Enciclopédia de Atos 9:2-2

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

at 9: 2

Versão Versículo
ARA e lhe pediu cartas para as sinagogas de Damasco, a fim de que, caso achasse alguns que eram do Caminho, assim homens como mulheres, os levasse presos para Jerusalém.
ARC E pediu-lhe cartas para Damasco para as sinagogas, a fim de que, se encontrasse alguns daquela seita, quer homens quer mulheres, os conduzisse presos a Jerusalém.
TB e pediu-lhe cartas para as sinagogas de Damasco, a fim de que, caso achasse alguns que fossem do Caminho, tanto homens como mulheres, os levasse presos a Jerusalém.
BGB ᾐτήσατο παρ’ αὐτοῦ ἐπιστολὰς εἰς Δαμασκὸν πρὸς τὰς συναγωγάς, ὅπως ἐάν τινας εὕρῃ τῆς ὁδοῦ ὄντας, ἄνδρας τε καὶ γυναῖκας, δεδεμένους ἀγάγῃ εἰς Ἰερουσαλήμ.
HD pediu-lhe cartas para as sinagogas de Damasco, a fim de que, caso encontrasse alguns que eram do Caminho, tanto homens quanto mulheres, os conduzisse presos para Jerusalém.
BKJ e pediu-lhe cartas para Damasco, para as sinagogas, para que quando ele encontrasse homens ou mulheres que eram do Caminho, ele pudesse trazê-los presos a Jerusalém.
LTT Pediu de- ao- lado- dele cartas para dentro de Damasco, para as sinagogas de lá, para que, se a alguns ele (Saulo) (ali) encontrasse sendo eles deste Caminho (o Cristo), (quer varões, quer mulheres), então, (depois de) tendo eles sido acorrentados, os conduzisse a Jerusalém.
BJ2 Foi pedir-lhe cartas para as sinagogas de Damasco, a fim de poder trazer para Jerusalém, presos, os que lá encontrasse pertencendo ao Caminho,[g] quer homens, quer mulheres, ele os trouxesse agrilhoados para Jerusalém.[h]
VULG et petiit ab eo epistolas in Damascum ad synagogas : ut si quos invenisset hujus viæ viros ac mulieres, vinctos perduceret in Jerusalem.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Atos 9:2

Ester 3:8 E Hamã disse ao rei Assuero: Existe espalhado e dividido entre os povos em todas as províncias do teu reino um povo cujas leis são diferentes das leis de todos os povos e que não cumpre as leis do rei; pelo que não convém ao rei deixá-lo ficar.
Salmos 82:2 Até quando julgareis injustamente e respeitareis a aparência da pessoa dos ímpios? (Selá)
Atos 6:9 E levantaram-se alguns que eram da sinagoga chamada dos Libertos, e dos cireneus, e dos alexandrinos, e dos que eram da Cilícia e da Ásia, e disputavam com Estêvão.
Atos 7:19 Esse, usando de astúcia contra a nossa linhagem, maltratou nossos pais, ao ponto de os fazer enjeitar as suas crianças, para que não se multiplicassem.
Atos 9:14 e aqui tem poder dos principais dos sacerdotes para prender a todos os que invocam o teu nome.
Atos 13:14 E eles, saindo de Perge, chegaram a Antioquia da Pisídia e, entrando na sinagoga, num dia de sábado, assentaram-se.
Atos 18:25 Este era instruído no caminho do Senhor; e, fervoroso de espírito, falava e ensinava diligentemente as coisas do Senhor, conhecendo somente o batismo de João.
Atos 19:9 Mas, como alguns deles se endurecessem e não obedecessem, falando mal do Caminho perante a multidão, retirou-se deles e separou os discípulos, disputando todos os dias na escola de um certo Tirano.
Atos 19:23 Naquele mesmo tempo, houve um não pequeno alvoroço acerca do Caminho.
Atos 22:4 Persegui este Caminho até à morte, prendendo e metendo em prisões, tanto homens como mulheres,
Atos 24:14 Mas confesso-te que, conforme aquele Caminho, a que chamam seita, assim sirvo ao Deus de nossos pais, crendo tudo quanto está escrito na Lei e nos Profetas.
Atos 24:22 Então, Félix, havendo ouvido estas coisas, lhes pôs dilação, dizendo: Havendo-me informado melhor deste Caminho, quando o tribuno Lísias tiver descido, então tomarei inteiro conhecimento dos vossos negócios.
Atos 26:12 Sobre o que, indo, então, a Damasco, com poder e comissão dos principais dos sacerdotes,
Atos 28:17 E aconteceu que, três dias depois, Paulo convocou os principais dos judeus e, juntos eles, lhes disse: Varões irmãos, não havendo eu feito nada contra o povo ou contra os ritos paternos, vim, contudo, preso desde Jerusalém, entregue nas mãos dos romanos,

Mapas Históricos

Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados ​​para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.

O NASCIMENTO DA IGREJA

33-49 d.C.
ATOS DOS APÓSTOLOS
O livro do Novo Testamento conhecido como "Atos dos Apóstolos" é considerado, tradicionalmente, de autoria de Lucas, o escritor do Evangelho com o seu nome e o médico mencionado em uma das cartas de Paulo.' Lucas descreve o crescimento da igreja primitiva desde o dia de Pentecostes em 33 .C. até a prisão domiciliar do apóstolo Paulo em Roma, em 60-62 .C. Assim, mostra o cumprimento das últimas palavras de Jesus aos seus discípulos antes de subir ao céu: "E sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra" (At 1:8b).

JERUSALÉM
De acordo com Lucas, o grupo inicial de aproximadamente cento e vinte seguidores de Jesus estava reunido no dia de Pentecostes, a Festa das Semanas, cinquenta dias depois que Jesus havia ressuscitado. Um vento forte encheu toda a casa onde estavam assentados e viu-se algo parecido com línguas de fogo pousar sobre cada um. Todos os presentes ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito os capacitava. Judeus tementes a Deus de várias nações que estavam participando da festa em Jerusalém ficaram admirados, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua. Os peregrinos vinham de lugares distantes como Roma a oeste e Pártia (atuais 1rá e Afeganistão) a leste. Também havia visitantes do Ponto (noroeste da Turquia) no norte e árabes do sul.
Aproveitando o espanto dos ouvintes, Pedro declarou que esses acontecimentos eram um cumprimento da profecia de Joel: "E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo" (At 2:21). Naquele dia, três mil pessoas aceitaram a mensagem proclamada e foram batizados.
À medida que a igreja cresceu, também aumentou a oposição. O sumo sacerdote e outros líderes, membros do partido dos saduceus, mandaram prender os apóstolos, mas, durante a noite, um anjo abriu as portas e os tirou do cárcere Os apóstolos voltaram aos pátios do templo para continuar ensinando o povo e, apesar das advertências do Sinédrio, o conselho superior dos judeus, não cessaram de ensinar e proclamar em público e de casa em casa que Jesus era o Cristo. A oposição culminou com o apedrejamento de Estêvão, o primeiro mártir cristão. Em decorrência dessa perseguição contra a igreja, todos, exceto os apóstolos, foram dispersos pelas regiões da Judéia e Samaria e, assim, a igreja se expandiu para além dos muros de Jerusalém

SAMARIA
A região ao norte de Jerusalém era conhecida como Samaria e seus habitantes eram odiados pelos judeus de Jerusalém. De acordo com o livro de Atos, depois da dispersão provocada pela perseguição, Filipe pregou sobre Cristo numa cidade em Samaria, onde o povo recebeu sua mensagem com grande alegria. Quando os apóstolos de Jerusalém ficaram sabendo que Samaria havia aceito a palavra de Deus, enviaram a Pedro e João que oraram para os samaritanos também receberem o Espírito Santo. O pedido dos apóstolos foi atendido e eles pregaram c evangelho em várias vilas samaritanas.

CONTATO COM A ÁFRICA
Conforme o registro do livro de Atos, enquanto viajava pela estrada deserta de Jerusalém a Gaza Filipe encontrou com um oficial importante, encarregado do tesouro de Candace, a rainha da região do Alto Nilo, conhecida então como Etiópia mas que corresponde mais precisamente ao norte do atual Sudão. O oficial estava voltando para casa depois de adorar a Deus em Jerusalém e estava lendo sobre o servo sofredor em Isaías 53. Filipe explicou que esse capítulo havia se cumprido ni morte de Cristo e batizou o recém-convertido na mesma hora e lugar em que ele aceitou a mensagem do evangelho. Em seguida, Filipe foi arrebatado pelo Espírito do Senhor, reapareceu perto da costa, na cidade de Azoto, e foi pregando por todas as cidades até chegar a Cesaréia.

A ESTRADA PARA DAMASCO
O principal oponente da igreja primitiva nessa época era um judeu chamado Saulo. Lucas o menciona pela primeira vez no relato do apedrejamento de Estêvão, o primeiro mártir cristão. O relato deixa implícito que Saulo aprovou essa morte, pois os apedrejadores deixaram suas vestes aos pés do jovem fariseu. Saulo era de Tarso, uma cidade na planície da Cilícia, região correspondente ao sul da atual Turquia, e estudou em Jerusalém com Gamaliel, o rabino mais renomado do século I. Saulo obteve cartas de autorização do sumo sacerdote para prender os seguidores de Jesus em Damasco e levá- los a Jerusalém. Como o próprio Saulo, chamado posteriormente de Paulo, reconheceria mais adiante: "Ouvistes qual foi o meu proceder outrora no judaísmo, como sobremaneira perseguia eu a igreja de Deus e a devastava" (Gl 1:13).
Na estrada para Damasco, Saulo teve um encontro com o Senhor Jesus ressurreto que mudou sua vida. Logo depois, começou a pregar nas sinagogas em Damasco que Jesus era o Filho de Deus. Os judeus da cidade conspiraram para matá- lo, mas ele escapou durante a noite: dentro de um grande cesto, alguns amigos o desceram por uma janela da muralha abaixo.5 Voltou a Jerusalém e tentou se aproximar dos discípulos que, obviamente, desconfiaram dele. Porém Barnabé, um levita de Chipre, Ihe deu um voto de confiança. Em seguida, Saulo voltou para a Cilícia, sua terra natal.

OS DISCÍPULOS SÃO CHAMADOS DE CRISTÃOS PELA PRIMEIRA VEZ
Aqueles que haviam sido dispersados pela perseguição_ resultante_ da morte de Estêvão foram até a Fenícia (atual Líbano), Chipre e Antioquia no Orontes (sudeste da Turquia) levando a mensagem de Jesus a outros judeus Alguns homens de Chipre e da cidade de Cirene no norte da África foram a Antioquia começaram a falar também a gregos gentios. Muitos deles creram e passaram a seguir Senhor: Quando essa notícia chegou a Jerusalém, a igreja enviou Barnabé a Antioquia para investigar. Em seguida, ele foi a Tarso procurar Paulo e, juntos, passaram um ano em Antioquia ensinando muitos. Nessa cidade os discípulos foram chamados pela primeira vez de cristãos. A principio, talvez o termo tenha sido usado por seus inimigos de forma pejorativa, mas uma vez que significa "pertencentes a Cristo", Os discípulos acetaram essa designação prontamente Saulo e Barnabé foram incumbidos de levar uma oferta em dinheiro para os irmãos da Judeia missão que realizaram com sucesso.

CONTROVÉRSIAS SORE OS RITUAIS JUDAICOS
Pedro também saiu de Jerusalém. Em Lida. curou um homem paralitico chamado Enéias e em Jope ressuscitou uma mulher chamada Dorcas. Durante sua estadia em Jope, Pedro ficou hospedado na casa de Simão, um curtidor de couro. Uma vez que os curtidores trabalhavam com a dele de animas mortos, eram considerados cerimonialmente impuros pelos judeus. Nessa mesma cidade. Pedro foi ainda mais desafiado a se desapegar da Lei cerimonial quando, numa visão Deus lhe ordenou que consumissem animais cerimonialmente impuros.
"Ao que Deus purificou não consideres comum" (At 10:15). mudança no modo de pensar de Pedro nesse aspecto, encorajada por centurião romano chamado Cornélio, é de suma importância. Ainda assim, algum tempo depois, até mesmo Pedro teve de ser confrontado por Paulo (Saulo) por se recusar a comer com gentios. Uma questão relacionada que gerou grande controvérsia foi: "Os cristãos gentios do sexo masculino devem ser circuncidados?". Por fim, em 49 d.C., um concílio de apóstolos e presbíteros se reuniu em Jerusalém para resolver a questão e chegou ao consenso de que, tendo em vista a salvação se dar pela fé em Cristo, os cristãos gentios não precisavam observar os rituais da lei mosaica. Mais do que qualquer outra coisa, foi esse principio que diferenciou cristianismo primitivo das suas origens no judaísmo, permitindo a cristianismo criar raízes em comunidades gentias. O ministério de Saulo de Tarso, que se tornou Paulo, o "apóstolo dos gentios", exemplifica essa realidade de forma inequívoca.

O ossuário de Tiago
Numa conferência realizada m Washington, capital dos Estados Unidos, em 21 de outubro de 2002, afirmou-se que havia sido encontrada uma caixa funerária (ossuário) de pedra, contendo uma inscrição que seria a mais antiga referência arqueológica a Jesus. Uma vez que a caixa havia sido obtida no mercado de antiguidades, e não de escavações arqueológicas, levantaram-se, de imediato, várias dúvidas sobre sua autenticidade. A inscrição em aramaico diz: "Tiago, filho de José, irmão de Jesus". Supostamente, a caixa havia contido os ossos de Tiago, irmão de Jesus de Nazaré, o mesmo Tiago que se tornou líder da igreja em Jerusalém convocou o concílio de Jerusalém e, provavelmente, escreveu a carta homônima no Novo Testamento. Embora nomes como Tiago e Jesus fossem comuns no século I d.C., o uso de termo "irmão" é bastante incomum em ossuários. Assim, argumentou-se que o termo "irmão de Jesus" gravado no ossuário devia significar que se tratava de ninguém menos do que o irmão de Jesus. Outros argumentaram, porém, se o ossuário fosse autêntico, Tiago teria sido identificado como "irmão do Senhor", coo faz Gálatas 1.19. Muitos concluíram que algumas, senão todas, as palavras do ossuário tinham sinais de que haviam sido gravadas recentemente. Assim, em 18 de junho de 2003 a Autoridade de Antiguidades de Israel declarou que a inscrição havia sido forjada. Uma vez que nem todos os estudiosos concordam, enquanto aguardamos novas investigações, talvez seja mais prudente deixar a questão da autenticidade da inscrição em aberto.

Referências:

Colossenses 4:14

Atos 5:18-19

Atos 8:16

Atos 7:58

Atos 9:25:

2Coríntios 11:32-33

Atos 9:30;

Gálatas 1.21

Atos 11:25-26

Gálatas 2:11-13

Romanos 11:13

O ossuário de Tiago
O ossuário de Tiago
Viagens dos líderes da igreja primitiva O mapa mostra as primeiras viagens de Filipe, Pedro e Paulo.
Viagens dos líderes da igreja primitiva O mapa mostra as primeiras viagens de Filipe, Pedro e Paulo.
Visitantes em Jerusalém na Festa de Pentecostes De acordo com Atos (2.5-11), quando o Espírito Santo foi derramado sobre os cristãos no Dia de Pentecostes, muitas pessoas de regiões distantes como a Pártia (atual Irã e Afeganistão)
Visitantes em Jerusalém na Festa de Pentecostes De acordo com Atos (2.5-11), quando o Espírito Santo foi derramado sobre os cristãos no Dia de Pentecostes, muitas pessoas de regiões distantes como a Pártia (atual Irã e Afeganistão)

ESTRADAS E TRANSPORTE NO MUNDO BÍBLICO

UMA QUESTÃO DE RECONSTRUÇÃO
Uma questão legítima que poderá ser levantada é sobre a possibilidade de se chegar a uma ideia relativamente confiável dos sistemas de transportes existentes desde os tempos bíblicos mais antigos. Antes do período romano, praticamente se desconhece a existência de até mesmo um pequeno trecho de um caminho ou estrada pavimentado ligando cidades antigas. E não há atestação de que, antes desse período, tenham existido quaisquer mapas de estradas no Crescente Fértil. No entanto, apesar das questões extremamente variadas e complexas que precisam ser levadas em conta quando se aborda esse assunto de forma abrangente, estudiosos que têm procurado delinear estradas antigas tendem a seguir uma combinação de quatro tipos de indícios: (1) determinismo geográfico; (2) documentação escrita; (3) testemunho arqueológico; (4) marcos miliários romanos. Determinismo geográfico se refere aos fatores fisiográficos e/ou hidrológicos em grande parte imutáveis existentes no antigo mundo bíblico e que determinavam as rotas seguidas por caravanas, migrantes ou exércitos. Esses caminhos permaneceram relativamente inalterados durante longos períodos (exceto onde a geopolítica os impedia ou em casos isolados de circulação ilegal). Parece que, em geral, as regiões de baixada ou planície ofereciam menores obstáculos ao movimento humano e maior oportunidade para o desenvolvimento de redes de transporte ou movimentação de tropas. Em contraste, cânions profundos, cavados por rios que às vezes se transformavam em corredeiras, eram um obstáculo a ser evitado em viagens. Caso fossem inevitáveis, deviam ser atravessados a vau em lugares que oferecessem dificuldade mínima. As barreiras representadas por pântanos infestados de doenças, a esterilidade e o calor escaldante de zonas desérticas e as áreas estéreis de lava endurecida eram obstáculos descomunais, a serem evitados a qualquer custo.
Encostas de montanhas com florestas densas, muitas vezes com desfiladeiros sinuosos, eram regularmente cruzados em canais, por mais estreitos ou perigosos que eles fossem. Por sua vez, os trechos em que as serras podiam ser percorridas por grandes distâncias sem a interrupção de desfiladeiros ou vales tendiam a ser usados em viagens durante todos os períodos. A necessidade de se deslocar de uma fonte de água doce abundante a outra foi, durante todas as eras, um pré-requísito para viagens. De maneira que, muito embora não disponhamos de um mapa antigo do mundo bíblico, ainda assim é possível inferir logicamente e com alto grau de probabilidade a localização das principais estradas, em especial quando o princípio do determinismo geográfico pode ser suplementado por outros tipos de indício.
A documentação escrita ajuda com frequência a delinear uma estrada com maior precisão. Esse tipo de indício pode estar na Bíblia, em fontes extrabíblicas antigas, escritores clássicos, antigos itinerários de viagem, geógrafos medievais ou viajantes pioneiros mais recentes. Algumas fontes escritas buscam fazer um levantamento de uma área de terra ou traçar um itinerário e, para isso, empregam tanto medidas de distância quanto direções; citam a distância entre dois ou mais pontos conhecidos de uma forma que pode ser reconstruída apenas mediante a pressuposição de uma rota específica entre esses pontos. Às vezes, essas fontes podem descrever uma rota em termos do tipo de terreno no meio do caminho (ao longo de uma determinada margem de um rio; perto de um cânion, vau, poco de betume ou oásis; ao lado de um determinado canal, ilha ou montanha etc.) ou um ponto de interesse situado ao longo do caminho e digno de menção. Cidades ao longo de uma rota podem ser descritas como parte de um distrito em particular ou como contíguas a uma determinada província, partilhando pastagens comuns, enviando mensagens por meio de sinais de fogo ou ficando simultaneamente sob o controle de certo rei. Distâncias aproximadas entre cidades, junto com uma rota presumida, podem ser inferidas a partir de textos que falam de um rei ou de um mensageiro que toma sua ração diária no ponto A no primeiro dia, no ponto B no dia seguinte, no ponto C no terceiro dia e assim por diante. Um exército ou caravana pode receber certo número de rações diárias a fim de percorrer um determinado trajeto, ou o texto pode dizer que uma viagem específica levou determinado número de dias para terminar.

No conjunto, fontes textuais não foram escritas com o propósito de ajudar alguém a delinear com absoluta certeza o trajeto de estradas. São fontes que tratam de assuntos extremamente diversos. Os detalhes geográficos oferecidos são muitos, variados e às vezes incorretos. Elas não oferecem o mesmo grau de detalhamento para todas as regiões dentro do mundo bíblico. Mesmo assim, seu valor cumulativo é fundamental, pois, com frequência, dão detalhes precisos que permitem deduzir com bastante plausibilidade o curso de uma estrada ou oferecem nuanças que podem ser usadas com proveito quando combinadas com outros tipos de indícios. Além do determinismo geográfico e da documentação escrita, o testemunho arqueológico pode ajudar a determinar o curso de antigas estradas. Identificar uma cidade antiga mediante a descoberta de seu nome em dados arqueológicos escavados no lugar ajuda a esclarecer textos que mencionam o local e proporciona um ponto geográfico fixo. Porque Laís/Da (T. el-Qadi) foi identificada positivamente a partir de uma inscrição encontrada em escavações no local, uma especificidade maior foi automaticamente dada a viagens como as empreendidas por Abraão (Gn
14) ou Ben-Hadade (1Rs 15:2Cr 16). Mesmo nas vezes em que o nome de uma cidade antiga permanece desconhecido, é útil quando vestígios arqueológicos revelam o tipo de ocupação que pode ter havido no lugar. Por exemplo, um palácio desenterrado permite a inferência de que ali existiu a capital de um reino ou província, ao passo que um local pequeno, mas muito fortificado, pode indicar um posto militar ou uma cidade-fortaleza. Quando se consegue discernir uma sequência de lugares semelhantes, tal como a série de fortalezas egípcias da época do Reino Novo descobertas no sudoeste de Gaza, é possível traçar o provável curso de uma estrada na região. Numa escala maior, a arqueologia pode revelar padrões de ocupação durante períodos específicos. Por exemplo, na 1dade do Bronze Médio, muitos sítios em Canaã parecem ter ficado junto a vias de transporte consolidadas, ao passo que, aparentemente, isso não aconteceu com povoados da Idade do Bronze Inicial. Da mesma forma, um ajuntamento de povoados da Idade do Bronze Médio alinhou-se ao longo das margens do Alto Habur, na Síria, ao passo que não se tem conhecimento de um agrupamento assim nem imediatamente antes nem depois dessa era.
Esse tipo de informação é útil caso seja possível ligar esses padrões de ocupação às causas para ter havido movimentos humanos na área. De forma que, se for possível atribuir a migrações a existência desses sítios da Idade do Bronze Médio, e os locais de migração são conhecidos, os dados arqueológicos permitem pressupor certas rotas que tinham condições de oferecer pastagens para animais domesticados e alimentos para os migrantes, ao mesmo tempo que praticamente eliminam outras rotas. É claro que havia muitos fatores climatológicos e sociológicos que levavam a migrações na Antiguidade, mas o fato é que, enquanto viajavam, pessoas e animais tinham de se alimentar com aquilo que a terra disponibilizava.
Às vezes a arqueologia permite ligar o movimento de pessoas ao comércio. A arqueologia pode recuperar obietos estranhos ao local onde foram encontrados (escaravelhos egípcios, sinetes cilíndricos mesopotâmicos etc.) ou descobrir produtos primários não nativos do Crescente Fértil (estanho, âmbar, cravo, seda, canela etc.). Para deduzir o percurso de estradas, seria então necessário levar em conta o lugar de onde procedem esses objetos ou produtos primários, a época em que foram comercializados e a localização de mercados e pontos intermediários de armazenagem. Onde houve tal comércio, durante um longo período (por exemplo, a rota báltica do âmbar vindo da Europa, a rota da seda proveniente do sudeste asiático ou a rota de especiarias do oeste da Arábia Saudita), é possível determinar rotas de produtos primários razoavelmente estabelecidas. Com frequência essa informação arqueológica pode ser ligeiramente alterada por documentos escritos, como no caso de textos que tratam do itinerário de estanho e indicam claramente os locais de parada nesse itinerário através do Crescente Fértil, durante a Idade do Bronze Médio.
Outra possibilidade é, por meio da arqueologia, ligar a uma invasão militar movimentos humanos para novos lugares. Isso pode ocorrer talvez com a descoberta de uma grande estela comemorativa de vitória ou de uma camada de destruição que pode ser sincronizada com uma antemuralha de tijolos cozidos, construída encostada no lado externo do muro de uma cidade. As exigências da estratégia militar, a manutenção das tropas e a obtenção de suprimentos eram de tal monta que algumas regiões seriam quase invulneráveis a qualquer exército. Em tempos recentes, estudiosos que buscam delinear vias e estradas antigas passaram a se beneficiar da possibilidade de complementar seus achados arqueológicos com fotografias aéreas e imagens de satélite, podendo assim detectar vestígios ou até mesmo pequenos trechos de estradas que não foram totalmente apagados. Um quarto tipo de indício usado na identificacão de estradas antigas são os marcos miliários romanos, embora erigir marcos ao longo das estradas antedate ao período romano (Jr 31:21).153 Até hoie iá foram encontrados entre 450 e 500 marcos miliários romanos no Israel moderno. e quase 1.000 foram descobertos pela Ásia Menor 154 No Israel moderno, existem marcos miliários construídos já em 69 d.C.; no Líbano moderno, conhecem-se exemplares de uma data tão remota como 56 d.C. Por sua vez, marcos miliários da Ásia Menor tendem a ser datados de um período romano posterior, e não parece que a maioria das estradas dali tenha sido pavimentada antes da "dinastia flaviana", que comecou com Vespasiano em 69 d.C. - uma dura realidade que é bom levar em conta quando se consideram as dificuldades de viagem pela Ásia Menor durante a época do apóstolo Paulo.
Em geral, esses marcos miliários assinalam exatamente a localizacão de estradas romanas, que frequentemente seguiam o curso de estradas muito mais antigas. A localização e as inscricões dos marcos miliários podem fornecer provas de que certas cidades eram interligadas na mesma sequência registrada em textos mais antigos. Por exemplo, cerca de 25 marcos miliários localizados junto a 20 diferentes paradas foram descobertos ao longo de um trecho de uma estrada litorânea romana entre Antioquia da Síria e a Ptolemaida do Novo Testamento. Tendo em conta que algumas das mesmos cidades localizadas ao longo daquela estrada foram do acordo com textos assírios, visitadas pelo rei Salmaneser II 20 voltar de sua campanha militar em Istael (841 a.C.)
, os marcos miliários indicam a provável estrada usada pelo monarca assírio. Nesse caso, essa inferência s explicitamente confirmada pela descoberta do monumento a vitória de Salmaneser, esculpido num penhasco junto a co do rio Dos, logo ao sul da cidade libanesa de Biblos. De modo semelhante, esses mesmos marcos miliários permitem determinar as fases iniciais da famosa terceira campanha militar de Senaqueribe (701 a.C.), em que o monarca assírio se gaba de que "trancou Ezequias em ¡erusalém como a um pássaro numa gaiola". Igualmente, esses marcos de pedra permitem delinear o trajeto que Ramsés II, Ticlate-Pileser III, Esar-Hadom, Alexandre, o Grande, Cambises II, Céstio Galo, Vespasiano e o Peregrino de Bordéus percorreram em Canaã.

DIFICULDADES DE VIAGEM NA ANTIGUIDADE
Os norte-americanos, acostumados a um sistema de estradas interestaduais, ou os europeus, que percorrem velozmente suas autoestradas, talvez achem difícil entender a noção de viagem na Bíblia. Hoje, as viagens implicam uma "Jura realidade", com bancos estofados em couro, suspensão de braço duplo, revestimento de nogueira no interior do automóvel e sistemas de som e de controle de temperatura.
Uma vasta gama de facilidades e serviços está prontamente acessível a distâncias razoáveis. A maioria das estradas de longa distância tem asfalto de boa qualidade, boa iluminação, sinalização clara e patrulhamento constante. Centenas de cavalos de forca nos transportam com conforto e velocidade. Quando paramos de noite, podemos, com bastante facilidade, conseguir um quarto privativo com cama, TV a cabo, servico de internet. banheiro privativo com água quente e fria e outras facilidades. Em poucos instantes, podemos encontrar um grande número de restaurantes e lanchonetes, com variados alimentos que iá estarão preparados para nós. Podemos levar conosco música e leitura prediletas, fotografias de parentes, cartões de crédito e mudas de roupa limpa. Podemos nos comunicar quase que instantaneamente com os amigos que ficaram - temos ao nosso dispor fax, SMS, e-mail e telefone. E não prestamos muita atenção ao perigo de doenças transmissíveis ou à falta de acesso a medicamentos.
Como as viagens eram profundamente diferentes na época da Bíblia! Na Antiguidade, às vezes até as principais estradas internacionais não passavam de meros caminhos sinuosos que, depois das chuvas de inverno. ficavam obstruídos pelo barro ou não passavam de um lodacal e. durante os muitos meses de calor abafado e escaldante, ficavam repletos de buracos.
Em certos pontos daquelas estradas, os viajantes precisavam atravessar terreno difícil, quase intransponível. Quem viajava podia ter de enfrentar os riscos de falta de água, clima pouco seguro, animais selvagens ou bandoleiros.
Tais dificuldades e perigos ajudam a explicar por que, na Antiguidade, a maior parte das viagens internacionais acontecia em caravanas Viaiar em grupo oferecia alguma protecão contra intempéries e agentes estrangeiros. Um considerável volume de dados provenientes da Mesopotâmia e da Ásia Menor indica que, em geral, as caravanas eram grandes e quase sempre escoltadas por guardas de segurança armados para essa tarefa. Exigia-se que os caravanistas permanecessem estritamente na rota predeterminada. Não era incomum caravanas incluírem até 100 ou 200 jumentos, alguns carregando produtos preciosíssimos (cp. Gn 37:25; Jz 5:6-7; 1Rs 10:2; J6 6:18-20; Is 21:13-30.6; Lc 2:41-45). 156 Caravanas particulares são atestadas raras vezes na Antiguidade.
Viajantes ricos tinham condições de comprar escravos para servirem de guardas armados (Gn 14:14-15), mas pessoas mais pobres andavam em grupos ou então se incorporavam a um grupo governamental ou comercial, que se dirigia a um destino específico. Os dados também mostram que muitas viagens aconteciam sob a proteção da escuridão: viajar à noite livrava do calor sufocante do sol do meio-dia e diminuía a probabilidade de ser detectado por salteadores e bandoleiros.
Aliás, pode ser que a viagem à noite tenha contribuído diretamente para a ampla difusão do culto à Lua, a forma mais comum de religião em todo o Crescente Fértil.
Outro fator a se considerar sobre viagens por terra durante o período bíblico é a distância limitada que era possível percorrer num dia. Na realidade, as distâncias podiam variar devido a uma série de fatores: diferentes tipos de terreno, número e tipo de pessoas num determinado grupo de viajantes, tipo de equipamento transportado e alternância das estações do ano. Em função disso, o mundo antigo tinha conhecimento de distâncias excepcionais cobertas num único dia. Heródoto fez uma afirmação famosa sobre mensageiros viajando a grande velocidade pela Estrada Real da Pérsia Tibério percorreu a cavalo cerca de 800 quilômetros em 72 horas, para estar junto ao leito de seu irmão Druso, que estava prestes a morrer. 58 E alguns textos antigos contam que, durante o período romano, correios do império chegavam a percorrer, em média, quase 160 quilômetros por dia. Mas essas foram excecões raras no mundo bíblico e devem ser assim reconhecidas.
Os dados são, em geral, uniformes, corroborando que, no mundo bíblico, a iornada de um dia correspondia a uma distância de 27 a 37 quilômetros, com médias ligeiramente mais altas quando se viajava de barco rio abaixo. 16 Médias diárias semelhantes continuaram sendo, mais tarde, a norma em itinerários dos períodos clássico, árabe e medieval, do Egito até a Turquia e mesmo até o Irá. Mesmo cem anos atrás, relatos de alguns itinerários e viagens documentam médias diárias semelhantemente baixas. Vários episódios da Bíblia descrevem o mesmo deslocamento limitado em viagens:


Por outro lado, caso tivessem seguido o trajeto mais longo, acompanhando o rio Eufrates até Imar e, dali, prosseguido pela Grande Estrada Principal adiante de Damasco (a rota normal), teriam conseguido uma média diária mais típica. Distâncias diárias semelhantes também são válidas para o Novo Testamento. 163 Em certa ocasião, Pedro viajou 65 quilômetros de Jope a Cesareia e chegou no segundo dia ao destino (At 10:23-24). A urgência da missão do apóstolo permite inferir que ele pegou um caminho direto e não fez nenhuma parada intermediária (mais tarde, Cornélio disse que seus enviados levaram quatro dias para fazer a viagem de ida e volta entre Jope e Cesareia [At 10:30.) Em outra oportunidade, uma escolta militar levou dois dias de viagem para transportar Paulo às pressas para Cesareia (At 23:23-32), passando por Antipátride, uma distância de cerca de 105 quilômetros, considerando-se as estradas que os soldados mais provavelmente tomaram. Segundo Josefo, era possível viajar em três dias da Galileia a Jerusalém, passando pela Samaria (uma distância de cerca de 110 quilômetros).

A LOCALIZAÇÃO DAS PRINCIPAIS ESTRADAS
A GRANDE ESTRADA PRINCIPAL
Aqui chamamos de Grande Estrada Principal aquela que, no mundo bíblico, era, sem qualquer dúvida, a estrada mais importante. 165 Essa estrada ia do Egito à Babilônia e a regiões além, e, em todas as épocas, interligava de forma vital todas as partes do Crescente Fértil. A estrada começava em Mênfis (Nofe), perto do início do delta do Nilo, e passava pelas cidades egípcias de Ramessés e Sile, antes de chegar a Gaza, um posto fortificado na fronteira de Canaã. Gaza era uma capital provincial egípcia de extrema importância e, com frequência, servia de ponto de partida para campanhas militares egípcias em todo o Levante. Esse trecho sudoeste da estrada, conhecido pelos egípcios como "caminho(s) de Hórus", era de importância fundamental para a segurança do Egito. De Gaza, a estrada se estendia até Afeque/ Antipátride, situada junto às nascentes do rio Jarcom; essa efusão era um sério obstáculo ao deslocamento e forçava a maior parte do tráfego a se desviar continente adentro, isto é, para o leste. Prosseguindo rumo ao norte, a estrada se desviava das ameaçadoras dunas de areia e do pântano sazonal da planície de Sarom até que se deparava inevitavelmente com a barreira que era a serra do monte Carmelo. Gargantas que atravessavam a serra permitiam passar da planície de Sarom para o vale de Jezreel. A mais curta delas, hoje conhecida como estreito de Aruna (n. 'Iron), era a mais utilizada. O lado norte dessa garganta estreita dava para o vale de lezreel e era controlado pela cidade militar de Megido.
Em Megido, a estrada se dividia em pelo menos três ramais. Um levava para Aco, no litoral, e então seguia para o norte, acompanhando o mar até chegar a Antioquia da Síria. Um segundo ramal começava em Megido e se estendia na diagonal, cruzando o vale de Jezreel numa linha criada por uma trilha elevada de origem vulcânica. Passava entre os montes Moré e Tabor e chegava às proximidades dos Cornos de Hattin, onde virava para o leste, percorria o estreito de Arbela, com seus penhascos íngremes, e finalmente irrompia na planície ao longo da margem noroeste do mar da Galileia. Uma terceira opção saía de Megido, virava para o leste, seguia o contorno dos flancos do norte das serras do monte Carmelo e monte Gilboa, antes de chegar a Bete-Sea, uma cidade-guarnição extremamente fortificada. É provável que, durante a estação seca, esse trecho margeasse o vale, mas, nos meses de inverno, seguisse por um caminho mais elevado, para evitar as condições pantanosas. Em Bete-Sea, a Grande Estrada Principal dava uma guinada para o norte e seguia ao longo do vale do Jordão até chegar à extremidade sul do mar da Galileia, onde ladeava o mar pelo lado oeste, até chegar a Genesaré, perto de Cafarnaum. Durante a época do Novo Testamento, muitos viajantes devem ter cruzado o lordão logo ao norte de Bete-Seã e atravessado o vale do Yarmuk e o planalto de Gola, até chegar a Damasco.
De Genesaré, a Grande Estrada Principal subia a margem ocidental do Alto Jordão e chegava perto da preeminente cidade-fortaleza de Hazor, que protegia as áreas mais setentrionais de Canaã. Perto de Hazor, a estrada virava para o nordeste, na direção de Damasco, ficando próxima às saliências da serra do Antilíbano e tentando evitar as superfícies basálticas da alta Golã e do Haurã.
De Damasco, seguia um caminho para o norte que contornava as encostas orientais do Antilibano até chegar à cidade de Hamate, às margens do rio Orontes. Aí começava a seguir um curso mais reto para o norte, passando por Ebla e chegando a Alepo, onde fazia uma curva acentuada para o leste, na direção do Eufrates. Chegando ao rio, em Emar, a estrada então, basicamente, acompanhava o curso da planície inundável do Eufrates até um ponto logo ao norte da cidade de Babilônia, onde o rio podia ser atravessado a vau com mais facilidade.
Avançando daí para o sul, a estrada atravessava a região da Babilônia, passando por Uruque e Ur e, finalmente, chegando à foz do golfo Pérsico.

A ESTRADA REAL
Outra rodovia importante que atravessava as terras bíblicas era conhecida, no Antigo Testamento, como Estrada Real (Nm 20:17-21.
22) e, fora da Bíblia, como estrada de Trajano (via Nova Traiana). Foi o imperador Trajano que transformou essa rota numa estrada de verdade, no segundo século d.C. A estrada começava no golfo de Ácaba, perto de Eziom-Geber, e, em essência, seguia pelo alto do divisor de águas de Edom e Moabe, passado pelas cidades de Petra, Bora, Quir-Haresete, Dibom e Hesbom, antes de chegar a Amã
Saindo de Ama, atravessava os planaltos de Gileade e Basã para chegar até Damasco, onde se juntava à Grande Estrada Principal.

A ANTIGA ESTRADA ASSÍRIA DE CARAVANAS
Usada para o transporte comercial e militar de interesse assírio até a Ásia Menor, a Antiga Estrada Assíria de Caravanas é conhecida desde o início do segundo milênio a.C. A partir de quaisquer das cidades que serviram sucessivamente de capitais da Assíria, o mais provável é que a estrada avançasse para o oeste até chegar às vizinhanças do jebel Sinjar, de onde seguia bem na direção oeste e chegava à base do triângulo do rio Habur. A estrada então acompanhava o curso de um dos braços do Habur até além de T. Halaf, chegando a um lugar próximo da moderna Samsat, onde era possível atravessar mais facilmente o Eufrates a vau. Dali, a estrada seguia por um importante desfiladeiro nos montes Taurus (exatamente a oeste de Malatya), atravessava a planície Elbistan e, por fim, chegava à estratégica cidade hitita de Kanish. Uma extensão da estrada então prosseguia, atravessando o planalto Central da Anatólia e passando por aqueles lugares que, mais tarde, tornaram-se: Derbe, Listra, Icônio e Antioquia da Pisídia. Em sua descida para o litoral egeu, a estrada cruzava lugares que, posteriormente, vieram a ser: Laodiceia, Filadélfia, Sardes e Pérgamo. De Pérgamo, a estrada corria basicamente paralela ao litoral egeu e chegava à cidade de Troia, localizada na entrada da Europa.

VIAGEM POR MAR
As viagens marítimas no Mediterrâneo parecem não ter sofrido muita variação durante o período do Antigo Testamento. Com base em textos de Ugarit e T. el-Amarna, temos conhecimento de que, na 1dade do Bronze Final, existiram navios com capacidade superior a 200 toneladas. E, no início da Idade do Ferro, embarcações fenícias atravessavam o Mediterrâneo de ponta a ponta. Inicialmente, boa parte da atividade náutica deve ter ocorrido perto de terra firme ou entre uma ilha e outra, e, aparentemente, os marinheiros lançavam âncora à noite. A distância diária entre pontos de ancoragem era de cerca de 65 quilômetros (e.g., At 16:11-20,6,14,15). Frequentemente os primeiros navegadores preferiam ancorar em promontórios ou ilhotas próximas do litoral (Tiro, Sidom, Biblos, Arvade, Atlit, Beirute, Ugarit, Cartago etc.); ilhas podiam ser usadas como quebra-mares naturais e a enseada como ancoradouro. O advento do Império Romano trouxe consigo uma imensa expansão nos tipos, tamanhos e quantidade de naus, e desenvolveram-se rotas por todo o mundo mediterrâneo e além. Antes do final do primeiro século da era cristã, a combinação de uma força legionária empregada em lugares remotos, uma frota imperial naval permanente e a necessidade de transportar enormes quantidades de bens a lugares que, às vezes, ficavam em pontos bem distantes dentro do império significava que um grande número de naus, tanto mercantes quanto militares, estava singrando águas distantes. Desse modo, as rotas de longa distância criavam a necessidade de construir um sistema imperial de faróis e de ancoradouros maiores, com enormes instalações de armazenagem.

Rotas de Transporte do mundo bíblico
Rotas de Transporte do mundo bíblico
Rotas Marítimas do mundo Greco-Romano
Rotas Marítimas do mundo Greco-Romano
As estradas da Palestina
As estradas da Palestina

JERUSALÉM NO TEMPO DO NOVO TESTAMENTO

JERUSALÉM E SEUS ARREDORES
Jerusalém fica no alto da cadeia de montes que forma a espinha dorsal da Judeia, cerca de 750 m acima do Mediterrâneo e 1.150 m acima do mar Morto. É protegida pelo vale do Cedrom a leste e pelo vale de Hinom ao sul e a leste. Para os judeus, a cidade de Jerusalém é o umbigo da terra, situada no meio dos povos, com as nações ao seu redor.! Uma vez que é completamente cercada de montes, quem deseja chegar a Jerusalém tinha de subir? Apesar da cidade ficar próxima de uma rota que, passando pelo centro da Palestina, se estendia de Hebrom, no sul, até Samaria, ao norte, essa via só era usada para o comércio interno. Outra via se estendia de leste a oeste, saindo de Emaús, passando por Jerusalém e chegando até Jericó. Como a parábola do bom samaritano contada por Jesus deixa claro, além de outros perigos, os viajantes corriam o risco de serem assaltados. Os recursos naturais da região ao redor de Jerusalém eram limitados. Havia pedras em abundância, mas nenhum metal, e a argila era de qualidade inferior. Lá e couro eram produzidos graças à criação de ovelhas e gado, mas a maior parte dos cereais de Jerusalém tinha de ser trazida de fora. A cidade possuía apenas uma fonte importante de água, a fonte de Siloé, na parte sul. A água tinha de ser coletada em cisternas ou trazida de lugares mais distantes por aquedutos. Um desses aquedutos, com cerca de 80 km de extensão, foi construído por Pôncio Pilatos, o governador romano da Judeia, que usou recursos do templo, provocando uma revolta popular. Uma vez que a maioria dos produtos agrícolas vinha de fora, o custo de vida em Jerusalém era alto. Animais domésticos e vinho eram mais caros na cidade do que no campo e as frutas custavam seis vezes mais em Jerusalém.

UM CENTRO RELIGIOSO
O elemento principal da cidade de Jerusalém no primeiro século era o templo do Senhor, reconstruído por Herodes, o Grande, de 19 a.C em diante. Somas consideráveis de dinheiro eram injetadas na economia da cidade, especialmente durante as principais festas religiosas, a saber, Páscoa, Pentecostes e Tabernáculos, quando Jerusalém ficava abarrotada de peregrinos. Além de trazerem ofertas para o templo e manterem o comércio de souvenires, os peregrinos enchiam as hospedarias, dormiam em tendas armadas fora da cidade ou se hospedavam em vilarejos vizinhos. Muitos judeus se mudavam para Jerusalém a fim de ficarem perto do templo e serem sepultados nas imediações da cidade santa Além disso, um imposto de duas dramas para o templo era cobrado anualmente de todos os judeus. Quando as obras do templo finalmente foram concluídas em c. 63 d.C., mais de dezoito mil operários ficaram desempregados.
As autoridades do templo usaram essa mão de obra para pavimentar Jerusalém com pedras brancas. Acredita-se que Jerusalém também tinha cerca de quatrocentas sinagogas, junto às quais funcionavam escolas para o estudo da lei. Uma inscrição de origem incerta sobre um chefe de sinagoga chamado Teódoto foi descoberta em 1913 na extremidade sul da colina de Ofel. Teódoto construiu não apenas uma sinagoga, mas também uma hospedaria para visitantes estrangeiros.

PALÁCIOS
Os governantes hasmoneus haviam construído um palácio chamado de Acra ou cidadela a região a oeste do templo. Mas Herodes, o Grande, construiu um palácio novo na Cidade Alta, na extremidade oeste da cidade, onde hoje fica a Porta de Jafa. Continha salões de banquete grandiosos e vários quartos de hóspedes. O muro externo tinha 14 m de altura, com três torres chamadas Hippicus, Fasael e Mariamne, os nomes, respectivamente, do amigo, do irmão e da (outrora favorita) esposa de Herodes. As torres tinham, respectivamente, 39, 31 e 22 m de altura. Parte da torre de Fasael ainda pode ser vista nos dias de hoje, incorporada na atual "Torre de Davi"

A FORTALEZA ANTÔNIA
Na extremidade noroeste, Herodes construiu uma fortaleza chamada Antônia em homenagem ao general romano Marco Antônio. A fortaleza possuía três torres imensas com 23 m de altura e outra com 30 m de altura. Uma coorte, isto é, uma unidade de infantaria romana com seiscentos homens, guardava o templo e podia intervir rapidamente caso ocorresse algum tumulto (como em At 21:30-32). Os romanos mantinham as vestes do sumo sacerdote nesse local, liberando-as para o uso apenas nos dias de festa. É possível que o pavimento de pedra conhecido como Gabatá, onde Pilatos se assentou para julgar Jesus, fosse o pátio de 2.500 m dessa fortaleza Antônia.

OUTRAS CONSTRUÇÕES EM JERUSALÉM
Na Cidade Baixa, Herodes mandou construiu um teatro e um hipódromo. O tanque de Siloé, onde Jesus curou um cego de nascença, ficava no sopé do monte sobre o qual estava edificada a cidade de Davi. Os Evangelhos também mencionam o tanque de Betesda, um local cercado por cinco colunatas cobertas. Crendo que, de tempos em tempos, um anjo agitava as águas e realizava um milagre, muitos enfermos se reuniam ali à espera da oportunidade de serem curados. Jesus curou um homem paralítico havia 38 anos.° Os dois tanques descobertos no terreno da igreja de Sta. Ana, ao norte da área do templo, parecem ser o local mais plausível. Ao norte do segundo muro e, portanto, fora da cidade antiga, fica a Igreja do Santo Sepulcro, um possível local do túmulo vazio de Jesus.
Herodes Agripa I (41-44 d.C.) começou a construir mais um muro ao norte da cidade, cercando essa área. Com mais de 3 km de extensão e 5,25 m de espessura, o muro foi concluído em 66 d.C.

TÚMULOS
No vale do Cedrom foram preservados vários túmulos datados do período anterior à destruição de Jerusalém pelos romanos em 70 d.C. O assim chamado "Túmulo de Absalão", adornado com colunas jônicas e dóricas, tinha uma cobertura em forma cônica. Um monumento relacionado ao assim chamado "Túmulo de Zacarias" tinha uma torre de pedra quadrada com uma pirâmide no alto. Entre 46 e 55 d.C., a rainha Helena de Adiabene, originária da Assíria (norte do Iraque) e convertida ao judaísmo, erigiu um mausoléu cerca de 600 m ao norte de Jerusalém. Com uma escadaria cerimonial e três torres cônicas, esse túmulo, conhecido hoje como "Túmulo dos Reis", era o mais sofisticado de Jerusalém. Jesus talvez estivesse se referindo a monumentos como esses ao condenar os mestres da lei e fariseus por edificarem sepulcros para os profetas e adornarem os túmulos dos justos. Túmulos mais simples eram escavados na encosta de colinas ao redor da cidade, e muitos destes foram descobertos nos tempos modernos.

FORA DA CIDADE
A leste da cidade ficava o monte das Oliveiras, cujo nome indica que essas árvores eram abundantes na região em comparação com a terra ao redor. Na parte mais baixa defronte a Jerusalém, atravessando o vale do Cedrom, ficava o jardim do Getsêmani, onde Jesus foi preso. Getsêmani significa "prensa de azeite". E possível que azeitonas trazidas da Peréia, do outro lado do rio Jordão, também fossem prensadas nesse local, pois era necessária uma grande quantidade de azeite para manter acesas as lâmpadas do templo. Na encosta leste do monte das Oliveiras ficava a vila de Betânia onde moravam Maria, Marta e Lázaro, e onde Jesus ficou na semana antes de sua morte. De acordo com os Evangelhos, a ascensão de Jesus ao céu ocorreu perto desse local.

A HISTÓRIA POSTERIOR DE JERUSALÉM
Jerusalém foi destruída pelos romanos em 70 d.C. e ficou em ruínas até a revolta de Bar Kochba em 132 d.C. Em 135 d.C., foi destruída novamente durante a repressão dessa revolta e reconstruída como uma cidade romana chamada Aelia Capitolina, da qual os judeus foram banidos. Depois que Constantino publicou seu édito de tolerância ao cristianismo em 313 d.C., os cristãos começaram a realizar peregrinações à cidade para visitar os lugares da paixão, ressurreição e ascensão de Cristo. Helena, mãe de Constantino, iniciou a construção da igreja do Santo Sepulcro em 326 .C. Em 637 d.C., a cidade foi tomada pelos árabes, sendo recuperada pelos cruzados que a controlaram entre 1099 e 1244. Os muros vistos hoje ao redor da Cidade Antiga são obra do sultão turco Suleiman, o Magnífico, em 1542.

Jerusalém no período do Novo Testamento
Jerusalém tornou-se um canteiro de obras durante o começo do século I d.C.. Herodes Agripa I (41-44 d.C.) construiu um terceiro muro no norte da cidade.

 

Referências

Ezequiel 5:5-38.12

Salmos 122:4-125.2

Lucas 10:30

Mateus 17:24

João 19.13

João 9.7

João 5:2-9

Mateus 23:29

Marcos 11:11;

Mateus 21:17:

Lucas 24:50

Jerusalem no período do Novo Testamento
Jerusalem no período do Novo Testamento
Jerusalém nos dias de hoje, vista do monte das Oliveiras O muro de Haram esh-Sharif acompanha o muro do templo de Herodes.
Jerusalém nos dias de hoje, vista do monte das Oliveiras O muro de Haram esh-Sharif acompanha o muro do templo de Herodes.

As condições climáticas de Canaã

CHUVA
No tempo de Moisés e Josué, como nos dias de hoje, a chuva era de suma importância para o clima de Canaã "Porque a terra que passais a possuir não é como a terra do Egito, donde saístes, em que semeáveis a vossa semente e, com o pé, a regáveis como a uma horta; mas a terra que passais a possuir é terra de montes e de vales; da chuva dos céus beberá as águas" (Dt 11:10-11).
Os ventos prevalecentes vindos do mar Mediterrâneo que trazem consigo umidade são forçados a subir quando se deparam com os montes da região oeste e perdem essa umidade na forma de chuva. Passada essa barreira natural, os índices pluviométricos caem drasticamente e, alguns quilômetros depois, a terra se transforma em deserto. Esse fenômeno é exemplificado de forma clara pela comparação entre os índices pluviométricos anuais da cidade moderna de Jerusalém (cerca de 600 mm) com os de Jericó, apenas 20 km de distância (cerca de 160 mm).
O índice pluviométrico anual de Jerusalém é quase o mesmo de Londres, mas em Jerusalém concentra-se em cerca de cinquenta dias de chuva por ano, enquanto em Londres se distribui ao longo de mais ou menos trezentos dias. Em geral, esse índice aumenta em direção ao norte; assim, nos montes ao norte da Galileia a chuva pode chegar a 1.000 mm por ano. Por outro lado, nas regiões sul e leste da Palestina fica abaixo de 300 mm, condições nas quais a agricultura geralmente se torna impraticável.

MUDANÇAS CLIMÁTICAS
A terra de Canaã descrita no Antigo Testamento parece mais fértil do que hoje. A pastagem excessiva, especialmente por rebanhos caprinos, provocou a erosão e perda de fertilidade do solo. Sem dúvida, a terra está mais desmatada devido ao uso de madeira para a construção e combustível e à devastação provocada por inúmeras guerras e cercos.' No entanto, não há nenhuma evidência de que os índices pluviométricos atuais apresentem diferenças consideráveis em relação as dos tempos bíblicos. A erosão das encostas dos montes simplesmente aumentou o escoamento de água e, portanto, as tornou menos férteis.

O CALENDÁRIO DE CANAÃ
Normalmente, não ocorrem chuvas entre a segunda quinzena de maio e a primeira quinzena de outubro. Da segunda quinzena de junho à primeira quinzena de setembro, a vegetação seca sob o calor abafado do verão. A temperatura mais alta registrada na região foi de 51° C no extremo sul do mar Morto. As primeiras chuvas que normalmente começam a metade de outubro, mas podem atrasar até janeiro, amolecem o solo, permitindo o início da aragem. As principais culturas - o trigo e a cevada - eram semeadas nessa época. A chuva continua a cair periodicamente ao longo de todo o inverno, culminando com as chuvas serôdias em abril ou início de maio, que fazem os grãos dos cereais incharem pouco antes da colheita. A cevada era menos valorizada do que o trigo, mas tinha a vantagem de crescer em solos mais pobres e ser colhida mais cedo. A colheita da cevada Coincidia com a festa da Páscoa, no final de março ou em abril e a do trigo com a festa de Pentecoste, sete semanas depois. Uvas, azeitonas, figos e outras frutas eram colhidos no outono. O inverno pode ser frio e úmido, chegando a nevar. Uma quantidade considerável de neve cai sobre Jerusalém mais ou menos a cada quinze anos. A neve é mencionada várias vezes no Antigo Testamento. Por exemplo, um homem chamado Benaia entrou numa cova e matou um leão "no tempo da neve". Numa ocorrência extraordinária, uma chuva de granizo matou mais cananeus do que os israelitas com suas espadas. A chuva no nono mês (dezembro) causou grande aflição ao povo assentado na praça em Jerusalém.° No mesmo mês, o rei Jeoaquim estava assentado em sua casa de inverno diante de um braseiro aceso.• Era necessário usar o fogo para se aquecer até o início de abril, como se pode ver claramente no relato da negação de Pedro. Um problema associado à estação das chuvas, especialmente na região costeira e junto ao lago da Galileia, era o míldio, que na tradução portuguesa por vezes é chamado de "ferrugem". O termo se refere ao mofo em roupas e casas, um mal que devia ser erradicado, e também a uma doença que afetava as plantações.

SECAS
Em algumas ocasiões, o ciclo de chuvas era interrompido e a terra sofria grandes secas. A mais conhecida ocorreu no tempo de Elias e, sem dúvida, teve efeitos devastadores, como a grave escassez de alimentos.° Esse tipo de ocorrência havia sido predito pelo autor de Deuteronômio. A desobediência ao Senhor traria sua maldição sobre a terra: "Os teus céus sobre a tua cabeça serão de bronze; e a terra debaixo de ti será de ferro. Por chuva da tua terra, o Senhor te dará pó e cinza; dos céus, descerá sobre ti, até que sejas destruído" (Dt 28:23-24).

terra cultivável no vale de Dota
terra cultivável no vale de Dota
chuvas
chuvas
Temperaturas na Palestina
Temperaturas na Palestina
Temperaturas na Palestina
Temperaturas na Palestina

A Agricultura de Canaã

A VEGETAÇÃO NATURAL
A. Palestina apresenta diversos tipos de clima desde o alpino até o tropical e o desértico. Em decorrência disso, possui uma vegetação extremamente variada, sendo que foram registradas 2.780 espécies de plantas. Mais de vinte espécies de árvores são mencionadas na Bíblia, desde as palmeiras da região tropical de Jericó até os cedros e florestas de coníferas do Líbano. Nem todas as árvores podem ser identificadas com precisão botânica; alguns termos talvez abrangessem várias espécies diferentes. Por exemplo, o termo hebraico usado para maçá também pode incluir o damasco.' As alfarrobeiras, de cujos frutos o filho pródigo comeu, são conhecidas apenas na bacia do Mediterrâneo. Nem todas as árvores mencionadas na Bíblia eram encontradas em Canaã. O olíbano (o termo hebraico é traduzido na Bíblia como "incenso") e a mirra do sul da Arábia e o cedro do Líbano são exemplos típicos, mas o sândalo, talvez uma espécie de junípero, também era importado do Líbano." Outras árvores provenientes de terras distantes foram introduzidas em Canaã, como no caso da amoreira - a amoreira-branca é originária da China e a amoreira-preta, do Irá. Nos meses de primavera, os campos ficam cobertos de flores, os "lírios do campo" "aos quais Jesus se referiu no sermão do monte (Mt 6:28).

O REINO ANIMAL
A Palestina abriga 113 espécies de mamíferos, 348 espécies de aves e 68 espécies de peixes. Possui 4.700 espécies de insetos, dos quais cerca de dois mil são besouros e mil são borboletas No Antigo Testamento, chama a atenção a grande variedade de animais, aves e insetos com a qual os habitantes de Canaã tinham contato. Davi matou um leão e um urso, dois animais que, para alívio da população atual, não são mais encontrados na região. Outros animais, como os bugios, eram importados de terras distantes." Um grande número de aves "mundas" não podia ser consumido como alimento. Mas quem, em sã consciência, comeria um abutre? Algumas dessas aves "imundas" talvez fossem migratórias, não tendo Canaã como seu hábitat. Os padres de migração dessas aves talvez não fossem compreendidos, mas certamente eram conhecidos. Alguns insetos voadores eram "limpos" e, portanto, podiam ser consumidos. João Batista parece ter aprendido a apreciar o sabor de "gafanhotos e mel silvestre" (Mic 1.6).

CULTURAS
O trigo e a cevada eram usados para fazer pão. Também se cultivavam lentilhas e feijões. Ervas como a hortelã, o endro e o cominho, das quais os fariseus separavam os dízimos zelosamente, eram usados para temperar alimentos de sabor mais suave. Os espias enviados por Moisés a Canaã voltaram trazendo um cacho de uvas enorme, e também romãs e figos. As uvas eram transformadas em vinho "que alegra o coração do homem" (SI 104,15) e em "bolos de passas" (Os 3:1). Do fruto das oliveiras extraía-se o azeite que, além de ser queimado em lamparinas para iluminar as casas, também era usado para fins alimentícios e medicinais e na unção de reis e sacerdotes. O linho era cultivado para a confecção de roupas. Também havia árvores de amêndoa, pistácia e outras nozes.

A CRIAÇÃO DE ANIMAIS
Canaã era considerada uma "terra que mana leite e mel" (Ex 3:8) e descrita desse modo cerca de quinze vezes no Antigo Testamento antes dos israelitas entrarem na terra. O leite era proveniente de ovelhas, cabras e também de vacas. Estes animais também forneciam lã, pelos e couro, respectivamente. Sua carne era consumida, mas, no caso da maioria do povo, somente em festas especiais, como a Páscoa, na qual cada família israelita devia sacrificar um cordeiro.! Caso fossem seguidas à risca, as prescrições do sistema sacrifical para toda a comunidade israelita exigiam a oferta anual de mais de duas toneladas de farina, mais de 1.300 l de azeite e vinho, 113 bois, 32 carneiros 1:086 cordeiros e 97 cabritos. O tamanho dos rebanhos e sua necessidade de pastagem adequada limitavam as regiões onde podiam ser criados. O território montanhoso no norte da Galileia era particularmente apropriado. Os touros de Basá, uma região fértil a leste do lago da Galileia, eram conhecidos por sua força. Além de bois e carneiros, o suprimento diário de alimentos para o palácio de Salomão incluía veados, gazelas, corços e aves cevadas.'* Não se sabe ao certo a natureza exata destas últimas; talvez fossem galinhas, conhecidas no Egito desde o século XV a.C.Os camelos, coelhos e porcos eram considerados "imundos" e, portanto, não deviam ser consumidos.

Uma descrição de Canaã
"Tu fazes rebentar fontes no vale, cujas áquas correm entre os montes; dão de beber a todos os animais do campo; os jumentos selvagens matam a sua sede. Junto delas têm as aves do céu o seu pouso e, por entre a ramagem, desferem o seu canto. Do alto de tua morada, regas os montes; a terra farta-se do fruto de tuas obras. Fazes crescer a relva para os animais e as plantas, para o serviço do homem, de sorte que da terra tire o seu pão, o vinho, que alegra o coração do homem, o azeite, que lhe dá brilho ao rosto, e o alimento, que lhe sustém as forças. Avigoram-se as árvores do SENHOR e os cedros do Líbano que ele plantou, em que as aves fazem seus ninhos; quanto à cegonha, a sua casa é nos ciprestes. Os altos montes são das cabras montesinhas, e as rochas, o refúgio dos arganazes. SALMO 104:10-18

ciclo agrícola do antigo Israel e suas festas principais.
ciclo agrícola do antigo Israel e suas festas principais.
Principais produtos agrícolas da Palestina e da Transjordânia
Principais produtos agrícolas da Palestina e da Transjordânia

GEOLOGIA DA PALESTINA

GEOLOGIA
Pelas formações rochosas que afloram basicamente na área que fica ao sul do mar Morto, no leste do Sinai, nos muros da Arabá e nos cânions escavados pelos rios da Transjordânia e também a partir de rochas encontradas nos modernos trabalhos de perfuração, é possível reconstruir, em linhas gerais, a história geológica da terra. Esses indícios sugerem a existência de extensa atividade, de enormes proporções e complexidade, demais complicada para permitir um exame completo aqui. Apesar disso, como a narrativa da maneira como Deus preparou essa terra para seu povo está intimamente ligada à criação de montes e vales (Dt 8:7-11.11; SI 65.6; 90.2; cp. Ap 6:14), segue um esboço resumido e simplificado dos processos que, ao que parece, levaram à formação desse cenário.


Toda essa região fica ao longo da borda fragmentada de uma antiga massa de terra sobre a qual repousam, hoje, a Arábia e o nordeste da África. Sucessivas camadas de formações de arenito foram depositadas em cima de uma plataforma de rochas ígneas (vulcânicas), que sofreram transformações - granito, pórfiro, diorito e outras tais. Ao que parece, as áreas no sul e no leste dessa terra foram expostas a essa deposição por períodos mais longos e mais frequentes. Na Transjordânia, as formações de arenito medem uns mil metros, ao passo que, no norte e na Cisjordânia, elas são bem mais finas. Mais tarde, durante aquilo que os geólogos chamam de "grande transgressão cretácea", toda a região foi gradual e repetidamente submersa na água de um oceano, do qual o atual mar Mediterrâneo é apenas resquício. Na verdade, " grande transgressão" foi uma série de transgressões recorrentes, provocadas por lentos movimentos na superfície da terra. Esse evento levou à sedimentação de muitas variedades de formação calcária. Um dos resultados disso, na Cisjordânia, foi a exposição da maior parte das rochas atualmente, incluindo os depósitos cenomaniano, turoniano, senoniano e eoceno.
Como regra geral, depósitos cenomanianos são os mais duros, porque contêm as concentrações mais elevadas de sílica e de cálcio. Por isso, são mais resistentes à erosão (e, desse modo, permanecem nas elevações mais altas), mas se desfazem em solos erosivos de qualidade superior (e.g., terra-roxa). São mais impermeáveis, o que os torna um componente básico de fontes e cisternas e são mais úteis em construções. Ao contrário, os depósitos senonianos são os mais macios e, por isso, sofrem erosão comparativamente rápida. Desfazem-se em solos de constituição química mais pobre e são encontrados em elevacões mais baixas e mais planas. Formações eocenas são mais calcárias e misturadas com camadas escuras e duras de pederneira, às vezes entremeadas com uma camada bem fina de quartzo de sílica quase pura. No entanto, nos lugares onde eles contêm um elevado teor de cálcio, como acontece na Sefelá, calcários eocenos se desintegram e formam solos aluvianos marrons. Em teoria, o aluvião marrom é menos rico do que a terra-roxa, porém favorece uma gama maior de plantações e árvores, é mais fácil de arar, é menos afetado por encharcamento e, assim, tem depósitos mais profundos e com textura mais acentuada.
Em resumo, de formações cenomanianas (e também turonianas) surgem montanhas, às vezes elevadas e escarpadas, atraentes para pedreiros e para pessoas que querem morar em cidades mais seguras. Formações eocenas podem sofrer erosão de modo a formar planícies férteis, tornando-as desejáveis a agricultores e a vinhateiros, e depósitos senonianos se desfazem em vales planos, que os viajantes apreciam. Uma comparação entre os mapas mostra o grande número de estreitas valas senonianas que serviram de estradas no Levante (e.g., do oeste do lago Hula para o mar da Galileia; a subida de Bete-Horom; os desfiladeiros do Jocneão, Megido e Taanaque no monte Carmelo; o fosso que separa a Sefelá da cadeia central; e o valo diagonal de Siquém para Bete-Sea). O último ato do grande drama cretáceo incluiu a criação de um grande lago, denominado Lisan. Ele inundou, no vale do Jordão, uma área cuja altitude é inferior a 198 metros abaixo do nível do mar - a área que vai da extremidade norte do mar da Galileia até um ponto mais ou menos 40 quilômetros ao sul do atual mar Morto. Formado durante um período pluvial em que havia precipitação extremamente pesada e demorada, esse lago salobro foi responsável por depositar até 150 metros de estratos sedimentares encontrados no terreno coberto por ele.
Durante a mesma época, cursos d'água também escavaram, na Transjordânia, desfiladeiros profundos e espetaculares. À medida que as chuvas foram gradualmente diminuindo e a evaporação fez baixar o nível do lago Lisan, pouco a pouco foram sendo expostas nele milhares de camadas de marga, todas elas bem finas e carregadas de sal. Misturados ora com gesso ora com calcita negra, esses estratos finos como papel são hoje em dia a característica predominante do rifte do sul e da parte norte da Arabá. Esse período pluvial também depositou uma grande quantidade de xisto na planície Costeira e criou as dunas de Kurkar, que se alinham com a costa mediterrânea. Depósitos mais recentes incluem camadas de aluvião arenoso (resultante da erosão pela água) e de loesse (da erosão pelo vento), características comuns da planície Costeira nos dias atuais.

A Geologia da Palestina
A Geologia da Palestina

HIDROLOGIA, SOLO E CHUVAS NA PALESTINA

HIDROLOGIA
Não é nenhuma coincidência que o principal deus do Egito (Amom-Rá) era uma divindade solar, o que também era o caso do líder do panteão mesopotâmico (Marduque) 108 Em contraste, o grande deus de Canaã (Baal) era um deus da chuva/fertilidade. Aí está um mito com consequências profundas e de longo alcance para quem quisesse viver em Canaã, mito que controlava boa parte da cosmovisão cananeia e, às vezes, até o pensamento israelita. O mito é um reflexo direto de certas realidades hidrológicas dessa terra. Dito de modo simples, nunca é preciso chover no Egito nem na Mesopotâmia. Cada uma dessas terras antigas recebeu uma rica herança: um grande rio. Do Nilo e do Eufrates, respectivamente, as civilizações egípcia e mesopotâmica tiravam seus meios de subsistência, irrigavam suas plantações e davam água a seus rebanhos e manadas. Cada um desses rios fornecia um enorme suprimento de água doce, mais do que poderia ser consumido pelas sociedades que eles alimentavam e sustentavam. Enquanto houvesse chuva suficiente a centenas e centenas de quilômetros de distância, nas montanhas da Etiópia e Uganda (no caso do Nilo) e nas regiões montanhosas e acidentadas do leste da Turquia (no caso do Eufrates).
não seria necessário chover no Egito nem em boa parte da Mesopotâmia. E, na verdade, raramente chovia! Naquelas regiões, a sobrevivência dependia do sustento proporcionado por rios que podiam ser usados com proveito no ambiente parecido com o de uma estufa, criado pelo calor do sol ao longo de suas margens.
Num contraste gritante com isso, em Canaã a sobrevivência dependia justamente da chuva. Nessa terra não havia nenhum grande rio, e os parcos recursos fluviais eram incapazes de atender às necessidades dos habitantes. É certo que o rio Jordão atravessava essa terra, mas, do mar da Galileia para o sul. ele ficava numa altitude tão baixa e estava sempre tão cheio de substâncias químicas que, em essência, a sociedade cananeia estava privada do eventual sustento que o lordão poderia lhe proporcionar. Em meio à têndência histórica de civilizações surgirem ao longo das margens de rios, o Jordão aparece como evidente exceção Fora o lordão. em Canaã havia apenas um pequeno volume de água doce subterrânea. Na Antiguidade, o rio Jarcom, que se forma nas fontes perto de Afeque e deságua no Mediterrâneo logo ao norte de Jope, produzia umidade suficiente para forcar viajantes a se deslocarem mais para dentro do continente, mas só no século 20 seus recursos foram finalmente aproveitados. O rio Ouisom, que drena parte do vale de Jezreel antes de desaguar no Mediterrâneo, na altura da planície de Aco, na maior parte do ano é pouco mais do que um riacho. E o rio Harode, que deságua no lordão em frente de Bete-Sea, mana de uma única fonte situada no sopé do monte Gilboa. De modo que os cananeus e até mesmo a comunidade da aliança de Deus experimentariam, nessa terra, a sobrevivência ou a morte, colheitas boas ou más, a fertilidade ou a seca, justamente como consequência de tempestades que podiam lançar sua chuva numa terra que, de outra forma, era incapaz de suster a existência humana. Para os autores das Escrituras, um padrão recorrente, até mesmo estereotipado, é pregar que a fé produz bênçãos enquanto a falta de fé resulta em condenação. Talvez nada mais ressaltasse esse padrão com tanta força do que a dependência da chuva. Por exemplo, perto do momento de Israel se tornar nação, o povo foi instruído sobre as consequências da fé: "Se [.] guardardes os meus mandamentos [..) eu vos darei chuvas no tempo certo, a terra dará seu produto [...] Mas, se não me ouvirdes [...] farei que o céu seja para vós como ferro, e a terra, como bronze [...] a vossa terra não dará seu produto" (Lv 26:3-20). Mais tarde, quando estava na iminência de se lancar em sua missão de ocupar Canaã, o povo recebeu as descrições mais vívidas e completas das características hidrológicas daquela terra. "Pois a terra na qual estais entrando para tomar posse não é como a terra do Egito, de onde saístes, em que semeáveis a semente e a regáveis a pé [referência ou a um tipo de dispositivo usado para puxar água que era movimentado com os pés ou a comportas de irrigação que podiam ser erguidas com os pés para permitir que as águas entrassem em canais secundários], como se faz a uma horta; a terra em que estais entrando para dela tomar posse é terra de montes e de vales, que bebe as águas da chuva do céu; terra cuidada pelo SENHOR, teu Deus, cujos olhos estão continuamente sobre ela, desde o princípio até o fim do ano" (Dt 11:10-12).
O autor bíblico passa então a fazer um contraste entre a fé e a fertilidade (v. 13-17). Na prática, sua mensagem era a de que, se os israelitas obedecessem aos mandamentos de Deus, ele lhes enviaria tanto as primeiras como as últimas chuvas, a fim de que o povo pudesse armazenar cereais, vinho e azeite. Mas, caso seus corações manifestassem falta de fé, na sua ira Deus trancaria os céus e não haveria nenhuma chuva. Então, parece claro que naquela terra a fertilidade dependia da fé e a própria vida estava em risco devido à falta de chuva, o que resultava em seca e fome. Ademais, os dois textos acima apresentam uma mensagem que é repetida em muitas outras passagens, em cada seção e gênero de literatura biblica: é Deus que, na sua benevolência - mediante a dádiva da bênção da chuva - sustenta a vida na terra da promessa (e.g., Dt 28:12-2Cr 7.13,14; J6 5.10; 28.25,26; 36.27,28; SI 65:9-13 135:7-147.8,18; Is 30:23-25; Ez 34:26; Os 6:3; Am 9:6; Zc 10:1; MI 3.10; Mt 5:45; At 14:17; Hb 6:7). De modo análogo, Deus tem a prerrogativa soberana de reter a chuva como sinal de sua insatisfação e juízo (e.g., Dt 28:22-24; 1Rs 8:35-36; 17.1; 2Cr 6:26-27; Jó 12.15; Is 5:6; Jr 3:3-14:1-6; Am 4:7-8; Zc 14:17). 110 Parece que os autores das Escrituras empregaram essa realidade teológica justamente por causa das implicações hidrológicas dinâmicas que teriam sido por demais óbvias para quem quer que tentasse sobreviver em Canaã. Para o israelita antigo, a chuva era um fator providencialmente condicionado.
As vezes, na história de Israel, Deus ficou tão descontente com o comportamento de seu povo que não lhes deu nem a chuva nem o orvalho (e.g., 1Rs 17:1; Ag 1:10-11; cp. Gn 27:39-25m 1.21; Is 26:19; Os 14:5; Jó 29.19). 112 Com certeza, poucos agricultores na América do Norte ou Europa tiveram boas colheitas principalmente como resultado de orvalho.
Entretanto, no Israel antigo, onde a água era escassa e inacessível, exceto aquela proveniente do céu, em certas estações do ano o crescimento das plantações dependia totalmente da formação do orvalho. Isso era ainda mais válido quando uvas e figos estavam amadurecendo no início do outono, logo antes das "primeiras chuvas" 13 Em circunstâncias normais, a cada ano, a planície Costeira ao sul de Gaza, o vale de lezreel no centro (Iz 6:36-40), o elevado monte Carmelo e o Neguebe Ocidental experimentam - todos eles - cerca de 250 noites de orvalho. Alguns estudiosos têm, com bons motivos, chegado a afirmar que a conexão entre chuva, fé e vida pode ser a melhor explicação por que, depois de atravessarem o Jordão e passarem a residir em Canaã, os israelitas puderam apostatar com tanta rapidez e de modo tão completo. Talvez nenhuma geração de israelitas que viveu antes da época de Cristo tenha experimentado de forma mais convincente o elemento do milagre divino do que aqueles que participaram da ocupação de sua terra. Contudo, seus filhos e netos ficaram rápida e completamente fascinados pelo deus Baal e pelo baalismo cananeu (z 6:25-32; 15m 4:5-8; 1Rs 16:32-33; 19:10-14), e o sincretismo deles se tornou o tema triste e recorrente do livro de Juízes. Aqueles dessa geração posterior não deram ouvidos às exortações proféticas e logo descobriram que, na prática, eram cananeus - pessoas que, por meio do culto da fertilidade, procuravam garantir que houvesse chuva suficiente. O baalismo cananeu estava envolvido com uma cosmovisão cíclica (e não com uma linear), em que o mundo fenomênico, a saber, as forças da natureza, era personificado. Dessa maneira, os adeptos do baalismo eram incapazes de perceber que as estações do ano eram de uma periodicidade regular e mecânica. A variação e a recorrência das estações eram vistas em termos de lutas cósmicas. Quando a estação seca da primavera começava com a consequente cessação de chuva e a morte da vegetação, inferiam erroneamente que o deus da esterilidade (Mot) havia assassinado seu adversário, Baal. Por sua vez, quando as primeiras chuvas do outono começavam a cair, tornando possível a semeadura e, mais tarde, a colheita, de novo o baalismo cometia o erro de inferir que o deus da fertilidade (Baal) havia ressuscitado e retornado à sua posição proeminente.
Ademais, o fracasso do baalismo cananeu em perceber que a variação das estações era governada pela inevitabilidade das leis da Natureza levou à crença de que o resultado das lutas cósmicas era incerto e que os seres humanos podiam manipulá-lo. Como consequência, quando desejavam que suas divindades realizassem certas ações, os cananeus acreditavam que podiam persuadi-las a isso, realizando eles próprios as mesmas ações num contexto cultual, uma prática conhecida hoje em dia como "magia imitativa ou simpática". Para eles, o triunfo contínuo de Baal equivalia à garantia de fertilidade duradoura. Esse desejo deu origem à prostituição cultual, em que, conforme acreditavam, as ações de um homem ou uma mulher consagrados a essa atividade ativamente antecipavam e causavam o intercurso de Baal com a terra e dele participavam (entendiam que a chuva era o sêmen de Baal). De acordo com a adoração da fertilidade em Canaã, quando Baal triunfava, as mulheres ficavam férteis, os rebanhos e manadas reproduziam em abundância e a lavoura era repleta de cereais. Os profetas, a começar por Moisés, atacaram fortemente a adoção indiscriminada dessa abominação (Dt 4:26; cp. Jr 2:7-8,22,23; 11.13; Os 4:12-14; Mq 1:7). Mas, apesar de todas as advertências, ao que parece a realidade hidrológica da terra levou os israelitas a suporem que também necessitavam de rituais cananeus para sobreviver num lugar que dependia tanto da chuva (1Sm 12:2-18; 1Rs 14:22-24; 2Rs 23:6-7; 2Cr 15:16: Jr 3:2-5; Ez 8:14-15; 23:37-45). Israel logo começou a atribuir a Baal, e não a lahweh, as boas dádivas da terra (Is 1:3-9; Jr 2:7; Os 2:5-13) e, por fim, os israelitas chegaram ao ponto de chamar lahweh de "Baal" (Os 2:16). O tema bíblico recorrente de "prostituir-se" tinha um sentido muito mais profundo do que uma mera metáfora teológica (Jz 2:17-8.27,33; 1Cr 5:25; Ez 6:9; Os 4:12-9.1; cp. Dt 31:16-1Rs 14.24; 2Rs 23:7). Além do mais, no fim, a adoção dessa degeneração contribuiu para a derrota e o exílio de Israel (e.g., 1Cr 5:26-9.1; SI 106:34-43; Jr 5:18-28; 9:12-16; 44:5-30; Ez 6:1-7; 33:23-29).
É muito provável que a expressão característica e mais comum que a Bíblia usa para descrever a herança de Israel - "terra que dá leite e mel" - trate igualmente dessa questão de dependência da chuva. Os ocidentais de hoje em dia conseguem ver, nessa metáfora, uma conotação de fertilidade e abundância exuberantes, de um paraíso autêntico ou de um jardim do Éden luxuriante. Mas a expressão pinta um quadro bem diferente. Para começar, o "princípio da primeira referência pode ser relevante para essa metáfora: quando a expressão surge pela primeira vez no cânon e na história de Israel, é especificamente usada para contrastar a vida de Israel no Egito com a vida tal como seria em Canaã (Êx 3.8,17). E, embora também se empregue a metáfora para descrever a terra da aliança de Deus com Israel (Dt 6:3-31.20; Is 5:6; Jr 11:5), de igual forma as Escrituras, mais tarde, utilizam a metáfora para tornar a apresentar esse forte contraste entre o Egito e Cana (e.g., Dt 11:9-12; 26.8,9; Jr 32:21-23; Ez 20:6). Nesse aspecto, o texto de Deuteronômio 11:8-17 é especialmente revelador: aí a terra de leite e mel será um lugar em que a fertilidade estará condicionada à fé em contraste com a fertilidade garantida do Egito.
Os produtos primários envolvidos também parecem não apontar para a noção de fertilidade exuberante (cp. Is 7:15-25). A palavra para "leite" (halab) é usada com frequência para designar o leite de cabra e ovelha (Êx 23.19; Dt 14:21-1Sm 7.9; Pv 27:26-27), raramente para se referir ao leite de vaca (Dt 32:14) e nunca ao de camela. Ocasionalmente a palavra para "mel" (debash) é interpretada como referência a uma calda ou geleia feita de uvas ou tâmaras ou secretada por certas árvores, mas é quase certo que, nesse contexto, deve se referir ao mel de abelha. A palavra é usada especificamente com abelhas (d°bórá, cp. Jz 14:8-9) e aparece com vários vocábulos diferentes que designam favo (Pv 24:13; Ct 4:11; cp. 1Sm 14:25-27; SI 19.10; Pv 16:24; Ct 5:1). Na descrição encontrada em textos egípcios mais antigos, Canaã tinha seu próprio suprimento de mel,16 uma observação importante à luz do fato bem estabelecido de que a apicultura doméstica era conhecida no Egito desde tempos remotos. Escavações arqueológicas realizadas em 2007 na moderna Rehov/Reobe, logo ao sul de Bete-Sea, encontraram vestígios inconfundíveis de apicultura doméstica em Canaã, datada radiometricamente do período da monarquia unida. Além de mel, restos tanto de cera de abelha quanto de partes de corpos de abelha foram tirados do apiário, e acredita-se que as fileiras de colmeias achadas ali até agora eram capazes de produzir até 450 quilos de mel todos os anos.
Os produtos primários indicados na metáfora que descreve a terra têm de ser leite de cabra e mel de abelha: os dois itens são produtos de condições topográficas e econômicas idênticas (Is 7:15-25; J6 20,17) e de áreas de pastagem não cultivadas. Nenhum é produto de terra cultivada. Diante disso, deve-se concluir que os produtos primários de leite e mel são de natureza pastoril e não agrícola. Portanto, a terra é descrita como uma esfera pastoril.
É possível perceber o peso dessa última observacão quando se contrastam o leite e o mel com os produtos primários do Egito, citados na Bíblia (Nm 11:4-9). Enquanto andava pelo deserto, o povo de Israel se desiludiu com a dieta diária e monótona de maná e passou a desejar a antiga dieta no Egito (peixe, pepino, melão, alho-poró, cebola e alho). Além de peixe, os alimentos pelos quais ansiavam eram aqueles que podiam ser plantados e colhidos. Em outras palavras. enquanto estavam no Egito, a dieta básica dos israelitas era à base de produtos agrícolas e nada há nesse texto sobre a ideia de pastoralismo. O Egito parece ser apresentado basicamente como o lugar para o lavrador trabalhar a terra, ao passo que a terra da heranca de Israel é basicamente apresentada como o lugar para o pastor criar animais. Isso não quer dizer que não houvesse pastores no Egito (ep. Gn 46:34) nem que não houvesse lavradores em Canaã (cp. Mt 22:5); mas dá a entender que o Egito era predominantemente um ambiente agrícola, ao passo que Canaã era predominantemente de natureza pastoril. Ao se mudar do Egito para uma "terra que dá leite e mel", Israel iria experimentar uma mudanca impressionante de ambiente e estilo de vida É provável que isso também explique por que a Bíblia quase não menciona lavradores, vacas e manadas e, no entanto, está repleta de referências pastoris:


Desse modo, dizer que a terra dava "leite e mel" servia a três propósitos básicos. A expressão: (1) descrevia a natureza distintamente pastoril do novo ambiente de Israel; (2) fazia um contraste entre aquele ambiente e o estilo de vida que Israel havia tido no Egito; (3) ensinava o povo que a fertilidade/ sobrevivência em sua nova terra seria resultado da fé e consequência da obediência. Os israelitas não seriam mais súditos egípcios vivendo no Egito, mas também não deveriam se tornar súditos cananeus vivendo em Canaã. Deviam ser o povo de Deus, povo que teria de viver uma vida de fé nesse lugar que Deus escolhera e que dependia tanto de chuva (as vezes denominada geopiedade). À luz dos difíceis condições hidrológicas da terra, a necessidade de conservar os escassos suprimentos de água devia ser determinante. Por esse motivo, a Bíblia está repleta de referências à água e a itens relacionados, com aplicações tanto positivas quanto negativas. Encontramos menção a:


Na época do Novo Testamento, tecnologias hídricas gregas e romanas aliviaram em parte a dificílima situação de abastecimento de água para algumas cidades principais.
O Império Romano foi particularmente bem-sucedido em transportar água, às vezes por muitos quilômetros, desde sua(s) fonte(s) até as principais áreas urbanas. Uma tecnologia sofisticada criou aquedutos tanto abertos quanto fechados - canais de água que podiam ter várias formas de canalização (pedra, terracota, chumbo, bronze e até madeira). Alguns dos canais foram construídos acima da superfície e outros, abaixo.
Além do enorme trabalho exigido pelas imensas construções, esses sistemas também requeriam considerável capacidade e sofisticação de planejamento. Os romanos tiraram vantagem da força da gravidade, mesmo durante longas distâncias, em terreno irregular ou montanhoso. Em certos intervalos, colocaram respiradouros para reduzir problemas de pressão da água ou do ar e para possibilitar que os trabalhadores fizessem o desassoreamento. Também utilizaram sifões para permitir que a água subisse até recipientes acima de um vale adjacente, mas abaixo do nível da fonte da água. Junto com uma rede de aquedutos, os romanos criaram muitos canais abertos, comportas, redes de esgoto, diques e reservatórios de água.
Como resultado, a maioria da população urbana do Império Romano desfrutava de banhos públicos, latrinas e fontes. Alguns tinham acesso a piscinas e até mesmo lavagem de louça. Na Palestina em particular, introduziu-se o banho ritual (mikveh).

Os solos da Palestina
Os solos da Palestina
Montanhas e rios da Palestina
Montanhas e rios da Palestina
Índice pluviométrico na Palestina
Índice pluviométrico na Palestina

O CLIMA NA PALESTINA

CLIMA
À semelhança de outros lugares no mundo, a realidade climática dessa terra era e é, em grande parte, determinada por uma combinação de quatro fatores: (1) configuração do terreno, incluindo altitude, cobertura do solo, ângulo de elevação e assim por diante; (2) localização em relação a grandes massas de água ou massas de terra continental; (3) direção e efeito das principais correntes de ar; (4) latitude, que determina a duração do dia e da noite. Situada entre os graus 29 e 33 latitude norte e dominada principalmente por ventos ocidentais (oceânicos), a terra tem um clima marcado por duas estações bem definidas e nitidamente separadas. O verão é um período quente/seco que vai de aproximadamente meados de junho a meados de setembro; o inverno é um período tépido/úmido que se estende de outubro a meados de junho. É um lugar de brisas marítimas, ventos do deserto, terreno semidesértico, radiação solar máxima durante a maior parte do ano e variações sazonais de temperatura e umidade relativa do ar. Dessa forma, seu clima é bem parecido com certas regiões do estado da Califórnia, nos Estados Unidos, conforme mostrado no gráfico da página seguinte.
A palavra que melhor caracteriza a estação do verão nessa terra é "estabilidade" Durante o verão, o movimento equatorial do Sol na direção do hemisfério norte força a corrente de jato (que permite a depressão e a convecção de massas de ar e produz tempestades) para o norte até as vizinhanças dos Alpes. Como consequência, uma célula estacionária de alta pressão se desenvolve sobre os Açores, junto com outra de baixa pressão, típica de monção, sobre Irã e Paquistão, o que resulta em isóbares (linhas de pressão barométrica) basicamente norte-sul sobre a Palestina. O resultado é uma barreira térmica que produz dias claros uniformes e impede a formação de nuvens de chuva, apesar da umidade relativa extremamente elevada. O verão apresenta o tempo todo um ótimo clima, brisas regulares do oeste, calor durante o dia e uma seca quase total. No verão, as massas de ar, ligeiramente resfriadas e umedecidas enquanto passam sobre o Mediterrâneo, condensam-se para criar um pouco de orvalho, que pode estimular o crescimento de plantas de verão. Mas as tempestades de verão são, em sua maioria, inesperadas (1Sm 12:17-18). Por outro lado, o inverno se caracteriza pela palavra "instabilidade". Nessa estação, massas de ar mais elevadas se aproveitam do caminho equatorial do Sol na direção do hemisfério sul e ficam tomadas de ar polar extremamente frio. A mistura dessas massas de ar pode criar várias correntes dominantes de alta pressão, e qualquer uma pode, imprevisivelmente, se chocar com o ar que serpenteia pela depressão mediterrânea.

1. A área de alta pressão atmosférica da Ásia é uma corrente direta de ar polar que pode chegar a 1.036 milibares. As vezes atravessa todo o deserto da Síria e atinge a terra de Israel, vindo do leste, com uma rajada de ar congelante e geada (Jó 1.19).
2. A área de alta pressão atmosférica dos Bálcãs, na esteira de uma forte depressão mediterrânea, consegue capturar a umidade de uma tempestade ciclônica e, vindo do oeste, atingir Israel com chuva, neve e granizo. Em geral esse tipo de sistema é responsável pela queda de chuva e neve no Levante (2Sm 23:20-1Cr 11:22; Jó 37:6; SL 68:14; Pv 26:1).
3. Uma área de alta pressão atmosférica um pouco menos intensa do Líbano pode ser atraída na direção do Neguebe e transportar tempestades de poeira que se transformam em chuva.


A própria vala do Mediterrâneo é uma zona de depressão relativamente estacionária, pela qual passam em média cerca de 25 tempestades ciclônicas durante o inverno. Uma corrente de ar mais quente leva cerca de quatro a seis dias para atravessar o Mediterrâneo e se chocar com uma dessas frentes. Caso essas depressões sigam um caminho mais ao sul, tendem a se desviar ao norte de Chipre e fazer chover pela Europa Oriental. Esse caminho deixa o Levante sem sua considerável umidade [mapa 21] e produz seca, que às vezes causa fome. 121 Contudo, quando seguem um caminho ao norte - e bem mais favorável - tendem a ser empurradas mais para o sul por uma área secundária de baixa pressão sobre o mar Egeu e atingem o Levante com tempestades que podem durar de dois a quatro dias (Dt 11:11-1Rs 18:43-45; Lc 12:54). O inverno é, então, a estação chuvosa (SI 29:1-11; Ct 2:11; At 27:12-28.2), que inclui igualmente "as primeiras e as últimas chuvas" (Dt 11:14; Jó 29.23; SI 84.6; Pv 16:15; )r 5.24; Os 6:3; Jl 2:23; Zc 10:1; Tg 5:7) .125 Os dias de chuva mais pesada coincidem com o período do clima mais frio, de dezembro a fevereiro (Ed 10:9-13; Jr 36:22), quando é frequente a precipitação incluir neve e granizo.
Em termos gerais, a precipitação aumenta à medida que se avança para o norte. Elate, junto ao mar Vermelho, recebe 25 milímetros ou menos por ano; Berseba, no Neguebe, cerca de 200 milímetros; Nazaré, na região montanhosa da Baixa Galileia, cerca de 680 milímetros; o jebel Jarmuk, na Alta Galileia, cerca de 1.100 milímetros; e o monte Hermom, cerca de 1.500 milímetros de precipitação (v. no mapa 19 as médias de Tel Aviv, Jerusalém e Jericó]. A precipitação também tende a crescer na direção oeste.
Períodos curtos de transição ocorrem na virada das estações: um entre o final de abril e o início de maio, e outro entre meados de setembro e meados de outubro. Nesses dias, uma massa de ar quente e abrasador, hoje conhecida popularmente pelo nome de "siroco" ou "hamsin", pode atingir a Palestina vinda do deserto da Arábia.127 Essa situação produz um calor tórrido e uma sequidão total, algo parecido com os ventos de Santa Ana, na Califórnia. Conhecida na Bíblia pelas expressões "vento oriental" (Ex 10:13; Is 27:8; Ir 18.17; Ez 19:12; Os 12:1-13.
15) e "vento sul" (Lc 12:55), às vezes um vento siroco pode durar mais de uma semana, ressecando vegetação mais frágil e causando mais do que uma ligeira irritação em seres humanos e animais. Os ventos orientais da Bíblia podiam fazer secar espigas (Gn 41:6), secar o mar (Ex 14:21), causar morte e destruição (Jó 1.19), carregar pessoas (Jó 27.21), naufragar navios (SI 48.7; Ez 27:26) e fazer as pessoas desfalecerem e perderem os sentidos (In 4.8). Em contraste, um "vento norte" favorecia e revigorava a vida (Jó 37.22; Pv 25:23). A palavra suméria para "vento norte" significa literalmente "vento favorável".

ARBORIZAÇÃO
Nos lugares onde a terra recebia chuva suficiente, a arborização da Palestina antiga incluía matas perenes de variedades de carvalho, pinheiro, terebinto, amendoeira e alfarrobeira (Dt 19:5-2Sm 18.6; 2Rs 2:24; Ec 2:6; Is 10:17-19). Mas o mais comum era a terra coberta pelo mato fechado e plantas arbustivas (maquis) típicas da bacia do Mediterrâneo (1s 17.15; 1Sm 22:5; Os 2:14). Com base em análises de uma ampla amostra de pólen e também de restos de plantas e sementes tirados do interior de sedimentos, o mais provável é que, na Antiguidade remota, a arborização original da Palestina fosse bem densa e às vezes impenetrável, exceto nas regiões sul e sudeste, que margeavam o deserto, Os dados atuais apontam, porém, para uma destruição cada vez maior daquelas florestas e vegetação, destruição provocada pelo ser humano, o que começou já por volta de 3000 a.C. Mas três períodos se destacam como particularmente danosos:

(1) o início da Idade do Ferro (1200-900 a.C.);
(2) o final dos períodos helenístico e romano (aprox. 200 a.C.-300 d.C.);
(3) os últimos 200 anos.


O primeiro desses ciclos de destruição é o que mais afeta o relato bíblico que envolve arborização e uso da terra. No início da Idade do Ferro, a terra da Palestina experimentou, em sua paisagem, uma invasão massiva e duradoura de seres humanos, a qual foi, em grande parte, desencadeada por uma leva significativa de novos imigrantes e pela introdução de equipamentos de ferro. As matas da Palestina começaram a desaparecer diante das necessidades familiares, industriais e imperialistas da sociedade. Na esfera doméstica, por exemplo, grandes glebas de terra tiveram de ser desmatadas para abrir espaço para a ocupação humana e a produção de alimentos (Js 17:14-18).
Enormes quantidades de madeira devem ter sido necessárias na construção e na decoração das casas (2Rs 6:1-7; Jr 10:3). Calcula-se que cada família necessitava de uma a duas toneladas de lenha por ano (Js 9:21-27; Is 44:14-17; Ez 15:1-8; Mc 14:54). E o pastoreio de rebanhos temporários de ovelhas e cabras teria arrancado plantas sazonais que eram suculentas, mas sem raiz profunda. Por sua vez, a ocupação da terra teria requerido o apoio de certas indústrias, muitas das quais exigiam enormes recursos de madeira que, com certeza, danificaram o delicado equilíbrio ecológico da Palestina. A madeira era queimada em fornos de cozimento e em fornalhas industriais. Era necessária para a produção e vitrificação de vidro e na manufatura de cal, gesso, tijolos, canos e tubos de terracota, utensílios de cozimento, ferramentas de ferro e tábuas de escrever (alguns textos eram, na realidade, gravados sobre tábuas de madeira). Certos subprodutos de madeira tinham utilidade industrial, como solventes de água, no curtimento e tingimento e na medicina.
Muita madeira era empregada na extração de pedras nas encostas de montanhas e no represamento de cursos d'água. Mais madeira era transformada em carvão para o trabalho de mineração, fundição e forja de metais 130 Grandes quantidades também eram consumidas em sacrifícios nos templos palestinos.
Por fim, ainda outras áreas de floresta eram devastadas como resultado do imperialismo antigo, fosse na produção de instrumentos militares (Dt 20:19-20), fosse em injustificadas atividades de guerra (2Rs 3:25; SI 83.14,15; Is 10:15-19; Jr 6:4-8), fosse no pagamento de tributo compulsório.131 Os efeitos do desmatamento foram marcantes e permanentes. Existem consideráveis indícios de que a concomitante perturbação das camadas superiores do solo da Palestina provocou uma erosão pelo vento e pela água bastante acelerada, com subsequente perda da fertilidade das camadas finas de solo nas encostas. Alguns conservacionistas do solo calculam que, como resultado do desmatamento ocorrido na 1dade do Ferro, mais de 90 centímetros de solo e subsolo foram irrecuperavelmente perdidos da Cadeia Montanhosa Central, o que fez com que a base rochosa de áreas significativas daquele terreno ficasse visível. Uma vez que as camadas superiores do solo foram seriamente comprometidas ou destruídas, os subsolos predominantemente improdutivos não conseguiram regenerar a arborização. Existem indícios convincentes de oscilações climáticas durante o período do Israel bíblico, mas praticamente nenhuma evidência de mudança significativa ou radical do clima. O desflorestamento desenfreado da região, com a consequente deterioração e deslocamento da camada superior fértil, provocou um desgaste gradual e inexorável do meio ambiente. O cenário mudou para pior e até mesmo os modernos esforços de reflorestamento ainda não se mostraram completamente bem-sucedidos.
É bem irônico que as atividades desenvolvidas pelos próprios israelitas tenham contribuído de forma significativa para essa diminuição do potencial dos recursos da terra, na Palestina da Idade do Ferro Antiga. O retrato da arborização da Palestina pintado pela Bíblia parece estar de acordo com esses dados. Embora haja menção frequente a certas árvores tradicionais que mais favorecem o comprometimento e a erosão do solo (oliveira, figueira, sicômoro, acácia, amendoeira, romázeira, terebinto, murta, bálsamo), a Bíblia não faz quase nenhuma referência a árvores que fornecem madeira de lei para uso em edificações (carvalho, cedro, cipreste e algumas espécies de pinheiro). E inúmeras vezes a mencão a estas últimas variedades tinha a ver com outros lugares - frequentemente Basã, monte Hermom ou Líbano (Iz 9.15; 1Rs 4:33; SI 92.12; Is 40:16; Ez 27:5-6; Zc 11:2). Aliás, o abastecimento aparentemente inesgotável de madeira pelo Líbano era famoso no mundo antigo; o Egito começou a importá-la já à época do Reino Antigo.133 Vários reis mesopotâmicos e assírios viajaram para o Líbano para conseguir cedro. Em particular, os reis assírios costumavam se vangloriar de que uma de suas maiores façanhas era terem escalado os cumes do Líbano e derrubado suas imensas árvores (Is 14:8).
Pelo fato de a Palestina praticamente não ter reservas de madeira de lei, Davi, quando se lançou a seus projetos de construção em Jerusalém, achou necessário fazer um tratado com Hirão, rei de Tiro (e.g., 25m 5.11; 1Cr 14:1). Quando deu início a seus inúmeros empreendimentos de construção, Salomão foi forçado a ratificar aquele tratado (1Rs 5:1-18; 7:2-12; 2Cr 2:1-16; 9:10-28). Fenícios de Tiro forneceram a Salomão tanto a matéria-prima quanto a tecnologia para construir sua frota de navios mercantes (1Rs 10:22; cf. Ez 27:5-9, 25-36). Durante todo o período da monarquia, a construção, mesmo em pequena escala, implicava conseguir no exterior a madeira de lei necessária, conforme Jeoás e Josias descobriram (2Rs 12:12-22.6). Certa vez, a madeira que estava sendo usada para construir uma cidade no Reino do Norte foi levada, como um ato de agressão, para construir cidades em Judá (2Cr 16:6).
A disponibilidade de madeira de lei nativa não melhorou no período pós-exílico. Como parte do decreto de Ciro, que permitiu aos judeus voltarem à sua terra para reconstruir o templo, o monarca persa lhes deu uma quantia em dinheiro com a qual deveriam comprar madeira no Líbano (Ed 3:7). Mas suspeita-se que, quando aquela madeira chegou a Jerusalém, foi desperdiçada em residências particulares, em vez de ser usada no templo (Ag 1:8, cp. v. 4). Mais tarde, quando Neemias foi ao rei Artaxerxes pedindo dispensa do cargo na corte para trabalhar para melhorar as condições de vida ao redor de Jerusalém, recebeu do rei cartas que lhe permitiram obter madeira para a reconstrução dos muros e portas da cidade (Ne 2:4-8). Ainda mais tarde, madeira necessária para a imensa empreitada de construção realizada por Herodes em Cesareia Marítima teve de ser importada, provavelmente da Itália. E até mesmo no século 19, quando Charles Warren precisou de tábuas de madeira para dar continuidade a seu trabalho arqueológico em Jerusalém, ele descobriu que madeira ainda estava entre os produtos mais escassos e mais caros da Palestina.

O Clima no Oriente Médio no Verão
O Clima no Oriente Médio no Verão
O Clima no Oriente Médio no Inverno
O Clima no Oriente Médio no Inverno
Tabela do clima da Palestina
Tabela do clima da Palestina

CIDADES DO MUNDO BÍBLICO

FATORES QUE INFLUENCIARAM A LOCALIZAÇÃO
Várias condições geográficas influenciaram a localização de assentamentos urbanos no mundo bíblico. Em termos gerais, nesse aspecto, eram cinco os principais fatores que podiam ser determinantes:


(1) acesso à água;
(2) disponibilidade de recursos naturais;
(3) topografia da região;
(4) topografia do lugar;
(5) linhas naturais de comunicação. Esses fatores não eram mutuamente excludentes, de sorte que às vezes era possível que mais de um influenciasse na escolha do lugar exato de uma cidade específica.


O mais importante desses fatores era a ponderação sobre o acesso à água, em especial antes da introdução de aquedutos, sifões e reservatórios. Embora seja correto afirmar que a água era um aspecto central de todos os assentamentos num ambiente normalmente árido, parece que a localização de algumas cidades dependeu exclusivamente disso. Dois exemplos são: Damasco (situada no sopé oriental dos montes Antilíbano, num vasto oásis alimentado pelos caudalosos rios Abana e Farfar (2Rs 5:12) e Tadmor (localizada num oásis luxuriante e fértil no meio do deserto Oriental). Devido à disponibilidade de água doce nesses lugares, aí foram encontrados assentamentos bem anteriores à aurora da história bíblica, e esses dois estão entre alguns dos assentamentos mais antigos ocupados ininterruptamente no mundo bíblico. Outras cidades foram estabelecidas de modo a estarem bem perto de recursos naturais. A localização de Jericó, um dos assentamentos mais velhos da antiga Canaã, é uma excelente ilustração. A Jericó do Antigo Testamento foi construída ao lado de uma fonte excepcionalmente grande, mas também é provável que a cidade tenha sido estabelecida ali porque aquela fonte ficava perto do mar Morto e de seus recursos de betume. O betume era um produto primário de grande valor, com inúmeros usos. Na Antiguidade remota, o mar Morto era uma das poucas fontes conhecidas desse produto, de sorte que o betume dali era recolhido e transportado por todo o Egito e boa parte do Crescente Fértil. Como consequência, uma motivação econômica inicialmente levou à região uma colônia de operários e logo resultou na fundação de uma povoação nas proximidades. De modo análogo, a localização da antiga cidade de Sardes, situada próxima da base do monte Tmolo e junto do ribeiro Pactolo, foi com certeza determinada pela descoberta de ouro naquele lugar, o que criou sua renomada riqueza.
Sabe-se de moedas feitas com uma liga de ouro e prata que foram cunhadas em Sardes já no sétimo século a.C.
A localização de algumas cidades se deveu à topografia da região. Já vimos como a posição de Megido foi determinada para controlar um cruzamento de estradas num desfiladeiro na serra do monte Carmelo. Da mesma maneira, a cidade de Bete-Horom foi posicionada para controlar a principal via de acesso para quem vai do oeste para o interior das montanhas de Judá e Jerusalém. A topografia regional também explica a posição de Corinto, cidade portuária de localizacão estratégica que se estendeu desordenadamente no estreito istmo de 5,5 quilômetros de terra que separa o mar Egeu do mar Adriático e forma a única ligação entre a Grécia continental e a península do Peloponeso.
Outras cidades estavam situadas de acordo com o princípio de topografia local. Com exceção do lado norte, em todos os lados Jerusalém estava rodeada por vales profundos com escarpas superiores a 60 metros. Massada era uma mesa elevada e isolada, cercada por penhascos rochosos e escarpados de mais de 180 metros de altura em alguns lugares.
A cidade de Samaria estava em cima de uma colina isolada de 90 metros de altura e cercada por dois vales com encostas íngremes. Como consequência da topografia local, essas cidades comumente resistiam melhor a ataques ou então eram conquistadas só depois de um longo período de cerco. Por fim, linhas naturais de comunicação podem ter determinado a localização de alguns assentamentos urbanos. Uma ilustracão clássica desse critério é Hazor - uma plataforma bastante fortificada, uma capital de província (Is 11:10) e um tell de 0,8 quilômetros quadrados que era um dos maiores de Canaã. A localização da cidade foi ditada pela posição e trajeto da Grande Estrada Principal. Durante toda a Antiguidade, Hazor serviu de porta de entrada para a Palestina e pontos mais ao sul, e com frequência textos seculares se referem a ela associando-a ao comércio e ao transporte. Da mesma forma, é muito provável que linhas de comunicação tenham sido o fator determinante na escolha do lugar onde as cidades de Gaza e Rabá/Ama vieram a ser estabelecidas.
Também é muito improvável que várias cidades menores iunto à via Inácia, a oeste de Pela (Heracleia, Lychnidos e Clodiana), tivessem se desenvolvido não fosse a existência e a localização dessa artéria de grande importância. E existem localidades ao longo da Estrada Real da Pérsia (tais como Ciyarbekir e Ptéria) cuja proeminência, se não a própria existência, deve-se à localizacão daquela antiga estrada. Como os fatores que determinavam sua localização permaneciam bem constantes. no mundo bíblico cidades tanto pequenas quanto grandes experimentavam, em geral, um grau surpreendente de continuidade de povoação. Mesmo quando um local era destruído ou abandonado por um longo período, ocupantes posteriores eram quase sempre atraídos pelo(s) mesmo(s) fator(es) que havia(m) sido determinante(s) na escolha inicial do lugar. Os colonos subsequentes tinham a satisfação de poder usar baluartes de tijolos cozidos, segmentos de muros ainda de pé, pisos de terra batida, fortificações, silos de armazenagem e poços. À medida que assentamentos sucessivos surgiam e caíam, e com frequência as cidades eram muitas vezes construídas literalmente umas em cima das outras, a colina plataforma (tell) em cima da qual se assentavam (Js 11:13; Jr 30:18-49.
2) ia ficando cada vez mais alta, com encostas mais íngremes em seu perímetro, o que tornava o local gradativamente mais defensável. Quando esse padrão se repetia com frequência, como é o caso de Laquis, Megido, Hazor e Bete-Sea, o entulho de ocupação podia alcançar 20 a 30 metros de altura.

A CORRETA IDENTIFICAÇÃO DE CIDADES ANTIGAS
Isso leva à questão da identificação de locais, o que é crucial para os objetivos de um atlas bíblico. A continuidade de ocupação é útil, mas a identificação segura de lugares bíblicos não é possível em todos os casos devido a dados documentais insuficientes e/ou a um conhecimento limitado da geografia. Muitos nomes não foram preservados e, mesmo quando um topônimo sobreviveu ou, em tempos modernos, foi ressuscitado e aplicado a determinado local, tentativas de identificação podem estar repletas de problemas. Existem casos em que um nome específico experimentou mudança de local. A Jericó do Antigo Testamento não ficava no mesmo lugar da Jericó do Novo Testamento, e nenhum dos dois. lugares corresponde à moderna Jericó. Sabe-se que mudanças semelhantes ocorreram com Siquém, Arade, Berseba, Bete-Sea, Bete-Semes, Tiberíades etc. Mudanças de nomes também acontecem de uma cultura para outra ou de um período para outro. A Rabá do Antigo Testamento se tornou a Filadélfia do Novo Testamento, que, por sua vez, transformou-se na moderna Amã. A Aco do Antigo Testamento se tornou a Ptolemaida do Novo Testamento, que, por sua vez, tornou-se a Acre dos cruzados.
A Siquém do Antigo Testamento se tornou a Neápolis do Novo Testamento, a qual passou a ser a moderna Nablus. E em alguns casos uma mudança de nome aconteceu dentro de um Testamento (e.g., Luz/Betel, Quiriate-Arba/Hebrom, Quiriate-Sefer/Debir e Laís/Dá). Frequentemente a análise desses casos exige uma familiaridade bastante grande com a sucessão cultural e as inter-relações linguísticas entre várias épocas da história da Palestina. Mesmo assim, muitas vezes a identificação do lugar continua difícil. Existe também o problema de homonímia: mais de um lugar pode ter o mesmo nome. As Escrituras falam de Afeque ("fortaleza") 143 no Líbano (Js 13:4), na planície de Sarom (1Sm 4:1), na Galileia (Js 19:30) e em Gola (1Rs 20:26-30). I Existe Socó ("lugar espinhoso") 45 na Sefelá (1Sm 17:1), em Judá (Is 15:48) e na planície de Sarom (1Rs 4:10). 16 Conforme ilustrado aqui, normalmente a homonímia acontece devido ao fato de os nomes dos lugares serem de sentido genérico: Hazor significa "terreno cercado", Belém significa "celeiro", Migdal significa "torre", Abel significa "campina", Gibeá significa "colina'", Cades significa "santuário cultual", Aim significa "fonte", Mispá significa "torre de vigia", Rimom significa "romã/ romázeira" e Carmelo significa "vinha de Deus". Por isso não é surpresa que, na Bíblia, mais de um lugar seja associado com cada um desses nomes. Saber exatamente quando postular outro caso de homonímia sempre pode ser problemático na criação de um atlas bíblico. Outra dimensão da mesma questão complexa acontece quando um mesmo nome pode ser aplicado alternadamente a uma cidade e a uma província ou território ao redor, como no caso de Samaria (1Rs 16:24, mas 1Rs 13:32), Jezreel (1Rs 18:45-46, mas Js 17:16), Damasco (Gn 14:15, mas Ez 27:18) ou Tiro (1Rs 7:13, mas 2Sm 24:7).
A despeito dessas dificuldades, em geral três considerações pautam a identificação científica de lugares bíblicos: atestação arqueológica, tradição ininterrupta e análise literária/ topográfica."7 A primeira delas, que é a mais direta e conclusiva, identifica determinada cidade por meio de uma inscrição desenterrada no lugar. Embora vários exemplos desse tipo ocorram na Síria-Mesopotâmia, são relativamente escassos na Palestina. Documentação assim foi encontrada nas cidades de Gezer, Arade, Bete-Sea, Hazor, Ecrom, Laquis, Taanaque, Gibeão, Dá e Mefaate.


Lamentavelmente a maioria dos topônimos não pode ser identificada mediante provas epigráficas, de modo que é necessário recorrer a uma das outras duas considerações. E possivel utilizar a primeira delas, a saber, a sobrevivência do nome, quando, do ponto de vista léxico, o nome permaneceu o mesmo e nunca se perdeu a identidade do local. Esse critério é suficientemente conclusivo, embora se aplique a bem poucos casos: Jerusalém, Hebrom, Belém e Nazaré. Muitos lugares modernos com nomes bíblicos são incapazes de oferecer esse tipo de apoio de tradição ininterrupta. Como consequência, tendo em vista as mudanças de nome e de lugar, isso suscita a questão óbvia - que continua sendo debatida em vários contextos - de até que ponto essas associações são de fato válidas. Aparentemente essas transferências não aconteceram de forma aleatória e impensada. Mudanças de localização parecem estar confinadas a um raio pequeno. Por exemplo, a Jericó do Antigo Testamento, a Jericó do Novo Testamento e a moderna Jericó estão todas dentro de uma área de apenas 8 quilômetros, e em geral o mesmo se aplica a outras mudanças de localização.
Ocasionalmente, quando acontece uma mudança de nome, o nome original do lugar é preservado num aspecto geográfico das proximidades. O nome Bete-Semes (T. er-Rumeilah) se reflete numa fonte contígua (Ain Shems); da mesma forma, Yabis, o nome moderno do uádi, é provavelmente uma forma que reflete o nome do local bíblico de Jabes(-Gileade], ao lado do qual ficava, na Antiguidade. Quando os dados arqueológicos proporcionam provas irrefutáveis do nome bíblico de um local, é bem comum que aquele nome se reflita em seu nome moderno. Por exemplo, a Gibeão da Bíblia é hoje em dia conhecida pelo nome de el-Jib; o nome Taanaque, que aparece na Bíblia, reflete-se em seu nome moderno de T. Tilinnik; a Gezer bíblica tem o nome refletido no nome moderno T. Jezer. Conquanto a associação de nomes implique alguns riscos, com frequência pode propiciar uma identificação altamente provável.
Um terceiro critério usado na identificação de lugares consiste em análise literária e topográfica. Textos bíblicos frequentemente oferecem uma pista razoavelmente confiável quanto à localização aproximada de determinado lugar. Um exemplo é a localização da Ecrom bíblica, uma das principais cidades da planície filisteia. As Escrituras situam Ecrom junto à fronteira norte da herança de Judá, entre Timna e Siquerom (Is 15:11), embora, na verdade, o local tenha sido designado para a tribo de Da (Is 19:43). Nesse aspecto, a sequência das cidades neste último texto é significativa: Ecrom está situada entre as cidades da Sefelá (Zorá, Estaol, Bete-Semes e Aijalom) e outras situadas nas vizinhanças de Jope, no litoral (Bene-Beraque e Gate-Rimom), o que fortalece a suposição de que se deve procurar Ecrom perto da fronteira ocidental da Sefelá (Js 19:41-42,45). Além do mais, Ecrom era a cidade mais ao norte dentro da área controlada pelos filisteus (Js 13:3) e era fortificada (1Sm 6:17-18). Por fim, Ecrom estava ligada, por uma estrada, diretamente a Bete-Semes e, ao que se presume, separada desta última por uma distância de um dia de viagem ou menos (1Sm 6:12-16). Desse modo, mesmo sem o testemunho posterior de registros neoassírios,149 Ecrom foi procurada na moderna T. Migne, um tell situado onde a planície Filisteia e a Sefelá se encontram, na extremidade do vale de Soreque, no lado oposto a Bete-Semes.
Ali, a descoberta de uma inscrição que menciona o nome do lugar bíblico confirmou a identificação.150 Contudo, existem ocasiões em que a Bíblia não fornece dados suficientes para identificar um lugar. Nesses casos, o geógrafo histórico tem de recorrer a uma análise de fontes literárias extrabíblicas, do antigo Egito, Mesopotâmia, Síria ou Ásia Menor. Alternativamente, a identificação de lugares é com frequência reforçada por comentários encontrados em várias fontes:


De qualquer maneira, mesmo quando todas essas exigências são atendidas, não se deve apresentar como definitiva a identificação de lugares feita apenas com base em análise topográfica. Tais identificações só devem ser aceitas tendo-se em mente que são resultado de uma avaliação probabilística.

Principais cidades da Palestina
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Principais cidades da Palestina
Principais cidades da Palestina
Principais sítios arqueológicos no mundo bíblico
Principais sítios arqueológicos no mundo bíblico
Principais sítios arqueológicos da Palestina
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Apêndices

Os apêndices bíblicos são seções adicionais presentes em algumas edições da Bíblia que fornecem informações complementares sobre o texto bíblico. Esses apêndices podem incluir uma variedade de recursos, como tabelas cronológicas, listas de personagens, informações históricas e culturais, explicações de termos e conceitos, entre outros. Eles são projetados para ajudar os leitores a entender melhor o contexto e o significado das narrativas bíblicas, tornando-as mais acessíveis e compreensíveis.

Gênesis e as viagens dos patriarcas

Informações no mapa

Carquemis

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Gileade

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CANAÃ

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MOABE

Torrente do Egito

Gerar

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Poço de Reobote

Bozra

Sur

Poço de Beer-Laai-Roi

Gósen

Ramessés

Om

Mênfis

EGITO

Rio Nilo

Cades, En-Mispate

Deserto de Parã

EDOM, SEIR

Temã

Avite

El-Parã (Elate)

Harã

PADÃ-ARÃ

Rio Eufrates

Mari

ASSÍRIA

Nínive

Calá

Assur

Rio Hídequel (Tigre)

MESOPOTÂMIA

ELÃO

Babel (Babilônia)

SINEAR (BABILÔNIA)

CALDEIA

Ereque

Ur

Siquém

Sucote

Maanaim

Penuel, Peniel

Vale do Jaboque

Rio Jordão

Betel, Luz

Ai

Mte. Moriá

Salém (Jerusalém)

Belém, Efrate

Timná

Aczibe

Manre

Hebrom, Quiriate-Arba

Caverna de Macpela

Mar Salgado

Planície de Savé-Quiriataim

Berseba

Vale de Sidim

Neguebe

Zoar, Bela

?Sodoma

?Gomorra

?Admá

?Zeboim


Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras


CARLOS TORRES PASTORINO

at 9:2
Sabedoria do Evangelho - Volume 2

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 29
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 10:1-4


1. E tendo convocado (Jesus) seus doze discípulos, deu-lhes poder sobre os espíritos atrasados, para os expulsarem, e para curarem todas as doenças e enfermidades.


2. Ora, os nomes dos doze emissários são estes: o primeiro, Simão, que também se chama Pedro, e André seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão;


3. Filipe e Bartolomeu, Tomé e Mateus, o coletor de impostos, Tiago, filho de Alfeu e Tadeu;


4. Simão, o Cananita, e Judas Iscariotes, que o entregou.


MC 3:13-19


13. Depois subiu ao monte e chamou para junto de si os que ele mesmo quis, e eles aderiram a ele.


14. Então designou doze para estarem com ele, e para enviálos a pregar;


15. e ter autoridade de expulsarem os espíritos desencarnados.


16. Eis os doze que designou: Simão, a quem deu o nome de Pedro; Tiago, filho de Zebedeu e João, irmão de Tiago, a quem deu o nome de Boanerges, isto é, filhos do trovão;


17. André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, filho de Alfeu, Tadeu, Simão o Cananita, e Judas Iscariotes, que o entregou.


LC 6:12-16


12. E aconteceu que naqueles dias se retirou para o monte a orar, e passou a noite no oratório de Deus.


13. E quando se fez dia, chamou seus discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais deu também o nome de emissários,


14. a saber: Simão, a quem também chamou Pedro, e André, seu irmão; Tiago e João, Filipe e Bartolomeu;


15. Mateus e Tomé; Tiago filho de Alfeu e Simão, chamado Zelote;


16. Judas irmão de Tiago, e Judas Iscariotes, que se tornou traidor.


Mateus apresenta-nos o fato como consumado. Marcos assinala a escolha no momento em que foi feita.


Lucas precede a escolha de outros pormenores, assim como a imposição de um título aos escolhidos.


Jesus havia rompido com os "donos" da religião (fariseus e escribas) que o haviam condenado à morte, unidos aos herodianos: a força religiosa e a força civil. Era-Lhe necessário, pois, recrutar um grupo que Lhe pudesse continuar a obra incipiente.


Como sempre fazia antes de qualquer decisão importante, retirou-se sozinho a um monte para orar. Os evangelistas dizem determinando-o com o artigo, como se fora já conhecido e bastasse citá-lo para saber-se de que monte se tratava: foi AO monte. Supuseram alguns tratar-se de Qarn-Hattin, mas este fica a 8 km de Cafarnaum; mais aceitável a hipótese de ter sido Um-Barakât ("Mãe das Bênçãos"), perto de Ain-Tabgha, a 3 km de Cafarnaum.


Realmente, não devia ficar muito distante, pois Lucas informa-nos que, logo após, Ele "entrou na cidade", bem como anota que passou toda a noite no "oratório de Deus" (en têi proseúchêi tou theou).


Esses oratórios (lugares de oração) eram geralmente paredes, sem teto, com assentos em forma de anfiteatro, usados, nas cidades em que não havia sinagogas, para as devoções e preces. Ora. Cafarnaum possuía sinagoga havia pouco tempo, pois ali ainda servia o centurião romano que a construíra (cfr.


LC 7:5). Então o "oratório" devia achar-se meio ou de todo abandonado, sendo ideal, por seu isolamento e por suas vibrações devocionais, para o transcurso de uma noite em oração.


Ao sair de sua prece prolongada, já dia, Jesus chama a si, como diz Marcos, "aqueles que Ele quis". E todos imediatamente aderiram a Ele. O Verbo grego apélthon tem o sentido exato de "vir abandonando tudo", ou seja, de aderir incondicionalmente.


Escolhidos os doze, deu-lhes o nome de "emissários", em grego "apóstolos". É a primeira vez que aparece esse título. O título grego "apóstolo" (em hebraico saluah, em aramaico saluha) era dado aos emissários ou comissionados do Sumo-Sacerdote ou do Sinédrio, quando enviados à Diáspora (Atos,

28:21) ou quando alguém era encarregado de missão especial: Paulo era "apóstolo" (emissário) do Sinédrio em Damasco (AT 9:1-2). Ainda após a queda de Jerusalém, de lá envia "apóstolos" o patriarca Jabne (cfr. Justino. Diál. 17. 108 e Eusébio, in Isaia, 18:1).


Desejando dar sempre o sentido verdadeiro e atual, correspondente aos termos usados na época de Jesus, traduzimos o grego "apóstolos" pelo português "emissários". Isto porque na simples transliteração do vocábulo, este assumiria um sentido que já variou profundamente em sua semântica através dos séculos, e representaria hoje um sentido que não tinha, absolutamente, naquela época. Baste-nos citar, como exemplo típico, a palavra epískopos, que foi transliterada para o latim "episcopus", passando em português a "bispo". Ora, o termo "bispo" exprime hoje uma coisa totalmente diferente do que significava" epíscopos" naquela época. O "epíscopos" era um simples supervisor (epi = super; scopos = visor), ou melhor, INSPETOR. E não tinha, (como hoje tem os bispos), aquele pomposo vestido roxo, nem usava mitra, nem báculo, nem anel para ser beijado, nem riquezas. Então, falar de "bispos" naquela época é grosseiro anacronismo histórico, falseamento de interpretação, como qualquer pessoa de mediana inteligência pode perceber, embora essa confusão possa trazer alguma vantagem a certas pessoas.


Este nosso modo de agir, traduzindo os termos para correspondentes atuais, corresponde à nossa intenção de compreender e de expor os Evangelhos em sua lídima pureza original, com o sentido exato dos termos usados pelos evangelistas.


A esses doze emissários, Jesus confere autoridade sobre os espíritos atrasados (obsessores). Essa interpreta ção coincide perfeitamente com a ideia original dos escritores, que traduziram por "espíritos nãopurificados" a expressão hebraica runôth hattumeah, que era o nome dado aos desencarnados que ainda habitavam os cemitérios (cfr. MT 8:28), lugar considerado "impuro". É a esses espíritas de cemitério (espíritas de mortos, el-hametim) e aos familiares (ôb) que Moisés proíbe de evocar para consultas (DT 18:11).


A seguir vem o número dos emissários: DOZE, lembrando os doze patriarcas, as doze tribos de Israel ("eles se sentarão em doze tronos para julgar as doze tribos", MT 19-28), os doze signos do zodíaco, etc. Que esse número encerrava uma intenção, está claro pelo açodamento de Pedro (AT 1. 15-16) em substituir Judas para restabelecer o número primitivo.


São quatro as listas completas dos emissários, todas agrupando os doze em três série de quatro, quando, sendo que os cabeças de série são sempre os mesmos, embora a ordem interna varie:

at 9:2
Sabedoria do Evangelho - Volume 6

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 28
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 20:20-28


20. Então veio a ele a mãe dos filhos de Zebedeu, com os filhos dela, prostrando-se e rogando algo.

21. Ele disse-lhe, pois: "Que queres"? Respondeu-lhe: "Dize que estes meus dois filhos se sentem um à tua direita e outro à tua esquerda em teu reino"

22. Retrucando, Jesus disse: "Não sabeis o que pedis. Podeis beber o cálice que estou para beber"? Disseram-lhe: "Podemos"! 23. Disse-lhes: "Sem dúvida bebereis o meu cálice; mas sentar à minha direita ou esquerda, não me compete concedê-lo, mas àquele para quem foi preparado por meu Pai".

24. E ouvindo os dez, indignaram-se contra os dois irmãos.

25. Chamando-os, porém, Jesus disse: "Sabeis que os governadores dos povos os tiranizam e os grandes os dominam.

26. Assim não será convosco; mas quem quiser dentre vós tornar-se grande, será vosso servidor,

27. e quem quiser dentre vós ser o primeiro, será vosso servo,

28. assim como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar sua alma como meio-de-libertação para muitos".

MC 10:35-45


35. E aproximaram-se dele Tiago e João os filhos de Zebedeu, dizendo-lhe: "Mestre, queremos que, se te pedirmos, nos faças".

36. Ele disse-lhes: "Que quereis que vos faça"?

37. Responderam-lhe eles: "Dá-nos que nos sentemos um à tua direita e outro à tua esquerda na tua glória".

38. Mas Jesus disse-lhes: "Não sabeis o que pedis. Podeis beber o cálice que eu bebo, ou ser mergulhados no mergulho em que sou mergulhado"? 39. Eles retrucaram-lhe: "Podemos"! Então Jesus disse-lhes: "O cálice que eu bebo, bebereis, e sereis mergulhados no mergulho em que sou mergulhado,

40. mas o sentar à minha direita ou esquerda, não me cabe concedê-lo, mas a quem foi dado".

41. E ouvindo isso, os dez começaram a indignarse contra Tiago e João.

42. E chamando-os, disse-lhes Jesus: "Sabeis que os reconhecidos como governadores dos povos os tiranizam e seus grandes os dominam.

43. Não é assim, todavia, convosco: mas o que quiser tornar-se grande dentre vós, será vosso servidor,

44. e o que quiser dentre vós ser o primeiro, será servo de todos.

45. Porque o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar sua alma como meio de libertação para muitos".



Lucas (Lucas 18:34) salientara que os discípulos "nada haviam entendido e as palavras de Jesus permaneciam ocultas para eles, que não tiveram a gnose do que lhes dizia". Mateus e Marcos trazem, logo depois, a prova concreta da verdade dessa assertiva.


Mateus apresenta o episódio como provocado pela mãe de Tiago e de João, com uma circunlocução típica oriental, que designa a mãe pelos filhos: "veio a mãe dos filhos de Zebedeu com os filhos dela", ao invés do estilo direto: "veio a esposa de Zebedeu com seus filhos". Trata-se de Salomé, como sabemos por Marcos (Marcos 15:40) confrontado com Mateus (Mateus 27:56). Lagrange apresenta num artigo (cfr. "L’Ami du Clergé" de 1931, pág. 844) a hipótese de ser Salomé irmã de Maria mãe de Jesus, portanto sua tia.


Sendo seus primos, o sangue lhe dava o direito de primazia. Em nossa hipótese (vol. 3), demos Salomé como filha de Joana de Cuza, esta sim, irmã de Maria. Então Salomé seria sobrinha de Maria e prima em 1. º grau de Jesus (sua "irmã"), sendo Tiago e João "sobrinhos de Jesus", como filhos de sua "irmã"

Salomé. Então, sendo seus sobrinhos, a razão da consanguinidade continuava valendo. Além disso, Salomé como sua irmã, tinha essa liberdade, e se achava no direito de pedir, pois dera a Jesus seus dois filhos e ainda subvencionava com seu dinheiro as necessidades de Jesus e do Colégio apostólico (cfr. LC 8:3 e MC 15:41).


Como na resposta Jesus se dirige frontalmente aos dois, Marcos suprimiu a intervenção materna: realmente eles estavam de pleno acordo com o pedido, tanto que, a seu lado, aguardavam ansiosos a palavra de Jesus. A interferência materna foi apenas o "pistolão" para algo que eles esperavam obter.


Como pescadores eram humildes; mas elevados à categoria de discípulos e emissários da Boa-Nova, acende-se neles o fogo da ambição, que era justa, segundo eles, pois gozavam da maior intimidade de Jesus, que sempre os distinguia, destacando-os, juntamente com Pedro, dos demais companheiros, nos momentos mais solenes (cfr. Mat, 9:1; 17:1; MC 1:29; MC 5:37; MC 9:12; MC 14:33; LC 8:51). Tinham sido, também, açulados pela promessa de se sentarem todos nos doze "tronos", julgando Israel (MT 19:28), então queriam, como todo ser humano, ocupar os primeiros lugares (MT 23:6 e LC 14:8-10).


A cena é descrita com pormenores. Embora parente de Jesus, Salomé lhe reconhece o valor intrínseco e a grandeza, e prostra-se a Seus pés, permanecendo silenciosa e aguardando que o Mestre lhe dirija a palavra em primeiro lugar: "que queres"?


Em Marcos a resposta é dos dois: "Queremos" (thélomen) o que exprime um pedido categórico, não havendo qualquer dúvida nem hesitação quanto à obtenção daquilo que se pede: não é admitida sequer a hipótese de recusa : "queremos"!


Jesus não os condena, não os expulsa da Escola, não os apresenta à execração pública, não os excomunga; estabelece um diálogo amigável, em que lhes mostra o absurdo espiritual do pedido, valendose do episódio para mais uma lição. Delicadamente, porém, é taxativo na recusa. Sabe dizer um NÃO sem magoar, dando as razões da negativa, explicando o porquê é obrigado a não atender ao pedido: não depende dele. Mas não titubeia nem engana nem deixa no ar uma esperança inane.


Pelas expressões de Jesus, sente-se nas entrelinhas a tristeza de quem percebe não estar sendo entendido: "não sabeis o que pedis" Essa resposta lembra muito aquela frase proferida mais tarde, em outras circunstâncias: "Não sabem o que fazem"! (LC 23:34).


Indaga então diretamente: "podeis beber o cálice que estou para beber ou ser mergulhado no mergulho em que sou mergulhado"? A resposta demonstra toda a presunção dos que não sabem, toda a pretensão dos que que ignoram: "podemos"!


Jesus deve ter sorrido complacente diante dessa mescla de amor e de ambição, de disposição ao sacrif ício como meio de conquistar uma posição de relevo! Bem iguais a nós, esses privilegiados que seguiram Jesus: entusiasmo puro, apesar de nossa incapacidade!


Cálice (em grego potêrion, em hebraico kôs pode exprimir. no Antigo Testamento, por vezes, a alegria (cfr. SL 23:5; SL 116:13; Lament 4:21); mas quase sempre é figura de sofrimento (cfr. SL 75:8; 1s.


51:17,22; EZ 23:31-33).


Baptízein é um verbo que precisa ser bem estudado; as traduções correntes insistem em transliterar a palavra grega, falando em batismo e batizar, que assume novo significado pela evolução semântica, no decorrer dos séculos por influência dos ritos eclesiásticos e da linguagem litúrgica. Batismo tomou um sentido todo especial, atribuído ao Novo Testamento, apesar de ignorado em toda a literatura anterior e contemporânea dos apóstolos. Temos que interpretar o texto segundo a semântica da época, e não pelo sentido que a palavra veio a assumir séculos depois, por influências externas.


Estudemos o vocábulo no mais autorizado e recente dicionário ("A Greek English Lexicon", de Liddell

& Scott, revised by Henry Stuart Jones, Londres, 1966), in verbo (resumindo): "Baptizô, mergulhar, imergir: xíphos eis sphagên, "espada mergulhada na garganta" (Josefo Rell. Jud.


2. 18. 4): snáthion eis tò émbryon "espátula no recém-nascido" Soranus, médico do 2. º séc. A. C. 2. 63); na voz passiva: referindo-se à trepanação Galeno, 10, 447. Ainda: báptison seautòn eis thálassau e báptison Dionyson pros tên thálassan, "mergulhado no mar" (Plutarco 2. 166 a e 914 d); na voz passiva com o sentido de "ser afogado", Epicteto, Gnomologium 47. Baptízô tinà hypnôi, "mergulho algu ém no sono" (Anthologia Graeca, Evenus elegíaco do 5. º séc. A. C.) e hynnôi bebantisméns "mergulhado no sono letárgico" (Archígenes, 2. º séc., apud Aécio 63); baptízô eis anaisthesían kaì hypnon," mergulhado na anestesia e no sono " (Josefo, Ant. JD 10, 9, 4); psychê bebaptisménê lypêi" alma mergulhada na angústia" (Libânio sofista, 4. º séc. A. D., Orationes, 64,115)".


Paulo (Rom, 6:3-4) fala de outra espécie de batismo: "porventura ignorais que todos os que fomos mergulhados em Cristo Jesus, fomos mergulhados em sua morte? Fomos sepultados com ele na morte pelo mergulho, para que, como Cristo despertou dentre os mortos pela substância do Pai, assim nós andemos em vida nova".


Até agora tem sido interpretado este trecho como referente aos sofrimentos físicos de Tiago, decapitado em Jerusalém por Herodes Agripa no ano 44 (cfr. AT 12:2) e de João, que morreu de morte natural, segundo a tradição, mas foi mergulhado numa caldeira de óleo fervente diante da Porta Latina (Tertuliano, De Praescriptione, 36 Patrol. Lat. vol. 2, col, 49) e foi exilado na ilha de Patmos (Jerônimo, Patrol. Lat. vol. 26, col. 143).


As discussões maiores, todavia, se prendem à continuação. Pois Jesus confirma que eles beberão seu cálice e mergulharão no mesmo mergulho, mas NÃO CABE a Ele conceder o lugar à sua direita ou esquerda! Só o Pai! Como? Sendo Jesus DEUS, segundo o credo romano, sendo UM com o Pai, NÃO PODE resolver? Só o Pai; E Ele NÃO SABE? Não tem o poder nem o conhecimento do que se passaria no futuro? Por que confirmaria mais uma vez aqui que o Pai era maior que Ele (JO 14:28)?


Como só o Pai conhecia "o último dia" (MT 24:36). Como só o Pai conhecia "os tempos e os momentos" (AT 1:7). Como resolver essa dificuldade? Como uma "Pessoa" da Trindade poderá não ter conhecimento das coisas? Não são três "pessoas" mas UM SÓ DEUS?


Os comentadores discutem, porque estão certos de que o "lugar à direita e à esquerda" se situa NO CÉU. Knabenbauer escreve: neque Messias in terra versans primas in caelo sedes nunc petentibus quibusque assignare potest, ac si vellet Patris aeterni decretum mutare vel abrogare (Cursus Sacrae Scripturae, Paris, 1894, pág. 281), ou seja: "nem o Messias, estando na Terra, pode dar os primeiros lugares no Céu aos que agora pedem, como se pretendesse mudar ou ab-rogar o decreto do Pai eterno".


Outros seguem a mesma opinião, como Loisy, "Les Évangiles Synoptiques", 1908, tomo 2, página 238; Huby, "Êvangile selon Saint Marc", 1924, pág. 241; Lagrange, "L’Évangile selon Saint Marc", 1929,pág. 280, etc. etc.


Os séculos correram sobre as discussões infindáveis, sem que uma solução tivesse sido dada, até que no dia 5 de junho de 1918, após tão longa perplexidade, o "Santo Ofício" deu uma solução ao caso.


Disse que se tratava do que passaria a chamar-se, por uma "convenção teológica", uma APROPRIAÇÃO, ou seja: "além das operações estritamente trinitárias, todas as obras denominadas ad extra (isto é, "fora de Deus") são comuns às pessoas da Santíssima Trindade; mas a expressão corrente - fiel à iniciativa de Jesus - reserva e apropria a cada uma delas os atos exteriores que tem mais afinidade com suas relações hipostáticas".


Em outras palavras: embora a Trindade seja UM SÓ DEUS, no entanto, ao agir "para fora", ao Pai competem certos atos, outros ao Filho, e outros ao Espírito Santo. Não sabemos, todavia, como será possível a Deus agir "para fora", se Sua infinitude ocupa todo o infinito e mais além!


Os dois irmãos, portanto, pretendem apropriar-se dos dois primeiros lugares, sem pensar em André, que foi o primeiro chamado, nem em Pedro, que recebeu diante de todos as "chaves do reino". Como verificamos, a terrível ambição encontrou terreno propício e tentou levar à ruína a união dos membros do colégio apostólico, e isso ainda na presença física de Jesus! Que não haveria depois da ausência Dele?


Swete anota que os dez se indignaram, mas "pelas costas" dos dois, e não diante deles; e isto porque foi empregada pelo narrador a preposição perí, e não katá, que exprimiria a discussão face a face.


Há aqui outra variante. Nas traduções vulgares diz-se: "não me pertence concedê-lo, mas será dado àqueles para quem está destinado por meu Pai". No entanto, o verbo hetoimózô significa mais rigorosamente" preparar ". Ora, aí encontramos hétoímastai, perfeito passivo, 3. ª pessoa singular; portanto," foi preparado".


Jesus entra com a sublime lição da humildade e do serviço, que, infelizmente, ainda não aprendemos depois de dois mil anos: é a vitória através do serviço prestado aos semelhantes. O exemplo vivo e palpitante é o próprio caso Dele: "Vim" (êlthen) indica missão especial da encarnação (cfr. MC 1:38 e 2:17; e IS 52:13 a 53:12). E essa vinda especial foi para SERVIR (diakonêsai), e não para ser servido (diakonêthênai), fato que foi exaustivamente vivido pelo Mestre diante de Seus discípulos e em relação a eles.


O serviço é para libertação (lytron). Cabe-nos estudar o significado desse vocábulo. "Lytron" é, literalmente" meio-de-libertação", a que também se denomina "resgate". O resgate era a soma de dinheiro dada ao templo, ao juiz ou ao "senhor" para, com ela, libertar o escravo. O termo é empregado vinte vezes na Septuaginta (cfr. Hatche and Redpath, "Concordance to the Septuagint", in verbo) e corresponde a quatro palavras do texto hebraico massorético: a kôfer, seis vezes; a pidion e outros derivados de pâdâh, sete vezes; a ga"al ou ge"ullah, cinco vezes, e a mehhir, uma vez; exprime sempre a compensa ção, em dinheiro, para resgatar um homicídio ou uma ofensa grave, ou o preço pago por um objeto, ou o resgate de um escravo para comprar-lhe a liberdade. E a vigésima vez aparece em Números (Números 3:12) quando o termo lytron exprime a libertação por substituição: os levitas podiam servir de lytron, substituindo os primogênitos de Israel no serviço do Templo.

Temos, portanto, aí, a única vez em que lytron não é dinheiro, mas uma pessoa humana, que substitui outra, para libertá-la de uma obrigação imposta pela lei.


Em vista disso, a igreja romana interpretou a crucificação de Jesus como um resgate de sangue dado por Deus ao Diabo (!?), afim de comprar a liberdade dos homens! Confessemos que deve tratar-se de um deus mesquinho, pequenino, inferior ao "diabo", e de tal modo sujeito a seus caprichos, que foi constrangido a entregar seu próprio filho à morte para, com o derramamento de seu sangue, satisfazerlhe os instintos sanguinários; e o diabo então, ébrio de sangue, abriu a mão e permitiu (!) que Deus pudesse carregar para seu céu algumas das almas que lhe estavam sujeitas... Como foi possível que tantas pessoas inteligentes aceitassem uma teoria tão absurda durante tantos séculos? ... Isso poderia ocorrer com espíritos inferiores em relação a homens encarnados, como ainda hoje vemos em certos" terreiros" de criaturas fanatizadas, e como lemos também em Eusébio (Patrol. Graeca, vol. 21, col. 85) que transcreve uma notícia de Philon de Byblos, segundo o qual os reis fenícios, em caso de calamidade, sacrificavam seus filhos mais queridos para aplacar seu "deus", algum "exu" atrasadíssimo.


Monsenhor Pirot (o. c. vol. 9, pág. 530) diz textualmente: "entregando-se aos sofrimentos e à morte, é que Jesus pagará o resgate de nossa pobre humanidade, e assim a livrará do pecado que a havia escravizado ao demônio"!


Uma palavra ainda a respeito de polloí que, literalmente, significa "’muitos". Pergunta-se: por que resgate" de muitos" e não "de todos"? Alguns aduzem que, em vários pontos do Novo Testamento, o termo grego polloí corresponde ao hebraico rabbim, isto é, "todos" (em grego pántes), como em MT 20:28 e MT 26:28; em MC 14:24; em RM 5:12-19 e em IS 53:11-12).


Sabemos que (MT 1:21) foi dado ao menino o nome de Jesus, que significa "Salvador" porque libertar á "seu povo de seus erros"; e Ele próprio dirá que traz a libertação para os homens (LC 4:18).


Esta lição abrange vários tópicos:

  • a) o exemplo a ser evitado, de aspirar, nem mesmo interior e subconscientemente, aos primeiros postos;

  • b) a necessidade das provas pelas quais devem passar os candidatos à iniciação: "beber o cálice" e "ser mergulhados";

  • c) a decisão, em última instância, cabe ao Pai, que é superior a Jesus (o qual, portanto, não é Deus no sentido absoluto, como pretendem os católicos romanos, ortodoxos e reformados);

  • d) a diferença, mais uma vez sublinhada, entre personagem e individualidade, sendo que esta só evolui através da LEI DO SERVIÇO (5. º plano).


Vejamo-lo em ordem.


I - É próprio da personagem, com seu "eu" vaidoso e ambicioso, querer projetar-se acima dos outros, em emulação de orgulho e egoísmo. São estes os quatro vícios mais difíceis de desarraigar da personagem (cfr. Emmanuel, "Pensamento e Vida", cap. 24), e todos os quatro são produtos do intelecto separatista e antagonista da individualidade.


O pedido de Tiago (Jacó) e de João, utilizando-se do "pistolão" de sua mãe, é típico, e reflete o que se passa com todas as criaturas ainda hoje. Neste ponto, as seitas cristãs que se desligaram recentemente do catolicismo (reformados e espiritistas) fornecem exemplos frisantes.


Entre os primeiros, basta que alguém julgue descobrir nova interpretação de uma palavra da Bíblia, para criar mais uma ramificação, em que ele EVIDENTEMENTE será o primeiro, o "chefe".


O mesmo se dá entre os espiritistas. Pululam "centros" e "tendas" que nascem por impulso vaidoso de elementos que se desligam das sociedades a que pertenciam para fundar o SEU centro ou a SUA tenda: ou foram preteridos dos "primeiros lugares à direita e à esquerda" do ex-chefe; ou se julgam mais capazes de realização que aquele chefe que, segundo eles, não é dinâmico; ou discordam de alguma interpretação da doutrina; ou querem colocar em evidência o SEU "guia", que acham não estar sendo bastante "prestigiado" (quando não é o próprio "guia" (!) que quer aparecer mais, e incita o seu" aparelho" a fundar outro centro PARA Ele!); ou a criatura quer simplesmente colocar-se numa posição de destaque de que não desfrutava (embora jamais confesse essa razão); ou qualquer outro motivo, geralmente fútil e produto da vaidade, do orgulho, do egoísmo e da ambição. Competência? Cultura?


Adiantamento espiritual? Ora, o essencial é conquistar a posição de "chefe"! Há ainda muitos Tiagos e Joões, e também muitas Salomés, que buscam para seus filhos ou companheiros os primeiros lugares, e tanto os atenazam com suas palavras e reclamações, que acabam vencendo. Que se abram os olhos e se examinem as consciências, e os exemplos aparecerão por si mesmos.


Tudo isso é provocado pela ânsia do "eu" personalístico, de destacar-se da multidão anônima; daí as" diretorias" dos centros e associações serem constituídas de uma porção de NOMES, só para satisfazer à vaidade de seus portadores, embora estes nada façam e até, por vezes, atrapalhem os que fazem.


O Antissistema é essencialmente separatista e divisionista, e por isso o dizemos " satânico" (opositor).


II - As "provas" são indispensáveis para que as criaturas sejam aprovadas nos exames. E por isso Jesus salienta a ignorância revelada pelo pedido de quem queria os primeiros postos, sem ter ainda superado a" dificuldades do caminho: "não sabeis o que pedis"!


O cálice que deve beber o candidato é amargo: são as dores físicas, os sofrimentos morais, as angústias provocadas pela aniquilação da personalidade e pela destruição total do "eu" pequeno, que precisa morrer para que a individualidade cresça (cfr. JO 3:30); são as calúnias dos adversários e: , sobretudo, dos companheiros de ideal que o abandonam, com as desculpas mais absurdas, acusandoo de culpas inexistentes, embora possam "parecer" verdadeiras: mas sempre falando pelas costas, sem dar oportunidade ao acusado de defender-se: são os martírios que vêm rijos: as prisões materiais (raramente) mas sobretudo as morais: por laços familiares; as torturas físicas (raras, hoje), mas principalmente as do próprio homem, criadas pelo "eu" personalístico, que o incita a largar tudo e a trocar os sacrifícios por uma vida fácil e tranquila, que lhe é tão simples de obter...


Mas, além disso, há outra prova: o MERGULHO na "morte".


Conforme depreendemos do sentido de baptízô que estudamos, pode o vocábulo significar: mergulhar ou imergir na água; mergulhar uma espada no corpo de alguém; mergulhar uma faca para operar cirurgicamente; mergulhar alguém no sono letárgico, ou mergulhar na morte.


Podemos, pois, interpretar o mergulho a que Jesus se refere como sendo: o mergulho no "coração" para o encontro com o Cristo interno; o mergulho que Ele deu na atmosfera terrena, provindo de mundos muito superiores ao nosso; o mergulho no sono letárgico da "morte", para superação do quinto grau iniciático, do qual deveria regressar à vida, tal como ocorrera havia pouco com Lázaro; ou outro, que talvez ainda desconheçamos. Parece-nos que a referência se fez à iniciação.


Estariam os dois capacitados a realizar esse mergulho e voltar à vida, sem deixar que durante ele se rompesse o "cordão prateado"? Afoitamente responderam eles: "podemos"! Confiavam nas próprias forças. Mas era questão de tempo para preparar-se. João teve tempo, Tiago não... Com efeito, apenas doze anos depois dessa conversa, (em 42 A. D.) Tiago foi decapitado, não conseguindo, pois, evitar o rompimento do "umbigo fluídico". Mas João o conseguiu bem mais tarde, quando pode sair com vida (e Eusébio diz "rejuvenescido") da caldeira de óleo fervente, onde foi literalmente mergulhado.


A esse mergulho, então, parece-nos ter-se referido Jesus: mergulho na morte com regresso à vida, após o "sono letárgico" mais ou menos prolongado, que Ele realizaria pouco mais tarde.


Esse mergulho é essencial para dar ao iniciado o domínio sobre a morte (cfr. "a morte não dominará mais além dele", RM 6:9; "por último, porém, será destruída a morte", 1CO 15:26; "a morte foi absorvida pela vitória; onde está, ó morte, tua vitória? onde está, ó morte, teu estímulo"?, 1CO

15:54-55; "Feliz e santo é o que tem parte na primeira ressurreição: sobre estes a segunda morte não tem poder, mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com Ele durante os mil anos": AP 20:6). De fato, a superação do quinto grau faz a criatura passar ao sexto, que é o sacerdócio (cfr. vol. 4).


Modernamente o sacerdócio é conferido por imposição das mãos, com rituais específicos, após longa preparação. No catolicismo, ainda hoje, percebemos muitos resquícios das iniciações antigas, como podemos verificar (e o experimentamos pessoalmente). Em outras organizações que "se" denominam" ordens iniciáticas", o sacerdócio é apenas um título pro forma, simples paródia para lisonjear a vaidade daqueles de quem os "Chefes" querem, em retribuição, receber também adulações, para se construírem fictício prestígio perante si mesmos.


O sacerdócio REAL só pode ser conferido após o mergulho REAL, efetivo e consciente, plenamente vitorioso, no reino da morte. Transe doloroso e arriscado para quem não esteja à altura: "podeis ser mergulhados no mergulho em que sou mergulhado"?


A morte, realizada em seu simulacro, no sono cataléptico era rito insubstituível no Egito, onde se utilizava, por exemplo, a Câmara do Rei, na" pirâmide de Quéops, para o que lá havia (e ainda hoje lá está), o sarcófago vazio, onde se deitavam os candidatos. Modernamente, Paul Brunton narra ter vivido pessoalmente essa experiência (in "Egito Secreto"). Também na Grécia os candidatos passavam por essa prova, sob a proteção de Hades e Proserpina, nos mistérios dionisíacos; assim era realizado em Roma (cfr. Vergílio, Eneida, canto VI e Plotino, Enéadas, sobretudo o canto V); assim se, fazia em todas as escolas antigas, como também, vimo-lo, ocorreu com Lázaro.


Superada essa morte, o vencedor recebia seu novo nome, o hierónymos (ou seja, hierós, "sagrado";


ónymos, "nome"), donde vem o nome "Jerônimo"; esse passava a ser seu nome sacerdotal, o qual, de modo geral, exprimia sua especialidade espiritual, intelectual ou artística; costume que ainda se conserva na igreja romana, sobretudo nas Ordens Monásticas (cfr. vol. 5, nota) (1). O catolicismo prepara para o sacerdócio com cerimônias que lembram e "imitam" a morte, da qual surge o candidato, após a "ordenação", como "homem novo" e muitas vezes com nome diferente.


(1) Veja-se, também, a esse respeito: Ephemerides Archeologicae, 1883, pág. 79; C. I. A., III, 900; Luciano, Lexiphanes, 10; Eunapio, In Maximo, pág. 52; Plutarco, De Sera Numinis Vindicta, 22.


III - Já vimos que Jesus, cônscio de Sua realidade, sempre se colocou em posição subalterna e submissa ao Pai, embora se afirmasse "unido a Ele e UNO com Ele" (JO 10:30, JO 10:38; 14:10, 11, 13;


16:15, etc. etc.) .


Vejamos rapidamente alguns trechos: "esta é a vontade do Pai que me enviou" (JO 6:40), logo vontade superior à Sua, e autoridade superior, pois só o superior pode "enviar" alguém; "falo como o Pai me ensinou" (JO 8:28), portanto, o inferior aprende com o superior, com quem sabe mais que ele; "o Pai me santificou" (JO 10. 36), o mais santo santifica o menos santo; "O Pai que me enviou, me ordenou" (JO 12:49), só um inferior recebe ordens e delegações do superior; "falo como o Pai me disse" (JO 12:50), aprendizado de quem sabe menos com quem sabe mais; "o Pai, em mim, faz ele mesmo as obras" (JO 14:11), logo, a própria força de Jesus provém do Pai, e reconhecidamente não é sua pessoal; "o Pai é maior que eu" (JO 14:28), sem necessidade de esclarecimentos; "como o Pai me ordenou, assim faço" (JO 14:31); "não beberei o cálice que o Pai me deu"? (JO 18:11), qual o inferior que pode dar um sofrimento a um superior? "como o Pai me enviou, assim vos envio" (JO 20:21); e mais: "Quem me julga é meu Pai" (JO 8:54); "meu Pai, que me deu, é maior que tudo" (JO 10:29); "eu sou a videira, meu Pai é o viticultor" (JO 15:1), portanto, o agricultor é superior à planta da qual cuida; "Pai, agradeço-te porque me ouviste" (JO 11:41), jamais um superior ora a um inferior, e se este cumpre uma "ordem" não precisa agradecer-lhe; "Pai, salva-me desta hora" (JO 12:27), um menor não tem autoridade para "salvar" um maior: sempre recorremos a quem está acima de nós; e mais: "Pai, afasta de mim este cálice" (MC 14:36); "Pai, se queres, afasta de mim este cálice" (LC 22:42); "Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem" (LC 23:34), e porque, se fora Deus, não diria: "perdoo-lhes eu"? e o último ato de confiança e de entrega total: "Pai, em tuas mãos entrego meu espírito" (LC 23:46), etc.


Por tudo isso, vemos que Jesus sempre colocou o Pai acima Dele: "faça-se a tua vontade, e não a minha" (MT 26:42, LC 22:42). Logo, não se acredita nem quer fazer crer que seja o Deus Absoluto, como pretendeu torná-Lo o Concílio de Nicéia (ano 325), contra os "arianos", que eram, na realidade, os verdadeiros cristãos, e dos quais foram assassinados, em uma semana, só em Roma, mais de 30. 000, na perseguição que contra eles se levantou por parte dos "cristãos" romanos, que passaram a denominar-se "católicos".


Natural que, não sendo a autoridade suprema, nem devendo ocorrer as coisas com a simplicidade suposta pelos discípulos, no restrito cenário palestinense, não podia Jesus garantir coisa alguma quanto ao futuro. Daí não poder NINGUÉM garantir "lugares determinados" no fabuloso "céu", como pretenderam os papas católicos ao vender esses lugares a peso de ouro (o que provocou o protesto veemente de Lutero); nem mesmo ter autoridade para afirmar que A ou B são "santos" no "céu", como ainda hoje pretendem com as "canonizações". Julgam-se eles superiores ao próprio Jesus, que humilde e taxativamente asseverou: "não me compete, mas somente ao Pai"! A pretensão vaidosa dos homens não tem limites! ...


IV - A diferença entre a personagem dominadora e tirânica, representada pelo exemplo dos "governadores de povos" e dos "grandes", e a humildade serviçal da individualidade" é mais uma vez salientada.


Aqueles que seguem o Cristo, têm como essencial SERVIR ATRAVÉS DO AMOR e AMAR ATRAVÉS

DO SERVIÇO.


Essa é a realidade profunda que precisa encarnar em nós. Sem isso, nenhuma evolução é possível.


O próprio Jesus desceu à Terra para servir por amor. E esse amor foi levado aos extremos imagináveis, pois além do serviço que prestou à humanidade, "deu sua alma para libertação de muitos".


Esta é uma das lições mais sublimes que recebemos do Mestre.


Quem não liquidou seu personalismo e passou a "servir", em lugar de "ser servido", está fora da Senda.


DAR SUA ALMA, que as edições vulgares traduzem como "dar sua vida", tem sentido especial. O fato de "dar sua vida" (deixar que matem o corpo físico) é muito comum, é corriqueiro, e não apresenta nenhum significado especial, desde o soldado que "dá sua vida" para defender, muitas vezes, a ambição de seus chefes, até a mãe que "dá sua vida" para colocar mundo mais um filho de Deus; desde o fanático que "dá sua vida" para favorecer a um grupo revolucionário, até o cientista que também "dá sua vida" em benefício do progresso da humanidade; desde o mantenedor da ordem pública que "dá sua vida" para defender os cidadãos dos malfeitores, até o nadador, que "dá sua vida" para salvar um quase náufrago; muitas centenas de pessoas, a cada mês, dão suas vidas pelos mais diversos motivos, reais ou imaginários, bons ou maus, filantrópicos ou egoístas, materiais ou espirituais.


Ora, Jesus não deu apenas sua vida, o que seria pouca coisa, pois com o renascimento pode obter-se outro corpo, até bem melhor que o anterior que foi sacrificado.


Jesus deu SUA ALMA, Sua psychê, toda a Sua sensibilidade amorosa, num sacrifício inaudito, trazendoa de planos elevados, onde só encontrava a felicidade, para "mergulhar" na matéria grosseira de um planeta denso e atrasado, imergindo num oceano revolto de paixões agudas e descontroladas, tendo que manter-se ligado aos planos superiores para não sucumbir aos ataques mortíferos que contra Ele eram assacados. Sua aflição pode comparar-se, embora não dê ainda ideia perfeita, a um mergulhador que descesse até águas profundas do oceano, suportando a pressão incomensurável de muitas toneladas em cada centímetro quadrado do corpo. Pressão tão grande que sufoca, peso tão esmagador que oprime. Nem sempre o físico resiste. E quando essa pressão provém do plano astral, atingindo diretamente a psychê, a angústia é muito mais asfixiante, e só um ser excepcional poderá suportá-la sem fraquejar.


Jesus deu Sua psychê para libertação de muitos. Realmente, muitos aproveitaram o caminho que ele abriu. Todos, não. Quantos se extraviaram e se extraviam pelas estradas largas das ilusões, pelos campos abertos do prazer, aventurando-se no oceano amplo de mâyâ, sem sequer desconfiar que estão passeando às tontas, sem direção segura, e que não alcançarão a pleta neste eon; e quantos, também, despencam ladeira abaixo, aos trambolhões, arrastados pelas paixões que os enceguecem, pelos vícios que os ensurdecem, pela indiferença que os paralisa; e vão de roldão estatelar-se no fundo do abismo, devendo aguardar outras oportunidades: nesta, perderam a partida e não conseguiram a liberdade gloriosa dos Filhos de Deus.


Muitos, entretanto, já se libertaram. São os que se esquecem de si mesmos, os que deixam de existir e se transformam em pão, para alimentar a fome da humanidade: a fome física, a fome intelectual, a fome espiritual; e transubstanciam seu sangue em vinho de sabedoria, em vinho de santidade, em vinho de amor, para inebriar as criaturas com o misticismo puro da plenitude crística, pois apresentam a todos, como Mestre, apenas o Cristo de Deus, e desaparecem do cenário: sua personalidade morre, para surgir o Cristo em seu lugar; seu intelecto cala, para erguer-se a voz diáfana do Cristo; suas emoções apagam-se, para que só brilhe o amor do Cristo. E através deles, os homens comem o Pão Vivo descido do céu, que é o Cristo, e bebem o sangue da Nova Aliança, que é o Cristo, e retemperam suas energias e se alçam às culminâncias da perfeição, porque mergulham nas profundezas da humildade e do amor.


Essa é a libertação, que teve como lytron ("meio-de-libertação") a sublime psychê de Jesus. Para isso, Ele deu Sua psychê puríssima e santa; entregando-a à humanidade que O não entendeu... e quis assassiná-Lo, porque Ele falava uma linguagem incompreensível de liberdade, a linguagem da liberdade, a linguagem da paz, a linguagem da sabedoria e do amor.


Deu sua psychê generosa e amoravelmente, para ajudar a libertar os que eram DELE: células de Seu prístino corpo, que Lhe foram dadas pelo Pai, ao Qual Ele pediu que, onde Ele estivesse, estivessem também aqueles que Lhe foram doados (JO 17:24), para que o Todo se completasse, a cabeça e os membros (cfr. 1CO 12:27). A esse respeito já escrevemos (cfr. vol. 1 e vol. 5).



Locais

Estes lugares estão apresentados aqui porque foram citados no texto Bíblico, contendo uma breve apresentação desses lugares.

DAMASCO

Clique aqui e abra o mapa no Google (Latitude:33.5, Longitude:36.3)
Nome Atual: Damasco
Nome Grego: Δαμασκός
Atualmente: Síria
Uma das cidades mais antigas do mundo. Gênesis 15:2; Atos 9:2
Mapa Bíblico de DAMASCO


JERUSALÉM

Clique aqui e abra o mapa no Google (Latitude:31.783, Longitude:35.217)
Nome Atual: Jerusalém
Nome Grego: Ἱεροσόλυμα
Atualmente: Israel
Jerusalém – 760 metros de altitude (Bronze Antigo) Invasões: cercada por Senequaribe em 710 a.C.; dominada pelo Faraó Neco em 610, foi destruída por Nabucodonosor em 587. Depois do Cativeiro na Babilônia, seguido pela restauração do templo e da cidade, Jerusalém foi capturada por Ptolomeu Soter em 320 a.C., e em 170 suas muralhas foram arrasadas por Antíoco Epifânio. Em 63 a.C. foi tomada por Pompeu, e finalmente no ano 70 de nossa era foi totalmente destruída pelos romanos.

Localizada em um planalto nas montanhas da Judeia entre o Mar Mediterrâneo e o mar Morto, é uma das cidades mais antigas do mundo. De acordo com a tradição bíblica, o rei Davi conquistou a cidade dos jebuseus e estabeleceu-a como a capital do Reino Unido de Israel, enquanto seu filho, o rei Salomão, encomendou a construção do Primeiro Templo.
Mapa Bíblico de JERUSALÉM



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Atos Capítulo 9 do versículo 1 até o 43
C. A CONVERSÃO DA TESTEMUNHA, Atos 9:1-31

Sem dúvida, o acontecimento mais importante do livro de Atos foi a vinda do Espíri-to Santo no dia de Pentecostes. Se isto não tivesse acontecido, o livro nunca teria sido escrito. Alguns sustentam que foi a ressurreição que transformou os discípulos covardes em testemunhas corajosas. Mas não existe evidência disso no Novo Testamento. O que a narrativa sagrada demonstra claramente é que foi o Pentecostes que fez toda a diferença.

Sob alguns aspectos, poderia parecer que o segundo acontecimento mais importante do livro de Atos foi a conversão de Paulo. Mais da metade do livro (cap. 13-28) trata principalmente das suas atividades. Ele escreveu treze dos 27 livros do Novo Testamen-to. É difícil imaginar como teria sido o cristianismo do século I se Saulo não tivesse se convertido. Ele se tornou a testemunha mais importante da Igreja Primitiva.

1. Saulo é Salvo (
Atos 9:1-9)

Até este ponto, Saulo foi mencionado apenas de passagem. Ele estava presente no apedrejamento de Estêvão (7,58) e deu a sua aprovação àquele ato infame (
Atos 8.1), e depois liderou a perseguição à igreja em Jerusalém (8.3).

Agora, chegamos à história da conversão de Saulo, que ocupa a maior parte do capí-tulo 9. A importância deste acontecimento é evidenciada pelo fato de que ele é narrado novamente, com alguns detalhes, nos capítulos 22:26. E o único acontecimento que é descrito três vezes no livro de Atos.

Saulo estava respirando ainda ameaças e mortes contra os discípulos do Senhor (1). O texto grego diz "inspirando". A frase pode provavelmente ser bem traduzida simplesmente como "respirando". O próprio respirar na vida de Paulo estava quente pela ira que ele sentia contra os crentes.

Com a intenção de perseguir os que tinham fugido da perseguição em Jerusalém, Saulo dirigiu-se ao sumo sacerdote — Caifás, que ocupou esse posto entre 18 e 36 d.C. — e pediu-lhe cartas [epistolas] para as sinagogas de Damasco (2), para que, caso encontrasse ali alguns daquela seita — literalmente "o Caminho", um dos nomes sérios para o cristianismo — ele os conduzisse presos a Jerusalém. O governo romano tinha dado ao sumo sacerdote a autoridade para exigir o retorno dos judeus que tivessem desrespei-tado a lei, para que eles pudessem ser julgados pelo Sinédrio (1 Macabeus 15:15-17).

Damasco é uma das cidades mais antigas do mundo que ainda existe na atualidade. Localizada cerca de 112 quilômetros do Mediterrâneo, sobre os montes Líbano e Anti-Líbano, é um oásis à beira do deserto. A principal rota de caravanas do Egito para a Mesopotâmia passava por ela, de modo que sempre foi um agitado centro comercial.

Muitos milhares de judeus viviam ali nessa época. Uma seita judaica muito rígida, cha-mada "Os do concerto de Damasco", é descrita no fragmento Zadoquita. Muitos estudio-sos da atualidade relacionam este grupo com a comunidade de Qumram, que se tornou famosa por meio dos Rolos do Mar Morto.

O caminho de Jerusalém a Damasco era longo, aproximadamente 320 quilômetros para o norte, junto ao mar da Galiléia (ver o mapa

1) ou para o leste via Filadélfia (a moderna Amã, ver o mapa 1). Percorrer a pé esta distância levaria pelo menos seis dias inteiros entre dois sábados. Saulo tinha tempo suficiente para pensar. Ele pode perfeitamente ter se lembrado do apedrejamento de Estêvão, cujo rosto brilhava como o de um anjo (6.15). Seria possível que Estêvão estivesse certo? Não! Fora com este pensamento! Vamos para Damasco. Esta nova heresia que estava ameaçando a verdadeira religião precisava ser extirpada antes que se espalhasse ainda mais. Aqueles daquela seita (lit., "do caminho") precisavam ser aprisionados.

Mas Deus tinha outros planos para Saulo. Quando ele estava se aproximando de Damasco, algo aconteceu: subitamente o cercou um resplendor de luz do céu (3).

Isto simbolizou a revelação espiritual que iria invadir a alma do jovem e orgulhoso fariseu. Como se tivesse sido atingido por um raio, ele caiu em terra (4). Ele provavelmente estava a pé, e não a cavalo. Os judeus mais tradicionais eram avessos a andar a cavalo, um modo de transporte que era popular entre os romanos.

Lançado ao chão, Saulo ouviu o seu nome: Saulo, Saulo, por que me persegues? Espantado com a acusação, ele perguntou: Quem és, Senhor? (5) A respeito de Senhor, Bruce diz: "'Senhor', 'meu senhor'; um título de respeito, pois Saulo ainda não sabia quem estava falando com ele"." A voz respondeu: Eu sou Jesus, a quem tu perse-gues." Quando Paulo castigava a igreja, ele estava perseguindo o Chefe da igreja, o próprio Senhor Jesus Cristo. Este é um aviso solene não apenas aos de fora que podem atacar a Igreja, mas também aos membros da Igreja, se deliberadamente agirem contra algum companheiro. Ao fazerem isso, estão agindo contra Cristo.

Saulo recebeu a ordem: Levanta-te e entra na cidade, e lá te será dito o que te convém fazer (6). Uma nova luz viria, quando ele obedecesse à ordem divina.

Os seus companheiros pararam espantados (7). Isto não está em conflito com a afirmação de Paulo em Atos 26:14, de que "todos" caíram "por terra". Não tardaria para que os outros homens se levantassem novamente. Gloag opina que a melhor solução é que pararam espantados "não se refere à posição mas simplesmente indica que eles esta-vam sem ação, atingidos pelo pânico, dominados pelo que tinham ouvido e visto"." De qualquer forma, o líder do grupo estava cego e continuava prostrado no chão.

O que os seus companheiros não entendiam é que eles estavam ouvindo a voz, mas não vendo ninguém. Existe uma diferença na forma grega para ouvindo a voz (7) e a afirmação anterior de que Saulo "ouviu uma voz" (4). No versículo 4, a palavra "voz" (phone) está no acusativo, e parece indicar uma voz inteligível e enfatizar a audição do conteúdo. Mas aqui voz está no genitivo, e parece claro que isto indica "ouvir um som", sem qualquer compreensão do que está sendo dito.

Isto resolve a aparente contradição entre este versículo e a afirmação de Paulo em 22.9 de que seus companheiros "viram, em verdade, a luz... mas não ouviram a voz [acusativo] daquele que falava comigo". Eles ouviram um som, mas somente Saulo pôde identificar as palavras proferidas pela voz.

Uma situação semelhante parece estar descrita em João 12:28-29. Quando uma voz veio do céu, a multidão dos que não criam "dizia que tinha sido um trovão". Alguns, que tinham maior discernimento espiritual, pensaram que um anjo tinha falado. Mas apa-rentemente, somente Jesus e os seus discípulos compreenderam as palavras.

Quando Saulo finalmente se pôs em pé, descobriu que estava cego. Embora seus olhos estivessem abertos, não via a ninguém (8). O próprio Saulo diz: "eu não via por causa do esplendor daquela luz" (Atos 22:11). Os seus companheiros, guiando-o pela mão, o conduziram a Damasco. Gloag observa acertadamente: "Conseqüentemente, Paulo en-trou em Damasco de uma maneira completamente diferente daquela que ele tinha ima-ginado: ao invés de arrastar homens e mulheres e conduzi-los à prisão, ele mesmo é conduzido, humilhado, afligido e cego, o prisioneiro de Jesus Cristo".46

2. Saulo É Cheio do Espírito (Atos 9:10-19a)

Ananias (10) significa "O Senhor é amoroso" ou "graciosamente dado pelo Senhor" — um nome adequado para este discípulo judeu (cristão) de Damasco, que ministrou a graça ao sentenciado Saulo. O Senhor — Jesus (cf.
17) — falou com ele em visão; uma maneira freqüente de comunicação da vontade divina tanto no Antigo quanto no Novo Testamento.

Quando Ananias ouviu o seu nome, respondeu: Eis-me aqui, Senhor! (lit., "Eu, Se-nhor"). Assim ele expressou a sua consagração. Ele estava pronto para receber as or-dens.
Mas a ordem que veio foi surpreendente. Ele deveria ir à rua chamada Direita, e perguntar em casa de Judas por um homem de Tarso chamado Saulo (11). Ainda existe uma rua Direita em Damasco, que passa de leste a oeste pelo principal mercado daquela agitada cidade. Hoje, assume-se que a casa de Judas estivesse próxima à extre-midade oeste.

A voz acrescentou: eis que ele está orando. Isto sugere, o que já podíamos supor, que Saulo passou aqueles três dias sem visão tentando deixar o seu coração e a sua mente em conformidade com a sua experiência estarrecedora na estrada.

O Senhor prosseguiu dizendo a Ananias que Ele já tinha preparado o caminho para a sua visita, dando a Saulo uma visão. Um certo Ananias viria até ele, poria sobre ele a sua mão e faria com que ele tornasse a ver (12) — lit., "visse novamen-te". Este aspecto da orientação divina — preparando o coração do mensageiro e também do destinatário — deveria ser um encorajamento constante para despertar a obediência.
Compreensivelmente, Ananias protestou. Ele tinha ouvido de muitas pessoas um relato da perseguição de Saulo aos santos em Jerusalém (13). Isto significa que Ananias não tinha fugido de Jerusalém, mas residia há tempos em Damasco.
A palavra santos aparece aqui pela primeira vez no livro de Atos como um nome para os cristãos. Ela é encontrada novamente nos versículos 32:41 e em 26.10. Paulo usa-a quarenta vezes como uma designação para aqueles que pertencem à Igreja de Jesus Cristo. A palavra grega é o plural de hagios (sagrado) e, portanto, significa literal-mente "sagrados". Ela enfatiza o fato de que todos os cristãos são separados para Cristo e devem ser purificados da depravação adquirida. A palavra é traduzida como "sagrado" cerca de 165 vezes, e "santos" 61 vezes na versão KJV.

Ananias prosseguiu lembrando ao Senhor que, mesmo em Damasco, Saulo tem poder dos principais dos sacerdotes para prender a todos os que invocam o teu nome (14). Orar a Jesus era considerado uma ofensa grave pelos judeus, porque a eles isso parecia negar a sua fé no monoteísmo.

Em resposta às objeções de Ananias, o Senhor ainda disse: Vai (15). As coisas ti-nham mudado para Saulo. Agora este é para mim um vaso escolhido. Como Cristo o tinha escolhido, Ananias não podia rejeitá-lo. Saulo levaria o nome de Cristo diante dos gentios, e dos reis, e dos filhos de Israel. A ordem das palavras aqui pode parecer estra-nha, mas a missão de pregação de Paulo era basicamente para os gentios e não para os judeus. Os reis a quem Paulo testemunhou foram Herodes Agripa II (cap.
26) e provavel-mente Nero (cf. 27.24). Também está indicado que o ministério de Paulo deveria ser um ministério de sofrimento (16).

De forma obediente, Ananias foi (17). Entrando na casa onde Paulo estava orando, impôs-lhe as mãos — para que recebesse a sua visão, ou para que recebesse o Espírito Santo. Bruce sabiamente sugere as duas coisas.'

Ananias saudou o humilhado fariseu como irmão Saulo. Estas palavras, saindo dos lábios de alguém a quem Saulo tinha planejado perseguir, devem ter trazido imenso conforto à sua alma. Ele já estava sendo amado por aqueles a quem odiara.

O cristão mais antigo informou ao seu novo irmão em Cristo que ele tinha sido envi-ado por aquele mesmo que tinha aparecido a Saulo na estrada. A vista do fato de que kyrios (Senhor) é a tradução normal de Jehovah (ou Yahweh) na Septuaginta, a expres-são o Senhor Jesus fornece uma forte afirmação da divindade de Jesus.

Saulo tinha uma necessidade física e, ao mesmo tempo, uma necessidade espiritual ainda mais profunda. Ambas seriam satisfeitas. Ananias vem... para que tornes a ver e sejas cheio do Espírito Santo.

E logo — agora Saulo estava pronto — alguma coisa como umas escamas lhe caíram dos olhos (18). Com isto, ele recuperou a vista — a mesma palavra usada quando Jesus curou o cego — e foi batizado. Agora ele era oficialmente um membro da nova comunidade de cristãos. Pela primeira vez, em três dias, tendo comido, ficou confortado (19).

Existem notáveis paralelos entre as visões de Ananias e Saulo neste capítulo, e as de Pedro e Cornélio no capítulo seguinte. Assim Howson as descreve: "A preparação simul-tânea dos corações de Ananias e Saulo, e a preparação simultânea dos corações de Pedro e Cornélio; as perguntas e a hesitação de Pedro, e as perguntas e a hesitação de Ananias; um duvidando se seria possível vir a ter amizade com os gentios, o outro duvidando se seria possível aproximar-se do inimigo da igreja; a obediência sem vacilação deles, quan-do a vontade divina se fez claramente conhecida; o estado de espírito no qual tanto o fariseu quanto o centurião se encontravam, cada um deles esperando para ver o que o Senhor iria lhes dizer — esta íntima analogia não será esquecida por aqueles que lerem com reverência os dois capítulos consecutivos".'
A história da conversão de Paulo (1-19) mostra que "o poder divino precisa da cooperação humana". 1. Sob o poder divino, observamos:
a) a luz (3) ; b) a voz (4-7) ; c) a cegueira (8-9). 2. Sob a cooperação humana, vemos, a respeito de Ananias:
a) suas ordens (10-12) ; b) suas objeções (13-16) ; c) sua obediência (17) ; d) seus objetivos realizados (18).

  1. Saulo Pregando a Cristo (Atos 9:19b-22)

Depois da sua conversão, Saulo passou alguns dias com os discípulos que esta-vam em Damasco (19). Evidentemente, Ananias "o afiançou", e assim ele foi completa-mente aceito na comunidade cristã.

E logo (20) — a mesma palavra de 18 — Saulo começou a pregar em Damasco.

Como devemos harmonizar isto com a sua própria afirmação de que depois da sua con-versão ele foi à Arábia (Gl 1:15-17) ? A solução mais simples é supor que ele começou imediatamente a pregar a sua fé recém encontrada. Quando ele descobriu que precisava estudar algumas das implicações teológicas da sua mensagem, foi para a Arábia para um período de meditação e oração. Esta permanência na Arábia parece encaixar-se em algum lugar depois do versículo 21 e antes do 26.

Saulo pregava nas sinagogas. Como um rabino educado em Jerusalém aos pés de Gamaliel, ele seria mais que bem-vindo em qualquer sinagoga judaica e é convidado a falar. Mas agora ele não estava simplesmente dando uma interpretação rabínica da Lei: ele pregava a Jesus — pregava que este era o Filho de Deus. Como os seus ouvintes devem ter ficado atônitos! Era sabido que Saulo perseguira os cristãos em Jerusalém e que viera a Damasco com o objetivo expresso de extirpar esta nova heresia. Ele viera para prender aqueles do "Caminho" e levá-los acorrentados a Jerusalém para julgamen-to perante o Sinédrio (21). Agora, ele mesmo estava pregando esta "heresia"! E difícil imaginar o espanto e a consternação que atingiram essas audiências judaicas quando eles descobriram o que este discípulo de Gamaliel estava lhes pregando. Não é de admi-rar que se diga: Todos os que o ouviam estavam atônitos (21).

Sem dúvida, houve muitas discussões com os escribas nas sinagogas (cf. 6.9). Saulo, porém, esforçava-se muito mais e confundia os judeus que habitavam em Damasco. Provando significa, literalmente, "unindo", e aqui significa "deduzindo" ou "de-monstrando", ou seja, ele colocou as profecias do Antigo Testamento ao lado do seu cum-primento no ministério de Jesus, e assim demonstrou que aquele era o Cristo (22). A principal mensagem de Paulo, como a de Pedro (2.26; 3:13-21) era que Jesus era o Mes-sias. Os judeus não podiam refutar a pregação de Paulo, autorizada pelo Espírito.

  1. Saulo Foge dos Judeus (Atos 9:23-25)

Era inevitável que a vida de Paulo em breve estivesse em perigo. Ele não poderia esperar escapar de ser ameaçado com o mesmo destino do seu Senhor e do mártir Estêvão. Assim, não é surpreendente ler que tendo passado muitos dias — incluindo talvez muitos meses passados na Arábia (G11,18) — os judeus tomaram conselho — o mes-mo verbo usado em Mateus 26:4para o matar (23). Felizmente, as suas ciladas ("tra-mas", a mesma palavra que aparece na Septuaginta em Et 2:22, em relação ao plano para assassinar o rei) vieram ao conhecimento de Saulo. Enquanto isso, os judeus guar-davam as portas, tanto de dia como de noite, para poderem tirar-lhe a vida (24).

Mas Saulo conseguiu fugir. Este feito difícil só foi realizado porque tomando-o de noite os discípulos, o desceram, dentro de um cesto, pelo muro (25). Pelo muro literalmente quer dizer "através do muro". É o próprio Paulo quem nos diz: "fui descido num cesto por uma janela da muralha; e assim escapei das suas mãos" (2 Co 11.33). Hackett diz que logo à esquerda da porta leste de Damasco, ele viu duas ou três janelas no muro, que se abriam para casas na cidade.' Josefo usa a expressão "através do muro" para descrever a fuga dos espias de Jericó." A maneira natural de descer (ou baixar) um homem seria dentro de um cesto atado a uma corda. Este método ainda hoje é usado nas terras bíblicas.

Embora o livro de Atos pareça dizer que os judeus estavam guardando (imperfeito) as portas noite e dia para matar Saulo, ele mesmo escreve: "Em Damasco, o que governa-va sob o rei Aretas pôs guardas às portas da cidade dos damascenos, para me prende-rem" (2 Co 11.32). Até recentemente, os estudiosos afirmavam que Damasco estava sob o domínio romano naquela época. Não se deve interpretar isto como se um etnarca (grego, "governador") como Aretas IV, que tinha sido rei dos árabes nabateus de 9 a.C. até 40 d.C., mantivesse uma guarnição naquela cidade. Mas não foi encontrada em Damasco nenhuma moeda romana do período compreendido entre 34 e 62 d.C. O governo de Da-masco pode ter sido entregue aos nabateus neste período." Ou talvez o etnarca fosse "um xeique ou líder da comunidade árabe naquela cidade mista"." Provavelmente, os judeus e os nabateus trabalharam juntos na tentativa de evitar a fuga de Saulo.

5. Saulo Prega em Jerusalém (Atos 9:26-31)

Quando o fugitivo deixou Damasco, ele retornou a Jerusalém (26). Ao chegar ali, procurava (tentava) ajuntar-se aos discípulos. Parece que a sua razão para voltar a Jeru-salém era que ele queria promover uma reparação pela sua perseguição anterior à igre-ja, dando agora testemunho em Cristo naquela incubadora de oposição.

O generoso Barnabé, "filho da consolação" (4,36) tomando-o consigo, o trouxe aos apóstolos (27). Ele lhes contou da conversão de Saulo e da sua pregação do Evange-lho em Damasco. O resultado do apadrinhamento de Barnabé foi que o novo convertido andava com eles em Jerusalém, entrando e saindo (28). Ele podia mover-se livre-mente nos círculos cristãos dali.

Alguns procuraram encontrar uma contradição entre estes dois versículos e a afir-mação do próprio Paulo: "Depois, passados três anos, fui a Jerusalém para ver a Pedro e fiquei com ele quinze dias. E não vi a nenhum outro dos apóstolos, senão a Tiago, irmão do Senhor" (Gl 1:18-19). Mas não há nada no relato do livro de Atos que contradiga a afirmação em Gálatas de que Saulo viu somente dois dos apóstolos. Os outros podem ter estado fora de Jerusalém nesta época.

O antigo adversário dos seguidores cristãos agora falava ousadamente no nome de Jesus... e disputava também contra os gregos (29) — "helenistas", ou judeus de origem grega. Estes eram os mesmos que tinham debatido com Estêvão e finalmente o levaram à morte. Agora eles estavam procurando matar Saulo.

Quando os crentes de Jerusalém souberam disto, eles o acompanharam até Cesaréia — o principal porto da Palestina naquela época — e o enviaram a Tarso (30), a sua terra natal, a cerca de 480 quilômetros ao norte de Cesaréia. A única coisa que sabemos sobre as atividades de Saulo durante os seis ou mais anos seguintes é a sua própria afirmação: "Depois, fui para as partes da Síria e da Cilicia" (Gl 1:21, ver o mapa 3). Com base nisto, parece que ele passou esses anos evangelizando a sua província natal da Sirio-Cilícia. Ramsay refere-se a esses como sendo "dez anos de obras tranqüilas no campo da sinagoga e da sua influência"."

Tarso era a capital da Cilicia. Na época de Paulo, era o terceiro maior centro univer-sitário, depois de Atenas e Alexandria.

O resultado da partida de Paulo de Jerusalém teve dois aspectos. Em primeiro lu-gar, a sua própria vida foi poupada, o que foi uma grande dádiva para o seu próprio século e para todas as gerações futuras. Em segundo lugar, o movimento cristão na Pa-lestina foi aliviado, durante algum tempo, de mais perseguições. Segundo a narrativa, Assim, pois, as igrejas — "igreja" (singular no manuscrito mais antigo) — em toda a Judéia, e Galiléia, e Sarnaria tinham paz (31) — as três principais divisões da Pales-tina naquela época (ver o mapa 1), relacionadas aqui na ordem da sua importância ju-daica. Esta é a única menção à igreja cristã na Galiléia até a época de Eusébio (séc. IV), um fenômeno estranho, em vista do fato de que Jesus dedicou a maior parte do seu ministério público àquela região.

O registro a seguir afirma que as igrejas na Palestina estavam sendo edificadas -lit., "construídas" — e se multiplicavam. Como Saulo tinha partido, os problemas com os judeus helenistas cessaram e a igreja desfrutou um período de paz e prosperidade.

D. TESTEMUNHANDO NA JUDÉIA, Atos 9:32-43

Até agora, todo o capítulo 9 esteve dedicado à conversão de Saulo e a sua carreira subseqüente, talvez por doze anos. Agora a narrativa retorna a Pedro, que é o persona-gem principal em Atos 1:1-12.25. O restante deste capítulo descreve dois incidentes no seu ministério, tendo ambos acontecido na Judéia.

  1. Pedro em Lida (Atos 9:32-35)

E passando Pedro por toda parte — i.e., "viajando por todos os lugares" (Phillips), provavelmente supervisionando a evangelização dos judeus na Judéia — veio também aos santos que habitavam em Lida (32). Esta cidade, mencionada somente aqui (32,35,38) no Novo Testamento, estava situada perto da costa, a uma curta distância de Jope, na direção do interior. Ela ficava a aproximadamente 48 quilômetros de Jerusalém (ver o mapa 1).

Ali Pedro achou certo homem chamado Enéias (33), que tinha sido um paralítico por oito anos. O seu caso era, portanto, considerado irremediável.

Mas nenhum caso é irremediável para Deus. Pedro disse ao homem: Jesus Cristo te dá saúde; levanta-te e faze a tua cama (34). Ele obedeceu imediatamente e foi curado. Todo o povo de Lida e de Sarona, que era próxima — a planície de Sarona, que se estende desde Lida para o norte, até o monte Carmelo — via agora caminhando aquele que fora um paralítico preso a uma cama. O resultado foi que muitos se converteram ao Senhor (35). A igreja continuava a crescer.

  1. Pedro em Jope (Atos 9:36-43)

Jope era o antigo porto marítimo de Jerusalém, embora não tenha uma enseada natural. O seu nome moderno é Jafa, e agora está unida a Tel Aviv — uma cidade judaica nova, construída ao norte.
E havia em Jope uma discípula (no feminino, somente aqui no NT), chamada Tabita (aramaico) ou Dorcas (grego). Dorcas estava cheia de boas obras e esmolas — "abunda-vam as suas obras de bondade e caridade" (NASB).

E aconteceu, naqueles dias, que, enfermando ela, morreu (37). Em obediên-cia aos costumes da época, tendo-a lavado, depositaram-na em um quarto alto. Fora de Jerusalém, era permitido esperar três dias para o sepultamento.'

Como Jope estava a menos de 16 quilômetros de Lida, dois homens foram enviados para pedir a Pedro que viesse sem demora (38). Provavelmente os crentes de Jope ti-nham ouvido sobre a cura de Enéias em Lida.

Levantando-se Pedro prontamente, foi com eles (39). No quarto alto, ele encon-trou muitas viúvas que estavam reunidas, chorando pela morte de Dorcas. Elas mostraram a Pedro as túnicas e vestes (em grego, roupas exteriores e íntimas) que Dorcas "fizera" quando viva. Não fica claro se estas viúvas eram as destinatárias dessas roupas ou se elas trabalhavam na igreja e ajudavam a distribuir as roupas feitas por Dorcas.

Pedro as fez sair do quarto, como o seu Mestre tinha feito na casa de Jairo (Mc 5:40). Ajoelhando-se, ele orou (40). Então disse com muita simplicidade, mas com toda a fé: Tabita, levanta-te. A mulher que estava morta abriu os olhos e assentou-se. Chaman-do os santos e as viúvas — é quase certo que as viúvas eram cristãs — apresentou-lha viva (41). As notícias deste evento se espalharam por toda a Jope (42), e como resultado muitos creram no Senhor. Estes dois milagres de Pedro em Lida e em Jope fizeram aumentar enormemente as adesões à igreja.

Pedro permaneceu em Jope muitos dias, vivendo na casa de Simão, um curtidor (43). Esta profissão era considerada impura pelos judeus, porque ela envolvia a manipu-lação de animais mortos. Aparentemente, Pedro estava se tornando um pouco mais flexí-vel no seu modo de pensar, ou não teria se hospedado em um lugar como este.


Champlin

Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
Champlin - Comentários de Atos Capítulo 9 versículo 2
Cartas:
Do Concílio ou Sinédrio de Jerusalém.At 9:2 Do Caminho:
Nome dado ao movimento cristão, com o significado de maneira de proceder e de viver; conforme o uso freqüente de caminho em Sl e Pv; conforme também At 19:9,At 19:23; At 22:4; At 24:14,At 24:22 e Jo 14:6.

Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Atos Capítulo 9 do versículo 1 até o 43
*

9.1 Saulo. Saulo foi apresentado em 7.58 e é o principal personagem de 9:1-31. Um terceiro breve vislumbre de Saulo é encontrado novamente em 11:25-30, antes que Saulo, que logo mais seria chamado de Paulo, se tornasse o principal personagem nos cap 13:28.

respirando ainda ameaças. Embora tivesse ajudado a eliminar Estêvão, Saulo continuava a perseguir a heresia cristã.

* 9.2 Caminho. Outros nomes usados em Atos para os cristãos primitivos são: “cristãos” (usado somente em 11.26; 26.28; 1Pe 4:16), “discípulos” (vs.10, 19), “santos” (v.13), “todos os que invocam o teu nome” (v. 14) e “irmãos” (v. 30). “O Caminho” identifica a causa cristã como composta dos seguidores de Jesus, que é “o caminho” (Jo 14:6). É usada várias vezes em Atos (19.9,23; 22.4; 24.14,22).

*

9.3 uma luz do céu. Uma luz sobrenatural mais brilhante que o sol (26,13) chamou sua atenção.

* 9.4 Saulo, Saulo. A repetição significa um trato íntimo e pessoal (conforme Gn 22:11; 46:2; Êx 3:4; 1Sm 3:10; Lc 10:41; 22:31).

me persegues. Perseguir os discípulos de Jesus era perseguir Jesus (Mt 5:10-12; Jo 15:19,20).

* 9.7 seus companheiros... ouvindo a voz. Em 22.9 Paulo diz que eles “não perceberam o sentido da voz”; a palavra grega pode significar “som” ou “voz”. Os companheiros de Saulo ouviram um som mas não podiam entender o que estava sendo dito.

* 9.15 instrumento escolhido... perante os gentios e reis, bem como perante os filhos de Israel. Paulo considerava-se um apóstolo para os gentios (13 45:1-14'>Rm 1:13-14) assim como Pedro o era para os judeus (Gl 2:8), mas Paulo pregava muitas vezes para os judeus, particularmente em suas sinagogas (v. 20; Rm 1:16; 1Co 9:20).

*

9.17 Jesus que te apareceu. Saulo não tinha tido um sonho ou uma visão, mas tinha visto o Senhor (conforme Is 6:1,5).

fiques cheio do Espírito Santo. Conforme 2.38. Nada é dito a respeito de quaisquer dons sobrenaturais, mas a ênfase recai sobre a poderosa pregação, a respeito de Jesus como o Filho de Deus (v.20).

* 9.18 como que umas escamas. Lucas freqüentemente chama atenção para as enfermidades físicas (13 11:28-3-8). Ver introdução: Autor.

* 9.26 Tendo chegado a Jerusalém. De acordo com Gl 1:18,19, Paulo viu somente Pedro e Tiago o irmão do Senhor em Jerusalém. Os outros podem ter tido medo de encontrar-se com ele, ou estavam pregando o evangelho em outras áreas.

* 9.35 Sarona. As notícias a respeito da cura do paralítico tiveram dramáticos efeitos; chegaram até a planície de Sarona, que se estende ao norte de Jope em direção à costa, por 72 km.

*

9.36 Jope. Um antigo porto de mar (atualmente Jaffa, ao sul de Tel Aviv), cerca de 60 km a noroeste de Jerusalém, o porto do qual Jonas zarpou (Jn 1:3).

Tabita. Significa "Gazada" em aramaico; assim com Dorcas significa "Gazela" em grego.

* 9.37 a lavarem. Provavelmente antes da unção com especiarias (conforme Jo 19:40). Em Jerusalém, o corpo de Jesus tinha sido enterrado no dia da morte, mas fora da cidade um período mais longo era permitido (até três dias).

*

9.43 um curtidor chamado Simão. Os judeus acreditavam que a curtição de peles era uma profissão imunda, pois envolvia contato com animais mortos (Lv 5:2). Pedro estava disposto a hospedar-se com um curtidor porque a mensagem do evangelho estava começando a romper barreiras entre as pessoas. Isto também antecipa a visão de Pedro em 10:9-23.



Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de Atos Capítulo 9 do versículo 1 até o 43
9:2 Saulo (mais tarde chamado Paulo) era muito ciumento pelas crenças dos judeus e começou uma campanha de perseguição contra qualquer que acreditasse em Cristo (os que eram deste "Caminho"). por que os judeus em Jerusalém queriam perseguir os cristãos em lugares tão distantes como Damasco? Há várias possibilidades: (1) capturar a quão cristãos fugiram, (2) conter e acautelar a difusão do cristianismo a outras cidades importantes, (3) evitar que os cristãos seguissem suscitando problemas a Roma, (4) promover a carreira do Saulo e fortalecer sua reputação como um verdadeiro fariseu ciumento da Lei, (5) unificar as facções do judaísmo lhes dando um inimigo comum.

9.2-5 Quando Paulo viajou a Damasco, perseguindo os cristãos, o Cristo ressuscitado o confrontou e o pôs cara a cara com a verdade do evangelho. Algumas vezes Deus irrompe em uma vida de formas espetaculares e outras vezes a conversão é uma experiência tranqüila. Cuide-se das pessoas que insistem em que você deve ter algum tipo de experiência particular em sua conversão. Devida-a maneira de depositar nossa fé no Jesus é aquela que Deus decide usar.

9:3 Damasco, cidade comercial chave, achava-se a 280 km ao norte de Jerusalém na província romana de Síria. Várias rotas comerciais uniam Damasco com outras cidades através do mundo romano. Talvez Saulo pensou que ao cercar aos cristãos em Damasco, evitaria-se sua dispersão a outras regiões.

9.3-5 Paulo se refere a sua experiência como o início de sua nova vida em Cristo (1Co 9:1; 1Co 15:8; Gl 1:15-16). No centro desta experiência maravilhosa estava Jesus, Paulo não viu uma visão, viu o mesmo Cristo ressuscitado (Gl 9:17). Paulo reconheceu ao Jesus como Senhor, reconheceu seu próprio pecado, rendeu sua vida ao e decidiu lhe obedecer. A verdadeira conversão é o resultado de um encontro pessoal com o Jesus, que guia a uma nova vida em relação com O.

9:5 Paulo pensou que perseguia hereges, mas a quem perseguia era ao mesmo Jesus. Todo aquele que persiga os crentes hoje em dia é também culpado de perseguir o Jesus (veja-se Mt 25:40, Mt 25:45), porque os crentes formam o corpo de Cristo na terra.

9.13, 14 "Não ele, Senhor, isso é impossível. O nunca poderia chegar a ser cristão!" Esta era a essência da resposta do Ananías quando Deus lhe falou da conversão do Saulo. depois de tudo, Saulo perseguia crentes até lhes dar morte. Apesar desta reação compreensível, Ananías obedeceu a Deus e ministró ao Saulo. Não devemos limitar a Deus; O pode fazer algo. Devemos obedecer, seguindo a direção de Deus, embora devamos nos enfrentar a pessoas e lugares difíceis.

SAULO VIAJA A DAMASCO: Muitos cristãos fugiram a Jerusalém quando começou a perseguição depois da morte do Esteban, procurando refúgio em outras cidades e países. Saulo ia atrás de seus rastros viajando inclusive 240 km até Damasco, Síria, para trazer para os cristãos encadeados até Jerusalém. Mas ao aproximar-se da antiga cidade, descobriu que Deus tinha outros planos para ele (9.15).

9:15, 16 O cristianismo não só inclui grandes bênções, mas também grandes sofrimentos. Paulo sofreria pela fé (veja-se 2Co 11:23-27). Deus chama uma entrega, não a uma vida cômoda. Promete estar conosco no meio do sofrimento e as dificuldades, não nos liberar deles.

9:17 Ananías procurou o Saulo, tal como lhe disse, e o saudou como "irmão Saulo". Ananías temia este encontro, depois de todo Paulo ia a Damasco para perseguir os crentes e levá-los encadeados a Jerusalém (9.2). Em obediência ao Espírito Santo, saudou-o fraternalmente. Não sempre é fácil mostrar amor a outros, sobre tudo se os tememos ou duvidamos de seus motivos. Entretanto, devemos seguir o mandato do Jesus (Jo 13:34) e o exemplo do Ananías que nos mostra a aceitação carinhosa a outros crentes.

9.17, 18 Apesar de que não há uma menção de que Saulo recebesse a plenitude do Espírito de uma maneira especial, a mudança em sua vida e seus lucros seguintes indicam um forte testemunho da presença e o poder do Espírito Santo em sua vida.

9:20 Imediatamente, depois de receber a vista e passar um tempo com os crentes em Damasco, Paulo foi à sinagoga para contar aos judeus as novas relacionadas com o Jesus. Alguns cristãos aconselham aos novos crentes a que esperem até que estejam devidamente fundamentados em sua fé antes de que tentem anunciar o evangelho. Paulo dedicou tempo a sós para saber mais a respeito do Jesus antes de iniciar seu ministério mundial, mas não esperou para atestar. Embora é certo que não devêssemos nos apressar em entrar totalmente no ministério sem uma preparação prévia, também é certo que não precisamos esperar para lhe manifestar a outros o que nos aconteceu.

9.21, 22 Os argumentos do Saulo tinham poder porque era um notável erudito. Mas o mais convincente foi a mudança de vida. A gente sabia que falava verdade porque via a evidência da mudança ocorrida em sua vida. É importante conhecer o que a Bíblia ensina e como defende a fé, mas suas palavras as respaldará a mudança de vida.

9:23 De acordo a Gl 1:17-18, Paulo deixou Damasco e se dirigiu a Arábia, região desértica ao sul de Damasco, onde viveu durante três anos. Não está muito claro se estes três anos transcorreram entre os versículos 22:23, ou entre os versículos 25:26. Alguns comentaristas dizem que "passado muitos dias" poderia significar um período prolongado. Sugerem que quando Paulo retornou a Damasco, o governador, súdito do rei Aretas, ordenou sua detenção (2Co 11:32), possivelmente procurando manter a paz com judeus influentes.

A outra possibilidade é que Paulo escapou durante sua primeira visita a Damasco, depois de sua conversão e devido a que os fariseus estavam muito contrariados por sua deserção. Possivelmente fugiu a Arábia para dar tempo a que se acalmassem os líderes religiosos, assim como também para ter um tempo a sós com Deus. Sem importar qual seja a teoria correta, houve um período do menos três anos entre a conversão do Paulo (2Co 9:3-6) e sua viagem a Jerusalém (2Co 9:26).

9:26, 27 É muito difícil trocar de reputação e a do Paulo era terrível entre os cristãos. Mas Bernabé, um dos judeus convertidos (mencionado em 4.36), deveu ser a ponte entre o Paulo e os apóstolos. Os novos cristãos (sobre tudo os que tinham certas manchas em sua vida passada) necessitam auspiciadores, pessoas que os acompanhem, animem, ensinem e pressentem a outros cristãos. Procure parecer-se com o Bernabé para benefício dos novos crentes.

Felipe

As últimas palavras do Jesus a seus seguidores foram uma ordem para que levassem o evangelho a todo mundo, mas ao parecer não gostavam da idéia de deixar Jerusalém. Foi necessária uma perseguição intensa para pulverizar aos crentes, de Jerusalém, a Judea e Samaria, lugares aos que Jesus lhes ordenou ir. Felipe, um dos diáconos encarregados da distribuição de mantimentos, abandonou Jerusalém e, tal como o fez a maioria dos cristãos judeus, difundiu o evangelho por onde ia, mas como quase todos, não limitou sua audiência a outros judeus. Foi diretamente a Samaria, o último lugar ao que escolheria ir um judeu, devido a um prejuízo muito antigo.

Os samaritanos responderam massivamente. Quando as notícias chegaram a Jerusalém, enviaram ao Pedro e João para avaliar o ministério do Felipe. Logo, envolveram-se também, vendo de primeira mão a aceitação de Deus pelos que antes se consideraram inaceitáveis.

Em meio de todo este êxito e entusiasmo, Deus guiou ao Felipe para que fora ao deserto para ter uma entrevista com um eunuco etíope, outro estrangeiro que visitou Jerusalém. Felipe foi imediatamente. Sua eficiência em pregar o evangelho a este homem colocou a um cristão em uma posição significativa em um país distante e pôde ter tido seu efeito em toda a nação. Felipe terminou na Cesarea, onde os acontecimentos lhe permitiram ser anfitrião do Paulo muitos anos depois. Paulo, como líder perseguidor dos cristãos, foi usado como instrumento para tirar o Felipe e a outros de Jerusalém, chegando a ser depois um crente eficiente. A conversão de quão gentis Felipe começou, Paulo a continuou através de todo o Império Romano.

Se você for ou não um seguidor de Cristo, a vida do Felipe representa um desafio. Para quem ainda estão fora do evangelho, é um aviso que o evangelho é para você também. Para os que aceitaram a Cristo, recorda-lhes que não temos a liberdade de lhe tirar o privilégio a alguém de ouvir a respeito do Jesus. Que tão parecido ao Felipe diriam seus vizinhos que é você?

Pontos fortes e lucros:

-- Um dos sete organizadores da distribuição de mantimentos na igreja primitiva

-- Foi um evangelista, um dos primeiros missionários em viajar

-- Um dos primeiros em obedecer o mandato do Jesus de levar o evangelho a todo mundo

-- Um estudante aplicado da Bíblia que pôde explicá-la com sentido e claridade

Lições de sua vida:

-- Deus acha bons e diversos ofícios a quem deseja obedecê-lo com entusiasmo

-- O evangelho é boas novas únicas

-- Toda a Bíblia, não só o Novo Testamento, ajuda-nos a compreender mais a respeito do Jesus

-- A resposta maciça (os samaritanos) e a resposta individual (o etíope) ao evangelho são valiosas

Dados gerais:

-- Ocupações: Diácono, evangelista

-- Familiares: Quatro filhas

-- Contemporâneos: Paulo, Esteban, os apóstolos

Versículo chave:

"Então Felipe, abrindo sua boca, e começando desde esta escritura, anunciou-lhe o evangelho do Jesus" (At 8:35).

A história do Felipe se narra em At 6:1-7; At 8:5-40; At 21:8-10.

9:27 Gl 1:18-19 nos diz que Paulo esteve em Jerusalém quinze dias e que se reuniu sozinho com o Pedro e Jacóo.

9.29, 30 Neste curto parágrafo vemos duas características do Paulo, como os novos crentes em Cristo: teve denodo e causou controvérsia. Estas coisas distinguiriam seu ministério pelo resto de sua vida. Os gregos mencionados falavam o idioma dos judeus.

9:30 A visita do Paulo ao Tarso ajudou a acalmar conflitos com os judeus e lhe permitiu provar sua dedicação. Depois que Paulo, o mais ciumento perseguidor, convertesse-se, a igreja desfrutou de um breve tempo de relativa paz. "Irmãos" se refere à comunidade cristã, membros da família de Deus.

9:36 Jope era uma importante cidade portuária situada a 40 m sobre o nível do mar na costa do Mediterrâneo. A este lugar chegou a madeira do Líbano que se enviou a Jerusalém e se usou na construção do templo (2Cr 2:16; Ed 3:7). O profeta Jonás zarpou do porto do Jope em sua desafortunada viagem (Jo 1:3).

9.36-42 Dorcas causava tremendo impacto em sua comunidade porque "abundava em boas obras e em esmolas", e fazia túnicas e vestidos (9.39). Quando morreu, a sala se encheu de gente dolorida, pessoas às que ajudou. E quando ressuscitou, a notícia se pulverizou pelo povo. Deus usa grandes pregadores como Pedro e Paulo, mas também usa pessoas que têm dons de humanidade como Dorcas. antes de desejar ter outros dons, faça bom uso dos que Deus

Paulo

Nenhuma pessoa além do Jesus, modeló a história do cristianismo como o apóstolo Paulo. Até antes de ser crente, suas ações foram significativas. Sua perseguição frenética dos cristãos, logo depois da morte do Esteban, motivou que a igreja começasse a obedecer o mandato final de Cristo de levar o evangelho a todo mundo. O encontro pessoal do Paulo com Cristo trocou sua vida. Nunca perdeu sua impetuosa intensidade, mas a partir de ali esta se canalizou em favor do evangelho.

Paulo era muito religioso. Sua preparação recebida sob o ensino do Gamaliel era a melhor nesse então. Suas intenções e esforços foram sinceros. Foi um bom fariseu, conhecia a Bíblia e acreditava sinceramente que este movimento cristão era perigoso para o judaísmo. Daí que Paulo odiasse a fé cristã e perseguisse os cristãos sem misericórdia.

Paulo conseguiu permissão para viajar a Damasco com o fim de capturar aos cristãos e trazê-los de novo a Jerusalém. Mas Deus o deteve em sua apressado viagem no caminho a Damasco. Paulo teve um encontro pessoal com Cristo e sua vida nunca mais foi a mesma.

Até a conversão do Paulo, muito pouco se feito para levar o evangelho aos gentis. Felipe pregou na Samaria e a um etíope. Cornelio, um gentil, converteu-se com a ajuda do Pedro; e na Antioquía de Síria, alguns gentis se uniram aos crentes.

Quando Bernabé partiu de Jerusalém comissionado para estudar a situação, foi ao Tarso para procurar o Paulo e levá-lo a Antioquía, e juntos trabalharam em favor dos crentes ali. Logo os enviaram em uma viagem missionária, o primeiro de três que Paulo realizou, que permitiria levar o evangelho através do Império Romano.

O espinhoso assunto, de se os gentis crentes deviam obedecer as leis judias antes de sua conversão, originou muitos problemas na igreja primitiva. Paulo teve que batalhar para convencer aos judeus de que Deus aceitou aos gentis, mas deveu empregar ainda mais tempo para convencer aos gentis de que eram aceptos a Deus. Vista-las com as que Paulo se relacionou trocaram e sentiram o desafio de encontrar-se com Cristo através dele.

Deus não desperdiçou nenhum rasgo do Paulo: trasfondo, preparação, cidadania, mente e inclusive debilidades. Está disposto a deixar que Deus faça o mesmo com você? Nunca saberá tudo o que O pode fazer até que lhe permita ter tudo o que você é!

Pontos fortes e lucros:

-- Transformado Por Deus, de perseguidor de cristãos a pregador de Cristo

-- Pregou por Cristo através de todo o Império Romano em três viagens missionárias

-- Escreveu cartas a várias Iglesias, algumas formam parte do Novo Testamento

-- Nunca temeu enfrentar um assunto crítico nem tratá-lo

-- Foi sensível à direção de Deus e, apesar de sua personalidade impetuosa, sempre atuou como Deus lhe mandou

-- Lhe chama freqüentemente o apóstolo aos gentis

Debilidades e enganos:

-- Foi testemunha e aprovou a morte do Esteban

-- Determinou destruir o cristianismo perseguindo cristãos

Lições de sua vida:

-- As boas novas som que o perdão e a vida eterna formam parte do presente da graça de Deus, recebido por fé em Cristo e ao alcance de todo mundo

-- A obediência é o resultado de uma relação com Deus, mas nunca criará nem ganhará esta relação

-- A verdadeira liberdade não vem até que deixamos de provar nossa liberdade

-- Deus não desperdiça nosso tempo, usará o passado e o presente a fim de lhe servir no futuro

Dados gerais:

-- Onde: Nasceu no Tarso mas chegou a ser um viajante mundial por Cristo

-- Ocupações: Preparação de fariseu, aprendeu o ofício de fazer lojas ou carpas, missionário

-- Contemporâneos: Gamaliel, Esteban, os apóstolos, Lucas, Bernabé, Timoteo

Versículos chave:

"Para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho. Mas se o viver na carne resulta para mim em benefício da obra, não sei então o que escolher. Porque de ambas as coisas estou posto em estreito, tendo desejos de partir e estar com Cristo, o qual é muitíssimo melhor; mas ficar na carne é mais necessário por causa de vós" (Fp 1:21-24).

A história do Paulo se narra em Feitos 7:58-28.31 e através de suas cartas que se acham no Novo Testamento.

9:43 No Jope, Pedro se hospedou no lar do Simón, um curtidor. Os curtidores faziam o couro da pele de animais. É significativo que Pedro se alojasse em casa do Simón devido a que o trabalho de curtidor envolve contato com animais mortos e a Lei judia considerava esta tarefa imunda. Pedro começou a romper seus prejuízos contra a gente e dos costumes que não se aderiam às tradições religiosas judias.


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Atos Capítulo 9 do versículo 1 até o 43
XI. Perseguidor primeiro convertidos da Igreja (At 9:1)

Qualquer que tenha sido a extensão da perseguição que caiu sobre a igreja após o martírio de Estêvão, é evidente que Saul era o líder dessas atividades viciosas.

1. As atividades do perseguidor (At 9:1 ; At 22:4 , At 24:22 ).

2. Encontro do Perseguidor (9: 3-7)

3 E, indo no caminho, aconteceu que ele desenhou perto de Damasco, subitamente o cercou uma luz do céu; 4 e, caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, porque me persegues? 5 E ele disse: Quem és tu, Senhor? E ele disse : Eu sou Jesus a quem tu persegues: 6 . Mas a ascensão, e entra na cidade, e lá te será dito o que te convém fazer 7 E os homens que iam com ele, pararam espantados, ouvindo a voz, mas não vendo nenhum homem.

Quem és tu, Senhor? ... Eu sou Jesus, a quem tu persegues (v. At 9:5 ). A visita de Saul para Damasco em busca de cristãos indica que algo do generalizada do cristianismo por esta altura, bem como a sua determinação cega e cruel para prender o seu progresso, ou para eliminá-lo completamente. A luz da glória inefável de Deus de repente brilhou diante, provavelmente em resposta à oração dos cristãos em Damasco que pode ter ouvido falar de sua vinda (At 9:13 , At 9:14 ), e feriu o perseguidor para baixo na estrada perto da cidade. A voz de Deus falou com o inimigo preso e assustado de Cristo, refletindo claramente que a batalha de Saul não era contra os homens, mas contra Deus e Seu Filho, que é o Senhor de todos. O Senhor, em resposta à pergunta de Saul, Quem és tu, Senhor? imediatamente se identificou como o Jesus a quem Saul e os judeus rejeitaram. Identificação de Cristo de Si mesmo com os seus discípulos o sofrimento é também muito claramente a entender. Inevitável capitulação de Saul é sugerido pelas palavras de Cristo, como registrado na ReiTiago 5ersion, embora omitidos da American Standard Version, "é difícil para ti recalcitrar contra os aguilhões" (v. At 9:5-B ; conforme At 26:14-A ). Quando o homem não vai acatar as aberturas da misericórdia de Deus, ele terá que sofrer os juízos do Senhor. Ele, que arrastou os homens e mulheres inocentes longe de suas casas para a prisão em cadeias agora era tão impotente que ele exigia a ser levados pela mão. Assustado, chocado, humilhado, e cegado pelo golpe de Deus, por três dias sem poder fazer nada sobre Saul tateou, comer nada. Ele foi conduzido, um cativo inofensivo de Deus, na própria cidade de que ele tinha como propósito levar impiedosamente cativos os discípulos do Filho de Deus. Ele tinha ido a Damasco para prender os discípulos de Cristo, mas ele tinha sido preso por seu Mestre, e por um tempo foi aprisionado no calabouço sombrio de sightlessness que ele poderia se tornar o discípulo e servo amoroso de Cristo para sempre. Paulo reflete mais tarde essa experiência em suas palavras, como Weymouth traduz-los: "Prossigo, esforçando-se para alcançar aquilo para o qual eu também fui alcançado por Cristo Jesus" (Fp 3:1b ; tradução conforme Williams) .

B. o perseguidor EDIFÍCIO (9: 10-18)

A conversão de Saulo era tão importante que Lucas registra três vezes o evento nos Atos (9: 1-19 ; 22: 5-21 ; 26: 12-20 ). Que contribuem para a conversão de Saulo foi sua disputa vencida provável com Estevão, como membro da sinagoga Cilician (At 6:9 ); a profunda impressão causada na mente dele na defesa de Estêvão, como evidenciado pelas semelhanças em todas as suas mensagens mais tarde gravadas e argumentos para o endereço de Estevão; as demonstrações práticas do cristianismo que ele deve ter presenciado na vida dos discípulos que ele tão obstinadamente perseguidos; e sua crescente sentimento pessoal de insatisfação com a incapacidade da lei para dar a paz com Deus, como Ele mais tarde registros (ver Rm 7:1 , At 22:21 ; 1Co 9:1)

10 Ora, havia um em Damasco certo discípulo chamado Ananias; eo Senhor disse-lhe numa visão: Ananias. E ele disse: Eis que eu estou aqui , Senhor.

Ananias pode ter sido o líder dos discípulos cristãos de Damasco. A tradição diz que ele era um dos Sete, mais tarde consagrado bispo de Damasco por André e Pedro, e que ele finalmente se tornou um mártir. Mais tarde, ele é descrito por Lucas como "um homem piedoso conforme a lei, bom testemunho de todos os judeus que ali habitou" (At 22:12 ). Que estes discípulos Damasco ainda estavam adorando na sinagoga judaica parece evidente (v. At 9:2 ).

2. A Comissão Divine (At 9:11 , 12)

11 E o Senhor disse -lhe: Levanta-te, e vai à rua chamada Direita, e pergunta em casa de Judas por um chamado Saulo, um homem de Tarso; pois eis que ele está orando; 12 e ele tem visto um homem Ananias nomeados nos próximos, e pôs as mãos sobre ele, para que tornasse a ver.

A tarefa atribuída Ananias era de fato um perigoso, quanto humanamente visto, mas era definida e específica. Casa de Judas foi provavelmente o local de hospedagem regular de Saul quando em Damasco. Aqui Lucas registra talvez a notícia mais esperançosos de que os discípulos que eu tinha recebido desde a morte de Estevão. Eis , disse o Senhor a Ananias relativo ao antigo perseguidor, ele está orando . Como Deus preparou Ananias para a sua missão de Saul por uma visão, Ele, ao mesmo tempo preparado Saul para a visita de Ananias.

3. A Objeção Humano (At 9:13 , 14)

13 E respondeu Ananias: Senhor, eu ouvi de muitos deste homem, quantos males tem feito aos teus santos em Jerusalém: 14 e aqui tem poder dos principais dos sacerdotes para prender a todos os que invocam o teu nome.

Objeção de Ananias descansado, primeiro , sobre as crueldades de Saul contra os discípulos em Jerusalém, que eram bem conhecidos em Damasco; e segundo , no fato de que Saul foi autorizada pelo sumo sacerdote para prender todos os que invocou o nome de Cristo em conexão com a sinagoga de Damasco. Só um tolo entrar em uma armadilha tão perigosa, Ananias opôs.

4. O Propósito Divino (At 9:15 , 16)

15 Mas o Senhor disse-lhe: Vai-te, porque ele é um vaso escolhido a mim, para levar o meu nome perante os gentios e reis, e os filhos de Israel: 16 para eu lhe mostrarei quanto lhe importa sofrer pelo causa do meu nome.

Objeção de Ananias é cumprida através da renovação da comissão de Deus para cumprir sua missão de Saul: Vai-te, porque ele é um vaso escolhido a mim , ou um instrumento de escolha, para levar o evangelho aos gentios, Deus informou Ananias.

Nascimento e educação de Saul, na cidade Gentile de Tarso na Ásia Menor, a sua formação teológica na escola mais liberal de Gamaliel, em Jerusalém, a sua formação provável de pós-graduação na universidade grega em Tarso, e sua participação na sinagoga Cilician, combinado para qualificá-lo para esta grande missão para os gentios, uma missão que deve implicar grande sofrimento.

5. A Transformação Divina (At 9:17 , 18)

17 E Ananias foi, e entrou na casa; e estabelece-lhe as mãos, disse: Irmão Saulo, o Senhor, até mesmo Jesus, que te apareceu no caminho por onde vieste, me enviou, para que possas receber teus olhos, e ser cheio do Espírito Santo. 18 E logo caíram dos olhos como que umas escamas, e recuperou a vista; e ele se levantou e foi batizado;

Que esta experiência no âmbito do instrumento humano de Ananias culminou com a genuína conversão de Saulo, que havia começado com sua prisão espiritual no caminho de Damasco, é evidente a partir dos seguintes fatos: primeiro , a oração concurso de Ananias e anúncio de sua missão divina para Saul (v. At 9:17 , onde lemos: ". surgir, e ser batizado, e lava os teus pecados, invocando o nome dele" Esta transformação espiritual de Saul marca o ponto de viragem na história da cristianismo primitivo.

C. o perseguidor PREGA (9: 19-30)

19 e ele levou comida e foi reforçada.

E ele estava alguns dias com os discípulos que estavam em Damasco. 20 E logo nas sinagogas pregava a Jesus, que ele é o Filho de Dt 21:1 ; At 22:15 ; At 26:17 ; Rm 1:5) ; e terceiro , ele estava profundamente convencido de que ele era o mensageiro divinamente escolhido para levar esta mensagem do evangelho a todas as nações (At 26:16 ; Rm 1:5. ).

Logo depois de sua conversão, Saulo partiu para a Arábia, possivelmente para o Petra antiga, onde ele se preparou para a sua vida de trabalho, pelo estudo, meditação e oração. Voltando a Damasco, ele começou a pregar Cristo nas sinagogas abertamente. Os judeus foram movidos de inveja e colocou um complô para matá-lo, a partir do qual escapou enredo Saul, com a ajuda dos discípulos, ao longo da muralha da cidade em uma cesta. Ele passou a Jerusalém, onde se encontrou com Barnabé, que ele elogiou aos apóstolos. Sua pregação incitou os judeus helenistas a intenção assassina contra ele, o que ocasionou sua partida para seu país natal na Cilícia, onde viveu e trabalhou por cerca de sete anos, até que chamou a Antioquia para ajudar Barnabas no ministério da igreja lá.

D. A IGREJA prospera (9: 31-43)

31 Assim, a igreja por toda a Judéia, Galiléia e Samaria tinham paz, sendo edificada; e, andando no temor do Senhor e, no conforto do Espírito Santo, foi multiplicado.

32 E aconteceu que, passando Pedro por todas as partes, veio também aos santos que habitavam em Lida. 33 E achou ali certo homem, chamado Enéias, que havia mantido sua cama de oito anos; . pois ele era paralítico 34 E Pedro disse-lhe: Enéias, Jesus Cristo te cura; levanta-te, e faze a tua cama. E logo ele se levantou. 35 E todos os que habitavam em Lida e em Sharon viu, e eles se voltaram para o Senhor.

36 E havia em Jope uma discípula chamada Tabita, que traduzido se diz Dorcas esta mulher estava cheia de boas obras e esmolas que fazia. 37 E aconteceu que, naqueles dias, que ela adoeceu e morreu: e quando tinham lavado ela, a colocaram no cenáculo. 38 E, como Lida era perto de Jope, os discípulos, ouvindo que Pedro estava ali, enviaram dois homens até ele, suplicando-lhe, Delay não em vir ter conosco. 39 E Pedro levantou-se e foi com eles. E, quando chegou, levaram-no ao quarto alto, e todas as viúvas o rodearam, chorando e mostrando as túnicas e vestidos que Dorcas fizera enquanto estava com elas. 40 Mas Pedro colocá-los todos para trás, e se ajoelhou e orou; e voltando-se para o corpo, disse: Tabita, levanta-te. E ela abriu os olhos; e, vendo a Pedro, sentou-se. 41 E deu-lhe a mão e levantou-a; e, chamando os santos e as viúvas, apresentou-lha viva. 42 E foi isto notório por toda a Jope. e muitos creram no Senhor 43 E sucedeu que, que habitou muitos dias em Jope, com um certo Simão curtidor.

Conversão de Saulo resultou em uma cessação da perseguição sofrida por muito tempo a igreja em suas mãos e permitiu a edificação e aumento rápido do seu ministério (v. At 9:31 ). Lucas segue esta conta com uma notação sobre os discípulos em Lida (v. At 9:32 ). Finalmente, ele se refere a restauração para a vida de Dorcas em Jope através de orações de Pedro (v. At 9:40 ), com o despertar espiritual resultante em Jope (v. At 9:42 ).

É digno de nota que a expressão de Lucas no versículo 31 , Portanto, a igreja em toda a Judéia, Galiléia e Samaria, tinha paz, sendo edificada , contém a única referência ao cristianismo na "Galiléia" em todo o livro de Atos.


Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de Atos Capítulo 9 do versículo 1 até o 43
O grande ponto de virada na con-duta de Deus em relação a Israel foi a conversão de Paulo. Todo o seu programa de evangelização do mundo dependia desse homem in- comum. Devemos lembrar que, no relato de Atos, Paulo e Pedro repre-sentam dois ministérios distintos a fim de dividirmos de forma correta a Palavra da Verdade. Observe es-tes contrastes:

Pedro

  1. Um dos doze apóstolos.
  2. Centrado em Jerusalém.
  3. Ministrou principalmente a Israel.
  4. Cristo chamou-o para o ministé-rio quando estava na terra.
  5. Viu a glória de Cristo na terra.

Paulo

  1. Chamado à parte dos Doze.
  2. Centrado em Antioquia.
  3. Ministrou aos gentios.
  4. Cristo chamou-o para o ministé-rio quando estava no céu.
  5. Viu a glória de Cristo no céu.

Muitos cristãos confundem es-ses dois ministérios e transformam a igreja local em uma miscelânea de "reino verdadeiro" e de "igreja ver-dadeira". Mesmo Pedro admitiu que Paulo era o porta-voz de Deus para a igreja local (2Pe 3:15-61). Deso-bedece à Palavra quem segue as prá-ticas da congregação local expostas em Atos 1:7 e, assim, ignora as ins-truções de Deus para a igreja trans-mitidas por intermédio de Paulo. Até Pedro teve de receber uma instrução adicional para compreender total-mente o novo projeto de Deus reve-lado por Paulo (veja Gl 2:0; At 22:21. A saudação "Saulo, irmão" mostra que Paulo já fora sal-vo antes da chegada de Ananias. At 22:16 relata da seguinte forma a experiência de batismo de Pau-lo: "Levanta-te, recebe o batismo e lava os teus pecados", o que algu-mas pessoas compreendem de for-ma equivocada. Nessa passagem, o tempo dos verbos gregos é impor-tante: "Levanta-te, recebe o batismo e lava os teus pecados, invocando o nome dele". Os pecadores são salvos quando invocam o nome de Deus (At 2:21; At 9:14). At 10:0). Isso cobre um período provável de três anos, durante o qual Paulo aprendia as verdades so-bre "o mistério da igreja" de Deus. Ele, quando retornou a Damasco, foi atacado por judeus e teve de fu-gir, à noite, por uma janela (2Co 11:32-47; At 9:23-44).

Isso nos leva de 37 para 39 d.C., época em que foi a Jerusalém e encontrou-se com os apóstolos (At 9:26-44; At 22:15-44). Os apóstolos temiam Paulo, e foi Bar- nabé ("filho de exortação", At 4:36) que o apresentou ao grupo. É im-portante o fato de que Paulo fosse um estranho (e até um inimigo) para os apóstolos, pois prova que ele re-cebeu sua mensagem de Cristo, não de homens. (VejaGl 1:15-48.) Deus tomou todas as precauções para manter os ministérios de Paulo e o dos 12 apóstolos separados. É uma tragédia que as pessoas os confun-dam hoje. Paulo ficou 50 dias com Pedro (Gl 1:18), mas não viu ne-nhum outro apóstolo (Gl 1:19). Ele visitou Tiago, irmão do Senhor (Gl 1:19), que depois assumiu o lugar de Pedro como líder espiritual de Jerusalém (At 15:0 sugere que Paulo pre-gou nessa região, e At 15:23 in-dica que havia igrejas nessa área. Talvez Paulo, durante sua estada de quatro ou cinco anos na região, te-nha pregado o evangelho da graça de Deus e estabelecido igrejas gen-tias. Quando o centro do ministério mudou-se de Jerusalém para Antio- quia (cidade gentia), Barnabé foi para lá, procurou Paulo e levou-o para pregar com ele (At 11:19-44).

  1. Pedro e os santos (9:32-43)

Por que nesse ponto Lucas discute com Pedro? Talvez a resposta diga respeito à cidade de Jope, mencio-nada por ele (vv. 36,43). Essa cidade lembra-nos a vez em que o profeta Jonas desceu a Jope a fim de fugir para Társis (Jn 1:1 -3). Deus chamou Jonas para levar sua mensagem aos gentios e estava para fazer o mes-mo com Pedro (At 10). Pedro viveu em Jope com Simão, um curtidor, o que sugere que deixou de lado alguns de seus preconceitos judai-cos, pois os judeus consideravam os curtidores "impuros". Pedro es-tava para descobrir que nada que Deus santificou é impuro.


Russell Shedd

Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
Russell Shedd - Comentários de Atos Capítulo 9 do versículo 1 até o 43
9.1 Saulo. A conversão de Paulo, narrada três vezes (aqui, 22:1-11 e 26:12-18), é o mais importante acontecimento da história, desde o Pentecostes até ao dia de hoje. Sumo sacerdote. Caifás (Jo 11:49ss). Cartas de autorização do Sinédrio eram válidas entre os judeus por toda a extensão do império romano.

9.2 Caminho. Termo originalmente de uso popular mas agora tornado técnico, usado para denominar o movimento cristão.

9.3 Brilhou. Conforme as referências de Paulo à "luz" e "glória" (2Co 3:18; 2Co 4:4, 2Co 4:6; Ef 5:13; Cl 1:12).

• N. Hom. 9.15 "instrumento (ou vaso) escolhido".
1) Uma vida submissa separada e consagrada ao serviço de Deus (2Tm 2:20, 2Tm 2:21);
2) Um portador do nome (pessoa), de Cristo (1Co 11:1);
3) Um vaso vazio de si mesmo, mas cheio do Espírito (17; Gl 2:20).

9.16 Sofrer. O sofrimento de Paulo (e da Igreja) é essencial para seu avanço (Cl 1:24; 2Co 11:23ss). Ele passa a sofrer pelo Nome que outrora quis apagar da terra.

9.17 Irmão. Paulo é aceito na comunhão dos crentes (conforme 22.13). Me enviou (gr apostellõ). O apóstolo é alguém comissionado por Cristo, Cabeça da Igreja, que dirige os passos dos Seus servos.

9.20 Sinagogas. A grande comunidade judaica de Damasco tinha várias sinagogas. Filho de Deus. Pedro proclamou a Jesus como Cristo e Senhor, Paulo declara abertamente que Ele é o Filho de Deus.

9.22,23 Se fortalecia... Decorridos muitos dias. Gl 11:17 nos informa que Paulo se retirou para o deserto da Arábia (na vizinhança de Damasco) por mais de dois anos, onde se desenvolveu espiritualmente.

9.26 Chegado a Jerusalém. Conforme Gl 1:18s. O temiam. Consideravam que a estratégia de Paulo era fingir-se de crente para se infiltrar na 1greja.

9.27 Aos apóstolos. Paulo apenas teve encontro com Pedro e Tiago, irmão de Jesus (Gl 1:18), nesta visita.

9.29 Crentes helenistas foram os mais zelosos na evangelização. Helenistas judeus os mais incansáveis na perseguição (6.5, 10; 7.58; 9.1; 21.27).
9.30 Tarso onde Barnabé foi buscar Paulo uns dez anos mais tarde (11.25; GI 2.1). Teria viajado de barco; Cesaréia era porto importante.

9.31 Igreja. Só aqui encontramos o singular para significar mais do que uma igreja local, o não ser que refira à Igreja, como o Corpo de Cristo (conforme Gl 1:22; 1Ts 2:14). Galiléia. Primeira vez que Atos menciona a região onde Cristo labutou mais. • N. Hom. A Igreja Ideal:
1) Edifica-se por ensino e amor (Rm 15:1-45);
2) Vive na consciência da presença imediata de Deus (1Pe 1:15-60);
3) Vive impulsionada (gr paraklesis, "exortação", "encorajamento"; é o título do Espírito Santo em Jo 14:16, Jo 14:26, etc.) pelo Espírito;
4) Cresce pela evangelização dos perdidos (8.4),

9.32 Passando Pedro por todo parte. Em Atos refere-se à evangelização (conforme 8.4). Lida. Evangelizada por Filipe quando de sua viagem de Azoto até Cesaréia (8.40).

9.35 Sorona. A planície fértil entre Lida e o Carmelo (Is 33:9).

9.36 Jope. Moderna Jaffa, porto marítimo mais próximo a Jerusalém. Tabita (aramaico) e Dorcas (grego) significam "gazela".

9.38 Lida. Ficava apenas 15 km a sudeste de Jope.

9.39 As viúvas. Como em 6.1, não formam uma organização eclesiástica, mas são simples recebedoras de caridade. Mostrando-lhe. Do grego dá para entender que elas se vestiam de trajes feitos por Dorcas.

9.40 Orou. Pedro cumpre a comissão de Mt 10:38 e segue o exemplo de Cristo emJo 11:41. A ressurreição de Dorcas lembra a da filha de Jairo (Lc 8:49-42; conforme a cura de Enéias com Lc 5:18-42).

9.41 Os santos. Refere-se aos crentes ou à Igreja local.

9.43 Curtidor. Pedro dá um passo adiante no sentido de prática liberal, alojando-se com Simão, executor de trabalho ritualmente imundo.


NVI F. F. Bruce

Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
NVI F. F. Bruce - Comentários de Atos Capítulo 9 do versículo 1 até o 43

3) A conversão e o chamado de Saulo (9:1-30)
Saulo e seu chamado. A mensagem cristã estava se espalhando por toda a Palestina, e não muito tempo depois Pedro estaria pregando o evangelho na casa de um gentio, abrindo a porta do Reino para os incircun-cisos. Nesse momento, o Senhor põe a mão sobre o inquisidor-mor, que, segundo os desígnios de Deus, seria o apóstolo aos gentios. Anos passariam até que Barnabé e Saulo saíssem para o que foi chamado de “primeira viagem missionária”, mas Deus comissionou o seu servo a tempo para que pudesse ser treinado em segredo antes de ser reconhecido como o apóstolo que completaria a obra dos Doze no mundo gentílico.
Muito tempo depois, Paulo falou da condução providencial de Deus nele já a partir do seu nascimento (G1 1,15) para que, nascido hebreu, filho de pais hebreus, formado na melhor tradição do judaísmo e mesmo assim um cidadão de Tarso e do império, com trânsito completamente livre também com a cultura helenística, estivesse ele idealmente preparado para fazer a ponte entre o Oriente e o Ocidente, carregando a mensagem preparada e nutrida em Israel até os confins da terra. A sua rara dotação intelectual foi ener-gizada por meio de um forte temperamento que não conhecia nada de meias-medidas. Como perseguidor, era terrível, mas, uma vez tendo se entregue a Jesus Cristo, a sua lealdade foi absoluta, e o seu serviço, transbordante. Esse era um vaso escolhido de Deus,

o grande apóstolo mestre, comissionado pelo Senhor glorificado para marcar as linhas da estratégia missionária e para ser o mordomo principal do mistério de Cristo e de sua igreja (Ef 2:0; Cl 1:24-51; At 26:16-20).

Os relatos da conversão. Lucas destaca o apostolado de Paulo ao apresentar a história da sua conversão três vezes em Atos: aqui, como parte da história geral; em 22:3-16, como testemunho de Paulo diante dos judeus; em 26:9-10, como o elemento principal na sua defesa diante de Agripa II. Diferentes propósitos determinam as leves diferenças nos detalhes, principalmente devidas ao grau de condensação.
Uma extensão de perseguição é proposta (v. 1,2). Saulo respirava ameaças contra os nazarenos segundo a suposta maneira de dragões cuspidores de fogo (v. 1) e viu o perigo da propagação da “doença” entre os judeus da Dispersão, onde a influência do Sinédrio era mais fraca. Essa assembléia certamente tinha poderes extraterritoriais sobre as sinagogas no exterior, e a extradição de judeus para julgamento não era desconhecida. Em Damasco, cerca Dt 10:0). A NVI preserva o verdadeiro texto dessa narrativa, mas os detalhes adicionais das narrativas posteriores deveriam ser observados. Os companheiros de Saulo “sentiram” a presença celestial, mas não viram o Senhor; ouviram a voz de Saulo, mas não a do Senhor (v. 7; 22.9).

Ananias e Saulo (v. 7-19). Talvez o descanso de três dias foi necessário para que Saulo pudesse se recuperar do choque e meditar a respeito do significado daquele encontro celestial antes de receber mais mensagens. O fato de que Saulo realmente viu o Senhor (conforme 26,16) é importante do ponto de vista do seu apostolado especial (1Co 9:1; 1Co 15:8).

Por que Ananias de Damasco foi escolhido para transmitir o comissionamento de Saulo (conforme 22:14-16), e não os apóstolos em Jerusalém? (a) Como cristão judeu, que aderiu aos “costumes” do judaísmo, Ananias era uma testemunha incontestável da verdade do chamado e apostolado de Saulo. (b) Era apropriado que Saulo, o principal perseguidor dos discípulos, fosse recebido na comunhão por um dos desprezados nazarenos em Damasco, a quem Saulo tinha vindo prender, (c) Uma razão eclesiástica se torna clara quando lemos G1 1.15—2.10, pois tinha de se tornar muito claro que o apostolado de Paulo não havia sido recebido de homens, mas diretamente do Senhor. A intervenção de Ananias apóia a visão de que na época do NT

não havia idéia alguma de uma sucessão especial de graça fluindo dos apóstolos. Ananias agiu com responsabilidade profética, e sua relutância (v. 13) não é a de um servo obstinado; antes, é sinal de santa familiaridade com o seu Senhor. As orientações foram claras, e ele compreendeu que o ex-perseguidor estava orando, tendo recebido mais uma visão preparatória.
Uma vez que suas dúvidas foram dirimidas, Ananias se identificou totalmente com o propósito do Senhor: Irmão Saulo, ele disse, o Senhor Jesus, que lhe apareceu no caminho [...] enviou-me. Mais uma vez, a imposição de mãos significou a identificação, pois Saulo agora pertencia ao povo que antes havia perseguido. As escamas caíram dos seus olhos — algo que tem importância simbólica —, e ele recebeu a plenitude do Espírito e foi batizado (v.comentário Dt 22:16).

Os termos do comissionamento (v. 15,16). V. mais detalhes do chamado de Saulo em 26:16-18. Mesmo nesse relato abreviado, os pontos fundamentais se destacam claramente: (a) Saulo era um “vaso escolhido”, especialmente separado pelo próprio Senhor (v. 15). (b) Ele deveria ser o porta-bandeira do Senhor entre os gentios (conforme Rm 11:13) — uma “graça” especial finalmente reconhecida por todos (G1 2:7-9). (c) Ele deveria aparecer como testemunha diante de reis (homens em alta posição), o que é o tema dos caps. 21—28. (d) Um ministério ao povo de Israel não estava descartado, embora viesse a ser em grande parte rejeitado (22.18). (e) Aquele que tinha causado o sofrimento de muitos se tornaria um exemplo de sofrimento por causa de Cristo (v. 16).

Testemunho em Damasco (v. 19-25).
Damasco foi o cenário da primeira comunhão de Saulo com cristãos e do seu primeiro serviço para o Senhor, e a profundidade cristoló-gica marcou as suas primeiras mensagens, pois anunciava Jesus como o Cristo e o Filho de Deus (v. 20,22). Os judeus logo perceberam o perigo do testemunho de um teólogo extraordinário que apostatara de sua religião, e a perseguição foi o resultado natural.

A visita à Arábia (G1 1.17). A história que o próprio Paulo conta desses dias (G1 1:13-20) é importante, e ele destacou o fato de que não recebeu a sua autoridade daqueles que eram apóstolos antes dele. A visita à Arábia é mencionada em relação a esse tema, e o seu significado é limitado por ela. “Arábia” (o reino dos nabateus) era uma região grande, mal definida, ao sul da Síria e a oeste da Palestina, que se estendia a partir do golfo de Acaba ao sul até próximo de Damasco; qualquer lugar sossegado em que a meditação fosse possível e as revelações pudessem continuar seria adequado para o seu propósito, embora a hostilidade dos governantes nabateus (2Co 11:32) sugira que ele também se envolveu em testemunho mais intenso ali.

A primeira visita a Jerusalém (v. 26-30; conforme G1 1.18,19). Paulo se refere a essa visita em relação com o propósito já comentado, enquanto Lucas está interessado nela do ponto de vista da difusão do evangelho. Daí as diferenças de detalhes e ênfase. A fuga de Saulo de Damasco foi dramática e humilhante (conforme 2Co 11:32,2Co 11:33), e a sua recepção pelos santos de Jerusalém, mais do que fria. A história de conversão seria verdadeira, ou a sua ação seria de um agente infiltrado para causar subversão? Felizmente Barnabé tinha pleno conhecimento dos fatos e foi capaz de apresentar Saulo como alguém que tinha visto o Senhor e testemunhado em Damasco (v. 27). A esperança de Saulo de que o seu testemunho aos seus antigos companheiros das sinagogas helenísticas fosse eficaz não se concretizou (conforme 22:17-21), e uma conspiração foi logo tramada para dar cabo de sua vida. A jornada a Tarso dá início ao período escondido da vida de Paulo durante o qual, provavelmente, foi deserdado pela sua família e sofreu a perda de “todas as coisas” (Fp 3:8). E altamente provável que ele tenha testemunhado nas sinagogas da Cilicia, e que alguns sofrimentos alistados em 2Co 11:21-47 pertençam a esse período. Não o encontramos de novo até que o seu cooperador Barnabé o buscou em Antioquia (11.25,26).


4) Os esforços apostólicos de Pedro (9:31-43)
Paz e prosperidade (9:31-43). Esse sumário descreve a situação que seguiu a conversão de Saulo, quando os santos na Palestina desfrutavam um período de paz e prosperidade. A corrente principal de perseguição havia sido quebrada, pois os judeus estavam ocupados com outras questões, especialmente quando Calígula insistiu em que a sua imagem fosse colocada no templo. O perigo de rebelião só foi afastado em virtude do assassinato do imperador em 41 d.C. Os crentes, no entanto, caminhando no temor do Senhor, se multiplicaram. A expressão A igreja [...] em toda a Judéia... é muito especial, pois em todo o restante do NT “igreja” no singular é ou toda a companhia dos redimidos, ou, então, certa igreja local — nunca uma federação de igrejas locais. A exceção se deve à sensibilidade de Lucas ao desenvolvimento histórico, pois, naquele momento, os crentes em toda a Palestina ainda se sentiam membros da comunidade original em Jerusalém.

A jornada de Pedro (v. 32). Esse versículo destaca a grande abrangência dos esforços apostólicos de Pedro. O grupo formado por testemunhas anônimas não foi deixado à própria sorte, mas recebeu visitas pastorais e de ensino de Pedro, e, muito provavelmente, de outros apóstolos e missionários também.
A cura de Enéias (v. 33-35). Lida estava situada na estrada de Jerusalém a Jope, onde as colinas se fundem com a planície de Sarom — local provável de ter recebido o testemunho cristão inicial. Mais uma vez, um milagre foi o megafone de Deus, chamando a atenção para uma palavra poderosa e salvadora. A forma em que o apóstolo se dirige ao doente é muito direta: Enéias, Jesus Cristo vai curá-lo. Foi Pedro quem falou, mas o Senhor estava presente com o seu poder de curar, e o homem deu prova da sua fé quando se ergueu e “enrolou” a sua cama. Todos os que viviam em Lida pode ser um termo relativo — todos cujos corações foram abertos pelo sinal para receber a palavra salvadora. Muito provavelmente, no entanto, o propósito é que entendamos com isso um movimento de massas.

A ressurreição de Tabita (v. 36-43).
Essa história nos leva de volta em espírito à simplicidade e ao poder dos relatos de cura nos Evangelhos. Não sabemos exatamente o que os irmãos em Jope esperavam quando mandaram buscar Pedro, mas sabiam que a presença do apóstolo seria uma grande ajuda num momento de tristeza e angústia profundas. Tabita (“gazela”) tinha se embelezado com boas obras, e a sua partida estava sendo muito lamentada (v. 39). Logo após a sua chegada, Pedro precisou ficar sozinho com o “Deus que ressuscita os mortos”, na presença do corpo sem vida, para poder discernir a vontade do Senhor. A sua oração ao ajoelhar-se nos lembra as batalhas espirituais de Elias e Eliseu em circunstâncias semelhantes. Pedro recebeu a certeza de que precisava e se voltou para o corpo com a simples ordem: Tabita, levante-se. Que momento fantástico quando a irmã de coração tão grande pôde ser apresentada aos fiéis novamente — viva! (v. 41). O grande valor do testemunho anterior de Tabita destacou a mensagem poderosa do milagre, e muitos creram no Senhor. Dessa maneira, Pedro havia sido conduzido por Deus ao lugar em que receberia novas e estranhas ordens de marcha, o que se constituiu num dos mais importantes sinais na história da redenção (v. 43).


Moody

Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
Moody - Comentários de Atos Capítulo 6 do versículo 1 até o 25

III. Expansão da Igreja na Palestina Através da Pregação e Dispersão. 6:1 - 12:25.

Até este ponto, os apóstolos não deram nenhuma evidência de ter o propósito de levar o Evangelho a todo o mundo, mas permaneceram em Jerusalém dando o seu testemunho aos judeus. Agora Lucas conta o começo da expansão da igreja através da Judéia e Sanaria. Essa expansão não foi realizada por causa da visão e propósito da igreja mas por ato providencial de Deus, dispersando os crentes. Para explicar esta perseguição, Lucas primeiro conta como Estêvão colocou-se em posição de destaque como um dos sete.


Moody - Comentários de Atos Capítulo 9 do versículo 1 até o 31

At 9:1), resume-se em At 9:32. Conforme o Evangelho avançava na direção do mundo gentio, Deus preparava um vaso escolhido para ser o principal instrumento nessa missão. Por isso Lucas interrompe a sua narrativa para contar a conversão de Saulo, e também para explicar o fim da perseguição à igreja.


Francis Davidson

O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
Francis Davidson - Comentários de Atos Capítulo 9 do versículo 1 até o 31
e) Conversão de Saulo de Tarso (At 9:1-31)

O cabeça da campanha de repressão ao Cristianismo, a qual se seguiu à morte de Estêvão, era Saulo de Tarso, destinado a tornar-se um dos maiores homens de todos os tempos. Embora nascido cidadão romano, na cidade grega de Tarso, na Ásia Menor, foi criado por pais judeus, não como helenista, senão como "hebreu de hebreus" (Fp 3:5). Fora mandado a Jerusalém para educar-se aos pés de Gamaliel, o grande líder dos fariseus, com quem, na qualidade de conselheiro prudente, já entramos em contato. O discípulo mostrava ter pouco da moderação do mestre. Como judeu da Cilícia, bem que podia ser freqüentador da sinagoga onde se feriram os debates de Estêvão, ali ouvindo os argumentos fadados a minar toda a estrutura religiosa do Judaísmo. A mente de Saulo, tão perspicaz como a de Estêvão, percebeu quanto era inconciliável a velha ordem com a nova, e saiu a campo como vigoroso campeão daquela, resolvido a extinguir o movimento revolucionário.

No martírio de Estêvão parece que ele desempenhou algum papel oficial, e daí por diante, aonde quer que os crentes se dirigissem na sua dispersão, ali Saulo os perseguia, não somente na Palestina, como até em Damasco. Para as sinagogas desta última levou uma carta do Sumo Sacerdote, autorizando-o a capturar e trazer para Jerusalém todo aquele que, fugindo, procurasse refugiar-se na antiga cidade síria. As ordens do Sumo Sacerdote eram acatadas nas sinagogas do Império, e sua autoridade em matéria religiosa era sancionada pelo poder romano. Foi na sua viagem a Damasco que Saulo defrontou com a visão do Cristo ressuscitado, que tão grande revolução operou em sua vida, fazendo dele, dali por diante, o mais valente campeão da fé que até então procurara destruir. "Unicamente a conversão e o apostolado de São Paulo", na opinião do estadista do século dezoito, George, Lord Lyttelton, "devidamente considerados, foram de si mesmos uma demonstração suficiente de que o Cristianismo é uma revelação divina. Quando refletimos nas implicações desse fato, concordamos com essa opinião. Lucas percebeu a importância da conversão de Paulo, visto como, apesar do espaço limitado de que dispõe, narra-a com alguns pormenores três vezes, uma na terceira pessoa (At 9), e duas vezes contada pelo própria apóstolo (At 22:26).

Aparecendo o Senhor a Ananias, preparou desse modo o caminho para a recepção de Paulo pelos cristãos de Damasco. As palavras de Cristo, mencionando-o como "vaso escolhido", nunca mais saíram da memória do apóstolo. Anos mais tarde reconhecia ele que, sem o saber, fora separado por Deus para a obra do evangelho, antes mesmo de nascer (Gl 1:15; Rm 1:1). Judeu de nascimento e formação, era também cidadão romano; os privilégios inerentes a essa cidadania mais de uma vez lhe foram de proveito. Embora muitas vezes se tenha exagerado a influência da atmosfera educacional de Tarso, sua terra natal, não é necessário minimizá-la ao ponto de fazê-la desvanecer-se de todo.

À sua conversão e batismo seguiu-se imediatamente ousada proclamação de Jesus como o Filho de Deus, nas próprias sinagogas de Damasco, junto às quais fora acreditado pelo Sumo Sacerdote para uma finalidade muito diferente. Contudo suas atividades ali e no território vizinho, do nabateu rei Aretas IV (a "Arábia" de Gl 1:17), provocaram tanta oposição que, afinal, ele teve de ser despachado ocultamente da cidade, já bastante agitada para continuar a abrigá-lo. Talvez os judeus dali combinassem com os representantes locais de Aretas a sua captura.

Três anos depois de sua conversão, voltou a Jerusalém onde passou quinze dias com Pedro, avistando-se também com Tiago, o irmão do Senhor (Gl 1:18-48). Seu contato com estes e outros cristãos foi facilitado por Barnabé, que presumivelmente o conhecera antes, podendo testificar sua sinceridade. Quando, porém, começou a fazer nas sinagogas de Jerusalém o que fizera em Damasco, teve outra vez de ser retirado da cidade por medida de segurança, sendo acompanhado até à costa, onde embarcou com destino a Tarso. "Assim, pois", diz Lucas, "a Igreja teve paz" (At 9:31). A primeira onda de perseguição parece que arrefeceu com a conversão do perseguidor chefe.

Sumo Sacerdote (1). Provavelmente ainda é Caifás. Caso achasse alguns que eram do Caminho (2). "O Caminho" era uma expressão idiomática judeu-cristã, pela qual se denominava o Cristianismo (cfr. At 19:9-23; At 22:4; At 24:14-22). Provavelmente iria prender ali os principais refugiados da Judéia, e não propriamente os crentes damascenos, como Ananias. Duro é para ti... E disse-lhe o Senhor (5-6). Estas palavras foram tiradas das passagens paralelas de At 22:10 e At 26:14 e insertas aqui; cfr a ARA. Ouvindo a voz (7), isto é, a voz de Paulo: "mas não ouviram a voz daquele que falava comigo", diz ele em At 22:9. Ananias (10). Seu caráter Paulo descreve-o em At 22:12. Parece que era natural de Damasco, e que só por notícia sabia do desencadeamento da perseguição em Jerusalém (13). Não temos informação de como se estabeleceu o Cristianismo em Damasco; podiam tê-lo levado da Galiléia para lá. A rua que se chama Direita (11). Hoje é chamada Darb al-Mustaqim. Viu em visão (12). Podemos distinguir as três primeiras visões de Paulo: na estrada de Damasco (4 e segs.); na casa de Judas (12); e na sua volta a Jerusalém (At 22:17 e segs.). Dos principais sacerdotes (14). Ver At 4:6, acima. Todos os que invocam o teu nome (14); isto é, os que invocam Jesus como Senhor (cfr. At 2:21). Quanto lhe importa sofrer pelo meu nome (16). Deveria ele aturar muitas vezes mais o que fizera outros sofrer pelo mesmo Nome. Porém no reino de Cristo o sofrimento pelo Rei é um sinal seguro do Seu favor e um penhor de Sua recompensa. Impôs sobre ele as mãos (17); não apenas em sinal de companhia, saudando-o como companheiro cristão (Saulo, irmão), como também porque Ananias, muito embora fosse um cristão comum, ou "particular", agiu nessa ocasião como delegado do Senhor, devidamente designado para aquele serviço. Fiques cheio do Espírito Santo (17). Tal plenitude era necessária para o exercício do ministério profético descrito no vers. 15. Os vers. 20-22 deixam claro que a manifestação particular do Espírito em Saulo foi o poder sobrenatural de sua pregação missionária. Como que umas escamas (18), ou melhor, "uma substância escamosa (ou como flocos)". Levantou-se e foi batizado (18). Provavelmente deve-se inferir daí que (diferentemente dos samaritanos em At 8:16) Saulo recebeu o Espírito Santo antes de ser batizado. Então permaneceu em Damasco alguns dias com os discípulos (19). Se isto se deu antes ou depois de sua visita à Arábia (o reino nabateu), mencionada em Gl 1:17, não se pode dizer ao certo. As indicações cronológicas de Lucas, neste ponto, são vagas; sabemos de Gl 1:18 que os fatos dos vers. 26 e seguintes aconteceram três anos depois da conversão de Paulo. Que este é o Filho de Deus (20). É significativo que a única vez que ocorre este título nos Atos seja no relato da primeira pregação de Saulo. Enquanto a filiação divina do Messias é um corolário do Sl 2:7, o uso que Paulo faz do título aqui provavelmente marca um progresso na designação até aqui feita de Jesus como Senhor e Messias (por ex. At 2:36). Provando (22). O termo grego synbibazo sugere provavelmente que o método dessa prova era colocar as Escrituras proféticas lado a lado com os fatos que lhes davam cumprimento. Os judeus deliberaram entre si tirar-lhe a vida (23). Segundo Paulo conta em 2Co 11:32, "o governador preposto do rei Aretas montou guarda na cidade dos damascenos, para me prender". A situação era provavelmente como foi sugerida em nosso sumário acima. Levou-o aos apóstolos (27). O termo é empregado aqui em sentido mais lato. Conforme Gl 1:18-48, os únicos apóstolos (em sentido restrito) que ele viu foram Pedro e Tiago, o irmão do Senhor. Discutia com os helenistas (29), sem dúvida na mesma ou mesmas sinagogas que testemunharam idêntica atividade de Estêvão. Assim as igrejas tinham paz (31). Os melhores textos têm "igreja" (no singular), estando os verbos que se lhe seguem igualmente no singular.


John MacArthur

Comentario de John Fullerton MacArthur Jr, Novo Calvinista, com base batista conservadora
John MacArthur - Comentários de Atos Capítulo 9 do versículo 1 até o 43

21. A Vida Transformada (Atos 9:1-31)

Agora Saulo, respirando ainda ameaças e mortes contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo sacerdote, e pediu-lhe cartas para as sinagogas de Damasco, a fim de que, se encontrasse alguns pertencentes ao Caminho, homens e mulheres, ele conduzisse presos a Jerusalém. E aconteceu que, indo no caminho, ele se aproximava de Damasco, subitamente uma luz do céu brilhou ao seu redor; e ele caiu no chão, ouviu uma voz que lhe dizia: "Saulo, Saulo, por que me persegues?" E ele disse: "Quem és tu, Senhor?" E Ele disse: "Eu sou Jesus, a quem tu persegues, mas subir, e entra na cidade, e lá te será dito o que você deve fazer." E os homens que viajavam com ele, pararam espantados, ouvindo a voz, mas não vendo ninguém. E Saulo levantou-se do chão, e, apesar de seus olhos estavam abertos, ele não conseguia ver nada; e conduzindo-o pela mão, levaram-no a Damasco. E esteve três dias sem ver, e não comeu nem bebeu. Ora, havia um em Damasco certo discípulo chamado Ananias; eo Senhor disse a ele em uma visão, "Ananias". E ele disse: "Eis-me aqui, Senhor." E o Senhor lhe disse: "Levanta-te e vai à rua chamada Direita, e pergunta em casa de Judas por um homem de Tarso chamado Saulo; pois eis que ele está orando, e ele viu numa visão um homem chamado Ananias entrar e impor-lhe as mãos, para que ele possa recuperar a vista. " Mas Ananias respondeu: "Senhor, eu tenho ouvido de muitos acerca deste homem, quantos males tem feito aos teus santos em Jerusalém; e aqui ele tem poder dos principais dos sacerdotes para prender a todos os que invocam o teu nome." Mas o Senhor lhe disse: "Vai, porque este é um instrumento escolhido de Minas, para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis e dos filhos de Israel, pois vou mostrar a ele o quanto ele deve sofrer por causa do meu nome." Partiu Ananias e entrou na casa e, depois de impor as mãos sobre ele, disse: "Irmão Saulo, o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho por onde vinhas, enviou-me para que você possa recuperar a sua visão, e ser cheio do Espírito Santo. " E logo lhe caíram dos olhos como que umas escamas, e recuperou a vista, e ele se levantou e foi batizado; e ele levou comida e foi reforçada. Agora por vários dias ele estava com os discípulos que estavam em Damasco, e imediatamente começou a proclamar Jesus nas sinagogas, dizendo: "Ele é o Filho de Deus." E todos os que ouviam ele continuou a se surpreender, e diziam: "Não é este o que em Jerusalém perseguia os que invocavam este nome, e que tinha vindo aqui com o propósito de levá-los presos aos principais sacerdotes?" Mas Saul continuou a aumentar em força e confundia os judeus que habitavam em Damasco, provando que este Jesus é o Cristo. E quando muitos dias se passaram, os judeus conspiraram juntos para acabar com ele, mas as suas ciladas vieram ao conhecimento de Saulo. E eles também estavam observando as portas de dia e de noite para que pudessem condená-lo à morte; os discípulos, tomando-o de noite, desceram-no através de uma abertura na parede, reduzindo-o em um grande cesto. E quando ele tinha ido a Jerusalém, ele estava tentando se associar com os discípulos; e todos tinham medo dele, não acreditando que ele fosse discípulo. Mas Barnabé tomou conta dele e levou-o aos apóstolos e descreveu-lhes como ele vira o Senhor no caminho, e que Ele tinha falado com ele, e como em Damasco falara ousAdãoente no nome de Jesus. E ele estava com eles andando livremente por Jerusalém, falando ousAdãoente em nome do Senhor. E ele estava falando e discutindo com os judeus helenistas; mas eles estavam tentando matá-lo. Mas, quando os irmãos souberam disso, levaram-no até Cesaréia e enviado a Tarso. Assim, a igreja por toda a Judéia, Galiléia e Samaria, tinha paz, sendo edificada; e, acontecendo no temor do Senhor e, no conforto do Espírito Santo, ele continuou a aumentar. (9: 1-31)

Em uma idade jovem, João Newton foi para o mar. Como a maioria dos marinheiros de sua época, ele viveu uma vida de rebeldia e deboche. Durante vários anos, ele trabalhou em navios negreiros, capturando escravos à venda para as plantações do Novo Mundo. Tão baixa que ele afunde que em um ponto, tornou-se ele mesmo um escravo, cativo de outro comerciante de escravos. Eventualmente, ele se tornou o capitão do seu próprio navio de escravos. A combinação de uma tempestade assustadora no mar, juntamente com a sua leitura do clássico de Tomé a Kempis Imitação de Cristo, plantou as sementes que resultaram em sua conversão. Ele passou a se tornar um líder no movimento evangélico na 1nglaterra do século XVIII, juntamente com homens como João e Charles Wesley, George Whitefield, e William Wilberforce. Em sua lápide está inscrito o seguinte epitáfio, escrito pelo próprio Newton: "João Newton, escriturário, uma vez um infiel e Libertine, um servo de traficantes de escravos na África, foi, pela misericórdia de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, preservadas, restauradas , perdoado, e nomeado para pregar a fé que ele tinha se esforçado muito para destruir "(Kenneth W. Osbeck,101 Stories Hino [Grand Rapids: Kregel, 1982], 28). Quando ele escreveu o hino amado "Amazing Graça", ele sabia em primeira mão as verdades que ela proclamados.

Mel Trotter era um barbeiro de profissão e um bêbado pela perversão. Assim, ele se tornou devassa teve que quando sua filha morreu, ele roubou os sapatos que ela era para ser enterrado em e penhorou-lhes dinheiro para comprar mais bebidas. Uma noite, ele cambaleou para o jardim da missão Pacífico em Chicago e foi maravilhosamente salvos. Sobrecarregados para os homens de Skid Row, abriu uma missão de resgate em Grand Rapids, Michigan. Ele passou a encontrar mais mais de sessenta missões e tornou-se supervisor de uma cadeia deles alongamento de Boston a San Francisco (Elgin S. Moyer, quem era quem na História da Igreja [New Canaan, Connecticut .: Keats, 1974],
411) .

Um dia, em agosto de 386, um professor de retórica chamado Aurélio Agostinho sentou despondently em seu jardim. Embora o filho de uma mãe cristã, ele havia abandonado a fé de sua mãe, em favor da religião persa conhecido como maniqueísmo. Ele também teve uma amante, com quem viveu por 13 anos. Abandonando o maniqueísmo como insatisfatórios, ele continuou a busca fútil de verdade. Através da pregação da igreja Pai Ambrósio, ele tornou-se intelectualmente convencido da verdade do cristianismo. No entanto, se conteve: "impedido de aceitar a fé pela fraqueza em lidar com a tentação sexual" (RS Pine-Coffin, "Introdução", de Santo Agostinho: Confessions [New York: Penguin, 1978], 11). Agora, em meio a sua confusão, ele ouviu cantando em latim uma voz de criança tolle lege ("levar e ler").Em suas Confissões, ele descreve o que aconteceu a seguir:

I resultou minha torrente de lágrimas e se levantou, dizendo a mim mesmo que isso só poderia ser uma ordem divina para abrir o meu livro das Escrituras e ler a primeira passagem em que meus olhos devem cair ... Então, eu corri de volta para o lugar onde [sua amigo] Alípio estava sentado, para quando eu me levantei para sair eu tinha colocado para baixo o livro contendo epístolas de Paulo. Agarrei-a e abriu-a e, em silêncio, eu li a primeira passagem em que meus olhos caíram: Não em glutonarias e bebedeiras, não em luxúria e dissoluções, não em contendas e rivalidades. Em vez disso, armem-se com o Senhor Jesus Cristo; não gastar mais pensamento sobre a natureza e os apetites da natureza [13 13:45-13:14'>Rom. 13 13:14]. Eu não tinha vontade de ler mais e não há necessidade de fazê-lo. Pois em um instante, como eu vim para o final da frase, era como se a luz de confiança inundou meu coração e toda a escuridão da dúvida foi dissipada. ( Confissões VIII, 12, traduzido por RS Pine-Coffin [New York: Penguin, 1978])

Entregues a partir de uma vida de pecado e da confusão, Agostinho passou a se tornar o maior teólogo da Igreja conhecia desde o apóstolo Paulo.

A história da Igreja está repleta de relatos como esses, que destacam o maravilhoso poder do evangelho para transformar pecadores. Mas nenhuma transformação é tão notável, ou tenha tido tais implicações de longo alcance para a história, como a conversão de Saulo de Tarso. Então, um evento significativo foi a sua conversão que a Escritura registra nada menos do que três vezes (conforme Atos 22:1-16; 26: 4-18).

É justo que um indivíduo tão singular teria uma conversão única. Saul era judeu de nascimento, pela cidadania romano, pela educação um grego, e puramente pela graça de Deus, um cristão (conforme Fl 3. 4-9).Ele era um missionário, teólogo, evangelista, pastor, organizador, líder, pensador, lutador de verdade, e amante das almas. Nunca um homem mais santo viveu, exceto nosso próprio Senhor.

Saul nasceu em Tarso, uma cidade importante (At 21:39) na província romana da Cilícia. Tarso foi localizado perto de onde a Ásia Menor e Síria se encontram, não muito longe de Antioquia. Ele era famoso por sua universidade, que se classificou com os de Atenas e Alexandria como entre os mais honrados no mundo romano. O pai de Saul deve ter sido um cidadão romano, uma vez que Saul era o próprio cidadão de Roma por nascimento (At 22:28). Suas credenciais judaicas foram igualmente impecável. Assim como seu pai antes dele, ele era um fariseu (At 23:6 no capítulo 18, Saul era terrivelmente adepto de perseguir os crentes. A bolsa Jerusalém rompeu sob a força de seus ataques. Muitos dos crentes helenistas, que, aparentemente, suportaram o peso da perseguição, fugiu de Jerusalém. À medida que os acontecimentos deste capítulo se desdobrar, Saul é no encalço daqueles que fugiram de Damasco. Em seu depoimento a Agripa (Atos 26:9-11), ele articulou a ferocidade de seu ataque:

Então, eu pensei para mim mesmo que eu tinha que fazer muitas coisas hostis ao nome de Jesus de Nazaré. E este é apenas o que eu fiz em Jerusalém; Não só eu trancar muitos dos santos nas prisões, havendo recebido autorização dos principais dos sacerdotes, mas também quando eles estavam sendo condenado à morte dei o meu voto contra eles. E como, castigando-os muitas vezes por todas as sinagogas, eu tentei forçá-los a blasfemar; e sendo furiosamente furioso com eles, eu ficava perseguindo-os até nas cidades estrangeiras.
Depois do interlúdio do capítulo 8, que descreve o ministério de Filipe, a cena muda de volta para Jerusalém. Saul, Lucas observa, ainda respirava ameaças e morte contra os discípulos do Senhor.cristãos perseguindo consumiu a ele; tornou-se toda a sua vida. O próprio ar que ele estava respirando foi o de ameaças e mortes contra os discípulos do Senhor. O termo discípulos refere-se a todos os crentes, e não apenas os doze apóstolos. Todo cristão é um seguidor de aluno e do Senhor Jesus Cristo. Saul queria que cada um que ele poderia colocar em suas mãos.

Audição de um grupo de cristãos em Damasco, Saulo impulsionadas pela ambição mortal e zelo religioso torcida, foi para o sumo sacerdote, e pediu-lhe cartas para as sinagogas de Damasco, a fim de que, se encontrasse alguns pertencentes ao Caminho, tanto homens e as mulheres, os conduzisse presos a Jerusalém. O sumo sacerdote, na sua qualidade de presidente do Sinédrio, foi visto pelos romanos como chefe do Estado judeu. Ele, portanto, tinha autoridade sobre assuntos internos judeus como esta. Assim, Saul precisava lhe cartas para as sinagogas de Damasco ter autoridade para apreender os cristãos. Ele destina-se, caso encontrasse alguns pertencentes ao Caminho (se homens ou mulheres ), para trazê-los presos a Jerusalém.

Damasco, a antiga capital da Síria, tinha uma grande população judaica. Isso é evidenciado pelo massacre de cerca de 10-20000 judeus em UM . D . 66 (FF Bruce, O Livro dos Atos [Grand Rapids: Eerdmans, 1971], 194). Dado o tamanho da população judaica, não teria havido várias sinagogas.

A descrição do cristianismo como o Caminho aparece várias vezes em Atos (19: 9, 23; 22: 4; 24:14, 22). Ele aparentemente deriva de descrição de Jesus de Si mesmo como "o caminho, ea verdade, ea vida" (Jo 14:6 ), o caminho para o Lugar Santo (Heb. 10: 19-20), e o caminho da verdade (2Pe 2:2).

Confrontado com o aparecimento da glória de ardência de Jesus Cristo, Saulo, o perseguidor dos cristãos endureceu, ficou sem palavras com terror. Outras contas de Lucas do evento (At 22:26), porque as palavras do Senhor fosse apenas para os ouvidos de Saul. Saul realmente viu Jesus em glorioso brilhantismo como testifica repetidamente (At 9:17, At 9:27; At 22:14; At 26:16; 1Co 9:11Co 9:1, Jo 6:44; 10: 27-29; Jo 17:2, Jo 17:9, Jo 17:11, Jo 17:24; 2Co 4:62Co 4:6;. Jc 1:18). Como observado no capítulo 20 deste volume, o Espírito Santo dispostas soberanamente as circunstâncias que levaram à conversão do eunuco etíope. Isso era, e é, necessário, já que os homens incrédulos, mortos em seus delitos e pecados: não pode vir a Deus por conta própria (conforme Rom 3: 10-12; 1 Cor 2 (Ef 2:1; Cl 2:13)..

Que a salvação é iniciado por Deus em nenhum lugar é mais poderosa do que afirmou por Paulo a Tito:

Porque também nós éramos outrora insensatos nós mesmos, desobedientes, extraviados, servindo a várias paixões e deleites, gastando a nossa vida em malícia e inveja, odiosos, odiando um ao outro. Mas quando apareceu a bondade de Deus, nosso Salvador e Seu amor pela humanidade apareceu, Ele nos salvou, e não com base em ações que nós temos feito em justiça, mas de acordo com a Sua misericórdia, pela lavagem da regeneração e renovação pelo Espírito Santo. (Tito 3:3-5)

Convicção

e ele caiu no chão, ouviu uma voz que lhe dizia: "Saulo, Saulo, por que me persegues?" (9: 4)

Prostrado no chão, Saul ouviu uma voz que lhe dizia: "Saulo, Saulo, por que me persegues" A repetição é enfático, como em outros lugares nos escritos de Lucas (conforme Lc 10:41; Lc 13:34; Lc 22:31 ). Aqui ele marca uma repreensão de Saul, a intenção de trazer angústia da alma, então Saul iria perceber o quão errado ele tinha sido, e culpa iria esmagá-lo. Ele foi um dos que odiava Jesus Cristo sem justa causa (Jo 15:25).

As palavras do Senhor "Por que me persegues?" refletir a ligação indissociável entre a Si mesmo, como cabeça do corpo, e seus membros. No golpe desferido na terra vai unfelt no céu por nosso simpático Sumo Sacerdote. Ao perseguir os cristãos, Saul infligido golpes diretamente em seu Senhor.

Saul, que tinha sido tão violento, foi violentamente colocado face a face com a enormidade de seus crimes, não contra os cristãos, mas contra Cristo. Aqueles que vão para o inferno fazê-lo em última análise, por causa de sua rejeição do Salvador. Mesmo aqueles que não perseguem os crentes, mas simplesmente viver separado de Jesus Cristo, são tão culpados de crimes contra ele, como era Saulo. Como Saul próprio escreveria mais tarde: "Se alguém não ama o Senhor, seja anátema" (1Co 16:22). Jesus disse que o Espírito Santo seria convencer os homens "a respeito do pecado, porque não crêem em mim" (Jo 16:9, o Senhor disse-lhe: "Saulo, Saulo, por que me persegues? É difícil para você chutar os aguilhões [afiada, apontou varas]." A resistência de Saul foi esmagado naquele momento e seu coração, quebrado pelo arrependimento, foi curado pela fé. Filipenses 3:4-11 descreve a mudança mental que ocorreu em sua alma neste momento:

... Embora eu poderia até confiar na carne. Se alguém tem uma mente que confiar na carne, eu muito mais: circuncidado ao oitavo dia, da nação de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; quanto à lei, fariseu; quanto ao zelo, perseguidor da Igreja; quanto à justiça que há na lei, fui irrepreensível. Mas tudo o que para mim era lucro, essas coisas que eu considerei perda por causa de Cristo. Mais do que isso, considero tudo como perda, tendo em vista o valor de excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas as coisas, e as considero como lixo, a fim de que eu possa ganhar a Cristo, e pode ser encontrado nele, não tendo a minha justiça que vem da lei, mas a que vem pela fé em Cristo, a justiça que vem de Deus com base na fé, para que eu possa conhecê-lo, eo poder da sua ressurreição e à comunicação de suas aflições, sendo feito conforme à sua morte; a fim de que eu possa alcançar a ressurreição dentre os mortos.
Alguns têm tolamente tentou explicar a experiência de Saul como o resultado de um ataque epiléptico. Essa explicação é insuficiente, mesmo concedendo a suposição duvidosa que Saul era um epiléptico.No such apreensão poderia ser responsável pela reviravolta completa a vida de Saul tomou. Também não explicar o fato de que companheiros de viagem de Saul viu a luz e ouviu a voz. Para o resto de sua vida Saul ofereceu apenas uma explicação, ele tinha de fato visto o ressuscitado, glorificado Senhor Jesus Cristo.

Esta conversão milagrosa, sem envolvimento humano na sua ocorrência, é um exemplo da extensão e poder de poupança, a graça soberana. Paulo atesta que a graça em 13 54:1-17'>I Timóteo 1:13-17:

... Mesmo que eu era anteriormente um blasfemo, perseguidor e injuriador. E ainda me foi concedida misericórdia, porque o fiz por ignorância, na incredulidade; ea graça de nosso Senhor foi mais do que abundante, com a fé e amor que há em Cristo Jesus. É uma declaração de confiança, aceitação plena merecimento, que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais sou eu o principal de todos. E ainda por esta razão que eu encontrei misericórdia, para que em mim, o principal, Jesus Cristo pudesse demonstrar sua paciência perfeito, como um exemplo para aqueles que crêem nEle para a vida eterna. Ora, ao Rei,,, o único Deus invisível imortal eterna, seja honra e glória para todo o sempre. Amém.

Consagração

"Mas subir, e entra na cidade, e lá te será dito o que você deve fazer." E os homens que viajavam com ele, pararam espantados, ouvindo a voz, mas não vendo ninguém. E Saulo levantou-se do chão, e, apesar de seus olhos estavam abertos, ele não conseguia ver nada; e conduzindo-o pela mão, levaram-no a Damasco. (9: 6-8)

A autenticidade da conversão de Saulo tornou-se imediatamente evidente. A partir de At 22:10, ficamos a saber que ele perguntou: "O que devo fazer, Senhor?" Rendição de Saul estava completa, como ele humildemente se submeteu à vontade do Senhor, que ele tinha odiado. Em contraste com o ensino de muitos hoje, Saul não sabia nada de aceitar Cristo como Salvador, em seguida, (espero) fazendo-o Senhor mais tarde. O ensino básico das Escrituras é que Jesus é o Senhor (conforme Rom. 10: 9-10), independentemente de qualquer resposta humana. A questão na salvação não é se Jesus é o Senhor, mas se somos submissos ao Seu senhorio. Saul foi, desde o momento de sua conversão ao fim de sua vida.

Em resposta à pergunta de Saul, Jesus disse-lhe para subir e entrar na cidade de Damasco, e lá te será dito o que você deve fazer. Lucas observa que os homens que viajavam com ele, pararam espantados, ouvindo a voz, mas não vendo ninguém. Este incidente foi nenhuma projeção subjetiva da mente de Saul, mas um acontecimento histórico real. Saulo levantou-se do chão, e, apesar de seus olhos estavam abertos, ele não conseguia ver nada; e conduzindo-o pela mão, levaram-no a Damasco. Sua entrada na cidade era muito diferente do que ele havia previsto. Em vez de intrometendo-se como o herói conquistador, o flagelo dos cristãos, ele entrou impotente cego, guiado pela mão.

Deus esmagado Saul, trazendo-o para o ponto de consagração total. Das cinzas da antiga vida de Saul surgiria a mais nobre e mais útil homem de Deus a igreja já conheceu.

Comunhão

E esteve três dias sem ver, e não comeu nem bebeu. (9: 9)

Tão impressionante e súbita tinha sido sua colocação de fé no Salvador que Saul precisava de tempo para refletir sobre a transformação de todos os aspectos de sua vida. Durante seus três dias sem ver,quando ele não comeu nem bebeu, Deus levou-o através do processo de reconstrução de tudo o que ele foi e fez. Embora a salvação é uma transformação instantânea da morte para a vida, trevas para a luz, é preciso tempo para sondar as profundezas de seu significado e riqueza. Saul começou esse processo.

Fervor na Súplica

Ora, havia um em Damasco certo discípulo chamado Ananias; eo Senhor disse a ele em uma visão, "Ananias". E ele disse: "Eis-me aqui, Senhor." E o Senhor lhe disse: "Levanta-te e vai à rua chamada Direita, e pergunta em casa de Judas por um homem de Tarso chamado Saulo; pois eis que ele está orando, e ele viu numa visão um homem chamado Ananias entrar e impor-lhe as mãos, para que ele possa recuperar a vista. " (9: 10-12)

Enquanto Saul esperou, cego e jejum, pensando profundamente sobre o que havia ocorrido, Deus estava lidando com um outro homem. O em Damasco certo discípulo chamado Ananias não era, obviamente, o mesmo Ananias executado por Deus no capítulo 5.At 22:12 o descreve como "devoto" e "bom testemunho de todos os judeus que viviam" em Damasco. Ele era provavelmente um dos líderes espirituais da igreja Damasco. Se assim for, ele também, ironicamente, teria sido um dos principais alvos de Saul. O Senhor disse a ele em uma visão a surgir e vai à rua chamada Direita e procura em casa de Judas por um homem de Tarso chamado Saulo. Isso foi uma dura prova de fé de Ananias, uma vez temível reputação de Saul era muito conhecido (conforme vv. 13-14). Ananias não teria nenhuma maneira de saber da conversão de Saulo, pois o Senhor não revelou a ele.

A nota de rodapé pois eis que ele está orando nos informa sobre o que Saul fez durante seus três dias sem ver. A oração é a resposta espontânea do coração crente a Deus. Aqueles verdadeiramente transformado por Jesus Cristo encontrar-se perdido na maravilha e alegria da comunhão com Ele. A oração é tão natural para o cristão como respirar. Paulo tornou-se um homem de oração incessante.

Enquanto esperava para Ananias, Deus deu a Saul uma visão que Ananias iria vir e colocar suas mãos sobre ele, para que ele possa recuperar a vista. Deus, em Sua bondade concurso para este perseguidor, não quero que ele seja em qualquer sofrimento desnecessário , então ele deu Saul esperança de receber a vista. Um par de visões estavam prestes a reunir dois homens que estavam em pólos opostos.

Fidelidade em Serviço

Mas Ananias respondeu: "Senhor, eu tenho ouvido de muitos acerca deste homem, quantos males tem feito aos teus santos em Jerusalém; e aqui ele tem poder dos principais dos sacerdotes para prender a todos os que invocam o teu nome." Mas o Senhor lhe disse: "Vai, porque este é um instrumento escolhido de Minas, para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis e dos filhos de Israel, pois vou mostrar a ele o quanto ele deve sofrer por causa do meu nome." Partiu Ananias e entrou na casa e, depois de impor as mãos sobre ele, disse: "Irmão Saulo, o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho por onde vinhas, me enviou, para que tornes a ver", (9: 13-17a)

Em resposta à oração de Saul, Deus dirigiu Ananias para ir até ele. Como já mencionado, que comando desde um teste severo para a coragem de Ananias. Compreensivelmente, ele recusou-se a ir, protestando, "Senhor, eu ouvi muitos acerca deste homem, quantos males tem feito aos teus santos em Jerusalém; e aqui ele tem poder dos principais dos sacerdotes para prender a todos os que invocam o teu nome. " Uma vez que a palavra dos crentes em Jerusalém havia chegado antes de Saul, a igreja em Damasco sabia que ele estava vindo e por quê. Então, Ananias disse em efeito: "Senhor, você sabe que você está pedindo?" O pedido, sem dúvida, apareceu-lhe para ser suicida. Sua vida estava em jogo, e por isso foi o ministério que ele tinha na igreja. Ele estava perguntando se o Senhor realmente quis dizer para acabar com ambos.

O protesto de Ananias foi anulada, como Deus explicou -lhe: "Vai, porque este é um instrumento escolhido de Minas, para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis e dos filhos de Israel." A chamada para o ministério não é baseada nos caprichos dos homens, mas sobre a escolha soberana de Deus. Ananias entendido que a verdade com clareza, e assim o fez Saul. Em Gl 1:1).. Para a igreja de Colossos, ele disse: "Eu fui feito ministro", e que "pela dispensação de Deus, dado em mim" (01:23, 25). Ele também entendeu que apesar de muitas vezes ele pregava aos judeus primeiro (At 13:14; At 14:1; At 18:4).

Esses ensaios foram apenas uma pequena porção de quanto Saul iria sofrer por Jesus ' causa do nome. Primeiro Coríntios 4:9-13, II Coríntios 11:23-29 e 12: 7-10 catálogo o sofrimento Saul sofreu por causa de Seu Senhor. E seu sofrimento, que nunca parou até um machado cortou sua cabeça devoto fiel de seu corpo, não esperar muito tempo para começar somente alguns dias.

Fortalecidos pela palavra direta do Senhor, e superar seus medos, Ananias partiu e entrou na casa de Judas, e depois pôs as mãos sobre ele, disse: "Irmão Saulo, o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho por onde estavam vindo, enviou-me para que você possa recuperar a sua visão ". Como Atos 22:14-15 revela, esta foi a colocação de Saul para o serviço: "E [Ananias] disse, 'O Deus de nossos pais de antemão te designou para conhecer a Sua vai, e ver o Justo, e ouvir um enunciado de sua boca. Por que você vai ser uma testemunha para com todos os homens do que tens visto e ouvido. "

As histórias de ambos Ananias e Saul ilustram a verdade de que a vida transformada exige serviço a Cristo. Como Saul escreveria mais tarde, "Que os homens nos consideram dessa maneira, como servos de Cristo e administradores dos mistérios de Deus" (1Co 4:1), os samaritanos (Atos 8:14-17), e logo os gentios (Atos 10:44-46), Saul tinha recebido o Espírito e sua colocação ao serviço sem apóstolos presente.Saul era um judeu, por isso não havia necessidade de repetir a vinda inicial do Espírito, que ocorreu no dia de Pentecostes. Além disso, ele era um apóstolo em seu próprio direito e não derivam sua autoridade dos outros apóstolos (Gl 1:11Co 9:1), nem estava sujeito à sua autoridade. Como eles, ele foi escolhido pessoalmente pelo Senhor Jesus Cristo e receberam o Espírito de seu comissionamento e poder diretamente dEle.

O Espírito transformou Saulo de duas maneiras fundamentais. Em primeiro lugar, Ele tomou forças naturais de Saul e refinou-los. Saul era um líder natural dotado, com força de vontade. Ele era um homem de fortes convicções, um self-starter, corajoso, um mestre em usar seu tempo e talentos, um indivíduo motivado, e um pensador profundamente talentoso e alto-falante.
O Espírito Santo também eliminado características indesejáveis ​​e substituiu-os desejáveis. Ele substituiu o ódio cruel de Saulo com amor; seu espírito inquieto, agressivo com a paz; seu áspero tratamento, intransigente das pessoas com Gentilza; seu orgulho com humildade.

Somente o Espírito de Deus pode tão completamente santificar a vida. Saul mais tarde expressou essa verdade aos Coríntios: "Mas todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados na mesma imagem de glória em glória, assim como pelo Senhor, o Espírito" (2Co 3:18).

A comunhão com os santos

E logo lhe caíram dos olhos como que umas escamas, e recuperou a vista, e ele se levantou e foi batizado; e ele levou comida e foi reforçada. Agora por vários dias ele estava com os discípulos que estavam em Damasco, (9: 18-19)

Imediatamente depois das palavras de Ananias, não caiu de de Saul olhos como que umas escamas, e recuperou a vista. Em resposta à exortação de Ananias (conforme At 22:16), Saulo levantou-se e foi batizado. Por esse ato, ele abertamente se uniram com as mesmas pessoas que ele tinha odiados e perseguidos. Seus odiados inimigos se tornaram seus amigos, enquanto seus antigos amigos instantaneamente tornou-se seus inimigos (conforme 23 v.). De acordo com o padrão consistente de testemunhos dos crentes em Atos, o batismo de Saulo seguido de sua conversão.

Saul gostava de seu primeiro gosto da comunhão cristã como ele levou comida e foi fortalecido. Ele permaneceu por vários dias com os discípulos que estavam em Damasco, o que lhes permite celebrar a sua conversão com ele e ministro para suas necessidades. Pode-se imaginar a alegria esmagadora desses dias eo louvor incessante a Deus.

Uma marca de certeza de uma vida transformada é o desejo de estar com outros cristãos. Primeira Jo 3:14 diz: "Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos. Quem não ama permanece na morte." Os crentes são aqueles que "não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores" (Sl 1:1). Mas um cristão professo que prefere a companhia dos povos do mundo ainda é provavelmente um deles.

Fervor na Falando

e imediatamente ele começou a anunciar Jesus nas sinagogas, dizendo: "Ele é o Filho de Deus." E todos os que ouviam ele continuou a se surpreender, e diziam: "Não é este o que em Jerusalém perseguia os que invocavam este nome, e que tinha vindo aqui com o propósito de levá-los presos aos principais sacerdotes?" Mas Saul continuou a aumentar em força e confundia os judeus que habitavam em Damasco, provando que este Jesus é o Cristo. (9: 20-22)

Aqueles transformado pela graça salvadora de Deus não pode parar de falar sobre isso (At 4:20), e Saul não foi excepção. Depois de alguns dias de comunhão com os santos, ele imediatamente começou a proclamar Jesus nas sinagogas. Para os cristãos chocado, surpreendido por sua conversão, podem ser adicionados os judeus chocados, que estavam esperando ele tomar cristãos preso, e não pregar Jesus Cristo nas suas sinagogas. Desde o início ele sentiu que a compulsão corajoso que mais tarde o levou a exclamar: "Ai de mim se eu não anunciar o Evangelho" (1Co 9:16).

Nas próprias sinagogas para a qual ele tinha vindo com mandados de prisão contra os cristãos, Saul agora começou a proclamar Jesus. O conteúdo do que a pregação era de que Jesus é o Filho de Deus, um título para o nosso Senhor que fala de sua divindade (cf . João 10:31-36). (Para uma discussão sobre a questão da filiação de Jesus Cristo, ver Hebreus, MacArthur New Testament Commentary. [Chicago: Moody, 1983], 26ff)

O choque e consternação pregação de Saulo produzido é inconcebível para nós. O defensor mais zeloso do Judaísmo agora se tornou o evangelista mais zeloso para o cristianismo. Não surpreendentemente,todos os que ouviam ele continuou a se surpreender, e diziam: "Não é este o que em Jerusalém perseguia os que invocavam este nome, e que tinha vindo aqui com o propósito de levá-los presos aos principais sacerdotes?" Eles não podiam compreender a mudança drástica na Saul.

Longe de murchando sob a pressão de confusão transformando-se em hostilidade, Saul continuou a aumentar em força e confundia os judeus que habitavam em Damasco, provando que este Jesus é o Cristo. Como Estevão antes dele, ele conheceu os judeus em debate aberto sobre a divindade e messianidade de Jesus. A fé salvadora "vem pelo ouvir, eo ouvir pela palavra de Cristo" (Rm 10:17).

Isso Saul foi confundindo os judeus neste diálogo não deve surpreender ninguém. Ele teve a melhor educação judaísmo do primeiro século poderia oferecer, e eles não podiam esperar para corresponder o seu conhecimento da Escritura. Uma vez que ele entendeu quem era Jesus, ele tinha a chave que abriu todo o Antigo Testamento. Ele então foi capaz de usar seu vasto conhecimento daqueles Escrituras e seu brilho controlado pelo Espírito Santo, assim como a verdade de Jesus 'milagres, palavras, morte e ressurreição, para provar que este Jesus era de fato o Messias esperado.

Destemor no sofrimento

E quando muitos dias se passaram, os judeus conspiraram juntos para acabar com ele, mas as suas ciladas vieram ao conhecimento de Saulo. E eles também estavam observando as portas de dia e de noite para que pudessem condená-lo à morte; os discípulos, tomando-o de noite, desceram-no através de uma abertura na parede, reduzindo-o em um grande cesto.E quando ele tinha ido a Jerusalém, ele estava tentando se associar com os discípulos; e todos tinham medo dele, não acreditando que ele fosse discípulo. Mas Barnabé tomou conta dele e levou-o aos apóstolos e descreveu-lhes como ele vira o Senhor no caminho, e que Ele tinha falado com ele, e como em Damasco falara ousAdãoente no nome de Jesus. E ele estava com eles andando livremente por Jerusalém, falando ousAdãoente em nome do Senhor. E ele estava falando e discutindo com os judeus helenistas; mas eles estavam tentando matá-lo. Mas, quando os irmãos souberam disso, levaram-no até Cesaréia e enviado a Tarso. Assim, a igreja por toda a Judéia, Galiléia e Samaria, tinha paz, sendo edificada; e, acontecendo no temor do Senhor e, no conforto do Espírito Santo, ele continuou a aumentar. (9: 23-31)

A frase de Lucas quando muitos dias se passaram marcado um período de tempo que é mais especificamente definido na instrução de Gálatas 1:17-18: "Nem eu ir a Jerusalém para os que eram apóstolos antes de mim, mas eu fui embora para a Arábia e voltou mais uma vez a Damasco. Então, três anos depois, subi a Jerusalém para conhecer Cefas, e fiquei com ele quinze dias. " Na realidade, três anos decorreu entre os versículos 22:23. Está implícito que Saul passou esses anos aprendendo com o Senhor no reino de Nabatean Saudita. (Esta é uma área não deve ser confundido com o território do moderno Saudita, mas localizado nas proximidades de Damasco ao sul da península do Sinai. Alguns historiadores dizem que uma colônia de Nabateans morava em Damasco.) Ele voltou e começou a pregar em Damasco com mais força do que nunca, completamente exasperante os judeus que conspiraram juntos para acabar com ele. Na providência de Deus, as suas ciladas vieram ao conhecimento de Saulo. Ele observou, em 2Co 11:32 que "em Damasco, o que ethnarch sob o rei Aretas guardava a cidade do damascenos, para me prender. " Aparentemente, os judeus não foram os únicos Saul tinha irritado. Durante os seus três anos de Nabatean Saudita, ele tinha completamente pregou o evangelho e tinha gastado suas boas-vindas com os judeus e os árabes.

Unido em seu desejo de matar Saul, eles estavam assistindo as portas de dia e de noite para que pudessem condená-lo à morte. A cidade foi cercada por um muro, e que a única saída era através dos portões. Os cristãos, porém, encontrou outra saída. Um deles, evidentemente, tinha acesso a uma casa na muralha da cidade, por isso, de Saul discípulos, tomando-o de noite, desceram-no através de uma abertura na parede, reduzindo-o em um grande cesto.

Tendo feito sua fuga, Saul foi imediatamente para Jerusalém, e começou a tentar associar com os discípulos. Eles, compreensivelmente, todos tinham medo dele, não acreditando que ele fosse discípulo. Saul deve ter parecido a eles para ser o lobo por excelência em pele de cordeiro, agora a tentar destruir a partir de dentro o que ele havia tentado destruir a partir de fora.

Quanto tempo durou este impasse é desconhecida, mas o imperfeito do verbo traduzido estava tentando sugere que repetidas tentativas por Saul para juntar a este clube foram repelidos. Finalmente,Barnabas (chamado de "Filho da consolação" em At 4:36segurou-o e levou-o aos apóstolos e descreveu-lhes como ele vira o Senhor no caminho, e que Ele tinha falado com ele, e como em Damasco falara ousAdãoente no nome de Jesus. Com a Barnabé altamente considerado para responder por ele, Saul foi finalmente aceite.

Tendo finalmente ganhou aceitação, Saul começou a mover-se livremente em Jerusalém, falando ousAdãoente em nome do Senhor. Pegando onde Estevão havia parado, ele estava falando e discutindo com os judeus helenistas. Por causa da atitude intolerante que ele mesmo tinha feito tanto para iniciar (conforme At 8:1, a sua estada durou apenas 15 dias. Os irmãos souberam da trama os helenistas ", provavelmente da própria visão de Saulo registrado em Atos 22:17-21:

E sucedeu, quando voltei para Jerusalém e estava orando no templo, que eu caí em um transe, e eu vi aquele que me dizia: "Apressa-te, e sair de Jerusalém rapidamente, porque eles não vão aceitar o seu testemunho sobre Me. " E eu disse: "Senhor, eles entendem que em uma sinagoga após o outro I usada para aprisionar e espancar aqueles que acreditaram em Ti. E quando o sangue de Estêvão, tua testemunha estava sendo derramado, eu também estava presente, aprovando, e olhando para fora para as capas dos que foram matá-lo ". E disse-me: "Vá! Porque eu enviarei para longe, aos gentios."
Para sua própria segurança, eles trouxeram Saul até Cesaréia (o porto no Mediterrâneo) e enviado a Tarso, sua cidade natal na Cilícia.

Assim fez Saul desaparecer da cena por alguns anos. Durante esse período, no entanto, ele estava longe de ocioso. Entre este momento eo momento em que Barnabé encontrou-o em Tarso e trouxe-o para Antioquia (11: 25-26), ele estava fazendo de forma agressiva o que o Senhor lhe havia chamado a fazer. De acordo com Gl 1:21, ele "foi para as regiões da Síria e Cilícia". Pelo menos algumas das igrejas da região mencionadas em At 15:23 deve ter sido fundada por ele naqueles anos.

Com Saul o tição saído de cena, tanto como o perseguidor da igreja eo principal alvo dos inimigos de Cristo, as coisas acalmaram na Palestina. Lucas novamente resume o progresso da igreja, afirmando que a igreja por toda a Judéia, Galiléia e Samaria, tinha paz, sendo edificada; e, acontecendo no temor do Senhor e, no conforto do Espírito Santo, ele continuou a aumentar. Além da saída de Saul, mudanças políticas contribuíram para alívio temporário da igreja. A expulsão dos Pilatos compliant como governador, juntamente com a expansão da autoridade de Herodes Agripa, restringiu a liberdade de ação dos judeus. Eram, portanto, menos capaz de tomar medidas drásticas contra a igreja.

A vida de Saul foi dramaticamente e totalmente transformado naquele dia na estrada perto de Damasco. E a partir desse momento, assim foi a história do mundo, como veremos quando ele retorna ao centro do palco no capítulo 13.


22. As marcas, de um Ministério Pessoal Efetivo ( Atos 9:32-43 )

Ora, aconteceu que, como Pedro estava viajando por todas as partes, veio também aos santos que habitavam em Lida. E achou ali certo homem, chamado Enéias, jazendo numa cama havia oito anos, pois ele estava paralisado. E disse-lhe Pedro: "Enéias, Jesus Cristo te cura;. Surgem, e fazer a sua cama" Então ele se levantou. E todos os que viviam em Lida e Sharon viu, e que eles se converteram ao Senhor. Agora em Jope havia uma discípula chamada Tabita (que em grego se diz Dorcas); esta mulher foi abundante com atos de bondade e caridade, que fazia continuamente. E sucedeu naquele tempo que ela ficou doente e morreu; e quando tinham lavado o corpo dela, a colocaram no cenáculo. E, como Lida era perto de Jope, os discípulos, tendo ouvido que Pedro estava ali, enviaram-lhe dois homens, rogando-lhe: "Não demore para vir até nós." E Pedro levantou-se e foi com eles. E quando chegou, levaram-no a sala de cima; e todas as viúvas estava ao lado dele, chorando e mostrando as túnicas e roupas que Dorcas fizera enquanto estava com elas. Mas Pedro enviou todas elas e se ajoelhou e orou, e voltando-se para o corpo, disse: "Tabita, levanta-te." E ela abriu os olhos, e, vendo a Pedro, sentou-se. E deu-lhe a mão e levantou-a; e, chamando os santos e as viúvas, apresentou-lha viva. E tornou-se conhecido em todo Jope, e muitos creram no Senhor. E aconteceu que ele ficou muitos dias em Jope, com um certo curtidor, Simon.( 9: 32-43 )

Não importa quão grande seus ministérios pode ter sido, mais nobres servos de Deus sempre tido tempo para ministrar a indivíduos. Moisés quase usava-se para fora de fazer isso, até que seu pai-de-lei, repreendia-o para administrar mal o seu tempo e disse-lhe para delegar ( Ex 18:1. ). Estevão haviam sido empenhados no cuidado pessoal das viúvas ( Atos 6:1-6 ). Paulo, no entanto consumido com alcançando cidades e nações, se tornou querido para as pessoas cujos nomes são todos através de suas letras. O grande apóstolo compartilhou de sua vida e de trabalho com eles (cf. Rm 16. ). Os reformadores ocupados Lutero e Calvino não negligenciar seus deveres pastorais. A idéia de um homem de Deus que os ministros apenas para os grandes multidões é estranho à Escritura. Deus espera que todos os cristãos, os líderes incluídos, para derramar as suas vidas em outros ( 2Tm 2:2 ). Esta passagem revela o outro lado do ministério de Pedro, seu serviço pessoal a pessoas físicas. Seis elementos desse serviço estão implícitas, não de ensino direto de Pedro, mas indiretamente de suas ações. Pedro era eficaz com os indivíduos, porque ele estava envolvido, exalta a Cristo, disponível, poderoso, fecundo, e livre de preconceitos.

Pedro estava envolvido

Ora, aconteceu que, como Pedro estava viajando por todas as partes, veio também aos santos que habitavam em Lida. E achou ali certo homem, chamado Enéias, jazendo numa cama havia oito anos, pois ele estava paralisado. ( 9: 32-33 )

A cena muda de Paulo de volta para Pedro, que voltará a ser a figura central na narrativa para os próximos três capítulos. Paulo foi convertido e disse enfaticamente sua nova fé, tanto em Damasco e Jerusalém.Sua pregação tão agravada seus adversários que o primeiro em Damasco, depois em Jerusalém, eles procuravam matá-lo. Ele tem até agora fugiu de Jerusalém para sua cidade natal de Tarso. Vários anos depois, como registrado no capítulo 13 , o ministério de Paulo vai dominar o resto do registro de Atos.

 

A expansão contínua da igreja fora de Jerusalém (assistida pela perseguição observado em Atos 8:1-2 ) movimento necessário da parte de Pedro. A declaração aconteceu que como Pedro estava viajandomostra o caráter itinerante incessante do ministério de Pedro naquele momento. Em uma de suas viagens, ele desceu para visitar os santos que habitavam em Lida. Pedro não foi definido em algum escritório hierárquica, mas estava se movendo, o que tornou mais fácil para Deus para dirigi-lo. Aqueles ativamente envolvido no ministério são geralmente os únicos a quem Deus concede a maioria das oportunidades de ministério. Deus sempre me pareceu confiar Seus ministérios mais ricos aos seus santos mais movimentados. Basta estar sinceramente ativos no ministério coloca um em oportunidades estratégicas.

Lida, conhecido no Antigo Testamento como Lod, foi localizado a cerca de 10 milhas a sudeste da cidade litoral de Jope. Era um lugar importante, uma vez que as estradas do Egito para a Síria e de Jope a Jerusalém passou por isso. Hoje é a localização do aeroporto internacional de Israel. Quando Pedro chegou lá, ele encontrou um certo homem, chamado Enéias, jazendo numa cama havia oito anos, pois ele estava paralisado. O uso do termo um homem para descrevê-lo, quando contrastadas com a descrição de Dorcas como "um certo discípulo, "sugere que ele não era um crente. Não há exemplos no Novo Testamento de crentes sendo curadas (embora Lázaro, Dorcas, e Eutychus foram levantadas dentre os mortos).

Lucas não diz se Aeneas foi paralisado devido a um acidente vascular cerebral, uma doença como a poliomielite, ou uma lesão. Em qualquer caso, sua paralisia foi além das habilidades do conhecimento médico limitado daquele dia. Ele já havia sido acamados de oito anos, e enfrentou essa perspectiva para o resto de sua vida.

Disponibilidade de Pedro porque ele estava envolvido deu-lhe uma porta aberta para o ministério. O milagre, além de seu impacto óbvio na vida de Enéias, era para ser usado por Deus para trazer um grande número de pessoas na região que circunda a fé em Jesus Cristo.

Pedro era de exaltação a Cristo

E disse-lhe Pedro: "Enéias, Jesus Cristo te cura;. Surgem, e fazer a sua cama" Então ele se levantou. E todos os que viviam em Lida e Sharon viu, e que eles se converteram ao Senhor.( 9: 34-35 )

Aqueles que iria ministrar efetivamente para Jesus Cristo deve procurar exaltar Ele, não se promover. Pedro compreendeu o seu papel perfeitamente (cf. Atos 10:25-26 ). Vindo de Enéias, Pedro disse-lhe: "Enéias, Jesus Cristo (e não Pedro) te cura " (cf. At 3:6 , para o coração: "Permanecei em Mim, e Eu em vós Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vós, a menos. . permanecerdes em mim Eu sou a videira, vós sois os ramos; quem permanece em mim, e eu nele, esse dá muito fruto;. pois sem mim, nada podeis fazer " Em sua primeira epístola, ele repetiu essas palavras: "Quem fala, deixá-lo falar, por assim dizer, as declarações de Deus; quem serve, deixá-lo fazê-lo como pela força que Deus concede; para que em todas as coisas Deus seja glorificado por meio de Jesus Cristo, a quem pertence a glória e poder pelos séculos dos séculos. Amém "( 1Pe 4:11 ).

Paulo também entendeu que o princípio. Aos Efésios ele escreveu: "Ora, àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, segundo o poder que opera em nós, a ele seja a glória na igreja e em Cristo Jesus por todas as gerações para sempre e sempre Amém "(. Ef. 3: 20-21 ). Do seu ministério, ele escreveu: "Portanto, em Cristo Jesus eu encontrei razão para ostentando nas coisas referentes a Deus. Pois não quero a presunção de falar de qualquer coisa, exceto o que Cristo realizou por meu intermédio, resultando na obediência dos gentios, pela palavra e escritura "( Rom. 15: 17-18 ).

Então Pedro comandando Aeneas para responder à cura disse: levanta-te, e fazer a sua cama. Aeneas imediatamente se levantou, sem paralisia. Desde a cura de Enéias estava completa, e ele deixaria de ser confinado a ele, Pedro ordenou que ele faça sua cama. Como observado na discussão de At 3:8 ; At 11:21 ; At 14:15 ; At 15:19 ; At 26:18 , At 26:20 , e em 2Co 3:16 e . 1Ts 1:9 : "Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas"; e Cl 1:10 : "Isso você pode andar de modo digno do Senhor, para agradá-Lo em todos os aspectos, frutificando em toda boa obra e crescendo no conhecimento de Deus." Ela foi um exemplo do Novo Testamento de um Provérbios 31 mulher, aquele que "estende a mão para o pobre; e ... estende as mãos para os necessitados" ( Pv 31:20. ).

Naturalmente, quando nesse momento ela adoeceu e morreu, foi um duro golpe para os crentes em Jope. Eles lavaram o corpo dela em preparação para o enterro, como era costume. No entanto, em vez de enterrá-la imediatamente, como também era costumeiro (cf. At 5:6 ), eles colocaram o corpo dela em um quarto superior. Evidentemente, eles tinham outra coisa em mente.

 
O que foi que se torna imediatamente aparente. Lida era perto de Jope, e os seus discípulos ouviram que Pedro estava ali. Sem dúvida, eles também tinham ouvido da sua cura de Enéias, o que lhes deu uma idéia. Eles mandaram dois homens para Pedro, suplicando-lhe com urgência, "Não demora a vir até nós."

Apesar de suas funções que consomem entre as massas que confessam Jesus como Senhor, Pedro levantou-se e foi com eles. Ele nunca estava ocupado demais com as multidões para estar disponível para ajudar em tempo de necessidade. Quando ele tinha vindo de Jope, levaram-no a parte superior sala onde tinham colocado o corpo de Dorcas.

Pedro viu em primeira mão como amado Dorcas era eo que a perda de sua morte foi para a igreja em Jope. Todas as viúvas da igreja estava ao lado dele, chorando e mostrando as túnicas e roupas que Dorcas fizera enquanto estava com elas. O responsabilidade da igreja para cuidar das viúvas, embora muitas vezes negligenciado hoje, foi levado a sério na igreja primitiva (cf. At 6:1 ; Lucas 7:11-15 ). A perda de Dorcas, portanto, foi um duro golpe para essas viúvas.

Muitos acreditam que a negar papéis mulheres de liderança na igreja é negar-lhes a oportunidade de ministrar. Nada poderia estar mais longe da verdade. Dorcas nem pregou nem levou a igreja newlyborn, mas seu ministério na 1greja Jope foi tão crucial como a encarecer-la a todos.

Pedro foi Prayerful

Mas Pedro enviou todas elas e se ajoelhou e orou, e voltando-se para o corpo, disse: "Tabita, levanta-te." E ela abriu os olhos, e, vendo a Pedro, sentou-se. E deu-lhe a mão e levantou-a; e, chamando os santos e as viúvas, apresentou-lha viva. ( 9: 40-41 )

Como ele tinha visto o Senhor fazer quando Ele levantou a filha de Jairo ( Mc 5:40 ), Pedro mandou que todos saíssem da sala onde o corpo de Dorcas leigos. Ele não iria colocar em uma tela diante da multidão que gostaria de chamar toda a atenção para ele, e queria um lugar tranquilo para orar.

Alguns podem pensar que Pedro, que tinha sido envolvido em inúmeras curas (cf. Atos 5:12-16 ), deveria ter simplesmente ordenou Dorcas a subir. Ele sabia, no entanto, a fonte de seu poder e nada sobre a vontade de Deus presumido. Assim, ele se ajoelhou e orou.

 

Essencial para todo o ministério bem sucedido, a oração reconhece dependência de Deus. Oração percebe que Deus é "poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, de acordo com a [sua] poder que opera em nós" ( Ef 3:20 ). Pedro tinha aprendido a importância da oração do Seu Senhor, tendo visto e ouvido ele várias vezes em comunhão com o Pai (cf. 14:23 Matt. ; Lc 6:12-13 ).

Muitos anos atrás, cinco estudantes universitários jovens fizeram o seu caminho para Londres para ouvir Charles Haddon Spurgeon pregar. Chegando cedo no Tabernáculo Metropolitano, encontraram as portas ainda bloqueado. Enquanto esperavam nos degraus, um homem aproximou-se deles. "Gostaria de ver o aparelho de aquecimento desta igreja?" ele perguntou. Isso não era o que eles tinham vindo para, mas eles concordaram em ir com ele. Ele os levou para dentro do prédio, por um longo lance de escadas, e em um corredor. No final do corredor, ele abriu uma porta para uma sala grande cheia de setecentas pessoas de joelhos Orando. "Isso", disse seu guia (que não era outro senão o próprio Spurgeon) ", é o aparelho de aquecimento desta igreja."
Tendo acabado de Oração, Pedro virou-se para Dorcas do corpo e disse: "Tabita, levanta-te." E ela abriu os olhos, e, vendo a Pedro, sentou-se. E deu-lhe a mão e levantou-a; e, chamando os santos e as viúvas, apresentou-lha viva. Para aqueles que amava a alegria deve ter sido inexprimível. Que Deus não levantou a apenas em seu benefício, no entanto, logo se tornará evidente.

Pedro foi proveitosa

E tornou-se conhecido em todo Jope, e muitos creram no Senhor. ( 09:42 )

Maior propósito de Deus para levantar Dorcas agora ficou claro como a palavra de seu retorno à vida tornou-se conhecido em todo Jope. Como observado em capítulos 8 e 13 deste volume, Deus usou milagres como uma confirmação de sinais de que o evangelho é verdadeiro. Ele também usou para autenticar os apóstolos como Seus mensageiros. Deus usou as reuniões de Dorcas como a faísca para a salvação por toda a cidade.

Tal como acontece com a cura de Enéias, o ministério de Pedro deu muito fruto. Por causa da ressurreição de Dorcas, muitos em Jope creram no Senhor. Pode-se afirmar que se voltando para o Senhor ( v. 35 ), uma frase comumente usada em Atos, é sinônimo de crer no Senhor (cf. At 11:21 ) . Não há fé salvadora sem conversão, há verdadeira crença sem arrependimento e transformação. Novamente ministério habilitada por Deus de Pedro, tanto em Lida e Jope, causada muitas almas para ser adicionado ao reino.

Pedro estava livre de preconceito

E aconteceu que ele ficou muitos dias em Jope, com um certo curtidor, Simon. ( 09:43 )

Esta nota serve como uma ponte entre esta passagem e o seguinte relato da conversão de Cornélio. Pedro decidiu permanecer em Jope e ficou muitos dias com um certo curtidor chamado Simão. Eles estavam desafiando dias para Pedro, como as paredes de seus preconceitos ao longo da vida caiu para baixo. Primeiro veio a conversão e Espírito-enchimento dos samaritanos, com quem não se preze judeu tinha quaisquer negociações. No entanto, Pedro tinha sido obrigado a recebê-los como irmãos em Cristo. Logo virá um choque ainda maior, como os gentios entrar na igreja.

Nesta nota aparentemente insignificante, mais uma parede cai, como Pedro fica com um curtidor. Tanners foram desprezados na sociedade judaica do primeiro século, uma vez que eles lidavam com as peles de animais mortos. Tanning foi, assim, considerado uma ocupação imundo, e Simon teria sido evitado pela sinagoga local.

Preconceito é devastador para qualquer ministério. Em demasiadas círculos cristãos, aqueles que não se encaixa no molde são rejeitados. Qualquer preconceito é uma chaga sobre a causa de Deus, que "não é um para mostrar parcialidade" ( At 10:34 ). Não há lugar em um ministério pessoal efetivo para o preconceito. O nacionalista judeu zeloso Paulo aprendeu essa lição. Para o Corinthians, ele escreveu:

Por que eu estou livre de todos os homens, eu me fiz escravo de todos, para que eu possa ganhar o mais. E para os judeus tornei-me como um judeu, que eu poderia ganhar os judeus; para os que estão debaixo da lei, como nos termos da Lei, embora não sendo eu mesmo sob a lei, para que eu possa ganhar os que estão debaixo da lei; para aqueles que estão sem lei, como sem lei, embora não estando sem lei de Deus, mas debaixo da lei de Cristo, para que eu possa ganhar os que estão sem lei. Para os fracos tornei-me fraco, para que eu possa ganhar o fraco; Tornei-me tudo para todos os homens, para que eu possa por todos os meios chegar a salvar alguns. ( 1 Cor. 9: 19-22 )

Pedro sabia os princípios para um ministério pessoal eficaz, e viveu-los para fora. Por isso, o Senhor abençoou o seu ministério para os indivíduos, tanto quanto o seu ministério antes das multidões. Na verdade, um levou ao outro. E seria através de seu ministério a outro indivíduo, Cornelius, que a barreira final seria derrubado e gentios seriam admitidos para a igreja.


Barclay

O NOVO TESTAMENTO Comentado por William Barclay, pastor da Igreja da Escócia
Barclay - Comentários de Atos Capítulo 9 do versículo 1 até o 43

Atos 9

Rendição — At 9:1-9

Nesta passagem temos o relato da conversão mais famosa da história. Devemos penetrar na mente de Paulo o quanto pudermos, para então vermos que não se trata de uma conversão repentina, mas de uma rendição repentina. Algo a respeito de Estêvão subsistia na mente de Paulo e não podia apagar-se. Como podia um homem bom morrer assim? Para fazer calar essa insistente duvida Paulo se lançou à ação mais violenta possível.
Muitas vezes acontece que quando um homem se dirige a realizar uma ação de cuja retidão tem certas dúvidas, redobra seus esforços e se esforça para convencer-se a si mesmo de que sua atitude é a correta, para silenciar suas dúvidas. Sua primeira ação foi perseguir os cristãos de Jerusalém. Isto só piorava as coisas porque estava obrigado a perguntar— se a si mesmo que segredo fazia com que essa gente singela enfrentasse o perigo, o sofrimento e a perda de seus bens, serenos e sem medo de ninguém. De modo que, afundando-se ainda mais na ação violenta e com sanha redobrada se apresentou perante o Sinédrio.
As ordens do Sinédrio tinham vigência em qualquer lugar em que houvesse judeus. Paulo ouviu que alguns cristãos escaparam a Damasco e pediu cartas que o creditassem para ir a essa cidade e reclamá-los por extradição. A viagem só piorou as coisas. Entre Jerusalém e Damasco havia cerca de duzentos e trinta quilômetros. A viagem devia fazer-se a pé e levaria em torno de uma semana. Os únicos acompanhantes de Paulo eram os oficiais do Sinédrio, uma sorte de força policial. Sendo fariseu, não podia tratar com eles; de modo que partia sozinho; e ao fazê-lo pensava, porque não tinha outra coisa a fazer. O caminho atravessava Galiléia e esta região trouxe para sua memória mais vividamente aquele Jesus. A tensão em seu interior aumentou. Assim chegou perto de Damasco.
Damasco era uma das cidades mais velhas do mundo. Justo diante dela a rota subia o Monte Hermón, e lá abaixo estava Damasco, uma bela cidade branca em uma planície verde, "um punhado de pérolas em uma taça de esmeraldas", como alguém a chamou. Essa região tinha um fenômeno característico. Quando o ar quente da planície se encontrava com o ar frio da montanha, desatavam-se violentas tormentas elétricas. Nesse momento houve uma tormenta deste tipo e Cristo falou com Paulo através dela. E nesse momento finalizou a batalha e Paulo se rendeu a Cristo. De modo que entrou em Damasco mudado. E que grande mudança houve nele! Aquele que tinha tentado entrar em Damasco como uma fúria vingativa, o fazia guiado pela mão, cego e impotente como um menino.

Todo o cristianismo está presente no que o Cristo ressuscitado disse a Paulo. “Levante-se, entre na cidade; alguém lhe dirá o que você deve fazer” (v. At 9:6, NVI). Até esse momento Paulo esteve fazendo o que ele queria, o que ele considerava apropriado, o que sua vontade opinava. Deste momento em diante alguém lhe diria o que teria que fazer. O cristão é um homem que deixou de fazer o que ele desejava e começou a fazer o que Jesus Cristo quer que faça.

UM ATO CRISTÃO DE BOAS-VINDAS Atos 9:10-19a

Sem dúvida alguma Ananias é um dos heróis esquecidos da Igreja cristã. Se for certo que a Igreja Paulo deve à oração de Estêvão, também é certo que se deve à fraternidade de Ananias. A reputação de Paulo chegou antes dele. Ananias recebeu a mensagem de Deus de que devia ir ajudá-lo. É levado dirige a uma rua chamada Direita. Esta era uma grande rua que corria do leste ao oeste da cidade. Estava dividida em três partes, um meio-fio central por onde se movia o trânsito, e duas calçadas para os pedestres caminharem e onde os mercados, sob toldos de lona, sentavam-se em seus pequenos negócios e ofereciam suas mercadorias.
Quando essa mensagem chegou a Ananias deve ter parecido uma loucura. Deus lhe disse: "Vá e ajude o homem que veio para pôr você numa prisão e que teria amado assassiná-lo." Poderia ter-se aproximado de Paulo com suspeitas, como alguém que está realizando uma tarefa que lhe desgosta; poderia ter começado muito bem com recriminações e o culpando; mas não o fez; suas primeiras palavras foram: "Irmão Saulo". Que boas-vindas havia nessas palavras! É um dos exemplos mais sublimes do amor e perdão cristãos. Isso é o que Cristo pode fazer.

Bryan Green nos conta que depois de uma de suas campanhas nos Estados Unidos pediu na reunião final que o povo ficasse de pé e em poucas palavras lhe dissessem o que ela significou para suas vidas. Levantou-se uma jovem negra. Não era uma boa oradora e disse o seguinte: "Através desta campanha encontrei a Cristo, e Ele me permitiu perdoar ao homem que assassinou a meu pai."

Permitiu-me perdoar... essa é a essência do cristianismo. Em Cristo, Paulo e Ananias, os homem que tinham sido terríveis inimigos, uniram— se como irmãos.

TESTEMUNHANDO PARA CRISTO

Atos 9:19b-22

Este é o relato de Lucas do que aconteceu a Paulo depois de sua conversão. Se queremos ter uma cronologia de todo o período em nossas mentes devemos ler também o relato do mesmo Paulo que encontramos no Gálatas 1:15-24.

Quando comparamos os relatos achamos que os atos aconteceram assim.

  1. Saulo se converte no caminho a Damasco.
  2. Prega em Damasco.
  3. Foge a Arábia (Gl 1:17).
  4. Volta e prega em Damasco por um período de três anos (Gl 1:18).
  5. Vai a Jerusalém.
  6. Foge de Jerusalém para Cesaréia.
  7. Volta para as regiões de Síria e Cilícia (Gl 1:21).

De modo que, ao compararmos a narração de Lucas e a de Paulo encontramos que começou fazendo duas coisas.

  1. Dt imediatamente testemunho nas sinagogas de Damasco. Havia muitos judeus nessa cidade. Haveria nela mais de uma sinagoga, devido a que no mundo antigo as sinagogas abundavam como hoje as igrejas. Foi nessas sinagogas de Damasco onde Paulo pela primeira vez elevou sua voz por Cristo. Era um ato de grande coragem moral. Paulo recebera suas cartas de apresentação perante essas sinagogas como agente oficial da fé judia e do Sinédrio. Teria sido muito mais fácil começar seu testemunho cristão em algum lugar em que não o conhecessem e o seu passado não estivesse contra ele. Paulo neste momento está dizendo: "Mudei e estou decidido que saibam melhor os que me conhecem." Neste momento já está dizendo orgulhosamente: "Não me envergonho do evangelho de Cristo."
  2. Lucas não menciona a segunda coisa que fez. Em Gl 1:17 Paulo diz: "Mas sim fui a Arábia." Paulo tinha experimentado em sua vida esta grande mudança e por um tempo tinha que estar a sós com Deus. Diante dele havia uma vida nova e distinta. De modo que em primeiro lugar, Paulo buscou a Deus. Precisava de duas coisas: ser guiado por um caminho que lhe era totalmente estranho e precisava de forças para uma tarefa quase entristecedora. E se dirigiu a Deus pedindo ambas as coisas. DEle tinha recebido a visão e agora buscava o poder para levá-la a cabo.

FUGA PERIGOSA

Atos 9:23-25

Este é um vívido exemplo de quanto pode implicar uma só oração na narração bíblica. Lucas diz que passados muitos dias em Damasco aconteceram estas coisas. O período encerrado nessa frase não é menor de três anos (Gl 1:18). De modo que por três anos Paulo trabalhou e pregou em Damasco. Os judeus estavam tão decididos a matá-lo, que estabeleceram guardas nas portas da cidade para que não lhes escapasse. Mas as cidades antigas eram muradas e as muralhas eram às vezes o suficientemente largas como para que um carro andasse sobre elas. Nelas havia casas cujas janelas freqüentemente se projetavam para fora. Paulo foi levado em plena noite a uma dessas casas e o baixou com cordas em uma cesta, e assim pôde sair escondido de Damasco e dirigir-se a Jerusalém. Ali Paulo começou sua carreira de aventuras. Está só no início de suas aventuras por Cristo, mas até ali está escapando de perigo de morte e tem sua vida em suas mãos.

Todo este incidente diz duas coisas a respeito de Paulo.

  1. Dá testemunho de sua coragem. Deve ter visto as ameaças contra si nas sinagogas. Sabia o que tinha acontecido a Estêvão e sabia o que era que podia lhe acontecer. Sabia o que tinha tentado fazer aos cristãos e sabia que isso mesmo podia lhe suceder. Evidentemente o cristianismo não lhe seria fácil, mas todo o tom do incidente, para aquele que pode ler as entrelinhas, mostra que Paulo se alegrava nesses perigos. Davam-lhe a oportunidade de demonstrar sua nova fidelidade ao Mestre que tinha açoitado e que se converteu naquele a quem ele amava, e em cujo serviço teria morrido com alegria.
  2. Dá fé da efetividade da pregação e do testemunho de Paulo. Era tão irrebatível que quando os judeus se encontraram desarmados no debate recorriam à violência. Ninguém persegue a alguém que é ineficaz e que obviamente não importa.

George Bernard Shaw disse uma vez que uma das formas em que melhor se pode adular a um autor é queimando seus livros. Alguém disse: "Um lobo jamais atacará a uma ovelha de pintura."

O cristianismo falso está sempre a salvo. O verdadeiro cristianismo está sempre em perigo. Sofrer perseguição é o maior das adulações devido a que se trata de uma prova certa de que os homens pensam que realmente importamos.

REJEITADO EM JERUSALÉM

Atos 9:26-31

Quando Paulo chegou a Jerusalém se encontrou com que o considerava com a mais grave suspicácia e desconfiança. Não podia ser de outra maneira. Nessa mesma cidade tinha feito estragos na 1greja e conduziu homens e mulheres ao cárcere.
Vimos como em momentos cruciais de sua carreira certas pessoas foram os instrumentos que ganharam Paulo para a Igreja. Paulo deve à Igreja, primeiro à oração de Estêvão, depois ao espírito perdoador de Ananias. E agora vemos que ele deve ao coração caridoso de Barnabé. Quando todos os outros evitavam a Paulo e suspeitavam dele o pior, Barnabé o tomou pela mão e o apadrinhou. Por meio desta ação Barnabé demonstrou ser verdadeiramente cristão.

  1. Era um homem que insistia em crer o melhor de outros. Quando outros suspeitavam que Paulo era um espião e um agent provocateur Barnabé insistiu em crer que era genuíno e real. O mundo está principalmente dividido em pessoas que pensam bem de outros e naqueles que pensam sempre o pior; e um dos atos curiosos da vida é que ordinariamente nos vemos em outros, o reflexo de nós mesmos e os pintamos o que cremos que são. Se insistirmos em considerar um homem com suspicácia, terminaremos vendo-o fazer coisas suspeitas. Se insistirmos em crer num homem, terminaremos obrigando-o a justificar essa crença. Como o próprio Paulo disse que o amor “não suspeita mal”.

Ninguém creu nos homens como Jesus o fez e é suficiente para um discípulo ser igual a seu Senhor.

  1. Era um homem que nunca usou o passado de uma pessoa contra ela. Dá-se tantas vezes o caso que porque um homem cometeu um engano uma vez, consideramo-lo condenado para sempre. Uma das grandezas características do coração de Deus é que Ele não utilizou nossos pecados passados contra nós. Nós tampouco devemos condenar o homem que fracassou.

Nesta passagem vemos Paulo em uma ação característica. Discutiu com os judeus de fala grega. Estêvão tinha sido um desses helenistas. E muito provavelmente Paulo se dirigiu às mesmas sinagogas em que uma vez se havia oposto a Estêvão, para dar testemunho do fato de que sua vida tinha mudado. Paulo foi um homem que esteve sempre preparado para olhar de frente ao passado, que é uma das coisas mais difíceis de fazer.

E aqui outra vez vemos Paulo correndo perigo de morte. De agora em diante sua vida será uma série de escapatórias por um fio de cabelo. De Jerusalém foi levado a Cesaréia e dali a Tarso. Mais uma vez está seguindo a política coerente de sua vida, porque retorna a seu povo natal para lhes dizer que trocou e que aquele que o trocou é Jesus Cristo.

OS ATOS DE PEDRO

Atos 9:32-43

Por um momento Paulo foi o centro do relato; mas agora mais uma vez é Pedro quem ocupa o primeiro lugar. Esta passagem realmente é uma continuação de At 8:25. Mostra Pedro em ação. Mostra-nos definidamente a fonte do poder de Pedro. Quando curou a Enéias não disse: "Eu te curo" mas sim: "Jesus Cristo te cura." Antes de falar com a Tabita — que em hebraico significa gazela e cuja tradução grega é Dorcas — Pedro orou, porém não apelou a seu próprio poder, mas ao de Jesus Cristo seu Senhor. Pedro nunca pretendeu ser uma fonte de poder;

era só um instrumento do mesmo. Nós pensamos muito no que podemos fazer e muito pouco no que Cristo pode realizar através de nós.

Há uma palavra muito interessante nesta passagem. Em duas oportunidades se chama santos aos cristãos de Lida (vs. At 9:32 e 41). Esta mesma palavra aparece neste capitulo quando Ananias descreve os cristãos de Jerusalém (versículo 13). Esta é a palavra que Paulo usa sempre para descrever a um membro de igreja, pois sempre dirige suas cartas aos santos que estão em determinado lugar. A palavra que se utiliza é hagios em grego. Trata-se de um termo com muitas conotações. Às vezes é traduzida por santo, mas a raiz dela é diferente. Descreve algo que é distinto das coisas comuns. Portanto, basicamente, o cristão é um homem que é diferente das pessoas que pertencem simplesmente a este mundo.

Mas no que reside essa diferença? Hagios se utiliza para referir-se especialmente ao povo de Israel. É especificamente um povo santo, diferente. Sua distinção descansa em que foi escolhido por Deus entre todas as nações para ser seu povo e realizar sua tarefa. Israel fracassou em seu destino. Foi desobediente e se rebelou contra Deus. Devido a suas ações perdeu seus privilégios e a Igreja se converteu no verdadeiro Israel. Chegou a ser o povo de Deus, diferente. Esta é a razão por que se utiliza esta palavra para descrever a um de seus membros. Israel tinha sido em um momento o único povo diferente; agora os cristãos são o verdadeiro Israel e conformam o povo diferente. E nisto reside sua diferença: foram escolhidos para os propósitos especiais de Deus.

De modo que não somos diferentes de outros porque fomos escolhidos para grandes honras, prestígio e glória na Terra; somos diferentes porque fomos escolhidos para uma grande tarefa e um serviço ainda maior. Somos salvos para servir.


Notas de Estudos jw.org

Disponível no site oficial das Testemunhas de Jeová
Notas de Estudos jw.org - Comentários de Atos Capítulo 9 versículo 2
cartas: No século 1 d.C., cartas de fontes confiáveis serviam para apresentar pessoas e confirmar a identidade delas ou o grau de autoridade que elas tinham. (Rm 16:1-2Co 3:1-3) Em certa ocasião, os judeus de Roma mencionaram esse tipo de carta. (At 28:21) As cartas que Saulo pediu ao sumo sacerdote, dirigidas às sinagogas em Damasco, o autorizavam a perseguir os cristãos judeus naquela cidade. (At 9:1-2) Pelo visto, essas cartas pediam que as sinagogas ajudassem Saulo em sua campanha contra os cristãos.

Damasco: Esta cidade fica no território da atual Síria. Acredita-se que ela esteja entre as cidades mais antigas do mundo ocupadas continuamente desde sua fundação. Quando o patriarca Abraão viajou em direção ao sul, para Canaã, ele talvez tenha passado por Damasco ou perto dali. Em algum momento, Eliézer, “um homem de Damasco”, se tornou servo de Abraão. (Gn 15:2) A Bíblia só volta a mencionar Damasco quase 1.000 anos depois. (Veja o Glossário, “Arã; Arameus”.) Naquela época, os sírios (arameus) estavam em guerra com Israel, e as duas nações se tornaram inimigas. (1Rs 11:23-25) No século 1 d.C., Damasco fazia parte da província romana da Síria. É possível que uns 20.000 judeus morassem na cidade, que tinha várias sinagogas. Saulo pode ter concentrado sua perseguição nos cristãos de Damasco porque várias rotas importantes de viagem passavam pela cidade e ele talvez tivesse medo de que isso ajudaria os ensinos cristãos a se espalhar rapidamente. — Veja o Apêndice B13.

Caminho: No livro de Atos, o termo “Caminho” é usado para se referir à congregação cristã daquela época e ao modo de vida cristão. Esse uso do termo talvez tenha vindo das palavras de Jesus em Jo 14:6: “Eu sou o caminho.” Os que se tornavam seguidores de Jesus seguiam o seu exemplo, andando no caminho que ele deixou e, por isso, se dizia que eles pertenciam ao “Caminho”. (At 19:9) Para Jesus, a coisa mais importante na vida era adorar o único Deus verdadeiro, Jeová. No caso dos cristãos, também passou a ser necessário ter fé em Jesus Cristo. Em algum momento depois de 44 d.C., na cidade de Antioquia da Síria, os discípulos de Jesus, “por direção divina, foram chamados de cristãos”. (At 11:26) Mas mesmo depois disso Lucas continuou a se referir à congregação como o “Caminho”. — At 19:23-22:4; 24:22; veja as notas de estudo At 18:25-19:23.


Dicionário

Cartas

2ª pess. sing. pres. ind. de cartar
fem. pl. de carta

car·tar -
(carta + -ar)
verbo transitivo

Dividir um baralho de cartas em duas ou mais partes.


car·ta
(latim charta, -ae, folha de papiro para ser escrita, folha de papel, documento)
nome feminino

1. Escrito fechado que se dirige a alguém.

2. Nome de certos documentos oficiais que contêm despacho, provisão, licença, etc.

3. Diploma (ex.: pediu na secretaria a emissão da carta de curso).

4. Lista das bebidas ou dos pratos disponíveis para consumo num estabelecimento comercial (ex.: carta de queijos; carta de vinhos; pedir a carta; o bar oferece uma carta de cervejas bastante variada).

5. [Portugal] O mesmo que carta de condução.

6. Abecedário.

7. [Jogos] Cada um dos cartões que formam o baralho de jogar.

8. Ictiologia Peixe da costa de Portugal.

9. Mapa geográfico.


carta aberta
Escrito que, dirigido a alguém, é publicado nos jornais.

carta de alforria
Documento em que o senhor concedia liberdade ao escravo.

carta de condução
[Portugal] Documento oficial que habilita uma pessoa para conduzir determinado tipo de veículos na via pública. (Equivalentes no português do Brasil: carteira de habilitação, carteira de motorista.)

carta de navegação
[Marinha] Mapa de navegação, com representação das áreas marítimas e das zonas costeiras adjacentes.

carta de partilha
[Jurídico, Jurisprudência] Documento em que vem descrita a parte que coube a cada um dos herdeiros. = FOLHAS DE PARTILHA

carta mandadeira
[Jurídico, Jurisprudência] Procuração ou documento através do qual alguém constitui outrem como seu representante numa assembleia.

carta náutica
[Marinha] O mesmo que carta de navegação.

carta precatória
[Jurídico, Jurisprudência] Carta dirigida por um juiz de uma circunscrição, comarca, tribunal, etc., a outro magistrado, para que cumpra ou faça cumprir certas diligências judiciais. = PRECATÓRIA

carta rogatória
[Jurídico, Jurisprudência] Carta dirigida por autoridades de um país às de outro, a fim de que neste se executem certos actos judiciais. = ROGATÓRIA

Pedido dirigido pelos fiéis de uma diocese a um metropolitano, para que certo eclesiástico seja nomeado bispo daquela diocese. = ROGATÓRIA

cortar as cartas
[Jogos] Separar o baralho de cartas em duas partes.

dar as cartas
Demonstrar mestria ou grande conhecimento em determinado assunto ou área. = DAR CARTAS

Ser o mestre ou aquele que domina. = DAR CARTAS

dar cartas
O mesmo que dar as cartas.

magna carta
História Documento que corresponde à constituição de um país, em especial a constituição concedida por João Sem Terra (1167-1
216) aos ingleses em 1215, limitando o poder absoluto do monarca.


2ª pess. sing. pres. ind. de cartar
fem. pl. de carta

car·tar -
(carta + -ar)
verbo transitivo

Dividir um baralho de cartas em duas ou mais partes.


car·ta
(latim charta, -ae, folha de papiro para ser escrita, folha de papel, documento)
nome feminino

1. Escrito fechado que se dirige a alguém.

2. Nome de certos documentos oficiais que contêm despacho, provisão, licença, etc.

3. Diploma (ex.: pediu na secretaria a emissão da carta de curso).

4. Lista das bebidas ou dos pratos disponíveis para consumo num estabelecimento comercial (ex.: carta de queijos; carta de vinhos; pedir a carta; o bar oferece uma carta de cervejas bastante variada).

5. [Portugal] O mesmo que carta de condução.

6. Abecedário.

7. [Jogos] Cada um dos cartões que formam o baralho de jogar.

8. Ictiologia Peixe da costa de Portugal.

9. Mapa geográfico.


carta aberta
Escrito que, dirigido a alguém, é publicado nos jornais.

carta de alforria
Documento em que o senhor concedia liberdade ao escravo.

carta de condução
[Portugal] Documento oficial que habilita uma pessoa para conduzir determinado tipo de veículos na via pública. (Equivalentes no português do Brasil: carteira de habilitação, carteira de motorista.)

carta de navegação
[Marinha] Mapa de navegação, com representação das áreas marítimas e das zonas costeiras adjacentes.

carta de partilha
[Jurídico, Jurisprudência] Documento em que vem descrita a parte que coube a cada um dos herdeiros. = FOLHAS DE PARTILHA

carta mandadeira
[Jurídico, Jurisprudência] Procuração ou documento através do qual alguém constitui outrem como seu representante numa assembleia.

carta náutica
[Marinha] O mesmo que carta de navegação.

carta precatória
[Jurídico, Jurisprudência] Carta dirigida por um juiz de uma circunscrição, comarca, tribunal, etc., a outro magistrado, para que cumpra ou faça cumprir certas diligências judiciais. = PRECATÓRIA

carta rogatória
[Jurídico, Jurisprudência] Carta dirigida por autoridades de um país às de outro, a fim de que neste se executem certos actos judiciais. = ROGATÓRIA

Pedido dirigido pelos fiéis de uma diocese a um metropolitano, para que certo eclesiástico seja nomeado bispo daquela diocese. = ROGATÓRIA

cortar as cartas
[Jogos] Separar o baralho de cartas em duas partes.

dar as cartas
Demonstrar mestria ou grande conhecimento em determinado assunto ou área. = DAR CARTAS

Ser o mestre ou aquele que domina. = DAR CARTAS

dar cartas
O mesmo que dar as cartas.

magna carta
História Documento que corresponde à constituição de um país, em especial a constituição concedida por João Sem Terra (1167-1
216) aos ingleses em 1215, limitando o poder absoluto do monarca.


Conduzir

verbo transitivo direto e bitransitivo Dirigir; dar as direções para: conduzia um caminhão; conduziu a embarcação ao cais.
verbo transitivo direto Transportar; carregar ou levar algo para: o caminhão conduziu os móveis.
Acompanhar alguém: os policiais conduziram a presidente pela manifestação.
Governar; ter responsabilidade por: conduzia o país.
Por Extensão Orientar; mostrar a direção: o professor conduzia bem a aula.
Comportar; possuir espaço para carregar: o carro conduz 5 passageiros.
Puxar; fazer algo se movimentar puxando: o boi conduz o carro.
Transmitir; ser capaz de carregar eletricidade, energia: o grafite conduz energia.
Figurado Proceder; direcionar as próprias ações: conduz-se bem no teatro.
Figurado Chefiar; dar direcionamentos a: conduz a empresa com perfeição.
Reger; liderar um grupo musical: conduzia o espetáculo.
verbo transitivo direto e bitransitivo Seguir com alguma coisa: conduziram o projeto ao fim.
Levar algo por meio de um canal: os eletricistas conduzia a luz aos moradores.
verbo transitivo indireto Levar; seguir ou continuar até: a estrada conduz à cidade.
Figurado Utilizar para; chegar ao resultado: os dados conduzirão à finalização da obra.
Etimologia (origem da palavra conduzir). Do latim conducere.

Damasco

substantivo masculino Fruto dourado semelhante ao pêssego, porém menor e com pele mais lisa.
Tanto o damasco fresco quanto o seco podem ser comidos crus ou cozidos em geléias, tortas e pudins. Do caroço do damasco fabrica-se um licor.O damasqueiro atinge cerca de 9m de altura. É árvore de clima ameno. Floresce precocemente, por isso não pode ser cultivado em regiões sujeitas às geadas de primavera. O damasqueiro é originário da Ásia, de onde foi trazido para o Brasil. É cultivado de Minas Gerais ao Rio Grande do Sul, especialmente nos planaltos.

A mais importante e uma das mais antigas cidades da Síria, situada numa fértil planície, quase circular, com 48 km. de diâmetro – é banhada pelo Barada e o Awaj (Abana e Farfar). Dista de Jerusalém para o nordeste 218 km. Foi, por séculos, um centro comercial (Ez 27:18-47.16 a 18). Já era conhecida no tempo de Abraão, e foi terra natal do seu mordomo Eliezer (Gn 14:35-15.2). A não ser no curto período de tempo em que Damasco esteve sujeita a Davi e Salomão, era esta cidade a capital do reino independente da Síria, e com esta nação está a sua história estreitamente ligada. Foi conquistada a cidade de Damasco pelo rei Davi, sendo obrigada a pagar um certo tributo (2 Sm 8.5,6 – e 1 Cr 1S.5 a
7) – mas no tempo de Salomão foi retomada por um guerreiro de nome Rezom (1 Rs 11.23 a 25). Ben-Hadade i, rei da Síria, sendo subornado por Asa, rei de Judá, quebrou a sua aliança com Baasa, e invadiu o reino de israel (1 Rs 15.18 a 20 – 2 Cr 16.2 a 4), continuando a guerra com israelitas no tempo de onri (1 Ra 20.34). Ben-Hadade ii cercou Samaria, mas sem resultado, no tempo do rei Acabe – depois voltou, mas foi de novo posto em debandada, firmando, porém, uma aliança com Acabe (1 Rs 20.1 a 34). Três anos mais tarde foi a guerra renovada, tendo sido Acabe derrotado e morto (1 Rs 22.1,37). o general Naamã foi mandado de Damasco à Samaria para curar-se da lepra (2 Rs 5). Pela segunda vez foi cercada a cidade de Samaria por Ben-Hadade, mas em vão (2 Rs 6.24). Hazael foi visitado por Eliseu em Damasco, e designado como sucessor de Ben-Hadade (2 Rs 8.7 a 15). Este mesmo Hazael foi derrotado pelos assírios, mas alcançou vitória contra Jorão e Acazias (2 Rs 8.28,29). os sírios assolaram a terra de israel ao oriente do Jordão, no reinado de Jeú (2 Rs 10.32, 33 – e Am 1:3-5) – cercaram e tomaram Gate (2 Rs 12.17 e Am 6:2) – ameaçaram Jerusalém (2 Rs 12.18 – 2 Cr 24,23) – oprimiram israel no reinado de Jeoacaz (2 Rs 13 3:7-22). Ben-Hadade iii foi também um rei opressor – mas perdeu as cidades que Hazael tinha tomado (2 Rs 13.25), ficando Jeoás vitorioso conforme o vaticínio de Eliseu (2 Rs 13 14:19) – também Jeroboão atacou a cidade de Damasco (2 Rs 14.28). Rezim, juntamente com Peca, rei de israel, atacou Jerusalém não sendo bem sucedido, mas levou numerosos cativos e recuperou Elate (2 Rs 16.5,6 – 2 Cr 28.5 – e is 7:1-9). Tiglate-Pileser, rei da Assíria, instigado por Acaz, tomou Damasco, matou Rezim e transportou para Quir os habitantes desta cidade, como tinha sido predito por Amós – e assim terminou o reino de Damasco (2 Rs 16.9 a 12 – is 17:1-3Jr 49:23-27Am 1:5). Nos tempos do N.T. fazia Damasco parte do reino de Aretas, um árabe que conservava o seu poder, estando sujeito aos romanos (2 Co 11.32). Foi perto daquela cidade que se deu a conversão de S. Paulo (At 9). Damasco gozou de prosperidade comercial, quase sem interrupção, e ainda hoje é uma cidade que tem para cima de 100.000 habitantes. A planície produz nozes, romãs, figos, ameixas, damascos, limões, peras e maçãs – e nos arredores existem famosas vinhas. o trânsito por Damasco foi em todos os tempos mais lucrativo do que propriamente o seu comércio direto. As caravanas entre o Egito e a Síria, e entre Tiro e Assíria e o oriente passavam geralmente, todas elas por Damasco. (*veja Ben-Hadade e Hazael.)

Damasco Capital da Síria (1Rs 15:18; At 9:1-25).

Fim

substantivo masculino Circunstância que termina outra: fim de um livro.
Extremidade no tempo e no espaço: fim do ano.
Interrupção de; cessação: o fim de uma luta.
Perda da existência; morte, desaparecimento: sentir chegar o fim.
Objetivo para o qual se tende; intenção: alcançar seus fins.
Parte que está no final de; final: fim de semana.
O que motiva ou determina algo; motivo, razão: fins lucrativos.
Destino: o fim do homem.
expressão Pôr fim a. Terminar, concluir: pôs fim ao casamento.
locução prepositiva A fim de. Com a intenção de; para: casou a fim de ser feliz.
locução adverbial Por fim. Finalmente: por fim, apresento os resultados da tese.
Etimologia (origem da palavra fim). Do latim finis.is.

O fim é aquilo que se pretende realizar na vida real, quer no campo empírico, quer no meio social, quer na educação. Por exemplo, o fim do educador espírita é o desenvolvimento da espiritualidade do educando. [...]
Referencia: LOBO, Ney• Estudos de filosofia social espírita• Rio de Janeiro: FEB, 1992• -


Homens

masc. pl. de homem

ho·mem
(latim homo, -inis)
nome masculino

1. [Biologia] Mamífero primata, bípede, do género Homo, em particular da espécie Homo sapiens, que se caracteriza pela postura erecta, mãos preênseis, inteligência superior, capacidade de fala e que é considerado o tipo do género humano (ex.: o aparecimento do homem na Terra ocorreu há milhares de anos).

2. Humanidade; espécie humana (ex.: desastres ambientais causados pelo homem; a guerra é própria do homem). (Também se escreve com maiúscula inicial.)

3. Ser humano do sexo masculino ou do género masculino (ex.: só teve filhos homens; o homem pode produzir espermatozóides a partir da puberdade; homem transgénero).

5. Pessoa do sexo ou género masculino depois da adolescência (ex.: está um bonito homem). = HOMEM-FEITO

6. Pessoa do sexo ou género masculino casada com outra pessoa, em relação a esta (ex.: o homem divorciou-se da mulher). = CÔNJUGE, ESPOSO, MARIDO

7. Pessoa do sexo ou género masculino com quem se mantém uma relação sentimental e/ou sexual (ex.: conheci o meu homem na universidade e estamos juntos até hoje). = COMPANHEIRO, PARCEIRO

8. Conjunto das pessoas do sexo ou género masculino (ex.: estudo revela que o suicídio é mais violento no homem do que na mulher; que representações sociais se fazem do homem na publicidade?).

9. Pessoa que faz parte de uma equipa ao serviço de alguém ou de alguma instituição (ex.: os bombeiros têm cerca de 100 homens no terreno; prevê-se o envio de mais homens para controlar a situação na fronteira). (Mais usado no plural.)

adjectivo de dois géneros
adjetivo de dois géneros

10. Que tem qualidades ou atributos considerados tipicamente masculinos (ex.: ele é muito homem).


abominável homem das neves
Criatura lendária dos Himalaias, peluda e de formas humanas. = YETI

de homem para homem
Entre homens, com sinceridade e de modo directo (ex.: conversar de homem para homem; diálogo de homem para homem).

homem de armas
Figurado Aquele que é corajoso, destemido, que enfrenta com força e ânimo as adversidades (ex.: o avô era um homem de armas e desistir não era opção). = LUTADOR

Antigo Guerreiro, soldado (ex.: os besteiros e os homens de armas defenderam o castelo).

homem de Deus
Figurado O que é bondoso, piedoso.

[Informal, Figurado] Locução, usada geralmente de forma vocativa, para exprimir impaciência ou espanto (ex.: quem é que fez isso, homem de Deus?).

homem de Estado
[Política] Aquele que governa com competência, empenho e conhecimento dos assuntos políticos (ex.: o arquivo documenta a vida de um dos maiores homens de Estado). = ESTADISTA

homem de lei(s)
Aquele que é especialista em leis. = ADVOGADO, LEGISTA

homem de letras
Literato, escritor.

homem de mão
Pessoa que está a serviço de outrem, geralmente para executar tarefas ilegais ou duvidosas (ex.: a investigação descobriu vários homens de mão do banqueiro agora acusado).

homem de Neandertal
[Antropologia] Primata antropóide do paleolítico médio, que surgiu na Europa e na Ásia, caracterizado por grande volume cerebral. = NEANDERTAL

homem de negócios
Aquele que se dedica profissionalmente a actividades empresariais ou comerciais, gerindo o seu negócio ou o de outrem. = EMPRESÁRIO

homem de palha
[Depreciativo] Homem fraco ou sem préstimo, física ou moralmente.

homem de partido
[Política] Aquele que participa activamente na vida e nas decisões do grupo político a que pertence (ex.: militante desde jovem, é um homem de partido há várias décadas).

homem de pé
Peão.

homem público
Aquele que desempenha funções de interesse público, sobretudo na política ou na administração de um Estado ou de um país (ex.: fez carreira como homem público).

Plural: homens.

masc. pl. de homem

ho·mem
(latim homo, -inis)
nome masculino

1. [Biologia] Mamífero primata, bípede, do género Homo, em particular da espécie Homo sapiens, que se caracteriza pela postura erecta, mãos preênseis, inteligência superior, capacidade de fala e que é considerado o tipo do género humano (ex.: o aparecimento do homem na Terra ocorreu há milhares de anos).

2. Humanidade; espécie humana (ex.: desastres ambientais causados pelo homem; a guerra é própria do homem). (Também se escreve com maiúscula inicial.)

3. Ser humano do sexo masculino ou do género masculino (ex.: só teve filhos homens; o homem pode produzir espermatozóides a partir da puberdade; homem transgénero).

5. Pessoa do sexo ou género masculino depois da adolescência (ex.: está um bonito homem). = HOMEM-FEITO

6. Pessoa do sexo ou género masculino casada com outra pessoa, em relação a esta (ex.: o homem divorciou-se da mulher). = CÔNJUGE, ESPOSO, MARIDO

7. Pessoa do sexo ou género masculino com quem se mantém uma relação sentimental e/ou sexual (ex.: conheci o meu homem na universidade e estamos juntos até hoje). = COMPANHEIRO, PARCEIRO

8. Conjunto das pessoas do sexo ou género masculino (ex.: estudo revela que o suicídio é mais violento no homem do que na mulher; que representações sociais se fazem do homem na publicidade?).

9. Pessoa que faz parte de uma equipa ao serviço de alguém ou de alguma instituição (ex.: os bombeiros têm cerca de 100 homens no terreno; prevê-se o envio de mais homens para controlar a situação na fronteira). (Mais usado no plural.)

adjectivo de dois géneros
adjetivo de dois géneros

10. Que tem qualidades ou atributos considerados tipicamente masculinos (ex.: ele é muito homem).


abominável homem das neves
Criatura lendária dos Himalaias, peluda e de formas humanas. = YETI

de homem para homem
Entre homens, com sinceridade e de modo directo (ex.: conversar de homem para homem; diálogo de homem para homem).

homem de armas
Figurado Aquele que é corajoso, destemido, que enfrenta com força e ânimo as adversidades (ex.: o avô era um homem de armas e desistir não era opção). = LUTADOR

Antigo Guerreiro, soldado (ex.: os besteiros e os homens de armas defenderam o castelo).

homem de Deus
Figurado O que é bondoso, piedoso.

[Informal, Figurado] Locução, usada geralmente de forma vocativa, para exprimir impaciência ou espanto (ex.: quem é que fez isso, homem de Deus?).

homem de Estado
[Política] Aquele que governa com competência, empenho e conhecimento dos assuntos políticos (ex.: o arquivo documenta a vida de um dos maiores homens de Estado). = ESTADISTA

homem de lei(s)
Aquele que é especialista em leis. = ADVOGADO, LEGISTA

homem de letras
Literato, escritor.

homem de mão
Pessoa que está a serviço de outrem, geralmente para executar tarefas ilegais ou duvidosas (ex.: a investigação descobriu vários homens de mão do banqueiro agora acusado).

homem de Neandertal
[Antropologia] Primata antropóide do paleolítico médio, que surgiu na Europa e na Ásia, caracterizado por grande volume cerebral. = NEANDERTAL

homem de negócios
Aquele que se dedica profissionalmente a actividades empresariais ou comerciais, gerindo o seu negócio ou o de outrem. = EMPRESÁRIO

homem de palha
[Depreciativo] Homem fraco ou sem préstimo, física ou moralmente.

homem de partido
[Política] Aquele que participa activamente na vida e nas decisões do grupo político a que pertence (ex.: militante desde jovem, é um homem de partido há várias décadas).

homem de pé
Peão.

homem público
Aquele que desempenha funções de interesse público, sobretudo na política ou na administração de um Estado ou de um país (ex.: fez carreira como homem público).

Plural: homens.

Jerusalém

Jerusalém Tem-se interpretado o nome dessa cidade como “cidade da paz”. Na Bíblia, aparece pela primeira vez como Salém (Gn 14:18), com a qual costuma ser identificada. A cidade foi tomada pelos israelitas que conquistaram Canaã após a saída do Egito, mas não a mantiveram em seu poder. Pelo ano 1000 a.C., Davi tomou-a das mãos dos jebuseus, transformando-a em capital (2Sm 5:6ss.; 1Cr 11:4ss.), pois ocupava um lugar central na geografia do seu reino. Salomão construiu nela o primeiro Templo, convertendo-a em centro religioso e local de peregrinação anual de todos os fiéis para as festas da Páscoa, das Semanas e das Tendas. Em 587-586 a.C., houve o primeiro Jurban ou destruição do Templo pelas tropas de Nabucodonosor. Ao regressarem do exílio em 537 a.C., os judeus empreenderam a reconstrução do Templo sob o incentivo dos profetas Ageu, Zacarias e Malaquias; mas a grande restauração do Templo só aconteceu, realmente, com Herodes e seus sucessores, que o ampliaram e o engrandeceram. Deve-se a Herodes a construção das muralhas e dos palácios-fortalezas Antônia e do Palácio, a ampliação do Templo com a nova esplanada, um teatro, um anfiteatro, um hipódromo e numerosas moradias. O fato de ser o centro da vida religiosa dos judeus levou os romanos a fixarem a residência dos governadores em Cesaréia, dirigindo-se a Jerusalém somente por ocasião de reuniões populares como nas festas.

No ano 70 d.C., aconteceu o segundo Jurban ou destruição do Templo, desta vez pelas mãos das legiões romanas de Tito. Expulsos de Jerusalém após a rebelião de Bar Kojba (132-135 d.C.), os judeus do mundo inteiro jamais deixaram de esperar o regresso à cidade, de forma que, em meados do séc. XIX, a maioria da população hierosolimita era judia. Após a Guerra da Independência (1948-1949), a cidade foi proclamada capital do Estado de Israel, embora dividida em zonas árabe e judia até 1967.

Jesus visitou Jerusalém com freqüência. Lucas narra que, aos doze anos, Jesus se perdeu no Templo (Lc 2:41ss.) e várias foram as visitas que ele realizou a essa cidade durante seu ministério público (Lc 13:34ss.; Jo 2:13). A rejeição dos habitantes à sua mensagem fez Jesus chorar por Jerusalém, destinada à destruição junto com o Templo (Lc 13:31-35). Longe de ser um “vaticinium ex eventu”, essa visão aparece em Q e deve ser anterior ao próprio Jesus. Em Jerusalém, Jesus foi preso e crucificado, depois de purificar o Templo.

O fato de esses episódios terem Jerusalém por cenário e de nela acontecerem algumas aparições do Ressuscitado e igualmente a experiência do Espírito Santo em Pentecostes pesou muito na hora de os apóstolos e a primeira comunidade judeu-cristã fixarem residência (At 1:11).

J. Jeremías, Jerusalén en tiempos de Jesús, Madri 1985; C. Vidal Manzanares, El Judeo-cristianismo...; Idem, El Primer Evangelio...; A. Edersheim, Jerusalén...; E. Hoare, o. c.; f. Díez, o. c.


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Jerusalém [Lugar de Paz] - Cidade situada a uns 50 km do mar Mediterrâneo e a 22 km do mar Morto, a uma altitude de 765 m. O vale do Cedrom fica a leste dela, e o vale de Hinom, a oeste e ao sul. A leste do vale de Cedrom está o Getsêmani e o monte das Oliveiras. Davi tornou Jerusalém a capital do reino unido (2Sm 5:6-10). Salomão construiu nela o Templo e um palácio. Quando o reino se dividiu, Jerusalém continuou como capital do reino do Sul. Em 587 a.C. a cidade e o Templo foram destruídos por Nabucodonosor (2Rs 25:1-26). Zorobabel, Neemias e Esdras reconstruíram as muralhas e o Templo, que depois foram mais uma vez destruídos. Depois um novo Templo foi construído por Herodes, o Grande. Tito, general romano, destruiu a cidade e o Templo em 70 d.C. O nome primitivo da cidade era JEBUS. Na Bíblia é também chamada de Salém (Gn 14:18), cidade de Davi (1Rs 2:10), Sião (1Rs 8:1), cidade de Deus (Sl 46:4) e cidade do grande Rei (Sl 48:2). V. os mapas JERUSALÉM NO AT e JERUSALÉM NOS TEM

Existia, com o nome de Uruslim, isto é, Cidade de Salim ou Cidade da Paz, uma cidade no mesmo sítio de Jerusalém, antes de terem os israelitas atravessado o rio Jordão ao entrarem na Palestina. inscrições da coleção de Tel el-Amarna mostram que naquele tempo (cerca de 1400 a.C.) era aquela povoação um lugar de alguma importância, cujo governador estava subordinado ao Egito. o nome aparece já com a forma de Jerusalém em Js 10:1. os judeus identificavam-na com Salém, de que Melquisedeque foi rei (Gn 14:18 – *veja também Sl 76. 2). os atuais habitantes, judeus e cristãos, conservam o nome de Yerusalim, embora sob o poder dos romanos fosse conhecida pelo nome de Aelia Capitolina, e seja pelos maometanos chamada El-Kuds, o Santuário, tendo ainda outros títulos, segundo as suas conexões. Quanto à sua situação estava Jerusalém entre as tribos de Judá e Benjamim, distante do Mediterrâneo 51 km, do rio Jordão 30 km, de Hebrom 32 km, e 58 km de Samaria. Acha-se edificada no alto de uma larga crista montanhosa, que atravessa o país de norte a sul, e está sobre duas elevações, que se salientam do platô para o sul, e são acessíveis apenas por estradas dificultosas. Esta proeminência está entre dois desfiladeiros, que tornam a aproximação difícil, a não ser pelo norte, e por isso constitui uma defesa natural. Do lado oriental está o vale de Cedrom, que também é chamado vale de Josafá. Ao sudoeste e pelo sul se vê outro desfiladeiro, o vale de Hinom. Estas duas ravinas unem-se no Poço de Jacó (Bir Eyab), numa profundidade de 200 metros, medida desde a parte superior do platô. A cidade, possuindo tais defesas naturais, as montanhas circunjacentes, e os profundos desfiladeiros, forma, assim, uma compacta fortaleza montanhosa (Sl 87:1 – 122.3 – 125.1,2). Com respeito à história de Jerusalém, começa no A.T.com o aparecimento de Melquisedeque, rei de Salém, que abençoou Abraão (Gn 14:18-20 – *veja Hb 7:1). No cap. 10 de Josué, fala-se de Adoni-Zedeque, rei de Jerusalém, o qual formou uma liga contra o povo de Gibeom, que tinha feito um acordo com Josué e os israelitas invasores. Josué prendeu e mandou executar os cinco reis confederados, incluindo o rei de Jerusalém – mas, embora as cidades pertencentes aos outros quatro fossem atacadas, é certo ter escapado naquela ocasião a cidade de Jerusalém. Ela é nomeada entre ‘as cidades no extremo sul da tribo dos filhos de Judá’ (Js 15:21-63) – e é notada a circunstância de não terem podido os filhos de Judá expulsar. os jebuseus, habitantes daquela cidade, habitando juntamente os invasores com o povo invadido. A sua conquista definitiva está indicada em Jz 1:8. Mais tarde os jebuseus parece que fizeram reviver a sua confiança na fortaleza da sua cidade. Quando Davi, cuja capital era então Hebrom, atacou Jerusalém (2 Sm 5), os habitantes mofaram dele (2 Sm 5.6). A réplica de Davi foi fazer uma fala aos seus homens, que resultou na tomada da ‘fortaleza de Sião’. E então foi a capital transferida para Jerusalém, aproximadamente no ano 1000 a.C., vindo ela a ser ‘a cidade de Davi’. Para aqui trouxe este rei a arca, que saiu da casa de obede-Edom (2 Sm 6.12). Sendo ferido o povo por causa da sua numeração, foi poupada a cidade de Jerusalém (2 Sm 24,16) – e na sua gratidão comprou Davi a eira de Araúna, o jebuseu, e levantou ali um altar (2 Sm 24.25), preparando-se para construir naquele sítio um templo (1 Cr 22.1 a
4) – mas isso só foi levado a efeito por Salomão (1 Rs 6.1 a 38). Quando o reino se dividiu, ficou sendo Jerusalém a capita! das duas tribos, fiéis a Roboão (1 Rs 14.21). No seu reinado foi tomada por Sisaque, rei do Egito (1 Rs 14,25) – e no tempo do rei Jeorão pelos filisteus e árabes (2 Cr 21.16,17) – e por Joás, rei de israel, quando o seu rei era Amazias (2 Cr 25.23,24). No reinado de Acaz foi atacada pelo rei Rezim, da Síria, e por Peca, rei de israel, mas sem resultado (2 Rs 16.5). Semelhantemente, foi a tentativa de Senaqueribe no reinado de Ezequias (2 Rs 18.19 – 2 Cr 32 – is 36:37). Quando governava Manassés, os seus pecados e os do povo foram a causa da prisão do rei e da sua deportação para Babilônia (2 Cr 33.9 a 11). Josias realizou em Jerusalém uma reforma moral e religiosa (2 Cr 34.3 a 5). Quando, no período de maior decadência, reinava Joaquim, foi a cidade cercada e tomada pelas forças de Nabucodonosor, rei da Babilônia, que deportou para aquele império o rei e o povo, à exceção dos mais pobres dos seus súditos (2 Rs 24.12 a 16). Zedequias foi colocado no trono, mas revoltou-se. Vieram outra vez as tropas de Nabucodonosor, e então Jerusalém suportou um prolongado cerco – mas, por fim, foi tomada, sendo destruído o templo e os melhores edifícios, e derribadas as suas muralhas (2 Rs 25). No tempo de Ciro, como se acha narrado em Esdras, voltou o povo do seu cativeiro, sendo o templo reedificado, e restaurada a Lei. As muralhas foram levantadas por Neemias (Ne 3). Alexandre Magno visitou a cidade, quando o sumo sacerdócio era exercido por Jadua, que é mencionado em Ne 12:11-22. Morto Alexandre, e feita a divisão das suas conquistas, ficou a Judéia nos limites dos dois Estados rivais, o Egito e a Síria. Como efeito dessa situação raras vezes tinham os judeus uma paz duradoura. Ptolomeu Soter tomou a cidade pelo ano 320 a.C., a qual foi fortificada e embelezada no tempo de Simão, o Justo, no ano 300 a.C., mais ou menos (Ecclus. 50). Antíoco, o Grande, conquistou-a em 203 (a.C.) – mas em 199 foi retomada por Scopas, o general alexandrino. Após a derrota dos egípcios, infligida por Antíoco, caiu novamente Jerusalém sob o seu domínio em 19S. Foi depois tomada por Antíoco Epifanes, que profanou o templo, e ergueu um altar pagão no lugar do altar do Senhor (Dn 11:31) – mas no ano 165 foi a cidade reconquistada por Judas Macabeu. Pompeu apoderou-se dela em 65 a.C., e foi saqueada pelos partos no ano 40. Retomou-a Herodes, o Grande, no ano 37 a.C. : foi ele quem restaurou o templo, levantando o edifício que foi visitado por Jesus Cristo. Com respeito ao lugar que ocupava Jerusalém na alma dos hebreus, *veja Sl 122:6 – 137.5,6 – is 62:1-7 – cp.com 1 Rs 8.38 – Dn 6:10 e Mt 5:35. A Jerusalém do N.

Mulheres

fem. pl. de mulher

mu·lher
(latim mulier, -eris)
nome feminino

1. Ser humano do sexo feminino ou do género feminino (ex.: o casal teve três filhos: duas mulheres e um homem; a mulher pode ovular entre a menarca e a menopausa; mulher transgénero).

2. Pessoa do sexo ou género feminino depois da adolescência (ex.: a filha mais nova já deve estar uma mulher). = MULHER-FEITA, SENHORA

3. Pessoa do sexo ou género feminino casada com outra pessoa, em relação a esta (ex.: o padre declarou-os marido e mulher). = CÔNJUGE, ESPOSA

4. Pessoa do sexo ou género feminino com quem se mantém uma relação sentimental e/ou sexual (ex.: eu e a minha mulher escolhemos não casar). = COMPANHEIRA, PARCEIRA

5. Conjunto de pessoas do sexo ou género feminino (ex.: defesa dos direitos da mulher).

adjectivo de dois géneros
adjetivo de dois géneros

6. Que tem qualidades ou atributos considerados tipicamente femininos (ex.: considera-se muito mulher em tudo).


de mulher para mulher
Entre mulheres, com frontalidade e franqueza, de modo directo (ex.: vamos falar de mulher para mulher; conversa de mulher para mulher).

mulher da vida
[Depreciativo] Meretriz, prostituta.

mulher de armas
Figurado Aquela que demonstra coragem, força, espírito de luta (ex.: é uma mulher de armas que luta persistentemente pelos seus valores e objectivos). = CORAJOSA, GUERREIRA, LUTADORA

mulher de Deus
Figurado Aquela que é bondosa, piedosa.

[Informal, Figurado] Locução, usada geralmente de forma vocativa, para exprimir impaciência ou espanto (ex.: preste atenção, mulher de Deus!).

mulher de Estado
[Política] Líder que governa com competência, empenho e conhecimento dos assuntos políticos (ex.: a antiga primeira-ministra foi uma grande mulher de Estado). = ESTADISTA

mulher de lei(s)
Aquela que é especialista em leis. = ADVOGADA, LEGISTA

mulher de letras
Literata, escritora.

mulher de negócios
Aquela que se dedica profissionalmente a actividades empresariais ou comerciais, gerindo o seu negócio ou o de outrem. = EMPRESÁRIA

mulher de partido
[Política] Aquela que participa activamente na vida e nas decisões do grupo político a que pertence (ex.: acima de tudo, é uma mulher de partido, apesar de não conviver bem com a disciplina partidária).

[Antigo, Depreciativo] Mulher que exerce a prostituição. = MERETRIZ, PROSTITUTA

mulher fatal
Mulher muito sensual e sedutora. = VAMPE

mulher pública
Aquela que desempenha funções de interesse público, sobretudo na política ou na administração de um Estado ou de um país (ex.: como mulher pública, a vereadora defendeu sempre os interesses da população que a elegeu).

[Antigo, Depreciativo] Meretriz, prostituta.


Presos

masc. pl. part. pass. de prender
masc. pl. de preso

pren·der |ê| |ê| -
(latim prendo, -ere)
verbo transitivo

1. Atar, ligar.

2. Abraçar, enlaçar.

3. Agarrar.

4. Capturar, encarcerar.

5. Impedir, embaraçar.

6. Comunicar (falando do fogo).

7. Cativar.

verbo intransitivo

8. Criar raízes, pegar.

9. Ter relação, relacionar-se.

10. Comunicar.

11. Estar seguro, estar preso, estar sujeito.

12. Encontrar obstáculo, emperrar.

verbo pronominal

13. Ficar ou estar preso, seguro.

14. Arraigar-se, fixar-se.

15. Embaraçar-se, ficar perplexo.

16. Inquietar-se, preocupar-se.

17. Afeiçoar-se.

18. Casar-se.

19. Comunicar-se, atear-se.


pre·so |ê| |ê|
(latim prensus, -a, -um, agarrado, seguro, preso)
adjectivo
adjetivo

1. Ligado, amarrado.

2. Recluso em cadeia.

3. Figurado Que não tem liberdade de acção.

4. Figurado Casado.

5. Impedido de fazer movimentos. = TOLHIDO

nome masculino

6. Pessoa que está presa. = DETIDO, ENCARCERADO, PRESIDIÁRIO, PRISIONEIRO, RECLUSO


Seita

substantivo feminino Doutrina que, propagada por um grande número de pessoas, se afasta ou diverge de certa forma de outra doutrina principal.
Grupo de pessoas que adota uma doutrina diferente das demais.
Religião Grupo religioso dissidente que deixa de participar de uma religião por não concordar com suas normas e objetivos.
[Popular] Grupo com uma organização própria, geralmente restrito e fechado, que se une por ideias, ideologias, opiniões e comportamentos semelhantes; facção, bando.
Etimologia (origem da palavra seita). A palavra seita tem sua origem no latim, “secta, ae”, e significa “partido, causa”.

Usava-se esta palavra a respeitodos saduceus (At 5:17), dos fariseus (At 15:5 – 26.5), dos cristãos, como nazarenos (At 24:5), e dos cristãos sem outro titulo (At 28:22). (*veja Heresia.)

Pejorativamente até hoje as religiões dominantes empregam essa denominação para classificar as religiões em minoria.
Referencia: MÍNIMUS• Síntese de o Novo Testamento• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1979• - Paulo perante o tribunal de Félix

O primeiro selo postal espírita emitido no mundo foi em 1957, no Brasil, graças à iniciativa e ao exaustivo trabalho da Federação Espírita Brasileira, na presidência de Antônio Wantuil de Freitas. Tratava-se de comemorar o 1º Centenário da Codificação do Espiritismo (em justa e merecida homenagem a Allan Kardec) através de um selo comemorativo, que, na definição oficial, “se destina a assinalar acontecimento digno de homenagem nacional”. Longo requerimento-memorial, dirigido pela FEB às autoridades competentes, levou, após várias démarches, à aprovação do selo em pauta, popularmente conhecido como o selo da Codificação. [...] A 14 de junho de 1963, Antônio Wantuil de Freitas, presidente da Federação Espírita Brasileira, dava entrada nos Correios de um bem justificado requerimento, solicitando a emissão do segundo selo postal espírita, a que mais tarde chamariam simplesmente o selo do Evangelho. [...] o selo seria lançado em 18 de abril de 1964, comemorativo do centenário de O Evangelho da Codificação Espírita, ou seja, O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec. [...] No dia 31 de março de 1969 era lançado no Brasil, na tiragem de 2.000.000 de exemplares, o selo postal comemorativo do Centenário de morte de Allan Kardec. [...] À Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos foi dirigido, em 18 de abril de 1968, pelo Presidente da Federação Espírita Brasileira, requerimento pedindo a emissão de um selo postal comemorativo do 1º Centenário da Imprensa Espiríta no Brasil. Autorizada a emissão, na tiragem de 1.000.000 de exemplares, o selo foi lançado no dia 26 de julho de 1969 [...].
Referencia: WANTUIL, Zêus e THIESEN, Francisco• Allan Kardec: meticulosa pesquisa biobibliográfica e ensaios de interpretação• Rio de Janeiro: FEB, 1979-1980• 3 v• - v• 3, cap• 3, it• 8


Seita Grupo religioso que se separa de um corpo maior (At 5:17; 15.5; 28.22).

Strongs

Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
παρά αὐτός αἰτέω ἐπιστολή εἰς πρός συναγωγή Δαμασκός ὅπως ἐάν εὑρίσκω τίς ὁδός τέ ὤν ἀνήρ καί γυνή ἄγω δέω εἰς Ἱερουσαλήμ
Atos 9: 2 - Texto em Grego - (BGB) - Bíblia Grega Bereana

e pediu-lhe cartas para Damasco, para as sinagogas, para que quando ele encontrasse homens ou mulheres que eram do Caminho, ele pudesse trazê-los presos a Jerusalém.
Atos 9: 2 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

34 d.C.
G1135
gynḗ
γυνή
esposa
(wife)
Substantivo - feminino acusativo singular
G1154
Damaskós
Δαμασκός
Damasco
(Damascus)
Substantivo - feminino acusativo singular
G1210
déō
δέω
atar um laço, prender
(he bind)
Verbo - aorista (pretérito não qualificado de um verbo sem referência à duração ou conclusão da ação) Subjuntivo Active - 3ª pessoa do singular
G1437
eán
ἐάν
se
(if)
Conjunção
G1510
eimí
εἰμί
ser
(being)
Verbo - Presente do indicativo Ativo - Masculino no Singular nominativo
G1519
eis
εἰς
(A
(disputed)
Verbo
G154
aitéō
αἰτέω
pedir, rogar, suplicar, desejar, requerer
(asking of)
Verbo - particípio no presente Ativo - Dativo Masculino no Singular
G1992
epistolḗ
ἐπιστολή
eles / elas
(they)
Pronome
G2147
heurískō
εὑρίσκω
o pai de Eliézer, o líder dos rubenitas no reinado de Davi
(and Zichri)
Substantivo
G2419
Hierousalḗm
Ἱερουσαλήμ
um nativo de Betel que reconstruiu Jericó no reinado de Acabe e em quem se cumpriu a
(did Hiel)
Substantivo
G2532
kaí
καί
desejo, aquilo que é desejável adj
(goodly)
Substantivo
G3588
ho
para que
(that)
Conjunção
G3598
hodós
ὁδός
propriamente
(route)
Substantivo - Feminino no Singular genitivo
G3704
hópōs
ὅπως
faixa, fita, amuletos cobertos, falsos filactérios
(pillows)
Substantivo
G3844
pará
παρά
de / a partir de / de / para
(of)
Preposição
G4314
prós
πρός
pai de Matrede e avô de Meetabel, a esposa de Hadade, o último rei mencionado de
(of Mezahab)
Substantivo
G435
anḗr
ἀνήρ
com referência ao sexo
(husband)
Substantivo - acusativo masculino singular
G4864
synagōgḗ
συναγωγή
subida, oráculo, fardo, porção, levantamento
([and sent] portions)
Substantivo
G5037
τέ
um homem do Carmelo que rejeitou os mensageiros de Davi, e morreu de choque quando
(Nabal)
Substantivo
G5100
tìs
τὶς
alguém, uma certa pessoa
(something)
Pronome interrogatório / indefinido - neutro acusativo singular
G71
ágō
ἄγω
guiar, conduzir
(you will be brought)
Verbo - futuro do indicativo passivo - 2ª pessoa do plural
G846
autós
αὐτός
dele
(of him)
Pronome Pessoal / Possessivo - Genitivo Masculino 3ª pessoa do singular


γυνή


(G1135)
gynḗ (goo-nay')

1135 γυνη gune

provavelmente da raíz de 1096; TDNT - 1:776,134; n f

  1. mulher de qualquer idade, seja virgem, ou casada, ou viúva
  2. uma esposa
    1. de uma noiva

Δαμασκός


(G1154)
Damaskós (dam-as-kos')

1154 δαμασκος Damaskos

de origem hebraica 1834 דמשק; n pr loc

Damasco = “silencioso é o tecedor de pano de saco”

  1. uma das mais antigas e das mais importantes cidades da Síria, situada numa planície agradável e fértil da base leste do Antilíbano

δέω


(G1210)
déō (deh'-o)

1210 δεω deo

uma raíz; TDNT - 2:60,148; v

  1. atar um laço, prender
    1. atar, prender com cadeias, lançar em cadeias
    2. metáf.
      1. Satanás é dito prender uma mulher torta por meio de um demônio, como seu mensageiro, tomando posse da mulher e privando-a de ficar reta
      2. atar, colocar sob obrigações, da lei, dever etc.
        1. estar preso a alguém, um esposa, um esposo
      3. proibir, declarar ser ilícito

ἐάν


(G1437)
eán (eh-an')

1437 εαν ean

de 1487 e 302; conj

  1. se, no caso de

εἰμί


(G1510)
eimí (i-mee')

1510 ειμι eimi

primeira pessoa do singular do presente indicativo; uma forma prolongada de um verbo primário e defectivo; TDNT - 2:398,206; v

  1. ser, exitir, acontecer, estar presente

εἰς


(G1519)
eis (ice)

1519 εις eis

preposição primária; TDNT - 2:420,211; prep

  1. em, até, para, dentro, em direção a, entre

αἰτέω


(G154)
aitéō (ahee-teh'-o)

154 αιτεω aiteo

de derivação incerta; TDNT - 1:191,30; v

  1. pedir, rogar, suplicar, desejar, requerer

Sinônimos ver verbete 5802 e 5920


ἐπιστολή


(G1992)
epistolḗ (ep-is-tol-ay')

1992 επιστολη epistole

de 1989; TDNT - 7:593,1074; n f

  1. carta, epístola

εὑρίσκω


(G2147)
heurískō (hyoo-ris'-ko)

2147 ευρισκω heurisko

forma prolongada de uma palavra primária ευρω heuro, que (junto com outra forma cognata ευρεω heureo hyoo-reh’-o) é usada em todos os tempos exceto no presente e imperfeito; TDNT - 2:769,*; v

  1. descobrir, encontrar por acaso, encontrar-se com
    1. depois de procurar, achar o que se buscava
    2. sem procura prévia, achar (por acaso), encontrar
    3. aqueles que vêm ou retornam para um lugar
  2. achar pela averiguação, reflexão, exame, escrutínio, observação, descobrir pela prática e experiência
    1. ver, aprender, descobrir, entender
    2. ser achado, i.e., ser visto, estar presente
    3. ser descoberto, reconhecido, detectado; revelar-se, do caráter ou estado de alguém, de como é percebido por outros (homens, Deus, ou ambos)
    4. obter conhecimento de, vir a conhecer, Deus

      descobrir por si mesmo, adquirir, conseguir, obter, procurar


Ἱερουσαλήμ


(G2419)
Hierousalḗm (hee-er-oo-sal-ame')

2419 Ιερουσαλημ Hierousalem

de origem hebraica 3389 ירושלימה, cf 2414; TDNT - 7:292,1028; n pr loc

Jerusalém = “habita em você paz”

  1. denota tanto a cidade em si como os seus habitantes
  2. “a Jerusalém que agora é”, com suas atuais instituições religiosas, i.e. o sistema mosaico, assim designada a partir de sua localização externa inicial
  3. “Jerusalém que está acima”, que existe no céu, de acordo com a qual se supõe será construída a Jerusalém terrestre
    1. metáf. “a Cidade de Deus fundamentada em Cristo”, hoje se apresenta como igreja, mas depois da volta de Cristo se apresentará como o pleno reino messiânico

      “a Jerusalém celestial”, que é a habitação celestial de Deus, de Cristo, dos anjos, dos santos do Antigo e Novo Testamento e dos cristãos ainda vivos na volta de Cristo

      “a Nova Jerusalém”, uma cidade esplêndida e visível que descerá do céu depois da renovação do mundo, a habitação futura dos santos


καί


(G2532)
kaí (kahee)

2532 και kai

aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj

  1. e, também, até mesmo, realmente, mas


(G3588)
ho (ho)

3588 ο ho

que inclue o feminino η he, e o neutro το to

em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo

  1. este, aquela, estes, etc.

    Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.


ὁδός


(G3598)
hodós (hod-os')

3598 οδος hodos

aparentemente, palavra raiz; TDNT - 5:42,666; n f

  1. propriamente
    1. caminho
      1. caminho transitado, estrada
    2. caminho dos viajantes, excursão, ato de viajar
  2. metáf.
    1. curso de conduta
    2. forma (i.e. modo) de pensar, sentir, decidir

ὅπως


(G3704)
hópōs (hop'-oce)

3704 οπως hopos

de 3739 e 4459; partícula

  1. como, para que

παρά


(G3844)
pará (par-ah')

3844 παρα para

palavra raiz; TDNT - 5:727,771; prep

  1. de, em, por, ao lado de, perto

πρός


(G4314)
prós (pros)

4314 προς pros

forma fortalecida de 4253; TDNT - 6:720,942; prep

em benefício de

em, perto, por

para, em direção a, com, com respeito a


ἀνήρ


(G435)
anḗr (an'-ayr)

435 ανερ aner

uma palavra primária cf 444; TDNT - 1:360,59; n m

  1. com referência ao sexo
    1. homem
    2. marido
    3. noivo ou futuro marido
  2. com referência a idade, para distinguir um homem de um garoto
  3. qualquer homem
  4. usado genericamente para um grupo tanto de homens como de mulheres

συναγωγή


(G4864)
synagōgḗ (soon-ag-o-gay')

4864 συναγωγη sunagoge

da (forma reduplicada de) 4863; TDNT - 7:798,1108; n f

  1. ajuntamento, recolhimento (de frutas)
  2. no NT, uma assembléia de homens
  3. sinagoga
    1. assembléia de judeus formalmente reunidos para ofertar orações e escutar leituras e exposições das escrituras; reuniões deste tipo aconteciam todos os sábados e dias de festa; mais tarde, também no segundo e quinto dia de cada semana; nome transferido para uma assembléia de cristãos formalmente reunidos para propósitos religiosos
    2. as construções onde aquelas assembléias judaicas solenes eram organizadas. Parece ser que as sinagogas tiveram sua origem durante o exílio babilônico. Na época de Jesus e dos apóstolos, cada cidade, não apenas na Palestina, mas também entre os gentios, se tivesse um considerável número de habitantes judeus, tinha pelo menos uma sinagoga. A maioria das sinagogas nas grandes cidades tinha diversas, ou mesmo muitas. As sinagogas eram também usadas para julgamentos e punições.

Sinônimos ver verbete 5897


τέ


(G5037)
(teh)

5037 τε te

partícula primária (enclítica) de conecção ou adição; partícula

não apenas ... mas também

tanto ... como

tal ... tal


τὶς


(G5100)
tìs (tis)

5101 τις tis

τις (Strong G5100) Sem acento, é um pronome indefinido, correspondente ao latin (aliquis, quis, quidam)

Possui relação com τíς (Strong G5101) Com acento, é um pronome interrogativo. Praticamente todos os pronomes interrogativos das línguas latinas (quis? quid? cur?): Como?, Onde?, Quem?, O Que?, Por que?

Fonte: Miudinho - Mateus 16:8 {Aluizio Elias}

ἄγω


(G71)
ágō (ag'-o)

71 αγω ago

uma palavra primária; v

  1. guiar, conduzir
    1. conduzir segurando com as mãos, levando deste modo ao destino final: de um animal
    2. seguir acompanhando até um lugar
    3. comandar com a personalidade de alguém, nomear alguém como um ajudante
    4. conduzir, trazer
    5. levar para a corte de justiça, magistrado, etc.
  2. guiar, conduzir
    1. conduzir, guiar, dirigir
    2. guiar através, conduzir para algo
    3. mover, impelir: pela força e influência da mente
  3. passar um dia, guardar ou celebrar uma festa, etc.
  4. ir, partir

αὐτός


(G846)
autós (ow-tos')

846 αυτος autos

da partícula au [talvez semelhante a raiz de 109 pela idéia de um vento instável] (para trás); pron

  1. ele próprio, ela mesma, eles mesmos, de si mesmo
  2. ele, ela, isto
  3. o mesmo