a afirmativa inicial se vê fortalecida e comprovada: realmente Jesus fundou uma "ESCOLA INICIÁTICA", e a expressão "logos akoês" (ensino ouvido), como outras que ainda aparecerão, precisam ser explicadas à luz desse conhecimento.


* * *

Neste sentido que acabamos de estudar, compreendemos melhor o alcance profundo que tiveram as palavras do Mestre, ao estabelecer as condições do discipulato.


Não podemos deixar de reconhecer que a interpretação dada a Suas palavras é verdadeira e real.


Mas há "mais alguma coisa" além daquilo.


Trata-se das condições exigidas para que um pretendente possa ser admitido na Escola Iniciática na qualidade de DISCÍPULO. Não basta que seja BOM (justo) nem que possua qualidades psíquicas (PROFETA). Não é suficiente um desejo: é mistér QUERER com vontade férrea, porque as provas a que tem que submeter-se são duras e nem todos as suportam.


Para ingressar no caminho das iniciações (e observamos que Jesus levava para as provas apenas três, dentre os doze: Pedro, Tiago e João) o discípulo terá que ser digno SEGUIDOR dos passos do Mestre.


Seguidor DE FATO, não de palavras. E para isso, precisará RENUNCIAR a tudo: dinheiro, bens, família, parentesco, pais, filhos, cônjuges, empregos, e inclusive a si mesmo: à sua vontade, a seu intelecto, a seus conhecimentos do passado, a sua cultura, a suas emoções.


A mais, devia prontificar-se a passar pelas experiências e provações dolorosas, simbolizadas, nas iniciações, pela CRUZ, a mais árdua de todas elas: o suportar com alegria a encarnação, o mergulho pesado no escafandro da carne.


E, enquanto carregava essa cruz, precisava ACOMPANHAR o Mestre, passo a passo, não apenas nos caminhos do mundo, mas nos caminhos do Espírito, difíceis e cheios de dores, estreitos e ladeados de espinhos, íngremes e calçados de pedras pontiagudas.


Não era só. E o que se acrescenta, de forma enigmática em outros planos, torna-se claro no terreno dos mistérios iniciáticos, que existiam dos discípulos A MORTE À VIDA DO FÍSICO. Então compreendemos: quem tiver medo de arriscar-se, e quiser "preservar" ou "salvar" sua alma (isto é, sua vida na matéria), esse a perderá, não só porque não receberá o grau a que aspira, como ainda porque, na condição concreta de encarnado, talvez chegue a perder a vida física, arriscada na prova. O medo não o deixará RESSUSCITAR, depois da morte aparente mas dolorosa, e seu espírito se verá envolvido na conturbação espessa e dementada do plano astral, dos "infernos" (ou umbral) a que terá que descer.


No entanto, aquele que intimorato e convicto da realidade, perder, sua alma, (isto é, "entregar" sua vida do físico) à morte aparente, embora dolorosa, esse a encontrará ou a salvará, escapando das injunções emotivas do astral, e será declarado APTO a receber o grau seguinte que ardentemente ele deseja.


Que adianta, com efeito, a um homem que busca o Espírito, se ganhar o mundo inteiro, ao invés de atingir a SABEDORIA que é seu ideal? Que existirá no mundo, que possa valer a GNOSE dos mistérios, a SALVAÇÃO da alma, a LIBERTAÇÃO das encarnações tristes e cansativas?


Nos trabalhos iniciáticos, o itinerante ou peregrino encontrará o FILHO DO HOMEM na "glória" do Pai, em sua própria "glória", na "glória" de Seus Santos Mensageiros. Estarão reunidos em Espírito, num mesmo plano vibratório mental (dos sem-forma) os antigos Mestres da Sabedoria, Mensageiros da Palavra Divina, Manifestantes da Luz, Irradiadores da Energia, Distribuidores do Som, Focos do Amor.


Mas, nos "mistérios", há ocasiões em que os "iniciantes", também chamados mystos, precisam dar testemunhos públicos de sua qualidade, sem dizerem que possuem essa qualidade. Então está dado o aviso: se nessas oportunidades de "confissão aberta" o discípulo "se envergonhar" do Mestre, e por causa de "respeitos humanos" não realizar o que deve, não se comportar como é da lei, nesses casos, o Senhor dos Mistérios, o Filho do Homem, também se envergonhará dele, considerá-lo-á inepto, incapaz para receber a consagração; não mais o reconhecerá como discípulo seu. Tudo, portanto, dependerá de seu comportamento diante das provas árduas e cruentas a que terá que submeter-se, em que sua própria vida física correrá risco.


Observe-se o que foi dito: "morrer" (teleutan) e "ser iniciado" (teleusthai) são verbos formados do mesmo radical: tele, que significa FIM. Só quem chegar AO FIM, será considerado APTO ou ADEPTO (formado de AD = "para", e APTUM = "apto").


Nesse mesmo sentido entendemos o último versículo: alguns dos aqui presentes (não todos) conseguirão certamente finalizar o ciclo iniciático, podendo entrar no novo EON, no "reino dos céus", antes de experimentar a morte física. Antes disso, eles descobrirão o Filho do Homem em si mesmos, com toda a sua Dynamis, e então poderão dizer, como Paulo disse: "Combati o bom combate, terminei a carreira, mantive a fidelidade: já me está reservada a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia - e não só a mim, como a todos os que amaram sua manifestação" (2. ª Tim. 4:7-8).



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Hebreus Capítulo 1 do versículo 1 até o 14
SEÇÃO I

A PESSOA DE CRISTO É DEFINITIVA

Hebreus 1:1-4.16

A. MAIS DO QUE UM ANJO — UM FILHO, 1:1-2.4

1. O Deus que Fala (1.1,
- 2a)

Os primeiros quatro versículos formam um único período e constituem o prólogo de Hebreus. Nele lemos acerca da auto-revelação de Deus em seu Filho visível e histórico e a função deste Filho na criação, revelação, providência e redenção.
A sanidade e a certeza diante do caos e do murmúrio de muitas vozes são possíveis somente na redescoberta do fato de que Deus falou. Deus é iminente e transcendente nos afazeres dos homens. Jesus Cristo é o Autor e a Origem da fé cristã; ao nos defrontarmos com sua pessoa e ministério terreno estamos nos defrontando com Deus.

a) A revelação passada de Deus (1.1a). O autor inspirado está se referindo aqui não à revelação geral na natureza e na consciência, feita a todos os homens, mas à revelação especial, feita aos pais, i.e., à nação hebraica e seus antepassados. A pessoa de Deus, junto com sua santidade de caráter e vontade soberana para seu povo, foi revelada "mui-tas vezes e de várias maneiras".' Embora os tempos e os métodos variassem bastante, a forma era uniforme — pelos profetas. O escritor aos Hebreus está determinado a aju-dar seus companheiros hebreus vacilantes a ouvir a mensagem completa de Deus trans-mitida por meio do seu Filho. É uma mensagem que excede em muito o que havia sido revelado até então, uma mensagem de redenção perfeita e que em seu caráter definitivo constitui um ultimato solene. Jesus não veio para negociar com o Diabo, mas para derrotar o usurpador com sua própria arma, a morte, e reivindicar aquilo que é seu (Hb 2:8-15; 1 Co 15.24,25).

A ação de Jesus em criar o universo material é secundária (sugerida por dia — por, lit., "por meio de" — com o genitivo) à do Pai, que é principal. Este é um conceito difícil e o seu significado completo pode nos iludir. Há uma base aqui para a doutrina de que o

Filho é o Logos (Palavra) eterno, ao mesmo tempo que é o meio de expressão da divinda de. Portanto, mesmo antes da criação, o Logos era essa natureza em Deus que possuía a capacidade de comunicação e concreção em potencial. Embora não seja o demiurgo dos gnósticos, o Logos era, não obstante, o mediador entre a ordem matéria-espaço-tempo e o espírito puro. Quando essas idéias dualistas de domínio (herdeiro) e criatividade são percebidas, mesmo que de forma vaga, a enormidade do pecado da rejeição de Cristo torna-se evidente (Jo 1:10-11).5

  1. A expressão da Pessoa essencial de Deus (1.3ab). Fica claro que esse Filho não é somente um Agente mas um Aspecto (podíamos assim dizer) da própria divindade. Ele não pode ser dissociado do ser essencial do Pai. Em primeiro lugar, como o esplendor da sua glória, Ele revela de forma perfeita a majestade de Deus.' No entanto, mais do
    que isto, Ele é a expressa imagem da sua pessoa (cf. Cl 1:15) ou, como a NVI traduz: a "expressão exata do seu ser". Isto é mais do que a imagem de Deus na qual o homem foi criado e, certamente, muito mais do que a expressão da santidade de Deus por meio dos
    seus atos poderosos; não é nada menos do que a revelação de forma concreta e visível do próprio Deus. Mas, visto que não vemos no Filho encarnado a expressão exata ou com-pleta dos atributos absolutos de imensidade, imutabilidade, ou infinitude, podemos infe-rir que o ser essencial de Deus é primariamente santo e, em Jesus, vemos a expressão exata da personalidade em sua atividade criativa e amor redentor.'
  2. 0 braço da providência de Deus (1.3c). O Filho não é apenas o Agente da criação, mas Ele é o Agente da providência, sustentando todas as coisas pela palavra do seu

poder. O poder de nosso Senhor não está na sua habilidade mobilizadora, mas somente na sua palavra falada. "Quero; sê limpo. E logo ficou purificado da lepra" (Mt 8:3). "En‑
tão, levantando-se, repreendeu os ventos e o mar, e seguiu-se uma grande bonança" (Mt 8:26). Em muitas dessas ocasiões, na verdade, ao longo de todo seu ministério, este domínio tranqüilo sobre a natureza foi exibido. Seus milagres não eram o exercício de um dom
especial que Deus podia ter dado temporariamente a um homem; eles eram o exercício de suas próprias prerrogativas. Como tal, eles não eram nada mais do que reflexos tími-dos desse controle e supervisão mais amplos que mantêm o equilíbrio e a precisão no universo. E Aquele que é o Senhor das estrelas e planetas é Senhor das circunstâncias em nossa vida.

Esse senhorio pertence essencialmente ao Filho eterno. Na natureza humana da sua teantrópica pessoa Ele era sujeito à lei natural, como homem: Ele foi amamentado na sua infância; Ele cresceu em estatura e faculdades mentais; teve fome e sede; sofreu dor, tanto no corpo como na alma. Nosso Senhor nunca usou o seu poder para escapar ou alivi‑
ar os fortes vínculos com sua humanidade (Mt 4:3). Como Filho nascido de uma virgem, Ele foi sujeito à vontade de seu Pai, e "aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu" (5.8). Mas seu senhorio essencial nunca se alterou. Quando ensinou e agiu, falou e agiu como homem, em respeito constante ao Pai. Porém, ao mesmo tempo, Ele falou e agiu
quer perdoando pecados ou curando corpos ou ressuscitando mortos ou acalmando as tempestades — com a segurança e a realeza do Senhor. A dialética do humano e do divino encontra sua síntese em suas próprias palavras: "Eu e o Pai somos um" (Jo 10:30). Esta é a identidade tríplice que o escritor aos Hebreus procura estabelecer de ma-neira tão meticulosa no início do seu discurso: Agente na criação, o Logos da revelação, e o Senhor da providência.

3. O Senhor Vitorioso (1.3e-2,4)

  1. O trono retomado (1.3e). Este Senhor divino é Aquele que assentou-se à destra da Majestade, nas alturas. Aqui temos o sujeito principal e o predicado do versículo 3. Tudo o mais modifica, identificando sua pessoa e especificando sua obra terrena. A figura é de uma exaltação triunfante. Sua missão está cumprida, e Ele toma o seu lugar como "Vice-gerente" do Pai (simbolizado pela destra). Esse é o seu lugar legítimo, onde exer-cita seu pleno poder como advogado (Mt 29:18).8
  2. Sua superioridade em relação aos anjos (1:4-14). A afirmação final no prólogo é que Jesus era mais excelente do que os anjos (v. 4). Esta é uma conclusão tirada do fato de que ele retomou o seu lugar à direita do Pai. Então o autor prossegue em compro-var sua conclusão, a partir do AT. Se o Messias prometido pode ser demonstrado a partir das especificações do AT de ser mais do que um anjo, a afirmação da sua identidade como o Filho eterno será fortalecida. Qualquer objeção dos hebreus no campo escriturístico será removida, e a própria exposição do escritor acerca da pessoa do nosso Senhor será grandemente fortalecida. No versículo 4, portanto, encontramos uma demonstração de sua superioridade, e nos versículos 5:14 encontramos a alegação de que a superioridade do Senhor foi predita no AT.'
  3. Superioridade demonstrada pelos acontecimentos (1.4). A NVI traduz este versículo da seguinte maneira: "tornando-se tão superior aos anjos quanto o nome que herdou é superior ao deles". A medida da sua superioridade, em outras palavras, é a medida da diferença qualitativa entre Filho e criatura. Os verbos aqui sugerem reali-zação, reconhecidamente como uma adoção subseqüente à sua obediência e como uma recompensa a ela. O Deus-homem, como tal, observado do ponto de vista da sua humi-lhação e ministério terreno, ganhou o direito de ocupar o honrado "lugar e posição" (NT Amplificado). Ele tornou-se superior aos anjos por causa da sua vitória pública. E em-bora tenha obtido o direito de retomar o seu lugar, o mais excelente nome foi herda-do (v. 2, "herdeiro de tudo"), uma possível referência ao nascimento virginal e à filiação pré-encarnada de Cristo.
  4. Superioridade provada pelas Escrituras (1:5-14). Nesta passagem há seis cita-ções distintas. O autor desafia seus leitores a citarem o nome do anjo a quem Deus disse:

Tu és meu Filho, hoje te gerei (5; SI 2.7).1° A segunda citação (2 Sm 7,14) é uma aplicação a Cristo de uma promessa feita inicialmente a Davi em relação a Salomão. A terceira, da LXX, não pode ser claramente localizada no AT, embora haja uma idéia similar em Salmos 97:7; mas o argumento aqui é claro, que os anjos de Deus não seriam levados a adorar um igual. A própria citação é introduzida por uma clara referência à encarnação: quando outra vez introduz no mundo o Primogênito (6), ou "quando ele introduz o Filho primogênito novamente no mundo habitável" (NT Amplificado)."

Anjos são "espíritos", ventos, e os ministros angélicos são como labareda de fogo (7) ; mas em forte contraste, o Filho reina em um trono [...] pelos séculos dos séculos (8).12 A eqüidade é o cetro — o princípio de governo e a base de autoridade. Isto emerge da santidade imaculada do Filho no trono, que amou a justiça e aborreceu a iniqüidade (9). O verdadeiro caráter é revelado, não por confissões pomposas, mas por preferências secretas. O que alguém ama e odeia é um verdadeiro indicador da sua alma. O Rei justo planeja implantar este tipo de afeição santa e aborrecimento santo em seus subordina-dos. Este é o aspecto afetivo da santidade cristã. Por causa da integridade do nosso Senhor, o Pai o exaltou com óleo de alegria, mais do que a seus companheiros (possivelmente significando irmãos terrenos; cf. 12.2).

A aplicação do Salmo 102 a Jesus nos versículos 10:12 é uma interpretação ainda mais radical ou ousada do AT. Este salmo é dirigido a Javé (Yahweh), Aquele cujo nome o judeu devoto não podia pronunciar; no entanto, o autor aos Hebreus afirma que este texto se refere ao nosso Senhor. Ou o seu argumento aqui é totalmente sem sentido ou ele distingue pelo Espírito Santo uma aplicação do AT a Jesus que não pode ser percebi-da superficialmente (cf. Lucas 24:27). O próprio texto é uma reafirmação da divindade eterna e imutável de Cristo, em uma linguagem poética sublime.

Finalmente, ele repete o desafio — agora com uma declaração de Salmos 110:1 — que o versículo 5 expressa da seguinte forma: Porque a qual dos anjos disse jamais [...1? Esta declaração também foi usada por Jesus como prova de que o Cristo era muito mais do que o filho de Davi (Mt 22:41-46). Mas, enquanto a ênfase de Jesus estava no senhorio do Messias, a ênfase de Hebreus é que somente ao Filho, não a um anjo, foi dito o seguinte: Assenta-te à minha destra, até que ponha os teus inimigos por escabelo de teus pés (13). A proclamação do versículo 3 de que Jesus "assentou-se à destra da Majestade" é vista como sendo o cumprimento da profecia. Em contraste com o lugar do Filho no trono, os anjos estão ocupados constantemente com a ministração, em uma função subordinada, aos que hão de herdar a salvação (14), i.e., os crentes. Deveria ser uma grande consolação saber que os filhos de Deus têm o Filho e o Espírito como advogados, além da ajuda pessoal dos anjos.

Ao olhar para trás, podemos ver como o escritor, ao buscar apoio para a sua posição concernente ao Filho no AT, inclui elementos relacionados à humilhação do nosso Senhor como homem e elementos relacionados à sua glória pré-encarnada e pós-ressurreição. Trata-se da mesma Pessoa. Quando seu argumento está completo, o autor muda para a primeira de várias aplicações exortativas.


Champlin

Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
Champlin - Comentários de Hebreus Capítulo 1 versículo 4
O nome do Filho de Deus:
Conforme He 1:2,He 1:5.

Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Hebreus Capítulo 1 do versículo 1 até o 14
*

1.1-4 O prólogo introduz as duas épocas na história, quando Deus falava com seu povo em termos de "outrora" (v.
1) e nestes "últimos dias" (v. 2). A vinda de Cristo estabeleceu a nossa época como os prometidos "últimos dias" da salvação que os profetas previram (Jr 23:20; Os 3:5; Mq 4:1; conforme 1Co 10:11).

* 1.1 Deus... Falado. Um tema importante em Hebreus (2.2,3; 4.12; 6.5; 11.3; 12.25).

muitas vezes. O caráter fragmentário da revelação profética evidenciou ser ela incompleta, tal como a repetição dos sacrifícios de animais demonstraram a sua incapacidade para remover a culpa (10.1).

muitas maneiras. Que incluíram visões, sonhos, e por enigmas (Nm 12:6-8; com uma alusão em 3.5).

* 1.2 pelo Filho. Esta revelação é qualitativamente superior àquela dada através dos profetas. Moisés, o maior profeta, foi apenas um servo na casa de Deus; Cristo é "Filho em sua casa" (3.6). Tal como os profetas fizeram, o Filho fala, mas a sua revelação é definitiva.

herdeiro de todas as coisas. A supremacia do Filho será manifestada na consumação da história, porque "Tudo foi criado... para ele" (Cl 1:16). Ele é o Primogênito (v. 6), o herdeiro preeminente, cujos inimigos serão postos por estrado dos seus pés (v. 13, citando Sl 110:1). Como filhos de Deus, adotados por intermédio de Jesus, nós também somos herdeiros (v. 14; 6.12,17; Gl 4:6,7; Rm 8:14-17).

pelo qual também fez o universo. A supremacia do Filho foi manifestada nos primórdios da história, porque "nele foram criados todas as coisas" (Cl 1:16; conforme Jo 1:3). A palavra grega, traduzida como "universo" é lit., "eras" (também em 11.3), realçando os tempos sucessivos da história na cronologia da criação. Os vs.10,11 citam Sl 102:25-27 como testemunho ao lugar do Filho na criação e à sua permanência eterna, contrastado com o universo criado.

* 1.3 resplendor da glória. A palavra grega traduzida como "resplendor" descreve a sabedoria divina, personificada no livro intertestamentário dos judeus, Sabedoria de Salomão (Sabedoria 7:25-28). Porém, Hebreus não fala de um atributo personificado, mas da pessoa divina que entrou na história para purificar pecadores.

a expressão exata do seu Ser. Este versículo descreve tanto a unidade do Filho com o Pai, como também a distinção entre as pessoas divinas. Como aquele cujo ser corresponde exatamente ao do Pai, o Filho verdadeiramente revela o Pai. Cristo "é a imagem do Deus invisível" (Cl 1:15), pela qual vemos o Pai (Jo 14:9; 2Co 4:4-6).

sustentando todas as coisas pela palavra de seu poder. Dentro da história, é a autoridade do Filho que mantém a existência do mundo criado (Cl 1:17; 2Pe 3:4-7), preservando-o da destruição, até aquele dia quando a sua voz removerá tudo exceto o reino inabalável de Deus e os seus herdeiros (12.26-28).

a purificação dos pecados. A mudança no tempo do verbo focaliza o interesse sobre a morte expiatória do Filho na história, e o ato sacerdotal que nos purifica, a fim de prestarmos culto na presença de Deus (9.14).

assentou-se à direita... nas alturas. A entronização do Filho "à direita" de Deus nos céus, prometido em Salmo 110:1, revela de duas maneiras a sua superioridade. Primeiro, "à direita" da majestade, Cristo está ministrando no verdadeiro e celestial santuário, e não numa cópia terrestre (8.1,2,5). Segundo, ele assentou-se porque a sua obra sacrificial (diferente daquela dos sacerdotes levíticos) foi consumada uma vez por todas (10.11,12).

*

1.4 superior aos anjos. Esta é demonstrada por uma série de citações do Antigo Testamento que se seguem (vs.5-14).

herdou mais excelente nome. O Filho eterno tomou sobre si uma natureza humana a fim de nos livrar do pecado e da morte (2.14,15). Tendo voluntariamente assumido por um certo tempo uma posição "menor que os anjos" (2.7), agora, como o ressuscitado e ascendido Messias, ele é "designado Filho de Deus com poder" (Rm 1:4) para salvar o seu povo (v. 5, nota). Assim, a exaltação de Cristo inaugura uma nova fase em sua filiação messiânica e redentiva que lhe outorga uma dignidade muito acima da dos anjos.

* 1:5-6 A série de citações começa com exemplos dos Salmos (v. 5, de Sl 2:7); dos profetas (v. 25, de 2Sm 7:14; na Bíblia hebraica os livros de Samuel são contados com os profetas); e da Lei (v. 6, de Dt 32:43). O versículo 6 vem provavelmente da tradução grega (Septuaginta) de Dt 32:43, embora seja também semelhante da Sl 97:7.

* 1.5 Tu és meu Filho. O decreto do Pai, declarando o Messias como seu Filho é identificado com a exaltação de Cristo (v. 4, nota; 5.5; At 13:32-35; Rm 1:4). Embora Jesus seja o eterno e divino Filho de Deus (Mc 1:11; Jo 3:16), a declaração da sua filiação redentiva, profetizado em Sl 2:7, lhe foi conferida no tempo, quando ele completou a sua obra messiânica. Os crentes não se tornam divinos e nem participam na eterna e divina filiação de Cristo, mas, a sua adoção como filhos de Deus significa que eles participam da filiação redentiva de Cristo através de sua união com o "Autor da salvação deles" (2.10; conforme 3.14, nota; Rm 8:29).

* 1.6 ao introduzir... no mundo. Quando o Filho condescende em assumir a nossa natureza humana, os anjos o adoram (Lc 2:13,14).

Primogênito. Como em Sl 89:27, o termo indica "a posição mais elevada", acima dos reis da terra, e não "gerado antes de outros". Em Êx 4:22, o termo significa "escolhido" ou "mais desejado" (Cl 1:15, nota).

*

1:7

As nuvens de Sl 104 adornam a morada celestial do Senhor. ("Ventos" o termo grego pode ser traduzido "espíritos") e "labareda de fogo" associam os anjos com a mutabilidade do mundo criado, em contraste com a permanência eterna do Filho (vs.10-12).

ministros. Em contraste com a entronização monárquica do Filho (vs. 8,9), os anjos são meros "ministros" ou "servos".

* 1:8-9

De Sl 45:6,7. Aquele que se dirige ao Filho com as palavras "ó Deus", ele mesmo é "Deus, o teu Deus". O Filho é Deus, contudo, distinto do Pai (Jo 1:1).

* 1.9 Amaste a justiça. Sobre a obediência e justiça do Filho, ver 4.15; 5.8; 7.26.

* 1:10 Sobre o Filho como Criador, ver v. 2 e nota.

*

1.11 tu... permaneces. A eterna imutabilidade do Filho como Deus é essencial a seu sumosacerdócio (7.3,23,24). Por meio dele, a herança dos crentes permanece para sempre (10.34; 12.27,28; 13.14).

*

1:13-14 A posição do Filho como autoridade celestial (8,1) é contrastada com a missão dos anjos como ministros "a favor dos que hão de herdar a salvação" (isto é, aos que participam como co-herdeiros dos direitos de Cristo que é o herdeiro, vs. 2,5; 2.10; 6.12; conforme Rm 8:17,29). Os anjos servem a Cristo, mas também a seu povo, que herda a salvação através de uma união com ele. Nisto, o seu povo é favorecido acima dos anjos (conforme 2.16; 1Co 6:3).


Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de Hebreus Capítulo 1 do versículo 1 até o 18
1:1 Esta carta tem um tom sombrio. Paulo estava prisioneiro por última vez, e sabia que logo teria que morrer. A diferença de sua primeira prisão em Roma, quando esteve em uma casa (At 28:16, At 28:23, At 28:30) e pôde continuar ensinando, esta vez provavelmente estava confinado a um frio calabouço, esperando a morte (At 4:6-8). No ano 64 D.C. o imperador Nerón tinha começado uma grande perseguição como parte de seu plano de transpassar aos cristãos sua própria culpa pelo incêndio de Roma. Esta perseguição se pulverizou através de todo o império e incluiu ostracismo social, tortura pública e assassinato. Enquanto Paulo esperava sua morte, escreveu uma carta a seu querido amigo Timoteo, um jovem que tinha sido como um filho para ele (1.2). Escritas aproximadamente nos anos 66/67 D.C., estas são as últimas palavras que temos do apóstolo Paulo.

1:2 A segunda carta do Paulo ao Timoteo foi escrita entre dois e quatro anos depois da primeira. Timoteo foi seu companheiro na segunda e terceira viagem missionária, e Paulo o deixou no Efeso para que apoiasse à igreja ali (1Tm 1:3-4). Para maiores dados sobre o Timoteo, veja-se seu perfil em 1 Tmmoteo. Para mais informação sobre o grande missionário Paulo, veja-se seu perfil em Feitos 9.

1:3 Paulo orava constantemente pelo Timoteo, seu amigo, seu companheiro de viagem, seu filho na fé e um grande líder na igreja cristã. Embora os dois homens estavam separados, suas orações eram uma fonte de estímulo mútuo. Nós também devêssemos orar constantemente por outros, em especial por aqueles com quem levo a cabo a obra de Deus.

1:4 Não sabemos quando Paulo e Timoteo se separaram por última vez, mas foi provavelmente quando prenderam o Paulo e o levaram a Roma para ser encarcerado pela segunda vez. As lágrimas que derramaram ao separar-se revela a profundidade de sua relação.

1:5 Loida e Eunice, mãe e avó do Timoteo, eram cristãs convertidas com antecedência, possivelmente por meio do ministério do Paulo em sua cidade natal, Listra (At 16:1). Elas tinham comunicado sua sólida fé ao Timoteo, mesmo que seu pai, provavelmente, não era crente. Não oculte sua luz em seu lar: nossas famílias são terra fértil para plantar a semente do evangelho. Permita que seus pais, filhos, cônjuge, irmãos e irmãs se inteirem de sua fé no Jesus, e assegure-se de que eles vejam em você o amor, a ajuda e o gozo de Cristo.

1:6 No momento de sua ordenação, Timoteo tinha recebido dons especiais do Espírito que o capacitaram para que servisse à igreja (veja-se 1Tm 4:14). Ao aconselhar ao Timoteo "que avive o fogo do dom de Deus", Paulo o estava animando a perseverar. Timoteo não necessitava novas revelações nem novos dons; ele necessitava o valor e a auto-disciplina para aferrar-se à verdade e usar os dons que já tinha recebido (veja-se 1.13, 14). Se saía corajosamente em fé e proclamava o evangelho uma vez mais, o Espírito Santo iria com ele e lhe daria poder. Quando você usa os dons que Deus lhe deu, encontrará que Deus lhe dará o poder que necessita.

1:6 Os dons espirituais do Timoteo os recebeu quando Paulo e os anciões lhe impuseram as mãos e o apartaram para o ministério (veja-se 1Tm 4:14). Deus dá dons aos cristãos para que os usem na edificação do corpo de Cristo (veja-se 1Co 12:4-31), e dá dons especiais a alguns através dos líderes da igreja, que servem como instrumentos deles.

1:6, 7 Timoteo estava experimentando grande oposição a sua mensagem e a ele mesmo como líder. Sua juventude, sua associação com o Paulo e sua liderança se achavam sob fogo por parte de crentes e não crentes. Paulo o anima a manter-se firme. Quando permitimos que a gente nos intimide, neutralizamos nossa efetividade para com Deus. O poder do Espírito Santo pode nos ajudar a vencer nosso temor do que alguém possa dizer ou nos fazer, e assim continuar fazendo a obra de Deus.

1:7 Paulo menciona três características do líder cristão efetivo: poder, amor e domínio próprio. Estas estão a nossa disposição porque o Espírito Santo vive em nós. Siga seu guia cada dia e sua vida mostrará mais efetivamente estas características. Em Gl 5:22-23 poderá encontrar uma lista das características que são o resultado do Espírito Santo que mora em nós.

1:8 Neste tempo de muita perseguição, Timoteo pôde ter sentido temor de continuar pregando o evangelho. Seus temores estavam apoiados em feitos, porque os crentes estavam sendo presos e executados. Paulo lhe havia dito que esperasse sofrimentos; Timoteo, como Paulo, seria apressado por pregar o evangelho (Hb_13:23). Mas Paulo prometeu ao Timoteo que Deus lhe daria força e que estaria preparado quando fora seu turno de sofrer. Ainda quando não houver perseguição, pode nos ser difícil compartilhar nossa fé em Cristo. Felizmente nós, como Paulo e Timoteo, podemos contar com que o Espírito Santo nos dará valor. Não se envergonhe de atestar.

1.9, 10 Paulo dá um breve resumo do evangelho. Deus nos ama, chamou-nos e enviou a Cristo para que morrera por nós. Podemos ter vida eterna por meio da fé no porque com sua ressurreição, ele destruiu o poder da morte. Não merecemos ser salvos mas Deus nos oferece a salvação de todos os modos. Tudo o que temos que fazer é acreditar nele e aceitar seu oferecimento.

1:12 Paulo estava detento mas esta circunstância não deteve seu ministério. Levou-o adiante por meio de outros, como Timoteo. Paulo tinha perdido todas suas posses materiais, mas nunca perderia sua fé. Confiou em que Deus o usaria sem importar as circunstâncias. Se sua situação se apresentar sombria, entregue suas preocupações a Cristo. O protegerá sua fé e guardará seguro tudo o que você lhe confiou até o dia de sua volta. Para mais sobre nossa segurança em Cristo, veja-se Rm 8:38-39.

1:12 A frase "para guardar meu depósito" tem três interpretações principais: (1) Paulo sabia que Deus protegeria as almas daqueles que se converteram por meio de seu predicación; (2) Confiou em que Deus guardaria sua alma até a segunda vinda de Cristo, ou (3) Confiava em que, mesmo que ele estava preso e enfrentava a morte, Deus levaria adiante o ministério do evangelho por meio de outros como Timoteo. Paulo pôde ter expresso sua confiança para respirar ao Timoteo, quem se achava desanimado pelos problemas no Efeso e temeroso da perseguição. Até no cárcere, Paulo sabia que Deus ainda estava no controle. Apesar dos contratempos e problemas que enfrentemos, podemos confiar completamente em Deus.

1.13, 14 Timoteo se achava em um período de transição. Tinha sido o brilhante ajudante do Paulo; muito em breve dependeria de si mesmo como líder de uma igreja em um ambiente difícil. Embora suas responsabilidades estavam trocando, Timoteo não estava desamparado. Tinha todo o necessário para enfrentar o futuro, se se aferrava aos recursos do Senhor. Quando passar por situações difíceis, é bom que siga o conselho do Paulo ao Timoteo e dê um olhar a suas experiências passadas. Quem é o fundamento de sua fé? Como pode você construir sobre o fundamento? Que dons lhe deu o Espírito Santo? Use os dons que já recebeu.

1.15, 16 Nada mais se sabe a respeito do Figelo e Hermógenes, os que evidentemente se opuseram ao ministério do Paulo. Estes homens são uma advertência de que até os líderes podem cair. Ao Onesíforo lhe menciona como um exemplo positivo, em contraste com aqueles outros.


Matthew Henry - Comentários de Hebreus Capítulo 1 do versículo 1 até o 14
1:1 A Epístola aos Hebreus descreve em detalhe como Jesucristo não só cumpre as promessas e as profecias do Antigo Testamento, mas também como Jesucristo é melhor que todo o sistema de pensamento judeu. Os judeus aceitaram o Antigo Testamento, mas muitos deles rechaçaram ao Jesus como o Messías portanto tempo desejado. Os destinatários desta carta dão a impressão de ter sido judeus cristãos. Tinham um bom conhecimento das Escrituras e tinham professado sua fé em Cristo. Já seja devido à dúvida, à perseguição ou à falso ensino, puderam ter estado em perigo de abandonar sua fé cristã e retornar ao judaísmo.

desconhece-se a paternidade literária deste livro. sugeriram-se vários nomes, como Lucas, Bernabé, Apolos, Priscila e Paulo. A maioria dos estudiosos não acreditam que Paulo tenha sido o autor, já que o estilo de redação empregado em Hebreus é algo diferente do das epístolas do Paulo. Além disso, Paulo se identifica em suas cartas e apela a sua autoridade como apóstolo, enquanto que o escritor de Hebreus nunca dá seu nome e, em busca de autoridade, apela às testemunhas presenciais do ministério do Jesus. Entretanto, o autor de Hebreus evidentemente conhecia bem ao Paulo. É provável que Hebreus fora escrito por um dos colaboradores do Paulo, que com freqüência ouviu seu prédica.

1:1, 2 Deus usou muitos médios para enviar suas mensagens às pessoas da época do Antigo Testamento. Falou-lhe com o Isaías em visões (Isaías
6) ao Jacó em um sonho (Gn 28:10-22) e ao Abraão e ao Moisés pessoalmente (Gênese 18; Ex 31:18). Os judeus familiarizados com essas histórias não tinham dificuldade para acreditar que Deus ainda seguia revelando sua vontade, mas lhes resultou assombroso pensar que Deus se revelou por meio de seu Filho, Jesucristo. O é o cumprimento e a culminação das revelações de Deus através dos séculos. Quando o conhecemos, temos tudo o que necessitamos para ser salvos de nosso pecado e ter uma perfeita comunhão com Deus.

1:2, 3 Não só Jesucristo é a imagem mesma de Deus, mas também é Deus mesmo; o Deus que falou na época do Antigo Testamento. É eterno; teve parte com o Pai na criação do mundo (Jo 1:3; Cl 1:16). É a plena revelação de Deus. Não é possível ter uma visão clara de Deus sem olhar a Cristo. O é a manifestação perfeita de Deus em um corpo humano.

1:3 O livro de Hebreus relaciona o poder salvador de Deus com seu poder criador. Em outras palavras, o poder que lhe deu existência ao universo e fez que se mantivera funcionando é o mesmo poder que tira (provê purificação para) nossos pecados. Quão errôneo é pensar que Deus não possa nos perdoar. Não pecou muito grande que o Rei do universo não possa tirar. Deus pode perdoar e nos perdoará quando nos aproximamos do por meio de seu Filho. A frase se sentou significa que se terminou a obra. O sacrifício de Cristo foi terminante.

1:4 O nome mais excelente que herdou Jesucristo é "Filho de Deus". Esse nome outorgado pelo Pai é superior aos nomes e títulos dos anjos.

1.4ss Os falsos professores em muitas das primeiras Iglesias ensinavam que solo era possível comunicar-se com Deus por meio dos anjos. Em lugar de adorar a Deus diretamente, os seguidores dessas heresias reverenciavam aos anjos. Hebreus denuncia com claridade tais ensinos como falsas. Alguns ensinavam que Jesucristo era o anjo de maior fila de Deus. Mas Jesucristo não é um anjo superior; e de todos os modos, não se deve adorar aos anjos (vejam-se Cl 2:18, Ap 19:1-10). Jesucristo é Deus. Solo O é digno de nossa adoração.

1.5, 6 Jesucristo é o primogênito de Deus. Nas famílias judias o filho primogênito mantinha o lugar de mais alto privilégio como também de responsabilidade. Os cristãos judeus ao ler esta passagem compreendiam que, como primogênito de Deus, Jesucristo era superior a qualquer ser criado.

1.10-12 O autor de Hebreus cita o Sl 102:25-27. Ali considera deus como o que fala e aplica suas palavras ao Filho Jesucristo. que os céus e a terra "perecerão" revela que a terra não é permanente nem indestrutível (uma opinião de muitas filosofias gregas e romanas). A autoridade de Cristo se estabelece sobre toda a criação, de modo que não nos atrevamos a considerar nenhum objeto ou recurso terrestre mais importante do que O é.

1.11, 12 Como os leitores de Hebreus experimentaram o rechaço de seus irmãos judeus, com freqüência se sentiram isolados. Muitos se sentiram tentados a trocar ao imutável Cristo por sua conhecida e antiga fé. O escritor de Hebreus os precatória a não fazê-lo; Cristo é a única segurança em um mundo cambiante. Sem que importe o que possa acontecer neste mundo, Cristo jamais troca. Se confiarmos no estaremos absolutamente seguros, porque nos achamos sobre o fundamento mais firme que há no universo: Jesucristo. Um hino famoso resume esta verdade: "Jesus será meu amparo, a rocha de minha salvação".

1:12 O que significa que Cristo é imutável ("você é o mesmo")? Quer dizer que jamais trocará seu caráter. O é invariável em seu amor a nós, dedicado à eqüidade e à justiça e absolutamente decidido a ser misericordioso conosco apesar de que não o merecemos. Regozije-se de que Cristo é invariável. O sempre o ajudará quando você o requeira e lhe oferece perdão quando cai.

1:14 Os anjos, seres espirituais criados Por Deus, são mensageiros de Deus e estão sob sua autoridade (Cl 1:16). Cumprem várias funções: servem aos crentes (Cl 1:14), protegem aos fracos (Mt 18:10), proclamam a mensagem de Deus (Ap 14:6-12) e executam o julgamento de Deus (At 12:1-23; Ap 20:1-3).

CRISTO E Los Angeles

1.5, 6 - Sl 2:7: A Cristo lhe chama "Filho" de Deus, um título nunca dado aos anjos.

1.7, 14 - Sl 104:4: Os anjos são importantes, mas solo são servos de Deus.

1.8, 9 - Sl 45:6: O reino de Cristo é para sempre.

1.10 - Sl 102:25: Cristo é o criador do mundo.

1.13 - Sl 110:1: Deus lhe dá honra exclusiva a Cristo.

O escritor de Hebreus se refere reiteradamente ao Antigo Testamento a fim de provar a grandeza de Cristo em comparação com os anjos. Seus leitores do primeiro século, cristãos judeus, tinham adquirido uma crença sem equilíbrio com relação aos anjos e sua função. afirma-se o senhorio de Cristo sem irreverência para os valiosos mensageiros de Deus.


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Hebreus Capítulo 1 do versículo 1 até o 14
PRIMEIRA PARTE: SUPERIORIDADE DOUTRINAL DE CRISTO E CRISTIANISMO (He 1:1 ).

Browning expressou esta idéia, portanto, em Cleon: "aqueles homens divinos de velhos tempos chegaram, dizes bem, cada um em um ponto à beira do lado de fora. "

A primeira proposição clara do autor de Hebreus é que Deus sempre se revelou (conforme At 14:15 ). É quase impossível que um Deus de amor deveria ter feito menos de manifestar-se ao homem que carrega sua própria imagem, pois o amor não significa nada, a menos que se expressa. O autor não está sugerindo que uma nova voz está falando. É a mesma voz falando agora em Seu Filho que já havia falado por meio de várias outras agências. Mas o fato da revelação contínua de Deus através dos tempos pressupõe a capacidade do homem e capacidade de receber essa revelação. Depravada pelo pecado, embora ele tenha sido e é, que a depravação nunca completamente apagada a imagem divina no homem. O recebimento-set humano nunca foi prejudicada até agora pelo impacto e os efeitos do pecado a torná-lo totalmente incapaz de sintonizar na transmissão celeste.

A revelação de Deus ao homem foi cinco vezes quanto às suas principais categorias:

(1) Deus revelou em Sua obra da natureza antes que Ele nunca trouxe o homem a existir, embora pareça evidente que Ele tinha homem em mente quando criou a natureza (conforme Sl 19:1. ; . Rm 1:20) .

(2) Deus revelou-se na constituição muito moral do homem, fato que tem sido desde então inescapável (conforme Gn 1:26 ; Rm 1:19. ; Rm 2:14 ).

(3) Deus se revelou na lei dada por meio de Moisés.

(4) Deus tem se revelado nos acontecimentos da história humana.

(5) Deus deu ao homem uma revelação especial de Si mesmo na pessoa de Seu Filho Jesus Cristo (conforme Jo 1:14 ).

No entanto, em muitos aspectos fragmentários, como o homem era capaz de recebê-lo, Deus revelou-se a todos os homens em todos os lugares ao longo dos tempos que precederam a vinda de Cristo em pessoa. É a esta última revelação de que o autor de Hebreus refere-se no verso desta epístola de abertura.

A revelação de Deus na constituição moral dos homens Carlyle designa como "aquele algo ou alguém dentro dele que se pronuncia sobre a correção ou incorreção da escolha de motivos." Talvez seja o suficiente para dizer a consciência do homem é sua mente julgar em questões morais. Immanuel Kant disse: "Há duas coisas que me intimidar-o céu estrelado acima ea lei moral dentro". Esta consciência pode ser negligenciada, pervertido, entorpecido, ou grelhado, mas a sua indestrutibilidade e inescapableness testemunham a sempre presente revelação divina para homem. Há aqueles que acreditam que Deus também se revela na história. Nesta história vista não é uma série de eventos desconexos, mas sim um registro de feitos do homem, quer como dirigida ou anuladas por Deus. Aqui é a revelação pela providência divina.

No entanto, nem a natureza, a constituição moral do homem, a lei divina como dada por Moisés, a história, nem qualquer outra revelação parcial e imperfeito de Deus ao homem em eras passadas, ou para o homem no presente, é suficiente para tornar Deus conhecido pessoalmente para o homem. Tal conhecimento só pode ser alcançado através de uma pessoa que é Deus e homem, o homem Cristo Jesus. Em tal pessoa, mesmo o próprio Filho de Deus, Ele deu ao homem a revelação pessoal perfeita e final de Si mesmo. Assim, os impessoais revelações morais naturais e pessoais de Deus para o homem encontrou o seu cumprimento e finalidade especial na revelação divina de Deus em Seu Filho, o Verbo encarnado. A Palavra de Deus escrita ocupa algo de uma posição intermediária entre principal revelação de Deus na natureza e Sua revelação perfeito em Seu Filho, Jesus Cristo, o Verbo feito pessoal. ("O Verbo se fez carne", Jo 1:14 .)

Há um sentido em que a revelação de Deus ao homem, a partir do original natural para o pessoal final, foi progressiva. Não que a revelação de Deus foi-se desenvolvendo, mas que Deus se revelou como o desenvolvimento de homem era capaz de receber a Sua mensagem. Neste sentido, a revelação de Deus ainda é progressiva, com o indivíduo de sua conversa inicial através de sua maturação na graça de Deus. Assim, é concebível que os meios de revelação divina, se a natureza, o sonho ou visão, profecia, a constituição moral do homem, ou mesmo a palavra escrita se na Lei ou o Evangelho, pode tornar-se um fim em si e, portanto, ídolos. A menos que os meios de liderança divina revelação de e para culminar em Cristo, eles não conseguem a finalidade para a qual Deus criou-os, e, conseqüentemente, o homem direta de distância de, ao invés de, Cristo. Assim, torna-se significa o fim, e em matéria de religião esta sempre culmina em idolatria. Este foi o erro dos judeus legalistas. Tem sido o erro dos místicos. Tem sido o erro dos ascetas. Tem sido o erro dos naturalistas. É o erro dos humanistas, e é o erro dos materialistas, quer que o materialismo se expressa no cientificismo ou hedonismo. É a triste erro do nacionalismo contemporâneo. O primeiro mandamento: "Não terás outros deuses diante de mim" (Ex 20:3 , At 17:31 ). Por outro lado, o fim desses dias representa a introdução da Idade Evangélica, a vinda da plena luz de Deus, que encontrou o homem na idade adulta de sua raça, onde ele poderia ser levado à luz clara da verdade moral e espiritual (conforme Gl 4:4 ). Quando Deus falou em seu Filho , Jesus Cristo, Ele estava falando em e através de uma que era tanto Deus perfeito e homem-o perfeito Deus-homem. Em Seu Filho, Jesus Cristo, houve perfeita compreensão da verdade divina e vontade, e uma comunicação adequada de que a verdade ea vontade de homens (conforme He 7:28 Matt. , 29 ).

Deus deu a Sua revelação em fases sucessivas. Ele falou pela primeira vez aos pais, pelos profetas . Essas palavras sugerem finalidade, e eles pretendem incluir a totalidade da antiga revelação, inclusive da patriarcal, Mosaic e profético. Mas, além disso, eles indicam a conclusão de um período preparatório que aponta para a maior lição que está agora a ser ensinado no Messias. Deus agora tem falado a nós em Seu Filho . A primeira revelação não é completa sem o segundo. Mas o segundo não poderia ter sido possível sem o primeiro, que era preparação para a segunda. Paulo compreendeu a interdependência destes dois estágios da revelação divina, como também o incomparável superioridade do último para o primeiro, e manifestou-se assim: "A lei é tornar-se o nosso tutor [o agente faltoso ou talvez melhor, criança-guardião] para trazer-nos a Cristo, para que fôssemos justificados pela fé. Mas agora que a fé [em Cristo] veio, já não estamos debaixo de um tutor "( Gl 3:24 , Gl 3:25 ). Assim, a primeira foi a preparação, enquanto o último foi perfeição. Aqui se expressa a relação real e significativa entre o propósito e significado do Antigo e Novo Testamentos. Eles não são, quando compreendida corretamente, duas revelações distintos ou contraditórios. Eles são, sim, complementares. Como St. Augustine observado, o Antigo Testamento é o Novo Testamento em botão. O Novo Testamento é o Antigo Testamento em plena floração.

(3) A referência do autor para diversas porções significa as várias partes da revelação divina dada aos homens durante um período de mil anos de Moisés a Malaquias, e de fato muito mais tempo se os períodos patriarcais e anteriores devem ser incluídos. Por outro lado, as boas maneiras diversas indicam claramente a variedade de métodos que Deus usou nos tempos antigos para obter a sua mensagem através do homem. Uma versão sucinta torna a passagem anterior assim: "Em muitas revelações separadas, cada um dos quais estabelecem uma parte da verdade e de diferentes maneiras falou Deus antigamente aos [seus] pais em e ., pelos profetas "Phillips torna muito diretamente a passagem, "Deus, que deu aos nossos antepassados ​​muitos vislumbres diferentes da verdade nas palavras dos profetas, tem agora, no final da presente época, nos deu a verdade no Filho."

Estas revelações incluídas visões, sonhos, vozes audíveis, palavras proféticas, simbolismos e lições de objeto. Eles eram imperfeitos, quebrado, muitas vezes fragmentadas sinais, tipos e sombras das realidades de ser revelado no futuro em Cristo (conforme Cl 2:17 ; He 8:5 ). No entanto, Deus fala agora em seu Filho . Em Seu Filho, Cristo, são incorporados tanto o mensageiro perfeito e a mensagem perfeita. Como Deus perfeito e homem perfeito, o Filho é tanto a mensagem da verdade divina e o mensageiro de que a verdade (conforme Jo 14:6 ). Embora Ele era Deus em forma humana, Ele era, no entanto, Espírito (Jo 4:24 ; Jo 7:37 ). Assim como a personalidade espiritual divina Ele levou todas as notas essenciais da personalidade divina, incluindo a inteligência perfeita, vontade perfeita, emoções perfeitas ou sensibilidades, e responsabilidade moral perfeita. O homem criado à imagem espiritual pessoal de Deus do mesmo modo que os terá de notas essenciais da personalidade, embora no finito humano, e não o divino infinito, formulário. Assim, o Deus pessoal sob a forma de o perfeito Deus-homem é capaz de comunicar-se diretamente com a personalidade humana finita, o que corresponde, em suas notas essenciais para a personalidade divina. Esta não é uma comunicação indireta divino ao homem através dos tipos, símbolos e sombras da lei antiga, nem comunicação indireta deuses através de revelação natural (conforme Sl 19:1 ). Pelo contrário, é uma "pessoa a pessoa" de comunicação.

B. CRISTO superiores aos profetas no relacionamento e de trabalho (He 1:2 ), refere-se a Cristo em Seu estado preincarnate. Logos sugere umanecessária relação com o Pai. Filho sugere um livre ou volitiva relacionamento com o Pai.

(2) Como o divino Filho do Pai, Cristo é herdeiro. A nomeação de Cristo a co-herdeiros antecede a criação do mundo. Assim posse por direito de propriedade criativa, ao invés de herança de um proprietário anterior, parece ser o significado primário da palavraherdeiro em seu uso aqui. No entanto, parece ter um significado secundário também nesta passagem. O homem, a quem o domínio sobre o mundo criado tinha sido dado por Deus, tinha perdido o seu domínio a Satanás através de sua desobediência a Deus. Por meio de Sua realização redentora na cruz, Cristo trouxe todo o universo sob seu controle, restrição único homem deliberadamente rebelde. Sua declaração declaratória após a Sua ressurreição confirma esse fato: "Toda a autoridade tem sido dado a mim no céu e na terra" (Mt 28:18 ; conforme . Sl 8:4 ). No entanto, o homem perdido essa senhorio quando ele desobedeceu a Deus e cedeu às tentações de Satanás. Ele era incapaz de recuperar a posse perdida por ele mesmo desde que ele, também, tornou-se escravo do Inimigo. Nem poderia Deus de Si mesmo recuperar e devolver ao homem a sua senhoria da criação, uma vez que Ele havia delegado naquele reino do homem. Por isso, tornou-se necessário que Deus se fez homem em Jesus Cristo através da encarnação, a fim de resgatar e restaurar toda a criação perdido, incluindo o próprio homem. Assim, por meio de Sua realização redentora, Cristo, o Filho de Deus tornou-se herdeiro de toda a criação de novo. À luz deste fato Cristo é herdeiro num duplo sentido. Ele é o herdeiro de seu direito criativo, e Ele é o herdeiro de seu direito redentor. O ônus da pregação pós-pentecostal, como que a pregação está registrado no livro de Atos, foi o senhorio universal de Cristo. Esta opinião é corroborada pelo fato de que a palavra "Senhor", como aplicado a Cristo, não é menos encontrado de 110 vezes no livro de Atos. Tudo isso aponta para o fato de que, em Sua heirship Filho classifica superior aos profetas antigos.

(3) A participação do Filho na criação coloca em uma posição incomparavelmente superior aos profetas. Cristo, o Filho participou de toda a criação, desde o início. João declarou, a propósito da Logos eterno, "Todas as coisas foram feitas por intermédio dele; e sem ele não era nada do que tem sido feito "( Jo 1:3. ).

A criação do homem por Deus (Gn 1:26 ), os leitores cristãos hebreus seria mais fácil admitir. Eles iriam admitir igualmente que os profetas eram homens, mas seres humanos. Assim, os próprios profetas foram incluídos nos todas as coisas criadas pelo Filho.A conclusão inevitável é evidente. O Filho, o Criador, é maior do que as criaturas, ainda maiores do que os profetas. Relacionamento de Cristo como Filho, herdeiro, e co-criador com o Pai é, assim, estabelecido como superior à dos profetas hebreus.

C. CRISTO superiores aos profetas em Apocalipse (He 1:3 ). A plenitude da Divindade habita em Cristo, realmente, não tipicamente (conforme Jo 1:14 ). Assim Cristo, o Filho foi superior aos profetas hebreus como os feixes de farol são superiores aos refletores que eles lançam para o mar escuro (conforme Mt 5:14 ).

Muitas reflexões parciais e quebradas da luz divina que tinha sido visto por homens em eras passadas através da natureza, nos restos morais da imagem divina no homem caído, em sonhos e visões, e nos tipos e sombras da lei mosaica. Mas não até que Cristo veio fez homem ter a revelação direta de Deus em pessoa. Ele era de fato a substância muito divina em forma humana, o Homem-Deus.

D. CRISTO superiores aos profetas das realizações (He 1:3 ), Cristo qualificado para se tornar o mediador entre um ofendido a Deus e ao homem agressor, e do Redentor e Reconciler do homem com Deus por meio de Sua expiação. Alguém observou:

Como Mediador e Salvador, tendo assumido a Ele a nossa natureza, e sofreu nele na terra, Ele tomou-a com Ele para o céu; lá está ao lado de Deus, e esta foi a recompensa de Sua humilhação. É por ninguém menos do que isso, que Deus nestes últimos dias tem falado ao homem. ... Que ele deveria pelo próprio purificar-nos de nossos pecados é um mistério de amor para além dos nossos poderes extremos de admiração, louvor e gratidão.

Assim, tanto em Sua preservação providencial e Sua redenção da criação caída, o Filho foi superior aos profetas que possuíam nem o poder de auto-preservação, nem redenção, como meros homens, para não falar de outras ordens de criação.

II. CRISTO superior aos anjos (He 1:4 Pois a qual dos anjos disse ele a qualquer momento,

Tu és meu Filho,

Este dia te gerei? e novamente,

Eu serei para ele um pai,

E ele me será Filho?

6 E quando ele traz de novo no Primogênito no mundo, diz: E todos os anjos de Deus o adorem. 7 E dos anjos, diz,

Quem comete seus ventos anjos,

E de seus ministros labaredas de fogo:

8 Mas do Filho diz ele ,

O teu trono, ó Deus, é para todo o sempre;

E o cetro de eqüidade é o cetro do teu reino.

9 Amaste a justiça e odiaste a iniquidade;

Por isso, Deus, o teu Deus, te ungiu

Com o óleo de alegria mais do que a teus companheiros.

10 E,

Tu, Senhor, no início fizeste lançar os alicerces da terra,

E os céus são obra das tuas mãos;

11 Eles perecerão; mas tu continuas:

E todos eles se envelhecerão como o faz um vestido;

12 E como um manto tu hás de enrolá-las,

Como uma peça de roupa, e eles devem ser alterados:

Mas tu és o mesmo,

E os teus anos não acabarão.

13 Mas de qual dos anjos vos disse ele a qualquer momento,

Assenta-te à minha direita,

Até que eu ponha os teus inimigos por escabelo de teus pés?

14 Não são todos eles espíritos ministradores, enviados para fazer o serviço para o bem dos que hão de herdar a salvação?

A. CRISTO superior aos anjos NO NAME (He 1:4 ). Eles foram projetados para atrair os cristãos de a prioridade de consideração sagrada que eles deviam a Cristo, e, consequentemente, reduzir a uma posição de um entre muitos mediadores entre Deus e os homens. Isso, é claro, teve o efeito de roubá-lo de ambos Sua única mediação e Liderança divina.

A situação anterior exigiu a criação adequada de Cristo como o criador de todas as coisas, incluindo os anjos, como também messiânico Redentor para quem os anjos, homens, autoridades e poderes, foram sujeitos (He 2:5 ). Consequentemente, emnome de Cristo é superior a qualquer e todos os anjos de Deus.

B. CRISTO superior aos anjos no relacionamento e na NATURE (He 1:5 ). Embora esta referência do Velho Testamento fala principalmente de Salomão, entende-se que Salomão aqui tipifica o Messias. Filiação relação de Cristo com o Pai, é a própria fonte da qual brota, e que a única base sobre a qual está, cada relacionamento de graça entre o Deus redentor e homem caído. Aqui a relação de Cristo como Filho de Deus, o Pai está incomparavelmente superior ao dos anjos. Lange observa: "através das duas passagens Sl 2:1)

E todos os anjos de Deus o adorem . Em primeiro lugar, o fato de que o nascimento de Cristo foi anunciado de antemão por um anjo de Deus, e que Seu advento terreno foi homenageado pela adoração coral de anjos, indica claramente a superioridade de seu cargo ao longo destes Messias-homenageando criaturas celestiais. Mas parece haver mesmo um toque sutil aqui do Segundo Advento de Cristo, quando Ele contará com a presença dos anjos justos em Sua destruição do mal e do estabelecimento da justiça na terra (II Tessalonicenses 1:7-10. ), e quando Ele vai se tornar o juiz divino dos anjos maus caídos (conforme Jd 1:6 ), designando, assim, a sua posição e função como ministros ou servos de Deus (Sl 104:4f ; Sl 45:6 ). Parece que essas palavras significam: Em primeiro lugar, a verdadeira divindade de Cristo que possibilitou sua mediação e suas realizações. Em segundo lugar, eles indicam a dignidade divina e domínio do seu reino, como é sugerido por um trono , um reino eterno para todo o sempre , e um cetro de justiça que autorizou-o a governar com justiça, tendo feito a justiça possível através da Sua obra mediadora. Em terceiro lugar, eles dão garantia da duração infinita de Seu domínio justos e dignidade, não obstante as tentativas sutis, viciosos e persistentes de demônios e os homens motivados maldosamente para minar e derrubar seu governo (conforme Is 6:1. ). Da mesma forma Sua criação dos céus indica que até mesmo os habitantes dessas céus, os anjos, devem a sua própria existência a Ele. A mutabilidade da criação argumenta só pela sua impermanência em forma, não a sua aniquilação. Não há nenhuma evidência, escritural, histórica ou científica, de que qualquer coisa dentro da ordem criada do universo foi destinado para a aniquilação, ou que nada está sujeita a aniquilação. No entanto, que todas as coisas criadas estão sujeitos a alteração da forma é mais que evidente. É exatamente aqui que a superioridade do imutável, criativo Cristo é mostrado sobre as ordens de mudança da criação. É Ele, o único imutável que tenha determinado, e que providencialmente dirige o plano de mutabilidade nas ordens criadas do universo. Assim, as ordens criadas relevantes e mutáveis ​​estabelecer o caráter absoluto e imutabilidade de Cristo, o criador e sustentador providencial de toda a criação. O Cristo é imutável, portanto, superior aos anjos mutáveis. Como é importante, então, que o homem deve definir suas afeições nas coisas do alto, em cima do Cristo imutável que controla o universo, ao invés de sobre as coisas mudam de tempo. Para fazer o último significa que o homem não tem permanência. Para fazer a primeira é para encontrar segurança e certeza consoladora.

D. CRISTO superior aos anjos das realizações (1: 13-14)

Assenta-te à minha direita . A idéia expressa nas palavras do versículo 3 , sentou-se à direita da Majestade nas alturas , é reiterado nas palavras anteriores. Trabalho criativo, redentora, e restaurador de Cristo foi realizada a título provisório. Ele sentou-se na consciência de Suas realizações redentoras concluídas (conforme Jo 19:30 ). Ele exige apenas a aguardar o desenrolar dessas disposições. Tal não é o caso com os anjos. Eles são inteligentes, mas servos de Deus que tem o dever de funcionar no interesse daqueles cuja salvação Cristo providenciou através de Sua obra redentora acabado. Assim, o Filho é superior aos anjos em que seu trabalho está terminado, enquanto a deles não é; Seu trabalho é redentor enquanto o deles é, mas ministrativa.


Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de Hebreus Capítulo 1 do versículo 1 até o 14
"Havendo Deus [...] falado!" Essa é a grande mensagem de Hebreus. "Havendo Deus [...] falado" — por-tanto, preste atenção em como você responde à Palavra dele. Afinal, a forma como respondemos à Palavra do Senhor é a mesma em que res-pondemos ao Filho dele, pois este é a Palavra viva. Nesse primeiro ca-pítulo, vemos a superioridade de Cristo em relação aos profetas e aos anjos.

I. Cristo é melhor que os profetas (1:1-3)

  1. Em sua pessoa

Cristo é o Filho de Deus; os profetas são meros homens chamados para ser servos. Cristo criou os mundos (ou "estruturou as eras") e os sus-tenta. A Palavra dele tem poder. Ele mandou os mundos virem a ser, e, agora, a sua Palavra controla e sus-tenta nosso mundo. Cristo também é o herdeiro de todas as coisas. "Tudo foi criado por meio dele e para ele" (Cl 1:16). Ele é o sacrifício de Deus pelos pecados do mundo. Ele "purificou [...] nossos pecados" com sua morte na cruz. Agora, ele está, em glória, assentado nas altu-ras como Rei-Sacerdote de Deus. Ele está assentado, pois sua obra na terra terminou.

  1. Em sua mensagem

Nos tempos antigos, Deus deu suas revelações "muitas vezes e de muitas maneiras". Nenhum profeta recebeu a revelação total. Deus falava por meio de visões, de sonhos, de símbolos e de eventos, como também por intermédio de lábios humanos. Essas revelações apontam para Cristo, e ele é a re-velação máxima do Senhor. Cris-to é a Palavra final de Deus para o mundo. Todas as revelações do Antigo Testamento levam a Cristo, a revelação máxima e total do Se-nhor. Hoje, qualquer pessoa que se vanglorie de ter uma nova reve-lação de Deus é mentirosa. Hoje, Deus não dá revelações; ele ilumi-na sua revelação dada de uma vez por todas em Cristo.

  1. Cristo é melhor que os anjos (1:4-14)

Os anjos têm um papel vital na religião judaica. De acordo comGl 3:19, At 7:53 e Deutero- nômio 33:2, a Lei foi dada por inter-médio do ministério dos anjos (san-tos significa "pessoas santas, anjos"). Os judeus deveríam prestar atenção à mensagem transmitida por Cristo, que é maior que os anjos, já que atentavam para a Lei dada pelos an-jos. O autor menciona sete citações do Antigo Testamento para mostrar a superioridade de Cristo em relação aos anjos.

  1. Os versículos 4:5 citam Sl 2:7 e 2Sm 7:14

Cristo tem uma herança maior e, portanto, um nome maior como herdeiro de todas as coisas. Em Sal-Mc 2:7, Deus Pai chama Cristo de "meu Filho", título que não daria aos anjos. (No Antigo Testamento, os anjos, enquanto grupo, são cha-mados de "filhos de Deus", porém esse título não é concedido a eles individualmente.) Sl 2:7 refe-re-se à ressurreição de Cristo, não ao seu nascimento em Belém (veja At 13:33). Cristo, quando foi res-suscitado dos mortos, tornou-se o "primogênito" de Deus . Colossen- ses 1:18 chama-o de "o primogêni-to de entre os mortos". A segunda citação refere-se a Salomão; leia com atenção e em sua totalidade 2Sm 7:0 aplica essa promessa a Cristo, que é "maior do que Salomão" (Mt 12:42).

  1. Os versículo 6 cita Sl 97:7 (ou talvez Dt 32:43 na Septuaginta, a versão grega)

Essa citação refere-se ao retorno de Cristo à terra ("E, novamente, ao introduzir o Primogênito no mun-do..."). Os anjos adorarão a Cris-to quando ele retornar ao reino, da mesma forma que o adoraram quando ele veio pela primeira à ter-ra (Lc 2:8-42). Cristo é maior que os anjos.

  1. O versículo 7 cita Sl 104:4

Os anjos são espíritos criados por Deus para ser servos. A citação se-guinte mostra que Cristo é sobera-no, não um servo.

  1. Os versículos 8:9 citam Sl 45:6-19

O Sl 45:0

Esse salmo é fundamental em He-breus, pois Sl 110:4 declara o sacerdócio de Cristo conforme a ordem de Melquisedeque. Agora, ele está sentado à direita de Deus, o Sacerdote-Rei. Em At 2:34, Pe-dro também cita essa passagem. Os inimigos de Cristo ainda não se cur-varam diante dele, porém um dia farão isso.

O versículo 14 apresenta de forma sintética a posição dos anjos: eles são espíritos ministradores, não filhos exaltados; e o trabalho deles é ministrar a nós, os herdeiros com Cristo, na maravilhosa salvação do Senhor.

Vemos a majestade e a glória do Filho de Deus ao reler essas citações. O versículo 4 afirma que Cristo tem um nome mais excelente do que os anjos, pois por meio de seu sofrimen-to e morte adquiriu a mais notável herança. Cristo permanece supremo em seu caráter, em sua obra e em seu ministério. Ele reina como Rei, em-bora hoje seu reino não seja visível na terra, e, um dia, retornará para es-tabelecer a justiça sobre a terra.


Russell Shedd

Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
Russell Shedd - Comentários de Hebreus Capítulo 1 do versículo 1 até o 14
1.1 Hebreus começa como tese, prossegue como sermão e conclui como carta. A revelação de Deus é concedida em dois estágios: pelos profetas do At e por meio de Cristo no NT. Jo 1:1 afirma que Cristo é a Palavra (logos) de Deus; He 1:1,He 1:2 declara que Ele é a palavra final. Sua pessoa determina a interpretação da Palavra de Deus falada. Pelos profetas. Lit. "nos profetas” indicando a inspiração clara do AT.

1.2 Últimos dias. A vinda do Messias dá inicio ao período escatológico. Falou. O uso do aoristo no grego indica finalidade. Pelo Filho. Falta o artigo no grego. Deus se revelou "filialmente".

1.2b-3 Sete declarações acerca de Cristo revelam Sua majestade e poder:
1) Cristo é herdeiro de todas as coisas (Ef 1:20-49).
2) Ele é o agente da Criação (conforme Jo 1:3).
3) Ele é o brilho que irradia de Deus que é luz (1Jo 1:5).
4) Ele manifesta a verdadeira natureza de Deus (2Co 4:4; Cl 1:5).
5) Sua palavra poderosa sustenta o universo (Cl 1:17).
6) Ele é o sacerdote que oferece a si mesmo como Sacrifício para purificar os pecados (Jo 1:29).
7) Ele ocupa o trono soberano à direita de Deus (Sl 110:1). Assentou-se. Cristo, o Sumo Sacerdote, assentou-se porque Sua obra foi consumada. Os sacerdotes judaicos continuam em pé (10.11).

1:5-13 Sete passagens citadas do AT sustentam o argumento que Cristo é superior aos anjos. • N. Hom. A Superioridade de Cristo.
1) Sendo Deus, o Filho primogênito, os anjos O adoram (5, 6),
2) Sendo Deus, onipotente Rei, os anjos Lhe obedecem (7-9).
3) Sendo
Deus, eterno Criador, os anjos O servem (10-14).
1.6 Introduzir. Pode referir-se à Segunda Vinda, ainda no futuro.

1.7 Este v. destaca o contraste entre as posições de Cristo e dos anjos ou a distinção entre a eternidade daquele e o evanescer destes.
1.9 Companheiros. São os "muitos filhos” (2,10) conduzidos à gloria.

1.10 Há distinção de natureza entre a Criação e o Criador. Deus não necessita do universo, mas a Criação não pode existir sem Deus. Na LXX (Septuaginta), que Hebreus cita, Deus Se dirige ao Filho, chamando-O Senhor" (conforme também Sl 110:1).

1.14 O serviço dos anjos ministradores tem como objetivo o benefício dos herdeiros da salvação, i.e., os cristãos.


NVI F. F. Bruce

Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
NVI F. F. Bruce - Comentários de Hebreus Capítulo 1 do versículo 1 até o 14
I. A REVELAÇÃO FINAL DE DEUS (1:1-14)


1) Prólogo (1:1-4)

Os primeiros quatro versículos de Hebreus constituem uma majestosa oração gramatical no grego, que de forma apropriada serve para anunciar o grande tema do autor: a transcendência de Cristo como revelador e redentor. Sua beleza e equilíbrio são provas suficientes de que não houve uma introdução epistolar original que agora estaria perdida.
A carta começa de tal forma que contrasta fortemente a revelação anterior com a nova revelação. Ao afirmar que Deus falou muitas vezes e de várias maneiras (v. 1), o autor indica que não somente era o AT diversificado, completo e inspirado, mas também que lhe faltou o caráter decisivo e final, que em nenhum momento do passado e por meio de nenhuma pessoa, profeta ou salmista, nem por meio deles todos juntos, Deus revelou completamente a sua vontade; enquanto por meio da expressão nestes últimos dias falou-nos (o verbo traz a idéia de “de uma vez por todas”), ele destaca a completude e perfeição dessa revelação que agora veio nesse estágio final do plano de Deus para a redenção (conforme Is 2:2; Ez 10:14). E há boas razões para fazer esse contraste entre as duas revelações como o autor deixa claro em seguida: a revelação antiga veio por meio dos (lit. “nos”) profetas, mas a nova por meio do (“no”) Filho (v. 1,2). No primeiro caso, os profetas eram meras ferramentas humanas da revelação, nada mais; no segundo, alguém que é ele mesmo o Filho de Deus, possuindo sua natureza, é o meio pelo qual essa mensagem vem. Assim a superioridade da revelação de Deus em Cristo não se deve meramente ao fato de que veio por último ao final de uma era, mas ao “caráter transcendente da pessoa, da posição, do status e da autoridade daquele por quem e em quem ela veio” (Manson, op. cit., p. 89). Duas coisas devem ser observadas nesses comentários iniciais. Em primeiro lugar, o autor sublinha a unidade e a continuidade das duas revelações, que em essência não são duas, mas uma só que culmina em Cristo. O mesmo Deus fala nestes últimos dias assim como falou Há muito tempo. E, em segundo lugar, ele sugere que sempre que Deus se revela ao homem é principalmente por meio do homem que ele faz isso. “Nos profetas” e “no Filho” são expressões que reforçam o princípio de que Deus transmite sua verdade por meio da personalidade humana.

No entanto, não é somente por meio de alguém que é filho entre muitos que Deus oferece sua revelação definitiva. A expressão por meio do Filho (v. 2), portanto, de forma inadequada transmite a intenção do autor nesse ponto. E verdade que no grego falta o artigo definido (e o pronome possessivo que a NIV em inglês acrescenta), mas essa omissão se deve ou à exigência rítmica da frase ou ao desejo do autor de destacar a qualidade dessa palavra definitiva do Filho. O contexto exige que seja traduzida por “seu Filho”, “um que é Filho” (B. F. Westcott, The Epistle to the Hebrews, 1889, p. 7), ou “o Filho”, pois ele deve ser considerado um Filho “incomparável e singular”. Que esse é o caso é demonstrado pelas diversas expressões que seguem imediatamente. Elas descrevem o Filho como (a) autor e alvo da criação, no fato de que ele é herdeiro de todas as coisas e a causa eficiente da sua criação, e como (b) ele mesmo sendo divino, no fato de que 0 Filho é o resplendor da glória de Deus e a expressão exata do seu ser (v. 3).

A palavra “esplendor” traduz o termo grego apaugasma, que também tem um significado ativo, “que irradia” (conforme tb. Sabedoria 7.24ss, em que essa palavra é usada com os significados combinados de “refletir” e “irradiar”. O autor de Hebreus, sem dúvida, tinha conhecimento desse trecho). Por meio dessa palavra, o autor mostra a origem divina do Filho, sua semelhança com o Pai e ao mesmo tempo sua independência pessoal (Conforme Spicq, Comm. v. II, p.
7) — ele reflete ou irradia “a Glória”. [Observação: “de Deus” não está no texto grego. Visto que “a Glória” era associada particularmente a Deus na LXX, a expressão tornou-se substituta para se referir a Deus (conforme 2Pe 1:17). Talvez seja usada dessa forma aqui — “o Filho reflete (irradia) Deus”]. A construção a expressão exata do seu ser não acrescenta nenhuma idéia nova, mas amplia a anterior, definindo mais o relacionamento que existe entre o Filho e o Pai. Ele é a “exata representação do ser real de Deus”, e todas as características essenciais de Deus estão claramente focalizadas nele; quem viu o Filho viu o Pai também (conforme Jo 14:9). É fortalecida pela afirmação de que ele está sustentando todas as coisas por sua palavra poderosa (v. 3). Não se deve retratar, no entanto, o Filho como Atlas [filho de Júpiter, na mitologia romana. O equivalente ao filho de Zeus, na mitologia grega. N. do T.] que sustenta de forma estática o peso do mundo sobre os seus ombros, pois a palavra “sustentar” (lit. “carregar”, gr. pherein) contém não somente a idéia de “apoio”, mas também a de “movimento em direção a”. Assim, o Filho é descrito como alguém que mantém “o Todo” e o carrega e leva adiante para o seu alvo final.

Na última parte do v. 3, há uma breve referência à idéia que na verdade constitui o tema principal da carta: o sacerdote que fez a purificação dos pecados. O autor de Hebreus entende que o serviço sacerdotal é a atividade essencial do Filho e a verdadeira razão da sua vinda à terra. Isso se reflete até na forma do verbo que ele usa para descrever sua obra, embora a tradução obscureça isso. Quando ele fala acerca do início das eras (dos éons;

gr. tous aiônas\ NVI: universo; ARC: “mundo”), ele diz que o Filho as fez (gr. epoiêsen). Quando ele trata do tema da purificação dos pecados, emprega o mesmo verbo, mas lhe dá uma forma diferente — uma forma que sugere maior interesse ou envolvimento na ação por parte do sujeito (poiêsamenos). Essa idéia é refletida corretamente na tradução da ARC: “havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados”.

Junto com os temas básicos da redenção e da ressurreição, o da exaltação de Cristo à direita de Deus era um elemento essencial na pregação e no ensino apostólicos (At 2:34; Ef 1:20). Quando o autor de Hebreus afirma que o Filho se assentou à direita da Majestade nas alturas (v. 3), mostra que concorda com essa ênfase tradicional. Mas ao mesmo tempo ele usa essa afirmação para destacar o caráter definitivo da obra do Filho (conforme comentário Dt 10:12), e para mostrar que o Filho é ao mesmo o Messias prometido. [Observação: Essa expressão concernente à exaltação do Filho à direita de Deus é uma citação tomada de um salmo messiânico (SI 110).]

E possível que o v. 4 tenha sido causado por adoração de anjos por parte dos destinatários, mas não necessariamente. No AT como também em muitos livros apócrifos os anjos desempenham um papel muito importante. Eram vistos como criaturas muito próximas de Deus (Is 6:0 com 1:6; 2:1. Conforme tb. E. L. Sukenik, The Dead Sea Scrolls of the Hebrew University, pl. 53, fragmento 2,1.3). Eles eram também considerados mediadores da lei (At 7:53; G1 3.19; He 2:2). De qualquer forma, como o autor destaca, o Filho é superior aos anjos porque, bem à parte da sua “natureza eterna”, no seu papel humano ele obteve por meio da experiência (esse é o significado da expressão tornando-se) o que já era seu por personalidade — um nome [...] superior ao deles (conforme Fp 2:5-50).


2) Provas das declarações no prólogo (1:5-14)
De forma típica desse autor, apela-se ao AT agora para dar validade às declarações que fez. Para ele, o AT é inspirado por Deus e tem autoridade completa. Suas declarações são finais, não são necessários mais argumentos. Para ele, também, há um significado mais profundo no AT do que o histórico. É o significado cristológico. O Filho, que é o Cristo, é a chave que abre os verdadeiros tesouros das antigas Escrituras. Assim, ele se sente livre, na verdade compelido, a aplicar a Cristo a linguagem exaltada do AT, embora origi-nariamente ela tenha se referido a outro. Por meio desse método exegético, é fácil a tarefa de estabelecer a validade das suas declarações acerca de Cristo.

Ele começa a demonstrar a sua declaração acerca da superioridade de Cristo em relação aos anjos com uma citação do Sl 2:0; Lc 9:35; Rm 1:4 acerca de possibilidades de quando isso ocorreu), e que ele é infinitamente superior aos anjos, Pois a qual dos anjos Deus alguma vez disse algo assim (v. 5)?

O autor continua amontoando provas ao acrescentar uma citação de 2Sm 7:14: “Eu serei seu Pai” (v. 5). Essas palavras foram dirigidas originariamente por Deus a Davi e diziam respeito a seu filho. Mas se alguma vez essas palavras foram verdadeiras em relação a Salomão, então são insuperavelmente verdadeiras acerca de Cristo. Aliás, para o autor de Hebreus elas encontram seu cumprimento definitivo nele. Essa passagem nunca foi aplicada de forma messiânica na literatura rabí-nica, mas agora há evidências dos rolos do mar Morto de que algumas comunidades judaicas o interpretavam dessa forma. O autor de Hebreus, no entanto, nunca se refere a Cristo como o Filho de Davi.

Ele continua sua demonstração ao combinar Sl 97:7 com a leitura da Septuaginta de Dt 32:43. [Lembramos que a Septuaginta (LXX) é a tradução grega do AT hebraico, e em Dt 32:43 traz uma leitura mais longa do que a encontrada no texto massorético hebraico. Visto que não está no hebraico, não está nas versões baseadas nele, como em geral são as versões em português. Agora, no entanto, pela primeira vez há apoio para a leitura mais longa num texto hebraico pré-massorético encontrado na comunidade do mar Morto, em Cunrã (conforme F. M. Cross, The Ancient Library of Qumran, 1958, p. 182-3).] Sua combinação desses dois trechos resulta na ordem de que Todos os anjos de Deus o adorem (v. 6). A coisa interessante acerca dessa exortação é que tanto no salmo quanto no texto de Deuteronômio o “o” e o “dele” são referências ao próprio Deus. Mas, visto que o autor já deixou clara a comunhão de natureza que existe entre o Pai e o Filho, ele não tem receio algum de aplicar ao Primogênito o que foi dito originariamente acerca do Pai. A expressão “primogênito” é um termo técnico que quando aplicado aqui a Cristo pode significar que para o autor de Hebreus Cristo é anterior a toda a criação e soberano sobre ela (conforme o comentário de Lightfoot em Cl 1:15), ou pode significar que ele simplesmente queria dizer com isso o relacionamento de Cristo com os homens que também são chamados de “filhos de Deus” (2.10; conforme tb. Rm 8:29).

A prova final da superioridade de Cristo sobre os anjos vem de Sl 104:4. Ao descrever os anjos como ventos e clarões reluzentes (v. 7), o autor chama atenção para sua “mutabilidade, materialidade e transitoriedade” (Westcott, Comm., p. 25), em contraste com as qualidades permanentes do Filho cujo trono subsiste para todo o sempre (v. 8). Em 2EEd 8:21,Ed 8:22, se mostra por meio do paralelismo sinônimo que a interpretação da natureza dos anjos é correta: “Diante de quem as hostes angelicais estão com tremor: e diante de cuja ordem são transformados em ventos e fogo”.

O segundo conjunto de citações foi designado para fundamentar a afirmação do autor acerca do Filho como resplendor e marca da divindade (v. 8,9). Ele começa com uma citação do Sl 45:0 (conforme 1.3). Com isso, ele descreve Deus como entrando no conflito para enfrentar os inimigos do seu Ungido: “Senta-te [...] até que eu faça dos teus inimigos um estrado para os teus pés” (v. 13). Essa citação não tem a intenção de mostrar que o Filho é impotente e incapaz de travar suas próprias batalhas, mas, sim, de tornar clara a identidade de vontade que existe entre o Pai e o Filho, e o respeito que o Pai tem pelo Filho (Spicq, Comm. v. II, p. 2). Nunca se pôde dizer isso acerca de anjos, pois eles são meros espíritos minis-tradores enviados para servir aqueles que hão de herdar a salvação (v. 14). Com essa menção de “salvação”, o autor conclui a sua discussão concernente às dimensões cósmicas do Filho e avança para um novo tópico — o papel de Jesus na redenção no plano dos eventos históricos.


Moody

Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
Moody - Comentários de Hebreus Capítulo 1 do versículo 1 até o 4

INTRODUÇÃO

Declaração Introdutória. O estudante desta epístola deve compreender sua singularidade. Ela não é igual a nenhuma outra epístola do Novo Testamento, e apresenta problemas que são peculiares em si mesmos. Na forma de construção, no estilo, na argumentação e em relação aos outros livros da Bíblia, Hebreus se destaca.

Sua história tem sido cheia de controvérsias. Ela tem sido ignorada, sua autoridade tem sido desafiada, duvidaram de sua canonicidade, e foi implacavelmente estudada para determinar-se quem é seu autor. Há pouco tempo, análises críticas levantaram dúvidas quanto a certas porções da epístola, principalmente do capítulo 13. Se este capítulo foi acrescentado como um todo ou em parte, ou se já fazia parte da carta original, é um problema atualmente sob estudos.

O aumento do interesse pelo período helenístico em relação à história da civilização também influenciou o estudo da Epístola aos Hebreus. Alguns dos mistérios da epístola estão sendo agora comparadas à cultura helênica do mundo mediterrâneo oriental pós-alexandrino. Alguns mestres acham que as pessoas para as quais a Epístola aos Hebreus foi escrita foram diretamente influenciadas pela cultura helênica, e talvez fossem inteiramente helenizados. Tal ponto de vista tende a sugerir possíveis revisões de antigos pontos de vista quanto aos destinatários da epístola e seu propósito.

Tem-se dito que a Epístola aos Hebreus é a menos conhecida de todas as epístolas do Novo Testamento. O raciocínio limitado, a terminologia sacrificial e sacerdotal, e o idealismo reinante no autor são apresentados como razões (Purdy e Cotton, Epistle to the Hebrews, Vol. XI, IB). Pode ser, mas uma coisa parece mais certa. A Epístola aos Hebreus é mais fácil de compreender quando há familiaridade com os cinco livros de Moisés. O laço inseparável do raciocínio limitado ao sistema levítico, liga o Pentateuco à carta aos hebreus.

Os problemas apresentados pelo livro são desafiadores. Em suma, eles envolvem sua autoria, destinatários, leitores, data, motivos e relacionamento com o Cristianismo, Judaísmo e cultura helênica do primeiro século.

Ocasião – Por quê? A apresentação clássica dos motivos da epístola é a que se segue. Os judeus cristãos, de simples congregações ou em grupos maiores, geograficamente mais espalhados, estavam em perigo de apostatar de Cristo, retomando a Moisés. Esta condição de apostasia era um perigo imediato (He 2:1), com base na incredulidade (He 3:12). A conduta insinuava uma possível apostasia (He 5:13, He 5:14). A negligência dos cultos públicos (He 10:25), a fraqueza na oração (He 12:12), uma certa instabilidade doutrinária (He 13:9), a recusa em ensinar os outros, que é dever do crente maturo, (He 5:12), e a negligência das Escrituras (He 2:1) eram outros sintomas de fraqueza espiritual. O perigo estava em que aqueles que eram "santos irmãos, participantes da vocação celestial" (He 3:1) pudessem "cair" (He 6:6).

Para impedir tal desenvolvimento, o autor de Hebreus destaca a superioridade de Cristo em uma série de contrastes com os anjos, Moisés, Arão, Melquisedeque, e o sistema levítico. O objetivo de tais contrastes foi mostrar a inferioridade do Judaísmo e a superioridade de Cristo.

Conforme o escritor desenvolve seus pensamentos, ele entretece três conceitos. O primeiro é a exortação (He 13:22); o segundo é uma série de advertências, cinco em número (He 2:1-4; He 3:7-19; He 6:4-12; He 10:26-31; He 12:15-17); e o terceiro é a consolação ou a garantia, reunidos à volta do pensamento apresentado pela palavra "considerai" (He 3:1), que chega ao seu ponto culminante na frase "considerai, pois, atentamente aquele que suportou . . . " (He 12:3). Com base nestes conceitos, o escritor argumenta contra a tendência à apostasia.

A linha do raciocínio desenvolvida pelos leitores-ouvintes era atraente. Se seguir a Cristo produzia perseguição, e o antigo carrinho da prática judia não, por que não retomar ao Judaísmo, reter uma religião e ao mesmo tempo ficar livre da perseguição? Opção atraente, é verdade. A resposta a tudo isto foi apresentada na Epístola aos Hebreus, conforme a superioridade de Cristo foi comprovada, passo a passo, contra as reivindicações do Judaísmo.

Há pouco tempo, esta opinião clássica sobre os Hebreus foi posta em dúvida. Alexander C. Purdy, no seu comentário introdutório a Epistle to the Hebrews (IB, XI, 591, 592), argumenta que esta opinião tradicional é apenas uma conjetura. Ele apresenta nove razões contra a opinião tradicional e então escreve, "Concluindo, Hebreus é um argumento da finalidade do Cristianismo que repousa sobre a prefiguração da instituição sacrificial no Velho Testamento, como necessidade fundamental do acesso a Deus, a qual foi revelada a todos os homens, judeus e gregos igualmente, no sacrifício de Cristo". De acordo com Purdy, a notável marca judia de Hebreus pertence mais à forma do que ao verdadeiro conteúdo de idéias. Ele prossegue, então, argumentando que o autor de Hebreus lutava contra uma forma de Gnosticismo e helenismo judeu-cristão, mais do que contra o Judaísmo propriamente dito, mas reconhece que a sua opinião continua sendo hipotética.

Se concordarmos com Purdy que o autor de Hebreus escrevia contra o Gnosticismo judeu-cristão centralizado numa cultura helênica, permanece o fato de que os temas principais do livro têm um caráter e argumentação judeus. Na realidade, Hebreus liga o Velho e o Novo Testamento na pessoa e obra de Jesus Cristo. Poderia se dizer que Hebreus é a extensão lógica de Jo 17:1). A Epístola aos Hebreus fala desse livramento, sob as tensões e pressões da perseguição e da tentação da apostasia. Para demonstrar esse livramento, o autor de Hebreus equilibrou a doutrina com a exortação, o pastoral com o prático, a palavra de consolação com a palavra de encorajamento.

O Judaísmo, um "berço de conveniência" para os cristãos de nacionalidade judia, que estavam sendo perseguidos, foi assim exposto pelo contraste. O escritor determinou ajudar esses cristãos primitivos a enfrentarem as opções com conhecimento da diferença existente entre o Judaísmo e a obra de Cristo pelo ciente e no ciente. Tudo isto tinha a intenção de convencer da superioridade de Jesus Cristo os que estavam sendo provados.

Ao mesmo tempo, esta carta de encorajamento aos crentes do primeiro século contém auxílio para os dias de hoje. Nenhuma outra epístola do Novo Testamento responde tão claramente ao "por que" do sacrifício de Cristo, e da redenção oferecida através deste sacrifício. Nenhuma outra epístola do Novo Testamento figa tão claramente o duplo ministério de Cristo na qualidade de Filho de Deus eterno e Filho do Homem sofredor. Pecado, culpa, expiação e perdão são melhor compreendidos através da Epístola aos Hebreus. Esta carta também ajuda os leitores a alcançarem uma compreensão melhor das verdades e incidentes do Velho Testamento. Também, a diferença. entre o Judaísmo e o Cristianismo toma-se compreensível nos ensinamentos da Epístola aos Hebreus.

Johannes Schneider escreveu: "Hebreus é muito simples na estimativa que faz da vida real das igrejas. Ela conhece os perigos que ameaçam o povo de Deus na terra. Por isso ela admoesta a que se apeguem à fé e a que não sejam desleais a Cristo" (The Letter to the Hebrews, pág. 8). Com a ênfase que dá ao ministério sacerdotal de Cristo, os privilégios do crente em relação a Cristo, e suas fortes advertências a que se desenvolva uma fé viril, Hebreus continua falando pos dias de hoje.

Data e Destino – Para Quem Foi Escrita. Um número de fatores regula a data da Epístola aos Hebreus. O mais importante desses fatores parece ser o conflito judeu-romano depois de 68 A.D. e a destruição do Templo em 70 AD. Nada foi mencionado sobre o conflito, o Templo, ou a destruição de Jerusalém. Por causa desse silêncio, a carta pode ter sido escrita antes de 68 ou depois de 80. A primeira data é a preferível, mas deve ser considerada em relação à menção de Timóteo (He 13:23) e da expressão "os da Itália" (He 13:24). Além disso, o conhecimento de Hebreus demonstrado pela Epístola de Clemente de Roma aos Coríntios (95 AD.) tem alguma influência sobre a data de Hebreus e talvez sobre o seu destino.

O argumento para datá-la tardiamente foi melhor exposto no IB, Introduction, XI, pág. 593, 594. Combinando argumentos justificados pelo uso de I Clemente como ponto de referência, o IB generaliza a data colocando-a em algum lugar entre os últimos anos da década de setenta e os primeiros da década de noventa, mas conclui depois que a data verdadeira é incerta.

Em contraste, Canon Farrar, Cambridge Greek Testament (daqui em diante indicado como CGT), representando as opiniões do século dezenove, e Gleason L. Archer, em The Epistle to the Hebrews, A Study Manual, ambos argumentam em favor de uma data entre 64 A.D, e 68A.D. O último escritor estreita então este período de tempo para a data real de 65 ou 66 como sendo a mais razoável, de acordo com as evidências internas e externas. Todas as opiniões quanto à data da epístola destacam a importância do silêncio da carta no que se refere aos acontecimentos em Jerusalém na sexta década do primeiro século.

Quanto ao destino, três teorias principais têm prevalecido, cada uma delas apontando para uma cidade grande, do mundo romano e mediterrâneo. Alguns acrescentam uma quarta opinião, que na realidade é uma modificação de uma das teorias principais.


1) Os judeus cristãos em Jerusalém e à volta dela, foram os destinatários da carta.


2) Ela foi enviada aos cristãos judeus que moravam em Alexandria. Esta opinião costuma ser defendida por aqueles que apóiam o argumento de um forte sabor alexandrino na carta aos hebreus.


3) Era destinada a uma congregação de cristãos judeus que se reuniam na cidade de Roma, os quais estavam enfrentando uma severa provação e perseguição. A teoria da "igreja em Roma" tende também a defender a teoria da "congregação única", onde os destinatários originais da carta seriam membros de uma "pequena congregação" ou uma "igreja reunida na casa de alguém" em Roma.


4) Uma modificação da terceira. A congregação destinatária de Hebreus era pequena, mas poderia estar em qualquer parte do Império Romano, e não necessariamente em Roma.

Argumentação irrefutável tem sido apresentada por todas as opiniões; todas elas estão cercadas de dificuldades significativas. As evidências internas da carta por si mesmas pouco contribuem para a resolução dos problemas entre as diversas teorias. Jerusalém foi mencionada por implicação (He 13:12) devido a um modo de escrever que seria compreendido de todos os hebreus. A referência à Itália (He 13:24) é geral e dá portanto pouca ajuda real na questão do destino.

Uma coisa está clara. Aqueles a quem a epístola foi escrita eram hebreus por identidade nacional e cristãos por profissão de fé. Como Downer sugeriu, os hebreus eram os destinatários, e o ponto de vista hebreu prevalece (Arthur Cleveland Downer, The Principles of Interpretation of the Epistle of the Hebrews, pág. 8). Esses cristãos hebreus tinham sofrido perdas, experimentaram muitas provações e dificuldades, sofreram opróbrios, perda de privilégios, perseguição, ridículo e ódio declarado dos outros judeus. Mas essas condições poderiam ter prevalecido em qualquer parte do mundo romano no primeiro século.

O fato é que todos os argumentos e teorias têm ingredientes de possibilidade e impossibilidade em medidas quase iguais. A discussão do problema do destino pude ser examinado detalhadamente em Farrar, CGT; A.B. Davidson, The Epistle to the Hebrews; Archer, The Epistle to the Hebrews, A Study Manual; William Manson, The Epistle to the Hebrews, An Historical and Theological Reinterpretation; e IB, XI. Quanto ao peso da opinião, a teoria de "Jerusalém" é a que tem sido melhor defendida por William Leonard, Authorship of the Epistle to the Hebrews: Critical Problem and Use of the Old Testament. As teorias de "Roma" e "congregação única" são melhor defendidas por William Manson (op, cit.), que sugere que os arquivos de correspondência de uma congregação romana foram os primeiros a guardarem esta carta de exortação e advertência. Mas mesmo esta declaração é uma conjetura.

Autoria – Por Quem Foi Escrita. Quem escreveu a Epístola aos Hebreus ainda continua sendo o grande e único problema do estudante deste livro. Os autores sugeridos são muitos, e as opiniões que favorecem um possível autor em detrimento de outro são muitas também. O apóstolo Paulo, Apolo, Barnabé, Lucas, Timóteo, Áqüila e Priscila, Silas, Ariston e Filipe, o Diácono, todos têm sido propostos como autores, com argumentação comprovante. O exame da tradição da igreja primitiva e dos pais da igreja, tanto do Oriente como do Ocidente, só têm comprovado que as opiniões variam.

A epístola por si não dá o nome do autor, nem mesmo veladamente. Duas opiniões principais têm predominado no estabelecimento da autoria.
1) Autoria paulina. O argumento que sustenta esta opinião também foi desenvolvido para incluir um possível escritor desconhecido que foi instruído e influenciado pelo apóstolo Paulo, dando assim a Hebreus um cunho distintamente paulino.
2) A tradição e influência alexandrinas, com base no uso do Velho Testamento, principalmente na questão tipológica. O raciocínio aqui traça a origem de certas analogias de Hebreus em analogias idênticas de Filo de Alexandria. Esta é uma opinião defendida por poucos atualmente. Conforme registrado em SHERK, II, 877, a influência de Filo sobre o autor de Hebreus tem sido desprezada pela maioria dos mestres, enquanto que, ao mesmo tempo, sua influência sobre os Pais de Alexandria tem sido reconhecida geralmente.

O argumento da autoria paulina repousa fortemente sobre o último capítulo (13) da epístola. A qualidade pessoal deste capítulo é típica do apóstolo Paulo, como também o estilo epistolar. As referências a Timóteo e à Itália (He 13:23, He 13:24) também são laços que parecem ligar diretamente ao apóstolo. Além disso, há uma semelhança marcada entre a linguagem deste livro e das cartas reconhecidamente paulinas (por exemplo, He 1:4; He 2:2; He 7:18; He 12:22); e a argumentação cristológica é igual a de Paulo em outros lugares. Grande parte dessa argumentação é dedutível, e as mesmas similaridades poderiam ser notadas em qualquer mestre cristão dos primórdios do Cristianismo. No apoio à autoria paulina talvez nenhuma outra obra ultrapasse o trabalho definido de William Leonard em seu Authorship of the Epistle to the Hebrews: Critical Problem and Use of the Old Testament.

Contra a autoria paulina apresentam-se estas considerações:
1) o livro não menciona o apóstolo Paulo especificamente, como as epístolas reconhecidamente paulinas;
2) o uso de linguagem que é superior às normas de construção, uso e estilo de Paulo; e
3) desenvolvimento lógico do argumento, que não é caracteristicamente paulino. O ritmo de Hebreus é retórico e helênico, e o estilo, de modo geral, é mais calmo e razoável do que o estilo do apóstolo costumeiramente.

Quanto às diferenças doutrinarias, evidenciam-se em
1) o tratamento da fé,
2) a visão escatológica do capítulo 12,
3) o uso aplicado do código mosaico, e
4) o conceito do santuário. Leonardo até destaca que o hábito de considerar as Escrituras do Velho Testamento como um "arsenal de tipos" (op. cit., pág. 19), não é característico da literatura paulina.

Mas o que se sabe do autor? Ele era um homem de consideráveis conhecimentos das Escrituras, um teólogo bíblico que pensava em termos da história da redenção, e uma pessoa familiarizada com o Velho Testamento grego (LXX). Embora judeu, estava inteiramente familiarizado com a cultura helênica, como também com as tradições judias. Era um pensador independente que poderia ter sido influenciado pelo apóstolo Paulo e pelos pensadores alexandrinos. Ele deu origem a uma forma literária única, inteiramente diferente das outras do Novo Testamento.

Devotou-se completamente à sua tarefa de explicar o relacionamento do Judaísmo com o Cristianismo, argumentando constantemente pela absoluta superioridade deste último. Talvez fosse um mestre-pregador, familiarizado com o relacionamento orador-ouvinte e portanto empenhado no estilo exortação-explicação-admoestação que usou com tanta eficácia. No uso que fez deste método ele exibe mais do que um conhecimento passageiro das idéias do apóstolo Paulo.

Apesar de tudo isto, a verdadeira identidade do autor continua desconhecida. Concluindo, Orígenes (terceiro século), conforme citado por Eusébio (quarto século), talvez dificilmente poderia ser superado quanto a sua declaração sobre o problema:

O estilo da Epístola com o título "Aos Hebreus", não tem aquele popular estilo que pertence ao apóstolo, o qual admite que ele é comum no falar, isto é, em sua fraseologia. Mas que esta epístola é de um grego mais puro na composição das frases, qualquer um que for capaz de discernir a diferença de estilo terá de confessar. Repito, será óbvio que as idéias da epístola são admiráveis, e não são inferiores a qualquer dos livros reconhecidamente apostólicos. Qualquer um terá de admiti-lo, se ler com atenção as cartas do apóstolo.

Então Eusébio acrescenta, ou inclui:

Mas eu diria que os pensamentos são do apóstolo, mas a enunciação e fraseologia pertencem a alguém que registrou o que o apóstolo disse, como alguém que tivesse anotado despreocupadamente o que o mestre ditava. Se portanto, qualquer igreja considera esta epístola como escrita por Paulo, que seja elogiada por isso, pois não foi sem motivo que aqueles homens da antiguidade a transmitiram. Mas quem realmente escreveu a epístola, só Deus sabe (Eusébio,

Ecclesiastical History).

Tradição e Igreja Primitiva – Aceitação do que foi Escrito. A primeira menção da Epístola aos Hebreus fora do Novo Testamento aparece na Epístola aos Coríntios escrita por Clemente de Roma. Hebreus era conhecida de ambas as igrejas, a Oriental e a Ocidental, mas parece que era menos conhecida no Ocidente até o quarto século. Os Pais de Alexandria estavam ativamente interessados nos problemas dos hebreus, e tanto Clemente de Alexandria como Orígenes comentaram a epístola e a discutiram detalhadamente. O título "Aos Hebreus" apareceu no fim do século segundo, e passou a ser usado desde então.

Desde o início Hebreus tem sido aceita como fazendo parte do cânon. Nenhuma autoridade antiga, com exceção de Tertuliano, deixou de incluir esta epístola no cânon do Novo Testamento.

No fim do quarto século o Ocidente começou a se interessar mais nesta epístola, com Jerônimo em sua Epístola 129 declarando explicitamente que ele aceitava inquestionavelmente a carta aos Hebreus como parte do cânon do Novo Testamento. Esta opinião foi consistentemente defendida pelos medievistas e pela escola humanista. Erasmo, o mestre humanista, e Lutero, o Reformador, ambos aceitaram Hebreus como parte do Novo Testamento, embora discordassem quanto à identidade do autor. Os mestres de após a Reforma não desafiaram a canonicidade de Hebreus com sucesso, mas ocuparam-se mais com a questão da autoria.

A Argumentação da Epístola – O Tema do Escritor. A tese do escritor de Hebreus parece estar contida em duas idéias principais, que são explicadas e ilustradas na lógica da argumentação. A primeira idéia está expressa na palavra "considerai", usada em He 3:1 e He 12:3. Em cada um dos exemplos a advertência é para se considerar a Cristo. Em He 3:1, Ele deve ser considerado o "Apóstolo e Sumo Sacerdote de nossa confissão", e em He 12:3 Ele deve ser considerado como Aquele que sofreu, como o exemplo máximo da vida na fé. Com o termo "considerai" o escritor quer dizer refletir, estudar, examinar atentamente, pensar com cuidado. Observe que os crentes são lembrados a considerar o próprio Cristo, e não as simples razões lógicas por que Ele deveria ser considerado, conforme apresentadas na carta aos Hebreus.

Através do raciocínio da epístola, os leitores são levados a "considerá-Lo" no Seu sacerdócio e sacrifício. O contraste traçado através de toda a carta estabelece conclusivamente a superioridade de Cristo sobre os anjos, Moisés, Arão, Melquisedeque e o sistema levítico, e finalmente até mesmo sobre os maiores exemplos de vida de fé do registro do Velho Testamento (cons. He 11:1). Este tem sido chamado de título informal da carta aos Hebreus. Farrar (CBSC) sugere que todas as informações dados na epístola são para o propósito de exortar os leitores. A perseguição, as provações e dificuldades seriam amenizadas se esses cristãos, que também eram judeus, "considerassem-no" (He 12:3) e suportassem "a palavra desta exortação" (He 13:22). O argumento que apóia este tema duplo está então desenvolvido pelo argumento "o Cristianismo é superior ao Judaísmo", para o qual a exortação está sendo dirigida.

Todo o propósito desta carta era informar cristãos desanimados e também encorajá-los, e para apoiar as duas vias de acesso através de inumeráveis exemplos, tanto de Cristo como daqueles que viveram com sucesso pela fé. No meio de tudo, o escritor colocou a eternidade (portanto a imutabilidade) do sacerdócio de Cristo "segundo a ordem de Melquisedeque" (cap. He 7:1).

As Idéias e Conceitos do Autor: Fontes e Emprego. Forma e estilo distintos (veja seção seguinte desta Introdução) destacam a Carta aos Hebreus dentre as outras epístolas do Novo Testamento. O autor emprega método, organização e técnica diferentes de qualquer outro escritor do Novo Testamento. Ele também expressa idéias e associações de pensamentos e acontecimentos que lhe são peculiares. Uma vez que a investida principal da epístola é prática, atingir coisas práticas, ele coloca todos os seus conceitos teológicos dentro desta estrutura especial de referência de exortação, advertência e conforto. fie se concentra sobre aquelas idéias teológicas e conceitos que ele considera significativos. Seu raciocínio em prol dos seus leitores é que isto, é o que esta comunidade de crentes precisa acima de tudo o mais, para fortalecê-los na fé.

Ele ataca essas idéias como um orador deveria fazê-lo, edificando uma verdade sobre a outra para apoio da argumentação principal. Entremeadas encontram-se as advertências, que parecem particularmente destinadas a impressionar os ouvintes (leitores) com as conseqüências da falta de compreendo da verdade relativa a Cristo.

O autor demonstra considerável perícia literária. Evidentemente seus antecedentes lhe deram um senso de proporção na composição literária. Seu grego é talvez o melhor de todo o Novo Testamento, comparável ao de Lucas. Profundidade cultural e familiaridade também estão evidentes. O escritor parece perceber e refletir a influência do modo de vida grego (helenização) sobre o Judaísmo e sobre o mundo mediterrâneo.

Em idéias positivas emitidas, o escritor baseia sua discussão teológica sobre as Escrituras e a desenvolve colocando o tenebroso reino da terra contra o reino da realidade, ou o céu. A fonte do Velho Testamento ou das Escrituras que ele usou foi a versão grega ou LXX. Em alguns exemplos a palavra usada na LXX nem sequer aparece no texto hebraico como nós o temos. Para provar que o reino celestial é o reino da realidade, o autor aplica todas as passagens possíveis a Cristo. Todo o Velho Testamento, como o escritor de Hebreus o usa, é uma exposição contínua revelante da pessoa e obra do Senhor Jesus Cristo. O acesso ao reino celeste também está em Cristo.

O autor de Hebreus é o único escritor do Novo Testamento que discute alguns dos assuntos que apresenta. Nenhum outro escritor, por exemplo, discute o significado de Melquisedeque (He 7:1-14). Uma nova avaliação dos patriarcas também é fornecida pelo capítulo 11. Alguns aspectos da vida de Moisés são destacados em Hebreus, os quais não foram mencionados em nenhum outro lugar. A questão do arrependimento é encarada de maneira diferente (He 12:17), como também a questão do pecado deliberado (He 10:26). Muitos dos conceitos individuais do autor criaram problemas de interpretação para as gerações futuras.

A idéia mais altamente desenvolvida entre todas na Epístola aos Hebreus é a do sacerdócio de Cristo. Singular dentro da epístola, é o mais importante conceito a ser assimilado. Ao apresentar este conceito, três "fontes" são aparentes:
1) A instituição do Velho Testamento do sacerdócio e sacrifício, ou o sistema levítico;
2) o Judaísmo; e
3) o Cristianismo primitivo ou apostólico. Quaisquer outras influências que possam ter havido, estas três são predominantes.

Como sacerdote, Cristo foi divinamente vocacionado, e possui humanidade (He 2:14-18; He 4:15, He 4:16; He 5:1-3). Ele supre as necessidades do povo (He 2:17, He 2:18). Ele abriu o caminho à presença de Deus (He 10:19, He 10:20), e tomou o "Santo dos Santos" e o "trono da graça" (He 4:14-16) acessíveis. Ele se tornou o sacrifício perfeito e definitivo (He 10:18). Por causa do ministério sacerdotal de Cristo, o crente tem força na fé e o privilégio da adoração. Talvez nenhum livro do Novo Testamento apresente melhor a comunhão com Deus através da adoração como o faz Hebreus.

A cristologia de Hebreus é rica, mas foi principalmente apresentada no ministério e função de Cristo como sacerdote. Primeiro Cristo é apresentado como o revelador de Deus (He 1:1) e o agente da criação (He 1:14). O significado da palavra karakter, expressão exata, em He 1:3 não deve ser ignorado. Depois dessa declaração preliminar ou prólogo, a cristologia flui rapidamente para o argumento principal do ministério sacerdotal de Cristo.

Os ensinamentos éticos de Hebreus são do mais alto padrão e inteiramente cristãos, ainda que generalizados dentro do coar principal da argumentação. Só no capítulo 13 o ensino ético se torna específico e evidente. Amor fraternal (He 13:1), bondade para com os estrangeiros (He 13:2), bondade para com os menos afortunados (He 13:3), relacionamento conjugal honroso (He 13:4), uma atitude correta para com as riquezas materiais (He 13:5), respeito pelos superintendentes (He 13:7,He 13:17), a prática do bem (He 13:16), estão aí positivamente ordenados. Nisso o cristão não tem escolha. Grande parte das injunções éticas anteriores na epístola encontram-se na analogia sacerdotal, e por isso não são imediatamente aparentes como nos Sinóticos ou na literatura paulina.

Quanto ao valor prático, Hebreus repousa solidamente sobre a inquestionável premissa de que Cristo supre as necessidades de todos os homens a toda hora (incluindo a do homem moderno). Os homens vêm a Deus por meio de Cristo em todos os séculos. Neste conceito está expressa a unidade da história como linear e redentora, com Deus através de Cristo operando no destino do homem de acordo com o Seu plano e vontade. Hebreus não apresenta uma filosofia da história diferente daquela dos outros livros do Novo Testamento.

Forma e Estilo: A Organização e Métodos do Autor. Só o trecho compreendido entre He 13:17 e He 13:25 classifica Hebreus como epístola. Mas o gênero literário do livro constitui um problema. Começa como um tratado, continua como um sermão e termina como uma carta. O atual começo é o começo que o livro sempre teve. Não há nele saudações ou quaisquer referências pessoais. Dentro da forma literária, alguns hábitos são constantes. Usando o Velho Testamento, o escritor pode empregar uma referência literal, histórica ou tipologicamente. Sua consistência está somente em que o uso que faz do texto do Velho Testamento sustenta seu argumento principal no ponto em que é introduzido.

Já se tem sugerido que as exortações e advertências em Hebreus classificam o livro como sendo de natureza polêmica, com o final epistolar acrescentado a fim de concluir a polêmica. Se isto for verdade, então o autor é espantosamente capaz em evitar qualquer referência pessoal na polêmica. Referências autobiográficas não existem, e as metáforas empregadas fortalecem a polêmica sem revelar uma única pista quanto ao polemista.

Já se expressou a opinião de que a forma literária básica de Hebreus segue o padrão alexandrino indicado por Filo (veja J. Herkless, ed., Hebrews and the Epistles General of Peter, James and John; também IB). O modo pelo qual o autor faz contraste entre os reinos celestiais e terreno, o "ilusório" e o real, ou o reino celestial e o verdadeiro, pensam alguns, que seja uma técnica "emprestada" de Filo de Alexandria. O IB chama isto de uma visão da realidade em "dupla argumentação" que controla todo o pensamento de Hebreus (XI, 583).

Outras opiniões expressas são as seguintes:
1) que a influência de Filo é insignificante, ou
2) que a teoria que tenha influenciado o escritor é uma premissa inteiramente falsa. Manson inclina-se a desprezar a influência de Filo (William Manson, The Epistle to the Hebrews, An Historical and Theological Reinterpretation). A.B. Davidson, referindose ao autor de Hebreus (op. cit.), fala de traços de influência da "cultura alexandrina ... na sua linguagem", mas não apresenta nenhum argumento favorecendo esta técnica filônica. Sob um certo aspecto, então, a origem da forma de Hebreus permanece uma questão em aberto.
3) Spicq, entretanto (L'épitre aux Hébreux), percebe evidências consideráveis que ele considera indicativas de antecedentes filônicos.

O que está claro, entretanto, é que o escritor sistematicamente estabeleceu um conjunto básico de idéias, sobre as quais ele começa apresentar as passagens e argumentos do Velho Testamento.

Obter aceitação dessas idéias básicas não é o seu objetivo, mas antes levar os crentes a compreendê-las inteiramente e depois agir de acordo. William Leonard (op. cit., pág.
221) identifica sete dessas idéias:
1) a Filiação de Cristo;
2) o sacerdócio de Cristo, base da purificação do pecado;
3) o sacerdote à direita de Deus, base da esperança cristã; 4)a promessa feita a Abraão;
5) a permanência do prometido "repouso do sábado";
6) as conseqüências da apostasia; e 7)as exortações para que se viva virtuosamente à luz do futuro. O IB (loc. cit.) faz uma lista de treze dessas idéias básicas, que influem as sete acima, mas incluem adições tais como a promessa da volta de Cristo, a derrota de Satanás, a vitória sobre a morte, e o prometido livramento dos crentes da escravidão. Essas idéias do as constantes; e, tanto na forma como no estilo da apresentação, tudo se refere a uma ou mais delas.

No meio dessas idéias básicas está o conceito de Cristo como o sacerdote perfeito de Deus, estabelecendo a nova aliança tanto pela Sua obra sacerdotal quanto por Sua morte sacrificial. Não há dúvidas quanto à superior cristologia da Epístola de Hebreus. Mas apesar de tanta informação extraída do Velho Testamento para sustentar a Cristologia e outras idéias centrais à epístola, o enigma da forma epistolar do final de He 13:17 em diante permanece. Quatro possíveis soluções para o enigma são apresentadas:
1) Que o autor escreveu para um grupo específico e desde o começo tinha tal final em mente;
2) Que a carta original foi enviada a uma segunda platéia, e que o novo final foi acrescentado para acomodar-se a este grupo;
3) Que uma pessoa, não o autor, acrescentou o final atual quando encaminhou-a para outro grupo;
4) Que o final foi acrescentado por outra pessoa para sustentar o conceito da origem paulina de toda a carta. Dessas teorias, a primeira e a quarta são as mais razoáveis e plausíveis.

Certos hábitos de estilo também são evidentes. O escritor transforma em prática introduzir citações do Velho Testamento dizendo "Deus disse" (veja He 4:3; He 5:5, He 5:6; He 8:10) e "como diz o Espírito" (He 3:7). Ele também introduz partes de sua argumentação algum tempo antes de proceder ao desenvolvimento completo da mesma. E assim cada argumento mais extenso da epístola tem a sua declaração preliminar. Em todos os pontos ele faz referência ao ritual da lei mais do que à lei moral ou à força social ou visual da Lei, como no caso dos dias de festa. Caracteristicamente ele emprega o nome "Jesus" e não o título completo usado pelo apóstolo Paulo. Mais ainda, ao apresentar "Jesus" como o "novo e vivo caminho", o escritor não se afasta do pensamento nem deixa o argumento incompleto. Ele parece ter completo domínio de si mesmo, e das técnicas que ele emprega.

COMENTÁRIO

Hebreus 1

I. Prólogo. He 1:1-4.

O escritor contraria o padrão das cartas geralmente identificadas como cartas do N.T., não fazendo nenhuma saudação nem sentenças introdutórias (veja Introd.). Ele avança imediatamente para o assunto, que é a pessoa e obra do Senhor Jesus Cristo em relação ao sistema levítico e a velha aliança.


Francis Davidson

O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
Francis Davidson - Comentários de Hebreus Capítulo 1 do versículo 1 até o 4
I. INTRODUÇÃO: A PALAVRA FINAL DE DEUS POR MEIO DE SEU FILHO He 1:1-58). Note-se, igualmente, que essa revelação final de Deus é dada ao homem não somente na incarnação do Filho, mas no Filho como o cumpridor da obra de expiação pelo pecado (cfr. 1Jo 4:9-62), e que a plena significação "dessa revelação e obra redentora só pode ser apreciada por aqueles que, mediante a fé, percebem que o Cristo anteriormente crucificado está agora entronizado, e, assim, é capaz de salvar até o limite extremo todos quantos se aproximam de Deus por intermédio dEle (ver Hb 8:1-7.25).

>Hb 1:2

Nos vers. 2-4 há oito declarações sucessivas acerca de Cristo. Em Seu ser eterno Ele é Deidade genuína e absoluta, o resplendor ou brilho visível da glória de Deus, sendo Ele mesmo a expressão exata da deidade (gr. charakter tes hupostaseos, "reprodução da substância"), o Filho eterno do Pai, "vero Deus do Deus verdadeiro". No planejamento divino do universo, Cristo é o autor, sustentador e fim. Tudo foi criado por Ele. Ele sustenta a criação inteira. Ele é o seu herdeiro. Note-se que o fim é visto desde o início; a divina nomeação do Filho como herdeiro do universo precede a criação do universo. Em relação aos homens, Cristo é o Profeta, o Sacerdote e o Rei dos homens. Em Cristo Deus proferiu Sua final palavra de revelação; e assim Ele traz Deus aos homens (cfr. Jo 1:14-43). Em Sua própria Pessoa Ele expurgou nossos pecados e consumou a obra de reconciliação; e assim Ele apresenta os homens a Deus. Agora Ele está entronizado à mão direita de Deus. Na qualidade de exaltado Deus-Homem, Ele obteve, por virtude de herança, uma posição muito acima de todos os outros (cfr. Ef 1:20-49; Fp 2:9-50).


John MacArthur

Comentario de John Fullerton MacArthur Jr, Novo Calvinista, com base batista conservadora
John MacArthur - Comentários de Hebreus Capítulo 1 do versículo 1 até o 14

1. A superioridade de Cristo (Hebreus 1:1-2)

Deus, depois de Ele falou há muito tempo para os pais, pelos profetas em muitas vezes e de muitas maneiras, nestes últimos dias falou-nos no seu Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo. (1: 1-2)

O escritor não se atrasar em chegar ao seu ponto. Ele faz com que nos três primeiros versos. Estes versos são muito simples. Dizem-nos que Cristo é superior a tudo e todos. As três características principais de sua superioridade são: preparação, apresentação e preeminência. Tenha em mente que todo o livro Cristo é apresentado como sendo melhor do que o melhor de todos e de tudo o que estava a sua frente, absolutamente melhor do que qualquer coisa que o Antigo Testamento, a Antiga Aliança, fornecido.

A preparação para Cristo

Deus, depois de Ele falou há muito tempo para os pais, pelos profetas em muitas vezes e de muitas maneiras. (1: 1)

Aqui é uma indicação de como Deus escreveu o Antigo Testamento. Seu objetivo era se preparar para a vinda de Cristo. Seja por profecia ou o tipo ou princípio ou mandamento ou o que quer, ele fez a preparação para Cristo.
Os sentidos do homem, maravilhoso como elas são, não são capazes de alcançar além do mundo natural. Para nós saber nada sobre Deus, Ele deve dizer-nos. Nós nunca poderíamos conhecer a Deus se Ele não falou com a gente. Assim, no Antigo Testamento, o escritor lembra-nos: "Deus falou ...".

Maneiras do homem com Deus

O homem vive em uma "caixa", natural, que ele encerra dentro de suas paredes de tempo e espaço. Fora desta caixa é o sobrenatural, e em algum lugar dentro de si o homem sabe que está lá fora. Mas, em si mesmo, ele não sabe de nada certo sobre isso. Então, alguém vem e diz: "Temos de descobrir sobre o sobrenatural, o mundo" lá fora ". E uma nova religião nasce. Aqueles que se tornam run interessado ao longo da borda da caixa, sair os seus cinzéis mentais imaginativas e começar a tentar lascar um buraco na entrada da área-meio do qual eles podem rastejar, ou pelo menos por pares, e descobrir os segredos de o outro mundo.
Isso, em sentido figurado, é o que sempre acontece. O budista diz que quando você tem trabalhado e pensado em si mesmo Nirvana, de repente, você está fora da caixa. Você transcendeu o natural e ter encontrado o seu caminho para o sobrenatural. O muçulmano diz basicamente a mesma coisa, embora com palavras diferentes. Então, fazer todas as outras religiões-Zoroastrismo, Hinduísmo, Confucionismo, ou o que quer que seja. Estas são todas as tentativas de homem para fugir do natural para o sobrenatural, para sair da caixa. Mas o problema é que ele não pode obter-se fora.

Maneira de Deus ao Homem

Por definição, o homem natural não pode escapar para o sobrenatural. Não podemos entrar em uma cabine telefônica religiosa e se transformar em um super-homem Podemos não em nós mesmos ou por nós mesmos transcender nossa existência natural. Se queremos saber nada sobre Deus, não vai ser por escapar, ou escalada, ou pensando, ou trabalhar o nosso caminho para Ele; será apenas com a sua vinda para nós, Seu falar para nós. Não podemos, por nós mesmos, compreender a Deus mais do que um inseto que pode ser titular na nossa mão pode nos entender. Também não podemos condescender em seu nível, ou se comunicar com ele, se pudéssemos. Mas Deus pode condescender com o nosso nível e Ele pode se comunicar com a gente. E ele tem.

Deus tornou-se um homem a si mesmo e entrou em nossa caixa de nos dizer sobre si mesmo, mais plena e completa do que ele era capaz de fazer até mesmo através de seus profetas. Isto não só foi a revelação divina, mas a revelação divina pessoal do tipo mais literal e perfeito e maravilhoso. Todas as religiões do homem refletem suas tentativas de fazer o seu caminho para fora da caixa. A mensagem do cristianismo, no entanto, é que "o Filho do homem veio buscar e salvar o que estava perdido" (Lc 19:10).

Quando Deus irrompeu na caixa, Ele fez isso em forma humana, eo nome da forma humana que é Jesus Cristo. Essa é a diferença entre o cristianismo e todas as outras religiões do mundo. É por isso que é tão tolo para que as pessoas dizem: "Não faz qualquer diferença o que você acredita ou que religião que você segue." Faz toda a diferença. Toda religião é, mas a tentativa do homem para descobrir Deus. O cristianismo é Deus estourando no mundo do homem e mostrando e dizendo ao homem como Ele é. Porque o homem por si mesmo é incapaz de identificar, compreender, ou entender a Deus em tudo, Deus teve de invadir o mundo do homem e falar com ele sobre si mesmo. Inicialmente, ele nos disse que estaria vindo.

Pelos profetas: muitas maneiras

Ele fez isso através das palavras do Antigo Testamento. Ele usou homens como instrumentos, mas foi-se atrás deles, esclarecedor e energizando-os. Os deístas ensinam que Deus começou o mundo vai e depois foi embora, deixando-o a correr por si só. Mas Deus não é separado de sua criação; Ele não está não envolvido em nosso mundo. O Deus vivo e verdadeiro, ao contrário dos falsos deuses da tomada do homem, não é burro ou indiferente. O Deus das Escrituras, ao contrário do impessoal "Primeira Causa" de alguns filósofos, não é silenciosa. Ele fala.Ele falou pela primeira vez no Antigo Testamento, que não é uma coleção de sabedoria dos homens antigos, mas é a voz de Deus.
Agora observe como Deus falou: ". Em muitas partes e de muitas maneiras" O escritor usa um jogo de palavras na língua original: "Deus, polumerōs e polutropōs ... "Estas duas palavras gregas são interessantes. Eles significam, respectivamente, "em muitas partes" (como livros) e "em muitas maneiras diferentes." Há muitos livros do Antigo Testamento e trinta e nove deles. Em todos esses muitos porções ( polumerōs ) e em muitas maneiras ( polutropōs ) Deus falou aos homens. Às vezes, ele estava em uma visão, por vezes, por uma parábola, por vezes, através de um tipo ou um símbolo. Havia muitas maneiras diferentes em que Deus falou no Antigo Testamento. Mas é sempre Deus falando. Mesmo as palavras ditas por homens e anjos estão incluídas porque Ele quer que a gente conhece.

Homens foram usadas-suas mentes foram utilizadas e foram utilizados, mas suas personalidades foram totalmente controlado pelo Espírito de Deus. Cada palavra que escrevi foi a palavra que Deus decidiu que eles devem escrever e contente com a sua escrita.

Muitas maneiras inclui muitas formas literárias. Alguns do Antigo Testamento é a narrativa. Parte dela é poesia, na bela metros hebraico. As "muitas maneiras" também inclui muitos tipos de conteúdo. Alguns é lei; alguns é a profecia; alguns é doutrinária; alguns é ético e moral;alguns é avisado; alguns é o incentivo; e assim por diante. Mas é tudo o que Deus fala.

Revelação Progressiva

É verdade, mas incompleto

No entanto, a bela e importante e autoritária como ela é, o Antigo Testamento é fragmentada e incompleta. Foi entregue ao longo de cerca de 1500 anos, por cerca de quarenta-plus-escritores em muitas partes diferentes, cada um com suas próprias verdades. Ele começou a construir e crescer, a verdade sobre a verdade. Era o que chamamos de revelação progressiva. Gênesis dá um pouco de verdade, e Êxodo dá um pouco mais. A verdade constrói e constrói e constrói. No Antigo Testamento, Deus estava satisfeito, por esse tempo, para dispensar Sua verdade gracioso para os judeus pela boca de Seus profetas, de muitas maneiras diferentes, desenvolvendo Sua revelação progressiva do menor para o maior grau de luz. A revelação não construir a partir do erro para a verdade, mas de verdade incompleta a verdade mais completa. E permaneceu incompleto até o Novo Testamento foi concluído.

A revelação divina, então, indo do Antigo Testamento para o Novo Testamento, é a revelação progressiva. Ele passou de promessa de realização. O Antigo Testamento é a promessa; o Novo Testamento é o cumprimento. Jesus Cristo disse: "Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas", ou seja, o Antigo Testamento: "... mas para cumprir" (Mt 5:17). Sua revelação passou de promessa de realização. Na verdade, o próprio Antigo Testamento indica claramente que os homens de fé que a escreveram estavam confiando em uma promessa que ainda não tinha entendido. Eles confiaram em uma promessa que foi ainda a ser cumprida.

Deixe-me dar alguns versos de apoio. Hebreus 11 fala sobre muitos dos grandes santos do Antigo Testamento. "E todos estes, tendo aprovação adquirida através de sua fé, não receberam o que foi prometido" (v. 39). Em outras palavras, eles nunca viram o cumprimento da promessa. Eles previram o que estava para acontecer sem vê-lo plenamente realizados. Pedro nos diz que os profetas do Antigo Testamento não entendia tudo o que eles escreveram. "Quanto a esta salvação, os profetas que profetizaram da graça que viria a lhe fez cuidadosa pesquisa e investigação, procurando saber o que pessoa ou tempo o Espírito de Cristo dentro deles estava indicando como Ele predisse os sofrimentos de Cristo e as glórias a siga Foi revelado a eles que eles não estavam servindo-se, mas você, nestas coisas que agora vos foram anunciadas por aqueles que pregavam o evangelho, a vós "(I Pedro 1:10-12.)..

Devemos, é claro, entender claramente que o Antigo Testamento não era de forma alguma errônea. Mas havia nele um desenvolvimento, de luz espiritual e de padrões morais, até que a verdade de Deus foi refinado e finalizado no Novo Testamento. A distinção não é a validade da revelação-its correção ou incorreção, mas na plenitude do mesmo e no tempo dele. Assim como as crianças são primeiro ensinou letras, então as palavras, e depois frases, por isso Deus deu a Sua revelação. Tudo começou com o "livro de imagens" de tipos e cerimônias e profecias e progrediu até a conclusão final em Jesus Cristo e Sua Novo Testamento.

A partir de Deus, através de sua Messengers

Agora a imagem está definido para nós. Há muito tempo Deus falou com "os pais," o povo do Antigo Testamento, os nossos antepassados-espirituais também nossos antepassados ​​físicos se são judeus. Ele até falou com alguns dos nossos antecessores gentios. Ele falou pelos profetas, Seus mensageiros. Um profeta é alguém que fala aos homens para Deus; um sacerdote é aquele que fala com Deus para os homens. O sacerdote leva os problemas do homem para com Deus; o profeta leva a mensagem de Deus aos homens. Ambos, se elas são verdadeiras, são comissionados por Deus, mas seus ministérios são bastante diferentes. O livro de Hebreus tem muito a dizer sobre os sacerdotes, mas o seu verso de abertura fala de profetas. O Espírito Santo estabelece a autoria divina do Antigo Testamento, a sua exactidão e autoridade, pelo fato de que foi dado a e entregue pelos profetas de Deus.

Em todo o Novo Testamento, esta verdade é afirmada. Pedro, por exemplo, nos diz que "nenhuma profecia foi já feito por um ato de vontade humana, mas homens movidos pelo Espírito Santo falaram da parte de Deus" (2Pe 1:21). "Profecia" em que o texto refere-se ao Antigo Testamento. Nenhum escritor humano do Antigo Testamento escreveu de sua própria vontade, mas apenas como ele foi dirigido pelo Espírito Santo.

Paulo também nos diz que "toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça" (2Tm 3:16). Toda a Escritura é inspirada por Deus. A American Padrão Version diz: "Toda a Escritura inspirada por Deus também é rentável", o que implica que não toda a Escritura é inspirada. Mas toda a Escritura é totalmente, não apenas em parte, inspirada por Deus. Deus não escondeu a Sua Palavra dentro das palavras do homem, deixando suas criaturas à sua própria sorte para decidir qual é qual.O Antigo Testamento é apenas uma parte da verdade de Deus, mas não é parcialmente Sua verdade. Não é a Sua verdade completa, mas é completamente Sua verdade. É a revelação de Deus, a Sua revelação progressiva preparando seu povo para a vinda de Seu Filho, Jesus Cristo.

By O Son: One Way

Nestes últimos dias [Deus] falou-nos no seu Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo. (1: 2)

Completa, perfeita revelação de Deus aguardava a vinda de Seu Filho. Deus, que usou para falar de muitas maneiras diferentes por muitas pessoas diferentes, finalmente falou de uma maneira, através de uma Pessoa, Seu Filho Jesus Cristo.
Todo o Novo Testamento é centrado em torno de Cristo. Os evangelhos contar a sua história, as epístolas comentar sobre isso, e Apocalipse fala de seu ponto culminante. Do início ao fim do Novo Testamento é Cristo. Nenhum profeta tinha sido dada toda a verdade de Deus. O Antigo Testamento foi dada a muitos homens, em pedaços e fragmentos. Jesus não só trouxe, mas foi, revelação completa e final de Deus.

Vindo nestes últimos dias

Existem várias maneiras de interpretar a frase, nestes últimos dias . Pode se referir aos últimos dias de revelação. Isso pode significar que esta é a última revelação em Cristo, não havendo mais nada a acrescentar. Ou isso poderia significar que, nos últimos dias da revelação veio através do Filho de Deus. Mas eu acho que o escritor está fazendo uma referência messiânica. A frase "os últimos dias" era muito familiar para os judeus daquela época e tinha um significado distinto. Sempre que um judeu viu ou ouviu estas palavras, ele imediatamente teve pensamentos messiânicos, porque aa promessa era de que nos últimos dias Messias viria (Jer 33: 14-16; Mq 5:1). Ela sabia que, quando o Messias chegou, ele se desenrolaria a revelação plena e definitiva de Deus, como, aliás, Ele o fez.

O escritor, então, está dizendo: "Nestes prometeu Last Days Messias (Cristo) veio e falou a revelação final de Deus." Jesus veio nestes últimos dias. Infelizmente, o próprio povo de Messias rejeitaram e Sua revelação, e assim o cumprimento de todas as promessas dos últimos dias ainda não foi plenamente realizado.

Verdadeira e completa

O Antigo Testamento havia sido dada em pedaços. Para Noé foi revelado o quarto do mundo a partir do qual o Messias viria. Para Micah, a cidade onde Ele nasceria. Para Daniel, o tempo de seu nascimento. Para Malaquias, o precursor que viria diante dEle. Para Jonas, a Sua ressurreição foi tipificado. Cada uma dessas peças de revelação era verdadeira e exata; e cada um relacionado com os outros, de alguma forma ou de outra. E cada um, de alguma forma ou de outra apontava para o Messias, o Cristo. Mas só em Jesus Cristo foi tudo reuniu e fez todo.Nele, a revelação foi total e completa.

Desde a revelação está completa, para acrescentar alguma coisa para o Novo Testamento é uma blasfêmia. Para adicionar a ele o Livro de Mórmon, ou Ciência e Saúde, ou qualquer outra coisa que afirma ser a revelação de Deus é uma blasfêmia. "Deus tem nestes últimos dias finalizados Sua revelação em seu Filho." Foi terminado. O final do livro do Apocalipse adverte que se acrescentar nada para ele, suas pragas serão adicionados para nós, e que, se tirar nada dela, nossa parte na árvore da vida e na cidade santa será tirada nós (Ap 22:18-19).

No primeiro verso e meio de Hebreus, o Espírito Santo estabelece a preeminência de Jesus Cristo sobre todo o Antigo Testamento, ao longo de sua mensagem, seus métodos, e os seus mensageiros. Foi exatamente o que os judeus, acreditando e descrente, precisava ouvir.
E assim é estabelecida a prioridade de Jesus Cristo. Ele é maior do que os profetas. Ele é maior do que qualquer revelação no Antigo Testamento, pois Ele é a personificação de tudo que a verdade, e muito mais. Deus manifestou-se plenamente em Cristo.

2. A preeminência de Cristo ( Hebreus 1:2-3 )

Nestes últimos dias [Deus] falou-nos no seu Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo. E Ele é o resplendor da glória ea expressão exata de sua natureza, e sustenta todas as coisas pela palavra do seu poder. Quando Ele tinha feito a purificação dos pecados, sentou-se à direita da Majestade nas alturas. ( 1: 2-3 )

Alguém disse que Jesus Cristo veio do seio do Pai para o seio de uma mulher. Ele colocou sobre a humanidade para que possamos colocar em divindade. Ele tornou-se Filho do Homem que possamos nos tornar filhos de Deus. Ele nasceu contrário às leis da natureza, viviam na pobreza, foi criado na obscuridade, e apenas uma vez atravessada a fronteira da terra em que nasceu, e que em sua infância. Ele não tinha nenhuma riqueza ou influência e não tinha nem treinamento nem educação nas escolas do mundo. Seus parentes eram imperceptíveis e uninfluencial. Na infância Ele assustou um rei. Na infância, ele confundiu os doutores. Em masculinidade Ele governou o curso da natureza. Ele andou sobre as ondas e silenciou o mar para dormir. Curou multidões sem remédios e fez nenhum custo para seus serviços. Ele nunca escreveu um livro e ainda todas as bibliotecas do mundo não poderia conter os livros sobre ele. Ele nunca escreveu uma música, ainda Ele forneceu o tema para mais músicas do que todos os compositores juntos. Nunca fundou uma faculdade, mas todas as escolas juntas não pode se orgulhar de tantos alunos como Ele tem. Nunca praticou medicina e ainda Ele curou corações mais quebrados do que todos os médicos curaram corpos quebrados. Este Jesus Cristo é a estrela da astronomia, a rocha da geologia, o leão eo cordeiro de zoologia, o harmonizador de todas as discórdias, eo curador de todas as doenças. Ao longo da história grandes homens vieram e se foram, ainda vive. Herodes não pôde matá-lo. Satanás não poderia seduzi-lo. A morte não pode destruí-lo e a sepultura não pode segurar.

Cumprimento das promessas

O Antigo Testamento nos diz em pelo menos dois locais ( Jr 23:18. , Jr 23:22 e Am 3:7. ). Em Jesus Cristo, ambos são cumpridas e compreendido. Ele é a palavra final de Deus. "Porque todos os que podem ser as promessas de Deus, nele são yes; pelo que também por Ele é o nosso amém para a glória de Deus através de nós" ( 2Co 1:20. ). Cada promessa de Deus resolve-se em Cristo. Todas as promessas se tornam yes-verificados e cumprida. Jesus Cristo é o supremo e a revelação final.

Nestes últimos dias . Os últimos dias são dias de realização. No Antigo Testamento, o judeu viu nos últimos dias, como o momento em que todas as promessas seriam cumpridas. Nestes dias Messias viria e do Reino viria a salvação viria e Israel deixaria de ser sujeito à servidão.Nos últimos dias promessas iria parar e fulfillments começar. Isso é exatamente o que Jesus veio fazer. Ele veio para cumprir as promessas. Embora o aspecto milenar, terrestre do Reino prometido está ainda no futuro, a idade do reino cumprimento começou quando Jesus chegou, e ele não vai finalmente ser concluída até que entramos em eternos céus. A idade Antigo Testamento da promessa terminou quando Jesus chegou.

Falou-nos no Seu Filho . Jesus Cristo é a revelação de Deus ao clímax. Deus manifestou-se plenamente em Seu Filho. Que afirma a Cristo como sendo mais do que apenas humano. Faz com que ele infinitamente superior a qualquer ser criado, pois Ele é Deus manifestado na carne.Ele é a revelação final e última de Deus, em quem são cumpridas todas as promessas de Deus.

Olhamos para a preparação para a Cristo e à apresentação de Cristo. Agora, vamos olhar para a Sua preeminência. Neste breve, mas seção potente ( 1: 2-3 ) o Espírito Santo exalta Cristo como a expressão total e definitiva de Deus-superior de e exaltado acima de alguém ou alguma coisa. Nestes versos, vemos Cristo como o fim de todas as coisas (Heir), o início de todas as coisas (criado por), e no meio de todas as coisas (sustentador e purificador).

Quando a questão é levantada a respeito de quem Jesus Cristo realmente era, algumas pessoas vão dizer que ele era um bom professor, alguns vão dizer que ele era um fanático religioso, alguns vão dizer que ele era uma farsa, e alguns vão reclamar Ele era um criminoso, um fantasma, ou um revolucionário político. Outros são propensos a acreditar que Ele era a forma mais elevada da humanidade, que tinha uma centelha de divindade que Ele abanou a chama-a faísca, dizem eles, que todos nós temos, mas raramente fã. Existem inúmeras explicações humanos como para quem era Jesus. Neste capítulo, vamos olhar para o que Deus diz sobre quem era Jesus, e é . Em apenas metade do versículo 2 e no versículo 3 é uma apresentação de sete vezes as excelências de Jesus Cristo. Em todas estas excelências Ele é claramente muito mais do que um homem.

Sua heirship

Primeiro excelência de Jesus mencionado aqui é o Seu heirship: Nestes últimos dias [Deus] falou-nos no seu Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas . Se Jesus é o Filho de Deus, Ele é o herdeiro de tudo o que Deus possui. Tudo o que existe vai encontrar o seu verdadeiro significado somente quando ele for submetido ao controlo final de Jesus Cristo.

Mesmo os Salmos Ele previu que um dia seria o herdeiro de tudo o que Deus possui. ". Mas, quanto a mim, eu tenho o meu Rei sobre Sião, meu santo monte Eu certamente irá contar do decreto do Senhor: Ele disse-me:" Tu és meu Filho, hoje te gerei "( Ps. 2: 6-7 ). Mais uma vez, lemos: "Pede-me, e eu te darei as nações por herança, e os confins da terra por tua possessão. Tu os quebrarás com uma vara de ferro, Tu despedaçarás como barro '" ( Sl. 2: 8-9 ). E ainda mais uma vez: "Eu também devem fazê-lo o meu primogênito, o mais elevado dos reis da terra" ( Sl 89:27 ). "Primogênito" não significa que Cristo não existiu antes que Ele nasceu como Jesus em Belém. Não é principalmente um termo cronológica em tudo, mas tem a ver com direitos legais, especialmente aquelas de herança e autoridade (que será discutido com mais detalhes no capítulo 3 ). Reino de Deus será destinado nos últimos dias ser dada final e eternamente a Jesus Cristo.

Paulo explica que todas as coisas, não só foram criados por Cristo, mas para Ele ( Cl 1:16 ) e que "a partir dele e por ele e para ele são todas as coisas A ele seja a glória para sempre Amém.". ( Rm 11:36 ). Este carpinteiro que morreu pregado numa cruz é, de fato, o Rei dos reis e Senhor dos senhores. Ele vai dominar o mundo. Satanás sabia que essa verdade quando ele se aproximou de Jesus no deserto, e tentou para tomar o controle do mundo de forma errada, se curvando a Satanás. Como o usurpador temporária do governo de Deus sobre a terra, Satanás tenta continuamente todos os meios de prevenir o verdadeiro herdeiro de receber sua herança.

Quando Cristo veio pela primeira vez à terra, Ele se fez pobre por amor de nós, para que, pela sua pobreza, pode ser feito rico. Ele não tinha nada para si mesmo. Ele tinha "onde reclinar a cabeça" ( Lc 9:58 ). Mesmo Suas roupas foram tiradas de ele quando morreu. Ele foi enterrado em um túmulo que pertencia a outra pessoa. Mas quando Cristo vem de novo à terra, Ele completa e eternamente herdará todas as coisas. E, maravilha das maravilhas, porquanto temos confiado nele, estamos a ser "co-herdeiros de Cristo" ( Rom. 8: 16-17 ). Quando entramos em Seu reino eterno vamos no seu conjunto possuem tudo o que Ele possui. Nós não seremos Cristos comuns ou Lords conjuntas, mas vamos ser co-herdeiros. Sua herança maravilhosa será nossa também.

Alguns ainda rejeitam a Ele

Por incrível que pareça, apesar de Cristo é o herdeiro de tudo o que Deus possui, e embora Ele se oferece para compartilhar sua herança com qualquer um que confiar Nele, alguns ainda rejeitá-Lo. Muitos rejeitaram a Deus como Ele Se revelou no Antigo Testamento. Agora Deus perfeitamente revelado no Novo Testamento de Seu Filho, e as pessoas continuam a rejeitá-Lo.
Jesus ilustrou esta tragédia em uma parábola.

Havia um proprietário de terras que plantou uma vinha e colocar um muro em torno dele e cavou um lagar nele, e edificou uma torre, e arrendou-a aos viticultores, e foi em uma viagem. E quando se aproximou o tempo da colheita, enviou os seus servos aos lavradores para receber seus produtos. E os viticultores levou seus escravos e feriram um, mataram outro e apedrejaram o terceiro. Depois, enviou um outro grupo de escravos maiores do que o primeiro; e eles fizeram a mesma coisa para eles. Mas depois ele enviou-lhes seu filho, dizendo: "Eles vão respeitar o meu filho." Mas quando os lavradores, vendo o filho, disseram entre si: "Este é o herdeiro;. Venham, vamos matá-lo, e aproveitar a sua herança" E tomando-o, e lançaram-no fora da vinha e mataram-no. Portanto, quando o dono da vinha, que fará àqueles lavradores? Eles disseram-lhe: "Ele vai trazer esses desgraçados a um fim desgraçado, e vai alugar a vinha a outros lavradores, que pagarão ele o produto nas épocas adequadas." Jesus disse-lhes: "Nunca lestes nas Escrituras: A pedra que os construtores rejeitaram, esta tornou-se a pedra angular, o que surgiu da parte do Senhor, e é maravilhoso aos nossos olhos 'Por isso eu digo para você? , o reino de Deus vos será tirado de você, e será dado a uma nação que produza o fruto dela E quem cair sobre esta pedra será despedaçado;. mas aquele sobre quem ela cair, ele vai espalhar-lo como poeira. " ( Matt. 21: 33-44 )

Essa parábola não precisa de explicação.
Para rejeitar voluntariamente Jesus Cristo traz na condenação total e destruição de um Deus vingativo. Para Israel que parábola diz: "Uma vez que o que você fez foi tão flagrante, não só rejeitar e matar os profetas, mas rejeitar e matar o filho, a promessa foi tirado e será dado a uma nação nova, a igreja." Israel foi posta de lado até o momento de sua restauração.

Sua condição de Criador

O segundo excelência de Cristo mencionado em Hebreus 1 é Sua criadora: por meio de quem fez também o mundo. Cristo é o agente através do qual Deus criou o mundo. "Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada surgiu que veio a existir" ( Jo 1:3 ).

A palavra grega comum para mundo é kosmos , mas isso não é a palavra usada em He 1:2 ). Jesus Cristo é o esplendor de Deus de glória , e Ele pode transmitir a luz em sua vida e minha vida, para que, por sua vez, pode irradiar a glória de Deus. Vivemos em um mundo escuro. Não é a escuridão da injustiça, do fracasso, a privação, a separação, a doença, a morte, e de muito mais. Não é a escuridão moral dos homens cegos por seus apetites e paixões sem Deus. A este mundo escuro Deus enviou o Seu glorioso Light. Sem o Filho de Deus, só há trevas.

A grande tragédia, é claro, é que a maioria dos homens não querem mesmo ver, muito menos aceitar e viver, a luz de Deus. Paulo explica que "o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que não vejam a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus" ( 2Co 4:4 dá uma ilustração semelhante desta verdade incompreensível: "Ele é a imagem do Deus invisível". A palavra "imagem" aqui é Eikon , da qual nós temos ícone Eikon significa uma cópia exata, uma reprodução exata, como em uma multa escultura ou retrato. Para chamar Cristo Eikon de Deus significa que Ele é a reprodução exata de Deus. "Porque nele toda a plenitude da Divindade habita em forma corpórea" ( Cl 2:9 graus Fahrenheit. Se fosse mais perto de nós iria queimar-se; se fosse qualquer mais longe que iria congelar. Nosso mundo está inclinado em um ângulo exato de 23 graus, proporcionando-nos com quatro estações. Se não fosse tão inclinado, vapores dos oceanos seria mudar para o norte e para o sul e se transformar em continentes monstruosas de gelo. Se a lua não manter a sua distância exata da terra, as marés do oceano inundaria a terra completamente, duas vezes por dia. Após a primeira enchente, é claro, os outros não importaria tanto quanto nós estaria preocupado. Se o fundo dos oceanos eram apenas alguns metros mais profunda do que eles são, o dióxido de carbono e oxigênio equilíbrio da atmosfera da Terra seria completamente chateado, e poderia existir nenhum animal ou planta vida. Se a atmosfera não permanecer em sua densidade presente, mas diluído, mesmo um pouco, muitos dos meteoros que agora inofensivamente queimar-se quando atingem a atmosfera que nos bombardeiam constantemente. Nós teríamos que viver no subsolo ou em edifícios à prova de meteoros.

Como o universo ficar neste tipo de equilíbrio delicado fantasticamente? Jesus Cristo sustenta e monitora todos os seus movimentos e inter-funcionamento. Cristo, o poder proeminente, mantém tudo.
As coisas não acontecem no nosso universo por acidente. Não foi assim que aconteceu no começo. Eles não vão acontecer dessa forma, no final, e eles não estão acontecendo dessa forma agora. Jesus Cristo é sustentar o universo. Ele próprio é o princípio da coesão. Ele não é como o criador do deísta "relojoeiro", que fez o mundo, colocá-lo em movimento, e não se preocupou com ele desde então. O universo é um cosmos em vez de caos, um sistema ordenado e seguro, em vez de uma trapalhada errática e imprevisível, só porque Jesus Cristo sustenta-lo.
Os cientistas que descobrem grandes e surpreendentes verdades estão fazendo nada além de descobrir algumas das leis que Jesus Cristo concebidos e usa para controlar o mundo. Nenhum cientista ou um matemático, astrônomo ou não físico nuclear, poderia fazer nada sem o poder sustentador de Jesus Cristo. O universo inteiro está pendurado no braço de Jesus. Sua sabedoria insondável e do poder ilimitado se manifestam no governo do universo. E Ele faz isso pela palavra do seu poder, sem esforço. A chave para a história da criação em Gênesis é em duas palavras: "Deus disse". Deus falou e aconteceu.

Quando eu penso sobre o poder de Cristo para defender o universo, que a verdade vai direto ao meu coração. Lemos em Fp 1:6 ). Quando sua vida é dado a Jesus Cristo, Ele mantém e sustenta-la e um dia vai ter isso em muito a presença de Deus. A vida, assim como um universo, que não é sustentada por Cristo é o caos.

Seu Sacrifício

O sexto excelência de Cristo é o Seu sacrifício: Quando Ele tinha feito a purificação dos pecados . Que declaração tremenda!

A Bíblia diz que o salário do pecado é a morte. Jesus Cristo foi para a cruz, morreu a nossa morte merecida para nós, e, assim, levou a penalidade por nossos pecados sobre si. Se aceitarmos a Sua morte e crer que Ele morreu por nós, Ele vai nos libertar da penalidade do pecado e nos purificar de a mancha do pecado.

Foi um trabalho maravilhoso quando Jesus Cristo criou o mundo. É maravilhoso que Ele sustenta o mundo. Mas uma obra maior do que fazer e defender o mundo é a de purgar os homens do pecado. Em He 7:27 nos é dito que Jesus "não precisa diariamente, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados, e depois pelos pecados do povo, porque Ele fez isso de uma vez por todas, quando se ofereceu a si mesmo. " No Antigo Testamento, os sacerdotes tinham que fazer sacrifício após o sacrifício, para si e para as pessoas. Jesus fez, mas um sacrifício. Ele não só foi o Sacerdocio, mas também o sacrifício. E porque seu sacrifício era puro, Ele pode purificar nossos pecados, algo que todos os sacrifícios do Antigo Testamento, juntos, não podia fazer.

E não pelo sangue de bodes e de bezerros, mas pelo seu próprio sangue, entrou no lugar santo uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção. Porque, se o sangue de bodes e de touros ea cinza de uma novilha aspersão aqueles que têm sido contaminado, santificar para a purificação da carne, quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência das obras mortas, para servirmos ao Deus vivo? ... mas agora uma vez na consumação dos séculos Ele se manifestou para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo. ( Heb. 9: 12-14 , He 9:26 b )

Jesus Cristo lidou com o problema do pecado uma vez por todas. Ele tinha que ser feito. Nós não conseguia se comunicar com Deus ou entrar em comunhão com Ele, a menos que o pecado foi tratada. Assim, Cristo foi para a cruz e sofreu a penalidade do pecado para todos os que aceitam o Seu sacrifício, acreditar nele, e recebê-Lo. Pecado foi purgada, exterminada.

Esta verdade deve ter sido especialmente notável para aqueles a quem o livro de Hebreus foi escrito. A cruz era um escândalo para os judeus, mas o escritor não pedir desculpas por isso. Em vez disso, ele mostra que ela é uma das sete excelentes glórias de Cristo. Suas palavras são tão simples como as de Pedro: "[Você sabe] que você não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro da vossa vã maneira de vida herdado de seus antepassados, mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula , o sangue de Cristo "( I Pedro 1:18-19. ).

Somos todos pecadores. E quer que pagar a penalidade para o nosso próprio pecado, que é a morte eterna, ou nós aceitamos o pagamento de Jesus Cristo, para que em sacrificar a si mesmo, para que nós recebemos a vida eterna. Se o desejo do nosso coração é a recebê-Lo como Salvador, acreditar e aceitar o Seu sacrifício, os nossos pecados são lavados nesse ponto. A Bíblia diz que sem derramamento de sangue não há perdão para o pecado ( He 9:22. ) e que "o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado" ( 1Jo 1:7 adverte: "Porque, se nós continuar pecando voluntariamente, depois de receber o conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados." Se rejeitarmos Jesus Cristo não há nada no universo que pode tirar o nosso pecado, e nós vamos morrer nele. Jesus disse a essas pessoas, "[Você] morrereis no vosso pecado; para onde estou indo você nunca pode vir" ( Jo 8:21 ).

Sua Exaltação

A última das excelências de Cristo mencionados nesta passagem é Sua exaltação . Ele sentou-se à direita da Majestade nas alturas. A Majestade nas alturas é Deus. O lado direito é o lado do poder. Jesus tomou o Seu lugar à mão direita de Deus. A coisa maravilhosa sobre esta afirmação é que Jesus, o Sumo Sacerdote perfeito, sentou-se . Isto é, em grande contraste com o procedimento sacerdotal sob a Antiga Aliança. Não havia lugares no Tabernáculo ou os santuários do Templo. O sacerdote não tinha lugar para sentar-se porque Deus sabia que nunca seria adequado para ele se sentar. Sua responsabilidade era sacrificar, sacrifício, sacrifício, uma e outra vez. Então os sacerdotes ofereciam sacrifícios diariamente e nunca se sentou. Mas Jesus ofereceu um sacrifício, e disse: "Está consumado." Ele, então, foi sentar-se com o Pai. Ele foi feito. O que não poderia ser realizado sob a Antiga Aliança, mesmo depois de séculos de sacrifícios, se realizou uma vez por Jesus Cristo para todos os tempos.

Jesus sentado à mão direita do Pai significa pelo menos quatro coisas. Eles são, em síntese:

Primeiro, ele sentou-se como um sinal de honra ", que toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai" ( Fp 2:11 ). Para ser sentado à direita do Pai é honrar, de fato.

Em segundo lugar, Ele sentou-se como um sinal de autoridade. "[Ele] está à mão direita de Deus, tendo subido ao céu, depois de anjos, autoridades e poderes tinha sido submetido a Ele" ( 1Pe 3:22 ). Sentou-se como um governante.

Em terceiro lugar, Ele sentou-se para descansar. Seu trabalho foi feito. "Mas este, havendo oferecido um único sacrifício pelos pecados de todos os tempos, sentou-se à direita de Deus" ( He 10:12 ).

Em quarto lugar, Sentou-se para interceder por nós. "Cristo Jesus é Aquele que morreu, sim, em vez que foi criado, que está à direita de Deus, e também intercede por nós" ( Rm 8:34 ). Ele está sentado à direita do Pai intercedendo por todos nós, que pertencemos a Ele.

Aqui temos retrato de Jesus Cristo de Deus. Temos visto o Cristo preeminente em todos os seus escritórios. Temos visto como profeta, o porta-voz da final para Deus. Temos visto Ele como padre, expiatória e intercedendo. Vimos como Rei, controle, manutenção, e sentado em um trono. Este é o nosso Senhor Jesus Cristo.
Um homem que diz que Jesus Cristo é nada menos do que isso é um tolo e faz de Deus um mentiroso. Deus diz que seu filho é proeminente em todas as coisas.
O que isso significa para nós? Significa tudo. Rejeitá-lo, deve ser excluídos de sua presença em um inferno eterno. Mas para receber Jesus Cristo é entrar em tudo o que Ele é e tem. Não há outras opções.

3. Jesus Cristo superior aos anjos (Hebreus 1:4-14)

Tendo-se tornado como muito melhor do que os anjos, quanto Ele herdou mais excelente nome do que eles. Pois a qual dos anjos disse jamais: "Tu és meu Filho, hoje te gerei"? E mais uma vez: "Eu vou ser um pai para ele, e ele será um filho para mim"? E quando Ele mais uma vez traz o primogênito ao mundo, Ele diz: "E todos os anjos de Deus o adorem." E dos anjos, diz: "Quem faz seus anjos ventos, e de seus ministros labaredas de fogo." Mas do Filho diz: "O teu trono, ó Deus, é para todo o sempre, e o cetro justo é o cetro do seu reino Amaste a justiça e odiei a iniquidade;. Por isso Deus, o teu Deus, ungiu-Ti com o óleo de alegria mais do que a teus companheiros. " E, "Tu, SENHOR , no início fizeste lançar os alicerces da terra, e os céus são obras das tuas mãos; eles perecerão, mas tu permanecerás; e todos eles vão se tornar velha como uma capa, e como um manto Tu enrolá-las, como uma peça de roupa que também irá ser alterado mas tu és o mesmo, e os teus anos não vai chegar a um fim ".. Mas a qual dos anjos disse jamais: "Senta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos por escabelo de teus pés"? Não são todos eles espíritos ministradores, enviados para prestar serviço para o bem daqueles que hão de herdar a salvação? (1: 4-14)

Neste capítulo vamos estar lidando com carne ao invés de leite. Não me lembro de uma passagem em que eu passei mais tempo. Até certo ponto, é como um iceberg. Você pode ver o topo de forma suficientemente clara, mas pode não parecer muito impressionante ou significativo.Nós vamos estar a olhar abaixo da superfície desta passagem em suas verdades profundas. Nesse sentido, versículos Dt 4:14) . Este anjo apareceu em brilho, brilhante glória.

Os anjos são muito inteligentes e têm emoções. Eles se alegram, por exemplo, quando um pecador é salvo (Lc 15:10). Os anjos podem falar com os homens, como gravadas muitos lugares na Escritura. O apóstolo Paulo diz: "Ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos pregasse outro evangelho além do que vos temos pregado a vós" (Gl 1:8). À luz de Colossenses 1:16-17, parece que todos eles foram criados simultaneamente. A Bíblia não faz qualquer menção de quaisquer anjos sendo adicionados aos da criação original. Deus fez-los todos de uma só vez, cada um com uma identidade única.

Anjos não são sujeitos à morte. Em nenhum lugar Escritura indica que eles morrem ou pode ser aniquilada. Um terço deles caiu (Ap 12:4). Em sua visão de Patmos, João fala também de uma vasta multidão celeste, que incluiu anjos. "E o número deles era miríades de miríades e milhares de milhares" (Ap 5:11).

De acordo com Mc 13:32 e Jd 1:6, Ef 6:12 a "ser forte no Senhor e na força do seu poder .... Porque a nossa luta não é contra carne e sangue. ..." Mas contra anjos caídos-anjos.

Os anjos podem se mover e agir com uma velocidade incrível. Às vezes, eles são retratados com asas, sugerindo viagens rápidas. Alguns anjos têm nomes: Miguel, Gabriel, Lúcifer. Michael é o chefe dos exércitos celestiais e Gabriel é chamado de "o poderoso". Lúcifer é o nome Satanás tinha antes de cair.
Anjos ministram a Deus e fazer o seu lance. Ambos são espectadores e participantes em Suas poderosas obras, tanto de redenção e de julgamento. Eles ministraram a Cristo em Sua humilhação. Na conclusão de seus anjos tentação veio eo serviram. Eles também ministro para os redimidos de Deus por vigiando a Deus para responder a oração, a entrega do perigo, dando incentivo, e proteger as crianças auxiliar de igreja. Eles também ministro para os não crentes, ao anunciar e infligir julgamento.

Judaicas Visualizações de Anjos

Por causa dos escritos talmúdicos e interpretações rabínicas populares e idéias, o povo judeu na época esta carta foi escrita tinha começado a embelezar os ensinamentos básicos do Antigo Testamento sobre anjos. O escritor de Hebreus, portanto, estava escrevendo não apenas contra o pano de fundo verdadeiro ensinamento bíblico, mas também contra a de equívocos judeus comuns.
A maioria dos judeus acreditavam que os anjos foram muito importantes para a Antiga Aliança. Eles estimado essas criaturas como os mais altos seres próximos a Deus. Eles acreditavam que Deus estava cercado por anjos e que os anjos eram os instrumentos de levar a sua palavra para os homens e de trabalhar a Sua vontade no universo. Anjos foram pensados ​​para ser criaturas etéreas feito de substância de fogo como chama de luz, que não comer ou beber ou procriar.

Muitos acreditavam que os anjos agiram como senado ou conselho de Deus e que Ele não fez nada sem consultá-los-que, por exemplo, o "nós" em "Façamos o homem à nossa imagem" (Gn 1:26) refere-se a este conselho angélico .

Alguns judeus acreditavam que um grupo de anjos opôs-se à criação do homem e foram imediatamente aniquilado e que os outros se opuseram à entrega da Lei e atacou Moisés em seu caminho até o Monte Sinai. Muitos nomes de anjos foram cunhados. Os supostos "anjos presença", que ficaram na presença de Deus em todos os momentos, foram dados nomes como Rafael, Yuriel, Fanuel, Gabriel e Michael. El era um nome para Deus e foi usado como o final para cada um dos nomes dos anjos.
Eles acreditavam duzentos anjos controlava os movimentos das estrelas e anjo que um muito especial, o anjo calendário, controlados a sucessão interminável de dias, meses e anos. Um anjo poderoso cuidou dos mares, enquanto outros supervisionou a geada, orvalho, chuva, neve, granizo, trovões, e relâmpagos. Outros ainda eram guardiões do inferno e torturadores dos condenados. Há ainda estavam gravando anjos que anotou cada palavra homens falaram. Houve um anjo da morte e, por outro lado, um anjo da guarda para cada nação e até mesmo cada criança. Os anjos eram tão numerosos que um rabino afirmou que cada folha de grama teve seu anjo.
Muitos judeus acreditavam que a Velha Aliança foi trazida de Deus pelos anjos. Isto, acima de tudo, exaltado os anjos nas mentes dos filhos de Israel. Eles acreditavam que os anjos foram os mediadores da sua aliança com Deus, que os anjos continuamente ministrou as bênçãos de Deus para eles.
O sermão de Estevão acusando Israel faz alusão a essa crença básica.

Vocês, homens de dura cerviz, e incircuncisos de coração e ouvidos estão sempre resistem ao Espírito Santo; você está fazendo exatamente como fizeram vossos pais. Qual dos profetas que os vossos pais não perseguiram? Até mataram os que anteriormente anunciaram a vinda do Justo, cuja traidores e assassinos que você já se tornaram; vós que recebestes a lei por ordenação dos anjos, e ainda não mantê-lo. (Atos 7:51-53)

Agora olhe para Gl 3:19: "Por que a Lei então Foi acrescentada por causa das transgressões, tendo sido ordenada por meio de anjos, pela agência de um mediador, até que viesse a posteridade a quem a promessa tinha sido feita."

A Antiga Aliança foi trazida ao homem e mantido pela mediação Angelicalal. Os judeus sabia disso, e, consequentemente, teve o maior respeito por anjos. Alguns anjos respeitada a tal ponto que eles realmente adorava. Gnosticismo (ver capítulo
1) envolvidas, entre outras coisas, a adoração dos anjos. Ele ainda reduzida Jesus Cristo a um anjo. A igreja de Colossos tinha sido flertando com o gnosticismo e Paulo avisou: "Que ninguém se manter fraudar você de seu prêmio por deliciando-se com auto-humilhação e da adoração dos anjos" (Cl 2:18).

Assim, para os anjos mente judaica foram extremamente exaltado, imensamente importante. Se o escritor de Hebreus, portanto, foi o de convencer seus companheiros judeus que Cristo é o mediador de um melhor pacto do que a dada por meio de Moisés, ele teria que mostrar, entre outras coisas, que Cristo é melhor do que os anjos-o impulso de 1 : 4-14. Cristo deve ser mostrado para ser melhor do que os portadores e mediadores da Antiga Aliança, ou seja, os anjos. Sete passagens do Antigo Testamento são usados ​​para estabelecer essa verdade.

Estas citações do livro de Hebreus variar ligeiramente de textos do Antigo Testamento a partir do qual fazem parte. A razão é que, no momento em que esta carta foi escrita, muitos judeus usaram uma tradução grega do Antigo Testamento, chamada Septuaginta. É a partir da Septuaginta que as cotações em Hebreus são tomadas. Uma razão não acreditamos Paulo escreveu esta epístola é que, nos escritos conhecidos definitivamente para ser seu, ele cita mais a partir do texto hebraico do que a partir da Septuaginta.
Se o escritor tinha tentado provar a partir de escritos cristãos que Cristo é um mediador melhor, seus leitores judeus teria dito: "Nós não aceitamos esses escritos como Escritura, como sendo de Deus." Assim, ele sabiamente e habilmente responde, com efeito, "Abra suas próprias Escrituras e eu vou lhe mostrar a partir deles que Cristo é um mediador melhor e que a Nova Aliança é melhor do que o velho." Seu argumento é poderosa e irresistível.
Antes de ir mais longe, seria bom salientar que uma série de cultos e outras organizações religiosas não ortodoxas negar a divindade de Cristo com base na tradução Rei Tiago ("que está sendo feito") no versículo 4, tendo isto para dizer que Jesus foi criado. Mas a palavra grega aqui não é poieō , "para fazer ou criar", mas ginomai , "tornar-se" O significado que a maioria das traduções modernas deixar claro. Jesus Cristo sempre existiu, mas Ele tornou-se melhor do que os anjos em sua exaltação, o que implica que em um momento Ele tinha sido menor que os anjos-da verdade que He 2:9]. A citação de 2 Samuel refere-se, naturalmente, a de Davi maior Filho (conforme Lc 1:32; Jo 7:42; Ap 5:5Eu vou ser um pai para ele, e ele será para mim um filho ) enfatiza o futuro-já que as palavras citadas foram originalmente escritos centenas de anos antes do nascimento de Jesus. Em João 1:1-3, onde a eternidade e criadora de Cristo estão sendo apresentadas, Ele não é chamado o Filho, mas o Palavra. Alguns versículos adiante, lemos que "o Verbo se fez carne" (Jo 1:14). Cristo não é conhecido como Filho de João até que Ele se faz carne. Portanto, não há justificativa para dizer que Jesus Cristo é eternamente subserviente a Deus ou menos do que Deus.

O Filho através do nascimento virginal

Há dois eventos básicos em relação ao que Jesus Cristo é o filho-Seu nascimento virginal e Sua ressurreição. Ele não era um filho até que Ele nasceu neste mundo através do nascimento virginal. Ao descrever uma das previsões deste nascimento Lucas diz: "E o anjo respondeu, e disse-lhe:« O Espírito Santo virá sobre ti, eo poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra; e por essa razão a prole Santo, será chamado Filho de Deus "(Lc 1:35). Mesmo naquela época, menos de um ano antes de seu nascimento, a filiação foi referido como futuro. "Ele vai ser grande, e vai ser chamado Filho do Altíssimo "(v. 32). A filiação de Cristo está intrinsecamente ligado com a Sua encarnação.

E o Espírito Santo desceu sobre Ele em forma corpórea, como uma pomba, e uma voz vinda do céu: "Tu és o meu Filho amado, em ti me comprazo." (Lc 3:22)

Somente após a encarnação de Cristo que Deus disse: "Este é o Meu Filho".

O Filho por meio da Ressurreição

Sua filiação veio a plena floração em Sua ressurreição. Ele é o Filho não só porque ele foi virgem, nascido na humanidade, mas também porque ele foi gerado novamente dos mortos. Assim como eu e você se tornar filhos de Deus no sentido mais amplo não por ser corno uma vez, mas por ter nascido duas vezes, então Jesus Cristo tornou-se Filho no sentido mais pleno nascendo não uma, mas duas vezes. Esta verdade profunda Paulo deixa claro no livro de Romanos:

Acerca de seu Filho, que nasceu da descendência de Davi segundo a carne, que foi declarado Filho de Deus com poder, pela ressurreição dos mortos, de acordo com o espírito de santidade, Jesus Cristo, nosso Senhor. (Rom. 1: 3-4)

Ele se tornou um filho no momento do nascimento; Ele foi declarado ser um Filho em ressurreição. A plenitude da Sua filiação vem em Seu nascimento duas vezes.

At 13:33 laços esta verdade para o mesmo Salmo, e até mesmo para o mesmo verso (2: 7), assim como o escritor aos Hebreus, que relaciona a cotação para a ressurreição: "Deus cumpriu esta promessa aos nossos filhos em que Ele ressuscitou a Jesus, como também está escrito no Salmo segundo, 'Tu és meu Filho;. hoje te gerei "Jesus é o Filho em ressurreição, bem como no nascimento. É a Sua humano título, e nós nunca deve ficar preso na ideia herética de que Jesus Cristo é eternamente subserviente a Deus. Ele tornou-se o Filho para o nosso lado o que era seu por direito, humilhando a si mesmo, e esvaziando-se de definição de sake (Fp 2:6-8.).

Os anjos são realmente excelentes criaturas-o mais excelente de todas as criaturas. Portanto, se Cristo tem mais excelente nome do que eles , Ele deve ter o mais excelente nome. E Ele faz-Filho. É o que diz o escritor de Hebreus para os judeus, argumentando a partir de suas próprias Escrituras.

Maior porque adoravam

E quando Ele mais uma vez traz o primogênito ao mundo, Ele diz: "E todos os anjos de Deus o adorem." (1: 6)

Jesus Cristo não é apenas maior do que os anjos, porque Ele é o Filho de Deus, mas também porque Ele é adorado. Mesmo que Cristo se humilhou, mesmo que Ele foi feito para um tempo menor que os anjos, os anjos estão para adorá-Lo. Se os anjos são para adorá-Lo, Ele deve, portanto, ser maior do que eles. E se Ele é maior do que eles, sua aliança é maior do que o que eles trouxeram-Nova Aliança é maior do que o Velho, e do cristianismo é maior do que o judaísmo.

E todos os anjos de Deus O adorem é uma citação do Sl 97:7: "E Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação. Mas" primeiro-nascidos "( prototokos ) não tem nada a ver com o tempo. Refere-se a posição. Não é uma descrição, mas um título, que significa "o chefe de um." O conceito foi associado com o primeiro-nascido, porque o filho mais velho geralmente era herdeiro de todos os bens do pai.

O primeiro filho a nascer nem sempre foi o "primogênito". Esaú, por exemplo, era mais velho que Jacó, mas Jacó foi o primogênito, os prototokos . Gn 49:3). Jesus era "o primogênito dentre os mortos." Tinha ninguém foi ressuscitado antes de Jesus? Sim. Lázaro, as outras pessoas que Jesus levantadas durante Seu ministério terreno, todos os santos do Antigo Testamento que vieram vivo na crucificação-todos estes e outros tinham sido ressuscitado dos mortos antes de Jesus! O termo, por conseguinte, obviamente, não se refere a tempo. Como primogênito, Jesus é o mais honrado One, o mais digno, o mais alto One, o mais poderoso. De todos aqueles que foram ressuscitados, Ele está muito acima o maior.

O significado de "Novamente"

A palavra novamente em He 1:6).

No verso seguinte, o apóstolo explica que "foi revelado a eles que eles não estavam servindo-se, mas você, nestas coisas que agora vos foram anunciadas por aqueles que pregavam o evangelho, a vós pelo Espírito Santo enviado do céu" (1Pe 1:12). Eles estavam olhando para ver as coisas que não seria compreendido até que Cristo veio, o evangelho foi pregado, e do Espírito Santo se manifestou. Na realidade, estes são mistérios em que os anjos ainda "há muito tempo a olhar" (v. 12 b ). Eles não entendem que tudo ainda. Talvez os "anjos de presença" ao redor do trono fazer, mas as vastas hostes Angelicalais, evidentemente, ainda não são capazes de discernir tudo. Os anjos têm inteligência notável, mas não são oniscientes. Quando Deus traz de novo o Seu primogênito ao mundo Ele vai dizer-lhes, com efeito, "Agora você tem a imagem completa, e seu culto pode ser plena e completa."

E olhei, e ouvi a voz de muitos anjos ao redor do trono e dos seres viventes e dos anciãos; eo número deles era miríades de miríades e milhares de milhares, dizendo em alta voz: "Digno é o Cordeiro que foi morto, de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, honra, glória e louvor." (Apocalipse 5:11-12)

Aqui é a adoração Angelicalal! Cristo está se preparando para voltar e tomar a terra para si mesmo. Em 5: 1, o Pai é retratado com o título de propriedade da terra (o livrinho), e aqueles ao redor do trono estão dizendo: "Quem é digno de abrir o livro e de romper os seus selos?" (V. 2).João está chorando porque não há ninguém para abrir o livro, e de repente um dos anciãos diz: "Pára de chorar, eis que o Leão da tribo de Judá, a raiz de Davi, venceu de modo a abrir o livro e os seus sete selos "(v. 5). Jesus Cristo, o Cordeiro, em seguida, leva o pergaminho. Como ele está prestes a desenrolar dos julgamentos e tomar posse da terra, os anjos dizem: "Está tudo claro agora!" E incontáveis ​​milhões deles, de todo o céu, irrompeu em louvor, apoiado por todas as outras criaturas do universo:

E a toda criatura que está no céu e na terra e debaixo da terra e sobre o mar, e tudo o que neles há, dizerem: "Àquele que está sentado no trono, e ao Cordeiro, ele louvor, ea honra e glória e poder pelos séculos dos séculos ". E os quatro seres viventes diziam: "Amém". E os anciãos prostraram-se e adoraram. (13 66:5-14'>Apocalipse 5:13-14)

Isto fala de Sua Segunda Vinda, onde Ele será revelado em toda a sua glória como Filho -como prototokos , o primeiro-nascido . Os anjos finalmente vai ver tudo, então, como eles vêm vê-Lo como Rei dos reis e Senhor dos senhores.

Maior por causa da sua natureza superior

E dos anjos, diz: "Quem faz seus anjos ventos, e de seus ministros labaredas de fogo." (1: 7)

Jesus também é superior aos anjos por causa de sua natureza. No versículo 7 do Espírito Santo mostra a diferença básica entre a natureza dos anjos e do Filho. A palavra grega para marcas é poieō ("criar" ou "fazer"). Visto que Cristo criou os anjos (Cl 1:16), Ele é, obviamente, superior a eles. Não só eles eram criados por Ele, mas eles são Sua posse, os seus anjos . Eles são Seus servos criados, Seus ministros , Seus ventos e chama de fogo.

Reivindicação da Divindade de Jesus do Pai

Mas do Filho diz: "O teu trono, ó Deus, é para todo o sempre (1: 8a).

A primeira parte do versículo 8 expande-se na diferença entre a natureza de Cristo e dos anjos. Aqui está uma das declarações mais surpreendentes e importantes de toda a Escritura: Jesus é o Deus eterno! Aqueles que dizem que Jesus era apenas um homem, ou apenas um dos muitos anjos, ou um dos muitos profetas de Deus, ou era apenas um subgod de algum tipo estão mentindo e trazendo sobre si a maldição, a maldição, de Deus. Jesus não é menos do que Deus. O Pai diz ao Filho, teu trono, ó Deus, é para todo o sempre. Deus Pai reconhece Deus, o Filho. Eu acredito que este versículo dá a prova mais clara, mais poderoso, enfático, e irrefutável da divindade de Cristo na Bíblia, a partir do próprio Pai.

Reivindicação Próprio Jesus com a divindade

O testemunho do Pai sobre o Filho corresponde ao testemunho do Filho de si mesmo. Ao longo de seu ministério Jesus reivindicou igualdade com Deus. "Por isso, pois os judeus procuravam ainda mais procuravam matá-lo, porque não só violava o sábado, mas também dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus" (Jo 5:18). Quando Ele disse: "Eu eo Pai somos um" (Jo 10:30), os líderes judeus bem compreendido Sua reivindicação. À luz do que eles pensavam que Ele era um homem simples, sua reação era de se esperar. "Para um bom trabalho nós não apedrejar-te, mas por blasfêmia, porque, sendo tu homem, te fazes por ser Deus" (v 33)..

'Reclamar de Jesus "Os Apóstolos Divindade

Falando sobre Israel e todas as suas bênçãos, Paulo escreveu: "quem são os patriarcas, e de quem é o Cristo segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente Amém." (Rm 9:5 as mesmas apóstolo escreve: "E pela confissão comum grande é o mistério da piedade: Aquele que foi revelado na carne, foi justificado no Espírito, contemplado por anjos, pregado entre os gentios, crido no mundo, recebido na glória. " Ainda novamente Paulo declara: "... procurando a bendita esperança ea manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo" (Tt 2:13).

Em sua primeira carta, João diz: "E sabemos que o Filho de Deus veio e nos deu entendimento, para que pudéssemos conhecer o que é verdadeiro, e nós estamos naquele que é verdadeiro, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus ea vida eterna "(1Jo 5:20). Durante todo o Novo Testamento, a reivindicação é inequívoca: Jesus Cristo é Deus.

Amante da Justiça

Em He 1:8). Essa é a verdadeira justiça. Nunca varia entre o que é verdadeiro, justo, bom. "E esta é a mensagem que dele ouvimos e vos anunciamos: que Deus é luz, e não há nele treva nenhuma" (1Jo 1:5) de Deus. Deus ungiu e ordenou ele. Sl 2:2). Ele assumiu Sua realeza em sua ascensão. Embora Ele ainda não trouxe todo o Seu reino juntos, algum dia em breve Ele o fará.

Natureza de Jesus (isto é, a Sua divindade), como o Seu título e seu ser adorado, mostrar sua superioridade aos anjos.

Maior causa de Existência Superior

Tu, Senhor, no início fizeste lançar os alicerces da terra, e os céus são obras das tuas mãos; eles perecerão, mas tu permanecerás; e todos eles vão se tornar velha como um vestido. E como um manto Tu enrolá-las; como uma peça de roupa que eles também serão alterados. Mas tu és o mesmo, e os teus anos não vai chegar a um fim. (1: 10-12)

A quarta forma em que Jesus é superior aos anjos é em Sua existência. Nessa citação do Salmo 102 o Espírito Santo revela que Cristo é melhor do que os anjos, porque Ele existe eternamente. Se Jesus era no princípio para criar, Ele deve ter existido antes do início e, portanto, sem começo. "No princípio era o Verbo" (Jo 1:1). "E o céu se fendeu, como um livro que se enrola; e todos os montes e ilhas foram removidos dos seus lugares" (Ap 6:14). Durante a tribulação, como se os céus eram para ser esticada até ao limite e, em seguida, cortar os cantos, eles vão arregaçar apenas como um pergaminho. As estrelas vão cair, desabar a terra, e todas as ilhas e montanha vai sair do seu lugar. O mundo inteiro vai desmoronar.

As coisas que podemos ver e sentir parece tão permanente. Como as pessoas Pedro advertiu, somos tentados a pensar que "todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação" (2Pe 3:4, 1Co 15:28). Ele é subordinado ao Pai, mas apenas na relação de Filho. O filho de um rei pode ser igual a seu pai em todos os atributos de sua natureza, apesar de ser oficialmente sujeitos a seu pai. Assim, o Filho eterno é igualmente divina, embora Ele está oficialmente em sujeição. E debaixo de seus pés são colocados todos os reinos e as autoridades e os poderes do mundo. Quando isso acontece? Em sua segunda vinda, quando vier na glória.

Apocalipse 19:15-16 dá uma imagem viva de Sua próxima vinda: "E da sua boca saía uma espada afiada, para que com ele Ele pode ferir as nações; e ele as regerá com vara de ferro; e ele pisa o prensa de vinho do furor da ira de Deus, o Todo-Poderoso. E no seu manto e na sua coxa tem escrito o nome: "REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES." "O destino de Jesus Cristo é o reino eterno sobre os novos céus e da nova terra.

Observe o destino dos anjos de Deus: Não são todos eles espíritos ministradores, enviados para prestar serviço para o bem daqueles que hão de herdar a salvação? destino de Jesus é a reinar. Destino dos anjos é servir sempre os que são herdeiros da salvação. O que, uma perspectiva incrível maravilhoso para os cristãos! Além de ser para sempre na presença de Deus, nosso destino é ser servido pelos anjos para sempre.

Eliseu e seu servo foram uma vez ameaçado pelo rei da Síria e não tinha como se defender. "Agora, quando o atendente do homem de Deus havia levantado muito cedo e saiu, e eis que um exército com cavalos e carros estava circulando pela cidade. E o seu servo lhe disse: 'Ai, meu senhor! O que vamos fazer?' Então, ele respondeu: "Não tenha medo, para aqueles que estão conosco são mais do que os que estão com eles." Então Eliseu orou e disse: 'Senhor, eu oro, abrir os olhos para que veja. " E o Senhor abriu os olhos do moço, e viu, e eis que o monte estava cheio de cavalos e carros de fogo ao redor de Eliseu "(II Reis 6:15-17). Quem estavam montando os cavalos e carros? Anjos. Anjos proteger e entregar o crente, o santo, do perigo temporal. Anjos resgatado Ló e sua família, arrebatando-os de Sodoma. Anjos desceu na cova com Daniel e parou a boca dos leões. O que um maravilhoso e reconfortante saber que verdade ministro anjos para nós! Seu destino é continuar a ministrar a nós por toda a eternidade. Mas o destino de Jesus é a reinar. Ele é, portanto, infinitamente superior aos anjos.

Então nós achamos que o Filho de Deus é superior aos anjos em todos os sentidos, com cada um de Seus superioridades tendo sido descrito no Antigo Testamento. Jesus é o Messias. Ele é Deus em carne e osso. Ele é o Mediador de uma nova aliança, uma aliança melhor que o antigo.
Neste breve capítulo catorze versos, vemos a divindade de Jesus Cristo estabeleceu por nomes divinos. Ele é chamado de Filho, Senhor, e Deus. Por obras divinas Ele cria, sustenta, governa, redime, e purga pecado. Ao valor divino Ele é o único a ser adorado pelos anjos e todas as outras criaturas no universo. Por atributos divinos Ele é onisciente, onipotente, imutável e eterno. Em todas estas formas é proclamada a superioridade de Jesus Cristo.

Por que essas verdades são tão importantes? A próxima passagem dá a resposta. "Por esta razão, temos de prestar muito mais atenção ao que temos ouvido, para que não se afastar dele. Pois se a palavra falada pelos anjos permaneceu inalterável, e toda transgressão e desobediência recebeu a justa recompensa, como escaparemos nós se negligenciarmos tão grande salvação? " (Heb. 2: 1-3). Se Deus esperava uma resposta tão positiva com a lei, que veio através dos anjos, que resposta que Ele espera, quanto ao evangelho, que veio através de Jesus Cristo?


Barclay

O NOVO TESTAMENTO Comentado por William Barclay, pastor da Igreja da Escócia
Barclay - Comentários de Hebreus Capítulo 1 do versículo 1 até o 14

O FIM DOS FRAGMENTOS

Hebreus 1

O fim dos fragmentos — He 1:1-3; 13 1:24-13:9'>Jeremias 13:1-9; 27:1-7; Ezequiel 4:1- 3; 5:1-4). Tinham tido que usar métodos humanos para transmitir uma parte da verdade de Deus. Também isto era distinto no caso de Jesus. Jesus revelou a Deus sendo Ele mesmo Deus. O que nos mostra como é Deus não é tanto o que disse e fez como o que é em si mesmo. A revelação dos profetas foi grande e múltipla, mas fragmentária e oferecida através de métodos que podiam achar para fazê-la efetiva; mas a revelação de Deus em Jesus era completa e estava apresentada em Jesus mesmo. Em outras palavras, os profetas eram os amigos de Deus mas Jesus era o Filho; os profetas captaram parte da mente de Deus mas Jesus era a própria mente de Deus. Note-se que o autor de Hebreus não pretende diminuir os profetas; seu propósito era deixar bem assentada a supremacia de Jesus Cristo. Não diz que há uma ruptura entre a revelação do Antigo Testamento e a do Novo; dá ênfase ao fato de que há continuidade: uma continuidade que termina na consumação.

O autor de Hebreus utiliza duas grandes figuras para descrever a Jesus. Diz que foi o apaugasma da glória de Deus. O termo tem duas

acepções: pode significar resplendor, uma luz que brilha, ou pode significar reflexo, a luz refletida. Em nosso caso significa mais provavelmente resplendor. Jesus é o resplendor da glória de Deus entre

os homens. O autor considera Jesus o carakter da mesma essência divina, de sua substância, de seu ser. Agora, em grego carakter tem duas acepções; significa primeiro um selo e segundo, a marca ou impressão

que o selo deixa na cera. A impressão tem a forma do selo e reproduz exatamente e em detalhe seu forma. Quando o autor de Hebreus diz que Jesus é o carakter do ser de Deus quer afirmar que em Jesus encontra-se

a imagem mesma e expressão exata de Deus. Assim como na impressão vê-se como é o selo que a fez, assim também em Jesus vê-se exatamente

como é Deus. Jesus não é fragmentário ou incompleto; é a expressão total e exata de Deus.

C. J. Vaughan assinalou que esta passagem nos ensina seis coisas importantes sobre Jesus.

  1. A Jesus pertence a glória original de Deus; é seu resplendor. Este é um pensamento sublime. Jesus é a glória de Deus. Vemos, pois, com clareza meridiana que a glória de Deus não consiste em esmagar os homens e tiranizá-los, reduzindo-os a uma servidão abjeta, mas em servir

aos homens, amá-los e, finalmente, morrer por eles. A glória de Deus não é a glória do poder destruidor, mas sim a do amor que sofre.

  1. A Jesus pertence o império prometido. Os escritores do Novo

Testamento nunca tiveram dúvida sobre o triunfo final de Jesus. Advirtamos que se referem a um carpinteiro galileu crucificado como criminoso sobre uma colina no lado de fora de Jerusalém. Os próprios discípulos sofreram uma perseguição selvagem e eram da mais humilde procedência. A eles se referia Sir William Watson quando escrevia:

"Ao

lobo selvagem do ódio foi sacrificado

o ofegante e confuso rebanho cujo crime era Cristo."

Mas apesar de tudo jamais duvidaram do triunfo final. Viviam a certeza que o amor de Deus tinha o respaldo de seu poder e que no final os reinos deste mundo seriam do Senhor e de seu Cristo. Bem faríamos em captar de novo este otimismo com que a Igreja primitiva desafiava os acontecimentos.

  1. A Jesus pertence a ação criadora. A Igreja primitiva tinha um grande pensamento. Sustentava que o Filho tinha sido o agente e

instrumento de Deus na criação; que nas origens Deus, de algum modo, tinha criado o mundo mediante seu Filho. Estavam imbuídos da idéia de que Aquele que tinha criado o mundo seria aquele que recriava a esse

mesmo mundo; Aquele que fez o mundo devia ser aquele que também o redimisse.

  1. A Jesus pertence o poder sustentador. Por seu poder faz com que tudo siga sua marcha para frente. Os cristãos primitivos tinham uma compreensão tremenda da doutrina da providência. Não pensavam que Deus tivesse criado o mundo para logo abandoná-lo a seu próprio destino. De algum modo e em algum lugar existia um poder na vida e no mundo que conduzia cada coisa e cada vida a seu fim estabelecido.
  2. A Jesus pertencia a obra redentora. Ele levou a cabo a necessária purificação do pecado dos homens. Com seu sacrifício pagou o preço e

com sua presença contínua liberta do pecado.

  1. De Jesus é a exaltação mediadora. Está sentado ao I mão direita da glória de Deus; mas o tremendo pensamento do autor de Hebreus que

não está ali para ser o juiz, senão para interceder por nós; a fim de que quando nos apresentarmos perante Deus, não ouçamos a acusação da justiça divina, mas sim o amor de Deus interceder por nós.

ACIMA DOS ANJOS

Hebreus 1:4-14

Na passagem anterior o autor da Carta se preocupou de demonstrar a superioridade de Jesus sobre todos os profetas anteriores. Agora empreende a tarefa de demonstrar sua superioridade sobre os anjos. O

fato de que cria importante fazer isto, mostra o lugar que a crença nos anjos ocupava no pensamento judeu da época, crença que na época aumentava. Isso se devia à impressão que causava nos homens o que se

chama a transcendência divina. Cada vez se sentia com mais intensidade a distância e a diferença entre Deus e os homens. Sentiam que Deus se afastava cada vez mais, fazendo-se cada vez mais incognoscível e

inacessível. O resultado era que tinham chegado a pensar nos anjos como intermediários entre Deus e o homem. Tinham começado a sentir que Deus estava tão afastado que não podia falar diretamente com o homem e vice-versa; e assim tinham começado a pensar nos anjos como pontes

entre Deus e os homens: por eles Deus falava e eles eram os que, entre

outras coisas, levavam as orações dos homens à presença de Deus. Há um caso particular que ilustra muito especialmente este processo. No Antigo Testamento a Lei foi entregue diretamente por Deus a Moisés; não houve necessidade de intermediários. Mas na época do Novo Testamento os judeus criam que Deus tinha entregue a Lei aos anjos e estes por sua vez a Moisés, porque já não era plausível uma comunicação direta entre Deus e os homens (At 7:53; Gl 3:19).

Examinemos algumas das crenças básicas dos judeus e assim nos daremos conta de como reaparecem nesta passagem. Deus era concebido

rodeado de hostes angélicas (Isaías 6; 1Rs 22:191Rs 22:19) denominadas às vezes o exército de Deus (Js 5:14 ss.). Os termos correspondentes a

anjos são — respectivamente em grego e em hebreu — aggeloi e mal'a Kim; em ambos os idiomas significam tanto mensageiros como anjos. De fato, mensageiro é seu sentido geral e comum. Os anjos são os

instrumentos de Deus para trazer ao mundo sua palavra e a operação de sua vontade ao universo dos homens. São intermediários e mediadores entre Deus e os homens. Eram concebidos como espíritos de uma

substância ígnea e etérea, algo assim como uma luz resplandecente. Tinham sido criados no segundo ou no quinto dia da criação; não bebiam nem comiam nem engendravam filhos. Às vezes eram considerados

imortais embora podiam ser aniquilados por Deus, mas, como veremos, havia outra crença sobre sua existência. Alguns deles, os querubins, os serafins e os ofanins (querubin, serafin, ofanin in é a terminação plural hebraica dos nomes) rodeavam sempre o trono de Deus. Cria-se

que desfrutavam de um conhecimento superior aos homens, acima de tudo com relação ao futuro. Mas não possuíam esse conhecimento por direito próprio, mas sim "pelo que tinham ouvido atrás da cortina"; era

como se tivessem bisbilhotado nos propósitos e planos divinos. Eram considerados como o séquito ou a família de Deus; além disso lhe serviam de conselho ou senado. Antes de fazer algo Deus os consultava;

por exemplo quando disse "Façamos o homem" (Gn 1:26). Às vezes os anjos dissentiam com Deus e objetavam seus planos.

Opuseram-se particularmente à criação do homem, e nesse então muitos foram aniquilados. Também se opuseram à entrega da Lei,, e tinham atacado a Moisés quando subia ao Sinai. Isto foi porque eram ciumentos e não queriam compartilhar sua posição ou suas prerrogativas com nenhuma outra criatura.

Havia milhões e milhões de anjos. Só muito depois os judeus lhes deram nomes. No princípio eram seres anônimos. Os anjos da presença (os arcanjos) eram sete e tinham nomes. Entre os mais importantes

menciona-se Rafael, Uriel, Fanuel, Gabriel (aquele que transmitia as mensagens de Deus aos homens) e Miguel (que regia os destinos de Israel). A função dos anjos era variada: além de trazer mensagens

divinas aos homens para entregá-las e desaparecer imediatamente (Jz 13:26) intervinham em nome de Deus nos acontecimentos da história (2 Reis 19:35-36). Duzentos anjos controlavam o movimento das estrelas e

as mantinham em seus cursos. Um anjo controlava a interminável sucessão dos anos, dos meses e dos dias; outro, como príncipe poderoso, controlava o mar. Havia anjos da geada, do orvalho, da chuva, da neve,

do granizo, do trovão e do raio. Havia anjos guardiães do inferno e torturantes dos condenados. Os anjos escribas registravam num livro cada palavra proferida pelo mortal. Havia os destruidores e punidores.

Figurava Satanás, o anjo fiscal que durante 364 dias — à exceção do dia da expiação ou do perdão — contínua e assiduamente apresentava perante Deus acusações contra os homens. O anjo da morte cumpria só por ordem de Deus um dever inexorável para com justos e pecadores.

Cada nação tinha à sua frente um anjo guardião que possuía a prostasia, quer dizer, o lugar de preeminência. Cada pessoa tinha seu anjo guardião, até os meninos (Mt 18:10). Abundavam tanto os anjos que

os rabinos estavam acostumados a dizer: "Cada folha de erva tem seu anjo."

Nesta passagem se alude indiretamente a uma crença particular

mantida por um grupo reduzido. Usualmente se estava de acordo em que os anjos eram imortais; mas alguns pensavam que viviam só um dia. Em

certas escolas rabínicas ensinava-se que "Deus cada dia cria uma nova companhia de anjos que lhe entoam uma canção para logo desaparecer". "Os anjos são renovados cada manhã e logo após adorar a Deus retornam ao rio de fogo de onde provêm." 4 Ed 8:21 fala do Deus "perante quem a hoste celestial permanece aterrorizada e a cuja palavra se transforma em vento e fogo". Uma homilia rabínica põe na boca de um anjo as seguintes palavras: "Deus nos transforma cada hora... às vezes em fogo, outras em vento." Isto é o que o autor de Hebreus quer expressar quando diz que Deus “a seus anjos faz ventos, e a seus ministros, labareda de fogo” (He 1:7).

Com uma angelologia tão desenvolvida existia o perigo real de que na crença popular se fizesse intervir os anjos entre Deus e os homens.

Nestas circunstâncias era necessário demonstrar que o Filho era muito superior a eles e que quem conhecia o Filho não necessitava nenhum

anjo mediador. O autor da Carta obtém seu propósito selecionando uma série de textos para ele probatórios, nos quais se atribui ao Filho um lugar superior ao que jamais foi dado a anjo algum. Os textos citados

são: Sl 2:7; 2Sm 7:14; Sl 97:7; Dt 32:43; Salmo

Sl 104:4; Salmo 45:7-8; Salmo 102:26-27; Sl 110:1. Alguns dos textos diferem da versão que aparece em nossas Bíblias porque o autor estava

citando da Septuaginta, a versão grega do Antigo Testamento, que nem sempre concorda com o original hebraico do qual provêm nossas traduções modernas.

Alguns destes textos probatórios nos resultam estranhos. Assim, por

exemplo, 2Sm 7:142Sm 7:14 originariamente é uma referência simples e direta a Salomão e nada tem a ver com o Filho ou o Messias. O Salmo 102:26-27 refere-se a Deus e não ao Filho. Mas quando os cristãos primitivos encontravam um texto com a palavra Filho ou Senhor consideravam justificado tirá-lo de seu contexto para aplicá-lo a Jesus. Apesar do que opinemos deste método, o certo é que lhes resultava convincente.

A doutrina dos anjos era uma bela construção mas não carecia de perigos. O autor da carta quer a todo custo evitar o perigo de colocar uma série de seres entre o homem e Deus; uma série de seres que não são Jesus e através dos quais os homens pretendam aproximar-se a Deus. Isto se vê claramente na crença judia de que os anjos traziam mensagens de Deus aos homens e levavam a Deus as orações destes. O cristianismo não tem necessidade de nenhum outro intermediário. Por causa de Jesus e de sua obra o acesso a Deus é direto.

O autor de Hebreus compreendeu a grande verdade que enuncia e que nós devemos lembrar sempre: que não necessitamos de ninguém, nem sequer de algum ser sobrenatural que nos leve a presença de Deus. Jesus Cristo derrubou toda barreira e nos abriu o caminho direto a Deus.


Dicionário

Anjos

masc. pl. de anjo

an·jo
(latim angelus, -i)
nome masculino

1. Ser espiritual que se supõe habitar no céu.

2. Figurado Criancinha.

3. Pessoa de muita bondade.

4. Figura que representa um anjo.

5. Criança enfeitada que vai nas procissões.

6. Mulher formosa.


anjo custódio
Religião Anjo que se supõe atribuído por Deus a cada pessoa para a proteger e para a encaminhar para o bem. = ANJO-DA-GUARDA

anjo da paz
Pessoa que trata de reconciliar desavindos.


Ver também dúvida linguística: feminino de anjo.

Existem aproximadamente 292 referências a “anjos” nas Escrituras, ou seja, 114 no Antigo e 178 no Novo Testamento. Esse número registra mais de 60 referências ao “anjo do Senhor”, mas não inclui as relacionadas aos dois anjos chamados pelo nome na Bíblia, Gabriel (Dn 8:16; Dn 9:21; Lc 1:19-26) e Miguel (Dn 10:13-21; Dn 12:1; Jd 9; Ap 12:7). Existem também mais de 60 referências aos querubins, seres celestiais que são citados freqüentemente em conexão com a entronização simbólica de Deus no Tabernáculo e no Templo (Ex 25:18-20; Ex 37:7-9; 1Rs 6:23-25; Rs 8:6-7; 2Cr 3:7-14; Ez 10:1-20; Hb 9:5).

Os anjos no Antigo Testamento

A palavra usada no Antigo Testamento, para designar anjo, significa simplesmente “mensageiro”. Normalmente, constituía-se em um agente de Deus, para cumprir algum propósito divino relacionado com a humanidade. Exemplo: dois anjos foram a Sodoma alertar Ló e sua família sobre a iminente destruição da cidade, como punição do Senhor por sua depravação (Gn 19:1-12-15).


Os anjos trazem direção, ajuda ou encorajamento
Em outras ocasiões, um anjo atuou na direção de uma pessoa, para o fiel cumprimento da vontade de Deus. Exemplo: o servo de Abraão foi enviado à Mesopotâmia, a fim de encontrar uma esposa para Isaque entre seus parentes, depois que Abraão lhe disse que o Senhor “enviaria seu anjo” adiante dele, para que o ajudasse a alcançar seu propósito (Gn 24:8-40).

Às vezes os anjos apareciam, no Antigo Testamento, para encorajar o povo de Deus. Assim, o patriarca Jacó, depois que saiu de Berseba, teve um sonho em Betel, no qual viu uma escada “posta na terra, cujo topo chegava ao céu; e os anjos de Deus subiam e desciam por ela” (Gn 28:12). Por meio dessa experiência, o Senhor falou com Jacó e tornou a prometer-lhe que seria o seu Deus, cuidaria dele e, depois, o traria à Terra Prometida (Gn 28:13-15).

Essa proteção divina é vista pelo salmista como extensiva a todos os que genuinamente colocam a confiança no Deus vivo: “O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem, e os livra” (Sl 34:7; cf. 91:11-12).

Uma das referências mais interessantes aos anjos foi quando Moisés enviou mensageiros ao rei de Edom. Ao registrar as dificuldades enfrentadas durante o cativeiro egípcio, o legislador comentou: “Mas quando clamamos ao Senhor, ele ouviu a nossa voz, enviou um anjo, e nos tirou do Egito” (Nm 20:16). Infelizmente, a lembrança da ajuda divina no passado não foi suficiente e a passagem pelo território edomita foi negada (Nm 20:18-20).


Os anjos como executores do juízo de Deus
Houve ocasiões em que os anjos tiveram um papel preponderante no propósito divino (Gn 19:12-2Sm 24:16-17). Uma ilustração contundente de um anjo no exercício do juízo divino é encontrada em I Crônicas 21:15: “E Deus mandou um anjo para destruir a Jerusalém”. Nesse caso, felizmente, a aniquilação da cidade foi evitada: “Então o Senhor deu ordem ao anjo, que tornou a meter a sua espada na bainha” (1Cr 21:27). A justiça de Deus foi temperada com a misericórdia divina. Por outro lado, houve ocasiões quando a teimosa oposição ao Senhor foi confrontada com a implacável fúria divina, como nas pragas que caíram sobre o Egito. “Atirou para o meio deles, quais mensageiros de males, o ardor da sua ira, furor, indignação e angústia” (Sl 78:49).

Um dos casos mais dramáticos de retaliação divina ocorreu na derrota de Senaqueribe, em 701 a.C., em resposta à oração do rei Ezequias: “E o Senhor enviou um anjo que destruiu a todos os homens valentes, os chefes e os oficiais no arraial do rei da Assíria” (2Cr 32:21s.; cf. 2Rs 19:35; Is 37:36). A mesma ação que produziu juízo contra os inimigos de Deus trouxe livramento ao seu povo.


Anjos interlocutores
Eles aparecem com freqüência no livro de Zacarias, onde um anjo interlocutor é citado várias vezes (Zc 1:14-18,19; 2:3;4:1-5; 5:5-10; 6:4-5; cf. Ed 2:44-48; Ed 5:31-55). Assim lemos, quando o anjo do Senhor levantou a questão sobre até quando a misericórdia divina seria negada a Jerusalém: “Respondeu o Senhor ao anjo que falava comigo, palavras boas, palavras consoladoras” (Zc 1:13). O anjo então transmitiu ao profeta a mensagem dada por Deus (Zc 1:14-17). Esse papel do mensageiro do Senhor de comunicar a revelação divina ao profeta traz luz sobre o Apocalipse, onde um papel similar é dado a um anjo interlocutor (Ap 1:1-2; Ap 22:6).


Os anjos e o louvor a Deus
Um dos mais bonitos papéis desempenhados pelos anjos no Antigo Testamento é o louvor. O salmista exortou: “Bendizei ao Senhor, anjos seus, magníficos em poder, que cumpris as suas ordens, que obedeceis à sua voz. Bendizei ao Senhor, todos os seus exércitos celestiais, vós, ministros seus, que executais a sua vontade” (Sl 103:20-21). Semelhantemente, o Salmo 148 convoca os anjos a louvar ao Senhor junto com todos os seres criados: “Louvai-o, todos os seus anjos; louvai-o, todos os seus exércitos celestiais” (v. 2). Quando Deus criou a Terra, todos os anjos (conforme trazem algumas versões) rejubilaram (38:7). Da mesma maneira, os serafins — criaturas celestiais que são citadas somente na visão de Isaías — ofereciam louvor e adoração, por sua inefável santidade: “Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória” (Is 6:2-4). O próprio nome desses seres (“aqueles que queimam”) indica sua pureza como servos de Deus. Nesse texto, uma grande ênfase é colocada sobre a santidade do Senhor e a importância do louvor por parte dos anjos que o servem.

Os anjos no período intertestamentário

Os anjos foram particularmente proeminentes na literatura judaica no período entre os dois testamentos (2 Esdras 6:3; Tobias 6:5; 1 Macabeus 7:41; 2 Macabeus 11:6). Alguns anjos, segundo os livros apócrifos, eram conhecidos pelo nome (Uriel, em 2 Esdras 5:20 e Rafael, em Tobias 5:
4) e, a partir daí, desenvolveram-se elaboradas angelologias. Tobias, por exemplo, falou sobre “sete santos anjos que apresentam as orações dos santos e entram na presença da glória do Santo”. O livro apócrifo “Os Segredos de Enoque”, que apresenta um forte interesse pelos anjos, menciona quatro deles pelo nome, os quais são líderes e desempenham funções específicas no plano divino (1 Enoque 40:9-10). No entanto, este ensino sobre os anjos é restrito e saturado do elemento especulativo, o qual tornou-se tão dominante no período intertestamentário.

Os anjos no Novo Testamento

No Novo Testamento, a palavra grega angelos significa “mensageiro” (usada com referência a João Batista, Mc 1:2-4) ou um “anjo”. Os anjos são mencionados muitas vezes nos Evangelhos, Atos, Hebreus e Apocalipse e ocasionalmente nos outros livros.
Os anjos e os nascimentos de João e de Jesus
O elemento do louvor certamente marcou presença no NT. Em Lucas, o nascimento de Jesus é anunciado por uma “multidão dos exércitos celestiais, louvando a Deus, e dizendo: Glória a Deus nas maiores alturas, paz na terra entre os homens...” (Lc 2:13-14). Assim, também no NT os anjos participam do louvor e da adoração ao Senhor, da mesma maneira que faziam no AT. O louvor a Deus era uma de suas atividades primárias (Ap 5:11-12).

Vários outros aspectos da história do nascimento de Jesus são dignos de nota. Primeiro, o anjo do Senhor teve um papel preponderante no anúncio dos nascimentos tanto de João Batista como de Jesus, ao aparecer a José (Mt 1:20-24; Mt 2:13), a Zacarias (Lc 1:11-20) e aos pastores (Lc 2:9-12). Segundo, o anjo Gabriel fez o anúncio para Zacarias e Maria (Lc 1:19-26). Lucas destacou também a participação de Gabriel na escolha do nome de Jesus (2:21; cf. 1:26-38).


Os anjos e a tentação de Jesus
Durante a tentação, o Salmo 91:11-12 foi citado pelo diabo, para tentar Jesus e fazê-lo colocar a fidelidade de Deus à prova (Mt 4:5-7; Lc 4:9-12). Cristo recusou-se a aceitar a sugestão demoníaca e é interessante que Marcos destacou o ministério dos anjos em seu relato da tentação (Mc 1:13). Da mesma maneira, no final de seu registro sobre este assunto, Mateus declarou: “Então o diabo o deixou, e chegaram os anjos e o serviram” (Mt 4:11). A promessa divina do Salmo 91 foi assim cumprida, mas no tempo e na maneira de Deus (cf. Lc 22:43).


Os anjos e o tema do testemunho
Os anjos são citados várias vezes em conexão com a vida cristã. O testemunho de Cristo era importante, pois era visto contra o pano de fundo da eternidade: “Qualquer que de mim e das minhas palavras se envergonhar, dele se envergonhará o Filho do homem, quando vier na sua glória e na do Pai e dos santos anjos” (Lc 9:26). O testemunho cristão tem um significado solene, com relação à nossa situação final na presença de Deus e dos anjos: “Digo-vos que todo aquele que me confessar diante dos homens também o Filho do homem o confessará diante dos anjos de Deus. Mas quem me negar diante dos homens será negado diante dos anjos de Deus” (Lc 12:8-9; cf. Mt 10:32-33; Ap 3:5). Em adição, Lucas destacou também a alegria trazida pelo arrependimento sincero: “Assim vos digo que há alegria diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende” (Lc 15:10).


Os anjos e o dia do Senhor
Mateus destacou o papel dos anjos no dia do Senhor. Na Parábola do Joio, por exemplo, Jesus disse aos discípulos: “A ceifa é o fim do mundo, e os ceifeiros são os anjos. . . Mandará o Filho do homem os seus anjos, e eles colherão do seu reino tudo o que causa pecado e todos os que cometem iniqüidade” (Mt 13:39). Semelhantemente, na Parábola da Rede, os anjos participam no julgamento final: “Virão os anjos e separarão os maus dentre os justos, e os lançarão na fornalha de fogo, onde haverá pranto e ranger de dentes” (Mt 13:49-50). Em Mateus 16:27, os anjos são vistos como agentes de Deus, os quais terão um papel significativo no processo judicial: “Pois o Filho do homem virá na glória de seu Pai, com seus anjos, e então recompensará a cada um segundo as suas obras”. No final dos tempos, Deus “enviará os seus anjos, com grande clamor de trombeta, os quais ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus” (Mt 24:31).


Os anjos em cenas de morte e ressurreição
Os anjos são mencionados na intrigante passagem sobre o homem rico e Lázaro, onde “morreu o mendigo e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão”; por outro lado, “morreu também o rico e foi sepultado” (Lc 16:22). O destino eterno dos dois foi muito diferente e mostrou um forte contraste com o contexto de suas vidas na Terra!

Anjos apareceram no túmulo vazio, logo depois da ressurreição de Jesus Cristo (Mt 28:2-5; Lc 24:23; Jo 20:12). Mateus escreveu que um “anjo do Senhor” rolou a pedra que fechava o túmulo, e citou sua impressionante aparência e a reação aterrorizada dos guardas (Mt 28:2-3). Ele também registrou as instruções do anjo para as mulheres (Mt 28:5-7; cf. Mc 16:5-7; Lc 24:4-7). De acordo com o evangelho de João, Maria Madalena encontrou “dois anjos vestidos de branco” e depois o próprio Cristo ressurrecto (Jo 20:11-18; cf. At 1:10-11).


Os anjos em outras referências nos evangelhos
Mateus chamou a atenção para o papel dos anjos guardiões, que protegem o povo de Deus (Mt 18:10; cf. Sl 34:7; Sl 91:11; At 12:11). Incluiu também o ensino de Jesus sobre o casamento no estado futuro: “Na ressurreição nem casam nem são dados em casamento; serão como os anjos de Deus no céu” (Mt 22:30; cf. Lc 20:36). Finalmente, há o sombrio repúdio dos que estarão ao lado esquerdo do Rei, na passagem sobre os bodes e as ovelhas: “Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos” (Mt 25:41). A partir desta passagem, fica claro que alguns dos anjos pecaram e uniram-se ao maligno e consequentemente também receberão o castigo eterno (cf. Is 14:12-17; Ez 28:12-19; 2Pe 2:4; Jd 6).

Em seu evangelho, João registrou o comentário de Jesus para Natanael: “Vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem” (Jo 1:51). Essa passagem lembra o sonho que Jacó teve em Betel (Gn 28:10-17), onde os anjos faziam algo similar. Aqui, a ideia é que Cristo, como o Filho de Deus, será o elo de ligação entre o céu e a terra.


Os anjos no livro de Atos
Lucas fez muitas referências aos anjos em Atos. “O anjo do Senhor” abriu as portas das prisões para os apóstolos em várias ocasiões (At 5:19; At 12:7-11). Mais tarde, “o anjo do Senhor” encorajou Paulo no meio de uma tempestade no mar, com uma mensagem de conforto e a certeza do livramento (At 27:23-24). Por outro lado, “o anjo do Senhor” trouxe juízo contra um inimigo do povo de Deus (o rei Herodes) como no AT: “No mesmo instante o anjo do Senhor feriu-o, porque não deu glória a Deus, e, comido de bichos, expirou” (At 12:23). Deus guiava seu povo e usava seus anjos, embora os saduceus racionalistas negassem a existência deles (At 23:8).


Os anjos nas cartas de Paulo
Paulo tinha menos a dizer sobre anjos do que se poderia esperar, embora reconhecesse que a luta do cristão era contra “principados e potestades” (Ef 6:12; cf. 2:2; Jo12:31; 14:30). Estava convencido de que nem os anjos e nem qualquer outro poder criado separariam os verdadeiros cristãos do amor de Deus em Cristo (Rm 8:38-39).

Paulo mencionou os anjos caídos, e lembrou aos crentes pecaminosos de Corinto que “os santos” julgariam os anjos (1Co 6:3). Também admitiu que “o próprio Satanás se transforma em anjo de luz” (2Co 11:14). Esse comentário afirma ser necessário estarmos em constante vigilância, para resistirmos a tais ataques enganadores. Embora os anjos tenham desempenhado um papel importante no tocante à colocação da lei divina em atividade (Gl 3:19), certamente não deveriam ser adorados Cl 2:18). Na verdade, ao escrever aos gálatas, Paulo diz que “ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos anunciamos, seja anátema” (Gl 1:8). Ele reconhecia com gratidão a bondade inicial dos gálatas, pois “me recebestes como a um anjo de Deus” (Gl 4:14). Ao escrever aos tessalonicenses, Paulo declarou solenemente que os oponentes do cristianismo, os quais perseguiam os crentes, seriam punidos, “quando do céu se manifestar o Senhor Jesus com os anjos do seu poder, em chama de fogo...” (2Ts 1:7-8). Deus ainda estava no controle de sua criação.

Duas passagens em I Timóteo devem ser observadas. Na primeira, os anjos são mencionados num antigo hino muito bonito (1Tm 3:16). Na segunda, uma séria advertência é feita ao jovem líder cristão, não só na presença de Deus e de Cristo, mas também diante “dos anjos eleitos” (1Tm 5:21), em contraste com Satanás e os outros anjos caídos.


Os anjos no livro de Hebreus
Os anjos são citados muitas vezes na carta aos Hebreus (Hb 2:16; Hb 12:22; Hb 13:2), mas são considerados inferiores a Cristo (Hb 1:5-14). São cuidadosamente definidos no primeiro capítulo como “espíritos ministradores, enviados para servir a favor dos que hão de herdar a salvação” (Hb 1:14). São introduzidos numa passagem que adverte os discípulos a atentar para a grande salvação oferecida em Cristo (Hb 2:1-2). Anjos inumeráveis fazem parte da Jerusalém celestial e isso é mencionado como um incentivo a mais, para que os destinatários não recaíssem no Judaísmo (Hb 12:22-24; cf. Mt 26:53).


Os anjos em I Pedro, II Pedro e Judas
O plano divino da salvação é tão maravilhoso que desperta a curiosidade dos anjos (1Pe 1:12). A ascensão de Cristo ao Céu, entre outras coisas, significou que anjos, autoridades e potestades foram colocados em submissão a Ele (1Pe 3:22). Referências sombrias à condenação dos anjos caídos em II Pedro e Judas são feitas nas passagens que apontam solenemente os erros dos falsos mestres e sua absoluta destruição (2Pe 2:4; Jd 6). Em II Pedro 2:11, um forte contraste é feito entre os anjos bons e os maus.


Os anjos no livro de Apocalipse
Em Apocalipse, as cartas são endereçadas “ao anjo” das sete igrejas (Ap 2:12-18;3:1-14). Em cada um dos casos, a referência é feita aos pastores das igrejas, os quais eram os mensageiros de Deus para o seu povo, numa época de crise iminente. Por outro lado, existem também muitas citações aos anjos como seres sobrenaturais, por todo o livro (Ap 5:2-11;7:1-11; 8:3-8; 14:6-10; 19:17; 20:1).

A limitação do espaço nos restringe a quatro observações: primeira, os anjos aqui, como em outros lugares na Bíblia, são descritos como executores do juízo de Deus sobre a Terra (Ap 9:15; Ap 16:3-12); segunda, o papel do anjo interlocutor, observado em Zacarias, também é encontrado em Apocalipse (Ap 1:1-2; Ap 10:7-9; Ap 22:6); terceira, é observada uma divisão entre os anjos bons e os maus. “E houve guerra no céu: Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão. E o dragão e os seus anjos batalhavam” (Ap 12:7). Nesta batalha, o lado divino saiu vitorioso: o diabo “foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele” (Ap 12:9); quarta, os anjos verdadeiros adoram a Deus e reúnem-se no louvor a Cristo ao redor do trono divino (Ap 5:11-12).

Sumário

A Bíblia tem muito a dizer sobre os anjos. Eles foram criados e não devem ser adorados ou louvados. Pelo contrário, são servos sobrenaturais de Deus, que participam dos seus propósitos, tanto de juízo como de salvação. São agentes e mensageiros do Senhor, trabalhando em favor dos seus filhos e protegendo-os. Os anjos participam da adoração a Deus e cumprem a sua vontade na Terra. Alguns, entretanto, se rebelaram contra o Senhor e aliaram-se a Satanás. Estes serão julgados junto com o diabo. A.A.T.


Excelente

adjetivo Excessivamente bom; com ótima qualidade: filme excelente.
Superior em seu gênero; perfeito, primoroso, exímio, inigualável: o jovem era um excelente aluno; ele se tornou um excelente presidente.
De sabor e qualidade apreciáveis; agradável: prato excelente.
Que chama a atenção; recreativo, interessante, envolvente, instrutivo: livro excelente.
Etimologia (origem da palavra excelente). Do latim excellens.entis.

Feito

adjetivo Realizado, consumado; constituído.
Adulto: homem feito.
conjunção Como, tal como: chorava feito criança.
locução adverbial De feito, O mesmo que de fato.

Feito Ato; obra (Sl 9:11; Cl 3:9).

Herdar

verbo transitivo Receber por herança: herdar uma grande fortuna.
Adquirir por parentesco ou hereditariedade: herdou o caráter do pai.
Deixar em herança, legar: bens que os antepassados lhe herdaram.

Maís

substantivo masculino Variedade de milho graúdo, bem desenvolvido.
Não confundir com: mais.
Etimologia (origem da palavra maís). Do espanhol maíz.

Nome

substantivo masculino Denominação; palavra ou expressão que designa algo ou alguém.
A designação de uma pessoa; nome de batismo: seu nome é Maria.
Sobrenome; denominação que caracteriza a família: ofereceu seu nome.
Família; denominação do grupo de pessoas que vivem sob o mesmo teto ou possuem relação consanguínea: honrava seu nome.
Fama; em que há renome ou boa reputação: tinha nome na universidade.
Apelido; palavra que caracteriza alguém.
Quem se torna proeminente numa certa área: os nomes do cubismo.
Título; palavra ou expressão que identifica algo: o nome de uma pintura.
Gramática Que designa genericamente os substantivos e adjetivos.
Etimologia (origem da palavra nome). Do latim nomen.inis.

Entre os hebreus dava-se o nome auma criança, umas vezes quando nascia (Gn 35:18), e outras quando se circuncidava (Lc 1:59), fazendo a escolha ou o pai, ou a mãe (Gn 30:24Êx 2:22Lc 1:59-63). Algumas vezes o nome tinha referência a certas circunstâncias relacionadas com o nascimento ou o futuro da criança, como no caso de isaque (Gn 21:3-6), de Moisés (Êx 2:10), de Berias (1 Cr 7.23). isto era especialmente assim com os nomes compostos de frases completas, como em is 8:3. Acontecia, também, que certos nomes de pessoas sugeriam as suas qualidades, como no caso de Jacó (Gn 27:36) e Nabal (1 Sm 25.25). Eram por vezes mudados os nomes, ou aumentados, em obediência a certas particularidades, como no caso de Abrão para Abraão (Gn 17:5), de Gideão para Jerubaal (Jz 6:32), de Daniel para Beltessazar (Dn 1:7), e de Simão, Pedro (Mt 16:18). Alem disso, devemos recordar que, segundo a mentalidade antiga, o nome não somente resumia a vida do homem, mas também representava a sua personalidade, com a qual estava quase identificado. E por isso a frase ‘em Meu nome’ sugere uma real comunhão com o orador Divino. Houve lugares que receberam o seu nome em virtude de acontecimentos com eles relacionados, como Babel (Gn 11:9), o Senhor proverá (Gn 22:14), Mara (Êx 15:23), Perez-Uzá (2 Sm 6.8), Aceldama (At l.19). Para o nome de Deus, *veja Jeová, Senhor.

Nome Palavra que designa uma pessoa ou coisa. Nos tempos bíblicos o nome, às vezes, estava relacionado com algum fato relativo ao nascimento (Gn 35:18
v. BENONI); outras vezes expressava uma esperança ou uma profecia (Os 1:6; Mt 1:21-23). Era costume, no tempo de Jesus, o judeu ter dois nomes, um hebraico e outro romano (At 13:9). Partes dos nomes de Deus entravam, às vezes, na composição dos nomes (v. ELIAS, JEREMIAS, JESUS). Na invocação do nome de Deus chama-se a sua pessoa para estar presente, abençoando (Nu 6:22-27; Mt 28:19; Fp 6:24). Tudo o que é feito “em nome” de Jesus é feito pelo seu poder, que está presente (At 3:6; 4:10-12). Na oração feita “em nome de Jesus” ele intercede por nós junto ao Pai (Jo 15:16; Rm 8:34). Em muitas passagens “nome” indica a própria pessoa (Sl 9:10).

Strongs

Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
Hebreus 1: 4 - Texto em Grego - (BGB) - Bíblia Grega Bereana

tendo-se tornadoG1096 γίνομαιG1096 G5637 tãoG5118 τοσοῦτοςG5118 superiorG2909 κρείττωνG2909 aos anjosG32 ἄγγελοςG32 quantoG3745 ὅσοςG3745 herdouG2816 κληρονομέωG2816 G5758 mais excelenteG1313 διάφοροςG1313 nomeG3686 ὄνομαG3686 do queG3844 παράG3844 elesG846 αὐτόςG846.
Hebreus 1: 4 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

68 d.C.
G1096
gínomai
γίνομαι
o quarto dos profetas maiores, tomado como refém na primeira deportação para a
(Belteshazzar)
Substantivo
G1313
diáphoros
διάφορος
diferente, variado no tipo
(different)
Adjetivo - neutro acusativo plural
G2816
klēronoméō
κληρονομέω
receber um lote, receber por fortuna ou sorte
(will inherit)
Verbo - futuro do indicativo ativo - 3ª pessoa do plural
G2909
kreíttōn
κρείττων
arremeçar, atirar
(the shot)
Verbo
G32
ángelos
ἄγγελος
anjo / mensageiro
(angel)
Substantivo - Masculino no Singular nominativo
G3588
ho
para que
(that)
Conjunção
G3686
ónoma
ὄνομα
uma cidade no extremo sul de Judá e a cerca de 24 km (15 milhas) no sudoeste de
(and Chesil)
Substantivo
G3745
hósos
ὅσος
(A
(and made a proclamation)
Verbo
G3844
pará
παρά
de / a partir de / de / para
(of)
Preposição
G5118
tosoûtos
τοσοῦτος
de quantidade: tão grande, tantos
(so great)
Pronome demonstrativo - feminino acusativo singular
G846
autós
αὐτός
dele
(of him)
Pronome Pessoal / Possessivo - Genitivo Masculino 3ª pessoa do singular


γίνομαι


(G1096)
gínomai (ghin'-om-ahee)

1096 γινομαι ginomai

prolongação e forma da voz média de um verbo primário TDNT - 1:681,117; v

  1. tornar-se, i.e. vir à existência, começar a ser, receber a vida
  2. tornar-se, i.e. acontecer
    1. de eventos
  3. erguer-se, aparecer na história, aparecer no cenário
    1. de homens que se apresentam em público
  4. ser feito, ocorrer
    1. de milagres, acontecer, realizar-se
  5. tornar-se, ser feito

διάφορος


(G1313)
diáphoros (dee-af'-or-os)

1313 διαφορος diaphoros

de 1308; TDNT - 9:62,1259; adj

  1. diferente, variado no tipo
  2. excelente, insuperável

κληρονομέω


(G2816)
klēronoméō (klay-ron-om-eh'-o)

2816 κληρονομεω kleronomeo

de 2818; TDNT - 3:767,442; v

  1. receber um lote, receber por fortuna ou sorte
    1. esp. receber uma parte de uma herança, receber como herança, obter pelo direito de herança
    2. ser um herdeiro, herdar

      receber a porção designada, receber um porção loteada, receber como próprio ou como uma posse

      tornar-se participante de, obter


κρείττων


(G2909)
kreíttōn (krite'-tohn)

2909 κρειττον kreitton

comparativo de um derivado de 2904; adj

mais útil, mais vantajoso, mais aproveitável

mais excelente


ἄγγελος


(G32)
ángelos (ang'-el-os)

32 αγγελος aggelos

de aggello [provavelmente derivado de 71, cf 34] (trazer notícias); TDNT 1:74,12; n m

  1. um mensageiro, embaixador, alguém que é enviado, um anjo, um mensageiro de Deus


(G3588)
ho (ho)

3588 ο ho

que inclue o feminino η he, e o neutro το to

em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo

  1. este, aquela, estes, etc.

    Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.


ὄνομα


(G3686)
ónoma (on'-om-ah)

3686 ονομα onoma

de um suposto derivado da raiz de 1097 (cf 3685); TDNT - 5:242,694; n n

nome: univ. de nomes próprios

o nome é usado para tudo que o nome abrange, todos os pensamentos ou sentimentos do que é despertado na mente pelo mencionar, ouvir, lembrar, o nome, i.e., pela posição, autoridade, interesses, satisfação, comando, excelência, ações, etc., de alguém

pessoas reconhecidas pelo nome

a causa ou razão mencionada: por esta causa, porque sofre como um cristão, por esta razão


ὅσος


(G3745)
hósos (hos'-os)

3745 οσος hosos

pela reduplicação de 3739; pron

  1. tão grande quanto, tão longe quanto, quanto, quantos, quem quer que

παρά


(G3844)
pará (par-ah')

3844 παρα para

palavra raiz; TDNT - 5:727,771; prep

  1. de, em, por, ao lado de, perto

τοσοῦτος


(G5118)
tosoûtos (tos-oo'-tos)

5118 τοσουτος tosoutos

de tosos (tanto, aparentemente de 3588 e 3739) e 3778 (inclue suas variações); adj

de quantidade: tão grande, tantos

de tempo: tão longo


αὐτός


(G846)
autós (ow-tos')

846 αυτος autos

da partícula au [talvez semelhante a raiz de 109 pela idéia de um vento instável] (para trás); pron

  1. ele próprio, ela mesma, eles mesmos, de si mesmo
  2. ele, ela, isto
  3. o mesmo