Enciclopédia de Apocalipse 2:9-9

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

ap 2: 9

Versão Versículo
ARA Conheço a tua tribulação, a tua pobreza (mas tu és rico) e a blasfêmia dos que a si mesmos se declaram judeus e não são, sendo, antes, sinagoga de Satanás.
ARC Eu sei as tuas obras, e tribulação, e pobreza (mas tu és rico), e a blasfêmia dos que se dizem judeus, e não o são, mas são a sinagoga de Satanás.
TB Sei a tua tribulação, e a tua pobreza (mas tu és rico), e a calúnia daqueles que se dizem ser judeus e não o são, mas são sinagoga de Satanás.
BGB Οἶδά ⸀σου τὴν θλῖψιν καὶ τὴν πτωχείαν, ἀλλὰ πλούσιος εἶ, καὶ τὴν βλασφημίαν ἐκ τῶν λεγόντων Ἰουδαίους εἶναι ἑαυτούς, καὶ οὐκ εἰσίν, ἀλλὰ συναγωγὴ τοῦ Σατανᾶ.
BKJ Eu conheço as tuas obras, e a tribulação, e a pobreza (mas tu és rico), e eu conheço a blasfêmia dos que dizem que são judeus, e não o são, mas são a sinagoga de Satanás.
LTT Tenho conhecido as tuas obras, e as tuas aflições, e a tua pobreza (rico, porém, és tu); e tenho conhecido a blasfêmia daqueles que estão declarando a si mesmos judeus serem, e não o são, mas são a sinagoga de Satanás.
BJ2 Conheço tua tribulação, tua indigência - és rico, porém![e] - e as blasfêmias de alguns dos que se afirmam judeus[f] mas não são pelo contrário, são uma sinagoga de Satanás!
VULG Scio tribulationem tuam, et paupertatem tuam, sed dives es : et blasphemaris ab his, qui se dicunt Judæos esse, et non sunt, sed sunt synagoga Satanæ.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Apocalipse 2:9

Mateus 4:10 Então, disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele servirás.
Lucas 4:18 O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do coração,
Lucas 6:20 E, levantando ele os olhos para os seus discípulos, dizia: Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus.
Lucas 12:21 Assim é aquele que para si ajunta tesouros e não é rico para com Deus.
Lucas 22:65 E outras muitas coisas diziam contra ele, blasfemando.
João 16:33 Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo.
Atos 14:22 confirmando o ânimo dos discípulos, exortando-os a permanecer na fé, pois que por muitas tribulações nos importa entrar no Reino de Deus.
Atos 26:11 E, castigando-os muitas vezes por todas as sinagogas, os obriguei a blasfemar. E, enfurecido demasiadamente contra eles, até nas cidades estranhas os persegui.
Romanos 2:17 Eis que tu, que tens por sobrenome judeu, e repousas na lei, e te glorias em Deus;
Romanos 2:28 Porque não é judeu o que o é exteriormente, nem é circuncisão a que o é exteriormente na carne.
Romanos 5:3 E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz a paciência;
Romanos 8:35 Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada?
Romanos 9:6 Não que a palavra de Deus haja faltado, porque nem todos os que são de Israel são israelitas;
Romanos 12:12 alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração;
II Coríntios 6:10 como contristados, mas sempre alegres; como pobres, mas enriquecendo a muitos; como nada tendo e possuindo tudo.
II Coríntios 8:2 como, em muita prova de tribulação, houve abundância do seu gozo, e como a sua profunda pobreza superabundou em riquezas da sua generosidade.
II Coríntios 8:9 porque já sabeis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre, para que, pela sua pobreza, enriquecêsseis.
I Tessalonicenses 3:4 pois, estando ainda convosco, vos predizíamos que havíamos de ser afligidos, como sucedeu, e vós o sabeis.
II Tessalonicenses 1:6 se, de fato, é justo diante de Deus que dê em paga tribulação aos que vos atribulam,
I Timóteo 1:13 a mim, que, dantes, fui blasfemo, e perseguidor, e opressor; mas alcancei misericórdia, porque o fiz ignorantemente, na incredulidade.
I Timóteo 6:18 que façam o bem, enriqueçam em boas obras, repartam de boa mente e sejam comunicáveis;
Tiago 2:5 Ouvi, meus amados irmãos. Porventura, não escolheu Deus aos pobres deste mundo para serem ricos na fé e herdeiros do Reino que prometeu aos que o amam?
Apocalipse 2:2 Eu sei as tuas obras, e o teu trabalho, e a tua paciência, e que não podes sofrer os maus; e puseste à prova os que dizem ser apóstolos e o não são e tu os achaste mentirosos;
Apocalipse 3:9 Eis que eu farei aos da sinagoga de Satanás (aos que se dizem judeus e não são, mas mentem), eis que eu farei que venham, e adorem prostrados a teus pés, e saibam que eu te amo.
Apocalipse 3:17 Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta (e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu),
Apocalipse 7:14 E eu disse-lhe: Senhor, tu sabes. E ele disse-me: Estes são os que vieram de grande tribulação, lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro.

Mapas Históricos

Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados ​​para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.

A PROPAGAÇÃO DO CRISTIANISMO

33-337 d.C.
A PROPAGAÇÃO DO EVANGELHO
Em II Timóteo, sua última carta, Paulo observa acerca de seus colegas que Crescente to1 para a Galácia e Tito para a Dalmácia. A Galácia corresponde à região central da atual Turquia e, provavelmente, incluía as igrejas fundadas por Paulo nas imediações de Antioquia da Pisídia: Icônio, Listra e Derbe. A Dalmácia corresponde à atual Albânia e partes da Sérvia e Montenegro.
Fica evidente que os colegas de Paulo estavam dando continuidade à sua prática de pregar o evangelho onde Jesus ainda não era conhecido.
O Novo Testamento não revela onde vários dos apóstolos e outros líderes da igreja foram pregar evangelho. De acordo com tradições posteriores, o apóstolo João passou seus últimos anos em Efeso e o apóstolo Filipe, em Hierápolis (Pamukkale), na Turquia.
As tradições também associam os apóstolos Tomé e Bartolomeu à Índia, mas não se sabe ao certo a que região esse termo se refere, que era usado para qualquer terra próxima ao oceano Indico.
A Bíblia não relata de que maneira o cristianismo se espalhou por todo o Império Romano e além de suas fronteiras. Sem dúvida os 85:000 km de estradas imperiais e as rotas marítimas usadas pelos romanos facilitaram essa propagação. Os três exemplos a seguir ilustram aspectos diferentes da propagação do cristianismo:


PERSEGUIÇÃO E MARTÍRIO
Uma leitura superficial de Atos dos Apóstolos mostra que a igreja primitiva enfrentou períodos de perseguição. Pedro foi liberto da prisão por intervenção divina. Ao mesmo tempo, em 44 d.C., o apóstolo Tiago, filho de Zebedeu, foi morto por Herodes Agripa I. De acordo com tradições posteriores, André foi crucificado na Acaia (Grécia) e Pedro, em Roma. Nas cartas do Senhor ressurreto às sete igrejas em Apocalipse, cada uma dessas congregações é exortada a buscar a vitória. Algumas igrejas, como a de Esmirna, são advertidas acerca de uma perseguição específica e, de fato, grande parte do restante do livro de Apocalipse (não obstante sua interpretação) fala da igreja sob perseguição intensa. No final do livro a "Babilônia" semelhante à Roma em alguns aspectos, ma: provavelmente uma referência a sistema do mundo como um todo, cai e a nova jerusalém desce do céu, da parte de Deus. "Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles. E lhes enxugará dos olhos toda lágrima" (Ap 21:3b-40).
Essa esperança encheu os primeiros cristãos de coragem para enfrentar a morte. Ainda no período neotestamentário vários cristãos foram martirizados, mas essas ocorrências não se encontram registradas no texto bíblico. Em 64 d.C., quando grande parte de Roma foi destruída por incêndio, o imperador Nero culpou os cristãos. Realizou prisões em massa, e ordenou que suas vitimas tossem crucificadas, queimada: ou cobertas com peles de animas selvagens é despedaçadas por cães.° Outra perseguição irrompeu no governo do imperador Domiciano (81-96 .C.). A prisão de João na ilha de Patmos, durante a qual acredita-se que ele escreveu o livro de Apocalipse, ocorreu nesse período.
A perseguição aos cristãos continuou no governo dos imperadores romanos dos séculos 2 e III d.C. e pode ser esboçada pelo seguinte resumo extremamente sucinto:

O RECONHECIMENTO OFICIAL DO CRISTIANISMO

O reconhecimento oficial teve um papel importante na propagação do cristianismo. Abgar IX (179-216 .C.), monarca do reino de Edessa (atual cidade de Urfa, no sudeste a Turquia), se converteu ao cristianismo. Em 301 d.C., o rei Tiridates e sua família, da Armênia, na fronteira oriental do Império Romano, foram batizados ao abraçarem a fé cristã. Em 313 d.C., na cidade de Milão, o imperador romano Constantino publicou um édito de tolerância em favor dos cristãos. Apesar dessa medida não ter interrompido a perseguição de imediato, pelo menos conferiu reconhecimento oficial a cristianismo. O imperador foi batizado em 337 d.C., ano de sua morte. Alguns consideram que o reconhecimento imperial foi benéfico para o cristianismo, enquanto outros julgam que foi prejudicial. Não obstante, salvo raras exceções, essa medida fez cessar a perseguição aos cristãos promovida pelo Estado.
Até o final da perseguição o grande risco de destruição de manuscritos desestimulou a compilação dos livros bíblicos em um só volume. Assim, não é coincidência que os primeiros

 

Referências

II Timóteo 4.10

Romanos 15:20

Mateus 6:9

Atos 12:1-17

Apocalipse 2:7-26;

Apocalipse 3.5-21

Apocalipse 2:10

Apocalipse 18:1-24

Apocalipse 21:2

Nos quatro primeiros séculos, i cristianismo se expandiu por grande parte do Império Romano e além.
Nos quatro primeiros séculos, i cristianismo se expandiu por grande parte do Império Romano e além.
Relevo com temas cristãos primitivos, encontrado nas paredes da catacumba de Domitila, em Roma. Inscrições como estas são consideradas hoje como um tipo de "grafite" cristão primitivo, uma vez que eram produzidas às pressas em lápides já existentes.
Relevo com temas cristãos primitivos, encontrado nas paredes da catacumba de Domitila, em Roma. Inscrições como estas são consideradas hoje como um tipo de "grafite" cristão primitivo, uma vez que eram produzidas às pressas em lápides já existentes.

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras


CARLOS TORRES PASTORINO

ap 2:9
Sabedoria do Evangelho - Volume 4

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 13
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 16:24-28


24. Jesus disse então o seus discípulos: "Se alguém quer vir após mim, neguese a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.


25. Porque aquele que quiser preservar sua alma. a perderá; e quem perder sua alma por minha causa, a achará.


26. Pois que aproveitará ao homem se ganhar o mundo inteiro e perder sua alma? Ou que dará o homem em troca de sua alma?


27. Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai, com seus mensageiros, e então retribuirá a cada um segundo seu comportamento.


28. Em verdade vos digo, que alguns dos aqui presentes absolutamente experimentarão a morte até que o Filho do Homem venha em seu reino. MC 8:34-38 e MC 9:1


34. E chamando a si a multidão, junto com seus discípulos disse-lhes: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.


35. Porque quem quiser preservar sua alma, a perderá; e quem perder sua alma por amor de mim e da Boa-Nova, a preservará.


36. Pois que adianta a um homem ganhar o mundo inteiro e perder sua alma?


37. E que daria um homem em troca de sua alma?


38. Porque se alguém nesta geração adúltera e errada se envergonhar de mim e de minhas doutrinas, também dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na glória de seu Pai com seus santos mensageiros". 9:1 E disse-lhes: "Em verdade em verdade vos digo que há alguns dos aqui presentes, os quais absolutamente experimentarão a morte, até que vejam o reino de Deus já chegado em força".


LC 9:23-27


23. Dizia, então, a todos: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia sua cruz e siga-me.


24. Pois quem quiser preservar sua alma, a perderá; mas quem perder sua alma por amor de mim, esse a preservará.


25. De fato, que aproveita a um homem se ganhar o mundo inteiro, mas arruinar-se ou causar dano a si mesmo?


26. Porque aquele que se envergonhar de mim e de minhas doutrinas, dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na sua glória, na do Pai e na dos santos mensageiros.


27. Mas eu vos digo verdadeiramente, há alguns dos aqui presentes que não experimentarão a morte até que tenham visto o reino de Deus.


Depois do episódio narrado no último capítulo, novamente Jesus apresenta uma lição teórica, embora bem mais curta que as do Evangelho de João.


Segundo Mateus, a conversa foi mantida com Seus discípulos. Marcos, entretanto, revela que Jesu "chamou a multidão" para ouvi-la, como que salientando que a aula era "para todos"; palavras, aliás, textuais em Lucas.


Achava-se a comitiva no território não-israelita ("pagão") de Cesareia de Filipe, e certamente os moradores locais haviam observado aqueles homens e mulheres que perambulavam em grupo homogêneo.


Natural que ficassem curiosos, a "espiar" por perto. A esses, Jesus convida que se aproximem para ouvir os ensinamentos e as exigências impostas a todos os que ambicionavam o DISCIPULATO, o grau mais elevado dos três citados pelo Mestre: justos (bons), profetas (médiuns) e discípulos (ver vol. 3).


As exigências são apenas três, bem distintas entre si, e citadas em sequência gradativa da menor à maior. Observamos que nenhuma delas se prende a saber, nem a dizer, nem a crer, nem a fazer, mas todas se baseiam em SER. O que vale é a evolução interna, sem necessidade de exteriorizações, nem de confissões, nem de ritos.


No entanto, é bem frisada a vontade livre: "se alguém quiser"; ninguém é obrigado; a espontaneidade deve ser absoluta, sem qualquer coação física nem moral. Analisemos.


Vimos, no episódio anterior, o Mestre ordenar a Pedro que "se colocasse atrás Dele". Agora esclarece: " se alguém QUER ser SEU discípulo, siga atrás Dele". E se tem vontade firme e inabalável, se o QUER, realize estas três condições:

1. ª - negue-se a si mesmo (Lc. arnésasthô; Mat. e Mr. aparnésasthô eautón).


2. ª - tome (carregue) sua cruz (Lc. "cada dia": arátô tòn stáurou autoú kath"hêméran);

3. ª - e siga-me (akoloutheítô moi).


Se excetuarmos a negação de si mesmo, já ouvíramos essas palavras em MT 10:38 (vol. 3).


O verbo "negar-se" ou "renunciar-se" (aparnéomai) é empregado por Isaías (Isaías 31:7) para descrever o gesto dos israelitas infiéis que, esclarecidos pela derrota dos assírios, rejeitaram ou negaram ou renunciaram a seus ídolos. E essa é a atitude pedida pelo Mestre aos que QUEREM ser Seus discípulos: rejeitar o ídolo de carne que é o próprio corpo físico, com sua sequela de sensações, emoções e intelectualismo, o que tudo constitui a personagem transitória a pervagar alguns segundos na crosta do planeta.


Quanto ao "carregar a própria cruz", já vimos (vol. 3), o que significava. E os habitantes da Palestina deviam estar habituados a assistir à cena degradante que se vinha repetindo desde o domínio romano, com muita frequência. Para só nos reportarmos a Flávio Josefo, ele cita-nos quatro casos em que as crucificações foram em massa: Varus que fez crucificar 2. 000 judeus, por ocasião da morte, em 4 A. C., de Herodes o Grande (Ant. Jud. 17. 10-4-10); Quadratus, que mandou crucificar todos os judeus que se haviam rebelado (48-52 A. D.) e que tinham sido aprisionados por Cumarus (Bell. Jud. 2. 12. 6); em 66 A. D. até personagens ilustres foram crucificadas por Gessius Florus (Bell. Jud. 2. 14. 9); e Tito que, no assédio de Jerusalém, fez crucificar todos os prisioneiros, tantos que não havia mais nem madeira para as cruzes, nem lugar para plantá-las (Bell. Jud. 5. 11. 1). Por aí se calcula quantos milhares de crucificações foram feitas antes; e o espetáculo do condenado que carregava às costas o instrumento do próprio suplício era corriqueiro. Não se tratava, portanto, de uma comparação vazia de sentido, embora constituindo uma metáfora. E que o era, Lucas encarrega-se de esclarecê-lo, ao acrescentar "carregue cada dia a própria cruz". Vemos a exigência da estrada de sacrifícios heroicamente suportados na luta do dia a dia, contra os próprios pendores ruins e vícios.


A terceira condição, "segui-Lo", revela-nos a chave final ao discipulato de tal Mestre, que não alicia discípulos prometendo-lhes facilidades nem privilégios: ao contrário. Não basta estudar-Lhe a doutrina, aprofundar-Lhe a teologia, decorar-Lhe as palavras, pregar-Lhe os ensinamentos: é mister SEGUILO, acompanhando-O passo a passo, colocando os pés nas pegadas sangrentas que o Rabi foi deixando ao caminhar pelas ásperas veredas de Sua peregrinação terrena. Ele é nosso exemplo e também nosso modelo vivo, para ser seguido até o topo do calvário.


Aqui chegamos a compreender a significação plena da frase dirigida a Pedro: "ainda és meu adversário (porque caminhas na direção oposta a mim, e tentas impedir-me a senda dolorosa e sacrificial): vai para trás de mim e segue-me; se queres ser meu discípulo, terás que renunciar a ti mesmo (não mais pensando nas coisas humanas); que carregar também tua cruz sem que me percas de vista na dura, laboriosa e dorida ascensão ao Reino". Mas isto, "se o QUERES" ... Valerá a pena trilhar esse áspero caminho cheio de pedras e espinheiros?


O versículo seguinte (repetição, com pequena variante de MT 10:39; cfr. vol. 3) responde a essa pergunta.


As palavras dessa lição são praticamente idênticas nos três sinópticos, demonstrando a impress ão que devem ter causado nos discípulos.


Sim, porque quem quiser preservar sua alma (hós eán thélei tên psychên autòn sõsai) a perderá (apolêsei autên). Ainda aqui encontramos o verbo sôzô, cuja tradução "salvar" (veja vol. 3) dá margem a tanta ambiguidade atualmente. Neste passo, a palavra portuguesa "preservar" (conservar, resguardar) corresponde melhor ao sentido do contexto. O verbo apolesô "perder", só poderia ser dado também com a sinonímia de "arruinar" ou "degradar" (no sentido etimológico de "diminuir o grau").


E o inverso é salientado: "mas quem a perder "hós d"án apolésêi tên psychên autoú), por minha causa (héneken emoú) - e Marcos acrescenta "e da Boa Nova" (kaì toú euaggelíou) - esse a preservará (sósei autén, em Marcos e Lucas) ou a achará (heurêsei autén, em Mateus).


A seguir pergunta, como que explicando a antinomia verbal anterior: "que utilidade terá o homem se lucrar todo o mundo físico (kósmos), mas perder - isto é, não evoluir - sua alma? E qual o tesouro da Terra que poderia ser oferecido em troca (antállagma) da evolução espiritual da criatura? Não há dinheiro nem ouro que consiga fazer um mestre, riem que possa dar-se em troca de uma iniciação real.


Bens espirituais não podem ser comprados nem "trocados" por quantias materiais. A matemática possui o axioma válido também aqui: quantidades heterogêneas não podem somar-se.


O versículo seguinte apresenta variantes.


MATEUS traz a afirmação de que o Filho do Homem virá com a glória de seu Pai, em companhia de Seus Mensageiros (anjos), para retribuir a cada um segundo seus atos. Traduzimos aqui dóxa por "glória" (veja vol. 1 e vol. 3), porque é o melhor sentido dentro do contexto. E entendemos essa glória como sinônimo perfeito da "sintonia vibratória" ou a frequência da tônica do Pai (Verbo, Som). A atribui ção a cada um segundo "seus atos" (tên práxin autoú) ou talvez, bem melhor, de acordo com seu comportamento, com a "prática" da vida diária. Não são realmente os atos, sobretudo isolados (mesmo os heroicos) que atestarão a Evolução de uma criatura, mas seu comportamento constante e diuturno.


MARCOS diz que se alguém, desta geração "adúltera", isto é, que se tornou "infiel" a Deus, traindo-O por amar mais a matéria que o espírito, e "errada" na compreensão das grandes verdades, "se envergonhar" (ou seja "desafinar", não-sintonizar), também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier com a glória do Pai, em companhia de Seus mensageiros (anjos).


LUCAS repete as palavras de Marcos (menos a referência à Boa Nova), salientando, porém, que o Filho do Homem virá com Sua própria glória, com a glória do Pai, e com a glória dos santos mensageiros (anjos).


E finalmente o último versículo, em que só Mateus difere dos outros dois, os quais, no entanto, nos parecem mais conformes às palavras originais.


Afirma o Mestre "alguns dos aqui presentes" (eisin tines tõn hõde hestótõn), os quais não experimentar ão (literalmente: "não saborearão, ou mê geúsôntai) a morte, até que vejam o reino de Deus chegar com poder. Mateus em vez de "o reino de Deus", diz "o Filho do Homem", o que deu margem à expectativa da parusia (ver vol. 3), ainda para os indivíduos daquela geração.


Entretanto, não se trata aqui, de modo algum, de uma parusia escatológica (Paulo avisa aos tessalonicenses que não o aguardem "como se já estivesse perto"; cfr. 1. ª Tess. 2: lss), mas da descoberta e conquista do "reino de Deus DENTRO de cada um" (cfr. LC 17:21), prometido para alguns "dos ali presentes" para essa mesma encarnação.


A má interpretação provocou confusões. Os gnósticos (como Teodósio), João Crisóstomo, Teofilacto e outros - e modernamente o cardeal Billot, S. J. (cfr. "La Parousie", pág. 187), interpretam a "vinda na glória do Filho do Homem" como um prenúncio da Transfiguração; Cajetan diz ser a Ressurreição;


Godet acha que foi Pentecostes; todavia, os próprios discípulos de Jesus, contemporâneos dos fatos, não interpretaram assim, já que após a tudo terem assistido, inclusive ao Pentecostes, continuaram esperando, para aqueles próximos anos, essa vinda espetacular. Outros recuaram mais um pouco no tempo, e viram essa "vinda gloriosa" na destruição de Jerusalém, como "vingança" do Filho do Homem; isso, porém, desdiz o perdão que Ele mesmo pedira ao Pai pela ignorância de Seus algozes (D. Calmet, Knabenbauer, Schanz, Fillion, Prat, Huby, Lagrange); e outros a interpretaram como sendo a difusão do cristianismo entre os pagãos (Gregório Magno, Beda, Jansênio, Lamy).


Penetremos mais a fundo o sentido.


Na vida literária e artística, em geral, distinguimos nitidamente o "aluno" do "discípulo". Aluno é quem aprende com um professor; discípulo é quem segue a trilha antes perlustrada por um mestre. Só denominamos "discípulo" aquele que reproduz em suas obras a técnica, a "escola", o estilo, a interpretação, a vivência do mestre. Aristóteles foi aluno de Platão, mas não seu discípulo. Mas Platão, além de ter sido aluno de Sócrates, foi também seu discípulo. Essa distinção já era feita por Jesus há vinte séculos; ser Seu discípulo é segui-Lo, e não apenas "aprender" Suas lições.


Aqui podemos desdobrar os requisitos em quatro, para melhor explicação.


Primeiro: é necessário QUERER. Sem que o livre-arbítrio espontaneamente escolha e decida, não pode haver discipulato. Daí a importância que assume, no progresso espiritual, o aprendizado e o estudo, que não podem limitar-se a ouvir rápidas palavras, mas precisam ser sérios, contínuos e profundos.


Pois, na realidade, embora seja a intuição que ilumina o intelecto, se este não estiver preparado por meio do conhecimento e da compreensão, não poderá esclarecer a vontade, para que esta escolha e resolva pró ou contra.


O segundo é NEGAR-SE a si mesmo. Hoje, com a distinção que conhecemos entre o Espírito (individualidade) e a personagem terrena transitória (personalidade), a frase mais compreensível será: "negar a personagem", ou seja, renunciar aos desejos terrenos, conforme ensinou Sidarta Gotama, o Buddha.


Cientificamente poderíamos dizer: superar ou abafar a consciência atual, para deixar que prevaleça a super-consciência.


Essa linguagem, entretanto, seria incompreensível àquela época. Todavia, as palavras proferidas pelo Mestre são de meridiana clareza: "renunciar a si mesmo". Observando-se que, pelo atraso da humanidade, se acredita que o verdadeiro eu é a personagem, e que a consciência atual é a única, negar essa personagem e essa consciência exprime, no fundo, negar-se "a si mesmo". Diz, portanto, o Mestre: " esse eu, que vocês julgam ser o verdadeiro eu, precisa ser negado". Nada mais esclarece, já que não teria sido entendido pela humanidade de então. No entanto, aqueles que seguissem fielmente Sua lição, negando seu eu pequeno e transitório, descobririam, por si mesmos, automaticamente, em pouco tempo, o outro Eu, o verdadeiro, coisa que de fato ocorreu com muitos cristãos.


Talvez no início possa parecer, ao experimentado: desavisado, que esse Eu verdadeiro seja algo "externo".


Mas quando, por meio da evolução, for atingido o "Encontro Místico", e o Cristo Interno assumir a supremacia e o comando, ele verificará que esse Divino Amigo não é um TU desconhecido, mas antes constitui o EU REAL. Além disso, o Mestre não se satisfez com a explanação teórica verbal: exemplificou, negando o eu personalístico de "Jesus", até deixá-lo ser perseguido, preso, caluniado, torturado e assassinado. Que Lhe importava o eu pequeno? O Cristo era o verdadeiro Eu Profundo de Jesus (como de todos nós) e o Cristo, com a renúncia e negação do eu de Jesus, pode expandir-se e assumir totalmente o comando da personagem humana de Jesus, sendo, às vezes, difícil distinguir quando falava e agia "Jesus" e quando agia e falava "o Cristo". Por isso em vez de Jesus, temos nele O CRISTO, e a história o reconhece como "Jesus", O CRISTO", considerando-o como homem (Jesus) e Deus (Cristo).


Essa anulação do eu pequeno fez que a própria personagem fosse glorificada pela humildade, e o nome humano negado totalmente se elevasse acima de tudo, de tal forma que "ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na Terra e debaixo da terra" (Filp. 2:10).


Tudo isso provocou intermináveis discussões durante séculos, por parte dos que não conseguiram penetrar a realidade dos acontecimentos, caracterizados, então, de "mistério": são duas naturezas ou uma? Como se realizou a união hipostática? Teria a Divindade absorvido a humanidade?


Por que será que uma coisa tão clara terá ficado incompreendida por tantos luminares que trataram deste assunto? O Eu Profundo de todas as criaturas é o Deus Interno, que se manifestará em cada um exatamente na proporção em que este renunciar ao eu pequeno (personagem), para deixar campo livre à expressão do Cristo Interno Divino. Todos somos deuses (cfr. Salmo 81:6 e JO 10:34) se negarmos totalmente nosso eu pequeno (personagem humana), deixando livre expansão à manifestação do Cristo que em todos habita. Isso fez Jesus. Se a negação for absoluta e completa, poderemos dizer com Paulo que, nessa criatura, "habita a plenitude da Divindade" (CL 2:9). E a todos os que o fizerem, ser-lhes-á exaltado o nome acima de toda criação" (cfr. Filp. 2:5-11).


Quando isto tiver sido conseguido, a criatura "tomará sua cruz cada dia" (cada vez que ela se apresentar) e a sustentará galhardamente - quase diríamos triunfalmente - pois não mais será ela fonte de abatimentos e desânimos, mas constituirá o sofrimento-por-amor, a dor-alegria, já que é a "porta estreita" (MT 7:14) que conduzirá à felicidade total e infindável (cfr. Pietro Ubaldi, "Grande Síntese, cap. 81).


No entanto, dado o estágio atual da humanidade, a cruz que temos que carregar ainda é uma preparação para o "negar-se". São as dores físicas, as incompreensões morais, as torturas do resgate de carmas negativos mais ou menos pesados, em vista do emaranhado de situações aflitivas, das "montanhas" de dificuldades que se erguem, atravancando nossos caminhos, do sem-número de moléstias e percalços, do cortejo de calúnias e martírios inomináveis e inenarráveis.


Tudo terá que ser suportado - em qualquer plano - sem malsinar a sorte, sem desesperos, sem angústias, sem desfalecimentos nem revoltas, mas com aceitação plena e resignação ativa, e até com alegria no coração, com a mais sólida, viva e inabalável confiança no Cristo-que-é-nosso-Eu, no Deus-

Imanente, na Força-Universal-Inteligente e Boa, que nos vivifica e prepara, de dentro de nosso âmago mais profundo, a nossa ascensão real, até atingirmos TODOS, a "plena evolução crística" (EF 4:13).


A quarta condição do discipulato é também clara, não permitindo ambiguidade: SEGUI-LO. Observese a palavra escolhida com precisão. Poderia ter sido dito "imitá-Lo". Seria muito mais fraco. A imitação pode ser apenas parcial ou, pior ainda, ser simples macaqueação externa (usar cabelos compridos, barbas respeitáveis, vestes talares, gestos estudados), sem nenhuma ressonância interna.


Não. Não é imitá-Lo apenas, é SEGUI-LO. Segui-Lo passo a passo pela estrada evolutiva até atingir a meta final, o ápice, tal como Ele o FEZ: sem recuos, sem paradas, sem demoras pelo caminho, sem descanso, sem distrações, sem concessões, mas marchando direto ao alvo.


SEGUI-LO no AMOR, na DEDICAÇÃO, no SERVIÇO, no AUTO-SACRIFÍCIO, na HUMILDADE, na RENÚNCIA, para que de nós se possa afirmar como Dele foi feito: "fez bem todas as coisas" (MC 7. 37) e: "passou pela Terra fazendo o bem e curando" (AT 10:38).


Como Mestre de boa didática, não apresenta exigências sem dar as razões. Os versículos seguintes satisfazem a essa condição.


Aqui, como sempre, são empregados os termos filosóficos com absoluta precisão vocabular (elegantia), não deixando margem a qualquer dúvida. A palavra usada é psychê, e não pneuma; é alma e nã "espírito" (em adendo a este capítulo daremos a "constituição do homem" segundo o Novo Testamento).


A alma (psychê) é a personagem humana em seu conjunto de intelecto-emoções, excluído o corpo denso e as sensações do duplo etérico. Daí a definição da resposta 134 do "Livro dos Espíritos": "alma é o espírito encarnado", isto é, a personagem humana que habita no corpo denso.

Aí está, pois, a chave para a interpretação do "negue-se a si mesmo": esse eu, a alma, é a personagem que precisa ser negada, porque, quem não quiser fazê-lo, quem pretender preservar esse eu, essa alma, vai acabar perdendo-a, já que, ao desencarnar, estará com "as mãos vazias". Mas aquele que por causa do Cristo Interno - renunciar e perder essa personagem transitória, esse a encontrará melhorada (Mateus), esse a preservará da ruína (Marcos e Lucas).


E prossegue: que adiantará acumular todas as riquezas materiais do mundo, se a personalidade vai cair no vazio? Nada de material pode ser-lhe comparado. No entanto, se for negada, será exaltada sobre todas as coisas (cfr. o texto acima citado, Filp. 2:5-11).


Todas e qualquer evolução do Espírito é feita exclusivamente durante seu mergulho na carne (veja atrás). Só através das personagens humanas haverá ascensão espiritual, por meio do "ajustamento sintônico". Então, necessidade absoluta de consegui-lo, não "se envergonhando", isto é, não desafinando da tônica do Pai (Som) que tudo cria, governa e mantém. Enfrentar o mundo sem receio, sem" respeitos humanos", e saber recusá-lo também, para poder obter o Encontro Místico com o Cristo Interno. Se a criatura "se envergonha" e se retrai, (não sintoniza) não é possível conseguir o Contato Divino, e o Filho do Homem também a evitará ("se envergonhará" dessa criatura). Só poderá haver a" descida da graça" ou a unificação com o Cristo, "na glória (tônica) do Pai (Som-Verbo), na glória (tônica) do próprio Cristo (Eu Interno), na glória de todos os santos mensageiros", se houver a coragem inquebrantável de romper com tudo o que é material e terreno, apagando as sensações, liquidando as emoções, calando o intelecto, suplantando o próprio "espírito" encarnado, isto é, PERDENDO SUA ALMA: só então "a achará", unificada que estará com o Cristo, Nele mergulhada (batismo), "como a gota no oceano" (Bahá"u"lláh). Realmente, a gota se perde no oceano mas, inegavelmente, ao deixar de ser gota microscópica, ela se infinitiva e se eterniza tornando-se oceano...

Em Mateus é-nos dado outro aviso: ao entrar em contato com a criatura, esta "receberá de acordo com seu comportamento" (pláxin). De modo geral lemos nas traduções correntes "de acordo com suas obras". Mas isso daria muito fortemente a ideia de que o importante seria o que o homem FAZ, quando, na realidade, o que importa é o que o homem É: e a palavra comportamento exprime-o melhor que obras; ora, a palavra do original práxis tem um e outro sentido.


Evidentemente, cada ser só poderá receber de acordo com sua capacidade, embora todos devam ser cheios, replenos, com "medida sacudida e recalcada" (cfr. Lc. 5:38).


Mas há diferença de capacidade entre o cálice, o copo, a garrafa, o litro, o barril, o tonel... De acordo com a própria capacidade, com o nível evolutivo, com o comportamento de cada um, ser-lhe-á dado em abundância, além de toda medida. Figuremos uma corrente imensa, que jorra permanentemente luz e força, energia e calor. O convite é-nos feito para aproximar-nos e recolher quanto quisermos.


Acontece, porém, que cada um só recolherá conforme o tamanho do vasilhame que levar consigo.


Assim o Cristo Imanente e o Verbo Criador e Conservador SE DERRAMAM infinitamente. Mas nós, criaturas finitas, só recolheremos segundo nosso comportamento, segundo a medida de nossa capacidade.


Não há fórmulas mágicas, não há segredos iniciáticos, não peregrinações nem bênçãos de "mestres", não há sacramentos nem sacramentais, que adiantem neste terreno. Poderão, quando muito, servir como incentivo, como animação a progredir, mas por si, nada resolvem, já que não agem ex ópere operantis nem ex opere operatus, mas sim ex opere recipientis: a quantidade de recebimento estará de acordo com a capacidade de quem recebe, não com a grandeza de quem dá, nem com o ato de doação.


E pode obter-se o cálculo de capacidade de cada um, isto é, o degrau evolutivo em que se encontra no discipulato de Cristo, segundo as várias estimativas das condições exigidas:

a) - pela profundidade e sinceridade na renúncia ao eu personalístico, quando tudo é feito sem cogitar de firmar o próprio nome, sem atribuir qualquer êxito ao próprio merecimento (não com palavras, mas interiormente), colaborando com todos os "concorrentes", que estejam em idêntica senda evolutiva, embora nos contrariem as ideias pessoais, mas desde que sigam os ensinos de Cristo;


b) - pela resignação sem queixas, numa aceitação ativa, de todas as cruzes, que exprimam atos e palavras contra nós, maledicências e calúnias, sem respostas nem defesas, nem claras nem veladas (já nem queremos acenar à contra-ataques e vinganças).


c) - pelo acompanhar silencioso dos passos espirituais no caminho do auto-sacrifício por amor aos outros, pela dedicação integral e sem condições; no caminho da humildade real, sem convencimentos nem exterioridades; no caminho do serviço, sem exigências nem distinções; no caminho do amor, sem preferências nem limitações. O grau dessas qualidades, todas juntas, dará uma ideia do grau evolutivo da criatura.


Assim entendemos essas condições: ou tudo, à perfeição; ou pouco a pouco, conquistando uma de cada vez. Mas parado, ninguém ficará. Se não quiser ir espontaneamente, a dor o aguilhoará, empurrandoo para a frente de qualquer forma.


No entanto, uma promessa relativa à possibilidade desse caminho é feita claramente: "alguns dos que aqui estão presentes não experimentarão a morte até conseguirem isso". A promessa tanto vale para aquelas personagens de lá, naquela vida física, quanto para os Espíritos ali presentes, garantindo-selhes que não sofreriam queda espiritual (morte), mas que ascenderiam em linha reta, até atingir a meta final: o Encontro Sublime, na União mística absoluta e total.


Interessante a anotação de Marcos quando acrescenta: O "reino de Deus chegado em poder". Durante séculos se pensou no poder externo, a espetacularidade. Mas a palavra "en dynámei" expressa muito mais a força interna, o "dinamismo" do Espírito, a potencialidade crística a dinamizar a criatura em todos os planos.


O HOMEM NO NOVO TESTAMENTO


O Novo Testamento estabelece, com bastante clareza, a constituição DO HOMEM, dividindo o ser encarnado em seus vários planos vibratórios, concordando com toda a tradição iniciática da Índia e Tibet, da China, da Caldeia e Pérsia, do Egito e da Grécia. Embora não encontremos o assunto didaticamente esquematizado em seus elementos, o sentido filosófico transparece nítido dos vários termos e expressões empregados, ao serem nomeadas as partes constituintes do ser humano, ou seja, os vários níveis em que pode tornar-se consciente.


Algumas das palavras são acolhidas do vocabulário filosófico grego (ainda que, por vezes, com pequenas variações de sentido); outras são trazidas da tradição rabínica e talmúdica, do centro iniciático que era a Palestina, e que já entrevemos usadas no Antigo Testamento, sobretudo em suas obras mais recentes.


A CONCEPÇÃO DA DIVINDADE


Já vimos (vol, 1 e vol. 3 e seguintes), que DEUS, (ho théos) é apresentado, no Novo Testamento, como o ESPÍRITO SANTO (tò pneuma tò hágion), o qual se manifesta através do Pai (patêr) ou Lógos (Som Criador, Verbo), e do Filho Unigênito (ho hyiós monogenês), que é o Cristo Cósmico.


DEUS NO HOMEM


Antes de entrar na descrição da concepção do homem, no Novo Testamento, gostaríamos de deixar tem claro nosso pensamento a respeito da LOCALIZAÇÃO da Centelha Divina ou Mônada NO CORA ÇÃO, expressão que usaremos com frequência.


A Centelha (Partícula ou Mônada) é CONSIDERADA por nós como tal; mas, na realidade, ela não se separa do TODO (cfr. vol. 1); logo, ESTÁ NO TODO, e portanto É O TODO (cfr. JO 1:1).


O "TODO" está TODO em TODAS AS COISAS e em cada átomo de cada coisa (cfr. Agostinho, De Trin. 6, 6 e Tomás de Aquino, Summa Theologica, I, q. 8, art. 2, ad 3um; veja vol. 3, pág. 145).


Entretanto, os seres e as coisas acham-se limitados pela forma, pelo espaço, pelo tempo e pela massa; e por isso afirmamos que em cada ser há uma "centelha" ou "partícula" do TODO. No entanto, sendo o TODO infinito, não tem extensão; sendo eterno, é atemporal; sendo indivisível, não tem dimensão; sendo O ESPÍRITO, não tem volume; então, consequentemente, não pode repartir-se em centelhas nem em partículas, mas é, concomitantemente, TUDO EM TODAS AS COISAS (cfr. l. ª Cor. 12:6).


Concluindo: quando falamos em "Centelha Divina" e quando afirmamos que ela está localizada no coração, estamos usando expressões didáticas, para melhor compreensão do pensamento, dificílimo (quase impossível) de traduzir-se em palavras.


De fato, porém, a Divindade está TODA em cada célula do corpo, como em cada um dos átomos de todos os planos espirituais, astrais, físicos ou quaisquer outros que existam. Em nossos corpos físicos e astral, o coração é o órgão preparado para servir de ponto de contato com as vibrações divinas, através, no físico, do nó de Kait-Flake e His; então, didaticamente, dizemos que "o coração é a sede da Centelha Divina".


A CONCEPÇÃO DO HOMEM


O ser humano (ánthrôpos) é considerado como integrado por dois planos principais: a INDIVIDUALIDADE (pneuma) e a PERSONAGEM ou PERSONALIDADE; esta subdivide-se em dois: ALMA (psychê) e CORPO (sôma).


Mas, à semelhança da Divindade (cfr. GN 1:27), o Espírito humano (individualidade ou pneuma) possui tríplice manifestação: l. ª - a CENTELHA DIVINA, ou Cristo, partícula do pneuma hágion; essa centelha que é a fonte de todo o Espirito, está localizada e representada quase sempre por kardia (coração), a parte mais íntima e invisível, o âmago, o Eu Interno e Profundo, centro vital do homem;


2. ª - a MENTE ESPIRITUAL, parte integrante e inseparável da própria Centelha Divina. A Mente, em sua função criadora, é expressa por noús, e está também sediada no coração, sendo a emissora de pensamentos e intuições: a voz silenciosa da super-consciência;


3. ª - O ESPÍRITO, ou "individualização do Pensamento Universal". O "Espírito" propriamente dito, o pneuma, surge "simples e ignorante" (sem saber), e percorre toda a gama evolutiva através dos milênios, desde os mais remotos planos no Antissistema, até os mais elevados píncaros do Sistema (Pietro Ubaldi); no entanto, só recebe a designação de pneuma (Espírito) quando atinge o estágio hominal.


Esses três aspectos constituem, englobamente, na "Grande Síntese" de Pietro Ubaldi, o "ALPHA", o" espírito".


Realmente verificamos que, de acordo com GN 1:27, há correspondência perfeita nessa tríplice manifesta ção do homem com a de Deus: A - ao pneuma hágion (Espírito Santo) correspondente a invisível Centelha, habitante de kardía (coração), ponto de partida da existência;


B - ao patêr (Pai Criador, Verbo, Som Incriado), que é a Mente Divina, corresponde noús (a mente espiritual) que gera os pensamentos e cria a individualização de um ser;


C - Ao Filho Unigênito (Cristo Cósmico) corresponde o Espírito humano, ou Espírito Individualizado, filho da Partícula divina, (a qual constitui a essência ou EU PROFUNDO do homem); a individualidade é o EU que percorre toda a escala evolutiva, um Eu permanente através de todas as encarnações, que possui um NOME "escrito no livro da Vida", e que terminará UNIFICANDO-SE com o EU PROFUNDO ou Centelha Divina, novamente mergulhando no TODO. (Não cabe, aqui, discutir se nessa unificação esse EU perde a individualidade ou a conserva: isso é coisa que está tão infinitamente distante de nós no futuro, que se torna impossível perceber o que acontecerá).


No entanto, assim como Pneuma-Hágion, Patêr e Hyiós (Espírito-Santo, Pai e Filho) são apenas trê "aspectos" de UM SÓ SER INDIVISÍVEL, assim também Cristo-kardía, noús e pneuma (CristoSABEDORIA DO EVANGELHO coração, mente espiritual e Espírito) são somente três "aspectos" de UM SÓ SER INDIVÍVEL, de uma criatura humana.


ENCARNAÇÃO


Ao descer suas vibrações, a fim de poder apoiar-se na matéria, para novamente evoluir, o pneuma atinge primeiro o nível da energia (o BETA Ubaldiano), quando então a mente se "concretiza" no intelecto, se materializa no cérebro, se horizontaliza na personagem, começando sua "crucificação". Nesse ponto, o pneuma já passa a denominar-se psychê ou ALMA. Esta pode considerar-se sob dois aspectos primordiais: a diánoia (o intelecto) que é o "reflexo" da mente, e a psychê propriamente dita isto é, o CORPO ASTRAL, sede das emoções.


Num último passo em direção à matéria, na descida que lhe ajudará a posterior subida, atinge-se então o GAMA Ubaldiano, o estágio que o Novo Testamento designa com os vocábulos diábolos (adversário) e satanás (antagonista), que é o grande OPOSITOR do Espírito, porque é seu PÓLO NEGATIVO: a matéria, o Antissistema. Aí, na matéria, aparece o sôma (corpo), que também pode subdividir-se em: haima (sangue) que constitui o sistema vital ou duplo etérico e sárx (carne) que é a carapaça de células sólidas, último degrau da materialização do espírito.


COMPARAÇÃO


Vejamos se com um exemplo grosseiro nos faremos entender, não esquecendo que omnis comparatio claudicat.


Observemos o funcionamento do rádio. Há dois sistemas básicos: o transmissor (UM) e os receptores (milhares, separados uns dos outros).


Consideremos o transmissor sob três aspectos: A - a Força Potencial, capaz de transmitir;


B - a Antena Emissora, que produz as centelas;


C - a Onda Hertziana, produzida pelas centelhas.


Mal comparando, aí teríamos:

a) - o Espirito-Santo, Força e Luz dos Universos, o Potencial Infinito de Amor Concreto;


b) - o Pai, Verbo ou SOM, ação ativa de Amante, que produz a Vida


c) - o Filho, produto da ação (do Som), o Amado, ou seja, o Cristo Cósmico que permeia e impregna tudo.


Não esqueçamos que TUDO: atmosfera, matéria, seres e coisas, no raio de ação do transmissor, ficam permeados e impregnados em todos os seus átomos com as vibrações da onda hertziana, embora seja esta invisível e inaudível e insensível, com os sentidos desarmados; e que os três elementos (Força-
Antena e Onda) formam UM SÓ transmissor o Consideremos, agora, um receptor. Observaremos que a recepção é feita em três estágios:

a) - a captação da onda


b) - sua transformação


c) - sua exteriorização Na captação da onda, podemos distinguir - embora a operação seja uma só - os seguintes elementos: A - a onda hertziana, que permeia e impregna todos os átomos do aparelho receptor, mas que é captada realmente apenas pela antena;


B - o condensador variável, que estabelece a sintonia com a onda emitida pelo transmissor. Esses dois elementos constituem, de fato, C - o sistema RECEPTOR INDIVIDUAL de cada aparelho. Embora a onda hertziana seja UMA, emitida pelo transmissor, e impregne tudo (Cristo Cósmico), nós nos referimos a uma onda que entra no aparelho (Cristo Interno) e que, mesmo sendo perfeita; será recebida de acordo com a perfeição relativa da antena (coração) e do condensador variável (mente). Essa parte representaria, então, a individualidade, o EU PERFECTÍVEL (o Espírito).


Observemos, agora, o circuito interno do aparelho, sem entrar em pormenores, porque, como dissemos, a comparação é grosseira. Em linhas gerais vemos que a onda captada pelo sistema receptor propriamente dito, sofre modificações, quando passa pelo circuito retificador (que transforma a corrente alternada em contínua), e que representaria o intelecto que horizontaliza as ideias chegadas da mente), e o circuito amplificador, que aumenta a intensidade dos sinais (que seria o psiquismo ou emoções, próprias do corpo astral ou alma).


Uma vez assim modificada, a onda atinge, com suas vibrações, o alto-falante que vibra, reproduzindo os sinais que chegam do transmissor isto é, sentindo as pulsações da onda (seria o corpo vital ou duplo etérico, que nos dá as sensações); e finalmente a parte que dá sonoridade maior, ou seja, a caixa acústica ou móvel do aparelho (correspondente ao corpo físico de matéria densa).


Ora, quanto mais todos esses elementos forem perfeitos, tanto mais fiel e perfeito será a reprodução da onda original que penetrou no aparelho. E quanto menos perfeitos ou mais defeituosos os elementos, mais distorções sofrerá a onda, por vezes reproduzindo, em guinchos e roncos, uma melodia suave e delicada.


Cremos que, apesar de suas falhas naturais, esse exemplo dá a entender o funcionamento do homem, tal como conhecemos hoje, e tal como o vemos descrito em todas as doutrinas espiritualistas, inclusive

—veremos agora quiçá pela primeira vez - nos textos do Novo Testamento.


Antes das provas que traremos, o mais completas possível, vejamos um quadro sinóptico:
θεός DEUS
πνεϋµα άγιον Espírito Santo
λόγος Pai, Verbo, Som Criador
υίός - Χριστό CRISTO - Filho Unigênito
άνθρωπος HOMEM
иαρδία - Χριστ

ό CRISTO - coração (Centelha)


πνεϋµα νους mente individualidade
πνεϋµα Espírito
φυΧή διάγοια intelecto alma
φυΧή corpo astral personagem
σώµα αίµα sangue (Duplo) corpo
σάρ

ξ carne (Corpo)


A - O EMPREGO DAS PALAVRAS


Se apresentada pela primeira vez, como esta, uma teoria precisa ser amplamente documentada e comprovada, para que os estudiosos possam aprofundar o assunto, verificando sua realidade objetiva. Por isso, começaremos apresentando o emprego e a frequência dos termos supracitados, em todos os locais do Novo Testamento.


KARDÍA


Kardía expressa, desde Homero (Ilíada, 1. 225) até Platão (Timeu, 70 c) a sede das faculdades espirituais, da inteligência (ou mente) e dos sentimentos profundos e violentos (cfr. Ilíada, 21,441) podendo até, por vezes, confundir-se com as emoções (as quais, na realidade, são movimentos da psychê, e não propriamente de kardía). Jesus, porém, reiteradamente afirma que o coração é a fonte primeira em que nascem os pensamentos (diríamos a sede do Eu Profundo).


Com este último sentido, a palavra kardía aparece 112 vezes, sendo que uma vez (MT 12:40) em sentido figurado.


MT 5:8, MT 5:28; 6:21; 9:4; 11:29; 12:34 13-15(2x),19; 15:8,18,19; 18;35; 22;37; 24:48; MC 2:6, MC 2:8; 3:5;


4:15; 6;52; 7;6,19,21; 8:11; 11. 23; 12:30,33; LC 1:17, LC 1:51, LC 1:66; 2;19,35,51; 3:5; 5:22; 6:45; 8:12,15;


9:47; 10:27; 12:34; 16:15; 21:14,34; 24;25,32,38; JO 12:40(2x); 13:2; 14:1,27; 16:6,22 AT 2:26, AT 2:37, AT 2:46; AT 4:32; 5:3(2x); 7:23,39,51,54; 8;21,22; 11;23. 13:22; 14:17; 15:9; 16;14; 21:13; 28:27(2x);


RM 1:21, RM 1:24; 2:5,15,29; 5:5; 6:17; 8:27; 9:2; 10:1,6,8,9,10; 16:16; 1. ª Cor. 2:9; 4:5; 7:37; 14:25; 2. ª Cor. 1:22; 2:4; 3:2,3,15; 4:6; 5:12; 6:11; 7:3; 8:16; 9:7; GL 4:6; EF 1:18; EF 3:17; EF 4:18; EF 5:19; EF 6:5, EF 6:22;


Filp. 1:7; 4:7; CL 2:2; CL 3:15, CL 3:16, CL 3:22; CL 4:8; 1. ª Tess. 2:4,17; 3:13; 2. ª Tess. 2:17; 3:5; 1. ª Tim. 1:5; 2. ª Tim.


2:22; HB 3:8, HB 3:10, HB 3:12, HB 3:15; HB 4:7, HB 4:12; 8:10; 10:16,22; Tiago, 1:26; 3:14; 4:8; 5:5,8; 1. ª Pe. 1:22; 3:4,15; 2. ª Pe. 1:19; 2:15; 1; 1. ª JO 3;19,20(2x),21; AP 2:23; AP 17:17; AP 18:7.


NOÚS


Noús não é a "fonte", mas sim a faculdade de criar pensamentos, que é parte integrante e indivisível de kardía, onde tem sede. Já Anaxágoras (in Diógenes Laércio, livro 2. º, n. º 3) diz que noús (o Pensamento Universal Criador) é o "’princípio do movimento"; equipara, assim, noús a Lógos (Som, Palavra, Verbo): o primeiro impulsionador dos movimentos de rotação e translação da poeira cósmica, com isso dando origem aos átomos, os quais pelo sucessivo englobamento das unidades coletivas cada vez mais complexas, formaram os sistemas atômicos, moleculares e, daí subindo, os sistemas solares, gal áxicos, e os universos (cfr. vol. 3. º).


Noús é empregado 23 vezes com esse sentido: o produto de noús (mente) do pensamento (nóêma), usado 6 vezes (2. ª Cor. 2:11:3:14; 4:4; 10:5; 11:3; Filp. 4:7), e o verbo daí derivado, noeín, empregado

14 vezes (3), sendo que com absoluta clareza em João (João 12:40) quando escreve "compreender com o coração" (noêsôsin têi kardíai).


LC 24. 45; RM 1:28; RM 7:23, RM 7:25; 11:34; 12:2; 14. 5; l. ª Cor. 1. 10; 2:16:14:14,15,19; EF 4:17, EF 4:23; Filp.


4:7; CL 2:18; 2. ª Tess. 2. 2; 1. ª Tim. 6:5; 2. ª Tim. 3:8; TT 1:15;AP 13:18.


PNEUMA


Pneuma, o sopro ou Espírito, usado 354 vezes no N. T., toma diversos sentidos básicos: MT 15:17; MT 16:9, MT 16:11; 24:15; MC 7:18; MC 8:17; MC 13:14; JO 12:40; RM 1:20; EF 3:4, EF 3:20; 1. ª Tim. 1:7;


2. ª Tim. 2:7; HB 11:13

1. Pode tratar-se do ESPÍRITO, caracterizado como O SANTO, designando o Amor-Concreto, base e essência de tudo o que existe; seria o correspondente de Brahman, o Absoluto. Aparece com esse sentido, indiscutivelmente, 6 vezes (MT 12:31, MT 12:32; MC 3:29; LC 12:10; JO 4:24:1. ª Cor. 2:11).


Os outros aspectos de DEUS aparecem com as seguintes denominações:

a) - O PAI (ho patêr), quando exprime o segundo aspecto, de Criador, salientando-se a relação entre Deus e as criaturas, 223 vezes (1); mas, quando se trata do simples aspecto de Criador e Conservador da matéria, é usado 43 vezes (2) o vocábulo herdado da filosofia grega, ho lógos, ou seja, o Verbo, a Palavra que, ao proferir o Som Inaudível, movimenta a poeira cósmica, os átomos, as galáxias.


(1) MT 5:16, MT 5:45, MT 5:48; MT 6:1, MT 6:4, MT 6:6, MT 6:8,9,14,15,26,32; 7:11,21; 10:20,29,32,33; 11:25,27; 12:50; 13:43; 15:13; 16:17,27; 18:10,14,19,35; 20:23; 23:9; 24:36; 25:34:26:29,39,42,53; MC 8:25; MC 11:25, MC 11:32; MC 11:14:36; LC 2:49; LC 2:6:36;9:26;10:21,22;11:2,13;12:30,32;22:29,42;23:34,46;24:49;JO 1:14, JO 1:18; JO 1:2:16;3:35;4:21,23;5:1 7,18,19,20,21,22,23,26,36,37,43,45,46,27,32,37,40,44,45,46,57,65;8:18,19,27,28,38,41,42,49,54;10:1 5,17,18,19,25,29,30,32,35,38;11:41;12:26,27,28,49,50;13:1,3;14:2,6,7,8,9,10,11,13,16,20,21,24,26,28, 31,15:1,8,9,10,15,16,23,24,26;16:3,10,15,17,25,26,27,28,32;17:1,5,11,21,24,25; 18:11; 20:17,21;AT 1:4, AT 1:7; AT 1:2:33;Rom. 1:7;6:4;8:15;15:6;1. º Cor. 8:6; 13:2; 15:24; 2. º Cor. 1:2,3; 6:18; 11:31; Gól. 1:1,3,4; 4:6; EF 1:2, EF 1:3, EF 1:17; EF 2:18; EF 2:3:14; 4:6; 5:20; FP 1:2; FP 2:11; FP 4:20; CL 1:2, CL 1:3, CL 1:12:3:17; 1. 0 Teõs. 1:1,3; 3:11,13; 2° Tess. 1:1 2; : 2:16; 1. º Tim. 1:2; 2. º Tim. 1:2; TT 1:4; Flm. 3; HB 1:5; HB 12:9; Tiago 1:17, Tiago 1:27:3:9; 1° Pe. 1:2,3,17; 2. º Pe. 1:17, 1. º JO 1:2,3; 2:1,14,15,16, 22,23,24; 3:1; 4:14; 2. º JO 3,4,9; Jud. 9; AP 1:6; AP 2:28; AP 3:5, AP 3:21; 14:1. (2) MT 8:8; LC 7:7; JO 1:1, JO 1:14; 5:33; 8:31,37,43,51,52,55; 14:23,24; 15:20; 17:61417; 1. º Cor. 1:13; 2. º Cor. 5:19; GL 6:6; Filp. 2:6; Cor. 1:25; 3:16; 4:3; 1. º Tess. 1:6; 2. º Tess. 3:1; 2. º Tim. 2:9; Heb. : 12; 6:1; 7:28; 12:9; Tiago, 1:21,22,23; 1. ° Pe. 1:23; 2. º Pe. 3:5,7; 1. º JO 1:1,10; 2:5,7,14; AP 19:13.


b) - O FILHO UNIGÊNITO (ho hyiós monogenês), que caracteriza o CRISTO CÓSMICO, isto é, toda a criação englobadamente, que é, na realidade profunda, um dos aspectos da Divindade. Não se trata, como é claro, de panteísmo, já que a criação NÃO constitui a Divindade; mas, ao invés, há imanência (Monismo), pois a criação é UM DOS ASPECTOS, apenas, em que se transforma a Divindade. Esta, além da imanência no relativo, é transcendente como Absoluto; além da imanência no tempo, é transcendente como Eterno; além da imanência no finito, é transcendente como Infinito.


A expressão "Filho Unigênito" só é usada por João (1:14,18; 13:16,18 e 1. a JO 4:9). Em todos os demais passos é empregado o termo ho Christós, "O Ungido", ou melhor, "O Permeado pela Divindade", que pode exprimir tanto o CRISTO CÓSMICO que impregna tudo, quanto o CRISTO INTERNO, se o olhamos sob o ponto de vista da Centelha Divina no âmago da criatura.


Quando não é feita distinção nos aspectos manifestantes, o N. T. emprega o termo genérico ho theós Deus", precedido do artigo definido.


2. Além desse sentido, encontramos a palavra pneuma exprimindo o Espírito humano individualizado; essa individualização, que tem a classificação de pneuma, encontra-se a percorrer a trajetória de sua longa viagem, a construir sua própria evolução consciente, através da ascensão pelos planos vibratórios (energia e matéria) que ele anima em seu intérmino caminhar. Notemos, porém, que só recebe a denominação de pneuma (Espírito), quando atinge a individualização completa no estado hominal (cfr. A. Kardec, "Livro dos Espíritos", resp. 79: "Os Espíritos são a individualização do Princípio Inteligente, isto é, de noús).


Logicamente, portanto, podemos encontrar espíritos em muitos graus evolutivos, desde os mais ignorantes e atrasados (akátharton) e enfermos (ponêrón) até os mais evoluídos e santos (hágion).


Todas essas distinções são encontradas no N. T., sendo de notar-se que esse termo pneuma pode designar tanto o espírito encarnado quanto, ao lado de outros apelativos, o desencarnado.


Eis, na prática, o emprego da palavra pneuma no N. T. :

a) - pneuma como espírito encarnado (individualidade), 193 vezes: MT 1:18, MT 1:20; 3:11; 4:1; 5:3; 10:20; 26:41; 27:50; MC 1:8; MC 2:8; MC 8:12; MC 14:38; LC 1:47, LC 1:80; 3:16, 22; 8:55; 23:46; 24. 37, 39; JO 1:33; JO 3:5, JO 3:6(2x), 8; 4:23; 6:63; 7:39; 11:33; 13:21; 14:17, 26; 15:26; 16:13; 19-30, 20:22; AT 1:5, AT 1:8; 5:3; 32:7:59; 10:38; 11:12,16; 17:16; 18:25; 19:21; 20:22; RM 1:4, RM 1:9; 5:5; 8:2, 4, 5(2x), 6, 9(3x), 10, 11(2x),13, 14, 15(2x), 16(2x), 27; 9:1; 12:11; 14:17; 15:13, 16, 19, 30; 1° Cor. 2:4, 10(2x), 11, 12; 3:16; 5:3,4, 5; 6:11, 17, 19; 7:34, 40; 12:4, 7, 8(2x), 9(2x), 11, 13(2x); 14:2, 12, 14, 15(2x), 16:32; 15:45; 16:18; 2º Cor. 1:22; 2:13; 3:3, 6, 8, 17(2x), 18; 5:5; 6:6; 7:1, 13; 12:18; 13:13; GL 3:2, GL 3:3, GL 3:5; 4:6, 29; 5:5,16,17(2x), 18, 22, 25(2x1); 6:8(2x),18; EF 1:13, EF 1:17; 2:18, 22; 3:5, 16; 4:3, 4:23; 5:18; 6:17, 18; Philp. 1:19, 27; 2:1; 3:3; 4:23; CL 1:8; CL 2:5; 1º Tess. 1:5, 6; 4:8; 5:23; 2. º Tess. 2:13; 1. º Tim. 3:16; 4:22; 2. º Tim. 1:14; TT 3:5; HB 4:12, HB 6:4; HB 9:14; HB 10:29; HB 12:9; Tiago, 2:26:4:4; 1. º Pe. 1:2, 11, 12; 3:4, 18; 4:6,14; 1. º JO 3:24; JO 4:13; JO 5:6(2x),7; Jud. 19:20; AP 1:10; AP 4:2; AP 11:11.


b) - pneuma como espírito desencarnado:


I - evoluído ou puro, 107 vezes:


MT 3:16; MT 12:18, MT 12:28; 22:43; MC 1:10, MC 1:12; 12:36; 13. 11; LC 1:15, LC 1:16, LC 1:41, LC 1:67; 2:25, 27; 4:1, 14, 18; 10:21; 11:13; 12:12; JO 1:32; JO 3:34; AT 1:2, AT 1:16; 2:4(2x), 17, 18, 33(2x), 38; 4:8; 25, 31; 6:3, 10; 7:51, 55; 8:15, 17, 18, 19, 29, 39; 9:17, 31; 10:19, 44, 45, 47; 11:15, 24, 28; 13:2, 4, 9, 52; 15:8, 28; 16:6, 7; 19:1, 2, 6; 20:22, 28; 21:4, 11; 23:8, 9; 28:25; 1. º Cor. 12:3(2x), 10; 1. º Tess. 5:9; 2. º Tess. 2:2; 1. ° Tim. 4:1; HB 1:7, HB 1:14; 2:4; 3:7; 9:8; 10:15; 12:23; 2. º Pe. 1:21; 1. ° JO 4:1(2x), 2, 3, 6; AP 1:4; AP 2:7, AP 2:11, AP 2:17, AP 2:29; 3:1, 6, 13, 22; 4:5; 5:6; 14:13; 17:3:19. 10; 21. 10; 22:6, 17.


II - involuído ou não-purificado, 39 vezes:


MT 8:16; MT 10:1; MT 12:43, MT 12:45; MC 1:23, MC 1:27; 3:11, 30; 5:2, 8, 13; 6:7; 7:25; 9:19; LC 4:36; LC 6:18; LC 7:21; LC 8:2; LC 10:20; LC 11:24, LC 11:26; 13:11; AT 5:16; AT 8:7; AT 16:16, AT 19:12, AT 19:13, AT 19:15, AT 19:16; RM 11:8:1. ° Cor. 2:12; 2. º Cor. 11:4; EF 2:2; 1. º Pe. 3:19; 1. º JO 4:2, 6; AP 13:15; AP 16:13; AP 18:2.


c) - pneuma como "espírito" no sentido abstrato de "caráter", 7 vezes: (JO 6:63; RM 2:29; 1. ª Cor. 2:12:4:21:2. ª Cor. 4:13; GL 6:1 e GL 6:2. ª Tim. 1:7)


d) - pneuma no sentido de "sopro", 1 vez: 2. ª Tess. 2:8 Todavia, devemos acrescentar que o espírito fora da matéria recebia outros apelativo, conforme vimos (vol. 1) e que não é inútil recordar, citando os locais.


PHÁNTASMA, quando o espírito, corpo astral ou perispírito se torna visível; termo que, embora frequente entre os gregos, só aparece, no N. T., duas vezes (MT 14:26 e MC 6:49).

ÁGGELOS (Anjo), empregado 170 vezes, designa um espírito evoluído (embora nem sempre de categoria acima da humana); essa denominação específica que, no momento em que é citada, tal entidade seja de nível humano ou supra-humano - está executando uma tarefa especial, como encarrega de "dar uma mensagem", de "levar um recado" de seus superiores hierárquicos (geralmente dizendo-se "de Deus"): MT 1:20, MT 1:24; 2:9, 10, 13, 15, 19, 21; 4:6, 11; 8:26; 10:3, 7, 22; 11:10, 13; 12:7, 8, 9, 10, 11, 23; 13:39, 41, 49; 16:27; 18:10; 22:30; 24:31, 36; 25:31, 41; 26:53; 27:23; 28:2, 5; MC 1:2, MC 1:13; 8:38; 12:25; 13:27, 32; LC 1:11, LC 1:13, LC 1:18, LC 1:19, 26, 30, 34, 35, 38; 4:10, 11; 7:24, 27; 9:26, 52; 12:8; 16:22; 22:43; 24:23; JO 1:51; JO 12:29; JO 20:12 AT 5:19; AT 6:15; AT 7:30, AT 7:35, AT 7:38, AT 7:52; 12:15; 23:8, 9; RM 8:38; 1. ° Cor. 4:9; 6:3; 11:10; 13:1; 2. º Cor. 11:14; 12:7; GL 1:8; GL 3:19; GL 4:14; CL 2:18; 2. º Tess. 1:7; 1. ° Tim. 3:16; 5:21; HB 1:4, HB 1:5, HB 1:6, HB 1:7, 13; 2:2, 5, 7, 9, 16; 12:22; 13:2; Tiago 2:25; 1. º Pe. 1:4, 11; Jud. 6; AP 1:1, AP 1:20; 2:1, 8, 12, 18; 3:1, 5, 7, 9, 14; 5:2, 11; 7:1, 11; 8:2, 3, 4, 5, 6, 8, 10, 12, 13; 9:1, 11, 13, 14, 15; 10:1, 5, 7, 8, 9, 10; 11:15; 12:7, 9, 17; 14:6, 9, 10, 15, 17, 18, 19; 15:1, 6, 7, 8, 10; 16:1, 5; 17:1, 7; 18:1, 21; 19:17; 20:1; 21:9, 12, 17; 22:6, 8, 16. BEEZEBOUL, usado 7 vezes: (MT 7. 25; 12:24, 27; MC 3:22; LC 11:15, LC 11:18, LC 11:19) só nos Evangelhos, é uma designação de chefe" de falange, "cabeça" de espíritos involuído.


DAIMÔN (uma vez, em MT 8:31) ou DAIMÓNION, 55 vezes, refere-se sempre a um espírito familiar desencarnado, que ainda conserva sua personalidade humana mesmo além túmulo. Entre os gregos, esse termo designava quer o eu interno, quer o "guia". Já no N. T. essa palavra identifica sempre um espírito ainda não-esclarecido, não evoluído, preso à última encarnação terrena, cuja presença prejudica o encarnado ao qual esteja ligado; tanto assim que o termo "demoníaco" é, para Tiago, sinônimo de "personalístico", terreno, psíquico. "não é essa sabedoria que desce do alto, mas a terrena (epígeia), a personalista (psychike), a demoníaca (demoniôdês). (Tiago, 3:15)


MT 7:22; MT 9:33, MT 9:34; 12:24, 27, 28; 10:8; 11:18; 17:18; MC 1:34, MC 1:39; 3:15, 22; 6:13; 7:26, 29, 30; 9:38; 16:9, 17; LC 4:33, LC 4:35, LC 4:41; 7:33; 8:2, 27, 29, 30, 33, 35, 38; 9:1, 42, 49; 10:17; 11:14, 15, 18, 19, 20; 13:32; JO 7:2; JO 8:48, JO 8:49, JO 8:52; 10:20, 21; AT 17:18; 1. ª Cor. 10:20, 21; 1. º Tim. 4:1; Tiago 2:16; Apoc 9:20; 16:24 e 18:2.


Ao falar de desencarnados, aproveitemos para observar como era designado o fenômeno da psicofonia: I - quando se refere a uma obsessão, com o verbo daimonízesthai, que aparece 13 vezes (MT 4:24;


8:16, 28, 33; 9:32; 12:22; 15:22; Marc 1:32; 5:15, 16, 18; LC 8:36; JO 10:21, portanto, só empregado pelos evangelistas).


II - quando se refere a um espírito evoluído, encontramos as expressões:

• "cheio de um espírito (plêrês, LC 4:1; AT 6:3, AT 6:5; 7:55; 11:24 - portanto só empregado por Lucas);


• "encher-se" (pimplánai ou plêthein, LC 1:15, LC 1:41, LC 1:67; AT 2:4; AT 4:8, AT 4:31; 9:17; 13:19 - portanto, só usado por Lucas);


• "conturbar-se" (tarássein), JO 11:33 e JO 13:21).


Já deixamos bem claro (vol 1) que os termos satanás ("antagonista"), diábolos ("adversário") e peirázôn ("tentador") jamais se referem, no N. T., a espíritos desencarnados, mas expressam sempre "a matéria, e por conseguinte também a "personalidade", a personagem humana que, com seu intelecto vaidoso, se opõe, antagoniza e, como adversário natural do espírito, tenta-o (como escreveu Paulo: "a carne (matéria) luta contra o espírito e o espírito contra a carne", GL 5:17).


Esses termos aparecem: satanãs, 33 vezes (MT 4:10; MT 12:26; MT 16:23; MC 1:13; MC 3:23, MC 3:26; 4:15; 8:33; LC 10:18; LC 11:18; LC 13:16; LC 22:3; JO 13:27, JO 13:31; AT 5:3; AT 26:18; RM 16:20; 1. º Cor. 5:5; 7:5; 2. º Cor. 2:11; 11:14; 12:17; 1. ° Tess. 2:18; 2. º Tess. 2:9; 1. º Tim. 1:20; 5:15; AP 2:9, AP 2:13, AP 2:24; 3:9; 12:9; 20:2, 7); diábolos, 35 vezes (MT 4:1, MT 4:5, MT 4:8, MT 4:11; 13:39; 25:41; LC 4:2, LC 4:3, LC 4:6, LC 4:13; 8:12; JO 6:70; JO 8:44; JO 13:2; AT 10:38; AT 13:10; EF 4:27; EF 6:11; 1. º Tim. 3:6, 7, 11; 2. º Tim. 2:26; 3:3 TT 2:3; HB 2:14; Tiago, 4:7; 1. º Pe. 5:8; 1. º JO 3:8, 10; Jud. 9; AP 2:10; AP 12:9, AP 12:12; 20:2,10) e peirázôn, duas vezes (MT 4:3 e MT 4:1. ª Tess. 3:5).


DIÁNOIA


Diánoia exprime a faculdade de refletir (diá+noús), isto é, o raciocínio; é o intelecto que na matéria, reflete a mente espiritual (noús), projetando-se em "várias direções" (diá) no mesmo plano. Usado 12 vezes (MT 22:37; MC 12:30: LC 1:51; LC 10:27: EF 2:3; EF 4:18; CL 1:21; HB 8:10; HB 10:16; 1. ª Pe. 1:13; 2. ª Pe. 3:1; 1. ª JO 5:20) na forma diánoia; e na forma dianóêma (o pensamento) uma vez em LC 11:17. Como sinônimo de diánoia, encontramos, também, synesis (compreensão) 7 vezes (MC 12:33; LC 2:47; 1. ª Cor. 1:19; EF 3:4; CL 1:9 e CL 2:2; e 2. ª Tim. 2:7). Como veremos logo abaixo, diánoia é parte inerente da psychê, (alma).


PSYCHÊ


Psychê é a ALMA, isto é, o "espírito encarnado (cfr. A. Kardec, "Livro dos Espíritos", resp. 134: " alma é o espírito encarnado", resposta dada, evidentemente, por um "espírito" afeito à leitura do Novo Testamento).


A psychê era considerada pelos gregos como o atualmente chamado "corpo astral", já que era sede dos desejos e paixões, isto é, das emoções (cfr. Ésquilo, Persas, 841; Teócrito, 16:24; Xenofonte, Ciropedia, 6. 2. 28 e 33; Xen., Memoráveis de Sócrates, 1. 13:14; Píndaro, Olímpicas, 2. 125; Heródoto, 3. 14; Tucídides, 2. 40, etc.) . Mas psychê também incluía, segundo os gregos, a diánoia ou synesis, isto é, o intelecto (cfr. Heródoto, 5. 124; Sófocles, Édipo em Colona, 1207; Xenofonte, Hieron, 7. 12; Plat ão, Crátilo, 400 a).


No sentido de "espírito" (alma de mortos) foi usada por Homero (cfr. Ilíada 1. 3; 23. 65, 72, 100, 104;


Odisseia, 11. 207,213,222; 24. 14 etc.), mas esse sentido foi depressa abandonado, substituído por outros sinônimos (pnenma, eikôn, phántasma, skiá, daimôn, etc.) .


Psychê é empregado quase sempre no sentido de espírito preso à matéria (encarnado) ou seja, como sede da vida, e até como a própria vida humana, isto é, a personagem terrena (sede do intelecto e das emoções) em 92 passos: Mar. 2:20; 6:25; 10:28, 39; 11:29; 12:18; 16:25, 26; 20:28; 22:37; 26:38; MC 3:4; MC 8:35, MC 8:36, MC 8:37; 10:45; 12:30; 14:34; LC 1:46; LC 2:35; LC 6:9; LC 9:24(2x), 56; 10:27; 12:19, 20, 22, 23; 14:26; 17:33; 21:19; JO 10:11, JO 10:15, JO 10:17, JO 10:18, 24; 12:25, 27; 13:37, 38; 15:13; AT 2:27, AT 2:41, AT 2:43; 3:23; 4:32; 7:14; 14:2, 22; 15:24, 26; 20:10, 24; 27:10, 22, 37, 44; RM 2:9; RM 11:3; RM 13:1; RM 16:4; 1. º Cor. 15:45; 2. º Cor. 1:23; 12:15; EF 6:6; CL 3:23; Flp. 1:27; 2:30; 1. º Tess. 2:8; 5:23; HB 4:12; HB 6:19; HB 10:38, HB 10:39; 12:3; 13:17; Tiago 1:21; Tiago 5:20; 1. º Pe. 1:9, 22; 2:11, 25; 4:19; 2. º Pe. 2:8, 14; 1. º JO 3:16; 3. º JO 2; AP 12:11; AP 16:3; AP 18:13, AP 18:14.


Note-se, todavia, que no Apocalipse (6:9:8:9 e 20:4) o termo é aplicado aos desencarnados por morte violenta, por ainda conservarem, no além-túmulo, as características da última personagem terrena.


O adjetivo psychikós é empregado com o mesmo sentido de personalidade (l. ª Cor. 2:14; 15:44, 46; Tiago, 3:15; Jud. 19).


Os outros termos, que entre os gregos eram usados nesse sentido de "espírito desencarnado", o N. T.


não os emprega com essa interpretação, conforme pode ser verificado:

EIDOS (aparência) - LC 3:22; LC 9:29; JO 5:37; 2. ª Cor. 5:7; 1. ª Tess. 5:22.


EIDÔLON (ídolo) - AT 7:41; AT 15:20; RM 2:22; 1. ª Cor. 8:4, 7; 10:19; 12; 2; 2. ª Cor. 6:16; 1. ª Tess.


1:9; 1. ª JO 5:21; AP 9:20.


EIKÔN (imagem) - MT 22:20; MC 12:16; LC 20:24; RM 1:23; 1. ª Cor. 11:7; 15:49 (2x) ; 2. ª Cor. 3:18; 4:4; CL 1:5; CL 3:10; HB 10:11; AP 13:14; AP 14:2, AP 14:11; 15:2; 19 : 20; 20 : 4.


SKIÁ (sombra) - MT 4:16; MC 4:32; LC 1:79; AT 5:15; CL 2:17; HB 8:5; HB 10:1.


Também entre os gregos, desde Homero, havia a palavra thumós, que era tomada no sentido de alma encarnada". Teve ainda sentidos diversos, exprimindo "coração" quer como sede do intelecto, quer como sede das paixões. Fixou-se, entretanto, mais neste último sentido, e toda, as vezes que a deparamos no Novo Testamento é, parece, com o designativo "força". (Cfr. LC 4:28; AT 19:28; RM 2:8; 2. ª Cor. 12:20; GL 5:20; EF 4:31; CL 3:8; HB 11:27; AP 12:12; AP 14:8, AP 14:10, AP 14:19; 15:1, 7; 16:1, 19; 18:3 e 19:15)


SOMA


Soma exprime o corpo, geralmente o físico denso, que é subdividido em carne (sárx) e sangue (haima), ou seja, que compreende o físico denso e o duplo etérico (e aqui retificamos o que saiu publicado no vol. 1, onde dissemos que "sangue" representava o astral).


Já no N. T. encontramos uma antecipação da moderna qualificação de "corpos", atribuída aos planos ou níveis em que o homem pode tornar-se consciente. Paulo, por exemplo, emprega soma para os planos espirituais; ao distinguir os "corpos" celestes (sómata epouránia) dos "corpos" terrestres (sómata epígeia), ele emprega soma para o físico denso (em lugar de sárx), para o corpo astral (sôma psychikôn) e para o corpo espiritual (sôma pneumatikón) em 1. ª Cor. 15:40 e 44.


No N. T. soma é empregado ao todo 123 vezes, sendo 107 vezes no sentido de corpo físico-denso (material, unido ou não à psychê);


MT 5:29, MT 5:30; 6:22, 25; 10:28(2x); 26:12; 27:58, 59; MC 5:29; MC 14:8; MC 15:43; LC 11:34; LC 12:4, LC 12:22, LC 12:23; 17:37; 23:52, 55; 24:3, 23; JO 2:21; JO 19:31, JO 19:38, JO 19:40; 20:12; Aros. 9:40; RM 1:24; RM 4:19; RM 6:6, RM 6:12; 7:4, 24; 8:10, 11, 13, 23; 12:1, 4; 1. º Cor. 5:13; 6:13(2x), 20; 7:4(2x), 34; 9:27; 12:12(3x),14, 15(2x), 16 (2x), 17, 18, 19, 20, 22, 23, 24, 25; 13:3; 15:37, 38(2x) 40). 2. 0 Cor. 4:40; 5:610; 10:10; 12:2(2x); Gól. 6:17; EF 2:16; EF 5:23, EF 5:28; Ft. 3:21; CL 2:11, CL 2:23; 1. º Tess. 5:23; HB 10:5, HB 10:10, HB 10:22; 13:3, 11; Tiago 2:11, Tiago 2:26; 3:2, 3, 6; 1. º Pe. 2:24; Jud. 9; AP 18:13. Três vezes como "corpo astral" (MT 27:42; 1. ª Cor. 15:14, duas vezes); duas vezes como "corpo espiritual" (1. º Cor. 15:41); e onze vezes com sentido simbólico, referindo-se ao pão, tomado como símbolo do corpo de Cristo (MT 26:26; MC 14:22; LC 22:19; RM 12:5; 1. ª Cor. 6:15; 10:16, 17; 11:24; 12:13, 27; EF 1:23; EF 4:4, EF 4:12, EF 4:16; Filp. 1:20; CL 1:18, CL 1:22; 2:17; 3:15).


HAIMA


Haima, o sangue, exprime, como vimos, o corpo vital, isto é, a parte que dá vitalização à carne (sárx), a qual, sem o sangue, é simples cadáver.


O sangue era considerado uma entidade a parte, representando o que hoje chamamos "duplo etérico" ou "corpo vital". Baste-nos, como confirmação, recordar que o Antigo Testamento define o sangue como "a alma de toda carne" (LV 17:11-14). Suma importância, por isso, é atribuída ao derramamento de sangue, que exprime privação da "vida", e representa quer o sacrifício em resgate de erros e crimes, quer o testemunho de uma verdade.


A palavra é assim usada no N. T. :

a) - sangue de vítimas (HB 9:7, HB 9:12, HB 9:13, HB 9:18, 19, 20, 21, 22, 25; 10:4; 11:28; 13:11). Observe-se que só nessa carta há preocupação com esse aspecto;


b) - sangue de Jesus, quer literalmente (MT 27:4, MT 27:6, MT 27:24, MT 27:25; LC 22:20; JO 19:34; AT 5:28; AT 20:28; RM 5:25; RM 5:9; EF 1:7; EF 2:13; CL 1:20; HB 9:14; HB 10:19, HB 10:29; 12:24; 13:12, 20; 1. ª Pe. 1:2,19; 1. ª JO 1:7; 5:6, 8; AP 1:5; AP 5:9; AP 7:14; AP 12:11); quer simbolicamente, quando se refere ao vinho, como símbolo do sangue de Cristo (MT 26:28; MC 14:24; JO 6:53, JO 6:54, JO 6:55, JO 6:56; 1. ª Cor. 10:16; 11:25, 27).


c) - o sangue derramado como testemunho de uma verdade (MT 23:30, MT 23:35; 27:4; LC 13:1; AT 1:9; AT 18:6; AT 20:26; AT 22:20; RM 3:15; HB 12:4; AP 6:10; 14,: 20; 16:6; 17:6; 19:2, 13).


d) - ou em circunstâncias várias (MC 5:25, MC 5:29; 16:7; LC 22:44; JO 1:13; AT 2:19, AT 2:20; 15:20, 29; 17:26; 21:25; 1. ª Cor. 15:50; GL 1:16; EF 6:12; HB 2:14; AP 6:12; AP 8:7; AP 15:3, AP 15:4; 11:6).


SÁRX


Sárx é a carne, expressão do elemento mais grosseiro do homem, embora essa palavra substitua, muitas vezes, o complexo soma, ou seja, se entenda, com esse termo, ao mesmo tempo "carne" e "sangue".


Apesar de ter sido empregada simbolicamente por Jesus (JO 6:51, JO 6:52, JO 6:53, JO 6:54, 55 e 56), seu uso é mais literal em todo o resto do N. T., em 120 outros locais: MT 19:56; MT 24:22; MT 26:41; MC 10:8; MC 13:20; MC 14:38; LC 3:6; LC 24:39; JO 1:14; JO 3:6(2x); 6:63; 8:15; 17:2; AT 2:7, AT 2:26, AT 2:31; RM 1:3; RM 2:28; RM 3:20; RM 4:1; RM 6:19; RM 7:5, RM 7:18, RM 7:25; 8:3, 4(2x), 5(2x), 6, 7, 8, 9, 13(2x); 9:358; 11:14; 13:14; 1. º Cor. 1:2629; 5:5; 6:16; 7:28;10:18; 15:39(2x),50; 2. º Cor. 1:17; 4:11; 5:16; 7:1,5; 10:2,3(2x); 1:18; 12:7; GL 2:16, GL 2:20; 3:3; 4:13, 14, 23; 5:13, 16, 17, 19, 24; 6:8(2x), 12, 13; EF 2:3, EF 2:11, EF 2:14; 5:29, 30, 31; 6:5; CL 1:22, CL 1:24; 2:1, 5, 11, 13, 18, 23; 3:22, 24; 3:34; 1. º Tim. 3:6; Flm. 16; HB 5:7; HB 9:10, HB 9:13; 10:20; 12:9; Tiago 5:3; 1. º Pe. 1:24; 3;18, 21; 4:1, 2, 6; 2. º Pe. 2:10, 18; 1. º JO 2:16; 4:2; 2. º JO 7; Jud. 7, 8, 23; AP 17:16; AP 19:21.


B - TEXTOS COMPROBATÓRIOS


Respiguemos, agora, alguns trechos do N. T., a fim de comprovar nossas conclusões a respeito desta nova teoria.


Comecemos pela distinção que fazemos entre individualidade (ou Espírito) e a personagem transitória humana.


INDIVIDUALIDADE- PERSONAGEM


Encontramos essa distinção explicitamente ensinada por Paulo (l. ª Cor. 15:35-50) que classifica a individualidade entre os "corpos celestiais" (sómata epouránia), isto é, de origem espiritual; e a personagem terrena entre os "corpos terrenos" (sómata epígeia), ou seja, que têm sua origem no próprio planeta Terra, de onde tiram seus elementos constitutivos (físicos e químicos). Logo a seguir, Paulo torna mais claro seu pensamento, denominando a individualidade de "corpo espiritual" (sôma pneumatikón) e a personagem humana de "corpo psíquico" (sôma psychikón). Com absoluta nitidez, afirma que a individualidade é o "Espírito vivificante" (pneuma zoopioún), porque dá vida; e que a personagem, no plano já da energia, é a "alma que vive" (psychê zôsan), pois recebe vida do Espírito que lhe constitui a essência profunda.


Entretanto, para evitar dúvidas ou más interpretações quanto ao sentido ascensional da evolução, assevera taxativamente que o desenvolvimento começa com a personalidade (alma vivente) e só depois que esta se desenvolve, é que pode atingir-se o desabrochar da individualidade (Espírito vivificante).


Temos, pois, bem estabelecida a diferença fundamental, ensinada no N. T., entre psychê (alma) e pneuma (Espírito).


Mas há outros passos em que esses dois elementos são claramente distinguidos:

1) No Cântico de Maria (LC 1:46) sentimos a diferença nas palavras "Minha alma (psychê) engrandece o Senhor e meu Espírito (pneuma) se alegra em Deus meu Salvador".


2) Paulo (Filp. 1:27) recomenda que os cristãos tenham "um só Espírito (pneuma) e uma só alma (psychê), distinção desnecessária, se não expressassem essas palavras coisas diferentes.


3) Ainda Paulo (l. ª Tess. 5:23) faz votos que os fiéis "sejam santificados e guardados no Espírito (pneuma) na alma (psychê) e no corpo (sôma)", deixando bem estabelecida a tríade que assinalamos desde o início.


4) Mais claro ainda é o autor da Carta dos Hebreus (quer seja Paulo Apolo ou Clemente Romano), ao


. utilizar-se de uma expressão sintomática, que diz: "o Logos Divino é Vivo, Eficaz; e mais penetrante que qualquer espada, atingindo até a divisão entre o Espirito (pneuma) e a alma (psychê)" (HB 4:12); aí não há discussão: existe realmente uma divisão entre espírito e alma.


5) Comparando, ainda, a personagem (psiquismo) com a individualidade Paulo afirma que "fala não palavras aprendidas pela sabedoria humana, mas aprendidas do Espírito (divino), comparando as coisas espirituais com as espirituais"; e acrescenta, como esclarecimento e razão: "o homem psíquico (ho ánthrôpos psychikós, isto é, a personagem intelectualizada) não percebe as coisas do Espírito Divino: são tolices para ele, e não pode compreender o que é discernido espiritualmente; mas o homem espiritual (ho ánthrôpos pneumatikós, ou, seja, a individualidade) discerne tudo, embora não seja discernido por ninguém" (1. ª Cor. 2:13-15).


Portanto, não há dúvida de que o N. T. aceita os dois aspectos do "homem": a parte espiritual, a tríade superior ou individualidade (ánthrôpos pneumatikós) e a parte psíquica, o quaternário inferior ou personalidade ou personagem (ánthrôpos psychikós).


O CORPO


Penetremos, agora, numa especificação maior, observando o emprego da palavra soma (corpo), em seu complexo carne-sangue, já que, em vários passos, não só o termo sárx é usado em lugar de soma, como também o adjetivo sarkikós (ou sarkínos) se refere, como parte externa visível, a toda a personagem, ou seja, ao espírito encarnado e preso à matéria; e isto sobretudo naqueles que, por seu atraso, ainda acreditam que seu verdadeiro eu é o complexo físico, já que nem percebem sua essência espiritual.


Paulo, por exemplo, justifica-se de não escrever aos coríntios lições mais sublimes, porque não pode falar-lhes como a "espirituais" (pnenmatikoí, criaturas que, mesmo encarnadas, já vivem na individualidade), mas só como a "carnais" (sarkínoi, que vivem só na personagem). Como a crianças em Cristo (isto é, como a principiantes no processo do conhecimento crístico), dando-lhes leite a beber, não comida, pois ainda não na podem suportar; "e nem agora o posso, acrescenta ele, pois ainda sois carnais" (1. ª Cor. 3:1-2).


Dessa forma, todos os que se encontram na fase em que domina a personagem terrena são descritos por Paulo como não percebendo o Espírito: "os que são segundo a carne, pensam segundo a carne", em oposição aos "que são segundo o espírito, que pensam segundo o espírito". Logo a seguir define a "sabedoria da carne como morte, enquanto a sabedoria do Espírito é Vida e Paz" (Rom, 8:5-6).


Essa distinção também foi afirmada por Jesus, quando disse que "o espírito está pronto (no sentido de" disposto"), mas a carne é fraca" (MT 26:41; MC 14:38). Talvez por isso o autor da Carta aos Hebreus escreveu, ao lembrar-se quiçá desse episódio, que Jesus "nos dias de sua carne (quando encarnado), oferecendo preces e súplicas com grande clamor e lágrimas Àquele que podia livrá-lo da morte, foi ouvido por causa de sua devoção e, não obstante ser Filho de Deus (o mais elevado grau do adeptado, cfr. vol. 1), aprendeu a obediência por meio das coisas que sofreu" (Heb, 5:7-8).


Ora, sendo assim fraca e medrosa a personagem humana, sempre tendente para o mal como expoente típico do Antissistema, Paulo tem o cuidado de avisar que "não devemos submeter-nos aos desejos da carne", pois esta antagoniza o Espírito (isto é constitui seu adversário ou diábolos). Aconselha, então que não se faça o que ela deseja, e conforta os "que são do Espírito", assegurando-lhes que, embora vivam na personalidade, "não estão sob a lei" (GL 5:16-18). A razão é dada em outro passo: "O Senhor é Espírito: onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade" (2. ª Cor. 3:17).


Segundo o autor da Carta aos Hebreus, esta foi uma das finalidades da encarnação de Jesus: livrar a personagem humana do medo da morte. E neste trecho confirma as palavras do Mestre a Nicodemos: "o que nasce de carne é carne" (JO 3:6), esclarecendo, ao mesmo tempo, no campo da psicobiologia, (o problema da hereditariedade: dos pais, os filhos só herdam a carne e o sangue (corpo físico e duplo etérico), já que a psychê é herdeira do pneuma ("o que nasce de espírito, é espírito", João, ibidem). Escreve, então: "como os filhos têm a mesma natureza (kekoinônêken) na carne e no sangue, assim ele (Jesus) participou da carne e do sangue para que, por sua morte, destruísse o adversário (diábolos, a matéria), o qual possui o império da morte, a fim de libertá-las (as criaturas), já que durante toda a vida elas estavam sujeitas ao medo da morte" (HB 2:14).


Ainda no setor da morte, Jesus confirma, mais uma vez, a oposição corpo-alma: "não temais os que matam o corpo: temei o que pode matar a alma (psychê) e o corpo (sôma)" (MT 10:28). Note-se, mais uma vez, a precisão (elegantia) vocabular de Jesus, que não fala em pneuma, que é indestrutível, mas em psychê, ou seja, o corpo astral sujeito a estragos e até morte.


Interessante observar que alguns capítulos adiante, o mesmo evangelista (MT 27:52) usa o termo soma para designar o corpo astral ou perispírito: "e muitos corpos dos santos que dormiam, despertaram".


Refere-se ao choque terrível da desencarnação de Jesus, que foi tão violento no plano astral, que despertou os desencarnados que se encontravam adormecidos e talvez ainda presos aos seus cadáveres, na hibernação dos que desencarnam despreparados. E como era natural, ao despertarem, dirigiram-se para suas casas, tendo sido percebidos pelos videntes.


Há um texto de Paulo que nos deixa em suspenso, sem distinguirmos se ele se refere ao corpo físico (carne) ou ao psíquico (astral): "conheço um homem em Cristo (uma individualidade já cristificada) que há catorze anos - se no corpo (en sômai) não sei, se fora do corpo (ektòs sômatos) não sei: Deus

sabe foi raptado ao terceiro céu" (l. ª Cor. 12:2). É uma confissão de êxtase (ou talvez de "encontro"?), em que o próprio experimentador se declara inapto a distinguir se se tratava de um movimento puramente espiritual (fora do corpo), ou se tivera a participação do corpo psíquico (astral); nem pode verificar se todo o processo se realizou com pneuma e psychê dentro ou fora do corpo.


Entretanto, de uma coisa ele tem certeza absoluta: a parte inferior do homem, a carne e o sangue, esses não participaram do processo. Essa certeza é tão forte, que ele pode ensinar taxativamente e sem titubeios, que o físico denso e o duplo etérico não se unificam com a Centelha Divina, não "entram no reino dos céus", sendo esta uma faculdade apenas de pneuma, e, no máximo, de psychê. E ele o diz com ênfase: "isto eu vos digo, irmãos, que a carne (sárx) e o sangue (haima) NÃO PODEM possuir o reino de Deus" (l. ª Cor. 15:50). Note-se que essa afirmativa é uma negação violenta do "dogma" da ressurreição da carne.


ALMA


Num plano mais elevado, vejamos o que nos diz o N. T. a respeito da psychê e da diánoia, isto é, da alma e do intelecto a esta inerente como um de seus aspectos.


Como a carne é, na realidade dos fatos, incapaz de vontades e desejos, que provêm do intelecto, Paulo afirma que "outrora andávamos nos desejos de nossa carne", esclarecendo, porém, que fazíamos "a vontade da carne (sárx) e do intelecto (diánoia)" (EF 2:3). De fato "o afastamento e a inimizade entre Espírito e corpo surgem por meio do intelecto" (CL 1. 21).


A distinção entre intelecto (faculdade de refletir, existente na personagem) e mente (faculdade inerente ao coração, que cria os pensamentos) pode parecer sutil, mas já era feita na antiguidade, e Jerem ías escreveu que YHWH "dá suas leis ao intelecto (diánoia), mas as escreve no coração" (JR 31:33, citado certo em HB 8:10, e com os termos invertidos em HB 10:16). Aí bem se diversificam as funções: o intelecto recebe a dádiva, refletindo-a do coração, onde ela está gravada.


Realmente a psychê corresponde ao corpo astral, sede das emoções. Embora alguns textos no N. T.


atribuam emoções a kardía, Jesus deixou claro que só a psychê é atingível pelas angústias e aflições, asseverando: "minha alma (psychê) está perturbada" (MT 26:38; MC 14:34; JO 12:27). Jesus não fala em kardía nem em pneuma.


A MENTE


Noús é a MENTE ESPIRITUAL, a individualizadora de pneuma, e parte integrante ou aspecto de kardía. E Paulo, ao salientar a necessidade de revestir-nos do Homem Novo (de passar a viver na individualidade) ordena que "nos renovemos no Espírito de nossa Mente" (EF 4:23-24), e não do intelecto, que é personalista e divisionário.


E ao destacar a luta entre a individualidade e a personagem encarnada, sublinha que "vê outra lei em seus membros (corpo) que se opõem à lei de sua mente (noús), e o aprisiona na lei do erro que existe em seus membros" (RM 7:23).


A mente espiritual, e só ela, pode entender a sabedoria do Cristo; e este não se dirige ao intelecto para obter a compreensão dos discípulos: "e então abriu-lhes a mente (noún) para que compreendessem as Escrituras" (LC 24:45). Até então, durante a viagem (bastante longa) ia conversando com os "discípulos de Emaús". falando-lhes ao intelecto e provando-lhes que o Filho do Homem tinha que sofrer; mas eles não O reconheceram. Mas quando lhes abriu a MENTE, imediatamente eles perceberam o Cristo.


Essa mente é, sem dúvida, um aspecto de kardía. Isaías escreveu: "então (YHWH) cegou-lhes os olhos (intelecto) e endureceu-lhes o coração, para que não vissem (intelectualmente) nem compreendessem com o coração" (IS 6:9; citado por JO 12:40).


O CORAÇÃO


Que o coração é a fonte dos pensamentos, nós o encontramos repetido à exaustão; por exemplo: MT 12:34; MT 15:18, MT 15:19; Marc 7:18; 18:23; LC 6:45; LC 9:47; etc.


Ora, se o termo CORAÇÃO exprime, límpida e indiscutivelmente, a fonte primeira do SER, o "quarto fechado" onde o "Pai vê no secreto" MT 6:6), logicamente se deduz que aí reside a Centelha Divina, a Partícula de pneuma, o CRISTO (Filho Unigênito), que é UNO com o Pai, que também, consequentemente, aí reside. E portanto, aí também está o Espírito-Santo, o Espírito-Amor, DEUS, de que nosso Eu é uma partícula não desprendida.


Razão nos assiste, então, quando escrevemos (vol. 1 e vol. 3) que o "reino de Deus" ou "reino dos céus" ou "o céu", exprime exatamente o CORAÇÃO; e entrar no reino dos céus é penetrar, é MERGULHAR (batismo) no âmago de nosso próprio EU. É ser UM com o CRISTO, tal como o CRISTO é UM com o PAI (cfr. JO 10. 30; 17:21,22, 23).


Sendo esta parte a mais importante para a nossa tese, dividamo-la em três seções:

a) - Deus ou o Espírito Santo habitam DENTRO DE nós;


b) - CRISTO, o Filho (UNO com o Pai) também está DENTRO de nós, constituindo NOSSA ESSÊNCIA PROFUNDA;


c) - o local exato em que se encontra o Cristo é o CORAÇÃO, e nossa meta, durante a encarnação, é CRISTIFICAR-NOS, alcançando a evolução crística e unificando-nos com Ele.


a) -


A expressão "dentro de" pode ser dada em grego pela preposição ENTOS que encontramos clara em LC (LC 17:21), quando afirma que "o reino de Deus está DENTRO DE VÓS" (entòs humin); mas tamb ém a mesma ideia é expressa pela preposição EN (latim in, português em): se a água está na (EM A) garrafa ou no (EM O) copo, é porque está DENTRO desses recipientes. Não pode haver dúvida. Recordese o que escrevemos (vol. 1): "o Logos se fez carne e fez sua residência DENTRO DE NÓS" (JO 1:14).


Paulo é categórico em suas afirmativas: "Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito Santo habita dentro de vós" (1. ª Cor. 3:16).


Οΰи οίδατε ότι ναός θεοϋ έστε иαί τό πνεϋµα τοϋ θεοϋ έν ϋµϊν οίиεί;

E mais: "E não sabeis que vosso corpo é o templo do Espírito Santo que está dentro de vós, o qual recebestes de Deus, e não pertenceis a vós mesmos? Na verdade, fostes comprados por alto preço. Glorificai e TRAZEI DEUS EM VOSSO CORPO" (1. ª Cor. 6:19-20).


Esse Espírito Santo, que é a Centelha do Espírito Universal, é, por isso mesmo, idêntico em todos: "há muitas operações, mas UM só Deus, que OPERA TUDO DENTRO DE TODAS AS COISAS; ... Todas essas coisas opera o único e mesmo Espírito; ... Então, em UM Espírito todos nós fomos MERGULHADOS en: UMA carne, judeus e gentios, livres ou escravos" (1. ª Cor. 12:6, 11, 13).


Καί διαιρέσεις ένεργηµάτων είσιν, ό δέ αύτός θεός ό ένεργών τα πάντα έν πάσιν... Дάντα δέ ταύτα ένεργεί τό έν иαί τό αύτό πνεύµα... Кαί γάρ έν ένί πνεύµατι ήµείς πάντες είς έν σώµα έβαπτίσθηµεν,
είτε ̉Ιουδαίοι εϊτε έλληνες, είτε δούλοι, εϊτε έλεύθεροι.
Mais ainda: "Então já não sois hóspedes e estrangeiros, mas sois concidadãos dos santos e familiares de Deus, superedificados sobre o fundamento dos Enviados e dos Profetas, sendo a própria pedra angular máxima Cristo Jesus: em Quem toda edificação cresce no templo santo no Senhor, no Qual tamb ém vós estais edificados como HABITAÇÃO DE DEUS NO ESPÍRITO" (EF 2:19-22). " Αρα ούν ούиέτι έστε ζένοι иαί πάροιиοι, άλλά έστε συµπολίται τών άγίων иαί οίиείοι τού θεού,
έποιиοδοµηθέντες έπί τώ θεµελίω τών άποστόλων иαί προφητών, όντος άиρογωνιαίου αύτού Χριστόύ
#cite Іησού, έν ώ πάσα οίиοδοµή συναρµολογουµένη αύζει είς ναόν άγιον έν иυρίώ, έν ώ иαί ύµείς
συνοιиοδοµείσθε είς иατοιиητήεριον τού θεού έν πνεµατ

ι.


Se Deus habita DENTRO do homem e das coisas quem os despreza, despreza a Deus: "quem despreza estas coisas, não despreza homens, mas a Deus, que também deu seu Espírito Santo em vós" (1. ª Tess. 4:8).


Тοιγαρούν ό άθετών ούи άνθρωπον άθετεί, άλλά τόν θεόν τόν иαί διδόντα τό πνεύµα αύτού τό άγιον είς ύµάς.

E a consciência dessa realidade era soberana em Paulo: "Guardei o bom depósito, pelo Espírito Santo que habita DENTRO DE NÓS" (2. ª Tim. 1:14). (20)


Тήν иαλήν παραθήиην φύλαζον διά πνεύµατος άγίου τού ένοιиούντος έν ήµϊ

ν.


João dá seu testemunho: "Ninguém jamais viu Deus. Se nos amarmos reciprocamente, Deus permanecer á DENTRO DE NÓS, e o Amor Dele, dentro de nós, será perfeito (ou completo). Nisto sabemos que permaneceremos Nele e Ele em nós, porque DE SEU ESPÍRITO deu a nós" (1. ª JO 4:12-13).


θεόν ούδείς πώποτε τεθέαται: έάν άγαπώµεν άλλήλους, ό θεός έν ήµϊν µένει, иαί ή άγάπη αύτοϋ τε-
τελειωµένη έν ήµϊν έστιν. Εν τουτω γινώσиοµεν ότι έν αύτώ µένοµεν иαί αύτός έν ήµϊν, ότι έи τοϋ
πνεύµατος αύτοϋ δέδώиεν ήµϊ

ν.


b) -


Vejamos agora os textos que especificam melhor ser o CRISTO (Filho) que, DENTRO DE NÓS. constitui a essência profunda de nosso ser. Não é mais uma indicação de que TEMOS a Divindade em nós, mas um ensino concreto de que SOMOS uma partícula da Divindade. Escreve Paulo: "Não sabeis que CRISTO (Jesus) está DENTRO DE VÓS"? (2. ª Cor. 13:5). E, passando àquela teoria belíssima de que formamos todos um corpo só, cuja cabeça é Cristo, ensina Paulo: "Vós sois o CORPO de Cristo, e membros de seus membros" (l. ª Cor. 12:27). Esse mesmo Cristo precisa manifestar-se em nós, através de nós: "vossa vida está escondida COM CRISTO em Deus; quando Cristo se manifestar, vós também vos manifestareis em substância" (CL 3:3-4).


E logo adiante insiste: "Despojai-vos do velho homem com seus atos (das personagens terrenas com seus divisionismos egoístas) e vesti o novo, aquele que se renova no conhecimento, segundo a imagem de Quem o criou, onde (na individualidade) não há gentio nem judeu, circuncidado ou incircunciso, bárbaro ou cita, escravo ou livre, mas TUDO e EM TODOS, CRISTO" (CL 3:9-11).


A personagem é mortal, vivendo a alma por efeito do Espírito vivificante que nela existe: "Como em Adão (personagem) todos morrem, assim em CRISTO (individualidade, Espírito vivificante) todos são vivificados" (1. ª Cor. 15:22).


A consciência de que Cristo vive nele, faz Paulo traçar linhas imorredouras: "ou procurais uma prova do CRISTO que fala DENTRO DE MIM? o qual (Cristo) DENTRO DE VÓS não é fraco" mas é poderoso DENTRO DE VÓS" (2. ª Cor. 13:3).


E afirma com a ênfase da certeza plena: "já não sou eu (a personagem de Paulo), mas CRISTO QUE VIVE EM MIM" (GL 2:20). Por isso, pode garantir: "Nós temos a mente (noús) de Cristo" (l. ª Cor. 2:16).


Essa convicção traz consequências fortíssimas para quem já vive na individualidade: "não sabeis que vossos CORPOS são membros de Cristo? Tomando, então, os membros de Cristo eu os tornarei corpo de meretriz? Absolutamente. Ou não sabeis que quem adere à meretriz se torna UM CORPO com ela? Está dito: "e serão dois numa carne". Então - conclui Paulo com uma lógica irretorquível - quem adere a Deus é UM ESPÍRITO" com Deus (1. ª Cor. 6:15-17).


Já desde Paulo a união sexual é trazida como o melhor exemplo da unificação do Espírito com a Divindade. Decorrência natural de tudo isso é a instrução dada aos romanos: "vós não estais (não viveis) EM CARNE (na personagem), mas EM ESPÍRITO (na individualidade), se o Espírito de Deus habita DENTRO DE VÓS; se porém não tendes o Espírito de Cristo, não sois Dele. Se CRISTO (está) DENTRO DE VÓS, na verdade o corpo é morte por causa dos erros, mas o Espírito vive pela perfeição. Se o Espírito de Quem despertou Jesus dos mortos HABITA DENTRO DE VÓS, esse, que despertou Jesus dos mortos, vivificará também vossos corpos mortais, por causa do mesmo Espírito EM VÓS" (RM 9:9-11). E logo a seguir prossegue: "O próprio Espírito testifica ao nosso Espírito que somos filhos de Deus; se filhos, (somos) herdeiros: herdeiros de Deus, co-herdeiros de Cristo" (RM 8:16). Provém daí a angústia de todos os que atingiram o Eu Interno para libertar-se: "também tendo em nós as primícias do Espírito, gememos dentro de nós, esperando a adoção de Filhos, a libertação de nosso corpo" (RM 8:23).


c) -


Finalmente, estreitando o círculo dos esclarecimentos, verificamos que o Cristo, dentro de nós, reside NO CORAÇÃO, onde constitui nosso EU Profundo. É ensinamento escriturístico.


Ainda é Paulo que nos esclarece: "Porque sois filhos, Deus enviou o ESPÍRITO DE SEU FILHO, em vosso CORAÇÃO, clamando Abba, ó Pai" (GL 4:6). Compreendemos, então, que o Espírito Santo (Deus) que está em nós, refere-se exatamente ao Espírito do FILHO, ao CRISTO Cósmico, o Filho Unigênito. E ficamos sabendo que seu ponto de fixação em nós é o CORAÇÃO.


Lembrando-se, talvez, da frase de Jeremias, acima-citada, Paulo escreveu aos coríntios: "vós sois a nossa carta, escrita em vossos CORAÇÕES, conhecida e lida por todos os homens, sendo manifesto que sois CARTA DE CRISTO, preparada por nós, e escrita não com tinta, mas com o Espírito de Deus Vivo; não em tábuas de pedra, mas nas tábuas dos CORAÇÕES CARNAIS" (2. ª Cor. 3:2-3). Bastante explícito que realmente se trata dos corações carnais, onde reside o átomo espiritual.


Todavia, ainda mais claro é outro texto, em que se fala no mergulho de nosso eu pequeno, unificandonos ao Grande EU, o CRISTO INTERNO residente no coração: "CRISTO HABITA, pela fé, no VOSSO CORAÇÃO". E assegura com firmeza: "enraizados e fundamentados no AMOR, com todos os santos (os encarnados já espiritualizados na vivência da individualidade) se compreenderá a latitude, a longitude a sublimidade e a profundidade, conhecendo o que está acima do conhecimento, o AMOR DE CRISTO, para que se encham de toda a plenitude de Deus" (EF 3:17).


Кατοιиήσαι τόν Χριστόν διά τής πίστεως έν ταϊς иαρδίαις ύµών, έν άγάπη έρριζωµένοι иαί τεθεµελιωµένοι, ϊνα έζισγύσητε иαταλαβέσθαι σύν πάσιν τοϊςάγίοιςτί τό πλάτος иαί µήиος иαί ύψος
иαί βάθος, γνώσαι τε τήν ύπερβάλλουσαν τής γνώσεως άγάπην τοϋ Χριστοϋ, ίνα πληρωθήτε είς πάν τό πλήρωµα τού θεοϋ.

Quando se dá a unificação, o Espírito se infinitiza e penetra a Sabedoria Cósmica, compreendendo então a amplitude da localização universal do Cristo.


Mas encontramos outro ensino de suma profundidade, quando Paulo nos adverte que temos que CRISTIFICAR-NOS, temos que tornar-nos Cristos, na unificação com Cristo. Para isso, teremos que fazer uma tradução lógica e sensata da frase, em que aparece o verbo CHRIO duas vezes: a primeira, no particípio passado, Christós, o "Ungido", o "permeado da Divindade", particípio que foi transliterado em todas as línguas, com o sentido filosófico e místico de O CRISTO; e a segunda, logo a seguir, no presente do indicativo. Ora, parece de toda evidência que o sentido do verbo tem que ser O MESMO em ambos os empregos. Diz o texto original: ho dè bebaiôn hemãs syn humin eis Christon kaí chrísas hemãs theós (2. ª Cor. 1:21).


#cite Ο δέ βεβαιών ήµάς σύν ύµίν είς Χριστόν иαί χρίσας ήµάς θεό

ς.


Eis a tradução literal: "Deus, fortifica dor nosso e vosso, no Ungido, unge-nos".


E agora a tradução real: "Deus, fortificador nosso e vosso, em CRISTO, CRISTIFICA-NOS".


Essa a chave para compreendermos nossa meta: a cristificação total e absoluta.


Logo após escreve Paulo: "Ele também nos MARCA e nos dá, como penhor, o Espírito em NOSSOS CORAÇÕES" (2. ª Cor. 1:22).


#cite Ο иαί σφραγισάµενος ήµάς иαί δούς τόν άρραβώνα τόν πνεύµατος έν ταϊς иαρδϊαις ήµώ

ν.


Completando, enfim, o ensino - embora ministrado esparsamente - vem o texto mais forte e explícito, informando a finalidade da encarnação, para TÔDAS AS CRIATURAS: "até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, ao Homem Perfeito, à medida da evolução plena de Cristo" (EF 4:13).


Мέρχι иαταντήσωµεν οί πάντες είς τήν ένότητα τής πίστοως. иαί τής έπιγνώσεως τοϋ υίοϋ τοϋ θεοϋ,
είς άνδρα τελειον, είς µέτρον ήλιиίας τοϋ πληρώµατος τοϋ Χριστοϋ.
Por isso Paulo escreveu aos Gálatas: "ó filhinhos, por quem outra vez sofro as dores de parto, até que Cristo SE FORME dentro de vós" (GL 4:19) (Тεиνία µου, ούς πάλιν ώδίνω, µέρχις ού µορφωθή Χριστός έν ύµϊ

ν).


Agostinho (Tract. in Joanne, 21, 8) compreendeu bem isto ao escrever: "agradeçamos e alegremonos, porque nos tornamos não apenas cristãos, mas cristos", (Christus facti sumus); e Metódio de Olimpo ("Banquete das dez virgens", Patrol. Graeca, vol. 18, col. 150) escreveu: "a ekklêsía está grávida e em trabalho de parto até que o Cristo tome forma em nós, até que Cristo nasça em nós, a fim de que cada um dos santos (encarnados) por sua participação com o Cristo, se torne Cristo". Também Cirilo de Jerusalém ("Catechesis mystagogicae" 1. 3. 1 in Patr. Graeca vol. 33, col. 1. 087) asseverou: " Após terdes mergulhado no Cristo e vos terdes revestido do Cristo, fostes colocados em pé de igualdade com o Filho de Deus... pois que entrastes em comunhão com o Cristo, com razão tendes o nome de cristos, isto é, de ungidos".


Todo o que se une ao Cristo, se torna um cristo, participando do Pneuma e da natureza divina (theías koinônoí physeôs) (2. ª Pe. 1:3), pois "Cristo é o Espírito" (2. ª Cor. 3:17) e quem Lhe está unido, tem em si o selo (sphrágis) de Cristo. Na homilia 24,2, sobre 1. ª Cor. 10:16, João Crisóstomo (Patrol.


Graeca vol. 61, col. 200) escreveu: "O pão que partimos não é uma comunhão (com+união, koinônía) ao corpo de Cristo? Porque não disse "participação" (metoché)? Porque quis revelar algo mais, e mostrar uma associação (synápheia) mais íntima. Realmente, estamos unidos (koinônoúmen) não só pela participação (metéchein) e pela recepção (metalambánein), mas também pela UNIFICAÇÃO (enousthai)".


Por isso justifica-se o fragmento de Aristóteles, supra citado, em Sinésio: "os místicos devem não apenas aprender (mathein) mas experimentar" (pathein).


Essa é a razão por que, desde os primeiros séculos do estabelecimento do povo israelita, YHWH, em sua sabedoria, fazia a distinção dos diversos "corpos" da criatura; e no primeiro mandamento revelado a Moisés dizia: " Amarás a Deus de todo o teu coração (kardía), de toda tua alma (psychê), de todo teu intelecto (diánoia), de todas as tuas forças (dynameis)"; kardía é a individualidade, psychê a personagem, dividida em diánoia (intelecto) e dynameis (veículos físicos). (Cfr. LV 19:18; DT 6:5; MT 22:37; MC 12:13; LC 10:27).


A doutrina é uma só em todos os sistemas religiosos pregados pelos Mestres (Enviados e Profetas), embora com o tempo a imperfeição humana os deturpe, pois a personagem é fundamentalmente divisionista e egoísta. Mas sempre chega a ocasião em que a Verdade se restabelece, e então verificamos que todas as revelações são idênticas entre si, em seu conteúdo básico.


ESCOLA INICIÁTICA


Após essa longa digressão a respeito do estudo do "homem" no Novo Testamento, somos ainda obrigados a aprofundar mais o sentido do trecho em que são estipuladas as condições do discipulato.


Há muito desejaríamos ter penetrado neste setor, a fim de poder dar explicação cabal de certas frases e passagens; mas evitamo-lo ao máximo, para não ferir convicções de leitores desacostumados ao assunto.


Diante desse trecho, porém, somos forçados a romper os tabus e a falar abertamente.


Deve ter chamado a atenção de todos os estudiosos perspicazes dos Evangelhos, que Jesus jamais recebeu, dos evangelistas, qualquer título que normalmente seria atribuído a um fundador de religião: Chefe Espiritual, Sacerdote, Guia Espiritual, Pontífice; assim também, aqueles que O seguiam, nunca foram chamados Sequazes, Adeptos, Adoradores, Filiados, nem Fiéis (a não ser nas Epístolas, mas sempre com o sentido de adjetivo: os que mantinham fidelidade a Seus ensinos). Ao contrário disso, os epítetos dados a Jesus foram os de um chefe de escola: MESTRE (Rabbi, Didáskalos, Epistátês) ou de uma autoridade máxima Kyrios (SENHOR dos mistérios). Seus seguidores eram DISCÍPULOS (mathêtês), tudo de acordo com a terminologia típica dos mistérios iniciáticos de Elêusis, Delfos, Crotona, Tebas ou Heliópolis. Após receberem os primeiros graus, os discípulos passaram a ser denominado "emissários" (apóstolos), encarregados de dar a outros as primeiras iniciações.


Além disso, é evidente a preocupação de Jesus de dividir Seus ensinos em dois graus bem distintos: o que era ministrado de público ("a eles só é dado falar em parábolas") e o que era ensinado privadamente aos "escolhidos" ("mas a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus", cfr. MT 13:10-17 ; MC 4:11-12; LC 8:10).


Verificamos, portanto, que Jesus não criou uma "religião", no sentido moderno dessa palavra (conjunto de ritos, dogmas e cultos com sacerdócio hierarquicamente organizado), mas apenas fundou uma ESCOLA INICIÁTICA, na qual preparou e "iniciou" seus DISCÍPULOS, que Ele enviou ("emissários, apóstolos") com a incumbência de "iniciar" outras criaturas. Estas, por sua vez, foram continuando o processo e quando o mundo abriu os olhos e percebeu, estava em grande parte cristianizado. Quando os "homens" o perceberam e estabeleceram a hierarquia e os dogmas, começou a decadência.


A "Escola iniciática" fundada por Jesus foi modelada pela tradição helênica, que colocava como elemento primordial a transmissão viva dos mistérios: e "essa relação entre a parádosis (transmissão) e o mystérion é essencial ao cristianismo", escreveu o monge beneditino D. Odon CaseI (cfr. "Richesse du Mystere du Christ", Les éditions du Cerf. Paris, 1964, pág. 294). Esse autor chega mesmo a afirmar: " O cristianismo não é uma religião nem uma confissão, segundo a acepção moderna dessas palavras" (cfr. "Le Mystere du Culte", ib., pág. 21).


E J. Ranft ("Der Ursprung des Kathoíischen Traditionsprinzips", 1931, citado por D . O. Casel) escreve: " esse contato íntimo (com Cristo) nasce de uma gnose profunda".


Para bem compreender tudo isso, é indispensável uma incursão pelo campo das iniciações, esclarecendo antes alguns termos especializados. Infelizmente teremos que resumir ao máximo, para não prejudicar o andamento da obra. Mas muitos compreenderão.


TERMOS ESPECIAIS


Aiôn (ou eon) - era, época, idade; ou melhor CICLO; cada um dos ciclos evolutivos.


Akoueíu - "ouvir"; akoueín tòn lógon, ouvir o ensino, isto é, receber a revelação dos segredos iniciáticos.


Gnôse - conhecimento espiritual profundo e experimental dos mistérios.


Deíknymi - mostrar; era a explicação prática ou demonstração de objetos ou expressões, que serviam de símbolos, e revelavam significados ocultos.


Dóxa - doutrina; ou melhor, a essência do conhecimento profundo: o brilho; a luz da gnôse; donde "substância divina", e daí a "glória".


Dynamis - força potencial, potência que capacita para o érgon e para a exousía, infundindo o impulso básico de atividade.


Ekklêsía - a comunidade dos "convocados" ou "chamados" (ékklêtos) aos mistérios, os "mystos" que tinham feito ou estavam fazendo o curso da iniciação.


Energeín - agir por dentro ou de dentro (energia), pela atuação da força (dybamis).


Érgon - atividade ou ação; trabalho espiritual realizado pela força (dynamis) da Divindade que habita dentro de cada um e de cada coisa; energia.


Exêgeísthaí - narrar fatos ocultos, revelar (no sentido de "tirar o véu") (cfr. LC 24:35; JO 1:18; AT 10:8:15:12, 14).


Hágios - santo, o que vive no Espírito ou Individualidade; o iniciado (cfr. teleios).


Kyrios - Senhor; o Mestre dos Mistérios; o Mistagogo (professor de mistérios); o Hierofante (o que fala, fans, fantis, coisas santas, hieros); dava-se esse título ao possuidor da dynamis, da exousía e do érgon, com capacidade para transmiti-los.


Exousía - poder, capacidade de realização, ou melhor, autoridade, mas a que provém de dentro, não "dada" de fora.


Leitourgia - Liturgia, serviço do povo: o exercício do culto crístico, na transmissão dos mistérios.


Legómena - palavras reveladoras, ensino oral proferido pelo Mestre, e que se tornava "ensino ouvido" (lógos akoês) pelos discípulos.


Lógos - o "ensino" iniciático, a "palavra" secreta, que dava a chave da interpretação dos mistérios; a" Palavra" (Energia ou Som), segundo aspecto da Divindade.


Monymenta - "monumentos", ou seja, objetos e lembranças, para manter viva a memória.


Mystagogo – o Mestre dos Mystérios, o Hierofante.


Mystérion - a ação ou atividade divina, experimentada pelo iniciado ao receber a iniciação; donde, o ensino revelado apenas aos perfeitos (teleios) e santos (hágios), mas que devia permanecer oculto aos profanos.


Oikonomía - economia, dispensação; literalmente "lei da casa"; a vida intima de cada iniciado e sua capacidade na transmissão iniciática a outros, (de modo geral encargo recebido do Mestre).


Orgê - a atividade ou ação sagrada; o "orgasmo" experimentado na união mística: donde "exaltação espiritual" pela manifestação da Divindade (erradamente interpretado como "ira").


Parábola - ensino profundo sob forma de narrativa popular, com o verdadeiro sentido oculto por metáforas e símbolos.


Paradídômi - o mesmo que o latim trádere; transmitir, "entregar", passar adiante o ensino secreto.


Parádosis - transmissão, entrega de conhecimentos e experiências dos ensinos ocultos (o mesmo que o latim tradítio).


Paralambánein - "receber" o ensino secreto, a "palavra ouvida", tornando-se conhecedor dos mistérios e das instruções.


Patheín - experimentar, "sofrer" uma experiência iniciática pessoalmente, dando o passo decisivo para receber o grau e passar adiante.


Plêrôma - plenitude da Divindade na criatura, plenitude de Vida, de conhecimento, etc.


Redençãoa libertação do ciclo de encarnações na matéria (kyklos anánkê) pela união total e definitiva com Deus.


Santo - o mesmo que perfeito ou "iniciado".


Sêmeíon - "sinal" físico de uma ação espiritual, demonstração de conhecimento (gnose), de força (dynamis), de poder (exousía) e de atividade ou ação (érgon); o "sinal" é sempre produzido por um iniciado, e serve de prova de seu grau.


Sophía - a sabedoria obtida pela gnose; o conhecimento proveniente de dentro, das experiências vividas (que não deve confundir-se com a cultura ou erudição do intelecto).


Sphrágis - selo, marca indelével espiritual, recebida pelo espírito, embora invisível na matéria, que assinala a criatura como pertencente a um Senhor ou Mestre.


Symbolos - símbolos ou expressões de coisas secretas, incompreensíveis aos profanos e só percebidas pelos iniciados (pão, vinho, etc.) .


Sótería - "salvação", isto é, a unificação total e definitiva com a Divindade, que se obtém pela "redenção" plena.


Teleíos - o "finalista", o que chegou ao fim de um ciclo, iniciando outro; o iniciado nos mistérios, o perfeito ou santo.


Teleisthai - ser iniciado; palavra do mesmo radical que teleutan, que significa "morrer", e que exprime" finalizar" alguma coisa, terminar um ciclo evolutivo.


Tradítio - transmissão "tradição" no sentido etimológico (trans + dare, dar além passar adiante), o mesmo que o grego parádosis.


TRADIÇÃO


D. Odon Casel (o. c., pág. 289) escreve: "Ranft estudou de modo preciso a noção da tradítio, não só como era praticada entre os judeus, mas também em sua forma bem diferente entre os gregos. Especialmente entre os adeptos dos dosis é a transmissão secreta feita aos "mvstos" da misteriosa sôtería; é a inimistérios, a noção de tradítio (parádosis) tinha grande importância. A paraciação e a incorporação no círculo dos eleitos (eleitos ou "escolhidos"; a cada passo sentimos a confirmação de que Jesus fundou uma "Escola Iniciática", quando emprega os termos privativos das iniciações heléntcas; cfr. " muitos são chamados, mas poucos são os escolhidos" - MT 22. 14), características das religiões grecoorientais. Tradítio ou parádosis são, pois, palavras que exprimem a iniciação aos mistérios. Tratase, portanto, não de uma iniciação científica, mas religiosa, realizada no culto. Para o "mysto", constitui uma revelação formal, a segurança vivida das realidades sagradas e de uma santa esperança. Graças a tradição, a revelação primitiva passa às gerações ulteriores e é comunicada por ato de iniciação. O mesmo princípio fundamental aplica-se ao cristianismo".


Na página seguinte, o mesmo autor prossegue: "Nos mistérios, quando o Pai Mistagogo comunica ao discípulo o que é necessário ao culto, essa transmissão tem o nome de traditio. E o essencial não é a instrução, mas a contemplação, tal como o conta Apuleio (Metamorphoses, 11, 21-23) ao narrar as experiências culturais do "mysto" Lúcius. Sem dúvida, no início há uma instrução, mas sempre para finalizar numa contemplação, pela qual o discípulo, o "mysto", entra em relação direta com a Divindade.


O mesmo ocorre no cristianismo (pág. 290).


Ouçamos agora as palavras de J. Ranft (o. c., pág. 275): "A parádosis designa a origem divina dos mistérios e a transmissão do conteúdo dos mistérios. Esta, à primeira vista, realiza-se pelo ministério dos homens, mas não é obra de homens; é Deus que ensina. O homem é apenas o intermediário, o Instrumento desse ensino divino. Além disso... desperta o homem interior. Logos é realmente uma palavra intraduzível: designa o próprio conteúdo dos mistérios, a palavra, o discurso, o ENSINO. É a palavra viva, dada por Deus, que enche o âmago do homem".


No Evangelho, a parádosis é constituída pelas palavras ou ensinos (lógoi) de Jesus, mas também simbolicamente pelos fatos narrados, que necessitam de interpretação, que inicialmente era dada, verbalmente, pelos "emissários" e pelos inspirados que os escreveram, com um talento superior de muito ao humano, deixando todos os ensinos profundos "velados", para só serem perfeitamente entendidos pelos que tivessem recebido, nos séculos seguintes, a revelação do sentido oculto, transmitida quer por um iniciado encarnado, quer diretamente manifestada pelo Cristo Interno. Os escritores que conceberam a parádosis no sentido helênico foram, sobretudo, João e Paulo; já os sinópticos a interpretam mais no sentido judaico, excetuando-se, por vezes, o grego Lucas, por sua convivência com Paulo, e os outros, quando reproduziam fielmente as palavras de Jesus.


Se recordarmos os mistérios de Elêusis (palavra que significa "advento, chegada", do verbo eléusomai," chegar"), ou de Delfos (e até mesmo os de Tebas, Ábydos ou Heliópolis), veremos que o Novo Testamento concorda seus termos com os deles. O logos transmitido (paradidômi) por Jesus é recebida (paralambánein) pelos DISCÍPULOS (mathêtês). Só que Jesus apresentou um elemento básico a mais: CRISTO. Leia-se Paulo: "recebi (parélabon) do Kyrios o que vos transmiti (parédote)" (l. ª Cor. 11:23).


O mesmo Paulo, que define a parádosis pagã como "de homens, segundo os elementos do mundo e não segundo Cristo" (CL 2:8), utiliza todas as palavras da iniciação pagã, aplicando-as à iniciação cristã: parádosis, sophía, logo", mystérion, dynamis, érgon, gnose, etc., termos que foram empregados também pelo próprio Jesus: "Nessa hora Jesus fremiu no santo pneuma e disse: abençôo-te, Pai, Senhor do céu e da Terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e hábeis, e as revelaste aos pequenos, Sim, Pai, assim foi de teu agrado. Tudo me foi transmitido (parédote) por meu Pai. E ninguém tem a gnose do que é o Filho senão o Pai, e ninguém tem a gnose do que é o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho quer revelar (apokalypsai = tirar o véu). E voltando-se para seus discípulos, disse: felizes os olhos que vêem o que vedes. Pois digo-vos que muitos profetas e reis quiseram ver o que vedes e não viram, e ouvir o que ouvis, e não ouviram" (LC 10:21-24). Temos a impressão perfeita que se trata de ver e ouvir os mistérios iniciáticos que Jesus transmitia a seus discípulos.


E João afirma: "ninguém jamais viu Deus. O Filho Unigênito que esta no Pai, esse o revelou (exêgêsato, termo específico da língua dos mistérios)" (JO 1:18).


"PALAVRA OUVIDA"


A transmissão dos conhecimentos, da gnose, compreendia a instrução oral e o testemunhar das revelações secretas da Divindade, fazendo que o iniciado participasse de uma vida nova, em nível superior ( "homem novo" de Paulo), conhecendo doutrinas que deveriam ser fielmente guardadas, com a rigorosa observação do silêncio em relação aos não-iniciados (cfr. "não deis as coisas santas aos cães", MT 7:6).


Daí ser a iniciação uma transmissão ORAL - o LOGOS AKOÊS, ou "palavra ouvida" ou "ensino ouvido" - que não podia ser escrito, a não ser sob o véu espesso de metáforas, enigmas, parábolas e símbolos.


Esse logos não deve ser confundido com o Segundo Aspecto da Divindade (veja vol. 1 e vol. 3).


Aqui logos é "o ensino" (vol. 2 e vol. 3).


O Novo Testamento faz-nos conhecer esse modus operandi: Paulo o diz, numa construção toda especial e retorcida (para não falsear a técnica): "eis por que não cessamos de agradecer (eucharistoúmen) a Deus, porque, recebendo (paralabóntes) o ENSINO OUVIDO (lógon akoês) por nosso intermédio, de Deus, vós o recebestes não como ensino de homens (lógon anthrópôn) mas como ele é verdadeiramente: o ensino de Deus (lógon theou), que age (energeítai) em vós que credes" (l. ª Tess. 2:13).


O papel do "mysto" é ouvir, receber pelo ouvido, o ensino (lógos) e depois experimentar, como o diz Aristóteles, já citado por nós: "não apenas aprender (matheín), mas experimentar" (patheín).


Esse trecho mostra como o método cristão, do verdadeiro e primitivo cristianismo de Jesus e de seus emissários, tinha profunda conexão com os mistérios gregos, de cujos termos específicos e característicos Jesus e seus discípulos se aproveitaram, elevando, porém, a técnica da iniciação à perfeição, à plenitude, à realidade máxima do Cristo Cósmico.


Mas continuemos a expor. Usando, como Jesus, a terminologia típica da parádosis grega, Paulo insiste em que temos que assimilá-la interiormente pela gnose, recebendo a parádosis viva, "não mais de um Jesus de Nazaré histórico, mas do Kyrios, do Cristo ressuscitado, o Cristo Pneumatikós, esse mistério que é o Cristo dentro de vós" (CL 1:27).


Esse ensino oral (lógos akoês) constitui a tradição (traditio ou parádosis), que passa de um iniciado a outro ou é recebido diretamente do "Senhor" (Kyrios), como no caso de Paulo (cfr. GL 1:11): "Eu volo afirmo, meus irmãos, que a Boa-Nova que preguei não foi à maneira humana. Pois não na recebi (parélabon) nem a aprendi de homens, mas por uma revelação (apokálypsis) de Jesus Cristo".


Aos coríntios (l. ª Cor. 2:1-5) escreve Paulo: "Irmãos, quando fui a vós, não fui com o prestígio do lógos nem da sophía, mas vos anunciei o mistério de Deus. Decidi, com efeito, nada saber entre vós sen ão Jesus Cristo, e este crucificado. Fui a vós em fraqueza, em temor, e todo trêmulo, e meu logos e minha pregação não consistiram nos discursos persuasivos da ciência, mas numa manifestação do Esp írito (pneuma) e do poder (dynamis), para que vossa fé não repouse na sabedoria (sophía) dos homens, mas no poder (dynamis) de Deus".


A oposição entre o logos e a sophia profanos - como a entende Aristóteles - era salientada por Paulo, que se referia ao sentido dado a esses termos pelos "mistérios antigos". Salienta que à sophia e ao logos profanos, falta, no dizer dele, a verdadeira dynamis e o pnenma, que constituem o mistério cristão que ele revela: Cristo.


Em vários pontos do Novo Testamento aparece a expressão "ensino ouvido" ou "ouvir o ensino"; por exemplo: MT 7:24, MT 7:26; 10:14; 13:19, 20, 21, 22, 23; 15:12; 19:22; MC 4:14, MC 4:15, MC 4:16, MC 4:17, 18, 19, 20; LC 6:47; LC 8:11, LC 8:12, LC 8:13, LC 8:15; 10:39; 11:28; JO 5:24, JO 5:38; 7:40; 8:43; 14:24; AT 4:4; AT 10:44; AT 13:7; AT 15:7; EF 1:13; 1. ª Tess. 2:13; HB 4:2; 1. ª JO 2:7; Ap. 1:3.


DYNAMIS


Em Paulo, sobretudo, percebemos o sentido exato da palavra dynamis, tão usada nos Evangelhos.


Pneuma, o Espírito (DEUS), é a força Potencial ou Potência Infinita (Dynamis) que, quando age (energeín) se torna o PAI (érgon), a atividade, a ação, a "energia"; e o resultado dessa atividade é o Cristo Cósmico, o Kosmos universal, o Filho, que é Unigênito porque a emissão é única, já que espaço e tempo são criações intelectuais do ser finito: o Infinito é uno, inespacial, atemporal.


Então Dynamis é a essência de Deus o Absoluto, a Força, a Potência Infinita, que tudo permeia, cria e governa, desde os universos incomensuráveis até os sub-átomos infra-microscópicos. Numa palavra: Dynamis é a essência de Deus e, portanto, a essência de tudo.


Ora, o Filho é exatamente o PERMEAADO, ou o UNGIDO (Cristo), por essa Dynamis de Deus e pelo Érgon do Pai. Paulo já o dissera: "Cristo... é a dynamis de Deus e a sophía de Deus (Christòn theou dynamin kaí theou sophían, 1. ª Cor. 1:24). Então, manifesta-se em toda a sua plenitude (cfr. CL 2:9) no homem Jesus, a Dynamis do Pneuma (embora pneuma e dynamis exprimam realmente uma só coisa: Deus): essa dynamis do pneuma, atuando através do Pai (érgon) toma o nome de CRISTO, que se manifestou na pessoa Jesus, para introduzir a humanidade deste planeta no novo eon, já que "ele é a imagem (eikôn) do Deus invisível e o primogênito de toda criação" (CL 1:15).


EON


O novo eon foi inaugurado exatamente pelo Cristo, quando de Sua penetração plena em Jesus. Daí a oposição que tanto aparece no Novo Testamento Entre este eon e o eon futuro (cfr., i. a., MT 12:32;


MC 10:30; LC 16:8; LC 20:34; RM 12:2; 1. ª Cor. 1:20; 2:6-8; 3:18:2. ª Cor. 4:4; EF 2:2-7, etc.) . O eon "atual" e a vida da matéria (personalismo); O eon "vindouro" é a vida do Espírito ó individualidade), mas que começa na Terra, agora (não depois de desencarnados), e que reside no âmago do ser.


Por isso, afirmou Jesus que "o reino dos céus está DENTRO DE VÓS" (LC 17:21), já que reside NO ESPÍRITO. E por isso, zôê aiónios é a VIDA IMANENTE (vol, 2 e vol. 3), porque é a vida ESPIRITUAL, a vida do NOVO EON, que Jesus anunciou que viria no futuro (mas, entenda-se, não no futuro depois da morte, e sim no futuro enquanto encarnados). Nesse novo eon a vida seria a da individualidade, a do Espírito: "o meu reino não é deste mundo" (o físico), lemos em JO 18:36. Mas é NESTE mundo que se manifestará, quando o Espírito superar a matéria, quando a individualidade governar a personagem, quando a mente dirigir o intelecto, quando o DE DENTRO dominar o DE FORA, quando Cristo em nós tiver a supremacia sobre o eu transitório.


A criatura que penetra nesse novo eon recebe o selo (sphrágis) do Cristo do Espírito, selo indelével que o condiciona como ingresso no reino dos céus. Quando fala em eon, o Evangelho quer exprimir um CICLO EVOLUTIVO; na evolução da humanidade, em linhas gerais, podemos considerar o eon do animalismo, o eon da personalidade, o eon da individualidade, etc. O mais elevado eon que conhecemos, o da zôê aiónios (vida imanente) é o da vida espiritual plenamente unificada com Deus (pneuma-dynamis), com o Pai (lógos-érgon), e com o Filho (Cristo-kósmos).


DÓXA


Assim como dynamis é a essência de Deus, assim dóxa (geralmente traduzida por "glória") pode apresentar os sentidos que vimos (vol. 1). Mas observaremos que, na linguagem iniciática dos mistérios, além do sentido de "doutrina" ou de "essência da doutrina", pode assumir o sentido específico de" substância divina". Observe-se esse trecho de Paulo (Filp. 2:11): "Jesus Cristo é o Senhor (Kyrios) na substância (dóxa) de Deus Pai"; e mais (RM 6:4): "o Cristo foi despertado dentre os mortos pela substância (dóxa) do Pai" (isto é, pelo érgon, a energia do Som, a vibração sonora da Palavra).


Nesses passos, traduzir dóxa por glória é ilógico, não faz sentido; também "doutrina" aí não cabe. O sentido é mesmo o de "substância".


Vejamos mais este passo (l. ª Cor. 2:6-16): "Falamos, sim da sabedoria (sophia) entre os perfeitos (teleiois, isto é, iniciados), mas de uma sabedoria que não é deste eon, nem dos príncipes deste eon, que são reduzidos a nada: mas da sabedoria dos mistérios de Deus, que estava oculta, e que antes dos eons Deus destinara como nossa doutrina (dóxa), e que os príncipes deste mundo não reconheceram. De fato, se o tivessem reconhecido, não teriam crucificado o Senhor da Doutrina (Kyrios da dóxa, isto é, o Hierofante ou Mistagogo). Mas como está escrito, (anunciamos) o que o olho não viu e o ouvido não ouviu e o que não subiu sobre o coração do homem, mas o que Deus preparou para os que O amam.


Pois foi a nós que Deus revelou (apekalypsen = tirou o véu) pelo pneuma" (ou seja, pelo Espírito, pelo Cristo Interno).


MISTÉRIO


Mistério é uma palavra que modificou totalmente seu sentido através dos séculos, mesmo dentro de seu próprio campo, o religioso. Chamam hoje "mistério" aquilo que é impossível de compreender, ou o que se ignora irremissivelmente, por ser inacessível à inteligência humana.


Mas originariamente, o mistério apresentava dois sentidos básicos:

1. º - um ensinamento só revelado aos iniciados, e que permanecia secreto para os profanos que não podiam sabê-lo (daí proveio o sentido atual: o que não se pode saber; na antiguidade, não se podia por proibição moral, ao passo que hoje é por incapacidade intelectual);


2. º - a própria ação ou atividade divina, experimentada pelo iniciado ao receber a iniciação completa.


Quando falamos em "mistério", transliterando a palavra usada no Novo Testamento, arriscamo-nos a interpretar mal. Aí, mistério não tem o sentido atual, de "coisa ignorada por incapacidade intelectiva", mas é sempre a "ação divina revelada experimentalmente ao homem" (embora continue inacessível ao não-iniciado ou profano).


O mistério não é uma doutrina: exprime o caráter de revelação direta de Deus a seus buscadores; é uma gnose dos mistérios, que se comunica ao "mysto" (aprendiz de mística). O Hierofante conduz o homem à Divindade (mas apenas o conduz, nada podendo fazer em seu lugar). E se o aprendiz corresponde plenamente e atende a todas as exigências, a Divindade "age" (energeín) internamente, no "Esp írito" (pneuma) do homem. que então desperta (egereín), isto é, "ressurge" para a nova vida (cfr. "eu sou a ressurreição da vida", JO 11:25; e "os que produzirem coisas boas (sairão) para a restauração de vida", isto é, os que conseguirem atingir o ponto desejado serão despertados para a vida do espírito, JO 5-29).


O caminho que leva a esses passos, é o sofrimento, que prepara o homem para uma gnose superior: "por isso - conclui O. Casel - a cruz é para o cristão o caminho que conduz à gnose da glória" (o. c., pág. 300).


Paulo diz francamente que o mistério se resume numa palavra: CRISTO "esse mistério, que é o Cristo", (CL 1:27): e "a fim de que conheçam o mistério de Deus, o Cristo" (CL 2:2).


O mistério opera uma união íntima e física com Deus, a qual realiza uma páscoa (passagem) do atual eon, para o eon espiritual (reino dos céus).


O PROCESSO


O postulante (o que pedia para ser iniciado) devia passar por diversos graus, antes de ser admitido ao pórtico, à "porta" por onde só passavam as ovelhas (símbolo das criaturas mansas; cfr. : "eu sou a porta das ovelhas", JO 10:7). Verificada a aptidão do candidato profano, era ele submetido a um período de "provações", em que se exercitava na ORAÇÃO (ou petição) que dirigia à Divindade, apresentando os desejos ardentes ao coração, "mendigando o Espírito" (cfr. "felizes os mendigos de Espírito" MT 5:3) para a ele unir-se; além disso se preparava com jejuns e alimentação vegetariana para o SACRIF ÍCIO, que consistia em fazer a consagração de si mesmo à Divindade (era a DE + VOTIO, voto a Deus), dispondo-se a desprender-se ao mundo profano.


Chegado a esse ponto, eram iniciados os SETE passos da iniciação. Os três primeiros eram chamado "Mistérios menores"; os quatro últimos, "mistérios maiores". Eram eles:

1 - o MERGULHO e as ABLUÇÕES (em Elêusis havia dois lagos salgados artificiais), que mostravam ao postulante a necessidade primordial e essencial da "catarse" da "psiquê". Os candidatos, desnudos, entravam num desses lagos e mergulhavam, a fim de compreender que era necessário "morrer" às coisas materiais para conseguir a "vida" (cfr. : "se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica só; mas se morrer dá muito fruto", JO 12:24). Exprimia a importância do mergulho dentro de si mesmo, superando as dificuldades e vencendo o medo. Ao sair do lago, vestia uma túnica branca e aguardava o segundo passo.


2 - a ACEITAÇÃO de quem havia mergulhado, por parte do Mistagogo, que o confirmava no caminho novo, entre os "capazes". Daí por diante, teria que correr por conta própria todos os riscos inerentes ao curso: só pessoalmente poderia caminhar. Essa confirmação do Mestre simbolizava a "epiphanía" da Divindade, a "descida da graça", e o recem-aceito iniciava nova fase.


3 - a METÂNOIA ou mudança da mente, que vinha após assistir a várias tragédias e dramas de fundo iniciático. Todas ensinavam ao "mysto" novato, que era indispensável, através da dor, modificar seu" modo de pensar" em relação à vida, afastar-se de. todos os vícios e fraquezas do passado, renunciar a prazeres perniciosos e defeitos, tornando-se o mais perfeito (téleios) possível. Era buscada a renovação interna, pelo modo de pensar e de encarar a vida. Grande número dos que começavam a carreira, paravam aí, porque não possuíam a força capaz de operar a transmutação mental. As tentações os empolgavam e novamente se lançavam no mundo profano. No entanto, se dessem provas positivas de modifica ção total, de serem capazes de viver na santidade, resistindo às tentações, podiam continuar a senda.


Havia, então, a "experiência" para provar a realidade da "coragem" do candidato: era introduzido em grutas e câmaras escuras, onde encontrava uma série de engenhos lúgubres e figuras apavorantes, e onde demorava um tempo que parecia interminável. Dali, podia regressar ou prosseguir. Se regressava, saía da fileira; se prosseguia, recebia a recompensa justa: era julgado apto aos "mistérios maiores".


4 - O ENCONTRO e a ILUMINAÇÃO, que ocorria com a volta à luz, no fim da terrível caminhada por entre as trevas. Através de uma porta difícil de ser encontrada, deparava ele campos floridos e perfumados, e neles o Hierofante, em paramentação luxuosa. que os levava a uma refeição simples mas solene constante de pão, mel, castanhas e vinho. Os candidatos eram julgados "transformados", e porSABEDORIA DO EVANGELHO tanto não havia mais as exteriorizações: o segredo era desvelado (apokálypsis), e eles passavam a saber que o mergulho era interno, e que deviam iniciar a meditação e a contemplação diárias para conseguir o "encontro místico" com a Divindade dentro de si. Esses encontros eram de início, raros e breves, mas com o exercício se iam fixando melhor, podendo aspirar ao passo seguinte.


5 - a UNIÃO (não mais apenas o "encontro"), mas união firme e continuada, mesmo durante sua estada entre os profanos. Era simbolizada pelo drama sacro (hierõs gámos) do esponsalício de Zeus e Deméter, do qual nasceria o segundo Dionysos, vencedor da morte. Esse matrimônio simbólico e puro, realizado em exaltação religiosa (orgê) é que foi mal interpretado pelos que não assistiam à sua representação simbólica (os profanos) e que tacharam de "orgias imorais" os mistérios gregos. Essa "união", depois de bem assegurada, quando não mais se arriscava a perdê-la, preparava os melhores para o passo seguinte.


6 - a CONSAGRAÇÃO ou, talvez, a sagração, pela qual era representada a "marcação" do Espírito do iniciado com um "selo" especial da Divindade a quem o "mysto" se consagrava: Apolo, Dyonisos, Isis, Osíris, etc. Era aí que o iniciado obtinha a epoptía, ou "visão direta" da realidade espiritual, a gnose pela vivência da união mística. O epopta era o "vigilante", que o cristianismo denominou "epískopos" ou "inspetor". Realmente epopta é composto de epí ("sobre") e optos ("visível"); e epískopos de epi ("sobre") e skopéô ("ver" ou "observar"). Depois disso, tinha autoridade para ensinar a outros e, achando-se preso à Divindade e às obrigações religiosas, podia dirigir o culto e oficiar a liturgia, e também transmitir as iniciações nos graus menores. Mas faltava o passo decisivo e definitivo, o mais difícil e quase inacessível.


7 - a PLENITUDE da Divindade, quando era conseguida a vivência na "Alma Universal já libertada".


Nos mistérios gregos (em Elêusis) ensinava-se que havia uma Força Absoluta (Deus o "sem nome") que se manifestava através do Logos (a Palavra) Criador, o qual produzia o Filho (Kósmo). Mas o Logos tinha duplo aspecto: o masculino (Zeus) e o feminino (Deméter). Desse casal nascera o Filho, mas também com duplo aspecto: a mente salvadora (Dionysos) e a Alma Universal (Perséfone). Esta, desejando experiências mais fortes, descera à Terra. Mas ao chegar a estes reinos inferiores, tornouse a "Alma Universal" de todas as criaturas, e acabou ficando prisioneira de Plutão (a matéria), que a manteve encarcerada, ministrando-lhe filtros mágicos que a faziam esquecer sua origem divina, embora, no íntimo, sentisse a sede de regressar a seu verdadeiro mundo, mesmo ignorando qual fosse.


Dionysos quis salvá-la, mas foi despedaçado pelos Titãs (a mente fracionada pelo intelecto e estraçalhada pelos desejos). Foi quando surgiu Triptólemo (o tríplice combate das almas que despertam), e com apelos veementes conseguiu despertar Perséfone, revelando lhe sua origem divina, e ao mesmo tempo, com súplicas intensas às Forças Divinas, as comoveu; então Zeus novamente se uniu a Deméter, para fazer renascer Dionysos. Este, assumindo seu papel de "Salvador", desce à Terra, oferecendose em holocausto a Plutão (isto é, encarnando-se na própria matéria) e consegue o resgate de Perséfone, isto é, a libertação da Alma das criaturas do domínio da matéria e sua elevação novamente aos planos divinos. Por esse resumo, verificamos como se tornou fácil a aceitação entre os grego, e romanos da doutrina exposta pelos Emissários de Jesus, um "Filho de Deus" que desceu à Terra para resgatar com sua morte a alma humana.


O iniciado ficava permeado pela Divindade, tornando-se então "adepto" e atingindo o verdadeiro grau de Mestre ou Mistagogo por conhecimento próprio experimental. Já não mais era ele, o homem, que vivia: era "O Senhor", por cujo intermédio operava a Divindade. (Cfr. : "não sou mais eu que vivo, é Cristo que vive em mim", GL 2:20; e ainda: "para mim, viver é Cristo", Filp. 1:21). A tradição grega conservou os nomes de alguns dos que atingiram esse grau supremo: Orfeu... Pitágoras... Apolônio de Tiana... E bem provavelmente Sócrates (embora Schuré opine que o maior foi Platão).


NO CRISTIANISMO


Todos os termos néo-testamentários e cristãos, dos primórdios, foram tirados dos mistérios gregos: nos mistérios de Elêusis, o iniciado se tornava "membro da família do Deus" (Dionysos), sendo chamado.


então, um "santo" (hágios) ou "perfeito" (téleios). E Paulo escreve: "assim, pois, não sois mais estran geiros nem peregrinos, mas sois concidadãos dos santos e familiares de Deus. ’ (EF 2:19). Ainda em Elêusis, mostrava-se aos iniciados uma "espiga de trigo", símbolo da vida que eternamente permanece através das encarnações e que, sob a forma de pão, se tornava participante da vida do homem; assim quando o homem se unia a Deus, "se tornava participante da vida divina" (2. ª Pe. 1:4). E Jesus afirmou: " Eu sou o PÃO da Vida" (JO 6. 35).


No entanto ocorreu modificação básica na instituição do Mistério cristão, que Jesus realizou na "última Ceia", na véspera de sua experiência máxima, o páthos ("paixão").


No Cristianismo, a iniciação toma sentido puramente espiritual, no interior da criatura, seguindo mais a Escola de Alexandria. Lendo Filon, compreendemos isso: ele interpreta todo o Antigo Testamento como alegoria da evolução da alma. Cada evangelista expõe a iniciação cristã de acordo com sua própria capacidade evolutiva, sendo que a mais elevada foi, sem dúvida, a de João, saturado da tradição (parádosis) de Alexandria, como pode ver-se não apenas de seu Evangelho, como também de seu Apocalipse.


Além disso, Jesus arrancou a iniciação dos templos, a portas fechadas, e jogou-a dentro dos corações; era a universalização da "salvação" a todos os que QUISESSEM segui-Lo. Qualquer pessoa pode encontrar o caminho (cfr. "Eu sou o Caminho", JO 14:6), porque Ele corporificou os mistérios em Si mesmo, divulgando-lhes os segredos através de Sua vida. Daí em diante, os homens não mais teriam que procurar encontrar um protótipo divino, para a ele conformar-se: todos poderiam descobrir e utir-se diretamente ao Logos que, através do Cristo, em Jesus se manifestara.


Observamos, pois, uma elevação geral de frequência vibratória, de tonus, em todo o processo iniciático dos mistérios.


E os Pais da Igreja - até o século 3. º o cristianismo foi "iniciático", embora depois perdesse o rumo quando se tornou "dogmático" - compreenderam a realidade do mistério cristão, muito superior, espiritualmente, aos anteriores: tornar o homem UM CRISTO, um ungido, um permeado da Divindade.


A ação divina do mistério, por exemplo, é assim descrita por Agostinho: "rendamos graças e alegremonos, porque nos tornamos não apenas cristãos, mas cristos" (Tract. in Joanne, 21,8); e por Metódio de Olímpio: "a comunidade (a ekklêsía) está grávida e em trabalho de parto, até que o Cristo tenha tomado forma em nós; até que o Cristo nasça em nós, para que cada um dos santos, por sua participação ao Cristo, se torne o cristo" (Patrol. Graeca, vol. 18, ccl. 150).


Temos que tornar-nos cristos, recebendo a última unção, conformando-nos com Ele em nosso próprio ser, já que "a redenção tem que realizar-se EM NÓS" (O. Casel, o. c., pág. 29), porque "o único e verdadeiro holocausto é o que o homem faz de si mesmo".


Cirilo de Jerusalém diz: "Já que entrastes em comunhão com o Cristo com razão sois chamados cristos, isto é, ungidos" (Catechesis Mystagogicae, 3,1; Patrol. Graeca,, 01. 33, col. 1087).


Essa transformação, em que o homem recebe Deus e Nele se transmuda, torna-o membro vivo do Cristo: "aos que O receberam, deu o poder de tornar-se Filhos de Deus" (JO 1:12).


Isso fez que Jesus - ensina-nos o Novo Testamento - que era "sacerdote da ordem de Melquisedec (HB 5:6 e HB 7:17) chegasse, após sua encarnação e todos os passos iniciáticos que QUIS dar, chegasse ao grau máximo de "pontífice da ordem de Melquisedec" (HB 5:10 e HB 6:20), para todo o planeta Terra.


CRISTO, portanto, é o mistério de Deus, o Senhor, o ápice da iniciação a experiência pessoal da Divindade.


através do santo ensino (hierôs lógos), que vem dos "deuses" (Espíritos Superiores), comunicado ao místico. No cristianismo, os emissários ("apóstolos") receberam do Grande Hierofante Jesus (o qual o recebeu do Pai, com Quem era UNO) a iniciação completa. Foi uma verdadeira "transmiss ão" (traditio, parádosis), apoiada na gnose: um despertar do Espírito que vive e experimenta a Verdade, visando ao que diz Paulo: "admoestando todo homem e ensinando todo homem, em toda sabedoria (sophía), para que apresentem todo homem perfeito (téleion, iniciado) em Cristo, para o que eu também me esforço (agõnizómenos) segundo a ação dele (energeían autou), que age (energouménen) em mim, em força (en dynámei)". CL 1:28-29.


Em toda essa iniciação, além disso, precisamos não perder de vista o "enthousiasmós" (como era chamado o "transe" místico entre os gregos) e que foi mesmo sentido pelos hebreus, sobretudo nas" Escolas de Profetas" em que eles se iniciavam (profetas significa "médiuns"); mas há muito se havia perdido esse "entusiasmo", por causa da frieza intelectual da interpretação literal das Escrituras pelos Escribas.


Profeta, em hebraico, é NaVY", de raiz desconhecida, que o Rabino Meyer Sal ("Les Tables de la Loi", éd. La Colombe, Paris, 1962, pág. 216/218) sugere ter sido a sigla das "Escolas de Profetas" (escolas de iniciação, de que havia uma em Belém, de onde saiu David). Cada letra designaria um setor de estudo: N (nun) seriam os sacerdotes (terapeutas do psicossoma), oradores, pensadores, filósofos;

V (beth) os iniciados nos segredos das construções dos templos ("maçons" ou pedreiros), arquitetos, etc. ; Y (yod) os "ativos", isto é, os dirigentes e políticos, os "profetas de ação"; (aleph), que exprime "Planificação", os matemáticos, geômetras, astrônomos, etc.


Isso explica, em grande parte, porque os gregos e romanos aceitaram muito mais facilmente o cristianismo, do que os judeus, que se limitavam a uma tradição que consistia na repetição literal decorada dos ensinos dos professores, num esforço de memória que não chegava ao coração, e que não visavam mais a qualquer experiência mística.


TEXTOS DO N. T.


O termo mystérion aparece várias vezes no Novo Testamento.


A - Nos Evangelhos, apenas num episódio, quando Jesus diz a Seus discípulos: "a vós é dado conhecer os mistérios do reino de Deus" (MT 13:11; MC 4:11; LC 8:10).


B - Por Paulo em diversas epístolas: RM 11:25 - "Não quero, irmãos, que ignoreis este mistério... o endurecimento de Israel, até que hajam entrado todos os gentios".


Rom. 16:15 - "conforme a revelação do mistério oculto durante os eons temporais (terrenos) e agora manifestados".


1. ª Cor. 2:1 – "quando fui ter convosco... anunciando-vos o mistério de Deus".


1. ª Cor. 2:4-7 - "meu ensino (logos) e minha pregação não foram em palavras persuasivas, mas em demonstração (apodeíxei) do pneúmatos e da dynámeôs, para que vossa fé não se fundamente na sophía dos homens, mas na dynámei de Deus. Mas falamos a sophia nos perfeitos (teleiois, iniciados), porém não a sophia deste eon, que chega ao fim; mas falamos a sophia de Deus em mistério, a que esteve oculta, a qual Deus antes dos eons determinou para nossa doutrina". 1. ª Cor. 4:1 - "assim considerem-nos os homens assistentes (hypêrétas) ecônomos (distribuidores, dispensadores) dos mistérios de Deus".


1. ª Cor. 13:2 - "se eu tiver mediunidade (prophéteía) e conhecer todos os mistérios de toda a gnose, e se tiver toda a fé até para transportar montanhas, mas não tiver amor (agápé), nada sou". l. ª Cor. 14:2 - "quem fala em língua (estranha) não fala a homens, mas a Deus, pois ninguém o ouve, mas em espírito fala mistérios". 1. ª Cor. 15:51 - "Atenção! Eu vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados".


EF 1:9 - "tendo-nos feito conhecido o mistério de sua vontade"

EF 3:4 - "segundo me foi manifestado para vós, segundo a revelação que ele me fez conhecer o mistério (como antes vos escrevi brevemente), pelo qual podeis perceber, lendo, minha compreensão no mistério do Cristo".


EF 3:9 - "e iluminar a todos qual a dispensação (oikonomía) do mistério oculto desde os eons, em Deus, que criou tudo".


EF 5:32 - "este mistério é grande: mas eu falo a respeito do Cristo e da ekklésia.


EF 9:19 - "(suplica) por mim, para que me possa ser dado o logos ao abrir minha boca para, em público, fazer conhecer o mistério da boa-nova".


CL 1:24-27 - "agora alegro-me nas experimentações (Pathêmasin) sobre vós e completo o que falta das pressões do Cristo em minha carne, sobre o corpo dele que é a ekklêsía, da qual me tornei servidor, segundo a dispensação (oikonomía) de Deus, que me foi dada para vós, para plenificar o logos de Deus, o mistério oculto nos eons e nas gerações, mas agora manifestado a seus santos (hagioi, iniciados), a quem aprouve a Deus fazer conhecer a riqueza da doutrina (dóxês; ou "da substância") deste mistério nas nações, que é CRISTO EM VÓS, esperança da doutrina (dóxês)".


CL 2:2-3 - "para que sejam consolados seus corações, unificados em amor, para todas as riquezas da plena convicção da compreensão, para a exata gnose (epígnôsin) do mistério de Deus (Cristo), no qual estão ocultos todos os tesouros da sophía e da gnose".


CL 4:3 - "orando ao mesmo tempo também por nós, para que Deus abra a porta do logos para falar o mistério do Cristo, pelo qual estou em cadeias".


2. ª Tess. 2:7 - "pois agora já age o mistério da iniquidade, até que o que o mantém esteja fora do caminho".


1. ª Tim. 3:9 - "(os servidores), conservando o mistério da fé em consciência pura".


1. ª Tim. 2:16 - "sem dúvida é grande o mistério da piedade (eusebeías)".


No Apocalipse (1:20; 10:7 e 17:5, 7) aparece quatro vezes a palavra, quando se revela ao vidente o sentido do que fora dito.


CULTO CRISTÃO


Depois de tudo o que vimos, torna-se evidente que não foi o culto judaico que passou ao cristianismo primitivo. Comparemos: A luxuosa arquitetura suntuosa do Templo grandioso de Jerusalém, com altares maciços a escorrer o sangue quente das vítimas; o cheiro acre da carne queimada dos holocaustos, a misturar-se com o odor do incenso, sombreando com a fumaça espessa o interior repleto; em redor dos altares, em grande número, os sacerdotes a acotovelar-se, munidos cada um de seu machado, que brandiam sem piedade na matança dos animais que berravam, mugiam dolorosamente ou balavam tristemente; o coro a entoar salmos e hinos a todo pulmão, para tentar superar a gritaria do povo e os pregões dos vendedores no ádrio: assim se realizava o culto ao "Deus dos judeus".


Em contraste, no cristianismo nascente, nada disso havia: nem templo, nem altares, nem matanças; modestas reuniões em casas de família, com alguns amigos; todos sentados em torno de mesa simples, sobre a qual se via o pão humilde e copos com o vinho comum. Limitava-se o culto à prece, ao recebimento de mensagens de espíritos, quando havia "profetas" na comunidade, ao ensino dos "emissários", dos "mais velhos" ou dos "inspetores", e à ingestão do pão e do vinho, "em memória da última ceia de Jesus". Era uma ceia que recebera o significativo nome de "amor" (ágape).


Nesse repasto residia a realização do supremo mistério cristão, bem aceito pelos gregos e romanos, acostumados a ver e compreender a transmissão da vida divina, por meio de símbolos religiosos. Os iniciados "pagãos" eram muito mais numerosos do que se possa hoje supor, e todos se sentiam membros do grande Kósmos, pois, como o diz Lucas, acreditavam que "todos os homens eram objeto da benevolência de Deus" (LC 2:14).


Mas, ao difundir-se entre o grande número e com o passar dos tempos, tudo isso se foi enfraquecendo e seguiu o mesmo caminho antes experimentado pelo judaísmo; a força mística, só atingida mais tarde por alguns de seus expoentes, perdeu-se, e o cristianismo "foi incapaz - no dizer de O. Casel - de manterse na continuação, nesse nível pneumático" (o. c. pág. 305). A força da "tradição" humana, embora condenada com veemência por Jesus (cfr. MT 15:1-11 e MT 16:5-12; e MC 7:1-16 e MC 8:14-11; veja atrás), fez-se valer, ameaçando as instituições religiosas que colocam doutrinas humanas ao lado e até acima dos preceitos divinos, dando mais importância às suas vaidosas criações. E D. Odon Casel lamenta: " pode fazer-se a mesma observação na história da liturgia" (o. c., pág. 298). E, entristecido, assevera ainda: "Verificamos igualmente que a concepção cristã mais profunda foi, sob muitos aspectos, preparada muito melhor pelo helenismo que pelo judaísmo. Lamentavelmente a teologia moderna tende a aproximar-se de novo da concepção judaica de tradição, vendo nela, de fato, uma simples transmiss ão de conhecimento, enquanto a verdadeira traditio, apoiada na gnose, é um despertar do espírito que VIVE e EXPERIMENTA a Verdade" (o. c., pág. 299).


OS SACRAMENTOS


O termo latino que traduz a palavra mystérion é sacramentum. Inicialmente conservou o mesmo sentido, mas depois perdeu-os, para transformar-se em "sinal visível de uma ação espiritual invisível".


No entanto, o estabelecimento pelas primeiras comunidades cristãs dos "sacramentos" primitivos, perdura até hoje, embora tendo perdido o sentido simbólico inicial.


Com efeito, a sucessão dos "sacramentos" revela exatamente, no cristianismo, os mesmos passos vividos nos mistérios grego. Vejamos:
1- o MERGULHO (denominado em grego batismo), que era a penetração do catecúmeno em seu eu interno. Simbolizava-se na desnudação ao pretendente, que largava todas as vestes e mergulhava totalmente na água: renunciava de modo absoluto as posses (pompas) exteriores e aos próprios veículos físicos, "vestes" do Espírito, e mergulhava na água, como se tivesse "morrido", para fazer a" catarse" (purificação) de todo o passado. Terminado o mergulho, não era mais o catecúmeno, o profano. Cirilo de Jerusalém escreveu: "no batismo o catecúmeno tinha que ficar totalmente nu, como Deus criou o primeiro Adão, e como morreu o segundo Adão na cruz" (Catechesis Mistagogicae,

2. 2). Ao sair da água, recebia uma túnica branca: ingressava oficialmente na comunidade (ekklêsía), e então passava a receber a segunda parte das instruções. Na vida interna, após o "mergulho" no próprio íntimo, aguardava o segundo passo.


2- a CONFIRMAÇÃO, que interiormente era dada pela descida da "graça" da Força Divina, pela" epifanía" (manifestação), em que o novo membro da ekklêsía se sentia "confirmado" no acerto de sua busca. Entrando em si mesmo a "graça" responde ao apelo: "se alguém me ama, meu Pai o amará, e NÓS viremos a ele e permaneceremos nele" (JO 14:23). O mesmo discípulo escreve em sua epístola: "a Vida manifestou-se, e a vimos, e damos testemunho. e vos anunciamos a Vida Imanente (ou a Vida do Novo Eon), que estava no Pai e nos foi manifestada" (l. ª JO 1:2).


3- a METÁNOIA (modernamente chamada "penitência") era então o terceiro passo. O aprendiz se exercitava na modificação da mentalidade, subsequente ao primeiro contato que tinha tido com a Divindade em si mesmo. Depois de "sentir" em si a força da Vida Divina, há maior compreensão; os pensamentos sobem de nível; torna-se mais fácil e quase automático o discernimento (krísis) entre certo e errado, bem e mal, e portanto a escolha do caminho certo. Essa metánoia é ajudada pelos iniciados de graus mais elevados, que lhe explicam as leis de causa e efeito e outras.


4- a EUCARISTIA é o quarto passo, simbolizando por meio da ingestão do pão e do vinho, a união com o Cristo. Quem mergulhou no íntimo, quem recebeu a confirmação da graça e modificou seu modo de pensar, rapidamenle caminha para o encontro definitivo com o Mestre interno, o Cristo.


Passa a alimentar-se diretamente de seus ensinos, sem mais necessidade de intermediários: alimentase, nutre-se do próprio Cristo, bebe-Lhe as inspirações: "se não comeis a carne do Filho do Homem e não bebeis seu sangue, não tendes a vida em vós. Quem saboreia minha carne e bebe meu sangue tem a Vida Imanente, porque minha carne é verdadeiramente comida e meu sangue é

verdadeiramente bebida. Quem come minha carne e bebe o meu sangue, permanece em mim e eu nele" (JO 6:53 ss).


5- MATRIMÔNIO é o resultado do encontro realizado no passo anterior: e o casamento, a FUSÃO, a união entre a criatura e o Criador, entre o iniciado e Cristo: "esse mistério é grande, quero dizê-lo em relação ao Cristo e à ekklêsia", escreveu Paulo, quando falava do "matrimônio" (EF 5:32). E aqueles que são profanos, que não têm essa união com o Cristo, mas antes se unem ao mundo e a suas ilusões, são chamados "adúlteros" (cfr. vol. 2). E todos os místicos, unanimemente, comparam a união mística com o Cristo ti uma união dos sexos no casamento.


6- a ORDEM é o passo seguinte. Conseguida a união mística a criatura recebe da Divindade a consagra ção, ou melhor, a "sagração", o "sacerdócio" (sacer "sagrado", dos, dotis, "dote"), o "dote sagrado" na distribuição das graças o quinhão especial de deveres e obrigações para com o "rebanho" que o cerca. No judaísmo, o sacerdote era o homem encarregado de sacrificar ritualmente os animais, de examinar as vítimas, de oferecer os holocaustos e de receber as oferendas dirigindo o culto litúrgico. Mais tarde, entre os profanos sempre, passou a ser considerado o "intemediário" entre o homem e o Deus "externo". Nessa oportunidade, surge no Espírito a "marca" indelével, o selo (sphrágis) do Cristo, que jamais se apaga, por todas as vidas que porventura ainda tenha que viver: a união com essa Força Cósmica, de fato, modifica até o âmago, muda a frequência vibratória, imprime novas características e a leva, quase sempre, ao supremo ponto, à Dor-Sacrifício-Amor.


7- a EXTREMA UNÇÃO ("extrema" porque é o último passo, não porque deva ser dada apenas aos moribundos) é a chave final, o último degrau, no qual o homem se torna "cristificado", totalmente ungido pela Divindade, tornando-se realmente um "cristo".


Que esses sacramentos existiram desde os primeiros tempos do cristianismo, não há dúvida. Mas que não figuram nos Evangelhos, também é certo. A conclusão a tirar-se, é que todos eles foram comunicados oralmente pela traditio ou transmissão de conhecimentos secretos. Depois na continuação, foram permanecendo os ritos externos e a fé num resultado interno espiritual, mas já não com o sentido primitivo da iniciação, que acabamos de ver.


Após este escorço rápido, cremos que a afirmativa inicial se vê fortalecida e comprovada: realmente Jesus fundou uma "ESCOLA INICIÁTICA", e a expressão "logos akoês" (ensino ouvido), como outras que ainda aparecerão, precisam ser explicadas à luz desse conhecimento.


* * *

Neste sentido que acabamos de estudar, compreendemos melhor o alcance profundo que tiveram as palavras do Mestre, ao estabelecer as condições do discipulato.


Não podemos deixar de reconhecer que a interpretação dada a Suas palavras é verdadeira e real.


Mas há "mais alguma coisa" além daquilo.


Trata-se das condições exigidas para que um pretendente possa ser admitido na Escola Iniciática na qualidade de DISCÍPULO. Não basta que seja BOM (justo) nem que possua qualidades psíquicas (PROFETA). Não é suficiente um desejo: é mistér QUERER com vontade férrea, porque as provas a que tem que submeter-se são duras e nem todos as suportam.


Para ingressar no caminho das iniciações (e observamos que Jesus levava para as provas apenas três, dentre os doze: Pedro, Tiago e João) o discípulo terá que ser digno SEGUIDOR dos passos do Mestre.


Seguidor DE FATO, não de palavras. E para isso, precisará RENUNCIAR a tudo: dinheiro, bens, família, parentesco, pais, filhos, cônjuges, empregos, e inclusive a si mesmo: à sua vontade, a seu intelecto, a seus conhecimentos do passado, a sua cultura, a suas emoções.


A mais, devia prontificar-se a passar pelas experiências e provações dolorosas, simbolizadas, nas iniciações, pela CRUZ, a mais árdua de todas elas: o suportar com alegria a encarnação, o mergulho pesado no escafandro da carne.


E, enquanto carregava essa cruz, precisava ACOMPANHAR o Mestre, passo a passo, não apenas nos caminhos do mundo, mas nos caminhos do Espírito, difíceis e cheios de dores, estreitos e ladeados de espinhos, íngremes e calçados de pedras pontiagudas.


Não era só. E o que se acrescenta, de forma enigmática em outros planos, torna-se claro no terreno dos mistérios iniciáticos, que existiam dos discípulos A MORTE À VIDA DO FÍSICO. Então compreendemos: quem tiver medo de arriscar-se, e quiser "preservar" ou "salvar" sua alma (isto é, sua vida na matéria), esse a perderá, não só porque não receberá o grau a que aspira, como ainda porque, na condição concreta de encarnado, talvez chegue a perder a vida física, arriscada na prova. O medo não o deixará RESSUSCITAR, depois da morte aparente mas dolorosa, e seu espírito se verá envolvido na conturbação espessa e dementada do plano astral, dos "infernos" (ou umbral) a que terá que descer.


No entanto, aquele que intimorato e convicto da realidade, perder, sua alma, (isto é, "entregar" sua vida do físico) à morte aparente, embora dolorosa, esse a encontrará ou a salvará, escapando das injunções emotivas do astral, e será declarado APTO a receber o grau seguinte que ardentemente ele deseja.


Que adianta, com efeito, a um homem que busca o Espírito, se ganhar o mundo inteiro, ao invés de atingir a SABEDORIA que é seu ideal? Que existirá no mundo, que possa valer a GNOSE dos mistérios, a SALVAÇÃO da alma, a LIBERTAÇÃO das encarnações tristes e cansativas?


Nos trabalhos iniciáticos, o itinerante ou peregrino encontrará o FILHO DO HOMEM na "glória" do Pai, em sua própria "glória", na "glória" de Seus Santos Mensageiros. Estarão reunidos em Espírito, num mesmo plano vibratório mental (dos sem-forma) os antigos Mestres da Sabedoria, Mensageiros da Palavra Divina, Manifestantes da Luz, Irradiadores da Energia, Distribuidores do Som, Focos do Amor.


Mas, nos "mistérios", há ocasiões em que os "iniciantes", também chamados mystos, precisam dar testemunhos públicos de sua qualidade, sem dizerem que possuem essa qualidade. Então está dado o aviso: se nessas oportunidades de "confissão aberta" o discípulo "se envergonhar" do Mestre, e por causa de "respeitos humanos" não realizar o que deve, não se comportar como é da lei, nesses casos, o Senhor dos Mistérios, o Filho do Homem, também se envergonhará dele, considerá-lo-á inepto, incapaz para receber a consagração; não mais o reconhecerá como discípulo seu. Tudo, portanto, dependerá de seu comportamento diante das provas árduas e cruentas a que terá que submeter-se, em que sua própria vida física correrá risco.


Observe-se o que foi dito: "morrer" (teleutan) e "ser iniciado" (teleusthai) são verbos formados do mesmo radical: tele, que significa FIM. Só quem chegar AO FIM, será considerado APTO ou ADEPTO (formado de AD = "para", e APTUM = "apto").


Nesse mesmo sentido entendemos o último versículo: alguns dos aqui presentes (não todos) conseguirão certamente finalizar o ciclo iniciático, podendo entrar no novo EON, no "reino dos céus", antes de experimentar a morte física. Antes disso, eles descobrirão o Filho do Homem em si mesmos, com toda a sua Dynamis, e então poderão dizer, como Paulo disse: "Combati o bom combate, terminei a carreira, mantive a fidelidade: já me está reservada a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia - e não só a mim, como a todos os que amaram sua manifestação" (2. ª Tim. 4:7-8).



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Apocalipse Capítulo 2 do versículo 1 até o 29
SEÇÃO II

O PRESENTE

Apocalipse 2:1-3.22

Em Ap 1, encontramos "as coisas que tens visto" (1,19) — o passado. Em Ap 2;3, são registradas "as que são" — o presente. É melhor entender essa seção como que descrevendo condições prevalecentes nas sete igrejas da Ásia.

Muitos estudiosos encontraram aqui sete períodos sucessivos da história da igreja. J. B. Smith apresenta um bom resumo dessa interpretação. Éfeso retrata "o declínio primiti-vo do cristianismo vital no término do primeiro século", a perda do seu primeiro amor. Esmirna descreve o período da perseguição, nos segundo e terceiro séculos. Pérgamo re-presenta "a união de igreja e estado sob o império de Constantino" (quarto século) com sua conseqüente corrupção eclesiástica e moral. Tiatira descreve "o domínio da hierarquia ro-mana", do quinto ao décimo quinto séculos. Sardes aponta para "os dias da Reforma", no décimo sexto século, em que "algumas pessoas [...] não contaminaram suas vestes" (3.4). Filadélfia fala de "um período de ortodoxia e evangelização por líderes tais como Wesley e Whitefield [século décimo oitavo], quando todas as nações do mundo estavam de 'portas abertas' para receber o Evangelho". Laodicéia mostra "a apostasia do final dos tempos numa linguagem muito parecida com a que foi apresentada por Jesus e os apóstolos Paulo, Tiago, Pedro, João e Judas, acerca dos últimos dias".1 Essa apostasia começou com a alta crítica germânica da Bíblia no décimo nono século e alcançou o estágio alarmante repre-sentado pela posição da "morte de Deus" reivindicada por teólogos em 1965.

Inquestionavelmente, há uma coincidência marcante entre as sete cartas e a seqüência dos períodos sugeridos. Mas provavelmente é mais correto afirmar que todas as cartas reunidas constituem um quadro geral das condições não só nas sete igrejas da Ásia no fim do primeiro século, mas também em toda a trajetória do cristianismo duran-te toda a era da Igreja. Com isso não estamos negando que certas características descri-tas nessas mensagens eram mais dominantes em um período do que em outro.

As cartas apresentam uma estrutura bastante equilibrada. Smith sugere uma divisão em sete partes para cada igreja:

1) Proclamação;

2) Apresentação;

3) Declaração;

4) Apro-vação;

5) Censura;
6) Exortação;
7) Recompensa. Nós adotamos um esboço semelhante.
Duas das igrejas, Esmirna e Filadélfia, não recebem uma palavra de desaprovação a respeito delas. Do lado oposto está Laodicéia, com nenhuma palavra de aprovação. Kiddle observa: Duas igrejas, a primeira e a última, são ameaçadas com a extinção completa, uma vez que cada uma carece de qualidades essenciais para a confissão da fé cristã. Louvor inadequado é dado à segunda e sexta igrejas. As três igrejas centrais são elogia-das e castigadas em diferentes graus, porque em cada uma delas existe uma mistura de elementos bons e maus; os fiéis recebem a promessa de recompensas e os infiéis são ameaçados com os mais severos castigos".2 Assim, parece haver um plano propositado elaborado ao apresentar essas sete igrejas como representantes das condições existentes em todas as igrejas.

A. CARTA À IGREJA DE ÉFESO, 2:1-7

1. Destino (2.
- 1a)

A primeira carta foi escrita ao anjo (veja comentários em 1,20) da igreja que está em Éfeso. Essa era a cidade principal da província da Ásia, do lado oeste da Ásia Menor (veja mapa 1). Na época em que João a escreveu, essa cidade era um grande porto, situ-ado perto da boca do rio Caister. Caravanas nas estradas romanas do norte, leste e sul convergiam aqui, para deixar suas cargas em navios que velejavam para o oeste em direção a Corinto ou mesmo até a Itália. Éfeso era uma metrópole agitada. Essa cidade era a porta de entrada da Ásia. O procônsul precisava desembarcar aqui quando iniciava o seu ofício como governador da Ásia. Ao mesmo tempo, ela era a estrada principal para Roma. No início do segundo século, quando os cristãos estavam sendo enviados por navio para Roma para alimentar os leões, Inácio chamou Éfeso de a Rota dos Mártires.'
Politicamente, Éfeso era uma cidade livre. Isso significava que ela desfrutava de uma medida considerável de autonomia autônomo. Nessa cidade também ocorriam os famosos jogos anuais.

Na área da religião, Éfeso era o centro de adoração de Ártemis (veja comentários em Atos 10:24-27, CBB, vol. VII, pp. 482-3). Seu templo era uma das sete maravilhas do mundo antigo. Éfeso era chamada de "A Luz da Ásia". Contudo, ela era uma cidade pagã, repleta de trevas da superstição pagã. Swete escreve: "A cidade era um canteiro de ritu-ais e superstições, um local de encontro do ocidente e do oriente, onde gregos, romanos e asiáticos se acotovelavam nas ruas".4

Por causa da sua importância estratégica, Paulo havia passado mais tempo aqui (perto de três anos, At 20:31) do que em qualquer outro lugar nas suas três viagens missionárias. Ele fez muitos convertidos, tanto judeus quanto gentios (Atos 19:10) e cons-truiu uma igreja forte. Nos anos 60 d.C., Timóteo foi colocado lá (1 Tm 1.3). A tradição da Igreja Primitiva afirma que João passou os últimos anos da sua vida nesse terceiro grande centro do cristianismo (depois de Jerusalém e Antioquia).

Hoje essa metrópole poderosa do passado é um monte de ruínas. O rio Caister en-cheu o porto com lodo, de maneira que a cidade é somente um pântano de juncos. O mar fica a cerca de dez quilômetros de distância.
Há três razões lógicas para João escrever primeiro para a igreja de Éfeso.
a) Ela era a principal igreja na Ásia e estava situada na principal cidade da província. b) Ela era a cidade mais próxima de Patmos, a cerca de 100 quilômetros. Ela seria a primeira cidade a ser alcançada pelo mensageiro que levava essas cartas. c) Ela era a igreja-mãe de João. Nesse domingo pela manhã, o idoso apóstolo estava indubitavelmente pensando acerca das necessidades e problemas dessa igreja, bem como das outras seis igrejas que podem ter estado sob a sua jurisdição.

  1. Autor (2.
    - 1b)

O Autor divino dessas sete cartas é Jesus Cristo. No início de cada epístola, após a saudação, Ele é descrito de uma maneira singular e que se ajusta à mensagem dessa carta. Cada vez o Autor é apresentado com as palavras: Isto diz. Então segue a descri-ção do Senhor glorificado. Swete diz o seguinte a respeito dessa fórmula introdutória: "Ela é seguida em cada caso por uma descrição de um Locutor, em que Ele é caracteriza-do por um ou mais dos aspectos da visão do capítulo 1 [...] ou por um ou mais dos seus títulos [...] os aspectos ou títulos escolhidos parecem corresponder com as circunstâncias da igreja a que a carta está sendo dirigida".5 Mas, ele também observa: "Para a Igreja de Éfeso, a mãe das igrejas da Ásia, o Senhor escreve debaixo de títulos que expressam sua relação com as igrejas em gerar.'

Nesse versículo, Ele é descrito da seguinte maneira: aquele que tem na sua des-tra as sete estrelas, que anda no meio dos sete castiçais de ouro. Isso nos leva de volta à descrição de Cristo em 1:12-20. Embora os castiçais (candelabros) sejam clara-mente identificados por Jesus como que simbolizando as igrejas, a interpretação das estrelas como "anjos" é explicada de maneira variada (veja comentários em 1.20). Deve-mos confessar que temos uma forte afinidade com o ponto de vista apresentado por Richardson. Depois de identificar os "anjos" como mensageiros e sete como que signifi-cando "totalidade", ele diz: "Todos os verdadeiros ministros de todas as igrejas estão nas mãos de Cristo [...] À medida que Cristo se move no meio das igrejas, Ele segura os ministros nas suas mãos": Se essa interpretação pode ser aceita, ela fornece grande consolo ao pastor sobrecarregado.

  1. Aprovação (2:2-3,
    6)

Deus nunca está desatento ao que fazemos por Ele. Jesus diz à igreja de Éfeso: Eu sei (2). Sempre é um conforto lembrar que nosso Senhor nos conhece corretamente.

A igreja de Éfeso é primeiramente elogiada por suas obras. Encontramos isso nova-mente em Ap 2:19-3.1, 8, 15. Trabalho (tropos) é um termo forte. Barclay diz que ele descre-ve "trabalho até suar; trabalho até ficar exausto; o tipo de labuta que suga toda a energia e mente que um homem possui".8

Paciência dificilmente é uma tradução adequada para a palavra grega aqui, que significa "persistência imperturbável" (veja comentários em 1.9). Barclay comenta:

"Hupomone não é a paciência inflexível que resignadamente aceita as coisas, que curva sua cabeça quando preocupações aparecem. Hupomone é a bravura corajosa que aceita sofrimento, privação e perda e os transforma em graça e glória".9

Smith faz uma observação interessante acerca desses três termos usados aqui. Ele escreve: "Fé, esperança e amor lamentavelmente estão faltando aqui. Contraste essa igreja com a de Tessalonicenses: Éfeso tinha obras, mas não obras de fé; trabalho, mas não trabalho de amor; paciência, mas não paciência de amor" (1 Ts 1.3).1° Ele então torna essa declaração significativa: "Não é demais dizer que uma igreja pode ter todas essas virtudes mencionadas e mesmo assim estar destituída de vida espiritual"." Poderíamos acrescentar o seguinte: e o mesmo vale para cada indivíduo.

A igreja de Éfeso não era apenas diligente, mas também cautelosa em termos de disciplina: ela não podia sofrer ("suportar", ARA; "tolerar", NVI) os maus. Diferente-mente de Corinto, ela não tolerava o pecado dentro da igreja. Ela havia colocado à prova os que dizem ser apóstolos e o não são e os havia achado mentirosos. A íntima conexão dessas cláusulas sugere que os maus devem ser identificados com os falsos após-tolos. Swete explica quem eram essas pessoas: "Os falsos mestres afirmavam ser apostoloi num sentido mais amplo, mestres itinerantes com uma missão que os colocava num nível mais elevado do que os anciãos locais" (cf. 1 Co 12.28; Ef 4:11).12

Esses apóstolos itinerantes se tornaram um verdadeiro problema na 1greja Primi-tiva. Evidentemente, era requerido que levassem "cartas de recomendação" de alguma igreja estabelecida (2 Co 3.1). Em sua primeira epístola, João adverte: "provai [testai] se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo" (1 Jo 4:1). O Didaquê, escrita em meados do segundo século, relata como esses itinerantes deveriam ser testados: "E cada apóstolo que vem a vocês, que seja recebido como o Se-nhor; mas ele não deverá permanecer mais do que um dia; se, no entanto, for necessário, que fique mais um dia; mas se permanecer três dias, ele é falso profeta"." Em outras palavras, ele não deve se aproveitar da hospitalidade da igreja.

No melhor manuscrito grego, tens paciência (3) vem antes de sofreste, que está conectado com pelo meu nome; ou seja: "Vocês têm pacientemente sofrido por causa do meu nome". E trabalhaste pelo meu nome e não te cansaste no grego significa sim-plesmente: "e vocês não têm desfalecido". Os cristãos de Éfeso eram obreiros incansáveis.

Acerca da descrição da igreja em Éfeso, Ramsay escreve: "O melhor comentário dis-so é encontrado na carta de Inácio aos Efésios [...] As características que ele elogia na 1greja de Éfeso são as mesmas que São João menciona [...] 'Devo ser treinado para a disputa convosco na fé, na admoestação, na perseverança e na longanimidade' (v. 3) : `porque todos vós viveis de acordo com a verdade e nenhuma heresia tem se alojado no meio de vós' (v. 6) ":4

A igreja em Éfeso é também aprovada porque aborrece as obras dos nicolaítas (6). Não se sabe ao certo quem eram essas pessoas (Eles são mencionados novamente no v. 15). Irineu (cerca de 180 d.C.) diz que eles foram estabelecidos por Nicolau de Antioquia, mencionado em Atos 6:5. Mas Clemente de Alexandria questiona isso. Depois de discutir as várias teorias, Swete conclui: "Como um todo parece melhor aceitar a suposição de que um partido levando esse nome existia na Ásia quando o Apocalipse foi escrito, quer devesse sua origem a Nicolau de Antioquia, que não é improvável [...] ou a algum outro falso mestre com esse nome"."

Na expressão as quais eu também aborreço, Swete faz esta observação pertinen-te: "Aborrecer obras más [...] é uma verdadeira contrapartida do amor ao bem e ambos são divinos".'

  1. Censura (2,4)

O grande Cabeça da Igreja viu apenas uma coisa errada na congregação em Éfeso. Embora essa congregação fosse ortodoxa, perseverante e zelosa, ela carecia do amor. Sem isso, tudo o mais era em vão.

A tradução da KJV minimiza a seriedade da acusação ao inserir em itálico a pala-vra somewhat (depois substituída por something, que quer dizer "algo" ou "alguma coisa"). Isso distorce a afirmação do original. O grego diz: "Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor" (cf. ARA). Isso não era um insignificante "alguma coisa". O texto seguinte mostra que a situação era uma completa tragédia, requerendo um remédio drástico.

Muitas vezes é dito que a igreja de Éfeso tinha "perdido" seu primeiro amor. Mas, não é isso que o texto diz. Lemos: que deixaste [o teu primeiro amor]. O verbo é aphiemi, que significa "deixar ir, mandar embora, desistir, abandonar". Tudo isso sugere uma negligência voluntária. É por isso que se exigiu o arrependimento. Pecados de omissão podem ser tão fatais em suas conseqüências quanto que pecados de ação.

O que era essa primeira caridade que a igreja de Éfeso havia deixado? Quase todos os comentaristas concordam que a palavra primeira precisa ser interpretada cro‑

nologicamente: esse era o amor da igreja primitiva em Éfeso, especialmente durante os dias do ministério de Paulo ali (cf. At 19:20-20.37). A tentativa de alguns de interpretá-la qualitativamente como que significando "amor de primeira classe" não parece encon-trar apoio adequado na palavra grega usada aqui. É verdade que ela pode significar "principal" ou "superior". Mas a idéia é de prioridade e não de qualidade.

O termo caridade (ou "amor") é interpretado pela maioria como significando "amor fraternal". Os Pais gregos da Igreja Primitiva acreditavam que a referência era à falta

de cuidado pelos irmãos pobres. Outros associam essa passagem a Jeremias 2:2, em que Deus acusa Israel de ter esquecido "do teu amor quando noiva". Isto é, os Efésios haviam deixado o seu amor por Cristo. A melhor proposta é a posição inclusiva de Charles R. Erdman: "Esse era o amor por Cristo e o amor pelos companheiros cristãos. Os dois aspectos são inseparáveis".'

Inevitavelmente aparece uma pergunta: Porventura, o zelo da igreja de Éfeso na sua defesa pela ortodoxia contribuiu para a perda do amor? Isso é bem provável. Ao

defender a verdade e disciplinar membros instáveis, é fácil desenvolver um espírito se-vero e crítico que acaba destruindo o amor. E, com freqüência, quando o calor do amor divino desaparece, as pessoas tornam-se mais zelosas na luta por doutrinas e padrões ortodoxos. Esse é um perigo contra o qual todos devem vigiar.

  1. Exortação (2,5)

O primeiro passo de volta para Deus é: Lembra-te (5). Lembra-te dos dias pas-sados de bênção espiritual. Essa igreja tinha caído, não meramente tropeçado. Ela estava abatida. Esse era o caso do filho pródigo, de um modo geral. Mas ele lembrou-se (Lc 15:17) e voltou.

De que maneira essa igreja poderia se levantar outra vez? A resposta é: arrepende-te. Isso significa "mude sua mente" (veja comentários em Mt 3:2, BBC, vol. VI, pp. 42-3). Então pratica as primeiras obras; isto é, creia e obedeça. Hebreus 6:1 fala do "funda-mento do arrependimento [...] e de fé em Deus". Essa é evidentemente a combinação aqui. Swete ressalta que lembra-te, arrepende-te e pratica "obedecem aos três está-gios na história da conversão".'

Se a igreja de Éfeso rejeitasse ou falhasse em se arrepender e praticar as primei-ras obras, Jesus advertiu: brevemente a ti virei e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres. Isto é, a igreja de Éfeso deixaria de existir como congregação cristã. Isso finalmente ocorreu em uma época posterior, mas a advertên-cia foi evidentemente anunciada naquela época. Cerca de 20 anos mais tarde Inácio escreveu aos Efésios: "Dei as boas-vindas à sua igreja que se tornou tão estimada entre nós por causa da sua natureza honesta, marcada pela fé em Jesus Cristo, nosso Salva-dor, e pelo amor a Ele".19

A igreja teria uma oportunidade justificada de se arrepender. Swete observa que a palavra grega para tirarei pode ser entendida como indicando "ponderação e calma judi-cial; não haveria um extermínio em um momento de raiva, mas um movimento que acaba-ria na perda do lugar que a Igreja tinha sido chamada a cumprir; a não ser que houvesse uma mudança para melhor, as primeiras sete lâmpadas da Ásia desapareceriam".20

  1. Convite (2.
    - 7a)

A exortação Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas ocorre em cada uma das sete cartas. Nas três primeiras, a exortação precede a promessa ao vence-dor. Nas últimas quatro, a exortação vem após a promessa. Veja também 13.9.

Esse é um eco das palavras de Jesus nos evangelhos, quando ele diz: "Quem tem ouvidos para ouvir ouça" (Mt 11:15-13.9, 43; Mac 4.9, 23; Lc 8:8-14.35).

  1. Recompensa (2.
    - 7b)

Em cada carta há uma promessa para aquele que vence. O verbo ocorre freqüentemente no livro de Apocalipse, cujo tema principal é a Igreja, por meio de Cristo, vencendo todo mal. Swete diz que o termo indica " 'o vencedor', o membro vitorioso da Igreja, como tal, à parte de todas as eireunstâncias".21

A promessa aqui para o vencedor é que ele terá o direito de comer da árvore da vida. Adão falhou quando testado e perdeu esse direito. Agora esse direito é prometido àqueles que serão fiéis diante da tentação. Swete comenta: "Comer da árvore é desfrutar de tudo o que a vida futura tem a oferecer para a humanidade redimida".22

A palavra paraíso obviamente nos leva de volta ao Éden, onde a árvore da vida é mencionada primeiramente como estando "no meio do jardim" (Gn 2:9). Agora lemos que ela está no meio do paraíso de Deus. Acerca do significado desse termo Swete observa: "O 'Paraíso' do N.T. ou é o estado dos mortos abençoados (Lc 23:43) ou uma esfera supramundana identificada com o terceiro céu para o qual as pessoas chegam em um êxtase (2 Co 12.2ss) ; ou, como aqui, a alegria final dos santos na presença de Deus e de Cristo" 23

Na mensagem para Éfeso vemos:

1) A insuficiência das obras (vv. 2,3) ;

2) A necessi-dade do amor (v. 4) ;

3) A natureza do arrependimento (v. 5).

B. CARTA À IGREJA DE ESMIRNA 2:8-11

  1. Destino (2.
    - 8a)

Esmirna concorria com Éfeso pela honra de ser chamada "a principal cidade da Ásia" e a "metrópole". Assim, ela logicamente vem em segundo lugar na lista aqui. A cidade, chamada "a Beleza da Ásia", estava situada na ponta do bem protegido golfo, com um excelente porto (veja mapa 1). Ela se aproximava de Éfeso no que tange ao volume do comércio de exportação. Ela continua sendo uma grande cidade, a única das sete que atualmente é próspera. Hoje, "os figos de Esmirna" são vendidos em todo o mundo.

A igreja lá foi aparentemente fundada quando Paulo estava pregando em Éfeso (Atos 19:10). Ela continuou sendo um forte centro eclesiástico por vários séculos. A Izmir mo-derna tem uma população de cerca de trezentos mil habitantes.

  1. Autor (2.
    - 8b)

Cristo é aqui identificado como o Primeiro e o Último. Já encontramos essa expressão em 1.17. Ele então é descrito como Aquele que foi morto e reviveu, ou "que esteve morto e tornou a viver" (ARA). Isso também lembra 1.18: "fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre". A referência claramente é à crucificação e ressurreição de Cristo.

Mas essas palavras tinham uma relevância peculiar na carta à igreja de Esmirna. Porque essa cidade havia morrido e tornou a viver. Strabo diz que os lídios destruíram o lugar e por cerca quatrocentos anos não houve cidade ali, apenas algumas vilas espalha-das. Ramsay observa: "Todos os leitores de Esmirna certamente seriam sensibilizados à impressionante analogia com a história primitiva de sua própria cidade".'

  1. Aprovação (2,9)

Mais uma vez Cristo diz: Eu sei. Essas palavras descrevem tanto conforto quanto advertência.

A palavra obras não está no melhor manuscrito grego. Duas coisas são mencio-nadas: tribulação e pobreza. Aparentemente, tribulação gerou pobreza (cf. v. 10). Hebreus 10:34 diz: "Porque também vos compadecestes dos que estavam nas prisões e com gozo permitistes a espoliação dos vossos bens, sabendo que, em vós mesmos, tendes nos céus uma possessão melhor e permanente". Em uma situação semelhante em Esmirna, parece que bandos judeus e pagãos estavam saqueando a propriedade dos cristãos.

A palavra grega para tribulação (thlipsis) é forte, significando "pressionado" ou "espremido". Tribulação vem do latim tribulum, que significa uma debulhadora, usada para debulhar os grãos. Assim, temos duas figuras. A palavra grega sugere a figura de um lagar, no qual o suco das uvas era espremido. A palavra latina transmite a figura do grão sendo batido com urna vara, para tirar os grãos da casca. Juntos, eles sugerem a natureza da tribulação. É uma questão de pressão e golpes.

Embora exteriormente a igreja em Esmirna fosse caracterizada pela pobreza, ela era, na verdade, rica. Materialmente pobre, espiritualmente rica — essa combinação é observada mais de uma vez no Novo Testamento.

Jesus também conhecia a blasfêmia dos que se dizem judeus e não o são. Paulo escreveu aos Romanos: "Porque não é judeu o que o é exteriormente [...] Mas é judeu o que o é no interior" (Rm 2:28-29). Esses perseguidores em Esmirna eram judeus por raça e religião, mas não eram verdadeiros filhos de Abraão. Que os judeus perseguiram os cristãos é amplamente evidenciado no livro de Atos, bem como nos escritos do segundo século de Justino, o Mártir, e Tertuliano. Os judeus odiavam de uma maneira especial os convertidos do judaísmo ao cristianismo.' Ao se opor ao evangelho, eles com freqüência recorriam à blasfêmia (cf. Atos 13:45). A palavra grega blasphemia significava "difama-ção" quando dirigida aos homens, mas blasfêmia quando dirigida a Deus. Aqui prova-velmente significava as duas coisas.

A história do martírio de Policarpo em Esmirna é especialmente relevante. Os ju-deus chegaram a superar os pagãos em seu ódio e zelo. Eles acusaram Policarpo de hostilizar a religião do estado. Esses inimigos, "com uma ira incontrolável gritavam em alta voz: 'Esse é o mestre da Ásia, o pai dos cristãos, o demolidor dos nossos deuses, que ensina a muitos que não se deve sacrificar nem adorar' ". Embora fosse num sábado, eles juntaram madeira para queimar Policarpo vivo."
À luz dessa atitude hostil não é de surpreender que os judeus sejam chamados de a sinagoga de Satanás. Por causa da oposição dos judeus, os cristãos evitaram o uso da palavra sinagogue e preferiram ecclesia (gr., assembléia) para suas congregações. O úni-co texto no Novo Testamento em que sinagogue é usado para identificar uma assembléia cristã se encontra em Tiago 2:2. Isso pode ter sido escrito antes que a perseguição judai-ca aos cristãos se tornasse generalizada.

É uma coincidência interessante que a expressão sinagoga de Satanás ocorra so-mente aqui e na carta à igreja de Filadélfia. Essas são as duas únicas cartas sem uma palavra de censura. Assim, na mensagem a essa igreja passamos diretamente da apro-vação para a exortação.

4. Exortação (2,10)

A igreja em Esmirna é admoestada: Nada temas das coisas que hás de pade-cer. Coisas piores aguardavam essa congregação: Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados. Isso mostra que os judeus se uniriam às autoridades pagãs na perseguição. Ambos seriam instigados pelo diabo. Era ele que, em última análise, lançava os cristãos na prisão. Tentados significa "testados". O verbo grego era usado para testar metais no fogo, para certificar-se de que não apre-sentavam impurezas. Da mesma maneira, as almas dos crentes seriam testadas na fornalha da aflição.

A tribulação (perseguição) duraria dez dias. Essa expressão indica um breve perí-odo (cf. Dn 1:12-14). Swete comenta: "O número dez provavelmente é escolhido porque, embora seja suficiente para sugerir a continuidade do sofrimento, ele aponta para um final que está se aproximando"." Deus cuidaria para que não sofressem acima do que poderiam suportar. Se fossem fiéis até à morte — provavelmente uma alusão ao martí-rio — receberiam a coroa da vida. A palavra grega para coroa não é diadema, signifi-cando coroa real, mas stephanos, a coroa do vitorioso. Apropriadamente, Estêvão (gr., Stephanos), o primeiro mártir cristão, tinha esse nome. Provavelmente, a frase coroa da vida significa que a coroa é vida eterna (genitivo epexegético)."

  1. Convite (2.
    - 11a)

Aqui novamente encontramos a exortação-convite: Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas. A mensagem de advertência era necessária não só para os crentes em Esmirna, mas para todos os cristãos em todos os lugares.

  1. Recompensa (2.
    - 11b)

A promessa para o vencedor aqui, como no caso de todas as sete cartas, é apropriada para a mensagem visando a uma igreja em particular. Mesmo se esses fiéis de Esmirna tivessem de sofrer morte física por causa de Cristo, eles nunca seriam feridos pela se-gunda morte — isto é, a morte espiritual. Essa expressão impressionante ocorre nova-mente em 20.6, 14 e 21.8, onde ela é identificada como o lago de fogo, o lugar do castigo eterno. A frase também é encontrada nos Targuns judaicos (paráfrases aramaicas do Hebraico do AT). Não receberá o dano é negativo duplo no grego: "de modo nenhum".
Tem sido sugerido (Pulpit Bible) que essa carta transmite "Palavras de Regozijo de um Salvador Reinante para uma Igreja Sofredora":

1) Um Salvador vivo acima de todos (v. 8) ;

2) Um Salvador vivo conhecendo tudo (v.
- 9a) ;

3) Um Salvador vivo avaliando a todos: tu és rico;

4) um Salvador vivo antevendo tudo (v. 10) ;

5) Um Salvador vivo limi-tando tudo: dez dias;
6) Um Salvador vivo encorajando a todos (v.
- 10a) ;
7) Um Salvador prometendo vida no fim de tudo (v. 10b).

C. CARTA À IGREJA DE PÉRGAMO, 2:12-17

  1. Destinatário (2.
    - 12a)

Esmirna ficava a cerca de 55 quilômetros de distância de Éfeso. A rota adiante é descrita por Swete: "Depois de deixar Esmirna, a estrada de Éfeso seguia a costa por cerca de 65 quilômetros e então subia em direção ao nordeste para o vale de Caicus, por mais 25 quilômetros, onde ficava a cidade de Pérgamo [veja mapa 1]"."
A localização física de Pérgamo era notória. Ramsay escreve: "Mais do que qual-quer outro lugar na Ásia Menor, essa cidade dá ao viajante a impressão de uma cidade majestosa, o lar da autoridade; o monte rochoso no qual se localiza é enorme e domina a imensa planície do Caicus de maneira orgulhosa e ousada"3° Charles diz: "A cidade mais antiga foi construída num monte, a 350 metros de altura, que se tornou o lugar da acrópole e de muitas das principais construções da cidade posterior".31

No início do século terceiro a.C., foi fundado o reino de Pérgamo. Em 133 a.C., o rei Atalus III deixou seu reino para os romanos. Eles o transformaram na província da Ásia. Ramsay diz: "Pérgamo era a capital oficial da província por dois séculos e meio: a tal ponto que a sua história como a base de autoridade suprema sobre um imenso país durou cerca de quatro séculos e não havia chegado ao fim quando as sete cartas foram escritas"."

  1. Autor (2.
    - 12b)

Dessa vez Cristo é descrito como aquele que tem a espada aguda de dois fios (cf. 1.16). A razão dessa referência à espada é vista claramente em 1.16. Ela deve ser o instrumento de julgamento contra os hereges na igreja de Pérgamo.

Há também uma outra razão para essa identificação do autor. Ramsay observa: "Na avaliação romana a espada era o símbolo da ordem mais elevada de autoridade oficial com a qual o procônsul da Ásia era investido. O 'direito da espada' [...] podia ser equiva-lente ao que chamamos hoje de poder sobre a vida e a morte".'

  1. Aprovação (2,13)

Mais uma vez (cf. v. 9) tuas obras não se encontra no melhor texto grego, que traz: "Eu sei onde habitas". Lá ficava o trono de Satanás. A palavra grega para trono é thronos.

Por que Pérgamo é chamado de lugar do trono de Satanás? A resposta é que era o centro de adoração ao imperador da Ásia. Ramsay escreve: "O primeiro (e por um tempo

considerável o único) templo provincial do culto imperial na Ásia foi construído em

Pérgamo em honra a Roma e Augusto (provavelmente 29 a.C.). Um segundo templo foi construído ali em honra a Trajano e um terceiro em honra a Severo. Assim, Pérgamo, foi
a primeira cidade a ter a honra de ser a guardiã do templo uma ou duas vezes na religião do Estado; e mesmo a terceira vez como guardiã do templo ocorreu alguns anos antes do que a vez de Éfeso".' Assim, aqui Satanás representa "o poder e a autoridade oficial que está em oposição com a Igreja"?'

R. H. Charles resume bem a situação. Ele diz: "Atrás da cidade no primeiro século d.C. ergueu-se um enorme monte cuniforme, com 350 metros de altura, coberto de tem‑

plos e altares pagãos, que, em contraste com o "monte de Deus", de acordo com Isaías

14.13 e Ezequiel 28:14-16 e chamado de "o trono de Deus" em 1 Enoque 25.3, apareceu ao vidente como o trono de Satanás, uma vez que era o lugar de muitos cultos idólatras,

mas acima de todo o culto imperial, que ameaçava com aniquilação a própria existência

da Igreja. Recusar-se a participar desse culto constituía uma séria traição ao Estado"?' O segundo item na aprovação ou louvor da igreja em Pérgamo é: e reténs o meu nome e não negaste a minha fé. Quando as autoridades romanas exigiram que os

cristãos proclamassem: "César é Senhor", eles respondiam: "Jesus é Senhor" (cf. 1 Co 12.3). Eles permaneceram firmes, ainda nos dias de Antipas, minha fiel testemu-nha (martys, "meu fiel mártir", KJV). No segundo século, martys (genitivo, martyros)

recebeu o significado técnico de "mártir". Há uma discussão em torno do significado des-sa palavra nesse texto. Alguns entendem que martys deveria ser traduzido por mártir, ao passo que outros entendem que ela deveria significar testemunha. De qualquer for-ma, essa testemunha foi morta. Apesar das lendas, nada se sabe ao certo a respeito de Antipas além do que é informado nessa passagem.

O qual foi morto entre vós não indica necessariamente que Antipas era um mem-bro da igreja de Pérgamo. Ramsay diz que "muitos mártires foram levados a juízo e conde‑

nados ali que não eram de Pérgamo. Prisioneiros eram trazidos de todas as partes da província de Pérgamo para julgamento e condenação diante da autoridade que possuía o direito da espada [...] o poder da vida e da morte, a saber, o procônsul romano da Ásia".'

  1. Censura (2.14,15)

O Cabeça da Igreja tem algumas coisas contra a congregação de Pérgamo. A primei-ra é: tens lá os que seguem a doutrina de Balaão (14). Como em todo o Novo Testa-mento, doutrina (didache) deveria ser traduzida por "ensinamento".

Balaão é descrito como aquele que ensinava Balaque a lançar tropeços diante dos filhos de Israel para que comessem dos sacrifícios da idolatria e se prosti-tuíssem. Essa declaração preenche um pequeno hiato no relato do Antigo Testamento. Lá lemos que Balaão foi chamado por Balaque, rei de Moabe, para amaldiçoar os israelitas, a quem temia (Nm 22:1-24.25). Quando Deus não permitiu que o profeta amaldiçoasse seu povo, evidentemente Balaão sugeriu uma maneira indireta de trazer a maldição divina sobre Israel. Isso é indicado em Números 21:16, em que Moisés disse às mulheres de Moabe: "Eis que estas foram as que, por conselho de Balaão, deram ocasião aos filhos de Israel de prevaricar contra o SENHOR, no negócio de Peor, pelo que houve aquela praga entre a congregação do SENHOR". O "negócio de Peor" era uma combinação de idolatria e imoralidade (Nm 25:1-9), como podemos ler em Apocalipse. O que o relato deixa mais claro aqui é o fato de Balaão ter aconselhado Balaque a fazer com que suas mulheres seduzissem os homens israelitas nesses dois pecados. O esquema funcionou bem demais. Balaão também é mencionado em II Pedro 2:15 e Judas 11.

A palavra grega para tropeços (scandalon; cf. escândalo) foi primeiramente usada para a isca de uma armadilha e, em seguida, para a própria armadilha. Isso se encaixa perfeitamente na figura aqui. Balaque preparou uma armadilha para os israelitas e eles foram apanhados nela. Swete comenta: "As mulheres de Moabe foram deliberadamente lançadas no caminho dos homens israelitas, que não suspeitavam de nada, na esperança de causar a ruína deles".' Lenski traduziu a expressão aqui: "lançar uma armadilha diante dos filhos de Israel".39

Pelo que tudo indica, havia alguns membros na igreja em Pérgamo que procuraram convencer os membros a aceitar os costumes pagãos para evitar perseguição. Eles defen-deram a idéia de comer nos templos pagãos e participar na adoração aos ídolos, o que incluía prostituir-se com as "virgens" do templo. É possível que tenham dito que o que alguém faz com o corpo não afeta a sua alma. O fato de comer carne sacrificada aos ídolos já tinha se tornado um problema em Corinto, onde Paulo tratou disso 1Co 8). Essa era uma questão vital no primeiro século.

Como em Éfeso," havia em Pérgamo alguns nicolaítas (15). Em relação à sua dou-trina (ensinamento) veja os comentários no versículo 6. Smith acredita que nicolaítas significa "aliciadores dos leigos" e que a descrição de Pérgamo prefigura o surgimento da hierarquia papal na igreja católica romana.'

5. Exortação (2,16)

Os cristãos de Pérgamo, como também os de Éfeso, são ordenados a arrepender-se (veja comentários acerca do versículo 5). O arrependimento era a única coisa que poderia evitar o julgamento severo — quando não, em breve virei a ti e contra eles bata-lharei com a espada da minha boca. Swete escreve: "O Cristo glorificado nesse livro é um Guerreiro, que batalha com a espada afiada da palavra" (cf. 1.16; 19:13-16).42

A situação em Pérgamo era pior do que em Éfeso. Jesus disse o seguinte à igreja de Éfeso: "que aborreces as obras dos nicolaítas" (v. 6). Para Pérgamo Ele escreveu: "tens também os que seguem a doutrina dos nicolaítas, o que eu aborreço". A mudança de "aborreces" para "tens" e de "obras" para "doutrinas" provavelmente é significativa. Ago-ra os nicolaítas estavam dentro da igreja e seus ensinamentos destrutivos estavam sen-do aceitos por alguns. Se a igreja não se arrepender imediatamente (aoristo), Cristo virá (lit.: "Eu estou vindo", presente profético) em breve para o julgamento. Não havia tem-po para perder. Batalharei (futuro) literalmente significa: "promoverá guerra". Esses nicolaítas eram os inimigos de Cristo e do cristianismo. Tanto Lenski43 quanto Charles' entendem que os seguidores de Balaão e os nicolaítas constituíam o mesmo grupo.

  1. Convite (2.
    - 17a)

Joseph Seiss apresenta um tratamento tríplice em relação ao texto: Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas.
1) "Uma repreensão solene àqueles que se chamam de cristãos, mas raramente, ou nunca, abrem a sua Bíblia para estudá-la";

2) "Tudo que diz respeito à salvação depende de profunda atenção à palavra divina e o uso diligente dos nossos privilégios, de ouvir, assinalar, aprender e digerir interiormente o que ela contém";

3) "Todos têm a capacidade de prestar atenção e, assim, cabe a cada um usar essa capacidade"."

  1. Recompensa (2.
    - 17b)

Alguns dos crentes professos de Pérgamo evidentemente estavam celebrando nos templos pagãos. Mas aos vencedores fiéis, Cristo promete que irão comer do maná escondido. A alusão parece referir-se ao vaso de ouro de maná na arca no antigo Tabernáculo (Êx 16:33; Hb 9:4). Havia uma tradição entre os judeus de que a arca foi escondida por Jeremias na caverna do monte Sinai, onde não seria descoberta "até que Deus reunisse novamente as pessoas e mostrasse a sua misericórdia" (2 Macabeus 2.7).46

Charles acredita que o texto aqui se refere ao maná celestial descrito pelos rabis como sendo moído para os justos. Ele diz: "De acordo com 2 Baruque 29.8, o tesouro do maná deveria descer do céu durante o Reino Messiânico, e os bem-aventurados deveriam comer dele"." Ele também escreve: "O 'maná escondido' provavelmente sig-nifica os dons espirituais diretos que a Igreja triunfante receberá em uma medida excelente da comunhão íntima com Cristo"." Mas, será que esse maná escondido não significa também "comunhão íntima com Cristo" no presente, alimentando nos-sas almas do Pão da Vida?

Ao vencedor também se promete uma pedra branca. O que essa expressão signifi-ca? Charles alista cinco interpretações que têm sido sugeridas: "
1) A pedra branca usada pelos jurados, significando absolvição...

2) A psephos que permitia àquele que a recebia um acolhimento livre [...] [nas] assembléias reais [...] Portanto, ela era considerada um bilhete de admissão para a festa celestial.

3) As pedras preciosas que, de acordo com a tradição rabínica, caíam junto com o maná...

4) As pedras preciosas no peitoral do sumo sacerdote levando os nomes das Doze Tribos.

5) A pedra branca era considerada um símbolo da felicidade"."

Charles não acha qualquer uma dessas explicações satisfatória: "Ou a psephos não é branca ou não tem nenhuma inscrição nela"." Ele busca analisar o pano de fundo das superstições populares daquela época.

Incluído no problema está o significado do novo nome inscrito na pedra. Swete faz a sugestão útil de que a referência pode ser às "pedras gravadas que eram empre-gadas para propósitos mágicos e traziam nomes misticos".51 Atos 19:19 indica que a magia era comum na cidade de Éfeso. Swete acrescenta: "A mágica divina, que grava na vida e no caráter humano o Nome de Deus e de Cristo, é colocado em contraste com as imitações baratas que fascinavam a sociedade pagã".52 Em 3.12, Jesus diz para o vencedor da igreja de Filadélfia: "E escreverei sobre ele o nome do meu Deus".

Ramsay acha que a pedra significa o aspecto imperecível do nome. Ele escreve: "O nome que foi escrito na pedra branca se tornava imediatamente o nome do cristão vitorioso e o nome de Deus [...] Pérgamo e Filadélfia são as duas igrejas elogiadas. Delas se diz respectivamente: 'retens o meu nome' e: 'não negaste o meu nome'; e elas são recompensa-das com o novo nome, que é ao mesmo tempo o nome de Deus e o seu próprio nome, uma possessão eterna, conhecida somente por aqueles que o possuíam [...] eles não serão mera-mente 'cristãos', o povo de Cristo; eles serão o povo da sua nova personalidade como Ele é revelado daqui por diante em glória, levando esse novo nome da sua gloriosa revelação"." A palavra grega para novo não é neos, que significa "recente" em origem, mas kainos, que significa "fresco" em qualidade. "O 'nome' cristão, i.e., o caráter da vida interior que o evangelho inspira, possui a propriedade da eterna juventude, nunca perdendo seu po-der e sua alegria"."

D. CARTA À IGREJA DE TIATIRA, 2:18-29

  1. Destinatário (2.
    - 18a)

Cerca de 65 quilômetros a sudeste de Pérgamo ficava Tiatira. Era uma cidade da Lídia, perto da fronteira com a Mísia (veja mapa 1). Construída por Seleuco I, fundador da dinastia dos Selêucidas, ela foi povoada pelos veteranos das campanhas de Alexan-dre, o Grande, na Ásia. Em torno de 190 a.C., Tiatira foi tomada pelos romanos. Embora tivesse um centro comercial próspero, era muito inferior ao de Éfeso, Esmirna, e Pérgamo. Charles observa: "A carta mais longa foi dirigida à cidade menos importante das Sete Cidades".55 Evidentemente, havia judeus ali, porque Atos 16:14 menciona "Lídia, vendedora de púrpura, da cidade de Tiatira, e que servia a Deus". Parece que na época ela era uma prosélita convertida ao judaísmo.

A igreja em Tiatira evidentemente era pequena. Fala-se que ela desapareceu no fim do segundo século.

  1. Autor (2.
    - 18b)

O autor dessa carta se identifica como o Filho de Deus, uma frase encontrada somente aqui no livro de Apocalipse. Jesus reivindicou esse título durante o seu tempo aqui na terra (Mt 11:27; Lc 10:22) e aprovou Pedro por professá-lo (Mt 16:16-17). Foi por causa dessa afirmação que Jesus foi condenado pelo Sinédrio (Mt 26:63; Jo 19:7).

Cristo é descrito como Aquele que tem os olhos como chama de fogo e os pés semelhantes ao latão reluzente. Encontramos aqui um eco de 1.14,15. A adequação da caracterização dupla é expressa da seguinte forma por Swete: "Essa menção dos olhos que flamejam com indignação justa e os pés que podem pisotear os inimigos da verdade prepara o leitor para o tom severo da declaração que se segue".' Erdman se expressa de forma ainda mais sucinta: "Assim, ele é capaz de penetrar nos segredos de todos os corações e ele tem poder para castigar e subjugar".57 Esses olhos flamejantes penetram e descobrem todo engano da hipocrisia. Nas Escrituras, o latão freqüentemente é o símbo-lo do julgamento.

  1. Aprovação (2,19)

As palavras desse versículo na KJV obviamente estão incorretas, porque apresen-tam uma lista começando e terminando com tuas obras — uma repetição sem significa-do. Além disso, o melhor texto grego traz antes de serviço. A RSV apresenta uma tradução correta: "Conheço as suas obras, o seu amor, a sua fé, o seu serviço e a sua perseverança, e que suas últimas obras excedem as primeiras"." A New English Bible traz: "Vocês agora estão fazendo ainda melhor do que no princípio".

Cristo tinha elogiado a igreja de Éfeso pelas suas obras. Mas a igreja de Tiatira estava um passo à frente. Ela é cumprimentada pela sua caridade. A palavra grega é ágape e sempre deveria ser traduzida por "amor". Caridade representa os caritas da Vulgata latina, a Bíblia oficial da igreja católica romana. Hoje, caridade significa um espírito de tolerân-cia ou dar aos necessitados. Ágape é um termo muito mais rico do que isso. As pessoas do mundo também podem ser filantrópicas ou tolerantes. Mas ágape é o amor divino implan-tado no coração humano e que flui em um serviço abnegado e sacrificial aos outros.

A palavra grega pistis pode significar ou ou "fidelidade" (NEB). Não se sabe exatamente qual das duas palavras se tem em mente aqui. Talvez a melhor saída é permitir os dois significados (cf. Phillips, "lealdade").

Serviço é diakonia. Beyer diz que essa palavra significa "qualquer 'realização de serviço' feito com amor genuíno"." Lenski define diakonia como "serviço voluntário para o beneficio e a ajuda daqueles que precisam dele e realizado liberalmente"."

Paciência (hypomone) significa mais do que o suportar passivo de privações ou provações. Essa palavra significa, na verdade, uma constância ou persistência ("perse-verança", NASB) positiva.

Devido à prolongada censura que se segue, é surpreendente que uma aprovação tão entusiástica é dada a essa igreja. Swete comenta: "É digno de observação que nessas cartas às igrejas o elogio é apresentado com mais liberalidade, se é que pode ser feito com justiça, quando segue a censura; diz-se mais acerca das boas obras das igrejas de Éfeso e Tiatira, do que das igrejas de Esmirna e Filadélfia, em que não se encontra falta algu-ma".61 Essa característica está de acordo com a psicologia sadia, que aconselha a dizer tudo que é positivo antes de se chamar a atenção das faltas da outra pessoa.

  1. Censura (2:20-23)

A primeira parte do versículo 20 deveria ser traduzida da seguinte forma: "No en-tanto, contra você tenho isto: que você tolera a mulher Jezabel" (RSV, NASB)." A tole-rância do mal era o pecado constante da igreja de Tiatira. Jezabel é provavelmente um nome simbólico — "Essa mulher, Jezabel"." A referência é obviamente à esposa de Aca-be, que seduziu os israelitas a adorar Baal (1 Rs 16.31). Também são mencionados suas "prostituições" e "feitiçarias" (2 Rs 9.22). Uma vez que alguns manuscritos e versões antigas trazem "tua mulher Jezabel" (i.e., "tua esposa Jezabel"), Grotius (século dezessete) sugere que o autor fala da esposa do bispo de Tiatira. Mas essa noção é hoje quase uni-versalmente rejeitada. Duesterdieck diz que se tem "uma mulher específica em mente; não a esposa de um bispo, nem uma mulher que é, de fato, chamada Jezabel, mas uma determinada mulher que diante da ambição de ser uma profetisa tinha aprovado as doutrinas dos nicolaítas e por esse motivo foi escolhida a nova Jezabel".' Isso provavel-mente representa a opinião da maioria hoje.

Não era incomum ter uma profetisa na 1greja Primitiva (cf. Act 21:9). No Antigo Testamento, diversas mulheres recebem esse título (e.g., Miriã, Débora, Hulda). O único lugar no Novo Testamento em que prophetis (fem.) ocorre é Lucas 2:36 (Ana).

A falsa profetisa de Tiatira estava sendo tolerada para que ensine e engane os meus servos, para que se prostituam e comam dos sacrifícios da idolatria. Es-sas duas coisas são atribuídas aos seguidores de Balaão (e nicolaítas?) em Pérgamo (v. 14; veja comentários).

Tiatira era conhecida pelas suas inúmeras associações comerciais. Isso gerava um problema especial. Charles escreve: "Agora, visto que a participação de alguma dessas associações [...] não significava essencialmente nada além de participar de uma refeição em comum, que era dedicada indubitavelmente a algum deus pagão, mas que era exatamente por isso sem sentido para o cristão iluminado; beneficiar-se desse tipo de participação era considerado em certos círculos liberais algo bastante justificável.'

Por razões comerciais ou sociais, parecia quase imperativo pertencer a alguma asso-ciação. Mas, acredita-se que essas reuniões comerciais freqüentemente acabavam em orgias e bebedeiras. Por isso, a referência à prostituição. Essa profetisa estava defen-dendo uma atitude moral e religiosamente liberal.

Evidentemente, uma advertência peremptória foi dada a essa Jezabel, mas ela ti-nha se recusado a se arrepender (v. 21), i.e., mudar sua opinião e caminhos. Portanto, o Senhor deve lidar com ela severamente. Por causa da sua prostituição Ele a colocaria numa cama (22). Essa expressão é somente uma de muitas, que mostram a tendência de João, que, embora escrevesse em grego, pensava em formas hebraicas. (Cf. nota de rodapé 12 na 1ntrodução). Referente a essa frase, Charles escreve: "Se a traduzirmos literalmente para o hebraico, descobriremos que temos aqui uma expressão idiomática hebraica [...] 'ficar preso à cama', 'ficar doente' (Êx 21:18) : conseqüentemente, 'colocar numa cama' significa 'colocar num leito de enfermidade".'

E sobre os que adulteram com ela virá grande tribulação, deve provavelmente ser entendido como um paralelismo hebraico. Adulteraram provavelmente significa adul-tério espiritual. Mas a porta da misericórdia continua aberta -- se não se arrepende-rem das suas obras. Arrependimento genuíno sempre coloca o julgamento de lado.

Recusa contínua de se arrepender resulta em mais castigo severo: E ferirei de morte a seus filhos (23). Provavelmente, seus filhos significa: "sua descendência espi-ritual, como distintos daqueles que foram enganados por um tempo".' Ferirei de mor-te é um hebraísmo típico. Ele significa "matar" (ARA, NVI).

Essa seria uma advertência para todas as igrejas. Elas saberão que eu sou aquele que sonda as mentes e os corações (cf. Jr 11:20-17.10). Mentes (palavra grega somente encontrada aqui no NT) literalmente significa "os rins"; isto é, "os movimentos da vontade e afeições"." Corações na psicologia hebraica referia-se especialmente aos pensamentos. O olhar do Onisciente penetra até o mais profundo do intelecto, emoções e vontade do homem.

O julgamento divino sempre é justo. Cada um receberá segundo as suas obras (cf. Rm 2:6).

5. Exortação (2.24,25)

Há uma palavra de conforto aos restantes que estão em Tiatira (24) — talvez a maior parte dos membros — e que não aceitaram a doutrina (ensinamento) de Jezabel, e não conheceram [...] as profundezas de Satanás. Para os gnósticos do segundo século, a expressão "as coisas profundas" era uma frase favorita. Eles reivindicavam um conhecimento esotérico que era desconhecido pelas pessoas não iniciadas.

Duas interpretações têm sido apresentadas acerca das profundezas de Satanás. Uma é que os nicolaítas escarneciam do restante dos cristãos como aqueles que não conheciam as coisas profundas de Deus; mas essas, na verdade, se referiam às coisas profundas de Satanás. A outra diz que os seguidores de Jezabel, na realidade, se vanglo-riavam em conhecer as profundezas de Satanás. "Esses falsos mestres entendiam que o homem espiritual deveria conhecer as coisas profundas de Satanás e que ele deve-ria tomar parte da vida pagã da comunidade. Duas das características mais salientes dessa vida pagã eram suas festas sacrificiais e suas práticas imorais." Muitos gnósticos de épocas posteriores afirmavam que, visto que toda a matéria é má e somente o espírito é bom, não importa o que alguém faça com o seu corpo; sua alma continua pura. As duas interpretações acima podem ser aplicadas às doutrinas de mestres imorais de Tiatira.

Como dizem significa "como as chamam". Paulo falou dos mistérios profundos da verdade divina (cf. Rm 11:33; Ef 3:18). Esses falsos mestres estavam distorcendo essa idéia.

Para aqueles que permaneceram leais à fé, Cristo declarou: outra carga vos não porei. Provavelmente, isso esteja relacionado com o versículo 25: Mas o que tendes, retende-o até que eu venha. Charles interpreta isso assim: "Definitivamente, domi-nem (kratesate) com firmeza as tarefas incumbidas a vocês, e afastem-se completamente das festas sacrificiais dos pagãos e das perversidades morais que praticam"." Ele acha que outra carga se refere aos decretos apostólicos de Atos 15:28. Mas muitos comenta-ristas questionam isso. Parece duvidoso que esses decretos ainda seriam mencionados numa época bem posterior.

6. Recompensa (2:26-28)

À frase recorrente ao que vencer (26) é acrescentado aqui: e guardar até ao fim as minhas obras. Swete observa: "Em Tiatira, a batalha precisava ser vencida pela adesão resoluta às 'obras de Cristo', i.e., à pureza da vida cristã, em oposição às 'obras de Jezabel'

A recompensa prometida é: eu lhe darei poder (exousia, autoridade) sobre as nações. O Cristo glorificado compartilhará a sua autoridade com seus seguidores fiéis. A linguagem dessa cláusula e o que segue no versículo seguinte são tirados de Salmos 2:8-9, que era interpretado como um salmo messiânico pelos judeus do século I a.C., de acordo com Salmos de Salomão (uma obra apócrifa).

A palavra regerá (27) literalmente significa "pastorear". Assim, a vara de ferro se refere ao cajado do pastor, com a ponta de ferro para torná-la uma arma adequada con-tra os inimigos ou animais selvagens. Os ímpios são comparados com vasos de oleiro que serão quebrados. Embora essas palavras possam ter alguma aplicação à influência da Igreja no mundo atual, é óbvio que o seu cumprimento final aguarda o retorno de Cristo. Como também recebi de meu Pai é um eco de Salmos 2:7 e Atos 2:33.

Na declaração dar-lhe-ei a estrela da manhã (28), há uma expectativa de 22.16: "Eu sou a Raiz e a Geração de Davi, a resplandecente Estrela da manhã". A maior recom-pensa que qualquer cristão vitorioso pode receber é o próprio Cristo. Sua presença será o céu em sua glória mais elevada.

7. Convite (2,29)

Nas três últimas cartas, esse convite precedeu a promessa ao vencedor. Nessa e nas três cartas seguintes ela segue a promessa.
Alguém sugeriu (Pulpit Commentary) que essa carta revela "A Ira do Cordeiro":

1) Sua realidade (v. 18) ;

2) Sua severidade (vv. 22-23) ;

3) Sua omissão (v. 21) ;

4) Sua justiça (v. 20) ;

5) Sua discriminação (vv. 24-25).


Champlin

Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
Champlin - Comentários de Apocalipse Capítulo 2 versículo 9
Jc 2:5. Notar o contraste com Ap 3:17.Ap 2:9 Levando em conta a linguagem simbólica do livro, não está claro se aqui se trata de verdadeiros judeus ou cristãos que seguem doutrinas estranhas.

Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Apocalipse Capítulo 2 do versículo 1 até o 29
*

2.1-3.22 Ver nota teológica “A Igreja Local”, índice. Cristo demonstra cuidado pelas igrejas por dirigir-se a cada uma de acordo com suas necessidades, com encorajamento, repreensão, exortação e promessa. Ele mostra conhecimento detalhado das mesmas (“conheço”). Em todas as cartas há referências a circunstâncias ou tradições da própria cidade, provavelmente incluindo algumas que não são mais reconhecidas. Ao mesmo tempo, todas as igrejas são incluídas num chamado universal à fidelidade e perseverança até que as promessas alcancem seu cumprimento na Jerusalém celestial. Suas lutas contrastam com a paz e satisfação retratadas em 21:1-22.5. As exortações são reforçadas por uma alusão introdutória a alguns elementos da majestosa visão de 1:12-20 e, portanto, contém significado universal (1.4 nota).

Cada mensagem apresenta a mesma forma básica:

1.

Destinatário: “Ao anjo da igreja... escreve”.

2.

Identificação de Cristo, com retrospectiva à sua majestade

demonstrada em 1:12-20: “Estas coisas diz aquele”.

3.

Reivindicação de conhecimento: “conheço”.

4.

Avaliação: repreensões ou elogios.

5.

Promessa ou ameaça: geralmente na forma verbal do futuro.

6.

Promessa “ao vencedor”.

7.

Exortação para ouvir: “Quem tem ouvidos”.

Observe que (6) e (7) podem ocorrer na ordem inversa e (5) pode ser incluído em (4).

* 2.5 moverei... o teu candeeiro. A cidade de Éfeso foi relocalizada por causa da progressiva obstrução com lodo do rio Caister, e foi “removida” de lugares antigos. De maneira analógica, Cristo ameaça remover a igreja a menos que seu povo se arrependa.

* 2.6 nicolaítas. Um grupo herético, provavelmente sustentando pontos de vista semelhantes ao ensino de Balaão e Jezabel (vs. 14,20 notas).

* 2:7

Ao vencedor. A participação em todos os aspectos da nova Jerusalém é prometida aos santos fiéis, neste e nos versos paralelos referentes às outras igrejas (2.11, 17, 26; 3.5, 12, 21; 21.1—22.5).

árvore da vida. Ver nota em 22.2.

* 2.9 sinagoga de Satanás. A sinagoga judaica de Esmirna era composta de judeus que haviam rejeitado a mensagem referente à vinda do Messias. Embora confessassem adorar Deus, sua oposição aos cristãos mostrava que na verdade estavam sob o poder das trevas satânicas (2Co 4:4).

* 2.10 Sê fiel. A cidade de Esmirna gabava-se de fidelidade a Roma.

coroa da vida. A deusa Cibele de Esmirna é retratada em moedas com uma coroa, seguindo o modelo das muralhas da cidade. Dizia-se que as construções no Monte Pagos de Esmirna se pareciam com uma coroa. Em oposição a esses conceitos, Jesus promete dar a verdadeira coroa.

* 2.13 onde está o trono de Satanás. Pérgamo possuía o mais antigo templo na Ásia Menor dedicado à adoração do imperador.

*

2.14 Balaão. Balaão (Nm 22:5) deu conselho a Balaque, levando Israel a “prostituição” em Moabe (Nm 25:1-4). Outros cristãos professos das sete igrejas, o exemplo de Jezebel (v.20), entregaram-se a prazeres propostos por seu ambiente pagão (17.1-19.10, nota).

* 2.15 nicolaítas. Ver nota no v. 6.

* 2.17 maná escondido. Talvez uma alusão ao maná conservado no Santo dos Santos do tabernáculo (Êx 16:33-35; Hb 9:4). Cristo promete nutrir o fiel com suprimento celestial infalível, alimento espiritual (Jo 6:32-58).

* 2.18 bronze polido. Ou “metal”. Tiatira possuía uma famosa associação de trabalhadores de bronze.

*

2.20 Jezabel. Ver 1Rs 16:31; 19.1,2; 21.5-26; 2Rs 9:30-37. A mulher de Tiatira é chamada Jezabel porque, como a personagem do Antigo Testamento, seduziu pessoas à imoralidade sexual e idolatria, duas formas principais de indulgência na Ásia Menor pagã. Ver notas em 14.8 e 17:1-19.10.


Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de Apocalipse Capítulo 2 do versículo 1 até o 29
2:1 Efeso foi a capital da Ásia Menor, um centro de comércio de terra e mar e, junto à Alejandría e Antioquía em Síria, uma das três cidades com major influencia na parte oriental do império Romano. O templo de Diana (Artemisa), uma das maravilhas do mundo antigo, achava-se nesta cidade, e uma importante indústria era a criação de imagens desta deusa (veja-se At 29:21-41). Paulo ministró no Efeso por três anos e advertiu aos efesios que falsos professores tratariam de se separar da fé às pessoas (veja-se At 20:29-31). Os falsos professores chegaram a causar problemas na igreja do Efeso, mas a igreja resistiu, como podemos ver na carta do Paulo (veja o livro do Efesios). João passou muito de seu ministério nesta cidade.

2:1 O que "anda em meio dos sete castiçais de ouro" é Jesus (1.11-13). O "tem as sete estrelas em sua mão direita" (mensageiros das Iglesias, indicando seu poder e autoridade sobre as Iglesias e suas líderes. a do Efeso tinha chegado a ser uma igreja grande e orgulhosa, e a mensagem do Jesus teria que lhes recordar que O é a única cabeça do corpo de crentes.

2.1ss Está Deus interessado em sua igreja? Se está tentado a duvidá-lo, olhe com cuidado estas sete cartas. O Senhor do universo conhecia cada uma destas Iglesias e sua situação precisa. Jesus disse ao João que escrevesse a respeito de pessoas, lugares e acontecimentos específicos. Celebrou os êxitos dos crentes e lhe explicou como corrigir seus enganos. Assim como Jesus cuidava de cada uma destas Iglesias, cuida da sua. Quer que alcance seu máximo potencial. O grupo de crentes com o qual adora e serve é um veículo de Deus para trocar o mundo. Olhe-o com seriedade, assim como o faz Deus.

2:2 Durante um comprido período, a igreja do Efeso se negou a tolerar o pecado entre seus membros. Isto não era fácil em uma cidade caracterizada por suas práticas sexuais imorais associadas com a adoração à deusa Diana. Nós também vivemos em uma etapa em que se acha muito difundido o pecado e a imoralidade sexual. É popular o ser tolerante com diversos pecados, chamando-os "decisões pessoais" ou "estilos alternos de vida". Mas quando o corpo de crentes começa a tolerar o pecado na igreja, as normas se reduzem e fica em perigo o testemunho dos crentes. Recorde que a aprovação de Deus é imensamente mais importante que a do mundo.

2:2, 3 Cristo elogia à igreja do Efeso por seu (1) árduo trabalho, (2) paciência, (3) resistência ao pecado, (4) exame cuidadoso dos falsos apóstolos e (5) sofrimento paciente e sem claudicação. Toda igreja deve ter essas características. Mas estes bons esforços devem surgir de nosso amor ao Jesucristo. Tanto Jesus como João recalcaram o amor dos uns aos outros como uma prova autêntica do evangelho (Jo 13:34; 1Jo 3:18-19). No esforço por manter puras o ensino, a moral e a doutrina, é possível perder o espírito caridoso. Um conflito que não resolve pode debilitar ou acabar nossa paciência e nosso afeto. Ao defender a fé, cuide-se de não levantar uma estrutura de rigidez que debilite o amor.

2:4 Paulo tinha elogiado à igreja do Efeso por seu amor a Deus e a outros (Ef 1:15), mas muitos dos fundadores da igreja tinham morrido, e a segunda geração de crentes tinha perdido seu ardor espiritual. Era uma igreja muito ativa e seus membros faziam muito em benefício próprio e da comunidade, mas por motivos equivocados. O fazer algo Por Deus deve estar motivado pelo amor a Deus, ou não perdurará.

2:4, 5 Assim como quando um homem e uma mulher se apaixonam, os novos crentes experimentam entusiasmo quando se dão conta de quão importante é ser perdoado. Mas quando perdemos de vista a seriedade do pecado, começamos a perder o entusiasmo por nosso perdão (veja-se 2Pe 1:9). Nos primeiros passos de sua vida cristã, pôde ter sentido entusiasmo sem conhecimento. Tem agora conhecimento sem entusiasmo? Ambos são necessários se tivermos que manter o amor a Deus de forma intensa e sem mancha (veja-se Hb 10:32, Hb 10:35). Ama a Deus com o mesmo ardor de quando se converteu?

2:5 O que Jesucristo tire "o castiçal de seu lugar" pode significar o deixar de ser uma igreja eficiente. Assim como os castiçais de sete braços do templo davam luz aos sacerdotes, as Iglesias deviam dar luz a suas comunidades vizinhas. Mas Jesucristo lhes advertiu que suas luzes poderiam apagar-se. Mais até, O mesmo poderia extinguir qualquer luz que não cumprisse com seu propósito. A igreja tinha que arrepender-se de seus pecados.

2:6 Os nicolaítas eram crentes que tinham acomodado sua fé a fim de desfrutar de algumas das práticas pecaminosas da sociedade efesia. Alguns acreditam que o nome nicolaítas é o equivalente grego da palavra hebréia que significava "balaamitas". Balaam foi um profeta que induziu aos israelitas a seguir seus desejos pecaminosos (vejam-se 2.14 e Nu 31:15-16). Quando vamos participar de algo que sabemos que é mau, freqüentemente usamos desculpas para justificar nossa conduta. Dizemos que não é tão mau como parece ou que não danificará nossa fé. Cristo emprega palavras muito duras para os que procuram desculpas para pecar.

2:6 Por meio do João, Jesucristo elogia à igreja do Efeso por aborrecer as obras perversas dos nicolaítas. Note-se que não aborrecem às pessoas a não ser solo sua conduta pecaminosa. Aceite e ame a todos e negue-se a tolerar todo o mau. Deus não pode tolerar o pecado e espera que oponhamos a ele. O mundo necessita cristãos que defendam a verdade de Deus e que conduzam às pessoas para a vida reta.

2:7 Vencer significa ser vitoriosos ao acreditar em Cristo, perseverar, permanecer fiel e viver como um que segue a Cristo. O viver assim traz consigo grandes recompensa (21.7).

2:7 No horta do Éden havia duas árvores: a árvore da vida e a árvore da ciência do bem e do mal (veja-se Gn 2:9). O comer da árvore da vida dava vida eterna com Deus. O comer da árvore da ciência do bem e do mal proporcionava conhecimento do bom e o mau. Adão e Eva comeram da árvore da ciência do bem e do mal e desobedeceram o mandato de Deus. portanto, foram expulsos do Éden e lhes proibiu que comessem da árvore da vida. Ao fim será destruído o mal e os crentes serão conduzidos a um paraíso restaurado. Na terra nova, todos comerão da árvore da vida e viverão para sempre.

2:8 A cidade da Esmirna ficava a uns quarenta quilômetros ao norte do Efeso. Lhe chamava "Porto da Ásia" porque tinha um porto excelente sobre o Mar Egeu. A igreja dessa cidade lutava contra duas forças inimizades: uma população judia muito oposta ao cristianismo, e uma população não feijão que era leal a Roma e apoiava a adoração do Imperador. A perseguição e o sofrimento eram inevitáveis em um ambiente assim.

2:9, 10 A perseguição vem de Satanás, não de parte de Deus. Satanás, o diabo, fará que os crentes sejam encarcerados e inclusive assassinados. Mas os crentes não devem temer à morte porque seu resultado solo será a obtenção da coroa da vida. Satanás poderá danificar seus corpos mortais, mas não pode causar nenhum dano espiritual. A "sinagoga de Satanás" significa que esses judeus, quando se juntavam a adorar, serviam aos propósitos de Satanás, não aos de Deus. "Dez dias" significa que, embora a perseguição pode ser intensa, será relativamente breve. Tem seu começo definido e seu fim também, e Deus se manterá absolutamente controle da situação.

2.9-11 A dor é parte da vida, mas nunca é agradável sofrer, sem que importância qual seja a causa. Jesucristo elogiou à igreja da Esmirna por sua fé no meio do sofrimento. Logo os anima a ter em mente que não têm por que temer ao futuro se permanecerem fiéis. Se para por tempos difíceis, não permita que o separem de Deus. Mas bem procure que fortaleçam sua fidelidade. Confie no e recorde sua recompensa celestial (veja-se também 22:12-14).

2:10 Esmirna foi famosa por suas competências esportivas. Uma coroa era o louro da vitória, o troféu para o campeão da luta. Se tivermos permanecido fiéis, receberemos o prêmio da vitória: a vida eterna (Jc 1:12). A mensagem à igreja da Esmirna é que deve permanecer fiel apesar de seu sofrimento porque Deus está em controle da situação e suas promessas são confiáveis. Jesucristo nunca há dito que ao lhe ser fiel evitaremos problemas, sofrimento e perseguição. Mas bem, devemos ser fiéis ao em nossos sofrimentos. Solo então nossa fé resultará genuína. Permanecemos fiéis quando mantemos o olhar em Cristo e em suas promessas pressente e futuras (vejam-se Fp 3:13-14; 2Tm 4:8).

2:11 Crentes e não crentes experimentarão a morte física. Todos ressuscitarão, mas os crentes ressuscitarão para vida eterna com Deus enquanto que os incrédulos ressuscitarão para ser castigados com a segunda morte e a separação eterna de Deus (vejam-se também 20.14; 21.8, 27; 22.15).

2:12 A cidade do Pérgamo estava construída sobre uma colina de 330 metros de altura sobre a região circunvizinha, criando uma fortaleza natural. Era uma cidade moderna, um centro da cultura grega e a educação, com uma biblioteca que contava com 200,000 volúmenes. Mas também era o centro de quatro seitas e rivalizava com o Efeso em sua adoração de ídolos. O deus principal da cidade estava simbolizado por uma serpente, e a esse deus lhe considerava o deus da sanidade. A gente de todas partes ia ao Pérgamo em busca de sanidade de parte desse deus.

2:12 Assim como os romanos usavam a espada como sinal de autoridade e julgamento, Jesucristo mostra sua espada aguda de dois fios (1,16) que representa a suprema autoridade de Deus e seu julgamento. Também pode representar a separação futura dos crentes e incrédulos. Os incrédulos não podem experimentar a recompensa eterna de viver no reino de Deus.

2:13 Como o centro de quatro seitas idolátricas (Zeus, Dionisio, Asclepio e Atena), ao Pérgamo lhe chamava "a cidade onde Satanás tem seu trono". Rodeada do culto a Satanás e ao imperador romano como deus, a igreja do Pérgamo não esteve disposta a negar a Cristo, mesmo que os adoradores de Satanás martirizaram a um de seus membros. Nunca é fácil permanecer firmes contra as fortes pressione e tentações de nossa sociedade, mas a alternativa é mortal (2.11).

2.13-15 Não era fácil ser cristão no Pérgamo. Os crentes sofriam grande pressão para acomodar ou abandonar sua fé. (Para informação sobre os nicolaítas, veja-a primeira nota em 2.6.) Nada se sabe do Antipas, salvo que não se transigiu com a idolatria. Foi fiel e morreu por sua fé. Mas pelo visto, alguns na igreja toleravam a quem ensinava ou praticavam o que Cristo tinha rechaçado. O acomodar-se pode definir-se como "mesclar qualidades de duas coisas diferentes" ou "uma concessão de princípios". Coopere com a gente tanto como possa, mas rechace toda lealdade, companheirismo ou participação que lhe pudesse conduzir a práticas imorais.

2:14 É possível que haja discrepâncias de opinião entre os cristãos em algumas questione, mas não há lugar para a heresia e a imoralidade. Talvez sua cidade não participe de festas idolátricas, mas é possível que permita a pornografia, o pecado sexual, a intriga, o engano e a mentira. Não tolere pecado sob a pressão de ser uma pessoa de mente aberta.

2.14-16 Balac foi um rei temido por muitos israelitas que viajavam através de seu país, e contratou ao Balaam para amaldiçoá-los. Balaam ao princípio se negou, mas ante uma oferta de dinheiro trocou de parecer (Números 22:24). Mais tarde Balaam influiu nos israelitas para que adorassem ídolos (Nu 31:16; vejam-se também 2Pe 2:15; Jd 1:11). Aqui Cristo repreendeu à igreja por tolerar a quem, como Balaam, apartam a seu povo de Deus.

2:16 Esta espada é o julgamento de Deus contra as nações rebeldes (19.15,
21) e de toda forma de pecado. Vejam-se também a nota em 1.16 e a segunda nota em 2.12.

2:17 O "maná escondido" sugere o alimento espiritual que receberão os crentes fiéis. Deus proveu maná dos céus para quão israelitas viajavam à terra prometida para seu sustento físico (Ex 16:13-18). Jesucristo como "o pão vivo" (Jo 6:51) dá o alimento espiritual que satisfaz nossa fome profunda.

2:17 Não está muito claro o que é a pedra branca ou qual será exatamente o nome que haverá em cada uma delas. Como estão relacionadas com o maná escondido, pudesse simbolizar o alimento eterno do crente ou a vida eterna. As pedras são significativas porque cada uma delas levará o nome de cada pessoa que acredita em Cristo. São a evidência de que uma pessoa foi aceita Por Deus e declarada apta para receber a vida eterna. O nome de uma pessoa representa seu caráter. Deus nos dará um novo nome e um novo coração.

2:18 Tiatira era um centro trabalhista, com muitos grêmios que se dedicavam à confecção de roupa, tinturaria e olaria. Luta, a primeira convertida do Paulo no Filipos, era uma mercado da Tiatira (At 16:14). A cidade era essencialmente secular, sem preferência por religião alguma.

2:19 Os crentes da Tiatira foram felicitados por suas boas obras. Não devemos nos sentir satisfeitos quando nossa igreja só se regozija na salvação de seus membros ou desfruta da adoração conjunta. Devemos crescer em amor, fé e obras de serviço. Como os tempos são difíceis, devemos investir nosso tempo com sabedoria e fidelidade.

2:20 Uma mulher da igreja da Tiatira estava ensinando que a imoralidade não era um assunto sério para os crentes. Seu nome pôde ter sido Jezabel, ou talvez João empregasse o nome Jezabel para simbolizar o tipo de engano que ela estava fomentando. Jezabel, uma rainha pagã do Israel, foi considerada como a mulher mais diabólica que jamais tenha vivido (vejam-se 1Rs 19:1-2; 1Rs 21:1-15, 2Rs 9:7-10, 2Rs 9:30-37; e seu perfil se acha em 2 Rsseis 21).

2:20 por que é um pecado sério a imoralidade sexual? As relações sexuais fora do matrimônio sempre ferem alguém. Ferem deus porque mostram que preferimos satisfazer nossos desejos a nosso desejo em lugar de seguir as instruções da Palavra de Deus, ou satisfazer nosso desejo agora em lugar de esperar seu tempo oportuno. Ferem outros porque violam o compromisso tão necessário para uma relação. Ferem-nos porque com freqüência trazem consigo enfermidades a nosso corpo e afetam em forma adversa nossa personalidade. A imoralidade sexual tem um tremendo poder para destruir famílias, Iglesias e comunidades porque destrói a integridade sobre a qual se apóiam essas instituições. Deus quer nos proteger e proteger a outros; portanto, não devemos participar da imoralidade sexual, embora nossa cultura o aceite.

2:20 Nos templos pagãos, freqüentemente se oferecia carne aos ídolos. Logo a carne que não se queimava se vendia no mercado do templo. Usar a carne oferecida aos ídolos não era mau em si, mas podia violar o princípio de sensibilidade para os irmãos débeis que podiam confundir-se com isso (vejam-se 1 Corintios 8 e a nota em Rm 14:2). É óbvio que Jezabel estava mais interessada em seu próprio prazer egoísta e liberdade que nas necessidades e preocupações de outros crentes.

2:21 Jezabel não tinha desejos de arrepender-se. "Arrepender-se" significa trocar de atitude, deixar de fazer o que alguém quer para fazer a vontade de Deus, abandonar o pecado e suas conseqüências desastrosas para a vida eterna. Em sua misericórdia, Deus nos deu um tempo para que decidamos segui-lo. Solo nossa obstinação se interpõe no caminho.

2:23 Não podemos nos esconder de Cristo. Sabe o que há em nosso coração e nossa mente, e ainda nos ama. devem-se confessar quão pecados procuramos esconder.

2.24, 25 "As profundidades de Satanás" eram os ensinos falsos que repartiam os hereges ou a perspectiva secreta dos chamados crentes que "garantiam" uma vida espiritual profunda. Devemos nos aferrar ao fundamento de nossa fé cristã e analisar com cautela e conselho qualquer ensino novo que nos além da Bíblia, da comunhão dos irmãos ou de nossa confissão fundamental de fé.

2:26, 27 Cristo diz que os vencedores (os que se mantêm fiéis até o fim e seguem lhe agradando) governarão sobre seus inimigos e reinarão com O quando julgar ao maligno (vejam-se também Sl 2:8-9; Is 30:14, Jr 19:11, 1Co 6:2-3; Ap 12:5; Ap 19:15; Ap 20:3-4 para maiores detalhes relacionados com o julgamento de Deus).

2:28 A Cristo lhe chama "estrela da manhã" ou "luzeiro" 2.28, 22.16 e 2Pe 1:19. Uma estrela da manhã aparece antes do amanhecer, quando a noite está muito fria e escura. Quando o mundo esteja em seu ponto mais sombrio, Cristo entrará em cena, pondo ao descoberto ao malvado com sua luz de verdade e trazendo sua recompensa prometida.

3.1 O problema na igreja do Sardis não era a heresia a não ser a morte espiritual. além de sua reputação de ser ativa, Sardis estava infestada de pecado. Suas obras eram más e suas roupas estavam manchadas. O Espírito não tinha palavras de elogio para esta igreja que parecia tão boa por fora, mas estava tão corrupta por dentro.

INTERPRETACION DO LIVRO DE APOCALIPSE

Através de séculos se desenvolveram quatro métodos predominantes de interpretação do livro de Apocalipse. Cada método teve seus defensores destacados mas nenhum deles provou que seu método seja o único para ler este livro. Entretanto, a pergunta de aplicação fundamental para cada interpretação pode resumir-se perguntando-se você mesmo: "Ajudará-me isto a ser um melhor discípulo de Cristo?"

ENFOQUE PRETERISTA

João escreve para animar aos cristãos de sua época, em que estavam sofrendo a perseguição do Império Romano.

Exortação : Obter a mesma classe de estímulo que obtiveram os primeiros leitores do João das imagens vívidas da soberania de Deus.

Advertência: Não esqueça que a maioria das profecias bíblicas têm aplicação imediata e futura.

ENFOQUE FUTURISTA

À exceção dos três primeiros capítulos, João descreve acontecimentos que terão lugar ao final da história.

Exortação : Ver nos acontecimentos contemporâneos muitas das características que João descreve e dar-se conta de que o fim poderia chegar em qualquer momento.

Advertência: Não dê por sentado que já "entendemos" o futuro. Tome em conta que Jesus disse que nenhuma pessoa saberá o dia de sua volta antes que aconteça.

ENFOQUE HISTORICISTA

O livro de Apocalipse é uma apresentação da história da época do João até a Segunda Vinda de Cristo e até depois dela.

Exortação : Observar a contínua maldade do homem através da história e reconhecer que os nomeie podem trocar, mas que não trocou a rebeldia contra Deus.

Advertência: Cuide-se de identificar sucessos comuns ou líderes como aspectos do cumprimento do livro de Apocalipse.

ENFOQUE IDEALISTA

O livro de Apocalipse é uma apresentação simbólica dos enfrentamentos contínuos entre o bom e o mau. Não se refere a nenhum feito histórico em particular. É aplicável a qualquer momento da história.

Exortação : Leoa o livro para obter uma perspectiva clara do passado, uma preparação para o futuro e para viver em obediência e seguro no presente.

Advertência: Não descarte o livro como difícil. Procure entender a revelação dentro de seu amplo contexto literário.

OS NOMES DO Jesus

Nome do Jesucristo Nomeie do Jesus

1.8: Alfa e Omega 5.5: Raiz do Davi

1.8: Senhor Deus 5.6: Cordeiro

1.8: O Todo-poderoso 7.17: Pastor

1.13: Filho do Homem 12.10: Cristo

1.17: O Primeiro e o Ultimo 19.11: Fiel e Verdadeiro

1.18: que vive

2.18: Filho de Deus 19.13: O Verbo de Deus

3.14: Testemunha 19.16: Rei de reis

4.11: Criador 19.16: Senhor de senhores

5.5: Leão da tribo do Judá 22.16: Estrela da manhã

Esparso entre as imagens vívidas do livro de Apocalipse há uma larga coleção de nomes para o Jesucristo. Cada um deles diz algo de seu caráter e sublinha um aspecto particular de sua missão no plano redentor de Deus.


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Apocalipse Capítulo 2 do versículo 1 até o 29
III. Cartas às igrejas (Ap 2:1-III João é muito parecido com o profeta Ezequiel, que recebeu o chamado para se tornar um profeta em uma visão apocalíptica e então começou a profetizar, da mesma forma como outros profetas do Antigo Testamento, que não tinham essa visão. Mais tarde, Ezequiel virou-se para a forma apocalíptica do discurso (. Esp cap. 38-39 ); e, claro, a maior parte do Apocalipse é estritamente apocalíptico. Mas as sete letras são profecia que fala à Igreja em todos os tempos, revelando fraquezas, registrar o desprazer de Deus, alertando para as conseqüências da desobediência, e proclamando a vontade de Deus a todos os que "tem ouvidos" e está disposto a ouvir .

A. para a igreja de Éfeso (2: 1-7)

1 Ao anjo da igreja em Éfeso escreve:

Estas coisas diz aquele que contém a sete estrelas em sua mão direita, o que anda no meio dos sete candeeiros de ouro: 2 Conheço as tuas obras, eo teu trabalho e paciência, e que não podes suportar os maus, e te try os que se dizem apóstolos chamar, e eles não são, e te encontrá-los false; 3 e tens paciência e sofreste por causa do meu nome, e não te deixaste esmorecer. 4 Mas eu tenho essa contra ti, que tu deixes o teu primeiro . amor 5 Lembre-se, pois, donde caíste, e arrepende-te e pratica as primeiras obras; ou então eu vou para ti, e vai passar o teu candelabro do seu lugar, caso não te arrependas. 6 Mas isso tens, que aborreces as obras dos nicolaítas, as quais eu também odeio. 7 Quem tem ouvidos, que ouça o que o Espírito diz às igrejas. Ao que vencer, eu lhe dar de comer da árvore da vida, que está no paraíso de Deus.

Nesta carta, Cristo é descrito como aquele que contém a sete estrelas em sua mão direita, o que anda no meio dos sete candelabros de ouro . Qualquer outra coisa que Cristo é a Sua Igreja, Ele é o seu protetor e guardião, seu guia e apoio. Ele pode contar com Ele em todas as circunstâncias. Por esta razão, Ele sabe a Igreja intimamente.

Éfeso, embora não a capital da província romana da Ásia, era uma cidade de primeira importância. Era a porta de entrada para a província do Ocidente, por terra e mar, e o maior centro comercial da Ásia. Durante muitos anos, foi a sede do culto da deusa grega Artemis (Diana romana). Em At 19:27 , é sugerido que esse culto se espalhou por toda a Ásia, embora a inclusão de "o mundo" dentro do âmbito de sua influência é evidentemente hiperbólica. Culto Imperial, também foi realizado em Éfeso, no tempo de Paulo; depois, um templo provincial foi erguido para o imperador romano. St. Paulo fundou a Igreja Cristã lá em sua segunda viagem missionária e pregou há mais de dois anos.

Éfeso era uma cidade antiga, que, de acordo com Ramsay, mudou muito ao longo dos anos. Originalmente um porto marítimo, a gradual assoreamento do porto colocado no local original longe da água, destruindo assim as vantagens desta distinção anteriormente. Este conceito de mudança tornou-se a mensagem central do autor para esta igreja- tu deixes o teu primeiro amor .

As mensagens para as igrejas eram de Cristo ressuscitado, o "eu" é Cristo. Estas mensagens são comparáveis ​​com os ensinamentos de Jesus nos Evangelhos.

Ele elogia a primeira igreja de Éfeso para as tuas obras, eo teu trabalho e paciência. Works , erga , fala das práticas gerais da atividade, enquanto labuta e paciência , Kopos e hupomone , modificar este conceito de conduta geral. Os cristãos de Éfeso tinha trabalhado duro no trabalho de ser uma verdadeira igreja e não tinha ficado cansado em seu conflito com os homens maus por amor de Cristo. Eles só não tinha sido resignados à sua sorte na vida, mas tinha sofrido triunfalmente, transformando aparente derrota em eventual vitória. Cristo sabia disso, e enquanto não há palavras de elogio aberto são expressos, o tom de alta comenda está presente.

A igreja de Éfeso, além disso, não tinha paciência com duas classes de pessoas: certos homens maus e Nicolaitans . Estes podem representar judaizantes e gnósticos que aparecem de vez em quando nos escritos de St. Paulo. O primeiro eram apóstolos auto-intitulados que a Igreja tinha descoberto ser falsa. Eles pareciam estar viajando evangelistas que buscavam vencer fora os membros da igreja que haviam sido doutrinados por verdadeiros apóstolos. Eram homens que não conseguiram vencer os seus próprios convertidos do mundo, mas eles alimentavam de outros membros da igreja para ganhar uma sequência. Por desacreditar o pastor aceite ou líder, ou até mesmo a doutrina, eles foram capazes de atrair as pessoas para o seu movimento. Esta prática é freqüentemente encontrado, até o momento, entre os "grupos dissidentes" ou seitas que são gerados em descontentamento e falta de compromisso total para com Cristo.

Estes homens malignos têm certas características de judaizantes que se mudaram para Philippi depois de Paulo havia estabelecido a igreja lá (Fp 3:1 ), bem como em Corinto, Colossos, e provavelmente em outros lugares. Os judaizantes eram provavelmente fariseus cristãos que eram incapazes de lançar as minúcias que tinha crescido em seu zelo pela letra da lei. Mantenha a lei, e, em seguida, crer em Cristo, foi sua fórmula. Paulo viu que isso faria prosélitos judeus fora dos convertidos pagãos ao cristianismo e, assim drenar o sangue de vida muito da mensagem do evangelho. Ele argumentou que a aceitação de Deus sempre foi pela fé e nunca pela observância da lei, e ele documentou sua reivindicação pela vida de Abraão, que antecedeu a promulgação da lei de Moisés, por várias centenas de anos. Paulo descreveu os judaizantes como ("falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, disfarçando-se em apóstolos de Cristo ... o fim dos quais será conforme as suas obras." 2Co 11:13 ). Isso está de acordo com a descrição breve de João dos homens maus .

O segundo grupo problemático em Éfeso era a seita dos nicolaítas . Nada ao certo se sabe sobre este grupo fora do que é encontrado no Apocalipse. Eles não estão descritos na epístola de Paulo para a igreja de Éfeso, nem na carta de João de Éfeso ou para Pérgamo. Neste último disse que estão a realizar os ensinamentos de Balaão que causaram os israelitas para o pecado por práticas de prostituição e idolatria, incluindo o consumo de carne que havia sido oferecida aos ídolos. A mesma acusação é feita contra um grupo na igreja em Tiatira, que eram provavelmente Nicolaitans. Além disso, eles reivindicaram a um conhecimento superior de Satanás, e este é, provavelmente, a heresia gnóstica na origem. Fornication poderia ser o resultado de práticas antinomianas que derivaram de dualismo gnóstico. Porque espírito só é bom e carne é má, a carne não tem qualquer participação na salvação. Portanto corpo de um homem não precisa ser controlado pelas leis cristãs da moralidade. Este tipo de conhecimento "superior" foi uma marca do gnosticismo, com base no qual os gnósticos constituía uma lei para si mesmos.

St. Paulo tinha antecipado tais perturbações na igreja de Éfeso (At 20:29 ; 30 ), e que a igreja tinha sofrido muito por causa deles. Na verdade, ele foi mantido somente pela luta constante. No momento da escrita de João, embora os maus-trabalhadores tinham sido repelidos, os membros da igreja havia sofrido no conflito.

A acusação contra a igreja de Éfeso é um Um-haviam abandonado as muito graves primeiro amor . Ela atinge o cerne de sua pretensão de ser uma igreja cristã. Tem sido sugerido que a ênfase deve ser colocada em cima do primeiro , ou seja primário, e que a igreja havia abandonado seu amor a Cristo por algum amor menor. Muito mais provavelmente a referência é a do amor que se manifestou entre eles nos dias iniciais e mais fervorosos da igreja. Foi Ágape amor-doação, compassivo, em causa. Os comentaristas não estão de acordo sobre se este era o amor a Cristo ou o amor fraternal. Parece melhor para concluir que era tanto. Os dois não podem ser separados em um contexto cristão. "Se alguém disser: Amo a Deus, e odeia a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê" (1Jo 4:20 ). Os cristãos de Éfeso estavam perdendo o amor cristão que tinham uma vez demonstrada.

O amor é a virtude cristã primária: "Deus é amor" (1Jo 4:8)

8 Ao anjo da igreja em Esmirna escreve:

Estas coisas diz o primeiro eo último, que foi morto e viveu de novo: 9 Conheço a tua tribulação, e tua pobreza (mas tu és rico), ea blasfêmia dos que se dizem judeus, e não são, mas . são a sinagoga de Satanás 10 Não temas as coisas que hás de padecer: Eis que o Diabo está para lançar alguns de vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e eu te darei a coroa da vida. 11 Aquele que tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. O que vencer não receberá o dano da segunda morte.

Esta é a menor das sete cartas e não contém nada além de elogios para a igreja lá. A cidade foi fundada como uma colônia grega de cerca de 1000 AC, mas foi destruída pelos lídios cerca de 600 AC A partir de então, até o século III AC, quando foi restaurado pelos gregos, sobreviveu em grande parte como um grupo disperso de assentamentos espalhados colinas e vales. Uma associação precoce foi feito entre a cidade e Roma imperial, que tinha muito a ver com o seu desenvolvimento como um centro de comércio marítimo. Ele manifestou forte lealdade a Roma, em face da oposição repetida antes mesmo de Roma tornou-se uma potência mundial. Smyrna foi a primeira cidade a construir um templo para a adoração do espírito romano, que mais tarde levou ao culto ao imperador. Em 26 AC, a cidade foi escolhida acima de seus rivais, como Éfeso e Pérgamo, como o local para um templo a Tibério.

Smyrna foi localizado no extremo oeste da estrada que passou por Lídia e Frígia. Ele ficava na extremidade de um braço longo e estreito do mar, que fez um belo porto e fornecidos defesa fácil de ataques marítimos. Ele era famoso por sua beleza, tanto naturais como criado. Sua configuração foi pitoresco, enfrentado pelo mar e apoiada pela colina Pagos. Como se saindo do mar, os belos edifícios, ruas e parques da cidade se levantaram os lados da Pagos e chegou ao ápice com os edifícios públicos em sua crista.O antigo escritor Aristides comparou a toda a uma estátua com uma coroa em sua cabeça e um colar de ouro sobre a sua cabeça. Este colar foi a Rua de Ouro, que circulou a colina de leste a oeste entre os templos de Zeus e para a mãe-deusa Cibele.

Esta cidade possuía uma grande biblioteca, um teatro, uma sala de concertos, e um estádio para competições atléticas. É uma das cidades que afirmam ser o local de nascimento do poeta Homero. Policarpo foi bispo de Esmirna, e ele é mais conhecido por sua proclamação fiel da fé em Cristo, no momento de seu martírio. Recusando-se mesmo a dizer as palavras "César é o Senhor", ele continuou corajosamente a sua morte com o testemunho: "Oitenta e seis anos em que servi-Lo, e Ele me fez nada de errado. Como posso blasfemar meu Rei que me salvou? "

Havia muitos judeus em Smyrna, e eles foram, sem dúvida, por trás da perseguição que a igreja sofreu. Na carta a esta igreja, Cristo é designado como o primeiro eo último, que foi morto e viveu de novo . Esta descrição é paralela à história da cidade que havia sido destruído, mas depois restaurada. Como a cidade tivesse continuado a viver uma espécie de morte entre o sétimo e quarto séculos ANTES DE CRISTO, para que a vida de Cristo tinha persistido durante os três dias no túmulo. "A idéia não é que a vida começa uma segunda vez, após um período de morte, mas que a vida persiste em e através da morte." A cidade iria entender a morte e ressurreição de Cristo na analogia de sua própria história.

A carta a este centros da igreja em todo o tribulação e pobreza que a igreja foi então que sofrem nas mãos da população judaica. Os judeus eram numerosos e se juntou com os pagãos em ridicularizar os cristãos e na destruição de sua propriedade. Os membros da igreja estavam pagando caro por sua fé, mas foram não mostrando sinais de enfraquecimento.

A diferença entre as duas igrejas, Éfeso e Smyrna, podem ser encontradas nas dificuldades com que se esforçado. Em Éfeso, a oposição veio de dentro da igreja; em Esmirna que veio de fora. Este fato parece dizer que ridículo e perseguição do mundo é mais fácil de enfrentar e superar do que heresia e maldade entre os próprios supostos irmãos e irmãs em Cristo. Um deles é subconscientemente ciente de que este "mundo não é amigo de graça, para levar-nos a Deus", e por isso ele luta contra um inimigo e legítimas questões claras. Mas não se espera que a necessidade de se defender contra os seus parentes e amigos; e por isso ele não tem armas adequadas. Um não tem fé para perder em seus inimigos declarados e há reações emocionais naturais para seus ataques, que são completamente cristã. É claro, ele deve resistir à tentação "para lutar contra o diabo com as armas do diabo"; no entanto, a linha de batalha é desenhada e ele deve sempre ser encontrado no lado de direito. Mas quando há heresia entre os amigos e quando há homens maus dentro da igreja, as linhas de demarcação estão confusos, frustrações desenvolver, a confiança se transforma em desconfiança, comunhão é quebrada, ea túnica inconsútil da Igreja de Cristo torna-se dilacerada. A igreja de Esmirna foi abençoado com a unidade dentro, apresentando uma frente sólida para os inimigos reconhecidas. Eles foram leais em sua fidelidade a Cristo, assim como a cidade tinha sido leal a Roma, e por esta razão não estavam em perigo de perder o seu primeiro amor como fizeram os Efésios.

O termo judeus gradualmente passou a ser usado para os adversários de Cristo. No presente passagem e em Ap 3:9)

12 E ao anjo da igreja em Pérgamo escreve:

Estas coisas diz aquele que tem a espada afiada de dois gumes: 13 Sei onde habitas, mesmo onde o trono de Satanás; e reténs o meu nome, e não negaste a minha fé, mesmo nos dias de Antipas, minha testemunha, meu fiel, o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita. 14 Mas eu tenho algumas coisas contra ti, porque tens há os que seguem a doutrina de Balaão, o qual ensinava Balaque a lançar tropeços diante dos filhos de Israel para comerem coisas sacrificadas aos ídolos, e se prostituírem. 15 Assim tens também os que seguem a doutrina dos nicolaítas em como maneira. 16 Arrepende-te, portanto; ou então eu venho a ti em breve, e eu vou fazer a guerra contra eles com a espada da minha boca. 17 Aquele que tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. Ao que vencer, eu lhe darei do maná escondido, e lhe darei uma pedra branca, e na pedra um novo nome escrito, o qual ninguém conhece senão aquele que o recebe.

Pérgamo era a principal cidade da Ásia e tinha sido uma capital por quatrocentos anos. Por causa de suas milhas localização e quinze do mar e cerca de 40 milhas ao norte de Éfeso-lo nunca mais foi o grande centro comercial que Éfeso e Esmirna eram. A cidade foi construída em cima de um morro alto com vista para o Vale do Caicus. Sua história pode ser rastreada até ao século V AC Era a casa de vários cultos religiosos, bem como a localização de dois templos dedicados a Roma e seus imperadores. O templo de Athena estava no topo do morro alto, e debaixo dela havia um altar de Zeus. Ele era o chefe do banco na Ásia do culto de Asclepias Soter, o emblema de que era uma serpente enrolada. Isto pode ser porque Pergamum é dito ser onde o trono de Satanás . Ou isso pode ter sido porque a cidade era o centro do culto César na província romana da Ásia.

O título dado Cristo nesta carta é o que tem a espada de dois gumes . Isso pode ter referência ao magistrado romano que detinha o poder de vida e morte sobre os cidadãos-uma forma simbólica de enfatizar a autoridade de Cristo. No versículo 16, Cristo é dito prometem fazer guerra contra os nicolaítas com a espada da minha boca . A verdade é a espada que mata erro. A verdade tem poder de comando e Estado. A espada de dois gumes pode falar de uma dupla função de confiança, uma vez que está em Cristo: ele suporta justiça enquanto destrói maldade.

Havia muito a ser suportado pelos cristãos em Pérgamo. Eles viviam em perigo iminente de morte, permanecendo fiel quando um deles, Antipas, foi martirizado. Cristo sabia onde moravam-o que não significa apenas que Ele sabia que a sua localização-físico era evidente. Ele sabia onde eles estavam sobre os que se opunham a fé, e Ele sabia que eles estavam firmes em sua posição. Ele podia depender deles. Este pensamento é semelhante à "paciência" dos irmãos de Éfeso e de "mas tu és rico", na carta a Esmirna.

A fidelidade da igreja de Pérgamo é especificada: reténs o meu nome . "No VT ... um nome exprime a realidade profunda do ser que carrega-lo." O nome de um homem era representante de seu caráter. Aquele que possuía o nome de outro foi dito também possuir o seu poder. Mantendo o nome de Cristo, os cristãos estavam possuídos por Ele e por esse nome foram mantidos na hora do julgamento. Há poder no nome de Cristo.

Jesus! o nome por cima de tudo,

No inferno, ou terra, ou o céu;

Anjos e homens, antes de cair,

E demônios temem e voar .

Tu não negaste a minha fé . Estes cristãos acreditavam que Cristo era digno de adoração. Para dizer tanto quanto uma vez "César é o Senhor", mesmo que, posteriormente, foram autorizados a adorar a Cristo, era estranho para eles. Compromisso temporário neste reino da fé é tão pecaminoso como blasfêmia, ou assim pensei que a igreja de Pérgamo. Eles foram colocados em grande parte da mesma posição que os três heróis do livro de Daniel, que se recusou a curvar-se para a imagem de ouro que o rei Nabucodonosor tinha levantado, apesar de o rei provavelmente representava Deus de Israel.

Antipas , a quem a tradição diz que foi um bispo de Pérgamo, foi martirizado por causa do evangelho, talvez como um aviso para os outros cristãos. Ele é chamado de minha testemunha, meu fiel . A palavra grega para testemunha é martys de que cheguemos a nossa Inglês palavra mártir . Um mártir é a primeira testemunha da verdade, seja pela vida ou pela morte. Morrer para a fé é secundário, às vezes o resultado de testemunhar, mas ao mesmo tempo de forma mais significativa de testemunhar. Para ser uma testemunha em Pérgamo era para ser uma testemunha não tanto pela palavra da boca como pela própria vida, se viveu ou sacrificados. Oposição e perseguição quer fazer testemunhas de cristãos ou destruí-los. A prática atual de depor em serviços públicos está longe de ser uma testemunha de Cristo no sentido de o testemunho da Igreja primitiva. O tom desta carta a Pérgamo parece implicar que testemunhar em face de perseguição satânica é de um tipo especial, desconhecido para aqueles a quem tal perseguição também é desconhecido.

Nenhuma quantidade de vida virtuosa, a ponto de alguns membros martirizados no memorial roll, pode justificar uma igreja que, ao mesmo tempo tolera o mal em seu meio. Cristo disse a esta igreja, eu tenho algumas coisas contra ti . Havia Nicolaitans entre os membros que não tinham sido desentocada. Neste contexto, a igreja de Éfeso foi mais louvável do que-it igreja tinha procurado isso e exposto nicolaítas. Os Pergamenians eram ignorantes do erro ou insensível a ele. Por alguma razão ele estava florescendo na igreja como joio no meio do trigo. A exortação é para arrependimento, nada sendo dito sobre buscando os membros apóstatas e demiti-los.

Duas classes de membros da igreja são exortados a se arrepender. Os fiéis devem arrepender-se por abrigar hereges. Mas isso, por si só dificilmente poderia remediar a situação. A igreja, como tal, é também pediu a arrepender-se, e isso talvez incluiria os hereges. O seu conhecimento da verdade e do erro de seus caminhos, no entanto, se deve supor, como resultado da carta. Uma coisa não se arrepender dos pecados dos quais ele é ignorante. Deve-se supor que eles sabiam a verdade, as palavras seguintes pessoa de Cristo não teria sentido: eu venho a ti em breve, e eu vou fazer a guerra contra eles com a espada da minha boca . Esta seria uma guerra de verdade contra o erro, com a verdade o vencedor. Como este era para ser realizado não é declarado. Às vezes, parece que dístico de Dryden é verdade:

Verdade sempre no cadafalso ,

Errado para sempre no trono .

No entanto, sabemos que a verdade é mais forte do que erro, e as promessas de Cristo garante que as heresias na 1greja pode ser destruído. Ela pode e só vai ser feito por verdades reveladas, com a espada da minha boca . Porque a verdade é de Deus e de erro é de Satanás, a verdade triunfará no final. Até esse tempo, a igreja deve se arrepender de seus ensinamentos heréticos.

Não está claro se a vinda de Cristo à igreja de Pérgamo resultaria na conversão dos hereges, bem como na destruição da heresia. Pode haver aqui uma ameaça velada de que eles estão a ser excomungado, removido da igreja e suas influências da verdade e da justiça. Pode ser que o tratamento está implícito semelhante ao proposto por Paulo em 1Co 5:1)

18 E ao anjo da igreja em Tiatira escreve:

Estas coisas diz o Filho de Deus, que tem os olhos como chama de fogo, e os pés semelhantes a latão reluzente: 19 Conheço as tuas obras, eo teu amor, fé e ministério e paciência, e que as tuas últimas obras são mais . que o primeiro 20 Mas eu tenho essacontra ti que toleras a mulher Jezabel, que se diz profetisa chama; e ela ensina e seduz os meus servos, para que se prostituam e comam dos sacrifícios da idolatria. 21 E dei-lhe tempo para que se arrependesse; e ela não quer arrepender-se da sua prostituição. 22 Eis que a lanço em uma cama, e sobre os que adulteram com ela virá grande tribulação, se não se arrependerem das suas obras. 23 E eu vou matar seus filhos com a morte; e todas as igrejas saberão que eu sou aquele que sonda os rins e os corações; e darei a cada um de vós segundo as suas obras. 24 Mas, para você eu digo, para o resto que estão em Tiatira, a todos quantos têm não esta doutrina, e não conhecem as coisas profundas de Satanás, que estão acostumados a dizer; I lançado sobre outra carga vos não. 25 No entanto o que tendes, retende-o até que eu venha. 26 E ao que vencer, e ao que guardar as minhas obras até o fim, eu lhe darei autoridade sobre as nações, 27 e ele as regerá com vara de ferro, como os vasos do oleiro são quebradas em calafrios; como também recebi de meu Pai: 28 . e eu lhe darei a estrela da manhã 29 Aquele que tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.

Tiatira era de menor importância como uma cidade do que os três primeiros dos sete, e pouco se sabe dele do que dos outros. Foi cerca de 40 milhas ao sudeste de Pérgamo. Foi fundada como uma cidade selêucida e se estabeleceram por soldados do exército de Alexandre, o Grande. Ele estava deitado na estrada, que decorreu de Pérgamo (através Tiatira) Sardes, Filadélfia a Laodicéia. Era um centro de comércio próspero e se destacou por seu grande número de alianças artesãos. A senhora comerciante, Lydia, a quem Paulo se encontraram em Filipos, foi a partir de Tiatira (At 16:14 ). Ele continha nenhum templo ao imperador romano, mas não têm templos dedicados a Apollo Tyrimnaios e Artemis. Estando localizado entre colinas, ele não tinha fortificações naturais, como Éfeso e, portanto, estava aberto a repetidos ataques inimigos. Ramsay diz que sua história é um "branco".

A carta a Tiatira é a mais longa das sete letras. Cristo é descrito como o Filho de Deus , que tem os olhos como chama de fogo e os pés semelhantes a latão reluzente . O erro nesta igreja é obscura e difícil de entender, sob o símbolo da mulher Jezebel. Mas os olhos de Cristo eram afiados para discernir; e Seus pés de bronze denotar a força e firmeza ao contrário da igreja que não poderia estar em seus próprios pés, mas foi enganado e seduzidos por Jezebel.

Muito o que é visto nesta igreja é louvável. Works, amor, fé, ministério e paciência são dadas atenção especial. A actividade dos membros foi motivada por seu amor e fé e dois cristãos principais virtudes-e manifestou-se no ministério e paciência. Ministério (diakonia) sugere a doação de si no serviço aos outros, nas coisas espirituais e materiais. Patience (hupomone) fala de resistência persistente em face de dificuldades e oposição. Esses atos de serviço cristão tinha mostrado um aumento com o passar dos anos.

Vale ressaltar que nestes endereços louvor é mais liberal dado, se pode ser dada com a justiça, quando a culpa é seguir; mais é dito sobre as boas ações de Éfeso e de Tiatira do que daqueles dos Smyrnaeans e Philadelphians, com quem nenhuma falha foi encontrada.

A falha em Tiatira era que a igreja abrigou erro em seu meio, não ter a percepção dos efésios para detectá-lo. O pecado não pode ser anulada pelo mesmo uma abundância de boas ações. A heresia, que continuava a atrair adeptos da membresia da igreja quando esta carta foi escrita, foi provavelmente a dos nicolaítas, as quais foram descritas em termos semelhantes na carta a Pérgamo. A questão que esta igreja não tinha resolvido foi o atendimento mediante reuniões dos sindicatos do setor, que incluía não só o consumo de carne de templos pagãos, mas também o consumo de bebidas com seus males presentes. Alguns dos membros da igreja estavam carregando sobre estas práticas em nome da conveniência e da tolerância, mas ao fazê-lo eles estavam cedendo a uma filosofia que foi basicamente não-cristã e na sequência de liderança que eles estavam permitindo a rivalizar com Cristo e da igreja. O problema era mais de dentro do que de fora da igreja, e foi mais perigoso, porque ligado a si tantas qualidades cristãs, até mesmo as boas obras para as quais a igreja foi elogiado pelo próprio Cristo.

Tem sido sugerido que Jezebel era a esposa do bispo de Tiatira. Isso é improvável. O erro estava sendo perpetuado por um membro feminino da igreja, trabalhando sob o disfarce de uma profetisa. Ou ela pode ter sido uma profetisa itinerante, que tinha se ligado à igreja local por um tempo. A carta chama seu Jezebel após a esposa do rei Acabe no Antigo Testamento, que era conhecido por bruxaria e prostituição (1Rs 16:31 ; 2Rs 9:22 ). Ambos seus ensinamentos e suas práticas levou a fornicação entre alguns dos membros que a seguiu. Eles tinham cometido adultério espiritual por ser infiel a Cristo, da qual sua imoralidade física era o símbolo. As festas de alianças desde ampla oportunidade para esta libertinagem; eles "demasiadas vezes terminou em libertinagem desenfreada." Se fosse pensado que o adultério espiritual só foi concebido, a punição prometida afastaria a possibilidade. Jezebel tinha sido dada oportunidade de se arrepender, mas ela recusou. Consequentemente ela seria lançado ... em uma cama de doença em contraste com o sofá de suas festanças voluptuosas, como também os homens que cometem adultério com ela . Esta doença, que pode ser o resultado de pecado, aparentemente não seria fatal em qualquer dos casos. Seus companheiros do sexo masculino, talvez ambas as nações e os membros da igreja, seria dada igual oportunidade de se arrepender, e seria assim poupado da doença. Mas, no caso dos membros da igreja que haviam sido desviados, tanto homens como mulheres, a doença iria acabar em morte. A responsabilidade moral é medida em termos de luz recebidos.

A frase seus filhos pode significar tanto os membros porque Jezabel tinha desviados, seus filhos espirituais, e sua prole físico real. Estes dois grupos pagaria mais caro por seus pecados. Esta sanção parece desproporcionada em relação ao crime. É aparentemente com base nas condições da segunda Mandamento (Ex 20:5 ). "Amados, não creiais a todo espírito, mas provai os espíritos, se são de Deus; porque muitos falsos profetas e profetisas [] se têm levantado no mundo "( 1Jo 4:1 ).

Fora desta situação são desenhados várias lições no contexto da carta. Por meio dele todas as igrejas devem vir a conhecer melhor a Deus, tanto que Ele esquadrinha o homem, a fim de julgá-lo, e que recompensa a cada homem de acordo com [ suas ] obras. "Todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de prestar contas" (He 4:13 ). Para os fiéis na igreja Thyatirian, aqueles que não tinha absorvido os ensinamentos e práticas de Jezebel, que não conhecem as coisas profundas de Satanás, que estão acostumados a dizer , nenhuma outra admoestação é adicionado. O espetáculo do pecado e seus resultados falou em voz alta o suficiente para eles. Aqueles que haviam permanecido fiel deve ter sido um grupo de uma escolha alegria para qualquer pastor, mesmo na hora mais escura. O que tendes, retende-o até que eu venha , era tudo o que foi dito, e não era realmente necessário, para isso é o que eles estavam fazendo o tempo todo. Na verdade, foi mais de um elogio do que uma exortação.

O clima desta carta é um dos gravidade e isso não muda quando as recompensas finais para os fiéis são enumerados. O que vencer, e ao que guardar as minhas obras até o fim , será dada autoridade sobre as nações , ou gentios, que na tradição judaica pensamento constituído aqueles que não o povo escolhido de Deus. Sua regra é ser tão completamente magistral e autoritário como o poder de ferro para quebrar a cerâmica. Mais do que isso, ele será um parceiro com Deus na quebra da ordem sem Deus no mundo e no estabelecimento do Reino de Deus na terra. Cristo passa esta autoridade aos seus verdadeiros discípulos que o Pai tenha passado a ele.

Certamente esse conceito de regra reflete o pensamento do Antigo Testamento. Jesus disse aos seus discípulos que eles se sentariam em tronos para julgar as doze tribos de Israel (19:28 Matt. ; Lc 22:30 ). Com toda a probabilidade "a expressão se aplica à administração e regra dos Apóstolos espiritual, na subordinação à vontade do Mestre." Paulo indicou que "os santos hão de julgar o mundo" (1 Cor. 6: 2 ). Isso provavelmente deve ser dada a mesma interpretação. No caso em apreço, o conceito é colocado em um cenário escatológico. Sem dúvida, isso também deve ser dada uma interpretação espiritual. Quando isso é feito, o significado pode ser visto como a vitória final da verdade do evangelho sobre as forças do mal e do mal, com os santos como os principais agentes de Cristo nos resultados decisivos. A verdade expressa, então, paralelo ao pensamento de Cristo fazendo guerra com os nicolaítas com a espada da sua boca. (Veja comentar sobre Ap 2:16 .)

Os vencedores devem também receber a estrela da manhã , que é o próprio Cristo. Se as igrejas são candeeiros de e seus vários anjos são estrelas, certamente Cristo pode ser pensado como a estrela mais brilhante de todos ", o brilhante, a estrela da manhã" (Ap 22:16 ), a estrela que inaugura a grande manhã de a ressurreição.


Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de Apocalipse Capítulo 2 do versículo 1 até o 29
I. Éfeso: a igreja que voltou (2:1-7)

Essa passagem exalta as mãos e os pés de Cristo: ele conserva as estrelas (os mensageiros das igrejas) e anda em meio às igrejas em julgamento (candeeiros). Ele inicia com Éfeso, a cidade mais próxima de Patmos e grande centro comercial. O impe-rador libertara Éfeso, e esta recebeu o título de "metrópole suprema da Ásia". Sua construção mais impor-tante era o grande templo de Diana, uma das sete maravilhas do mundo antigo. Ele tinha 129,5 metros de comprimento por 67 de largura e 18 de altura, com grandes portas duplas e 127 pilares de mármore, alguns co-bertos com ouro. A adoração a Dia-na era a "imoralidade religiosa" em seu pior aspecto. LeiaAt 19:0.

A igreja efésia tinha obras, tra-balho e paciência —, mas faltava-lhe amor por Cristo. Em contraste a isso, a igreja tessalonicense foi recomen-dada pela "operosidade da [sua] fé, [pel]a abnegação do [seu] amor e [pel]a firmeza da [sua] esperança" (1Co 1:3). O que conta não é o que fazemos para Cristo, mas o motivo e o incentivo que nos impulsionam. A igreja efésia era ativa e tinha padrões espirituais elevados. Seus membros não suportavam "homens maus" e não escutavam os falsos mestres. O trabalho fora difícil, mas eles não es-moreceram. Do ponto de vista huma-no, era uma igreja bem-sucedida sob todos os aspectos. Algumas igrejas ativas de hoje, com sua programação intensa e seus trabalhadores fatiga-dos, se encaixam nessa descrição.

Todavia, o Homem que estava no meio das igrejas viu o que faltava à igreja efésia: ela abandonara [não perdera] seu primeiro amor Jr 2:2). A igreja local é casada com Cristo (2Co 11:2), e sempre há o risco do amor esfriar. Às vezes, ficamos, como Marta, tão ocupados com o trabalho para Cristo que não temos tempo para amá-lo (Lc 10:38-42). Cristo preocupa-se mais_com o que fazemos com Ele do que com o que fazemos por ele. O trabalho não substitui o amor. A igreja efésia era bem-sucedida para o público, mas falhara para Cristo.

Ele aconselha-a: "Lembra-te [...], arrepende-te e volta à prática das pri-meiras obras" (v. 5). Se voltarmos ao nosso primeiro amor, repetiremos nossas primeiras obras, aquelas obras de amor que marcaram nosso primeiro encontro com Cristo. O candeeiro da igreja será removido, se ela não voltar à condição de coração correta. A igreja local deve brilhar como uma luz no mundo. A luz se apaga sem amor verdadeiro por Cristo.

Jesus elogia essa igreja por odiar as obras dos nicolaítas. O nome gre-go "Nicolau" significa "conquistar o povo". Ele se refere ao desenvolvimento da classe sacerdotal (clerical) na igreja que deixa de lado os cren-tes comuns. Ao mesmo tempo que deve haver liderança pastoral na igreja, não deve haver distinção en-tre "clérigos" e "leigos", em que os primeiros assumem ares arrogantes e dominam os últimos.

II. Esmirna: a igreja sofredora (2:8-11)

Observe como cada descrição de Cristo volta ao retrato Dt 1:13-5 e refere-se a uma necessidade especial da igreja específica. Cristo lembra a igreja de Esmirna de seu sofrimen-to, morte e ressurreição porque ela é perseguida (2:8). Esmirna signifi-ca "amargo" e relaciona-se com a palavra "mirra". A pessoa pensa no aroma liberado por causa da pesada perseguição. A igreja sempre é mais pura e a romântica quando passa por períodos dê sofrimento.

Cristo não crítica essa igreja. Os Santos eram fiéis, apesar do so-frimento. Eles pensavam ser pobres, mas eram ricos, em contraste com a laodicense, que pensava ser rica e era pobre (Ap 3:17). Os falsos cristãos (da "sinagoga de Satanás"; Jo 8:44; Fp 3:2) blasfemavam (caluniavam) os santos. Satanás está por trás de toda perseguição, mesmo a realiza-da em nome da religião. Cristo avi-sa-os de que terão mais perseguição pela frente; talvez os "dez dias" (v. 10) refiram-se às dez grandes per-seguições que a igreja sofreu nos séculos iniciais de sua existência. Satanás vem como leão e tenta de-vorar (1Pe 5:8), mas a perseguição apenas fortalece a igreja.

O inimigo matará o corpo, po-rém os santos não precisam temer a segunda morte, que é o inferno (20:14; 21:8). Os que nasceram duas vezes morrerão apenas uma vez. Aqueles que nasceram apenas uma vez morrerão duas vezes.

  1. Pérgamo: a igreja mundana (2:12-17)

Pérgamo significa "casado", e essa igreja casou-se com algumas doutri-nas e práticas erradas. Ela apresen-tava três problemas sérios:

  1. O trono de Satanás (v. 13)

Essa passagem refere-se às "seitas misteriosas" da Babilônia que estabeleceram seus "quartéis-generais" em Pérgamo. Entre elas, estava a adora-ção ao imperador, que exerceu um papel importante nessa cidade pagã.

  1. A doutrina de Balaão

(v. 14; veja também Nm 22—25)

Balaão foi um profeta mercenário que levou o povo de Israel ao pe-cado em troca de riqueza e de pres-tígio. Ele encorajou Israel a adorar ídolos pagãos e incentivava a prosti-tuição. A igreja de Pérgamo casara- se com o mundo a fim de conseguir vantagens mundanas.

  1. A doutrina dos nicolaítas (v. 15; veja também v. 6)

O que se iniciou como "obras" em uma igreja, agora estabelece-se como doutrina em outra. Essa igreja dividiu- se entre "sacerdotes" e "pessoas".

  1. Tiatira: a igreja impenitente (2:18-29)

Os olhos de fogo e os pés de bron-ze vêem e julgam, mas essa igreja perversa não se arrepende. A igreja tinha obras, serviço e perseverança, mas estava cheia de pecado. Nessa passagem, temos Jezabel, a rainha perversa, esposa do rei Acabe (I Reis 16-2Rs 10:0) e tam-bém de idolatria, assassinato, fraude e de se declarar profetisa. E a igreja de Tiatira seguia o exemplo e a lide-rança dela!

Veja que essa falsa profetisa da igreja usava doutrinas falsas para se-duzir (enganar) o povo de Deus. Ela deu-lhes licença para pecar (veja 2 Pe 2 e Jd). A tragédia é que, em-bora Deus lhe dê oportunidade, ela não se arrepende. Nunca é tarde para a igreja se arrepender e voltar ao Senhor, porém devemos estar atentos para não perder as oportuni-dades oferecidas por Deus.


Russell Shedd

Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
Russell Shedd - Comentários de Apocalipse Capítulo 2 do versículo 1 até o 29
2.1 Anjo (gr angelos), lit. "mensageiro". Normalmente na Bíblia é um mensageiro celestial ("anjo"). Aqui talvez seja o pastor da igreja.

2.2 Labor. Serviço pesado em circunstâncias difíceis. Perseverança. Apesar da oposição e da perseguição, os efésios permaneceram fiéis a Cristo e à sua vocação. Apóstolos. Pessoas fraudulentas se deram o título (conforme 2Co 11:13-47).

• N. Hom. 2:2-6 A Igreja de Éfeso. A. Sua Natureza:
1) Enérgica em: a) obras; b) esforço; c) paciência;
2) Ortodoxa: a) provou os líderes; v. 2; b) odiou sua doutrina, v. 6;
3) Fria: a) faltou entusiasmo para com seu Senhor; b) faltou amor para com os irmãos. B. Sua Restauração:
1) Lembrar-se;
2) Arrepender-se;
3) Voltar (que correspondem aos três passos da conversão).
2.4 Teu primeiro amor. Aquele amor por Cristo e pela família dos cristãos que tinham no início da vida cristã; o amor original, puro; fervoroso, alegre (1Co 13:0; conforme 2Co 12:2) e a

Jerusalém celestial que será revelada (Ap 21:10; Ap 22:2).

2.10 Coroa da vida. A grinalda que se dava aos vencedores nos esportes e nas batalhas aqui simboliza a vida eterna (4.4; 14.14; Jc 1:12; 1Pe 5:4).

2.11 Segunda morte. A expressão simboliza a condenação eterna (21.8).

2.12 Dois gumes. Faz parte da descrição de Cristo em 1.16. Indica o julgamento de Deus, que é invencível, e feito com grande discernimento.

2.13 Trono de Satanás. No ano 29 a.C., a cidade de Pérgamo erigiu um santuário para a implantação do culto ao Imperador romano. Pérgamo também se tornara centro da religião pagã.

2.14 Doutrina de Balaão. O ensinamento básico de Balaão era confundir assuntos espirituais e morais com interesses materiais (conforme Nm 22:24; Nu 25:1-4; Nu 31:16). Refere-se aqui ao gnosticismo libertino (conforme Jd 8n).

2.17 Maná. Simboliza, aqui, o privilégio ímpar que os fiéis têm, o de serem admitidos à festa messiânica que se denomina "a ceia das bodas do Cordeiro" (19.9). Pedrinha branca. Usava-se como um voto em benefício de um réu, e como "documento" de um escravo libertado, na antigüidade. Ninguém conhece. Quem pertence verdadeiramente a Cristo é, em última análise, um segredo entre Cristo e o crente fiel (19.12n).

2.20 Jezabel. Uma referência simbólica a Jezabel, esposa de Acabe, rei de Israel (1Rs 16:31).


NVI F. F. Bruce

Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
NVI F. F. Bruce - Comentários de Apocalipse Capítulo 2 do versículo 1 até o 29
II. AS CARTAS ÀS SETE IGREJAS (2.1—3.22)

As cartas às igrejas seguem um padrão facilmente reconhecível. O Cristo ressurreto, designando-se a si mesmo por um de seus títulos, se dirige ao “anjo” da igreja com as palavras “Conheço”; segue uma breve descrição da condição da igreja com a devida recomendação ou censura, promessa ou advertência. Cada carta termina com a exortação: “Aquele que tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas” precedendo ou seguindo uma palavra de encorajamento para aquele que vencer (“ao vencedor”) — i.e., o cristão que permanecer firme na sua confissão, sem apostatar ou fazer concessões, nem que tenha de pagar com a vida, se for necessário.
As cartas dão uma impressão clara da vida cristã na província da Ásia algumas décadas depois da evangelização dessa província feita por Paulo e seus colegas (52-55 d.C.). Há pressão sobre os cristãos para que sejam menos inflexíveis na sua atitude negativa a atividades aprovadas pela sociedade como a adoração ao imperador e coisas semelhantes, a serem menos insistentes em coisas que distinguem o seu estilo de vida tão claramente da civilização em que vivem. A pressão pode assumir a forma de perseguição ativa, como em Esmirna e Pérgamo, ou a forma mais sutil (e mais difícil de ser resistida) da ênfase contínua nas vantagens de se conformar ao paganismo somente o bastante para tornar a vida um pouco mais confortável.

1) A carta a Éfeso (2:1-7)
Éfeso, na foz do Caister, era uma cidade antiga da Anatólia colonizada pelos gregos jónicos. Nessa época, era a maior cidade comercial da Ásia Menor e capital da província da Ásia; manteve sua constituição autônoma sob os romanos, com seu próprio senado e assembléia civil. Era amplamente conhecida como o lar do culto à deusa Ártemis dos efésios (uma manifestação local da grande deusa-mãe da Ásia Menor), cujo templo na cidade era uma das sete maravilhas do mundo. A igreja de Efeso datava da permanência de três anos de Paulo na cidade (At 20:31).
A associação de João com Efeso é perpetuada no topônimo Ayasolúk, forma corrompida do grego hagios theologos, “o santo teólogo”.

v. 1. Estas são as palavras daquele que tem as sete estrelas em sua mão direita e anda entre os sete candelabros de ouro: Acerca desses títulos, conforme 1.16,13. O seu andar entre os candelabros pode significar a inspeção, um por um, das suas condições, v. 2. Conheço as suas obras-Conforme o v. 19; 3.1,8,15. você não pode tolerar homens maus-. Conforme “esses que praticam o mal” de Fp 3:2 (e 2Co 11:13); aqui provavelmente são os que querem afrouxar os padrões de conduta cristãos, pôs à prova os que dizem ser apóstolos mas não são, e descobriu que eles eram impostores-. Conforme 2Co 11:13: “tais homens são falsos apóstolos [...] fingindo-se apóstolos de Cristo” — mas aqui os falsos apóstolos são mais provavelmente antinomianos do que judaizantes. Inácio, na sua carta aos efésios (c. 115 d.C.), elogia seus leitores porque se recusaram a ouvir os visitantes que ensinavam uma doutrina falsa. v. 4. Contra vocêporém, tenho isto-. Conforme v. 14,20. você abandonou o seu primeiro amor. Um diagnóstico tão penetrante, especialmente de pessoas que acabam de ser elogiadas por perseverarem e não se fatigarem na fé (v. 3), fala de uma percepção espiritual incomum e da familiaridade e intimidade de longa data com a igreja a quem se dirige. Apesar de toda a perseverança tão elogiável, o fervor do seu primeiro amor — o seu “amor que demonstram para com todos os santos”, como o texto mais extenso de Ef 1:15 formula — tinha desvanecido. E nada — nem as muitas boas obras nem a sã doutrina — pode tomar o lugar de agapê na comunidade cristã. A não ser que houvesse mudança de coração e um retorno às primeiras obras do amor, os dias dessa igreja estariam contados; o seu candelabro seria removido (v. 5). Que a igreja de Efeso levou a sério essa advertência é uma dedução possível do testemunho de Inácio, que a elogia por sua fé e amor. v. 6. Mas há uma coisa a seu favor. Isso é para o seu crédito, você odeia as práticas dos nicolaítas-. Esta palavra significa “os seguidores de Nicolau” — não há como saber se era Nicolau, o prosélito, de Antio-quia (At 6:5), como foi defendido pelos pais da Igreja a partir de Ireneu e Clemente de Alexandria (c. 180 d.C.), ou outro Nicolau. Aparentemente eles afrouxaram as condições estabelecidas pela carta apostólica de At 15.20,29 (conforme v. 14,15,20). v. 7. darei o direito de comer da árvore da vida, que está no paraíso de Deus-. Isto é, vou dar-lhe vida eterna. A origem da figura de linguagem pode ser reconhecida em Gn 2:8,9; 3:22. A árvore da vida no Éden em Gênesis era a contraparte terrestre da árvore da vida no Éden celestial. Conforme 22.1,2.


2) A carta a Esmirna (2:8-11)
Esmirna havia sido uma antiga colônia grega, destruída pelos lídios em 627 a.C. Foi fundada de novo por Lisímaco, um dos sucessores de Alexandre, o Grande, em 290 a.C. A partir de 195 a.C., Esmirna manteve relações de sólida amizade com Roma. A deidade local era a “Mãe de Sipilene”, uma versão local de Cibele. A carta à igreja em Esmirna, embora a mais breve das sete, é também a mais calorosa e laudatória.
v. 8. o Primeiro e o Último, que morreu e tomou a viver. Um eco Dt 1:17,Dt 1:18. v. 9. dos que se dizem judeus mas não são-. O verdadeiro judeu é alguém cuja vida é digna de elogios aos olhos de Deus (cf, Rm 2:28,Rm 2:29). A comunidade judaica em Esmirna, em virtude de seus ataques caluniosos aos cristãos, tinha se mostrado indigna do nome “judeu”; era, antes, por causa de sua oposição ao evangelho, sinagoga de Satanás (conforme 3.9). (Satanás significa “adversário”, assim como o seu equivalente grego diabolos significa “caluniador” ou “falso acusador”; conforme 12.9,10). Algumas décadas mais tarde, os judeus de Esmirna tomaram parte proeminente no ataque a Po-licarpo, bispo de Esmirna. v. 10. O Diabo lançará alguns de vocês na prisão-. O Diabo usou as autoridades imperiais como suas ferramentas (conforme 13.2, em que a besta imperial é fortalecida pelo dragão). O encarceramento não era um castigo em si mesmo, mas o prelúdio do juízo e da sentença. Episódios bastante conhecidos na história da igreja de Esmirna são o martírio de Policarpo (156 d.C.) e o de Piônio (250 d.C.). a coroa da vida-. A grinalda que os cristãos de Esmirna conquistariam por sua perseverança e vitória na batalha espiritual seria a vida eterna — a promessa é a mesma feita a Efeso no v. 7, embora a figura de linguagem seja diferente. A figura de linguagem usada aqui é sugerida pela “coroa de Esmirna”, um círculo de construções e colunatas sobre o monte Pagos, acima da cidade. v. 11. a segunda morte: O juízo final, a alternativa para a vida eterna (conforme 20.14; 21.8).


3) A carta a Pérgamo (2:12-17) Pérgamo significa “cidadela” (gr. pergamos); a cidade recebeu esse nome da posição elevada acima do vale do Caicus, e o nome sobrevive na moderna Bergama, que está no vale abaixo. Era a capital da dinastia dos atálidas cujo reino, entregue aos romanos em 133 a.C., se tornou a província da Ásia.

v. 12. que tem a espada afiada de dois gu-mes\ Acerca desse título, conforme 1.16; é adequado aqui em virtude da severidade da linguagem dos v. 14-16. v. 13. onde está o trono de Satanás-. Três explicações dessa expressão têm sido oferecidas, pois Pérgamo se orgulhava (a) de um trono semelhante a um altar a Zeus na cidadela; (b) de um templo do Deus da cura, Esculápio, diante do qual estava uma imagem do deus associada a uma serpente gigante, que poderia lembrar os cristãos da serpente no Éden; (c) do santuário mais antigo do culto provinciano de Roma e de Augusto, estabelecido ali em 29 a.C. Em vista de outras alusões em Apocalipse ao culto imperial, essa é mais provavelmente a referência aqui. ... mesmo quando Antipas, minha fiel testemunha-. Conforme 1.5; 3.14, em que o próprio Cristo é a “fiel testemunha”. Não sabemos quem foi Antipas, nem em que circunstâncias morreu; evidentemente sua morte tinha ocorrido já havia um tempo considerável. Um trecho como esse marca o início da transição do significado do termo grego martys de “testemunha” para “mártir” (conforme At 22:20). v. 14. ensinos de Balaão-. Uma referência à apostasia de Baal-Peor (Nu 25:0); incluiu fornicação ou prostituição ritual, como também idolatria. Aqui os nicolaítas e seus seguidores (v. 15) são descritos como defendendo o seu ensino. Com base nisso, alguns estudiosos têm pensado que Nicolau, segundo o qual esses últimos foram nomeados (conforme v. 6), era simplesmente Balaão, cujo nome (derivado do heb. bala‘, “devorar”, e ‘am, “povo”, o que dá o significado “devorador do povo”) foi traduzido para o grego por “Nicolau” (“conquistador do povo”); mas isso é improvável. Evidentemente havia uma tendência nessa época de afrouxar as exigências de At 15:20, 29, como uma carta morta, incluindo as que proibiam comer carne sacrificada a ídolos e a realização de casamentos proibidos pela lei de Israel (Lv 18), mas aprovadas pelos costumes pagãos. Esse afrouxamento teria reduzido as diferenças sociais entre os cristãos e os seus vizinhos pagãos. E possível, no entanto, que mais do que isso esteja incluído aqui — algo equivalente a uma participação simbólica nos cultos pagãos, v. 16. a espada da minha boca\ A palavra auto-realizável do julgamento divino (conforme v. 12). v. 17. maná escondido-. Uma compensação suficiente para a abstenção da comida dedicada aos ídolos. Como a árvore da vida tinha o seu arquétipo celestial (v. 7), assim tem o maná que Israel comeu no deserto. Havia entre os judeus um corpo considerável de ensinos acerca desse maná, escondido no céu, que seria revelado no fim dos tempos e dado como alimento aos fiéis (assim, e.g., 2Bar 29.8). É chamado de “pão dos anjos” (Sl 78:25) e “pão de Deus” (Jo 6:33); à luz do ensino acerca do pão da vida em Jo 6:27ss, podemos reconhecer o “maná escondido” como mais uma expressão de vida eterna, uma pedra branca com um novo nome nela-, O significado desse presente é desconhecido, mas pode denotar uma pedra com uma inscrição (gr. psêphos) servindo como bilhete de entrada para o banquete celestial. O “novo nome”, de acordo com 3.12, é Cristo (conforme 22.4). conhecido apenas por aquele que o recebe. Fornecedores de amuletos mágicos sabiam quanto era importante que um nome de poder fosse mantido em segredo; o poder do nome de Jesus não pode ser controlado por artes mágicas, mas é conhecido na experiência dos seus servos.


4) A carta a Tiatira (2:18-29)
Tiatira foi fundada por Seleuco I, em torno de 300 a.C., como uma cidade de tropas do exército. Sua outra menção no NT é como lugar de nascimento de Lídia, a vendedora de púrpura, a primeira convertida de Paulo em Filipos (At 16:14).
v. 18. cujos olhos são como chama de fogo e os pés como bronze reluzente-. Com base em 1.14, 15, aqui, como em 1.15, “pernas” seria preferível a “pés”, v. 19. e sei que você está fazendo mais agora do que no princípio-. Até esse ponto, o elogio a Tiatira excede o elogio feito a Efeso, cujo amor tinha desvanecido tanto que o retorno às suas primeiras obras era necessário. v. 20. você tolera Jezabel, aquela mulher que se diz profetisa-, E certo que ela não somente se autodenominava profetisa, mas era reconhecida como tal por seus colaboradores (chamados no v. 22 de os “que cometem adultério com ela”) e seguidores (podemos lembrar as profetisas montanistas que foram proeminentes no século seguinte na Frigia). O seu nome real não era Jezabel, mas ela é descrita aqui como essa “Jezabel de mulher” porque seu afrouxamento dos termos do decreto apostólico ou outras concessões que fazia ao paganismo (conforme v. 14) a colocavam na linha de sucessão da Jezabel do AT, cujo culto a Baal foi caracterizado pela idolatria e prostituição ritual, v. 21. Dei-lhe tempo para que se arrependesse. Sua atividade evidentemente já tinha durado algum tempo, e advertências anteriores não tinham sido respeitadas; agora a enfermidade e a praga vão cair como castigo sobre ela e seus admiradores, v. 23. Matarei os filhos dessa mulher. Lit. “Vou matar os seus filhos com a morte”, em que “morte” pode significar “peste”, como na segunda ocorrência em 6.8 (“pragas”), eu sou aquele que sonda mentes e corações-, Conforme Sl 7:9-26.2; Jr

20.12. Mais uma vez, os atributos de Deus são compartilhados por Cristo, retribuirei a cada um de vocês de acordo com as suas obras-, O princípio constante do juízo divino nas Escrituras; conforme 20.12; 22.12; também Sl 62:12Mt 16:27; Rm 2:6 etc. v. 24. os profundos segredos de Satanás-, Da mesma forma que há uma sabedoria celestial que sonda “as coisas mais profundas de Deus” (1Co 2:10), uma sabedoria forjada promete revelar “coisas profundas”, como são chamadas — “de fato, são coisas profundas”, diz o autor, “mas coisas profundas de Satanás”. A referência provavelmente é a alguma forma de ensino gnós-tico. Não porei outra carga sobre vocês-, — i.e., além das impostas pelo concílio de Jerusalém; ouve-se aqui o eco de At 15:28. v. 25. até que eu venha-, A sua vinda é uma visitação de castigo para os infiéis (v. 5,16), mas de recompensa para os fiéis. v. 26,27. darei autoridade sobre as nações. Ele as governará com cetro de ferro-, Conforme Sf 2:8,Sf 2:9; o domínio do Messias (conforme 12.5; 19,15) é compartilhado por seus seguidores vitoriosos. “Governar” é lit. “pastorear” (poimainein); o cajado do pastor é uma proteção para as ovelhas, mas também uma arma de ataque contra os seus inimigos, v. 28. a mesma autoridade que recebi de meu Pai-, Conforme Sf 2:8; Mt 11:27; Mt 28:18; Lc 22:29. v. 28. Também lhe darei a estrela da manhã-. Isso deve ser entendido em relação a 22.16 (q.v.), em que Jesus se autodenomina “a resplandecente Estrela da Manhã” — talvez uma alusão à “estrela [...] de Jacó” anunciada por Balaão em Nu 24:17. O crente vencedor, assim se deduz, vai compartilhar o governo real do Senhor vencedor (conforme 3.21).


Moody

Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
Moody - Comentários de Apocalipse Capítulo 2 do versículo 8 até o 11

8-11. A palavra Esmirna relaciona-se com a palavra mirra, que por sua vez é símbolo de morte. A história de Esmirna tem sido uma sucessão de saques, incêndios, destruições. Policarpo, um dos mais famosos mártires da antiguidade, foi Bispo de Esmirna. Esta cidade é a única das sete que ainda está em condições de desenvolvimento.


Francis Davidson

O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
Francis Davidson - Comentários de Apocalipse Capítulo 2 do versículo 8 até o 11
b) A carta à igreja em Esmirna (Ap 2:8-66). A segunda morte (11). Em Ap 21:8 define-se como "o lago que arde com fogo e enxofre". É uma frase rabínica; comparar o muito citado Targum de Jerusalém sobre Dt 33:6, "Que viva Rúben nesta época e não morra a segunda morte de que morrem os injustos no mundo vindouro". Charles aptamente compara I Enoque 99.11, "Ai de vós que propagas o mal para o vosso próximo, pois perecereis em seol", conceito este que não implicava em aniquilamento, como torna claro I Enoque 109.3.

John MacArthur

Comentario de John Fullerton MacArthur Jr, Novo Calvinista, com base batista conservadora
John MacArthur - Comentários de Apocalipse Capítulo 2 do versículo 1 até o 29

4 Éfeso: Quando o amor se esfria ( Apocalipse 2:1-7 )

"Ao anjo da igreja em Éfeso escreve: aquele que segura as sete estrelas em sua mão direita, Aquele que anda no meio dos sete candelabros de ouro, diz o seguinte:" Conheço as tuas obras e seu trabalho e perseverança, e que você não pode suportar os maus, e você posta à prova os que se dizem apóstolos e não o são, e você encontrou-os a ser falso;. e você tem perseverança e têm sofrido por causa do meu nome, e não te deixaste esmorecer Mas eu tenho contra ti que abandonaste o teu primeiro amor lembre-se, pois, donde caíste, e arrepende-te e fazer as obras que você fez no início;. ou então eu vou para ti e removerei o teu candelabro do seu lugar, a menos você se arrepender. No entanto, esta que você tem, que odeias as obras dos nicolaítas, as quais eu também odeio. Aquele que tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. Ao que vencer, eu lhe concederei que se comer da árvore da vida, que está no paraíso de Deus '"(. 2: 1-7 )

O falecido Francis Schaeffer observou certa vez que "o significado da palavra cristã foi reduzida a praticamente nada ... Porque a palavra cristã como símbolo tem sido feito no sentido de tão pouco, ele passou a significar tudo e nada "( O Marcos do cristão [Downers Grove, Illinois: InterVarsity, 1970], 11). O termo cristão no uso contemporâneo pode significar alguém que não é judeu, quem vive em um país "cristão" (ao contrário, por exemplo, para um budista ou um islâmica), ou qualquer um que reivindica qualquer tipo de fidelidade a Jesus Cristo .O termo evangélico está seguindo a mesma tendência de imprecisão.

Mas, ainda que o mundo pode estar confuso sobre o que um cristão é, a Bíblia é clara. Os cristãos são aqueles que estão Salvadora unidos a Deus através de Jesus Cristo, aqueles que "Deus escolheu ... desde o princípio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade" ( 2Ts 2:13. ; cf. Lc 18:7. ; Ef 1:4 ; 1Ts 1:41Ts 1:4. ; Tt 1:1. ; 1Pe 2:10 ), o Senhor Jesus Cristo ( João 3:15-18 , Jo 3:36 ; Jo 5:24 ; Jo 6:47 ; Rm 1:16.; Rm 4:5 ; 1Jo 5:11Jo 5:1 ; Ef 1:7. ; Gl 4:7. ; 1Jo 3:21Jo 3:2. ) habitado pelo Espírito Santo ( Jo 14:17 ; . Rm 8:4 , Rm 8:11 , Rm 8:14 ; 1Co 3:161Co 3:16 ; 1Co 6:19 ; Gl 4:6. ; 1Jo 3:241Jo 3:24 ).

Muitas coisas caracterizar os cristãos, incluindo temor reverencial de Deus ( 2Co 7:1 ; 1Pe 1:171Pe 1:17. ), o desejo de imitá-lo ( Ef 5:1. ; 2Co 7:12Co 7:1 ; Heb 0:14. ; 1 Pe 1: 15-16. ; 1Pe 2:24 ; . 2Pe 3:112Pe 3:11 ), e obediência ( Jo 10:27 ; Jo 14:21 ; Jo 15:14 ; Rm 1:5 ; He 5:9 ). Mas a característica suprema de um cristão é o amor pelo seu Senhor e Deus. Quando desafiado para nomear o único maior mandamento da lei, Jesus respondeu: "Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, e de toda a tua alma e com toda tua mente. ' Este é o grande e primeiro mandamento "( Mateus 22:37-38. ). Ele desafiou os seus discípulos para fazer amor por Ele a maior prioridade de suas vidas: "Quem ama seu pai ou sua mãe mais que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim e ele. quem não toma a sua cruz e vem após mim não é digno de mim "( Mt 10:37-38. ). Em Jo 14:21 , Jo 14:23 E acrescentou: "Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda é o que me ama; e aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu o amarei, e divulgará-me a ele. .. Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos a ele e faremos nele morada ". Verdadeiros filhos de Deus, Jesus declarou, vai amá-Lo ( Jo 8:42 ; cf. 1Pe 1:81Pe 1:8 ). Paulo definiu os cristãos como aqueles controlados pelo "amor de Cristo" ( 2Co 5:14 ). Aqueles que amam a Jesus Cristo são abençoados (Ef 6:24. ); aqueles que não são amaldiçoados ( 1Co 16:22 ). Enquanto o amor pelo Senhor Jesus Cristo sempre estará presente em verdadeiros cristãos, que podem flutuar em sua intensidade. Cristãos nem sempre vai amar Jesus Cristo com todo o seu coração, alma, mente e força, e deixar de fazê-lo é pecado. Não há melhor ilustração na Escritura da seriedade de permitir que o amor a Cristo a minguar do que esta carta à igreja em Éfeso.

As sete igrejas abordados em capítulos 2 e 3 eram igrejas reais existentes quando João escreveu. Mas enquanto não precisamente duplicado, eles também representam os tipos de igrejas que são geralmente presente em toda a era da igreja. Cinco das sete igrejas (Esmirna e Filadélfia sendo as exceções) foram repreendidos por tolerar o pecado em seu meio, não uma ocorrência incomum em igrejas desde então. Os problemas nesses cinco igrejas variou em gravidade de diminuir o amor em Éfeso para o total de apostasia em Laodicéia. Além disso, qualquer igreja em qualquer idade pode ter uma mistura dos pecados que afligiram estas cinco igrejas.

Ainda que Cristo pode ter abordado a igreja de Éfeso primeiro, pois foi o primeiro na rota postal, foi também a igreja mais proeminente dos sete. Era a igreja mãe de cujo ministério os outros seis foram fundadas (cf. At 19:10 ) e deu o seu nome ao pé da letra inspirada de Efésios escreveu quatro décadas antes pelo apóstolo Paulo. Os conteúdos desta primeira letra formar o padrão para os outros seis. Ele contém sete características: o correspondente, a igreja, a cidade, o elogio, a preocupação, o comando, e com o advogado.

O Correspondente

Aquele que tem as sete estrelas em sua mão direita, Aquele que anda no meio dos sete candelabros de ouro, ( 2: 1 c)

Embora o escritor não é nomeado, a descrição torna óbvio que Ele é. Ele é o único descrito como o glorioso Senhor da igreja em 1: 9-20 , a Jesus Cristo exaltado. As frases aquele que segura as sete estrelas em sua mão direita e aquele que anda no meio dos sete candelabros de ouro são tomadas a partir da descrição de Cristo na visão de João (cf. 1:13 , 16 ). Na verdade, Cristo identifica-se a cada um dos primeiros cinco igrejas usando frases de que a visão (cf. 2: 8 com 01:18 ; Ct 2:12 Ct 1:16 ; 02:18 com 1: 14-15 ; Ct 3:1 ). Isso reforça o fato de que Ele é o autor das letras; eles são a sua palavra direta, através do apóstolo João, às congregações locais e igrejas como eles em anos posteriores.

Como observado no capítulo 3 deste volume, as sete estrelas representam os líderes das sete igrejas. Que Cristo prende -los na mão direita indica que eles são seus ministros, sob o seu poder, como Ele medeia Seu governo soberano na igreja através de seus líderes humanos.Cristo descreve-se ainda mais como Aquele que anda no meio dos sete candelabros de ouro (os sete igrejas; 01:20 ) —scrutinizing, examinar, avaliar, e avaliá-los. Como o próprio soberano, Ele tem a autoridade para lidar com a igreja.

A Igreja

a igreja em Éfeso ( 2: 1 a)

Talvez nenhuma igreja na história teve como uma herança rica como a congregação em Éfeso. O evangelho foi introduzido àquela cidade por amigos e parceiros próximos de Paulo no ministério, Priscila e Aquila ( Atos 18:18-19 ). Eles logo foram acompanhados pelo pregador eloquente e poderoso debatedor Apolo ( Atos 18:24-26 ). Priscilla, Aquila, e Apolo lançou as bases para o ministério de Paulo em Éfeso.

O apóstolo Paulo parou brevemente em Éfeso, perto do final de sua segunda viagem missionária ( Atos 18:19-21 ), mas o seu verdadeiro ministério naquela cidade chave ocorreu em sua terceira viagem missionária. Chegando em Éfeso, ele encontrou pela primeira vez um grupo de santos do Antigo Testamento, os seguidores de João Batista ( Atos 19:1-7 ). Depois de pregar o evangelho a eles, ele batizou-os em nome do Senhor Jesus Cristo ( At 19:5 ). Mais tarde, a caminho de Jerusalém, perto do final de sua terceira viagem missionária, ele ensinou os anciãos da igreja de Éfeso os princípios essenciais da liderança da igreja ( Atos 20:17-38 ), a essência do que ele mais tarde expandiu-se em suas epístolas pastorais .Protégé de Paulo a Timóteo serviu como pastor da igreja em Éfeso ( 1Tm 1:3. , 2Tm 1:18 ) e Tychicus ( 2Tm 4:12 ), mais de companheiros de trabalho de Paulo dois, também ministrou em Éfeso. Finalmente, de acordo com o testemunho da igreja primitiva, o apóstolo João passou as últimas décadas de sua vida em Éfeso, a partir do qual ele provavelmente escreveu suas três epístolas em que ele se chama "o mais velho" (cf. 2 Jo 1 ; 3 João 1 ). Ele foi, sem dúvida, levando a igreja de Éfeso, quando foi preso e exilado na ilha de Patmos.

Eventos dramáticos e marcantes acompanhou o nascimento da igreja de Éfeso. O ministério de Paulo afetou profundamente não só a cidade de Éfeso, mas também toda a província da Ásia ( At 19:10 ). Como observado anteriormente, foi, sem dúvida, durante este tempo que o resto das sete igrejas foram fundadas. Deus sobrenaturalmente afirmou Paulo como seu porta-voz através de uma série de milagres espetaculares ( Atos 19:11-12 ). A tentativa de emular o sucesso de Paulo, um grupo de aspirantes a exorcistas judeus foram espancados e humilhados por um indivíduo possuído pelo demônio ( 13 44:19-16'>Atos 19:13-16 ). Sua consternação debacle propagação e medo por toda a cidade, fazendo com que "o nome do Senhor Jesus [a ser] ampliado" ( At 19:17 ). Chocado em perceber a inutilidade de confiar em práticas pagãs, "E muitos dos que haviam crido continuou chegando, confessando e divulgar suas práticas E muitos dos que haviam praticado artes mágicas trouxeram os seus livros e começou a queimá-los, à vista de todos;. E contavam-se o preço deles e achei cinqüenta mil moedas de prata "( vv. 18-19 ). Essa soma incrível, o equivalente a 50.000 dias de salários dos trabalhadores, revela a magnitude do envolvimento de Éfeso nas artes mágicas.

As conversões marcantes de um grande número de Efésios representava uma ameaça económica grave para artesãos pagãos da cidade. Éfeso era o centro do culto da deusa Artemis (conhecido pelos romanos como Diana), cujo templo ornamentado foi uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo. Por iniciativa de um ourives chamado Demétrio os artesãos, que viu o seu negócio lucrativo em perigo, reagiu violentamente. O tumulto que se seguiu jogou Éfeso no caos ( Atos 19:23-41 ).

Até o momento desta carta, quatro décadas se passaram desde o nascimento tumultuado da igreja de Éfeso. O apóstolo Paulo foi, como muitos da primeira geração de crentes convertidos sob seu ministério. A nova situação exige uma outra carta inspirada aos Efésios, um presente do próprio Senhor, escrito pelo apóstolo João.

A Cidade

Éfeso ( 2: 1 b)

Apesar de não ser o seu capital (Pérgamo era a capital oficial da província), Éfeso era a cidade mais importante na Ásia Menor. (Uma vez que o governador romano residia lá, pode-se argumentar que Éfeso era a capital de facto.) Sua população nos tempos do Novo Testamento tem sido estimada entre 250.000 e 500.000 pessoas. Teatro da cidade, visível hoje, em que os manifestantes frenéticos arrastado companheiros de Paulo Gaio e Aristarco ( At 19:29 ), realizada cerca de 25.000 pessoas. Éfeso era uma cidade livre (ou seja, auto-governada, dentro dos limites), e não há tropas romanas foram guarnecidos lá. A cidade sediou eventos esportivos, rivalizando com os Jogos Olímpicos.

Éfeso era o porto principal da província da Ásia. (Por lei governadores romanos de entrada teve de entrar Ásia através de Éfeso.) A cidade foi localizada no Rio Cayster, cerca de cinco quilômetros rio acima de onde ele corria para o mar. Aqueles desembarcando no porto viajou ao longo de um magnífico, forrado de coluna estrada, largura (o Caminho Arcadian) que levou para o centro da cidade. No dia lodo de João depositados pelo rio Cayster foi lentamente enchendo o porto, obrigando a cidade a lutar para manter um canal aberto. Essa batalha acabaria por ser perdido, e hoje as ruínas de Éfeso estão localizados cerca de seis milhas para o interior do mar.
Éfeso também foi estrategicamente localizado na junção de quatro das estradas romanas mais importantes da Ásia Menor. Isso, junto com o seu porto, levou o geógrafo Estrabão (um contemporâneo de Cristo) para descrever Éfeso como o mercado da Ásia.

Mas Éfeso era o mais famoso como o centro do culto da deusa Artemis (Diana) —a ponto de grande orgulho cívico ( At 19:27 , At 19:35 ). O templo de Artemis era de Éfeso mais proeminente marco. Porque o seu santuário interior era supostamente inviolável, o templo serviu como um dos bancos mais importantes do mundo mediterrâneo. O templo e seus arredores também forneceu santuário para os criminosos. Além disso, a venda de itens usados ​​no culto de Artemis fornecida uma importante fonte de renda para a cidade (cf. At 19:24 ). Toda primavera um festival de um mês foi realizada em honra da deusa, com eventos esportivos, dramáticas e musicais. Paulo pode ter antecipado este evento anual como uma oportunidade evangelística única e estava esperando por ele quando ele escreveu o Corinthians, que tinha a intenção de permanecer em Éfeso ( 1Co 16:8 ). O templo foi assistida por numerosos sacerdotes, eunucos e escravos. Milhares de sacerdotisas, que eram pouco mais do que prostitutas rituais, desempenhou um papel importante no culto de Artemis. Os jardins do templo eram uma cacofonia caótico de sacerdotes, as prostitutas, os banqueiros, os criminosos, músicos, dançarinos e frenéticos, adoradores histéricos. O filósofo Heráclito foi chamado o filósofo chorando porque ninguém, declarou ele, poderiam viver em Éfeso e não chorar sobre sua imoralidade (ver William Barclay, O Apocalipse de São João [Filadélfia: Westminster, 1976], 1:60).

Amontoados em meio a tanta idolatria pagã que caracterizou Éfeso era um grupo de fiéis cristãos. Foi a eles que Cristo abordou esta primeira das sete cartas.

O elogio

Conheço as tuas obras e seu trabalho e perseverança, e que não podes suportar os maus, e você posta à prova os que se dizem apóstolos e não o são, e você encontrou-os a ser falso; e você tem perseverança e têm sofrido por causa do meu nome, e não te deixaste esmorecer ... No entanto, esta que você tem, que odeias as obras dos nicolaítas, as quais eu também odeio. ( 2: 2-3 , 6 )

Oida ( saber ) indica o conhecimento do Senhor em cada uma das sete cartas (cf. 2: 9 ; 13 , 19 ; 3: 1 , 8 , 15 ). Em contraste com ginosko , que se refere a uma aquisição progressiva de conhecimento, oida refere-se a completar e conhecimento completo. O Senhor da igreja sabe tudo o que há para saber sobre a igreja-bom e ruim. Tal conhecimento perfeito é evidente em cada letra como o Senhor condena e elogia as igrejas.

Antes de repreendê-los por suas falhas, o Senhor Jesus Cristo elogiou os Efésios para o que eles estavam fazendo para a direita. Ele começou por reconhecer suas obras , um termo geral resumindo tudo o que se segue. Especificamente, Cristo primeiro elogiou os crentes de Éfeso para a sua labuta. Kopos ( labuta ) denota trabalho a ponto de suor e cansaço. Ele descreve um esforço all-out, exigindo tudo o que uma pessoa tem que dar-fisicamente, mentalmente e emocionalmente. Os efésios eram trabalhadores diligentes para a causa de Cristo. Deles não era mentalidade espectador; eles não queriam apenas se divertir. Também não se contentavam em comer o fruto do trabalho dos outros, mas estavam dispostos a arar, plantar e colher sua própria cultura. No meio da escuridão pagã que os rodeava, eles estavam evangelizando agressivamente o perdido, edificar os santos, e cuidar de quem precisa.

Perseverança traduz hupomone , o que denota a paciência em circunstâncias difíceis. Em contraste, seu sinônimo, makrothumia , geralmente enfatiza a paciência com as pessoas (conforme Richard C. Trench, sinônimos do Novo Testamento [reimpressão; Grand Rapids: Eerdmans, 1983], 195ff.). hupomone não denota uma desagradável, resignação fatalista , mas a aceitação corajosa da provação, do sofrimento e da perda. Este elogio indica que, apesar das circunstâncias difíceis, os crentes de Éfeso permaneceu fiel ao seu Senhor.

Outro aspecto louvável dos crentes de Éfeso foi que eles se recusaram a suportar os maus. Eles mantiveram a um alto santo padrão de comportamento, e foram sensíveis ao pecado, sem dúvida, seguindo o mandato do Senhor de praticar a disciplina da igreja ( Mt 18:1ff .).Quatro décadas mais cedo Paulo lhes tinha ordenado que não "dar o diabo uma oportunidade" ( Ef 4:27 ), e eles ainda estavam relutantes em fazê-lo.

Também não foi a igreja de Éfeso carente de discernimento espiritual, uma vez que colocou à prova os que se dizem apóstolos e não o são, e ... achei que eles sejam falsas. O Efésios nunca esqueceu a admoestação Paulo tinha dirigida a seus líderes para que muitos anos antes:

Cuidem de vocês mesmos e de todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastorear a igreja de Deus, que ele comprou com o seu próprio sangue. Eu sei que depois da minha partida, lobos ferozes penetrarão no meio de vocês, que não pouparão o rebanho; E que, dentre vós mesmos se levantarão homens que falarão coisas perversas, para atraírem os discípulos após si. Portanto, esteja em estado de alerta. ( Atos 20:28-31 )

Falsos mestres representam um perigo constante para a igreja. Jesus advertiu sobre os "falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas por dentro são lobos vorazes" ( Mt 7:15 ). Em sua segunda epístola, João alertou para os "muitos enganadores [que] têm ido para o mundo" ( 2Jo 1:7 ). O Didache, um manual de Cristão precoce da ordem da igreja, também alertou para o perigo de falsos mestres:

Bem-vindo cada apóstolo, ao chegar, como se ele fosse o Senhor. Mas ele não deve permanecer por mais de um dia. Em caso de necessidade, no entanto, no dia seguinte, também. Se ele ficar três dias, ele é um falso profeta. Na partida, um apóstolo não deve aceitar qualquer coisa, salvo comida suficiente para levá-lo até a sua próxima hospedagem. Se ele pedir dinheiro, ele é um falso profeta. (11,4-6; citado em Cyril C. Richardson, ed., Os primeiros padres cristãos [New York: Macmillan, 1970], 176)

O pai da igreja primitiva Inácio, escrita pouco depois de João escreveu o livro do Apocalipse, também elogiou os Efésios para sua vigilância: "Você atender ninguém além do que ele tem a dizer a verdade sobre Jesus Cristo ... Ouvi dizer que alguns estranhos veio o seu .. caminho com um ensinamento perverso Mas você não deixá-los semeá-la no meio de vós Você parou os ouvidos para evitar admitir que eles disseminada "( Ef 6:2 ; . 08:17 Zech ).

A Adevertência

Mas tenho contra ti que abandonaste o teu primeiro amor. ( 2: 4 )

Apesar de todos os elementos dignos de louvor na igreja de Éfeso, o penetrante, olhar onisciente do Senhor Jesus Cristo tinha descoberto uma falha fatal. Apesar de terem mantido a sua ortodoxia doutrinal e continuou a servir a Cristo, que o serviço havia degenerado em ortodoxia mecânica. Apesar de uma vez eles tinham amor ( Ef 1:15. ; 3: 17-19 ; Ef 6:23 ), 40 anos depois, o carinho da primeira geração de crentes tinha esfriado. A atual geração foi manter a doutrina transmitida a eles, mas eles tinham deixado o seu primeiro amor. Que o amor poderia incluir o amor a Deus e de Cristo, amor um pelo outro, e amor pelos perdidos. É o amor definido como obediência ( 2Jo 1:6 )

Em uma passagem poderosa e marcante Ezequiel também retratado abandono de seu primeiro amor por Deus de Israel:
"Eu passei por você e te vi, e eis que estava no momento para o amor, assim Eu abro minhas saia sobre você e cobri a tua nudez Eu também jurei pra você e entrou em uma aliança com você, para que você se tornou Mine,. "diz o Senhor Deus. "Então eu banhado com água, lavou-se fora de seu sangue de você e te ungiu com o óleo Eu também vestiu-lo com pano bordado e colocar sandálias de pele toninha em seus pés;. E eu passei-lhe com linho fino e te cobri de seda. I adornada-lo com ornamentos, pus braceletes nas mãos e um colar em torno de seu pescoço. Eu também colocar um anel em sua narina, brincos nas orelhas e uma linda coroa na cabeça. Assim você estava adornada com ouro e prata, e seu vestido foi de linho fino, de seda e pano bordado Você comeu farinha, mel e óleo;.. assim você era extraordinariamente bela e avançado à realeza Então sua fama se espalhava entre as nações, por causa de sua beleza, pois era perfeita, por causa da Meu esplendor que eu agraciado com você ", diz o Senhor Deus.

"Mas você confiou em sua beleza e se prostituiu por causa de sua fama, e você derramou as suas prostituições em cada transeunte que poderia estar disposto." ( Ez. 16: 8-15 )

Como ele tinha em Israel, a lua de mel terminou em Éfeso. A perda de uma relação de amor vital com o Senhor Jesus Cristo abriu as portas para a apatia espiritual, indiferença para com os outros, amor ao mundo, compromisso com o mal, o julgamento, e, finalmente, a morte da igreja completamente. Apesar de sua aparência exterior robusto, um câncer espiritual mortal foi crescendo no coração da igreja de Éfeso.

O Comando

Lembre-se, pois, de onde caíste, e arrepende-te e fazer as obras que você fez no início; ou então eu vou para ti e removerei o teu candelabro do seu lugar, a não ser que se arrependa. ( 2: 5 )

O Grande Médico emitido uma receita aos Efésios que, se seguidos, curar seu mal-estar espiritual. Primeiro, eles precisavam se lembrar (lit. "para continuar a lembrar") a partir de onde eles tinham caído. O esquecimento é, frequentemente, a causa inicial de declínio espiritual, e Efésios necessário para reconhecer a gravidade de tal lapso. Em segundo lugar, eles precisavam se arrepender de uma rejeição deliberada de seus pecados, porque, para deixar de amar a Deus com todo o coração, alma, mente e força é o pecado ( Mateus 22:36-38. ). Por fim, eles precisavam comprovar a seriedade de seu arrependimento e fazer as obras que fez no primeiro. Eles precisavam de recapturar a riqueza do estudo da Bíblia, a devoção a oração, e paixão para o culto que uma vez que havia caracterizado eles.

Richard Mayhue escreve que o confronto de Jesus dos modelos da igreja de Éfeso como os crentes são enfrentar:
-Primeiro, Confrontando foi feito com amor e com o objetivo de restauração ( 2: 4-5 ).

-Segundo, Incentivo precedida de correção ( 2: 2-3 , 6 ).

-Terceira, Cristo abertamente e concisamente o problema ( 2: 4-5 ).

-Fourth, Ele lhes disse como ser restaurado ( 2: 5 ): se lembrar do seu passado, arrepender-se de seu erro, volte para o seu melhor.

-Fifth, Cristo claramente definidos as conseqüências se não obedecessem ( 2: 5 ).

-Sixth, Ele escreveu com a expectativa de que eles iriam responder positivamente ( 2: 7 ). ( O que Jesus diria respeito de sua igreja? [Scotland, GB: Cristão Publishers Foco de 1995], 51)

Sublinhando a gravidade da situação, Cristo adverte os efésios a tomar as medidas necessárias para recuperar o seu primeiro amor por Ele. Ele exigiu que eles mudar ou ser castigado: . Eu vou para ti e removerei o teu candelabro do seu lugar, a não ser que você se arrependervinda para o qual Cristo se refere não é a Sua segunda vinda, mas sua vinda a eles em juízo local nesse igreja. A falta de atenção ao aviso iria levá-lo a remover o seu candelabro (simbólico da igreja; Ap 1:20 ) fora do seu lugar. Tragicamente, Cristo ameaçado julgamento divino que traria um fim à igreja de Éfeso.

O Conselho

Aquele que tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. Ao que vencer, eu lhe concederei que comer da árvore da vida, que está no paraíso de Deus. ( 2: 7 )

A carta termina com uma exortação e uma promessa. A exortação de Cristo Aquele que tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas fecha cada uma das sete cartas (cf. 2:11 , 17 , 29 ; 3: 6 , 13 , 22 ). Ele enfatiza os crentes de responsabilidade sóbrios tem que prestar atenção a voz de Deus nas Escrituras. O uso do substantivo plural igrejas significa a natureza universal deste convite a cada vez que ele aparece. Esta chamada não pode ser limitada apenas a um grupo de vencedores em uma única igreja; deve aplicar-se a todas as igrejas. Cada igreja precisa ouvir cada mensagem.

A promessa, como são aqueles associados com os outros seis letras (cf. 2:11 , 17 , 26 ; 3: 5 , 12 , 21 ), são os destinatários . que vencer O termo não se refere a aqueles que atingiram a um nível mais alto da vida cristã, mas identifica todos os cristãos. O apóstolo João define-lo dessa forma em sua primeira epístola: "Por que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé, que é aquele que vence o mundo, senão aquele que crê. que Jesus é o Filho de Deus? " ( I João 5:4-5 ). Todos os verdadeiros crentes são vencedores, que têm pela graça e poder de Deus vencer o poder incriminador do sistema mundial do mal.

Cristo promete aos vencedores em Éfeso que eles vão .comer da árvore da vida, que está no paraíso de Deus A árvore da vida é referido pela primeira vez em Gn 2:9 ), mas a árvore celestial da vida ( Ap 22:2 , Ap 22:19 ) vai durar por toda a eternidade. A árvore da vida simboliza, assim, a vida eterna. O Paraíso de Deus é o céu (cf. Lc 23:43 ; 2Co 12:42Co 12:4. ). Aqueles cujo amor por Deus esfriou fariam bem em prestar atenção a exortação dirigida a Oséias pérfida Israel:

Volta, ó Israel, o Senhor, teu Deus, para você ter tropeçado por causa de sua iniqüidade. Tome palavras com você e voltar para o Senhor. Diga-Lhe: "Tira toda a iniqüidade e recebe o bem, para que possamos apresentar o fruto de lábios Assíria não nos salvará, não iremos montados em cavalos;. Nem vamos dizer outra vez: 'Nosso Deus", ao obra das nossas mãos, pois em Ti o órfão acha a misericórdia ". ( Hos. 14: 1-3 )

E para aqueles que retornam às promessas dele, Deus, "Eu sararei a sua apostasia, eu voluntariamente os amarei" ( Os 14:4 )

"Ao anjo da igreja em Esmirna escreve: O primeiro eo último, que foi morto, e voltou à vida, diz o seguinte:" Conheço a tua tribulação ea tua pobreza (mas tu és rico), ea blasfêmia aqueles que se dizem judeus, e não são, mas são a sinagoga de Satanás. Não tenha medo de que você está prestes a sofrer. Eis que o Diabo está para lançar alguns de vós na prisão, para que você será testado, e você terá tribulação por dez dias. Sê fiel até a morte, e eu lhe darei a coroa da vida. Aquele que tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. O que vencer não receberá o dano da segunda morte . '"( 2: 8-11 )

Ao longo de sua história, a verdade aparentemente paradoxal foi que, quanto mais a igreja tem sido perseguida, maior tem sido a sua pureza e força. Durante décadas, as igrejas na ex-União Soviética e na Europa Oriental foram oprimidos pelos seus governos comunistas ateus. Os crentes continuam a ser perseguidos em países muçulmanos e em outros lugares para este dia. Eles são proibidos de proclamar abertamente sua fé. Muitos estão presos e alguns martirizados. Nos livros União Soviética, mesmo Bíblias, eram escassos. No entanto, não só aquelas igrejas sobreviver, eles prosperaram. O levantamento da Cortina de Ferro revelou um poderoso, igreja pura, caracteriza-se por uma fé genuína, profunda espiritualidade, humildade, zelo, amor da verdade, e sincera devoção ao Senhor.

Escritura ligações perseguição e força espiritual. "Considerai tudo com alegria, meus irmãos", escreveu Tiago, "quando se deparar com várias provações, sabendo que a provação da vossa fé produz perseverança. E a perseverança tenha a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e completos, não faltando em nada "( Tiago 1:2-4 ). Pedro encorajou os cristãos que sofrem com a verdade de que "depois de ter sofrido por um pouco de tempo, o Deus de toda graça, que vos chamou à sua eterna glória em Cristo, Ele mesmo perfeito, confirmar, fortalecer e estabelecer vós" ( 1Pe 5:10 ; 2Tm 3:122Tm 3:12 ). A exemplo da igreja de Esmirna instrui todas as igrejas sobre como responder corretamente quando eles vêm. Carta de recomendação de Cristo se desdobra em seis etapas sucessivas: o correspondente, a igreja, a cidade, o elogio, o comando, e com o advogado.

O Correspondente

O primeiro eo último, que foi morto, e voltou à vida, diz o seguinte: ( 2: 8 c)

Como era costume em letras antigas, o escritor se identifica no início da carta, em vez de assinar seu nome no final. A descrição do escritor como o primeiro eo último, que foi morto, e reviveu o identifica como o glorificado, exaltado Senhor Jesus Cristo descrito por essa frase na visão de 1: 12-20 (cf. 01:18 .) O primeiro eo último é um título do Antigo Testamento para Deus ( Is 44:6 ; cf. Is 41:4 : Cristo foi "condenado à morte na carne, mas vivificado no espírito." Ele morreu em sua humanidade encarnada como o sacrifício perfeito para o pecado, mas agora voltou à vida (por Sua ressurreição) e vive para sempre "de acordo com o poder de uma vida indestrutível" ( He 7:16. ; cf. Rm 6:9 ) e que prometeu: "Eu sou a ressurreição ea vida; quem crê em mim viverá, mesmo que ele morre, e todo aquele que vive e crê em mim nunca morrerá "( João 11:25-26 ).Jesus Cristo também sofreu a perseguição mais injusto e grave que alguém já sofreu (cf. : Heb 12 3-4. , para que Ele possa servir como uma fonte de compaixão e compreensão do poder) ( Hb 2:17-18. ; He 4:15 ) . Ele é o único que se dirigiu esta carta de conforto e encorajamento para a igreja de Esmirna.

A Igreja

a igreja em Esmirna ( 2: 8 a)

A Escritura não registrar a fundação da igreja em Esmirna, nem é a cidade mencionada no livro de Atos. Tudo o que é revelado sobre esta congregação está contido nesta carta. Presumivelmente, uma igreja foi plantada em Esmirna durante o ministério de Paulo em Éfeso ( At 19:10), por ele próprio Paulo, ou por seus convertidos.

No final do primeiro século, a vida era difícil e perigoso para a igreja de Esmirna. A cidade, por muito tempo um aliado de Roma, era um viveiro de culto ao imperador. Sob o imperador Domiciano, tornou-se um crime capital de se recusar a oferecer o sacrifício anual para o imperador. Não surpreendentemente, muitos cristãos enfrentaram execução. O mais famoso dos mártires de Esmirna foi Policarpo, executado meio século após a época de João.

A palavra grega traduzida como "Esmirna" foi usado na Septuaginta para traduzir a palavra hebraica para mirra, uma substância resinosa usado como um perfume para a vida ( Mt 2:11 ) e os mortos ( Jo 19:39 ). Sua associação com a morte perfeitamente retrata a igreja sofredora em Esmirna. Como mirra, produzido por esmagamento uma planta perfumada, a igreja em Esmirna, esmagado pela perseguição, exalava um aroma perfumado de fidelidade a Deus. Em Esmirna, ao contrário de Éfeso, não houve diminuição do amor a Jesus Cristo. Porque os crentes em Esmirna O amava, eles permaneceram fiéis a Ele; por causa do que a fidelidade, eles foram odiados; porque eles eram odiados, eles foram perseguidos; que a perseguição por sua vez, incitou-os a amar a Cristo mais.

A Cidade

Esmirna ( 2: 8 b)

Esmirna era uma antiga cidade cujas origens se perdem na antiguidade. Ele pode ter sido resolvida tão cedo quanto 3000 AC , mas as primeiras datas de liquidação gregos de cerca de 1000 AC Cerca de 600 BC Esmirna foi destruída pelos lídios e estava em ruínas há mais de três séculos, até que dois dos sucessores de Alexandre, o Grande reconstruiu a cidade em 290 AC Foi nessa cidade reconstruída que foi o Esmirna do dia de João.

Como observado anteriormente, Esmirna foi por muito tempo um forte aliado de Roma. Na verdade, os seus cidadãos eram tão apaixonado por Roma que, em 195 AC , eles construíram um templo em que Roma era adorado. Um século mais tarde exército mal-vestida do general romano Sulla enfrentou clima de inverno amargo. Quando difícil situação dos soldados romanos foi anunciada em uma assembléia geral dos cidadãos de Esmirna, eles supostamente tirou suas próprias roupas para enviar a eles. Roma recompensados ​​lealdade de Esmirna, escolhendo-o acima de todos os outros candidatos como o local de um novo templo dedicado ao imperador Tibério (AD 26). E quando um terremoto destruiu a cidade no final do segundo século, o imperador Marcus Aurelius reconstruído.

Apesar de Éfeso e Pérgamo igualou ou superou em importância política e econômica, Esmirna se dizia ser a cidade mais bonita na Ásia. Ele foi localizado em um golfo do Mar Egeu e, ao contrário de Éfeso, foi abençoado com um excelente porto. Esmirna também lucrou com a sua localização no extremo oeste da estrada que passava pelo rico vale do rio Hermus. Além da beleza natural do seu entorno, a cidade em si foi bem desenhado. Estendia-se da baía até as encostas do Pagos, um grande monte coberto com templos e outros edifícios públicos. As ruas estavam bem definidos, com os mais periféricas revestidas com bosques de árvores. Rua mais famosa de Esmirna, o "Street da Gold", curvado em torno das encostas do Pagos. Em uma das extremidades era o templo de Cibele, e na outra o templo de Zeus. Entre eram os templos de Apolo, Asclépio, e Afrodite.
Esmirna era um centro notável da ciência e da medicina. Como Éfeso, foi concedido o privilégio de ser auto-governar. Ele também foi um dos vários municípios que se acredita ser o local de nascimento do poeta Homero. Como observado no capítulo anterior, o porto de Éfeso, eventualmente, assoreado e a cidade saiu de existência. Esmirna, no entanto, sobreviveu a inúmeros terremotos e incêndios e existe até hoje como a cidade turca de Izmir.

O elogio

Conheço a tua tribulação ea tua pobreza (mas tu és rico), ea blasfêmia dos que se dizem judeus, e não são, mas são a sinagoga de Satanás. ( 2: 9 )

Nada escapa a visão do Senhor glorioso da igreja de Esmirna, que conhece todos os detalhes sobre as igrejas sob seu cuidado. Ele começou Seu elogio daqueles crentes, assegurando-lhes que Ele sabia que sua tribulação. Thlipsis ( tribulação ) significa, literalmente, "pressão", e é a palavra do Novo Testamento comum para perseguição ou tribulação. A igreja de Esmirna estava enfrentando intensa pressão por causa de sua fidelidade a Jesus Cristo. Havia três razões para que a hostilidade.

Em primeiro lugar, como já observado, Esmirna tinha sido fanaticamente dedicado a Roma por vários séculos. Não surpreendentemente, a cidade era um dos principais centros para o culto de adoração ao imperador. Os cidadãos de Esmirna ofereceu voluntariamente a adoração que o Imperador Domiciano foi agora exige de seus súditos em todos os lugares. Apesar de os cristãos se submeteu voluntariamente à autoridade civil do imperador (cf. Rm 13:1 ). Uso do termo forte Jesus ' blasfêmia, geralmente reservado para palavras hostis contra Deus, indica do calúnia maldade, intensidade e gravidade.

Incrédulos cristãos judeus comumente acusados ​​de canibalismo (baseado em um mal-entendido da Ceia do Senhor), a imoralidade (baseado em uma perversão do ósculo santo com o qual os crentes se cumprimentaram; cf. Rm 16:16 ; 1Co 16:201Co 16:20 ; . 2Co 13:122Co 13:12 ; . 1Ts 5:261Ts 5:26 ), quebrando-se casas (quando um dos cônjuges se tornou um cristão eo outro não, é frequentemente causada conflito; cf. Lucas 12:51-53 ), o ateísmo (porque, como já referimos, os cristãos rejeitaram o panteão de divindades pagãs), e deslealdade política e rebelião (porque os cristãos se recusaram a oferecer os sacrifícios exigidos para o imperador). Com a esperança de destruir a fé cristã, alguns dos ricos, judeus influentes de Esmirna relatados estes, falsas acusações de blasfêmia para os romanos. Estes inimigos do evangelho foram uma sinagoga de Satanás, o que significa que se reuniram para planejar seu ataque à igreja, fazendo, assim, a vontade de Satanás. Eles podem ter alegou ser uma sinagoga de Deus, mas eles eram exatamente o oposto.

Infelizmente, a hostilidade da população judaica de Esmirna ao cristianismo não era nada novo. O livro de Atos frequentemente registra uma oposição tão inspirada por Satanás Em Esmirna, como havia acontecido tantas vezes antes, a população judaica hostil envenenado a opinião pública contra os cristãos.
A perseguição da igreja em Esmirna atingiu o seu pico de meio século depois de esta carta, com a execução de seu bispo idoso, Policarpo, em que os judeus incrédulos desempenhou um papel importante. Um documento do segundo século traduzido intitulado A Carta Encíclica da Igreja em Esmirna Em relação ao martírio do Santo Policarpo relata a história marcante do martírio de Policarpo:

A toda a multidão, maravilhada com a nobreza de espírito exibido pela raça devota e piedosa dos cristãos, gritou: "Fora com os ateus, deixe Policarpo ser procuradas fora!"
Mas o Policarpo mais admirável, quando ouviu pela primeira vez [que ele foi procurado por], não estava em medida perturbado, mas resolveu continuar na cidade. No entanto, em deferência ao desejo de muitos, ele foi convencido a deixá-lo. Ele partiu, então, para uma casa de campo não muito distante da cidade. Lá, ele ficou com algumas [amigos], envolvidos em nada mais do que o dia ea noite orando por todos os homens e para as Igrejas de todo o mundo, de acordo com seu costume. E enquanto ele estava orando, a visão se apresenta a ele três dias antes ele foi levado; e eis que o travesseiro sob a cabeça parecia-lhe fogo. Diante disso, voltando-se para aqueles que estavam com ele, disse-lhes profeticamente: "Devo ser queimado vivo."
E quando aqueles que procuravam por ele estavam à mão, partiu para outra habitação, para onde seus perseguidores imediatamente vieram depois dele. E quando eles não o acharam, prenderam sobre dois jovens que estavam lá [], um dos quais, a ser submetido a tortura, confessou.Foi, portanto, impossível que ele deveria continuar escondido, já que aqueles que o traíram eram de sua própria casa. O Irenarch então (cuja sede é a mesma que a do Cleronomus), pelo nome Herodes, apressou-se a trazê-lo para o estádio. [Isso tudo aconteceu] que ele possa cumprir o seu muito especial, sendo feito um participante de Cristo, e que aquele que o traiu pode sofrer o castigo do próprio Judas.
Seus perseguidores então, junto com seus cavaleiros, e tomando a juventude com eles, saiu na ceia de tempo no dia da preparação, com suas armas habituais, como se sair contra um assaltante. E, sendo acontecer à noite [para o lugar onde ele estava], encontraram-no deitado no cenáculo de uma certa pequena casa, de onde ele pode ter fugido para outro lugar; mas ele se recusou, dizendo: "A vontade de Deus seja feita". Então, quando ele ouviu que eles chegaram, ele desceu e falou com eles. E como aqueles que estavam presentes maravilhou-se com a sua idade e constância, alguns deles disse: "Foi muito esforço para capturar um homem tão venerável?" Imediatamente em seguida, na mesma hora, ele ordenou que algo para comer e beber deve ser definido antes deles, tanto de fato como eles cuidadas, enquanto rogava-los a deixá-lo de uma hora para orar sem perturbação. E sobre a sua dando-lhe sair, ele se levantou e rezou, cheio da graça de Deus, para que ele não poderia deixar por duas horas completas, para o espanto de que a ouviram, tanto que muitos começaram a se arrepender que eles tinham vindo estendera contra tão piedoso e venerável um homem velho.
Agora, assim que ele tinha deixado de orar, tendo feito menção de tudo o que tinha a qualquer momento entrar em contato com ele, pequenos e grandes, ilustres e obscuros, bem como toda a Igreja Católica em todo o mundo, no momento de sua partida tendo chegado, eles colocá-lo sobre um jumento, e conduziu-o para a cidade, o dia sendo o do grande Sabbath. E o Irenarch Herodes, acompanhado por seu pai Nicetes (tanto andar em um carro), reuniu-se dele, e levando-o a parar o carro, eles sentaram-se ao lado dele, e esforçou-se para persuadi-lo, dizendo: "Que mal há em dizer , Senhor César, e em sacrificar, com as outras cerimônias observadas em tais ocasiões, e por isso certifique-se da segurança? " Mas ele a princípio não lhes deu nenhuma resposta; e quando eles continuaram a instá-lo, ele disse: "Não vou fazer o que você me aconselha." Então, eles, não tendo esperança de convencê-lo, começou a falar palavras amargas para ele, e lançai-o com violência para fora do carro, de modo que, em descer da carruagem, ele deslocou a perna [pela queda]. Mas sem ser perturbado, e como se não sofrendo nada, ele foi ansiosamente para a frente com toda a pressa, e foi conduzida para o estádio, onde o tumulto foi tão grande, que não havia nenhuma possibilidade de ser ouvido.
Agora, como Policarpo estava entrando no estádio, lá veio a ele uma voz do céu, dizendo: "Seja forte, e mostra-te um homem, O Policarpo!" Ninguém viu quem foi que falou com ele; mas as de nossos irmãos que estavam presentes ouviram a voz. E como ele foi trazido para a frente, o tumulto se tornou grande quando ouviram que Policarpo foi tomada. E quando ele chegou perto, o procônsul lhe perguntou se ele era Policarpo. Em seu confessando que ele era, [o procônsul], procurou convencê-lo a negar [Cristo], dizendo: "Tenha respeito a tua velhice", e outras coisas semelhantes, de acordo com seu costume, [como] ", jura por a fortuna de César, arrepender-se e dizer: Fora com os ateus ". Mas Policarpo, olhando com um semblante severo em toda a multidão dos pagãos ímpios então no estádio, e acenando com a mão em direção a eles, enquanto que, com gemidos que ele olhou para o céu, disse: "Fora com os ateus." Então, o procônsul instando-o, e dizendo: "juro, e eu vou te colocar em liberdade, censura Cristo"; Policarpo declarou: "Oitenta e seis anos em que servi-Lo, e Ele nunca me fez qualquer lesão: como então eu posso blasfemar meu Rei e meu Salvador" E quando o procônsul mais uma vez pressionado ele, e disse: "Juro pela fortuna de César", ele respondeu, "Desde que tu és vão urgente que, como dizes, eu deveria jurar pela fortuna de César, e pretendes não sei quem eo que eu sou, me ouvir declarar com ousadia, eu sou um cristão. E se você quiser saber o que as doutrinas do cristianismo são, nomear-me um dia, e tu lhe ouvi-los. " O procônsul respondeu: "Persuadir as pessoas." Mas Policarpo disse: "Para ti eu ter pensado que direito de oferecer uma conta [da minha fé], porque somos ensinados a dar a devida honra (que não implicam lesão sobre nós) para os poderes e as autoridades que existem foram ordenadas por Deus. Mas, quanto a estes, eu não considerá-los dignos de receber qualquer conta de mim. " O procônsul disse-lhe então: "Tenho feras na mão;. A estes que te lancei, caso não te arrependas" Mas ele respondeu: "Chame-os em seguida, para não estamos acostumados a arrepender-se do que é bom, a fim de adotar o que é mau, e é bem para mim a ser alterado a partir do que é mau para o que é justo." Mas novamente o procônsul disse-lhe: "Eu te farei para ser consumido pelo fogo, vendo que tu desprezas as feras, se tu não se arrepender." Mas Policarpo disse: "Tu me threatenest com o fogo que arde por uma hora, e depois de um pouco se extingue, mas a arte ignorantes do fogo do juízo vindouro e do castigo eterno, reservado para os ímpios. Mas por que te demoras? Produzi o que tu queres. "
Enquanto ele falava estas e muitas outras coisas como, ele estava cheio de confiança e alegria, e seu semblante era cheio de graça, de modo que não apenas é que ele não caia como se incomodado com as coisas ditas a ele, mas, ao contrário, o procônsul se espantou, e enviou seu arauto proclamar no meio do estádio três vezes: "Policarpo confessou que ele é um cristão." Este anúncio ter sido feito pelo arauto, toda a multidão tanto dos gentios e judeus, que habitava em Esmirna, gritou com fúria incontrolável, e em voz alta: "Este é o professor da Ásia, o pai dos cristãos, eo overthrower de nossos deuses, aquele que tem ensinado muitos não sacrificar, ou para adorar os deuses. " Falando assim, clamaram, rogava Filipe o Asiarch para soltar um leão contra Policarpo. Mas Filipe respondeu que não lhe era lícito fazê-lo, vendo os shows de animais selvagens já se acabaram. Então pareceu bem a eles a gritar com um consentimento, que Policarpo deve ser queimado vivo. Para assim convinha que a visão que foi revelado a ele em relação a seu travesseiro para ser cumprida, quando, vendo-a no fogo enquanto ele estava orando, ele se virou e disse profeticamente sobre os fiéis que estavam com ele: "Devo ser queimado viva. "
Este, então, foi levada a efeito com maior velocidade do que foi dito, as multidões imediatamente a recolha de madeira e lenha para fora das lojas e banheiros; os judeus, especialmente, de acordo com o costume, ansiosamente ajudá-los na mesma. E quando a pira funerária estava pronto, Policarpo, deixando de lado todas as suas vestes, e perder seu cinto, procurou também tirar as sandálias, —a coisa que ele não estava acostumado a fazer, na medida em que cada um dos fiéis estava sempre ansioso que primeiro deve tocar sua pele. Para, por conta de sua vida santa, ele era, mesmo antes de seu martírio, adornado com todo o tipo de bem. Imediatamente em seguida, eles cercaram com as substâncias que tinham sido preparados para a pira funerária. Mas quando eles estavam prestes também a consertá-lo com pregos, ele disse: "Deixe-me como eu sou, pois Ele que me dá força para suportar o fogo, também vai permitir-me, sem que me garantir por pregos, permanecer sem se mover em a pilha. "
Eles não pregá-lo em seguida, mas simplesmente amarraram. E ele, colocando as mãos atrás dele, e estar vinculado como um carneiro distinto [tomada] fora de um grande rebanho para o sacrifício, e se preparou para ser um holocausto agradável a Deus, olhou para o céu e disse: "Ó Senhor Deus Todo-Poderoso, o Pai de teu amado e bendito Filho Jesus Cristo, por intermédio de quem recebemos o conhecimento de ti, o Deus dos anjos e poderes, e de cada criatura, e de toda a raça dos justos que vivem diante de ti, eu Te damos graças que Tu me contaram, digno deste dia e desta hora, que eu deveria ter uma parte do número de Teus mártires, no copo do teu Cristo, para a ressurreição da vida eterna, tanto da alma e do corpo, através da incorrupção [comunicado] pelo Espírito Santo. Entre os quais eu possa ser aceito hoje diante de ti como uma gordura e sacrifício aceitável, de acordo como Tu, Deus sempre verdadeiro, tens preordenado, fizeste uma revelação de antemão para mim, e agora tens cumprido. Por isso também eu Te louvo por todas as coisas, eu te abençoe, eu Te glorificar, junto com a eterna e celestial Jesus Cristo, vosso Filho amado, com quem, a Ti, e do Espírito Santo, seja a glória, tanto agora como para todos os séculos vindouros. Amém. "
Quando ele pronunciou este amém, e assim terminou sua oração, aqueles que foram nomeados para o efeito acendeu o fogo. E, como a chama resplandeceu em grande fúria, nós, a quem foi dado para testemunhar isso, vi um grande milagre, e foram preservados para que possamos informar aos outros o que então ocorreram. Para o fogo, moldando-se em forma de um arco, como a vela de um navio, quando cheio com o vento, como englobado por um círculo o corpo do mártir. E ele apareceu dentro não gosta de carne, que é queimado, mas como pão que é cozido, ou como ouro e prata brilhante em uma fornalha. Além disso, percebemos um odor doce, tais [proveniente da pilha], como se incenso ou algumas dessas preciosas especiarias foi fumar lá.
Por fim, quando esses maus percebido que seu corpo não pode ser consumida pelo fogo, que comandou um carrasco para chegar perto e fure-o completamente com um punhal. E sobre o seu fazer isso, saiu uma pomba, e uma grande quantidade de sangue, de modo que o fogo foi extinto; e todo o povo se perguntou que deve haver tanta diferença entre os incrédulos e os eleitos, de quem este Policarpo mais admirável era um só, tendo em nossos tempos sido um professor apostólica e profética, e bispo da Igreja Católica, que está em Esmirna . Para cada palavra que saiu de sua boca, quer tenha sido ou ainda será realizado.
Declaração de Jesus de que os judeus, que perseguiu a Igreja Esmirna dizem judeus e não são tem levado alguns a questionar se eles eram judeus racialmente. Certamente eles eram descendentes físicos de Abraão, mas não é verdade judeus, por definição, de Paulo: "Ele não é judeu o que o é exteriormente, nem é circuncisão a que é somente na carne, mas ele é um judeu que o é no interior, e circuncisão. é aquilo que é do coração, no espírito, não na letra, e seu louvor não provém dos homens, mas de Deus "( Rm 2:28-29. ). Embora estes foram, de raça judeus, eles estavam espiritualmente pagã. Eles aliaram com os inimigos gentios de Deus, em uma tentativa de acabar com o cristianismo em Esmirna.

Não só foi o Senhor consciente da perseguição da igreja Esmirna enfrentado, mas também da sua pobreza. Em contraste com seu sinônimo penes , o que denota aqueles que lutam para satisfazer suas necessidades básicas, ptocheia ( pobreza ) descreve mendigos, que não vivem por sua próprio trabalho, mas pelas esmolas dos outros (conforme Richard C. Trench, sinônimos do Novo Testamento [reimpressão; Grand Rapids: Eerdmans, 1983], 128-29). Muitos dos crentes em Esmirna eram escravos; a maioria eram indigentes. Os poucos que tinha possuído posses tinha, sem dúvida, os perdeu na perseguição.

A igreja de Esmirna tinha todos os motivos, humanamente falando, a entrar em colapso. Em vez disso, manteve-se fiel ao seu Senhor, nunca (ao contrário de Éfeso), deixando seu primeiro amor por Ele. Por isso, Jesus disse-lhes: você é rico. Eles tinham o que realmente importava-salvação, santidade, graça, paz, comunhão, um Salvador simpático e Consolador. A igreja de Esmirna era o rico pobre igreja, em contraste com a igreja de Laodicéia, que era a igreja materialmente rico, mas pobre espiritualmente (cf. 03:17 ). A igreja de Esmirna tipifica a riqueza espiritual das igrejas que sofrem fiéis ao longo da história.

O Comando

Não tenha medo de que você está prestes a sofrer. Eis que o Diabo está para lançar alguns de vós na prisão, para que você será testado, e você terá tribulação por dez dias. ( 2:10 a)

Depois de elogiar-los para a perseguição fielmente duradouro, Jesus advertiu os crentes que mais estava por vir. Antes de especificar a sua natureza, ordenou-lhes que não a temer o que eles estavam prestes a sofrer. Ele lhes daria força para suportá-la. Como Ele disse aos Seus discípulos em Jo 16:33 : "No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo." Portanto, os crentes que sofrem nesse rebanho poderia dizer com Davi, "Em Deus pus a minha confiança, não vou ter medo. O que o homem pode fazer para mim?" ( Sl 56:11 ).

Especificamente, o Senhor previu que o diabo estava prestes a lançar alguns de -los na prisão. O propósito de Deus em permitir que a prisão era para que eles iriam ser testado. Suportando com sucesso que o julgamento, que iria provar a realidade de sua fé, ser reforçada (cf. 2 Cor. 12: 9-10 ) —e provar mais uma vez que Satanás não pode destruir a verdadeira fé salvadora.

A batalha sobrenatural em Esmirna foi apenas uma batalha na guerra de longa idade de Satanás contra Deus. Ele sempre foi o plano de Satanás para atacar os filhos de Deus e tentar destruir a sua fé. É por isso que um de seus títulos na Bíblia é o "acusador de [o] irmãos" ( 0:10 ).Seus ataques a verdadeiros filhos de Deus, no entanto, não pode ter sucesso. Jesus declarou: "Eu dou a vida eterna para eles, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão Meu Pai, que as deu para mim, é maior do que todos;. E ninguém pode arrebatá— —las da mão do Pai "( João 10:28-29 ); e "Esta é a vontade daquele que me enviou, para que de tudo o que ele me deu eu não perde nada, mas o ressuscite no último dia" ( Jo 6:39 ). Como seu grande Sumo Sacerdote, Jesus é "pode ​​também salvar sempre os que se aproximam de Deus por meio dele, pois vive sempre para interceder por eles" ( He 7:25 ). Em Romanos 8:28-29 Paulo traça a corrente inquebrável de presciência a predestinação para a chamada eficaz para a justificação para a glorificação; ninguém está perdido ao longo do caminho. Todos os que são chamados serão mantidas até que sejam semelhantes a Cristo em glória.

O conhecimento de que seus esforços para destruir a fé de poupança estão fadadas ao fracasso, não impede Satanás de tentar. Seu ataque mais notável sobre a fé salvadora é registrado no livro de Jó, onde (com a permissão de Deus) ele tirou de Jó a sua família, posses, e saúde física.Todos Job ficou com era uma esposa e amigos rabugento cujo conselho inepto o levou a distração. Mas, "por tudo isso Jó não pecou nem ele culpar a Deus" ( 1:22 ; cf. 2:10 ). Declaração de Jó triunfante: "Ainda que Ele me mate, eu esperarei nele" ( 13:15 ), sinalizou tanto o triunfo da verdadeira fé salvadora e derrota total de Satanás.

No Novo Testamento, Satanás procurou, sem sucesso, para destruir a fé de Pedro. Jesus avisou: "Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como trigo; mas eu roguei por ti, para que tua fé não desfaleça; e tu, quando uma vez que você, uma vez convertido, confirma os teus irmãos" ( Lucas 22:31-32 ). Tal como acontece com os crentes em Esmirna, Jesus predisse o ataque de Satanás sobre Pedro, mas também que Pedro iria suportá-la com sucesso. Paulo também sobreviveu a pior Satanás poderia jogar com ele:

Ele me disse: "A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza." Muito contente, então, eu gloriarei nas minhas fraquezas, para que o poder de Cristo habite em mim. Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas angústias, nas perseguições, nas dificuldades, por amor de Cristo; Porque, quando sou fraco, então é que sou forte. ( 2 Cor. 12: 9-10 )

Deus, o único que soberanamente controla todas as circunstâncias da vida, não permitir a Satanás para atormentar a igreja Esmirna por muito tempo. Jesus prometeu que eles iriam ter tribulação para apenas 10 dias. Embora alguns vêem os 10 dias que simbolicamente representa tudo de dez períodos de perseguição sob os romanos, a um período de tempo indeterminado, a um tempo de dez anos, não há nenhuma razão exegética interpretá-los como algo diferente de dez dias atuais. Grande ataque de Satanás naquela igreja local seria intensa, mas breve.

O Conselho

Sê fiel até à morte, e eu lhe darei a coroa da vida. Aquele que tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. O que vencer não receberá o dano da segunda morte. ( 02:10 b-11)

Como observado anteriormente, Cristo não tem reprimenda para a igreja fiel em Esmirna. Ele termina a carta com algumas palavras finais de incentivar conselho. Aqueles que provar a veracidade de sua fé, permanecendo fiel ao Senhor até a morte receberá como recompensa a coroastephanos ; a coroa da vitória) da vida (cf. Jc 1:12 ). A coroa (recompensa, ponto culminante, resultado) de uma genuína fé salvadora é eterna vida, e perseverança comprova a autenticidade de sua fé como eles suportar o sofrimento. As Escrituras ensinam que os cristãos verdadeiros irá perseverar. Que a verdade bíblica foi entendida pelos autores da Confissão de Fé de Westminster, que escreveu "Eles, a quem Deus aceitou em sua amada, chamados eficazmente e santificou pelo Seu Espírito, não pode nem total, nem finalmente cair do estado de graça, mas, certamente, perseverar até o fim, e serão eternamente salvos. " Isso é inconfundível o ensino das Escrituras (por exemplo, Mt 10:22. ; Mt 24:13 ; 13 41:4-20'>Marcos 4:13-20 ; Jo 8:31 ; Colossenses 1:21-23 ; 1Jo 2:191Jo 2:19 ).

Como observado no capítulo 4 deste volume, a frase Aquele que tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas fecha cada uma das sete cartas. Ele salienta a importância vital do que Deus diz na Escritura, e enfatiza a responsabilidade dos crentes a acatá-la. A promessa para o que vence (todos os cristãos; conforme a discussão no capítulo 4 deste volume) é que ele . Não será ferido pela segunda morte Embora crentes perseguidos podem sofrer a primeira morte (física), que nunca vai experimentar a segunda morte (o que não é a aniquilação, mas consciente, a condenação eterna no inferno; Ap 20:14 ; Ap 21:8 ). Porque eles lealmente confessou diante dos homens, Jesus os confessará diante do Pai ( Mt 10:32 ).

6. Pérgamo: A igreja mundana ( Apocalipse 2:12-17 )

"Ao anjo da igreja em Pérgamo escreve: Aquele que tem a espada afiada de dois gumes, diz o seguinte:" Eu sei onde você mora, onde está o trono de Satanás é, e você se apegam meu nome, e não negaste a minha fé mesmo nos dias de Antipas, minha testemunha, meu fiel, que foi morto entre vós, onde Satanás habita. Mas eu tenho algumas coisas contra você, porque você tem lá os que seguem a doutrina de Balaão, o qual ensinava Balaque a colocar uma pedra de tropeço diante dos filhos de Israel, para comerem coisas sacrificadas aos ídolos, e para cometer atos de imoralidade Então você também tem alguns que da mesma forma sustentam a doutrina dos nicolaítas Portanto arrepender;.. ou então eu vou para ti rapidamente, e eu vou fazer a guerra contra eles com a espada da minha boca. Aquele que tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. Ao que vencer, eu lhe dar a comer do maná escondido, e eu lhe darei uma pedra branca, e um novo nome escrito na pedra, que ninguém conhece senão aquele que o recebe "(. 2: 12-17 )

Para muitas pessoas na 1greja de hoje, o termo mundanismo tem, um anel de old-fashioned pitoresca a ele. Eles associá-lo com proibições contra coisas como dançar, ir ao cinema, ou jogando cartas. , Orientada para o candidato, a igreja de hoje orientada para o mercado user-friendly não prega muito contra o mundanismo. Para fazê-lo pode fazer incrédulos (para não falar de muitos crentes) desconfortável, e, portanto, evita-se como estratégia de marketing pobres.

Mas ao contrário de grande parte da igreja contemporânea, a Bíblia não hesita em condenar o mundanismo para o pecado grave que é. O mundanismo é qualquer preocupação com ou interesse no sistema temporal da vida que coloca qualquer coisa perecível antes o que é eterno.Desde os crentes não fazem parte do sistema do mundo ( Jo 15:19 ), eles não devem agir como se fossem. "Não vos conformeis com este mundo", escreveu o apóstolo Paulo, "mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a vontade de Deus é, o que é bom, agradável e perfeita" ( Rm 12:2 ). "Pura e religião sem mácula", observa Tiago, consiste em manter "se isento da corrupção do mundo" ( Jc 1:27 ), porque "a amizade do mundo é inimizade contra Deus [.] Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus "( Jc 4:4 faz o dever do crente para evitar mundanismo inequivocamente claro:

Não ameis o mundo nem as coisas do mundo. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos ea soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. O mundo está passando, e também as suas concupiscências; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.
A igreja de Pérgamo, como grande parte da igreja de hoje, não tinha conseguido atender às advertências bíblicas contra o mundanismo. Por conseguinte, se tinha desviado em compromisso e estava em perigo de tornar-se confunde com o mundo. Isso seria o próximo passo na espiral descendente da perda da igreja de Éfeso de seu primeiro amor por Jesus Cristo.
Em conformidade com o padrão geral das sete cartas, a carta a Pérgamo se desdobra em sete etapas: o correspondente, a igreja, a cidade, o elogio, a preocupação, o comando, e com o advogado.

O Correspondente

Aquele que tem a espada afiada de dois gumes diz o seguinte: ( 02:12 c)

O titular de a espada afiada de dois gumes é ressuscitado e glorificado Senhor Jesus Cristo, como indicado na 1:16 . Ele, através do inspirado apóstolo João, é o autor desta carta. Nesta carta, como aqueles para Éfeso e Esmirna, Cristo se identifica com uma das frases descritivas de visão de João em 1: 12-17 .

espada de dois gumes refere-se à Palavra de Deus. He 4:12 observa que "a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e apta para discernir os pensamentos e intenções do coração. " O apóstolo Paulo também usa a metáfora de uma espada para descrever a Palavra ( Ef 6:17 ). Que a espada é de dois gumes retrata potência e poder do Verbo em expor e julgar os pensamentos mais íntimos do coração humano. A Palavra nunca empunha uma borda maçante.

Esta descrição do Senhor Jesus Cristo imagens Lo como juiz e carrasco. Descrevendo Sua aparição na segunda vinda, João escreve que "a partir de sua boca saía uma espada afiada, para que com ele Ele pode derrubar as nações, e ele as regerá com vara de ferro; e ele pisa o lagar do vinho do ardor da ira do Deus Todo-Poderoso "( 19:15 ). Este não é, uma introdução prometendo positivo; é um ameaçador. É a primeira introdução negativo de Cristo porque a igreja de Pérgamo enfrentou julgamento iminente. Disaster surgiu no horizonte para esta igreja mundana;era e é apenas um pequeno passo de comprometimento com o mundo a Deus abandonando por completo e de frente para a sua ira.

A igreja de Pérgamo é simbólica das muitas igrejas ao longo da história que têm comprometido com o mundo. Esse espírito de compromisso foi especialmente evidente durante o período a partir do quarto para o sétimo séculos. Em AD 313 o imperador Constantino promulgou o Edito de Milão, concedendo a liberdade religiosa aos cristãos e que termina dois séculos e meio de perseguição selvagem. Ele adotou o cristianismo e tornou a religião favorecida do império. Isso começou o processo pelo qual o Cristianismo se fundiu com o Estado romano.Sacerdotes pagãos tornaram-se padres cristãos; templos pagãos tornou-se igrejas cristãs; festas pagãs se tornou festas cristãs. Cristianismo não era mais uma questão pessoal, mas uma identidade nacional. A igreja se casou com o sistema político, a fim de que o mundanismo era sinônimo com a igreja.

Hoje, em alguns aspectos, o mundanismo ainda é galopante na igreja. Igrejas, até mesmo denominações inteiras, se afastaram da verdadeira fé e abraçou o mundo filosoficamente e moralmente. E, em alguns lugares, as igrejas do Estado ainda existem em formas espiritualmente impotentes. Como a igreja em Pérgamo, caem sob o julgamento pelo Senhor da verdadeira igreja.

A Igreja

a igreja em Pérgamo ( 2:12 a)

O livro de Atos não registra a fundação da igreja de Pérgamo. De acordo com Atos 16:7-8 , Paulo passou por Mísia (a região em que Pérgamo foi localizado) em sua segunda viagem missionária, mas não há registro de que o apóstolo quer pregou o evangelho ou fundou uma igreja lá naquele momento. Muito provavelmente, a igreja de Pérgamo foi fundada durante o ministério de Paulo em Éfeso, quando o evangelho saiu de lá para ser pregado em toda a província da Ásia ( At 19:10 ). Porque a igreja foi cercada pela cultura pagã, foi exposto continuamente às suas seduções, reforçada pelo pecados familiares. Ele também enfrentou graves animosidade dos adoradores imperador perseguindo.

A Cidade

Pérgamo ( 2:12 b)

Pérgamo era cerca de cem quilômetros ao norte de Éfeso, com Esmirna localizado a meio caminho entre os dois. Ao contrário de Éfeso e Esmirna, Pérgamo não era uma cidade portuária, mas foi localizado a cerca de 15 milhas para o interior do Mar Egeu. Também não era em qualquer um dos principais rotas comerciais. No entanto, como a sua antiga capital, Pérgamo foi considerado maior cidade da Ásia. O escritor romano Plínio chamou-lhe "de longe a cidade mais ilustre na Ásia" (citado em Robert H. Mounce, O Livro do Apocalipse, A Commentary New International sobre o Novo Testamento [Grand Rapids: Eerdmans, 1977], 95). Pela revelação escrita tempo João, Pérgamo tinha sido a capital da Ásia por quase 250 anos (desde 133 AC , quando o seu último rei legou seu reino a Roma). Pérgamo sobrevive até hoje como a cidade turca de Bergama.

Muito do Pérgamo foi construída sobre uma colina grande, cónico altaneiro cerca de mil metros acima da planície. Então impressionante é o site, mesmo nos tempos modernos que o famoso arqueólogo do século XIX Sir William Ramsay comentou: "Beyond todos os outros sites na Ásia Menor que dá ao viajante a impressão de uma cidade real, a casa de autoridade: o monte rochoso sobre o qual ela representa é tão grande, e domina a vasta planície do [vale do rio] Caicus tão orgulhosa e corajosamente "( As Cartas às Sete Igrejas da Ásia (Albany, Oreg .: ERAS Software; reimpressão da edição de 1904],
226) .

Enorme biblioteca de Pérgamo (200.000 volumes manuscritos) foi perdendo apenas para a de Alexandria. Então impressionante foi biblioteca de Pérgamo que Marcos Antony depois enviá-lo para a sua amante, a rainha Cleópatra do Egito. Segundo a lenda, pergaminho (ou velino) foi inventado pelos Pergamenes para fornecer material de escrita para a sua biblioteca. Buscando construir uma biblioteca rivalizando com a de Alexandria, um terceiro século AC Pergamene rei tentou atrair o bibliotecário da biblioteca de Alexandria para a sua cidade. Infelizmente, o governante egípcio ficou sabendo do plano, se recusou a permitir que o bibliotecário para sair, e em retaliação proibida a posterior exportação de papiro para Pérgamo. Em caso de necessidade, as Pergamenes desenvolvido pergaminho, feitas de peles de animais tratados, para uso como material de escrita. Apesar de pergaminho foi realmente conhecido a partir de um milhar de anos antes no Egito, os Pergamenes foram responsáveis ​​por seu uso generalizado no mundo antigo. Na verdade, a palavra pergaminho pode derivar de uma forma da palavraPergamum .

Por causa de sua biblioteca, Pérgamo era um importante centro de cultura e aprendizagem. O médico Galen, perdendo apenas em importância a Hipócrates, nasceu e estudou em Pérgamo. A cidade viu-se como o defensor da cultura grega na Ásia Menor. Um grande friso ao redor da base do altar de Zeus comemora a vitória dos Pergamenes sobre a invadir bárbaro gauleses.
Pérgamo foi um importante centro de culto para quatro das principais divindades do mundo greco-romano, e templos dedicados a Athena, Asclépio, Dionísio, Zeus e foram localizados lá. Mas a ensombrar o culto de todas as divindades era a devoção de Pérgamo ao culto de adoração ao imperador. Pérgamo construído o primeiro templo dedicado ao culto ao imperador na Ásia (29 AC ), em homenagem ao imperador Augusto. Mais tarde, a cidade iria construir mais dois desses templos, honrando os imperadores Trajano e Septimus Severus. A cidade tornou-se assim o centro do culto ao imperador na província, e ali, mais do que em qualquer outra cidade da Ásia, os cristãos estavam em perigo de danos a partir do culto de adoração ao imperador. Em outros lugares, os cristãos eram principalmente em perigo por um dia por ano, eles foram obrigados a oferecer sacrifícios ao imperador; em Pérgamo eles estavam em perigo todos os dias. É provável que o mártir Antipas ( 02:13 ) foi executado, pelo menos em parte, por se recusar a adorar o imperador.

O elogio

Eu sei onde você mora, onde está o trono de Satanás é; e você se apegam meu nome, e não negaste a minha fé, ainda nos dias de Antipas, minha testemunha, meu fiel, que foi morto entre vós, onde Satanás habita. ( 02:13 )

Apesar das circunstâncias difíceis em que se encontravam, os crentes em Pérgamo corajosamente defendeu sua fé em Jesus Cristo. Ele os elogiou por continuar a retende Seu nome -Apesar viviam onde o trono de Satanás, onde Satanás habita. Muitas sugestões foram oferecidos como para a identificação de trono de Satanás. Alguns identificá-lo com o magnífico altar de Zeus, que dominou acrópole de Pérgamo . Esta não foi simplesmente um altar, como Edwin Yamauchi observa:

A palavra altar é um pouco enganador. A estrutura é um tribunal com colunas monumental sob a forma de uma ferradura, 120 por 112 pés. O pódio do altar era quase 18 metros de altura. A grande friso, que decorreu na base da estrutura de 446 pés, mostrava uma gigantomaquia, isto é, uma batalha dos deuses e os gigantes. Foi uma das maiores obras de arte helenística. ( Cidades novo testamento no oeste da Ásia Menor [Grand Rapids: Baker, 1980], 35-36)

Tal estrutura impressionante poderia facilmente justifica a designação trono de Satanás.

Outros conectar o trono de Satanás com a adoração do deus Esculápio que prevalecia em Pérgamo. Asclépio era o deus da cura, e as pessoas vieram de todo o mundo antigo para Pérgamo, buscando para ser curado em seu santuário. Asklepios foi descrito como uma serpente, e as cobras não venenosas percorriam livremente no seu templo. Suplicantes que procuram a cura ou dormia ou deitar-se no chão do templo, na esperança de ser tocado por uma das cobras (simbolicamente representando o próprio Deus) e, assim, ser curado. Tal simbolismo, sem dúvida, lembrar aos cristãos de Satanás (cf. Ap 12:9, Ap 12:15 ; Ap 20:2 : "Eu edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela." Nenhuma quantidade de oposição satânica pode destruir uma genuína fé salvadora, como aqueles crentes possuía.

A igreja de Pérgamo manteve sua fidelidade , mesmo nos dias de Antipas, a quem Cristo descrito como minha testemunha, meu fiel, que foi morto entre vós. Nada certo é conhecido sobre Antipas para além deste texto. Ele foi, provavelmente, um dos líderes da igreja de Pérgamo. Segundo a tradição, ele foi assado até a morte dentro de um touro de bronze durante a perseguição promovida pelo imperador Domiciano. Testemunha traduz martus , uma palavra que, eventualmente, tornou-se transliterado para o Inglês como a palavra mártir, porque muitas testemunhas de Cristo pagaram com suas vidas.

Ali estava um homem que pagou o preço final por sua recusa a fazer concessões. Por causa de sua fidelidade, o Senhor ressuscitado elogiou Antipas com um título usado em outro lugar para se referir a si mesmo ( Ap 1:5 ). Fidelidade e coragem de Antipas foram uma repreensão para aqueles em Pérgamo que foram tentados a comprometer-se com o mundo.

A Adevertência

Mas eu tenho algumas coisas contra você, porque você tem lá os que seguem a doutrina de Balaão, o qual ensinava Balaque a lançar tropeços diante dos filhos de Israel, para comerem coisas sacrificadas aos ídolos, e para cometer atos de imoralidade. Então você também tem alguns que da mesma forma sustentam a doutrina dos nicolaítas. ( 2: 14-15 )

A igreja de Pérgamo se manteve fiel a Cristo e à verdade cristã. Ele fielmente no próprio quartel-general, por assim dizer, de satânico oposição, até mesmo em face do martírio. No entanto, nem tudo estava bem em Pérgamo. Depois de elogiar os crentes ali, Cristo informou-os, eu tenho algumas coisas contra você. Sua preocupação era que eles tinham aí os que sustentam a falsa doutrina. Enquanto a maioria dos crentes de Pérgamo eram fiéis e leais à verdade, havia alguns deles associados à igreja, que passou a acreditar falsa doutrina. Enquanto muitos no reino cristão de hoje fazer a luz da doutrina, e erro bíblica e teológica são vistos como sem importância, que não é o ponto de vista do Senhor da igreja. Nosso Senhor a segura contra qualquer em sua igreja que detêm a erro. Tragicamente, o resto foram tolerar estes errorists, em vez de confrontá-los e, se eles se recusaram a arrepender-se, colocando-os para fora da igreja (cf. Tito 3:10-11 ). Como muitas igrejas hoje, a igreja de Pérgamo não obedeceu a ordem bíblica para a prática de disciplina da Igreja (cf. Mt 18:15-18. ).

Especificamente, Cristo estava preocupado com duas heresias sendo tolerado em Pérgamo, um associado a um personagem do Antigo Testamento, o outro com uma pessoa do Novo Testamento. Primeiro, alguns estavam seguindo a doutrina de Balaão. A história de Balaão, um profeta do Antigo Testamento notórias para aluguer, é encontrado em Números 22:25 . Com medo de que os israelitas por causa do que eles tinham feito aos amorreus, Balac, rei de Moab, contratou Balaão para amaldiçoar-los. Depois de tentar, sem sucesso, três vezes para amaldiçoar Israel, Balaão veio com outro plano. Desde que ele era incapaz de amaldiçoar os israelitas, ele decidiu corrompê-los por ensinar Balaque a lançar tropeços diante dos filhos de Israel, para comerem coisas sacrificadas aos ídolos, e para cometer atos de imoralidade. Ele planejou usar mulheres moabitas para atrair o israelitas no comportamento do mundo sem Deus à sua volta-sexual imoralidade e idolatria ( Números 25. ; Nu 31:16 ). Essa união blasfemo com Satanás e os falsos deuses iria rebaixar os israelitas e destruir o seu poder espiritual. Plano de Balaão conseguiu, embora não na medida em que ele esperava. Deus interveio e severamente castigado Israel, a execução de vinte e quatro mil ( Nu 25:9 ). Essa ação drástica parou de slides dos israelitas na imoralidade e idolatria.

Como os israelitas que foram seduzidas por falsas doutrinas de Balaão, alguns na igreja de Pérgamo foram atraídos para misturar com o sistema pagão (cf. Judas 10:11 ). Pedro repreendeu os balaamitas em II Pedro 2:15-16 : "deixando o caminho direito, eles desviaram-se, tendo seguido o caminho de Balaão, filho de Beor, que amou o prêmio da injustiça, mas ele recebeu uma repreensão por sua própria transgressão, por um mudo jumento, falando com uma voz de um homem, impediu a loucura do profeta ". Mas como Deus severamente castigado Israel para uma tal união, por isso, o Senhor Jesus Cristo ameaça fazer o mesmo nesta passagem. Em II Coríntios 6:14-17 , o apóstolo Paulo aponta o absurdo pecaminosa dos crentes 'procurando unir com o mundo:

Não estar vinculado com os infiéis; para que sociedade tem a justiça com a injustiça, ou que comunhão tem a luz com as trevas? Ou o que a harmonia tem Cristo com Belial, ou que parte tem o fiel com o infiel? Ou que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque nós somos o templo do Deus vivo; assim como Deus disse: "Eu Neles habitarei e entre eles andarei;. e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo Por isso saí do meio deles e ser separado", diz o Senhor. "E não toqueis nada imundo, e eu vou recebê-lo."

Apesar do exemplo gráfico de Israel e o claro ensino do apóstolo Paulo, com a qual eles eram provavelmente familiar, alguns em Pérgamo persistiu em seguir o ensinamento de Balaão. Eles acreditavam que se poderia participar das festas pagãs, com toda a sua libertinagem e imoralidade sexual, e ainda juntar-se à igreja para adorar a Jesus Cristo. Mas isso é impossível, uma vez que "a amizade do mundo é inimizade contra Deus Portanto qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus." ( Jc 4:4 ). A questão de saber se os cristãos poderiam participar de festas idólatras tinha sido resolvido décadas antes no Concílio de Jerusalém, que emitiu um mandato para os crentes a "abster-se de coisas sacrificadas aos ídolos, do sangue, do que é sufocado e da prostituição" ( At 15:29 ).

Tal compromisso continua ainda hoje, como pessoas como Balaão parecem falar por Deus, mas motivados pela ganância e auto-engrandecimento eles liderar a igreja em pecado.
A segunda heresia tolerada em Pérgamo envolveu uma figura do Novo Testamento. Havia alguns há que, da mesma forma realizada a doutrina dos nicolaítas. A frase da mesma forma indica que o ensinamento dos nicolaítas levou ao mesmo comportamento perverso quanto a dos seguidores de Balaão. Conforme discutido no capítulo 4 deste volume, as Nicolaitans derivado seu nome de Nicholas, um dos sete homens escolhidos para supervisionar a distribuição de alimentos em Atos 6 . Se ele tornou-se um apóstata (como alguns dos primeiros Padres da Igreja acreditavam) ou o nicolaítas, seus seguidores, perverteram seus ensinamentos não é conhecido. Abusando o ensino bíblico sobre a liberdade cristã, as Nicolaitans também ensinou que os cristãos poderiam participar em orgias pagãs. Eles seduzido a igreja com a imoralidade e idolatria.

A maioria dos crentes de Pérgamo não participou nos erros de ambos os grupos heréticos. Eles permaneceram firmemente leais a Cristo e à fé cristã. Mas ao tolerar os grupos e se recusar a exercer a disciplina na igreja, eles compartilharam em sua culpa, que trouxe o julgamento do Senhor.

O Comando

Portanto se arrepender; ou então eu vou para junto de ti em breve, e eu vou fazer a guerra contra eles com a espada da minha boca. ( 02:16 )

O único remédio para qualquer comportamento pecaminoso é para se arrepender. Arrependei é de metanoeo , uma palavra usada na Bíblia para descrever uma mudança de mente que resulta em uma mudança de comportamento. Embora a tolerância é elogiado em nossa cultura moderna, tolerando ensino herético ou comportamento pecaminoso na igreja não é uma virtude, mas um pecado. Tão grave questão é que, eles devem deixar de se arrepender de não disciplina, Cristo adverte-os eu estou vindo para você rapidamente, e eu vou fazer a guerra contra eles com a espada da minha boca (cf. Nu 22:23 ) . Toda a igreja enfrentou a espada batalha do julgamento de Cristo, os hereges para a prática de sua heresia e iniqüidade, e o resto da igreja para tolerá-la. A mudança de pronomes de você para eles reflete uma expressão idiomática hebraica subjacente comumente encontrada na Septuaginta; ambos os pronomes se referem a toda a igreja.

A igreja não pode tolerar o mal de qualquer forma. Aos Corinthians presunçosos, orgulhosamente tolerando um homem culpado de incesto, Paulo escreveu: "O orgulho de vocês não é bom. Não sabeis que um pouco de fermento leveda toda a massa? Limpe o fermento velho, para que você pode ser um novo fixo, assim como você está, de fato, sem fermento "( 1 Cor. 5: 6-7 ). Crentes pecadores deve ser feito para se sentir miserável na comunhão e adoração da igreja por ser confrontado poderosamente com a Palavra de Deus. Nem é o objetivo da igreja para fornecer um ambiente onde os incrédulos se sentir confortável; que é ser um lugar onde se pode ouvir a verdade e ser condenado por seus pecados, a fim de ser salvo ( 10 Rom: 13-17. ). Gently (cf. 2 Tm 2: 24-26. ), cuidadosamente, gentilmente, mas com firmeza, os incrédulos precisam de ser confrontados com a realidade do seu pecado e graciosa provisão de Deus através da morte sacrificial do Senhor Jesus Cristo. Erro nunca será suprimida por comprometer com ele. Nonconfrontive igreja de hoje é largamente repetir o erro da igreja de Pérgamo em grande escala, e enfrenta o julgamento do Senhor da igreja.

O Conselho

Aquele que tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. Ao que vencer, eu lhe dar a comer do maná escondido, e lhe darei uma pedra branca, e um novo nome escrito na pedra o qual ninguém conhece senão aquele que o recebe. ( 02:17 )

Cristo conclui sua carta com palavras de conselho e encorajamento. Como observado no capítulo 4 deste volume, a frase que ele Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas sublinha a importância vital das palavras de Cristo e responsabilidade dos crentes para ouvir e atendê-las. Como é o caso com os outros seis letras, as promessas são dirigidas aos que vencer -a frase que engloba todos os crentes ( I João 5:4-5 ). Cristo promete três coisas para os membros fiéis da igreja de Pérgamo.

Primeiro, Ele promete dar -lhes a comer do maná escondido. Manna era um pão com sabor de mel com o qual Deus alimentou os israelitas durante os seus anos de peregrinação no deserto ( Ex 16:1 , os israelitas foram para lembrar essa disposição divina, mantendo um pote de maná dentro da Arca da Aliança, durante as suas viagens. O maná escondido representa Jesus Cristo, o Pão da Vida que desceu do céu ( João 6:48-51 ). Ele fornece alimento espiritual para aqueles que depositam sua fé nEle. O maná escondido simboliza todas as bênçãos e os benefícios do conhecimento de Cristo ( Ef 1:3. , Ex 28:30 ; Lv 8:8 ; . Dt 33:8 ) . Kainos ( novo ) não significa novo em contraste com a idade com o tempo, mas novo, no sentido de qualitativamente diferente. O novo nome vai servir como passagem de admissão de cada crente na glória eterna. Ele vai refletir exclusivamente o amor especial de Deus para e adoção de todo verdadeiro filho de Seu.

A igreja de Pérgamo enfrentou a mesma escolha que cada Igreja enfrenta semelhantes. Ele poderia se arrepender e receber toda a bem-aventurança da vida eterna na glória do céu. Ou poderia recusar-se a arrepender-se e enfrentar a terrível realidade de ter o Senhor Jesus Cristo, declarar-lhe guerra. Manter o caminho do compromisso acaba por conduzir a julgamento.

7. Tiatira: A Igreja que Tolerava o Pecado ( Apocalipse 2:18-29 )

"Ao anjo da igreja em Tiatira escreve: O Filho de Deus, que tem os olhos como chama de fogo, e os pés semelhantes ao bronze polido, diz o seguinte:" Conheço as tuas obras, e seu amor e fé e serviço e perseverança, e que suas ações mais recentes são maiores do que no início. Mas tenho contra ti que toleras a mulher Jezabel, que se diz profetisa, e ela ensina e leva meus servos desviar para que eles cometem atos de imoralidade e comer coisas sacrificadas aos ídolos. Eu dei-lhe tempo para se arrepender, e ela não quer arrepender-se da sua prostituição. Eis que eu jogá-la em uma cama de doença, e os que cometem adultério com ela virá grande tribulação, se não se arrependerem de seus atos e eu vou matar seus filhos com peste, e todas as igrejas saberão que eu sou aquele que sonda as mentes e os corações;. e vou dar a cada um de vós segundo as suas obras Mas eu digo. para você, o resto que estão em Tiatira, e que não possui esta doutrina, e não conhecem as chamadas profundezas de Satanás, como eles os chamam-I colocar nenhum outro peso para você. Não obstante o que você tem, se apegam até que eu venha. O que vencer, e ao que guardar as minhas obras até o fim, eu lhe darei autoridade sobre as nações; e ele as regerá com vara de ferro, como os vasos do oleiro são quebradas em pedaços, como eu também tenho recebido autoridade de meu Pai; e eu lhe darei a estrela da manhã. Aquele que tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas "(. 2: 18-29 )

O Senhor Jesus Cristo nos chamou Sua igreja para sermos santos e manter a pureza de lidar com o pecado em seu meio. Na verdade, a primeira instrução que deu à igreja foi de cerca de confrontar o pecado. Em Mateus 18:15-17 Jesus ordenou:

Se teu irmão pecar, vai, e repreende-o em privado; Se ele te ouvir, ganhaste a teu irmão. Mas se ele não ouvi-lo, tomar um ou dois com você, para que pela boca de duas ou três testemunhas cada fato pode ser confirmado. Se ele se recusar a ouvi-los, dize-o à igreja; e se ele se recusar a ouvir também a igreja, considera-o como gentio e publicano.
A prática da disciplina na igreja que Cristo instituiu para manter a santidade da igreja tem um duplo objectivo: chamar pecando crentes de volta a um comportamento justo, e para purgar da igreja aqueles que teimosamente se agarram a seus pecados. Em qualquer dos casos, a pureza da igreja é mantida.

Após o nascimento da Igreja no dia de Pentecostes, o Senhor demonstrou seu compromisso com uma igreja pura através da execução de Ananias e Safira ( Atos 5:1-11 ). O Concílio de Jerusalém ordenou os crentes a observar "estas coisas essenciais: que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, do sangue, da carne sufocada e da fornicação, se vos guardardes livre de tais coisas, você vai fazer bem" ( Atos 15:28— 29 ).

O apóstolo Paulo também tinha uma preocupação apaixonado pela pureza da igreja. Horrorizado com a atitude ocasional do Corinthians para o pecado flagrante em sua montagem, Paulo escreveu:

É realmente relatado que há imoralidade entre vocês, e imoralidade de tal natureza que não ocorre nem entre os pagãos, que alguém tem a mulher de seu pai. Você se tornou arrogante e não lamentou, em vez, de modo que a pessoa que cometeu tal ação seria removido de seu meio.Pois eu, de minha parte, embora ausente no corpo, mas presente no espírito, já condenei aquele que fez tão comprometido isso, como se estivesse presente. Em nome de nosso Senhor Jesus, quando você está montado, e eu com vocês em espírito, pelo poder de nosso Senhor Jesus, eu decidi entregar tal homem a Satanás para a destruição da carne, para que o espírito pode ser salvo no dia do Senhor Jesus. ( 1 Cor. 5: 1-5 )

Paulo-se colocar dois líderes pecadores impenitentes fora da igreja de Éfeso: "Himeneu e Alexandre ... Eu entreguei a Satanás, para que eles aprendam a não blasfemar" ( 1Tm 1:20. ).

Em sua segunda epístola a eles, Paulo explicou aos Coríntios que o motivou a desejar pureza da igreja: "Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque eu prometi a um marido, a fim de que a Cristo vos apresentar a ele como uma virgem pura "( 2Co 11:2 também ensina que a igreja deve ser uma noiva pura para o Senhor Jesus Cristo: "Cristo ... amou a igreja ea si mesmo se entregou por ela , de modo que pudesse santificá-la, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra, para que pudesse apresentar a Si mesmo a igreja em toda a sua glória, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas que ela seria santo e irrepreensíveis ".

Apesar do claro ensino bíblico em contrário, as igrejas em toda a história ter tolerado o pecado, seguindo um padrão como a congregação Thyatiran, cujos membros foram engajar-se em ambos adultério espiritual e física. Através dos esforços insidiosas de um falso mestre, esses pecados havia se tornado generalizada na igreja em Tiatira. A carta Cristo, dirigida aos seus membros foi uma sóbria, e marca uma nova fase nas cartas às sete igrejas. Comentador Charles Erdman oferece esta perspectiva sobre o lugar desta carta entre os sete:
A carta à igreja em Tiatira começa o segundo grupo de mensagens para as igrejas da Ásia. No primeiro grupo, a igreja de Éfeso se caracteriza pela fidelidade a Cristo que foi falta de amor. Na igreja de lealdade Esmirna foi testado pelo fogo. Na igreja de Pérgamo a lealdade era carente de paixão moral. No entanto, todos três igrejas foram fiéis à fé, e não tinha rendido aos assaltos do mal.
No caso da igreja em Tiatira, como das igrejas em Sardes e Laodicéia, a situação era muito mais grave. Aqui não é apenas uma pequena minoria era indiferente, mas um grande número tinha realmente rendeu às influências desmoralizantes de falso ensino. ( O Apocalipse de São João[Filadélfia: Westminster, 1966], 56)

Há uma piora progressiva no caráter desses sete igrejas, como eles retratam cada vez mais influenciado pelo mal. Essa espiral descendente atingiu o seu ponto mais baixo em Laodicéia.
A frase "as coisas profundas de Satanás" ( 02:24 ), revela o quanto a igreja Tiatira tinha escorregado em relação àqueles em Esmirna e Pérgamo. A igreja Esmirna enfrentou a hostilidade da "sinagoga de Satanás", isto é, a partir de judeus incrédulos ( 2: 9 ). A igreja de Pérgamo existia no local do trono de Satanás ( 02:13 ), simbolizando Gentil falsa religião (especialmente o culto de adoração ao imperador). Mas a igreja em Tiatira tinha mergulhou de cabeça nas profundezas do engano satânico.

A carta a esta igreja é o mais longo dos sete, embora dirigida à igreja no menor das sete cidades. Ele tem uma mensagem importante para a igreja de hoje: a falsa doutrina e pecado não devem ser permitidas, mesmo sob a bandeira do amor, tolerância e unidade. Pode haver muita coisa que é louvável em uma igreja. Ele pode aparecer na superfície para ter um ministério eficaz, estar crescendo numericamente, e até mesmo ter a sociedade cordial. No entanto, a imoralidade ea falsa doutrina, se não for confrontado, trará julgamento do Senhor da igreja.
Os mesmos sete elementos constituem a carta a Tiatira: o correspondente, a igreja, a cidade, o louvor, a preocupação, o comando, e com o advogado.

O Correspondente

O Filho de Deus, que tem os olhos como chama de fogo, e os pés semelhantes ao bronze polido, diz o seguinte: ( 02:18 c)

O título Filho de Deus e as duas frases descritivas tiradas a partir da visão de Cristo ressuscitado em 1: 12-17 identificar o escritor como o Senhor Jesus Cristo. Como se observa, no identificando-se nas sete cartas, Cristo escolheu as frases de que a visão anterior de que melhor se adequam a sua abordagem para cada igreja. As frases escolhidas aqui se concentrar em seu papel de juiz divino.

Filho de Deus enfatiza a divindade de Cristo, sublinhando a verdade que Ele é de uma essência com o Pai (cf. Jo 5:18 ). Esta é uma mudança significativa na formulação. Na visão registrada no capítulo 1 , Cristo foi descrito como o Filho do Homem ( 1:13 ). Esse título enfatiza Sua humilhação, Sua identificação simpático com os crentes como seu misericordioso Sumo Sacerdote. Dispõe de encorajamento para os cristãos perseguidos; "Ele teve que ser feito semelhante a seus irmãos em todas as coisas, para que Ele possa se ​​tornar um sumo sacerdote misericordioso e fiel nas coisas concernentes a Deus, para expiar os pecados do povo. Porque desde que ele mesmo foi tentado em que Ele sofreu, Ele é capaz de vir em auxílio daqueles que são tentados "( Hb 2:17-18. ). O título Filho do Homem vê Cristo em Sua capacidade de simpatizar com as necessidades, as provações e tentações de sua igreja.

Nesta passagem, no entanto, Jesus é identificado como Filho de Deus (a única vez que esta frase aparece em Apocalipse); a ênfase não está na sua humildade, mas em Sua divindade, porque a Sua abordagem para a igreja em Tiatira não é tão simpático Sumo Sacerdote, mas como juiz divino. Não confortar, mas o julgamento está na loja para a igreja em Tiatira ao passar o poder divino de Cristo contra esta assembléia adúltera.

Como o divino Filho de Deus, Jesus Cristo tem os olhos como chama de fogo. Seu piercing, visão laserlike vê tudo; nada pode ser disfarçado, coberto, ou escondido dEle. Descrevendo Jesus Cristo em sua segunda vinda glória, Ap 19:12 diz que "Seus olhos eram como chama de fogo" (cf. Dn 10:6 , onde se diz de Cristo, que "Ele pisa o lagar do vinho do furor da ira de Deus, o Todo-Poderoso." Que os pés de Cristo brilhou de forma brilhante como bronze polido retrata a sua pureza e santidade como Ele pisoteia a impureza.

Esta descrição aterrorizante do Senhor Jesus Cristo deve ter criado choque, consternação e medo quando esta carta foi lida para a congregação em Tiatira. Ele veio como uma realização decepcionante para eles, como deveria a todos os cristãos vive pecando, que Cristo julgará contínua, o pecado sem arrependimento. Nas palavras do apóstolo Pedro: "É tempo de começar o julgamento pela casa de Deus" ( 1Pe 4:17 ).

A Igreja

a igreja em Tiatira ( 02:18 a)

Como é o caso com as igrejas em Esmirna e Pérgamo, a Bíblia não registra a fundação da igreja em Tiatira. De acordo com At 16:14 , "A mulher, chamada Lídia, da cidade de Tiatira, vendedora de tecidos roxos, um adorador de Deus", foi convertido sob o ministério de Paulo em Filipos. Versículo 15 registros de que os membros de sua família também veio a a fé salvadora em Cristo e foram batizados. É possível que Lídia e sua família participaram no início da igreja em Tiatira. Mais provavelmente, a igreja ali foi fundada como uma extensão do ministério de Paulo em Éfeso ( At 19:10 ).

A Cidade

Tiatira ( 2:18 b)

De Pérgamo, mais ao norte das sete cidades, a estrada a leste curvo Roman e depois sudeste para Tiatira, cerca de 40 milhas de distância. Tiatira foi localizado em um longo vale norte-sul que liga os vales dos rios Caicus e Hermus. Ao contrário de Esmirna ou Pérgamo, Tiatira foi construído em país relativamente plana e faltava uma acrópole. Sua falta de fortificações naturais iria desempenhar um papel significativo em sua história.

Tiatira foi fundada por um dos sucessores de Alexandre, o Grande, Seleuco, como um posto militar guardando a estrada norte-sul. Ele mais tarde mudou de mãos, e caiu sob o domínio de Lisímaco, que governou Pérgamo. Tiatira era a porta de entrada para Pérgamo, ea tarefa dos defensores de Tiatira foi o de atrasar um atacante e ganhar tempo para Pérgamo assim. Infelizmente, desde Tiatira não tinha defesas naturais, a guarnição não poderia não esperamos manter por muito tempo. Assim, a cidade foi repetidamente destruída e reconstruída; as escassas referências a ele na literatura antiga geralmente descrevem sua conquista por um exército invasor.
Finalmente, cerca de 190 AC , Tiatira foi conquistada e anexada pelos romanos, e se a paz romana. A cidade tornou-se, então, um centro comercial florescente. A sua localização na principal estrada norte-sul, anteriormente um passivo, agora tornou-se um ativo. Essa estrada tornou-se ainda mais importante no tempo dos romanos, como ligado Pérgamo com Laodicéia, Esmirna, e as regiões do interior da província da Ásia. Ele também serviu como o pós estrada romana. Na época, o livro do Apocalipse foi escrito, Tiatira estava apenas entrando em seu período de maior prosperidade.

Tiatira era conhecido por suas inúmeras alianças (aproximAdãoente o equivalente a sindicatos de hoje). Principal indústria de Tiatira foi a produção de lã e tingidos bens (mercadorias especialmente roxo, tingido com corante roxo extraído da raiz mais louco), mas as inscrições também mencionar alianças para os trabalhadores de linho, fabricantes de vestuário exterior, tintureiros, trabalhadores de couro, curtidores, oleiros, padeiros, traficantes de escravos, e os ferreiros de bronze (William Ramsay, As Cartas às Sete Igrejas da Ásia . (Albany, Oreg .: ERAS Software; reimpressão da edição de 1904],
260) Lydia provavelmente representou o seu clã em Filipos ( At 16:14 ), que foram divididos em quatro categorias.

Em primeiro lugar, os crentes em Tiatira foram mostrando o amor a Deus e uns aos outros, apesar de que o amor era aparentemente frágil, uma vez que não havia uma base sólida de sã doutrina unificada. Em alguns aspectos, Tiatira era forte onde Éfeso era fraco; na verdade, ele é o primeiro dos sete igrejas para ser elogiado por seu amor.

Em segundo lugar, Cristo os elogiou por sua fé. Pistis (  ) é melhor traduzida como "fidelidade", ou "fidelidade". Os verdadeiros cristãos em Tiatira foram confiável, confiável e consistente (cf. v. 25 ). Fé e amor são freqüentemente ligado no Novo Testamento (por exemplo, 1Co 13:2 ; 2Co 8:72Co 8:7 ; Ef 3:17 ; Cl 1:4. ; 1Tm 2:15 ; 1Tm 6:11 ; 2Tm 1:132Tm 1:13. ; 2Tm 2:22 ; 2Tm 3:10 ). O olhar penetrante do Senhor da Igreja havia discernido erro grave, causando-lhe para avisar tenho contra você. A utilização dos pontos pronome singular essa admoestação especialmente para o líder da congregação. A acusação é de que você tolerar a Jezabel, mulher que se diz profetisa, e ela ensina e leva meus servos desviar para que eles cometem atos de imoralidade e comer coisas sacrificadas aos ídolos. O pecado, aparentemente envolvendo a maioria da Tiatira membros da igreja, era duplo. Em primeiro lugar, eles violaram o ensino bíblico de que as mulheres não devem ser professores ou pregadores da igreja ( 1Tm 2:12 ). Isso levou-os a tolerar a Jezabel, mulher que se diz profetisa. Eles agravado o seu erro de permitir-lhe para ensinar, permitindo-lhe para ensinar erro. Como resultado, Jesus declara, ela ensina e leva meus servos desviar para que eles cometem atos de imoralidade e comer coisas sacrificadas aos ídolos.

Jezebel , sem dúvida, não era o nome verdadeiro do falso profetisa, mas como a mulher infame do Rei Acabe, ela era agente de Satanás para corromper as pessoas de Deus. Por isso o Senhor marca-la com o nome simbólico Jezebel. O Testamento Jezebel Old era uma mulher tão indescritivelmente vil muito para que os nomes bíblicos se casar com ela como a coisa mais mal perverso rei Acabe fez: "Acabe, filho de Omri fez mal aos olhos do Senhor, mais do que todos os que foram antes dele . Ela surgiu, como se tivesse sido uma coisa trivial para ele andar nos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, que casou-se com Jezabel, filha de Etbaal, rei dos sidônios, e foi servir Baal e adoraram "( I Reis 16:30-31 ). Através de influência maligna de Jezebel, culto a Baal tornou-se generalizada em Israel.

Tal como o seu homólogo do Antigo Testamento, a mulher de Tiatira que falsamente chamado se diz profetisa sucedeu na liderança de Cristo servos desviar para que eles cometido atos de imoralidade e comi coisas sacrificadas aos ídolos. Pode-se especular que ela pode ter abraçado o dualismo filosófico assim predominante na filosofia grega contemporânea. Quando levada para a igreja, que o ensino considerou que o espírito é bom, ea carne é mau. Uma vez que Deus só está interessado no espírito, seus provedores argumentavam falsamente, não importa o que se faz com o próprio corpo. Assim, de acordo com Jezebel, não importava se os cristãos cometido atos de imoralidade ou comia coisas sacrificadas aos ídolos. Ela também pode ter tido uma visão antinomian torcida da graça de Deus, argumentando que isso não importava se os cristãos pecado, uma vez que Deus graciosamente perdoá-los. Talvez ela também encorajou os cristãos a experimentar as coisas profundas de Satanás, para que pudessem melhor testemunhar aos perdidos. Seja qual for o conteúdo específico de seu falso ensino, ele levou a maioria dos crentes Thyatiran desviar da verdade e da justiça.

A Bíblia ensina que os cristãos verdadeiros podem cair na imoralidade sexual (cf. 1 Cor. 6: 15-20 ) e idolatria (cf. 1Co 10:21. ). Mas, para levar outros cristãos em falsa doutrina ou vida imoral é um pecado muito grave, um que merece a punição mais severa. Em Mateus 18:6-10 , Jesus descrito graficamente as graves consequências para aqueles que levam os outros crentes em pecado:

Alguém escandalizar um destes pequeninos que crêem em mim a tropeçar, seria melhor para ele ter uma pedra de moinho pesados ​​pendurasse ao pescoço, e se submergisse na profundeza do mar. Ai do mundo por causa de seus tropeços! Por que é inevitável que tropeços vir; mas ai daquele homem por quem o escândalo vem! Se a sua mão ou o teu pé te faz tropeçar, corta-a e lança-o de ti; é melhor para você entrar na vida aleijado ou coxo, do que, tendo duas mãos ou dois pés, ser lançado no fogo eterno. Se o teu olho te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti. É melhor para você entrar na vida com um só olho, do que ter os dois e ser lançado no inferno de fogo. Veja que você não desprezeis algum destes pequeninos, porque eu vos digo que os seus anjos no céu ver continuamente a face de meu Pai que está nos céus.
Os "pequeninos que crêem" em Cristo não são crianças físicos, mas espirituais crianças crentes. É tão sério para levar outro crente em pecado que o Senhor disse que a morte por afogamento foi uma opção melhor. As imagens de mutilar a si mesmo é a linguagem que descreve a necessidade de medidas drásticas para lidar com o pecado.
No Antigo Testamento, Jezebel teve um fim horrível, condizente com seu status como aquele que levou Israel errado;

Quando Jeú veio a Jezreel, o que ouvindo Jezabel, e ela pintou os olhos e adornou a cabeça e olhou para fora da janela. Como Jeú entrou no portão, ela disse: "Está tudo bem, Zinri, assassino de seu mestre?" Então ele levantou o rosto para a janela e disse: "Quem está do meu lado? Quem?" E dois ou três funcionários olhou para ele. Ele disse: "Jogue-a para baixo." E lançaram-se, e um pouco de seu sangue era aspergido sobre a parede e os cavalos, e ele pisada ela sob os pés. Quando ele entrou, ele comeu e bebeu; e ele disse: "Veja agora por aquela maldita e enterrá-la, pois ela é a filha de um rei." Eles foram para enterrá-la, mas não encontraram nada mais dela do que o crânio e os pés e as palmas de suas mãos. Por isso, eles voltaram e disse a ele. E ele disse: "Esta é a palavra do Senhor, que ele falou por seu servo Elias, o tisbita, dizendo: Na propriedade de Jezreel os cães comerão a carne de Jezabel, e o cadáver de Jezabel será como esterco sobre a face do campo na propriedade de Jezreel, de modo que não pode dizer, ". Esta é Jezabel" '"( II Reis 9:30-37 )

Graciosamente o Senhor deu a falsa profetisa em Tiatira tempo para se arrepender, mas que ilustra a triste verdade que as pessoas amaram mais as trevas do que a luz ( Jo 3:19 ), ela fez não quer arrepender-se da sua prostituição. Sua recusa contundente e definitiva para se arrepender levaria a um julgamento terrível, introduzido pela palavra prender eis. Porque Jezebel recusou-se a se arrepender, Cristo declarou que a lanço num leito de doença. As palavras de doença não fazem parte do texto original grego, mas foram fornecidos como conjectura pelos tradutores. À luz da Proposito da recusa de Jezebel a arrepender-se, é mais provável que a cama se refere à morte e do inferno-o lugar de descanso final para aqueles que se recusam a se arrepender.

Julgamento divino estava prestes a cair, não só em Jezebel, mas também sobre aqueles que cometem adultério com ela. O Senhor ameaça para lançá-los numa grande tribulação -não a tribulação escatológico descrito em Apocalipse 4:19 , mas aflição ou angústia. Desde que estes eram os cristãos pecador que haviam crido suas mentiras, o Senhor não ameaça mandá-los para o inferno, como fez a falsa profetisa. Ele promete trazer-lhes severa correção-possivelmente a morte mesmo física (cf. 1Co 11:30. ; 1Jo 5:161Jo 5:16 ) — se não se arrependerem de seus atos.

Então nomes Cristo um terceiro grupo que enfrenta o juízo divino, declarando, eu vou matar seus filhos com peste. de Jezebel crianças não eram dela biológica, mas seus filhos espirituais. A igreja foi de cerca de 40 anos de idade, quando João escreveu, de modo que sua falsa doutrina tinha sido em torno de tempo suficiente para uma segunda geração de errorists ter surgido. Como fez com Ananias e Safira, o Senhor ameaça matar esses errorists com pestilência (literalmente "matá-los com a morte"). Era tarde demais para Jezebel; seu coração estava endurecido no pecado não arrependido. Mas o Senhor Jesus Cristo misericordiosamente adverte seus discípulos a se arrepender enquanto ainda há tempo.

O julgamento severo prometeu a falsa profetisa e seus seguidores novamente revela a paixão de Cristo para um puro igreja doutrinariamente e comportamentalmente. Ele vai fazer o que for necessário para limpar a Sua igreja do pecado, mesmo ao ponto de tirar a vida dos falsos mestres. Essa dura realidade deve causar todos os que pretendem ser professores e pregadores na igreja para ter certeza de que eles estão falando a verdade (cf. Jc 3:1 ; . Jr 11:20 ; Jr 17:10 ; Jr 20:12 ). Depois Ele julgou a igreja Tiatira, todas as outras igrejas seriam advertidos contra o mal de tolerar o pecado. Eles também iria perceber que nada pode ser escondido do olhar penetrante do Senhor das igrejas.

Não se sabe quantos naquela congregação respondeu a advertência de Cristo, mas, tragicamente, a igreja Tiatira como um todo, aparentemente, não acatá-la. A história registra que ele sucumbiu aos heresia Montanista (um movimento liderado por um falso profeta, que reivindicou a revelação contínua de Deus para além da Escritura) e saiu de existência, no final do segundo século.
Cristo, em seguida, dirigiu uma palavra de conforto a esses verdadeiros crentes na igreja Tiatira que não tinha seguido os falsos ensinos de Jezabel: vou dar a cada um de vós segundo as suas obras. julgamento infalível de Cristo seria baseado no de cada pessoa ações; aqueles que eram inocente não seriam punidos com os culpados. Que todos serão julgados por seus atos é um tema frequente nas Escrituras. Em Mt 7:16 Jesus disse que os falsos profetas: "Você vai conhecê-los pelos seus frutos." Falando de sua segunda vinda, Jesus advertiu: "Porque o Filho do homem há de vir na glória de seu Pai, com os seus anjos, e, em seguida, pagar a cada um segundo as suas obras" ( Mt 16:27. ; cf. Ap . 22:12 ). Deus é justo juiz "que retribuirá a cada um segundo as suas obras" ( Rm 2:6 ).

Obras sempre foram a base para o julgamento divino. Isso não significa, no entanto, que a salvação é pelas obras (cf. Ef 2:8-9. ; 2Tm 1:92Tm 1:9 ). A fé salvadora, inevitavelmente, expressar-se em boas obras, fazendo com que Tiago a declarar que "a fé, se não tiver obras, é morta em si mesma por" ( Jc 2:17 , cf. v 26. ). Os cristãos são novas criaturas ( 2Co 5:17 ), "criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas" ( Ef 2:10 ). Obras não podem salvar, mas eles nada.

Julgamento deve começar com a família de Deus ( 1Pe 4:17 ). Mas o julgamento de Cristo refletem adequAdãoente obras-a realidade de cada pessoa que deve trazer o medo para aqueles que ensinam e praticam a falsa doutrina, mas o conforto e esperança para aqueles cuja fé é genuína.

O Comando

Mas eu vos digo, o resto que estão em Tiatira, e que não possui esta doutrina, e não conhecem as chamadas profundezas de Satanás, como eles os chamam-I colocar nenhum outro peso para você. Não obstante o que você tem, se apegam até que eu venha. ( 2: 24-25 )

Tendo advertiu os praticantes da doutrina falsa para se arrepender, Cristo dirigiu palavras de conforto para os demais que estão em Tiatira, que se não segurar a falsa de Jezabel ensino. Eles são uma reminiscência das palavras de Deus de conforto para aqueles nos dias de Malaquias, que temia ser engolidas em juízo divino:

Então aqueles que temiam ao Senhor falavam uns aos outros, e que o Senhor deu atenção e ouviu, e um memorial foi escrito diante dele para os que temem ao Senhor e que estime a seu nome. "Eles serão Mine", diz o Senhor dos Exércitos, "no dia em que eu preparo minha própria possessão, e eu vou poupá-los como um homem poupa a seu filho que o serve." ( Mal. 3: 16-17 )

Cristo definiu ainda os verdadeiros crentes como os que não conheceram as coisas profundas de Satanás, como eles os chamam. Jezebel e seus seguidores conseguiram levar a canalização das profundezas do domínio de Satanás e permanecer espiritualmente ileso. Em sua perversa, libertino, falsa teologia licencioso, eles acreditavam que poderiam fazê-lo impunemente. Este ensino pré-gnóstico disse que um era livre para se envolver na esfera de Satanás e participar de pecados do corpo sem prejudicar o espírito. Desde o espírito pertence a Deus, a sua lógica distorcida foi, o que importa se o corpo frequenta festas idólatras e se engaja em imoralidade sexual? Imaginavam-se a ser livre para explorar a esfera satânico e depois vem descarAdãoente para adorar a Deus.

Para os verdadeiros crentes que não tinham experimentado o alegado conhecimento mais profundo reivindicado por estes hereges, Cristo disse: Eu coloco nenhum outro peso para você. Tendo o ônus de ver ensino falso flagrante e vida imoral desenfreado em sua igreja, e ter que resistir à incessante solicitação e ridicularização do partido Jezebel, era carga suficiente para eles a suportar. Mas para que eles se tornam excessivamente confiantes, Cristo exorta-os, o que você tem, se apegam até que eu venha (cf. 1Co 10:12 ). O uso da palavra forte krateō (retende ) indica que não seria fácil. A vinda de Cristo, como relacionado à igreja Tiatira foi sua vinda para eles em juízo. Mas em um sentido mais amplo, todos os crentes devem "se apegam ao que é bom" ( Rm 12:9 , é uma das participação no reino milenar. Aqueles que permaneceram fiéis a Cristo, apesar de ser espancado e desprezado nesta vida vai governar com Ele em Seu reino terreno. Eles vão exercer autoridade sobre as nações, governando -os com uma vara de ferro (cf. Ap 12:5 ). Essas nações no reino milenar que se rebelam contra o governo de Cristo e ameaçar o seu povo será destruído. Aquelas pessoas que governarão com ele vai ajudar a proteger o seu povo e promover a santidade e justiça. Cristo vai delegar autoridade a eles como Ele também tem recebido autoridade Seu Pai (cf. Jo 5:22 , Jo 5:27 ).

Cristo também prometeu dar aos seus fiéis seguidores a estrela da manhã. Alguns se conectar a estrela da manhã com passagens como Dn 12:3 . A promessa seria que os crentes vão refletir a glória de Cristo. Enquanto os cristãos irão refletir a glória de Cristo, que é melhor para ver a estrela da manhã como o próprio Cristo-título que assume em Ap 22:16 (cf. 2Pe 1:19 ). Cristo prometeu crentes-se em toda a sua plenitude; Aquele a quem nós "agora ... conheço em parte [vamos] então ... conhecerei como [nós] também foram totalmente conhecido" ( 1Co 13:12 ).

As palavras finais, aquele que tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas, são uma carga para atender a mensagem da carta à igreja de Tiatira. Três verdades importantes se destacam. Em primeiro lugar, esta carta revela a gravidade da prática e tolerar o pecado, e que Deus julgará continuou, o pecado impenitente na igreja. Em segundo lugar, um padrão de obediência marca verdadeiros cristãos. Finalmente, graciosa promessa de Deus para o Seu próprio é que, apesar de lutas contra o pecado e erro nas igrejas, eles vão experimentar toda a plenitude de Cristo, como eles reinar com Ele em Seu reino. Essas igrejas, como Tiatira, que não observam a mensagem receberá o julgamento divino; aqueles que fazem escutar sua mensagem irá receber a bênção divina.





8. Sardes: A Igreja Morta ( Apocalipse 3:1-6 )

"Ao anjo da igreja em Sardes escreve: Aquele que tem os sete espíritos de Deus e as sete estrelas, diz o seguinte:" Conheço as tuas obras, que você tem um nome que você está vivo, mas está morto Acorde. e fortalecer as coisas que permanecem, que estavam prestes a morrer, porque eu não achei tuas obras concluídas, à vista do meu Deus Então lembre-se que você tem recebido e ouvido,. e mantê-lo, e se arrepender Portanto, se você não faz. acordar, virei como um ladrão, e não saberás a que horas vou chegar até você Mas você tem algumas pessoas em Sardes que não contaminaram as suas vestiduras. e andarão de branco junto comigo, pois eles são dignos O que vencer será assim vestido de vestes brancas;. e eu não vou apagar o seu nome do livro da vida, e confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos Aquele que tem ouvidos, ouça. o que o Espírito diz às igrejas "(. 3: 1-6 )

As grandes distâncias do espaço interestelar são inimaginavelmente imensa. As estrelas mais próximas de nós são trilhões de quilômetros de distância. Essas grandes distâncias têm forçado os astrônomos para chegar a uma unidade de medida apropriada, o ano-luz. Um ano-luz equivale à distância que a luz, viajando a mais de 186.000 milhas por segundo, viaja em um ano, mais de 6 trilhões de milhas.

A enorme distância até mesmo às estrelas mais próximas apresenta uma possibilidade interessante. Se uma estrela trinta anos-luz de distância da Terra explodiu e morreu há cinco anos, não seria capaz de dizer, olhando para ele por mais 25 anos. Embora já não existe, a luz da estrela que iria brilhar como se nada tivesse mudado.
Essa ilustração resume perfeitamente a situação em muitas igrejas. Eles ainda brilham com a luz refletida de um passado brilhante. Olhando para eles a partir de uma certa distância, pode-se pensar nada havia mudado. No entanto, a escuridão espiritual de ensino falso e pecaminoso vida extinguiu a luz no interior, embora alguns de sua reputação ainda pode continuar.

Tal igreja era a igreja de Sardes. Ele tinha a fama de estar vivo, mas o Senhor Jesus Cristo declarou que seria morto. A espiral descendente representado por essas igrejas, começando com a perda da igreja de Éfeso de seu primeiro amor por Jesus Cristo e continuar com a vida mundana de Pérgamo e tolerância do pecado de Tiatira, atingiu um novo mínimo de Sardes. A igreja de Sardes bem poderia ser apelidado de "A Primeira Igreja do Joio". Era uma igreja dominado pelo pecado, incredulidade e falsa doutrina. Como a figueira da parábola de Jesus, que deu à luz folhas, mas nenhum fruto ( Mt 21:19 ).

Como o resto das sete igrejas, a igreja de Sardes era um real, igreja existente nos dias de João. No entanto, também simboliza as igrejas mortas que existiram ao longo da história, e, infelizmente, continuam a existir em nossos dias. A aparência da luz é apenas uma ilusão.
A carta do Senhor Jesus Cristo para a igreja de Sardes podem ser divididos nos familiares sete seções: o correspondente, a igreja, a cidade, a preocupação, O elogio, o comando, e com o advogado.

O Correspondente

Aquele que tem os sete espíritos de Deus e as sete estrelas, diz o seguinte: ( 3: 1 c)

As descrições do autor divino em cada um dos sete letras são tiradas a partir da visão de 1: 12-17 . A carta de Sardes desenha um componente adicional da saudação em 1: 4 , onde a frase sete Espíritos também aparece. Essa frase pode se referir a Is 11:2 . Em ambos os casos, a referência é a plenitude do Espírito. Jesus Cristo é representado em Sua Igreja por meio do Espírito Santo.

As sete estrelas são os sete anjos ou anciãos (cf. 01:20 ), um de cada uma das sete igrejas, que provavelmente carregava um exemplar do livro de Apocalipse de volta para suas respectivas igrejas. A imagem mostra Jesus Cristo, o Senhor soberano da igreja, mediando Seu governo através de tais líderes piedosos e pastores.

Introdução de Si mesmo de Cristo não sugerem a gravidade da situação em Sardes. Surpreendentemente, ele não se apresentou como o Juiz divino (como fez em 2:18 para a igreja em Tiatira), embora a igreja de Sardes enfrentou julgamento iminente. Em vez disso, ele descreveu a si mesmo como aquele que soberanamente obras em Sua Igreja por meio do Espírito Santo e líderes piedosos. Essa introdução serviu como um lembrete para a igreja de Sardes que lhes faltava. Desprovido do Espírito, a igreja de Sardes estava morto, preenchido pelo não resgatados.

A Igreja

a igreja em Sardes ( 3: 1 a)

Embora os detalhes não são registrados nas Escrituras, a igreja de Sardes, provavelmente, foi fundada como uma extensão do ministério de Paulo em Éfeso ( At 19:10 ). A pessoa mais importante da igreja de Sardes conhecido na história é Melito. Ele era um apologista (aquele que escreveu em defesa do cristianismo) que serviu como bispo de Sardes, no final do segundo século. Ele também escreveu o primeiro comentário conhecido em passagens de Apocalipse. A letra não fala de perseguição (por que Satanás deu ao trabalho de perseguir uma igreja morta?), Falsas doutrinas, falsos mestres, ou estar corrompido. No entanto, uma combinação dessas coisas era, obviamente, presente em Sardes, uma vez que a igreja tinha morrido.

A Cidade

Sardes ( 3: 1 b)

Para um grau notável, a história da igreja de Sardes paralelo ao da cidade. Fundada cerca de 1200 AC , Sardes tinha sido uma das maiores cidades do mundo antigo, capital do fabulosamente rico reino da Lídia. (O nome do mais famoso rei daquele reino, Creso, vive no ditado "tão rico como Creso.") Esopo, o famoso escritor de fábulas, pode ter sido de Sardes. Grande parte da riqueza de Sardes veio de ouro retirado do rio Pactolus nas proximidades; arqueólogos encontraram centenas de cadinhos, utilizados para refino de ouro, nas ruínas de Sardes (Edwin M. Yamauchi, do Novo Testamento Cidades em oeste da Ásia Menor [Grand Rapids: Baker, 1980], 65). As moedas de ouro e prata foram aparentemente primeiro cunhadas de Sardes. A cidade também se beneficiou de sua localização no extremo oeste da estrada real que levou a leste da capital persa de Susa, e de sua proximidade com outras importantes rotas comerciais. Foi também um centro de produção de lã e indústria do vestuário; na verdade, Sardes afirmou ter descoberto como tingir lã.

Sardes foi localizado a cerca de 30 milhas ao sul de Tiatira no fértil vale do rio Hermus. Uma série de esporas ou colinas se projetava do cume do Monte Tmolus, ao sul do rio Hermus. Em uma dessas colinas, alguns 1.500 pés acima do fundo do vale, estava Sardes. A sua localização fez a cidade praticamente inexpugnável. A colina sobre a qual foi construído Sardes tinha, paredes de rocha quase perpendicular lisas em três lados. Somente a partir do sul da cidade poderia ser abordado, via, um caminho difícil, íngreme. A única desvantagem para um site de outra forma ideal era que não havia espaço limitado para a cidade a se expandir. Eventualmente, como Sardes cresceu, uma nova cidade surgiu no sopé da colina. O site antigo permaneceu um refúgio para recuar em perigo quando ameaçados.

A sua localização aparentemente inexpugnável induziu os habitantes de Sardes para tornar-se excessivamente confiantes. Essa complacência eventualmente levou à queda da cidade. Por um descuido, aconteceu o inimaginável: Sardes foi conquistada. A notícia da sua queda enviou ondas de choque através do mundo grego. Mesmo nos dias de João, vários séculos depois, um proverbial equiparado "para capturar a acrópole de Sardes" com "a fazer o impossível" (Colin J. Hemer, As Cartas às Sete Igrejas da Ásia em seu ambiente local [Sheffield: JSOT Press, 1986], 133). Dr. Robert L. Tomé relata a conta da queda de Sardes:

Apesar de uma suposta advertência contra a auto-satisfação pelo deus grego que ele consultou, Creso, rei da Lídia iniciou um ataque contra Ciro, rei da Pérsia, mas foi derrotado. Voltando a Sardes para recuperar e reconstruir seu exército para outro ataque, ele foi perseguido rapidamente por Ciro que á cerco contra Sardes. Creso senti absolutamente seguro de sua situação inexpugnável no topo da Acrópole e previu uma vitória fácil sobre os persas que foram encurralados entre as rochas perpendiculares na Cidade Baixa, uma presa fácil para o exército Lydian montagem para esmagar. Após aposentar-se uma noite, enquanto o drama se desenrolava, ele despertou para descobrir que os persas ganhou o controle da Acrópole, escalando uma por uma as paredes íngremes (549 AC ). Então segura fizeram os Sardians sentem que deixou este meio de acesso completamente subterrâneo, permitindo que os alpinistas para ascender não observado. Diz-se que até mesmo uma criança poderia ter defendido a cidade a partir deste tipo de ataque, mas não tanto como um observador tinha sido nomeado para assistir o lado que se acreditava ser inacessível.

 
A história se repetiu mais de três séculos e meio mais tarde, quando Antíoco, o Grande, conquistou Sardes, utilizando os serviços de um pé firme alpinista de Creta (195 AC ). Seu exército entrou na cidade por outro caminho, enquanto os defensores da confiança descuidado se contentavam em guardar a uma abordagem conhecida, o istmo de terra ligado à Monte Tmolus no sul. ( Apocalipse 1:7: Um comentário exegético [Chicago: Moody, 1992], 241)

Sardes nunca recuperou a sua independência, eventualmente, ficar sob o controle romano, em 133 AC A catastrófico terremoto destruiu a cidade em AD 17, mas foi reconstruída com a ajuda financeira generosa do imperador Tibério. Em agradecimento, os habitantes de Sardes construiu um templo em sua honra. Principal objeto da cidade de culto, no entanto, era a deusa Cibele, a mesma deusa adorada em Éfeso como Artemis (Diana). Nascentes de água quente, não muito longe de Sardes foi comemorado como um local em que os deuses manifestou seu suposto poder de dar vida a um morto-nota irônica para uma cidade cuja igreja estava morto. Nos dias de João Sardes era próspera, mas em decadência, seus dias de glória longo passado. Tanto a cidade como a igreja que continha tinha perdido a sua vitalidade.

A Adevertência

Conheço as tuas obras, que você tem um nome que você está vivo, mas está morto ... Porque eu não encontrei as tuas obras concluídas, à vista do meu Deus. ( 3: 1 d, 2b)

Porque a Igreja de Sardes estava morto, Cristo ignorado a recomendação usual para o momento e foi diretamente para Sua preocupação com ele. Apesar de sua aparência externa pode ter enganado os homens (que tinha um nome, ou reputação de ser vivo ), a Igreja de Sardes não poderia enganar o onisciente Senhor Jesus Cristo, que conhecia seus atos. Com seu conhecimento infalível, Ele pronunciou a Igreja de Sardes para ser morto. Como tantas igrejas hoje que foi contaminado pelo mundo, caracteriza-se por dentro decadência, e povoadas por pessoas não resgatados jogando igreja.

A morte espiritual no Novo Testamento está sempre conectado com a sua causa pelo pecado. Ef 2:1 ; Lc 15:24 , Lc 15:32 ; Cl 2:13 ). A igreja de Sardes era como um museu em que bichos de pelúcia são exibidas em seus habitats naturais. Tudo parece estar normal, mas nada está vivo. Pecado matou a Igreja de Sardes.

Quais são os sinais de perigo que a igreja está morrendo? A igreja está em perigo quando ela se contenta em descansar sobre os louros do passado, quando ele está mais preocupado com formas litúrgicas que a realidade espiritual, quando se concentra na cura de males sociais em vez de mudar o coração das pessoas através da pregação do evangelho de Jesus Cristo que dá vida , quando ele está mais preocupado com o material do que as coisas espirituais, quando ele está mais preocupado com o que os homens pensam que o que Deus disse, quando é mais encantado com credos e sistemas de teologia do que com a Palavra de Deus doutrinárias, ou quando perde a sua convicção de que cada palavra da Bíblia é a palavra de Deus. Não importa o que a sua presença, não importa o quão impressionante seus edifícios, não importa qual o seu status na comunidade, tal igreja, depois de ter negado a única fonte de vida espiritual, está morto.
A congregação de Sardes estava realizando obras; eles estavam atravessando os movimentos. Mas essas ações, declarou Cristo, não foram concluídas, à vista do meu Deus. Embora suficiente para dar a igreja Sardes uma reputação diante dos homens, essas obras eram insuficientes e inaceitável aos olhos de Deus. Eles foram, mas o movimento sem sentido, sem vida de cadáveres; da congregação Sardes boas obras meramente roupas graves do não regenerado. Os zumbis espirituais (cf. Ef. 2: 1-2 ) que povoam a Igreja de Sardes estava vivendo uma mentira. Eles haviam sido pesados ​​na balança por justo juiz e achado em falta (cf. Dn 5:27 ).

O herói do Antigo Testamento Samson fornece uma ilustração apt de dilema da igreja de Sardes. Apesar de suas façanhas espetaculares e sua força incrível, sua vida teve um fim triste e trágico. A sedutora Dalila "pressionado [Sansão] diariamente com as suas palavras e pediu-lhe" (Jz 16:16 ) para revelar-lhe o segredo de sua força. Eventualmente, depois de "sua alma estava irritado com a morte" ( v. 16 ) por seu constante curiosos, Sansão disse Dalila a verdade. Ela cortou o cabelo, e ele perdeu a sua grande força, não por causa do corte de cabelo, mas por causa de sua desobediência a Deus. Então veio o momento mais triste de toda a história trágica. Os filisteus vieram para aproveitar Sansão e, despreocupado, ele foi para lidar com eles. Eles, no entanto, o capturaram, amarraram-no e arrancaram-lhe os olhos. Tragicamente, Sansão "não sabia que o Senhor se tinha retirado dele" ( v. 20 ). Embora ele era o mesmo homem, com o mesmo nome, o seu poder tinha ido embora. O resultado para Sansão era prisão, cegueira, humilhação, e, finalmente, a morte.

Assim também a Igreja de Sardes, uma vez espiritualmente vivo e forte, agora estava cego e fraco, não percebendo que Deus partiu há muito tempo.

O elogio

Mas você tem algumas pessoas em Sardes que não contaminaram as suas vestes; e andarão de branco junto comigo, pois são dignas. ( 3: 4 )

Em meio a esta igreja morta, cheia de pessoas não regeneradas, a poucos verdadeiros cristãos foram espalhadas como flores em um deserto. Não havia um número suficiente deles, no entanto, para alterar avaliação global de Cristo da Igreja como morto. Mas Ele não tinha esquecido aqueles que permaneceram fiéis a Ele (cf. 3 Mal: 16-17. ; He 6:10. ).

Que Deus preserve seu remanescente fiel é um tema frequente das Escrituras. Paulo escreve em Romanos 11:1-5 :

Digo, porém, Deus não rejeitou o seu povo, não é? De maneira nenhuma! Porque também eu sou israelita, da descendência de Abraão, da tribo de Benjamim. Deus não rejeitou o seu povo que antes conheceu. Ou não sabeis o que a Escritura diz na passagem de Elias, como ele fala a Deus contra Israel? "Senhor, mataram os teus profetas, eles derrubaram os teus altares, e só eu fiquei, e eles estão buscando a minha vida." Mas qual é a resposta divina? "Eu tenho guardado para mim sete mil homens, que não dobraram os joelhos diante de Baal." Da mesma forma, em seguida, também passou a ser no tempo presente ficou um remanescente segundo a eleição da graça.
Deus tinha o Seu remanescente até mesmo na igreja morto em Sardes. Havia alguns sincero entre os hipócritas, alguns humilde entre os orgulhosos, algumas separadas entre o mundano, e algumas hastes de trigo entre o joio.
Cristo descreveu o remanescente fiel como aqueles que não contaminaram as suas vestes. Soiled é de molunō , que significa "a mancha", "contaminando", "manchar", ou "para poluir." Era uma palavra que teria sido familiar aos leitores de Sardes por causa da indústria da lã de tingimento da cidade. Garments simbolizar personagem na Bíblia (por exemplo, Is 64:6 ). Aqueles que têm uma medida de santidade e pureza agora será dada perfeita santidade e pureza no futuro.

O Comando

Acorde, e fortalecer as coisas que permanecem, que estavam prestes a morrer ... Então lembre-se que você tem recebido e ouvido; e mantê-lo, e se arrepender. Portanto, se você não acordar, virei como um ladrão, e não saberás a que horas vou chegar até você.( 3: 2 a, 3)

Cristo dirigiu-se ao comando para o remanescente fiel dos verdadeiros cristãos de Sardes; não há nenhum ponto em falar com aqueles que estão mortos. Se a sua igreja era para sobreviver a ele precisava desesperAdãoente de vida. Cristo deu para eles o caminho para a restauração espiritual, dando-lhes cinco passos a seguir.
Primeiro, eles precisavam acordar. Não houve tempo para a indiferença; eles não podia simplesmente ir com o fluxo, eles tinham para revertê-la. O remanescente crente precisava olhar para o que estava acontecendo em sua igreja, avaliar a situação, envolver-se em mudar as coisas, confrontar o pecado e erro, e fazer a diferença.

Em segundo lugar, eles precisavam para fortalecer as coisas que permanecem, que estavam prestes a morrer. Coisas é um substantivo neutro em grego e não se refere a pessoas, mas para as realidades espirituais. Cristo exortou os verdadeiros cristãos de Sardes para manter viva a chama as brasas das graças espirituais que permanecem em sua igreja.

O terceiro passo foi para o remanescente fiel a lembrar o que haviam recebido e ouvido. Eles precisavam voltar para as verdades da Palavra de Deus, lembrando-se do evangelho e do ensinamento dos apóstolos. Por esta altura, as cartas de Paulo estavam em circulação (cf. 2 Pe. 3: 15-16 ) e o resto do Novo Testamento tinha sido escrito. Os crentes em Sardes necessária para reafirmar sua crença na verdade acerca de Cristo, pecado, salvação e santificação. Nas palavras de Paulo a Timóteo, que estavam a guardar o que tinha sido confiada a eles ( 1Tm 6:20 ).Eles precisavam estabelecer uma base doutrinal sólida para servir como base para a renovação.

Em quarto lugar, tendo ido de volta para as verdades da Escritura, eles precisavam manter -los. A teologia ortodoxa além de vidas obedientes não traria renovação.

Por fim, eles precisavam se arrepender. Com remorso e tristeza, os crentes em Sardes foram a confessar e desvie de seus pecados. Estes cinco passos, se praticado de forma diligente, traria avivamento.

As conseqüências se avivamento não veio seria grave. Cristo advertiu-os , se você não acordar, virei como um ladrão, e não saberás a que horas vou chegar até você. A imagem de Jesus que vem como um ladrão sempre carrega a idéia de julgamento iminente ( Mt 24:43 ; 1Ts 5:21Ts 5:2 ; 1Ts 2:3:10 Pet. ; Ap 16:15 ). A ameaça aqui não está relacionado com sua segunda vinda, mas é que o Senhor viria e destruir a Igreja de Sardes se não há avivamento. Ele também pode ser extrapolada para um aviso do julgamento que enfrenta igrejas todos mortos no retorno de Cristo.

A única maneira de evitar o julgamento mais severo que aguarda aqueles que conhecem a verdade e afastem-se dela ( Heb. 10: 29-30 ) é seguir o caminho para a vida espiritual.

O Conselho

O que vencer será assim vestido de vestes brancas; e eu não vou apagar o seu nome do livro da vida, e confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos. Aquele que tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. ( 3: 5-6 )

A título de incentivo, Cristo descreveu as recompensas que aguardam aqueles que participaram no renascimento. Os verdadeiros cristãos, como já observado, será assim vestido de vestes brancas. No mundo antigo, roupas brancas também foram vestidos para ocasiões festivas como casamentos. Os verdadeiros cristãos vão usar o deles na ceia das bodas do Cordeiro ( 19: 7-9 ). Vestes brancas também foram usados ​​por aqueles que comemoram a vitória na batalha; todos os verdadeiros cristãos são vitoriosos por meio de Cristo sobre o pecado, a morte, e Satanás. Mas, como observado anteriormente na discussão do versículo 4 , principalmente dos crentes vestes brancas representam a pureza e santidade. Cristo promete vestir cristãos no brilho eterno de pureza e santidade.

Cristo novas promessas todos os verdadeiros cristãos que Ele não vai apagar o seu nome do livro da vida, mas confessam o seu nome perante o Pai e diante dos seus anjos. Incrivelmente, embora o texto diz exatamente o contrário, algumas pessoas assumem que este versículo ensina que o nome de um cristão pode ser apagado do livro da vida. Eles, assim, transformar tolamente uma promessa em uma ameaça. Ex 32:33 , argumenta-se por alguns, apoia a ideia de que Deus pode remover o nome de alguém do Livro da Vida. Nessa passagem, o Senhor diz a Moisés que "quem pecou contra mim, a este riscarei do meu livro." Não há contradição, no entanto, entre esta passagem e promessa de Cristo em Ap 3:5 não é o Livro da Vida descrito aqui, em Fp 4:3 ). A ameaça, então, não é a condenação eterna, mas a morte física.

Nos dias de João, os governantes manteve um registo dos cidadãos de uma cidade. Se alguém morreu, ou cometido um crime grave, o seu nome foi apagado do referido registo. Cristo, o Rei do céu, nunca promete apagar nome de um verdadeiro cristão a partir do rolo daqueles cujos nomes foram "escritas a partir da fundação do mundo no livro da vida do Cordeiro que foi morto" ( 13: 8 ).

Pelo contrário, Cristo vai confessar de cada crente nome antes de Deus, o Pai e diante dos seus anjos. Ele vai afirmar que eles pertencem a Ele. Aqui Cristo reafirmou a promessa que fez durante Seu ministério terreno: "Todo aquele que me confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante de meu Pai que está nos céus" ( Mt 10:32. ). A verdade reconfortante de que a salvação verdadeiros cristãos é eternamente seguro é inconfundível o ensino da Escritura. Em nenhum lugar é que a verdade mais fortemente afirmou que em Romanos 8:28-39:

E nós sabemos que Deus faz com que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Para aqueles que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos; e estes aos que predestinou, também os chamou; e estes aos que chamou, também justificou; e estes aos que justificou, também glorificou. Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que não poupou o seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós, como também não vai com ele, ele nos dará todas as coisas? Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? Deus é o único que justifica; que é aquele que condena? Cristo Jesus é Aquele que morreu, sim, em vez que foi criado, que está à direita de Deus, e também intercede por nós. Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? Assim como está escrito: "Por amor de ti estamos sendo condenado à morte o dia todo, fomos considerados como ovelhas para o matadouro." Mas, em todas estas coisas somos mais que vencedores, por aquele que nos amou. Pois estou convencido de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem o presente, nem o futuro, nem as potestades, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.
A carta de Sardes termina, como os outros seis, com uma exortação para atender ao conselho, comandos e promete que ele contém: Aquele que tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. Os zumbis espiritualmente mortos jogando igreja precisava guardar a advertência de Cristo do julgamento iminente. Os crentes indiferentes precisava acordar antes que fosse tarde demais para salvar sua igreja. E os poucos fiéis pôde reconfortar com o conhecimento de que sua salvação era eternamente seguros.

O que aconteceu com Sardes? Será que eles acatam o aviso? Será que avivamento vem? Que um homem de destaque, como Melito serviu como bispo de Sardes várias décadas depois de João escreveu argumenta que, pelo menos, algum reavivamento ocorreu em Sardes. Até Cristo voltar, não é tarde demais para outras igrejas mortas, para encontrar o caminho para a renovação espiritual.



Barclay

O NOVO TESTAMENTO Comentado por William Barclay, pastor da Igreja da Escócia
Barclay - Comentários de Apocalipse Capítulo 2 do versículo 1 até o 29

Apocalipse 2

A carta a Éfeso

Éfeso, a primeira e a maior — Ap 2:1-7).

No pensamento judeu posterior a árvore da vida devia representar aquilo que podia dar ao homem uma vida verdadeira. A sabedoria é uma

árvore de vida para os que podem lealmente apoderar-se dela (Pv 3:18). Os frutos dos justos são uma árvore de vida (Pv 11:30). A esperança que se cumpre é uma árvore de vida

(Pv 13:12); uma língua íntegra é uma árvore de vida (Pv 15:4). A árvore de vida chegou a descrever qualquer coisa capaz de converter a vida humana no que deve ser.

A isto deve adicionar-se outra imagem. Na história do Jardim do

Éden, primeiro Adão recebe a proibição de comer da árvore da vida e

depois é expulso, e por isso perde definitivamente a possibilidade de alimentar-se de seus frutos. Era comum entre os judeus pensar que quando viesse o Messias e amanhecesse a nova era, a árvore da vida estaria no meio dos homens, e todos os que tivessem sido fiéis poderiam comer dela. O sábio da antigüidade dizia que aqueles que fazem as coisas de que gostam receberão os frutos da árvore da imortalidade, enquanto que os rabinos estavam acostumados a descrever a árvore da vida no Paraíso. Seus ramos se estendiam acima de todo o jardim; dele emanavam quinhentos mil perfumes fragrantes e suas frutas tinham outros tantos gostos, todos diferentes mas igualmente agradáveis. A idéia era que o Messias restauraria o que Adão tinha perdido. Comer da árvore da vida significa entrar na bem-aventurança dos justos no Reino do Cristo; significa deleitar-se em todas as alegrias que correspondem aos fiéis quando Cristo vier, supremo, em seu Reino.

  1. Também há a idéia de "paraíso". O mesmo som da palavra nos resulta belo. Usamos a palavra com freqüência, mas muito provavelmente não lhe atribuamos um significado definido. Quando estudamos a fundo a história deste termo, nos deparamos com uma das idéias mais belas e venturosas que jamais tenham concebido os homens.
    1. A palavra "paraíso" é de origem persa. Xenofonte escreveu muito sobre os persas, e foi ele quem a introduziu no idioma grego. No

princípio "paraíso" significava um jardim prazenteiro, com parques e cursos de água, com árvores frondosas e canteiros de flores muito belos, em geral povoado por animais semi-selvagens que aceitavam gostosos a

cativeiro num meio tão belo. Quando Xenofonte descreve o lugar onde vivia o rei dos persas, diz que sempre se cuidava de que houvesse um paraíso, tal como eles o chamavam, cheio de todas as coisas belas e boas

que a terra pode produzir (Xenofonte, Econômico, 4:13). "Paraíso" é uma bela palavra que descreve um lugar de serena beleza.

  1. Na Septuaginta, a tradução grega do Antigo Testamento, a

palavra "paraíso" tem dois significados. Em primeiro lugar, é usada comumente para referir-se ao Jardim do Éden (Gn 2:8; Gn 3:1).

"Paraíso" significa "jardim" e o Éden era o jardim mais belo de todos. Em segundo lugar, empregava-se com relação a qualquer jardim senhorial. Quando Isaías fala de um jardim que tinha ficado sem água, a palavra que usa, nessa tradução, é "paraíso" (Is 1:30). É a palavra que aparece no versículo de Jeremias que diz: “Edificai casas e habitai nelas; plantai jardins, e comei o fruto deles” (Jr 29:5, TB). É a palavra que usa o pregador quando anuncia: “Fiz jardins e pomares para mim e nestes plantei árvores frutíferas de toda espécie” (Ec 2:5).

  1. No pensamento cristão primitivo a palavra tem um significado muito especial. Segundo a concepção hebraica, depois da morte as almas dos vivos iam ao Hades, sem que houvesse diferença entre os bons e os maus. Hades era o reino das sombras, fantasmal, cinza, sombrio, onde se carecia de energia e forma definidas. Os cristãos primitivos, pelo contrário, pensaram que entre a Terra e o céu havia um lugar intermédio, de transição, no qual todos esperavam que, depois da morte, ocorresse o juízo final e se implantasse o Reino. Para Tertuliano este lugar era uma enorme cova, debaixo da terra. Mas havia uma parte dessa cova onde estavam alojados os patriarcas e os profetas, e essa parte era um paraíso. Filo descreve esse lugar dizendo: "Sem que os incomode a chuva, a neve ou o fluxo, mas acariciados pelo suave e refrescante zéfiro que sopra sempre sobre eles desde o mar". Para Tertuliano havia somente uma classe de cristão que ia diretamente a esse lugar, e este era o mártir. "A única chave que abre as portas do paraíso é seu próprio sangue derramado" (Sobre a alma, 55).

Orígenes foi um dos pensadores mais ousados que a Igreja jamais tenha produzido. Escreveu o seguinte: "Creio que todos os santos" (usa santos no sentido de "cristãos" "que partem desta vida têm que ficar na Terra, em algum lugar que as Santas Escrituras chamam Paraíso, que é como uma escola de instrução ou sala de aula, por assim dizer, para as almas. . . Se alguém for puro de coração e santo de mente e mais prático na percepção, ascenderá, através dessas mansões" (refere-se a estágios ou etapas) "que os gregos chamam esferas, e que as Escrituras chamam

céus, ao Reino dos Céus, em algum lugar no ar... Seguirá assim a Aquele que ingressou nos céus, Jesus, o Filho de Deus, quem disse: 'Onde eu estivera, estejais vós também'." Refere-se a esta diversidade de lugares quando diz: 'Na casa de meu Pai há muitas moradas' " (Orígenes, Sobre o princípio, 2, 6):

Os grandes pensadores primitivos não identificam o Paraíso com o Céu; o Paraíso era uma etapa intermediária, o lugar de aprendizagem onde as almas dos que eram aptos se preparavam para terem acesso à

presença de Deus.

  1. Não creio que a palavra Paraíso tenha conservado, no pensamento cristão posterior, este sentido de um lugar intermediário

entre a Terra e o céu. Chegou a ser sinônimo de "céu", a imediata presença e glória de Deus. Quando pensamos na palavra "paraíso" nossa mente deve lembrar imediatamente as palavras que Jesus dirigiu ao

ladrão penitente que foi crucificado junto com ele: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso” (Lc 23:43). Aqui estamos na presença de mistérios diante dos quais seria irreverente e blasfemo

dogmatizar. Acaso não nos deve ser suficiente como definição a que descreve o paraíso, ou o céu, como a vida na permanente presença e companhia de nosso Senhor? Se tão-somente aceitarmos as palavras de

Jesus, o paraíso, segundo o que Ele disse, é a vida com Cristo.

A CARTA

A

ESMIRNA

ESMIRNA A COROA DA ÁSIA

Ap 2:8 Ap 2:11

Embora era inevitável que Éfeso fosse a primeira na lista das sete Igrejas, é natural que Esmirna, sua grande rival, apareça na segunda. Entre todas as cidades da Ásia Menor, Esmirna era a mais bela. Era

chamada, naquela época, o ornamento, a coroa ou a flor da Ásia. Luciano disse que era a mais bela de todas as cidades da Jônia. Aristides,

que cantou a glória de Esmirna, falou de "sua graça, que se estende por todo mundo como um arco íris... seu brilho, que permeia todo lugar sobre a Terra e alcança também o céu, como o brilho das armaduras de bronze no poema de Homero." Nenhuma outra cidade antiga poderia ter competido com Esmirna em beleza. Somava-se à sua beleza o fato que o zéfiro, suave e fresca brisa do oeste, soprava sempre em suas ruas. "O vento zéfiro", diz Aristides, "sempre sopra por toda a cidade, e a torna tão arejada como um jardim de árvores frondosas". Este vento a submetia a apenas uma desvantagem: Os desperdícios da cidade eram jogados no mar e o vento do oeste tendia a devolvê-los a suas costas em vez de afastá-los delas.

Esmirna estava situada numa magnífica posição, no fim do caminho que unia a Lídia com a Frígia, alcançando além destas regiões o longínquo Este. Por aqui afluía rumo à costa toda a produção e tráfico do rico vale do Hermus. Era inevitável que Esmirna fosse uma grande cidade comercial. Estava situada na parte mais profunda de um espaçoso mas amplo golfo, que terminava num porto bem protegido por prolongações rochosas, no próprio coração da cidade. Era o mais seguro e o mais conveniente de todos os portos; tinha a vantagem de poder ser fechado mediante uma cadeia em tempos de guerra. As moedas de Esmirna, conforme era de esperar, tinham a gravura de um barco preparado para fazer-se ao mar.

O cenário panorâmico da cidade era igualmente belo. Começava no porto; atravessava os últimos e insinuados contrafortes de algumas

montanhas e culminava em Pagos, uma elevação coberta de templos e bordejada por casas famosas. Estas eram as residências de famílias enriquecidas e nobres, as quais rodeavam o monte Pagos e se chamavam

"a coroa da cidade" . Mesmo os viajantes modernos utilizam o termo ao falar da cidade como "um lugar de realeza, coroado de torres". Aristides a comparava com uma magnífica e gigantesca estátua cujos pés estavam

no mar, suas pernas e ventre nas planícies vizinhas à costa, o tronco nas primeiros ondulações montanhosas e a cabeça, coroada de magníficos

edifícios, no monte Pagos. O próprio autor elogiou a Esmirna, dizendo que era "uma flor de tamanha beleza como o Sol e a Terra jamais tinham mostrado aos homens".

Sua história tinha muito a ver com a beleza que a adornava, porque era uma das poucas cidades do mundo que respondia a um esforço de

planejamento urbanístico. Tinha sido fundada como colônia grega pelo ano 1000 a.C. No ano 600 foi invadida pelos lídios que a destruíram por completo. Durante quatrocentos anos Esmirna não foi uma cidade, mas

um agrupamento de pequenos povoados. Em torno do ano 200 a.C. Lisímaco a havia reconstruído, pensando na cidade como um todo unificado. Possuía ruas amplas, direitas e bem pavimentadas. Estrabão

tem palavras de elogio para as ruas de Esmirna, e menciona os grandes quarteirões retangulares em que se agrupavam os edifícios. A mais famosa de todas as ruas era a do Ouro, que começava no templo de Zeus

e terminava no de Cibele. Atravessava, por assim dizer, os pés de Pagos. Se os edifícios que rodeavam a Pagos eram a coroa de Esmirna, a Rua do Ouro era seu colar.

Aqui temos uma coisa interessante e significativa, algo que nos demonstra o cuidado e o conhecimento detalhado com que João escreveu as cartas do Cristo ressuscitado às sete Igrejas. O Cristo ressuscitado é

chamado “que esteve morto e tornou a viver”. Esta expressão não era mais que um eco da experiência da própria cidade de Esmirna. Tinha vivido durante quatrocentos anos e careceu de vida como cidade e Lisímaco havia tornado a construí-la.

Mas Esmirna tinha outros méritos além de sua beleza. Era uma cidade livre. Sabia muito bem o significado da lealdade e a fidelidade. De todas as cidades orientais tinha sido a mais fiel a Roma. Muito antes

que Roma fosse a senhora indisputada do mundo antigo, Esmirna tinha lançado sua sorte com ela, e sua fidelidade nunca pereceu. Cícero tinha chamado a Esmirna "nossa aliada mais antiga e fiel". Na campanha

contra Mitrídates, no Longínquo Oriente, as coisas não tinham saído muito bem para os romanos. E quando as tropas imperiais estavam

sofrendo fome e frio, os habitantes de Esmirna até tiraram a roupa que levavam sobre si para enviar à frente de batalha.

Tal era a fidelidade de Esmirna que já no ano 195 a.C. tinha sido a primeira cidade em erigir um templo à deusa Roma. E quando, no ano 26

de nossa era, as cidades da Ásia Menor competiam pelo privilégio de ser autorizadas a honrar o imperador Tibério, erigindo um templo dedicado a seu espírito divino, Esmirna tinha sido a escolhida, tendo precedência ainda sobre Éfeso. A fidelidade de Esmirna a Roma era famosa em todo

o mundo antigo.

Mas Esmirna não era grande somente por sua beleza, seu potencial comercial e sua importância política e religiosa; também era um lugar

onde florescia a cultura e o conhecimento e as artes eram tidas em grande estima. Apolônio de Tiana havia ensinado aos habitantes de Esmirna a grande verdade de que somente a qualidade humana de seus

cidadãos podia fazer com que uma cidade fosse grande. "Ainda que Esmirna seja a cidade mais bela sob o Sol, e tenha se apoderado do mar, e possua as fontes do zéfiro, é muito maior o encanto de possuir uma

coroa de grandes homens que uma coroa de pórticos, pinturas e jóias de ouro muito acima do que pode encontrar-se em qualquer outro lugar do mundo. Porque os edifícios podem ver-se somente no lugar onde estão

convocados, mas os homens podem mover-se de um lugar a outro, e serem vistos e falar-se deles em todos lados, e fazem com que sua cidade seja tão grande como a amplitude dos países aonde possam levá-los seus passos."

Por isso Esmirna tinha um estágio onde todos os anos se celebravam jogos atléticos famosos em todo mundo; uma magnífica biblioteca pública; um odeão, onde se interpretava música; um teatro que

era o maior de toda a Ásia Menor. Em particular, Esmirna era uma das cidades que pretendia ter sido o berço de Homero; tinha um edifício recordativo chamado o Homerión e tinha cunhado a cabeça de Homero

em suas moedas. Esta pretensão era disputada por outras cidades, e em realidade não se sabe onde nasceu o poeta cego. Pode prever-se que uma

cidade como Esmirna teria também uma magnífica arquitetura. E certamente estava coberta de templos: tinha-os dedicados a Cibele, Zeus, Apolo, Nêmesis, Afrodite e Esculápio. Em Esmirna residia todo o esplendor da cultura pagã em suas expressões mais elevadas e a religião pagã em toda sua magnificência.

Esmirna possuía uma dose maior que o comum de algo que era característico de todas as cidades gregas. Mommsen diz que a Ásia Menor era um "paraíso da vaidade municipal"; e Esmirna, entre todas as

cidades livres da época, era notória pela rivalidade com que defendia seu prestígio local. Todos queriam exaltar a Esmirna e, ao mesmo tempo, subir, eles próprios ao degrau mais alto da hierarquia política local. Não

deixa de ter sentido que no cabeçalho de sua carta João diga que Cristo é "o primeiro e o último". Em comparação com sua glória todas as distinções terrestres não são mais que uma ridícula vaidade, vazias e

carentes de valor. A luta por chegar a ter o primeiro lugar nas coisas do mundo empalidece e perde importância quando vistas à luz das glórias eternas.

Resta mencionar uma característica de Esmirna que aparece na carta e que teve conseqüências muito sérias para os cristãos que viviam nela. Em Esmirna os judeus eram especialmente numerosos e influentes

(versículo 9). Encontramos, por exemplo, que em certa ocasião contribuíram com 10.000 denários para o embelezamento da cidade. Possamos estar seguros que em Esmirna os judeus eram particularmente hostis aos seguidores de Jesus, porque eram de seu próprio número e dos

pagãos que tivessem podido interessar-se no judaísmo, que a Igreja obtinha a maioria de seus convertidos. Os judeus fizeram tudo o que puderam para prejudicar à igreja e para convencer às autoridades

romanas de que devia perseguir-lhe De maneira que bem podemos concluir esta apresentação da cidade com o relato do martírio mais famoso que teve lugar nela.

Policarpo era bispo de Esmirna, e foi martirizado no sábado 23 de fevereiro de 155. Nesses dias eram celebrados os jogos públicos e a

cidade estava repleta de visitantes. Era uma multidão exaltada. Repentinamente alguém gritou: "Morram os ateus, busquemos Policarpo." Policarpo poderia ter-se escondido, mas teve uma visão, num sonho, na qual viu incendiar o travesseiro onde apoiava sua cabeça. Havia dito a seus discípulos, então: "Tenho que morrer queimado."

Um jovem escravo, que sabia o lugar onde se encontrava, foi torturado até falar. Então foram prendê-lo. Ordenou que todos os homens que tinham vindo para levá-lo fossem alimentados e atendidos enquanto

ele, durante uma hora, dedicava-se à oração. Nem sequer o chefe da polícia tinha desejos de ver Policarpo morrer, porque muitos amavam. Durante a breve viagem à cidade rogou-lhe que acessasse a confessar

que César era o Senhor, para evitar desse modo o martírio. Mas Policarpo não quis ouvir tal sugestão, porque para ele o único Senhor era Jesus Cristo.

Quando o introduziram à arena do circo, ouviu-se uma voz do céu que disse: "Seja forte, Policarpo, aja como um homem." O procônsul lhe propôs que escolhesse entre a morte ou amaldiçoar o nome de Cristo e

oferecer um sacrifício de incenso a César. "Durante oitenta e seis anos o servi", disse Policarpo, "e Ele nunca me traiu. Como posso blasfemar o nome de meu Rei, que me salvou?" O procônsul o ameaçou queimando

vivo e Policarpo lhe replicou: "Ameaça-me com um fogo que queima durante um pouco de tempo e em seguida se extingue, porque não conhece o fogo que espera os ímpios no juízo vindouro e na condenação eterna. Que esperas? Faz o que tens pensado fazer." Em que pese os

conselhos de seus perseguidores, Policarpo não foi convencido.

A multidão, então, equilibrou-se sobre eles, carregando vigas de madeira dos estaleiros e dos banheiros. Até os juízes, em que pese que

estavam quebrando a lei que lhes proíbe carregar vultos no dia de sábado, estavam entre os primeiros a trazerem madeira para construir a pira de Policarpo. Quando estavam por atá-lo ao poste, Policarpo lhes

disse: "Deixem-me como estou, porque Aquele que me dará força para suportar o fogo me permitirá permanecer imóvel sem a segurança de

seus pregos." De maneira que o deixaram sem atá-lo e acenderam o fogo. Policarpo então orou com grande voz:

"Ó Deus e Senhor todo-poderoso, Pai de seu bendito e bem-amado filho Jesus Cristo, através do qual recebemos o conhecimento pleno de Ti, Deus dos anjos e dos poderes e de toda a criação e de toda a família dos justos que vivem em tua presença! Louvo-te por me haver concedido este dia e hora para poder sofrer em teu serviço, contando-me no número de suas mártires, compartilhando a taça de teu Cristo. E te louvo por me dar deste modo parte, também, na ressurreição à vida eterna, tanto da alma como do corpo, na imortalidade do Espírito Santo. Concede-me ser recebido hoje em tua presença, junto com todos eles, como sacrifício rico e aceitável a Ti, tal como aquele que Tu, Deus de toda verdade, em quem não há mentira alguma, havia preparado de antemão e manifestado aos homens. Por isso também te louvo por todas as coisas. Bendigo-te e te louvo e te glorifico através do eterno e celestial Sumo Sacerdote Jesus Cristo, teu Filho amado, por quem te seja a glória com Ele e com o Espírito Santo, agora e na idade vindoura. Amém."

Até aqui são os fatos. A história prossegue, no domínio da lenda.

Segundo esta, as chamas fizeram uma espécie de habitação em torno de Policarpo e não o tocaram. O verdugo, então, vendo que as chamas não o

queimavam, atravessou-o com sua espada e conseguiu matá-lo. "E quando fez isto, saiu de seu peito uma pomba, e muito sangue, que apagou o fogo, e toda a multidão se maravilhou de que fosse tão grande a

diferença entre os incrédulos e os escolhidos. Foi deste modo que Policarpo morreu em Esmirna, mártir da fé, fiel até a morte.

Não deve ter sido fácil ser cristão em Esmirna. E, entretanto, a carta aos cristãos em Esmirna é uma das únicas duas, no Apocalipse, onde não

encontramos mais que louvores, sem mescla alguma de recriminações.

ESMIRNA A PROVA

Apocalipse 2:8-11 (continuação)

A Igreja em Esmirna estava atravessando um momento de prova e o futuro imediato era ainda mais sombrio.

Há três coisas nesta carta com relação a esta prova.

  1. É tribulação. Já vimos que esta palavra, no idioma original, o grego do Novo Testamento, significava simplesmente a sensação do que é apertado por um peso ou força. A pressão dos acontecimentos pesava sobre a Igreja de Esmirna, e a força das circunstâncias procurava obrigá— la a que abandonasse sua fé.
  2. É pobreza. No Novo Testamento a pobreza e a fé em Cristo estão intimamente relacionadas. "Bem-aventurados os pobres", diz Jesus

(Lc 6:20). Tiago diz que Deus escolhe os pobres deste mundo para que sejam ricos na fé (Jc 2:5).

Devemos tomar nota da palavra que se usa neste caso. Em grego há

duas palavras que designam o pobre. Uma, a que se usa aqui, é ptojia. A outra é penia. Esta define a condição do homem que deve trabalhar com suas mãos para ganhar o sustento. A primeira, pelo contrário, denota a destituição total. Em outras palavras, penia é o homem que carece do supérfluo, ptojia o que não tem nem sequer o essencial.

A pobreza dos cristãos devia-se a duas razões. Devia-se a que a maioria dentre eles pertencia às classes mais baixas da sociedade, e

muitos deles eram escravos. O abismo entre os estratos sociais mais baixos e os mais altos não é coisa nova. No mundo antigo era ainda

maior que em nossa época. Estas cartas foram escritas a Igrejas asiáticas, mas sabemos que nessa mesma época em Roma os classes sociais mais baixas literalmente morriam de fome quando os ventos contrários atrasavam os carregamentos de cereais provenientes de Alexandria e

fazia-se impossível distribuir a farinha gratuita que recebiam como único meio de sustento. Os primeiros cristãos sabiam o que é a pobreza absoluta.

Mas havia outra razão para que os cristãos fossem pobres. Ocorria muito freqüentemente, naquela época, que as casas dos cristãos eram saqueadas por multidões avivadas. Assim, ficavam sem recursos de tudo

o que poderiam ter. Não era coisa fácil ser cristão nos tempos de João, na cidade de Esmirna ou em qualquer outro lugar do mundo antigo.

  1. Em terceiro lugar, o cárcere. João prevê um encarceramento de dez dias. Esta cifra não se deve interpretar literalmente. Segundo o costume antigo ao falar de "dez dias" fazia-se referência a um período curto de tempo. Esta profecia, portanto, é ao mesmo tempo uma ameaça e uma promessa. Virão dias mais difíceis e os crentes serão encarcerados por sua fé; entretanto, ainda que dura, a prova não demorará muito em ser superada. Devem destacar-se duas coisas.

Primeiro, foi desta maneira, exatamente, como sucedeu. Ser cristão era contra a lei, mas as perseguições não foram muito prolongadas nem

contínuas. Durante longos espaços de tempo, os cristãos eram deixados em paz. Inesperadamente, entretanto, um governador de província podia

pensar que era necessário "ajustar os parafusos", ou as multidões lançar uma "caça" de cristãos — então estalava a tormenta e descia sobre a Igreja a perseguição. Ser cristão era estar submetido a uma constante

incerteza.

Em segundo, lugar, ir ao cárcere pode nos parecer algo não muito terrível . De toda maneira, é melhor que a morte. Mas no mundo antigo o

cárcere não era mais que uma sala de espera do sepulcro. O Estado não se preocupava com a sorte dos presos. A forma mais comum de terminar uma condenação era morrendo de fome, peste ou esgotamento.

ESMIRNA A CAUSA DOS PROBLEMAS

Apocalipse 2:8-11 (continuação)

Os instigadores das perseguições eram os judeus. Era deles que provinham as calúnias. Em repetidas ocasiões, nos At, vemos como os judeus convenciam as autoridades para que tomassem

medidas contra os pregadores cristãos. Sucedeu em Antioquia (At 13:50), em Icônio (At 14:2, At 14:5), em Listra (At 14:19) e em

Tessalônica (At 17:5).

A história do que sucedeu em Antioquia é um bom exemplo de como agiam os judeus. Em Atos diz que os judeus conseguiram comover

um grupo de mulheres honoráveis e aos principais homens da cidade (At 13:50). Em torno da sinagoga se reuniam, habitualmente, muitos homens e mulheres "temerosos de Deus". Estes eram gentios que embora criam em Deus não estavam dispostos a aceitar o judaísmo até suas últimas conseqüências nem desejavam tornar-se prosélitos; eram atraíados pela pregação sobre um só Deus em lugar das teorias pagãs sobre muitos deuses, e em especial a pureza da ética judia, em comparação com a lenidade e a luxúria que, em matéria sexual, era comum entre os pagãos. Eram especialmente as mulheres as que se sentiam atraídas ao judaísmo, por estas razões. Muito freqüentemente estas mulheres eram de alta posição social, esposas de magistrados e governadores, e era mediante estas que os judeus influíam sobre as autoridades para que perseguissem os cristãos. Os judeus dispunham de molas — que certamente eram muito efetivas — para fazer com que as autoridades romanas tomassem medidas contra a Igreja.

João chama os judeus de "a sinagoga de Satanás". Aqui João está usando uma expressão que era muito comum entre os judeus, ainda que

nele assume o significado inverso. Quando os judeus se reuniam gostavam de autodenominar-se "a assembléia do Senhor" (Nu 16:3; Nu 20:4; Nu 31:16). A palavra "sinagoga" significa literalmente "reunião",

"assembléia"' ou "congregação". É como se João estivesse dizendo: "Vocês se chamam a Assembléia de Deus quando, em realidade, não são senão uma assembléia de Satanás, o Diabo."

Em certa oportunidade João Wesley replicou a uns homens que

estavam apresentando uma imagem crua, cruel e selvagem de Deus. "Seu Deus é meu diabo." É terrível quando uma religião converte-se em instrumento do mal, da crueldade ou da selvageria.

Nos dias da Revolução Francesa Madame Roland pronunciou suas palavras famosas: "Liberdade, que crimes se cometem em teu nome!"

Houve tempos trágicos nos quais poderia ser dito o mesmo com

relação à religião.

Quais eram as calúnias que se levantavam contra os cristãos? Havia seis calúnias que eram moeda corrente em todo o mundo antigo:

  1. Baseando-se nas palavras da comunhão — isto é o meu corpo, isto é o meu sangue — corria a história de que os cristãos eram canibais.
  2. Porque os cristãos chamavam ágape a suas ceias fraternais (onde se celebrava a Eucaristia), e essa palavra em grego significa "amor", dizia-se que os cristãos praticavam orgias de luxúria desatada e terrível imoralidade.
  3. Sendo um fato que o cristianismo muitas vezes dividia as famílias quando alguns de seus membros se convertiam e outros seguiam sendo pagãos, acusava-se a Igreja de ameaçar a estrutura familiar e

interferir nas relações entre maridos e esposas, pais e filhos, etc.

  1. Os pagãos acusavam os cristãos de ateísmo porque não podiam compreender um culto no qual não havia imagens da divindade que se

honrava, como em seus templos.

  1. Os cristãos eram acusados de ser cidadãos desleais e potenciais revolucionários, visto que negavam-se a dizer "César é o Senhor".
  2. Os cristãos eram acusados de serem incendiários, porque profetizavam o fim do mundo numa grande conflagração cósmica com fogo.

Não era difícil para as pessoas maliciosas disseminarem rumores perigosos e calúnias infamantes com relação à Igreja.

ESMIRNA – OS TÍTULOS DE CRISTO E SUAS EXIGÊNCIAS

Apocalipse 2:8-11 (continuação)

Vimos que a Igreja em Esmirna estava lutando contra dificuldades e que a ameaçavam dificuldades ainda maiores no futuro imediato. É

porque o autor tem isto em mente que a carta começa com a menção dos títulos atribuídos a Cristo, nos quais ele nos sugere quais são as coisas que Cristo pode oferecer aos que se vêem frente a uma situação similar à

que viviam os cristãos em Esmirna.

  1. Cristo é o primeiro e o último. No Antigo Testamento este título pertence a Deus. Isaías ouviu Deus dizer. “Eu sou o primeiro e Eu sou o último” (Is 44:6; Is 48:12). Este título tem dois aspectos. Para o cristão é uma magnífica promessa. Seja o que for que aconteça do primeiro dia da vida até o último, com toda a colorida variedade de experiências que podem suceder, sejam boas ou más, o Cristo ressuscitado está conosco. Temos sua palavra de que Ele estará conosco sempre, até o fim do mundo. A quem temeremos, então? Quem poderá nos assustar?

Mas para os pagãos de Esmirna estas mesmas palavras são uma advertência. Amavam a sua cidade. Chamavam-na a primeira da Ásia e estavam dispostos a discutir com qualquer pessoa sua qualidade de principal. Viviam num mundo pequeno de vaidade provinciana, no qual todos competiam para ser melhores que os demais e ascender um degrau acima dos outros. Todos queriam ocupar os primeiros lugares e se esforçavam para obtê-los. Mas o Cristo ressuscitado diz "Eu sou o primeiro e o último". Aqui se põe fim a todo orgulho humano. Junto à glória de Cristo todos os nossos títulos ficam reduzidos ao ridículo, carecem de importância real.

Quando o imperador Juliano fracassou em seu intento de fazer retroceder a trás a história, eliminando o cristianismo e restaurando a

religião pagã, e quando seus esforços lhe custaram a vida, exclamou, antes de morrer: "Não era para mim expulsar a Cristo do lugar mais destacado." O posto de preeminência pertence Àquele o que é o primeiro e o último; junto a Ele todas as nossas glórias humanas não são mais que

vaidade.

  1. Cristo é aquele que esteve morto e tornou a viver. Neste versículo os tempos dos verbos são de primeiríssima importância. A

palavra grega que traduzimos "esteve" é genomenos, que pode traduzir— se, com maior fidelidade, "chegou a estar". Descreve um episódio, uma experiência transitiva, algo que sucedeu a alguém. Quando Cristo esteve

morto, para Ele a morte foi uma experiência transitiva, um episódio de sua vida. Experimentou a morte e a venceu, e já não esteve mais morto.

Quanto à palavra “tornou a viver”, devemos notar que se trata de um verbo no tempo passado (em aoristo no grego), que descreve uma ação já realizada de maneira completa. A tradução correta seria "voltou à vida de uma vez por todas". Faz-se referência, é obvio, ao evento da ressurreição. O Cristo ressuscitado é Aquele que experimentou a morte, passou através da morte, e saiu da morte; voltou a viver, triunfante, pela ressurreição, e está vivo para sempre jamais. Aqui também há dois aspectos, mas desta vez ambos são para que o cristão tome nota deles.

  1. O Cristo ressuscitado tem a experiência do pior que a vida nos pode oferecer. Sofreu a agonia e a agonia de uma cruz. Não importa o que suceda aos cristãos de Esmirna, Cristo tinha vivido ainda pior. Jesus Cristo pode nos ajudar porque Ele conhece as maiores amarguras da vida, e ainda tem experiência da morte. Nada nos pode suceder que não tenha sucedido, e ainda pior, a Ele.
  2. O Cristo ressuscitado conquistou o pior que a vida pode nos oferecer. Triunfou sobre a dor, triunfou sobre a cruz, triunfou sobre a morte. Não nos oferece algo que Ele mesmo não tenha conquistado em sua própria experiência e vida. E o que nos oferece é o caminho para uma vida vitoriosa.

Mas nesta passagem também há uma exigência, e a exigência nos pede lealdade. A exigência do Cristo ressuscitado é que seu povo lhe seja

fiel até a morte, fiel mesmo quanto a própria vida seja o preço dessa fidelidade. A lealdade era uma virtude que os habitantes de Esmirna conheciam muito bem, porque sua cidade tinha comprometido seu

destino com Roma e se manteve leal, até em épocas quando a grandeza de Roma não era mais que uma remota possibilidade. Nas horas boas e nas horas más manteve-se fiel a seu compromisso inicial. Não há nada

neste mundo que possa ocupar o lugar da lealdade. Se todas as outras boas qualidades Que pode ter a vida fossem postas num pires da balança, e a lealdade, sozinha, no outro, a lealdade moveria o fiel da balança a seu

favor.

R. L. Stevenson rogava a Deus que "na diversidade de minha fortuna, até que chegue a atravessar os portais da morte, sejamos leais e nos amemos mutuamente".

O Cristo ressuscitado nos faz grandes ofertas e uma grande exigência. E é somente na fortaleza e na coragem que nos oferece que

podemos satisfazer a lealdade que pede de nós.

ESMIRNA — A RECOMPENSA PROMETIDA

Apocalipse 2:8-11 (continuação)

Jesus Cristo não deverá nada a ninguém; Ele dá a recompensa de

nossa lealdade. Ele não deixará de vir em seu momento oportuno. Nesta passagem mencionam-se duas recompensas.

  1. Há a coroa de vida. No Novo Testamento menciona-se a coroa de vida em várias oportunidades. Aqui e em Jc 1:12 trata-se da coroa

de vida. Paulo fala da coroa da justiça (2Tm 4:82Tm 4:8), e da coroa de alegria (1Ts 2:19). Pedro fala da coroa de glória (1Pe 5:41Pe 5:4). Paulo estabelece um contraste entre a coroa eterna do cristão e a

coroa perecível de louro que era o prêmio dos vencedores nos jogos atléticos (1Co 9:251Co 9:25) e Pedro fala de uma coroa de glória que nunca perde seu brilho (1Pe 5:41Pe 5:4).

O "de" que aparece em cada uma destas expressões refere-se ao material de que estão feitas as coroas. Menciona-se, então, uma coroa que é feita de glória, de justiça, de beleza, de vida. Ganhar a coroa da

justiça, da glória, da vida, é ser coroado de justiça, de glória, de vida. Devemos entender bem a idéia que há por trás desta palavra "coroa". Em grego há duas palavras para dizer "coroa". Uma é diadema, que é a coroa

real, e a outra é stefanos, uma palavra que em geral se relaciona com momentos de alegria e vitória. Vejamos quais são as distintas classes de stefanoi (este é o plural de stefanos) que se conheciam na antigüidade.

  1. A primeira que vem à mente é a coroa que recebiam os

vencedores nos jogos atléticos. Esmirna celebrava anualmente jogos que

eram famosos em toda a Ásia. Como nos Jogos Olímpicos (que eram os mais famosos de todos) a retribuição dos vencedores era uma coroa de louro. O cristão pode ganhar a coroa de louro da vitória na luta da vida. Pode correr a carreira da vida e estar seguro de que no final dela será coroado o atleta vitoriosa de Cristo.

  1. Quando alguém executava de maneira eficiente e fiel a tarefa de magistrado, ao terminar seu tempo de serviço era-lhe outorgada uma coroa. A coroa era a recompensa pela fidelidade no cumprimento de uma

tarefa. Aquele que serve fielmente a Cristo e a seu próximo ao longo de toda uma vida de discipulado, receberá sua coroa.

  1. No mundo pagão era costume de usar coroas e arranjos de flores

nas festas e banquetes. A coroa era um símbolo da alegria festiva. Ao terminar a vida, quando o cristão foi leal, terá a alegria de participar do banquete celestial como hóspede e convidado de Deus.

  1. Os adoradores pagãos tinham o costume de pôr na cabeça uma coroa quando iam ao templo de seus deuses. A coroa era uma forma de assinalar o fato de que se ia comparecer perante Deus. Ao terminar sua

vida o cristão que tenha sido fiel terá a alegria de comparecer perante a presença de Deus.

  1. Por último, alguns eruditos pensaram que nesta menção de uma

coroa, faz-se referência ao halo ou auréola que rodeia os seres divinos e os santos nas representações pictóricas. Se fosse assim, o significado é que os cristãos, se forem fiéis a seu chamado, serão coroados com a vida que pertence exclusivamente a Deus. Tal como dissesse João: “Seremos semelhantes a Ele, porque haveremos de vê-lo como Ele é” (1Jo 3:2).

É possível que nesta vida a lealdade a Cristo também ponha sobre a cabeça do cristão uma coroa de espinhos, mas na vida vindoura não há

dúvida que levará a coroa de glória.

  1. Cipriano usa duas grandes expressões para descrever os que são fiéis até a morte. Diz que são "ilustres, com a nobreza de um bom nome"

e "a coorte de mantos brancos entre os soldados de Cristo". Os fiéis recebem outra promessa: Não serão danificados pela segunda morte. "A

segunda morte" é uma frase misteriosa que em todo o Novo Testamento somente aparece no livro do Apocalipse (Ap 20:6, Ap 20:14; Ap 21:8). Os rabinos usavam essa mesma frase quando referiam-se "à segunda morte que morrerão os ímpios no outro mundo". Esta frase tem duas origens.

  1. Entre os judeus os saduceus criam que depois da morte não havia absolutamente nada; os epicureus, entre os gregos, sustentavam a mesma doutrina. Encontramos tais conceitos inclusive no Antigo Testamento, porque o cético livro do Eclesiastes é obra de um saduceu. "Melhor é cão vivo que leão morto" (Eclesiastes 9:4-5). Para os saduceus e os epicureus a morte era a aniquilação total, a obliteração, a extinção, o fim último mais além do qual não havia absolutamente nada. Para o judeu ortodoxo isto era muito fácil, pois significava dizer que o crente fiel e o incrédulo teriam o mesmo fim (Ec 2:15,Ec 2:16; Ec 9:2). Portanto, chegaram a sustentar que havia algo assim como duas mortes
  2. a morte física, que devem atravessar todos os homens, e uma segunda morte, depois da morte física que era o juízo divino.
    1. Tudo isto está intimamente relacionado com as idéias que

estudávamos quando falamos da palavra "paraíso" (Ap 2:7). Vimos que muitos judeus e alguns pensadores cristãos primitivos criam que havia um estado intermediário por aquele que passavam todos os homens, no qual esperavam até o dia do juízo. Se as coisas sucedessem assim, poderia falar-se literalmente de duas mortes: a física e a outra, que sofreriam somente os que fossem condenados no tribunal de Deus.

Ninguém pode falar com total confiança com relação a estas coisas. Mas quando João diz que os fiéis não serão danificados pela segunda

morte, dizia exatamente o mesmo que Paulo quando afirmava que não há nada, na vida ou na morte, que possa nos separar do amor de Deus em

Jesus Cristo. O crente fiel está seguro na vida e na morte (Romanos 8:38-39).

A

CARTA

A

PÉRGAMO

PÉRGAMO O TRONO DE SATANÁS

Apocalipse 2:12-17

Pérgamo ocupava um lugar muito especial na Ásia. Não estava colocada junto às grandes rotas, como Éfeso ou Esmirna; mas era a maior de todas as cidades asiáticas do ponto de vista da história.

Estrabão a chamou uma cidade ilustre e segundo Plínio era a "mais famosa de todas as cidades da Ásia". A razão era que, para a época em que João escreveu esta carta, Pérgamo tinha sido capital da Ásia durante

quase quatrocentos anos. Por volta do ano 282 a.C. foi designada capital do reino selêucida, uma das divisões do império que Alexandre Magno deixou ao morrer. Foi capital desse reino até o ano 133 A.C. Esse foi o

ano da morte de Átalo III. Em seu testamento este soberano legou seu reino a Roma. Com o território do reino selêucida Roma formou a província da Ásia, e Pérgamo seguiu sendo a capital. Sempre há algo de

especial nas cidades capitais e Pérgamo tinha desfrutado dessa distinção durante quase 400 anos.

Sua localização geográfica fazia com que Pérgamo fosse ainda mais

impressionante. Estava construída sobre uma elevada colina cônica que dominava o vale do rio Caico; desde sua parte mais alta podia ver-se o Mediterrâneo, a 25 quilômetros de distância.

William Ramsay, um erudito e viajante contemporâneo, descreve-a

da seguinte maneira: "Dá a impressão de uma cidade real, como nenhuma outra das cidades da Ásia Menor. É sede de autoridades. Sua colina rochosa, tão enorme, acima da planície do Caico, tão orgulhosa, tão proprietária de si mesma..." A história e as honras rodeavam a Pérgamo. Estabeleçamos quais eram suas principais características.

  1. Pérgamo nunca pôde obter a grandeza comercial de Éfeso ou Esmirna, mas era um centro cultural que ultrapassava essas outras duas

cidades. Era famosa por sua biblioteca, que continha não menos de

200.000 pergaminhos. No mundo antigo somente a superava a biblioteca de Alexandria. É interessante assinalar que a palavra "pergaminho" deriva do nome da cidade, Pérgamo. Durante muitos séculos o papiro foi usado como material de escritura. O papiro era uma substância que se fazia com a polpa de um arbusto aquático que cresce em grandes quantidades às margens do Nilo. Extraía-se o miolo desta planta, que era alisada e prensada de modo a formar folhas, que por sua vez eram polidas numa de suas superfícies. O resultado era um material muito parecido ao papel "madeira" ou de "Manila", que se usava quase universalmente para escrever. No terceiro século antes de Cristo um rei de Pérgamo, que se chamava Eumenes, quis tornar a biblioteca de sua capital a mais importante do mundo. A fim de fazê-lo convenceu ao Aristófanes de Bizâncio, que era bibliotecário em Alexandria, para que fosse assumir a biblioteca de Pérgamo. Ptolomeu, rei do Egito, incomodou-se tanto por este "roubo" que ditou um embargo sobre os envios de papiro com destino a Pérgamo. Diante desta situação os estudiosos de Pérgamo inventaram o pergaminho, que se faz com couro alisado e encerado para que se possa escrever sobre sua superfície. Em realidade, o pergaminho é um material muito mais adequado para a escritura, e ainda que durante muitos séculos o papiro seguiu sendo usado, com o correr do tempo seria totalmente substituído pelo pergaminho. Pérgamo, então, glorificava-se em seus conhecimentos e sua cultura.

  1. Pérgamo era um dos centros religiosos mais importantes do mundo antigo. Havia nessa cidade dois santuários famosos. Na carta do

Cristo ressuscitado a Pérgamo, este diz que a Igreja dessa cidade está localizada no lugar onde encontra-se o trono de Satanás". Esta referência

denota, sem dúvida, algo que para a Igreja Cristã era particularmente mau e hostil para a fé. Alguns creram encontrar nestas palavras uma referência ao esplendor religioso pagão da cidade de Pérgamo. Vejamos,

pois, quais eram os santuários mais famosos desta cidade, e se servirem para nos explicar o significado daquela frase.

  1. Pérgamo considerava-se defensora e custódia do estilo de vida grego e da adoração aos deuses pagãos dessa cultura. Pelo ano 240 a. C. os habitantes de Pérgamo haviam ganho uma grande vitória contra os invasores gálatas ou galos, povos considerados "bárbaros" ou selvagens. Foi graças a essa vitória que se conseguiu deter a penetração dos gálatas. Em memória do evento levantou-se um grande altar dedicado a Zeus. Foi erigido em frente do templo de Atenas, sobre o montículo cônico que dominava a cidade, a 250 metros de altura. Tinha o altar de 14 metros de altura, e estava localizado numa saliente rochosa da colina. Seu aspecto era o de um grande trono ou cadeira, sobre um dos lado da colina; e durante todo o dia, todos os dias do ano, elevava-se desde esse "trono" a fumaça dos sacrifícios o que nele se ofereciam a Zeus. Em sua base, esculpida na pedra, havia um dos mais maravilhosos baixos-relevos que o homem jamais tenha visto: a representação num friso da Batalha dos Gigantes, na qual os deuses gregos triunfam sobre os gigantes, divindades atribuídas aos bárbaros. Sugeriu-se que esse altar é o que no Apocalipse se denomina "o trono de Satanás". A posição desse monumento tornava impossível a qualquer visitante ou habitante de Pérgamo esquecer a deusa Atenas e o deus Zeus. Mas, por outro lado, é difícil que um autor cristão tivesse perdido o tempo em atacar o culto destas divindades, porque pelo tempo em que apareceu a Igreja a religião pagã já era um anacronismo, uma sobrevivência apenas do passado.
    1. Pérgamo estava relacionada de maneira especial com o culto de Esculápio até o ponto que a este o estava acostumado a chamar "o deus

pergaminho". Quando Galeno cita os juramentos mais comuns de sua época, menciona a Ártemis de Éfeso, Apolo de Delfos e Esculápio de Pérgamo. Esculápio era o deus curandeiro; na antigüidade suas templos

sempre estavam perto dos hospitais. Havia muita gente, proveniente de todas as partes do mundo, que chegava a Pérgamo buscando a cura para suas doenças no templo de Esculápio.

R. H. Charles apelidou a Pérgamo "o Lourdes da antigüidade". As curas eram realizadas em parte pelos sacerdotes e em parte pelos

médicos. Galeno, que só foi superado como médico por Hipócrates, era natural de Pérgamo. Mas muitas vezes a saúde se atribuía à intervenção milagrosa e direta do próprio Esculápio. Pôde haver alguma razão para que os cristãos se sentissem movidos a chamar "trono de Satanás" ao templo de Esculápio em Pérgamo? Pôde haver duas razões.

Em primeiro lugar, o título mais famoso de Esculápio era "salvador". É possível que os cristãos tenham experimentado um calafrio de horror ao sentir que outro, fora de Cristo, recebia um título de

salvador do mundo que só pertencia a Ele.

Em segundo lugar, o emblema de Esculápio era uma serpente (que ainda se costuma usar como símbolo da medicina). É possível que

qualquer judeu ou qualquer cristão interpretasse como satânico um culto que usava a serpente como emblema distintivo.

Mas esta explicação não é totalmente satisfatória. Sugeriu-se que os

cristãos veriam com consideração um lugar onde as gente vinham buscando ser curadas de suas enfermidades — e muitas vezes o eram — antes que com indignação e ira. O culto de Esculápio sem dúvida não é uma base suficiente para chamar Pérgamo de "trono de Satanás".

  1. Pérgamo era o centro administrativo da província da Ásia, Em que pese a grandeza de Éfeso, Pérgamo retinha as funções de cidade

capital. Isso significa que Pérgamo era o centro asiático do culto a César. O problema do culto a César era, em poucas palavras, o seguinte: Roma precisava encontrar um elemento que unificasse a grande diversidade cultural e política que a caracterizava. Para muitos povos, o governo

romano tinha significado uma bênção de paz e ordem, prosperidade e justiça.

A maioria dos habitantes das províncias se sentiam inclinados a ver

algo de divino no espírito de Roma; por isso, há muito tempo — vimos que em Esmirna desde 195 A. C — começaram a levantar-se templos dedicados à deusa Roma. O espírito de Roma estava encarnado num homem, o imperador; foi por esta associação que se deificou a pessoa do imperador e começaram a levantar-se templos dedicados a seu culto.

Este culto não foi imposto pelas autoridades, mas sim a maioria das vezes era o próprio povo que tomava a iniciativa. As cidades de província disputavam o título de Neokoros (que significa literalmente "guarda templo").

As autoridades romanas viram na difusão do culto ao imperador esse elemento de unidade que buscavam. Foi deste modo que chegou a estabelecer-se a obrigação de ir-se uma vez por ano ao templo de César, queimar perante seu altar um pingo de incenso e dizer: "César é o Senhor". Fazendo isto o cidadão recebia um certificado por escrito mediante o qual podia testemunhar que tinha completado sua obrigação.

Há duas coisas que devem destacar-se. Em primeiro lugar, este era um ato de lealdade política mais que uma profissão de fé religiosa. Em

segundo lugar, Roma nunca planejou fazer com que este culto fosse exclusivo. Tendo completado sua obrigação cívica no templo do César, o

cidadão podia adorar o resto do ano no templo onde melhor lhe parecesse, sempre que sua religião não fosse ofensiva à ordem ou à decência. Mas nenhum cristão poderia aceitar a obrigação de dizer

"César é o Senhor", porque para ele havia somente um Senhor, Jesus Cristo. O governo romano foi incapaz de compreender este ponto de vista, e os cristãos eram considerados cidadãos desleais e perigosos

revolucionários. Por isso foram proscritos e perseguidos.

O culto a César estava organizado em torno de um centro provincial, semelhante ao prebistério ou a diocese. Pérgamo era o centro do culto a César na província da Ásia. Foi a primeira de todas as cidades

asiáticas (antes de Esmirna, inclusive) que teve, desde o ano 29 a.C., um templo dedicado a César. Isto significava que os cristãos de Pérgamo viviam sob uma constante ameaça de morte. Nunca sabiam quando cairia

sobre eles a espada. Sem dúvida é por isso que Pérgamo se denomina "trono de Satanás". Era o lugar onde se obrigava os homens a dar o nome de "Senhor" a César. Para um cristão não havia nada que fosse mais

demoníaco e satânico que isso.

Também existe a explicação que encontramos no princípio da carta a Pérgamo. No cabeçalho chama-se a Cristo ressuscitado "aquele que tem a espada aguda de dois gumes". Segundo a lei romana os governadores estavam divididos em duas categorias: os que tinham o jus gladii (a lei da espada) e os que não o tinham. Os que possuíam o poder da espada tinham direito de morte ou vida sobre sua província; sua palavra era lei suficiente para que qualquer homem fosse executado na hora. Do ponto de vista humano, o procônsul, que governava desde a cidade de Pérgamo, na Ásia, possuía o jus gladii, o direito da espada, e em qualquer momento podia fazer uso de sua prerrogativa contra os cristãos. A carta começa dizendo que os cristãos não devem esquecer que tal última palavra, entretanto, sempre a tem Cristo, que possui a espada afiada em seus dois gumes. O poder de Roma podia ser satanicamente aterrador; mas o poder do Senhor Ressuscitado era muito mais tremendo ainda.

PÉRGAMO UM COMPROMISSO MUITO DIFÍCIL

Apocalipse 2:12-17 (continuação)

Ser cristão em Pérgamo significava enfrentar o que pode chamar-se, como o teria feito Cromwell, "um compromisso muito difícil".

Já vimos que em Pérgamo se concentrava a religião pagã. Adorava— se a Atenas e a Zeus, com seu magnífico altar que dominava a cidade; adorava-se a Esculápio, vindo até seu templo uma multidão de doentes

dos quatro ventos; e sobretudo, em Pérgamo era onde mais exigente fazia-se o culto a César, que pendia sobre as cabeças dos cristãos como uma espada que a qualquer momento podia cair e executar sua ira.

Por isso o Cristo ressuscitado diz aos cristãos de Pérgamo, “Conheço o lugar em que habitas”. A palavra “habitar” significa ter lugar de residência fixo num lugar. É muito estranho que se use esta palavra para referir-se ao lugar onde os cristãos vivem no mundo. Em

geral utiliza-se o termo grego paroikein que significa estar de passagem,

residir de maneira temporária. Pedro, em sua Carta, escreve aos "estrangeiros" e os que "estão de passagem" nas províncias da Ásia. É muito mais natural pensar que os cristãos são residentes temporários, em qualquer lugar onde se encontrem no mundo. Mas os cristãos de Pérgamo têm sua residência permanente, pelo menos do ponto de vista do mundo, na cidade de Pérgamo; e Pérgamo é o lugar onde está o trono de Satanás, o lugar onde o governo de Satanás é mais forte, onde Satanás exerce maior autoridade. É ali onde os cristãos de Pérgamo devem ficar, gostem ou não gostem. Estão ali e não podem ir a outro lado.

Aqui há algo muito importante. O princípio da vida cristã não é escapar mas sim conquistar. É fácil que pensemos, às vezes, que nos

seria muito mais fácil ser cristãos em outro lugar, em outros povos, sob circunstâncias diversas; mas o dever do cristão é não evitar as dificuldades, mas dar testemunho de Cristo onde a vida o colocou.

Ouvimos em certa ocasião a história de uma moça que se tinha convertido numa campanha evangelística. Seu primeiro passo foi deixar seu trabalho no periódico secular onde trabalhava e tomar um novo

trabalho num pequeno periódico cristão, onde sempre estava rodeada por crentes. É curioso que o primeiro efeito de sua conversão tenha sido escapar. Quanto mais difícil seja ser cristão numa situação e

circunstâncias específicas, maior é a obrigação de ficar nesse lugar. Os cristãos de Pérgamo tinham que ser discípulos de Cristo no lugar onde estava o trono de Satanás, e ali era sua obrigação ficar. Se nos primeiros tempos os cristãos escapassem toda vez que encontrassem dificuldades

demasiado grandes para viver sua fé, não se tivesse podido ganhar todo um mundo para Cristo.

Por outro lado, os cristãos de Pérgamo demonstraram que era

possível ser cristão sob as piores circunstâncias. Mesmo quando pesava sobre eles a ameaça do martírio, não se amedrontaram nem iniciaram a retirada. Sabemos muito pouco sobre Antipas; uma lenda, citada por Tertuliano, diz que morreu ao ser colocado dentro de um touro de bronze e ser aceso o fogo por baixo para que assasse. Mas há algo no texto

original, em grego, que é muito difícil de traduzir ao português. O Cristo ressuscitado chama o Antipas "meu martus fiel". Para nós, a palavra martus significa "mártir". Mas em grego martus quer dizer comumente "testemunha". Para os cristãos primitivos ser testemunha e ser mártir eram a mesma coisa. O testemunho significava muito freqüentemente martírio. O cristão dos primeiros tempos sabia muito bem que ao aceitar a fé se converteu, automaticamente, em réu de morte.

Aqui há algo para que nos envergonhemos. Há muitos que estão sempre dispostos a exibir seu cristianismo entre cristãos; mas assim que

o círculo que os rodeia é formado preponderantemente por incrédulos, dissimulam seu cristianismo, para não serem ridicularizados, para não

receberem zombaria ou desprezo. O cristão deve lembrar que ser testemunha também significa ser mártir, e que não é estranho que ao dar testemunho de Cristo se deva enfrentar também o sofrimento e até a

morte.

Mas deve notar-se ainda outra coisa. O Cristo ressuscitado chama a Antipas "meu martus fiel". Deste modo lhe outorga o mesmo título com

que Ele é distinguido. Em Ap 1:5 e Ap 3:14 Jesus Cristo recebe o título de "testemunha fiel"; Jesus Cristo outorga sua próprio honra e nome a todos os que lhe são fiéis. É muito fácil ser cristão quando isso

não ocasiona problemas sérios; mas a maior glória corresponde ao homem, à mulher, que aceitam o fato de que o testemunho e o martírio muitas vezes andam de mãos dadas.

PÉRGAMO A CONDENAÇÃO DO ERRO

Apocalipse 2:12-17 (continuação)

Em que pese a fidelidade da Igreja em Pérgamo, nela havia aqueles que viviam no erro. Havia aqueles que seguiam os ensinos de Balaão e a doutrina dos nicolaítas. Já vimos quem eram estes hereges quando estudamos a carta a Éfeso, e voltaremos a nos ocupar deles quando

explicarmos a carta a Tiatira. Bastará no momento dizer que segundo os

nicolaítas não havia nada mau em que os cristãos se adaptassem aos costumes do mundo, e portanto recomendavam seguir uma política de prudente compromisso quando se tratava das práticas e a moral da sociedade pagã.

O homem que não está preparado para ser diferente não deve sequer dar o primeiro passo no caminho do discipulado cristão. A palavra mais comum que se usa no Novo Testamento para designar os crentes é hagios; em várias oportunidades assinalamos que o significado fundamental deste termo é "separado" e "distinto". O Templo é hagios porque é diferente a todos os outros edifícios; o Sabath é hagios porque é diferente de todos os outros dias; Deus é o supremo hagios porque em sua infinita santidade e pureza é totalmente diferente de todos os outros seres; e o cristão é hagios porque é diferente dos demais.

Devemos entender muito claramente o que significa esta diferença, porque contém um paradoxo. Paulo exorta os coríntios a ser diferentes:

“Saí do meio deles”, diz-lhes (2Co 6:172Co 6:17). Esta diferença com relação ao mundo não significa que o cristão deve isolar-se e viver

separado do mundo, nem significa que se deva desprezar, odiar ou ter em menos conta o mundo.

É o mesmo Paulo quem diz à mesma igreja: “Fiz-me fraco para com

os fracos, com o fim de ganhar os fracos. Fiz-me tudo para com todos, com o fim de, por todos os modos, salvar alguns” (1Co 9:221Co 9:22). Paulo afirmava que ele era capaz de dar-se bem com qualquer. Mas — e aqui está a diferença — se dava bem com todos para poder ganhar alguns. Não se tratava de baixar o cristianismo até seu nível; era questão de elevar a outros até o nível do cristianismo. O erro dos nicolaítas era tentar rebaixar a vida cristã ao nível da vida dos pagãos antes que elevar o mundo de sua época ao nível do cristianismo. Em outras palavras, sua política ara o arranjo, e sua motivação terminantemente evitar os reações negativas que não estavam dispostos a sofrer.

O Cristo ressuscitado diz que virá e pelejará contra eles. Note-se que não diz "pelejarei contra vós". A ira de Cristo não se dirige contra a

totalidade da Igreja em Pérgamo, mas sim contra aqueles que estavam seduzindo, levando pelo mau caminho e tentando a Igreja. Com relação aos seduzidos, aos que tinham sido tirados do caminho correto, aqueles que tinham sido ofendidos mais que cometer, ofensa, não sinta mais que piedade. A ira de Cristo é mortífera para os que fizeram outros caírem.

Jesus Cristo diz que virá e pelejará contra os tentadores com "a espada de minha boca". O Cristo da espada é uma idéia surpreendente. Pensando em muitos conquistadores e comparando-os com Jesus um

poeta escreveu:

Então todos aqueles desapareceram da cena Como sombras vacilantes sobre um espelho;

E conquistando século após século ao longo da história Veio Cristo, sem espada, montando um asno.

O que significa, então, esta referência à espada da boca de Cristo? O autor de Hebreus fala da Palavra de Deus que é mais afiada que uma espada de dois gumes (He 4:12). E Paulo fala que "a espada do Espírito, que é a Palavra de Deus (Ef 6:17). A espada de Cristo é sua palavra. Nas palavras de Cristo o pecador encontra a convicção de seu pecado; nela qualquer homem é confrontado com a verdade e obrigado a reconhecer seu fracasso ao tentar conhecer e viver a verdade. Na palavra de Cristo há um convite para ir a Deus; convence o pecador de seu pecado e o convida à redenção: nunca o condena irremediavelmente.

Na palavra de Cristo temos a segurança da salvação; ela convence o pecador de seu pecado, leva-o até a cruz e lhe outorga a segurança de

que não há outro nome sob o Sol, de todos os que foram dados ao homem, mediante o qual possa ser salvo, exceto o nome de Jesus (At 4:12). A conquista que faz Cristo é seu poder para ganhar os homens

para o amor de Deus.

PÉRGAMO O PÃO DO CÉU

Apocalipse 2:12-17 (continuação)

Nesta carta o Cristo ressuscitado promete duas coisas ao homem que sair vitorioso. Promete-lhe participação no maná escondido. Esta é

uma concepção judia que tem dois aspectos.

  1. Quando os filhos de Israel não tiveram o que comer no deserto, Deus lhes enviou o maná (Êxodo 16:11-15). Quando cessou a

necessidade de receber o maná, não passou, entretanto, à memória que os judeus guardaram desse dom de Deus. Uma vaso de maná foi guardado na arca da Aliança e colocada frente ao Deus no Santíssimo do

tabernáculo e no Templo (Êxodo 16:33-34; He 9:4).

O templo que tinha construído Salomão foi destruído no sexto século a.C; a lenda conta que, ao suceder aquele desastre, Jeremias escondeu o vaso do maná numa greta do Monte Sinai. Os rabinos diziam

que ao vir o Messias o vaso seria recuperado. Portanto, para um judeu comer "do maná escondido" significava desfrutar das bênçãos da era messiânica. Jesus era o Messias, e portanto para o cristão, comer do

maná escondido significava ingressar na bem-aventurança do Novo Mundo que faria irrupção ao instalar o Reino, quando Jesus abriria os tesouros de sua riqueza aos que lhe pertenciam.

  1. Mas é possível encontrar um significado mais amplo. Com relação ao maná diz-se: “Este é o pão que o SENHOR vos deu para comer” (Ex 16:15). É denominado “trigo do céu” (Sl 78:24) e

“pão dos anjos” (Sl 78:25). Em nosso texto "maná" pode significar "alimento celestial". Se este fosse o caso, João estaria dizendo, "neste mundo vocês não podem participar dos banquetes pagãos; não podem

sentar-se a comer carne que fez parte de um sacrifício dedicado a ídolos. Talvez vocês pensem que estão perdendo muito, e que lhes é exigido demasiado. Mas se neste mundo vocês se abstêm dessas festas corrompidas, virá o dia quando vocês participarão de uma festa nos céus,

onde se alimentarão de pão celestial". O Cristo ressuscitado estaria

dizendo, então, que é preciso abster-se das seduções deste mundo se se quer participar nas bênçãos do céu.

  1. Há ainda outra interpretação possível. Alguns sugeriram que o maná escondido é o pão de Deus que se oferece ao cristão no sacramento

da Santa Ceia. João nos conta que os judeus haviam dito a Jesus que seus pais tinham recebido maná do céu e assim foram alimentados. A isso Jesus respondeu que somente Deus podia dar o verdadeiro pão do céu; e então afirmou, com grande ousadia: “Eu sou o pão da vida”. (Jo 6:31-

35). Se o maná escondido e o pão da vida são o mesmo, o maná escondido não é somente o pão do sacramento mas sim Jesus Cristo mesmo em pessoa, que é o pão da vida, e aqui temos uma promessa de

Jesus Cristo: que Ele mesmo se dará aos que lhe sejam fiéis.

PÉRGAMO – A PEDRINHA BRANCA E O NOME NOVO

Apocalipse 2:12-17 (continuação)

A última promessa do Jesus ressuscitado aos fiéis em Pérgamo é que lhes dará uma pedrinha branca com um nome novo escrito nela. Esta

é uma passagem do qual há infinitas interpretações. Veremos algumas delas, porque cada uma tem algo a acrescentar à nossa compreensão desta linda imagem. No mundo antigo uma pedra branca podia significar

muitas coisas distintas.

  1. Segundo uma lenda rabínica ao cair o maná do céu também caíam pedras preciosas. A pedrinha branca, neste caso, representaria os preciosos dons de Deus a seu povo.
  2. No mundo antigo usavam-se ábacos feitos com pedras de cores. Assim, os cristãos são reconhecidos entre a multidão.
  3. Nos tribunais antigos usavam-se pedrinhas brancas e negras

para registrar o veredicto dos jurados. Uma vez que o promotor e o defensor tinham desenvolvido suas argumentações, o jurado expressava seu veredicto colocando pedras brancas ou negras, segundo fosse inocente ou culpado, numa urna. A sentença de inocente correspondia a

uma maioria de pedras brancas, a de culpado a uma maioria de pedras negras. A pedra branca, então, significa inocência. Aqui significaria que o cristão fiel é declarado inocente no tribunal celestial, pelos méritos de Cristo.

  1. Na antigüidade usava-se um objeto chamado tessera. Era um pequeno tablete de madeira, metal ou pedra, sobre a qual ia uma inscrição especial. A possessão de uma tessera conferia a seu possuidor algum privilégio especial. Três destas tesserae têm um interesse especial para nós.
    1. Em Roma as grandes "casas" (famílias) tinham seus "clientes". Os "clientes" eram pessoas que recebiam alimentos e vestido das

famílias mais ricas. Todas as manhãs iam à casa de seu benfeitor e lhes era dado comida e dinheiro para o dia. Os "clientes" em geral tinham uma tessera que os identificava como merecedores desses presentes.

Isto significaria que o cristão possui o direito e o privilégio de receber gratuitamente de Cristo o dom da vida.

  1. Uma das maiores honras que podiam obter-se no mundo antigo

era ganhar uma vitória nos jogos atléticos. Os vencedores em geral recebiam uma tessera que creditava sua qualidade de tais e que lhes permitia livre acesso aos jogos, espetáculos e diversões públicas. Isto significaria que o cristão é o atleta vitorioso de Cristo que recebe seu prêmio e participa da honra e glória de seu Senhor.

  1. Os grandes gladiadores eram os heróis mais admirados por Roma. Em geral o gladiador devia pelejar até que algum contendor o

matasse. Mas se algum gladiador tinha ganho honras especiais e sua carreira tinha sido particularmente brilhante, ao envelhecer era excetuado da obrigação de seguir pelejando, permitindo-se que se aposentasse com

honras. Tais homens recebiam uma tessera que tinha escritas as letras SP, iniciais que em latim significam: "homem cujo valor foi provado além de toda dúvida possível". Isto significaria que o cristão fiel é como

um gladiador que, tendo provado sua coragem na batalha da vida, pode desfrutar do descanso que Cristo lhe concede, com honras.

  1. Na antigüidade os dias especialmente felizes e bem-sucedidos se denominavam "dias brancos".

Plutarco conta que quando Péricles estava sitiando Samos sabia que o cerco seria longo; não queria que seu exército perdesse o entusiasmo;

por isso, dividiu-o em oito setores: todos os dias as oito divisões de seu exército tiravam a sorte; uma das sortes era uma pedra branca. A parte do exército que tinha tirado a pedra branca estava excetuada de serviço e podia divertir-se à vontade. A partir desse episódio é que chegou a

denominar-se os dias felizes como "dias brancos" (Plutarco, Vida, de Péricles, 64).

Plínio, numa carta que escreve a um amigo, diz que nesse dia teve a

alegria de ouvir a dois magníficos defensores nos tribunais, homens jovens, em cujas mãos estava seguro o futuro da oratória romana. E adiciona que esse fato tinha significado que esse dia ficava para ele marcado cândido cálculo, com a mais branca das pedrinhas (Plínio, Caria, 6. 11). Os trácios costumavam guardar uma urna em suas casas na qual depositavam uma pedra branca por cada dia feliz que tinham vivido, e uma pedra preta para cada dia infeliz; ao morrer contavam as pedras brancas e as pretas, e segundo a preponderância de umas ou outras dizia— se que o homem tinha tido uma vida feliz ou triste. Isto significaria que graças a Jesus Cristo o cristão fiel pode ser feliz e desfrutar da vida, uma alegria que nada nem ninguém poderá lhe tirar (Jo 16:22).

  1. Seguindo esta linha de interpretações há uma possibilidade mais, que talvez seja a correta. Um dos costumes mais generalizados no

mundo antigo era levar consigo algum amuleto ou encantamento. Podia ser feito de prata ou ouro, ou com alguma pedra preciosa, um diamante. O mais comum, entretanto, era que fosse um canto rodado, sobre o qual

se escrevia o nome de um deus. Conhecer o nome de um deus era ter um poder especial sobre ele, poder chamá-lo no momento em que se necessitava sua ajuda. Pensava-se que este tipo de amuleto era muito

mais poderoso se somente seu possuidor sabia o nome que tinha escrito. O mais provável é que João esteja dizendo: "Seus amigos pagãos — e o

mesmo faziam vocês quando eram pagãos — portam amuletos e encantamentos com inscrições supersticiosas neles. Pensam que esses amuletos lhes trazem boa sorte e segurança. Vocês não necessitam tal coisa, porque conhecem o nome do único Deus verdadeiro e isso lhes é suficiente para estarem sempre seguros, na vida ou na morte. O pagão colocava sua confiança num amuleto supersticioso; o cristão tem sua confiança no nome de Deus.

PÉRGAMO REBATIZADA POR DEUS

Apocalipse 2:12-17 (continuação)

É possível que tenhamos que buscar o significado do novo nome e da pedra branca numa direção completamente diferente.

As palavras branco e novo são características de Apocalipse. R. H. Charles disse que no Apocalipse o branco é a cor do céu. A palavra que

se usa não descreve uma brancura opaca, mas sim uma brancura que brilha, cintila e vibra, como a neve quando recebe de cheio os raios do Sol. Representa o que somente podemos identificar com a brancura nívea

e vibrante da pureza celestial. É deste modo que no Apocalipse nos deparamos com as vestimentas brancas (Ap 3:5), túnicas brancas (Ap 7:9), linho branco (Ap 19:8, Ap 19:14) e o grande trono branco de Deus (Ap 20:11). O branco,

então, é a cor do céu.

Por outro lado, em grego há duas palavras para dizer "novo". Uma coisa pode ser neos, que significa novo no que respeita ao tempo; pode

tratar-se de um novo objeto de um tipo ou características bem conhecidas a muito tempo. Por outro, existe kainos, que significa novo não somente com relação ao tempo mas também em qualidade. Uma coisa kainos não

somente é de feitura recente, mas sim nada igual foi feito antes. Introduz na experiência humana algo totalmente desconhecido. É deste modo que no Apocalipse temos uma nova Jerusalém (Ap 3:12), uma nova canção (Ap 5:9), novos céus e nova terra. Diz-se, fazendo uso desta palavra, que

Deus faz novas todas as coisas (Ap 21:5). Tendo em conta estas observações, sugeriram-se duas linhas de pensamento.

Sugeriu-se que a pedra branca é o crente; que o Cristo ressuscitado está prometendo aos que forem fiéis um novo eu, uma nova vida, um

novo caráter, purificado de todos os pecados e manchas desta Terra, que brilhe com a mesma pureza do céu. A pedra branca, neste caso, seria o crente fiel, recriado e feito novo.

Quanto ao novo nome — uma das características do Antigo

Testamento é que quando um personagem adquire uma função ou nível diferente em geral lhe é dado um novo nome. É assim que Abrão torna— se Abraão quando lhe é feita a promessa de que há que ser pai de muitas nações, e quando ele adquire, por assim dizer, um novo papel no plano da salvação (Gn 17:5). Depois da luta em Peniel, Jacó torna-se Israel, que significa príncipe de Deus, porque tinha prevalecido com Deus (Gn 32:28). Isaías ouve uma promessa de Deus à nação de Israel: “As nações verão a tua justiça, e todos os reis, a tua glória; e serás chamada por um nome novo, que a boca do SENHOR designará” (Is 62:2).

Este costume de pôr um novo nome à pessoa que muda de nível ou papel era conhecido também pelos pagãos. O nome do primeiro

imperador romano era Octavio; mas quando se tornou imperador foi rebatizado como Augusto. O novo nome assinalava a natureza de sua nova função: agora era único, sobre-humano, mais que um homem.

Há uma superstição muito curiosa, que se relaciona com este

costume, que estava muito difundido nas zonas camponesas da Terra Santa. Quando alguém estava doente e corria perigo de morte, muitas vezes seu nome era mudado, dando-se a alguém que tivesse vivido uma vida muito longa e santa, como se o fato de ter um nome novo o convertesse numa pessoa nova, sobre a qual a doença perdesse o poder.

Neste caso, então, Cristo promete um novo papel e nível aos que lhe são fiéis; concede-lhes entrar em sua glória, sentar-se em seu trono e

converter-se em reis e sacerdotes seus.

Esta interpretação é muito interessante. Sugere que a pedra branca significa que Jesus Cristo dá a todos os que lhe são fiéis um novo eu e um novo caráter; e sugere que o nome novo significa um novo caráter. Sugere que o homem novo significa um novo status de honra e glória, que assumem todos os que se mantiveram leais a Cristo quando termina esta vida e começa a outra.

Resta dizer, entretanto, que por mais atrativa que nos possa parecer esta última interpretação, é muito mais provável a que relaciona o

significado da pedrinha e o nome novo com a prática de usar amuletos de pedra branca com um nome divino inscrito em sua superfície.

A

CARTA

A

TIATIRA

TIATIRA O PERIGO DO COMPROMISSO

Apocalipse 2:18-29

A mais longa das sete cartas é a que se dirige à menos importante

das sete cidades. Plínio sustenta que Tiatira era uma cidade sem importância. Entretanto, como veremos, o problema que Tiatira enfrentava e o perigo que corriam os cristãos nela era idênticos com os que a Igreja devia enfrentar em todas as cidades da Ásia.

Tiatira estava localizada no longo vale que conecta entre si os vales dos rios Hermus e Caico. Na atualidade é sulcada por uma linha ferroviária. A importância de Tiatira era sua posição geográfica.

  1. Tiatira estava no caminho que unia a Pérgamo com Sardes, e que seguia até Filadélfia e Laodicéia, numa rota por onde podia chegar— se até Esmirna e Bizâncio. Era o caminho por onde viajava o correio

imperial; por esse caminho se transportava todo o intercâmbio comercial entre a Europa e Ásia. Portanto, e acima de tudo, Tiatira era uma cidade comercial importante.

  1. Do ponto de vista estratégico a importância de Tiatira era que fechava o acesso a Pérgamo, e Pérgamo era a capital da província. As

primeiras notícias que temos de Tiatira nos descrevem isso como uma guarnição fortificada, onde servia uma companhia de soldados macedônios, cujo cometido era proteger a Pérgamo. Mas Tiatira não podia suportar um sítio prolongado. Estava convocada num vale aberto e aprazível, onde não havia colinas ou penhascos que pudessem fortificar— se. Tudo o que Tiatira podia fazer era atrasar o avanço das tropas inimigas e dar tempo a Pérgamo para preparar suas defesas. Tiatira era, portanto, do ponto de vista estratégico, uma cidade de fronteira muito importante.

  1. Tiatira não tinha nenhum significado religioso especial. Não era centro da adoração de César nem havia nela templos gregos de algum

significado especial. Seu deus local era o herói militar Tirimno, que aparece nas moedas antigas montando a cavalo e armado com uma tocha e um pau. A única coisa fora do comum com relação a Tiatira, do ponto

de vista religioso, era que nela funcionava um santuário de adivinhação (oráculo), presidido por uma sacerdotisa conhecida com o título de Sambate. A Igreja de Tiatira não enfrentava um perigo especial de

perseguições.

  1. Qual era, então, o perigo e a ameaça em Tiatira? Tiatira é a cidade, entre as sete, com relação à qual sabemos menos coisas; é muito

difícil, então, reconstruir a situação. A única coisa que sabemos positivamente era que funcionava como um importante centro comercial. Era, em especial, o centro da indústria do tingido e do comércio de tecidos de lã. Lídia, a vendedora de púrpura, provinha de Tiatira (Atos

Ap 16:14).

Sabemos, a partir de inscrições que se encontraram, que Tiatira era a sede de várias guildas de comércio importantes. Estas guildas eram

uniões ou sindicatos de pessoas que trabalhavam num mesmo ramo da indústria ou o comércio e tinham objetivos tanto de mútua proteção e benefício como de tipo social e recreativo. Em Tiatira havia guildas de

operários da lã, do couro, do linho e do bronze, de modistas, de tintureiros, de oleiros, de padeiros e de traficantes de escravos. Por este

lado, devia encontrar-se o problema da Igreja em Tiatira. Negar-se a integrar uma dessas guildas devia ser, naquela época como negar-se a integrar o sindicato do ofício em que a pessoa trabalha. Significaria, supomos, perder toda esperança de prosperar no comércio ou na indústria. Que razões podia ter um cristão para negar-se a fazer parte da guilda que correspondia a seu ofício?

Havia

duas

características

das

guildas

que

podiam

resultar inconvenientes

para

os

cristãos.

Em

primeiro

lugar

celebravam

periodicamente banquetes. Estes banquetes, como era habitual, tinham lugar nos templos pagãos. Mesmo se fossem feitos numa casa particular, iniciavam-se e concluíam com algum tipo de ato religioso formal, e a

carne que se consumia neles era sempre carne que tinha sido sacrificada aos ídolos. Podia um cristão participar de uma comida com estas características? Em segundo lugar, estes banquetes eram, em geral,

ocasião para atos licenciosos e bebedeiras. Podia um cristão estar presente em celebrações sociais deste tipo?

Este era o problema de Tiatira. Não havia ameaça de perseguição; o

perigo estava dentro da Igreja. Na Igreja havia cristãos que se perguntavam por que um crente não podia pertencer à guilda de seu ofício, e por que devia sacrificar seus interesses comerciais ao negar-se a fazer parte do sindicato que lhe correspondia. Os que se perguntavam estas coisas muito possivelmente argumentassem que o cristão era sempre defendido pelo Espírito Santo e pela presença de Cristo, e que precisamente por isso não fazia nada mau ao participar nas celebrações sociais convocadas pelas guildas. Em outras palavras, em Tiatira havia um movimento bastante forte, presidido por uma mulher que no Apocalipse se chama Jezabel, que sustentava a necessidade de entrar em compromissos com o mundo e com as normas de moralidade mundanas, a fim de não arriscar o êxito dos negócios e a prosperidade material. A resposta do Cristo ressuscitado é inequívoca. O cristão não pode ter nada a ver com tais coisas.

O problema de Igreja em Tiatira era um problema universal. É um problema que ainda seguimos tendo hoje: Pode o cristão comprometer-se com o mundo, e se puder, até que ponto deve fazê-lo?

TIATIRA O ESTADO DA IGREJA EM TIATIRA

Apocalipse 2:18-29 (continuação)

R. H. Charles assinala que a mais longa das sete cartas é dirigida à

menos importante das sete cidades; mas o problema e o perigo que ameaçavam e Igreja em Tiatira não são de pouca monta.

Das sete cartas, a carta a Tiatira é a mais enigmática. Nosso

problema é que possuímos muito pouca informação sobre Tiatira e sobre o pano de fundo da Igreja que havia nessa cidade. No caso das outras cidades, sabemos bastante sobre o pano de fundo das cartas e nos põe em condições de ver o que podia estar sucedendo nas Igrejas. Mas no caso de Tiatira dispomos de tão pouca informação que ninguém poderia atrever-se a dizer que tem a chave para interpretar a carta.

Deparamo-nos com quatro perguntas. Qual era, em realidade, a situação da Igreja nessa cidade? Quem era essa mulher, Jezabel,

aparentemente o centro do problema? Quais eram em realidade seus ensinos? O que significam as promessas que a Igreja recebe em Tiatira?

Primeiro procuraremos responder à pergunta: Qual era realmente a situação da igreja em Tiatira?

A carta começa com uma descrição do Cristo ressuscitado que

contém uma ameaça. Seus olhos como labaredas de fogo e seus pés como bronze polido. A descrição é tirada de Dn 10:6, onde um mensageiro angélico tem “os seus olhos, como tochas de fogo, os seus braços e os seus pés brilhavam como bronze polido.” Em tudo isto há algo de espanto, terror e reverência. Os olhos chamejantes significam pelo menos duas coisas: em primeiro lugar, a ira acesa do Cristo ressuscitado em face do pecado; em segundo lugar, a tremenda e arrepiante penetração desse olhar que nos descobre de todo disfarce e

entra até revelar nossos segredos mais íntimos. Quanto aos pés de bronze, significam sem dúvida o poder inflexível, incomovível e invencível do Cristo que esteve morto e agora vive. Uma mensagem que começa desta maneira sem dúvida não terá nada de tranqüilizador e consolador.

Mas a carta continua, surpreendentemente, em termos de elevadíssimo louvor. A Igreja em Tiatira é felicitada por seu amor, lealdade no serviço e fiel paciência. Deve notar-se como estas grandes

virtudes aparecem em casais. O serviço é um resultado do amor, a paciência é o produto da lealdade. Há algumas coisas, pelo menos, nas quais a Igreja em Tiatira melhorou desde os dias de seus começos.

Depois temos a condenação dessa mulher Jezabel, de suas atitudes e de seus ensinos. Não se pode evitar chegar à conclusão de que Jezabel tinha uma grande influência.

A conclusão necessária pareceria ser a seguinte: Na superfície, a Igreja em Tiatira parecia forte e florescente. Qualquer estranho que a visitasse ficaria impressionado por sua vitalidade e energia, por sua

aparente liberalidade e por sua paciência. Entretanto, havia algo essencial que lhe faltava: em seu coração mesmo havia uma fissura.

Aqui temos uma advertência. Uma Igreja cheia de gente, um

verdadeiro favo de energia, uma dínamo de atividade, não é necessariamente uma verdadeira Igreja. É muito fácil encher de gente uma Igreja quando os fiéis vêm para ser entretidos e não para ser instruídos, para ser tranqüilizados e justificados em vez de ser desafiados, confrontados com a realidade de seus pecados e com a oferta da salvação. Uma Igreja pode chegar a estar cheia de energia. Pode ser que essa Igreja não descanse em suas múltiplas atividades, mas nessa abundância de energia, entretanto, pode ter perdido o centro de sua vida. Em vez de ser uma congregação cristã conseguiu converter-se num clube bem-sucedido. A situação da Igreja em Tiatira deve nos levar a pensar.

TIATIRA A FONTE DO ERRO

Apocalipse 2:18-29 (continuação)

O problema de Tiatira girava em torno de uma mulher a quem na carta chama-se Jezabel. Quem era esta mulher? Ofereceram-se várias

respostas.

  1. Começaremos com uma resposta que é muito interessante, ainda que duvidemos muito que seja a correta. A versão Almeida Atualizada

“essa mulher, Jezabel”. Em realidade o texto original poderia traduzir-se (segundo alguns manuscritos) "sua mulher Jezabel". No princípio víamos que o anjo de cada Igreja podia ser o bispo que a presidia. Se esta carta

está dirigida ao bispo da Igreja em Tiatira, esta possível tradução significaria que a causa de todo o problema era a esposa do bispo. Este detalhe seria uma chama de informação muito interessante sobre a vida dos cristãos na 1greja Primitiva. Não seria a última vez em que as

esposas dos dirigentes são causa de problemas numa congregação. Mas, por diversas razões, é melhor rejeitar esta interpretação, visto que a diferença no texto grego que nos obrigaria a traduzir da maneira variante

não é sustentada nos melhores manuscritos.

  1. Já dissemos que uma das distinções de Tiatira era ter uma mulher que adivinhava o futuro, cujo título era Sambate. Os gregos

utilizavam muito este tipo de adivinhação. O oráculo de Delfos, por exemplo, tinha chegado a ser famoso no mundo inteiro. É possível que a pitonisa de Tiatira fosse judia, pois os judeus se dedicavam muito

freqüentemente a este oficio de adivinhação, como os ciganos na atualidade. Há alguns que crêem que Jezabel era a Sambate de Tiatira, e que sua influência sobre a Igreja cristã dessa cidade chegou a ser muito

perigosa. É perfeitamente possível que uma pitonisa, especialmente se fosse judia, tratasse de machucar a Igreja. Mas cremos que esta interpretação deve rejeitar-se, porque Jezabel, fosse quem fosse, era evidentemente membro da Igreja.

  1. Há alguns que, sem fundamento algum, identificaram a Jezabel com Lídia, a vendedora de púrpura de Tiatira, a quem Paulo conheceu e converteu em Filipos. Aqueles que sustentam esta teoria dizem que Lídia deve ter voltado a Tiatira, tornando-se ali numa influência dominadora e corruptora. Esta interpretação deve ser totalmente rejeitada, pois não é mais que uma calúnia com relação a Lídia.
  2. A única conclusão razoável é dizer que não temos idéia de quem pode ser esta mulher Jezabel, ainda que possamos descrever a

classe de pessoa que era.

Não é surpreendente que pretendesse ser profetisa. É verdade que Paulo não aceitava que as mulheres falassem na 1greja (1Co 14:34).

Mas também é verdade que tanto no Antigo como no Novo Testamento encontramos mulheres que desempenham este ofício. No Antigo Testamento temos Miriam (Ex 15:20), Débora (Jz 4:4), Hulda (2

Reis Ap 22:14); e no Novo Testamento temos Ana (Lc 2:36) e as quatro virgens, filhas de Filipe (At 21:9). Era perfeitamente possível que uma mulher chegasse a ser profetisa na 1greja.

Esta mulher é chamada Jezabel. Portanto, seu caráter deve descobrir-se na personalidade da possuidora original deste nome, que aqui se aplica a ela como apelido. Há poucas mulheres que tenham

adquirido uma reputação de perversidade tão notória como Jezabel. Era a filha de Etbaal, rei de Sidom, e a esposa de Acabe (1Rs 16:31). Quando veio de Sidom trouxe consigo seus deuses, e fez com que Acabe e seu povo adorassem a Baal. Ela não queria eliminar o culto ao Senhor.

Mas os profetas de Jeová teriam que aceitar que, além de seu Deus, se adorasse o deus de Sidom. Mandou matar os profetas do Senhor, então, por seu exclusivismo, e sustentava, em sua própria mesa, a quatrocentos

e cinqüenta profetas de Baal (1Rs 18:13,1Rs 18:19). Era o gênio maligno de Acabe; em particular foi a responsável pelo assassinato do Nabote, o dono da vinha cuja propriedade Acabe cobiçava (I Reis 21). Seu nome

chegou a ser sinônimo de "prostituição e bruxaria" (2Rs 9:222Rs 9:22). Era

uma mulher notoriamente imoral, que seduziu a Acabe e a Israel para que se separassem do culto do verdadeiro Deus.

Tudo isto deve significar que a Jezabel de Tiatira era uma mulher má e corruptora que exercia sua influência para apartar a Igreja de sua

pureza de vida e a adoração do verdadeiro Deus. Deve entender-se entretanto, que seu propósito não era destruir a Igreja, mas sim introduzir nela novas práticas que, a longo prazo, terminariam em destruí-la. Jezabel deve ter sido uma dessas pessoas que querem modificar o

cristianismo para que se adapte a sua própria modalidade e que se crêem capazes de melhorar os ensinos de Jesus Cristo.

TIATIRA OS ENSINOS DE JEZABEL (1)

Apocalipse 2:18-29 (continuação)

Acusa-se a esta mulher, Jezabel, de ensinar duas coisas: Que os

cristãos podiam cometer fornicações e que podiam comer carne que tinha sido oferecida aos ídolos.

Tomemos primeiro o segundo destes dois ensinos, porque podemos

estar mais seguros do que significa. Um dos grandes problemas da Igreja naquela época era a carne que tinha sido oferecida aos ídolos. Os cristãos eram confrontados em sua vida cotidiana. Quando alguém oferecia um sacrifício num templo grego, somente uma parte muito pequena da carne era queimada no altar. Às vezes, só eram queimados uns poucos cabelos cortados da frente do animal. Os sacerdotes recebiam uma parte da carne, como sua remuneração, e o ofertante levava o resto. Com a carne que recebia o ofertante podia fazer duas coisas: celebrar uma festa dentro do recinto do templo, a qual convidava a seus amigos (o prato principal do banquete era a carne). A maioria das festas e banquetes celebravam— se nos templos. O convite em geral dizia: "Convido-o a comer comigo na mesa de nosso Senhor Serapis". Se não queria celebrar um banquete no templo, podia levar a carne para sua casa e usá-la ali para seu próprio consumo, ou para algum festejo familiar.

Este era o problema dos cristãos: Podia um crente em Jesus Cristo assistir a um banquete num templo pagão? Podia, fora no templo ou em qualquer outro lugar, participar de uma comida cuja carne tinha sido sacrificada em honra de algum ídolo? Paulo se ocupa deste problema em I Coríntios capítulos Ap 8:1 a 10.

Devemos lembrar que na antigüidade cria-se intensamente na existência real de demônios; para os cristãos, os deuses pagãos eram demônios; uma das formas mais fáceis para entrar no corpo de um

homem e possuí-lo era que o demônio pousasse na comida de sua vítima. A carne sacrificada num templo pagão era comida que tinha sido oferecida, para seu uso, a um demônio. Podia o cristão comer essa carne?

Podia sentar-se num banquete sabendo que se ia oferecer essa carne a um ídolo? Mesmo tendo a Cristo dentro de si como o mais poderoso antídoto contra toda coisa daninha, era correto que, ao participar dessas

celebrações, aparecesse diante de outros como alguém que favorecia e aprovasse esse tipo de práticas, para ele nada menos que a adoração de falsos deuses que em realidade eram demônios?

O problema se complicava pois até no açougue era muito provável que a carne tivesse sido previamente oferecida a algum deus pagão. Os sacerdotes dos templos pagãos não poderiam comer eles próprios toda a

carne dos sacrifícios que faziam. O restante o vendiam aos açougueiros, em geral era a carne de melhor qualidade. O que podia fazer o cristão em tal caso? Tudo isto nos pode parecer um problema muito remoto. Mas para os cristãos na época antiga, era uma realidade que tinham que

enfrentar todos os dias de sua vida.

A Igreja não tinha dúvida com relação a qual era o dever do cristão verdadeiro. A abstenção de tudo que tivesse sido consagrada a um ídolo

foi uma das condições que os pagãos aceitaram (de parte dos judeus) para merecer o direito de ingressar na 1greja (At 15:29). A Igreja sabia que os cristãos não deviam nem sequer tocar em coisas que tinham sido

contaminadas desse modo.

A proibição com relação à carne que tinha sido oferecida aos ídolos tinha uma conseqüência de consideráveis alcances. Equivalia, na prática, a que o cristão ficava cortado de toda participação na vida social dos não crentes. Se o cristão devia abster-se de participar de qualquer coisa que tivesse sido dedicada a um ídolo, não havia virtualmente função social pagã, e especialmente festa ou banquete, em que pudesse participar.

Isto, por sua vez, tinha outra conseqüência, que, como vimos, provavelmente constituía o pano de fundo do problema em Tiatira. Na

antigüidade todos os ofícios e profissões estavam organizados em guildas. Estas guildas celebravam freqüentes reuniões sociais, que em geral consistiam em banquetes. Estes banquetes eram, pelo menos em

parte, uma cerimônia religiosa. O mais comum era que se celebrassem em templos; começavam, sempre, com uma libação oferecida a algum deus e a comida era, é obvio, carne que tinha sido sacrificada. A posição

oficial da Igreja era que o cristão não podia assistir a tais celebrações. Isto significava muito mais que perder uma oportunidade de divertir-se. Para um comerciante equivalia ao suicídio comercial. Se era um artesão,

sua carreira estava condenada ao fracasso, pois não podia pertencer à guilda se não assistia a suas festas. Não somente lhe era difícil, mas provavelmente impossível continuar nos negócios ou no exercício de sua

profissão.

Aqui, então, é onde Jezabel exerce sua influência. Seu ensino era que os crentes em Jesus Cristo não têm necessidade de eliminar-se deste modo da vida social; ensinava que não havia razão válida para que se

abstivessem de participar nas atividades da guilda; ninguém tinha a obrigação de suicidar-se profissionalmente por ser cristão; não havia mal algum — ensinava — em aceitar os costumes e as modalidades do

mundo. A Igreja — dizia — deve acomodar-se ao mundo, chegar a um compromisso com o mundo. E aqui, para ela, não se tratava de uma questão de princípios, mas sim da necessidade de proteger interesses

comerciais. Para Jezabel se havia um conflito entre os interesses comerciais e as normas cristãs, deve-se abandonar a observância destas

últimas, e isto não constitui para ela, uma traição a Cristo. Jezabel era uma dessas pessoas que amam sua própria prosperidade e dinheiro mais que a Igreja, e para quem as exigências do êxito comercial são mais importantes que as exigências de Deus.

TIATIRA OS ENSINOS DE JEZABEL (2)

Apocalipse 2:18-29 (continuação)

A segunda parte do ensino de Jezabel não é tão clara. Diz-se que ensinava a cometer fornicação (v. Ap 2:20); é exortada a arrepender-se de suas fornicações (v. Ap 2:21); seus amantes e seus filhos são ameaçados junto com

ela (vv. Ap 2:22-23). A pergunta é a seguinte: Deve tomar-se literalmente esta referência à fornicação, ou no sentido metafórico que é freqüente nas Escrituras? Refere-se à imoralidade sexual ou à infidelidade espiritual a Deus?

  1. Não há dúvida que nas Escrituras a infidelidade a Deus se expressa em termos de fornicação e adultério. Israel é a esposa de Deus (Is 54:5; Jr 3:20); no Novo Testamento a Igreja é a esposa de

Cristo (2 Cor. 11:1-2; Efésios 5:24-28). Em repetidas oportunidades, portanto, acusa-se a Israel de cometer adultério com outros deuses (Êxodo 34:15-16; Dt 31:16r Sl 73:27; Os 9:1). No

Novo Testamento, a época que é infiel a Jesus Cristo é uma "geração má e adúltera" (Mt 13:39; Mt 16:4; Mc 8:38). Acaso é isso o que se quer dizer aqui? É a fornicação que inculcava o ensino de Jezabel

infidelidade espiritual a Jesus Cristo? Significa a adoração de deuses pagãos, ou pelo menos alguma forma de compromisso com esse culto? Se este é o significado, "os que adulteram com ela" seriam os que

flertam, por assim dizer, com essa classe de ensino, e seus filhos os que adotaram seu ensino e o seguem.

Esta interpretação não é de maneira alguma impossível. A tendência do paganismo era adquirir novos deuses. A religião pagã muito poucas

vezes era exclusivista; quase nunca obrigava a adorar a um só deus.

Tendia a pensar que devia haver algum elemento de verdade em todas as religiões e que, portanto, o mais prudente era oferecer adoração a todos os deuses, pelo benefício que cada um pudesse contribuir. Todas as casas romanas tinham seu lararium, um pequeno templo familiar, onde se guardavam as imagens das lareiras, duas ou três divindades menores próprias da família. No lararium de Alexandre Severo, um dos imperadores, tinha imagens de Apolônio, Cristo, Abraão, Orfeu, e "outras pelo estilo".

É possível que o ensino de Jezabel fosse que não era necessário ser muito exclusivos na adoração de Cristo, e sobretudo, que não era necessário negar-se a dizer "César é o Senhor" e queimar um pingo de incenso em seu altar. Possivelmente dissesse que não prejudicava o verdadeiro crente aceitar as formalidades rituais e cerimoniais do culto pagão. Se os cristãos fossem um pouco menos fanáticos nessas coisas seria fácil ganhar alguns pagãos a mais para Cristo e poupariam muitos problemas. Mas se a Igreja Cristã tivesse adotado esse ensino o cristianismo se tornaria outra das muitas religiões de que estava cheio o Império Romano. Os cristãos não sustentam que Jesus Cristo é um dos salvadores, nem sequer o principal deles, mas sim é o único.

  1. Devemos entender, então, que Jezabel não ensinava a fornicação física, mas sim a fornicação espiritual que é a infidelidade a Jesus

Cristo? Há uma coisa na carta que nos impede de aceitar plenamente este ponto de vista. Lemos que os seguidores de Jezabel pretendiam conhecer "as coisas profundas de Satanás" (versículo 24). Alguns

eruditos pensam que estas palavras são as que o Cristo ressuscitado usa pejorativamente para descrever a falsa doutrina. O verdadeiro cristão conhece o que Paulo chama “as coisas profundas de Deus” (I Coríntios

Ap 2:10, TB). Jezabel e seus seguidores conhecem, pelo contrário, as coisas profundas de Satanás. Mas esta interpretação não serve, assim que a carta diz: “como eles dizem, as coisas profundas de Satanás”.

Esta é certamente uma referência a certas doutrinas que não eram pouco freqüentes entre os hereges. Alguns sustentavam que era um dever

experimentar todo tipo de pecado. O que se pretendia era deixar que o corpo fundasse no pecado, para que a alma e o espírito pudessem manter-se livres de desejos e necessidades pecaminosas. Diziam que o homem que nunca tinha experimentado o prazer não tinha mérito algum quando se abstinha dele; que se não conhecia a luxúria, abandoná-la não era virtude; a verdadeira conquista era viver até o excesso no pecado, sem permitir que o pecado ganhasse a alma. A indulgência no prazer, portanto, era benéfica para a alma. Os que conheciam as coisas profundas de Satanás eram os que se tinham submerso no pecado, a fim de experimentá-lo. Jezabel talvez ensinasse que pecar era um dever para os cristãos.

Nesse caso, o que podemos dizer? Creio que daqui todos os cabos se ligam entre si e não é necessário que escolhamos uma das duas interpretações. O mais provável é que Jezabel ensinasse que o cristão deve acomodar-se ao mundo, que não devia rejeitar com rigidez as práticas mundanas. Ensinava que o cristão não tinha necessidade alguma de abster-se das práticas habituais nos círculos dirigentes da indústria e do comércio; que o cristão não tinha por que insistir em níveis superiores de ética e moralidade. Queria, em outras palavras, que os cristãos transigissem com o mundo. Ensinava à Igreja uma infidelidade espiritual que sem dúvida também resultaria em infidelidades físicas. A misericórdia de Deus quis que os ensinos de Jezabel não se convertessem em doutrina oficial da Igreja. Se tal coisa tivesse sucedido, se sucedesse alguma vez no futuro, o cristianismo não seria mais que uma forma culta, amável, de paganismo. Com relação a isto Paulo disse: “Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente” (Rm 12:2, TB). E Jesus deu seu juízo definitivo sobre este assunto quando afirmou: “Ninguém pode servir a dois senhores ... Não podeis servir a Deus e a Mamom” (Mt 6:24). A velha opção ainda continua sendo válida: “Escolhei hoje a quem sirvais” (Js 24:15; Dt 30:19).

TIATIRA PROMESSAS E AMEAÇAS

Apocalipse 2:18-29 (continuação)

A Carta a Tiatira conclui com uma série de grandes ameaças e grandes promessas. Jezabel tinha ultrapassado os limites da paciência

divina. Se não se arrepender imediatamente será jogada em um leito de enfermidade, e seus amantes e seus filhos seguirão a mesma sorte. Isto demonstrará, a eles e a todos os outros, que o Cristo ressuscitado

verdadeiramente "esquadrinha a mente e o coração". Esta frase está tomada de Jr 11:20. Em Jeremias a prerrogativa de esquadrinhar os pensamentos mais íntimos do homem pertence a Deus. Mas no

Apocalipse as prerrogativas de Deus, como vimos freqüentemente, converteram-se em prerrogativas de Cristo.

Ao dizer que o Cristo ressuscitado esquadrinha "a mente e o coração" afirma-se que conhece os sentimentos e os pensamentos mais

ocultos. Esta é uma idéia muito interessante. Quando começamos a estudar esta epístola, dizíamos que para qualquer pessoa que viesse de fora a Igreja de Tiatira pareceria uma congregação cheia de vida e

energia, fértil em toda classe de boas obras. Sem dúvida os que prosperavam em seus negócios por ter entrado em compromisso com o mundo eram muito generosos em suas ofertas. Os que assistiam aos

banquetes de comerciantes e de artesãos deviam, ao mesmo tempo, contribuir com somas apreciáveis de dinheiro aos pedidos em favor dos pobres. Pareciam cristãos verdadeiros. Jezabel deve ter tido o aspecto de

uma mulher piedosa e de bom caráter. Deve ter sido capaz de falar de uma maneira atrativa. Toda sua personalidade deve ter sido capaz de convidar a avaliação dos demais. Mas o Cristo ressuscitado pode ver

mais além do disfarce exterior. Ele sabe se o arrependimento é autêntico ou não. Sabe se ficaram reservas frente a Deus, se a fé for autêntica e verdadeira entrega total ou não. Talvez Jezabel tenha podido enganar aos homens, mas não pode enganar a Ele.

Então, aos que forrem verdadeiramente fiéis é feita uma dupla promessa.

  1. A primeira parte da promessa provém do Salmo 2:8-9: “Pede— me, e eu te darei as nações por herança e as extremidades da terra por tua

possessão. Com vara de ferro as regerás e as despedaçarás como um vaso de oleiro.” Na fé e no ensino do judaísmo este era um salmo messiânico, que descrevia o triunfo do Messias em seu Dia. É bem evidente que o salmista pensava primordialmente num Messias guerreiro que esmagaria

os pagãos e estenderia o poder de Israel até os limites da Terra. Mas há algo que devemos lembrar. Este salmo foi um dos textos inspiradores do movimento missionário para as Igrejas. Muitos missionários pediram a

Deus que se cumprisse neles e em seu ministério a promessa “Pede-me, e eu te darei as nações por herança.” O salmo parece ser uma promessa de conquistas militares, mas à luz de Cristo se converteu na promessa do

Evangelho para todos os homens.

  1. A segunda parte da promessa fala da estrela da manhã. As palavras são muito belas, soam como poesia. Mas qual é seu significado?

Ofereceram-se quatro interpretações prováveis.

  1. Foi interpretada como a promessa da primeira ressurreição. Do mesmo modo como a estrela da manhã aparece ao terminar a noite, o

cristão seria o primeiro em ressuscitar depois da noite da morte.

  1. Foi interpretada como a derrota de Lúcifer. Lúcifer é o diabo; era um anjo que por seu orgulho se rebelou contra Deus e foi arrojado do céu (Is 14:12). O nome Lúcifer significa "aquele que traz a luz";

Lúcifer é o nome da estrela da manhã. Se fosse deste modo a promessa implicaria numa vitória total sobre Satanás e o pecado. Satanás não será capaz de mudar o verdadeiro cristão.

  1. Ligou-se esta passagem a Dn 12:3. Ali a promessa é “Os sábios, pois, resplandecerão como o resplendor do firmamento; e os que a muitos ensinam a justiça refulgirão como as estrelas, sempre e

eternamente.” Se se aceitar esta interpretação a estrela da manhã seria a

glória com que serão honrados os justos e os que capacitaram a outros para transitar pelos caminhos da justiça.

  1. Todas estas interpretações são muito belas, e provavelmente formem parte do significado da imagem. Mas podemos estar quase

seguros que a interpretação correta é a seguinte: O próprio Apocalipse chama "estrela matutina" ao próprio Jesus Cristo (Ap 22:16). A promessa da estrela da manhã aos que forem fiéis não é nada menos que a promessa da possessão do próprio Cristo em pessoa. Se o cristão for fiel, quando

sua vida sobre esta Terra termine, possuirá a Cristo, para não perdê-lo jamais.


Dicionário

Blasfêmia

substantivo feminino Discurso, palavra proferida, que ofende fortemente uma divindade, insulta uma religião ou tudo que pode ser considerado sagrado.
Discurso, expressão, opinião, enunciado capaz de denegrir e ofender algo respeitoso ou reverenciado.
Palavra injuriosa contra pessoa ou coisa respeitável.
Contrassenso. Declaração absurda, sem nexo, sem lógica.
Etimologia (origem da palavra blasfêmia). Do grego blasphemia.

Todo aquele que amaldiçoava a Deus blasfemava o nome do Senhor, ou fosse estrangeiro ou israelita era castigado com a morte, como se vê em Lv 24:16. o transgressor de que se fala em Lv 24:11 era filho de mãe hebréia e de pai egípcio. Procurou-se a direção de Deus para tratar deste caso. E quando foi conhecida a disposição do Senhor (Lv 24:12), o blasfemo foi levado para fora do arraial: os que tinham ouvido a ofensa puseram as suas mãos sobre ele, e toda a congregação o apedrejou (Lv 24:14-23). Era nas palavras de Lv 24:16 que os rabinos baseavam a sua crença de que não era lícito pronunciar distintamente o nome do Senhor. (*veja Jeová.) A blasfêmia é tratada por Jesus Cristo como ofensa de especial gravidade.

Consiste a blasfêmia em negar a Deus, em acusar de injustiça ou erro aquele que é todo amor, ciência e justiça, que é a verdade absoluta. [...]
Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 2


Blasfêmia Derivado das palavras gregas “blabe” (defeito) e “femi” (falar). Violação do terceiro mandamento que Deus entregou a Moisés no Sinai. Segundo o judaísmo, a blasfêmia ou jilul Hashem inclui o insulto, o emprego em vão e a profanação do nome de Deus.

No Antigo Testamento, era castigada com a morte (Lv 24:10-16). Nos evangelhos, considera-se que classificar de demoníacos os milagres de Jesus equivale a blasfemar contra o Espírito Santo — uma afirmação indireta da divindade do Espírito Santo — e implica numa situação de afastamento espiritual que impede a salvação da pessoa (Mt 12:22-32; Mc 3:22-30).

O fato de Jesus arrogar-se poderes que cabem somente a Deus, como perdoar pecados, era considerado blasfêmia por seus contemporâneos (Mt 9:3; 26,64-66); igualmente quando “afirmava que Deus era seu Pai, fazendo-se assim igual a Deus” (Jo 5:18). A acusação de blasfêmia teve, sem dúvida, uma importância determinante na investigação do Sinédrio, que culminou com a entrega de Jesus a Pilatos e sua crucifixão (Mt 26:57-75; Mc 14:53-72; Lc 22:54-71).


Es

Es | símb.
ES | sigla
es- | pref.
Será que queria dizer és?

Es 1
símbolo

[Química] Símbolo químico do einstêinio.


Ver também dúvida linguística: plural de siglas, acrónimos, abreviaturas e símbolos.

ES 2
sigla

Sigla do estado brasileiro do Espírito Santo.


es-
prefixo

Indicativo de extracção (esbagoar), separação (escolher).


Judeus

A palavra judeu significava, primitivamente, um membro do reino de Judá (2 Rs 16.6 – 25.25 – Jr 34:9). Durante o cativeiro, e depois da volta para a Palestina, os israelitas que formaram o novo Estado eram, geralmente, conhecidos pelo nome de judeus. os outros membros da raça israelita, espalhados por todo o mundo, foram, no decorrer do tempo, chamados judeus, e a si próprios eles também davam esse nome (Et 3 – Dn 3:8-12). (*veja Dispersão, Hebreu, israelitas.) Entre as nações, onde fixaram a sua residência, foram eles principalmente notáveis pelo seu extremo exclusivismo. Crendo estar sob a especial proteção do Senhor, eles depressa recuperavam as suas forças, que perdiam nas diversas calamidades causadas pela sua desobediência aos preceitos divinos, retomando a sua antiga satisfação como povo escolhido. Com a queda da cidade de Jerusalém, e a destruição do templo, terminou a existência nacional dos judeus. Daí para o futuro eram eles estrangeiros entre outros povos. Mesmo muito antes da conquista, realizada por Tito, tinham-se espalhado por outras terras, onde formaram grandes e poderosas comunidades. Um certo número deles tinha ficado na Babilônia, depois da volta do cativeiro. No Egito e em Cirene habitavam quase em igual quantidade, e em Roma e em outras grandes cidades formavam grandes colônias. Quão largamente eles estavam dispersos, pode deduzir-se da lista dada por Lucas na sua narrativa a propósito dos acontecimentos no dia de Pentecoste (At 2:1-11). Com qualquer outro povo o resultado da sua dispersão teria sido o desaparecimento das suas particularidades nacionais, se não raciais, e também o serem absorvidos pelas nações nas quais foram habitar. Todavia, já se vão 2.000 anos, e nota-se que eles continuam em vida separada, obedecendo, porém, às leis dos diferentes povos, conformando-se com os seus costumes, e falando a sua língua. Conquanto tenham percorrido todas as nações, é ainda o hebraico a sua língua nacional, e a sua religião é ainda o antigo culto de israel. Através de todas as dificuldades, embora súditos de muitos Estados, a verdade é que um judeu permanece sempre judeu, e somente judeu. Foi este poder de resistência às influências exteriores que os habilitou a restaurar o Sinédrio, passados alguns anos depois da total destruição de Jerusalém. Em duas gerações, com a maravilhosa vitalidade”, que sempre os distinguiu, puderam os judeus ‘recuperar em grande extensão os seus números, a sua riqueza, e o seu espírito indomável’. E é-nos fácil agora compreender como o tesouro do templo, tantas vezes arrebatado, era tão depressa substituído. Quando chegava às comunidades estrangeiras dos judeus a notícia de qualquer nova desgraça, eram por eles mandado dinheiro e homens a Jerusalém para o serviço do templo, e também para ser restabelecido o saqueado tesouro. As calamidades e misérias, que os judeus têm suportado, não podem talvez, comparar-se com os infortúnios de qualquer outra nação. o nosso Salvador chorou quando previu a rapina, o assassinato, o fogo, a pestilência, e outros horrores, que estavam para atormentar o povo escolhido. Quase todos os judeus modernos são fariseus na doutrina, embora eles não se chamem assim – e acham-se tão ligados à lei tradicional (isto é, oral), como o eram os seus antepassados. Eles nutrem um ódio implacável aos caraítas (uma seita dos Escrituristas), que aderem ao texto de Moisés, rejeitando as interpretações dos rabinos. Não há saduceus declarados, mas as doutrinas de muitos judeus ‘reformados’ não são dessemelhantes. Quanto aos samaritanos ainda restam cerca de 200, principalmente em Nablus.

Judeus 1. Súdito do reino de Judá formado pelas tribos de Judá e Levi.

2. O nascido de pais judeus (especificamente de mãe judia), o que aceita o judaísmo através da conversão (guiur), conforme a Torá escrita e oral. Não é considerado judeu o nascido de matrimônio misto, em que só o pai é judeu.


masc. pl. de judeu

ju·deu
(latim judaeus, -a, -um)
adjectivo e nome masculino
adjetivo e nome masculino

1. Que ou quem professa a religião judaica. = HEBREU

2. O mesmo que israelita.

adjectivo
adjetivo

3. Relativo à Judeia, região da Palestina.

4. Relativo à tribo ou ao reino de Judá ou a Judá, nome de duas personagens bíblicas.

5. Relativo à religião judaica. = HEBRAICO, HEBREU

6. [Informal, Depreciativo] Muito travesso.

7. [Informal, Depreciativo] Que gosta de fazer judiarias. = PERVERSO

nome masculino

8. [Informal, Depreciativo] Agiota, usurário.

9. [Popular] Enxergão.

10. Ictiologia Peixe pelágico (Auxis rochei) da família dos escombrídeos, de corpo alongado, coloração azulada com bandas escuras no dorso e ventre prateado. = SERRA

11. [Brasil] Feixe de capim com pedras, para a formação de tapumes, em trabalhos de mineração.


judeu errante
Personagem lendária condenada a vagar pelo mundo até ao fim dos tempos.

Indivíduo que viaja com muita frequência, que não se fixa num lugar.


Ver também dúvida linguística: sentido depreciativo de cigano e outras palavras.

Não

advérbio Modo de negar; maneira de expressar uma negação ou recusa: -- Precisam de ajuda? -- Não.
Expressão de oposição; contestação: -- Seus pais se divorciaram? -- Não, continuam casados.
Gramática Numa interrogação, pode expressar certeza ou dúvida: -- você vai à festa, não?
Gramática Inicia uma interrogação com a intenção de receber uma resposta positiva: Não deveria ter chegado antes?
Gramática Usado repetidamente para enfatizar a negação: não quero não!
substantivo masculino Ação de recusar, de não aceitar; negativa: conseguiu um não como conselho.
Etimologia (origem da palavra não). Do latim non.

advérbio Modo de negar; maneira de expressar uma negação ou recusa: -- Precisam de ajuda? -- Não.
Expressão de oposição; contestação: -- Seus pais se divorciaram? -- Não, continuam casados.
Gramática Numa interrogação, pode expressar certeza ou dúvida: -- você vai à festa, não?
Gramática Inicia uma interrogação com a intenção de receber uma resposta positiva: Não deveria ter chegado antes?
Gramática Usado repetidamente para enfatizar a negação: não quero não!
substantivo masculino Ação de recusar, de não aceitar; negativa: conseguiu um não como conselho.
Etimologia (origem da palavra não). Do latim non.

Obras

As obras que construímos na Terra são raízes profundas de nossa alma, retendo nosso coração no serviço.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -


Obras A obra fundamental de Jesus é sua morte na cruz em favor dos homens (Jo 17:4) e através da qual o Pai se revela (Jo 14:9ss.). Jesus deixa bem claro quais são as boas obras e quais não são (Jo 3:19-21). A obra de Deus — que exige de cada pessoa para sua salvação — é que creia em Jesus (Jo 6:29. Comp.com Jo 12:36ss.; 3,16-17; 5,24 etc.).

2ª pess. sing. pres. ind. de obrar
fem. pl. de obra

o·brar -
(latim operor, -ari, ocupar-se em, trabalhar, levar a efeito, exercer, praticar)
verbo transitivo e intransitivo

1. Fazer um trabalho, uma tarefa. = TRABALHAR

2. Pôr em obra. = FAZER, REALIZAR

3. Operar.

4. Causar.

verbo intransitivo

5. Proceder.

6. Expulsar os excrementos pelo ânus. = DEFECAR, EVACUAR


o·bra
(latim opera, -ae, trabalho manual)
nome feminino

1. Produto de um agente.

2. Produção intelectual.

3. Manifestação dos sentimentos.

4. Edifício em construção.

5. Compostura, conserto.

6. Qualquer trabalho.

7. [Informal] Tarefa ou empresa difícil e custosa (ex.: acabar isto foi obra!).

8. [Popular] Tramóia; malícia.


obra de
Cerca de (ex.: o caminho até lá é obra de 7 quilómetros). = APROXIMADAMENTE, QUASE

obra de arte
Artefacto, objecto ou construção que é considerado com valor estético ou artístico.

[Pouco usado] Designação dada a pontes, aquedutos, viadutos, túneis ou qualquer outro tipo de estrutura necessária à construção de estradas.

obra de fancaria
Trabalho pouco esmerado, feito à pressa, tendo-se apenas em vista o lucro.

obras mortas
[Náutica] Parte de uma embarcação que não se encontra submersa, acima da linha de água.

obras vivas
[Náutica] Parte de uma embarcação que se encontra submersa, entre o lume de água e a quilha.


Pobreza

substantivo feminino Estado da pessoa pobre, de quem tem carência do necessário à sobrevivência.
Essa falta do necessário à sobrevivência.
Figurado A classe da qual fazem parte os pobres.
Etimologia (origem da palavra pobreza). Pobre + eza.

A lei judaica era cuidadosa acerca dos pobres. Eles tinham direito de apanhar aquém e além o que se deixava ficar no campo depois da ceifa, ou depois da vindima, ou depois da colheita de azeitona (Lv 19:9-10Dt 24:19-21 Rt 2:2). No ano sabático eram os pobres autorizados a ter parte nas novidades (Êx 23:11Lv 25:6) – e se eles tinham vendido alguma porção da sua terra, ou tinham cedido a sua liberdade pessoal, tudo isso lhes devia ser restaurado no ano do Jubileu (Lv 25:25 e seg. – Dt 15:12 e seg.). Além disso, eram protegidos contra a usura (Lv 25:35-37Dt 15:7-8 – 24.10 a
13) – recebiam uma porção dos dízimos (Dt 26:12-13) – e ainda sob outros pontos de vista tinha de ser considerada a sua situação (Lv 19:13Dt 16:11-14). (*veja Esmola, Empréstimos, Dízimo. )

[...] A pobreza é, para os que a sofrem, a prova da paciência e da resignação [...].
Referencia: KARDEC, Allan• O Evangelho segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 3a ed• francesa rev•, corrig• e modif• pelo autor em 1866• 124a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 16, it• 8


Rico

substantivo masculino Sujeito endinheirado; quem tem muitos bens materiais, propriedades, riquezas.
adjetivo Que tem uma grande quantidade de dinheiro, propriedades, bens materiais.
Que é farto; com abundância; abundante: colheita rica.
Muito gostoso ou agradável; delicioso.
Que se apresenta de modo benéfico; favorável.
Figurado Que expressa alegria, felicidade; satisfeito.
Figurado Que se apresenta de muitas maneiras; variável.
Figurado Muito amado e querido: ficou triste a morte de seu rico filho.
De teor magnificente, pomposo; magnânimo: o rico mercado de Veneza.
Figurado Com grande capacidade criativa; criativo: aluno rico em ideias!
Etimologia (origem da palavra rico). Do gótico reiks, com muito poder, poderoso.

é quem perde de si / Na soma da caridade.
Referencia: GUARINO, Gilberto Campista• Centelhas de sabedoria• Por diversos autores espirituais• Rio de Janeiro: FEB, 1976• - cap• 89


Satanas

hebraico: adversário; grego: Satan

Satanás

O nome

Significado

O vocábulo “Satan” deriva do hebraico e significa “agir como um adversário”. O verbo pode significar também “acusar”. O substantivo é transliterado para o grego como “Satanás” e aparece cerca de 35 vezes no Novo Testamento. Às vezes a palavra é usada simplesmente para descrever um adversário humano. Por exemplo, no texto hebraico de I Samuel 29:4, os comandantes filisteus objetaram quanto ao fato de Davi estar entre eles e insistiram para que fosse mandado de volta ao seu povo: “Faze voltar a este homem, e torne ao seu lugar em que tu o puseste. Não desça conosco à batalha, para que não se nos torne na batalha em adversário (isto é, satanás)”. Algumas vezes este termo é usado precedido de artigo e nesses casos indica “o Satanás”, ou seja, o adversário pessoal de Deus e de seu povo. De fato, no Novo Testamento torna-se o título desse ser angelical caído, mas ainda assim poderoso. Ele é chamado especificamente de “vosso adversário” (1Pe 5:8).


Outros nomes descritivos Freqüentemente outros nomes ou descrições são aplicados a Satanás. Evidentemente era a “serpente” de Gênesis 3:1. Em Apocalipse 12:9-20:2, é novamente chamado de “a antiga serpente” e também de “dragão”, “o diabo ou Satanás”. O termo “diabo” (derivado de uma raiz que significa “acusar”) é usado regularmente no Novo Testamento (aproximadamente 36 vezes); outros nomes ajudam a criar um quadro desse ser pessoal do mal. Em Apocalipse 9:11 ele é o “Abadom” ou, em grego, “Apoliom”. Esse “destruidor” é “o anjo do abismo”, a “estrela que caiu do céu” (v. 1). Termos descritivos como Apoliom ou “o anjo do abismo” num certo sentido referem-se mais à personificação da destruição e da morte do que a outro nome para Satanás. De qualquer maneira, em última análise tal “destruição” certamente emana dele próprio (v. 1, a estrela caída); portanto, frases, termos e nomes como esses contribuem para o nosso entendimento sobre tal ser. Descrições ainda mais surpreendentes referentes a Satanás incluem: “deus deste século” (2Co 4:4); “príncipe dos demônios” (Mt 12:24); “príncipe das potestades do ar” (Ef 2:2); “poder deste mundo tenebroso” (Ef 6:12); “tentador” (Mt 4:3); “maligno” (Mt 13:19). Em II Coríntios 6:15 é chamado de “Belial” e em Mateus 12:24, de “Belzebu”. Em João 8:44 Jesus o chamou de “homicida desde o princípio” e de “mentiroso e pai da mentira”.

A descrição bíblica


Sua pessoa A Bíblia descreve Satanás como um ser angelical que se rebelou contra Deus, o Criador. Surpreendentemente, pouca informação é dada sobre sua posição no céu e não há nenhuma explicação para sua disposição e desejos malignos. Uma passagem em Ezequiel 28:11-19 proporciona alguns antecedentes, embora o seu nome não seja mencionado. A passagem relaciona-se diretamente a uma profecia contra o rei de Tiro e por isso há argumentos de que nada tem que ver com Satanás. Parece provável, contudo, que as referências a um “querubim” e o fato de estar presente no “Éden, o jardim de Deus” signifiquem que o autor aplicava verdades sobre Satanás ao rei de Tiro ou descrevia o diabo, que nesta instância é representado pelo rei humano. Em qualquer caso é possível aprender algo sobre Satanás, direta ou indiretamente.

Ele era “o selo da perfeição” (Ez 28:12) e “perfeito em formosura”, mas não deixava de ser uma criatura (v. 15). Vivia no “monte santo de Deus” e era “querubim da guarda ungido” pelo próprio Deus (v. 14). Finalmente, achou-se iniqüidade nele (v. 15), seu interior se encheu de violência e pecou (v. 16). Isso fez com que fosse expulso do “monte santo de Deus”. Foi lançado sobre a Terra e tornado em cinza aos olhos de todos os que o contemplavam (vv. 16-18). Outras descrições de anjos desalojados do céu são encontradas em Judas 6 e II Pedro 2:4 (veja também Is 14:12-17, onde o rei da Babilônia é descrito em termos bem similares a esses usados por Ezequiel com relação ao rei de Tiro).
Seus propósitos O propósito de Satanás é conquistar o controle para si, a fim de frustrar a vontade do Todo-poderoso e destruir a Igreja. Ele é tortuoso e enganador. Pensa, argumenta e formula estratégias cujo objetivo é a destruição do povo de Deus. É visto continuamente em guerra contra o Senhor, mas sempre no contexto de um ser criado e subordinado, para o qual Deus tem um destino determinado e inevitável. Embora não haja na Bíblia nenhum vestígio de dualismo entre o bem e o mal ou qualquer igualdade entre o maldade de Satanás e a bondade de Jesus Cristo, parte da sutileza do diabo é fazer imitações da verdade. Busca persuadir os que acreditam nele que tem poder e autoridade iguais aos de Jesus. Diferentemente de Cristo, o “Leão de Judá”, Satanás apenas ruge como leão, “buscando a quem possa tragar” (1Pe 5:8). Diferentemente de Jesus, que é “a luz do mundo”, Satanás pode apenas fingir, transformando-se “em anjo de luz”, a fim de enganar o povo de Deus (2Co 11:14).

Existem vários incidentes descritos nas Escrituras em que suas tentativas de realizar seus propósitos são retratadas de forma vívida. No livro de Jó, o propósito de Satanás, como adversário do servo do Senhor, era desacreditá-lo diante de Deus (1:2). O Senhor, entretanto, conhecia o coração de Jó, sua integridade e confiança; permitiu que Satanás exercesse um relativo poder sobre ele durante algum tempo, para prová-lo e tentá-lo. As piores coisas que o diabo pôde lançar contra Jó falharam em fazê-lo negar a Deus. Outro incidente no qual Satanás tentou fazer com que um homem temente ao Senhor se desviasse é mencionado em I Crônicas 21:1. O diabo tentou o rei Davi, fazendo-o desobedecer à Lei de Deus e cometer o pecado de recensear o povo contra a vontade de Deus. Diferentemente de Jó, que permaneceu íntegro, Davi sucumbiu à tentação e imediatamente o juízo do Todo-poderoso caiu sobre ele, por causa de sua transgressão. Mesmo no julgamento, entretanto, houve provisão para o perdão e novamente ele foi restaurado a um relacionamento adequado com o Senhor, a despeito dos esforços de Satanás em contrário.

O papel de Satanás como acusador também é retratado em Zacarias 3. Ele acusou o sumo sacerdote Josué na presença de Deus, ao tentar desqualificá-lo para o serviço do Senhor (v. 1). Como membro do povo de Deus, os pecados de Josué foram perdoados (v. 4). O Senhor providenciou para que o ataque de Satanás não tivesse efeito e assumiu a responsabilidade de fazer com que Josué fosse vestido com vestes limpas e puras, como símbolo de sua justificação diante de Deus.

No Novo Testamento, o foco do ataque de Satanás é sobre Cristo e depois sobre sua Igreja. Começou quando Jesus foi tentado pelo diabo. Num episódio com muitas similaridades com a tentação de Israel na jornada para Canaã, depois da saída do Egito, Cristo foi levado para o deserto pelo Espírito de Deus. Ali foi testado pelo diabo. O objetivo principal de Satanás era fazer com que Jesus se desviasse de seu objetivo de ir à cruz, a fim de promover a salvação. Ao contrário dos israelitas, entretanto, o verdadeiro e perfeito Filho de Deus não pecou e em toda situação seguiu a vontade do Pai celestial em fiel obediência. As tentações estão listadas em Mateus 4:1-12 e nas passagens paralelas em Marcos 1 e Lucas 4. A obediência de Jesus era especificamente à Palavra de Deus, a qual citou contra Satanás.

A maneira como Satanás distorceu o significado e a aplicação das Escrituras durante a tentação de Jesus é parte integrante de seu trabalho, o qual Cristo enfatizou na parábola do semeador (Mc 4:15). As pessoas ouvem a Palavra de Deus, mas Satanás tenta roubá-la de dentro delas. Ciente de que “a fé vem pelo ouvir a palavra de Deus” (Rm 10:17), o diabo faz tremendos esforços para impedir as pessoas de ouvir e entender a mensagem de Cristo (2Co 4:4).

Satanás também engana as pessoas, quando as faz pensar que ele é o soberano neste mundo; devido ao fato de que muitos acreditam nele e rejeitam o Senhor Deus, ele adquire um certo domínio no mundo. Portanto, seu objetivo no Novo Testamento relaciona-se especialmente em afastar as pessoas de Cristo e trazê-las de volta ao seu controle ou evitar que reconheçam a verdade de que Jesus é o Senhor dos senhores. Foi nisso que Cristo pensou, quando se referiu a Satanás como “o príncipe deste mundo” (Jo 12:31; Jo 16:11). Em certo sentido, o extraordinário poder do diabo como príncipe ou dominador deste mundo foi visto claramente quando Jesus foi crucificado. Cristo reconheceu brevemente o poder do diabo em João 14:30; em última análise, ver a cruz como vitória de Satanás na verdade seria vê-la com olhos fechados por ele. Foi naquele momento, que aparentemente representava o maior triunfo do diabo, quando Cristo morreu na cruz, que o extraordinário poder de Deus, seu controle total sobre todas as coisas e sua fidelidade para com seu povo (o alvo dos ataques de Satanás) foram realmente vistos.


Seu poder Apesar de ser essa a primeira impressão, a cruz não foi o lugar de demonstração do grande poder de Satanás. Pelo contrário, foi o local onde a limitação de seu poder foi vista claramente. Através de toda a Bíblia seu poder sempre é demonstrado como sujeito à vontade permissiva de Deus. No incidente com Jó, o Senhor estabeleceu limites bem específicos para o que era permitido a Satanás fazer. O mesmo aconteceu no incidente com o sumo sacerdote Josué. Essa limitação do poder de Satanás foi indicada pela primeira vez no julgamento do Senhor sobre ele, depois do pecado de Adão e Eva, no jardim do Éden. Ali Satanás foi condenado a uma existência desesperada na qual falharia repetidamente em seus ataques contra o povo de Deus. A maldição do Senhor o advertiu de que, ao “ferir o calcanhar” do descendente da mulher, este iria “esmagar a cabeça” da serpente (Gn 3:15). Embora sem dúvida esse seja o conhecimento do povo de Deus através dos séculos, foi particularmente verdadeiro com relação a Jesus Cristo. Satanás o feriu na crucificação, mas exatamente naquele momento a maldição do Todo-poderoso se cumpriu: o preço pelo pecado foi pago, o povo de Deus foi redimido e o Senhor venceu a morte por meio da ressurreição de Jesus, as primícias daqueles que dormem (1Co 15:20). Satanás foi ferido mortalmente.

Nem Satanás nem todas as suas forças são capazes de “nos separar (o povo de Deus) do amor de Cristo” (Rm 8:35). Em todas as coisas, Deus e o seu Cristo têm o poder final e completo. O diabo não é onisciente (não conhece todas as coisas) nem onipotente (não tem poder absoluto) e nem mesmo onipresente (não pode estar em todos os lugares ao mesmo tempo). De fato, ele mesmo reconheceu suas limitações em sua discussão com Deus sobre Jó, a quem reconheceu que o Senhor protegera (1:10).

Entretanto, o poder limitado de Satanás é extremamente perigoso para o povo de Deus. A respeito do diabo é dito que ele levou Ananias e Safira, membros da Igreja primitiva, ao pecado que causou a morte de ambos (At 5:3). Satanás foi capaz, pelo menos temporariamente, de impedir o trabalho de Paulo (1Ts 2:18) e o apóstolo advertiu Timóteo sobre as pessoas nas igrejas que se desviaram para seguir o diabo (1Tm 5:15).

A defesa do cristão

Em muitas ocasiões, o Novo Testamento alerta os cristãos a se defender contra Satanás. O fato de que durante a tentação no deserto, Jesus respondeu ao diabo três vezes com as palavras “está escrito...” (Mt 4:10) mostra o caminho diante de nós. Cristo usou as Escrituras (a Palavra de Deus) como principal defesa contra o diabo. Devemos dar ouvidos à Palavra de Deus, a Bíblia, tanto aos mandamentos como às promessas. Devemos viver pela fé no Todo-poderoso, cuja Palavra tem o poder de salvar. Devemos viver em obediência à Palavra, para termos a proteção do Senhor. A Palavra de Deus não é somente uma arma defensiva contra Satanás — é também ofensiva, pois é a “espada do Espírito” (Ef 6:17). A fé em Deus e em sua Palavra torna-se um escudo com o qual todas as flechas inflamadas do maligno podem ser apagadas (v. 16).

Os cristãos já viram uma prova do poder de Deus sobre Satanás quando suas próprias mentes ficaram livres da tirania dele e entenderam e creram na verdade (At 26:17-18). Também sabem que a vitória sobre o diabo, conquistada na cruz, será finalmente demonstrada ao mundo, na volta de Cristo após o Arrebatamento da Igreja, quando o golpe final na cabeça da serpente será testemunhado por toda a humanidade (Rm 16:20; Ap 20:10). Usar a Palavra de Deus desta maneira, como uma defesa prática contra o tentador e o acusador, exige obediência fiel e diária. A submissão ao Senhor é o outro lado da moeda que diz “resisti ao diabo” (Tg 4:7). Os passos práticos da obediência à Palavra de Deus, ou seja, na diligência, no cuidado para com as outras pessoas, sem jamais permitir que o sol se ponha sobre a ira etc., são meios que impedem o diabo de encontrar um “lugar” na vida do cristão (Ef 4:27-28). As tentações lançadas por ele devem ser vencidas a todo custo. A Bíblia não oferece nenhuma forma mística para tal atitude, mas sim conselhos simples e práticos, como, por exemplo, não se abster desnecessariamente de ter relações sexuais com o cônjuge, “para que Satanás não vos tente por causa da incontinência” (1Co 7:5). Evidentemente tal defesa prática contra o diabo só é possível por causa da presença do Espírito Santo: “Porque maior é o que está em vós do que o que está no mundo” (1Jo 4:4).

Em última análise, entretanto, a defesa do cristão é maravilhosamente gloriosa, pois é baseada na obra expiatória de Cristo na cruz. Por meio da fé em Jesus, o crente sabe que, se Satanás por um breve momento o leva ao pecado, por causa da morte de Cristo o castigo já foi pago e a justificação é uma realidade. O veredito de “não culpado” foi pronunciado por Deus com antecedência (“sendo, pois, justificados” Rm 5:1). A obra contínua de intercessão de Cristo em favor do crente o protege, sustenta e possibilita o perdão do Pai.

A destruição de Satanás

A Bíblia não somente mostra as limitações do poder de Satanás, mas também revela qual será o fim dele. O Senhor Deus prometeu um juízo pleno e definitivo para o diabo e todos os seus seguidores. Seu fim foi sugerido em Gênesis 3:15 e Ezequiel 28:19, mas tornou-se explícito no Novo Testamento com o advento de Jesus Cristo, em sua morte e ressurreição (Mt 25:41; Lc 10:18). O livro de Apocalipse, dirigido a uma igreja perseguida, que sofria sob o tormento de Satanás e seus seguidores, dá uma atenção especial à sua derrota final e o seu lançamento “no lago de fogo”. Alguns acreditam que a vinda de Cristo será antecedida por uma grande atividade por parte de Satanás; entretanto, qualquer que seja a maneira que esses eventos finais da história se revelem, Apocalipse deixa absolutamente claro que sua influência, poder e controle serão destruídos completamente, de maneira que no novo céu e na nova terra não estarão mais presentes. Até mesmo a morte, que Satanás tem usado para criar medo e rebelião no mundo, não existirá mais. É difícil compreender a glória dessa expulsão final. Os crentes oram por isso há muito tempo (1Co 16:22; Ap 6:10), mas será um dia que trará a maior glória a Deus, o Salvador, e trará grande paz e alegria a todos os crentes, pois “Deus enxugará de seus olhos toda lágrima. Não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, pois já as primeiras coisas são passadas” (Ap 21:4; veja também Ap 20:7-14; 2Ts 2:3-12; Ap 12:9-12; etc.). P.D.G.


Satanás [Adversário] - V. DIABO (Mt 12:26).

Satanás Ver Diabo, Demônios.

substantivo masculino O diabo; Belzebu, Satã.

[...] personificação do mal sob forma alegórica, visto não se poder admitir que exista um ser mau a lutar, como de potência a potência, com a Divindade e cuja única preocupação consistisse em lhe contrariar os desígnios. [...]
Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita• Trad• de Guillon Ribeiro• 86a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - q• 131

[...] Satã, segundo o Espiritismo e a opinião de muitos filósofos cristãos, não é um ser real; é a personificação do mal, como Saturno era outrora a do Tempo. [...]
Referencia: KARDEC, Allan• O que é o Espiritismo: noções elementares do mundo invisível, pelas manifestações dos Espíritos• 52a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 1

A concepção de Satanás é, no fundo, essencialmente atéia. [...] é uma negação hipócrita de Deus em alguns dos seus essenciais atributos.
Referencia: AMIGÓ Y PELLÍCER, José• Roma e o Evangelho: estudos filosófico-religiosos e teórico-práticos• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Comunicações ou ensinos dos Espíritos

[...] Satanás é o símbolo do mal. Satanás é a ignorância, a matéria e suas grosseiras influências [...].
Referencia: DENIS, Léon• Cristianismo e Espiritismo: provas experimentais da sobrevivência• Trad• de Leopoldo Cirne• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 7

Satanás, o diabo, o demônio – são nomes alegóricos pelos quais se designa o conjunto dos maus Espíritos empenhados na perda do homem. Satanás não era um Espírito especial, mas a síntese dos piores Espíritos que, purificados agora na sua maioria, perseguiam os homens, desviando-os do caminho do Senhor.
Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 1

[...] satanás, demônio, diabo – se devem entender – os Espíritos impuros, imundos. São sinônimas tais locuções e é sempre essa a significação em que as empregaram os Evangelhos.
Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 1

[...] as expressões Belzebu, Satanás, príncipe dos demônios, diabo [...] não tinham [...] mais do que um sentido figurado, servindo para designar os Espíritos maus que, depois de haverem falido na sua origem, permanecem nas sendas do mal, praticando-o contra os homens.
Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 2

Satanás somos nós, Satanás são todos aqueles que não fazem a vontade de Deus e não seguem a doutrina de N. S. Jesus Cristo. Satanás é o nosso orgulho, a nossa vaidade, a nossa avareza; são todos os nossos instintos perversos, que nos colocam numa montanha terrível de tentações, para que sejamos atraídos ao abismo, onde devemos encontrar as sombras de uma morte eterna, se eternos forem os nossos maus instintos.
Referencia: SILVA JÚNIOR, Frederico Pereira da• Jesus perante a cristandade• Pelo Espírito Francisco Leite Bittencourt Sampaio• Org• por Pedro Luiz de Oliveira Sayão• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 3

Satã é a inteligência perversa.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Libertação• Pelo Espírito André Luiz• 29a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 1


Sei

1ª pess. sing. pres. ind. de saber

sa·ber |ê| |ê| -
(latim sapere, ter sabor, conhecer)
verbo transitivo

1. Possuir o conhecimento de. = CONHECERDESCONHECER

2. Não ignorar. = CONHECERDESCONHECER, IGNORAR

3. Estar habilitado para.

4. Ser capaz de. = CONSEGUIR

5. Ter experiência.

6. Ter consciência de.

verbo intransitivo

7. Ter conhecimento.IGNORAR

8. Estar certo.

9. Ter sabor ou gosto.

verbo pronominal

10. Ter consciência das suas características (ex.: o professor sabe-se exigente).

11. Ser sabido, conhecido.

nome masculino

12. Conjunto de conhecimentos adquiridos (ex.: o saber não ocupa lugar). = CIÊNCIA, ILUSTRAÇÃO, SABEDORIA

13. Experiência de vida (ex.: só um grande saber permite resolver estes casos).

14. Figurado Prudência; sensatez.

15. Malícia.


a saber
Usa-se para indicar em seguida uma lista ou um conjunto de itens. = ISTO É

sabê-la toda
[Informal] Ter artes e manhas para enganar qualquer um ou ter resposta para tudo; ser astucioso, habilidoso.

Confrontar: caber.

Ver também dúvida linguística: regência do verbo saber.

Sinagoga

Sinagoga Casa de oração dos judeus, que começou a existir provavelmente durante o CATIVEIRO. As sinagogas se espalharam pelo mundo bíblico. Nelas, adultos e crianças adoravam a Deus, oravam e estudavam as ESCRITURAS (Lc 4:16-30). A doutrina cristã se espalhou entre os judeus por meio das sinagogas (At 13:13-15) , cuja organização e forma de culto foram adotadas pelas igrejas cristãs.

Sinagoga Lugar do culto judaico. A palavra é de origem grega e designa um local de reunião. O termo hebraico para essa palavra é bet ha-kneset (casa de reunião). Aparece já no exílio babilônico após a primeira destruição do Templo, embora alguns estudiosos considerem que Jr 39:8 poderia ser uma referência antecipada a essa palavra.

Nesses locais de reunião, os judeus liam e estudavam a Bíblia, oravam e encontravam consolo em seu exílio. Antes do ano 70, já existiam umas 400 sinagogas somente em Jerusalém e umas 1.000 na diáspora. Depois dessa época, a sinagoga substituiu o Templo e se transformou no centro da vida judaica. Com o passar do tempo, a sinagoga modificou-se arquitetonicamente, mas conservou, sem dúvida, uma estrutura básica que consistia em uma arca sagrada (arón hakodesh), em um muro oriental ou de frente a ele (mizraj), em direção a Jerusalém em frente da entrada (Ber. 30a, Tosef. a Meg. 4.22); em uma bimah no centro ou voltado para trás; e em um ner tamid ou lâmpada perene pendurada diante da arca para simbolizar a menorah — ou candelabro de sete braços — do Templo. Também o setor de mulheres (ezrat nashim) encontrava-se separado dos homens por uma divisão, ou era construído em forma de galeria. A arca continha rolos sagrados (Sefer Torah) e diversos objetos religiosos. Junto a ela, ficavam os assentos de honra para os rabinos e fiéis ilustres.

Jesus freqüentou as sinagogas e utilizou-as como lugar de pregação (Mc 1:39; Lc 4:44). Na de Nazaré, iniciou seu ministério público (Lc 4:16-22). As sinagogas foram também cenário de seus confrontos com demônios (Lc 4:31ss.) e de seus milagres (Mc 3:1ss).

J. Peláez del Rosal, La sinagoga, Córdoba 1988; C. Vidal Manzanares, El Primer Evangelio...; E. Schürer, o. c.; f. Murphy, o. c.; S. Sandmel, Judaism...; E. P. Sanders, Judaism...


Sinagoga (do grego synagogê, assembléia, congregação) – Um único templo havia na Judéia, o de Salomão, em Jerusalém, onde se celebravam as grandes cerimônias do culto. Os judeus, todos os anos, lá iam em peregrinação para as festas principais, como as da Páscoa, da Dedicação e dos Tabernáculos. Por ocasião dessas festas é que Jesus também costumava ir lá. As outras cidades não possuíam templos, mas apenas sinagogas: edifícios onde os judeus se reuniam aos sábados, para fazer preces públicas,sob a chefia dos anciãos, dos escribas,ou doutores da Lei. Por isso é que Jesussem ser sacerdote, ensinava aos sábadosnas sinagogas.Desde a ruína de Jerusalém e a disper-são dos judeus, as sinagogas, nas cida-des por eles habitadas, servem-lhes detemplos para a celebração do culto
Referencia: KARDEC, Allan• O Evangelho segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 3a ed• francesa rev•, corrig• e modif• pelo autor em 1866• 124a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - Introd•


Assembléia. A sua significação literal é a de uma convenção ou assembléia. A palavra, como no caso de ‘igreja’, veio a significar o próprio edifício, onde a assembléia se reunia. ‘Assembléias’ locais para instrução da Lei, e para culto, existiam desde tempos muito afastados, como eram, por exemplo, ‘as casas dos profetas’ (1 Sm 10.11 – 19.20 a 24 – 2 Rs 4,1) – e durante o cativeiro não eram raras as reuniões dos anciãos de israel (*veja Ez 8:1 e passagens paralelas) – as verdadeiras sinagogas parece terem-se formado mais tarde, na dispersão. Desde o ano 200 (a.C.), mais ou menos, começou a desenvolver-se na Palestina este gênero de assembléia com uma sistemática organização, multiplicando-se os edifícios próprios para os serviços religiosos. Estavam estas assembléias intimamente relacionadas com a obra dos escribas, como sendo instituições para instruir o povo na Lei e ensinar a sua aplicação na vida diária. Nas sinagogas, os custosos rolos das Escrituras, escritos pelos escribas, eram cuidadosamente guardados numa caixa ou arca, que de um modo visível estava voltada para o povo que se achava sentado. Havia serviços regulares todos os sábados, e também no segundo e quinto dia da semana. Uma especial importância era dada nestes serviços à leitura da Lei e dos Profetas – e também se faziam orações, exortações, explicações, e se davam esmolas. Como o conhecimento da antiga língua hebraica foi a pouco e pouco extinguindo-se, tinha a leitura de indicadas porções da Escritura de ser acompanhada da respectiva tradução em aramaico, ou talvez mesmo em grego, que parece ter sido uma língua entendida ao norte da Palestina no tempo de Jesus Cristo. As sinagogas eram não somente lugares de culto, mas também escolas, onde as crianças aprendiam a ler e a escrever – e serviam, também, de pequenos tribunais de justiça, nos quais a sentença não só era dada mas executada (Mt 10:17). Geralmente a sinagoga estava sob a direção dos ‘anciãos’ (Mc 7:3), sendo o primeiro deles chamado algumas vezes o príncipe ou o chefe daquelas assembléias (Lc 13:14At 13:15). os lugares dos anciãos, e dos principais, eram em frente da arca, estando eles voltados para a congregação. os anciãos tinham o poder de disciplinar, de excomungar e de açoitar – e eram eles, ou os principais, que na ocasião do serviço religioso convidavam pessoas de consideração para ler, ou orar, ou pregar. A coleta era levantada por dois ou mais indivíduos, e havia um ‘ministro’ (assistente), (Lc 4:20), que tinha sob o seu cuidado os livros sagrados, e cumpria os simples deveres de guarda. A ordem do culto nas sinagogas assemelhava-se muito à que se acha descrita em Ne 8:1-8, devendo comparar-se esta passagem com a de Lc 4:16-20. As sinagogas eram muito numerosas. Em qualquer povoação, em que vivia um certo número de judeus, tratando dos seus negócios, ali havia uma sinagoga. As companhias comerciais também possuíam a sua própria sinagoga, e até pessoas estranhas as construíam para os da sua própria nação. E por isso se fala em sinagogas ‘dos Cireneus, dos Alexandrinos, e dos da Cilícia e Ásia’, sendo essas pessoas do gênero daquelas que desses países numa ocasião subiram a Jerusalém (At 6:9). No tempo de Jesus Cristo era raro o país, em todo o império romano, onde não fosse encontrada uma sinagoga.

substantivo feminino Templo onde os judeus se reúnem para o exercício de seu culto.
Assembléia de fiéis na religião judaica.

São

adjetivo Que se encontra em perfeito estado de saúde; sadio: homem são.
Que não está estragado: esta fruta ainda está sã.
Que contribui para a saúde; salubre: ar são.
Figurado Concorde com a razão; sensato, justo: política sã.
Por Extensão Que não está bêbado nem embriagado; sóbrio: folião são.
Sem lesão nem ferimento; ileso, incólume: são e salvo.
Que age com retidão; justo: julgamento são; ideias sãs.
Em que há sinceridade, franqueza; franco: palavras sãs.
substantivo masculino Parte sadia, saudável, em perfeito estado de algo ou de alguém.
Aquele que está bem de saúde; saudável.
Característica da pessoa sã (sensata, justa, sincera, franca).
Condição do que está completo, perfeito.
expressão São e salvo. Que não corre perigo: chegou em casa são e salvo!
Etimologia (origem da palavra são). Do latim sanus.a.um.
substantivo masculino Forma abreviada usada para se referir a santo: São Benedito!
Etimologia (origem da palavra são). Forma sincopada de santo.

adjetivo Que se encontra em perfeito estado de saúde; sadio: homem são.
Que não está estragado: esta fruta ainda está sã.
Que contribui para a saúde; salubre: ar são.
Figurado Concorde com a razão; sensato, justo: política sã.
Por Extensão Que não está bêbado nem embriagado; sóbrio: folião são.
Sem lesão nem ferimento; ileso, incólume: são e salvo.
Que age com retidão; justo: julgamento são; ideias sãs.
Em que há sinceridade, franqueza; franco: palavras sãs.
substantivo masculino Parte sadia, saudável, em perfeito estado de algo ou de alguém.
Aquele que está bem de saúde; saudável.
Característica da pessoa sã (sensata, justa, sincera, franca).
Condição do que está completo, perfeito.
expressão São e salvo. Que não corre perigo: chegou em casa são e salvo!
Etimologia (origem da palavra são). Do latim sanus.a.um.
substantivo masculino Forma abreviada usada para se referir a santo: São Benedito!
Etimologia (origem da palavra são). Forma sincopada de santo.

são adj. 1. Que goza de perfeita saúde, sadio. 2. Completamente curado. 3. Salubre, saudável, sadio. 4. Que não está podre ou estragado. 5. Reto, justo. 6. Impoluto, puro; sem defeitos. 7. Ileso, incólume, salvo. 8. Justo, razoável. 9. Inteiro, intacto, sem quebra ou defeito (objeto). Sup. abs. sint.: saníssimo. Fe.M: sã. S. .M 1. Indivíduo que tem saúde. 2. A parte sã de um organismo.

Tribulação

substantivo feminino Evento ou situação aborrecida, desagradável; aflição, tormento, adversidade; atribulação: passou por numerosas tribulações.
Sensação de tristeza, de aborrecimento, ocasionada por um dissabor ou por um desgosto; dor, infelicidade, amargura.
Etimologia (origem da palavra tribulação). Do latim tribulatio.onis.

A tribulação é a tormenta das almas. Ninguém deveria olvidar-lhe os benefícios. Aflições, dificuldades e lutas são forças que compelem à dilatação do poder, ao alargamento de caminho.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Vinha de luz• Pelo Espírito Emmanuel• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 119


Tribulação Aflição; perseguição (Sl 107:28); (Rm 8:35); (1Ts 1:6).

és

Es | símb.
ES | sigla
es- | pref.
Será que queria dizer és?

Es 1
símbolo

[Química] Símbolo químico do einstêinio.


Ver também dúvida linguística: plural de siglas, acrónimos, abreviaturas e símbolos.

ES 2
sigla

Sigla do estado brasileiro do Espírito Santo.


es-
prefixo

Indicativo de extracção (esbagoar), separação (escolher).


Strongs

Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
Apocalipse 2: 9 - Texto em Grego - (BGB) - Bíblia Grega Bereana

ConheçoG1492 εἴδωG1492 G5758 a tuaG4675 σοῦG4675 tribulaçãoG2347 θλίψιςG2347, a tua pobrezaG4432 πτωχείαG4432 (masG1161 δέG1161 tu ésG1488 εἶG1488 G5748 rico)G4145 πλούσιοςG4145 eG2532 καίG2532 a blasfêmiaG988 βλασφημίαG988 dos queG3588 G3588 a si mesmos se declaramG3004 λέγωG3004 G5723 G1438 ἑαυτούG1438 G1511 εἶναιG1511 G5750 judeusG2453 ἸουδαῖοςG2453 eG2532 καίG2532 nãoG3756 οὐG3756 sãoG1526 εἰσίG1526 G5748, sendoG235 ἀλλάG235, antes, sinagogaG4864 συναγωγήG4864 de SatanásG4567 ΣατανᾶςG4567.
Apocalipse 2: 9 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

95 d.C.
G1438
heautoû
ἑαυτοῦ
cortar, talhar, picar, derrubar, separar, cortar em dois, raspar
(cut down)
Verbo
G1492
eídō
εἴδω
ver
(knows)
Verbo - Pretérito Perfeito do indicativo Ativo - 3ª pessoa do singular
G1510
eimí
εἰμί
ser
(being)
Verbo - Presente do indicativo Ativo - Masculino no Singular nominativo
G1537
ek
ἐκ
o primeiro local de um acampamento israelita a oeste do Jordão, também a leste de
(Gilgal)
Substantivo
G2347
thlîpsis
θλῖψις
tribulação
(tribulation)
Substantivo - Feminino no Singular genitivo
G235
allá
ἀλλά
ir, ir embora, ir de uma parte para outra
(is gone)
Verbo
G2453
Ioudaîos
Ἰουδαῖος
pai de um dos soldados das tropas de elite de Davi
(a hachmonite)
Substantivo
G2532
kaí
καί
desejo, aquilo que é desejável adj
(goodly)
Substantivo
G3004
légō
λέγω
terra seca, solo seco
(the dry land)
Substantivo
G3588
ho
para que
(that)
Conjunção
G3756
ou
οὐ
o 4o. filho de Rúben e progenitor dos carmitas
(and Carmi)
Substantivo
G4145
ploúsios
πλούσιος
rico, abundante em recursos materiais
(a rich man)
Adjetivo - Masculino no Singular nominativo
G4432
ptōcheía
πτωχεία
o deus dos amonitas e fenícios a quem alguns israelitas sacrificaram seus filhos no vale
(to Molech)
Substantivo
G4567
Satanâs
Σατανᾶς
obra
(works [are])
Substantivo
G4771
σύ
de você
(of you)
Pronome pessoal / possessivo - 2ª pessoa genitiva singular
G4864
synagōgḗ
συναγωγή
subida, oráculo, fardo, porção, levantamento
([and sent] portions)
Substantivo
G988
blasphēmía
βλασφημία
cessar
(and cease)
Verbo


ἑαυτοῦ


(G1438)
heautoû (heh-ow-too')

1438 εαυτου heautou

(incluindo todos os outros casos)

de um pronome reflexivo que caiu em desuso e o caso genitivo (caso dativo ou acusativo) de 846; pron

  1. ele mesmo, ela mesma, a si mesmo, eles ou elas mesmos, a si próprios

εἴδω


(G1492)
eídō (i'-do)

1492 ειδω eido ou οιδα oida

palavra raíz; TDNT - 5:116, 673; v

  1. ver
    1. perceber com os olhos
    2. perceber por algum dos sentidos
    3. perceber, notar, discernir, descobrir
    4. ver
      1. i.e. voltar os olhos, a mente, a atenção a algo
      2. prestar atenção, observar
      3. tratar algo
        1. i.e. determinar o que deve ser feito a respeito de
      4. inspecionar, examinar
      5. olhar para, ver
    5. experimentar algum estado ou condição
    6. ver i.e. ter uma intrevista com, visitar
  2. conhecer
    1. saber a respeito de tudo
    2. saber, i.e. adquirir conhecimento de, entender, perceber
      1. a respeito de qualquer fato
      2. a força e significado de algo que tem sentido definido
      3. saber como, ter a habilidade de
    3. ter consideração por alguém, estimar, prestar atênção a (1Ts 5:12)

Sinônimos ver verbete 5825


εἰμί


(G1510)
eimí (i-mee')

1510 ειμι eimi

primeira pessoa do singular do presente indicativo; uma forma prolongada de um verbo primário e defectivo; TDNT - 2:398,206; v

  1. ser, exitir, acontecer, estar presente

ἐκ


(G1537)
ek (ek)

1537 εκ ek ou εξ ex

preposição primária denotando origem (o ponto de onde ação ou movimento procede), de, de dentro de (de lugar, tempo, ou causa; literal ou figurativo); prep

  1. de dentro de, de, por, fora de

θλῖψις


(G2347)
thlîpsis (thlip'-sis)

2347 θλιψις thlipsis

de 2346; TDNT - 3:139,334; n f

ato de prensar, imprensar, pressão

metáf. opressão, aflição, tribulação, angústia, dilemas

Sinônimos ver verbete 5907


ἀλλά


(G235)
allá (al-lah')

235 αλλα alla

plural neutro de 243; conj

  1. mas
    1. todavia, contudo, não obstante, apesar de
    2. uma objeção
    3. uma exceção
    4. uma restrição
    5. mais ainda, antes, mais propriamente, até mesmo, além do mais
    6. introduz uma transição para o assunto principal

Ἰουδαῖος


(G2453)
Ioudaîos (ee-oo-dah'-yos)

2453 ιουδαιος Ioudaios

de 2448 (no sentido de 2455 como um país); TDNT - 3:356,372; adj

judeu, que pertence à nação dos judeus

judeu de nascimento, origem, religião


καί


(G2532)
kaí (kahee)

2532 και kai

aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj

  1. e, também, até mesmo, realmente, mas

λέγω


(G3004)
légō (leg'-o)

3004 λεγω lego

palavra raiz; TDNT - 4:69,505; v

  1. dizer, falar
    1. afirmar sobre, manter
    2. ensinar
    3. exortar, aconselhar, comandar, dirigir
    4. apontar com palavras, intentar, significar, querer dizer
    5. chamar pelo nome, chamar, nomear
    6. gritar, falar de, mencionar


(G3588)
ho (ho)

3588 ο ho

que inclue o feminino η he, e o neutro το to

em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo

  1. este, aquela, estes, etc.

    Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.


οὐ


(G3756)
ou (oo)

3756 ου ou também (diante de vogal) ουκ ouk e (diante de uma aspirada) ουχ ouch

palavra primária, negativo absoluto [cf 3361] advérbio; partícula

  1. não; se usa em perguntas diretas que esperam uma resposta afirmativa

πλούσιος


(G4145)
ploúsios (ploo'-see-os)

4145 πλουσιος plousios

de 4149; TDNT - 6:318,873; adj

  1. rico, abundante em recursos materiais
  2. metáf. abundante, abundantemente suprido
    1. abundante (rico) nas virtudes cristãs e posses eternas

πτωχεία


(G4432)
ptōcheía (pto-khi'-ah)

4432 πτωχεια ptocheia

de 4433; TDNT - 6:885,969; n f

  1. pobreza, miséria
  2. no NT, indigência
    1. condição de alguém destituído de riquezas e abundância

Σατανᾶς


(G4567)
Satanâs (sat-an-as')

4567 σατανας Satanas

de origem aramaica e relacionado a 4566 (com o afixo definido); TDNT - 7:151,1007; n pr m

  1. adversário (alguém que se opõe a outro em propósito ou ação), nome dado
    1. ao príncipe dos espíritos maus, o adversário inveterado de Deus e Cristo
      1. incita à apostasia de Deus e ao pecado
      2. engana os homens pela sua astúcia
      3. diz-se que os adoradores de ídolos estão sob seu controle
      4. pelos seus demônios, é capaz de possuir pessoas e infligi-las com enfermidades
      5. é derrotado com a ajuda de Deus
      6. na volta de Cristo do céu, ele será preso com cadeias por mil anos, mas quando os mil anos terminarem, ele andará sobre a terra ainda com mais poder, mas logo após será entregue à condenação eterna
    2. pessoa semelhante a Satanás

σύ


(G4771)
(soo)

4771 συ su

pronome pessoal da segunda pessoa do singular; pron

  1. tu

συναγωγή


(G4864)
synagōgḗ (soon-ag-o-gay')

4864 συναγωγη sunagoge

da (forma reduplicada de) 4863; TDNT - 7:798,1108; n f

  1. ajuntamento, recolhimento (de frutas)
  2. no NT, uma assembléia de homens
  3. sinagoga
    1. assembléia de judeus formalmente reunidos para ofertar orações e escutar leituras e exposições das escrituras; reuniões deste tipo aconteciam todos os sábados e dias de festa; mais tarde, também no segundo e quinto dia de cada semana; nome transferido para uma assembléia de cristãos formalmente reunidos para propósitos religiosos
    2. as construções onde aquelas assembléias judaicas solenes eram organizadas. Parece ser que as sinagogas tiveram sua origem durante o exílio babilônico. Na época de Jesus e dos apóstolos, cada cidade, não apenas na Palestina, mas também entre os gentios, se tivesse um considerável número de habitantes judeus, tinha pelo menos uma sinagoga. A maioria das sinagogas nas grandes cidades tinha diversas, ou mesmo muitas. As sinagogas eram também usadas para julgamentos e punições.

Sinônimos ver verbete 5897


βλασφημία


(G988)
blasphēmía (blas-fay-me'-ah)

988 βλασφημια blasphemia

de 989; TDNT - 1:621,107; n f

  1. calúnia, difamação, discurso injurioso contra o bom nome de alguém
  2. discurso ímpio e repreensivo, injurioso contra a majestade divina