Enciclopédia de Gênesis 1:17-17

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

gn 1: 17

Versão Versículo
ARA E os colocou no firmamento dos céus para alumiarem a terra,
ARC E Deus os pôs na expansão dos céus para alumiar a terra,
TB Deus os colocou no firmamento do céu para alumiar a terra,
HSB וַיִּתֵּ֥ן אֹתָ֛ם אֱלֹהִ֖ים בִּרְקִ֣יעַ הַשָּׁמָ֑יִם לְהָאִ֖יר עַל־ הָאָֽרֶץ׃
BKJ E Deus os colocou no firmamento do céu para dar luz sobre a terra;
LTT E Deus as pôs (aos dois grandes luminares e às estrelas) no firmamento do céu para iluminar a terra,
BJ2 Deus os colocou no firmamento do céu para iluminar a terra,
VULG Et posuit eas in firmamento cæli, ut lucerent super terram,

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Gênesis 1:17

Gênesis 9:13 O meu arco tenho posto na nuvem; este será por sinal do concerto entre mim e a terra.
Jó 38:12 Ou desde os teus dias deste ordem à madrugada ou mostraste à alva o seu lugar,
Salmos 8:1 Ó Senhor, Senhor nosso, quão admirável é o teu nome em toda a terra, pois puseste a tua glória sobre os céus!
Salmos 8:3 Quando vejo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que preparaste;
Atos 13:47 Porque o Senhor assim no-lo mandou: Eu te pus para luz dos gentios, para que sejas de salvação até aos confins da terra.

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras

Não foram encontradas referências em Outras Obras.

Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Gênesis Capítulo 1 do versículo 3 até o 31
  1. O Dia da Luz e das Trevas (Gn 1:3-5)

Energia é necessidade vital para o hábitat do homem, e luz é energia. Por conse-guinte, a primeira ordem de Deus foi: Haja luz (3). A ênfase na palavra falada de Deus é tão grande que cada dia criativo começa com uma ordem ou expressão da vontade divina.' Em seguida, ocorre a execução da ordem e a declaração culminante: Era bom ou equivalente (e.g., 4,10,18).

  1. O Dia das Águas Divididas (Gn 1:6-8)

As águas foram separadas, e acima da terra havia uma expansão (6). A palavra expansão ou firmamento transmite a idéia de solidez.' Contudo, a ênfase na palavra hebraica original raqia não está no material em si, mas no ato de expandir-se ou na condição de estar expandido. Por isso, a palavra "expansão" é muito apropriada.

Em diversos lugares do Antigo Testamento, o ato de estender os céus é proeminente (ver 9:8-26.7; Sl 104:2; Is 45:12-51.13; Jr 51:15; Zc 12:1). A evidência de que Deus é o Criador acha-se no ato de estender e não no caráter do que foi formado.' Ao longo do Antigo Testamento, o interesse se centraliza nas relações de Deus com a natureza e o homem. Deus é o Criador, e a partir desta declaração o Antigo Testamento passa a mos-trar que a natureza é uma criatura e uma ferramenta. Do mesmo modo, Deus julga, livra e cuida do homem.

  1. O Dia da Terra e do Mar (Gn 1:9-13)

O terceiro ato de Deus dizia respeito à formação de um futuro hábitat para o ho-mem, que é criatura da terra. O alimento para o homem, a vegetação, cresce na terra. Sob a ordem de Deus, terra e mar se separaram, e forma, vida e beleza enfeitaram a terra. O texto não descreve como estas separações ocorreram, nem há uma lista das forças dinâmicas e naturais envolvidas. Ao invés disso, a relação de um Criador pode-roso com uma criatura obediente e flexível é o tempo todo, e claramente, mantida dian-te do leitor.
Dramaticamente, Deus se voltou para a terra agora visível e deu-lhe ordens. Apare-ça a porção seca (11) não era admissão de que as substâncias inorgânicas possuíam o poder inerente de produzir vida.' Muito pelo contrário, a vida em si acha-se, no final das contas, na palavra criativa de Deus e imediatamente surge em resposta à sua ordem.

Seguindo um padrão de pares — luz e trevas, águas que estavam sobre e águas que estavam debaixo, terra e mares —, agora ocorre uma série de grupos de três. Erva, erva dando semente... e árvore frutífera (12) são agrupamentos muito generalizados e não devem ser considerados classificações botânicas no sentido moderno.

A frase conforme a sua espécie' indica limites aos poderes de reprodução. Mas não fornece um projeto que esboça linhas limítrofes. O destaque está na segurança observável da natureza: trevo produz trevo, trigo produz trigo, etc. E assim foi (11) -e ainda é.

  1. O Dia dos Dois Luminares (Gn 1:14-19)

Os pagãos adoravam o sol, a lua e as estrelas como deuses e deusas de poder formi-dável. Na narrativa deste dia da criação, o luminar maior (16) e o luminar menor nem mesmo são nomeados. Em poucas sentenças hábeis, o autor descreve a criação destes corpos celestes, os quais, depois, são incumbidos de executar certas tarefas nos céus.' Eles possuem uma dignidade de governo e nada mais. As estrelas também recebem não mais que uma menção honrosa. Que golpe contra o paganismo!

  1. O Dia dos Pássaros e dos Peixes (1:20-23)

Pelo motivo de a luz e as trevas serem comuns a ambos os dias, o primeiro dia (3-5) e o quarto dia (14-19) estão relacionados. Também o segundo (6-8) e o quinto (20-23) estão relacionados no ponto em que lidam com a expansão, em cima, e as águas, embai-xo. No quinto dia, Deus falou uma palavra para as águas (20), as quais produziram criaturas e pássaros encheram o ar. No versículo 21, vemos outra tríade: as grandes baleias... todo réptil de alma vivente... e toda ave de asas.

O texto não nos conta como as águas colaboraram com o Criador, mas para enfatizar a estreita ligação entre Deus e estas criaturas é empregado o verbo criou.' As diferenças surpreendentes entre a vida botânica e a biológica são atribuídas a um ato divino. Deus os abençoou (22). No Antigo Testamento, a bênção divina é um ato criativo e uma capacitação para que aquele que a recebe cumpra seu destino segundo a vontade de Deus. Neste caso, a vontade de Deus é que as criaturas se reproduzam abundantemente... conforme as suas espécies (21). Este ato serviu para anular a condição anterior "vazia" (2).

  1. O Dia dos Animais e do Homem (1:24-31)

Dando mais uma ordem: Produza a terra alma vivente (24), Deus encheu a terra de criaturas: as bestas-feras da terra (os animais selvagens, 25), gado e... todo rép-til que se move sobre a terra (26).

Mas este dia teria a coroação do ato criativo. A deidade, em deliberação, disse: Faça-mos o homem (26).9 Esta criatura tinha de ser diferente. Deus disse que o homem tinha de ser feito à nossa imagem, tendo certa semelhança com a realidade, mas care-cendo de plenitude. O homem devia ser conforme a nossa semelhança, tendo similitude geral com Deus, mas não sendo uma duplicata exata. Não era para ele ser um pequeno Deus, mas definitivamente tinha de estar relacionado com Deus e ser o portador das características distintivas espirituais que o marcam exclusivamente como ser superior aos animais.'

Em 1:26-30, encontramos "O Homem Feito à Imagem de Deus".

1) Um ser espiritual apto para a imortalidade, 26ab;

2) Um ser moral que tem a semelhança de Deus, 27;

3) Um ser intelectual com a capacidade da razão e de governo, 26c,28-30 (G. B. Williamson).
Uma das marcas da imagem de Deus foi Ele ter dado ao homem o status e o poder de governante. O direito de o homem dominar (28) ressalta o fato de que Deus o equipou para agir como governante. A aptidão para governar implica em capacidade intelectual adequada para argumentar, organizar, planejar e avaliar. A aptidão para governar im-plica em capacidade emocional adequada para desejar o mais alto bem-estar dos súditos, apreciar e honrar o que é bom, verdadeiro e bonito, repugnar e repudiar o que é cruel, falso e feio, ter profunda preocupação pelo bem-estar de toda a natureza e amar a Deus que o criou. A aptidão para governar implica em capacidade volitiva adequada para esco-lher fazer a toda hora o que é certo, obedecer ao mandamento de Deus indiscutivelmente e sem demora, entregar alegremente todos os poderes a Deus em adoração jovial e parti-cipar em uma comunhão saudável com a natureza e Deus.

Deus criou o homem para ser uma pessoa que tivesse autoconsciência, autodetermi-nação e santidade interior (Ec 7:29; Ef 4:24; Cl 3:10). A imagem foi distribuída sem dis-tinção de macho e fêmea, tornando-os iguais diante de Deus.

Como Deus abençoou (22) o que previamente havia criado (21), assim Deus outra vez abençoou (28) esta fase da sua obra. Incumbiu o homem com a responsa-bilidade de reproduzir-se e sujeitar à sua superintendência a terra e tudo que nela havia.

O ato de abençoar o gênero humano é de significado mais amplo que o de abençoar os animais (22). O homem é capaz de ter consciência dessa bênção e pode responder a ela. "Abençoar" em relação a um ser racional é ato de transmitir um senso da vontade de Deus para o abençoado. Isto é especialmente significativo para o homem, pois a ordem de procriar coloca a aprovação de Deus no ato de reprodução. Essencialmente, a relação homem-mulher na procriação é boa, está dentro da vontade de Deus e é básica para o bem-estar deles.

No Antigo Testamento, há dois aspectos para o ato de conceder bênçãos. Da parte de Deus, há o ato de um Ser superior concedendo favor a quem é dependente dele. Da parte do homem, há o retorno da gratidão ao Doador de dons (Gn 24:48; Dt 8:10).

Aspecto importante da bênção de Deus era a concessão de poder e habilidade para sujeitar e dominar (28) os outros seres criados que habitam a terra. Mas era uma autori-dade delegada, um governo subordinado, pelo qual o homem prestava contas a Deus. Presumimos que a responsabilidade de controlar a vida animal não acarreta o direito de abusar dela, caso contrário não teria sido bom.
Deus concedeu ao homem o direito de usar os frutos da vida vegetal para comida (29). Isto não lhe deu o privilégio de explorar a natureza, deixando para trás estrago e desolação. O cuidado apropriado dos frutos da vida vegetal tem necessariamente de acar-retar o cultivo (2,15) e a conservação dos recursos naturais.
O fato de os animais, sujeitos ao controle do homem, também se alimentarem de plantas, toda a erva verde (30), destaca ainda mais a responsabilidade que pesa sobre o homem. Ele é responsável por controlar a natureza de modo que a natureza supra as necessidades de todas as criaturas vivas e não só as necessidades do homem (ver 9.3 sobre a permissão de comer carne).

A morte de animais não é mencionada, embora não haja razão para presumir a ausência de morte animal antes da queda. O foco está na vida, na harmonia, na ordem e na aptidão de forma e função para o domicílio terrestre do homem.

Em Gn 1:1-5, 26-31, vemos a "Criação pela Vontade Onipotente", com a idéia central no versículo 1.

1) Causa adequada, 1,2;

2) Desígnio evidente, 2-5;

3) Homem semelhante a Deus, 26-30;

4) Concepção onisciente, 31 (G. B. Williamson).


Champlin

Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
Champlin - Comentários de Gênesis Capítulo 1 do versículo 14 até o 19

O Quarto Dia (Gn 1:14-19)

Gn 1:14

Disse também Deus: Haja luzeiros no firmamento. A palavra lirmamento é explicada no vs. Gn 1:6. Primeiro houve a luz primeva (vs. Gn 1:3), que tinha, como uma de suas funções, o estabelecimento de dias criativos de vinte e quatro horas. Agora aparecia o sol, que dava prosseguimento a essa função. Todavia, não há sugestão de que o sol viera substituir a luz pnmeva. A questão fica sem explicação. O sol e a lua passaram a separar o dia da noite, embora também tivessem funções astronômicas. Ver no Dicionário sobre Astronomia. Os intérpretes judeus fantasiavam em suas interpretações ao dizerem que o sol e a lua também promoviam suas várias festividades, dias de descanso etc. Ver Festas (Festividades) Judaicas no Dicionário. Eu disse “fantasiavam", embora seja totalmente possível que o autor sacro, intensamente interessado por essas coisas, realmente quisesse dar isso a entender.

Sinais. É possível que estivessem em mente funções astronômicas (Is 7:11 e II Reis 20:8-11). Mas outros entendiam que esses eram sinais de condições atmosféricas boas ou más, o tempo próprio para o plantio, para a colheita etc.

Estações. Estão em foco as quatro estações do ano, os ciclos que ocorrem anualmente. O trecho do Sl 104:19 contém uma afirmação similar.

Dias e anos. Talvez essas palavras indiquem uma extensão da primeira parte do versículo, a questão de dia e noite e dos ciclos normais da vida. Mas aqui os intérpretes judeus viam suas festividades religiosas. Diz o Targum de Jonathan: “. . e que sirvam de sinais e de tempos das festividades, considerando-se o número de dias e santificando o começo de cada mês. . E Jarchi, por igual modo, interpreta a palavra estações, julgando que ela aluda às festas solenes que eram regulamentadas pelas estações do ano.

Astrologia. Os povos antigos muito respeitavam o céu, idolatrando-o de várias maneiras. Ademais, acreditavam que os corpos celestes exerciam influências sobre a vida dos homens. Mas essas noções são escarnecidas em trechos como Jr 10:2 e Is 47:13. Os antigos pais da Igreja pensavam que todos os poderes dessa ordem se tinham prostrado diante do berço do menino Jesus, o Grande Poder que veio suplantar todos os demais poderes. Afinal, astrólogos vieram visitar o menino Jesus. Ver no Dicionáno sobre Astrologia. A mente hebraica reputava os céus como obras dos dedos de Deus, e não como poderes capazes de afetar as vidas humanas. Mas os homens acabaram caindo no ardil de adorarem as forças celestes (Rm 1:25).

A Sacralidade do Tempo. Foi Deus quem trouxe à existência o tempo e as suas vicissitudes. O tempo é sagrado e deve ser respeitado e usado da forma mais vantajosa possível. Deus é o poder por trás do tempo, além de ser o poder que há no tempo. O Natal foi comercializado; a Páscoa passou a girar em torno do coelhinho; os feriados religiosos tornaram-se justificativas para os homens caírem em excessos.

A Grandiosidade da Criação de Deus. Meu artigo sobre Astronomia expõe algumas idéias sobre a grandiosidade do mundo criado por Deus. Em meio a essa grandiosidade, está o homem, em torno do qual residem muitos propósitos de Deus. Sem dúvida, esse é um fato significativo. Compare-se isso com o mistério paulino da vontade de Deus (Ef 1:9,Ef 1:10). O destino remoto tem por alvo redundar no bem de todos, porque foi assim que Deus planejou as coisas.

O Sermão Pregado uma Vez por Ano. Certo pastor da Nova Inglaterra (nos Estados Unidos) tinha por hábito pregar um sermão, uma vez por ano, sobre as últimas descobertas da astronomia. Alguém objetou a essa prática. Mas o pastor insistiu em que se manter informado sobre esse conhecimento ampliava em muito o seu próprio conceito de Deus. O objetor notou que o pastor estava com a razão, e uma luz brilhou em sua mente. Todo conhecimento, quando corretamente apreendido, faz nossa mente voiver-se para Deus. Quanto maior for o nosso conhecimento, mais conheceremos sobre Deus, o qual é a fonte originária de todo conhecimento e de todo saber, A postura antiintelectual de muitas pessoas religiosas por certo labora em erro. Ver no Dicionário o artigo intitulado Antiintelectualismo.

Gn 1:15

Luzeiros no firmamento. Ver sobre Finnamento, no vs. Gn 1:6. A cosmologia dos hebreus supunha que o firmamento era uma espécie de taça invertida, alguma substância sólida que separava as águas acima (o mar celeste) das águas abaixo (os oceanos e demais depósitos de água, sobre os quais a terra firme flutuaria). Os luzeiros, postos no céu, ou seja, o sol, a lua e as estrelas, seriam corpos luminosos afixados ao lado inferior do firmamento, que pairaria sobre aquela massa sólida. Naturalmente, não faziam idéia da grande imensidão do espaço sideral. Os estudiosos conservadores, que reconhecem esses elementos da cosmogonia dos hebreus, supõem que o autor sagrado aludia aqui a esses luzeiros em um sentido poético, e não literal, e não tentam nenhuma real definição da questão. Os críticos, por sua vez, pensam que o autor sacro promovia uma cosmogonia ultrapassada, devido à falta de melhor entendimento. E também supõem que este versículo contradiga o terceiro, que fala na luz primeva, pois agora o sol e a lua feriam assumido as funções até recentemente atribuídas à Luz, produzindo dias de vinte e quatro horas, Com base nisso, supõem que diferentes fontes informativas foram alinhavadas, de maneira um tanto inepta. Seja como for, todos admitem que, em contraste com outros povos antigos, os hebreus não transformavam os corpos celestes em objetos de adoração.

“Nestes versículos do Gênesis acha-se uma das muitas instâncias em que o autor hebreu elevava conceitos instintivos de povos mais antigos a uma fe mais nobre. Para os hebreus, o sol e a lua já não eram forças independentes. Mas também seriam obras da mão do Deus vivo, cuja obra final é o homem' (Walter Russell Bowie, in loc.).

Para alumiar a terra. Adam Clark (in loc.) supõe que todos os objetos físicos foram criados como lugares de habitação, pelo que, em seus dias (século XVIII), ele pensava que todos os planetas eram habitados, incluindo a lua. Nisso ele estava enganado, embora tivesse entendido quão antropocêntrica é a Bíblia, O autor do Gênesis adianta que os luzeiros foram feitos visando ao beneficio da terra. Daí podemos extrair uma lição espiritual, embora talvez não uma lição científica. Ver o Dicionário sobre o Teísmo.

Gn 1:16

Os dois grandes luzeiros. O vs. Gn 1:16 é uma elaboração do vs. Gn 1:15. Os luzeiros são o sol, a lua e as estrelas. Os dois grandes luzeiros (o sol e a lua) governam, respectivamente, o dia e a noite. Ambos visam ao beneficio do homem. Mas sua finalidade não era servir de objetos de adoração. O sol era adorado no Egito. Mas em áreas desérticas da Ásia, onde o sol castiga e perturba os homens com os seus raios requeimantes, a lua era favorecida como o poder mais beneficente, e muitos lhe mostravam grande respeito. Os eclipses solapes só infundiam o pavor no coração dos homens. Todavia, a lua era temida por alguns como uma entidade prejudicial. O telescópio removeu alguns dos mistérios, o que também tem sido obtido mediante o avanço geral do conhecimento. Mas até hoje os corpos celestes são reputados como realidades temíveis, Pensemos na maravilha da existência de qualquer coisa! O autor do Gênesis não tinha como entender a grandiosidade dos objetos que ele mencionou tão aiigeíradamente, A criação é um testemunho da existência, do poder e da benevolência de Deus. A religião natural apóia-se sobre esse fato. Ver o Dicionário quanto à Revelação Natural.

Estrelas. O nosso sol é apenas uma estrela de grandeza média, mas o autor sagrado não tinha como saber disso. A maravilha do sol é multiplicada por bilhões de vezes nas estrelas. O autor sagrado incluía os planetas em seu termo, estrelas. É que ele não antecipava alguma diferença nos dois tipos de luzeiros celestes. Existem bilhões de galáxias, cada qual com seus bilhões de estrelas. Ver o artigo intitulado Astronomia quanto a alguns fatos básicos. Os fatos não são frios. Antes, ilustram a majestade de Deus. É a Ele que nós oramos. Seu poder foi posto à minha disposição, para meus pequenos interesses e projetos. O poder de Deus faz-se sempre presente, e o bem de todo o destino humano depende disso. Seu poder está sempre presente para o nosso bem.

Gn 1:17
Este versículo é uma reiteração de itens anteriores. Lemos aqui, novamente, que os luzeiros existem para benefício da “terra”, enfatizando o teismo extremo do autor sacro, bem como sua cosmologia antropocêntrica. Em contraste com isso, no relato babilônico, os deuses se divertiríam em sua habitação acima do firmamento, enquanto na terra imperariam as trevas e o caos. De acordo com o relato do Gênesis, Deus estava preparando o caminho para o homem.
Colocou. Este termo dá a entender um propósito divino. O caos estava sendo revertido. Nada foi deixado ao mero acaso. Os pagãos adoravam aos oojetos cujo propósito era servi-los, e não serem servidos por eles (31:26-28). O homem, em seu desespero, pensa que ele se acha em uma jornada sem significação. Mas ao contemplar os fatos astronômicos, reconhece instintivamente a mão de Deus em todas as coisas. Deus não é perdido de vista na imensidão de Sua criação. Antes, Seu poder, bondade e intento benévolo rebrilham através das obras de Suas mãos.

Do famoso Hiperion ele fez levantar-se o sol, e colocou a lua no meio do céu, revestida de esplendor, mas com luz muito menor,
Os chefes radiosos do dia e da noite.

(Claudiano, o Arrebatado Escritor de Prosa, traduzido do latim)

(Hiperion'. Um dos titãs, pai do deus-sol Hélios. Homero chamava Hélios de Hiperion)

Gn 1:18

Para governarem o dia e a noite. O vs. Gn 1:18 continua a repetir itens que já haviam sido mencionados. Neste versículo, agora é o sol e a lua que dividem a luz das trevas, o que, no vs. Gn 1:4, aparecia como uma das funções da luz primeva. Alguns intérpretes supõem que o aparecimento do sol tenha eliminado a necessidade da luz. Mas outros pensam que a luz, sem importar o que ela fosse, teria sido absorvida pelo sol. O autor sacro não oferece nenhum esclarecimento ou explanação conciliadora. Mas sem importar como tenham sido as coisas, um ponto fica claro: *Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras das suas mãos" (Sl 19:1).

Isso era bom. Uma afirmação reiterada no fim de cada dia da criação, excetuando no segundo. Ver o comentário sobre a expressão, no vs. 8.0 trabalho estava sendo bem-feito, e era benévolo. Nada foi feito ao acaso ou destituído de propósito. Resultados apropriados eram obtidos a cada dia.
Gn 1:19
O quarto dia. A menção à tarde e à manhã, formando um ciclo de vinte e quatro horas, põe fim à descrição do quarto dia da criação. Ver o vs. Gn 1:5 quanto a amplos comentários sobre essa expressão.


Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Gênesis Capítulo 1 do versículo 1 até o 31
*

1.1–2.25 Ver “Deus, o Criador”, índice.

* 1.1–2.3 Este relato da criação estabelece a fundação da cosmovisão de Israel com respeito a Deus, aos seres humanos, à criação e às leis referentes a humanidade (p.ex., não adorar outros deuses, guardar o sábado, não tirar a vida do inocente).

* 1.1 No princípio, … Deus. A palavra hebraica para “Deus”, o primeiro sujeito de Gênesis e da Bíblia, é plural para denotar a sua majestade. Não há outro Deus (Dt 2:39; Is 40:21, 28; 43:10; Jo 1:1; Cl 1:17). Ele é a verdade, a base de todo o conhecimento sadio (Jo 14:6). Deus é pessoal; ele fala e age.

criou. Esta palavra traduz a palavra hebraica que é reservada somente para a atividade criadora de Deus. Lingüisticamente possível, embora menos provável, é a tradução “Quando Deus começou a criar os céus e a terra, a terra era sem forma e vazia.” A atividade criadora de Deus, entretanto, não foi a mera organização da matéria pré-existente (como um artesão moldando a sua obra), porque outros textos ensinam claramente que o universo foi criado ex nihilo (isto é, do nada, Jo 1:3; Hb 11:3; 2Pe 2:5) e que apenas Deus é eterno e transcendente (p. ex. Sl 102:25-27; Pv 8:22-31). Nem mesmo as trevas existem a parte da palavra criadora de Deus (Is 45:7). Enquanto esta narrativa é totalmente compatível com a doutrina da criação ex nihilo, a ênfase recai na ordenação progressiva de Deus de um mundo sem forma e vazio (v. 2, nota).

os céus e a terra. Esta combinação de opostos expressa o universo organizado.

* 1.2 A terra … abismo. A terra original é sem luz e sem terra seca. A origem das trevas, do abismo e de Satanás (3.1-6) não é explicada em Gênesis. Suas origens são um mistério, porém somente Deus é eterno (Sl 90:2; Pv 8:22-31). No novo céu e nova terra não haverá mar nem trevas (Ap 21:1, 25).

A terra, porém, estava sem forma e vazia. Esta descrição expressa o estado da criação ainda desordenada ou incompleta. Alguns a vêem como uma ameaça negativa do caos que é superada pelo poder criativo de Deus.

Alguns sugerem que os vs. 1 e 2 se referem a dois atos criativos separados por um período de tempo. Eles sustentam que a criação inicial caiu em uma condição de desolação (talvez por causa da queda de Satanás) e que a palavra hebraica traduzida aqui como “estava” deveria ser entendida como “veio a ser”. Esta posição é, no entanto, muito duvidosa porque a tradução proposta (“veio a ser”) é improvável neste contexto e porque a descrição “sem forma e vazia” se refere mais naturalmente a uma criação ainda a ser formada do que a uma criação que se estragou.

Espírito de Deus. O Espírito de Deus dá vida a todos; quando ele retira Seu Espírito, a vida cessa. Ele continua a dar e a retirar a vida (33:4; Sl 104:30; Ec 12:7; Lc 23:46). O Espírito também constrói “templos”: o cosmos (Sl 104:1-4); o tabernáculo (Êx 28:3; 35:31); Cristo (Lc 1:35; conforme Jo 2:19); a igreja (1Co 3:16; Ef 2:22). Ver “O Espírito Santo”, índice.

pairava por sobre as águas. Pairando como uma águia sobre um abismo original, o poderoso Espírito faz da terra a habitação para os seres humanos.

*

1.3-31 A criação progride em duas tríades de dias relembando, respectivamente, o “sem forma e vazia” do v. 2:

Dia 1—Luz (v. 3)

Dia 4—Luzeiros (v.14)

Dia 2—Céu/água (v. 6)

Dia 5—Peixes/aves (v. 21)

Dia 3—Terra, vegetação (vs. 9-11)

Dia 6—Animais e seres humanos (vs. 24-30)

Na primeira tríade Deus dá a terra forma no separar a luz do dia da escuridão da noite, a mar abaixo das nuvens, e a terra seca com vegetação do mar; na segunda tríade ele preenche esses campos. Cada tríade, movendo-se do céu para a terra, progride de um ato criativo simples (vs. 3-5, 14-19) para um ato criativo com dois aspectos (vs. 6-8, 20-23), para dois atos criativos separados, cada um culminando na produção da terra (vs. 9-13 24:31). O padrão de cada dia é semelhante: uma declaração (“disse Deus”); uma ordem (“haja”); um relato (“e assim se fez”); uma avaliação (“isso era bom”) e uma estrutura cronológica (p.ex., “o primeiro dia”).

* 1.3 Disse Deus. O ato livre da criação de Deus através da Palavra divina (Sl 33:6, 9; conforme Jo 1:1, 3) significa que o universo não é uma emanação ou parte do ser divino, conseqüentemente descartando todas as formas de panteísmo. Embora a criação não seja parte do ser divino, toda a criação é em última instância dependente de Deus para sua existência, porque ele cria e sustenta tudo o que existe pelo poder do seu próprio ser.

Haja. A vontade de Deus é irresistível. Ela se realiza pelo imperativo divino.

* 1.4 luz. Deus é a fonte última da luz do dia que se alterna com a escuridão; o sol é introduzido mais tarde como a causa imediata (vs. 14-18; v. 5 e nota). A luz simboliza vida e benção (Sl 4:7; 56:13; Is 9:2; Jo 1:4, 5).

boa. Colocados dentro dos limites de Deus, até mesmo as trevas e o abismo (vs. 2,
10) são agora “bons”, servindo aos seus propósitos benevolentes (Sl 104:19-26). A criação dá testemunho das obras de Deus (Sl 19:1-6).

fez separação. Separação é fundamental tanto para a criação quanto para a existência de Israel (3.15; 4:1-17; 12.1; Lv 20:24, 25; Nm 8:14).

* 1.5 Chamou. Deus mostra que ele é o governante do cosmos ao dar nome a suas esferas (17.5; conforme Nm 32:38; 2Rs 23:34; 24:17). Por suas ordens e designações criativas Deus deu existência e significado a todas a coisas de acordo com seu eterno conselho. Para Deus não há mistérios e toda a criação tem coerência e significado dentro de sua vontade. Para o homem o princípio da sabedoria é o temor ao Deus sábio (Pv 1:7).

primeiro dia. Esta apresentação da semana da criação permite ao povo da aliança de Deus imitar o Criador em seus padrões de trabalho e descanso semanais (Êx 20:11; 31:13, 17).

Estudiosos reformados têm proposto diversas interpretações do “dia” criativo. Alguns os vêem como dias literais, em seqüência, de 24 horas. Esta interpretação normalmente pressupõe que a terra é relativamente “jovem” (cerca de 10.000 anos ou menos). Outros estudiosos observando que a palavra hebraica para “dia” (yom) pode se referir a períodos de tempo (p. ex., 2.4), propuseram a “teoria do dia-era”, sugerindo que os “dias” da criação se referem a extensas eras ou períodos de tempo. Ainda outros propuseram que a intenção é de dias literais de 24 horas mas que estes dias foram separados por extensos períodos de tempo. Finalmente, alguns estudiosos sustentam que os dias da criação constituem uma estrutura literária (vs. 3-31, nota) que visa ensinar que somente Deus é o criador de um universo ordenado e conclamar os seres humanos feitos à imagem do Deus criador a refletirem a atividade criadora de Deus no seu próprio padrão de trabalho (2.2; Êx 31:17). Esta “hipótese estrutural” considera os dias da criação como a acomodação graciosa de Deus às limitações do conhecimento humano — uma expressão do infinito trabalho do Criador em termos compreensíveis aos frágeis e finitos seres humanos. Este último grupo de estudiosos observa que o universo tem uma aparência de grande antigüidade, que a expressão “tarde e manhã” parece inconsistente com a teoria do “dia-era” e que a noção de eras intervenientes entre os dias isolados de 24 horas não é aparente no texto.

*

1.6-8 Durante o segundo e terceiro dias criativos, as águas são estruturadas num benevolente sistema de chuvas, fontes e rios.

* 1.6 firmamento. Descrevendo o céu de como este aparece visto da terra o hebraico sugere algo plano e duro (37:18; Is 40:22). Nos vs. 6-8 se refere ambiguamente à atmosfera ou céu (ou ambos). Aqui, faz separação entre nuvens de chuva e rios e mares.

* 1.10 Terra. A palavra conota aquilo que é benevolentemente ordenado pela soberania de Deus visando a vida e segurança humana (Sl 24:1, 2; conforme Pv 2:21, 22).

* 1.11 segundo a sua espécie. Não há espécie de vida à parte do desígnio e atos criativos de Deus. Ele queria que a vegetação servisse como alimento para formas de vidas mais altas (vs. 29, 39).

*

1.14 no … dos céus. A descrição é fenomenológica (isto é, como as coisas parecem aos olhos).

* 1.16 dois grandes luzeiros. O sol e a lua, principais deidades nos panteões pagãos do antigo Oriente Médio, não são sequer nomeadas, efetivamente rebaixando-os e enfatizando que eles servem a humanidade de acordo com o desígnio de Deus.

governar. As formas móveis da segunda tríade de dias parecem governar sobre as esferas que as abrigam (1.3-31, nota): os luzeiros sobre o dia e a noite (Sl 136:7-9), os pássaros e peixes sobre o céu e o mar respectivamente, e os animais sobre a terra e sua vegetação com o homem sobre ambos.

também as estrelas. Os pagãos geralmente creditavam às estrelas (que eram contadas entre seus deuses) a capacidade de controlar o destino humano. Aqui elas são mencionadas quase que de passagem.

* 1.21 Criou. Ver v. 1.

grandes animais marinhos. Na poesia do Antigo Testamento estes são os temidos dragões do mar associados com a mitologia antiga, que os pagãos acreditavam serem rivais dos deuses criadores (Sl 74:13; Is 27:1; 51:9; Jr 51:34). Ao adaptar e modificar essas figuras pagãs, os escritores hebraicos subverteram a teologia pagã — a bondade da criação e a subserviência dos animais aquáticos é ressaltada.

* 1.22 Sede fecundos, multiplicai-vos. Trata-se da multiplicação visando dominar (conforme v. 28). Os pássaros e os peixes dominam suas esferas pela multiplicação. O Senhor Jesus abençoou seus discípulos para se multiplicarem espiritualmente (Mt 28:18-20; Lc 24:50, 51).

*

1.24 animais domésticos … animais selváticos. O contraste entre animais selvagens e domesticados diferencia carnívoros de gado (o hebraico aqui para “animais selváticos” é o mesmo que em 5:22; Sl 79:2; Ez 29:5; 32:4; 34:28).

* 1.26 Façamos … nossa … nossa. O uso do plural aqui é interpretado de diversas maneiras. Alguns vêem isto como uma indicação da pluralidade dentro da unidade divina, aludindo à revelação posterior do Novo Testamento de um Deus como Pai, Filho e Espírito. Outros explicam este uso gramaticalmente — como plural que indica majestade (conforme v. 1 nota) ou como um plural deliberativo (no qual Deus direciona uma afirmação a si mesmo). Finalmente, alguns sustentam que se trata de Deus e da sua corte angelical (Is 6:8, nota).

imagem … semelhança. Seres humanos em todo o seu ser — corpo e alma — adequadamente e fielmente representam Deus (Sl 94:10), possuem vida proveniente dele e conseqüentemente uma intimidade em potencial com ele (2.7 e nota), e servem na terra como seus administradores (Sl 8). A imagem é passada adiante a cada ser humano, dando dignidade a cada pessoa (5.3; 9.6; Pv 22:2 e notas).

Teólogos medievais distinguiam fortemente entre “imagem” e “semelhança”, sendo a “imagem” vista com referência a razão natural e “semelhança” como uma referência à justiça original perdida na Queda. Estudos mais recentes notam que os dois termos hebraicos são usados como sinônimos nas Escrituras (v. 27; 5.1, 3; 9.6).

tenha ele domínio. Deus deu aos seres humanos o mandato cultural de dominar a criação como reis benevolentes (9.2; Sl 8:5-8; Hb 2:5-9). O homem natural pode dominar os reinos animal (v. 28) e vegetal (v. 29), mas não pode dominar os poderes espirituais, especialmente Satanás (cap. 3; Ef 6:10-12). Somente o último Adão, a própria imagem da pessoa de Deus (Cl 1:15; Hb 1:3) e aqueles unidos a ele podem fazê-lo (3.15; Mt 4:1-11; Cl 3:10).

* 1:27

Ver nota teológica “A Imagem de Deus”, índice.

Criou. Ver nota no v. 1. Estas linhas aparentemente poéticas (o verbo “criar” é usado três vezes) celebram a criação do homem.

homem e mulher. Ver “Corpo e Alma, Homem e Mulher”, índice.

* 1.28 abençoou. Ver v. 22; 9.1 e notas. A genealogias dos capítulos 5:9-11; 25; 36 e 46 dão testemunho do cumprimento desta benção.

dominai … terra. Debaixo da benção divina os seres humanos cumprem o mandato cultural (v. 26 e nota) em dar nomes à criação (v. 5; 2.19, 20). Esta atividade expressa o fato de que o homem leva em si a imagem do Criador-Rei. O homem caído, no entanto, distorce esta atividade em auto-deificação e abuso da criação.

*

1.29 ervas …árvores. Nos mitos mesopotâmicos, o homem era criado para prover os deuses com alimento; aqui Deus cria o alimento para o homem. As dietas humanas e animais (v. 30) eram originalmente vegetarianas, situação que se alterou depois do dilúvio (9.3, nota).


Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de Gênesis Capítulo 1 do versículo 1 até o 31
1:1 A simples afirmação de que Deus criou os céus e a terra é um dos conceitos mais desafiantes que enfrenta a mente moderna. A grandiosa galáxia em que vivemos excursão a incrível velocidade de 784.000 km por hora. Mas inclusive a esta velocidade vertiginosa, nossa galáxia igualmente necessita 200 milhões de anos para fazer uma rotação. E existem mais de 1000 milhões de galáxias como a nossa.

Alguns cientistas dizem que o número de estrelas que há na criação é igual a todos os grãos de todas as areias de todas as praias do mundo. Mesmo assim este complexo mar de estrelas giratórias funciona com uma ordem e uma eficiência surpreendentes. Dizer que o universo "só apareceu" ou "evoluiu" requer muita mais fé que acreditar que Deus está detrás de todas estas estatísticas assombrosas. Certamente Deus criou um universo maravilhoso.

Deus não precisava criar o universo; O decidiu criá-lo. por que? Deus é amor e o amor se expressa melhor para algo ou para alguém, assim Deus criou ao mundo e às pessoas como uma expressão de seu amor. Devemos evitar reduzir a criação de Deus a termos meramente científicos. Recorde que Deus criou o universo porque ama a cada um de nós.

1.1ss A história da criação nos ensina muito a respeito de Deus e de nós mesmos. Primeiro, aprendemos a respeito de Deus: (1) O é criativo; (2) como Criador é diferente a sua criação; (3) O é eterno e controla ao mundo. Também aprendemos de nós mesmos: (1) já que Deus decidiu nos criar, somos valiosos ante seus olhos; (2) somos mais importantes que os animais. (Veja-se 1.28 para maior informação sobre nosso rol na ordem criada.)

1.1ss Exatamente como criou Deus ao mundo? Este segue sendo um assunto de grande debate. Alguns dizem que houve uma repentina explosão e o universo apareceu. Outros dizem que Deus iniciou o processo e que o universo evoluiu ao longo de milhares de milhões de anos. Quase qualquer religião antiga conta com sua própria história para explicar como chegou a ser o mundo. E quase todos os cientistas têm uma opinião sobre a origem do universo. Mas só a Bíblia mostra um Deus supremo que criou a terra por seu grande amor e que deu a toda a gente um lugar especial nele. Nunca saberemos todas as respostas de como Deus criou ao mundo. Mas a Bíblia nos diz que Deus sim o criou. Este fato por si só dá às pessoas valor e dignidade.

1:2 A afirmação de que "a terra estava desordenada e vazia", proporciona o entorno para a narração da criação que aparece a seguir. Durante o segundo e terceiro dias da criação, Deus deu forma ao universo; durante os três dias seguintes, Deus encheu a terra com seres viventes. "As trevas[...] sobre a face do abismo", dissiparam-se o primeiro dia quando Deus criou a luz.

1:2 A imagem do Espírito de Deus que se movia sobre a face das águas é similar a um pássaro que protege a seus pintinhos (vejam-se Dt 32:11-12; Is 31:5). O Espírito de Deus estava ativamente envolto na criação do mundo (vejam-se 33:4; Sl 104:30). Seu cuidado e amparo seguem estando ativos.

1.3-2.7 Quanto tempo tomou a Deus criar o mundo? Há dois pontos de vista em relação aos dias da criação: (1) cada dia foi um período literal de vinte e quatro horas; (2) cada dia representa um período indefinido (até milhões de anos).

A Bíblia não esclarece qual teoria é a correta. Mas a pergunta real não é quanto tempo tomou a Deus, a não ser como o fez. Deus criou ao mundo de uma maneira ordenada (não criou as novelo antes que a luz); e criou ao homem e à mulher como seres singulares capazes de comunicar-se com O. Nenhuma outra parte da criação pode reclamar esse maravilhoso privilégio. O ponto importante não é quanto tempo tomou a Deus criar o mundo, já sejam uns poucos dias ou uns poucos milhares de milhões de anos, mas sim o criou tal qual quis fazê-lo.

1:6 A "expansão em meio das águas" era uma separação entre o mar e o bafo do céu.

1:25 Deus viu que sua obra era boa. Em ocasiões, a gente se sente culpado por passar um momento agradável ou por sentir-se bem por um lucro. Isto não deve ser assim. Assim como Deus estava agradado com sua obra, podemos estar agradados com as nossas. Entretanto, não podemos estar agradados com nossa obra se Deus não o estiver também. O que está fazendo você que faça feliz tanto a Deus como a você mesmo?

1:26 por que Deus empregou a forma plural quando disse "Façamos ao homem a nossa imagem"? Uma perspectiva diz que está fazendo referência à Trindade -Deus, o Pai; Jesucristo, seu Filho; e o Espírito Santo- todos os quais são Deus. Outra perspectiva afirma que o plural se utiliza para denotar majestuosidad. Tradicionalmente os reis utilizam a forma plural ao falar deles mesmos. Desde 33:4 e Sl 104:30 sabemos que o Espírito de Deus estava presente na criação. Desde Cl 1:16 sabemos que Cristo, o Filho de Deus, estava trabalhando na criação.

1:26 Como é que somos feitos a semelhança de Deus? Obviamente, Deus não nos criou exatamente como O, porque Deus não tem corpo físico. Em troca, somos reflexo da glória de Deus. Alguns pensam que nosso raciocínio, criatividade, poder de comunicação ou auto-determinação é a imagem de Deus. Mas bem, é todo nosso ser o que reflete a imagem de Deus. Nunca chegaremos a ser totalmente iguais a Deus, porque O é nosso Criador supremo. Mas sim temos a capacidade de refletir seu caráter em nosso amor, paciência, perdão, bondade e fidelidade.

O saber que fomos criados a semelhança de Deus e portanto possuímos muitas de suas características, proporciona-nos uma base sólida para nossa auto-estima. Nosso valor não se apóia em posses, lucros, atrativo físico ou reconhecimento público. Em troca se fundamenta no fato de ter sido criados a semelhança de Deus. devido a que somos semelhantes a Deus podemos ter sentimentos positivos a respeito de nós mesmos. O nos criticar ou nos degradar equivale a criticar o que Deus tem feito. Saber que você é uma pessoa que tem valor lhe dá a liberdade de amar a Deus, de conhecê-lo pessoalmente e de fazer uma contribuição valiosa a aqueles que o rodeiam.

1:27 Deus fez tanto ao homem como à mulher a sua imagem. Nenhum dos dois foi feito mais à imagem de Deus que o outro. Desde o começo vemos que a Bíblia coloca tanto a um como ao outro no pináculo da criação de Deus. Nenhum dos sexos é exaltado nem desprezado.

1:28 Senhorear significa exercer absoluta autoridade e controle sobre algo. Deus é quem em última instância governa a terra e exerce sua autoridade com cuidado amoroso. Quando Deus delegou parte de sua autoridade à espécie humana, esperava que nos fizéssemos responsáveis pelo meio e das outras criaturas que compartilham nosso planeta. Não devemos ser descuidados nem esbanjadores ao levar a cabo a tarefa encomendada. Deus foi cuidadoso ao criar a terra. Não devemos ser negligentes ao atender dela.

1:31 Deus observou que o que tinha feito era muito bom. Você é parte da criação de Deus e O está agradado pela maneira em que o criou. Se em ocasiões sente que carece de valor ou que vale pouco, recorde que Deus o criou por uma boa razão. Você é valioso para ele.

DIAS DA CREACION

Primeiro dia: Luz (assim houve luz e escuridão)

Segundo dia: Céu e água (separaram-se as águas)

Terceiro dia: Mar e terra (juntaram-se as águas); vegetação

Quarto dia: Sol, lua e estrelas (para reger sobre o dia e a noite, para dar origem às estações, assinalar os dias e os anos)

Quinto dia: Peixes e aves (para encher as águas e o céu)

Sexto dia: Animais (para encher a terra). Homem e mulher (para cuidar a terra e ter comunhão com Deus)

Sétimo dia: Deus descansou e declarou que tudo o que tinha feito era muito bom

PRINCÍPIOS

A Bíblia não aborda o tema da evolução. Mas bem seu cosmovisión dá por sentado que Deus o criou. O ponto de vista bíblico da criação não está em conflito com a ciência, mas sim está em conflito com qualquer cosmovisión que principie sem um criador.

Igualmente os cristãos comprometidos e sinceros tiveram que lutar com este tema da origem das coisas e chegaram a conclusões diversas. É obvio, isto é de esperar-se já que a evidência é muito antiga e, devido aos estragos das gerações, muito fragmentada. Os estudiosos da Bíblia e da ciência devem evitar polarizações e pensamentos extremistas. Os primeiros devem tomar cuidado de não fazer que a Bíblia diga coisas que não diz, assim como os segundos não devem forçar à ciência a dizer coisas que tampouco diz.

O aspecto mais importante desta discussão contínua não é o processo da criação, a não ser a origem da criação. O mundo não é um produto da casualidade nem da probabilidade; Deus o criou.

A Bíblia não só nos diz que Deus criou o mundo; mais importante ainda, diz-nos quem é esse Deus. Revela-nos a personalidade de Deus, seu caráter e seu plano para a criação. Além disso nos revela o desejo mais profundo de Deus: relacionar-se e ter comunhão com a gente por meio de sua visita histórica a este planeta na pessoa de Seu Filho Jesucristo. Podemos conhecer de uma forma muito pessoal a este Deus que criou o universo.

Os céus e a terra estão aqui. Nós estamos aqui. Deus criou tudo o que vemos e experimentamos. O livro de Gênese começa, "No princípio criou Deus os céus e a terra".

Aqui começamos a mais emocionante e plena de todas as aventuras.


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Gênesis Capítulo 1 do versículo 1 até o 31

I. A HISTÓRIA DO HOMEM (Gn 1:1 ), e da criação do homem (Gn 1:27 ). Seu significado é resumida em uma excelente forma de Skinner.

(A) O fato mais importante é que ele é usado exclusivamente por divina atividade-a restrição a que talvez nenhum paralelo pode ser encontrado em outros idiomas. ... (b) A idéia de novidade ... ou extraordinário ... de resultado é freqüentemente implícita. ... (c) É provável também que ele contém a idéia de esforço de produção (como convém a Almighty) por palavra ou vontade.

Skinner passa a observar que o conceito de criação ex nihilo (do nada) pode não estar incluída na palavra. Isto é verdade. Mas se o autor quis expressar esse conceito, esta é a palavra que usaria. O significado de bara aqui no que diz respeito deve ser determinado pelo contexto. Isto resolve-se em grande parte na questão, que é a relação do versículo 1 a versos Gn 1:2 e Gn 1:3 ?

Muitos estudiosos liberais insistem que o versículo 1 é uma cláusula dependente e que deve ser traduzido com o seguinte verso em algum momento, de forma como esta: "Quando Deus começou a criar os céus ea terra, a terra era um baldio desolado, com a escuridão que cobre o abismo e um vento tempestuoso fúria sobre a superfície das águas ". Isto significa que, quando Deus começou Sua atividade criadora do universo já existia em um estado caótico e que Ele simplesmente remodelada algum material pré-existente. Isso atolar o relato bíblico em todas as impossibilidades filosóficos de um dualismo eterno de Deus e da matéria. Ele é baseado em pontos técnicos da gramática hebraica, que vão muito além do escopo deste comentário. Basta dizer que a maioria dos estudiosos conservadores rejeitam essa interpretação e encontrar justificativa gramatical para traduzir o versículo 1 como uma sentença independente, uma vez que está em cada versão principal. Mas não é só devem versículo 1 ser tratada de forma independente por causa da possibilidade gramatical e necessidade filosófica, mas também por causa do plano seguido pelo autor do Gênesis ao longo do livro. Repetidamente ele descreve um grande cena, uma série de movimento rápido dos acontecimentos, um grande grupo de pessoas ou uma geração mais velha, e depois restringe seu foco para uma cena menor e amplia os detalhes como ele exerce a sua narrativa. Isso ele faz várias vezes no relato da criação. Então, no versículo 1 , ele define o maior possível fase de início de todas as coisas. Depois, no versículo 2 , ele restringe seu foco para a Terra e sua formação detalhado. Quando o verso Gn 1:1 é visto por este prisma, não há nenhuma menção de um material pré-existente para Deus para remodelar. Em vez disso, no início não havia nada além de Deus e Seu poder criador. Criação ex nihilo é novamente uma questão que não pode ser provada nem refutada pela ciência empírica, mas é uma verdade que apela para a razão humana, que tem todo o apoio possível neste versículo, e qual o crente cristão sente é exigido pelo seu conceito exaltado de Deus (conforme Jo 1:3 que, apesar de seu testemunho ao criatividade divina tem sido clara por todos os séculos, a grandeza eo alcance do que a criatividade só vai desdobrar-se em sua plenitude por meio da amplificação testemunho da ciência moderna.

É motivo de ação de graças que um clima mais favorável para a cooperação de estudos bíblicos e da ciência está se desenvolvendo. As descobertas do século XX ter abalado os pressupostos anteriores dos cientistas e têm causado muitos deles a aceitar algum tipo de crença em Deus. Por exemplo, a ciência do século XIX, negou a possibilidade de que qualquer matéria ou energia pode ser criada ou destruída: eram eterna. Mas os estudos pioneiros de Albert Einstein e posterior repartição do átomo provaram que a matéria pode ser transformada em energia e energia em matéria. Isto levou em tempos muito recentes à teoria do "big bang" da origem do universo, uma teoria que sugere que todo o universo se originou de um instante em que uma enorme quantidade de energia foi convertida em matéria. A compatibilidade desta teoria com os comandos poderosos, criativos de Deus em Gn 1:1)

2 E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo eo Espírito de Deus se movia sobre a face das águas. 3 E disse Deus: Haja luz; e houve luz. 4 E Deus viu a luz que era boa; e Deus separação entre a luz e as trevas. 5 E Deus chamou à luz dia, e às trevas chamou Noite. E houve tarde e houve manhã, um dia.

Verso 2 marca um novo ponto de partida na conta da criação, uma reorientação da atenção, uma redução do campo para ser coberto com "os céus ea terra" para a terra , que a palavra aparece em primeiro lugar a palavra hebraica para o bem da ênfase . A terra, porém, não é retomado no ponto em que foi deixado no versículo 1 , mas sim em um ponto subsequente ou em consequência da sua criação inicial em que ele estava em um estado inabitável.

Três coisas são ditas da terra: ele era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo . Os dois primeiros termos são normalmente utilizados em conjunto no Antigo Testamento e pode ser traduzido como um único termo, como "resíduos sem forma." Muitos estudiosos sentiram que a terra não poderia ter deixado nas mãos de Deus em um estado tão perto de-caótica . Eles propuseram, portanto, a teoria do "gap" que sugere que milhares ou mesmo milhões de anos pode ter intervindo entre a criação de um universo aparentemente completa e perfeita no versículo 1 e a recriação da terra descrito nos versículos 2:31 . Dentro dessa lacuna esses estudiosos colocaria a queda dos anjos (2Pe 2:4. ; Ez. 28: 11-19 . É claro, nem dessas referências do VT, lido no seu contexto, pode se referir a Satanás.) Sua queda de alguma forma envolvidos da terra e do julgamento resultante deixou este planeta um desperdício desabitada. Esta lacuna também abre espaço para as eras geológicas e para os fósseis de animais pré-históricos extintos,. Esta teoria é apoiada, acreditam eles, pelo aparecimento de uma das palavras de Gn 1:2 ". um desperdício", onde o profeta diz que Deus não criou o mundo

Esta teoria é uma das possíveis formas de conciliar um universo muito antigo, como descrito pela ciência, com uma criação aparentemente mais recente do presente terra em Gênesis. Mas é quase totalmente baseada na suposição. Os ecos fracos da queda de Satanás e dos anjos que são encontrados na Bíblia falar com uma voz muito mais alto do que o seu contexto justifica, em grande parte devido aos escritos de João Milton em Paradise Lost . Nós simplesmente não temos dados suficientes disponíveis para fundamentar tal teoria. E Is 45:18 explica-se, por isso continua a dizer que Deus não criou o mundo um desperdício, mas sim "a formou para ser habitada." Isto não excluiria o fato de ter criado a Terra em, um estado imperfeito inicial como Numa primeira fase em direção à terra acabado de Gn 1:31 . Deus primeiro fez a poeira e, em seguida, o homem. O senso natural de Gn 1:2 ), ou um período indeterminado, como o dia ou a hora do safra (Pv 25:13 ), ou o período de julgamento como o dia do Senhor (Jl 5:18 ). (Nós usamos a palavra Inglês nos mesmos três sentidos, por exemplo, "não havia aviões nos dias de George Washington.") A possibilidade de que os seis dias de Gn 1:1 ). Muitos dos que aceitam a teoria do "gap" discutido anteriormente rejeitar a teoria do "período", e vice-versa. A evidência não é simplesmente suficiente neste momento para determinar a verdade ou para decidir se essas duas tentativas de harmonização precisa excluir o outro. Há espaço em vez de crença absoluta na criação divina e no propósito de Deus para revelar estas questões mais plenamente em seu próprio tempo, e espaço para a tolerância e caridade em diferenças de opinião como estes.

b. O segundo dia-Atmosfera (1: 6-8)

6 E disse Deus: Haja uma expansão no meio das águas, e haja separação entre águas e águas. 7 E fez Deus o firmamento, e separou as águas que estavam debaixo da expansão e as águas que estavam sobre a expansão; e assim foi. 8 E chamou Deus ao firmamento céu. E foi a tarde ea manhã, o dia segundo.

Como Adão Clarke observa, firmamento é um erro de tradução mais infeliz. Firmamento significa "firme alguma coisa" e parece implicar um céu algo como uma abóbada sólida em que o sol, a lua e as estrelas são fixas como lâmpadas. O erro teve seu início na tradução do hebraico o Antigo Testamento em grego que foi feita no século III aC e que chamamos de Septuaginta. Os antigos gregos concebiam a céu como uma esfera sólido cristalino. Foi a sua falsa ciência que determinou a palavra grega usada neste verso.O erro foi copiado por Jerônimo na 5ulgata Latina e, por sua vez pelos tradutores da Rei Tiago 5ersion. A ciência moderna tem ridicularizado o que ele pensava ser um erro bíblico quando na verdade foi um erro científico de uma outra época! O verdadeiro significado do original hebraico aqui é que algo de "esticado" ou "estendida" como uma tenda, e a melhor tradução é "expansão". Como tal, ele se encaixa perfeitamente a atmosfera da Terra, que é aqui que se destina.

Esta expansão foi a de separar as águas da terra em que lhe são superiores e aqueles abaixo dele. A explicação natural para isso parece ser as águas contidas em forma evaporado nas nuvens como separados a partir das águas que se manteve em forma líquida sobre a superfície da terra. Alguns acreditam, no entanto, que um tipo incomum e totalmente diferente de reservatório atmosférico é aqui pretendida, contendo uma quantidade muito maior de água do que seria normalmente encontrados nas nuvens, que deixou de existir depois que foi esvaziado sobre a terra no momento da Noé.

E chamou Deus ao firmamento céu. Céu aqui, como "céus" no versículo 1 , é, literalmente, "as alturas." Não há, aparentemente, refere-se a todo o universo que está além de nossa terra. Aqui refere-se a atmosfera que rodeia a terra. Mais tarde, no versículo17 , refere-se ao espaço exterior, onde encontram-se o sol, a lua e as estrelas. Em Gn 7:11 , é novamente a extensão mais perto de onde as nuvens derramar chuva sobre a terra. Em Gn 7:23 é a região imediatamente acima da terra em que os pássaros voam. E no Sl 11:4)

9 E disse Deus: Que as águas debaixo do céu se ajunte a um lugar, e deixar a terra seca aparecer:. E assim foi 10 E chamou Deus à porção seca Terra; e ao ajuntamento das águas chamou Mares;. E Deus viu que isso era bom 11 E disse Deus: Produza a terra relva, ervas que davam semente, e árvores frutíferas que davam fruto segundo a sua espécie, em que é a sua semente , sobre a terra. E assim foi 12 E a terra produziu erva, erva dando semente conforme a sua espécie, ea árvore frutífera, cuja semente está do mesmo, conforme a sua espécie; e viu Deus que era bom. 13 E houve tarde e houve manhã, o dia terceiro.

O terceiro dia criativo foi marcado por dois eventos distintos: o de separação de terra das águas, ea introdução da vida orgânica na forma de plantas.

O quadro descrito no versículo 2 e aqui é do planeta inteiramente coberto com água. Agora as partes do planeta pia para fornecer camas para os oceanos e outras seções empurrar o seu caminho através das águas para formar a espinha dorsal dos continentes. Whitcomb e Morris sugerem que isso aconteceu por "isostasy", que significa "pesos iguais", um princípio bastante básico em geologia e geofísica. Isso envolveria o diferencial de triagem dos materiais de superfície, de acordo com seus pesos-primas de maior densidade desenho juntos e afundando, assim espremendo fora e para cima os elementos mais leves. Quando o conjunto foi concluída, os materiais pesados ​​com seus pesos sobrepostas de água estaria em equilíbrio com as maiores espessuras de materiais mais leves em outros lugares. Estes escritores apontam adequadamente a Is 40:12 , "Quem mediu as águas na concha da mão, e dispensado o céu com a extensão, e compreendeu o pó da terra, em uma medida, e pesou os montes em escalas, e os outeiros em equilíbrio? "

Uma vez que a terra tinha sido trazido para a superfície, algo perto as condições com as quais estamos familiarizados existia. Agora a vida poderia ser sustentada. Ciência concorda com as Escrituras que a vida vegetal foi a primeira forma de vida na Terra. O registro de Gênesis nos diz que Deus chamou as plantas adiante da terra, aparentemente usando a terra de alguma maneira em criá-los ou, pelo menos, levá-los até o vencimento. Menciona três classes: as gramíneas, as ervas que produzem sementes e árvores frutíferas. Todos reproduzido conforme a sua espécie . Esta frase que aparece nos versículos 11 , 12 , 21 , 24 e 25 milita contra a teoria da evolução como explicar a origem de todas as formas de vida a partir de uma forma original. Esta frase parece permitem a variação apenas a determinadas categorias indefinidos. Alguns tentaram limitar esta variação para a categoria cientistas chamam "espécies", mas esse termo parece ter sido utilizado livremente assim como para ser aplicada às variações de um único tipo de animal. Não há nenhuma palavra no vocabulário científico que corresponde exatamente ao tipo de Gn 1:1)

14 E disse Deus: Haja luminares no firmamento do céu para separar o dia da noite; e sejam eles para sinais e para estações, e para dias e anos: 15 e sirvam de luminares no firmamento do céu para iluminar a terra; e assim foi. 16 E fez Deus os dois grandes luminares; a luz maior para governar o dia, ea luz menor para governar a noite: ele fez também as estrelas. 17 E Deus os pôs no firmamento do céu para alumiar a terra, 18 para governar o dia ea noite, e para fazer separação entre a luz e as trevas; E Deus viu que isso era bom. 19 E foi a tarde ea manhã, o dia quarto.

Como poderia ter havido luz antes da criação do sol? E como poderiam as plantas do terceiro dia viver, crescer e produzir sem a energia dos raios do sol? Muitas tentativas foram feitas para desvendar esse problema, um complicado em qualquer esforço para harmonizar a ciência ea Bíblia. Alguns pensam que leve o suficiente estava disponível de outras fontes para fazer os primeiros três dias possível sem o sol, se não por outros meios que não a onipotência de Deus. Alguns pensam que a criação do sol, da lua e das estrelas paralelo ao da Terra, a ser iniciado em uma forma imperfeita no início e levado à perfeição um dia depois de a terra surgiu a partir dos oceanos primitivos. Alguns pensam que o sol, a lua e as estrelas já havia sido criado, mas que eles estavam envolta da vista pela atmosfera da Terra, que ainda estava em um estado diferente do de hoje. Eles apontam que a Bíblia não diz que Deus os criou, no quarto dia, mas que Ele fez -los ou "moda"-los e definir , ou mais literalmente "deu" ou "nomeado", no firmamento do céu para dar luz para a terra. Assim, eles não assumem a sua função presente na relação com a terra até o quarto dia. Tanner explica o aparecimento do sol, a lua e as estrelas no quarto dia em termos geológicos, como a substituição da atmosfera de dióxido de carbono desbas


Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de Gênesis Capítulo 1 do versículo 1 até o 31
Vamos nos restringir a algumas ver-dades principais que encontramos nessa importante passagem.

O Criador

Nenhum cientista ou historiador pode aperfeiçoar esta afirmação: "No princípio, criou Deus...". Essa simples afirmação refuta os ateístas, que dizem que Deus não existe; os agnósticos, que afirmam que não podemos conhecer Deus; os politeístas, que adoram muitos deuses; os panteístas, que dizem que toda a natureza é Deus; os materialis-tas, que declaram que a matéria é eterna, e não criada; e os fatalistas, que ensinam que não há um pla-no divino por trás da criação e da história. Vemos a personalidade de Deus nesse capítulo, pois ele fala, vê, nomeia e abençoa. O cientista pode afirmar que a matéria ape-nas "passou a existir", que a vida "aconteceu por acaso" e que todas as formas complexas de vida "evo-luíram gradualmente" de formas inferiores, mas não pode provar isso. Admitimos que há mudanças em meio às espécies (como o de-senvolvimento do cavalo e do gato doméstico), mas não aceitamos que haja transformação de um tipo de

criatura em outra espécie. Por que Deus criou o universo? Com certe-za, não para acrescentar algo a si mesmo, já que ele não precisa de nada. Na verdade, a criação limita Deus, uma vez que agora o Eter-no confina-se a trabalhar no tem-po e na história humana. A Palavra deixa claro que Cristo é o Autor, o Sustentador e o Objetivo da cria-ção (Cl 1:15-51; Ap 4:11). Cristo, a Palavra viva, revela Deus na Pa-lavra escrita e no livro da natureza (Jo 1:1-43; veja também SI 19).

O que a criação revela a res- ' peito de Deus? A criação revela: (1) sua sabedoria e poder Oó 28:23-27; Pv 3:19); (2) sua glória (SI 19:1); (3) seu poder e divindade (Rm 1:18-45). Isso significa que ele é o Deus auto- existente, imutável.

tágio da criação. Alguns anjos já haviam se rebelado contra Deus, e, com certeza, ele sabia o que o homem faria. Contudo, ele, em sua graça e amor, modelou o primeiro lãõmernà sua "imagem" no que se refere à personalidade do homem — mentervofffãdi7 emoção, liber-dade — mais que à aparência físi- ^cãTjVeja Ef 4:24; Cl 3:10.) Deu ao homem o domínio sobre a terra, a posição mais alta na criação. Isso explica o ataque de Satanás, pois ele (Lúcifer) já tivera essa posição e quisera outra mais alta ainda! Se Lú-cifer não podia ter o lugar de Deus no universo, ele podia-tentar pegar, o lugar-de-Deus na vida do homem. ‘E ele foi bem-sucedido! O homem perdeu o domínio sobre o pecado r(SI 8 e He 2:5-58); contudo, Cristo, o último Adão, reconquistou esse domínio para nós (veja Rm 5:04ss), sobre as aves (Mt 26:74-40) e sobre os animais (Mt 21:1-40).

Originalmente, o homem era vegetariano, mas em Gênesis 9:3-4. isso muda. Foram dadas restrições alimentares aos judeus (Lv 11), mas hoje não há tais restrições (Mc 7:17-41).

  • A nova criação
  • Em 2Co 4:3-47 e 5:17, se deixa claro que, em Cristo, Deus tem uma nova criação. Paulo utiliza imagens do relato da criação de Gênesis para ilustrar essa nova criação. O homem foi criado perfeito, mas se arruinou por meio do pecado. Ele torna-se pe-cador, "sem forma e vazio", sua vida é sem propósito, vazia e escura.

    O Espírito Santo inicia seu mo-vimento de persuasão no coração dos homens (Gn 1:2). Na verdade, a salvação sempre se inicia com o Senhor (Jo 2:9); qualquer peca-dor é salvo pela graça dele. O Es-pírito usa a Palavra para trazer luz (SI 119:130), pois não há salvação sem a Palavra de Deus (Jo 5:24). E He 4:12 declara que a Palavra tem o poder de "separar", trazendo à lembrança a ocasião anterior em que Deus separou a luz das trevas, e os mares da terra.

    Os crentes, como os seres cria-dos em Gênesis, têm a responsa-bilidade de ser férteis e multiplica-rem-se "segundo a sua espécie". Os crentes, em um paralelo à posição de domínio de Adão, fazem parte da realeza sob o governo de Deus e reinam "em vida" por meio de Cris-to (Rm 5:1 7ss).

    Exatamente como Adão era o cabeça da antiga criação, Cristo é o cabeça da nova criação; ele é o úl-timo Adão 1Co 1:5-45-49). O Anti-go Testamento "é o livro da genea-logia de Adão" (Gn 5:1) e termina com uma fala sobre uma maldição (Ml 4:6). O Novo Testamento é o li-vro "da genealogia de Jesus Cristo" (Mt 1:1) e termina com esta afirma-ção: "Nunca mais haverá qualquer maldição" (Ap 22:3).


    Russell Shedd

    Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
    Russell Shedd - Comentários de Gênesis Capítulo 1 do versículo 1 até o 31
    1.1 O título hebraico do livro provém de suas primeiras palavras (bereshith - "no princípio"). Por todo o livro, nota-se que o propósito é tratar de "princípios". Nenhuma razão existe para que se estabeleça uma data para a criação do mundo ou do universo com base neste versículo. Muitos cristãos genuínos aceitam a estimativa de uma idade extremamente antiga para o universo. Bem pode ser que milhões de anos tivessem transcorrido entre os vv. 1 e 2. Conforme He 11:3 (gr oiõnas: eras), 2Pe 3:8.

    1.2 Alguns estudiosos da Bíblia admitem que a palavra "era" deveria ser traduzida "tornou-se", indicando a hipótese de que a criação original teria sido destruída por ocasião da queda de Satanás no pecado. Significaria então, que a criação descrita nos versos seguintes, tem referência à presente criação e não a uma criação anterior, da qual é possível identificarmos as evidências nos fósseis e na história geológica. É significativo que a criação seja resultado da atividade criadora de um Deus Pessoal, e não de forças cegas e destituídas de inteligência, como é o caso nas cosmogonias antigas e na teoria da Evolução, todas estranhas à Bíblia. Não obstante o fato de ser este capítulo incompleto, do ponto de vista científico, não se pode demonstrar que seja inexato cientificamente. Religiosamente, este capítulo é exato e completo.

    1.5 A palavra "dia" tanto poderá significar o período Dt 24:0.

    1.11 Segundo a sua espécie (ver também os vv. 12, 21, 24,
    25) parece limitar a reprodução tanto de plantas como de animais e também do homem a grupos gerais ou espécies. A admissão de que as formas mais elevadas de vida se tenham evoluído das inferiores, não se harmoniza com este ensino.

    1.14 Sejam eles para sinais. Isto é, marcarão o ano para o serviço de Deus (Lv 23:4) e o bem do homem. Falarão de Deus, e não de azar (Jr 10:2). E negada aqui toda a astrologia, antiga e moderna, sendo que os luzeiros governam somente como fornecedores de luz, não com poderes sobre a vida humana.

    1.21,22 Criou... multiplicai-vos, O poder de Deus demonstrado na criação de toda criatura do nada (ex nihilo), continua em forma derivada na procriação autônoma das suas criaturas. A fertilidade não é divina, como muitas religiões dos tempos do AT entenderam, mas é uma graciosa extensão do poder de Deus a suas criaturas.

    1.27 A imagem de Deus significa ser dotado das faculdades de raciocinar, de expressar emoções e de agir voluntariamente. Particularmente, indica a capacidade que o homem tem de manter íntima comunhão com seu Criador. Duas palavras são usadas no original hebraico para expressar a atividade criativa de Deus neste capítulo: bara "criar do nada", vv. 1, 21, 27 (o universo, a vida e a alma) e asah, usualmente traduzido por "fazer". Parece haver alguma significação especial no emprego de "criar" com referência à criação do mundo e ao homem dotado de natureza espiritual (conforme NCB, p 83).


    NVI F. F. Bruce

    Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
    NVI F. F. Bruce - Comentários de Gênesis Capítulo 1 do versículo 1 até o 31
    I. OS PRIMÓRDIOS DA HUMANIDADE (1.1—11.32)
    Não importa o ponto de vista que se defenda acerca da relação entre os dois relatos da criação (Introdução, Os problemas principais de Gênesis, A 1), é claro que o primeiro é escrito do ponto de observação de Deus, enquanto o homem é o centro do segundo relato. Enquanto o primeiro conduz à criação do homem, o seu clímax é a satisfação de Deus como é expresso no sábado. No segundo, o clímax é a satisfação do homem quando ele encontra a sua complementação na mulher. Só mesmo considerações a priori vão nos levar a duvidar de que o segundo relato veio a nós em sua essência diretamente do próprio Adão; o primeiro é obviamente revelação direta.


    1) a) A criação do ponto de vista de Deus (1.1—2.3)
    A sugestão de que Gênesis provém da mitologia acadiana ou sumeriana mostra somente como a recusa de aceitar a revelação leva o ser humano à insensatez. Não se faz sugestão alguma acerca de como todo o politeísmo grosseiro foi eliminado de poemas como Enumaelish (DOTT, p. 5-13, ou A. Heidel, The Babylonian Genesis) e de como, no processo, foi estabelecida uma ordem de criação, singular na literatura antiga e não imaginada por ninguém fora da tradição hebraica até tempos modernos. Não sabemos a quem a revelação foi dada. Se preenchemos a lacuna com o nome de Moisés é porque não sabemos de nenhum outro mais adequado. Também é impossível dizer se a revelação foi puramente verbal ou principalmente visual. Há muito a favor do segundo ponto de vista, o que poderia significar que os sete dias foram dias de revelação, mas precisamos insistir em que esse ponto de vista, como qualquer outro, não pode ser provado.

    O capítulo começa com a simples afirmação: “No princípio Deus criou (bãrã’) os céus e a terra”. Como em Jo 1:1, não há artigo definido antes de “princípio”; a revelação se ocupa somente com este mundo e com todo o espaço que está estreitamente ligado a ele, “os céus e a terra”. Embora obviamente devamos deduzir que tudo o que foi criado antes, como os seres angelicais, foi igualmente obra exclusiva de Deus, a história, como toda a Bíblia, se limita à área da experiência e atividade humanas (conforme Dt 32:8).

    A tradução proposta pela NEB, GNB, RSVmg, Speiser e muitas outras versões modernas remonta aos comentaristas judeus medievais e é gramaticalmente possível. Mas é pouco provável que um capítulo escrito num estilo tão bem elaborado como o de Gn 1 começasse com uma frase tão confusa.

    O verbo traduzido por bãrã\ que ocorre 44 vezes no AT, é usado somente para a atividade de Deus e denota “a produção de algo fundamentalmente novo, por meio da ação de um poder criador soberano, transcendendo completamente o poder que o homem possui” (Driver); ele contém “tanto a idéia de total falta de esforço quanto a de creatio ex nihilo, visto que nunca está relacionado a nenhuma menção do material” (Von Rad). Esse verbo é usado em 1.21,27 acerca da introdução de um novo princípio na obra da criação. Embora o versículo de abertura possa ter a intenção de introduzir a narrativa como um todo, é mais provável que se refira ao começo do processo criativo.

    Pessoas de perspectivas muito diferentes têm argumentado que não podemos conceber a criação a partir do caos — “sem forma e vazia” —, apelo que muitas vezes é feito com base em Is 45:18. Muitos têm usado esse argumento para justificar a tradução “e a terra se tomou sem forma e vazia”, implicando com isso a destruição da criação original, mas essa versão é diretamente contrária à sintaxe hebraica. Aliás, o uso de “caos” prejulga o argumento. Quando o material para a formação do mundo veio à existência, somente o olho de Deus era capaz de discernir o seu propósito final. Por seu Espírito, ele estava separando o material (v. 2). Há pouco a favor da tradução “um forte vento” (NEB, Speiser, von Rad); nas relativamente poucas passagens poéticas em que “Deus” é usado como um superlativo, o contexto normalmente deixa isso claro. O sentido é transmitido de forma excelente na expressão “o poder de Deus” (nota de rodapé da BLH). A palavra para “abismo” {fhôrri) é associada pela maioria dos estudiosos a Tiamat, a deusa do caos na mitologia babilónica. Isso é provável, mas os profetas de Israel estavam tão convictos da onipotência de Javé que eles nunca hesitavam em usar antigos termos mitológicos como metáforas mortas.

    O primeiro dia (1:3-5)

    A luz é um dos atributos extraordinários de Deus (Jo 1:4,Jo 1:5; ljo 1:5; 2Co 4:6). Não há indicação alguma de onde possa ter vindo a luz ou de como a escuridão podia coexistir com ela (conforme Jo 1:5). A escuridão persiste na área delimitada a ela por Deus, até que na consumação a noite desaparecerá (Ap 21:25;

    22.5). O fato de que a luz é louvada, e não a escuridão, mostra que o método que Deus utiliza na criação inclui a eliminação gradual do que é imperfeito. Isso também é indicado pela seqüência “noite [...] manhã” (v. 5), apontando para o desenvolvimento crescente do menos perfeito para o mais perfeito. O método judaico posterior de contar o dia a partir do pôr-do-sol deve ter sido deduzido de Gn 1, e não o contrário.

    v. 3. E Deus disse: o que é dito deve expressar o pensamento e a vontade de quem fala (conforme Jo 1:1 ss). Isso é especialmente verdadeiro em relação ao hebraico, em que dabar significa tanto a palavra quanto a coisa citada. Para Deus, não há lacuna entre pensamento, palavra e resultado.

    v. 4. a luz era boa (heb. tôb): nós usamos “bom” para expressar a nossa aceitação; quando esse termo se aplica à opinião de Deus, significa conformidade com a sua vontade. A luz era exatamente como ele queria que ela fosse.

    O segundo dia (1:6-9)
    A separação entre a atmosfera e o mundo. Para uma compreensão apropriada, precisamos lembrar que o hebraico não tem uma palavra para “gás”, um termo relativamente recente, v. 6. firmamento (no sentido de “espaço, vastidão”) é uma boa tradução para rãqia‘\ essa versão vem por meio da VA, vindo do latim da Vulgata. “Abóbada”, como aparece em algumas versões, é apenas interpretação. Is 40:22 mostra que o AT não está necessariamente pensando em uma abóbada sólida. Aqui (v. 7) e nos v. 16,21,25 (“fez”, “criou”, “fez”), vemos o ato criativo de Deus junto com o seu falar. A explanação mais natural seria que essa ligação se refere à atividade contínua de Deus trabalhando em algo que viera à existência por meio de sua ordem. Isso daria espaço para o desenvolvimento desejado e orientado por Deus daquilo que ele tinha chamado à existência.

    Não há elogio ao trabalho do segundo dia, provavelmente porque foi concluído no terceiro dia.
    O terceiro dia (1:9-13)
    O aparecimento de terra seca. v. 11. vegetação: “relva” (ARA) inclui as formas mais primitivas de plantas em crescimento; por isso Speiser: “Que a terra irrompa em crescimento”.

    O quarto dia (1:14-19)
    E aqui que em geral os leitores atuais se afastam de Gênesis. Para eles, é absurdo que o sol e a lua tenham vindo a existir depois do aparecimento da terra. As respostas conservadoras mais comuns, e.g., que o sol não tinha se tornado visível até então porque as nuvens encobriam a terra, ou que na verdade o v. 16 é retrospectivo (Leupold), têm a desvantagem de não serem demonstráveis e de serem inaceitáveis para o cético. Devemos observar que “luminares” (v. 14,16) é uma melhor tradução do que “luzes”, como também “lâmpadas” (Von Rad) seria uma boa opção. Ou seja, esses objetos devem ser considerados transmissores, e não geradores de luz. Isso e o fato de o sol e a lua não serem citados pelo nome mostra que há uma diminuição intencional da sua importância numa época em que eram adorados quase no mundo todo. Eles são mencionados em virtude da função que realizariam como guias para os grandes e cruciais ritmos de vida, que têm maior importância para os animais do que para os vegetais. Esse ponto de vista não contradiz a afirmação freqüente de que a obra do quarto dia é paralela à do primeiro (e.g., Kidner).
    O quinto dia (1:20-23)

    Gn 1 não discute o problema de onde exatamente a vida começa. Para Gênesis, como para o AT em geral, a vida implica a possibilidade de ação e de escolha. Assim, temos o termo “seres vivos” (ARC, “alma vivente”— nephes hayyãh), usado expressamente para se referir ao homem em 2.7, aplicado a toda a criação animal, com a sua habilidade de criar vida nova (conforme 2.7; 7.22).

    Assim, estamos tratando com uma evolução totalmente nova na história da atividade de
    Deus, e por isso temos a palavra criar (bãrã ’) mais uma vez, embora não haja indicação alguma da natureza exata da ação de Deus. v. 20. aves: lit. coisas com asas; o termo inclui tanto os dinossauros alados que precederam as verdadeiras aves quanto os insetos.

    O sexto dia (1:24-31)
    No sexto dia, o trabalho do quinto é continuado em nível mais elevado. A classificação dos animais é funcional, e não científica, ou seja, os que seriam domesticados (rebanhos domésticos), animais selvagens e animais menores (os demais seres vivos da terra). Aí há uma interrupção brusca. Em vez da ordem divina e a associação com o que já existe, e.g., “produza a terra”, há um ato de Deus para o qual ele chama a atenção: façamos o homem (v. 26). Leupold ainda defende com veemência o ponto de vista tradicional cristão de que o plural faz menção da Trindade. Isso não deveria ser completamente rejeitado, mas nesse contexto não é convincente. A interpretação rabínica de que Deus está falando com os anjos é mais interessante, pois a criação do homem os afeta (Sl 8:5; 1Co 6:3), cf. 38:7. Mas não há sugestão aqui de que tenha havido cooperação dos anjos. O plural provavelmente tem a intenção de chamar a atenção para a importância e a solenidade da decisão de Deus.

    O elemento novo na criação do homem foi que ele seria formado “à sua imagem, à imagem de Deus”, o que seria demonstrado acima de tudo no seu domínio sobre a criação animal (v. 26). No contexto imediato, isso foi demonstrado na sua habilidade de ter comunhão com Deus; em última análise, e talvez o aspecto mais importante, isso fez possível a encarnação da Palavra de Deus. Outras implicações se tornaram claras à medida que a revelação continuou.

    Há uma tendência bem difundida de considerar o homem como, em certo sentido, intrinsecamente superior à mulher. Acerca dos efeitos da Queda sobre o relacionamento entre o homem e a mulher, v. o comentário Dt 3:16. No propósito de Deus, no entanto, o masculino e o feminino são parte da imagem de Deus no ser humano. A parceria, a igualdade e a subordinação voluntária resultantes são em certa medida a revelação da natureza trina de Deus.

    A conclusão divina tudo havia ficado muito bom (v. 31) leva muitas pessoas a imaginar condições paradisíacas em toda a terra. Mas isso não significa nada mais do que conformidade com o plano de Deus; conforme o comentário do v. 4. Deveriamos dar o devido valor aos termos usados no v. 28 subjuguem {kãbas), lit. “pisar em”, e dominem sobre (rãdãh), lit. “esmagar com os pés”. Esses termos mostram que Deus estava incumbindo o homem de uma grande tarefa. Não podemos pressupor com base no v. 30 que na criação original não houvesse carnívoros (embora isso seja defendido por Leupold).


    Francis Davidson

    O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
    Francis Davidson - Comentários de Gênesis Capítulo 1 do versículo 1 até o 31
    a) A Criação do Universo (Gn 1:1-2.3)

    Como considerar a descrição em causa? Ciência, fábula ou revelação? Se, por ciência, entendermos a disposição sistemática dum ramo do saber, diremos, então, que a descrição nada tem de "científico". E ainda bem, pois se fosse utilizada a linguagem científica do século XX, como a entenderiam os leitores dos séculos precedentes? E mesmo os atuais necessitariam duma adequada preparação científica. Nesse caso ainda, não seria de prever que passados cem ou duzentos anos fosse já considerada antiquada aquela linguagem? A narração do Gênesis não foi, portanto, redigida em moldes científicos, talvez para melhor mostrar a sua inspiração divina. Poderíamos, no entretanto, fazer a seguinte interrogação: - Não sendo científica quanto à forma, será a descrição do Gênesis científica quanto à substância, ou quanto ao conteúdo? Serão de admitir erros ou pelo menos inexatidões na narração bíblica. Graves conflitos têm surgido entre prematuras conclusões da ciência e supostas deduções científicas da Escritura. Mas estudos ulteriores têm vindo provar que, por um lado, não eram válidas as conclusões científicas, ou, então, por outro, eram mal interpretadas no texto as afirmações científicas.

    Quanto a supor-se uma fábula a narração do Gênesis, quer no sentido popular, quer no sentido clássico, não é fácil de admitir-se. Pois no primeiro caso tratar-se-ia duma obra puramente imaginária, e no segundo duma exposição simbólica dum fato com certas verdades abstratas, que de outro modo seriam incompreensíveis. Trata-se, sim, duma narração dos acontecimentos que não seriam compreendidos, se fossem descritos com a precisão formal da ciência. É neste estilo simples mas expressivo que a divina sabedoria se manifestou claramente aos homens, indo assim ao encontro das necessidades de todos os tempos. Os fatos apresentam-se numa linguagem abundante e rica, que é possível incluir todos os resultados das pesquisas científicas.

    O primeiro capítulo do Gênesis não há dúvida que supõe a revelação divina. Pelas muitas versões, algumas delas correntes já entre os pagãos da antigüidade, é fácil concluir-se que esta revelação é anterior a Moisés. Não deve, no entanto, considerar-se como uma nova versão das tradições politeístas dos fenícios ou dos babilônicos; porque acima de tudo a obra criadora de Deus só por Deus poderia ser revelada. E essa revelação não deixou de ser preservada de qualquer contaminação pagã ou corrupção supersticiosa, encontrando-se perfeita e inviolável nos cinco livros de Moisés.

    Sob o aspecto científico nada se sabe acerca da origem das coisas. Mas o certo é que a Geologia, através do estudo dos fósseis, vem confirmar, cada vez mais, as diferentes fases da criação que Gn 1 nos descreve pormenorizadamente. Baseados em motivos meramente teóricos, vários comentadores supõem que a criação original de Deus foi destruída por uma terrível catástrofe. Assim o verso 1 descreve o ato inicial de Deus, que deu a existência ao universo; o verso 2 o estado desse universo arruinado "sem forma e vazio", se bem que não se faça qualquer alusão à catástrofe provocadora dessa ruína; os restantes versos fazem uma análise da obra de Deus na reconstituição desse universo. Trata-se duma teoria, ainda hoje muito seguida, para resolver certos problemas que, no fim de contas, continuam insolúveis, e é contestada por fortes argumentos lingüísticos. A chamada teoria da "lacuna" não assenta em bases firmes e é desmentida pela própria Geologia.

    São duas as palavras com que a Escritura designa a ação criadora de Deus: bara’ (criar) e ’ asah (fazer). A primeira é, sem dúvida, a mais importante, e aparece sobretudo nos versículos 1:21-27, ou seja, quando se pretende frisar o início de todos os seres em geral, dos seres animados e dos seres espirituais, respectivamente. O certo é que não há possibilidade de exprimir, por palavras humanas, essa obra maravilhosa de Deus, que transcende toda a ciência, por muito profunda e completa que seja. O significado exato de bara’ não é fácil de determinar. Numa das suas formas significava originariamente "cortar, separar" e passou a ser utilizada apenas para indicar a ação divina de trazer à existência algo inteiramente novo. No vers. 1 a idéia de criação exclui materiais já existentes, podendo então dizer-se que as coisas foram produzidas "do nada". Mas nos vers. 21 e 27 nada obsta a que se tenham utilizado materiais preexistentes. O principal é sublinhar o significado de bara’ que apenas supõe a produção dum ser, completamente novo, que antes não existia.

    E que dizer dos "dias" em que se operou a criação? Há quem suponha tratar-se de dias Dt 24:0 estende-se aos seis dias da criação; por outro lado, em diferentes textos da Escritura o mesmo vocábulo refere-se a períodos de tempo ilimitado, como no Sl 90:4. A principal dificuldade que se levanta contra esta última interpretação é a alusão a "tarde" e a "manhã", mas pode admitir-se que a obra da criação figuradamente seja caracterizada por épocas bem definidas.

    É espiritual e religioso o objetivo da narração de Gn 1. A formação dos seres vem manifestar as relações entre Deus e as criaturas de sorte que só a fé as compreenderá devidamente: "Pela fé entendemos que os mundos pela Palavra de Deus foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente" (He 11:3). Só o crente, portanto, compreenderá o alcance da narração; mas não admira que por vezes surjam hesitações, perante as dificuldades de interpretação.

    Mas a narrativa tem ainda um segundo objetivo: o de pôr o homem em contato com toda a criação, ou melhor, o de colocá-lo em posição de primazia perante todos os seres criados. Por isso vemos Deus a agir gradualmente na Sua obra criadora, que atinge, com a formação do homem, o ponto culminante dessa obra-prima de Deus.

    Deus (1). ’ elohim. Muitas derivações têm sido sugeridas para esta palavra. Sua significação parece ser "aquele que deve ser reverenciado por excelência". O termo plural, ’ elohim, é um plural de intensidade, algumas vezes chamado de plural de "majestade".

    >Gn 1:2

    Sem forma e vazia (2). A expressão hebraica (tohu wabhohu) contém algo de onomatopéico que parece significar: desolação e vacuidade. Em Is 45:18, onde aparece o termo bohu não contradiz aquele significado e dá a entender que Deus não abandonou a terra que criou: "Não a criou vazia, mas formou-a para que fosse habitada". O caos era um meio, não um fim. Disse Deus (3). "Pela palavra do Senhor foram feitos os céus" (Sl 33:6). Cfr. Jo 1:1-43. Luz (3). O caráter primário da luz, mesmo antes do sol, é um dos postulados da ciência moderna. A tarde e a manhã (5). Atendendo à linguagem poética do texto, "manhã" não deve significar, aqui, a segunda metade do dia. O dia começava de manhã; seguia-se a tarde, e depois a manhã que seguia a tarde era o começo do segundo dia, que por isso terminava o primeiro. Expansão (6). É a formação da atmosfera. Produza (11). Embora se trate da criação intermédia, não se exclui a intervenção divina. Segundo a sua espécie (11). Comparando este vers.com os 12:21-24-25, fácil é interpretá-lo como se dissesse: "em todas as suas variedades", duma variedade dentro de certos grupos gerais. Para sinais (14). Tomem-se aqui estes sinais no sentido astronômico e não astrológico, pois os corpos celestes determinam as estações e dividem o tempo.

    >Gn 1:26

    Façamos o homem (26). A criação do homem é, como vimos, o apogeu da obra criadora de Deus. É a Trindade quem delibera, sem qualquer intervenção ou consulta feita aos anjos. À nossa imagem, conforme à nossa semelhança (26). São sinônimos os substantivos, e compreendem-se à face do paralelismo da poesia hebraica. Trata-se duma semelhança natural e moral. E domine (26). É dessa semelhança com Deus que deriva todo o domínio do homem sobre as criaturas. Macho e fêmea os criou (27). Uma descrição mais pormenorizada vai encontrar-se no capítulo seguinte. Enchei (28). Heb. male, que, como no vers. 22, significa apenas "encher", mas não no sentido do encher um mundo que antes estivera vazio. E abençoou Deus o dia sétimo, e o santificou (Gn 2:3). Em presença deste texto somos levados a concluir que a instituição do sábado é anterior a Moisés, talvez motivo duma revelação especial.


    Dicionário

    Alumiar

    verbo transitivo direto , intransitivo e pronominal Emanar luz: os postes alumiaram o bairro.
    Fazer com que fique claro: o lampião alumiava.
    Tornar-se iluminado; iluminar: alumiaram-se com a ajuda do lampião.
    verbo transitivo direto e pronominal Criar ou passar conhecimento: o sábio alumiou minh'alma.
    Oferecer ou adquirir cultura; ilustrar-se: sua inteligência alumiava-se com os ensinamentos dos professores.
    Figurado Tornar resplandecente, brilhoso; reluzir: a prataria alumiava; sua expressão se alumiou de contentamento.
    verbo transitivo direto Fazer ou produzir luz; acender: alumiar a vela.
    Etimologia (origem da palavra alumiar). Do latim alluminare.

    Alumiar Iluminar (Sl 97:4).

    Deus

    Introdução

    (O leitor deve consultar também os seguintes verbetes: Cristo, Espírito Santo, Jesus, Senhor.) O Deus da Bíblia revela-se em sua criação e, acima de tudo, por meio de sua Palavra, as Escrituras Sagradas. De fato, a Bíblia pode ser definida como “a autorevelação de Deus ao seu povo”. É importante lembrar que as Escrituras mostram que o conhecimento que podemos ter de Deus é limitado e finito, enquanto o Senhor é infinito, puro e um Espírito vivo e pessoal, ao qual ninguém jamais viu. Freqüentemente a Bíblia usa antropomorfismos (palavras e ideias extraídas da experiência das atividades humanas, emoções, etc.) numa tentativa de nos ajudar a entender melhor Deus. Esse recurso pode ser realmente muito útil, embora o uso de descrições e termos normalmente aplicados aos seres humanos para referir-se ao Senhor eterno e infinito sempre deixe algo a desejar. Alguém já disse que “conhecer a Deus”, até o limite de que somos capazes por meio de sua Palavra, é o cerne da fé bíblica. De acordo com as Escrituras, todas as pessoas, durante toda a história, estão de alguma maneira relacionadas com o Senhor, seja numa atitude de rebelião e incredulidade, seja de fé e submissão.

    Homens e mulheres existem na Terra graças ao poder criador e sustentador de Deus; a Bíblia ensina que um dia todos estarão face a face com o Senhor, para o julgamento no final dos tempos. A natureza de Deus e seus atributos são, portanto, discutidos de diversas maneiras nas Escrituras Sagradas, de modo que Ele será mais bem conhecido por meio da forma como se relaciona com as pessoas. Por exemplo, aprende-se muito sobre Deus quando age no transcurso da história, em prol do sustento e da defesa de seu povo, e leva juízo sobre os que pecam ou vivem em rebelião contra Ele. Muito sabemos sobre o Senhor por meio dos nomes aplicados a Ele na Bíblia e quando sua criação é examinada e discutida. Acima de tudo, aprendemos de Deus quando estudamos sobre Jesus, o “Emanuel” (Deus conosco).

    As seções seguintes proporcionam apenas um resumo do que a Bíblia revela sobre Deus. Uma vida inteira de estudo, fé e compromisso com o Senhor, por intermédio de Cristo, ainda deixaria o crente ansioso por mais, especialmente pelo retorno de Jesus, pois concordamos com a declaração do apóstolo Paulo: “Agora conheço em parte; então conhecerei como também sou conhecido” (1Co 13:12).

    A existência do único Deus

    A Bíblia subentende a existência de Deus. Não há discussão alguma sobre isso em suas páginas, pois trata-se de um livro onde o Senhor revela a si mesmo. Somente o “tolo”, a pessoa maligna e corrupta, diz “no seu coração: Não há Deus” (Sl 14:1-53.1; veja O tolo e o sábio). A existência de Deus é freqüentemente afirmada nos contextos que advertem contra a idolatria. Sempre é dada uma ênfase especial ao fato de que somente o Senhor é Deus e não existe nenhum outro. Deuteronômio 6:4 declara: “Ouve, ó Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor”. Deuteronômio 32:39 diz: “Vede agora que Eu sou, Eu somente, e não há outro Deus além de mim. Eu causo a morte, e restituo a vida; eu firo, e eu saro, e não há quem possa livrar das minhas mãos”. Por essa razão, a idolatria é considerada um grande pecado (cf. 1 Co 8.4). Envolver-se com ela é viver e acreditar na mentira, numa rejeição direta da revelação do único Deus verdadeiro. Esperava-se que o povo de Israel testemunhasse para as nações ao redor que existia apenas um único Senhor e que não havia nenhum outro deus. Isso seria visto especialmente no poder de Deus para proporcionar a eles os meios para vencerem as batalhas contra inimigos mais fortes, no tempo de paz, na extensão das fronteiras (contra o poder de outros assim chamados deuses) e em sua justiça e juízo sobre todos os que se desviavam dele, ou rejeitavam seus caminhos ou seu povo. As nações ao redor precisavam aprender com Israel que os seus deuses eram falsos e que na verdade adoravam demônios (1Co 10:20).

    Os escritores dos Salmos e os profetas também proclamaram que somente o Senhor é Deus e que Ele pré-existe e auto-subsiste. O Salmo 90:2 diz: “Antes que os montes nascessem, ou que formasses a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus”. Em Isaías, lemos: “Assim diz o Senhor, Rei de Israel, e seu Redentor, o Senhor dos Exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há Deus” (Is 44:6). “Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de mim não há Deus. Eu te fortalecerei, ainda que não me conheças” (Is 45:5; veja também 45.21; etc.). Jeremias disse: “Mas o Senhor Deus é o verdadeiro Deus; ele mesmo é o Deus vivo, o Rei eterno. Do seu furor treme a terra, e as nações não podem suportar a sua indignação” (Jr 10:10).

    No Novo Testamento, novamente a autoexistência eterna de Deus é subentendida: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por meio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens” (Jo 1:14). Paulo argumentou em sua pregação para os atenienses: “Pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos” (At 17:28). O apóstolo fez um apelo aos habitantes de Listra, a fim de que reconhecessem a existência do único Deus verdadeiro, pois “não deixou de dar testemunho de si mesmo. Ele mostrou misericórdia, dando-vos chuvas dos céus, e colheita em sua própria estação, enchendo de mantimento e de alegria os vossos corações” (At 14:17). Em Romanos 1:19-20, há o pressuposto de que mesmo os que são maus e rejeitam a Deus podem ser considerados em débito, “visto que o que de Deus se pode conhecer, neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou. Pois os atributos invisíveis de Deus, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que foram criadas, de modo que eles são inescusáveis”.

    Como em João 1, mencionado anteriormente, é no Novo Testamento que aprendemos sobre Jesus e começamos a entender mais sobre o próprio Deus, sua preexistência e sua auto-existência. Colossenses 1:17 descreve a preexistência de Cristo como “a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação” (Cl 1:15). Tanto Deus, o Pai, como Jesus são considerados eternos em sua existência: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-poderoso” (Ap 1:8-11.15, 17; 2 Pe 3.8). Hebreus 13:8 também fala de Jesus: “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje, e eternamente”.

    O Deus criador

    A autoexistência de Deus, bem como sua eternidade, também são sinalizadas na criação, a qual Ele fez do “ex nihilo” (a partir do nada; veja Gn 1; Rm 4:17; Hb 11:3). A Bíblia não admite a ideia do nada existindo lado a lado com o Senhor através da eternidade. Não há ensino, por exemplo, de que a matéria sempre existiu, ou que o mal sempre permaneceu como uma alternativa ao lado de Deus. O Todo-poderoso sempre existiu e sempre existirá; Ele é o Criador. O que existe traz outras coisas à existência. O racionalismo pode argumentar que, se algo existe, deve ter o poder da auto-existência dentro de si. A Bíblia mostra que o ser que auto-existe é Deus e somente Ele é o Senhor. Porque Deus existe, a vida veio à existência e surgiu a criação. No Senhor há vida e luz. Somente Ele tem a vida em si mesmo e habita na luz e na glória eternamente.

    O ato de Deus na criação é descrito em muitos lugares da Bíblia. De maneira notável, Gênesis 1:2 descrevem a Palavra de Deus que traz tudo o que conhecemos à existência. Esses capítulos demonstram claramente que o Senhor já existia antes da criação e foi por meio de sua palavra e seu poder que o mundo veio à existência. Também revelam que Deus não iniciou simplesmente o processo e o concluiu, ou ainda não o concluiu, com o que conhecemos neste mundo hoje. Ele interferiu ativamente, várias vezes, para criar a luz, o sol, a lua, a água, a vegetação, os peixes, os mamíferos, os pássaros e a humanidade. Em Gênesis 1, essa obra ativa de Deus durante todo o período da criação pode ser notada nas duas frases: “E disse Deus: Haja...” e “E viu Deus que isso era bom”. Em Gênesis 2, a obra e as palavras do “Senhor Deus” são mencionadas repetidamente. O Salmo 33:4-9 personaliza a “palavra de Deus” como a que criou e “é reta e verdadeira; todas as suas obras são fiéis... Pela palavra do Senhor foram feitos os céus... Tema toda a terra ao Senhor... Pois ele falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu”. Jeremias afirma: “Pois ele (o Senhor) é o criador de todas as coisas, e Israel é a tribo da sua herança; Senhor dos Exércitos é o seu nome” (Jr 10:16-51.19; veja também 26:7; Sl 102:25-104.24; Ne 9:6; etc.).

    No NT, o escritor da carta aos Hebreus lembra os crentes que “pela fé entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus, de maneira que o visível não foi feito do que se vê” (Hb 11:3). Louvor e adoração são devidos a Deus, o Pai, e a Jesus, a Palavra de Deus, pela criação e pelo seu contínuo sustento de todas as coisas criadas. Desde que a criação deriva sua vida e existência do próprio Deus, se o Senhor não a sustentasse, ela deixaria de existir (Ap 4:11; Jo 1:1-3; 1 Co 8.6; Cl 1:16-17; Hb 1:2-2 Pe 3.5; etc.).

    Essa obra da criação, a qual necessita do poder sustentador do Senhor, proporciona a evidência da soberania e do poder de Deus sobre todas as coisas. Ele está presente em todos os lugares, a fim de sustentar e vigiar sua criação, realizar sua justiça, amor e misericórdia, trazer à existência e destruir, de acordo com sua vontade e seus propósitos. A doxologia de Romanos 1:1-36 oferece a resposta adequada do crente na presença do Deus criador, sustentador e que existe por si: “Porque dele e por ele e para ele são todas as coisas. Glória, pois, a ele eternamente. Amém” (v.36).

    O Deus pessoal

    O Criador do Universo e de todas as coisas, que sustém o mundo e todas as pessoas, revela-se a si mesmo como um “Deus pessoal”. A palavra “pessoal” não é aplicada a Ele em nenhum outro lugar da Bíblia e é difícil nossas mentes finitas assimilarem o que essa expressão “pessoal” significa, ao referir-se ao Senhor. Ainda assim, é dessa maneira que Ele é consistentemente revelado. Deus é um ser auto-existente e autoconsciente. Qualidades que indicam um ser pessoal podem ser atribuídas a Deus. Ele é apresentado como possuidor de liberdade, vontade e propósitos. Quando colocamos esses fatores na forma negativa, o Senhor nunca é descrito nas Escrituras da maneira que as pessoas o apresentam hoje, como uma energia ou uma força sempre presente. Deus revela a si mesmo como um ser pessoal no relacionamento entre Pai, Filho e Espírito Santo (veja mais sobre a Trindade neste próprio verbete) e em seu desejo de que seu povo tenha um relacionamento real com o “Deus vivo”. Sua “personalidade”, é claro, é Espírito e, portanto, não está limitada da mesma maneira que a humana. Porque é pessoal, entretanto, seu povo pode experimentar um relacionamento genuíno e pessoal com Ele. Deus, por ser bom, “ama” seu povo e “fala” com ele. O Senhor dirige os seus e cuida deles. O Salmo 147:10-11 dá alguns sentimentos de Deus, como um ser pessoal: “Não se deleita na força do cavalo, nem se compraz na agilidade do homem. O Senhor se agrada dos que o temem, e dos que esperam no seu constante amor” (veja também Sl 94:9-10). Efésios 1:9-11 mostra como a vontade e os propósitos de Deus são especialmente colocados à disposição dos que Ele “escolheu”, aos quais ele “ama”. O Senhor é aquele que conhece seu povo (1Co 8:3) e pode ser chamado de “Pai” pelos que vivem por ele (v.6). A revelação de Deus em Jesus novamente mostra como Ele é um Deus “pessoal”, tanto no relacionamento de Cristo e do Pai (como o Filho faz a vontade do Pai e fala as suas palavras), como na maneira pela qual o Pai mostrou seu amor pelo mundo, quando deu “o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16-14:15-31; 15.9,10; etc.).

    O Deus providencial

    Já que Deus é eterno, auto-existente e o Criador do Universo, não é de admirar que um dos temas mais freqüentes na Bíblia refira-se à soberana providência do Senhor. Deus é visto como o rei do Universo, o que fala e tudo acontece, que julga e as pessoas morrem, que mostra seu amor e traz salvação. Ele é o Senhor (veja Senhor) que controla o mundo e exige obediência. Busca os que farão parte de seu povo. É neste cuidado providencial por seu mundo e seu povo que mais freqüentemente descobrimos na Bíblia os grandes atributos divinos de sabedoria, justiça e bondade. Aqui vemos também sua verdade e seu poder. As Escrituras declaram que Deus tem o controle total sobre tudo, ou seja, sobre as pessoas, os governos, etc. Ele é chamado de Rei, pois estabelece reinos sobre a Terra e destrói-os, de acordo com seu desejo. Sua soberania é tão grande, bem como sua providência, em garantir que sua vontade seja realizada, que mesmo o mal pode ser revertido e usado pelo Senhor, para realizar seus bons propósitos.

    Os escritores da Bíblia demonstram com convicção que Deus governa sobre toda a criação; assim, os conceitos do destino e do acaso são banidos. À guisa de exemplo, uma boa colheita não acontece por acaso, mas é providenciada pelo Senhor. É Deus quem promete: “Enquanto a terra durar, não deixará de haver sementeira e ceifa, frio e calor, verão e inverno, dia e noite” (Gn 8:22). Por outro lado, o Senhor mantém tal controle sobre a criação que pode suspender a colheita dos que vivem no pecado ou se rebelam contra Ele (Is 5:10). Nos dias do rei Acabe, de Israel, Deus suspendeu a chuva e o orvalho, por meio de “sua palavra”, como castigo sobre o monarca e o povo (1Rs 17:1). A fome foi extremamente severa, mas a providência particular e amorosa do Senhor por seu povo fez com que suprisse as necessidades do profeta Elias de maneira miraculosa (1Rs 17:18).

    A Bíblia preocupa-se muito em mostrar a providência de Deus, que pode ser vista no seu relacionamento com seu povo (veja 2 Cr 16.9). Paulo fala sobre isso quando diz: “Sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8:28). Aqui vemos que não somente o cuidado soberano do Senhor sempre é feito segundo a sua vontade e seu propósito, mas também que esse desejo preocupa-se especialmente com seu povo, mediante o cuidado e a proteção. O poder de Deus é tão grande que em “todas as coisas” Ele trabalha para atingir seus fins. Tal entendimento da providência do Senhor leva à conclusão inevitável de que mesmo o que começou por meio do mal, ou emanado de nossos próprios desejos pecaminosos, pode ser revertido por Deus, enquanto Ele trabalha incessantemente para completar e realizar sua vontade. Essa fé e confiança no cuidado providencial do Senhor não eram conceitos novos nos dias de Paulo. Quando José foi capturado por seus irmãos e vendido como escravo para o Egito, não foi o acaso que finalmente o levou a ser governador egípcio, num momento em que o povo de Deus precisava ser preservado da fome terrível. Tudo foi parte da vontade do Senhor. Posteriormente, ao discutir o assunto com seus irmãos amedrontados, José disse: “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim, porém Deus o tornou em bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar muita gente com vida” (Gn 50:20). O cuidado providencial de Deus por Jó, quando Satanás desejava atacá-lo e destruí-lo, também é uma prova do poder soberano do Senhor, mesmo sobre o mundo dos espíritos, inclusive Satanás (1:2). Deus até mesmo controlou as ações do rei da Pérsia em favor de seu povo (Is 44:28-45:1-7).

    Em nenhum outro contexto o cuidado providencial de Deus pode ser visto com tanta clareza como na provisão da salvação para o seu povo, por meio da morte expiatória de Jesus Cristo. A ação mais perversa de Satanás e o mais terrível de todos os pecados cometidos pelos seres humanos levaram à crucificação do Filho de Deus. Isso, porém, fora determinado pela vontade de Deus, e Ele reverteu aquele ato terrível para proporcionar expiação a todo aquele que se voltar para o Senhor (At 2:23-24). Esse desejo de Deus foi realizado “segundo as Escrituras”. Certamente o Senhor freqüentemente é visto agindo de maneira providencial e com poder soberano, de acordo com sua Palavra (Rm 5:6-1 Co 15.3; 2 Co 5.15).

    A providência do Senhor também é vista na maneira como chama as pessoas para si. Toda a Trindade está envolvida nesta obra de atrair e cuidar do povo de Deus (Jo 17:11-12, 24; Ef 1:3-14; Cl 1:12-14; etc.). A reflexão sobre a soberania do Senhor sobre tudo, seu poder total de realizar o que sua vontade determina, sua providência na natureza, na humanidade de modo geral e especialmente em relações aos redimidos, nos leva novamente a louvá-lo e bendizê-lo (Sl 13:9-13-16; 145.1, 13 16:1 Pe 5.7; Sl 103).

    O Deus justo

    A Bíblia mostra-nos um Senhor “justo”. Isso faz parte de sua natureza e tem que ver com sua verdade, justiça e bondade. Em termos práticos, o reconhecimento da justiça de Deus nas Escrituras permite que as pessoas confiem em que sua vontade é justa e boa e podem confiar nele para tomar a decisão ou a ação mais justa. Ele é justo como Juiz do mundo e também na demonstração de sua misericórdia. Mais do que isso, sua vontade eterna é inteiramente justa, íntegra e boa. É uma alegria para homens e mulheres pecadores saberem que podem voltar-se para um Deus justo e receber misericórdia. É motivo de temor para os que se rebelam que o justo Juiz julgará e condenará.

    O povo de Deus (“o povo justo”, formado pelos que foram perdoados por Deus) freqüentemente apela para sua justiça. Por exemplo, o salmista orou, para pedir misericórdia ao Senhor, quando parecia que as pessoas más prevaleciam. Achou estranho que os perversos prosperassem quando o “justo” padecia tanto sofrimento. Portanto, apelou para a justiça de Deus, para uma resposta ao seu dilema: “Tenha fim a malícia dos ímpios, mas estabeleça-se o justo. Pois tu, ó justo Deus, sondas as mentes e os corações” (Sl 7:9-11). “Responde-me quando clamo, ó Deus da minha retidão. Na angústia dá-me alívio; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração” (Sl 4:1-129.4; 2 Ts 1.6). É mediante sua justiça que Deus mostra misericórdia ao seu povo (Sl 116:4-6; 37.39).

    Por vezes, entretanto, o povo de Deus tentou questionar o Senhor, quando parecia que Ele não os ajudava, ou estava do lado de outras nações. A resposta de Deus era que, se o Senhor lhes parecia injusto, é porque eles haviam-se entregado à incredulidade e ao pecado. As ações do Senhor são sempre justas, mesmo quando resultam em juízo sobre seu próprio povo. Veja, por exemplo, Ezequiel 18:25 (também
    v. 29): “Dizeis, porém: O caminho do Senhor não é justo. Ouvi agora, ó casa de Israel: Não é o meu caminho justo? Não são os vossos caminhos injustos?”.

    Deus pode ser visto como justo em tudo o que faz. Isso se reflete em sua Lei, a qual é repetidamente definida como “justa” (Sl 119; Rm 7:12). Deuteronômio 32:4 resume a justiça do Senhor desta maneira: “Ele é a Rocha, cuja obra é perfeita, e todos os seus caminhos são justiça. Deus é a verdade, e não há nele injustiça. Ele é justo e reto”.

    Enquanto o povo de Deus ora, vê a justiça divina em seus atos de misericórdia e socorro para com eles e em seu juízo sobre os inimigos; assim, reconhecem que a justiça do Senhor permite que Ele traga disciplina sobre eles, quando pecam. Em II Crônicas 12, o rei Roboão e os líderes de Israel finalmente foram obrigados a admitir que, por causa do pecado e da rebelião deles contra Deus, Faraó Sisaque teve permissão para atacar Judá e chegar até Jerusalém. Deus os poupou da destruição somente quando se humilharam e reconheceram: “O Senhor é justo” (v. 6). Na época do exílio babilônico, os líderes tornaram-se particularmente conscientes deste aspecto da justiça de Deus. Daniel expressou dessa maneira: “Por isso, o Senhor vigiou sobre o mal, e o trouxe sobre nós, porque justo é o Senhor, nosso Deus, em todas as obras que faz; contudo, não obedecemos à sua voz” (Dn 9:14; veja também Ed 9:15).

    Os profetas olhavam adiante para ver a revelação da justiça de Deus no futuro reino do Messias: “Vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo, um rei que reinará e prosperará, e praticará o juízo e a justiça na terra” (Jr 23:5; Is 9:7-11.4; etc. veja Lc 1:75; At 22:14). Paulo falou sobre a obra de Cristo em termos da revelação da justiça de Deus. Na morte de Jesus, pode-se ver o juízo do Senhor sobre o pecado e a manifestação de seu amor e misericórdia sobre os que são perdoados. Deus não comprometeu nem sua justiça que exige a morte pelo pecado, nem sua aliança de amor para com o seu povo, que promete perdão e misericórdia. Desta maneira, o Senhor permanece justo e íntegro na salvação (Rm 1:17-2.5,6; 3.5, 20-26; etc.).

    Ao falar sobre os últimos dias e o retorno de Cristo, quando Deus vindicará seu nome diante de todo o mundo, inclusive os ímpios, será sua justiça que uma vez mais será notada e levará seu povo, que está ansioso por essa revelação, a louvá-lo (Ap 15:3-16.7).

    O Deus amoroso

    É justo que haja uma seção separada sobre este atributo, o mais maravilhoso do Senhor da Bíblia, ainda que tradicionalmente o amor de Deus seja visto como um aspecto de sua “bondade”. Várias vezes as Escrituras dizem que o Senhor “ama” ou mostra “amor” à sua criação, especialmente para o seu povo. É parte da natureza de Deus, pois ele é “bom” e é “amor”. O Senhor faz o que é bom (2Sm 10:12-1 Cr 19.13; Sl 119:68), porém, mais do que isso, ele é bom. Em outras palavras, a bondade é tão parte dele e de seu ser que o salmista disse: “Pois o teu nome é bom” (Sl 52:9-54.6; este vocábulo “nome” refere-se a todo o caráter do próprio Deus). Jesus disse: “Ninguém há bom, senão um, que é Deus” (Lc 18:19). Assim, se alguém deseja saber o que significa bondade e amor, deve olhar para o Senhor. I João 4:8-16 diz: “ Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor... E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor. Quem está em amor está em Deus, e Deus nele”.

    Deus é a fonte da bondade. Tiago 1:17 diz: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito é do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação”. O texto não só mostra que o Senhor é a fonte daquilo que é bom, como ensina que Deus é sempre bom. Não existe um lado “sombrio” no Senhor, nenhuma base para a visão oriental de que o bem e o mal existem lado a lado, e juntos formam algo chamado “deus”.

    A bondade de Deus, tão freqüentemente chamada de seu “amor”, é vista de muitas maneiras neste mundo. É evidente que no universo é algo generalizado, ou na manutenção da própria vida, da justiça, da ordem na criação, ou mesmo na provisão da luz do Sol e da chuva, do tempo de semear e de colher (Sl 33:5; Mt 5:45; At 17:25). Sua bondade, entretanto, é mais evidente em seu amor e fidelidade para com seu povo, a quem Ele protege, cuida e livra do juízo. Seu amor fiel por seu povo às vezes é chamado de “aliança de amor” ou “amor fiel”, pois Deus prometeu amar seu povo para sempre. Os israelitas repetidamente louvavam ao Senhor por seu amor eterno, extraordinário e não merecido, demonstrado através de toda a história de Israel (1Cr 16:34-2 Cr 5.13 7:3; Ed 3:11; Sl 118:1-29; Jr 33:11). É digno de nota como os vocábulos “bom” e “amor” aparecem juntos de maneira tão frequente, quando aplicados a Deus.

    Os que buscam a Deus experimentam sua bondade e amor, pois encontram sua salvação (Lm 3:25). O seu povo o louva acima de tudo pelo amor demonstrado em sua misericórdia e perdão dos pecados. Foi para a bondade do Senhor que o rei Ezequias apelou, quando pediu perdão pelo povo de Israel, que adorava a Deus sem ter passado pelo ritual da purificação. “Ezequias, porém, orou por eles, dizendo: O Senhor, que é bom, perdoe a todo aquele que dispôs o coração para buscar o Senhor...” (2Cr 30:18; Nm 14:19). O próprio Deus, ao falar por meio do profeta Oséias, adverte, a respeito da contínua rebelião do povo: “eu não tornarei mais a compadecer-me da casa de Israel, mas tudo lhe tirarei” (Os 1:6).

    A salvação de Deus para seu povo é sua mais profunda e fantástica demonstração de bondade e amor. Jesus foi oferecido pelo Pai como sacrifício pelo pecado de todo o que crê. Talvez o mais famoso versículo da Bíblia, João 3:16, expresse o sentimento desse dom de Deus: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. O dom é ainda mais extraordinário, pois “Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5:8; Tt 3:4-1 Jo 3:16). O povo de Deus sabe que não merece este sacrifício. A natureza do amor divino, dado a pessoas que não são merecedoras, freqüentemente é expressa por meio do vocábulo “graça”.

    O amor de Deus também é visto por seu povo na maneira como Ele dá o seu Espírito Santo, de tal forma que todos possam conhecê-lo e responder-lhe em amor (Rm 5:5). Eles também experimentam o amor divino em seu cuidado providencial. Isso pode significar que o amor será em forma de disciplina (Ap 3:19), mas também representa o fato de que “todas as coisas” cooperam para o bem do povo de Deus, dos que são chamados segundo o seu propósito. Nada poderá separá-los do amor de Deus e de Cristo (Rm 8:28-35, 39; veja a seção anterior “O Deus providencial”). Ao meditar sobre sua graça a favor de todos, para os levar à salvação, eles o louvam pela maneira como os escolheu e os predestinou para serem filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito da sua vontade (Ef 1:4-6; 1 Jo 3:1). Essa grande obra de salvação é feita “segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo” (v. 9).

    “Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)” (Ef 2:4-5). O problema é como uma mente humana pode assimilar a profundidade desse amor, pois “excede todo o entendimento” (Ef 3:18-19).

    O Deus salvador

    O amor de Deus é visto proeminentemente em sua salvação por meio de Jesus (“Jesus” significa “o Senhor salva”; veja Jesus). O Senhor é corretamente descrito como “Deus salvador”. A Bíblia ensina que toda a humanidade é pecadora e necessita de redenção, que só é efetivada pela ação salvadora de Deus. O AT refere-se ao Senhor como “Libertador”, “Redentor” e “Salvador”, tanto da nação como dos indivíduos. Ambos necessitam de perdão, se não querem receber juízo. Uma lição necessária à compreensão de todas as pessoas é que somente Deus é Todo-poderoso, soberano e justo; portanto, o único que pode salvar: “E não há outro Deus senão eu, Deus justo e Salvador não há além de mim” (Is 45:21-43.11). Às vezes, o povo de Israel voltava-se para outras nações em busca de proteção e salvação; essa atitude, entretanto, invariavelmente falhava, ao passo que o Senhor ensinava que somente Ele era o Salvador (Dt 32:15-24; 1 Cr 16:34-36; Is 17:10).

    A promessa que Deus faz ao seu povo é que “quando clamarem ao Senhor, por causa dos opressores, ele lhes enviará um salvador e um defender, que os livrará” (Is 19:20-43.3; 45.15). Os homens e mulheres fiéis, mencionados no AT, todos conheceram a atividade salvadora e libertadora de Deus, tanto nas batalhas como no perdão dos pecados. O êxodo do Egito tornou-se o grande evento na história de Israel, que ofereceu às gerações futuras um memorial e uma ilustração da salvação e redenção operadas pelo Senhor. Deus redimiu seu povo do Egito porque o amava: “Mas porque o Senhor vos amava, e para guardar o juramento que fizera a vossos pais, o Senhor vos tirou com mão forte, e vos resgatou da casa da servidão, da mão de Faraó, rei do Egito” (Dt 7:8).

    Aquele acontecimento histórico proporcionou às gerações futuras uma evidência de que Deus tem o poder para salvar e libertar; essa verdade tornou-se a base em que podiam apelar para o Senhor salvá-los e livrá-los novamente em outras situações adversas (Êx 6:6; Dt 9:26; Sl 106:10). A libertação do Egito, porém, proporcionou também uma advertência, que mostra os acontecimentos no deserto para os que “esqueceram seu Deus”: “Pondo-os ele à morte, então o procuravam; voltavam, e de madrugada buscavam a Deus. Lembravam-se de que Deus era a sua rocha, de que o Deus Altíssimo era o seu Redentor” (Sl 78:34-35; veja também 1 Cr 10:1-12). O próprio Deus mostrou a sua obra salvadora, ao levá-los do Egito para Canaã, e esperava fidelidade e serviço do seu povo redimido (Dt 13:5-15.15; 24.18; Os 13:4).

    Assim como precisavam de uma redenção física e libertação, os israelitas necessitavam também de perdão dos pecados; nisto também o Senhor provou ser o Salvador e Redentor do seu povo. Louvavam o seu nome pelo seu perdão e sabiam que podiam submeter-se à justiça de Deus e que Ele os salvaria (Dt 21:8; Sl 31:5-34.22; 44.26; Is 54:5-59.20).

    Os profetas olhavam para o futuro, para o dia em que um Salvador e Redentor viria para o povo de Deus: “O Redentor virá a Sião e aos que se desviarem da transgressão em Jacó, diz o Senhor” (Is 59:20). Isaías olhava adiante, para o dia do advento do Messias, quando o povo o louvaria: “Graças te dou, ó Senhor. Ainda que te iraste contra mim, a tua ira se retirou, e tu me consolaste. Certamente Deus é a minha salvação; confiarei e não temerei. O Senhor Deus é a minha força e o meu cântico; ele se tornou a minha salvação. Vós com alegria tirareis águas das fontes da salvação” (Is 12:1-3; veja Jr 23:6; Zc 9:9).

    Jesus foi o cumprimento de tais promessas. Ele era o Deus Salvador que veio à Terra para salvar e redimir. Quando seu nascimento foi anunciado, sua atividade salvadora e redentora imediatamente dominou as palavras dos anjos, de Zacarias e de Maria. As profecias concernentes à salvação do povo de Deus, com o advento do rei da linhagem de Davi, são anexadas às promessas do perdão de pecados e salvação do juízo de Deus. Toda a “história da salvação”, como alguns a têm chamado, chega ao seu grande clímax com o advento daquele que seria chamado de “Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1:21; Lc 1:46-47, 68-75; 2.11, 30-32, 38; etc.).

    O Deus salvador é revelado plenamente em Jesus. Nele, e em ninguém mais, há salvação (Lc 3:6-19.9,10; At 4:12; Hb 2:10). De fato, os vocábulos “salvar” e “salvação” referem-se a toda a obra salvadora de Cristo, desde sua encarnação, morte e ressurreição, até sua glorificação. Sua obra salvadora é considerada como um acontecimento realizado em três tempos: passado (na cruz, quando os crentes foram “justificados”; Rm 5:1-8.24; Ef 2:8-2 Tm 1.9); presente (com a operação progressiva do Espírito Santo na vida do crente, no processo de santificação, 1 Co 1.18; 2 Co 2,15) e futuro (no dia do julgamento, quando os crentes serão salvos da justa ira de Deus e serão glorificados; Rm 5:9-10).

    A meditação sobre quem é o Senhor sempre tem levado à doxologia; assim, Judas 25 expressa o louvor a Deus como Salvador, por meio de Jesus Cristo: “Ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

    O Deus Pai

    Conforme já vimos, Deus é bom e é amor; portanto, é também “Pai”. Ele é a fonte de todas as coisas e, nesse sentido, é Pai. É o Pai da criação de Israel — o povo da sua aliança e dos cristãos. Acima de tudo, ele é o Pai de seu único Filho Jesus Cristo. Numa época em que muitas vezes se pergunta se o Senhor realmente deveria ser chamado de “Pai”, pois isso pode parecer uma postura “machista”, é importante notar novamente que Deus é Espírito. Portanto, é totalmente errado descrevê-lo como masculino ou feminino. De fato, lemos sobre o Pai como o Deus “que te gerou” (Dt 32:18) — o que dificilmente seria considerada como uma ação masculina! A paternidade humana deriva de Deus e não vice-versa. Chamar Deus de “Pai” sem dúvida é correto do ponto de vista bíblico e, devidamente entendido, tem muito a dizer para corrigir os muitos abusos que são presenciados atualmente, cometidos pelos pais humanos.

    Primeiro, Deus é ocasionalmente referido, num sentido genérico, como Pai de todas as pessoas, pois elas são geradas por Ele (Ml 2:10; At 17:28-29; Hb 12:9). Segundo, a paternidade de Deus sobre Israel é mencionada ou subentendida. Como Pai, o Senhor tem o direito de ser obedecido. Deuteronômio 3:2-6 dá alguma indicação desse relacionamento: “Corromperam-se conta ele; já não são seus filhos, e isso é a sua mancha, geração perversa e depravada é. É assim que recompensas ao Senhor, povo louco e ignorante? Não é ele teu Pai, que te adquiriu, que te fez e te estabeleceu?” É o relacionamento pactual com seu povo que está especialmente em destaque aqui. O Senhor toma (cria) Israel, ao fazer dele o seu povo peculiar e ao adotá-lo amorosamente como pai, na esperança de receber de volta amor e obediência (Ml 1:6). Deus adverte Israel de que será rejeitado, se porventura desprezar seu Pai (v. 18). Assim, Israel é o seu “filho primogênito” e, se obedecer, receberá a proteção do Senhor. Por exemplo, Deus exige de Faraó: “Israel é meu filho, meu primogênito. Deixa ir o meu filho” (Êx 4:22-23; Os 11:1).

    O fato de Deus apresentar-se como Pai de Israel significa que tem o direito de esperar em resposta uma sincera comunhão com o filho. Lamentavelmente, na maior parte do tempo, encontrou um povo rebelde. Deus diz em Isaías 1:2: “Criei filhos, e os engrandeci, mas eles estão revoltados contra mim”. Tanto este profeta como Jeremias, entretanto, olham para o futuro, para um tempo em que o Senhor será o Pai de um filho que corresponde. Deus então mostrará a Israel seu cuidado e seu amor: “Guiá-los-ei aos ribeiros de águas, por caminho reto em que não tropeçarão, porque sou um pai para Israel, e Efraim é o meu primogênito” (Jr 31:9). Um filho humilde admitirá que o Pai tem direitos: “Mas agora, ó Senhor, tu és o nosso Pai. Nós somos o barro, tu és o nosso oleiro; somos todos obra das tuas mãos. Não te enfureças tanto, ó Senhor, nem perpetuamente te lembres da iniqüidade. Olha, nós te pedimos, todos nós somos o teu povo” (Is 64:8-9; veja também 45.10,11; 63.16). Como Pai e Deus da Aliança, quando seu filho chamar, ele responderá: “Ele me invocará, dizendo: Tu és meu pai, meu Deus, a rocha da minha salvação... O meu amor lhe manterei para sempre, e a minha aliança lhe será firme” (Sl 89:26-28).

    Deus também é o Pai do rei de Israel, de uma maneira especial, pois ele representa o povo. A aliança que o Senhor fez com o rei Davi estabeleceu que Deus seria o “Pai” dos descendentes dele: “Eu serei seu Pai e ele será meu filho”. O salmista destaca esse tema. Por exemplo, o Salmo 2:7 diz: “Proclamarei o decreto do Senhor: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei” (veja também Sl 89:26-27). Posteriormente, essas passagens sobre o filho assumiram um significado messiânico, quando as pessoas olhavam para o futuro, para o advento do rei ungido da linhagem de Davi. De fato, mais tarde foram aplicadas a Jesus Cristo (At 13:33; Hb 1:5).

    Deus é “Pai” unicamente de Jesus, o qual é descrito como “o Filho unigênito de Deus” (veja Jesus). Esta filiação está relacionada ao seu nascimento virginal (Lc 1:35), mas essa não é a única origem. O Pai anuncia claramente a condição de Jesus, em seu batismo: “Então ouviu-se esta voz dos céus: Tu és o meu Filho amado em quem me comprazo” (Mc 1:11). Isso, porém, serviu apenas para confirmar publicamente o que já era verdade. De fato, o NT indica uma comunhão permanente entre o Deus Pai, como “pai”; e o Deus Filho, como “filho”. Esse relacionamento eterno é indicado em João 1:18: “Ninguém nunca viu a Deus, mas o Deus unigênito, que está ao lado do Pai, é quem o revelou”. Em João 17 Jesus dirige-se a Deus como “Pai” e olha para o futuro, quando receberá novamente “a glória que me deste, porque me amaste antes da criação do mundo” (vv. 24,25; 1 Jo 4:9).

    O acesso a Deus como “Pai” só é possível por meio de Cristo: “Ninguém vem ao Pai, senão por mim”, disse Jesus (Jo 14:6). Isso também aponta o caminho para a filiação a Deus para todos os cristãos.

    Deus como Pai de todos os cristãos é o complemento de sua paternidade a ser mencionada aqui. O Senhor é o Pai de todo o que tem fé em Cristo. Parte da plenitude da salvação, aplicada aos crentes pelo Espírito Santo, é a condição de “adoção” de filhos (Rm 8:23; Ef 1:5), mediante a qual podem utilizar o nome mais pessoal de “Aba” (Papai), ao dirigir-se a Deus (Rm 8:14-17; Gl 4:6). É importante notar que em ambos os textos a “filiação” também está intimamente ligada à herança. Assim como Jesus, o Filho, é herdeiro da glória de Deus, Paulo diz que os filhos adotados são “co-herdeiros de Cristo, se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados” (Rm 8:17). É possível para todo o que crê em Cristo conhecer o Pai (Gl 3:26), pois Jesus lhes revela (Jo 14:6-9). Cristo mostrou o Pai ao mundo: “Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo. Antes, é o Pai que está em mim quem faz as obras” (v.10).

    Novamente, a única resposta apropriada por parte do cristão, diante da ideia de ser feito filho de Deus, é o louvor: “Vede quão grande amor nos concedeu o Pai, que fôssemos chamados filhos de Deus. E somos mesmo seus filhos! O mundo não nos conhece porque não o conheceu. Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque assim como é, o veremos” (1Jo 3:1-2).

    Os nomes de Deus

    Enquanto nas modernas culturas ocidentais o nome realmente só é usado para distinguir uma pessoa de outra, os registrados na Bíblia são utilizados para representar totalmente a pessoa ou indicar aspectos de seu caráter ou de seu objetivo na vida (veja seção Os nomes e seus significados na 1ntrodução). Em nenhum outro lugar isso pode ser visto mais claramente do que na expressão “nome do Senhor”, que ocorre aproximadamente 100 vezes nas Escrituras. É uma frase que sintetiza o que nunca pode ser totalmente resumido — ou seja, o próprio Deus.
    O Nome. Quando Gênesis 4:26 diz: “Foi nesse tempo que os homens começaram a invocar o nome do Senhor”, não quer dizer simplesmente que as pessoas aprenderam a usar o nome “Senhor”. O texto indica que elas começaram a adorar ao Senhor por tudo o que Ele é. Quando a Lei diz: “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão, pois o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão” (Êx 20:7), claramente tem em mente mais do que as ocasionais expressões irreverentes (embora, é claro, sua proibição esteja incluída no mandamento). A lei afirma que o próprio Senhor não deve ser considerado com desdém. Não pode ser tratado da mesma maneira que os ídolos pagãos, mencionados no mandamento anterior. Jamais deve ser invocado como um poder mágico ou ser referido numa adoração que não é centralizada exclusivamente nele.

    Assim, uma referência ao “Nome” do Senhor leva consigo uma indicação da própria natureza de Deus. Em Êxodo 23:20, o “Nome” de Deus está presente no anjo enviado para liderar o povo de Israel. Também é correto concluir que tal ser trata-se de uma “teofania”, por meio da qual o Senhor de alguma maneira era experimentado ou visto na presença do anjo (veja Teofanias).

    Quando a Bíblia fala em “invocar” o nome de Deus, geralmente é num contexto de exortação para se adorar ao Senhor totalmente, em toda a vida e vê-lo como o Deus soberano e transcendente que é: pessoal, amoroso e fiel, que está presente em todas as áreas de seu domínio (2Rs 5:11; Sl 17:7; Jl 2:32; Sf 3:9).

    Fazer alguma coisa no “nome do Senhor” é realizar algo no lugar do próprio Deus ou fazer com todo o endosso de sua presença e em obediência à sua ordem. Dessa maneira, os sacerdotes e levitas ministravam “no nome do Senhor” e os profetas falavam “no nome do Senhor”; não que eles alegassem ser Deus, mas isso significava que falavam e operavam com sua total autoridade e poder por trás deles. Até o mesmo o rei Davi lutou “em nome do Senhor” (Dt 18:17-22; 21.5; 1 Sm 17.45; 1 Rs 18.24; etc.). Quando os israelitas desejavam afirmar a presença de Deus com a Arca da Aliança, faziam isso mediante a invocação do “Nome do Senhor dos Exércitos” (2Sm 6:2). Salomão falava em construir um Templo “ao nome do Senhor” (1Rs 8:20). Dessa maneira, o nome é um meio de descrever a plenitude, a transcendência e a presença do próprio Deus.

    É interessante notar que no NT o “nome” pertence a Jesus, para lembrar os textos do AT que se referiam a tudo o que Deus é. Se o nome é de Deus e Jesus é chamado pelo “nome”, então tudo o que pertence a Deus está em Jesus e tudo o que Deus é, Cristo também é (compare Joel 2:32 com Atos 2:21; Romanos 10:13). Assim como a autoridade e o poder de Deus são vistos em seu “nome”, o mesmo acontece com Jesus. É “no nome de Jesus” que as pessoas são desafiadas ao arrependimento, batismo e a receber perdão. A fé precisa ser “no nome de Jesus” (At 2:38-3.16; 9.21). É “no nome de Jesus” que os apóstolos curavam e a Igreja orava (At 3:6; Tg 5:14).

    Em adição a essa maneira abrangente de referir-se à plenitude de Deus, vários nomes específicos são atribuídos ao Senhor na Bíblia e nos ajudam a entendê-lo melhor. Diferentemente de todos os “nomes”, eles enfatizam aspectos da natureza e do caráter de Deus, a fim de afirmar e enriquecer o que já foi mencionado anteriormente.
    El, Elohim. Um nome comum usado para o Senhor e geralmente traduzido como “Deus” (Elohim é a forma plural). A raiz deste vocábulo provavelmente significa “poder”. Este termo era utilizado em outras culturas e religiões para descrever uma grande divindade. Na Bíblia, porém, o nome é aplicado ao único Deus — “El Elohe Israel”, [Deus, o Deus de Israel] (Gn 33:20). Nas Escrituras, Ele é o “Deus do céu e da terra” (Gn 24:3); “o Deus de Abraão, Isaque e Jacó”; o “Deus dos hebreus” (Êx 3:18); o “Deus dos deuses”; “Deus da verdade” (Sl 31:5) e, é claro, “Deus da glória” (Sl 29:3).

    A forma plural às vezes refere-se a outros deuses, mas também é usada na Bíblia para o único Deus, embora o termo esteja no plural. A forma plural indica a plenitude do Senhor. Ele é totalmente distinto das pessoas criadas, em seu ser (Nm 23:19).

    O vocábulo “El” também aparece em formas como “El Shaddai” (Deus Todo-poderoso”; Gn 17:1; Êx 6:3. Para mais detalhes, veja a seção “O Deus de Abraão”, no artigo sobre Abraão); “El Elyom” (Deus Altíssimo; Dt 32:8; Dn 7:18-22; etc.); “El Betel” (Deus de Betel; Gn 35:7); e “El Olam” (Deus Eterno; Gn 21:33; veja também Sl 90:2).
    Yahweh (o Senhor). O vocábulo Yahweh, que geralmente é traduzido como “Senhor”, em nossas versões da Bíblia em Português, tem sido corretamente chamado de “o nome da aliança de Deus”. Foi por este título que o Deus de Abraão, Isaque e Jacó escolheu revelar-se a Moisés (Êx 6:3). Sem dúvida, os seguidores fiéis do Senhor já o conheciam por este nome antes da revelação da sarça ardente, mas com Moisés há mais revelações da fidelidade de Yahweh à aliança e de sua comunhão íntima com seu povo. O nome em si é derivado do verbo hebraico “ser”. Moisés imaginou pessoas que lhe perguntariam pelo nome do Deus que lhe apareceu, quando voltasse para seu povo. O Senhor lhe respondeu: “EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós” (Êx 3:14; veja
    v. 15). Yahweh, portanto, significa algo como “Ele é” ou talvez “Ele traz à existência”.

    Como o nome revelado de Deus, o título “Yahweh” trazia uma declaração da existência contínua do Senhor e sua presença permanente com seu povo. Foi Ele quem se apresentou a Moisés e ao povo de Israel através das gerações como o Deus da aliança, o que sempre seria fiel às suas promessas em favor de seu povo. Foi sob este nome que o povo da aliança adorou a Deus. No NT, os cristãos entenderam que o Senhor da aliança era Jesus Cristo e, assim, ideias e atributos do AT que pertenciam a Yahweh foram trazidos e aplicados a Jesus. Para uma discussão mais detalhada do grande significado deste nome, veja Senhor.
    Adonai (Senhor). Com o significado de “Senhor” ou “Mestre”, este termo é aplicado a seres humanos em posição de autoridade. Quando relacionado a Deus, entretanto, geralmente é usado junto com o nome Yahweh. Isso apresenta algumas dificuldades na tradução. Não é fácil ler a frase “O senhor senhor”! Assim, geralmente traduz-se como “Senhor Deus” (2Sm 7:28; Is 28:16-56.8; etc.).
    Rocha. A fidelidade, a confiabilidade e a graça salvadora do Deus da aliança são ocasionalmente descritas por meio do epíteto “Rocha” (Dt 32:4-15, 18; 2 Sm 22.3, 47; Sl 62:7; Hc 1:12; etc.).
    Outros nomes. Embora algumas vezes sejam tomados como nomes, muitos outros termos aplicados a Deus são adjetivos. São usados para descrever o Senhor, atribuir louvor ao seu nome e diferenciá-lo dos deuses pagãos. Juízes 6:24 diz que “o Senhor é paz”. Outros textos falam sobre Deus como “o Santo” ou “o Santo de Israel”, a fim de estabelecer um elo no AT entre a sua santidade e a necessidade de que o seu povo seja santo (6:10; Pv 9:10; Is 12:6). Deus também é conhecido como o “Rei” (veja Rei), o “Senhor Todo-poderoso”, “o Senhor é minha Bandeira”, entre outros.
    Jeová. Este termo é pouco citado nas modernas versões da Bíblia. Deve, contudo, ser mencionado aqui como um nome que ainda sobrevive em algumas traduções. É suficiente dizer que, em hebraico, o termo YHWH aparece e, na maioria das vezes, é traduzido como SENHOR, em nossas versões, ou colocam-se vogais e assim lê-se Yahweh (o que alguns colaboradores deste volume têm feito). Jeová deriva de uma leitura equivocada de Yahweh. O pano de fundo do problema com o nome “Jeová” é explicado no verbete Senhor.


    A Trindade

    O cristianismo tradicionalmente argumenta que muitas evidências bíblicas revelam Deus em três pessoas distintas. Para alguns, tal definição do Senhor tem causado sérios problemas. A história da Igreja é permeada pelo surgimento de seitas que não reconheciam Jesus Cristo como Deus ou que se recusavam a aceitar a visão trinitária do Senhor; outras não viam um dos componentes da Trindade como totalmente Deus, ou negavam que houvesse distinções entre as três pessoas. Outros grupos estão totalmente fora do ensino bíblico e entram efetivamente no mundo do triteísmo, uma noção negada explicitamente na Bíblia, como, por exemplo, na oração da “Shema” (Dt 6:4). Embora o termo “trindade” não seja mencionado nas Escrituras, os cristãos sempre creram que somente ele pode fazer justiça à revelação bíblica da “plenitude” de Deus. Começando com o AT, os cristãos apontam indicações que pressagiam um ensino mais detalhado no NT. Muitas passagens conduzem para a pluralidade relacionada com o que é o “único Deus”. Muitos textos sugerem uma identificação do Messias que virá com o próprio Deus. Ele será chamado de Deus Poderoso, governará em completa soberania e será eterno — atributos divinos (Is 9:6-7; Sl 2; etc.). Mas indicações também estão presentes na compreensão da própria criação, no AT. Embora algumas pessoas neguem seu significado, é interessante notar que o Senhor refere-se a si mesmo com o termo plural “elohim” em certas passagens. Em Gênesis 1, é Deus quem cria, por meio de sua Palavra e pelo seu Espírito (Gn 1:1-3). Às vezes essa referência no plural parece ainda mais notável, feita de forma explícita com o uso de verbos e pronomes nas pessoas do plural; por exemplo, “Então disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem...” (Gn 1:26-3.22; 11.7; Is 6:8). Existe também uma personalização da “Palavra de Deus” que criou os céus (Sl 33:6). Algo semelhante ocorre em Provérbios 8, onde a sabedoria do Senhor é personalizada como o próprio Deus que opera no mundo, concede vida e envolve-se com a própria criação (principalmente Pv 8:12-21).

    Alguns sugerem que “o anjo do Senhor” também deve ser identificado com Deus e ainda assim é distinto dele (Êx 3:2-6; veja também Anjo do Senhor). Em Isaías 63:1014, o Espírito Santo é identificado como Agente de Deus. Esse tipo de evidência espera por sua interpretação mais completa no NT (veja também Teofanias).

    No NT, aspectos da doutrina da Trindade surgem primeiro quando os discípulos e seguidores de Jesus reconhecem as obras e as palavras de Deus nas atitudes de Jesus. Realmente, o problema dos líderes religiosos daquela época foi justamente que algumas das coisas que Cristo fazia e dizia só seriam feitas e ditas por Deus; portanto, eles alegavam que Jesus blasfemava, ao tentar passar por Deus. Por exemplo, Cristo perdoou os pecados do paralítico, algo que os escribas acreditavam que somente Deus era capaz de fazer; portanto, era uma blasfêmia. Jesus então demonstrou sua autoridade divina, ao curar o homem completamente (Mt 9:2-6). João 8 é especialmente esclarecedor sobre essa questão e traz uma série de declarações feitas por Jesus. Sua alegação de pertencer a Deus e ser enviado por Ele (vv. 14, 23), de partir para um lugar desconhecido dos líderes religiosos (v. 14), intimamente combinada com o uso da expressão “Eu Sou” e sua declaração de ter existido antes de Abraão (vv. 24, 28, 58, etc.), tudo isso ocasionou uma acusação de blasfêmia e a tentativa de apedrejamento — a punição para aquela transgressão (v. 59). Jesus aceitou a confissão de Pedro de que Ele era o Cristo (Mc 8:29-30) e alegou ter “todo” poder e autoridade antes de fazer uma das principais declarações trinitárias da Bíblia: “Ide... batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28:18).

    Em todo o NT, ambos, o Espírito Santo e Jesus, são apresentados como seres divinos. João 1:1-14 fala de Cristo como preexistente. Romanos 9:5 geralmente é destacado por alguns teólogos, mas provavelmente a leitura deveria ser essa: “Cristo, que é Deus sobre todos, seja louvado...” (veja também Cl 2:9; Hb 1:9-10; etc.). O Espírito Santo também é visto como Deus (veja At 5:3-4; Jo 15:26; Mc 3:29-2 Co 3.17; etc.).

    São também interessantes as passagens do NT onde os escritores apostólicos aplicam a Jesus o nome de Yahweh do AT (Senhor). Veja, por exemplo, Romanos 1:0-13, onde a confissão da fé em Cristo é provada como confissão de fé em Deus, por uma referência que aponta para o AT e menciona Yahweh. Vários textos merecem um exame cuidadoso, pois trazem o entendimento do AT sobre Yahweh ou aplicam declarações concernentes a Yahweh, no AT, e a Jesus, no NT. Por exemplo, veja João 1:2-41 (cf. Is 6:10); Atos 2:34-36; I Coríntios 1:30-31; 12.3; Filipenses 2:9-11 (cf. Is 45:23), etc.

    Em muitas passagens bíblicas, a ideia do Deus trino é no mínimo implícita nos textos do NT, se não explícita. O batismo de Jesus envolveu o Filho, o Pai e o Espírito Santo (Mt 3:13-17). O mencionado em Mateus 28:19 é em nome das três pessoas da Trindade. Jesus referiu-se ao Espírito Santo como “outro Consolador”. Assim como o Pai enviou Cristo, Ele mandaria o Espírito Santo (Jo 14:15-23). Veja também a obra do Pai, do Filho e do Espírito Santo na vida do crente (Ef 3:14-19).

    As Escrituras revelam uma figura de Deus em três pessoas e a isso nós chamamos de “Trindade”. O Pai não é maior do que o Filho e ambos são distintos do Espírito Santo, embora exista um ensino claro tanto no AT como no NT de que Deus é único. Existem três pessoas, mas apenas um Senhor. Tal ensino, quando apresentado em conjunto, implica um modo de existência longe do que nossa mente humana possa entender. É por esta razão que todas as analogias humanas invariavelmente fracassam quando se trata de explicar o que significa a Trindade.

    Os cristãos estão convencidos de que negar essa doutrina é renunciar à clara evidência bíblica sobre o próprio Deus. Um escritor resumiu o ensino bíblico dessa maneira: “A doutrina da Trindade não explica plenamente o misterioso caráter de Deus. Pelo contrário, estabelece as fronteiras, fora das quais não devemos andar... Isso exige que sejamos fiéis à revelação bíblica que em um sentido Deus é um e num sentido diferente ele é três” (R. C. Sproul).

    Conclusão

    O Deus da Bíblia é revelado como Eterno, Majestoso, Transcendente, Onipotente e Onisciente. Também é descrito como o Criador de todo o Universo e das pessoas e, neste contexto, revela a si mesmo em sua Palavra como um Deus pessoal, amoroso e soberano, um Deus justo, verdadeiro e íntegro. Deus é revelado como o Pai, o Filho e o Espírito Santo. É o Deus presente com seu povo (Emanuel, Deus conosco) e atuante em toda a criação, embora de modo algum seja absorvido por ela, como certas religiões orientais ensinam. Embora seja um Deus santo, separado e distinto da criação e das criaturas, não permite que o mundo se perca totalmente em seu pecado, sem nenhuma esperança de redenção; pelo contrário, revela a si mesmo como um Deus de amor que salva e redime todo aquele que o busca. Sua graça salvadora é vista claramente em sua vinda aqui na Terra: Jesus, o Filho de Deus, veio para ser o Salvador e Redentor da humanidade. Esta dádiva é experimentada por meio de sua Palavra (a Bíblia) e da presença do Espírito Santo no coração e na vida daqueles que crêem nele. Quanto mais a Bíblia é lida, fica mais claro que todo o seu povo é exortado repetidamente a cantar louvores ao Deus Todo-poderoso que, embora seja transcendente, está presente, a fim de sustentar, cuidar e salvar. “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos jubilosos e imaculados diante da sua glória, ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

    P.D.G.


    Deus [hebr. El, Elah, Eloah, Elohim; gr. theós]

    O nome mais geral da Divindade (Gn 1:1; Jo 1:1). Deus é o Ser Supremo, único, infinito, criador e sustentador do universo. É espírito pessoal e subsiste em três pessoas ou distinções: Pai, Filho e Espírito Santo (v. TRINDADE). É santo, justo, amoroso e perdoador dos que se arrependem. O ateu diz que Deus não existe; o agnóstico diz que não podemos saber se Deus existe ou não; o crente sabe que Deus existe e afirma: “... nele vivemos, nos movemos e existimos” (At 17:28).

    ==========================

    NOMES DE DEUS

    Nas Escrituras Sagradas Deus é chamado por vários nomes e cognomes (títulos), que seguem alistados na ordem decrescente do número de ocorrências:


    1) SENHOR (hebr. JAVÉ, ???? - Gn 2:4);


    2) DEUS (Gn 1:1);


    3) SENHOR DOS EXÉRCITOS (Jr 33:11);


    4) Pai (Is 63:16; Mt 6:8-9);


    5) SENHOR (propriamente dito - Sl 114:7);


    6) SANTO de ISRAEL (Is 1:4);


    7) ALTÍSSIMO (Gn 14:18);


    8) Todo-poderoso (Gn 49:25; 2Co 6:18);


    9) Deus Vivo (Os 1:10; 1Ts 1:9);


    10) Rei (Sl 24; 1Tm 6:15);


    11) Rocha (Dt 32:18; Is 30:29);


    12) REDENTOR (19:25);


    13) SALVADOR (Sl 106:21; Lc 1:47);


    14) Juiz (Gn 18:25; 2Tm 4:8);


    15) O Poderoso (Gn 49:24, RA; RC, Valente);


    16) O PRIMEIRO E O ÚLTIMO (Ap 22:13);


    17) ETERNO DEUS (Is 40:28);


    18) Pastor (Gn 49:24);


    19) ANCIÃO DE DIAS (Dn 7:9);


    20) O Deus de BETEL (Gn 31:13);


    21) O Deus Que Vê (Gn 16:13).


    Deus O judaísmo apresentava uma visão estritamente monoteísta da divindade. As afirmações a respeito que aparecem no Antigo Testamento não podem ser mais explícitas. Antes e depois dele não houve nem haverá outros deuses (Is 43:10-11). Tudo criou sem ajuda nem presença de ninguém (Is 44:24; 45,12). É o primeiro e o último (Is 44:6), clemente e misericordioso (Sl 111:4), o que cuida dos oprimidos (Sl 113:7), o que cura todas as dores e perdoa todas as iniqüidades (Sl 103:3).

    Foi ele quem entregou a Torá a Moisés no Sinai (Êx 19:20) e que estabeleceu uma Aliança Eterna com Israel como povo seu. Ele que falou através dos profetas, ele que não pode ser representado por nenhum tipo de imagem, desenho ou pintura (Ex 20:4ss.) etc.

    Deste Deus se esperava que enviaria seu messias e que no final dos tempos ressuscitaria os justos e injustos, proporcionando recompensa eterna aos primeiros e castigo vergonhoso e consciente aos segundos (Dn 12:2).

    Nos evangelhos encontramos uma aceitação de todas essas afirmações. Deus é único (Mc 12:29ss.), é o Deus dos patriarcas (Mt 22:32), é o único que pode receber culto e serviço (Mt 6:24; Lc 4:8). Para ele tudo é possível (Mt 19:26; Lc 1:37). Ainda que faça brilhar o sol sobre justos e injustos (Mt 5:45), só é Pai daqueles que recebem Jesus (Jo 1:12). Essa relação de paternidade entre Deus e os seguidores de Jesus explica por que ele é tratado como Pai (Mt 11:25ss.; Mc 14:36; Lc 23:34.46; Jo 11:41; 17, 1.5.11). A ele se deve dirigir no oculto do coração e sem usar contínuas repetições como os pagãos (Mt 6:4.
    18) e nele se deve confiar sem sombra de dúvida (Mt 6:26-32; 10,29-31; Lc 15). E podemos então chegar a conhecê-lo porque se nos revelou em Jesus (Jo 1:18).

    Esse monoteísmo com o qual Deus é contemplado no Novo Testamento encontra-se, não obstante, selecionado através da fé na Trindade, que afirma uma pluralidade de pessoas no âmago da única divindade. Existem precedentes da crença na divindade do messias no judaísmo, assim como da atuação de Deus em várias pessoas. De fato, o judeu-cristianismo posterior — tal como registra o Talmude — apenas se referiu a elas para defender sua essência judaica. Assim, no Antigo Testamento, atribui-se ao Messias o título divino de El-Guibor (Is 9:5-6); Deus se expressa em termos plurais (Gn 1:26-27; Is 6:8); o malak YHVH ou o anjo de YHVH não é senão o próprio YHVH (Jz 13:20-22) etc, expressões que foram interpretadas como sinais da revelação da Trindade.

    Nos evangelhos encontramos de fato afirmações nesse sentido que não podem ser consideradas equívocas. Por exemplo: Jesus é denominado Deus (Jo 1:1; 20-28 etc.); afirma-se que o Filho de Deus é igual a Deus (Jo 5:18); ressalta-se que era adorado pelos primeiros cristãos (Mt 28:19-20 etc.), recebe a designação de “Verbo”, termo procedente dos targuns aramaicos para referir-se ao próprio YHVH (Jo 1:1) etc.

    Tem-se discutido se todos esses enfoques procedem realmente do próprio Jesus ou se, ao contrário, devem ser atribuídos à comunidade primitiva. Também se questiona o seu caráter judaico.

    Atualmente, sabemos que esses pontos de vista não se originaram do helenismo, mas do judaísmo contemporâneo de Jesus (m. Hengel, A. Segal, C. Vidal Manzanares etc.). A característica que difere o cristianismo das outras doutrinas é afirmar essa hipóstase do Deus único, encarnado em Jesus. A este também retrocede todas as interpretações sobre sua pessoa. Para essa interpretação, defendem-se passagens de indiscutível autenticidade histórica, como a de Lc 10:21-22, assim como as de auto-identificação que Jesus atribui a si, como a Jokmah hipostática dos Provérbios (Lc 7:35; 11,49-51) e como o “Kyrios” (Senhor) do Antigo Testamento (Lc 12:35-38; 12,43ss.). Essas passagens de fato fazem parte da fonte Q, o que indica sua antigüidade.

    m. Hengel, El Hijo de Dios, Salamanca 1978; A. Segal, Paul, The Convert, New Haven e Londres 1990; m. Gilbert - J. N. Aletti, La Sabiduría y Jesucristo, Estella; C. Vidal Manzanares, El primer Evangelio...; Idem, El judeo-cristianismo palestino...



    i. os nomes de Deus. A palavra portuguesa Deus, que tem a mesma forma na língua latina, representa alguns nomes da Bíblia, referentes ao Criador.
    (a): o termo de uso mais freqüente é Elohim, que restritamente falando, é uma forma do plural, derivando-se, presumivelmente, da palavra eloah. Mas, embora seja plural, é certo que, quando se refere ao único verdadeiro Deus, o verbo da oração, de que Elohim é o sujeito, e o nome predicativo vão quase invariavelmente para o singular. As principais exceções são quando a pessoa que fala, ou aquela a quem se fala, é um pagão (Gn 20:13 – 1 Sm 4.8).
    (b): El, provavelmente ‘o único que é forte’, também ocorre freqüentemente. E encontra-se este nome com adições: El-Elyon, ‘o Deus Altíssimo’ (Gn 14:18) – El-Shaddai, ‘o Deus Todo-poderoso’ (Gn 17:1) – e entra na composição de muitos vocábulos hebraicos (por exemplo Eliabe, Micael).
    (c): Adonai, Senhor, ou Superior. Esta palavra e as duas precedentes eram empregadas quando se queria significar o Deus da Humanidade, sem especial referência ao povo de israel.
    (d): Todavia, Jeová, ou mais propriamente Jahveh, o Senhor, o Ser que por Si mesmo existe, o Ser absoluto, que é sempre a Providência do Seu povo, designa Aquele que num especial sentido fez o pacto com o povo de israel.
    (e): outro nome, ou antes, titulo, ‘o Santo de israel’ (is 30:11) merece ser aqui mencionado, porque ele nos manifesta o alto ensino moral dos profetas, fazendo ver aos israelitas que o Senhor, a Quem eles adoravam, estava muito afastado dos ordinários caminhos do homem, e portanto era necessário que o Seu povo fosse como Ele, odiando o pecado. É sob este título que o Senhor é reconhecido como uma pedra de toque não só da pureza cerimonial, mas também da pureza ética.
    (f): Pai. Nas primitivas religiões semíticas, este termo, enquanto aplicado aos deuses, tinha uma base natural, pois que os povos acreditavam que eram descendentes de seres divinos. Todavia, no A.T. é Deus considerado como o Pai do povo israelita, porque Ele, por atos da Sua misericórdia, o constituiu em nação (Dt 32:6os 11:1 – *veja Êx 4:22). De um modo semelhante é Ele chamado o Pai da geração davídica de reis, porque Ele a escolheu e a tornou suprema (2 Sm 7.14 – Sl 2:7-12 – 89.27). Mais tarde se diz que Deus Se compadece dos que o temem (isto refere-se particularmente aos israelitas e aos que aceitam a religião de israel), como um pai se compadece dos seus filhos (Sl 103:13Mt 3:17).
    ii. A doutrina de Deus. Certas considerações nos são logo sugeridas sobre este ponto.
    (a): Em nenhuma parte da Bíblia se procura provar a existência de Deus. A crença no Criador é doutrina admitida. Nunca houve qualquer dúvida a respeito da existência da Divindade, ou da raça humana em geral. Entre os argumentos que podemos lembrar para provar a existência do Criador, devem ser notados: a relação entre causa e efeito, conduzindo-nos à grande Causa Primeira – a personalidade, a mais alta forma de existência que se pode conceber, de sorte que uma Causa Primeira, que carecesse de personalidade, seria inferior a nós próprios – a idéia de beleza, de moralidade, de justiça – o desejo insaciável, inato em nós, de plena existência que nunca poderia ser satisfeita, se não houvesse Aquele Supremo Ser, Luz, Vida e Amor, para onde ir.
    (b): Deus é um, e único (Dt 6:4, doutrina inteiramente aceita por Jesus Cristo, Mc 12:29). Porquanto se houvesse mais que uma Divindade, haveria, de certo, conflito entre esses seres todo-onipotentes. Por isso, contrariamente ao dualismo de Zoroastro, segundo o qual há dois seres supremos, um bom e outro mau, a Bíblia ensina que Deus tem a autoridade suprema mesmo sobre o mal (is 45:6-7). Este fato fundamental da Unidade de Deus não está em contradição com a doutrina cristã da Trindade, antes pelo contrário, a salvaguarda.
    (c): Deus é o Criador e o Conservador de tudo (Gn 1:1At 17:24Ap 4:11 – e semelhantemente Jo 1:3 – Col 1.16, onde o imediato Agente é a Segunda Pessoa da Trindade). Todos os dias estamos aprendendo, com clareza de percepção, que a matéria não é coisa morta e sem movimento, que as próprias pedras tremem pela sua energia, sustentando a sua coesão pelas formidáveis e ativas forças que sem interrupção nelas operam. o nosso conhecimento, cada vez mais aperfeiçoado, sobre os métodos de Deus na Criação, leva-nos a um louvor cada vez mais elevado.
    (d): Estamos, também, sabendo mais com respeito à relação de Deus para conosco, como governador e conservador de tudo. Relativamente a este assunto há duas verdades, nenhuma das quais deverá excluir a outra:
    (1). Ele é transcendente, isto é, superior ao universo, ou acima dele (*veja is 40:22 – 42.5 – 1 Tm 6.16).
    (2). É igualmente importante notar que Deus é imanente, isto é, está na matéria, ou com ela. Nesta consideração, nós e todos os seres vivemos Nele (At 17:28 – *veja também Jo 1:3-4) – e Ele em nós está pelo simples fato de que sendo Espírito (Jo 4:24) é dotado de onipresença.
    iii. A adoração a Deus. Se a religião é, na verdade, uma necessidade natural, o culto é sua forma visível. Porquanto, embora possamos supor a priori que nos podemos colocar na presença da Divindade sem qualquer sinal exterior, é isto, contudo, tão incompatível como a natureza humana, e tão contrário às exigências da religião, visto como esta pede a adoração a Deus com toda a nossa complexa personalidade, que não é possível admitir-se tal coisa. É certo que Jesus Cristo disse: ‘Deus é Espirito – e importa que os seus adoradores o adorem em espirito e em verdade’ (Jo 4:24). (*veja Altar, Baal, igreja, Eloí, Espírito Santo, Jewá, Jesus Cristo, Senhor, Senhor dos Exércitos, Tabernáculo, Templo, Trindade, Adoração.)

    Do latim deus, daus, que significa “ser supremo” ou “entidade superior”.

    substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
    Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
    Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
    Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
    Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
    Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
    Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
    Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

    substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
    Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
    Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
    Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
    Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
    Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
    Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
    Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

    Expansão

    substantivo feminino Ação de expandir, de aumentar, de alargar, de ampliar algo; aumento, alargamento: expansão territorial, comercial, econômica.
    Em que há alargamento de fronteiras; aumento: expansão marítima.
    Ação de divulgar ou propagar algo; propagação: expansão de sentimentos.
    Aumento do volume de um corpo, da matéria, de um gás; dilatação.
    Expressão natural e franca dos sentimentos, dos pensamentos; desabafo.
    Etimologia (origem da palavra expansão). Do latim expansio.onis.

    Pós

    elemento de composição Elemento de composição de palavras (prefixo) que dá a ideia do que é posterior, do que ocorre após, no espaço e no tempo: pós-graduação, após a graduação.
    Prefixo que atribui um juízo de valor negativo, desvalorizando o conceito ao qual está ligado: pós-verdade.
    Etimologia (origem da palavra pós). Do latim post, depois.

    elemento de composição Elemento de composição de palavras (prefixo) que dá a ideia do que é posterior, do que ocorre após, no espaço e no tempo: pós-graduação, após a graduação.
    Prefixo que atribui um juízo de valor negativo, desvalorizando o conceito ao qual está ligado: pós-verdade.
    Etimologia (origem da palavra pós). Do latim post, depois.

    Terra

    substantivo feminino Geografia Planeta do sistema solar habitado pela espécie humana e por outros seres vivos, está situado na 5ia Láctea e, dentre todos os outros planetas, é o único que possui características favoráveis à vida.
    Camada superficial do globo em que nascem as plantas, por oposição à superfície líquida: os frutos da terra.
    Terreno, com relação à sua natureza: terra fértil.
    País de nascimento; pátria: morrer em terra estrangeira.
    Qualquer lugar, localidade; território, região: não conheço aquela terra.
    Figurado Lugar onde pessoas estão sepultadas; cemitério: repousar em terra sagrada.
    Pó de terra seca no ar; poeira: estou com o rosto cheio de terra.
    [Artes] Diz-se de um estilo de dança em que se dá especial importância aos passos executados ao rés do solo ou sobre as pontas dos pés; opõe-se à dança de elevação, que usa os grandes saltos.
    [Gráficas] Pigmento usado na feitura de tintas, ou as tintas preparadas com esse pigmento.
    expressão Beijar a terra. Cair ao chão: o lutador beijou a terra entes da hora.
    Linha de terra. Em geometria descritiva, interseção do plano horizontal e do vertical de projeção.
    Terra de Siena. Ocre pardo usado em pintura.
    Terra vegetal. Parte do solo misturada com humo, próprio para plantação.
    Terra Santa. Região situada entre o rio Jordão e o mar mediterrâneo; Palestina.
    Etimologia (origem da palavra terra). Do latim terra.

    substantivo feminino Geografia Planeta do sistema solar habitado pela espécie humana e por outros seres vivos, está situado na 5ia Láctea e, dentre todos os outros planetas, é o único que possui características favoráveis à vida.
    Camada superficial do globo em que nascem as plantas, por oposição à superfície líquida: os frutos da terra.
    Terreno, com relação à sua natureza: terra fértil.
    País de nascimento; pátria: morrer em terra estrangeira.
    Qualquer lugar, localidade; território, região: não conheço aquela terra.
    Figurado Lugar onde pessoas estão sepultadas; cemitério: repousar em terra sagrada.
    Pó de terra seca no ar; poeira: estou com o rosto cheio de terra.
    [Artes] Diz-se de um estilo de dança em que se dá especial importância aos passos executados ao rés do solo ou sobre as pontas dos pés; opõe-se à dança de elevação, que usa os grandes saltos.
    [Gráficas] Pigmento usado na feitura de tintas, ou as tintas preparadas com esse pigmento.
    expressão Beijar a terra. Cair ao chão: o lutador beijou a terra entes da hora.
    Linha de terra. Em geometria descritiva, interseção do plano horizontal e do vertical de projeção.
    Terra de Siena. Ocre pardo usado em pintura.
    Terra vegetal. Parte do solo misturada com humo, próprio para plantação.
    Terra Santa. Região situada entre o rio Jordão e o mar mediterrâneo; Palestina.
    Etimologia (origem da palavra terra). Do latim terra.

    os hebreus tinham vários nomes para terra, especialmente Adama e Eretz. Adama, isto é a terra vermelha (Gn 1:25), denota, muitas vezes, terra arável (Gn 4:2). o termo é, também, empregado a respeito de um país, especialmente a Palestina (Gn 47:19Zc 2:12). Quando Naamã pediu uma carga de terra que dois mulos pudessem levar (2 Rs 5.17), ele foi influenciado pela idéia pagã de que o Senhor era um deus local, podendo apenas ser adorado com proveito no seu nativo solo. Eretz é a terra em oposição ao céu, ou a terra seca como distinta do mar (Gn 1:1-10). A palavra é, também, aplicada a toda a terra (Gn 18:18), ou a qualquer divisão dela (Gn 21:32), e mesmo ao chão que uma pessoa pisa (Gn 33:3). A frase ‘profundezas da terra’ (is 44:23) significa literalmente os vales, os profundos recessos, como as cavernas e subterrâneos, e figuradamente a sepultura. No N.T., além do termo vulgar ‘terra’, que corresponde às várias significações já apresentadas, há uma palavra especial que significa ‘ terra habitada’ (Lc 4:5Rm 10:18 – etc.), usando-se esta expressão de um modo especial a respeito do império Romano. Terra, num sentido moral, é oposta ao que é celestial e espiritual (*veja Jo 3:31 – 1 Co 15.47 a 49 – Tg 3:15, etc.).

    terreno, solo, campo. – Terra sugere ideia das qualidades, das propriedades da massa natural e sólida que enche ou cobre uma parte qualquer da superfície da terra. – Terreno refere-se, não só à quantidade, ou à extensão da superfície, como ao destino que se lhe vai dar, ou ao uso a que se adapta. – Solo dá ideia geral de assento ou fundamento, e designa a superfície da terra, ou o terreno que se lavra, ou onde se levanta alguma construção. – Campo é solo onde trabalha, terreno de cultura, ou mesmo já lavrado. Naquela província há terras magníficas para o café; dispomos apenas de um estreito terreno onde mal há espaço para algumas leiras e um casebre; construiu o monumento em solo firme, ou lançou a semente em solo ingrato; os campos já florescem; temos aqui as alegrias da vida do campo.

    [...] berço de criaturas cuja fraqueza as asas da Divina Providência protege, nova corda colocada na harpa infinita e que, no lugar que ocupa, tem de vibrar no concerto universal dos mundos.
    Referencia: KARDEC, Allan• A Gênese: os milagres e as predições segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 5a ed• francesa• 48a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 6, it• 23

    O nosso mundo pode ser considerado, ao mesmo tempo, como escola de Espíritos pouco adiantados e cárcere de Espíritos criminosos. Os males da nossa Humanidade são a conseqüência da inferioridade moral da maioria dos Espíritos que a formam. Pelo contato de seus vícios, eles se infelicitam reciprocamente e punem-se uns aos outros.
    Referencia: KARDEC, Allan• O que é o Espiritismo: noções elementares do mundo invisível, pelas manifestações dos Espíritos• 52a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 3, it• 132

    Disse Kardec, alhures, que a Terra é um misto de escola, presídio e hospital, cuja população se constitui, portanto, de homens incipientes, pouco evolvidos, aspirantes ao aprendizado das Leis Naturais; ou inveterados no mal, banidos, para esta colônia correcional, de outros planetas, onde vigem condições sociais mais elevadas; ou enfermos da alma, necessitados de expungirem suas mazelas através de provações mais ou menos dolorosas e aflitivas.
    Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• O Sermão da Montanha• 16a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça

    [...] é oficina de trabalho, de estudo e de realizações, onde nos cumpre burilar nossas almas. [...]
    Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• O Sermão da Montanha• 16a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Sede perfeitos

    [...] é o calvário dos justos, mas é também a escola do heroísmo, da virtude e do gênio; é o vestíbulo dos mundos felizes, onde todas as penas aqui passadas, todos os sacrifícios feitos nos preparam compensadoras alegrias. [...] A Terra é um degrau para subir-se aos céus.
    Referencia: DENIS, Léon• Joana d’Arc médium• Trad• de Guillon Ribeiro• 22a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 11

    O mundo, com os seus múltiplos departamentos educativos, é escola onde o exercício, a repetição, a dor e o contraste são mestres que falam claro a todos aqueles que não temam as surpresas, aflições, feridas e martírios da ascese. [...]
    Referencia: EVANGELIZAÇÃO: fundamentos da evangelização espírita da infância e da juventude (O que é?)• Rio de Janeiro: FEB, 1987• -

    [...] A Terra é um mundo de expiações e provas, já em fase de transição para se tornar um mundo de regeneração.
    Referencia: FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA• Departamento de Infância e Juventude• Currículo para as Escolas de Evangelização Espírita Infanto-juvenil• 2a ed• Rio de Janeiro, 1998• - cap• 4

    [...] o Planeta terrestre é o grande barco navegando no cosmo, sacudido, a cada instante, pelas tempestades morais dos seus habitantes, que lhe parecem ameaçar o equilíbrio, a todos arrastando na direção de calamidades inomináveis. Por esta razão, periodicamente missionários e mestres incomuns mergulharam no corpo com a mente alerta, a fim de ensinarem comportamento de calma e de compaixão, de amor e de misericórdia, reunindo os aflitos em sua volta e os orientando para sobreviverem às borrascas sucessivas que prosseguem ameaçadoras.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Impermanência e imortalidade• Pelo Espírito Carlos Torres Pastorino• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Corpo e mente

    Quando o homem ora, anseia partir da Terra, mas compreende, também, que ela é sua mãe generosa, berço do seu progresso e local da sua aprendizagem. [...]
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Párias em redenção• Pelo Espírito Victor Hugo• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - L• 3, cap• 1

    Assim se compreende porque a Terra é mundo de “provas e expiações”, considerando-se que os Espíritos que nela habitam estagiam na sua grande generalidade em faixas iniciais, inferiores, portanto, da evolução.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Temas da vida e da morte• Pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Pensamento e perispírito

    Apesar de ainda se apresentar como planeta de provas e expiações, a Terra é uma escola de bênçãos, onde aprendemos a desenvolver as aptidões e a aprimorar os valores excelentes dos sentimentos; é também oficina de reparos e correções, com recursos hospitalares à disposição dos pacientes que lhes chegam à economia social. Sem dúvida, é também cárcere para os rebeldes e os violentos, que expungem o desequilíbrio em processo de imobilidade, de alucinação, de limites, resgatando as graves ocorrências que fomentaram e praticaram perturbando-lhe a ordem e a paz.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Trilhas da libertação• Pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Cilada perversa

    O mundo conturbado é hospital que alberga almas que sofrem anemia de amor, requisitando as vitaminas do entendimento e da compreensão, da paciência e da renúncia, a fim de que entendimento e compreensão, paciência e renúncia sejam os sinais de uma vida nova, a bem de todos.
    Referencia: JACINTHO, Roque• Intimidade• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1994• - Hospital

    [...] É um astro, como Vênus, como seus irmãos, e vagueia nos céus com a velocidade de 651.000 léguas por dia. Assim, estamos atualmente no céu, estivemos sempre e dele jamais poderemos sair. Ninguém mais ousa negar este fato incontestável, mas o receio da destruição de vários preconceitos faz que muitos tomem o partido de não refletir nele. A Terra é velha, muito velha, pois que sua idade se conta por milhões e milhões de anos. Porém, malgrado a tal anciania, está ainda em pleno frescor e, quando lhe sucedesse perecer daqui a quatrocentos ou quinhentos mil anos, o seu desaparecimento não seria, para o conjunto do Universo, mais que insignificante acidente.
    Referencia: MARCHAL, V (Padre)• O Espírito Consolador, ou os nossos destinos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - 4a efusão

    [...] Por se achar mais distante do sol da perfeição, o nosso mundozinho é mais obscuro e a ignorância nele resiste melhor à luz. As más paixões têm aí maior império e mais vítimas fazem, porque a sua Humanidade ainda se encontra em estado de simples esboço. É um lugar de trabalho, de expiação, onde cada um se desbasta, se purifica, a fim de dar alguns passos para a felicidade. [...]
    Referencia: MARCHAL, V (Padre)• O Espírito Consolador, ou os nossos destinos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - 8a efusão

    [...] A Terra tem que ser um purgatório, porque a nossa existência, pelo menos para a maioria, tem que ser uma expiação. Se nos vemos metidos neste cárcere, é que somos culpados, pois, do contrário, a ele não teríamos vindo, ou dele já houvéramos saído. [...]
    Referencia: MARCHAL, V (Padre)• O Espírito Consolador, ou os nossos destinos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - 28a efusão

    Nossa morada terrestre é um lugar de trabalho, onde vimos perder um pouco da nossa ignorância original e elevar nossos conhecimentos. [...]
    Referencia: MENEZES, Adolfo Bezerra de• Uma carta de Bezerra de Menezes• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1994• -

    [...] é a escola onde o espírito aprende as suas lições ao palmilhar o longuíssimo caminho que o leva à perfeição. [...]
    Referencia: MIRANDA, Hermínio C• Reencarnação e imortalidade• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - cap• 23

    [...] o mundo, para muitos, é uma penitenciária; para outros, um hospital, e, para um número assaz reduzido, uma escola.
    Referencia: Ó, Fernando do• Alguém chorou por mim• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 2

    [...] casa de Deus, na específica destinação de Educandário Recuperatório, sem qualquer fator intrínseco a impedir a libertação do homem, ou a desviá-lo de seu roteiro ascensional.
    Referencia: Ó, Fernando do• Uma luz no meu caminho• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 1

    [...] é uma estação de inverno, onde o Espírito vem preparar-se para a primavera do céu!
    Referencia: SILVA JÚNIOR, Frederico Pereira da• Jesus perante a cristandade• Pelo Espírito Francisco Leite Bittencourt Sampaio• Org• por Pedro Luiz de Oliveira Sayão• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Pref•

    Feito o planeta – Terra – nós vemos nele o paraíso, o inferno e o purgatório.O paraíso para os Espíritos que, emigra-dos de mundos inferiores, encontram naTerra, podemos dizer, o seu oásis.O inferno para os que, já tendo possuí-do mundos superiores ao planeta Terra,pelo seu orgulho, pelas suas rebeldias, pelos seus pecados originais a ele desceram para sofrerem provações, para ressurgirem de novo no paraíso perdido. O purgatório para os Espíritos em transição, aqueles que, tendo atingido um grau de perfectibilidade, tornaram-se aptos para guias da Humanidade.
    Referencia: SILVA JÚNIOR, Frederico Pereira da• Jesus perante a cristandade• Pelo Espírito Francisco Leite Bittencourt Sampaio• Org• por Pedro Luiz de Oliveira Sayão• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 1

    Antes de tudo, recorda-se de que o nosso planeta é uma morada muito inferior, o laboratório em que desabrocham as almas ainda novas nas aspirações confusas e paixões desordenadas. [...]
    Referencia: SOARES, Sílvio Brito• Páginas de Léon Denis• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1991• - O Espiritismo e a guerra

    O mundo é uma escola de proporções gigantescas, cada professor tem a sua classe, cada um de nós tem a sua assembléia.
    Referencia: VIEIRA, Waldo• Seareiros de volta• Diversos autores espirituais• Prefácio de Elias Barbosa• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Colegas invisíveis

    A Terra é o campo de ação onde nosso espírito vem exercer sua atividade. [...]
    Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• Nas pegadas do Mestre: folhas esparsas dedicadas aos que têm fome e sede de justiça• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Por que malsinar o mundo?

    [...] é valiosa arena de serviço espiritual, assim como um filtro em que a alma se purifica, pouco a pouco, no curso dos milênios, acendrando qualidades divinas para a ascensão à glória celeste. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Ação e reação• Pelo Espírito André Luiz• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 1

    A Terra inteira é um templo / Aberto à inspiração / Que verte das Alturas [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Antologia da espiritualidade• Pelo Espírito Maria Dolores• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1985• - cap• 4

    A Terra é a escola abençoada, onde aplicamos todos os elevados conhecimentos adquiridos no Infinito. É nesse vasto campo experimental que devemos aprender a ciência do bem e aliá-la à sua divina prática. Nos nevoeiros da carne, todas as trevas serão desfeitas pelos nossos próprios esforços individuais; dentro delas, o nosso espírito andará esquecido de seu passado obscuro, para que todas as nossas iniciativas se valorizem. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Brasil, coração do mundo, pátria do Evangelho• Pelo Espírito Humberto de Campos• 30a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 10

    A Terra é uma grande e abençoada escola, em cujas classes e cursos nos matriculamos, solicitando – quando já possuímos a graça do conhecimento – as lições necessárias à nossa sublimação.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Correio fraterno• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 53

    O mundo atual é a semente do mundo paradisíaco do futuro. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Crônicas de além-túmulo• Pelo Espírito Humberto de Campos• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1986• - cap• 25

    Servidores do Cristo, orai de sentinela! / Eis que o mundo sangrando é campo de batalha, / Onde a treva infeliz se distende e trabalha / O coração sem Deus, que em sombra se enregela.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    No macrocosmo, a casa planetária, onde evolvem os homens terrestres, é um simples departamento de nosso sistema solar que, por sua vez, é modesto conjunto de vida no rio de sóis da Via-Láctea.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    No mundo terrestre – bendita escola multimilenária do nosso aperfeiçoamento espiritual – tudo é exercício, experimentação e trabalho intenso.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    O orbe inteiro, por enquanto, / Não passa de um hospital, / Onde se instrui cada um, / Onde aprende cada qual.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    O mundo, com as suas lutas agigantadas, ásperas, é a sublime lavoura, em que nos compete exercer o dom de compreender e servir.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    O mundo é uma escola vasta, cujas portas atravessamos, para a colheita de lições necessárias ao nosso aprimoramento.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    Apesar dos exemplos da humildade / Do teu amor a toda Humanidade / A Terra é o mundo amargo dos gemidos, / De tortura, de treva e impenitência.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    A Terra é o nosso campo de ação.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    A Terra é a nossa grande casa de ensino. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    A Terra é uma escola, onde conseguimos recapitular o pretérito mal vivido, repetindo lições necessárias ao nosso reajuste.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    A Terra, em si mesma, é asilo de caridade em sua feição material.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    A Terra é o campo de trabalho, em que Deus situou o berço, o lar, o templo e a escola.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    A Terra é a Casa Divina, / Onde a luta nos ensina / A progredir e brilhar.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    O mundo em que estagiamos é casa grande de treinamento espiritual, de lições rudes, de exercícios infindáveis.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    [...] é um grande magneto, governado pelas forças positivas do Sol. Toda matéria tangível representa uma condensação de energia dessas forças sobre o planeta e essa condensação se verifica debaixo da influência organizadora do princípio espiritual, preexistindo a todas as combinações químicas e moleculares. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Emmanuel: dissertações mediúnicas sobre importantes questões que preocupam a Humanidade• Pelo Espírito Emmanuel• 25a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 22

    O mundo é caminho vasto de evolução e aprimoramento, onde transitam, ao teu lado, a ignorância e a fraqueza.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Fonte viva• Pelo Espírito Emmanuel• 33a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 71

    O mundo não é apenas a escola, mas também o hospital em que sanamos desequilíbrios recidivantes, nas reencarnações regenerativas, através do sofrimento e do suor, a funcionarem por medicação compulsória.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Justiça Divina• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Doenças da alma

    O Universo é a projeção da mente divina e a Terra, qual a conheceis em seu conteúdo político e social, é produto da mente humana.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Nos domínios da mediunidade• Pelo Espírito André Luiz• 32a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• -

    O mundo é uma ciclópica oficina de labores diversíssimos, onde cada indivíduo tem a sua parcela de trabalho, de acordo com os conhecimentos e aptidões morais adquiridos, trazendo, por isso, para cada tarefa, o cabedal apri morado em uma ou em muitas existências.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Novas mensagens• Pelo Espírito Humberto de Campos• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2005• - Antíteses da personalidade de Humberto de Campos

    A Terra é uma vasta oficina. Dentro dela operam os prepostos do Senhor, que podemos considerar como os orientadores técnicos da obra de aperfeiçoamento e redenção. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• O Consolador• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - q• 39

    A Terra é um plano de experiências e resgates por vezes bastante penosos. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• O Consolador• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - q• 338

    A Terra deve ser considerada escola de fraternidade para o aperfeiçoamento e regeneração dos Espíritos encarnados.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• O Consolador• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - q• 347

    [...] é o caminho no qual a alma deve provar a experiência, testemunhar a fé, desenvolver as tendências superiores, conhecer o bem, aprender o melhor, enriquecer os dotes individuais.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• O Consolador• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - q• 403

    O mundo em que vivemos é propriedade de Deus.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Pai Nosso• Pelo Espírito Meimei• 25a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - Lembranças

    [...] é a vinha de Jesus. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Pão Nosso• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 29

    [...] é uma escola de iluminação, poder e triunfo, sempre que buscamos entender-lhe a grandiosa missão.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Pão Nosso• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 33

    [...] abençoada escola de dor que conduz à alegria e de trabalho que encaminha para a felicidade com Jesus. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Pontos e contos• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• - cap• 28

    Não olvides que o mundo é um palácio de alegria onde a Bondade do Senhor se expressa jubilosa.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Relicário de luz• Autores diversos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Alegria

    [...] é uma vasta oficina, onde poderemos consertar muita coisa, mas reconhecendo que os primeiros reparos são intrínsecos a nós mesmos.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Renúncia• Pelo Espírito Emmanuel• 34a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - pt• 1, cap• 6

    A Terra é também a grande universidade. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Reportagens de Além-túmulo• Pelo Espírito Humberto de Campos• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - Do noticiarista desencarnado

    Salve planeta celeste, santuário de vida, celeiro das bênçãos de Deus! ...
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Reportagens de Além-túmulo• Pelo Espírito Humberto de Campos• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 15

    A Terra é um magneto enorme, gigantesco aparelho cósmico em que fazemos, a pleno céu, nossa viagem evolutiva.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Roteiro• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 8

    [...] é um santuário do Senhor, evolutindo em pleno Céu.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Vozes do grande além• Por diversos Espíritos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - cap• 12

    Agradece, cantando, a Terra que te abriga. / Ela é o seio de amor que te acolheu criança, / O berço que te trouxe a primeira esperança, / O campo, o monte, o vale, o solo e a fonte amiga...
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Vozes do grande além• Por diversos Espíritos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - cap• 33

    [...] é o seio tépido da vida em que o princípio inteligente deve nascer, me drar, florir e amadurecer em energia consciente [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• Evolução em dois mundos• Pelo Espírito André Luiz• 23a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 13


    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    (aos dois grandes luminares e às estrelas)
    Gênesis 1: 17 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

    E Deus as pôs (aos dois grandes luminares e às estrelas) no firmamento do céu para iluminar a terra,
    Gênesis 1: 17 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    Antes de 4000 a.C.
    H215
    ʼôwr
    אֹור
    ser ou tornar-se claro, brilhar
    (to give light)
    Verbo
    H430
    ʼĕlôhîym
    אֱלֹהִים
    Deus
    (God)
    Substantivo
    H5414
    nâthan
    נָתַן
    E definir
    (And set)
    Verbo
    H5921
    ʻal
    עַל
    sobre, com base em, de acordo com, por causa de, em favor de, concernente a, ao lado de,
    ([was] on)
    Prepostos
    H7549
    râqîyaʻ
    רָקִיעַ
    superfície estendida (sólida), expansão, firmamento
    (a firmament)
    Substantivo
    H776
    ʼerets
    אֶרֶץ
    a Terra
    (the earth)
    Substantivo
    H8064
    shâmayim
    שָׁמַיִם
    os ceús
    (the heavens)
    Substantivo
    H853
    ʼêth
    אֵת
    -
    ( - )
    Acusativo


    אֹור


    (H215)
    ʼôwr (ore)

    0215 אור ’owr

    uma raiz primitiva; DITAT - 52; v

    1. ser ou tornar-se claro, brilhar
      1. (Qal)
        1. tornar claro (dia)
        2. brilhar (referindo-se ao sol)
        3. tornar brilhante
      2. (Nifal)
        1. ser iluminado
        2. tornar claro
      3. (Hifil)
        1. luzir, brilhar (referindo-se ao sol, lua, e estrelas)
        2. iluminar, aclarar, fazer luzir, resplandecer
        3. pôr fogo a, acender (vela, lenha)
        4. brilhar (referindo-se aos olhos, à sua lei, etc.)
        5. fazer resplandecer (o rosto)

    אֱלֹהִים


    (H430)
    ʼĕlôhîym (el-o-heem')

    0430 אלהים ’elohiym

    plural de 433; DITAT - 93c; n m p

    1. (plural)
      1. governantes, juízes
      2. seres divinos
      3. anjos
      4. deuses
    2. (plural intensivo - sentido singular)
      1. deus, deusa
      2. divino
      3. obras ou possessões especiais de Deus
      4. o (verdadeiro) Deus
      5. Deus

    נָתַן


    (H5414)
    nâthan (naw-than')

    05414 נתן nathan

    uma raiz primitiva; DITAT - 1443; v

    1. dar, pôr, estabelecer
      1. (Qal)
        1. dar, conceder, garantir, permitir, atribuir, empregar, devotar, consagrar, dedicar, pagar salários, vender, negociar, emprestar, comprometer, confiar, presentear, entregar, produzir, dar frutos, ocasionar, prover, retribuir a, relatar, mencionar, afirmar, esticar, estender
        2. colocar, estabelecer, fixar, impor, estabelecer, designar, indicar
        3. fazer, constituir
      2. (Nifal)
        1. ser dado, ser concedido, ser providenciado, ser confiado a, ser garantido a, ser permitido, ser emitido, ser publicado, ser afirmado, ser designado
        2. ser estabelecido, ser posto, ser feito, ser imposto
      3. (Hofal)
        1. ser dado, ser concedido, ser abandonado, ser entregue
        2. ser colocado sobre

    עַל


    (H5921)
    ʻal (al)

    05921 על ̀al

    via de regra, o mesmo que 5920 usado como uma preposição (no sing. ou pl. freqüentemente com prefixo, ou como conjunção com uma partícula que lhe segue); DITAT - 1624p; prep

    1. sobre, com base em, de acordo com, por causa de, em favor de, concernente a, ao lado de, em adição a, junto com, além de, acima, por cima, por, em direção a, para, contra
      1. sobre, com base em, pela razão de, por causa de, de acordo com, portanto, em favor de, por isso, a respeito de, para, com, a despeito de, em oposição a, concernente a, quanto a, considerando
      2. acima, além, por cima (referindo-se a excesso)
      3. acima, por cima (referindo-se a elevação ou preeminência)
      4. sobre, para, acima de, em, em adição a, junto com, com (referindo-se a adição)
      5. sobre (referindo-se a suspensão ou extensão)
      6. por, adjacente, próximo, perto, sobre, ao redor (referindo-se a contiguidade ou proximidade)
      7. abaixo sobre, sobre, por cima, de, acima de, pronto a, em relacão a, para, contra (com verbos de movimento)
      8. para (como um dativo) conj
    2. por causa de, porque, enquanto não, embora

    רָקִיעַ


    (H7549)
    râqîyaʻ (raw-kee'-ah)

    07549 רקיע raqiya ̀

    procedente de 7554; DITAT - 2217a; n. m.

    1. superfície estendida (sólida), expansão, firmamento
      1. expansão (plano como uma base, suporte)
      2. firmamento (referindo-se à redoma dos céus que sustenta as águas de cima)
        1. considerado pelos hebreus como sendo sólida e que dava sustentação às “águas” de cima

    אֶרֶץ


    (H776)
    ʼerets (eh'-rets)

    0776 ארץ ’erets

    de uma raiz não utilizada provavelmente significando ser firme; DITAT - 167; n f

    1. terra
      1. terra
        1. toda terra (em oposição a uma parte)
        2. terra (como o contrário de céu)
        3. terra (habitantes)
      2. terra
        1. país, território
        2. distrito, região
        3. território tribal
        4. porção de terra
        5. terra de Canaã, Israel
        6. habitantes da terra
        7. Sheol, terra sem retorno, mundo (subterrâneo)
        8. cidade (-estado)
      3. solo, superfície da terra
        1. chão
        2. solo
      4. (em expressões)
        1. o povo da terra
        2. espaço ou distância do país (em medida de distância)
        3. planície ou superfície plana
        4. terra dos viventes
        5. limite(s) da terra
      5. (quase totalmente fora de uso)
        1. terras, países
          1. freqüentemente em contraste com Canaã

    שָׁמַיִם


    (H8064)
    shâmayim (shaw-mah'-yim)

    08064 שמים shamayim dual de um singular não utilizado שׂמה shameh

    procedente de uma raiz não utilizada significando ser alto; DITAT - 2407a; n. m.

    1. céu, céus, firmamento
      1. céus visíveis, firmamento
        1. como a morada das estrelas
        2. como o universo visível, o firmamento, a atmosfera, etc.
      2. Céus (como a morada de Deus)

    אֵת


    (H853)
    ʼêth (ayth)

    0853 את ’eth

    aparentemente uma forma contrata de 226 no sentido demonstrativo de entidade; DITAT - 186; partícula não traduzida

    1. sinal do objeto direto definido, não traduzido em português mas geralmente precedendo e indicando o acusativo