Enciclopédia de I Samuel 30:2-2

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

1sm 30: 2

Versão Versículo
ARA tinham levado cativas as mulheres que lá se achavam, porém a ninguém mataram, nem pequenos nem grandes; tão somente os levaram consigo e foram seu caminho.
ARC E levaram cativas as mulheres que estavam nela, porém a ninguém mataram, nem pequenos nem grandes; tão somente, os levaram consigo e foram pelo seu caminho.
TB tinham levado cativas as mulheres e todos os que ali se achavam, tanto pequenos como grandes; não mataram a ninguém, porém os levaram consigo e foram seu caminho.
HSB וַיִּשְׁבּ֨וּ אֶת־ הַנָּשִׁ֤ים אֲשֶׁר־ בָּהּ֙ מִקָּטֹ֣ן וְעַד־ גָּד֔וֹל לֹ֥א הֵמִ֖יתוּ אִ֑ישׁ וַיִּֽנְהֲג֔וּ וַיֵּלְכ֖וּ לְדַרְכָּֽם׃
BKJ e haviam levado cativas as mulheres que nela estavam: eles não mataram nenhuma delas, nem grande, nem pequena, mas as tomaram, e prosseguiram no seu caminho.
LTT E tinham levado cativas as mulheres, e todos os que estavam nela, tanto pequenos como grandes; a ninguém, porém, mataram, tão-somente os levaram consigo, e foram pelo caminho deles ①.
BJ2 Fizeram prisioneiros as mulheres e todos os que ali se achavam,[n] pequenos e grandes. Não mataram ninguém, mas os levaram consigo, e continuaram o seu caminho.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de I Samuel 30:2

I Samuel 27:11 E Davi não dava vida nem a homem nem a mulher, para trazê-los a Gate, dizendo: Para que, porventura, não nos denunciem, dizendo: Assim Davi o fazia. E este era o seu costume por todos os dias que habitou na terra dos filisteus.
I Samuel 30:19 E ninguém lhes faltou, desde o menor até ao maior e até os filhos e as filhas; e também desde o despojo até tudo quanto lhes tinham tomado: tudo Davi tornou a trazer.
Jó 38:11 e disse: Até aqui virás, e não mais adiante, e aqui se quebrarão as tuas ondas empoladas?
Salmos 76:10 Porque a cólera do homem redundará em teu louvor, e o restante da cólera, tu o restringirás.
Isaías 27:8 Com medida contendeste com ela quando a rejeitaste; ele a tirou com o seu vento forte, no tempo do vento leste.

Notas de rodapé da LTT

As notas de rodapé presentes na Bíblia versão LTT, Bíblia Literal do Texto Tradicional, são explicações adicionais fornecidas pelos tradutores para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas são baseadas em referências bíblicas, históricas e linguísticas, bem como em outros estudos teológicos e literários, a fim de fornecer um contexto mais preciso e uma interpretação mais fiel ao texto original. As notas de rodapé são uma ferramenta útil para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira compreender melhor o significado e a mensagem das Escrituras Sagradas.
 ①

de volta à terra deles.


Mapas Históricos

Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados ​​para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.

A ROTA DO ÊXODO

Não há dúvida de que um êxodo israelita partindo do Egito realmente aconteceu. Contudo, continuam existindo várias e importantes dúvidas históricas e geográficas sobre acontecimentos antes e durante o Êxodo. As dúvidas geográficas receberão mais atenção aqui, mas talvez seja oportuno, primeiro, acrescentar algumas rápidas informações históricas.

OS ANTECEDENTES HISTÓRICOS
Já na época do "Reino Médio" do Egito, no final da XII dinastia (aprox. 1800 a.C.) ou mesmo antes, um número cada vez maior de asiáticos veio para o Egito e se estabeleceu basicamente no leste do delta do Nilo e na região ao redor.
Os egípcios vieram a chamar essas pessoas de hegaw Whasut, uma expressão que significava "governantes de terras estrangeiras", mas que se referia, mais especificamente, aos governantes procedentes de Canaã que falavam um dialeto semítico ocidental. 13 Empregamos a forma aportuguesada do termo grego usado para descrever essas pessoas: hicsos. Ao longo do século 18 a.C., o poder egípcio foi diminuindo, ao mesmo tempo que o número de hicsos foi crescendo. As estruturas peculiares das construções dos hicsos, a forma de seus objetos cerâmicos e várias práticas sociais e religiosas cananeias refletem uma força relativa e uma independência crescente. Atribui-se aos hicsos introduzirem no Egito várias formas de inovação tecnológica militar, inclusive carros de guerra puxados por cavalos, arcos compostos e aríetes,104 o que os teria tornado uma forca militar ainda mais notável e uma entidade política com autodeterminação. No final, por volta de 1640 a.C., os hicsos se tornaram suficientemente fortes para tomar o controle de quase todo o Egito, constituindo aquilo que, na história egípcia, é hoje conhecido como XV e XVI dinastias Os hicsos se estabeleceram basicamente em Aváris/T. el-Dab'a, no braço mais oriental (Pelúsio) do delta, e ali cresceram e prosperam por cerca de 100 anos.
A independência da cidade durante esse período também se refletiu no amplo alcance de seu comércio, que se estendia pelo Mediterrâneo oriental, o Levante e a Mesopotâmia e, no sul, chegava até a Núbia. Por volta de 1560 a.C. os egípcios saquearam Aváris, a capital hicsa. Não muito depois, os hicsos foram expulsos do Egito por príncipes naturais dali e começou, na história egípcia, o período denominado "Reino Novo". Os faraós do Reino Novo realizaram um esforco concentrado - até mesmo impetuoso - para fazer com que o Egito reunificado ficasse livre de qualquer vestígio de influência hicsa. Até mesmo numerosas campanhas militares foram lancadas contra os hicsos em Canaã e na Síria e, no devido tempo, contra seus aliados asiáticos, em especial os arameus e os mitânios.
A história bíblica e os dados arqueológicos parecem indicar que foi diante de um monarca hicso que José compareceu como intérprete de sonhos (Gn 41:14-37), o qual, mais tarde, concedeu à sua família excelente gleba (Gósen) (Gn 47:5-6).
Essa teoria pode explicar como José - um não egípcio - pôde experimentar uma ascensão política tão meteórica, chegando à posição de vice-regente num país que normalmente exibia uma mentalidade xenófoba e, às vezes, arrogante diante de estrangeiros. De forma semelhante, o faraó acolheu calorosamente a família semítica de José, que vinha de Canaã (Gn 47:1-11), e lhes entregou terras valiosas para morarem - um gesto que é mais sugestivo de um monarca que era, ele próprio, um semita originário de Canaã, do que de um egípcio nativo. Essa teoria é coerente com o fato de que aqueles que desceram com Jacó conseguiram prosperar e se multiplicar no Egito, e, por algum tempo, foram fortes o suficiente para representar uma ameaça em potencial a um faraó.
Dando sequência a essa teoria, o "novo rei, que não havia conhecido José [e] levantou-se sobre o Egito" (Ex 1:8), teria sido então um dos faraós do Reino Novo, isto é, um faraó natural do Egito. Assim, como parte do expurgo dos hicsos. o faraó estaria decidido a retomar o controle político total do leste do delta, recusando-se firmemente a reconhecer que a concessão de terras de Gósen continuava sendo legítima. Além disso, percebendo que os israelitas eram uma multidão que poderia muito bem estar inclinada a formar uma aliança militar com os inimigos hicsos (sendo que ambos os povos tinham vindo de Cana para o Egito), por precaução esse novo rei escravizou o povo de Deus (Ex 1:9-11). A bem da verdade, essas são generalizações vagas, ainda que sustentáveis, mas, além desse ponto, parece arriscado especular sobre a identidade do faraó específico que favoreceu José, do rei em particular que escravizou os israelitas ou do monarca do Egito à época do Êxodo. Nesse aspecto, não existe nenhum dado transparente que sirva de base para uma afirmação definitiva.

O CONTEXTO GEOGRÁFICO
As narrativas bíblicas situam na cidade de Ramessés o ponto de partida do êxodo israelita do Egito (Nm 33:3; cp. Êx 1.11; 12.37); dali, viajaram primeiro para Sucote (Êx 12.37; cp. Nm 33:5), então para Etá (Êx 13.20; cp. Nm 33:6) e, finalmente, para Pi-Hairote, junto à massa de água (Êx 14.2; cp. Nm 33:7-8) Iv. mapa 33]. Desses lugares, apenas a localização de Ramessés está acima de dúvida. Hoje sabemos que a Ramessés bíblica ficava em I. el-Dab'a/Qantir, Por volta de 1290 a.C. o faraó Seti I comecou a construir Ramessés perto das ruínas da cidade hicsa de Aváris, mas foi o faraó Ramsés II que a ampliou grande e esplendidamente.
A Ramessés bíblica tornou-se uma enorme metrópole em expansão, cobrindo uma área de pelo menos 15 quilômetros quadrados no espaço de uns mil hectares.
Na cidade havia um enorme conjunto de prédios régios e religiosos. A maioria foi construída com tijolos de barro (Ex 1:14-5.7,8,16-19), uma forma de construção anteriormente desconhecida no delta, muito embora, naquela região, pedras fossem praticamente inexistentes. Ramessés também incluía uma grande fortaleza militar,107 um espaçoso complexo de templos em que arqueólogos encontraram no solo até mesmo restos de pó de ouro, resultante do trabalho de douração de objetos da realeza,108 um amplo complexo de carros e cavalos capaz de acomodar 450 cavalos, dezenas de peças de carros, uma imensa área industrial para produção de bronze e muitas oficinas e instalações para armazenamento de tijolos de barro (Ex 1:11). Descobriu-se uma fábrica de lajotas azuis vitrificadas para uso nas propriedades palacianas dos faraós. Logo ao redor dessa instalação, foram encontrados alguns óstracos que até trazem o nome "Ra'amses" (Ramsés) E bem recentemente se encontrou um tablete cuneiforme que parece confirmar que o lugar era a residência régia do faraó Ramsés.!! Então, não há dúvida de que foi desse lugar que os israelitas começaram sua viagem.
Partindo de Ramessés, os israelitas chegaram a Sucote (Ex 12:37; Nm 33:5).
Já faz muito tempo que estudiosos reconheceram que Sucote é o equivalente Um texto egípcio do século 13 indica que Pitom ficava a oeste de Tieku/Sucote.! Alguns estudiosos têm procurado Tjeku/Sucote em T. el-Maskhuta ' e acreditam que o nome original Sucote se reflita no nome moderno Maskhuta. Se for esse o caso, então T. er-Retaba se torna um excelente candidato para a localização da Pitom bíblica (Ex 1:11), embora não haja tanta certeza quanto a isso.
A Bíblia diz que os israelitas, que estavam indo embora, foram de Sucote para Eta, às margens do ermo/deserto (Ex 13:20; Nm 33:6). Ao contrário de Sucote e Pitom, que têm uma etimologia claramente egípcia, é incerta a origem da palavra Eta. Mas, tendo em vista o trajeto implícito numa viagem de T. el-Dab'a/Ramessés até T. el-Maskhuta/Sucote a caminho da massa de água, junto com a explicitação adicional de que Etá ficava à entrada do deserto", a localização de Eta deve ter sido a leste de T. el-Maskhuta/Sucote, provavelmente na estrada principal que ia para o leste, rumo ao deserto de Sur. É possível que a origem da palavra Età seja um topônimo egípcio HwI-Itm (uma variante da palavra para Atum, o deus-sol de Heliópolis), I14 localidade situada no uádi Tumilat.
Vindos de Etã, os israelitas chegaram a Pi-Hairote, que, conforme descrição no livro de Êxodo, ficava "entre Migdol e o mar, em frente de Baal-Zefom" (Ex 14:2), e, conforme descrição no livro de Números, estava "defronte de Baal-Zefom, londe\ acamparam diante de Migdol" (Nm 33:7).
Onde quer que tenha sido esse lugar, devia ficar bem ao lado da massa de água que Israel atravessou "em terra seca", visto que, de acordo com Exodo, os israelitas ficaram acampados "junto ao mar" (14,26) e, de acordo com Números, logo após partirem de Pi-Hairote, passaram "pelo meio do mar até o deserto" (Nm 33:8).
É obieto de debate se o nome Pi-Hairote é de origem egípcia (pi(r)-hahiroth significa "casa de Hator" uma deusa celeste egípcia]) ou semítica (com o sentido de "escavar/cortar", o que deixa implícita a localização junto a um canal). Quanto a esta última possibilidade, o mapa apresenta os vestígios de um canal, só recentemente descoberto, que, saindo do lago Timsah, estendia-se até o litoral do Mediterrâneo. Trechos desse canal têm cerca de 70 metros de largura na superfície, cerca de 20 metros de largura no fundo e quase 3 metros de profundidade. Sem dúvida, o canal estava operante na época em que os israelitas saíram do Egito, qualquer que seja a data que se aceite para o Êxodo. Estudiosos concluíram que, embora também possa ter sido construído para navegação ou irrigação, na Antiguidade seu propósito principal era servir de barreira defensiva militar.
Outra indicação de que Pi-Hairote pode ter tido relação com algum tipo de obstáculo defensivo militar é que nos dois relatos do Êxodo ele aparece junto com Migdol (Ex 14:2; Nm 33:7). A palavra egípcia maktar reflete a palavra semítica migdol, que significa "fortaleza". Textos egípcios trazem inúmeras referências a Maktar/Migdol e foram identificados vários lugares com o nome Matar/Migdol.
Um desses lugares fica na área do uádi Tumilat mais a leste, 16 provavelmente bem próximo da moderna 1smaília. Se, depois de T. el-Maskhuta, os israelitas estavam indo na direção leste pelo uádi Tumilat, é de se prever que teriam chegado a Maktar/Migdol.
A Bíblia registra que, logo no início da viagem do Êxodo, Israel foi proibido de ir pelo "caminho da terra dos filisteus" (Ex 13:17). Hoje sabemos que essa destacada rota militar egípcia - "a(s) estrada(s) de Hórus" - era protegida por uma série de instalações militares egípcias entre Sile e Gaza.
Caso não fosse uma rota consagrada, parece que a proibição divina teria sido desnecessária. Além disso, um texto egípcio do século 13 a.C. I8 conta sobre um oficial egípcio que saiu em perseguição de fugitivos que haviam passado por Ramessés, Tjeku/Sucote e Maktar/Migdol - nessa ordem - e então haviam se dirigido para o norte, presumivelmente na direção de Canaã. A probabilidade de que tanto Israel quanto o oficial egípcio tenham passado por três lugares com os mesmos nomes e exatamente na mesma sequência, num intervalo de apenas poucos dias, é grande demais para ser coincidência.
Os dados são um forte indício de que os fugitivos, o oficial egípcio e os israelitas estavam todos seguindo pelo mesmo bem conhecido e bastante usado corredor de trânsito, e - no caso dos israelitas - não era uma alternativa fora de mão, na tentativa de não serem detectados pelo faraó e suas forças. O mapa mostra três dessas vias de trânsito que, saindo do delta, irradiavam para o leste. Do norte para o sul, são:

Conforme dito acima, Deus excluiu a opção mais ao norte (Ex 13:17). Das duas escolhas restantes, parece significativo que, depois de passarem por Maktar/Migdol de Seti e entrarem no deserto, os fugitivos mencionados no papiro egípcio se dirigiram para o norte. Isso torna muitíssimo provável que estavam pegando a saída mais rápida e mais direta ("o caminho de Sur") e que não tinham escolhido um caminho tão ao sul quanto o Darb el-Hajj. Assim, parece que " caminho de Sur" deve ter sido, entre as rotas existentes, a que mais provavelmente os israelitas seguiram.

OS 1SRAELITAS JUNTO AO MAR
Os israelitas chegaram a uma massa de água onde seriam resgatados e o exército egípcio seria afogado. O Antigo Testamento grego (LXX) identifica essa massa de água como o ervthrá thálassa ("mar Vermelho"), o que tem levado muitos a imaginar que Israel deve ter ficado junto à massa de água que hoje conhecemos pelo nome de mar Vermelho. Contudo, no mundo clássico, quando a LXX foi traduzida, a expressão ervthrá thálassa podia designar não apenas aquilo que, num mapa moderno, seria chamado de mar Vermelho, mas também o golfo Pérsico, o oceano Índico e/ou águas a eles associadas... ou até mesmo todas essas massas de água juntas.!° Parece, então, que os tradutores da LXX empregaram a expressão erythrá thálassa de uma maneira consistente com seu uso em outros textos do mundo clássico (At 7:36; Hb 11:29). Houve um "mar Vermelho" clássico, assim como existe um "mar Vermelho" moderno, mas essas duas massas de água não têm a mesma extensão nem devem ser confundidas. Por outro lado, o Antigo Testamento hebraico chamou de yam sûf ("mar de juncos/papiro") a massa de água onde os israelitas pararam. Essa mesma palavra, sûf, é empregada para se referir a juncos/papiro que cresciam ao longo do Nilo.
A mãe de Moisés pôs o filho num cesto e colocou o cesto no meio dos sûf (Ex 2:3-5). Da mesma maneira, a literatura profética se refere a um tipo de planta aquática. Depois de ser atirado do navio, Jonas afirma que sûf ("algas marinhas"?) se enrolaram em sua cabeça (In 2.5). Isaías escreve que os rios e canais do Egito secarão; seus juncos e sûf ("caniços"?) apodrecerão (Is 19:6). É quase certo que sûf foi tomado de empréstimo de uma palavra egípcia, tf(y), atestada no período do Reino Novo e que significava "juncos/papiro",20 e, em função disso, aqui em Êxodo a expressão vam sûf deve ser traduzida "mar de juncos" É oportuno assinalar por alto que, pelo fato de que Lutero, nessa passagem, dependeu bastante do texto hebraico, ele usou a palavra Schilfmeer ("mar de juncos") na tradução em alemão.
Em egípcio, a palavra tw/fy) frequentemente designava uma região onde havia tanto brejos com papiros quanto pastagens. Com a rota criada devido à localização de Ramessés, Sucote/ Tieku e Migdol/Maktar, parece mais plausível que a travessia milagrosa do "mar" (SI 77.19,20) aconteceu no lago Timsah ou ali perto, onde a artéria de transporte existente (°o caminho de Sur') cruzava uma série de lagos. Mesmo se esforçando para ser ardentemente bíblico nesse ponto, é impossível que se chegue a certas conclusões geográficas indisputáveis nessa parte da investigação.
Contudo, embora a Bíblia forneça bem poucos detalhes relevantes - tanto geográficos quanto logísticos - da travessia milagrosa, o que é claro, mas com frequência ignorado, é o fato de que, ao que parece, a travessia levou bem pouco tempo. Pensa-se que a cronologia dos acontecimentos foi a seguinte:


Parece que os israelitas iniciaram sua travessia depois do pôr do sol e, contudo, quando começava a raiar o dia, na perseguição, os egípcios já estavam tentando atravessar o mar. Isso dá a entender convincentemente que toda a travessia israelita se estendeu no máximo por oito horas.
Os israelitas tinham acabado de ser emancipados da escravidão e haviam deixado o Egito às pressas, com seus rebanhos e manadas (Ex 12:38). Simplesmente passar de um lado para o outro de uma massa de água num período tão curto, com uma eficiência de movimento pouco maior do que a de uma multidão levemente organizada, teria exigido um milagre de uma magnitude bem maior do que a representada por Cecil B. DeMille no filme Os Dez Mandamentos, pela arte medieval ou pela literatura cristã de nossos dias. Não é inconcebível que tenha sido necessário um corredor de terra com a largura de alguns quilômetros para, dentro do tempo disponível, permitir que os israelitas atravessassem com tudo o que levavam consigo. De modo que não é de admirar que, mais tarde, escritores bíblicos citem repetidas vezes o acontecimento do Exodo quando procuram estabelecer um paradigma do poder absoluto e soberano de Deus (SI 66.5,6; 78.13 106:11; Is 51:9-10; 63:12-14) ou apresentar uma justificação da crença de que lahweh é o único e verdadeiro Deus da história (Nm 23:22-24.8; Js 2:10-11; 9.9,10).
Tendo experimentado livramento ali na água, em seguida Israel foi orientado a iniciar viagem para o monte Sinai. Bem poucas questões geográficas do Antigo Testamento têm sido objeto de debate mais intenso do que a localização do monte Sinai. Hoje em dia, o monte sagrado é procurado em qualquer uma de três regiões principais:

PROCURANDO O MONTE SINAI NA ARÁBIA SAUDITA/SUL DA JORDÂNIA
Defensores da hipótese saudita/jordaniana destacam três detalhes apresentados na Bíblia. Primeiro, depois de fugir de um faraó que procurava tirar-lhe a vida, Moisés passou a residir na terra de Midia e se tornou genro de um sacerdote que vivia ali (Ex 2:15-16; 18.1). Segundo, a Bíblia está repleta de referências ao que parece ter sido atividade vulcânica ou sísmica associada ao estabelecimento da aliança sinaítica (Ex 19:18-24.17; Dt 4:11-12; 5:22-26; 9.10,15; 10.4; Jz 5:5; SI 68.8; Ag 2:6). E, terceiro, o apóstolo Paulo explicitamente situou o monte Sinai na Arábia (GI 4.25).
De acordo com esse ponto de vista, a terra de Midia estava situada exclusivamente a leste do golfo de Ácaba. Afirma-se ainda que a estrutura geológica de montanhas Aninhado abaixo das encostas do jebel Musa ("o monte de Moisés"), fica o mosteiro ortodoxo grego de Santa Catarina.
dentro da própria península do Sinai não favorece atividade vulcânica nem sísmica, ou, pelo menos, não favoreceu atividade recente. E, por fim, esse ponto de vista sustenta que representa a única opção importante para situar o monte santo dentro da Arábia. É muito provável que estudiosos com essa opinião situem o monte Sinai em um dos seguintes lugares: Petra, j. Bagir, i. al-Lawz, j. Manifa ou Hala el-Bedr.
Objeções levantadas a cada um dos três argumentos a favor de uma localização saudita/jordaniana têm diminuído sua força. A tradição bíblica associa Moisés aos queneus (Jz 1:16-4.
11) e também aos midianitas. Não se pode afirmar que, antes do período greco-romano, os midianitas nômades ou sua subtribo, os queneus, estivessem confinados em uma só região.
Midianitas residiram dentro do território de Moabe (Gn 36:35-1Cr 1.46), na chapada Mishor da Transjordânia (Js 13:21), nas áreas desérticas a leste de Moabe e Amom (Jz 7:25), no norte do Sinai (1Rs 11:18) e até mesmo (talvez sazonalmente) na própria Canaã (Jz 6:1-6; 7.1). O argumento de atividade vulcânica/sísmica já não é mais decisivo. Primeiro, embora se reconheça que não há registro de atividade vulcânica recente no próprio Sinai, indícios sísmicos mostram que há bastante atividade sísmica na área do golfo de Ácaba.Bem recentemente, em 1982, a península do Sinai experimentou um terremoto de grandes proporções (medindo mais de seis graus na escala Richter). Mas, em segundo lugar, o linguajar fenomenológico dos textos bíblicos relevantes pode estar refletindo condições climáticas ao redor do monte Sinai na ocasião (SI 68:8-10). Uma possível interpretação alternativa é entender o linguajar desses textos em um sentido dinâmico, que destaca vividamente uma aparição de Deus - uma teofania.123 Outras passagens teofânicas do Antigo Testamento empregam terminologia semelhante, sem pressupor atividade vulcânica/sísmica (25m 22:8-16; SI 18:7-15; 89:5-18; 97:1-5; 104.31,32).
A questão da "Arábia" exige esclarecimento adicional.
Quem utiliza o termo atualmente pode se referir ou à Arábia Saudita ou a toda a península Arábica. De modo análogo, referências antigas à "Arábia" podiam denotar áreas diferentes.12 Aliás, em geral o mundo clássico atesta pelo menos cinco regiões distintas conhecidas como "Arábia"125 Em função disso, é essencial que o intérprete moderno entenda que o apóstolo Paulo (Gl 4:25) estava retratando com precisão a verdade geográfica de seu mundo - não do nosso! De maneira que, conquanto nenhum dos três principais pontos de vista sobre a localização do monte Sinai possa afirmar que, na questão geográfica, o apóstolo Paulo lhe dá apoio exclusivo, a declaração do apóstolo também não elimina nenhum deles.

PROCURANDO O MONTE SINAI NO NORTE DA PENÍNSULA DO SINAI
Quando situam o monte Sinai no j. Sin Bisher, j. Magharah, j. Helal, j. Yeleg, j. Kharif, j. Karkom ou na própria Cades-Barneia, defensores da hipótese do norte do Sinai também procuram ancorar seus argumentos na Bíblia. Para começar, o pedido de Moisés ao faraó foi para ir deserto adentro numa distância que levava três dias de viagem (Ex 5:3; cp. 3.18; 8.27). Proponentes da ideia de que o monte Sinai ficava no norte da península do mesmo nome deduzem, portanto, que o monte não podia estar distante de Gósen muito mais do que três dias de caminhada. Segundo, eles citam duas referências bíblicas à chegada de codornizes (Êx 16.13; Nm 11:31-32) e, ainda hoje, moradores do norte do Sinai conseguem capturar com facilidade codornizes exaustas, que acabaram de completar uma longa etapa em sua migração anual entre o sul da Europa e a Arábia. Terceiro, também dizem que a vitória israelita sobre os amalequitas em Refidim favorece decisivamente uma localização no norte (Ex 17:8-13), visto que essa é a região onde outras passagens da Bíblia os situam. E, quarto, afirmam que determinadas passagens poéticas do Antigo Testamento apoiam uma localização no norte (Dt 33:2; Jz 5:4; Hc 3:3-7).
Vistos no conjunto, esses argumentos parecem bastante fortes, mas, vistos isoladamente, pode-se considerar que não são conclusivos. A proposta dos três dias pressupõe uma interpretação literal da expressão "três dias", o que poderia ser tão provável quanto interpretá-la como um período aproximado ou um exemplo de barganha oriental.
Ela também exige que o destino envolvido no pedido de Moisés fosse o monte Sinai, embora o texto nunca afirme isso. Os destinos propostos no Sinai ficam a pelo menos 120 quilômetros da região de Gósen - uma distância grande demais para cobrir em três dias. Anais desse período em geral indicam que o exército egípcio conseguia cobrir cerca de 24 quilômetros por dia. Os israelitas, com a dificuldade natural representada pelas mulheres, filhos, rebanhos e manadas (Êx 12.37.38: 34.3), não conseguiriam viajar tanto. Hoje a distância média diária que um grupo de beduínos consegue percorrer naquele terreno é de cerca de 9,5 quilômetros. 127 E há, listados, um total de oito acampamentos intermediários entre o livramento de Israel junto ao mar e sua chegada no monte Sinai (Nm 33:8-15).
A viagem de Gósen ao monte Sinai aconteceu na primavera (Ex 13:3-6: o mês de abibe corresponde a março/abril),128 e a jornada do monte Sinai até Cades-Barneia ocorreu cerca de um ano depois, também durante a primavera (Nm 9:1-10.11). Por isso, qualquer um que procure interpretar as duas narrativas de codornizes (Ex 16:13; Nm 11:31-35) em termos de fenômeno da natureza tem de relacionar tais narrativas com a migração de aves durante a primavera. Na realidade, pode chegar a um bilhão o número de aves migrantes, pertencentes a até 350 espécies diferentes, que voam anualmente sobre a península do Sinai em suas migrações de primavera rumo ao nortel. No entanto, conforme pode-se imaginar, a imensa maioria dessas aves pousa perto do litoral da península (i.e., no sul) em vez de em lugares mais ao norte. Pontos de pouso no norte são mais sugestivos de migração no outono,130 Assim sendo, levando em conta a informação explícita sobre a estação do ano das duas narrativas de "codornizes", é mais convincente situar esses eventos em algum lugar no sul da península do Sinai e não uns 240 quilômetros para o norte.
O lugar do encontro entre os israelitas e os amalequitas em Refidim (Êx 17:8-16) continua envolto num certo mistério, em especial à luz da narrativa de I Samuel 15. Em outras passagens do Antigo Testamento, parece que os amalequitas são encontrados basicamente em regiões no norte. São situados na terra de Edom (Gn 36:16), na área ao redor de Cades-Barneia (Gn 14:7), no Neguebe (Nm 13:29), na região logo ao sul de Judá (1Sm 27:8), na região montanhosa de Efraim (Jz 12:15), perto de Ziclague (1Sm 30:1-2) e até mesmo tão a oeste quanto o território de Sur (1Sm 15:7). Também existem relatos de amalequitas fazendo parte de uma liga com moabitas (Jz 3:12-14) e midianitas (Jz 6:33-7.12). Levando em conta essa distribuição territorial ampla, o estilo de vida bem móvel e o fato de que os textos, às vezes, dizem que empregavam camelos para transporte (Jz6.5; 7.12).comumente os amalequitas são considerados um povo nômade. Seus deslocamentos, embora por uma ampla área, tendiam a estar ligados a desertos e a terras improdutivas e despovoadas. Por isso, esse argumento não parece decisivo em favor de localizar o monte Sinai no norte. Quanto aos textos de Deuteronômio, Juízes e Habacuque que parecem identificar o monte Sinai com Seir, Para, Hama e Edom, é preciso ter em mente que sua estrutura claramente poética inclui elementos de paralelismo hebraico. Então, empregando o mesmo raciocínio, pode-se tentar defender que Para deva ser identificada com Seir, Temá ou Edom, o que é claramente um absurdo. Além do mais, as passagens descrevem exemplos de teofania:132 cada uma reflete a realidade de que o Deus de Israel, um guerreiro divino, é capaz de livrar seu povo da opressão. Nesses textos, o denominador comum de Sinai, Seir, Pará, Temã e Edom é apenas que, para quem está em Canaã, todos estão localizados no sul, em geral.
Além disso, vários textos bíblicos dão a entender que o monte Sinai estava separado da região de Cades-Barneia por uma grande distância. No itinerário israelita entre o monte Sinai e Cades (Nm 33:16-36), são registradas cerca de 20 paradas, e aquele itinerário pode ser de natureza seletiva (Dt 1:1). Deuteronômio 1.2 especifica que havia uma caminhada de 11 dias entre Horebe/Sinai e Cades-Barneia. De modo análogo, o texto de I Reis 19:8 indica que Elias levou 40 dias para viajar de Berseba até o monte Sinai. Embora o tempo de viagem varie de um texto para outro, essas narrativas bíblicas concordam que havia uma distância considerável entre o monte Sinai e Cades-Barneia - uma conclusão que é fatal para o ponto de vista que defende que o monte Sinai deve ser situado em algum lugar no norte da península do mesmo nome.

PROCURANDO O MONTE SINAI NO SUL DA PENÍNSULA DO SINAI
Defensores do ponto de vista do monte Sinai no sul tendem a procurar o monte Sinai no j. Serbal, Ras Safsaf, j. Katarina ou j. Musa. Esse ponto de vista também tem uma tradição antiga e com muitos argumentos em seu Evor: mais de 2.500 inscrições nabateias foram encontradas perto de Serbal, com datas já dos séculos 2:3 d.C. Em geral essas inscrições são invocações por uma viagem segura e talvez indiquem uma rota de peregrinação » Além disso, moedas do século 4 foram encontradas nas vizinhanças.
•Uma tradição crista que remonta ao início da era bizantina reverencia o local do j. Musa ("monte de Moisés"), o que surpreende em vários aspectos. No sul do Sinai, há dez outros cumes mais altos do que o j. Musa, o que os torna escolhas mais prováveis, caso a escolha se desse apenas por acaso ou com base na altitude ou aparência. Na realidade, o contorno da topografia ao redor deixa o pico do j. Musa quase invisível para as planícies próximas e fica claro que o monte não atrai nenhuma atenção. Apesar disso, à época de perseguições romanas no século 3,136 um pequeno grupo de ascetas cristãos estava vivendo no j. Musa e, já no início do século 4, existia um mosteiro no sopé do monte.
A tradição que associa o j. Musa ao monte Sinai merece crédito também porque vai contra a tendência bizantina de estabelecer santuários em locais de fácil acesso a peregrinos cristãos. E, ao contrário de muitos antigos lugares cristãos no Levante, o monte Sinai não está associado ao Novo Testamento, mas ao Deus do Antigo Testamento e aos profetas Moisés e Elias. Ele está bem na periferia da tradição cristã. Como dado adicional que favorece uma localização no sul, alguns lugares ao longo do itinerário israelita até o monte Sinai (Êx 15:22-19,1) e entre o monte Sinai e Cades-Barneia (Nm 21:33; Dt
1) lembram os nomes de alguns lugares modernos, e a localização de três pontos intermediários de parada necessariamente pressupõe uma rota do sul. Mas é preciso fazer uma advertência. Visto que a maior parte do sul do Sinai nunca foi habitada de forma permanente, não se deve afirmar que todos, a maior parte ou mesmo muitos postos intermediários de parada no itinerário podem ser hoje localizados com precisão geográfica. Os textos bíblicos informam que os israelitas deram nome a alguns dos lugares enquanto passavam por eles (e.g., Mara Êx 15.23]; Massá e Meribá [Êx 17.7]). É óbvio que nomes dados em tais circunstâncias jamais se tornariam permanentes. Entretanto, não há dúvida de que Eziom-Geber (Nm 33:35) estava situada nas proximidades da moderna Eilat (cp. 1Rs 9:26), mais provavelmente no sítio-ilha adiacente chamado Jezirat Fara'un. 138 Da mesma forma, parece que o nome Di-Zaabe (Dt 1:1) se reflete no da moderna cidade de Dahab, pois os nomes são foneticamente equivalentes e ambos têm a ver com locais de ouro. 139 Ademais, parece que o nome do maior e mais exuberante oásis do sudoeste do Sinai (Feiran) foi mantido em fontes clássicas e bizantinas.140 Além dessas correlações bastante seguras, alguns estudiosos propõem que o ponto de parada em Jotbatá (Nm 33:33) - que, na lista, é a segunda parada rumo ao norte, antes de Eziom-Geber, indo para Cades-Barneia - deve ser identificado com o moderno Oasis de Taba, situado no litoral do mar Vermelho, cerca de 11 quilômetros ao sul de Eziom-Geber.
Parece que a localização da própria Eziom-Geber faria com que a rota norte do Sinai desse uma volta impossível. Pois como alguém explica uma viagem do j. Kharif, j. Karkom, j. Helal, j. Yeleg ou até mesmo do j. Sin Bisher até Eziom-Geber, se o destino do itinerário é Cades-Barneia? Da mesma maneira, se fosse possível comprovar indubitavelmente a identificação de qualquer um dos outros dois lugares (Feiran, Di-Zaabe), a tese saudita/jordaniana também seria considerada geograficamente incoerente. Por isso, a impressão é que a tradicional hipótese sul do Sinai é a mais provável. Parece que é a que tem o máximo em seu favor e nada decisivo contra ela.

SEGUINDO A ROTA DOS 1SRAELITAS
Com base nessa conclusão, é possível reconstruir uma rota israelita plausível até o monte Sinai, então até Cades-Barneia e, por fim, até Sitim. Do lugar em que foram livrados do Egito, é provável que os israelitas tenham seguido para o sul, pela estrada costeira a leste do golfo de Suez, indo por toda ela até a foz do uádi Feiran, ao longo do qual havia uma série de oásis e poços para fornecer água.
Uma rota alternativa pelo uádi Matalla os teria levado para o interior do continente, em um ponto logo ao sul da moderna Abu Zeneimeh, passando por Serabit el-Khadim e, em seguida, indo numa diagonal rumo ao sudeste, até encontrar o uádi Feiran, perto de Refidim. Essa é, porém, uma alternativa extremamente problemática, tanto do ponto de vista histórico quanto do geográfico.!# Por sua vez, o uádi Feiran (também conhecido em seus trechos superiores como uádi Sheikh) é uma passagem bem larga, contínua e com subida suave, que atravessa a região de granito, a qual, pelo contrário, é irregular e um pouco íngreme; o uádi Feiran é todo assim até o passo de Watiya. Seguindo pelo passo de Watiya, os israelitas então teriam dobrado para o sul e saído diretamente na planície de er-Raha, localizada logo ao norte do j. Musa.
Mais tarde, quando partiram do monte Sinai rumo a Eziom-Geber e além, o uádi Nasb teria sido uma escolha excelente. Seguindo o curso desse uádi isolado, que era contínuo e com descida suave, até o ponto de sua desembocadura, perto da moderna Dahab, os israelitas teriam passado por uma rede de oásis,45 dos quais o mais proeminente era Bir Nasb. Com relativa facilidade, teriam conseguido atravessar a barreira montanhosa que corre longitudinalmente ao longo do leste da península e flanqueia o golfo de Ácaba. E, então, chegando ao golfo, teriam caminhado para o norte, entre a serra e o golfo, de novo passando por vários oásis, inclusive o Nuweiba - o maior e mais fértil oásis de todo o Sinai oriental - até que, por fim, chegassem a Eziom-Geber.
A partir dali, o mais provável é que os israelitas teriam seguido na direção noroeste, indo por uma estrada hoje conhecida como Darb al-Ghazza, rumo a Cades-Barneia (Ain Qadeis). Foi de Cades-Barneia que doze homens foram enviados para entrar em Canaã e espionar ali (Nm 13). Quando a maioria daqueles homens apresentou um relatório sem fé e negativo, aceito pela comunidade de Israel (Nm 14:1-10), aquela geração foi desqualificada para entrar na terra e possuí-la, e Israel permaneceu mais ou menos parado em Cades por talvez 35 anos ou mais (cp. Dt 1:46)
Quando, finalmente, os israelitas partiram de Cades e estavam a caminho de Sitim, o rei de Edom não permitiu que fossem por Punom, um passo que atravessa as montanhas de Edom até chegar à "Estrada Real" (Nm 20:14-17). Isso exigiu um desvio de mais de 280 quilômetros de cenário bem imponente, o que possivelmente desencadeou o incidente denominado de "serpente de bronze" (Nm 21:4-9). Dar a volta em torno do território edomita fez com que Israel de novo tomasse o caminho do "mar Vermelho" (Nm 21:4) e de Eziom-Geber (Dt 2:8) e, então, ao longo da margem do deserto que flanqueava uma série de fortalezas edomitas e moabitas, provavelmente usando uma estrada que mais tarde veio a ser conhecida como "estrada dos Peregrinos"17 Por fim, pela segunda vez chegaram perto da Estrada Real (Nm 21:22). De novo foram proibidos de passar, dessa vez por Siom, um monarca amorreu. Seguiu-se uma batalha em que Siom foi derrotado (Nm 21:23-30). Isso permitiu que os israelitas finalmente completassem a terceira etapa indireta de sua jornada, passando por Dibom e Hesbom e chegando a Abel-Sitim ("a campina/pastagem de Sitim" [Nm 33:45-49]), ou Sitim, que é como o lugar é normalmente conhecido no Antigo Testamento (Nm 25:1; Is 2:1).

Os israelitas deixam o Egito
Os israelitas deixam o Egito
A rota do Êxodo
A rota do Êxodo
A viagem dos espias
A viagem dos espias

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

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Referências em Outras Obras

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Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de I Samuel Capítulo 30 do versículo 1 até o 31
  • Davi e os Amalequitas (1Sm 30:1-31)
  • O retorno de Davi a Ziclague, onde ele e seus homens haviam feito seu quartel-general, foi tanto oportuno como trágico. Enquanto os homens marchavam para o norte com Aquis, os amalequitas do sul invadiram aquela região, capturaram e queimaram Ziclague, e levaram as mulheres e crianças cativas, que sem dúvida alguma seriam des-tinadas a uma escravidão pior que a morte (1-3). A dor dos homens consternados era grande e eles choraram, até que neles não houve mais força para chorar (4). Apesar da própria família de Davi ter sido levada (5), seus homens acrescentaram à sua angústia os murmúrios e uma rebelião revoltosa (6). Davi se esforçou no Senhor, seu Deus (6), "fortaleceu-se", "se reanimou" — ou como na versão Berkeley, "apoiou-se no Senhor seu Deus".

    Por intermédio de Abiatar, o sacerdote (7), com o éfode sagrado, consultou Davi ao Senhor (8) se deveria ou não perseguir os criminosos. Com a certeza de que ele alcançaria o grupo que atacara a cidade e recuperaria tudo o que fora tomado, Davi e seus homens chegaram ao ribeiro de Besor (9), ao sul de Ziclague. Este provavelmen-te deve ser identificado com o atual Uádi Ghazzeh, que nasce perto de Berseba, a sudeste de Ziclague, e deságua no Mediterrâneo a sudoeste de Gaza. Duzentos homens da com-panhia estavam tão exaustos que não podiam ir mais além; então a companhia foi divi-dida — em parte por prudência e necessidade — e 400 continuaram a perseguição (10).

    Os versículos 1:10 dão algumas sugestões valiosas "sobre como lidar com o desâni-mo", pois Davi se esforçou no Senhor, seu Deus, 6, uma chave para a profundidade de seu abatimento. (1) As causas do desânimo são: (a) aflição e perda, 1-3; (b) a dor e a tristeza que vêm dos golpes inesperados da vida, 4; e (c) a imcompreensão de companhei-ros íntimos quando se dá o melhor de si, 6. (2) A cura para o desânimo é encontrada em: (a) buscar a Deus em oração, 7,8; (b) ação resoluta, 9,10; e (c) acima de tudo, forte apoio do Senhor Deus.

    Davi e seus homens logo acharam um homem egípcio, quase inconsciente no campo (11), doente e sem alimento ou água por três dias. Os israelitas o reanimaram, e souberam que ele era um servo (13) — literalmente, escravo — de um senhor amalequita. Ele contou: Nós demos com ímpeto para a banda do sul dos queretitas, e para a banda de Judá, e para a banda do sul de Calebe e puse-mos fogo a Ziclague (14). Em todos os territórios que faziam fronteira com o sul do Neguebe, a terra deserta entre o sul do mar Morto e o Mediterrâneo. Perguntado se poderia conduzir Davi até o grupo de ataque, o jovem egípcio concordou desde que lhe fosse concedida imunidade e proteção (15).

    Davi e seus homens encontraram os inimigos desguarnecidos, ocupados em uma festa e na embriaguez por causa da grande quantidade de despojos que haviam trazido da terra dos filisteus e da terra de Judá (16). A destruição da companhia dos amalequitas foi completa, exceto dos 400 jovens que formavam uma corporação que mon-tava camelos e que conseguiram fugir para o deserto (17). Todos os cativos e os bens pessoais dos israelitas foram recuperados, além dos despojos da guerra — Este é o des-pojo de Davi (20) — que conquistara de outras vítimas do ataque amalequita (18-20).

    Ao retornar ao posto avançado no ribeiro de Besor, alguns dos 400 homens de Davi -descritos como maus e filhos de Belial (22) — opuseram-se a dividir os despojos com aqueles que foram deixados para trás. Filhos de Belial, cf. 1.16, comentário. Davi, porém, recusou a sugestão de que eles fossem menosprezados, reconheceu que Deus havia dado a vitória e estabeleceu o princípio de que a parte dos que desceram à peleja, será tal qual a dos que ficaram com a bagagem; igualmente repartirão (24) ; ou seja, deveriam dividir os despojos com igualdade. Este conceito fora apresentado em Números 31:27 e tornou-se uma regra constante desde aquele dia em diante (25). Do despojo tomado dos amalequitas, Davi enviou presentes para os líderes em Judá, que, sem dúvida alguma, o haviam tratado amigavelmente em diversas ocasiões. Estes eram os lugares em que andara Davi, ele e os seus homens (31). Todos os lugares mencionados eram cidades em Judá, e este ato de consideração e generosidade sem dúvi-da ajudou a pavimentar o caminho para que ele logo se tornasse rei de Judá.

    "Dividir e dividir Igualmente" é o assunto dos vv 21-25. Princípios que podem ser listados aqui: (1) Nem todos podem estar na linha de frente, 21; (2) Manter o acampamento base é importante, a despeito das reações que isto desperta, 22; (3) A generosidade e a bonda-de de Deus ordenam um tratamento justo para com todos, 23. Para variar a figura, podemos concluir que não só Paulo "que planta" e Apoio "que rega", mas aqueles que preparam a terra e fornecem a semente, também se regozijam pela colheita que Deus concede 1Co 3:6-9).


    Genebra

    Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
    Genebra - Comentários de I Samuel Capítulo 30 do versículo 1 até o 31
    *

    30:1

    Ziclague. Ver nota em 27.6.

    amalequitas tinham dado com ímpeto. Ver notas em 15.2, 8. Tendo sido as vítimas das incursões vitoriosas de Davi (27.8), os amalequitas aproveitaram a ausência de Davi de Ziclague para retaliarem.

    o Sul.

    Ver nota em 27.10.

    * 30:2

    a ninguém mataram. É evidência notável da proteção providencial que o Senhor dera a Davi (v. 19; 26.12), cuja própria prática tinha sido bem diferente (27.9).

    * 30:3

    suas mulheres, seus filhos e suas filhas eram levados cativos. Essa virada dos eventos deve ter causado consternação excepcional, porque era a solicitude pela segurança das famílias que desde o início deve ter motivado a retirada de Davi e seus homens ao território dos filisteus (27.1, nota).

    * 30:6

    Davi se reanimou no SENHOR, seu Deus. Ver nota em 23.16.

    * 30:7

    Abiatar a trouxe. Ver nota em 22.20.

    * 30:9

    ribeiro de Besor. Ribeiros da estação chuvosa da vizinhança de Berseba e do sul convergem para o ribeiro de Besor, que corre para o noroeste até desembocar no mar Mediterrâneo. Davi e seus homens devem ter chegado à ravina uns 20 km ao sul de Ziclague.

    * 30:10

    cansados. Sua exaustão não é de se estranhar depois de uma marcha de mais de 96 km a partir de Afeque (29.1-11) até ao ribeiro de Besor.

    * 30:14

    a banda do sul dos queretitas. Os queretitas provinham provavelmente de Creta. São freqüentemente mencionados com os filisteus (Ez 25:16; Sf 2:5). Os "quereteus e peleteus" serviam sob o comando de Benaia, filho de Joiada, como tropas profissionais leais a Davi (2Sm 8:18; 15:18; 20:7, 23) e, pelo menos durante algum tempo, também a Salomão (1Rs 1:44). Que formavam o "guarda real" deduz-se de 2 Samuel 23.20, 23.

    a banda do sul de Calebe. Calebe, filho de Jefoné, é mencionado pela primeira vez em Nm 13:6 como um dos espias escolhidos para fazer um reconhecimento da terra de Canaã. É elogiado em Nm 14:24 como quem "perseverou" em seguir ao Senhor e que, portanto, receberia uma herança na Terra Prometida. Sua herança incluía Hebrom (Js 14:13, 14; Jz 1:20).

    * 30:19

    Não lhes faltou coisa alguma. Essa é mais uma prova marcante de como o Senhor vigiava com solicitude a situação de Davi (v. 2, nota).

    * 30:21

    ribeiro Besor. Ver nota no v. 9.

    * 30:22

    filhos de Belial. Ver nota em 2.12, onde é usada a mesma expressão hebraica.

    * 30:23

    o que nos deu o SENHOR. Davi reconhece que o salvamento bem-sucedido não foi obra dele mesmo, mas do Senhor (vs. 2, 19 e notas). Foi por isso que rejeitou a idéia de que as tropas na linha da frente têm o direito a mais despojos do que aqueles que permaneceram na retaguarda.

    * 30:26

    despojo aos anciãos de Judá. Provavelmente estivesse agradecendo a eles pela ajuda que lhes deram na sua fuga de Saul (v. 31). Entretanto também foi nessa região que Davi foi primeiramente reconhecido oficialmente como rei (2Sm 2:1-4).

    * 30.27-31

    Conforme diz o v. 31, essas cidades estavam dentro do alcance das peregrinações de Davi como fugitivo. Todas elas ficam no sul de Judá. Essa Betel (v.27), por exemplo, não deve ser confundida com a cidade mais ao norte, de mesmo nome (7.16, nota).


    Matthew Henry

    Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
    Matthew Henry - Comentários de I Samuel Capítulo 30 do versículo 1 até o 31
    30:6 Ao enfrentar-se à tragédia de ter perdido a suas famílias, os soldados do Davi começaram a voltar-se contra ele e inclusive até chegaram a falar de matá-lo. Em vez de planejar um resgate, procuraram a alguém que culpar. Mas Davi encontrou sua fortaleza em Deus e começou a procurar uma solução, e não um cabrito expiatório. Quando se em frente com problemas, recorde que não ajuda em nada procurar a quem culpar nem criticar. Em seu lugar, considere como pode ajudar a encontrar uma solução.

    30:7 Davi não podia ir ao tabernáculo a lhe pedir ao Senhor que o guiasse porque estava em território do Saul. Daí que pedisse o efod, o único objeto relacionado com o tabernáculo que possuía. Na presença do sacerdote e deste objeto sacerdotal, pediu a Deus sua direção. Quando Davi pediu o efod, pedia-lhe ao supremo sacerdote que lhe levasse o Urim e o Tumim, que se guardava em um saquito que estava unido ao efod. Solo o supremo sacerdote podia levar e utilizar o Urim e o Tumim. (se desejar mais informação sobre o efod e seu conteúdo, veja-a nota a Ex 39:1-21.)

    30.11-15 Os amalecitas deixaram cruelmente a este escravo para que morrera, mas Deus o usou para guiar ao Davi e a seus homens ao acampamento amalecita. Davi e seus homens trataram ao jovem com bondade e ele respondeu a esta bondade guiando-os ao inimigo. Trate aos que encontre com respeito e dignidade sem importar quão insignificantes pareçam ser. Nunca saberá como Deus os usará para ajudá-lo ou para persegui-lo, dependendo de como lhes responda.

    30:24, 25 Davi decretou uma lei para que os que guardassem a bagagem ou provisões se tratassem igual aos que lutavam na batalha. Na atualidade se requer de várias pessoas para proporcionar os serviços de apoio necessários para cada um dos soldados em batalha. Na igreja e em outras organizações, devemos tratar a quem dá serviços de apoio da mesma maneira que aos que estão na primeira linha. Sem contadores, secretárias, professores, nem administradores, os que estão no ministério público não levariam a cabo seu trabalho. Está na linha do frente? Não se esqueça de quem o apóia. Está no grupo de apoio? Esteja consciente de que seu posto, mesmo que seja um pouco menos encantador ou entusiasta, é vital para o trabalho de todo o grupo.


    Wesley

    Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
    Wesley - Comentários de I Samuel Capítulo 30 do versículo 1 até o 31

    C. os filisteus em Afeque (


    Wiersbe

    Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
    Wiersbe - Comentários de I Samuel Capítulo 30 do versículo 1 até o 31
    Luz e trevas (27—30)

    Os capítulos 27:29-30 tratam das vitórias de Davi quando este busca a mente do Senhor, e o capítulo 28 registra a terrível derrota de Saul quando procura auxílio na casa de uma médium. Davi nem sempre an-dou na vontade do Senhor, pois pa-rece que sua fé lhe falta quando volta para Gate, a fim de viver sob a pro-teção do inimigo (cap. 27). Ele teve problemas em Gate anteriormente (21:10-15), mas agora liderava 600 homens e teve uma recepção muito melhor. Contudo, a jornada de Davi em território inimigo forçou-o a mentir para o rei (27:10-12), e Davi, quando os filisteus se ajuntaram (29:1), quase foi forçado a lutar con-tra seu próprio povo! Sempre temos problemas quando nos curvamos à sabedoria da carne. Apenas a graça de Deus impediu Davi de ter de ma-tar seu próprio povo.

    E notável o contraste entre os capítulos 28e30: Saul afastara-se do Senhor e, por isso, não tinha orien-tação divina (28:6), enquanto Davi olhava para o Senhor em busca de coragem e de orientação (30:6-9). "Buscai o Senhor enquanto se pode achar" (Is 55:6), é uma advertência à qual Saul não prestou atenção. Deus capacitou Davi não apenas para re-conquistar todas suas posses e seu povo, mas também para reunir o despojo colecionado pelo inimigo. Apreciamos o espírito gracioso dele em compartilhar os despojos com todos os que permaneceram ao lado dos suprimentos, como também sua benevolência em enviar presentes aos anciãos de Judá. Provavelmen-te, suas ações posteriores também tiveram um cunho político.

    O quadro é bastante distinto quando vemos Saul em sua visita noturna à casa da médium (cap. 28). Samuel morrera, mas Saul, mesmo enquanto aquele estava vivo, não gostava do ministério desse homem de Deus. É muito triste quando as pessoas desco-brem tarde demais os verdadeiros amigos. Saul tão desnorteado es-tava que foi visitar uma médium, e isso era proibido pela Lei. É alar-mante o ponto a que as pessoas chegam quando viram as costas ao Senhor. Têm havido vários de-bates em relação à possível apa-rição de Samuel no episódio da médium de En-Dor. Contudo, cer-tamente, o espírito que se apre-sentou ali não era o de Samuel, pois Deus não agiria em desacor-do com a sua própria Lei. A necro- mancia era uma prática expressa-mente proibida na Lei. Quem a infringisse era réu de morte (Lv 1:9:31;20:6,27). Quando ocorre a separação definitiva de Samuel e Saul (1Sm 15:35; 1Sm 1:6:1), vemos que o rei nunca mais se encontra com Samuel, porque Deus havia rejei-tado Saul. Por isso não mais falara com ele. Assim, em 1Sm 28:6, quando Saul consulta ao Senhor, Ele não lhe responde nem por sonhos, nem por Urim, nem por profetas. Logo, Deus também não lhe respondería enviando o espí-rito de Samuel. Não há nenhum caso na Bíblia em que o espírito de um morto volte para comuni-car qualquer mensagem da parte do Senhor. Isso é claramente dito por Jesus emLc 16:19-42, na parábola sobre o rico e Lázaro.

    É inimaginável que o rei Saul, um homem escolhido por Deus, sequer participasse em uma obra tão pecaminosa, contudo o registro está lá — "Aquele, pois, que pen-sa estar em pé veja que não caia" (1Co 10:12). Saul caminhava nas trevas, não na luz; ele disfarçou-se (embora, na verdade, mostrasse seu verdadeiro caráter); permitiu que uma mulher quebrasse a Lei; trouxe vergonha e derrota para sua nação, seu exército, sua família e para si mesmo.


    Russell Shedd

    Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
    Russell Shedd - Comentários de I Samuel Capítulo 30 do versículo 1 até o 31
    30.1 Terceiro dia. Davi gastou na sua volta três dias, em que percorreu uns 128 km. Estava fora de Ziclague havia já uns dez dias. E gastou um dia com os preparativos para a nova expedição contra os amalequitas.

    30.2 Os prisioneiros seriam vendidos como escravos aos povos vizinhos, principalmente aos egípcios.
    30.9 Ribeiro de Besor. No interior do Neguebe e servia como linha divisória entre as terras cultivadas ao norte e o deserto ao sul.

    30.10 Cansados. O segredo das vitórias de Davi estava nas suas ações fulminantes. Os 200 homens, entretanto; tiveram a sua ocupação - guardar a retaguarda e tomar conta da bagagem para que os outros pudessem agir desembaraçadamente. Já havia transcorrido dois dias.

    30.13 Três dias. Os amalequitas estavam na frente de Davi, ainda por três dias. Gastou cinco dias para alcançá-los.

    30.17 Feriu-os Davi. O ataque foi inesperado, noturno e terminou rapidamente. Para cuidar dos prisioneiros e recolher o despojo de guerra levou um dia, até à tarde do dia seguinte. Na volta gastou mais uns oito dias.

    30.24 Receberão artes iguais. Davi, conhecendo a lei mosaica (Nu 31:27-4), manda repartir o despojo igualmente entre todos (Js 22:8). Reavivou assim um preceito esquecido e para ser observado daí por diante.

    30.25 A frase: em Israel, até ao dia de hoje, indica, que o autor desta crônica vivera no tempo do Reino Unido. Para alguns, foi Abiatar, o sumo sacerdote, que assistira a esses fatos de perto. O nome Israel refere-se à nação inteira (Gn 35:10-11; 36:31).

    30:26-31 Todas as cidades mencionadas aqui, acham-se no Neguebe. Davi, embora estivesse no exílio e sob suserania filistéia, repartiu o despojo de guerra entre os anciãos de Judá, para agradecer-lhes a hospitalidade e mostrar que, no futuro, quando fosse constituído rei sobre Israel, a distribuição poderia repetir-se para a alegria de todos. • N. Hom. "O tino político de Davi". Usou três princípios socio-psicológicos para impor-se como rei:
    1) O princípio de dar (At 20:35), que é uma virtude e graça (2Co 8:1) ao mesmo tempo;
    2) O princípio de agradar (Gn 33:10-11), que é um meio de ganhar a simpatia;
    3) O princípio de impressionar (26), como guerreiro capaz e senhor de ricas presas, que é um recurso de impor-se.


    NVI F. F. Bruce

    Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
    NVI F. F. Bruce - Comentários de I Samuel Capítulo 30 do versículo 1 até o 31
    d) Davi marcha contra os amalequitas (30:1-31)
    v. 1-10. Assim, Davi retomou a Ziclague e descobriu que a cidade havia sido saqueada e que os seus habitantes haviam sido levados cativos (incluindo as suas duas esposas) pelos amalequitas, que tinham se aproveitado da ausência dos filisteus. O efeito sobre os guerreiros que estavam retornando foi devastador; os homens, amargurados (v. 6), colocaram a responsabilidade sobre Davi. Mas, com ele, desgraças naturais logo eram motivo para iniciar uma ação: Davi, porém, fortaleceu-se no Senhor, seu Deus (v. 6). Ordenou a Abiatar que trouxesse o manto sacerdotal e consultou para ver se deveria e teria condições de ser bem-sucedido na perseguição ao inimigo. Depois de receber uma resposta favorável, ele partiu com os seus 600 homens. No ribeiro de Besor, “um terço dos homens de Davi está exausto e não consegue continuar a perseguição, uma condição de forma alguma surpreendente, se tinham acabado de percorrer aproximadamente 130 quilômetros de Afeque para Zicla-gue em três dias” (A. R. S. Kennedy, p. 184).

    v. 11-20. Ao continuarem a marcha, os homens de Davi capturaram um egípcio no campo (v. 11), que estava abatido, pois tinha ficado três dias e três noites sem comer e sem beber (v. 12). Eles lhe deram de comer e o interrogaram. Ele lhes contou de um ataque contra o Neguebe dos queretitas, o território que pertence a Judá e o Neguebe de Calebe e — pior do que tudo aos ouvidos de Davi e dos seus homens — incendiamos a ádade de Ziclague (v. 14). O Neguebe (v. Driver, Notes, acerca Dt 27:10, p. 212, também p.
    223) é na verdade “a região seca”, e é assim usado em geral para se referir ao Sul. Os queretitas provavelmente eram uma subtribo dos filisteus; o nome provavelmente está associado a Greta (Gaftor), onde se originaram os filisteus. O Neguebe de Calebe, mencionado somente aqui (mas v. Js 16.19), é claramente o lar do clã de Calebe, ao qual pertencia Nabal (25.3). Quando recebeu garantias de que a sua vida seria poupada, o egípcio concordou em levar Davi aos saqueadores. Quando os encontraram, os amale-quitas estavam comendo, bebendo e festejando (v.


    16) o sucesso sobre Judá e os filisteus. A chegada de Davi os tomou totalmente de surpresa; somente 400 escaparam, montados em camelos. Davi recuperou todos os prisioneiros e os despojos intactos e, além disso, capturou muitos despojos dos amalequitas. No final da investida, anunciou-se: Estes são os despojos de Davi (v. 20). Diante da sugestão de que isso soe egoísta, Kennedy (p. 185) diz: “A causa disso é um texto corrompido e incompreensível”.

    v. 21-31. A continuação da história mostra Davi agindo como juiz em relação a dois problemas. Primeiro, todos os elementos maus e vadios (v. 22) entre os seguidores de Davi queriam repartir os despojos entre eles somente, mas Davi ordenou que a parte de quem ficou com a bagagem será a mesma de quem foi à batalha. Todos receberão partes iguais (v. 24). Esse precedente foi incorporado nas práticas do exército israelita: um decreto e uma ordenança para Israel, desde aquele dia até hoje (v. 25). Em segundo lugar, de volta a Ziclague, ele enviou parte dos bens às autoridades de Judá, que eram seus amigos (v. 26) em uma dezena de cidades. Ele tinha o direito de fazer isso com “os despojos de Davi” (v. 20), pois não era herem (“dedicado a Javé”), como quando Saul lutou contra Amaleque (cap. 15). Além do mais, isso poderia predispô-los a apoiar o seu reinado mais tarde.


    Francis Davidson

    O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
    Francis Davidson - Comentários de I Samuel Capítulo 30 do versículo 1 até o 31
    1Sm 30:1

    8. OS AMALEQUITAS, APÓS INCENDIAR ZICLAGUE, SÃO PERSEGUIDOS E DESTRUÍDOS (1Sm 30:1-9). Aproveitando-se da ausência das forças filistinas e dos homens de Davi, que se tinham retirado para o norte, os amalequitas assaltaram e pilharam o sul (isto é, o Negebe) e incendiaram Ziclague. Quando Davi retornou, encontrou a cidade em cinzas; e suas mulheres e crianças tinham sido arrebatadas para serem transformadas em escravas (1-3). Tal como em muitas outras ocasiões, Davi se esforçou (ou se fortaleceu) no Senhor seu Deus (6). Sl 18:2; Sl 27:14.

    >1Sm 30:7

    Davi dirigiu-se a Abiatar, o sacerdote, que há muito tempo estava com ele (cfr. 1Sm 22:20; 1Sm 23:6), para consultar o Urim, conforme já havia feito noutras oportunidades (exemplo, 1Sm 23:9-9). Ver anotação sobre 1Sm 28:6. A resposta é mais aguda no hebraico que nesta versão e é virtualmente: "Persegue! pois dominarás e libertarás" (8). Os queretitas (14). Ver 2Sm 8:18 nota. Os amalequitas, sabendo que o exército filisteu estava muito longe, e acreditando que Davi estava na companhia deles, entregaram-se a festejos (16). Mas, a despeito do cansaço devido a longa marcha desde Ziclague, os homens de Davi caíram sobre eles com força devastadora e os perseguiram desde a tardinha daquele dia até a tardinha do dia seguinte. Nenhum dos amalequitas escapou senão 400 jovens, montados em camelos, no que os amalequitas eram famosos (17). Davi recuperou tudo quanto os assaltantes haviam tomado, e além disso um grande despojo. Isso aparece na tradução do versículo 20, apresentada pela Vulgata e pela Septuaginta, o que aparece também nesta versão, quanto ao sentido. O despojo de Davi (20) era a parte que lhe tocava na qualidade de capitão do bando, e ele escolheu aquelas ovelhas e vacas para presentear muitos do seus amigos em Judá (26-31). O restante do vasto despojo -armas, ornamentos, jóias, dinheiro, vestes, etc. -foi eqüitativamente dividido entre os seguidores de Davi. Davi estabeleceu a regra, naquela ocasião, que diz: qual é a parte dos que desceram à peleja, tal também será a parte dos que ficaram com a bagagem (24). A mesma regra justa aparece igualmente em Nu 31:27 e Js 22:8. Políbio informa como os romanos observavam essa mesma lei.


    Dicionário

    Caminho

    substantivo masculino Faixa de terreno para trânsito de pedestres ou de veículos; estrada.
    Figurado Meio de alcançar um resultado; direção: o caminho do sucesso.
    Espaço a percorrer de um lugar para outro: a linha reta é o caminho mais curto entre dois pontos.
    Roteiro de viagem; itinerário: vou pelo caminho mais curto.
    Modo como uma sequência de acontecimentos ocorre; tendência: neste país a educação segue pelo caminho errado.
    Antigo Rumo marítimo: o caminho das Índias.
    expressão Caminho de ferro. Via de comunicação que utiliza veículos sobre trilhos de ferro entre cidades, países etc.; estrada de ferro.
    Etimologia (origem da palavra caminho). Do latim camminus; de origem celta.

    Esta palavra aparece na Bíbliano sentido de via, de estrada (Gn 16:7Nm 14:25 – Mc 10. 32). Muitas vezes o termo ‘caminho’ significa os simples hábitos da vida – ‘endireitai os vossos caminhos’ – ‘todo ser vivente havia corrompido o seu caminho na terra’ (Gn 6:12 – 19.31 – Jr 32:19). ‘Caminho do Senhor’ quer dizer o que Ele é em relação a nós: ‘os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos’ (is 55:8). ir ‘pelo caminho de todos os da terra’ (Js 23:14) significa estar para morrer, na sua viagem para a sepultura. Caminho duro representa o caminho dos pecadores (Jz 2:19). Jesus Cristo é chamado o Caminho (Jo 14:6), pois que é por Ele somente que os crentes obtêm a comunicação com o Pai. Estas expressões ‘o Caminho’, ‘este Caminho’, usavam-se a respeito da crença e prática cristãs (At 9:2 – 19.9,23 – 22.4 – 24.14,22), talvez para contrastar com o sistema judaico de regras para a vida diária, chamadas Halacote ou Caminhos.

    estrada, via, trilha, raia, vicina, carreiro, azinhaga, picada, senda, vereda, atalho. – Todas estas palavras têm de comum a propriedade de designar “espaço aberto conduzindo de um lugar a outro”. – Caminho não sugere mais que a ideia de “espaço ou trilho livre entre dois pontos”. – Estrada é “caminho largo, construído com mais ou menos arte, e de modo que se preste ao tráfego de veículos”. Há estradas de rodagem, estradas de ferro, etc. Por influência do francês, já se diz também – caminho de ferro. – Via só dá ideia do meio de comunicação entre um e outro ponto. É assim que tanto dizemos – via terrestre, como – via marítima, ou fluvial (e não – estrada, nem mesmo caminho). – Trilha (ou trilho) é caminho estreito, aberto por entre obstácu- 248 Rocha Pombo lo. Nesta acepção, trilha é vocábulo mais próprio e mais usado do que trilho, pois este designa melhor o sulco, a passagem rápida para transpor um embaraço. – Raia é, aqui, “uma curta trilha destinada a jogos de corrida”. – Vicina é termo pouco usado, empregando-se, em vez dele, a locução – caminho vicinal – para indicar os “pequenos caminhos, que levam de um caminho geral ou de uma estrada, para os lugares vizinhos”. – Carreiro é “caminho estreito, aberto pelo tráfego de carros”. – Azinhaga é também “caminho estreito”, mas sugere a ideia de “complicado e escuso”. – Picada é “trilha mal aberta em floresta, cortando-se apenas as árvores, numa certa direção”. – Senda, se se atende à respetiva origem (do latim semita de semis + iter) deve significar “meio caminho”, ou caminho muito estreito por onde mal pode passar-se. Não se compreende como é tão usada esta palavra na frase – a senda..., e até – “a larga” senda do progresso... Talvez só se explique isso pela beleza fônica do vocábulo. – Vereda é “trilha tão maldistinta que apenas parece marcar o rumo seguido”. – Atalho é “caminho estreito, trilha, azinhaga por onde se evitam as longas curvas do caminho geral”.

    O caminho celeste é o dia que o Pai nos concede, quando aproveitado por nós na prática do bem. Cada hora, desse modo, transforma-se em abençoado trecho dessa estrada divina, que trilharemos até o encontro com a grandeza e a perfeição do Supremo Criador, e cada oportunidade de bom serviço, durante o dia, é um sinal da confiança de Deus, depositada em nós. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• O caminho oculto• Pelo Espírito Veneranda• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1987• - cap• 19


    Caminho CAMINHO DO SENHOR

    Nomes dados à religião dos primeiros cristãos e ao seu modo de vida (At 19:9; 22.4).


    Caminho A estrada que conduz à vida eterna. Jesus ensinou que não existia uma pluralidade de caminhos; apenas que ele era o único que levava ao Pai (Jo 14:4-6). Em termos humanos, esse caminho é tão estreito que segui-lo é impossível sem uma prévia conversão (Mt 7:13ss.; Mt 5:20; 18,8ss.; 25,21.23).

    Cativar

    verbo transitivo direto , bitransitivo e pronominal Ficar ou permanecer cativo; perder a liberdade: alguns agricultores cativaram animais selvagens.
    Estar preso fisicamente ou moralmente: cativo de suas necessidades.
    Sujeitar-se ou ficar sujeito a: cativou-se à inteligência do orientador.
    verbo transitivo direto Figurado Conseguir a atenção ou o afeto de; seduzir: tentava cativar sua chefe com presentes.
    Figurado Manter em sua posse; conservar: seus pensamentos cativavam o sorriso daquela senhora.
    verbo pronominal Figurado Ficar apaixonado por; enamorar-se: cativou-se do colega de classe.
    Etimologia (origem da palavra cativar). Do latim captivare.

    Cativar
    1) Prender (Is 14:2).


    2) Atrair; ganhar a simpatia (2Tm 3:6).


    Grandes

    masc. e fem. pl. de grande

    gran·de
    (latim grandis, -e)
    adjectivo de dois géneros
    adjetivo de dois géneros

    1. Que tem dimensões maiores do que o habitual (ex.: saco grande). = AVANTAJADOMIÚDO, PEQUENO, REDUZIDO

    2. Cuja extensão é maior do que a média (ex.: rio grande). = COMPRIDO, EXTENSO, LONGOCURTO, PEQUENO

    3. Que é maior do que aquilo que devia ser (ex.: o chapéu não me serve, é muito grande).PEQUENO

    4. Que é de estatura acima da média (ex.: criança grande).PEQUENO

    5. Que se desenvolveu oui cresceu (ex.: planta grande). = CRESCIDO, DESENVOLVIDO, MEDRADOPEQUENO

    6. Que atingiu a maioridade (ex.: as pessoas grandes podem ser muito complicadas). = ADULTO, CRESCIDO

    7. Que se prolonga no tempo; que dura bastante (ex.: dias grandes; férias grandes). = COMPRIDOBREVE, CURTO, EFÉMERO, FUGAZ

    8. Que apresenta grande quantidade de algo (ex.: família grande). = NUMEROSO, QUANTIOSOPEQUENO

    9. Que tem importância ou influência (ex.: um grande banqueiro). = IMPORTANTE, INFLUENTE, PODEROSO, PRESTIGIOSODESIMPORTANTE, INSIGNIFICANTE, IRRELEVANTE, PEQUENO

    10. Difícil, grave (ex.: um grande problema).INSIGNIFICANTE, IRRELEVANTE, SIMPLES

    11. Que é intenso, forte (ex.: um grande amor).FRACO, LEVE

    12. [Pejorativo] Que é ou existe em elevado grau (ex.: grande mentiroso).

    13. Que se destaca ou sobressai positivamente em relação a outros (ex.: grandes nomes do cinema). = EMINENTE, ILUSTRE, RESPEITÁVELDESCONHECIDO, IGNOTO, MODESTO

    14. Que revela coragem, heroísmo (ex.: foi um grande bombeiro). = CORAJOSO, HERÓICO, VALENTECOBARDE, FRACO

    15. Que mostra bondade ou generosidade (ex.: um grande coração). = BOM, BONDOSO, GENEROSO, MAGNÂNIMOMAU, MESQUINHO, RUIM, TORPE, VIL

    16. Que é excessivo, exagerado (ex.: fugiram a grande velocidade). = ALTOBAIXO, REDUZIDO

    17. Que tem muita qualidade ou muito valor (ex.: um grande filme). = EXCELENTE, EXTRAORDINÁRIO, FABULOSO, MAGNÍFICO, ÓPTIMOMAU, PÉSSIMO, RUIM

    18. Que é considerável, importante (ex.: grande satisfação).

    19. Que é composto por muitos elementos (ex.: grande comunidade de pescadores). = NUMEROSOPEQUENO, REDUZIDO

    20. Que é relativo a uma cidade e às suas zonas periféricas (ex.: mapa da Grande São Paulo; região da Grande Lisboa). [Geralmente com inicial maiúscula.]

    nome de dois géneros

    21. Pessoa alta.

    22. Indivíduo adulto. = CRESCIDOPEQUENO

    23. Indivíduo com poder e influência.


    à grande
    Com largueza.

    à grande e à francesa
    De modo grandioso; com grande ostentação ou esplendor.


    Matar

    verbo transitivo direto e intransitivo Assassinar; tirar a vida de alguém; provocar a morte de: matou o bandido; não se deve matar.
    verbo pronominal Suicidar-se; tirar a própria vida: matou-se.
    verbo transitivo direto Destruir; provocar destruição: a chuva matou a plantação.
    Arruinar; causar estrago: as despesas matam o orçamento.
    Trabalhar sem atenção ou cuidado: o padeiro matou o bolo da noiva.
    Fazer desaparecer: a pobreza acaba matando os sonhos.
    Saciar; deixar de sentir fome ou sede: matou a fome.
    [Informal] Gastar todo o conteúdo de: matou a comida da geladeira.
    [Informal] Diminuir a força da bola: matou a bola no peito.
    verbo transitivo direto e intransitivo Afligir; ocasionar sofrimento em: suas críticas mataram o escritor; dizia palavras capazes de matar.
    Cansar excessivamente: aquela faculdade o matava; o ócio mata.
    verbo pronominal Sacrificar-se; fazer sacrifícios por: eles se matavam pelos pais.
    Etimologia (origem da palavra matar). De origem questionável.
    verbo transitivo direto Costura. Realizar mate, unir duas malhas em uma só.
    Etimologia (origem da palavra matar). Mate + ar.

    de origem controversa, este vocábulo pode ser vindo tanto do latim mactare, imolar as vítimas sagradas, quanto do árabe mat, morto. Deriva da expressão religiosa "mactus esto": "santificado sejas", ou "honrado sejas", que se dizia aos deuses enquanto se imolava uma vítima (um animal, obviamente); daí resultou o verbo "mactare", que significava "imolar uma vítima aos deuses" e, depois, qualquer tipo de assassinato.

    Mulheres

    fem. pl. de mulher

    mu·lher
    (latim mulier, -eris)
    nome feminino

    1. Ser humano do sexo feminino ou do género feminino (ex.: o casal teve três filhos: duas mulheres e um homem; a mulher pode ovular entre a menarca e a menopausa; mulher transgénero).

    2. Pessoa do sexo ou género feminino depois da adolescência (ex.: a filha mais nova já deve estar uma mulher). = MULHER-FEITA, SENHORA

    3. Pessoa do sexo ou género feminino casada com outra pessoa, em relação a esta (ex.: o padre declarou-os marido e mulher). = CÔNJUGE, ESPOSA

    4. Pessoa do sexo ou género feminino com quem se mantém uma relação sentimental e/ou sexual (ex.: eu e a minha mulher escolhemos não casar). = COMPANHEIRA, PARCEIRA

    5. Conjunto de pessoas do sexo ou género feminino (ex.: defesa dos direitos da mulher).

    adjectivo de dois géneros
    adjetivo de dois géneros

    6. Que tem qualidades ou atributos considerados tipicamente femininos (ex.: considera-se muito mulher em tudo).


    de mulher para mulher
    Entre mulheres, com frontalidade e franqueza, de modo directo (ex.: vamos falar de mulher para mulher; conversa de mulher para mulher).

    mulher da vida
    [Depreciativo] Meretriz, prostituta.

    mulher de armas
    Figurado Aquela que demonstra coragem, força, espírito de luta (ex.: é uma mulher de armas que luta persistentemente pelos seus valores e objectivos). = CORAJOSA, GUERREIRA, LUTADORA

    mulher de Deus
    Figurado Aquela que é bondosa, piedosa.

    [Informal, Figurado] Locução, usada geralmente de forma vocativa, para exprimir impaciência ou espanto (ex.: preste atenção, mulher de Deus!).

    mulher de Estado
    [Política] Líder que governa com competência, empenho e conhecimento dos assuntos políticos (ex.: a antiga primeira-ministra foi uma grande mulher de Estado). = ESTADISTA

    mulher de lei(s)
    Aquela que é especialista em leis. = ADVOGADA, LEGISTA

    mulher de letras
    Literata, escritora.

    mulher de negócios
    Aquela que se dedica profissionalmente a actividades empresariais ou comerciais, gerindo o seu negócio ou o de outrem. = EMPRESÁRIA

    mulher de partido
    [Política] Aquela que participa activamente na vida e nas decisões do grupo político a que pertence (ex.: acima de tudo, é uma mulher de partido, apesar de não conviver bem com a disciplina partidária).

    [Antigo, Depreciativo] Mulher que exerce a prostituição. = MERETRIZ, PROSTITUTA

    mulher fatal
    Mulher muito sensual e sedutora. = VAMPE

    mulher pública
    Aquela que desempenha funções de interesse público, sobretudo na política ou na administração de um Estado ou de um país (ex.: como mulher pública, a vereadora defendeu sempre os interesses da população que a elegeu).

    [Antigo, Depreciativo] Meretriz, prostituta.


    Pequenos

    pequeno | adj. | s. m. | s. m. pl.

    pe·que·no |ê| |ê|
    (origem expressiva)
    adjectivo
    adjetivo

    1. Que tem pouca extensão ou pouco volume (ex.: pequeno rio). = CURTO, DIMINUTOCOMPRIDO, EXTENSO, LONGO

    2. Que tem dimensões menores do que o habitual (ex.: peixe pequeno). = MIÚDO, REDUZIDOAVANTAJADO, ENORME, GRANDE

    3. Que é menor do que aquilo que devia ser (ex.: os sapatos daqui a uns meses vão estar pequenos).ENORME, GRANDE

    4. Que é de estatura abaixo da média (ex.: jogador pequeno). = BAIXOALTO, GRANDE

    5. Que apresenta pouca quantidade de algo (ex.: família pequena).GRANDE, NUMEROSO, QUANTIOSO

    6. Que não se prolonga no tempo; que não dura muito (ex.: dias pequenos e invernosos). = BREVE, CURTOCOMPRIDO, LONGO

    7. Que está na infância (ex.: isso aconteceu quando eu era muito pequeno). = MIÚDO, NOVOADULTO, CRESCIDO, GRANDE

    8. Que tem pouca importância ou influência (ex.: um pequeno comerciante). = DESIMPORTANTE, INSIGNIFICANTE, IRRELEVANTE, PEQUENOGRANDE, IMPORTANTE, INFLUENTE, PODEROSO, PRESTIGIOSO

    9. Que é de condição humilde, que tem poucos haveres.

    10. Que é feito em limitada escala (ex.: tiragem pequena). = LIMITADO, REDUZIDOGRANDE

    11. Apoucado, acanhado.

    12. Que tem poucos escrúpulos morais ou pouco alcance intelectual. = MESQUINHO, MISERÁVEL, TACANHO, TORPE, VILDIGNO, GRANDE, MAGNÂNIMO

    nome masculino

    13. Ser humano na infância. = CRIANÇA, GAROTO, MENINO, MIÚDO

    14. Pessoa que namora outrem (ex.: gosta muito da sua pequena). = NAMORADO


    pequenos
    nome masculino plural

    15. O povo miúdo (em oposição aos grandes, aos magnates).

    16. Os fracos, os humildes.


    em pequeno
    No tempo da meninice, quando se é ou era criança (ex.: em pequeno viajou muito com os pais).


    Somente

    advérbio Nada mais que: os produtos são entregues somente aos donos.
    Exclusivamente, só: somente o prefeito foi favorável às demissões.
    Apenas: falava somente português.
    Etimologia (origem da palavra somente). Do latim feminino de solus - sola + mente.

    somente adv. Unicamente, apenas, só.

    Tao

    substantivo masculino [Filosofia] Ser supremo que, para o Taoismo, é a razão e fonte encontrada em tudo o que tem existência no mundo; tau.
    Capacidade de fazer alguma coisa em completa harmonia com a sua essência própria.
    Etimologia (origem da palavra tao). Do mandarim dào.

    substantivo masculino [Filosofia] Ser supremo que, para o Taoismo, é a razão e fonte encontrada em tudo o que tem existência no mundo; tau.
    Capacidade de fazer alguma coisa em completa harmonia com a sua essência própria.
    Etimologia (origem da palavra tao). Do mandarim dào.

    Tão

    tão adv. Tanto. T. somente: forma reforçada de somente.

    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    I Samuel 30: 2 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

    E tinham levado cativas as mulheres, e todos os que estavam nela, tanto pequenos como grandes; a ninguém, porém, mataram, tão-somente os levaram consigo, e foram pelo caminho deles ①.
    I Samuel 30: 2 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    1010 a.C.
    H1419
    gâdôwl
    גָּדֹול
    excelente / grande
    (great)
    Adjetivo
    H1870
    derek
    דֶּרֶךְ
    o caminho
    (the way)
    Substantivo
    H1980
    hâlak
    הָלַךְ
    ir, andar, vir
    (goes)
    Verbo
    H376
    ʼîysh
    אִישׁ
    homem
    (out of man)
    Substantivo
    H3808
    lôʼ
    לֹא
    não
    (not)
    Advérbio
    H4191
    mûwth
    מוּת
    morrer, matar, executar
    (surely)
    Verbo
    H5090
    nâhag
    נָהַג
    levar, liderar, guiar, conduzir
    (And he carried away)
    Verbo
    H5704
    ʻad
    עַד
    até
    (until)
    Prepostos
    H6996
    qâṭân
    קָטָן
    jovem, pequeno, insignificante, sem importância
    (lesser)
    Adjetivo
    H7617
    shâbâh
    שָׁבָה
    levar cativo
    (was taken captive)
    Verbo
    H802
    ʼishshâh
    אִשָּׁה
    mulher, esposa, fêmea
    (into a woman)
    Substantivo
    H834
    ʼăsher
    אֲשֶׁר
    que
    (which)
    Partícula
    H853
    ʼêth
    אֵת
    -
    ( - )
    Acusativo


    גָּדֹול


    (H1419)
    gâdôwl (gaw-dole')

    01419 גדול gadowl ou (forma contrata) גדל gadol

    procedente de 1431; DITAT - 315d; adj

    1. grande
      1. grande (em magnitude e extensão)
      2. em número
      3. em intensidade
      4. alto (em som)
      5. mais velho (em idade)
      6. em importância
        1. coisas importantes
        2. grande, distinto (referindo-se aos homens)
        3. o próprio Deus (referindo-se a Deus) subst
      7. coisas grandes
      8. coisas arrogantes
      9. grandeza n pr m
      10. (CLBL) Gedolim, o grande homem?, pai de Zabdiel

    דֶּרֶךְ


    (H1870)
    derek (deh'-rek)

    01870 דרך derek

    procedente de 1869; DITAT - 453a; n m

    1. caminho, estrada, distância, jornada, maneira
      1. estrada, caminho, vereda
      2. jornada
      3. direção
      4. maneira, hábito, caminho
      5. referindo-se ao curso da vida (fig.)
      6. referindo-se ao caráter moral (fig.)

    הָלַךְ


    (H1980)
    hâlak (haw-lak')

    01980 הלך halak

    ligado a 3212, uma raiz primitiva; DITAT - 498; v

    1. ir, andar, vir
      1. (Qal)
        1. ir, andar, vir, partir, proceder, mover, ir embora
        2. morrer, viver, modo de vida (fig.)
      2. (Piel)
        1. andar
        2. andar (fig.)
      3. (Hitpael)
        1. percorrer
        2. andar ao redor
      4. (Nifal) liderar, trazer, levar embora, carregar, fazer andar

    אִישׁ


    (H376)
    ʼîysh (eesh)

    0376 איש ’iysh

    forma contrata para 582 [ou talvez procedente de uma raiz não utilizada significando ser existente]; DITAT - 83a; n m

    1. homem
      1. homem, macho (em contraste com mulher, fêmea)
      2. marido
      3. ser humano, pessoa (em contraste com Deus)
      4. servo
      5. criatura humana
      6. campeão
      7. homem grande
    2. alguém
    3. cada (adjetivo)

    לֹא


    (H3808)
    lôʼ (lo)

    03808 לא lo’

    ou לו low’ ou לה loh (Dt 3:11)

    uma partícula primitiva; DITAT - 1064; adv

    1. não
      1. não (com verbo - proibição absoluta)
      2. não (com modificador - negação)
      3. nada (substantivo)
      4. sem (com particípio)
      5. antes (de tempo)

    מוּת


    (H4191)
    mûwth (mooth)

    04191 מות muwth

    uma raiz primitiva; DITAT - 1169; v

    1. morrer, matar, executar
      1. (Qal)
        1. morrer
        2. morrer (como penalidade), ser levado à morte
        3. morrer, perecer (referindo-se a uma nação)
        4. morrer prematuramente (por negligência de conduta moral sábia)
      2. (Polel) matar, executar, despachar
      3. (Hifil) matar, executar
      4. (Hofal)
        1. ser morto, ser levado à morte
          1. morrer prematuramente

    נָהַג


    (H5090)
    nâhag (naw-hag')

    05090 נהג nahag

    uma raiz primitiva; DITAT - 1309,1310; v

    1. levar, liderar, guiar, conduzir
      1. (Qal)
        1. levar, dirigir, afugentar, conduzir
        2. comportar-se (fig.) (referindo-se ao coração)
      2. (Piel)
        1. afugentar, conduzir para longe
        2. levar, guiar, conduzir
        3. fazer guiar
    2. (Piel) gemer, lamentar

    עַד


    (H5704)
    ʻad (ad)

    05704 עד ̀ad

    propriamente, o mesmo que 5703 (usado como prep, adv ou conj); DITAT - 1565c prep

    1. até onde, até, até que, enquanto, durante
      1. referindo-se a espaço
        1. até onde, até que, mesmo até
      2. em combinação
        1. de...até onde, ambos...e (com ’de’, no sentido de origem)
      3. referindo-se ao tempo
        1. até a, até, durante, fim
      4. referindo-se a grau
        1. mesmo a, ao ponto de, até mesmo como conj
    2. até, enquanto, ao ponto de, mesmo que

    קָטָן


    (H6996)
    qâṭân (kaw-tawn')

    06996 קטן qatan ou קטן qaton

    procedente de 6962; DITAT - 2009a,2009b; adj.

    1. jovem, pequeno, insignificante, sem importância
      1. pequeno
      2. insignificante
      3. jovem
      4. sem importância

    שָׁבָה


    (H7617)
    shâbâh (shaw-baw')

    07617 שבה shabah

    uma raiz primitiva; DITAT - 2311; v.

    1. levar cativo
      1. (Qal)
        1. levar cativo
        2. cativo (particípio)
        3. levar cativo
      2. (Niphal) ser levado cativo

    אִשָּׁה


    (H802)
    ʼishshâh (ish-shaw')

    0802 אשה ’ishshah

    procedente de 376 ou 582; DITAT - 137a; n f

    1. mulher, esposa, fêmea
      1. mulher (contrário de homem)
      2. esposa (mulher casada com um homem)
      3. fêmea (de animais)
      4. cada, cada uma (pronome)

    אֲשֶׁר


    (H834)
    ʼăsher (ash-er')

    0834 אשר ’aher

    um pronome relativo primitivo (de cada gênero e número); DITAT - 184

    1. (part. relativa)
      1. o qual, a qual, os quais, as quais, quem
      2. aquilo que
    2. (conj)
      1. que (em orações objetivas)
      2. quando
      3. desde que
      4. como
      5. se (condicional)

    אֵת


    (H853)
    ʼêth (ayth)

    0853 את ’eth

    aparentemente uma forma contrata de 226 no sentido demonstrativo de entidade; DITAT - 186; partícula não traduzida

    1. sinal do objeto direto definido, não traduzido em português mas geralmente precedendo e indicando o acusativo