Enciclopédia de I Pedro 5:13-13

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

1pe 5: 13

Versão Versículo
ARA Aquela que se encontra em Babilônia, também eleita, vos saúda, como igualmente meu filho Marcos.
ARC A vossa coeleita em Babilônia vos saúda, e meu filho Marcos.
TB Saúda-vos a igreja que está em Babilônia, eleita convosco, e o mesmo faz meu filho Marcos.
BGB ἀσπάζεται ὑμᾶς ἡ ἐν Βαβυλῶνι συνεκλεκτὴ καὶ Μᾶρκος ὁ υἱός μου.
BKJ A igreja que está em Babilônia, eleita juntamente convosco, vos saúda, e também o meu filho Marcos.
LTT Saúda-vos aquela 1643 que está na Babilônia 1644, tendo sido eleita- juntamente- convosco; também (vos saúda) Marcos, o meu filho ②.
BJ2 A que está em Babilônia,[o] eleita como vós, vos saúda, como também Marcos, o meu filho.
VULG Fratres vero eorum secundum domos cognationum suarum, Michaël, et Mosollam, et Sebe, et Jorai, et Jachan, et Zie, et Heber, septem.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de I Pedro 5:13

Salmos 87:4 Dentre os que me conhecem, farei menção de Raabe e de Babilônia; eis que da Filístia, e de Tiro, e da Etiópia, se dirá: Este é nascido ali.
Atos 12:12 E, considerando ele nisso, foi à casa de Maria, mãe de João, que tinha por sobrenome Marcos, onde muitos estavam reunidos e oravam.
Atos 12:25 E Barnabé e Saulo, havendo terminado aquele serviço, voltaram de Jerusalém, levando também consigo a João, que tinha por sobrenome Marcos.
II João 1:13 Saúdam-te os filhos de tua irmã, a eleita. Amém!
Apocalipse 17:5 E, na sua testa, estava escrito o nome: Mistério, a Grande Babilônia, a Mãe das Prostituições e Abominações da Terra.
Apocalipse 18:2 E clamou fortemente com grande voz, dizendo: Caiu! Caiu a grande Babilônia e se tornou morada de demônios, e abrigo de todo espírito imundo, e refúgio de toda ave imunda e aborrecível!

Notas de rodapé da LTT

As notas de rodapé presentes na Bíblia versão LTT, Bíblia Literal do Texto Tradicional, são explicações adicionais fornecidas pelos tradutores para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas são baseadas em referências bíblicas, históricas e linguísticas, bem como em outros estudos teológicos e literários, a fim de fornecer um contexto mais preciso e uma interpretação mais fiel ao texto original. As notas de rodapé são uma ferramenta útil para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira compreender melhor o significado e a mensagem das Escrituras Sagradas.
 1643

1Pe 5:13 "SAÚDA-VOS AQUELA QUE ESTÁ NA BABILÔNIA, TENDO SIDO ELEITA- JUNTAMENTE- CONVOSCO": as palavras "aquela" e "eleita- juntamente- convosco" são femininas.
a) versões como as Arábica, Siríaca, Vulgata, KJB, etc. supõem que essas duas palavras se referem a uma "ekklesia" (palavra feminina inexistente em toda esta epístola), portanto suprem em itálicas as palavras "igreja que está em". Ora, se a eleição aqui falada é para salvação, não para o afeto de Pedro, parece-nos difícil se defender que dois ajuntamentos ① foram "eleitos" neste sentido, pois eleição para salvação é individual, ou é provisão corporativa, mas que não pode ser entendida como se estendendo a todos os membros de nenhum grupo local. Por outro lado, ao dizermos que uma pessoa foi eleita conjuntamente com um AJUNTAMENTO, fica implícito que a escolha individual desta pessoa foi juntamente com a eleição individual de cada membro dele. Portanto, é melhor pensarmos (como Wall, Mill, e alguns outros) que a referência é a uma mulher cristã (provavelmente a esposa de Pedro) que foi eleita juntamente com os membros dos ajuntamentos a quem Paulo está escrevendo. Isto é reforçado pelo fato do verso continuar e falar no filho de Pedro, portanto faz sentido ela e ele serem literais esposa e filho de Pedro, o filho cuidando dos pais muito idosos e fracos, já devendo ser substituídos nas tarefas mais pesadas.
b) ou as duas palavras femininas daqui, "aquela" e "eleita- juntamente- convosco", se referem à dispersão dos judeus mencionada em 1Pe 1:1. http://solascriptura-tt.org/SoteriologiaESantificacao/PorQueDeusNaoElegeu Calvinistas-DHump.htm

c) finalmente, é melhor traduzirmos da forma algo ambígua como está em grego, e deixarmos a interpretação ser dada em adição, pelo exegeta pregador.
d) nesta nota, usamos a palavra "AJUNTAMENTO" para que não seja confundida com assembleias locais cristãs: Pedro está escrevendo para judeus, e alguns podem ainda estar no limiar entre judaísmo e cristianismo.


 1644

1Pe 5:13 "BABILÔNIA": nada a ver com a Babilônia que aparece em Ap 14:8, profética. E nada a ver com Roma, que nunca, então, era assim tratada. Ademais, se Pedro estivesse hospedado em Roma, nunca se referiria a ela de forma tão estranhamente ofensiva, ainda mais em um contexto literal e pessoal (e mesmo afetuoso), não profético. Acreditamos que Paulo está escrevendo da Judeia (nota 1Pe 1:1), que ele sempre viveu ali, e que se refere à cidade literal Babilônia (ainda grande, e com dezenas de milhares de judeus) ou à área geográfica onde ainda havia os restos dos Babilônios (entre o Eufrates e o Tigre, onde hoje está o Iraque), e que sua esposa estava temporariamente lá, talvez fazendo alguma visita.


 ②

"filho": talvez no sentido físico (pois Pedro era casado!)? Ou no sentido espiritual?


Mapas Históricos

Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados ​​para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.

JOSIAS E A ASCENSÃO DA BABILÔNIA

639-605 a.C.
JOSIAS
Josias (639. 609 .C.) foi coroado rei de Judá aos oito anos de idade. O escritor de Crônicas observa que, no oitavo ano de seu reinado (632 a.C.), Josias "começou a buscar o Deus de Davi, seu pai" (2Cr 34:3). Entre o décimo segundo e décimo oitavo ano (628-622 a.C.), Josias se dedicou a um programa de reforma radical. Despedaçou ou queimou objetos, altares e ídolos pagãos, erradicou os sacerdotes pagãos e'prostitutos cultuais, profanou os altos e remove elementos pagãos que haviam sido colocados no templo do Senhor. Seu programa abrangeu não apenas Jerusalém, mas também as cidades dos territórios de Manassés, Efraim e Simeão. A reforma chegou até ao território de Naftali que, em outros tempos, havia pertencido ao reino do norte, Israel, mas sobre o qual o rei de Judá pôde exercer influência devido ao enfraquecimento do poder da Assíria. Josias profanou o alto em Betel instituído por Jeroboão, filho de Nabate, ao queimar os ossos dos sacerdotes de deuses estrangeiros em seus altares pagãos.' No décimo oitavo ano do reinado de Josias, o sumo sacerdote Hilquias encontrou uma cópia do Livro da Lei no templo do Senhor? Não se sabe ao certo a natureza desse livro, mas ao ouvir a leitura de suas palavras, Josias rasgou as vestes e exclamou:
"Grande é o furor do Senhor que se acendeu contra nós, porquanto nossos pais não deram ouvidos às palavras deste livro" (2Rs 22:13). A fim de cumprir as prescrições do Livro da Lei, Josias aboliu os médiuns e feiticeiros, os ídolos do lar e todas as outras abominações vistas na terra de Judá e em Jerusalém.
O escritor de Reis afirma que nem mesmo a reforma ampla de Josias foi suficiente para evitar o julgamento iminente do Senhor e cita as palavras da profetisa Hulda: "Eis que trarei males sobre este lugar e sobre os seus moradores, a saber, todas as palavras do livro que leu o rei de Judá. Visto que me deixaram e queimaram incenso a outros deuses, para me provocarem à ira com todas as obras das suas mãos, o meu furor se acendeu contra este lugar e não se apagará" (2Rs 22:16-17). Para seu consolo, Josias recebeu a garantia de que não testemunharia a calamidade vindoura.


A MORTE DE JOSIAS
A queda da Assíria em 612 a.C.havia provocado um desequilíbrio no poder no Oriente Próximo, Preocupado com a força crescente da Babilônia, o faraó Neco (610-595 a.C.) enviou um exército à Síria para ajudar o que restava das forças assírias e conter os babilônios, afirmando ter recebido essa ordem de Deus. Josias não acreditou no discurso do rei egípcio e o confrontou em Megido, no norte de Israel, em 609 .C., onde morreu em combate. Sua morte prematura aturdiu a nação. Jeremias compôs lamentos' e, cento e trinta anos depois, o profeta Zacarias faria referência à morte de Josias como uma ocasião de grande pranto.

HABACUQUE
A morte de Josias interrompeu de forma brusca o programa de reformas em Judá. Deus parecia ter abandonado seu povo e reis subseqüentes não manifestaram nenhum desejo de seguir ao Senhor. Neco não ficou satisfeito com o governo de Jeoacaz, filho de Josias. Por isso, em Ribla, na Síria, ordenou que fosse substituído por seu irmão Jeoaquim (Eliaquim). Consternado com a destruição e violência ao seu redor, o profeta Habacuque clamou ao Senhor e recebeu uma resposta inesperada: "Vede entre as nações, olhai, maravilhai-vos e desvanecei, porque realizo, em vossos dias, obra tal, que vós não crereis, quando vos for contada. Pois eis que suscito os caldeus, nação amarga e impetuosa, que marcham pela largura da terra, para apoderar-se de moradas que não são suas. Eles são pavorosos e terríveis, e criam eles mesmos o seu direito e a sua dignidade. Os seus cavalos são mais ligeiros do que os leopardos, mais ferozes do que os lobos no anoitecer são os seus cavaleiros que se espalham por toda parte; sim, os seus cavaleiros chegam de longe, voam como águia que se precipita a devorar-lhes todos vêm para fazer violência. Habacuque 1:5-90

NABUCODONOSOR ASSUME O PODER
Avançado em anos, Nabopolassar, rei da Babilônia, colocou o exército sob o comando de seu filho e sucessor ao trono, Nabucodonosor. Em 605 a.C, Nabucodonosor derrotou o exército egípcio em Carquemis, junto ao rio Eufrates (próximo à atual fronteira entre a Turquia e a Síria).? Marchando para para o sul, Nabucodonosor invadiu Judá na tentativa de garantir a lealdade de Jeoaquim de Judá, o antigo vassalo e aliado de Neco.
Quando Jeoaquim estava prestes a se render, Nabucodonosor foi informado da morte de seu pai e voltou à Babilônia pelo caminho do deserto, levando consigo alguns objetos do templo do Senhor e vários jovens da família real e da nobreza de Judá. Quatro desses jovens se mostraram conselheiros valiosos para o novo rei: Daniel, Hananias, Misael e Azarias. Essa foi a primeira e menor de quatro deportações que acabariam resultando no exílio dos habitantes de Judá na Babilônia.

Vista da planicie de Jezreel (Esdraelom) do alto do monte de Megido
Vista da planicie de Jezreel (Esdraelom) do alto do monte de Megido
Neco luta contra Josias e Nabucodonasor Entre 609 e 605 a.C., Judá enfrentou ameaças de duas frentes: Neco, rei do Egito, matou Josias, rei de Judá, na batalha de Megido em 609 a.C; Nabucodonosor, príncipe da Babilônia, derrotou o Egito em Carquemis
Neco luta contra Josias e Nabucodonasor Entre 609 e 605 a.C., Judá enfrentou ameaças de duas frentes: Neco, rei do Egito, matou Josias, rei de Judá, na batalha de Megido em 609 a.C; Nabucodonosor, príncipe da Babilônia, derrotou o Egito em Carquemis
Uma reconstituição da porta de Ishtar, da Babilônia, representada em sua forma final, depois de ter sido revestida com tijolos vitrificados mostrando touros e dragões (sirrush).
Uma reconstituição da porta de Ishtar, da Babilônia, representada em sua forma final, depois de ter sido revestida com tijolos vitrificados mostrando touros e dragões (sirrush).

O EXÍLIO DE JUDÁ

604-582 a.C.
JEOAQUIM
A morte do rei Josias em 609 a.C. pôs fim à reforma religiosa em Judá e, durante o reinado de Jeoaquim, filho de Josias, as práticas pagas voltaram a se infiltrar no reino do sul. O profeta Jeremias repreendeu Jeoaquim por explorar o povo e construir um palácio luxuoso com os frutos dessa exploração.' É possível que o palácio em questão seja a construção encontrada em Ramat Rahel, apenas alguns quilômetros ao sul de Jerusalém. Além de ordenar o assassinato do profeta Urias por profetizar contra a cidade e a terra, Jeoaquim se opôs pessoalmente ao profeta Jeremias e queimou um rolo com palavras de Jeremias que leudi havia lido diante do rei.
Jeoaquim se tornou vassalo de Nabucodonosor em 604 a.C. (um ano depois da vitória deste último em Carquemis), mas, incentivado pelo Egito, se rebelou três anos depois. Nabucodonosor só tratou dessa rebelião em 598 a.C., quando ordenou que Jeoaquim fosse preso com cadeias de bronze e levado à Babilônia. Foi nessa ocasião que Jeoaquim morreu, aos 36 anos de idade, não se tendo certeza se ele morreu de causas naturais ou como resultado de uma conspiração. Jeremias profetizou que Jeoaquim não seria sepultado de forma honrosa; seria sepultado como se sepulta um jumento: arrastado e jogado para fora das portas de Jerusalém.

A SEGUNDA DEPORTACÃO
Jeoaquim foi sucedido por Joaquim, seu filho de dezoito anos de idade que reinou por apenas três meses e dez dias.4 Em 597 a.C, Nabucodonosor cercou Jerusalém e Joaquim se rendeu. "Nabucodonosor sitiou a cidade de Judá e, no segundo dia do mês de Adar (15/16 março), tomou a cidade e prendeu seu rei. Nomeou um rei do seu agrado para a cidade e trouxe consigo para a Babilônia um grande tributo" (Crônica Babilônica, Rev. 12-13). Na "segunda deportação", Nabucodonosor levou para a Babilônia o rei Joaquim e sua mãe, esposas, oficiais e governantes da terra, bem como toda a guarda constituída de setecentos homens valentes e mil artífices e ferreiros, num total de dez mil pessoas," entre as quais estava um jovem aprendiz de sacerdote chamado Ezequiel." Também levou consigo os tesouros do palácio real e objetos de ouro que Salomão havia feito para o templo do Senhor. Na Babilônia, Joaquim recebeu uma pensão da corte real. Seu nome (Ya'u-kinu) ocorre em tabletes babilânios datados de c. 595-570 a.C.nos quais se encontram registradas as rações fornecidas a ele e seus filhos: "Meio panu (c. 14 I) para Ya'u- kinu, rei da terra de Judá. Dois sila e meio (c. 2 I) para os cinco filhos do rei da terra de Judá. Vários anos mais tarde, depois da morte de Nabucodonosor em 562 a.C., seu filho e sucessor Amel-Marduque (Evil-Merodaque) libertou Joaquim da prisão e permitiu que comesse à mesa do rei para o resto da vida.

O CERCO A JERUSALÉM
O profeta Jeremias amaldiçoou Joaquim e declarou que nenhum de seus descendentes se assentaria no trono de Davi.& Nabucodonosor escolheu Matanias, tio de Joaquim, para ocupar o trono de Judá e mudou seu nome para Zedequias, convocando-o a apresentar-se diante dele na Babilônia em 593 a.C. para jurar lealdade. Porém, alguns anos depois, Zedequias deu ouvidos aos egípcios e se rebelou. A Babilônia reagiu com violência. Nabucodonosor e seu exército acamparam em torno de Jerusalém e levantaram tranqueiras ao seu redor: De acordo com II Reis 25:1, o cerco se iniciou aos dez dias do décimo mês (15 de janeiro) de 588 a.C. Uma invasão dos egípcios sob o comando do faraó Hofra (589-570a.C.) obrigou Nabucodonosor a levantar temporariamente o cerco a Jerusalém. Porém, conforme Jeremias havia predito, os babilônios voltaram. Jeremias defendeu a rendição e foi lançado numa cisterna, de onde foi transferido posteriormente para o pátio da guarda. A situação tensa é descrita em 22 cartas em óstracos encontrados na cidade de Laquis que fazia parte do reino de Judá. A linguagem usada nessas cartas é semelhante à de Jeremias. Em uma delas, o coman- dante de um posto avançado relata não poder mais ver os sinais (provavelmente feitos com fogo) que Azeca devia enviar: "Esteja o meu senhor informado de que continuamos aguardando os sinais de Laquis, conforme todos os sinais que o meu senhor me deu não conseguimos ver Azeca" (Carta de Laquis 4:10-12). Talvez Azeca já houvesse sido capturada pelos babilônios ou, mais provavelmente, as condições do tempo não permitiram a visualização dos sinais. Outra carta menciona um profeta anônimo como portador de uma mensagem. Até hoje, não foi possível determinar a identidade desse portador. No nono dia do quarto mês (18 de julho de 586 a.C.), a fome em Judá se tornou tão severa que o povo não tinha mais o que comer. O inimigo penetrou o muro da cidade e Zedequias e seu exército fugiram durante a noite, mas foram capturados nas campinas de Jericó. Zedequias foi levado a Ribla, na Síria, onde, depois de testemunhar a morte de seus filhos, foi cegado e deportado para a Babilônia preso em cadeias de bronze.

A TERCEIRA DEPORTAÇÃO
Um mês depois que os babilônios penetraram o muro de Jerusalém, no sétimo dia do quinto mês (14 de agosto de 586 a.C.), Nebuzaradà, comandante da guarda imperial, queimou o templo do Senhor, o palácio real e todas as casas de Jerusalém e derrubou seus muros. Nebuzaradà levou para o exílio o povo da cidade, os que passaram para o lado da Babilônia e o restante da população, deixando apenas o povo mais pobre da terra para cuidar das vinhas e campos. Nessa "terceira deportação" maior parte dos habitantes de Judá foi levada para a Babilônia. Outras calamidades, porém, ainda sobreviriam ao reino do sul.

A QUARTA DEPORTAÇÃO
Os babilônios nomearam Gedalias, um judeu de família nobre, para governar sobre Judá. Um selo com a inscrição pertencente a Gedalias, aquele que governa a casa", foi encontrado em Laquis. Mas, pouco tempo depois de sua nomeação, Gedalias foi assassinado por Ismael, um membro da família real. Vários dos judeus restates, incluindo Jeremias que havia sido liberto da prisão quando Jerusalém foi tomada, fugiram para o Egito, apesar da advertência profética de Jeremias para que permanecessem em Judá. Outro grupo de judeus foi exilado na Babilônia em 582 a.C. O Esta pode ser descrita como a "quarta deportação"

O TRAUMA DO EXÍLIO
Os judeus que sobreviveram à longa jornada para a Babilônia provavelmente foram colocados em assentamentos separados dos babilônios e receberam permissão de se dedicar à agricultura e trabalhar para sobreviver," mas o trauma do exílio é expressado claramente pelo salmista:

"As margens dos rios da Babilônia, nós nos assentávamos e chorávamos, lembrando-nos de Sião. Nos salgueiros que lá havia, pendurávamos as nossas harpas, pois aqueles que nos levaram cativos nos pediam canções, e os nossos opressores, que fôssemos alegres, dizendo: Entoai-nos algum dos cânticos de Sião. Como, porém, haveríamos de entoar o canto do SENHOR em terra estranha?"
Salmo 137:1-4
A deportação de Judá O mapa mostra os locais ligados às deportações do povo de Judá pelos babilônios em 597, 586 e 582 a.C.
A deportação de Judá O mapa mostra os locais ligados às deportações do povo de Judá pelos babilônios em 597, 586 e 582 a.C.
Carta de Laquis n° 2, um óstraco ou carta escrita num fragmento de cerâmica, para Yaosh, governador militar da cidade de Laquis, em Judá, 588 a.C
Carta de Laquis n° 2, um óstraco ou carta escrita num fragmento de cerâmica, para Yaosh, governador militar da cidade de Laquis, em Judá, 588 a.C
Balaustrada de uma janela do palácio de Ramat Rachel, próximo de Jerusalém; possivelmente, uma obra de Jeoaquim, rei de Judá (609-598 a.C.).
Balaustrada de uma janela do palácio de Ramat Rachel, próximo de Jerusalém; possivelmente, uma obra de Jeoaquim, rei de Judá (609-598 a.C.).

DANIEL E NABUCODONOSOR

605-562 a.C.
DANIEL E SEUS AMIGOS
Daniel e seus três amigos, Hanaias, Misael e Azarias, haviam sido deportados para a Babilônia em 605 .C. Assim que chegaram, tiveram de tomar a decisão de não se contaminar com a comida e o vinho do rei, provavelmente pelo fato desses alimentos e bebidas serem oferecidos a ídolos.' Nabucodonosor ficou impressionado com esses quatro novos membros de sua corte. Ao interrogá-los, descobriu que eram dez vezes melhores do que todos os magos e encantadores de seu reino em todas as questões de cultura e sabedoria. No segundo ano de seu reinado (604 a.C.), Nabucodonosor teve um sonho.- Talvez com o intuito de obter uma interpretação divinamente inspirada, o rei perturbado declarou que seus conselheiros teriam de lhe dizer, em primeiro lugar, qual havia sido o sonho e, em seguida, a interpretação. Com a ajuda de Deus, Daniel relatou a Nabucodonosor o sonho no qual o rei viu uma grande estátua dividida em quatro partes e deu uma interpretação referente a cinco reinos, dos quais o primeiro era a Babilônia.
De acordo com Daniel 3:1, Nabucodonosor ordenou a construção de uma estátua revestida de ouro no campo de Dura, talvez Duru-sha-karrabi, nos arredores da cidade da Babilônia. E possível que essa estátua com 27 m de altura incluísse um pedestal ou coluna. Nabucodonosor ordenou que todos se curvassem e adorassem a estátua, mas os três amigos de Daniel, conhecidos por seus nomes babilônicos Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, recusaram obedecer e foram lançados numa fornalha usada para assar tijolos. O Senhor os preservou miraculosamente: um quarto homem, "semelhante a um filho dos deuses como exclamou Nabucodonosor, permaneceu com eles na fornalha.

OUTRO SONHO
Daniel serviu na corte de Nabucodonosor com grande dedicação. O rei teve outro sonho, no qual viu uma grande árvore ser cortada, restando apenas seu toco e raízes.' Daniel interpretou o sonho como uma referência ao rei e o instou a deixar seus caminhos perversos, de modo que, das suas raízes, uma nova vida pudesse crescer. Nabucodonosor recusou dar ouvidos ao seu conselheiro e, doze meses depois, enquanto andava pelo terraço do seu palácio, o rei se gabou: "Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real, com o meu grandioso poder e para a glória da minha majestade" (Dn 4:30).

A BABILÔNIA DE NABUCODONOSOR
Com seus 1.012 hectares de extensão a Babilônia de Nabucodonosor era, sem dúvida, grande; era maior do que as cidades antigas de Alexandria, Antioquia e Constantinopla, porém menor do que Roma. O muro externo que cercava num perímetro de 27 km era largo suficiente para permitir o trânsito de carros em parte superior. Uma ponte foi construída sobre o Eufrates e a cidade se expandiu para a margem ocidental do rio. A ponte possuía plataformas de madeira que podiam ser recolhidas caso um inimigo atacasse. Das cerca de cem portas, a maior era a do norte, dedicada à deusashtar construída originalmente com tijolos esmaltados simples, com relevos de leões dragões e touros. Posteriormente, Nabucodonosor revestiu a porta toda com tijolos esmaltados de azul com esses mesmos despenhos. Dessa porta, estendia-se uma passagem de 920 m de comprimento que o rel percorria todos os anos na comemoração do akitu. o Festival do Ano Novo. A cidade também possuía templos grandiosos: O enorme zigurate de ttemenanku Esagila (templo de Marduque, deus oficial da babllona. sobre o qual ticavam tres estatuas gigantescas de outo. pesando quase 150 toneladas; e pelo menos outros 53 templos muitos deles com pinaculos revestidos de ouro ou prata, tulgurantes como o sol. O palácio de Nabucodonosor era uma construcao ampla na parte norte da cidade. Seu maior cômodo, a sala do trono, media 52 m por 17 m. Um imenso painel de tijolos esmaltados desse local se encontra hoje no Museu do Estado em Berlim. Acredita-se que os "jardins suspensos", uma das sete maravilhas do mundo antigo, ficavam ao norte do palácio, onde havia espaço de sobra para vanos terracos com arcos, arvores, arbustos e plantas floridas de todo tipo para lembrar Amytis, esposa de Nabucodonosor, das montanhas da Média (atual Irã), sua terra natal.

O ORGULHO DE NABUCODONOSOR
Acredita-se que toram necessários 164 milhões de tijolos só para construir o muro de proteção do lado norte da Babilônia. Em vários dos tijolos de sua grande cidade, Nabucodonosor mandou inscrever as seguintes palavras: "Eu sou Nabucodonosor, rei da Babilônia, que provê para Esagila e Ezida (dois templos), filho mais velho de Nabopolassar, rei da Babilônia". Porém, de acordo com o livro de Daniel, Senhor se cansou da arrogância do rei. Nabucodonosor foi expulso do meio do povo e condenado a pastar como um boi. Seu cabelo cresceu como as penas da água e suas unhas.como as garras de uma ave. A sanidade do rei foi restaurada somente depois de ele reconhecer que o domínio do Senhor era eterno e seu reino de geração em geração. Um tato significativo é a existência de pouquíssimas inscrições dos anos finais do reina-do de Nabucodonosor, sobre os quais não remos praticamente nenhuma informação. A loucura, portanto, poderia ser datada desses últimos anos. Daniel 4:32 específica sua duração como "sete tempos", talvez sete anos mas um período menos especifico também e possível e talvez preferível
Planta urbana da Babilônia
Planta urbana da Babilônia
Uma reconstituição da parte norte da cidade da Babilônia depois de ter sido reconstruida por Nabucodonosor. Pode-se ver claramente a Via Processional que levava à porta de Ishtar, o grande zigurate (Etemenanki); o palácio do norte
Uma reconstituição da parte norte da cidade da Babilônia depois de ter sido reconstruida por Nabucodonosor. Pode-se ver claramente a Via Processional que levava à porta de Ishtar, o grande zigurate (Etemenanki); o palácio do norte
Uma reconstituição da parte norte da cidade da Babilônia depois de ter sido reconstruida por Nabucodonosor.
Uma reconstituição da parte norte da cidade da Babilônia depois de ter sido reconstruida por Nabucodonosor.

A QUEDA DA BABILÔNIA E O DECRETO DE CIRO

562-537 a.C.
DEPOIS DE NABUCODONOSOR
Nabucodonosor faleceu em 562 a.C.e foi sucedido por seu filho, Evil-Merodaque (Amel- Marduque), que libertou Joaquim, o rei cativo de Judá. Evil-Merodaque ocupou o trono por apenas dois anos (562-560 a.C.) antes de ser assassinado por seu antigo general e cunhado Neriglissar (560-556 a.C.). Depois de um reinado de quatro anos, Neriglissar morreu e foi sucedido por seu filho, Labashi-Marduque (556 a.C.). Este foi assassinado pouco tempo depois e Nabonido (556-539 a.C.), que talvez tenha se casado com uma filha de Nabucodonosor, tomou o trono.

NABONIDO NA ARÁBIA
Nabonido nomeou seu filho, Bel-shar-usur (o rei Belsazar de Dn 5:1), regente e partiu para Tema, um oásis na região oeste do deserto árabe. Capturou Tema, exterminou a maioria dos habitantes e estabeleceu sua autoridade nesse local onde permaneceu dez anos, de 553 a 543 a.C.O motivo alegado para sua estadia foi a restauração do templo de Sin, o deus-lua, em Tema. Mas o que o levou, de fato, a passar tanto tempo longe da Babilônia? Talvez estivesse protegendo a rota de incenso que saía do lêmen e passava pelo oeste da Arábia, para evitar que caísse nas mãos do rei egípcio Amásis 1l (570-526 a.C.). Talvez sua devoção a Sin, o deus-lua, o tivesse distanciado dos sacerdotes de Marduque na Babilônia e lhe pareceu melhor não voltar para lá. Ou, ainda, talvez o rei babilônio estivesse enfermo. De acordo com a "Oração de Nabonido", dos "Manuscritos do Mar Morto" em Qumran, Nabonido foi afligido por úlceras malignas durante sete anos na cidade de Tema.

A QUEDA DA BABILÔNIA
Os judeus que creram na palavra protética de Jeremias se deram conta de que os setenta anos de exílio (calculados desde a primeira deportação em 605 .C.) preditos por ele estavam chegando ao fim.
Enquanto Nabonido estava na Arábia, uma nova potência mundial começou a surgir. Os medos e persas, sob o governo de Ciro II, se deslocaram para o norte e flanquearam os babilônios. Em 547 a.C., Ciro derrotou Creso de Lídia, no oeste da Turquia, e tomou sua capital, Sardes. Reconhecendo a ameaça crescente da Pérsia, Nabonido voltou para a Babilônia e, no final do verão de 539 a.C., os persas atacaram. Ciro derrotou os exércitos babilônios em Opis, junto ao rio Tigre. No décimo quarto dia de tisri (10 de outubro), Sipar foi capturada sem reagir e Nabonido fugiu. Na Babilônia, Belsazar não se senti ameaçado, pois os muros inexpugnáveis da cidade podiam resistir-a vários anos de cerco. Num gesto desafiador, Belsazar pediu que lhe trouxessem as taças de ouro e prata do templo do Senhor em Jerusalém e, pouco depois, uma inscrição misteriosa apareceu na parede do palácio real: "MENE, MENE, TEQUEL e PARSIM'". Daniel, então com cerca de oitenta anos de idade e aposentado de suas funções na corte, foi chamado para interpretar a mensagem. As palavras eram relacionadas a três pesos: mina, siclos e meia mina e incluía trocadilhos como PARSIM (singular PERES), uma referência aos persas.
A interpretação de Daniel - "MENE: Contou Deus o teu reino e deu cabo dele. TEQUEL: Pesado foste na balança e achado em falta. PERES: Dividido foi o teu reino e dado aos medos e aos persas" (Dn 5:26-28) - se cumpriu de imediato. "Naquela mesma note, foi morto Belsazar, rei dos caldeus. E Dario, o medo, com cerca de sessenta e dois anos, se apoderou do reino" (D 5:30-31). De acordo com a Crônica de Nabonido, no décimo sexto dia de tisri (12 de outubro), Ugbaru, o governador rebelde de Gútio (Assíria), e os exércitos de Ciro entraram na Babilônia sem travar uma única batalha.

DARIO, O MEDO
O livro de Daniel atribui a captura da Babilônia a "Dario, o medo". Alguns estudiosos O equiparam a Ugbaru, mas a Crônica de Nabonido registra a morte de Ugbaru em 6 de novembro daquele ano. Há quem identifique Dario com outro oficial, chamado Gubaru, que poderia ou não ser Ugbaru. No entanto, não há evidências específicas de que Ugbaru ou Gubaru fosse medo, chamado rei, que seu nome fosse Dario, filho de Xerxes e tivesse 62 anos de idade. Sabe-se, porém, que Ciro, o rei da Pérsia, tinha cerca de 62 anos quando se tornou rei da Babilônia e usava o título "rei dos medos". Assim, Dario, o medo, pode ser apenas outro nome para Ciro da Pérsia, sendo possível, nesse caso, traduzir Daniel 6:28 como: "Daniel, pois, prosperou no reinado de Dario, isto é, no reinado de Ciro, o persa". Apesar de Ciro também não ser filho de Xerxes, mas sim de Cambises, sua mãe, Mandane, era meda.

OS PERSAS TOMAM A BABILÔNIA
De acordo com os historiadores gregos Heródoto e Xenofonte, os persas desviaram o curso do rio Eufrates para Aqarquf, uma depressão próxima da Babilônia, atravessaram o rio com água pela altura das coxas e chegaram à dançando e se divertindo numa festa e Xenofonte afirma que os persas atacaram durante uma festa, quando toda Babilônia costumava beber e se divertir a noite toda". Assim, o banquete de Belsazar foi seu último ato antes de cair nas mãos do exército persa. O fato de Belsazar ser regente de Nabonido explica a oferta feita a Daniel para ser o terceiro no reino.
Ao que parece, Nabonido foi capturado e levado de volta à Babilônia. No terceiro dia de marquesvã (29 de outubro), Ciro entrou na Babilônia.

CIRO PUBLICA SEU DECRETO
Muitos habitantes da Babilônia ficaram satisfeitos com o fim do reinado de Nabonido e podemos acreditar nas palavras de Ciro registradas no "Cilindro de Ciro": "Todos os habitantes da Babilônia, bem como toda a terra da Suméria e Acádia, príncipes e governadores, se curvaram diante dele e beijaram seus pés, exultantes por serem seus súditos. Com o rosto resplandecente e grande alegria, o receberam como senhor, pois, graças ao seu socorro, haviam saído da morte para a vida e sido poupados de danos e calamidades" Ciro tratou bem os babilônios. Na verdade, ele procurou tratar com respeito todos os seus súditos leais, inclusive os judeus. Ciente da profecia de Jeremias, segundo a qual a desolação de Jerusalém duraria setenta anos, Daniel pediu a Deus para intervir? As orações de Daniel foram respondidas prontamente. Em 538 a.C., Ciro fez uma grande proclamação, registrada no final de 2Crônicas, o último livro da Bíblia hebraica: "Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O SENHOR, Deus dos céus, me deu todos os reinos da terra e me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém, que está em Judá; quem entre vós é de todo o seu povo, que suba, e o SENHOR, seu Deus, seja com ele. 2Crônicas 36.23; Esdras 1:2-3a Cumpriu-se, desse modo, a predição feita pelo profeta Isaías aproximadamente 160 anos antes acerca de Ciro, o ungido do Senhor: "Que digo de Ciro: Ele é meu pastor e cumprirá tudo o que me apraz; que digo também de Jerusalém: Será edificada; e do templo: Será fundado." Isaías 44.28

DANIEL NA COVA DOS LEÕES
No terceiro ano de Ciro como rei da Babilônia (537 a.C.), quando o primeiro grupo de exilados regressou a Jerusalém, Daniel estava com pelo menos oitenta anos de idade e não voltou com eles. Talvez tenha se contentado em descansar nas palavras de Deus no final de sua profecia: "Tu, porém, segue o teu caminho até ao fim; pois descansarás e, ao fim dos dias, te levantarás para receber a tua herança" (Dn 12:13). Dario, o medo, se deixou levar por uma trama urdida por seus conselheiros e foi obrigado a condenar Daniel a ser lançado numa cova de leões. Porém, depois de passar a noite na cova, Daniel disse ao rei angustiado: "O meu Deus enviou seu anjo e fechou a boca aos leões". Do ponto de vista dos escritores bíblicos, da mesma forma como havia desencadeado os acontecimentos que permitiriam ao seu povo exilado deixar a Babilônia, Deus livrou seu servo justo, Daniel.
O relevo em pedra mostra o rei da Assíria caçando leões. Proveniente do palácio do rei Assurbanipal (669. 627 a.C). Nínive.
O relevo em pedra mostra o rei da Assíria caçando leões. Proveniente do palácio do rei Assurbanipal (669. 627 a.C). Nínive.
A estela encontrada na Babilônia mostra o rei babilônio Nabonido (556-539 a.C.) em pé, diante dos emblema das divindades Sin, Shamash e Ishtar.
A estela encontrada na Babilônia mostra o rei babilônio Nabonido (556-539 a.C.) em pé, diante dos emblema das divindades Sin, Shamash e Ishtar.
O Cilindro de Ciro, um relato babilônio da ascensão do rei persa Ciro ao trono da Babilônia em 539 a.C, descreve como Ciro foi bem recebido pelos babilônios.
O Cilindro de Ciro, um relato babilônio da ascensão do rei persa Ciro ao trono da Babilônia em 539 a.C, descreve como Ciro foi bem recebido pelos babilônios.
O Império Babilônio depois de Nabucodonosor Depois da morte de Nabucodonosor em 562 a.C., o Império Babilônio entrou em declínio e, por fim, foi capturado pelos persas sob o comando de Ciro em 539 a.C.
O Império Babilônio depois de Nabucodonosor Depois da morte de Nabucodonosor em 562 a.C., o Império Babilônio entrou em declínio e, por fim, foi capturado pelos persas sob o comando de Ciro em 539 a.C.

ESTRADAS E TRANSPORTE NO MUNDO BÍBLICO

UMA QUESTÃO DE RECONSTRUÇÃO
Uma questão legítima que poderá ser levantada é sobre a possibilidade de se chegar a uma ideia relativamente confiável dos sistemas de transportes existentes desde os tempos bíblicos mais antigos. Antes do período romano, praticamente se desconhece a existência de até mesmo um pequeno trecho de um caminho ou estrada pavimentado ligando cidades antigas. E não há atestação de que, antes desse período, tenham existido quaisquer mapas de estradas no Crescente Fértil. No entanto, apesar das questões extremamente variadas e complexas que precisam ser levadas em conta quando se aborda esse assunto de forma abrangente, estudiosos que têm procurado delinear estradas antigas tendem a seguir uma combinação de quatro tipos de indícios: (1) determinismo geográfico; (2) documentação escrita; (3) testemunho arqueológico; (4) marcos miliários romanos. Determinismo geográfico se refere aos fatores fisiográficos e/ou hidrológicos em grande parte imutáveis existentes no antigo mundo bíblico e que determinavam as rotas seguidas por caravanas, migrantes ou exércitos. Esses caminhos permaneceram relativamente inalterados durante longos períodos (exceto onde a geopolítica os impedia ou em casos isolados de circulação ilegal). Parece que, em geral, as regiões de baixada ou planície ofereciam menores obstáculos ao movimento humano e maior oportunidade para o desenvolvimento de redes de transporte ou movimentação de tropas. Em contraste, cânions profundos, cavados por rios que às vezes se transformavam em corredeiras, eram um obstáculo a ser evitado em viagens. Caso fossem inevitáveis, deviam ser atravessados a vau em lugares que oferecessem dificuldade mínima. As barreiras representadas por pântanos infestados de doenças, a esterilidade e o calor escaldante de zonas desérticas e as áreas estéreis de lava endurecida eram obstáculos descomunais, a serem evitados a qualquer custo.
Encostas de montanhas com florestas densas, muitas vezes com desfiladeiros sinuosos, eram regularmente cruzados em canais, por mais estreitos ou perigosos que eles fossem. Por sua vez, os trechos em que as serras podiam ser percorridas por grandes distâncias sem a interrupção de desfiladeiros ou vales tendiam a ser usados em viagens durante todos os períodos. A necessidade de se deslocar de uma fonte de água doce abundante a outra foi, durante todas as eras, um pré-requísito para viagens. De maneira que, muito embora não disponhamos de um mapa antigo do mundo bíblico, ainda assim é possível inferir logicamente e com alto grau de probabilidade a localização das principais estradas, em especial quando o princípio do determinismo geográfico pode ser suplementado por outros tipos de indício.
A documentação escrita ajuda com frequência a delinear uma estrada com maior precisão. Esse tipo de indício pode estar na Bíblia, em fontes extrabíblicas antigas, escritores clássicos, antigos itinerários de viagem, geógrafos medievais ou viajantes pioneiros mais recentes. Algumas fontes escritas buscam fazer um levantamento de uma área de terra ou traçar um itinerário e, para isso, empregam tanto medidas de distância quanto direções; citam a distância entre dois ou mais pontos conhecidos de uma forma que pode ser reconstruída apenas mediante a pressuposição de uma rota específica entre esses pontos. Às vezes, essas fontes podem descrever uma rota em termos do tipo de terreno no meio do caminho (ao longo de uma determinada margem de um rio; perto de um cânion, vau, poco de betume ou oásis; ao lado de um determinado canal, ilha ou montanha etc.) ou um ponto de interesse situado ao longo do caminho e digno de menção. Cidades ao longo de uma rota podem ser descritas como parte de um distrito em particular ou como contíguas a uma determinada província, partilhando pastagens comuns, enviando mensagens por meio de sinais de fogo ou ficando simultaneamente sob o controle de certo rei. Distâncias aproximadas entre cidades, junto com uma rota presumida, podem ser inferidas a partir de textos que falam de um rei ou de um mensageiro que toma sua ração diária no ponto A no primeiro dia, no ponto B no dia seguinte, no ponto C no terceiro dia e assim por diante. Um exército ou caravana pode receber certo número de rações diárias a fim de percorrer um determinado trajeto, ou o texto pode dizer que uma viagem específica levou determinado número de dias para terminar.

No conjunto, fontes textuais não foram escritas com o propósito de ajudar alguém a delinear com absoluta certeza o trajeto de estradas. São fontes que tratam de assuntos extremamente diversos. Os detalhes geográficos oferecidos são muitos, variados e às vezes incorretos. Elas não oferecem o mesmo grau de detalhamento para todas as regiões dentro do mundo bíblico. Mesmo assim, seu valor cumulativo é fundamental, pois, com frequência, dão detalhes precisos que permitem deduzir com bastante plausibilidade o curso de uma estrada ou oferecem nuanças que podem ser usadas com proveito quando combinadas com outros tipos de indícios. Além do determinismo geográfico e da documentação escrita, o testemunho arqueológico pode ajudar a determinar o curso de antigas estradas. Identificar uma cidade antiga mediante a descoberta de seu nome em dados arqueológicos escavados no lugar ajuda a esclarecer textos que mencionam o local e proporciona um ponto geográfico fixo. Porque Laís/Da (T. el-Qadi) foi identificada positivamente a partir de uma inscrição encontrada em escavações no local, uma especificidade maior foi automaticamente dada a viagens como as empreendidas por Abraão (Gn
14) ou Ben-Hadade (1Rs 15:2Cr 16). Mesmo nas vezes em que o nome de uma cidade antiga permanece desconhecido, é útil quando vestígios arqueológicos revelam o tipo de ocupação que pode ter havido no lugar. Por exemplo, um palácio desenterrado permite a inferência de que ali existiu a capital de um reino ou província, ao passo que um local pequeno, mas muito fortificado, pode indicar um posto militar ou uma cidade-fortaleza. Quando se consegue discernir uma sequência de lugares semelhantes, tal como a série de fortalezas egípcias da época do Reino Novo descobertas no sudoeste de Gaza, é possível traçar o provável curso de uma estrada na região. Numa escala maior, a arqueologia pode revelar padrões de ocupação durante períodos específicos. Por exemplo, na 1dade do Bronze Médio, muitos sítios em Canaã parecem ter ficado junto a vias de transporte consolidadas, ao passo que, aparentemente, isso não aconteceu com povoados da Idade do Bronze Inicial. Da mesma forma, um ajuntamento de povoados da Idade do Bronze Médio alinhou-se ao longo das margens do Alto Habur, na Síria, ao passo que não se tem conhecimento de um agrupamento assim nem imediatamente antes nem depois dessa era.
Esse tipo de informação é útil caso seja possível ligar esses padrões de ocupação às causas para ter havido movimentos humanos na área. De forma que, se for possível atribuir a migrações a existência desses sítios da Idade do Bronze Médio, e os locais de migração são conhecidos, os dados arqueológicos permitem pressupor certas rotas que tinham condições de oferecer pastagens para animais domesticados e alimentos para os migrantes, ao mesmo tempo que praticamente eliminam outras rotas. É claro que havia muitos fatores climatológicos e sociológicos que levavam a migrações na Antiguidade, mas o fato é que, enquanto viajavam, pessoas e animais tinham de se alimentar com aquilo que a terra disponibilizava.
Às vezes a arqueologia permite ligar o movimento de pessoas ao comércio. A arqueologia pode recuperar obietos estranhos ao local onde foram encontrados (escaravelhos egípcios, sinetes cilíndricos mesopotâmicos etc.) ou descobrir produtos primários não nativos do Crescente Fértil (estanho, âmbar, cravo, seda, canela etc.). Para deduzir o percurso de estradas, seria então necessário levar em conta o lugar de onde procedem esses objetos ou produtos primários, a época em que foram comercializados e a localização de mercados e pontos intermediários de armazenagem. Onde houve tal comércio, durante um longo período (por exemplo, a rota báltica do âmbar vindo da Europa, a rota da seda proveniente do sudeste asiático ou a rota de especiarias do oeste da Arábia Saudita), é possível determinar rotas de produtos primários razoavelmente estabelecidas. Com frequência essa informação arqueológica pode ser ligeiramente alterada por documentos escritos, como no caso de textos que tratam do itinerário de estanho e indicam claramente os locais de parada nesse itinerário através do Crescente Fértil, durante a Idade do Bronze Médio.
Outra possibilidade é, por meio da arqueologia, ligar a uma invasão militar movimentos humanos para novos lugares. Isso pode ocorrer talvez com a descoberta de uma grande estela comemorativa de vitória ou de uma camada de destruição que pode ser sincronizada com uma antemuralha de tijolos cozidos, construída encostada no lado externo do muro de uma cidade. As exigências da estratégia militar, a manutenção das tropas e a obtenção de suprimentos eram de tal monta que algumas regiões seriam quase invulneráveis a qualquer exército. Em tempos recentes, estudiosos que buscam delinear vias e estradas antigas passaram a se beneficiar da possibilidade de complementar seus achados arqueológicos com fotografias aéreas e imagens de satélite, podendo assim detectar vestígios ou até mesmo pequenos trechos de estradas que não foram totalmente apagados. Um quarto tipo de indício usado na identificacão de estradas antigas são os marcos miliários romanos, embora erigir marcos ao longo das estradas antedate ao período romano (Jr 31:21).153 Até hoie iá foram encontrados entre 450 e 500 marcos miliários romanos no Israel moderno. e quase 1.000 foram descobertos pela Ásia Menor 154 No Israel moderno, existem marcos miliários construídos já em 69 d.C.; no Líbano moderno, conhecem-se exemplares de uma data tão remota como 56 d.C. Por sua vez, marcos miliários da Ásia Menor tendem a ser datados de um período romano posterior, e não parece que a maioria das estradas dali tenha sido pavimentada antes da "dinastia flaviana", que comecou com Vespasiano em 69 d.C. - uma dura realidade que é bom levar em conta quando se consideram as dificuldades de viagem pela Ásia Menor durante a época do apóstolo Paulo.
Em geral, esses marcos miliários assinalam exatamente a localizacão de estradas romanas, que frequentemente seguiam o curso de estradas muito mais antigas. A localização e as inscricões dos marcos miliários podem fornecer provas de que certas cidades eram interligadas na mesma sequência registrada em textos mais antigos. Por exemplo, cerca de 25 marcos miliários localizados junto a 20 diferentes paradas foram descobertos ao longo de um trecho de uma estrada litorânea romana entre Antioquia da Síria e a Ptolemaida do Novo Testamento. Tendo em conta que algumas das mesmos cidades localizadas ao longo daquela estrada foram do acordo com textos assírios, visitadas pelo rei Salmaneser II 20 voltar de sua campanha militar em Istael (841 a.C.)
, os marcos miliários indicam a provável estrada usada pelo monarca assírio. Nesse caso, essa inferência s explicitamente confirmada pela descoberta do monumento a vitória de Salmaneser, esculpido num penhasco junto a co do rio Dos, logo ao sul da cidade libanesa de Biblos. De modo semelhante, esses mesmos marcos miliários permitem determinar as fases iniciais da famosa terceira campanha militar de Senaqueribe (701 a.C.), em que o monarca assírio se gaba de que "trancou Ezequias em ¡erusalém como a um pássaro numa gaiola". Igualmente, esses marcos de pedra permitem delinear o trajeto que Ramsés II, Ticlate-Pileser III, Esar-Hadom, Alexandre, o Grande, Cambises II, Céstio Galo, Vespasiano e o Peregrino de Bordéus percorreram em Canaã.

DIFICULDADES DE VIAGEM NA ANTIGUIDADE
Os norte-americanos, acostumados a um sistema de estradas interestaduais, ou os europeus, que percorrem velozmente suas autoestradas, talvez achem difícil entender a noção de viagem na Bíblia. Hoje, as viagens implicam uma "Jura realidade", com bancos estofados em couro, suspensão de braço duplo, revestimento de nogueira no interior do automóvel e sistemas de som e de controle de temperatura.
Uma vasta gama de facilidades e serviços está prontamente acessível a distâncias razoáveis. A maioria das estradas de longa distância tem asfalto de boa qualidade, boa iluminação, sinalização clara e patrulhamento constante. Centenas de cavalos de forca nos transportam com conforto e velocidade. Quando paramos de noite, podemos, com bastante facilidade, conseguir um quarto privativo com cama, TV a cabo, servico de internet. banheiro privativo com água quente e fria e outras facilidades. Em poucos instantes, podemos encontrar um grande número de restaurantes e lanchonetes, com variados alimentos que iá estarão preparados para nós. Podemos levar conosco música e leitura prediletas, fotografias de parentes, cartões de crédito e mudas de roupa limpa. Podemos nos comunicar quase que instantaneamente com os amigos que ficaram - temos ao nosso dispor fax, SMS, e-mail e telefone. E não prestamos muita atenção ao perigo de doenças transmissíveis ou à falta de acesso a medicamentos.
Como as viagens eram profundamente diferentes na época da Bíblia! Na Antiguidade, às vezes até as principais estradas internacionais não passavam de meros caminhos sinuosos que, depois das chuvas de inverno. ficavam obstruídos pelo barro ou não passavam de um lodacal e. durante os muitos meses de calor abafado e escaldante, ficavam repletos de buracos.
Em certos pontos daquelas estradas, os viajantes precisavam atravessar terreno difícil, quase intransponível. Quem viajava podia ter de enfrentar os riscos de falta de água, clima pouco seguro, animais selvagens ou bandoleiros.
Tais dificuldades e perigos ajudam a explicar por que, na Antiguidade, a maior parte das viagens internacionais acontecia em caravanas Viaiar em grupo oferecia alguma protecão contra intempéries e agentes estrangeiros. Um considerável volume de dados provenientes da Mesopotâmia e da Ásia Menor indica que, em geral, as caravanas eram grandes e quase sempre escoltadas por guardas de segurança armados para essa tarefa. Exigia-se que os caravanistas permanecessem estritamente na rota predeterminada. Não era incomum caravanas incluírem até 100 ou 200 jumentos, alguns carregando produtos preciosíssimos (cp. Gn 37:25; Jz 5:6-7; 1Rs 10:2; J6 6:18-20; Is 21:13-30.6; Lc 2:41-45). 156 Caravanas particulares são atestadas raras vezes na Antiguidade.
Viajantes ricos tinham condições de comprar escravos para servirem de guardas armados (Gn 14:14-15), mas pessoas mais pobres andavam em grupos ou então se incorporavam a um grupo governamental ou comercial, que se dirigia a um destino específico. Os dados também mostram que muitas viagens aconteciam sob a proteção da escuridão: viajar à noite livrava do calor sufocante do sol do meio-dia e diminuía a probabilidade de ser detectado por salteadores e bandoleiros.
Aliás, pode ser que a viagem à noite tenha contribuído diretamente para a ampla difusão do culto à Lua, a forma mais comum de religião em todo o Crescente Fértil.
Outro fator a se considerar sobre viagens por terra durante o período bíblico é a distância limitada que era possível percorrer num dia. Na realidade, as distâncias podiam variar devido a uma série de fatores: diferentes tipos de terreno, número e tipo de pessoas num determinado grupo de viajantes, tipo de equipamento transportado e alternância das estações do ano. Em função disso, o mundo antigo tinha conhecimento de distâncias excepcionais cobertas num único dia. Heródoto fez uma afirmação famosa sobre mensageiros viajando a grande velocidade pela Estrada Real da Pérsia Tibério percorreu a cavalo cerca de 800 quilômetros em 72 horas, para estar junto ao leito de seu irmão Druso, que estava prestes a morrer. 58 E alguns textos antigos contam que, durante o período romano, correios do império chegavam a percorrer, em média, quase 160 quilômetros por dia. Mas essas foram excecões raras no mundo bíblico e devem ser assim reconhecidas.
Os dados são, em geral, uniformes, corroborando que, no mundo bíblico, a iornada de um dia correspondia a uma distância de 27 a 37 quilômetros, com médias ligeiramente mais altas quando se viajava de barco rio abaixo. 16 Médias diárias semelhantes continuaram sendo, mais tarde, a norma em itinerários dos períodos clássico, árabe e medieval, do Egito até a Turquia e mesmo até o Irá. Mesmo cem anos atrás, relatos de alguns itinerários e viagens documentam médias diárias semelhantemente baixas. Vários episódios da Bíblia descrevem o mesmo deslocamento limitado em viagens:


Por outro lado, caso tivessem seguido o trajeto mais longo, acompanhando o rio Eufrates até Imar e, dali, prosseguido pela Grande Estrada Principal adiante de Damasco (a rota normal), teriam conseguido uma média diária mais típica. Distâncias diárias semelhantes também são válidas para o Novo Testamento. 163 Em certa ocasião, Pedro viajou 65 quilômetros de Jope a Cesareia e chegou no segundo dia ao destino (At 10:23-24). A urgência da missão do apóstolo permite inferir que ele pegou um caminho direto e não fez nenhuma parada intermediária (mais tarde, Cornélio disse que seus enviados levaram quatro dias para fazer a viagem de ida e volta entre Jope e Cesareia [At 10:30.) Em outra oportunidade, uma escolta militar levou dois dias de viagem para transportar Paulo às pressas para Cesareia (At 23:23-32), passando por Antipátride, uma distância de cerca de 105 quilômetros, considerando-se as estradas que os soldados mais provavelmente tomaram. Segundo Josefo, era possível viajar em três dias da Galileia a Jerusalém, passando pela Samaria (uma distância de cerca de 110 quilômetros).

A LOCALIZAÇÃO DAS PRINCIPAIS ESTRADAS
A GRANDE ESTRADA PRINCIPAL
Aqui chamamos de Grande Estrada Principal aquela que, no mundo bíblico, era, sem qualquer dúvida, a estrada mais importante. 165 Essa estrada ia do Egito à Babilônia e a regiões além, e, em todas as épocas, interligava de forma vital todas as partes do Crescente Fértil. A estrada começava em Mênfis (Nofe), perto do início do delta do Nilo, e passava pelas cidades egípcias de Ramessés e Sile, antes de chegar a Gaza, um posto fortificado na fronteira de Canaã. Gaza era uma capital provincial egípcia de extrema importância e, com frequência, servia de ponto de partida para campanhas militares egípcias em todo o Levante. Esse trecho sudoeste da estrada, conhecido pelos egípcios como "caminho(s) de Hórus", era de importância fundamental para a segurança do Egito. De Gaza, a estrada se estendia até Afeque/ Antipátride, situada junto às nascentes do rio Jarcom; essa efusão era um sério obstáculo ao deslocamento e forçava a maior parte do tráfego a se desviar continente adentro, isto é, para o leste. Prosseguindo rumo ao norte, a estrada se desviava das ameaçadoras dunas de areia e do pântano sazonal da planície de Sarom até que se deparava inevitavelmente com a barreira que era a serra do monte Carmelo. Gargantas que atravessavam a serra permitiam passar da planície de Sarom para o vale de Jezreel. A mais curta delas, hoje conhecida como estreito de Aruna (n. 'Iron), era a mais utilizada. O lado norte dessa garganta estreita dava para o vale de lezreel e era controlado pela cidade militar de Megido.
Em Megido, a estrada se dividia em pelo menos três ramais. Um levava para Aco, no litoral, e então seguia para o norte, acompanhando o mar até chegar a Antioquia da Síria. Um segundo ramal começava em Megido e se estendia na diagonal, cruzando o vale de Jezreel numa linha criada por uma trilha elevada de origem vulcânica. Passava entre os montes Moré e Tabor e chegava às proximidades dos Cornos de Hattin, onde virava para o leste, percorria o estreito de Arbela, com seus penhascos íngremes, e finalmente irrompia na planície ao longo da margem noroeste do mar da Galileia. Uma terceira opção saía de Megido, virava para o leste, seguia o contorno dos flancos do norte das serras do monte Carmelo e monte Gilboa, antes de chegar a Bete-Sea, uma cidade-guarnição extremamente fortificada. É provável que, durante a estação seca, esse trecho margeasse o vale, mas, nos meses de inverno, seguisse por um caminho mais elevado, para evitar as condições pantanosas. Em Bete-Sea, a Grande Estrada Principal dava uma guinada para o norte e seguia ao longo do vale do Jordão até chegar à extremidade sul do mar da Galileia, onde ladeava o mar pelo lado oeste, até chegar a Genesaré, perto de Cafarnaum. Durante a época do Novo Testamento, muitos viajantes devem ter cruzado o lordão logo ao norte de Bete-Seã e atravessado o vale do Yarmuk e o planalto de Gola, até chegar a Damasco.
De Genesaré, a Grande Estrada Principal subia a margem ocidental do Alto Jordão e chegava perto da preeminente cidade-fortaleza de Hazor, que protegia as áreas mais setentrionais de Canaã. Perto de Hazor, a estrada virava para o nordeste, na direção de Damasco, ficando próxima às saliências da serra do Antilíbano e tentando evitar as superfícies basálticas da alta Golã e do Haurã.
De Damasco, seguia um caminho para o norte que contornava as encostas orientais do Antilibano até chegar à cidade de Hamate, às margens do rio Orontes. Aí começava a seguir um curso mais reto para o norte, passando por Ebla e chegando a Alepo, onde fazia uma curva acentuada para o leste, na direção do Eufrates. Chegando ao rio, em Emar, a estrada então, basicamente, acompanhava o curso da planície inundável do Eufrates até um ponto logo ao norte da cidade de Babilônia, onde o rio podia ser atravessado a vau com mais facilidade.
Avançando daí para o sul, a estrada atravessava a região da Babilônia, passando por Uruque e Ur e, finalmente, chegando à foz do golfo Pérsico.

A ESTRADA REAL
Outra rodovia importante que atravessava as terras bíblicas era conhecida, no Antigo Testamento, como Estrada Real (Nm 20:17-21.
22) e, fora da Bíblia, como estrada de Trajano (via Nova Traiana). Foi o imperador Trajano que transformou essa rota numa estrada de verdade, no segundo século d.C. A estrada começava no golfo de Ácaba, perto de Eziom-Geber, e, em essência, seguia pelo alto do divisor de águas de Edom e Moabe, passado pelas cidades de Petra, Bora, Quir-Haresete, Dibom e Hesbom, antes de chegar a Amã
Saindo de Ama, atravessava os planaltos de Gileade e Basã para chegar até Damasco, onde se juntava à Grande Estrada Principal.

A ANTIGA ESTRADA ASSÍRIA DE CARAVANAS
Usada para o transporte comercial e militar de interesse assírio até a Ásia Menor, a Antiga Estrada Assíria de Caravanas é conhecida desde o início do segundo milênio a.C. A partir de quaisquer das cidades que serviram sucessivamente de capitais da Assíria, o mais provável é que a estrada avançasse para o oeste até chegar às vizinhanças do jebel Sinjar, de onde seguia bem na direção oeste e chegava à base do triângulo do rio Habur. A estrada então acompanhava o curso de um dos braços do Habur até além de T. Halaf, chegando a um lugar próximo da moderna Samsat, onde era possível atravessar mais facilmente o Eufrates a vau. Dali, a estrada seguia por um importante desfiladeiro nos montes Taurus (exatamente a oeste de Malatya), atravessava a planície Elbistan e, por fim, chegava à estratégica cidade hitita de Kanish. Uma extensão da estrada então prosseguia, atravessando o planalto Central da Anatólia e passando por aqueles lugares que, mais tarde, tornaram-se: Derbe, Listra, Icônio e Antioquia da Pisídia. Em sua descida para o litoral egeu, a estrada cruzava lugares que, posteriormente, vieram a ser: Laodiceia, Filadélfia, Sardes e Pérgamo. De Pérgamo, a estrada corria basicamente paralela ao litoral egeu e chegava à cidade de Troia, localizada na entrada da Europa.

VIAGEM POR MAR
As viagens marítimas no Mediterrâneo parecem não ter sofrido muita variação durante o período do Antigo Testamento. Com base em textos de Ugarit e T. el-Amarna, temos conhecimento de que, na 1dade do Bronze Final, existiram navios com capacidade superior a 200 toneladas. E, no início da Idade do Ferro, embarcações fenícias atravessavam o Mediterrâneo de ponta a ponta. Inicialmente, boa parte da atividade náutica deve ter ocorrido perto de terra firme ou entre uma ilha e outra, e, aparentemente, os marinheiros lançavam âncora à noite. A distância diária entre pontos de ancoragem era de cerca de 65 quilômetros (e.g., At 16:11-20,6,14,15). Frequentemente os primeiros navegadores preferiam ancorar em promontórios ou ilhotas próximas do litoral (Tiro, Sidom, Biblos, Arvade, Atlit, Beirute, Ugarit, Cartago etc.); ilhas podiam ser usadas como quebra-mares naturais e a enseada como ancoradouro. O advento do Império Romano trouxe consigo uma imensa expansão nos tipos, tamanhos e quantidade de naus, e desenvolveram-se rotas por todo o mundo mediterrâneo e além. Antes do final do primeiro século da era cristã, a combinação de uma força legionária empregada em lugares remotos, uma frota imperial naval permanente e a necessidade de transportar enormes quantidades de bens a lugares que, às vezes, ficavam em pontos bem distantes dentro do império significava que um grande número de naus, tanto mercantes quanto militares, estava singrando águas distantes. Desse modo, as rotas de longa distância criavam a necessidade de construir um sistema imperial de faróis e de ancoradouros maiores, com enormes instalações de armazenagem.

Rotas de Transporte do mundo bíblico
Rotas de Transporte do mundo bíblico
Rotas Marítimas do mundo Greco-Romano
Rotas Marítimas do mundo Greco-Romano
As estradas da Palestina
As estradas da Palestina

JARDIM DO ÉDEN

Deus criou, para o primeiro casal, um lugar para morar, um lugar em que havia árvores, rios e animais, um lugar que veio a ser conhecido como "Éden" (Gn 2:4b-15). A dramaticidade desse relato arrebatador tem fascinado leitores de todas as idades, tem levado filósofos e teólogos a reflexões sérias e profundas e tem sido a inspiração para a pena de muitos poetas e para o pincel de muitos pintores. Mas, quando tentamos reconstruir o contexto geográfico desse texto bíblico e localizar o Éden, descobrimos que, em vários níveis, muito permanece envolto na obscuridade.

O verbo do qual deriva a palavra "Éden" sempre aparece com sentido ambíguo no Antigo Testamento. Outros substantivos homônimos de Éden chegam a ocorrer no Antigo Testamento, estando relacionados com: (1) o nome de alguém (2Cr 29:12-31.15); (2) coisas deleitosas/preciosas (2Sm 1:24; SI 36.8; Jr 51:34); (3) uma região ou território na Mesopotâmia (2Rs 19:12; Is 37:12; Ez 27:23; Am 1:5). Apesar disso, continua sendo difícil confirmar a exata nuança de determinado substantivo, a menos que seja possível encontrar um cognato fora da Bíblia, em textos do antigo Oriente Próximo, em contextos bem nítidos e esclarecedores.

No caso de "Éden", um cognato (edinu) aparece em acádico/ sumério, designando uma planície ou estepe presumivelmente situada em algum lugar da Mesopotâmia. Em ugarítico e, mais recentemente, em aramaico, uma palavra semelhante ('dn) parece denotar um lugar fértil e bem irrigado. Felizmente a citação em acádico aparece em um texto léxico ao lado de seu equivalente sumério e a atestação em aramaico se encontra num texto bilíngue aramaico e acádico, em que a palavra correspondente no lado em acádico também denota um sentido de abundância ou profusão. Com isso, a interpretação mais comum desses dados é que eles sugerem que o Éden deveria estar situado numa área relativamente fértil da estepe da Mesopotâmia ou perto dela.

A interpretação costumeira é que o relato bíblico está escrito da perspectiva de Canaã. Desse modo, a localização do Éden para o lado do oriente (Gn 2:8) também aponta na direção da Mesopotâmia. Além disso, o Éden é descrito como um "jardim" (Gn 2:15), onde era possível encontrar um rio (2,10) e ribeiros/fontes para regar o solo (2.6). Tendo em mente o escasso suprimento de água em Canaã, é talvez previsível que o escritor bíblico tivesse tomado um termo acádico emprestado para descrever uma situação inexistente em seu próprio ambiente: a abundância de água. A observação inicial, que situa o Éden numa área fértil em algum lugar da planície mesopotâmica, é reforçada por outros dois fatores: (1) sabe-se que dois dos rios mencionados na narrativa - o Tigre e o Eufrates - atravessavam a Mesopotâmia; (2) o nome bíblico associado a cada um desses dois rios corresponde exatamente ao nome encontrado em textos mesopotâmicos.

Tentativas fantasiosas de situar o Éden na Etiópia, Austrália, Índia, Paquistão, Egito, Alemanha, Suécia, Mongólia, Américas, África, ilhas Seicheles, Extremo Oriente, oceano Índico, linha do equador, Polo Norte ou qualquer outro lugar não merecem atenção. Nem são mais plausíveis aqueles esforços de interpretação segundo a qual a narrativa apresenta quatro rios que, na Antiguidade, acreditava-se que circundavam o globo. Tal hipótese pressupõe que a passagem tem natureza lendária e/ou que o escritor bíblico não conhecia seu mundo. Nossa observação inicial também não concorda com uma interpretação alegórica existente na igreja antiga (e.g., Orígenes) de que o Éden era um paraíso da alma. Essa interpretação associa os quatro rios às virtudes da prudência, coragem, justiça e domínio próprio, criando um paraíso de perfeição divina - mas um paraíso que está além das esferas geográfica e histórica.

Contudo, mesmo depois de aceitar um contexto mesopotâmico para o jardim, a identificação dos dois primeiros rios - Pisom e Giom - continua sendo problemática. Com exceção de umas poucas referências incidentais em escritos judaicos posteriores, esses dois rios não são atestados em nenhum outro texto antigo. Seus nomes não têm nenhuma semelhança com quaisquer nomes pelos quais os rios daquela região são conhecidos hoje em dia, e as próprias palavras sugerem que poderiam ser descrição do movimento do rio e não o seu nome (pisom significa "descer em cascata/jorrar'", e giom significa "borbulhar/permear").

Apesar disso, já desde o primeiro século d.C. tem sido costumeiro identificar o Pisom com o rio Ganges e o Giom com o Nilo, embora correspondências alternativas para o Pisom incluam os rios 1ndo e Danúbio e uma alternativa para o Giom seria a fonte de Giom, em Jerusalém. Jerônimo deve receber o crédito de ter introduzido na tradição cristã a identificação dos quatro rios como o Tigre, o Eufrates, o Ganges e o Nilo. Também são inúteis as tentativas de identificar o Pisom e o Giom com base em suas supostas relações com os descendentes de Havilá e Cuxe (Gn 2:11-13). No caso de Havila, o Antigo Testamento menciona pelo menos dois clãs com esse nome (Gn 10:7-29), não sendo possível demonstrar que qualquer um deles estivesse localizado na Mesopotâmia. De modo análogo, na Bíblia, Cuxe normalmente designa uma área do Sudão, embora em pelo menos um texto (Gn 10:8) o termo possa estar se referindo aos cassitas, uma dinastia de um povo que ocupou uma área da Babilônia durante boa parte do segundo milênio a.C.

A menção a ouro e bdélio em Havilá (Gn 2:12) também não ajuda numa busca geográfica. Na Antiguidade, o ouro era encontrado em lugares longínquos como Índia e Egito, mas também era bem comum em boa parte da Mesopotâmia e não estava limitado a qualquer região específica. Quanto ao bdélio, até mesmo a tradução da palavra continua sendo duvidosa: pode se referir a uma pedra preciosa, como rubi ou cristal de rocha, ou a uma substância medicinal aromática, como algum tipo de goma resinosa.

O mapa mostra uma área setentrional (urartiana) e uma meridional (suméria), nas quais é possível que o jardim estivesse localizado. Pode-se apresentar um argumento bem convincente em favor de cada um desses pontos de vista. O ponto de vista urartiano busca apoio em Gênesis 2:10, que afirma que um rio saía para regar o jardim e então se dividia em quatro braços. Os proponentes desse ponto de vista sustentam que esse texto exige situar o Éden num lugar de onde rios irradiam. Uma parte das nascentes do Tigre, de um lado, e uma das principais fontes do alto Eufrates (Murad Su), de outro, surgem no planalto urartiano, a oeste do lago Van, próximo da moderna cidade de Batman, na Turquia, estando separadas uma da outra por pouco mais de 800 metros.

Aproximadamente na mesma região ficam as nascentes dos rios Araxes e Choruk. Com frequência, defensores de uma hipótese setentrional identificam esses rios com o Pisom e o Giom.

Proponentes do ponto de vista sumério buscam apoio em Gênesis 2:12b (NVI), que associa o rio Pisom ao lugar da "pedra de ônix. Na Bíblia, a palavra "Onix" é regularmente explicitada mediante a anteposição da palavra "pedra" (Ex 25:7-28.9; 35.9,27; 39.6; 1Cr 29:2, NVI), o que, no caso dos demais minerais, é raro no Antigo Testamento. No mundo mesopotâmico, o único mineral que vinha acompanhado da palavra "pedra" é conhecido hoie em dia como lápis-lazúli, uma pedra azul-escura de valor elevado que, em toda a Mesopotâmia e em outras regiões, era geralmente usada em ornamentos régios ou oficiais (observe-se a inclusão do ônix como parte da ornamentação das vestes do sumo sacerdote [Êx 28.20; 39.13]).

Caso a palavra traduzida por "ônix" de fato se referisse ao lápis-lazúli, o ponto de vista sumério ganharia grande reforço, visto que, na Antiguidade, só existia uma fonte conhecida desse mineral - o Afeganistão. O lápis-lazúli era levado para a Mesopotâmia por vias de transporte que começavam no sul, mas aparentemente não pelas que partiam do norte. Textos acádicos mencionam o "rio de lápis-lazúli, que é identificado com o rio Kerkha ou o rio Karun, ou um trecho do baixo Tigre, logo acima de sua confluência com o Eufrates. No entanto, a expressão nunca é empregada para um rio do centro ou do norte da Mesopotâmia. Por esse motivo, alguns estudiosos propõem uma localizacão suméria para o rio Pisom e, nesse cenário, o candidato mais provável ao Giom é ou o rio Karun, ou o rio Kerkha, ou o uádi al-Batin (que, conforme se sabe, foi um rio verdadeiro que atravessava o deserto da Arábia e desaguava no curso de água Shatt el-Arab, logo ao norte do golfo Pérsico). No século 16. João Calvino introduziu, na teologia cristã, uma modificação do ponto de vista sumério, embora em grande parte sua exegese tenha sido emprestada de Agostinho Steuco, estudioso do Antigo Testamento que, à época, também era o bibliotecário do papa.7 Steuco afirmava que "quatro fontes/bracos" (Gn 2:10b) era uma referência tanto ao lugar onde os rios surgiam quanto ao lugar onde desembocavam no mar. Com essa ideia, Calvino sustentou que eles eram, de fato, quatro bracos distintos de um único rio dentro de Éden, com os dois cursos d'água de cima descendo de suas fontes até dentro do jardim e os dois de baixo fluindo do jardim e descendo até o golfo Pérsico. Calvino descreveu o que equivale a um alto Eufrates e um baixo Eufrates, e um alto Tigre e um baixo Tigre, havendo, no meio do mapa, um ponto de confluência onde suas águas se misturavam durante uma curta distância. De acordo com o reformador nesse ponto havia uma ilha onde o Eden estava localizado. Apesar da análise geográfica imprecisa de Calvino e até mesmo de sua exegese forçada, por mais de 200 anos sua localização do Éden teve destaque na história de comentários e de Bíblias protestantes.

Uma advertência extra é necessária. Ao descrever acontecimentos mais antigos da Bíblia, alguns atlas bíblicos20 e outras fontes cartográficas? fazem referência a uma "antiga costa litorânea" que se estendia por cerca de 200 quilômetros para o norte do golfo Pérsico e chegava até Ur, desse modo inundando (e na prática eliminando) a denominada localização suméria do Éden. Com base em investigações científicas publicadas por volta de 1900, mas com ideias talvez já existentes no primeiro século d.C., essa teoria se baseia na hipótese geológica de que o delta avançou pouco a pouco (e sempre nesse sentido) da região de Ur (e Samarra junto ao Tigre) até a atual costa litorânea. o que aconteceu, ao longo do tempo, exclusivamente como resultado da sedimentação depositada pelos rios Tigre e Eufrates. Com essa pressuposição, a teoria fez ainda outras pressuposições uniformitaristas quanto à datação e à distância e afirmou que esta "antiga costa litorânea" devia ser datada de aproximadamente 5000-4000 a.C. Pesquisas mais recentes, tanto geológicas quanto paleoclimatológicas, demonstraram, de forma definitiva, que essas suposições anteriores eram bem prematuras e não são mais defensáveis. Hoje sabemos que, por volta de 5000 a 4000 a.C., os níveis do mar eram mais baixos do que os níveis atuais, em geral em cerca de três metros. Atualmente submersas a pouca distância do litoral, ruínas de habitações daquele período são conhecidas no lado norte do golfo Pérsico, o que indica que, naquela época, a antiga costa litorânea do golfo Pérsico se estendia mais para o sul, e não mais para o norte. Na realidade, a sedimentação provocada pelos rios Tigre e Eufrates, embora seja bem ampla e acentuada a partir das vizinhanças de Samarra (Tigre) e Ramadi (Eufrates) até quase o ponto onde os rios se unem para formar o canal Shatt el-Arab, é praticamente inexistente dali para o sul, nos 160 quilômetros seguintes até chegar à atual costa litorânea do golfo Pérsico. Em função disso, não se pode desconsiderar o ponto de vista sul/sumério sobre o Éden apenas com base nesse tipo de análise geográfica ultrapassada.

O Jardim do Éden
O Jardim do Éden

Apêndices

Os apêndices bíblicos são seções adicionais presentes em algumas edições da Bíblia que fornecem informações complementares sobre o texto bíblico. Esses apêndices podem incluir uma variedade de recursos, como tabelas cronológicas, listas de personagens, informações históricas e culturais, explicações de termos e conceitos, entre outros. Eles são projetados para ajudar os leitores a entender melhor o contexto e o significado das narrativas bíblicas, tornando-as mais acessíveis e compreensíveis.

Potências mundiais preditas por Daniel

A imagem, ou estátua, de Daniel capítulo 2
O leão com asas representando Babilônia

Babilônia

Daniel 2:32-36-38; 7:4

607 a.C. Rei Nabucodonosor destrói Jerusalém

O urso representando a Medo-Pérsia

Medo-Pérsia

Daniel 2:32-39; 7:5

539 a.C. Conquista Babilônia

537 a.C. Ciro decreta a volta dos judeus para Jerusalém

O leopardo com asas representando a Grécia

Grécia

Daniel 2:32-39; 7:6

331 a.C. Alexandre, o Grande, conquista a Pérsia

A fera de dez chifres representando Roma e a potência anglo-americana

Roma

Daniel 2:33-40; 7:7

63 a.C. Início do domínio sobre Israel

70 d.C. Destrói Jerusalém

Grã-Bretanha e Estados Unidos

Daniel 2:33-41-43

1914-1918 d.C. Durante a Primeira Guerra Mundial, passa a existir a Potência Mundial Anglo-Americana


Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita


Saulo Cesar Ribeiro da Silva

1pe 5:13
Evangelho por Emmanuel, O – Comentários ao Evangelho Segundo Marcos

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 0
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel
Saulo Cesar Ribeiro da Silva

Grandes e pequenas contribuições se somaram neste que é o resultado de muitas mãos e corações. Por isso queremos deixar grafados aqui nossos agradecimentos.

Em primeiro lugar, queremos registrar nossa gratidão à Federação. Espírita Brasileira, particularmente à Diretoria da Instituição pelo apoio e incentivo com que nos acolheram; às pessoas responsáveis pela biblioteca e arquivos, que literalmente abriram todas as portas para que tivéssemos acesso aos originais de livros, revistas e materiais de pesquisa e à equipe de editoração pelo carinho, zelo e competência demonstrados durante o projeto.

Aos nossos companheiros e companheiras da Federação Espírita do Distrito Federal, que nos ofereceram o ambiente propício ao desenvolvimento do estudo e reflexão sobre o Novo Testamento à luz da Doutrina Espírita. Muito do que consta nas introduções aos livros e identificação dos comentários tiveram origem nas reuniões de estudo ali realizadas.

Aos nossos familiares, que souberam compreender-nos as ausências constantes, em especial ao João Vitor, 9 anos, e Ana Clara, 11 anos, que por mais de uma vez tiveram que acompanhar intermináveis reuniões de pesquisa, compilação e conferência de textos. Muito do nosso esforço teve origem no desejo sincero de que os ensinos aqui compilados representem uma oportunidade para que nos mantenhamos cada vez mais unidos em torno do Evangelho.

A Francisco Cândido Xavier, pela vida de abnegação e doação que serviu de estrada luminosa por meio da qual foram vertidas do alto milhares de páginas de esclarecimento e conforto que permanecerão como luzes eternas a apontar-nos o caminho da redenção.

A Emmanuel, cujas palavras e ensinos representam o contributo de uma alma profundamente comprometida com a essência do Evangelho.

A Jesus que, na qualidade de Mestre e Irmão maior, soube ajustar-se a nós, trazendo-nos o seu sublime exemplo de vida e fazendo reverberar em nosso íntimo a sinfonia imortal do amor. Que a semente plantada por esse excelso Semeador cresça e se converta na árvore frondosa da fraternidade, sob cujos galhos possa toda a humanidade se reunir um dia.

A Deus, Inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas e Pai misericordioso e bom de todos nós.




Fac-símile do comentário mais antigo a integrar a coleção, referente a Jo 10:30, publicado em novembro de 1940 na revista Reformador. 





N. E.: Essa mensagem no 4° volume da coleção O Evangelho por Emmanuel, mas, considerando seu conteúdo e significação, optamos por incluí-la também no início de cada volume.



Referências em Outras Obras


CARLOS TORRES PASTORINO

1pe 5:13
Sabedoria do Evangelho - Volume 4

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 11
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 16:13-20


13. Indo Jesus para as bandas de Cesareia de Filipe, perguntou a seus discípulos: "Quem dizem os homens ser o filho do homem"? 14. Responderam: "Uns dizem João Batista; outros, Elias; outros, Jeremias, ou um dos profetas".


15. Disse-lhes: "Mas vós, quem dizeis que eu sou"?


16. Respondendo, Simão Pedro disse: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus o vivo",


17. E respondendo, disse-lhe Jesus: "Feliz és tu, Simão Bar-Jonas, porque carne e sangue não to revelaram, mas meu Pai que está nos céus.


18. Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre essa pedra construir-me-ei a "ekklêsía"; e as portas do" hades" não prevalecerão contra ela.


19. Dar-te-ei as chaves do reino dos céus, e o que ligares na Terra será ligado nos céus, e o que desligares na Terra será desligado nos céus".


20. Então ordenou a seus discípulos que a ninguém dissessem que ele era o Cristo.


MC 8:27-30


27. E partiu Jesus com seus discípulos para as aldeias de Cesareia de Filipe; e no caminho interrogou seus discípulos, dizendo; "Quem dizem os homens que sou eu"?


28. Responderam eles: "Uns dizem João Batista; outros, Elias; e outros, um dos profetas".


29. E ele lhes disse: "Mas vós, quem dizeis que sou"? Respondendo, Pedro disselhe: "Tu és o Cristo".


LC 9:18-21


18. E aconteceu, ao estar ele sozinho orando, vieram a ele os discípulos; e ele perguntoulhes, dizendo: "Quem dizem as multidões que eu sou"?


19. Responderam eles: "Uns João o Batista; outros que um profeta dos antigos reencarnou".


20. E disse-lhes: "E vós, quem dizeis que sou"? Respondendo, pois, Pedro disse: "O Cristo de Deus".


21. Porém advertindo-os energicamente, ordenou que a ninguém dissessem isso.


Da margem oriental, onde se encontrava a comitiva, Jesus parte com seus discípulos para o norte para as bandas" (Mat. ) ou "para as aldeias" (Mr.) de Cesareia de Filipe.


Essa cidade fica na encosta do Hermon, a 4 ou 5 km de Dan, portanto no limite extremo norte da Palestina.


No 3. º séc. A. C., os gregos aí consagraram a Pâ e às Ninfas uma gruta belíssima, em que nasce uma das fontes do Jordão. Daí o nome de Paneas (ainda hoje o local é denominado Banias pelos árabes) dado à aldeia. No alto do penhasco, Herodes o grande construiu um templo de mármore de alvinitente esplendor em honra de Augusto; e o tetrarca Filipe, no ano 3 ou 2 A. C. aí levantou uma cidade a que denominou Cesareia, para homenagear o mesmo imperador. Logo, porém, a cidade passou a ser conhecida como "Cesareia de Filipe", para distingui-la da outra Cesareia da Palestina, porto de mar criado por Herodes o grande no litoral, na antiga Torre de Straton.


A viagem até lá durava dois dias, beirando-se o lago Merom (ou Houléh); ao chegar aos arredores de Cesareia de Filipe, encontraram o ambiente de extrema beleza e frescor incalculável, que perdura ainda hoje. Verde por toda a parte, a dominar o vale em redor, com o silêncio das solidões a favorecer a medita ção, diante de uma paisagem deslumbrante e serena; ao longe avistavam-se as águas que partiam da gruta a misturar-se, ao sul, com o Nahr el-Hasbani e com o Nahr el-Leddan, para dar origem ao Jordão. Nesse sitio isolado, entre pagãos, não haveria interferências de fariseus, de saduceus, nem de autoridades sinedritas ou herodianas.


Mateus, cujo texto é mais minucioso, relata que Jesus fez a pergunta em viagem, "indo" para lá; Marcos, mais explicitamente declara que a indagação foi feita "a caminho". Lucas, porém, dá outra versão: mostra-nos Jesus a "orar sozinho", naturalmente enlevado com a beleza do sítio. Depois da prece, faz que os discípulos se cheguem a Ele, e então aproveita para sindicar a opinião do povo (a voz geral das massas) e o que pensam Seus próprios discípulos a Seu respeito.


As respostas apresentam-se semelhantes, nos três sinópticos, repetindo-se mais ou menos o que foi dito quando se falou da opinião de Herodes (MT 14:2, MC 6:14-16; LC 9:8-9; ver vol. 3. °). Em resumo:

a) - João, o Batista, crença defendida sobretudo pelo remorso de Herodes, e que devia ter conquistado alguns seguidores;


b) - Elias, baseada a convicção nas palavras bastante claras de Malaquias 3:23-3, que não deixam dúvida a respeito da volta de Elias, a fim de restaurar Israel para a chegada do Messias;


c) - Jeremias, opinião que tinha por base uma alusão do 2. º livro dos Macabeus 2:1-3, onde se afirma que a Arca, o Tabernáculo e o Altar dos Perfumes haviam sido escondidos pessoalmente por Jeremias numa gruta do Monte Nebo, por ocasião do exílio do povo israelita, e por ele mesmo havia sido vedada e selada a entrada na pedra; daí suporem que Jeremias voltaria (reencarnaria) para indicar o local, que só ele conhecia, a fim de reaver os objetos sagrados. E isso encontrava confirma ção numa passagem do 4. º livro de Esdras (Esdras 2:18), onde o profeta escreve textualmente: "Não temas, mãe dos filhos, porque eu te escolhi, - diz o Senhor - e te enviarei como auxílio os meus servos Isaías e Jeremias";


d) - um profeta (Lucas: "um profeta dos antigos que reencarnou), em sentido lato. Como grego, mais familiarizado ainda que os israelitas com a doutrina reencarnacionista, explica Lucas com o verbo anestê o modo como teria surgido (re-surgido, anestê) o profeta.


No entanto, é estranhável que não tenham sido citadas as suspeitas tão sintomáticas, já surgidas a respeito do messianato de Jesus (cfr. MT 12:23), chegando-se mesmo a querer coroá-lo rei (JO 6:14).


Não deixa de admirar o silêncio quanto a essas opiniões, conhecidas pelos próprios discípulos que nolas narram, ainda mais porque, veremos na continuação, eles condividiam esta última convicção, entusiasticamente emitida por Pedro logo após.


O Mestre dirige-se então a eles, para saber-lhes a opinião pessoal: já tinham tido tempo suficiente para formar-se uma convicção íntima. Pedro, temperamental como sempre e ardoroso incontido, responde taxativo:

—"Tu és o Cristo" (Marcos) - "Tu és o Cristo de Deus" (Lucas)


—"Tu és o Cristo, o filho de Deus o vivo" (Mateus).


Cristo, particípio grego que se traduz como o "Ungido", corresponde a "Messias", o escolhido para a missão de levar ao povo israelita a palavra física de YHWH.


Em Marcos e Lucas, acena para aí, vindo logo a recomendação para fiada disso ser divulgado entre o povo.


Em Mateus, porém, prossegue a cena com três versículos que suscitaram acres e largas controvérsias desde épocas remotíssimas, chegando alguns comentaristas até a supor tratar-se de interpolação. Em vista da importância do assunto, daremos especial atenção a eles, apresentando, resumidas, as opiniões dos dois campos que se digladiam.


Os católicos-romanos aceitam esses três versículos como autênticos, vendo neles:

a) - a instituição de uma "igreja", organização com poderes discricionários espirituais, que resolve na Terra com a garantia de ser cegamente obedecida por Deus no "céu";


b) - a instituição do papado, representação máxima e chefia indiscutível e infalível de todos os cristãos, passando esse poder monárquico, por direito hereditário-espiritual, aos bispos de Roma, sucessores legítimos de Pedro, que recebeu pessoalmente de Jesus a investidura real, fato atestado exatamente com esses três versículos.


Essa opinião foi combatida com veemência desde suas tentativas iniciais de implantação, nos primeiros séculos, só se concretizando a partir dos séculos IV e V por força da espada dos imperadores romanos e dos decretos (de que um dos primeiros foi o de Graciano e Valentiniano, que em 369 estabeleceu Dâmaso, bispo de Roma, como juiz soberano de todos os bispos, mas cujo decreto só foi posto em prática, por solicitação do mesmo Dâmaso, em 378). O diácono Ursino foi eleito bispo de Roma na Basílica de São Júlio, ao mesmo tempo em que Dâmaso era eleito para o mesmo cargo na Basílica de São Lourenço. Os partidários deste, com o apoio de Vivêncio, prefeito de Roma, atacaram os sacerdotes que haviam eleito Ursino e que estavam ainda na Basílica e aí mesmo mataram 160 deles; a seguir, tendo-se Ursino refugiado em outras igrejas, foi perseguido violentamente, durando a luta até a vitória total do "bando contrário". Ursino, a seguir, foi exilado pelo imperador, e Dâmaso dominou sozinho o campo conquistado com as armas. Mas toda a cristandade apresentou reações a essa pretens ão romana, bastando citar, como exemplo, uma frase de Jerônimo: "Examinando-se do ponto de vista da autoridade, o universo é maior que Roma (orbis maior est Urbe), e todos os bispos, sejam de Roma ou de Engúbio, de Constantinopla ou de Régio, de Alexandria ou de Tânis, têm a mesma dignidade e o mesmo sacerdócio" (Epistula 146, 1).


Alguns críticos (entre eles Grill e Resch na Alemanha e Monnier e Nicolardot na França, além de outros reformados) julgam que esses três versículos tenham sido interpolados, em virtude do interesse da comunidade de Roma de provar a supremacia de Pedro e portanto do bispado dessa cidade sobre todo o orbe, mas sobretudo para provar que era Pedro, e não Paulo, o chefe da igreja cristã.


Essa questão surgiu quando Marcion, logo nos primeiros anos do 2. º século, revolucionou os meios cristãos romanos com sua teoria de que Paulo foi o único verdadeiro apóstolo de Jesus, e portanto o chefe inconteste da Igreja.


Baseava-se ele nos seguintes textos do próprio Paulo: "Não recebi (o Evangelho) nem o aprendi de homem algum, mas sim mediante a revelação de Jesus Cristo" (GL 1:12); e mais: "Deus... que me separou desde o ventre materno, chamando-me por sua graça para revelar seu Filho em mim, para preg á-lo entre os gentios, imediatamente não consultei carne nem sangue, nem fui a Jerusalém aos que eram apóstolos antes de mim" (GL 15:15-17). E ainda em GL 2:11-13 diz que "resistiu na cara de Pedro, porque era condenado". E na 2. ª Cor. 11:28 afirma: "sobre mim pesa o cuidado de todas as igrejas", após ter dito, com certa ironia, não ser "em nada inferior aos maiores entre os apóstolos" (2. ª Cor. 11:5) acrescentando que "esses homens são falsos apóstolos, trabalhadores dolosos, transformandose em apóstolos de Cristo; não é de admirar, pois o próprio satanás se transforma em anjo de luz"
(2. ª Cor. 11:13-14). Este último trecho, embora se refira a outras criaturas, era aplicado por Marcion (o mesmo do "corpo fluídico" ou "fantasmático") aos verdadeiros apóstolos. Em tudo isso baseava-se Marcion, e mais na tradição de que Paulo fora bispo de Roma, juntamente com Pedro. Realmente as listas fornecidas pelos primeiros escritores, dos bispos de Roma, dizem:

a) - Irineu (bispo entre 180-190): "Quando firmaram e estabeleceram a igreja de Roma, os bemaventurados apóstolos Pedro e Paulo confiaram a administração dela a Lino, de quem Paulo fala na epístola a Timóteo. Sucedeu-lhe depois Anacleto e depois deste Clemente obteve o episcopado, em terceiro lugar depois dos apóstolos, etc. " (Epíst. ad Victorem, 3, 3, 3; cfr. Eusébio, His. Eccles., 5,24,14).


b) - Epifânio (315-403) escreve: "Porque os apóstolos Pedro e Paulo foram, os dois juntos, os primeiros bispos de Roma" (Panarion, 27, 6).


Ora, dizem esses críticos, a frase do vers. 17 "não foi a carne nem o sangue que to revelaram, mas meu Pai que está nos céus", responde, até com as mesmas palavras, a Gálatas 1:12 e Gálatas 1:16.


Para organizar nosso estudo, analisemos frase por frase.


VERS. 18 a - "Também te digo que tu és Pedro e sobre essa pedra construir-me-ei a "ekklêsia") (oi kodomêsô moi tên ekklêsían).


O jogo de palavras corre melhor no aramaico, em que o vocábulo kêphâ (masculino) não varia. Mas no grego (e latim) o masculino Petros (Petrus, Pedro) é uma criação ad hoc, um neologismo, pois esse nome jamais aparece em nenhum documento anterior. Mas como a um homem não caberia o feminin "pedra", foi criado o neologismo. Além de João (João 1:42), Paulo prefere o aramaico Kêphá (latim Cephas) em 1CO 1:12; 1CO 3:22; 1CO 9:5; 1CO 15:5 e GL 2:14.


Quanto ao vocábulo ekklêsía, que foi transliterado em latim ecclésia (passando para o portuguê "igreja"), temos que apurar o sentido: A - etimológico; B - histórico; C - usual; D - seu emprego no Antigo Testamento; e E - no Novo Testamento.


A- Etimologicamente ekklêsía é o verbo Kaléô, "chamar, convocar", com o preverbo ek, designativo de ponto de partida. Tem pois o sentido de "convocação, chamada geral".


B- Historicamente, o termo era usado em Atenas desde o 6. º século A. C. ; ao lado da Boulê ("concílio", em Roma: Senado; em Jerusalém: Sinédrio), ao lado da Boulê que redigia as leis, por ser constituída de homens cultos e aptos a esse mister, havia a ekklêsía (em Roma: Comitium; em Jerusal ém: Synagogê), reunião ou assembleia geral do povo livre, que ratificava ou não as decisões da autoridade. No 5. º séc. A. C., sob Clístenes, a ekklésía chegou a ser soberana; durante todo o apogeu de Atenas, as reuniões eram realizadas no Pnyx, mas aos poucos foi se fixando no Teatro, como local especial. Ao tornar-se "cidade livre" sob a proteção romana, Atenas viu a ekklêsía perder toda autoridade.


C- Na época do início do cristianismo, ekklêsía corresponde a sinagoga: "assembleia regular de pessoas com pensamento homogêneo"; e tanto designava o grupo dos que se reuniam, como o local das reuniões. Em contraposição a ekklésía e synagogê, o grego possuía syllogos, que era um ajuntamento acidental de pessoas de ideias heterogêneas, um agrupamento qualquer. Como sinônimo das duas, havia synáxis, comunidade religiosa, mas que, para os cristãos, só foi atribuída mais tarde (cfr. Orígenes, Patrol. Graeca, vol. 2 col. 2013; Greg. Naz., Patrol Graeca vol. 1 col. 876; e João Crisóst., Patrol. Graeca, vol. 7 col. 22). Como "sinagoga" era termo típico do judaísmo, foi preferido" ecclésia" para caracterizar a reunião dos cristãos.


D- No Antigo Testamento (LXX), a palavra é usada com o sentido de reunião, assembleia, comunidade, congregação, grupo, seja dos israelitas fiéis, seja dos maus, e até dos espíritos dos justos no mundo espiritual (NM 19, 20; 20:4; DT 23:1, DT 23:2, DT 23:3, DT 23:8; Juizes 20:2; 1. º Sam. 17:47; 1RS 8:14, 1RS 8:22; 1CR. 29:1, 20; 2CR. 1:5; 7:8; Neem. 8:17; 13:1; Judit 7:18; 8:21; Salmos 22:22, Salmos 22:25; 26:5; 35:18; 40:10; 89:7; 107:32; 149:1; PV 5:14; Eccli, 3:1; 15:5; 21:20; 24:2; 25:34; 31:11; 33:19; 38:37; 39:14; 44:15; Lam. 1:10; Joel 2:16; 1. º Mac. 2:50;3:13; 4:59; 5:16 e 14:19).


E- No Novo Testamento podemos encontrar a palavra com vários sentidos:

1) uma aglomeração heterogênea do povo: AT 7:38; AT 19:32, AT 19:39, AT 19:41 e HB 12:23.


2) uma assembleia ou comunidade local, de fiéis com ideias homogêneas, uma reunião organizada em sociedade, em que distinguimos:


a) - a comunidade em si, independente de local de reunião: MT 18:17 (2 vezes); AT 11:22; AT 12:5; AT 14:22; AT 15:41 e AT 16:5; l. ª Cor. 4:17; 6:4; 7:17; 11:16, 18,22; 14:4,5,12,19,23,28, 33,34,35; 2. a Cor. 8:18, 19,23,24; 11:8,28; 12:13; Filp. 4:15; 2. a Tess. 1:4; l. ª Tim. 3:5, 15; 5:6; Tiago 5:15; 3. a JO 6; AP 2:23 e AP 22:16.


b) - a comunidade estabelecida num local determinado, uma sociedade local: Antióquia, AT 11:26; AT 13:1; AT 14:27; AT 15:3; Asiáticas, l. ª Cor. 16:19; AP 1:4, AP 1:11, AP 1:20 (2 vezes); 2:7, 11, 17, 29; 3:6, 13, 22; Babilônia, 1PE 5:13; Cencréia, RM 16. 1; Corinto, 1CO 1:2; 2CO 1:1; Êfeso, AT 20:17; AP 2:1; Esmirna, Apoç. 2:8; Filadélfia, AP 3:7; Galácia, 1CO 16. 1; GL 1:2; dos Gentios, RM 16:4; Jerusalém, AT 5:11; AT 8:1, AT 8:3; 12:1; 15:4,22:18:22; Judeia, AT 9:31; 1TS 2:14; GL 1:22; Laodicéia, CL 4:16; AP 3:14; Macedônia, 2CO 8:1; Pérgamo, AP 2:12; Roma, RM 16:16; Sardes, AP 3:1; Tessalônica, 1TS 1:1; 2TS 1:1; Tiatira, AP 2:18.


c) - a comunidade particular ou "centro" que se reúne em casa de família: RM 16:5, RM 16:23; 1CO 16:19; CL 4:15; Film. 2; 3 JO 9, 10.


3) A congregação ou assembleia de todos os que aceitam o Cristo como Enviado do Pai: MT 16:18; AT 20:28; 1CO 10:32; 1CO 12:28; 1CO 15:9; GL 1:13; EF 1:22; EF 3:10, EF 3:21:5:23,24,25,27,29,32; Filp. 3:6; CL 1:18, CL 1:24; HB 2:12 (citação do Salmo 22:22).


Anotemos, ainda, que em Tiago 2:2, a comunidade cristã é classificada de "sinagoga".


Concluímos desse estudo minucioso, que a palavra "igreja" não pode ser, hoje, a tradução do vocábulo ekklêsía; com efeito, esse termo exprime na atualidade.


1) a igreja católica-romana, com sua tríplice divisão bem nítida de a) militante (na Terra) ; b) sofredora (no "Purgatório") e c) triunfante (no "céu");


2) os templos em que se reúnem os fiéis católicos, com suas "imagens" e seu estilo arquitetônico especial.


Ora, na época de Jesus e dos primeiros cristãos, ekklêsía não possuía nenhum desses dois sentidos. O segundo, porque os cristãos ainda não haviam herdado os templos romanos pagãos, nem dispunham de meios financeiros para construí-los. E o primeiro porque só se conheciam, nessa época, as palestras de Jesus nas sinagogas judaicas, nos campos, nas montanhas, a beira-mar, ou então as reuniões informais nas casas de Pedro em Cafarnaum, de Simão o leproso em Betânia, de Levi, de Zaqueu em Jerusalém, e de outros afortunados que lhe deram hospedagem por amizade e admiração.


Após a crucificação de Jesus, Seus discípulos se reuniam nas casas particulares deles e de outros amigos, organizando em cada uma centros ou grupos de oração e de estudo, comunidades, pequenas algumas outras maiores, mas tudo sem pompa, sem rituais: sentados todos em torno da mesa das refeições, ali faziam em comum a ceia amorosa (agápê) com pão, vinho, frutas e mel, "em memória do Cristo e em ação de graças (eucaristia)" enquanto conversavam e trocavam ideias, recebendo os espíritos (profetizando), cada qual trazendo as recordações dos fatos presenciados, dos discursos ouvidos, dos ensinamentos decorados com amor, dos sublimes exemplos legados à posteridade.


Essas comunidades eram visitadas pelos "apóstolos" itinerantes, verdadeiros emissários do amor do Mestre. Presidiam a essas assembleias, "os mais velhos" (presbíteros). E, para manter a "unidade de crença" e evitar desvios, falsificações e personalismos no ensino legado (não havia imprensa!) eram eleitos "inspetores" (epíscopoi) que vigiavam a pureza dos ensinamentos. Essas eleições recaíam sobre criaturas de vida irrepreensível, firmeza de convicções e comprovado conhecimento dos preceitos de Jesus.


Por tudo isso, ressalta claro que não é possível aplicar a essa simplicidade despretensiosa dessas comunidades ou centros de fé, a denominação de "igrejas", palavra que variou totalmente na semântica.


Daí termos mantido, neste trecho do evangelho, a palavra original grega "ekklêsía", já que mesmo sua tradução "assembleia" não dá ideia perfeita e exata do significado da palavra ekklêsía daquela época.


Não encontramos outro termo para usar, embora a farta sinonímia à disposição: associação, comunidade, congregação, agremiação, reunião, instituição, instituto, organização, grei, aprisco (aulê), sinaxe, etc. A dificuldade consiste em dar o sentido de "agrupamento de todos os fiéis a Cristo" numa só palavra.


Fomos tentados a empregar "aprisco", empregado por Jesus mesmo com esse sentido (cfr. JO 10:1 e JO 10:16), mas sentimos que não ficava bem a frase "construirei meu aprisco".


Todavia, quando ekklêsía se refere a uma organização local de país, cidade ou mesmo de casa de fam ília, utilizaremos a palavra "comunidade", como tradução de ekklêsía, porque a correspondência é perfeita.


VERS. 18 b - "As portas do hades (pylai hádou) não prevalecerão contra ela".


O hades (em hebraico sheol) designava o hábitat dos desencarnados comuns, o "astral inferior" ("umbral", na linguagem espirítica) a que os latinos denominavam "lugar baixo": ínferus ou infernus. Digase, porém, que esse infernus (derivado da preposição infra) nada tem que ver com o sentido atual da palavra "inferno". Bastaria citar um exemplo, em Vergílio (En. 6, 106), onde o poeta narra ter Enéias penetrado exatamente as "portas do hades", inferni janua, encontrando aí (astral ou umbral) os romanos desencarnados que aguardavam a reencarnação (Na revista anual SPIRITVS - edição de 1964, n. º 1 -, nas páginas 16 a 19, há minucioso estudo a respeito de sheol ou hades. Edições Sabedoria).


O sentido das palavras citadas por Mateus é que os espíritos desencarnados do astral inferior não terão capacidade nem poder, por mais que se esforcem, para destruir a organização instituída por Cristo.


A metáfora "portas do hades" constitui uma sinédoque, isto é, a representação do todo pela parte.


VERS. 19 a - "Dar-te-ei as chaves do reino dos céus".


As chaves constituíam o símbolo da autoridade, representando a investidura num cargo de confiança.


Quando Isaías (Isaías 22:22) fala da designação de Eliaquim, filho de Hilquia, para prefeito do palácio, ele diz : "porei sobre seu ombro a chave da casa de David; ele abrirá e ninguém fechará, fechará e ningu ém abrirá". O Apocalipse (Apocalipse 3:7) aplica ao Cristo essa prerrogativa: "isto diz o Santo, o Verdadeiro, o que tem a chave de David, o que abre e ninguém fechará, o que fecha e ninguém abrirá". Em Lucas (11:52) aparece uma alusão do próprio Jesus a essa mesma figura: "ai de vós doutores da lei, porque tirastes as chaves da ciência: vós mesmos não entrastes, e impedistes os que entravam".


VERS. 19 b - "O que ligares na Terra será ligado nos céus, e o que desligares na Terra será desligado nos céus".


Após a metáfora das chaves, o que se podia esperar, como complemento, era abrir e fechar (tal como em Isaías, texto que devia ser bem conhecido de Jesus), e nunca "ligar" e desligar", que surgem absolutamente fora de qualquer sequência lógica. Aliás é como esperávamos que as palavras foram colocadas nos lábios de Clemente Romano (bispo entre 100 e 130, em Roma): "Senhor Jesus Cristo, que deste as chaves do reino dos céus ateu emissário Pedro, meu mestre, e disseste: "o que abrires, fica aberto e o que fechares fica fechado" manda que se abram os ouvidos e olhos deste homem" - haper àn anoíxéis énéôitai, kaì haper àn kleíséis, kéklestai - (Martírio de Clemente, 9,1 - obra do 3. º ou 4. º século). Por que aí não teriam sido citadas as palavras que aparecem em Mateus: hò eàn dêséis... éstai dedeménon... kaí hò eàn lêsêis... éstai lelyménon?


Observemos, no entanto, que no local original dessa frase (MT 18:18), a expressão "ligar" e "desligar" se encaixa perfeitamente no contexto: aí se fala no perdão a quem erra, dando autoridade à comunidade para perdoar o culpado (e mantê-lo ligado ao aprisco) ou a solicitar-lhe a retirada (desligando-o da comunidade) no caso de rebeldia. Então, acrescenta: "tudo o que ligardes na Terra, será ligado nos céus, e tudo o que desligardes na Terra, será desligado nos céus". E logo a seguir vem a lição de "perdoar setenta vezes sete". E entendemos: se perdoarmos, nós desligamos de nós o adversário, livramonos dele; se não perdoarmos, nós o manteremos ligado a nós pelos laços do ódio e da vingança. E o que ligarmos ou desligarmos na Terra (como encarnados, "no caminho com ele", cfr. MT 5. 25), será ratificado na vida espiritual.


Daí a nítida impressão de que esse versículo foi realmente transportado, já pronto (apenas colocados os verbos no singular), do capítulo 18 para o 16 (em ambos os capítulos, o número do versículo é o mesmo: 18).


A hipótese de que este versículo (como os dois anteriores) foi interpolado, é baseada no fato de que não figuram em Marcos nem em Lucas, embora se trate claramente do mesmo episódio, e apesar de que esses dois evangelistas escreveram depois de Mateus, por conseguinte, já conheciam a redação desse apóstolo que conviveu com Jesus (Marcos e Lucas não conviveram). Acresce a circunstância de que Marcos ouviu o Evangelho pregado por Pedro (de quem parece que era sobrinho carnal, e a quem acompanhou depois de haver abandonado Paulo após sua primeira viagem apostólica. Marcos não podia ignorar uma passagem tão importante em relação a seu mestre e talvez tio. Desde Eusécio aparece como razão do silêncio de Marcos a humildade de Pedro, que em suas pregações não citava fatos que o engrandecessem. Mas não é admissível que Marcos ignorasse a cena; além disso, ele escreveu seu Evangelho após a desencarnação de Pedro: em que lhe ofenderia a modéstia, se dissesse a verdade total?


Mais ainda: seu Evangelho foi escrito para a comunidade de Roma; como silenciar um trecho de importância tão vital para os cristãos dessa metrópole? Não esqueçamos o testemunho de Papias (2,

15), discípulo pessoal do João o Evangelista, e portanto contemporâneo de Marcos, que escreveu: "Marcos numa coisa só teve cuidado: não omitir nada do que tinha ouvido e não mentir absolutamente" (Eusébio, Hist. Eccles. 3, 39).


E qual teria sido a razão do silêncio de Lucas? E por que motivo todo esse trecho não aparece citado em nenhum outro documento anterior a Marcion (meados do 2. º século) ?


Percorramos os primeiros escritos cristãos, verificando que a primeira citação é feita por Justino, que aparece como tendo vivido exatamente em 150 A. D.


1. DIDACHE (15,1) manda que os cristãos elejam seus inspetores (bispos) e ministros (diáconos). Nenhum aceno a uma hierarquia constituída por Jesus, e nenhuma palavra a respeito dos "mais velhos" (presbíteros).


2. CLEMENTE ROMANO (bispo de Roma no fim do 1. º e início do 2. º século), discípulo pessoal de Pedro e de Paulo (parece até que foi citado em FP 4:3) e terceiro sucessor de ambos no cargo de inspetor da comunidade de Roma. Em sua primeira epístola aos coríntios, quando fala da hierarquia da comunidade, diz que "Cristo vem da parte de Deus e os emissários (apóstolos) da parte de Cristo" (1. ª Clem. 42, 2). Apesar das numerosíssimas citações escriturísticas, Clemente não aproveita aqui a passagem de Mateus que estamos analisando, e que traria excelente apoio a suas palavras.


3. PAPIAS (que viveu entre o 1. º e o 2. º século) também nada tem em seus fragmentos.


4. INÁCIO (bispo entre 70 e 107), em sua Epístola aos Tralianos (3, 1) fala da indispensável hierarquia eclesiástica, mas não cita o trecho que viria a calhar.


5. CARTA A DIOGNETO, aliás comprovadamente a "Apologia de Quadrado dirigida ao Imperador Adriano", portanto do ano de 125/126 (cfr. Eusibio, Hist. Eccles. 4,3), nada fala.


6. EPÍSTOLA DE BARNABÉ (entre os anos 96 e 130), embora apócrifa, nada diz a respeito.


7. POLICARPO (69-155) nada tem em sua Epístola aos Filipenses.


8. O PASTOR, de Hermas, irmão de Pio, bispo de Roma entre 141 e 155, e citado por Paulo (RM 16:14). Em suas visões a igreja ocupa lugar de destaque. Na visão 3. ª, a torre, símbolo da igreja, é construída sobre as águas, mas, diz o Pastor a Hermas: "o fundamento sobre que assenta a torre é a palavra do Nome onipotente e glorioso". Na Parábola 9, 31 lemos que foi dada ordem de "edificar a torre sobre a Rocha e a Porta". E o trecho se estende sem a menor alusão ao texto que comentamos.


#fonte 9. JUSTINO (+ ou - ano 150) cita, pela vez primeira, esse texto (Diálogus, 100, 4) mas com ele só se preocupa em provar a filiação divina do Cristo.


10. IRINEU (bispo entre 180-190), em sua obra cita as mesmas palavras de Justino, deduzindo delas a filiação divina do Cristo (3, 18, 4).


11. ORÍGENES (184-254) é, historicamente, o primeiro que afirma que Pedro é a pedra fundamental da igreja (Hom. 5,4), embora mais tarde diga que Jesus "fundou a igreja sobre os doze apóstolos, representados por Pedro" (In Matt. 12, 10-14). Damos o resumo, porque o trecho é bastante longo.


12. TERTULIANO (160-220) escreve (Scorpiae, 10) que Jesus deu as chaves a Pedro e, por seu interm édio, à igreja (Petro et per eum Ecclesiae): a igreja é a depositária, Pedro é o Símbolo.


13. CIPRIANO (cerca 200-258) afirma (Epíst. 33,1) que Jesus, com essas palavras, estabeleceu a igreja fundamentada nos bispos.


14. HILÁRIO (cerca 310-368) escreve (De Trinit. 3, 36-37) que a igreja está fundamentada na profiss ão de fé na divindade de Cristo (super hanc igitur confessionis petram) e que essa fé tem as chaves do reino dos céus (haec fides Ecclesiae fundamentum est... haec fides regni caelestis habet claves). 15. AMBRÓSIO (337-397) escreve: "Pedro exerceu o primado da profissão de fé e não da honra (prirnaturn confessionis útique, non honóris), o primado da fé, não da hierarquia (primatum fídei, non órdinis)"; e logo a seguir: "é pois a fé que é o fundamento da igreja, porque não é da carne de Pedro, mas de sua fé que foi dito que as portas da morte não prevalecerão contra ela" (De Incarnationis Dorninicae Sacramento, 32 e 34). No entanto, no De Fide, 4, 56 e no De Virginitate, 105 - lemos que Pedro, ao receber esse nome, foi designado pelo Cristo como fundamento da igreja.


16. JOÃO CRISÓSTOMO (c. 345-407) explica que Pedro não deve seu nome a seus milagres, mas à sua profissão de fé (Hom. 2, In Inscriptionem Actorum, 6; Patrol. Graeca vol. 51, col. 86). E na Hom. 54,2 escreve que Cristo declara que construirá sua igreja "sobre essa pedra", e acrescenta" sobre essa profissão de fé".


17. JERÔNIMO (348-420) também apresenta duas opiniões. Ao escrever a Dâmaso (Epist. 15) deseja captar-lhe a proteção e diz que a igreja "está construída sobre a cátedra de Pedro". Mas no Comm. in Matt. (in loco) explica que a "pedra é Cristo" (in petram Christum); cfr. 1CO 10:4 "e essa pedra é Cristo".


18. AGOSTINHO (354-430) escreve: "eu disse alhures. falando de Pedro, que a igreja foi construída sobre ele como sobre uma pedra: ... mas vejo que muitas vezes depois (postea saepíssime) apliquei o super petram ao Cristo, em quem Pedro confirmou sua fé; como se Pedro - assim o chamou "a Pedra" - representasse a igreja construída sobre a Pedra; ... com efeito, não lhe foi dito "tu es Petra", mas "tu es Petrus". É o Cristo que é a Pedra. Simão, por havê-lo confessado como o faz toda a igreja, foi chamado Pedro. O leitor escolha qual dos dois sentidos é mais provável" (Retractationes 1, 21, 1).


Entretanto, Agostinho identifica Pedro com a pedra no Psalmus contra partem Donati, letra S; e na Enarratio in Psalmum 69, 4. Esses são os locais a que se refere nas Retractationes.


Mas no Sermo 76, 1 escreve: "O apóstolo Pedro é o símbolo da igreja única (Ecclesiae unicae typum);


... o Cristo é a pedra, e Pedro é o povo cristão. O Cristo lhe diz: tu és Pedro e sobre a pedra que professaste, sobre essa pedra que reconheceste, dizendo "Tu és o Cristo, o filho de Deus vivo", eu construirei minha igreja; isto é, eu construirei minha igreja sobre mim mesmo que sou o Filho de Deus. É sobre mim que eu te estabelecerei, e não sobre ti que eu me estabelecerei... Sim, Pedro foi estabelecido sobre a Pedra, e não a Pedra sobre Pedro".


Essa mesma doutrina aparece ainda em Sermo 244, 1 (fim): Sermo 270,2: Sermo 295, 1 e 2; Tractatus in Joannem, 50, 12; ibidem, 118,4 ibidem, 124. 5: De Agone Christiano, 32; Enarratio in Psalmum 108, 1.


Aí está o resultado das pesquisas sobre o texto tão discutido. Concluiremos como Agostinho, linhas acima: o leitor escolha a opinião que prefere.


O último versículo é comum aos três, embora com pequenas variantes na forma: Mateus: não dizer que Ele era o Cristo.


Marcos: não falar a respeito Dele.


Lucas: não dizer nada disso a ninguém.


Mas o sentido é o mesmo: qualquer divulgação a respeito do messianato poderia sublevar uma persegui ção das autoridades antes do tempo, impedindo o término da tarefa prevista.


Para a interpretação do sentido mais profundo, nada importam as discussões inócuas e vazias que desenvolvemos acima. Roma, Constantinopla, Jerusalém, Lhassa ou Meca são nomes que só têm expressão para a personagem humana que, em rápidas horas, termina, sob aplausos ou apupos, sua representação cênica no palco do plano físico.


Ao Espírito só interessa o ensino espiritual, revelado pela letra, mas registrado nos Livros Sagrados de qualquer Revelação divina. Se o texto foi interpolado é porque isso foi permitido pela Divindade que, carinhosamente cuida dos pássaros, dos insetos e das ervas do campo. Portanto, se uma interpolação foi permitida - voluntária ou não, com boas ou más intenções razão houve e há para isso, e algum resultado bom deve estar oculto sob esse fato. Não nos cabe discutir: aceitemos o texto tal como chegou até nós e dele extraiamos, pela meditação, o ensinamento que nos traz.


* * *

Embevecido pela beleza da paisagem circunstante, reveladora da Divindade que se manifesta através de tudo, Jesus - a individualidade - recolhe-se em prece. É nessa comunhão com o Todo, nesse mergulho no Cosmos, que surge o diálogo narrado pelos três sinópticos, mas completo apenas em Mateus que, neste passo, atinge as culminâncias da narração espiritual de João.


O trecho que temos aqui relatado é uma espécie de revisão, de exame da situação real dos discípulos por parte de Jesus, ou seja, dos veículos físicos (sobretudo do intelecto) por parte da individualidade.


Se vemos duas indagações na letra, ambas representam, na realidade, uma indagação só em duas etapas. Exprime uma experiência que visa a verificar até onde foi aquela personagem humana (em toda a narrativa, apesar do plural "eles", só aparece clara a figura de Simão Bar-Jonas). Teriam sido bem compreendidas as aulas sobre o Pão da Vida e sobre a Missão do Cristo de Deus? Estaria exata a noção e perfeita a União com a Consciência Cósmica, com o Cristo?


O resultado do exame foi satisfatório.


Analisemo-lo para nosso aprendizado.


Em primeiro lugar vem a pergunta: "Quem dizem os homens que eu sou"? Não se referia o Cristo aos" outros", mas ao próprio Pedro que, ali, simbolizava todos os que atingiram esse grau evolutivo, e que, ao chegar aí, passarão por exame idêntico (esta é uma das provações "iniciáticas"). A resposta de Pedro reflete a verdade: no período ilusório da personalidade nós confundimos o Cristo com manifestações de formas exteriores, e o julgamos ora João Batista, ora Elias, ora Jeremias ou qualquer outro grande vulto. Só percebemos formas e nomes ilusórios. Esse é um período longo e inçado de sonhos e desilusões sucessivas, cheio de altos e baixos, de entusiasmos e desânimos.


O Cristo insiste: "que pensais vós mesmos de mim"? ou seja, "e agora, no estágio atual, que é que você pensa de mim"?


Nesse ponto o Espírito abre-se em alegrias místicas incontroláveis e responde em êxtase: Tu és o Ungido, o Permeado pelo Som (Verbo, Pai) ... Tu és o Cristo Cósmico, o Filho de Deus Vivo, a Centelha da Luz Incriada, Deus verdadeiro proveniente do verdadeiro Deus!


Na realidade, Pedro CONHECEU o Cristo, e os Pais da Igreja primitiva tiveram toda a razão, quando citaram esse texto como prova da divindade do CRISTO, o Filho Unigênito de Deus. O Cristo Cósmico, Terceiro aspecto da Trindade, é realmente Deus em Sua terceira Manifestação, em Seu terceiro Aspecto, e é a Vida que vivificava Jesus, como vivifica a todas as outras coisas criadas. Mas em Sua pureza humana, em Sua humildade, Jesus deixava que a Divindade se expandisse através de Sua personalidade física. E Pedro CONHECEU o Cristo a brilhar iluminando tudo através de Jesus, como a nós compete conhecer a Centelha divina, o Eu Interno Profundo a cintilar através de nossa individualidade que vem penosamente evoluindo através de nossas personalidades transitórias de outras vidas e da atual, em que assumimos as características de uma personagem que está a representar seu papel no palco do mundo.


Simão CONHECEU o Cristo, e seu nome exprime uma das características indispensáveis para isso: "o que ouve" ou" o que obedece".


E como o conhecimento perfeito e total só existe quando se dá completa assimilação e unificação do conhecedor com o conhecido (nas Escrituras, o verbo "conhecer" exprime a união sexual, em que os dois corpos se tornam um só corpo, imagem da unificação da criatura com o Criador), esse conhecimento de Pedro revela sua unificação com o Cristo de Deus, que ele acabava de confessar.


O discípulo foi aprovado pelo Mestre, em cujas palavras transparece a alegria íntima e incontida, no elogio cheio de sonoridades divinas:

—"És feliz. Simão, Filho de Jonas"!


Como vemos, não é o Espírito, mas a personagem humana que recebe a bênção da aprovação. Realmente, só através da personalidade encarnada pode a individualidade eterna atingir as maiores altitudes espirituais. Se não fora assim, se fosse possível evoluir nos planos espirituais fora da matéria, a encarnação seria inútil. E nada há inútil em a natureza. Que o espírito só pode evoluir enquanto reencarnado na matéria - não lhe sendo possível isso enquanto desencarnado no "espaço" -, é doutrina firmada no Espiritismo: Pergunta 175a: "Não se seria mais feliz permanecendo no estado de espírito"?


Resposta: "Não, não: ficar-se-ia estacionário, e o que se quer é progredir para Deus". A Kardec, "O livro dos Espíritos". Então estava certo o elogio: feliz a personagem Simão ("que ouviu e obedeceu"), filho de Jonas, porque conseguiu em sua peregrinação terrena, atingir o ponto almejado, chegar à meta visada.


Mas o Cristo prossegue, esclarecendo que, embora conseguido esse passo decisivo no corpo físico, não foi esse corpo ("carne e sangue") que teve o encontro (cfr. A carne e o sangue não podem possuir o reino dos céus", 1CO 15:50). Foi, sim, o Espírito que se uniu à Centelha Divina, e o Pai que habita no âmago do coração é que revela a Verdade.


E continuam os esclarecimentos, no desenvolvimento de ensinos sublimes, embora em palavras rápidas

—não há prolixidade nem complicações em Deus, mas concisão e simplicidade - revelando-nos a todos as possibilidades ilimitadas que temos: - Eu te digo que tu és Pedro, e sobre essa pedra me edificarei a "ekklêsía".


Atingida a unificação, tornamo-nos conscientemente o Templo do Deus Vivo: nosso corpo é o Tabernáculo do Espirito Santo (cfr. RM 6 : 9, 11; 1CO 3:16, 1CO 3:17; 2CO 6:16: EF 2:22; 2TM 1:14; Tiago,

4:5). Ensina-nos então, o Cristo, que nós passamos a ser a "pedra" (o elemento material mineral no corpo físico) sobre a qual se edificará todo o edifício (templo) de nossa eterna construção espiritual.


Nossa personagem terrena, embora efêmera e transitória, é o fundamento físico da "ekklêsíia" crística, da edificação definitiva eterna (atemporal) e infinita (inespacial) do Eu Verdadeiro e divino.


Nesse ponto evolutivo, nada teremos que temer:

—As portas do hades, ou seja, as potências do astral e os veículos físicos (o externo e o interno) não mais nos atingirão com seus ataques, com suas limitações, com seus obstáculos, com seus "problemas" (no sentido etimológico). A personagem nossa - assim como as personagens alheias - não prevalecerá contra a individualidade, esse templo divino, construído sobre a pedra da fé, da União mística, da unificação com o Cristo, o Filho do Deus Vivo. Sem dúvida os veículos que nos conduzem no planeta e as organizações do pólo negativo tentam demolir o trabalho realizado. Será em vão. Nossos alicerces estão fixados sobre a Pedra, a Rocha eterna. As forças do Antissistema (Pietro Ubaldi Queda e Salvação") só podem alcançar as exterioridades, dos veículos físicos que vibram nos planos inferiores em que elas dominam. Mas o Eu unido a Deus, mergulhado em Deus (D-EU-S) é inatingível, intocável, porque sua frequência vibratória é altíssima: sintonizados com o Cristo, a Torre edificada sobre a Pedra é inabalável em seus alicerces.


E Cristo prossegue:

—"Dar-te-ei as chaves do reino dos céus".


Com essas chaves em nossas mãos, podemos abrir e fechar, entrar e sair, ligar-nos e desligar-nos, quando e quanto quisermos, porque já não é mais nosso eu pequeno personalístico que quer, (cfr. JO 5:30) pensa e age; mas tudo o que de nós parte, embora parecendo proveniente da personagem, provém realmente do Cristo ("já não sou mais eu que vivo, o Cristo é que vive em mim", Gál 2:20).


Com as chaves, podemos abrir as portas do "reino dos céus", isto é, de nosso coração. Podemos entrar e sair, para ligar-nos ao Cristo Cósmico na hora em que nosso ardor amoroso nos impele ao nosso Amado, ou para desligar-nos constrangidos a fim de atender às imprescindíveis e inadiáveis tarefas terrenas que nos competem. Por mais que pareçam ilógicas as palavras "ligar" e "desligar", após a sinédoque das chaves, são essas exatamente as palavras que revelam o segredo do ensinamento: estão perfeitamente encaixadas nesse contexto, embora não façam sentido para o intelecto personalístico que só entende a letra. Mas o Espírito penetra onde o intelecto esbarra (cfr. "o espírito age onde quer", JO 3:8). Com efeito, após o Encontro, o Reconhecimento e a União mística, somos capazes de, mesmo no meio da multidão, abrir com as nossas chaves a porta e penetrar no "reino dos céus" de nosso coração; somos capazes de ligar-nos e conviver sem interrupção com o nosso Amor.


E a frase é verdadeira mesmo em outros sentidos: tudo o que ligarmos ou desligarmos na Terra, através de nossa personalidade (da personagem que animamos) será automaticamente ligado ou desligad "nos céus", ou seja, nos planos do Espírito. Porque Cristo é UM conosco, é Ele que vive em nós, que pensa por nós, que age através de nós, já que nosso eu pequenino foi abolido, aniquilado, absorvido pelo Eu maior e verdadeiro; então todos os nossos pensamentos, nossas palavras, nossas ações terão repercussão no Espírito.


A última recomendação é de capital importância na prática: a ninguém devemos falar de nada disso.


O segredo da realização crística pertence exclusivamente à criatura que se unificou e ao Amado a quem nos unimos. Ainda aqui vale o exemplo da fusão de corpos no Amor: nenhum amante deixa transparecer a ouvidos estranhos os arrebatamentos amorosos usufruídos na intimidade; assim nenhum ser que se uniu ao Cristo deverá falar sobre os êxtases vividos em arroubos de amor, no quarto fechado (cfr. MT 6:6) do coração. Falar "disso" seria profanação, e os profanos não podem penetrar no templo iniciático do Conhecimento.


Isso faz-nos lembrar outra faceta deste ensinamento. Cristo utiliza-se de uma fraseologia tecnicamente especializada na arquitetura (que veremos surgir, mais explícita, posteriormente, quando comentarmos MT 21:42, MC 12:10 e LC 20:17).


Ensina-nos o Cristo que será "edificada" por Ele, sobre a "Pedra", a ekklêsía, isto é, o "Templo".


Ora, sabemos que, desde a mais remota antiguidade, os templos possuem forma arquitetônica especial.


Na fachada aparecem duas figuras geométricas: um triângulo superposto a um quadrilátero, para ensinamento dos profanos.


Profanos é formado de PRO = "diante de", e FANUM = "templo". O termo originou-se do costume da Grécia antiga, em que as cerimônias religiosas exotéricas eram todas realizadas para o grande público, na praça que havia sempre na frente dos templos, diante das fachadas. Os profanos, então, eram aqueles que estavam "diante dos templos", e tinham que aprender certas verdades básicas. Ao aprendê-las, eram então admitidos a penetrar no templo, iniciando sua jornada de espiritualização, e aprendendo conhecimentos esotéricos. Daí serem chamados INICIADOS, isto é, já tinham começado o caminho.


Depois de permanecerem o tempo indispensável nesse curso, eram então submetidos a exames e provas.


Se fossem achados aptos no aprendizado tornavam-se ADEPTOS (isto é: AD + APTUS). A esses é que se refere Jesus naquela frase citada por Lucas "todo aquele que é diplomado é como seu mestre" (LC 6:40; veja vol. 3). Os Adeptos eram os diplomados, em virtude de seu conhecimento teórico e prático da espiritualidade.


O ensino revelado pela fachada é que o HOMEM é constituído, enquanto crucificado na carne, por uma tríade superior, a Individualidade eterna, - que deve dominar e dirigir o quaternário (inferior só porque está por baixo) da personagem encarnada, com seus veículos físicos. Quando o profano chega a compreender isso e a viver na prática esse ensinamento, já está pronto para iniciar sua jornada, penetrando no templo.


No entanto, o interior dos templos (os construídos por arquitetos que conheciam esses segredos). o interior difere totalmente da fachada: tem suas naves em arco romano, cujo ponto chave é a "pedra angular", o Cristo (cfr. MT 21:42,. MC 12:10; LC 20:17,. EF 2:20; 1PE 2:7; e no Antigo: JÓ 38:6; Salmo 118:22: IS 28:16, JR 51:26 e ZC 4:7).


Sabemos todos que o ângulo da pedra angular é que estabelece a "medida áurea" do arco, e portanto de toda a construção do templo. Assim, os que já entram no templo ("quem tem olhos de ver, que veja"!) podem perceber o prosseguimento do ensino: o Cristo Divino é a base da medida de nossa individualidade, e só partindo Dele, com Ele, por Ele e Nele é que podemos edificar o "nosso" Templo eterno.


Infelizmente não cabem aqui as provas matemáticas desses cálculos iniciáticos, já conhecidos por Pit ágoras seis séculos antes de Cristo.


Mas não queremos finalizar sem uma anotação: na Idade Média, justamente na época e no ambiente em que floresciam em maior número os místicos, o arco romano cedeu lugar à ogiva gótica, o "arco sextavado", que indica mais claramente a subida evolutiva. Aqui, também, os cálculos matemáticos nos elucidariam muito. Sem esquecer que, ao lado dos templos, se erguia a torre...


Quantas maravilhas nos ensinam os Evangelhos em sua simplicidade! ...


Corte do PANTEON de Roma, mostrando a arquitetura iniciática, com as medidas áureas

Locais

Estes lugares estão apresentados aqui porque foram citados no texto Bíblico, contendo uma breve apresentação desses lugares.

BABILÔNIA

Atualmente: IRAQUE
Cidade junto ao Rio Eufrates, foi capital do império babilônico da Mesopotâmia meridional. O povoamento da Babilônia na baixa Mesopotâmia, foi formado pelos sumérios e acádios, por volta de 3000 a.C. Foi desta região que emigrou o patriarca Abraão que deu origem ao povo hebreu. Hamurabi foi o fundador do primeiro Império Babilônico. Conseguiu unificar os semitas e sumérios. Durante seu governo (1728 a.C.-1686 a.C.), cercou a capital com muralhas, restaurou templos importantes e outras obras públicas. Implantou um código de leis morais, o mais antigo da história e que ficou conhecido como o Código de Hamurabi no qual estabeleceu regras de vida e determinou penas para as infrações, baseadas na lei do olho por olho, dente por dente. A Babilônia foi um centro religioso e comercial de grande importância na Antigüidade. Suas muralhas tinham cerca de 100 metros de altura, equivalente a um edifício de 34 andares. A largura destas muralhas correspondia a largura de uma rua, com capacidade para que dois carros pudessem andar lado a lado. Os assírios foram gradualmente conquistados pelos babilônicos, que tinham o auxílio dos medas, entre 626 e 612 a.C., ano em que Nínive finalmente foi tomada. A Babilônia tornou-se a nova ameaça e os egípcios, pressentindo o perigo, partiram em socorro à Assíria, mas foram derrotados pelos babilônicos na batalha de Carquemis, em 604. O rei Jeoaquim de Judá, passou a pagar tributo a Nabucodonosor da Babilônia como relata II Reis 24. O império babilônico não teve vida longa. Em menos de um século, já sofria grandes pressões. Em 538 a.C., Quando Belsasar participava, juntamente com sua corte de uma grande festa, os exércitos medo-persas invadiram a Babilônia colocando fim ao domínio babilônico.
Mapa Bíblico de BABILÔNIA



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de I Pedro Capítulo 5 do versículo 1 até o 14
SEÇÃO IX

SANTIDADE EM AÇÃO

I Pedro 5:1-9

A. RELACIONAMENTOS OFICIAIS NA 1GREJA, 5:1-4

Os presbíteros (1) eram obreiros maduros da igreja que agiam como supervisores; eles tinham deveres administrativos e pastorais definidos. O contraste com os "jovens" (v.
5) indica uma forma simples de governo da igreja nos tempos de Pedro. Uma adminis-tração sábia das obrigações da igreja é vital para a pureza e preservação da Igreja, e mais ainda quando as perseguições impõem responsabilidades peculiares para os líde-res. Sou também presbítero. Pedro pode ter considerado seu apostolado um tipo de responsabilidade de ancião em termos mais amplos ou ele pode ter servido como ancião (presbítero) na igreja da região onde morava. Com humildade ele refere-se ao seu apostolado, como testemunha das aflições de Cristo. Ele tinha muito a dizer acerca das aflições do seu Senhor. A descrição do seu ofício é a descrição que se espera de uma pessoa santa. Não há auto-exaltação nem depreciação, nem qualquer alusão a primazia, como alguns têm alegado em relação a Pedro.

Ele também era um participante da glória que se há de revelar quando Cristo retornar à terra. Pedro esteve no monte da Transfiguração e lá viu a glória do nosso Senhor. Ele observou as provas gloriosas e infalíveis da sua ressurreição e ouviu a pro-messa do anjo de que Cristo voltaria. Ele havia recebido uma comissão especial que estava disposto a cumprir (cf. Lc 22:32; Jo 21:15-17) ; essa epístola é prova disso.

A responsabilidade pastoral desses presbíteros é descrita assim: apascentai o rebanho de Deus (2). A palavra "pastorear" explica melhor o significado do original do que apascentai. O dever do pastor é triplo: providenciar pasto, caminhos para o pasto e proteção nos caminhos para o pasto. Portanto, o dever do pastor vai além da pregação. O rebanho é a Igreja. Ela pertence a Deus como sua possessão comprada. Em certa época seus membros eram como ovelhas desgarradas, mas elas voltaram ao "Pastor e Bispo" da sua alma (cf. 2.25). O pastor deve instruir e guiar o rebanho em obediência e sujeição à completa vontade de Deus. O cuidado a ser exercido envolve três particularidades expressas de forma negativa e positiva.

1) Quanto ao espírito desse serviço, ele não é por força, mas voluntariamente. A liderança da igreja era tão perigosa naqueles dias que poderia custar a vida do líder. Mesmo assim, ele não deveria fazer essa obra relutantemente como se fosse um fardo ou considerá-lo como um dever profissional obrigatório. Em vez disso, esse era um ministério para o qual Deus o havia apontado e chamado e, por isso, deveria ser feito com obediência e alegria.

2) A motivação dessa supervisão não deveria ser por torpe ganância, mas de ânimo pronto — não como um mercenário que espera ganhar dinheiro. Os presbíteros tinham o direito de esperar sustento material daqueles a quem ministra-vam; mas sua motivação não deveria provir de um "amor ao ganho constitucional", que "é uma desqualificação para o ministério cristão"." Considere seu efeito em Judas 1scariotes!

3) Quanto à forma de supervisão, ela não deve ser como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho (3). Os líderes nunca devem ser tirânicos ou se esquecer dos direitos das pessoas que lhes foram confiadas. Eles não devem dominar como o arrogante Diótrefes (3 Jo 9:11), mas lide-rar pelo poder de uma vida santa. O pastor nunca deve esquecer que ele não é o Sumo Pastor (4).

A compensação terrena do líder pode ser insignificante, mas quando aparecer o Sumo Pastor (cf. 4.13), ele terá a sua recompensa incorruptível (cf. 1.4,5), a coroa de glória, "a felicidade do céu, o elemento principal de a vida de Deus ser derramada na alma por meio de Cristo";" "uma participação perpétua na sua glória e honra" (Bíblia Viva).

B. RELACIONAMENTOS PESSOAIS EM TODA A COMUNIDADE, 5:5-7

Novamente Pedro introduz o princípio da submissão. Ela é sugerida nos versículos 3:4, mas é enfatizada no versículo 5. Há divergência de opinião quanto à palavra jovens (5). Não é certo se essa palavra se refere ajovens em idade ou se eram pessoas de "hierar-quia inferior". Alguns entendem que ela representa o laicato da Igreja; outros entendem que se refere aos novos na fé cristã. Wuest sugere que pode muito bem referir-se a orga-nizações compostas por pessoas jovens dentro da Igreja, porque havia essas organiza-ções nas cidades da Asia Menor."

A ênfase na submissão a uma liderança propriamente constituída sempre é correta, especialmente em tempos de tensão quando há uma tendência da parte de alguns indi-víduos e grupos de achar que a liderança não "está sendo suficientemente vigorosa na sua reação à crise"." Os anciãos devem servir; os jovens devem sujeitar-se; mas todos devem revestir-se de humildade. O vestuário deve estar atado de maneira tão segura que nada pode tirá-la de nós. A humildade produz uma atitude apropriada entre as pessoas e em relação a todos os deveres cristãos, independentemente de quão simples sejam. Isso parece referir-se à situação em que nosso Senhor cingiu-se com uma toalha e lavou os pés dos discípulos (cf. Jo 13:1-9) — uma ocasião quando o impetuoso Pedro aprendeu uma valiosa lição de humildade.

A atitude divina em relação aos orgulhosos é um desafio para cultivarmos a humil-dade e submissão. "Deus volta-se contra os arrogantes" (NEB), como numa ordem de batalha, porque o orgulho os colocou contra a poderosa mão de Deus. Mas os humildes que se submetem fielmente a Ele e confiam no seu propósito, poder e providência não têm motivo para estar ansiosos — o pecado da preocupação. A confiança dos humildes está nEle que promete cuidar deles. Ele está atento a tudo que acontece com eles, tem todas as coisas sob controle e não se esquece de nada. Ele tem cuidado de vós (7) nos assegura que ele tem "um interesse pessoal por nós" (Phillips). No devido tempo, Ele nos exaltará, removendo a dificuldade ou chamando-nos para junto dEle. Por que ser pertur-bado pela ansiedade, se Ele cuida de nós e nos mantêm seguros? A confiança em Deus e nas suas promessas não nos exime do dever de sermos vigilantes contra as tentações ou carregar nossa parte das responsabilidades pessoais (cf. 6.4), mas ela remove a inquieta-ção da preocupação.

C. RESISTÊNCIA CONSTANTE AO ADVERSÁRIO, 5:8-9

A preocupação é condenada, mas a vigilância é ordenada. Sede sóbrios (autocontrolados), vigiai (8) ; toque o verdadeiro alarme do pastor contra um inimigo perigoso. Esses versículos refletem o encontro pessoal de Pedro e sua experiência amarga com Satanás (cf. Lc 22:31-46). A verdadeira natureza de Satanás é vividamente descri-ta como:

1) vosso adversário, o oponente de Deus, do seu propósito eterno e de tudo que é bom. Satanás é o advogado de acusação, em casos diante do Juiz. Ele é o "acusa-dor de nossos irmãos" (Ap 12:10), fazendo acusações falsas e caluniosas contra os san-tos. Qualquer deslize no pecado dá a ele o direito de condenar o pecador e garantir o seu castigo; portanto, a vigilância perpétua e um esforço sério do cristão são funda-mentais (cf. 1.13 4:7). Ele também é chamado de
2) o diabo, que acusa, calunia, tenta e seduz. Suas artimanhas variam. Ele pode aparecer na forma de uma serpente perspi-caz ou de um anjo da luz ou então

3) como leão que brama, sanguinário, violento e insaciável pela rapina, sempre à espreita, buscando a quem possa tragar. Esse inimigo astucioso não está à espreita pela presa de forma distraída; ele "observa todos os cristãos para ver em qual deles ele tem a maior chance"' de devorar tanto alma como corpo.

A atitude cristã em relação a essa personalidade diabólica deve ser de resistên-cia firme na fé (9). Aquele que aborrece os santos e não desiste da sua oposição a Deus, à verdade e à santidade, pode ser vencido pelo poder de Deus e pela armadura espiritual (cf. Ef 6:11-18). Somente a ortodoxia não é suficiente. A sabedoria humana é insuficiente (cf. 1 Co 10,12) e curvar-se de medo leva à derrota. Mas, o diabo pode ser derrotado pela completa dependência de Deus, como o grande Libertador (cf. vv. 6,7), ao se manter inabalável a confiança no auxílio divino e pela lealdade constante a Cristo (cf. Ap 12:11).

Essas aflições incutidas por Satanás (cf. 1:2) estendem-se a todos os irmãos no mundo. Todos os verdadeiros cristãos experimentam as mesmas aflições e persegui-ções. Portanto, não devemos considerar nossas aflições como indicação do desfavor de Deus ou prova de que Ele esqueceu-se de nós (cf. v. 7). O fato de outros crentes estarem experimentando tribulações mostra que os leitores não foram separados para um sofri-mento excepcional (cf. At 14:22-1 Co 10.13; 1 Ts 1.6; 3,4) e que suas angústias não eram mais severas do que aquelas enfrentadas por cristãos em outras partes do mundo. Fazer parte de uma irmandade de sofredores os encoraja a resistir ao diabo, com o seguinte objetivo: "para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz" (2.9).

SEÇÃO X

SANTIDADE E GLÓRIA ETERNA

I Pedro 5:10-11

  1. DEUS INICIA O CHAMADO À SANTIDADE, 5.10A

Um outro estímulo para resistir ao diabo é que o Deus de toda a graça nos cha-mou (10) para a santidade, que é uma preparação para a glória que Ele tem guardado para todos os vencedores. Ele é a Fonte e o Doador de toda a graça necessária para cada ocasião. Ele possui uma graça salvadora, santificadora, sustentadora, satisfatória e estabilizadora 1Co 12:9-10). Para os pecados, Ele tem a graça da pureza de coração. Para a doença, Ele tem a graça da cura. Para a tristeza, há a graça da sua presença confortadora e de promessas preciosas. Para o estresse, Ele tem a graça da paz "que excede todo o entendimento" (cf. Fp 4:6-7). Ele tem graça suficiente, e mais do que sufici-ente, para suprir cada uma de nossas necessidades (cf. 2 Co 9.8). O fato de Ele nos ter chamado é prova da sua graça; e a suficiência da sua graça nos assegura de que teremos tudo que é necessário para o viver santo diário.

  1. O ALVO É A GLÓRIA ETERNA 5:10B

O chamado origina-se na graça de Deus, porque "somente pela graça toda obra começa, continua e termina na tua alma" (Wesley). Os chamados devem responder pela aceitação obediente e pelo uso fiel da graça tão livremente oferecida por meio do mérito de Cristo Jesus e somente por meio dele fomos feitos participantes da sua grande salvação (cf. 1.2,3). Tudo aquilo que nos separa dele destrói nossa esperança de vida e glória (cf. Jo 15:5-6).

O alvo em tudo isso é que podemos compartilhar da sua eterna glória, para a qual a santidade é a preparação (cf. Mt 5:8-28; Hb 12:14). E como ocorreu com o Mestre, o caminho para a glória passa pela tribulação e o fogo da perseguição. Isso, porém, é pas-sageiro, enquanto a glória é eterna (cf. 2 Co 4.17; Hb 11:25-26).

Não sabemos tudo que estará à disposição do vencedor, mas alguém sugeriu que isso inclui o seguinte:

Um amor que não pode ser sondado, Uma vida que não pode ser interrompida, Uma justiça que não pode ser embaçada, Uma paz que não pode ser entendida, Um descanso que não pode ser perturbado, Uma alegria que não pode ser diminuída, Uma esperança que não pode ser frustrada, Uma luz que não pode ser interceptada, Uma força que não pode ser debilitada, Uma pureza que não pode ser corrompida, Uma beleza que não pode ser danificada, Uma sabedoria que não pode ser desfeita, Recursos que não podem ser esgotados.'

C. SANTIDADE E ESPERANÇA TESTADAS PELO SOFRIMENTO, 5.10c

O problema do sofrimento, introduzido em 1:6-9 e mencionado repetidas vezes nessa epístola, tem aturdido filósofos e teólogos ao longo dos séculos. Jó se pergunta-va por que o justo sofre. Davi estava perplexo com esse problema (cf. SI 73, especial-mente vv. 12-17). Ele aturdiu os discípulos de Cristo (cf. Jo 9:1-3). Esse problema perturba os crentes atuais. Mas Deus queria que tudo isso acontecesse "para teste-munho" (Lc 21:13). Apesar das coisas que não entendemos nem somos capazes de explicar, o sofrimento é compatível com a vida santa (cf. Is 48:10; Dn 11:35-12.10). Em vez de significar que o sofredor está debaixo da ira de Deus, pode significar que Deus escolheu essa pessoa para demonstrar sua graça e poder. O sofrimento produz uma unidade com Deus e uma proximidade que não vem de outra forma; ele amplia a vida e ensina compaixão com outros sofredores. Acima de tudo, ele ensina o preço da nossa redenção (cf. 1.18,19; 2:21-24; 3.18).

Pedro estava preocupado que seus leitores cristãos fossem ludibriados pela autopiedade, que tem sua origem em Satanás (cf. Mt 16:23). Se começassem a achar que ninguém mais sofresse como eles ou tivesse um destino tão difícil, sua fé e amor poderi-am minguar. Satanás se aproveitaria disso e exploraria essa situação questionando se Deus estaria sendo justo com eles. Certo autor disse que a vida alcança o seu apogeu no sofrimento que coloca a pessoa numa posição em que consegue entender o significa final e imediato do sofrimento."

  1. UM PROCESSO COM VISTA À ETERNIDADE, 5.10D

Não obstante o fato de um momento decisivo de purificação ou completa santificação, deve haver um constante crescimento e um amadurecimento espiritual contínuo para que a pessoa seja apta a realizar o seu serviço. Isso não quer dizer que não houve uma purificação completa. Em vez disso, isso mostra que há uma necessidade de um processo que desenvolve e amadurece os dons e o fruto do Espírito e, por meio disso, nos auxilia a controlar o elemento humano envolvido."

O processo de nos preparar para participar na sua glória envolve o "aperfeiçoamen-to", i.e., corrigir e tornar perfeito qualquer defeito que aparece durante a devastação da perseguição, para que estejamos preparados para servi-lo perfeitamente. O comentário de Selwyn acerca da palavra grega traduzida por aperfeiçoará merece atenção." Visto que toda a nossa capacitação vem de Deus, Ele mesmo nos tornará aptos, se obedecer-mos e confiarmos nele. Ele também nos confirmará, de tal forma que nada nos fará oscilar ou abalar. Seremos confirmados ou firmados na fé e na obediência. Se houver uma manifestação de fraqueza, ele nos fortificará. A provação não somente revela a posse de uma certa força, mas a necessidade e possibilidade de mais força, que Deus concede ao dar um poder interior para vencer todos os inimigos. Além do mais, se a base sobre a qual estamos parados parece tremer, a promessa divina é de que Ele nos forta-lecerá, i.e, nos colocará num fundamento sólido. Pedro, "a rocha", traz a idéia de uma fundamentação sólida, segurança e estabilidade para os cristãos sofredores.

  1. DOXOLOGIA, 5.11

Ele é o Deus de toda a graça (10), e ele próprio nos supre com abundante graça para nos manter firmes na aflição. Ele provê toda a força necessária e as influências do Espírito por meio de quem o serviço aceitável pode ser realizado a Deus e aos homens. Visto que a glória e o poderio pertencem a Ele para todo o sempre, todos deveriam reconhecer isso e dar a Ele a glória que é devida ao seu nome. Amém!

SEÇÃO XI

CONCLUSÃO

I Pedro 5. 12- 14

A. UMA CARTA COM PROPÓSITO, 5.12

Um dos problemas associados com I Pedro é a parte que Silvano, vosso fiel irmão, tem em sua epístola. (Veja Int.). Concorda-se geralmente que é uma referên-cia aqui a Silas, companheiro de Paulo em muitas ocasiões importantes, e que com-partilhou de algumas das experiências mais importantes que ocorreram com eles (cf. At 15:16-19-40; 1 Ts 1.1; 2 Ts 1.1). Ele era um dos "varões distintos entre os irmãos" na igreja de Jerusalém (cf. Atos 15:22) e um profeta (At 15:32). As palavras como cuido não sugerem a idéia de falta de confiança, mas indicam que o julgamento de Pedro estava baseado no conhecimento pessoal do caráter e valor desse homem -"como também o considero" (ARA).

Essa carta era breve em comparação com o que ele gostaria de ter escrito a eles por meio de exortação, encorajamento e instrução tendo em vista as suas circunstâncias. Um estudo cuidadoso do seu conteúdo doutrinário mostrará que ela é, mesmo assim, uma carta muito importante. Ao exortá-los, Pedro usou de súplica, encorajamento e consolo. Ele deu o relato pessoal de uma testemunha ocular das coisas que ouviu dos outros e creu. Como observador, foi qualificado a assegurar que a fé sobre a qual eles estavam firmados é a verdadeira graça de Deus. Nenhuma pergunta que surgisse das suas aflições, nem qualquer sugestão de Satanás de que sua fé era inapropriada deveria desviá-los dessa verdadeira graça. Seu sofrimento presente era um incidente passageiro da sua peregrinação terrena a caminho da glória.

  1. SAUDAÇÕES DA IGREJA, 5.13

Esse versículo tem ocasionado conjecturas consideráveis quanto ao lugar e à pessoa referida. No texto da KJV aparecem as seguintes palavras em itálico: igreja que está. Essas palavras não se encontram no original grego. O verbo feminino permite a seguinte tradução: "Aquela que está em Babilônia" (NVI). Esse feminino singular com o qual o nome Marcos está conectado, e que é descrito como meu filho, faz com que alguns concluem que a esposa de Pedro participa da saudação. No entanto, o consenso da maio-ria dos comentaristas é que a igreja e João Marcos, um dos filhos espirituais (cf. At 12:12-13.5; 15.37,39), enviam saudações. Quanto ao lugar, a interpretação mais provável indi-ca Roma (veja Int.) como a cidade da qual Pedro escreveu. No entanto, a afirmação de que Pedro fundou a igreja de Roma e foi seu bispo por várias décadas não tem fundamen-to histórico. A Babilônia era com freqüência usada simbolicamente para Roma (cf Ap 17:5-9). O teor das afirmações dos bispos posteriores de Roma a favor da primazia de Pedro contradiz o que ele escreveu em relação à liderança da igreja (v. 3). Mas a tradição de que Pedro esteve em Roma nos anos 60 d.C. é primitiva e forte e não deveria ser descartada. Em lugar de A vossa co-eleita, leia: "eleita junto com vocês" (NASB).

  1. O SINAL DA IRMANDADE, 5.14A

O ósculo de caridade com o qual eles saudavam uns aos outros era um símbolo da irmandade cristã. Esse evidentemente era um costume na 1greja Primitiva (cf. Rm 16:16-1 Co 16.20; 2 Co 13 12:1 Ts 5.26), significando afeição mútua. Em certa época, o ósculo santo fazia parte da cerimônia regular da adoração pública. Mas ele se tornou objeto de abuso e, em tempo, um pai da Igreja Primitiva escreveu acerca de "um outro beijo — um beijo impuro, cheio de malícia, simulando santidade"." Em dado momento, o costume ficou restrito a homens beijando homens e mulheres beijando mulheres. Esse símbolo de irmandade é expresso hoje nos países ocidentais por um cordial aperto de mão.

  1. ORAÇÃO PELA PAZ, 5.14B

É significativo Pedro, o apóstolo dos judeus, terminar essa carta com a bênção hebraica de Paz, enquanto Paulo, o apóstolo dos gentios, terminar suas cartas com "graça" (e.g., 2 Ts 3.17,18). A paz que Pedro deseja a eles é uma paz "em seu significado pleno" — paz com Deus e paz com todos os homens, que incluía paz entre eles. Que consolo saber que em tempos como o deles e o nosso, todos que estão em Cristo Jesus podem ter uma paz que transcende "tribulação, tumulto, tempestade, tensão!'" Amém! Que assim seja!

Notas

An Introduction to the New Testament (6a ed.; Nova York: Thomas Whittaker, sem data), p. 198. A Compendious Introduction to the Study of the Bible (Nashville: Lane and Scott, 1850), p. 342.

s Ralph Earle, et al, Exploring the New Testament (Kansas City: Beacon Hill Press of Kansas City: 1955), pp. 399-400.

The Espistle of St. Peter and St. Jude ("The International Critical Commentary"; Nova York: Charles Schribner's Sons, 1905), p. 7.

5 Op. cit., pp. 203-4.

6 "The First Epistle of Peter", The Wycliffe Bible Commentary, ed. Charles F. Pfeiffer e Everett F. Harrison. (Chicago: Moody Press, 1962), p. 1443.

"Introduction", em Alan M. Stibbs, The First Epistle General of Peter ("Tyndale New Testament Commentaries"; Londres: Tyndale Press, 1959), p. 64.

"The Epistles of James, Peter and Jude", The Anchor Bible, ed. William F. Albright e David N. Freedman (Nova York: Doubleday and Company, 1964), p. 77.

'Charles R. Erdman, The General Epistles, an Exposition (Philadelphia: The Westminster Press, 1918), P. 52.

An Introduction to the Study of the Books of the New Testament (13' ed.: Nova York: Fleming H. Revell Company, 1939), p. 271.

11 The General Epistles, James, Peter, John and Jude ("The Century Bible"; Edimburgo: T. C. and E. E. Jack, 1901), p. 43.

12 Op. cit., p. 400.

13 The First Epistle of St. Peter (Londres: Macmillan and Co., 1961), pp. 56-63.

14 The Letters of James and Peter ("The Daily Study Bible", 2' ed., Filadélfia: The Westminster Press, 1960), p. 194.

15 "Babylon", Theological Dictionary of the New Testament, ed. Gerhard Kittel, traduzido por Geoffrey W. Bromiley, vol. I (Grand Rapids: Wm. B. Eerdmans Publishing Co., 1964), p. 516.

16 Francis W. Beare, The First Epistle of Peter (Oxford: Basil Blackwell, 1947), p. 31.

" Paul S. Rees, Triumphant in Trouble (Westwood, NJ.: Fleming H. Revell Company, 1962), pp. 16-7.

18 Reicke, op. cit., p. 74.

19 Philip E. Hughes, "1 Peter", Christianity Today, vol. I, N 9, 30.

20 New Testament Survey (Grand Rapids: Wm. B. Eerdmans Publishing Co., 1961), pp. 351-2.

21 The New Testament of Our Lord and Savior Jesus Christ. Wi th Criticai, Explanatory, and Practical Notes, vol. II (Nova York: George Lane and Levi Scott, 1852), p. 603.

" Op. cit., p. 3.

2' Op. cit., p. 352.

'Rees, op. cit., p. 9.

'James Macknight, The Apostolical Epistles (Filadélfia: Thomas Wardle, 1841), pp. 603-8.

28 Cf. John McClintock and James Strong, Cyclopedia of Biblical, Theological and Ecclesiastical Literature (Nova York: Harper and Brothers, 1894), vol. VIII, pp. 16-7.

29 Apostolic and Post-Apostolic Times, traduzido por A. J. K. Davidson, II (Edinburgo: T. and T. Clark, 1886), p. 136, nota.

" The New Testament Epistles, James, First Peter, Second Peter, Jude (Nova York: Methodist Book Concern, 1921), pp. 121-45.

31 The Student's Handbook of Christian Theology (nova edição; Nova York: Hunt and Eaton, 1889), pp. 181-7.

" Ibid, p. 184.

" W. T. Purkiser, et al., Exploring Our Christian Faith (Cidade do Kansas: Mo.: Beacon Hill Press of Kansas City, 1960), p. 60. Veja também pp. 274-80.

34 Bennett, op. cit., p. 186.

" Veja Purkiser, op. cit., pp. 350-89. Bennett, op. cit., p. 188.

37 Albert Barnes, Christianity Today, vol. I, NI 14, p. 23.

38 Ibid.

" William Barclay, More New Testament Words (Nova York: Harper and Row, 1958), pp. 42-6.

Wesley, et al., One 5olume New Testament Commentary (Grand Rapids: Baker Book House, reeditado, ed., 1957), ad loc.

41 Bennett, op. cit., p. 190.

42 Wesley, op. cit., ad loc.

43 Nathaniel M. Williams, "Commentary on the Espitles of Peter", An American Commnetary on the New Testament (Filadélfia: The American Baptist Publication Society, 1890), p. 17.

44 Bennett, op. cit., p. 195.

45 Cf. Bennett, op. cit., p. 200. " Ibid.

" First Peter in the Greek New Testament (Grand Rapids: Michigan: William B. Eerdmans Publishing Co., 1942). p. 42.

48Ibid, p. 43. Veja também Purkiser, op. cit., cap. XII. 49 Lange, Commentary, "I Peter", p. 24.

" Alan M. Stibbs, "The First Epistle General of Peter", Tyndale New Testament Commentaries, ed. R. V. G. Tasker (Londres: The Tyndale Press, 1959), p. 92.

51 Purkiser, op. cit., p. 361. 5' Bennett, op. cit., p. 202.

5' Veja Purkiser, op. cit., cap. XVII, para um tratamento completo acerca de "Crise e Processo de santificação".

'John Wick Bowman, "The First and Second Letters of Peter", The Layman's Bible Commentary, ed. Balmer H. Kelly (Richmond: John Knox Press, 1959), p. 131.

55 Op. cit., p. 44.

Purkiser, op. cit., p. 341. " Op. cit., p. 876.

" D. D. Whedon, Commentary on the New Testament (Nova York: Hunt and Eaton, 1890), vol. V, p. 200.

59 James and Peter, "Aldersgate Biblical Series" (Winona Lake, Indiana: Light and Life Press, 1962), Leader's Guide, p. 63.

60 op. cit., p. 101.

' Against the Atheists, Lewi's edição. 1845, p.68, vol. I, p. 12. " Op. cit., p. 172.

63 Bennett, op. cit., p. 216.

64 Op. cit., p. 12.

" Ibid.

" Veja Whedon, op. cit., p. 205; e Stibbs, op.cit, p. 122. 67 Williams, op. cit., p. 42.

" "The Epistle of Peter, John and Jude", Layman's Handy Commentary, ed. Charles John Ellicott (Grand Rapids, Michigan: Zondervan Publíshing House, 1957 [reedição]), p. 64.

" Ibid.

70 Bennett, op. cit., p. 224.

'Veja Juvenal, Sat. vol. VI, pp. 492-504; Barclay, op.cit, pp. 261-3; Wuest, op.cit, pp. 73-80.

72 Erdman, op. cit., p. 73.

Bennett, op. cit., p. 230.

Selwyn, op. cit., p. 193.

75 Reicke, op. cit., p. 108.

Whedon, op. cit., p. 209.

77 Wesley, op. cit., p. 882.

' Op. cit., pp. 233-4.

79 Op. cit., p. 91.

80 William G. Moorenhead, Outline Studies in the New Testament, Catholic Epistles (Nova York: Fleming H. Revell Company, 1908), p. 67. Commentary referência às diversas interpreta-ções dessa passagem veja Stibbs, op. cit., pp. 140-143; Selwyn, op. cit., pp. 197-208, 314-362; Bennett, op. cit., pp. 234-7; Bigg, op. cit., p. 162; Barclay, op. cit., pp. 279-87; Whedon, op. cit, pp. 209-14; Wuest, op. cit, pp. 92-109; Hayes, op. cit, pp. 176-82.

81 Purkiser, op. cit., p. 170.

82 Cf. Wuest, op. cit., p. 112. Bennett, op. cit, p. 243. " Op. cit., p. 216.

84 Bennett, op. cit., p. 246.

"Veja Wuest, op. cit., pp. 118-22.

86 Bennett, op. cit., p. 250. Veja também Ellicott, op.cit, pp. 103-4.

87 Op. cit., p. 104.

88 Cf. Beare, op. cit., p. 168.

89 Cf. Wuest, op. cit., p. 123. " Williams, op. cit., p. 68. " Ibid, p. 70.

92 Op. cit., p. 126.

Beare, op. cit., p. 176.

94 Ellicot, op. cit., p. 113.

95 Citado por J. Allen Blair, Living Peacefully (Nova York: Loizeaux Brothers, 1959), p. 249.

" Wayne R. Oates, What Psychology Says About Religion (Nova York: Associaton Press, 1958), pp.

102-3.

9' Cf. Pursiker, op.cit, pp. 351, 367.

98 Op. cit., p. 240. Veja também Rees, op. cit., pp. 135-6.

99 Wuest, op. cit., p. 133. loo Rees, op. cit., p. 143.

Bibliografia

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Champlin

Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
Champlin - Comentários de I Pedro Capítulo 5 versículo 13
Os primeiros cristãos usavam o nome Babilônia para se referirem, de forma velada, a Roma, capital do Império Romano (Ap 14:8; Ap 17:5; Ap 18:2). Como parece, a epístola foi escrita nessa cidade.1Pe 5:13 Marcos:
At 12:12,At 12:25; At 13:13; At 15:37-39; Fm 24.

Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de I Pedro Capítulo 5 do versículo 1 até o 14
*

5.1 presbítero como eles. Embora Pedro já tenha mencionado seu ofício como um apóstolo (1.1), aqui ele enfatiza sua solidariedade e presbiterato compartilhado com os líderes das igrejas da Ásia a fim de encorajá-los.

* 5.2 pastoreai o rebanho de Deus. Essa frase descreve amplamente as funções dos presbíteros. A figura do pastor sugere cuidado, proteção, disciplina e orientação (2.25, nota). Jesus retratou seu próprio cuidado pela Igreja (Jo 10:1-18) e o gracioso interesse de Deus pelos pecadores (Lc 15:3-7) como ações de pastoreio. O uso que Pedro faz da palavra relembra seu próprio recomissionamento (Jo 21:15-17). Ver nota teológica "Pastores e Cuidado Pastoral", índice.

nem por sórdida ganância. Pedro não condena a compensação justa, mas o amor ao lucro e o abuso de confiança (1Co 9.14; 1Tm 5.17,18).

* 5.3 nem como dominadores... tornando-vos modelos. Pedro adverte contra o abuso altivo de poder e exorta seus ouvintes a serem como Jesus (Mc 10:42-45; 13 1:43-13.17'>Jo 13:1-17; Fp 2:5-11).

* 5.4 Supremo Pastor. Cristo (2.25). O título expressa o relacionamento da obra e do cuidado pastoral de Cristo com os líderes da igreja, que servem como subpastores que devem responsabilidade ao Supremo Pastor.

*

5.5 mais velhos. No versículo 1, a palavra grega é usada no sentido técnico de uma pessoa que detém um ofício eclesiástico. Mas aqui provavelmente há uma referência mais geral a pessoas idosas (conforme 1Tm 5.1).

* 5.8 O diabo, vosso adversário. O termo grego traduzido por "adversário" era comumente aplicado a um oponente numa ação judicial, e "diabo" (grego diábolos) é a tradução comum do hebraico Satan, que significa "caluniador" ou "acusador" e serve também como nome próprio para o diabo (1:6; Zc 3.1,2; conforme Ap 12.9,10). A frase revela a fonte última por detrás de toda perseguição.

leão. A figura talvez é emprestada do livro de Salmos onde os inimigos do salmista e os ímpios são comparados a leões (Sl 7.2; 10:9,10). A metáfora expressa a força e o caráter destrutivo do diabo e acentua a necessidade de vigilância por parte dos crentes.

* 5.10 Deus de toda a graça. Deus concede ajuda e força suficiente para toda ocasião e necessidade.

vos chamou à sua eterna glória. O eterno plano de Deus para os crentes irá trazê-los à glória (Jo 17:22-24; Rm 8:28-30; 2Co 4.17; 2Tm 2.10).

em Cristo. Todas as bênçãos da graça de Deus nesta vida e na vindoura vêm através da união do crente com Cristo. Ver nota em 2Co 5.17.

* 5.12 Por meio de Silvano. Provavelmente esse é Silas, companheiro de Paulo na segunda viagem missionária (At 15:40). Silvano pode simplesmente ter levado a carta ou pode ter atuado como um secretário, talvez até tenha ajudado Pedro no esboço da carta.

*

5.13 Aquela... em Babilônia. Provavelmente uma referência à igreja em Roma (Introdução: Data e Ocasião).

meu filho Marcos. João Marcos (At 12:12-25; 13 5:13-15:37-39). De acordo com Papias (c. 60-130 d.C.), Marcos trabalhou intimamente com Pedro e obteve do apóstolo grande parte das informações do evangelho de Marcos.

*

5.14 ósculo de amor. O beijo era e é uma forma comum de saudação no Oriente Próximo (ver Mt 26.48,49; Lc 15:20), correspondendo ao aperto de mão atual. A forma cultural tornou-se para os cristãos um sinal externo do seu amor e unidade (um "ósculo santo", Rm 16:16 e 1Ts 5.26).


Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de I Pedro Capítulo 5 do versículo 1 até o 14
5:1 Os anciões eram oficiais da igreja que proporcionavam supervisão, amparo, disciplina, instrução e direção a outros crentes. Ancião significa simplesmente "mais velho". Tão gregos como judeus davam grande honra aos anciões sábios, e a igreja cristã continuou esse modelo de liderança. Os anciões assumiam grande responsabilidade e se esperava que vivessem vistas exemplares.

5:1, 2 Pedro, um dos doze discípulos, foi um dos três que viu a glória de Cristo na transfiguración (Mc 9:1-13; 2Pe 1:16-18). Com freqüência o porta-voz dos apóstolos atestou da morte e ressurreição do Jesucristo, pregou no Pentecostés e chegou a ser uma coluna da igreja em Jerusalém. Mas ao escrever aos anciões se identifica como ancião, não como superior. Pede-lhes "apascente a grei de Deus", exatamente o que Jesus havia dito a ele (Jo 21:15-17). Pedro seguia o mesmo conselho que tinha recebido quando trabalhava ao mesmo tempo dos outros anciões, cuidando de povo fiel de Deus. Sua identificação com os anciões é um exemplo poderoso da liderança cristã, no que a autoridade se apóia no serviço, não no poder (Mc 10:42-45).

5.2-5 Pedro descreve várias características dos bons líderes da igreja: (1) têm bem claro que estão cuidando o rebanho de Deus, não o deles; (2) dirigem com o desejo sincero de servir, não por obrigação; (3) estão preocupados com o que podem dar, não pelo que possam conseguir; (4) guiam mediante o exemplo, não pela força. Todos guiamos a outros de algum modo. Qualquer que seja sua função, sua liderança deve manifestar essas características.

5:4 O Príncipe dos pastores é Jesucristo. Este versículo se refere a sua Segunda Vinda, quando julgará a todos.

5:5 Tanto os jovens como os adultos podem beneficiar-se com as instruções do Pedro. Freqüentemente o orgulho impede que os adultos compreendam aos jovens, e aos jovens impede de escutar a seus maiores. Pedro disse aos jovens e a quão adultos deviam ser humildes e servi-los uns aos outros. Os jovens deviam seguir o exemplo dos homens de idade, quem os guiaria com seu exemplo. Respeite a seus maiores, escute aos que são mais jovens que você, e seja o bastante humilde para admitir que pode aprender de outros.

5:6 Freqüentemente nos preocupamos com nosso nível social, em espera de receber o reconhecimento apropriado pelo que fazemos. Mas Pedro nos recorda que o reconhecimento de Deus é mais valioso que o louvor humano. Deus quer nos benzer ao seu devido tempo. Obedeça a Deus humildemente apesar das circunstâncias pressente, e O exaltará nesta vida ou no céu.

5:7 Ao fazer-se carrego de seus temores, pressões e problemas diários, você mostra que não confia totalmente em Deus. Requer humildade, entretanto, reconhecer o cuidado de Deus, admitir sua necessidade e permitir que outros em sua família lhe brindem ajuda. Algumas vezes pensamos que os problemas por nosso próprio pecado e necedad não interessam a Deus. Quando nos voltamos para O, arrependidos, O levará inclusive o peso de ditos problemas. O deixar que Deus se faça cargo de nossas preocupações nos chama à ação, não à passividade. Não se submeta às circunstâncias, a não ser ao Senhor, quem controla as circunstâncias.

5:8, 9 Os leões atacam ao animal doente, jovem e solitário; escolhem a quão animais estão sozinhos ou despreparados. Pedro nos adverte que Satanás pode nos atarefar quando enfrentamos sofrimento ou perseguição. nos sentindo sozinhos, débeis, abandonados e afastados de outros crentes, preocupados em nossos problemas até o ponto de que esqueçamos estar atentos ao perigo, é quando especialmente somos vulneráveis aos ataques de Satanás. No tempo de sofrimento, procure o apoio dos crentes. Mantenha os olhos em Cristo, e resista ao diabo. Logo, diz Santiago, "fugirá de vós" (Jc 4:7).

5:10 Quando sofremos, sentimos às vezes como que a dor nunca terminará. Pedro mostra a esses cristãos fiéis a perspectiva mais ampla. Em comparação com a eternidade, seu sofrimento durará sozinho "um pouco de tempo". Alguns dos leitores do Pedro seriam estabelecidos e fortalecidos no transcurso de sua vida. Outros seriam sacados de seu sofrimento mediante a morte. Todos os seguidores fiéis de Deus, entretanto, têm uma vida eterna assegurada com Cristo onde não haverá sofrimento (Ap 21:4).

5:12 Silvano, também chamado Silas, era um dos homens escolhidos para entregar a carta do concílio em Jerusalém até a igreja na Antioquía (At 15:22). O acompanhou ao Paulo em sua segunda viagem missionária (Feitos 15:40-18.11), e Paulo o menciona nas saudações das cartas aos Tesalonicenses (1Ts 1:1; 2Ts 1:1). Também ministró com o Timoteo em Corinto (2Co 1:19)

5:13 Em geral, os crentes interpretaram Babilônia como uma referência a Roma. Assim como a nação do Israel tinha estado sob o cativeiro babilônico, os cristãos ao ser a nova o Israel eram cativos em uma terra estranha.

5:14 Pedro escreveu esta carta pouco antes de que o imperador Nerón iniciasse a perseguição dos cristãos em Roma e através do império. Temendo por sua vida, Pedro negou três vezes conhecer o Jesus (Jo 18:15-27); agora, tendo aprendido a permanecer firme em um mundo malvado, anima a outros que enfrentam perseguição por sua fé. Pedro mesmo viveu de acordo com as palavras que escreveu, já que foi martirizado por sua fé. Os que se mantêm firmes por Cristo serão perseguidos, porque o mundo é governado pelo maior inimigo de Cristo. Mas assim como o pequeno grupo de crentes da Igreja primitiva se manteve firme frente à perseguição, de igual modo devemos estar dispostos a defender nossa fé com a paciência, a fortaleza e o valor que mostrou Pedro.


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de I Pedro Capítulo 5 do versículo 1 até o 14
B. Considerações finais e exortações (5: 1-11)

1 Os mais velhos, portanto, entre vós, rogo eu, que sou um companheiro de mais velha, e testemunha dos sofrimentos de Cristo, que sou também um participante da glória que há de ser revelada: 2 Apascentai o rebanho de Deus que está entre vós, exercendo a fiscalização, não de força, mas voluntariamente, de acordo com a vontade de Deus; nem por torpe ganância, mas de boa vontade; 3 . nem como dominadores sobre a carga alocado para você, mas tornando-vos exemplo para o rebanho 4 E quando o supremo Pastor se manifestar, recebereis a coroa de glória que não se pode murchar. 5 Semelhantemente vós, os mais moços, sede sujeitos aos mais velhos. Sim, todos vocês cingi-vos com humildade, para servir uns aos outros, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes. 6 Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele vos exalte no tempo devido; 7 fundição toda a sua ansiedade em cima dele, porque ele tem cuidado de vós. 8 Sede sóbrios, vigiai vosso adversário, o diabo, como um leão que ruge, anda em derredor, buscando a quem possa tragar; 9 ao qual resisti firmes na fé, sabendo que o mesmo sofrimentos são realizadas em seus irmãos que estão no mundo. 10 E o Deus de toda graça, que vos chamou à sua eterna glória em Cristo, depois que tiverdes padecido um pouco, deve-se aperfeiçoar, confirmar e fortalecer. 11 Para ele seja o domínio para todo o sempre. Amém.

1. As responsabilidades e recompensas de Elders (5: 1-4)

Professor Lumby tomou as palavras do verso de abertura 2 , apascentar o rebanho de Deus que está entre vós , como a sua sugestão para o título de sua exposição sobre esta parte da Primeira Pedro, chamando-o: "Como cuidar do rebanho." Isso é exatamente o que Pedro escreveu sobre nestes quatro versos (1-4 ), e é um dos melhores no Novo Testamento sobre o assunto do ministério.

O termo mais velhos , de presbyteroi , tem dois significados: em 1Pe 5:1 ). No retorno a partir da terceira viagem missionária, em Mileto, Paulo mandou a Éfeso para "os anciãos da igreja" (At 20:17 ). E, na Epístola a Tito que ele deu como uma das principais razões para sair Tito em Creta que ele era "constituísse presbíteros em cada cidade" (Fm 1:1: Fm 1:5 ).

Pedro, em verdadeira humildade e gracioso, chamou a si mesmo de um colega mais velho . Ele poderia ter usado sua posição apostólica ou comissão três vezes repetido de Cristo como autoridade, mas ele não o fez. Ele não lista qualquer das qualidades geralmente mencionadas como requisitos para o ministério, mas ele disse que ser testemunha dos sofrimentos de Cristo e participante da glória que há de ser revelada eram suas razões para ser ouvido. Na verdade, uma compreensão do significado dos sofrimentos de Cristo e uma participação nos benefícios de Sua expiação são requisitos absolutos para qualquer um que ministrar eficazmente em Seu nome.

A atribuição de um presbítero ou bispo do rebanho não era para ser tomada de ânimo leve: é o rebanho de Deus . Isto dá tanto dignidade e gravidade para a confiança, pois, como disse Lumby: "O rebanho é precioso para Cristo, e deve ser preciosa aos Seus pastores." Além disso, "... toda a nossa atitude para com eles deve ser a atitude de Deus; devemos apascentará como Deus ". Para o preceito geral, cuidar do rebanho ... o exercício da supervisão , Lumby também observou que Pedro adicionado "três definição das cláusulas que nos dizem como deveres dos idosos pode ser justamente descarregada. ..." Estas três directivas foram ordenadamente equilibrado com liminares negativos e positivos, todos pertinentes ao serviço cristão em qualquer tempo ou lugar. Eles estavam a exercer a supervisão: (1) não de força, mas voluntariamente , (2) nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto , e (3) nem como dominadores sobre a carga atribuído a você, mas servindo de exemplo para o rebanho .

Moffatt picturesquely traduz a primeira idéia: ". ... Tomar conta deles por vontade própria, em vez de ser pressionado em que" a obra de Deus não deve ser visto como enfadonho ou uma frase, mas como um desafio e um grande privilégio. Na verdade, Vincent está convencido de que a palavra de boa vontade não é forte o suficiente. É realmente significa "com a mente pronta ... denotando não mera vontade mas zelo . "

Não têm, frequentemente, os homens entraram no ministério por causa do ganho financeiro, mas Pedro foi levado para condenar esse motivo, no início. Deve-se sentir sobre seu trabalho, seja ele qual for, como o professor Palmer sentia sobre o ensino em Harvard. Ele disse: "Harvard College me paga para fazer o que eu ficaria feliz em pagar-lhe por me permitir fazer." Em contraste com o espírito mercenário, Pedro sugeriu a atitude de uma mente pronta . "A mente pronto ... significa o amor do próprio trabalho, que deve ser o único motivo na procura, ou de execução, o ministério do evangelho."

Em vez de ser dominador, dominando sobre a acusação , eles deviam servir de exemplo para o rebanho. Os melhores sermões eram para ser manifestações vivo, não decretos verbais. A palavra para como exemplos foi typoi para que a transcrição é digitar .Este termo significa "padrão ou modelo." Nesta epístola Pedro foi uma eloquente manifestação do preceito que ele havia anunciado.

O verso de conclusão relativa anciãos (v. 1Pe 5:4) estabelece a recompensa que poderia antecipar. Os que trabalham para o chefe Shepherd não são esquecidos. Quando o supremo Pastor se manifestar, recebereis a coroa de glória imarcescível . Coroas foram concedidos para realização vitorioso (1Co 9:24 ). Eles foram coroas de "flores usadas pelos conquistadores e heróis ... e diferem dos 'coroas' ou diademas de Ap 1:3 ., que eram distintamente o emblema da soberania " imarcescível traduzido uma palavra em grego, amarantinos , um adjetivo, significando "feita do amaranto flor", que nunca murcha ou revivido se umedecido; Por isso, um símbolo da imortalidade, uma coroa Amarantine de glória.

2. Christian humildade e Exaltação de Deus (5: 5-7)

Atitudes corretas para com o outro são essenciais para manter uma relação correta com Deus. A respeito salutar para uma de anciãos e uma vontade de servir sempre que necessário são virtudes cristãs essenciais. Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes (Pedro cita Pv 3:34 ).

Os próximos versículos lidar com os grandes temas de humildade cristã, exaltação divina (v. 1Pe 5:6 ), e da ansiedade humana e preocupação divina (v. 1Pe 5:7 ). Humildade envolve a nossa atitude para com Deus. Edward Maycock disse que ela consiste em admitir pelo menos três fatos: "que não somos nada em nós mesmos; que não temos nada de bom em nós que não temos recebido; que podemos fazer nada de bom, sem a graça de Deus ".

Pedro tem um bom lema para todos os que são tentados a se preocupar: lançando toda a sua ansiedade em cima dele, porque ele tem cuidado de vós . A palavra de fundição é um particípio aoristo "denotando um ato uma vez por todas; jogando toda a vida com o seu cuidado com ele. "Aqui somos lembrados do ensinamento de Cristo, em Mt 6:25 e 34 . O ASV e RSV prestação de versículo 7 é uma melhoria, porque a primeira palavra (traduzido "cuidado" na KJV) vem de uma palavra grega que significa literalmente "dividir". Por isso, a ansiedade é muito melhor. Deus espera que os homens de ser "cuidadoso" e não "descuidado", mas indevida ansiedade vai distrair a mente e pode levar à desintegração da personalidade. Para se preocupar com algo que se pode fazer nada a respeito é prejudicial para si mesmo e revela uma falta de confiança em Deus. Os cristãos devem lançar-se sem reservas e de seus problemas no Senhor. Ele se importa, e, portanto, eles devem confiar-se a Sua misericórdia e amor.

3. Pessoal Fidelidade e Christian Fellowship (5: 8-9)

Uma boa regra na vida é "confiança em Deus, não é o melhor, e não se preocupe." Mas o fato de que um lançou seu cuidado em Deus lhe dá nenhuma sanção para a vida descuidado. Pedro insiste que todos devem Sede sóbrios, vigiai para o seu adversário, o diabo, anda em derredor, buscando a quem possa tragar . Hart interpreta a conduta do diabo para dizer:

que antes de Cristo vir, o diabo não se atreveu a blasfemar contra Deus, pois as profecias de sua destruição foram enigmático; mas Cristo proclamou-lo claramente e por isso ele perdeu toda a esperança e vai sobre ansioso para arrastar para baixo toda a sua própria destruição.

Exortação de Pedro pode ter vindo como uma reflexão sobre a sua própria negação, quando ele tinha exibido uma auto-confiança que levou à sua própria queda (Lc 22:33 ).

No entanto, ele incentivou seus leitores com o pensamento de que eles não estão nesta batalha e situação só: as mesmas aflições se cumprem entre os vossos irmãos no mundo . E ele teria que eles vejam que "os atuais sofrimentos dos cristãos são sua obra [de Deus], ​​tanto quanto o sofrimento de Jesus (1Co 2:6) e de Jó. "

4. Perfeição cristã e perseverança final (5: 10-11)

E o Deus de toda graça ... deve-se perfeito, confirmar e fortalecer . Antes de comentar sobre essas promessas enormes, é melhor olhar para duas idéias realizadas nas cláusulas relativas. O primeiro está relacionado com Deus , o assunto; o outro para você , o objeto. A forma como Pedro apresenta estas duas ideias aumenta as promessas que se seguem.

Em primeiro lugar, Deus ... te chamou à sua eterna glória em Cristo . O chamado de Deus não era a falha, mas para o sucesso; não era apenas para o tempo, mas para a eternidade. E o plano de Deus e participação do homem estão ambos ligados na prestação e vitória de Cristo. Todos os recursos de Deus estão prontos para ajudar o cristão em sua jornada rumo à glória eterna em Cristo . Qualquer falha é da parte do homem; não a de Deus. "Aquele que começou graça com vista a glória não vai cortar graça até que ele seja aperfeiçoado em glória."

A segunda cláusula está preocupado com a experiência mais difícil na terra, que realizou um lugar tão grande nesta epístola; para a última hora a final-Pedro mencionado sofrendo . E com um golpe final ele colocou o sofrimento em sua perspectiva correta em relação às glórias eternas. Depois que você sofreu um pouco de tempo . "O grego diz claramente" um pouco de tempo "como no capítulo 1Pe 1:6 . "A idéia é fazer estável. A palavra final traduzido fortalecer é encontrado somente aqui no Novo Testamento. Selwyn informou que o "verbo não é encontrado em grego clássico também, mas ..." ser forte ", é comum, especialmente em Sófocles."

Pedro fechou a carta com uma doxologia semelhante à 1Pe 4:11 , " A ele seja o domínio para todo o sempre, Amém. "A doxologia é uma sequela natural para os fatos sobre Deus, que ele acaba de apresentar. A mensagem da epístola já foi concluído. Pedro vai acrescentar apenas algumas palavras de natureza pessoal.

V. CONCLUSÃO E BÊNÇÃO (1Pe 5:12)

O posfácio parece estar na própria caligrafia de Pedro, como o de Paulo em Gl 6:11 e 1Co 16:21 . A maioria dos estudiosos identificar Silvano, nosso fiel irmão , com Silas o companheiro de St. Paulo e Timóteo (At 15:40 ; 2Co 1:19. ; 2Co 1:1 Tessalonicenses 2Co 1:1 ). Mais tarde, Marcos foi com Paulo e Barnabé a Antioquia (At 12:25) e os acompanhou em suas viagens missionárias (At 13:5 ; At 15:39 ). No entanto, Marcos parecia ser a causa da separação de Paulo e Barnabé, no momento da segunda viagem missionária (At 15:37 ), mas ele voltou a vencer a aprovação de Paulo, pois Paulo disse a Timóteo: "Toma Marcos, e traze -o contigo, porque ele é útil para mim para ministrar "( 2Tm 4:11 ). Eusébio informou que Marcos era um discípulo e intérprete de Pedro. Sua afirmação se baseia na autoridade de Papias e Clemente de Alexandria. Irineu também deu o mesmo relatório. Parece haver pouca dúvida de que este mesmo Marcos foi o autor do evangelho que leva seu nome e assim graficamente apresenta Cristo através dos olhos de St. Pedro.

A saudação Christian fechando a epístola reflete a pessoa madura e maravilhoso que Pedro estava. Ele não era mais o "legalista cocksure impulsivo que poderia admitir o fracasso moral dos outros, mas não a sua própria." Agora ele era um apóstolo afetuosos e amados que falava com autoridade e amor para as pessoas que necessitam de conselhos eficazes em circunstâncias atenuantes.

Salute um outro com um beijo de amor , que se refere a um método comum de cumprimentar os amigos, e também foi uma demonstração de que, se não tivesse havido diferenças entre eles, eles estavam agora reconciliados um com o outro.

C. A Bênção (5: 14b)

A paz esteja com todos vós que estais em Cristo . A bênção final que Pedro escolheu "foi a bênção que ele tinha ouvido a sua utilização Senhor". A palavra favorita de bênçãos de Paulo era "graça" que ele usou em todas as suas epístolas, mas romanos. "Paz" também foi usado na III João. Oração de Pedro paz era para todos os que estão em Cristo , o que indica que a participação na de Deus a paz depende inteiramente da relação pessoal com Cristo, que é o Príncipe da Paz.

A primeira palavra da epístola vantajosamente identificou o autor humano, Pedro ; a última palavra adequadamente saudou o divino Redentor, Cristo .

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Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de I Pedro Capítulo 5 do versículo 1 até o 14
Pedro faz três exortações aos san-tos no encerramento dessa carta. Esse capítulo faz muitas referências às experiências de Pedro de quan-do andou com Cristo, relatadas nos evangelhos. Pedro testemunhou o sofrimento de Cristo (v. 1), foi comis-sionado para pastorear as ovelhas (v. 2; e veja Jo 21:15-43), viu Cristo vestir-se como um servo e humilde-mente lavar os pés dos discípulos (v. 5; e veja Jo 13:0). É como se o Espírito de Deus vascu-lhasse a memória de Pedro e usasse essas experiências passadas como testemunho para os santos (veja v.

  1. . Pedro descobrira que a graça de Deus era suficiente para ele e queria que a igreja também desco-brisse isso.

I. Seja fiel (5:1-4)

Originalmente, a exortação é dirigi-da aos presbíteros. As palavras "pas-tor", "bispo" (supervisor) e "presbí-tero" (anciãos maduros) referem-se ao mesmo cargo (At 20:1-7,28; 1Tm 3:2; Tt 1:5-56). Pedro não se pôs aci-ma dos outros; antes, ele referiu-se a si mesmo como "eu, presbítero como eles" e, assim, incluiu-se, de forma deliberada, entre os líderes da igreja para quem fazia a exortação.

Ficara no passado o tempo em que Pedro se preocupava com sua po-sição no Reino. Pedro, como sabia que os pastores passariam por muito sofrimento como líderes, encorajou- os de duas formas: (1) lembrou-os de que Cristo sofrerá por eles e os ajudaria; e (2) relembrou-os de que após o sofrimento sempre vem a glória, quando nos submetemos ao Senhor. Em I Pedro, o tema do so-frimento e da glória permeia toda a epístola.

  1. O ministério deles: o pastorear o rebanho

Entre as tarefas dos pastores, estão as de alimentar, liderar, encorajar, disciplinar e guardar o rebanho. O pastor deve assumir a supervisão e ser o líder da igreja. O que seria do rebanho se a ovelha guiasse o pas-tor, ou se cada ovelha seguisse seu caminho?

  1. A motivação deles: sem constrangimento> mas consentimento

O pastor deve servir ao Senhor de boa vontade, porque ama a Cristo e ao rebanho, não apenas porque tem um trabalho a fazer. Ele nunca deve servir por "sórdida ganância" (v. 2), seja por dinheiro, seja por prestígio, seja por poder, seja por promoção. Ele deve ser zeloso (pronto) com o trabalho, não ser indiferente nem preguiçoso.

  1. A atitude deles: liderança não é ditadura

Os pastores são supervisores, não senhores! O sentido literal da expres-são "imarcescível coroa da glória" é "a porção designada para você". Todos os crentes, em certo sentido, fazem parte da igreja; no entanto, há pequenos grupos aqui e ali que são dirigidos por diferentes presbí-teros. O Novo Testamento não tem nenhuma passagem que indique que todas as igrejas de uma cidade de-vam se unir para formar uma igreja. Pode haver unidade espiritual sem haver uniformidade organizacional. Os pastores têm de ser um exemplo, pois, afinal, a melhor forma de fazer com que as pessoas sigam em frente é estabelecer o passo! O pastor não exige respeito; ele o conquista por sua vida piedosa e por seu serviço sacrificial.

  1. A recompensa deles: é futura, não imediata

Haverá glória no céu. Todo pastor deve se submeter ao Supremo Pas-tor, Jesus Cristo. É mais importante agradar e glorificar a ele que a qual-quer outra pessoa.

II. Seja humilde (5:5-7)

O versículo 5 dirige-se especifica-mente aos jovens da igreja, no en-tanto podemos aplicá-lo a todos os membros que seguem o líder espi-ritual (He 13:17). Pedro refere-se à noite no cenáculo em que Jesus lavou os pés dos discípulos. Ser "cingido de humildade" (v. 5) sig-nifica ter um espírito humilde, ser um servo. Deus resiste ao soberbo, ao egoísta, mas concede graça aos humildes (Pv 3:34; Jc 4:6). Ele exor-ta: "Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos exal-te". "Ele tem cuidado de vós", essa realidade maravilhosa lembra-nos da noite no barco em que os discí-pulos perguntaram a Jesus: "Mestre, não te importa que pereçamos?" (veja Mc 4:38). Claro que Jesus se importa! Satanás convencera esses crentes de que o "fogo ardente" era uma evidência da indiferença de Deus; todavia, Pedro lembra-os de que podem "lançar sobre ele toda a vossa ansiedade" (v. 7).

  1. Sejam vigilantes (5:8-11)

Quem melhor que Pedro para co-nhecer a tocaia de Satanás! Pedro não prestou atenção aos diversos avisos que Jesus lhe dera de que Satanás estava atrás dele. Muitos cristãos "dorm[em]" e deixam espa-ço para Satanás trabalhar (veja Mt 13:25,Mt 13:39).

Satanás é um "adversário", "aquele que acusa no tribunal". A palavra "diabo" significa "difama- dor". Satanás usa os lábios dos não- salvos para acusar-nos falsamente (1Pe 2:12; 1Pe 3:16; 1Pe 4:4,1Pe 4:14) diante de Deus (Jó 1—2; Zc 3:0). Satanás vem como serpente a fim de enganar (Gn 3) ou como leão para devorar. Ele é um mentiroso e um homicida Oo 8:44).

O que o cristão pode fazer para derrotar Satanás? (1) Ficar vigilante! Devemos manter os olhos abertos e não relaxar a guarda. Davi pecou quando relaxou e abandonou a ba-talha (2Sm 11:0).

A vida cristã inicia-se com a graça salvadora (Ef 2:8-49). Ela continua com o serviço da graça (1Co 15:9-

  1. e, depois, com a graça santifi- cadora (Rm 5:17; Rm 6:17). O Senhor também concede a graça sacrificial (2Co 8:1-47), os cânticos de graça (Cl 3:16), a graça da palavra (Cl 4:6), a graça fortalecedora (2Tm 2:1) e a graça sofredora (2Co 12:9). "Ele dá maior graça" (Jc 4:1 Jc 4:6).

O versículo 10 sugere que re-cebemos a graça pela vida discipli-nada. Deus permite que soframos a fim de que possa derramar sua graça sobre nós. Aprendemos a depender dele quando sofremos, pois acaba-mos com nós mesmos. Ele concede graça apenas àqueles que sentem que precisam dele. Primeiro, nós sofremos e, à medida que sofremos, ele nos equipa, nos firma e nos fun-damenta. Mt 4:21 usa o termo "aperfeiçoar" (v. 10) com o sentido de consertar uma rede. A palavra grega significa "equipar para o ser-viço". O sofrimento equipa o cris-tão para serviços futuros, além de fazê-lo crescer. Às vezes, Deus nos faz sofrer, pois essa é a melhor ma-neira que tem para "consertar nossa rede".

Pedro, na conclusão da carta (5:12-14), indica que Silas, também chamado Silvano, e Marcos estão com ele. Silas era um dos colabora-dores de Paulo (At 15:22ss), mas, se como imaginamos, este não estava em Roma, é de esperar que Pedro e Silas trabalhassem juntos. A presen-ça de João Marcos indica que a an-tiga discórdia envolvendo Barnabé, Marcos e Silas estava perdoada e esquecida. Provavelmente, "Babilô-nia" (v. 13) fosse um codinome para Roma, embora alguns estudiosos pensem que Pedro se refere à antiga Babilônia.

Em II Pedro, a palavra-chave é "co-nhecimento", e o perigo a respeito do qual Pedro escreve é a doutrina falsa. Essa epístola descreve Satanás como um leão rugidor, pois o tema da carta é a difícil provação que ro-deia os santos. Em II Pedro, Satanás é a serpente que tenta enganar (veja Jo 8:44-43). Os falsos ensinamentos dentro da igreja são muito mais pe-rigosos que a perseguição externa (veja At 20:28-44). A perseguição sempre purifica e fortalece a igreja; o falso ensinamento enfraquece a igreja e arruina seu testemunho. Pe-dro enfatiza o conhecimento espiri-tual porque a única arma para com-bater as falsas doutrinas e as menti-ras do diabo é a Palavra de Deus.

I. O dom do conhecimento (1:1-4)

A salvação é uma experiência pes-soal; a pessoa conhece Jesus Cristo pela fé. EmJo 17:3, leia a defi-nição de salvação fornecida por Cristo. Temos de conhecer a Cristo pessoal mente, não basta sabermos a respeito dele (Fp 3:10). Cristo nos dá sua justiça (2Co 5:21) e se torna nosso Salvador quando cremos nele. Essa é uma experiência pessoal.

Nessa carta, Pedro enfatiza a Palavra do Senhor. Deus deu-nos sua Palavra, essas "preciosas e mui grandes promessas" e essa "fé igualmente preciosa" de que pode-mos levar uma vida piedosa. Talvez Pedro pensasse em seu testemunho emJo 6:68: "Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras da vida eterna", quando escreveu essas pa-lavras. Na Bíblia, temos tudo de que precisamos para a vida e para a piedade. Apenas a Bíblia vivifica nossa alma, embora os escritos dos mestres e dos pregadores possam ajudar-nos a entendê-la melhor.

No versículo 4, observe a defi-nição de cristão — "co-participan- tes da natureza divina". O cristão nasceu de novo na família de Deus e tem a natureza dele em seu in-terior. As pessoas que, no exterior, tentam viver como Cristo, mas não têm essa natureza divina em seu in-terior são enganosas e serão derro-tadas. Contraste essa passagem 2Pe 2:20-61, em que ele forne-ce a descrição do falso cristão: (1) ele escapou da poluição do mundo, não da contaminação; isto é, foram lavados no exterior, mas não mu-daram no interior; (2) tem conheci-mento intelectual de Cristo, e não fé de coração; (3) não é verdadeira-mente salvo, pois volta à antiga vida depois de professar fé por um tem-po. Esses falsos cristãos são como cães e porcos que foram lavados (reformados), mas nunca receberam a nova natureza.


Russell Shedd

Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
Russell Shedd - Comentários de I Pedro Capítulo 5 do versículo 1 até o 14
5.1 Eu, presbítero. Inspirado pelo Espírito, Pedro desmente toda e qualquer honra de ser o primeiro papa. Em humildade nascida de falhas (conforme Mt 16:22; Mt 26:69-40). Está em vista a negação da fé. (Cartas do segundo século descrevem os crentes que inicialmente negaram a fé mas depois arrependidos se firmaram como "devorados" e "vomitados pela besta").

5.12 Meio de Silvano. Judeu, profeta, cidadão romano e companheiro de Paulo (At 15:32, At 15:40; At 16:19-44, At 16:37). Foi também amanuense de Pedro. Isto explicaria o grego excelente desta epístola.


NVI F. F. Bruce

Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
NVI F. F. Bruce - Comentários de I Pedro Capítulo 5 do versículo 1 até o 14
IV. EXORTAÇÕES E SAUDAÇÕES FINAIS (5:1-14)
Não são incluídas aqui saudações individuais, talvez porque Pedro não tivesse contato pessoal com as igrejas a quem escreveu. Mas essa conclusão não é necessariamente correta; e.g., Gálatas também não tem saudações individuais, mas Paulo certamente conhecia intimamente as igrejas da Galácia. Os v. 12,13 sugerem que os destinatários conheciam pessoalmente Marcos e Silas.


1) Exortações aos presbíteros e aos irmãos mais jovens (5:1-5)

Ao se dirigir aos presbíteros, Pedro não fundamenta a sua autoridade no seu apostolado, uma omissão considerada por alguns comentaristas evidência da pseudonímia da carta. Certamente, no entanto, um falsificador teria destacado o seu apostolado, pois, se não o fizesse, haveria pouco interesse em usar o nome de Pedro; então, a omissão é, na verdade, favorável à autoria de Pedro. Na verdade, três fundamentos de autoridade são afirmados. Em primeiro lugar, ele é presbítero como eles (v. 1), provavelmente na igreja da qual está escrevendo. Em nenhum outro lugar das Escrituras, aparece essa expressão equivalente a co-presbítero. Em segundo lugar, ele testemunhou os sofrimentos de Cristo. Em terceiro lugar, ele espera participar da glória a ser revelada (v. 1). Em 1.11 e 4.13, ele já associou de forma semelhante o sofrimento à glória do Senhor.

O termo presbítero (gr. presbyteros) tem vários significados. Pode significar “mais velho” (como em Lc 15:25); “homens de antigamente” (como em He 11:2); ou um líder judeu, tanto local (Lc 7:3) quanto nacional (At 4:23), i.e., um membro do Sinédrio. Mas aqui, como com freqüência no NT, deve significar um “líder na igreja”, que está aos seus cuidados: A ARC traz “tendo cuidado dele [do rebanho]”. O termo, no grego episkopountes, lit. “sendo um bispo”, fornece mais um exemplo da prática do NT de considerar idênticos os termos “presbítero” e “bispo”. Nem todos os “presbíteros” ou “anciãos” eram homens idosos — conforme lTm 4.12. A sua função é descrita como a de “pastores do rebanho de Deus”, que inclui as tarefas de pastoreio, como descritas no Sl 23:0.Pv 3:34: “Tenham a mente clara e mantenham o autocontrole”. Mais alguém além de Deus está de olho no progresso dos cristãos. Tanto inimigo quanto Diabo traduzem o termo hebraico satan. “Inimigo” (gr. antidikos) significa um oponente no tribunal, como em Zc 3:1, em que Satanás está pronto para apresentar evidências contra Josué. Diabo (gr. diabolos) inclui a idéia de acusação falsa, lembrando-nos de que ele é mentiroso e pai da mentira (Jo 8:44), no caso dos leitores de Pedro ele os ronda rugindo como um leão, tentando devorá-los por meio das investidas dos perseguidores. De forma apropriada, o NT exorta à resistência a ele — v. 9 e Jc 4:7; Ef

6.11. O v. 9 menciona uma consideração que reforça a mensagem, que é o fato de que os irmãos em todo o mundo enfrentam o mesmo problema. A tradução de F. W. Beare dessa frase é: “Assim vocês se mostram capazes de cumprir o mesmo galardão de sofrimento que os seus irmãos no mundo”. Assim, a coragem de uma igreja confirma a coragem de outra.

Contudo, a forma mais garantida de força é encontrada (v. 10) no interesse pessoal que Deus tem por eles e na sua promessa de felicidade eterna. O propósito dele é que o sofrimento seja pouco, tanto em duração como na amplitude, e que a glória seja eterna (cf. tb. Rm 8:18 e 2Co 4:17). A glória à qual fomos chamados é dele, e ele mesmo (um pronome enfático) vai nos restaurar, isto é, “tornar completos ou perfeitos”, uma palavra usada para se referir ao restabelecimento de um osso quebrado ou ao equipar de uma frota de navios. Traz a idéia dupla de prover tudo o que é necessário para conduzi-los através das provações e para consertar os danos causados na ação. Além disso, ele lhes dará forças, i.e., proverá tudo de que precisarem, e os porá sobre firmes alicerces.

Segue mais uma doxologia (v. 11; conforme 4,11) antes das palavras de saudação.


3) Saudação final (5:12-14)

Podemos agora imaginar Pedro tomando a pena de Silas para escrever uma breve saudação de próprio punho, como Paulo fez com seu amanuense em 2Ts 3:17 e G1 6.11.

Na Introdução, já mencionamos a sugestão de que Silas teve papel significativo na composição dessa carta. A palavra lhes [escrevi] (v. 12) no grego segue imediatamente após o nome de Silas, o que sugere um elo próximo entre ele e seus leitores. Pedro testemunha de sua confiança nele ao despedi-lo com a carta. Provavelmente, ele é a mesma pessoa que deu assistência a Paulo em lTs

1.1 e 2Ts 1:1 Em algumas traduções, ele não é chamado “Silas”, que aparentemente é uma forma grega do nome hebraico, mas “Silvano”, a forma latinizada, mais adequada para o uso em Roma.

A doutrina da carta é autenticada de forma semelhante: é a verdadeira graça de Deus, e eles precisam manter-se firmes na graça de Deus. Independentemente do papel do amanuense na composição da carta, o apóstolo assume toda a responsabilidade pelo seu ensino.

Acerca de Babilônia, v. a Introdução. Ao assim designar Roma com o nome da cidade do cativeiro do antigo Israel, Pedro lembra aos seus leitores novamente que eles, como o Israel de Deus, são estrangeiros em uma terra estranha (conforme 1.1).

Marcos, o intérprete ou guia de Pedro, de acordo com Papias, é o autor do segundo evangelho. Sua presença com Pedro aumenta a probabilidade de que Pedro esteja escrevendo de Roma.

O beijo de santo amor (v. 14) não é promíscuo. Os homens só beijavam os homens, e as mulheres, só as mulheres. Aliás, como sinal entre pessoas de sexos diferentes, não ocorre no NT. E, antes, um tipo de saudação formal, semelhante ao aperto de mão no Ocidente hoje, e ainda é usado assim em alguns países. Em certa época, era usado como ritual de adoração pública nas igrejas.

Por fim, vem a saudação, não como em
1.2: “graça e paz”, mas simplesmente o hebraico paz, aquela plenitude de bem-estar que somente Deus dá em Cristo.

BIBLIOGRAFIA
Comentários
Beare, F. W. The First Epistle of Peter (comentário

do texto grego). Oxford, 1961.
Best, E. The First Epistle of Peter. NCentB. London, 1971.

Cranfield, C. E. B. / and II Peter and Jude. TC. London, 1960.

Elliot, J. H. A Home for the Homeless. London, 1982 [ Um larpara quem não tem casa: interpretação sociológica da primeira carta de Pedro, Edições Paulinas, 1985].

Kelly, J. N. D. The First Epistle of Peter and Jude. BNTC. London, 1969.

Reicke, B. The Epistles of James, Peter and Jude. AB. Garden City, 1964.

Selwyn, E. G. The First Epistle of St. Peter (comentário do texto grego). London, 1946.

Stibbs, A. M. & Walls, A. F. The First Epistle General of Peter. TNTC. London, 1959.


Francis Davidson

O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
Francis Davidson - Comentários de I Pedro Capítulo 5 do versículo 12 até o 14
VII. CONCLUSÃO 1Pe 5:12-14

Veja-se na 1ntrodução uma nota sobre Silvano e Babilônia. Pedro declara aqui seu propósito em escrever esta epístola. Exortou e testificou acerca da genuína graça de Deus, na qual estavam firmes. A ARA traduz as quatro últimas palavras como outra exortação: "nela estai firmes". "A graça que haviam experimentado na conversão, na bem-aventurança e no progresso da vida cristã, não era uma coisa ilusória, como seriam tentados a supor em face de suas tribulações, mas era a genuína graça de Deus" (Bennett). Nessa graça deviam ficar firmes (cfr. "firmes na fé", no vers. 9, acima). Meu filho Marcos (13). Não parece haver dúvida que se trata do evangelista Marcos, o qual, segundo se reconhece, devia a Pedro muito do material apresentado no Evangelho que traz o seu nome. A tradição associa-o a Pedro, a partir do tempo em que Paulo pediu a Timóteo que lho levasse de volta a Roma (2Tm 4:11). Papias diz que ele, Marcos, veio a ser o "intérprete" de Pedro, e nessa qualidade compôs o segundo Evangelho utilizando os fatos que recordava ter ouvido no ensino desse apóstolo. Saudai-vos uns aos outros com ósculo de amor (14). Veja-se também Rm 16:16; 1Co 16:20; 2Co 13:12; 1Ts 5:26. O ósculo ordinariamente fazia parte da cerimônia eucarística; e se, como alguns pensam, esta carta foi escrita para ser lida na celebração da Ceia do Senhor, na páscoa do ano 64 A. D., compreende-se de pronto o motivo desta exortação. O ósculo era sinal ou penhor de unidade e amor entre irmãos. Dava-se grande importância à necessidade de reconciliação entre pessoas desavindas, antes de se sentarem à Mesa do Senhor. O beijo era o sinal dessa reconciliação. O traidor Judas escolheu um beijo para com ele identificar nosso Senhor (Mc 14:44), dando a entender que era comum os discípulos de Jesus se oscularem. Servia como sinal de afeto bem como de reconciliação (cfr. Lc 15:20; ver também Lc 7:45). Paz a todos vós que vos achais em Cristo (14); cfr. 1Pe 1:2. Só os que se acham em Cristo conhecem esta paz; todos eles podem conhecê-la. "Paz" foi a saudação do Senhor ressuscitado (Lc 24:36; Jo 20:19 e segs. 26).


John MacArthur

Comentario de John Fullerton MacArthur Jr, Novo Calvinista, com base batista conservadora
John MacArthur - Comentários de I Pedro Capítulo 5 do versículo 1 até o 14

23. Pastoreando o rebanho ( I Pedro 5:1-4 )

Confiando em Deus no sofrimento

Por isso, também os que sofrem segundo a vontade de Deus devem confiar suas almas ao fiel Criador, fazendo o que é certo. ( 04:19 )

Portanto . atrai o leitor para o dever óbvio que ele tem em seu sofrimento Aqueles que sofrem de acordo com a vontade de Deus receber este incentivo relativo à dificuldade do seu justo dor é a vontade de Deus (cf. 3: 7 ; 05:10 ). Sabendo desse fato, os crentes descansar suas almas nos cuidados de Deus e propósito. Entrust ( paratithemi ) é o termo de um banqueiro referindo-se a um depósito para se manter seguro. Uma delas seria corretamente preocupados com o caráter ea capacidade da pessoa dada como uma relação de confiança. Jesus usou a mesma palavra na cruz, quando cometeu o seu espírito ao Pai ( Lc 23:46 ; conforme a discussão Dt 2:23 no capítulo 15 deste volume). Os crentes são encorajados ainda lembrar que Aquele a quem eles dão suas almas é o fiel Criador. Só aqui no Novo Testamento, Deus é denominadoCriador. Isso é porque ele foi geralmente aceite que o autor de tudo, o Designer de tudo o que é , Aquele que sustenta não só a Sua criação material, mas alcança Seu propósito para tudo isso, vai levar a efeito o que Ele quer somente Ele é completamente capaz e de confiança em fazer o que é certo. Quem poderia ser melhor do que o Criador de confiança, que sempre age retidão? Porque Deus é fiel em si mesmo e à sua próprias promessas, as almas dos crentes estão em repouso em Seu poder e Proposito (cf. 1: 3-5 ; João 10:27-30 ; 17: 11-12 , Jo 17:15 ; Rom. 8 : 35-39 ; 13 49:1-14'>Ef 1:13-14. ; . Fp 1:6. ; 2Tm 1:122Tm 1:12. ; Jude 24-25 ).

O salmista Davi trilhado o caminho que o levou de angústia em relação a seus perseguidores a garantia em seu fiel Criador. Salmo 31 é um rico exemplo de um crente confiar-se a Deus:

Em ti, Senhor, me refugio; nunca me deixes envergonhado; em sua retidão livra-me. Inclinai os vossos ouvidos para mim, salvar-me depressa; ser para mim uma rocha de força, uma fortaleza para me salvar. Pois tu és a minha rocha, a minha fortaleza; por amor do Seu nome Você vai me levar e me guiar. Você vai me puxar para fora da rede que tenham secretamente colocou para mim, pois tu és a minha força. Nas tuas mãos entrego o meu espírito; Você me resgatou, ó Senhor, Deus da verdade. Eu odeio aqueles que atentam para ídolos vãos, mas eu confio no Senhor. Vou alegrar e ser feliz na tua benignidade, porque você tem visto a minha aflição; Vocês conhecem os problemas da minha alma, e você não me entregou na mão do inimigo; Puseste os meus pés num lugar espaçoso. Tem misericórdia de mim, ó Senhor, porque estou angustiado; meu olho é desperdiçada longe de dor, minha alma e meu corpo também. Para a minha vida está gasta de tristeza e meus anos de suspiros; minha força falhou por causa da minha iniqüidade, e meu corpo definhava. Por causa de todos os meus adversários, eu me tornei uma censura, especialmente para os meus vizinhos, e um objeto de veneração para os meus conhecidos; os que me vêem na rua fogem de mim. Sou esquecido como um morto, fora da mente; Eu sou como um vaso quebrado. Pois tenho ouvido a difamação de muitos, terror por todos os lados; enquanto juntamente conspiravam contra mim, maquinaram tirar-me a vida. Mas, quanto a mim, eu confio em Vós, ó Senhor, eu digo: "Tu és o meu Deus." Os meus tempos estão nas tuas mãos; livra-me das mãos dos meus inimigos e dos que me perseguem. Faça a sua face brilhar sobre o teu servo; salva-me em tua benignidade. Que eu não seja envergonhado, ó Senhor, para que eu te invocam; os ímpios serão envergonhados, deixá-los ficar em silêncio no Seol. Deixe os lábios mentirosos ser mudo, que falam insolentemente contra o justo, com arrogância e com desprezo. Quão grande é a tua bondade, que você tem guardado para aqueles que o temem, que você tem feito para aqueles que se refugiam em ti, antes que os filhos dos homens! Você escondê-los no lugar secreto de Sua presença das intrigas dos homens; Você mantê-los em segredo em um abrigo da contenda das línguas. Bendito seja o Senhor, pois Ele fez maravilhosa a sua misericórdia para comigo em uma cidade sitiada. Quanto a mim, eu disse no meu alarme, "Estou cortado de diante dos teus olhos"; No entanto, você ouviu a voz das minhas súplicas, quando eu chorei por você. O amam ao Senhor, vós todos os seus santos! O Senhor guarda os fiéis e retribui plenamente o que usa de soberba. Seja forte e deixe seu coração tomar coragem, vós todos que esperais no Senhor.

Portanto, exorto os anciãos entre vós, como seu colega mais velho, e testemunha dos sofrimentos de Cristo, e participante da glória que há de ser revelada, pastorear o rebanho de Deus no meio de vós, exercer a fiscalização não por força, mas voluntariamente , de acordo com a vontade de Deus; e não por torpe ganância, mas com ânsia; nem como dominadores dos que lhes ao seu cargo, mas servindo de exemplo ao rebanho. E quando o Supremo Pastor se manifestar, você receberá a imarcescível coroa da glória. (5: 1-4 )

"Não é por acaso que Deus escolheu para nos chamar de ovelha", escreveu W. Phillip Keller. "O comportamento de ovelhas e os seres humanos é semelhante em muitos aspectos ... Ovelhas não 'apenas cuidar de si", como alguns poderiam supor. Eles exigem, mais do que qualquer outra classe de gado, a atenção interminável e cuidado meticuloso "( A Pastor Olha para o Salmo 23 [Grand Rapids: Zondervan, 1979], 20-21).

Por exemplo, Deus criou a maioria dos animais com um instinto misterioso para encontrar o seu caminho de casa. Mas se ovelha perdida em território desconhecido, tornam-se completamente desorientado e não pode encontrar o seu caminho de volta para casa, como na parábola pungente do Senhor da ovelha perdida ( Lucas 15:3-7 ). Ovelhas precisam de um pastor para guiá-los, fornecer para eles, protegê-los, e às vezes também para resgatá-los do perigo.

Ovelhas passam a maior parte de seu tempo comendo e bebendo. Mas se eles se perdem, eles são impotentes para encontrar comida e água adequada. Deixados a si mesmos, ovelhas se indiscriminAdãoente tanto comer plantas saudáveis ​​e venenosos, ou overgraze e arruinar a sua própria pastagem. E eles precisam ser levados a água que não é impuro e estagnada, não muito quente ou muito frio, e água que não está se movendo muito rapidamente. É por isso que o salmista se refere a "águas tranqüilas" em Sl 23:2. ; Mc 6:34 ). Eles não podiam se alimentar espiritualmente e não tinha ninguém para liderar e protegê-los. O profeta Isaías também comparou condição perdida da humanidade para que de ovelha desgarrada, "Todos nós como ovelhas, nos desviamos, cada um de nós se voltou para o seu próprio caminho" ( Is 53:6 , onde o escritor Lucas identifica-los como os líderes da igreja de Jerusalém. As referências subsequentes no Atos ( 14:23 ; 15: 4 , 6 , 22, 23 ; 16: 4 ; 20:17 ; 21:18 ), continuam a deixar claro o seu papel. Em 1Tm 5:17 Paulo identifica-los como aqueles homens que governam enquanto trabalhava "na palavra e na doutrina" ( NVI ). Tt 1:5 e Tito 1:5-9 . (Para um tratamento detalhado dessas duas passagens, ver John Macarthur, I Timóteo,MacArthur New Testament Commentary [Chicago: Moody, 1995], 91-121; MacArthur, Tito, MacArthur New Testament Commentary [Chicago: Moody, 1996], 17 —52).

Exortar ( parakaleo ) significa literalmente "para chamar ao lado", ou no sentido geral, "encorajar ou convencer alguém em uma determinada direção." O substantivo relacionado é freqüentemente associada com o ministério do Espírito Santo (cf. João 14:16 —17 , Jo 14:26 ; Jo 15:26 ; Jo 16:7. ; 2 Jo 1 ; 3 Jo 1 ), bispo ou supervisor ( episkopos; cf.2:25 ; Fm 1:11Tm 3:2 .) Elder enfatiza maturidade espiritual do homem necessário para tal ministério, e em muitas igrejas protestantes é o título oficial escolhido para o cargo. Bishop, ou superintendente, afirma a responsabilidade geral da tutela. Pastor é a palavra pastor e expressa o dever prioritário de alimentação ou ensinar a verdade da Palavra de Deus.

O Antigo Testamento está cheio de referências aos mais velhos em Israel (por exemplo, 04:15 Lev. ; Nu 11:25. ; Dt 25:7 ; Sl 107:32 ) . O Novo Testamento também indica anciãos ainda eram importantes na sociedade judaica naqueles dias (por exemplo, Mt 15:2 ; Lc 9:22 ; At 4:5. ; Ne 9:5 ). A igreja primitiva amplamente adotado um modelo semelhante (cf. Atos 2:42-47 ; At 6:4 ; He 13:1 ).

É significativo que Pedro usou o plural, mais velhos. Em referência a este ministério, o termo aparece sempre no plural, no Novo Testamento, afirmando que o escritório foi projetado para uma pluralidade de homens. Um uso singular da palavra em referência aos líderes da igreja ocorre apenas em casos como quando o apóstolo João chama-se "o mais velho" ( 2 Jo 1 ; 3 Jo 1 ) ou Pedro aqui chama-se um companheiro mais velho, e quando a instrução é dada sobre uma acusação contra um ancião específico ( 1Tm 5:1 ), mas oferece algumas salvaguardas importantes (cf. Pv 11:14. ). Primeiro, ele ajuda a proteger a igreja contra o erro. O apóstolo Paulo disse à igreja em Corinto: "Deixe dois ou três profetas, e deixar que os outros julguem ... e os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas" ( 1Co 14:29 , 1Co 14:32 ). Não havia ninguém para falar ou ministro de forma independente (cf. 1 Cor. 14: 26-33 ), ensinando estritamente por conta própria e não ser responsável ou sujeita ao conhecimento de outros professores.

A pluralidade de presbíteros em uma igreja local também preserva-lo contra desequilíbrio. É comum que o domínio por um resultado líder em seu mal dominador sobre o rebanho, muitas vezes com uma ênfase exagerada em alguma doutrina ou prática que não está em harmonia com o restante das Escrituras, expondo as pessoas a sério erro doutrinário e prática anti-bíblica. Existem variedades de escritórios, presentes, e (administrações Rm 12:3-8. ; 1 Cor 12: 4-11. ), e cada crente, incluindo idosos, tem um presente original (veja a discussão em 4: 10-11 no capítulo 21 do presente volume), e não há dois presentes são exatamente iguais. Uma pluralidade de presbíteros piedosos e talentosos enriquece a igreja uma vez que Deus não dá todas as habilidades espirituais a um homem. A elevação indevida de um homem acima do que é bom (cf. 1Tm 3:6 ) é um abuso contra o qual uma pluralidade de anciãos nas salvaguardas da igreja.

Finalmente, uma pluralidade de presbíteros evita descontinuidade na igreja. Quando um homem que tem sido o líder único ou dominante em algumas folhas igreja sem nunca em desenvolvimento outros anciãos, não há ninguém capaz de substituí-lo, resultando em uma grande ruptura do ministério para aquela igreja. No vácuo sem pastor, comitês de luta ovelhas para encontrar um pastor, de entre aqueles que não têm rebanho ou gostaria de um diferente. Os resultados são muitas vezes decepcionante e até mesmo de divisão. Então, Deus projetou a igreja a ser pastoreada por uma pluralidade de anciãos (cf. At 14:23 ; Tt 1:5. ; cf. 1 Cor 4: 1-5. ). Enquanto inclui os elementos positivos da liderança espiritual em direção à maturidade e semelhança de Cristo, e tutela espiritual para proteger o rebanho, seu objetivo principal é a alimentação do rebanho através da pregação hábil e ensino da revelação divina, que é a fonte de todos os elementos positivos . Pedro recebeu instrução em primeira mão sobre a responsabilidade mais importante do pastor do Senhor ressuscitado Ele mesmo:

Então, quando eles tinham acabado de pequeno-almoço, Jesus perguntou a Simão Pedro: "Simão, filho de João, amas-me mais do que estes?" Ele disse-lhe: "Sim, Senhor; Você sabe que eu te amo. "Ele disse-lhe:" Apascenta as minhas ovelhas ". Ele disse-lhe segunda vez:" Simão, filho de João, amas-me? "Ele disse-lhe:" Sim, Senhor ; Você sabe que eu te amo. "Ele lhe disse:" Pastor minhas ovelhas ". Ele disse-lhe terceira vez:" Simão, filho de João, tu me amas? "Pedro ficou triste, porque Ele disse-lhe o terceiro tempo, "Tu me amas?" E ele disse-lhe: "Senhor, tu sabes todas as coisas; .. Você sabe que eu te amo "Jesus disse-lhe:" Apascenta as minhas ovelhas "( João 21:15-17 )

Por duas vezes Jesus usou a palavra "tendência" ( Bosko ), o que poderia ser mais bem traduzida como "para se alimentar." "Pastor" ( poimaino ) incorpora todos os aspectos do pastoreio. A tarefa do pastor não é dizer às pessoas apenas o que eles querem ouvir ( 2 Tim. 4: 3-4 ), mas para edificar e fortalecê-los com as verdades profundas de alimento espiritual sólido que produz discernimento, convicção, consistência, poder e testemunho eficaz para a grandeza da obra salvadora de Cristo. Não importa o que a terminologia do Novo Testamento identifica o pastor e sua tarefa, por baixo de tudo é a primazia da verdade bíblica. Ele é alimentar as ovelhas.

Nos tempos do Antigo Testamento, quando pastores espirituais de Israel deixou de se alimentar ou cuidar das pessoas, Deus, através de seus profetas, os repreendiam. Jeremias declarou:

"Ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto!", Declara o Senhor. Portanto assim diz o Senhor Deus de Israel, acerca dos pastores que cuidar do meu povo: "Você dispersa as minhas ovelhas e as afugentastes, e não ter assistido a eles; eis que eu estou prestes a assistir a você para o mal de seus atos ", diz o Senhor. "Então eu me recolher o resto das minhas ovelhas de todas as terras para onde as tiver afugentado e trazê-los de volta para seu pasto, e eles vão ser frutífero e multiplicar. Eu também nos ressuscitará a pastores sobre eles e eles vão cuidar deles; e eles não vão ter medo por mais tempo, nem vos assusteis, nem qualquer ser perdido ", diz o Senhor. ( Jer 23: 1-4. ; cf. Ez 34:2-16. )

Pedro inclui alguma motivação convincente nesta exortação para que os líderes pastor. Em primeiro lugar, o apóstolo respeitado humildemente identificado com eles, chamando a si mesmo de um colega mais velho. Ao invés de tirar proveito de seu respeito por ele como um apóstolo e elevar-se, ele empatia com a sua tarefa como alguém que compreendeu os desafios e as dificuldades inerentes a pastorear (ver novamente João 21:15-17 ).

Como outra motivação, Pedro lembrou-lhes que ele era uma testemunha dos sofrimentos de Cristo. Que ele tinha visto o Cristo sofredor e ressuscitado afirmou a realidade de sua identidade apostólica ( Lucas 6:12-16 ; cf. Atos 1:12-17 .) e deu-lhe autoridade Testemunha ( martus ) tem um duplo significado: aquele que viu pessoalmente e algo experiente, e um que testemunhou o que viu. Porque tantos que testemunhou perante a suas experiências com Cristo foram mortos, o termo martirizado passou a se referir a alguém que foi morto por ser um testemunho cristão (cf. Mt 16:24-25. ; Mt 24:9 ; At 22:15 ), o fez uma fonte confiável para incentivar os mais velhos a seu dever. Obra redentora do Senhor foi o foco principal da pregação de Pedro ( Atos 2:14-36 ; 3: 12-26 ; 4: 8-12 ), e um tema importante nesta carta ( 1:11 , 19 ; 2: 21— 24 ; 3:18 ; 4: 1 ,13 ).

Menção da glória futura de Pedro motiva por antecipação. Como alguém que foi um participante da glória que há de ser revelada, Pedro poderia oferecer os outros anciãos a genuína esperança de uma recompensa eterna para seu serviço fiel. A glória que há de ser revelada olha para o retorno de Cristo (cf. 1: 7-9 ; 4: 7 , 12-13 ; Mt 24:30. ; Mt 25:31 ; Mc 13:26 ; Lc 21:27 ; veja a discussão Dt 4:7 ; Fp 3:20-21. ;Cl 1:27 ; Cl 3:4. ; He 2:10. ; 2Pe 1:32Pe 1:3 no capítulo anterior deste volume e de 1: 3-5 e 01:13 em capítulos 2:5, respectivamente). Certamente antecipação de Pedro foi ampliado exponencialmente porque ele tinha visto que a vinda glória na Transfiguração (cf. Mateus 17:1-8. ; 2 Pedro 1: 16-19 ).

Que Devem Ser guiou?

o rebanho de Deus no meio de vós, ( 5: 2 b)

Este texto diz claramente que os idosos têm a mais grave, a mordomia delegada, para pastorear não o seu próprio rebanho, mas o rebanho de Deus. Jesus Cristo veio à Terra para redimir sua Igreja (cf. Jo 10:11 ; . Ef 5:25 b -27). Depois ele subiu de volta ao céu, Ele enviou o Seu Espírito para capacitar sua Igreja (cf. João 16:5-11 ; Atos 1:4-9 ), com os dons espirituais necessários e homens dotados para pastorear o rebanho de Cristo (cf. Jo 14:26 ; 15: 15-17 ; Ef 4:11-12. ). E o fato de que Cristo comprado esse rebanho com o seu próprio sangue ( 1: 18-19 ; cf. At 20:28 ) enfatiza o valor da igreja ao Senhor. Na forma, o termo rendeu rebanho aqui ( poimnion ) é um diminutivo, um termo carinhoso, ressaltando ainda mais a preciosidade da Igreja (cf. João 10:1-5 ). Comentador RCH Lenski ecoa esta ênfase:

"Rebanho" traz à mente todas as imagens pastor encontrado nas Escrituras: a ovelha suave, sem defesa, susceptível de se desviar, precisando de um pastor, feliz, calmo sob seus cuidados, lamentável quando se perde, disperso, etc. Trata-se de "rebanho de Deus" que foi comprado a um preço excelente ( At 20:28 ), que é extremamente precioso aos seus olhos, uma grande confiança depositada nas mãos dos pastores humanos que estão a moldar-se segundo o Senhor, o Pastor ( Sl 23:1 ; . 2 Cor 1: 12-14 ; 6: 3 —13 ; 11: 7-11 ; 1 Tessalonicenses 2: 1-10. ; 2 Ts 3: 7-9. ; 13 55:1-14'>213 55:1-14'> Tim 1: 13-14. ). Paulo foi tão longe como para exortar as suas ovelhas para ser imitadores dele ( 1Co 4:16. ; 1Co 11:1 ). Ele definiu a compulsão adequada para o ministério, quando escreveu: "Conhecendo o temor do Senhor, procuramos persuadir os homens ... o amor de Cristo nos constrange" ( 2Co 5:11. , 2Co 5:14 ). Paixão pessoal de Paulo também é evidente em Romanos 1:14-16 ,

Eu sou devedor, tanto a gregos como a bárbaros, tanto a sábios como a ignorantes. Então, da minha parte, estou pronto para anunciar o evangelho também a vós que estais em Roma. Porque não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego.
Este serviço é zeloso de acordo com a vontade de Deus, assim como o Senhor quiser o sofrimento injusto que aperfeiçoa Seus santos ( 04:19 ). Aqueles que apascentar o povo de Deus deve ter nenhuma dúvida sobre a diligência e seriedade com que eles devem cumprir o seu ministério espiritual de cuidar das almas preciosas que são do Senhor, e eles vão dar conta: "Obedeçam aos seus líderes e submeter-se a eles, para eles velam por vossa alma, como aqueles que hão de dar conta. Que façam isso com alegria e não gemendo, porque isso não seria lucrativo para você "( He 13:17 ).

O segundo perigo para os pastores para evitar a tentação de ser motivado por dinheiro ou benefícios materiais. Em Atos 20:33-35 , Paulo manifesta a atitude certa:

Cobicei prata ou ouro ou roupas de ninguém. Vós bem sabeis que estas mãos proveram as minhas próprias necessidades e para os homens que estavam comigo. Em tudo o que eu lhe mostrei que, trabalhando duro dessa maneira você deve ajudar os fracos e lembre-se das palavras do Senhor Jesus, que Ele mesmo disse: "Há mais felicidade em dar do que receber." (Cf. 1 Ts. 2 : 8-9 ; 1 Tm 6: 6-11. )

As qualificações bíblicas básicas para um ancião também deixar claro que ele é caracterizado como um servo abnegado o compromisso de sacrifício e não preocupado com dinheiro e materialismo ( 1Tm 3:3 ). Na verdade, esses presbíteros que servem de forma diligente, com maior empenho e excelência no ensino da Palavra e levando as ovelhas, devem receber maior reconhecimento e remuneração mais generoso de suas congregações ( 1 Tim 5: 17-18. ; cf. 1 Tes 5. : 12-13 ).

Sórdida ganância , na verdade, vai além da riqueza apenas buscando e fala para a aquisição vergonhoso dela. Pastores verdadeiros nunca vai usar o ministério para roubar dinheiro das ovelhas ou adquiri-lo de forma desonesta, como falsos profetas sempre faço. Tal comportamento desprezível é típico de falsos pastores, os charlatães e hereges que se disfarçam como servos de Deus, para tornar-se rico e suas vítimas carentes ( Is 56:11. ; Jr 6:13. ; Jr 8:10 ; Mq 3:11 ).

Finalmente, os chamados para pastor pode ser ameaçada pelo desejo de outros pecaminosamente dominam. dominando sobre ( katakurieuō ) conota intensidade em dominador sobre as pessoas e as circunstâncias (ver Diótrefes como um exemplo em III João 9:10 ). Qualquer tipo de liderança autocrática, opressivo e intimidante, com elementos de demagogia-traços que normalmente caracterizam o estilo de liderança e metodologia de não regenerados homens é uma perversão do gabinete do superintendente. Em Mateus 20:25-28 , o Senhor Jesus estabeleceu o padrão:

Mas Jesus os chamou e disse: "Vocês sabem que os governantes das nações dominam sobre eles, e os seus grandes exercem autoridade sobre eles. Não é desta forma no meio de vós, mas quem quiser tornar-se grande entre vós, será vosso servo, e quem quiser ser o primeiro entre vós será vosso servo; tal como o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos ".
Como se a novos presbíteros desafio com o peso de sua responsabilidade, Pedro acrescenta um forte lembrete de que aqueles que pastorear não escolhe a sua responsabilidade, ou aqueles para os quais são responsáveis. Cada pastor tem um rebanho atribuído a seu cargo ( klērōn,"aquele que é dado aos cuidados de outro") pelo próprio Senhor. O ensinamento de Cristo em Mt 18:1 )

Por Pastores Deve Servir?

E quando o Supremo Pastor se manifestar, você receberá a imarcescível coroa da glória. ( 5: 4 )

Supremo Pastor é um dos mais belos títulos para o Salvador, em toda a Escritura. A imagem do pastor Messias aparece pela primeira vez no Antigo Testamento ( Zc 13:7 )

Coroas temporais acabaria por ferrugem, fade, ou, se for feita a partir de plantas, morrem rapidamente. Pedro não estava olhando para a frente apenas para alguns imarcescível versão de um terreno coroa, mas metaforicamente a eterna glória, que pode nunca desaparecer. O termounfading é da mesma cognato como o nome da flor (amaranto) que supostamente nunca desapareceu ou perdeu a sua flor. (Veja novamente a breve discussão sobre este termo Nu 1:4. ). Todos aqueles que são facetas de bênção eterna e todos são imperecível.

A recompensa da glória eterna deveria ser toda a razão, qualquer pastor precisa para desejar servir fielmente. O tema de recompensas futuras como incentivo para o serviço cristão já tem sido uma das ênfases de Pedro nesta carta ( 1: 4-5 , 13 ; 04:13 ; cf. 4: 7 ). A expressão completa de eterna, gloriosa coroa de pastor será proporcional ao seu serviço fiel na terra (cf. 1 Cor 9: 24-27. ; 2Co 5:102Co 5:10 ; 2 Tim. 4: 6-8 ; Ap 2:10 ).

Pastorear o rebanho é um grave, séria responsabilidade, e os anciãos são responsáveis ​​perante Deus para o seu ministério. Tiago estava plenamente consciente de que a prestação de contas, quando ele escreveu o seguinte aviso: "Não muitos de vocês se tornarem professores, meus irmãos, sabendo que, como tal, vamos incorrer em um juízo mais rigoroso" ( 3: 1 ; cf. . Ez 3:17— 19 ; 33: 7-9 ; Atos 20:26-27 ; 2 Tm 4: 1-2. ; He 13:17. ). Tiago não estava tentando desencorajar pastores verdadeiramente qualificados e dispostos, mas lembrou o ambicioso de elevados padrões de Deus para eles e da recompensa ("sentença") receberão diante do tribunal de Cristo (cf. 1Co 3:9 ; 4: 3-5 ; 2 Cor 5: 9-11. ). Subpastores de Cristo enfrentam uma tarefa difícil, mas a vigilância fiel traz recompensa eterna sob a forma de um serviço maior e alegria no céu do Senhor: "Seu mestre lhe disse: 'Muito bem, servo bom e fiel. Você foi fiel com algumas coisas, vou colocar você no comando de muitas coisas; entra no gozo do teu senhor "( Mt 25:23 ).






24. Atitudes fundamentais de uma Mente Cristã ( I Pedro 5:5-14 )

Vocês, homens mais jovens, da mesma forma, ser sujeitos aos mais velhos; e todos vocês, revesti-vos de humildade para com o outro, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes. Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que Ele vos exalte no tempo apropriado, lançando toda sua ansiedade, porque Ele tem cuidado de vós. Seja de espírito sóbrio, estar em alerta. O vosso adversário, o diabo, anda em derredor, como leão que ruge, procurando alguém para devorar. Mas resistir-lhe, firmes na fé, sabendo que as mesmas experiências de sofrimento estão sendo realizados por seus irmãos que estão no mundo. Depois de ter sofrido por um pouco de tempo, o Deus de toda graça, que vos chamou à sua eterna glória em Cristo, Ele mesmo perfeito, confirmar, fortalecer e estabelecer-lo. A ele seja o domínio para todo o sempre. Amém. Por Silvano, nosso fiel irmão (porque assim eu considerá-lo), eu vos escrevi abreviAdãoente, exortando e testificando que esta é a verdadeira graça de Deus. Fique firme nele! Ela, que está em Babilônia, escolhida em conjunto com você, lhe envia saudações, e assim faz o meu filho, Marcos. Saudai-vos uns aos outros com um beijo de amor. A paz esteja com todos vós que estais em Cristo. ( 5: 5-14 )

O espírito dos tempos na sociedade ocidental é um dos anti-intelectualismo. New Age pensamento, uma fonte importante de que mindlessness, tem influenciado religião e filosofia de muitas maneiras. No espírito do misticismo hindu, filosofia New Age acredita em tudo e nada ao mesmo tempo. As distinções entre o natural eo sobrenatural tendem a se fundir em um borrão confuso. A ênfase está em experiências místicas, em vez de conteúdo racional.
Ao longo dos séculos, especialmente durante o século passado que tipo de perspectiva encontrou o seu caminho gradualmente, mas de forma constante para a cristandade. A Igreja Católica Romana tem sido sempre profundamente envolvido no misticismo, com rituais e cerimônias suplantando adoração bíblica e da proclamação do evangelho verdadeiro. Protestante neoorthodoxy promove um tipo diferente de anti-intelectualismo, o que o falecido Francis Schaeffer chamado de "salto de fé" para o reino não-racional. O movimento carismático é talvez o provedor mais flagrante de místico anti-intelectualismo e subjetivismo espiritual. Adicionar o pós-modernismo, a idéia de que não existe uma verdade absoluta e cada pessoa pode desenvolver a sua própria visão da verdade com base na intuição e experiência, e um tem um novo conceito de a medida em que este anti-intelectualismo tem permeado o mundo de hoje.
Os sistemas anteriores reduzir Deus, um ser transcendente individual, acessível e cognoscível só através da experiência mística ou sentimento, e não se revela através da verdade proposicional. A Bíblia não é visto como a única revelação, inspirado por Deus, e é visto como nem infalível nem autoritária. Como resultado, a verdade divina é ignorado, absolutos morais de certo e errado desaparecer, e engano sobre a verdadeira condição espiritual prevalece.

Tal mindlessness mística é a antítese de como Deus é para ser conhecido. Ele nunca quis que o Seu povo a se relacionar com Ele, sem aplicação de suas mentes para a Sua revelação. A verdadeira comunhão e adoração deve ser baseada em uma compreensão clara, precisa da verdade bíblica. Através do salmista Davi, Deus declarou: "Eu instruí-lo e ensinar-lhe o caminho que deves seguir; Eu vou aconselhá-lo com os meus olhos em cima de você. Não seja como o cavalo nem como a mula, que não têm entendimento "( Sl. 32: 8-9 ; cf. Sl 25:8 ). Em Jeremias, Deus repreendeu Seu povo pela sua terrível falta de entendimento espiritual: "Porque o meu povo é insensato, já não me conhece; são crianças estúpidas e não têm entendimento.Eles são astutos para fazer o mal, mas para fazer o bem que eles não sabem "( Jr 4:22. ; cf. Os 4:6. ; Jo 17:17 ; At 17:11 ; 1Co 14:151Co 14:15. ; Ef 4:1 ; Cl 1:9. ; Heb. 5: 12-14 ) e serem conformes à imagem de seu Filho. O apóstolo Paulo disse aos filipenses: "E peço isto: que o vosso amor cresça ainda mais e mais no conhecimento real e em todo o discernimento, para que você possa aprovar as coisas que são excelentes, a fim de ser sinceros e irrepreensíveis até o dia de Cristo "( Filipenses 1:9-10. ). Pedro também chamado de crentes a usar suas mentes para entender a verdade de Deus e aplicá-lo em suas vidas: "Agora, por isso mesmo, também, a aplicação de toda a diligência, no seu abastecimento de fé excelência moral, e em sua excelência moral, o conhecimento" ( 2Pe 1:5 ; 1Co 2:161Co 2:16 ; 2Tm 1:72Tm 1:7 ). "O deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos", ele explicou aos Coríntios, "para que não vejam a luz do evangelho da glória de Cristo" ( 2Co 4:4 ), e lembrou aos Colossenses: "Você estava anteriormente alienado e hostil em mente" ( Cl 1:21 ). Em Romanos 8:5-8 , Paulo deu talvez o melhor resumo do contraste entre o pensamento não-regenerado e da mente regenerado:

Para aqueles que estão de acordo com a carne cogitam das coisas da carne, mas os que são segundo o Espírito, das coisas do Espírito. Para a mente posta na carne é a morte, mas a mentalidade sobre o Espírito é vida e paz, porque a mente posta na carne é hostil para com Deus; para não sujeitar-se à lei de Deus, pois não é mesmo capaz de fazê-lo, e aqueles que estão na carne não podem agradar a Deus. (Cf. 1Co 2:14. ; 2Co 10:52Co 10:5 ; Ef 2:1 ; Pv 18:15 ; Pv 22:17 ; . Mt 22:37 ; Ef 4:23. ; 5: 15-17 ;He 10:16. ). É crucial que os crentes tomar continuamente na verdade, "Porque, como [um homem] imagina em sua alma, assim ele é" ( Pv 23:7:. Sl 119:100 ; . Pv 16:31 ; Pv 20:29 ).

Ao chamar o jovem para estar sujeito a maiores de-los no Senhor, Pedro novamente usou o termo militar hupotassō, "para alinhar sob". Ele chama a todos na igreja de pôr de lado o orgulho de auto-promoção e de bom grado e respeitosamente colocar-se sob a liderança de seus pastores (cf. 1Tm 5:17 ; He 13:7 )

 

Mas pedimos de vocês, irmãos, que você aprecia aqueles que trabalham entre vós, e tem carga sobre vós no Senhor e dar-lhe instruções, e que você estima-los muito bem no amor por causa de seu trabalho. Viver em paz uns com os outros. ( I Tessalonicenses 5:12-13. )

Como pode ser visto no contexto mais amplo, os cristãos estão a ser submisso a todos em posição de autoridade, mas especialmente na igreja. O processo de crescimento espiritual floresce entre aqueles que têm uma atitude de submissão. Um rebanho insubmissa, por outro lado, faz com que o ministério dos pastores difícil e perde um elemento fundamental para a santificação: "Obedeçam aos seus líderes e submeter-se a eles, pois eles velam por vossa alma, como quem deve prestar contas. Que façam isso com alegria e não gemendo, porque isso não seria lucrativo para você "( He 13:17 ).

Humildade

e todos vocês, revesti-vos de humildade para com o outro, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes. Vos, pois, humildes debaixo da potente mão de Deus, para que Ele vos exalte no tempo apropriado, ( 5: 5 b-6)

Inseparavelmente ligada e subjacente a uma atitude submissa é uma mente dado a humildade (cf. Sl 25:9 ; Mq 6:8 ; Ef 4:1-2. ; Jc 4:10 ). Porque sempre o verdadeiramente humilde e só os humildes a apresentar, tanto de comandos de Pedro abrangertodos os crentes.

Revesti ( egkomboomai ) significa literalmente "para amarrar algo sobre si mesmo", como um avental de trabalho usadas pelos funcionários. Aqui ele descreve figurativamente cobrindo-se com uma atitude de humildade , como alguém se submete às autoridades sobre ele. A palavra para humildade aqui é tapeinophrosunēn, "humildade de espírito", ou "auto-humilhação." Ele descreve a atitude de quem serve de bom grado, mesmo no mais humilde de tarefas (cf. 1 Cor 4: 1-5. ; 2Co 4:72Co 4:7. ). Talvez até mais do que hoje, a humildade não era uma característica admirada no mundo pagão do primeiro século. As pessoas viram isso como uma característica de fraqueza e covardia, a ser tolerado somente na submissão involuntária de escravos.

Como Pedro escreveu este verso, ele provavelmente recordou Jesus 'amarrar uma toalha em Si mesmo e lavar os pés dos discípulos, incluindo a sua própria, como registrado em 13 3:43-13:11'>João 13:3-11 e aplicado por Jesus nos versículos 12:17 , como segue:

Então, quando ele tinha lavado os pés, tomou o manto e reclinou-se à mesa novamente, Ele lhes disse: "Você sabe o que eu fiz para você? Vós me chamais Mestre e Senhor; e você está certo, porque eu o sou. Ora, se eu, o Senhor e Mestre, lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros. Porque eu vos dei o exemplo de que você também deve fazer o que eu fiz para você. Verdade, em verdade vos digo que, um escravo não é maior que seu senhor, nem é aquele que é enviado maior do que aquele que o enviou. Se você sabe essas coisas, você é abençoado, se você fazê-las "(cf.. Ps 131: 1-2. ; Mt 25:37-40. ; Lucas 22:24-27 ; Rm 12:3 , Rm 12:16 ; Fp 2:3-11. )

Para reforçar a sua exortação à humildade, Pedro citou Pv 3:34 , Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes (cf. Jc 4:6 um ; 08:13 ) é a maior motivação para os santos a adotar a atitude de humildade. Orgulho define um contra Deus e vice-versa. Por outro lado, Deus abençoa e dá graça aos humildes (cf.22:29 ; Sl 37:11. ; Pv 22:4 ; Mt 11:29. ; Lc 10:21 ; 13 42:18-14'>18: 13-14 ; 1 Cor 1: 28-29. ; 2 Cor 4: 7-18. ). O profeta Isaías declarou o princípio bem, "Porque assim diz o Alto e exaltado que vive para sempre, cujo nome é santo," eu moro em um lugar alto e santo, e também com o contrito e humilde de espírito, a fim de reviver o espírito dos humildes, e para vivificar o coração dos contritos "( Is 57:15. ; cf. Is 66:2 )

Com base no versículo acima de Provérbios que Pedro mencionados, este comando vem com força: vos, pois, humildes na apresentação, não só para evitar a oposição divina e para receber a graça divina, mas porque a autoridade sobre todos os crentes na igreja não é outro senão o poderoso mão de Deus. Ou, como Tiago afirmou que, "Humilhai-vos na presença do Senhor" ( 4:10 a ).

mão poderosa de Deus é descritiva do poder soberano de Deus em ação em e através dos presbíteros da igreja, bem como na experiência de vida do seu povo (cf. Is 48:13. ; Ez. 20: 33-34 ; Sf . 1: 4 ; 02:13 ; Lucas 1:49-51 ). Seja para libertação ( Ex 3:19-20. ; 13 3:2-13:16'>13 3:16 ), para testes ( Job 30:20-21 ), ou para a correção ( . Ez 20:33-38 ), poder de Deus é sempre realizar a Sua eterna fins em nome de sua própria (cf. Sl 57:2 ; Is 46:10 ; Is 55:11 ; Jr 51:12. ; At 2:23 ; Rm 8:1 ; Rm 9:11 , Rm 9:17 ; . Ef 3:11 ; . Fp 2:13 ). Em seu tempo de perseguição, sofrimento e testes, que a garantia iria incentivar o público de Pedro para perseverar (cf. Sl 37:24. ; Pv 4:18. ; Mt 10:22. ; Mt 24:13 ; Rm 8:30 ; Hb 12:2-3. ; Jc 1:4 ; Ap 3:5 ; Rm 9:9 ). É o próprio Senhor Jesus, que prometeu: "Todo aquele que se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado" ( Lc 14:11 ).

Confiança

lançando toda sua ansiedade, porque Ele tem cuidado de vós. ( 5: 7 )

Como crentes aguentar humilde e submisso, eles encontram a sua força no meio de ensaios, por meio de confiança confiante no propósito perfeito de Deus. O salmista Davi é certamente fonte de Pedro, uma vez que esta era a sua confiança, e que o apóstolo deve ter sabido bem suas palavras: "Lança o teu fardo sobre o Senhor, e Ele te sustentará; Ele nunca permitirá que o justo seja abalado "( Sl 55:22 ). Davi ansiedade veio de ataques por parte de um amigo Judas-like (ver vv 12-14. ), um ensaio mais difícil de suportar, já que vem de alguém que é amado e confiável. Pedro tirou do que texto para instruir todos os crentes em todos os tipos de problemas para seguir o exemplo de Davi e se entregam aos cuidados do Senhor (cf. 02:23 ; 04:19 ).

Fundição (de epiriptō ) significa jogar alguma coisa em outra coisa ou alguém. Por exemplo, em Lc 19:35 ( NVI) é usado de jogar um cobertor sobre um animal. Pedro exorta os crentes a atirar sobre o Senhor toda a sua ansiedade, uma palavra que pode incluir todo o descontentamento, desânimo, desespero, questionando, dor, sofrimento, e quaisquer outros ensaios que encontram (cf. 2Sm 22:3. ; Is 26:4 ; . 2Co 1:102Co 1:10 ; Fp 4:6-7. , Fp 4:19 ; He 13:6. KJV ​​; 3: 2 , 11 ; Tt 2:2 ; Rom. 12: 1-2 ; Rm 13:14 ; Phil . 4: 8 ; Cl 3:2. ; Tt 2:12 ; Jc 1:27 ; Jc 4:4 ).

Vigilância

estar em alerta. O vosso adversário, o diabo, anda em derredor, como leão que ruge, procurando alguém para devorar. ( 5: 8 b)

A razão pela qual os cristãos devem cultivar as atitudes anteriores de submissão, humildade, confiança e auto-controle é que eles enfrentam oposição espiritual feroz e implacável de Satanás e seus demônios. Os crentes não deve tornar-se indiferente a essa realidade (cf. Pv 15:19. ;He 6:12. indulgente ou do pecado) ( 1Co 5:6 ), para que não se tornem vítimas do inimigo ( . 2Co 2:11 ; 2Co 6:11 Ef. ; cf. 1Ts 3:5 ; Mc 1:13 ; 2Co 12:72Co 12:7. ), mas muitas vezes muito sutilmente ( 2Co 11:14. ), a demanda que aqueles que amam a Cristo manter essa vigilância. O Senhor advertiu Seus discípulos: "Continue assistindo e Orando para que não entreis em tentação; o espírito está pronto, mas a carne é fraca "( Mt 26:41 ).

Pedro identifica Satanás como seu adversário, o diabo, o pronome sua tomada essa designação muito pessoal. Satanás não é apenas o adversário de Deus e Seus santos anjos, mas ele é o inimigo cruel, implacável de todo o povo de Deus (cf. 1:6-8 ; 2: 1-6 ; Zc 3:1 ; Jo 14:30 ; Jo 16:11 ; cf. Ef 2:2 ; 2: 1-7 ). Imaginário da de Pedro leão que ruge deriva do Antigo Testamento ( Sl 7:2 ; Sl 17:12 ; 13 19:22-21'>22: 13-21 ; Sl 35:17 ; Sl 58:6 ; . Ez 28:1-19 ). Esses demônios que não estão ligados (ver a discussão de 3: 19-20 , no capítulo 19 deste volume), são as forças diabólicas sinistro por trás do sistema mundial. Filhos de Deus, em sua luta contra o engano e tentação que vem do mundo para a sua carne, são realmente lutando com e disputando com estratégias demoníacas ( Ef. 6: 11-12 ; cf. 2 Cor 10: 3-5. ).

Satanás e os demônios esconder invisível no mundo espiritual, mas fazer o seu trabalho através de agentes humanos (cf. 1 Tim 4, 1-2. ; 2 Pedro 2: 1-22 ; Jude 3-16 ). Ap 12:4. ). Ele tentou derrotar Cristo, dando-Lhe os reinos do mundo, sem qualquer sofrimento ( Mt 4:1-11. ; Lucas 4:1-12 ). Judas 1scariotes também foi um peão dispostos de Satanás, usado para trair o Senhor em um esforço mal concebida de alguma forma, frustrar o plano de Deus ( Lc 22:3 ; cf. Mt 26:47-56. ). Satanás também usou os líderes judeus em um esforço para impedir a missão redentora de Cristo (cf. Mt 12:14. ; Mt 21:46 ; 22: 15-16 ;26: 1-5 ; 27: 20-23 ; Lc 6:7 ; 7: 1-13 , Jo 7:32 ; Jo 8:44 , Jo 8:59 ; Jo 11:8 , Jo 11:57 ). O inimigo continua incansavelmente em seus esforços para se opor a Cristo através de torcer o evangelho salvador (cf. Gl 1:6-9. ; 1 João 4:1-4 ) e tentando arruinar o plano redentor de Deus (cf. Mt 13:38 ; 2Co 2:112Co 2:11. ; 4: 3-4 ).

Além de se opor Jesus Cristo diretamente, Satanás ao longo dos séculos tem procurado destruir a nação de Israel (cf. Est. 3: 1-4: 3 ), as pessoas de quem o Messias viria. Em sua visão, João recebeu um olhar para o futuro tempo de tribulação no final da época e viu que "a mulher fugiu para o deserto, onde já tinha lugar preparado por Deus, para que ali ela seria alimentada por mil 260 dias "( Ap 12:6. ; Zc 13:1. , 25-29 ), e dado o reino prometido a eles ( Zacarias 14:4-9. , 16-21 ; Apocalipse 20:1-6 ).

Em terceiro lugar, a estratégia de Satanás tem sido a de se opor aos santos anjos: "E houve guerra no céu: Miguel e seus anjos fazer a guerra com o dragão. O dragão e os seus anjos travaram uma guerra, e eles não eram fortes o suficiente, e não havia mais um lugar se achou nos céus "( Apocalipse 12:7-8 ). Quando Satanás primeiro caiu do céu, aqueles anjos que se juntaram a sua rebelião acompanhou em guerreando contra Michael, o superanjo (cf. Dn 10:13. , Dn 10:21 ; Dn 12:1 ) e escravizando-as ao seu sistema mundial de ignorância, a incredulidade, a religião falsa, e pelo pecado, Satanás também se concentra seus esforços em se opor aos santos.

Satanás procura para devorar os crentes em uma série de maneiras. Em primeiro lugar, Deus pode permitir-lhe para atacar um crente diretamente. A história da provação de Jó ea eventual triunfo de sua fé ilustra bem isso. No Novo Testamento, o próprio Pedro experimentou ataque de Satanás ( Lucas 22:31-34 ) como o inimigo fez negar Cristo por três vezes ( vv 54-62. ). O Senhor, no entanto, usou esse incidente para fazer a sua fé mais forte e dar-lhe uma maior capacidade de instruir os outros (cf. João 21:15-22 ). O apóstolo Paulo também teve de lidar com o assalto de um agente demoníaco que liderou o ataque dos falsos mestres na igreja de Corinto ( 2 Cor. 12: 7-10 ). Alguns dos membros da igreja em Esmirna sofreu como resultado de perseguição satânica ( Ap 2:10 ), e alguns em Tiatira experimentou as consequências dolorosas de ensino demoníaca em sua igreja ( Ap 2:18-24 ). O quinto selo revela os milhares de mortos por Satanás por meio do Anticristo durante a Grande Tribulação como implorando por justiça divina para vir rapidamente contra os inimigos do mal ( Apocalipse 6:9-11 ).Finalmente, Deus usa até mesmo Satanás, como o agente de punição para aqueles que professam a pregar Cristo, mas, na verdade, levar outros a se desviarem com a falsa doutrina ( 1 Tim. 1: 18-20 ), e para aqueles que não estão dispostos a se arrepender do pecado ( 1 Cor . 5: 1-5 ).

De modo mais geral, Satanás e seus demônios montar constantemente o ataque a crentes individuais através do sistema mundial ubíqua pecaminoso e sedutor. João condensado a batalha espiritual para baixo a três pontos em que a natureza humana caída dos crentes é suscetível à tentação:

Não ameis o mundo nem as coisas do mundo. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos ea soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. O mundo está passando, e também as suas concupiscências; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre. ( I João 2:15-17 ; cf. At 5:3 )

Quando um dos parceiros detém o relacionamento físico do outro, Satanás vai tentar um privado para o pecado, acelerando, assim, atitudes que muitas vezes trazem a destruição de que o casamento ea família.

Em terceiro lugar, os crentes-ambos os líderes e os membros da congregação são vulneráveis ​​a ataques de Satanás dentro da igreja. Paulo instruiu Timóteo a escolher homens bem qualificados como pastores ( 1 Tim. 3: 1-6 ), para que não seja regulada "no laço do diabo" ( v. 7 ).Satanás também procura destruir a unidade da igreja, render o seu poder espiritual ineficaz, e confundir a sua Proposito (cf. 1 Cor 1: 10-13. ; 6: 1-6 ; 11: 17-34 ; 14: 20-38 ; Rev . 2-3 ).

Primeira linha de defesa para a proteção de estratégias de Satanás de Pedro é simples e DIRECT . estar em alerta Se Satanás enganou Eva com tanta facilidade no ambiente perfeito do Éden ( Gênesis 3:1-13 ; 1Tm 2:141Tm 2:14. ; cf, 2 Cor . 11: 3 ), quanto mais são os pecadores que vivem em um mundo pecaminoso caído suscetíveis a astúcia e engano de Satanás (resgatadas 2Co 11:3 )

Satanás já foi derrotado por Cristo (cf. Rm 16:20 ) e, através da crença na verdade e na oração, também pode ser derrotado na vida dos crentes. É pela Palavra de Deus, acreditou e obedeceu, que os cristãos vencer a Satanás:

Estou escrevendo para vocês, filhinhos, porque os vossos pecados são perdoados por amor do seu nome. Estou escrevendo para você, pais, porque conheceis aquele que é desde o princípio. Estou escrevendo para vocês, jovens, porque vencestes o maligno. Eu vos escrevi, filhos, porque conhecestes o Pai. ( I João 2:12-13 ; cf. 4: 4-6 )

Eles serão vitoriosos se eles são espiritualmente alerta para influência satânica que vem através de seu entorno e relacionamentos, e avaliar potenciais tentações e fugir deles ( Pv 1:10-17. ; 4: 14-15 ; Mateus 18:8-9. ; Mt 26:41 ; 1Co 6:181Co 6:18. ; 13 46:10-14'>10: 13-14 ; . 2Co 2:112Co 2:11 ; . 1Tm 6:111Tm 6:11 ; . 2Tm 2:222Tm 2:22 ; 13 59:1-16'>Tiago 1:13-16 ).

Coragem

Mas resistir-lhe, firmes na fé, sabendo que as mesmas experiências de sofrimento estão sendo realizados por seus irmãos que estão no mundo. ( 5: 9 )

Comandos Pedro cristãos a ter uma mente que é resoluto e resistir a Satanás por ser firme em sua fé. Essa resistência faz com que o diabo para "fugirá de vós" ( Jc 4:7. ; Ef 4:5 ; Fp 1:27. ; 1Tm 4:11Tm 4:1 ,

E ele deu uns como apóstolos, e outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres, para o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para a edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, para um homem maduro, com a medida da estatura que pertence à plenitude de Cristo. Como resultado, já não estamos a ser crianças, jogou aqui e ali pelas ondas e levados ao redor por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganosa.

Uma vez que Satanás é um mentiroso ( Jo 8:44 ; cf. Gn 3:1 ), a única forma segura de se levantar contra ele é de fiel obediência à verdade bíblica. A batalha é espiritual, no reino sobrenatural, como Paulo observa:

Porque, embora andando na carne, não militamos segundo a carne, pois as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus, para destruição das fortalezas. Estamos destruindo especulações e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo. ( 2 Cor. 10: 3-5 )

"Especulações" são ideologias satânicas, idéias, teorias, filosofias religiosas e sistemas de pensamento "levantou-se contra o conhecimento de Deus"; ou seja, eles são pontos de vista anti-bíblicas que têm pessoas em cativeiro, como se eles foram presos em uma grande fortaleza. Os cristãos não podem esmagar aquelas idéias com engenhosidade humana, mas apenas com VERDADE bíblica "levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo." Só quando alguém tem a mente de Cristo em uma questão é que ele salvou a partir de tais idéias.
Pedro conclui esta seção com uma palavra de garantia aos seus leitores como eles perseveraram humilde e submissa, vigilante e corajosamente no meio de muitas perseguições, sofrimentos e provações, eles não estavam sozinhos. Ele lembrou-lhes que as mesmas experiências de sofrimento foram sendo realizado por seus irmãos que estão no mundo. Os crentes em outros lugares poderia simpatizar com eles, porque todos os segmentos da comunidade cristã experimentou ou vai experimentar ataque do Inimigo (cf. He 13:3. ; João 15:18-21 ; 2 Cor 1: 6-7. ; Jc 5:11 ).

Esperança

Depois de ter sofrido por um pouco de tempo, o Deus de toda graça, que vos chamou à sua eterna glória em Cristo, Ele mesmo perfeito, confirmar, fortalecer e estabelecer-lo. ( 05:10 )

Esperança fornece os crentes com a confiança de que, após a resolução de problemas e dificuldades da vida, eles podem contar com Deus glorificando-los no céu. E durante esta vida, que podem contar com o seu trabalho continuou de santificar-los através de seu sofrimento (cf. Sl 33:18. ; Pv 10:28. ; Rm 4:18-21. ; Rm 5:5 , Dt 1:21, sobre a esperança, nos capítulos 2:5-6 deste volume). Para eles para apreciar plenamente o efeito futuro, os crentes devem perceber que ele pode vir somente depois que eles sofreram por pouco tempo (cf. Rm 8:18. , ver também a discussão Dt 1:6 ).

Pedro chama Deus , o Deus de toda graça, que é uma reminiscência do título de Paulo o "Deus de toda consolação" ( 2Co 1:3 ; 1Co 3:101Co 3:10. ; 1Co 15:10 ; 2Co 1:122Co 1:12. ; 2Co 9:8 ; He 12:15 ; He 13:9 ,

A fim de que eu possa alcançar a ressurreição dentre os mortos. Não que eu já tenha obtido ou que seja perfeito, mas prossigo para que eu possa alcançar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus. Irmãos, eu não me considero como tendo prendeu ela ainda; mas uma coisa eu faço: esquecendo o que está por trás e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.

O apóstolo João também descreve em I João 3:2-3 ,

Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou ainda o que havemos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque O veremos tal como Ele é. E todo aquele que tem esta esperança purifica-se a Ele, assim como Ele é puro.
Glória dos santos será que ser feito como Jesus Cristo ( 3 Phil: 20-21. ). Devido a esse objectivo, Deus Ele próprio (pessoalmente), nesse meio tempo, enquanto eles ainda estão aqui, e mesmo quando o diabo ataca sofrimento deles de uso dos crentes para moldá-los à imagem de Cristo (cf. 2Ts 3:3. ; He 10:1. ; Sl 119:106 ; Rm 15:8 ; 1 Tessalonicenses . 3: 2 ; 2Ts 2:17. ; 2Ts 3:3. ; 1Ts 3:131Ts 3:13. ). Estes termos tudo conotar força e inamovibilidade, o que Deus quer para todos os crentes como eles enfrentam a batalha espiritual ( 1Co 15:58. ; 1Co 16:13 ; Ef 6:10. ; 2Tm 2:12Tm 2:1 )

Adoração

A ele seja o domínio para todo o sempre. Amém. ( 05:11 )

Contemplando toda a graça divina acima mencionado e oprimido pelo pensamento de santificação e glorificação, assim como querer ilustrar uma atitude de adoração, Pedro explode em um curto doxologia regozijando-se de que Deus tem o domínio sobre todas as coisas para sempre e sempre (cf. 4: 11 ). Embora não mais emitir comandos nesta seção do capítulo, o apóstolo ainda está estruturando o pensamento cristão e uma disposição divina, que se submete a líderes espirituais e humilha-se diante de Deus, de modo a ser exaltado em devido tempo. Tal atitude também lança todos os cuidados de Deus; exercícios de auto-controle, vigilância e firmeza em Sua força contra o Inimigo; ao mesmo tempo manter a esperança de que o processo de sofrimento vai aperfeiçoar os crentes na terra, e trazê-los de recompensa celestial. Além de todos Pedro exortações, e em resposta às promessas que lhes são inerentes, as mentes dos crentes deve ser constantemente preenchido com uma atitude de louvor e adoração a Deus ( 1: 3-4 ; 2: 9 ; 50:23 Pss. ; 96: 2 ; 138: 5 ; 148: 13 ; Is 24:14. ; Is 42:12 ; Is 43:21 ; He 13:15. ; Jd 1:25 ).

Dominion ( kratos ), na verdade, significa a força, e aqui indica a capacidade de Deus para dominar, para ter tudo no universo sob o Seu controle soberano e inatacável (cf. Ex. 15: 11-12 ; 38:1-41: 34 ; Sl 8:3 ; Sl 102:25 ; . Jr 23:24 ;Mt 19:26. ; Rm 9:21. ). Uma vez que Ele tem toda a sabedoria, poder, autoridade e soberania, Ele é digno de todos os santos de louvor e adoração pode render a Ele.

Fidelidade

Por Silvano, nosso fiel irmão (porque assim eu considerá-lo), eu vos escrevi abreviAdãoente, exortando e testificando que esta é a verdadeira graça de Deus. Fique firme nele! ( 05:12 )

Esta seção constitui saudações finais que ilustram vários outros atitudes da mente cristã. Embora Pedro não ordena especificamente a seus leitores para exibi-los, eles são evidentes em suas referências a outros crentes.
A lealdade de um companheiro servo de Cristo estava na mente do apóstolo como ele mencionou Silvano, um outro nome para Silas, que viajou com Paulo ( At 15:40 ; At 16:25 ) e às vezes aparece em suas cartas ( 2Co 1:19. ; 1Ts 1:11Ts 1:1 , At 15:40 ) e cidadão romano ( 16:37 ), que para esta carta foi amanuense de Pedro, ou o secretário. Ele registrou as palavras do Apóstolo e, posteriormente, entregou a carta para seus destinatários (ver a discussão na 1ntrodução). Pedro chama-lhe um irmão fiel, um modelo de fidelidade à verdade e da Igreja, e para o próprio Pedro, como indicado pelo parêntese pessoal (porque assim eu considerá-lo).

Pedro também injeta parenthetically um resumo de seu propósito como tendo escrito ... abreviAdãoente, exortando e testificando que esta é a verdadeira graça de Deus. O que ele pode dizer com isto que não seja a carta em si, com toda a sua verdade do evangelho chegando aos seus leitores e todos os outros que amam a verdade, a poupança, santificar e glorificar ? graça de Deus Esta é uma reivindicação de inspiração que, num sentido previews declaração de Pedro em II Pedro 1:20-21 : "Mas sei que esta em primeiro lugar, que nenhum profecia da Escritura é uma questão da própria interpretação, para nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana, mas homens movidos pelo Espírito Santo falaram da parte de Deus. "Há o apóstolo afirma Antigo Testamento inspiração. Aqui ele fala de sua primeira carta como a verdade a respeito da salvação de Deus. Ele escreveu como um autor inspirado, autorizada de "os vivos e palavra de Deus duradouro" ( 01:23 ; cf. 2Pe 3:2 ) .

Amar

Ela, que está em Babilônia, escolhida em conjunto com você, lhe envia saudações, e assim faz o meu filho, Marcos. Saudai-vos uns aos outros com um beijo de amor. A paz esteja com todos vós que estais em Cristo. ( 5: 13-14 )

Pedro fechou a epístola não comandando a atitude de amor, mas por ilustrando-a pessoalmente. Seu amor para os fiéis na igreja de Roma, de onde ele escreveu, é visto na designação a que está de Babilônia, que é uma referência oblíqua a essa igreja. Como observado na 1ntrodução,Babilônia é possivelmente palavra de código de Pedro ou alias para Roma (cf. Ap 14:8 . Ele era primo de Barnabé e acompanhou Paulo e ele para Antioquia e Chipre ( 12:25 ; 13 4:5 ). Mais tarde, ele os abandonou a Perge ( 13:13 ), o que fez com que Paulo se recusa a levá-lo junto na segunda viagem missionária do apóstolo ( 15: 36-41 ). Paulo encontrado mais tarde João Marcos para ser útil a ele ( 2Tm 4:11 ). Marcos foi também o autor do evangelho que leva seu nome.

Saudai-vos uns aos outros com um beijo de amor é outro indicador óbvio de os crentes devem ter afeição um pelo outro. O Santo beijo-Homens para homens e mulheres para mulheres era um sinal exterior habitual de afeto entre os crentes na igreja primitiva ( Rm 16:16. ; 1Co 16:201Co 16:20 ; . 2Co 13:122Co 13:12 ; 1Ts 5:261Ts 5:26 ; cf. Lc 7:45 ; 22: 47-48 ).

Pedro fechou a carta com a declaração simples, a paz esteja com todos vós que estais em Cristo (cf. Mc 9:50 ; Lc 2:14 ; Jo 14:27 ; Jo 20:19 , Jo 20:21 , Jo 20:26 ; Rm 1:7. ; 2Co 13:112Co 13:11. ; Ef 4:3 ; . 2Ts 3:162Ts 3:16 ; . He 13:20 ; Rev . 1: 4 ).

Não há atalho para uma mente cristã dotada dessas atitudes piedosas e motivos Pedro delineadas. Eles serão aperfeiçoados apenas como crentes regularmente e fielmente colocar-se sob a pregação, ensino e estudo da verdade de Deus e obediente permitir que a Sua Palavra para mudar seus corações e dar forma às suas personagens ( Lc 11:28 ; Tiago 1:22-25 ; cf . Sl 19:7 ; Pv 6:23. ; Mc 4:20 ; Lc 6:46-48 ; Jo 14:21 ; Jo 17:17 ; Rm 15:4 ; 2 Pedro 1: 2-8 ; ver também comentário sobre 2: 1-3 no capítulo 8 deste volume).


Barclay

O NOVO TESTAMENTO Comentado por William Barclay, pastor da Igreja da Escócia
Barclay - Comentários de I Pedro Capítulo 5 do versículo 1 até o 14

I Pedro 5

Os anciãos da igreja — 1Pe 5:1-4

Poucas passagens há tão claras como esta que mostrem a importância dos anciãos na igreja primitiva. É a eles que Pedro escreveu especialmente. E ele, que era o chefe dos apóstolos, não vacila em chamar-se a si mesmo "ancião também com eles".

Vale a pena considerar algo do pano de fundo e da história do ancião, o mais antigo e mais importante ofício dentro da Igreja.

(1) A função de ancião tem um pano de fundo judeu. Os judeus fazem remontar a origem da função de ancião aos dias em que os filhos de Israel estavam atravessando o deserto rumo à Terra Prometida. Chegou então um momento em que Moisés sentiu que para ele sozinho era muito pesada a carga de dirigir a multidão em marcha. Foi então quando para ajudá-lo foram escolhidos setenta anciãos aos quais foi concedida uma porção do espírito de Deus (Números 11:16-30). Desde então os anciãos passaram a ser uma característica permanente da vida judia. Encontramo-los como amigos dos profetas (2Rs 6:32); como conselheiros dos reis (1Rs 20:8; 1Rs 21:11), como colegas dos príncipes na administração dos assuntos da nação (Ed 10:8). Cada aldeia e cada cidade tinha seus anciãos, que se reuniam à porta de entrada das mesmas onde administravam justiça ao povo (Dt 25:7). Os anciãos eram os administradores da sinagoga; eles não pregavam, mas sim tratavam de cuidar da ordem e da boa administração, e exerciam a disciplina entre seus membros. Os anciãos formavam a maioria do

Sinédrio, a corte suprema dos judeus, e são regularmente mencionados junto com os sumos sacerdotes, os príncipes, os escribas e fariseus (Mt 16:21; Mt 21:23; Mt 26:3, Mt 26:57; Mt 27:1, Mt 27:2; Lc 73:1; At 6:11; At 24:1). Na visão do Apocalipse há vinte e quatro anciãos em redor do trono. É evidente que os anciãos estavam integrados à própria estrutura do judaísmo, tanto nos assuntos civis como nos religiosos.

(2) A função do ancião tinha também um pano de fundo grego. Especialmente nas comunidades egípcias encontramos os anciãos como dirigentes da comunidade e como responsáveis da direção dos assuntos públicos, em maneira semelhante a como os conselheiros municipais de hoje são responsáveis pelos assuntos da comunidade local. Encontramos referências a uma mulher que tinha sido ultrajada e que apelava aos anciãos para que lhe fizessem justiça. Ao ser arrecadado o cereal que devia ser entregue como tributo ao governador que estava de visita, encontramos que "os anciãos dos agricultores" são os funcionários responsáveis. Encontramo-los relacionados com a publicação dos decretos, com o arrendamento de terras de pastoreio, com a arrecadação de impostos. Na Ásia Menor também os membros dos conselhos e corporações eram chamados anciãos. Até nas comunidades do mundo pagão descobrimos que se faz menção de "sacerdotes anciãos" responsáveis por exercer a disciplina.

No templo do Socnopeo achamos os sacerdotes anciãos ocupados em considerar o caso de um sacerdote acusado de deixar muito longo o cabelo e de vestir roupas de lã — sinais de conduta efeminada e luxo — coisas das que nenhum sacerdote devia ser culpado.

Podemos ver, pois, que muito antes de que o cristianismo o adotasse o de ancião era um título honroso tanto no mundo judeu como no greco-romano.

OS ANCIÃOS CRISTÃOS

I Pedro 5:1-4 (continuação)

Ao enfocar agora nossa atenção na 1greja cristã deparamo-nos com o fato de que a função de ancião era um ofício fundamental.

Paulo costumava ordenar anciãos em toda comunidade na qual pregava e em cada Igreja que deixava fundada. Em sua primeira viagem missionária ordenou anciãos em cada Igreja (At 14:23). Tito é deixado em Creta para que ordene anciãos em cada cidade (Tt 1:5). Os anciãos têm o cargo de administrar as finanças da Igreja; é a eles que Paulo e Barnabé entregam o dinheiro enviado para socorrer os pobres de Jerusalém no tempo da fome (At 11:30). Encontramo-los tomando uma parte decisiva nas decisões do concílio de Jerusalém quando se resolveu abrir as portas da Igreja aos gentios. Tanto é isto assim que os anciãos e os apóstolos são mencionados junto com as principais autoridades da Igreja (At 15:2; At 16:4).

Quando Paulo chega em sua última visita a Jerusalém, aos que ele informa é aos anciãos e também a eles é que se sugere quais são os procedimentos a seguir (Atos 21:18-25). Uma das mais comovedoras passagens do Novo Testamento são as palavras de despedida de Paulo perante os anciãos de Éfeso. Ali nos deparamos com o fato de que os anciãos, tal como Paulo os considera, são os protetores do rebanho de Deus, os defensores da fé (Atos 20:28-29). Por Tiago nos inteiramos de que os anciãos exerciam funções de cura mediante orações e unção com azeite (Jc 5:14). Pelas epístolas pastorais sabemos que os anciãos eram administradores e mestres e que, nesse então, eram funcionários pagos pela Igreja (1Tm 5:17; a frase dobrada honra estaria melhor traduzida se dissesse duplo pagamento.

Quando alguém ingressa na função de ancião é-lhe conferida uma não pequena honra. Está ingressando no mais antigo ofício religioso do mundo, cuja história pode ser rastreada através de quatro mil anos. Quando alguém ingressa no desempenho da função de ancião é-lhe conferida uma não pequena responsabilidade, porque recebe ordem para ser pastor da grei de Deus e defensor da fé.

RISCOS E PRIVILÉGIOS DO ANCIÃO

I Pedro 5:1-4 (continuação)

Nesta passagem Pedro estabelece, mediante uma série de contrastes, os privilégios de ser ancião. É preciso destacar que tudo o que o apóstolo diz aqui é aplicável não só aos anciãos, mas também a todo serviço cristão prestado tanto dentro como fora da Igreja.

O ancião deve assumir seu ofício não por coerção, mas sim de boa vontade. Isto significa que no desempenho de sua função não cometerá abusos nem usurpações, nem que leviana e despreocupadamente começará suas tarefas sem refletir com seriedade nas responsabilidades que está assumindo. Todo cristão experimentará certo temor antes de aceitar qualquer cargo elevado, e isto porque conhece muito bem suas próprias limitações e sua própria indignidade. De certa maneira pessoa é constrangida a aceitar a função e ingressar no serviço cristão. Diz Paulo: “Pois sobre mim pesa essa obrigação; porque ai de mim se não pregar o evangelho!” (1Co 9:16). “O amor de Cristo nos constrange” (2Co 5:14).

Mas há outra maneira de aceitar responsabilidades e de prestar serviços. É uma maneira muito distinta. É como se fosse um dever penoso e desagradável, como se fosse uma carga que a pessoa resistisse a levar. É bem possível que se peça a uma pessoa que faça algo e tal pessoa cumpra o que lhe foi pedido, mas também é possível que o faça em forma tão antipática que malogre a tarefa que lhe foi encomendada. O que diz Pedro não é que despreocupada e levianamente devamos desejar o desempenho de alguma função. O que diz é que todo cristão deveria desejar reverentemente prestar o serviço que possa ainda que tenha plena consciência de sua indignidade para isso.
O ancião deve aceitar esta função, não para fazer dela um meio para obter benefícios desonestos, mas com o anelo de servir. A idéia de obter lucros desonestos está expresso pelo advérbio aiscrokerdes. O substantivo correspondente é aiscrokerdeia que é uma característica que os gregos detestavam.

Teofrasto, o grande delineador grego do caráter, fez uma biografia das características desta aiscrokerdeia. A mesquinharia como pode traduzir-se, é basicamente um desejo de lucros indignos, mesquinhos. É o tipo de pessoa que nunca serve suficiente alimento a suas visitas, mas ao contrário, serve-se a si mesmo uma dupla porção quando está cortando a presa. Mistura água ao vinho e só concorre ao teatro quando alguém lhe obsequia a entrada. É aquele que nunca tem dinheiro para pagar a passagem e sempre está pedindo dinheiro emprestado a seus companheiros de viagem. Quando vende cereal usa uma medida cujo fundo se levanta e, além disso, passa várias vezes a rasoura pela superfície. Conta as sobras restantes da janta para averiguar se os serventes comeram algo. Em lugar de dar um obséquio de bodas, prefere ausentar-se quando se aproxima uma boda.

Todas estas atitudes constituem uma falta muito feia. É evidente que na 1greja primitiva havia gente que acusava a alguns pregadores e missionários de estar desempenhando esses cargos com o desejo de obter benefícios. Paulo reiteradamente afirmou que ele nada tinha cobiçado dos bens alheios, mas ao contrário, trabalhava com suas próprias mãos para atender a suas necessidades e para não ser peso para ninguém (At 20:33; 1 Tessalonicenses 1Pe 2:9; 1Co 9:12; 2Co 12:142Co 12:14). É verdade que o pagamento que recebia qualquer pessoa com cargos na 1greja primitiva era infelizmente escasso, e as repetidas advertências aos que desejavam desempenhar funções no sentido de "não ser ambiciosos de lucros desonestos" indica que havia aqueles que cobiçavam mais (1Tm 3:3, 1Tm 3:8; Tt 1:7, Tt 1:11). O que Pedro sublinha — e este é um ponto que nunca perde atualidade — é que ninguém deve aceitar um cargo ou prestar um serviço pelas vantagens que possa obter. Seu desejo sempre deve ser dar e não receber.

O ancião aceitará esta função não para converter-se num tirano, senão para ser pastor e exemplo do rebanho. A natureza humana é tal que para muita gente o prestígio e o poder são mais atrativos que o dinheiro. Há aqueles que desejam ter autoridade, ainda que tal autoridade seja exercida só num círculo reduzido.
O Satanás do Milton pensava que era melhor reinar no inferno que servir no céu.
Shakespeare falava do homem orgulhoso, investido de uma passageira autoridade e fazendo tais travessuras perante os altos céus que fariam chorar os anjos.

A grande característica do pastor é sua generosa solicitude e seu amor sacrificial pelas ovelhas, Qualquer pessoa que assuma esse cargo com idéia de ser proeminente, de exercer autoridade, de se tornar um governante entendeu o assunto completamente à inversa. A seus ambiciosos discípulos Jesus advertiu: “Sabeis que os que são considerados governadores dos povos têm-nos sob seu domínio, e sobre eles os seus maiorais exercem autoridade. Mas entre vós não é assim; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós será servo de todos” (Marcos 10:42-44).

O ANCIAO IDEAL I Pedro 5:1-4 (continuação)

Há nesta passagem algo que desafia toda tradução. A frase que na Tradução RA diz dos que vos foram confiados, no original grego é muito interessante. Trata-se de ton kleron, que é um plural genitivo. O mais extraordinário reside na palavra kleros. (Kleros é o nominativo). É um termo particularmente curioso.

  1. Começa significando um dado ou uma sorte. Usa-se também em Mt 27:35 onde se relata como os soldados que estavam sob a cruz arrojaram os dados (kleroí) para saber a quem corresponderia a túnica de Jesus.
  2. Significa um ofício obtido ou recebido mediante sorteio. Este termo é usado em At 1:26. Ali nos é dito que os discípulos lançaram sortes para saber quem herdaria o posto de Judas o traidor.
  3. Logo chega a significar uma herança concedida a alguém. Neste sentido usa-se em Cl 1:12 onde fala-se da herança dos santos.
  4. No grego clássico com muita freqüência significa uma concessão pública de terras. Estes parcelamentos eram distribuídos pelas autoridades civis aos cidadãos. Com freqüência a distribuição se realizava mediante sorteio, determinando-se assim as distintas parcelas de terra.

Agora, ainda que nos detivéssemos aqui esse termo significaria que, no ofício de ancião, qualquer parte ou aspecto do serviço que nos seja devotado nunca o teremos ganho por mérito próprio, mas sim sempre nos terá sido adjudicado por Deus. Não é algo que tenhamos merecido, mas sim algo que Deus nos concede por graça.

Mas podemos ir mais adiante ainda. Kleros significa algo que é adjudicado ao homem; algo que lhe foi especialmente atribuído. Em Dt 9:29 lemos que Israel é a herança de Deus. Ali a palavra usada é kleros. Quer dizer: Israel, é o povo especialmente adjudicado a Deus, que Deus se atribuiu por sua própria escolha e vontade. Israel é o kleros de Deus e a congregação é o kleros do ancião. Assim como Israel lhe é adjudicado a Deus, são adjudicados ao ancião seus deveres na congregação. Isto deve significar que a atitude do ancião ou de qualquer pessoa que assuma qualquer tipo de serviço para com seu povo deve ser a mesma atitude de Deus para com seu povo.

Aqui temos outro grande pensamento. No versículo 2 nos melhores manuscritos gregos há uma frase que não aparece nas versões. Em grego esta cláusula é kata theon, o qual poderia significar simplesmente como

Deus ou segundo Deus. De maneira que Pedro está dizendo aos anciãos. "Apascentem a sua grei segundo Deus o faria". Assim como Israel é a porção especial de Deus, assim também as pessoas que temos que servir na 1greja — ou em qualquer outra parte — é nossa porção especial. Nossa atitude total para com eles deve ser a atitude de Deus: temos que apascentá-los como Deus os apascentaria.

Que estupenda visão se abre diante de nós! Que ideal! E que condenação! Nossa tarefa consiste em mostrar a outros a tolerância de Deus, o perdão de Deus, o constante amor de Deus, o ilimitado serviço de Deus. Deus nos adjudicou uma tarefa para cumprir e devemos cumpri-la como Ele mesmo a cumpriria. Este é o supremo ideal de serviço na 1greja cristã.

LEMBRANDO DE JESUS

I Pedro 5:1-4 (continuação)

Um dos aspectos mais preciosos desta passagem é toda a atitude de Pedro através da mesma. Começa — poderíamos dizer — colocando-se junto àqueles a quem se dirige. Chama-se a si mesmo "Ancião também com eles". Não se põe a um lado e se eleva acima deles, mas sim vai compartilhar seus problemas e sua experiência cristã com eles. Entretanto, há algo em que Pedro é diferente. Este apóstolo tem lembranças de Jesus e, precisamente, estas lembranças dão a toda esta passagem um colorido especial. À medida que vai falando, amontoam-se em sua mente as lembranças.

  1. Descreve-se a si mesmo como uma testemunha dos padecimentos de Cristo. À primeira vista bem poderíamos pôr em dúvida esta afirmação pelo fato de que o relato evangélico nos diz que depois da detenção no jardim “todos os discípulos o deixaram e fugiram.” (Mt 26:56, TB). Entretanto, se pensamos um pouco mais veremos que a Pedro foi dado observar os sofrimentos de Cristo de uma maneira mais dolorosa e aguda que a qualquer outro ser humano. Pedro seguiu a Jesus até o interior do pátio da casa do sumo sacerdote e ali, num momento de fraqueza, três vezes negou a seu Mestre. Depois o juízo terminou e Jesus foi tirado dali e então chega o que bem pode ter sido as mais trágicas palavras de todo o Novo Testamento: “Então, voltando-se o Senhor, fixou os olhos em Pedro... Então, Pedro, saindo dali, chorou amargamente” (Lucas 22:61-62).

Naquele olhar de Cristo, Pedro viu o dilacerador sofrimento do coração de um líder cujo seguidor o tinha traído quando mais desesperadamente o necessitava. Certamente Pedro foi testemunha do sofrimento que Cristo experimenta quando os homens negam a seu Senhor. Por esta razão o apóstolo estava tão ofegante de que seus leitores pudessem ter uma lealdade incomovível e uma indeclinável fidelidade no serviço.

  1. Descreve-se a si mesmo como participante da glória que há de ser revelada. Esta afirmação encerra tanto um olhar retrospectivo como um olhar ao futuro. Pedro havia já saboreado e entrevisto aquela glória sobre o monte da Transfiguração. Ali os três sonolentos foram despertados e, segundo o expressa Lucas, “viram a glória de Jesus” (Lc 9:32, NVI). Pedro tinha visto a glória. Mas sabia também que havia uma glória que estava por vir, pois Jesus tinha prometido a seus discípulos uma participação na glória quando o Filho do Homem viesse a sentar-se sobre o trono de sua glória (Mt 19:28). Pedro lembrava tanto a experiência como a promessa da glória.
  2. Não há dúvida de que quando Pedro falava de pastorear a grei de Deus estaria lembrando a tarefa que o próprio Jesus lhe tinha atribuído mesmo quando lhe encomendou apascentar suas ovelhas (João 21:15-17). A recompensa do amor era a designação de um pastor, e Pedro estava lembrando a tarefa que Cristo lhe havia confiado.
  3. Ao referir-se a Jesus como o Supremo Pastor, muitas lembranças devem ter vindo à memória de Pedro. Jesus se tinha comparado a si mesmo com o pastor que, arriscando sua vida, sai em busca da ovelha perdida (Mateus 18:12-14; Lucas 15:4-7). Tinha enviado seus discípulos para buscar as ovelhas perdidas da casa de Israel (Mt 10:6). Comovia-se perante o espetáculo das multidões que estavam como ovelhas sem pastor (Mt 9:36; Mc 6:34). E, acima de tudo, Jesus se tinha comparado a si mesmo com o Bom Pastor que estava preparado para dar sua vida pelas ovelhas (João 10:1-18). A figura de Jesus como Pastor é das mais preciosas, e o de ser pastores do rebanho de Cristo era para Pedro o maior dos privilégios que os servos do Senhor podiam desfrutar.

A VESTE DA HUMILDADE

1Pe 5:5

Aqui o apóstolo volta ao pensamento de que o rechaço e a negação do eu têm que ser uma característica do cristão. Reforça seu raciocínio com uma citação do Antigo Testamento: “Certamente, ele escarnece dos escarnecedores, mas dá graça aos humildes” (Pv 3:34).

Novamente aqui bem pode ser que no coração de Pedro estejam as lembranças de Jesus, e que isto dê colorido a todo seu pensamento, Pedro aconselha a seus leitores que se revistam de humildade. A palavra que usa para expressar a idéia de revestir-se é muito insólita. Trata-se do termo egkombousthai, vocábulo que se deriva de kombos, palavra que descreve qualquer coisa maça com um nó; relacionada com este se acha a palavra egkomboma; era um vestido preso com um nó. Geralmente usava-se como protetor da roupa; usava-se como um par de mangas que cobriam as mangas da roupa principal e se sujeitava com um nó atrás do pescoço. Usava-se como avental para os escravos. Houve ocasiões em que Jesus vestiu precisamente esta classe de avental. João diz que durante a Última Ceia o Senhor tomou uma toalha e a colocou ao redor da cintura, e que recolheu água e começou a lavar os pés de seus discípulos (13 4:43-13:5'>João 13:4-5). Jesus se vestiu com o avental da humildade e assim têm que fazer também seus seguidores.

Sucede que esta palavra egkombousthai também é empregada para referir-se a outra classe de roupa. Significa, neste outro caso, vestir um tipo de estola longa e flutuante que era sinal de honra e de preeminência.

De maneira que, para completar a metáfora, temos que pôr juntas ambas as figuras. Jesus vestiu uma vez o avental do escravo e desempenhou a mais humilde de todas as tarefas: lavar os pés de seus discípulos. Da mesma forma nós temos em todas as coisas que nos vestir com o avental da humildade e servir a Cristo e a nosso próximo. E esse mesmo avental da humildade se tornará para nós em vestimenta de honra porque aquele que é servo de todos será também o maior no reino dos céus.

AS LEIS DA VIDA CRISTA (1)

I Pedro 5:6-11

Aqui Pedro fala em imperativos, estabelecendo certas leis para a vida cristã.

  1. Existe a lei da humildade cristã perante Deus. O cristão deve humilhar-se sob a poderosa mão de Deus. A frase a poderosa mão de Deus é comum no Antigo Testamento, onde se usa com maior freqüência com relação à libertação que Deus efetuou em favor de seu povo ao tirá— lo do Egito. “com mão forte o SENHOR te tirou do Egito diz Moisés em Ex 13:9. “Ó SENHOR Deus! Passaste a mostrar ao teu servo a tua grandeza e a tua poderosa mão” (Dt 3:24). Deus tirou do Egito a seu povo com mão poderosa (Dt 9:26). A idéia é que a poderosa mão de Deus está no destino de seu povo se eles, humilde e fielmente, aceitam sua condução. Depois de suas múltiplos experiências, José pôde dizer a seus irmãos que tinham buscado eliminá-lo: “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; porém Deus o tornou em bem” (Gn 50:20). O seguidor de Cristo nunca rejeita as experiências de sua vida e nunca se rebela contra elas porque sabe que a poderosa mão de Deus está no leme de sua vida e Deus lhe tem um destino reservado.
  2. Existe a lei da serenidade cristã baseada em Deus. O cristão tem deve deixar todas suas ansiedades nas mãos de Deus: “Entregue suas preocupações ao Senhor, e ele o susterá” (Sl 55:22, NVI). “Não andeis ansiosos pela vossa vida”, disse Jesus (Mt 6:25). Podemos aceitar isto confiantemente porque temos a certeza de que Deus cuida de nós. Como o expressa Paulo, podemos ter a certeza de que Aquele que deu o seu Filho unigênito também dará com Ele todas as coisas (Rm 8:32). Podemos estar seguros de que por causa de que Deus cuida de nós, a vida não existe para nos destruir senão para nos formar; e com esta segurança podemos aceitar qualquer experiência que nos sobrevenha sabendo que Cristo opera em tudo para o bem daqueles que o amam (Rm 8:28).
  3. Existe a lei do esforço e da vigilância cristãos. Temos que ser sóbrios e estar alertas. O fato de deixar nossas ansiedades ao cuidado do Senhor não nos autoriza a nos sentar e não fazer nada.

O conselho de Cromwell a suas tropas era este: "Confiem em Deus e mantenham seca a pólvora." A confiança e o esforço têm que andar juntos. Pedro sabia quão dura era esta vigilância, pois deve ter lembrado como no Getsêmani ele e seus companheiros dormiram quando teriam que ter estado vigiando junto com Jesus (Mateus 26:38-46). O cristão é pessoa que confia mas que, ao mesmo tempo, dedica todo seu esforço e toda sua vigilância aos assuntos da vida cristã.

  1. Existe a lei da resistência cristã. O diabo sempre está buscando a quem arruinar. Novamente Pedro deve ter lembrado como o diabo o tinha vencido e como havia negado a seu Senhor. O diabo é o inimigo jurado do homem e a fé de este tem que ser sólida como uma muralha para que os ataques diabólicos se despedacem ao se chocar contra ela. O diabo é como qualquer covarde: retira-se quando corajosamente se resiste com a força e com a companhia de Jesus Cristo.

AS LEIS DA VIDA CRISTÃ (2)

I Pedro 5:6-11 (continuação)

  1. Finalmente Pedro refere-se à lei cristã do sofrimento. Diz que depois que o cristão tenha experimentado o sofrimento e atravessado por ele, Deus o aperfeiçoará, firmará, fortalecerá e estabelecerá. Cada uma destas palavras tem em seu pano de fundo uma figura dinâmica. Cada um destes verbos diz algo a respeito do propósito que Deus tem ao permitir que o homem sofra.
  2. Mediante o sofrimento Deus aperfeiçoará (ou restaurará) o homem. No original este termo é kartarizein e é difícil de traduzir, geralmente usa-se para referir-se a soldar uma fratura; é a palavra empregada em Mc 1:19 quando fala-se de remendar redes. Significa prover aquilo que falta, remendar o que está quebrado, repor uma parte que falta. De maneira que o sofrimento, se é aceito com humildade e amor, pode prover à pessoa o que lhe está faltando em seu caráter; pode corrigir a fraqueza e outorgar uma grandeza que agora não existe.

Diz-se que Sir Edward Edgar ouviu uma vez uma menina cantando um solo pertencente a uma de suas composições. Tinha ela uma voz de excepcional clareza, pureza e alcance, semelhante a de um soprano masculino. Possuía, além disso, uma técnica quase perfeita para resolver as dificuldades que pudesse apresentar o solo. Ao finalizar o canto, Sir Edward disse brandamente: "Chegará a ser realmente grande quando lhe suceder algo que quebrante o seu coração".
Por sua vez, o famoso novelista e dramaturgo escocês Barrie conta como sua mãe perdeu o filho mais querido e acrescenta: "Por isso minha mãe chegou a ter esses doces olhos, e também por isso é que outras mães vão a ela quando perderam algum filho". O sofrimento tinha feito por ela algo que nunca teria obtido de uma maneira fácil. Com o sofrimento Deus se propõe adicionar à vida os detalhes preciosos.

  1. Mediante o sofrimento Deus firmará ao homem. O termo grego é sterixein que significa torna tão firme e sólido como o granito. O sofrimento corporal e a tristeza de espírito fazem uma de duas coisas. Ou fazem que o homem sofra um colapso ou que surja com um sólido caráter que de nenhuma outra maneira poderia conseguir. O resultado de tudo isso é como o atleta que mediante o rigor de seu treinamento e o total esforço de suas competições surge com um novo vigor, com uma nova fibra e com uma potência que supera toda demanda de luta. Emerge como o aço endurecido que foi temperado no fogo.
  2. Mediante o sofrimento Deus fortalecerá o homem. O verbo é sthenoun que significa encher de força. Novamente temos aqui o mesmo significado. Uma vida sem esforço e sem disciplina quase necessariamente se converte numa existência abrandada e frívola. Ninguém conhece realmente o que significa a fé até que seja provado no crisol da aflição. Há algo duplamente precioso com relação à fé que passou através da dor e da tristeza, do desalento e da perda e que, finalmente, emergiu resplandecente como nunca antes. O vento apagará uma chama fraca, mas também avivará a chama forte e a converterá em fogo crescente. Assim ocorre também com a fé.
  3. Mediante o sofrimento Deus estabelecerá o homem. O verbo aqui é themelioun, que significa pôr os fundamentos. Só quando temos que enfrentar a tristeza e o sofrimento é quando somos assentados sobre o alicerce da rocha da fé. É então quando descobrimos quais são as coisas que não podem ser comovidas. Quando a vida se desaba é quando também descobrimos que coisas são simples decorações e quais são as básicas, essenciais. Nas provas da vida é onde descobrimos as grandes verdades sobre as quais a vida se funda e das quais não podemos prescindir.

Devemos lembrar que o sofrimento está muito longe de produzir estas preciosas experiências em favor de toda pessoa. É possível que o sofrimento conduza um homem à amargura e ao ressentimento e ao desespero; até lhe arrebatar a pouca fé que tinha. Mas se o sofrimento é aceito com amor, com confiança, com a certeza de que a mão do Pai nunca fará seu filho derramar uma lágrima desnecessária; então, como fruto deste sofrimento, virão coisas que uma vida fácil nunca teria produzido.

UM FIEL SEGUIDOR DOS APÓSTOLOS

1Pe 5:12

Pedro atesta aqui que o que escreveu é certamente a graça de Deus, e exorta a seu povo para que permaneça firme nela em meio das dificuldades.
Diz que escreveu por meio de Silvano. A frase em grego é dia Silouanou e significa que Silvano era seu agente ou instrumento para escrever. Silvano é a forma completa do nome Silas e está quase fora de toda dúvida que pode ser identificado como o Silvano das Cartas paulinas e como o Silas do relato de Atos. Ao reunir e cotejar as referências a Silas e a Silvano descobrimos que certamente ele era um dos líderes e colunas da Igreja primitiva.

Junto com Judas Barnabé, Silvano foi enviado a Antioquia para comunicar a transcendental decisão do Concílio de Jerusalém mediante a qual ficavam abertas para os gentios as portas da Igreja. No relato desta missão Silvano e Judas são chamados “homens principais entre os irmãos” (At 15:22, At 15:27). E não somente entregou a mensagem como simples portador da mesma, mas além disso, recomendou-o com poderosas palavras visto que Silvano era também profeta (At 15:32). Durante sua primeira viagem missionária Marcos se separou de Paulo e de Barnabé retornando da Panfília (At 13:13); ao preparar sua segunda viagem Paulo se negou a levar outra vez a Marcos como companheiro. A raiz disto Barnabé tomou a Marcos, e Paulo levou consigo Silvano (Atos 15:37-40). Daí em diante Silvano foi durante longo tempo o colaborador principal de Paulo. Esteve com ele em Filipos e ali foi detido e encarcerado com o apóstolo (At 16:19, At 16:25, At 16:29). Voltou a reunir-se com Paulo em Corinto e com ele pregou ali o evangelho (At 18:5; 2Co 1:192Co 1:19). Tão estreitamente associado estava Silvano com Paulo que em ambas as Cartas aos tessalonicenses aparece unido a Paulo e a Timóteo como remetente dessas Epístolas (1Ts 1:1; 2Ts 1:1). É evidente que Silvano era um dos homens mais destacados da Igreja primitiva.

Como já vimos na 1ntrodução, é muito provável que Silvano fosse muito mais que um simples amanuense que escreveu esta Carta e foi encarregado de entregá-la. Uma das dificuldades de 1 Pedro é a excelência do grego com tais matizes clássicos que parece impossível que Pedro, o pescador da Galiléia, possa tê-la escrito por si mesmo.

Agora, Silvano não era somente um homem de peso na 1greja; era também um cidadão romano (At 16:37) e tem que ter possuído uma ilustração superior à de Pedro. É muito provável que Silvano tenha tido uma destacada participação na redação desta Epístola.

Somos informados que na China, quando algum missionário deseja enviar uma mensagem a seus fiéis, é freqüente que o escreva no melhor nível de idioma chinês que ele é capaz de alcançar, e depois o entregue a algum cristão nativo para que este o corrija e o redija na forma correta. Em outros casos até chega a explicar a algum cristão chinês a essência do que ele quer expressar e deixa que este o formule no estilo literário e finalmente o passa. Isto é o que mais provavelmente fez Pedro. Ou entregou sua carta a Silvano para que este a aperfeiçoasse até alcançar uma excelente redação em grego, ou a incumbiu ao próprio Silvano o que desejava dizer e deixou que este o expressasse, e por fim acrescentou estes últimos três versículos à maneira de saudação geral.

Silvano era uma dessas pessoas das quais a Igreja não pode prescindir. Ele se conformava sendo somente um nome, tomando um lugar secundário, servindo quase anonimamente a fim de que se realizasse a obra de Deus. Para Silvano era suficiente ser o ajudante de Paulo, ainda que Paulo escurecesse sua personalidade para sempre. Bastava-lhe ser o amanuense de Pedro ainda que isto significasse só uma lacônica menção de seu nome no final da Carta. Mas é imenso o que significa aparecer na história como um fiel servidor e colaborador de quem dependeram tanto Paulo como Pedro. Como ontem, hoje necessitamos na 1greja homens como Silvano. E muitos que não podem ser um Pedro ou um Paulo ainda podem ser fiéis Silvanos sem os quais nem Pedro nem Paulo poderiam levar a cabo sua obra.

SAUDAÇÕES

1Pe 5:13

Ainda que aparente ser muito simples, em realidade este é um versículo dificultoso. Põe-nos em face de certas questões que não são de fácil solução.

  1. Quem envia estas saudações? A Tradução Brasileira diz “a igreja que está em Babilônia...” Mas a frase a igreja que está não aparece no original grego. Neste idioma não existe uma palavra equivalente a Igreja. Simplesmente diz a que está em Babilônia também eleita, e esta frase aparece em feminino. Há duas possibilidades.
  2. É bem possível — e até provável — que a menção da Igreja seja correta. Essa é também a forma que Moffatt adota quando em sua versão inglesa traduz "sua Igreja irmã em Babilônia". A frase bem pode explicar-se como baseada no fato de que a Igreja é a esposa de Cristo, pode-se falar dela desta maneira. Em geral o ponto de vista mais comum é que aqui se trata da Igreja.
  3. Mas é necessário lembrar que em grego não há em realidade palavra equivalente a Igreja e que isto bem poderia aludir a alguma distinguida dama cristã. E se for assim, o mais provável é que aluda à esposa de Pedro. Sabemos que ela acompanhou o marido em suas viagens de pregação (1Co 9:5).

Clemente de Alexandria (Stromateis 7.11,63) relata-nos que ela morreu mártir, sendo executada na presença do próprio Pedro e que este a alentava dizendo: "Lembra do Senhor". A esposa de Pedro, evidentemente, era uma figura bem conhecida na igreja primitiva.

Nós não gostaríamos de falar dogmaticamente sobre esta questão. Talvez o mais provável seja que se trate de uma referência à Igreja. Entretanto, não é impossível que Pedro esteja associando aqui a sua esposa e colega evangelista nas saudações que envia.

  1. De onde foi escrita esta Carta? As saudações são enviadas de Babilônia. Com relação a isto há três possibilidades nítidas.
  2. Havia uma Babilônia no Egito. Estava perto do Cairo e tinha sido fundada por refugiados procedentes de Assíria, que lhe tinham dado o nome da cidade de seus antepassados. Mas por esse então era quase exclusivamente um grande acampamento militar. Além disso, em nenhum caso o nome de Pedro aparece relacionado com o Egito. Por conseguinte, esta Babilônia deve ser descartada.
  3. Estava a cidade de Babilônia no Oriente. A esta Babilônia tinham sido levados em cativeiro os judeus. Muitos deles jamais tinham voltado. Certamente tratava-se de um centro de erudição judia. O grande comentário da Lei judia é chamado Talmude de Babilônia. Tão importantes eram os judeus de Babilônia que Josefo publicou para eles uma edição especial de sua História. Não há dúvida que existia ali uma numerosa e importante colônia judia. Por isso teria sido natural que Pedro, apóstolo dos judeus, tivesse trabalhado e pregado ali. Mas jamais encontramos o nome deste apóstolo relacionado com Babilônia, nem tampouco há indícios nem tradição alguma com relação a sua estadia ali. Eruditos tão destacados como Calvino e Erasmo consideraram esta Babilônia como a grande cidade oriental. Entretanto, cremos que, em geral, as possibilidades estão contra este ponto de vista.
  4. Geralmente a cidade de Roma era chamada "Babilônia" tanto pelos judeus como pelos cristãos. Assim sucede no Apocalipse, onde Babilônia é a grande rameira ébria com o sangue dos santos e dos mártires (Apocalipse 17 e 18), A impiedade, a sensualidade e o luxo peculiares da antiga Babilônia estavam, por assim dizer, reencarnadas em Roma. Agora, segundo a tradição Pedro está explicitamente relacionado com Roma, e o provável é que dali tenha escrito esta Carta.
  5. Finalmente, quem é o Marcos a quem Pedro chama seu filho e de quem também envia saudações? Se admitimos que a dama escolhida é a esposa de Pedro, então o Marcos aqui mencionado bem poderia ser literalmente um filho de Pedro. Mas neste caso é muito mais provável que este Marcos seja aquele que escreveu o evangelho.

Papias — quem viveu pelo fim do século II que foi um grande compilador das tradições primitivas — descreve desta maneira o evangelho de Marcos:

"Marcos, que era o intérprete de Pedro, escreveu com exatidão — ainda que não com ordem — tudo o que este lembrava a respeito do que Cristo havia dito ou feito. Porque ele não tinha escutado ao Senhor, nem era um seguidor dele, mas sim seguiu a Pedro e isto em data posterior e Pedro adaptou suas instruções às necessidades práticas sem intenção de oferecer sistematicamente as palavras do Senhor. De maneira que Marcos não procedeu incorretamente ao deixar constância de algumas coisas de cor, pois sua única preocupação era não omitir nem desvirtuar nada do que tinha escutado".

Segundo .Papias, o evangelho de Marcos não é outra coisa senão elementos da pregação de Pedro.
De igual maneira, Irineu expressa que depois da morte de Paulo e de Pedro em Roma, "Marcos, o discípulo e intérprete de Pedro, também nos entregou em forma escrita aquilo que Pedro tinha pregado". A tradição assegura de maneira conseqüente que Marcos era certamente como um filho para Pedro, e as probabilidades estão a favor de que estas saudações são enviadas por ele.

Podemos já, pois, cotejar as possibilidades encerradas neste versículo. “Aquela que se encontra em Babilônia, também eleita” pode ser ou a Igreja ou a esposa de Pedro, sendo mártir ela também. Babilônia pode ser a cidade oriental, mas é mais provável que seja a grande e ímpia Roma. Marcos pode ser um filho de Pedro, a respeito de quem nada sabemos; mas é mais provável que se trate de Marcos, o autor do Evangelho, quem para Pedro era como um filho.

EM PAZ UNS COM OS OUTROS

1Pe 5:14

O mais interessante aqui é o mandamento de saudar-se uns aos outros com um ósculo de amor. O beijo foi durante séculos uma parte integrante e preciosa da comunhão e do culto cristãos. Sua história e a de sua gradual eliminação é extremamente interessante.

Entre os judeus existia o costume de que o discípulo beijasse o rabino na bochecha e pusesse as mãos sobre o ombro de seu mestre. Isto é o que Judas fez com Jesus (Mc 14:44). Para os judeus o beijo era uma saudação de boas-vindas e de respeito. Podemos ver quanto o apreciava Jesus quando se mostrou pesaroso por não havê-lo recebido (Lc 7:45). As Cartas de Paulo freqüentemente concluem com uma exortação a saudar-se uns aos outros com o ósculo santo (Rm 16:16; 1Co 16:201Co 16:20; 2Co 13:122Co 13:12; 1 Tessalonicenses 5:26).

Na Igreja primitiva o beijo chegou a converter-se em parte essencial do culto cristão.
"Que classe de oração pode estar completa se dela se excluir o ósculo santo? Que tipo de sacrifício é aquele do qual os homens se retiram sem a paz?" pergunta Tertuliano (Dex Oratione 18).

O beijo, como podemos ver por Tertuliano, era chamado a paz. O beijo era uma parte especial do serviço de comunhão. Agostinho relata que quando os cristãos estavam por participar da comunhão "demonstravam sua paz interior mediante o beijo exterior" (De Amicitia 6). Este beijo se dava geralmente depois que os catecúmenos tinham sido despedidos, e quando somente estavam presentes os membros da Igreja, e com posterioridade à oração, antes de ser introduzidos os elementos da comunhão.

Diz Justino Mártir: "Quando terminamos com a oração, saudamo— nos uns aos outros com um beijo. Então são trazidos ao que preside o pão e o vinho" (1.65). O beijo era precedido pela oração "pelo dom de paz e de genuíno amor não poluído pela hipocrisia ou o engano", e este beijo era sinal. de que "nossas almas estão unidas e dissiparam toda lembrança de maldades" (Cirilo de Jerusalém, Conferências Catequéticas 25.5.3). O beijo era sinal de que todas as ofensas tinham sido esquecidas; todas as maldades perdoadas e que aqueles que se sentavam à mesa do Senhor eram certamente um com Ele.

Era esta uma bela prática mas é evidente que também era suscetível de sofrer lamentáveis abusos. Pelas repetidas advertências feitas, é igualmente claro que tais abusos se foram infiltrando.
Atenágoras insiste em que o beijo deve ser dado com a maior precaução, porque se com ele se "infiltra o mais leve pensamento impuro, exclui da vida eterna" (Leg. 32). Orígenes reitera que o beijo de paz tem que ser "santo, casto e sincero", e não como o beijo de Judas (In ROM. 10:33). Clemente de Alexandria condena o uso vergonhoso do beijo, o qual deveria ser místico porque com o beijo certas pessoas fazem ressonar as Igrejas e assim dão ocasião para turvas suspeitas e maus informe" (Paedag. 1Pe 3:11) Tertuliano refere-se à natural repugnância do marido pagão ao pensar que sua esposa devia ser saudada assim na 1greja cristã (Ad. Ux. 1Pe 2:4).

Na Igreja do Ocidente estes inevitáveis problemas gradualmente levaram ao abandono de tão bela prática. Para o tempo das Constituições Apostólicas, no século IV, o beijo estava limitado àqueles que eram do mesmo sexo — os clérigos deviam saudar o bispo, os homens aos homens e as mulheres às mulheres. Nesta forma a prática do beijo santo durou na 1greja do Ocidente até o século XIII. Às vezes foram introduzidos substitutos do beijo. Em certos lugares usava-se um pequeno tablete de madeira ou de metal com a figura da crucificação. Primeiro era beijada pelo sacerdote e depois era passada à congregação onde cada qual a beijava e a passava a quem estava a seu lado. Isto era sinal de amor mútuo por Cristo e em Cristo. Nas Igrejas do Oriente o costume ainda existe, e não se extinguiu na 1greja grega, enquanto que na 1greja armênia é substituída por uma cortês reverencia.

Podemos notar certos outros usos do beijo na 1greja primitiva. No ato do batismo a pessoa batizada era beijada, primeiro por quem a tinha batizado e, depois, por toda a congregação como sinal de boas-vindas à casa e família de Cristo. Ao bispo recém-ordenado era dado "o beijo do Senhor". A cerimônia matrimonial era ratificada com um beijo, um ato natural tirado do paganismo. Os moribundos primeiro beijavam a cruz e depois eram beijados por todos os presentes. Os mortos eram beijados antes de ser sepultados,

O beijo da paz pode parecer-nos algo muito distante. Vem dos tempos em que a Igreja era uma verdadeira família e uma verdadeira comunhão. Quando os cristãos realmente sabiam o que era amar e verdadeiramente praticavam esse amor uns para com os outros. Uma das maiores tragédias da Igreja moderna com suas congregações multitudinárias nas quais os membros não se conhecem uns aos outros — e nas quais até nem desejam conhecer-se — é que não possam praticar o beijo de paz exceto como uma formalidade. Era um belo costume que estava destinado a desaparecer quando a realidade do companheirismo foi-se perdendo dentro da Igreja.

“Paz a todos vós que vos achais em Cristo”, diz Pedro. Nesta forma confia os seus à proteção da paz de Deus que é maior que todos os problemas e todas as desditas que o mundo pode trazer.


Dicionário

Babilônia

substantivo feminino Metrópole construída sem planificação: o antigo bairro virou uma babilônia.
Figurado Babel; ausência de ordem, de regras; grande confusão e desordem.
História Antiga cidade da região da Mesopotâmia, situada entre os rios Eufrates e Tigre, atualmente constitui o território do Iraque.
Etimologia (origem da palavra babilônia). Do latim babylonius.a.um.

Babilônia, Bavêl, em hebraico, está relacionada com a palavra Bilbul, que significa mistura, confusão. Bavêl corresponde ao mundo e suas nações, onde o sagrado, o mundano e o proibido estão todos misturados e é difícil diferenciá-los.

Babilônia
1) Nome de uma região e de sua capital (Gn 10:10), NTLH; (2Rs 20:12). A cidade foi construída na margem esquerda do rio Eufrates, onde agora existe o Iraque. (Gn 11:1-9) conta como a construção de uma torre ali não foi terminada porque Deus confundiu a língua falada pelos seus construtores.
2) Provavelmente Roma (1Pe 5:13); (Ap 14:8); 16.19;

Filho

substantivo masculino O descendente masculino em relação aos seus pais: este é meu filho.
Indivíduo que descente; aquele que tem sua origem em certa família, cultura, sociedade etc.: filho dos primeiros habitantes das Américas.
Pessoa que é natural de um país em específico, de uma determinada região e/ou território; de uma pequena localidade ou Estado etc.: o filho desta terra.
Figurado Algo ou alguém que tem sua origem ou resulta da junção de certas forças ou influências: filho da tragédia; filho do talento.
Figurado Algo ou alguém que é partidário de certas teorias, pontos de vista, opiniões, ideologias etc.: os filhos do capitalismo; filho da fé.
Por Extensão A cria de descente de algum animal.
Por Extensão O broto e/ou semente da planta.
[Brasil] Regionalismo. Tipo de tambor utilizado em certos sambas e/ou batuques.
Religião Designação atribuída à segunda pessoa da Santíssima Trindade (Jesus Cristo): o Filho de Deus.
adjetivo Figurado Aquilo que acontece como consequência de; resultante: um comportamento filho da intolerância.
substantivo masculino plural Filhos. A lista de pessoas que descendem de; descendência.
Etimologia (origem da palavra filho). Do latim filius.filii.

substantivo masculino O descendente masculino em relação aos seus pais: este é meu filho.
Indivíduo que descente; aquele que tem sua origem em certa família, cultura, sociedade etc.: filho dos primeiros habitantes das Américas.
Pessoa que é natural de um país em específico, de uma determinada região e/ou território; de uma pequena localidade ou Estado etc.: o filho desta terra.
Figurado Algo ou alguém que tem sua origem ou resulta da junção de certas forças ou influências: filho da tragédia; filho do talento.
Figurado Algo ou alguém que é partidário de certas teorias, pontos de vista, opiniões, ideologias etc.: os filhos do capitalismo; filho da fé.
Por Extensão A cria de descente de algum animal.
Por Extensão O broto e/ou semente da planta.
[Brasil] Regionalismo. Tipo de tambor utilizado em certos sambas e/ou batuques.
Religião Designação atribuída à segunda pessoa da Santíssima Trindade (Jesus Cristo): o Filho de Deus.
adjetivo Figurado Aquilo que acontece como consequência de; resultante: um comportamento filho da intolerância.
substantivo masculino plural Filhos. A lista de pessoas que descendem de; descendência.
Etimologia (origem da palavra filho). Do latim filius.filii.

substantivo masculino O descendente masculino em relação aos seus pais: este é meu filho.
Indivíduo que descente; aquele que tem sua origem em certa família, cultura, sociedade etc.: filho dos primeiros habitantes das Américas.
Pessoa que é natural de um país em específico, de uma determinada região e/ou território; de uma pequena localidade ou Estado etc.: o filho desta terra.
Figurado Algo ou alguém que tem sua origem ou resulta da junção de certas forças ou influências: filho da tragédia; filho do talento.
Figurado Algo ou alguém que é partidário de certas teorias, pontos de vista, opiniões, ideologias etc.: os filhos do capitalismo; filho da fé.
Por Extensão A cria de descente de algum animal.
Por Extensão O broto e/ou semente da planta.
[Brasil] Regionalismo. Tipo de tambor utilizado em certos sambas e/ou batuques.
Religião Designação atribuída à segunda pessoa da Santíssima Trindade (Jesus Cristo): o Filho de Deus.
adjetivo Figurado Aquilo que acontece como consequência de; resultante: um comportamento filho da intolerância.
substantivo masculino plural Filhos. A lista de pessoas que descendem de; descendência.
Etimologia (origem da palavra filho). Do latim filius.filii.

Nossos filhos são companheiros de vidas passadas que retornam ao nosso convívio, necessitando, em sua grande maioria, de reajuste e resgate, reconciliação e reeducação. [...]
Referencia: BARCELOS, Walter• Sexo e evolução• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 19

[...] todo filho é um empréstimo sagrado que, como tal, precisa ser valorizado, trabalhando através do amor e da devoção dos pais, para posteriormente ser devolvido ao Pai Celestial em condição mais elevada. [...]
Referencia: DIZEM os Espíritos sobre o aborto (O que)• Compilado sob orientação de Juvanir Borges de Souza• Rio de Janeiro: FEB, 2001• - cap• 1

O filhinho que te chega é compromisso para a tua existência.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Lampadário espírita• Pelo Espírito Joanna de Ângelis• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 17

[...] os filhos [...] são companheiros de vidas passadas que regressam até nós, aguardando corrigenda e renovação... [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Contos desta e doutra vida• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 1a ed• especial• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 39

Os filhos são doces algemas de nossa alma.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

Os filhos não são almas criadas no instante do nascimento [...]. São companheiros espirituais de lutas antigas, a quem pagamos débitos sagrados ou de quem recebemos alegrias puras, por créditos de outro tempo. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Lázaro redivivo• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 49

Os filhos são liames de amor conscientizado que lhes granjeiam proteção mais extensa do mundo maior, de vez que todos nós integramos grupos afins.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Vida e sexo• Pelo Espírito Emmanuel• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - cap• 2

[...] Os filhos são as obras preciosas que o Senhor confia às mãos [dos pais], solicitando-lhes cooperação amorosa e eficiente.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Vinha de luz• Pelo Espírito Emmanuel• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 135

[...] os filhos são associados de experiência e destino, credores ou devedores, amigos ou adversários de encarnações do pretérito próximo ou distante, com os quais nos reencontraremos na 5ida Maior, na condição de irmãos uns dos outros, ante a paternidade de Deus.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• Estude e viva• Pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 38


Filho
1) Pessoa do sexo masculino em relação aos pais (Gn 4:17)

2) Descendente (Ml 3:6); (Lc 1:16). 3 Morador de um país (Am 9:7) ou de uma cidade (Jl 3:6).

4) Membro de um grupo (2Rs 2:15), RC).

5) Qualidade de uma pessoa (Dt 13:13), RC; (2Sm 3:34); (Mc 3:17); (Lc 10:6); (Jo 12:36).

6) Tratamento carinhoso (1

Marcos

Nome Latim - Significado: Deus da guerra.

(Jr 31:21.) Eram, no oriente, sinais feitos com pedras para mostrar o carreiro ao viajante. A mesma palavra se usa (2 Rs 23.17 – Ez 39:5) a propósito de certas pedras que servem para indicar um cadáver ou qualquer osso humano. (*veja Caminho, Jornada.)

Marcos JOÃO MARCOS

Filho de MARIA 5, e primo de Barnabé (Cl 4:10, RA; RC, sobrinho). Acompanhou Paulo e Barnabé até Antioquia (At 12:25) e, depois, na sua primeira viagem missionária, até Perge (13 5:13'>At 13:5-13). Por causa dele Paulo e Barnabé se separaram (At 15:36-41). Mais tarde, porém, Marcos foi cooperador de Paulo (Cl 4:10; Fm 24; 2Tm 4:11) e trabalhou com Pedro (1Pe 5:13). Segundo a tradição, Marcos fundou a igreja em Alexandria.

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EVANGELHO DE MARCOS

Segundo livro do NT, considerado o mais antigo dos Evangelhos. Marcos (V. MARCOS, JOÃO) destaca principalmente a atividade constante e a autoridade de Jesus. Jesus vai de um lugar para outro, anunciando a vinda do REINO DE DEUS, ensinando multidões, fazendo milagres e curando doentes. Para ajudá-lo, ele escolhe 12 homens, os apóstolos. Estes o acompanham por toda parte, aprendem que por meio do evangelho todas as pessoas podem fazer parte do Reino de Deus. Depois os apóstolos saem para anunciar essa mensagem de salvação e para curar pessoas. Em tudo isso Jesus age com autoridade, que lhe vem de Deus. Ele é o FILHO DO HOMEM, que Deus escolheu e enviou para ser o Salvador (10.45). Portanto, ele tem autoridade para expulsar demônios, curar doentes e perdoar pecados. Este Evangelho começa com o batismo de Jesus (1.9-11) e termina com a sua ressurreição (16.1-8). O trecho final (16.9-20) não faz parte do texto original grego.


Marcos Também João Marcos. Judeu-cristão, primo de Barnabé e filho de uma mulher em cuja casa se reunia a Igreja hierosolimita. Tradicionalmente, atribui-se a ele a redação do evangelho que leva seu nome. Participou do início da Igreja antioquena e acompanhou Paulo, junto com seu primo Barnabé, em sua primeira viagem missionária. O fato de decidir abandonar seus acompanhantes em Perge levá-lo-ia a uma ruptura temporal com Paulo. Em 1Pe 5:13 aparece como companheiro do apóstolo Paulo, que coincide com informações extrabíblicas (Papias etc.) e o convertem em companheiro e intérprete do apóstolo no mundo romano. Essas circunstâncias enquadram-se também com a visão peculiar do segundo evangelho, expressamente redigido para os romanos, com claras reminiscências de uma testemunha ocular (Pedro?) e dotado de uma estrutura breve e simples, adequado para a obra missionária. Uma tradição tardia liga Marcos com o episcopado de Alexandria, mas, nesse caso, encontramo-nos ante uma notícia muito menos segura do que as já assinaladas.

A - Evangelho de Marcos

1. Autoria e datação. O evangelho de Marcos — que, muito possivelmente, reúne a pregação petrina — é um evangelho dirigido fundamentalmente aos gentios e, quase com toda a segurança, forjado em um meio pagão. Tradicionalmente, tem sido identificado com Roma (o que combinaria com a missão petrina) (Eusébio, HE 2:15; 6,14,16) ou, secundariamente, com Alexandria, em harmonia com uma tradição que situa Marcos nessa cidade (João Crisóstomo, Hom. Mt 1:3).

É bem possível que o autor possa ser identificado com João Marcos. Quanto à sua datação, costuma-se admitir, quase que unicamente, que foi escrito antes do ano 70 d.C. e pouco antes ou pouco depois da perseguição de Nero, embora alguns autores o considerem ainda mais antigo. As mesmas fontes antigas manifestam essa duplicidade de opiniões. Para Eusébio (HE 6:14.5-7), Marcos teria escrito seu evangelho por volta de 64-65. Clemente de Alexandria, ao contrário, fixou-o em uma data cujo termo “a quo” seria o ano de 45. Mais duvidosa é a afirmação de que Marcos é o primeiro escrito entre os quatro que o Novo Testamento contém.

Certamente é o mais breve, mas não é menos verdade que, por exemplo, os mesmos episódios em Marcos e em Mateus apresentem-se mais elaborados no primeiro do que no segundo.

2. Estrutura e mensagem. A estrutura de Marcos é muito simples. Após um breve prólogo (1,1-15), que tem início com a pregação de João Batista, Marcos descreve o ministério galileu de Jesus (1,6-8,26) e, como sua consumação, a paixão, morte e ressurreição de Jesus (8,27-16,8).

Mesmo que Marcos não pretenda fazer teologia, mas narrar uma história, é inegável que em sua obra estão presentes motivos teológicos bem definidos. O primeiro deles é o anúncio do Reino ao qual Marcos faz quinze referências em contraposição às cinqüenta de Mateus e às quarenta de Lucas. Esse Reino já se encontra presente e pode ser recebido quando se tem o coração puro e simples de uma criança (10,14-15 ). Sem dúvida, sua manifestação total será futura (10,23- 25; 14,25; 14,3-20.26-29,30-32), relacionada com o Filho do homem — o próprio Jesus — (8,38; 13 26:32-14,62). Exatamente por isso, os discípulos devem vigiar diligentemente (13 33:37).

Nessa situação dupla de presente e futuro, de “já” e ainda “não”, reside precisamente o mistério do Reino ao qual fazem referências as parábolas (4,3-20; 26-29,30-32). A vitória sobre os demônios (1,21-27), a cura dos enfermos (2,1-12), o relacionamento direto com os pecadores (2,13-17), a alimentação dos famintos (6,34-44) e, evidentemente, o chamado dos Doze são sinais do Reino.

O segundo aspecto central da teologia de Marcos é sua visão de Jesus. Este é o messias — que se vê como Servo de Is 42:1; 53, 1ss.; 61,1ss. — e assim o reconhecem seus discípulos (8,29), confirmado pela experiência da Transfiguração (9,2-9) e entendido através de acontecimentos como a entrada de Jerusalém (11,1-11) nos moldes messiânicos de Zc 9:9. Prudente no uso do título para evitar que este fosse mal interpretado por seus ouvintes, Jesus reconhecerá também sua messianidade durante seu processo (14,61-62) e assim constará no título de sua condenação (15,6-20.26). Jesus é o messias, mas não um guerreiro. Ele é o que veio para servir e dar a sua vida em resgate por todos como Filho do homem (Mc 10:45). Jesus emprega esse segundo título como referência a si mesmo tanto para ressaltar seu poder para perdoar pecados (2,10), como sua autoridade de Senhor do sábado (2,28) e, naturalmente, em relação à sua visão do messias sofredor (8,31; 9,9.12.31; 10,33.45; 14,21.41). Embora este seja o título preferido por Jesus para referir-se a si mesmo, Marcos enfatiza especialmente o de Filho de Deus, com o qual até mesmo inicia seu evangelho (1,1). Assim é reconhecido pelo Pai no batismo, conferindo-lhe um significado messiânico (comp.com Sl 2:7). O título “Filho de Deus” transcende o de simples messianismo. As referências em Mc 1:23-27; 3,11; 5,7; 9,7 supõem uma relação com Deus que supera o simplesmente humano, e isso é o que se deduz da própria afirmação de Jesus contida em 14:62. Atribuiu a si mesmo um lugar à direita de Deus, e a sua função julgadora incorre no que seus juízes consideram uma evidente blasfêmia (14,63-64). Certamente a relação de Jesus com seu Pai é radicalmente distinta da de qualquer outro ser (1,11; 9,7; 12,6; 13 32:14-36) e transcende a simples humanidade.

Finalmente, e como acontece nos relatos dos outros evangelhos, Marcos também formula ao homem a necessidade de responder à chegada do Reino em Jesus. Na realidade, só existe uma resposta possível: a conversão (1,16), porque o tempo já chegou. Será um tempo marcado pela morte expiatória do Filho do homem (10,45) e a espera da consumação do Reino anunciado na Ceia do Senhor (14,25). Agora já é possível entrar no Reino todo aquele que se aproxime com a fé de uma criança (10,14-15). Para quem crê e é batizado existe salvação, mas a condenação é o destino de quem não o aceita (Mc 16:15-16). Essa decisão — obrigatoriamente presente — não é senão a antecipação, no hoje, da separação que o Filho do homem fará no final dos tempos (13 33:37).

V. Taylor, The Gospel of Mark, Nova York 1966 (há edição em espanhol na Cristiandad, Madri 1980, Evangelio según san Marcos); H. Anderson, The Gospel of Mark, 1981; E. Best, Mark: The Gospel as Story, Filadélfia 1983; L. Hurtado, Mark, Peabody 1983; m. Hengel, Studies in the Gospel of Mark, Minneapolis 1985; D. Lührmann, Das Markusevangelium, Tubinga 1987; R. A. Guelich, Mark 1-8: 26, Waco 1989; J. D. Kingsbury, Conflict in Mark, Minneapolis 1989; J. Delorme, El Evangelio según san Marcos, Estella 131995; P. Grelot, Los Evangelios, Estella5 1993; J. m. Gonzáles-Ruiz, Evangelio según Marcos, Estella 1988; Xabier Pikaza, Para vivir el Evangelio. Lectura de Marcos, Estella 1995.


Saudar

verbo transitivo direto e pronominal Dar cumprimentos a alguém; cumprimentar: saudar um amigo.
verbo transitivo direto Oferecer felicitações; demonstrar simpatia em relação a; aclamar, felicitar: saudar os atletas pela vitória.
Estar repleto de alegria; louvar: saudar a vida!
substantivo masculino Saudação oferecida a alguém; cumprimentos.
Etimologia (origem da palavra saudar). Do latim salutare.

saudar
v. 1. tr. dir. Dar a saudação a; cortejar, cumprimentar. 2. tr. dir. Dar as boas-vindas a. 3. tr. dir. Aclamar, ovacionar. 4. tr. dir. Enviar cumprimentos a. 5. tr. dir. Alegrar-se com o aparecimento de. 6. pron. Dirigir-se recíprocas saudações. Conjugação: Pres. do ind.: saúdo, saúdas, saúda, saudamos (a-u), saudais (a-u), saúda.M Pres. do subj.: saúde, saúdes, saúde; saudemos (a-u), saudeis (a-u), saúde.M

Strongs

Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
I Pedro 5: 13 - Texto em Grego - (BGB) - Bíblia Grega Bereana

Saúda-vos aquela 1643 que está na Babilônia 1644, tendo sido eleita- juntamente- convosco; também (vos saúda) Marcos, o meu filho ②.
I Pedro 5: 13 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

64 d.C.
G1473
egṓ
ἐγώ
exilados, exílio, cativeiro
(captive)
Substantivo
G1722
en
ἐν
ouro
(gold)
Substantivo
G2532
kaí
καί
desejo, aquilo que é desejável adj
(goodly)
Substantivo
G3138
Márkos
Μάρκος
primeiras chuvas, chuva de outono
(the first rain)
Substantivo
G3588
ho
para que
(that)
Conjunção
G4771
σύ
de você
(of you)
Pronome pessoal / possessivo - 2ª pessoa genitiva singular
G4899
syneklektós
συνεκλεκτός
ungido, o ungido
(who is anointed)
Substantivo
G5207
huiós
υἱός
filho
(son)
Substantivo - Masculino no Singular genitivo
G782
aspázomai
ἀσπάζομαι
aproximar-se
(you greet)
Verbo - aorista (pretérito não qualificado de um verbo sem referência à duração ou conclusão da ação) subjuntivo médio - 2ª pessoa do plural
G897
Babylṓn
Βαβυλών
uma cidade muito famosa e grande, a residência dos reis da Babilônia, situada em ambas
(to Babylon)
Substantivo - Feminino no Singular genitivo


ἐγώ


(G1473)
egṓ (eg-o')

1473 εγω ego

um pronome primário da primeira pessoa “Eu” (apenas expresso quando enfático); TDNT - 2:343,196; pron

  1. Eu, me, minha, meu

ἐν


(G1722)
en (en)

1722 εν en

preposição primária denotando posição (fixa) (de lugar, tempo ou estado), e (por implicação) instrumentalidade (mediana ou construtivamente), i.e. uma relação do descanso (intermédia entre 1519 e 1537); TDNT - 2:537,233; prep

  1. em, por, com etc.

καί


(G2532)
kaí (kahee)

2532 και kai

aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj

  1. e, também, até mesmo, realmente, mas

Μάρκος


(G3138)
Márkos (mar'-kos)

3138 Μαρκος Markos

de origem latim; n pr m Marcos = “defesa”

  1. um evangelista, autor do Evangelho de Marcos. Marcos era seu sobrenome latino, seu nome judaico era João. Era primo de Barnabé e companheiro de Paulo em algumas de suas viagens missionárias


(G3588)
ho (ho)

3588 ο ho

que inclue o feminino η he, e o neutro το to

em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo

  1. este, aquela, estes, etc.

    Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.


σύ


(G4771)
(soo)

4771 συ su

pronome pessoal da segunda pessoa do singular; pron

  1. tu

συνεκλεκτός


(G4899)
syneklektós (soon-ek-lek-tos')

4899 συνεκλεκτος suneklektos

de um composto de 4862 e 1586; adj

  1. eleito ou escolhido (por Deus para a vida eterna) com

υἱός


(G5207)
huiós (hwee-os')

5207 υιος huios

aparentemente, palavra primária; TDNT - 8:334,1206; n m

  1. filho
    1. raramente usado para filhote de animais
    2. generalmente usado de descendente humano
    3. num sentido restrito, o descendente masculino (alguém nascido de um pai e de uma mãe)
    4. num sentido amplo, um descendente, alguém da posteridade de outro,
      1. os filhos de Israel
      2. filhos de Abraão
    5. usado para descrever alguém que depende de outro ou que é seu seguidor
      1. aluno
  2. filho do homem
    1. termo que descreve a humanidade, tendo a conotação de fraqueza e mortalidade
    2. filho do homem, simbolicamente denota o quinto reino em Dn 7:13 e por este termo sua humanidade é indicada em contraste com a crueldade e ferocidade dos quatro reinos que o precedem (Babilônia, Média e Pérsia, Macedônia, e Roma) tipificados pelas quatro bestas. No livro de Enoque (séc. II), é usado para Cristo.
    3. usado por Cristo mesmo, sem dúvida para que pudesse expressar sua messianidade e também designar a si mesmo como o cabeça da família humana, o homem, aquele que forneceu o modelo do homem perfeito e agiu para o benefício de toda humanidade. Cristo parece ter preferido este a outros títulos messiânicos, porque pela sua discrição não encorajaria a expectativa de um Messias terrestre em esplendor digno de reis.
  3. filho de Deus
    1. usado para descrever Adão (Lc 3:38)
    2. usado para descrever aqueles que nasceram outra vez (Lc 20:36) e dos anjos e de Jesus Cristo
    3. daqueles que Deus estima como filhos, que ele ama, protege e beneficia acima dos outros
      1. no AT, usado dos judeus
      2. no NT, dos cristãos
      3. aqueles cujo caráter Deus, como um pai amoroso, desenvolve através de correções (Hb 12:5-8)
    4. aqueles que reverenciam a Deus como seu pai, os piedosos adoradores de Deus, aqueles que no caráter e na vida se parecem com Deus, aqueles que são governados pelo Espírito de Deus, que repousam a mesma tranqüila e alegre confiança em Deus como os filhos depositam em seus pais (Rm 8:14; Gl 3:26), e no futuro na bem-aventurança da vida eterna vestirão publicamente esta dignidade da glória dos filhos de Deus. Termo usado preeminentemente de Jesus Cristo, que desfruta do supremo amor de Deus, unido a ele em relacionamento amoroso, que compartilha seus conselhos salvadores, obediente à vontade do Pai em todos os seus atos

Sinônimos ver verbete 5868 e 5943


ἀσπάζομαι


(G782)
aspázomai (as-pad'-zom-ahee)

782 ασπαζομαι aspazomai

de 1 (como partícula de união) e uma suposta forma de 4685; TDNT - 1:496,84; v

  1. aproximar-se
    1. saudar alguém, cumprimentar, dar cumprimentos de boas vindas, desejar o bem a
    2. receber alegremente, dar boas vindas

      De pessoa que vai ao encontro de outra; daqueles que visitam alguém para vê-lo por um pouco, partindo logo depois; pagar respeitos a um pessoa distinta ao visitá-la; daqueles que cumprimentam alguém que encontram no caminho (apesar de que no Oriente, cristãos e muçulmanos não se cumprimentavam um ao outro); uma saudação era feita não meramente por um pequeno gesto e poucas palavras, mas geralmente por abraços e beijos, uma viagem freqüentemente atrasava por causa das saudações.


Βαβυλών


(G897)
Babylṓn (bab-oo-lone')

897 Βαβυλων Babulon

de origem hebraica 894 בבל; TDNT - 1:514,89; n pr loc

Babilônia = “confusão”

  1. uma cidade muito famosa e grande, a residência dos reis da Babilônia, situada em ambas margens do rio Eufrates. Foi Ciro quem a capturou, mas Dario Histaspis derrubou seus portões e muros, e Xerxes destruiu o templo de Belis. Finalmente a cidade foi reduzida a um completo deserto; a população, retirada pela vizinha Selêucia, construída junto ao rio Tigre por Seleuco Nicanor.
  2. do território da Babilônia
  3. alegoricamente, de Roma como a sede mais corrupta da idolatria e inimiga da cristandade