Enciclopédia de João 11:35-35

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

jo 11: 35

Versão Versículo
ARA Jesus chorou.
ARC Jesus chorou.
TB Jesus chorou.
BGB ἐδάκρυσεν ὁ Ἰησοῦς.
HD Jesus chorou.
BKJ Jesus chorou.
LTT Chorou Jesus.
BJ2 Jesus chorou.
VULG Et lacrimatus est Jesus.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de João 11:35

Gênesis 43:30 E José apressou-se, porque o seu íntimo moveu-se para o seu irmão; e procurou onde chorar, e entrou na câmara, e chorou ali.
Jó 30:25 Porventura, não chorei sobre aquele que estava aflito, ou não se angustiou a minha alma pelo necessitado?
Salmos 35:13 Mas, quanto a mim, quando estavam enfermos, a minha veste era pano de saco; humilhava a minha alma com o jejum, e a minha oração voltava para o meu seio.
Salmos 119:136 Rios de águas correm dos meus olhos, porque os homens não guardam a tua lei. Tsadê.
Isaías 53:3 Era desprezado e o mais indigno entre os homens, homem de dores, experimentado nos trabalhos e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum.
Isaías 63:9 Em toda a angústia deles foi ele angustiado, e o Anjo da sua presença os salvou; pelo seu amor e pela sua compaixão, ele os remiu, e os tomou, e os conduziu todos os dias da antiguidade.
Jeremias 9:1 Prouvera a Deus a minha cabeça se tornasse em águas, e os meus olhos, em uma fonte de lágrimas! Então, choraria de dia e de noite os mortos da filha do meu povo.
Jeremias 13:17 E, se isso não ouvirdes, a minha alma chorará em lugares ocultos, por causa da vossa soberba; e amargamente chorarão os meus olhos e se desfarão em lágrimas, porquanto o rebanho do Senhor foi levado cativo.
Jeremias 14:17 Portanto, lhes dirás esta palavra: Os meus olhos derramem lágrimas de noite e de dia e não cessem porque a virgem, filha do meu povo, está ferida de grande ferida, de chaga mui dolorosa.
Lamentações de Jeremias 1:16 Por essas coisas, choro eu; os meus olhos, os meus olhos se desfazem em águas; porque se afastou de mim o consolador que devia restaurar a minha alma; os meus filhos estão desolados, porque prevaleceu o inimigo. Pê.
Lucas 19:11 E, ouvindo eles essas coisas, ele prosseguiu e contou uma parábola, porquanto estava perto de Jerusalém, e cuidavam que logo se havia de manifestar o Reino de Deus.
Lucas 19:41 E, quando ia chegando, vendo a cidade, chorou sobre ela,
João 11:33 Jesus, pois, quando a viu chorar e também chorando os judeus que com ela vinham, moveu-se muito em espírito e perturbou-se.
Romanos 9:2 tenho grande tristeza e contínua dor no meu coração.
Hebreus 2:16 Porque, na verdade, ele não tomou os anjos, mas tomou a descendência de Abraão.
Hebreus 4:15 Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado.

Apêndices

Os apêndices bíblicos são seções adicionais presentes em algumas edições da Bíblia que fornecem informações complementares sobre o texto bíblico. Esses apêndices podem incluir uma variedade de recursos, como tabelas cronológicas, listas de personagens, informações históricas e culturais, explicações de termos e conceitos, entre outros. Eles são projetados para ajudar os leitores a entender melhor o contexto e o significado das narrativas bíblicas, tornando-as mais acessíveis e compreensíveis.

Principais acontecimentos da vida terrestre de Jesus

Ministério de Jesus ao leste do Jordão

DATA

LUGAR

ACONTECIMENTO

MATEUS

MARCOS

LUCAS

JOÃO

32 d.C., após a Festividade da Dedicação

Betânia do outro lado do Jordão

Vai ao local onde João batizava; muitos exercem fé em Jesus

     

Jo 10:40-42

Pereia

Ensina em cidades e aldeias, no caminho para Jerusalém

   

Lc 13:22

 

Aconselha a entrar pela porta estreita; lamenta por Jerusalém

   

Lc 13:23-35

 

Provavelmente Pereia

Ensina humildade; ilustrações: lugar mais destacado e convidados que deram desculpas

   

Lc 14:1-24

 

Calcular o custo de ser discípulo

   

Lc 14:25-35

 

Ilustrações: ovelha perdida, moeda perdida, filho pródigo

   

Lc 15:1-32

 

Ilustrações: administrador injusto; rico e Lázaro

   

Lc 16:1-31

 

Ensina sobre não ser causa para tropeço; perdão e fé

   

Lc 17:1-10

 

Betânia

Lázaro morre e é ressuscitado

     

Jo 11:1-46

Jerusalém; Efraim

Conspiração contra Jesus; ele se retira

     

Jo 11:47-54

Samaria; Galileia

Cura dez leprosos; explica como o Reino de Deus virá

   

Lc 17:11-37

 

Samaria ou Galileia

Ilustrações: viúva persistente, fariseu e cobrador de impostos

   

Lc 18:1-14

 

Pereia

Ensina sobre casamento e divórcio

Mt 19:1-12

Mc 10:1-12

   

Abençoa crianças

Mt 19:13-15

Mc 10:13-16

Lc 18:15-17

 

Pergunta do jovem rico; ilustração dos trabalhadores no vinhedo e mesmo salário

Mt 19:16–20:16

Mc 10:17-31

Lc 18:18-30

 

Provavelmente Pereia

Profetiza sua morte pela terceira vez

Mt 20:17-19

Mc 10:32-34

Lc 18:31-34

 

Pedido de posição no Reino para Tiago e João

Mt 20:20-28

Mc 10:35-45

   

Jericó

No caminho, cura dois cegos; visita Zaqueu; ilustração das dez minas

Mt 20:29-34

Mc 10:46-52

Lc 18:35Lc 19:28

 

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita


Emmanuel

jo 11:35
O Consolador

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 0
Página: 182
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel

 — Na reunião de 31 de outubro de 1939, no Grupo Espírita “Luís Gonzaga”, de Pedro Leopoldo, um amigo do Plano Espiritual lembrou aos seus componentes a discussão de temas doutrinários, por meio de perguntas nossas à entidade de Emmanuel, a fim de ampliar-se a esfera dos nossos conhecimentos.


Consultado sobre o assunto, o Espírito Emmanuel estabeleceu um programa de trabalhos a ser executado pelo nosso esforço, que foi iniciado pelas duas questões seguintes:


— Apresentando o Espiritismo, na sua feição de Consolador prometido pelo Cristo, três aspectos diferentes: científico, filosófico, religioso, qual desses aspectos é o maior?

— “Podemos tomar o Espiritismo, simbolizado desse modo, como um triângulo de forças espirituais.

“A Ciência e a Filosofia vinculam à Terra essa figura simbólica, porém, a Religião é o ângulo divino que a liga ao Céu. No seu aspecto científico e filosófico, a doutrina será sempre um campo nobre de investigações humanas, como outros movimentos coletivos, de natureza intelectual que visam o aperfeiçoamento da Humanidade. No aspecto religioso, todavia, repousa a sua grandeza divina, por constituir a restauração do Evangelho de Jesus-Cristo, estabelecendo a renovação definitiva do homem, para a grandeza do seu imenso futuro espiritual.”


— A fim de intensificar os nossos conhecimentos relativamente ao tríplice aspecto do Espiritismo, poderemos continuar com as nossas indagações?

— “Podereis perguntar, sem que possamos nutrir a pretensão de vos responder com as soluções definitivas, embora cooperemos convosco da melhor vontade.

“Aliás, é pelo amparo recíproco que alcançaremos as expressões mais altas dos valores intelectivos e sentimentais.

“Além do túmulo, o Espírito desencarnado não encontra os milagres da sabedoria, e as novas realidades do Plano imortalista transcendem aos quadros do conhecimento contemporâneo, conservando-se numa esfera quase inacessível às cogitações humanas, escapando, pois, às nossas possibilidades de exposição, em face da ausência de comparações analógicas, único meio de impressão na tábua de valores restritos da mente humana.

“Além do mais, ainda nos encontramos num plano evolutivo sem que possamos trazer ao vosso círculo de aprendizado as últimas equações, nesse ou naquele setor de investigação e de análise. É por essa razão que somente poderemos cooperar convosco sem a presunção da palavra derradeira. Considerada a nossa contribuição nesse conceito indispensável de relatividade, buscaremos concorrer com a nossa modesta parcela de experiência, sem nos determos no exame técnico das questões científicas, no objeto das polêmicas da Filosofia e das religiões, sobejamente movimentados nos bastidores da opinião, para considerarmos tão somente a luz espiritual que se irradia de todas as coisas e o ascendente místico de todas as atividades do espírito humano dentro de sua abençoada escola terrestre, sob a proteção misericordiosa Deus.”



As questões apresentadas foram as mais diversas e numerosas. Todos os componentes do Grupo, bem como outros amigos espiritistas de diferentes pontos, cooperaram no acervo das perguntas, ora manifestando as suas necessidades de esclarecimento íntimo, no estudo do Evangelho, ora interessados em assuntos novos que as respostas de Emmanuel suscitavam.

Em seguida, o autor espiritual selecionou as questões, deu-lhes uma ordem, catalogou-as em cada assunto particularizado, e eis aí o novo livro.

Que as palavras sábias e consoladoras de Emmanuel proporcionem a todos os companheiros de doutrina o mesmo bem espiritual que nos fizeram, são os votos dos modestos trabalhadores do Grupo Espírita “Luís Gonzaga”, de Pedro Leopoldo, Minas Gerais.


Pedro Leopoldo, 8 de março de 1940.



André Luiz

jo 11:35
Obreiros da Vida Eterna

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 19
Página: -
Francisco Cândido Xavier
André Luiz

Liberto, Cavalcante oferecia-me amplo ensejo a infatigáveis pesquisas. A injeção sedativa, veiculando anestésicos em dose alta, afetara-lhe o corpo perispirítico, como se fora choque elétrico. Devido a isso, ele permanecia quase inerte, ignorando-se a si mesmo. Inquirido por mim, vezes diversas, não sabia concatenar raciocínios para responder às questões mais rudimentares, alusivas à própria identidade pessoal.

Notando o meu interesse a respeito do assunto, Jerônimo, após ministrar-lhe os primeiros socorros magnéticos, na Casa Transitória, prestou-me os seguintes esclarecimentos:

— Qualquer droga, no campo infinitesimal dos núcleos celulares, se faz sentir pelas propriedades elétricas específicas. Combinar aplicações químicas com as verdadeiras necessidades fisiológicas, constituirá, efetivamente, o escopo da Medicina no porvir. O médico do futuro aprenderá que todo remédio está saturado de energias electromagnéticas em seu raio de ação. É por isso que o veneno destrói as vísceras e o entorpecente modifica a natureza das células em si, impondo-lhes incapacidade temporária. A gota medicamentosa tem princípios elétricos, como também acontece às associações atômicas que vão recebê-la. Segundo sabemos, em plano algum a Natureza age aos saltos. O perispírito, formado à base de matéria rarefeita, mobiliza igualmente trilhões de unidades unicelulares da nossa Esfera de ação, que abandonam o campo físico saturadas da vitalidade que lhe é peculiar. Daí os sofrimentos e angústias de determinadas criaturas, além do decesso. Os suicidas costumam sentir, durante longo tempo, a aflição das células violentamente aniquiladas, enquanto os viciados experimentam tremenda inquietação pelo desejo insatisfeito.

A elucidação era lógica e humana. Fui compreendendo, por minha vez, pouco a pouco, a importância do desapego às emoções inferiores para os homens e mulheres encarnados na Crosta. Matéria e espírito, vaso e conteúdo, forma e essência, confundiam-se aos meus olhos como a chama da vela e o material incandescente. Integrados um no outro, produziam a luz necessária aos objetivos da vida.

O exame dos casos de morte trouxera-me singular enriquecimento no setor da ciência mental. O Espírito, eterno nos fundamentos, vale-se da matéria, transitória nas associações, como material didático, sempre mais elevado, no curso incessante da experiência para a integração com a Divindade Suprema. Prejudicando a matéria, complicaremos o quadro de serviços que nos é indispensável e estacionaremos, em qualquer situação, a fim de restaurar o patrimônio sublime posto à nossa disposição pela Bondade Imperecível. Tanto seremos compelidos ao trabalho regenerador, na encarnação, quanto na desencarnação, na existência da carne quanto na morte do corpo, tanto no presente quanto no futuro. Ninguém se colocará vitorioso no cume da vida eterna, sem aprender o equilíbrio com que deve elevar-se. Daí as atividades complexas do caminho evolutivo, as diferenciações inumeráveis, a multiplicidade das posições, as escalas da possibilidade e os graus da inteligência, nos variados Planos da vida.

Para solucionar instantes problemas de Cavalcante, o nosso dirigente designou o padre Hipólito para segui-lo de mais perto, orientando-o quanto à renovação. O “convalescente” fixava-nos, receoso, crendo-se vítima de pesadelo, em hospital diferente. Declarava-se interessado em continuar no corpo terrestre, chamava a esposa insistentemente, repetia descrições do passado com admirável expressão emotiva. Por mais de uma vez, repeliu Jerônimo, com severa argumentação. Ao lado de Hipólito, porém, aquietava-se, humilde. Influíam nele o respeito e a confiança que se habituara a consagrar aos sacerdotes. Nosso companheiro possuía sobre o recém-liberto importante ascendente espiritual. Poderia beneficiá-lo com mais facilidade e em menos tempo. Apesar disso, contudo, nosso Assistente ministrava-lhe com regularidade recursos magnéticos, erguendo-lhe o padrão de saúde espiritual.

O desencarnado ia despertando com extremo vagar, demorando-se longo tempo a reapossar-se de si. Eram, todavia, impressionantes seus colóquios com o irmão Hipólito, nos quais crivava o ex-sacerdote de intempestivas interrogações. À medida que as suas condições mentais melhoravam, apertava o cerco. Queria saber onde se localizavam o Céu e o inferno; pedia notícias dos santos, pretendendo visitar aqueles a quem consagrava mais entranhada devoção; rogava explicações referentes ao limbo; reclamava o encontro com parentes que o haviam precedido no túmulo; solicitava elucidações sobre o valor dos sacramentos da Igreja Católica; comentava a natureza dos diversos dogmas, até que, certo dia, chegou ao despautério de perguntar se não lhe seria possível obter uma audiência com Deus, na Corte Celeste. Hipólito precisava mobilizar infinita boa vontade para tratar com respeito e proveito tamanha boa-fé.

A Irmã Zenóbia vinha frequentemente assistir ao curso dos surpreendentes diálogos e, de uma feita, quando nos achávamos juntos, a pequena distância do enfermo, comentou, risonha:

— Nossa antiga Igreja Romana, tão venerável pelas tradições de cultura e serviço ao progresso humano, é, de fato, na atualidade, grande especialista em “crianças espirituais”…

Examinando as dificuldades naturais do serviço de esclarecimento, Jerônimo recomendou a Hipólito e a Luciana dispensarem ao recém-liberto os recursos possíveis, em virtude da escassez de tempo.

Vinte e cinco dias já haviam transcorrido sobre o início da tarefa.

— Precisamos regressar, — informou o Assistente, — precisamos regressar logo se verifique a vinda de Adelaide, () que não se demorará nesta fundação mais de um dia. Cumpre-nos, pois, acelerar a preparação de Cavalcante, com todas as possibilidades ao nosso alcance.

E os companheiros desvelavam-se, carinhosos. No fundo, todos sentíamos saudades do lar distante, que nos congregava em bênçãos de paz e luz. O próprio Fábio, equilibrado e bem disposto, colaborava para a solução do assunto, suspirando pela penetração nos santuários de Mais Alto.


Atendendo à divisão dos serviços, Jerônimo e eu continuamos em ação no instituto evangélico, onde a serva leal de Jesus receberia a carta liberatória. Adelaide, porém, parecia não depender de algemas físicas. Não consegui, por minha vez, auscultar-lhe o espesso organismo, porque a nobre missionária, em virtude de avançado enfraquecimento do corpo, abandonava-o ao primeiro sinal de nossa presença, colocando-se, junto de nós, em sadia palestra.

Geralmente, companheiros distintos de nosso Plano participavam-nos dos ágapes fraternos.

Na antevéspera do desenlace, tive ocasião de observar a extrema simplicidade do abnegado Bezerra de Menezes, que se encontrava em visita de reconforto junto à servidora fiel.

— Não desejo dificultar o serviço de meus benfeitores, — dizia ela, algo triste, — e, por isso, estimaria conservar boa forma espiritual no supremo instante do corpo.

— Ora, Adelaide, — considerou o apóstolo da caridade, — morrer é muito mais fácil que nascer. Para organizar, na maioria das circunstâncias, são precisos, geralmente, infinitos cuidados; para desorganizar, contudo, basta por vezes leve empurrão. Em ocasiões como esta, a resolução é quase tudo. Ajude a você mesma, libertando a mente dos elos que a imantam a pessoas, acontecimentos, coisas e situações da vida terrena. Não se detenha. Quando for chamada, não olhe para trás.

E sorrindo:

— Lembre-se de que a mulher de Lot, convertida em estátua de sal, (Gn 19:26) não é símbolo inexpressivo. Há criaturas que, no instante justo de abandonarem a carne, às vezes doente e imprestável, voltam o pensamento para o caminho palmilhado, revivendo recordações menos construtivas… Tropeçam nas próprias apreensões, como se estas fossem pedras soltas ao léu, na senda percorrida, e ficam longos dias fisgadas no anzol do incoerente e insatisfeito desejo, sem suficiente energia para uma renúncia nobilitante.

— Espero, — asseverou a interlocutora, em tom grave, — que os amigos me auxiliem. Sinto-me socorrida, amparada, mas… tenho medo de mim mesma.

— Preocupada assim, minha amiga? — Tornou o antigo médico, satisfeito. — Não vale a pena. Compreendo-lhe, todavia, a ansiedade. Também passei por aí. Creia, entretanto, que a lembrança de Jesus, ao pé de Lázaro, foi ajuda certa ao meu coração, em transe igual. Busquei insular-me, cerrar ouvidos aos chamamentos do sangue, fechar os olhos à visão dos interesses terrenos, e a libertação, afinal, deu-se em poucos segundos. Pensei nos ensinamentos do Mestre, ao chamar Lázaro, de novo, à existência, e recordei-lhe as palavras: — “Lázaro, sai para fora!” (Jo 11:43) Centralizando a atenção na passagem evangélica, afastei-me do corpo grosseiro sem obstáculo algum.

A simplicidade do narrador encantava.

Adelaide sorriu, sem no entanto disfarçar a preocupação íntima.

Valendo-se da pausa, Jerônimo aduziu:

— Aliás, cumpre-nos destacar as condições excepcionais em que partirá nossa amiga. Em tais circunstâncias, apenas lastimo aqueles que se agarram em demasia aos caprichos carnais. Para esses, sim, a situação não é agradável, porquanto o semeador de espinhos não pode aguardar colheita de flores. Os que se consagram à preparação do futuro com a vida eterna, através de manifestações de espiritualidade superior, instintivamente aprendem todos os dias a morrer para a existência inferior.

Reparei que a abnegada irmã se mostrava mais calma e confortada, a essa altura.

Interrompeu-se a conversação, porque Adelaide foi obrigada a reanimar repentinamente o corpo, a fim de receber a última dose de medicação noturna. Ao regressar ao nosso Plano, Jerônimo ofereceu-lhe o braço amigo para rápida excursão ao estabelecimento de Fabiano.

A Irmã Zenóbia desejava vê-la, antes do desenlace. A grande orientadora do asilo errático admirava-lhe os serviços terrestres e, por mais de uma vez, valeu-se de seu fraternal concurso em atividades de regeneração e esclarecimento.

Adelaide acompanhou-nos, contente.

Em breves minutos, recebidos pela administradora, como que se repetia a mesma palestra de minutos antes, apenas com a diferença de que Zenóbia tomara a posição reanimadora do devotado Bezerra.

A bondosa discípula de Jesus, em vias de retirar-se da Crosta, era alvo do carinho geral.

Depois de considerações convincentes por parte de Zenóbia, que se esmerava em ministrar-lhe bom ânimo, Adelaide, humilde, expôs-lhe as derradeiras dificuldades.

Ligara-se, fortemente, à obra iniciada nos Círculos carnais e sentia-se estreitamente ligada, não somente à obra, mas também aos amigos e auxiliares. Por força de circunstâncias imperiosas, acumulava funções diversas no quadro geral dos serviços. Possuía toda uma equipe de irmãs dedicadíssimas, que colaboravam com sincero desprendimento e alto valor moral, no amparo à infância desvalida. Se estimava profundamente as cooperadoras, era, igualmente, muito querida de todas elas. Como se haveria ante as dificuldades que se agravavam? No íntimo, estava preparada; no entanto, reconhecia a extensão e a complexidade dos óbices mentais. Seu quarto de dormir, na casa terrena, semelhava a redoma de pensamentos retentivos a interceptarem-lhe a saída. Quanto menos se via presa ao corpo, mais se ampliava a exigência dos parentes, dos amigos… Como portar-se ante essa situação? Como fazer-lhes sentir a realidade? Enlaçara-se em vastos compromissos, tornara-se, involuntariamente, a escora espiritual de muitos. Entretanto, ela mesma reconhecia a imprestabilidade do aparelho físico. A máquina fisiológica atingira o fim. Não conseguiria manter-se, ainda mesmo que os valores intercessórios lhe conseguissem prorrogação de tempo.

A orientadora escutou-a, atenta, qual médico experimentado em face de doente aflito, e observou, por fim:

— Reconheço os obstáculos, mas não se amofine. A morte é o melhor antídoto da idolatria. Com a sua vinda operar-se-á a necessária descentralização do trabalho, porque se dará a imposição natural de novo esforço a cada um. Alegre-se, minha amiga, pela transformação que ocorrerá dentro em pouco. Reanime-se, sobretudo, para que a sua situação se reajuste naturalmente sem qualquer ponto de interrogação ao término da experiência atual.

Silenciou durante alguns momentos e notificou, em seguida:

— Temos ainda a noite de amanhã. Aproveitá-la-ei para dirigir-me aos seus colaboradores, em apelo à compreensão geral. Amigos nossos contribuirão para que se reúnam em assembleia, como se faz indispensável.

A visitante agradeceu, penhorada.

Prosseguimos na mesma vibração de cordialidade, mas Zenóbia modificou o rumo da palestra.

Abandonando os assuntos de morte e sofrimento, comentou os serviços edificantes que levava a efeito, junto de certa expedição socorrista, cujos membros realizavam admiráveis experiências no instituto, nos dias em que se desobrigavam dos trabalhos imediatos na Crosta. E discorreu tão brilhantemente sobre a tarefa, que Adelaide olvidou, por minutos, a situação que lhe era peculiar, interessando-se vivamente pelos lances descritivos. A providência coroava-se de animadores resultados, porque a conversação diferente fizera-lhe enorme bem, propiciando-lhe provisório apaziguamento mental.

A desencarnante tornou ao corpo, bem disposta, reanimada.


No decurso do dia, Jerônimo e a diretora da Casa Transitória combinaram medidas relativas à reunião da noite. O Assistente empregaria todo o esforço para que a organização fisiológica da enferma estivesse nas melhores condições, enquanto dois ativos auxiliares de Zenóbia se incumbiriam de cooperar para a condução do pessoal de Adelaide à assembleia.

O dia, desse modo, esteve cheio de tarefas referentes à articulação prevista.

Através de reiterados passes magnéticos sobre os órgãos da circulação, — nos quais o meu concurso foi dispensado por desnecessário, em vista da extrema passividade da enferma, — Adelaide entrou em fase de inesperada calma, tranquilizando o campo das afeições terrenas.

Renovaram-se, de súbito, as esperanças. A reação orgânica surgira, dentro de novo impulso, melhorando o quadro dos prognósticos em geral. Multiplicaram-se as vibrações de paz e as preces de reconhecimento.

Em vista disso, iniciou-se, com grande facilidade, após a meia-noite, o trabalho preparatório da grande reunião.

Auxiliadores de nosso Plano trouxeram companheiros da instituição, localizados em regiões diversas, provisoriamente desenfaixados do corpo físico pela atuação do sono.

Integrando a turma de trabalhadores que organizavam o ambiente, reparei, curioso, que a maior percentagem de recém-chegados se constituía de mulheres e cumpre-nos anotar que dava satisfação observar-lhes a reverência e o carinho. Todos traziam a mente polarizada na prece, em favor da benfeitora doente, para elas objeto de admiração e ternura. Fitavam-nos, respeitosas e tímidas, endereçando-nos pensamentos de súplica, sem lembranças inúteis ou nocivas. Os poucos homens que compareceram estavam contagiados pela veneração coletiva e mantinham-se na mesma posição sentimental.

A elevação ambiente espalhava fluidos harmoniosos, possibilitando agradáveis sensações de confiança e tranquilidade.

Por sugestão de Jerônimo, a reunião seria realizada no extenso salão de estudos e preces públicas, devidamente preparado. Para esse fim, não poupáramos esforço. Acionando peças de eficaz cooperação, submetemos a enorme dependência a rigoroso serviço de limpeza. Os componentes da assembleia podiam descansar tranquilos, sem o assédio de correntes mentais inferiores. Luzes e flores de nossa Esfera espargiam notas de singular encantamento. Por isso mesmo, era belo apreciar o contínuo ingresso das senhoras que, em oração, a distância do organismo grosseiro, irradiavam de si próprias admiráveis expressões de luz nitidamente diferençadas entre si.

Conservávamo-nos junto de todos, em atitude vigilante, para manter o imprescindível padrão vibratório, quando, em seguida à primeira hora, a Irmã Zenóbia, acompanhada de beneméritos amigos da casa, deu entrada no recinto, conduzindo Adelaide, extremamente abatida.

A diretora da organização transitória de Fabiano tomou o lugar de orientação e, antes de interferir no assunto principal que a trazia até ali, ergueu a destra, rogando a bênção divina para a comunidade que se reunia, atenciosa e reverente.

Tive, então, oportunidade de verificar, mais uma vez, o prodigioso poder daquela mulher santificada. Sua mão despedia raios de claridade safirina, com tanta prodigalidade, que nos proporcionava a ideia de estar em comunicação com extenso e oculto reservatório de luz.

Finda a saudação, pronunciada com formosa inflexão de ternura, mudou o tom de voz e dirigiu-se aos ouvintes, com visível energia:

— Minhas irmãs, meus amigos, serei breve. Venho até aqui somente fazer-vos pequeno apelo. Não ignorais que nossa Adelaide necessita passagem livre a caminho da espiritualidade superior. Enferma desde muito, cooperou conosco, anos consecutivos, dando-nos o melhor de suas forças. Dócil às influências do bem, foi valioso instrumento na organização desta casa de amor evangélico. Administrou a obra com cuidado e, muita vez, em nosso instituto de socorro, fora dos Círculos carnais, recebemos preciosa colaboração de seu esforço, de sua boa vontade.

Endereçou o olhar firme à assistência e obtemperou:

— Porque a detendes? Há dias, o quarto de repouso físico da doente que nos é tão amada permanece enlaçado com pensamentos angustiosos. São forças que partem de vós, sem dúvida, companheiros ciosos do trabalho em ação, mas esquecidos do “faça-se a vossa vontade” (Mt 6:10) que devemos dirigir ao Supremo Senhor, em todos os dias da vida. Lastimo as circunstâncias que me compelem a falar-vos com tamanha franqueza. Entretanto, não nos resta alternativa diferente. Acreditais na vitória da morte, em oposição à gloriosa eternidade da vida? Adelaide apenas restituirá maquinaria gasta ao laboratório da Natureza. Continuará, porém, contribuindo nos serviços da verdade e do amor, com ânimo inextinguível. Quanto a vós, não olvideis a necessidade de ação individual, no campo do bem. Que dizer do viticultor que estima o valor da vinha somente através dos serviços de alheias mãos? como apreciar o amante das flores que nunca desceu a cultivar o próprio jardim? Não façais a consagração da ociosidade, mantendo-vos a distância do desenvolvimento de vossas possibilidades infinitas. Indubitavelmente, cooperação e carinho são estimulantes sublimes na execução do bem, mas, há que evitar a intromissão do fantasma do egoísmo a expressar-se em tirania sentimental. Não podemos asseverar que impedis propositadamente a liberação da companheira de cárcere. A existência carnal constitui aprendizado demasiadamente sublime para que possamos reduzi-la à classe de mera enxovia comum. Não, meus amigos, não nos abalançaríamos a semelhante declaração. Referimo-nos tão só ao violento impulso de idolatria a que vos entregais impensadamente, pelos desvarios da ternura mal compreendida. A aflição com que intentais reter a missionária do bem, é filha do egoísmo e do medo. Alegais, em favor do vosso indesejável estado dalma, a confiança de que Adelaide se tornou depositária fiel, como se não devêsseis desenvolver as faculdades espirituais que vos são próprias, criando a confiança positiva em Deus e em vós mesmos, no trabalho improrrogável de auto-realização, e pretextais orfandade espiritual simplesmente pelo receio de enfrentar, por vós mesmos, as dores e os riscos, as adversidades e os testemunhos inerentes à iluminação do caminho para a vida eterna. Valei-vos da bendita oportunidade para repetir velha experiência de incompreensível idolatria. Converteis companheiros de boa vontade, mas tão necessitados de renovação e luz quanto vós mesmos, em oráculos erguidos em pedestais de barro frágil. Criais semideuses e gastais o incenso de infindáveis referências pessoais, estabelecendo problemas complexos que lhes reduzem a capacidade de serviço, olvidando as sementes divinas de que sois portadores. Corporificais o ídolo no altar da mente, infundindo-lhe vida fugaz e, indiferentes à gloriosa destinação que o Universo vos assinala, estimais o menor esforço que vos encarcera em automatismos e recapitulações. Se o ídolo não vos corresponde à expectativa, alimentais a discórdia, a irritação, a exigência; se falha, após o início da excursão para o conhecimento superior, senti-vos desarvorados; se rola do pedestal de cera, experimentais o frio pavor do desconhecido pelo auto-relaxamento na renovação própria. Porque erigir semelhantes estátuas para a contemplação, se as quebrareis, inelutavelmente, na jornada de ascensão? Não vos fartastes, ainda, das peregrinações sobre relíquias estraçalhadas? Compreendendo-nos as deficiências mentais na conquista da vida eterna, a vontade do Supremo Senhor colocou nos pórticos da legislação antiga o “não terás outros deuses diante de mim”. (Ex 20:3) O Pai conhece-nos a viciação milenária em matéria de inclinações afetivas e prevenia-nos o espírito contra as falsas divindades. Recorremos a semelhantes figuras, na reduzida esfera de nossas cogitações do momento, com o propósito de levar a vossa compreensão a círculos mais altos, para assim vos desprenderdes da irmã devotada e digna servidora, que vos precederá na grande jornada liberativa.

A palavra de Zenóbia causava extraordinária impressão nos ouvintes. As muitas senhoras e os poucos cavalheiros presentes, tocados pela intensa luz da orientação e desarmados pela sua palavra sábia e sublime, revelavam indisfarçável emoção no aspecto fisionômico. A oradora fez delicado gesto de benevolência e prosseguiu:

— Não somos infensos às manifestações de carinho. A saudade e o reconhecimento caminham juntos. Todavia, no âmbito das relações amistosas, toda imprudência resulta em desastre. Que seria de nós, se Jesus permanecesse em continuado convívio com as nossas organizações e necessidades? Não passaríamos, talvez, de maravilhosas flores da estufa, sem vida essencial. Por excesso de consulta e abuso de confiança, não desenvolveríamos a capacidade de administrar ou de obedecer. Baldos de valor próprio, erraríamos de região em região, em compactos rebanhos de incapazes, à procura do Oráculo Divino. Talvez, em vista disso, o Mestre Sábio tenha limitado ao mínimo de tempo o apostolado pessoal e direto, traçando-nos serviços dignificantes para muitos séculos, em poucos dias. Deu-nos a entender, desse modo, que o homem é coluna sagrada do Reino de Deus, que o coração de cada criatura deve iluminar-se, como Santuário da Divindade, para refletir-lhe a grandeza augusta e compassiva. Não vos esqueçais, meus amigos, de que todos nós, individualmente considerados, somos herdeiros ditosos da sabedoria e da luz.

Zenóbia interrompeu-se e, nesse instante, como se lhe atendessem, de Muito Alto, os apelos silenciosos, começaram a cair sobre nós raios de luz balsamizante, acentuando-nos a sensação de felicidade e contentamento.

Decorrido longo silêncio, durante o qual a diretora do instituto de Fabiano pareceu consultar as disposições mais íntimas da assembleia, voltou a dizer, em tom significativo:

— Afirmais mentalmente que Adelaide é a viga mestra deste pouso de amor, que surgirão dificuldades talvez invencíveis para que seja substituída no leme da orientação geral; entretanto, sabeis que vossa irmã, não obstante os valores incontestáveis que lhe exornam a personalidade, foi apenas instrumento digno e fiel desta criação de benemerência, sem ter sido, porém, sua fundadora. Afeiçoou-se ao espírito cristão, ao qual nos adaptaremos por nossa vez, e foi utilizada pelo Doador das Bênçãos nos trabalhos de extensão do Evangelho Purificador. Não lhe deponhais na fronte amiga a coroa da responsabilidade total, cujo “peso de glórias” deve repartir-se com todos os servos sinceros das boas obras, como se dividem, inevitavelmente, os valores da cooperação. Adelaide conhece a sua condição de colaboradora leal e não deseja lauréis que de modo algum lhe pertencem. Aguarda, apenas, que os companheiros de luta transfiram ao Cristo o patrimônio do reconhecimento, rogando simplesmente as afeições, a simpatia e a compreensão para as suas necessidades na vida nova. Libertemo-la, pois, oferecendo-lhe pensamentos de paz e júbilo, partilhando-lhe a esperança na esfera mais elevada.

Logo após, a orientadora terminou, orando sentidamente e suplicando para todos nós a bênção divina do Pai Poderoso e Bom.

Diversos ouvintes não se demoraram no recinto, regressando ao ambiente comum sob a custódia de amigos vigilantes. Algumas senhoras, contudo, aproximaram-se da oradora, endereçando-lhe palavras de alegria e gratidão.

Mais alguns minutos e a assembleia dispersava-se, tranquila. Por fim, despediram-se igualmente a Irmã Zenóbia e os outros companheiros.


Adelaide, ao retornar à matéria, respira, radiante. Entretanto, pelo soberano júbilo daquela hora, ganhou tamanha energia no corpo perispiritual que o regresso às células de carne foi complicado e doloroso. Súbito mal-estar invadiu-a, ao entrar em contato com os depauperados centros físicos.

Tomava-os e abandonava-os, sucessivamente, como pássaro a sentir a exiguidade do ninho.

Indagando de Jerônimo quanto à surpresa, dele recebeu a explicação necessária.

— Depois da palavra esclarecida de Zenóbia, — disse afavelmente o mentor, — extinguiram-se as correntes mentais de retenção que se mantinham pelo entendimento fraterno da comunidade reconhecida. Privou-se o corpo carnal do permanente socorro magnético, ao qual o afluxo dessas correntes alimentava, atenuando-lhe a resistência e precipitando a queda do tono vital. Além disso, o contentamento desta hora robusteceu-lhe, sobremaneira, os centros perispirituais. Impossível, dessa forma, evitar a sensação angustiosa no contato com os órgãos doentios.

E, com benévola expressão, afagou carinhosamente a enferma, falando-lhe, em seguida a breve intervalo:

— Não se incomode, minha amiga! O casulo reduziu-se, mas suas asas cresceram… Pense, agora, no voo que virá.


Adelaide esforçou-se para mostrar satisfação no semblante novamente abatido e rogou, tímida, lhe fosse concedido o obséquio de tentar, ela própria, a sós, a desencarnação dos laços mais fortes, em esforço pessoal, espontâneo.

Jerônimo aquiesceu, satisfeito.

E, mantendo-nos de vigilância em câmara próxima, deixamo-la entregue a si mesma, durante as longas horas que consumiu no trabalho complexo e persistente.

Não sabia que alguém pudesse efetuar semelhante tarefa, sem concurso alheio, mas o orientador veio em socorro de minha perplexidade, esclarecendo:

— A cooperação de nosso Plano é indispensável no ato conclusivo da liberação; todavia, o serviço preliminar do desenlace, no plexo solar e mesmo no coração, pode, em vários casos, ser levado a efeito pelo próprio interessado, quando este haja adquirido, durante a experiência terrestre, o preciso treinamento com a vida espiritual mais elevada. Não há, portanto, motivo para surpresa. Tudo depende de preparo adequado no campo da realização.

Meu dirigente explicara-se com muita razão. Efetivamente, só no derradeiro minuto interveio Jerônimo para desatar o apêndice prateado.

A agonizante estava livre, enfim!…

Abriu-se a casa à visitação geral.

Evangelizados pelo verbo construtivo de Zenóbia, os cooperadores encarnados, embora não guardassem minudentes recordações, sustentaram discreta atitude de respeito, serenidade e conformação.

A denodada batalhadora, agora liberta, esquivou-se gentilmente ao convite para a partida imediata. Esperou a inumação dos despojos, consolando amigos e recebendo consolações.

Depois de orar, fervorosamente no último pouso das células exaustas, agradecendo-lhes o precioso concurso nos abençoados anos de permanência na Crosta, Adelaide, serena e confiante, cercada de numerosos amigos, partiu, em nossa companhia, a caminho da Casa Transitória, ponto de referência sentimental da grande caravana afetiva…



jo 11:35
Sexo e destino

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 13
Francisco Cândido Xavier
André Luiz

Recolhido à organização assistencial vinculada aos nossos serviços, nas adjacências do Rio, Nogueira desencarnado refazia-se.

Félix, que não sossegou enquanto não lhe admitiu o reequilíbrio perfeito, no-lo entregou aos cuidados, sem retornar a vê-lo.

Desperto agora, Cláudio nos recebia as manifestações de amizade e apreço, vexado, confundido. Momento a momento, acusava-se, denotando excessivo apego a complexos de culpa.

Empregamos todos os meios justos para dissuadi-lo.

Aproveitássemos os erros por lições, anotando-os nos cadernos do passado, para a consulta no ensejo próprio. Arvores alijam folhas mortas, não obstante lhes sirvam de adubo às raízes. As Leis Divinas preceituam esquecimento do mal a fim de que o bem se nos incorpore à individualidade, gerando automatismos de elevação. Também nós atravessáramos crises semelhantes; contudo, acabáramos descobrindo no serviço o remédio para as enfermidades do sentimento. Somos todos obrigados a prevenir-nos contra a agitação constante de sedimentos dos vícios e transgressões do pretérito, no vaso da alma, sob pena de frustrarmos as possibilidades do presente para melhorar o futuro, conquanto a vida nos recomende jamais esquecer a nossa pouquidade, visto que, consciências endividadas que ainda somos, por muito tempo ainda, aonde formos, estaremos carregando no espírito o bagaço de velhas imperfeições. Cultivasse paciência, que ninguém logra aperfeiçoar-se sem paciência, até mesmo consigo próprio. Contava com amigos no “Almas Irmãs”, de onde havia descido às lides da reencarnação. Andava transitoriamente esquecido, sob o efeito natural das experiências a que se condicionara no plano físico; entretanto, oportunamente recuperaria mais amplos potenciais da memória rejubilando-se com reencontros abençoados. Referimo-nos ao irmão Félix, que mostrava para com ele devotamento particular, se nos fosse facultado descortinar inclinações especiais naquele Espírito aberto a todos os apelos da fraternidade sublime.

O companheiro reconfortava-se, esperançado.

No quarto dia, após o transe, comoveu-nas com um pedido. Reconhecia-se amparado por muitos benfeitores, porque, somente à custa de muitos favores — opinava humilde —, pudera acordar, antes da morte, para as realidades da alma… Envergonhava-se, porém, de procurar-lhes imediatamente o convívio, que aspirava a merecer, no porvir. Se a Divina Providência, por amigos tão dedicados, lhe pudesse conceder novas esmolas, a ele que se categorizava por mendigo de luz, anelava permissão para continuar trabalhando, mesmo desencarnado, no seio da família, sem ausentar-se do Rio. Amava os filhos, considerava-os ainda moços e inexperientes, ambicionava converter-se para eles num servidor. Mas não era só… Duas criaturas deixara, junto das quais se reconhecia devedor, Nemésio e Márcia. Não pretendia largar a oficina terrestre na condição de insolvente. Além de suspirar por se redimir, diante dos credores, sonhava auxiliá-los e amá-los. Não lhe competia devotar-se ao bem dos outros e, sobretudo, à felicidade daqueles dois associados do destino, praticando os ensinamentos espíritas-cristãos que teoricamente havia aprendido?

Decerto, por discrição e respeito, na consideração íntima do passado, não fez referências a Marita, cuja imagem se lhe retratava no espelho da mente…

Acrescentou Nogueira que, se atendido, obedeceria lealmente aos programas de ação que lhe fossem traçados, não cobiçava outra coisa senão instruir-se, melhorar-se, compreender e ser útil…

A petição enternecia-nos; entretanto, não detínhamos competência para decidir.

Autoridades do estabelecimento que nos albergava acolheram o assunto com simpatia e ofereceram medida básica à solução do impasse. Desde que se munisse de aprovação, Nogueira residiria ali mesmo, apesar de se manter em atividade na proteção aos parentes.

Agradecemos, felizes, e quase que na mesma hora Percília partiu, com atribuições de mensageira. Advogaria a causa no “Almas Irmãs”, convicta de que Félix lhe emprestaria prestígio e patrocínio.

Com efeito, no dia imediato, regressou com o requerimento referendado.

Permitia-se a Cláudio o período de dez anos de serviço ao pé dos familiares, antes de se elevar aos círculos imediatos da Espiritualidade para julgamento da existência transcorrida, reservando-se à Casa da Providência o direito de corrigir a concessão, fosse dilatando o tempo, se o interessado demonstrasse aplicação ao cumprimento das promessas que formulava, ou cassando a licença, na hipótese de se revelar indigno dela.

O requerente, satisfeito, exultou. Estimulado pelo apoio que recebia, rogou colaboração para voltar ao Flamengo. Sentia-se fraco, vacilante. Pássaro implume, ansiando despencar-se do ninho… Mesmo assim, queria sair de si mesmo, trabalhar, trabalhar…

Ajustaram-se providências.

Moreira, que se mantinha com funções definidas ao lado de Marina, auxiliá-lo-ia.

Admirei sem palavras o mecanismo de amor da Bondade Divina. Aquele que lhe fora assessor no desequilíbrio, ser-lhe-ia, e muito compreensivelmente, o arrimo nas tarefas do reajuste.


Seis dias sobre o acidente que levara Nogueira à desencarnação. Amanhecia, quando pisamos nas areias do Flamengo, reconduzindo-o ao lar.

Certificamo-nos de que o amigo se reiniciava confiante. De propósito, atravessamos com ele a pista de asfalto, no sítio em que tombara; no entanto, não fez o mínimo apontamento, com relação ao desastre. Apoiando-se em Percília, junto de mim, penetrou em casa, acolhido por Moreira que nos precedera, cauteloso. Demandou o aposento em que se instalara, observando que os filhos conservavam-no intacto. Sentou-se no leito a refletir.

O despertador anunciou as seis horas, quando Marina se ergueu. Isolou-se no banheiro por instantes, preparou-se e, antes de se entender com Dona Justa, sobre o lanche matinal do marido, penetrou no recinto em que nos achávamos e, em pensamento, dirigiu-se a Jesus, rogando-lhe abençoasse o genitor desencarnado, onde estivesse. Enlevados, ouvimo-la, palavra a palavra, no clima dos pensamentos harmônicos em que nos entrelaçávamos, conquanto a jovem senhora exorasse o amparo do Senhor em silêncio.

Levantou-se Cláudio, abeirou-se dela. Ao tocá-la, fremente de júbilo, percebeu que a filha trazia no corpo e na alma a doce presença de Marita nascitura… Deu um passo à retaguarda, parecendo-nos receoso. Temia conspurcar a excelsitude do quadro sublime que o defrontava. Figurou-se-lhe Marina uma planta luminosa, modelada na carne, encerrando uma flor quase a desabrochar.

A ideia de Cláudio relampeou na oração. Suplicava a Deus não lhe permitisse alçar caprichos acima de obrigações… Em seguida, reaproximou-se dela, abraçou-a brandamente e apelou:

— Minha filha!… Minha filha!.. que é feito de Nemésio? Procuremos Nemésio! É preciso ampará-lo!… Ampará-lo!…

A moça, expectante, não assinalou a advertência com os sentidos físicos, mas, sem que pudesse explicar a si mesma a razão disso, rememorou a solicitação paterna de última hora…

Nemésio, sim… — concluiu mentalmente. Ela e o esposo tinham recebido notícias ao telefone, principalmente da parte de Olímpia. O médico da família procurara Gilberto no banco. As informações eram alarmantes; entretanto, hesitavam… Ela, sobretudo, angustiava-se ao imaginar-se no reencontro. Comentava-se, porém, que o sogro jazia enfermo, em estado grave… Rearticulou, na memória, a rogativa de Cláudio, ao partir, e decidiu-se em espírito. Olvidaria o passado e ajudaria o doente no que lhe fosse possível. Inclinaria Gilberto à reconciliação. Não adiariam por mais tempo a visita.

Os compromissos caseiros, no entanto, povoavam-lhe a mente e afastou-se, conservando, todavia, na forma de intenção consolidada, o pedido que Nogueira lhe insuflara.

Ao café, sugeriu ao esposo as primeiras medidas atinentes ao caso. Cláudio que observava, atento, entrou, direto, em serviço. Alimentou as disposições favoráveis do casal. Que não recuassem. Atendessem. Nemésio era também pai. Marina propunha, Gilberto ponderava. Por fim, o marido concordou. Telefonaria do banco, sondando o médico. Se a doença fosse mesmo grave, embora os constrangimentos da companheira, na gravidez avançada, tomariam táxi à noite, para vê-lo.


Deixando Percília, Cláudio e Moreira entregues à atividade, busquei a vivenda dos Torres, no encalço de Nemésio, que eu não mais vira, desde o trágico instante do carro em disparada.

Entrei.

Silêncio vazio nas peças principais. Espantado, procurei-lhe o quarto, o quarto espaçoso em que lhe conhecera a esposa doente. Junto dele, hemiplégico e afásico no leito, apenas Amaro, o fiel amigo espiritual que velara por Dona Beatriz.

Mobilizei compreensão e resistência para não sensibilizar-me em demasia, prejudicando, ao invés de auxiliar.

Perplexo, ouvi do enfermeiro o resumo da tragédia em que se envolvera aquele homem, dantes tão bajulado e tão rico.

Cedendo à paixão que lhe empolgava os sentidos e excitado pelos obsessores que o abandonaram tão logo lhe vira,m o corpo arruinado e inútil, Torres pai se decidira a exterminar Marina e suicidar-se em seguida. Ao praticar o crime, porém, verificou que atropelara Nogueira e não a filha, entrando em desespero e esse desespero lhe cresceu tanto no espírito que o corpo doente não resistira. Sobreviera o derrame. Ele, Amaro, avisado por amigos, fora encontrá-lo semi-paralítico e sem fala, no automóvel, parado longe do local em que se desenrolara o delito. Parecia prestes a desencarnar, mas Félix aparecera de improviso e requisitara o apoio de todos os órgãos espirituais de assistência, situados nas imediações, acumulando fatores de intervenção em favor dele. Orara, suplicando aos Poderes Divinos não lhe permitissem a saída do Plano físico sem aproveitar o benefício da enfermidade no veículo carnal, que se desarranjara sem probabilidades de conserto. O diretor do “Almas Irmãs” advogara para ele as vantagens da dor, que reputava santas, e o processo desencarnatório tinha sido imediatamente sustado. Quem era ele, Amaro, para censurar as decisões do irmão Félix — alegava o amigo, confidencioso —; no entanto, indagava a si mesmo se valia continuar um homem ativo e inteligente, qual Nemésio atado a um corpo desajustado assim… Desde a intercessão de Félix, o velho Torres era aquilo que eu via, um farrapo de gente, largado à cama. A casa fora devassada pelos credores e empregados desonestos haviam fugido carregando copioso fruto de saque. Baixelas, pratarias, cristais, porcelanas, roupas, telas, pequenos tesouros dos ascendentes das famílias Neves e Torres e até mesmo o piano e as joias de Dona Beatriz jaziam perdidos na voragem. Apenas Olímpia, antiga companheira, vinha até ali duas vezes por dia, a fim de prestar ligeira assistência ao enfermo, que, embora perfeitamente lúcido, não conseguia articular palavra, em vista das alterações nos centros nervosos. E isso tudo — rematava o informante, desencantado — há menos de uma semana…


Condoído, ali aguardei a noite.

Vi quando Gilberto e Marina atravessaram o vestíbulo, seguidos de Percília, Moreira e Cláudio, tomados de surpresa dolorosa.

Imaginando-se sozinhos, o jovem bancário e a esposa não conseguiam dominar as exclamações de assombro, até que à frente do leito, cuja solidão o lustre feérico parecia exagerar, se prosternaram em lágrimas. Nemésio reconheceu-os. Debalde intentou soerguer a carcaça dorida. Quis falar, mas não pôde, apesar do supremo esforço despendido.

— Pois é o senhor que encontramos assim, papai? — arfou Gilberto em desconsolo.

Cabeça trêmula, o interpelado apenas engrolava:

— Ah, ah, ah, ah, ah!…

Nós, porém, que lhe registrávamos os pensamentos, notamos, comovidos, que ele, reacomodado ao equilíbrio próprio, implorava aos filhos benevolência, compaixão…

Contemplou a nora pelo véu de pranto e lastimou na linguagem inarticulada do cérebro: “Marina!.. Marina!… sou um infeliz… Perdão, pelo amor de Deus!… Perdão pelas cartas afrontosas, perdão pelo meu crime!… Eu estava louco, no momento em que arrojei o automóvel no corpo de seu pai!.. Diga, diga se ele morreu… Perdão, perdão!…” A boca franzida, no entanto, somente repetia:

— Ah, ah, ah, ah, ah!…

Para os dois circunstantes, a terrível confissão paterna era simplesmente longa série de interjeições sem sentido.


Vimos então que Nogueira avançava realmente para o bem que se comprometera a dignificar. Somente naquela hora vinha a saber quem fora o autor do atentado que lhe impusera a morte… Longe, porém, de pedir-nos orientações ou conselhos, recordou, instintivamente, outra noite, além daquela em que perdera a existência… A noite na pensão de Crescina, cujas sombras lhe haviam acobertado os ultrajes à filha, compelindo-a ao desastre fatal… Viu Marina, ajoelhada, e, obedecendo aos ditames da própria alma, caiu genuflexo, abraçando-se a ela e, qual se ocupasse o íntimo da jovem senhora, atenazada de sofrimento moral, fê-la buscar a destra de Nemésio para beijá-la com a reverência que os filhos devem aos pais.

O enfermo, tocado no coração por semelhante gesto de respeitosa ternura, tartameleava sons ininteligíveis, implorando mentalmente: — “Perdão!… perdão!…”

Cláudio, testemunhando corajosa humildade, levantou-se, de súbito, e, erguendo os olhos para o alto, clamou em pranto:

— Deus de Imensa Bondade, perdão para mim também!…

Naquela mesma noite, uma ambulância atendia à hospitalização de Nemésio que, após alguns dias de tratamento, sempre custodiado pelos filhos, subia, em cadeira de rodas, no prédio do Flamengo, onde passou a habitar, mudo e inerme, sob os desvelos da nora e incessantemente amparado por Nogueira, no aposento que pertencera àquele que perseguira por rival e que se lhe erigia agora por denodado guardião.


Os êxitos morais de Cláudio, comentados com admiração por alguns amigos no “Almas Irmãs”, estabeleceram para o irmão Félix um problema grave, embora sem qualquer importância na feição exterior. Dona Beatriz, ciente de que o genitor de Marina, já desencarnado, obtivera licença para se demorar ao pé dos familiares em missão de auxílio, queria também; pelo menos, rever o esposo e o filho. Cientificara-se, de maneira superficial, quanto aos acontecimentos desagradáveis em que se envolviam os entes queridos. Muito longe, porém, de abranger-lhes toda a extensão, alegava essa circunstância para reforçar o propósito. Peça viva na engrenagem doméstica, não devia alhear-se, argumentava. Se Marina desposara Gilberto, aceitava-a por filha, e se os pais mantinham contendas, que não conhecia em todos os pormenores, nada mais justo que partilhar as dificuldades, oferecendo mediação.

Estabelecida a pretensão, negou-se Félix a atender.

Dona Beatriz recorreu a Neves, mobilizou a afeição de Sara e Priscila e voltou à carga; entretanto, o diretor se conservou irredutível. Neves, porém, que não se curara, de todo, da impulsividade, destacava o caráter aparentemente razoável do pedido, e colocou tantas relações e tantos empenhos no assunto, que o instrutor não encontrou outra alternativa senão aderir. Conquanto preocupado, determinou providências para que se efetuas se a excursão. Instado a prestigiar Dona Beatriz com a sua presença, escusou-se, delicado, conferindo, àquele que lhe fora genitor, ampla liberdade de ação e tempo. Particularmente, todavia, recomendou-me fizesse companhia aos dois viajantes, pai e filha. Que eu cooperasse com Neves na solução de qualquer emergência. Pressentia obstáculos, receava riscos.

Dona Beatriz, entusiasmada na contemplação do Rio, embora soubesse que Nemésio passara a residir com o filho, não apenas ansiava por abraçá-lo, como também suspirava reavistar a antiga moradia. Queria sorver o perfume da felicidade que tivera, exclamava, contente. E o pai, satisfeito, incentivava-lhe todos os programas. Acompanhando a dupla, não me permitia opor embargos.


Demandei o Flamengo, ouvindo a senhora Torres e admirando as reservas de sensibilidade e meiguice que lhe vibravam na alma de escol. Exteriorizava o júbilo de ave recém-liberta. Entretanto, logo após recebidos por Moreira e Cláudio, ao divisar o marido desfigurado na postura dos paralíticos, empalideceu, debruçando-se na cadeira de rodas que o albergava. Enleou-se a ele, que lhe não assinalava as caricias, a crivá-lo de perguntas lastimosas… Por que mudara tanto em dois anos apenas? que lhe acontecera para se relegar a semelhante ruína física? que fizera? por que? por quê?!…

Escutando tão somente o ruído de Marina e Dona Justa, nas atividades rotineiras, experimentava-se Nemésio tocado de fundas reminiscências… Não conseguia explicar a si mesmo a razão das ideias que lhe borbulhavam da cabeça, mas pensava em Beatriz. Reconstituía-lhe a imagem no imo do ser. A esposa!.. Ah! — refletia o doente, em cujo espírito a afasia requintara a vida interior — se os mortos pudessem amparar os vivos, segundo a crença de tantos, certamente que a velha companheira se compadeceria dele, estendendo-lhe as mãos!… Rememorava-lhe a compreensão silenciosa, a dignidade irrepreensível, a bondade, a tolerância!…

Ignorando que respondia, mecanicamente, às inquirições da esposa, amarrotada de angústia, ali colada a ele, revisou todos os acontecimentos posteriores à desencarnação dela, como que a lhe prestar severas contas. Gilberto, Marina, Márcia e Cláudio eram os protagonistas principais daquelas cenas que a memória perfeitamente lúcida lhe traçava nos painéis relampagueantes da aura, exibindo para a companheira e para nós outros, qual num filme pujante, a verdade toda, até o instante em que se precipitara no crime. Se Beatriz estivesse no mundo — concluía —, estaria isento de aflições e tentações. Junto dela, teria recolhido defesa, orientação. Profundas saudades lhe acicatavam a alma… Recompunha na imaginação os sonhos da juventude, o casamento, os projetos de ventura concentrados em Gilberto pequenino… Movimentou dificilmente a mão esquerda para enxugar o pranto que lhe encharcava o rosto, sem saber que a esposa o auxiliava, soluçando…


Neves, apreensivo, tentou soerguer a filha que se estirara no pavimento, à maneira de mãe torturada, incapaz de alijar do peito um filho semimorto. Em vão pronunciou palavras de encorajamento, exortações à paciência, conceitos evangélicos, promessas de futuro melhor… A filha magoada respondeu que amava Nemésio, que preferia ser amarrada num catre, ao lado dele, a separar-se de novo. Agradecia o devotamento de que andara cercada no “Almas Irmãs”; entretanto, pedia vênia para considerar que o esposo sofria. Como descansar, lembrando-lhe os suplícios? Jesus também — ponderava chorosa —, carregara a cruz por amor à Humanidade… Como fugir de suportar diminutas contrariedades na Terra, amenizando o martírio do homem a quem adorava? A doutrina cristã ensinara-lhe que Deus é um pai compassivo e um pai compassivo não aprovaria ingratidão e abandono.

O genitor, que não contava com a imprevista resistência, disse-me à socapa que Torres pai nada fizera para merecer semelhante abnegação e inclinava-se ao estouro, mas sugeri-lhe calma. Censuras agravariam a situação sem proveito.

Interferi.

Salientei para a senhora Torres que o filho se preparava a dar-lhe uma neta, que a conformidade da parte dela, no tocante às provações do marido, ser-nos-ia uma bênção.

Acatando-me a solicitação, ergueu-se, contrafeita, acompanhou-nos até Marina, cuja história real na família passara a conhecer pelas memorizações do enfermo.. Alma generosa, porém, compreendeu as ligações havidas e, fitando Cláudio, que lhe perdoara ao esposo tantas injúrias, beijou-lhe a filha com enternecimento de mãe. Abraçou Dona Justa, com simpatia, e, em seguida, retornou em nossa companhia ao quarto de Nemésio, onde nos compartilhou a oração e o trabalho de socorro magnético. Pareceu reconfortar-se, sobremodo, quando viu Gilberto em casa para o jantar, encantando-se ao notar que o filho buscara o doente para a refeição, após afagar-lhe a testa, acompanhando o gesto afetuoso com expressões de bom ânimo e carinho; entretanto, quando Neves falou em regressar, a devotada mulher enrodilhou-se ao marido e, desligada por nós, quase à força, revelava sinais de alienação começante.

Beatriz desceu do prédio abatida, muda. No intuito louvável de reaquecer-lhe o coração, Neves, que conhecia somente por alto a bancarrota comercial do genro, propôs se lhe realizasse naquela hora o desejo de uma visita, ainda que rápida, à antiga moradia. A filha, agora apática, não contestou. Obedeceu, automaticamente.

A noite caíra de todo, quando abordamos a vivenda que se reduzira a um casarão às escuras. A Lua plena assemelhava-se a uma lâmpada enorme que estivesse conscientemente recolhida a distância, envergonhada de apresentar à dona do palacete uma visão assim funesta.

O genitor, arrependido da instigação infeliz, diligenciou recuar, mas não pôde… Dolorosamente magnetizada pelas próprias recordações, Beatriz avançou apressada, à procura dos tesouros domésticos; todavia, não encontrou, nos lúgubres recintos, senão poeira e sombra do oásis familiar que construíra.. Além de tudo, o elegante domicílio, condenado a leilão, transformara-se em valhacouto de malfeitores desencarnados, aos quais se reconhecia absolutamente sem forças para expulsar. A desesperada criatura correu de peça em peça, de susto em susto, de grito em grito, até que se rojou de borco, nos tacos da espaçosa câmara que lhe merecia a preferência, pronunciando frases desconexas…

Beatriz enlouquecera. 


Postei-me de vigia, asserenando-a, enquanto Neves, desolado, recorria aos serviços de amparo urgente, ligados ao “Almas Irmãs”, em local não distante.

O auxílio não tardou.

No dia seguinte, enfermeiras especializadas colaboraram conosco, por determinação de Félix; mas, somente depois de quatro dias sobre o incidente, logramos reentrar no instituto, reconduzindo-a, dementada.

Duas semanas de trabalho vigoroso e atenção constante se esvaíram, infrutiferamente, no lar de Félix, até que um doe orientadores da equipe médica recomendou a internação da enferma em hospital adequado, a fim de que se lhe aplicasse a sonoterapia, com algum exercício de narco-análise, para que se lhe exumassem as recordações possíveis da existência anterior, com a cautela devida, de modo a que se não precipitasse em mergulhos de memória, alusivos a períodos precedentes.

O parecer foi acatado.


Félix convidou-nos, a Neves e a mim, comparecer, junto dele e do irmão Régis, no gabinete em que se efetuaria a pesquisa.

No momento indicado, ao pé de Beatriz, que dormia num leito, cujo travesseiro se achava munido de recursos eletromagnéticos especiais, permanecíamos, Félix, o irmão Régis, o distinguido psiquiatra que aventara a medida, acompanhado de dois assistentes, o chefe de arquivo do “Almas Irmãs”, Neves e eu, ao todo, oito companheiros observando a paciente, sendo forçoso explicar que as autoridades ali reunidas dispunham de aperfeiçoado sistema de comunicação, para consulta rápida às repartições a que se mantinham vinculadas.

Félix circunspecto, Neves sob nervosismo, os médicos diligentes e nós outros em expectação…

Iniciada a experiência, Beatriz, denotando voz e maneiras diversas das que lhe eram habituais, revelou-se num ponto indeterminado de existência anterior, reclamando contra uma certa Brites Castanheira, mulher à qual imputava os infortúnios que lhe devastavam a alma… Pelas considerações amargas, via-se que o analista esbarrara com expressivo foco de exacerbação, facultando-lhe fácil penetração nos domínios recônditos da mente. Prevalecendo-se disso, o médico indagou onde conhecera Brites, em que época e em que circunstâncias. Beatriz, sempre em sono provocado, replicou que para isso precisaria lembrar a juventude e, devidamente estimulada, elucidou que nascera no Rio, em 1792, e se chamava Leonor da Fonseca Teles, nome que lhe adviera do homem com quem se consorciara em segundas núpcias. Informou haver nascido na rua de Matacavalos, numa casa singela em que vivera descuidosa meninice. Em 1810, porém, modificara-se-lhe o destino. Desposara um rapaz português, de nome Domingos de Aguiar e Silva, que se demorava no Brasil, em serviço do Duque de Cadaval, na Corte de D. João VI. Dessa união tivera um filhinho, que recebera o nome de Álvaro, em 1812. O marido, no entanto, falecera prematuramente no Caminho do Boqueirão da Glória, quando se responsabilizava pela condução de alguns potros bravos, adquiridos para as cocheiras reais. Referiu-se com gratidão às manifestações de estima com que se vira brindada por personalidades influentes da época e às promessas articuladas em favor do pequenino que ficara órfão. Viúva aos vinte e dois de idade, foi requestada por rico ourives, que montara estabelecimento na rua Direita, Justiniano da Fonseca Teles, moço mais velho que ela apenas três anos, cuja proposta de casamento aceitou. Alegrara-se por verificar enteado e padrasto em abençoada camaradagem.

Álvaro cresceu afetuoso e inteligente e, como não possuía rebentos do segundo matrimônio, a criança se levantara entre ela e o esposo por laço de luz e amor. Ainda assim, aos quinze de idade, em 1827, o menino embarcara no rumo da Europa, sob o patrocínio de fidalgos amigos do pai, tendo realizado estudos brilhantes em Lisboa e Paris…

A magnetizada narrava sucessos da época, exteriorizando impressões, acerca de pessoas, coisas, realizações e ocorrências, qual se trouxesse a imaginação recheada de crônicas vivas. Confidenciou que o filho regressara em 1834. Para ela e Justiniano, a casa transformara-se, de novo, num mar de rosas, até que certa noite…

Diante das reticências, o irmão Félix, visivelmente comovido, solicitou que o serviço de análise se detivesse nas possíveis recordações da noite mencionada.

O orientador da pesquisa atendeu.

Beatriz franziu a testa, patenteando o sofrimento de quem esbarrava com uma ferida no próprio corpo, sem meios de extirpá-la, e respondeu, descontente:

— Devo explicar que Brites era casada com Teodoro Castanheira, rico negociante que morava na rua da Valinha. Ambos moços, com uma filha única, Virgínia, pequenota de onze anos… Embora eu tivesse ultrapassado os quarenta, junto de Brites que ainda não alcançara os trinta, queríamo-nos intensamente, enquanto que nossos maridos nos copiavam a afeição, com a mesma diferença de idade… Eles unidos pelos negócios e nós pelos sonhos caseiros…

E continuou:

— Na noite que comecei a mencionar, meu esposo e eu apresentávamos Álvaro à sociedade, num sarau do Comendador João Batista Moreira, na Pedreira da Glória… Senti horríveis pressentimentos quando Álvaro e Brites se cumprimentaram, parando extáticos, de olhos um no outro, para ouvir as sonatinas… Debalde inventei motivos para retirar-nos cedo… Voltamos tarde com o rapaz, devaneando. Supunha impossível que ela fosse casada e mãe de uma filha… Parecera-lhe simples menina de salão na graça de que se enfeitava. Fiz quanto pude para evitar o desastre, mas o destino… Ambos tomados de paixão recíproca, iniciaram-se em passeios… Voltas pelo Mangrulho e brincadeiras na praia de Botafogo, excursões de caleça para a Fazenda do Capão, passeios para lá da Muda da Tijuca… Isso tudo acontecia pacificamente, até que Teodoro os descobriu juntos num quarto do Hotel Pharoux. Escandalizado, o marido desinteressou-se da mulher, embora não se retirasse do lar por amor à filha… Mas, mesmo nessa posição, cortejou a menina Mariana de Castro, a que chamávamos Naninha, jovem de bons costumes, que residia com os pais na rua do Cano… Brites, longe de se magoar, até mesmo facilitou quanto pôde a ligação, para ver-se livre… Naninha acabou cedendo às escondidas, mas enjeitou dois filhos do comerciante nas portas da Misericórdia, como é do conhecimento público…

A senhora Torres entrou em crise de lágrimas e seguiu contando que o filho, depois de quatro anos, se enfadou de Brites e só então comunicou à família que deixara uma prometida em Lisboa… Suspirava por voltar, mas receava que a amante se despenhasse no suicídio. Depois de muitas negaças em vão para retirar-se, arquitetou um plano maquiavélico, de que resultara para ela, mãe amorosa, a infelicidade irremediável. Percebendo, a pouco e pouco, a fraqueza de Brites pelas joias, insinuou ao padrasto que ela ansiava possuir-lhe a dedicação, fantasiando recados e armando embustes. Justiniano, vencido pelas sugestões do enteado, pôs-se em ação, conseguindo impressionar Brites com presentes raros, até que no primeiro encontro, forjado pelo próprio Álvaro, interferiu ele na cena, assumindo o papel de companheiro ultrajado, afastando-se, enfim, para Portugal, deixando várias tragédias em andamento.

O golpe infundira na senhora Castanheira uma nova personalidade. Convertera-se em pavorosa mulher, calculista, cruel. Nunca mais se lhe vira um gesto de piedade. Metamorfoseara Justiniano num homem de sexualidade pervertida, extorquindo-lhe dinheiro e maia dinheiro, até ao ponto de entregar-lhe a própria filha, Virgínia, que atravessara os quinze de idade, vendendo-a ao amante, homem já velho, para senhorear terras e haveres. Ainda assim, não contente com os próprios desvarios, desencaminhava moças de nobre formação, atirando-as no prostíbulo, estimulava infidelidades, vícios, crimes, abortos…

Virgínia, com quem Justiniano passara a viver, em definitivo, abandonando a esposa, transfigurara-se em pomo de discórdia entre o senhor de Fonseca Teles e Teodoro Castanheira, que se atormentaram mutuamente em onze anos de conflitos inúteis, até que o marido de Dona Brites, então vivendo maritalmente com Naninha de Castro, desde muito, aparecera morto a punhaladas, na rua da Cadeia, atribuindo-se o homicídio a escravos foragidos. Naninha, porém, não ignorava que Justiniano fora o mandante e tramou desforço. Uniu-se a outro homem, em cujo espírito insuflou despeito e ódio contra o ourives da rua Direita, e os dois, então morando num recanto da praia de Botafogo, planejaram assassiná-lo num suposto acidente. Justiniano, já idoso e enfermo, adquirira o hábito da visita domingueira à Bica da Rainha, no Cosme Velho. Quando regressava de uma dessas jornadas, à noitinha, guiando o carrocim em que se fazia conduzir, Naninha e o companheiro, ocultos na sombra, crivaram o cavalo de pedras revestidas de farpas, depois de escolherem local que favorecesse o desastre… O animal desembestado arrojou-se ladeira abaixo, rebentando freios e arremessando o velho do cimo de um barranco sobre um monte de lajes que se empilhavam em baixo, onde Justiniano encontrara a morte, quase que instantânea.

E Dona Beatriz rematou, lacrimosa:

— Ah! meu Deus, tudo por na.da, porque Álvaro, de retorno a Portugal, achou a prometida casada com outro, por imposição dos pais, regressando, mais tarde, ao Brasil, onde acabou na condição de professor solteirão… Ah! meu filho, meu filho!… Por que te fizeste o autor de tantas calamidades?!…

Nesse tópico das revelações, o irmão Félix solicitou dos cientistas um intervalo para explicações, antes de se retirar.


A doente foi restituída ao sono e o instrutor pediu ao chefe do Arquivo a certidão da saída de Beatriz, já que se ausentara dali mesmo, quase cinquenta anos antes, para a reencarnação no Rio. O interpelado, atento ao caso em exame, trouxera consigo a ficha de Dona Beatriz Neves Torres.

Sim, precedendo-lhe o nome atual, aparecia o de Leonor da Fonseca Teles, que desencarnara no Rio, estivera, por algum tempo, em regiões inferiores, morara por vinte e oito anos em colônia espiritual de reeducação não distante, e passara apenas dois meses no “Almas Irmãs”, em 1906, por solicitação do próprio irmão Félix, que lhe patrocinara o renascimento no lar de Pedro Neves, ali presente.

Félix, porém, rogou as informações possíveis, acerca de personalidades referidas por Beatriz, que estivessem vinculadas ao Instituto.

Aparelhos funcionaram e o Arquivo respondeu com presteza. Justiniano da Fonseca Teles, Teodoro Castanheira, Virginia Castanheira e Naninha de Castro estavam reencarnados no Rio. Todos com certidão de saída do “Almas Irmãs”. Justiniano era Nemésio Torres, negociante, com débitos agravados; Teodoro Castanheira apresentava-se com o nome de Cláudio Nogueira, já desencarnado, mas ainda em serviço na Terra, com melhoras sensíveis; Virgínia Castanheira respondia agora por Marina Nogueira Torres, com índices promissores de reforma íntima; Naninha de Castro fora Marita Nogueira, que estivera recentemente desencarnada num dos parques de repouso da organização, e que se achava em processo de novo renascimento no Plano físico, por pedido expresso do próprio diretor do Instituto, enquanto que Brites Castanheira envergava na Terra o nome de Márcia Nogueira, cuja ficha era desoladora. O registro dessa mulher somava longa série de abortos e deserções do dever, além de vários compromissos indiretos em lares destruídos e existências sacrificadas. Anotações das piores nas piores anotações da instituição.

Um dos médicos presentes, talvez empolgado com o depoimento de Beatriz, indagou por notícias de Álvaro. O Arquivo elucidou que Álvaro de Aguiar e Silva não possuía atestado de saída para a reencarnação pelo “Almas Irmãs”. Achava-se apenas cadastrado no departamento de queixas. Leonor, que lhe fora mãe carnal, Justiniano, o padrasto, e a própria Brites Castanheira, antes do regresso a novas lides terrenas, haviam inscrito severas acusações contra ele, embora os dois últimos tivessem estado, apenas de modo ligeiro, no Instituto, ao saírem de colônia penal.


O irmão Félix perguntou se constava dos apontamentos de Márcia algum gesto nobre, por onde se ensaiasse eficiente auxílio a ela. Constava, sim, aclarou a repartição competente. Um dia, empenhara-se, com os melhores impulsos maternais, a garantir casamento digno à filha enferma. (Vide dois capítulos atrás.)

O instrutor, então, conjugando dignidade e modéstia, levantou-se, e, arrasando-nos com a valorosa humildade de que dava testemunho, participou-nos que Álvaro de Aguiar e Silva e ele eram a mesma pessoa, o mesmo Espírito, que ali se erguia diante de Deus e diante de nós, num julgamento em que a consciência lhe exigia implorar, voluntariamente, a reencarnação, a fim de se colocar ao encontro de Brites, então na personalidade da viúva Nogueira… Esforçar-se-ia na regeneração de si mesmo e dar-lhe-ia a existência, já que se reconhecia o verdugo, categorizando-a por vítima.

Um raio não nos fulminaria com tanta força.

Os médicos jaziam cabisbaixos, o irmão Régis tinha lágrimas, Neves empalidecera e eu mal conseguia respirar…

Corajoso, Félix continuou elucidando que a Misericórdia Divina, à medida que o Espírito se esclarece, entrega ao tribunal da consciência o dever de se corrigir e de se harmonizar com as leis do Eterno Equilíbrio, sem necessidade do apelo a disposições compulsórias, e que, em razão disso, daquela hora em diante tornaria pública a decisão de se recolher aos trabalhos preparatórios do renascimento na arena física.

Confessou que a delinquência sexual gerara para ele responsabilidades semelhantes às de um malfeitor que dilapidasse um edifício ou uma cidade, através de explosões em cadeia. Lesando os sentimentos de Brites Castanheira, mulher respeitável até à ocasião em que lhe transtornara o coração e o cérebro, identificava-se, diante dos princípios de causa e efeito, culpado, até certo ponto, por todos os delitos de natureza emotiva por ela cometidos, de vez que após abandoná-la, impelindo-a deliberadamente à deslealdade e à aventura, podia compará-la a uma bomba, por ele preparada na direção de quantos a pobre criatura prejudicara, como querendo vingar no próximo o duro revés que lhe infligira.

Rogava-nos, ele, a quem devíamos tanta felicidade, apoio fraterno para que se lhe conseguisse um lugar de filho no lar de Gilberto, assim que Marina restaurasse o claustro materno, após o renascimento de Marita. Idealizara encontrar-se com Márcia, na ternura de um neto… Ser-lhe-ia o companheiro nos tempos áridos da velhice corpórea, recolher-lhe-ia o amor puro, sofreriam juntos, dar-lhe-ia o coração. Não lhe competia a indiferença, persuadido qual se achava de que a Infinita Bondade de Deus poderia conceder à viúva de Cláudio um valoroso resto de tempo na estância física… Se o Senhor lhe facultasse o favor que impetrava, que o auxiliássemos a ser fiel nos compromissos, desde o raciocínio infantil; que o amparássemos nos dias de tentações e fraquezas, que lhe perdoássemos as rebeldias e as faltas, e que, por amor à confiança que ali nos congregava, não lhe patrocinássemos, em tempo algum, qualquer mergulho em facilidades nocivas, a titulo de amizade…

Austero e doce, dirigiu-se particularmente ao irmão Régis, inteirando-o de que ambas as irmãs, Priscila e Sara, se achavam em preparativos para o retorno à Terra, que partiriam antes dele, que contava com a possibilidade de se retirar da direção do Instituto, dentro de aproximadamente seis meses, a fim de aprontar-se, e que não anelava outra coisa que não fosse a experiência e a felicidade do companheiro à frente da organização.

Nenhum de nós, contudo, dispunha de energias para largar o silêncio. Os médicos requisitaram substitutos que assegurassem o descanso de Beatriz; Régis, mudo, afastou-se dando o braço ao chefe do Arquivo; Neves abeirou-se da filha inerte, dando a ideia, de quem ansiava esconder-se para meditar na lição. Vi-me só diante do instrutor. Alçando para ele os olhos, como na primeira vez que o fitara, na residência de Nemésio, procurei recompor-me, ao fixar-lhe o rosto imperturbável. Era o mesmo homem que eu não saberia dizer se amava como sendo meu pai ou meu irmão. Ele me percebeu o estado de alma e abraçou-me. Através daquele olhar firme e percuciente, compreendi que não me desejava sensibilizado, e tentei reequilibrar-me. Apesar disso, incapaz de controle total, pus a cabeça, que a emoção desgovernava, naquele ombro que me habituara a venerar, mas, antes que eu chorasse, senti-lhe a destra a me afagar, de leve, os cabelos, ao mesmo tempo que me perguntava pela aula de fluidoterapia, de que não me seria lícito ausentar.

Saímos juntos.

Lá fora, ao vê-lo caminhar ereto e calmo, tive a impressão de que o Sol rutilando nos céus era uma advertência da Sabedoria Divina a que sustentássemos lealdade na marcha constante para a Luz.




(Página recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier.)

[A forte emoção sofrida por Dona Beatriz no contato com as lembranças de Nemésio, rompeu-lhe o equilíbrio emotivo e desencadeou o processo alienatório concluído ao visitar a casa que lhe pertenceu. Observar porém, que tal desequilíbrio tem suas raízes na zona traumática subconsciente, reveladas pela narco-análise a que foi submetida.]



ANEXO


ANÁLISE DA RELAÇÃO EXISTENTE ENTRE A VIDA DOS PERSONAGENS DESSA HISTÓRIA COM A VIDA DOS MESMOS PERSONAGENS EM EXISTÊNCIA ANTERIOR

I — Beatriz, outrora Leonor da Fonseca Teles casada em segundas núpcias com Justiniano da Fonseca Teles na existência precedente, volta a associar-se ao mesmo segundo marido daquela existência, com o nome atual de Nemésio Torres.

II — Nemésio, outrora Justiniano, comprometera-se na existência precedente com Brites Castanheira e depois com sua filha Virginia Castanheira. Novamente associado a Leonor na pessoa de D. Beatriz é fortemente atraído a Marina, filha de Nemésio e Márcia, com a qual se compromete, tanto quanto com Márcia, a ex-Brites Castanheira.

 III — Márcia, outrora Brites Castanheira, por questões econômicas relacionara-se naquela existência com Justiniano, chegando a entregar-lhe a própria filha. Na atual existência, é igualmente atraída a Justiniano na pessoa de Nemésio Torres, tendo grande interesse pelas vantagens financeiras do parceiro de aventuras.  Márcia, outrora Brites, continua seus desvarios sexuais iniciados ao sentir-se abandonada por Álvaro (VII), desvarios estes, novamente retomados, na presente existência, quando, associada a Cláudio viu-se por este desrespeitada. (Vide caso com Aracélia narrado por Márcia no da 1ª Parte)  Márcia, que outrora incentivara Justiniano a perversão, chegando mesmo a entregar-lhe a filha, encontra-o hoje, como sedutor de Marina, a mesma Virgínia de  então.

IV — Marina, a Virginia Castanheira de outrora, convivera com Justiniano estando aquele já idoso, atualmente volta a manter relação com Justiniano, agora Nemésio Torres, homem também idoso. Marina, como Virginia, fora a causa da discórdia entre Justiniano, seu amante, com Teodoro, seu pai de outrora. Novamente Virginia como Marina, torna-se o motivo principal da antipatia entre Nemésio e Cláudio. Justiniano outrora, por Virginia, assassinou Teodoro. Atualmente Nemésio por Marina comete o mesmo crime contra Cláudio, embora seu desejo tenha sido o de eliminar Marina e não Cláudio.

V — Cláudio, outrora Teodoro Castanheira ao ser abandonado por Brites, sua esposa, voltou-se para Naninha de Castro com quem passou a manter relações. Atualmente Cláudio, outra vez casado com Brites na pessoa de Márcia, novamente sente-se for temente atraído por Marita, sua filha agora, ex-amante de então.

VI — Marita, outrora Naninha de Castro, enjeitara dois filhos seus nas portas da Casa da Misericórdia no Rio, frutos de seu relacionamento com Teodoro Castanheira. Marita experimenta a prova da orfandade, considerando-se enjeitada pelo destino (vide seu “” com a cachorrinha Joia).

VII — Félix, outrora Álvaro Aguiar e Silva, o causador indireto das tragédias desencadeadas por Brites, atualmente regenerado atingindo grande iluminação espiritual, transforma-se em tutor do colégio de Espíritos envolvidos no mesmo drama vivencial.



Cairbar Schutel

jo 11:35
Parábolas e Ensinos de Jesus

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 102
Página: -
Cairbar Schutel
“Jesus disse aos judeus que criam nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sois meus discípulos; e conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará"

(João, VIII, 31-32.)


O homem é um ser dotado de razão e de sentimento. São estes os dois pólos da Vida Psíquica através da qual se realça o eixo do Ideal mantenedor da evolução gradativa do Espírito!


O homem é um ser polarizado pelo raciocínio e vivificado por sentimentos de virtude, por afetos que o prendem à Fraternidade e só quando usa esses atributos em busca da Verdade, ergue-se, dignifica-se, eleva-se e santifica-se.


Fora dessa esfera de ação e de educação o homem é besta! Besta porque não sente, besta porque não pensa!


Pensar é existir; assimilar afeições, virtudes, amor; é viver: Cogito, ergo sum!, “Penso, logo, existo!" Há homens que pensam; há homens que sentem; uns e outros estão nos primórdios da vida. É preciso, entretanto, que o pensar seja acompanhado do sentir, porque o pensar sem o sentir, o sentir sem o pensar, são faculdades abstratas que encaminham, a alma para o grande Ideal, mas não o libertam completamente na ignorância e do atraso.


Na alma livre o pensar se completa com o sentir, e o sentir, com o pensar, porque a Verdade não teme o erro, a luz não pode ser absorvida pelas trevas.


Todos os grandes pensamentos só podem ser assimilados depois de sentidos, e todos os nobres sentimentos só podem ser compreendidos depois de pensados.


Quando Descartes proclamou: Cogito, ergo sum, não só pensou, como sentiu; pensou existir e sentiu a vida em si próprio.


A compreensão não vem só do raciocínio, mas do raciocínio aliado ao sentimento: são estes os dois grandes faróis luzentes da Estrada da Vida.


Abri clareiras ao vosso entendimento pelo raciocínio; alargai as esferas do sentimento; não vos atemorizeis ante as alturas e longitudes, porque a águia e o condor não transpõe o círculo do seu voo; os pássaros têm seus limites nos ares!


Homens! Voai, desprendei-vos da escuridão da ignorância que cerceia a vossa inteligência e vos ata a pesados dogmas!


Voai! Dai expansão à vossa razão, deixai palpitar os vossos corações aos generosos sentimentos para ascenderdes às esferas da Ciência e do Amor, onde a Verdade brilha com todos os seus esplendores!


Lembrai-vos, ó homem! que sois dotado de razão e sentimento!


Buscai a Palavra de Jesus, permanecei na sua palavra, sede verdadeiramente seus discípulos, e “conhecereis a Verdade, e a Verdade vos libertará"!



Irmão X

jo 11:35
Contos Desta e Doutra Vida

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 8
Francisco Cândido Xavier
Irmão X

Quando o Espírito de Macário Fagundes bateu à porta da Esfera Superior, sobraçava à altura do peito elegante volume da Bíblia.

A Bíblia resumira-lhe na Terra as preocupações e os objetivos.

Estudara religiões. Simpatizara com todas. Contudo, refugiara-se na Bíblia, dela fazendo argumento de última instância.

Fora a Macário que um amigo, certa feita, ponderara, delicado: “Fagundes, não tenho dúvidas quanto ao Novo Testamento, em que realmente sentimos a presença do Cristo, mas, no que se reporta aos antigos profetas, creio tudo devamos examinar com raciocínio e discernimento. Você acredita, por exemplo, no caso de Jonas, qual vem relatado pelos cronistas? Aceita que Jonas tenha sido tragado por uma baleia, viajando são e salvo dentro dela?” (Jn 2:1) E Macário respondera, firme: “A letra do Velho Testamento não pode falhar. Acredito piamente que a baleia engoliu Jonas para que ele cumprisse a missão de que estava incumbido, e, se estivesse escrito na Bíblia que Jonas engolira a baleia, eu aceitaria a informação com a mesma fé.”

Pois era Macário quem se perfilava agora, reverente, ao pé da Sagrada Porta.

Mensageiro espiritual atendeu, presto. E Fagundes explicou a própria condição. Vinha do mundo. Fora cristão fiel. Perdera o corpo de carne, no fenômeno da morte, e queria lugar para descanso. Para isso, acrescentava, vivera no temor da Bíblia, consagrando-se a ela de alma e coração.

— Entretanto, Fagundes, que fez você com a Bíblia? — indagou o amanuense, calmo.

— Peço licença para alongar-me um tanto na resposta — rogou o recém-chegado —, pois gastei a existência analisando ensinamentos e confrontando textos.

— Perfeitamente. Você esclarecerá a própria situação como deseje.

E Macário passou a elucidar:

— Adorei a Bíblia como sendo a Palavra de Deus, em todos os meus dias. Sei que outros estudantes possuem apontamentos mais ou menos diversos de minha estatística pessoal, efetuada em longo tempo de estudo; no entanto, posso dizer que a Bíblia está contida em 69 livros, sendo 42 no Velho Testamento e 27 no Testamento Novo.

E prosseguiu:

— O Tesouro Eterno, dentro dos livros referidos, está formado por 1.189 capítulos. Os 1.189 capítulos estão divididos em 31.138 versículos. Os 31.138 versículos possuem 774.748 palavras. As 774.748 palavras estão articuladas com 3.566.512 letras. O meio da Bíblia fica no versículo 8, do Salmo 118, em que o profeta diz claramente: “É melhor confiar no Senhor do que confiar no homem.” (Sl 118:8) O versículo mais longo é o de número 9, do capítulo VIII, do Livro de Ester, (Et 8:9) que relaciona uma ordem de Mardoqueu, e o versículo mais curto é o de número 35, do capítulo XI, do Evangelho de João, (Jo 11:35) que dá notícia do pranto de Jesus por Lázaro morto.

Creio seja desnecessário alinhar anotações vulgarmente sabidas, mas é importante apontar que a Bíblia gastou cerca de mil anos para ser escrita, e está traduzida em mais de mil línguas e dialetos. Macário silenciou.

Admitindo que ele apresentara quanto pretendia, o mensageiro replicou:

— Efetivamente, a sua cultura do livro sagrado é espantosa, mas houve um mal-entendido. Desejamos saber o que você realizou com a Bíblia no coração e nas mãos…

— Ah! — tornou Fagundes, repentinamente desapontado. — Já disse o que consegui… Minha confiança na Bíblia diz tudo…

— Sim, os seus conhecimentos são admiráveis; no entanto, a Esfera Superior pede obras, obras edificantes… A Lei determina seja cada um de nós julgado pelas próprias obras… (Mt 16:27) É preciso que você relacione os próprios feitos…

— O apóstolo Paulo — adiantou Macário, desculpando-se — declara no versículo 1, do capítulo 5, na Epístola aos Romanos, que “justificados pela fé temos paz com Deus, por Nosso Senhor Jesus-Cristo”. (Rm 5:1)

— Sem dúvida — atalhou o amigo espiritual —, a fé constitui o alicerce de todo trabalho, tanto quanto o plano é o início de qualquer construção. O apóstolo Paulo deve ser atenciosamente ouvido, mas não podemos esquecer a palavra do Divino Mestre, no versículo 34, do capítulo 13, no Evangelho de João: “Amai-vos uns aos outros como vos amei.” (Jo 13:34) Não ignoramos que Jesus nos amou em plena renunciação de si mesmo para melhor servir.

— É… é… de fato…

E Fagundes indagou:

— E agora? se me dediquei completamente à fé, que fazer agora?

— É preciso voltar à Terra e nascer de novo para fazer o bem que ensinamos. O próprio Cristo não teve outro programa, perante Deus, e Paulo de Tarso, que exaltou a fé, não viveu outras diretrizes diante do Cristo… Crer, sim, mas fazer também. Fazer muito e sempre o melhor…

Macário resmungou, chorou, lastimou-se, reclamou; contudo, não teve outro remédio senão aceitar a verdade e nascer de novo.

(.Humberto de Campos)


Carlos Baccelli

jo 11:35
Evangelho de Chico Xavier, O

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 184
Carlos Baccelli

Choro… Quando tenho vontade de chorar, choro; mas eu não me lembro de algum dia ter chorado de revolta… Tenho chorado com o sofrimento de meus amigos. Não estranhem não! Jesus também chorou por Lázaro; (Jo 11:35) está lá, no menor versículo do “Novo Testamento”… Eu não sou uma pedra! Os Espíritos, muitos deles, quando escrevem por meu intermédio, choram também… Agora, choro é de quando em quando, esse negócio de chorar todo dia não dá!…




Amélia Rodrigues

jo 11:35
Quando Voltar a Primavera

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 15
Divaldo Pereira Franco
Amélia Rodrigues

A urdidura da perversidade se apresentava na imprudência do ódio que espocava nas mentes aturdidas e despeitadas.


A reação psicológica dos que são nobres, apenas na aparência, se expressava na intriga e na inveja, que retratam os painéis ignóbeis da hipocrisia bem vestida e da pequenez moral disfarçada em pureza exterior.


Jesus, sabendo que ainda não era chegada a hora, deixou a Judeia rica de orgulho e pobre de fé, demandando as áridas regiões da Pereia, onde ainda pairavam as últimas modulações de locanaan.


A fortaleza escura de Maqueronte, à borda do deserto, assinalava na distância o marco limítrofe do poder de César, e além eram a Natureza em tons fortes, o solo adusto, desnudo, com as montanhas em pétreo pano de fundo...


No entanto, pelo caminho, a cantilena da mensagem balsamizava os deserdados do mundo, candidatos à vida nova.


Homens e mulheres renovados, modificadas as conjunturas das mazelas de que padeciam, bendiziam-Lhe o nome e louvavam-nO, reconhecidos. Reconhecimento e gratidão, aliás, que seriam de breve duração...


Todavia, na doce e cálida Betânia, nos cerros acima, a poucos quilômetros de Jerusalém, Lázaro enfermara... (João 11:1-46) Provavelmente, era janeiro do ano 30 e a vida messiânica do Rabi marchava para o término...


Um mensageiro dedicado, em nome das irmãs aflitas, deixou a pequenina casa branca entre rosais e demandou as terras distantes, onde o Rabi se fazia o hífen de esperança entre o mundo das dores e as mansões de felicidade.


Após a fatigante jornada, a notícia foi dada com pormenores.


O Mestre, todavia, sempre solícito, pareceu não dar maior importância à preocupação dos amigos queridos, em cujo lar sempre desfrutara de calorosa e terna hospitalidade.


Várias vezes ali estivera e naquele recinto de enobrecimento espalhara o pólen da Boa-nova.


Demorou-se, todavia, na região, por mais dois dias, sem dar mostras de interesse ou zelo pelo amigo, em enfermidade ultriz.


Quando os discípulos já não esperavam qualquer resolução ou informe ao mensageiro, Ele resolveu partir...


Há exclamações e receios nos discípulos. "A Judeia ameaçara lapidá-l0 há pouco, e agora pretende desafiar a força do poder farisaico, volvendo lá e aparecendo na Betânia, um quase arrabalde de Jerusalém? " —, pensam os amigos. "Como retornar àqueles lugares malsinados, onde sofrerá injunções humilhantes? " Ele, porém, pulcro e sereno, acalma os amigos, referindo-se a Lázaro, que "dormia", aguardando Sua presença para que despertasse.


— Se dorme, ficará bom, despertará — redarguiram os amigos, incapazes de penetrar o sentido da palavra.


— Lázaro morreu para o mundo, penetrou os umbrais da sombra e me espera. Folgo por tal ocorrência, de não me achar lá para que creiais: será para maior glória de Deus e para que aqueles que não creem passem a crer...


Entreolham-se os aprendizes da magna Doutrina imortalista em delineamento e apresentação. Curiosos e afetivos, seguem-nO.


Quando o Mestre chega a Betânia dirige-se para o túmulo de Lázaro, enquanto Marta, chorosa, vem saudá-lO:

— Se aqui estivésseis, Senhor, meu irmão, que tanto vos amava, não teria morrido. Eu sei, no entanto, que o que pedirdes a Deus, Ele o concederá.


— Lázaro dorme, há de ressuscitar.


— Eu sei que ele há de ressuscitar no dia da ressurreição - redarguiu a irmã, aflita.


O Mestre pede a presença de Maria, que se detém no lar, atendendo visitantes da capital que trouxeram condolências à família enlutada.


Em copioso pranto, seguida pelas pessoas gradas, esta abraça o Mestre e se lamenta.


A dor a embrulha nos tecidos da angústia e ela se veste de agonia. Arroja-se aos pés do Amigo e exclama:

— Senhor, se tivésseis estado aqui, não teria morrido meu irmão!


Ante a comoção geral, que decorre do quanto o homem simples e bom se fizera amar, Jesus chorou...


Os presentes estranham e murmuram:

— Vede como o amava!


O amor é como suave perfume que todos pressentem, embora quem o gera se acostume a essa essência divina.


No momento de expectativas e ansiedades, o Senhor pede que a pedra sepulcral de entrada seja removida.


Marta, exclama:

— Há quatro dias intimado, cheira mal, já em decomposição.


— Não te disse, que se creres verás a glória de Deus?


O Senhor penetra-se da presença do Pai e exora ajuda.


Sua oração é um poema de exaltação, uma ode que se converte em súplica de humildade e confiança absoluta.


No silêncio que se faz espontâneo ante o espetáculo da tarde formosa, esta é a tela em branco onde Ele grafará a epopeia de eternidade.


— Pai, graças te dou por me ouvires. Eu sabia que sempre me ouves, mas assim falei, por causa desta multidão que me cerca, a fim de creem que me enviaste.


Há uma eloquente expectativa.


— Lázaro! - A voz timbra profunda e poderosa. - Sai para fora.


Levanta e anda!


O cataléptico despertou do letargo, movimentou-se e aproximou-se.


O estupor, as lágrimas de comoção e surpresa explodiram.


O morto acordava e, envolto pelo sudário, com as ataduras que lhe cingiam as antigas úlceras, desataviou-se e sorriu...


— Eu sou a ressurreição e a vida — dissera há pouco aos atônitos assistentes. - Aquele que crê em mim, mesmo que esteja morto, viverá e todo o que vive e crê em mim jamais morrerá...


Há os vivos no gozo, no poder, nas artes da aquisição da fortuna, dos interesses mesquinhos, que transitam nos sólios e tronos do mundo, no entanto, cadaverizados, mortos que respiram e jazem em trevas, sob as claridades do Mundo Espiritual.


Existem os que mergulham no torpor mortal das enfermidades de longo porte, que se anestesiam e se amolentam, sem acordarem, para a saúde do Espírito imortal.


Movimentam-se mortos para o bem, muitos corifeus da negação e da perversidade.


Lázaro se encontrava na anestesia da morte aparente do corpo, vitimado pelo profundo sono da catalepsia...


E há os vivos que, embora sem o corpo, atuam e vivem no esplendor da consciência livre; os que se movimentam na esfera espiritual em comunhão com a incessante beleza da Vida.


Transitam os vivos para as realizações nobilitantes que, inobstante o corpo, são livres, sem algemas nem amarras com o passado, perfeitamente comprometidos e conscientizados com os altos ideais do Mundo Verdadeiro.


Mortos-vivos em construção da vida e vivos-mortos na elaboração dos abismos em sombra onde tombarão.


Lázaro saía da morte aparente ao apelo de Jesus para a ação na vida temporária, prelúdio da vida sem sombra nem morte, que viria depois.


* * *

Em Betânia, entre os amigos, o Evangelho atestou a excelência do amor e o amor ressuscitou da noite a madrugada...


Lázaro vem d´Aquele que dá a vida, mas, também, que é o Senhor da morte...


* * *

Os presentes exultaram... todavia, alguns acorreram precipites a Jerusalém e deram conta aos jactanciosos defuntos ornados das prerrogativas mentirosas da Terra, em intriga contra Aquele que, somente quando "erguido um dia, atrairia todos a Ele", por fim.



Referências em Outras Obras


CARLOS TORRES PASTORINO

jo 11:35
Sabedoria do Evangelho - Volume 6

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 24
CARLOS TORRES PASTORINO

III - ENCONTRO COM MARIA


JO 11:28-37


28. E tendo dito isto, foi e chamou Maria sua irmã, e disse-lhe secretamente: "O mestre está aqui e te chama".

29. logo que ouviu, ela ergueu-se depressa e foi a ele,

30. pois Jesus ainda não entrara na aldeia, mas estava no lugar onde Marta acorrera a ele.

31. Então os judeus que estavam com ela em casa e a consolavam, vendo Maria erguer-se depressa e sair, acompanharam-na, crendo que ia ao túmulo para lá chorar.

32. Quando, pois, Maria chegou onde Jesus estava, vendo-o, caiu-lhe aos pés, dizendolhe: "Senhor, se estivesses aqui, não teria morrido meu irmão".

33. Jesus, então, quando a viu chorar, e chorarem os judeus que a acompanhavam, fremiu em espírito e se comoveu,

34. e disse: "Onde o pusestes"? Disseram-lhe: "Vem e vê".

35. Jesus ficou com os olhos rasos d"água.

36. Diziam, então, os judeus: "Vede como o amava"

37. Alguns deles, porém, disseram: "Não podia este que abriu os olhos do cego, fazer também este não morresse"?

Depois da explosão mística, Marta regressa a casa, para chamar a irmã contemplativa. Fala-lhe "secretamente" (láthrai). Maria ergue-se imediatamente e vai ao encontro de seu grande Amor. Mas os visitantes a acompanham pressurosos, para confortá-la, pois julgam que vá ao sepulcro para lá chorar (klaíein, cfr. MT 2:18; LC 7:13; MC 5:38).


Maria reproduz a cena e as palavras de Marta, mas em posição de maior humildade: caída a seus pés e desfeita em lágrimas.


Ao vê-la chorar, a psychê sensível e delicada de Jesus "fremiu em espírito" (enebrimêsato tôi pneúmati, tal como em JO 13:21) e "se comoveu" (etáraxen heautón), ficando "com os olhos rasos d’água" (edákrysen). Aqui, mais uma vez nos afastamos das traduções correntes, que - comentando ser este o versículo mais curto da Bíblia - nos dão: "e Jesus chorou". Bela a imagem, sem dúvida, mas não corresponde ao que está no original. Verificamos que, em todos os passos é usado, para "chorar", o verbo klaíô; mas quando se refere aqui a Jesus, neste versículo, é empregado o verbo dákryô, que não exprime, propriamente, "chorar", mas "ficar com os olhos marejados", ou "chegarem lágrimas (dákryma) aos olhos".


Os judeus, ao vê-Lo comovido, anotam que ele "o amava" (philéô) e, recordando-se do cego de nascen ça, fato que deu que falar, indagam por que não havia Ele também curado Lázaro, antes que desencarnasse.


jo 11:35
Sabedoria do Evangelho - Volume 7

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 28
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 26:17-19


17. No primeiro dia dos ázimos, vieram os discípulos a Jesus, dizendo: onde queres que te preparemos para comeres a Páscoa?

18. Ele disse: "Ide à cidade, a um tal, e dizei-lhe: o Mestre diz: está próximo meu tempo; em tua casa farei a Páscoa com meus discípulos".

19. E os discípulos fizeram como lhes ordenara Jesus e prepararam a Páscoa.

MC 14:12-16


12. E no primeiro dia dos ázimos, quando sacrificavam a Páscoa, disseram-lhe seus discípulos: onde queres que vamos preparar-te para que comas a Páscoa? 13. E enviou dois de seus discípulos e disse-lhes: "Ide à cidade, e virá a vós um homem carregando um cântaro de água; acompanhaio;

14. e onde entrar, dizei ao dono da casa que o Mestre diz: Onde é meu aposento, em que comerei a Páscoa com meus discípulos?

15. Ele vos mostrará um sobrado grande, mobiliado, pronto; e ai preparai-nos".

16. E saindo os discípulos e chegando à cidade, e encontrando como lhes dissera, prepararam a Páscoa.

Lc 22:7-13


7. Veio, pois, o dia dos ázimos em que devia sacrificar a Páscoa.

8. E enviou Pedro e João, dizendo: "Indo, preparai-nos a Páscoa para comermos".

9. Eles disseram-lhe: Onde queres que (a) preparemos?

10. Disse-lhes ele: "Eis que, indo vós à cidade, virá a vós um homem carregando um cântaro de água; acompanhaio até a casa em que entrar;

11. e direis ao dono da casa: O Mestre te diz: Onde é o aposento em que comerei a Páscoa com meus discípulos?

12. E ele vos mostrará um sobrado grande, mobiliado; ai preparai".

13. Indo, pois, encontraram como lhes dissera, e prepararam a Páscoa.



Anotam os narradores que "era o primeiro dia dos ázimos". Pelo que sabemos de Flávio Josefo (Ant. JD 2, 15, 1) a festa durava oito dias cheios, pois no dia da imolação do cordeiro, 14 de nisan, não devia encontrar-se na casa nenhum alimento fermentado, nenhum condimentado com sal, nenhum temperado com azeite. Para evitar descuidos, desde a véspera, 13 de nisan, os donos da casa percorriamna em todos os recantos, catando qualquer migalha de fermento, para que fosse queimado a tempo.


Era, assim, denominado "primeiro dia dos ázimos" o dia 13. No entanto, também era permitida uma antecipação da imolação do cordeiro.


PÁSCOA


A imolação do cordeiro pascal, seu cozimento e sua consumação eram realizados ao pôr do sol do dia 14 de nisan, e a FESTA DA PÁSCOA, propriamente, era comemorada no dia 15. Ora, sabemos que Jesus foi crucificado "no dia em que devia comer-se o cordeiro", isto é a 14 de nisan.


Então, forçosamente, o cordeiro foi imolado e comido, por Ele e por seus discípulos, no dia 13 (o primeiro dia dos ázimos). Essa antecipação podia realizar-se:

1. º - Quer porque o próprio Jesus tenha resolvido fazê-lo, para seguir a grande massa popular, que recuava de um dia a imolação, quando o dia 15 caía num sábado, para que não violassem os preceitos do repouso depois das 18 horas da sexta-feira. Isso apesar de a Michna estabelecer: "a páscoa é superior ao sábado", não havendo necessidade dessa antecipação (cfr. Mechitta, 5, 1 e Gem. Pesachim 33, 1 e 66, 1).


2. º - Quer porque o Sinédrio, levado pela opinião dos sacerdotes da Casa de Boethus, que tinham grande influência, tivessem recuado oficialmente a cerimônia, para não ferir o repouso sabático.


Com esses dados, podemos estabelecer a data da crucificação de Jesus, já que sabemos que foi crucificado numa "sexta-feira 14 de nisan": com efeito, durante a procuradoria de Pilatos na Palestina, só três vezes o 14 de nisan coincidiu com a sexta-feira: no ano 27 (a 11 de abril); no ano 30 (a 7 de abril) e no ano 33 (a 3 de abril). Alguns autores, (João Crisóstomo, Patrol. Craeca vol. 58, col. 729; Teofilacto, Patr. Gr. vol. 123, col. 440; Pseudo-Victor, Catena, pág. 420; Eutímio, Patrol. Craeca, vol. 129, col. 652) opinam que prôtos, "primeiro" dia dos ázimos, deveria ler-se pro, isto é "na véspera" do dia dos ázimos (1).


(1) Pelos dados mais recentemente descobertos, devemos trazer um acréscimo à cronologia que expusemos no 1 vol, pois a crucificação só teria podido dar-se no ano 30 (dia 7 de abril), quando então teríamos que recuar de 28 para 27 o mergulho de João; ora, no mesmo vol. 1 chegamos à conclusão de que o mergulho realizou-se no ano 29. Tendo Jesus nascido a 7 A. C., e tendo completado seu primeiro ano de vida no ano 6 A. C., no ano 29 teria "cerca de 30 anos", ou mais precisamente 34 anos. Nesse passo, a crucificação não poderia ter ocorrido no ano 30, em vista das numerosas atividades relatadas nos Evangelhos. Temos, portanto, que adiar para o ano 33 (dia 3 de abril) a crucificação. Ai, então, compreendemos o porquê da tradição unânime que vem de longa data, de que Jesus "morreu aos 33 anos". Deve-se ao erro do diácono Dionísio o Pequeno, que estabeleceu o nascimento no ano 1 de nossa era, pois se fixara no dito de Lucas (Lucas 3:23) de que Jesus tinha" cerca de 30 anos", e de que sua crucificação ocorrera no ano 33. Contudo, tendo Jesus nascido a 7 A. C. (vol. 1) ou seja, o ano 747 da fundação de Roma, sua crucificação ocorreu no ano 33 (785 de Roma), quando contava, quase, 38 anos, ou seja estava no 37. º ano de sua vida, embora não tivesse completado os 38. Com isso, queremos corrigir o que escrevemos no vol. 1.


Os discípulos tomam a iniciativa de perguntar ao Mestre onde quer que seja preparada a Páscoa. Jesus encarrega Pedro e João de irem à cidade - o que denota que estavam fora de Jerusalém - e lá prevê o que está para acontecer: ao entrar (logicamente pela Porta de Siloé, onde se localizava a Fonte) encontrariam um homem a carregar água.


Observemos a originalidade: àquela época eram só as mulheres (escravas ou, nas famílias pobres, as donas da casa) que exerciam esse mister: um homem, mesmo servo, a fazê-lo, constituía uma exceção.


Ao encontrá-lo, deviam segui-lo para ver aonde se dirigia e onde entrava: com isso, localizariam a casa de "um tal" (pròs tòn deína), maneira de evitar a citação nominal por parte dos narradores. As suposições foram várias ao longo dos séculos: era a casa de Nicodemos, a de José de Arimateia ou de qualquer outra personagem importante cujo nome não devia ser citado para evitar perseguições, ou mesmo do pai de Marcos, que era casado com Maria, a irmã de Pedro, e que morava em Jerusalém (cfr. AT 12:12, AT 12:17). Mas é inútil querer adivinhar!


Ao encontrar o dono da casa, diriam: "o Mestre pergunta: onde é o meu aposento (tò katályma mou) para comer a páscoa com meus discípulos"? E Mateus acrescenta: "comerei a páscoa em tua casa" (pròs se, equivalente a parà soi, que o francês traduz otimamente: chez toi). A expressão tò katályma designava o aposento de hóspedes (cfr. 1RS, 1:5 e EC 14:25). Tudo isso demonstra que havia realmente intimidade grande e confiança absoluta de parte aparte.


O anfitrião mostraria um "sobrado grande" (anágaion méga), o que revela casa grande de pessoas ricas.


Anotemos que essa palavra anágaion é um hápax neotestamentário, pois o termo comum para expressar o sobrado era hyperôon ("o andar de cima"). Ocupava, geralmente, todo o pavimento superior, abarcando todos os cômodos do térreo, e se mantinha normalmente mobiliado com tapetes, almofadas e divãs, para condignamente receber os hóspedes, permitindo-lhes comer e dormir.


Jesus regressa a Betânia com os discípulos, deixando Pedro e João encarregados dos preparativos, naturalmente auxiliados pelos escravos e empregados da casa.


A refeição da ceia pascal consistia em pão sem fermento, em salsa ritual (haroseth), em chicóreas amargas (merôrim), tudo cozido sem sal nem azeite (cfr. EX 12:8 e NM 9:11).


Eis a primeira preparação para o início do Drama Sacro para a emancipação do homem.


Aparece um sinal (sêmeion) que é mostrado (deíknymi) com clareza tão grande e evidência tão brilhante, que admira não ter sido comentado em todos os tons durante esses quase dois mil anos, um sinal que anuncia a possibilidade e a época em que se promoverá a libertação ou redenção para a humanidade terrena.


Hão de ocorrer todas as modificações preditas nos capítulos que anteriormente comentamos - E "toda esta geração estará presente para vê-lo" - mas só se dará início à passagem (páscoa) no signo de AQUÁRIO: sim, encontrarão um homem a carregar um cântaro de água.


Isso representa, desde a mais remota antiguidade, o signo de aquário, que figura no zodíaco egípcio de Denderah com duas ânforas. Todas as tradições orientais relacionam esse arquétipo com o final de um ciclo que traz em si o germe de novo princípio (ouróboros). Aquário é o princípio da dissolução e decomposição das formas, e da imediata proximidade da libertação, por meio da destruição do que é meramente fenomênico.


Mas o signo do aquário constitui simplesmente o sinal (sêmeion) reconhecedor da época. A realidade do ágape místico virá ao encontrarmos o" dono da casa" (oikodêspótês), que simboliza o Eu profundo, a Individualidade, que já mantém "mobiliado" o aposento de cada um. Notemos, de fato, que Jesus pergunta pelo ""MEU aposento", e embora não seja abertamente revelado, esse aposento está no "sobrado alto", no "primeiro andar" (anágaion).


O termo exprime, literalmente "acima" (aná) "a terra" (gáios, de gês). Não é na parte material, onde encontramos o aposento secreto do encontro e da passagem, aquele "aposento" (tameíon) onde já devemos estar habituados a "entrar e, fechada a porta, orar em secreto" (MT 6:6): é "acima da terra" (anágaion), acima do nível material.


Essa a razão por que Marcos e Lucas não usaram o termo vulgar e comum hyperôo, que exprimia o andar de cima reservado primitivamente às mulheres e, mais tarde, aos escravos. Com uma palavra nova, altamente significativa, quiseram chamar a atenção dos discípulos para o sentido oculto. E criaram o novo termo, dantes inexistente na língua grega. Por aí ficamos sabendo que as figurações alegóricas que se passam na terra (en tês gês), representadas na matéria densa, constituem mero e pálido reflexo sombrio da realidade vivida "acima da terra".


Onde? Dizem alguns autores que a ação pimordial foi realizada no plano astral. Outros admitem que o foi mesmo no físico denso, e que a humanidade e o planeta conseguiram deter sua descida evolutiva que já se avizinhava da destruição total da "alma" (cfr. Rudolf Steiner, "Pierres de construction pour la connaissance du Mystère du Golgotha", Paris, 1947) e iniciar o caminho do regresso, quando o sangue de Jesus (seu duplo etérico) penetrou na terra, infundindo-lhe novas energias divinas.


Quanto a nós - salvo erro - pensamos que a REALIDADE foi integralmente vivida no plano espiritualmental, enquanto o reflexo se fazia sentir no plano astral e, secundariamente, em repercussão inevitável, no plano físico, único testemunhado pelos discípulos diretos.


Exatamente por isso, aqueles que tinham capacidade e poder espiritual para acompanhar o Grande Drama Místico no plano mental - ou plano REAL e ESSENCIAL - não tiveram necessidade de comparecer ao espelhismo do ocorrido no plano físico. Referimo-nos à ausência, que tanta estranheza causa, em todo o sacrifício do Gólgota, dos três grandes amigos íntimos de Jesus: Lázaro, Marta e Maria.


Deles não mais se fala na história do cristianismo de então. Não são citados nos livros escriturísticos, nem nos apócrifos, nem mesmo figuram nas tradições orais: desapareceram totalmente, como se jamais tivessem tido ligação com o Mestre. Nem por isso deduziremos que renegaram o Amigo: apenas O seguiram por outros caminhos, em outros planos.


A tradição fala-nos de Maria Madalena, mas não da Maria de Betânia. Interessante focalizar resumidamente o que se disse no passado das três Marias: a pecadora, a Madalena e a irmã de Marta.


* * *

AS TRÊS MARIAS


Nas narrativas evangélicas, além de outras (a Mãe de Jesus, a esposa de Cléofas, etc), aparecem três Marias sobre as quais as opiniões divergem:
#c1 1. MARIA "a pecadora", que ungiu os pés de Jesus na casa de Simão o fariseu (LC 7:36-50; vol. 3). 2. MARIA MADALENA, que o Talmud apresenta como casada inicialmente com o judeu Pappus Ben Judah, que abandonou para unir-se ao oficial de Herodes chamado Panther; não era, necessariamente uma "pecadora pública" nem uma "viciada" como a descreve Gregório Magno (Patrol. Lat. vol. 76, col. 1239, na Homilia in Evang. 33,1). Curada por Jesus que lhe expulsou sete espíritos obsessores, agregou-se a Ele permanecendo a seu lado até a crucificação; a ela Jesus apareceu logo após a "ressurreição", em primeiro lugar.
#c1 3. MARIA DE BETÂNIA, irmã de Lázaro e de Marta (cfr. JO 11:1-44) que ungiu os pés e também a cabeça de Jesus na casa de Simão o leproso (JO 12:3, vol. 6) e recebeu Jesus em sua casa (LC 10:38-42, vol. 5).
Entre os comentadores, divergem as interpretações desde as mais remotas épocas:

A) as três constituem uma só pessoa, afirmam: Clemente de Alexandria (Pat. Gr. vol. 8 col. 430);


Tertuliano (Pat. Lat. vol. 2 col. 1001); Gregário Magno (Pat. Lat. vol. 76 cols. 854 e 1239; vol. 77, col. 877; e vol. 79 col. 243); Bernardo, embora com hesitação (Pat. Lat. vol. 183, cols. 342, 422,
527, 831); e Agostinho, que ora afirma a identidade das três (Pat. Lat. vol. 34 col. 1155) ora hesita em afirmar que sejam uma só pessoa (Pat. Lat. vol. 35, col. 1748).

B) Distinguem a pecadora da Madalena (nem supõem identidade com Maria de Betânia): as Constitutiones Apostolicae (Pat. Gr. vol. 1, col. 769); João Crisóstomo (Pat. Gr. vol. 78, col. 342; Orígenes (Pat. Gr. vol. 13, col. 1721). Seguido por Teofilacto, Eutímio, Servio, etc. ; Ambrósio (Pat. Lat. vol. 15, col. 1672), discute o assunto, afirmando que são duas, embora possa defender-se a hipótese de que a pecadora se transformou em santa; Hilário (Pat. Lat. vol. 9 col. 748); Jerônimo (Pat. Lat.


vol. 23, col. 1123 e 1130 e vol. 26, col. 191).


Modernamente J. Bollandus, Acta Sanctorum (tomo 5. º pág. 187) afirma a identidade das três, que fez festejar pela igreja de Roma a 22 de julho; Bossuet ("Sur les Trois Madeleine", Migne, Paris, 1856, vol. 5. º, col. 1647) distingue as três em defesa brilhante.


Analisemos os argumentos que distinguem a "pecadora" de Madalena:
a) o nome do anfitrião, Simão, era tão comum que, entre os doze discípulos de Jesus, dois se chamavam assim;
b) uma é dita "a pecadora"; a outra designada pelo nome;
c) uma unge os pés, a outra os pés e a cabeça;
d) uma derrama o perfume, a outra quebra o vaso;
e) de uma murmura o anfitrião contra Jesus, da outra queixa-se Judas em alta voz contra o desperdício;
f) no episódio da pecadora é repreendido Simão; no da Madalena são repreendidos os discípulos;
g) Simão o fariseu estava na Galileia; Simão o leproso em Betânia, na Judeia;
h) o primeiro banquete foi mais de um ano antes da crucificação, o segundo, seis dias apenas antes;
i) o fato de ter tido sete obsessores não implica em ter sido pecadora pública;
j) logo após citar a pecadora (LC 7:37), o mesmo evangelista apresenta a Madalena (LC 8:2) dando-lhe o nome, como personagem nova;

k) o fato de João dizer que Maria foi "a que ungiu" (hê aleípsasa) no passado, quando só narra a unção posteriormente, nada indica, pois na mente do evangelista devia estar vivo o episódio como já realizado, e só literariamente aparece a narrativa do fato em seguida.


Quanto à irmã de Marta:
a) Nada faz supor que tivesse tido vida desregrada;
b) Jesus conhece a pecadora durante o jantar de Simão o fariseu, ao passo que Maria de Betânia era sua amiga, sendo sua casa frequentada por Jesus;
c) Maria Madalena era originária de Magdala, na Galileia; Maria irmã de Marta era originária de Betânia, na Judeia.

Das três, nada mais se sabe a respeito da "pecadora" nem de Maria de Betânia. Apenas da Maria Madalena há tradições: Gregório de Tours (Pat. Lat. vol. 71, col. 131) escreve no seu "De Glória Martyrum", no 29, que o túmulo de Maria Madalena era visto em Éfeso ainda no século 6. º.


Daniel, o higumeno, diz ter visto seu túmulo e sua cabeça, em Éfeso, no ano 1106 (cfr. Tomaschek Comptes Rendus de l"Académie de Vienne" tomo 124, pág. 33).

Os historiadores bizantinos dizem que o imperador Leão VI, em 899, fez trazer para Constantinopla o corpo de Madalena (cfr. Leo Grammatictts, Pat. Graeca, vol. 120, col. 1108).



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de João Capítulo 11 do versículo 1 até o 57
I. DA MORTE PARA A VIDA, Jo 11:1-57

Este é o último dos "sinais" registrados por João como evidência de que Jesus é o Cristo, e outra oportunidade para a fé por parte daqueles que estão lendo (cf; Jo 20:30--31). Este milagre, freqüentemente chamado de "o maior", é um clímax adequado para as obras terrenas de Jesus. É o melhor exemplo do que Jesus pode fazer pelos homens — trazê-los da morte para a vida. "Eu vim para que tenham vida e a tenham com abundância" (Jo 10:10).

Com freqüência, surge a questão a respeito do fato de que este milagre está registrado somente por João, e não é mencionado nos Sinóticos. Devemos nos lembrar de que exis-tem outros milagres de ressurreição dos mortos registrados nos Sinóticos: a filha de Jairo (Mt 9:18-26; Mac 5:22-43; Lc 8:40-56) e o filho da viúva (Lc 7:11-17). Os Sinóticos também trazem afirmações gerais sobre tais milagres caracterizando a obra e o ministé-rio de Jesus (Mt 11:4-5; Lc 7:22).

É necessário dizer pelo menos três coisas. A primeira, João não menciona esses dois milagres registrados nos Sinóticos; nenhum autor, exceto Lucas, fala do filho da viúva. Descartar a ressurreição de Lázaro somente com base na falta de evidências de apoio requereria descartar a ressurreição do filho da viúva também. A segunda, existe o registro de uma testemunha ocular, João; assim, a necessidade das provas recai sobre o homem que diz "não aconteceu". Finalmente, se Jesus era Deus encarnado, não há dificuldades insuperáveis no relato. Se Ele é menos que isso, toda a história do Novo Testamento é inteiramente inacreditável. Assim, a pergunta realmente é: Quem você acha que Ele é?

1. A Morte de Lázaro (Jo 11:1-16)

A introdução da narrativa apresenta os personagens principais. Há duas irmãs, Maria e Marta (cf. Lc 10:38-42). Elas são identificadas como residentes em Betânia (ver o mapa 2), uma aldeia no declive sudeste do monte das Oliveiras, cerca de três quilômetros de Jerusalém. Maria é descrita como aquela que tinha ungido o Senhor com ungüento e lhe tinha enxugado os pés com os seus cabelos (2, cf; Mt 26:6-13; Mac 14:3-9). Lázaro,' o irmão das duas mulheres, não é mencionado em nenhuma outra parte do Novo Testamento. Mas aqui ele é um personagem importante, embora passivo. No estilo característico de João, ele é apresentado como um certo Lázaro e como enfermo (1), "um fato de extrema importância".' A doença de Lázaro retrata a condição de todos os homens separados de Deus. A aflição é o pecado, que é universal (Rm 3:23), e o seu fim é sempre a morte (Rm 6:23).

Na sua hora de desespero, por causa da terrível doença de Lázaro, as irmãs envia-ram um recado a Jesus, que estava em Peréia (Jo 10:40), talvez a uma distância entre trinta e cinqüenta quilômetros (ver o mapa 1), dizendo: Senhor, eis que está enfermo aquele que tu amas (3). A mensagem foi enviada "com a afeição natural de seu relaci-onamento pessoal".1" A reação inicial de Jesus foi dizer três coisas: a primeira, Esta enfermidade não é para morte (4). Estas palavras "significam, para os ouvintes, que a doença é temporária, mas para Jesus elas significam que a morte de Lázaro não é mais do que uma morte temporária",' porque Ele sabia o que iria fazer (cf. 6.6). A segunda, esta doença é para glória de Deus. "A cura indubitavelmente capacitaria os homens a ver a glória de Deus em ação".' Em terceiro lugar, esta enfermidade é para que o Filho de Deus seja glorificado por ela. O milagre de ressuscitar Lázaro dos mortos é, no Evangelho de João, a justificativa para o julgamento e a morte de Jesus (ver 11:47-48,57), que é também a sua hora de glorificação (Jo 12:23-17.1).

Alguns hesitam e chegam a tropeçar naquilo que parece ser um paradoxo. Jesus amava a Marta, e a sua irmã, e a Lázaro (5), mas ainda assim, ouvindo... que estava enfermo, ficou ainda dois dias no lugar onde estava (6). Se Ele amava, por que demorou? Esta não é uma pergunta pouco freqüente na mente dos homens que são afligidos pela tristeza e pela morte. Mas Jesus tinha as suas razões. "Como o Senhor amava a família, Ele foi no exato momento em que a sua visita seria mais frutífera, e não quando foi convidado".' Em todas as outras partes do quarto Evangelho, Jesus também decide agir estritamente pela sua própria iniciativa, nunca simplesmente pelo convite ou pela solicitação dos homens (cf. 2.4; 7:3-10). Assim, aqui, na hora certa, Ele disse aos seus discípulos: Vamos outra vez para a Judéia (7).

Esta proposta de voltar para a Judéia motivou uma considerável discussão entre Jesus e os seus discípulos. O seu conteúdo provê uma reflexão sobre o milagre e as conseqüências que iriam ocorrer. É evidente que os discípulos estavam bem cientes da profun-da hostilidade dos judeus que procuravam apedrejar Jesus (cf. Jo 10:31-39). Natural-mente eles perguntaram: E tornas para lá? (8)

A resposta de Jesus a esta objeção está em uma linguagem francamente figurada. Não há doze horas no dia? (9).1" Trench comenta assim a paráfrase: "Enquanto durar o dia, o tempo indicado pelo meu Pai para o meu trabalho terreno, enquanto houver qualquer obra para que eu realize, eu estarei seguro, e vocês estarão seguros na minha companhia".' Mesmo diante do mais formidável inimigo, a morte, não devemos nos render tão rapidamente ao desespero em um momento de crise. Jesus conhecia a sua hora e estava pronto no momento indicado.

A idéia sugerida pela palavra dia se desenvolve em figuras características de João: luz, andar sem tropeçar, o que se torna possível porque uma pessoa vê a luz deste mundo (9, cf. Jo 1:5-9; 9.5). Estes exemplos positivos estão intimamente associados com a vida (Jo 1:4-8.12). Eles devem superar a noite e as trevas, onde os homens tropeçam (10) e onde reina a morte (13-14). Os versículos 9:14 definem o tema de todo o capítulo. Existe uma luta cósmica entre as trevas e a luz, a morte e a vida, o mal e o bem. Esta luta é particularizada aqui em um homem — Lázaro. Ele está morto (14). Nesta situação humana, Jesus deve entrar para evocar a fé naqueles que vivem, para dar a vida a quem estava morto.

Quando Jesus disse: Lázaro, o nosso amigo, dorme, mas vou despertá-lo do sono (11), Ele estava usando a palavra "sono" com duplo sentido. Como usada no Novo Testamento, ela tem o sentido eufemístico de "morte" em treze ocorrências, contra so-mente três vezes no sentido de "sono normal".' Mas os discípulos pensaram que Jesus se referia ao sono normal, daí a sua observação: Senhor, se dorme, estará salvo ("ele se recuperará", NEB, 12). Para deixar esta situação perfeitamente clara para os discípu-los, Jesus disse claramente: Lázaro está morto (14).' A ausência de Jesus junto àquele leito de morte se converteria em uma coisa boa para os discípulos. Jesus disse: folgo, por amor de vós, de que eu lá não estivesse, para ["com a finalidade de", Berld que acrediteis. Mas vamos ter com ele (15). Ressuscitar Lázaro dentre os mortos seria um milagre que traria um convencimento maior do que curar a sua enfermidade.

Já não havia protestos por parte dos discípulos quanto ao perigo que espreitava na Judéia; mas Tomé, com o seu pessimismo característico, em um tipo de desespero leal insistiu com os discípulos para que acompanhassem o destino do seu Mestre:' Vamos nós também, para morrermos com ele (16). Sobre Tomé, Westcott diz: "Ele será capaz de morrer pelo amor que sente, porém jamais fingirá uma fé que não sente".174

2. Jesus e Marta (Jo 11:17-27)

A viagem da Peréia (além do Jordão, ver o mapa

1) a Betânia levou cerca de dois dias. Jesus ficou onde estava por dois dias (6) depois que recebeu a mensagem das irmãs. Assim, quando Ele chegou em Betânia, já havia quatro dias que [Lázaro] esta-va na sepultura (17).

A proximidade entre Betânia e Jerusalém, quinze estádios (18; ver o mapa 2), pouco mais de três quilômetros, era conveniente para muitos dos judeus que tinham ido consolar a Marta e a Maria, acerca de seu irmão (19).

As duas irmãs reagem à chegada de Jesus nesta ocasião com a mesma personalida-de que demonstraram em Lucas 10:38-42. Marta é ocupada, ativa e lidera, ao passo que Maria é pensativa, devota e espera. Assim... ouvindo, pois, Marta que Jesus vinha, saiu-lhe ao encontro; Maria, porém, ficou assentada em casa (20).

A conversa de Jesus com Marta neste episódio poderia ser chamada de "uma lição sobre o significado da fé". Pois a fé, para ser eficiente, deve ser não apenas dinâmica, mas também completa, i.e., deve ser caracterizada por aquelas reações que envolvem a pessoa como um todo. L. H. Marshall compara a fé com a pólvora, que é composta por carbono, enxofre e salitre, e cada um desses compostos deve estar na mistura antes que haja uma explosão. Da mesma forma, a fé genuína tem os seus elementos de confiança, a reação emocional; a fé, a reação de compreensão, ou a resposta intelectual; e também de lealdade, o exercício da vontade.' Jesus desafia Marta a ter esse tipo de fé.

Não havia dúvida sobre a sua confiança, pois as suas primeiras palavras a Jesus foram: Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido. Mas tam-bém, agora, sei que tudo quanto pedires a Deus, Deus to concederá (21-22). Este ato inicial de fé confiante tentara "alcançar aquilo que não conseguiria agarrar".' Mar-ta deve ter sentido pouco consolo ou esperança quando Jesus sugeriu que o seu irmão iria ressuscitar. Ela expressou imediatamente a sua esperança judaica quando disse: Eu sei que há de ressuscitar na ressurreição do último Dia (24). Ela ainda não tinha percebido que "na presença de Jesus, a ressurreição é uma realidade iminente e presente; e aquilo que para os judeus é uma esperança futura, para os cristãos é uma realidade presente".17

Para levar Marta a compreender a imediata presença da ressurreição, Jesus decla-rou: Eu sou a ressurreição e a vida (25).' Embora esta afirmação se expresse na forma das muitas similitudes, em João, que expressam a idéia da divindade — por exem-plo, "Eu sou o pão da vida" (Jo 6:48) ou "Eu sou a videira verdadeira" (Jo 15:1) — esta não é uma similitude. Antes, "é a referência a Ele mesmo daquilo que Marta tinha dito sobre a ressurreição final... a ressurreição da qual Ele é potencialmente a Fonte, assim como o Agente".' Assim, o próprio Jesus é o dom da vida, tanto presente quanto futuro, para o homem, pois... quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá; e todo aquele que vive e crê em mim nunca morrerá (25-26; cf. Jo 6:39-40,44,54). Dodd, fazendo uma tradução literal, coloca estes versículos em uma interessante forma correlata:

Eu sou a ressurreição:

aquele que tem fé em mim,

ainda que esteja morto, viverá novamente.

Eu sou a vida:

aquele que vive e tem fé em mim nunca morrerá.

Então ele compara a afirmação de Jesus em Jo 5:28 com o evento de Jo 11, mos-trando que esta é uma "imagem da ressurreição".

Aqueles que estão nos sepulcros Ele encontrou Lázaro na sepultura (Jo 11:17)

ouvirão a sua voz

Ele clamou com grande voz:

"Lázaro, vem para fora!" (Jo 11:43)

e sairão

O defunto saiu (Jo 11:44)

Assim se pode ver que "a Ressurreição é uma comunicação pessoal do próprio Se-nhor, e não uma graça que Ele tem que obter de outro. Marta tinha falado de um dom a ser obtido de Deus e dispensado por Cristo... Ele é aquilo que os homens necessitam. Ele não alcança a bênção para eles; Ele é a própria bênção".'

A questão primordial para Marta, agora, não era se Jesus podia fazer alguma coisa, mas se ela realmente sabia quem Ele era. Assim, Ele perguntou: Crês tu isso? (26) Este é um novo teste para a fé dela, um exame da sua reação intelectual. A sua resposta foi rápida e direta. Sim, Senhor, creio' que tu és o Cristo, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo (27; cf. Jo 1:49; Jo 6:69; Mt 16:16; Mac 8.29). Não é exato falar de uma fé cega ou ignorante. Tais expressões facilmente desculpam mentes preguiçosas e inteli-gências entorpecidas. O crente precisa ter familiaridade com o objeto da sua fé. Aquilo que se chama freqüentemente de fé é simplesmente uma confiança mal colocada, ou um palpite tolo. Paulo disse, "eu sei em quem tenho crido" (2 Tm 1.12).

3. Jesus e Maria (Jo Jo 11:28-32)

Uma das mais belas mensagens pessoais já enviadas foi a que Marta levou de Jesus a Maria. Tendo deixado Jesus onde o encontrara, Marta disse em segredo a Maria: O Mestre está aqui e chama-te (28). A palavra didaskalos, aqui traduzida como Mestre, significa literalmente "professor". Porém Mestre é uma boa tradução, porque Marta "está falando de alguém que ela acredita ser o Mestre em todas as situações dolorosas e angustiantes".' Assim que Maria ouviu o chamado, levantou-se logo e foi ter com ele (29), encontrando-o no mesmo lugar onde Marta o encontrara (30).

Como os sepulcros ficavam fora da cidade, pode ser que o lugar onde Marta se encon-trou com Jesus fosse próximo do lugar onde Lázaro estava sepultado. Portanto, Jesus esperou onde Ele encontrou primeiramente Marta enquanto ela foi chamar Maria (28). Por Maria ter saído tão rapidamente, os judeus de Jerusalém que tinham vindo para consolar as irmãs supuseram que ela tinha ido ao sepulcro para chorar ali (31). O versículo 31 é uma espécie de nota de rodapé que visa explicar a sua movimentação em direção ao local onde Lázaro estava sepultado.

O encontro entre Jesus e Maria lembra ao leitor uma cena anterior na casa em Betânia, quando "Maria... assentando-se... aos pés de Jesus, ouvia a sua palavra" (Lc 10:39) ; aqui ela lançou-se aos seus pés (32). É dificil pensar em Maria em qualquer outra posição perante Jesus a não ser em uma postura de adoração, expectativa e humil-dade. As suas palavras para Jesus foram exatamente as mesmas que Marta havia pro-nunciado — Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido (32).

O encontro entre Jesus e Maria poderia receber um título: "O Chamado do Mestre", e possuir três aspectos: 1. O chamado é pessoal (28) ; 2. O chamado vem aos homens onde eles estão (28-29) ; 3. O chamado nasce do desejo de Cristo em relação ao homem, e da necessidade que o homem sente em relação a Ele (32-33).

  • Jesus e os Judeus (Jo 11:33-37)
  • A cena ao longo da estrada onde Jesus se encontrou com Maria foi de choro, tanto por parte de Maria como também dos judeus... que com ela vinham (33). Quando Jesus viu isto, ele moveu-se muito [ou "foi tomado pela indignação", ASV, margem] em espírito e perturbou-se (33). Estas palavras foram interpretadas de diversas manei-ras pelos comentaristas. O que João quis dizer com isso? É evidente que "a sua tristeza é descrita em uma linguagem muito mais intensa do que aquela que retrata a dor de Maria e a dos judeus".1"A palavra traduzida como moveu-se muito é forte e ilustrativa, e aqui significa "ficou profundamente comovido".1" Mas a pergunta permanece: O que foi que fez com que Jesus ficasse tão comovido? Alguns consideram que isto foi basicamente uma imagem da perfeita humanidade de Jesus (Bernard, Lagrange). Outros vêem o fato como uma tristeza pelo pecado humano que resultou na morte (Zahn, Loisy). Há ainda outros que consideram o fato como um resultado da "indignação" (ASV) de Jesus devido à hipocrisia e à falta de fé dos judeus "chorosos" (Plummer, Bauer).'

    Quando Jesus perguntou: Onde o pusestes? (34), veio a resposta: Senhor, vem e vê (34). Evidentemente foi no caminho para o sepulcro que Jesus chorou' (35; cf. Lc 19:41) e os judeus exclamaram, Vede como o amava (36). A observação seguinte, por parte dos espectadores, foi somente um olhar para o passado. Não podia ele, disseram, que abriu os olhos ao cego, fazer também com que este não morresse? (37) Na sua descrença, mal sabiam eles da grande verdade revelada a Marta — a ressurreição pessoal e presente — Jesus Cristo o Senhor.

  • Jesus e Lázaro (Jo 11:38-44)
  • Quando o grupo chegou ao sepulcro, viu-se que era uma caverna, e tinha uma pedra posta sobre ela (38). "O sepulcro usual na Palestina... não tinha porta, mas na frente da abertura havia uma ranhura, e na ranhura se colocava uma grande pedra, como uma roda de carreta, e essa pedra era rolada pela entrada até selar a caverna".1"

    Quando Jesus viu o sepulcro, Ele disse: Tirai a pedra (39). Por que aquele por quem "todas as coisas foram feitas" (Jo 1:3) e que estava prestes a trazer à vida um homem morto há quatro dias, pediria a alguém para tirar a pedra? Poderia ter sido um desafio para a fé de Marta, que estava crescendo, mas que ainda era inadequada e incompleta? Foi Marta quem respondeu: Senhor, já cheira mal, porque é já de quatro dias (39).

    A sua objeção, sob o ponto de vista humano, tinha um bom fundamento, pois em um clima quente, onde não se praticava o embalsamamento, o processo de decomposição já estaria muito adiantado. Observando o que era impossível na vida, ela se esqueceu daquele que é especialista em fazer as coisas que são consideradas impossíveis. Este foi o teste ácido da sua fé. Poderia ela ser leal, i.e., obediente a sua ordem? Será que alguém ousaria sugerir que não poderia haver ressurreição dos mortos, que não poderia ser dada a vida aos homens há muito tempo mortos em transgressões e pecados, a menos que os colaboradores de Deus 1Co 3:9) oferecessem os seus ombros para remover a pedra do sepulcro, tirando-a do caminho?

    Falando sobre a questão "Como está a sua fé?", um possível esboço poderia ser: 1. Confiança, a resposta das emoções (21-22) ; 2. Fé, a reação do pensamento (23-27) ; 3. Lealdade, a reação da vontade (38-41).

    A palavra tranqüilizadora de Jesus a Marta foi: Não te hei dito que, se creres, verás a glória de Deus? (40) Estas são como as palavras ditas aos discípulos em Peréia (Jo 11:4), e elas refletem a auto revelação de Jesus a Marta em 25-27. "Qualquer que fosse a visão prometida, a intenção é que fosse uma visão espiritual, pois o verbo (ver, optomai) é sempre usado no texto de João como uma referência a enxergar realidades espirituais ou celestiais".1" Mediante esta Palavra de Jesus, tiraram, pois, a pedra (41) defronte do local onde estava o morto.

    Então Jesus, o Filho de Deus, orou: Pai, graças te dou, por me haveres ouvido. Eu bem sei que sempre me ouves (41-42). "A sua vida é uma vida de completa obediência à vontade de Deus, e a sua oração não admite uma resposta que contenha a incerteza".190 Assim, a verdadeira oração é a "realização consciente da vontade divina".' Eu disse isso por causa da multidão que está ao redor, para que creiam que tu meenviaste (42). É evidente que Jesus queria que todos entendessem que o grande poder de Deus flui através da vida daquele que está em perfeito acordo com a vontade de Deus. "A oração que é ouvida" (a) vem do clamor do coração (33-35) ; (b) está de acordo com a vontade de Deus (42) ; e (c) tem certeza da resposta divina (43).

    Tendo tratado cada item da contagem regressiva preliminar — a fé de Marta, o choro, a devoção e a adoração de Maria, a incredulidade dos judeus, a certeza da vontade de Deus — Jesus clamou com grande voz: Lázaro, vem para fora (43). Deus chama os seus (cf. 5.28; 10,3) e, quando Ele chama, não há poder que possa retê-los, nem mesmo a própria morte. O milagre aqui é "a história de Jesus caminhando para enfrentar a morte, afim de vencer a morte" (cf. 1 Co 15:26-27, 55

    A morte não foi capaz de reter Lázaro, pois ele saiu, tendo as mãos e os pés ligados com faixas, e o seu rosto, envolto num lenço (44). Algumas vezes surge a pergunta: como poderia Lázaro, atado desta forma, ter saído do sepulcro? Podemos su-por que os seus membros estavam envoltos separadamente, como era o costume egípcio. Ou, se preferirmos, podemos aceitar o comentário de Westcott: "Não é necessário especu-lar sobre como Lázaro saiu do sepulcro, estando tão envolto".1" Tudo isto faz parte do milagre de derrotar a morte, e da libertação das trevas e da noite do sepulcro (Jo 11:10). Mas, como no caso da remoção da pedra, há agora uma obra que os homens devem reali-zar. Jesus disse: Desligai-o ("desamarrai-o", Phillips) e deixai-o ir (44). Somente o poder de Deus pode trazer a vida e a luz para as almas mortas e envoltas em trevas. Mas a tarefa do homem é essencial — desamarrar os nós e curar as cicatrizes deixadas pela devastação do pecado, cujo salário é a morte.

    6. Jesus e o Sumo Sacerdote (Jo 11:45-57)

    Houve reações divergentes a esse milagre. Muitos... dentre os judeus que ti-nham vindo a Maria... creram nele (lit., "puseram a sua fé nele"), ao passo que outros foram ter com os fariseus e disseram-lhes o que Jesus tinha feito (45-46). Foi o ato deste último grupo que precipitou a grande hostilidade contra Jesus, e a decisão do conselho que finalmente culminou em sua crucificação.

    Os principais dos sacerdotes e os fariseus (i.e., os principais membros do Sinédrio) 195 se congregaram em uma reunião do conselho (Sinédrio) com o objetivo ex‑presso de decidir o que fazer a respeito daquele Jesus que estava fazendo tantos milagres. Que faremos? Isto é, "O que podemos fazer?" (Phillips, 47). Eles tinham duas alternativas. Se o deixamos assim, disseram, todos crerão nele. A conseqüência inevitável disto seria: virão os romanos e tirar-nos-ão o nosso lugar [o Templo] e a nação (48). A outra alternativa foi expressa por Caifás... que era sumo sacerdote naquele ano (49).196A expressão naquele ano é característica de João e se refere ao ano em que o sacrifício foi feito de uma vez por todas (Hb 10:10-12). A expressão também atribui a Caifás uma função profética. Como sumo sacerdote, ele tinha o "dever de entrar no Santo dos Santos e oferecer a expiação para aquele ano. Assim, ele inconscientemente proferiu uma profecia sobre a eficácia da Expiação que estava prestes a ser oferecida sobre a cruz. Este era o ano aceitável do Senhor".' A proposição de Caifás foi simples. Ele disse: Nos convém que um homem morra pelo povo e que não pereça toda a nação (50). O que ele quis dizer foi: "É melhor sacrificar um homem do que deixar que a nação inteira sofra".

    João observou duas coisas importantes na afirmação do sumo sacerdote: 1. Esta era realmente uma profecia, proferida pelo sumo sacerdote na sua verdadeira função. Ele não disse isso de si mesmo, mas, sendo o sumo sacerdote naquele ano, profeti-zou (51). 2. Ela implicava um sacrifício universal. Jesus morreria não apenas pelos ju-deus (51), mas também para reunir em um corpo os filhos de Deus que andavam dispersos (52; cf. Jo 3:16-10.16; 12.32).

    O conselho tomou a decisão de o matar (53), e por essa razão Ele já não andava manifestamente entre os judeus (54). O Senhor deixou as redondezas de Betânia e foi para a terra junto do deserto,'" para uma cidade chamada Efraim; e ali an-dava ["permanecia", NASB] com os seus discípulos (54). Efraim, que "fica aproxima-damente 24 quilômetros ao norte de Jerusalém, e cerca de dez quilômetros a leste-nor-deste de Betel... agora é chamada de Et-Taiyibeh".

    Os versículos 55:57 são o contexto para os eventos relacionados com a Paixão, o julgamento e a morte de Jesus. A ocasião é mencionada aqui pela primeira vez: estava próxima a Páscoa dos judeus (55; cf. Jo 12:1-13.1; 18.28). Devido à proximidade desta grande festa, muitos daquela região subiram a Jerusalém... para se purificarem (55; cf. Atos 21:24), ou seja, para serem declarados cerimonialmente limpos antes do início da Páscoa (cf. Jo 18:28; Lv 7:21; Nm 9:10). É de fato natural, à luz do recente mila-gre e dos eventos posteriores, que as multidões procurassem Jesus nas proximidades do Templo, e discutissem a improbabilidade de que Ele viesse à festa. Phillips traz o seguinte texto: "O que você acha? Parece que Ele não virá à festa, não?" (56). Evidente-mente, a decisão do conselho era conhecida do povo, pois eles deram ordem para que, se alguém soubesse onde ele estava, o denunciasse ["informasse", NASB], para o prenderem (57).


    Genebra

    Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
    Genebra - Comentários de João Capítulo 11 do versículo 1 até o 57
    *

    11.1-54

    O milagre da ressurreição de Lázaro dentre os mortos é o climax de todos os sinais precedentes, que revelaram a glória de Deus através de Jesus Cristo. Aqui, a própria morte, o inimigo final da humanidade, é confrontada com sucesso por alguém que é, ele mesmo, a ressurreição e a vida. Contudo, mesmo este glorioso sinal divide aquele que o testemunham. Os que rejeitam a glória revelada, eles mesmos se encarregam de procurar a morte de Jesus (vs.46-50).

    * 11:1

    Lázaro. Não o Lázaro de Lucas 16:20. Este Lázaro é referido somente no Evangelho de João.

    * 11:2

    Esta Maria. A unção de Jesus por Maria é relatada em 12:1-8.

    * 11:3

    está enfermo aquele a quem amas. Este foi um pedido de socorro, aparentemente enviado pouco antes de Lázaro morrer.

    * 11:4

    Esta enfermidade não é para morte. Ao falar assim, Jesus não está negando que Lázaro estará morto por quatro dias, mas está negando que a morte triunfará finalmente.

    * 11:6

    ainda se demorou dois dias. Um atraso que as irmãs de Lázaro teriam dificuldade para entender.

    * 11:8

    ainda agora os judeus procuravam apedrejar-te. A morte de Jesus não aconteceu por acidente ou por erro de cálculo; foi para morrer que ele veio. Jesus e seus discípulos sabiam que se ele fosse a Jerusalém, sua vida correria perigo.

    * 11:11

    adormeceu. No Novo Testamento a morte é freqüentemente representada como um sono (At 7:60; 1Co 15:51; 1Ts 4:13). Este é um modo comum de falar a respeito da morte, e nada diz a respeito da doutrina do "sono da alma" dos santos que partiram. As Escrituras são claras em dizer que a percepção consciente continua depois da morte.

    * 11:16

    para morrermos com ele. A hostilidade contra Jesus tinha atingido um ponto tal, que os próprios discípulos se convenceram de que uma viagem a Jerusalém resultaria na morte de Jesus. Se eles não pudessem dissuadi-lo de ir a Jerusalém, pelo menos se dispõem a morrer com ele.

    * 11:17

    havia quatro dias. Esta referência ao tempo que Lázaro permaneceu no túmulo, repetida no v. 39, visa a mostrar que Lázaro estava realmente morto, e não meramente doente.

    * 11:21

    se estiveras aqui. A primeira afirmação de cada irmã (conforme v.32).

    * 11:22

    mesmo agora. Marta ainda esperava algum milagre, ainda que parecesse que seu irmão estava além da possibilidade de recuperação. Quando Jesus fala de ressurreição, ela relaciona essa idéia com o futuro distante, o "último dia" (v.24). A fé demonstrada por Marta era melhor informada do que a dos saduceus, que diziam não haver ressurreição (Mt 22:23).

    * 11:25

    Eu sou a ressurreição e a vida. Isto é repetido em parte em 14.6 (At 3:15; Hb 7:16). A vida, para o crente, não termina com a morte, mas continua eternamente, como uma vida sem fim de comunhão com Deus. Esta é uma verdade para aqueles que, como Lázaro, estavam na sepultura, tanto quanto para aqueles que ainda vivem. Ver nota sobre 6.35.

    * 11:27

    tu és o Cristo. A conversação provoca, da parte de Marta, uma confissão de fé que é paralela à de Pedro (Mt 16:16).

    * 11:28

    O Mestre. Uma caracterização do ministério de Jesus. Jesus não desdenha de ensinar a uma mulher, como faziam outros mestres (Lc 10:39,42).

    * 11:33

    agitou-se no espírito. A expressão exterior de tristeza não deixou Jesus indiferente. Ele derramou lágrimas de compaixão pela morte de Lázaro (v.35).

    * 11:34

    Onde o sepultastes. O Evangelho de João ensina tanto a divindade de Cristo (1.1,18) quanto a sua plena humanidade. Como Mediador, Cristo atuou dentro dos limites de sua humanidade sem pecado e sem deixar de lado a sua divindade. Ele experimentou emoções humanas e podia expressar ignorância de fatos. Ver "A Humanidade de Cristo", em 2Jo 7.

    * 11:37

    Não podia ele. As questões levantadas são a respeito de que espécie de poder Jesus tem, e quando ele decide usá-lo. Lázaro morreu e as irmãs prantearam para que a glória de Deus fosse manifestada (v.4; 9.3). A cura do cego é lembrada como claramente sobrenatural.

    * 11:41

    Pai, graças te dou. Jesus dá graças pela resposta à sua oração. Ele tem o cuidado de relacionar este milagre à sua missão como Messias.

    * 11:43

    Lázaro, vem para fora. O morto não pode ouvir, porém Jesus quis que os presentes vissem que a voz de Deus pode ressuscitar o morto (5.28,29). Esta chamada divina que dá vida ao morto ilustra vividamente a chamada de Deus dirigida aos mortos espirituais, que os faz ressurgir para a vida espiritual (Ef 2:5).

    * 11.45-47

    Esta obra de Deus teve um duplo resultado: fé para alguns, e resistência e descrença para outros (conforme 2Co 3:15,16).

    * 11:48

    O Sinédrio, que tinha suprema autoridade religiosa no país, temeu que o ministério de Jesus provocasse um levante popular, que os romanos esmagariam pela força das armas.

    * 11:49

    Caifás. Ele era um saduceu e genro de Anás, que tinha sido deposto como sumo sacerdote pelos romanos, mas que tinha considerável influência sobre os líderes religiosos (18.13).

    * 11:50

    Caifás insensivelmente sugere que executar uma pessoa inocente pode ser desculpável, se esse procedimento assegura vantagem para a nação. Ele tinha esquecido a mensagem de Pv 17:15.

    * 11:51

    profetizou. Nos propósitos de Deus, Caifás, sem o saber, fez uma profecia. Seria uma bênção Jesus morrer porque sua morte era necessária à salvação não só dos judeus, mas dos eleitos de todo o mundo.

    * 11.54-57

    A crescente hostilidade dos líderes judeus levou Jesus a retirar-se por uns tempos de Jerusalém.


    Matthew Henry

    Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
    Matthew Henry - Comentários de João Capítulo 11 do versículo 1 até o 57
    11:1 O povo da Betania estava se localizado uns três quilômetros ao leste de Jerusalém no caminho ao Jericó. Estava o bastante perto de Jerusalém para que Jesus e seus discípulos estivessem em perigo, mas a suficiente distancia para não atrair a atenção prematuramente.

    11:3 Quando seu irmão se agravou, María e Marta acudiram ao Jesus pedindo ajuda. Acreditavam que podia lhes brindar ajuda porque tinham visto seus milagres. Nós também sabemos dos milagres do Jesus pelas Escrituras e as vistas trocadas que tivemos ocasião de ver. Quando temos necessidade de ajuda extraordinária, Jesus oferece recursos extraordinários. Não devêssemos vacilar em lhe pedir ajuda.

    11:4 Qualquer prova que deva enfrentar um crente pode em última instância glorificar a Deus porque O pode tirar coisas boas de qualquer situação má (Gn 50:20; Rm 8:28). Quando vêm as dificuldades, murmura, protesto e culpa a Deus, ou vê em seus problemas a oportunidade de honrá-lo?

    11.5-7 Jesus amava a esta família e freqüentemente lhes visitava. Conhecia sua dor, mas não respondeu em seguida. Sua demora tinha um propósito específico. O tempo de Deus, em especial suas demoras, talvez nos faça pensar que não responde ou não o faz como quiséssemos. Mas O suprirá nossas necessidades de acordo com seu programa e propósito perfeitos (Fp 4:19). Aguarde com paciência o tempo de Deus.

    11.9, 10 Dia simboliza o conhecimento da vontade de Deus, e noite, a ausência deste conhecimento. Quando avançamos em escuridão, é provável que tropecemos.

    11:14, 15 Se Jesus tivesse estado durante os momentos finais da enfermidade do Lázaro, é possível que o tivesse sanado em lugar de deixá-lo morrer. Mas Lázaro morreu para que o poder do Jesus sobre a morte pudesse mostrar-se a seus discípulos e a outros. A ressurreição do Lázaro era uma demonstração essencial do poder de Cristo, e a ressurreição é uma crença fundamental da fé cristã. Jesus não só se levantou de entre os mortos (10.18), mas sim tem poder para levantar outros.

    11:16 Freqüentemente recordamos a Tomam como "o que duvidava", porque duvidou da ressurreição do Jesus. Mas aqui demonstrou amor e valor. Os discípulos conheciam os perigos de ir a Jerusalém com o Jesus e tentaram convencê-lo para que desistisse de fazê-lo. Tomam simplesmente expressou o que sentiam todos. Ao fracassar suas objeções, estiveram dispostos a ir e inclusive morrer com o Jesus. Talvez não entendiam bem por que Jesus ia morrer, mas eram leais. Existem perigos desconhecidos ao realizar a obra de Deus. É sábio considerar o alto custo que implica ser discípulo de Cristo.

    11:25, 26 Jesus tem poder sobre a vida e a morte, assim para perdoar pecados. Isto se deve a que O é o Criador da vida (veja-se Jo 14:6). Aquele que é a vida sem dúvida pode restaurar a vida. Todo aquele que acredita em Cristo tem uma vida espiritual que a morte não conquistará nem diminuirá de maneira alguma. Quando conseguimos compreender seu poder e até que ponto é verdadeiramente maravilhosa a oferta que nos faz, como temos que fazer outra coisa que não seja entregar nossas vidas ao! Para quem acredita, que maravilhosa é a segurança e a certeza que temos: "Porque eu vivo, vós também viverão" (Jo 4:19).

    11:27 A Marta lhe conhece especialmente por ter estado muito ocupada para sentar-se a falar com o Jesus (Lc 10:38-42). Mas aqui a vemos como uma mulher de grande fé. Sua declaração é exatamente a resposta que deseja Jesus de nós.

    11.33-38 João enfatiza o fato de que contamos com um Deus que se interessa por nós. Este retrato contrasta com o conceito grego de Deus que era popular nnaquele tempo: naquele tempo: um Deus sem emoções que não se envolve com os humanos. Aqui vemos muitas das emoções do Jesus: compaixão, indignação, tristeza, inclusive frustração. Com freqüência expressou suas emoções profundas e nunca devêssemos temer lhe revelar nossos verdadeiros sentimentos. O os entende, pois os experimentou. Seja sincero e não trate de lhe ocultar nada a seu Salvador. Ao interessa.

    11:35 Quando Jesus viu os que choravam e se lamentavam, chorou também. Possivelmente se identificou com a dor deles, ou é possível que a incredulidade o tenha preocupado. Seja qual for o caso, Jesus demonstrou seu imenso interesse em nós ao chorar junto a nós quando sofremos.

    11:38 Nessa época as tumbas estavam acostumadas ser covas cavadas na pedra calcária da ladeira de uma colina. Muitas vezes as tumbas eram de tamanho suficiente para que as pessoas caminhassem dentro. Em uma tumba se colocavam vários corpos. Depois do enterro, colocava-se uma grande pedra frente à entrada da tumba.

    11:44 Jesus ressuscitou a outros da morte, incluindo à filha do Jairo (Mt 9:18-26; Mc 5:41-42; Lc 8:40-56) e ao filho de uma viúva (Lc 7:11-15).

    11.45-53 Apesar de encontrar-se frente a frente com o poder da deidade do Jesus, alguns não quiseram acreditar. Estas testemunhas não só rechaçaram ao Jesus: também tramaram sua morte. Estavam tão endurecidos que preferiam rechaçar ao Filho de Deus antes que reconhecer que estavam equivocados. Cuide do orgulho. Se permitirmos que cresça, pode nos conduzir a um pecado enorme.

    11:48 Os líderes judeus sabiam que se não detinham o Jesus, os romanos os castigariam. Roma concedia liberdade parcial aos judeus enquanto se mantivessem tranqüilos e obedientes. Os milagres do Jesus freqüentemente provocavam distúrbios. Os líderes temiam que o desagrado de Roma causasse maiores dificuldades a sua nação.

    11:51 João via na declaração do Caifás uma profecia. Deus usou ao Caifás, em sua qualidade de supremo sacerdote, para explicar a morte do Jesus apesar de que Caifás não se dava conta do que fazia.


    Wesley

    Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
    Wesley - Comentários de João Capítulo 11 do versículo 1 até o 57
    W. da ressurreição de Lázaro (10: 40-11: 44)

    40 E ele foi embora de novo para além do Jordão, para o lugar onde João estava no primeiro batismo; e lá ele morada. 41 E muitos vieram a ele; e eles disseram: João, na verdade, não fez sinal, mas tudo quanto disse deste homem era verdadeiro. 42 E muitos creram nele.

    1 Agora, um certo homem estava doente, Lázaro de Betânia, da aldeia de Maria e de sua irmã Marta. 2 E foi que Maria que ungiu o Senhor com bálsamo, e os enxugou com os seus cabelos, cujo irmão Lázaro estava doente. 3 As irmãs, por conseguinte, a enviar-lhe, dizendo: Senhor, eis que aquele que tu amas está doente. 4 Mas Jesus, ouvindo isto, disse: Esta enfermidade não é para morte, mas para a glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por Ec 5:1 Ora, Jesus amava a Marta, ea sua irmã, e Lázaro. 6 Quando, portanto, ele ouviu que estava enfermo, ficou ainda dois dias no lugar onde estava. 7 Então, depois disso, ele diz aos discípulos : Vamos outra vez para Judéia. 8 Os discípulos disseram-lhe: Rabi, os judeus eram, mas agora a tentar apedrejar-te; e tornas para lá? 9 Jesus respondeu: Não há doze horas no dia? Se alguém andar de dia, não tropeça, porque vê a luz deste mundo. 10 Mas, se andar de noite, tropeça, porque a luz não está nele. 11 Estas coisas disse ele: e depois isso, ele lhes disse: Nosso amigo Lázaro está adormecido; mas eu vou, que eu possa despertá-lo do sono. 12 Então os discípulos disseram-lhe: Senhor, se ele está adormecido, ele vai se recuperar. 13 Mas Jesus falara da sua morte; eles, porém, que falava do . repouso do sono 14 Então Jesus disse-lhes, portanto, claramente: Lázaro está morto. 15 E estou contente por amor de vós que eu não estava lá, ao que creiais; no entanto, vamos ter com ele. 16 Tomé, portanto, chamado Dídimo, disse aos seus condiscípulos: Vamos nós também, para que possamos morrer com ele.

    17 Então, quando Jesus veio, ele descobriu que ele tinha estado em quatro dias de sepultura já. 18 Ora, Betânia distava de Jerusalém cerca de quinze estádios; 19 e muitos dos judeus tinham ido visitar Marta e Maria, para as consolar acerca de seu . irmão20 Martha pois, quando soube que Jesus vinha, saiu-lhe ao encontro Maria, porém, ficou sentada em casa. 21 , portanto, Marta disse a Jesus: Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido. 22 E mesmo agora sei que tudo quanto pedires a Deus, Deus to concederá. 23 Disse-lhe Jesus: Teu irmão há de ressuscitar. 24 Martha disse-lhe: Eu sei que ele há de ressuscitar na ressurreição do último dia . 25 Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição ea vida; quem crê em mim, ainda que morra, viverá; 26 e todo aquele que vive e crê em mim, jamais morrerá. ? Crês tu isto 27 Ela disse-lhe: Sim, Senhor, eu creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus, até mesmo aquele que vem ao mundo. 28 E quando ela disse isso, ela foi embora, e chamou sua irmã Maria, dizendo: O Mestre está aqui e te chama. 29 s, e ela, quando ouviu isso, levantou-se rapidamente, e fui ter com ele. 30 (Ora, Jesus não foi ainda chegado à aldeia, mas estava ainda em o lugar onde Marta o encontrara.) 31 Então os judeus que estavam com ela na casa, e foram consolá-la, quando viram Maria, que ela se levantou rapidamente e sair, seguiram-na, pensando que ia ao sepulcro para chorar ali. 32 Maria, portanto, quando ela chegou onde Jesus estava, e vendo-o, prostrou-se a seus pés, dizendo-lhe: Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido. 33 Quando, pois, Jesus a viu chorar e os judeus também chorando, que veio com ela, comoveu-se em espírito, e perturbou-se, 34 e disse: Onde o pusestes? Eles disseram-lhe: Senhor, vem e vê. 35 Jesus chorou.36 Então os judeus, disse: Eis como ele o amava! 37 Mas alguns deles disseram, não poderia este homem, que abriu os olhos do que estava cego, tem fez com que este homem também não deve morrer? 38 Jesus, pois, novamente gemendo dentro de si mesmo, veio ao sepulcro. Agora era uma caverna, e tinha uma pedra posta sobre ela. 39 Jesus disse: Tirai a pedra. Martha, a irmã dele que estava morto, disse-lhe: Senhor, por esta altura o decayeth corpo; Pois ele é tido morto quatro dias. 40 Disse-lhe Jesus, disse que eu não a ti, que, se creres, verás a glória de Deus? 41 Tiraram então a pedra. E Jesus, levantando os olhos, e disse: Pai, graças te dou, porque me ouviste. 42 E eu sabia que sempre me ouves, mas por causa da multidão que está em redor eu disse isso, para que creiam que enviaste . me 43 . E quando ele tinha falado assim, clamou com grande voz: Lázaro, vem para fora 44 Aquele que estava morto saiu, de pés e mãos amarrados com mortalhas; e seu rosto envolto num lenço. Disse-lhes Jesus: Desligai-o e deixai-o ir.

    A fim de obter fora do alcance daqueles que tentavam levá-lo, Jesus deixou a Judéia e foi para o território de Herodes Antipas em Perea (Transjordânia), onde ele estaria fora da jurisdição do Sinédrio em Jerusalém. Pois era evidente que este corpo dirigente dos judeus estava por trás das muitas tentativas de frustrar a Sua obra. Vai ser notado que o tempo passa que os fariseus eram cada vez menos em posição de autoridade entre os inimigos de Jesus. Após a ressurreição de Lázaro (Jo 11:50) -o próximo evento registrado por João-Caifás, o sumo sacerdote tratados os fariseus (sem dúvida membros do Sinédrio de que Caifás era presidente) como servos ignorantes, ferramentas a serem utilizadas ou ignorado como ele escolheu . Jesus foi para o Vale do Jordão, para o lugar onde Ele tinha sido batizado por João Batista (Mt 3:14 ), e onde João tinha o apresentou como o "Cordeiro de Deus" (Jo 1:29 ). Esta foi a Betânia (Jo 1:18 ), ou talvez Bethabara. Embora de acordo com o Evangelho de João Jesus não ir para lá com a finalidade de ensino e de coleta de discípulos, as pessoas reconheceram e creram nele por causa do testemunho de Batista. No entanto, isso parece ser uma referência a uma missão pré-Passion, além do Jordão, que está dito nos sinóticos (Mt 19:1 ). Pode ter sido como Ele passou o Monte das Oliveiras, a caminho de Jerusalém que ele levanta a sua triste lamento sobre a Cidade Santa: "Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que a ti são enviados! Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vós não o quisestes! Eis que a vossa casa vos ficará deserta "( Mt 23:37. ).

    Temos aqui o nosso último vislumbre de João Batista, e é uma bela imagem. João, na verdade, não fez sinal (milagre) -ele nunca esteve em competição com Jesus. Um contraste é indicado entre eles, no entanto. Jesus realizou milagres e era a Verdade; João não fez milagres e foi, mas o arauto da verdade. Todas as coisas que disse deste homem era verdade (Jo 10:41 ). O que um epitáfio maravilhoso para um homem para ser lembrado por!

    Embora nesta região Jesus recebeu a notícia de que Lázaro, um amigo que vivia em Betânia, perto de Jerusalém, estava doente. Esta é a primeira menção no Evangelho de João de Lázaro e suas irmãs Maria e Marta. Eles são identificados por meio de Maria que João diz que foi a mulher que ungiu o Senhor com bálsamo, e os enxugou com os seus cabelos (Jo 11:2) com os detalhes acrescentou que ela ungiu os pés, e que ela fez isso com nardo pomada.

    Depois de receber a palavra da morte de Lázaro, Jesus permaneceu onde estava por dois dias e deixe-Lázaro morrer. Esta 'é difícil de compreender, a menos que algum efeito pode ser encontrado na mesma. Jesus tinha sido proclamando-se tanto o possuidor eo doador da vida. . Jerusalem tinha rejeitado, mas aqui foi uma grande oportunidade de clímax para demonstrar sua afirmação como nunca antes Esta enfermidade não é para a morte , Ele disse, mas para a glória de Deus, que o Filho seja glorificado por ela (Jo 11:4 ). A décima segunda hora de Sua vida estava prestes a expirar, mas Ele tinha andado todo o caminho à luz da vontade de Deus e não tinha tropeçado; era impensável agora para voltar atrás por causa do medo. Seu tempo foi rápido a chegar ao-o próximo calendário do Pai para Ele estava quase concluído. Ele ainda tinha trabalho a fazer e ele iria para a frente sem medo.

    Então, Ele disse aos Seus discípulos a razão imediata para sua decisão de ir a Betânia-Lázaro estava morto. Ele deu a notícia em muito bela língua-não em palavras que procuravam encobrir as realidades sombrias da morte, mas em palavras que roubaram-lo de algum do seu ferrão e enfatizou sua qualidade temporária: Nosso amigo Lázaro está adormecido; mas eu ir que eu possa despertá-lo do sono (v. Jo 11:11 ). Desde os tempos antigos o sono tem sido uma analogia da morte. Os discípulos, aparentemente, não entender isso, ou eles eram muito perturbado sobre o assunto para pensar em outros de concreto, e assim Jesus teve que explicar. Por esta expressão Jesus também estava dizendo que a morte de Lázaro era como um sono do qual ele logo despertar (conforme At 7:60 ). A idéia da morte, com toda a sua permanência, permaneceu nas mentes dos discípulos. Apenas Tomé (se fora de dúvida sobre o resultado dos acontecimentos tão críticos, ou fora de uma lealdade que superou suas dúvidas crescentes) conseguia pensar em nada para dizer: Vamos nós também, para que possamos morrer com ele (v. Jo 11:16 ). Assim também ele pode ter manifestado a sua convicção crescente de que, mais cedo ou mais tarde os judeus iria matar Jesus.

    Lázaro tinha morrido sobre o tempo em que Jesus recebeu a notícia de sua doença. Amigos se reuniram para lamentar com as irmãs de luto como era costume entre os judeus, e todo mundo estava olhando para ver se Jesus viria. Antes de entrar na aldeia Ele foi avistado e palavra de Sua vinda foi levado para a casa. Martha se apressou-se para encontrá-Lo, para Jesus parecia estar à espera, enquanto Maria ficou em casa em sua dor. Talvez ela foi mais sensível que Martha. Martha se apressou-se para encontrá-Lo, para conter elementos de uma repreensão; mais provavelmente ela estava reclamando de Jesus, como a maioria das pessoas, às vezes, sobre a confluência de circunstâncias desfavoráveis: Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido (v. Jo 11:21 ). Por que as coisas tem que acontecer desta forma? Por que não poderia ter tomado Lázaro doente quando o Grande Médico estava prontamente disponível? Por que algo ocorreu para impedir Jesus de vir imediatamente? (É claro que ela não sabia por que tinha atrasado). A questão de poucos dias era a diferença entre a vida ea morte. Se só Jesus tinha sido capaz de chegar mais cedo! Se seus remédios caseiros poderia ter mantido Lázaro vivo um pouco mais!

    Martha parece ter sido o chefe da casa, talvez, o mais velho dos três. Ela levou suas responsabilidades a sério. Ela não era de brigar com o inevitável por muito tempo; e assim ela se apressou a acrescentar, mesmo agora sei que tudo quanto pedires a Deus, Deus to concederá (v. Jo 11:22 ). É essa fé, ou se agarra a uma palha? ela achava que Jesus ressuscitar Lázaro da sepultura? Esta não é provável, porque a resposta de Jesus que Lázaro ressuscitaria registrado nenhum novo pensamento em sua mente, nada mas uma lembrança da ressurreição final. É mais ao ponto de dizer que ela tinha fé em Cristo, mas não a fé, para a captação de seu irmão dentre os mortos. Não foi a fé que acredita que Ele faria o que ela tanto queria, mas sim a fé que confiava nele para fazer o que achasse melhor. Este é o tipo de fé que Jesus tinha sido buscando despertar ou incutir nas pessoas todos durante Seu ministério-fé n'Ele, na sua pessoa. Havia muito mais que Marta foi para aprender sobre Jesus, mas na medida em que ela entendeu Ele acreditava nele. As pessoas deste tipo de fé estão em condições de receber revelações espirituais mais profundas, e assim Jesus disse-lhe: Eu sou a ressurreição ea vida; quem crê em mim, ainda que morra, viverá (v. Jo 11:25 ). Incapaz de responder cabalmente a essa grande verdade, ela respondeu em uma declaração formal de fé em Seu caráter messiânico: tenho crido que tu és o Cristo, o Filho de Deus . Esta confissão foi um dos mais puros testemunhos de Jesus registrados neste Evangelho de testemunha. No entanto, o que ela tinha dito faltava algo de verdadeira percepção; era algo menos do que uma verdade que a cativou, que desafiou ela, o que fez exigências em cima dela. Ela falou as palavras como se tivesse memorizado-los e, em seguida, ela se foi de dizer a Maria que Jesus tinha chegado.

    O contraste entre essas duas irmãs é cuidadosamente trabalhado nesse episódio dramático. Martha era prático, arisco, precisa, auto-suficiente, sem emoção. Ninguém seguiu da casa, pensando que ela estava indo para o túmulo de Lázaro para chorar, como foi o caso com Maria (v. Jo 11:31 ). Ela não era o tipo de pessoa que muitas vezes compartilhou seus sentimentos íntimos com os outros. Ela entregou-se às coisas, em vez de pessoas. Mesmo quando o mestre pediu que a pedra ser removida da boca da caverna onde o corpo de Lázaro tinha sido colocada, ela expressou nem tristeza que ele estava morto, nem a expectativa das palavras de Jesus que ele iria ressuscitar dos mortos. Em vez disso, ela pensou em como insalubres e sem graça um espetáculo do corpo iria apresentar depois de quatro dias no túmulo.

    Maria, por outro lado, era dependente, amoroso, sensível e expressivo de seus sentimentos. Ela achou mais fácil compartilhar suas preocupações com os outros, e as pessoas viram-se atraído por ela por ela todos os gostos. Ela era mais suave do que Martha, com uma ternura doação sobre ela. Em sua tristeza, ela não sabia que Jesus estava vindo ou que Martha havia saído de casa. Amigos estavam com ela, compartilhando sua dor. Quando ela finalmente chegou ao lugar onde Jesus estava, ela caiu a seus pés ainda chorando. E enquanto ela cumprimentou-o com a mesma admoestação contenda teve como Martha (vv. Jo 11:21 , Jo 11:32 ), as palavras soam como Martha e não Maria. Sua dor mudou profundamente Jesus e Ele chorou. Maria poderia chegar a seu coração sem dizer muito. Talvez no seu choro havia uma mistura de tristeza e alegria-tristeza por causa da morte de Lázaro, mas a alegria na presença de Jesus, com quem ela tinha compartilhado tanto de seu eu interior. A próxima vez que vê-la, ela é a unção dos pés de Jesus com ungüento perfumado caro, limpando-os com os seus cabelos.

    Central para esta série de eventos foi o testemunho que deu à luz a Jesus como o doador da vida. Ele provou ser a última chance de Jesus para demonstrar essa verdade aos judeus que já estavam planejando matá-Lo. Ele tinha saído de semi-aposentadoria porque Lázaro adoeceu e morreu, mas a ressurreição dos mortos forjou a arma com a qual seus inimigos condenaram. Mesmo os detalhes da visita a Betânia destacou a Pessoa de Cristo. Na presença de Marta, Jesus fez pouco mais do que falar verdades plenamente e objetiva, na esperança de que eles iriam registrar com ela. Na presença de Maria, Jesus respondeu com emoção para o que estava acontecendo. Ele foi o grande professor, mas ele era mais; Ele foi o tristes, sofrendo Salvador. Seus ensinamentos são muito altos para os homens a alcançar a menos que encontrem n'Ele a salvação do pecado e capacitação para a justiça. E assim Ele gemeu no espírito (v. Jo 11:33 ). A idéia de indignação é expresso aqui. Indica "uma emoção para dentro a qual é acompanhada por alguma expressão física, tanto na voz e em algum movimento do corpo." A razão para isto pode ter sido a superficialidade do tipo de choro das carpideiras "," após o moda oriental. Ou ele pode ter reagido dessa maneira para a falta de fé real evidenciado pelos presentes. Mais do que isso, Jesus pode ter naquele momento sentiu o grande peso do que a morte e ressurreição de Lázaro tipificado. Os homens foram mortos no pecado; Ele veio para salvá-los, mas eles não quiseram aceitá-Lo, e agora o julgamento estava começando a estabelecer-se em cima deles. Não é de admirar que Jesus chorou . Enquanto Maria e os outros derramar lágrimas, Jesus chorou em voz alta, provavelmente parcialmente em simpatia compartilhada. Não há dúvida de que Jesus poderia ter curado Lázaro sem chegar a Betânia, como Ele tinha curado o filho do nobre (4: 46-54 ). Mas a necessidade de este sinal clímax foi tão grande que o sofrimento de seu amigo se tornou um serviço a Deus-um símbolo da morte e ressurreição que iria fornecer salvação para o mundo. A morte de Lázaro era um tipo da morte de Cristo e sua ressurreição um tipo de vida eterna do crente. O pranto de Jesus era um sinal da Sua humanidade, mas, mais do que isso, era uma das mais altas expressões da Sua divindade, um grito de envolvimento em toda a luta entre o bem eo mal para as almas dos homens. Sua humanidade pode ser visto em Sua perguntando onde o corpo tinha sido colocado (v. Jo 11:34 ).

    Novamente gemendo em si mesmo (v. Jo 11:38 ), Jesus ordenou a pedra removida, uma breve oração de ação de graças (não petição), e depois gritou em tom de voz não dito nos outros Evangelhos, Lázaro, sai para fora . Neste Jesus demonstrou o que Ele tinha dito aos judeus que haviam sido procuram prendê-lo-que Deus era seu Pai, que Deus tinha dado tanto poder e autoridade em suas mãos, para que Ele tinha poder dentro de si mesmo para ressuscitar os mortos e dar nova vida, porque Ele era o doador e o sustentador de que a vida. Sua manifestação foi tão conclusivo e tão prejudicial para a posição tomada pelos judeus, que se tornou a causa imediata para a prisão e julgamento e crucificação de Jesus.

    X. conspiração contra JESUS ​​( 11: 45-54)

    45 Muitos, pois, dentre os judeus que tinham vindo a Maria e viu o que ele fez, creram nele. 46 Mas alguns deles foram ter com os fariseus e disseram-lhes o que Jesus tinha feito.

    47 Os principais sacerdotes e os fariseus reuniram o sinédrio e diziam: Que faremos? . para este homem faz muitos sinais 48 Se o deixarmos assim, todos crerão nele, e virão os romanos, e nos tirarão tanto o nosso lugar como a nossa nação. 49 Mas um certo um deles, Caifás, que era sumo sacerdote naquele ano, disse-lhes: Vós nada sabeis, 50 nem vos ter em conta que é conveniente para você que um homem morra pelo povo, e que todo não pereça a nação. 51 Ora, ele não disse de si mesmo mas, sendo o sumo sacerdote naquele ano, profetizou que Jesus devia morrer pela nação, 52 e não somente para a nação, mas que ele também para reunir em um corpo os filhos de Deus que andavam dispersos. 53 Então, a partir daquele dia pois, tomavam conselho para que pudessem condená-lo à morte.

    54 , portanto, Jesus já não andava manifestamente entre os judeus, mas retirou-se dali para a região vizinha ao deserto, a uma cidade chamada Efraim; e estava ali com os discípulos.

    Como em ocasiões anteriores, a multidão foi dividida, desta vez sobre a ressurreição de Lázaro; alguns acreditavam em Jesus por causa dela e outros não. O último grupo relatou aos fariseus (provavelmente membros do Sinédrio) o que havia acontecido.Imediatamente, o Sinédrio era chamado em sessão especial. Consternação reinou dentro de todo o conselho. Jesus deve ser interrompido. Se o deixarmos assim, todos crerão nele; e os romanos virão e tirarão tanto o nosso lugar como a nossa nação (v. Jo 11:48 ). A questão diante deles era duplo. Jesus tinha reclamado de ser igual a Deus e tinha apoiou sua reclamação por manifestações pendentes de poder sobrenatural que tinham envergonhado e enfurecido dos fariseus. E ele tinha enfurecido os saduceus levantando um homem de entre os mortos, um fenômeno impossível de acordo com a sua teologia. Ambos os grupos, a partir do qual a composição do órgão de decisão aconteceu, concordou que Jesus deve ser destruído. Além disso, o medo de uma revolta nacional foi se tornando aguda. Inquestionavelmente outras sementes da revolta estavam sendo semeada, que finalmente levou à subida em AD 66 e culminou com a destruição de Jerusalém em AD 70. Esses líderes judeus sabiam que uma revolução, no entanto, em grande parte suportado, só poderia resultar na destruição de sua nação, tanto sua vida religiosa e vida nacional iria. Eles não acreditavam que qualquer um, menos Jesus de tudo, poderia levar um golpe bem sucedido contra os romanos. Ele lhes havia manobrado para a posição em que eles estavam dizendo que Ele deve ser sacrificado para a sua nação. A menos que ele foi colocado para fora do caminho, as coisas ficam fora de mão e Roma iria intervir. Melhor do calcanhar existente de Roma do que todo o peso do seu poder sobre eles.

    É uma coisa notável que a esperança judaica de um messias deve clímax dessa maneira. Talvez aqui se pode ver a influência dos fariseus que estavam procurando por um religioso, em vez de um libertador político. Parte da confusão expressa na questão pelos fariseus: "O que devemos fazer?" (V. 47 , RSV), deveu-se à diferença de opinião entre os fariseus e os saduceus. O primeiro tinha comprometido com a lei mosaica eo segundo tinha comprometido com as autoridades romanas; consequentemente, Jesus não poderia ser aceitável para ambos os grupos. Ambos tinham sido decepcionado e condenado em face de Seus ensinamentos repetidas e obras, e agora eles estavam unidos em busca de uma maneira de destruí-lo.

    O significado da ação de Caifás, o sumo sacerdote pode ser encontrado no temor de uma revolta entre as pessoas. Ele exerceu a autoridade de seu escritório para resolver o problema da maneira mais rápida possível. Ele era de desprezo do Pharisees- nada sabeis em tudo , disse ele. Ele pode ter sentido que seus argumentos repetidos com Jesus tinha ajudado a trazer sobre a crise. Ele estava impaciente com a falta de uma ação decisiva. Sua política não era um dos temporizing mas de conveniência; e ele sabia a resposta para o problema de Jesus-colocá-lo à morte. Em contraste com Caifás, os fariseus podem ser vistos em uma luz mais suave do que até aqui-sua ameaçando pedra Jesus tinha sido advertências depois de tudo (Jo 8:59 ; Jo 10:31 ; Jo 11:8 ). Quando ele disse isso, todos os presentes sabiam que o problema tinha sido resolvido, e desde aquele dia, pois, tomavam conselho para que pudessem condená-lo à morte (v. Jo 11:53 ). Palavra logo chegou a Jesus e Ele fugiu para o país deserto, para uma cidade pouco conhecida pelo nome de Efraim, perto de Bethel (2Cr 13:19 ). Aqui Ele permaneceu em reclusão com os seus discípulos até que era hora de voltar a Jerusalém para a próxima festa da Páscoa, a sua última Páscoa fatídico. Jesus sabia que Ele estava se movendo rapidamente em direção à meia noite da sua peregrinação terrena. Ele estava se preparando para sua última viagem a Jerusalém.

    Caifás era sumo sacerdote do ANÚNCIO de 18 a 37. A declaração, sendo o sumo sacerdote naquele ano , pontua o fato de que ele era o único no escritório que condenou Cristo à morte, o que representa o povo judeu ao fazê-lo. João interpreta o julgamento de Caifás, que um homem morra pelo povo , como uma profecia da morte de Cristo. Como foi sugerido anteriormente nesta seção, que fez parecer que nada, mas sua morte poderia impedir a rebelião ea consequente destruição do povo judeu pelo Império Romano. Como as coisas aconteceram, a Sua morte não tinha tais resultados. Enquanto Caifás estava pensando em termos políticos, João, na gravação do caso, pode ter tido em mente a tradição judaica que um sumo sacerdote tinha o poder da profecia preditiva, embora ele talvez não saiba o seu pleno significado. O sumo sacerdote não precisa ser um homem de caráter moral elevado, a fim de fazer isso. Certamente Caifás não estava falando da morte expiatória de Cristo pelos pecados do mundo, mas por um tipo peculiar de inspiração profética, ou talvez com a ironia das circunstâncias, ele falava mais verdade do que ele conhecia. Nisto João sugere dois princípios que podem ser residente em profecia preditiva: Em primeiro lugar, Deus fala através de verdades homens de que eles próprios podem não estar cientes no momento. E segundo, a coincidência de circunstâncias coloca novos significados e interpretações sobre os pronunciamentos. A verdadeira profecia preditiva inclui a voz do homem, a voz de Deus, e da circunstância ou evento que é o cumprimento. João tem proporcionado a melhor filosofia de profecia encontrado no Novo Testamento.


    Wiersbe

    Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
    Wiersbe - Comentários de João Capítulo 11 do versículo 1 até o 57
    Nesse capítulo, João apresenta o sé-timo milagre. Aqui vemos a salva-ção retratada como a ressurreição da morte, a vida dada ao morto. Use sua concordância bíblica e veja quanto João tem a dizer a respeito da vida (ele usa a palavra 38 vezes). Lázaro representa de sete maneiras a salvação do pecador perdido. De-mos uma olhada de perto em cada uma delas.

    1. Ele estava morto (11:14)

    O não-salvo não está apenas doente; está morto espiritualmente (Ef 2:1-49; Cl 2:13). A pessoa não reage a coi-sas como alimento, temperatura ou dor quando está morta fisicamente. E quando está morta espiritualmente, ela não responde às coisas espirituais. Ela não se interessa por Deus, pela Bíblia, pelos cristãos ou pela igreja até que o Espírito Santo comece a atuar em seu coração. Deus advertiu Adão de que a desobediência traria morte (Gn 2:15-17) — morte física (a separação entre a alma e o corpo) e espiritual (a separação entre a alma e Deus). Ap 20:14 chama o inferno de segunda morte, que é a morte eterna. Os pecadores mortos para os caminhos de Deus precisam de vida nova em Jesus Cristo, não de instrução, remédios, moralidade ou religião.

    1. Ele estava em deterioração (11:39)

    Os evangelhos registram três ressur-reições além da de nosso Senhor. Cristo ressuscitou uma menina Dt 12:0 e Ef 2:1-49 e 2:1-10.)

    Lembre-se que a salvação não é um conjunto de regras; é vida (Jo 3:14-43,Jo 3:36; Jo 5:24; Jo 10:10; 1Jo 5:10-62 com atenção para aprender como o cris-tão deve "despojar-se" das roupas mortuárias e "revestir-se" da "roupa da graça" da nova vida. O cristão que carrega consigo as coisas da vida an-tiga dá um testemunho pobre.

    1. Ele dá testemunho para outros (11:45)

    Em Jo 11:45 e 12:9-11,17, vemos que Lázaro causou bastante agita-ção na área! As pessoas o viram e creram em Cristo! Na verdade, ele era um milagre ambulante, da mes-ma forma que todo cristão também deve ser (Rm 6:4). A grande multi-dão que se juntou no Domingo de Ramos não estava lá apenas por causa de Cristo, mas também por causa de Lázaro. Jo 12:11 relata que as pessoas criam em Cristo por causa de Lázaro, todavia esse tipo de testemunho é o privilégio e o de-ver de todo cristão.

    1. Ele teve comunhão com Cristo (12:1-2)

    Ao olhar adiante, em 12:1-2, vemos Lázaro sentado à mesa com Cristo, ceando com ele. Esse é o lugar certo para o cristão que ele "ressuscitou, e [...] fez assentar [em] lugares ce-lestiais em Cristo Jesus" (Ef 2:5-49). Lázaro mostrava sua gratidão pela misericórdia e pelo amor de Cristo ao passar um tempo com ele. Ele aprendeu com sua Palavra e rece-beu novo poder para caminhar com Cristo e para testemunhar. O mila-gre da salvação nos dá vida eterna, todavia devemos comungar com Cristo todos os dias a fim de cres-cermos na vida espiritual.

    E interessante notar que toda a família de Betânia demonstra como é a vida cristã. Maria está sempre aos pés de Jesus, escutando sua Pa-lavra (Lc 10:38-42; Jo 11:32; Jo 12:3). Marta é o retrato do serviço; ela está sempre ocupada fazendo alguma coisa para Cristo. Lázaro fala de testemunho, o caminhar diário que leva outros a Cristo. Nossa vivência cristã deve incluir essas três práti-cas: adorar (Maria), serviço (Marta) e caminhar (Lázaro).

    1. Ele foi perseguido (12:10-11)

    Os judeus odiavam Lázaro porque ele convenceu outras pessoas da di-vindade de Cristo (12:1 0-11). Muitos dos principais sacerdotes eram sa- duceus e, por isso, não acreditavam na ressurreição, e Lázaro era a pro-va vida de que os saduceus estavam errados. Os sacerdotes teriam posto outra cruz no Calvário para Lázaro se não fossem dominados por Deus. ("Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos" — 2Tm 3:12.) Satanás sempre combate um milagre vivo que testifica a favor de Deus.


    Russell Shedd

    Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
    Russell Shedd - Comentários de João Capítulo 11 do versículo 1 até o 57
    Cap. 11 O tema deste capítulo - sétimo sinal e o clímax - revela a Jesus como o doador da vida e vencedor da morte (1Co 15:0).

    11.1 Betânia fica a 15 estádios (18), ou cerca Dt 3:08ss, Mc 14:3.

    11.4 A fim... glorificado. A ressurreição de Lázaro:
    1) mostrou o poder divino de Jesus;
    2) provocou os judeus a tentar eliminá-lo pela crucificação (11:47-57) que resultou na sua glorificação.

    I. 6 Demorou. Conforme as demoras de Jesus em 2.4; 7.6ss.

    • N. Hom. Duas Provas na Escola de Jesus A. Prova de fé na Sua palavra. Realmente Maria e Marta confiavam que Jesus
    1) era amigo chegado;
    2) amava a Lázaro (3);
    3) ficou informado (4) e prometera que a doença não "era para morte" (4), embora o irmão querido tivesse morrido. B. Prova de lealdade dos discípulos:
    1) desafiados a enfrentar novamente a ameaça da morte com Jesus (7, 8);
    2) a solução não está na fuga (andar de noite), mas em ficar ao lado de Cristo (andar de dia),e obedecer às Suas ordens (ver a luz). Conclusão: contra o desespero das irmãs, Jesus dá vida a Lázaro; os discípulos não sofrem nenhum dano; pelo contrário, testemunham a ressurreição de Jesus em Jerusalém no primeiro domingo da Páscoa.

    Is 9:0).

    11.16 Tomé era leal ainda que duvidoso (20.24ss). Dídimo. Gêmeo.

    11.19 Muitos. A família de Lázaro era proeminente. O milagre foi presenciado por um grande público que se dividiu na opinião (45).

    11.21 Se estiveras aqui (32). Revela um sentido profundo a respeito da escatologia da Igreja, i.e., ainda que o Senhor demore para voltar. Sua presença espiritual é necessária para alimentar a esperança da ressurreição em face da morte.

    11.24 Na ressurreição no último dia não é toda a esperança do crente.

    • N. Hom. 11.25,26 A pessoa e obra de Cristo transformam a realidade da morte.
    1) Os crentes mortos de todos os tempos (como Lázaro) serão ressuscitados (25b).
    2) Os crentes que crêem em Cristo e compartilham de Sua vida são transformados pela morte e pela ressurreição de Cristo para gozar da vida eterna agora (26). Conclusão: a morte física não passa de um intervalo temporário até a ressurreição (11-13; 1Ts 4:13s; 1Co 15:55; Lc 7:20). Marta confessa sua fé real (conforme 4.29; 5.15; 6.69; 9.33, 38).

    11.33- 36 Agitou-se. A emoção do Senhor foi Sua reação de simpatia junto aos amigos (33,
    36) e indignação com a maldição da morte. No espírito, não o Espírito Santo, mas em Si mesmo.

    11.37 De muito mais valor seria a ressurreição para a vida eterna (26) do que um simples milagre de restabelecimento físico.
    11.39 Quatro dias. Parece que havia uma opinião geral no judaísmo que a alma deixa o corpo três dias após a morte (contraste Mc 5:35).

    11.40 A ressurreição será a culminante manifestação da glória de Deus para todos crerem; os líderes, porém, não vêem mais do que seu poder ameaçado (46-57; conforme 9.41).
    11.41 Graças te dou. Jesus orara antes. Ele queria mostrar que o poder vem do Pai.

    11.43 Clamou... Conforme 5.25; 1Ts 4:16 "...sua, palavra de ordem”.

    11.44 Desatai-o. No seu próprio caso Jesus não precisou ser liberado dos lençóis (19.40), sendo que o corpo espiritual (1Co 15:44) não encontrou impedimento na matéria: Ele atravessou o invólucro de panos que o envolveu (20.8n).

    11.45,46 A reação dos simpatizantes era a fé: a dos líderes era maquinar Sua morte. Temeram:
    1) um número crescente de seguidores de Jesus;
    2) a destruição do templo e Jerusalém pelos romanos (João nota isto ironicamente porque de fato isto ocorreu em 6670 d.C.).
    11.48 Nosso lugar, o templo, que era o "lugar santo" dos judeus.

    11.49 Naquele ano. Quer dizer o ano em que Cristo foi crucificado.

    11.51 Profetizou. O sumo sacerdote deveria ser o portador da voz de Deus (bath kol) Pela (gr huper, "no lugar de"). A morte substitutiva de Jesus foi anunciada pelo sumo sacerdote que uma vez por ano fazia expiação pela nação no Santo dos Santos (Hb 9.7ss). Mais ele mesmo não sentia nenhuma necessidade do sangue de Cristo para purificar os seus pecados.

    11.52 Reunir em um só (corpo, não está no gr). Caifás pensava na volta à Palestina dos israelitas espalhados pelo mundo. Noutro sentido, os verdadeiros filhos de Deus (judeus e gentios) serão reunidos pela morte de Cristo na 1greja Universal (10.16; 12.32).

    11.54 Efraim, pode ser uma vila perto de Betel, a 25 km de Jerusalém.

    11.55 ...a Páscoa... Esta frase está em 2.13 que inicia o trecho sobre a purificação do templo. Os judeus subiam para se purificarem (por imersão e roupas limpas) enquanto Jesus purificará por Si próprio os Seus discípulos antes da festa da Páscoa (13 1:11-15.3).


    NVI F. F. Bruce

    Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
    NVI F. F. Bruce - Comentários de João Capítulo 11 do versículo 1 até o 57

    6) A ressurreição de Lázaro e suas conseqüências (11:1-57)

    A auto-revelação feita por Jesus anteriormente (conforme 5,18) tinha incitado os judeus ao ódio assassino. Mas Jesus tinha acrescentado a isso a afirmação de que dele era o poder de conceder vida (conforme 5.21). A história subse-qüente mostra como a demonstração desse poder levou os judeus à sua determinação final de matá-lo (conforme v. 46,53). O sinal tem uma série de contrapartidas nos Sinópticos (conforme Mc 5:21-41; Lc 7:11-42 e paralelos), v. 1. Lázaro [...] de Betânia: O lugar ficava perto de Jerusalém (conforme v. 18) e é cuidadosamente distinguido de Betânia na Transjordânia (conforme 1.28), onde, muito provavelmente, Jesus estava quando recebeu a notícia da enfermidade de Lázaro, v. 2. Maria [...] que derramara perfume sobre o Senhor. Essa identificação precede o incidente registrado posteriormente (conforme 12:1-8). Não há um bom motivo, à parte da semelhança verbal, para identificá-la com a mulher de Lc 7:36-42. v. 4. Essa doença [...] ê para a glória de Deus: Imediatamente Jesus sugere que pretende fazer algo, como também indica que sabe quanto Lázaro está próximo da morte. E João nos assegura de que Jesus amava a família (v. 5).

    v. 6. ficou mais dois dias onde estava: Jesus agiu em concordância perfeita com o plano divino, de tal forma que nem mesmo seu amor pelas irmãs de Lázaro o fez ir a Betânia um momento antes. Aliás, o mensageiro deve ter alcançado Jesus em torno da hora em que Lázaro morreu. Jesus esperou porque sabia que era melhor, embora soubesse que isso tornaria a aflição das irmãs maior ainda. Suas lágrimas de compaixão (conforme v. 35) eram perfeitamente naturais. Também não se pode dizer que Jesus esperou para realizar um milagre ainda maior, e assim evocou maior admiração dos espectadores, ao acrescentar à restauração do fôlego do corpo o milagre maior da restauração do corpo já em decomposição (conforme v. 39). Isso não se harmoniza com tudo que sabemos a seu respeito. As horas extras de aflição foram mais do que compensadas para as irmãs; e quem pode medir o efeito sobre o próprio Lázaro? v. 9. O dia não tem doze horas?: Enquanto dver tempo para trabalhar, Jesus está seguro de que nenhum mal vai cair sobre ele. “Hora” aqui não é usado no sentido técnico joanino, v. 11. Lázaro adormeceu: O conhecimento que Jesus tinha das circunstâncias é claramente sobrenatural. Mas para ele a morte física é como o sono (conforme Mc 5:39), e ele vai despertar Lázaro novamente. O “sono” se tornou a metáfora predileta para denotar o estado de morte em que os primeiros cristãos esperavam a parousia (conforme At 7:60; lTs 4.1314; 1Co 15:20,1Co 15:51 et alia),

    v. 15. estou contente por não ter estado lá: Aqui está a compaixão perfeita do Senhor. Ele sabe que uma maior vai ser despertada tanto nas irmãs quanto nos discípulos do que se ele tivesse estado lá para evitar que Lázaro morresse. Contudo, o desejo de confortar as irmãs está próximo do coração de Jesus. Ele diz: vamos até ele. v. 16. Tomé é uma das personagens mais coerentes do NT. Embora só seja mencionado pelo nome quatro vezes em João (conforme 14.5; 20.24ss; 21.2), é retratado muito claramente. Ele pede por fatos brutos e simples e, por impalatáveis que sejam, vai aceitá-los, pois é leal àquilo em que crê. v. 25. Eu sou a ressurreição e a vida\ Marta não consegue pensar muito além da crença tradicional acerca da ressurreição, ensinada pelos fariseus e de fato endossada, até onde ia, pelo próprio Senhor (conforme 5.28,29; 6.39,40,44,54). Mas Jesus mostra que nele a esperança escatológica se torna atual e presente. A morte é só o momento quando a vida eterna passa além da atividade e experiência no mundo material. A vida que Jesus oferece é imortal. Assim, em resposta a essa revelação Marta amontoa todos os termos messiânicos que ela consegue reunir para expressar sua fé em Cristo, v. 28. O Mestre está aqui-. Os amigos de Jesus comumente devem ter se referido a ele como “o Rabino” (gr. ho didaskalos)-, conforme 13 13:14-20.16; Mc 14:14.

    v. 33. Jesus agitou-se (gr. enebrimêsato') no espírito e perturbou-se (gr. etaraxen heauton)-. Essas duas expressões gregas falam de indignação e tristeza respectivamente. Temple apropriadamente traduz a segunda por “arrepiou-se”. Está certo que Jesus ficou aflito e triste por Lázaro — seu amigo tão próximo. Mas a cena dos pranteadores profissionais talvez explique a primeira expressão. E possível, também, que Jesus já previa a reação violenta que esse milagre produziria no final. Enebrimêsato também ocorre nos Sinópticos (conforme Mt 9:30; Mc 1:43) e, provavelmente, sugere ali a energia física e espiritual empregadas na operação dos milagres, v. 35. Jesus chorou (gr. edakrysen)-. O choro dos judeus não era como o lamento organizado barulhento do Oriente. Jesus derramou lágrimas. Jesus geme novamente quando pondera o grande encontro com o arquiinimigo dos homens — a morte. v. 40. Não lhe falei que [...] veria (gr. opsei) a glória de Deus?-. Talvez a intenção era que entendêssemos com isso que Jesus prometeu a Marta que ela deveria ter uma visão (sugerida pela palavra “ver”) da glória de Deus sobre e acima do evento físico a ser testemunhado pelos outros. (Acerca de opsei como usado por João nesse sentido, conforme 1.51; 3.36; 11.40). v. 41. Assim, quando a pedra é removida, Jesus encara o desafio de todos os desafios até aqui no seu ministério. Mas ele o enfrenta com oração, feita além do mais para ajudar os outros para que vejam o que ele está fazendo em comunhão com o Pai. v. 43. Lázaro, venha para forah Outros podem compartilhar desse momento crítico. Eles removem a pedra, mas somente Jesus pode trazer o morto para fora. Eles o desvencilham das faixas e panos do túmulo, mas somente Jesus concede vida a ele. Os fatos espantosos são registrados em rápida sucessão.

    Alguns dos espectadores creram. Outros foram contar aos fariseus (v. 46). Esse é um momento crítico no ministério do Senhor. Nos Sinópticos, o mesmo momento crucial parece vir na purificação do templo, v. 48. os romanos virão e tirarão tanto o nosso lugar como a nossa nação-. Essa é uma reação típica dos saduceus. Até agora, o partido sacerdotal mostrou pouco interesse. Agora estão alarmados em virtude da sua posição privilegiada. Assim, Caifás assume agora a iniciativa. Ele era o sumo sacerdote naquele ano fatídico. (A expressão naquele ano não implica que João considerasse o sumo sacerdócio judaico um ofício anual; Caifás, aliás, o ocupou de 18 a 36 d.C.) O fato é que, como ele diz, vos é melhor que morra um homem (v. 50), para que não pereçam todos os judeus. Seu pronunciamento foi profético. Como mostra João, ele não poderia ter falado mais eloqüente-mente da morte vicária do Senhor Jesus. Mas suas palavras são tingidas também de amarga ironia. Não muitos anos depois disso, a nação judaica sofreria amargamente nas mãos dos romanos, v. 54. Efraim ficava a cerca de 22 quilômetros a nordeste de Jerusalém. Jesus ficou lá até a Páscoa. O parágrafo final mostra quantos havia que estavam observando com intenso interesse a tensão crescente dos eventos.


    Moody

    Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
    Moody - Comentários de João Capítulo 11 do versículo 1 até o 57

    João 11

    O. A Ressurreição de Lázaro. Jo 11:1-57.

    Esta narrativa inclui a doença, morte e ressurreição do amigo de Jesus e a reação do Judaísmo oficial diante do milagre. Conclui com a notícia do despertamento do interesse popular por este homem que estava emocionando a nação. Esse Alguém que provara ser a Luz do mundo restaurando a vista de um cego provou agora ser a Vida dos homens, o Vencedor da morte.


    Moody - Comentários de João Capítulo 11 do versículo 33 até o 37

    33-37. A tristeza de Jesus. Agitou-se no espírito. A palavra grega para agitou-se, repetida no versículo 38, parece que normalmente transmite a idéia de raiva por causa de alguma coisa. Considerando que Cristo não poderia ter sentido raiva para com Maria e os amigos que choravam com ela, é provável que essa profunda emoção fosse devido ao seu íntimo protesto contra a devastação que o pecado introduziu no mundo, com enfermidade e morte e tristeza por terrível conseqüência. A caminho da sepultura, Jesus chorou, vertendo lágrimas. Foi um choro silencioso contrastando com o clamor audível sobre Jerusalém ((Lc 19:41). Os judeus que estavam presentes viram também evidências de Sua limitação. Ele dera vista aos cegos (Jo 11:9), mas a morte era grande demais para o Seu poder (v. Jo 11:37). Talvez na segunda vez em que se perturbou houvesse um misto de indignação por causa dessa visão míope do Seu poder.


    Francis Davidson

    O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
    Francis Davidson - Comentários de João Capítulo 11 do versículo 32 até o 44
    b) O milagre e seu significado (Jo 11:32-43 e segs. Quando Jesus clama em alta voz, Lázaro, vem para fora, este obedece incontinenti. Assim a história chega ao seu fim, e o silêncio se interpõe. Ignoramos as reações dos que testemunharam este sinal, pelo qual Jesus manifestou a Sua glória.

    John MacArthur

    Comentario de John Fullerton MacArthur Jr, Novo Calvinista, com base batista conservadora
    John MacArthur - Comentários de João Capítulo 11 do versículo 1 até o 57

    38. A Ressurreição ea Vida-Parte 1: Doença para a Glória de Deus (João 11:1-16)

    Agora, um certo homem estava doente, Lázaro de Betânia, aldeia de Maria e de sua irmã Marta. Foi a Maria que ungiu o Senhor com bálsamo, e os enxugou com os seus cabelos, cujo irmão Lázaro estava doente. Assim, as irmãs mandaram dizer a Ele, dizendo: "Senhor, eis aquele que tu amas está doente." Mas quando Jesus ouviu isto, Ele disse: "Esta enfermidade não é para terminar na morte, mas para a glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por ela." Ora, Jesus amava Marta e sua irmã e Lázaro. Então, quando soube que ele estava doente, Ele, então, ficou ainda dois dias no lugar onde estava. Depois disto, disse aos discípulos: "Vamos para a Judéia de novo." Os discípulos disseram-lhe: "Rabi, ainda agora os judeus procuravam apedrejar agora Você, e Você vai lá de novo?" Jesus respondeu: "Não há doze horas no dia? Se alguém andar de dia, não tropeça, porque vê a luz deste mundo. Mas, se alguém andar de noite, tropeça, porque a luz não é nele ". Isto Ele disse, e depois que Ele lhes disse: "Nosso amigo Lázaro adormeceu;. Mas eu vou, para que eu possa despertá-lo do sono" Os discípulos disse-lhe então: "Senhor, se ele está dormindo, ele vai se recuperar." Mas Jesus falara da sua morte, mas eles pensaram que ele estava falando de sono literal. Então Jesus disse-lhes então claramente: "Lázaro está morto, e eu estou contente por amor de vós que eu não estava lá, de modo que você pode acreditar;. Mas vamos ter com ele" Portanto Tomé, chamado Dídimo, disse aos seus condiscípulos: "Vamos nós também, para que possamos morrer com Ele." (11: 1-16)

    O tema mais importante do universo é a glória de Deus. É a razão subjacente para todas as obras de Deus, desde a criação do mundo, para a redenção dos pecadores caídos, com o julgamento dos incrédulos, para a manifestação da Sua grandeza por toda a eternidade no céu.

    Porque a glória de Deus é intrínseco à sua natureza a Bíblia se refere a ele como o Deus da glória (. Sl 29:3), o Rei da glória (Sl . 24: 7-10), eo alto e exaltado One (Is 57:15; conforme Is 33:5;. Conforme 2Pe 1:17); Jesus Cristo, o Senhor da glória (1Co 2:8). Glória intrínseca de Deus é exclusivamente dele, e ele não vai compartilhá-lo com ninguém (Is 42:8).

    A Palavra de Deus de forma consistente exalta a grandeza da Sua glória. No Sl 57:11 Davi exclamou: "Sê exaltado acima dos céus, ó Deus, seja a tua glória sobre toda a terra" (conforme 108: 5). Ecoando o pensamento de seu pai Salomão escreveu: "Bendito seja o seu nome glorioso para sempre, e pode se toda a terra encheu-se com a Sua glória" (Sl 72:19).. Sl 113:4). Tudo o que Deus criou dá-lhe glória, exceto os anjos caídos e os homens caídos. E mesmo que, em um sentido negativo, dar glória a Ele, pois Ele mostra a Sua santidade por julgá-los (conforme Ex 14:4).Em 2Co 4:4; conforme vv 12, 14, 18..). Salvação transforma os fiéis, enchendo-os "com o fruto da justiça, que vem por meio de Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus" (Fp 1:11; conforme Jo 15:8)

    Ao longo de suas peregrinação no deserto, a glória de Deus apareceu várias vezes para o povo de Israel, principalmente na forma de uma nuvem ou uma coluna de fogo (13 21:2-13:22'>Ex 13:21-22; Ex 16:10; 24: 16-17.; Lv 9:1; Nu 16:19, Nu 16:42). A manifestação visível da glória de Deus também apareceu na cerimônia de dedicação de o tabernáculo (Ex. 40: 34-35) e templo de Salomão (I Reis 8:10-11).

    Para prepará-lo para o seu ministério profético, Deus também deu Isaías uma visão avassaladora de Sua majestosa e gloriosa santidade:

    No ano da morte do rei Uzias eu vi o Senhor sentado num trono, elevado e exaltado, com o trem de seu manto enchiam o templo. Seraphim estava em cima dele, cada um com seis asas: com duas cobria o rosto, e com duas cobria os pés e com duas voava. E um chamado para o outro e disse: "Santo, Santo, Santo, é o Senhor dos exércitos, toda a terra está cheia da sua glória." E as bases dos limiares tremeu na voz daquele que chamou, enquanto o templo foi se enchendo de fumaça. Então eu disse: "Ai de mim, porque estou arruinado Porque eu sou um homem de lábios impuros, e habito no meio de um povo de lábios impuros;! E os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos." (Isa. 6: 1-5)

    Mas a manifestação mais gracioso e completo da glória de Deus veio na pessoa do Senhor Jesus Cristo, "o Verbo [que] se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade "(Jo 1:14). Explicando o significado do primeiro milagre do Senhor, João escreveu: "Este início de Seus sinais que Jesus fez em Caná da Galiléia, e manifestou a sua glória, e os seus discípulos creram nele" (2:11). Embora glória divina de Jesus foi velado em carne humana, em uma ocasião Ele fez desvendar sua verdadeira majestade a três dos seus discípulos: "Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, seu irmão, e levou-os para cima em um alto monte. E foi transfigurado diante deles; e o seu rosto resplandecia como o sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz "(Mateus 17:1-2; conforme 2 Pedro 1: 16-18.).

    Capítulo 11 registra o último e mais poderoso dos sete sinais miraculosos no evangelho de João (conforme 2: 1-11; 4: 46-54; 5: 1-17; 6: 1-14; 6: 15-21 ; 9: 1-41), a ressurreição de Lázaro, quatro dias após sua morte. O principal objectivo do milagre, no entanto, não era para restaurar-lhe a vida, ou para confortar suas irmãs de luto. Jesus ressuscitou Lázaro dentre os mortos, em primeiro lugar, para que Ele, o Pai seja glorificado (4 vv., 40).
    A glória de Jesus Cristo brilha nesta passagem em um cenário escuro de rejeição e ódio por parte dos líderes judeus. Como observado no capítulo anterior deste volume, o confronto do Senhor com as autoridades judaicas no pórtico de Salomão (10: 22-39) marcou o fim do registro de João de Seu ministério público; capítulos 11:12 formam uma ponte entre o ministério público de Cristo e de Sua paixão, registradas nos capítulos 13:21. Após o confronto, Jesus retirou-se do outro lado do rio Jordão (10:
    40) para a região de Perea, onde permaneceu e ministrado por alguns meses antes de voltar a Jerusalém para a Semana da Paixão. Foi em meio a esse ministério pereiana que Ele retornou brevemente para a vizinhança de Jerusalém para ressuscitar Lázaro dentre os mortos. No entanto, apesar do milagre inegável Jesus iria realizar, o ódio das autoridades judaicas para Ele só se intensificou (11: 46-53). Portanto, após ressuscitar Lázaro, o Senhor mais uma vez deixar a área ao redor de Jerusalém (v. 54), não voltar até a Sua entrada triunfal.
    A ressurreição de Lázaro evidenciado glória de Cristo de três maneiras: ele apontou de forma inequívoca a sua divindade (11: 25-27); fortaleceu a fé dos discípulos (11:15); e que levou diretamente à cruz (11:53). Como a conta se desenrola no capítulo 11, que pode ser dividida em quatro seções: a preparação para o milagre (11: 1-16); a chegada de Jesus (11: 17-36); o próprio milagre (11: 37-44); e as consequências (11: 45-57).
    A primeira seção fornece o pano de fundo para o milagre através da introdução de três conjuntos de caracteres: o homem crítico, as irmãs em causa, e os discípulos cautelosos.

    O Man Critical

    Agora, um certo homem estava doente, Lázaro de Betânia, aldeia de Maria e de sua irmã Marta. Foi a Maria que ungiu o Senhor com bálsamo, e os enxugou com os seus cabelos, cujo irmão Lázaro estava doente. (11: 1-2)

    A introdução unembellished dele apenas como um homem que estava doente enfatiza que Lázaro não é o foco principal da história. Como mencionado acima, a ênfase principal é que Jesus eo Pai seja glorificado através de sua ressurreição. Lazarus é uma forma abreviada do nome hebraico Eleazar, que significa "Deus ajudou", ou "ajudado por Deus", uma montagem nome em luz desta história. Desde que o nome era comum, João identificou-o ainda mais, a vila onde morava, Bethany. Esta não foi a Betânia, além do Jordão, onde João Batista ministrou (ver a exposição Dt 1:28 no capítulo 4 deste volume) e onde Jesus estava atualmente ministrando (veja a discussão sobre 10:40 no capítulo anterior deste volume). Esta foi a Betânia , na Judéia (v. 18).

    João identificou ainda como Bethany . aldeia de Maria e de sua irmã Marta O apóstolo, sem dar mais detalhes, evidentemente esperava que seus leitores a se familiarizar com as duas irmãs (que são referidos no evangelho de Lucas [Lucas 10:38-42]) . Assim, ele poderia escrever que era a Maria que ungiu o Senhor com bálsamo, e os enxugou com os seus cabelos, cujo irmão Lázaro estava doente, mesmo que ele não iria se relacionar essa história de que unção até o capítulo 12, os leitores já sabiam de que a partir dos evangelhos sinóticos (Mateus 26:6-13; Mc 14:1; Sl 55:22; 1Pe 5:71Pe 5:7; 1:2; Marcos 11:11-12., E a discussão Dt 8:1; 1Rs 11:43 ; Sl 13:3; Mt 27:52; At 7:60; At 13:36; 1Co 11:301Co 11:30; 15:. 1Co 15:6, 1Co 15:18, ​​1Co 15:20, 1Co 15:51; 13 52:4-15'>113 52:4-15'> Tessalonicenses 4: 13-15; 1Ts 5:10; 2Pe 3:42Pe 3:4), mas não havia muito mais a ele, como suas palavras aqui refletir o amor, devoção e coragem, apesar de seu pessimismo. Sua negatividade levou-o a acreditar que ele morreria se eles foram para Jerusalém. Por outro lado, o seu amor por Jesus foi tão forte que ele estava disposto amorrer com Ele.

    Tomé foi sincero em suas intenções. No entanto, no momento crucial no Getsêmani (pouco tempo de distância) sua fé, como a do restante dos discípulos, seria considerada deficiente. Quando Jesus foi preso no jardim, "todos os discípulos o abandonaram e fugiram" (Mt 26:56). Aqui, no entanto, Tomé foi um exemplo de coragem e força para os discípulos hesitantes. Depois de sua liderança ousada, apesar de suas dúvidas (8 vv., 12), todos eles foram para Betânia com Jesus.

    39.A Ressurreição ea Vida-Parte 2: A Chegadado Salvador (João 11:17-36)

    Então, quando Jesus veio, Ele descobriu que ele já tinha estado em quatro dias de sepultura. Ora, Betânia era perto de Jerusalém, cerca de duas milhas ao largo; e muitos dos judeus tinham ido visitar Marta e Maria, para as consolar acerca de seu irmão. Marta pois, quando soube que Jesus vinha, saiu-lhe ao encontro, mas Maria ficou em casa. Marta disse então a Jesus: "Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido. Mesmo agora sei que tudo quanto pedires a Deus, Deus vai te dar." Jesus disse-lhe: "Teu irmão ressuscitará". Marta disse-lhe: "Eu sei que ele vai ressuscitar na ressurreição do último dia." Jesus disse-lhe: "Eu sou a ressurreição ea vida; quem crê em mim viverá ainda que morra, e todo aquele que vive e crê em mim nunca morrerá Você acredita nisso.?" Ela disse-lhe: "Sim, Senhor, eu creio que Tu és o Cristo, o Filho de Deus, aquele que vem ao mundo."Quando ela disse isso, ela foi embora e chamou Maria, sua irmã, dizendo secretamente, "O Mestre está aqui e está chamando por você." E quando ela ouviu isso, levantou-se rapidamente e foi ter com ele. Agora Jesus ainda não havia entrado na aldeia, mas estava no lugar onde Marta o encontrara. Então os judeus que estavam com ela em casa, e consolá-la, quando viram que Maria levantou-se rapidamente e saiu, seguiram-na, pensando que ia ao sepulcro para chorar ali. Portanto, quando Maria chegou onde Jesus estava, ela o viu, e caiu a seus pés, dizendo-lhe: "Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido." Quando Jesus, portanto, a viu chorar, e os judeus que vieram com ela, também chorando, Ele ficou profundamente comovido em espírito e perturbou-se e disse: "Onde o pusestes?" Responderam-lhe: "Senhor, vem e vê." Jesus chorou. Então os judeus estavam dizendo: "Veja como ele o amava!" (11: 17-36)

    Um dos aspectos mais inquietantes da morte é que o homem não tem controle sobre ele. Assim como "ninguém tem autoridade para conter o vento", assim também nenhum homem tem "autoridade sobre o dia da morte" (Ec 8:8).

    A dura realidade de que esta vida pode acabar a qualquer momento, apenas destaca a sua brevidade. Como Jó lamentou: "O homem, que é nascido de mulher, é de curta duração e cheia de turbulência Como uma flor que ele vem e cernelha foge também como a sombra e não permanece.." (14:1-2) . "Como para os dias da nossa vida", escreveu Moisés ", que contêm 70 anos, ou se, devido a força, 80 anos, mas o seu orgulho, mas é trabalho e tristeza, pois em breve ele se foi e nós voamos" (Sl 90:10).

    A verdade expressa na declaração irreverente, "Você não pode levá-lo com você!" indica que tudo que é feito nesta vida (além de servir a Deus) não tem sentido. Para Salomão, que a realização reduzida tudo o que ele tinha feito a um sopro;

    Assim eu odiava todo o fruto do meu trabalho para o qual eu havia trabalhado sob o sol, pois devo deixá-lo ao homem que virá depois de mim. E quem sabe se ele será sábio ou um tolo? No entanto, ele terá o controle sobre todo o fruto do meu trabalho para o qual eu tenho trabalhado, agindo sabiamente debaixo do sol. Também isto é vaidade. (Eclesiastes 2:18-19.)

    Exclamou Job, "Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá" (1:21). Paulo escreveu: "Para nós trouxemos nada ao mundo, por isso não podemos tirar nada do que quer" (1Tm 6:7.). A morte marca o início da verdadeira vida em perfeição glorificado e perfeita comunhão com Cristo para aqueles que depositam sua fé no Senhor. Ele os ressuscitará no último dia (6: 39-40, 44), e eles vão viver para sempre em Sua presença.

    Ressurreição de Lázaro de Cristo vividamente demonstrado Seu poder sobre a morte (conforme Lucas 7:11-15; 8: 52-56). O milagre formou uma ponte entre o seu ministério público para a nação e seu ministério privado para os discípulos, preparando-os para a sua partida. Assim, tanto fortaleceu a fé dos discípulos (conforme v. 15) e também forneceu evidências indiscutíveis de Israel de que Jesus era quem dizia ser. Além disso, o milagre deu crédito às alegações repetidas de Jesus que Ele faria uma ascensão dia dos mortos Ele mesmo (conforme 02:19; Mc 8:31; Mc 9:31; Lc 24:7, At 5:10), uma vez que o clima era quente e os judeus não praticar embalsamamento. Homens e mulheres andaria separAdãoente na procissão funeral, após o que as mulheres sozinhas voltaria do local de enterro para iniciar o período de luto de trinta dias. Os primeiros sete dias de luto foram as mais intensas, e muitas das carpideiras permaneceria com a família para toda essa semana. Isso explica por que os judeus que vieram para consolar Marta e Maria ainda estavam com eles quatro dias após o enterro.

    Sua reivindicação

    Marta pois, quando soube que Jesus vinha, saiu-lhe ao encontro, mas Maria ficou em casa. Marta disse então a Jesus: "Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido. Mesmo agora sei que tudo quanto pedires a Deus, Deus vai te dar." Jesus disse-lhe: "Teu irmão ressuscitará". Marta disse-lhe: "Eu sei que ele vai ressuscitar na ressurreição do último dia." Jesus disse-lhe: "Eu sou a ressurreição ea vida; quem crê em mim viverá ainda que morra, e todo aquele que vive e crê em mim nunca morrerá Você acredita nisso.?" Ela disse-lhe: "Sim, Senhor, eu creio que Tu és o Cristo, o Filho de Deus, aquele que vem ao mundo." (11: 20-27)

    Quando a notícia chegou a Marta que Jesus estava vindo para a aldeia, ela foi se encontrar com Ele, mas Maria ficou em casa. As ações das duas irmãs estão em consonância com a foto deles em Lucas 10:38-42. Marta foi a movimentada, ativa ("distraído com todas as suas preparações"; Lc 10:40), Maria foi o silencioso e contemplativo ("sentada aos pés do Senhor, ouvindo a sua palavra"; v. 39). De acordo com o costume judaico, os que sofreram a perda de um ente querido permaneceu sentado enquanto os outros enlutados os consolou. Mas Marta, de acordo com sua personalidade forte, deixou sua casa e foi ao encontro de Jesus, como Ele se aproximou.

    Quando Marta chegou a ele, o pensamento perturbador que tinha sido em primeiro lugar em sua mente (e de sua irmã; v 32.) Entrou para os últimos dias derramando: "Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido." Embora, obviamente, com o coração partido, ela não estava repreendendo o Senhor por não ter evitado a morte de Lázaro. Como observado no capítulo anterior deste volume, a mensagem das irmãs havia chegado tarde demais, humanamente falando, para Jesus ter voltado a Betânia, em vez de curá-lo. Palavras de Marta eram simplesmente uma expressão pungente de tristeza misturada com a fé que ela expressa em sua próxima declaração: "Mesmo agora sei que tudo quanto pedires a Deus, Deus vai te dar." Essa confiança, no entanto, evidentemente não se estendeu para Jesus ' capacidade de ressuscitar seu irmão, como a hesitação dela mais tarde, quando o túmulo foi aberto deixa claro (v. 39). Ela parece ter tido fé no poder de Deus para curar, mas não em Seu poder de ressuscitar os mortos (talvez a possibilidade ainda não tinha passado por sua mente). No entanto Marta reconheceu que Jesus tinha uma relação especial com Deus. Ela era, portanto, confiante de que com suas preces algumas boas ainda poderia sair da tragédia.

    Jesus respondeu, assegurando-lhe, "Teu irmão há de ressuscitar." Ele quis dizer que Lázaro estava indo para ser ressuscitado imediatamente, mas Marta perdeu o ponto. Ela assumiu que Jesus, como os outros enlutados, foi consolá-la, salientando que Lázaro iria subir novamente no final da época. Marta, no entanto, já estava familiarizado com a verdade, e para que ela respondeu: "Eu sei que ele vai ressuscitar na ressurreição do último dia." A ressurreição do corpo foi ensinado no Antigo Testamento (por exemplo, 19:1; Dn 12:2; Atos 23:6-8). Foi também, como Marta sabia, o ensinamento de Jesus (conforme 05:21, 25-29; 6: 39-40, 44, 54). Ironicamente, enquanto ela acreditava que Jesus tinha o poder de ressuscitar seu irmão em um futuro distante, ela não acha que Ele também poderia fazê-lo imediatamente.

    Desafiando Marta para ir além de uma crença abstrata na ressurreição final para completar a fé nEle, Jesus disse-lhe: "Eu sou a ressurreição ea vida." Este é o quinto dos sete "eu sou" reivindicações divindade no Evangelho de João (06:35; 08:12; 10: 7, 9, 11, 14; 14: 6; 15: 1, 5). Foco de Marta foi no final da época, mas o tempo não é obstáculo para aquele que tem o poder de ressurreição e vida (conforme 5:21, 26). Jesus ressuscitará os mortos no futuro ressurreição de que Marta falou. Mas Ele também estava indo para elevar seu irmão imediatamente. O Senhor chamou-a para uma relação de confiança pessoal nele como aquele que só tem poder sobre a morte.

    Próximas duas afirmações de Jesus, "quem crê em mim viverá ainda que morra, e todo aquele que vive e crê em mim, jamais morrerá", não são redundantes. Eles ensinam separado, embora relacionados, verdades. Aquele que crê em Jesus vai viver ainda que morra fisicamente, porque Ele o ressuscitarei no último dia (5:21, 25-29; 6: 39-40, 44, 54). E já que todo aquele que vive e crê em Ele tem a vida eterna (3:36; 5:24; 6:47, 54), eles nunca morrerá espiritualmente (veja a discussão sobre 08:51 no capítulo 32 deste volume), uma vez que a vida eterna não pode ser extinto com a morte física.Como resultado, todos os que confiam em Cristo pode exultar: "Ó morte, onde está tua vitória? Ó morte, onde está o teu aguilhão?" (1Co 15:55).

    Quando Jesus desafiou Marta, "Você acredita nisso?" Ele não estava perguntando se ela acreditava que ele estava prestes a levantar seu irmão. O Senhor estava chamando-a para, pessoalmente, acredito que somente Ele era a fonte do poder da ressurreição e da vida eterna. RCH Lenski escreve:

    Acreditar "isto" é crer no que ele diz de si mesmo e, assim, a acreditar "nele". É uma coisa para ouvi-lo, de raciocinar e discutir sobre isso; e outra coisa é acreditar, abraçar, confiar nele. Crer é receber, guardar, apreciar a realidade eo poder do mesmo, com tudo o que está no texto, de alegria, conforto, paz e esperança. A medida da nossa fé, mesmo que não seja a medida de nossa posse, uma vez que a menor fé tem Jesus, a ressurreição ea vida, completamente, é ainda a medida de nossa apreciação de tudo. ( A Interpretação dos Evangelho de São João [Reprint; Peabody, Mass .: Hendrickson, 1998], 803)

    Por causa do Seu amor infinito por alma de Marta, Jesus apontou-a para a única fonte de vida espiritual e bem-estar próprio.

    Afirmação da fé em Jesus Marta está com os outros grandes confissões de sua identidade nos evangelhos (1:49; 6:69; Mt 14:33; Mt 16:16). Ele antecipa declaração de propósito de João para escrever seu evangelho: "Estes foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome" (20:31). Marta enfaticamente (o texto grego tem o pronome pessoal, além do verbo) declarou três verdades vitais sobre Jesus: Como André (01:41), ela confessou que Ele era o Cristo, ou Messias; como João Batista (01:34), Natanael (01:49), e os discípulos (Mt 14:33). Ela afirmou que Ele era o Filho de Deus; e, finalmente, como o Antigo Testamento havia previsto (conforme Isa . 9: 6; Mq 5:2; conforme Jo 1:9; Jo 6:14), eles sentiram que era seu dever como seus consoladores ir com ela. Mais uma vez, Deus soberanamente orquestrado as circunstâncias para se encaixar perfeitamente Seus propósitos, assegurando que o milagre de Jesus seria testemunhada por todo o grupo.

    Maria parece ter sido a mais emocional das irmãs, e quando ela chegou onde Jesus estava, ela o viu, e caiu a seus pés. Ela disse a ele o que tinha certamente discutido, já que Marta havia dito anteriormente: "Senhor, ., se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido " Como foi o caso com sua irmã, Maria não significava vergonha para Jesus (conforme a discussão de v 21 acima.); sua declaração foi simplesmente um reflexo da sua dor.

    A cena era compreensivelmente de tristeza e dor intensa. Não só foi Maria chorando (a forma do verbo klaiō ; "a chorar", ou "a lamentar em voz alta"), mas os judeus que vieram com ela foram também chorando e lamentando alto. Segundo o costume judeu, até mesmo a família mais pobre era esperado para contratar pelo menos dois jogadores de flauta e uma mulher lamentando profissional. Como Maria, Marta e Lázaro eram uma família proeminente, eles provavelmente tiveram até mesmo choros mais profissionais, para além dos outros que vieram para prestar suas homenagens (v. 19).

    Observando a cena caótica, Jesus ficou profundamente comovido em espírito e perturbou-se. Profundamente comovido é uma tradução equivocada do verbo embrimaomai , o que significa, literalmente, de cheirar como um cavalo. . Além de seu uso em v 38, ele aparece apenas três outras vezes no Novo Testamento (Mt 9:30; Mc 1:43; Mc 14:5); espanto dos discípulos ao ver Jesus depois da ressurreição (24:38); A reação de Jesus à Sua morte iminente (Jo 12:27); e Sua resposta a traição iminente de Judas (13:21).

    Jesus então perguntou: "Onde o pusestes?" Responderam-lhe: "Senhor, vem e vê." A quem o termo que se refere ao não está definido, mas, evidentemente, refere-se a alguns na multidão que eram favoráveis ​​a Jesus, uma vez que se abordou ele respeitosamente como Senhor.

    Como os outros, Jesus chorou. Mas o verbo grego não é klaiō como no versículo 33, mas dakruō , uma palavra rara usado somente aqui no Novo Testamento. Em contraste com o grande clamor implícitoklaiō , dakruō tem a conotação de silenciosamente irromper em lágrimas, ao contrário das carpideiras funerários típicos. Lágrimas de Jesus foram gerados tanto por Seu amor por Lázaro, e pelo Seu sofrimento sobre os efeitos mortais e incessantes de pecado em um mundo decaído. O versículo 35, apesar de ser o mais curto versículo na Bíblia, é rica em significado. Ela enfatiza a humanidade de Jesus;Ele era verdadeiramente "um homem de dores, e experimentado no sofrimento" (Is 53:3)

    Mas alguns deles disseram: "Não podia ele, que abriu os olhos do cego, ter mantido este homem também de morrer?" Então Jesus, novamente sendo profundamente comovido dentro, foram ao sepulcro. Agora era uma caverna, e uma pedra estava deitada contra ele. Jesus disse: "Retire a pedra." Marta, irmã do defunto, disse-lhe: "Senhor, por este tempo, haverá um cheira mal, porque está morto há quatro dias." Jesus lhe disse: "Eu não disse a você que, se você crer, você verá a glória de Deus?" Então, eles removeram a pedra. . Em seguida, Jesus levantou os olhos e disse: "Pai, eu te agradeço porque me ouviste Eu sabia que sempre me ouves, mas por causa das pessoas que estão ao redor Eu disse que, para que eles creiam que tu me enviaste. " Quando Ele disse estas coisas, Ele clamou em alta voz: "Lázaro, vem para fora". O homem que havia morrido saiu, de pés e mãos amarrados com faixas, eo seu rosto envolto com um pano. Jesus disse-lhes: "Desvincular-o e deixai-o ir." (11: 37-44)

    Durante Seu ministério terreno, o Senhor Jesus Cristo fez muitas reivindicações surpreendentes sobre si mesmo (veja a lista no capítulo 24 deste volume). No entanto, Ele também deu evidência poderosa e convincente, através dos sinais miraculosos que Ele realizou, para apoiar a veracidade dessas alegações. Quando seus inimigos exigiram saber se ele era ou não o Messias, Jesus apontou para esses mesmos sinais como prova de sua autenticidade. Ele disse:

    As obras que eu faço em nome de meu Pai, essas dão testemunho de mim .... Se eu não faço as obras de Meu Pai, não creiam em mim; mas se as faço, embora você não acredita em mim, crede nas obras, para que você possa conhecer e compreender que o Pai está em mim e eu no Pai "(Jo 10:25, 37-38)

    Mais cedo no Evangelho de João, Ele declarou: "As obras que o Pai me deu para realizar-as mesmas obras que Eu-testemunho de mim, que o Pai me enviou" (05:36). E na noite antes de sua morte, o Senhor disse a seus discípulos: "O Pai, que permanece em mim, faz as suas obras Crede-me que estou no Pai e que o Pai está em mim;. Caso contrário acredito que por causa das mesmas obras" (14:10 —11).

    Ao curar um paralítico, Jesus revelou que "o Filho do Homem tem na terra poder para perdoar pecados" (Mt 9:6). Quando João Batista enviou mensageiros para lhe perguntar: "Você é o esperado [o Messias], ou havemos de esperar outro?" Jesus respondeu: "Ide e anunciai a João o que vistes e ouvistes: os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, os pobres têm pregado o evangelho a eles" (Lc 7:19, Lc 7:22).

    Quando as autoridades judaicas indignados exigiu saber o que ele tinha autoridade para purificar o templo Jesus respondeu: "Destruí este templo, e em três dias eu o levantarei" (Jo 2:19). Como João observa: "Ele falava do templo do seu corpo" (v. 21). O Senhor disse repetidamente Seus discípulos que Ele iria ressuscitar dos mortos (Mt 16:21; 17: 22-23.; 20: 18-19; Lucas 24:6-7), e como a maior prova de todo-His ressurreição provou que Ele era quem dizia ser. Nas palavras do apóstolo Paulo, Jesus foi "declarado Filho de Deus com poder, pela ressurreição dentre os mortos" (Rm 1:4.) E "não dar conta de todas as suas obras" (33:13; conforme 40:. 40:2; Dt 29:29). Este foi, aparentemente, uma caverna natural (a palavra traduzida caverna é usada em outros lugares para descrever naturais em oposição a MANMADE cavernas; He 11:38; Ap 6:15.), embora às vezes túmulos foram esculpidos artificialmente na rocha (Mt 27:1). Em ambos os casos, o piso poderia ser nivelado, e prateleiras para cortar os corpos contra as paredes. O túmulo foi localizado fora da aldeia, para que a vida não se tornaria ritualmente contaminado pelo contato com cadáveres (Nu 19:16;.. Conforme Mt 23:27; Lc 11:44). Também foi selada por um círculo grande pedra, que foi rolado em frente da abertura para manter ladrões de sepultura e animais para fora.

    Terse comando de Jesus, "Remover a pedra", enviado Marta (que até agora tinha se juntado Maria e os outros enlutados) em um estado de pânico. Ela ainda não entendeu que o Senhor pretendia ressuscitar Lázaro. Sua preocupação era que o cadáver de seu irmão, depois de quatro dias no túmulo, teria começado a se decompor. Os judeus não embalsamar, mas usado especiarias aromáticas para mascarar temporariamente o odor de decomposição. Depois de quatro dias, no entanto, o mau cheiro que sai de um túmulo aberto e um cadáver em decomposição teria prevalecido o aroma das especiarias.

    Marta evidentemente assumiu que Jesus queria dar uma última olhada no corpo de seu amigo. Ela, no entanto, ficou horrorizado com o pensamento de ver (e cheiro) o corpo de seu amado irmão em estado de decomposição, ou de ter seu corpo visto publicamente nessa condição. Em sua mente, já era tarde demais para Jesus fazer nada por Lázaro; Ele não chegou a tempo (v. 21). Desde que seu irmão já haviasido morto quatro dias (o tempo perfeito do particípio indica que ela acreditava que Lázaro tinha entrado em um estado permanente de morte), Marta tinha desistido de toda a esperança.

    A Promessa

    Jesus lhe disse: "Eu não disse a você que, se você crer, você verá a glória de Deus?" (11:40)

    Desespero de Marta provocou uma resposta de Jesus projetado em parte para dar-lhe a esperança, e em parte como uma repreensão suave. O texto não registra o Senhor fazer esta declaração exata para Marta em sua conversa anterior (vv. 20-28). Por isso, Ele pode estar se referindo a uma observação anterior que não aparece nas Escrituras, ou esta declaração pode ter sido concebido como um compósito de versículo 4 (Suas palavras foram, sem dúvida, informou a Maria e Marta) e os versículos 23:26.

    Em ambos os casos, lembrete de Jesus desafiou Marta de parar de ser preocupar com o corpo de seu irmão e começar a se concentrar nele. O Senhor prometeu a ela que se ela iria acreditar que ela iria vera glória de Deus revelada. Isso não o fez, é claro, fazer o milagre dependente dela fé. Foi um ato soberano de Cristo, concebido para glorificar a Si mesmo e ao Pai, colocando Seu poder de ressurreição em exposição. Por conseguinte, teria acontecido não importa como Marta tinha respondido. Mas, apesar de todos os presentes iria ver o milagre, apenas aqueles que tinham fé em Cristo iria ver a plenitude da glória de Deus refletida nele. Leon Morris explica,

    Para [Jesus] a "glória de Deus" era a única coisa importante. Isso significa que o real significado do que ele faria seria acessível apenas a fé. Todos os que estavam lá, crentes ou não, iria ver o milagre. Mas Jesus está prometendo Marta uma visão da glória. A multidão ia ver o milagre, mas apenas os crentes iriam perceber o seu significado real, a glória. (O Evangelho Segundo João, O Novo Comentário Internacional sobre o Novo Testamento [Grand Rapids: Eerdmans, 1979], 560)

    Uma Oração

    Então, eles removeram a pedra. . Em seguida, Jesus levantou os olhos e disse: "Pai, eu te agradeço porque me ouviste Eu sabia que sempre me ouves, mas por causa das pessoas que estão ao redor Eu disse que, para que eles creiam que tu me enviaste. " (11: 41-42)

    Tranquilizado pela promessa do Senhor, Marta deu seu consentimento, e alguns dos espectadores removeu a pedra da entrada do túmulo. Jesus, é claro, não precisava de sua ajuda; uma pedra não é obstáculo para aquele que tem o poder de ressuscitar os mortos. Pode ser, como a igreja pai pensou Crisóstomo (Morris, João, 360 p n 79..), que Jesus envolveu os espectadores para que houvesse nenhuma dúvida de que foi realmente Lázaro que foi criado (conforme 9: 9).

    Jesus não estava pedindo ao Pai para ressuscitar Lázaro, mas agradecendo a Ele que Ele já tinha ouvido falar e concedeu o seu pedido, assim como ele sempre ouviu. Em contraste com a prática judaica de seu tempo, Jesus se dirigiu diretamente a Deus como Pai (por exemplo, 12:28; 17:. 1, 5, 11, 21, 24-25; Mateus 11:25-26; Mt 26:39, Mt 26:42 ; Lc 23:34, Lc 23:46). A oração não foi para benefício de Jesus, mas até as pessoas que estão em torno iria acreditar que Ele tinha sido enviado pelo Pai (conforme 4:34; 5: 23-24, 30, 36-38; 6:29, 38— 39, 44, 57; 07:16, 18, ​​28-29, 33; 08:16, 18, ​​26, 29, 42; 9: 4; 10:36; 12: 44-45, 49; 13 3:20-14:24; 15:21; 16: 5, 27; 17: 3., 8, 18, ​​21, 23, 25; 20:21; 10:40 Matt; Mc 9:37; Lc 4:43; Lc 10:16). Foi uma afirmação pública de missão e unidade de Jesus com o Pai, que em breve seria autenticado pela ressurreição de Lázaro.

    O Poder

    Quando Ele disse estas coisas, Me gritou em alta voz: "Lázaro, vem para fora". O homem que havia morrido saiu, de pés e mãos amarrados com faixas, eo seu rosto envolto com um pano. Jesus disse-lhes: "Desvincular-o e deixai-o ir." (11: 43-44)

    Tendo concluído a sua oração, Jesus chamou Lázaro de volta à vida. O texto enfatiza a sonoridade de seu comando; o verbo kraugazō ( gritou ), por si só significa "gritar", ou "a falar com uma voz alta", mesmo sem a frase adicionada uma grande voz. Por que Jesus clamou com grande voz não esteja expressamente indicado. Pode ter simbolizava o poder que levou para ressuscitar os mortos. Ou ele pode ter feito isso para se distanciar do mutterings sussurradas de feiticeiros e mágicos (conforme Is 8:19). Em qualquer caso, a sua voz imediatamente chamou a atenção completa de todos os presentes.

    Muitas vezes tem sido observado que o poder do Senhor é tão grande que Ele não tinha endereçado Lázaro pelo nome, todos os mortos em todas as sepulturas teria vindo. Um dia, no futuro, que é precisamente o que vai acontecer. Mais cedo, no Evangelho de João, Jesus disse: "Não vos admireis disso, porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz, e sairão, os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida, aqueles que fizeram o mal, para uma ressurreição de julgamento "(5: 28-29). Ressurreição de Lázaro de Jesus foi uma prévia do poder divino Ele será exibido quando Ele levanta todos os mortos no último dia.

    O próprio texto do mandamento de Jesus foi sucinto, concisa, quase abrupta em sua simplicidade. O texto grego diz literalmente: "Lázaro! Aqui! Fora!" Tropeçando cegamente em direção à voz familiar, amado que o chamou, o homem que havia morrido saiu. Em contraste com a atmosfera de circo que marca os desempenhos dos modernos "curandeiros" (que em qualquer caso, não pode ressuscitar os mortos), não houve exibicionismo, teatralidade, ou hype. Jesus estava contente em deixar o seu divino poder falar por si. Em seu comando o rei dos terrores (18:14) entregou o legítimo cativo; o túmulo foi roubado de sua vitória (1Co 15:55.); a porta da morte e do Hades foi desbloqueado por Aquele que, sozinha, detém as chaves (Ap 1:18).

    Os espectadores olhou com espanto chocado como a estranha aparição, mãos e pés atados com faixas, com o rosto envolto num pano (conforme 20: 7), arrastou seu caminho para a porta do sepulcro. (De acordo com o costume judaico de sepultamento, o corpo de Lázaro foi envolvido frouxamente em tiras de pano, o que permitiu que ele ande sem jeito por conta própria.) Alguns dos espectadores provavelmente fugiram em pânico, confuso e nervoso com a cena surpreendente.

    Depois do milagre, Jesus deu imediatamente o comando prático para desvincular Lazarus e deixá-lo ir (note Sua ordem igualmente prático para dar algo filha de Jairo para comer depois de Ele levantou a [Mc 5:43]). "Jesus nunca foi tão levado pela maravilha de seus milagres que ele esqueceu as necessidades da pessoa" (Morris, João , 562).

    E com que João faz uma cortina em cena. Ele não descreve reunião emotiva de Lázaro com Marta e Maria, ou as reações atordoados das pessoas na multidão. Ele também não apresentar um relatório sobre a experiência de Lazarus após a ressurreição. Tudo isso teria prejudicou suas razões para contar o milagre-que o Senhor Jesus Cristo seja glorificado (v. 4), e que os leitores do Evangelho de João pode acreditar que Jesus é quem Ele afirmava ser (20:31).
    Há significado em Jesus ", que envolve os espectadores em tocar e desembrulhar Lázaro:." Os próprios carpideiras que duvidavam [Jesus] eram agentes na realização do milagre em sua participação os enlutados de fato tornou-se parte do sinal e, portanto, foram testemunhas inegáveis ao poder de Jesus "(Gerald L. Borchert, João 1:11, O New Commentary americano [Nashville: Broadman & Holman, 2002], 363).

    Apesar de ter sido o sinal miraculoso culminante do ministério terrestre de Jesus, a ressurreição de Lázaro "poderia ser apenas uma antecipação pálida do que ainda estava por vir" (DA Carson, O Evangelho Segundo João, O Pillar New Testament Commentary [Grand Rapids: Eerdmans, 1991], 419). Pouco tempo depois, o próprio Jesus iria ressuscitar dos mortos (Mat. 28: 1-8; Marcos 16:1-8; Lucas 24:1-11; João 20:1-10; Atos 2:30-33; 1 Cor. 15: 1-11). Lázaro ressuscitou com um corpo mortal, corruptível que um dia iria morrer de novo. Mas Jesus Cristo ressuscitou como o conquistador da morte que é "as primícias de todos os que estão dormindo .... Pois como em Adão todos morrem, assim também em Cristo todos serão vivificados" (1 Cor. 15: 20-22 ). Por causa de Sua ressurreição, todos os crentes (incluindo Lázaro) será um dia receber, corpos incorruptíveis glorificados. Em seguida, Paulo escreve: "isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então virão sobre a palavra que está escrito:" A morte foi tragada pela vitória "(1Co 15:54. ).

    41. A Ressurreição ea Vida-Parte IV: Reacções à Ressurreição de Lázaro (João 11:45-57)

    Portanto, muitos dos judeus que tinham vindo a Maria, e viu o que ele tinha feito, creram nele. Mas alguns deles foram ter com os fariseus e disseram-lhes o que Jesus tinha feito.Portanto, os príncipes dos sacerdotes e os fariseus convocou um conselho, e diziam: "O que estamos fazendo? Por que este homem está realizando muitos sinais. Se o deixarmos assim, todos crerão nele, e virão os romanos e tirarão tanto o nosso lugar como a nossa nação. " Mas um deles, Caifás, que era sumo sacerdote naquele ano, disse-lhes: "Você sabe absolutamente nada, nem você levar em conta que é conveniente para você que um homem morra pelo povo, e que toda a nação não perecer. " Agora, ele não disse isso por sua própria iniciativa, mas, sendo o sumo sacerdote naquele ano, profetizou que Jesus iria morrer pela nação, e não somente pela nação, mas para que Ele também para congregar na unidade os filhos de Deus que andavam dispersos. Então, a partir daquele dia eles planejaram juntos para matá-lo. Portanto, Jesus já não continuou a andar publicamente entre os judeus, mas retirou-se dali para a região vizinha do deserto, para uma cidade chamada Efraim; e ali ficou com os discípulos. Agora, a Páscoa dos judeus estava próxima, e muitos subiram a Jerusalém, para fora do país antes da Páscoa para se purificar. Então, eles foram em busca de Jesus, e diziam uns aos outros como eles estavam no templo, "O que você acha,? Que Ele não virá para a festa em tudo" Ora, os principais sacerdotes e os fariseus tinham dado ordem que, se alguém soubesse onde ele estava, ele foi para denunciá-lo, para que eles pudessem prendê-lo. (11: 45-57)

    O evangelho de João foi justamente chamado o evangelho de crença. Ao longo de suas páginas, há uma ênfase clara sobre uma genuína fé salvadora no Senhor Jesus Cristo (por exemplo, 1:12; 3: 15-16, 18, 36; 05:24; 06:29, 35, 40, 47; 7 : 38; 08:24; 11: 25-26; 14: 1, 12; 17: 8, 20-21; 19:35). Como o próprio João afirmou, seu propósito para escrever era "para que [os leitores] creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo [eles], tenhais vida em seu nome" (20:31).
    Em consonância com essa Proposito, João consistentemente apresentado o pedido de Jesus Cristo para ser Deus em carne humana (por exemplo, 5: 17-47; 8:24, 58; 10:30). Sete declarações do Senhor "EU SOU", por exemplo, são nada menos do que declarações enfáticas de Sua divindade e messianismo (06:35; 08:12; 10: 7, 9; 10:11, 14; 11:25; 14: 6; 15: 1, 5). Como a resposta dos judeus incrédulos (eles queriam apedrejar Jesus por blasfêmia) indica, eles claramente estavam indignados porque entendiam exatamente quem Ele estava afirmando ser (05:18; 08:59; 10:31).
    Para autenticar suas afirmações, Jesus realizou muitos milagres (21:25), das quais sete são destaques no evangelho de João (2: 1-11; 4: 46-54; 5: 1-18; 6: 1-15 ; 6: 16-21; 9: 1-41; 11: 1-57; João também destacou um milagre pós-ressurreição de Jesus em 21: 6-11). Estes sete sinais culminou com espectacular exibição do Senhor do poder divino em ressuscitar Lázaro dentre os mortos. Como foi observado nos capítulos anteriores deste volume, enquanto o milagre reforçou crentes (11:
    15) e fundamentados reivindicação de Jesus de ser divino, o seu objectivo era que todos os que jamais saberia de que poderia dar glória a Jesus eo Pai (11: 4, 40).

    Tal afirmação radical (que Jesus é Deus) sempre obriga as pessoas a tomar uma decisão, eles podem reconhecer Sua afirmação como verdadeira ou rejeitá-la como falsa. Essencialmente, essas são as duas únicas respostas possíveis, a crença ou descrença. Como João afirma em seu evangelho: "Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece" (3:36). Não há uma terceira posição, neutra em relação a Cristo; aqueles que afirmam ser indiferente são, na realidade, em oposição a ele. Nas palavras de Jesus: "Quem não é comigo é contra mim; e quem não recolhe comigo, espalha" (Lc 11:23).

    Durante o ministério de Jesus, alguns dos judeus reagiram a Ele com hostilidade aberta. O povo de sua cidade natal, Nazaré, por exemplo, rejeitaram e até tentaram matá-lo (13 54:40-13:58'>Mat. 13 54:58; Lucas 4:16-31).Outros acusaram de ser possuído pelo demônio (Jo 7:20; Jo 10:20), assim como as autoridades religiosas (08:48, 52). Esses mesmos líderes também atribuiu o seu poder milagroso diretamente a Satanás (Mt 9:34;. Mt 12:24; Lc 11:15); acusaram de violar a tradição dos anciãos:; (Mateus 15:1-9). O acusaram de ser um blasfemador (Lc 5:21); humilhada Ele por associar-se com os excluídos da sociedade (5:30; 7: 36-50); e aproximou-se dele por violar os seus regulamentos sábado sintéticos (6: 1-11). Eles contestaram Sua autoridade (Mt 21:23; Jo 2:18.), Desafiou Seus ensinamentos (Mateus 22:15-33; Lucas 11:53-54.), E, ​​finalmente, plotado com sucesso para tirar sua vida (Mt 26:1; 8:. Mt 8:1; Mt 13:2; Lc 5:15), e falsos crentes (João 02:23 —25; 6: 60-66; 8: 30-31). Mas Jesus condenou tal frieza e indiferença espiritual (conforme Ap 3:15-16). Em uma ocasião, ele declarou a indiferença de Corazim, Betsaida e Cafarnaum e três cidades que tinham testemunhado muitos de seus milagres-de ser pior do que o paganismo de Tiro e Sidon, e até mesmo a imoralidade de Sodoma (Matt. 11: 20— 24).

    Mas em contraste com aqueles descrentes que eram hostis e indiferentes, havia também o "pequeno rebanho" (Lc 12:32), constituído por aqueles cuja fé em Jesus Cristo era genuíno. Entre eles estavam os Doze (menos Judas 1scariotes), que "deixaram tudo e seguiram-lo", acredita nele (Jo 2:11; conforme 1: 35-51) (Mt 19:27.), E afirmou que Ele seja "Filho de Deus" (Mt 14:33; conforme Mt 16:16; Jo 6:69; conforme 20: 28-29.); o coletor de impostos arrependido chefe Zaqueu (Lucas 19:1-10); alguns dos samaritanos na pequena aldeia de Sicar:; (João 4 5ss.) um funcionário real (e sua família), cujo filho Jesus curou (04:53);um homem cego cujos olhos Jesus restaurada (9: 35-38); e muitos a quem Ele ministrou através do rio Jordão em Perea (10:42).

    As várias reações do povo judeu para Jesus depois que Ele ressuscitou Lázaro dentre os mortos são respostas típicas. Nos versículos 45:57 as respostas de fé, hostilidade e indiferença são todos representados. Assim, podemos atender a muitos (que exibem a fé), os assassinos (que mostrar hostilidade), e as multidões (que mostrar indiferença).

    A multidão

    Portanto, muitos dos judeus que tinham vindo a Maria, e viu o que ele tinha feito, creram nele. (11:45)

    Por que só Maria é mencionado não é clara. Talvez ela, sendo a mais emocional das duas irmãs (conforme vv. 31-33), necessária mais consolador do que Marta fez. Ou Maria pode ter tido um círculo mais amplo de amizades do que sua irmã, ou sido considerado o mais "espiritual". Seja qual for a razão pela qual eles vieram a ela, foi por causa da ressurreição de Lázaro, que muitos dos judeus que haviam testemunhado o milagre creram nele. Eles não só viu -o com os olhos, mas também contemplou-o com suas mentes, observou o seu significado e puxou a única conclusão direito dele.

    A afirmação de que eles creram nele é simples, mas crítico, uma vez que a fé salvadora é sempre colocada no Senhor Jesus Cristo e não outros, como João enfatizada em todo o seu evangelho (1:12; 2:11; 3:16, 18, ​​36; 04:39; 06:29, 35, 40; 07:31, 38-39; 9: 35-36; 10:42; 11: 25-26; 0:44, 46; 14: 1, 12; conforme 1Jo 3:23; 1Jo 5:10, 1Jo 5:13). Somente Cristo é "o caminho, ea verdade, ea vida; ninguém vem ao Pai senão por [Ele]" (Jo 14:6).

    É, no entanto, também é verdade que nem todos os que acreditaram em Jesus se manifesta a verdadeira fé salvadora (conforme 2: 23-25; 6:66; 8: 30-31; 2:19). No entanto, a fé dessas pessoas (em 11:
    45) parece ter sido genuíno por várias razões. Primeiro, versículos 49:52 referem-se à morte de Cristo, resultando em salvação para o seu povo, a salvação que, no contexto, parece incluir este grupo de judeus que creram nele. Em segundo lugar, a razão principal de Jesus para ressuscitar Lázaro foi para glorificar a si mesmo e ao Pai (vv. 4, 40), e que o Senhor é glorificado quando as pessoas realmente acreditam e são salvos (2Co 4:15). Em terceiro lugar, as autoridades judaicas, evidentemente, visto essas pessoas como verdadeiros seguidores de Jesus Cristo (v 48.); eles viam como uma ameaça legítima à sua autoridade religiosa hipócrita. Em quarto lugar, aqueles que são disse acreditar são contrastados com os incrédulos que relataram o incidente à fariseus (v 46.); o apóstolo João faz uma clara distinção entre os dois grupos. Finalmente, embora a fé baseada unicamente em milagres de Jesus não foi sempre verdadeiro (2:23), este milagre foi tão poderosa e convincente que era improvável ter produzido rasos, crentes superficiais.

    Os assassinos

    Mas alguns deles foram ter com os fariseus e disseram-lhes o que Jesus tinha feito. Portanto, os príncipes dos sacerdotes e os fariseus convocou um conselho, e diziam: "O que estamos fazendo? Por que este homem está realizando muitos sinais. Se o deixarmos assim, todos crerão nele, e virão os romanos e tirarão tanto o nosso lugar como a nossa nação. " Mas um deles, Caifás, que era sumo sacerdote naquele ano, disse-lhes: "Você sabe absolutamente nada, nem você levar em conta que é conveniente para você que um homem morra pelo povo, e que toda a nação não perecer. " Agora, ele não disse isso por sua própria iniciativa, mas, sendo o sumo sacerdote naquele ano, profetizou que Jesus iria morrer pela nação, e não somente pela nação, mas para que Ele também para congregar na unidade os filhos de Deus que andavam dispersos. Então, a partir daquele dia eles planejaram juntos para matá-lo.Portanto, Jesus já não continuou a andar publicamente entre os judeus, mas retirou-se dali para a região vizinha do deserto, para uma cidade chamada Efraim; e ali ficou com os discípulos. (11: 46-54)

    Palavras e ações de Jesus freqüentemente causado divisão entre os que ouviram e testemunhou-los (conforme vv 36-37; 7:12, 43; 09:16; 10: 19-21.); como Ele mesmo disse: "Você acha que eu vim para conceder a paz na terra? Eu lhes digo que não, mas antes dissensão" (Lucas 0:51). Enquanto muitos acreditavam em Jesus, depois de ter visto o verdadeiro significado da ressurreição de Lázaro (v. 45), alguns não. Em vez disso, foi para os fariseus para dizer-lhes o que Jesus tinha feito.

    Alguns comentaristas argumentam que esses indivíduos foram para os fariseus , porque eles estavam perplexos, ou para tentar ganhar os líderes judeus over. Mas desde que eles são contrastados com os muitos que acreditavam (v. 45), e eles certamente sabia do ódio amargo dos fariseus para Jesus (conforme 07:13), sua intenção era provável hostil. Eles tinham sido incrédulos antes do milagre e, incrivelmente, permaneceu assim depois. Homer Kent observa,

    Esta resposta da incredulidade em face da prova mais clara é a confirmação do ensinamento de Cristo em Lc 16:31: "Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco se deixarão persuadir, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos." A principal causa da incredulidade não é uma informação inadequada, mas um coração em rebelião contra a autoridade de Deus e sua palavra. (Light in O Trevas: Estudos no Evangelho de João [Grand Rapids: Baker, 1977], 152)

    Que eles disseram os fariseus o que Jesus tinha feito confirma ainda mais a sua hostilidade para com Ele, porque "os que acreditavam, sem dúvida, quero ficar com Jesus, enquanto os céticos seria desejoso de deixar as autoridades religiosas saber o que tinha acontecido para que eles poderia tomar as medidas necessárias "(Merrill C. Tenney," O Evangelho de João ", no Frank E. Gaebelein, ed,. comentário do Expositor Bíblia [Grand Rapids: Zondervan, 1981], 9: 121-22).

    Não é de surpreender que eles buscavam os fariseus, em vez de os saduceus. Como os especialistas na lei, como professores e líderes da sinagoga, os fariseus tinham mais contato com as pessoas comuns do que os saduceus aristocráticos. No entanto, os saduceus logo estaria envolvido com os fariseus em encontrar uma maneira de silenciar Jesus (vv. 47-52). Ao informar os fariseus sobre as ações de Jesus, esses incrédulos evidenciado sua própria dureza de coração teimoso. Sua resposta demonstra que nenhuma quantidade de provas, mesmo algo tão espetacular como o levantamento de um homem morto, pode convencer alguns pecadores a abandonar a sua hipocrisia e do pecado para vir ao Salvador.
    Alarmados com a notícia do milagre mais surpreendente ainda realizada por Cristo, e compreender o efeito público da mesma, os fariseus foram galvanizados em ação. Eles não têm a autoridade para agir por conta própria (desde que os saduceus eram o partido da maioria e controlado o Sinédrio), por isso, juntamente com alguns dos os príncipes dos sacerdotes (antigos sacerdotes e membros de famílias sacerdotais importante) os fariseus convocou uma reunião de o pleno conselho (o Sinédrio). O Sinédrio era o corpo governante de Israel e teve ampla autoridade civil e penal, bem como as questões religiosas, (embora os romanos retido o direito da pena capital [18:31]). (Para mais informações sobre o Sinédrio, ver a exposição Dt 3:1; At 23:8; At 21:28]; simbólico de sua autoridade, poder e privilégio) e sua nação (o povo judeu). Piores inimigos que mesmo Jesus não negou Seus milagres oferece prova convincente de sua autenticidade. Mas apesar de sua admissão de que Ele estava realizando muitos sinais, eles se recusaram a crer nEle como Messias e Senhor, preferindo manter a sua hipocrisia condenatório e eliminá-lo.Eles eram mestres em deliberAdãoente ignorando a evidência, uma vez que já havia feito quando Jesus curou um cego de nascença (9: 1-41). O velho ditado de que há pior cego do que aquele que não quer ver era certamente verdade no seu caso (conforme 9: 39-41).

    Para o Sinédrio, Jesus ameaçou o status quo. Os seus membros não estavam julgando a situação com base em padrões objetivos de certo e errado, mas pela forma como eles seriam afetados. Se os sinais milagrosos de Jesus inflamou as paixões fervorosas messiânicas do povo judeu (conforme 6,15), o Sinédrio poderia perder tudo. Esse perigo era especialmente grave, eles sabiam, desde a Páscoa foi se aproximando e Jerusalém seria embalado com grandes multidões de peregrinos zelosos. Se o governador romano ficou sabendo de um levante potencial, sua resposta seria rápida e dura-Pilatos já havia demonstrado sua capacidade de crueldade (Lc 13:1), mas "para buscar e salvar o que estava perdido" (Lc 19:10). (Não é até Ele voltar à Terra na Sua segunda vinda, que Ele vai vencer todos os governantes, estabelecer o Seu reino terreno, e governar como Rei dos reis e Senhor dos senhores [Apocalipse 20:1-6].)

    Com o Sinédrio não tem certeza de sua próxima jogada, Caifás, que era sumo sacerdote naquele ano, propôs um sentido radical. José Caifás tinha sido nomeado sumo sacerdote em 18 dC pelo prefeito romano Valério Grato. Ele iria continuar no cargo até que ele foi deposto em anúncio 36. Ele era o filho-de-lei de Anás, que tinha servido como sumo sacerdote do anúncio 6-15 e ainda manteve uma grande quantidade de poder e influência (conforme 18: 22; Lc 3:2). Ironicamente, apesar de o Sinédrio era bem sucedido em crucificar Jesus, a nação não escapar. A toda nação fezperecer nas mãos dos romanos no massacre de 70 dC, e nos anos que se seguiram.

    A nota de rodapé surpreendente que Caifás não disse isso por sua própria iniciativa , não significa que ele foi forçado a agir contra a sua vontade; ele não era um fantoche, e foi responsável por suas próprias palavras perversas. Mas Deus providencialmente investido essas palavras com um sentido de que ele não tinha a intenção. Na sua qualidade de sumo sacerdote e, portanto, tecnicamente pelo porta-voz do escritório de Deus (conforme Nu 27:21;. 2Sm 15:272Sm 15:27), Deus ordenou um significado oposto quando Caifás profetizou que Jesus iria morrer pela nação. Ele falou palavras cínicas de conveniência política, afirmando que Jesus tem de morrer para preservar o poder do Sinédrio e da existência da nação. No entanto, sem querer Caifás profetizou da morte sacrificial de Cristo (conforme 2Co 5:21;. 1Pe 2:241Pe 2:24). A soberania de Deus voltou os malvados, palavras blasfemas em verdade (conforme Gn 50:20; Sl 76:10; Pv 16:1; Pv 19:21; Atos 4:27-28).

    Enquanto Caifás pensou só em termos de Israel, a morte de Jesus foi muito mais amplo em escopo. Era não ser somente pela nação, mas para que Ele também para congregar na unidade os filhos de Deus que andavam dispersos. De uma perspectiva puramente judaica, os filhos de Deus que andavam dispersos referidos os judeus da diáspora, aqueles que viviam fora da Palestina. Eles, também, seriam reunidas no corpo do povo redimido de Cristo (conforme At 2:5; At 11:19). Mas em um sentido mais amplo, remeteu para a salvação dos gentios (conforme 10:16; 12:32; Is 42:6; At 9:15; 10: 1— 11:18; Rm 1:16) e sua união com os judeus na igreja (1Co 12:13; Gl 3:28; Ef 2:1; Cl 3:11 ).

    Proposta malicioso do sumo sacerdote para executar Jesus reuniu-se com a aprovação do Sinédrio, s o daquele dia em diante eles planejaram juntos para matá-lo. A decisão, tomada bem antes de Jesus até foi preso, rendido Seu julgamento mais tarde um escárnio total. Foi uma mera formalidade, confirmando a sentença que já tinha sido aprovada.

    Na esteira da decisão do Sinédrio para colocá-Lo à morte, Jesus já não continuou a andar publicamente entre os judeus, mas retirou-se dali para a região vizinha do deserto, para uma cidade chamada Efraim; e ali ficou com os discípulos. Se Ele exerceu Sua onisciência, nesta ocasião, ou foi informado da decisão do Sinédrio por um dos seus membros, que era simpático a ele (como Nicodemos [Jo 7:50] ou José de Arimatéia [Mc 15:43]), ou ambos, Jesus tomou conhecimento da decisão e tomou as medidas adequadas. O Senhor permaneceu no controle absoluto da situação, e não se permitiria ser tomadas antes da hora marcada no plano de Deus (7: 8, 30, 44; 08:20; 11: 9-10). "Para aqueles com olhos para ver que ele estava fazendo uma declaração teológica: nenhum tribunal humano poderia forçá-lo a cruz" (DA Carson, O Evangelho Segundo João, O Pillar New Testament Commentary (Grand Rapids: Eerdmans, 1991),
    423) .

    cidade chamada Efraim para que Jesus foi e ficou com os discípulos é, provavelmente, a ser identificado com a cidade do Antigo Testamento de Ephron (2Cr 13:19). Ele foi localizado cerca de quatro quilômetros a nordeste de Bethel na beira do deserto, e cerca de uma dezena de quilômetros de Jerusalém. De lá, Jesus faria uma breve visita a Samaria e da Galiléia (Lucas 17:11-19: 28) antes de retornar a Jerusalém para a Páscoa na hora marcada para a Sua paixão (Jo 12:23).

    O Multidões

    Agora, a Páscoa dos judeus estava próxima, e muitos subiram a Jerusalém, para fora do país antes da Páscoa para se purificar. Então, eles foram em busca de Jesus, e diziam uns aos outros como eles estavam no templo, "O que você acha,? Que Ele não virá para a festa em tudo" Ora, os principais sacerdotes e os fariseus tinham dado ordem que, se alguém soubesse onde ele estava, ele foi para denunciá-lo, para que eles pudessem prendê-lo. (11: 55-57)

    Esta é a terceira e última Páscoa mencionado no Evangelho de João (2:13 6:4). (. Conforme Nu 9:6, O New Commentary americano [Nashville: Broadman & Holman, 2002], 368).

    As multidões que se reuniram em Jerusalém ansiosamente foram em busca de Jesus, e diziam uns aos outros como eles estavam no templo, "O que você acha,? que Ele não virá para a festa em todos os" Ele ousaria mostrar-se em Jerusalém, perguntou-se, uma vez que os príncipes dos sacerdotes e os fariseus tinham dado ordem que, se alguém soubesse onde ele estava, ele foi para denunciá-lo, para que eles pudessem prendê-lo? Eles mostraram grande interesse em Jesus, mas nenhum compromisso. Eles eram, de fato, em última análise, indiferentes a Ele; muitos que ansiosamente aguardado a chegada de Jesus e aclamado como Messias em breve iria gritar: "Fora com Ele, embora com-o, crucifica-O!" (19:15). Sua devoção inconstante provou que, apesar de sua preocupação superficial, eles realmente estavam tão de coração duro como seus líderes hostis.

    A ressurreição de Lázaro, como o resto da vida e ministério de Cristo, forçou as pessoas a uma decisão sobre Ele. Muitos responderam com fé; outros eram indiferentes; e alguns foram murderously hostil.Como última Páscoa de Jesus se aproximou, não demoraria muito para que aqueles que eram indiferentes e aqueles que eram hostis se uniriam para crucificar o Senhor da glória (1 Cor. 2: 8).


    Barclay

    O NOVO TESTAMENTO Comentado por William Barclay, pastor da Igreja da Escócia
    Barclay - Comentários de João Capítulo 11 do versículo 1 até o 57

    João 11

    No caminho rumo à glória — Jo 11:1-5

    Uma das coisas mais valiosas é contar com uma casa e um lar onde se possa ir a qualquer momento e encontrar descanso, compreensão, paz e amor. Isto se aplicava em um duplo sentido no caso de Jesus pois carecia de casa própria. Não tinha onde reclinar a cabeça (Lc 9:58). Jesus tinha esse porto no lar da Betânia. Ali havia três pessoas que o amavam e podia descansar das tensões que lhe impunha a vida.

    O maior dom que pode oferecer um ser humano a outro é o dom da compreensão e da paz. Contar com alguém a quem podemos recorrer em qualquer momento com a segurança de que não rirá de nossos sonhos ou que não dará uma interpretação errônea a nossas confidências é algo maravilhoso. Contar com um lugar onde se podem esquecer as tensões da vida é algo formoso. Em todos nós está a possibilidade de converter nossos lares em um lugar assim. Trata-se de algo que não custa dinheiro e que não exige uma hospitalidade luxuosa ou cara. A única coisa que se precisa é um coração pormenorizado.
    Em seu poema A tumba de Wordsworth, Sir William Watson rendeu um grande homenagem a esse poeta inglês:

    Que tinha você que podia suprir com acréscimo o que possuíam seus pares e você não?
    Movimento e fogo, meios certeiros para fins radiantes?
    Para os pés fatigados você tinha o dom do descanso.

    Ninguém pode oferecer um dom maior a seu próximo que o dom do descanso para os pés fatigados. E esse foi o dom que encontrou Jesus na casa da Betânia onde viviam Marta, Maria e Lázaro.
    O nome Lázaro significa Deus é minha ajuda e é idêntico ao nome Eleazar. Lázaro caiu doente e as irmãs mandaram uma mensagem a Jesus informando-o sobre a enfermidade. É bonito notar que a mensagem não solicitava a Jesus que fosse a Betânia. Sabiam que era desnecessário pedir-lhe Sabiam que a mera afirmação de que necessitavam ajuda levaria a Jesus até elas. Agostinho assinalou isto dizendo que bastava que Jesus soubesse o que acontecia porque não é possível que alguém ame a um amigo e o abandone.

    Em algum escrito, C. F. Andrews fala sobre dois amigos que lutaram juntos durante a Primeira Guerra Mundial. Um deles caiu ferido e o deixaram desamparado e sofrendo em meio das trincheiras. O outro se arrastou nas trevas, expondo sua vida para ajudar o amigo. Quando se aproximou dele, o homem ferido o olhou e disse: "Eu sabia que você viria." O mero fato da necessidade humana aproxima de Jesus a nosso lado em um instante.
    Quando Jesus foi a Betânia sabia o que estava fazendo. Sabia que fosse qual fosse a enfermidade do Lázaro Ele contava com o poder necessário para curá-la. Mas também disse algo. Afirmou que essa enfermidade se produziu para glória de Deus e dEle próprio. Agora, isto era certo em um duplo sentido, e Jesus o sabia.

    1. Sem dúvida alguma, a cura permitiria aos homens ver a glória de Deus em ação.
    2. Mas havia algo mais. Uma e outra vez com o passar do Quarto Evangelho Jesus fala de sua glória com relação à cruz. Em Jo 7:39 João nos diz que o Espírito ainda não tinha vindo porque Jesus ainda não tinha sido glorificado: quer dizer, ainda não tinha morrido na cruz. Quando se aproximaram os gregos, Jesus disse: “É chegada a hora de ser glorificado o Filho do Homem” (Jo 12:23). E se referia à sua cruz porque imediatamente passou a falar sobre o grão de trigo que deve cair na terra e morrer. Em Jo 12:16 diz que os discípulos recordaram estas coisas quando Jesus foi glorificado, quer dizer, depois que tinha morrido e tinha ressuscitado. No Quarto Evangelho se manifesta com toda clareza que Jesus contemplava à cruz tanto como sua glória suprema como o caminho que o levaria a ela. De maneira que quando Jesus disse que a cura do Lázaro o glorificaria, demonstrava saber muito bem que o fato de ir a Betânia e curar a Lázaro significava dar um passo que terminaria na cruz, coisa que aconteceu.

    Jesus, com plena consciência, aceitou a cruz para ajudar a seu amigo. Jesus sabia qual era o preço que era preciso pagar para ajudar ao homem e estava disposto a pagá-lo.

    Quando recebemos alguma dor ou alguma prova, especialmente se forem o resultado direto da lealdade a Jesus Cristo, faria uma imensa diferença se víssemos a cruz que devemos carregar como nossa glória e o caminho que conduzirá a uma glória ainda maior. Não há a menor dúvida de que não pode haver maior glória que sofrer por Cristo. E sem dúvida alguma, se crerem o que Jesus nos disse, podemos estar seguros de que aquele que toma sua cruz e o segue receberá a glória e a coroa no fim do caminho. Para Jesus, não havia outro caminho que levasse a glória fora de que passava pela cruz. O mesmo devem pensar aqueles que o seguem.

    TEMPO BASTANTE PORÉM NÃO MUITO

    João 11:6-10

    Pode ser-nos estranho comprovar que João assinala que Jesus permaneceu dois dias no lugar onde recebeu as notícias sobre Lázaro. Distintos comentaristas deram razões diferentes para explicar esta demora.

    1. Sugeriu-se que Jesus esperou para que, ao chegar, Lázaro estivesse morto.
    2. portanto — se afirmou — Jesus esperou porque a demora faria mais impressionante o milagre que pensava realizar. A glória de ressuscitar a alguém que tinha estado morto durante quatro dias seria muito maior.
    3. A verdadeira razão pela qual João relata esta história deste modo é que sempre mostra Jesus empreendendo uma ação por iniciativa própria e não porque alguém o convence.

    No relato sobre a conversão da água em vinho em Caná da Galiléia (João 2:1-11), João mostra de que maneira Maria se aproximou de Jesus e lhe falou do problema. A primeira resposta de Jesus é: "Não se preocupe por isso. Deixa que eu dou um jeito a meu modo." Não age porque alguém o persuade ou o obriga mas sim por iniciativa própria.

    Quando João nos fala dos intentos que fizeram os irmãos de Jesus para fixar uma data para sua viagem a Jerusalém (João 7:1-10), mostra— nos como Jesus primeiro se negou a ir e depois foi quando lhe pareceu conveniente. O objetivo de João sempre é mostrar que Jesus não fazia as coisas porque o pressionavam, convenciam-no ou o obrigavam, mas sim porque escolhia fazê-las no seu devido tempo. Isso é o que está fazendo neste relato. Mostra-nos que Jesus faz as coisas no seu próprio tempo. Faz-nos uma advertência. Ocorre com freqüência que gostaríamos que Jesus fizesse as coisas à nossa maneira; devemos deixar que as faça à sua maneira.

    Quando por último Jesus anunciou que iria a Judéia, seus discípulos se assustaram e sentiram espanto. Recordavam que a última vez que Jesus tinha estado nesse lugar, os judeus buscaram encontrar a forma de matá-lo. Parecia-lhes que ir a Judéia nesse momento era a forma mais segura de lançar-se ao suicídio, o que era absolutamente certo do ponto de vista humano.
    Logo Jesus disse algo que contém uma grande verdade e que continua vigente. Perguntou, "O dia não tem doze horas?" Esta pergunta implica grandes verdades.

    1. Um dia não pode terminar antes de começar. O dia tem doze horas e estas transcorrerão passe o que passe. O lapso do dia é fixo, nada poderá alongá-lo ou cortá-lo. Se alguém decide servir a Deus, o dia dessa pessoa não terminará antes de que Deus o deseje. Na economia do tempo de Deus cada homem tem seu dia, embora este pode ser longo ou curto.
    2. Se o dia tiver doze horas há bastante tempo para tudo o que o homem deve fazer. Não há necessidade de apressar-se. Se se usarem as doze horas pode fazer-se todo o necessário. Se o virmos deste ponto de vista, doze horas é muito tempo, o suficiente para fazer a tarefa que Deus nos encomendou.
    3. Entretanto, inclusive se o dia tem doze horas, só tem essa quantidade. Não se podem alongar. Portanto, não se pode perder tempo. Há tempo bastante, porém não muito. O tempo que temos deve usar-se até o máximo.

    Christopher Marlowe converteu a lenda do Dr. Fausto em um grande drama poético. Fausto tinha feito um trato com o diabo. Este o serviria durante vinte e quatro anos e cumpriria todos os seus desejos, mas ao expirar esse prazo reclamaria sua alma. Passaram-se as vinte e quatro anos e chegou a última hora; Fausto toma consciência do pacto terrível que tem feito.

    Ó Fausto
    Agora fica uma só hora de vida,
    E te condenarás para sempre!
    Detende-vos, esferas do céu,
    Para que cesse o tempo e não chegue a noite jamais;
    Olho a bela natureza, sai, sai mais uma vez e faz Um dia eterno; ou faz que esta hora seja ao menos Um ano, um mês, uma semana, um dia natural,
    Para que Fausto se arrependa e salve sua alma!

    O lente, lente currite noctis equi!

    As estrelas ainda se movem, corre o tempo, soará o relógio,

    Virá o demônio e Fausto se condenará.

    Nada podia dar mais tempo a Fausto. Esse é um dos atos mais conspícuos e ameaçadores da vida do homem. O dia tem doze horas, mas doze horas. Não há necessidade de apressar-se; mas tampouco se pode desperdiçar o tempo. Há bastante tempo para viver, mas nunca há tempo a perder.

    O DIA E A NOITE

    João 11:6-10 (continuação)

    Jesus passa a desenvolver o que acaba de dizer sobre o tempo. Diz que se alguém caminhar de dia não tropeça; mas se busca caminhar de noite, tropeçará e não poderá caminhar.
    João tem o costume, que repete com freqüência, de dizer coisas que têm duplo sentido. Está acostumado a haver um sentido que aparece na superfície e que é certo. Mas também há um significado mais oculto que é mais verdadeiro ainda. Isso é o que acontece neste caso.

    1. Temos o sentido superficial que é perfeitamente certo e que devemos aprender. O dia judeu, igual ao romano, estava dividido em doze horas iguais, da saída até o pôr-do-sol. Isso quer dizer que a duração da hora variava segundo o dia e a estação. O dia transcorria com o Sol e o tempo que durava o Sol se dividia em doze horas da mesma duração. Agora, quando Jesus diz que ninguém tropeçará enquanto tenha a luz deste mundo, na superfície quer dizer que ninguém tropeçará enquanto brilhe o Sol, mas quando cai a noite, não pode ver para onde vai. Não havia iluminação de ruas naqueles tempos, ao menos nas zonas rurais. Quando chegava a escuridão, terminavam as viagens.

    Aqui vemos Jesus dizendo que terá que terminar a tarefa diária durante o dia porque a noite chega e termina o trabalho. Qualquer um poderia ter como meta chegar ao fim do dia com o trabalho completo e terminado. Com muita freqüência, a intranqüilidade, o desassossego e o apuro da vida se devem a que tratamos de compensar o tempo perdido. Cada um deveria administrar de tal modo seu precioso capital de tempo que não o esbanjasse em extravagâncias inúteis, por mais agradáveis que sejam, mas sim o ocupasse nas coisas fundamentais de forma que no fim de cada dia não se encontrasse em dívida com o tempo.

    1. Mas debaixo do significado superficial há outro. Quem pode escutar a frase a luz do mundo sem pensar em Jesus? João usa uma e outra vez as palavras a escuridão e a noite para descrever a vida sem

    Cristo, a vida dominada pelo mal. Em seu dramático relato da Última Ceia que celebraram juntos, João descreve como Judas saiu para fazer os terríveis preparativos para a traição. “Ele, tendo recebido o bocado, saiu logo. E era noite” (Jo 13:30). A noite é o momento quando o homem se afasta de Cristo e quando o mal se apodera dele.

    Todo o evangelho se baseia sobre o amor de Deus. Entretanto, gostemos ou não, o evangelho também contém uma ameaça. O homem só conta com um tempo limitado para fazer as pazes com Deus mediante Cristo; se não o fizer, sobrevirá o juízo. De maneira que Jesus diz: "Termine o maior de seus trabalhos; termine o trabalho de fazer as pazes com Deus enquanto existe a luz do mundo, porque também chega o tempo para você, as trevas baixarão e então será muito tarde."

    Nenhum outro evangelho está tão seguro como este de que Deus amou tanto o mundo. Mas tampouco há outro evangelho que esteja tão seguro de que se pode rechaçar, perder ou passar por alto o amor de Deus. O evangelho o expressa em duas frases: a glória de chegar a tempo e a tragédia de chegar muito tarde.

    O HOMEM QUE NÃO ESTAVA DISPOSTO A ABANDONAR

    João 11:11-16

    Aqui João emprega o método mais usual para relatar uma conversação de Jesus. No Quarto Evangelho, quando Jesus fala com alguém, a conversação sempre obedece o mesmo esquema. Suas palavras são mal interpretadas e então Jesus explica de maneira mais completa e inconfundível o que quis dizer a primeira vez. Assim foi como se desenvolveu a conversação com Nicodemos quando falaram sobre voltar a nascer (João 3:3-8). Ocorreu o mesmo com a conversa com a mulher junto ao poço quando falaram sobre a água da vida (João 4:10-15).

    De maneira que aqui Jesus começou dizendo que Lázaro dormia. Os discípulos o receberam como uma boa notícia porque não há melhor cura que o sono. Mas a palavra sono sempre tem um significado mais profundo e mais sério. Jesus disse que a filha do Jairo dormia (Mt 9:24). No fim do martírio de Estêvão nos diz que ficou adormecido (At 7:60). Paulo fala sobre aqueles que dormem em Jesus (1Ts 4:13). Também menciona aqueles que foram testemunhas da ressurreição e que agora dormem (1Co 15:6). Portanto, Jesus teve que lhes dizer com toda clareza que Lázaro estava morto. E logo disse que se tratava de uma circunstância boa para eles porque produziria um acontecimento que os fortaleceria ainda mais na fé.

    A prova final do poder do cristianismo é a visão do que Jesus Cristo pode fazer. As palavras podem não convencer mas não há forma de refutar a Deus quando age. O fato concreto é que o poder de Jesus Cristo converteu o covarde em um herói, o que duvidava em homem seguro do que crê, ao egoísta no servo de todos. Acima de todas as coisas, a realidade irrefutável, confirmada pela história, é que uma e outra vez o poder de Cristo converteu o homem mau em um homem bom. Isso é o que faz com que o cristão individual tenha uma responsabilidade tão tremenda.
    O plano de Deus é que cada um de nós sejamos uma prova vivente de seu poder. Nossa tarefa não consiste em recomendar Cristo a outros com palavras; contra estas sempre se pode discutir já que ninguém pode escrever jamais "que era o que queríamos demonstrar" ao final de uma prova verbal sobre Cristo. O que devemos fazer é demonstrar com nossa vida o que Cristo fez por nós.
    Sir John Reith disse em uma oportunidade: "Eu não gosto das crises; mas eu gosto das oportunidades que nos brindam." A morte de Lázaro significou uma crise para Jesus mas se alegrou porque lhe dava a oportunidade de demonstrar da forma mais esmagadora o que Deus pode fazer. Cada crise deveria significar para nós uma oportunidade.
    Nesse momento, poderia ter ocorrido que os discípulos se negaram a seguir a Jesus; mas se elevou uma voz solitária. Todos sentiam que ir a Jerusalém significava dirigir-se rumo à morte e não se mostravam muito dispostos já que a ninguém gosta de tomar um caminho que o leva rumo ao suicídio. Então se ouviu a voz escura de Tomé: "Vamos também nós para morrermos com ele."
    Naqueles tempos, todos os judeus tinham dois nomes. Um era hebreu e era o nome com o qual era conhecido em seu próprio circulo. O outro era grego e com ele era conhecido em um círculo mais amplo. Tomé é o hebreu e Dídimo, o grego, que significa gêmeo. Do mesmo modo, Pedro é o nome grego e Cefas o hebreu, que significa rocha. E Tabita é o hebreu, enquanto Dorcas é o nome grego que significa gazela. Em épocas posteriores, os Evangelhos apócrifos teceram lendas a respeito de Tomé e por último chegaram a afirmar que era o irmão gêmeo de Jesus.

    No momento em que se produziu este incidente, Tomé demonstrou a maior das coragens. Como disse R. H. Strachan, no coração de Tomé "não havia uma fé esperançosa mas um desespero leal". Mas Tomé estava seguro de uma coisa: seja o que for que aconteça, ele não abandonaria a Jesus.
    Gilbert Frankau relata a história de um oficial que era seu amigo na Primeira Guerra Mundial. Tratava-se de um oficial de observação da artilharia. Sua missão consistia em subir a um globo cativo e fixar onde caíam as balas para poder indicar aos atiradores se acertavam o alvo ou não. Era uma das tarefas mais perigosas que se podiam encomendar. Como era um globo de observação preso à terra não havia nenhuma possibilidade de esconder-se. Era um alvo perfeito para os fuzis e os aviões do inimigo. E Gilbert Frankau, ao referir-se a seu amigo, diz: "Cada vez que subia a esse globo ficava com medo, mas não estava disposto a abandonar sua missão."

    Essa é a manifestação suprema da coragem. A coragem não significa não ter medo. Se não experimentarmos medo, fica muito fácil fazer algo. A verdadeira coragem significa ser plenamente consciente de que pode acontecer o pior, sentir muito medo por isso e, entretanto, fazer o correto. Isso foi o que fez Tomé naquele dia. Ninguém deve sentir-se envergonhado por ter medo; mas sim deve sentir-se envergonhado se seu medo lhe impede de fazer o que, no fundo de seu coração, sabe que deve fazer.

    A CASA DE LUTO

    João 11:17-19

    Para poder visualizar esta cena devemos ver como era uma casa de luto judia. Em geral, na Palestina se enterrava o morto o mais breve possível. Tratava-se de uma exigência imposta pelo clima. É obvio que às vezes se atrasavam as coisas mas se fazia todo o possível para que o enterro fosse realizado o mais rápido possível. Em uma época, o enterro e o funeral eram coisas extremamente caras na Palestina. Empregavam— se as especiarias e os ungüentos mais custosos; cobria-se o corpo com vestidos magníficos; enterravam-se toda classe de tesouros e posses valiosas junto com o cadáver. Em meados do primeiro século, este costume se converteu em um gasto que arruinava a muitos. Ninguém queria que seu vizinho o superasse e as vestimentas e mortalhas que cobriam o corpo, assim como os tesouros que se depositavam nas abóbadas, fizeram-se cada vez mais caros.
    Todo o assunto se converteu em uma carga intolerável que ninguém queria alterar. Quem por fim o fez foi um rabino famoso, Segundo Gamaliel. Repartiu ordens para que o enterrassem no vestido de linho mais simples possível e assim rompeu a extravagância das vestimentas funerárias. Até o dia de hoje, nos funerais judeus se bebe uma taça em honra do rabino Gamaliel que resgatou os judeus de sua extravagância ostentosa. .A partir de então, cobria-se o corpo com uma vestimenta de linho muito singelo a qual se estava acostumado a dar o bonito nome de traje de viagem.

    A maior quantidade de gente possível assistia ao funeral. Esperava— se que todos os que pudessem se unissem à procissão em sinal de cortesia e respeito. Havia um costume muito curioso. As mulheres encabeçavam a procissão porque se considerava que eram elas aqueles que, pelo primeiro pecado, tinham introduzido a morte no mundo. Portanto lhes correspondia guiar os parentes rumo à tumba. Uma vez chegados ao lugar, era costume pronunciarem discursos em honra do morto. Esperava-se que todos expressassem o mais profundo pêsames e ao abandonar a tumba, os parentes mais diretos caminhavam entre duas longas filas de acompanhantes. Mas existia uma norma estranha e muito sábia: não se podia atormentar os parentes com conversações inúteis, frívolas e indesejáveis. Nesse momento era preciso deixá-los sós com sua dor.
    Existiam costumes fixos para as casas de luto. Enquanto o corpo estava na casa estava proibido comer carne ou beber vinho, usar filactérios ou dedicar-se a qualquer tipo de estudo. Não se podia preparar nenhuma espécie de comida na casa e, se fosse comido algo, não devia ser em presença do morto. Apenas se tirava o cadáver, davam-se volta todos os móveis e os parentes se sentavam sobre o piso ou em pequenas banquetas.
    Ao voltar da tumba, servia-se uma comida preparada pelos amigos da família. Consistia em pão, ovos duros e lentilhas. Tratava-se de uma comida muito singela: os ovos e as lentilhas, com sua forma ovalada ou redonda, simbolizavam a vida que sempre gira rumo à morte.
    O luto mais profundo durava sete dias: os primeiros três eram dias de pranto. Durante esses sete dias estava proibido ungir-se, calçar-se, dedicar-se a qualquer classe de estudo ou trabalho e até lavar-se. A semana de luto profundo se completava com trinta dias de luto mais leve.
    De maneira que quando Jesus se encontrou com uma multidão na casa de Betânia, não fez mais que enfrentar-se com o que qualquer um podia esperar em uma casa de luto judia. Para o judeu, era um dever sagrado ir expressar tristeza pormenorizada aos amigos e parentes do morto.
    O Talmud afirma que qualquer que visite os doentes liberará sua alma do Gehenna. E Maimonides, o grande estudioso judeu da Idade Média, declarou que visitar os doentes é a primeira das boas obras. As visitas de simpatia aos doentes e os afligidos formavam uma parte essencial da religião judia.

    Certo rabino explicou o texto de Dt 13:4: “Andareis após o SENHOR, vosso Deus.” Segundo sua opinião, esta frase nos ordena imitar as coisas que Deus faz nas Escrituras. Deus vestiu os nus (Gn 3:21); visitou os doentes (Gn 18:1). Consolou os parentes (Gn 25:11); enterrou os mortos (Deuteronômio 35:6). E em todas estas coisas devemos imitar as obras de Deus.

    Quando a morte chegava, o respeito para com o morto e a simpatia para com o parente eram uma parte essencial do dever do judeu. À medida que os parentes se afastavam da tumba davam volta e diziam: "Vão em paz", e nunca voltavam a mencionar o nome do morto sem invocar uma bênção. Durante os dias que durava o luto, o primeiro dos deveres era expressar compaixão e simpatia. Há algo muito bonito na forma em que os judeus acentuavam o dever de manifestar simpatia rumo ao parente.

    De maneira que Jesus chegou a uma casa cheia e repleta de pessoas que expressavam sua simpatia aos parentes.

    A RESSURREIÇÃO E A VIDA

    João 11:20-27

    Neste relato, Marta também é o personagem principal. Quando Lucas nos fala sobre Maria e Marta (Lucas 10:38-42), mostra-nos que Marta é a pessoa ativa enquanto sua irmã prefere permanecer sentada, sem agir. O mesmo acontece aqui. Apenas se anunciou que Jesus se aproximava, Marta já se levantou para sair a recebê-lo porque não podia permanecer sentada. Sua irmã, pelo contrário, não se moveu.

    Quando Marta se encontrou com Jesus, foi seu coração que falou através dos lábios. Este é um dos discursos mais humanos de toda a Bíblia porque Marta falou com uma certa medida de recriminação que não podia controlar e com outra medida de fé incomovível. “Se estiveras aqui”, disse, “não teria morrido meu irmão". Podemos ler seu pensamento através das palavras. O que Marta queria dizer era: "Por que você não veio imediatamente quando recebeu a mensagem? Agora já é muito tarde." E então, apenas expressa essas palavras, vêm as palavras de fé: uma fé que desafiava os atos e a experiência: “Mas também sei que, mesmo agora”, disse com uma espécie de fé desesperada, “tudo quanto pedires a Deus, Deus to concederá.” Então Jesus fez uma afirmação direta: Disse: “Teu irmão há de ressurgir.” Marta respondeu: “Eu sei que há de ressuscitar na ressurreição do último Dia.”
    Agora, esta é uma afirmação extraordinária. Uma das coisas mais estranhas das Escrituras é que os santos do Antigo Testamento virtualmente não criam na vida após a morte. Uma das evoluções mais notáveis das Escrituras é o surgimento desta crença na imortalidade. Nos tempos primitivos, os hebreus criam que as almas de todos os homens, tanto dos bons como dos maus, iam ao Sheol.
    Costuma-se traduzir incorretamente Sheol como inferno. Mas Sheol não era um lugar de tortura. Era a região das trevas e todos iam para ali por igual. Levavam uma vida vaga, sombria, sem alegrias, semelhante a de espectros ou fantasmas. Esta é a crença da maior parte do Antigo Testamento. “Na morte, não há recordação de ti; no sepulcro [Sheol], quem te dará louvor?” (Sl 6:5). “Que proveito obterás no meu sangue, quando baixo à cova? Louvar-te-á, porventura, o pó? Declarará ele a tua verdade?” (Sl 30:9) O salmista fala dos “feridos de morte que jazem na sepultura, dos quais já não te lembras; são desamparados de tuas mãos” (Sl 88:5). “Mostrarás tu maravilhas aos mortos?”, pergunta, “Será anunciada a tua benignidade na sepultura?” ... Saber-se— ão as tuas maravilhas nas trevas?” (Salmo 88:10-12). “Os mortos não louvam ao SENHOR, nem os que descem ao silêncio” (Sl 115:17). O pregador diz com tristeza: “Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze— o conforme as tuas forças, porque no além, para onde tu vais, não há obra, nem projetos, nem conhecimento, nem sabedoria alguma.” (Ec 9:10). A convicção pessimista de Ezequias é que: “A sepultura não te pode louvar, nem a morte glorificar-te; não esperam em tua fidelidade os que descem à cova.” (Is 38:18). Depois da morte vinha a região do silêncio, a terra do esquecimento, onde as sombras dos homens se separavam tanto de outros homens como de Deus.

    Como escreveu J. E. McFayden: "Há poucas coisas mais maravilhosas que esta na longa história da religião: o fato de que durante séculos os homens levaram as vidas mais nobres, cumprindo o seu dever e carregando suas tristezas sem esperar uma recompensa futura."

    Só ocasionalmente no Antigo Testamento alguém dava um salto ousado de fé. O salmista exclama: “Até o meu corpo repousará seguro. Pois não deixarás a minha alma na morte [Sheol], nem permitirás que o teu santo veja corrupção. Tu me farás ver os caminhos da vida; na tua presença há plenitude de alegria, na tua destra, delícias perpetuamente.” (Salmo 16:9-11). “Estou sempre contigo, tu me seguras pela minha mão direita. Tu me guias com o teu conselho e depois me recebes na glória.” (Salmo 73:23-24). O salmista estava persuadido de que quando a pessoa entrava em uma relação autêntica com Deus, nem sequer a morte podia quebrá-la. Sentia que o laço entre Deus e o homem de Deus devia vencer o tempo. Mas nesse momento, tratava-se mais de um salto de fé desesperado que de uma convicção estabelecida.

    Por último, no Antigo Testamento nos encontramos com a esperança imortal de Jó. Frente a todas suas desgraças, Jó exclama:

    Eu sei que o meu Redentor vive e por fim se levantará sobre a terra.
    Depois, revestido este meu corpo da minha pele, em minha carne verei a Deus.
    Vê-lo-ei por mim mesmo, os meus olhos o verão.

    (19:25-27)

    Agora, em Jó encontramos o verdadeiro germe da crença judia na imortalidade.
    A história judia estava composta por desastres, cativeiros, escravidão e derrotas. Entretanto, o povo judeu estava profundamente convencido de que era o povo de Deus. Esta terra jamais o tinha demonstrado e nunca o faria. Portanto, era inevitável que apelassem ao mundo novo para corrigir as injustiças do antigo. Chegaram a conceber que se o plano de Deus devia realizar-se plenamente algum dia, se sua justiça devia manifestar-se em toda sua magnitude, se alguma vez devia manifestar-se por completo o amor de Deus, necessitava-se outro mundo e outra vida.

    McFayden afirma que Galloway disse: "Ao menos os enigmas da vida são menos intrigantes quando chegamos a descansar na noção de que este não é o último ato do drama humano." Esse foi exatamente o sentimento que levou os hebreus a crer em uma vida por vir.

    É certo que na época de Jesus os saduceus ainda se negavam a crer em algum tipo de vida após a morte. Entretanto, os fariseus e a maioria dos judeus criam nela. Diziam que no momento da morte se encontravam os dois mundos, o do tempo e o da eternidade, e se beijavam. Afirmavam que aqueles que morria viam a Deus e se negavam a chamá-los mortos, chamavam-nos vivos. Quando Marta respondeu a Jesus, deu testemunho da culminação da fé de seu povo.

    A RESSURREIÇÃO E A VIDA

    João 11:20-27 (continuação)

    Quando Marta declarou sua adesão à crença dos judeus ortodoxos na vida futura, Jesus disse algo que deu nova vida e um significado flamejante a essa crença. "Eu sou a ressurreição e a vida", disse. “Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em mim não morrerá, eternamente.” O que quis dizer Jesus exatamente quando pronunciou essas palavras? Nem sequer se dedicássemos toda a vida a pensar nelas poderíamos esgotar seu significado. Entretanto, devemos buscar compreender tudo o que possamos.
    Há uma coisa clara: Jesus não estava pensando em termos da vida física. Pois, do ponto de vista físico não é certo que aquele que crê em

    Jesus não morrerá nunca. O homem que crê em Jesus enfrenta e experimenta a morte física como qualquer outro. Não se detêm os anos e sua vida no mundo não durará para sempre. Nesta frase, devemos buscar algo mais que um sentido biológico.

    (1) Jesus pensava na morte do pecado. Dizia o seguinte: "Inclusive se o homem morre no pecado, inclusive se, por culpa do pecado, perdeu tudo o que faz a vida merecer a tristeza de ser vivida, eu posso fazê-lo voltar a viver." Esta é a promessa de Jesus: pode ressuscitar a vida que morreu no pecado. Do ponto de vista da realidade histórica, as provas de que isto é certo som muito numerosas.
    A. M. Chirgwin cita o exemplo contemporâneo do Tokichi Ishii. Ishii tinha um prontuário de crimes quase sem comparação. Tinha assassinado homens, mulheres e meninos da maneira mais brutal. Qualquer um que se cruzava em seu caminho ficava eliminado sem piedade. Estava preso, esperando que o matassem. Visitaram-no duas senhoras canadenses que trataram de lhe falar através da grade mas ele se limitou a cravar-lhes o olhar como um animal selvagem dentro de uma jaula. Por último, as senhoras abandonaram o intento de falar com ele mas lhe deixaram uma Bíblia com a esperança de que triunfasse onde elas falam fracassado.
    Começou a lê-la e não pôde deter-se. Leu até chegar ao relato da crucificação. Encontrou-se com as palavras: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”, e se sentiu derrotado. "Detive-me", relatou. "Sentia-me como se me tivessem introduzido um prego enorme. Eu o chamarei o amor de Cristo? Acaso direi que foi sua compaixão? Não sei que nome lhe dar. Tudo o que sei é que cri e que a dureza de meu coração ficou transformada." Mais tarde, quando o carcereiro foi buscá— lo para levá-lo ao cadafalso, não se encontrou com a fera selvagem e endurecida que pensava achar mas com um homem sorridente e radiante porque o assassino havia tornado a nascer. No sentido literal da palavra, Cristo ressuscitou a Tokichi Ishii.
    Não tem por que ser tão dramático. Qualquer um pode chegar a tornar-se um ser tão egoísta que está morto às necessidades de outros. Pode insensibilizar-se de tal modo que morre aos sentimentos de outros. Qualquer um pode comprometer-se tanto com as pequenas deslealdades e desonestidades da vida que morre para a honra. Pode chegar a perder toda esperança até se tornar um abúlico, que é um morto espiritual. Jesus Cristo pode ressuscitar a qualquer destas pessoas. Todos os testemunhos da história nos demonstram que ressuscitou a milhões de pessoas assim e sua mão jamais perdeu o poder.
    (2) Mas Jesus também pensava na vida por vir. Trouxe para a vida a certeza de que a morte não significa o fim.
    As últimas palavras do Eduardo o Confessor foram: "Não chorem, não morrerei; ao deixar a terra dos mortos confio ver as bênçãos do Senhor na região dos vivos." Nós chamamos este mundo a terra dos vivos: entretanto, seria mais correto chamá-la a terra dos mortos. Por Jesus Cristo sabemos que quando chega a morte não saímos da terra dos vivos mas sim entramos nela. Por Jesus Cristo sabemos que nos dirigimos, não rumo ao ocaso, mas rumo à aurora.

    Sabemos, como o expressasse Mary Webb, que a morte é uma porta na linha do horizonte. Sabemos que, no sentido mais real, não vamos a caminho da morte mas a caminho da vida.
    Como acontece isto? Acontece quando cremos em Jesus Cristo. O que significa isso? Que sentido devemos dar à palavra crer? Crer em Jesus significa aceitar tudo o que disse como absolutamente verdadeiro e lançar nossas vidas por isso com uma confiança total. Quando o fazemos entramos em duas novas relações.

    (1) Entramos em uma nova relação com Deus. Quando cremos que Deus é tal como nos descreveu Jesus adquirimos a certeza de que Deus é, acima de tudo, um Deus redentor. Desaparece o temor à morte porque esta significa ir para com Aquele que ama as almas dos homens mais que ninguém no mundo.
    (2) Entramos em uma nova relação com a vida. Quando aceitamos a forma de vida de Jesus, quando nos comprometemos com ela, quando convertemos os seus mandamentos nas leis que regerão nossas vidas e quando nos damos conta de que Ele está ali para nos ajudar a levar a vida que nos ordenou levar, esta se torna algo completamente novo. Cobre-se com uma nova beleza, uma nova formosura, uma nova força. Podemos expressá-lo deste modo: quando aceitamos o caminho de Jesus como o caminho de nossa vida, esta vale a pena ser vivida. Converte-se em algo tão bonito que não podemos conceber que termine de maneira incompleta.

    Quando cremos em Jesus, quando aceitamos o que diz a respeito de Deus e da vida e quando jogamos tudo por Ele, somos ressuscitados porque nos libertamos do temor que caracteriza a vida sem Deus; libertamo-nos da frustração própria da vida dominada pelo pecado, libertamo-nos da superficialidade da vida sem Cristo. A vida surge da morte do pecado e se converte em algo tão rico que não pode morrer mas sim deve encontrar na morte só a transição a uma vida superior.

    A EMOÇÃO DE JESUS

    João 11:28-33

    Marta voltou para casa para dizer a Maria que Jesus tinha chegado. Queria lhe dar a notícia em segredo, sem que as visitas se inteirassem porque queria que Maria estivesse uns minutos a sós com Jesus antes de que fosse rodeasse por uma multidão e impedisse toda intimidade. Não obstante, quando as visitas viram que Maria se levantava depressa e saía, imediatamente supuseram que tinha ido visitar o sepulcro de Lázaro. Era costume, especialmente entre as mulheres, ir chorar no sepulcro em todo momento durante a semana posterior ao enterro. A saudação de Maria foi idêntico a da Marta. Se Jesus tivesse chegado a tempo, não teria ocorrido a desgraça e Lázaro ainda viveria.
    Jesus viu Maria e a todo o grupo chorando. Devemos recordar que não se trataria de um pranto discreto e controlado. Seria um grito e um pranto sem inibições, quase histérico, porque os judeus consideravam que quanto mais descontrolado era o pranto maior era a honra que se rendia ao morto.
    Aqui nos encontramos com um problema de tradução. A palavra que a Versão A Bíblia na Linguagem de Hoje traduz como muito comovido vem do verbo embrimasthai. Agora, resulta muito difícil decidir como deve traduzir-se este verbo. É usado três vezes no Novo Testamento. Em Mt 9:30 quando se diz que Jesus encarregou rigorosamente aos cegos que não publicassem que Ele os tinha curado. Em Mc 1:43 quando se diz que Jesus encarregou rigorosamente ao leproso que não comentasse que o tinha curado. Em Mc 14:5 quando se afirma que os espectadores murmuravam contra a mulher que ungiu a cabeça de Jesus com o perfume custoso porque consideravam que esse ato de amor era uma extravagância custosa.

    Notamos que em cada um destes casos, a palavra tem uma conotação de severidade, quase de irritação. Significa desafiar, corrigir, dar uma ordem estrita. Alguns querem interpretá-lo desse modo. Queriam traduzir a frase assim: "Jesus sentiu ira em seu espírito."
    A que se devia a ira? Podia dever-se a dois motivos. Sugere-se que as lágrimas e as exclamações de dor dos judeus de Betânia não eram mais que uma manifestação hipócrita, que não sentiam, em realidade, a dor que expressavam, não faziam mais que simular sua tristeza, expressavam esses sentimentos com a mesma facilidade com que tivessem aberto uma tíbia. Sugere-se que esta dor artificial provocou a ira de Jesus.
    Tudo isto pode ser certo com referência aos visitantes judeus, embora na passagem não há nenhuma indicação que nos permita assegurar que sua dor era simulada, mas não há a menor dúvida de que não se pode aplicar à dor de Maria. Em seu caso, não se pode interpretar que embrimasthai signifique irritação. No uso comum do grego clássico embrimasthai se aplica ao bufar de um cavalo. O único sentido que pode ter aqui é que Jesus se sentiu invadido por uma emoção tão intensa que arrancou de seu coração um gemido involuntário.

    Agora, encontramo-nos com uma das coisas mais bonitas do Evangelho. Jesus se comprometia tão profundamente com a dor e a tristeza das pessoas que seu coração se enchia de angústia.

    Em cada tristeza que parte o coração O Homem das Dores participa.

    Mas há algo mais que isso. Para qualquer grego que lesse estas linhas — e devemos recordar que este Evangelho foi escrito para os gregos — a imagem que se apresenta nelas resultaria algo surpreendente e incrível. João escreveu todo seu Evangelho em torno de uma idéia central: que em Jesus vemos a mente de Deus. Agora, para o grego a característica fundamental de Deus era algo que chamava apatheia. Esta palavra indica uma absoluta incapacidade para sentir qualquer tipo de emoção.

    Como foi que os gregos chegaram a atribuir este característico a Deus? Sua fundamentação era era a seguinte. Se podemos sentir dor ou alegria, felicidade ou tristeza, significa que alguém pode ter algum efeito sobre nós. Outra pessoa pode nos provocar alegria ou dor. Se for assim, significa que, nesse momento, tem algum poder sobre nós ou, dito de outro modo, nesse momento, é mais forte que nós. Bem, ninguém pode exercer nenhum poder sobre Deus, seria algo impossível. E se for assim, terá que interpretar que Deus é, em essência, incapaz de sentir nenhuma emoção porque ninguém pode ser capaz de produzir alegria ou tristeza em Deus. Os gregos criam em seu deus solitário, isolado, sem paixão nem compaixão.

    Que diferença com a imagem que deu Jesus de Deus! Jesus nos mostrou um Deus cujo coração se vê invadido pela angústia diante do sofrimento de suas criaturas, um Deus que, no sentido mais literal, sofre em nossas aflições. Quando João descreve esta cena, apresenta uma imagem de Deus completamente nova. O mais importante que Jesus fez por nós foi nos trazer a notícia de um Deus que se preocupa.

    A VOZ QUE DESPERTA OS MORTOS

    João 11:34-46

    E chegamos ao último ato. Mais uma vez nos mostra a imagem de Jesus invadido pela angústia ao compartilhar a tristeza do coração humano. Para o leitor grego, a breve frase: "Jesus chorou", devia ser o elemento mais surpreendente de um relato esmagador. Para o grego, o fato de que o Filho de Deus pudesse chorar devia ser algo que estava além de toda sua capacidade de crer.
    A fim de compreender bem esta cena devemos ter em mente a imagem do sepulcro palestino. Eram covas naturais ou cavadas na rocha. Constavam de uma entrada na qual se colocava o féretro, em um primeiro momento. Depois da entrada havia uma cova que em geral tinha 1,80 m. de comprimento, 2,70 de largura e 3 de altura. Quase sempre havia oito prateleiras cortadas na rocha, três de cada lado e duas na parede em frente da entrada e ali ficavam os cadáveres. Estes eram envolvidos em vestimentas de linho com exceção das mãos e dos pés que se cobriam com uma espécie de vendagem e a cabeça, a qual se cobria com uma toalha. O sepulcro não tinha porta mas na entrada havia uma fenda na qual ficava uma enorme pedra semelhante a uma roda de carro. Fazia-se fazia rodar a pedra na entrada e com isso se selava o sepulcro.
    Jesus pediu que movessem a pedra. Marta só podia imaginar um motivo para esse pedido: que Jesus queria ver a cara de seu amigo morto pela última vez. Não cria que isso fosse algum consolo. Que consolo podia procurar o fato de contemplar o espetáculo lúgubre e repulsivo de um cadáver em putrefação. Assinalou que Lázaro tinha estado no sepulcro durante quatro dias.
    O significado de suas palavras é o seguinte. Os judeus criam que os espíritos dos mortos permaneciam nas cercanias dos sepulcros durante quatro dias em busca de uma oportunidade para voltar a entrar no corpo dos mortos. Mas depois de quatro dias abandonavam o lugar porque a cara do morto estava tão chateada que já não a reconheciam.
    Então Jesus pronunciou sua ordem, uma ordem que nem sequer a morte podia desobedecer.

    Fala e, ao ouvir sua voz,

    Os mortos recebem uma vida nova.

    E Lázaro se aproximou. É estranho e quase truculento pensar no corpo enfaixado que se cambaleia fora do sepulcro. De maneira que Jesus ordenou que lhe tirassem as vestimentas mortuárias e a vendagem que o impediam e que o deixassem ir.

    Devemos assinalar certos elementos.

    1. Jesus orou. O poder que fluía dEle não lhe pertencia, era o poder de Deus. Godet disse: "Os milagres são outras tantas orações que receberam resposta."
    2. Jesus só buscava a glória de Deus. Não fez isto para glorificar— se a si mesmo. Quando Elias manteve seu combate épico com os profetas do Baal, orou: “Responde-me, ó SENHOR, responde-me, para que este povo saiba que tu, o SENHOR, és Deus” (1Rs 18:37). Tudo o que Jesus fazia devia-se ao poder de Deus e seu objetivo era glorificá-lo.

    Que diferentes são os homens! São tantas as coisas que tentamos fazer por nossas próprias forças e para aumentar nosso próprio prestígio. Jesus agia por Deus e para Deus. Possivelmente haveria mais coisas maravilhosas em nossas vidas se deixássemos de agir por nossa conta e para nosso próprio proveito e déssemos a Deus o lugar principal.

    A RESSURREIÇÃO DE LÁZARO

    João 11:1-44

    Tratamos que expor a ressurreição de Lázaro tal como aparece o relato no Novo Testamento. Mas não podemos ignorar que de todos os

    milagres de Jesus este é aquele que expõe o maior problema. Enfrentemos as dificuldades com toda honestidade.

    1. Nos outros três Evangelhos há relatos de pessoas ressuscitadas. Temos o relato da ressurreição da filha de Jairo (Mateus 9:18-26: Marcos 5:21-43; Lucas 8:40-56). Temos o relato da ressurreição do filho da viúva de Naim (Lucas 7:11-16). Em ambos os casos, a ressurreição ocorreu imediatamente depois da morte. É bem possível crer que nestes dois milagres a pessoa ressuscitada estava em um estado de coma ou em um transe.

    Já vimos que o enterro devia fazer-se logo que tinha ocorrido a morte devido ao clima da Palestina. E as provas dos sepulcros palestinos indicam que era acostume dar-se o caso de enterros em vida devido à pressa com que eram celebrados. Pode ser que estes dois milagres fossem milagres de diagnóstico, nos quais Jesus salvou a dois jovens de uma morte espantosa. Mas não há nenhum outro caso que possa comparar-se à ressurreição de alguém que fazia quatro dias que estava morto e cujo corpo já tinha entrado em decomposição. Não há nada no Evangelho que possa comparar-se com o relato sobre Lázaro.

    1. Nos outros três Evangelhos não há nenhum relato, nem sequer uma menção da ressurreição do Lázaro. Se os outros evangelistas conheciam este milagre como puderam passá-lo por alto? Se realmente se produziu como puderam ignorá-lo? Sugeriu-se a seguinte resposta a estas perguntas. Sabemos que Marcos obteve sua informação de Pedro. Agora, acontece que Pedro não aparece absolutamente no Quarto Evangelho no capítulo cinco e nos capítulos que vão do sétimo ao décimo segundo. Sugeriu-se que Pedro não estava presente nessa ocasião. De fato, Tomé é o porta-voz dos discípulos. Sugeriu-se que Pedro não estava com Jesus nesse momento e que chegou mais tarde para a festa da Páscoa.

    Esta idéia não parece provável e, por outro lado, inclusive se Pedro não estava no lugar, não há dúvida de que os autores dos Evangelhos devem ter ouvido de outras fontes um milagre tão surpreendente.

    1. Possivelmente a maior dificuldade radica no fato de que João vê neste milagre a causa principal que moveu as autoridades judias a tomar medidas definitivas para eliminar a Jesus (João 11:47-54). Dito de outro modo, a ressurreição do Lázaro foi a causa direta da cruz. Nos outros três evangelhos, a causa fundamental da crucificação foi a purificação do templo. É difícil compreender por que os outros evangelhos não dizem nada sobre este milagre se foi, em realidade, a causa imediata da decisão das autoridades judias de crucificar a Jesus.
    2. Por outro lado, poder-se-ia sustentar com razão que a Entrada Triunfal fica inexplicável sem o antecedente deste milagre. Por que recebeu Jesus essa recepção imensa quando entrou em Jerusalém? Pode— se aduzir que foi devido à fama que adquiriu por este milagre. E entretanto, permanece o fato concreto: nos outros três Evangelhos, tal como o relatam seus autores, não há nenhum lugar ou momento quando se poderia incluir este milagre.

    Se este relato não for uma crônica de um fato histórico real como podemos explicá-lo?

    1. Renan, o acadêmico francês, sugeriu que todo o milagre era uma fraude planejada por Jesus, Marta, Maria e Lázaro. Semelhante explicação não precisa ser refutada. Basta qualificá-la como incrível. Mais adiante, o próprio Renan a abandonou.
    2. Sugeriu-se que Lázaro estava em estado de coma ou transe. Seria impossível sustentar tal opinião a partir do relato tal como o lemos no Evangelho. Os detalhes da morte são muito vívidos.
    3. Sugeriu-se que se trata de uma alegoria elaborada ao redor da frase de Jesus: "Eu sou a ressurreição e a vida." Tratar-se-ia de uma história escrita com a intenção de ilustrar essa frase e lhe dar um cenário. Esta pode ser uma versão simplificada da verdade.
    4. Sugeriu-se que se deve que relacionar esta historia com a parábola do rico e Lázaro (Lucas 16:19-31). Esse relato termina dizendo que nem sequer se alguém se levantasse dos mortos os judeus creriam. Afirma-se que o objetivo do relato é mostrar que se ressuscitou a alguém dos mortos e os judeus não creram. Toma o relato como uma espécie de desenvolvimento alegórico da parábola.

    Ao analisar todas as dificuldades que apresenta esta história somos obrigados a dizer que não sabemos o que foi o que aconteceu em Betânia mas que, sem dúvida nenhuma, ocorreu algo tremendo. Vale a pena assinalar que, até o dia de hoje, Betânia continua sendo chamada Azariyeh, que deriva da palavra Lázaro. Não obstante, não conhecemos com certeza a verdade que esta história ensina.
    Robert McAfee Brown, um professor americano, conta um fato provocado por este relato. Era capelão do exército dos Estados Unidos e estava a bordo de um barco no qual 1.500 marinheiros retornavam do Japão a seu país onde receberiam baixa. Ante sua grande surpresa, um pequeno grupo lhe pediu que organizasse um estudo bíblico. Não titubeou em aproveitar a oportunidade. Quando se aproximava o final da viagem, estavam estudando este capítulo.
    Ao finalizá-lo, um marinheiro se aproximou dele. "Cada parte desse capítulo se refere a mim", disse-lhe. Contou-lhe que durante os últimos seis meses tinha vivido no inferno. Ao sair do colégio secundário tinha ingressado diretamente na marinha. Enviaram-no ao Japão. Havia-se enfastiado da vida e tinha saído para buscar problemas e caiu em graves problemas. Ninguém sabia, mas Deus sim. Sentia-se culpado, sentia que sua vida estava arruinada, que jamais poderia enfrentar sua família. Embora não havia razão para que soubessem, sentia que se havia suicidado e que estava morto. "E depois de ler este capítulo", continuou este jovem marinho, "voltei à vida. Sei que esta ressurreição da que falava Jesus é real, aqui e agora, porque me ressuscitou da morte à vida." Os problemas desse jovem não tinham terminado, devia percorrer um caminho duro, mas em meio de seu pecado e de seu sentimento de culpa, tinha encontrado a Jesus como a ressurreição e a vida.

    E esse é o fim do problema. Não importa, em realidade, se Jesus ressuscitou um corpo no ano 30 de nossa era. O que importa, e muito, é que Jesus é a ressurreição e a vida para todos os homens que estão mortos no pecado e mortos para Deus, agora. Pode haver dificuldades neste relato. Possivelmente jamais saibamos o que aconteceu em Betânia faz tantos anos. Mas sim sabemos, sem a menor duvida, que Jesus é, até o dia de hoje, a ressurreição e a vida. Isso é o que nos diz a história, e o resto não interessa.

    A TRÁGICA IRONIA

    João 11:47-53

    Nesta passagem descreve as autoridades judias de maneira muito eloqüente. O acontecimento maravilhoso de Betânia tinha acelerado a ação dos judeus. Não se podia permitir que Jesus continuasse agindo sem controle. Se fosse permitido continuar agindo como o estava fazendo até esse momento, inevitavelmente cada vez mais pessoas o seguiriam. De maneira que convocaram o concílio para que solucionasse o problema.
    Este concílio estava integrado por fariseus e saduceus. Os fariseus não compunham um partido político; seu único objetivo era viver de acordo com cada um dos detalhes da Lei. Não se preocupavam com o governante que tivessem sempre que lhes permitisse continuar com sua obediência meticulosa à Lei. Os saduceus, pelo contrário, constituíam um partido político muito comprometido. Conformavam o grupo rico e aristocrático. Também eram o partido colaboracionista. Sempre que lhes era permitido desfrutar e conservar sua riqueza, suas comodidades e sua posição de autoridade estavam muito dispostos a colaborar com Roma. Todos os sacerdotes eram saduceus e é evidente que eram eles os que dominavam esta reunião do concílio. Isso quer dizer que os que falaram foram os saduceus.
    João esboça seus característicos com um punhado de pinceladas muito hábeis. Em primeiro lugar, os saduceus eram muito pouco corteses. Ao referir-se a eles, Josefo afirmou: "A conduta dos saduceus entre si é bastante descortês e sua conversação com seus pares é grosseira; o mesmo acontece com os estranhos" (As guerras dos judeus Jo 2:8, Jo 2:14). “Vós nada sabeis”, disse Caifás (Versículo Jo 11:49). "Sois criaturas sem inteligência, sem cérebro." Assim, vemos a arrogância inata, dominadora dos saduceus. Isso era exatamente o que diria um deles. A arrogância orgulhosa dos saduceus estabelece um contraste implícito com os acentos de amor de Jesus. Em segundo lugar, havia uma coisa a que sempre tendiam os saduceus: a manutenção de seu poder e prestígio político e social. Temiam que Jesus obtivera seguidores e provocasse distúrbios contra o governo.

    Agora, Roma era tolerante, em termos gerais, mas, sendo que governava um império tão enorme, não podia aceitar nenhuma classe de desordem civil e sempre os reprimia com mão firme e sem piedade. Se Jesus provocava alguma desordem a mão de Roma cairia com todo seu poder e, sem a menor duvida, os saduceus perderiam a posição de autoridade da qual desfrutavam nesse momento. Jamais imaginaram perguntar-se se Jesus tinha razão ou não ou se seus planos respondiam à vontade de Deus. Sua única pergunta foi a seguinte: "Que efeito terá isto sobre minha tranqüilidade, meus benefícios e minha autoridade?" Não julgavam as coisas segundo o critério do bem e o mal, nem à luz de princípios, mas segundo sua própria comodidade e à luz de sua própria carreira. É possível, ainda hoje, que alguém ponha sua carreira de preferência à vontade de Deus.
    E logo vem o primeiro exemplo terrível de ironia dramática. Às vezes, em uma peça de teatro, um dos personagens diz algo sem perceber o significado total de suas palavras. O público o percebe mas o personagem não; diz algo que tem um sentido ou uma importância muito maiores do que ele crê. Isso recebe o nome de ironia dramática. Assim foi como os saduceus insistiram em que era preciso eliminar a Jesus, do contrário, viriam os romanos e lhes tirariam sua autoridade. Isso foi exatamente o que aconteceu no ano 70 de nossa era. Os romanos, cansados da intransigência e a teimosia dos judeus sitiaram Jerusalém. Quando o sítio chegou ao fim, a cidade era um montão de ruínas e se passou um arado pelo centro do templo.

    Que diferentes puderam ter sido as coisas se os judeus tivessem aceito a Jesus! Mas os passos que deram para salvar a sua nação foram os que a destruíram. Esta destruição teve lugar no ano 70; o Evangelho de João foi escrito ao redor do ano 100 de nossa era: todos seus leitores perceberiam a ironia dramática contida nas palavras dos saduceus.
    Então Caifás, o sumo sacerdote, fez sua afirmação de duplo sentido. "Se vocês tivessem algum sentido", disse, "chegariam à conclusão de que é muito melhor que um homem morra por sua nação e não que a nação inteira pereça."

    Agora, os judeus criam que quando o sumo sacerdote pedia o conselho de Deus para a nação, Deus falava por meio dele e mandava sua mensagem através do sumo sacerdote e que, de fato, nessas ocasiões o sumo sacerdote era também um profeta. Há um antigo relato que conta como escolheu Moisés a Josué para que o sucedesse na liderança de Israel. Josué compartilharia sua honra e quando desejasse obter algum conselho de Deus, devia dirigir-se a Eleazar, o sumo sacerdote: "Ele ficará diante do sacerdote Eleazar, e lhe consultará (...); pelo dito dele sairão, e pelo dito dele entrarão" (Números 27:18-21). O sumo sacerdote devia ser o mediador e o canal da palavra de Deus ao líder e ao povo. Esse era o papel que Caifás desempenhava nesta oportunidade.

    Aqui nos encontramos com outro exemplo tremendo de ironia dramática. Caifás quis dizer que era melhor que Jesus morresse de preferência a ter problemas com Roma. Devia morrer para salvar o povo. Isso era certo, mas não no sentido que lhe deu Caifás. Era verdadeiro em um sentido muito mais profundo e mais maravilhoso. Deus pode falar por meio das pessoas mais insuspeitadas. Às vezes, Deus manda uma mensagem através de uma pessoa sem que esta saiba. Deus pode usar até as palavras de homens maus.

    Jesus morreria pelo povo e também por todos os homens de Deus disseminados em todo mundo. A Igreja primitiva empregou estas palavras de maneira muito bonita. O primeiro livro de serviços da Igreja se chamou Didaquê ou O ensino dos doze apóstolos. Remonta-se a poucos anos depois do ano 100 d. C. Estabelecia-se que, ao partir o pão, era preciso dizer: "Assim como este pão estava espalhado pelas montanhas e se uniu, permite que a Igreja se una dos limites da terra e entre no reino" (Didaquê Jo 9:4). O pão estava composto por todos os elementos que tinham estado disseminados. Do mesmo modo, os elementos da Igreja que agora estão disseminados algum dia se unirão em um tudo. Isso é algo no qual podemos pensar quando vemos que se parte o pão da Eucaristia.

    JESUS O PROSCRITO

    João 11:54-57

    Jesus não brincava com o perigo quando não era necessário. Estava disposto e ansioso por entregar sua vida mas não era tão absurdamente arriscado para desperdiçar sua vida entregando-a antes de ter concluído seu obra. Não há nada virtuoso no risco sem sentido. De maneira que se afastou até uma aldeia chamada Efraim. Esta cidade estava situada na região montanhosa ao norte de Jerusalém. Estava perto de Betel e em 2Cr 13:19 são mencionadas juntas.

    Durante esses dias, Jerusalém estava começando a encher-se de gente. Antes que o judeu pudesse assistir a alguma festa devia estar cerimonialmente limpo e podia tornar-se impuro mediante o contato com uma enorme quantidade de coisas e de gente. De maneira que muitos judeus chegavam à cidade com antecipação para fazer as ofertas necessárias e passar pelas lavagens que lhes assegurariam a pureza ritual. A Lei estabelecia: "Todo homem deve purificar-se antes da Festa."
    Estas purificações se levavam a cabo no Templo. Levavam bastante tempo e no ínterim os judeus se reuniam em pequenos grupos muito entusiastas. Sabiam o que acontecia. Inteiraram-se deste combate mortal de vontades entre Jesus e as autoridades, e o povo sempre se interessa por aquele que enfrenta com valentia uma luta desigual. Perguntavam-se se apareceria na festa mas chegaram à conclusão de que era absolutamente impossível que o fizesse. Este carpinteiro da Galiléia não podia desafiar a toda a força da oficialidade eclesiástica e política judia. Tinham subestimado a Jesus. Quando chegasse o momento em que devia apresentar-se, nada no mundo o poderia deter. Se Deus ordenava a Jesus que fosse, não existiria ameaça humana que o detivera.

    Martinho Lutero era um homem que desafiava as almas cautelosas que pretendiam deter seus impulsos. Tomou o que para ele era o caminho correto "apesar de todos os cardeais, os papas, os reis e os imperadores junto com todos os demônios e o próprio inferno." Quando o citaram para que se apresentasse em Worms para responder sobre o ataque que tinha arrojado contra os abusos da Igreja Católica Romana, sabia muito bem quais eram os perigos que enfrentava ao assistir à convocatória. Sua resposta foi a seguinte: "Iria embora houvesse tantos demônios em Worms como telhas nos telhados."
    Quando lhe disseram que o Duque Jorge o capturaria, afirmou: "Iria embora chovessem duques Jorge." Não se tratava de que Lutero não experimentasse temor porque mais de uma vez pronunciava suas palavras com a voz entrecortada enquanto lhe tremiam os joelhos. Entretanto, possuía essa coragem que vence o temor. O cristão não teme que as conseqüências que sobrevém ao fazer o correto mas as que se desprendem de não fazê-lo.

    Os versículos finais deste capítulo parecem indicar que a esta altura dos acontecimentos Jesus tinha sido proscrito. Pode ser que as autoridades tenham devotado uma recompensa a qualquer um que desse informação que permitisse capturá-lo. Possivelmente essa foi a recompensa que buscava Judas e a que por ultimo recebeu. Neste momento, Jesus era um homem proscrito por cuja cabeça se oferecia uma recompensa. Entretanto, e apesar disso, foi a Jerusalém e não o fez na escuridão das ruas afastadas ou escondendo-se dos olhos dos homens. Chegou a Jerusalém a plena luz, de maneira tal que os olhos de todos os homens se centrassem sobre ele. Seja o que for que digamos sobre Jesus, devemos nos inclinar em admiração perante sua coragem que desafiou a morte.

    Durante os últimos dias de sua vida, Jesus foi o proscrito mais glorioso de todos os tempos.


    Notas de Estudos jw.org

    Disponível no site oficial das Testemunhas de Jeová
    Notas de Estudos jw.org - Comentários de João Capítulo 11 versículo 35
    começou a chorar: O verbo grego usado aqui (dakrýo) é relacionado com o substantivo grego para “lágrimas”, que é usado em textos como Lu 7:38; At 20:19-31; Hb 5:7; Ap 7:17-21:4. Parece que esse verbo dá mais destaque à ação de derramar lágrimas do que à de chorar em voz alta. Esta é a única ocorrência desse verbo nas Escrituras Gregas Cristãs. Ele é diferente do verbo usado para descrever o choro de Maria e dos judeus em Jo 11:33. (Veja a nota de estudo.) Jesus sabia que logo ia ressuscitar Lázaro, mas ficou muito triste de ver o sofrimento de seus amigos queridos. Ele tinha tanto amor e compaixão por seus amigos que derramou lágrimas na frente de todos. Este relato deixa claro que Jesus compreende os sentimentos dos que perdem pessoas queridas.


    Dicionário

    Chorar

    verbo intransitivo Derramar lágrimas; soluçar.
    verbo transitivo Afligir-se, sentir remorsos ou arrependimento, lamentar a perda de, prantear.
    [Brasil] Nos jogos carteados, ir descobrindo as cartas vagarosamente a fim de verificar o seu valor.

    prantear, carpir, lamentar, gemer, lagrimar, soluçar. – “Ao derramar, ou verter lágrimas chama-se chorar” – diz Roq. – do castelhano llorar, do latim fleo. É termo genérico, pois não só indica as lágrimas que provêm de dor e aflição, como as que por alguma circunstância se destilam das glândulas lacrimais. O fumo, os ácidos, etc. fazem chorar os olhos. Chora-se de alegria não menos que de tristeza. Choram também as videiras e os ramos quando se cortam. – Quando às lágrimas se juntam vozes queixosas, com lamentos – e talvez soluços, pranteia-se. O pranto é mais forte e intenso que o choro, porque neste derramam-se lágrimas com lamentos e soluços. – Lamentar é queixar-se com pranto e mostras de dor; e também exprime canto lúgubre em que se chora alguma grande calamidade. Jeremias lamentou poeticamente 37 Por isso mesmo é que é preciso admitir que choque não é simplesmente encontro, como se diz no artigo. Pode haver encontro sem haver choque, pois esta palavra dá ideia do abalo que o encontro produz. 268 Rocha Pombo as desgraças da ingrata Jerusalém, e a esta espécie de poema elegíaco se deu com razão o nome de lamentações. – Costumavam os antigos arrancar, ou pelo menos desgrenhar os cabelos, e desfigurar as faces, na ocasião de luto, e para exprimir esta ação de profunda dor, usavam do verbo carpir, e carpir-se, o qual, por extensão, veio a significar quase o mesmo que lamentar. Do uso de carpir-se sobre os defuntos se faz menção na Crônica de d. João 1. Havia antigamente mulheres a quem se pagava para carpir-se sobre defuntos, e acompanhar os enterros, fazendo mostras de dor e aflição, e a que se chamava carpideiras. Refere-se, pois, este vocábulo especialmente às ações que demonstram dor e mágoa. De todas estas palavras, a mais poética, e que em lugar das outras muitas vezes se emprega, é o verbo chorar, de que o nosso poeta fez mui frequente uso, como estão dizendo os seguintes lugares: Os altos promontorios o choraram; E dos rios as aguas saudosas, Os semeados campos alagaram Com lagrimas correndo piedosas. (Lus. III,
    84) As filhas do Mondego a morte escura Longo tempo chorando memoraram; E por memoria eterna, em fonte pura As lagrimas choradas transformaram. (Ibid. III,
    135) Choraram-te, Thomé, o Gange e o Indo; Chorou-te toda a terra que pisaste; Mais te choram as almas que vestindo Se iam da santa Fé que lhe ensinaste. (Ib. X,
    118) – Gemer é “dar sinal de grande dor, exprimir aflição, por meio de voz inarticulada e lamentosa”. Os grandes prantos são sempre acompanhados de gemidos. – Lagrimar é “verter lágrimas”. Julgam muitos que não passe este verbo de simples variante de lagrimejar (ou lacrimejar); mas, na acepção em que é preciso tomá-lo neste grupo, é de uma força e intensidade que o tornam indispensável na língua, para significar “verter lágrimas como por efeito de imensa dor, gemendo e pranteando”. É com este sentido que empregou Dante o seu lagrimare num daqueles versos que pôs na boca de Ugolino: Ma se le mie parole esser, den seme, Che frutti infamia al traditor, ch’io [rodo, Parlare e lagrimar’ vedrai insieme. (Inf. XXXIII,
    3) Ora, traduzir este lagrimare pelo nosso chorar não seria menos do que diminuir deploravelmente aquela grande figura. – Soluçar é “prantear e gemer com aflição, como se a alma abalada clamasse em desespero para fora”. Por isso dizemos figuradamente que – o mar soluça e não – pranteia, nem – chora; pois há como que aflição monstruosa no embate das ondas contra a praia.

    Jesus

    interjeição Expressão de admiração, emoção, espanto etc.: jesus, o que foi aquilo?
    Ver também: Jesus.
    Etimologia (origem da palavra jesus). Hierônimo de Jesus.

    Salvador. – É a forma grega do nome Josué, o filho de Num. Assim em At 7:45Hb 4:8. – Em Cl 4:11 escreve S. Paulo afetuosamente de ‘Jesus, conhecido por Justo’. Este Jesus, um cristão, foi um dos cooperadores do Apóstolo em Roma, e bastante o animou nas suas provações. (*veja José.)

    Não há dúvida de que Jesus é o mensageiro divino enviado aos homens J J para ensinar-lhes a verdade, e, por ela, o caminho da salvação [...].
    Referencia: KARDEC, Allan• O céu e o inferno ou A Justiça divina segundo o Espiritismo• Trad• de Manuel Justiniano Quintão• 57a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 10, it• 18

    [...] Segundo definição dada por um Espírito, ele era médium de Deus.
    Referencia: KARDEC, Allan• A Gênese: os milagres e as predições segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 5a ed• francesa• 48a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 15, it• 2

    [...] o pão de Deus é aquele que desceu do Céu e que dá vida ao mundo. [...] Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome e aquele que em mim crê não terá sede. [...]
    Referencia: KARDEC, Allan• A Gênese: os milagres e as predições segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 5a ed• francesa• 48a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 15, it• 50

    [...] o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo. [...]
    Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita• Trad• de Guillon Ribeiro• 86a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - q• 625

    [...] é filho de Deus, como todas as criaturas [...].
    Referencia: KARDEC, Allan• Obras póstumas• Traduzida da 1a ed• francesa por Guillon Ribeiro• 37a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, O filho de Deus e o filho do homem

    Jesus foi um Revelador de primeira plana, não porque haja trazido ao mundo, pela primeira vez, uma parcela da Verdade Suprema, mas pela forma de revestir essa Verdade, colocando-a ao alcance de todas as almas, e por ser também um dos mais excelsos Espíritos, para não dizer o primeiro em elevação e perfeição, de quantos têm descido à Terra, cujo governador supremo é Ele.
    Referencia: AGUAROD, Angel• Grandes e pequenos problemas• Obra ditada a Angel Aguarod pelo seu Guia Espiritual• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Pról•

    Jesus Cristo é a paz – é a mansidão – é a justiça – é o amor – é a doçura – é a tolerância – é o perdão – é a luz – é a liberdade – é a palavra de Deus – é o sacrifício pelos outros [...].
    Referencia: AMIGÓ Y PELLÍCER, José• Roma e o Evangelho: estudos filosófico-religiosos e teórico-práticos• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 8

    Jesus é o ser mais puro que até hoje se manifestou na Terra. Jesus não é Deus. Jesus foi um agênere.
    Referencia: ANJOS, Luciano dos e MIRANDA, Hermínio C•• Crônicas de um e de outro: de Kennedy ao homem artificial• Prefácio de Abelardo Idalgo Magalhães• Rio de Janeiro: FEB, 1975• - cap• 71

    Jesus é o centro divino da verdade e do amor, em torno do qual gravitamos e progredimos.
    Referencia: BÉRNI, Duílio Lena• Brasil, mais além! 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• - cap• 24

    Jesus é o protótipo da bondade e da sabedoria conjugadas e desenvolvidas em grau máximo. [...]
    Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• As leis morais: segundo a filosofia espírita• 12a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Heliotropismo espiritual

    Jesus Cristo é o Príncipe da Paz.
    Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• O Sermão da Montanha• 16a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Bem-aventurados os pacificadores•••

    [...] conquanto não seja Deus, e sim um Espírito sublimado, Jesus Cristo é o governador de nosso planeta, a cujos destinos preside desde a sua formação. Tudo (na Terra) foi feito por Ele, e, nada do que tem sido feito, foi feito sem Ele diz-nos João 3:1.[...] autêntico Redentor da Huma-nidade.
    Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• Páginas de Espiritismo cristão• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1993• - cap• 1

    Jesus, pois, é um desses Espíritos diretores e protetores de mundos, e a missão de dirigir a nossa Terra, com o concurso de outros Espíritos subordinados em pureza à sua pureza por excelência, lhe foi outorgada, como um prêmio à sua perfeição imaculada, em épocas que se perdem nas eternidades do passado. [...]
    Referencia: CIRNE, Leopoldo• A personalidade de Jesus• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Jesus nos Evangelhos

    [...] espírito poderoso, divino missionário, médium inspirado. [...]
    Referencia: DENIS, Léon• Cristianismo e Espiritismo: provas experimentais da sobrevivência• Trad• de Leopoldo Cirne• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 2

    J [...] é, positivamente, a pedra angular do Cristianismo, a alma da nova revelação. Ele constitui toda a sua originalidade.
    Referencia: DENIS, Léon• Cristianismo e Espiritismo: provas experimentais da sobrevivência• Trad• de Leopoldo Cirne• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 3

    [...] era um divino missionário, dotado de poderosas faculdades, um médium incomparável. [...]
    Referencia: DENIS, Léon• Cristianismo e Espiritismo: provas experimentais da sobrevivência• Trad• de Leopoldo Cirne• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 6

    [...] é o iniciador do mundo no culto do sentimento, na religião do amor. [...]
    Referencia: DENIS, Léon• Cristianismo e Espiritismo: provas experimentais da sobrevivência• Trad• de Leopoldo Cirne• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Conclusão

    [...] Espírito protetor da Terra, anjo tutelar desse planeta, grande sacerdote da verdadeira religião.
    Referencia: DOMINGO SÓLER, Amália• Fragmentos das memórias do Padre Germano• Pelo Espírito Padre Germano• Trad• de Manuel Quintão• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 29

    Jesus é o Mestre por excelência: ofereceu-se-nos por amor, ensinou até o último instante, fez-se o exemplo permanente aos nossos corações e nos paroxismos da dor, pregado ao madeiro ignominioso, perdoou-nos as defecções de maus aprendizes.
    Referencia: EVANGELIZAÇÃO espírita da infância e da juventude na opinião dos Espíritos (A)• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1986• Separata do Reformador de out• 82• - q• 5

    Jesus é nosso Irmão porque é filho de Deus como nós; e é nosso Mestre porque sabe mais que nós e veio ao mundo nos ensinar.
    Referencia: FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA• Departamento de Infância e Juventude• Currículo para as Escolas de Evangelização Espírita Infanto-juvenil• 2a ed• Rio de Janeiro, 1998• - cap• 4

    [...] é chamado Jesus, o Cristo, porque Cristo quer dizer o enviado de Deus.
    Referencia: FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA• Departamento de Infância e Juventude• Currículo para as Escolas de Evangelização Espírita Infanto-juvenil• 2a ed• Rio de Janeiro, 1998• - cap• 4

    Jesus é o exemplo máximo dessa entrega a Deus, lição viva e incorruptível de amor em relação à Humanidade. Mergulhou no corpo físico e dominou-o totalmente com o seu pensamento, utilizando-o para exemplificar o poder de Deus em relação a todas as criaturas, tornando-se-lhe o Médium por excelência, na condição de Cristo que o conduziu e o inspirava em todos os pensamentos e atos. Sempre com a mente alerta às falaciosas condutas farisaicas e às circunstâncias difíceis que enfrentava, manteve-se sempre carinhoso com as massas e os poderosos, sem manter-se melífluo ou piegas com os infelizes ou subalterno e submisso aos dominadores de um dia... Profundo conhecedor da natureza humana sabia acioná-la, despertando os sentimentos mais profundos e comandando os pensamentos no rumo do excelso Bem. Vencedor da morte, que o não assustava, é o exemplo máximo de vida eterna, concitando-nos a todos a seguir-lhe as pegadas.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Impermanência e imortalidade• Pelo Espírito Carlos Torres Pastorino• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Corpo e mente

    Jesus, embora incompreendido no seu tempo, venceu a História, ultrapassou todas as épocas, encontrando-se instalado no mundo e em milhões de mentes e corações que o aceitam, o amam e tentam segui-lo. O sofrimento que experimentou não o afligiu nem o turbou, antes foi amado e ultrapassado, tornando-se mais do que um símbolo, a fiel demonstração de que no mundo somente teremos aflições.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Impermanência e imortalidade• Pelo Espírito Carlos Torres Pastorino• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - O sofrimento

    Jesus de Nazaré jamais desprezou ou subestimou as dádivas relevantes do abençoado planeta, nunca se recusando J J à convivência social, religiosa, humana... Participou das bodas em Caná, freqüentou a Sinagoga e o Templo de Jerusalém, aceitou a entrevista com Nicodemos, o almoço na residência de Simão, o leproso, bem como hospedou-se com Zaqueu, o chefe dos publicanos, escandalizando a todos, conviveu com os pobres, os enfermos, os infelizes, mas também foi gentil com todos aqueles que o buscavam, a começar pelo centurião, que lhe fora rogar ajuda para o criado enfermo, jamais fugindo da convivência de todos quantos para os quais viera... Abençoou criancinhas buliçosas, dialogou com a mulher da Samaria, desprezada, com a adúltera que seguia para a lapidação, libertando-a, participou da saudável convivência de Lázaro e suas irmãs em Betânia, aceitou a gentileza da Verônica na via crucis, quando lhe enxugou o suor de sangue... Jesus tipificou o ser social e humano por excelência, portador de fé inquebrantável, que o sustentou no momento do sacrifício da própria vida, tornando-se, em todos os passos, o Homem incomparável. Jamais agrediu o mundo e suas heranças, suas prisões emocionais e paixões servis, seus campeonatos de insensatez, sua crueldade, sua hediondez em alguns momentos, por saber que as ocorrências resultavam da inferioridade moral dos seus habitantes antes que deles mesmos. Apesar dessa conduta, demonstrou a superioridade do Reino de Deus, porque, permanente, causal e posterior ao périplo carnal, convidando os homens e as mulheres de pensamento, os que se encontravam saturados e sem roteiro, os sofridos e atormentados à opção libertadora e feliz.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Impermanência e imortalidade• Pelo Espírito Carlos Torres Pastorino• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Aflições do mundo

    [...] é o Médico Divino e a sua Doutrina é o medicamento eficaz de que nos podemos utilizar com resultados imediatos.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Lampadário espírita• Pelo Espírito Joanna de Ângelis• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 23

    Jesus é ainda e sempre a nossa lição viva, o nosso exemplo perene. Busquemo-lo!
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Nos bastidores da obsessão• Pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 5

    [...] Jesus é o amor inexaurível: não persegue: ama; não tortura: renova; não desespera: apascenta! [...] é a expressão do amor e sua não-violência oferece a confiança que agiganta aqueles que o seguem em extensão de devotamento.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Nos bastidores da obsessão• Pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 10

    [...] é a nossa porta: atravessemo-la, seguindo-lhe as pegadas ...
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Nos bastidores da obsessão• Pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 16

    [...] Jesus na manjedoura é um poema de amor falando às belezas da vida; Jesus na cruz é um poema de dor falando sobre as grandezas da Eternidade.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Párias em redenção• Pelo Espírito Victor Hugo• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - L• 1, cap• 2

    [...] é a Vida em alta expressão de realidade, falando a todos os seres do mundo, incessantemente!... Sua lição inesquecível representa incentivo urgente que não podemos deixar de aplicar em nosso dia-a-dia redentor.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Párias em redenção• Pelo Espírito Victor Hugo• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - L• 3, cap• 1

    J [...] é o guia divino: busque-o!
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Sublime expiação• Pelo Espírito Victor Hugo• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1998• - L• 3, cap• 5

    [...] é a Verdade e a Justiça, a que todos nós aspiramos!
    Referencia: GAMA, Zilda• Dor suprema• Pelo Espírito Victor Hugo• 15a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - L• 7, cap• 13

    [...] é sempre a verdade consoladora no coração dos homens. Ele é a claridade que as criaturas humanas ainda não puderam fitar e nem conseguiram compreender. [...]
    Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Pelo Evangelho

    De todos os Evangelhos se evola uma onda de perfume balsâmico e santificador a denunciar a passagem gloriosa e solene de um Arauto da paz e da felicidade no Além.
    Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Veracidade dos Evangelhos

    [...] O Messias, o Príncipe da vida, o Salvador do mundo.
    Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Interpretação subjetiva

    [...] cognominado pelo povo de Grande profeta e tratado pelos seus discípulos como filho de Deus.
    Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Identidade de Jesus

    [...] o instrutor geral, o chefe da escola universal em todas as épocas.
    Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Supremacia de Jesus

    [...] O Consolador, O Espírito de Verdade a dirigir o movimento científico por todo o globo.
    Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Materializações

    Paulo, que se tornou cristão, por ter visto Jesus em Espírito e dele ter recebido a Revelação, diz que Jesus, o Cristo, é a imagem da Substância de Deus, o Primogênito de Deus (o texto grego diz: a imagem de Deus invisível e o primeiro concebido de toda a Criação) – o que não quer dizer que este primeiro concebido, seja idêntico fisiologicamente ao homem terrestre.
    Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Natureza de Jesus

    [...] é, ao mesmo tempo, a pureza que ama e o amor que purifica.
    Referencia: MARCHAL, V (Padre)• O Espírito Consolador, ou os nossos destinos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - 22a efusão

    [...] foi o mais santo, o mais elevado, o mais delicado Espírito encarnado no corpo mais bem organizado que já existiu. [...]
    Referencia: MARCHAL, V (Padre)• O Espírito Consolador, ou os nossos destinos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - 23a efusão

    Espírito da mais alta hierarquia divina, Jesus, conhecedor de leis científicas ainda não desvendadas aos homens, mas, de aplicação corrente em mundos mais adiantados, formou o seu próprio corpo com os fluidos que julgou apropriados, operando uma materialilização muitíssimo mais perfeita que aquelas de que nos falam as Escrituras e do que as que os homens já pudemos presenciar em nossas experiências no campo do psiquismo.
    Referencia: MÍNIMUS• Os milagres de Jesus: historietas para a infância• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1983• - cap• 1

    Jesus é o amigo supremo, em categoria especial, com quem nenhum outro pode ser confrontado. [...]
    Referencia: MIRANDA, Hermínio C• As marcas do Cristo• Rio de Janeiro: FEB, 1979• 2 v• - v• 1, cap• 4

    [...] o caminho, a verdade e a vida, e é por ele que chegaremos ao divino estado da pureza espiritual. Esse é o mecanismo da salvação, da justificação, da predestinação.
    Referencia: MIRANDA, Hermínio C• As marcas do Cristo• Rio de Janeiro: FEB, 1979• 2 v• - v• 1, cap• 5

    esus – ensina Agasha – foi um exemplo vivo do que pregava. Ensinou aos homens a amarem-se uns aos outros, mas também ensinou que os homens haveriam de cometer muitos enganos e que Deus não os condenaria, mas lhe daria outras oportunidades para aprenderem.
    Referencia: MIRANDA, Hermínio C• Reencarnação e imortalidade• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - cap• 4

    Jesus Cristo, o mais sábio dos professores que o mundo já conheceu e o mais compassivo dos médicos que a Humanidade já viu, desde o princípio, permanece como divina sugestão àqueles que, no jornadear terrestre, ocupam a cátedra ou consagram a vida ao santo labor dos hospitais.
    Referencia: PERALVA, Martins• Estudando a mediunidade• 23a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 22

    Se lhe chamamos Senhor e Mestre, Divino Amigo e Redentor da Humanidade, Sol de nossas vidas e Advogado de nossos destinos, por um dever de consciência devemos afeiçoar o nosso coração e conjugar o nosso esforço no devotamento à vinha que por Ele nos foi confiada.
    Referencia: PERALVA, Martins• Estudando a mediunidade• 23a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 45

    Sendo o Pão da Vida e a Luz do Mundo, Nosso Senhor Jesus Cristo era, por conseguinte, a mais completa manifestação de Sabedoria e Amor que a Terra, em qualquer tempo, jamais sentira ou conhecera. [...] A palavra do Mestre se refletiu e se reflete, salutar e construtivamente, em todos os ângulos evolutivos da Humanidade.
    Referencia: PERALVA, Martins• Estudando o Evangelho• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 11

    [...] o Verbo, que se fez carne e habitou entre nós.
    Referencia: PERALVA, Martins• Mediunidade e evolução• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1987• - cap• 45

    Jesus, evidentemente, é o amor semfronteiras, que a todos envolve e fascina,ampara e magnetiza.O pão da vida, a luz do mundo, o guiasupremo.
    Referencia: PERALVA, Martins• O pensamento de Emmanuel• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1994• - Introd•

    [...] é o mais alto expoente de evolução espiritual que podemos imaginar [...].
    Referencia: QUINTÃO, Manuel• O Cristo de Deus: resposta ao “Jesus de Nazaret” de H• Rivereto• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1979• - cap• 2

    Nem homem, nem Deus, [...] mas, Espírito puro e não falido, um, na verdade, com o Pai, porque dele médium, isto é, veículo do pensamento e da vontade divinos, e, conseguintemente, conhecedor das leis que regem a vida moral e material neste e noutros planetas, ou seja, daquelas muitas moradas de que falava.
    Referencia: QUINTÃO, Manuel• O Cristo de Deus: resposta ao “Jesus de Nazaret” de H• Rivereto• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1979• - cap• 5

    [...] puro Espírito, um Espírito de pureza perfeita e imaculada, o fundador, o protetor, o governador do planeta terreno [...].
    Referencia: RIBEIRO, Guillon• Jesus, nem Deus nem homem: Sua posição espiritual com relação a Deus e aos homens• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1978• -

    [...] Espírito fundador, protetor e governador do mundo terrestre, a cuja formação presidiu, tendo, na qualidade de representante e delegado de Deus, plenos poderes, no céu, e na Terra, sobre todos os Espíritos que nesta encarnam [...].
    Referencia: RIBEIRO, Guillon• Jesus, nem Deus nem homem: Sua posição espiritual com relação a Deus e aos homens• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1978• -

    [...] como filho, Ele, Jesus, não é Deus e sim Espírito criado por Deus e Espírito protetor e governador do planeta J terreno, tendo recebido de Deus todo o poder sobre os homens, a fim de os levar à perfeição; que foi e é, entre estes, um enviado de Deus e que aquele poder lhe foi dado com esse objetivo, com esse fim.
    Referencia: RIBEIRO, Guillon• Jesus, nem Deus nem homem: Sua posição espiritual com relação a Deus e aos homens• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1978• -

    [...] puro Espírito, um Espírito de pureza perfeita e imaculada, que, na santidade e na inocência, sem nunca haver falido, conquistou a perfeição e foi por Deus instituído fundador, protetor e governador da Terra [...].
    Referencia: RIBEIRO, Guillon• Jesus, nem Deus nem homem: Sua posição espiritual com relação a Deus e aos homens• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1978• -

    [...] Para S. Paulo, Jesus é um ser misterioso, sem pai, sem mãe, sem genealogia, que se manifesta aos homens como a encarnação duma divindade, para cumprir um grande sacrifício expiatório [...]. [...] Jesus Cristo é, realmente, aquele de quem disse o apóstolo Paulo: que proviera do mesmo princípio que os homens; e eis por que lhes chamava seus irmãos, porque é santo, inocente (innocens), sem mácula (impollutus), apartado dos pecadores (segregatus a peccatoribus) e perfeito por todo o sempre [...]. [...] Jesus a imagem, o caráter da substância de Deus, o qual não tendo querido hóstia, nem oblação, lhe formara um corpo para entrar no mundo; que Jesus era (nesse corpo e com esse corpo) “um espirito vivificante”.
    Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 1

    Jesus é um Espírito que, puro na fase da inocência e da ignorância, na da infância e da instrução, sempre dócil aos que tinham o encargo de o guiar e desenvolver, seguiu simples e gradualmente a diretriz que lhe era indicada para progredir; que, não tendo falido nunca, se conservou puro, atingiu a perfeição sideral e se tornou Espírito de pureza perfeita e imaculada. Jesus [...] é a maior essência espiritual depois de Deus, mas não é a única. É um Espírito do número desses aos quais, usando das expressões humanas, se poderia dizer que compõem a guarda de honra do Rei dos Céus. Presidiu à formação do vosso planeta, investido por Deus na missão de o proteger e o governar, e o governa do alto dos esplendores celestes como Espírito de pureza primitiva, perfeita e imaculada, que nunca faliu e infalível por se achar em relação direta com a divindade. É vosso e nosso Mestre, diretor da falange sagrada e inumerável dos Espíritos prepostos ao progresso da Terra e da humanidade terrena e é quem vos há de levar à perfeição.
    Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 1

    [...] Jesus é a ressurreição e a vida porque somente pela prática da moral que Ele pregou e da qual seus ensinos e exemplos o fazem a personificação, é que o Espírito chega a se libertar da morte espiritual, assim na erraticidade, como na condição de encamado.
    Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 4

    Eu sou a porta; aquele que entrar por mim será salvo, disse Jesus (João 10:9). Por ser o conjunto de todas as perfeições, Jesus se apresentou como a personificação da porta estreita, a fim de que, por uma imagem objetiva, melhor os homens compreendessem o que significa J J entrar por essa porta, para alcançar a vida eterna.
    Referencia: SAYÃO, Antônio Luiz• (Comp•) Elucidações Evangélicas• 13a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• -

    [...] é o médico das almas [...] capaz de curá-las todas do pecado que as enferma, causando-lhes males atrozes. Portador ao mundo e distribuidor do divino perdão, base da sua medicina, Ele muda a enfermidade em saúde, transformando a morte em vida, que é a salvação.
    Referencia: SAYÃO, Antônio Luiz• (Comp•) Elucidações Evangélicas• 13a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• -

    [...] como governador, diretor e protetor do nosso planeta, a cuja formação presidiu, missão que por si só indica a grandeza excelsa do seu Espírito, tinha, por efeito dessa excelsitude, o conhecimento de todos os fluidos e o poder de utilizá-los conforme entendesse, de acordo com as leis naturais que lhes regem as combinações e aplicações.
    Referencia: SAYÃO, Antônio Luiz• (Comp•) Elucidações Evangélicas• 13a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• -

    Jesus é servo e bem-amado de Deus, pela sua qualidade de Espírito puro e perfeito. Deus o elegeu, quando o constituiu protetor e governador do nosso planeta. Nele se compraz, desde que o tornou partícipe do seu poder, da sua justiça e da sua misericórdia; e faz que seu Espírito sobre ele constantemente pouse, transmitindo-lhe diretamente a inspiração, com o mantê-lo em perene comunicação consigo.
    Referencia: SAYÃO, Antônio Luiz• (Comp•) Elucidações Evangélicas• 13a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• -

    Jesus personifica a moral, a lei de amor que pregou aos homens, pela palavra e pelo exemplo; personifica a doutrina que ensinou e que, sob o véu da letra, é a fórmula das verdades eternas, doutrina que, como Ele próprio o disse, não é sua, mas daquele que o enviou. Ele é a pedra angular. [...]
    Referencia: SAYÃO, Antônio Luiz• (Comp•) Elucidações Evangélicas• 13a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• -

    Jesus era o amor sem termo; Jesus era a caridade, Jesus era a tolerância! Ele procurava sempre persuadir os seus irmãos da Terra e nunca vencê-los pela força do seu poder, que, no entanto, o tinha em superabundância! Ora banqueteando-se com Simão, o publicano, ora pedindo água à mulher samaritana, repudiada dos judeus, ele revelava-se o Espírito amante da conciliação, a alma disposta aos sentimentos da verdadeira fraternidade, não distinguindo hereges ou gentios!
    Referencia: SILVA JÚNIOR, Frederico Pereira da• Jesus perante a cristandade• Pelo Espírito Francisco Leite Bittencourt Sampaio• Org• por Pedro Luiz de Oliveira Sayão• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 6

    Sendo Jesus a personificação do Bem Supremo, é natural que busquemos elegê-lo por padrão de nossa conduta.
    Referencia: SIMONETTI, Richard• Para viver a grande mensagem• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1991• - Mudança imperiosa

    Carta viva de Deus, Jesus transmitiu nas ações de todos os momentos a Grande Mensagem, e em sua vida, mais que em seus ensinamentos, ela está presente.
    Referencia: SIMONETTI, Richard• Para viver a grande mensagem• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1991• - Natal

    Jesus não é um instituidor de dogmas, um criador de símbolos; é o iniciador do mundo no culto do sentimento, na religião do amor. [...]
    Referencia: SOARES, Sílvio Brito• Páginas de Léon Denis• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1991• - Cristianismo e Espiritismo

    [...] é a pedra angular de uma doutrina que encerra verdades eternas, desveladas parcialmente antes e depois de sua passagem pela Terra.
    Referencia: SOUZA, Juvanir Borges de• Tempo de renovação• Prefácio de Lauro S• Thiago• Rio de Janeiro: FEB, 1989• - cap• 19

    J Jesus é chamado o Justo, por encarnar em grau máximo, o Amor e a Justiça, em exemplificação para toda a Humanidade.
    Referencia: SOUZA, Juvanir Borges de• Tempo de transição• Prefácio de Francisco Thiesen• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1990• - cap• 17

    [...] encontramos em Jesus o maior psicólogo de todos os tempos [...].
    Referencia: VIEIRA, Waldo• Seareiros de volta• Diversos autores espirituais• Prefácio de Elias Barbosa• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - A mensagem matinal

    Jesus é a manifestação mais perfeita de Deus, que o mundo conhece. Seu Espírito puro e amorável permitiu que, através dele, Deus se fizesse perfeitamente visível à Humanidade. Esse o motivo por que ele próprio se dizia – filho de Deus e filho do Homem.
    Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• Nas pegadas do Mestre: folhas esparsas dedicadas aos que têm fome e sede de justiça• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - O filho do homem

    Jesus é a luz do mundo, é o sol espiritual do nosso orbe. Quem o segue não andará em trevas. [...]
    Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• Nas pegadas do Mestre: folhas esparsas dedicadas aos que têm fome e sede de justiça• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Fiat-lux

    Jesus é a história viva do homem.
    Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• Nas pegadas do Mestre: folhas esparsas dedicadas aos que têm fome e sede de justiça• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Jesus e a história

    [...] é a única obra de Deus inteiramente acabada que o mundo conhece: é o Unigênito. Jesus é o arquétipo da perfeição: é o plano divino já consumado. É o Verbo que serve de paradigma para a conjugação de todos os verbos.
    Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• Nas pegadas do Mestre: folhas esparsas dedicadas aos que têm fome e sede de justiça• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - O Verbo Divino

    [...] é o Cristo, isto é, o ungido, o escolhido, Filho de Deus vivo.
    Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• O Mestre na educação• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2005• - cap• 2

    Jesus foi o maior educador que o mundo conheceu e conhecerá. Remir ou libertar só se consegue educando. Jesus acredita va piamente na redenção do ímpio. O sacrifício do Gólgota é a prova deste asserto. Conhecedor da natureza humana em suas mais íntimas particularidades, Jesus sabia que o trabalho da redenção se resume em acordar a divindade oculta na psiquê humana.
    Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• O Mestre na educação• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2005• - cap• 8

    [...] Jesus é o Mestre excelso, o educador incomparável.
    Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• O Mestre na educação• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2005• - cap• 9

    [...] é o Cordeiro de Deus, que veio arrancar o mundo do erro e do pecado. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Cinqüenta Anos depois: episódios da História do Cristianismo no século II• Espírito Emmanuel• 32a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - pt• 1, cap• 2

    [...] é a Luz do Princípio e nas suas mãos misericordiosas repousam os destinos do mundo. Seu coração magnânimo é a fonte da vida para toda a Humanidade terrestre. Sua mensagem de amor, no Evangelho, é a eterna palavra da ressurreição e da justiça, da fraternidade e da misericórdia. [...] é a Luz de todas as vidas terrestres, inacessível ao tempo e à destruição.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• A caminho da luz• História da civilização à luz do Espiritismo• Pelo Espírito Emmanuel, de 17 de agosto a 21 de setembro de 1938• 33a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Introd•

    [Da] Comunidade de seres angélicos e perfeitos [...] é Jesus um dos membros divinos [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• A caminho da luz• História da civilização à luz do Espiritismo• Pelo Espírito Emmanuel, de 17 de agosto a 21 de setembro de 1938• 33a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 1

    É sempre o Excelso Rei do amor que nunca morre.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Antologia mediúnica do Natal• Por diversos Espíritos• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1982• - cap• 18

    [...] o maior embaixador do Céu para a Terra foi igualmente criança.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Antologia mediúnica do Natal• Por diversos Espíritos• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1982• - cap• 23

    Jesus é também o amor que espera sempre [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Ave, Cristo! Episódios da história do Cristianismo no século III• Pelo Espírito Emmanuel• 22a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 2, cap• 6

    J J [...] é a luminosidade tocante de todos os corações. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Brasil, coração do mundo, pátria do Evangelho• Pelo Espírito Humberto de Campos• 30a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 13

    [...] é a suprema personificação de toda a misericórdia e de toda a justiça [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Brasil, coração do mundo, pátria do Evangelho• Pelo Espírito Humberto de Campos• 30a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 30

    [...] é sempre a fonte dos ensinamentos vivos [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Caminho, verdade e vida• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 6

    [...] é a única porta de verdadeira libertação.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Caminho, verdade e vida• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 178

    [...] o Sociólogo Divino do Mundo [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Cartas e crônicas• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1991• - cap• 32

    Jesus é o semeador da terra, e a Humanidade é a lavoura de Deus em suas mãos.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Ceifa de luz• Pelo Espírito Emmanuel• 1a ed• especial• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 50

    Como é confortador pensar que o Divino Mestre não é uma figura distanciada nos confins do Universo e sim o amigo forte e invisível que nos acolhe com sua justiça misericordiosa, por mais duros que sejam nossos sofrimentos e nossos obstáculos interiores.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    [...] é o mentor sublime de todos os séculos, ensinando com abnegação, em cada hora, a lição do sacrifício e da humildade, da confiança e da renúncia, por abençoado roteiro de elevação da Humanidade inteira.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    [...] é o amor de braços abertos, convidando-nos a atender e servir, perdoar e ajudar, hoje e sempre.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    Jesus é o trabalhador divino, de pá nas mãos, limpando a eira do mundo.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    Jesus é o lapidário do Céu, a quem Deus, Nosso Pai, nos confiou os corações.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    Guarda em tudo, por modelo, / Aquele Mestre dos mestres, / Que é o amor de todo o amor / Na luz das luzes terrestres.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    Jesus é o salário da elevação maior.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    [...] o Cristo de Deus, sob qualquer ângulo em que seja visto, é e será sempre o excelso modelo da Humanidade, mas, a pouco e pouco, o homem compreenderá que, se precisamos de Jesus sentido e crido, não podemos dispensar Jesus compreendido e aplicado. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Estante da vida• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 22

    [...] Tratava-se de um homem ainda moço, que deixava transparecer nos olhos, profundamente misericordiosos, uma beleza suave e indefinível. Longos e sedosos cabelos molduravam-lhe o semblante compassivo, como se fossem fios castanhos, levemente dourados por luz desconhecida. Sorriso divino, revelando ao mesmo tempo bondade imensa e singular energia, irradiava da sua melancólica e majestosa figura uma fascinação irresistível.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Há dois mil anos: episódios da história do Cristianismo no século I• Romance de Emmanuel• 45a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 5

    [...] é a misericórdia de todos os que sofrem [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Há dois mil anos: episódios da história do Cristianismo no século I• Romance de Emmanuel• 45a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 2, cap• 1

    [...] é o doador da sublimação para a vida imperecível. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Libertação• Pelo Espírito André Luiz• 29a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 1

    Jesus é o nosso caminho permanente para o Divino Amor.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Pão Nosso• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 25

    J Jesus, em sua passagem pelo planeta, foi a sublimação individualizada do magnetismo pessoal, em sua expressão substancialmente divina. As criaturas disputavam-lhe o encanto da presença, as multidões seguiam-lhe os passos, tocadas de singular admiração. Quase toda gente buscava tocar-lhe a vestidura. Dele emanavam irradiações de amor que neutralizavam moléstias recalcitrantes. Produzia o Mestre, espontaneamente, o clima de paz que alcançava quantos lhe gozavam a companhia.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Pão Nosso• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 110

    [...] é a fonte do conforto e da doçura supremos. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Renúncia• Pelo Espírito Emmanuel• 34a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - pt• 2, cap• 3

    Na Terra, Jesus é o Senhor que se fez servo de todos, por amor, e tem esperado nossa contribuição na oficina dos séculos. A confiança dele abrange as eras, sua experiência abarca as civilizações, seu devotamento nos envolve há milênios...
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Vinha de luz• Pelo Espírito Emmanuel• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 86

    [...] é a verdade sublime e reveladora.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Vinha de luz• Pelo Espírito Emmanuel• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 175

    Jesus é o ministro do absoluto, junto às coletividades que progridem nos círculos terrestres [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Voltei• Pelo Espírito Irmão Jacob• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 17

    Jesus é o coração do Evangelho. O que de melhor existe, no caminho para Deus, gira em torno dele. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• Entre irmãos de outras terras• Por diversos Espíritos• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 36

    [...] sigamos a Jesus, o excelso timoneiro, acompanhando a marcha gloriosa de suor e de luta em que porfiam incan savelmente os nossos benfeitores abnegados – os Espíritos de Escol.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• O Espírito da Verdade: estudos e dissertações em torno de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec• Por diversos Espíritos• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 86

    [...] excelso condutor de nosso mundo, em cujo infinito amor estamos construindo o Reino de Deus em nós.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• O Espírito da Verdade: estudos e dissertações em torno de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec• Por diversos Espíritos• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 92


    Jesus 1. Vida. Não podemos entender os evangelhos como biografia no sentido historiográfico contemporâneo, mas eles se harmonizam — principalmente no caso de Lucas — com os padrões historiográficos de sua época e devem ser considerados como fontes históricas. No conjunto, apresentam um retrato coerente de Jesus e nos proporcionam um número considerável de dados que permitem reconstruir historicamente seu ensinamento e sua vida pública.

    O nascimento de Jesus pode ser situado pouco antes da morte de Herodes, o Grande (4 a.C.) (Mt 2:1ss.). Jesus nasceu em Belém (alguns autores preferem apontar Nazaré como sua cidade natal) e os dados que os evangelhos oferecem em relação à sua ascendência davídica devem ser tomados como certos (D. Flusser, f. f. Bruce, R. E. Brown, J. Jeremias, C. Vidal Manzanares etc.), ainda que seja de um ramo secundário. Boa prova dessa afirmação: quando o imperador romano Domiciano decidiu acabar com os descendentes do rei Davi, prendeu também alguns familiares de Jesus. Exilada sua família para o Egito (um dado mencionado também no Talmude e em outras fontes judaicas), esta regressou à Palestina após a morte de Herodes, mas, temerosa de Arquelau, fixou residência em Nazaré, onde se manteria durante os anos seguintes (Mt 2:22-23).

    Exceto um breve relato em Lc 2:21ss., não existem referências a Jesus até os seus trinta anos. Nessa época, foi batizado por João Batista (Mt 3 e par.), que Lucas considera parente próximo de Jesus (Lc 1:39ss.). Durante seu Batismo, Jesus teve uma experiência que confirmou sua autoconsciência de filiação divina e messianidade (J. Klausner, D. Flusser, J. Jeremias, J. H. Charlesworth, m. Hengel etc.). De fato, no quadro atual das investigações (1995), a tendência majoritária dos investigadores é aceitar que, efetivamernte, Jesus viu a si mesmo como Filho de Deus — num sentido especial e diferente do de qualquer outro ser — e messias. Sustentada por alguns neobultmanianos e outros autores, a tese de que Jesus não empregou títulos para referir-se a si mesmo é — em termos meramente históricos — absolutamente indefendível e carente de base como têm manifestado os estudos mais recentes (R. Leivestadt, J. H. Charlesworth, m. Hengel, D. Guthrie, f. f. Bruce, I. H. Marshall, J. Jeremias, C. Vidal Manzanares etc.).

    Quanto à sua percepção de messianidade, pelo menos a partir dos estudos de T. W. Manson, pouca dúvida existe de que esta foi compreendida, vivida e expressada por Jesus na qualidade de Servo de Yahveh (Mt 3:16 e par.) e de Filho do homem (no mesmo sentido, f. f. Bruce, R. Leivestadt, m. Hengel, J. H. Charlesworth, J. Jeremias 1. H. Marshall, C. Vidal Manzanares etc.). É possível também que essa autoconsciência seja anterior ao batismo. Os sinóticos — e subentendido em João — fazem referência a um período de tentação diabólica que Jesus experimentou depois do batismo (Mt 4:1ss. e par.) e durante o qual se delineara plenamente seu perfil messiânico (J. Jeremias, D. Flusser, C. Vidal Manzanares, J. Driver etc.), rejeitando os padrões políticos (os reinos da terra), meramente sociais (as pedras convertidas em pão) ou espetaculares (lançar-se do alto do Templo) desse messianismo. Esse período de tentação corresponde, sem dúvida, a uma experiência histórica — talvez relatada por Jesus a seus discípulos — que se repetiria, vez ou outra, depois do início de seu ministério. Após esse episódio, iniciou-se a primeira etapa do ministério de Jesus, que transcorreu principalmente na Galiléia, com breves incursões por território pagão e pela Samaria. O centro da pregação consistiu em chamar “as ovelhas perdidas de Israel”; contudo, Jesus manteve contatos com pagãos e até mesmo chegou a afirmar não somente que a fé de um deles era a maior que encontrara em Israel, mas que também chegaria o dia em que muitos como ele se sentariam no Reino com os patriarcas (Mt 8:5-13; Lc 7:1-10). Durante esse período, Jesus realizou uma série de milagres (especialmente curas e expulsão de demônios), confirmados pelas fontes hostis do Talmude. Mais uma vez, a tendência generalizada entre os historiadores atualmente é a de considerar que pelo menos alguns deles relatados nos evangelhos aconteceram de fato (J. Klausner, m. Smith, J. H. Charlesworth, C. Vidal Manzanares etc.) e, naturalmente, o tipo de narrativa que os descreve aponta a sua autencidade.

    Nessa mesma época, Jesus começou a pregar uma mensagem radical — muitas vezes expressa em parábolas — que chocava com as interpretações de alguns setores do judaísmo, mas não com a sua essência (Mt 5:7). No geral, o período concluiu com um fracasso (Mt 11:20ss.). Os irmãos de Jesus não creram nele (Jo 7:1-5) e, com sua mãe, pretendiam afastá-lo de sua missão (Mc 3:31ss. e par.). Pior ainda reagiram seus conterrâneos (Mt 13:55ss.) porque a sua pregação centrava-se na necessidade de conversão ou mudança de vida em razão do Reino, e Jesus pronunciava terríveis advertências às graves conseqüências que viriam por recusarem a mensagem divina, negando-se terminantemente em tornar-se um messias político (Mt 11:20ss.; Jo 6:15).

    O ministério na Galiléia — durante o qual subiu várias vezes a Jerusalém para as festas judaicas, narradas principalmente no evangelho de João — foi seguido por um ministério de passagem pela Peréia (narrado quase que exclusivamente por Lucas) e a última descida a Jerusalém (seguramente em 30 d.C.; menos possível em 33 ou 36 d.C.), onde aconteceu sua entrada em meio do entusiasmo de bom número de peregrinos que lá estavam para celebrar a Páscoa e que relacionaram o episódio com a profecia messiânica de Zc 9:9ss. Pouco antes, Jesus vivera uma experiência — à qual convencionalmente se denomina Transfiguração — que lhe confirmou a idéia de descer a Jerusalém. Nos anos 30 do presente século, R. Bultmann pretendeu explicar esse acontecimento como uma projeção retroativa de uma experiência pós-pascal. O certo é que essa tese é inadmissível — hoje, poucos a sustentariam — e o mais lógico, é aceitar a historicidade do fato (D. Flusser, W. L. Liefeld, H. Baltensweiler, f. f. Bruce, C. Vidal Manzanares etc.) como um momento relevante na determinação da autoconsciência de Jesus. Neste, como em outros aspectos, as teses de R. Bultmann parecem confirmar as palavras de R. H. Charlesworth e outros autores, que o consideram um obstáculo na investigação sobre o Jesus histórico.

    Contra o que às vezes se afirma, é impossível questionar o fato de Jesus saber que morreria violentamente. Realmente, quase todos os historiadores hoje consideram que Jesus esperava que assim aconteceria e assim o comunicou a seus discípulos mais próximos (m. Hengel, J. Jeremias, R. H. Charlesworth, H. Schürmann, D. Guthrie, D. Flusser, f. f. Bruce, C. Vidal Manzanares etc). Sua consciência de ser o Servo do Senhor, do qual se fala em Is 53 (Mc 10:43-45), ou a menção ao seu iminente sepultamento (Mt 26:12) são apenas alguns dos argumentos que nos obrigam a chegar a essa conclusão.

    Quando Jesus entrou em Jerusalém durante a última semana de sua vida, já sabia da oposição que lhe faria um amplo setor das autoridades religiosas judias, que consideravam sua morte uma saída aceitável e até desejável (Jo 11:47ss.), e que não viram, com agrado, a popularidade de Jesus entre os presentes à festa. Durante alguns dias, Jesus foi examinado por diversas pessoas, com a intenção de pegá-lo em falta ou talvez somente para assegurar seu destino final (Mt 22:15ss. E par.) Nessa época — e possivelmente já o fizesse antes —, Jesus pronunciou profecias relativas à destruição do Templo de Jerusalém, cumpridas no ano 70 d.C. Durante a primeira metade deste século, alguns autores consideraram que Jesus jamais anunciara a destruição do Templo e que as mencionadas profecias não passavam de um “vaticinium ex eventu”. Hoje em dia, ao contrário, existe um considerável número de pesquisadores que admite que essas profecias foram mesmo pronunciadas por Jesus (D. Aune, C. Rowland, R. H. Charlesworth, m. Hengel, f. f. Bruce, D. Guthrie, I. H. Marshall, C. Vidal Manzanares etc.) e que o relato delas apresentado pelos sinóticos — como já destacou C. H. Dodd no seu tempo — não pressupõe, em absoluto, que o Templo já tivesse sido destruído. Além disso, a profecia da destruição do Templo contida na fonte Q, sem dúvida anterior ao ano 70 d.C., obriga-nos também a pensar que as referidas profecias foram pronunciadas por Jesus. De fato, quando Jesus purificou o Templo à sua entrada em Jerusalém, já apontava simbolicamente a futura destruição do recinto (E. P. Sanders), como ressaltaria a seus discípulos em particular (Mt 24:25; Mc 13; Lc 21).

    Na noite de sua prisão e no decorrer da ceia pascal, Jesus declarou inaugurada a Nova Aliança (Jr 31:27ss.), que se fundamentava em sua morte sacrifical e expiatória na cruz. Depois de concluir a celebração, consciente de sua prisão que se aproximava, Jesus dirigiu-se ao Getsêmani para orar com alguns de seus discípulos mais íntimos. Aproveitando a noite e valendo-se da traição de um dos apóstolos, as autoridades do Templo — em sua maior parte saduceus — apoderaram-se de Jesus, muito provavelmente com o auxílio de forças romanas. O interrogatório, cheio de irregularidades, perante o Sinédrio pretendeu esclarecer e até mesmo impor a tese da existência de causas para condená-lo à morte (Mt 26:57ss. E par.). O julgamento foi afirmativo, baseado em testemunhas que asseguraram ter Jesus anunciado a destruição do Templo (o que tinha uma clara base real, embora com um enfoque diverso) e sobre o próprio testemunho do acusado, que se identificou como o messias — Filho do homem de Dn 7:13. O problema fundamental para executar Jesus consistia na impossibilidade de as autoridades judias aplicarem a pena de morte. Quando o preso foi levado a Pilatos (Mt 27:11ss. e par.), este compreendeu tratar-se de uma questão meramente religiosa que não lhe dizia respeito e evitou, inicialmente, comprometer-se com o assunto.

    Convencidos os acusadores de que somente uma acusação de caráter político poderia acarretar a desejada condenação à morte, afirmaram a Pilatos que Jesus era um agitador subversivo (Lc 23:1ss.). Mas Pilatos, ao averiguar que Jesus era galileu e valendo-se de um procedimento legal, remeteu a causa a Herodes (Lc 23:6ss.), livrando-se momentaneamente de proferir a sentença.

    Sem dúvida alguma, o episódio do interrogatório de Jesus diante de Herodes é histórico (D. Flusser, C. Vidal Manzanares, f. f. Bruce etc.) e parte de uma fonte muito primitiva. Ao que parece, Herodes não achou Jesus politicamente perigoso e, possivelmente, não desejando fazer um favor às autoridades do Templo, apoiando um ponto de vista contrário ao mantido até então por Pilatos, preferiu devolver Jesus a ele. O romano aplicou-lhe uma pena de flagelação (Lc 23:1ss.), provavelmente com a idéia de que seria punição suficiente (Sherwin-White), mas essa decisão em nada abrandou o desejo das autoridades judias de matar Jesus. Pilatos propôs-lhes, então, soltar Jesus, amparando-se num costume, em virtude do qual se podia libertar um preso por ocasião da Páscoa. Todavia, uma multidão, presumivelmente reunida pelos acusadores de Jesus, pediu que se libertasse um delinqüente chamado Barrabás em lugar daquele (Lc 23:13ss. e par.). Ante a ameaça de que a questão pudesse chegar aos ouvidos do imperador e o temor de envolver-se em problemas com este, Pilatos optou finalmente por condenar Jesus à morte na cruz. Este se encontrava tão extenuado que, para carregar o instrumento de suplício, precisou da ajuda de um estrangeiro (Lc 23:26ss. e par.), cujos filhos, mais tarde, seriam cristãos (Mc 15:21; Rm 16:13). Crucificado junto a dois delinqüentes comuns, Jesus morreu ao final de algumas horas. Então, seus discípulos fugiram — exceto o discípulo amado de Jo 19:25-26 e algumas mulheres, entre as quais se encontrava sua mãe — e um deles, Pedro, até mesmo o negou em público várias vezes. Depositado no sepulcro de propriedade de José de Arimatéia, um discípulo secreto que recolheu o corpo, valendo-se de um privilégio concedido pela lei romana relativa aos condenados à morte, ninguém tornou a ver Jesus morto.

    No terceiro dia, algumas mulheres que tinham ido levar perfumes para o cadáver encontraram o sepulcro vazio (Lc 24:1ss. e par.). Ao ouvirem que Jesus ressuscitara, a primeira reação dos discípulos foi de incredulidade (Lc 24:11). Sem dúvida, Pedro convenceu-se de que era real o que as mulheres afirmavam após visitar o sepulcro (Lc 24:12; Jo 20:1ss.). No decorrer de poucas horas, vários discípulos afirmaram ter visto Jesus. Mas os que não compartilharam a experiência, negaram-se a crer nela, até passarem por uma semelhante (Jo 20:24ss.). O fenômeno não se limitou aos seguidores de Jesus, mas transcendeu os limites do grupo. Assim Tiago, o irmão de Jesus, que não aceitara antes suas afirmações, passou então a crer nele, em conseqüência de uma dessas aparições (1Co 15:7). Naquele momento, segundo o testemunho de Paulo, Jesus aparecera a mais de quinhentos discípulos de uma só vez, dos quais muitos ainda viviam vinte anos depois (1Co 15:6). Longe de ser uma mera vivência subjetiva (R. Bultmann) ou uma invenção posterior da comunidade que não podia aceitar que tudo terminara (D. f. Strauss), as fontes apontam a realidade das aparições assim como a antigüidade e veracidade da tradição relativa ao túmulo vazio (C. Rowland, J. P. Meier, C. Vidal Manzanares etc.). Uma interpretação existencialista do fenômeno não pôde fazer justiça a ele, embora o historiador não possa elucidar se as aparições foram objetivas ou subjetivas, por mais que esta última possibilidade seja altamente improvável (implicaria num estado de enfermidade mental em pessoas que, sabemos, eram equilibradas etc.).

    O que se pode afirmar com certeza é que as aparições foram decisivas na vida ulterior dos seguidores de Jesus. De fato, aquelas experiências concretas provocaram uma mudança radical nos até então atemorizados discípulos que, apenas umas semanas depois, enfrentaram corajosamente as mesmas autoridades que maquinaram a morte de Jesus (At 4). As fontes narram que as aparições de Jesus se encerraram uns quarenta dias depois de sua ressurreição. Contudo, Paulo — um antigo perseguidor dos cristãos — teve mais tarde a mesma experiência, cuja conseqüência foi a sua conversão à fé em Jesus (1Co 15:7ss.) (m. Hengel, f. f. Bruce, C. Vidal Manzanares etc.).

    Sem dúvida, aquela experiência foi decisiva e essencial para a continuidade do grupo de discípulos, para seu crescimento posterior, para que eles demonstrassem ânimo até mesmo para enfrentar a morte por sua fé em Jesus e fortalecer sua confiança em que Jesus retornaria como messias vitorioso. Não foi a fé que originou a crença nas aparições — como se informa em algumas ocasiões —, mas a sua experiência que foi determinante para a confirmação da quebrantada fé de alguns (Pedro, Tomé etc.), e para a manifestação da mesma fé em outros até então incrédulos (Tiago, o irmão de Jesus etc.) ou mesmo declaradamente inimigos (Paulo de Tarso).

    2. Autoconsciência. Nas últimas décadas, tem-se dado enorme importância ao estudo sobre a autoconsciência de Jesus (que pensava Jesus de si mesmo?) e sobre o significado que viu em sua morte. O elemento fundamental da autoconsciência de Jesus deve ter sido sua convicção de ser Filho de Deus num sentido que não podia ser compartilhado com mais ninguém e que não coincidia com pontos de vista anteriores do tema (rei messiânico, homem justo etc.), embora pudesse também englobá-los. Sua originalidade em chamar a Deus de Abba (lit. papaizinho) (Mc 14:36) não encontra eco no judaísmo até a Idade Média e indica uma relação singular confirmada no batismo, pelas mãos de João Batista, e na Transfiguração. Partindo daí, podemos entender o que pensava Jesus de si mesmo. Exatamente por ser o Filho de Deus — e dar a esse título o conteúdo que ele proporcionava (Jo 5:18) — nas fontes talmúdicas, Jesus é acusado de fazer-se Deus. A partir de então, manifesta-se nele a certeza de ser o messias; não, porém, um qualquer, mas um messias que se expressava com as qualidades teológicas próprias do Filho do homem e do Servo de YHVH.

    Como já temos assinalado, essa consciência de Jesus de ser o Filho de Deus é atualmente admitida pela maioria dos historiadores (f. f. Bruce, D. Flusser, m. Hengel, J. H. Charlesworth, D. Guthrie, m. Smith, I. H. Marshall, C. Rowland, C. Vidal Manzanares etc.), ainda que se discuta o seu conteúdo delimitado. O mesmo se pode afirmar quanto à sua messianidade.

    Como já temos mostrado, evidentemente Jesus esperava sua morte. Que deu a ela um sentido plenamente expiatório, dedu-Zse das próprias afirmações de Jesus acerca de sua missão (Mc 10:45), assim como do fato de identificar-se com o Servo de YHVH (13 53:12'>Is 52:13-53:12), cuja missão é levar sobre si o peso do pecado dos desencaminhados e morrer em seu lugar de forma expiatória (m. Hengel, H. Schürmann, f. f. Bruce, T. W. Manson, D. Guthrie, C. Vidal Manzanares etc.). É bem possível que sua crença na própria ressurreição também partia do Cântico do Servo em Is 53 já que, como se conservou na Septuaginta e no rolo de Isaías encontrado em Qumrán, do Servo esperava-se que ressuscitasse depois de ser morto expiatoriamente. Quanto ao seu anúncio de retornar no final dos tempos como juiz da humanidade, longe de ser um recurso teológico articulado por seus seguidores para explicar o suposto fracasso do ministério de Jesus, conta com paralelos na literatura judaica que se refere ao messias que seria retirado por Deus e voltaria definitivamente para consumar sua missão (D. Flusser, C. Vidal Manzanares etc.).

    3. Ensinamento. A partir desses dados seguros sobre a vida e a autoconsciência de Jesus, podemos reconstruir as linhas mestras fundamentais de seu ensinamento. Em primeiro lugar, sua mensagem centralizava-se na crença de que todos os seres humanos achavam-se em uma situação de extravio ou perdição (Lc 15 e par. no Documento Q). Precisamente por isso, Jesus chamava ao arrependimento ou à conversão, porque com ele o Reino chegava (Mc 1:14-15). Essa conversão implicava uma transformação espiritual radical, cujos sinais característicos estão coletados tanto nos ensinamentos de Jesus como os contidos no Sermão da Montanha (Mt 5:7), e teria como marco a Nova Aliança profetizada por Jeremias e inaugurada com a morte expiatória do messias (Mc 14:12ss. e par.). Deus vinha, em Jesus, buscar os perdidos (Lc 15), e este dava sua vida inocente como resgate por eles (Mc 10:45), cumprindo assim sua missão como Servo de YHVH. Todos podiam agora — independente de seu presente ou de seu passado — acolher-se no seu chamado. Isto supunha reconhecer que todos eram pecadores e que ninguém podia apresentar-se como justo diante de Deus (Mt 16:23-35; Lc 18:9-14 etc.). Abria-se então um período da história — de duração indeterminada — durante o qual os povos seriam convidados a aceitar a mensagem da Boa Nova do Reino, enquanto o diabo se ocuparia de semear a cizânia (13 1:30-36'>Mt 13:1-30:36-43 e par.) para sufocar a pregação do evangelho.

    Durante essa fase e apesar de todas as artimanhas demoníacas, o Reino cresceria a partir de seu insignificante início (Mt 13:31-33 e par.) e concluiria com o regresso do messias e o juízo final. Diante da mensagem de Jesus, a única atitude lógica consistiria em aceitar o Reino (Mt 13:44-46; 8,18-22), apesar das muitas renúncias que isso significasse. Não haveria possibilidade intermediária — “Quem não estiver comigo estará contra mim” (Mt 12:30ss. e par.) — e o destino dos que o rejeitaram, o final dos que não manisfestaram sua fé em Jesus não seria outro senão o castigo eterno, lançados às trevas exteriores, em meio de choro e ranger de dentes, independentemente de sua filiação religiosa (Mt 8:11-12 e par.).

    À luz dos dados históricos de que dispomos — e que não se limitam às fontes cristãs, mas que incluem outras claramente hostis a Jesus e ao movimento que dele proveio —, pode-se observar o absolutamente insustentável de muitas das versões populares que sobre Jesus têm circulado. Nem a que o converte em um revolucionário ou em um dirigente político, nem a que faz dele um mestre de moral filantrópica, que chamava ao amor universal e que olhava todas as pessoas com benevolência (já não citamos aqueles que fazem de Jesus um guru oriental ou um extraterrestre) contam com qualquer base histórica. Jesus afirmou que tinha a Deus por Pai num sentido que nenhum ser humano poderia atrever-se a imitar, que era o de messias — entendido como Filho do homem e Servo do Senhor; que morreria para expiar os pecados humanos; e que, diante dessa demonstração do amor de Deus, somente caberia a cada um aceitar Jesus e converter-se ou rejeita-lo e caminhar para a ruína eterna. Esse radicalismo sobre o destino final e eterno da humanidade exigia — e continua exigindo — uma resposta lara, definida e radical; serve também para dar-nos uma idéia das reações que esse radicalismo provocava (e ainda provoca) e das razões, muitas vezes inconscientes, que movem as pessoas a castrá-lo, com a intenção de obterem um resultado que não provoque tanto nem se dirija tão ao fundo da condição humana. A isso acrescentamos que a autoconsciência de Jesus é tão extraordinária em relação a outros personagens históricos que — como acertadamente ressaltou o escritor e professor britânico C. S. Lewis — dele só resta pensar que era um louco, um farsante ou, exatamente, quem dizia ser.

    R. Dunkerley, o. c.; D. Flusser, o. c.; J. Klausner, o.c.; A. Edersheim, o. c.; C. Vidal Manzanares, El judeo-cristianismo...; Idem, El Primer Evangelio: o Documento Q, Barcelona 1993; Idem, Diccionario de las tres...; A. Kac (ed), The Messiahship of Jesus, Grand Rapids, 1986; J. Jeremias, Abba, Salamanca 1983; Idem Teología...; O. Cullmann, Christology...; f. f. Bruce, New Testament...; Idem, Jesus and Christian Origins Outside the New Testament, Londres 1974; A. J. Toynbee, o. c.; m. Hengel, The Charismatic Leader and His Followers, Edimburgo 1981.


    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    Ἰησοῦς δακρύω
    João 11: 35 - Texto em Grego - (BGB) - Bíblia Grega Bereana

    Jesus chorou.
    João 11: 35 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    Março de 30
    G1145
    dakrýō
    δακρύω
    ימיני איש בן Ben-’Iysh Ŷmiyniy;
    (the Benjamite)
    Adjetivo
    G2424
    Iēsoûs
    Ἰησοῦς
    de Jesus
    (of Jesus)
    Substantivo - Masculino no Singular genitivo
    G3588
    ho
    para que
    (that)
    Conjunção


    δακρύω


    (G1145)
    dakrýō (dak-roo'-o)

    1145 δακρυω dakruo

    de 1144; v

    1. chorar, derramar lágrimas

    Sinônimos ver verbete 5804


    Ἰησοῦς


    (G2424)
    Iēsoûs (ee-ay-sooce')

    2424 Ιησους Iesous

    de origem hebraica 3091 ישוע; TDNT - 3:284,360; n pr m

    Jesus = “Jeová é salvação”

    Jesus, o filho de Deus, Salvador da humanidade, Deus encarnado

    Jesus Barrabás era o ladrão cativo que o judeus pediram a Pilatos para libertar no lugar de Cristo

    Jesus [Josué] era o famoso capitão dos israelitas, sucessor de Moisés (At 7:45; Hb 4:8)

    Jesus [Josué], filho de Eliézer, um dos ancestrais de Cristo (Lc 3:29)

    Jesus, de sobrenome Justo, um cristão judeu, cooperador de Paulo na pregação do evangelho (Cl 4:11)



    (G3588)
    ho (ho)

    3588 ο ho

    que inclue o feminino η he, e o neutro το to

    em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo

    1. este, aquela, estes, etc.

      Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.