Enciclopédia de Lucas 3:1-1

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

lc 3: 1

Versão Versículo
ARA No décimo quinto ano do reinado de Tibério César, sendo Pôncio Pilatos governador da Judeia, Herodes, tetrarca da Galileia, seu irmão Filipe, tetrarca da região da Itureia e Traconites, e Lisânias, tetrarca de Abilene,
ARC E NO ano quinze do império de Tibério César, sendo Pôncio Pilatos presidente da Judeia, e Herodes tetrarca da Galileia, e seu irmão Filipe tetrarca da Itureia, e da província de Traconites, e Lisâneas tetrarca da Abilínia.
TB No décimo quinto ano do reinado de Tibério César, sendo Pôncio Pilatos governador da Judeia, Herodes, tetrarca da Galileia, seu irmão Filipe, tetrarca da região da Itureia e Traconites, e Lisânias, tetrarca de Abilene,
BGB Ἐν ἔτει δὲ πεντεκαιδεκάτῳ τῆς ἡγεμονίας Τιβερίου Καίσαρος, ἡγεμονεύοντος Ποντίου Πιλάτου τῆς Ἰουδαίας, καὶ τετρααρχοῦντος τῆς Γαλιλαίας Ἡρῴδου, Φιλίππου δὲ τοῦ ἀδελφοῦ αὐτοῦ τετρααρχοῦντος τῆς Ἰτουραίας καὶ Τραχωνίτιδος χώρας, καὶ Λυσανίου τῆς Ἀβιληνῆς τετρααρχοῦντος,
HD No ano décimo quinto do império de Tibério César, quando Pôncio Pilatos governava a Judeia, Herodes era tetrarca da Galileia, Filipe, seu irmão, tetrarca da região da Itureia e da Traconites, e Lisânias tetrarca de Abilene;
BKJ Ora, no décimo quinto ano do reinado de Tibério César, sendo Pôncio Pilatos governador da Judeia, e Herodes sendo o tetrarca da Galileia, e seu irmão Filipe, tetrarca da Itureia e da região de Traconites, e Lisânias, tetrarca de Abilene,
LTT Ora, no décimo quinto ano do reinado de Tibério César, enquanto sendo- governante da Judeia Pôncio Pilatos, e sendo- tetrarca da Galileia Herodes (Antipas) ①, e o seu irmão Filipe sendo- tetrarca da Itureia e da região de Traconites, e Lisânias sendo- tetrarca da região de Abilene,
BJ2 No ano décimo quinto do império de Tibério César,[l] quando Pôncio Pilatos[m] era governador da Judéia, Herodes[n] tetrarca da Galiléia, seu irmão Filipe[o] tetrarca da Ituréia e da Traconítide, Lisânias[p] tetrarca de Abilene,
VULG Anno autem quintodecimo imperii Tiberii Cæsaris, procurante Pontio Pilato Judæam, tetrarcha autem Galilææ Herode, Philippo autem fratre ejus tetrarcha Iturææ, et Trachonitidis regionis, et Lysania Abilinæ tetrarcha,

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Lucas 3:1

Gênesis 49:10 O cetro não se arredará de Judá, nem o legislador dentre seus pés, até que venha Siló; e a ele se congregarão os povos.
Mateus 14:1 Naquele tempo, ouviu Herodes, o tetrarca, a fama de Jesus.
Mateus 14:3 Porque Herodes tinha prendido João e tinha-o manietado e encerrado no cárcere por causa de Herodias, mulher de seu irmão Filipe;
Mateus 27:2 E, manietando-o, o levaram e o entregaram ao governador Pôncio Pilatos.
Marcos 6:17 Porquanto o mesmo Herodes mandara prender a João e encerrá-lo manietado no cárcere, por causa de Herodias, mulher de Filipe, seu irmão, porquanto tinha casado com ela.
Lucas 2:1 E aconteceu, naqueles dias, que saiu um decreto da parte de César Augusto, para que todo o mundo se alistasse.
Lucas 3:19 Sendo, porém, o tetrarca Herodes repreendido por ele por causa de Herodias, mulher de seu irmão Filipe, e por todas as maldades que Herodes tinha feito,
Lucas 9:7 E o tetrarca Herodes ouvia tudo o que se passava e estava em dúvida, porque diziam alguns que João ressuscitara dos mortos,
Lucas 23:1 E, levantando-se toda a multidão deles, o levaram a Pilatos.
Lucas 23:6 Então, Pilatos, ouvindo falar da Galileia, perguntou se aquele homem era galileu.
Lucas 23:24 Então, Pilatos julgou que devia fazer o que eles pediam.
Atos 4:27 Porque, verdadeiramente, contra o teu santo Filho Jesus, que tu ungiste, se ajuntaram, não só Herodes, mas Pôncio Pilatos, com os gentios e os povos de Israel,
Atos 23:26 Cláudio Lísias a Félix, potentíssimo governador, saúde.
Atos 24:27 Mas, passados dois anos, Félix teve por sucessor a Pórcio Festo; e, querendo Félix comprazer aos judeus, deixou a Paulo preso.
Atos 26:30 Dizendo ele isto, se levantou o rei, e o governador, e Berenice, e os que com eles estavam assentados.

Notas de rodapé da LTT

As notas de rodapé presentes na Bíblia versão LTT, Bíblia Literal do Texto Tradicional, são explicações adicionais fornecidas pelos tradutores para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas são baseadas em referências bíblicas, históricas e linguísticas, bem como em outros estudos teológicos e literários, a fim de fornecer um contexto mais preciso e uma interpretação mais fiel ao texto original. As notas de rodapé são uma ferramenta útil para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira compreender melhor o significado e a mensagem das Escrituras Sagradas.
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Mapas Históricos

Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados ​​para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.

O MINISTÉRIO DE JESUS: PRIMEIRO ANO

30 d.C. a março de 31 d.C.
JOÃO BATISTA
Um indivíduo um tanto incomum que se vestia com roupas de pelo de camelo e coma gafanhotos e mel silvestre apareceu no deserto da Judeia, uma região praticamente desprovida de vegetação entre Jerusalém e o mar Morto, e começou a pregar: "Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus" (Mt 3:2). Devido as batismos em massa realizados por ele no rio Jordão, esse profeta veio a ser chamado de João Batista. Era um parente de Jesus, pois suas mães eram aparentadas. Lucas data o início do ministério de João do décimo quinto ano de Tibério César. Augusto, o antecessor de Tibério, havia falecido em 19 de agosto de 14 .C., de modo que João iniciou seu ministério em 29 .dC. Jesus saiu da Galileia e foi a Betânia, na margem leste do Jordão, para ser batizado por João. De acordo com Lucas, nessa ocasião o Espírito Santo desceu sobre Jesus e ele começou seu ministério, tendo, na época, cerca de trinta anos de idade.

OS QUATRO EVANGELHOS
Dependemos inteiramente dos quatro Evangelhos para um registro detalhado da vida e ministério de Jesus. Os Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas são visivelmente semelhantes. O. Evangelho de Mateus contém 91% do Evangelho de Marcos, enquanto o de Lucas contém 53% de Marcos: o uso de fontes comuns, tanto orais quanto escritas, costuma ser postulado como motivo para essas semelhanças. O Evangelho de João apresenta a vida de Jesus de um ponto de vista diferente, enfatizando os ensinamentos de Jesus. De acordo com os Evangelhos, Mateus e loão foram apóstolos de Jesus que passaram três anos com ele. Acredita-se que joão Marcos trabalhou com Pedro. Lucas, um médico e companheiro de viagens do apóstolo Paulo, não foi testemunha ocular do ministério de Jesus, mas compilou o seu relato a partir de informações de outras testemunhas oculares.

OUTRAS CONSIDERAÇÕES CRONOLÓGICAS
Apesar dos quatro Evangelhos tratarem do ministério de Jesus em detalhes, seu conteúdo é organizado de forma temática, e não de acordo com uma cronologia rígida. Neste Atlas procuramos colocar os acontecimentos da vida de Jesus numa sequência cronológica. Se outros que estudaram as mesmas evidências chegaram a conclusões diferentes, estas devem ser igualmente respeitadas, sendo necessário, porém, levar em consideração alguns indicadores cronológicos. O Evangelho de João registra três Páscoas, incluindo aquela em que Jesus morreu. Assim, o ministério de Cristo se estendeu por pelo menos dois anos, apesar do consenso acadêmico favorecer um período de três anos. Na primeira Páscoa, os judeus comentam que o templo de Herodes estava em construção há 46 anos. Uma vez. que Herodes "se pôs a construir" o templo em Jerusalém em 19 a.C., há quem considere que o ministério de Jesus se iniciou em 25 d.C., quatro anos antes da data calculada de acordo com o Evangelho de Lucas, como mencionamos anteriormente. Argumenta-se, portanto, que os 46 anos mencionados não incluem o tempo gasto para juntar os materiais necessários antes do início da construção.

JESUS É TENTADO POR SATANÁS
Conforme o relato dos Evangelhos, depois de seu batismo Jesus foi conduzido pelo Espírito para o deserto e tentado por Satanás. Numa das tentações, Jesus foi transportado a Jerusalém e tentado a se lançar do ponto mais alto do templo, talvez uma referência à extremidade sudeste do templo, da qual havia uma queda de cerca de 130 m até o fundo do vale do Cedrom. Em outra tentação, Jesus foi levado ao alto de um monte de onde Satanás lhe mostrou todos os reinos da terra e seu esplendor.

O PRIMEIRO MILAGRE DE JESUS
Jesus e sua mãe, Maria, foram convidados para um casamento em Caná da Galileia. Quando o vinho acabou, Maria pediu a ajuda de Jesus e ele realizou seu primeiro milagre, transformando em vinho a água que havia em seis talhas grandes de pedra usadas para as lavagens de purificação, num total de cerca de 600 litros. O mestre do banquete ficou justificadamente impressionado com a qualidade do vinho. Juntos, os quatro Evangelhos registram uns 35 milagres de Jesus.

JESUS PURIFICA O TEMPLO
Jesus foi a Jerusalém na época da Páscoa. Caso se adote a data de 30 d.C., nesse ano a Páscoa foi comemorada em 7 de abril. Irado com os comerciantes de bois, ovelhas e pombos e com os cambistas no pátio do templo, Jesus fez um chicote com cordas e os expulsou do local. "Não façais da casa de meu Pai casa de negócio" Jo 2:16, disse ele.

NICODEMOS E A MULHER SAMARITANA
Não é de surpreender que a medida tomada por Jesus no templo tenha suscitado a indignação das autoridades religiosas judaicas. Ainda assim, Nicodemos, um membro do concílio dirigente dos judeus, procurou Jesus durante a noite. A resposta de Jesus a ele é um resumo breve do plano de Deus para salvar a humanidade: "Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (jo 3:16). No caminho de volta à Galileia, Jesus parou numa cidade de Samaria chamada Sicar (atual Aksar). Os samaritanos eram inimigos de longa data dos judeus. Seu templo ao Senhor em Gerizim, perto de Siquém, havia sido destruído pelo governante judeu João Hircano em 128 a.C. Sentado junto ao poço de Jacó ao meio-dia, Jesus teve uma longa conversa com uma mulher samaritana sobre a água viva e a verdadeira adoração e lhe revelou que era o Messias, chamado Cristo.

JESUS VOLTA À GALILEIA
De volta à Galileia, Jesus encontrou um oficial do rei cujo filho estava enfermo em Cafarnaum. O Evangelho de João 4.43 45 relata como foi necessária apenas uma palavra de Jesus para restaurar a saúde do filho. Ao voltar a Nazaré, a cidade de sua infância, Jesus leu um trecho do profeta Isaías na sinagoga:
"O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para por em liberdade os oprimidos, e apregoar o ano aceitável do Senhor."
Lucas 4:18-19
Quando Jesus afirmou que estas palavras das Escrituras estavam se cumprindo naquele momento, o povo da sinagoga se enfureceu e o expulsou da cidade.

JESUS CHAMA OS PRIMEIROS DISCÍPULOS
Jesus se dirigiu a Cafarnaum, junto ao lago da Galileia, no qual, hoje em dia, há dezoito espécies de peixe, dez delas comercialmente expressivas. Ali, chamou dois pares de irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André; e Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João. Os quatro eram pescadores, mas Jesus lhes disse para deixarem suas redes e segui-lo. Esse encontro talvez não tenha corrido Dor acaso como os evangelistas dão a entender. Provavelmente loo e. sem duvida. André, haviam sido discipulados de João Batista e encontrado com Jesus depois de seu batismo, quando André Lhe apresentou seu irmão, Pedro. Ademais, Tiago e João talvez fossem primos de Jesus caso, conforme proposto por alguns, sui mãe, Salomé, fosse irmã de Maria, mãe de Jesus.

JESUS NA GALILEIA
Marcos e Lucas descrevem como Jesus confrontou um homem possuído de um espírito mundo na sinagoga em Cafarnaum. As ruínas da sinagoga em Cafarnaum são datas do século IV d.C., mas debaixo delas, pode-se ver paredes parcialmente preservadas de basalto negro provavelmente construídas no seculo I. Essa pode ter sido a sinagoga que um centurião havia dado de presente à cidade e que foi visitada por Jesus. 10 Kim seguida, Jesus percorreu Galileia ensinando nas sinagogas, pregando as boa novas do reino de Deus e curando toda sorte de doenças e enfermidades. Muitos outros enfermos toram levados até ele e grandes multidões acompanhavam. Algumas dessas pessoas vinham de regiões mais distantes, fora da Galileia, de Jerusalém e dalém do Jordão. Numa ocasião quando uma grande multidão se reuniu a beira do lago, Jesus ensinou o povo sentado num barco Em seguida, seguindo às instruções de Jesus, os discípulos levaram o barco a uma parte mai funda do lago e, lançando suas redes, pegaram tantos peixes que as redes começaram a romper.
Em 1985, houve uma seca em Israel e a água do lago da Galileia chegou a um nível incomumente baixo, revelando o casco de um barco antigo com 8.2 m de comprimento e 2,35 de largura, próximo de Magdala. Uma panela e uma lamparina encontradas no barco sugerem uma data do seculo I. confirmada por um teste de carbono 14 numa amostra da madeira do barco. Não ha como provar nenhuma ligação entre esse barco e qualquer pessoa dos Evangelhos, mas e quase certo que c barco e do período correspondente ao dos Evangelhos ou de um período bastante próximo Não é de surpreender que jornalistas tenham chamado a descoberta de "barco de Jesus"

JESUS ESCOLHE OS APÓSTOLOS
Em Cafarnaum, Jesus chamou Mateus, também conhecido como Levi, para ser seu discípulo Mateus era um coletor de impostos para o governo romano. Sua profissão era desprezada por muitos judeus, pois era considerada uma forma de colaboração com os conquistadores pagãos e vários coletores abusavam de seu cargo e defraudavam o povo. Numa ocasião, Jesus subiu em um monte e chamou doze de seus discípulos mais próximos, homens que receberam a designação de "apóstolos" (um termo que significa "os enviados") e, durante os dois anos seguintes, foram treinados e preparados por Jesus. Vários deles se tornaram líderes importantes da igreja primitiva.

O primeiro ano do ministério de Jesus Os números se referem, em ordem cronológica, aos acontecimentos do primeiro ano do ministério de Jesus.

Referências

Lucas 3:1

Lucas 3:23

Colossenses 4:14

Lucas 1:2

João 2.13

João 6:4

João 13:1

Mateus 4:5

Lucas 4:9

Mateus 27:56

Marcos 15:40

Marcos 1:21-27

Lucas 4:31-36

Lucas 7:4-5

Marcos 3:14

Lucas 6:13

primeiro ano do ministério de Jesus
primeiro ano do ministério de Jesus
Ruínas da sinagoga em Cafarnaum, datadas do século IV d.C. Na parte inferior, pode-se ver parte de uma parede de basalto negro, possivelmente de uma sinagoga construída no século I d.C.
Ruínas da sinagoga em Cafarnaum, datadas do século IV d.C. Na parte inferior, pode-se ver parte de uma parede de basalto negro, possivelmente de uma sinagoga construída no século I d.C.
Região de deserto do vale do Jordão, onde Jesus foi tentado por Satanás.
Região de deserto do vale do Jordão, onde Jesus foi tentado por Satanás.
Casco do assim chamado "barco de Jesus" uma embarcação de pesca do século I d.C. encontrada no mar da Galiléia em 1985.
Casco do assim chamado "barco de Jesus" uma embarcação de pesca do século I d.C. encontrada no mar da Galiléia em 1985.

HERODES, O GRANDE

40-4 a.C.
HERODES PASSA A SER REI
Dos últimos governantes da Judeia, o maior foi, sem dúvida, Herodes, o Grande, que não era judeu. Seu pai, Antipater, era idumeu, descendente dos edomitas do Antigo Testamento e sua mãe, Cipros, era árabe nabateia. Em 47 a.C,, os romano: nomearam Antipater governador da judeia. Ele, por sua vez, nomeou o filho, Herodes, prefeito Galiléia. Em 40 a.C., o Senado romano conferiu a Herodes o título de "rei dos judeus", mas para obter o poder correspondente ao título ele teve de lutar durante três anos contra o governante hasmoneu Antígono e sitar Jerusalém. Ao longo de todo o seu governo, Herodes foi um amigo e aliado leal de Roma.

MESTRE DE INTRIGAS
Herodes tomou Mariamne, neta do sacerdote exilado Hircano Il, como uma de sua dez esposas e, desse modo, procurou legitimar seu governo aos olhos dos judeus. Em 29 a.C., mandou assassinar Mariamne e iniciou uma erradicação sistemática da família hasmonéia. Em 7 a.C., ordenou que até seus dois filhos com Mariamne, Alexandre Aristobulo fossem mortos. Alguns dias antes de sua morte em 4 a.C., Herodes ordenou a execução de outro filho, Anupater. Referindo-se à proibição da lei judaica de comer carne de porco, o imperador romano Augusto comentou em tom de gracejo que era mais seguro ser um porco de Herodes do que ser seu filho!! Outras vítimas de Herodes foram o sumo sacerdote Aristóbulo III, afogado por ordem do rei na piscina em Jericó em 36 a.C.e o sumo sacerdote reempossado Hircano II, em 30 a.C. O GRANDE CONSTRUTOR O maior projeto de Herodes foi, sem dúvida, a reconstrução do templo de Jerusalém do qual trataremos em detalhes mais adiante. Desse templo, resta apenas o Muro das Lamentaçõe (muro ocidental), mas uma análise de vários outros projetos de Herodes mostra como sua construções eram grandiosas Na cidade chamada Torre de Estrato, no Mediterrâneo, Herodes construiu um porto com 36 m de profundidade, protegido por um quebra-mar de 60 m de largura. O maior porte artificial do Mediterrâneo recebeu o nome de Cesaréia, em homenagem a imperador romano. Blocos maciços com até 13,5 m de comprimento toram usados para fazer os oura-mares um canal foi criado especialmente para remover a areia do porto Esse local com uma área de 66 hectares conhecido hoje como Qisaya, possuía depósitos enormes, aquedutos, um hipódromo, um teatro e um anfiteatro, sendo que este último ainda não havia sido escavado quando da publicação desta obra. Herodes realizou várias obras em Samaria, antiga capital de Israel, o reino do norte. A cidade construída por ele na região recebeu o nome de Sebaste (Augusta) em homenagem ao imperador romano. O local, ainda conhecido como Sebaste nos dias de hoje, possuía uma área de 64 hectares, com uma rua ladeada de colunas, um hipódromo e um teatro.
Em Hebrom, o rei construiu um monumento colossal aos patriarcas (Haram el-Khalil), cercado por um muro alto e ornamentado de forma simples, porém imponente com pilastras alternadas com rebaixamentos. A maior pedra dessa construção mede 7,5 m por 1,4 m.
Em Massada, um monte escarpado com vista para o mar Morto, construiu uma grande fortaleza, cercada com muros de 6 m de altura, 3,5 m de largura e 38 torres, cada uma com pelo menos 21 m de altura. Na extremidade norte, a única parte desse local que fica à sombra durante a maior parte do dia, Herodes mandou construiu um palácio de três andares, suspenso sobre um desfiladeiro.
Em Jericó, construiu um palácio de inverno com jardins ornamentais e duas fortalezas nas imediações: uma em Tell el-Akabe, com vista para o Wadi Qelt, e outra chamada Ciprus, em homenagem à sua mãe, com vista para a cidade. Outras fortalezas construídas por Herodes foram Hircânia (Khirbet Mird), 13 km a sudeste de Jerusalém, próxima ao mar Morto, e Maqueronte (el-Mekawer), uma construção espetacular do outro lado do mar Morto, na atual Jordânia.
De acordo com Josefo, João Batista foi decapitado na fortaleza de Maqueronte.
Por fim, convém mencionar o Herodium, atual Jebel Fureidis, uma fortaleza circular no alto de uma colina artificial que fica 11 km ao sul de Jerusalém. Ela demarca o local de uma batalha travada em 40 a.C, na qual Herodes rechaçou um ataque violento de opositores judeus. A fortaleza era cercada por dois muros concêntricos e para chegar até la era preciso subir duzentos degraus. Herodes foi sepultado no Herodium, mas o paradeiro de seus restos mortais ainda é um mistério.

HERODES, O PAGÃO
Sempre desejoso de obter o favor dos romanos, Herodes construiu templos para Roma e Augusto em Cesaréia e Sebaste. Restaurou o templo de Apolo Pítio em Rodes, consagrou aos deuses duas estátuas na Acrópole em Atenas e aceitou a presidência honorária dos Jogos Olímpicos em Olímpia, na Grécia. Graças às suas origens iduméias e ao fato de simpatizar com práticas pagãs e ter erradicado os hasmoneus, Herodes nunca obteve popularidade mais ampla entre os judeus.

A MORTE DE HERODES
Depois de uma enfermidade longa e dolorosa, talvez sífilis, Herodes morreu em Jericó em 4 de março de 4 a.C. Seu corpo foi levado em procissão por 40 km até o Herodium, local que ele havia preparado para seu sepultamento. O reino foi dividido entre os três filhos restantes: a Judeia e a Samaria ficaram com Arquelau; a Galileia e a região da Peréia, do outro lado do Jordão, ficaram com Herodes Antipas (também chamado de Herodes o Tetrarca) e os territórios do nordeste ficaram com Filipe.' Salomé, que era irmã de Herodes, também recebeu dois territórios menores.

Referências

Mateus 14:3-12

Marcos 6:17-29

Mateus 2:22

Lucas 3:1

O Herodium (Jebel Fureidis), local onde Herodes, o Grande, foi sepultado.
O Herodium (Jebel Fureidis), local onde Herodes, o Grande, foi sepultado.
territórios governados por Herodes, o Grande Depois da morte de Herodes, seu reino foi dividido entre seus filhos. Dois territórios pequenos foram deixados para sua irmã, Salomé.
territórios governados por Herodes, o Grande Depois da morte de Herodes, seu reino foi dividido entre seus filhos. Dois territórios pequenos foram deixados para sua irmã, Salomé.
Moeda de Herodes, o Grande.
Moeda de Herodes, o Grande.
Em Cesaréia, Herodes construiu o maior porto artificial do mar Mediterrâneo. Uma parte dessa obra pode ser vista ainda nos dias de hoje.
Em Cesaréia, Herodes construiu o maior porto artificial do mar Mediterrâneo. Uma parte dessa obra pode ser vista ainda nos dias de hoje.

A GEOGRAFIA DA PALESTINA

Quando do alto se contempla a Terra Santa, os olhos imediatamente se deslocam para o corredor formado pelo vale do Jordão, que corre toda a extensão da Palestina, no sentido nortesul, do monte Hermom até a Arabá. Apesar da grande sinuosidade em seu curso mais baixo, ao contrário de outros rios, o Jordão é comprimido pelas altas paredes do vale, que fazem parte do vale da Grande Falha. Essa falha pertence a uma falha geológica de 6.500km, que vai da Síria até Moçambique. Milhões de anos atrás, as placas subterrâneas que sustentam os continentes da África e da Ásia avançaram uma contra a outra, fazendo que a crosta terrestre se envergasse e fendesse. Daí os aspectos distintivos da Palestina. A pressão entre as duas placas fez que os sedimentos abaixo da superfície se abaulassem e surgissem no oeste, formando as colinas da Judéia. Na Transjordânia, a placa se inclinou para cima e formou o alto Planalto Oriental. Entre os dois, o sedimento cedeu; daí a superfície do mar Morto estar 400m abaixo do nível do mar, o lugar mais baixo da terra. Para o clima e a vegetação da região, os efeitos desse cataclisma foram enormes. Mesmo com apenas 75km de largura, a Palestina tem altitudes variando entre 1000m (nas montanhas da Judéia) e 400m negativos (no mar Morto). Onde o terreno é baixo, estendendo-se a partir do litoral, prevalecem temperaturas altas e condições desérticas. Nas montanhas, as temperaturas são mais baixas, e as pastagens e cultivos são sustentados por chuvas refrescantes. Visto que o terreno ao norte do mar Morto é montanhoso, os ventos do oeste, vindo do Mediterrâneo, traziam chuvas que sustentavam grandes áreas de floresta. No sul do mar Morto, ventos secos e quentes, vindos da África e da Arábia, formaram os desertos.

O ar quente do Mediterrâneo traz invernos moderados para a zona litorânea, época em que caem 90% das chuvas, mas nas colinas e nas montanhas a temperatura pode chegar a abaixo de zero e pode nevar em lugares como Jerusalém. O verão, de maio a setembro, é quente e seco, passando de 38°C no vale do Jordão e junto ao mar Morto. Entre a região moderada do Mediterrâneo e as condições severas e áridas do deserto, há um clima intermediário de estepe. Nessa região, mais ou menos entre Hebrom e Berseba e na margem ocidental do planalto da Transjordânia, chove todo ano cerca de 20-30 cm, ao passo que as regiões de deserto geralmente recebem menos de 20 cm por ano. Há quem diga que a região passou por mudanças climáticas no decurso do tempo, e isso explicaria a alteração na vegetação nativa. Entretanto, não há indícios arqueológicos para tal. E mais provável que uma sucessão de povos tenha explorado demais os recursos naturais, principalmente a madeira, causando assim a erosão do solo e uma lenta desertificação da área. A necessidade de madeira nas construções e para servir de combustível exauriu o que antes era uma região de carvalhos, de pinheiros e de acácia. (Desde 1948, o governo de Israel tem desenvolvido um enorme programa de reflorestamento, numa tentativa de corrigir a situação.) A utilização descontrolada do terreno por ovelhas e cabras também destruiu o pasto natural, transformando grandes extensões de terra em cerrados. Exceção a esse desmatamento é o centro do vale do Jordão, que permanece uma densa floresta de tamargueiras e de cerrado de espinhos, "a floresta do Jordão" (Jr 12:5). A economia tradicional da Palestina era agrícola. O trabalho de pastores predominava nos terrenos mais pobres e nos mais altos, ao passo que a lavoura se desenvolvia nos vales em que choviam pelo menos 20 cm todos os anos. A rivalidade por causa da terra era muitas vezes fonte de conflito no AT, conforme retratam as histórias de Abraão e de Ló, podendo também explicar o confronto entre Caim e Abel.

 

 

DIAGRAMA DE BLOCOS DA PALESTINA
DIAGRAMA DE BLOCOS DA PALESTINA
MAPA DO RELEVO DA PALESTINA
MAPA DO RELEVO DA PALESTINA
OS DESERTOS EM VOLTA DA PALESTINA E MÉDIA DE CHUVAS ANUAL DA PALESTINA
OS DESERTOS EM VOLTA DA PALESTINA E MÉDIA DE CHUVAS ANUAL DA PALESTINA

HERODES, O GRANDE, RECONSTRÓI O TEMPLO

19-4 a.C.
AS MOTIVAÇÕES DE HERODES
Na esperança de conquistar o favor dos judeus, Herodes anunciou que reconstruiria o templo do Senhor em Jerusalém, construído por Zorobabel entre 520 e 516 a.C. Esse anúncio foi feito no décimo oitavo ano do seu reinado.' Caso se calcule o tempo do reinado de Herodes a partir do momento em que ele tomou posse de Jerusalém, em 37 a.C., a data desse anúncio é 19 a.C. A declaração não foi bem recebida por todos, pois alguns temiam que ele destruiria o templo antigo e não construiria outro em seu lugar. Para tranquilizar a população, Herodes publicou todos os planos para a construção antes de começar a demolir o templo antigo. Usaria a mesma pedra branca empregada por Salomão no primeiro templo. As pedras foram transportadas até o local em mil carroções. O trabalho foi dificultado pela necessidade de continuar com os cultos e sacrifícios e pela norma segunda a qual somente sacerdotes podiam entrar no templo. Herodes contratou dez mil operários especializados e mandou treinar mil sacerdotes para trabalhar com pedras de modo que pudessem construir o edifício sagrado. Os sacerdotes treinados construíram a parte interna do novo templo em dezoito meses, mas as obras ainda estavam em andamento no tempo de Jesus, daí o comentário dos judeus "Em quarenta e seis anos foi edificado este santuário" (João 2.20). Os pátios foram concluídos em 63 d.C. Sete anos depois, o templo foi destruído pelos romanos.

O COMPLEXO DO TEMPLO
O templo e suas construções anexas formavam um retângulo irregular. O muro oriental tinha 470 m de extensão, enquanto o muro ocidental se estendia por 485 m. O muro do norte media 315 m. e o do sul, 280 m. Essa enorme área, cinco vezes maior do que a da Acrópole em Atenas, e representada hoje pela grande plataforma retangular de Haram esh-Sharif, era rodeada por uma grande muralha externa. Os catorze segmentos inferiores do lado ocidental ainda podem ser vistos nos dias de hoje e formam o assim chamado Muro das Lamentações.
O comprimento de seus blocos varia de 1,25 m a 3 m e cada bloco pesa, no mínimo, 2 toneladas. Túneis subterrâneos revelaram pedras com até 12 m de comprimento, 3 m de altura e 4 m de espessura, com um peso estimado de 400 toneladas. Não é de admirar que, segundo o registro bíblico, um dos discípulos de Jesus tenha exclamado para ele: "Mestre! Que pedras, que construções! (Mc 13:16).
Do lado ocidental encontram-se os restos de dois viadutos, chamados de arcos de Wilson e Robinson. Na extremidade sudeste ficava o "pináculo do templo". De acordo com os Evangelhos, Jesus foi tentado a atirar-se do pináculo, o que representaria uma queda de 130 m até o fundo do vale do Cedrom.? Eusébio, o historiador da igreja antiga, relata que Tiago, o irmão de Jesus, foi morto ao ser atirado desse local abaixo. Havia uma canalização subterrânea que despejava o sangue dos sacrifícios no vale do Cedrom. Parte dela ainda pode ser vista no muro do sul.

PORTAS E COLUNATAS
Nove portas revestidas de ouro conduziam ao interior do complexo. Do lado oriental, ficava a Porta Dourada ou Porta de Susã, pela qual se supõe que Jesus realizou sua entrada triunfal em Jerusalém. Dentro do pátio havia um pórtico de colunas coríntias. Cada coluna desse pórtico media 11,5 m de altura e havia sido cortada de um bloco maciço de mármore branco. Essa colunata se estendia pelos quatro lados, por cerca de 1.200 m. Do lado oriental, era chamada de "Pórtico de Salomão". Do lado sul, havia um pórtico triplo, constituído de 162 colunas, que era chamado de Pórtico Real. Nesse local estavam instalados os cambistas e aqueles que vendiam animas para os sacrifícios. Dali foram expulsos por Jesus em duas ocasiões durante seu ministério. As colunas ladeavam o Pátio dos Gentios que ocupava uma área de aproximadamente 14 hectares, quase duas vezes maior que o pátio do templo de Zorobabel.

INSCRIÇÕES DO TEMPLO
Uma inscrição curta em hebraico: "À casa do toque das trombetas" encontrada na extremidade sudoeste indica que as trombetas eram tocadas nesse local para anunciar o início e o final do sábado. Uma balaustrada de pedra com 1,3 m de altura marcava o final do Pátio dos Gentios. Somente judeus podiam passar daquele ponto e entrar no templo. Em 1871, foi encontrada uma inscrição proibindo indivíduos que não fossem judeus de entrar nos pátios internos. A inscrição, hoje no Museu Arqueológico de Istambul, diz: "Nenhum estrangeiro deve ir além da balaustrada e do muro ao redor do lugar santo; quem for pego responderá por si mesmo, pois a pena é é a morte". Parte de uma cópia dessa inscrição, com letras pintadas em vermelho para maior destaque, foi encontrada em 1936.

OS PÁTIOS 1NTERNOS
O primeiro pátio interno era o Pátio das Mulheres, no qual se entrava passando por uma porta de bronze, provavelmente a Porta Formosa mencionada em Atos 3:2. Oito dias depois de seu nascimento, Jesus foi apresentado no Pátio das Mulheres.* Numa das laterais desse pátio ficavam treze recipientes em forma de trombeta onde eram colocadas as ofertas em dinheiro. Somente os homens judeus podiam entrar no pátio seguinte, o Pátio de Israel, que dava para o Pátio dos Sacerdotes. Neste, diante do santuário, ficava o altar dos sacrifícios ao qual se tinha acesso por uma rampa. Acreditava-se que era o local onde Abraão havia começado a cumprir a ordem divina de sacrificar seu filho Isaque e onde Davi havia construído um altar ao Senhor na eira do jebuseu Araúna." Esse lugar faz parte, hoje, da mesquita do Domo da Rocha.

O SANTUÁRIO
Doze degraus conduziam ao santuário propriamente dito, uma estrutura com 45 m de altura e paredes brancas e espessas revestidas com placas de ouro. O telhado também era coberto de ouro e possuía hastes pontiagudas de ouro espalhadas em sua superfície para espantar os pássaros. Como no templo de Salomão, a primeira câmara era um pórtico. Portas gigantescas com incrustações de metais preciosos davam para o Lugar Santo. Acima das portas havia uma grande escultura de uma vinha de ouro com cachos do tamanho de uma pessoa, simbolizando o triunfo de Israel. O santuário era ladeado por três andares de depósitos. No Lugar Santo ficavam a mesa com os pães da proposição, o menorá (candelabro de sete hastes) e o altar de incenso. Uma cortina grossa que foi rasgada ao meio quando Jesus morreu separava o Lugar Santo do Lugar Santíssimo (o Santo dos Santos) onde o sacerdote entrava uma vez por ano no dia da expiação. O Lugar Santíssimo não abrigava mais a arca da aliança, que talvez tenha sido destruída quando Nabucodonosor saqueou Jerusalém em 586 a.C.Como o general romano Pompeu pôde verificar, o Lugar Santíssimo estava vazio.

 

Referências

Mateus 4:5

Lucas 4:9

Lucas 2:21-38

Marcos 12:41-42

Lucas 21:1-2

Gênesis 22:2-13

II Samuel 24:18-25

Mateus 27:51

Marcos 15:38

Lucas 23:45

Inscrição em grego proíbe a entrada de gentios nos pátios internos do Templo em Jerusalém.
Inscrição em grego proíbe a entrada de gentios nos pátios internos do Templo em Jerusalém.
Reconstituição do templo de Herodes
Reconstituição do templo de Herodes
Templo construído por Heródes
Templo construído por Heródes

O CLIMA NA PALESTINA

CLIMA
À semelhança de outros lugares no mundo, a realidade climática dessa terra era e é, em grande parte, determinada por uma combinação de quatro fatores: (1) configuração do terreno, incluindo altitude, cobertura do solo, ângulo de elevação e assim por diante; (2) localização em relação a grandes massas de água ou massas de terra continental; (3) direção e efeito das principais correntes de ar; (4) latitude, que determina a duração do dia e da noite. Situada entre os graus 29 e 33 latitude norte e dominada principalmente por ventos ocidentais (oceânicos), a terra tem um clima marcado por duas estações bem definidas e nitidamente separadas. O verão é um período quente/seco que vai de aproximadamente meados de junho a meados de setembro; o inverno é um período tépido/úmido que se estende de outubro a meados de junho. É um lugar de brisas marítimas, ventos do deserto, terreno semidesértico, radiação solar máxima durante a maior parte do ano e variações sazonais de temperatura e umidade relativa do ar. Dessa forma, seu clima é bem parecido com certas regiões do estado da Califórnia, nos Estados Unidos, conforme mostrado no gráfico da página seguinte.
A palavra que melhor caracteriza a estação do verão nessa terra é "estabilidade" Durante o verão, o movimento equatorial do Sol na direção do hemisfério norte força a corrente de jato (que permite a depressão e a convecção de massas de ar e produz tempestades) para o norte até as vizinhanças dos Alpes. Como consequência, uma célula estacionária de alta pressão se desenvolve sobre os Açores, junto com outra de baixa pressão, típica de monção, sobre Irã e Paquistão, o que resulta em isóbares (linhas de pressão barométrica) basicamente norte-sul sobre a Palestina. O resultado é uma barreira térmica que produz dias claros uniformes e impede a formação de nuvens de chuva, apesar da umidade relativa extremamente elevada. O verão apresenta o tempo todo um ótimo clima, brisas regulares do oeste, calor durante o dia e uma seca quase total. No verão, as massas de ar, ligeiramente resfriadas e umedecidas enquanto passam sobre o Mediterrâneo, condensam-se para criar um pouco de orvalho, que pode estimular o crescimento de plantas de verão. Mas as tempestades de verão são, em sua maioria, inesperadas (1Sm 12:17-18). Por outro lado, o inverno se caracteriza pela palavra "instabilidade". Nessa estação, massas de ar mais elevadas se aproveitam do caminho equatorial do Sol na direção do hemisfério sul e ficam tomadas de ar polar extremamente frio. A mistura dessas massas de ar pode criar várias correntes dominantes de alta pressão, e qualquer uma pode, imprevisivelmente, se chocar com o ar que serpenteia pela depressão mediterrânea.

1. A área de alta pressão atmosférica da Ásia é uma corrente direta de ar polar que pode chegar a 1.036 milibares. As vezes atravessa todo o deserto da Síria e atinge a terra de Israel, vindo do leste, com uma rajada de ar congelante e geada (Jó 1.19).
2. A área de alta pressão atmosférica dos Bálcãs, na esteira de uma forte depressão mediterrânea, consegue capturar a umidade de uma tempestade ciclônica e, vindo do oeste, atingir Israel com chuva, neve e granizo. Em geral esse tipo de sistema é responsável pela queda de chuva e neve no Levante (2Sm 23:20-1Cr 11:22; Jó 37:6; SL 68:14; Pv 26:1).
3. Uma área de alta pressão atmosférica um pouco menos intensa do Líbano pode ser atraída na direção do Neguebe e transportar tempestades de poeira que se transformam em chuva.


A própria vala do Mediterrâneo é uma zona de depressão relativamente estacionária, pela qual passam em média cerca de 25 tempestades ciclônicas durante o inverno. Uma corrente de ar mais quente leva cerca de quatro a seis dias para atravessar o Mediterrâneo e se chocar com uma dessas frentes. Caso essas depressões sigam um caminho mais ao sul, tendem a se desviar ao norte de Chipre e fazer chover pela Europa Oriental. Esse caminho deixa o Levante sem sua considerável umidade [mapa 21] e produz seca, que às vezes causa fome. 121 Contudo, quando seguem um caminho ao norte - e bem mais favorável - tendem a ser empurradas mais para o sul por uma área secundária de baixa pressão sobre o mar Egeu e atingem o Levante com tempestades que podem durar de dois a quatro dias (Dt 11:11-1Rs 18:43-45; Lc 12:54). O inverno é, então, a estação chuvosa (SI 29:1-11; Ct 2:11; At 27:12-28.2), que inclui igualmente "as primeiras e as últimas chuvas" (Dt 11:14; Jó 29.23; SI 84.6; Pv 16:15; )r 5.24; Os 6:3; Jl 2:23; Zc 10:1; Tg 5:7) .125 Os dias de chuva mais pesada coincidem com o período do clima mais frio, de dezembro a fevereiro (Ed 10:9-13; Jr 36:22), quando é frequente a precipitação incluir neve e granizo.
Em termos gerais, a precipitação aumenta à medida que se avança para o norte. Elate, junto ao mar Vermelho, recebe 25 milímetros ou menos por ano; Berseba, no Neguebe, cerca de 200 milímetros; Nazaré, na região montanhosa da Baixa Galileia, cerca de 680 milímetros; o jebel Jarmuk, na Alta Galileia, cerca de 1.100 milímetros; e o monte Hermom, cerca de 1.500 milímetros de precipitação (v. no mapa 19 as médias de Tel Aviv, Jerusalém e Jericó]. A precipitação também tende a crescer na direção oeste.
Períodos curtos de transição ocorrem na virada das estações: um entre o final de abril e o início de maio, e outro entre meados de setembro e meados de outubro. Nesses dias, uma massa de ar quente e abrasador, hoje conhecida popularmente pelo nome de "siroco" ou "hamsin", pode atingir a Palestina vinda do deserto da Arábia.127 Essa situação produz um calor tórrido e uma sequidão total, algo parecido com os ventos de Santa Ana, na Califórnia. Conhecida na Bíblia pelas expressões "vento oriental" (Ex 10:13; Is 27:8; Ir 18.17; Ez 19:12; Os 12:1-13.
15) e "vento sul" (Lc 12:55), às vezes um vento siroco pode durar mais de uma semana, ressecando vegetação mais frágil e causando mais do que uma ligeira irritação em seres humanos e animais. Os ventos orientais da Bíblia podiam fazer secar espigas (Gn 41:6), secar o mar (Ex 14:21), causar morte e destruição (Jó 1.19), carregar pessoas (Jó 27.21), naufragar navios (SI 48.7; Ez 27:26) e fazer as pessoas desfalecerem e perderem os sentidos (In 4.8). Em contraste, um "vento norte" favorecia e revigorava a vida (Jó 37.22; Pv 25:23). A palavra suméria para "vento norte" significa literalmente "vento favorável".

ARBORIZAÇÃO
Nos lugares onde a terra recebia chuva suficiente, a arborização da Palestina antiga incluía matas perenes de variedades de carvalho, pinheiro, terebinto, amendoeira e alfarrobeira (Dt 19:5-2Sm 18.6; 2Rs 2:24; Ec 2:6; Is 10:17-19). Mas o mais comum era a terra coberta pelo mato fechado e plantas arbustivas (maquis) típicas da bacia do Mediterrâneo (1s 17.15; 1Sm 22:5; Os 2:14). Com base em análises de uma ampla amostra de pólen e também de restos de plantas e sementes tirados do interior de sedimentos, o mais provável é que, na Antiguidade remota, a arborização original da Palestina fosse bem densa e às vezes impenetrável, exceto nas regiões sul e sudeste, que margeavam o deserto, Os dados atuais apontam, porém, para uma destruição cada vez maior daquelas florestas e vegetação, destruição provocada pelo ser humano, o que começou já por volta de 3000 a.C. Mas três períodos se destacam como particularmente danosos:

(1) o início da Idade do Ferro (1200-900 a.C.);
(2) o final dos períodos helenístico e romano (aprox. 200 a.C.-300 d.C.);
(3) os últimos 200 anos.


O primeiro desses ciclos de destruição é o que mais afeta o relato bíblico que envolve arborização e uso da terra. No início da Idade do Ferro, a terra da Palestina experimentou, em sua paisagem, uma invasão massiva e duradoura de seres humanos, a qual foi, em grande parte, desencadeada por uma leva significativa de novos imigrantes e pela introdução de equipamentos de ferro. As matas da Palestina começaram a desaparecer diante das necessidades familiares, industriais e imperialistas da sociedade. Na esfera doméstica, por exemplo, grandes glebas de terra tiveram de ser desmatadas para abrir espaço para a ocupação humana e a produção de alimentos (Js 17:14-18).
Enormes quantidades de madeira devem ter sido necessárias na construção e na decoração das casas (2Rs 6:1-7; Jr 10:3). Calcula-se que cada família necessitava de uma a duas toneladas de lenha por ano (Js 9:21-27; Is 44:14-17; Ez 15:1-8; Mc 14:54). E o pastoreio de rebanhos temporários de ovelhas e cabras teria arrancado plantas sazonais que eram suculentas, mas sem raiz profunda. Por sua vez, a ocupação da terra teria requerido o apoio de certas indústrias, muitas das quais exigiam enormes recursos de madeira que, com certeza, danificaram o delicado equilíbrio ecológico da Palestina. A madeira era queimada em fornos de cozimento e em fornalhas industriais. Era necessária para a produção e vitrificação de vidro e na manufatura de cal, gesso, tijolos, canos e tubos de terracota, utensílios de cozimento, ferramentas de ferro e tábuas de escrever (alguns textos eram, na realidade, gravados sobre tábuas de madeira). Certos subprodutos de madeira tinham utilidade industrial, como solventes de água, no curtimento e tingimento e na medicina.
Muita madeira era empregada na extração de pedras nas encostas de montanhas e no represamento de cursos d'água. Mais madeira era transformada em carvão para o trabalho de mineração, fundição e forja de metais 130 Grandes quantidades também eram consumidas em sacrifícios nos templos palestinos.
Por fim, ainda outras áreas de floresta eram devastadas como resultado do imperialismo antigo, fosse na produção de instrumentos militares (Dt 20:19-20), fosse em injustificadas atividades de guerra (2Rs 3:25; SI 83.14,15; Is 10:15-19; Jr 6:4-8), fosse no pagamento de tributo compulsório.131 Os efeitos do desmatamento foram marcantes e permanentes. Existem consideráveis indícios de que a concomitante perturbação das camadas superiores do solo da Palestina provocou uma erosão pelo vento e pela água bastante acelerada, com subsequente perda da fertilidade das camadas finas de solo nas encostas. Alguns conservacionistas do solo calculam que, como resultado do desmatamento ocorrido na 1dade do Ferro, mais de 90 centímetros de solo e subsolo foram irrecuperavelmente perdidos da Cadeia Montanhosa Central, o que fez com que a base rochosa de áreas significativas daquele terreno ficasse visível. Uma vez que as camadas superiores do solo foram seriamente comprometidas ou destruídas, os subsolos predominantemente improdutivos não conseguiram regenerar a arborização. Existem indícios convincentes de oscilações climáticas durante o período do Israel bíblico, mas praticamente nenhuma evidência de mudança significativa ou radical do clima. O desflorestamento desenfreado da região, com a consequente deterioração e deslocamento da camada superior fértil, provocou um desgaste gradual e inexorável do meio ambiente. O cenário mudou para pior e até mesmo os modernos esforços de reflorestamento ainda não se mostraram completamente bem-sucedidos.
É bem irônico que as atividades desenvolvidas pelos próprios israelitas tenham contribuído de forma significativa para essa diminuição do potencial dos recursos da terra, na Palestina da Idade do Ferro Antiga. O retrato da arborização da Palestina pintado pela Bíblia parece estar de acordo com esses dados. Embora haja menção frequente a certas árvores tradicionais que mais favorecem o comprometimento e a erosão do solo (oliveira, figueira, sicômoro, acácia, amendoeira, romázeira, terebinto, murta, bálsamo), a Bíblia não faz quase nenhuma referência a árvores que fornecem madeira de lei para uso em edificações (carvalho, cedro, cipreste e algumas espécies de pinheiro). E inúmeras vezes a mencão a estas últimas variedades tinha a ver com outros lugares - frequentemente Basã, monte Hermom ou Líbano (Iz 9.15; 1Rs 4:33; SI 92.12; Is 40:16; Ez 27:5-6; Zc 11:2). Aliás, o abastecimento aparentemente inesgotável de madeira pelo Líbano era famoso no mundo antigo; o Egito começou a importá-la já à época do Reino Antigo.133 Vários reis mesopotâmicos e assírios viajaram para o Líbano para conseguir cedro. Em particular, os reis assírios costumavam se vangloriar de que uma de suas maiores façanhas era terem escalado os cumes do Líbano e derrubado suas imensas árvores (Is 14:8).
Pelo fato de a Palestina praticamente não ter reservas de madeira de lei, Davi, quando se lançou a seus projetos de construção em Jerusalém, achou necessário fazer um tratado com Hirão, rei de Tiro (e.g., 25m 5.11; 1Cr 14:1). Quando deu início a seus inúmeros empreendimentos de construção, Salomão foi forçado a ratificar aquele tratado (1Rs 5:1-18; 7:2-12; 2Cr 2:1-16; 9:10-28). Fenícios de Tiro forneceram a Salomão tanto a matéria-prima quanto a tecnologia para construir sua frota de navios mercantes (1Rs 10:22; cf. Ez 27:5-9, 25-36). Durante todo o período da monarquia, a construção, mesmo em pequena escala, implicava conseguir no exterior a madeira de lei necessária, conforme Jeoás e Josias descobriram (2Rs 12:12-22.6). Certa vez, a madeira que estava sendo usada para construir uma cidade no Reino do Norte foi levada, como um ato de agressão, para construir cidades em Judá (2Cr 16:6).
A disponibilidade de madeira de lei nativa não melhorou no período pós-exílico. Como parte do decreto de Ciro, que permitiu aos judeus voltarem à sua terra para reconstruir o templo, o monarca persa lhes deu uma quantia em dinheiro com a qual deveriam comprar madeira no Líbano (Ed 3:7). Mas suspeita-se que, quando aquela madeira chegou a Jerusalém, foi desperdiçada em residências particulares, em vez de ser usada no templo (Ag 1:8, cp. v. 4). Mais tarde, quando Neemias foi ao rei Artaxerxes pedindo dispensa do cargo na corte para trabalhar para melhorar as condições de vida ao redor de Jerusalém, recebeu do rei cartas que lhe permitiram obter madeira para a reconstrução dos muros e portas da cidade (Ne 2:4-8). Ainda mais tarde, madeira necessária para a imensa empreitada de construção realizada por Herodes em Cesareia Marítima teve de ser importada, provavelmente da Itália. E até mesmo no século 19, quando Charles Warren precisou de tábuas de madeira para dar continuidade a seu trabalho arqueológico em Jerusalém, ele descobriu que madeira ainda estava entre os produtos mais escassos e mais caros da Palestina.

O Clima no Oriente Médio no Verão
O Clima no Oriente Médio no Verão
O Clima no Oriente Médio no Inverno
O Clima no Oriente Médio no Inverno
Tabela do clima da Palestina
Tabela do clima da Palestina

Apêndices

Os apêndices bíblicos são seções adicionais presentes em algumas edições da Bíblia que fornecem informações complementares sobre o texto bíblico. Esses apêndices podem incluir uma variedade de recursos, como tabelas cronológicas, listas de personagens, informações históricas e culturais, explicações de termos e conceitos, entre outros. Eles são projetados para ajudar os leitores a entender melhor o contexto e o significado das narrativas bíblicas, tornando-as mais acessíveis e compreensíveis.

Israel nos dias de Jesus

Informações no mapa

Sídon

ABILENE

Damasco

Sarefá

Mte. Hermom

FENÍCIA

Tiro

Cesareia de Filipe

ITUREIA

TRACONITES

Ptolemaida (Aco)

GALILEIA

Corazim

Betsaida

Cafarnaum

Caná

Magadã

Mar da Galileia

Gergesa

Rafana

Séforis

Tiberíades

Hipos

Diom

Nazaré

GADARA

Abila

Dor

Naim

Gadara

DECÁPOLIS

Cesareia

Citópolis (Bete-Seã)

Betânia do outro lado do Jordão ?

Pela

SAMARIA

Enom

Salim

Sebaste (Samaria)

Gerasa

Sicar

Mte. Gerizim

Poço de Jacó

Antipátride (Afeque)

PEREIA

Jope

Planície de Sarom

Arimateia

Lida (Lode)

Efraim

Rio Jordão

Filadélfia (Rabá)

Jâmnia (Jabné)

Ramá

Jericó

Emaús

Jerusalém

Betfagé

Asdode, Azoto

Belém

Betânia

Qumran

Asquelom (Ascalom)

JUDEIA

Herodium

Gaza

Hebrom

Deserto da Judeia

Mar Salgado (Mar Morto)

Macaeros

IDUMEIA

Massada

Berseba

NABATEIA

ARÁBIA

Informações no mapa

Região governada por Herodes Arquelau, depois pelo governador romano Pôncio Pilatos

Região governada por Herodes Antipas

Região governada por Filipe

Cidades de Decápolis


Principais acontecimentos da vida terrestre de Jesus

Os quatro Evangelhos em ordem cronológica

As tabelas a seguir estão relacionadas aos mapas das viagens de Jesus e seu trabalho de pregação. As setas nos mapas não representam exatamente as rotas usadas, mas indicam principalmente a direção. O símbolo “c.” significa “cerca de” ou “por volta de”.

Acontecimentos que antecederam o ministério de Jesus

DATA

LUGAR

ACONTECIMENTO

MATEUS

MARCOS

LUCAS

JOÃO

3 a.C.

Templo em Jerusalém

Anjo Gabriel profetiza a Zacarias o nascimento de João Batista

   

Lc 1:5-25

 

c. 2 a.C.

Nazaré; Judeia

Anjo Gabriel profetiza a Maria o nascimento de Jesus; ela visita Elisabete

   

Lc 1:26-56

 

2 a.C.

Região montanhosa da Judeia

Nasce João Batista e recebe nome; Zacarias profetiza; João vive no deserto

   

Lc 1:57-80

 

2 a.C., c. 1.º de outubro

Belém

Nasce Jesus; “a Palavra se tornou carne”

Mt 1:1-25

 

Lc 2:1-7

Jo 1:1-5, 9-14

Perto de Belém; Belém

Anjo anuncia as boas novas aos pastores; anjos louvam a Deus; pastores visitam o bebê Jesus

   

Lc 2:8-20

 

Belém; Jerusalém

Jesus é circuncidado (8.º dia); seus pais o apresentam no templo (após 40.º dia)

   

Lc 2:21-38

 

1 a.C. ou 1 d.C.

Jerusalém; Belém; Egito; Nazaré

Visita dos astrólogos; família foge para o Egito; Herodes mata meninos de até dois anos; família volta do Egito e vai morar em Nazaré

Mt 2:1-23

 

Lc 2:39-40

 

12 d.C., Páscoa

Jerusalém

Jesus, aos 12 anos, faz perguntas aos instrutores no templo

   

Lc 2:41-50

 
 

Nazaré

Volta a Nazaré; continua sujeito aos pais; aprende carpintaria; Maria cria mais quatro filhos, além de filhas (Mt 13:55-56; Mc 6:3)

   

Lc 2:51-52

 

29 d.C., c. abril

Deserto, rio Jordão

João Batista inicia seu ministério

Mt 3:1-12

Mc 1:1-8

Lc 3:1-18

Jo 1:6-8, 15-28


Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita


Cairbar Schutel

lc 3:1
Parábolas e Ensinos de Jesus

Categoria: Livro Espírita
Ref: 3732
Capítulo: 86
Página: -
Cairbar Schutel

“Eis que eu vos enviarei o Profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor. "


(Malaquias, IV, 5.)


“Nos dias de Herodes, rei da Judeia, houve um sacerdote chamado Zacarias, da turma de Abia; sua mulher era descendente de Arão, e chamava-se Isabel. Ambos eram justos diante de Deus, andando irrepreensíveis em todos os mandamentos e preceitos do Senhor. E não tinham filhos, porquanto Isabel era estéril, e ambos de idade avançada. “Estando Zacarias a exercer diante de Deus as funções sacerdotais na ordem da sua turma, coube-lhe por sorte, segundo o costume do sacerdócio, entrar no santuário do Senhor e queimar incenso. E apareceu a Zacarias um anjo do Senhor, em pé à direita do altar do incenso. Zacarias, vendo-o, ficou turbado, e o temor o assaltou. Mas o anjo lhe disse: Não temas, Zacarias, porque a tua oração foi ouvida, e Isabel, tua mulher, dará à luz um filho, a quem chamarás João; e terás gozo e alegria, e muitos se regozijarão com o seu nascimento. Porque ele será grande diante do Senhor, e não beberá vinho nem bebida forte; já desde o ventre de sua mãe será cheio do Espírito Santo, e converterá muitos dos filhos de Israel ao Senhor Deus deles; ele irá diante do Senhor no espírito e poder de Elias, para converter os corações dos pais aos filhos, converter os desobedientes, de maneira que andem na prudência dos justos, a fim de preparar para o Senhor um povo dedicado. Perguntou Zacarias ao anjo: Como terei certeza disto? Porque eu sou velho e minha mulher já é de idade avançada.


Respondeu o anjo: Eu sou Gabriel que assisto diante de Deus, e fui enviado a falar-te e a trazer-te estas boas novas, e tu ficarás mudo e não poderás falar, até o dia em que estas coisas acontecerem, porque não deste crédito às minhas palavras, que a seu tempo se hão de cumprir. O povo estava esperando a Zacarias, e maravilhava-se, enquanto ele se demorava no santuário. Quando ele saiu não lhes podia falar, e perceberam que tinha tido uma visão no santuário; e ele lhes fazia acenos e continuou mudo. “Cumpridos os dias do seu ministério, retirou-se para sua casa. “Depois destes dias Isabel, sua mulher, concebeu e ocultou-se por cinco meses, dizendo: Assim me fez o Senhor nos dias em que ele pôs os olhos sobre mim, para acabar com o meu opróbrio entre os homens. "


(Lucas, I, 5-25.)


“Naqueles dias levantando-se Maria, foi apressadamente à região montanhosa, a uma cidade de Judá, e entrou na casa de Zacarias e saudou a Isabel. Apenas Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança deu saltos no ventre dela, e Isabel ficou cheia do Espírito Santo e exclamou em alta voz: Bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto de teu ventre! Como é que me vem visitar a mãe de meu senhor?"

(Lucas, I, 39-43.)


“Chegando o tempo de dar à luz, Isabel teve um filho. “Os seus vizinhos e parentes, sabendo da grande misericórdia que o Senhor manifestara para com ela, participaram do seu regozijo. No oitavo dia vieram circuncidar o menino, e iam dar-lhe o nome de seu pai Zacarias.


Sua mãe, porém, disse: Não, mas será chamado João. “Disseram-lhe: Ninguém há entre teus parentes que tenha este nome. E perguntavam por acenos ao pai, que nome queria que lhe pusessem. Ele pedindo uma tabuinha, escreveu: João é o seu nome. E todos se maravilharam. “Imediatamente lhe foi aberta a boca e solta a língua, e começou a falar, bendizendo a Deus. O temor apoderou-se de todos os vizinhos; e divulgou-se a notícia de todas essas coisas por toda a região montanhosa da Judeia, e todos os que delas souberam as guardavam no coração, dizendo: “Que virá a ser então este menino? Pois, na verdade a mão: do Senhor era com ele. "


(Lucas, I, 57-66.)


“Ora, o menino crescia e se fortalecia em espírito, e habitava nos desertos até o dia de sua manifestação a Israel. "


(Lucas, I, 80.)


“No décimo quinto ano do reinado de Tibério César, sendo Pôncio Pilatos governador da Judeia, Herodes tetrarca da Galileia, seu irmão Filipe tetrarca da região da Itureia e da Província de Traconites e Lisânias tetrarca de Abilínia. Sendo sumos sacerdotes Anás e Caifás, veio a Palavra de Deus a João, filho de Zacarias, no deserto. Ele percorreu toda a vizinhança do Jordão, pregando o batismo do arrependimento para remissão de pecados, como está escrito no livro das palavras do Profeta Isaías: Voz do que clama no deserto: preparai o Caminho do Senhor, endireitai as suas veredas; todo o vale será aterrado e todo o monte e outeiro será arrasado, os caminhos tortos far-se-ão direitos, e os escabrosos, planos; e todo o homem verá a salvação de Deus. “Dizia, então, às multidões que saíam a ser batizadas por ele: Raça de víboras, quem vos recomendou que fugísseis da ira vindoura? Dai, pois, frutos dignos do vosso arrependimento, e não comeceis a dizer dentro de vós: Temos como pai Abraão; porque vos declaro que dessas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão. O machado já está posto à raiz das árvores;


toda árvore, pois, que não dá bom fruto, é cortada e lançada ao fogo.


Perguntava-lhe o povo: que havemos então de fazer? Respondeu-lhes: Aquele que tem duas túnicas dê uma ao que não tem; e aquele que tem comida, faça o mesmo. Foram também publicanos para serem batizados e perguntaram-lhe: Mestre, que havemos de fazer? Respondeu ele: Não cobreis mais que aquilo que vos está prescrito. Perguntaram-lhe também uns soldados: e nós que havemos de fazer? Respondeu-lhes: a ninguém façais violência, nem deis denúncia falsa: contentai-vos com o vosso soldo. "


(Lucas, III, 1-14.)


“Assim, pois, com muitas exortações, anunciava o Evangelho ao povo;


mas o Tetrarca Herodes, sendo repreendido por ele por causa de Herodias, mulher do seu irmão, e por todas as maldades que Herodes havia feito, acrescentou ainda sobre todos, a de fazer encerrar a João no cárcere. "


(Lucas, III, 18-20.)


“O rei, embora entristecido, contudo por causa dos seus juramentos e também dos convivas, mandou dar-lhe, e ordenou que degolassem a João no cárcere. E foi traz ida a sua cabeça num prato, e dada à moça; e ela a levou à sua mãe. "


(Mateus, XIV, 9-11.)


“Enquanto desciam o monte, ordenou-lhes Jesus: a ninguém conteis esta visão, até que o Filho do Homem ressuscitados mortos. Perguntaramlhe os discípulos: por que dizem então os escribas que Elias deve vir primeiro? Respondeu ele: Na verdade Elias há de vir e restaurará todas as coisas; declaravas, porém, que Elias já veio, e não o conheceram, antes fizeram-lhe tudo quanto quiseram: assim também o Filho do Homem há de padecer em suas mãos. Então os discípulos entenderam que lhes falara a respeito de João Batista. "


(Mateus, XVII, 9-13.)


Era chegado o tempo de o mundo receber o complemento da Revelação do Sinai e o Cristo de Deus se aprestava para descer das Regiões Luminosas aos antros do mundo físico.


Uma falange inumerável de Espíritos preparou-se para auxiliar o Mestre na sua tarefa missionária. Uns teriam de preceder à sua vinda;


outros, acompanhá-lo na sua missão; outros, afinal, viriam secundar-lhe os esforços, em Espírito, na nossa atmosfera terrestre, auxiliando da melhor maneira que por Deus lhes fosse permitido.


As Escrituras dizem que, pela boca do Profeta Malaquias, havia sido dado o anúncio da nova encarnação de Elias, que fora, de fato, também o maior dos profetas da antiga dispensação.


Vinha ele, como o Anjo Mensageiro, diante da Face do Senhor, para anunciá-lo aos povos, pois tão ilustre pessoa necessitava, à sua chegada, que algumas luzes estivessem acesas, para iluminarem a incomparável figura que vinha representar, no mundo, o Verbo Divino.


Chegado o tempo da recepção do Espírito que fora Elias, e que deveria ser João Batista, um Espírito mensageiro do Alto, e conhecido na Terra pelo nome de Gabriel, dirige-se a uma família da Judeia, cujos chefes idosos e sem filhos, tinham por nome Zacarias e Isabel, e lhes anuncia a encarnação desse filho, que era o Profeta Elias, fiquem dariam todos os cuidados paternais.


A mensagem do Espírito não foi aceita por Zacarias, necessitando o Espírito revelador tornar, ao que deveria ser o pai da criança, mudo durante todo o tempo da gravidez de sua esposa, como prova do aviso que lhe fora dado.


E assim aconteceu, tendo sido dado pelo Espírito até o próprio nome do infante, que deveria chamar-se João, que quer dizer o Enviado.


Como se nota nos Evangelhos, o nascimento de João Batista veio precedido de augúrios e de promessas espirituais para aqueles que buscavam o Reino de Deus.


Durante o tempo de gravidez da esposa de Zacarias, colóquios espirituais, arroubos dai ma, êxtases se verificaram no lar daqueles que veriam muito breve o aparecimento do grande missionário, que seria a Voz clamando no deserto das consciências.


Por ocasião da visita de Maria, mãe de Jesus, à sua prima Isabel, o Espírito saudou Maria, como se depreende da narrativa, e esta, também envolta nos fluidos dos divinos Mensageiros, pronunciou a inspirada prece que hoje corre mundo com o título Magnificat: “A minha alma engrandece o Senhor, o meu Espírito se alegrou em Deus meu Salvador. . . " Afinal, chegado o tempo determinado, Isabel teve um filho e só então soltou-se a língua de Zacarias, cujas primeiras palavras foram para lembrar o nome de João, que o Espírito havia posto naquele que seria seu filho carnal.


Estas manifestações foram divulgadas por toda a região montanhosa da Judeia, e as populações se quedavam apreensivas, porque diziam: “a mão do Senhor está com este menino".


Zacarias tomado pelo Espírito, falou acerca do futuro de seu filho, e da missão que ele vinha desempenhar no mundo.


O escopo do Evangelho é anunciar a todos o caminho da Salvação, e indicar os meios para se encontrar o mesmo.


Esse livro não foi escrito para narrar genealogias, nem publicar biografias, que pouco aproveitariam ao progresso da Humanidade e ao realce da Religião.


É esse, sem dúvida, o motivo pelo qual o Evangelista cala sobre a vida do Batista, até o dia da sua manifestação a Israel, ou seja, o dia em que o Precursor saiu abertamente ao mundo para o exercício da sua nobre tarefa;


o texto do Evangelista limita-se a estas palavras: “O menino crescia e se fortalecia em espírito e habitava nos desertos, até o dia da sua manifestação a Israel. " Que teria feito ele no decorrer desse tempo? O Evangelista não o diz, mas é muito fácil prever-se.


Fazia provavelmente o que faz toda a gente pobre, todos os que não são acariciados pela fortuna do mundo: trabalhava, lutava, esforçava-se para a manutenção da existência material.


Passai em revista a vida de todos os grandes homens que nos legaram centelhas de verdades imperecíveis, de todos os próceres do pensamento, de todos os gênios que vieram trazer-nos o progresso material, moral e espiritual, e vereis que desde a infância até a velhice, eles se têm manifestado ao mundo como máquinas que trabalham incessantemente, vivendo mais para os outros que para si próprios.


Assim deveria acontecer a João Batista, operário do trabalho espiritual, já exercitado nas lides da vida corpórea.


Aquele que vinha anunciar a vinda do Messias e aparelhar o seu caminho, não podia deixar de cumprir os preceitos que nos mandam trabalhar para viver.


João Batista não podia ter passado uma vida de ócio, embrenhado desde a infância nos desertos, para fugir aos deveres materiais impostos a todas as criaturas.


E quando o Evangelho diz que o Batista habitava os desertos, dá a entender o menosprezo que seus contemporâneos faziam daquelas individualidades, que, por “não se trajarem de finas roupas e não habitarem palácios", deixavam de merecer a atenção dos seus concidadãos e com especialidade a dos grandes da sua época.


É possivel que, antes de iniciar a sua missão, como era costume dos antigos profetas, João se retirasse para o deserto a fim de preparar-se, pelo jejum e oração, para o desempenho dos seus deveres sagrados.


E foi esta certamente a explicação que Jesus quis dar e deu veladamente aos que procuravam a João, aos que, nas cercanias da cidade de Naim, desejavam ver a João: “O que saíste a ver no deserto? Uma cana agitada pelo vento? Ou um homem vestido de roupas finas? Mas os que se vestem ricamente e vivem no luxo, assistem nos palácios dos reis. " Nessa mesma ocasião o Divino Mestre, dando a conhecer a todos o grande Espírito que o precedera, como revelador da sua vinda, disse: “João é um profeta, muito mais que profeta, porque é da sua pessoa que está escrito: eis, aí envio ante a tua face o meu anjo, que há de preparar o teu caminho. " Mas, afinal, chegamos à fase luminosa da vida do Mensageiro do Alto, em que a sua luz brilha como um relâmpago, e a sua voz ecoa como um trovão.


Foi no décimo-quinto ano do reinado de Tibério César, sendo Pilatos governador da Judeia, Herodes tetrarca da Galileia e sumos sacerdotes, Anás e Caifás, que circulou pela Palestina o boato do aparecimento de um profeta que agitava as massas populares em torno de sua respeitável figura; e nas margens do Jordão, por onde passava, as multidões afluíam para ouvirem-no. Uns, dele se acercavam seguindo seus passos redentores;


outros, ávidos de manifestações físicas e sinais exteriores, pediam-lhe, o batismo da água, julgando, sem dúvida, que a perfeição e a pureza podem viver no corpo quando o espírito está sujo!


A uns e outros João atendia dando a cada um o de que cada um precisava para expiação das faltas e redenção de Espírito.


Gênio franco, leal, sincero, intemerato, austero, o Batista, cuja missão principal era preparar almas para o Senhor, aparelhar veredas por onde Jesus pudesse passar; aterrar vales, arrasar montes e outeiros, aplainar estradas escabrosas, destruir as tortuosidades para que as estradas se tornassem direitas; trazia ele um arsenal de instrumentos para cortar árvores seculares, abater matas que ensombravam as consciências, arrancar raízes de nefastas plantas que prejudicavam a seara, para que a semente do Evangelho, que ia ser semeada, produzisse o fruto necessário!


E, assim, é que profligou o orgulho de classe e de família; combateu com grande tenacidade os vicias; atacou com admirável energia as paixões; despertou nas almas o desejo do arrependimento por meio das boas obras que deveriam praticar; profligou, enfim, a vaidade humana, fazendo ver que Deus poderia suscitar até das próprias pedras filhos a Abraão; e afirmou que a salvação para o Reino de Cristo não consistia senão no desinteresse, no desapego aos bens terrenos, na severidade de costumes, na limpidez do caráter, no cumprimento do dever!


Aos que lhe perguntavam: “o que havemos de fazer para estarmos com o Cristo", respondia: “aquele que tem duas túnicas dê uma a quem não tem; o que tem comida, faça o mesmo".


A uns publicanos que dele se aproximaram solicitando-lhe o batismo, respondeu: “não cobreis mais do que aquilo que está prescrito".


A uns soldados que foram ter a ele, disse: “a ninguém façais violência, nem deis denúncia falsa; contentai-vos com o vosso soldo".


Não pararam aí as instruções que o Mensageiro de Deus nos legou para que nos aproximemos do Cristo.


Salientando muito bem a sua tarefa, deixando bem claro o papel que ele representava em face da espiritualização das almas, nunca quis assumir a missão que só a Jesus estava afeta. É assim que dizia franca e peremptoriamente de nada valer o seu batismo de água, pois o que viria depois dele teria de batizar com o Espírito Santo e Fogo.


Só a Jesus devia ser dada a glória por todos os séculos!


Mas essas palavras não agradaram as almas afeitas às coisas materiais: os espíritos contumazes se revoltaram contra a nova doutrina; o sacerdócio tecia, em segredo, maquinações maléficas contra o Enviado; o tetrarca da Galileia, ferido em seu amor-próprio pela revelação, por parte do profeta, de desonestidades que praticara; Herodias, sua cunhada, cercada de uma corte enorme de aduladores, deliberaram, como meio mais eficaz, prender o Profeta da Revelação Cristã, dando-lhe, por fim, a morte afrontosa da decapitação!


E assim foi: cingindo a coroa do martírio, tecida pelos grandes da sua época, desapareceu do cenário do mundo, alçando-se aos altos empíreos das glórias imortais, aquele grande Espírito, sábio, generoso e santo, que dedicou sua existência terrestre a serviço de muitos homens que, após a sua vinda, têm bebido, nos seus ensinamentos, o elixir restaurador que nos dá vida, para caminharmos em busca do Cristo Jesus.


Tal é, num ligeiro esboço biográfico, a história do grande missionário que chamamos o Precursor do Cristianismo, ou o Batista da Revelação Cristã.



Wesley Caldeira

lc 3:1
Da Manjedoura A Emaús

Categoria: Livro Espírita
Ref: 11467
Capítulo: 27
Wesley Caldeira
Wesley Caldeira
O lançamento às feras, a queima em fogueira, o empalamento e a crucificação eram as penas mais graves da legislação romana.
A mais cruel e extremada era a crucificação. A palavra veio de cruciare, torturar, atormentar. Por isso, esse gênero de morte era restrito aos homens de origem “mais desprezível” e que possuíssem enormes culpas, escravos, criminosos perigosos e provincianos revoltosos, sendo proibida aos romanos, exceto em casos de alta traição contra o Estado.
Um século antes de Jesus, uma longa fila se formou na estrada de Cápua até Roma, seis mil escravos, liderados por Espártaco, foram crucificados pelo crime de rebelião, após terem vencido diversas legiões romanas. Em Jerusalém, Varo ordenou 2 mil crucificações no ano 4 d.C.; Floro crucificou 3.600 homens em 66 d.C.; em 70 d.C., Tito mandou à cruz 500 por dia.
Originária da Ásia (ZUGIBE, 2008, p. 70), a crucificação foi difundida pelos assírios, fenícios e persas. Até os essênios impunham a pena de crucificação, pelo crime de blasfêmia ou idolatria.
Pelos séculos, variadas metodologias de execução foram concebidas, e a mais dolorosa foi aplicada a Jesus.
Depois da flagelação, o condenado era atado a um travessão (patibulum), que deveria carregar até o local da execução, onde seria suspenso no madeiro, preso por cordas nos braços e pés, ou por pregos (a regra no método romano – ZUGIBE, 2008, p. 75).
Prova arqueológica do uso de pregos na crucificação romana, obteve- se com a ossada de um jovem de cerca de 20 anos, identificado no seu ossuário como “Jehohanan o filho de HGQWL” (Iokanan ben Há’galgol), descoberta em 1968 ao norte de Jerusalém, em Giv’at há-Mivtar. É o único esqueleto de pessoa crucificada já encontrado, relativo ao período anterior à primeira guerra romana contra os judeus (de 66 a 70 d.C.). Um prego de ferro ainda estava preso aos ossos de seus calcanhares, com uma placa feita de madeira de oliveira entre o osso e a cabeça do prego. O prego atingiu um nó da madeira vertical e entortou. Quando Iokanan foi retirado da cruz, o prego permaneceu unindo os seus calcanhares. Os pregos não atravessaram suas mãos, mas sim os antebraços, logo acima das juntas das mãos.
Fora essa descoberta, nenhuma outra evidência das crucificações naquele período foi encontrada, até o momento. Como pode ser isso, se eram tão comuns? Explica-se, sem os pregos nos esqueletos, a crucificação não deixava sinais suficientes à sua caracterização. Havia grande demanda pelos pregos, ou eram arrancados para serem reutilizados em outras crucificações, ou, muitas vezes, eram retirados, e até furtados, em razão do credo popular que supunha neles amuletos com poderes mágicos, capazes de afastar o mal e curar enfermidades. (ZUGIBE, 2008, p. 71.)
Os evangelhos não se referem diretamente ao uso de pregos em Jesus. É o quarto evangelho que, reportando a Tomé, menciona possíveis marcas de pregos nas mãos de Jesus: “Se eu não vir em suas mãos o lugar dos cravos e se não puser meu dedo no lugar dos cravos”. (JOÃO, 20:25.)
Amélia Rodrigues, a poetisa do Evangelho, quando narra esse tocante momento do texto joanino, observa que, em verdade, os pulsos de Jesus é que foram pregados, e não suas mãos, o que é mais coerente com a anatomia humana. (FRANCO, 2000, p. 158.)

Lendária tradição propôs que Helena, a mãe do imperador romano Constantino, descobriu os três pregos por volta do começo do século IV. Um desses pregos seria o que está exposto na Basílica de Santa Cruz de Jerusalém, em Roma, medindo 12,5 centímetros de comprimento, e muito semelhante ao encontrado ligando os calcanhares de “Jehohanan o filho de HGQWL”.
Em 341 d.C., a crucificação foi abolida por Constantino. Mesmo assim, continuou sendo praticada, especialmente em desprezo a cristãos, ao longo dos séculos. Há registros disso no século VII, nas lutas entre árabes e cristãos, e durante as cruzadas. No campo de concentração de Dachau, nazistas crucificaram judeus. No Egito, houve crucificação de cristãos, em 1998. No Sudão, o código penal faculta a crucificação ou a execução seguida de crucificação, com a mão direita e o pé esquerdo amputados. (ZUGIBE, 2008, p. 72-73.)
Jesus recebeu “cruz alta”, própria para quando se desejava expor o condenado, tanto que para lhe dar o vinagre o soldado prendeu a esponja molhada na ponta de uma vara. (MARCOS, 15:36.)
O termo “cruz” chegou às línguas modernas significando uma linha que atravessa outra. Contudo, a palavra grega stauros e o latim crux favoreceram um entendimento mais amplo, para também chamar de cruz grega a estaca (crux simples) em que pessoas eram atadas e empaladas, penduradas, pregadas ou amarradas. A crux simples era a mais usada quando se tratava de numerosa quantidade de pessoas a serem crucificadas.
Era comum também o uso da crux commissa, em forma da letra “T” maiúscula.
A cruz de Jesus deve ter sido a crux immissa, aquela que apresenta uma pequena extensão vertical após o entroncamento com o patibulum, já que LUCAS, 23:38 relata que a tabuleta com a inscrição foi colocada “acima dele”.
A cruz representava a humanidade miserável reduzida ao último grau de impotência, sofrimento e degradação. [...] reunia tudo o que o pior carrasco poderia desejar: tortura, escárnio, degradação e morte certa, lentamente destilada, gota a gota. (WINTER, 1998, p. 146.)
A transformação da cruz em símbolo cristão só ocorreria mais tarde, por ação da Igreja Católica. A cruz, para os habitantes do Mediterrâneo, durante os primeiros séculos da Era Cristã, representava morte infamante, destino dos criminosos mais endurecidos e dos inimigos públicos. Logo, um símbolo a ser evitado.
Observada à distância, a colina da crucificação de Jesus possuía uma saliência no solo rochoso que fazia lembrar uma grande cabeça humana. Daí, em hebraico, gulgoleth, lugar do crânio ou caveira; no latim, calvariae, caveira. A vasta área de cemitérios fazia dali um local propício para as execuções de pena de morte.
A área do Calvário se situava numa pedreira externa, mas próxima dos muros de Jerusalém (JOÃO, 19:20), pois os romanos escolhiam as estradas mais frequentadas, onde o maior número de pessoas pudesse ver e se amedrontar. (GHIBERTI, 1986, p. 677.)
Cerca de cem anos depois, ao tempo de Adriano, o lugar foi coberto pelo Capitólio da Aelia Capitolina, e a rocha do Calvário se transformou em pedestal para a estátua da Fortuna.20 Em 428 d.C., esforços cristãos reencontraram essa rocha, que passou a servir de pedestal a uma cruz de ouro coberta por um baldaquino (espécie de armação, sustentada por colunas, servindo de cúpula a um altar). Séculos de destruições e incêndios, e consequentes reconstruções, levaram essa rocha quase ao desaparecimento, restando hoje pequena estrutura, que foi anexada aos muros das capelas erguidas à volta.
MATEUS, 27:34 e MARCOS, 15:23 relatam que, na chegada ao Calvário, houve tentativas de dar a Jesus uma bebida: “vinho misturado com fel”, disse Mateus; “vinho com mirra”, escreveu Marcos.
Plínio, em sua História Natural (apud GHIBERTI, 1986, p. 679), escreveu que os antigos conheciam o efeito anestésico da mirra associada ao vinho.

Os judeus tinham o costume de preparar vinho com um pedaço de mirra, que Mateus chama de fel, objetivando tirar a consciência do condenado. Eram as mulheres piedosas as responsáveis pela preparação e oferta do entorpecente. No entanto, Jesus se recusou a ingeri-lo.
Suarentos, os legionários iniciaram a sinistra canção dos martelos sobre os pregos. Um deles segurou Jesus pelo peito, outro segurou suas pernas, e um terceiro pregou seus pulsos. Em seguida, dois deles amarram as extremidades da barra de madeira; outro abraçou Jesus pela cintura, colocando-o de pé. A barra de madeira foi erguida e encaixada na estaca. Os pés foram acomodados na estaca e pregados.
O Titulus Crucis era uma tabuleta exigida pela lei com a descrição da natureza do delito praticado pelo sentenciado à cruz. Durante o trajeto ao local da crucificação, a tabuleta era amarrada ao pescoço e, depois, pregada acima da cabeça do cruciarius.
Pôncio Pilatos, em represália aos que o coagiram a proferir a injusta condenação, mandou inscrever: “Este é Jesus, o Rei dos judeus”, de acordo com MATEUS, 27:37. A versão marcana [Marcos] restringiu-se a “Rei dos judeus”. Lucas nada mencionou sobre isso. Mas João formulou a sentença que ganhou a posteridade: “Jesus Nazareu, o rei dos judeus” (JOÃO, 19:19 a 22) — INRI: Iesus Nazarenus Rex Iudeorum, em latim.
Foram, talvez, as únicas palavras escritas sobre Jesus durante sua vida.
A inscrição estava reproduzida em hebraico, grego e latim (o que era comum), e os chefes dos sacerdotes repreenderam Pilatos, propondo que ela constasse “Este homem disse: Eu sou o rei dos judeus”, e não como estava, “O rei dos judeus”, ao que Pilatos respondeu: “O que escrevi, escrevi”.
A Basílica de Santa Cruz, em Roma, possui uma relíquia feita com madeira da nogueira, e que mede 25 centímetros de comprimento por 15 centímetros de largura e 2,6 centímetros de espessura. Ela seria parte do Titulus Crucis de Jesus. Apresenta três linhas de palavras escritas em latim, grego e hebraico ou siro-caldaico. Está muito danificada. E teria sido descoberta por Santa Helena, a mãe de Constantino. Mas testes com Carbono 14 indicam que esse objeto data do período entre 915 e 1074 d.C.
Após a crucificação, os legionários exerceram o direito de partilha das vestes (túnica, faixa, manto, sandálias): “E repartiram as suas vestes, lançando sorte sobre elas, para saber com o que cada um ficaria”. (MARCOS,15:24.)
Todos os evangelistas mencionam a ocorrência. JOÃO, 19:23 e 24, porém, dá a ela maior consideração, ressaltando que a túnica de Jesus era uma peça única, sem costura, de alto a baixo. Somente quanto a ela os soldados tiraram a sorte, a fim de que não fosse rasgada, na divisão.
Várias pessoas acompanhavam a crucificação e muitas zombavam de Jesus.
— “Salva-te a ti mesmo, desce da cruz!” (MARCOS,15:30.)
O coro dos sacerdotes e escribas acompanhava os impropérios populares:
— “A outros salvou, a si mesmo não pode salvar! O Messias, o Rei de Israel... que desça da cruz, para que vejamos e creiamos!” (MARCOS, 15:31 e 32.)
Até um dos crucificados também ironizava Jesus (LUCAS, 23:39 a 43): — “Não és tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós”.
O outro, porém, advertiu o primeiro:
— “Nem sequer temes a Deus, estando na mesma condenação? Quanto a nós, é de justiça; estamos pagando por nossos atos; mas ele não fez nenhum mal.”
E acrescentou:
— “Jesus, lembra-te de mim, quando vieres com teu reino”. Ele respondeu:
—“Em verdade, eu te digo, hoje estarás comigo no Paraíso”.

Dimas, o chamado bom ladrão, é a única voz a defender Jesus no Calvário.
Conta Amélia Rodrigues (FRANCO, 2000, p. 152-153) que Dimas estava ao lado direito de Jesus e procurava um rosto conhecido entre aqueles que abaixo das cruzes testemunhavam sua vergonha, condenado por assaltar caravanas ao lado de Giestas, o outro crucificado. Sua mãe, Tamar, acompanhava o filho na hora de agonia, amparada por Esther, jovem noiva de Dimas.
Ao percebê-las, prodigioso sentimento esgueirou-se pelo seu íntimo: foi tomado de honesto arrependimento. A muralha da incredulidade começou a fender. A fé vicejou da frincha do sofrimento moral. Reconheceu seus enganos, identificou o inocente à sua esquerda e repreendeu a zombaria do cúmplice afogado em revolta. Ansiava por perdão, e, procurando confortar a mãe e a noiva infelizes, enviou ao Messias de Nazaré a humilde solicitação: “Jesus, lembra-te de mim, quando vieres com teu reino”. E a magnífica resposta não tardou.
Jesus lhe afirmou naquele dia (eu te digo, hoje,) que no futuro (estarás — verbo no modo indicativo, no futuro do presente) ele habitaria uma morada de Espíritos enobrecidos, após depurar-se, evidentemente. Mas, sem dúvida, desde aquela hora, sua humilde e confortante defesa do Cristo, bem como sua confiante entrega aos cuidados dele, atraiu a Dimas a proteção e a intercessão misericordiosa de Jesus.
Não é razoável interpretar que Jesus prometia o paraíso para Dimas naquele mesmo dia. Primeiro, por princípio de Justiça: o arrependimento de última hora, mesmo que sincero, não pode compensar uma vida de crimes. A eliminação dos traços de uma falta e suas consequências exige a observância da trilogia “arrependimento, expiação e reparação”. (KARDEC, 2013d, Pt. 1, cap. VII, 16o código penal da vida futura.) Embora o arrependimento seja o passo inicial para a regeneração, por si só não atende à necessidade de educação do infrator, nem respeita a justiça para as vítimas, o que só ocorrerá com a reparação. Segundo: essa linha interpretativa sugere que Jesus ressuscitou no terceiro dia e somente ascendeu aos céus várias semanas depois. Dentro dessa concepção, Jesus não estaria no paraíso naquela sexta-feira.
Em favor dos demais, Jesus suplicou:
— “Pai, perdoa-lhes: não sabem o que fazem”. (LUCAS, 23:34.)
Mulheres emudecidas faziam a vigilância junto à cruz: Maria, sua mãe; Maria de Cléofas, apresentada como irmã de Maria de Nazaré e mãe de Tiago (o Menor) e José; Maria de Magdala; Salomé, mãe de Tiago e João, e “muitas outras que subiram com ele para Jerusalém”. (MARCOS, 15:40 e 41.) Dos apóstolos, somente João estava presente, embora LUCAS, 23:49 fale de amigos que “permaneciam à distância”, entre eles o primeiro mártir cristão, o velho Simeão, da Samária, cujo sacrifício é narrado encantadoramente por Emmanuel. (XAVIER, 2013f, Pt. 1, cap. X.)
Em certo momento, a fronte do divino Supliciado encontrou sua mãe e João abraçados e mergulhados em profunda comoção. Jesus disse a ela: “Mulher, eis o teu filho!” E dirigindo-se com entonação especial ao discípulo mais afim: “Eis a tua mãe”. (JOÃO, 19:26 e 27.)
Simeão havia profetizado a Maria: “[...] e a ti, uma espada traspassará tua alma”. (LUCAS, 2:35.)
Desde a hora sexta (meio-dia) até a hora nona (três da tarde), o céu escurecera. Crucificado em torno da hora terceira (nove horas da manhã), “à hora sexta, houve trevas sobre toda a terra, até a hora nona”. Às três horas da tarde, ouviu-se Jesus proferir forte grito: “Eli, Eli, lamá sabachtháni?” Alguns circunstantes entenderam que Ele chamava por Elias, porque suas palavras escaparam enfraquecidas entre a dor e o cansaço; e, sarcasticamente, desafiaram: “Vejamos se Elias vem salvá-lo!” (MATEUS, 27:45 a 49.)
“Eli, Eli, lamá sabachtháni?” — Deus meu, Deus meu, por que me abandonaste?
Trata-se da primeira frase do SALMO 22, de Davi, no dialeto aramaico. Contém a lamentação de um justo por seus sofrimentos e suas esperanças;

ao final, eleva-se a prece do inocente perseguido em ação de graças pela libertação esperada.
Lucas e João não mencionam essa evocação de Jesus. É possível que tenham evitado apresentar Jesus formulando palavras que, fora do meio judaico, poderiam soar como indicação de desespero e fé vacilante. Para os judeus, todavia, que viviam no âmbito da Bíblia, essa citação nenhuma estranheza causaria, antes pareceria adequada.
Não foi uma expressão de solidão ou de abandono que envolveu Jesus na hora extrema. Em verdade, Ele pronunciava o início de um cântico bíblico de infinita confiança: “Nossos pais confiavam em ti, confiavam e tu os salvavas; eles gritavam a ti e escapavam, confiavam em ti e nunca se envergonharam”. (SALMO 22:5 e 6.)
Ademais, o SALMO 22 gozava de caráter messiânico, segundo alguns especialistas. Davi falara em nome do Messias nessa prece. O registro das primeiras palavras do salmo na boca de Jesus tinha o intuito de evidenciar esse caráter messiânico. Então, disse Jesus: “Tenho sede”. (JOÃO, 19:28.) Uma esponja molhada em vinagre foi estendida num ramo de hissopo (planta aromática) até seus lábios (MARCOS, 15:36), e Ele tomou.
É bem possível que um dos legionários tenha se apiedado dele, oferecendo-lhe a posca, mistura de água e vinagre, que os soldados romanos traziam como recurso para vencer o calor estafante.
Contudo, para Dominic Crossan (1995b, p. 172), a primeira bebida — vinho com mirra — foi um ato de misericórdia, mas a segunda foi um ato de zombaria. E cita LUCAS, 23:36 em apoio: “Os soldados também caçoavam dele; aproximando-se, traziam-lhe vinagre”.
Depois de tomar o vinagre, Jesus bradou: “Está consumado”. (JOÃO, 19:30.) E recomendou-se a Deus: “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito”. (LUCAS, 23:46.)
Outra vez Jesus faz alusão a um salmo. Desta vez ao SALMO 31:6: “em tuas mãos eu entrego meu espírito”.

Isso acontecia, e, no Pretório, sacerdotes do Templo requeriam a Pilatos o crurifragium, isto é, que as pernas dos condenados fossem quebradas, a fim de acelerar suas mortes e retirá-los do Gólgota, de modo a não ofender o Sábado,21 pois no Judaísmo o novo dia começa ao cair da noite; no caso do sábado, após o entardecer da sexta-feira. O cadáver devia permanecer exposto pelo resto do dia, mas o direito judaico impunha que o corpo fosse enterrado antes do pôr do sol.
De fato, o DEUTERONÔMIO, 21:22 e 23 estabelece:
Se um homem, culpado de um crime que merece a pena de morte, é morto e suspenso a uma árvore, seu cadáver não poderá permanecer na árvore à noite; tu o sepultarás no mesmo dia, pois o suspenso é um maldito de Deus [...].
O texto mosaico se refere em especial aos condenados e mortos, e depois suspensos numa árvore. Crucificação de cadáveres e não de vivos.
John Dominic Crossan (1995b, p. 193) questiona se o trecho do Deuteronômio também se aplicaria à crucificação dos vivos. Entre os Manuscritos do Mar Morto, o Pergaminho do Templo (11QTemplo)22 apresenta a posição dos essênios quanto à questão, revelando que eles defendiam a crucificação pelos menos para os crimes de traição e blasfêmia, exigindo a observação do Deuteronômio para a crucificação tanto de cadáveres quanto de vivos.
O crurifragium, em geral, era aplicado como golpe de misericórdia, causando severo choque traumático e hemorrágico. Uma fratura dos ossos da perna pode causar grande perda de sangue. No homem crucificado da escavação de Giv’at há Mivtar foi praticado crurifragium na tíbia e na fíbula. Considerando-se as lesões anteriores sofridas pelo executado, o nível do choque traumático se elevaria com a violenta dor da fratura das pernas, e a hemorragia provocaria um choque hipovolêmico, com perda da pressão sanguínea, congestionamento nas extremidades inferiores, resultando em perda da consciência, coma e morte. (ZUGIBE, 2008, p. 137.)
As pernas de Dimas e Giestas foram quebradas com uma marreta, mas quando chegou a vez de Jesus nada fraturaram. Um soldado, todavia,

lancetou-o no lado do tronco, para confirmar o óbito.
Existem várias teorias sobre a causa da morte na cruz. As mais prestigiadas são: a hipótese da sufocação (asfixia); ataque cardíaco com ruptura do coração; e choque traumático (dos ferimentos) e hipovolêmico (diminuição rápida do volume de sangue e fluidos corporais).
A hipótese da sufocação parte do pressuposto de que o suspenso na cruz precisava se apoiar sobre os pés para tomar fôlego. A hemorragia, embora profusa, decorrente da flagelação e perfurações, não matava, mas, sim, a obstrução respiratória.
O diafragma é um músculo importante na respiração humana e separa a cavidade torácica da abdominal, unindo-se, na parte frontal, ao esterno, e atrás, à coluna vertebral. Possui vários orifícios por onde o esôfago, a aorta e a veia cava inferior passam, bem como vasos linfáticos e nervos. Quando se inspira, o diafragma se contrai e desce, as costelas se erguem, e o tórax expande; o ar, então, penetra os pulmões. Na expiração, o diafragma sobe, o tórax se contrai, movimentando o ar para fora.
Durante a crucificação, o diafragma seria estendido pelo peso do corpo, travando o movimento de expansão e contração do tórax, assim impedindo a penetração do ar nos pulmões. Espasmos violentos convulsionariam o crucificado. Os membros retesados obstruiriam a circulação sanguínea. O coração e os pulmões vagarosamente seriam contidos por cãibras e asfixia. Quebrar as pernas constituiria o modo de apressar o desfecho, pois impediria o apoio dos pés e dificultaria a retomada do fôlego.
O Dr. Frederick Zugibe (2008, p. 142-146), Ph.D., especialista em patologia forense e professor adjunto de clínica e cirurgia na Universidade de Colúmbia (Nova York), fez experimentos em seu laboratório com a suspensão na cruz de diversas pessoas voluntárias. As experiências culminaram com os seguintes resultados, que desautorizam a hipótese da morte por asfixia:
1. Em todos os voluntários a respiração se tornou abdominal e as inspirações eram curtas, com expirações mais longas;

2. Nos voluntários que sentiram alguma dificuldade para respirar, isso se verificou no começo do procedimento, e desapareceu em seguida;
3. A auscultação dos pulmões não revelou nenhum som patológico durante o procedimento de suspensão;
4. Em vez da diminuição da quantidade de oxigênio no sangue durante a suspensão, os voluntários revelaram uma crescente saturação de oxigênio;
5. Dado o esforço muscular, o ácido lático no sangue aumentou cerca de três vezes e meia em relação ao nível normal, depois de 15 minutos de suspensão, e o ácido lático é estimulante respiratório, causando a hiperventilação, com o objetivo de aumentar o suprimento de oxigênio.
A teoria do ataque cardíaco, com rompimento do coração, é refutada por Zugibe. O ataque cardíaco, ou infarto do miocárdio (músculo cardíaco), ocorre quando ele não recebe nutrientes e oxigênio por meio dos dois grandes vasos que o servem: as artérias coronárias esquerda e direita. Se essas artérias são bloqueadas ou obstruídas, a área do músculo cardíaco à frente do bloqueio ou obstrução morre. O infarto do miocárdio, assim, é um processo de necrose (morte do tecido) da parte do músculo cardíaco, que sofre uma redução significativa e por tempo expressivo de sangue. A oclusão de uma artéria coronária em geral se dá por formação de placas de gordura que estreitam o canal da artéria. Entretanto, dor intensa e estresse emocional também podem provocar o fechamento de uma artéria. Uma consequência rara do ataque cardíaco é a ruptura do coração. A morte do tecido muscular gera o amolecimento do músculo cardíaco, e o coração tenta se curar formando um tecido cicatricial, um processo de cicatrização local. A área do infarto, amolecida, torna-se suscetível de ruptura. Se o paciente não descansar nos primeiros dias após o ataque cardíaco, o aumento da pressão pode romper o tecido amolecido, fazendo o sangue ir para fora do coração, para o saco que o circunda, o pericárdio, onde se divide entre soro (água) e coágulos, após o óbito.
Nessa hipótese, a ruptura do músculo cardíaco, depois do infarto do miocárdio, ocorreria entre um dia e quatro semanas depois do ataque. Os crucificados não costumavam resistir tanto tempo.
Para Zugibe, a causa de morte mais comum na cruz era a parada cardíaca e respiratória, em razão (1) dos choques traumático (por ferimentos) e hipovolêmico (perda abrupta de sangue e fluidos corporais); (2) das dores superlativas e dos severos traumas na pele, nos músculos, nos ossos e nos nervos, que provocavam hemorragias e intensa transpiração, no caso de ter havido a flagelação; (3) da fadiga pelas tantas horas sucessivas de sofrimentos, com o corpo sustentado pelos pregos nos punhos e nos pés.
Narra MATEUS, 27:51 a 53 que, no Templo, o véu do Santuário (que limita o ingresso ao Santo dos Santos, área mais sagrada) se rasgou em duas partes, de cima a baixo, a terra tremeu, e as rochas se fenderam. Acrescenta o evangelista que, depois da chamada ressurreição de Jesus, Espíritos circularam por Jerusalém e foram vistos por diversas pessoas.
Três horas de escuridão enegreceu o céu, como se expressasse luto pela agonia de Jesus.
O Espírito Eros escreveu (FRANCO, 2001, p. 49): “As sombras das almas perdidas nas sombras da tarde mortuária cambaleiam como espectros de horror... Soa a hora extrema da morte”.
O jovem profeta Amós predisse (BÍBLIA, 1965, Am 8:9 a 10):
E naquele dia acontecerá, diz o Senhor Deus, que o sol se porá ao meio-dia, e farei cobrir a Terra de trevas na maior luz do dia. E converterei as vossas festas em luto, e todos os vossos cânticos em pranto [...] porei o país num pranto desfeito, como o que se faz por um filho único, e farei que o seu fim seja um dia de amargura.
No momento da morte de Jesus, a escuridão cessa e a luz retorna: “[...] houve trevas sobre toda a Terra, até a hora nona”. (MARCOS, 15:33.)
O livro dos espíritos apresenta múltiplas indagações de Allan Kardec sobre a “Ação dos Espíritos sobre os fenômenos da natureza”. Na questão 536a, o Codificador perguntou:

Esses fenômenos sempre têm o homem por objeto?
“Algumas vezes eles têm o homem como razão imediata de ser. Mas também é frequente terem por único objetivo o restabelecimento do equilíbrio e da harmonia das forças físicas da natureza”. (KARDEC, 2013a.)
Pode-se inferir, portanto, que os Espíritos superiores comandaram os agentes espirituais vinculados às forças telúricas, improvisando os efeitos atmosféricos ocorridos durante a crucificação e, especialmente, os efeitos sísmicos verificados após a morte de Jesus, que tiveram por objetivo o homem, ou seja, assinalar aos expectadores da tragédia do Gólgota a procedência divina do enviado desprezado.
Nos momentos finais de Jesus, no madeiro, “a terra tremeu e as rochas se fenderam. Abriram-se os túmulos e muitos corpos dos santos falecidos ressuscitaram. E, saindo dos túmulos após a ressurreição de Jesus, entraram na Cidade Santa e foram vistos por muitos”. (MATEUS, 27:51 a 53.)
Obviamente, quando Mateus fala dos túmulos que se abriram e dos muitos corpos de santos falecidos que ressuscitaram, o que se viu foram possíveis materializações ou vidência de Espíritos que se manifestavam com o propósito de salientar o infame atentado contra o inocente da Cruz.
Ante os fenômenos no Calvário, o centurião que coordenava as execuções exclamou, assombrado, conforme MARCOS, 15:39: “Verdadeiramente este homem era filho de Deus!” LUCAS, 23:47 anotou: “Realmente, este homem era um justo”. Mateus repetiu Marcos. Lucas, entretanto, parece mais razoável. “Lucas faz o centurião responder à morte de Jesus, mas com uma declaração da sua inocência, e não com uma de fé cristã”. (CROSSAN, 1995b, p. 234.) O texto lucano ainda informa que a multidão presente voltou à cidade alarmada, “batendo no peito”.
Emmanuel relatou a visão de Lívia, esposa do senador Publius Lentulus, durante os acontecimentos do Gólgota (XAVIER, 2013f, Pt. 1, cap. IX, p. 126):

De repente, sentiu-se tocada por uma onda de consolações indefiníveis. Figurava-se-lhe que o ar sufocante de Jerusalém se havia povoado de vibrações melodiosas e intraduzíveis. Extasiada, observou, na retina espiritual, que a grande cruz do Calvário estava cercada de luzes numerosas.
Ao calor invulgar daquele dia, nuvens escuras se haviam concentrado na atmosfera, prenunciando tempestade. Em poucos minutos, toda a abóbada celeste permanecia represada de sombras escuras. No entanto, naquele momento, Lívia notara que se havia rasgado um longo caminho entre o Céu e a Terra, por onde desciam ao Gólgota legiões de seres graciosos e alados. Concentrando-se, aos milhares, ao redor do madeiro, pareciam transformar a cruz do Mestre em fonte de claridades perenes e radiosas.
[...] via, agora, o Messias de Nazaré rodeado dos seus lúcidos mensageiros e das legiões poderosas de seus anjos. [...]
Clemente de Alexandria forneceu a indicação mais antiga sobre o ano da morte de Jesus. A crucificação teria ocorrido 42 anos e 3 meses retroativamente ao dia em que os romanos destruíram Jerusalém. Jesus, então, teria morrido no ano 28 d.C.
Paira controvérsia sobre a questão, havendo pesquisadores que defendem os anos 29, 30, 32 e 33 d.C.
LUCAS, 3:1 situou o início da vida pública de Jesus no décimo quinto ano do império de Tibério César, que se tornou governante em 14 d.C. Somando-se quinze anos, tem-se o ano 29 do calendário cristão. Acrescidos os três anos de seu ministério, Jesus teria encerrado sua tarefa entre os homens em 32 d.C., com cerca de 37 anos.
O Espírito Emmanuel, todavia, categoricamente afirmou que a crucificação de Jesus se verificou na Páscoa do ano 33, e reforçou sua afirmativa dizendo que Pilatos caminhava para o sétimo ano de governo na Judeia. (XAVIER, 2013f, Pt. 1, cap. VIII, p. 104 e 112.)
20 N.E.: Deusa latina do destino e da boa sorte que possuía um famoso santuário em Palestrina, cidade da Itália no Lácio (província de Roma).
21 N.E.: Conforme a GÊNESIS, 2:1 a 3, é o dia de descanso instituído por Deus, para ser observado por todos os homens. Tendo completado a obra da criação em seis dias, cessou de trabalhar no sétimo dia.
22 N.E.: A sigla 11QTemplo significa: O Rolo do Templo da décima primeira gruta de Hirbet Qumran.


Amélia Rodrigues

lc 3:1
Quando Voltar a Primavera

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: -1
Divaldo Pereira Franco
Amélia Rodrigues

Descendendo de tribos hebraicas anteriores ao século XII a.C., que teriam sido formadas pelos filhos de Jacó, as terras de Canaã seriam reunidas em um reino a partir de 1025 a.C., aproximadamente, sob a tutela de Saul...


A história de Israel, porém, se perde na história da própria antiguidade oriental, porquanto ditas tribos que habitavam aquelas terras eram os descendentes do povo que Moisés libertara do Egito, da escravidão, do passado...


Seria David, porém, o grande estruturador que consolidaria mais tarde o reino, tornando Jerusalém sua capital.


Os seus limites se ampliaram, então, com as terras da Galileia e a parte este do rio Jordão.


Com Salomão, a nação se transformou em um povo próspero, em cujo reinado ergueu, entre obras notáveis, o Templo que lhe perpetuaria o nome e de que se orgulharia toda a raça israelita através dos tempos.


Posteriormente à morte do grande e sábio rei, foi dividida, separando-se as dez tribos que formaram o reino de Israel, sob Jeroboão, e as duas últimas constituindo o reino de Judá, sob a inspiração e governo de Roboão, por volta de 933 a.C.


As rivalidades e disputas existentes entre o reino setentrional (Israel) e os povos circunvizinhos, especialmente os de Damasco, enfraqueceram-no, quase o dizimaram; desse modo, seria esmagado pelos assírios sob Sargão II, que lhe destruiu Samaria, sua bela capital, aproximadamente em 722 a.C. (Sugerimos ao leitor interessado em outros pormenores consultar o livro Primícias do Reino, de nossa autoria, na parte dos "Respingos históricos". LEAL (nota da autora espiritual) Inicialmente, antes de serem conquistadas pelos hebreus, as terras que formariam a cidade de Jerusalém eram denominadas Jebus (cidade dos jebuseus).


Quase XX séculos a.C., apareceram as primeiras referências ao nome Jerusalém em textos egípcios mui antigos, que era tida como pertencente aos cananeus. Foi Davi quem a conquistou para o seu povo...


Após Salomão que a embelezou, reforçando sua defesa e tornando-a grande centro comercial, foi vencida e pilhada por Sheshonk, faraó do Egito, por volta do X século a.C.


Roubada, sucessivamente, por filisteus, árabes e povos errantes do deserto, sofreu um terremoto sob o reinado de Oseias.


Nabucodonosor II, da Babilônia, destruiu-a em sanha de ódio por volta do sexto século a.C., sendo por Ciro, rei dos persas, devolvida aos judeus, pouco menos de cinquenta anos depois.


Nos séculos seguintes, voltou a sofrer o peso e o jugo de Alexandre Magno, dos ptolomeus, dos selêucidas, dos romanos...


Nesse período nasceu Jesus.


As tradições sofriam, então, a influência helenizante e a interferência romana que lhe modificaram singularmente os hábitos, os costumes, a política...


Os ódios respingavam os ácidos da intriga, do divisionismo, das ambições desmedidas, esfacelando, inclusive, a família ancestral.


Jesus, que viveu nessa época, passou por ela e previu-lhe a destruição...


Tito, em 70, derrubou-a.


Em 132, sofreu a injunção da diáspora...


Constantino, em 323, homenageando Jesus e os seus dias, fê-la cidade cristã.


(...) Persas, árabes e seljúcidas maltrataram-na, e estes últimos, ao perseguirem os cristãos, foram motivos indiretos das Cruzadas...


Cristãos, muçulmanos que tinham à frente Saladino, novamente cristãos e muçulmanos, turcos e ingleses tentaram dominá-la, entre os rios de sangue e o fumo que ascendia dos incêndios contínuos que a enfraqueceram e devoraram através dos séculos; e ainda hoje! ...


* * *

O reino de Israel, ao tempo de Jesus, se distendia entre montanhas, planícies, desertos áridos, campos e terras férteis, litorais e lagos que o refrescavam.


A ardência, no verão, fazia-se amenizar durante a quadra hibernal, num cromo deslumbrante.


Das planuras do Hermon às terras quentes do Jordão há toda uma variação de climas e cores.


Na parte sul, o deserto de Negeve, abrasador no verão, se torna frio no inverno, enquanto na Galileia o calor dos meses quentes cede lugar às chuvas abundantes e ao frio, na quadra oposta...


País de contrastes, Israel!


A Natureza, suas paisagens bucólicas e tristes, onde Jesus viveu e pregou, podem ser denominadas como um quinto Evangelho, tal a autenticidade das narrações dos quatro outros que colocam beleza e vida nos rebordos e fossos imundos, nas praias e montes, nas aldeias e campos férteis, dos quais Ele retirou a musicalidade para o eterno poema da Boa-nova.


O país era de pequena dimensão geográfica, a fim de facilitar a locomoção do Rei Excelso, a vencer-lhe as distâncias, a esparzir o pólen da esperança e colocar o bálsamo da paz em todos, por toda parte.


O lago de Genesaré, tranquilo, subitamente vencido por tormentas, é um díptico que recorda a natureza humana susceptível às paixões e tema ao convite da harmonia; o Jordão coleante entre loendros em perene eflorescência, transbordando sob as neves derretidas que caem do alto Hermon; Cafarnaum, verde e suave, com suas gentes simples, analfabetas e afáveis, e a Judeia árida, rude e violenta como os seus filhos - eis os locais onde Ele viveu.


Na Galileia, entre outros momentos épicos e apoteóticos, estão as "Bodas de Caná", o "Sermão da Montanha", o convite ameno aos apóstolos no meio das ramarias verdes, aos céus azuis-violeta, junto às águas piscosas...


Na Judeia se viveram os momentos graves: o "Sermão Profético", as perseguições, o beijo de Judas, a negação de Pedro, a prisão infame, a crucificação odienta, a morte...


A ressurreição, porém, está além de qualquer lugar - é o acume de todos os altiplanos, a glória estelar, a ponte de eterna luz para a ascensão de todos.


Milhares de manuscritos, de cópias relataram Sua vida e Seus feitos.


Os quatro narradores — Mateus, Marcos, Lucas e João —, no entanto, são de uma veracidade tal, que os seus escritos são a mesma Mensagem e Vida retratados por escribas diferentes na cultura, na emotividade e nos interesses distintos, convergindo e centralizando a incomum personagem que é Jesus!


Lê-los é provar as angústias do mundo e o néctar dos Céus, a fim de saber dos paladares, qual se deve escolher.


A História diz ser autêntica a Sua vida, embora alguns historiadores tentem negá-la.


As informações seguras e corretas situam-na no tempo e nos fastos da época. Os evangelistas não foram romancistas, historiadores, antes narradores de uma vida que foi maior do que todas as vidas.


Nem ficção nem comentários extravagantes nas suas palavras.


Testemunhas uns, outros ouviram os fatos da boca de testemunhas que com Ele viveram; todos, porém, inspirados e conduzidos nas informações por Ele e Seus embaixadores invisíveis -

embaixadores que também eram do Reino Indestrutível.


Lucas situa os fatos em detalhes históricos, comoventes e fidedignos: "Nos dias de Herodes, houve um sacerdote chamado Zacarias... "


(1-5) e mais adiante: "No décimo quinto ano do reinado de Tibério César, sendo Pôncio Pilatos governador da Judeia, Herodes, tetrarca da Galileia, e seu irmão Filipe, de Abilene (Ktúria e Traconítida), sendo sumos sacerdotes Anás e Caifás... " Mateus escreveu os "ditos do Senhor" entre 50 a 55; Marcos narrou os fatos num período que vai de 55 a 62, em Roma, ao lado de Pedro; Lucas fez o mesmo logo depois, por volta de 63... João escreveu o evento místico entre 96 e 104, ainda em Éfeso, para onde fora desde Domiciano, quando partiria da Terra, no reinado de Trajano, naquele mesmo ano, 104, em idade muito avançada, não obstante lúcido.


Por volta de 63, aproximadamente, Lucas narrou os Atos dos Apóstolos, utilizando-se das informações que lhe chegaram por personagens que participaram daqueles acontecimentos inesquecíveis. (Há divergências entre os estudiosos e historiadores. Preferimos esse período.) Aguas abençoadas de córregos - os textos evangélicos — que fluem na direção do mesmo rio: a verdade. (Vide o Posfácio do livro Primícias do Reino) Passaram fastos históricos, sucederam-se civilizações e culturas, povos substituíram povos, homens se foram e renasceram noutras épocas enquanto Jesus continua o mesmo.


O homem de hoje que O busca, encontra-O compassivo e gentil a aguardá-lo, como ao jovem rico disse no passado, ao entardecer, à entrada da cidade: "Vende tudo o que tens, dá-o aos pobres, vem e segue-me. Estou esperando por ti Sim, Jesus espera...



Referências em Outras Obras


Huberto Rohden

lc 3:1
Nosso Mestre

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 15
Huberto Rohden
Quando Jesus tinha uns trinta anos e ainda trabalhava na oficina de Nazaré, desconhecido de quase toda gente, apareceu às margens do Jordão um vulto estranho vindo do deserto – João Batista. Era enviado por Deus para dizer a todo o povo que em breve apareceria Jesus Cristo, o Salvador do mundo. Mandou que todos se convertessem dos seus pecados, dessem disto prova pública e praticassem boas obras. Só assim é que seriam amigos de Jesus.
Era no décimo quinto ano de reinado do imperador Tibério; Pôncio Pilatos era governador da Judeia; Herodes, tetrarca da Galileia; seu irmão Filipe, tetrarca da Itureia e da província de Traconitis; Lisânias, tetrarca de Abilene. Anás e Caifás eram sumos sacerdotes. Foi então que a palavra de Deus se dirigiu a João, filho de Zacarias, no deserto. E pôs-se ele a andar por todas as terras do Jordão, a pregar o batismo de penitência para perdão dos pecados - conforme vem escrito no livro das palavras do profeta Isaías:
"Uma voz ecoa no deserto: Preparai o caminho do Senhor; endireitai as suas veredas; encher-se-á todo o vale e abater-se-ão todos os montes e outeiros; tornar-se-á reto o que é tortuoso, e o que é escabroso se fará caminho plano; e todo homem verá a salvação de Deus" (Lc. 3, 2-6) .
Usava João uma veste de pelos de camelo e um cinto de couro em volta do corpo; gafanhotos e mel silvestre formavam o seu alimento (1).
Jerusalém, a Judeia em peso e todas as terras do Jordão foram ter com ele.
Faziam-se por ele batizar no Jordão, confessando os seus pecados. Quando João viu que afluíam também numerosos fariseus e saduceus para dele receber o batismo, disse-lhes:
"Raça de víboras! Quem vos disse que escaparíeis ao juízo da ira que vos ameaça?
Produzi frutos de sincera conversão, e não digais: Temos por pai a Abraão! Pois, eu vos digo que destas pedras pode Deus suscitar filhos a Abraão. O machado já está à raiz das árvores: toda árvore que não produzir fruto bom será cortada e lançada ao fogo".
Ao que lhe perguntaram as turbas: "Que nos cumpre, pois, fazer?" Respondeu-lhe ele: "Quem possui duas vestes dê uma a quem não tem; e quem tem que comer faça o mesmo".
--------------------
(1) É esta a opinião geral. Entretanto, há documentos antigos que falam em "árvore do gafanhoto", de cujos frutos João se alimentava. Como essa árvore não fosse assás conhecida, prevaleceu a ideia geral de se ter João alimentado de gafanhotos.
Apresentaram-se-lhe também publicanos para que os batizasse; e perguntaram-lhe: "Mestre, que devemos fazer?" Respondeu-lhes: "Não exijais mais do que vos foi ordenado".
Vieram também soldados a interrogá-lo: "E nós, que faremos?" Disse-lhes: "Não useis de violência nem de fraude para com ninguém, e contentai-vos com o vosso soldo"
(Mt. 3, 4-7; Lc. 3, 7-14).

CARLOS TORRES PASTORINO

lc 3:1
Sabedoria do Evangelho - Volume 1

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 21
CARLOS TORRES PASTORINO
LC 2:40-52

40. E o menino crescia e fortificava-se, enchendo-se de sabedoria, e a benevolência de Deus estava sobre ele.


41. Seus pais iam anualmente a Jerusalém, pela festa da Páscoa.


42. Quando o menino tinha doze anos, subiram eles, conforme o costume da festa;


43. e findos os dias da festa, ao regressarem, ficou o menino Jesus em Jerusalém. sem que o soubessem seus pais.


44. Mas estes, julgando que ele estivesse entre os companheiros de viagem, andaram caminho de um dia, procurando-o entre os parentes e conhecidos;


45. e não no achando, regressaram a Jerusalém à procura dele.


46. Três dias depois o encontraram no Templo, sentado no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os;


47. e todos os que o ouviam, muito se admiravam de sua inteligência e de suas respostas.


48. Logo que seus pais o viram, ficaram surpreendidos, e sua mãe perguntou-lhe: "Filho, por que procedeste assim conosco? Teu pai e eu te procuramos aflitos".


49. Ele lhes respondeu: "Por que me procuráveis? Não sabíeis que eu devia estar no que é de meu Pai"?


50. Eles porém não compreenderam as palavras que ele dizia.


51. Então desceu com eles e foi para Nazaré e estava-lhes sujeito. Mas sua mãe guardava todas estas coisas em seu coração.


52. E Jesus progredia em sabedoria, em maturidade e em benevolência (amor) diante de Deus e dos homens.


Lucas coloca o regresso a Nazaré logo após a apresentação ao Templo, ignorando por completo qualquer outro acontecimento. Diz-nos ele que o menino crescia e fortificava-se (na parte física) enchendose de sabedoria (na parte intelectual). Alguns manuscritos acrescentam "fortificava-se em espírito". O interessante a notar é que o evangelista salienta que o desenvolvimento da personalidade de Jesus se processava normalmente: não possuía a sabedoria total infusa, mas a adquiria aos poucos. Essa opinião é acatada por certos autores, como Cirilo de Jerusalém (Patrol. Graeca, vol. 75, col. 1332) e Tomás de Aquino (Summa Theologica, III, q. XII, a. 2). Explicam que, como "homem" (como personalidade) Jesus progrediu segundo as leis naturais, crescendo seu conhecimento concomitantemente com o corpo.


A lei mosaica ordenava que todos os homens que chegassem à idade da puberdade deveriam visitar o Templo de Jerusalém três vezes por ano: na Páscoa, no Pentecostes e na festa dos Tabernáculos (EX 23:14-17; EX 34:23 e DT 16:16), preceito que não incluía as mulheres. A ida de Jesus aos doze anos não era ainda obrigatória, de vez que só aos quinze o homem se tornava realmente "israelita" ou "filho do preceito" (bar misheváh).


A festa da Páscoa durava sete dias, finalizando com grande solenidade (EX 12:15 ss; LV 23:5 ss; e DT 16:1 ss). O menino, com doze anos e muita inteligência, não era vigiado. Assim, ao organizar-se o primeiro acampamento à noite, na viagem de regresso, José e Maria deram por falta dele. Não o acharam entre os parentes e amigos. No dia seguinte regressaram a Jerusalém, observando outros grupos que saíam da cidade e não no encontraram durante todo aquele dia, nem mesmo na casa de conhecidos. No terceiro dia, resolveram ir ao Templo, e lá o descobriram, sentado entre os doutores (ou melhor, entre os "mestres" - didáskaloi).


As perguntas que lhes fazia, e as respostas que lhes dava, encheram os velhos mestres de admiração e estupor, em vista da sabedoria muito acima de sua idade, que ele revelava.


Os pais também ficaram atônitos, tanto pela cena que presenciavam, como pelo modo de agir com eles. Vem a frase de repreensão de Maria, que, falando a Jesus a respeito de José (única vez que isto acontece) lhe dá o título de "pai": "teu pai e eu".


Jesus responde. São as primeiras palavras Suas que este Evangelho reporta.


A resposta é incisiva e esclarecedora: ele precisava estar no que era de Seu pai. Há três interpretações da expressão grega έν τοϊς τοΰ πατρό

ς . 1. ª) no que é de meu Pai; 2. ª) na cas8. de meu Pai; 3. ª) nos neg ócios de meu Pai.


Ao regressar a Nazaré, Jesus estava sujeito a seus pais (obediência), desenvolvendo-se gradativamente na parte intelectual (sabedoria), na parte psíquica e emocional (maturidade) e na parte moral e espiritual (benevolência ou amor).


A anotação de Lucas (prescindindo das particularidades narradas por Mateus) ensina-nos que o Homem-

Novo se recolhe à Galileia ("jardim fechado") consagrando-se ao Senhor. Nesse ambiente, o espírito, embora "menino", cresce e se fortifica, enchendo-se de Sabedoria e aprofundando-se cada vez mais em seu coração, conquistando ("tomando de assalto", MT 11:12) o Reino de Deus, e imergindo na benevolência divina que o envolve.


Ao completar doze anos de consagração íntima a Deus, e preparação pessoal, o menino vai pela vez primeira enfrentar o grande centro religioso.


Por que aos "doze anos"? O arcano 12 tem profundo significado: no plano superior simboliza os messias ou enviados; no plano humano exprime o holocausto, o sacrifício de si mesmo em benefício da coletividade. O sacrifício é sempre feito no plano da matéria (os 12 signos zodiacais), que é especializado para a experimentação e provação dos espíritos, único plano cm que estes recebem o impulso indispensável para a subida.


O evangelista anota que Jesus SUBIU para Jerusalém (que significa "visão da paz"). Se é verdade que Jerusalém estava construída no alto de um monte, não o é menos que para "ver-se a paz" verdadeira é mister subir vibracionalmente ao plano do espírito.


Seus pais José e Maria (isto é, os que conseguiram o "nascimento do menino", o intelecto e a intuição) são chamados aos seus afazeres, e DESCEM de Jerusalém para o mundo de lutas (plano advers ário, ou diabólico). Repentinamente, "dão por falta" do Cristo, de quem perderam o contato. Aí come ça ansiosa busca entre parentes e conhecido (talvez voltando ao antigo hábito de orações a santos e guias). Mas não no encontram.


São então forçados a voltar a Jerusalém, a reingressar na "visão da paz", e só depois de algum tempo (três dias) de permanência nesse estado de meditação, é que o surpreendem novamente "no Templo", ou seja, no local sagrado onde habita a Centelha Divina: o coração, "templo de Deus", "Tabernáculo do Espírito Santo".


O intelecto e a intuição alegram-se ao reencontrá-lo, e o recriminam por haver desaparecido. A resposta é exata: "onde me encontraríeis, senão neste templo interior do coração, senão no que é de meu Pai"? Então, para que procurar? Já sabemos todos onde encontrá-lo.


Depois, mais firmes na fé, unidos mais do que nunca ao Cristo Interno, compreendem que deverão voltar ao "mundo" levando-o consigo, sem distrair-se com "parentes e conhecidos". Lidando no mundo sem perder contato com Deus em nossos corações. E é isso o que faz a intuição, que tudo percebeu, e "guardou tudo o que ocorreu em seu coração", em seu registro íntimo.


E no versículo final está resumida toda a ascensão sublime: Jesus progredia no tríplice aspecto: da individualidade (sabedoria), da personalidade (maturidade) e da divindade (benevolência = amor), não só em relação a Deus, como em relação aos homens. É o progresso que temos que perlustrar: avançar sempre, conquistando cada vez mais nos três campos.


SIMBOLISMO CÓSMICO


Acenamos (Visita dos Magos, 5 - O Astro) que O nascimento de Jesus passou a ser comemorado a 25 de dezembro, para conformar-se à data do "nascimento" do sol no solstício do inverno. Aprofundemos as observações - atentos a que estamos sempre referindo-nos ao hemisfério NORTE.


Jesus e comparado ao SOL (que exprime fogo, produzido pela fricção da madeira - era filho de u "carpinteiro" - e, qual o fogo, produz Luz). Eis algumas das datas escolhidas além dessa citada e seu cotejo com os fatos astronômicos:

1. - A concepção de Maria (Virgem) é colocada a 8 de dezembro, quando a constelação Virgo surge nos céus do hemisfério boreal, antes do solstício de inverno.


2. - Nove meses após, o nascimento de Mana é comemorado a 8 de setembro (signo de Virgo), quando a lua surge nessa constelação.


3. - A 25 de março, signo de Aries (Carneiro), festeja-se a anunciação (à concepção de Jesus), exatamente no início da primavera, estação da fecundação geral na Terra, quando em Roma se celebrava à festa de Anna Perenna (recordemos que, pela tradição a mãe de Maria era chamada Ana) ; Anna Perenna era representada pela lua, que se renovava todos os meses. No mês de março também eram comemoradas as concepções em Devanaguy (mãe de Krishna) e em Isis (mãe de Hórus).


4. - Três meses após, recorda-se a visita de Maria a Isabel, a 2 de julho, época em que Maria se oculta, para só reaparecer no nascimento de Jesus. Aí exatamente, no signo de Câncer (Carangueijo) a constelação de Virgo se oculta anualmente sob o horizonte do hemisfério norte, não sendo vista.


5. - A 25 de dezembro, signo de Capricórnio, após haver chegado ao horizonte a constelação de Virgo a 8 de dezembro, comemora-se o nascimento de Jesus (assim como o de Krishna, de Hórus e de Apolo), correspondendo a data à entrada do Sol no solstício do inverno (natalis Solis invicti). O hemisfério boreal celeste apresenta, nessa época, a seguinte configuração: aos pés de Virgo, a cabeça da constelação da Serpente ("a mulher te ferirá na cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar". GN 3:15). A oeste a constelação do Touro e de Orion, com suas três estrelas em fila, em direção a Virgo, representando os "três reis magos". Completa o quadro a constelação do Carneiro, que lembra a homenagem dos "pastores". E justamente o sol inicia sua nova eclíptica na constelação de Virgo (daí Jesus filho da Virgem Maria).


6. - O mês de maio era consagrado, entre os egípcios, a Isis, mãe de Hórus. e entre os romanos a Maia (donde tirou o nome) a deusa da fecundação primaveril do planeta, senão, por isso, entre eles, o mês preferido para os casamentos.


7. - Quando a Terra ingressou no signo de Aries, 2. 000 anos antes de Cristo, o sacrifício religioso típico era o do cordeiro, salientado também na festa da Páscoa. Na época de Jesus ingressou a Terra no signo de Peixes. A palavra "peixe", em grego ІΧΟΥΣ, contém as iniciais da frase "Jesus Cristo, filho de Deus. Salvador" (Іησους Χριστος θεου Υιος Σωτηρ) . E a figura do "peixe" simbolizou Jesus entre os primitivos cristãos. Com Sua vinda, cessaram também os sacrifícios cruentos de cordeiros: pedia-se aos que acreditavam Nele, que se sacrificassem, corrigindo seus vícios. E o ritual para indicar a mudança de vida, a passagem do "homem-velho" (signo de Aries) ao "homemnovo, signo de Peixes), era exatamente imitar a vida dos peixes, mergulhando dentro d’água (batismo). Aos apóstolos diz Jesus que os fará "pescadores de homens" MT 4:19, MC 1:17). E o batismo permaneceu na Terra durante toda a era dos Peixes, oficialmente, como símbolo de admissão na "barca" de Pedro.


LC 3:1-6

1. No décimo quinto ano do reinado de Tibério César, sendo Pôncio Pilatos governador da Judeia. Herodes tetrarca da Galileia, seu irmão Felipe tetrarca da região da Itureia e Traconites, e Lisânias tetrarca de Abilene,


2. sendo sumos sacerdotes Anãs e Caifás, veio a palavra de Deus a João, filho de Zacarias, no deserto.


3. E ele percorreu toda a circunvizinhança do Jordão, pregando o mergulho da reforma mental para a rejeição dos erros,


4. como está escrito no livro das palavras de Isaías: "Voz do que clama no deserto: preparai o caminho do Senhor, endireitai suas I veredas;


5. todo o vale será aterrado e todo monte e cuteiro será arrasado, os caminhos tortos far-se-ão direitos e os escabrosos, planos,


6. e todo homem verá a salvação de Deus". MT 3:1-6


1. Naqueles dias apareceu João Batista pregando no deserto da Judeia:


2. "Reformai vosso pensamento, porque se aproxima de vós o reino dos céus".


3. Porque é a João que se refere o que foi dito pelo profeta Isaías: "Voz do que clama no deserto: preparai o caminho do Senhor, endireitai suas veredas".


4. Ora, o mesmo João usava uma veste de pelo de camelo e uma correia em volta da cintura; e alimentavase de gafanhotos e mel silvestre.


5. Então ia ter com ele o povo de Jerusalém, de toda a Judeia e de toda a circunvizinhança do Jordão.


6. E eram por ele mergulhados no rio Jordão, confessando seus erros.


MC 1:1-6

1. Princípio da Boa Nova de Jesus Cristo.


2. Conforme está escrito no profeta Isaías: "Eis aí envio eu meti anjo ante a tua face, que há de preparar o teu caminho;


3. Voz do que clama no deserto: preparai o caminho do Senhor, endireitai suas veredas",


4. apareceu João Batista no deserto, pregando o mergulho da reforma mental para a rejeição dos erros.


5. E saíam a ter com ele toda a terra da Judeia e todos os moradores de Jerusalém. e eram por ele mergulhados no rio Jordão, confessando seus erros.


6. Ora João usava uma veste de pelo de camelo e uma correia em volta. da cintura, e comia gafanhotos e mel silvestre.


Depois de adiantado o trabalho, já no capítulo 3. º, Lucas dá-nos finalmente apontamentos mais precisos para estabelecermos uma cronologia da vida de Jesus. Estudemos os vários dados históricos fornecidos. 1. º - "No 15. º ano do reinado de Tibério César"

Tibério sucedeu a Augusto, à morte deste, no dia 19 de agosto de 767 de Roma, 14 de nossa era (Dion, 56, 31). Nessa ocasião, assumiu o título de "César", e começou de fato a "reinar".


Segundo essa cronologia, o 15. º ano de seu reinado, na qualidade de César, ocorre de 19-8-28 a 19-8- 29 de nossa era (781 a 782 de Roma). O início da pregação de João ter-se-ia dado nesse ano de 28; o mergulho de Jesus (que contaria então 35 anos) teria ocorrido antes da Páscoa de 29, e sua morte na Páscoa (14 de nisan) do ano 31 de nossa era (784 de Roma) contando Jesus 37 anos de idade.


Há duas variantes na interpretação dessa data: a) diz-se que, de fato, Tibério foi "associado" ao governo de Augusto no ano 11 (764 de Roma).


No entanto, não usava o título de César, nem tampouco assumiu as rédeas do governo, porque não permaneceu em Roma. Com efeito, no ano 7 Tibério partiu para a Dalmácia, levando reforço de tropas a Germânico (Dion, 55, 31); no fim do ano 8 regressa a Roma (Dion, 56:11) aonde chega no início do ano 9, assistindo aos jogos triunfais em sua homenagem (Dion, 56, 1). Na primavera (maio), volta à Dalmácia (Suet., Tib., 16) dirigindo-se, no outono (outubro-novembro) ao Reno (Germânia). No ano 10 Tibério está novamente em Roma, e no dia 10 de janeiro faz a dedicação do Templo da Concórdia (Mommsen, Hist. Rom., 10, pág. 60). Logo após segue para o Reno, assumindo o comando das tropas romanas e passa nessa região todo esse ano e o ano 11 (Mommsen, Hist. RM 9, pág. 61) assim como o ano 12 (Hermann Shulz, Quaestiones Ovidianae, pág. 55). No ano 13 (Schulz, ibidem), em Roma, celebra a 16 de janeiro o triunfo pela guerra da Panonia, recebendo de Augusto, novamente, o poder tribunício sem limite de tempo (Dion, 65, 28). Nessa época e no início do ano 14, Augusto faz o recenseamento ajudado por Tibério (Suet., Oct. 27). A 19 de agosto de 14 Tibério assume o governo, começa a reinar no lugar de Augusto (Dion, 56, 29-31 e Suet., OCt., 100).


Nem para Roma, nem mesmo para as províncias, poderiam ser consideradas essas atividades de Tib ério, sobretudo extra urbem, como "reinado de Tibério César".


Esta 2. ª interpretação anteciparia todas as datas do Evangelho de dois anos, ou seja: a pregação de João e o mergulho de Jesus (que contaria 33 anos) seriam no ano 27, e sua morte no ano 29, tendo Jesus 35 anos (Cfr. Hieron., De Viris, 5; Catálogo Filocaliano e Libri Paschales do 5. º século, in Patrizi, De Evange1is, III, pág. 515).


Essa interpretação foi aceita pelo catolicismo romano, pois em 1929 comemorou com um "Ano Santo" o 19. º centenário da morte de Jesus.


b) Ponderam alguns estudiosos que o ano, na Síria, é computado a partir de 1. º de outubro. E raciocinam que talvez fosse considerado o primeiro ano do reinado o período de 19-8-14 a 1-10-14 (um mês e meio), sendo o período de 1-10-14 a 1-10-15 considerado como o segundo ano de reinado.


Essa interpretação daria um resultado intermediário às datas evangélicas, fixando-se a pregação de João e o mergulho de Jesus (que teria 34 anos) no ano 28, e Sua morte do ano 30 (tendo Jesus 36 anos). Cfr. Fouard, Vie de Jésus, II, pág. 445-448; Wieseler, Chronologische Synopse, pág. 334 e Cáspari, Einleitung, pág. 44; Pirot, Saint Jean Baptiste, pág. 123-127.


Difícil, porém, que um rápido período de pouco mais de um mês tivesse sido considerado como "Primeiro ano". 2. º - "Sendo Pôncio Pilatos Governador da Judeia"

Pôncio Pilatos foi nomeado "procurador" da Judeia, em substituição a Valério Grato, no ano 26 (Josefo, Ant. Jud., 18, 4, 2). No ano 36, Lúcio Vitélio, legado imperial na Síria, enviou Pilatos a Roma, por causa de acusações, cuja defesa não foi aceita por Calígula (Josefo, Ant. Jud., 18, 6, 10), que nomeou Marulo para substituí-lo. A cidade de residência dos procuradores romanos era Cesareia de Filipe. 3. º - "Herodes, tetrarca da Galileia, seu irmão Filipe, tetrarca da região de Itureia e Traconites, e Lisânias, tetrarca de Abilene" O título de "tetrarca" havia muito não designava mais o governador de um reino dividido em quatro, tanto que Antônio conferiu esse título, em 41 A. C., a Herodes o Grande, governador único da Palestina.


Todavia, à morte deste (4 A. C.), a região resultou mesmo dividida em quatro partes, sendo seus governantes: I - Arquelau, filho de Herodes o Grande e da samaritana Maltace. Recebeu, com o título de "etnarca", a Judeia, a Iduméia e a Samaria. que ele governou só dez anos: em vista de sua crueldade, foi exilado no ano 6 de nossa era para a cidade de Viena nas Gálias. Por seu afastamento, seu território passou a ser governado pelo procurador romano.


II - Herodes Antipas (ou Antípater), irmão do precedente, foi feito herdeiro por seu pai, com o título de tetrarca da Galileia e da Peréia, que governou até cerca do ano 39, quando foi exilado com sua esposa Herodíades, por Calígula, para Lyon, nas Gálias, tendo falecido na Espanha (Josefo, Ant. Jud., 18,7,2).


III - Herodes Felipe, filho de Herodes o Grande com Cleópatra de Jerusalém, foi, de 4 A. C. até 32 A. D., tetrarca da Batanéia, Traconites, Auranítides, Gaulanítides e Panéias, cidade que ele reconstruiu com o nome de Casareia de Felipe. Lucas cita apenas as duas regiões extremas.


IV - Lisânias, filho de Lisânias I, que reconquistou sua tetrarquia à morte de Herodes o Grande, governando Abilene, no Anti-Líbano, a oeste de Damasco, limite extremo-norte do ministério de Jesus. 4. º - "Sendo sumos sacerdotes Anás e Caifás"

Anás (Hannah ou Ananus) era sumo-sacerdote desde o ano 6 A. C. e foi deposto em 15 A. D. por Valério Grato, governador da Judeia, que nomeou em seu lugar Ismael, filho de Fabi; em 16, Eleazer, filho de Anás, sucede a Ismael; em 17 é sumo sacerdote Simon, filho de Kamit; e em 18 sucede-lhe José, chamado Caifás, genro de Anás. Caifás manteve o cargo ininterruptamente, até 36, quando foi deposto por Vitélio. Como sogro de Caifás, Anás ter-se-lhe-ia agregado, exercendo grande influência sobre ele, a ponto de Lucas citar os dois como Pontífices Supremos, quando, por lei, deveria haver um.


Entramos, agora, nos textos equivalentes dos sinópticos, com pequeníssimas variantes.


"Veio a João a palavra de Deus", ou seja, chegou-lhe a inspiração do Alto. O deserto de Judá (Juízes 1:16) estendia-se ao sul de Arad, a leste de Bersabé. Mas o deserto da Judeia era a planície de Jericó.


João vivera retirado, entre os essênios, dos quais guarda as características, inclusive o hábito da purifica ção pela água.


Havia três tipos de "ablução" entre os judeus: l. ª) as prescritas pela Lei Mosaica em LV 14:1-32 (em caso de lepra), em LV 15:1-33 (após as relações sexuais) e em LV 11:24-27 (após tocar um cadáver). 2. ª) os "batismos" (mergulhos) essênios, para iniciação de novos membros, que se tornavam "iniciados" ou "purificados" (catharói), 3. ª) O "batismo" dos prosélitos judeus, que vinham do paganismo, e que conhecemos através de uma discussão entre as escolas de Hillel e de Chamai, e que parece ter sido um rito bem firmado já um século antes de nossa era. No 1. º século de nossa era, por influencia da escola de Hillel, tornou-se o rito de iniciação por excelência.


João não permanece parado, mas percorre toda a circunvizinhança do Jordão, pregando "o mergulho da reforma mental".


A palavra "batismo" significa realmente "mergulho", e o verbo "batizar" tem o sentido exato de "mergulhar" . Não é possível outra interpretação, da letra que é bastante clara.


O termo vulgarmente traduzido por "arrependimento" (metánoia) tem o sentido preciso de "reforma mental" (metá e noús). Não é, pois, um arrependimento no sentido de "chorar o mal que praticou", mas sim a modificação radical dos pensamentos, da mente, e do comportamento: a reforma mental.


A expressão είς άφεσιν άµαρτιώυ, geralmente traduzida "para remissão dos pecados", tem, na realidade, o sentido de "’para rejeição dos erros", Com efeito άφεσις é rejeição, repúdio, afastamento; e
άµαρτιώ

ν tem o significado muito mais vasto que pecados": é o erro em geral, qualquer erro. Pelos demais textos do Novo Testamento, verificamos que esse é o melhor sentido para essa expressão.


Interessante observar que Mateus emprega constantemente (31 vezes) "reino dos céus", que nos demais evangelistas aparece como "reino de Deus" (que Mateus só usa 4 vezes). Ambas se equivalem.


Como o nome Inefável não devia ser pronunciado, a ele se substituía a palavra Céus, no plural (no hebraico, shamaim e no aramaico shemata só havia a forma do plural). Mateus, mais arraigadamente judeu, evitava o emprego do tetragrama, escrúpulo abandonado pelos outros escritores.


O texto é de Isaías (40:3), extraído dos Septuaginta, e em Lucas aparece mais completo 40:3-3. Isaías referia-se literalmente à intervenção de Ciro, com seu edito de 538 A. C., considerado um messias, por haver salvo os israelitas do cativeiro da Babilônia. Mas Lucas emite a primeira parte do versículo 5, que, completo, diz: "e a Glória de Yahweh se manifestará e toda carne (todo homem) juntamente o verá".


Marcos, sob o nome de Isaías cita no versículo 2 o texto de Malaquias (Malaquias 3:1), com o qual emenda a cita ção de Isaías.


O que diz Malaquias confirma que João Batista é a reencarnação de Elias. E as palavras de Isaías referem o que se costumava fazer para preparar o caminho dos reis que iam visitar as cidades de seu reino: tornar mais retas as veredas, aterrar os vales, aplainar os montes e outeiros, tirar as pedras do caminho, etc. Tudo isso pode ser interpretado moralmente, no sentido de preparar os homens para receber as verdades que Jesus viria pregar.


Mateus e Marcos dão-nos a descrição física do arauto. Usava uma veste de "pelo de camelo". A palavra veste compreende as duas peças principais, a túnica e o manto. A túnica era presa aos rins por um cinto de couro.


Esse era exatamente o trajo de Elias, que trazia um cinto de couro para. prender a túnica de pelo de camelo (2RS 1:7-8) e além disso levam-nos a confirmar a crença de que João era realmente essênio.


Quanto à alimentação, fala-se em gafanhotos e mel silvestre. Os beduínos e nômades de Amman e de Petra ainda hoje utilizam esse alimento casualmente: tiram a cabeça, as patas e as asas, assam o gafanhoto sobre brasas, e dizem que não é desagradável ao paladar.


Mateus afirma que muitos eram mergulhados, "confessando seus erros", coisa que se explica pela exaltação religiosa, não rara em movimentos de alto teor místico.


O estudo do simbolismo leva-nos a várias conclusões.


Em primeiro lugar verificamos que as anotações de datas e cronologias são dadas em relação a João, e não a Jesus. Com efeito, João representa a personalidade, que ainda está sujeita a tempo e espaço, ao passo que Jesus, a individualidade, transcende tudo isso e vive na eternidade sem datas e sem pontos de referência.


Anotemos de passagem o simbolismo de alguns dos nomes citados. Além de João (Yohânan = Yahweh é favorável), temos uma descrição rápida do ambiente em que João começou o ministério da pregação. O governador supremo o "César", era a figuração de Roma, representada pelo Rio Tibre (Tiber

—Tibérius) e seu representante, lançado como uma ponte (Pontius) armada (Pilatus = armado d "pila", uma arma romana), dominava a religião (Judeia = louvor a Deus); Herodes, o idumeu (edom = vermelho, sangue), domina a região fechada (coração, Galileia) e o amigo dos cavalos (Felipe) na região rude e árida (Traconites); mas aquele que dissipa a mágoa (Lisânias) governa a planície verdejante (Abilene). Como superiores religiosos oficiais a graça (Anás) dominado pelo opressor (Caif ás). Esse o painel confuso da Terra, quando a grande personalidade de João inicia sua missão de Precursor: uns poucos bem intencionados, mas a maioria vivendo, por ignorância, na maldade e no materialismo.


Nessa situação, vem ao arauto a "palavra de Deus (não se trata do Lagos, palavra ativa, principio criador, mas de REMA, palavra discursiva, articulada, que dá ordens), incitando-o a dar início à ação.


A personalidade não é influenciada pelo Logos, que apenas atua na individualidade (coração).


João (a personalidade) falava ainda no deserto de individualidades, exortando as criaturas ainda no lano animalizado à reforma mental, a fim de renunciarem à inferioridade e renascerem pela água, em nova personalidade (da mesma forma que o renascimento do corpo se efetua através do mergulho no líquido amniótico do ventre materno). O "mergulho", pois é um renascer simbólico, como se a criatura entrasse no ventre materno da Mãe Terra e de lá saísse purificado dos erros das existências anteriores, nova criança, homem renovado.


Todas as arestas precisam ser aparadas, os excessos amputados, as deficiências preenchidas, retificadas as veredas das intenções, afastadas as pedras, embotados os espinhos, para que a personalidade possa elevar-se, vendo a salvação que vem de Deus e atingindo assim, através do ingresso no "reino dos céus", isto é, do viver na individualidade, a capacidade de aprender os ensinos de Jesus.


Todos os que já estavam no plano do "louvor a Deus" (Judeia) e na "visão da paz" (Jerusalém) ouviam a voz a clamar e iam em busca do mergulho para o novo nascimento. Só quando a criatura atinge determinado grau de maturidade e que pode ouvir o apelo divino; porque toda reforma e toda melhoria em que vir de dentro para fora: o chamado deve ecoar no coração, para que este possa responder com honesta sinceridade.


lc 3:1
Sabedoria do Evangelho - Volume 8

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 20
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 27:1-2


1. Tendo-se feito manhã, tomaram conselho todos os principais sacerdotes e os anciãos do povo contra Jesus, para condená-lo à morte.

2. E algemando-o (o) conduziram e entregaram ao procurador Pilatos.

MC 15:1


1. E logo de manhã, reunindo o conselho, os principais sacerdotes com os anciãos do povo e os escribas e todo o Sinédrio, algemando Jesus o levaram e entregaram a Pilatos.

LC 23:1


1. E levantando-se, todo o grupo deles conduziu Jesus a Pilatos.

JO 28:28


28. Conduzem, então, Jesus de Caifás para o Pretório; era de madrugada; e eles não entraram no Pretório para que se não contaminassem, mas comessem a Páscoa.



O sinédrio não contava com a prerrogativa de executar sentenças de morte. Daí precisar recorrer à autoridade romana, que podia ratificá-la ou recusá-la. Mister, pois, ser bem fundamentada a acusação: para mais impressionar, mantiveram o prisioneiro algemado.


Pilatos pertencia à família Pôncia, e foi o 5. º Procurador romano na Judeia, funcionando desde o ano 23 d. C., e conservando-se nesse posto até o ano 36. Como Procurador, detinha poderes civis e militares, mas dependia do Legado na Síria.


No início de sua gestão, Pilatos usara o dinheiro do qorban para a construção do aqueduto de Ethan, e esse gesto provocou uma revolta dos judeus, reprimida com um massacre (Flávio Josefo, Ant JD 18,

3, 2 e Bell. Jund...2, 9, 4). Nos momentos difíceis procurava comtemporizar, a fim de fugir à responsabilidade e ver se conseguia agradar simultaneamente às duas partes. Mas acima de tudo buscava agradar a Tibério. Nos Evangelhos é dado a Pilatos o título de hêgemôn, "chefe", o mesmo atribuído ao Legado na Síria (LC 3:2) e ao próprio Imperador (LC 3:1). O título exato da função que desempenhava seria epítropos, palavra que não aparece nos Evangelhos.


Pilatos é citado com frequência por Philon e Flávio Josefo; todavia, a não ser aí, o nome desse Procurador não aparece registrado entre os escritores clássicos profanos, a não ser em Tácito (Anales, 15:44) onde lemos: auctor nominis ejus (chrestiani) Chrestus, Tibério imperitante, per Procuratorem Pontium Pilatum supplicio erat adfectus, ou seja: "o autor desse nome (cristão) Cristo (no original Cresto) fora submetido ao suplício sob o Procurador Pôncio Pilatos, sendo imperador Tibério". Esse trecho, posto em dúvida por vários autores, como uma interpolação de cristãos, foi provado ser genuíno por Kurt Linck, no "De Antiquissimis Veterum quase ad Jesum Nazarenum spectant testimontis", (na pág. 61).


O Pretório era a residência do Pretor e, por exceção, dos Governadores romanos, desde que aí se instalasse o tribunal (bêma), que consistia num estrado sobre o qual se colocava a sella curulis. Três locais podem ter sido utilizados ad hoc naquela manhã de sexta-feira: a) o palácio de Herodes, conhecido como a Torre de David, na porta de Jaffa; b) o Tribunal civil (melkcmeh), no vale do Tiropeu; c) a Torre Antônia, ao norte da esplanada do Templo.


A presunção geral pende para o último deles, onde o Procurador permanecia quando se afastava de sua residência oficial em Cesareia, ao passar em Jerusalém os dias dos festejos pascais.


Flávio Josefo (Bell. JD 5. 5. 8) diz que o local ficava enquadrado por quatro torres; sua área era de 1. 800 m2, sendo construído com grandes pedras, sendo-lhe, pois, bem aplicado o nome de lithóstrotos (de lithos, "pedra" e strônymi, "pavimentar"), como o denomina João (João 19:13), dizendo que em hebraico se chama Gábbatha ("lugar elevado, eminência"), de Gabâ; segundo Strack e Billerbeck, (o. c. t. 2, pág. 572) o termo é Gabbahhta, "fronte calva".


Preferem o primeiro sentido Edersheim, Schurer, Sanday. Guthe, Zahn, Abel, Durand Lagrange (cfr. Abel. "Jerusalem Nouvelle", pág. 565-567). Mas as descobertas de 1932-1933 vieram dar muita força ao segundo.


A concordância dos quatro Evangelistas é total, quando assinalam a sexta-feira, dia 14 de nisan como véspera da celebração da Páscoa, que começaria nesse dia às 18 horas, donde não quererem os judeus entrar no Pretório para se não contaminarem legalmente.


Segundo os cálculos astronômicos de J. K. Fotheringam ("Journal of Theologic Studies", 1911, pág. 120-127) e de Karl Schoch (Bulletin, 1928, pág. 48-57) entre os anos 28 e 34, o 14 nisan foi sextafeira no ano 30 (a 7 de Abril) e no ano 33 (a 3 de abril). Num desses dois anos ocorreu a crucificação (cfr. J, Levie, "La date de la Mort de Jésus", in "Nouvelle Revue Theólogique", t. 40, 1933, pág. 141-

147).


Pilatos tenta salvar Jesus da condenação, procurando negociar a clemência dos judeus em favor do réu, declarando-o "não culpado" e reenviando-o a Antipas, propondo, inclusive salvá-lo com a concessão da "graça pessoal".


Mas o ódio dos sacerdotes nada aceita, ameaçando o procurador de denunciá-lo a Roma. Daí dizer Jesus que Pilatos era "menos culpado" do que o Sinédrio (JO 19:11). Em vista disso levantam-se muitos para desculpar Pilatos (cfr. Renan, "Vie de Jésus"; Jackson et Lake, "The Reginnings of Christanity", pág. 13) embora os autores antigos o apresentem como duro contra os judeus (cfr. Fl. Josefo, Bell. JD 2,9,2, e Philon, "Leg. ad Caium", 38).


Em vista da impossibilidade em que se encontrava o Colégio Sacerdotal, oficialmente constituído, de submeter o candidato às provas máximas, que exotericamente seria a morte física, a Lei providenciou sua entrega ao poder civil, aproveitando-lhe o desinteresse dos chefes pela condenação desse "réu", para que a execução não fosse aplicada com sumo rigor, exigindo-se-lhe a verificação da "morte".


Nos mínimos pormenores comprovamos que jamais é abandonada a criatura humana, pois a Lei, através de Seus executores, prima em cuidar de todas as minúcias, escolhendo a dedo as personagens rigorosa e cuidadosamente selecionadas, para que se evitem erros e desvios prejudiciais à meta almejada.


Por esse motivo é que Pilatos, por ser displicente, foi conduzido àquele posto, tendo ao lado exatamente aquela esposa, que pudesse interceder em benefício de Jesus, abrandando ainda mais o ânimo do Procurador e tirando-lhe qualquer veleidade de perseguição.


Assim, encontrava-se Jesus nas mãos de um Colégio Sacerdotal cheio de ódio mortal, mas impotente na ação, e de um procurador romano que tinha poderes para agir, mas não desejava condenar à morte, tudo fazendo para libertá-los: era, pois, a figura ideal, que levaria o candidato à iniciação de seu grau até o ponto exato, e não aquém (libertando-o) nem além (exigindo a morte física real).


Não têm razão os que atribuem o sacrifício de Jesus a um "complat" de maldade, exclusivamente dependente da vontade humana: trata-se de uma necessidade vital, governada pela Vida e pelas Inteligências diretoras da Humanidade, que colocaram nos postos-chaves criaturas capazes de cumprir exatamente as determinações superiores.


Assim vai o candidato a caminhar passo a passo, até a consumação do sacrifício que lhe abrirá, de par em par, a porta de acesso ao posto supremo de Chefe do Sexto Raio, no Governo da Humanidade.



Locais

Estes lugares estão apresentados aqui porque foram citados no texto Bíblico, contendo uma breve apresentação desses lugares.

ABILENE

Atualmente: SÍRIA
Região próxima a Damasco governada pelo tetrarca Lisânias.
Mapa Bíblico de ABILENE


GALILÉIA

Atualmente: ISRAEL
Região de colinas áridas e vales férteis, que se estende a leste e norte do Mar da Galiléia
Mapa Bíblico de GALILÉIA


ITURÉIA

Ver também, Auranites, Gaulonites, Traconites
Mapa Bíblico de ITURÉIA


JUDÉIA

Atualmente: ISRAEL
Província romana, localizada a partir de Jerusalém, em direção ao sul. Deserto da Judéia corresponde a faixa de terra despida, pedregosa e de aspecto agreste, que percorre quase toda a costa ocidental do Mar Morto. I Samuel 17:28 e Números 23:28
Mapa Bíblico de JUDÉIA


TRACONITES

Região - ver também, Auranites, Gaulonites, Ituréia. Lucas 3:11
Mapa Bíblico de TRACONITES


Itureia

Itureia é o nome grego de uma região na Terra de Israel durante os períodos hasmoneu, herodiano e romano. É uma terra montanhosa.

É mencionado apenas uma vez na Bíblia cristã, enquanto que em fontes históricas aparece o nome do povo, os 1tureus (em grego: Ἰτουραῖοι ou Ἰτυραῖοι). Estes últimos são mencionados pela primeira vez por Eupôlemo - como uma das tribos conquistadas por Davi - e, posteriormente, por Estrabão, Plínio, o Velho, Josefo e outros, e por eles designados 1tureus como um povo ismaelita, talvez sendo descendentes de Jetur, filho de Ismael, que habitavam o leste do Jordão.

Segundo Estrabão, os árabes e itureus que viviam na 1tureia eram predadores, e suas fortalezas foram destruídas por Pompeu. Eles apreciados pelos romanos pela sua grande habilidade no tiro com arco.

O Itureus foram conquistados pelo rei hasmoneu Alexandre Janeu e foram forçadamente convertidos ao Judaísmo. Ptolemeu, filho de Mennaeus, rei de Heliópolis e Cálcis da Celessíria, também dominou este território.

Mapa Bíblico de Itureia


Judeia

Judeia (do hebraico יהודה "louvor", Yəhuda ; em hebreu tiberiano Yəhûḏāh), em árabe: يهودية, Yahudia, em grego: Ἰουδαία, Ioudaía; em latim: Iudaea) é a parte montanhosa do sul de Israel, entre a margem oeste do mar Morto e o mar Mediterrâneo. Estende-se, ao norte, até as colinas de Golã e, ao sul, até a Faixa de Gaza, correspondendo aproximadamente à parte sul da Cisjordânia.

Atualmente, a Judeia é considerada parte da Cisjordânia pelos árabes, enquanto para o governo israelense a região é a Judeia e a Samaria, excluindo Jerusalém Oriental. A Organização das Nações Unidas utilizou-os em 1948 para se referir à parte sul da atual Cisjordânia.

No terceiro milénio anterior à Era Cristã começaram a surgir as primeiras cidades, certamente em contacto com as grandes civilizações que se desenvolveram nos vales do Nilo e a Mesopotâmia. Quando os hebreus chegaram à terra de Canaan, a região encontrava-se já ocupada pelos cananeus. O povo hebreu, originalmente um clã semita que se refugiara no Egito devido a uma fome em Canaã, passou a ser escravizado após a morte de seu protetor, José do Egito, o que durou por 430 anos. Sob a liderança de Moisés, deixaram o cativeiro no Egito por volta de 1447 a.C., segundo o Livro do Êxodo. De início, fixaram-se nas regiões localizadas a oeste do mar Morto, mas pouco a pouco, liderados por Yehoshua ben Nun, derrotaram os Cananeus, e ocuparam as margens do Mediterrâneo e as terras do norte de Canaan.

No século XII a.C., os chamados povos do mar, entre eles os filisteus, ocuparam as planícies litorâneas. As constantes lutas entre os dois povos terminaram com a vitória dos hebreus.

No século X a.C., Israel aproveitou o enfraquecimento dos grandes impérios vizinhos para expandir o seu território. O país, que alcançou o seu apogeu ao longo dos reinados de David e Salomão, foi mais tarde dividido em dois reinos: Israel, ao norte, fundada pelo Rei Jeroboão I e que fora invadido pelos Assírios, e Judá, ao sul. Israel foi transformado em tributário da Assíria. Logo após subir ao trono, em 721 a.C., Sargão II conquistou o país e deportou a maior parte de seus habitantes. No sul, o reino de Judá conservou sua precária independência até 587 a.C., quando Nabucodonosor II o arrasou e deportou sua população para a Babilónia. Em 539 a.C., quando o xá aquemênida Ciro, o Grande apoderou-se da Babilônia, este permitiu que muitos hebreus pudessem regressar à sua região. Depois da conquista do Império Aquemênida pelo macedônio Alexandre o Grande, a terra de Canaan ficou submetida à influência helenística.

Após a Conquista da região pelos gregos, a Judeia é invadida pelo Império Romano. Com os romanos é que a região ficará conhecida como Palestina. Segundo Flávio Josefo, o nome Palestina ocorre depois das guerras Judaica-Romana.

Mapa Bíblico de Judeia



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Lucas Capítulo 3 do versículo 1 até o 38
SEÇÃO III

A PREPARAÇÃO PARA O MINISTÉRIO DE CRISTO

Lucas 3:1-4.13

A. A PREGAÇÃO DE JOÃO 3:1-20

1. João 1nicia o Seu Ministério (3:1-6)

Os três Evangelhos Sinóticos tratam do ministério de João. Para uma argumenta-ção mais detalhada, veja os comentários sobre Mateus 3:1-12. Os comentários aqui se limitarão às diferenças entre a narrativa de Lucas e os outros dois Evangelhos. Lucas apresenta um tratamento mais profundo do tema. Este relato contém vinte versículos, o de Mateus doze, e o de Marcos oito. Lucas também acrescenta alguns fatos específicos.

No ano quinze do império de Tibério César (1). Somente Lucas tenta fixar a data do início do ministério de João, e ele o faz com considerável número de detalhes. Ele não somente fornece o ano específico do reinado do imperador romano na época, mas também cita os governadores ou tetrarcas encarregados de todas as divisões da região palestina. Embora ele inclua os sumos sacerdotes, fica claro que as datas são mais para os leitores gentios do que para os judeus. Esta datação específica e cuidadosa é também uma característica dos historiadores gregos' – uma das muitas evidências de que Lucas era grego, e não judeu.

A data fornecida assinala o começo do ministério de João, mas para Lucas este mi-nistério era simplesmente o prefácio ou a introdução ao ministério de Jesus. Era o acon-tecimento de abertura da "Grande Aventura". Marcos considerou o ministério de João como sendo "o Princípio do evangelho de Jesus Cristo..." (1.1).

A questão sobre quando foi este ano quinze do reinado de Tibério é um assunto que tem causado várias discussões. Tibério tornou-se imperador devido à morte de Augusto, em 14-15 d.C. Se o décimo quinto ano for contado a partir dessa data, corresponderia a 28-29 d.C. Mas isto significaria que Jesus era mais velho do que Lucas afirma que era (3.23), ou que havia nascido dois anos mais tarde do que normalmente se acredita que Ele nasceu (por volta de 4 a.C.). Alguns estudiosos argumentam que Lucas está contan-do o reinado de Tibério a partir de 11-12 d.C., quando ele passou a governar juntamente com o seu padrasto, Augusto. Esta tese tem sido atacada e acusada de não estar de acordo com a maneira como os historiadores romanos datavam os eventos na história romana — o costume era fixar a data no início do reinado de um imperador que estivesse na condição de único governante. Entretanto, Lucas não era um historiador romano, e há provas que mostram que o costume de datar desde o início de um governo conjunto era seguido no Oriente.' Como Lucas viveu, foi educado e escreveu no Oriente, é mais razoável supor que ele tenha seguido o costume oriental de datar os aconte-cimentos nos seus escritos. No exemplo atual, portanto, ele está datando desde o início do governo conjunto de Tibério e Augusto — 11-12 d.C. — e assim o ministério de João começou em 26-27 d.C.'

Sendo Pôncio Pilatos governador da Judéia. O seu título exato era "procura-dor". Ele ocupou este posto de 26 a 36 d.C. e era subordinado ao governador da Síria.

Sendo... Herodes, tetrarca da Galiléia. Este era Herodes Antipas, o filho de Herodes, o Grande, e irmão de Arquelau. Ele governou a Galiléia e a Peréia de 4 a.C. a 39 d.C. Tetrarca quer dizer "governador de um quarto". Originalmente, o termo era usado para designar um governador subordinado encarregado de uma quarta parte dos domínios do seu superior. Na época da narrativa de Lucas, a divisão matemática exata já não era tão respeitada.

Herodes, o Grande, dividiu o seu reino no seu testamento. A Judéia foi designada a Arquelau, cujo título era "etnarca" ("governador de um povo ou de uma nação"), um título um pouco mais elevado do que "tetrarca", o título dado àqueles que governavam as demais divisões do antigo reino de Herodes. Depois de seis anos de governo, Arquelau foi deposto e a Judéia foi anexada ao Império.

Seu irmão Filipe, tetrarca da Ituréia e da província de Traconites. Filipe era o melhor da família de Herodes. Ele governou de 4 a.C. a 34 d.C. A sua tetrarquia ficava a leste do Jordão e ao norte da Peréia. Lisânias era o tetrarca de Abilene, que ficava imediatamente ao norte da Ituréia e a sudoeste de Damasco (veja o mapa). Lisânias não é mencionado na história secular.'

Sendo Anás e Caifás sumos sacerdotes (2). Este fenômeno aparentemente es-tranho, de haver dois sumos sacerdotes ao mesmo tempo, é justificado pelo fato de Anás, o sumo sacerdote legítimo, ter sido deposto aproximadamente quinze anos antes por Valério Grato, o antecessor de Pilatos, mas continuou a ser considerado como sumo sacerdote pela maioria dos seus compatriotas. Durante este período, quatro outros tinham estado no cargo oficialmente, e o último deles era Caifás, o genro de Anás, que serviu de 17 a 36 d.C.

A recusa, por parte do povo, de reconhecer a deposição da Anás, sem dúvida se devia ao fato de que no sistema mosaico se supunha que os sumos sacerdotes tinham um cargo vitalício. Também é importante lembrar que não se esperava que o povo reconhecesse um ato de um oficial romano pagão (gentio) que destituiu um oficial religioso judeu. Nenhum judeu ortodoxo poderia admitir que um romano tivesse tal autoridade. Também é bastante possível que Anás, embora tendo uma posição não oficial como sumo sacerdote, estivesse ocupando a importante posição de nasi, ou presidente, do Sinédrio. Segundo o que está escrito no livro... do profeta Isaías (4). Esta passagem de Isaías, capítulo 40, é citada nos três Evangelhos Sinóticos, mas Lucas cita um trecho maior — uma parte do versículo 5 não é mencionada pelos outros dois evangelistas. Lucas também é mais fiel à Septuaginta do que os outros Sinóticos.

A expressão Todo vale se encherá, e se abaixará todo monte e outeiro (5), vem de Isaías 40:4. Esta e as frases seguintes deste versículo sugerem alguns ajustes que o homem deve fazer para se encontrar com Deus. A imagem de toda esta passagem é a de pioneiros ou construtores de estradas indo à frente do rei para preparar o caminho pelo qual a sua comitiva deverá passar. João é o pioneiro do Rei dos reis, que está prestes a fazer a sua aparição.

1) Os vales de vida ímpia devem ser preenchidos;

2) os montes e outeiros do orgulho e da hipocrisia deverão ser trazidos até o plano da verdadeira humil-dade;

3) os caminhos tortuosos e escabrosos deverão ser colocados em conformidade com a vontade do Rei.

Toda carne verá a salvação de Deus (6). Esta não é uma parte da passagem de Isaías 40, mas uma tradução livre de Isaías 52:10. A salvação de Deus, na forma do seu Filho encarnado, será revelada para que toda a carne possa saber e participar. Além disso, na segunda vinda de Cristo e no Juízo todos os olhos o verão — inclusive aqueles que o rejeitaram.

Esta passagem sugere o pensamento: "Como se preparar para o novo nascimento". O texto seria Preparai o caminho do Senhor, 4; o "como" se encontra no versículo 5, que dá a prescrição de Deus:

1) Todo vale se encherá;
2) se abaixará todo... outeiro;
3) o que é tortuoso se endireitará;
4) os caminhos escabrosos se aplanarão. O versículo 6 dá o resultado desta preparação: Toda carne verá a salvação de Deus. Isto é o que acontece quando sobrevêm o verdadeiro avivamento.

  1. Um Pregador Destemido (3:7-9)

Para uma discussão sobre o conteúdo desta passagem, veja os comentários sobre Mateus 3:7-10. A única diferença importante entre Mateus e Lucas nestes versículos é que Mateus especifica a raça de víboras como "muitos dos fariseus e dos saduceus", ao passo que Lucas simplesmente os chama de multidão. Os leitores gentios de Lucas não teriam compreendido o significado completo da menção de Mateus a estas seitas judai-cas. Também é provável que Lucas desejasse fazer uma aplicação mais ampla (univer-sal) destas palavras.

  1. O que Devo Fazer? (3:10-14)

Nestes versículos, João é mais o conselheiro do que o evangelista. Aqui ele lida com problemas característicos de grupos específicos — problemas que poderiam impedir ou atrapalhar a vida espiritual daqueles que os confrontavam.

E a multidão o interrogava... Que faremos, pois? E, respondendo ele... Quem tiver duas túnicas, que reparta com o que não tem... (10-11). A multidão significa, literalmente, "a massa". Eles representavam um grupo representativo da população, por isso a resposta de João era aplicável a todos — era um princípio universal. Este é o prin-cípio que agora chamamos de caridade cristã ou amor fraterno. O apóstolo João afirma a mesma verdade negativamente, quando diz: "Quem, pois, tiver bens do mundo e, vendo

  1. seu irmão necessitado, lhe cerrar o seu coração, como estará nele a caridade [ou o amor] de Deus?" (1 Jo 3:17). O oposto deste princípio é o egoísmo, que tanto desonra a Deus como é autodestrutivo. E quem tiver alimentos, que faça da mesma maneira. A comida e as roupas são as necessidades materiais mais básicas do homem, e o amor cristão não pode ficar indiferente na presença de alguém que não tenha essas coisas.

Chegaram também uns publicanos... e disseram-lhe: ...que devemos fa-zer? (12). Aqui estava um grupo homogêneo que tinha uma fraqueza característica. Esta é a primeira menção feita aos publicanos na história dos Evangelhos, mas Lucas os traz freqüentemente à sua narrativa no restante do seu Evangelho. Estes arrecada-dores de impostos para os romanos geralmente eram detestados por uma dupla razão:
1)
eles arrecadavam impostos para um poder estrangeiro que não era bem-vindo, e

2) quase sempre eram desonestos, cobrando mais do que era devido. A pergunta e o desejo deles no sentido de serem batizados indica que procuravam a salvação com sincerida-de. O fato de João não os condenar, como fez com os fariseus e os saduceus, confirma esta interpretação.

Não peçais mais do que aquilo que vos está ordenado (13). João deu a respos-ta perfeita, porque este era o antídoto perfeito para a fraqueza característica deles. Aqui percebemos a exigência da honestidade pessoal em todos os relacionamentos.

E uns soldados o interrogaram também, dizendo: E nós, que faremos? (14) E a resposta de João é, novamente, muito apropriada: A ninguém trateis mal, nem defraudeis e contentai-vos com o vosso soldo. Isto abrange as três tentações mais comuns dos soldados. Nas respostas de João aos publicanos e aos soldados, podemos ver uma das muitas evidências no Novo Testamento do fato de que Deus se propõe a revolu-cionar a sociedade, não por meio de uma mudança brusca da estrutura social exterior, mas por meio de uma revolução interior e pessoal, e pela renovação (pelo novo nascimen-to) dos indivíduos que compõem a sociedade. As mudanças sociais exteriores devem ser o resultado da mudança interior dos indivíduos.

4. Quem é João (3:15-17)

Para uma discussão completa sobre estes versículos, veja os comentários sobre Mateus 3:11-12. A única diferença significativa entre a narrativa de Lucas e a de Mateus, está no fato de que Lucas acrescenta uma afirmação introdutória (15) que faz uma transição mais suave e mais literária às próximas palavras de João, e também apresenta a razão para o que vem a seguir. Lucas nos conta que a referência que João faz ao ministério e ao batismo de Jesus, e à sua própria inferioridade a Jesus, foi motivada pela expectação do povo e pelo fato de que estariam pensando... (ou argumentando) se, porventura [ele, João], seria o Cristo (15).

Nos versículos 16:17 podemos ver "Os dois batismos". Aqui a Bíblia mostra:

1) com-paração: ambos foram batismos — atos, não processos;

2) Contraste: a água versus o fogo; o arrependimento versus o Espírito;

3) Conseqüência: nunca se apaga.

5. João e Herodes (3:18-20)

O versículo 18 é outro daqueles elos literários entre os acontecimentos que carac-terizam o Evangelho de Lucas e marcam a sua superioridade literária em relação aos outros dois Sinóticos. Lucas resume todo o resto da pregação de João nas muitas ou-tras coisas que ele pregava ao povo.

Sendo, porém, o tetrarca Herodes repreendido por ele... acrescentou a to-das as outras ainda esta, a de encerrar João num cárcere (19-20). Mateus dá esta informação muito mais tarde' — depois da morte de João — e somente com a finalidade de explicar a crença de Herodes de que Jesus era João ressuscitado dos mortos. Lucas, sendo novamente mais literário, usa esta informação como a conclusão da sua narrativa do ministério de João, apresentando-o, conseqüentemente, como uma unidade.

  1. O BATISMO DE JESUS, 3:21-22

Em sua narrativa do Batismo, Lucas é muito mais conciso que Mateus, e até mesmo ligeiramente mais conciso que Marcos. Para uma argumentação a respeito, veja os co-mentários sobre Mateus 3:13-17. A única contribuição de Lucas é a sua afirmação de que Jesus orou depois do seu batismo e antes que descesse sobre Ele o Espírito Santo. A oração de Jesus nesta ocasião deve ter sido curta — como foi a sua oração no túmulo de Lázaro (Jo 11:41-42). Mas a oração era tão significativa para Ele, que até mesmo esta breve oração deve ser mencionada juntamente com sua relação com a descida do Espírito Santo.

  1. A GENEALOGIA DE JESUS, 3:23-38

Jesus...começava a ser de quase trinta anos (23). Esta era a idade com a qual os sacerdotes e os levitas iniciavam o seu serviço, e também aquela em que os escribas poderiam começar a ensinar legalmente. Jesus tinha atingido a idade em que Ele pode-ria iniciar o seu ministério público.

Sendo (como se cuidava) filho de José, e José, de Eli... (23). Aqui Lucas nos apresenta a genealogia de Jesus. O Evangelho de Mateus começa com uma genealogia, ao passo que Lucas a coloca aqui, no início do ministério público de Jesus. Este é o ponto em que Jesus se torna o principal Personagem da narrativa de Lucas. Os dois autores traçam a genealogia através de Davi, mas Mateus retrocede até Abraão, interessado na relação de Jesus com a nação de Israel, ao passo que Lucas retrocede até Adão. Ele apresenta Cristo não apenas como o Messias judeu prometido, o Filho de Davi, mas como o Salvador do mundo e o Filho de Adão. Outro contraste entre os dois relatos é o fato de que Mateus inicia a genealogia em Abraão e termina em Jesus, enquanto Lucas inicia em Jesus e retrocede para terminar em Adão e Deus.

Além destas três diferenças, existe outra que é mais difícil de explicar: os nomes nas duas listas diferem no período compreendido entre Davi e Cristo. Muitos estudiosos afir-mam que as duas listas fornecem a genealogia de José. Outros acreditam que a genealogia de Mateus corresponde aos antepassados de José, ao passo que a de Lucas corresponde aos de Maria. Godet traduziu a última metade do versículo 23 como: "sendo filho — pen-sava-se, de José — de Eli", ou seja, Jesus é identificado como o "filho" do seu avô materno, Elis . Conseqüentemente, esta é a genealogia de Maria.


Champlin

Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
Champlin - Comentários de Lucas Capítulo 3 versículo 1
O décimo quinto ano:
28 ou 29 d.C.Lc 3:1 Tibério César:
Imperador romano durante os anos 14:37 d.C.Lc 3:1 Pôncio Pilatos foi prefeito ou governador romano da Judéia, Samaria e Iduméia durante os anos 26:36 d.C.Lc 3:1 Herodes, chamado Antipas, filho de Herodes, o Grande (Mt 2:1,), foi tetrarca da Galiléia e Peréia de 4 a.C. a 39 d.C.Mt 3:1 Filipe, outro filho de Herodes, o Grande, governou na Ituréia e Traconites, regiões situadas a nordeste da Galiléia, de 4 a.C. a 34 d.C.Lc 3:1 Abilene:
Região situada ao ocidente da Ituréia.

Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Lucas Capítulo 3 do versículo 1 até o 38
*

3:1

A longa referência cronológica de Lucas começa com o ministério de João Batista, provavelmente cerca de 27-29 d.C.

Pôncio Pilatos. No seu testamento, Herodes, o Grande, deixou a Judéia para seu filho Arquelau, e outros territórios para seus filhos Filipe e Antipas. Porém, Arquelau governou tão mau, que os Romanos o removeram no ano 6 d.C. e indicaram seu próprio governador. Pôncio Pilatos foi o quinto governador da Judéia, servindo ali de 26-36 d.C.

tetrarca. Um tetrarca era um rei sem importância. “Herodes” aqui é Herodes Antipas. A região de Filipe ficava a nordeste do Mar da Galiléia. Nada mais é conhecido de Lisânias, mas Abilene ficava ao norte das outras regiões.

* 3:2

Os judeus tinham só um sumo sacerdote por vez. Anás tinha sido deposto pelos Romanos que, para o seu lugar, escolheram Caifás, seu genro. Os romanos cuidavam para que Caifás exercesse as funções oficiais, porém, muitos judeus ainda consideravam Anás o verdadeiro sumo sacerdote.

veio a palavra de Deus. A mensagem de João Batista não era dele mesmo, mas era a palavra dinâmica do próprio Deus.

* 3:3

batismo de arrependimento. Os judeus batizavam os gentios, se eles desejassem fazer parte do povo de Deus. A veemência da prática de João era uma forma de chamar os judeus a se submeterem ao rito que consideravam conveniente só para os gentios. João buscava uma mudança no coração dos judeus. Ver nota em Mt 3:6; Mc 1:4.

* 3.4-6

Todos os quatro Evangelhos aplicam Isaías 40:3 a João e concordam que João se viu como o único arauto. Porém, só Lucas acrescenta Isaías 40:4,5, dando ênfase ao conceito da salvação de Deus.

* 3:7-8

Uma forte advertência é dirigida àqueles que reivindicavam a Abraão como pai. O fato de ser judeu não livraria ninguém do juízo vindouro.

* 3:9

está posto o machado à raiz. Esta frase aponta para um juízo certo e repentino.

fogo. Um símbolo de juízo.

* 3:11

A túnica era uma roupa de baixo; normalmente só uma era usada. João sugere que o homem que possui duas para seu uso deve dar a de reserva a alguém que não tem nenhuma, o mesmo fazendo com os alimentos.

* 3:12

publicanos. Os impostos romanos eram cobrados por agentes que pagavam pelo direito de cobrar impostos numa cidade. Eles pagavam aos Romanos aquilo que foi tratado e coletavam mais para o seu próprio salário. Eram fortemente tentados a se enriquecerem, coletando muito mais do que seria razoável. Os coletores judeus eram desprezados como colaboradores da força romana de ocupação. Eram excluídos da vida religiosa das sinagogas e do templo.

* 3:14

Como os coletores de impostos, os soldados eram tentados a usar sua posição para enriquecer-se. João aprecia a honestidade de todos. Todos os quatro Evangelhos tem um relato do ministério de João Batista, quando ele chamava o povo ao arrependimento como preparação para a vinda de Jesus. Só Lucas nos diz aquilo que João disse aos questionadores que queriam entender o que a mensagem de João significava para eles.

* 3:15

Especulações messiânicas estavam no ar, porém, João disse claramente que ele não era o Messias, pois um maior do que ele viria.

* 3:16

não sou digno de desatar-lhe as correias. Nas escolas rabínicas o aluno não pagava a seu professor. Exigia-se que ele prestasse serviços, mas não o de desatar as sandálias, que era considerado um trabalho muito servil. João coloca-se numa posição humilde.

fogo.

O batismo com fogo aponta para o juízo (v.9, nota). A pá “para limpar sua eira” é outro símbolo para o juízo (v.17). Trabalhadores usavam a pá para atirar grãos colhidos ao vento, deixando os grãos caírem diretamente no solo, e a palha voava para longe. E quando arrumavam a eira, a palha era queimada.

* 3:19-20

Herodes Antipas divorciou-se de sua esposa e casou-se com sua sobrinha Herodias, que era também sua cunhada (Mc 6:17, nota). João denunciou este feito escandaloso e Herodes mandou prendê-lo na fortaleza de Maquero, a leste do Mar Morto.

* 3:21

Jesus identificou-se com os pecadores por submeter-se ao batismo deles. Ver “O Batismo de Jesus”, em Marcos 1:9.

* 3:22

Todos os quatro Evangelhos nos dizem que o Espírito Santo desceu sobre Jesus nesta ocasião. Pombas eram importantes no sistema sacrificial do Antigo Testamento. Dentro da cultura judaica, os pombos eram considerados carinhosos e dóceis. Nas Escrituras, o pombo é usado freqüentemente em figuras e comparações, nem sempre com o mesmo significado. Ver também Gn 1:2; 8.8-12.

* 3.23-38

A genealogia de Lucas difere da que está em Mateus (1.12-17), começando com Adão, ao invés de partir de Abraão. Alguns dos nomes diferem e a ordem também é diferente. Alguns sugerem que Mateus segue a linha de José e Lucas a de Maria; porém, Lucas, especificamente, começa com José. Pode ser que Mateus não esteja citando ancestrais diretos, mas àqueles que teriam estado legalmente na linhagem para o trono de Davi. Ambos os Evangelhos dão ênfase ao fato de que Jesus era descendente de Davi.



Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de Lucas Capítulo 3 do versículo 1 até o 38
3:1 Tiberio, imperador romano, governou do 14 aos 37 D.C. Pilato foi o governador romano da província da Judea. Herodes Antipas e Felipe eram meio irmãos e filhos do cruel Herodes o Grande, que já levava mais de vinte anos de falecido. Antipas, Felipe, Pilato e Lisanias ao parecer tinham o mesmo poder no governo de seus territórios. Todos estavam sujeitos a Roma e tinham a responsabilidade de manter a paz em suas respectivas regiões.

3:2 Sob a Lei judia havia um solo supremo sacerdote. Deus o escolheu da descendência do Arão e reteve sua posição para sempre. Neste tempo, entretanto, o sistema religioso estava corrompido e os governantes romanos escolheram suas próprios líderes religiosos mantendo assim um grande controle sobre os judeus. Ao parecer, as autoridades romanas depuseram ao Anás, judeu eleito, e o substituíram com seu filho político, Caifás. Está demais dizer que Anás reteve seu título (veja-se At 4:6) e possivelmente também assumiu muito do poder. Isto porque os judeus acreditavam que a posição do supremo sacerdote era para toda a vida. portanto, seguiriam chamando o Anás seu supremo sacerdote.

3:2 Este é João o Batista, cuja história de nascimento se relata no capítulo 1.

3:2 Pilato, Herodes e Caifás foram os líderes mais capitalistas na Palestina, mas os desafiou um profeta solitário da Judea rural. Deus decidiu falar através do João o Batista, que entrava na história como o maior em comparação com os que governaram em seu dia. Com quanta freqüência julgamos às pessoas por nossas regras culturais: poder, riqueza, beleza, e passamos por cima aos que em realidade são importantes e mediante os quais Deus obra! A grandeza não se mede pelo que se tem, mas sim pelo que se faz para Deus. Como João, deve dar-se por inteiro a Deus para que seu poder obre através de você.

3:3 O arrependimento tem dois lados: afastar do pecado e aproximar-se de Deus. Para receber perdão, necessita-se de ambas as atitudes. Não podemos simplesmente dizer que acreditam e viver como melhor nos pareça (veja-se 3.7, 8), nem sequer ter uma boa conduta moral sem relação com Deus, porque ela por si só não pode nos oferecer o perdão de pecados. Dita livrar-se de tudo pecado que Deus assinalou e ponha sua confiança só no, para que o guie.

3.4, 5 Nos tempos do João, antes de que um rei empreendesse uma viagem os mensageiros se encarregavam de planejar a visita e preparar o caminho. Do mesmo modo, João indicou a seus ouvintes que alistassem suas vidas para a vinda do Senhor. Ao nos preparar para receber ao Senhor, devemos nos centralizar no, escutar suas palavras e responder obedientes seus mandatos.

3:6 Este livro se escreveu para uma audiência gentil. Lucas se refere ao Isaías para mostrar que a salvação é para todas as pessoas, não só para os judeus (Is 40:3-5; Is 52:10). João o Batista fez um chamado a todas as pessoas a que se preparassem para seu encontro com o Jesus. Inclui-o a você, sem importar a relação que tenha com organizações religiosas nem com autoridades. Não deixe que seus sentimentos o mantenham fora da causa. Ninguém que queira seguir ao Jesus é um forasteiro no Reino de Deus.

3:7 O que motiva sua fé: temor ao futuro ou o desejo de ser melhor em um mundo superior? Algumas pessoas queriam que João as batizasse a fim de escapar do castigo eterno, mas não procuravam deus para salvação. João teve palavras duras para sortes pessoas. Sabia que Deus valora mais a mudança que o rito. Está sua vida enraizada no desejo de uma vida nova e transformada ou é o simples desejo de receber uma vacina ou uma apólice de seguro contra um possível desastre?

3:8 Muitos dos ouvintes se estremeceram quando João disse que ser descendentes do Abraão não era suficiente para Deus. Para estar ante Deus, os líderes religiosos dependiam mais de sua genealogia que de sua fé. Para eles, a religião era uma herança. Mas uma relação com Deus não é possível transmitir-se de pais a filhos. Cada um a deve achar sozinho. Não confie em ninguém mais para sua salvação. Ponha sua fé no Jesus e logo exercite-a ao pô-la em ação cada dia.

3:8, 9 Confissão de pecados e mudança de vida são inseparáveis. A fé sem obras é morta (Jc 2:14-26). As duras palavras do Jesus as dirigiu aos respeitáveis líderes religiosos que se fecharam a uma verdadeira mudança. Procuravam reconhecimento como autoridades religiosas, mas não desejavam trocar seus corações nem suas mentes. Desde aí a improdutividade de suas vidas. O arrependimento é falso se não estar ligado à ação. Seguir ao Jesus significa mais que expressar boas palavras. Significa fazer o que A manda.

3.11-14 A mensagem do João demandava ao menos duas respostas específicas: (1) compartilhe com os que estão em necessidade, (2) qualquer que seja seu trabalho, faça-o bem e com imparcialidade, e (3) contente-se com seu salário. João não tinha tempo para dirigir uma mensagem de consolo aos que viviam com indiferença ou egoísmo, fez uma chamada para que a gente vivesse com justiça. Que mudanças pode obter ao compartilhar o que tem, cumprir com seu trabalho honestamente e contentar-se com o que possui?

3:12 Os cobradores de impostos eram muito conhecidos por sua desonestidade. Os romanos reuniam dinheiro para seu governo explorando os privilégios da arrecadação. Os cobradores de impostos obtinham seu sustento adicionando uma considerável soma ao total, tudo o que pudessem tirar, e ficavam com ela. A menos que a gente se rebelasse e se arriscasse à represália romana, tinham que pagar o pedido. É óbvio que odiavam aos cobradores de impostos, que eram desonestos, avaros e dispostos a trair a seus compatriotas por dinheiro. Mesmo assim, diz João, Deus pode aceitar a estes homens se se arrependerem e trocam na verdade seus caminhos.

3.12-14 A mensagem do João jogou raiz onde menos se esperava: os pobres, os criminosos, até o odiado exército de ocupação. Eram pessoas terrivelmente conscientes de sua necessidade. Freqüentemente confundimos respeitabilidade com boa maneira de viver. Não é igual. A respeitabilidade pode até impedir a boa forma de viver se nos freia em ver a necessidade de Deus. Se tivesse que escolher, protegeria seu caráter embora arruíne sua reputação?

3:14 Estes soldados eram parte das tropas romanas enviadas a esta distante província para manter a paz. Oprimiam aos pobres e usavam seu poder para tirar vantagem de todas as pessoas. João os chamou o arrependimento e a trocar seus caminhos.

3:15 Fazia mais de quatrocentos anos que não havia profeta no Israel. Existia a crença geral que quando o Messías viesse, a profecia reapareceria (Jl 2:28-29; Ml 3:1; Ml 4:5). Quando João irrompeu em cena, a gente se emocionou. Obviamente era um grande profeta e estavam seguros de que chegou o ano tão esperado do Messías. É mais, alguns pensavam que João seria o Messías. João falava como os profetas de antigamente ao dizer que o povo devia voltar-se de seus pecados a Deus para experimentar sua misericórdia e aprovação. Esta é uma mensagem para todos os tempos e lugares, mas João o apresentou com uma urgência particular, preparava às pessoas para a vinda do Messías.

3:16 O batismo do João com água simbolizava o lavamiento dos pecados. Seu batismo se ajustava a sua mensagem de arrependimento e mudança. O batismo do Jesus com fogo inclui o poder necessário para fazer a vontade de Deus. Começou no dia do Pentecostés (Feitos 2), quando o Espírito Santo veio aos crentes em forma de línguas de fogo, lhes dando poder para proclamar em muitos idiomas a ressurreição do Jesus. O batismo por fogo também simboliza a obra do Espírito Santo que traz o julgamento de Deus sobre quem rechaça o arrependimento.

3:17 João adverte do julgamento vindouro comparando aos que rechaçam viver para Deus com a palha, o imprestável do grão. Em contraste, compara aos que se arrependem e arrumam suas vidas com o grão que se nutre a si mesmo. O aventador era um instrumento de madeira em forma de garfo usado para limpar o grão na debulha. Quem se negue a que Deus os use, serão desprezados porque são inúteis ao desenvolvimento da obra de Deus. Os que se arrependem e acreditam, entretanto, possuem um grande valor ante os olhos de Deus porque começam uma nova vida de serviço produtivo para O.

3.19, 20 Nestes dois versículos Lucas salta ao futuro para continuar sua explicação a respeito do João o Batista. Para a ordem cronológica dos acontecimentos, veja-a harmonia dos Evangelhos.

3:19, 20 Este é Herodes Antipas (veja-se Marcos 6 para seu perfil). Herodías era sua sobrinha e também a esposa de seu irmão. Planejou a traição da morte do João o Batista (Mt 14:1-12). Os Herodes foram incestuosos, criminais e de família fraudulenta. Contradizer a um oficial romano, tirano, que tinha a autoridade para pôr a alguém na prisão e executá-lo, era em extremo perigoso e isso foi o que precisamente fez João. Ao parecer, Herodes teve a última palavra, mas a história não terminou ainda. No julgamento final, Herodes, não João, será um dos que estarão em perigo.

3:21 Lucas enfatiza o lado humano do Jesus. Veio de pais humildes, anunciaram-no a pastores e estrangeiros. O batismo foi a primeira declaração pública de seu ministério. Em lugar de ir a Jerusalém e identificar-se com os líderes religiosos estabelecidos, Jesus foi ao rio e se identificou com os que se arrependiam do pecado. Aos doze anos de idade, visitou o templo, entendeu sua missão (2.49). Dezoito anos mais tarde, em seu batismo, começou a levá-la a cabo. Através da oração Deus lhe falou e lhe confirmou sua decisão de atuar. Deus se abriu passo na história humana através do Jesucristo.

3:21, 22 Se o batismo era um sinal de arrependimento de pecados, por que Jesus pediu o batismo? Freqüentemente, brindam-se várias explicações: (1) a missão do Jesus sobre a terra foi identificar-se com nossa humanidade e pecado; (2) O também nos deu exemplo a seguir pelo ato do batismo; (3) o batismo do Jesus foi o começo de seu ministério público; e (4) batizou-se pelos pecados da nação. A vinda do Espírito Santo em forma de pomba mostrou que Deus aprovou o que Jesus fazia. Era um homem perfeito que não necessitava o batismo pelo pecado, mas de todas maneiras o fez em nosso favor.

3.21, 22 Este é um dos muitos lugares nas Escrituras onde se mencionam todos os membros da Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo. Nas palavras tradicionais da Igreja, o único Deus que existe em três pessoas, mas com uma só substância, coeterna e coigual. Não há uma explicação adequada que descreva o poder e o intrincado desta relação única. Não há analogias perfeitas na natureza porque não existe outra relação como a Trindade.

3:23 Imagine ao Salvador do mundo trabalhando em uma carpintaria de um povo pequeno até os trinta anos de idade! Parece incrível que Jesus tenha estado contente ao permanecer no Nazaret todo esse lapso, entretanto, com paciência dependeu do tempo do Pai para sua vida e ministério. Trinta anos era a idade prescrita pelos sacerdotes para começar seu ministério (Nu 4:3). José tinha trinta anos quando começou a servir ao rei do Egito (Gn 41:46) e Davi tinha essa idade quando começou a reinar sobre o Judá (2Sm 5:4). Os trinta anos era então uma boa idade para começar uma importante missão na cultura judia. Como Jesus, precisamos trabalhar no tempo de Deus e resistir a tentação de saltar para frente antes de receber a direção do Espírito. Espera e se pergunta qual será seu próximo passo? Não salte etapas, confie no tempo de Deus.

3:23 Possivelmente Elí era o sogro do José. Desta maneira a genealogia deve ser da María, a que Lucas recebeu pessoalmente dela. É pertinente que Lucas mostre a genealogia da María pela importância que lhe outorga à mulher em seu Evangelho.

3.23-38 A genealogia do Mateus retrocede até o Abraão e amostra que Jesus estava aparentado com todos os judeus. A genealogia do Lucas retrocede até o Adão mostrando sua relação com todos os seres humanos. Isto é lógico com a descrição do Lucas de que Jesus é El Salvador de todo o mundo.


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Lucas Capítulo 3 do versículo 1 até o 38
II. O período de preparação (3: 1-4: 1)

A. o ministério de João Batista (3: 1-20)

1. um batismo de conversão (3: 1-6)

1 Agora, no décimo quinto ano do império de Tibério César, sendo Pôncio Pilatos governador da Judéia, Herodes tetrarca da Galiléia, seu irmão Filipe tetrarca da região da Ituréia e Traconites, e Lisânias tetrarca de Abilene, 2 no highpriesthood de Anás e Caifás, a palavra de Deus veio a João, filho de Zacarias, no deserto. 3 E ele percorreu toda a circunvizinhança do Jordão, pregando o batismo de arrependimento para a remissão dos pecados; 4 como está escrito no livro das palavras do profeta Isaías,

A voz do que clama no deserto:

Faça ye Preparai o caminho do Senhor,

Endireitai as suas veredas.

5 Todo vale será aterrado,

E toda montanha e colina serão abatidos;

E a torto passa a ser em linha reta,

E as formas em bruto lisa;

6 E toda a carne verá a salvação de Deus.

Papel de Lucas como historiador aparece em foco nos dois primeiros versos deste capítulo. Não há nada parecido em outros Evangelhos. Nada menos do que cinco governantes mais dois sumos sacerdotes são mencionados, e, em seguida, o precursor do Messias. Assim, o palco está pronto para o início do ministério de Cristo. Ewald diz que Lucas é "o primeiro escritor que emoldura a história do Evangelho no grande história do mundo."

Tibério César foi o segundo imperador do Império Romano (AD 14-37). Ele era o enteado adotada de Augusto, o primeiro imperador (30 AC-AD 14), que governou em que Cristo nasceu. No primeiro um governante sábio e benevolente, ele tinha por esta altura se tornar cruel e tirânico. Lucas afirma que João Batista começou seu ministério no décimo quinto ano do reinado de Tibério. O problema é gerado aqui de saber se isso significa que o décimo quinto ano de seu único governo, que começou em AD fazendo 14, assim, o ministério de João Batista começar em ANÚNCIO Dt 29:1. ; 2Sm 7:4 ; Ml 3:1 . (Mateus e Marcos citar apenas o terceiro verso.) Esta passagem sugere fórmula quádrupla de Deus por um avivamento: (1) o preenchimento dos vales; (2) cortar as montanhas; (3) endireitar as curvas; (4) suavizar os solavancos. Quando isso é feito, toda a carne verá a salvação de Deus (v. Lc 3:6 ). Quando a igreja leva a prescrição divina, os pecadores serão salvos.

2. Os Frutos do Arrependimento (3: 7-14)

7 Disse, pois, às multidões que saíam para ser batizado por ele, Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira vindoura? 8 Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento, e não comeceis a dizer em vós mesmos: Nós tem pai a Abraão; porque eu vos digo que Deus é capaz destas pedras suscitar filhos a Abraão. 9 E até agora o machado também jaz à raiz das árvores; toda árvore que não produzir bons frutos é cortada e lançada no fogo. 10 E as multidões, perguntou-lhe, dizendo: Que então devemos fazer?11 E ele, respondendo, disse-lhes: Aquele que tem duas túnicas, reparta com o que não tem nenhuma, e aquele que tem alimentos, faça o mesmo. 12 E há também veio publicanos, para serem batizados, e disseram-lhe: Mestre, que devemos fazer? 13 E disse-lhes, extorquem não mais do que o que vos está ordenado . 14 e soldados também perguntaram-lhe, dizendo: E nós, o que devemos fazer? E ele disse-lhes: extorquir nenhum homem por violência, nem acusar qualquer uma erradamente; e se contentar com seu salário.

Os versículos 7:9 estão intimamente paralelo ao Mt 3:7 (veja os comentários aqui). Lucas só passa a dar instruções específicas de João em três grupos: (1) a multidões (. vv Lc 3:10 , Lc 3:11 ); (2) o publicanos (vv. Lc 3:12 , Lc 3:13 ); (3) os soldados (v. Lc 3:14 ).

Quando as multidões perguntou: O que devemos fazer (v. Lc 3:10 ), João Batista disse que eles compartilhem suas roupas e alimentos com os que não tinham. Isto é simplesmente praticar a Regra de Ouro (Mt 7:12. ). Coats é, literalmente, "camisas" (Moffatt);isto é, as roupas usado junto à pele.

Os publicanos veio com a mesma pergunta em seus lábios. Estes eram os "coletores de impostos" daquele dia. Para eles o João disse, Extorquir não mais do que aquilo que é designado para você (v. Lc 3:13 ). O governo romano de viveiro para fora a cobrança de impostos a determinados indivíduos chamados publicani . Estes, por sua vez, empregada indivíduos locais para fazer a coleta real dos impostos em áreas pequenas. Estes últimos eram "cobradores de impostos", não publicanos , e são os mencionados aqui e em outros lugares nos Evangelhos. Uma vez que cada coletor de impostos foi responsável por transformar em uma determinada quantia ao seu superior, era comum a prática de extorquir -melhor, "exato" (KJV); extorquir é forte demais para o grego-o máximo possível de pessoas. O coletor iria embolsar a diferença.

Por último veio soldados (v. Lc 3:14 ), literalmente ", que servem como soldados" -com a mesma pergunta. Extorquir ... pela violência é um verbo forte (encontrado somente aqui no NT), muito diferente de "extorquir" no versículo anterior. Significa literalmente a tremer como com um terremoto. Alguns soldados forçaria os homens, através de ameaças de violência, para dar-lhes o que eles pediram. João Batista advertiu contra esta violação dos direitos humanos. acusam injustamente -mais "acusar falsamente" (KJV) -é uma palavra rara, no grego (sykophanteo) encontrado somente aqui e em Lc 19:8)

15 E, estando o povo em expectativa e arrazoando todos em seus corações a respeito de João, se por acaso, ele era o Cristo; 16 João respondeu, dizendo-lhes tudo, Eu vos batizo com água; mas lá vem aquele que é mais poderoso do que eu, a correia dos cujas sandálias não sou digno de desatar: ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo: 17 A sua pá ele tem na mão, cuidadosamente para limpar a sua eira, e recolher o trigo ao seu celeiro; mas a palha ele vai queimar em fogo inextinguível.

O versículo 15 é somente em Lucas. Ele indica a razão pela qual João fez as declarações encontradas nos seguintes versos. O Cristo significa "o Messias". As pessoas estavam se perguntando se talvez João Batista pode ser o Messias prometido.

Os versículos 16:17 estão intimamente paralelo em Mt 3:11 , Mt 3:12 . Por sua interpretação ver a discussão lá. Nós adicionamos apenas um comentário aqui: "O" fogo "conectado com o batismo do Espírito Santo, provavelmente se refere à purificação da obra do Espírito."

4. A prisão de João (3: 18-20)

18 E com muitas outras exortações, portanto, pregou ele boas novas ao povo; 19 mas Herodes, o tetrarca, sendo repreendido por ele por causa de Herodias a mulher de seu irmão, e por todas as maldades que Herodes tinha feito, 20 adicionado este também a todos eles, que de encerrar João na prisão.

Este incidente teve lugar na tarde (conforme Mt 14:3 ; Mc 6:17 , Mc 6:18 , e os comentários lá). Lucas coloca-lo aqui, a fim de terminar a sua discussão de João Batista. Para Herodes reprovador de João por seu casamento ilegal a mulher de seu irmão, Lucas sozinho acrescenta: e por todas as coisas más que Herodes tinha feito (v. Lc 3:19 ). João era um puritano popa e ficou estarrecido com o luxo e licenciosidade de vida de Herodes.

B. O BATISMO DE JESUS ​​( Lc 3:21 , 22)

21 Ora, aconteceu que, quando todas as pessoas foram batizadas, que, Jesus também ter sido batizado, e orando, o céu se abriu, 22 e o Espírito Santo desceu em forma corpórea, como uma pomba, sobre ele, e uma voz veio do céu: Tu és o meu Filho amado; em ti me comprazo.

Para a discussão deste incidente e seu significado, ver os comentários sobre Mt 3:13 . Lucas tem dois detalhes adicionais que não são encontrados nos outros dois sinóticos. Ele observa que Jesus estava orando . Esta é a primeira de seis vezes que Lucas menciona a vida de oração de Jesus, onde os outros Evangelhos não mencioná-lo em todos os (ver Introdução ). O outro detalhe é que o Espírito Santo desceu em forma corpórea sobre Jesus. Este é mais definido do que as outras duas contas e salienta que a vinda era visível aos olhos humanos. Como uma pomba (em todos os três sinóticos) poderiam ser tomadas metaforicamente.

Sobre o significado do Batismo, Miller tem que dizer isto: "Ele foi batizado pelos pecados dos outros. Is 53:1)

23 E o próprio Jesus, quando ele começou a ensinar , tinha cerca de trinta anos de idade, sendo o filho (como se cuidava) de José, o filho de Heli, 24 o filho de Matã, o filho de Levi, filho de Melqui, o filho de Janai, o filho de José, 25 o filho de Matatias, ofilho de Amós, o do filho de Naum, o filho de Esli, o filho de Nagai, 26 o filho de Maate, o filho de Matatias, o filho de Semei , o filho de Josech, o filho de Joda, 27 o filho de Joanã, o filho de Resa, o filho de Zorobabel, filho de Salatiel, o filho de Neri, 28 o filho de Melqui, o filho de Adi, o filho de Cosã, o filho de Elmadã, o filho de Er, 29 o filho de Jesus, o filho de Eliezer, o filho de Jorim, o filho de Matã, o filho de Levi, filho de Simão, o filho de Judas, o filho de José, o filho de Jonam, o filho de Eliaquim, 31 o filho de Melea, o filho de Menna, o filho de Matata, filho de Natã, o filho de Davi, 32 o filho de Jessé, filho de Obede , o filho de Boaz, o filho de Salmon, o filho de Naasson, 33 o filho de Aminadabe, o filho de Arni, o filho de Esrom, o filho de Perez, o filho de Judá, 34 ofilho de Jacó, o filho de Isaque, o filho de Abraão, o filho de Tera, filho de Naor, 35 o filho de Serugue, o filho de Reu, o filho de Peleg, o filho de Eber, o filho de Selá, 36 o filho de Cainã, o filho de Arfaxade, o filho de Sem, o filho de Noé, o filho de Lameque, 37 ofilho de Matusalém, o filho de Enoque, o filho de Jared, filho de Maalalel, o filho de Cainã, 38 o filho de Enos, o filho de Sete, o filho de Adão, o filho de Deus.

Existem várias diferenças entre esta genealogia e ao encontrado em Mt 1:2 . A mais óbvia é que, enquanto Mateus começa com Abraão e segue a linha escolhida para baixo a Cristo, Lucas começa com Jesus e anda para trás e para Adão, o Filho de Deus (v. Lc 3:38 ). Assim, Lucas, de acordo com o seu objetivo ao escrever para os leitores gentios, dá uma genealogia completa ao invés de apenas um judeu.

Outra diferença notável é o facto de os nomes entre Davi e Cristo não são o mesmo. Várias teorias têm sido propostas para explicar isso. Um que tem o apoio de muitos dos melhores estudiosos é que "Mateus dá descida legal de José como sucessor do trono de Davi", enquanto Lucas "dá verdadeira paternidade de José." Robertson, no entanto, acha que a "solução mais plausível ainda sugeriu faz Mateus dar a descida real do José, e Lucas a descida real do Maria. "Isto está de acordo com o fato de que as narrativas da infância em Mateus estão focados na experiência de José e aqueles no centro Lucas sobre Maria. A melhor explicação e defesa deste ponto de vista é que a apresentada por Godet. Ele iria traduzir a última parte do versículo 23 : "sendo um filho, como se pensava, de José-de Heli." Por isso, é a genealogia de Heli, o pai de Maria, que é seguido.

De acordo com interesse histórico de Lucas é a sua declaração-encontrada somente aqui, de que Jesus era cerca de trinta anos de idade, quando começou a ensinar (v. Lc 3:23 ). Este foi o tempo habitual para os homens para começar a vida pública.


Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de Lucas Capítulo 3 do versículo 1 até o 38
Lucas apresenta cinco descrições do ministério de João Batista.

  1. O construtor de estradas (3:1-6)

Deus deixou de lado grandes e poderosos governantes para entre-gar sua Palavra, no deserto, a um profeta judeu. Com certeza, a na-ção de Israel estava em um deser-to espiritual, e João levou-lhe as boas-novas a respeito do Messias e de seu reino. João não era ape-nas um profeta, mas era ele mesmo objeto de profecia (Is 40:3-23). Os versículos 4:5 descrevem a obra de preparar o caminho a fim de dei-xar tudo pronto para a chegada do Rei. Em seu ministério, João tinha de remover um bocado de "entu-lho religioso" a fim de que as pes-soas estivessem prontas para dar as boas-vindas a seu Messias.

At 19:15 deixa claro que o ministério de batismo de João visava a vinda do Salvador, enquanto o ba-tismo cristão relembra a identifica-ção com a morte, o sepultamento e a ressurreição de Cristo (Rm 6:1-45). Jesus disse a eles: "Vós sois do diabo" (Jo 8:44-43; Mt 23:33), pois Satanás é a serpente e tem "filhos" (Ap 20:2). Como os versícu-los 9:1-7 deixam claro, o batismo de fogo diz respeito ao julgamento. João retrata Jesus como um ceifei-ro que separa o joio do trigo com um forcado ("pá"). O ceifeiro é uma imagem comum de julgamento (Sf 1:4; Jr 15:7; Os 3:12-29).

No versículo 18, a palavra gre-ga traduzida por "exortação" sig-nifica "pregar as boas-novas". João era um evangelista que direcionava os pecadores para o Salvador. No versículo 3, a palavra "pregar" sig-nifica "anunciar a mensagem". João era o mensageiro que veio antes do Rei a fim de proclamar sua vinda ao povo.

João batizou Jesus com a fi-nalidade de apresentá-lo ao povo (Jo 1:29-43), não porque ele fosse um pecador arrependido. O Pai e o Espírito testemunham que Jesus de Nazaré é, na verdade, o Filho de Deus. O batismo com água de nosso Senhor foi um prenúncio de seu futuro batismo de sofrimento na cruz (12:50). Ele, por intermédio de sua morte, de seu sepultamento e de sua ressurreição, "cumpriju] toda a justiça" (Mt 3:15).

Apenas Lucas menciona que Je-sus orou durante seu batismo (v. 21), e essa é a primeira das muitas oca-siões em que ora, conforme men-cionadas nesse evangelho (Lc 3:21; Lc 5:0;Lc 1:6; Lc 6:12; Lc 9:18,Lc 9:29; Lc 11:1; Lc 22:32,Lc 22:41; Lc 23:34,Lc 23:46). Se o Filho do Homem, que é perfeito, tem de orar a fim de servir ao Pai, nós, que somos seu povo, temos de orar muito mais!

  1. O mártir (3:19-20)

Lucas não apresenta um relato com-pleto da prisão e do martírio de João Batista, porém, Mateus e Marcos o fazem (Mt 14:1-40; Mc 6:14-41). João poderia fazer concessões em sua mensagem e poupado sua vida, contudo ele foi uma testemunha fiel que anunciou a verdade de Deus sem temor e sem fazer concessões. Seu ministério foi breve e talvez pa-reça ter sido um fracasso; no entan-to, ele cumpriu sua obra (At 13:25) e agradou ao Senhor (7:18-35).

Nota sobre Lc 3:23-42. Mt 1:1-40 apresenta a genealogia de José, o pai adotivo de Jesus, e mos-tra o direito legal de Jesus ao trono de Davi. Lucas apresenta a genealo-gia de Maria, que prova os direitos naturais de Jesus ao trono. Desse modo, Eli é o pai de Maria. O versí-culo 23 afirma: "Jesus [...] era, como se cuidava, filho de José, filho de Eli [isto é, nascido de Maria, filha de Eli]". Em geral, pensava-se que Jesus fosse filho de José (4:22; Jo 6:42,Jo 6:45). Não se punha o nome da mãe na genealogia, portanto a genealogia não cita o nome de Maria. Lucas mantém seu foco em Jesus, o Filho do Homem, e traça sua genealogia até Adão (1Co 15:45).


Russell Shedd

Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
Russell Shedd - Comentários de Lucas Capítulo 3 do versículo 1 até o 38
3.1 Tibério. Refere-se ao ano 26 ou 27 d.C. Pilatos exerceu a autoridade suprema de Roma na Judéia, entre 26 e 36 d.C., e Herodes (Antipas) na Galiléia, de 4 a.C. até 39 d.C.

3.2 Anãs. Sumo sacerdote de 6-15 d.C., teve influência predominante sobre Caifás, seu genro, compartilhando ambos do poder. Veio a palavra de Deus, depois de 400 anos sem um profeta oficial, João foi o último dos profetas da Velha Aliança.

3.3 Batismo de arrependimento. O batismo é o sinal público de mudança interna. O arrependimento precede o batismo, que o sela e relembra futuras obrigações. Para remissão de pecados viria na salvação (Cristo. conforme v. 6) de Deus, que seria oferecida a todo o mundo e, por fim, trará seu julgamento sobre os rebeldes (7).

3.7 Víboras: longe de serem filhos reais de Abraão (Rm 4:16), aos olhos de Deus, eram geração de serpentes venenosas (o diabo, conforme Jo 8:44).

• N. Hom. 3.8 Frutos dignos do Arrependimento são: 1 O reconhecimento da responsabilidade pessoal (8);
2) A prontidão nas boas obras (9);
3) A partilha com os necessitados (11);
4) A honestidade (13);
5) A mansidão, a verdade, e o contentamento (conforme 1Tm 6:6). Pedras. Um trocadilho hebraico com "filhos" (banim) e "pedras" (abanim), significando que Deus pode dar aos que carecem de dignidade humana; a mais alta posição com o Seu filho.

3.12 Publicanos. Os desprezados cobradores de impostos, normalmente fraudulentos e opressores (conforme Lc 19:2, Lc 19:8).

3.14 Maltrateis. "Intimidar", "usar a força com o objetivo de extorquir ou roubar". Denúncia. Acusar com o propósito de roubar.

3.16 O ministério de João era o arauto que, na prática oriental, precedia ao monarca para exortar o povo a preparar os caminhos (conforme 4, 5). o arrependimento era a preparação para a vinda de Cristo, que daria nova vida (o Espírito) aos corações preparados (conforme Jo 3:3, Jo 3:5). Fogo. O contexto (17) parece exigir o sentido de prova, de julgamento (conforme Lc 12:49-42; 1Co 3:13).

3.17 Trigo... palha. Deus, em relação aos homens, sempre faz separação entre as que na humildade querem Sua graça, e os rebeldes que preferem o pecado e seu salário. Inextinguível. Gr asbestõ, um fogo que, pela sua fúria, não pode ser apagado.

3.19 Herodes. Antipas, filho de Herodes, o Grande, que matou as crianças de Belém.

3.21 Jesus foi batizado. Depois do povo, para manifestar Sua identificação com os pecadores arrependidos e assinalar Sua consagração à obra que Deus lhe entregara (Jo 17:4; He 5:7).

3.22 Desceu sobre Ele. O Espírito veio em forma corpórea para que os presentes pudessem reconhecer a Jesus como o Messias (conforme Is 11:2, Is 11:3; Is 42:1) e para mostrar que estaria aberta a possibilidade de uma vida cheia do Espírito Santo (4.1, 14, etc.). Tu é o meu Filho. A Trindade está presente no batismo de Jesus e no dos crentes (Mt 28:19).

3.23 Filho de Heli. Pode-se explicar as diferenças entre Mt 1 e Lc 3, segundo Machen, se virmos em Mt a linhagem legal de Davi, e em Lc a natural. Mateus se interessa pelo Seu parentesco com Abraão, mas Lucas pela solidariedade para com toda a humanidade em Adão.

3.38 Filho de Deus. Tanto aqui, como em toda a genealogia, a palavra "filho" não aparece, no grego. Aqui seria, lit., "...de Adão de Deus".


NVI F. F. Bruce

Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
NVI F. F. Bruce - Comentários de Lucas Capítulo 3 do versículo 1 até o 38
III. AÇÃO PREPARATÓRIA (3.1—4.13)
Com o cap. 3, começa a narrativa do ministério de Jesus no ponto em que Marcos começa o seu evangelho — a pregação de João Batista e o batismo do nosso Senhor.

1) O ministério de João (3:1-20)
Num ponto particularmente bem determinado da história (3.1,2), João choca os seus conterrâneos com sua pregação, cheia do fogo e da fidelidade dos oráculos dos profetas do AT. Ele os desafia a se arrependerem, a fazerem um reconhecimento público do seu arrependimento por meio do batismo e dá exemplos concretos do tipo de efeitos que deveriam ser visíveis na sua maneira de viver.
v. 1,2. A sincronização em seis pontos data, mas só aproximadamente, o ministério de João Batista (v. artigo “Pano de fundo histórico e político”, p. 1.043).

v. 3-20. Lucas tem o telato mais abrangente do ministério de João encontrado nos Evangelhos sinópticos (v.comentário de Mc 1:2-41). Marcos faz citações de Ml 3:1 e Is 40:3, e então mostra que João, vestido de roupas parecidas com as de Elias (2Rs 1:8), batizava no deserto, que pregava “um batismo de arrependimento para o perdão dos pecados” e predisse a vinda daquele que era muito maior do que ele. Mateus (3:3-12) omite a citação de Malaquias (ele a inclui mais tarde, Mt

II. 10), mas acrescenta uma nota de urgência na fala de João; “o Reino dos céus está próximo” (3.2). Ele também registra mais detalhes do que Marcos acerca das advertências de João aos seus ouvintes: (a) tratando-os como raça de víboras, ele lhes recomenda com insistência que, se querem escapar do juízo vindouro, o arrependimento evidenciado pela conduta transformada vai ter mais utilidade do que o mero fato da sua posição privilegiada como filhos de Abraão, membros do povo escolhido de Deus. Em Mt 3:7, são os fariseus e saduceus que são tratados assim.

(b) Essa mensagem profética demandando justiça pessoal é reforçada por uma nota apocalíptica de urgência. O tempo é curto; “O machado já está posto à raiz das árvores” (Mt 3:10).

Lucas, parecendo extrair da fonte que ele tem em comum com Mateus, faz todos esses mesmos acréscimos, exceto que ele aumenta a citação de Isaías para incluir os v. 4,5, como também o v. 3, e que ele omite o dito acerca da proximidade do reino e o fato (Mt 3:7) de que escribas e fariseus estavam no meio da multidão.

Por outro lado, ele acrescenta um trecho interessante que não se encontra em Mateus ou Marcos, registrando as sugestões práticas de João para a implementação do arrependimento genuíno. O povo em geral (multidão, v. 10) conhecia a responsabilidade que era colocada sobre eles de repartir com os vizinhos menos afortunados a comida ou as roupas que tivessem a mais do que o necessário. Os cobradores de impostos, geralmente desprezados e detestados como antipatrióticos testas-de-ferro, voluntariamente se colocando a serviço dos dominadores romanos ou te-trarcas judaicos para extorquir de forma ines-crupulosa e desonesta os seus compatriotas, enchendo os seus próprios bolsos, receberam a ordem de desempenhar as suas tarefas de forma justa e honesta. Soldados valentões e intimidadores deveriam se abster de apropriação sumária de bens dos outros e de juramentos falsos superficiais para encobrir os rastros dos seus atos. E interessante observar que não há nada de revolucionário nisso tudo; nem mesmo os cobradores de impostos recebem a ordem de abandonar a sua profissão. Essa é uma “ética interina” — um código de conduta enquanto se espera o dia da completa revelação do reino, quando os impostos romanos e muitas outras coisas serão eliminadas. Um pequeno ponto digno de observação é que, enquanto pressupomos com base no tom geral do relato de Mateus (e o de Marcos também) que o ministério de João ficou centralizado em um lugar, Lucas dá pistas de um ministério peripatético cobrindo uma área maior (v. 3). O quarto evangelho diz que João estava batizando em Betânia além do Jordão (1,28) e fala de ele agindo mais tarde num distrito da Samaria (3.23).

Batismo. O ritual do batismo não era coisa nova. A água, com frequência, é um símbolo de purificação no AT, e nessa época o batismo pode ter se tornado o modo em que os prosélitos convertidos ao judaísmo eram cerimonialmente aceitos na sua nova fé. T. W. Manson (The Servant-Messiah, 1953, p. 44-5) sugere que João estava convidando os judeus a confessarem que, em virtude de seus pecados, tinham perdido o direito ao status de filhos de Abraão e deveriam fazer um novo início assim como os prosélitos dentre os gentios.

V. 19,20. Lucas registra aqui o aprisionamento de João por Herodes, não mencionado em Mateus ou Marcos até que registrem a execução dele (v.comentário Dt 9:7-5).


2) O batismo de Jesus (3.21,22)
O próprio Jesus se junta à multidão que está esperando o batismo, e ele mesmo é batizado, e logo em seguida o Espírito Santo desce e descansa sobre ele como pomba, e ouve-se uma voz do céu (v.comentário de Mc 1:9-41).

v. 21. Esse é um dos trechos em que somente Lucas entre os Sinópticos registra que Jesus estava orando (v. Introdução, Características, 6, p. 1.184).

v. 22. Lucas acrescenta a expressão em forma corpórea para descrever a aparição da pomba. Plummer comenta corretamente: “Nada se ganha quando se admite algo visível e se rejeita a pomba. Compare as visões simbólicas concedidas por Javé a Moisés e aos outros profetas. Não ousamos afirmar que o Espírito Santo não possa revelar-se à vista humana, ou que ao fazê-lo não possa empregar a forma de uma pomba ou de línguas de fogo” (p. 99). Além disso, é compreensível que o Espírito Santo se manifestasse na forma de uma pomba. Isso está em concordância com todo o testemunho das Escrituras acerca dele.


3)    A genealogia de Jesus (3:23-38)

As diferenças entre as duas genealogias do nosso Senhor dadas nos Evangelhos geram uma série de questões importantes. V. comentário de Mt 1:2-40.


Moody

Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
Moody - Comentários de Lucas Capítulo 3 do versículo 1 até o 15

III. O Aparecimento do Salvador. 3:1 - 4:15.

A narrativa do ministério de João Batista, a genealogia e a tentação de Jesus tem o propósito de fornecer os antecedentes do Salvador que Lucas está apresentando. O batismo relaciona-o com a vida espiritual contemporânea sua; a genealogia confirma seu relacionamento com a raça humana; e a tentação prova sua competência em lidar com os problemas morais que a humanidade enfrenta.


Francis Davidson

O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
Francis Davidson - Comentários de Lucas Capítulo 3 do versículo 1 até o 20
III. A PREPARAÇÃO DO SALVADOR PARA SEU MINISTÉRIOLc 3:1-42; Mc 1:1-41. Cfr. também Jo 1:6-43. Tendo recebido um chamado de Deus, João principiou a pregar o arrependimento na região do Jordão e empregava o batismo como um sinal de arrependimento, cumprindo desta maneira uma profecia de Isaías (2-6). Ele advertia as multidões que iam para serem batizadas que produzissem frutos como prova de arrependimento e dava-lhes direções práticas para abandonar os pecados que os envolviam e fazer o dever especial que era requerido deles (7-14). Em meio à reação de maravilha que chegou a despertar, João lhes contava o porquê dele batizar com água e anunciava também que o Messias estava para vir depois dele e então batizaria com o Espírito Santo e executaria o julgamento (15-17). Lucas, então, completa o seu relato com relação ao Batista, a esta altura, narrando como o seu ministério foi terminado abruptamente com o seu encarceramento, ficando então nas mãos de Herodes, cujo pecado ele havia reprovado (18-20). Cfr. Mt 14:1-40; Mc 6:14-41.

Voz do que clama (4). O sentido geral da passagem citada de Is 40:3-23, é um chamado para preparar um caminho através do deserto para a chegada de um rei. A ira vindoura (7). O povo pensou que o julgamento do Messias seria executado sobre seus opressores gentios. João advertiu-os com respeito ao julgamento vindouro para os próprios judeus, declarando que isso era iminente.

>Lc 3:16

Eu na verdade vos batizo com água (16). No original há uma ênfase tanto no &ld; eu&rd; como em &ld; com água&rd; . Isso era tudo quanto João podia fazer. Ele então aponta para o contraste entre o seu próprio batismo com água e o batismo do Messias com o Espírito Santo. Isto é notado em todos os Evangelhos (Mt 3:11; Mc 1:8; Jo 1:33), e é também mencionado por Jesus após a ressurreição (At 1:5). Obviamente havia um paralelismo tencionado entre o batismo de João com água e o derramamento subseqüente do Espírito Santo, no Pentecostes. O ritual que João introduzira foi baseado nas promessas dos profetas (Is 44:3; Ez 36:25-27). E com fogo (16). Isto se refere ao poder purificador da obra do Espírito, enquanto que a água é referente a seu poder limpador.


John MacArthur

Comentario de John Fullerton MacArthur Jr, Novo Calvinista, com base batista conservadora
John MacArthur - Comentários de Lucas Capítulo 3 do versículo 1 até o 38

17. Preparando o palco para Jesus (Lucas 3:1-6)

Agora, no décimo quinto ano do império de Tibério César, quando Pôncio Pilatos era governador da Judéia, Herodes tetrarca da Galiléia, seu irmão Filipe tetrarca da região da Ituréia e Traconites, e Lisânias tetrarca de Abilene, no sumo sacerdócio de Anás e Caifás, a palavra de Deus veio a João, filho de Zacarias, no deserto. E ele percorreu toda a zona ao redor do Jordão, pregando um batismo de conversão para o perdão dos pecados; como está escrito no livro das palavras do profeta Isaías: "Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas. Cada ravina será preenchido, e cada montanha e serão abatidas; a torto se tornará em linha reta, e as estradas irregulares suavizar; e toda a carne verá a salvação de Deus '"(3: 1-6).

Nos capítulos 1:2 do seu evangelho, Lucas registrou as narrativas do nascimento de João Batista e de Jesus Cristo. Como o capítulo 3 abre, 18 anos se passaram desde o último evento histórico registrado por Lucas, a história dos doze anos de idade Jesus no templo (2: 41-51). Os ministérios públicos do Batista e Jesus está prestes a começar.
Durante trinta anos, cada um tinha vivido em reclusão. João "viveu nos desertos até o dia da sua manifestação a Israel" (1:80). Jesus viveu na obscura, fora do caminho, fora do caminho batido aldeia de Nazaré, onde "Ele continuou em sujeição" para seus pais (02:51). Apenas um seleto poucos, os que esperavam a consolação e redenção de Israel (02:25, 38), conhecia as verdadeiras identidades de João e Jesus. Desse pequeno grupo muitos, como Zacarias 1sabel, Simeão, Ana, e José, tinha provavelmente morreu por este tempo e passou a glória. Os anjos que anunciaram seus nascimentos há muito haviam retornado para o céu. Mas as três décadas de silêncio foram prestes a acabar. O início de João ministério público de João Batista também marcar o fim de um longo silêncio, até mesmo os quatro séculos de silêncio profético desde o tempo do último profeta, Malaquias (cerca de 430 AC ).

À medida que a cortina se ergueu sobre os ministérios de João e Jesus, Israel estava envolto em escuridão profunda. Foi o mais triste dos tempos politicamente. A nação se irritou sob o regime opressivo de idólatras pagãos. Israel, nação da aliança de Deus, era agora parte de uma província menor em uma região de remanso do poderoso Império Romano. Ele também foi o mais escuro dos tempos espiritualmente. O povo judeu foram esmagados sob o pesado fardo de um apóstata, legalista, religião hipócrita, dominado por líderes espirituais do mal (conforme corruptos Matt. 23: 1-33). Israel não tinha percebido que as promessas dos convênios abraâmicas e davídicos; eles possuíam nem a terra prometida pelo primeiro, nem o reino prometido por este último. Envolvido em legalismo, hipocrisia e ritual externo, o país também não conseguiu experimentar o novo bênçãos da aliança prometidas em Jeremias 31:31-34 e Ez 37:26.

O Antigo Testamento foi encerrada com a promessa da vinda do Messias (Ml 3:1; conforme Ml 3:1, os líderes judeus disseram a Jesus, que estava em Jerusalém para a Páscoa, que o templo tinha sido em construção para 46 anos. Isso faria com que a data da Páscoa que AD 27, que por sua vez coloca o início do ministério público de Jesus no final AD 26.

Finalmente, de acordo com Lc 3:23, Jesus tinha cerca de trinta anos de idade quando começou Seu ministério público. Uma vez que Ele nasceu pouco antes da morte de Herodes em 4 AC , Jesus teria sido cerca de meia AD 26.

Mover-se de o governante supremo do Império Romano à autoridade romana locais de maior patente, Lucas próxima introduziu Pôncio Pilatos , que tinha sido nomeado o quinto governador da Judéia por Tibério em AD 26 e manteve-se até que ele foi afastado do cargo em AD 36. Os Evangelhos e fontes extra-bíblicas retratar Pilatos como orgulhoso, arrogante e cínico (conforme Jo 18:38), e também fraco e vacilante. Como governador, Pilatos exibido insensibilidade e brutalidade (conforme Lc 13:1) e executado (Lc 9:9).

O irmão de Antipas Filipe governou a região da Ituréia e Trachonitis (nordeste da Galiléia) de 4 BC para AD 34. Filipe foi considerado o melhor dos governantes de Herodes.

Pouco se sabe sobre o terceiro governante local mencionado por Lucas, Lysanias , o tetrarca de Abilene (a noroeste de Damasco). Rejeitam a infalibilidade da Bíblia usada para carregar Lucas com uma gafe histórica, afirmando que a única Lysanias conhecido na história havia morrido anos antes, em 36 AC inscrições foram encontradas, no entanto, que indicam um outro Lysanias tinha governado durante o reinado de Tibério (Darrell L. Bock, Lucas 1:1-9: 50 , Baker Exegetical Comentário ao Novo Testamento [Grand Rapids: Baker, 1994], 283).

Passando do secular para o campo religioso, Lucas colocou o início do ministério de João no sumo sacerdócio de Anás e Caifás , o que sugere que em algum sentido que ocupava o cargo de forma conjunta.Embora não oficialmente, o sumo sacerdote, Anás foi, todavia, a figura mais poderosa no estabelecimento religioso judaico. Ele tinha sido o sumo sacerdote do D.C 6 a AD 15, quando ele foi afastado do cargo por Valério Grato, predecessor de Pilatos como governador. Ele poderia ainda ser devidamente referido como sumo sacerdote (At 4:6.). Como Leon Morris observa: "Há pouca dúvida de que ... o velho astuto na cabeça da família exerceu uma boa dose de autoridade. Ele estava com toda a probabilidade o verdadeiro poder na terra, quaisquer que sejam as formalidades legais "( O Evangelho segundo João , A Commentary New International sobre o Novo Testamento [Grand Rapids: Eerdmans, 1979], 749).

Além disso, depois de sua destituição do cargo cinco dos filhos de Anás e um de seus netos serviu como sumo sacerdote, assim como seu filho-de-lei de Caifás , que ocupava o cargo desde O D.C 18 a 36. Uma vez que altos sacerdotes foram nomeados e deposto no capricho dos romanos, invulgarmente longo mandato de Caifás atesta a sua habilidade como um político. Sua determinação implacável para preservar seu próprio status e poder pode ser visto em sua proposta de que Jesus ser executado (João 11:49-50) —um previsão profética inconsciente da natureza expiatório de sua morte (. Vv 51-52).

Annas estava orgulhoso, ambicioso e notoriamente gananciosos. A fonte principal de sua renda veio do templo. Ele recebeu uma parte dos recursos obtidos com a venda de animais para o sacrifício; apenas aqueles para venda no templo (por preços exorbitantes) seria aprovado como uma oferenda. Annas também tem um corte das taxas os cambistas cobradas para a troca de moeda estrangeira (somente dinheiro judeu poderia ser usado para pagar o imposto do templo; conforme Jo 2:14). Então notório foi a sua ganância que os tribunais exteriores do templo, onde o negócio foi realizado, ficou conhecido como o Bazar de Anás (Alfred Edersheim, O Vida and Times de Jesus o Messias [Reprint; Grand Rapids: Eerdmans, 1974], 1 : 371-72). Anás e Caifás especialmente odiava Jesus porque Ele duas vezes interrompido suas operações comerciais templo (13 43:2-16'>João 2:13-16; Mateus 21:12-13.).

Estes dois indivíduos miseráveis, como gananciosos e corruptos como os pagãos que eles desprezavam, exerceu enorme controle sobre o povo de Israel. Seu governo foi especialmente odioso, uma vez que eles corrompido sua autoridade ordenada por Deus (conforme Mt 23:1-3.). O epítome da sua maldade veio durante o julgamento simulado de Jesus, em que jogou os papéis principais.

Foi para o mundo desses sete homens que João e Jesus veio proclamar a Palavra de Deus. Quatro deles, Pilatos, Herodes, Anás, Caifás, que desempenham um papel importante no drama da vida, ministério e morte do Senhor. Todos eles simbolizavam a escuridão moral e espiritual que a luz do mundo (Jo 8:12) veio para dissipar.

O CENÁRIO GEOGRÁFICO

a palavra de Deus veio a João, filho de Zacarias, no deserto. E ele percorreu toda a zona ao redor do Jordão, (3: 2b-3a)

Dificilmente se poderia ter imaginado um local menos auspicioso para o início do ministério público de João Batista, o filho de Zacarias , que o deserto . Certamente, o precursor do Messias seria esperado para fazer uma aparição dramática no templo, ou pelo menos em algum lugar, em Jerusalém. Não havia mais estéril, região desolada em Israel do que o deserto da Judéia (Mt 3:1; Jo 1:28; Jo 3:23, Jo 3:26; Jo 10:40), de modo algum diminui sua enorme popularidade (conforme Mt 3:5 ; Ez 1:1; Os 1:1), e da necessidade de buscadores da verdade para deixá-lo (Mat. 3: 5-6). Finalmente, como o Messias que ele anunciava, João era humilde. Ele não ministrar no templo, ou um palácio real, mas no mais humilde das circunstâncias (conforme Mt 11:8). À medida que os judeus tiveram que ser removidas no deserto depois de terem deixado o Egito antes de entrar na Terra Prometida, eles também seriam obrigados a voltar para o deserto novamente para ser purificado, batizado por João Batista para preparar o coração para receber o reino de Messias.

O AMBIENTE THEOLOGICAL

pregando um batismo de conversão para o perdão dos pecados; (3: 3b)

A mensagem de João de arrependimento e perdão é a única proclamada por todo verdadeiro pregador da verdade de Deus. É a boa notícia de que só fornece a esperança para um mundo amaldiçoado pelo pecado. A mensagem de João seria compreensível que ele estava pregando aos gentios. Mas, à primeira vista, parece um um desnecessário para Israel, cujo povo estavam mergulhados no Antigo Testamento.
A verdade é, no entanto, que Israel era religiosamente falido e precisava desesperAdãoente ouvir o chamado de João ao arrependimento. O povo judeu foram curados de sua propensão para a idolatria pelo cativeiro babilônico. Em seu lugar, no entanto, surgiu uma religião legalista, cujos seguidores acreditavam que podiam ganhar um relacionamento correto com Deus por meio de seus próprios esforços.

O Senhor Jesus Cristo denunciou que perspectiva perniciosa, falso no Sermão da Montanha. Ele declarou que ninguém pode ganhar a salvação por guardar a lei, uma vez que o padrão é a santidade absolutamente perfeito de Deus (Mt 5:48;.. Conforme v 20). Concentrando-se em comportamento externo, em vez de atitudes do coração, fazendo demonstrações públicas vistosas de dar aos pobres, orar e jejuar (6: 1-18) (vv 21-47.) Tudo marcar aqueles no caminho largo que leva à destruição (7 : 13). Aqueles contando com tais realizações de justiça própria para ganhar a sua salvação são estupidamente a construção de uma casa sobre a areia, que serão lavados pela enchente do julgamento divino (26-27 vv.). Mas aqueles que declarar falência espiritual, humildemente lamentando seu pecado, ansiando por uma justiça que lhes sejam concedidas por Deus (5:. 1-12; conforme Fm 1:3)

Três realidades teológicas importantes caracterizada de João pregação . Ele ofereceu a esperança de perdão dos pecados . Como observado acima, o povo judeu foi pego em um sistema de obras justiça.Salvação, eles foram ensinados, veio de guardar a Lei, observando-se as tradições, e realizando os rituais. Mas a percepção de que eles não poderiam perfeitamente fazer essas coisas colocou um pesado fardo de culpa sobre eles. Jesus declarou que os líderes religiosos judeus "amarrar fardos pesados ​​e os põem aos ombros dos homens, mas eles mesmos não estão dispostos a movê-los com tanto como um dedo" (Mt 23:4).

No entanto, o povo judeu sabia que a nova aliança prometeu perdão. Em Jr 31:34, Deus declarou: "Eu perdoarei a sua maldade, e seus pecados jamais me lembrarei" (conforme 33: 8; 50:20; Ez. 16: 60-63).Eles também entenderam que Deus é por natureza um Deus que perdoa. O Senhor descreveu a Si mesmo a Moisés como um "que perdoa a iniqüidade, a transgressão eo pecado" (Ex 34:7). Neemias chama Deus "um Deus de perdão" (Ne 9:17). No Salmo 32, Davi exaltado,

Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto! Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não imputa maldade, e em cujo espírito não há engano! ... Eu reconheci o meu pecado para você, e minha iniqüidade não escondi; Eu disse: "Eu vou confessar as minhas transgressões ao Senhor"; e tu perdoaste a culpa do meu pecado "(vv 1-2, 5.)..

"Prevalecem as iniqüidades contra mim", lamentou Davi, mas, em seguida, acrescentou: "mas as nossas transgressões, Você perdoa-lhes" (Sl 65:3, ele acrescentou:" Se tu, Senhor, iniqüidades, Senhor, quem subsistirá? Mas não há perdão com Você, que sejas temido "Daniel tomou conforto em saber que" o Senhor, nosso Deus, pertencem a compaixão e perdão "(Dn 9:9).

Assim como seu pai, Zacarias, havia profetizado (Lucas 1:76-77), Batista proclamou o perdão de Deus. Sua mensagem oferecido a esperança de um povo cambaleando sob o peso do pecado e da culpa.Como resultado, as multidões se reuniram para o deserto para ouvir o profeta estranha com a profunda e penetrante mensagem que seus corações sobrecarregados tão desesperAdãoente precisava ouvir.

Mas o perdão não vem senão para aqueles que reconhecem e se converter dos seus pecados; portanto, João também proclamou a necessidade de arrependimento . Esse conceito também estava familiarizado com o povo judeu. Isaías 55:6-7 ordenou: "Buscai ao Senhor enquanto se pode achar; invocai-o enquanto está perto. Deixe o ímpio o seu caminho, eo homem maligno os seus pensamentos; e deixá-lo voltar para o Senhor, e Ele terá compaixão dele, e para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar "Ezequiel 18:30-32. Também chamou o povo a arrepender-se:

"Portanto, eu vos julgarei, ó casa de Israel, cada um segundo a sua conduta", diz o Senhor Deus. "Arrependei-vos e desvie de todas as vossas transgressões, para que a iniqüidade não pode se tornar um obstáculo para você. Lançai de vós todas as vossas transgressões que cometestes e fazer-vos um coração novo e um espírito novo! Pois, por que você vai morrer, ó casa de Israel? Porque não tenho prazer na morte de ninguém que morre ", diz o Senhor Deus. "Portanto, arrependa-se e viver." (Conforme 33:19)

Arrependimento não é meramente uma mudança intelectual de mente sobre quem é Cristo, ou remorso superficial sobre as conseqüências do pecado. É uma viragem radical do pecado para Deus; um repúdio da velha vida e uma volta para Deus para a salvação da pena e do domínio do pecado. Em 1Ts 1:9), e estão mortos em seus delitos e pecados (Ef 2:1, Pedro declarou que, "Deus exaltou [Jesus] a Sua mão direita como Príncipe e Salvador, para conceder a Israel o arrependimento e perdão dos pecados." At 3:26At 11:18; e 2Tm 2:25 também afirmar que Deus concede o arrependimento para com os pecadores.

Em II Coríntios 7:9-11, o apóstolo Paulo capta a essência do arrependimento:

Eu agora folgo, não porque fostes contristados, mas que fostes contristados para o ponto de arrependimento; para fostes contristados segundo a vontade de Deus, de modo que você pode não sofrer perda de qualquer coisa através de nós. Para a tristeza que está de acordo com a vontade de Deus produz um arrependimento sem pesar, levando a salvação, mas a tristeza do mundo produz morte. Para eis que veemência isto mesmo, esta tristeza segundo Deus, produziu em você: o que vindicação, que indignação, que temor, que saudades, que zelo, que vingança de errado! Em tudo o que você demonstrou estar inocentes no assunto.
Ele começou por distinguir remorso sobre as conseqüências do pecado da tristeza que produz arrependimento, observando que os coríntios a sua tristeza era "foram feitas triste ao ponto de arrependimento." "De acordo com a vontade de Deus", isto é, eles viram o seu pecado o mesma maneira que Deus faz. Essa "produção [d] um arrependimento sem pesar, levando a salvação", por sua vez, em oposição à "tristeza do mundo [que] produz a morte." O remorso sobre as conseqüências do pecado, que é pouco mais do que o orgulho ferido, decorrentes de serem capturados em um pecado, não pode produzir o arrependimento genuíno que resulta em perdão.
Paulo fechou a descrição do verdadeiro arrependimento, definindo-o em uma série de palavras ou frases. O primeiro sinal de arrependimento é "seriedade", uma busca ansiosa de justiça, que termina a indiferença de uma pessoa para o pecado e complacência sobre a sua condição perdida. "Vindication" de risc o desejo de limpar o próprio nome do estigma associado ao pecado. "Indignação" é justa raiva no pecado desonra traz para o santo nome de Deus. Ele anda de mãos dadas com "medo" de apenas juízo de Deus sobre o pecado e um "desejo" de ter um relacionamento com Ele de restaurado. O arrependimento também produz "zelo", um desejo apaixonado de justiça que faz com que os pecadores, ao longo de ver a justiça ser feita eo errado de seus pecados vingou e expiado. O desejo do Corinthians '"ser inocente no assunto", mostra que a pessoa que está verdadeiramente arrependido persegue agressivamente santidade.
batismo em vista aqui não é o batismo cristão, que simboliza a morte, sepultamento e ressurreição de Jesus Cristo, porque ele ainda não tinha sido instituído. Nem de João batismo produtos perdão, pois nenhum ritual pode conseguir isso. E enquanto houve várias lavagens cerimoniais no Judaísmo (conforme He 6:2]. O machado já está posto à raiz das árvores; toda árvore que não dá bom fruto é cortada e lançada no fogo. Quanto a mim, eu te batizo com água para o arrependimento, mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, e eu não estou apto para remover suas sandálias; Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo. A sua pá ele tem na mão, e Ele irá limpar bem a sua eira; e Ele irá reunir seu trigo no celeiro, mas queimará a palha em fogo inextinguível. (Mat. 3: 7-12)

Mas os poucos (13 40:7-14'>Mt 7:13-14.) Que reconheceu sua condição pecadora e alienação de Deus e virou-se para Ele com fé arrependido foram salvos. (Para mais informações sobre o arrependimento, ver a exposição de 3: 7-17 no capítulo 18 deste volume e meus livros O Evangelho Segundo Jesus [Rev. ed .; Grand Rapids: Zondervan, 1994] e O Evangelho Segundo os Apóstolos [Nashville: Tomé Nelson, 1993, 2000]).

O AMBIENTE PROPHETICAL

como está escrito no livro das palavras do profeta Isaías: "Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas. Cada ravina será preenchido, e cada montanha e serão abatidas; a torto se tornará em linha reta, e as estradas irregulares suavizar; e toda a carne verá a salvação de Deus '"(3: 4-6).

Nada mais convincente demonstra controle de Deus sobre a história de profecia cumprida. Um tal profecia é Isaías 40:3-5, o sujeito desses versos. Foi escrito no livro das palavras do profeta Isaías sete séculos antes do nascimento de João, e tem imenso significado teológico e histórico. Cumprimento desta profecia de João também mostra a continuidade entre o seu ministério e do Antigo Testamento, algo extremamente importante, se o povo judeu estava a aceitá-lo como um profeta de Deus.

João cumpriu perfeitamente esta profecia. Ele era a voz ... clama no deserto , onde ele viveu a maior parte de sua vida e onde ele ministrava (veja a discussão sobre a configuração geográfica acima). Em consonância com o seu papel como precursor do Messias, João convidou as pessoas a fazer Preparai o caminho do Senhor , para endireitai as suas veredas . A imagem é de um monarca oriental em uma viagem de enviar um mensageiro à sua frente para se certificar as estradas foram limpos de detritos ou outros perigos. No processo ravina [s] iria ser preenchido em, montanha [s] e morro [s] abatido, tortuosos caminhos feitos em linha reta, e ... estradas irregulares feitas suave .

Capítulo 40, a fonte desta profecia, é um ponto crucial no livro de Isaías. Os primeiros trinta e nove capítulos foco principalmente nos próximos julgamentos de Deus sobre Israel e as nações vizinhas. As palavras do capítulo 40 de abertura "," Comfort, consolai o meu povo, diz o vosso Deus, "marcam uma dramática mudança no tom. A mensagem da profecia de Isaías mudou de julgamento para a salvação, que é o tema do resto do livro. O mesmo Deus que julgou a Israel por seus pecados, um dia, ter piedade dela; Seu propósito final para a nação não é julgamento, mas a salvação do remanescente crente, baseada em Sua graça imerecida (conforme Rom. 11: 1-32). O tema da reconfortante de Israel de Deus corre ao longo da última metade da profecia de Isaías (conforme 40: 6-11, 28-31; 41: 8-10, 13 49:14-16; 51: 1-3, 12; 52: 9; 54: 4-8; 57:18; 61: 2; 66: 12-13).

Em última análise, o conforto de Deus de Israel culminará no reino milenar. A história humana vai acabar quando o Senhor Jesus Cristo estabelece o Seu reino terreno e reina sobre o mundo inteiro (Sl 2:6; Ez 34:1). Politicamente, o reino milenar será caracterizado por uma regra universal, absoluto e justo de Cristo. Fisicamente, a maldição será levantada, resultando em abundante provisão, saúde e longa vida para todos. Espiritualmente, o conhecimento do Senhor será universal (Is 11:9)

Então, ele começou a dizer às multidões que estavam indo para fora para ser batizado por ele, "Raça de víboras, quem vos ensina a fugir da ira vindoura? Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento, e não começar a dizer a si mesmos: 'Temos por pai a Abraão, "pois eu vos digo que até destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão. Na verdade, o machado já está posto à raiz das árvores; assim que cada árvore que não dá bom fruto é cortada e lançada no fogo. "E as multidões estavam questionando-o, dizendo:" Então, o que devemos fazer? "E ele respondia e dizer-lhes:" O homem que tem duas túnicas é compartilhar com quem não tem nenhuma; e aquele que tem alimento é fazer a mesma coisa. "E alguns cobradores de impostos também vieram para serem batizados, e disseram-lhe:" Mestre, o que devemos fazer? "E ele disse-lhes:" Recolha não mais do que o que você tem foi condenada a. "Alguns soldados foram interrogá-lo, dizendo:" E quanto a nós, o que devemos fazer? "E ele disse-lhes:" Não leve dinheiro de ninguém pela força, ou acusar alguém falsamente, e se contentar com seu salário. "Agora, enquanto as pessoas estavam em um estado de expectativa e todos estavam se perguntando em seus corações a respeito de João, sobre se ele era o Cristo, João respondeu e disse a todos:" Quanto a mim, eu te batizo com água ; mas One está chegando que é mais poderoso do que eu, e eu não sou digno de desatar a correia das sandálias; Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo. A sua pá ele tem na mão para limpar bem a sua eira, e recolher o trigo no seu celeiro; mas queimará a palha em fogo inextinguível "(3: 7-17).

Depois de definir o cenário para o ministério de João, em 3: 1-6 (ver a exposição desses versos no capítulo anterior deste volume), Lucas deu uma ilustração de que nos versículos 7:17. A mensagem de João pregou, e seu diálogo com a multidão, os cobradores de impostos, e os soldados não eram ocorrências de outrora, mas foram típico do que João rotineiramente fez. Este breve olhar sobre o ministério e mensagem daquele a quem Jesus chamou o maior homem que já viveu até o seu tempo (Mt 11:11) é inestimável. Sem corte de João, vigoroso, e pregação intransigente é um modelo para todos os que proclamar a boa nova da salvação em Jesus Cristo.

Em primeiro lugar e acima de tudo, João era um pregador de arrependimento, de chamar o povo de Israel para converterem dos seus pecados e abraçar o Messias. Arrependimento é o cerne da mensagem do evangelho; a salvação é concedida apenas àqueles que se arrependem de seus pecados e reconhecer Jesus Cristo como o único Salvador e Senhor (At 4:12). É impossível verdadeiramente pregar as boas novas do perdão e graça sem chamar os pecadores ao arrependimento, e uma mensagem do evangelho desprovido de uma chamada para o arrependimento é estranha ao Novo Testamento (conforme 15: 7, 10; 24:47; At 5:31; At 17:30; 2Pe 3:92Pe 3:9). Embora eles imaginam ser no caminho estreito que conduz à vida eterna, eles são, na realidade, no caminho largo que leva à destruição eterna (vv 13-14;. Conforme 25:12; At 8:13, 18-23 ; 2Tm 3:52Tm 3:5)..

Mesmo a maioria dos que ouviram a pregação poderosa de João Batista e passou por seu batismo não conseguiu manifestar arrependimento genuíno. As vastas multidões (Mt 3:5), apesar de ser batizado por João, o povo, em última instância rejeitaram.

Em face do perigo sempre presente de falso arrependimento, é fundamental para ser capaz de distingui-lo de verdadeiro arrependimento. Seis marcas progressivas de verdadeiro arrependimento emergir desta passagem como necessário. Arrependidos 5erdadeiros deve refletir sobre o pecado pessoal, reconhecer a ira divina, rejeitar ritual religioso, revelam a transformação espiritual, renunciar a ascendência, e receber o Messias.

ARREPENDIDOS 5ERDADEIROS REFLITA SOBRE O PECADO PESSOAL

Como observado na discussão de 3: 4-5 no capítulo anterior deste volume, o ministério de João como precursor do Messias envolvido preparar os corações das pessoas para recebê-Lo. Nas palavras da profecia de Isaías, João era "a voz do que clama no deserto." Sua mensagem, "Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas" (v. 4), convidou o povo a preparar seus corações para receber o Messias. As imagens da profecia de Isaías retrata o trabalho de preparar um caminho através do deserto do coração. Como observado no capítulo anterior deste volume, preenchendo as imagens ravinas trazendo à luz os pecados ocultos do coração. Derrubando as montanhas e colinas simboliza a humilhação de orgulho pecaminoso. Fazendo as coisas escabrosos fala de arrumar qualquer coisa perversa, torcido, enganador, ou perigosa pela confissão e arrependimento. Finalmente, suavizando as estradas irregulares refere-se a remoção de qualquer entrave ou obstáculo, tal como o amor-próprio, a apatia, a indiferença, a luxúria, ou incredulidade, que possam obstruir a entrada do Senhor no coração. O verdadeiro arrependimento envolve uma negociação completa e total com o pecado em resposta ao trabalho de convencimento do Espírito Santo.

ARREPENDIDOS 5ERDADEIROS RECONHECER WRATH DIVINE

Então, ele começou a dizer às multidões que estavam indo para fora para ser batizado por ele ", Raça de víboras, (3: 7-A)

Um motivo legítimo para o arrependimento é o medo da ira de Deus. O pecado deve ser tratado não apenas porque cria problemas nesta vida, mas ainda mais por causa de suas profundas, conseqüências eternas. A mensagem de João às multidões que estavam saindo para ser batizado por ele incluídas advertências de que vem a ira de Deus (conforme Rm 2:5; 5:.. Rm 5:9; Ef 5:6).A noção de alguns de que o sofrimento neste mundo é tudo o que diabos ninguém nunca vai saber é terrivelmente, tragicamente errado. A Bíblia ensina claramente e inequivocamente-em termos-o gráfico realidade do castigo eterno. Jesus, que pregou mais sobre o inferno, então Ele fez sobre o céu, o inferno descrito como o lugar "onde o seu verme não morre, eo fogo não se apaga" (Mc 9:48); "Trevas exteriores" (Mt 8:12;. Conforme 22:13 25:30); e "na fornalha de fogo" (Mt 13:42, Mt 13:50). Em Lc 13:28, advertiu Seus ouvintes ", em que lugar [inferno] haverá choro e ranger de dentes, quando virdes Abraão, Isaque e Jacó e todos os profetas no reino de Deus, mas vós lançados fora." No inferno os perdidos "vai pagar a pena de destruição eterna, longe da presença do Senhor e da glória do seu poder" (2Ts 1:9, Mt 25:46..). Em que lugar horrível "serão atormentados dia e noite para todo o sempre" (Ap 20:10; conforme 14: 10-11).

Ouvintes de João estavam bem conscientes do que vem a ira de Deus, uma vez que era um tema constante dos profetas do Antigo Testamento. O termo familiar "o dia do Senhor", que retrata o julgamento futuro catastrófico de Deus dos ímpios, é explicitamente mencionada dezenove vezes no Antigo Testamento (Is 2:12; 13:. Is 13:6, Is 13:9; Ez 13:5; Jl 2:1, Jl 2:31; Jl 3:14; 05:18 Amos [duas vezes], 20; Ob 1:15; Is 63:4); "Que todos os habitantes da terra tremer, porque o dia do Senhor está chegando; certamente ele está próximo "(Jl 2:1); "Para o dia do Senhor se aproxima de todas as nações" (Ob 1:15).

Essas iminentes dias históricos passados ​​do Senhor eram apenas um prelúdio para o dia escatológico final do Senhor, que será ainda maior em extensão e mais terrível em sua destruição. No dia Antigo Testamento das passagens Senhor muitas vezes têm tanto um próximo e um cumprimento muito. Is 13:6 e 2: 1, 11 descrevem um dia histórico do Senhor; Joel 3:1-14 o dia escatológico do Senhor. Obadias 1:14 retrata o dia histórico do Senhor em que Edom foi julgado; versículos 15:21 descrevem o dia escatológico do Senhor. Sofonias 1:7-14 prevê, um dia histórico iminente do julgamento Senhor sobre Judá, que foi cumprida logo depois no cativeiro babilônico;3: 8-20 prevê o último dia do Senhor.

Decididamente nonsinner amigável caracterização de João da multidão como uma "raça de víboras" reflete a verdade sóbria que há mais para o arrependimento do que lutando para evitar os fogos da ira divina. Liderados por seus líderes religiosos (Mt 3:7; Mt 23:33), hordas de rasas, arrependidos superficiais se reuniram para ouvir João. Mas, como ele estava bem consciente, eles não estavam interessados ​​em alterar a sua natureza. Por denunciando-os como uma raça de víboras , João identificou-os com o seu pai, Satanás (Jo 8:44), a quem a Escritura descreve como uma serpente (Gn 3:1-5, 13 1:3-15'>13-15; 2Co 11:32Co 11:3 Ele disse de Israel: "Este povo se aproxima com suas palavras e me honra com os serviço de bordo, mas eles removem seus corações longe de mim, e sua reverência para mim consiste em tradição aprendida de cor." Mais tarde, em Isaías Deus repreendeu Seu povo, porque eles "Juro pelo nome do Senhor e invocar o Deus de Israel, mas não em verdade nem em justiça" (48: 1). Jeremias lamentou a Deus a respeito de seus compatriotas judeus, "Você está perto de seus lábios, mas longe de sua mente" (Jr 12:2..).Em seu discurso magistral sobre a salvação comumente conhecido como o Sermão da Montanha (Mt 5:7.), O Senhor Jesus Cristo destruiu qualquer esperança de salvação por meio de realização humana. Ele atacou a retidão de obras religião de sua época, denunciando as suas orações como nada além de vãs repetições, a sua esmola como o desfile de orgulho farisaico, e sua manutenção fora da lei, ignorando os sentimentos do coração como posto hipocrisia. Em suma, ele apontou a total incapacidade de todas as suas cerimônias e rituais para ganhar a salvação. Depois de sua conversão a zeloso (. Gl 1:14), exteriormente irrepreensível fariseu Saulo de Tarso reconheceu que toda a sua auto-justiça ascendeu a nada mais do que um amontoado de lixo (Fp 3:4-8.).

Como as multidões que se reuniram para ouvir João, as igrejas de hoje estão cheias de pessoas simplesmente atravessando os movimentos. Eles podem ser batizados como crianças, freqüentam serviços, realizar rituais, orar, ler a Bíblia, até mesmo servir como pastores e líderes da igreja. Mas penitência superficial não vai entregar ninguém da ira divina e julgamento.

ARREPENDIDOS 5ERDADEIROS REVELAR TRANSFORMAÇÃO ESPIRITUAL

Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento ... Na verdade, o machado já está posto à raiz das árvores; assim que cada árvore que não dá bom fruto é cortada e lançada no fogo. "E as multidões estavam questionando-o, dizendo:" Então, o que devemos fazer? "E ele respondia e dizer-lhes:" O homem que tem duas túnicas é compartilhar com quem não tem nenhuma; e aquele que tem alimento é fazer a mesma coisa. "E alguns cobradores de impostos também vieram para serem batizados, e disseram-lhe:" Mestre, o que devemos fazer? "E ele disse-lhes:" Recolha não mais do que o que você tem foi condenada a. "Alguns soldados foram interrogá-lo, dizendo:" E quanto a nós, o que devemos fazer? "E ele disse-lhes:" Não leve dinheiro de ninguém pela força, ou acusar alguém falsamente, e se contentar com seus salários ". (3: 8a, 9-14)

O arrependimento genuíno, inevitavelmente, manifestar-se em atitudes e comportamentos alterados; portanto, João desafiou quem vem a ser batizado para dar frutos em consonância com a sua professadaarrependimento . O apóstolo Paulo também desafiou as pessoas para provar a realidade do seu arrependimento. Ele descreveu seu ministério como um dos "indicando tanto aos de Damasco em primeiro lugar, e também em Jerusalém e depois por toda a região da Judéia, e até mesmo para os gentios, que se arrependessem e se convertessem a Deus, praticando obras adequadas para o arrependimento" (At 26:20). Porque a evidência do arrependimento que leva à salvação é uma vida transformada, Deus "retribuirá a cada um segundo as suas obras" (Rm 2:6;. 2Tm 2:252Tm 2:25) não ocorre em um vácuo, mas no contexto da transformação provocada pela conversão e regeneração (2Co 5:17). Como resultado, os redimidos "são obra [de Deus], ​​criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas" (Ef 2:10).

Nada disso era novo para o povo judeu. Em Isaías 1:4-5 o profeta lamentou a respeito de Israel,

Ai, nação pecadora, povo carregado de iniqüidade, descendência de malfeitores, filhos que agem de forma corrupta! Eles abandonaram o Senhor, desprezaram o Santo de Israel, eles se afastaram Dele. Onde você vai ser atingido novamente, como você continuar em sua rebelião? Toda a cabeça está enferma e todo o coração fraco.

Nos versículos 16:17, Deus ordenou ao povo: "Lavai-vos, tornar-se limpos; remover o mal de seus atos de minha vista. Cessar de fazer o mal, aprendei a fazer o bem; buscar a justiça, convencerá o implacável, defender o órfão, defendei a causa da viúva. "Se a presença desses atos confirmou a autenticidade de seu arrependimento, Deus prometeu que" embora [seus] pecados são como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve ; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, eles serão como a lã "(v. 18). Em 2Cr 7:14, Deus declarou: "[Se] meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e vontade sararei a sua terra "(conforme Ez 33:19;. Jn 3:10.).

João seguiu sua exortação a arrepender-se com uma advertência sobre as consequências graves de não fazê-lo. Na verdade , ele declarou, o machado já está posto à raiz das árvores; portanto toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo . (. Jesus usou a mesma imagem gráfica para descrever o julgamento em Mt 7:19) o julgamento de Deus era iminente, advertiu João;Seu machado foi já posto à raiz das árvores . E toda árvore que não der bons frutos será cortada e lançada ao fogo . Essas árvores simbolizam as pessoas cujas arrependimento é comprovAdãoente falsa, uma vez que não produz bom fruto -os atitudes e ações que se manifestam a justiça, o amor a Deus e obediência à Sua palavra. Eles serão lançados ao fogo, "o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos" (Mt 25:41; conforme 18:. Mt 18:8; Jude 6-7).

O julgamento retratado aqui é dos indivíduos, como o singular de cada árvore sugere. Mas se número suficiente de indivíduos deixam de se arrepender, torna-se uma questão nacional. Foi o que aconteceu em Israel, quando a grande maioria do povo judeu rejeitou Jesus Cristo. Algumas décadas mais tarde, em AD 70 o machado do julgamento divino caiu. Os romanos saquearam Jerusalém, queimou o templo, e massacraram milhares de judeus, que foram atirados ao fogo da condenação eterna. O mesmo machado do julgamento divino cairá sobre todos os que não se arrependerem, tanto judeus e gentios (conforme Joel 3:1-2, 12-14; Sf 3:8; 13 8:45-13:10'>Rom. 13. .: 8-10; Gl 5:14; Jc 2:8)..

Lucas então gravou as questões de dois grupos específicos. Quando alguns cobradores de impostos também veio a ser batizado e lhe perguntou: "Mestre, o que devemos fazer?" João disse-lhes: "Recolha não mais do que o que lhe foi ordenado a." Os cobradores de impostos eram odiados, vilipendiados, e desprezado por causa coletavam impostos para os opressores romanos. Desprezados como traidores e ladrões, eles foram afastados da vida religiosa judaica e proibidos de testemunhar em tribunal. João não encomendá-los a desistir de seus postos de trabalho, uma vez que não é errado para um governo de cobrar impostos (Mt 22:17-21.; Rm 13:7; Lucas 19:1-10.).

Soldados foram outro grupo propenso a abusar de sua autoridade para ganho egoísta. Estes soldados poderia ter sido sob a autoridade de Herodes Antipas ou Roma e pode também ter incluído alguns membros da polícia da Judéia. João deu-lhes três maneiras de se manifestar arrependimento genuíno. Primeiro, eles foram não para tirar dinheiro de ninguém pela força . O verbo traduzido tirar dinheiro à força significa literalmente "a tremer violentamente." Os soldados não eram, para usar linguagem contemporânea, para sacudir as pessoas para baixo para o dinheiro por meio de intimidação ou força.Também não foram eles para acusar ninguém falsamente . Eles não estavam a abusar da sua autoridade para torcer e perverter as provas em uma tentativa de extorquir dinheiro do inocente. Finalmente, João cobrado aos soldados que se contentar com seus salários , uma vez que não fazê-lo pode motivá-los a abusar do seu poder.

Ao selecionar os cobradores de impostos e soldados como exemplos de pessoas que se arrependeram, João estava fazendo o ponto geral que o verdadeiro arrependimento produz uma vida que se transforma de ser caracterizada pelo pecado a ser aferido por virtude.

ARREPENDIDOS 5ERDADEIROS RENUNCIE ANCESTRAIS

e não começam a dizer a si mesmos: 'Temos por pai a Abraão, "pois eu vos digo que até destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão. (3: 8b)

O povo judeu basearam a sua esperança de salvação em grande parte de sua descendência de Abraão. Eles eram as pessoas a quem Deus havia prometido bênção, herdeiros das, irrevogável, incondicional, promessas eternas unilaterais feitas a Abraão e Davi. Eles contaram com a descida de Abraão para ganhar entrada para eles no reino. Como alguns deles orgulhosamente disse a Jesus: "Somos descendentes de Abraão" (Jo 8:33), e "Nosso pai é Abraão" (v. 39).

Mas a salvação é individual, não corporativa. Jesus desafiou aqueles que alegou ser filhos de Abraão, "Se vocês são filhos de Abraão, fazeis as obras de Abraão" (Jo 8:39). "Porque não é judeu o que o é exteriormente", escreveu Paulo, "mas ele é judeu o que o é no interior" (Rom. 2: 28-29). Mais tarde, em que epístola ele acrescentou: "Porque eles não são todos os israelitas que são descendentes de Israel;nem são todas as crianças, porque eles são descendentes de Abraão, mas: "Através de Isaque seus descendentes será nomeado '" (Rm. 9: 6-7). Aos Gálatas, ele escreveu: "Portanto, não se esqueça de que é os que são da fé são filhos de Abraão .... E, se sois de Cristo, então sois descendência de Abraão, herdeiros segundo a promessa "(Gl 3:7). Sendo um descendente de Abraão é nenhuma defesa contra o julgamento divino, Jesus advertiu:

Esforce-se para entrar pela porta estreita; para muitos, eu lhe digo, procurarão entrar e não poderão. Uma vez que o dono da casa se levanta e fecha a porta, e você começa a ficar de fora e bater à porta, dizendo: "Senhor, abre-se a nós!", Então Ele vai responder e dizer-lhe: "Eu não sei . de onde você é ", então você vai começar a dizer:" Nós comemos e bebemos na tua presença, e tu ensinaste nas nossas ruas ", e Ele dirá:" Eu digo a você, eu não sei de onde você é; afastar-me, todos os malfeitores. "Em que lugar haverá choro e ranger de dentes, quando virdes Abraão, Isaque e Jacó e todos os profetas no reino de Deus, mas vós lançados fora. (13 24:42-13:28'>Lucas 13:24-28)

Nem era o homem rico na história do homem rico e Lázaro entregues a partir de inferno, alegando Abraão como seu pai (Lucas 16:24-26).

De acordo com essa verdade bíblica, João advertiu seus ouvintes não para começar a dizer para si mesmos, Temos por pai a Abraão . Então João apontou que até destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão . Sua declaração cáustica foi um duro golpe para o seu orgulho arrogante. Não havia nada de digno ou merecedor sobre eles; Deus poderia, se quisesse, fazer filhos de Abraão fora das rochas. E para além de arrependimento e salvação, seus corações estavam corações de pedra de qualquer maneira (Ez 11:19;. Ez 36:26). Tom áspero de João, lembra de sua denúncia antes deles como cobras (v. 7), foi justificada pela gravidade da situação. Aqueles que confiam em sua herança étnica ou religiosa para a salvação são enganados e se dirigiu para o fogo do juízo eterno.

ARREPENDIDOS 5ERDADEIROS RECEBER O MESSIAS

Agora, enquanto as pessoas estavam em um estado de expectativa e todos estavam se perguntando em seus corações a respeito de João, sobre se ele era o Cristo, João respondeu e disse a todos eles ", quanto a mim, eu te batizo com água; mas One está chegando que é mais poderoso do que eu, e eu não sou digno de desatar a correia das sandálias; Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo. A sua pá ele tem na mão para limpar bem a sua eira, e recolher o trigo no seu celeiro; mas queimará a palha em fogo inextinguível "(3: 15-17).

Este último ponto se move para além das coisas que acompanham a salvação para Aquele que por si só pode salvar, o Messias, o Senhor Jesus Cristo. As palavras de João poderosamente atestar que a vinda de um, o Messias, é Deus, pois Ele faz coisas que só Deus pode fazer.
Durante séculos o povo judeu havia desejado e aguardado a vinda do Messias. Mas agora as pessoas estavam em uma intensificada estado de expectativa por causa do ministério de João. Sua especulaçãosobre se ele era o Cristo , embora compreensível, foi equivocada. É verdade que João era profeta (Lc 20:6.). Mas João não era o Messias (João 1:6-8), nem ele nunca dizem ser. Pelo contrário, "Quando os judeus enviados para si sacerdotes e levitas de Jerusalém para perguntar-lhe:" Quem é você? ' [João] confessou e não negou, mas confessou: "Eu não sou o Cristo" (João 1:19-20; conforme Jo 3:28).

DisReivindicaçãoer de João, Quanto a mim, eu te batizo com água; mas One está chegando que é mais poderoso do que eu, e eu não sou digno de desatar a correia das sandálias não só deixou claro que ele não era o Messias, mas também que ele era inferior a ele. João batizou na água do rio Jordão como uma confissão para fora de seu arrependimento. Mas o Messias, o One que está chegando , ou "o esperado" (Lucas 7:19-20) é mais poderoso do que João. Então superior é o Messias que João considerava-se imprópria até para desatar a correia de suas sandálias -a servil tarefa executada pelo mais humilde dos escravos (conforme Jo 1:27). O Messias batizar -los com o Espírito Santo e com fogo . Isso demonstra a superioridade do Messias para João, para esses dois atos sobrenaturais só pode ser realizado por Deus. É somente Deus que dispensa o Espírito Santo àqueles que se arrependem e julgamento para aqueles que não o fazem.

Os judeus estavam bem cientes de que, sob a nova aliança, Deus enviaria o Espírito para habitar aqueles que se arrependem (Ez 36:27;. Ez 37:14). Qualquer ser humano também não têm autoridade para imergir os pecadores impenitentes no fogo do juízo eterno. Os judeus também sabia que o Antigo Testamento freqüentemente associa fogo com o julgamento divino (conforme Is 29:6; Is 31:9; Sf 1:18; Sf 3:8..; Mt 13:40, Mt 13:42, Mt 13:50; Mt 18:8; Lc 9:54; Lc 12:49; Lc 17:29; Jo 15:6; 2Pe 3:72Pe 3:7; Ap 19:20; Ap 20:10, 14-15; Ap 21:8; 29:.. Is 29:5; Ml 4:1; Mt 18:8, Mt 25:46; Ap 14:10-11).

Poderoso apelo de João para o verdadeiro arrependimento é tão relevante e necessária hoje como quando ele deu. É dever de todo verdadeiro pregador da Palavra de Deus para avisar os seus ouvintes sobre o perigo de falso, superficial, o arrependimento não-poupança; arrependimento que é fundamentada em arrependimento egoísta sobre as conseqüências do pecado, em vez de um desejo de ser liberto do pecado, não consegue subjugar o amor ao pecado e iniciar uma paixão pela santidade, leva a uma maior pecado em uma tentativa hipócrita para manter a fachada de auto-justiça , produz auto-engano, leva a uma falsa segurança mortal, e, finalmente, endurece o coração, e cauteriza a consciência.

19. A ousadia de João Batista (Lucas 3:18-20)

Assim, com muitas outras exortações ainda, anunciava o evangelho ao povo. Mas quando o tetrarca Herodes foi repreendido por ele por causa de Herodias, mulher de seu irmão, e por causa de todas as coisas más que Herodes tinha feito, Herodes também acrescentou esta a todos: ele trancou João na prisão. (3: 18-20)

Ao longo da história redentora pregadores destemidos pagaram o preço para corajosamente enfrentar o pecado. Ela deveria vir como nenhuma surpresa, então, que o Senhor Jesus Cristo, o maior pregador que já viveu (Jo 7:46; conforme Mt 7:28-29.), Foi executado por Seus inimigos. De acordo com as tradições de confiabilidade (variável), transmitida de a igreja primitiva, o mesmo destino se abateu sobre todos os apóstolos, exceto para João, que foi exilado na ilha de Patmos. Pedro foi crucificado (de cabeça para baixo, a seu pedido, porque ele sentia indigno de ser crucificado como seu Senhor tinha sido [Eusébio,História Eclesiástica , III, 1]). Seu irmão André teria também foi crucificado; amarrado em vez de pregado na cruz para prolongar seu sofrimento. Tiago, irmão de João é o único apóstolo cuja morte está registrado nas Escrituras; ele foi executado por Herodes Agripa I (Atos 12:1-2). Filipe foi dito ter sido apedrejado até a morte, na Ásia Menor, mas não antes de multidões vieram à fé em Cristo por meio de sua pregação. As tradições variam a respeito de quão perto o companheiro de Filipe Natanael (Bartolomeu) morreu. Alguns dizem que ele foi amarrado e atirado ao mar, outros que ele foi crucificado.Mateus pode ter sido queimado na fogueira. Tomé provavelmente chegou à Índia, onde algumas tradições dizem que ele foi morto com uma lança. De acordo com o martírio apócrifo de Tiago, Tiago, filho de Alfeu, foi apedrejado até a morte pelos judeus para pregar a Cristo. Simão, o Zelote, de acordo com algumas tradições, pregou o evangelho no Egito, África do Norte, e na Pérsia, onde foi martirizado por ser serrados. Outras tradições colocar seu ministério na Grã-Bretanha, onde ele acabou sendo crucificado pelos romanos. Thaddeus (também conhecido como Judas, filho de Tiago [Lc 6:16]) informou que tomava a mensagem do evangelho para o que hoje é a Turquia moderna, onde ele foi espancado até a morte. Paulo foi provavelmente decapitado em Roma, durante a perseguição de Nero da igreja. O Novo Testamento também registra os martírios do evangelista destemido Estêvão (Atos 7:58-60) e Antipas, um pastor fiel da igreja em Esmirna (Ap 2:13).

Na era postapostolic pregadores fiéis continuaram a enfrentar o martírio. Inácio foi martirizado em Roma, no início do segundo século. Diligentemente realizando seu ministério até o fim, ele escreveu uma série de cartas a várias igrejas enquanto ele estava sendo levado para Roma para a execução, exortando-os a permanecer firmes na fé. Policarpo, de frente para martydom em Esmirna no meio do segundo século, se recusou a renunciar a Cristo. "Oitenta e seis anos em que servi-Lo, e Ele nunca me fez qualquer lesão", respondeu ele. "Como então posso blasfemar meu Rei e meu Salvador?" Quando o procônsul ameaçaram queimá-lo vivo sem medo Policarpo respondeu: "Você me ameaçar com o fogo que queima por uma hora, e depois de um pouco se extingue, mas são ignorantes do fogo do juízo vindouro e do castigo eterno, reservado para os ímpios. Mas por que você ficasse? Levar adiante o que você quiser. "
João Crisóstomo, bispo de Constantinopla no século IV, foi, talvez, o maior pregador da igreja primitiva (o apelido Crisóstomo significa "Boca de ouro"). Ele foi exilado quando seu corajoso, pregação intransigente ofendido muitos dos ricos e poderosos, em Constantinopla (especialmente o vão Imperatriz Eudoxia). Não é mais capaz de pregar, Crisóstomo virou-se para a escrita. Tão poderoso e eficaz era o seu ministério contínuo que ele foi banido para um local mais remoto. Maltratado pelos soldados escoltavam, Crisóstomo ficou doente e morreu no caminho. Historiador Justo Gonzalez descreve a cena: "Quando ele percebeu que a morte estava próxima, ele pediu para ser levado a uma pequena igreja na beira da estrada. Lá ele teve comunhão, despedir-se aqueles em torno dele, e pregou seu sermão breve mas mais eloquente: "Em todas as coisas, glória a Deus. Amém "( O Story da Christianity [Peabody, Mass .: Prince, 1999), 1: 199-200).

Dois precursores medievais notáveis ​​para a Reforma foram João Wycliffe e Jan Huss. Wycliffe (1329-1384), também chamado de "Estrela da Manhã da Reforma", foi um reformador Inglês que afirmaram que a Bíblia é a única autoridade em matéria de doutrina e prática. Ele procurou traduzi-lo em Inglês, para que mais pessoas pudessem lê-lo. Wycliffe ensinou que Cristo, e não o papa, era o cabeça da igreja, negou a doutrina católica romana da transubstanciação e (como Lutero mais tarde faria) opôs-se à concessão de indulgências (remissões de algumas ou todas as penas do purgatório, muitas vezes vendidos em a Idade Média para arrecadar dinheiro para a Igreja Católica). Wycliffe e seus seguidores, os lolardos, ajudou a pavimentar o caminho para a Reforma na 1nglaterra. Por sua oposição corajosa para o falso ensino de sua época, Wycliffe foi condenado e forçado a deixar sua posição em Oxford.
De Wycliffe mais jovem contemporâneo, o reformador tcheco Jan Huss (1373-1
415) pagou um preço mais íngreme por se opor alguns dos falsos ensinamentos da igreja romana. Huss, como Wycliffe, ensinava que a Bíblia, e não o papa, era a autoridade suprema. Ele também rejeitou indulgências. Quando o papa emitiu um decreto que proibia a pregação em capelas, como o que Huss pregado em, Huss ignorou e continuou a pregar. Para fazê-lo, ele foi excomungado. Huss foi convocado para comparecer perante o Conselho de Constança (1
415) e foi prometido salvo-conduto de e para o conselho pelo imperador do Sacro Império Romano. Mas Huss foi condenado e queimado na fogueira, a garantia do imperador do salvo-conduto, não obstante.
Entre as centenas de protestantes martirizados na 1nglaterra durante o reinado de Maria Tudor ("Bloody Maria") foi o grande pregador Hugh Latimer. Quando ele estava prestes a ser queimado na fogueira junto com o companheiro reformador Nicolas Ridley, Latimer disse-lhe: "Tende bom ânimo, Mestre Ridley, e jogar o homem; vamos esta luz do dia, tais uma vela pela graça de Deus na 1nglaterra que acredito que jamais se apagará. "

Nos tempos modernos, muitos pregadores fiéis da Palavra de Deus enfrentaram perseguição ou martírio em lugares como China, Oriente Médio, partes da África e da Índia, e em outros lugares. No entanto, como Paulo escreveu durante a sua prisão por causa de Cristo, "a palavra de Deus não está presa" (2Tm 2:9, Lc 1:76) —então é assim que Jesus disse a respeito dele: "Em verdade vos digo que, entre os nascidos de mulher, não surgiu ninguém maior do que João Batista! "(Mt 11:11). João realizada precisamente o que Deus propôs-lhe.

Após ter dado exemplos de sua pregação e interagindo com as multidões nos versículos 7:17, Lucas fechou a história de João Batista com este breve resumo do seu ministério. Deve notar-se que a inserção desta secção de Lucas aqui não foi cronológica, mas temática. João não estava realmente preso até mais tarde no ministério de Jesus, mas Lucas puxa sua prisão de volta a este ponto de concluir seu relato do ministério de João e definir Jesus no centro do palco. Para o resto do evangelho de Lucas João aparece apenas em referência a Ele.
Três palavras, "pregação", "Personalizar" e "perseguição", ajuda un dobre impacto de João.

PREGANDO

Assim, com muitas outras exortações ainda, anunciava o evangelho ao povo. (3:18)

Como observado no capítulo anterior deste volume, João ministrado por muitos meses no deserto da Judéia perto do rio Jordão. Grandes multidões se reuniram para ouvi-lo, ea especulação era galopante que ele poderia ser tão esperado Messias de Israel. João não era o Messias, mas ele pregou o evangelho para as pessoas , chamando-os de se arrepender e batizando aqueles que o fizeram em preparação para a vinda do Messias. Suas exortações expostos a maldade de seus corações, condenou a sua dependência de ritual e sua herança de Abraão para a salvação, e advertiu-os de que eles iriam enfrentar a ira eo julgamento de Deus, se não verdadeiramente e, evidentemente, se arrepender. Sua mensagem não se limitou aos judeus pessoas , no entanto, como a sua condenação de Herodes, um não-judeu, indica (ver a exposição de v. 19).

O ministério de João sobreposta a de Jesus, continuando por até seis meses após o batizou. Mas, como Jesus veio para a frente, o Seu ministério eclipsado João. Em João 3:22-36, o apóstolo João registrou testemunho final de João Batista de Jesus, como seu ministério ferida para baixo da sua celebração. Os versículos 22:23 nota que tanto Jesus (através de Seus discípulos; conforme 4:
2) e João estavam batizando, indicando a sobreposição em seus ministérios referidos acima. Tanto Mateus (4:
12) e Marcos (1,14) ir diretamente da tentação de Cristo para a prisão de João. O evangelho de João complementa o relato dos Evangelhos Sinópticos, revelando o que aconteceu entre esses dois eventos.

Perturbado pelas de seu mestre em declínio de popularidade, os discípulos de João ", disse-lhe: 'Rabi, aquele que estava contigo além do Jordão, do qual tens dado testemunho, eis que está batizando, e todos vão ter com ele'" (v. 26) . Embora seus discípulos podem ter perdido de vista o propósito do ministério de João, que era apontar Israel ao Messias, João não tinha. "Um homem não pode receber coisa", ele lembrou-lhes, "a menos que tenha sido dado a ele do céu. Vós sois as minhas testemunhas de que eu disse: 'Eu não sou o Cristo', mas, 'Eu fui enviado adiante dele' "(vv. 27-28). João viu Jesus crescente popularidade não como uma ameaça ao seu ministério, mas como o seu cumprimento. Para fazer o seu ponto perfeitamente claro, João disse a seus discípulos: "Ele [Jesus] cresça e que eu diminua" (v. 30).Então, nos versículos 31:36 João deu seis razões pelas quais Jesus era superior a ele.

Primeiro, Jesus teve uma origem celestial. Ele é aquele "que vem de cima [e] é acima de tudo" (v 31; conforme 6:33, 38, 50-51, 58; 08:42; 13:. 3; 16:28; 17: 8 ; 1Co 15:47; Ef 4:10), que afirma a Sua divindade..

Em segundo lugar, Jesus é onisciente. Seu ensino é superior a qualquer outra pessoa, porque Ele é a fonte da revelação divina. "O que ele tem visto e ouvido" no reino celestial ", de que Ele testemunha" (v. 32).

Em terceiro lugar, o que Jesus disse foi sempre em completa harmonia com Deus, o Pai, de modo que "aquele que recebeu o seu testemunho, o seu selo a isso, que Deus é verdadeiro" (v. 33). Por outro lado, a rejeitar Jesus é chamar Deus de mentiroso (1Jo 5:10).

Em quarto lugar, Jesus experimentou o poder do Espírito Santo de uma forma ilimitada; Deus deu a Jesus "o Espírito sem medida" (v. 34). Isso está em contraste com todos os outros que falava por Deus, até mesmo os profetas e os escritores inspirados das Escrituras. A sua capacidade de receber o poder do Espírito foi limitado por suas naturezas pecaminosas, humanos caídos. Mas desde que em Cristo "toda a plenitude da Divindade habita em forma corpórea" (Cl 2:9; Mt 28:18; 1Co 15:271Co 15:27; Ef 1:22; Fp 2:1) é um claro testemunho à divindade do Filho.

Finalmente, só Jesus é o Salvador (At 4:12), e "quem crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece "(v. 36). Uma vez que em Is 43:11 Deus declarou: "Eu, eu mesmo, sou o Senhor, e não há salvador além de Mim", para dizer que Jesus é o Salvador é dizer que Ele é Deus.

Tendo dado esse testemunho final para o Messias, o Senhor Jesus Cristo, João desapareceu de cena. A obra do grande profeta tinha acabado.

PERSONALIZAR

Mas quando o tetrarca Herodes foi repreendido por ele por causa de Herodias, mulher de seu irmão, e por causa de todas as coisas más que Herodes tinha feito, (3:19)

Pregação ousada do João não só foi direcionado para grandes audiências, mas também para indivíduos específicos. Mesmo Herodes Antipas, tetrarca da Galiléia e Perea (veja a discussão Dt 3:1; Lc 1:5, Mc 6:22] refletem o uso informal popular do termo). Mas diante de Herodes e Herodíades chegou a Roma, um mensageiro de Agripa acusado Herodes de delito. Como resultado, Caligula deposto Herodes, que, acompanhado por Herodias, foi banido permanentemente para uma cidade no que hoje é a França.

Antipas e Herodias são uma reminiscência de outro casal malfadado, Acabe e Jezabel. "Como Acabe", escreve DA Carson, "Antipas era mau, mas fraco; e Herodias, como Jezebel, perverso e cruel "( Mateus, no Frank E. Gaebelein, ed, Comentário Bíblico do Expositor. [Grand Rapids: Zondervan, 1984], 8: 338). A fraqueza de Antipas, juntamente com a crueldade de Herodias assegurou que, eventualmente, os seus pecados só poderia trazer conseqüências desastrosas.

PRISÃO

Herodes também acrescentou esta a todos: ele trancou João na prisão. (3:20)

O casamento de Antipas para Herodias estava errado em vários aspectos. Primeiro, eles se divorciaram suas esposas para se casar com outro. Em segundo lugar, a sua relação também foi incestuoso, uma vez que ela era sua sobrinha. Por fim, o casamento de Antipas para ela era uma flagrante violação da lei mosaica, que explicitamente proibido um homem de se casar com a mulher de seu irmão (Lv 20:21). A única exceção foi a produzir prole se seu irmão morreu (levirato). Mas Filipe já tinha prole (Salomé; veja a discussão abaixo). Além disso, ele ainda estava vivo.

Embora ele estava chamando Herodes a arrepender-se por preocupação com sua alma, repreensão intransigente de João do casamento ilícito do casal foi explosivo politicamente. Como observado acima, Aretas já estava furioso que Antipas tinha se divorciado de sua filha se casasse com Herodias. Agora, o muito popular João Batista estava denunciando o seu pecado. Movendo-se para silenciar o pregador ousado, Herodes adicionado à sua já longa lista de iniqüidades o mais público de todos eles: ele trancou João na prisão .

Lucas termina a história de João lá, mas Mateus e Marcos gravar o último episódio sombrio de sua vida. Querendo executar João, mas com medo da reação das pessoas (Mt 14:5). Eventualmente, ela encontrou uma maneira de manipular o marido e conseguir o que queria. Em uma festa de gala de aniversário da filha de Herodias de Antipas de seu casamento com Filipe (Josephus dá o nome dela como Salome) realizaram uma obscena e imoral de dança diante de Herodes e seus convidados. Seduzido por sua performance, querendo jogar o governante magnânimo diante de seus convidados, e, provavelmente, mais do que um pouco bêbado, Herodes "prometeu com juramento dar-lhe tudo o que pedisse" (Mt 14:7).

No final, matando João não realizar qualquer coisa para Herodes e Herodíades. Como mencionado acima, que acabou perdendo tudo e foi para o exílio. E Herodes era assombrado pela culpa sobre o que ele tinha feito. Assim, quando os relatórios do ministério de Jesus chegou a ele, Herodes, exclamou: "Este é João Batista; ele ressuscitou dentre os mortos, e é por isso que os poderes miraculosos está no trabalho em si "(Mt 14:2).

Humilde aceitação de seu papel subalterno de João é um exemplo para todos os pregadores (e todos os crentes) de humildade. João confrontively e sem medo falou a verdade, assim, cumprir com fidelidade a seu ministério. Ele ousAdãoente chamado para o arrependimento, não importa o que custou a ele. Em uma época de cócegas ouvido pregação (4 2 Tim: 3.) E pregadores de auto-promoção da (. Fp 1:17), a igreja precisa desesperAdãoente pregadores mais ousadas, mas humildes, como o Batista.

20. A confirmação divina do Messias (Lucas 3:21-22)

Agora, quando todas as pessoas foram batizadas, Jesus também foi batizado, e enquanto ele estava orando, o céu se abriu eo Espírito Santo desceu sobre ele em forma corpórea, como uma pomba e uma voz vinda do céu: "Tu és meu amado Filho, em você Estou bem satisfeito "(3: 21-22).

O tema central tanto profecia do Antigo Testamento e Novo Testamento a pregação é o Senhor Jesus Cristo. A Bíblia, especialmente os Evangelhos, é preenchido com testemunho a Ele (Lc 24:44; Jo 5:39; Ap 19:10). Após a conversa com Jesus em que Ele Se revelou como o Messias (Jo 4:26), a Samaritana voltou à sua aldeia "e disse aos homens: Vinde, vede um homem que me disse tudo o que eu ter feito; este não é o Cristo, não é? '"(v. 29). Como resultado, "De que cidade muitos dos samaritanos creram nele por causa da palavra da mulher, que testificou:" Ele me disse que todas as coisas que eu fiz '"(v. 39). Conhecimento sobrenatural de Jesus dele mudou Nathanael para testemunhar, "Rabi, Tu és o Filho de Deus; Tu és o Rei de Israel "(Jo 1:49).

Não só o seu conhecimento onisciente, mas também as suas obras milagrosas testemunhou Jesus. Em Jo 5:36 Jesus disse aos seus adversários: "As obras que o Pai me deu para realizar-as mesmas obras que Eu-testemunho de mim, que o Pai me enviou" (conforme 10:25).

Como condizente com aqueles escolhidos para serem suas testemunhas (At 1:8) Pedro respondeu: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo" (v. 16). O apóstolo João, duas vezes gravou seu testemunho de Jesus: "E aquele que o viu testificou, eo seu testemunho é verdadeiro; e ele sabe que ele está dizendo a verdade, para que também vós creiais "(Jo 19:35); "Este é o discípulo que dá testemunho destas coisas e escreveu estas coisas, e sabemos que o seu testemunho é verdadeiro" (Jo 21:24; conforme 1Jo 1:21Jo 1:2; Ap 1:1-2 , Ap 1:9). Jesus disse aos apóstolos: "Você vai testemunhar ... porque você tem sido comigo desde o princípio" (Jo 15:27), e do livro de Atos registra que eles fizeram exatamente isso (At 4:33; At 10:42; At 18:5).

Como foi observado nos capítulos anteriores deste volume, foi a missão de João Batista, o precursor do Messias, para dar testemunho de Jesus. João "veio como testemunha, para dar testemunho da luz" (Jo 1:7) e Jesus (Jo 5:33) referido o testemunho de João de Jesus.

Santos anjos deu testemunho da divindade do nosso Senhor (1:35; conforme Mt 1:23.). "Eu sei quem você é: o Santo de Deus": Mesmo demônios deu testemunho do Senhor Jesus como Deus disse o demônio na sinagoga de Cafarnaum (Mc 1:24; conforme v 34)..

Movendo-se para a Trindade, o Espírito Santo deu testemunho de Jesus. "Quando vier o Consolador, que eu vos enviarei da parte do Pai", Jesus disse aos seus discípulos ", isto é o Espírito da Verdade, que procede do Pai, Ele dará testemunho de mim" (Jo 15:26). Em 13 43:16-14'>João 16:13-14, Ele acrescentou:

Quando Ele, o Espírito da verdade vier, Ele vos guiará a toda a verdade; pois Ele não falará por sua própria iniciativa, mas o que Ele ouve, Ele vai falar; e Ele vai revelar a você o que está por vir. Ele me glorificará, porque há de receber meu e vai divulgá-la a você.

Pedro e os apóstolos declarados ao Sinédrio, "Ele [Cristo] é aquele que Deus exaltou a Sua mão direita como Príncipe e Salvador, para conceder a Israel o arrependimento e perdão dos pecados. E nós somos testemunhas destas coisas; e assim é o Espírito Santo, que Deus deu àqueles que lhe obedecem "(Act 5:31-32). Falando do testemunho do Espírito de Jesus, o apóstolo João escreveu:

Este é aquele que veio por água e sangue, Jesus Cristo; não só pela água, mas com a água e com o sangue. É o Espírito que dá testemunho, porque o Espírito é a verdade. Pois há três que dão testemunho: o Espírito, a água eo sangue; e os três estão de acordo. (I João 5:6-8)

Mas de todas as testemunhas históricas do Novo Testamento a Jesus Cristo, o mais significativo foi Deus Pai. Em Jo 5:37, Jesus disse aos líderes judeus: "O Pai que me enviou, ele deu testemunho de Mim", e em 8:18, Ele acrescentou: "o Pai que me enviou dá testemunho de mim." A respeito do Pai testemunho do Filho, o apóstolo João escreveu:

O testemunho de Deus é este, que Ele testemunhou a respeito de Seu Filho. Aquele que crê no Filho de Deus tem o testemunho em si mesmo; aquele que não acredita que Deus fez dele um mentiroso, porque não crê no testemunho que Deus deu a respeito de Seu Filho. E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna, e esta vida está em seu Filho. (I João 5:9b-11)

Na transfiguração os discípulos aterrorizados ouviu "a voz do Pai para fora da nuvem [dizendo]: 'Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; ouvi-lo "(Mt 17:5; 11: 25-27.; 17: 1-5; Mt 26:39, Mt 26:42; Mt 28:19; Lc 23:46; João 5:17-26; Jo 11:41; Jo 12:28; Jo 16:28; 17: 1-26; Jo 20:17; Atos 7:55-56; Cl 3:1; He 1:3; He 12:2; 2Pe 1:172Pe 1:17; 1Jo 2:11Jo 2:1); embora eles eram primos, tinham vivido em diferentes regiões: João no deserto da Judéia (Lc 1:80) e Jesus na Galiléia. Não há nenhuma indicação na Escritura que já conhecera antes deste incidente, o que seria de fato a única reunião. O ministério de João continuaria apenas por cerca de mais seis meses antes de sua prisão e execução (veja a discussão no capítulo 19 deste volume).

O relato de Mateus relata que João era extremamente relutantes em batizar Jesus (o verbo traduzido "para evitar" em Mt 3:14 é uma intensa verbo, composto, e imperfeito sugere um diálogo entre João e Jesus), e exclamou: "Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim? "(Mt 3:14). O batismo de João envolveu uma confissão pública de pecado e arrependimento (ver a exposição Dt 3:3).

De acordo com Jo 1:33, Deus ordenou a João Batista para batizar. Por isso, Ele queria que as pessoas para serem batizados, e cabia o justo para o fazer. E tudo o que Deus exigiu o justo para fazer, Jesus fez, mesmo coisas que Ele, pessoalmente, não precisa fazer. Por exemplo, Jesus participou fielmente na celebração da Páscoa, que imaginou livramento de Seu povo de Deus do pecado. No entanto, Ele não tinha nenhum pecado para ser entregue a partir de. Mateus 17:24-27 oferece outro exemplo:

Quando chegaram a Cafarnaum, aqueles que cobrou o imposto de duas dracmas veio a Pedro e disse: "Será que o seu professor não pagar o imposto de duas dracmas?" Ele disse: "Sim." E quando ele entrou na casa, Jesus falou com ele primeiro, dizendo: "O que você acha, Simon? De quem cobram os reis da terra, recolher costumes ou pagamento do imposto, a partir de seus filhos ou dos estranhos? "Quando Pedro disse:" A partir de estranhos ", disse-lhe Jesus:" Então os filhos estão isentos. No entanto, para que nós não ofendê-los, vá para o mar e jogar em um anzol, tira o primeiro peixe que subir; e quando você abrir a boca, você vai encontrar um shekel. Avalie isso, e dar a eles para você e para mim ".
Como o Filho de Deus, Jesus era isento do pagamento do imposto do templo. Mas, para fazer o que as pessoas justas fazer, Ele pagou-lo mesmo assim.

Jesus vivendo uma vida perfeitamente justo não foi apenas uma demonstração da Sua divindade, mas também era absolutamente essencial para nossa salvação. Em 2Co 5:21, o apóstolo Paulo explica: "Ele [o pai] fez com que Ele [o Filho] que não conheceu pecado, o pecado por nós, para que nos tornássemos justiça de Deus nele." Deus imputou os pecados de todos os que crêem em Jesus a Ele na cruz, e imputada a justiça perfeita de Jesus para eles. Em outras palavras, Deus tratou Jesus como se Ele tivesse vidas pecaminosas dos crentes viviam e tratavam-nos como se tivessem vivido a sua vida sem pecado perfeito. Obviamente, se ele tivesse simplesmente descer do céu, foi crucificado, e levantou três dias depois, não teria havido nenhuma vida justo imputar aos crentes. Foi porque Ele o fez viver uma vida assim que Paulo poderia falar de "não ter uma justiça de [seu] próprio derivado da lei, mas a que vem pela fé em Cristo, a justiça que vem de Deus, na base da fé" (Fp 3:9). Do começo ao fim ministério terrestre de Jesus foi marcada por momentos freqüentes de oração. Ele orou em seu batismo (Lc 3:21), durante a sua primeira viagem de pregação (Mc 1:35; Lc 5:16), antes de escolher os doze apóstolos (Lucas 6:12-13), antes de alimentar a 5.000 (Mt 14:19), depois de alimentar os 5:000 (Mt 14:23), antes de alimentar os 4:000 (Mt 15:36.), antes da confissão de Pedro de como o Cristo (Lc 9:18), na transfiguração (Lc 9:1), após o retorno dos setenta (Lc 10:21), antes de dar a oração do Senhor (Lc 11:1), ao enfrentar a realidade da cruz (Jo 12:28), na Última Ceia (Mateus 26:26-27.), por Pedro (Lucas 22:31-32), no Getsêmani (Mateus. 26: 36-44), a partir da cruz (Mt 27:46; Lc 23:34, Lc 23:46), com os discípulos Ele encontrou na estrada de Emaús (Lc 24:30), na ascensão (Lucas 24:50-51) e, soberanamente, em Sua oração sacerdotal em João 17.

Até este ponto o batismo de Jesus tinha sido feito o mesmo que todos os outros. Mas o que aconteceu depois foi absolutamente transcendente e ao contrário de qualquer coisa que alguém lá naquele dia já tinha visto. Enquanto Jesus estava chegando para fora da água, ainda orando, o céu se abriu . Sempre que aconteceu na Escritura, ou Deus manifestou-Se, de alguma forma, falou, ou ambos. Em Ez 1:1) e clamou: "Eis que vejo os céus abertos eo Filho do homem em pé à mão direita de Deus" (v. 56). Em Ap 19:11, o apóstolo João "viu o céu aberto, e eis um cavalo branco, eo que estava assentado sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro, e em justiça Ele juízes e salários guerra." No batismo de Cristo, como no transfiguração e em João 0:28, Deus falou do céu. Mas antes que ele fez, outro acontecimento dramático ocorrido.

A UNÇÃO DO ESPÍRITO

eo Espírito Santo desceu sobre Ele em forma corpórea, como uma pomba, (3: 22a)

Que o Espírito Santo desceu e permaneceu (João 1:32-33sobre Jesus não implica que até este ponto Ele não tem o Espírito Santo. Os membros da Trindade tem sido eternamente em comunhão uns com os outros sem nenhuma brecha em sua unidade essencial. Jesus eo Espírito Santo têm sido sempre em perfeita comunhão, tanto que Rm 8:9; 1Pe 1:111Pe 1:11). A descida do Espírito aqui era apenas um ato simbólico, indicando publicamente a sua capacitação para a vida e ministério de Jesus.

Uma maneira de entender essa capacitação é considerar que o Filho "esvaziou-se" (Fm 1:2; conforme Mt 1:18, Mt 1:20), o Espírito foi envolvido em cada aspecto da vida de Cristo (conforme 4: 1, 14; 10:21; Mt 4:1; At 10:38; He 9:14). O Antigo Testamento registra muitas instâncias do Espírito sobre os indivíduos a ungi-los para serviços especiais, incluindo Moisés (Nu 11:17), Josué (Nu 27:18), os setenta anciãos de Israel (Nu 11:25) , Gideon (Jz 6:34.), Jefté (Jz 11:29.), Sansão (Jz 13:25.), Saul (1Sm 10:1), Davi (. 1Sm 16:13), Elias (1Rs 18:12; 2Rs 2:162Rs 2:16), Azarias (2Cr 15:1.), Ezequiel:, e Micah (MIC (Ez 2:1-2.) . 3: 8). Todos aqueles homens, no entanto, foram limitados em sua capacidade de ser capacitado pelo Espírito por suas naturezas pecaminosas, humanos caídos. Mas desde que Jesus era Deus em carne humana, Deus lhe deu o Espírito sem medida (Jo 3:34).

O Antigo Testamento também ensinou que Deus daria o Espírito para o Messias. Isaías 11:1-2, previu que "o Espírito do Senhor repousará sobre ele." Em Is 42:1 o Messias diz:

O Espírito do Senhor está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para anunciar a boa nova aos pobres; Enviou-me a curar os quebrantados do coração, a proclamar liberdade aos cativos ea liberdade aos prisioneiros; para proclamar o ano favorável do Senhor eo dia da vingança do nosso Deus; para consolar todos os que choram.

Ao longo de toda a vida de Cristo, incluindo Seu desenvolvimento (Lc 2:52), a obediência sem pecado, o triunfo sobre a tentação, pregação, cura, expulsão de demônios, morte e ressurreição (conforme Rm 1 (conforme He 9:14.).: 4), a Sua divindade foi mediado a Sua humanidade pelo Espírito Santo. O poder do Espírito era essencial, uma vez que em sua divindade de Cristo não teria feito as ações milagrosas que Ele fez, ou dizer as palavras divinas que ele falou. A razão para isso é encontrado em Filipenses 2:6-7, que diz que "embora [Cristo], subsistindo em forma de Deus, [Ele] não considerou a igualdade com Deus uma coisa que deve ser aproveitada, mas esvaziou-se, tomando a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens. "Jesus entregue voluntariamente o uso independente de seu poder divino, e submeteu-se completamente à vontade do Pai. E, apesar de sua natureza humana era perfeitamente sem pecado, que, no entanto, não tem poder sobrenatural. Assim Cristo realizou seus feitos milagrosos através do poder do Espírito, tanto que a atribuir suas obras a Satanás é blasfemar do Espírito Santo (Matt. 12: 31-32). Deve-se ressaltar que isso em nada limita a divindade e plena igualdade de Cristo com o Pai (conforme Cl 2:9 , Baker Exegetical Comentário ao Novo Testamento [Grand Rapids: Baker, 1994], 338). A realidade visível da presença do Espírito indica Sua aprovação e envolvimento no ministério do Filho.

DEPOIMENTO DO PAI

e uma voz vinda do céu: "Tu és o meu Filho amado, em Ti eu sou bem satisfeito." (3: 22b)

Gramatical, esta é a oração principal da passagem, e as que a precederam estão subordinados a ele. O testemunho do Pai ao Filho é o principal ponto de passagem. Audível do Pai voz do céu expressa Sua aprovação do Seu Filho amado , em quem Ele é continuamente bem satisfeito . Expressão de aprovação do Pai Jesus protege de qualquer mal-entendido a respeito de porque Ele foi batizado (veja a discussão no início deste capítulo). Se Jesus não fosse sem pecado, Ele não teria tido a aprovação de Deus, uma vez que os "olhos são tão puros para aprovar o mal, e [Ele] não pode olhar na maldade com favor" (Hc 1:13).

Assim como fez aqui, o Pai, uma vez mais audível afirmar Sua aprovação da santa perfeição de Jesus na transfiguração (Mt 17:1-5.). Sua referência a Jesus como Seu Filho afirma que Jesus é da mesma essência como a si mesmo, e, assim, plenamente Deus (veja a discussão sobre 02:49, no capítulo 16 deste volume). É também o cumprimento do Sl 2:7).

21. A linhagem Real do Messias (Lucas 3:23-38)

Quando Ele começou Seu ministério, o próprio Jesus tinha cerca de trinta anos de idade, sendo, como era suposto, o filho de José, filho de Eli, filho de Matã, filho de Levi, filho de Melqui, filho de Janai , o filho de José, filho de Matatias, filho de Amós, filho de Naum, filho de HESLI, filho de Nagai, filho de Maate, filho de Matatias, filho de Semei, filho de Josech , filho de Joda, filho de Joanã, filho de Resa, filho de Zorobabel, filho de Salatiel, filho de Neri, filho de Melqui, filho de Adi, filho de Cosã, filho de Elmadã , filho de Er, filho de Josué, filho de Eliezer, filho de Jorim, filho de Matã, filho de Levi, filho de Simeão, filho de Judá, filho de José, o filho de Jonam , filho de Eliaquim, filho de Melea, filho de Menna, filho de Matata, filho de Natã, filho de Davi, filho de Jessé, filho de Obede, filho de Boaz, o filho de Salmon , filho de Naasson, filho de Aminadabe, filho de administrador, filho de Ram, filho de Esrom, filho de Perez, filho de Judá, filho de Jacó, filho de Isaque, filho de Abraão , filho de Tera, filho de Naor, o filho de Serugue, filho de Reu, filho de Peleg, filho de Heber, o filho de Selá, filho de Cainã, filho de Arfaxade, filho de Shem , filho de Noé, filho de Lameque, filho de Matusalém, filho de Enoque, o filho de Jared, filho de Maalalel, filho de Cainã, filho de Enos, filho de Seth, filho de Adão , o filho de Deus. (3: 23-38)

Há um interesse crescente hoje na genealogia, como as pessoas tentam traçar sua ascendência e descobrir o famoso e infame em suas árvores genealógicas. Para a maioria é meramente recreativo, um hobby motivados por simples curiosidade. Alguns, no entanto, fazê-lo a partir de um desejo de trazer sentido às suas vidas desconexas e construir o seu sentido de auto-estima. Fá-los sentir melhor sobre si mesmo para saber que, mesmo que eles não são significativos, eles estão ligados a alguém que estava.
Em busca de seus antepassados, as pessoas se debruçar sobre os dados do censo, obituários, e outros registros históricos. Alguns chegam a viajar para as cidades de origem ou países de seus antepassados ​​para fazer a pesquisa, fazendo a genealogia um hobby caro para eles. Outros, como os mórmons, tem um motivo religioso para rastrear suas genealogias, gastando grandes somas de dinheiro e tempo pesquisando seus antepassados ​​para que eles possam ser batizados por procuração para eles. Isso é um pré-requisito para os espíritos dos mortos para entrar no reino celestial, o nível mais alto dos céus em seu culto pseudo-teologia.

Genealogias eram legitimamente crítico para o povo de Israel. Primeiro, ascendência determinou a divisão original da terra de Canaã entre as doze tribos (conforme Num. 26: 53-55). Em segundo lugar, ascendência também estabeleceu o direito de herança de propriedade e tudo que foi com ele (servos, culturas, edifícios, etc.). Em terceiro lugar, ascendência formaram a base do princípio da redenção parente. Se um pobre homem foi forçado a vender sua propriedade, um dos seus parentes próximos era para comprá-lo (Lv 25:25; conforme Rute. 4: 1-6). Em quarto lugar, ascendência desempenhado um papel na tributação.Assim, José e Maria tiveram que retornar para a cidade ancestral de José de Belém para se inscrever no censo (conforme a exposição Dt 2:4). Por último, e mais importante, qualquer pedido para ser rei ou Messias teria de ser apoiado pelos registros genealógicos.

Genealogias desempenhar um papel significativo nas Escrituras, enraizando o relato bíblico da história. Devido à sua importância, os judeus mantiveram registros genealógicos muito cuidadosos, que sobreviveu até que os romanos saquearam Jerusalém e queimou o templo em AD 70. Na verdade, as genealogias registradas por Mateus e Lucas são provavelmente com base nesses registros públicos, que estavam ainda em existência quando eles escreveram. Além dos registros públicos oficiais, muitas famílias, sem dúvida, manteve registros genealógicos privadas. O Antigo Testamento contém numerosas genealogias (eg, Gn 4; 5; 10; 11; 1 Crônicas 1-9.). O Novo Testamento também alude à disponibilidade de registros genealógicos. Por exemplo, Anna é identificado como um membro da tribo de Aser (Lc 2:36), Barnabé como um membro da tribo de Levi (At 4:36 [conforme Lc 10:32]), e Paulo como um membro da tribo de Benjamin (Rm 11:1; Fp 3:5; conforme Is. 40: 3-4; Ml 3:1). Quando Maria visitou sua parente mais velho Elisabete, mãe de João Batista, "Isabel ficou cheia do Espírito Santo. E ela gritou em alta voz e disse: "Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! E como isso aconteceu comigo, que a mãe do meu Senhor venha me visitar? '"(Vv. 41-43). Seu marido, Zacarias, também cheio do Espírito Santo (v. 67), profetizou que João Batista seria precursor de Jesus. Os anjos que anunciaram Seu nascimento aos pastores (2: 8-11) testemunhou que Jesus era Salvador, Messias e Senhor (v. 11). Dois indivíduos virtuosos e tementes a Deus, Simeão e Ana, também acrescentou seu testemunho de que Jesus era o Messias, aquele que traria a salvação a Israel (2: 25-38). Em 3: 1-18, Lucas registrou o testemunho de João Batista de Jesus (ver especialmente vv 15-17.). Em seguida, em seu batismo, o Espírito Santo e Deus o Pai deu a afirmação definitiva de que Jesus é o Filho de Deus, e, portanto, o Messias e Salvador do mundo.

As genealogias de Jesus registrados por Mateus e Lucas provar que Ele não era um Messias auto-nomeado; um reformador equivocada apanhados em aclamação popular que começou a ter delírios de grandeza. Nem era apenas um bom professor de moral e ética, ou um revolucionário para derrubar o governo de Roma. Seus genealogias, traçando sua ascendência de volta através de Davi e Abraão a Adão e, finalmente, para o próprio Deus, mostrar que Jesus era legítimo rei de Israel.

Uma comparação entre as genealogias de Mateus e Lucas revela diferenças marcantes. Alguns refletem propósitos diferentes dos escritores. Mateus colocou sua genealogia, no início de seu evangelho onde ele se encaixa de forma cronológica sobre a vida de Cristo. Lucas, no entanto, inserido genealogia de Cristo depois, no contexto de suas credenciais messiânicas (ver a discussão acima). Não há mulheres na genealogia de Lucas, enquanto Mateus inclui cinco (contando a Maria). Genealogia de Lucas vai do presente para o passado; Mateus, do passado para o presente. Assim genealogia de Mateus começa com Abraão e avança no tempo, enquanto Lucas começa com Jesus e se move para trás no tempo para Adão. Genealogia de Mateus começa com Abraão, enquanto o primeiro nome (em ordem cronológica), em Lucas do é Adão. Os diferentes pontos de partida em suas genealogias refletem as diferentes Propositos dos dois escritores do Evangelho. Mateus escreveu principalmente para o povo judeu, então era natural para ele começar com Abraão, o pai da nação de Israel. Abordagem de Lucas foi mais universal. Ele estava preocupado para apresentar Jesus como o Filho do Homem, e demonstrar a sua solidariedade para com toda a raça humana. Por isso, ele tomou a genealogia de Cristo por todo o caminho de volta para Adão. A ênfase de Mateus em José, e Lucas sobre Maria (Lc 1:27, 30-56; 2 (Mt 1:16, Mt 1:18, Mt 1:19, Mt 1:20, Mt 1:24, Mt 1:2:13, Mt 1:14, 19-21.): 5, 16, 19 ,
34) nos primeiros capítulos de seus evangelhos também reflete suas estratégias complementares.

Genealogia de Lucas, portanto, era mais do que a de Mateus, contendo setenta e sete nomes ao invés de quarenta e dois nomes na genealogia de Mateus. Nem genealogia foi pretende ser exaustiva, mas ambos são comprimidos ou abreviada. Genealogia de Mateus contém três grupos de catorze nomes, que era evidentemente feito para torná-lo mais fácil de memorizar. (Note-se que o termo "pai" na genealogia de Mateus não necessariamente denota uma relação de pai e filho, que pode ser usado no sentido mais geral de Ver, por exemplo Mateus 1 "ancestral".: 5; várias gerações deve ter decorrido entre Salmon, o marido de Raabe, que viveu durante a conquista da Terra Prometida, Josué, de Israel, e Boaz, que viveu muito mais tarde, durante o período dos juízes. Nota também o versículo 1, onde Jesus é referido como o filho [ie , descendente] de Davi e Abraão.) genealogia de Lucas também salta gerações. O termo repetido filho não aparece no texto grego; em cada par de nomes do primeiro indivíduo nomeado é meramente dito ser um descendente em algum sentido de o segundo (conforme também v 38;. Adão, obviamente, não era o filho de Deus no sentido físico).

Outras diferenças são mais significativas. Lucas identifica avô de Jesus como Eli , enquanto Mateus chama Jacó. Lucas traça ascendência de Jesus através de filho de Davi Nathan , enquanto Mateus traça-lo através de seu filho Salomão. Finalmente, embora os nomes, desde Abraão até Davi, são idênticos em ambos os genealogias (exceto que Mateus pula Admin), todos, mas dois dos nomes de Davi para José são diferentes. Foram propostas duas explicações possíveis para estas diferenças.

Alguns sustentam que ambas as genealogias são José, observando que o nome de Maria não aparece na genealogia de Lucas e que os judeus rastreada ascendência através de genealogia do pai, e não a mãe de (mas como Leon Morris ressalta: "Não temos nenhuma informação sobre a forma como uma genealogia seria contada quando não havia pai humano O caso é único. "[ O Evangelho Segundo São Lucas , Tyndale Comentários do Novo Testamento (Grand Rapids: Eerdmans, 1975), 100]). Eles explicam avós de Jesus diferentes (Eli em Lucas e Jacó em Mateus), bem como os diferentes nomes de Davi para José, invocando o princípio da lei do levirato (Gn 38:8; Rt 4:10). De acordo com este ponto de vista, Eli e Jacó eram meio-irmãos, que tem a mesma mãe, mas de pais diferentes. Um dos dois morreu sem filhos, eo irmão sobrevivente casou com sua viúva. Isso faria com que José, filho biológico do irmão sobrevivente, eo filho legal do falecido.

Embora plausível, esse ponto de vista é amplamente baseado em conjecturas absolutamente improvável (que Eli e Jacó eram meio-irmãos, e que um casamento levirate ocorreu). A muito melhor explicação é que Mateus registra a genealogia de José e Lucas Maria (Lucas omitiu o nome dela em deferência ao costume judeu). Os dois nomes diferentes dadas para o avô de Jesus, na verdade, referem-se a dois homens diferentes, pai de José, pai de Maria. As diferenças nos nomes de Davi para José são também de esperar, uma vez que as genealogias são aqueles de duas pessoas diferentes. Maria traçou sua ascendência através de Nathan, enquanto José traçou sua através de Salomão. Este ponto de vista também é consistente com os efeitos dos dois escritores, como mencionado acima. O desejo de Mateus para provar direito legal de Jesus para o trono de Davi levou-o a incluir a genealogia de José. Lucas dirigida a um público mais amplo, em grande parte, Gentil e assim deu actual descida de Jesus, física através de Maria. Finalmente, este ponto de vista explica como Jesus podia legitimamente ser o rei de Israel, apesar de ser um descendente de Jeconias (Mt 1:11). Jesus era descendente legal, mas não físico, de Jeconias através de José. Isso evitou a maldição que o Senhor pronunciou sobre Jeconias, que nenhum de seus descendentes iria ser rei (Jer. 22: 24-30). (Para mais provas de que Lucas apresenta a genealogia de Maria, ver Robert L. Tomé e Stanley N. Gundry, A Harmonia dos Evangelhos [Chicago: Moody, 1978], anexo 9.)

As genealogias de Mateus e Lucas concluir, sem dúvidas de que Jesus era um descendente de Davi. Nem mesmo sua amargos inimigos entre os líderes judeus negou isso. Eles certamente teria rejeitado Suas reivindicações messiânicas fora de mão se não tivesse sido, e silenciou as multidões que entusiasticamente gritou com a entrada triunfal: "Hosana ao Filho de Davi" (Mt 21:9 com Mc 6:3; 10: 37-38), altura em que Ele tinha cerca de trinta anos de idade . Essa foi uma idade habitual para homens de Deus para começar seus ministérios. Ezequiel começou seu ministério profético aos trinta anos (Ez 1:1), e Davi tinha trinta anos quando subiu ao trono de Israel (2Sm 5:4, Nu 4:39, Nu 4:43, Nu 4:47; 1 Crônicas 23:.. 1Cr 23:3). Jesus começou assim seu ministério público em uma idade que as pessoas considerem adequado.

A SUPOSIÇÃO DE ANCESTRAIS JESUS '

sendo, como se cuidava, filho de José, (3: 23b)

Esta breve frase é de profundo significado teológico. Ele foi comumente suposto que Jesus era o filho de José , de forma compreensível, uma vez, tanto quanto a maioria das pessoas sabia, Jesus era apenas um dos de José e Maria crianças (conforme Mt 13:1, no capítulo 5 deste volume). O texto grego deixa claro que José não faz parte da genealogia de Lucas. Todos os outros nomes são precedidos pelo artigo definido tou , mas Josephnão é, indicando, assim, que a menção de seu nome está entre parênteses. A frase poderia ser prestados de forma mais precisa, "Jesus ... sendo (como se cuidava, filho de José), filho de Eli", isto é, o neto de Eli através de Maria. Esta é outra razão convincente para a visualização de genealogia de Lucas como Maria. Como isso poderia ser a genealogia de José quando gramática de Lucas deixa claro que José não era parte dela? Além disso, como RCH Lenski aponta,

Como Lucas não conseguia pensar em acrescentar uma genealogia de José depois de dizer que Jesus só foi suposto para ser um filho de José, ou seja, um filho físico, o próprio Lucas ter mostrado no comprimento que esta suposição era errada, e que Jesus era um filho físico só de Maria, ainda não foi esclarecido por aqueles que acham a genealogia de José aqui. ( A Interpretação dos Evangelho de São Lucas .. [Minneapolis: Augsburg, 1946], 218-19 itálico no original)

A SIMILARIDADE DE DOIS ANCESTRAIS

Zorobabel ... Salatiel (03:27)

Os nomes de Eli (v. 23) para Rhesa (v. 27) e de Neri (v. 27) para Matata (v. 31) não aparecem em nenhum outro lugar nas Escrituras. Tudo o que se pode dizer deles é que eles eram nomes judeus comuns da época. Os nomes de Zorobabel e Salatiel imprensadas entre são conhecidos; na verdade, eles são os únicos dois nomes após a época de Davi que são comuns a ambas as genealogias de Lucas e Mateus.É possível que os nomes se referem a indivíduos diferentes, e que havia um pai chamado Salatiel e um filho chamado Zorobabel em ambas as genealogias. Ou um casamento levirato pode ser responsável por sua presença em ambas as genealogias. Zorobabel próprio pode ter sido o filho de um casamento levirato, desde 1Cr 3:19 lista Pedaías como seu pai, enquanto o Velho Testamento em outro lugar chama o filho de Salatiel (eg , Ed 3:2).. Da mesma forma, Lucas se refere a Neri como o pai de Salatiel, enquanto 1Cr 3:17 lista Jeconias como seu pai. Mais uma vez, este é ou outro caso de casamento levirato, ou a adopção.

A IMPORTÂNCIA DE QUATRO NOMES

Quatro nomes na genealogia resumir a pessoa de Jesus Cristo. Como um filho de Deus (v.
- 38b) pela criação, Adão deu Sua imagem intocada, não poluído, e incorrupto até que ele caiu em pecado. Que pecado desfigurava a imagem de Deus, de modo que nenhum dos descendentes de Adão eram verdadeiros filhos de Deus, da mesma maneira que ele tinha sido antes de pecar. Jesus em Sua humanidade, no entanto, era um homem como Adão tinha sido antes da queda; sem pecado, e perfeitamente com a imagem de Deus. Além disso, Jesus era o Filho de Deus, em Sua divindade, sendo da mesma essência que o Pai (Fm 1:2).

Como o filho de Abraão (v. 34), Jesus é a semente prometida ao patriarca (Gl 3:16), nos quais as bênçãos prometidas do convênio abraâmico será realizado.

Finalmente, como o filho de Davi (v. 31), Jesus "reinará pelos séculos dos séculos" (Ap 11:15; Lc 1:33).

Sua ascendência real, confirmado por ambos os pais 'genealogias, é mais uma prova de Jesus credenciais messiânicas.



Barclay

O NOVO TESTAMENTO Comentado por William Barclay, pastor da Igreja da Escócia
Barclay - Comentários de Lucas Capítulo 3 do versículo 1 até o 38

Lucas 3

O correio do rei — Luc. 3:1-6

João chama ao arrependimento — Luc. 3:7-18 A detenção de João — Luc. 3:19-20

Chega a hora para Jesus — Luc. 3:21-22 A linhagem de Jesus — Luc. 3:23-38

O CORREIO DO REI

Lucas 3:1-8

Para Lucas a aparição de João Batista é um dos pontos em que a história muda. É assim tanto que se situa o momento com seis dados

diferentes.

  1. Tibério era o sucessor de Augusto e portanto o segundo dos imperadores romanos. Cerca dos anos 11 ou 12 d. C. Augusto o tornou

seu colega no poder imperial, mas não se tornou imperador único até o ano 14 d. C. O décimo quinto ano de seu reinado deve ter sido entre 28 e 29 d. C. Lucas começa situando a aparição de João no cenário mundial, o

cenário do Império Romano.

  1. Os três dados seguintes que Lucas dá se relacionam com a organização política da Palestina. O título tetrarca significa literalmente governador de uma quarta parte. Em províncias tais como Tessália e

Galácia, que estavam divididas em quatro seções ou áreas, o governador de cada uma delas era chamado tetrarca; mas mais tarde a palavra ampliou seu significado e se aplicou ao governador de qualquer parte.

Herodes o Grande morreu no ano 4 A. C., depois de ter reinado quarenta anos. Dividiu seu reinou entre três de seus filhos e em um primeiro momento os romanos aprovaram sua decisão.

  1. Dt Galiléia e Peréia a Herodes Antipas, quem reinou desde ano 4 A. C. até o ano 39 d. C. Portanto, Jesus viveu principalmente sob o reinado deste soberano e em seus domínios da Galiléia.
  2. Dt 1turéia e Traconites a Herodes Felipe, que reinou do 4 A. C. até 33 D. C. A cidade da Cesaréia de Felipe foi chamada assim por ele, porque ele a mandou construir.
  3. Deixou Judéia, Samaria e Edom a Arquelau. Um rei péssimo. Os judeus no final pediram aos romanos que o tirassem de seu cargo; e Roma, preocupada com os contínuos problemas da Judéia, instalou um procurador ou governador romano. Assim foi como os romanos

começaram a governar diretamente sobre a Judéia. Nesse momento era

governador Pilatos, que esteve no poder desde o ano 25 até 37 d. C. De modo que neste parágrafo Lucas nos dá uma visão panorâmica da divisão do reino que tinha pertencido a Herodes o Grande.

  1. Não sabemos virtualmente nada do Lisânias.
  2. Uma vez esclarecida a situação mundial e política da Palestina, Lucas relata a situação religiosa e se situa a aparição de João no momento em que Anás e Caifás eram sacerdotes. Nunca houve dois sumo sacerdotes ao mesmo tempo. Por que, então, Lucas nos oferece dois nomes? O sumo sacerdote era ao mesmo tempo a cabeça civil e religiosa da comunidade. Na antiguidade o posto tinha sido hereditário e tinha durado toda a vida.

Mas com a chegada dos romanos o posto era objeto de todo tipo de intrigas. O resultado foi que entre os anos 37 A. C. e 26 d. C. houve mais de vinte e oito sumo sacerdotes. Anás foi em realidade sumo sacerdote entre os anos 7:14 d. C. Portanto neste momento está fora de seu posto; mas foi passado por não menos de quatro de seus filhos e Caifás era seu genro. Portanto, embora Caifás era o supremo sacerdote reinante, Anás ostentava o poder. Esta é a razão pela qual Jesus foi levado a ele em primeiro lugar logo depois de ser preso (Jo 18:13) apesar de que nesse momento não estava em funções. Lucas associa seu nome com Caifás porque, apesar de ser este o sumo sacerdote, Anás era ainda o sacerdote de maior influencia no país.

Os versículos 4:6 são uma citação de Isaías 40:3-5. No Oriente, quando um rei se propunha visitar parte de seus domínios mandava um

correio para que avisasse as pessoas que deviam preparar os caminhos.

Durante o serviço de coroação na Abadia do Westminster encontramos um paralelo moderno disto. Quando toda a congregação

estava sentada apareceu inesperadamente um grupo de limpadores com escovas e aspiradoras que começaram a limpar os tapetes de modo que estes estivessem absolutamente limpos para a chegada da rainha.

Assim, pois, João é considerado como o correio do Rei. Mas a preparação sobre a qual insistia, era uma preparação do coração e da

vida. Dizia: "O rei está por chegar, corrijam não seus caminhos, e sim suas vidas." Em nossas mãos está a tarefa perene de fazer com que a vida seja digna de ser vista pelo Rei.

JOÃO CHAMA AO ARREPENDIMENTO

Lucas 3:7-18

Aqui nos defrontamos com a mensagem de João às pessoas. Em

nenhum outro lugar se nota tão claramente a diferença entre João e Jesus porque, qualquer que fosse a mensagem de João, não era evangélica. Não se tratava de boas novas; eram novas de terror. João tinha vivido no deserto. A face do deserto estava coberta de arbustos e matagais, assaz seca como isca. Algumas vezes uma faísca acendia a face do deserto e saíam de seus ninhos as víboras e as serpentes fugindo aterrorizadas das chamas ameaçadoras. João comparava a elas as pessoas que seriam batizadas. Os judeus não tinham a menor dúvida de que nos planos de Deus eles eram a nação mais favorecida. Sustentavam que Deus julgaria todas as nações com uma medida mas aos judeus com outra. Em realidade sustentavam que um homem estava livre de todo juízo simplesmente pela virtude de ser judeu. Um filho de Abraão estava livre de juízo. João lhes dizia que o privilégio racial não significava nada; que Deus julgava a vida e não a linhagem.

Há três pontos sobressalentes na mensagem de João.

  1. Demandava que os homens compartilhassem suas riquezas uns com outros. Era um evangelho social que estabelecia que Deus nunca absolverá ao homem que se contente tendo muito enquanto outros têm pouco.

  1. Ordenava ao homem não deixar seu trabalho, e sim trabalhar por sua própria salvação fazendo seu trabalho como devia ser feito. Que o coletor de impostos seja um bom funcionário, que um soldado seja um

bom defensor. O dever do homem era servir a Deus onde ele o tinha posto. João estava convencido de que em nenhuma parte se pode servir a Deus melhor que no trabalho diário.

  1. João estava seguro de que ele era só o precursor do Rei. Este estava por vir, e com ele o julgamento. A pá mencionada era uma grande pá chata de madeira; com ela os grãos eram lançados ao ar; os grãos pesados caíam ao chão e a palha voava. E assim como se separava a palha do grão, o Rei separaria os bons dos maus. De maneira que João pintava um quadro do juízo, mas se tratava de um juízo que um homem podia enfrentar com confiança se tinha saldado suas dívidas com seu vizinho, e se tinha realizado fielmente sua tarefa diária.

João foi um dos pregadores mais efetivos do mundo.

Uma vez Chalmers, quando o felicitaram por um sermão, disse: "Sim, mas o que fez?" Está claro que João pregava a ação e produzia

ação. Não se ocupava de sutilezas teológicas, mas sim da vida.

A DETENÇÃO DE JOÃO

Lucas 3:19-20

João era um pregador da justiça tão direto e franco que não podia

senão correr perigo. Josefo, o historiador judeu, diz que a causa de sua detenção era que Herodes "temia que a grande influencia que João exercia sobre o povo lhe desse poder e inclinação para organizar uma rebelião, pois pareciam preparados a fazer algo que ele propusesse".

Isto sem dúvida é certo, mas o Novo Testamento nos dá uma causa muito mais pessoal e imediata. Herodes Antipas se casou com Herodias

e João o repreendia por isso. As relações envoltas neste casamento são extremamente complicadas. Herodes o Grande era um homem que se casou várias vezes. Herodes Antipas era filho do Herodes o Grande e de uma mulher chamada Maltake. Herodias era filha do Aristóbulo, que

também era filho de Herodes o Grande e de Mariana, chamada

comumente a asmonea. Como vimos, Herodes tinha dividido seu reino entre Arquelau, Herodes Antipas e Herodes Felipe. Tinha outro filho, também chamado Herodes, que era filho do Mariana, filha do sumo sacerdote. Este Herodes não teve parte do reino de seu pai e vivia em Roma. Casou-se com o Herodias. Era em realidade seu meio tio, porque o pai dela, Aristóbulo, e ele eram filhos de Herodes, mas de distintas mães. Herodes Antipas em uma de suas visitas a Roma, seduziu-a e se casou com ela, que era sua cunhada, por estar casada com seu meio irmão, e ao mesmo tempo sua sobrinha por ser filha de seu outro meio irmão, Aristóbulo. Todo este procedimento causou comoção à opinião judaica, já que era contrário à Lei, e inapropriado sob qualquer ponto de vista. É algo muito perigoso repreender a um tirano oriental, mas João o fez. O resultado foi que o prendeu e o encarcerou em um calabouço do castelo do Macário nas bordas do Mar Morto. Não podia haver nada mais cruel que tomar a esta criatura do deserto e encerrá-la em um calabouço. Finalmente foi decapitado para gratificar o ressentimento do Herodias (Mateus 14:5-12; Marcos 6:17-29).

É sempre perigoso dizer a verdade; e entretanto quem se une à verdade, poderá no momento terminar no cárcere ou no patíbulo, mas no final sairá vitorioso.

Uma vez, o conde do Morton, que era regente de Escócia, ameaçou a André Melville, o reformador. Disse-lhe: "Não haverá tranqüilidade neste país até que meia dúzia de homens como você sejam pendurados ou desapareçam do lugar." Melville lhe respondeu: "Senhor! Tratar a

seus cortesãos dessa maneira! Para mim tanto faz me apodrecer no ar ou na terra... Deus seja louvado; não está em suas mãos enforcar nem exilar sua verdade." Platão disse uma vez que um homem sábio sempre

preferirá sofrer equivocadamente que fazer coisas equivocadas.

Só devemos nos perguntar a nós mesmos se em última análise e em definitiva preferiremos ser Herodes Antipas ou João Batista.

CHEGA A HORA PARA JESUS

Lucas 3:21-22

Os pensadores da Igreja procuraram sempre uma resposta ao seguinte problema: Por que Jesus foi para ser batizado por João? O

batismo de João era o batismo do arrependimento e cremos que Jesus não era pecador. Então, por que se oferece a si mesmo para esse batismo? Na igreja primitiva se sugeria às vezes, com um toque caseiro,

que o fez para agradar a Maria, sua mãe, e em resposta a seu pedido; mas precisamos de uma razão melhor que essa. Na vida de cada homem há certas etapas bem definidas, certas dobradiças sobre as quais gira toda a

sua vida. Assim foi na vida de Jesus, e cada tanto devemos nos deter e buscar ver a vida de Jesus como uma totalidade.

A primeira grande mudança, como já vimos, foi a visita ao templo quando tinha doze anos, momento em que descobriu sua relação sem

igual com Deus. No momento da aparição de João, Jesus tinha cerca de trinta anos (Lc 3:23). Quer dizer, que pelo menos tinham passado dezoito. Através de todos estes anos Jesus deve ter estado pensando e

tomando cada vez mais consciência de sua condição sem igual. Entretanto, continuou sendo o carpinteiro do Nazaré. Deve ter sabido que chegaria o dia em que deveria dizer adeus a Nazaré e sair para

cumprir sua tarefa maior. Deve ter esperado que algum sinal mostrasse que esse dia tinha chegado. Agora, quando João apareceu o povo se reunia para ouvi-lo e ser batizado. Isto é, através de todo o país havia um

movimento sem precedentes rumo a Deus. Quando Jesus viu isto, soube que sua hora tinha chegado. Não era que tivesse consciência de pecado e precisasse arrepender-se. Era que sabia que nesse momento Ele também

devia identificar-se com esse movimento rumo a Deus. Para Jesus a aparição de João foi o chamado de Deus à ação; e seu primeiro passo foi identificar-se com o povo em sua busca de Deus.

Mas no batismo de Jesus algo aconteceu. Antes de que desse este

passo tremendo tinha que ter certeza de que sua atitude era correta; e no

momento do batismo Deus lhe falou. Não nos equivoquemos. O que aconteceu no batismo foi uma experiência pessoal de Jesus. A voz de Deus veio a Ele, e lhe disse que tinha tomado a decisão correta. Mas o que é mais – muito mais –, a mesma voz de Deus lhe indicou o caminho a seguir. Deus lhe disse: "Tu és meu Filho amado; em ti tenho complacência." Esta oração está composta por dois textos. Tu és meu filho amado – do Sl 2:7, que foi sempre aceito como uma descrição do Messias Rei. Em ti tenho complacência – é parte de Is 42:1 e pertence a uma descrição do servo do Senhor cujo retrato culmina nos sofrimentos de Isaías 53. Portanto em seu batismo Jesus se deu conta, em primeiro lugar, de que era o Messias, o Rei Ungido de Deus; e, em segundo lugar, de que isso não envolvia nem poder nem glória, e sim sofrimento em uma cruz.

A cruz não tomou a Jesus de surpresa; do momento em que tomou consciência de sua situação Ele a viu diante de si. O batismo mostra a

Jesus pedindo a aprovação de Deus e recebendo o destino da cruz.

A LINHAGEM DE JESUS

Lucas 3:23-38

Esta passagem começa com uma declaração muito sugestiva. Diz-

nos que quando Jesus começou seu ministério não tinha menos de trinta anos de idade. Por que passou trinta anos em Nazaré quando tinha vindo a ser o Salvador do mundo? Diz-se tradicionalmente que José morreu bastante jovem e que Jesus precisou sustentar Maria e seus irmãos menores, e que só quando foram o suficientemente crescidos para tomar o negócio em suas mãos, Jesus se sentiu livre para deixar Nazaré e sair ao mundo. Seja isto certo ou não, três coisas se podem afirmar.

  1. Era essencial que Jesus levasse a cabo com a maior fidelidade as tarefas familiares mais limitadas antes de que Deus lhe confiasse a tarefa universal de salvar o mundo. Por sua fidelidade, sua responsabilidade,

sua realização das obrigações menores do lar, Jesus se preparou para sua

grande tarefa. Quando relatou a parábola dos Talentos, as palavras de Deus ao servo fiel foram: "Bem, servo bom e fiel; sobre pouco foste fiel, sobre muito te porei; entra no gozo de teu Senhor" (Mt 25:21, Mt 25:23). Sem dúvida Jesus se referia à sua própria experiência quando disse isto.

Quando a mãe do Sir James Barrier morreu, ele disse: "Posso olhar para trás e não ver nada que não tenha sido terminado."

Porque Jesus realizou fielmente as tarefas menores, foi-lhe dada a tarefa maior do mundo.

  1. Teve oportunidade de viver seus próprios ensinos. Se tivesse sido um professor sem lar, vagabundo, sem laços humanos nem obrigações que unissem a ninguém, os homens poderiam haver dito dele:

"Que direito tem de nos falar das obrigações e das relações humanas, se tu não as cumpriste?" Mas Jesus podia dizer a outros, não "Façam o que digo", e sim "Façam o que eu fiz."

Tolstoi era um homem que sempre falava de viver o caminho do amor; mas sua mulher escreveu duramente a respeito dele: "Há tão pouca ternura genuína nele; sua bondade não provém de seu coração, mas sim

de seus princípios. Suas biografias relatarão como ajudou aos trabalhadores a levar baldes de água, mas ninguém saberá jamais que nunca deu descanso à sua mulher e que nunca – nestes trinta e dois anos

  1. deu a seu filho um copo de água nem permaneceu cinco minutos ao lado de sua cama para me dar um pequeno descanso de minhas tarefas."

Nunca ninguém pôde dizer isso de Jesus. Viveu em seu lar o que pregava fora dele.

  1. Se Jesus queria ajudar aos homens devia saber como viviam. E por ter acontecido esses trinta anos no Nazaré, conhecia os problemas que surgiam no trabalho, da insegurança que ameaça o operário, do

cliente de mau caráter, do homem que não paga suas dívidas. É uma glória da encarnação saber que não existem problemas na vida que nós enfrentamos que Jesus também não tenha enfrentado.

Aqui encontramos a genealogia de Jesus dada por Lucas. Os judeus estavam interessados nas genealogias. Em especial as que pertenciam

aos sacerdotes, que tinham que provar que eram descendentes diretos de Arão, preservavam-se nos registros públicos. Nos tempos de Esdras e Neemias dois sacerdotes perderam seu posto porque não puderam exibir sua genealogia (Esdras 2:61-63; Neemias 7:63-65). Mas o problema desta genealogia é sua relação com a que aparece em Mateus 1:1-17.

Os pontos em questão são os seguintes: só Lucas dá a seção entre Adão e Abraão; a seção de Abraão a Davi é a mesma em ambos; mas a parte entre David e José é quase completamente diferente.

Desde que os homens começaram a estudar o Novo Testamento tentaram explicar as diferenças.

  1. Diz-se que ambas as genealogias são simbólicas e que Mateus

dá a ascendência real de Jesus, enquanto que Lucas dá a sacerdotal.

  1. Uma das sugestões mais antigas é que Mateus dá em realidade a genealogia de José e Lucas a de Maria.
  2. A explicação mais engenhosa é a seguinte: em Mt 1:16 o pai do José é Jacó; em Lc 3:23 é Eli. De acordo com a lei judaica do matrimônio de levirato (Dt 25:5 ss.), se um homem morria

seu irmão devia, se estava livre para fazê-lo, casar-se com a viúva e garantir a continuação da linha. Quando isto acontecia o filho deste matrimônio podia ser considerado como descendente do primeiro ou do

segundo marido. Sugere-se que a mãe de José se teria casado duas vezes. José seria em realidade filho de Eli, seu segundo marido, mas perante a lei o era de Jacó, o primeiro marido que tinha morrido. Sugere-se então que enquanto Jacó e Eli tinham a mesma mãe, tinham pais distintos e

que o pai de Jacó era descendente de Davi pela linha de Salomão, enquanto que o do Eli o era também, mas através do Natã. Esta engenhosa teoria significaria que ambas as genealogias são corretas. Em

realidade, tudo o que podemos dizer é que não sabemos.

Na genealogia que Lucas dá de Jesus se devem notar duas coisas.

  1. Dá ênfase à humanidade real de Cristo. Assinala o fato de que era um homem entre os homens. Não era um espectro nem um semideus.

Para salvar os homens se converteu no mais real de todos eles.

  1. Mateus chega até Abraão; Lucas o faz até Adão. Para Mateus, Jesus era uma posse dos judeus; para Lucas, era-o de toda a humanidade, porque traçou sua linhagem não até o fundador da nação judaica, e sim até o fundador da raça humana. Um dos grandes pensamentos de Lucas é apagar os limites nacionais e raciais até da genealogia de Jesus.

O Evangelho em Carne e Osso

Flávio Gouvêa de Oliveira, Pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil
O Evangelho em Carne e Osso - Comentários de Lucas Capítulo 3 do versículo 1 até o 14

10    . Uma mensagem radical para um mundo enlouquecido

Lc 3:1-14

 

A Palavra de Deus apesar da loucura

 

O texto descreve a situação política da época do início do ministério de Jesus, indicando jogos de interesse e até cargos desnecessários (tetrarcas). Podemos ter essas informações lendo comentários bíblicos, mas também não é difícil de fazer uma relação com a política de modo geral.

O breve comentário de Lucas também indica o jogo de interesses na esfera religiosa. Só deveria haver um sumo sacerdote, mas o conflito entre a influência de Roma e os interesses da elite judaica haviam mudado isso, de modo que havia, na época, dois sumos sacerdotes: um reconhecido por Roma e outro pelos judeus, embora fossem sogro e genro.

Acredito que essa situação fosse só a ponta do iceberg dos jogos de interesses políticos e religiosos da época, e é nesse contexto conturbado e corrupto que Deus busca seu representante no deserto. E é lá, afastado de todo esse jogo de interesses, o Senhor envia-lhe sua palavra.

É interessante que João até poderia vir a ser um sumo sacerdote por ser filho de sacerdote e da família de Arão por parte de mãe (Lc 1:5), mas Deus o queria como um profeta radical e longe dos jogos de interesses.

O verdadeiro representante de Deus estava à margem da sociedade, anunciando a palavra de Deus diretamente às pessoas e chamando-as ao arrependimento. Por mais que os sistemas do mundo sempre estejam loucos, nada é empecilho para a palavra de Deus.

 

A Palavra de Deus nivelando as diferenças

 

A missão de João Batista era o cumprimento da profecia de Isaías (Is 40:3-5).

Toda a loucura humana e suas consequências eram representadas por um terreno tortuoso e complicado, com muitos de altos e baixos, e com diversos perigos que impediriam qualquer um de chegar facilmente a qualquer lugar.

Entretanto a mensagem simples e radical de João derrubava esses obstáculos e colocava a todos diretamente diante de Deus e de sua vontade, preparando assim o caminho para o Senhor. Não havia grandes e pequenos; ricos e pobres; melhores e piores; nem vencedores e perdedores dos fúteis jogos de interesses. O que nivelava a todos era o fato de serem pecadores (Rm 3:23).

Assim, sua mensagem era simples e direta, mas não fácil. As pessoas eram exortadas a se arrependerem e a demonstrarem frutos verdadeiros desse arrependimento, inclusive aquelas que achavam que já tinham méritos com Deus. A mensagem radical e niveladora de João declarava que suas qualidades genéticas ou religiosas não valiam nada diante de Deus e o que juízo era iminente.

Naquela época, o batismo já era administrado pelos judeus aos gentios que se convertiam, dando a ideia de purificação ritual para os que vinham de fora. Mas João ousava, por ordem de Deus, administrar aos próprios judeus, mostrando que eles também deveriam se arrepender. Não havia diferenças.

O verdadeiro reconhecimento do pecado - e seu arrependimento – nivelava a todos e deixava livre o caminho para Deus, que se revelaria no Messias.

 

A prática da Palavra radical: o próximo

O que significa “arrepender-se”? Esse é um daqueles termos que têm tantas explicações que acabam ficando com um sentido muito vago na mente das pessoas. E se o sentido é vago, imagine sua prática.

João não exortava apenas ao arrependimento, mas em darem frutos, ou seja, provas do arrependimento. É provável que muitos ali até gostassem da mensagem radical e do ritual do batismo, mas que não expressavam isso verdadeiramente em suas práticas. Participavam do ritual para fugir “da ira vindoura”, mas não deixavam que esse ritual realmente transformasse sua vida presente; a esses ele chamava de “raça de víboras”.

Alguns que ali estavam entenderam que dar frutos de arrependimento exigia ação, e quiseram saber claramente o que deviam fazer. Muitas religiões respondem a isso sugerindo remorso, penitência e até autoflagelação; outras sugerem algo envolvendo dinheiro e esforços mecânicos; e ainda há aquelas que parecem nem considerar o assunto. Entretanto a resposta de João era simples e direta, ligada ao cotidiano de cada um que perguntava. Eram respostas até óbvias e, por isso mesmo, difíceis.

Os que tinham roupa e comida a mais deveriam repartir com quem não tinha. Os que coletavam impostos deviam ser honestos com todos. Os soldados não deviam maltratar, extorquir ou dar denúncias falsas, especialmente com o objetivo de receberem suborno.

A ideia não era disfarçar alguns pecados com algumas atitudes boas, mas terem essas atitudes como frutos produzidos pelo arrependimento sincero, como Zaqueu viria a demonstrar mais tarde (Lc 19:1-10).

Pense sobre a profundidade do arrependimento para que ele se manifeste em atitudes tão práticas do cotidiano. O mundo está tão enlouquecido que as atitudes mais simples parecem as mais complicadas.



Notas de Estudos jw.org

Disponível no site oficial das Testemunhas de Jeová
Notas de Estudos jw.org - Comentários de Lucas Capítulo 3 versículo 1
No décimo quinto ano do reinado de Tibério: César Augusto morreu em 17 de agosto de 14 d.C. (calendário gregoriano). No dia 15 de setembro, Tibério aceitou que o senado romano o proclamasse imperador. Se os anos do reinado de Tibério forem contados a partir da morte de Augusto, o 15º ano de seu reinado iria de agosto de 28 d.C. a agosto de 29 d.C. Se eles forem contados a partir de quando ele foi oficialmente proclamado imperador, o 15º ano iria de setembro de 28 d.C. a setembro de 29 d.C. João iniciou seu ministério dentro do 15º ano do reinado de Tibério, ao que tudo indica, na primavera em Israel (por volta de abril) no ano 29 d.C. Nessa época, João teria cerca de 30 anos, que era a idade em que os levitas iniciavam seu serviço no templo. (Nm 4:2-3) De acordo com Lc 3:21-23, Jesus também “tinha cerca de 30 anos de idade” quando foi batizado por João e “começou a sua obra”. Jesus morreu no mês de nisã, durante a primavera em Israel. Assim, ao que tudo indica, o ministério de Jesus (que durou três anos e meio) começou no outono de 29 d.C., por volta do mês judaico de etanim (setembro/outubro). João provavelmente era seis meses mais velho do que Jesus e, pelo visto, começou seu ministério seis meses antes dele. (Lucas, capítulo
1) Assim, parece razoável concluir que João iniciou mesmo seu ministério por volta de abril de 29 d.C. — Veja as notas de estudo em Lc 3:23; Jo 2:13.

Herodes: Ou seja, Herodes Antipas, filho de Herodes, o Grande. — Veja o Glossário.

era governador distrital: Lit.: “era tetrarca”. Esse era o título dado ao governante de um distrito ou príncipe regente de um território. A autoridade do tetrarca era limitada, e ele só governava com permissão das autoridades romanas. — Veja as notas de estudo em Mt 14:1; Mc 6:14.

seu irmão Filipe: Filipe era meio-irmão de Herodes Antipas. Ele era filho de Herodes, o Grande, com Cleópatra, de Jerusalém. Ele às vezes é chamado de Filipe, o Tetrarca, para diferenciá-lo de um de seus meios-irmãos que também tinha o nome Filipe (às vezes chamado de Herodes Filipe), mencionado em Mt 14:3 e Mc 6:17. — Veja também a nota de estudo em Mt 16:13.

Itureia: Um pequeno território com limites incertos que ficava ao nordeste do mar da Galileia, pelo visto, próximo às cadeias de montanhas do Líbano e do Antilíbano. — Veja o Apêndice B10.

Traconites: Esse nome vem de uma raiz grega que significa “áspero; acidentado”, provavelmente fazendo referência ao terreno acidentado da região. Traconites tinha uma área de apenas 900 quilômetros quadrados e fazia parte do território que antes era conhecido como Basã (Dt 3:3-14), ao leste da Itureia. O limite norte do território de Traconites ficava cerca de 40 quilômetros ao sudeste de Damasco.

Lisânias: De acordo com o relato de Lucas, Lisânias “era governador distrital” [lit.: “era tetrarca”] do distrito romano de Abilene quando João Batista iniciou seu ministério. Um rei chamado Lisânias governou uma região vizinha, chamada Cálcis, e morreu por volta de 34 a.C., muito antes da época mencionada por Lucas. Alguns críticos achavam que o Lisânias mencionado por Lucas fosse esse rei e, por isso, afirmavam que Lucas estava errado. Mas uma inscrição encontrada em Abila, a capital de Abilene, perto de Damasco, na Síria (veja o Apêndice B10), confirma que um tetrarca chamado Lisânias governou durante o período em que Tibério foi imperador, mostrando que os críticos estavam errados.

Abilene: Um distrito romano, ou tetrarquia, que recebeu esse nome por causa de sua capital, Abila. Esse distrito ficava na região das montanhas do Antilíbano, ao norte do monte Hermom. — Veja o Glossário, “Cadeia de montanhas do Líbano”.


Tibério César

Tibério nasceu em 42 a.C. Em 14 d.C, ele se tornou o segundo imperador de Roma. Tibério morreu em março de 37 d.C. Ele era o imperador (ou César) na época do ministério de Jesus. Assim, ele era o governante quando Jesus disse sobre a moeda do imposto: “Paguem a César o que é de César.” — Mc 12:14-17; Mt 22:17-21; Lc 20:22-25.

Texto(s) relacionado(s): Mt 22:21; Mc 12:17; Lc 3:1

Moeda produzida por Herodes Antipas

Estas fotos mostram os dois lados de uma moeda de liga de cobre produzida por volta da época do ministério de Jesus. Quem mandou produzir a moeda foi Herodes Antipas, que era o tetrarca (governador distrital) da Galileia e da Pereia. É provável que Jesus estivesse passando pela Pereia para ir a Jerusalém quando os fariseus disseram a ele que Herodes queria matá-lo. Jesus respondeu chamando Herodes de ‘aquela raposa’. (Veja a nota de estudo em Lc 13:32.) A maioria dos súditos de Herodes eram judeus. Por isso ele produziu moedas com imagens que não ofendessem os judeus, como uma folha de palmeira (1) e uma grinalda (2).

Texto(s) relacionado(s): Mt 14:3; Mc 8:15; Lc 3:1; Lc 9:7; Lc 13:31-32

Dicionário

Abilene

(Também Abilinia, Abilina), uma planície. Tetrarquia, mencionada por S. Lucas, e que era governada por Lisânias (Lc 3:1). Abila era a capital, situada na inclinação oriental do Antilíbano, numa região fertilizada pelo rio Barada. A tradição liga o nome de Abila, distante 29 km. de Damasco, com a morte de Abel; e seu suposto túmulo, chamado Neby Havil, está numa elevação sobre as ruínas da cidade, que ficava num notável desfiladeiro, onde o rio corre da montanha até à planície de Damasco.

Abilene Território que ficava a noroeste de Damasco. Era governado por Lisânias quando João Batista começou o seu ministério (Lc 3:1).

Ano

substantivo masculino Período de tempo compreendido entre 1 de janeiro e 31 de dezembro, composto por 12 meses.
[Astronomia] Tempo que a Terra leva para completar uma volta em torno do Sol, com duração de 365 dias e 6 horas; ano solar.
[Astronomia] Duração média da revolução de qualquer astro ao redor do Sol: ano de Marte.
Medida da idade, do tempo de existência de algo ou de alguém: jovem de 20 anos.
Período anual durante o qual algumas atividades são feitas com regularidade.
substantivo masculino plural Tempo, velhice: o estrago dos anos.
expressão Ano bissexto. Ano que tem 366 dias, contando-se em fevereiro 29 dias, e ocorre de quatro em quatro anos.
Ano letivo. O que vai do início ao encerramento das aulas; ano escolar.
Ano novo ou ano bom. Primeiro de janeiro.
Etimologia (origem da palavra ano). Do latim annu-.

substantivo masculino Período de tempo compreendido entre 1 de janeiro e 31 de dezembro, composto por 12 meses.
[Astronomia] Tempo que a Terra leva para completar uma volta em torno do Sol, com duração de 365 dias e 6 horas; ano solar.
[Astronomia] Duração média da revolução de qualquer astro ao redor do Sol: ano de Marte.
Medida da idade, do tempo de existência de algo ou de alguém: jovem de 20 anos.
Período anual durante o qual algumas atividades são feitas com regularidade.
substantivo masculino plural Tempo, velhice: o estrago dos anos.
expressão Ano bissexto. Ano que tem 366 dias, contando-se em fevereiro 29 dias, e ocorre de quatro em quatro anos.
Ano letivo. O que vai do início ao encerramento das aulas; ano escolar.
Ano novo ou ano bom. Primeiro de janeiro.
Etimologia (origem da palavra ano). Do latim annu-.

Uma comparação entre Dn 7:25-12.7 e Ap 11:2-3 e 12.6, mostra que se faz nesses lugares referência a um ano de 360 dias. Um tempo, tempos, e meio tempo ou 3,5 anos ou 42 meses ou 1.260 dias. Mas um ano de 360 dias teria tido logo este mau resultado: as estações, as sementeiras, a ceifa e coisas semelhantes deviam ter sido pouco a pouco separadas dos meses a que estavam associadas. Conjectura-se que para obviar a este mal foi, nos devidos tempos, intercalado um mês, chamado o segundo mês de adar. o ano sagrado principiava no mês de abibe (nisã), pelo tempo do equinócio da primavera. No dia 16 de abibe, as espigas de trigo, já maduras, deviam ser oferecidas como primícias da colheita (Lv 2:14 – 23.10,11). Depois do cativeiro, um mês, o décimo-terceiro, era acrescentado ao ano, todas as vezes que o duodécimo acabava tão longe do equinócio, que não se podia fazer a oferta das primícias no tempo fixado. o ano civil principiava aproximadamente no tempo do equinócio do outono. (*veja Cronologia, Tempo.)

Ano Período de 12 meses lunares (354 dias; (1Cr 27:1-15). De 3 em 3 anos acrescentava-se um mês (repetindo-se o último mês) para acertar a diferença entre os 12 meses lunares e o ano solar.

Ano Sua duração dependia de seu caráter solar ou lunar. Dividia-se em inverno (de 15 de outubro a 15 de maio) e verão (de 15 de maio a 15 de outubro). Nos cálculos de duração, uma fração de ano equivalia a um ano inteiro. Contavam-se os anos de um imperador a partir de sua ascensão ao trono. Assim, o ano quinze de Tibério (Lc 3:1) iria de 19 de agosto de 28 a 19 de agosto de 29, mas Lucas utilizou o cômputo sírio — que iniciava o ano em 1o de outubro — e, nesse caso, o ano quinze teria iniciado em 1o de outubro de 27.

César

César Título oficial do imperador de Roma (Mt 22:17; Mc 12:14; Lc 20:22; Lc 2:1; 3,1; Jo 19:15). Jesus — determinando uma regra repetida pelo cristianismo primitivo (At 5:28-29) — ensinou que se devia obedecer às ordens do imperador, na medida em que elas não ferissem a Lei de Deus. O termo “amigo de César” (Jo 19:12) parece indicar uma especial intimidade com o imperador.

J. Comby - J. P. Lémonon, Roma frente a Jerusalén, Estella 1983; C. Saulnier - B. Rolland, Palestina en tiempos de Jesús, Estella 101994; H. Cousin, Los textos...


César Nome de uma família romana, da qual Caio Júlio César foi o membro mais famoso. Com o tempo, “César” se tornou o título oficial dos imperadores romanos (Lc 20:25). No NT são mencionados quatro césares: AUGUSTO, TIBÉRIO, CLÁUDIO e NERO.

Nome de uma dinastia de líderes romanos, que se iniciou com a família juliana. O César mais famoso foi Caio Júlio César (102-44 a.C.). Otávio foi seu herdeiro adotado (não teve filhos legítimos). César Augusto é citado em Lucas 2:1 e Tibério César em 3:1. Provavelmente era Tibério quem os discípulos dos fariseus tinham em mente quando perguntaram a Jesus se era certo pagar impostos a César (Mt 22:17-21; Mc 12:14-17; etc.). A resposta de Cristo foi deliberadamente distorcida por seus oponentes, que depois o acusaram de sedição contra o Império Romano (Lc 23:2). A sugestão, por parte dos líderes religiosos, de que Jesus se opunha a César, era uma política determinada para forçar os romanos a matá-lo, ou pelo menos o prenderem, pois desafiar César era opor-se ao Império Romano (Jo 19:12-15).

Quando perseguido pelos judeus e julgado diante de seus tribunais, Paulo apelou para César e foi levado a Roma, a fim de ser julgado (At 25:12-21; At 26:32). O César na época do julgamento do apóstolo provavelmente era Nero, o que em si já seria suficiente para deixar qualquer pessoa temerosa. Um anjo do Senhor, contudo, falou com Paulo, dizendo-lhe que não tivesse medo (At 27:24). É digno de nota que, num estágio relativamente recente da vida da Igreja, o apóstolo já sabia de cristãos que faziam parte “da casa de César” (Fp 4:22). Se eram escravos ou pessoas de posição mais elevada, ou mesmo parentes de César, não sabemos. O que entendemos, contudo, é que Paulo levou o Evangelho ao coração do império e ao próprio imperador (2Tm 4:16-17). P.D.G.


No N.T. é o imperador de Roma. os judeus pagavam-lhe tributo e tinham o direito de para ele apelar, se eram cidadãos romanos. Era o nome de família de Júlio César, e foi adotado como título por todos os imperadores romanos. Ha referências a quatro ‘Césares’ no N.T.: Augusto (Lc 2:1) – Tibério (Mt 22:17 e lugares paralelos – Jo 19:12). Cláudio (At 17:7) – e Nem (At 25 – Fp 4:22). Também se encontra no N.T. a expressão casa de César, significando todos os que faziam serviço no palácio, incluindo os escravos. ‘os santos da casa de César’ (Fp 4:22) eram, provavelmente, alguns dos mais humildes servos. Alguns que tinham sido convertidos antes da chegada de Paulo são mencionados no cap. 16 da epístola aos Romanos.

substantivo masculino Figurado Déspota, tirano.

Filipe

substantivo masculino Ictiologia Peixe teleósteo escombriforme (Vomer setipinnis).
[Regionalismo: Bahia] Saco de couro para guardar comida.
Conjunto de duas sementes, de frutas inconhas, como duas bananas grudadas uma na outra.
Ornitologia Nome vulgar de um pássaro (Myiophobus fasciatus, da família dos Tiranídeos, que ocorre no Brasil. No Espírito Santo é chamado caga-sebo.
Etimologia (origem da palavra filipe). De Filipe, nome próprio.

Amador de Cavalos. l. Aquele apóstolo, natural de Betsaida, cidade de André e de Pedro, ou ali residente, e que Jesus chamou bem cedo para o seu ministério (Jo 1:43-44). Filipe, pela sua vez, trouxe a Jesus o seu amigo Natanael, que certamente havia de ter falado muito sobre as promessas do A.T. a respeito do Messias (Jo 1:45). Foi um dos doze apóstolos (Mt 10:3Mc 3:18Lc 6:14At 1:13) – Jesus o interrogou naquela ocasião em que houve o milagre da alimentação de cinco mil pessoas (Jo 6:5-7). Ele e André, no último tempo da vida de Jesus, trouxeram-lhe ‘alguns gregos’, que desejavam ver o Divino Mestre (Jo 12:20-22) – e na última ceia dirigiu a Jesus esta súplica ‘mostra-nos o Pai, e isso nos basta’ (Jo 14:8). Encontra-se ainda Filipe entre os apóstolos, reunidos no cenáculo depois da ascensão, mas não torna a ser mencionado no N.T. 2. o segundo dos sete diáconos (At 6:5). Talvez pertencesse a Cesaréia, na Palestina, onde mais tarde vivia ele com as suas filhas (At 21. 8,9). Depois do apedrejamento de Estêvão, pregou Filipe em Sebasta ou Samaria, onde operou muitos milagres, sendo muitos os convertidos. E foram batizados – mas quando os apóstolos em Jerusalém souberam que Samaria havia recebido a palavra de Deus, mandaram para lá Pedro e João, que, dirigindo-se àquela cidade e falando àqueles crentes, oraram para que o Espírito Santo viesse sobre eles. No tempo em que Filipe estava ali, um anjo lhe ordenou que tomasse o caminho que vai de Jerusalém à antiga Gaza. obedeceu, e deu-se o fato de ele encontrar um eunuco etíope, que era mordomo da rainha Candace. Filipe continuou o seu trabalho de evangelização em Azoto (Asdode), e caminhou depois ao longo da costa de Cesaréia (At 8). Nada mais se sabe dele pelo espaço de vinte anos, até ao tempo em que Paulo e seus companheiros se hospedaram em sua casa, vivendo então o diácono com as suas quatro filhas, que possuíam o dom da profecia. Ele era conhecido como um dos sete, sendo também cognominado ‘o Evangelista’ (At 21:8). 3. Filho de Herodes, o Grande (Mt 14:3). (*veja Herodes.) 4. outro filho de Herodes, o Grande – tetrarca da ituréia (Lc 3:1).

O Evangelho de João é o único a dar-nos qualquer informação pormenorizada acerca do discípulos chamado Filipe. Jesus encontrou-se com ele pela primeira vez em Betânia, do outro lado do Jordão (Jo 1:28). É interessante notar que Jesus chamou a Filipe individualmente enquanto chamou a maioria dos outros em pares. Filipe apresentou Natanael a Jesus (Jo 1:45-51), e Jesus também chamou a Natanael (ou Bartolomeu) para seguí-lo.
Ao se reunirem 5 mil pessoas para ouvir a Jesus, Filipe perguntou ao Seu Senhor como alimentariam a multidão. “Não lhes bastariam duzentos denários de pão, para receber cada um o seu pedaço”, disse ele (Jo 6:7). Noutra ocasião, um grupo de gregos dirigiu-se a Filipe e pediu-lhe que o apresentasse a Jesus. Filipe solicitou a ajuda de André e juntos levaram os homens para conhecê-lo (Jo 12:20-22).
Enquanto os discípulos tomavam a última refeição com Jesus, Filipe disse: “Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta” (Jo 14:8). Jesus respondeu que nele eles já tinham visto o Pai.
Esses três breves lampejos são tudo o que vemos acerca de Filipe. A igreja tem preservado muitas tradições a respeito de seu último ministério e morte. Segundo algumas delas, ele pregou na França; outras dizem que ele pregou no sul da Rússia, na Ásia Menor, ou até na Índia. Nada de concreto portanto.

Quatro diferentes pessoas são conhecidas por esse nome no Novo Testamento. É importante fazer uma distinção entre Filipe, um dos doze apóstolos, e o diácono, às vezes chamado de “o evangelista”, o qual foi muito dedicado à obra de Deus na 1greja primitiva (At 6:5).

1Filipe, o apóstolo Mencionado nos evangelhos e em Atos. Em Mateus 10:3, Marcos 3:18 e Lucas 6:14 aparece na lista dos doze apóstolos. Sabe-se muito pouco sobre ele além do que está escrito no evangelho de João. Era da mesma cidade de Pedro e André, ou seja, Betsaida, na Galiléia (Jo 1:44). Era uma localidade principalmente dedicada à pesca, situada a nordeste do ponto onde o rio Jordão desaguava no mar da Galiléia. Existe certa discussão sobre sua localização exata. Filipe, o tetrarca, aproximadamente 30 anos antes reconstruíra essa cidade e a chamou de “Júlias”, em homenagem à filha do imperador romano. A associação que a localidade tinha com o tetrarca talvez explique o nome do apóstolo: os pais com certeza colocaram o nome de Filipe em homenagem ao governante.

De acordo com o evangelho de João, provavelmente Filipe foi o quarto apóstolo a ser escolhido por Jesus (Jo 1:43). Nas listas dos evangelhos sinóticos ele sempre aparece em quinto lugar, talvez porque os dois irmãos Tiago e João eram sempre mencionados juntos. É no evangelho de João que ele recebe maior atenção. Fica claro em sua resposta imediata à ordem de Cristo “segue-me” que ele rapidamente creu ser Jesus o cumprimento do que Moisés escrevera no Antigo Testamento. Seu entusiasmo fica evidente pela maneira como apresentou Natanael ao Filho de Deus (1:46).

Três pontos são dignos de menção aqui. Primeiro, Filipe, assim como Pedro e André, é um bom exemplo daquelas pessoas que “receberam” a Jesus rápida e entusiasticamente, numa época em que a maioria dos “seus não o receberam” (Jo 1:11). Segundo, embora existam indicações de que ele era tímido e fraco na fé (veja adiante), imediatamente testemunhou de Jesus, quando falou sobre Ele a Natanael. Esse tema do testemunho sobre Cristo, um mandamento dirigido a todos os cristãos, é desenvolvido extensivamente no evangelho de João (veja especialmente Jo 5:31-46). João Batista já havia dado testemunho sobre Jesus (1:7s), bem como André e seu irmão Pedro (1:41). Posteriormente, o testemunho do Antigo Testamento sobre Jesus é mencionado (5:39), assim como o da samaritana (4:39-42), o do Espírito Santo (15:
26) e, é claro, o dos apóstolos (15:27). Terceiro, o conteúdo desse testemunho torna-se evidente quando Filipe testemunhou não somente sobre um homem surpreendente, mas sobre o que estava escrito na Lei de Moisés a respeito de Jesus. Talvez Filipe pensasse em Cristo como “o profeta” (Dt 18:19, um versículo ao qual João 1:21 faz alusão). Ele cria que as Escrituras se cumpriam, um ponto que João estava determinado a estabelecer em todo seu evangelho.

Filipe é mencionado novamente em João 6. Jesus voltou-se para ele para testálo, ao perguntar-lhe onde comprariam pão para alimentar 5:000 pessoas (6:5,6). Não sabemos se Cristo desejava testar particularmente a fé de Filipe ou se ele era a pessoa mais indicada para responder a tal pergunta, por conhecer aquela região do grande “mar da Galiléia” (6:1; talvez estivessem próximos de Betsaida). Jesus, entretanto, lançou o desafio, embora já tivesse seus próprios planos de operar um milagre. Filipe não teve fé e tampouco o entendimento para imaginar qualquer solução que não custasse uma fortuna em dinheiro para alimentar aquela multidão. Essa falta de compreensão foi vista também nos demais discípulos, em várias ocasiões; ficou patente em Filipe (Jo 14:8), quando pediu a Jesus que lhe “mostrasse o Pai”. Isso, segundo ele, “seria suficiente”. A resposta de Cristo teve um tom profundamente triste. Filipe e os outros estiveram com Jesus por muito tempo. Viram-no em ação e ouviram seus ensinos. Mesmo assim, não perceberam que, ao contemplar Jesus, viam o próprio Pai. Enfaticamente Cristo lhe perguntou como fazia tal pergunta depois de tanto tempo em sua presença. A resposta era que Filipe e seus companheiros ainda não tinham seus olhos espirituais abertos adequadamente para entender essas coisas. Essa seria a tarefa do Espírito Santo logo mais — abrir totalmente seu entendimento (14:25,26). Ao relatar incidentes como esse aos seus leitores, João demonstrava a profundidade dos ensinos de Jesus e destacava sua importância. A unidade do Pai e do Filho estava firmemente estabelecida na resposta dada por Cristo à pergunta de Filipe.

Em João 12:21-22 alguns gregos aproximaram-se de Filipe e solicitaram uma audiência com Jesus. Talvez o tenham procurado porque tinha nome grego. Esses homens certamente são significativos nesse ponto do evangelho, pois indicaram que havia outras pessoas interessadas em Jesus e apontaram para adiante, ao tempo em que outras ovelhas seriam acrescentadas ao rebanho do Senhor, as que não pertenciam ao povo de Israel (10:15,16). Antes que isso acontecesse, Jesus já teria morrido. Portanto, foi apropriado que em João 12:23 a resposta de Cristo apontasse para adiante, para sua própria morte e ressurreição. Não está claro se Filipe promoveu ou não o encontro dos gregos com Jesus. A última menção ao seu nome é em Atos 1:13, entre os discípulos reunidos no Cenáculo.

2Filipe, o evangelista Às vezes também chamado de diácono, é mencionado pela primeira vez em Atos 6:5. Os apóstolos perceberam que o trabalho de administração da Igreja em Jerusalém era muito pesado; portanto, precisavam de ajuda. Muitas pessoas convertiam-se ao Evangelho. Os cristãos de origem grega reclamaram que suas viúvas eram desprezadas na distribuição diária de alimentos. Os apóstolos observaram que perdiam muito tempo na solução desse tipo de problema (At 6:2) e negligenciavam o ministério da Palavra de Deus. Portanto, sete homens foram indicados e escolhidos entre os que eram “cheios do Espírito Santo e de sabedoria”. Os apóstolos oraram e impuseram as mãos sobre eles e os nomearam para o serviço social da Igreja. Este incidente é uma interessante indicação de quão cedo na vida da Igreja houve um reconhecimento de que Deus dá diferentes “ministérios” e “dons” a diversas pessoas. Este fato reflete também o reconhecimento pela Igreja de que os que são chamados para o ministério da palavra de Deus” (v. 2) jamais devem ter outras preocupações. O
v. 7 indica o sucesso dessa divisão de tarefas: “De sorte que crescia a palavra de Deus, e em Jerusalém se multiplicava rapidamente o número dos discípulos...”.

Quando começaram as primeiras perseguições contra os cristãos em Jerusalém (na época em que Estêvão foi martirizado), Filipe dirigiu-se para Samaria, onde rapidamente tornou-se um importante missionário. Perto do final do livro de Atos, Paulo e Lucas o visitaram em Cesaréia, onde vivia e era conhecido como “evangelista” (At 21:8).

Atos 8 concede-nos uma ideia do tipo de trabalho no qual Filipe esteve envolvido em Samaria. Proclamou o Evangelho, operou milagres e desenvolveu um ministério que mais parecia o de um apóstolo do que de um cooperador ou administrador. Seu trabalho naquela localidade foi especialmente importante para a mensagem do livro de Atos. Lucas mostra como a Grande Comissão foi cumprida, sob a direção do Espírito Santo. Atos 1:8 registra o mandamento de Jesus para os discípulos, a fim de que fossem testemunhas em Jerusalém, Judéia, Samaria e até os confins da Terra. Por meio de Filipe, esse testemunho chegou a Samaria. Muitas pessoas se converteram por meio de sua mensagem e foram batizadas (8:12). Posteriormente, os apóstolos Pedro e João foram até lá e confirmaram que o Evangelho era aceito de bom grado pelos gentios e samaritanos.

Enquanto esteve em Samaria, Filipe enfrentou um problema com um mágico chamado Simão, o qual, quando viu os milagres operados por ele, creu e batizouse. Não se sabe ao certo se sua conversão foi genuína, pois mais tarde ele é duramente repreendido por Pedro (8:20-24).

Filipe também teve oportunidade de pregar para um eunuco etíope. Provavelmente foi por meio deste homem que mais tarde o Evangelho se espalhou por toda a Etiópia, pois aquele cidadão era um importante oficial do governo e estava a caminho de sua casa (8:27,28). O fato de que Filipe era realmente um homem “cheio do Espírito Santo” é visto na maneira como o Espírito o levou a falar com o eunuco, que viajava em sua carruagem. Ele lhe expôs as Escrituras do Antigo Testamento à luz do advento de Cristo; o eunuco creu e foi batizado. A referência a Filipe como “o evangelista” em Atos 21:8 indica claramente que bem mais tarde em sua vida ainda era amplamente reconhecido por seu zelo missionário.

3Filipe, o filho de Herodes, o Grande Em Marcos 6:17 (veja Mt 14:3; Lc 3:19) a morte de João Batista é lembrada quando as pessoas sugeriram que talvez Jesus fosse João, o qual revivera. Ao mencionar esse incidente, Marcos referiu-se ao casamento de Herodes com Herodias, a qual fora esposa de seu irmão Filipe. As referências a esse governante, cuja esposa posteriormente foi tomada por Herodes, proporciona o pano de fundo histórico para a repreensão de João Batista a Herodes: o Batista o repreendeu por causa de seu casamento ilegal; como resultado, foi decapitado (Mt 14:3-12).

A pressuposição geral é que este só pode ser Herodes Filipe, o tetrarca (veja abaixo), filho de Herodes, o Grande, e Cleópatra. Josefo, entretanto, identificou o primeiro marido de Herodias como Herodes, filho de Herodes, o Grande, e Mariane. Herodes, é claro, era o nome de família. Josefo contudo não menciona o segundo nome de seu filho. Certamente é possível que o primeiro marido de Herodias fosse Herodes Filipe, o que justificaria sua designação por Marcos como “Filipe”. Isso significa que dois filhos de Herodes, o Grande, foram chamados de Filipe, pois tal coisa seria possível, desde que houvesse duas mães envolvidas.

4Filipe, tetrarca da Ituréia e Traconites Esse governante, conhecido como Filipe Herodes, era filho de Herodes, o Grande, e Cleópatra, de Jerusalém. Lucas 3:1 descreve seu governo sobre a Ituréia e Traconites. É impossível determinar onde eram os limites de seu território, mas Josefo declara que incluía Auranites, Gaulanites e Batanéia. Portanto, esta área estendia-se do oeste da parte norte do rio Jordão, incluindo uma região considerável a leste do rio e norte de Decápolis. O lago Hulé e a cidade conhecida como Cesaréia de Filipe também estavam dentro desse território. Filipe governou nessa região do ano 4 d.C. até sua morte em 33 d.C. Durante esse período foi responsável pela reconstrução de Cesaréia de Filipe (anteriormente conhecida como Peneiom) e a cidade pesqueira de Betsaida, no extremo norte do mar da Galiléia. Era considerado pela população como o melhor e mais justo de todos os Herodes. P.D.G.


Filipe [Amigo de Cavalos]


1) Um dos apóstolos, natural de Betsaida, que levou Natanael a Jesus (Jo 1:44-45) e fez o mesmo com um grupo de gregos (Jo 12:20-23).


2) Judeu HELENISTA, apelidado de “o evangelista”, um dos escolhidos para ajudar na distribuição de dinheiro às viúvas de Jerusalém (At 6:5). Pregou em Samaria (At 8:4-8) e levou o eunuco etíope a Cristo (At 8:26-40).


3) TETRARCA (v. HERODES 4).


Filipe 1. Nome de um dos Doze. Ver Apóstolos.

2. Herodes Filipe (ou Filipo) I. Seu nome real era Boeto. Filho de Herodes, o Grande, e de Mariamne 2. Marido de Herodíades. Afastado da sucessão em 5 a.C., marchou para Roma sem sua esposa, para lá residir como um civil (Mt 14:3; Mc 6:17).

3. Herodes Filipe (ou Filipo) II. Filho de Herodes, o Grande, e de Cleópatra. Tetrarca da Ituréia e Traconítide, assim como das regiões próximas do lago de Genesaré (Lc 3:1) de 4 a.C. a 34 d.C. Em idade avançada, casou-se com Salomé, a filha de Herodíades.


Galiléia

Galiléia Região ao norte da Palestina, habitada por um considerável número de povos pagãos após a deportação de Israel para a Assíria, principalmente durante o período dos macabeus. Por isso, era denominada a “Galiléia dos gentios” (Mt 4:15), embora no séc. I a.C., o povo judeu já se encontrasse mais fortalecido. Conquistada por Pompeu, passou, em parte, aos domínios de Hircano II. Herodes, o Grande, reinou sobre ela e, após seu falecimento, fez parte da tetrarquia de Herodes Antipas. Finalmente, seria anexada à província romana da Judéia.

E. Hoare, o. c.; f. Díez, o. c.


Galiléia Uma das PROVÍNCIAS da terra de Israel. Sua parte norte era chamada de “Galiléia dos gentios” porque ali moravam muitos estrangeiros (Is 9:1). Jesus era chamado de “o Galileu” (Mt 26:69) por ter sido criado na Galiléia e por ter ali ensinado as suas doutrinas e escolhido os primeiros apóstolos (Mt 4:18-22). Os galileus tinham fama de culturalmente atrasados. No tempo de Cristo era HERODES Antipas quem governava a Galil

Uma das províncias da Palestina. Compreendia aquele território que foi repartido pelas tribos de issacar, Zebulom, Naftali e Aser, e também uma parte de Dã, e da Peréia além do rio. os seus limites eram: ao norte o Antilíbano – ao ocidente a Fenícia – ao sul ficava a Samaria – e tinha do lado do oriente o mar da Galiléia e o rio Jordão. A Galiléia superior era designada pelo nome de Galiléia dos Gentios, constando a sua população de egípcios, árabes, fenícios, e também de judeus. A Galiléia era bastante povoada, e os seus habitantes laboriosos, sendo, por isso, uma província rica, que pagava de tributo 200 talentos aos governadores romanos. A Cristo chamavam o galileu (Mt 26:29), porque Ele tinha sido educado nessa parte da Palestina, e ali viveu, ensinou as Suas doutrinas, e fez a chamada dos Seus primeiros discípulos (Mt 4:13-23Mc 1:39Lc 4:44 – 8.1 – 23.5 – Jo 7:1). A Galiléia tornou-se um nome de desprezo tanto para os gentios como para os judeus, porque os seus habitantes eram uma raça mista, que usava de um dialeto corrompido, originado no fato de se misturarem os judeus, que depois do cativeiro ali se tinham estabelecido, com os estrangeiros gentios (Jo 1:46 – 7.52 – At 2:7). A maneira como Pedro falava, imediatamente indicava a terra do seu nascimento (Mt 26:69-73Mc 14:70). Durante toda a vida de Cristo foi Herodes Antipas o governador ou tetrarca da Galiléia. Ainda existem em muitas das antigas cidades e vilas as ruínas de magníficas sinagogas, que são uma prova de prosperidade dos israelitas e do seu número naqueles antigos tempos.

Governador

substantivo masculino Aquele a quem se confia o governo de alguma colônia, região etc.
[Brasil] Chefe do poder executivo de cada um dos Estados da Federação.
Diretor ou membro da junta governativa de um grande estabelecimento financeiro público: governador do Fundo Monetário Internacional.

substantivo masculino Aquele a quem se confia o governo de alguma colônia, região etc.
[Brasil] Chefe do poder executivo de cada um dos Estados da Federação.
Diretor ou membro da junta governativa de um grande estabelecimento financeiro público: governador do Fundo Monetário Internacional.

Governador Aquele que governa um país ou uma PROVÍNCIA como representante do rei (Gn 42:6); (Dn 2:48); (Mt 27:2).

Governador Nos evangelhos e no Livro dos At, o termo designa o funcionário da administração romana encarregado de uma província. Não deve ser confundido com o procônsul — título que especifica os legados (províncias senatoriais), prefeitos ou procuradores como Quirino ou Pilatos (Mt 10:18; 27,2-28.14; Lc 2:2; 3,1; 20,20).

C. Vidal Manzanares, El Primer Evangelio...; Idem, El judeo-cristianismo...; Idem, Los esenios...; C. Saulnier e B. Rolland, Palestina en tiempos de Jesús, Estella 1983; J. Comby e J. P. Lémonon, Roma frente a Jerusalén, Estella 101994.


Herodes

herodes | s. m. 2 núm.

he·ro·des
nome masculino de dois números

1. Figurado Homem feio e muito mau, especialmente em relação às crianças.

2. Tirano.


filho de herói

Quatro gerações diferentes de pessoas, todas com o título da dinastia Herodes, aparecem nos Evangelhos e em Atos.


1. Herodes, o Grande, da Iduméia, foi o primeiro grande rei-vassalo de Israel, depois do domínio romano. Reinou de 37 a 4 a.C., mediante a imposição de pesadas taxas sobre os judeus, a exigência do trabalho forçado e a construção de grandes edifícios públicos. Paranóico quanto à possibilidade de seu trono ser usurpado, executou muitos membros da própria família e alguns de seus colaboradores. A história sobre sua inquietação, quando soube a respeito do nascimento de Jesus, e sua subseqüente ordem do “massacre dos inocentes” (Mt 2:1-20) encaixa-se muito bem em seu padrão de comportamento.


2. Antipas. Depois da morte de Herodes, o Grande, seus domínios foram divididos entre seus três filhos: Arquelau (Mt 2:22), Filipe (Mc 6:17) e Antipas, o Herodes que aparece durante a idade adulta de Jesus, quando este exercia seu ministério. Como tetrarca da Galiléia (Lc 3:1; At 13:1; Mc 8:15), Herodes Antipas governou de 4 a 39 d.C. Ele mandou decapitar João Batista (Mt 14:3-12; Mc 6:17-19; Lc 3:19-20) e posteriormente teve dúvidas sobre se Jesus era João que voltara à vida (Mt 14:1-2; Mc 6:14-16; Lc 9:79). Lucas mostra certo interesse pela família herodiana, pois é o único evangelista que situa sua narrativa dentro dos eventos da história do império. Joana, a esposa de um dos oficiais de Antipas, tornou-se seguidora de Cristo (Lc 8:3). Jesus repreendeu Herodes “à revelia”, ao chamá-lo de “aquela raposa” (Lc 13:31-33) e foi levado à presença dele quando Pilatos tentou sem sucesso evitar a exigência dos líderes judeus pela crucificação de Cristo (Lc 23:6-16).


3. Agripa I. Filho de outro irmão de Antipas, chamado Aristóbulo; portanto, neto de Herodes, o Grande. Foi o governante da Galiléia até 44 d.C. Foi ele quem mandou executar Tiago, o filho de Zebedeu, e determinou a prisão de Pedro, em Atos 12; logo depois foi ferido mortalmente por um anjo do Senhor e morreu comido pelos vermes (vv. 19b-23).


4. Agripa II. Filho de Agripa I, foi o governante que ouviu a defesa de Paulo quando este encontrava-se preso em Cesaréia, entre 57 e 59 d.C. (At 25:13-26:1-32). C.B.


Herodes Nome comum de vários reis 1DUMEUS que governaram a Palestina de 37 a.C. até 70 d.C.


1) Herodes, o Grande (37 a 4 a.C.), construiu Cesaréia, reconstruiu o Templo e mandou matar as criancinhas em Belém (Mt 2:1-18). Quando morreu, o seu reino foi dividido entre os seus três filhos: Arquelau, Antipas e Filipe.


2) Arquelau governou a Judéia, Samaria e Iduméia de 4 a.C. a 6 d.C. (Mt 2:22).


3) Herodes Antipas governou a Galiléia e a Peréia de 4 a.C. a 39 d.C. Foi ele quem mandou matar João Batista (Mt 14:1-12). Jesus o chamou de “raposa” (Lc 13:32).


4) Filipe, TETRARCA que governou bem, de 4 a.C a 34 d.C., a região que ficava a nordeste do lago da Galiléia, isto é, Ituréia, Gaulanites, Batanéia, Traconites e Auranites (Lc 3:1).


5) Herodes Agripa I governou, de 41 a 44 d.C., toda a terra de Israel, como havia feito Herodes, o Grande, seu avô. Esse Agripa mandou matar Tiago (At 12:1-23).


6) Herodes Agripa II governou o mesmo território que Filipe havia governado (50-70 d.C.). Paulo compareceu perante esse Agripa (At 25:13—26.32).


Herodes 1. O Grande. Fundador da dinastia (c. 73-4 a.C.). Menosprezado pelos judeus por causa de sua origem não-judia (era idumeu) e por suas práticas pagãs (permitiu que lhe rendessem culto nos locais não-judeus de seu reino), reestruturou o Templo de Jerusalém. Mt 2:1ss. registra o nascimento de Jesus durante seu reinado (c. 6-4 a.C.) e menciona a intenção de Herodes de matar o Menino, confirmada com a matança dos inocentes.

Esse fato não é mencionado em outras fontes, mas combina com o que sabemos do caráter do monarca. Após sua morte, a família de Jesus retornou do exílio no Egito (Mt 2:19-22).

2. Arquelau. Filho de Herodes, o Grande. Etnarca da Judéia (de 4 a.C. a 6 d.C.). Após ser deposto, a Judéia passou a depender diretamente da administração romana até o ano 41 d.C.

3. Herodes Antipas. Filho de Herodes, o Grande. Tetrarca da Galiléia (4 a.C. a 39 d.C.). Ordenou a decapitação de João Batista (Mt 14:1-12 e par.) e interveio no processo de Jesus (Lc 23:6ss.).

4. Herodes Agripa I. Foi nomeado rei da Judéia pelo imperador Cláudio em 41 d.C. Hábil político, soube atrair o afeto da população judia (as fontes rabínicas referem-se a ele em termos elogiosos), embora simpatizante do paganismo de seus súditos não-judeus. Para granjear aceitação de uma parte da população, desencadeou uma perseguição contra os judeucristãos de seu território. Durante essa perseguição, Tiago foi martirizado (embora improvável, supõe-se que também seu irmão João) e Pedro encarcerado, salvando-se da execução ao fugir da prisão em que estava confinado (At 12:1ss.). Herodes Agripa I morreu repentinamente em 44 d.C. 5. Agripa II, filho de Agripa I (17-100 d.C.). Governador da Galiléia e da Peréia e diante dele Paulo compareceu durante um processo (At 25:13ss.).

C. Vidal Manzanares, El judeo-cristianismo...; Schürer, o. c.; f. f. Bruce, Acts...; Idem, New Testament; A. H. m. Jones, The Herods of Judaea, Oxford 1938; S. Perowne, The Life and Times of Herod the Great, Londres 1957; Idem, The Later Herods, Londres 1958; A. Schalit, König Herodes, Berlim 1969; C. Saulnier e B. Rolland, Palestina en tiempos de Jesús, Estella 101994.


Império

substantivo masculino Domínio efetivo e soberano; poder, autoridade: exercer império despótico.
Estado que tem um grande alcance mundial ou importância política e econômica.
Figurado Poder que se exerce sobre outra coisa ou pessoa; influência.
Nação governada por um imperador, o poder por ele exercido, bem como o tipo de governo predominante e o tempo em que esse imperador governou; monarquia, reinado.
Conjunto de territórios dependentes de um imperador: o Império Britânico.
adjetivo Próprio do império napoleônico, de Napoleão Bonaparte, especialmente na sua primeira fase.
expressão Estilo Primeiro Império. Estilo decorativo do tempo de Napoleão I.
Estilo Segundo Império. Estilo decorativo do tempo de Napoleão III.
Etimologia (origem da palavra império). A palavra império deriva do latim imperium,ii, e significa “autoridade, ordem”.

Império
1) Território de grande extensão ou certo número de territórios ou povos governados por uma só autoridade, o imperador (Lc 2:1, RA).


2) Domínio; autoridade (Cl 1:13, RA; Hc 2:14, RC; Jd 25, RA).


3) Forças demoníacas (1Co 15:24, RC).


Irmão

substantivo masculino Nascido do mesmo pai e da mesma mãe.
Figurado Pessoa que possui um proximidade afetiva muito grande em relação a outra: considero-o como um irmão.
Adepto das mesmas correntes, filosofias, opiniões e crenças religiosas que outro: irmão na fé cristã.
Nome que se dão entre si os religiosos e os maçons.
expressão Irmãos de armas. Companheiros de guerra.
Irmãos consanguíneos. Irmãos que compartilham apenas o mesmo pai.
Irmãos germanos. Irmãos que possuem o mesmo pai e a mesma mãe.
Irmãos gêmeos. Irmãos nascidos do mesmo parto.
Irmãos uterinos. Filhos da mesma mãe, mas de pais diferentes.
Irmãos colaços. Os que foram amamentados pela mesma mulher, mas de mães diferentes - irmãos de leite.
Irmãos siameses. Irmãos que compartilham o mesmo corpo.
Figurado Irmãos siameses. Pessoas inseparáveis, embora não sejam realmente irmãs.
Etimologia (origem da palavra irmão). Do latim germanus.

Com vários sentidos aparece a palavra ‘irmão’, nas Sagradas Escrituras. Diversas vezes a significação é: um parente próximo (Gn 29:12) – um sobrinho (Gn 14:16) – um indivíduo da mesma tribo (2 Sm 19,12) – uma pessoa da mesma raça (Êx 2:11) – e, metaforicamente, qualquer semelhança (Lv 19:1730:29Pv 18:9). Também se usa por um amigo, um companheiro de trabalho, um discípulo (Mt 25:40). Este nome era geralmente empregado pelos cristãos, quando falavam dos que tinham a mesma crença religiosa (At 9:17 – 22.13). os judeus reservavam o termo ‘irmão’ para distinguir um israelita, mas Cristo e os Seus apóstolos estendiam a todos os homens a significação do nome (Lc 10:29-30 – 1 Co 5.11).

[...] para os verdadeiros espíritas, todos os homens são irmãos, seja qual for a nação a que pertençam. [...]
Referencia: KARDEC, Allan• Instruções de Allan Kardec ao Movimento Espírita• Org• por Evandro Noleto Bezerra• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 16

Em hebreu a palavra – irmão – tinha várias acepções. Significava, ao mesmo tempo, o irmão propriamente dito, o primo co-irmão, o simples parente. Entre os hebreus, os descendentes diretos da mesma linha eram considerados irmãos, se não de fato, ao menos de nome, e se confundiam muitas vezes, tratando-se indistintamente de irmãos e irI mãs. Geralmente se designavam pelo nome de irmãos os que eram filhos de pais-irmãos, os que agora chamais primos-irmãos.
Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 2

Irmão, portanto, é também expressão daquele mesmo sentimento que caracteriza a verdadeira mãe: amor. [...]
Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• Nas pegadas do Mestre: folhas esparsas dedicadas aos que têm fome e sede de justiça• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Quem são meus irmãos?

Irmão é todo aquele que perdoa / Setenta vezes sete a dor da ofensa, / Para quem não há mal que o bem não vença, / Pelas mãos da humildade atenta e boa. / É aquele que de espinhos se coroa / Por servir com Jesus sem recompensa, / Que tormentos e lágrimas condensa, / Por ajudar quem fere e amaldiçoa. / Irmão é todo aquele que semeia / Consolação e paz na estrada alheia, / Espalhando a bondade que ilumina; / É aquele que na vida transitória / Procura, sem descanso, a excelsa glória / Da eterna luz na Redenção Divina.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Correio fraterno• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 6

[...] é talvez um dos títulos mais doces que existem no mundo.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Lázaro redivivo• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 5


Ituréia

Ituréia Território ao norte da Palestina, cujo povo era gentio. Fazia parte da tetrarquia de Filipe (Lc 3:1).

Era uma pequena província ao nordeste da Palestina. Fazia parte da tetrarquia de Filipe (Lc 3:1). o seu nome era derivado de Jetur, o filho de ismael, que a colonizou (Gn 25:15-16).

Ituréia Território situado a nordeste do lago da Galiléia. Foi governado por Filipe (v. (Lc 3:1) e HERODES 4). Seus moradores eram descendentes de Jetur, filho de Ismael (Gn 25:15).

Judeia

-

-

latim: terra dos judeus

Judéia

-

Judéia PROVÍNCIA para onde os judeus voltaram depois do CATIVEIRO. A maioria dos que voltaram era da tribo de Judá, e por isso o território que ocuparam passou a ser chamado de Judéia. No tempo de Cristo, o termo se referia à parte sul das três regiões em que a província romana da Palestina era dividida. As outras duas eram Galiléia e Samaria. A Judéia fazia parte do proconsulado romano da Síria e era governada por um procurador. Media quase 90 km de norte a sul e, aproximadamente, a mesma distância de leste a oeste. Estendia-se do mar Morto ao mar Mediterrâneo e da altura de Jope até o extremo sul do mar Morto. Mesmo assim, até nessa época, o nome Judéia às vezes indicava toda a Palestina (Lc 1:5); 4.44; 7.17; (At 10:37).

Judéia Denominação greco-latina do território que antigamente formava o reino de Judá e foi utilizada somente durante o domínio romano (Lc 5:17; Jo 4:3). A partir de 44, a Galiléia fez parte da Judéia e o termo começou a designar toda a Palestina.

Lisânias

aquele que livra de preocupações

Mencionado em Lucas 3:1 como parte do contexto histórico e político da época do nascimento de João Batista. Era “tetrarca de Abilene”. Veja também Herodes e Filipe.


Pilatos

substantivo masculino Nome, que se dava a uma pequena bandeira, usada na procissão de dois de Novembro.

armado de lança

Pôncio Pilatos foi um oficial romano (procurador ou prefeito) relativamente cruel que governou a Judéia de 26 a 36 d.C., inclusive no período do ministério de Cristo (Lc 3:1). Lucas 13:1 diz que ele, após matar alguns galileus, misturou o sangue deles com o sangue dos sacrifícios que oferecia. Aparece com maior destaque, entretanto, nos relatos dos quatro evangelhos sobre a crucificação de Jesus Cristo.

Marcos 15 relata como os membros do Sinédrio levaram Jesus perante Pilatos e pediram sua execução. Ele perguntou se Cristo era realmente o “rei dos judeus”, conforme era acusado por seus inimigos. Jesus respondeu com uma afirmação restrita (v. 2). Com relação às demais acusações, permaneceu em silêncio. A fim de seguir um costume de sempre libertar um prisioneiro na festa da Páscoa, Pilatos tentou soltar Cristo; os judeus, entretanto, clamaram pela libertação de Barrabás, assassino e líder de insurreições. Pilatos perguntou o que queriam que fizesse com Jesus e o povo exigiu sua crucificação. Apesar de acreditar que Cristo não cometera crime algum, ele consentiu, e ordenou que Jesus fosse açoitado e depois crucificado (v. 15). Mais tarde autorizou José de Arimatéia a retirar o corpo de Jesus da cruz e dar-lhe um sepultamento adequado (vv. 42-45). Para Marcos, Pilatos teve uma atitude muito mais de fraqueza do que de crueldade.

Mateus 27 apresenta o mesmo resumo dos eventos, mas acrescenta que a esposa de Pilatos teve um sonho com Jesus e aconselhou o marido a não se envolver com a morte “desse justo” (v. 19). Ele lavou suas mãos em público, declarando: “Estou inocente do sangue deste homem. A responsabilidade é vossa” (v. 24). Todos esses acréscimos demonstram o interesse de Mateus em estabelecer primariamente a culpa pela morte de Jesus sobre os líderes judeus. Nos vv. 62-66, os fariseus pediram e receberam de Pilatos um grupo de soldados para guardar o túmulo.

Lucas 23 enfatiza ainda mais a convicção de Pilatos de que Jesus era inocente (veja vv. 4,13 16:22). Ele tentou transferir o problema para Herodes Antipas; tal manobra não deu resultado, apenas propiciou a reconciliação dos dois líderes (vv. 6-12). A maneira branda pela qual Lucas descreve o comportamento de Pilatos em toda esta cena demonstra seu desejo de apresentar o cristianismo sob uma luz positiva para os líderes romanos daqueles dias.

João 18:19 contêm o relato mais elaborado do julgamento de Jesus diante de Pilatos. Repetidamente o governador romano moveu-se entre os líderes judeus e Cristo, com o intuito de libertá-lo. João 18:33-38 menciona um diálogo entre Pilatos e Jesus. Cristo revelou que era Rei, mas não deste mundo, e fora enviado para dar testemunho da verdade. Pilatos, entretanto, não compreendeu a que verdade Jesus se referia. João 19:10 ilustra um tema importante para o evangelista — a soberania de Jesus Cristo, até com relação à sua própria morte. João também esclarece qual foi o motivo primário de Pilatos para ceder diante dos líderes judaicos: o medo de ser considerado desleal a César (vv. 12,15). Os vv. 19-23 descrevem o título que Pilatos ordenou que fosse fixado acima da cruz de Jesus, o qual recusou-se a alterar: “Jesus de Nazaré, o Rei dos judeus”.

Atos refere-se retrospectivamente à atitude pérfida de Pilatos na crucificação de Cristo (3:13 4:27-13:28), mas deixou claro que tudo isso foi em cumprimento das Escrituras, como parte da soberania de Deus. I Timóteo 6:13 classifica o testemunho que Jesus deu do seu reino diante de Pilatos como “a boa confissão”, a fim de exortar os crentes a imitar o Senhor, mediante um testemunho ousado. C.B.


Pilatos PÔNCIO

Governador romano da JUDÉIA, de 26 a 36 d.C. Por motivos políticos, deixou que Jesus fosse crucificado (Mt 27; Lc 13:1).


Pilatos Pôncio Pilatos

Procurador romano da Judéia, de 26 a 36 d. C. As referências ao mesmo em Tácito, Fílon e Flávio Josefo são bastante negativas e se encaixam, histórica e moralmente, com as informações fornecidas pelos evangelhos (Mt 27; Mc 15; Lc 23; Jo 18), que mostram que Pilatos, apesar de convencido da inocência de Jesus, curvou-se a pressões externas e condenou-o à morte. Mt 27:19 faz uma referência à esposa de Pilatos, a qual intercedeu pela liberdade de Jesus. Uma lenda espalhada mais tarde converteu-a em discípula de Jesus, dando-lhe o nome de Procla ou Cláudia Prócula.

C. Vidal Manzanares, El judeo-cristianismo...; Idem, El primer Evangelio...; Schürer, o. c.; f. f. Bruce, Israel...


Poncio

latim: amante de carne de porco

Província

Província Cada uma das regiões em que se divide um império, administrada por um representante do imperador (At 1:1). Os atuais Estados do Brasil correspondem mais ou menos às províncias do tempo do Império.

substantivo masculino Divisão territorial, política, administrativa usada em certos países.
História Cada uma das grandes divisões administrativas que, governadas por um presidente, faziam parte do Brasil imperial.
Região afastada da capital, do governo central e, por isso, menos avançada ou sofisticada; interior.
História Na Roma Antiga, designação do país ou grande região que havia sido conquistada pelos romanos (no exterior de Roma).
[Portugal] Região definida pela etnia de seus habitantes, por suas tradições que se distinguem das demais.
Religião Reunião dos conventos ou ordens religiosas de um país.
Etimologia (origem da palavra província). Do latim provincia.ae.

substantivo masculino Divisão territorial, política, administrativa usada em certos países.
História Cada uma das grandes divisões administrativas que, governadas por um presidente, faziam parte do Brasil imperial.
Região afastada da capital, do governo central e, por isso, menos avançada ou sofisticada; interior.
História Na Roma Antiga, designação do país ou grande região que havia sido conquistada pelos romanos (no exterior de Roma).
[Portugal] Região definida pela etnia de seus habitantes, por suas tradições que se distinguem das demais.
Religião Reunião dos conventos ou ordens religiosas de um país.
Etimologia (origem da palavra província). Do latim provincia.ae.

Pôncio

Veja Pilatos, para mais detalhes. Tal nome talvez signifique “ponte”. Pôncio Pilatos era o governador da Judéia na época em que Cristo foi crucificado. Este vocábulo aparece somente junto com o segundo, Pilatos, e apenas nos seguintes versículos: Lc 3:1; At 4:27-1Tm 6:13. O segundo termo, evidentemente, ocorre muito mais vezes.


-

Quinze

substantivo masculino O que numa série de quinze ocupa o último lugar.
O conjunto de algarismos arábicos ou romanos, representativo do número quinze: 15 e XV.

Tetrarca

Tetrarca Rei que governava a quarta parte de um reino (Mt 14:1).

Tetrarca Aquele que governa quatro regiões. O título aplicava-se aos governadores dos reinos helenistas do Oriente. Roma aplicava esse título a governantes que não desfrutavam de linhagem e importância suficientes para ser denominados reis (Mt 14:1; Lc 3:1.19; 9,7).

Governador de uma quarta parte. Acha-se aplicado o termo a Herodes Antipas, tetrarca da Galiléia, a Herodes Filipe, tetrarca da ituréia e Traconites, e a Lisânias, tetrarca da Abilene (Lc 3:1). Parece que os romanos usavam esse título, nos tempos do N.T., para designar príncipes tributários, que não tinham suficiente importância para serem chamados reis. Certamente, por cortesia do povo se dava a Herodes Antipas, tetrarca da Galiléia, o título de rei (Mt 14:9 e Mc 6:14-22). Herodes Antipas e Herodes Filipe eram filhos de Herodes, o Grande.

substantivo masculino Chefe, governador de uma tetrarquia, cada uma das quatro divisões de um governo que constituía um estado: Herodes era tetrarca da Galileia, uma das quatro divisões romanas da Palestina.
Etimologia (origem da palavra tetrarca). Do grego tetrárkhes; pelo latim tetrarches.

Tibério

-

Tibério Cláudio Nero, o segundo imperador de Roma, sendo primeiramente imperante com Augusto desde o ano 11 até ao 14 da nossa era. Reinou depois independentemente, de 14 ao ano 37, de forma que a vida pública de Jesus Cristo e os primeiros acontecimentos da idade apostólica decorreram dentro dos limites da sua administração. Antes da sua ascensão ao trono imperial, ele distinguiu-se pelas suas qualidades de orador, guerreiro e estadista – mas quando imperador foi o seu governo manchado com os mais negros crimes e vícios. Provavelmente o ano 15 (d.C.) do império de Tibério César (Lc 3:1), é o número de anos, partindo do ano 11. A cidade de Tibérias, edificada por Herodes Antipas, tomou o seu nome deste imperador.

filho do filho do rei tiber; césar: cabel

Mencionado em Lucas 3:1, como o imperador romano que estava em seu 15º ano de reinado quando João Batista começou a pregar. Veja César. Reinou de 14 a 37 d.C.


Tibério Imperador romano do tempo de Cristo (Lc 3:1). Reinou de 14 a 37 d.C.

Tibério Filho adotivo e sucessor de Augusto (14-37 d.C.). Os ministérios de Jesus e João Batista deram-se durante seu governo (Lc 3:1; 20,22; 23,2; Jo 19:12).

Traconites

grego: lugar pedregoso

Traconites Região situada ao sul de Damasco (Lc 3:1).

Strongs

Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
ἔν πεντεκαιδέκατος ἔτος ἡγεμονία Τιβέριος Καίσαρ ἡγεμονεύω Πόντιος Πιλάτος ἡγεμονεύω Ἰουδαία Ἡρώδης τετραρχέω Γαλιλαία αὐτός ἀδελφός Φίλιππος τετραρχέω Ἰτουραΐα καί Τραχωνῖτις καί Λυσανίας τετραρχέω Ἀβιληνή
Lucas 3: 1 - Texto em Grego - (BGB) - Bíblia Grega Bereana

Ora, no décimo quinto ano do reinado de Tibério César, sendo Pôncio Pilatos governador da Judeia, e Herodes sendo o tetrarca da Galileia, e seu irmão Filipe, tetrarca da Itureia e da região de Traconites, e Lisânias, tetrarca de Abilene,
Lucas 3: 1 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

Outubro de 27 a Outubro de 28. 15ª ano de Tibério
G1056
Galilaía
Γαλιλαία
da Galiléia
(of Galilee)
Substantivo - Feminino no Singular genitivo
G1161
δέ
e / mas / alem do mais / além disso
(moreover)
Conjunção
G1722
en
ἐν
ouro
(gold)
Substantivo
G2094
étos
ἔτος
admoestar, avisar, ensinar, brilhar, iluminar, ser claro, ser brilhoso
(And you shall teach)
Verbo
G2230
hēgemoneúō
ἡγεμονεύω
ser líder, conduzir pelo caminho
(was governing)
Verbo - particípio no presente Ativo - Genitivo Masculino Singular
G2231
hēgemonía
ἡγεμονία
fluxo, escoamento
(and whose discharge)
Substantivo
G2264
Hērṓdēs
Ἡρώδης
cruzados (os braços), ato de dobrar (referindo-se a mãos), bater (as mãos)
(folding)
Substantivo
G2449
Ioudaía
Ἰουδαία
ser sábio
(let us deal wisely)
Verbo
G2484
Itouraḯa
Ἰτουραΐα
()
G2532
kaí
καί
desejo, aquilo que é desejável adj
(goodly)
Substantivo
G2541
Kaîsar
Καῖσαρ
sobrenome de Júlio César, que adotado por Otávio Augusto e seus sucessores
(to Ceasar)
Substantivo - masculino dativo singular
G3078
Lysanías
Λυσανίας
rei de Judá, filho de Jeoaquim, e o penúltimo rei de Judá antes do cativeiro babilônico;
(Jehoiachin)
Substantivo
G3588
ho
para que
(that)
Conjunção
G4003
pentekaidékatos
πεντεκαιδέκατος
()
G4091
Pilâtos
Πιλᾶτος
()
G4194
Póntios
Πόντιος
morte, moribundo, Morte (personificada), reino dos mortos
(the death)
Substantivo
G5075
tetrarchéō
τετραρχέω
fui
(went)
Verbo
G5086
Tibérios
Τιβέριος
conduzir, afugentar, dispersar
(shaken)
Verbo
G5139
Trachōnîtis
Τραχωνῖτις
alguém consagrado ou dedicado, nazireu
(of him who was separate from)
Substantivo
G5376
Phílippos
Φίλιππος
levantar, levar, tomar, carregar
(has made insurrection)
Verbo
G5561
chṓra
χώρα
especiaria
(sweet)
Substantivo
G80
adelphós
ἀδελφός
O Nifal é o “passivo” do Qal - ver 8851
(small dust)
Substantivo
G846
autós
αὐτός
dele
(of him)
Pronome Pessoal / Possessivo - Genitivo Masculino 3ª pessoa do singular
G9
Abilēnḗ
Ἀβιληνή
uma coisa perdida
(of lost thing)
Substantivo


Γαλιλαία


(G1056)
Galilaía (gal-il-ah'-yah)

1056 γαλιλαια Galilaia

de origem hebraica 1551 הגליל; n pr loc

Galiléia = “circuito”

  1. nome de uma região do norte da Palestina, cercada ao norte pela Síria, ao oeste por Sidom, Tiro, Ptolemaida e seus territórios e o promontório do Carmelo, ao sul, pela

    Samaria e ao leste, pelo Jordão. Era dividida em alta Galiléia e baixa Galiléia


δέ


(G1161)
(deh)

1161 δε de

partícula primária (adversativa ou aditiva); conj

  1. mas, além do mais, e, etc.

ἐν


(G1722)
en (en)

1722 εν en

preposição primária denotando posição (fixa) (de lugar, tempo ou estado), e (por implicação) instrumentalidade (mediana ou construtivamente), i.e. uma relação do descanso (intermédia entre 1519 e 1537); TDNT - 2:537,233; prep

  1. em, por, com etc.

ἔτος


(G2094)
étos (et'-os)

2094 ετος etos

aparentemente, uma palavra primária; n n

  1. ano

Sinônimos ver verbete 5843


ἡγεμονεύω


(G2230)
hēgemoneúō (hayg-em-on-yoo'-o)

2230 ηγεμονευω hegemoneuo

de 2232; v

  1. ser líder, conduzir pelo caminho
  2. governar, comandar
    1. de uma província, ser governador de uma província
    2. dito de um procônsul, de um procurador

ἡγεμονία


(G2231)
hēgemonía (hayg-em-on-ee'-ah)

2231 ηγεμονια hegemonia

de 2232; n f

  1. autoridade principal, governo, soberania
    1. do reinado de um imperador romano

Ἡρώδης


(G2264)
Hērṓdēs (hay-ro'-dace)

2264 Ηρωδης Herodes

composto de heros (um “herói”) e 1491; n pr m Herodes = “heróico”

nome de uma família real que se distinguiu entre os judeus no tempo de Cristo e dos Apóstolos. Herodes, o grande, era filho de Antípatre da Iduméia. Nomeado rei da Judéia em 40 a.C. pelo Senado Romano pela sugestão de Antônio e com o consentimento de Otaviano, ele finalmente superou a grande oposição que o país levantou contra ele e tomou posse do reino em 37 a.C.; e depois da batalha de Actio, ele foi confirmado por Otaviano, de quem gozava favor. Era corajoso e habilidoso na guerra, instruído e sagaz; mas também extremamente desconfiado e cruel. Por isso ele destruiu a família real inteira dos hasmoneanos, mandou matar muitos dos judeus que se opuseram ao seu governo, e prosseguiu matando até sua cara e amada esposa Mariamne da linhagem dos hasmoneanos e os dois filhos que teve com ela. Por esses atos de matança, e especialmente pelo seu amor e imitação dos costumes e instituições romanas e pelas pesadas taxas impostas sobre seus súditos, ele tanto se indispôs contra os judeus que não consegiu recuperar o favor deles nem através de sua esplêndida restauração do templo e outros atos de munificência. Ele morreu aos 70 anos, no trigésimo sétimo ano do seu reinado, 4 anos antes da era dionisiana. João, o batista, e Cristo nasceram durante os últimos anos do seu reinado; Mateus narra que ele ordenou que todas os meninos abaixo de dois anos em Belém fossem mortos.

Herodes, cognominado “Antipas”, era filho de Herodes, o grande, e Maltace, uma mulher samaritana. Depois da morte de seu pai, ele foi nomeado pelos romanos tetrarca da Galiléia e Peréia. Sua primeira esposa foi a filha de Aretas, rei da Arábia; mas ele subseqüentemente a repudiou e tomou para si Herodias, a esposa de seu irmão Herodes Filipe; e por isso Aretas, seu sogro, fez guerra contra ele e o venceu. Herodes aprisionou João, o Batista, porque João o tinha repreendido por esta relação ilícita; mais tarde, instigado por Herodias, ordenou que ele fosse decapitado. Também induzido por ela, foi a Roma para obter do imperador o título de rei. Mas por causa das acusações feitas contra ele por Herodes Agripa I, Calígula baniu-o (39 d.C.) para Lugdunum em Gaul, onde aparentemente morreu. Ele não tinha muita força de vontade, era lascivo e cruel.

Herodes Agripa I era filho de Aristóbulo e Berenice, e neto de Herodes, o grande. Depois de muitas mudanças de fortuna, conquistou o favor de Calígula e Cláudio de tal forma que ele gradualmente obteve o governo de toda a Palestina, com o título de rei. Morreu na Cesaréia em 44 d.C., aos 54 anos, no sétimo [ou no quarto, contando com a extensão de seu domínio por Cláudio] ano de seu reinado, logo depois de ter ordenado que Tiago, o apóstolo, filho de Zebedeu, fosse morto, e Pedro fosse lançado na prisão: At 12:21

(Herodes) Agripa II, filho de Herodes Agripa I. Quando seu pai morreu ele era um jovem de dezessete anos. Em 48 d.C. recebeu do imperador Cláudio o governo de Calcis, com o direito de nomear os sumo-sacerdotes judeus. Quatro anos mais tarde, Cláudio tomou dele Calcis e deu-lhe, com o título de rei, um domínio maior, que incluía os territórios de Batanéia, Traconites, e Gaulanites. Àqueles reinos, Nero, em 53 d.C., acrescentou Tibéria, Tariquéia e Peréia Julias, com quatorze vilas vizinhas. Ele é mencionado em At 25 e 26. De acordo com A Guerra Judaica, embora tenha lutado em vão para conter a fúria da populaça sediosa e belicosa, ele não teria desertado para o lado dos romanos. Depois da queda de Jerusalém, foi investido com o grau pretoriano e manteve o reino inteiro até a sua morte, que aconteceu no terceiro ano do imperador Trajano, [aos 73 anos, e no ano 52 de seu reinado]. Ele foi o último representante da dinastia Herodiana.


Ἰουδαία


(G2449)
Ioudaía (ee-oo-dah'-yah)

2449 Ιουδαια Ioudaia

feminino de 2453 (com a implicação de 1093); TDNT - 3:356,372; n pr loc Judéia = “seja louvado”

num sentido restrito, a parte sul da Palestina, localizada ao ocidente do Jordão e do Mar Morto, para distingui-la de Samaria, Galiléia, Peréia, e Iduméia

num sentido amplo, refere-se a toda a Palestina


Ἰτουραΐα


(G2484)
Itouraḯa (ee-too-rah'-yah)

2484 Ιτουραια Itouraia

de origem hebraica 3195 יטור; adj

Ituréia = “fora dos limites” ou “ele encontrará um jeito de”

  1. região montanhosa, localizada ao nordeste da Palestina e oeste de Damasco. Na época em que João Batista começou o seu ministério público, estava sob o domínio de Felipe, o tetrarca, filho de Herodes, o grande. Foi uma das regiões dadas a este príncipe depois da morte do pai. O rei Aristóbulo, por volta do ano 100 a.C., transformou-a em um domínio judaico. Seus habitantes tornaram-se notáveis pela pilhagem e pelo habilidoso uso do arco.

καί


(G2532)
kaí (kahee)

2532 και kai

aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj

  1. e, também, até mesmo, realmente, mas

Καῖσαρ


(G2541)
Kaîsar (kah'-ee-sar)

2541 Καισαρ Kaisar

de origem latina; n m César = “separado”

  1. sobrenome de Júlio César, que adotado por Otávio Augusto e seus sucessores posteriormente tornou-se um título, e foi utilizado pelos imperadores romanos como parte de seu título

Λυσανίας


(G3078)
Lysanías (loo-san-ee'-as)

3078 λυσανιας Lusanias

de 3080 e ania (preocupação); n pr m Lisânias = “que expele tristeza”

  1. tetrarca de Abilene (i.e., o distrito perto de Abila) no décimo terceiro ano de Tibério (29 d.C.), na época em que Herodes Antipas era tetrarca da Galiléia e Herodes Felipe era tetrarca de Ituréia e Traconites


(G3588)
ho (ho)

3588 ο ho

que inclue o feminino η he, e o neutro το to

em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo

  1. este, aquela, estes, etc.

    Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.


πεντεκαιδέκατος


(G4003)
pentekaidékatos (pen-tek-ahee-dek'-at-os)

4003 πεντεκαιδεκατος pentekaidekatos

de 4002 e 2532 e 1182; adj

  1. décimo quinto

Πιλᾶτος


(G4091)
Pilâtos (pil-at'-os)

4091 πιλατος Pilatos

de origem latina; n pr m

Pilatos = “armado com uma lança”

  1. sexto procurador romano de Judá e Samaria que ordenou que Cristo fosse crucificado

Πόντιος


(G4194)
Póntios (pon'-tee-os)

4194 ποντιος Pontios

de origem latina; n pr m Pôncio [Pilatos] = “do mar”

  1. sexto procurador romano de Judá. Foi ele quem crucificou a Cristo

τετραρχέω


(G5075)
tetrarchéō (tet-rar-kheh'-o)

5075 τετραρχεω tetrarcheo

de 5076; v

  1. ser governador de uma tetrarquia, ser tetrarca de um região

Τιβέριος


(G5086)
Tibérios (tib-er'-ee-os)

5086 Τιβεριος Tiberios

de origem latina; n pr m

Tibério = “do Tiber (deus do rio)”

  1. segundo imperador romano

Τραχωνῖτις


(G5139)
Trachōnîtis (trakh-o-nee'-tis)

5139 Τραχωνιτις Trachonitis

de um derivado de 5138; n pr loc Traconite = “região tosca”

  1. região tosca, habitada por ladrões, situada entre o Antilíbano ao oeste e ao leste pelas montanhas de Batanéia e ao norte pelo território de Damasco

Φίλιππος


(G5376)
Phílippos (fil'-ip-pos)

5376 φιλιππος Philippos

de 5384 e 2462; n pr m

Filipe = “amante de cavalos”

um apóstolo de Cristo

um evangelista e um dos sete diáconos da igreja de Jerusalém

tetrarca de Traconite. Irmão de Herodes Antipas, somente por parte de pai. Felipe nasceu de Cleópatra, de Jerusalém, e Herodes de Maltace, uma samaritana. Morreu no vigésimo ano de Tibério, cinco anos após sua menção em Lc 3:1. Construiu Cesaréia de Felipe. Seu meio-irmão, Herodes Antipas, casou com sua esposa ilegalmente.(Gill)

ver 2542, Cesaréia de Felipe


χώρα


(G5561)
chṓra (kho'-rah)

5561 χωρα chora

de um derivado da raiz de 5490 pela idéia de espaço vazio; n f

  1. espaço localizado entre dois lugares ou limites
  2. região ou país, i.e., um espaço de terreno
    1. região (rural) que cerca uma cidade ou vila, país
    2. região com cidades e vilas que cercam uma metrópole

      terra que lavrada ou cultivada, chão

Sinônimos ver verbete 5875


ἀδελφός


(G80)
adelphós (ad-el-fos')

80 αδελφος adelphos

de 1 (como uma partícula conectiva) e delphus (o ventre);

TDNT 1:144,22; n m

  1. um irmão, quer nascido dos mesmos pais ou apenas do mesmo pai ou da mesma mãe
  2. tendo o mesmo antepassado nacional, pertencendo ao mesmo povo ou compatriota
  3. qualquer companheiro ou homem
  4. um fiel companheiro, unido ao outro pelo vínculo da afeição
  5. um associado no emprego ou escritório
  6. irmãos em Cristo
    1. seus irmãos pelo sangue
    2. todos os homens
    3. apóstolos
    4. Cristãos, como aqueles que são elevados para o mesmo lugar celestial

αὐτός


(G846)
autós (ow-tos')

846 αυτος autos

da partícula au [talvez semelhante a raiz de 109 pela idéia de um vento instável] (para trás); pron

  1. ele próprio, ela mesma, eles mesmos, de si mesmo
  2. ele, ela, isto
  3. o mesmo

Ἀβιληνή


(G9)
Abilēnḗ (ab-ee-lay-nay')

9 Αβιληνη Abilene

de origem estrangeira, cf 58; n pr loc

Abilene = “campo coberto de grama”

  1. uma região da Síria entre o Líbano e o Hermon na direção da Fenícia, 29 Km de Damasco e 60 Km de Heliópolis.