Enciclopédia de Provérbios 2:5-5

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

pv 2: 5

Versão Versículo
ARA então, entenderás o temor do Senhor e acharás o conhecimento de Deus.
ARC Então entenderás o temor do Senhor, e acharás o conhecimento de Deus.
TB então, entenderás o temor de Jeová
HSB אָ֗ז תָּ֭בִין יִרְאַ֣ת יְהוָ֑ה וְדַ֖עַת אֱלֹהִ֣ים תִּמְצָֽא׃
BKJ então entenderás o temor do -SENHOR, e acharás o conhecimento de Deus.
LTT Então entenderás o temor do SENHOR, e acharás o conhecimento de Deus.
BJ2 então entenderás o temor de Iahweh e encontrarás o conhecimento de Deus.
VULG tunc intelliges timorem Domini, et scientiam Dei invenies,

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Provérbios 2:5

II Crônicas 1:10 Dá-me, pois, agora, sabedoria e conhecimento, para que possa sair e entrar perante este povo; porque quem poderia julgar a este teu tão grande povo?
Jó 28:28 Mas disse ao homem: Eis que o temor do Senhor é a sabedoria, e apartar-se do mal é a inteligência.
Provérbios 1:7 O temor do Senhor é o princípio da ciência; os loucos desprezam a sabedoria e a instrução.
Provérbios 9:10 O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e a ciência do Santo, a prudência.
Jeremias 9:24 Mas o que se gloriar glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o Senhor, que faço beneficência, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o Senhor.
Jeremias 24:7 E dar-lhes-ei coração para que me conheçam, porque eu sou o Senhor; e ser-me-ão por povo, e eu lhes serei por Deus, porque se converterão a mim de todo o seu coração.
Jeremias 31:34 E não ensinará alguém mais a seu próximo, nem alguém, a seu irmão, dizendo: Conhecei ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor deles até ao maior, diz o Senhor; porque perdoarei a sua maldade e nunca mais me lembrarei dos seus pecados.
Jeremias 32:40 E farei com eles um concerto eterno, que não se desviará deles, para lhes fazer bem; e porei o meu temor no seu coração, para que nunca se apartem de mim.
Oséias 6:3 Conheçamos e prossigamos em conhecer o Senhor: como a alva, será a sua saída; e ele a nós virá como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra.
Mateus 7:7 Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á.
Mateus 11:27 Todas as coisas me foram entregues por meu Pai; e ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar.
Lucas 10:22 Tudo por meu Pai me foi entregue; e ninguém conhece quem é o Filho, senão o Pai, nem quem é o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar.
Lucas 11:9 E eu vos digo a vós: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á;
João 17:3 E a vida eterna é esta: que conheçam a ti só por único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviaste.
I João 5:20 E sabemos que já o Filho de Deus é vindo e nos deu entendimento para conhecermos o que é verdadeiro; e no que é verdadeiro estamos, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna.

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita


André Luiz

pv 2:5
Os mensageiros

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 51
Página: -
Francisco Cândido Xavier
André Luiz

Depois de outras atividades espirituais numerosas, findou a semana de serviço a que Aniceto nos admitira em sua companhia.

Seguíramos o nobre instrutor, através de tarefas variadas e complexas. Sediados no templo acolhedor de Isabel, atendêramos a considerável número de doentes, bem como a irmãos outros perturbados, abatidos, transviados e moribundos. Nosso orientador tinha, para todos os casos, maravilhosos recursos de improvisação, sempre atencioso e otimista.

Aqueles poucos dias de trabalho novo encheram-me o cérebro de raciocínios novos e o coração de sentimentos que até então desconhecera.

Ao contato das revelações de Aniceto, nos domínios da eletricidade e do magnetismo, reformara todos os meus antigos conhecimentos de medicina. A ascendência mental no equilíbrio orgânico, as forças radioativas, o campo das bactérias, a visão mais ampla da matéria organizada, compeliam-me a nova conceituação científica na arte de curar os corpos enfermos.

Alargara-se, sobretudo, em minhalma, o entendimento acerca do Médico Divino que restabelece a saúde do Espírito imortal. A claridade extensa, que me felicitava agora o espírito, fornecia mais largo conhecimento de Jesus. Compreendi, então, que a fé não constitui uma afirmativa de lábios, nem uma adesão de ordem estatística. Procurá-la-ia, em vão, na esfera sectária, nas disputas vulgares, nos cultos exteriores alteráveis todos os dias. Era, sim, uma fonte d’água viva, nascendo espontaneamente em minha alma. Traduzia-se em reverência profunda, aliada ao mais alto conceito de serviço e responsabilidade, diante das sublimes concessões do Eterno Pai. Encontrara um tesouro inacessível à destruição e um bem intransferível, por nascido e consolidado em mim mesmo.

Quando o instrutor nos convidou a regressar, sentia-me positivamente outro. Guardava a impressão de haver encontrado as notícias diretas do Senhor Jesus, na descoberta do meu próprio mundo interior.

Como poderia pagar ao prestimoso Aniceto semelhante capitalização de bens imortais?

Havia terminado o serviço de orações, na última reunião semanal da residência de Isidoro e Isabel.

Os trabalhos, sempre ativos, haviam representado esfera de observações e experiências sempre novas.

Grande número de amigos de Aniceto acercaram-se do instrutor, ansiosos por partilharem a luz da conversação de despedidas.

O devotado orientador oferecia a todos a sua palavra de bom ânimo, otimismo, alegria e confiança no Senhor, como um príncipe de legenda, cuja boca fosse fonte inesgotável de ouro espiritual.

Vicente e eu tínhamos os olhos úmidos, desejosos de externar-lhe verbalmente nosso reconhecimento pelas bênçãos recolhidas; mas, ao nos aproximarmos, o abnegado orientador sorriu e antecipou:

— Agradeçam a Jesus pelo muito que nos tem dado.


E tomando a Bíblia, como interessado em fixar o assunto geral no amor às coisas santificadas, leu em voz alta, no capítulo segundo dos Provérbios de Salomão: (Pv 2:1)

— “Filho meu, se aceitares as minhas palavras e guardares contigo os meus mandamentos, para fazeres atento à sabedoria o teu ouvido e para inclinares o teu coração ao entendimento; e se clamares por entendimento, e por inteligência alçares a tua voz, se como a prata a buscares e como a tesouros ocultos a procurares, então entenderás o temor do Senhor, e acharás o conhecimento de Deus.”

Deixou em seguida o livro sagrado sobre a mesa, e sentenciou:

— Lembremo-nos do Senhor em nossas despedidas. Ratifiquemos, irmãos, nossos compromissos de trabalho e testemunho. Em tão pequeno trecho dos Provérbios encontramos muitos verbos que interessam os espíritos cristãos. Aceitar os mandamentos divinos e guardá-los, tornar o ouvido atento e o coração esclarecido, pedir entendimento e inteligência alçando a voz acima dos objetivos inferiores, buscar os tesouros do Cristo e procurar-lhe o programa de serviços, representa o esforço nobre daquele que, de fato, deseja a Divina Sabedoria. Não esqueçamos esses deveres.

Como a pausa se fizesse mais longa, um irmão rogou ao querido amigo prosseguisse na interpretação do texto, mas Aniceto replicou em tom fraternal:

— Por agora, meu irmão, não é mais possível. Outras obrigações nos chamam de longe.


E, dirigindo-se particularmente a Vicente e a mim, acentuou:

— Já que voltaremos pela estrada comum, poderemos esperar por nossa amiga Isabel, para apresentar-lhe nossos agradecimentos e despedidas.

Daí a momentos, a nobre companheira de Isidoro, abandonando o corpo ao repouso do sono, veio até nós, junto do esposo espiritual, atendendo ao convite mental do nosso dedicado orientador. Aniceto exprimiu-lhe profundo reconhecimento, falou-lhe da nossa alegria, das oportunidades santas do serviço que a bondade divina nos havia proporcionado.

Dona Isabel agradeceu, comovidamente, deixando transparecer as lágrimas da gratidão que lhe dominava o espírito.

— Nobre Aniceto, — disse enxugando os olhos, — se for possível, voltai sempre ao nosso modesto lar. Ensinai-me a paciência e a coragem, generoso amigo! Quando puderdes, não me deixeis transviar nos deveres de mãe, tão difíceis de cumprir na carne, onde os interesses menos dignos se entrechocam com violência. Amparai-me as obrigações de serva do Evangelho de nosso Senhor! Por vezes, profundas saudades da família espiritual me dilaceram o coração… desejaria arrebatar meus filhos à Esfera superior, incliná-los ao bem, para que a nossa união divina não tarde nos Planos mais altos da vida. E essas saudades de “Nosso Lar” me pungem a alma, ameaçando, por vezes, minha tarefa humilde na Terra. Nobre Aniceto, não vos esqueçais desta amiga pobre e imperfeita. Sei que Isidoro me segue passo a passo, mas ele e eu precisamos de amigos fortes na fé, como vós, que nos reavivem o bom ânimo na jornada dos deveres cristãos!…

A irmã Isabel não pôde continuar, porque o pranto lhe embargara a voz. Aniceto, de olhos brilhantes e serenos, enlaçou-a como pai e falou, brandamente:

— Isabel, segue em teus testemunhos e não temas. Estaremos contigo, agora e sempre. Muitas criaturas admiráveis tiveram a tarefa, mas não esqueçamos, filha, que Jesus teve a tarefa e o sacrifício no mundo. Não nos faltará no caminho redentor o terno cuidado do Guia Vigilante. Tem bom ânimo e caminha!


Em seguida, olhando-nos a todos, de frente, o nobre amigo exclamou:

— Agora, irmãos, auxiliem-me a orar!

E conservando Isabel e Isidoro, unidos ao seu coração, Aniceto fixou os olhos no alto e falou com sublime beleza:

“Senhor, ensina-nos a receber as bênçãos do serviço! Ainda não sabemos, Amado Jesus, compreender a extensão do trabalho que nos confiaste! Permite, Senhor, possamos formar em nossa alma a convicção de que a Obra do Mundo te pertence, a fim de que a vaidade não se insinue em nossos corações com as aparências do bem!

Dá-nos, Mestre, o espírito de consagração aos nossos deveres e desapego aos resultados que pertencem ao teu amor!

Ensina-nos a agir sem as algemas das paixões, para que reconheçamos os teus santos objetivos!

Senhor Amorável, ajuda-nos a ser teus leais servidores,

Mestre Amoroso, concede-nos, ainda, as tuas lições,

Juiz Reto, conduze-nos aos caminhos direitos,

Médico Sublime, restaura-nos a saúde,

Pastor Compassivo, guia-nos à frente das águas vivas,

Engenheiro Sábio, dá-nos teu roteiro,

Administrador Generoso, inspira-nos a tarefa,

Semeador do Bem, ensina-nos a cultivar o campo de nossas almas,

Carpinteiro Divino, auxilia-nos a construir nossa casa eterna,

Oleiro Cuidadoso, corrige-nos o vaso do coração,

Amigo Desvelado, sê indulgente, ainda, para com as nossas fraquezas,

Príncipe da Paz, compadece-te de nosso espírito frágil, abre nossos olhos e mostra-nos a estrada de teu Reino!”

Aniceto calou-se comovido, e, de olhos úmidos, contendo a custo as lágrimas do meu reconhecimento, incorporei-me à nobre caravana que seguiria conosco de regresso a “Nosso Lar”.




Referências em Outras Obras

Não foram encontradas referências em Outras Obras.

Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Provérbios Capítulo 2 do versículo 1 até o 22
  1. As RECOMPENSAS DE SE OBSERVAR A SABEDORIA, 2:1-22

Neste capítulo o mestre fala em nome da sabedoria assim como o profeta falava em nome de Deus. Este poema hebraico pode ser dividido em seis partes. As linhas introdutórias (1-4), ou a prótase, contêm um apelo urgente para que o pupilo dê atenção ao chamado da sabedoria. Em seguida vem a conseqüência, ou apódose, que descreve os cinco resultados ou frutos de se conhecer a Deus (5-22).

1. A Urgência do Apelo da Sabedoria (2:1-4)

A urgência do apelo do sábio é indicada por quatro conjuntos de orações gramati-cais paralelas — um conjunto em cada um dos versículos dessa seção. No versículo 1 a condição é: se aceitares 1.1 e esconderes contigo ("entesourares", TB). Para faze-res atento [...] o teu ouvido, e [...] inclinares o teu coração ("para que o teu cora-ção alcance", Berkeley) são condições encontradas no versículo 2. As condições se cla-mares ("se implorares", Berkeley) 1..1 alçares a tua voz estão no versículo 3. No versículo 4 lemos: se como a prata a buscares e como a tesouros escondidos a procurares (cavares por ela). Somente essa sinceridade de coração que o mestre de-fende nesses versículos vai gerar no pupilo o conhecimento da vontade santa de Deus. A declaração de Paulo em Filipenses 3:13-14 é uma ilustração neotestamentária dessa intensidade de propósito.

A palavra coração (hb. leb) no versículo 2 é especialmente significativa. Tem um significado muito mais amplo no hebraico do que em português, incluindo sensibilidades intelectuais e morais como também emocionais. É o centro do ser humano do qual bro-tam as decisões vitais. A Bíblia nunca fala do cérebro como local do intelecto do homem. Para inclinares o teu coração (2) sugere real dedicação e zelo. O mestre está desafi-ando o pupilo a buscar a sabedoria com todo o seu ser — sua razão, suas emoções, sua vontade — para que o propósito não seja diluído.n

2. Os cinco Frutos da Sabedoria (2:5-22)

O apelo urgente do mestre para que haja uma resposta completa ao chamado da sabedoria é seguido das promessas encorajadoras de que os esforços do pupilo não serão em vão.

  1. Quem Procura Vai Encontrar a Deus (2:5-8). A busca espiritual faz com que a pessoa entre em comunhão com Deus. Então — depois da busca diligente — o que busca entenderá o temor do SENHOR (5; veja comentário de 1.7). A religião pessoal começa com a revelação de Deus ao coração da pessoa. Essa é a recompensa suprema de quem busca (cf. Jo 17:3). Aquilo que a pessoa que busca encontra é o presente de Deus para ela — Porque o SENHOR dá a sabedoria (6). O pupilo descobre tudo que é essencial para uma vida reta — a sabedoria verdadeira, ou prática, e a proteção (7). O Senhor é um escudo (Gn 15:1; Si 59.11; 84,11) para os que caminham na since-ridade ("aos que caminham com integridade", Berkeley). Essa proteção está reserva-da para os seus santos (8) ; lit. "aos seus devotos" ("quem anda com integridade", NVI; cf. Si 12.1; 30.4; 31.23).
  2. A Sabedoria Concede Entendimento e Liberdade (2:9-11). O fato de Deus dar-se a si mesmo e revelar aspectos do seu propósito para a nossa vida trazem a nós o poder e os princípios para a conduta correta. Estas dádivas divinas são algo suave (10), conceden-do proteção (11). A força interior é a melhor resposta para o mal exterior. O santo — a pessoa dedicada e consagrada a Deus — encontra vida abundante e a liberdade de tri-lhar o caminho da vida com segurança e vitória sobre o mal. Conhecer a Deus e fazer a sua vontade são realidades que libertam o homem (Jo 8:32).
  3. O Homem de Deus é Liberto do Caminho Mau (2:12-15). Esta bênção e a que segue são conseqüências dos primeiros dois frutos da sabedoria. Podem ser consideradas resul-tados de se encontrar a Deus (5-8) e do entendimento dado por Deus (9-11). Nesta passagem o mestre fala do mal em geral. O mau caminho (12) é o contrário do caminho da retidão. Estes caminhos contrastantes são muitas vezes retratados nas Escrituras (S1 1; Is 59:8; Mt 7:13-14,24-27). O homem que anda no mau caminho é escravo dos cami-nhos da loucura pecaminosa. Mas o homem de sabedoria anda por outros caminhos. O fato de ter escolhido a Deus lhe dá forças para recusar as seduções do caminho que leva à destruição e à morte eterna.

Nesta passagem temos a descrição do caráter do homem mau. Ele é um homem que diz coisas perversas (12). A sua fala é distorcida ("pervertida", Berkeley). Moffatt diz que a sua fala é "obstinada", sugerindo a rejeição da vontade de Deus para a sua vida. Ele anda pelos caminhos das trevas (13; cf. Dt 29:29; Si 82.5; Pv 4:19; Is 59:9). Além disso, ele se alegra em fazer o mal e tem prazer em ver que outros entrem pelo mesmo caminho (14). As suas veredas são tortuosas (15), isto é, contrárias ao que é verdadei-ro e moralmente correto.

  1. Ele é Salvo da Mulher Lasciva (2:16-19). O homem de Deus não é somente liberto do caminho mau em geral, mas da mulher estranha (16) em particular. A prostituição não era incomum em Israel. O adultério, como também a idolatria, eram pecados comuns do povo (cf. Jr 23:10-14; Os 4:14). Provérbios dedica espaço conside-rável à mulher lasciva ou sedutora (5:1-23; Pv 6:20-35; 7:1-27; 9:13-18). A mulher es-tranha ("mulher imoral", NTLH) personifica o caminho que é contrário à sabedoria; é o caminho que termina em morte em vez de vida (18-19). "O salário do pecado é a morte" (Rm 6:23).

A versão Berkeley, além de usar também a palavra estrangeira, traduz a palavra estranha por "forasteira". A razão para usar esses termos é dada numa nota de rodapé. "Uma mulher dessas tinha perdido o direito de ser chamada israelita".12 Toy diz que "a característica geral das descrições aqui e nos capítulos 5:7-9:13-18 e o contraste ex-presso em 5.19,20 tornam quase certo o aspecto de que o autor tem em mente mulheres dissolutas, independentemente da nacionalidade, e que a mulher estranha é uma que não está ligada ao homem por laços legais, que está fora do círculo de relações normais, ou seja, uma prostituta ou adúltera"." Esta devassa é uma mulher casada que abando-nou tanto o guia ("companheiro", RSV; "amigo", ARA; ou "marido", Berkeley) da sua mocidade quanto o concerto (aliança) do seu Deus (17). O relacionamento com Deus e o compromisso com a sua vontade dão força à pessoa para resistir às tentações de tal mulher. Séculos mais tarde Paulo disse aos Gálatas: "Digo, porém: andai em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne" (5.16).

  1. Ele Terá uma Herança Especial (2:20-22). Os que andam pelo caminho dos bons (20) habitarão a terra (21). A referência principal aqui é à terra de Canaã, que foi prometida ao povo de Deus (Êx 20:12; Lv 25:18-24; Sl 37:9-11). Habitar a terra de Canaã era desfrutar do favor e da bênção de Deus. Estar exilado dessa terra era uma indicação de desobediência e de desfavor divino. Jesus expressou uma verdade semelhante quando disse: "Bem-aventurados os mansos porque herdarão a terra" (Mt 5:5). As posses de Deus são compartilhadas com os seus filhos. Mas os ímpios (22) não são abençoados dessa forma. Eles serão arrancados da terra e exterminados (Dt 28:63) da terra dos seus pais. A retribuição por rejeitar os caminhos de Deus é certa e trágica.

Champlin

Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
Champlin - Comentários de Provérbios Capítulo 2 do versículo 1 até o 15

Terceiro Discurso: Benefícios para quem Dá Ouvidos à Sabedoria (Pv 2:1-15)

A primeira grande seção do livro de Provérbios (capítulos 1-9) conta com dezesseis discursos ou seções. Chegamos agora ao terceiro desses discursos.

Pv 2:1

Filho meu. Ver Pv 1:8. É provável que aqui, em contraste com o versículo citado, o filho seja aluno de seu pai espiritual, o mestre. Os rabinos de nomeada tinham alunos, quer em uma escola organizada e formal, quer individualmente. O ensino era uma atividade muito importante; mestres bons eram importantes; e bons alunos eram importantes para a mentalidade judaica. E a lei era o manual que eles usavam.

Se aceitares as minhas palavras. As palavras do mestre eram as palavras da lei, transmitidas e bem interpretadas diante do aluno. Todavia, essas palavras eram inúteis, a menos que fossem aceitas, o que significa serem aprendidas e aplicadas. O mestre falava em seu próprio nome, mas sua autoridade era a lei, e não ele mesmo.

E esconderes contigo. Há versões que dizem aqui “se entesourares”. Tal tradução fere o sentido básico do original hebraico. Os ensinos ministrados eram um tesouro e tinham de ser escondidos no coração e praticados na vida geral. O corpo de ensinos é pintado como algo que se reveste de grande valor. Conforme com o tesouro escondido no campo, da parábola de Jesus (ver Mt 13:44), bem como com a pérola de grande preço (ver Mt 13:46).

Os meus mandamentos. Se a palavra “mandamentos" (no hebraico, miçwoth) se refere ao corpo de ensinos das escolas de sabedoria, devemos compreender que o corpo de ensinos se baseava quadradamente sobre a lei, A lei continha afirmações ricas e discursos espertos, mas todas essas coisas se baseavam na lei, e eram por ela aprovadas. O próprio livro de Provórb-os é uma demonstração das miçwoth. O capítulo seguinte exemplifica esse corpo de ensinos. Portanto, em primeiro lugar, temos o convite para ouvir e obedecer. O aluno tinha o privilégio de sentar-se sob os auspícios de um mestre e devia viver segundo as oportunidades que lhe eram abertas.

Palavras-chaves dos l/ss. 1-4: aceitares e esconderes (vs. Pv 2:1); fazeres atento, inclinares, clamares e alçares (vss. Pv 2:2 e 3); buscares, procurares (vs. Pv 2:4). Estas palavras falam sobre a sinceridade e a intensidade da busca espiritual necessária da parte de um aluno sério.

Pv 2:2

Para fazeres atento à sabedoria o teu ouvido. Um bom aluno mostrar-se-á atento ao ensino que receber, inclinando seu ouvido para ouvi-lo e aceitá-lo. Ele será ouvinte e praticante dos mandamentos. Ver Jc 1:22.

Todas as faculdades devem ser empregadas nessa busca: o ouvido, para ouvir e compreender; o coração, que fala sobre a mente e as sensibilidades espirituais. O homem estava atrás do entendimento (ver Pv 1:5). Essas figuras simbólicas apontam, essencialmente, para as capacidades intelectuais e volitivas. A “compreensão”, conforme entendiam os hebreus, nunca era algo meramente intelectual. Um homem precisa viver segundo a sua compreensão, pois só assim ele realmente compreenderá. Um aluno nunca podería ser um mero teórico. Saber sem praticar termina em hipocrisia.

Pv 2:3
E se clamares por inteligência... Um bom aluno "clamará” por conhecimento e discernimento. Em minha carreira de professor universitário durante trinta anos, tenho encontrado pouquíssimos estudantes dotados dessas qualidades! O bom aluno alçará a voz, em seu desejo por inteligência, Isso indica um intenso desejo de aprender. Li sobre um padre católico que memorizou o Novo Testamento inteiro em latim. Tal homem realmente era intenso em sua busca, e, quanto a mim, não vou condená-lo por razões dogmáticas. Encontramos muitos estudantes bastante bons, mas não muitos que “clamam”. Um aluno bom e intenso é um estudante que resolve dominar o corpo dos ensinos que estiver recebendo.
Henry Ford era um industrial fanático e trabalhador infatigável. Ele criou a primeira linha de montagem de automóveis dotados do motor de combustão interna. Ele sabia mais sobre esse motor do que qualquer outra pessoa. Não obstante, quando alguém criticava seu produto, ele ouvia cuidadosamente e anotava a critica, para ver se não poderia melhorar o veiculo. Assim sendo, ele foi, ao mesmo tempo, mestre e aluno, e atingiu sucesso que persiste até os dias de hoje.
Pv 2:4

Se buscares a sabedoria como a prata. O tesouro (vs. Pv 2:1) deve ser buscado de todo o coração, tal como alguns home.ns buscam prata ou tesouros escondidos. Este versículo é uma expansão das idéias do vs. Pv 2:1. O tesouro são os mandamentos, o corpo de ensinos que deve ser posto em prática, porquanto, de outra maneira, esse tesouro fica sem valor e deixa de ser um tesouro. Naqueles dias, quando não havia bancos, era costume enterrar coisas de valor, para ficarem em segurança. Ver Jr 41:8 e Mt 13:44. Os tesouros eram acumulados em meio a grande esforço, e os tesouros escondidos ou perdidos eram recuperados com grande e diligente busca e labor. Ademais, a prata tinha de ser extraída em minas, e isso requeria intensa escavação. E a prata precisava ser refinada, sendo este outro labor cansativo. Por isso, o mestre exortou seus alunos a labutar. As verdades de Deus estão abertas à busca, mas não são obtidas facilmente, de maneira significativa. Existem muitos mineiros que esburacam a terra superíicíalmente, e há vários caçadores teóricos de tesouros que não fazem muito para cumprir as suas aspirações. Este versículo fala do minério de prata, e não das moedas de prata.

Um tópico favorito dos autores orientais, que refletia a verdadeira atividade, era a caça a grandes tesouros. O verdadeiro conhecimento jaz profundamente em uma mina. Somente os que trabalham arduamente tirarão proveito do minério da terra. Essa figura simbólica deixa subentendidos o tempo, o trabalho, os adiamentos e os gastos que precisam ser feitos.

Este versículo tem sido crístianizado para falar sobre a verdade em Cristo. Ver sobre o tesouro do evangelho em 2Co 4:7. “Cristo é a súmula e a substância do evangelho” (John Gill, in loc.). Ver também Ef 3:9,Ef 3:10.

Em quem todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento estão ocultos.

(Cl 2:3)

Pv 2:5

Então entenderás o temor do Senhor. O bom aluno, que escava atrás do minério da prata ou busca e então encontra o tesouro escondido (vs. Pv 2:4), virá a entender o temor do Senhor (que é o lema do livro de Provérbios). Ver isso comentado em Pv 1:7; Sl 119:38, e também ver no Dicionário o artigo chamado Temor. O temor do Senhor é o principio do conhecimento de Deus, em seus aspectos teórico e prático. O homem que busca a Saoedoria acaba encontrando-se com Deus. O indivíduo que contínua sabendo mais e mais e pratica o que sabe mais e mais, encontra-se com Deus. O temor de Deus é o começo do conhecimento, é a chave para saber e fazer.

O conhecimento de Deus. “Conhecimento”, neste trecho bíblico, é daath, que aponta não para o mero acúmulo de conhecimento intelectual, mas indica o verdadeiro aprendizado, o conhecimento e a experiência espiritual, as realizações espirituais, o conhecimento da prática do bem, e a própria prática do bem. Talvez o autor sagrado estivesse falando para incluir o conhecimento místico que vem através das visões e dos sonhos, e através do toque do ser divino, emboras não tenha enfatizado esse aspecto da questão. Ver na Enciclopédia de Bíblia. Teologia e Filosofia o verbete chamado Misticismo.

4 vida eterna é esta: que te conneçam a ti, : unico Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste,

(Jo 17:3)

Deus, em última análise, é o Tesouro escondido, a prata que deve ser minada. O conhecimento de Deus pode ser encontrado na natureza (Rom. 1) e também na lei mosaica, mas especialmente na revelação de Cristo, o Tesouro de Deus, conforme demonstram as notas expositivas sobre o vs. Pv 2:4. Temos de ultrapassar do corpo de ensinamentos (vs. Pv 2:1) para o assunto tratado por esses ensinos. A comunhão com a presença de Deus, que nos fornece os mandamentos, deve estar incluída nessa idéia.

Pv 2:6

Porque o Senhor dá a sabedoria, Este versículo reitera o prefacio (ver Pv 1:2), que fala sobre a sabedoria e a compreensão. Pv 1:4 fala sobre o conhecimento, que aparece no versículo anterior. Agora, porém, aprendemos que o Senhor é a origem dessas qualidades, e compreendemos que seu instrumento é a lei de Moisés, além dos livros que falam a respeito, conforme temos visto nos mandamentos que figuram em Pv 2:1. Somente Deus é o Mestre, e não a sabedoria ou os mestres humanos. Ele é o Mestre Supremo. Esse tema acha-se por diversas vezes no livro de Salmos. Ver Sl 25:4,Sl 25:8,Sl 25:9; Sl 27:11; Sl 86:11; Sl 119:12,Sl 119:26,Sl 119:33,Sl 119:64,Sl 119:66,Sl 119:68,Sl 119:108,Sl 119:124; 135; Sl 143:10.

Da sua boca. A boca de quem? A boca de Deus, que se encontra somente aqui em todo o Antigo Testamento. Trata-se de uma forte expressão antropomórfica, por intermédio da qual o autor atribui a Deus características humanas. Ver no Dicionário o verbete intitulado Antropomoríismo. A Septuaginta altera a expressão para “de Sua face”, que tem o sentido de “da Sua presença”, o que, sem dúvida, foi uma mudança para suavizar a expressão baslante crua no original hebraico.

Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, e nada lhes impropera; e ser-ihe-á concedida.

(Jc 1:5)

Conforme 1Rs 3:9,1Rs 3:12. Este versículo tem sido cristianizado para falar de Cristo como o porta-voz do conhecimento de Deus e da salvação divina. Ver Jo 1:17; He 1:1.

Pv 2:7

Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. O homem bom conta com os tesouros da sabedoria guardados para ele pelo próprio Deus. Conforme Pv 2:1,Pv 2:4, onde se lê que o bom estudante recebe ordens para minerar a prata e caçar tesouros. Um bom aluno, que esteja caçando sabedoria, não pode falhar. Deus mesmo o ajuda e certifica-se de que ele encontre os tesouros que está procurando. Pois aquele que ocultou a sabedoria é também aquele que a revela. Todavia, o indivíduo deve buscar a sabedoria, pois, de outra sorte, não a encontrará. “A obtenção da sabedoria requer que uma pessoa seja dotada de um rico desejo por sabedoria” (Rolland W. Schloerb, in loc.).

Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á.

(Mt 7:7)

Escudo. Quanto a Yahweh como o escudo do homem, ver Sl 3:3; Sl 7:9,Sl 7:10; Sl 84:8; Sl 89:18; Sl 91:4; Sl 115:9; Sl 119:14 e Sl 144:2. Ver também Gn 15:1. Afigura simbólica refere-se à idéia de proteção: “Deus protege àqueles que, mediante a Sua sabedoria, são moralmente retos” (Sid S. Buzzell, in loc.). Encontramos idéia similar em Pv 1:30; os homens bons habitam em segurança e não temem as intrusões do mal.

Os que caminham na sinceridade. O homem bom obtém a sabedoria divina e também é protegido do mal, portanto pode manter um caminho progressivo em sua busca pelo tesouro do conhecimento de Deus. O ser humano precisa ter desejos, alvos e conduta reta, para qualificar-se. Conforme Sl 15:2; Sl 84:11; Is 33:15,Is 33:16. Conforme Ef 6:16; 1Pe 1:5, quanto a passagens paralelas no Novo Testamento.

Pv 2:8,Pv 2:9

Guarda as veredas do juízo. O vs. Pv 2:8 expande a figura simbólica do escudo, que aparece no vs. Pv 2:7. Yahweh toma sobre Si mesmo a tarefa de guardar o homem bom, conforme este progride nas veredas da justiça. Ele preserva o caminho dos santos. Pv 1:3 tem o bom aluno a receber instruções “na justiça, no juízo e na equidade", as mesmas qualidades que aparecem no vs. Pv 2:9 deste presente. O estudante que busca é protegido para garantir o seu sucesso na obtenção das qualidades divinas. Ele chega a compartilhar dos atributos de Deus em um sentido limitado. A metáfora do ato de andar é aqui salientada. Ver no Dicionário os verbetes chamados Andar e Caminho.

Seus santos. Ver no Dicionário sobre esta palavra, e ver também Sl 97:10. Trata-se de uma palavra própria de pacto. Aqueles que fazem parte do pacto abraâmico tornam-se santos de Yahweh, Seu povo santo, e são objetos especiais de Seus benefícios. Ver Gn 15:18 quanto ao Pacto. Deus lidera o homem bom pela boa vereda. Essa boa vereda é a da lei de Moisés, o que é fomentado por outros livros, como este livro de Provérbios.

Educando-nos para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos no presente século, sensata, justa e piedosamente.

(Tt 2:12)

Pv 2:10

Porquanto a sabedoria entrará no teu coração. A sabedoria aparece aqui como uma questão do coração, paralelamente à idéia do vs. Pv 2:2 — o ouvido ouve a sabedoria e a aceita; o coração recebe a compreensão. E, em seguida, a própria alma, o homem interior, o homem essencial, satisfaz-se diante do conhecimento divino. O autor continua repetindo seus temas principais, por várias vezes, o que também diz a verdade no tocante aos Salmos.
Agradável. Vocábulo derivado da mesma raiz que o nome pessoal Noemi (ver Rt 1:20).

Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores... Antes o seu prazer está na lei do Senhor.

(Sl 1:1,Sl 1:2)

Conforme Pv 16:24. Há alegria no serviço prestado a Jesus. Sendo Ele a alegria do mundo, o Senhor já veio.

Agora agradecemos a nosso Deus,
Com o coração, as mãos e as vozes,
Em quem o mundo se regozija.

(Martin Rinkart)

Pv 2:11

O bom siso te guardará. Duas Formas de Proteção: o bom siso (ver o vs.
4)
e o discernimento (Pv 1:2; Pv 2:9), manifestações de sabedoria que atuam como guardas do bom aluno. Eles se conservam no caminho da retidão; protegem o aluno do mal; beneficiam o aluno quando este tenta obedecer à lei de Moisés, a fonte da sabedoria. Ver Sl 1:2 quanto a um sumário do que a lei mosaica supostamente significava para os hebreus.

“Os vss. Pv 2:11-15). Homens de linguagem distorcida podem corromper de muitas maneiras (vss. Pv 2:12 e 13). Além disso, há também o problema da sedução por parte de mulheres lascivas (vss. Pv 2:16-19). Assim é que o autor fornece algumas coisas das quais um homem pode escapar, se der atenção à lei, conforme ela aparece nos ensinamentos do livro de sabedoria.

Cousas perversas. No hebraico, tahpukkoth, “distorções da verdade”, “palavras enganadoras". O sentido raiz é “virar de cabeça para baixo”, “emborcar".

Pv 2:13

Dos que deixam as veredas da retidão, A vereda dos justos caracteriza-se pela luz, mas a vereda do ímpio caracteriza-se pelas trevas. Ver no Dicionário os artigos chamados Escuridão, Metáfora da e Luz, Metáfora da. Conforme Sl 82:5. Ver também o verbete chamado Caminho, no Dicionário. “O amor pelas trevas, e não pela luz, é a razão pela qual eles deixam o caminho da retidão, que são as veredas da luz (ver Jo 3:19,Jo 3:20; 24:15; Is 29:15; Rm 13:12; Ef 5:11). As trevas encaminham às trevas exteriores. Ver Mt 8:12

Que se alegram de fazer o mal. Homens maus não se fazem meramente pelas circunstâncias e pelo meio ambiente. Essas pessoas são pútridas por dentro, corrompidas e violentas, amam o mal; regozijam-se quando têm uma boa oportunidade de praticar o mal, e sentem alegria por fazer isso. Deleitam-se na perversidade e na confusão. Não é que sejam forçadas pela perversidade e pelas pressões externas para fazer o mal. Há muitas pessoas pobres que não são criminosas. Os pecadores amam o ódio, o furto, o derramamento de sangue e a perversidade, da mesma maneira que os homens bons amam a retidão e a prática das boas obras. O mal pode ser expulso de um homem por uma sentença ao encarceramento, mas não de forma permanente. Somente quando a pessoa se reveste do bem é que o mal é expulso permanentemente de sua vida.

Para o insensato praticar a maldade é divertimento, para o homem entendido o ser sábio.

(Pv 10:23)

Conforme Is 3:9 e Jr 11:15. Foi assim que Acabe se vendeu para praticar a maldade, aos olhos do Senhor, e a sua horrenda esposa, Jezabel, continuava a animá-lo nesse caminho perverso (ver 1Rs 21:25). Ver 2Ts 2:12. Algumas pessoas têm prazer na retidão. Outras saltam de alegria quando ouvem ou vêem alguém praticando o mal, como se fosse algo realmente engraçado (ver Rm 1:32). Tais pessoas, entretanto, estão saltando para a própria morte, embora para tanto tenha de passar ainda algum tempo. Talvez o último estágio da degradação ocorra quando atos horríveis se tornam um prazer para os homens. Assim, muitos criminosos confessam o quanto desfrutam do roubo e do assassinato. Talvez a possessão demoníaca (ver a respeito no Dicionário) seja o que causa essas distorções em muitos casos, porquanto nossos inimigos são os que preenchem o espaço, e não os que vivem na terra (Ef 6:12).

Pv 2:15

Seguem veredas tortuosas. O autor sagrado prossegue em suas descrições sobre pecadores desgraçados. Esses pecadores conheciam o caminho reto, mas desviaram-se. Não eram indivíduos ignorantes, mas voluntariamente perversos. Eles tomaram veredas tortuosas e mostraram-se tortuosos em sua maneira de pensar e em seus atos.

Tortuosas. No hebraico original temos a palavra 'iqqesh, a qual significa, basicamente, torto. Mas no Antigo Testamento, esse vocábulo sempre tem um sentido moral.

E se desviam nos seus caminhos. No original hebraico, luz, “desviar-se” para a vereda errada. Diz aqui a Revised Standard Version, “desviados nos seus caminhos”. Is 30:12 usa a palavra, a qual, fora daí, só se encontra na literatura da sabedoria. Ninguém poderia andar com tais pessoas e permanecer reto em seus pensamentos e ações. O autor sacro falava sobre pecadores expertos, homens treinados e aperfeiçoados na corrupção, em contraste com seus mestres espirituais. Eles são mestres do mal e têm muitos discípulos que logo aprendem seu jogo doentio. Ver Sl 125:5.

Desconhecem o caminho da paz, nem há justiça nos seus passos; fizeram para si veredas tortuosas; quem andar por elas não conhece a paz.

(Is 59:8)


Champlin - Comentários de Provérbios Capítulo 2 versículo 5
O temor do SENHOR: Ver Dt 6:13,Pv 2:5 Ver Os 4:1, conforme Jo 10:14-15.

Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Provérbios Capítulo 2 do versículo 1 até o 22
*

2.1-22 Embora à esta instrução faltem os imperativos usuais, a sua força enfática é indicada pelo material abordado — a sabedoria que livra da morte. Os resultados para quem aceita a sabedoria são o conhecimento de Deus e as bênçãos da vida (vs. 5, 9, 21). Esses dois aspectos da sabedoria — o dom divino e a tarefa humana — são vistos claramente (p.ex., vs. 4 e 6).

* 2:2

O teu coração. A base da razão e da vontade. A moderna distinção popular entre conhecimento do coração e conhecimento da mente não tem aplicação aqui. O contraste usual do Antigo Testamento é entre a conformidade formal ou externa, à qual falta um verdadeiro assentimento da vontade, e a disposição, o consentimento de todo o coração.

* 2:3

se clamares... alçares a tua voz. Em contraste com a falta de resposta ao convite da sabedoria, em 1:20-23.

* 2:4

tesouros escondidos. Note a figura similar, usada por Jesus, em Mt 13:44.

* 2:5

então, entenderás o temor do SENHOR. Em 1.7, o temor do Senhor é o princípio do saber, e aqui é o alvo. Não há nenhuma discrepância, visto que o saber é tanto uma dádiva quanto é uma tarefa. Deus dá conhecimento de si mesmo na revelação redentora. Começando nesse ponto, a pessoa sábia assume a tarefa de aprender mais sabedoria e de conhecer a Deus, sempre movendo-se na direção do alvo de conhecer mais ao Senhor, de modo mais perfeito, sendo moldado à imagem de seu Filho.

* 2:6

o SENHOR dá a sabedoria. Sem importar o quanto estejamos engajados na tarefa de buscar pelo saber, através de nossa experiência humana no mundo, a fonte de toda a verdade é Deus. Ele deve prover a sabedoria necessária para a devida interpretação da realidade (3.5).

da sua boca. Embora suas ênfases sejam diferentes, tanto Deuteronômio como Provérbios reconhecem que o alicerce subjacente do conhecimento é a Palavra de Deus (Dt 8:3). Antes mesmo do pecado ter entrado no mundo, Adão e Eva precisaram da Palavra de Deus a fim de conhecerem-se a si mesmos e o seu relacionamento para com a criação (Gn 1:28-30).

* 2:7

O caráter de Deus, que os sábios chegam a conhecer (v. 5), é a base da moralidade. Padrões de integridade e justiça são expressões da sabedoria.

* 2:8

seus santos. Estes, são as pessoas que mostram que possuem o temor do Senhor, imitando o seu amor pactual.

* 2:9

todas as boas veredas. A literatura de sabedoria é importante em nossa compreensão da orientação de Deus em nossas vidas. Aponta para a tarefa de obtermos sabedoria, para que possamos tomar decisões responsáveis e coerentes com nosso estado de pacto como povo de Deus (1Pe 2:9).

* 2:11

O bom siso. Ou, "preparado".

* 2:12 Um correto discernimento moral nos salvará daqueles que desprezam a sabedoria.

que diz coisas perversas. Palavras rebeldes que transtornam a verdade.

* 2:16

da mulher adúltera. O adultério é um desvio radical da ordem divina quanto aos relacionamentos humanos (5.1-23; 6:20-29; 7:1-27). O termo hebraico significa uma mulher "estrangeira" ou "estranha". Neste contexto, indica uma mulher estranha ao relacionamento marital apropriado, uma prostituta ou adúltera.

* 2:17

o amigo da sua mocidade. Ou seja, o seu marido.

aliança do seu Deus. Se essa "mulher adúltera" não é israelita (v. 16, nota), então "aliança" pode ser a cerimônia de casamento testemunhada por algum deus estrangeiro. Mais provavelmente, porém, a mulher em pauta é uma israelita que transgride os requisitos da aliança do Sinai, particularmente o mandamento contra o adultério (Êx 20:14).

* 2:18

para a morte. Na literatura de sabedoria, "vida" não é mera existência, mas uma maneira caracterizada pelas verdadeiras relações que se conformam ao desígnio de Deus. A "morte" é não somente o fim da vida física, mas uma descida irreversível para a desordem da perversidade moral (conforme 5.23, onde "morrer" é paralelo a "perdido, cambaleia").

* 2:19

todos... não voltarão. Essa nota de conclusão esclarece quão sério é quebrar os padrões que não são meros costumes sociais, mas ordenanças da criação divina.

*

2.20-22 A promessa de terras era uma parte básica do pacto que Deus estabelecera com Abraão, Moisés e o povo (Gn 13:15 e nota; Êx 20:12; Dt 1:8; 26.1-9). Essas promessas prefiguram a promessa da vida eterna (Hb 11:16). O aspecto condicional do pacto é refletido aqui (Gn 17:2, nota) — os retos e os sábios herdam a terra, mas os ímpios são removidos (Dt 28).



Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de Provérbios Capítulo 2 do versículo 1 até o 22
2.3-6 A sabedoria vem de dois modos: é um presente de Deus e uma busca ativa. O ponto de partida da sabedoria é Deus e sua Palavra revelada, a fonte do conhecimento e a inteligência" (2.6). Nesse sentido, a sabedoria é seu presente para nós. Mas unicamente a outorga a quem com sinceridade a busca. A sabedoria de Deus está escondida dos rebeldes e néscios, exige um esforço para encontrá-la e usá-la. O caminho para a sabedoria é difícil. Quando estamos nela, descobrimos que a verdadeira sabedoria é a de Deus e que O nos guiará e recompensará nossa busca sincera e persistente.

2.6, 7 Deus nos dá sabedoria e vitória, não por andar pela vida à deriva nem por atuar irresponsablemente com seus dons e recursos. Se formos fiéis e conservamos claro em nossa mente o propósito na vida, O nos guardará do orgulho e a avareza.

2.9, 10 A sabedoria surge de um processo de crescimento constante. Primeiro, devemos confiar e honrar a Deus. Segundo, devemos nos dar conta de que a Bíblia nos revela a sabedoria de Deus. Terceiro, devemos tomar uma série de boas decisões para toda a vida e evitar perigos morais. Quarto, ao tomar decisões errôneas ou pecaminosas, devemos aprender de nossos enganos e nos recuperar. A gente não desenvolve todos os aspectos da sabedoria imediatamente. Por exemplo, muitos têm mais acuidade de engenho que discrição. Outros tem mais conhecimento que sentido comum. Mas podemos orar para obter todos os aspectos da sabedoria e conseguir desenvolvê-los em nossa vida.

2:11 Discrição é a habilidade para diferenciar o bem do mal. Permite-lhe ao crente detectar motivos malvados nos homens (2,12) e mulheres (2.16). Quando o praticamos, ajuda-nos a avaliar o curso de ação e suas conseqüências. Para alguns é um presente, a maioria o desenvolve para fazer decisões soube cada dia. Hb 5:14 enfatiza que podemos automóvel nos preparar a fim de ter discrição.

2.16, 17 Uma mulher estranha é uma sedutora ou prostituta. Dois dos pecados mais difíceis de resistir são a soberba e a imoralidade sexual. Ambos são sedutores. A soberba diz: "Mereço-me isso". O desejo sexual diz: "Necessito-o". Em combinação, seu chamado é mortal. Em efeito, diz Salomão, solo confiando na fortaleza de Deus podemos superá-los. A soberba apela a uma cabeça vazia, a tentação sexual a um coração vazio. Ao olhar a Deus, podemos encher nossa mente de sua sabedoria e nossos corações com seu amor. Não permita que o enganem, recorde o que Deus diz a respeito do que você é e o que deveria ser. lhe peça fortaleça para resistir estas tentações.


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Provérbios Capítulo 2 do versículo 1 até o 22
G. OS BENEFÍCIOS DA SABEDORIA (2: 1-22)

1 Filho meu, se aceitares as minhas palavras,

E amontoem contigo os meus mandamentos;

2 Assim como a inclina o teu ouvido à sabedoria,

E aplica o teu coração ao entendimento;

3 Sim, se tu chorar depois de discernimento,

E levanta a tua voz para a compreensão;

4 Se tu buscares como a prata,

E procurares como a tesouros escondidos:

5 Então entenderás o temor do Senhor,

E acharás o conhecimento de Deus.

6 Porque o Senhor dá a sabedoria;

Da sua boca vem o conhecimento e compreensão:

7 Ele ajunta a verdadeira sabedoria para os retos;

Ele é um escudo para os que caminham em integridade,

8 Que ele possa guardar as veredas da justiça,

E preservando o caminho dos seus santos.

9 Então entenderás a retidão e justiça,

E equidade, sim , todas as boas veredas.

10 Pois a sabedoria entrará no teu coração,

E o conhecimento será agradável à tua alma;

11 Discrição te guardará;

Entendimento te guarde;

12 e para te livrar do mau caminho,

Dos homens que diz coisas perversas;

13 Quem deixam as veredas da retidão,

Para andar nos caminhos das trevas;

14 que se alegram de fazer o mal,

E se deleitam nas perversidades dos maus;

15 Quem são tortos nos seus caminhos,

E incertos sob seus caminhos:

16 e para te livrar da mulher estranha,

Mesmo a partir do estrangeiro que lisonjeia com suas palavras;

17 Que abandona o companheiro da sua mocidade,

E se esquece do concerto do seu Deus:

18 Porque a sua casa se ​​inclina para a morte,

E as suas veredas para os mortos;

19 Nenhum dos que se dirigirem a ela não voltarão e

Nem eles alcançarmos os caminhos da vida:

20 para que te andar no caminho dos bons,

E mantenha os caminhos dos justos.

21 Porque os retos habitarão a terra,

E os íntegros permanecerão nela.

22 Mas os ímpios serão exterminados da terra,

E o traiçoeiro será arrancada fora dele.

A vida é cheia de muitas "perguntas duvidoso", como Franklin D. Roosevelt disse uma vez. O que pode acontecer amanhã, muitas vezes depende de se o que fazemos certas coisas hoje. Nesta terceira passagem que o homem sábio dirige ao meu filho , ele começa com este muito condicional se . Na verdade, ele apresenta três "ses" que determinam se alguém quiser entender o temor do Senhor, e acharás o conhecimento de Deus (Pv 2:5 ). Scott deixa isso claro quando ele traduz este versículo: "Se você vai aceitar o que eu digo ...com os ouvidos sintonizados com sabedoria, definir a sua mente na compreensão ...." O ouvido que ouve está sempre conectado com o coração compreensão ou da mente. Ambos audição e compreensão só são possíveis através de uma abertura para receber e uma resposta ativa ao que é recebido. Sobre o uso do Antigo Testamento de coração (em hebraico lev ), ver os comentários sobre Pv 23:12 .

(2) O "se" do desejo desesperado (v. Pv 2:3 ). Quando o hebraico antigo sentiu profundamente sobre qualquer coisa, ele não hesitou em dar expressão aos seus sentimentos, seja através do grito de desespero, ou através de "gemidos que não podem ser proferidas" (Rm 8:26 ). Assim, o homem sábio parece ser o que implica que, se um homem deseja sabedoria tão profundamente que o seu grito para ele será muito parecido com o do grito desesperado de um homem se afogando por ajuda, que o desejo será satisfeito. Deus não vai negar a sabedoria para aquele que deseja que tão desesperadamente como o homem que se afoga quer ar.

(3) O "se" de determinada pesquisa (v. Pv 2:4 ). Há poucas pessoas que se dedicam a uma única finalidade que o homem infectado pelo vírus de caça ao tesouro. Sua cada momento do dia é preenchido com planos e falar sobre isso. Seu sono começa e termina com visões fantásticas de encontrar o maior tesouro ainda. A atração de riqueza incalculável faz os possíveis perigos e riscos envolvidos parecem jogar só da criança para ele. Se, diz o sábio, buscamos sabedoria com dedicação e determinação semelhante, não deve se decepcionar. Mas nenhum menor tipo de pesquisa vai fazer. Assim como o homem da parábola de Jesus, devemos ser tão determinado em nossa pesquisa que vai encontrá-lo; e uma vez que tê-lo encontrado, teremos o prazer de vender tudo o que temos para obter este tesouro escondido (Mt 13:44)

Quando esses "ses" foram cumpridos, o homem sábio, sem hesitar, que promete ", então você vai perceber o que 'reverência ao Senhor" é, e descobrir o que significa conhecer a Deus. "Uma vez que a sabedoria vem de Deus, a busca pela sabedoria também conduz a Deus. Em vista dessa relação entre a sabedoria ea comunhão do homem com Deus, é pouco preciso dizer que Antigo Testamento Literatura Sabedoria, incluindo Provérbios, está principalmente preocupado com as relações homem-a-homem éticos e morais. É dirigida a ética e moral do homem, mas porque tais padrões e ideais têm a sua origem em Deus. Ética e moralidade não, na verdade não pode, consistem em regras sábias sozinho. Eles devem incluir o poder divino que permite ao homem para mantê-los. Este poder divino vem ao homem somente através desse compromisso e comunhão com Deus, que o homem sábio chama de "o temor do Senhor, e ... o conhecimento de Deus" (Pv 2:5 ), e aqueles que vêm de dentro do homem sábio por causa de sua capacitação divina através sua comunhão com Deus (2: 9-12 ). Obviamente, ambos os tipos, em última instância, vindo de Deus.

Dificilmente se pode negar que os benefícios que vêm diretamente da mão de Deus são amplamente tida como certa pela maioria de nós. Eles podem ser os benefícios que esperamos, como parte de nosso compromisso com Deus, mas eles certamente merecem maior atenção e gratidão de nós. Quem é tão ereto que ele poderia existir para além da blindagem e guarda mão de Deus (vv. Pv 2:7-8 )? Qual dos seus santos ("os devotos") é realmente tão devotada a Deus que ele merece o amor preservação de Deus?Como pensamento pouco mais de nós dar-se ao fato de que é só amor e graça que nos permitem desfrutar de grandes bênçãos da vida de Deus! No entanto, como muitas vezes que tomamos para nós mesmos o crédito por tudo!

Um aspecto importante da sabedoria é o que poderia ser chamado de "o poder de discricionariedade" (ver v. Pv 2:11 ). Geralmente, nossos atos de loucura resultar tanto a falta do poder de apreciação ou uma falha de exercê-lo. Aqui discrição é descrito como um guia do homem e se proteger contra o mal. Discrição permite que a pessoa sábia para reconhecer os perigos no caminho do mal (v. Pv 2:12 ). Nesta maneira mal há em primeiro lugar o homem mau. Ele é descrito como um mentiroso ("o homem que fala coisas que são viradas de cabeça para baixo"), quem é tão completamente entregue a maldade que ele está "feliz em fazer errado, exultante com perversidade ímpios" (v. Pv 2:14 , McFadyen de tradução). Não menos uma ameaça no caminho do mal é a estranha mulher (v. Pv 2:16 ), ela cujos poderes sedutor pode levar os incautos longe de tudo o que é bom. Uma passagem de quase idêntica é encontrada em Pv 7:5. ).

Este, lisonjeiro sedutora mulher estranha é descrito em termos ainda mais terrível do que é o homem mau: ela é infiel a seu marido, um forgetter de sua aliança com seu Deus (v. Pv 2:17 , e tem um tal poder sobre aqueles que vão in) para ela que eles estão perdidos para sempre a tudo o que é bom e justo (v. Pv 2:19 ). Não mais terrível acusação pode ser feita de qualquer um de que sua influência é tão mal que todos os que entram no seu âmbito sejam perdidos para sempre para o bem! O homem sábio parece incapaz de pensar em seu poder degradante exceto em termos de a finalidade da morte: "Seus caminhos levam até a morte, e suas trilhas descer às Shades; ninguém que ir até ela voltar, ou alcançar os caminhos da vida "(vv. Pv 2:18-19 , American Translation). Para ser apanhado nas garras de suas formas sedutoras, deve ser condenado a desesperança, um fim prematuro ou a morte. Essa é a pena de loucura, a falta de discrição. Felizmente, no entanto, o poder discricionário de que a sabedoria traz não só permite que a pessoa sábia para reconhecer o mal (que é metade da batalha), mas a recusar a lisonja, persuasão e sedução (ver v. Pv 2:11 ).

A extensão total dos benefícios que resultam da recusa sábio das tentações do mal tem dois lados. Em primeiro lugar, a rejeição do mal é tanto uma condição para ter "homens bons para acompanhantes", e os meios para tal privilégio: que possas caminhada no caminho dos bons (v. Pv 2:20 ). Não só a comunhão dos homens bons fortalecer-nos contra as astutas ciladas do mal, mas mantendo-se puro, temos o privilégio maravilhoso de se misturar sem obstáculos dentro de uma tal comunhão. Que privilégio poderia ser maior? Quão grande deve ser o remorso daqueles cujo pecado foi removido-los a partir deste privilégio? Em segundo lugar, é para os retos que a promessa de habitação na terra é dado, e somente a eles. Se a terra significa o presente da terra ou da terra, ou "a terra que é mais justo do dia", ele é negado aos ímpios (vv. Pv 2:21-22 ).


Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de Provérbios Capítulo 2 do versículo 1 até o 22
A sabedoria protege nossos caminhos (Pv 2:0). Além disso, a sabedo-ria é um escudo para nossa vida (v.

  1. ; assim, Deus pode guardar nos-sos caminhos. Os cristãos põem a si mesmos (e aos outros) em perigo quando se afastam deliberadamente da sabedoria de Deus, que encon-tramos na Bíblia.
  2. Os cuidados de Deus para com os seus (vv. 10-22)

Salomão vê dois grandes perigos no mundo: os homens maus (vv. 10-15) e a mulher estrangeira (vv. 16-22). O homem mau diz "coisas perver-sas" (v. 12). Ele sempre tem algum esquema para propor ao jovem. Mas ele anda pelos caminhos das trevas, e o Príncipe das Trevas, Satanás, o controla. O homem mau segue ve-redas tortuosas, em vez de andar nas da retidão; você simplesmente não consegue rastreá-lo. O homem mau quer que você acredite que há atalhos para alcançar a riqueza e o sucesso e que é possível lucrar-se se desobedecer ao Senhor.

A "mulher estrangeira" usa li- sonja e apela para os apetites da carne. Ela deixa o marido e esquece os votos do casamento (v. 17). Ela leva o jovem insensato à morte e ao inferno. Como os crentes, hoje (principalmente os homens e as mulheres jovens) precisam da sa-bedoria de Deus para proteger seus caminhos!


Russell Shedd

Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
Russell Shedd - Comentários de Provérbios Capítulo 2 do versículo 1 até o 22
2.5 Acharás o conhecimento de Deus. Deus é insondável, e o homem nada, absolutamente, poderia saber a Seu respeito, se Ele não nos revelasse o necessário, em Sua Palavra. Buscando esta palavra, o homem achará o que de Deus se pode saber com segurança.

2.6 O Senhor dá a verdadeira sabedoria mediante a palavra que procede da Sua boca (Is 55:11).

2.11 A inteligência te conservará. A sabedoria, concedida por Deus aos retos, (6) os conservará no caminho de Deus; e só com o auxilio do Espírito Santo, que Deus dá aos seus, é possível continuar fiel (conforme Rm 8:14).

2:12-14 Perversas.. perversidade. Conforme Is 29:16.

2.16 Mulher adúltera.. estrangeira. Uma mulher adúltera perdia o direito de co-participar do povo de Deus; é igual à mulher estrangeira. O AT, com freqüência, traça paralelos entre o adultério carnal e a infidelidade dos que deixam o verdadeiro Deus, seguindo aos ídolos.

2.17 Amigo. Marido a quem jurou fidelidade na sua mocidade.

2.19 Não voltarão. É difícil livrar-se dos laços do pecado e do vício. Sem o auxílio de Deus, é impossível.

2.21 Habitarão a terra. Conforme Mt 5:5; Sl 37:29, habitarão a herança eterna.


NVI F. F. Bruce

Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
NVI F. F. Bruce - Comentários de Provérbios Capítulo 2 do versículo 1 até o 22

3)    Buscando e encontrando a sabedoria (2:1-22)
v. lss Os verbos aceitar (v. 1) [...] guardar (v. 1) [...] clamar (v. 3) [...] procurar (v. 4) são mais do que simples paralelismo da poesia hebraica. Eles sublinham o envolvimento e os esforços necessários tanto para se obter quanto para se reter a sabedoria. A comparação com prata e tesouro destaca a apatia com que tantas vezes tratam as coisas realmente valiosas, v. 5. O “temor do Senhor” (como em 1,7) com a sua reverência e admiração está ligada ao conhecimento de Deus, visto que Deus revela a sua natureza e propósitos aos que o buscam.

v. 6. Pois o Senhor éque dá sabedoria-, mais uma vez (como em 1.24), é Deus quem toma a iniciativa. Ele requer dos receptores não habilidade intelectual, mas atitudes morais de retidão, irrepreensibilidade, justiça e fidelidade (v. 8, seus fiéis, heb. hasidim, aqueles que demonstram hesed, “amor leal” para com a aliança; “santos” na ARA).

No NT, os “santos” representam os hagioi que chamam a nossa atenção para a sua natureza separada. A LXX usa hafios para traduzir o hebraico qãdõs, que descreve a transcendência de Deus (Is 6:3 etc.), e, quando é aplicado a pessoas, o termo significa o fato de serem separadas para Deus. Quando usado para se referir a coisas, destaca a separação entre o que é santo e o que é profano. Provérbios usa qãdõs, “santo”, somente duas vezes (9.10; 30.3; a LXX traz hagios nas duas vezes), e qõdes, “santidade”, uma vez (20.25 [“consagrar” na NVI], enquanto a LXX traz o verbo hagiazõ, “santificar”). No pensamento judaico posterior, a santidade foi identificada mais com obediência e lealdade à Lei (tõrãh) e menos com pureza e separação cultuais. Assim, a lealdade à Lei era a marca oficial dos hasidim, de quem vieram os fariseus. Portanto, para Provérbios, os hasidim (NVI: “fiéis”) são os que são leais à sabedoria de Deus. Provérbios usa hesed (“leal” à aliança) com fre-qüência (3.3; 11.17; 14.22; 16.6; 19.22; 20.6, 28; 21.21; 31,26) em textos em que a LXX usa eleêmosynê (“misericórdia”) restringindo-a a um relacionamento interpessoal, e não ao relacionamento com Deus. A NVI em geral traduz qõdes no AT por “santo”, “aquele que é santo”, mas não é tão coerente com hasidim — “fiel” (2Sm 22:26), “fiéis” (Sl 32:6), “piedoso” (Sl 4:3), “santos” (Sl 31:23). Gomo no caso das bem-aventuranças (Mt 5:3-40), a recompensa (v. 9) é recompensa somente para os que já buscam essas qualidades morais (v. Mt 13:12).

A poesia abre o leque das nuanças do prazer, da segurança e da orientação (v. 10,11).
v. 12. o livrará apresenta mais um comentário penetrante acerca do mal com o seu prazer e sua maldade particulares (v. 14; é a forma em que o mal torce coisas boas transformando-as em coisas más; Provérbios destaca muitos exemplos; v. 6.12,13 e comentário).

v. 16. Ela também o livrará da mulher imoral. essa é a primeira de várias advertências contra a mulher imoral (5:3-23; 6:20-35; 7.127; 9:13-18) e a pervertida. As duas palavras são usadas em geral como referência aos estrangeiros ou forasteiros (Dt 14:21; lRs 11.1), mas, quando usadas no feminino como aqui, provavelmente significam “apartada do marido”, i.e., adúltera. Ela é uma “estrangeira” também porque não alega ter direito à afeição ou à atenção dos que ela seduz. A referência àquele que desde a juventude foi seu companheiro reforçaria esse ponto de vista, e a aliança esquecida seria uma referência aos votos de casamento da Lei e da aliança (Ex 20:14). Menos provável é o ponto de vista que vê nesse texto uma censura à infidelidade religiosa. A degeneração pessoal (v. 18,19) que segue a promiscuidade sexual é destacada fortemente como um castigo, sem dúvida ignorado com freqüência naquela época como hoje, mas que continua um fato moral mesmo se desconsiderado (v. 7:24-27 e comentário).

O v. 20 nos apresenta os benefícios da sabedoria, andar: caracteriza a perspectiva que o AT tem da vida piedosa. E o progresso, na companhia dos homens de bem [...] nas veredas dos justos, com vantagens e desvantagens características — habitarão [...] serão eliminados (v. 21,22). Seria ingênuo descartar essa avaliação simples como não realista ou considerá-la uma perspectiva materialista antiquada da vida. Independentemente do que o NT acrescente em termos de considerações de natureza menos material, ainda há evidências contundentes de que, em geral, a integridade “rende” mais do que o engano, e a justiça, mais do que a maldade, até mesmo em termos humanos. O fato de que isso possa se tornar uma motivação imprópria não é razão para que se negue o princípio, e vamos encontrá-lo em todo o livro de Provérbios.


Moody

Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
Moody - Comentários de Provérbios Capítulo 1 do versículo 1 até o 18

INTRODUÇÃO

A Doutrina dos Provérbios. A essência do Livro dos Provérbios é o ensino da moral e dos princípios éticos. A peculiaridade deste livro é que ele ensina principalmente por meio de contrastes. Especialmente dignos de nota são os capítulos 10-15, onde quase todo versículo distingue-se pela palavra "mas".

Na primeira seção, os capítulos 1-9, também foram empregados contrastes entre o bem e o mal. O bem nesta seção está indicado por diversas palavras sabedoria, instrução, entendimento, justiça, juízo, eqüidade, conhecimento, discernimento, saber, conselhos – mas especialmente sabedoria, que aparece dezessete vezes nesta porção e vinte e duas vezes no restante do livro. A bem conhecida declaração de Pv 1:7, "o temor do Senhor é o princípio do saber", repetida no final da seção (Pv 9:10) pode ser considerada o tema do livro. Esta declaração reaparece ao pé da letra (com as cláusulas invertidas) no alfabético Sl 111:10, e em forma quase idêntica no clímax do capítulo 28 de Jó, o qual descreve em forma altamente poética a busca da sabedoria.

Peculiar a esta seção de Provérbios é a personificação da sabedoria como se fosse uma mulher. Pela primeira vez aparece em Pv 3:15. Pv 7:4 abre o caminho à personificação: "Dize à sabedoria: Tu és minha irmã". Ela se completa nos capítulos Pv 8:1 e 9, onde a Sabedoria convida os tolos a participarem de sua festa. Só em Provérbios e só nesta primeira parte a sabedoria foi assim personificada.

É essencial à compreensão desta primeira parte que se reconheça esta personificação. Considerando que "sabedoria" em hebraico é um substantivo feminino, é natural e prontamente personificada em uma mulher. Mais do que isto, o autor aqui contrasta a "sabedoria", uma mulher virtuosa, com a prostituta, a mulher estranha. E tal como a sabedoria representa todas as virtudes, provavelmente a mulher estranha tipifica e inclui todo o pecado.

O contraste é estudado e artístico. A Sabedoria clama nas ruas (Pv 8:3). Seu convite é: "Quem é simples, volte-se para aqui" (Pv 9:4,Pv 9:18), faz um convite idêntico: "Quem é simples, volte-se para aqui" (Pv 9:16), na jurisprudência (1Rs 31:1, a doutrina é apresentada quase que exclusivamente através de versículos isolados. Através do capítulo 15, o ensino é feito por meio de contraste, indicado por um 'irias" no meio de quase todos os versículos. Subseqüentemente há paralelos de idéias mais freqüentes que os contrastes. Esta seção cobre uma larga escala de assuntos e torna difícil fazer um esboço. O ponto de vista, contudo, é bastante consistente. Salomão faz um contraste entre a sabedoria e a loucura. E, como na Seção l, não é a inteligência versus a estupidez; é a sabedoria moral versus o pecado. Nesta seção a sabedoria não está personificada, mas os mesmos sinônimos da Seção I foram usados aqui em se tratando dela – entendimento, justiça, instrução. O louco também tem o seu paralelo: o zombador, o preguiçoso, o obstinado.

As seções seguintes (veja Esboço) continua nesta linha. Conforme Toy destaca (Crawford H. Toy, ICC sobre Proverbs, pág. xi), a ética do livro é muito alta. Honestidade, verdade, respeito pela vida e propriedade são os pontos nos quais se insiste. Os homens são aconselhados a exercerem a justiça, o amor, a misericórdia para com os outros. Uma boa vida familiar, com cuidadosa educação das crianças e um alto padrão feminino é o que se reflete.

Quanto ao aspecto religioso, o Senhor se entende como o autor da moral e da justiça, e o monoteísmo é pressuposto. As referências à Lei e à profecia (Pv 29:18) ao sacerdócio e aos sacrifícios (Pv 15:8; Pv 21:3, Pv 21:27) são poucas, no entanto. O autor fala de si mesmo, inculcando princípios de boa conduta como vindos do Senhor.

Autoria. O nome de Salomão aparece em três partes do livro - Pv 1:1;

COMENTÁRIO

1. O Tributo de Salomão à Sabedoria, o Temor do Senhor.

2. 1:1 - 9:18.


Francis Davidson

O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
Francis Davidson - Comentários de Provérbios Capítulo 2 do versículo 1 até o 22
b) A segunda lição (Pv 2:1-20). Esta seção salienta três coisas: que a sabedoria requer pesquisa diligente (1-5), que não obstante é dada por Deus, e não resultado de mero esforço humano (6), e que Deus vigia e guarda em Sua vontade aqueles que a recebem (7-9). Os princípios envolvidos aqui estão implícitos no sonho de Salomão, em Gibeom (1Rs 3:5-11) e são tornados explícitos por Paulo, em Fp 2:12-50. Coração (2) tem um significado mais lato em hebraico do que em português, pois se relaciona tanto às faculdades intelectual e moral como à emocional. O aluno está sendo exortado a aplicar todos os seus poderes na busca do entendimento, até que se possa dizer que ele está bradando em alta voz por ela (3). No vers. 4 a ênfase provavelmente recai menos sobre o fato que a praia tem que ser escavada e que o tesouro requer intensa busca do que sobre o fato que ambas as coisas são imensamente valiosas. Nosso Senhor toma nas mãos e desenvolve esse pensamento, aplicando-o à busca pelo reino dos céus (Mt 13:44). A significação literal de reserva (7) é "esconde"; mas deve-se notar que Ele a esconde para e não dos justos. Quanto ao vers. 8: "Para que guarde as veredas do juízo: e conserve o caminho dos seus santos", significa, em outras palavras, que o próprio Deus se torna um escudo para Seu povo, a fim de que Ele providencie para que aquilo que é perfeitamente reto seja constantemente mantido. "Guarde" significa "vigie": Deus vigia o caminho tomado por Seu povo, tanto para protegê-lo no caminho como para conservá-lo no caminho certo. Santos (8) representa aqueles que rendem lealmente a Jeová o amor que Lhe é devido na aliança entre Ele e Seu povo. As virtudes nomeadas no vers. 9 são reflexos de Sua vontade: ver Pv 1:3 e segs.

>Pv 2:10

2. ALGUNS BENEFÍCIOS DA SABEDORIA (Pv 2:10-20). A proteção proporcionada pela possessão da sabedoria é ampliada. O bom siso ou discrição que é prometido (11) contém a idéia de propósito. Os vers. 12-19 mencionam classes de cujos caminhos perniciosos aqueles que têm recebido a sabedoria podem escapar. Primeiramente existe o mau caminho do homem pervertido. Algumas versões dizem do "homem mau". De qualquer maneira, compare-se a petição, na oração do Pai Nosso: "Livra-nos do mal" ou "Livra-nos do maligno". Existe o homem que diz cousas perversas (12); lit., o homem que diz coisas invertidas, isto é, o mentiroso. Tais homens são tortuosos e pervertidos (13-15). Poderíamos traduzir o vers. 14 como: "Que se regozijam em fazer o mal, e se deleitam na perversão do mal". Acima de tudo, existe a mulher estranha (16), contra a qual muitas advertências são dadas no livro. Ver mais sobre o vers. 3. Aqui, finalmente, as advertências são contra as atrações da mulher adúltera que conhece a lei do verdadeiro Deus (17). Guia (17), uma tradução sem base; "amigo", como dão algumas versões, é tradução mais fiel. Mas, de uma passagem tal como Jr 3:1-24, vemos claramente que esse termo era usado para designar o cônjuge de alguém. A mulher estranha não só peca contra o marido com quem se casou em sua mocidade; mas ao fazer isso ela peca contra Deus, a quem, na qualidade de israelita, ela estava ligada por uma relação de aliança. Foi Ele Quem ordenou o casamento, em Seu concerto, e Ele é Quem estipulou, como parte de Seu concerto: "Não adulterarás" (Êx 20:14). Sua casa é uma inclinada descida até à própria morte (18), e sua vítima não atinge os caminhos de vida que todos os homens desejam atingir.

>Pv 2:20

Depois desse longo desvio de assunto, o vers. 20 retoma uma vez mais o pensamento do vers. 11. O dom da sabedoria de Deus não apenas protegerá o homem desses maus caminhos; mas capacita-o para uma boa e reta maneira de vida. Tal como em português, a palavra hebraica para terra (21 e
22) significa tanto um país como todo o globo terrestre. A referência primária, sem dúvida alguma, é à "terra que o Senhor teu Deus te dá" (cfr. Êx 20:12; Sl 37:9-19). Mas sua significação não pára aqui, como é demonstrado naquela beatitude proferida por nosso Senhor, baseada em Sl 37:11: "Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra".


Dicionário

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Conhecimento

O pensamento espírita, neste ponto, não deixa margem para muita divagação. O conhecimento há de ser limitado, porque somos naturalmente limitados. Mas o Espírito progride em conhecimento e em moralidade, cedo ou tarde, como aprendemos em O Livro dos Espíritos – questão 192. Então, à medida que o Espírito desenvolve todo o seu potencial, não apenas intelectual, mas também moralmente, tem mais possibilidades de avançar no conhecimento. Se não pode chegar à essência absoluta das coisas porque não tem instrumentos adequados a este tipo de inquirição, pelo menos adquire uma visão mais lúcida e cada vez mais profunda e ampliada. O velho problema do conhecimento da coisa em si mesma dividiu muito os círculos filosóficos. Para uns, o conhecimento humano é todo exterior, pois ninguém chega à essência. Para outros, há possibilidades de ir além do aspecto formal. E onde a Doutrina Espírita nos deixa, a este respeito? Ela nos deixa exatamente neste ponto: embora reconhecendo a nossa incapacidade para chegar às últimas causas, temos meios de progredir no conhecimento e ultrapassar as restrições pela matéria. É questão de maturidade e perseverança, pois a verdade não está nos objetos nem tampouco nas fórmulas e nos conceitos: a verdade é luz interior!
Referencia: AMORIM, Deolindo• Análises espíritas• Compilação de Celso Martins• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 34

[...] O conhecimento é progressivo, o que significa, em última análise, que se enriquece de experiências do passado e aquisições do presente. Os fatos são os mesmos, como são as mesmas as leis e a matéria-prima da experiência científica. Mas em cada época se aplicam reflexões novas ou se aduzem elementos renovadores. É o enriquecimento, de etapa em etapa.
Referencia: AMORIM, Deolindo• Análises espíritas• Compilação de Celso Martins• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 35

[...] é fruto de longa paciência, de ardorosa boa vontade e de profunda meditação.
Referencia: DEJEAN, Georges• A nova luz• Trad• de Guillon Ribeiro• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• -

[...] [A aquisição do] conhecimento da verdade e do dever, que é o sustentáculo supremo, a mais necessária arma para as lutas da existência.
Referencia: DENIS, Léon• Cristianismo e Espiritismo: provas experimentais da sobrevivência• Trad• de Leopoldo Cirne• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 8

[...] é claridade que deve derruir a ignorância, começando em quem o conduz, e é sombra que se disfarça com certas excrescências morais que atestam a pequena evolução real do ser. [...]
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Loucura e obsessão• Pelo Espírito Manoel P• de Miranda• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - cap• 8

Asas da evolução, o conhecimento e o amor constituem a força da sabedoria que liberta a criatura.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Loucura e obsessão• Pelo Espírito Manoel P• de Miranda• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - cap• 8

O conhecimento real não é construção de alguns dias. É obra do tempo.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Agenda cristã• Pelo Espírito André Luiz• 42a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 43


conhecimento s. .M 1. Ato ou efeito de conhecer. 2. Idéia, noção; informação, notícia. 3. Consciência da própria existência. 4. Ligação entre pessoas que têm algumas relações. 5. Co.M Documento correspondente ao embarque de certa mercadoria. S. .M pl. Saber, instrução, perícia.

Esta palavra vem de uma base Indoeuropéia gn-, que gerou, em Grego, gnosis, "conhecimento" e seus derivados. Gnóme significava "razão, entendimento".

Deus

Introdução

(O leitor deve consultar também os seguintes verbetes: Cristo, Espírito Santo, Jesus, Senhor.) O Deus da Bíblia revela-se em sua criação e, acima de tudo, por meio de sua Palavra, as Escrituras Sagradas. De fato, a Bíblia pode ser definida como “a autorevelação de Deus ao seu povo”. É importante lembrar que as Escrituras mostram que o conhecimento que podemos ter de Deus é limitado e finito, enquanto o Senhor é infinito, puro e um Espírito vivo e pessoal, ao qual ninguém jamais viu. Freqüentemente a Bíblia usa antropomorfismos (palavras e ideias extraídas da experiência das atividades humanas, emoções, etc.) numa tentativa de nos ajudar a entender melhor Deus. Esse recurso pode ser realmente muito útil, embora o uso de descrições e termos normalmente aplicados aos seres humanos para referir-se ao Senhor eterno e infinito sempre deixe algo a desejar. Alguém já disse que “conhecer a Deus”, até o limite de que somos capazes por meio de sua Palavra, é o cerne da fé bíblica. De acordo com as Escrituras, todas as pessoas, durante toda a história, estão de alguma maneira relacionadas com o Senhor, seja numa atitude de rebelião e incredulidade, seja de fé e submissão.

Homens e mulheres existem na Terra graças ao poder criador e sustentador de Deus; a Bíblia ensina que um dia todos estarão face a face com o Senhor, para o julgamento no final dos tempos. A natureza de Deus e seus atributos são, portanto, discutidos de diversas maneiras nas Escrituras Sagradas, de modo que Ele será mais bem conhecido por meio da forma como se relaciona com as pessoas. Por exemplo, aprende-se muito sobre Deus quando age no transcurso da história, em prol do sustento e da defesa de seu povo, e leva juízo sobre os que pecam ou vivem em rebelião contra Ele. Muito sabemos sobre o Senhor por meio dos nomes aplicados a Ele na Bíblia e quando sua criação é examinada e discutida. Acima de tudo, aprendemos de Deus quando estudamos sobre Jesus, o “Emanuel” (Deus conosco).

As seções seguintes proporcionam apenas um resumo do que a Bíblia revela sobre Deus. Uma vida inteira de estudo, fé e compromisso com o Senhor, por intermédio de Cristo, ainda deixaria o crente ansioso por mais, especialmente pelo retorno de Jesus, pois concordamos com a declaração do apóstolo Paulo: “Agora conheço em parte; então conhecerei como também sou conhecido” (1Co 13:12).

A existência do único Deus

A Bíblia subentende a existência de Deus. Não há discussão alguma sobre isso em suas páginas, pois trata-se de um livro onde o Senhor revela a si mesmo. Somente o “tolo”, a pessoa maligna e corrupta, diz “no seu coração: Não há Deus” (Sl 14:1-53.1; veja O tolo e o sábio). A existência de Deus é freqüentemente afirmada nos contextos que advertem contra a idolatria. Sempre é dada uma ênfase especial ao fato de que somente o Senhor é Deus e não existe nenhum outro. Deuteronômio 6:4 declara: “Ouve, ó Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor”. Deuteronômio 32:39 diz: “Vede agora que Eu sou, Eu somente, e não há outro Deus além de mim. Eu causo a morte, e restituo a vida; eu firo, e eu saro, e não há quem possa livrar das minhas mãos”. Por essa razão, a idolatria é considerada um grande pecado (cf. 1 Co 8.4). Envolver-se com ela é viver e acreditar na mentira, numa rejeição direta da revelação do único Deus verdadeiro. Esperava-se que o povo de Israel testemunhasse para as nações ao redor que existia apenas um único Senhor e que não havia nenhum outro deus. Isso seria visto especialmente no poder de Deus para proporcionar a eles os meios para vencerem as batalhas contra inimigos mais fortes, no tempo de paz, na extensão das fronteiras (contra o poder de outros assim chamados deuses) e em sua justiça e juízo sobre todos os que se desviavam dele, ou rejeitavam seus caminhos ou seu povo. As nações ao redor precisavam aprender com Israel que os seus deuses eram falsos e que na verdade adoravam demônios (1Co 10:20).

Os escritores dos Salmos e os profetas também proclamaram que somente o Senhor é Deus e que Ele pré-existe e auto-subsiste. O Salmo 90:2 diz: “Antes que os montes nascessem, ou que formasses a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus”. Em Isaías, lemos: “Assim diz o Senhor, Rei de Israel, e seu Redentor, o Senhor dos Exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há Deus” (Is 44:6). “Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de mim não há Deus. Eu te fortalecerei, ainda que não me conheças” (Is 45:5; veja também 45.21; etc.). Jeremias disse: “Mas o Senhor Deus é o verdadeiro Deus; ele mesmo é o Deus vivo, o Rei eterno. Do seu furor treme a terra, e as nações não podem suportar a sua indignação” (Jr 10:10).

No Novo Testamento, novamente a autoexistência eterna de Deus é subentendida: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por meio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens” (Jo 1:14). Paulo argumentou em sua pregação para os atenienses: “Pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos” (At 17:28). O apóstolo fez um apelo aos habitantes de Listra, a fim de que reconhecessem a existência do único Deus verdadeiro, pois “não deixou de dar testemunho de si mesmo. Ele mostrou misericórdia, dando-vos chuvas dos céus, e colheita em sua própria estação, enchendo de mantimento e de alegria os vossos corações” (At 14:17). Em Romanos 1:19-20, há o pressuposto de que mesmo os que são maus e rejeitam a Deus podem ser considerados em débito, “visto que o que de Deus se pode conhecer, neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou. Pois os atributos invisíveis de Deus, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que foram criadas, de modo que eles são inescusáveis”.

Como em João 1, mencionado anteriormente, é no Novo Testamento que aprendemos sobre Jesus e começamos a entender mais sobre o próprio Deus, sua preexistência e sua auto-existência. Colossenses 1:17 descreve a preexistência de Cristo como “a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação” (Cl 1:15). Tanto Deus, o Pai, como Jesus são considerados eternos em sua existência: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-poderoso” (Ap 1:8-11.15, 17; 2 Pe 3.8). Hebreus 13:8 também fala de Jesus: “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje, e eternamente”.

O Deus criador

A autoexistência de Deus, bem como sua eternidade, também são sinalizadas na criação, a qual Ele fez do “ex nihilo” (a partir do nada; veja Gn 1; Rm 4:17; Hb 11:3). A Bíblia não admite a ideia do nada existindo lado a lado com o Senhor através da eternidade. Não há ensino, por exemplo, de que a matéria sempre existiu, ou que o mal sempre permaneceu como uma alternativa ao lado de Deus. O Todo-poderoso sempre existiu e sempre existirá; Ele é o Criador. O que existe traz outras coisas à existência. O racionalismo pode argumentar que, se algo existe, deve ter o poder da auto-existência dentro de si. A Bíblia mostra que o ser que auto-existe é Deus e somente Ele é o Senhor. Porque Deus existe, a vida veio à existência e surgiu a criação. No Senhor há vida e luz. Somente Ele tem a vida em si mesmo e habita na luz e na glória eternamente.

O ato de Deus na criação é descrito em muitos lugares da Bíblia. De maneira notável, Gênesis 1:2 descrevem a Palavra de Deus que traz tudo o que conhecemos à existência. Esses capítulos demonstram claramente que o Senhor já existia antes da criação e foi por meio de sua palavra e seu poder que o mundo veio à existência. Também revelam que Deus não iniciou simplesmente o processo e o concluiu, ou ainda não o concluiu, com o que conhecemos neste mundo hoje. Ele interferiu ativamente, várias vezes, para criar a luz, o sol, a lua, a água, a vegetação, os peixes, os mamíferos, os pássaros e a humanidade. Em Gênesis 1, essa obra ativa de Deus durante todo o período da criação pode ser notada nas duas frases: “E disse Deus: Haja...” e “E viu Deus que isso era bom”. Em Gênesis 2, a obra e as palavras do “Senhor Deus” são mencionadas repetidamente. O Salmo 33:4-9 personaliza a “palavra de Deus” como a que criou e “é reta e verdadeira; todas as suas obras são fiéis... Pela palavra do Senhor foram feitos os céus... Tema toda a terra ao Senhor... Pois ele falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu”. Jeremias afirma: “Pois ele (o Senhor) é o criador de todas as coisas, e Israel é a tribo da sua herança; Senhor dos Exércitos é o seu nome” (Jr 10:16-51.19; veja também 26:7; Sl 102:25-104.24; Ne 9:6; etc.).

No NT, o escritor da carta aos Hebreus lembra os crentes que “pela fé entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus, de maneira que o visível não foi feito do que se vê” (Hb 11:3). Louvor e adoração são devidos a Deus, o Pai, e a Jesus, a Palavra de Deus, pela criação e pelo seu contínuo sustento de todas as coisas criadas. Desde que a criação deriva sua vida e existência do próprio Deus, se o Senhor não a sustentasse, ela deixaria de existir (Ap 4:11; Jo 1:1-3; 1 Co 8.6; Cl 1:16-17; Hb 1:2-2 Pe 3.5; etc.).

Essa obra da criação, a qual necessita do poder sustentador do Senhor, proporciona a evidência da soberania e do poder de Deus sobre todas as coisas. Ele está presente em todos os lugares, a fim de sustentar e vigiar sua criação, realizar sua justiça, amor e misericórdia, trazer à existência e destruir, de acordo com sua vontade e seus propósitos. A doxologia de Romanos 1:1-36 oferece a resposta adequada do crente na presença do Deus criador, sustentador e que existe por si: “Porque dele e por ele e para ele são todas as coisas. Glória, pois, a ele eternamente. Amém” (v.36).

O Deus pessoal

O Criador do Universo e de todas as coisas, que sustém o mundo e todas as pessoas, revela-se a si mesmo como um “Deus pessoal”. A palavra “pessoal” não é aplicada a Ele em nenhum outro lugar da Bíblia e é difícil nossas mentes finitas assimilarem o que essa expressão “pessoal” significa, ao referir-se ao Senhor. Ainda assim, é dessa maneira que Ele é consistentemente revelado. Deus é um ser auto-existente e autoconsciente. Qualidades que indicam um ser pessoal podem ser atribuídas a Deus. Ele é apresentado como possuidor de liberdade, vontade e propósitos. Quando colocamos esses fatores na forma negativa, o Senhor nunca é descrito nas Escrituras da maneira que as pessoas o apresentam hoje, como uma energia ou uma força sempre presente. Deus revela a si mesmo como um ser pessoal no relacionamento entre Pai, Filho e Espírito Santo (veja mais sobre a Trindade neste próprio verbete) e em seu desejo de que seu povo tenha um relacionamento real com o “Deus vivo”. Sua “personalidade”, é claro, é Espírito e, portanto, não está limitada da mesma maneira que a humana. Porque é pessoal, entretanto, seu povo pode experimentar um relacionamento genuíno e pessoal com Ele. Deus, por ser bom, “ama” seu povo e “fala” com ele. O Senhor dirige os seus e cuida deles. O Salmo 147:10-11 dá alguns sentimentos de Deus, como um ser pessoal: “Não se deleita na força do cavalo, nem se compraz na agilidade do homem. O Senhor se agrada dos que o temem, e dos que esperam no seu constante amor” (veja também Sl 94:9-10). Efésios 1:9-11 mostra como a vontade e os propósitos de Deus são especialmente colocados à disposição dos que Ele “escolheu”, aos quais ele “ama”. O Senhor é aquele que conhece seu povo (1Co 8:3) e pode ser chamado de “Pai” pelos que vivem por ele (v.6). A revelação de Deus em Jesus novamente mostra como Ele é um Deus “pessoal”, tanto no relacionamento de Cristo e do Pai (como o Filho faz a vontade do Pai e fala as suas palavras), como na maneira pela qual o Pai mostrou seu amor pelo mundo, quando deu “o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16-14:15-31; 15.9,10; etc.).

O Deus providencial

Já que Deus é eterno, auto-existente e o Criador do Universo, não é de admirar que um dos temas mais freqüentes na Bíblia refira-se à soberana providência do Senhor. Deus é visto como o rei do Universo, o que fala e tudo acontece, que julga e as pessoas morrem, que mostra seu amor e traz salvação. Ele é o Senhor (veja Senhor) que controla o mundo e exige obediência. Busca os que farão parte de seu povo. É neste cuidado providencial por seu mundo e seu povo que mais freqüentemente descobrimos na Bíblia os grandes atributos divinos de sabedoria, justiça e bondade. Aqui vemos também sua verdade e seu poder. As Escrituras declaram que Deus tem o controle total sobre tudo, ou seja, sobre as pessoas, os governos, etc. Ele é chamado de Rei, pois estabelece reinos sobre a Terra e destrói-os, de acordo com seu desejo. Sua soberania é tão grande, bem como sua providência, em garantir que sua vontade seja realizada, que mesmo o mal pode ser revertido e usado pelo Senhor, para realizar seus bons propósitos.

Os escritores da Bíblia demonstram com convicção que Deus governa sobre toda a criação; assim, os conceitos do destino e do acaso são banidos. À guisa de exemplo, uma boa colheita não acontece por acaso, mas é providenciada pelo Senhor. É Deus quem promete: “Enquanto a terra durar, não deixará de haver sementeira e ceifa, frio e calor, verão e inverno, dia e noite” (Gn 8:22). Por outro lado, o Senhor mantém tal controle sobre a criação que pode suspender a colheita dos que vivem no pecado ou se rebelam contra Ele (Is 5:10). Nos dias do rei Acabe, de Israel, Deus suspendeu a chuva e o orvalho, por meio de “sua palavra”, como castigo sobre o monarca e o povo (1Rs 17:1). A fome foi extremamente severa, mas a providência particular e amorosa do Senhor por seu povo fez com que suprisse as necessidades do profeta Elias de maneira miraculosa (1Rs 17:18).

A Bíblia preocupa-se muito em mostrar a providência de Deus, que pode ser vista no seu relacionamento com seu povo (veja 2 Cr 16.9). Paulo fala sobre isso quando diz: “Sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8:28). Aqui vemos que não somente o cuidado soberano do Senhor sempre é feito segundo a sua vontade e seu propósito, mas também que esse desejo preocupa-se especialmente com seu povo, mediante o cuidado e a proteção. O poder de Deus é tão grande que em “todas as coisas” Ele trabalha para atingir seus fins. Tal entendimento da providência do Senhor leva à conclusão inevitável de que mesmo o que começou por meio do mal, ou emanado de nossos próprios desejos pecaminosos, pode ser revertido por Deus, enquanto Ele trabalha incessantemente para completar e realizar sua vontade. Essa fé e confiança no cuidado providencial do Senhor não eram conceitos novos nos dias de Paulo. Quando José foi capturado por seus irmãos e vendido como escravo para o Egito, não foi o acaso que finalmente o levou a ser governador egípcio, num momento em que o povo de Deus precisava ser preservado da fome terrível. Tudo foi parte da vontade do Senhor. Posteriormente, ao discutir o assunto com seus irmãos amedrontados, José disse: “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim, porém Deus o tornou em bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar muita gente com vida” (Gn 50:20). O cuidado providencial de Deus por Jó, quando Satanás desejava atacá-lo e destruí-lo, também é uma prova do poder soberano do Senhor, mesmo sobre o mundo dos espíritos, inclusive Satanás (1:2). Deus até mesmo controlou as ações do rei da Pérsia em favor de seu povo (Is 44:28-45:1-7).

Em nenhum outro contexto o cuidado providencial de Deus pode ser visto com tanta clareza como na provisão da salvação para o seu povo, por meio da morte expiatória de Jesus Cristo. A ação mais perversa de Satanás e o mais terrível de todos os pecados cometidos pelos seres humanos levaram à crucificação do Filho de Deus. Isso, porém, fora determinado pela vontade de Deus, e Ele reverteu aquele ato terrível para proporcionar expiação a todo aquele que se voltar para o Senhor (At 2:23-24). Esse desejo de Deus foi realizado “segundo as Escrituras”. Certamente o Senhor freqüentemente é visto agindo de maneira providencial e com poder soberano, de acordo com sua Palavra (Rm 5:6-1 Co 15.3; 2 Co 5.15).

A providência do Senhor também é vista na maneira como chama as pessoas para si. Toda a Trindade está envolvida nesta obra de atrair e cuidar do povo de Deus (Jo 17:11-12, 24; Ef 1:3-14; Cl 1:12-14; etc.). A reflexão sobre a soberania do Senhor sobre tudo, seu poder total de realizar o que sua vontade determina, sua providência na natureza, na humanidade de modo geral e especialmente em relações aos redimidos, nos leva novamente a louvá-lo e bendizê-lo (Sl 13:9-13-16; 145.1, 13 16:1 Pe 5.7; Sl 103).

O Deus justo

A Bíblia mostra-nos um Senhor “justo”. Isso faz parte de sua natureza e tem que ver com sua verdade, justiça e bondade. Em termos práticos, o reconhecimento da justiça de Deus nas Escrituras permite que as pessoas confiem em que sua vontade é justa e boa e podem confiar nele para tomar a decisão ou a ação mais justa. Ele é justo como Juiz do mundo e também na demonstração de sua misericórdia. Mais do que isso, sua vontade eterna é inteiramente justa, íntegra e boa. É uma alegria para homens e mulheres pecadores saberem que podem voltar-se para um Deus justo e receber misericórdia. É motivo de temor para os que se rebelam que o justo Juiz julgará e condenará.

O povo de Deus (“o povo justo”, formado pelos que foram perdoados por Deus) freqüentemente apela para sua justiça. Por exemplo, o salmista orou, para pedir misericórdia ao Senhor, quando parecia que as pessoas más prevaleciam. Achou estranho que os perversos prosperassem quando o “justo” padecia tanto sofrimento. Portanto, apelou para a justiça de Deus, para uma resposta ao seu dilema: “Tenha fim a malícia dos ímpios, mas estabeleça-se o justo. Pois tu, ó justo Deus, sondas as mentes e os corações” (Sl 7:9-11). “Responde-me quando clamo, ó Deus da minha retidão. Na angústia dá-me alívio; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração” (Sl 4:1-129.4; 2 Ts 1.6). É mediante sua justiça que Deus mostra misericórdia ao seu povo (Sl 116:4-6; 37.39).

Por vezes, entretanto, o povo de Deus tentou questionar o Senhor, quando parecia que Ele não os ajudava, ou estava do lado de outras nações. A resposta de Deus era que, se o Senhor lhes parecia injusto, é porque eles haviam-se entregado à incredulidade e ao pecado. As ações do Senhor são sempre justas, mesmo quando resultam em juízo sobre seu próprio povo. Veja, por exemplo, Ezequiel 18:25 (também
v. 29): “Dizeis, porém: O caminho do Senhor não é justo. Ouvi agora, ó casa de Israel: Não é o meu caminho justo? Não são os vossos caminhos injustos?”.

Deus pode ser visto como justo em tudo o que faz. Isso se reflete em sua Lei, a qual é repetidamente definida como “justa” (Sl 119; Rm 7:12). Deuteronômio 32:4 resume a justiça do Senhor desta maneira: “Ele é a Rocha, cuja obra é perfeita, e todos os seus caminhos são justiça. Deus é a verdade, e não há nele injustiça. Ele é justo e reto”.

Enquanto o povo de Deus ora, vê a justiça divina em seus atos de misericórdia e socorro para com eles e em seu juízo sobre os inimigos; assim, reconhecem que a justiça do Senhor permite que Ele traga disciplina sobre eles, quando pecam. Em II Crônicas 12, o rei Roboão e os líderes de Israel finalmente foram obrigados a admitir que, por causa do pecado e da rebelião deles contra Deus, Faraó Sisaque teve permissão para atacar Judá e chegar até Jerusalém. Deus os poupou da destruição somente quando se humilharam e reconheceram: “O Senhor é justo” (v. 6). Na época do exílio babilônico, os líderes tornaram-se particularmente conscientes deste aspecto da justiça de Deus. Daniel expressou dessa maneira: “Por isso, o Senhor vigiou sobre o mal, e o trouxe sobre nós, porque justo é o Senhor, nosso Deus, em todas as obras que faz; contudo, não obedecemos à sua voz” (Dn 9:14; veja também Ed 9:15).

Os profetas olhavam adiante para ver a revelação da justiça de Deus no futuro reino do Messias: “Vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo, um rei que reinará e prosperará, e praticará o juízo e a justiça na terra” (Jr 23:5; Is 9:7-11.4; etc. veja Lc 1:75; At 22:14). Paulo falou sobre a obra de Cristo em termos da revelação da justiça de Deus. Na morte de Jesus, pode-se ver o juízo do Senhor sobre o pecado e a manifestação de seu amor e misericórdia sobre os que são perdoados. Deus não comprometeu nem sua justiça que exige a morte pelo pecado, nem sua aliança de amor para com o seu povo, que promete perdão e misericórdia. Desta maneira, o Senhor permanece justo e íntegro na salvação (Rm 1:17-2.5,6; 3.5, 20-26; etc.).

Ao falar sobre os últimos dias e o retorno de Cristo, quando Deus vindicará seu nome diante de todo o mundo, inclusive os ímpios, será sua justiça que uma vez mais será notada e levará seu povo, que está ansioso por essa revelação, a louvá-lo (Ap 15:3-16.7).

O Deus amoroso

É justo que haja uma seção separada sobre este atributo, o mais maravilhoso do Senhor da Bíblia, ainda que tradicionalmente o amor de Deus seja visto como um aspecto de sua “bondade”. Várias vezes as Escrituras dizem que o Senhor “ama” ou mostra “amor” à sua criação, especialmente para o seu povo. É parte da natureza de Deus, pois ele é “bom” e é “amor”. O Senhor faz o que é bom (2Sm 10:12-1 Cr 19.13; Sl 119:68), porém, mais do que isso, ele é bom. Em outras palavras, a bondade é tão parte dele e de seu ser que o salmista disse: “Pois o teu nome é bom” (Sl 52:9-54.6; este vocábulo “nome” refere-se a todo o caráter do próprio Deus). Jesus disse: “Ninguém há bom, senão um, que é Deus” (Lc 18:19). Assim, se alguém deseja saber o que significa bondade e amor, deve olhar para o Senhor. I João 4:8-16 diz: “ Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor... E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor. Quem está em amor está em Deus, e Deus nele”.

Deus é a fonte da bondade. Tiago 1:17 diz: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito é do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação”. O texto não só mostra que o Senhor é a fonte daquilo que é bom, como ensina que Deus é sempre bom. Não existe um lado “sombrio” no Senhor, nenhuma base para a visão oriental de que o bem e o mal existem lado a lado, e juntos formam algo chamado “deus”.

A bondade de Deus, tão freqüentemente chamada de seu “amor”, é vista de muitas maneiras neste mundo. É evidente que no universo é algo generalizado, ou na manutenção da própria vida, da justiça, da ordem na criação, ou mesmo na provisão da luz do Sol e da chuva, do tempo de semear e de colher (Sl 33:5; Mt 5:45; At 17:25). Sua bondade, entretanto, é mais evidente em seu amor e fidelidade para com seu povo, a quem Ele protege, cuida e livra do juízo. Seu amor fiel por seu povo às vezes é chamado de “aliança de amor” ou “amor fiel”, pois Deus prometeu amar seu povo para sempre. Os israelitas repetidamente louvavam ao Senhor por seu amor eterno, extraordinário e não merecido, demonstrado através de toda a história de Israel (1Cr 16:34-2 Cr 5.13 7:3; Ed 3:11; Sl 118:1-29; Jr 33:11). É digno de nota como os vocábulos “bom” e “amor” aparecem juntos de maneira tão frequente, quando aplicados a Deus.

Os que buscam a Deus experimentam sua bondade e amor, pois encontram sua salvação (Lm 3:25). O seu povo o louva acima de tudo pelo amor demonstrado em sua misericórdia e perdão dos pecados. Foi para a bondade do Senhor que o rei Ezequias apelou, quando pediu perdão pelo povo de Israel, que adorava a Deus sem ter passado pelo ritual da purificação. “Ezequias, porém, orou por eles, dizendo: O Senhor, que é bom, perdoe a todo aquele que dispôs o coração para buscar o Senhor...” (2Cr 30:18; Nm 14:19). O próprio Deus, ao falar por meio do profeta Oséias, adverte, a respeito da contínua rebelião do povo: “eu não tornarei mais a compadecer-me da casa de Israel, mas tudo lhe tirarei” (Os 1:6).

A salvação de Deus para seu povo é sua mais profunda e fantástica demonstração de bondade e amor. Jesus foi oferecido pelo Pai como sacrifício pelo pecado de todo o que crê. Talvez o mais famoso versículo da Bíblia, João 3:16, expresse o sentimento desse dom de Deus: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. O dom é ainda mais extraordinário, pois “Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5:8; Tt 3:4-1 Jo 3:16). O povo de Deus sabe que não merece este sacrifício. A natureza do amor divino, dado a pessoas que não são merecedoras, freqüentemente é expressa por meio do vocábulo “graça”.

O amor de Deus também é visto por seu povo na maneira como Ele dá o seu Espírito Santo, de tal forma que todos possam conhecê-lo e responder-lhe em amor (Rm 5:5). Eles também experimentam o amor divino em seu cuidado providencial. Isso pode significar que o amor será em forma de disciplina (Ap 3:19), mas também representa o fato de que “todas as coisas” cooperam para o bem do povo de Deus, dos que são chamados segundo o seu propósito. Nada poderá separá-los do amor de Deus e de Cristo (Rm 8:28-35, 39; veja a seção anterior “O Deus providencial”). Ao meditar sobre sua graça a favor de todos, para os levar à salvação, eles o louvam pela maneira como os escolheu e os predestinou para serem filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito da sua vontade (Ef 1:4-6; 1 Jo 3:1). Essa grande obra de salvação é feita “segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo” (v. 9).

“Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)” (Ef 2:4-5). O problema é como uma mente humana pode assimilar a profundidade desse amor, pois “excede todo o entendimento” (Ef 3:18-19).

O Deus salvador

O amor de Deus é visto proeminentemente em sua salvação por meio de Jesus (“Jesus” significa “o Senhor salva”; veja Jesus). O Senhor é corretamente descrito como “Deus salvador”. A Bíblia ensina que toda a humanidade é pecadora e necessita de redenção, que só é efetivada pela ação salvadora de Deus. O AT refere-se ao Senhor como “Libertador”, “Redentor” e “Salvador”, tanto da nação como dos indivíduos. Ambos necessitam de perdão, se não querem receber juízo. Uma lição necessária à compreensão de todas as pessoas é que somente Deus é Todo-poderoso, soberano e justo; portanto, o único que pode salvar: “E não há outro Deus senão eu, Deus justo e Salvador não há além de mim” (Is 45:21-43.11). Às vezes, o povo de Israel voltava-se para outras nações em busca de proteção e salvação; essa atitude, entretanto, invariavelmente falhava, ao passo que o Senhor ensinava que somente Ele era o Salvador (Dt 32:15-24; 1 Cr 16:34-36; Is 17:10).

A promessa que Deus faz ao seu povo é que “quando clamarem ao Senhor, por causa dos opressores, ele lhes enviará um salvador e um defender, que os livrará” (Is 19:20-43.3; 45.15). Os homens e mulheres fiéis, mencionados no AT, todos conheceram a atividade salvadora e libertadora de Deus, tanto nas batalhas como no perdão dos pecados. O êxodo do Egito tornou-se o grande evento na história de Israel, que ofereceu às gerações futuras um memorial e uma ilustração da salvação e redenção operadas pelo Senhor. Deus redimiu seu povo do Egito porque o amava: “Mas porque o Senhor vos amava, e para guardar o juramento que fizera a vossos pais, o Senhor vos tirou com mão forte, e vos resgatou da casa da servidão, da mão de Faraó, rei do Egito” (Dt 7:8).

Aquele acontecimento histórico proporcionou às gerações futuras uma evidência de que Deus tem o poder para salvar e libertar; essa verdade tornou-se a base em que podiam apelar para o Senhor salvá-los e livrá-los novamente em outras situações adversas (Êx 6:6; Dt 9:26; Sl 106:10). A libertação do Egito, porém, proporcionou também uma advertência, que mostra os acontecimentos no deserto para os que “esqueceram seu Deus”: “Pondo-os ele à morte, então o procuravam; voltavam, e de madrugada buscavam a Deus. Lembravam-se de que Deus era a sua rocha, de que o Deus Altíssimo era o seu Redentor” (Sl 78:34-35; veja também 1 Cr 10:1-12). O próprio Deus mostrou a sua obra salvadora, ao levá-los do Egito para Canaã, e esperava fidelidade e serviço do seu povo redimido (Dt 13:5-15.15; 24.18; Os 13:4).

Assim como precisavam de uma redenção física e libertação, os israelitas necessitavam também de perdão dos pecados; nisto também o Senhor provou ser o Salvador e Redentor do seu povo. Louvavam o seu nome pelo seu perdão e sabiam que podiam submeter-se à justiça de Deus e que Ele os salvaria (Dt 21:8; Sl 31:5-34.22; 44.26; Is 54:5-59.20).

Os profetas olhavam para o futuro, para o dia em que um Salvador e Redentor viria para o povo de Deus: “O Redentor virá a Sião e aos que se desviarem da transgressão em Jacó, diz o Senhor” (Is 59:20). Isaías olhava adiante, para o dia do advento do Messias, quando o povo o louvaria: “Graças te dou, ó Senhor. Ainda que te iraste contra mim, a tua ira se retirou, e tu me consolaste. Certamente Deus é a minha salvação; confiarei e não temerei. O Senhor Deus é a minha força e o meu cântico; ele se tornou a minha salvação. Vós com alegria tirareis águas das fontes da salvação” (Is 12:1-3; veja Jr 23:6; Zc 9:9).

Jesus foi o cumprimento de tais promessas. Ele era o Deus Salvador que veio à Terra para salvar e redimir. Quando seu nascimento foi anunciado, sua atividade salvadora e redentora imediatamente dominou as palavras dos anjos, de Zacarias e de Maria. As profecias concernentes à salvação do povo de Deus, com o advento do rei da linhagem de Davi, são anexadas às promessas do perdão de pecados e salvação do juízo de Deus. Toda a “história da salvação”, como alguns a têm chamado, chega ao seu grande clímax com o advento daquele que seria chamado de “Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1:21; Lc 1:46-47, 68-75; 2.11, 30-32, 38; etc.).

O Deus salvador é revelado plenamente em Jesus. Nele, e em ninguém mais, há salvação (Lc 3:6-19.9,10; At 4:12; Hb 2:10). De fato, os vocábulos “salvar” e “salvação” referem-se a toda a obra salvadora de Cristo, desde sua encarnação, morte e ressurreição, até sua glorificação. Sua obra salvadora é considerada como um acontecimento realizado em três tempos: passado (na cruz, quando os crentes foram “justificados”; Rm 5:1-8.24; Ef 2:8-2 Tm 1.9); presente (com a operação progressiva do Espírito Santo na vida do crente, no processo de santificação, 1 Co 1.18; 2 Co 2,15) e futuro (no dia do julgamento, quando os crentes serão salvos da justa ira de Deus e serão glorificados; Rm 5:9-10).

A meditação sobre quem é o Senhor sempre tem levado à doxologia; assim, Judas 25 expressa o louvor a Deus como Salvador, por meio de Jesus Cristo: “Ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

O Deus Pai

Conforme já vimos, Deus é bom e é amor; portanto, é também “Pai”. Ele é a fonte de todas as coisas e, nesse sentido, é Pai. É o Pai da criação de Israel — o povo da sua aliança e dos cristãos. Acima de tudo, ele é o Pai de seu único Filho Jesus Cristo. Numa época em que muitas vezes se pergunta se o Senhor realmente deveria ser chamado de “Pai”, pois isso pode parecer uma postura “machista”, é importante notar novamente que Deus é Espírito. Portanto, é totalmente errado descrevê-lo como masculino ou feminino. De fato, lemos sobre o Pai como o Deus “que te gerou” (Dt 32:18) — o que dificilmente seria considerada como uma ação masculina! A paternidade humana deriva de Deus e não vice-versa. Chamar Deus de “Pai” sem dúvida é correto do ponto de vista bíblico e, devidamente entendido, tem muito a dizer para corrigir os muitos abusos que são presenciados atualmente, cometidos pelos pais humanos.

Primeiro, Deus é ocasionalmente referido, num sentido genérico, como Pai de todas as pessoas, pois elas são geradas por Ele (Ml 2:10; At 17:28-29; Hb 12:9). Segundo, a paternidade de Deus sobre Israel é mencionada ou subentendida. Como Pai, o Senhor tem o direito de ser obedecido. Deuteronômio 3:2-6 dá alguma indicação desse relacionamento: “Corromperam-se conta ele; já não são seus filhos, e isso é a sua mancha, geração perversa e depravada é. É assim que recompensas ao Senhor, povo louco e ignorante? Não é ele teu Pai, que te adquiriu, que te fez e te estabeleceu?” É o relacionamento pactual com seu povo que está especialmente em destaque aqui. O Senhor toma (cria) Israel, ao fazer dele o seu povo peculiar e ao adotá-lo amorosamente como pai, na esperança de receber de volta amor e obediência (Ml 1:6). Deus adverte Israel de que será rejeitado, se porventura desprezar seu Pai (v. 18). Assim, Israel é o seu “filho primogênito” e, se obedecer, receberá a proteção do Senhor. Por exemplo, Deus exige de Faraó: “Israel é meu filho, meu primogênito. Deixa ir o meu filho” (Êx 4:22-23; Os 11:1).

O fato de Deus apresentar-se como Pai de Israel significa que tem o direito de esperar em resposta uma sincera comunhão com o filho. Lamentavelmente, na maior parte do tempo, encontrou um povo rebelde. Deus diz em Isaías 1:2: “Criei filhos, e os engrandeci, mas eles estão revoltados contra mim”. Tanto este profeta como Jeremias, entretanto, olham para o futuro, para um tempo em que o Senhor será o Pai de um filho que corresponde. Deus então mostrará a Israel seu cuidado e seu amor: “Guiá-los-ei aos ribeiros de águas, por caminho reto em que não tropeçarão, porque sou um pai para Israel, e Efraim é o meu primogênito” (Jr 31:9). Um filho humilde admitirá que o Pai tem direitos: “Mas agora, ó Senhor, tu és o nosso Pai. Nós somos o barro, tu és o nosso oleiro; somos todos obra das tuas mãos. Não te enfureças tanto, ó Senhor, nem perpetuamente te lembres da iniqüidade. Olha, nós te pedimos, todos nós somos o teu povo” (Is 64:8-9; veja também 45.10,11; 63.16). Como Pai e Deus da Aliança, quando seu filho chamar, ele responderá: “Ele me invocará, dizendo: Tu és meu pai, meu Deus, a rocha da minha salvação... O meu amor lhe manterei para sempre, e a minha aliança lhe será firme” (Sl 89:26-28).

Deus também é o Pai do rei de Israel, de uma maneira especial, pois ele representa o povo. A aliança que o Senhor fez com o rei Davi estabeleceu que Deus seria o “Pai” dos descendentes dele: “Eu serei seu Pai e ele será meu filho”. O salmista destaca esse tema. Por exemplo, o Salmo 2:7 diz: “Proclamarei o decreto do Senhor: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei” (veja também Sl 89:26-27). Posteriormente, essas passagens sobre o filho assumiram um significado messiânico, quando as pessoas olhavam para o futuro, para o advento do rei ungido da linhagem de Davi. De fato, mais tarde foram aplicadas a Jesus Cristo (At 13:33; Hb 1:5).

Deus é “Pai” unicamente de Jesus, o qual é descrito como “o Filho unigênito de Deus” (veja Jesus). Esta filiação está relacionada ao seu nascimento virginal (Lc 1:35), mas essa não é a única origem. O Pai anuncia claramente a condição de Jesus, em seu batismo: “Então ouviu-se esta voz dos céus: Tu és o meu Filho amado em quem me comprazo” (Mc 1:11). Isso, porém, serviu apenas para confirmar publicamente o que já era verdade. De fato, o NT indica uma comunhão permanente entre o Deus Pai, como “pai”; e o Deus Filho, como “filho”. Esse relacionamento eterno é indicado em João 1:18: “Ninguém nunca viu a Deus, mas o Deus unigênito, que está ao lado do Pai, é quem o revelou”. Em João 17 Jesus dirige-se a Deus como “Pai” e olha para o futuro, quando receberá novamente “a glória que me deste, porque me amaste antes da criação do mundo” (vv. 24,25; 1 Jo 4:9).

O acesso a Deus como “Pai” só é possível por meio de Cristo: “Ninguém vem ao Pai, senão por mim”, disse Jesus (Jo 14:6). Isso também aponta o caminho para a filiação a Deus para todos os cristãos.

Deus como Pai de todos os cristãos é o complemento de sua paternidade a ser mencionada aqui. O Senhor é o Pai de todo o que tem fé em Cristo. Parte da plenitude da salvação, aplicada aos crentes pelo Espírito Santo, é a condição de “adoção” de filhos (Rm 8:23; Ef 1:5), mediante a qual podem utilizar o nome mais pessoal de “Aba” (Papai), ao dirigir-se a Deus (Rm 8:14-17; Gl 4:6). É importante notar que em ambos os textos a “filiação” também está intimamente ligada à herança. Assim como Jesus, o Filho, é herdeiro da glória de Deus, Paulo diz que os filhos adotados são “co-herdeiros de Cristo, se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados” (Rm 8:17). É possível para todo o que crê em Cristo conhecer o Pai (Gl 3:26), pois Jesus lhes revela (Jo 14:6-9). Cristo mostrou o Pai ao mundo: “Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo. Antes, é o Pai que está em mim quem faz as obras” (v.10).

Novamente, a única resposta apropriada por parte do cristão, diante da ideia de ser feito filho de Deus, é o louvor: “Vede quão grande amor nos concedeu o Pai, que fôssemos chamados filhos de Deus. E somos mesmo seus filhos! O mundo não nos conhece porque não o conheceu. Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque assim como é, o veremos” (1Jo 3:1-2).

Os nomes de Deus

Enquanto nas modernas culturas ocidentais o nome realmente só é usado para distinguir uma pessoa de outra, os registrados na Bíblia são utilizados para representar totalmente a pessoa ou indicar aspectos de seu caráter ou de seu objetivo na vida (veja seção Os nomes e seus significados na 1ntrodução). Em nenhum outro lugar isso pode ser visto mais claramente do que na expressão “nome do Senhor”, que ocorre aproximadamente 100 vezes nas Escrituras. É uma frase que sintetiza o que nunca pode ser totalmente resumido — ou seja, o próprio Deus.
O Nome. Quando Gênesis 4:26 diz: “Foi nesse tempo que os homens começaram a invocar o nome do Senhor”, não quer dizer simplesmente que as pessoas aprenderam a usar o nome “Senhor”. O texto indica que elas começaram a adorar ao Senhor por tudo o que Ele é. Quando a Lei diz: “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão, pois o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão” (Êx 20:7), claramente tem em mente mais do que as ocasionais expressões irreverentes (embora, é claro, sua proibição esteja incluída no mandamento). A lei afirma que o próprio Senhor não deve ser considerado com desdém. Não pode ser tratado da mesma maneira que os ídolos pagãos, mencionados no mandamento anterior. Jamais deve ser invocado como um poder mágico ou ser referido numa adoração que não é centralizada exclusivamente nele.

Assim, uma referência ao “Nome” do Senhor leva consigo uma indicação da própria natureza de Deus. Em Êxodo 23:20, o “Nome” de Deus está presente no anjo enviado para liderar o povo de Israel. Também é correto concluir que tal ser trata-se de uma “teofania”, por meio da qual o Senhor de alguma maneira era experimentado ou visto na presença do anjo (veja Teofanias).

Quando a Bíblia fala em “invocar” o nome de Deus, geralmente é num contexto de exortação para se adorar ao Senhor totalmente, em toda a vida e vê-lo como o Deus soberano e transcendente que é: pessoal, amoroso e fiel, que está presente em todas as áreas de seu domínio (2Rs 5:11; Sl 17:7; Jl 2:32; Sf 3:9).

Fazer alguma coisa no “nome do Senhor” é realizar algo no lugar do próprio Deus ou fazer com todo o endosso de sua presença e em obediência à sua ordem. Dessa maneira, os sacerdotes e levitas ministravam “no nome do Senhor” e os profetas falavam “no nome do Senhor”; não que eles alegassem ser Deus, mas isso significava que falavam e operavam com sua total autoridade e poder por trás deles. Até o mesmo o rei Davi lutou “em nome do Senhor” (Dt 18:17-22; 21.5; 1 Sm 17.45; 1 Rs 18.24; etc.). Quando os israelitas desejavam afirmar a presença de Deus com a Arca da Aliança, faziam isso mediante a invocação do “Nome do Senhor dos Exércitos” (2Sm 6:2). Salomão falava em construir um Templo “ao nome do Senhor” (1Rs 8:20). Dessa maneira, o nome é um meio de descrever a plenitude, a transcendência e a presença do próprio Deus.

É interessante notar que no NT o “nome” pertence a Jesus, para lembrar os textos do AT que se referiam a tudo o que Deus é. Se o nome é de Deus e Jesus é chamado pelo “nome”, então tudo o que pertence a Deus está em Jesus e tudo o que Deus é, Cristo também é (compare Joel 2:32 com Atos 2:21; Romanos 10:13). Assim como a autoridade e o poder de Deus são vistos em seu “nome”, o mesmo acontece com Jesus. É “no nome de Jesus” que as pessoas são desafiadas ao arrependimento, batismo e a receber perdão. A fé precisa ser “no nome de Jesus” (At 2:38-3.16; 9.21). É “no nome de Jesus” que os apóstolos curavam e a Igreja orava (At 3:6; Tg 5:14).

Em adição a essa maneira abrangente de referir-se à plenitude de Deus, vários nomes específicos são atribuídos ao Senhor na Bíblia e nos ajudam a entendê-lo melhor. Diferentemente de todos os “nomes”, eles enfatizam aspectos da natureza e do caráter de Deus, a fim de afirmar e enriquecer o que já foi mencionado anteriormente.
El, Elohim. Um nome comum usado para o Senhor e geralmente traduzido como “Deus” (Elohim é a forma plural). A raiz deste vocábulo provavelmente significa “poder”. Este termo era utilizado em outras culturas e religiões para descrever uma grande divindade. Na Bíblia, porém, o nome é aplicado ao único Deus — “El Elohe Israel”, [Deus, o Deus de Israel] (Gn 33:20). Nas Escrituras, Ele é o “Deus do céu e da terra” (Gn 24:3); “o Deus de Abraão, Isaque e Jacó”; o “Deus dos hebreus” (Êx 3:18); o “Deus dos deuses”; “Deus da verdade” (Sl 31:5) e, é claro, “Deus da glória” (Sl 29:3).

A forma plural às vezes refere-se a outros deuses, mas também é usada na Bíblia para o único Deus, embora o termo esteja no plural. A forma plural indica a plenitude do Senhor. Ele é totalmente distinto das pessoas criadas, em seu ser (Nm 23:19).

O vocábulo “El” também aparece em formas como “El Shaddai” (Deus Todo-poderoso”; Gn 17:1; Êx 6:3. Para mais detalhes, veja a seção “O Deus de Abraão”, no artigo sobre Abraão); “El Elyom” (Deus Altíssimo; Dt 32:8; Dn 7:18-22; etc.); “El Betel” (Deus de Betel; Gn 35:7); e “El Olam” (Deus Eterno; Gn 21:33; veja também Sl 90:2).
Yahweh (o Senhor). O vocábulo Yahweh, que geralmente é traduzido como “Senhor”, em nossas versões da Bíblia em Português, tem sido corretamente chamado de “o nome da aliança de Deus”. Foi por este título que o Deus de Abraão, Isaque e Jacó escolheu revelar-se a Moisés (Êx 6:3). Sem dúvida, os seguidores fiéis do Senhor já o conheciam por este nome antes da revelação da sarça ardente, mas com Moisés há mais revelações da fidelidade de Yahweh à aliança e de sua comunhão íntima com seu povo. O nome em si é derivado do verbo hebraico “ser”. Moisés imaginou pessoas que lhe perguntariam pelo nome do Deus que lhe apareceu, quando voltasse para seu povo. O Senhor lhe respondeu: “EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós” (Êx 3:14; veja
v. 15). Yahweh, portanto, significa algo como “Ele é” ou talvez “Ele traz à existência”.

Como o nome revelado de Deus, o título “Yahweh” trazia uma declaração da existência contínua do Senhor e sua presença permanente com seu povo. Foi Ele quem se apresentou a Moisés e ao povo de Israel através das gerações como o Deus da aliança, o que sempre seria fiel às suas promessas em favor de seu povo. Foi sob este nome que o povo da aliança adorou a Deus. No NT, os cristãos entenderam que o Senhor da aliança era Jesus Cristo e, assim, ideias e atributos do AT que pertenciam a Yahweh foram trazidos e aplicados a Jesus. Para uma discussão mais detalhada do grande significado deste nome, veja Senhor.
Adonai (Senhor). Com o significado de “Senhor” ou “Mestre”, este termo é aplicado a seres humanos em posição de autoridade. Quando relacionado a Deus, entretanto, geralmente é usado junto com o nome Yahweh. Isso apresenta algumas dificuldades na tradução. Não é fácil ler a frase “O senhor senhor”! Assim, geralmente traduz-se como “Senhor Deus” (2Sm 7:28; Is 28:16-56.8; etc.).
Rocha. A fidelidade, a confiabilidade e a graça salvadora do Deus da aliança são ocasionalmente descritas por meio do epíteto “Rocha” (Dt 32:4-15, 18; 2 Sm 22.3, 47; Sl 62:7; Hc 1:12; etc.).
Outros nomes. Embora algumas vezes sejam tomados como nomes, muitos outros termos aplicados a Deus são adjetivos. São usados para descrever o Senhor, atribuir louvor ao seu nome e diferenciá-lo dos deuses pagãos. Juízes 6:24 diz que “o Senhor é paz”. Outros textos falam sobre Deus como “o Santo” ou “o Santo de Israel”, a fim de estabelecer um elo no AT entre a sua santidade e a necessidade de que o seu povo seja santo (6:10; Pv 9:10; Is 12:6). Deus também é conhecido como o “Rei” (veja Rei), o “Senhor Todo-poderoso”, “o Senhor é minha Bandeira”, entre outros.
Jeová. Este termo é pouco citado nas modernas versões da Bíblia. Deve, contudo, ser mencionado aqui como um nome que ainda sobrevive em algumas traduções. É suficiente dizer que, em hebraico, o termo YHWH aparece e, na maioria das vezes, é traduzido como SENHOR, em nossas versões, ou colocam-se vogais e assim lê-se Yahweh (o que alguns colaboradores deste volume têm feito). Jeová deriva de uma leitura equivocada de Yahweh. O pano de fundo do problema com o nome “Jeová” é explicado no verbete Senhor.


A Trindade

O cristianismo tradicionalmente argumenta que muitas evidências bíblicas revelam Deus em três pessoas distintas. Para alguns, tal definição do Senhor tem causado sérios problemas. A história da Igreja é permeada pelo surgimento de seitas que não reconheciam Jesus Cristo como Deus ou que se recusavam a aceitar a visão trinitária do Senhor; outras não viam um dos componentes da Trindade como totalmente Deus, ou negavam que houvesse distinções entre as três pessoas. Outros grupos estão totalmente fora do ensino bíblico e entram efetivamente no mundo do triteísmo, uma noção negada explicitamente na Bíblia, como, por exemplo, na oração da “Shema” (Dt 6:4). Embora o termo “trindade” não seja mencionado nas Escrituras, os cristãos sempre creram que somente ele pode fazer justiça à revelação bíblica da “plenitude” de Deus. Começando com o AT, os cristãos apontam indicações que pressagiam um ensino mais detalhado no NT. Muitas passagens conduzem para a pluralidade relacionada com o que é o “único Deus”. Muitos textos sugerem uma identificação do Messias que virá com o próprio Deus. Ele será chamado de Deus Poderoso, governará em completa soberania e será eterno — atributos divinos (Is 9:6-7; Sl 2; etc.). Mas indicações também estão presentes na compreensão da própria criação, no AT. Embora algumas pessoas neguem seu significado, é interessante notar que o Senhor refere-se a si mesmo com o termo plural “elohim” em certas passagens. Em Gênesis 1, é Deus quem cria, por meio de sua Palavra e pelo seu Espírito (Gn 1:1-3). Às vezes essa referência no plural parece ainda mais notável, feita de forma explícita com o uso de verbos e pronomes nas pessoas do plural; por exemplo, “Então disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem...” (Gn 1:26-3.22; 11.7; Is 6:8). Existe também uma personalização da “Palavra de Deus” que criou os céus (Sl 33:6). Algo semelhante ocorre em Provérbios 8, onde a sabedoria do Senhor é personalizada como o próprio Deus que opera no mundo, concede vida e envolve-se com a própria criação (principalmente Pv 8:12-21).

Alguns sugerem que “o anjo do Senhor” também deve ser identificado com Deus e ainda assim é distinto dele (Êx 3:2-6; veja também Anjo do Senhor). Em Isaías 63:1014, o Espírito Santo é identificado como Agente de Deus. Esse tipo de evidência espera por sua interpretação mais completa no NT (veja também Teofanias).

No NT, aspectos da doutrina da Trindade surgem primeiro quando os discípulos e seguidores de Jesus reconhecem as obras e as palavras de Deus nas atitudes de Jesus. Realmente, o problema dos líderes religiosos daquela época foi justamente que algumas das coisas que Cristo fazia e dizia só seriam feitas e ditas por Deus; portanto, eles alegavam que Jesus blasfemava, ao tentar passar por Deus. Por exemplo, Cristo perdoou os pecados do paralítico, algo que os escribas acreditavam que somente Deus era capaz de fazer; portanto, era uma blasfêmia. Jesus então demonstrou sua autoridade divina, ao curar o homem completamente (Mt 9:2-6). João 8 é especialmente esclarecedor sobre essa questão e traz uma série de declarações feitas por Jesus. Sua alegação de pertencer a Deus e ser enviado por Ele (vv. 14, 23), de partir para um lugar desconhecido dos líderes religiosos (v. 14), intimamente combinada com o uso da expressão “Eu Sou” e sua declaração de ter existido antes de Abraão (vv. 24, 28, 58, etc.), tudo isso ocasionou uma acusação de blasfêmia e a tentativa de apedrejamento — a punição para aquela transgressão (v. 59). Jesus aceitou a confissão de Pedro de que Ele era o Cristo (Mc 8:29-30) e alegou ter “todo” poder e autoridade antes de fazer uma das principais declarações trinitárias da Bíblia: “Ide... batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28:18).

Em todo o NT, ambos, o Espírito Santo e Jesus, são apresentados como seres divinos. João 1:1-14 fala de Cristo como preexistente. Romanos 9:5 geralmente é destacado por alguns teólogos, mas provavelmente a leitura deveria ser essa: “Cristo, que é Deus sobre todos, seja louvado...” (veja também Cl 2:9; Hb 1:9-10; etc.). O Espírito Santo também é visto como Deus (veja At 5:3-4; Jo 15:26; Mc 3:29-2 Co 3.17; etc.).

São também interessantes as passagens do NT onde os escritores apostólicos aplicam a Jesus o nome de Yahweh do AT (Senhor). Veja, por exemplo, Romanos 1:0-13, onde a confissão da fé em Cristo é provada como confissão de fé em Deus, por uma referência que aponta para o AT e menciona Yahweh. Vários textos merecem um exame cuidadoso, pois trazem o entendimento do AT sobre Yahweh ou aplicam declarações concernentes a Yahweh, no AT, e a Jesus, no NT. Por exemplo, veja João 1:2-41 (cf. Is 6:10); Atos 2:34-36; I Coríntios 1:30-31; 12.3; Filipenses 2:9-11 (cf. Is 45:23), etc.

Em muitas passagens bíblicas, a ideia do Deus trino é no mínimo implícita nos textos do NT, se não explícita. O batismo de Jesus envolveu o Filho, o Pai e o Espírito Santo (Mt 3:13-17). O mencionado em Mateus 28:19 é em nome das três pessoas da Trindade. Jesus referiu-se ao Espírito Santo como “outro Consolador”. Assim como o Pai enviou Cristo, Ele mandaria o Espírito Santo (Jo 14:15-23). Veja também a obra do Pai, do Filho e do Espírito Santo na vida do crente (Ef 3:14-19).

As Escrituras revelam uma figura de Deus em três pessoas e a isso nós chamamos de “Trindade”. O Pai não é maior do que o Filho e ambos são distintos do Espírito Santo, embora exista um ensino claro tanto no AT como no NT de que Deus é único. Existem três pessoas, mas apenas um Senhor. Tal ensino, quando apresentado em conjunto, implica um modo de existência longe do que nossa mente humana possa entender. É por esta razão que todas as analogias humanas invariavelmente fracassam quando se trata de explicar o que significa a Trindade.

Os cristãos estão convencidos de que negar essa doutrina é renunciar à clara evidência bíblica sobre o próprio Deus. Um escritor resumiu o ensino bíblico dessa maneira: “A doutrina da Trindade não explica plenamente o misterioso caráter de Deus. Pelo contrário, estabelece as fronteiras, fora das quais não devemos andar... Isso exige que sejamos fiéis à revelação bíblica que em um sentido Deus é um e num sentido diferente ele é três” (R. C. Sproul).

Conclusão

O Deus da Bíblia é revelado como Eterno, Majestoso, Transcendente, Onipotente e Onisciente. Também é descrito como o Criador de todo o Universo e das pessoas e, neste contexto, revela a si mesmo em sua Palavra como um Deus pessoal, amoroso e soberano, um Deus justo, verdadeiro e íntegro. Deus é revelado como o Pai, o Filho e o Espírito Santo. É o Deus presente com seu povo (Emanuel, Deus conosco) e atuante em toda a criação, embora de modo algum seja absorvido por ela, como certas religiões orientais ensinam. Embora seja um Deus santo, separado e distinto da criação e das criaturas, não permite que o mundo se perca totalmente em seu pecado, sem nenhuma esperança de redenção; pelo contrário, revela a si mesmo como um Deus de amor que salva e redime todo aquele que o busca. Sua graça salvadora é vista claramente em sua vinda aqui na Terra: Jesus, o Filho de Deus, veio para ser o Salvador e Redentor da humanidade. Esta dádiva é experimentada por meio de sua Palavra (a Bíblia) e da presença do Espírito Santo no coração e na vida daqueles que crêem nele. Quanto mais a Bíblia é lida, fica mais claro que todo o seu povo é exortado repetidamente a cantar louvores ao Deus Todo-poderoso que, embora seja transcendente, está presente, a fim de sustentar, cuidar e salvar. “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos jubilosos e imaculados diante da sua glória, ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

P.D.G.


Deus [hebr. El, Elah, Eloah, Elohim; gr. theós]

O nome mais geral da Divindade (Gn 1:1; Jo 1:1). Deus é o Ser Supremo, único, infinito, criador e sustentador do universo. É espírito pessoal e subsiste em três pessoas ou distinções: Pai, Filho e Espírito Santo (v. TRINDADE). É santo, justo, amoroso e perdoador dos que se arrependem. O ateu diz que Deus não existe; o agnóstico diz que não podemos saber se Deus existe ou não; o crente sabe que Deus existe e afirma: “... nele vivemos, nos movemos e existimos” (At 17:28).

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NOMES DE DEUS

Nas Escrituras Sagradas Deus é chamado por vários nomes e cognomes (títulos), que seguem alistados na ordem decrescente do número de ocorrências:


1) SENHOR (hebr. JAVÉ, ???? - Gn 2:4);


2) DEUS (Gn 1:1);


3) SENHOR DOS EXÉRCITOS (Jr 33:11);


4) Pai (Is 63:16; Mt 6:8-9);


5) SENHOR (propriamente dito - Sl 114:7);


6) SANTO de ISRAEL (Is 1:4);


7) ALTÍSSIMO (Gn 14:18);


8) Todo-poderoso (Gn 49:25; 2Co 6:18);


9) Deus Vivo (Os 1:10; 1Ts 1:9);


10) Rei (Sl 24; 1Tm 6:15);


11) Rocha (Dt 32:18; Is 30:29);


12) REDENTOR (19:25);


13) SALVADOR (Sl 106:21; Lc 1:47);


14) Juiz (Gn 18:25; 2Tm 4:8);


15) O Poderoso (Gn 49:24, RA; RC, Valente);


16) O PRIMEIRO E O ÚLTIMO (Ap 22:13);


17) ETERNO DEUS (Is 40:28);


18) Pastor (Gn 49:24);


19) ANCIÃO DE DIAS (Dn 7:9);


20) O Deus de BETEL (Gn 31:13);


21) O Deus Que Vê (Gn 16:13).


Deus O judaísmo apresentava uma visão estritamente monoteísta da divindade. As afirmações a respeito que aparecem no Antigo Testamento não podem ser mais explícitas. Antes e depois dele não houve nem haverá outros deuses (Is 43:10-11). Tudo criou sem ajuda nem presença de ninguém (Is 44:24; 45,12). É o primeiro e o último (Is 44:6), clemente e misericordioso (Sl 111:4), o que cuida dos oprimidos (Sl 113:7), o que cura todas as dores e perdoa todas as iniqüidades (Sl 103:3).

Foi ele quem entregou a Torá a Moisés no Sinai (Êx 19:20) e que estabeleceu uma Aliança Eterna com Israel como povo seu. Ele que falou através dos profetas, ele que não pode ser representado por nenhum tipo de imagem, desenho ou pintura (Ex 20:4ss.) etc.

Deste Deus se esperava que enviaria seu messias e que no final dos tempos ressuscitaria os justos e injustos, proporcionando recompensa eterna aos primeiros e castigo vergonhoso e consciente aos segundos (Dn 12:2).

Nos evangelhos encontramos uma aceitação de todas essas afirmações. Deus é único (Mc 12:29ss.), é o Deus dos patriarcas (Mt 22:32), é o único que pode receber culto e serviço (Mt 6:24; Lc 4:8). Para ele tudo é possível (Mt 19:26; Lc 1:37). Ainda que faça brilhar o sol sobre justos e injustos (Mt 5:45), só é Pai daqueles que recebem Jesus (Jo 1:12). Essa relação de paternidade entre Deus e os seguidores de Jesus explica por que ele é tratado como Pai (Mt 11:25ss.; Mc 14:36; Lc 23:34.46; Jo 11:41; 17, 1.5.11). A ele se deve dirigir no oculto do coração e sem usar contínuas repetições como os pagãos (Mt 6:4.
18) e nele se deve confiar sem sombra de dúvida (Mt 6:26-32; 10,29-31; Lc 15). E podemos então chegar a conhecê-lo porque se nos revelou em Jesus (Jo 1:18).

Esse monoteísmo com o qual Deus é contemplado no Novo Testamento encontra-se, não obstante, selecionado através da fé na Trindade, que afirma uma pluralidade de pessoas no âmago da única divindade. Existem precedentes da crença na divindade do messias no judaísmo, assim como da atuação de Deus em várias pessoas. De fato, o judeu-cristianismo posterior — tal como registra o Talmude — apenas se referiu a elas para defender sua essência judaica. Assim, no Antigo Testamento, atribui-se ao Messias o título divino de El-Guibor (Is 9:5-6); Deus se expressa em termos plurais (Gn 1:26-27; Is 6:8); o malak YHVH ou o anjo de YHVH não é senão o próprio YHVH (Jz 13:20-22) etc, expressões que foram interpretadas como sinais da revelação da Trindade.

Nos evangelhos encontramos de fato afirmações nesse sentido que não podem ser consideradas equívocas. Por exemplo: Jesus é denominado Deus (Jo 1:1; 20-28 etc.); afirma-se que o Filho de Deus é igual a Deus (Jo 5:18); ressalta-se que era adorado pelos primeiros cristãos (Mt 28:19-20 etc.), recebe a designação de “Verbo”, termo procedente dos targuns aramaicos para referir-se ao próprio YHVH (Jo 1:1) etc.

Tem-se discutido se todos esses enfoques procedem realmente do próprio Jesus ou se, ao contrário, devem ser atribuídos à comunidade primitiva. Também se questiona o seu caráter judaico.

Atualmente, sabemos que esses pontos de vista não se originaram do helenismo, mas do judaísmo contemporâneo de Jesus (m. Hengel, A. Segal, C. Vidal Manzanares etc.). A característica que difere o cristianismo das outras doutrinas é afirmar essa hipóstase do Deus único, encarnado em Jesus. A este também retrocede todas as interpretações sobre sua pessoa. Para essa interpretação, defendem-se passagens de indiscutível autenticidade histórica, como a de Lc 10:21-22, assim como as de auto-identificação que Jesus atribui a si, como a Jokmah hipostática dos Provérbios (Lc 7:35; 11,49-51) e como o “Kyrios” (Senhor) do Antigo Testamento (Lc 12:35-38; 12,43ss.). Essas passagens de fato fazem parte da fonte Q, o que indica sua antigüidade.

m. Hengel, El Hijo de Dios, Salamanca 1978; A. Segal, Paul, The Convert, New Haven e Londres 1990; m. Gilbert - J. N. Aletti, La Sabiduría y Jesucristo, Estella; C. Vidal Manzanares, El primer Evangelio...; Idem, El judeo-cristianismo palestino...



i. os nomes de Deus. A palavra portuguesa Deus, que tem a mesma forma na língua latina, representa alguns nomes da Bíblia, referentes ao Criador.
(a): o termo de uso mais freqüente é Elohim, que restritamente falando, é uma forma do plural, derivando-se, presumivelmente, da palavra eloah. Mas, embora seja plural, é certo que, quando se refere ao único verdadeiro Deus, o verbo da oração, de que Elohim é o sujeito, e o nome predicativo vão quase invariavelmente para o singular. As principais exceções são quando a pessoa que fala, ou aquela a quem se fala, é um pagão (Gn 20:13 – 1 Sm 4.8).
(b): El, provavelmente ‘o único que é forte’, também ocorre freqüentemente. E encontra-se este nome com adições: El-Elyon, ‘o Deus Altíssimo’ (Gn 14:18) – El-Shaddai, ‘o Deus Todo-poderoso’ (Gn 17:1) – e entra na composição de muitos vocábulos hebraicos (por exemplo Eliabe, Micael).
(c): Adonai, Senhor, ou Superior. Esta palavra e as duas precedentes eram empregadas quando se queria significar o Deus da Humanidade, sem especial referência ao povo de israel.
(d): Todavia, Jeová, ou mais propriamente Jahveh, o Senhor, o Ser que por Si mesmo existe, o Ser absoluto, que é sempre a Providência do Seu povo, designa Aquele que num especial sentido fez o pacto com o povo de israel.
(e): outro nome, ou antes, titulo, ‘o Santo de israel’ (is 30:11) merece ser aqui mencionado, porque ele nos manifesta o alto ensino moral dos profetas, fazendo ver aos israelitas que o Senhor, a Quem eles adoravam, estava muito afastado dos ordinários caminhos do homem, e portanto era necessário que o Seu povo fosse como Ele, odiando o pecado. É sob este título que o Senhor é reconhecido como uma pedra de toque não só da pureza cerimonial, mas também da pureza ética.
(f): Pai. Nas primitivas religiões semíticas, este termo, enquanto aplicado aos deuses, tinha uma base natural, pois que os povos acreditavam que eram descendentes de seres divinos. Todavia, no A.T. é Deus considerado como o Pai do povo israelita, porque Ele, por atos da Sua misericórdia, o constituiu em nação (Dt 32:6os 11:1 – *veja Êx 4:22). De um modo semelhante é Ele chamado o Pai da geração davídica de reis, porque Ele a escolheu e a tornou suprema (2 Sm 7.14 – Sl 2:7-12 – 89.27). Mais tarde se diz que Deus Se compadece dos que o temem (isto refere-se particularmente aos israelitas e aos que aceitam a religião de israel), como um pai se compadece dos seus filhos (Sl 103:13Mt 3:17).
ii. A doutrina de Deus. Certas considerações nos são logo sugeridas sobre este ponto.
(a): Em nenhuma parte da Bíblia se procura provar a existência de Deus. A crença no Criador é doutrina admitida. Nunca houve qualquer dúvida a respeito da existência da Divindade, ou da raça humana em geral. Entre os argumentos que podemos lembrar para provar a existência do Criador, devem ser notados: a relação entre causa e efeito, conduzindo-nos à grande Causa Primeira – a personalidade, a mais alta forma de existência que se pode conceber, de sorte que uma Causa Primeira, que carecesse de personalidade, seria inferior a nós próprios – a idéia de beleza, de moralidade, de justiça – o desejo insaciável, inato em nós, de plena existência que nunca poderia ser satisfeita, se não houvesse Aquele Supremo Ser, Luz, Vida e Amor, para onde ir.
(b): Deus é um, e único (Dt 6:4, doutrina inteiramente aceita por Jesus Cristo, Mc 12:29). Porquanto se houvesse mais que uma Divindade, haveria, de certo, conflito entre esses seres todo-onipotentes. Por isso, contrariamente ao dualismo de Zoroastro, segundo o qual há dois seres supremos, um bom e outro mau, a Bíblia ensina que Deus tem a autoridade suprema mesmo sobre o mal (is 45:6-7). Este fato fundamental da Unidade de Deus não está em contradição com a doutrina cristã da Trindade, antes pelo contrário, a salvaguarda.
(c): Deus é o Criador e o Conservador de tudo (Gn 1:1At 17:24Ap 4:11 – e semelhantemente Jo 1:3 – Col 1.16, onde o imediato Agente é a Segunda Pessoa da Trindade). Todos os dias estamos aprendendo, com clareza de percepção, que a matéria não é coisa morta e sem movimento, que as próprias pedras tremem pela sua energia, sustentando a sua coesão pelas formidáveis e ativas forças que sem interrupção nelas operam. o nosso conhecimento, cada vez mais aperfeiçoado, sobre os métodos de Deus na Criação, leva-nos a um louvor cada vez mais elevado.
(d): Estamos, também, sabendo mais com respeito à relação de Deus para conosco, como governador e conservador de tudo. Relativamente a este assunto há duas verdades, nenhuma das quais deverá excluir a outra:
(1). Ele é transcendente, isto é, superior ao universo, ou acima dele (*veja is 40:22 – 42.5 – 1 Tm 6.16).
(2). É igualmente importante notar que Deus é imanente, isto é, está na matéria, ou com ela. Nesta consideração, nós e todos os seres vivemos Nele (At 17:28 – *veja também Jo 1:3-4) – e Ele em nós está pelo simples fato de que sendo Espírito (Jo 4:24) é dotado de onipresença.
iii. A adoração a Deus. Se a religião é, na verdade, uma necessidade natural, o culto é sua forma visível. Porquanto, embora possamos supor a priori que nos podemos colocar na presença da Divindade sem qualquer sinal exterior, é isto, contudo, tão incompatível como a natureza humana, e tão contrário às exigências da religião, visto como esta pede a adoração a Deus com toda a nossa complexa personalidade, que não é possível admitir-se tal coisa. É certo que Jesus Cristo disse: ‘Deus é Espirito – e importa que os seus adoradores o adorem em espirito e em verdade’ (Jo 4:24). (*veja Altar, Baal, igreja, Eloí, Espírito Santo, Jewá, Jesus Cristo, Senhor, Senhor dos Exércitos, Tabernáculo, Templo, Trindade, Adoração.)

Do latim deus, daus, que significa “ser supremo” ou “entidade superior”.

substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

Então

advérbio Agora ou naquela circunstância: acabei então de perceber que havia sido enganada!
Em determinada situação; nessa circunstância: o chefe está bem-humorado, então não há discussão.
Numa situação futura; num momento afastado do presente: você precisa se casar, então irá entender do que estou falando.
interjeição Que demonstra espanto; em que há admiração: então, você se casou?
Que se utiliza para animar (alguém): então, força!
substantivo masculino Período de tempo que passou: numa lembrança de então, recordou-se da juventude.
Etimologia (origem da palavra então). Do latim in + tunc/ naquele momento.

Senhor

substantivo masculino Proprietário, dono absoluto, possuidor de algum Estado, território ou objeto.
História Aquele que tinha autoridade feudal sobre certas pessoas ou propriedades; proprietário feudal.
Pessoa nobre, de alta consideração.
Gramática Forma de tratamento cerimoniosa entre pessoas que não têm intimidade e não se tratam por você.
Soberano, chefe; título honorífico de alguns monarcas.
Figurado Quem domina algo, alguém ou si mesmo: senhor de si.
Dono de casa; proprietário: nenhum senhor manda aqui.
Pessoa distinta: senhor da sociedade.
Antigo Título conferido a pessoas distintas, por posição ou dignidade de que estavam investidas.
Antigo Título de nobreza de alguns fidalgos.
Antigo O marido em relação à esposa.
adjetivo Sugere a ideia de grande, perfeito, admirável: ele tem um senhor automóvel!
Etimologia (origem da palavra senhor). Do latim senior.onis.

o termo ‘Senhor’, no A.T., paraexprimir Jeová, está suficientemente compreendido nesta última palavra – e, como tradução de ãdôn, não precisa de explicação. Em Js 13:3, e freqüentemente em Juizes e Samuel, representa um título nativo dos governadores dos filisteus, não se sabendo coisa alguma a respeito do seu poder. o uso de ‘Senhor’ (kurios), no N.T., é interessante, embora seja muitas vezes de caráter ambíguo. Nas citações do A.T., significa geralmente Jeová, e é também clara a significaçãoem outros lugares (*vejag. Mt 1:20). Mas, fora estas citações, há muitas vezes dúvidas sobre se a referência é a Deus como tal (certamente Mc 5:19), ou ao Salvador, como Senhor e Mestre. Neste último caso há exemplos do seu emprego, passando por todas as gradações: porquanto é reconhecido Jesus, ou como Senhor e Mestre no mais alto sentido (Mt 15:22 – e geralmente nas epístolas – *veja 1 Co 12.3), ou como doutrinador de grande distinção (Mt 8:21 – 21.3), ou ainda como pessoa digna de todo o respeito (Mt 8:6). Deve-se observar que kurios, termo grego equivalente ao latim “dominus”, era o título dado ao imperador romano em todas as terras orientais, em volta do Mediterrâneo. E isto serve para explicar o fato de aplicarem os cristãos ao Salvador esse título, querendo eles, com isso, acentuar na sua mente e na das pessoas que os rodeavam a existência de um império maior mesmo que o de César. Com efeito, o contraste entre o chefe supremo do império romano e Aquele que é o Senhor de todos, parece apoiar muitos dos ensinamentos do N.T. Algumas vezes se usa o termo ‘Senhor’ (Lc 2:29At 4:24, etc.) como tradução de despõtes, que significa ‘dono, amo’, sugerindo, quando se emprega a respeito dos homens, que ao absoluto direito de propriedade no mundo antigo estava inerente uma verdadeira irresponsabilidade. (*veja Escravidão.)

[...] o Senhor é a luz do mundo e a misericórdia para todos os corações.
Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Pelo Evangelho


Senhor
1) (Propriamente dito: hebr. ADON; gr. KYRIOS.) Título de Deus como dono de tudo o que existe, especialmente daqueles que são seus servos ou escravos (Sl 97:5; Rm 14:4-8). No NT, “Senhor” é usado tanto para Deus, o Pai, como para Deus, o Filho, sendo às vezes impossível afirmar com certeza de qual dos dois se está falando.


2) (hebr. ????, YHVH, JAVÉ.) Nome de Deus, cuja tradução mais provável é “o Eterno” ou “o Deus Eterno”. Javé é o Deus que existe por si mesmo, que não tem princípio nem fim (Ex 3:14; 6.3). Seguindo o costume que começou com a SEPTUAGINTA, a grande maioria das traduções modernas usa “Senhor” como equivalente de ????, YHVH (JAVÉ). A RA e a NTLH hoje escrevem “SENHOR”. A forma JAVÉ é a mais aceita entre os eruditos. A forma JEOVÁ (JEHOVAH), que só aparece a partir de 1518, não é recomendável por ser híbrida, isto é, consta da mistura das consoantes de ????, YHVH, (o Eterno) com as vogais de ???????, ADONAI (Senhor).


Senhor Termo para referir-se a YHVH que, vários séculos antes do nascimento de Jesus, havia substituído este nome. Sua forma aramaica “mar” já aparecia aplicada a Deus nas partes do Antigo Testamento redigidas nesta língua (Dn 2:47; 5,23). Em ambos os casos, a Septuaginta traduziu “mar” por “kyrios” (Senhor, em grego). Nos textos de Elefantina, “mar” volta a aparecer como título divino (pp. 30 e 37). A. Vincent ressaltou que este conteúdo conceitual já se verificava no séc. IX a.C. Em escritos mais tardios, “mar” continua sendo uma designação de Deus, como se vê em Rosh ha-shanah 4a; Ber 6a; Git 88a; Sanh 38a; Eruv 75a; Sab 22a; Ket 2a; Baba Bat 134a etc.

Em algumas ocasiões, Jesus foi chamado de “senhor”, como simples fórmula de cortesia. Ao atribuir a si mesmo esse título, Jesus vai além (Mt 7:21-23; Jo 13:13) e nele insere referências à sua preexistência e divindade (Mt 22:43-45; Mc 12:35-37; Lc 20:41-44 com o Sl 110:1). Assim foi também no cristianismo posterior, em que o título “Kyrios” (Senhor) aplicado a Jesus é idêntico ao empregado para referir-se a Deus (At 2:39; 3,22; 4,26 etc.); vai além de um simples título honorífico (At 4:33; 8,16; 10,36; 11,16-17; Jc 1:1 etc.); supõe uma fórmula cúltica própria da divindade (At 7:59-60; Jc 2:1); assim Estêvão se dirige ao Senhor Jesus no momento de sua morte, o autor do Apocalipse dirige a ele suas súplicas e Tiago acrescenta-lhe o qualificativo “de glória” que, na verdade, era aplicado somente ao próprio YHVH (Is 42:8). Tudo isso permite ver como se atribuíam sistematicamente a Jesus citações veterotestamentárias que originalmente se referiam a YHVH (At 2:20ss.com Jl 3:1-5).

Finalmente, a fórmula composta “Senhor dos Senhores” (tomada de Dt 10:17 e referente a YHVH) é aplicada a Jesus e implica uma clara identificação do mesmo com o Deus do Antigo Testamento (Ap 7:14; 19,16). Tanto as fontes judeu-cristãs (1Pe 1:25; 2Pe 1:1; 3,10; Hc 1:10 etc.) como as paulinas (Rm 5:1; 8,39; 14,4-8; 1Co 4:5; 8,5-6; 1Ts 4:5; 2Ts 2:1ss. etc.) confirmam essas assertivas.

W. Bousset, Kyrios Christos, Nashville 1970; J. A. Fitzmyer, “New Testament Kyrios and Maranatha and Their Aramaic Background” em To Advance the Gospel, Nova York 1981, pp. 218-235; L. W. Hurtado, One God, One Lord: Early Christian Devotion and Ancient Jewish Monotheism, Filadélfia 1988; B. Witherington III, “Lord” em DJG, pp. 484-492; O. Cullmann, o. c.; C. Vidal Manzanares, “Nombres de Dios” en Diccionario de las tres...; Idem, El judeo-cristianismo...; Idem, El Primer Evangelio...


Temor

substantivo masculino Ato ou efeito de temer; receio, susto, medo, pavor, terror: viver no temor da miséria, da velhice, da morte.
Sentimento de respeito profundo ou de reverência por: temor a Deus.
Figurado Algo ou alguém que provoca medo, terror: o pirata era o temor dos mares.
Sensação de instabilidade, de ameaça ou de dúvida: no emprego, vive em temor frequente.
Demonstração de rigor e pontualidade: cumpria com temor suas obrigações.
Etimologia (origem da palavra temor). Do latim timor.oris.

Reverência; respeito; veneração

Temor
1) Medo (Dt 7:18; Lc 1:12).


2) Respeito (Pv 1:7; Fp 5:21;
v. TEMER A DEUS).


3) Modo de se referir a Deus (Gn 31:42).


Strongs

Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
Provérbios 2: 5 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

Então entenderás o temor do SENHOR, e acharás o conhecimento de Deus.
Provérbios 2: 5 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

950 a.C.
H1847
daʻath
דַּעַת
conhecimento
(of knowledge)
Substantivo
H227
ʼâz
אָז
então
(Then)
Advérbio
H3068
Yᵉhôvâh
יְהֹוָה
o Senhor
(the LORD)
Substantivo
H3374
yirʼâh
יִרְאָה
medo, terror, temor
(the fear)
Substantivo
H430
ʼĕlôhîym
אֱלֹהִים
Deus
(God)
Substantivo
H4672
mâtsâʼ
מָצָא
achar, alcançar
(he found)
Verbo
H995
bîyn
בִּין
discernir, compreender, considerar
(discerning)
Verbo


דַּעַת


(H1847)
daʻath (dah'-ath)

01847 דעת da ath̀

procedente de 3045; DITAT - 848c; n m/f

  1. conhecimento
    1. conhecimento, percepção, habilidade
    2. discernimento, compreensão, sabedoria

אָז


(H227)
ʼâz (awz)

0227 אז ’az um adv demonstrativo; DITAT - 54; adv

  1. então, naquele tempo
    1. expressões temporais
      1. então (passado)
      2. então, se...então (futuro)
      3. anteriormente
    2. expressões lógicas
      1. nesse caso
      2. assim que (sendo assim)

יְהֹוָה


(H3068)
Yᵉhôvâh (yeh-ho-vaw')

03068 יהוה Y ehovaĥ

procedente de 1961; DITAT - 484a; n pr de divindade Javé = “Aquele que existe”

  1. o nome próprio do único Deus verdadeiro
    1. nome impronunciável, a não ser com a vocalização de 136

יִרְאָה


(H3374)
yirʼâh (yir-aw')

03374 יראה yir’ah

procedente de 3373; DITAT - 907b; n f

  1. medo, terror, temor
    1. medo, terror
    2. coisa temerosa ou aterrorizante (objeto que causa medo)
    3. termor (referindo-se a Deus), respeito, reverência, piedade
    4. reverenciado

אֱלֹהִים


(H430)
ʼĕlôhîym (el-o-heem')

0430 אלהים ’elohiym

plural de 433; DITAT - 93c; n m p

  1. (plural)
    1. governantes, juízes
    2. seres divinos
    3. anjos
    4. deuses
  2. (plural intensivo - sentido singular)
    1. deus, deusa
    2. divino
    3. obras ou possessões especiais de Deus
    4. o (verdadeiro) Deus
    5. Deus

מָצָא


(H4672)
mâtsâʼ (maw-tsaw')

04672 מצא matsa’

uma raiz primitiva; DITAT - 1231; v

  1. achar, alcançar
    1. (Qal)
      1. achar
        1. achar, assegurar, adquirir, pegar (algo que foi buscado)
        2. encontrar (o que está perdido)
        3. topar com, encontrar
        4. achar (uma condição)
        5. aprender, inventar
      2. achar
        1. achar
        2. detectar
        3. adivinhar
      3. surpreender, apanhar
        1. acontecer por acaso, encontrar, topar com
        2. atingir
        3. acontecer a
    2. (Nifal)
      1. ser achado
        1. ser encontrado, ser apanhado, ser descoberto
        2. aparecer, ser reconhecido
        3. ser descoberto, ser detectado
        4. estar ganho, estar assegurado
      2. estar, ser encontrado
        1. ser encontrado em
        2. estar na posse de
        3. ser encontrado em (um lugar), acontecer que
        4. ser abandonado (após guerra)
        5. estar presente
        6. provar que está
        7. ser considerado suficiente, ser bastante
    3. (Hifil)
      1. fazer encontrar, alcançar
      2. levar a surpreender, acontecer, vir
      3. levar a encontrar
      4. apresentar (oferta)

בִּין


(H995)
bîyn (bene)

0995 בין biyn

uma raiz primitiva; DITAT - 239; v

  1. discernir, compreender, considerar
    1. (Qal)
      1. perceber, discernir
      2. compreender, saber (com a mente)
      3. observar, marcar, atentar, distinguir, considerar
      4. ter discernimento, percepção, compreensão
    2. (Nifal) ter discernimento, ser inteligente, discreto, ter compreensão
    3. (Hifil)
      1. compreender
      2. fazer compreender, dar compreensão, ensinar
    4. (Hitpolel) mostrar-se com discernimento ou atento, considerar diligentemente
    5. (Polel) ensinar, instruir
  2. (DITAT) prudência, consideração